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Manaus, Amazonas
Março, 2012
i
Manaus, Amazonas
Março, 2012
ii
Título da Tese:
Banca Julgadora
Manaus, Amazonas
Março, 2012
iii
Sinopse:
DEDICATÓRIA
Dedico, com todo carinho, à minha Mãe, Dona Guiomar, e à minha esposa Dulcimar e
filhos (Priscila, Jonathan e Vinícius).
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço:
. A Deus, pela vida, saúde e capacidade para realizar tarefas, e pensar os
desafios;
. Ao CNPq, pela aprovação e liberação de recursos que muito auxiliaram na
execução deste projeto;
. Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Universidade do
Estado Amazonas (UEA), através do programa de Pós-Graduação em Clima e
Ambiente, pela oportunidade concedida e apoio ao desenvolvimento deste programa;
. À Universidade Federal do Amazonas, por nos dar condições de tempo e
disponibilização da estrutura, incluindo laboratórios, equipamentos e veículos, que
auxiliaram nas etapas de campo e laboratório;
. Ao Laboratório de Geofísica do Departamento de Geologia Geral da UFMT,
pela disponibilização do equipamento (resistivímetro) para complementação do
levantamento de resistividade elétrica;
. Ao Dr. Eduardo da Silva Pinheiro, do Departamento de Geografia do
ICHL/UFAM, pela seção do GPS Diferencial para realização do levantamento
topográfico;
. Ao Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), pelo fornecimento de
informações (imagens digitais) para auxiliar no desenvolvimento do projeto;
. À CPRM, pela liberação de informações pluviométricas e fluviométricas da
Estação de Rio Preto da Eva;
. Ao Dr. Javier Tomasella, pela confiança depositada e pela orientação e
sugestões sempre objetivas.
. Aos doutores Rutenio Luiz Castro de Araujo e Clauzionor Lima da Silva, do
Departamento de Geociências da UFAM, por estarem sempre dispostos a colaborar.
. Ao Dr. Shozo Shiraiwa, da Universidade Federal do Mato Grosso, pelo apoio
na realização dos levantamentos de campo, processamento de dados geofísicos e
pelas sugestões;
. Ao Dr. Alteredo Cutrim, da Universidade Federal do Mato Grosso, pelas
sugestões e apoio no processamento de dados geofísicos;
. À Dra. Solange dos Santos Costa pelo apoio e sugestões formuladas;
. À Dra. Jamile Dehaini pelas sugestões formuladas;
vi
EPÍGRAFE
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode
começar agora e fazer um novo fim”.
Chico Xavier
viii
RESUMO
aponta, para essa porção do aquífero Alter do Chão, um estoque de cerca de 130 km3
de água de boa qualidade, disponível para uso. Todavia, a manutenção desse estoque
depende, fundamentalmente, da ocupação e uso sustentável dessas terras,
respeitando os limites de desflorestamento, as condições geomorfológicas locais e o
uso sustentável dessa porção da floresta tropical Amazônica.
x
ABSTRACT
The area covered by this work lies in the region north of the Manaus city, between the
coordinates 2o00’ and 3o00' south latitude and 59o30'and 60o30' west longitude, which
predominantly exhibits sedimentary rocks of the Alter do Chão Formation, represented
by fluvial-lacustrine, clastic and pelitic rocks, from late Cretaceous age. The relief in
this region is considerable dissected by drainage, which contrast the hills of rounded
tops (platôs), broad valleys, usually limited by steep slopes, where are located small
streams. The drainage system, with dominant sub-dendritic pattern, is formed by the
basins of rivers Cuieiras, Branquinho, Puraquequara and Preto da Eva, and streams
Tarumã Mirim and Tarumã Açu, extending and oriented according to the directions
NW-SE to NE-SW and the main tectonic lineaments of the region. The soil texture is
ranged from clayey in the plateaus to sandy in the shallows, on which has grow a lush
vegetation (Amazon Rainforest), in hot and humid local climate, with average rainfall
exceeding 2,300 mm/year. This forest has a major environmental influence, especially
in the balance of the regional hydrological cycle, in addition to its role in the process of
recharge of the Alter do Chão aquifer, the most important strategic reserve of fresh
water in the region. The tectonic processes that influence the local morphology and
conditioned the drainages, has also influence on the storage and groundwater flow.
The results of the geoelectrical survey revealed the existence of intercalate and
discontinuous layers of pelitic and clastic material, which extend and taper north to its
boundary with the Paleozoic rocks of the Trombetas Group. The groundwater level
monitoring conducted in the Preto da Eva River, over a hydrological year period
(2010/2011), changed the order of 7.0 meters (volumetric variation rate of 2.9
mm/year), where the maximum occurred one month after the peak of the rainy season,
while the minimum occurred during the rainy season, with a lag of up to 4 months of
peak rainfall. This long delay period corresponds to the period in which the aquifer is
recharged, when the drains are fed by basis flow. A preliminary estimate points to that
portion of the Alter do Chão aquifer, a stock of about 130 km3 of water of good quality,
available for use. However, maintaining this value depends basically on the sustainable
use and occupation of these lands, considering the limits of deforestation, the local
geomorphological conditions and the sustainable use of that portion of the Amazon
rainforest.
