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Aula IX1 Poder Exec - Mauricio - Martins - Parte1 PDF
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•Noutros lugares, o STF reafirma o princípio da
simetria, quando por exemplo, decide aplicar-se aos
Secretários de Estado a regra de delegação prevista
pelo parágrafo único do artigo 84. Na medida em que
a atribuição para demissão de servidor público
estadual é do Governador, o Tribunal admite a
delegação dessa atribuição para Secretário de Estado
(RE 633.009).
•Se a delegação pode prover cargos, poderá
desprover também (ou seja, demitir, assegurado o
respeito ao devido processo legal, contraditório e
ampla defesa). RMS 24.619, MS 24.128
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•Existem, no entanto, algumas situações que autorizam a Justiça Eleitoral a
anular uma eleição. De acordo com o Código Eleitoral, art. 222, é anulável a
votação quando viciada de falsidade, fraude, coação, interferência do poder
econômico, desvio ou abuso do poder de autoridade em desfavor da liberdade
do voto, ou emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágios
vedado por lei.
•Ainda conforme o Código Eleitoral, em seu art. 224, “se a nulidade atingir mais
de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições
federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão
prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição
dentro do prazo de 20 a 40 dias”. Em resumo, se ficar comprovado que
determinado candidato eleito com mais de 50% dos votos nas eleições
majoritárias cometeu uma das irregularidades citadas, a Justiça Eleitoral deverá
anular o pleito e determinar um novo.
•Quando isso ocorre, todos os votos que foram dados àqueles candidatos são
anulados. Esses votos anulados não correspondem àqueles votos nulos, quando
o eleitor erra a votação [na urna]. São votos válidos que posteriormente são
anulados porque houve uma irregularidade na eleição, e aí quando a
quantidade de votos anulados chega a mais de 50% é que se faz uma nova
eleição.
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•O conjunto de atribuições conferidas ao PR no
artigo 84 é exemplificativo por causa do disposto no
seu inciso XXVII, o qual abre para outras atribuições
previstas na CF/88.
•Conforme § único do art. 84, o PR somente poderá
delegar as atribuições previstas nos incisos VI, XII e
XXV, primeira parte (prover – e não extinguir – os
cargos públicos federais) aos Ministros, ao PGR ou ao
AGU.
•As matérias confiadas ao PR no art. 84 são exceções
à primazia da legalidade (art. 48, CF/88), de maneira
que se trata de reserva do Poder Executivo.
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•A supervisão ministerial, ou controle ministerial, é o poder exercido
pelos Ministérios Federais, e pelas Secretarias Estaduais e Municipais,
sobre órgãos e entidades pertencentes à Administração Pública
Indireta. Como as entidades descentralizadas são dotadas de
autonomia, inexiste subordinação hierárquica exercida pela
Administração Direta sobre tais pessoas autônomas. Assim, os órgãos
da Administração central desempenham somente um controle
finalístico sobre a atuação de autarquias, fundações públicas e
demais entidades descentralizadas.
•Tal controle é a supervisão ministerial que, ao contrário da
subordinação hierárquica, não envolve a possibilidade de revisão dos
atos praticados pela entidade controlada, mas se restringe a fiscalizar
o cumprimento da lei, por parte das pessoas pertencentes à
Administração Pública Indireta.
•Graus de liberdade estatal: (mínima) órgãos, (média) autonomia de
autarquias, (alta) autonomia qualificada de agências reguladoras e
(máxima) independência dos poderes estatais.
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•O cargo de Ministro de Estado é de provimento em comissão, não
tendo qualquer estabilidade, de vínculo “ad nutum” (livre nomeação
e exoneração).
•Requisitos: artigo 87, CF/88 + artigo 12, §3º, VII (Ministro de Estado
da Defesa, brasileiro nato, direção superior das Forças Armadas).
•Referendo ministerial (art. 87, § único, I): condição de validade para
os atos e decretos presidenciais? Michel Temer (sim); José Afonso da
Silva (não).
