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Direito real de garantia – Segundo Cezar Fiúza é a “vinculação de certo bem do devedor

ao pagamento de obrigação, sem que o credor possua a fruição do bem em si” .Esse bem
assegura ao credor o poder de obter o pagamento da dívida inadimplente com o valor ou a
renda de um bem gravado em garantia. Para o direito civil são considerados garantias
reais o penhor, a hipoteca, a anticrese e a alienação fiduciária em garantia. No
entanto, pode surgirem algumas garantias em contratos comerciais e bancários de são
consideradas garantias reais, dentre elas destaca-se: caução de títulos de crédito (cheque,
duplicata, etc), caução de aplicações financeiras e também algumas espécies de rendas a
receber dadas em garantias de obrigações do devedor. Vale ressaltar que espécies de
garantias não são elencadas no Código Civil Brasileiro, por esse motivo não são tratadas
pela doutrina civilista e encontra resistência na jurisprudência brasileira.

São características das garantias reais: a) vínculo real (o próprio bem garantia a dívida);
b) crédito real tem preferência sobre o crédito com garantia pessoal; c) só pode dar
garantia quem pode alienar; d) indivisibilidade (o pagamento de prestações não desonera
os bens gravados); e) acessoriedade (é acessória ao crédito principal); f) proibição de
pacto comissório (permite ao devedor ficar com o bem dado em garantia quando alienado
em hasta pública); g) direito de excussão (o devedor tem direito a promover a venda
judicial do bem dado em garantia); i) vencimento antecipado da dívida quando o devedor
deixar deteriorar a garantia. Penhor É o direito real de garantia que submete coisa móvel,
ou mobilizável, ao pagamento de uma dívida. São partes o devedor pignoratício e o
credor pignoratício.

Características: a) em regra, recai sobre coisas móveis, fungíveis ou infungíveis,


corpóreas ou incorpóreas; b) necessita em regra da tradição (entrega do bem ao credor).
O penhor rural, comercial e industrial não necessita da entrega da coisa; c) é contrato
solene, celebrado na forma escrita, para valer perante terceiros, necessita de registro no
Cartório de Títulos e documentos.

Classificação: a) penhor rural – sobre culturas e animais (agrícola e pecuário); b) penhor


de direitos e títulos de crédito; c) penhor de veículos; d) penhor legal (surge por imposição
da lei).

Extingue-se o penhor: a) pagamento; b) perecimento da coisa; c) renúncia; d) confusão;


e) adjudicação judicial. Hipoteca É um direito real de garantia, em que se grava bem
imóvel para assegurar o pagamento da dívida pelo devedor. O avião e o navio, mesmo
sendo bens móveis, são gravados com hipoteca.

Podem ser objeto de hipoteca: a) os imóveis e os acessórios conjuntamente com eles;


b) o domínio direto; c) o domínio útil; d) as estradas de ferro; e) os recursos naturais
existentes no subsolo; f) os navios; g) as aeronaves. Importante lembrar que, o imóvel
hipotecado pode ser alienado. Cláusula que proíba a alienação será considerada nula. A
hipoteca deve ser registrada no cartório de registro do lugar do imóvel. O bem pode ser
hipotecado mais de uma vez a devedores diferentes. No entanto, a preferência será do
credor que primeiro recebeu o bem em garantia (garantia de 1º grau). Os devedores
casados necessitam de outorga do cônjuge para hipotecar bem do casal.

São espécies de hipoteca: a) convencional (acordo de vontade) ; b) legal (depende da


lei); c) judicial (determinada por sentença judicial).

Perempção – extinção da hipoteca por decurso de prazo. O prazo máximo para hipoteca é
de 30 anos, passado esse tempo ela extingue automaticamente.

Características: a) é contrato acessório e indivísel; b) registro obrigatório; c) o devedor


continua na posse do bem.
Extingue-se a hipoteca: a) desaparecimentoda obrigação principal; b) destruição da
coisa; c) renúncia do credor; d) adjudicação; e) consolidação. Anticrese É o direito real
sobre coisa alheia, no qual o devedor entrega ao credor um bem imóvel a fim de que esta
perceba seus frutos e rendimentos, em compensação de uma dívida. O bem gravado em
anticrese pode ser dado em garantia. Também pode ser alienado.

Efeitos – O credor pode arrendar o bem a terceiros ou fruir pessoalmente e reter a posse
por 15 anos.

A anticrese extingue-se: a) pagamento da dívida; b) término do prazo (15 anos); c)


perecimento do bem; d) desapropriação. Alienação Fiduciária É negócio jurídico formal
pelo qual o devedor (fiduciante), para garantir o pagamento de uma obrigação, transmite
ao credor (fiduciário) a propriedade resolúvel de um bem, retendo-lhe a posse direta. A
alienação fiduciária pode recair sobre bens móveis e imóveis.

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