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16/03/2020 Conhecer, amar e crescer

Conhecer, amar e crescer


Élder Hans T. Boom
Dos setenta

Que possamos todos entender nossa parte nesta grande obra de ministração para
que nos tornemos mais semelhantes a Ele.

Em 2016, o Coro do Tabernáculo da Praça do Templo visitou a Holanda e a


Bélgica. Como eu estava envolvido nesse evento emocionante, tive a oportunidade
de assistir à apresentação duas vezes.

Durante a apresentação, quei pensando sobre a enorme tarefa que foi deslocar um
coro daquele tamanho. Fiquei intrigado com o grande gongo, que era muito difícil
e provavelmente caro de ser transportado, em comparação com o violino, o
trompete ou outros instrumentos fáceis de carregar debaixo do braço. Porém, ao
observar o uso do gongo, percebi que ele foi tocado apenas algumas vezes,
enquanto os outros instrumentos menores tiveram uma participação muito maior
durante o concerto. Concluí que sem o som do gongo, a apresentação não seria a
mesma e, portanto, valia a pena o esforço de transportar aquele grande
instrumento através do oceano.

Às vezes, podemos nos sentir como aquele gongo, e achar que somos bons apenas
para tocar em uma pequena parte da apresentação. Porém, a rmo que sua música
está fazendo toda a diferença.

Precisamos de todos os instrumentos. Alguns de nós aprendem com facilidade e


vão muito bem na escola, enquanto outros têm talentos artísticos. Alguns
desenham e constroem coisas; outros cuidam, protegem ou ensinam. Somos todos
necessários para dar vida e signi cado a este mundo.

Dirijo esta mensagem àqueles que acham que não têm nada a contribuir, ou que
acreditam que não têm importância ou valor para ninguém, e também àqueles que
estão indo muito bem e àqueles que estão no meio do caminho.

Onde quer que estejam no caminho da vida, alguns de vocês podem se sentir tão
sobrecarregados que nem ao menos sentem que estão no caminho. Eu os convido
para sair das trevas em direção à luz. O evangelho fornecerá alento e cura, e os
ajudará a entender quem vocês realmente são e qual é o seu propósito na vida.

Alguns de nós estão vagando por caminhos proibidos tentando encontrar a


felicidade.

Somos convidados por um amoroso Pai Celestial a andar no caminho do


discipulado e retornar a Ele. Ele os ama com um amor perfeito. 1

Qual é o caminho? O caminho é ajudar uns aos outros a entender quem nós somos
por meio da ministração.

Para mim, ministrar é demonstrar o amor divino. 2 Dessa maneira, criamos um


ambiente onde tanto aquele que doa quanto o que recebe desenvolvam o desejo de

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se arrepender. Em outras palavras, mudamos de direção, aproximamo-nos do nosso


Salvador, Jesus Cristo, e nos tornamos mais semelhantes a Ele.

Por exemplo, não há necessidade de dizer constantemente ao nosso cônjuge ou a


nossos lhos como podem melhorar; eles já sabem disso. Ao criar um ambiente de
amor, eles serão capacitados a fazer as mudanças necessárias na vida e se tornar
pessoas melhores.

Dessa maneira, o arrependimento se torna um processo diário de re namento, que


pode incluir pedidos de desculpas pelo mau comportamento. Já passei e ainda
passo por situações em que julguei rápido demais ou demorei muito para ouvir.
Mas, no m do dia, em minha oração pessoal, sinto o conselho amoroso do céu
para que eu me arrependa e melhore. O ambiente amoroso criado por meus pais,
irmão e irmãs, e mais tarde por minha esposa, meus lhos e meus amigos, tem me
ajudado a me tornar uma pessoa melhor.

Todos nós sabemos onde podemos melhorar. Não há necessidade de sempre


lembrarmos uns aos outros sobre isso, mas há a necessidade de amar e ministrar e,
assim fazendo, criamos um ambiente onde há a disposição de mudar.

Nesse mesmo ambiente, aprendemos quem realmente somos e qual será nosso
papel neste último capítulo da história do mundo antes da Segunda Vinda do
Salvador.

