Aprendizagem Motora e Iniciação Esportiva no Futebol

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Possibilidades Desafios na Educação Física
O presente trabalho  com o título Aprendizagem Motora e
Iniciação Esportiva no Futebol: Desafios e possibilidades na
Educação Física, tem como objetivo principal analisar e reconhecer
temática que  contemplam conhecimentos na área da
Aprendizagem Motora, Iniciação Esportiva ao Futebol, Pedagogia
de ensino para modalidade desportiva coletiva e a manipulação de
variáveis de ensino.

Ele está organizado  em duas partes: na primeira se encontra a

análise dos artigos que versam sobre Aprendizagem Motora,
Iniciação Esportiva no Futebol e Pedagogia de ensino para o
modalidade do futebol.  Na segunda parte, encontra-se a análise e
resolução de uma Situação Problema, relacionado ao ensino e uso
de estratégias de aprendizagem por um professor de Educação
Física na habilidade do passe da modalidade do futebol para um
aluno do ensino fundamental que se encontra no Estágio
Cognitivo ou Inicial,  segundo perspectiva de Fitts e Posner
(1967). 

   Por último, as considerações finais onde observa-se que a

aprendizagem  motora é uma área muito importante para
Educação Física, sendo necessário que a criança aprenda os
movimentos no momento e na forma correta, o futebol  como uma
modalidade esportiva coletiva e como conteúdo da Educação
Física é uma ferramenta rica ao professor, pois lhe possibilita não
ensinar somente técnicas, táticas e regras, mas também,  aspectos
históricos, sociais, políticos e culturais, constituindo-se assim num
campo amplo de estudos e possibilidades de aprendizagem. 

Estágio de Aprendizagem Motora e Iniciação Esportiva

Segundo estudos desenvolvidos por Vygotsky e Piaget,  o homem
não nasce pronto e nem é cópia do ambiente externo. Dessa
forma, cabe salientar que a aprendizagem é originária de
influências externas e internas do sujeito e, cada sujeito tem o seu
modo de ser e agir. 
A aprendizagem, segundo definição de Carlson (1998, p.424) é “a
aprendizagem  significa o processo pelo qual as experiências
mudam nosso sistema nervoso e, desta forma, também mudam
nosso comportamento”. Freire (2000),  defende que a Educação
Física Escolar, justifica sua práxi em função da Aprendizagem do
Movimento. 

Na mesma linha, Tani (1998), corrobora dizendo que os

movimentos humanos estão presentes em todas as atividades
humanas. Já Magill (2000),  complementa dizendo que as
mudanças que acontecem nas habilidades dos sujeitos são
oriundas das experiências e das práticas resultantes da atividade
motora.

Pellegrini (2000), diz que a prática deve ser entendida como uma
ação organizada de repetição de atividades motoras, no sentido de
alcançar a aprendizagem.  Assim, a Educação Física Escolar,
segundo definição de Betti (2003, p.56) é:

(…) a disciplina que tem por finalidade propiciar aos alunos a

apropriação crítica da cultura corporal do movimento, visando
formar o cidadão que possa usufruir, compartilhar, produzir e
reproduzir e transformar as formas culturais do exercício da
motricidade humana: jogo, esporte, ginástica e práticas de aptidão
física, dança, atividades rítmicas e expressivas,  lutas e artes
marciais e práticas corporais alternativas.

Portanto, ao falarmos de aprendizagem  motora é necessário a

compreensão que é a mudança permanente no comportamento
motor,  advindas de experiências oriundas da prática e
desempenho (ROSE, 1997). Em resumo, há sempre a necessidade
de praticar para aprender e continuar praticando para não
desaprender.

A aprendizagem é inerente ao homem, contudo só é efetivada

quando se necessita ou se quer aprender.  Para tal, Freire (1999)
diz que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua produção ou construção”. 

Nessa perspectiva, destaca-se que dentro do contexto escolar, o

ensino das modalidades desportivas ocupam grande destaque e,
cabe, principalmente ao professor levar em consideração que toda
criança possui uma história e pertence ao um grupo familiar e
social, está inserida em locais onde existem diversos tipos  de
jogos, brincadeiras, danças, música, etc. É a partir desses
conhecimentos que as aulas de Educação Física podem e devem
ser consideradas.

È pertinente acrescentar  que grande parte dos professores de

Educação Física no Brasil, ainda não possuem um entendimento
claro do real objetivo  da disciplina e, nesse caso,
especificadamente o seu conteúdo o futebol.

Ainda é grande o número de professores que ensinam o futebol

nas escolas de forma competitiva, imitando o futebol de
rendimento, de certo modo,  fugindo dos objetivos da disciplina e
da realidade e necessidade dos alunos (VOSER;GIUSTI,2006).

Cabe, portanto, aos professores identificar e reconhecer em cada

uma dos movimentos corporais os benefícios psicológicos e
fisiológicos e, também, suas possibilidades de utilizar como uma
ferramenta de comunicação, de expressão, lazer e cultura e, a
partir daí, formular as propostas para a Educação Física Escolar
( GONÇALVES, p.101,2006).