xi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
2. ESTADO DA ARTE 9
2.1.1. Generalidades 9
2.2.1. Generalidades 20
2.2.2. Relevo 24
2.2.3. Drenagem 24
2.3.1. Generalidades 26
2.4.1. Generalidades 31
2.4.3.1. Infiltração 35
3. OBJETIVOS 65
4. MATERIAIS E MÉTODOS 66
4.1. Materiais 66
4.2. Métodos 66
5. RESULTADOS 81
6. CONCLUSÕES 137
7. REFERÊNCIAS 142
xiv
Lista de Tabelas
Lista de Figuras
Figura 75 Perfil da SEV 14, localizada no ramal ZF7-B (km 85 da rodovia 109
AM-010)
Figura 76 Perfil da SEV 15, localizada no ramal ZF1 (km 53 da rodovia AM- 110
010)
xxi
Figura 78 Seção estratigráfica interpretada dos dados de SEVs 15, 13, 14 e 12, 112
concernente à seção AM-010, mostrando as correlações entre os perfis
das mesmas
Figura 83 Nível médio mensal do rio Preto da Eva, para o período de 119
Jan/1995 a Ago/2011, medidos na Estação Fluviométrica de Rio
Preto da Eva (ANA/CPRM)
Figura 84 Vazão média mensal do rio Preto da Eva, para o período de 119
Jan/1995 a Ago/2011, medidos na Estação Fluviométrica de Rio
Preto da Eva (ANA/CPRM)
Figura 86 Perfis de médias máximas e mínimas anuais do nível do rio Preto 121
da Eva, obtidas na Estação Fluviométrica de Rio Preto da Eva
(ANA/CPRM)
1. INTRODUÇÃO
Lago
Balbina São
Sebastião
do
Pres. Figueiredo
Uatumã -2º00’
Novo Airão
Manaus
Rio Preto da Eva Itapiranga
Área de investigação
Silves
Divisão municipal
-3º00’
Itacoatiara Drenagem
Rodovia
CAAPIRANGA
0 50 100 km
340m -
740m -
-
1140m -
1540m -
2140m -
Manaus até Rio Preto da Eva, dos 46 poços cadastrados, somente 3 possuem
descrição litológica. Desse quantitativo, mais de 60% são poços para abastecimento
residencial, com até 60 metros de profundidade e vazão baixa (2,5 m3/h, em média). A
profundidade média do nível freático, conforme observado nos poços existentes é, em
média, da ordem de 30 metros (considerando as cotas dos platôs).
Essa região envolve áreas de assentamentos rurais, a exemplo do
Assentamento Tarumã Mirim e Distrito Agropecuário da Superintendência da Zona
Franca de Manaus (Figura 3).
O Assentamento Tarumã Mirim, sob coordenação do Instituto Nacional de
Reforma Agrária (INCRA), ocupa área de aproximadamente 429 km2, e abrange os
terrenos situados entre os igarapés Tarumã Mirim e Tarumã Açu, limitado entre os
paralelos de 2º43’46”S e 3º04’00”S. A principal forma de acesso a esse assentamento
é por via rodoviária, através da rodovia federal BR-174 e vicinais (ramal da
Cooperativa, no km 13, e ramal do Pau Rosa, no km 21), que totalizam cerca de 200
km de ramais. Conforme Nascimento (2009), baseado em análises sobre imagens de
satélite, o desflorestamento ocorrido nessa área, até 2009, totalizava 18,42% da área
total (cerca de 79 km2).
Lago de Balbina
N
LEGENDA
DAS 2º30’S
Área do
assentamento
RIO PRETO DA EVA
Sede
ATM Municipal
Rodovia
3º00’S
MANAUS
0 10 20 30 40 50 m Área do
Trabalho
entre os rios Urubu e Cuieiras e limitada a norte pelo paralelo de 02º04’21”S (linha
seca que passa pela confluência do rio Urubu com o igarapé Urubuí). Essa área
envolve terrenos dos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Presidente
Figueiredo, sendo cortado pelas rodovias BR-174 e AM-010, além de 468 km de
estradas vicinais (ZF’s). Por concepção, 80% da área desse projeto são de
preservação permanente da mata nativa, onde ocorre controle de exploração. Estão
implantados diversos projetos agropecuários, incluindo hortifruticultura, citricultura,
suinocultura, avicultura e pecuária, além da piscicultura em áreas alagadas, de modo
semelhante às atividades produtivas desenvolvidas no Assentamento Tarumã Mirim
(Sant’anna, 2007; Albuquerque, 2008; Pinto, 2005; Pinto e Carvalho, 2007;
Nascimento, 2009).
Em sua grande maioria os solos dessa região são originários de sedimentos
cretáceos da Formação Alter do Chão, constituídos essencialmente de minerais
resistentes à alteração, tais como caolinita, quartzo, óxidos e hidróxidos de ferro e
alumínio (Ranzani, 1980; Dias et al., 1980; Chauvel et al., 1987; Sombroek, 2000;
Pinheiro et al., 2007). Em geral esses solos apresentam variação textural, associado
ao posicionamento topográfico, com gradação de argiloso nos platôs a arenoso nos
baixios (Figura 4). Nas porções de vertente variam de argiloarenosos próximo aos
platôs a arenoargilosos próximo aos baixios (Pinheiro et al., 2007). Tipologicamente
foram classificados em três tipos: latossolos amarelos álicos argilosos, nas superficies
dos platôs, podzólico vermelho amarelo nas vertentes (encostas) e arenossolos
hidromórficos, nos vales (Chauvel, 1982; Bravard e Righi, 1989; EMBRAPA, 1999;
Drucker, 2001; Ferraz et al., 1998 apud Pinheiro et al., 2007).
