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Prof.

Dr Volnei Tita

SMM 0336 – Projeto de Elementos Estruturais de Aeronaves


Parte II: 2.
2 Carregamentos em Estr
Estruturas
t ras Aeroná
Aeronáuticas
ticas

Aula 3
Cargas
g de Vôo e de Solo
Prof. Dr Volnei Tita

1
Sumário
Prof. Dr Volnei Tita

1. Introdução
ç
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
2 1 Determinação
2.1 D t i ã do
d CG da
d Aeronave
A
2.2 Determinação do Fator de Carga
3. Diagrama V-n
g
3.1 Diagrama V-n p
para Manobras
3.2 Diagrama V-n para Rajadas
3 3 Construção
3.3 C t ã de d um Diagrama
Di V
V-n
4. Esforços Solicitantes
Referências

2
1. Introdução
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Relatório de Cargas Projeto Estrutural

Cargas de Projeto
Requisito Preliminar
g
e Cargas Minimização
ç de
Especiais Peso
Análises: X
Envelope Análise Estática Aumento da
Crítico de Análise de Fadiga Segurança
Cargas Limite

Ensaios
Perfil de Missão Típica

Manual de
Dimensionamento e
Agências de Certificação Manutenção
Relatórios de
(ANAC/FAA/EASA) e Manual de
Certificação (SA e FA)
Reparos

Fabricação Operação
3
1. Introdução
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Perfil de Missão Típica para Aeronave Civil

Fontes de Excitação:
- Cargas em Vôo (Ex: Pressão Aerodinâmica);
- Cargas
C no S
Solo
l (Exs:
(E Pouso
P e Taxi)
T i)

Espectros de Casos
de Vôo

Espectros de
Casos de Solo

4
1. Introdução
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Tipos de Cargas: Cargas em Vôo, no Solo e Outras Cargas

4. Cargas no Pouso
1. Cargas durante 2. Cargas na 3. Cargas em vôo
(solo)
o taxiamento (solo) decolagem (solo) ¾ Sustentação/Arrasto
¾ Fator de carga
g vertical
¾ Pulos ¾ Catapultagem ¾Manobras
¾ Pouso em uma roda
¾ Giros ¾ Aborto ¾ Rajadas
¾ Frenagem

Peso e Cargas de Inércia Cargas dos motores


Peso próprio; Peso de Tração/Empuxo; Torque; Cargas especiais
Passageiros;
g ; Peso de Forças
ç Giroscópicas
p ;
Vôo de reboque;
Bagagens; Peso de Vibração; Pressões em
Suspensão (macaco);
Combustível. dutos.
Choque de aves;
Cargas
g Sônicas.

Vários Tipos de Carga!!


5
1. Introdução
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Parâmetros Variáveis Ex: Casos de Carga de Asa

• Velocidade;
CASE DESCRIPTION
• Altitude;
ç do CG;;
• Peso e Posição VERTICAL GUST
GUST, F00
F00, S0
S0, VC
VC, 6096M
6096M, MCP
MCP, MC=1A (ALF+)
• Tipos de Carga; PULL-UP 2.50G, F00, S0, VD, 2000M, MCP, MC=1A
• Ângulo de Ataque da Asa LAND., VL1, TAIL DOWN, MLW, CGA, MxIX, WING, S.LEVEL
RIGHT WHEEL DRIFT LAND.AT F.D. - 8000.FT
MAX VERT LOAD AT F
MAX.VERT.LOAD F.D.
D - 2PTS - 8000
8000.FT
FT
MAX.VERT.LOAD AT F.D. - 2PTS - 8000.FT
PULL-UP -1.0G, F00, S1, V.H, 10000M, FI, MC=1A
Em Resumo: Há Inúmeros Casos de PULL-UP -1.0G, F00, S1, V.H, 11278M, FI, MC=1A
Cargas que devem ser avaliados!!! PULL-UP -1
-1.0G,
0G F00
F00, S0
S0, V
V.H,
H 3048M
3048M, FI
FI, MC=1J
PULL-UP -1.0G, F00, S0, V.H, 6096M, FI, MC=1J
PULL-UP -1.0G, F00, S0, V.H, 3048M, FI, MC=1A
Procedimentos: PULL-UP -1.0G, F00, S1, V.H, 6096M, FI, MC=1J
PULL-UP
PULL UP -1
1.0G,
0G F00
F00, S1
S1, V
V.H,
H 7425M
7425M, FI
FI, MC=1J
MC 1J
CONT.VERTICAL GUST, VB, 3048M, MZFW, CG AFT
1) Dados estatísticos de aeronaves similares MAX.SPRING BACK LOAD - T.DOWN - S.LEVEL
que já voaram; CONT.VERTICAL GUST, VB, 3048M, MTOW, CGA, ASY
VERTICAL GUST,, F00,, S1,, VB,, 2438M,, FI,, MC=3P ( NZ+))
2) Ensaios em túnel de vento;
BRAKED ROLL TWO POINTS - S.LEVEL
3) Simulações computacionais. MAX.VERT.LOAD AT F.D. - 2PTS - 8000.FT
LFT.ONE WHL.LD.FD.SD.LOAD LF. - 8000.FT
Infelizmente é muito difícil, ou quase impossível, LEFT ONE WHEEL LAND.AT F.D. - 8000.FT
CONT.VERTICAL GUST, VC, 3048M, MZFW, CG AFT
prever todos os tipos e níveis de carregamentos de
1 G FLIGHT, F45, S0, VF, 6096M, FI, MC=9A
um novo projeto!! 6
1. Introdução
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Tipos de Abordagem para Determinação de Cargas

Abordagem
Numérica

Abordagem Experimental

Abordagem
A líti
Analítica
Abordagem Analítica-Numérico-
Experimental

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2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
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Passo 0: Definição de um Sistema de Referência

Com excesão do taxiamento, a aeronave é 6 Graus de Liberdade: Ux, Uy,


efetivamente um corpo livre no espaço! Uz e θx, θy e θz.

São eixos ortogonais que passam pelo CG do


avião.
iã Porém,
P é isto
i não
ã é conveniente!!!
i !!!
y

CG do avião é variável!!

Os Eixos de Referência do Avião são:

• A linha central do avião, devido ao seu plano de simetria (Eixo X);

• A linha vertical em relação à fuselagem (Eixo Z); As posições do CG (Centro de


Gravidade) e o CA (Centro Aerodinâmico)
• A linha
li h ao longo
l d envergadura
da d (Ei Y).
(Eixo Y) não são fixas para cada envelope de
Carga.
8
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
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Procedimento Geral

P1. Análise da Carga e Influência no Movimento do Avião (Construção do Diagrama


de Corpo Livre);

P2. Avaliação das Cargas Aerodinâmicas (Sustentação, Arrasto e Força Lateral Y);

P3 Cálculo das acelerações de rotação e translação;


P3.

P4. Determinação das Forças de Inércia;

P5. Equilíbrio das Cargas Aerodinâmicas com as Forças de Inércia e Forças


Gravitacionais (peso);

P6. Primeira integração das cargas para obtenção das Cortantes;

P7. Segunda integração das cargas para obteção dos Momentos Fletores e de
Torção.

