Você está na página 1de 6

O ruído e o ambiente hospitalar1

Larissa Cavalcanti2
Arthur Cavalcante3

1 DESCRIÇÃO DO CASO
Em edificações de área de saúde, na qual é frequente ocorrer situações
estressantes, incluindo as relações interpessoais e os indivíduos com algum problema físico
e/ou psicológico, os aspectos ambientais que estipulam as condições de conforto (visual,
térmico, sonoro, ergonômico, etc) assumem responsabilidades consideráveis no decorrer da
concepção do projeto hospitalar.
O ambiente hospitalar sem encontra em paradoxo, é um local que requisita
situações de conforto sonoro especiais, tendo níveis de ruídos que obedeçam diretrizes
definidas pelas normas técnicas, em contrapartida, é também um local dispondo de
equipamentos que produzem muito ruído.
O silêncio torna-se fundamental para o bom funcionamento do cotidiano
hospitalar, incluindo a melhora dos pacientes. Os ambientes ruidosos interferem de forma
direta tanto no diagnóstico quanto no processo curativo dos pacientes. Os profissionais da
saúde realizam diversas atividades dentro do hospital que necessitam de constante atenção,
para não acontecer erros no procedimento de trabalho.
O presente trabalho tem o objetivo de subsidiar as etapas preliminares de um
projeto hospitalar de porte médio. O escritório ED&P contratado para tal, se destaca por
enfatizar aspectos de conforto e eficiência energética na concepção dos seus projetos,
acarreando na satisfação dos usuários. O escritório sempre faz estudos com relação ao
conforto sonoro, elaborando diretrizes de acústicas arquitetônica para ambientes hospitalares.
Esse estudo considera o entorno do terreno, a funcionalidade do edifício, normas e leis a
serem cumpridas, e apresentar diretrizes acústicas para o edifício a ser projetado.

2 IDENTIFICAÇÃO DO E ANALISE DO CASO


1
Sinopse do Case Institucional apresentado à Disciplina de Conforto Sonoro da Unidade de Ensino Superior
Dom Bosco – UNDB.
2
Aluna do 6º Período do Curso de Arquitetura da UNDB.
3
Professor, Orientador.
2.1-DESCRICÕES DAS DECISÕES POSSÍVEIS
2.1.1 – Softwares para analise acústica
2.1.2 – Leis e normas a serem consultadas no projeto acústico para o hospital
2.1.3 – Propostas de soluções para reduzir o ruído.

2.2 ARGUMENTOS CAPAZES DE FUNDAMENTAR CADA DECISÃO


2.2.1 – Softwares para analise acústica
 Software CadnaA
 Software CadnaR

2.2.2 – Leis e normas a serem consultadas no projeto acústico para o hospital


 NBR 10151
 NBR 10152
 LEI Nº 5.354/98

2.2.3 – Propostas de soluções para reduzir o ruído.


 Paisagismo
 Uso de materiais acústicos

2.3 DESCRIÇÕES DOS CRITERIOS E VALORES POSSÍVEIS CONTIDO EM CADA


DECISÃO POSSÍVEL
2.3.1 – Softwares para análise acústica
A CadnaA (Computer Aided Noise Abatement) é um software para calcular a
apresentar, avaliando a exposição do ruído e do impacto dos poluentes do ar. A CadnaA foi
desenvolvida especialmente para analisar o impacto do ruído em projeto industrial, de
shoppings centers, estacionamentos, de estradas, projetos ferroviários, uma cidade inteira ou
locais urbanizados.
A plataforma CadnaA é de fácil manuseio tanto para uma simples análise até
encenações muito complexas e análises científicas. Há uma separação notória entre a para
modelação 3D em seu ambiente natural e o processo de cálculo utilizado dispondo de uma
flexibilidade para esse tipo de trabalho. É possível utilizar o modelo 3D para fazer o cálculo
dos níveis do ruído conforme as normas nacionais de simulação diferentes, sem alguma
alteração. (DATAKUSTIK, 2012)
Já o CadnaR é um software para prognóstico do ruído interno. Esta ferramenta é
ideal para tratar aspectos ligados ao ruído em espaços internos de trabalho e aperfeiçoamento
da acústica das salas, uma vez que permite a execução de simulações sonoras no próprio local.
Este software possui a interface igual ao CadnaA software para prognóstico do ruído externo.
Os dois softwares são da mesma empresa a Datakustik, localizada na Alemanha,
sendo uma das principais desenvolvedoras, no mercado, de ferramentais para controlar a
poluição sonora e avaliar o impacto ambiental. Os softwares são poderosas ferramentas para
calcular e apresentar os mapas de ruído externo e interno dos ambientes, não comprometendo
a sua utilização com facilidade.