Se está se perguntando qual é o seu papel, convido você a encontrar um lugar onde
possa car sozinho e pedir ao Pai Celestial que o faça saber qual é o seu papel. A
resposta provavelmente virá aos poucos e, depois, com mais clareza, quando nos
estabelecermos mais rmemente no caminho do convênio e da ministração.

Estamos vivenciando algumas das di culdades que Joseph Smith enfrentou


enquanto estava “em meio a [uma] guerra de palavras e divergências de opiniões”.
Como lemos em seu relato, ele frequentemente dizia a si mesmo: “Que deve ser
feito? Quem, dentre todos esses grupos está certo, ou estão todos igualmente
errados? Se algum deles é correto, qual é, e como poderei sabê-lo?” 3

Com o conhecimento recebido na epístola de Tiago, que declara que “se algum de
vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não
lança em rosto, e ser-lhe-á dada”, 4 após algum tempo, Joseph relata: “Resolvi ‘pedir
a Deus’”. 5

Mais adiante lemos que “era a primeira vez na vida que [ele] fazia tal tentativa, pois
em meio a todas as ansiedades que tivera, jamais havia experimentado orar em voz
alta”. 6

Também pode ser a primeira vez que nos dirigimos a nosso Criador de uma
maneira que nunca zemos antes.

Graças à ação de Joseph, o Pai Celestial e Seu Filho, Jesus Cristo, apareceram a ele,
chamando-o pelo nome, e como resposta, temos um entendimento muito mais
claro de quem nós somos e de que realmente somos importantes.

Também lemos que durante a adolescência, Joseph foi “perseguido por aqueles que
deveriam ter sido [seus] amigos e [que, supostamente, deveriam tratá-lo] com

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bondade”. 7 Considerando isso, podemos esperar alguma oposição ao vivermos


uma vida de discipulado.

Se atualmente vocês sentem que não conseguem fazer parte da orquestra, e que o
caminho do arrependimento parece difícil, saibam que se seguirmos em frente o
fardo será tirado de nossos ombros e haverá luz novamente. O Pai Celestial nunca
vai nos desamparar quando O buscarmos. Podemos cair e nos levantar, e Ele nos
ajudará a limpar a poeira de nossos joelhos.

Alguns de nós estão feridos, mas o kit de primeiros socorros do Senhor tem
curativos grandes o su ciente para cobrir todas as nossas feridas.

Assim é o amor, aquele amor perfeito que também chamamos de caridade, ou o


“puro amor de Cristo”, 8 que é necessário em nosso lar onde pais ministram aos
lhos e os lhos ministram aos pais. Por meio desse amor, corações serão
transformados, e surgirá um novo desejo de fazer a Sua vontade.

Esse é o amor necessário em nossas interações com as outras pessoas como lhos de
nosso Pai Celestial e membros de Sua Igreja, que nos permite incluir todos os
instrumentos musicais em nossas orquestras, para que possamos nos apresentar
gloriosamente com os coros angelicais do céu quando o Salvador voltar.

Esse é o amor, a luz que precisa brilhar e iluminar o ambiente ao nosso redor em
nosso dia a dia. As pessoas notarão a luz e serão atraídas por ela. Esse é o tipo de
trabalho missionário para atrair “aqueles que virão e verão, que virão e ajudarão, e que
virão e permanecerão”. 9 Quando receberem seu testemunho desta grande obra e de
nosso papel nela, que possamos nos regozijar com nosso amado profeta Joseph
Smith, quando declarou: “Porque eu tivera uma visão; eu sabia-o e sabia que Deus
o sabia e não podia negá-la”. 10

Testi co que sei quem eu sou e sei quem vocês são. Somos todos lhos de um Pai
Celestial, que nos ama. E Ele não nos enviou aqui para falhar, mas para retornar
gloriosamente a Ele. Que todos possamos entender nosso papel neste grande
trabalho de ministração, para que nos tornemos mais semelhantes a Ele quando o
Salvador voltar. É minha oração, em nome de Jesus Cristo. Amém.

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