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2010.html
Questão de Procurador Federal, 2010:
2 Nesse caso, se o procurador federal responsável pelo feito reconhecer que o crédito
realmente está prescrito, ele pode, semque haja qualquer autorização de outra
autoridade, deixar de recorrer.
Certo. É a dicção do art. 1º-C da Lei n. 9.469/97:
Art. 1o-C. Verificada a prescrição do crédito, o representante judicial da União, das autarquias e
fundações públicas federais não efetivará a inscrição em dívida ativa dos créditos, não procederá ao
ajuizamento, não recorrerá e desistirá dos recursos já interpostos.
4 Carlos, servidor público federal desde abril de 2000, jamais gozou o benefício da
licença para capacitação. Nessa situação, considerando-se que ele faz jus ao gozo desse
beneficio por três meses, a cada quinquênio, Carlos poderá gozar dois períodos dessa
licença a partir de abril de 2010.
Errado. De acordo com o parágrafo único do art. 87 da Lei n. 8.112/90, os períodos da
licença para capacitação são inacumuláveis.
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração,
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar
de curso de capacitação profissional.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.
5 Interposto recurso administrativo, a autoridade julgadora federal, que não pode ter
recebido essa competência por delegação, pode, desde que o faça de forma
necessariamente fundamentada, agravar a situação do recorrente.
Anulada. Justificativa do Cespe:
A omissão acerca da necessidade de cientificação do interessado, na hipótese de
agravamento da sanção e na forma como redigida, ficou a expressão “desde que...”, o
que acabaria por excluir essa exigência, causando uma dúvida objetiva na avaliação da
correção ou não do enunciado.
De fato, em regra, do recurso administrativo não poderá decorrer gravame à situação do
recorrente. No entanto, a Lei n. 9.784/99 permite que haja o agravamento da sua
situação, desde que ele seja cientificado do fato e, caso queira, formule alegações antes
da decisão.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular
ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à
situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações
antes da decisão.
6. Gustavo, servidor público federal, foi beneficiado por ascensões funcionais ocorridas
entre 1993 e 1995. No entanto, o TCU, por ocasião do registro da aposentadoria desse
servidor, verificou que aquelas ascensões funcionais foram praticadas em
desconformidade com a lei, razão pela qual determinou, sem que fosse intimado o
servidor, que o registro do ato de aposentadoria fosse feito com base no que prescrevia a
lei. Nessa situação, a decisão do TCU será legal, já que não houve, na espécie,
decadência nem violação ao princípio do contraditório.
(http://www.conteudojuridico.com.br/questao,estudo-dirigido-direito-administrativo-
cespeaguprocurador2010-gustavo-servidor-publico-federal-foi-beneficia,75710.html)
!comentário do autor: Errado.
A ascensão foi considerada inconstitucional pelo STF (ADI 231/RJ, DJ 13/11/1992) por
ferir a regra do concurso público, já que possibilitava ao servidor o acesso a um cargo
diverso daquele para o qual tinha sido aprovado no concurso. Nos termos
constitucionais (art. 71, III), cabe ao TCU apreciar, para fins de registro, a legalidade
das concessões de aposentadorias. Contudo, segundo o STF (MS 26.393/DF, DJ
19/02/2010, e Súmula Vinculante nº 3), deve ser garantido o direito ao contraditório e à
ampla defesa aos beneficiários de atos administrativos inerentes à sua condição
funcional para a validade de decisões do TCU que importem em sua anulação ou
revogação, o que não foi respeitado pela questão posta na assertiva. Ademais, o prazo
de cinco anos é de ser aplicado aos processos de contas que tenham por objeto o exame
de legalidade dos atos concessivos de aposentadorias, reformas e pensões (STF, MS
24.448/DF, DJ 14/11/2007).
7.A União desapropriou um imóvel para fins de reforma agrária, mas, depois da
desapropriação, resolveu utilizar esse imóvel para instalar uma universidade pública
rural. Nessa situação, houve tredestinação lícita, de forma que o antigo proprietário não
poderá pedir a devolução do imóvel.