9
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
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P1. Construção do Diagrama de Corpo Livre

Cargas atuantes numa


aeronave para uma dada
condição
ç de Vôo

θ CA

MCG : Momento de Guinada (Mz); Momento de


θ: ângulo de atitude Rolamento (Mx) e Momento de Arfagem (My)

W: peso do avião (Força Gravitacional) Obs: O Centro Aerodinâmico (CA) é o ponto


sobre o perfil no qual o momento de arfagem é
D: força de arrasto (Carga Aerodinâmica) constante ((não varia com o ângulo
g de ataque).
q )
L: força de sustentação perpendicular à CP : ponto de aplicação das resultantes das
direção do vento (Carga Aerodinâmica) cargas aerodinâmicas 10
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
Prof. Dr Volnei Tita

P1. Construção do Diagrama de Corpo Livre

CA

Dados necessários para a determinação das Cargas:


1. Dados dimensionais do avião;
2. Peso e balanceamento do avião (posição do CG);
3. Características aerodinâmicas da asa,, da fuselagem,
g , etc.;;
4. Critérios de Projeto (Especificações e Requisitos)
11
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
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P2. Avaliação das Cargas Aerodinâmicas

A viscosidade contribui para a não simetria


Segundo o Príncipio de Bernoulli, quando um do escoamento em torno de aerofólios e
corpo atravessa
t um gas ou fluido,
fl id ou quando,
d asas e é a responsável pelo aparecimento
da força de sustentação.
um gas ou fluido escoa sob um corpo, forma-
se um campo de pressão sob este corpo. Apesar de uma asa cuja seção transversal seja
uma placa fina, plana ou curva, tenha
capacidade de gerar sustentação é difícil dar a
ela a resistência e rigidez necessárias para
suportar as forças que sobre ela atuam. Por
isso os primeiros aviões,
aviões nos quais as asas
eram bastante finas, necessitavam de um
complexo arranjo de cabos externos para
garantir resistência estrutural. Com o passar do
tempo, e a evolução dos projetos de aviões, os
cabos externos foram abandonados para
reduzir o arrasto e as asas passaram a ser
sustentadas por vigas tipo caixa, caixa ou viga
caixão, o que tornou as asas bem mais
espessas. Nessa época, já se havia descoberto
que aerofólios espessos tinham muitas
vantagens
t d ponto
do t de
d vista
i t aerodinâmico.
di â i

12
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
Prof. Dr Volnei Tita

P2. Avaliação das Cargas Aerodinâmicas

A pressão distribuída (campo de pessão) sob as superfícies de sustentação de uma aeronave atuam sob a
parte inferior (intradorso) bem como sob a parte superior (extradorso). Na parte superior a pressão é
denominada negativa por possuir magnitude menor que a pressão ambiente. Por outro lado, na parte
inferior a pressão é considerada positiva por possuir magnitude maior que a pressão ambiente. Além disso,
no intradorso a pressão atua normal à superfície apontando para a mesma, ao passo que no extradorso a
pressão atua normal à superfície apontando para fora da mesma.

As pressões aerodinâmicas podem ser


somadas algebricamente, produzindo
uma pressão resultante.
resultante

13
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
Prof. Dr Volnei Tita

P2. Avaliação das Cargas Aerodinâmicas


A resultante R das cargas aerodinâmicas pode ser decomposta em componentes normal e
perpendicular à corda:
N= componente de R perpendicular a corda
A= componente de R paralela à corda

α = ângulo de ataque
CL= coeficiente de sustentação
CD = coeficiente de arrasto
L = N cos α − A sin α = C L qS S = área da planta da asa

D = N sin α + A cos α = C D qS q = pressão aerodinâmica


q=
1
ρ V∞2
2
L = sustentação = componente de R perpendicular à direção de V∞
massa específica
D = arrasto = componente de R paralela à direção de V∞ do Ar 14
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
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P2. Avaliação das Cargas Aerodinâmicas


A magnitude dessas cargas depende do campo de pressão que por sua vez depende dos seguintes
fatores:
A) Densidade do ar (altitude da aeronave);
B) Velocidade relativa entre corpo e fluido (velocidade da aeronave);
C) Dimensões e forma do corpo (perfil do aerofólio).
D) Atitude do corpo em relação ao escoamento do fluido (ângulo de ataque);

A) Influência da massa específica do Ar

A ppressão,, temperatura
p e massa específica
p do ar atmosférico diminuem
significativamente com a altitude. A redução da massa específica é um fator
particularmente importante no vôo de aeronaves pois as forças aerodinâmicas,
como arrasto e sustentação, são diretamente proporcionais a massa específica
do ar.
ar A pressão e a velocidade relativa do escoamento variam
consideravelmente de um ponto para outro ao redor do avião. Quando o ar
escoa de uma região de alta pressão para outra de baixa pressão ele é
acelerado. Por outro lado, se o escoamento se dá de uma região g de baixa
pressão para outra de lata pressão o escoamento é desacelerado. Regiões de
alta pressão estão associadas a baixas velocidades e regiões de baixa pressão
estão com altas velocidades, como ilustrado abaixo. Quando a pressão do ar
aumenta rapidamente,
rapidamente a sua temperatura e massa específica também
aumentam. Analogamente, uma rápida redução na pressão, resulta em
queda de temperatura. 15
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
Prof. Dr Volnei Tita

Fatores que influenciam nas Cargas Aerodinâmicas

B) Influência da velocidade relativa


Escoamento
Escoamento Transônico
Subsônico

Mach Number < 1 Mach Number ≅ 1 (localmente!!)


Mach Number = Velocidade do avião / Velocidade do som

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2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
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Fatores que influenciam nas Cargas Aerodinâmicas

C) Influência da forma do aerofólio

A parte sombreada representa pressões mais elevadas do que a pressão atmosférica local. Pode-se
observar que a diferença
f de pressão entre o extradorso e o intradorso é mais acentuada na região frontal
f
do aerofólio que, conseqüentemente, contribui com a maior parcela da sustentação. Esse efeito era muito
pronunciado nos aerofólios antigos. Atualmente a tendência é projetar aerofólios que produzam uma
distribuição mais uniforme de sustentação o que traz vantagens tanto do ponto de vista
aerodinâmico quanto estrutural.

D) Influência do ângulo de ataque

17
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
Prof. Dr Volnei Tita

Fatores que influenciam nas Cargas Aerodinâmicas

D) Influência do ângulo de ataque

Estol do Perfil

α pequeno
Estol acontece quando o escoamento não consegue
seguir o contorno do aerofólio,
aerofólio isto é,
é a camada limite
descola do corpo. Uma vez ocorrida a separação, a
sucção (baixa pressão) na região do bordo de
ataque e a componente tangencial são quase que
completamente perdidas. Assim, a força resultante,
devido à pressão, age quase que perpendicularmente a
superfície do corpo, o que implica em um aumento α < αestol
significativo do arrasto.
arrasto A menos que se aumente a
tração, para compensar, o avião desacelerará
diminuindo ainda mais a capacidade de sustentação
da asa. O avião pode perder bastante altitude no
processo para se recuperar do d estol
t l e, portanto,
t t a
prevenção desse fenômeno é uma preocupação
permanente de pilotos e engenheiros.

α > αestol 18
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
Prof. Dr Volnei Tita

P1. Análise da Carga e Influência no Movimento do Avião (Construção do Diagrama de


Corpo Livre);
P2. Avaliação das Cargas Aerodinâmicas (Sustentação e Arrasto);
P3. Cálculo das acelerações de rotação e translação;
ç das Forças
P4. Determinação ç de Inércia;;
P5. Equilíbrio das Cargas Aerodinâmicas com as Forças de Inércia e Forças
Gravitacionais (peso);
P6. Primeira integração das cargas para obtenção das Cortantes;
P7. Segunda integração das cargas para obteção dos Momentos Fletores e de Torção.

Como determinar o CG
de uma aeronave?

CA

19
2.1 Determinação do CG da Aeronave
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Peso e Posição do CG (“Centragem”)

A posição do CG (centro de gravidade) em relação ao CA (centro aerodinâmico) é


importante tanto por razões estruturais quanto aerodinâmicas.

z(m)
Problemas
ob e as co
com ad
adição
ção de massas
assas Peso e Centragem
localizadas

Equipamentos
q p

O movimento do CG para frente e para trás deve ser mantido dentro de certos limites,
sendo que os limites são geralmente determinados por exigências de controle do avião,
que tende a ficar mais estável quando seu CG é movido para frente e menos estável
quando
d o mesmo é movido id para trás.