Argilo-arenoso
Areno-argiloso
Em termos gerais, estima-se que mais de 80% dessa área mantém sua
superfície preservada, embora com tendências de progresso no processo de
ocupação, principalmente para fins agropecuários, como pela ocupação associada à
expansão da fronteira urbana da cidade de Manaus (centro habitacional principal), e
7
das cidades vizinhas (Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo), ou ainda a partir de
comunidades que estão sendo instaladas entre esses centros urbanos.
Com base nos dados da Estação Pluviométrica de Rio Preto da Eva
(CPRM/Serviço Geológico do Brasil), para o período de 1994 a 2011, a média anual
de precipitação foi de 2.295,3 mm, com máxima de 2.815,3 mm (1996) e mínima de
1.931,6 mm (1997) e total mensal máximo de 557,2 mm, ocorrido em março de 2008.
Os maiores volumes mensais de chuva, no período, ocorreram nos meses de março,
abril e maio. A máxima precipitação diária, para esse período, foi de 87,3 mm, em
março de 1996, sendo que a média das máximas diárias foi de 71,79 mm, com
predominância nos meses de abril e maio. Durante esse período ocorreram, em todos
os meses, dias secos (sem precipitação registrada na estação), sendo a maior
predominância observada entre os meses de agosto a novembro. A média mensal
mínima foi de 1,1 mm em setembro de 1997, com média das mínimas mensais, para
todo o período, de 58,52 mm, com predominância para o mês de setembro. Com base
nesse cenário percebe-se que, ao longo de um período anual, as chuvas, nessa
região, são distribuídas em duas estações distintas, sendo uma de maior precipitação
(por isso considerada como estação úmida), entre dezembro e maio/junho, e outra de
menor precipitação (admitida regionalmente como estação seca), que ocorre entre
julho e novembro.
Leopoldo et al. (1982) estimaram, para a floresta amazônica de terra firme,
que 48,5% da precipitação total representa a parcela transpirada, 74,1% a
evapotranspirada, com um escoamento superficial estimado em 25,9%.
Conforme dados da Estação Fluviométrica de Rio Preto da Eva (CPRM),
durante o período de dados disponíveis (1994 a agosto de 2011), a variação das cotas
médias mensais foi da ordem de 195 cm (máxima de 640 cm, em 2008, e mínima de
445 cm, em 2003), sendo a variação das cotas diárias da ordem de 264 cm, com valor
máximo de 687 cm (13.05.2008) e mínimo de 423 cm (17.12.1998). As maiores
vazões (médias mensais) do rio Preto da Eva ocorreram nos meses de abril e maio
(máxima de 77,97 m3/s em maio de 2009) e as mínimas nos meses de outubro a
dezembro (mínima de 17,89 m3/s em dezembro de 2003).
O clima dominante da região é quente e úmido (tipo Afi de Köppen), onde a
temperatura varia de 19oC a 39oC e a média anual oscila entre 25,6°C e 27,6°C. A
umidade relativa do ar varia de 77 a 88 %, com média anual de 84 % (Leopoldo et al.
1987, apud Luizão e Vasconcelos, 2003).
Diante desse cenário, verifica-se que toda essa região tem importância
fundamental no processo de recarga do aquífero Alter do Chão, ressaltando-se que,
mesmo envolvendo grande área de assentamentos agropecuários rurais, a água
8
2. ESTADO DA ARTE
2.1.1. Generalidades
LEGENDA
Escudo das
Guianas
Alto/Arco estrutural
3
2 Bacia sedimentar
Limite internacional
Limite interestadual
21
21
21
Área da pesquisa
representada pelos corpos Abonari, de idade 1,87 Ga (Santos et al., 2002) e São
Gabriel, de idade 1,88 Ga (Valério et al., 2006) e a segunda geração pelos
plutonismos Alalaú-Mapuera (1,87 Ga) e Madeira-Moderna (1,81 Ga). Envolve ainda
terrenos granito-gnáissico relacionados ao Complexo Jauaperi (Reis et al., 2006), que
detém litologias gnáissicas e metagranitóides, metamorfisadas, de idade 1,88 a 1,86
Ga (Santos et al., op cit), cujo arcabouço tem direções estruturais N-S a NE-SW.
Ocorrem ainda derrames basálticos e diques de diabásio da Formação
Seringa, com idade de 0,9 a 1,2 Ga (Costi et al., 1984 apud Reis et al., 2006), a qual
corresponde a uma fase extensional, que culminou com rifteamento e sedimentação
da bacia Prosperança (Reis et al., 2003). De acordo com Santos et al. 2002, a
implantação do rifte precursor da Bacia do Amazonas deveu-se a movimentos de
pluma mantélica ocorrida no Cambriano Médio (507 Ma), após o encerramento do
ciclo Brasiliano, inicialmente preenchido por sedimentos da Formação Prosperança
(Caputo et al., 1971; Cunha et al., 1994; Silva et al., 2003), relacionada ao
Mesoproterozóico (CPRM, 2001). Baseados nessa premissa, Silva et al. (2003)
consideram que a tectônica formadora dessa bacia pode ser classificada como do tipo
IF/IS (Fraturas Interiores, produzidas por esforços distensivos/Depressão Interior,
causada por movimentos verticais).
Vários autores, entre eles Neves (1990), Wanderley Filho (1991), Cunha
(1991), Hasui (1996), Costa e Hasui (1997), Costa et al. (2001), propugnam que a
evolução da Bacia do Amazonas ocorreu de acordo com vários estágios, incluindo um
regime extensional NW-SE, do Eopaleozóico, marcado por falhas normais (NE-SW e
ENE-WSW) e de transferências (NW-SE). Após a fase de soerguimento e erosão,
seguiu-se um regime distensivo, com direção NW-SE, relacionado à abertura do
Oceano Atlântico, que resultou na formação de falhas normais (N-S e NNE-SSW),
intrusões de diabásio e geração de depressões que permitiram a deposição de
sedimentos da Formação Alter do Chão (Costa e Hasui, 1997).
