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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO POLITÉCNICO DE CABINDA
I.P.C

Área: Mecânica

Manual de:
Hidráulica

Elaborado por:
Manuel João Gomes Pinto

Cabinda, Dezembro de 2012


TEXTO DE APOIO
Tecnologia de Comando Hidráulica

Índice
1 Introdução .......................................................................................................................................................... 4
2 Princípios Físicos Da Hidráulica ....................................................................................................................... 5
2.1 Definição de Pressão.................................................................................................................................. 5
2.2 Conservação de Energia ............................................................................................................................ 5
2.3 Transmissão de Força ................................................................................................................................ 6
2.3.1 Força Transmitida através de um Sólido ............................................................................................... 6

2.3.2 Força Transmitida através de um Líquido ............................................................................................. 6

2.4 Fluido Hidráulico ....................................................................................................................................... 7


2.4.1 Fluido à Base de Petróleo ...................................................................................................................... 7

2.5 Pressão hidrostática (pressão de coluna) ................................................................................................... 9


2.6 Pressão por forças externas (Lei de Pascal) ............................................................................................. 10
2.6.1 Princípio da Multiplicação de Pressão ................................................................................................. 10

2.7 Hidromecânica (mecânica dos fluidos em movimento)........................................................................... 11


2.7.1 Tipos de fluxos .................................................................................................................................... 11

2.7.2 Leis da vazão: ...................................................................................................................................... 11

2.7.3 Equação de Bernoulli ........................................................................................................................... 12

2.7.4 Potência x Eficiência em sistemas hidráulicos .................................................................................... 12

2.7.5 Cavitação ............................................................................................................................................. 13

2.8 Grupo de accionamento e reservatório hidráulico ................................................................................... 14


2.8.1 FUNCIONAMENTO .......................................................................................................................... 14

2.8.2 Filtros hidráulicos ................................................................................................................................ 14

2.8.3 Princípios básicos ................................................................................................................................ 19

2.9 Aplicações da Óleo-hidráulica ................................................................................................................. 21


3 Óleos Hidráulicos ............................................................................................................................................ 22
3.1 Óleos minerais ......................................................................................................................................... 22
3.1.1 Classificação ........................................................................................................................................ 22

3.1.2 Propriedades ........................................................................................................................................ 22

4 Bombas ............................................................................................................................................................ 26
4.1 Generalidades .......................................................................................................................................... 26
4.2 Bombas Hidrodinâmicas .......................................................................................................................... 26
4.3 Localização da Bomba ............................................................................................................................. 27
4.4 Parâmetros característicos ....................................................................................................................... 27

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4.5 Bombas de cilindrada (caudal) constante ................................................................................................ 27


4.6 -Bombas de cilindrada variável ............................................................................................................... 27
4.6.1 Bombas de engrenagens ...................................................................................................................... 28

5 Válvulas ........................................................................................................................................................... 37
5.1 Válvulas distribuidoras (direccionais ) .................................................................................................... 37
5.2 Válvulas de retenção ................................................................................................................................ 40
5.3 Válvulas reguladoras de pressão .............................................................................................................. 41
5.3.1 Válvulas limitadoras de pressão .......................................................................................................... 41

5.3.2 Válvulas de sequência.......................................................................................................................... 43

5.3.3 Válvulas de contra - pressão ................................................................................................................ 43

5.3.4 Válvulas redutoras de pressão ............................................................................................................. 44

5.4 Válvulas reguladoras de caudal ............................................................................................................... 44


5.4.1 Válvulas de estrangulamento ............................................................................................................... 45

5.5 Servo-válvulas; válvulas proporcionais ................................................................................................... 47


6 Outros elementos hidráulicos .......................................................................................................................... 48
6.1 Acumuladores hidráulicos ....................................................................................................................... 48
6.2 CILINDROS HIDRÁULICOS ................................................................................................................ 48
6.3 Equipamentos acessórios de sistema óleo-hidráulicos ............................................................................ 51
6.3.1 Reservatórios ....................................................................................................................................... 51

6.3.2 Filtros ................................................................................................................................................... 51

6.3.3 Tubos e uniões ..................................................................................................................................... 52

6.3.4 Medidores de pressão e controladores de pressão ............................................................................... 53

6.3.5 Pressostatos .......................................................................................................................................... 53

6.3.6 Arrefecedores de óleo .......................................................................................................................... 54

7 Circuitos........................................................................................................................................................... 55
7.1 Em série ................................................................................................................................................... 55
8 Simbologia ....................................................................................................................................................... 59

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1 Introdução
Experiências têm mostrado que a hidráulica vem se destacando e ganhando espaço como um meio de
transmissão de energia nos mais variados segmentos do mercado, sendo a Hidráulica Industrial e Móbil as
que apresentam um maior crescimento.
Porém, pode-se notar que a hidráulica está presente em todos os sectores industriais.
Amplas áreas de automatização foram possíveis com a introdução de sistemas hidráulicos para controlo
de movimentos.
Para um conhecimento detalhado e estudo da energia hidráulica vamos inicialmente entender o termo
Hidráulica.
O termo Hidráulica derivou-se da raiz grega Hidro, que tem o significado de água, por essa razão
entendem-se por Hidráulica todas as leis e comportamentos relativos à água ou outro fluido, ou seja,
Hidráulica é o estudo das características e uso dos fluidos sob pressão.

DIVISÕES DA HIDRÁULICA E APLICAÇÕES


 Estacionária

Esmeriladeira cilíndrica hidráulica Prensa hidráulica

 Móbil

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2 Princípios Físicos Da Hidráulica

2.1 Definição de Pressão


Pressão é a força exercida por unidade de superfície. Em
hidráulica, a pressão é expressa em Pa, kgf/cm2, atm ou bar.
A pressão também poderá ser expressa em psi (Pound per
squareinch) que significa libra força por polegada quadrada, abrevia-
se lbf/pol2.

FATORES DE CONVERSÃO DE UNIDADES DE PRESSÃO

Equivalência entre Unidades de Pressão

Na prática, podemos considerar:

2.2 Conservação de Energia


Relembrando um princípio enunciado por Lavoisier, onde ele menciona:
"Na natureza nada se cria e nada se perde tudo se transforma." Realmente não podemos criar uma nova
energia e nem tão pouco destruí-la e sim transformá-la em novas formas de energia.
Quando desejamos realizar uma multiplicação de forças significa que teremos o pistão maior, movido
pelo fluido deslocado pelo pistão menor, sendo que a distância de cada pistão seja inversamente
proporcional às suas áreas.
O que se ganha em relação à força tem que ser sacrificado em distância ou velocidade.

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Quando o pistão de área = 1 cm2 se move 10 cm desloca um


volume de 10cm3 para o pistão de área = 10 cm2.
Consequentemente, o mesmo movimentará apenas 1cm de curso,
já que o volume de fluido deslocado é o mesmo.

2.3 Transmissão de Força


Os quatro métodos de transmissão de energia: mecânica, eléctrica, hidráulica e pneumática, são capazes
de transmitir forças estáticas (energia potencial) tanto quanto a energia cinética. Quando uma força estática é
transmitida em um líquido, essa transmissão ocorre de modo especial. Para ilustrar, vamos comparar como a
transmissão ocorre através de um sólido e através de um líquido em um recipiente fechado.

2.3.1 Força Transmitida através de um Sólido


A força através de um sólido é transmitida em uma direcção. Se
empurrarmos o sólido e numa direcção, a força é transmitida ao lado
oposto, directamente.

2.3.2 Força Transmitida através de um Líquido


Se empurrarmos o tampão de um recipiente cheio de líquido, o líquido do recipiente transmitirá pressão
sempre da mesma maneira, independentemente de como ela é gerada e da forma do mesmo.