20
2.1 Determinação do CG da Aeronave
Prof. Dr Volnei Tita

Peso e Posição do CG (“Centragem”)


D fi i õ Importantes:
Definições I t t
¾ Peso Total: Peso Vazio + Carga Útil
¾ Peso Vazio: asa + fuselagem + empenagem + tdp + motores + sistemas + combustível não-
não
utilizável+fluidos de operação+massas de balanceamento
¾ Carga Útil: combustível+tripulação+ carga paga (passageiros, bagagens e carga)
¾ MLW: máximo peso para pouso
¾ MTOW: máximo peso para desenvolver uma missão específica (no início da corrida de
decolagem)
¾ MZFW: peso de estruturas + pay load + zero fuel aboard (combustível utilizável)
¾ OEW: peso da aeronave sem carga e sem combustível utilizável

Há limites mínimos e máximos para o peso de uma aeronave. O peso mínimo de operação é
o peso da aeronave vazia, somado ao peso da carga útil mínima, ou seja, a tripulação e o
combustível. O peso máximo é dado por considerações estruturais e aerodinâmicas, sendo
objeto de certificação.

Para aviões de transporte e cargas,


cargas os carregamentos estão distribuídos por toda a
aeronave, assim, deve-se balancear as cargas da cauda para as posições mais
adiantadas e recuadas do CG. 21
2.1 Determinação do CG da Aeronave
Prof. Dr Volnei Tita

Diagrama: Peso x Posição do CG


a) Escolhe-se um sistema de referência c) Posição avançada do CG:
z(m) arbitrário; determina-se pela adição do peso de
b) Determina-se o peso mínimo de itens de carga útil ao peso mínimo de
operação e a posição correspondente operação começando-se com os
do CG; itens mais à frente;

d) Posições traseiras do CG: idem,


começando com os itens mais atrás.

1,729

O limite posterior do CG é um importante fator para garantir a estabilidade positiva do


avião. A posição do CG geralmente é dada em termos percentuais da corda
aerodinâmica média da asa. 22
2.1 Determinação do CG da Aeronave
Prof. Dr Volnei Tita

Exercício
Construa o Diagrama:
Corda Aerodinâmica Média (CAM) = 1
1,295
295 m
Peso x Posição do CG Xcam = 1,502 m

Co-

Co-

23
2.1 Determinação do CG da Aeronave
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Diagrama: Peso x Posição do CG


Corda Aerodinâmica Média (CAM) = 1
1,295
295 m
Xcam = 1,502 m

Co-

Co-

24
2.1 Determinação do CG da Aeronave
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Diagrama: Peso x Posição do CG


O gráfico a seguir mostra a variação do CG,
CG em função das configurações descritas.
descritas As
posições A e B representam respectivamente a posição x mais avançada e a mais recuada
do CG.

Procedimento análogo pode ser realizado para obter a variação da posição do


CG ao longo da vertical (eixo z). 25
2.1 Determinação do CG da Aeronave
Prof. Dr Volnei Tita

MTOW

Diagrama Final: MLW


P
Peso
MZFW
x
Posição do CG

OEW

26
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
Prof. Dr Volnei Tita

P1. Análise da Carga e Influência no Movimento do Avião (Construção do Diagrama


de Corpo Livre);
P2. Avaliação das Cargas Aerodinâmicas (Sustentação e Arrasto);
P3. Cálculo das acelerações de rotação e translação;
P4. Determinação das Forças de Inércia;
P5. Equilíbrio das Cargas Aerodinâmicas com as Forças de Inércia e Forças
Gravitacionais (peso);
g ç das cargas
P6. Primeira integração g p para obtenção
ç das Cortantes;
P7. Segunda integração das cargas para obteção dos Momentos Fletores e de
Torção.

Quando uma aeronave executa uma curva com aceleração linear. O piloto não está
diretamente sujeito às forças aerodinâmicas que causam o movimento da aeronave,
mas ppor outro lado sofrerá a ação
ç das forças
ç de inércia.

As operações típicas que provocam grandes forças de inércia são:


¾ Pouso; Casos de
¾ Manobra em vôo (operação controlada) Ex: aviões caça; Carga Máxima
¾ Rajada
R j d (operação
( ã não
ã controlada).
t l d )
27
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
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P3. Cálculo das Acelerações


r
r dr r r Onde:
v= = ωx r r r
ω2 ydM
ω2 rdM dt ω = ωe Z
r r r
ω2 xdM r d2 r r r r r r α = αe Z
dM
a = 2 = α × r + ω × (ω × r ) r r r
dt r = xe X + ye Y
Portanto:
r r r 2r
( 2 r
) ( 2 r
a = αxe Y − αye X − ω r = − αy + ω x e X + αx − ω y e Y )
r r r r
Força Inercial dFi = dFX e X + dFY e Y = −dMa
em dM r r r r
dFX e X + dFY e Y = dM (αy + ω x )e X − dM (αx − ω y)e Y
2 2

Integrando para FX = ∫ (αy + ω2 x )dM = α ∫ ( y)dM + ω2 ∫ ( x )dM


o Corpo Inteiro:
FY = ∫ (−αx + ω2 y)dM = −α ∫ ( x )dM + ω2 ∫ ( y)dM
28
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
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P4. Determinação das Forças de Inércia

FX = αMy + ω2 Mx Coordenadas do Centro de


Massa:
( x , y)
FY = −αMx + ω2 My
r r r r r r r r
Binário Inercial TO = TO e Z = ∫ r × dFi = ∫ (xe X + ye Y )× (dFX e X + dFY e Y )
R
Resultante
lt t em r r
torno de Z TO = ∫ (xdFY − ydFX )e Z
Substituindo Fx
e Fy tem-se:
( ) [(
TO = ∫ − αx 2 + ω2 xy − αy 2 − ω2 xy dM = −α ∫ x 2 + y 2 dM = −αI O ) ]
IO = Momento de Inércia da massa em relação ao eixo de rotação

Porém: (
IO = I + M x 2 + y 2 ) Momento de Inércia da massa em relação ao CG

TO = −αI − M ( x 2 + y 2 )α
29
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
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P4. Determinação das Forças de Inércia

Se o CG do corpo passa por um dos eixos de referência, tem-se: y=0


Exemplo: CG do avião está sob o plano de simetria do mesmo,
mesmo onde passa o eixo x.
x

FX = ω2 Mx r r
FY = −αMx
Conclusão: Força Inercial é dada por Fi = −Ma CG

TO = − Iα − Mx 2 α

Vale ressaltar que se o referencial possuir uma aceleração igual a aO tem


tem-se:
se:
r r r
Fi = − Ma CG − Ma O

30
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

A Ação da Força Centrífuga durante Manobra em Vôo Não Nivelado

O que é Fator de Carga?

31
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

A Ação da Força Centrífuga durante Manobra em Vôo Não Nivelado

32
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

O fator de carga (n) é a resultante das forças externas atuantes sobre o avião (sem
considerar peso W) naquela direção dividida pelo peso do avião. Este número expressa a
condição de “manobrabilidade” de uma aeronave como um múltiplo da aceleração da
gravidade:

Fator de C arg a = n = Razão de


a
n=
∑ F externas (exceto
t peso)
g W
Valores Limites Típicos:
¾ n (positivo): de 2,5 a 3,8 (até 9 para aviões de combate)
¾ n (negativo): de –1 a –1,5 (até –6 para aviões de combate)

Para baixas velocidades, o maior valor para o fator de carga de uma aeronave é
limitado pela capacidade de sustentação (condição de estol).