A evolução fanerozóica seguiu a estruturação imposta às rochas do Cráton
Amazônico, relacionada com os movimentos tectônicos do megacontinente Gondwana
durante o Paleozóico, acompanhado da instalação de sistemas de falhas normais (NE-
SW) e de transferência (NW-SE) e geração de arcos estruturais (horsts) e
discordâncias regionais, que controlaram a deposição sedimentar e sua estruturação
(Wanderley Filho, 1991; Reis et al., 2006). A geração desses arcos determinou a
compartimentação da bacia em blocos estruturais distintos, que também funcionaram
12
62 o W 60o W 58 o W
0o S
LEGENDA
Falha normal
Máximo gravimétrico
MANAUS
Rio Amazonas
Arco estrutural
4o S Bacias sedimentares
Drenagem
6o S
SEDIMENTAÇÃO
NATUREZA DA
LITOESTRATIGRAFIA ESPESSURA
AMBIENTE DISCORDÂNCIAS
DEPOSICIONAL MÁXIMA SEQUÊNCIAS
GRUPO FORMAÇÃO MEMBRO (m)
ALTER DO CHÃO
NEOCRETÁCEA
CONTINENTAL
CRETÁCEA
JAVARI
1250
FLUVIAL
LACUSTRE
CONTINENTAL
PENSILVANIANO-
LACUSTRE
PRÉ-CRETÁCEA
FLUVIAL
TA PA JÓ S
PERMIANA
ANDIRÁ 700
PLAT. RASA/FLUVIAL
FLUVIAL - 420
TOURNAISIANA
PLATAFORMA RASA EO-MISSISSIPIANA ORIXIMINÁ
CURUÁ
GLACIAL 1 5 0
DEVONO -
C U R I R I
U R A R IÁ 100
PLATAFORMA RASA U R U B U 100
BARREIRINHA
ABACAXIS 150
PLATAFORMA DISTAL
MANACAPURU 100
DELTAICO PITINGA SUP. 100
P IT IN GA 150
PLATAFORMA DISTAL
IN F.
NHAMUNDÁ 340
GLACIAL
PLATAFORMA RASA A U T Á S M IR IM 290
Depósitos aluvionares
K2ac
Formação Alter do Chão
D2mj
Formação Maecuru
S3D1t
2º30’S Grupo Trombetas
Opr
Formação Prosperança
Falhas
Diques
Drenagem
3º00’S
Rodovias
Figura 9 – Mapa geológico da área de abrangência deste trabalho. Fonte: CPRM/SGB (2011).
60º00’W 59º00’W
03º00’S
0 50 100 150 km
Área do
Lineamento Drenagem
trabalho
Figura 10 - Lineamentos dos rios afluentes da margem esquerda do Rio Amazonas, na região
de Manaus (Fonte: Silva, 2005).
2.2.1. Generalidades
Planalto Dissecado
Rio Trombetas - Rio Negro
Planície Amazônica
MANAUS
03o S Pediplano Rio Bran co-Rio Negro
Planalto Rebaixado da
Amazônia Ocidental
ESCALA
0 50 km
59º00’
Planalto Rebaixado dos Rios
30 Negro/Uatumã
Patamares Setentrionais da Borda
31 da Bacia do Amazonas
Planície Amazônica
8
Depressão da Amazônia
03º00’ 116 Setentrional
Área do projeto
8
0 50 100 km
Figura 12 - Mapa de unidades do relevo da região norte da cidade de Manaus (IBGE, 2006).
2º30’S
Principais
alinhamentos de
drenagem
3º00’S
0 20 40 60 80 100 km
2.2.2. Relevo
Silva (2005) destaca, para essa região, uma série de lineamentos do relevo
com direção NW-SE, entre eles as escarpas do Rio Negro, o lineamento a jusante do
rio Cuieiras, a escarpa de Falha do Rio Negro, os lineamentos que condicionam os
vales dos rios Puraquequara, Preto da Eva, Urubu; escarpas com direção NE-SW: os
interflúvios das sub-bacias dos rios Preto da Eva e Urubu; escarpas com direção N-S:
os igarapés Tarumã Mirim e Tarumã Açu, o rio Branquinho e os afluentes da margem
esquerda do rio Urubu (na região de Presidente Figueiredo); escarpas com direção E-
W: a porção norte da área urbana de Manaus, incluindo a foz do Igarapé Tarumã
Mirim, a foz dos rios Puraquequara e Preto da Eva, parte do interflúvio do rio Preto da
Eva-Urubu e a cabeceira dos rios Preto da Eva e Urubu.
2º00’
Cotas
200 m
3
150 m
4 100 m
2
50 m
1
3º00’
2.2.3. Drenagem
Próximo à cidade de Manaus o rio Negro se estreita e assume a direção E-W, voltando
à direção anterior a partir desse ponto, até sua desembocadura no rio Solimões, a
partir de onde passa a constituir o Rio Amazonas. Os principais tributários pela
margem esquerda do rio Negro, na região norte-noroeste de Manaus, são os rios
Cuieiras e Branquinho e os igarapés Tarumã Mirim e Tarumã Açu. O curso do rio
Cuieiras tem direção NE-SW e fluxo para SW, enquanto que os demais se orientam
segundo a direção submeridiana, e fluem de norte para sul.
