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Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2020
Ludmila Sacur Chin
Universidade Púnguè
Extensão de Tete
2020
Índice
2. Introdução................................................................................................................................. 5
3. Objectivos................................................................................................................................. 6
9. Conclusões ............................................................................................................................. 18
2.2.Específicos
Conhecer as técnicas do aconselhamento no âmbito da testagem sobre o
HIV/SIDA;
Compreender os processos o aconselhamento no Gabinete do
atendimento sobre o HIV/SIDA; e
Distinguir as etapas do aconselhamento no âmbito da testagem sobre o
HIV/SIDA.
3. Noções do aconselhamento sobre HIV/SIDA
3.1.Aconselhamento — Definição
O aconselhamento é um processo interactivo, caracterizado por uma relação
única entre conselheiro e cliente, que leva este último a mudanças em uma ou mais das
seguintes áreas:
Comportamento.
Construtos pessoais (modos de elaborar a realidade, incluindo o
eu) ou preocupações emocionais relacionadas a essas percepções.
Capacidade para ser bem-sucedido nas situações da vida, de forma a aumentar
ao máximo as oportunidades e reduzir ao mínimo as condições ambientais
adversas.
Conhecimento e habilidade para tomada de decisão.
3.2.Aconselhamento em HIV/AIDS
Um dos aspectos que pode contribuir para uma boa cobertura de testagem do
HIV é a realização de um aconselhamento de qualidade e para isso é necessário que os
profissionais responsáveis por este procedimento sejam capacitados adequadamente
para o mesmo.
Este momento do aconselhamento pode ser realizado nas actividades de sala de espera,
grupos de hipertensos, diabéticos, gestantes, planejamento familiar, terceira idade,
adolescentes, consultas individuais, e nas actividades extra-muros, ou seja, quando o
profissional se desloca para visitas domiciliares, empresas, escolas, zonas de
prostituição, locais de uso de drogas, bares, boates, saunas, entre outros.
3.5.2. Apoio emocional
5.1.Consentimento informado
O teste do HIV é livre; isto é, os utentes nunca deverão ser forçados a receber
aconselhamento ou a fazer a testagem para o HIV. Por este motivo, é essencial que
recebam orientações que sirvam de base para o seu consentimento informado.
O consentimento informado é o princípio ético mestre no aconselhamento e
testagem, pois é aquele que garante a autonomia da decisão do utente, respeitando-o
como sujeito e cidadão de direito.
O consentimento informado estabelece-se através de um processo de diálogo
entre o utente e o provedor de saúde em que o primeiro é informado acerca das questões
sobre o HIV e testagem, para então tomar a decisão de fazer ou não o teste.
Na república de Moçambique, o teste do HIV não é obrigatório.
5.2.Confidencialidade
Deve-se manter o sigilo acerca das informações reveladas pelo utente durante o
aconselhamento, bem como aquelas fornecidas para o utente referente ao seu estado
serológico. Este é um dos pontos essenciais para que a população confie na qualidade
do aconselhamento e testagem oferecida pelo serviço nacional de saúde. A garanta da
confidencialidade do teste é crucial para a tomada de decisão segura pelo utente.
É princípio do aconselhamento e testagem o compromisso de sigilo sobre
qualquer informação trocada na sessão de aconselhamento, bem como durante o
procedimento da testagem.
Além disso, disponibiliza-se orientação com relação à higiene, porque muitos são
pacientes, assim, muito pobres, pessoas que não têm a mínima estrutura de nada. O
usuário, então, é o responsável por sua condição sorológica. Espera-se dele habilidades
para serem usadas no aconselhamento - apreensão e memorização das instruções
fornecidas pelo profissional.
Sentimentos dos usuários são destacados nesse contexto, como medo da quebra de
sigilo; vergonha em assistir à demonstração no uso do preservativo; medo de pegar HIV
por formas improváveis. As tarefas de educar, orientar, além de manter-se em postura
vigilante são associadas ao profissional.