As Maiores Cargas Sustentação durante manobras de


A
Aerodinâmicas
di â i grande
d aceleração
l ã e rajadas.
j d

33
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fatores de Carga: Manobra em Vôo Nivelado

(T)

Caso 1: vôo nivelado com


Exemplo 1.3.7: (Sangster) aceleração vertical az

Fxa − Fxp
ax D−T az
em x : Fxa − Fxp = Ma x ⇒ n x =
W g
=
∴nx =
W
nz = 1+ Medida por
acelerômetro
g
W + Ma z az
em z : Fza − W = Ma z ⇒ n z = = 1+ L = Wn z
W g
a F L Para Manobra em Vôo
ou Fza − W = Ma z ⇒ Fza = W (1 + z ) = Wn z ⇒ n z = za = Nivelado com az
g W W 34
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fatores de Carga: Manobra em Vôo Nivelado

Caso 2: vôo nivelado sem aceleração


vertical az e aceleração vertical ax
(L)
0
(T)
(D)

A força desenvolvida pela motor iguala-se às


0 forças de arrasto do avião (T=D) e a
p
componente de inércia é nula.

em z : L − W = 0 ⇒ L = W ⇒ n z = 1
O peso do avião (W) atua no sentido oposto à
az 0 sustentação (L) com valor igual à mesma.
ou L =n zW = W (1 + ) = W (1)
g

35
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fatores de Carga: Manobra em Vôo Nivelado

Caso 3: vôo nivelado sem


aceleração vertical az
(L)

(T)
(D)

A força desenvolvida pela motor é diferente


das forças de arrasto do avião (T>D) e a
0 componente de inércia não é nula.

W
em x : D − T = Ma x ⇒ D − T = a x = Wn x
g
D−T
ou seja n x = “Thrust Lead Factor”
W

36
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fatores de Carga: Manobra em Vôo Não Nivelado

Caso 4: vôo não-nivelado


A linha de impulso de
propulsão não é horizontal.
horizontal

( )
(T)

Fxa − Fxp Ma x − Wx a x W sen θ a x


em x : n x = = = − = − sen θ
W W g W g
W ⎛ ax ⎞ − T + Fxa
ou − T + Fxa + W sen θ = a x ⇒ −T + Fxa = W⎜⎜ − sen θ ⎟⎟ = Wn x ∴ n x =
g ⎝ g ⎠ W
Fza Ma z + W cos θ a z
em z : n z = = = + cos θ
w W g 37
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fatores de Carga: Pouso

Caso 5: Pouso

Transição
T i ã dda condição
di ã d de
vôo para condição de
contato com o solo.

1. O avião se aproxima do solo segundo uma trajetória tal que no instante do


1
impacto possua uma velocidade horizontal (acima da velocidade de estol) e uma
velocidade de descida.
2. As asas sustentam parcial ou totalmente o peso do avião, dependendo de sua
velocidade e atitude.
3. Uma vez em contato com o solo,
3 solo o trem de pouso passa a absorver a energia
cinética da massa do avião na velocidade de descida vd.
38
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga: Pouso

Caso 5: Pouso

W
Para este caso, o fator de carga
é definido como a Força de
Reação do TDP Principal pelo
peso do avião (W).

W ⎛ az ⎞
em z : V − W = Ma z ⇒ V = a z + W = W⎜⎜ + 1⎟⎟ = Wn z
g ⎝g ⎠
V Fatores de Carga para Pouso
ou seja : n z = de Emergência:
W
nx = -1.5 g e 9.0 g;
W H
em x : H = MaM x ⇒H= ax ∴nx = ny = +3.0 g;
g W n = -3.0 g e 6.0 g;
z 39
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga: Exercício

Determinar os fatores de carga de um avião voando em círculo horizontal, com ângulo de


rolamento de 60o. Desprezar os efeitos da carga na empenagem.

nZ ′ nZ nY

40
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga: Exercício

L 3
Z em Y : L cos 30 = MaY = Wn y ⇒ n y =
0

2W
L
em Z : − W = Lsen30 0 ⇒ W =
2
Y
2W 3
Por tan to n y = ≅ 1,73
2W

L cos 60 0 2W cos 60 0
Por tan to nz = = =1
W W
nz
P tan to cos 60 =
Por 0
⇒ nz′ = 2 note que L = 2W
nz′
41
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga para Rajada

Rajada de Contorno Vivo

Região de ar com velocidade


Velocidade Vertical do Ar = KU vertical nula

ΔFZ

α+Δα
V V V

KU

Hipóteses para Rajadas de Contorno Vivo:


As rajadas reais geralmente não são 1) A trajetória do avião continua horizontal durante o
Rajadas de Contorno Vivo, porém intervalo necessário para o aumento de sustentação
podem ser tratadas como “rajadas devido à rajada;
equivalentes de contorno vivo
vivo”.
2) O aumento de sustentação é instantâneo;
3) A estrutura da asa é rígida. 42
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga para Rajada

Quando o avião está em vôo nivelado ou calmo e


subitamente encontra uma corrente de ar
ascendente com velocidade vertical KU então o
ângulo de ataque α é incrementado de Δα.

Como Δα é muito pequeno:


A alteração no coeficiente da
KU força normal do avião CZ
tgΔα ≈ Δα = devido a Δα é obtida pela
V
curva ao lado.
l d

KU
ΔC Za = βΔα = β
V
β +AAA

ΔC
ΔC Za
Δn = ? β=
Δα 43
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga para Rajada

Para determinação de Δn, recorre-se a seguinte relação:

1 C Za ρSV 2
C Za qS = C Za ρV 2S = nW ⇔ n =
2 2W

Mudança na carga
V ↑⇒ n ↑ ΔC Za ρSV 2
ρSβKUV Fz do avião
Δn = =
W / S ↑⇒ n ↓ 2W 2W
ΔFZ = ΔnW
n = 1 ± Δn

44
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga para Rajada

βKUV β (graus)
Δn = 0,1
ΔC Za ρSV 2 ρSβKUV W /S V (milhas/h)
Δn = =
2W 2W βKUV β (graus)
Δn = 15,9155
W /S V (Km/h)

ρ = densidade do ar no nível do mar


[0,00238 slugs/ft3] Para um avião em vôo nivelado, o
Fator de Carga é igual a:
β = inclinação da curva do coeficiente de
1+/- contribuição da rajada, ou seja:
sustentação em função de α (rad) [grau]-1
KU = velocidade efetiva da rajada [ft/s]
β KUV
S = área da asa [ft2] n = 1 ± 0,1
V = velocidade indicada [[mi/h]] W /S
W = peso bruto do avião [lb]; 180o
0,1 = ([mi / h ]x1,47 )x 01
1
,00238
4 2 43 x
W/S = Carga Alar 1 44 2 4 4
2 V[ mi / h ]→ft / s3 π
densidade {
grau −1 → rad
45
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga para Rajada

Velocidade Efetiva de Rajada (KU):


É a velocidade teórica de uma rajada instantânea que fornece o mesmo fator de carga de
uma rajada real.

Há uma distância finita que o ar acelera de zero até uma velocidade máxima de rajada.
Assim, há um Δt pequeno para o avião entrar nesta zona de transição de velocidades.

Como determinar KU?


Resp: através de acelerômetros colocados em aviões que voam em ar turbulento. Isto
representa os máximos valores de velocidade efetiva de rajada que o avião alguma vez irá
encontrar durante sua vida em serviço.

Importante: aviões com grandes cargas de asa são mais rápidos e passam pela zona de
transição num período de tempo mais curto, necessitando assim ser projetado
j para valores
mais elevados de K.
46
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga para Rajada

Para melhor entendimento dos efeitos de rajada, deve-se estudar o movimento do avião
pós-rajada.

No caso da rajada ser instantânea, tem-se K=1 e a velocidade de rajada = U.