2.3.2 – Leis e normas a serem consultadas no projeto acústico para o hospital


A norma 10151 estipula os processos técnicos a serem utilizados na execução das
medições de níveis de pressão sonora nos ambientes esternos e internos na edificação, assim
como os limites e procedimentos para a avaliação dos resultados conforme a finalidade de
utilização e a ocupação do solo.
Essa norma tem o objetivo de definir as condições necessárias para a avaliar a
aceitabilidade do ruído na sociedade, independentemente das reclamações. A norma
especifica o método para medir o ruído, o uso de correções dos níveis apresentados de ruído e
uma comparação de níveis corrigidos com parâmetros que considera diversos fatores.
A NBR 10152 regula os níveis do ruído compatível de acordo com o conforto
acústico dos vários tipos de ambientes. Conforme a ABNT, o limite admissível de ruído é
distinto para cada local, como exemplo, o nível de ruído admissível em um escritório é
diferente do nível de ruído admissível em um hospital.
A Lei nº 5.354/98, também conhecida como lei do silêncio, que determina o limite
máximo de som de 60 decibéis entre as 22h e as 7h, e para o horário das 7h até as 22h de 70
decibéis. Já para os ambientes internos, os níveis admissíveis de ruído são de 55 decibéis entre
as 22h e 7h, e de 60 decibéis para o horário compreendido entre as 7h e 22h.

2.3.3 – Propostas de soluções para reduzir o ruído.


O espaço sonoro urbano sofre influência pelo seu entorno. Entre as várias fontes
de ruído, a que é constantemente indicada como geradora do incômodo urbano é o ruído do
tráfego de veículos. Os níveis do ruído urbano aumentam gradativamente de acordo com o
aumento da população, da urbanização, industrialização, de edificações e dos automóveis.
Um som não agradável pode ser facilmente atenuado pela ambientação do
paisagismo e pelo resultado que a arborização, em decorrência da sua densidade, pode
funcionar como barreira. De acordo com Van Renterghem, Botteldooren e Verheyen (2012)
citado por Vinadé (2015), há três modos para que a vegetação reduza os níveis sonoros:

Primeiro, o som pode ser refletido e dispersado (difratado) por elementos vegetais,
como troncos, galhos, ramos e folhas. Um segundo mecanismo é a absorção pela
vegetação. Este efeito pode ser atribuído à vibrações mecânicas em partes da
plantas, causadas pelas ondas sonoras. O que leva à dissipação de energia através da
conversão da energia sonora em calor. Como um terceiro mecanismo, pode-se
mencionar também que o som pode ser reduzido pela interferência destrutiva das
ondas sonoras refletidas.