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2.4 Fluido Hidráulico


O fluido hidráulico é o elemento vital de um sistema hidráulico industrial. Ele é um meio de transmissão
de energia, um lubrificante, um vedador e um veículo de transferência de calor. O fluido hidráulico à base de
petróleo é o mais comum.

2.4.1 Fluido à Base de Petróleo


O fluido à base de petróleo é mais do que um óleo comum. Os aditivos são ingredientes importantes na
sua composição. Os aditivos dão ao óleo características que o tornam apropriado para uso em sistemas
hidráulicos.

ÍNDICE DE VISCOSIDADE (IV)


O índice de viscosidade é um número puro que indica como um fluido varia em viscosidade quando a
temperatura muda. Um fluido com um alto índice de viscosidade mudaria relativamente pouco com a
temperatura. A maior parte dos sistemas hidráulicos industriais requer um fluido com um índice de
viscosidade de 90 ou mais.

INIBIDORES DE OXIDAÇÃO
A oxidação do óleo ocorre por causa de uma
reacção entre o óleo e o oxigénio do ar. A oxidação
resulta em baixa capacidade de lubrificação na
formação de ácido e na geração de partículas de
carbono e aumento da viscosidade do fluido.
A oxidação do óleo é aumentada por três
factores:
 Alta temperatura do óleo.
 Catalisadores metálicos, tais como
cobre, ferro ou chumbo.
 O aumento no fornecimento de oxigénio.

INIBIDORES DE CORROSÃO
Os inibidores de corrosão protegem as superfícies de metal do ataque por ácidos e material oxidante.
Este inibidor forma um filme protector sobre as superfícies do metal e neutraliza o material corrosivo ácido à
medida que ele se forma.

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ADITIVOS DE EXTREMA PRESSÃO OU ANTIDESGASTE


Estes aditivos são usados em aplicações de alta temperatura e alta pressão. Em pontos localizados onde
ocorrem temperaturas ou pressões altas (por exemplo, as extremidades das palhetas numa bomba ou motor
de palheta).

ADITIVOS ANTIESPUMANTES
Os aditivos antiespumantes não permitem que bolhas de ar sejam recolhidas pelo óleo, o que resulta
numa falha do sistema de lubrificação. Estes inibidores operam combinando as pequenas bolhas de ar em
bolhas grandes que se desprendem da superfície do fluido e estouram.

FLUIDOS RESISTENTES AO FOGO


Uma característica inconveniente do fluido proveniente do petróleo é que ele é inflamável. Não é seguro
usá-lo perto de superfícies quentes ou de chama. Por esta razão, foram desenvolvidos vários tipos de fluidos
resistentes ao fogo.

EMULSÃO DE ÓLEO EM ÁGUA


A emulsão de óleo em água resulta em um fluido resistente ao fogo que consiste de uma mistura de óleo
numa quantidade de água. A mistura pode variar em torno de 1% de óleo e 99% de água a 40% de óleo e
60% de água. A água é sempre o elemento dominante.

EMULSÃO DE ÁGUA EM ÓLEO


A emulsão de água em óleo é um fluido resistente ao fogo, que é também conhecido como emulsão
invertida. A mistura é geralmente de 40% de água e 60% de óleo. O óleo é dominante. Este tipo de fluido
tem características de lubrificação melhores do que as emulsões de óleo em água.

FLUIDO DE ÁGUA-GLICOL
O fluido de água-glicol resistente ao fogo é uma solução de glicol (anticongelante) e água. A mistura é
geralmente de 60% de glicol e 40% de água.

SINTÉTICO
Os fluidos sintéticos, resistentes ao fogo, consistem geralmente de ésteres de fosfato, hidrocarbonetos
clorados, ou uma mistura dos dois com fracções de petróleo. Este é o tipo mais caro de fluido resistente ao
fogo. Os componentes que operam com fluidos sintéticos resistentes ao fogo necessitam de guarnições de
material especial.

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VISCOSIDADE
A viscosidade é a medida de resistência ao fluxo das moléculas de um líquido quando elas deslizam
umas sobre as outras. É uma medida inversa à de fluidez.

EFEITO DA TEMPERATURA SOBRE A VISCOSIDADE


Uma garrafa de melaço tirada da geladeira apresenta uma alta resistência ao fluxo. Tentar passar esse
líquido por um funil constitui-se numa operação demorada.
Aquecendo-se o melado, faz-se com que ele escoe perfeitamente
pelo funil. O aquecimento das moléculas do melado faz com que elas
deslizem umas às outras com maior facilidade. Conforme se aumenta a
temperatura de um líquido, a sua viscosidade diminui.

SEGUNDO SAYBOLT UNIVERSAL (SSU)


Uma das medidas de viscosidade dos fluidos é o
SSU - abreviatura de Segundo Saybolt Universal. O
professor Saybolt aqueceu um líquido com volume
predeterminado a uma dada temperatura e fez o líquido
passar por uma abertura de tamanho também
especificado. Ele cronometrou o fluxo (em segundos),
até que o líquido enchesse um recipiente com
capacidade de 60 mililitros. O resultado foi a medição
da viscosidade em SSU.

2.5 Pressão hidrostática (pressão de coluna)


Pressão de coluna p = ρ . g . h
A pressão hidrostática exerce uma força sobre o fundo do
reservatório.
Caso a pressão, conforme mostra a fig, actue sobre superfícies
iguais (A1 = A2 = A3), as forças resultantes serão também iguais.
(F1 = F2 = F3).

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2.6 Pressão por forças externas (Lei de Pascal)


A pressão se distribui uniformemente em todas as direcções, e age
com a mesma intensidade em todos os pontos.

Como a pressão se distribui


igualmente em todas as direcções,
a forma do reservatório não importa. Para podermos trabalhar com a
pressão resultante da actuação de força externa, usamos um sistema
como o representado na fig.

As forças são directamente proporcionais às áreas.


Quando aplicamos uma força de 10 kgf em uma área de 1cm2, obtemos como resultado uma pressão
interna de 10 kgf/cm2 agindo em toda a parede do recipiente com a mesma intensidade. Este princípio,
descoberto e enunciado por Pascal, levou à construção da primeira prensa hidráulica no princípio da
Revolução Industrial. Quem desenvolveu a descoberta de Pascal foi o mecânico Joseph Bramah.

2.6.1 Princípio da Multiplicação de Pressão


F1 = F2 = F ; P1 . A1 =F1; P2 . A2 = F2
Então

Num multiplicador de pressão; as pressões são inversamente


proporcionais às áreas.

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2.7 Hidromecânica (mecânica dos fluidos em movimento)

2.7.1 Tipos de fluxos


LAMINAR: as camadas de fluido se deslocam paralelamente
umas às outras. Nesse tipo de fluxo, a velocidade do fluido aumenta
na medida em que se afasta das paredes do tubo, ou seja, a velocidade
máxima é atingida pela cama central do fluido.
TURBULENTO: as camadas de fluido se deslocam de maneira
aleatória, umas em relação às outras

2.7.2 Leis da vazão:


Nos sistemas dinâmicos, o fluido que passa pela tubulação se desloca a
certa velocidade.
Esta é a velocidade do fluido, que de modo geral é medida em centímetros
por segundo (cm/seg.).
O volume do fluido passando pela tubulação em um determinado período
de tempo é a vazão (Q = V.A), em litros por segundo (l/s).
A relação entre velocidade e vazão pode ser vista na ilustração.

Se um fluido fluí por um tubo com vários diâmetros, o volume que passa numa unidade de tempo é o
mesmo independente da secção. A velocidade do fluxo varia.
Q – Vazão (volume por unidade tempo) [m3/s]

Para encher um recipiente de 20 litros em um minuto, o volume de fluido em um cano de grande


diâmetro deve passar a uma velocidade de 300 cm/s. No tubo de pequeno diâmetro, o volume deve passar a
uma velocidade de 600 cm/s para encher o recipiente no tempo de um minuto.
Em ambos os casos a vazão é de 20 litros/minuto, mas as velocidades do fluido são diferentes.