•Crimes de responsabilidade dos Ministros: 1) Afronta ao artigo 50,
caput e §2º, e artigo 58, III (processados e julgados perante o STF,
artigo 102, I, c, além dos crimes comuns)
•No caso de crime de responsabilidade conexo com aquele praticado
pelo Presidente da República, o órgão julgador será o Senado
Federal, de acordo com o artigo 52, I e § único, autorizada a
instauração de processo pela Câmara de Deputados (artigo 51, I).
•Artigo 84, III e IV: A Súmula 5 do STF prevê que a sanção do projeto
sana o vício de iniciativa em projeto de lei iniciado por parlamentar
em caso de competência privativa do Poder Executivo, MAS o
entendimento predominante é que essa orientação está superada
em razão de a inconstitucionalidade representar nulidade absoluta
insanável (não podendo ser, por isso, convalidada).
•Função regulamentar: É exercida para complementar o sentido
amplo das normas superiores, permitindo que a administração
pública se oriente por normas jurídicas mais detalhadas na prática de
atos concretos. Regulamento é ato normativo editado para o
desenvolvimento de preceitos normativos (Constituição, lei, decreto
legislativo) pormenorizando-os com vista à organização do Estado e
suas aplicações concretas pelos poderes públicos. O Poder Legislativo
pode controlar o exercício da função regulamentar (artigo 49, V),
assim como é possível o controle judicial, embora esses controles
sejam posteriores e eventuais.
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•Chefe de Estado nas relações internacionais (artigo 84, VII e VIII)
•Manter relações com os Estados estrangeiros: na condução da
política externa, devem ser adotadas as premissas normativas do
artigo 4º da CF/88 (defender os direitos humanos, a
autodeterminação dos povos e o combate ao racismo).
•A competência para celebrar tratados é privativa do PR. Todavia, há
doutrina que aceita a delegação desta competência mediante carta
de plenos poderes firmada pela Presidência e referendada pelo
Ministro das Relações Exteriores, desde que por celebrar se entenda
negociar e adotar o instrumento convencional. A ratificação – ato
pelo qual se atribui valor jurídico ao tratado – é ato de competência
exclusiva do PR.
•Uma vez aprovado o tratado pelo Poder Legislativo (artigo 49, I),
retorna ele ao PR para a sua ratificação (que é discricionária), ato que
confirma a assinatura do acordo de modo a aceitar em definitivo as
obrigações assumidas no direito internacional.
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•A discriminação constitucional de rendas compreende a atribuição
de competência (partilha do poder tributário) e a distribuição de
receitas tributárias.
• Atribuição de competência significa dividir o poder de instituir e
cobrar tributos entre a União, o Distrito Federal, os Estados e os
Municípios. Os artigos 153 a 156 tratam da atribuição de
competência tributária às entidades federadas. Revela-se
fundamental a técnica de atribuição de competência, haja vista que,
por intermédio dela, opera-se a descentralização do poder político.
No entanto, ao Estado pobre, em cujo território não é produzida,
nem circula, riqueza significativa, de nada valeriam todos os tributos
do sistema não fosse a distribuição da receita tributária (artigos 157 a
162, CF/88).
• Já no que concerne à distribuição de receitas, o que se divide entre
as entidades é o produto da arrecadação do tributo por uma delas
instituído e cobrado, valendo notar que tal repartição constitui
importante instrumento para o equilíbrio financeiro do Estado.
• Agências Reguladoras
• Quanto à atividade preponderante, podem ser: a) agências de
serviço: encarregadas das funções típicas de poder concedente, isto
é, fiscalizar e disciplinar a prestação de serviços públicos executados
por empresas particulares. Exemplos: Aneel, Anatel, ANTT, Antaq e
Anac; b) agências de polícia: exercem predominantemente a
fiscalização sobre o exercício de atividades econômicas. Exemplos:
ANS e Anvisa; c) agências de fomento: criadas para promover o
desenvolvimento de setores privados. Exemplo: Ancine; d) agências
do uso de bens públicos: realizam a gestão e o controle sobre o uso
de bens públicos. Exemplo: ANA.