Isto é, são noções, ao mesmo tempo, construídas no social, e constituidoras dos sujeitos.
A postura do profissional de saúde, de acordo com a opinião das entrevistadas nesse
caso, deve ser marcada por atenção e manejo delicados, que dialoguem com o universo
simbólico envolvido.
6.3.Aconselhamento pós-teste
É o momento em que o provedor de testagem faz a leitura e a interpretação do resultado
do teste do HIV com o utente, de modo a que este seja considerado como um sujeito
activo no processo. O aconselhamento pós-teste deve ser acompanhado de orientações que
ajudem o utente a tomar decisões seguras no que se refere à sua saúde. Seu conteúdo deve
destacar além da revelação do resultado, a importância e a manutenção da continuidade de
cuidados e tratamento, no caso de resultado positivo. Os resultados dos testes devem ser
entregues individualmente e nunca em grupo, no entanto os casais devem ser encorajados a
receber o AT juntos.
O mesmo provedor que conduziu o aconselhamento pré-teste deve fazer o aconselhamento pós-
teste e deve ainda abordar questões sobre:
Necessidade de testar seus parceiros e filhos, caso o resultado seja positiva;
No caso de utentes com resultado negativo e que não demonstrem nenhum
comportamento de risco, encorajá-los a doar sangue no banco de sangue mais
próximo;
Mesmo com o resultado negativo, o utente deve ser encorajado a convidar
seu/sua parceiros (as) para o teste;
Utentes com resultado negativo podem ser referenciados para outros serviços
clínicos, de acordo com a necessidade do utente (ex. Circuncisão masculina,
consultas externas, planeamento familiar, etc.);
Nos casos de utentes que tenham sido vítimas de violência sexual, devem ser
encaminhados ao serviço de atendimento integrado às vítimas de violência ou
seguir o fluxo de atendimento a vítimas de violência estabelecido na unidade
sanitária;
Nos casos de trabalhadores de saúde que tenham sido expostos à infecção pelo
HIV, devem prontamente comunicar ao supervisor, conforme preconiza o misau
através do guião de profilaxia pós-exposição – ppe;
Nos casos de resultados indeterminados, a testagem deve ser repetida
imediatamente e feito o seguimento segundo o procedimento indicado no
algoritmo de testagem (vide em anexo o algoritmo nacional de testagem
rápida para o HIV), e o utente deve ser aconselhado a adoptar práticas seguras
de prevenção, seguindo as orientações exigidas até à obtenção do resultado
correcto.
7. Abordagens do aconselhamento e testagem para o HIV reconhecidas em
Moçambique
O ministério da saúde reconhece duas abordagens de aconselhamento e testagem para o
HIV em Moçambique, que podem ser implementadas na unidade sanitária e
comunidade:
7.1.Aconselhamento e testagem iniciada pelo provedor (ATIP)
Oferece oportunidade aos utentes de conhecerem seu estado serológico para o HIV para
fins de diagnóstico, prevenção, cuidados e tratamento.
7.2.Aconselhamento e testagem iniciada pelo utente (ATIU)
Abordagem iniciada pelo indivíduo que procura conhecer o seu estado em relação ao
HIV, tanto para fins de prevenção da infecção quanto para planificar melhor a sua vida.
Nesta modalidade, o teste é solicitado pelo utente e os resultados são “utilizados” pelo
indivíduo para a tomada de decisão sobre a sua vida.
8. Conclusões
Além disso, ainda há uma confusão entre os entrevistados quanto se trata do público-
alvo desse aconselhamento, pois alguns profissionais, como Angelina Jolie, acreditam
que o aconselhamento deve ser realizado somente para pacientes que são portadores de
HIV e/ou AIDS, no entanto um dos principais objectivos do aconselhamento é voltado
justamente para a prevenção. Com o crescimento no número de idosos contaminados
pelo HIV percebeu-se a necessidade de uma maior atenção a essa determinada
população, assim como às outras, independente de sexo, idade, cor, estado civil ou
opção sexual.