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2.7.3 Equação de Bernoulli

Quando se diminui a secção transversal de


passagem, a velocidade aumenta; com isso
aumenta também a energia cinética

2.7.4 Potência x Eficiência em sistemas hidráulicos


Em sistemas hidráulicos, devido às perdas de
cargas geradas pelos próprios elementos do
circuito, como por exemplo: bombas, válvulas,
curvas, cilindros, instrumentos de medida e, a
própria tubulação, o aproveitamento final da
energia fornecida ao circuito é cerca de 75%,
conforme ilustrado na figura.

PERDA DE ENERGIA POR ATRITO

Quando não há movimento de fluxo, as pressões antes,


durante e depois de um estrangulamento são iguais ao
longo de toda tubulação.
Se o fluido se movimenta produz calor por atrito e com
isso se perde uma parte da energia em forma de energia
térmica, isto significa perda de pressão.
Estas perdas dependem de:
 Comprimento da tubulação;
 -Rugosidade interna da tubulação (acabamento),
 Número de derivações e curvas nos tubos;
 Diâmetro do tubo;
 Velocidade do fluxo.

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2.7.5 Cavitação
A cavitação é provocada quando, por algum motivo, gera-se uma zona de depressão, ou pressão
negativa. Quando isso ocorre, o fluido tende a vaporizar formando bolhas de ar. Ao passar da zona de
depressão, o fluido volta a ficar submetido à pressão de trabalho e, as bolhas de ar implodem provocando
ondas de choque, que provocam desgaste, corrosão e até mesmo destroem pedaços dos rotores, carcaças e
tubulações.

CAUSAS DA CAVITAÇÃO:
 Filtro da linha de sucção saturado
 Respiro do reservatório fechado ou entupido
 Linha de sucção muito longa
 Muitas curvas na linha de sucção (perdas de cargas)
 Estrangulamento na linha de sucção
 Altura estática da linha de sucção
 Linha de sucção congelada

EXEMPLO DE DEFEITO PROVOCADO PELA CAVITAÇÃO: Corrosão das palhetas da bomba.

CARACTERÍSTICAS DE UMA BOMBA EM CAVITAÇÃO


 Queda de rendimento
 Marcha irregular
 Vibração provocada pelo desbalanceamento
 Ruído provocado pela implosão das bolhas

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2.8 Grupo de accionamento e reservatório hidráulico


A função de um reservatório hidráulico é conter ou armazenar o fluido hidráulico de um sistema.
Os reservatórios hidráulicos consistem de quatro paredes (geralmente de aço); uma base abaulada; um
topo plano com uma placa de apoio, quatro pés; linhas de sucção, retorno e drenos; plugue do dreno;
indicador de nível de óleo; tampa para respiradouro e enchimento; tampa para limpeza e placa deflectora
(Chicana).

2.8.1 FUNCIONAMENTO
Quando o fluido retorna ao reservatório, a placa deflectora impede que este fluido vá directamente à
linha de sucção. Isto cria uma zona de repouso onde as
impurezas maiores sedimentam, o ar sobe à superfície do fluido e
dá condições para que o calor, no fluido, seja dissipado para as
paredes do reservatório. Todas as linhas de retorno devem estar
localizadas abaixo do nível do fluido e no lado do deflector
oposto à linha de sucção.

2.8.2 Filtros hidráulicos


Todos os fluidos hidráulicos contêm certa quantidade de contaminantes.
A necessidade do filtro, no entanto, não é reconhecida na maioria das vezes,
pois o acréscimo deste componente particular não aumenta, de forma
aparente, a acção da máquina. Mas o pessoal experiente de manutenção
concorda que a grande maioria dos casos de mau funcionamento de
componentes e sistemas é causada por contaminação.
As partículas de sujeira podem fazer com que máquinas caras e grandes
falhem.

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A CONTAMINAÇÃO INTERFERE NOS FLUIDOS HIDRÁULICOS


A contaminação causa problemas nos sistemas hidráulicos porque interfere no fluido, que tem quatro
funções.
1. Transmitir energia.
2. Lubrificar peças internas que estão em movimento.
3. Transferir calor.
4. Vedar folgas entre peças em movimento.

A contaminação interfere em três destas funções. Interfere com a transmissão de energia vedando
pequenos orifícios nos componentes hidráulicos. Nesta condição, a acção das válvulas não é apenas
imprevisível e improdutiva, mas também insegura. Devido à
viscosidade, atrito e mudanças de direcção, o fluido hidráulico gera
calor durante a operação do sistema. Quando o líquido retorna ao
reservatório, transfere calor às suas paredes. As partículas
contaminantes interferem no esfriamento do líquido, por formar um
sedimento que torna difícil a transferência de calor para as paredes do
reservatório.

Provavelmente, o maior problema com a contaminação num sistema hidráulico é que ela interfere na
lubrificação. A falta de lubrificação causa desgaste excessivo, resposta lenta, operações não-sequenciadas,
queima da bobina do solenóide e falha prematura do componente.

ESCALA MICROMÉTRICA
Um mícron é igual a um milionésimo de um metro, ou trinta e nove milionésimos de uma polegada. Um
único mícron é invisível a olho nu e é tão pequeno que é extremamente difícil imaginá-lo. Para trazer o seu
tamanho mais próximo da realidade, alguns objectos de uso diário serão medidos com o uso da escala
micrométrica. Um simples grão de sal refinado mede 100 mícron. O diâmetro médio de um fio de cabelo
humano mede 70 mícron. 25 mícron correspondem a aproximadamente um milésimo de polegada.

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LIMITE DE VISIBILIDADE
O menor limite de visibilidade para o olho é de 40 mícron. Em outras palavras,
uma pessoa normal pode enxergar uma partícula que mede 40 mícron, no mínimo.
Isto significa que, embora uma amostra de fluido hidráulico pareça estar limpa, ela
não está necessariamente limpa. Muito da contaminação prejudicial em um sistema

hidráulico está abaixo de 40 mícron.

ELEMENTOS FILTRANTES
A função de um filtro é remover impurezas do fluido hidráulico.
Isto é feito forçando o fluxo do fluido a passar por um elemento
filtrante que retém a contaminação. Os elementos filtrantes são divididos
em tipos de profundidade e de superfície.

ELEMENTOS DE FILTRO DE PROFUNDIDADE


Os elementos do filtro de profundidade forçam o fluido a passar através de
uma espessura apreciável de várias camadas de material. A contaminação é
retida por causa do entrelaçamento das fibras e a consequente trajectória
irregular que o fluido deve tomar.
Os papéis tratados e os materiais sintéticos são usados comumente como
materiais porosos de elementos de filtro de profundidade.

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ELEMENTOS DO TIPO DE SUPERFÍCIE


Num filtro do tipo de superfície, um fluxo de fluido tem uma
trajectória directa de fluxo através de uma camada de material. A sujeira é
retida na superfície do elemento que está voltada para o fluxo. Telas de
arame ou metal perfurado são tipos comuns de materiais usados como
elemento de filtro de superfície.

TIPO DE FILTRAGEM PELA POSIÇÃO NO SISTEMA


O filtro é a protecção para o componente hidráulico. Seria ideal que cada componente do sistema fosse
equipado com o seu próprio filtro, mas isso não é economicamente prático na maioria dos casos. Para se
obterem melhores resultados, a prática usual é colocar filtros em pontos estratégicos do sistema.

FILTROS DE SUCÇÃO
Existem 2 tipos de filtro de sucção

 Filtro de Sucção Interno:


São os mais simples e mais utilizados. Têm a forma cilíndrica
com tela metálica com malha de 74 a 150 mícron, não possuem
carcaça e são instalados dentro do reservatório, abaixo, no nível do
fluido. Apesar de serem chamados de filtro, impedem apenas a
passagem de grandes partículas (na língua inglesa são chamados
de “strainer”,que significa peneira).