2.3.1. Generalidades
V
A M N B
Superfície topográfica
Linha equipotencial
Linha de fluxo de corrente
Figura 16 – Seção vertical mostrando a configuração geral das linhas equipotenciais e de fluxo
de corrente, em terreno homogêneo, geradas a partir da indução de corrente elétrica no
terreno, através do sistema de dois pontos de emissão de corrente (A e B), destacando ainda o
sistema (MN) de medição do potencial elétrico resultante. Adaptado de Telford et al. (1990)
a = (V/I).k
Onde:
Sendo:
disposição dos eletrodos na forma de dois dipolos (AB e MN), mantendo igual a
distância entre os eletrodos dos mesmos, ou seja, dAB = dMN.
Fonte Fonte
V
V
A M N B A B M N
(A) (B)
a = (V/I)..xn(n + 1)(n + 2)
onde:
x = distância entre os eletrodos do dipolo (m)
n = fator multiplicativo de x que determina a distância entre os dipolos e
corresponde ao nível de investigação em profundidade (n = 1, 2, 3, 4 ...)
a = . [(a2 – b2)/2.b].(V/I)
2.4.1. Generalidades
formando assim os oceanos primitivos. A vida na Terra teve início nesse mar
primordial que cobria a terra há cerca de 3,2 bilhões de anos, depois que as chuvas
lavaram da atmosfera os vapores impuros. Como parte desse processo evolutivo, a
água doce iniciou sua formação há cerca de 3,7 bilhões de anos (Rebouças et al.,
2006).
As transformações superficiais por que passou a superfície terrestre,
assolada por processos vulcânicos e tectônicos que, associados com os eventos de
dinâmica externa foram responsáveis pelo modelamento da crosta, que condicionaram
o aparecimento de rios, lagos, lagoas e pântanos. Por outro lado, a parcela de água de
precipitação que se infiltrou na superfície terrestre e se acumulou no interior das
camadas de rochas, deu origem às águas subterrâneas que, há cerca de 500 milhões
de anos contribuiu para manter a vida na sua superfície.
A água, no planeta Terra, existe nos três estados naturais (sólido, líquido e
gasoso) e se distribui, de forma interativa, em duas fases, sendo uma terrestre e outra
atmosférica. Na atmosfera a água ocorre fundamentalmente na forma de vapor de
água (estado gasoso), compondo uma massa total da ordem de 1,7x1012 toneladas e
encontra-se distribuída mais abundantemente em quase toda a extensão troposférica
(até cerca de 12 km de altura acima da superfície terrestre), diminuindo
significativamente com a altura, em proporção direta com a distribuição de temperatura
de saturação do vapor d’água. Esse vapor de água atmosférico, mais abundante
(cerca de 75%) nos primeiros 4 mil metros de altura, e que também decresce
rapidamente com a latitude, exerce importante papel regulador da ação do Sol sobre a
superfície terrestre e, consequentemente, sobre a dinâmica do ciclo hidrológico. Sua
distribuição ocorre em proporção variável com as condições climáticas da região, que
tem caráter sazonal, devido a que a capacidade do ar atmosférico de reter água é
máxima no verão, quando está mais quente, e mínima no inverno quando, ao
contrário, está mais frio (Hartman, 1994).
O vapor de água atmosférico varia desde valores próximos a zero nas regiões
desérticas, até cerca de 4%, em volume, nas regiões tropicais (Sapucci, 2001). Em
regiões tropicais quentes e úmidas, por exemplo, o vapor d'água próximo à superfície
pode alcançar proporção de até 40 g/kg de ar seco, sendo que nas zonas polares frias
e secas, essa cifra pode cair para cerca de 0,5 g/kg (Varejão-Silva, 2006). Em adição
a esse fato, verificam-se ainda os processos de circulação atmosférica, a exemplo da
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que faz convergir para essa região de
baixa latitude, grande quantidade de vapor de água (Figura 20).
33
2.4.3.1. Infiltração
Q = K. A. h/L
40
Q h1 - h2
h1
h2
L
Figura 27 – Representação esquemática dos principais tipos de aqüíferos quanto aos tipos de
interstícios. Fonte: MMA (2007).
41
De acordo com a pressão das águas nas superfícies limítrofes (topo ou base)
e em função da capacidade de transmissão de água nas respectivas camadas
limítrofes, os aquíferos (Figura 28) podem ser classificados como (Feitoza e Manoel
Filho, 2000):
. Aquífero confinado ou sob pressão, no qual a pressão da água no topo é
maior do que a pressão atmosférica;
. Aquífero confinado drenante, no qual ao menos uma das camadas limítrofes
(superior ou inferior) é semi-permeável, ocorrendo entrada ou saída de fluxos através
das mesmas;
. Aquífero confinado não drenante, quando as camadas limítrofes são
impermeáveis;
. Aquífero livre (freático ou não confinado), quando o limite superior é uma
superfície freática, na qual todos os pontos se encontram à pressão atmosférica.
Neste caso o aquífero pode ser drenante (de base semi-permeável) ou não drenante
(de base impermeável ou semi-permeável).
. Aquífero suspenso, formado sobre uma camada impermeável, onde o limite
superior é uma superfície freática (todos os pontos se encontram à pressão
atmosférica).
Algumas camadas rochosas podem conter água, porém não permitem sua
transmissão, sendo assim denominadas de aquicludes, enquanto outras camadas
semi-permeáveis, delimitadas no topo e/ou na base por camadas de permeabilidade
muito maior, são denominadas de aquitardos.