Nesse sentido, a preocupação didática e pedagógica é converter

os conteúdos escolares em elementos teóricos e práticos que
permitam a emancipação humana, ou seja, o grande objetivo é 
propor situações de aprendizagem onde o aluno tenha as
possibilidades de apropriação critica e reflexiva dos conteúdos e
dos valores que estão ligados pela cultura da escola, da família, da
diferentes mídia e da sociedade.

Assim, o questionamento central é: o que precisa e pode ser feito

pelo professor de Educação Física para proporcionar
aprendizagens significativas a seus alunos? 

 Acredito que é ter a compreensão das características e estágios

do movimento, reconhecer o perfil dos alunos, os objetivos e
prazos. É grande o desafio do professor de Educação Física na sua
práxi docente.  Muitos erros podem ser amenizados ou corrigidos.
Para tal o que ensinar, para quem ensinar, como ensinar e quando
ensinar devem fazer parte do processo educacional.

Segundo, conceituação de Fitts e Posner (1967), durante a

aprendizagem  de determinada habilidade o sujeito passa por três
estágios de aprendizagem: 1- Estágio Cognitivo ou Inicial; 2-
Associativo e 3- Autônomo.  Para tal, atender-me-ei para o Estágio
Cognitivo: Esse estágio é marcado pelo processo de tentativa e
erro. O desempenho é consistente e errôneo, as falhas de
execução são grosseiras, o cognitivo é o centro da ação, o
movimento é primeiramente pensado e em seguida realizado.  No
estágio Cognitivo é importante que as orientações e correções
ocorram (feedback).

Considerações Finais
A conclusão desse trabalho ganha um caráter muito significativo
para a minha trajetória acadêmica e profissional. Foi de grande
importância fazer um  levantamento bibliográfico de diversos
autores que discorrem sobre a temática e, que me auxiliaram na
análise, embasamento e no processo de elaboração e escrita. 

Assim, este estudo me proporcionou compreender aspectos que

se remetem ao campo da aprendizagem motora e estágios de
aprendizagem,  possibilidades e desafios que se inscrevem no
ensino das modalidades desportivas coletivas, na iniciação
esportiva e na iniciação ao ensino do futebol. Também  foi muito
significativo e desafiador analisar e equacionar a Situação
Problema que vem muito ao encontro aos desafios que o professor
de Educação Física enfrenta.

Observa-se que é importante reconhecer os estágios de

aprendizagem motora,  saber usar estratégias e metodologias de
ensino que despertem o interesse dos alunos, mas também que
respeitem a fase de desenvolvimento e as necessidades dos
alunos.  O que tange a iniciação esportiva cabe destacar algumas
questões fundamentais como compreender  as teorias do
crescimento e do desenvolvimento humano e da aprendizagem
motora. O futebol utilizado como conteúdo dentro das escolas 
abre grandes possibilidades e alternativas sócio e educativas.
 Infelizmente,  o futebol é ensinado erroneamente em grande parte
das escolas, imitando o de alto rendimento.  Dessa forma,
construir novas práticas e conceitos que visem um ensino mais
global dessa modalidade é necessário. A pedagogia  esportiva se
apresenta como um campo de estudo contemporâneo para a
iniciação esportiva no contexto escolar

 Os desdobramentos finais sinalizam para que o professor tome

como ponto de partida em seu trabalho a seleção e organização
dos conteúdos escolares,  busca constante de saberes científicos
para aprimorar o seu fazer didático-pedagógico e considerar o
saber cotidiano, além de adotar metodologia de ensino de cunho
dialética, alicerçada a partir dos problemas e da realidade  e da
cultura dos seus alunos e da cultura que está inscrita o Currículo
Escolar, tudo isso, intimamente conectado a preocupações e
desdobramentos de ordem social, política, ética e cultural.

Referências
BETTI, M. Educação física escolar: do idealismo à pesquisa-ação.
2002. 336 f. tese (Livre – Docência em Métodos e Técnicas de
Pesquisa em Educação Física e Motricidade Humana) – Faculdade
de Ciências, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2003.

FITTS, P.M.; POSNER, M.I. Human performance. Belmont:

Brooks/Cole, 1967.

FREIRE, J. B. Pedagogia do Esporte. In: Moreira, W. W.;Simões, R.

(Org.) Fenomêno esportivo no início de um novo milênio.
Piracicaba : Editora Unimep, 2000.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Saberes Necessários à Prática

Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

GONÇALVES, N. L. G. Metodologia do Ensino da Educação Física.

Curitiba: Ibpex, 2006.

MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São

Paulo, Edgard Blucher, 5ª edição, 2000.
ROSE, G.J. A multi level approach to the study of motor control
and learning. Boston: Allyn and Bacon, 1997.

PELEGRINI, A. M. Aprendizagem de habilidades motoras I: o que

muda com a prática. Revista Brasileira de Educação Física. São
Paulo. Supl.3, p.29-34, 2000.

PIAGET, J. 1973. Estudos sociológicos. Rio de Janeiro: Forense.

VYGOTSKY. L – Aprendizado e Desenvolvimento, Marta Kohl de

Oliveira, 112 págs., Ed. Scipione.

VOSER, R. C.; GIUSTI, J.G. O futsal e a escola: uma perspectiva

pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2002.

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