Dessa forma, o avião adquire uma aceleração vertical inicial ao e possui uma velocidade
vertical vi. Em função do tempo tem-se:
tem se:

ao t1=0 ⇒ o ângulo de ataque devido à rajada (Δα) tem um valor máximo


d d por:
dado KU
Δα = = U/V
V
mpo

a t2>t1 ⇒ o ângulo de ataque decresce até U − V


Tem

devido à componente vertical v. V

t3>t2 ⇒ quando v=U, o ângulo devido à rajada Δα é igual a ZERO, ou


seja, o avião se encontra na condição de vôo inicial.

47
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Fator de Carga para Rajada

Considerando que para um dado instante tem-se:


U
ΔC Z = βΔα = β
C Z qS − W = Ma ⇔ ΔC Z qS = MΔa V

U U qS
β qS = MΔa ⇒ Δa = β Δa = a 0 − a inicial ≈ a 0
V VM
pois ainicial=0
a U−V dv U−V
= ⇒a= = a0
a0 U dt U

a0 1 U qS qS ⎛ U − V ⎞
a0 = β ⇒a =β ⎜
t V

∫0 U dt = ∫0 U − Vdv VM M⎝ V ⎠

Variação da a 0t Onde U-V= velocidade durante a rajada



Aceleração durante a a = a 0e U
Rajada 48
2.2 Determinação do Fator de Carga
Prof. Dr Volnei Tita

Componentes de Fator de Carga


Na análise de um avião,
avião as componentes de Fator de Carga são obtidas segundo eixos
paralelos e perpendiculares à linha de propulsão. Contudo as forças aerodinâmicas são
obtidas primeiro:1) Sustentação: perpendicular à direção de vôo; 2) Arrasto: paralela à direção
de vôo.
vôo
Caso os fatores de carga sejam obtidos inicialmente segundo os eixos de L e D, tais fatores
poderão ser decompostos em outros eixos quaisquer.
Exemplo: Considere uma força Wn atuando sobre um dado eixo que forma um ângulo θ
com o eixo escolhido para os cálculos. Assim, a componente da força será dada por
Wn(cos θ). Portanto, a componente do fator de carga será n(cos θ).

O Fator de Carga n segundo um dado eixo i é tal que o produto do fator de


carga pelo peso de um elemento é igual a soma das componentes de peso e
Definição das forças de inércia segundo o mesmo eixo i.
Geral O peso e as forças de inércia estão sempre em equilíbrio com as forças
externas atuando no avião, e a soma das componentes do peso e forças de
inércia segundo qualquer eixo tem de ser igual e oposta à soma das
componentes das forças externas (Sustentação; Arrasto; Empuxo) segundo


esse eixo.
F (exceto
t peso)
n= externas

W 49
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
Prof. Dr Volnei Tita

P5. O Equilíbrio Dinâmico


r r
F − Ma = 0
Vetor de Forças
Vetor de Forças Externas Forças de
de Campo
(peso)
p
+ (cargas de vôo,
vôo
de solo, etc.)
+ Inércia = ZERO

Equilíbrio Dinâmico para uma dada Estrutura (Exs: Asa;


Fuselagem; Empenagem)

P1 Análise da Carga e Influência no Movimento do Avião (Construção do Diagrama de Corpo


P1.
Livre);
P2. Avaliação das Cargas Aerodinâmicas (Sustentação e Arrasto);
P3. Cálculo das acelerações de rotação e translação;
P4. Determinação das Forças de Inércia;
P5. Equilíbrio das Cargas Aerodinâmicas com as Forças de Inércia e Forças
Gravitacionais (peso);
P6 Primeira integração das cargas para obtenção das Cortantes;
P6.
P7. Segunda integração das cargas para obteção dos Momentos Fletores e de Torção.
50
2. Procedimento Geral para Determinação de Cargas
Prof. Dr Volnei Tita

Maiores Fatores de Carga (Diagrama V-n) para os casos de vôo

IInúmeras
ú combinações
bi õ ded casos IInúmeras
ú combinações
bi õ ded CG,
CG VVelocidades,
l id d
de vôo, de solo dentre outros. Altitudes e Ângulos de Ataque

Envelope de Casos de Carga


P5. Equilíbrio Dinâmico
Ex: Casos de Carga nas Asas

Caso de Carga P6. Forças Cortantes


não avaliado P7. Momentos Fletores e
Torsores

não
Manobra Simétrica
É o valor máximo
numa dada STA?

sim

Casos Críticos

Análise Estrutural Manobra Assimétrica


51
3. Diagrama V-n
Prof. Dr Volnei Tita

O diagrama V-n apresenta a envoltória das condições permitidas para operação normal
do avião para várias condições de carga, ou seja, é um envelope da condição limite de
manobra e/ou rajada.
Manobra → sob controle do piloto → mudança de atitude → mudança de sustentação
Rajada→ condição atmosférica → mudança de atitude → mudança de sustentação

Constitui-se de um
gráfico dos fatores
de carga limites em
função da velocidade
aerodinâmica da
aeronave (V).

Velocidade Aerodinâmica
(velocidade Real)
Jato subsônico de treinamento [BRANDT,1997]. 52
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Comentários Gerais sobre o Diagrama V-n


1
1. Os fatores de carga limites para manobras são especificados de acordo com a
finalidade do avião. A partir destes fatores de carga, pode-se determinar a carga final
utilizando-se o fator de segurança.
2
2. Nas condições reais de vôo,
ô o avião está
á sujeito a manobras com fatores
f de carga
diversos, em velocidades e altitudes diferentes (densidades do ar diferentes).
Inúmeros casos de carga, e portanto, na prática, tem-se a construção do
envelope
l crítico
íti ded carga.
3. O projeto estrutural do avião deve levar em consideração, dessa forma, a combinação
g com velocidades equivalentes.
desses fatores de carga q
4. A velocidade indicada (IAS = Indicated Air Speed) é utilizada uma vez que todas as
cargas sejam proporcionais a: 2
V
q=ρ (V = velocidade real)
2
Caso a velocidade indicada seja empregada, o Diagrama V-n será o mesmo para
qualquer altitude.
altitude Quando os efeitos de compressibilidade são considerados
considerados, estes
dependem da velocidade real e não da indicada.
5. Se o avião não possui aceleração angular, então, as forças gravitacionais (forças de
campo)) e de
d inércia
i é i serão
ã distribuídas
di t ib íd d mesma forma
da f que o peso dosd vários
ái
componentes do avião e terão uma resultante que atua no CG do mesmo;
53
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Comentários Gerais sobre o Diagrama V-n

ASL = At Sea Level


54
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Diagrama V-n de Manobras

A C

B D

Os maiores valores (positivo e negativo) de fatores de carga que a estrutura da


aeronave pode suportar estão mostradas nas linhas horizontais do diagrama.
g Para esta
aeronave em particular, estes limites estruturais não são funções da velocidade
aerodinâmica. 55
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Diagrama V-n de Manobras x Análise Estrutural

56
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Diagrama V-n de Manobras

A
C

B D

Em baixas velocidades, o maior fator de carga é limitado à máxima sustentação que a


aeronave pode gerar. Estes limites aerodinâmicos são chamados de estol (stall) , e
f
formam d i limites
dois li it para o fator
f t de
d carga (positive
( iti stall
t ll limit
li it e negative
ti stall
t ll limit).
li it) É
impossível manobrar a aeronave com velocidades-fatores de carga que estejam fora
dos limites impostos pelo Diagrama V-n. 57
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Diagrama V-n de Manobras

A
C

B D

A linha vertical,
vertical chamada de “limite
limite q
q” (q limit),
limit) indica a maior velocidade aerodinâmica
suportada pela estrutura, nas condições de altitude e peso indicadas. Neste caso, o limite
para a velocidade não é função do fator de carga. Em muitas aeronaves, a máxima
velocidade suportada pela estrutura diminui com grandes fatores de cargas (positivos ou
negativos). Essa velocidade de mergulho limite é cerca de 1,2 a 1,5 vezes a velocidade
indicada em vôo nivelado. 58
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Condições Críticas de Vôo

As 4 condições capazes de produzir


A C o maior carregamento possível em
qualquer
q q parte do avião p
p para
qualquer condição de manobra em
B D vôo simétrico.