Vantagens:
1. Protegem a bomba da contaminação do reservatório.
2. Por não terem carcaça são filtros baratos.

Desvantagens:
1. São de difícil manutenção, especialmente se o fluido está quente.
2. Não possuem indicador.
3. Podem bloquear o fluxo de fluido e prejudicar a bomba se não estiverem dimensionados
correctamente, ou se não conservados adequadamente.
4. Não protegem os elementos do sistema das partículas geradas pela bomba.

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Filtro de Sucção Externo


Pelo facto de possuírem carcaça estes filtros são instalados
directamente na linha de sucção fora do reservatório. Existem modelos
que são instalados no topo ou na lateral dos reservatórios. Estes filtros
possuem malha de filtragem de 3 a 238 mícron.

Vantagens:
1. Protegem a bomba da contaminação do reservatório.
2. Indicador mostra quando o elemento está sujo.
3. Podem ser trocados sem a desmontagem da linha de sucção do
reservatório.

Desvantagens:
1. Podem bloquear o fluxo de fluido e prejudicar a bomba se não estiverem dimensionados
correctamente, ou se não conservados adequadamente.
2. Não protegem os elementos do sistema das partículas geradas pela bomba.

FILTRO DE PRESSÃO
Um filtro de pressão é posicionado no circuito, entre a bomba
e um componente do sistema. A malha de filtragem dos filtros de
pressão é de 3 a 40 mícron. Um filtro depressão pode também ser
posicionado entre os componentes do sistema.

Vantagens:
1. Filtram partículas muito finas visto que a pressão do
sistema pode impulsionar o fluido através do elemento.
2. Pode proteger um componente específico contra o perigo
de contaminação por partículas.

Desvantagens:
1. A carcaça de um filtro de pressão deve ser projectada para
alta pressão.
2. São caros porque devem ser reforçados para suportar altas pressões, choques hidráulicos e diferencial
de pressão.

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FILTRO DE LINHA DE RETORNO


Está posicionado no circuito próximo do reservatório. A
dimensão habitualmente encontrada nos filtros de retorno é de 5 a
40 mícron.

Vantagens:
1. Retém contaminação no sistema antes que ela entre no
reservatório.
2. A carcaça do filtro não opera sob pressão plena de sistema,
por esta razão é mais barata do que um filtro de pressão.
3. O fluido pode ter filtragem fina, visto que a pressão do
sistema pode impulsionar o fluido através do elemento.

Desvantagens:
1. Não há protecção directa para os componentes do circuito.
2. Em filtros de retorno, de fluxo pleno, o fluxo que surge da descarga dos cilindros, dos atuadores e dos
acumuladores pode ser considerado quando dimensionado.
3. Alguns componentes do sistema podem ser afectados pela contrapressão gerada por um filtro de
retorno.

2.8.3 Princípios básicos


A figura mostra, esquematicamente um sistema hidráulico básico.
Actuamos com uma determinada força sobre o êmbolo de uma bomba
manual simples. A força dividida pela área do pistão dá-nos a pressão que
podemos alcançar
Portanto, podemos dizer que a pressão é dependente da resistência que se opõe ao fluxo do líquido. A
carga pode, portanto, ser movimentada, se conseguirmos atingir a pressão necessária para tanto.
A velocidade com que se move a carga depende exclusivamente da rapidez com que conseguimos
deslocar o óleo para a câmara do cilindro.
A bomba é movimentada por um motor (eléctrico ou de combustão interna).
Ela absorve o fluido do reservatório 2 e o desloca pelos tubos aos diversos equipamentos até chegar ao
cilindro 4 (ou motor hidráulico Enquanto não houver uma resistência ao movimento de avanço do fluído, ele
simplesmente circula.

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O cilindro 4 oferece uma resistência, no fim da


tubulação. Nesse momento a pressão aumenta até estar
em condições de vencer esta resistência, ou seja, até
que o cilindro se movimente.

Para que o sistema esteja protegido contra cargas


muito elevadas (pressões muito altas) a pressão
máxima deve ser limitada.
Isto se consegue com a válvula limitadora de
pressão 3. Uma mola, como força mecânica, pressiona
uma esfera contra o assento.
A pressão não conseguirá aumentar mais.
Todo o fluido fornecido pela bomba retornará ao
reservatório passando pela válvula 3.
Se o êmbolo do cilindro 4.1 com haste 4.2 avança ou recua, é controlado
pela válvula direccional 5
A haste 4.2 recua. A carga desloca-se na direcção oposta. O fluido sai da
câmara oposta do cilindro e é deslocado
através ela válvula 5, de B para T, de
volta para o reservatório.
Por deslocamento do êmbolo 6 na
válvula de comando liga-se P com B. O
fluido sai da bomba, pela válvula para a
outra câmara do cilindro.
O sentido do movimento do êmbolo
4.1 com a haste é controlado com a
válvula direccional 5
Na prática não se representam os
circuitos hidráulicos como mostrado nas figuras
No lugar de cortes simplificados serão usados símbolos
estilizados. A representação gráfica dum circuito hidráulico com esses símbolos é denominada esquema
hidráulico. Um sistema óleo-hidráulico é um sistema de transmissão de energia

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2.9 Aplicações da Óleo-hidráulica


Ao sistema é fornecido uma determinada energia mecânica (através dum motor eléctrico por exemplo)
sob a forma de um movimento de rotação e um binário
O sistema óleo-hidráulico transforma essa energia mecânica em energia hidráulica de parâmetros
característicos, pressão e caudal, transmite-a a elementos receptores onde se verifica a transformação
inversa, quer dizer, de energia hidráulica em mecânica
Assim podem distinguir-se num sistema óleo-hidráulico três blocos constituintes fundamentais:
 Geração da energia hidráulica -geradores hidráulicos (bombas hidráulicas e acumuladores);
 Regulação e controlo dessa energia - Válvulas;
 Recepção de energia hidráulica - receptores (cilindros e motores hidráulicos).

A estes dever-se-á acrescentar um quarto bloco que englobe todos os


componentes acessórios, tais como, tubagens, raccords de ligação, filtros,
reservatórios de Óleo, manómetros, etc.

Em termos de classificação dos circuitos óleo-hidráulicos, quanto à forma


dos circuitos óleo-hidráulicos quanto à
forma de circulação do óleo podem
considerar-se três tipos de circuitos:
 Abertos,
 Fechados
 Ou mistos
Se quisermos exercer influência não
apenas sobre a direcção e força de um
cilindro, mas também fixar a velocidade
da carga, a quantidade de fluido que
chega ao cilindro ou sai dele, deve ser
aumentada ou diminuída.
Isto consegue-se, por exemplo, com a válvula redutora de vazão 7.
Com a modificação da secção transversal (diminuição relativa ao diâmetro do tubo) passa uma
quantidade menor de fluido por unidade de tempo (no exemplo) para o cilindro.