Aquífero freático
Aq uitardo
Aquitardo
Glacial Antártico), e apenas cerca de 18% é formada por terras emersas (continentes),
representada, pela América do Sul (maior porção), parte considerável da África, toda a
Oceania e Antártida. Por esse motivo o Hemisfério Norte é denominado de “Hemisfério
das terras” e o hemisfério sul de “Hemisfério das águas”.
Tabela 1 – Aspectos quantitativos dos principais reservatórios terrestres (Karmann, 2003 apud
Teixeira et al., 2001;Tundisi, 2005 e Rebouças et al.,2006; USGS, 2010).
precipita (119.000 km3) nos continentes, que é de 44.800 km3 representa o excedente
hídrico que se transforma em fluxo dos rios, alimenta a umidade do solo e os aquíferos
subterrâneos (Rebouças et al., 2006).
A parcela de água meteórica que se precipita sobre os continentes e que
infiltra no solo constitui a contribuição dos fluxos subterrâneos às descargas totais dos
rios (43.000 km3/ano), tornando-os perenes. Em geral, durante os períodos de
estiagens, esse fluxo médio é da ordem de 13.000 km3/ano, enquanto os fluxos
subterrâneos que deságuam diretamente nos oceanos são da ordem de 2.100
km3/ano (Rebouças et al., 2006).
De todo o volume de água atualmente existente no planeta Terra, estimado
como da ordem de 1,386x109 km3, cerca de 97,4% (1,351x109 km3) são águas
salgadas, armazenadas nos oceanos, lagoas, lagos e subsolo (água salobra), e
apenas cerca de 2,53% (aproximadamente 35,03x106 km3) é constituído de água
doce, dos quais 68,7% (cerca de 24,06x106 km3) formam as calotas polares e geleiras
e 30,1% (10,5x106 km3) estão armazenadas em subsuperfície, constituindo o
manancial de águas subterrâneas. Os rios e lagos armazenam cerca de 0,27%
(16,12x104 km3) das águas doces, enquanto que a umidade dos solos (inclusive o
permafrost), as águas dos pântanos e outros reservatórios, representam cerca de
0,98% (342x103 km3) desse total (Figura 29).
Água Doce
(2,5%)
Água
Total
0,9%
Figura 29 – Distribuição relativa das águas no planeta Terra. Fonte: ANA (2010)
Tabela 2 – Disponibilidade anual de água doce por continente. Fonte: Hoekstra e Hung (2003)
3 3
Locais % População Deflúvio (10 km ) Disponibilidade
mundial 6 3
Total % Total (10 m /ano) %
África 12,9 4,2 9,8 4.897.220 7,37
América do Norte e Central 8,2 6,0 12,8 6.427.400 9,67
América do Sul 5,9 10,3 24,6 12.332.000 18,56
Ásia 61,0 13,2 32,1 16.145.247 24,29
Austrália e Oceania 0,6 2,0 3,0 1.499.600 2,57
Europa 11,4 3,1 17,7 8.888.200 17,71
Total 100 38,8 100 66.457.687 100
Tabela 3 - Relação dos 20 países detentores das maiores disponibilidades de água doce do
planeta. Fonte: Hoekstra e Hung (2003)
6 3
Ordem País Continente Disponibilidade (10 m /ano)
1º Brasil América 6.950.000
2º Rússia Europa 4.498.000
3º Canadá América 2.901.000
4º China Ásia 2.800.000
5º Indonésia Ásia/Oceania 2.530.000
6º EUA América do Norte 2.478.000
7º Bangladesh Ásia 2.357.000
8º Índia Ásia 2.085.000
9º Venezuela América do Sul 1.317.000
10º Mianmar Ásia 1.082.000
11º Colômbia América do Sul 1.070.000
12º Argentina América do Sul 994.000
13º Congo África 832.000
14º Nova-Guiné Oceania 801.000
15º Kuwait Ásia 758.000
16º Líbia África 600.000
17º Japão Ásia 457.000
18º Cambodja Ásia 498.100
19º Chile América do Sul 468.000
20º Malásia Ásia 456.000
46
papel regulador dos estoques globais (ciclo hidrológico) como descarga e manutenção
de cursos superficiais perenes, onde contribuem com cerca de 16% nas descargas
dos rios (Tabela 4).