Produzem o Maior Fator de


Carga Positivo ou Negativo!!

Ponto A - Condição +AAA = ângulo de ataque máximo positivo


Ponto C - Condição +BAA = menor ângulo de ataque para sustentar um vôo com fator de
carga máximo, tem-se a máxima velocidade do avião (velocidade de mergulho). Em algumas
situações, uma condição de rajada positiva pode gerar uma condição mais severa.
Ponto B - Condição -AAA = alto ângulo de ataque negativo, tem-se assim manobras
negativas (vôo de dorso ou rajadas negativas)
Ponto D - Condição -BAA
BAA = baixo ângulo de ataque negativo que ocorre para velocidades
máximas (velocidade de mergulho). Em algumas situações, uma condição de rajada negativa
pode gerar uma condição mais severa. 59
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Condição +AAA

A condição +AAA é obtida numa subida com o maior ângulo de ataque positivo permitido
pela asa.

¾ Coeficiente de sustentação cerca de 1,25 vezes maior do que o


coeficiente de sustentação (CL) em vôo nivelado
¾ As forças de sustentação (L) e arrasto (D) são respectivamente
perpendicular e paralela à direção do vento relativo, a decomposição
da resultante ((R)) em componentes
p Fzw ((N)) e Fxw ((C)) no sistema de
coordenadas da asa.

Incertezas na obtenção do ângulo de ataque fazem com que seja necessário empregar
nos cálculos um valor maior do que o medido em condições estacionárias. Dessa forma,
os dados aerodinâmicos são extrapolados pelos dados medidos em condições de
escoamentost estacionários.
t i ái P i medidas
Pois, did em regime
i não-estacionário
ã t i á i (transiente)
(t i t ) são
ã
muito difíceis de serem realizadas.

60
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Condição +AAA

¾ O momento fletor produzido pela componente Fzw (N)


produz esforços de compressão no extradorso da asa
enquanto que a componente Fxw (C) produz compressão na
região de seu bordo de ataque. Nessas condições os
esforços de compressão serão máximos no extradorso da
região do bordo de ataque da asa, sendo que o intradorso da
região do bordo de fuga sofrerá esforços de tração.

¾ Para a condição +AAA,


+AAA a linha de ação da resultante das forças aerodinâmicas (R) está
geralmente localizada em posição mais à frente da corda, ou seja, mais próxima do bordo
de ataque. Dessa forma, para aviões com CG posicionado atrás do CA, esta condição
corresponderá à máxima carga para cima na empenagem horizontal.
horizontal Nota-se
Nota se que o
momento causado por esta força tem valor máximo máximo em torno do CG. Dessa forma,
a carga dirigida para cima no EH é máxima, a fim de equilibrar o momento gerado pelas
cargas aerodinâmicas.
aerodinâmicas

61
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Condição +BAA

A condição +BAA é obtida para o menor ângulo de ataque positivo possível, ou seja,
situação em que o avião mergulha (dive). Pode-se ter o mínimo ângulo de ataque
gerando sustentação
g ç desde qque haja
j máxima velocidade.

¾ Velocidade máxima de vôo corresponde ao mínimo CL


necessário para mantê-lo. A velocidade de mergulho é
aproximadamente de 1,2 a 1,25 vezes a velocidade máxima
em vôo nivelado.
¾ A componente Fxw (C) é máxima atuando para trás
enquanto que componente Fzw (N) continua sendo positiva
na direção do eixo z, resultando em esforços de compressão
máximos no extradorso da região do bordo de fuga e de
tração no intradorso da região do bordo de ataque.

¾ Para a condição +BAA


BAA a linha de ação da resultante está localizada na posição mais atrás
da corda, ou seja, mais próxima do bordo de fuga. Portanto, para aviões com CG
posicionado à frente do CA, essa condição corresponderá à carga máxima para baixo na
empenagem
p g horizontal. Nota-se q
que o momento causado p por esta força
ç tem valor negativo
g
máximo em torno do CG. Dessa forma, a carga dirigida para baixo no EH é máxima, a fim de
equilibrar o momento gerado pelas cargas aerodinâmicas. 62
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Condição -AAA

A condição –AAA é obtida para o maior ângulo de ataque negativo possível, e ocorre em
manobras intencionais (há escoamento de ar dirigido para baixo) ou quando há rajadas
no sentido descendente em vôo nivelado.

¾ Os fatores de carga nesse caso são bastante inferiores do


que para manobras positivas por 2 motivos:
1. Os motores convencionais não operam sob
fatores de carga negativa por muito tempo;
2. Há um grande desconforto sentido pelo piloto.

¾Os fatores
¾O f t d carga de
de d rajada
j d são
ã ttambém
bé menores, pois
i
em vôo nivelado, o peso do avião soma-se às forças de
inércia para rajadas positivas;
¾Na condição –AAA a asa está na condição de estol
negativo, resultando em momento fletor que produzirá
g
esforços de compressão máximos no intradorso da região do
bordo de ataque da asa e de tração máximos em seu
extradorso na região do bordo de fuga. 63
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Condição -BAA

A condição –BAA é obtida para o menor ângulo de ataque negativo possível, e ocorre em
manobras intencionais ou rajadas negativas. Pode-se ter o mínimo ângulo de ataque
gerando
d sustentação
t t ã desde
d d que haja
h j máxima
á i velocidade
l id d ded mergulho
lh do
d avião.

¾ Nesta condição a componente Fxw (C) é máxima


atuando para trás quando comparada com qualquer
outra atitude negativa;
¾Esforços
¾E f críticos
íti d compressão
de ã no intradorso
i t d d
da
região do bordo de fuga da asa e de tração no
extradorso da região de seu bordo de ataque.

As 4 Condições de Vôo Críticas devem ser utilizadas para o Cálculo das Estruturas
Aeronáuticas. Haja vistas que elas produzem as condições de tração e compressão
máxima!

64
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

Condições Críticas de Vôo

Extradorso/Bordo de Ataque Extradorso/Bordo de Fuga

Intradorso/Bordo de Ataque Intradorso/Bordo de Fuga

Há outras condições específicas que devem ser analisadas, tais como:


-Condição de Flap: interfere na torção da asa, na cortante da longarina traseira, nas
cargas verticais
i i para baixo
b i no estabilizador
bili d horizontal.
h i l
-Condições de carga assimétricas são investigadas para aviões militares. 65
3.1 Diagrama V-n para Manobras
Prof. Dr Volnei Tita

VC = veloc de cruzeiro
Influência do Flap no Diagrama V-n
VC( 1 ) = 38 W ou VC( 2 ) = 0 ,9VH
S
3.0
Nz Flaps
p upp
{ }
VC = min VC( 1 ) ,VC( 2 ) FAR 25.335( a )
2.5 2,51g

2.0 2g VH = veloc máxima ao


nível do mar
1.5
Flaps down

10
1.0 g
1g
n1
Vf Va Vb Vc Vd
0.5
Vs Vs
0.0

-0.5
EAS

Flap Position Spoiler


-1.0 (deg) Position -1g

0 open/closed VD = veloc de mergulho


-1.5 9 open/closed Vs = veloc de estól
22
45
open/closed
open/closed V f = VS n1 VD = 1,4VC min
FAR 25.335( b ) 66
3.2 Diagrama V-n para Rajadas
Prof. Dr Volnei Tita

Avaliação do Diagrama V-n (Manobras e Rajadas)