• Quanto à previsão constitucional, as agências podem ser
classificadas em: a) com referência constitucional: é o caso da Anatel
(art. 21, XI, da CF) e da ANP (art. 177, § 2º, III, da CF); b) sem
referência constitucional: com exceção da Anatel e da ANP, as demais
agências reguladoras não têm previsão determinada diretamente
pela Constituição Federal de 1988.
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•As agências reguladoras são legalmente dotadas de competência para
estabelecer regras disciplinando os respectivos setores de atuação. É o
denominado poder normativo das agências. Tal poder normativo tem sua
legitimidade condicionada ao cumprimento do princípio da legalidade na
medida em que os atos normativos expedidos pelas agências ocupam
posição de inferioridade em relação à lei dentro da estrutura do
ordenamento jurídico.
•“Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos do Estado do Rio
Grande do Sul (AGERGS). Insuficiência de relevo jurídico da oposição que se
faz à sua autonomia perante o chefe do Poder Executivo (CF, art. 84, II),
dado que não se inclui na competência da Autarquia função política
decisória ou planejadora sobre até onde e a que serviços estender a
delegação do Estado, mas o encargo de prevenir e arbitrar segundo a lei os
conflitos de interesses entre concessionários e usuários ou entre aqueles e
o poder concedente. Serviço de saneamento. Competência da Agência para
regulá-los, em decorrência de convênio com os Municípios.” (ADI 2.095-MC,
Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 22-3-2000, Plenário, DJ de 19-9-
2003.) No mesmo sentido: AI 763.559-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento
em 2-2-2010, Segunda Turma, DJE de 26-2-2010.
•Crimes de responsabilidade
•O artigo 85 prescreve de modo exemplificativo que os
atos do PR que atentarem contra a Constituição serão
considerados como crimes de responsabilidade.
•Súmula 722/STF (competência da União sobre essa
matéria)
•A Lei n. 1.079/50 foi recepcionada pela CF/88, sendo
que a Lei n. 10.028/2000 ampliou o rol das infrações
político-administrativas, especialmente em relação aos
crimes contra a lei orçamentária.
•Quem poderá ser responsabilizado no âmbito federal e
destituídos dos seus cargos (impeachment -
impedimento): artigo 52, incisos I e II
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•Procedimento dos crimes de responsabilidade: rito
instituído pela Lei n. 1.079/50
•Fase preambular (juízo de admissibilidade do processo):
perante a Câmara dos Deputados
•Fase final (processo e julgamento): perante o Senado
Federal
•A acusação poderá ser formalizadas por qualquer
cidadão no pleno gozo de seus direitos políticos (votar e
ser votado)
•A Câmara dos Deputados, por maioria de 2/3,
autorizará a instauração do processo, admitindo a
acusação imputada ao PR, para que seja processado e
julgado perante o Senado. Uma comissão de deputados
funcionará como órgão de acusação.
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•Crimes comuns
•Mesmo procedimento dos crimes de responsabilidade,
salvo pelo órgão de acusação: denúncia e acusação serão
realizados pelo Ministério Público (PGR), excetuados
crimes de ação privada, dependentes do agir do
ofendido ou de quem tenha competência por lei.
•Crime comum = todas as modalidades de infrações
penais, alcançando crimes eleitorais e contravenções
penais
•Suspensão por 180 dias após o recebimento da
denúncia ou queixa-crime
•Prisão somente depois de sentença penal condenatória
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•Ato de improbidade administrativa x infração político-
administrativa praticados por agentes políticos (Chefes
do Executivo + auxiliares)
•Precedente do STF (Reclamação 2.138-6): Agentes
políticos não respondem por improbidade administrativa
com base na Lei 8.429/92, mas apenas por crimes de
responsabilidade.
•No entanto, há entendimento de doutrina no sentido
da aplicação da Lei 8.429/92 para agentes políticos, cujo
foro será o juízo de primeiro grau.
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