Continentes
Total
Recursos América Austrália e mundial
África Ásia Europa
Norte Sul Oceania
Escoamento superficial 2.720 4.723 6.641 7.606 1.528 4.806 28.024
Contribuição subterranean 1.464 2.222 3.736 2.879 483 1.865 12.649
Descarga total media dos rios 3.808 6.945 10.377 10.485 2.011 6.671 40.297
Brasil
12% do total
África
9%
Figura 30 - Distribuição da água doce superficial no mundo. Fonte: ANA (2007, adaptado da
UNESCO)
30oS
Figura 31 - Média histórica de precipitação (1961 a 2007) para o território brasileiro, por região
hidrográfica: (A) Amazônica, (B) Tocantins-Araguaia, (C) Atlântico Nordeste Ocidental, (D)
Parnaíba, (E) Atlântico Nordeste Oriental, (F) São Francisco, (G) Atlântico Leste, (H) Atlântico
Sudeste, (I) Atlântico Sul, (J) Uruguai, (L) Paraná e (M) Paraguai. Fonte: ANA (2009)
3
Índice de chuva no Norte da Amazônia A
2
1
0
-1
-2
-3
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990
3
Índice de chuva no Sul da Amazônia
2
1
0
-1
-2
-3
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990
Figura 32 – Anomalias normalizadas de chuva para o Norte (A) e Sul (B) da Amazônia, desde
1929 até 1997. Fonte: Marengo (2004)
50
Densidade Disponibilidade
Área População Vazão Estimada
Região Hidrográfica 3 2
(10 km ) Demográfica hídrica
2
3 (hab/km ) 3 3
10 hab** % País (m /s) % País m /s % País
Amazônica 3.890* 14.730 7,71 3,79 131.947 73,5 73.748 80,98
Tocantins-Araguaia 922 7.270 3,81 7,89 13.624 7,6 5.447 5,98
Atlântico NE-Ocidental 274 5.450 2,86 19,89 2.683 1,5 320 0,35
Parnaíba 333 2.761 1,45 8,29 763 1,5 379 0,42
Atlântico NE-Oriental 287 2.594 1,36 9,04 779 0,43 91 0,10
Rio São Francisco 638 2.356 1,24 3,69 2.850 1,59 1.886 2,07
Atlântico Leste 390 9.965 5,22 25,55 1.492 0,83 305 0,34
Atlântico Sudeste 215 26.433 13,86 122,94 3.179 1,77 1.109 0,22
Paraná 880 62.655 32,85 71,20 11.453 6,38 5.792 6,36
Paraguai 363* 2.015 1,06 5,55 2.368 1,32 782 0,86
Uruguai 174* 7.149 3,75 41, 90 4.121 2,29 565 0,62
Atlântico Sul 187 9.385 4,92 50,19 4.174 2,3 647 0,71
Brasil 8.531 190.733** 100,00 22,36 180.000 100,0 91.071 100,00
* em território brasileiro
** estimada com base em resultados preliminares do Censo 2010 (Fonte: IBGE)
51
Coberturas Fanerozóicas
Embasamen to Pré-Cambriano
ESCUDOS
I - Guianas
II – Brasil-Central
III - Atlântico
Tabela 8 - Reservas de águas subterrâneas do Brasil. Fonte: ANEEL (1999, apud Varella
Neto, 2008)
Áreas Estoques
Domínios Aquiferos 2 Sistemas Aquíferos Principais 3
(km ) (km )
Embasamento aflorante 600.000 Zonas Fraturadas 80
Embasamento alterado 4.000.000 Manto de intemperismo e/ou fraturas 10.000
Bacia Sedimentar Amazonas 1.300.000 Alter do Chão, Solimões e Içá 32.500
Corda-Grajaú, Motuca, Poti-Piauí,
Bacia Sedimentar do Maranhão 700.000 17.500
Cabeças e Serra Grande
Grupo Barreiras, Jandaíra, Açu e
Bacia Sedimentar Potiguar-Recife 23.000 230
Beberibe
Bacia Sedimentar Alagoas-Sergipe 10.000 Grupo Barreiras e Murieba 100
Bacia Sedimentar Jatobá-Tucano-
56.000 Marizal, São Sebastião, Tacaratu 840
Recôncavo
Bauru-Caiuá, Serra Geral, Botucatu-
Bacia Sedimentar Paraná (Brasil) 1.000.000 50.400
Pirambóia-Rio do Rastro, Aquidauana
Depósitos diversos 823.000 Aluviões, dunas 411
Total 8.512.000 112.000
54
Subprovíncias
6a - Nordeste
6b – Sudeste
9a – Ilha do Bananal
9b – Alto Xingu
9c – Chapada dos Parecis
9d – Alto Paraguai
Províncias 10a – Amapá
1 - Escudo Setentrional 10b – Barreirinhas
2 - Amazonas 10c – Ceará e Piaui
3 10d – Potiguar
- Escudo Central
4 10e – Pernambuco, Paraíba e
- Parnaíba
Rio rande do Norte
5
- São Francisco 10f – Alagoas e Sergipe
6
- Escudo Oriental 10g – Recôncavo, Tucano e
7 Jatobá
- Paraná
8 - Escudo Meridional 10h – Rio de Janeiro, Espírito
9 - Centro-Oeste Santo e Bahia
10 - Costeira 10i 10i – Rio Grande do Sul
- Divisão Hidrográfica Nacional
2oS 2oS
10oS 10oS
18oS 18oS
1 Formações Cenozóicas
2 Bacias Sedimentares
5 Vulcânicas
6 Cristalino
7 Carbon atos/Metacarbonatos 150 0 150 300 450 600km
Figura 37 – Mapa de distribuição das principais bacias sedimentares brasileiras. Fonte: site
http://www.phoenix.org.br
57
Solimões
Alter do Chão Urucaia/Areado
Boa Vista Cristalino Centro
Barreiras Cristalino Sudoeste
Itapecuru Cristalino Sul
Poti-Piaui Serra Geral
Cabeças Bauru-Caiuiá
Beberibe Guarani
Açu Cuiabá
Jandaira Furnas
Bambuí Ponta Grossa
São Sebastião
Cristalino Nordeste
Figura 38 – Mapa com a localização dos principais sistemas aquíferos do Brasil. Fonte:
MMA (2007)
nascentes nos Andes Peruanos até sua foz (rio Amazonas), no Oceano Atlântico,
onde descarrega cerca de 1/5 de toda a água doce do planeta (ANA, 2007). Ao longo
de sua extensão, drena águas de seis outros países do continente sul-americano,
incluindo regiões hidrográficas amazônicas da Colômbia (16,14%), Bolívia (15,62%),
Equador (2,31%), Guiana (1,35%), Peru (0,60%) e Venezuela (0,11%), conforme
Filizola et al. (2002) e ANA (2006).