É conveniente combinar Forças Inerciais, Peso (W)


e Fator de Carga (n) da seguinte forma:
1 C ρSV 2

C Za qS = C Za ρV 2S = nW ⇔ n = a
Z

2 2W

+AAA +BAA
-F e C representam os
fatores de carga mais βKUV Máxima Rajada Positiva com
n = 1 + 0,1
Z a ρSV
C MAX 2
W /S Vôo Nivelado Horizontal
severos que o avião n=
t á que suportar
terá t ao 2W Rajada Positiva com Vôo
em Atitude Vertical
longo do seu ciclo de
βKUV
vida útil; n = 0,1
W /S
-É pouco provável que condição de rajada
a combinação de
rajadas e manobras βKUV
βKUV n = 1 − 0,1
n = 0,1 W /S Rajada Negativa com Vôo
produza uma condição W /S Nivelado Horizontal
que passe o limite
imposto para o fator de -AAA -BAA
C MIN
ρSV 2
carga de projeto. n=
Za

2W Máxima Rajada Negativa


com Vôo em Atitude Vertical67
3.2 Diagrama V-n para Rajadas
Prof. Dr Volnei Tita

Avaliação do Diagrama V-n (Rajadas) βKUV


Δn = 0 ,1
KU em ft/s = velocidade efetiva de W/S
rajada na Vd, na Vc ou Vstall

Exemplo: FAR 25.335(d) ou Apostila Sangster

Velocidade de Vôo KU
VB +/- 40K’ [ft/s]
VC +/- 30K’ [ft/s]
VD +/- 15K’ [ft/s]

[
⎧ 0 ,5(W S ) se W S < 16 lb / ft 2

0 , 25
]
fator K ′ = f ( c arg a alar ) = ⎨
⎪1,33 −
2 ,67
se W S > 16 lb[/ ft 2
]
⎩ (W S )0 ,75
68
3.2 Diagrama V-n para Rajadas
Prof. Dr Volnei Tita

Avaliação do Diagrama V-n (Manobras e Rajadas)

69
3.3 Construção de um Diagrama V-n
Prof. Dr Volnei Tita

Exercício

Construa os Diagramas V-n: Manobra, Rajada e Final

Planta da Asa Condições de vôo

CM = coef de momento em
relação ao CG do avião
avião.

Vd = velocidade de mergulho
W = peso bruto do avião = 8000lb
de projeto = 400 mi/h
S = área da asa do avião = 266 ft2
n = fator de carga limite
KU = 34 ft/s (velocidade efetiva de rajada na Vd)
n max = +6
ρ = densidade do ar = 0,00256 slugs/ft3 1 mi/h = 1,47 ft/s n min = - 3 70
3.3 Construção de um Diagrama V-n
Prof. Dr Volnei Tita

Construção do Diagrama V-n

As características aerodinâmicas sem a EH são obtidas de ensaios em túnel de vento para


diferentes ângulos de ataque. Sendo que para o ângulo ataque da asa igual a 20o, tem-se CL
máximo igual a 1,67. Vale ressaltar que os dados aerodinâmicos são extrapolados para α
igual a 26o, devido à perda de linearidade da curva com o aumento do ângulo de ataque. Para
o valor de α negativo obteve-se o valor de –17o.

Assumindo que: Cza = 1,25 x (valor obtido para o ângulo de perda da asa) = 2,070
71
3.3 Construção de um Diagrama V-n
Prof. Dr Volnei Tita

Construção do Diagrama V-n Equações para Manobra

A equação da curva OA é dada por:


}
ft / s
}
mi /h
ρ SV 2
ρS V 2
n = CZa = 2 ,070 = 0 ,0001772 V 2
2W 2W

Para o Ponto A, n=6, então V=184 mi/h


Para OB Cza=-1,2 (α = -17o), então:
}
ft / s
}
mi /h
ρS V 2
n = − 1 ,2 = − 0 ,0001024 V 2
2W
Para o Ponto B, n=-3, então V=172 mi/h

Equações para Rajada β é obtido das condições extremas da curva de Cza x α,


assumindo uma variação linear. Assim, β = 0,0763 [grau]-1
βKUV
Δn = 0 ,1 Ver slide 45
W/S Sendo α>0 e vôo nivelado: n = 1 + 0,00865V
(0,0763)34V Sendo Vd=400 mi/h então F n = 1 + 3,46 = 4,46
Δn = 0,1 = 0,00865V Para F:
P
30 Δn = 3,46 Para E: n = −3,46
72
3.3 Construção de um Diagrama V-n
Prof. Dr Volnei Tita

Diagrama V-n

Os esforços solicitante na asa (flexão e cortante) são calculados para a condição +AAA,
representada pelo ponto A do diagrama V-n.
V n A asa tem um ângulo de ataque de 26º para
uma velocidade indicada (IAS) de 180 mi/h. Os coeficientes de força total normal à corda da
asa mostrado na planta da Asa (Cn). 73
4. Esforços Solicitantes
Prof. Dr Volnei Tita
[lb /}ft ] 6447
2 [in ]
448
⎛ [in ]
Esforços Solicitantes com q Ci Cni + Ci −1Cn ,i −1 ⎜ 6 7 8 ⎞
base no Diagrama V V-n
n Vi = Vi −1 + Yi −1 − Y i ⎟
144 2 ⎜ ⎟
{ ⎝ ⎠
Os esforços cortantes e de flexão ft 2 →in 2

são calculados baseados em:

onde i indica a estação em cálculo e q é a pressão dinâmica em libras por pés


quadrados Todos os resultados abaixo são para o Caso +AAA (Ponto A)
quadrados. A).

[in] [in] [lb] [lb in]

74
4. Esforços Solicitantes
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Esforços Solicitantes das Cargas Aerodinâmicas

Cortantes e Momentos para uma condição limite de vôo


Vi
25000
Yi Ci Cni Vi Mi Mi/1000
0 102 2,02 23080 2378292 2378,3 20000

Corrtante [lb]
20 98,8 2,049 20619 1941304 1941,3 15000
40 95,6 2,06 18212 1552993 1553,0
10000
60 92 4
92,4 2 087
2,087 15864 1212234 1212,2
1212 2
80 89,2 2,095 13576 917839,7 917,8 5000
100 86 2,085 11369 668390,1 668,4
0
120 82,8 2,077 9253 462171,9 462,2
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
140 79,6 2,053 7232 297329,9 297,3
Posição da Corda [in]
160 76,4 2,035 5310 171912,3 171,9
180 73,2 1,972 3504 83775,64 83,8
200 66 1,903 1877 29970,92 30,0 Mi/1000
220 50 1,859 560 5600,74 5,6 2500

Momento Fleetor [lb in]


240 0 0 0 0 0
2000

q= 86,76778 lb/ft
q lb/ft^2
2 1500

1000
+AAA
500
V 260,36 ft/s
ro 0,00256 slug/ft
slug/ft^3
3 0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Va = 184 mi/h Posição da Corda [in]
Importante: slug x ft/s^2 = lb 75
4. Esforços Solicitantes
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Esforços Solicitantes Resultantes

Carregamento Aerodinâmico

Forças de
Campo (Peso)

Forças Inerciais

Força Cortante Resultante

Momento Fletor Resultante

76
4. Esforços Solicitantes
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Exemplo de Aplicação: VANT

77
4. Esforços Solicitantes
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Baseado no JAR-VLA
78
4. Esforços Solicitantes
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Pontos Importantes do
Di
Diagrama V
V-n

Tabela 1 - Fatores de Carga nas condições Limite e Última para todos os Casos de Carga

CASOS DE CARGA
Situação
ç Fator de Carga
g Limite Fator de Carga
g Último
Ponto 1 1,3444 2,0166
Ponto 2 4,3746 6,5619
Ponto 3 5,4687
, 8,20305
,
Ponto 4 3,7929 5,68935
Ponto 5 -2,7929 -4,18935
Ponto 6 -4,4687 -6,70305
Ponto 7 -2,7657 -4,14855
Ponto 8 -0,7901 -1,18515