CORRETO. Tredestinação significa dar um destino diverso do que inicialmente
previsto. Pode ser lícita ou ilícita. Será lícita quando observado o interesse público,
como no caso de desapropriação de um imóvel para construção de uma escola e usá-lo
para fazer um hospital. O exemplo usado na assertiva também é de uma tredestinação
lícita. Nesses casos, atendido o interesse público, inexiste direito à devolução do
imóvel. Aliás, embora haja importante divergência doutrinária, para muitos jamais
haverá direito à devolução, resolvendo-se, a depender do caso, em perdas e danos, como
seria a hipótese de tredestinação ilícita. Exemplo desta última seria o caso de
desapropriação de um imóvel para construção de uma creche e posteriormente o mesmo
ser cedido a uma sociedade privada para uso como estacionamento.
8.Se a empresa de turismo X for contratada para fornecer passagens aéreas para
determinado órgão da União e, durante o prazo do contrato, essa empresa alterar o seu
objeto social, de forma a contemplar também o transporte urbano de turistas e
passageiros, mesmo que não haja prejuízo para o cumprimento do contrato
administrativo já firmado com o órgão federal, a administração pública poderá rescindir
unilateralmente o contrato.
ERRADO. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as
conseqüências contratuais e as previstas em lei ou regulamento (Lei nº 8.666/93, art.
77). O art. 78 da Lei Geral de Licitações prevê as situações que constituem motivo para
rescisão do contrato. Dentre elas, destaque-se a prevista no inciso XI, in verbis: “a
alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato”. Patente está que a modificação levada a cabo pela
empresa da questão em nada interfere na execução do contrato, inexistindo, portanto,
motivo para sua rescisão.
9.Paulo ingressou com mandado de segurança individual para que voltasse a receber
uma parcela remuneratória que lhe fora suprimida. Ocorre, no entanto, que o sindicato a
que ele pertence já havia ingressado com mandado de segurança coletivo com o mesmo
objeto. Nessa situação, o juiz deverá extinguir, sem julgamento de mérito, o mandado
de segurança individual, já que há litispendência.
ERRADO. A assertiva aborda a questão da defesa coletiva de direitos através do
mandado de segurança coletivo (CF/88, art. 5º, LXX). Sua regulamentação veio com a
Lei nº 12.016/2009, cujo art. 22, § 1º, assim prevê: “O mandado de segurança coletivo
não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não
beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu
mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
impetração da segurança coletiva.” Assim, ambas as ações podem ser processadas ao
mesmo tempo. Se o autor individual tiver ciência da ação coletiva e não optar por
desistir da sua ação, não poderá se beneficiar de eventual resultado favorável no
mandado de segurança coletivo, valendo, para tanto, a decisão tomada na sua ação,
qualquer que seja o resultado.
11. O prazo prescricional para que a administração pública federal, direta e indireta, no
exercício do poder de polícia, inicie ação punitiva, cujo objetivo seja apurar infração à
legislação em vigor, é de cinco anos, contados da data em que o ato se tornou conhecido
pela administração, salvo se se tratar de infração dita permanente ou continuada, pois,
nesse caso, o termo inicial ocorre no dia em que cessa a infração.
(http://boniuris.blogspot.com/2010/07/direito-administrativo-em-exercicios.html)
ERRADO.Prescreve em cinco anos a ação punitiva da administração pública federal,
direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à
legislação em vigor, contando-se tal prazo da data da prática do ato ou, no caso de
infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Art. 31, decreto 4942
Quando se trata de punição decorrente do exercício do poder de polícia, a Medida
Provisória nº 1.778-9, de 12-3-99 (originariamente Medida Provisória nº1.708, de 30-6-
98), estabelece prazo de prescrição de cinco anos para a ação punitiva da Administração
Pública Federal, direta e indireta, contados da data da prática do ato ou, no caso de
infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. Em caso de
paralisação do procedimento administrativo de apuração de infração, por período
superior a três anos, também incide a prescrição, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade funcional decorrente da paralisação. Se ao fato objeto da ação punitiva
da Administração corresponder crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei
penal. A mesma medida provisória, nos artigos 2º e 3º, indica, respectivamente, os casos
de interrupção e suspensão da prescrição. Essa medida provisória somente se aplica na
esfera federal.
15- O ato administrativo pode ser inválido e, ainda assim, eficaz, quando, apesar de não
se achar conformado às exigências normativas, produzir os efeitos que lhe seriam
inerentes, mas não é possível que o ato administrativo seja, ao mesmo tempo, perfeito,
inválido e eficaz.