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3 Óleos Hidráulicos
Quais as funções do fluido hidráulico?
 Transporte da potência hidráulica entre a bomba e o motor ou cilindro hidráulico.
 - Lubrificação de peças móveis como por exemplo êmbolos, gavetas, chumaceiras, órgãos de
comando, etc.
 Protecção contra a corrosão das superfícies contactadas.
 Remoção de agentes contaminantes, água, ar, etc.
 Eliminação do calor gerado por atrito mecânico e viscoso

Classificação dos óleos:


 Óleos de origem animal
 Óleos de origem vegetal
 Óleos de origem mineral
 Óleos sintéticos

3.1 Óleos minerais

3.1.1 Classificação
H óleos hidráulicos sem aditivos Hoje em dia já quase não são usados
HL óleo hidráulicos com aditivos para melhoria da capacidade de protecção contra a corrosão e da
resistência à oxidação
HPL óleo hidráulicos com aditivos para altas pressões e que asseguram uma melhor protecção anti
desgaste
HV óleos hidráulicos em que a viscosidade é muito pouco dependente da temperatura

3.1.2 Propriedades

3.1.2.1 Viscosidade
É uma medida da resistência por ele criada quando colocado entre duas placas planas movendo-se em
sentidos contrários.
Viscosímetro de Stokes: nada mais que um tubo transparente, cheio com o líquido que se deseja medir a
viscosidade. Uma esfera é lançada no topo e desce com velocidade terminal (a seta indica a posição
instantânea da esfera). A velocidade da esfera é medida e obtém-se a viscosidade

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Em aplicações de bombas, motores e válvulas há, no entanto, que atender individualmente à


especificarão de catálogo de cada componente, na escolha do óleo hidráulico.
Elevada viscosidade, conduz a elevadas perdas por atrito e a perdas de carga em secções estranguladas e
tubagens que, particularmente na aspiração de bombas, pode acabar por conduzir a problemas de cavitação.
Viscosidade demasiado baixa conduz a excessivas fugas e daí à redução do rendimento volumétrico.
Quer sendo excessiva quer insuficiente, a viscosidade conduz à geração de calor.

CLASSES DE VISCOSIDADE
Os valores de viscosidade são sempre referidos a uma determinada temperatura
5OºC de acordo com a antiga classificação DIN 9, 16, 3 6, 49 e 68 (mm2/s).
4OºC de acordo com a recente normalização ISO VGLO, 22, 32, 46, 68 e 100.
Também segundo a classificação SAE, os óleos para motores e caixas de velocidades são agrupados em
classes de viscosidade

A tabela seguinte permite uma comparação entre as várias classificações.

A viscosidade varia com a temperatura em


praticamente todos os fluidos hidráulicos

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3.1.2.2 ÍNDICE DE VISCOSIDADE


Para caracterizar o comportamento da viscosidade com a temperatura, usa-se normalmente o índice de
viscosidade V.I.)
Quanto mais levado é o índice de viscosidade de um óleo, menor é a variação da sua viscosidade com a
temperatura i.e., mais lata é a gama de temperaturas de trabalho, para esse óleo
Quanto mais elevado for o índice de Viscosidade mais horizontal será a curva do diagrama v - T

3.1.2.3 Expansão térmica


Verifica-se um aumento do volume do óleo de cerca de O.7% por cada IOºCde aumento da temperatura.
Por exemplo, em 200 I de óleo, um aumento de temperatura de 60º, provoca umadilatação de 8 litros.

3.1.2.4 Poder lubrificante


O óleo deve possuir um poder lubrificante e de aderência às superfícies suficientepara manter
lubrificados todas as peças móveis, especialmente em bombas

3.1.2.5 Outras propriedades


 Miscibilidade com a água.
 Protecção anti corrosão.
 Compatibilidade com ligas metálicas não ferrosas.
 Compatibilidade com vedantes, mangueiras etc.
 Filtrabilidade.
 Ponto de solidificação. Ponto de ebulição.
 Ponto de inflamação

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3.1.2.6 Fluidos dificilmente inflamáveis (fluidos resistentes ao fogo)


Os óleos hidráulicos de base mineral são inflamáveis. Isso leva a que, eminstalações com elevado risco
de incêndio, sejam usados "fluidos dificilmenteinflamáveis".
1
CLASSIFICAÇÃO
 HFA Emulsão de óleo em água com um máximo de 20% em volume da componente inflamável.
 HFB Emulsão de água em óleo com um máximo de 6O% em volume, da componente inflamável.
Possui aditivos anti corrosão
 HFC Solução aquosa de poligllcol. (Soluções aquosas de polímeros). O teor de água e os aditivos
anti corrosão têm que ser continuamente controlados
 HFD Fluidos sintéticos (anídricos).
 Boa resistência à oxidação e protecção anti desgaste.
 Utilizável em intervalo lato de temperatura.
 Fraca compatibilidade com vedantes usuais bem como com superfícies pintadas.

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4 Bombas

4.1 Generalidades
As bombas são utilizadas nos circuitos hidráulicos, para converter energia mecânica em energia
hidráulica. A acção mecânica cria um vácuo parcial na entrada da bomba, o que permite que a pressão
atmosférica force o fluido do tanque, através da linha de sucção, a penetrar na bomba. A bomba passará o
fluido para a abertura de descarga, forçando-o através do sistema hidráulico. As bombas são classificadas,
basicamente, em dois tipos: hidrodinâmicas e hidrostáticas.

Hidrodinâmica Hidrostática

As bombas hidráulicas são classificadas como positivas (fluxo pulsante) e não-positivas(fluxo contínuo).

4.2 Bombas Hidrodinâmicas


São bombas de deslocamento não-positivo, usadas
para transferir fluidos e cuja única resistência é a
criada pelo peso do fluido e pelo atrito. Essas bombas
raramente são usadas em sistemas hidráulicos, porque
seu poder de deslocamento de fluido se reduz quando
aumenta a resistência e também porque é possível
bloquear-se completamente seu pórtico de saída em
pleno regime de funcionamento da bomba.

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4.3 Localização da Bomba


Muitas vezes, num sistema hidráulico industrial, a bomba está localizada sobre a tampa do reservatório
que contém o fluido hidráulico do sistema. A linha ou duto de sucção conecta a bomba com o líquido no
reservatório. O líquido, fluindo do reservatório para a bomba, pode ser
considerado um sistema hidráulico separado. Mas, neste sistema, a pressão
menor que a atmosférica é provocada pela resistência do fluxo. A energia
para deslocar o líquido é aplicada pela atmosfera. A atmosfera e o fluido
no reservatório operam juntos, como no caso de um acumulador.

4.4 Parâmetros característicos


C = cilindrada (m3/ rotação, mais vulgarmente cm3/ rotação, que se poderá definircomo a quantidade
(volume) de óleo que, atendendo apenas aos seus aspectosgeométricos (não considerandoqualquer tipo de
perdas), a bomba pode fornecer(debitar)por cada rotação do seu veio de accionamento;
n = velocidade de accionamento (rpm);
Q = caudal (m3/s, vulgarmente também l/ s ou l/ min);
p = pressão admissível (bar) de óleo à salda da bomba (ou à entrada do motor);
Δp = diferença de pressão (bar) do óleo entre a saída e a entrada da bomba (ouentre a entrada do motor).

Pressão, caudal e potência hidráulica desenvolvida pela bomba são parâmetrosinterrelacionados da


seguinte forma:
N (potência) = P.Q

4.5 Bombas de cilindrada (caudal) constante

4.6 -Bombas de cilindrada variável


São três os tipos fundamentais de bombas:
 De engrenagens
 De palhetas
 De êmbolos

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As quais se subdividem noutros tipos:


 Bombas de engrenagem (são de cilindrada constante):
o Direitas
 Exteriores
 Interiores
o De parafuso sem fim
 -Bombas de palhetas (podem ser de cilindrada constante ou variável)
 -Bombas de êmbolos
o .Em linha (cilindrada constante)
o .Radiais (cilindrada constante ou variável)
 Estrela fixa
 Estrela rotativa
o Axiais (cilindrada constante ou variável)
 Barrilete fixo
 Barrilete rotativo
 Eixos alinhados
 Eixos oblíquos

4.6.1 Bombas de engrenagens


A bomba de engrenagem consiste basicamente de uma carcaça com orifícios de entrada e de saída, e de
um mecanismo de bombeamento composto de duas engrenagens. Uma das engrenagens, a engrenagem
motora, é ligada a um eixo que é conectado a um elemento accionador principal. A outra engrenagem é a
engrenagem movida.