O uso de soluções paisagísticas consegue ser uma boa opção importante em


relação ao cuidado com a prevenção, redução e controle de ruídos. Quando são
implementadas em áreas com urbanização periférica que virem a se encontrar ruidosos depois
da construção do hospital, as soluções de paisagismo podem ter resultados proveitosos
reduzindo o som do trânsito, juntamente em trazem melhorias climáticas e o ambiente se torna
mais humano.
Os materiais usados para o isolamento acústico do ambiente podem ser
classificados como habituais e não habituais. Os materiais habituais são os de vedação de
utilização comum na construção civil. Estes possuem diversos benefícios. O principal
beneficio é o isolamento acústico satisfatório para a utilização comum. Como exemplos
desses materiais, pode-se mencionar: blocos de concreto, blocos de cerâmica, blocos de silício
calcário, vidro madeira, etc.
Os materiais não habituais são desenvolvidos especificamente para o isolamento
acústico distintos ambientes. Normalmente, esses materiais possuem também certos
benefícios térmicos. São os materiais: lã de rocha, lã de vidro, fibra de coco, espumas
elastoméricas.
A lã de rocha, segundo Heme (2012) é constituída de fibras do basalto
aglomerado contento resina sintética. Suas principais características são: isolamento térmico,
isolamento acústico, incomburente, anti parasita, não prejudicial à saúde humana, não
corrosivo, não poluente, ótimo custo/benefício.
Pode ser utilizada, a lã de rocha, nas divisórias, nos forros, dutos para ar-
condicionado, em tubulações de baixa, média e alta temperatura. O mercado brasileiro dispõe
da lã de rocha na forma de mantas e painéis sendo revestida ou não, com o plástico auto
extinguível, da manta com o Kraft aluminizado, das calhas e das mantas possuindo tela de
metal para resultar em grande resistência mecânica do material.
A lã de vidro é popularmente reconhecida sendo um dos excelentes isolantes
térmicos. É constituído por um componente feito a partir do sódio e sílica aglomerados pelas
resinas sintéticas em alta temperatura. Em razão do excelente coeficiente de absorção sonoro
em relação da porosidade da lã, as ondas sonoras que colidem com a lã de vidro, são
rapidamente absorvidas.
Conforme Heme (2012), seus principais benefícios são: fácil manipulação, difícil
propagação de fogo, não deteriora, não propicia a proliferação de bactérias e fungos, seu
desempenho não é comprometido quando sujeitado a maresia. O mercado dispõe da lã de
vidro na forma de manta, sendo do tipo ensacada com polietileno, manta com revestimento de
feltro, manta aluminizada, manta sem revestimento e manta com fibro-cerâmica para
equipamentos e tubulações com altas temperaturas
A fibra de coco é uma mistura do aglomerado da cortiça expandida, apresenta
ótimos resultados em relação a absorção das ondas sonoras de baixa frequência, raramente
sendo alcançado a outros materiais (SENHORAS, 2005). A fibra de coco possui um boa
durabilidade e resistência que tornam este material em versátil e muito indicado para o
isolamento acústico e térmico. Desse modo atende as exigências técnicas requisitadas pelo
mercado.
A espuma elastomérica é uma espuma feita do poliuretano poliéster, que é auto
extinguível, possuindo os seguintes atributos: são tratadas com elementos retardantes a
chamas a fim de favorecer sua propriedade em relação à segurança ao fogo e são protegidas
contra fungos, bactérias e mofos. Esta espuma é aconselhada para isolamento acústico em
auditórios, escritórios e salas de som. Esse tipo de material é encontrado no mercado na forma
de placas de várias espessuras e dimensões. (HEME, 2012)
REFERÊNCIAS

DATAKUSTIK. O software de cálculos e mapeamento de ruído mais avançado e


popular! 2012. Disponível em: <http://www.datakustik.com/fileadmin/user_upload/
PDF/FlyerCadnaApor.pdf>. Acesso em: 01 maio 2018.

DATAKUSTIK. CadnaR: Previsão de Níveis de Ruído no Interior de Salas. Disponível em:


<http://www.datakustik.com/fileadmin/user_upload/PDF/CadnaR_POR.pdf>. Acesso em: 01
maio 2018.

HEME (São Paulo). Heme produtos isolantes. 2012. Disponível em:


<http://www.hemeisolantes.com.br/>. Acesso em: 01 maio 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10151: Acústica -


Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade - Procedimento.
Rio de Janeiro: Abnt, 2000. 4 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Níveis de ruído


para conforto acústico. Rio de Janeiro: Abnt, 1987. 4 p.

BRASIL. Lei nº 5.354, de 1998. Lei Nº 5.354/98. Bahia, BA, 1998. Disponível em:
<http://www.sucom.ba.gov.br/wp-content/uploads/2014/11/lei5354_1998.pdf>. Acesso em:
01 maio 2018.

SENHORAS, ELÓI MARTINS. Oportunidades da cadeia agroindustrial do coco verde.


Revista Urutágua, nº 05, Maringá, PR, 2005. Disponível em:
<http://www.urutagua.uem.br//005/22tra_senhoras.pdf>. Acesso em: 02/05/2018.

VINADÉ, Rafael do Santos. Estudo da absorção sonora de arranjos decorativos contento


espécies vegetais. 2015. 91 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2015. Disponível em:
<http://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/7899/VINADE, RAFAEL DOS SANTOS.pdf?
sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 01 maio 2018.

Você também pode gostar