Errado. Os atos administrativos podem ser classificados, entre diversas outras formas
possíveis, quanto à validade, em válidos e inválidos (ou nulos), e quanto à
exeqüibilidade, em perfeitos, imperfeitos e pendentes. Ressalte-se que aqui exploramos
apenas a classificação posta na assertiva em questão. Assim, é válido o ato que atende a
todos os requisitos legais, e inválido aquele que nasce com vício insanável de
legalidade. De seu turno, perfeito é aquele que completou seu processo de formação,
estando apto a produzir seus efeitos, ou seja, é eficaz. Imperfeito é o ato que ainda não
completou seu ciclo de formação e pendente é aquele que, para produzir seus efeitos
(ser eficaz), sujeita-se a condição ou termo. Então, são classificações que não se
confundem. Pode um ato ser, ao mesmo tempo, perfeito (completou seu processo de
formação), inválido (não está em conformidade com a lei) e eficaz (ter capacidade para
produzir seus efeitos). Exemplo disso é um ato produzido por autoridade absolutamente
incompetente: enquanto não for declarado tal vício, com a consequente anulação do ato,
segue ele produzindo seus efeitos, até por conta do atributo da presunção de legalidade
que os atos administrativos têm.
[DL 3.365/41] Art. 27. O juiz indicará na sentença os fatos que motivaram o seu
convencimento e deverá atender, especialmente, à estimação dos bens para efeitos
fiscais; ao preço de aquisição e interesse que deles aufere o proprietário; à sua situação,
estado de conservação e segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, nos últimos
cinco anos, e à valorização ou depreciação de área remanescente, pertencente ao réu.
§ 1o A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço
oferecido condenará o desapropriante a pagar honorários do advogado, que serão
fixados entre meio e cinco por cento do valor da diferença, observado o disposto no §
4o do art. 20 do Código de Processo Civil, não podendo os honorários ultrapassar R$
151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil reais).
21- estaria certo se fosse jurisprudência do STF. Súmula 618 do STF e ADI 2332-2
25- A despesa realizada pela administração sem cobertura contratual não pode ser
objeto de reconhecimento da obrigação de indenizar do Estado. O servidor responsável
pela não prorrogação tempestiva do contrato ou pela não abertura de procedimento
licitatório é quem deve pagar o fornecedor.
ERRADO. ORIENTAÇÃO NORMATIVA AGU Nº 04/2009
A DESPESA SEM COBERTURA CONTRATUAL DEVERÁ SER OBJETO DE
RECONHECIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR NOS TERMOS DO ART.
59, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 8.666, DE 1993, SEM PREJUÍZO DA
APURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE DE QUEM LHE DER CAUSA.
INDEXAÇÃO: INDENIZAÇÃO. DESPESA SEM COBERTURA CONTRATUAL.
CONTRATO NULO. CONTRATO VERBAL. RECONHECIMENTO.
RESPONSABILIDADE.
REFERÊNCIA: arts. 59, parágrafo único, 60, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de 1993;
Acórdão TCU 375/1999-Segunda Câmara.
(http://www.justen.com.br/pdfs/noticia_26.pdf)
27- Caso uma enfermeira do Ministério da Saúde ocupe também o cargo de professora
de enfermagem da Universidade Federal de Goiás e, em cada um dos cargos, cumpra o
regime de quarenta horas semanais, tal acumulação, segundo o entendimento da AGU,
deverá ser declarada ilícita.
CORRETO. A CF/88 estabelece a regra da vedação à acumulação remunerada de
cargos públicos (art. 37, XVI). Entre as exceções fixadas no texto constitucional,
encontra-se a possibilidade de acumular, quando houver compatibilidade de horários,
um cargo de professor com outro técnico ou científico (art. 37, XVI, ‘b’). A
compatibilidade de horários, então, é requisito indispensável para o reconhecimento da
licitude da acumulação de cargos públicos. A assertiva pede o entendimento da AGU
que, nos termos do Parecer AGU/GQ-145/1998, entende que a carga horária de
trabalho, no âmbito federal, deve-se limitar ao total de 60 horas semanais. Ressalte-se
que há julgados no sentido de se afastar a aplicação do dito Parecer, pois argumentam
que nem a CF/88, nem a Lei 8.112/90 (art. 118, § 2°), fazem qualquer referência à carga
horária, faltando respaldo jurídico ao entendimento que considera ilícita a acumulação
de cargos apenas por totalizarem uma jornada de trabalho superior a sessenta horas
semanais (TRF1, AMS 200332000000039/AM, DJ 24/06/2008).