4.6.1.1 Exteriores
No lado da entrada, os dentes das
engrenagens desengrenam, o fluido entra na
bomba, sendo conduzido pelo espaço
existente entre os dentes e a carcaça, para o
lado da saída onde os dentes das engrenagens
engrenam e forçam o fluido para fora do
sistema. Uma vedação positiva neste tipo de bomba é realizada entre os dentes e a carcaça, e entre os
próprios dentes de engrenamento. As bombas de engrenagem têm geralmente um projeto não compensado.

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Devido ao movimento de rotação cria-se uma pressão negativa(depressão) na zona de desengrenamento


dos dentes, zona essaligada ao reservatório do óleo, verificando-se a aspiração deste.

O óleo é transportado entre os dentes das rodas, a parede dacaixa (carcaça) e as tampas dessa carcaça. No
engrenamento dosdentes o óleo é expulso sob pressão

Estas bombas são às vezes chamadas de bombas de dentes-sobre-dentes. Há basicamente três tipos de
engrenagens usadas em bombas de engrenagem externa; as de engrenagens de dentes retos, as helicoidais e
as que têm forma de espinha de peixe. Visto que as bombas de engrenagem de dentes retos são as mais
fáceis de fabricar, este tipo de bomba é o mais comum.

Características de funcionamento:
 Cilindrada: até cerca de 100cm3.
 -Pressão de serviço: até 150-250 bar

4.6.1.2 Interiores
Uma bomba de engrenagem interna consiste de uma engrenagem externa cujos dentes se engrenam na
circunferência interna de uma engrenagem maior. O tipo mais comum de bomba de engrenagem interna nos
sistemas industriais é a bomba tipo gerotor.

A bomba tipo gerotor é uma bomba de engrenagem interna com uma engrenagem motora interna e uma
engrenagem movida externa. A engrenagem interna tem um dente a menos do que a engrenagem externa.
Enquanto a engrenagem interna é movida por um elemento acionado, ela movimenta a engrenagem externa
maior. De um lado do mecanismo de bombeamento forma-se um volume crescente, enquanto os dentes da
engrenagem desengrenam. Do outro lado da bomba é formado um volume decrescente. Uma bomba tipo
gerotor tem um projeto não compensado. O fluido que entra no mecanismo debombeamento é separado do
fluido de descarga por meio de uma placa de abertura. Enquanto o fluido é impelido da entrada para a saída,
uma vedação positiva é mantida, conforme os dentes da engrenagem interna seguem o contorno do topo das
cristas e vales da engrenagem externa.

São igualmente constituídas por duas rodas de dentado recto masneste tipo o engrenamento interno.

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1-corpo da bomba
2-roda de dentado exterior
3-roda de dentado interior
4-placa (meia lua)

O principio de funcionamento é similar ao do dasbombas de engrenagens externas.


Uma peça em forma de meia-lua (4,na figura)proporciona a formação das câmaras estanques com
os dentes e as tampas da carcaça.
As bombas deste tipo são mesmos utilizadas que as anteriores sobretudo devido a suaforma construtiva
ser mais complicadas. São mais silenciosas, mas a gama decilindradas e pressões é semelhante.

4.6.1.3 Bombas de parafuso sem-fim

Construtivamente são basicamente compostas por uma carcaça cilíndrica, no interiorda qual são
axialmente montados dois ou mais parafusos sem-fim. Neste tipo de bombas o fluxo é constante e continuo e
sem pulsação depressão.

Relativamente a características de funcionamento tem-se normalmente:


 pressão (bar): de 50 a 150
 velocidade de accionamento (R.P.M.): 500 a 3000
 caudal maximo (l/m): 100

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4.6.1.4 Bombas de palhetas


As bombas de palheta produzem uma acção de bombeamento
fazendo com que as palhetas acompanhem o contorno de um anel
ou carcaça. O mecanismo de bombeamento de uma bomba de
palheta consiste de: rotor, palhetas, anel e uma placa de orifício
com aberturas de entrada e saída.

Uma bomba de palheta de deslocamento positivo imprime o


mesmo volume de fluido para cada revolução. As bombas
industriais são geralmente operadas a 1.200 ou 1.800 rpm.

Isso indica que a taxa de fluxo da bomba se mantém constante. Em alguns casos, é desejável que a taxa
de fluxo de uma bomba seja variável. Um modo de se conseguir isso é variar a taxa do elemento accionador,
o que é economicamente impraticável. A única alternativa, então, para variar a saída de uma bomba, é
modificar o seu deslocamento. A quantidade de fluido que uma bomba de palheta desloca é determinada pela
diferença entre a distância máxima e mínima em que as palhetas são estendidas e a largura das palhetas.
Enquanto a bomba está operando, nada pode ser feito para modificar a largura de uma palheta. Entretanto,
uma bomba de palheta pode ser projectada de modo que a distância de deslocamento das palhetas possa ser
modificada, sendo essa conhecida como uma bomba de palheta de volume variável.

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O mecanismo de bombeamento de uma bomba de palheta de volume variável consiste basicamente de


um rotor, palhetas, anel, que é livre para se movimentar, placa de orifícios, um mancal para guiar um anel e
um dispositivo para variar a posição do anel.

As bombas de palheta de volume variado são bombas desbalanceadas. Seus anéis são circulares e não
têm a forma de elipse. Visto que o anel deste tipo de bomba deve ser livre para se deslocar, o mecanismo de
bombeamento não vem como um conjunto montado.

São fundamentalmente constituídas poruma carcaça que contém os respectivoscanais de aspiração e de


pressão.
Interiormente essa carcaça tem umaforma cilíndrica no interior da
qual existeum rotor (que constitui a parte móvel dabomba) na periferia do
qual existemranhuras longitudinais
Se existir excentricidade entre o rotor e oestator (interior cilíndrico da
carcaça),durante o movimento de rotação daquele,as câmaras vão
aumentando e diminuindode volume verificando-se então
umavariação do caudal.

Devido a problemas relacionados com o equilíbriodos esforços radiais


provocados pela pressão doóleo sobre os moentes e do veio do rotor,
oestator é frequentemente construído com umaforma ovalada sendo o
rotor montadoconcentricamente neste caso. A cilindrada dabomba é
constante

Nestas bombas há duas zonas de aspiração e duas zonas de pressão


sendoo principio de funcionamento completamente similar às de rotor excêntrico,como se pode deduzir da
figura anterior.

A cilindrada máxima para a situação de máxima excentricidade e mínima (nula)para uma excentricidade
nula, ou seja quando os eixos do estator e do rotorforem coincidentes
Em termos de características funcionais tem-se:
 pressão (bar): 40-150
 accionamento (rpm): 500-2000
 caudal l/Imin): 100-30

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4.6.1.5 Bombas de êmbolos

ÊMBOLOS EM LINHA
São em geral utilizadas para pressões elevadas e pequenos caudais. São constituídaspor um bloco de
cilindros (em geral poucos, 3 ou 4) e um cárter onde está montada umacambota que acciona os êmbolos
Um sistema de válvulas de aspiração e escape possibilita a aspiração eexpulsão do óleo
São sempre de cilindrada constante e facilmente se compreende de que são deelevada pulsação de
pressão.

ÊMBOLOS RADIAIS
Nas bombas de êmbolos radiais,estes estão
montados radialmenteem torno do eixo do veio
deaccionamento, como se vê nafigura
O conjunto dos êmbolos tem umaforma de
estrela daí a suadesignação. Esta "estrela" pode
serfixa ou rotativa
No caso de bomba de estrela fixa os êmbolosmantém-se encostados ( por acção de molashelicoidais) ao
veio que é excêntrico à .estrela.