79
4. Esforços Solicitantes
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Cargas Importantes e Hipóteses Adotadas


Cargas Aerodinâmicas:
Calculadas pelo Método de Stender, sendo que as mesmas são aplicadas de forma
concentrada onde foram posicionadas as nervuras;

Cargas Pontuais:
o Empenagem Horizontal: como a análise foi feita considerando-se apenas meia
asa (meia
( i envergadura),
d ) a carga pontualt l produzida
d id pelal empenagem horizontal
h i t l
utilizada é igual a -12,5 n N, onde n é o fator de carga;
oTrem de Pouso Principal: carregamento aplicado somente nos casos de pouso

Carregamentos Inerciais + Pesos:


o Peso Próprio do Revestimento: dada a massa do revestimento fornecida pelo
CAD pode-se
CAD, pode se determinar a sua distribuição ao longo da semi-envergadura
semi envergadura que,
que por
motivos de simplificação, foi considerada linear
o Peso Próprio da Longarina: como no caso do revestimento, o peso próprio da
longarina foi extraído do CAD e considerado linearmente distribuído ao longo da
semi-envergadura;
o Peso Próprio das Nervuras: Com o auxílio do CAD, pode-se determinar a massa
de cada uma das nervuras;
o Combustível: Considerou-se ¼ de combustível alojado em cada semi-asa apenas
na seção central da asa. 80
4. Esforços Solicitantes
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Método de Stender – Carregamento Aerodinâmico

corda da asa
C s de Stender

corda da
Cg asa real

corda da asa elípitca


Ce imaginária, porém de mesma
área e envergadura da asa real
real.

A e B são
parâmetros da
Asa Elíptica

81
4. Esforços Solicitantes
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Método de Stender – Carregamento Aerodinâmico

Mantendo a semi-envergadura igual para a asa real e elíptica, pode se determinar a


semi-corda da asa elíptica através de uma relação de áreas, pois estas são iguais.
Sabendo que a semi-envergadura vale “A” e a área “S”, calcula-se B:

Conhecidos os parâmetros A e B, é possível escrever a equação de y, em função de x,


ou seja, determinar a equação da semi-corda para a asa elíptica:

É necessário conhecer a variação de corda da


asa real. No caso de uma asa trapezoidal essa
variação se dá de maneira linear o que facilita
nas contas, sendo uma boa aproximação para
d t
determinados
i d tipos
ti d asa.
de
82
4. Esforços Solicitantes
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Analisando então a asa resultante, que tem uma


distribuição de cordas determinada pela

Equação:

Determina-se parcelas de sustentação sobre S = área da asa real e elíptica


parcelas
l ded área.
á
L = força de sustentação total

ΔSi = parcela de área da asa

a e b = limites da parcela de área

83
4. Esforços Solicitantes
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Asa Elíptica de Stender

Método de Stender 1
C
Carregamento
t Aerodinâmico
A di â i 0.8

0.6

04
0.4

Corda (m)
0.2

-0.2

-0.4

-0 6
-0.6
0 0.5 1 1.5 2
Distância ao longo da Semi-envergadura (m)

Caso de Carga 1 Caso de Carga 2 Caso de Carga 3


L 988 13 N
988,13 L 3215 33 N
3215,33 L (N) 4019 49
4019,49
Nervura Sustentação (N) Nervura Sustentação (N) Nervura Sustentação (N)
0 47,87 0 155,78 0 194,74
1 166,17 1 540,69 1 675,92
2 196,22 2 638,48 2 798,16
3 148,80 3 484,19 3 605,29
4 134,09 4 436,33 4 545,45
5 117,46 5 382,20 5 477,79
6 90,39 6 294,12 6 367,68
7 61,73 7 200,86 7 251,10
8 25,58 8 83,25 8 104,07 84
4. Esforços Solicitantes
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Método de Stender – Carregamento Aerodinâmico

Caso de Carga 4 Caso de Carga 5 Caso de Carga 6


L 2787,78 N L -2052,78 N L -3284,49 N
Nervura Sustentação (N) Nervura Sustentação (N) Nervura Sustentação (N)
0 135 06
135,06 0 -99
99,45
45 0 -159
159,13
13
1 468,80 1 -345,20 1 -552,33
2 553,58 2 -407,63 2 -652,21
3 419,80 3 -309,12 3 -494,60
4 378 31
378,31 4 -278 57
-278,57 4 -445 71
-445,71
5 331,38 5 -244,01 5 -390,43
6 255,01 6 -187,77 6 -300,44
7 174,15 7 -128,24 7 -205,18
8 72 18
72,18 8 -53,15
53 15 8 -85,04
85 04

Caso de Carga 7 Caso de Carga 8


L -2032,79 N L -580,72 N
Nervura Sustentação (N) Nervura Sustentação (N)
0 -98,49 0 -28,14
1 -341,84 1 -97,66
2 -403
403,66
66 2 -115
115,32
32
3 -306,11 3 -87,45
4 -275,85 4 -78,81
5 -241,64 5 -69,03
6 -185,95
185 95 6 -53,12
53 12
7 -126,99 7 -36,28
8 -52,63 8 -15,04 85
4. Esforços Solicitantes
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Carregamento Inercial

PESO DA ASA Massa (g) Peso (N)


0 112,31 1,10
1 273,67 2,68
2 273,55 2,68
3 109 47
109,47 1 07
1,07
Nervuras 4 85,22 0,84
5 64,11 0,63
6 45,94 0,45
7 33,37 0,33
8 22,80 0,22
Revestimento 5590 54,84
Longarina Principal 6116,09 60,00
TOTAL 12726,53 g 124,85 N
86
4. Esforços Solicitantes
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Distribuição dos carregamentos na asa para o Caso de Carga 1 na Condição Limite

Condição Última
Caso de Carga 1
L 988,13 N
Nervura Sustentação (N)
0 47 87
47,87
1 166,17
2 196,22
Condição Limite 3 148,80
4 134 09
134,09
5 117,46
6 90,39
7 61,73
8 25 58
25,58

87
4. Esforços Solicitantes
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Longarina Carregada na Condição Limite para o Caso de Carga 1

1 - Carregamento
g utilizado no Modelo 1

Força Resultante – Caso de Carga 1


(Condição Limite)
F1 52,6 N
F2 43,1 N
F3 34,6 N
F4 39 4 N
39,4
F5 42,7 N
F6 39,5 N
F77 32,8
, N
F8 15,2 N
88
4. Esforços Solicitantes
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Longarina Analisada para o Caso de Carga 1

89
4. Esforços Solicitantes
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Exercício Extra

Dada as figuras a seguir da Asa do VANT, calcule os esforços solicitantes (V e M) gerados


pelas cargas aerodinâmicas na condição +AAA do diagrama V-n. Compare os resultados
obtidos através de aproximações numéricas com os resultados do Método de Stender.
Stender

90
4. Esforços Solicitantes
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Exercício Extra

Aproximações Numéricas:

[lb /}ft ] 6447


2 [in ]
448
⎛ [in ]
q Ci Cni + Ci −1Cn ,i −1 ⎜ 6 7 8 ⎞
Vi = Vi −1 + Yi −1 − Y i ⎟
144 2 ⎜ ⎟
{ ⎝ ⎠
ft 2 →in 2
91
Referências
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Niu, M. C. Y. (1997) “Airframe structural design”. Hong Kong Conmilit Press Ltd. Hong Kong.

Megson T. H. G. (1990) “ Aircraft structures – for engineering students”. John Wiley & Sons
Inc. New York. Second edition.

Sangster, W. A. (1979) “Estruturas de aeronaves – Cargas no avião”. Apostila do curso EST-


12. CTA/ITA. Divisão de Engenharia Aeronáutica.

NACAs

FAR 25

JAR 25

RBHA 25

92

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