O número de êmbolos sãoem geral em


numero imparpois se forem em
númeropar a característica depulsação é
igual à bombacom um número de -
êmbolos igual a metadedaquela

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Características funcionais são normalmente as seguintes.


 pressão (bar) 300 a 700
 accionamento(R.PM.M.): até 2000
 caudal (I/min): até 100

BOMBAS DE ÊMBOLOS AXIAIS


É talvez o tipo de bombas oleohidráulicasmais utilizado
O bloco de cilindros designado por"barrilete" tem a
forma de um tamborcilíndrico.
Os êmbolos estão alojados nos cilindrostendo uma das
extremidades encostadaa um prato.

Distinguem-se principalmente dois tipos destas bombas:


 De barrilete fixo
 De barrilete rotativo

Nas de barrilete fixo, o prato ao qual os êmbolos


estãoencostados está directamente ligado ao veio
deaccionamento da bomba pelo que o seu movimento
derotação provoca um movimento linear alternado
dosêmbolos, o que por sua vez possibilita a aspiração
eexpulsão do óleo.

As bombas de barrilete rotativo podem ser de dois tipos:


 eixos alinhados
 eixos oblíquos
O facto de o prato inclinado ser fixo permite de uma maneira relativamente simplescriar dispositivos que
variem a inclinação, do prato variando assim a cilindrada destetipo de bombas. Ai aumentando essa
inclinação aumenta a cilindrada da bomba

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As características de funcionamento são:


 Pressão (bar): 200 – 400
 Veloc. de accion (r.p.m.): até 2000
 Caudal (l/mln): até 500 mas podendo ir, em certos tipos, aos milhares de I/min

O prato característico das bombas de êmbolos axiais é no caso das bombas de eixos oblíquos substituído
por uma placa cardâmica que é perpendicular ao veio de accionamento sendo o movimento linear alternativo
dos êmbolos conseguido pela obliquidade entre os eixos do veio e do barrilete

Uma característica das bombas anteriormente referidas é se eram ou não decilindrada constante.
As bombas de cilindrada variável proporcionam em geral um . dos métodosmais usados para se obterem
caudais variáveis ou, o mesmo será dizer,velocidades variáveis.
Essa variação de cilindrada pode ser obtida de dois modos:
 por comando não automático
 por comando automático

No primeiro caso englobam-se as possibilidades de comando manual, eléctrico,hidráulico e electro-


hidráulico
Para que se verifique a variação de cilindrada da bomba é necessária a actuação dooperador
Já no caso de comando automático é o próprio sistema que condiciona essa variaçãode cilindrada.
Apenas se referirá um tipo de variação de cilindrada por comando automático: a depotência constante
A potência hidráulica gerada por uma bomba igual a:
Nh= P.Q
O caudal é imposto pela bomba (em função da sua cilindrada) e a pressão édeterminada pelo receptor

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Numa regulação a potência constante ter-se-á então:


Nh= P.Q=Constante
pelo que idealmente neste tipo de regularão ter-se-á o melhor aproveitamentoda energia instalada.

Gráficamente essa característica representar-se-á do seguinte modo.

O cilindro relativo ao êmbolo A tem uma tomada de pressão instalada no circuito,pressão essa que
provoca o deslocamento para a direita desse embolo. A mola Mexerce uma força resistente a esse
deslocamento. Por outro lado a haste do êmboloA está articulada ao prato da bomba, pelo que qualquer
deslocamento deste embolo provoca uma variação da inclinação do prato e portanto uma variação
dacilindrada da bomba.

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5 Válvulas
As válvulas constituem os elementos de comando ede regulação da energia hidráulica. Podem
agruparseem dois grandes conjuntos:
 O das válvulas que actuam na topologia do
circuito,quer dizer no modo como o óleo circula e se
distribuiao longo do circuito, conjunto que engloba
asválvulas distribuidoras ( também designadas
porválvulas direccionais ) e as anti-retorno ( ou de
retenção)
 O das válvulas que actuam nos
parâmetroscaracterísticos desse circuito, e que são
designadaspor válvulas reguladoras; reguladoras de
pressãoquando actuam sobre a pressão e reguladoras
decaudal quando actuam sobre o caudal

5.1 Válvulas distribuidoras (direccionais )

QUANTO Á FORMA CONSTRUTIVA CLASSIFICAM-SE EM:


 Válvulas distribuidoras de assento
 Válvulas distribuidoras de gaveta ( ou êmbolo)

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QUANTO Á FORMA DO COMANDO AS VÁLVULAS DISTRIBUIDORAS CLASSIFICAM-SE


EM:

QUANTO AO CENTRO (POSIÇÃO DE COMUTAÇÃO)

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O sinal pode ser de comando:


 -Directo
 Indirecto

COMANDO DIRECTO

COMANDO INDIRECTO
1 – Válvula Piloto
2 – Válvula principal

SOBREPOSIÇÃO POSITIVA:
Ao fazer-se a comutação de modo a obter-se a ligação P-A a
ligação que existia P- T fecha-se antes de se abrir P-A. Pelo que
durante esse intervalo de tempo o óleo que sai da bomba "não tem
para onde ir" o que dá origem ao aparecimento de picos de pressão
elevados.

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SOBREPOSIÇÃO NEGATIVA:
Durante a comutação da válvula ou seja durante o deslocamento
do êmbolo, todos os canais ficam transitoriamente ligados entre si.
A comutação é portanto suave sem picos de pressão; no entanto
não é garantida a perfeita imobilização do receptor
Por esse motivo este tipo de sobreposição é utilizado em sistemas com acumuladores e para se garantir
que um receptor não se move durante o funcionamento da válvula distribuidora.

SOBREPOSIÇÃO NULA:
Neste caso quando uma ligação se fecha estabelece-se nesse preciso
momento a outra ligação. É praticamente ideal esta situação pois exige
uma precisão elevadíssima. Este tipo de sobreposição é utilizado em
servo-válvulas.

5.2 Válvulas de retenção


São também designadas por válvulas anti-retorno ou válvulas de bloqueio.
Uma variedade destas válvulas de retenção designadas por válvulas de retenção simples é a chamada
"válvulas de retenção pilotada",
A

No sentido de A para B a circulação de óleo é livre mas no sentido de B para A já a circulação não se
pode realizar a não ser que haja o sinal de pilotagem x, a qual fez deslocar o êmbolo de comando de
pilotagem 1 para a direita despressurizando a câmara3 e possibilitando o deslocamento do obturador
principal 2 estabelecendo assim a circulação B para A.

Uma variedade de válvulas de retenção


pilotadas é as designadas "válvulas de pré-
enchimento"

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5.3 Válvulas reguladoras de pressão


São quatro os tipos principais destas válvulas:
 Limitadoras de pressão
 Sequência
 Contra-pressão
 Redutoras de pressão

5.3.1 Válvulas limitadoras de pressão


Limitadora directamente actuada Limitadora auto pilotada

Essa válvula de pilotagem 1 ao abrir (o que se verifica quando a pressão P exerce em 1 uma força
superior à da mola 5) a câmara 4 fica sem pressão (já que fica ligada ao depósito) pelo que a gaveta da
válvula principal se desloca para a esquerda estabelecendo a ligação P- T, já que a força correspondente à
pressão que existe na câmara 6 é muito superior à força exercida pela mola da câmara 4. A válvula de
estrangulamento 3 serve de amortecimento para o êmbolo da válvula principal.

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A energia dissipada na descarga do óleo usando estas válvulas é muito inferior à que se dissipa nas
directamente actuadas como fácil mente se conclui pelo exemplo seguinte:
Q0 - Caudal debitado pele bomba 200 I/min
Q1 - Caudal que atravessa a Válvula de pilotagem 20 I/min
Q2 - Caudal que atravessa a válv. princ. da limit. pilotada 80 I/min
Po - Pressão de calibração 300 bar
P1 - Pressão correspon. à mola da válv. princ. da limit. pilot. 2 bar

VÁLVULAS DE DESCARGA
Estas válvulas não são mais que a combinação de uma válvula
distribuidora 2 /2 actuada por selenóide e com recuperação por mola,
com uma válvula limitadora de pressão directamente actuada ou com
uma pilotada.

Legenda:
1 - Válvula principal
2 – Válvula pré-operada
3 – Válvula direccional operada por selenóide

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5.3.2 Válvulas de sequência


As válvulas de sequência são na sua essência
perfeitamente idênticas às válvulas limitadoras de
pressão; apenas diferem no modo como são inseridas
no circuito.
Enquanto as limitadoras eram ligadas em paralelo e a descarregar ao
reservatório, as válvulas de sequência são montadas em série no
circuito.

5.3.3 Válvulas de contra - pressão


Tanto funcional como construtivamente estas válvulas são semelhantes
às de sequência
São montadas em zonas dum circuito de modo a garantir que a montante
deles se estabeleça uma determinada pressão (função da sua pressão de
calibração)
Por exemplo, na conduta de retorno dum cilindro instalado na vertical
para evitar o risco de o seu êmbolo descer devido ao seu peso próprio ou
então, para garantir a existência duma certa pressão no circuito, para
possibilitar pilotagens.

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5.3.4 Válvulas redutoras de pressão


São válvulas que mantém constante a pressão a jusante independente do valor da pressão a montante, que
no entanto, como é óbvio, terá que ser superior ou quando muito igual á pressão a montante
A detecção da pressão é nestas válvulas feita a jusante e ao contrário das válvulas limitadoras, de
sequência e de contra-pressão, as válvulas redutoras de pressão estão abertas na posição inicial como se vê
na figura seguinte.

5.4 Válvulas reguladoras de caudal


São válvulas destinadas a controlar a velocidade do deslocamento dos receptores.
Dentro das válvulas reguladoras de caudal podem distinguir-se dois tipos:
 Válvulas de estrangulamento (também designadas por restritores).
 Válvulas reguladoras
de caudal propriamente ditas.

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5.4.1 Válvulas de estrangulamento


Funcionam por estrangulamento (redução) da área da secção transversal do escoamento
Só em condições muito particulares poderão ser válvulas de estrangulamento
consideradas como válvulas reguladoras de caudal
Enquanto a pressão no
circuito não atinge o valor de
calibração Po da limitadora ter-
se-á:
p1=p0 Q2=q0 Q1=0
Êmbolo desloca-se para a direita com uma velocidade
V constante igual a: v=Q0/S1
Quando se atinge a pressão Po uma certa quantidade de óleo (Q1) é enviado aoreservatório através da
limitadora e ter-se-á então P1=Po Q2=Qo-Q1
O receptor desloca-se com uma velocidade igual a: V=Q2/S1
Por outras palavras, uma válvula de estrangulamento funciona como reguladora de caudal apenas quando
a força resistente ao deslocamento do êmbolo do receptor se mantiver constante

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PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
A desejada estabilidade do caudal, face a variações da pressão a jusante, é conseguida com a montagem
em série de um segundo estrangulador variável, o qual se ajusta automaticamente logo que ocorre qualquer
variação de perda de carga no estrangulador sensor. Estas variações são imediatamente corrigidas e o caudal
mantém-se constante.

Reguladoras de caudal de duas vias

Reguladoras de caudal de três vias

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5.5 Servo-válvulas; válvulas proporcionais


Apenas uma muito breve referência aos chamados "servocomandos". Um sistema de comando normal é
constituído por um conjunto de órgãos em cadeia, o primeiro dos quais recebe um sinal de comando que se
propagara ao longo dessa cadeia (podendo ser regulado) e dá origem a uma ordem executada.

SISTEMA "ABERTO"

SISTEMA "FECHADO"

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6 Outros elementos hidráulicos

6.1 Acumuladores hidráulicos


A sua função fundamental é, a de acumular
energia sob a forma de uma determinada quantidade
de óleo a uma determinada pressão, energia essa que
posteriormente será restituída ao circuito, quando
necessária.

Essa necessidade pode ser:


 Reserva de óleo sob pressão quando no circuito hidráulico se necessita, por um curto período de
tempo, de uma quantidade maior de óleo do que aquela que seria fornecida apenas pela bomba.
 Servir de sistema de amortecimento de pulsações ou picos de pressão.
 Compensação de óleo perdido em fugas.

6.2 CILINDROS HIDRÁULICOS


A força desenvolvida num cilindro é igual a F=PxA
A velocidade do deslocamento da haste é V=Q/A
A transmissão de força pode ser feita apenas num sentido
(cilindros de simples efeito) ou nos dois sentidos (cilindros de
duplo efeito).

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DISPOSITIVOS DE FIXAÇÃO

SISTEMA DE AMORTECIMENTO NO FINAL DO CURSO

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DIMENSIONAMENTO DA ESPESS.DA PAREDE DO CILINDRO

Encurvadura da haste

A força máxima de trabalho (de compressão) é


igual a:

F- força máxima
n= coeficiente de segurança (em geral 2.5-3.5 )
K=carga máxima de encurvadura

E = módulo de elasticidade do material


(aço =211012 N/m2)
J = momento de inércia

SK = comprimento virtual de encurvadura (m) .


É determinado de acordo com a fórmula de Euler.
A tabela ao lado possibilita o cálculo desse
comprimento virtual para diversos casos de
montagem

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6.3 Equipamentos acessórios de sistema óleo-hidráulicos

6.3.1 Reservatórios
Têm como funções fundamentais:
 Armazenar o óleo do sistema;
 Servir como um sistema de arrefecimento do óleo;
 Servir como um sistema "estabilização" desse óleo, nomeadamente, libertação do ar misturado no
óleo, depósito de impurezas

6.3.2 Filtros
São parâmetros importantes para a escolha de um filtro
 Local do circuito onde vai ser inserido;
 Tipo e quantidade de partículas a serem filtradas;
 Caudal do óleo;
 Pressão no sistema e consequente queda de pressão do óleo admissível ao atravessar um filtro.

Relativamente a onde se deve inserir um filtro


a) Na conduta de aspiração - a consequente perda de pressão pode
levantar problemas muito graves, sobretudo de cavitação, para a
bomba. Filtro de malha grossa cuja porosidade é
em geral superior a 100μm.
b) Na linha de pressão do circuito -
pode ser instalado logo á salda da bomba ou antes dos órgãos que se
pretende proteger. Terá que ser um filtro que suporte a pressão máxima do
circuito. Os filtros de pressão situam-se na zona de 1 a 10μm.

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c) Na conduta de retorno é a solução mais usada. As impurezas


libertadas no circuito ficam retidas no filtro antes do óleo ser
enviado ao depósito. O grau de filtragem corrente é da ordem dos
10-20μm

6.3.3 Tubos e uniões


Há dois tipos fundamentais de tubos:
 Rígidos
 Flexíveis

A união dos tubos pode ser soldada ou por raccords de ligação

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6.3.4 Medidores de pressão e controladores de pressão


Vulgarmente chamados de manómetros. Os mais
vulgares são os chamados manómetros de Bourdon
São em geral mergulhados em vaselina líquida, o que
para além do efeito lubrificante possibilita um
amortecimento das vibrações

Os manómetros selectores de pressão são em geral válvulas de êmbolo


giratório que possibilitam a leitura da pressão em vários pontos diferentes do circuito

6.3.5 Pressostatos
São elementos que funcionam como interruptores eléctricos cujo comando é conseguido pela pressão do
óleo

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6.3.6 Arrefecedores de óleo


Distingue-se dois tipos de arrefecedores:
 A ar
 A água

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7 Circuitos

7.1 Em série
Quando o óleo chega ao primeiro cilindro o movimento correspondente implica imediatamente o
movimento simultâneo dos outros cilindros

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8 Simbologia

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