Em território nacional, onde constitui a porção da região hidrográfica
Amazônica brasileira, essa bacia cobre área de aproximadamente 3,87x106 km2
(63,9% de seu território), abrangendo integralmente os territórios do Acre, Amazonas,
Amapá, Rondônia e Roraima (Figura 39), além de porções significativas dos estados
do Pará (76,2%) e Mato Grosso (67,8%). Ao longo de sua extensão recebe
pluviosidade anual entre 2.000 e 3.000 mm e apresenta vazão média, de longo
período, estimada em 133.380 m3/s, representando 73,5% do total do país. Essa
quantidade, somada com a contribuição oriunda de territórios estrangeiros (cerca de
71.527 m³/s), representa uma vazão total da ordem de 204.907 m³/s, que é
descarregada no oceano Atlântico (ANA, 2006). O território do estado do Amazonas
compreende uma porção da ordem de 35,07% da Região Hidrográfica Amazônica
(Fonte: MMA, 2006).
RR AP
AM
PA
AC
RO
MT
0º00’ 1
2 4
3 SUB-BACIAS
1 Negro
2 Trombetas
10 3 Paru
9 8 6
4 Foz do Amazonas
7
5 Amapá/Litoral
6 Xingu
10º00’
7 Tapajós
8 Madeira
9 Purus
10 Solimões
ESCALA APROXIMADA
0 250 500 km
m³/s). Ainda de acordo com essa fonte, a sub-região do Solimões, que ocupa cerca de
15% da área total da região, tem uma densidade demográfica da ordem de 1,2 hab/km2 e
a Rio Negro, com cerca de 15% da área, tem densidade demográfica de cerca de 3,2
hab/km2.
3. OBJETIVOS
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Materiais
4.2. Métodos
passagem, utilizando duas antenas idênticas de radar, sendo uma colocada a bordo
da espaçonave Endeavour e outra na extremidade de um mastro de 60 metros de
comprimento, projetado para fora da espaçonave, compondo um sistema de emissão
e recepção do sinal, respectivamente. Os produtos SRTM constituem parte do
conjunto de imagens de Radar, sendo que apresentam sensores com visada vertical e
lateral, com capacidade de reproduzir três dimensões espaciais do relevo (Carvalho e
Bayer, 2008): latitude, longitude e altitude (x, y, z). Considerando a distância entre as
antenas e as diferenças nas ondas de retorno por elas captadas, pode-se determinar,
com precisão bastante elevada, as elevações da superfície terrestre, e assim gerar
superfícies contínuas de elevação, ou modelos digitais de elevação (DEMs).
Conforme observado por Grohmann et al. (2008) e Oliveira e Paradella
(2008), devido às peculiaridades naturais da região Amazônica, é de fundamental
importância o emprego desses produtos como fonte primária de dados de elevação
nas investigações geomorfológicas e em mapeamentos topográficos de semi-detalhes.
Essas imagens foram processadas por meio dos softwares Global Mapper
12.0 e ArcGis versão 9.3, no laboratório de Geofísica no Departamento de
Geociências da UFAM, com o propósito de elaborar produtos temáticos diversos
(mapas de drenagens, elevação, declividade e hipsométricos, além do traçado de
68
Irregular Network), que é uma estrutura de grade triangular do tipo vetorial, que
apresenta topologia do tipo nó-arco e que possibilita a representação de uma
superfície através de um conjunto de faces triangulares interligadas. Cada um dos três
vértices da face triangular armazena informações sobre a localização (x, y) e sobre os
valores de altitude/elevação correspondente ao eixo z (Coelho, 2007). A partir da
edição do TIN foi possível confeccionar os mapas citados.
A declividade expressa o grau de inclinação do terreno em relação a um
plano horizontal, que pode ser expressa em percentual ou em graus. Para a geração
do mapa de relevo tomou-se como base o modelo numérico do terreno (MNT), que foi
fatiada em classes de declividades discriminadas, com base na proposta da Embrapa
(EMBRAPA, 1999), que classifica o terreno como: Plano (0 a 2,9%); Suave Ondulado
(3 a 7,9%); Ondulado (8 a 19,9%); Forte Ondulado (20 a 44,9%); Montanhoso (45 a
74,9%); e escarpado ( > que 75%).
A avaliação do mapa hipsométrico permite uma melhor análise do
comportamento do relevo, notadamente quanto à identificação de zonas de encostas
mais pronunciadas.
O mapa de curvas de níveis foi construído com base em arquivo de dados
SRTM corrigidos, o que os tornam calibrados para valores oficiais de altitudes
topográficas locais.
PM06
PM05
PM04
2º35’S
PM07
PM03
PM10 PM01
PM02
2º40’S
Poço de
Rio Preto da Eva monitoramento
PM09
2º45’S
0 2 4 6 8 10 km
Figura 42 - Mapa Hipsométrico da região de rio Preto da Eva, mostrando a localização dos
poços de monitoramento
bu -2 15’
o
127 m as
130 ie ir U ru
Poço UFAM o
Cu R io
Poço Petrobrás Ri Poço DELTA
98,5 m
100 90 m
B R-174
70
a Ev a
Ri o P reto d
40 o
-2 30’
10
Poço UFAM
-20
-50
A çu
o
-2 45’
Tarumã
-0 1 0
-80
AM
Igara pé
B R-174
-110
Poço Petrobrás
-140 Base da Formação Alter do Chão
Formação Nova Olinda -3o 00’
-170
LEGENDA
ESCALA HORIZONTAL
0 5 10 km
Exagero vertical: 100 vezes Argiloso Argiloarenoso Arenoargiloso Arenoso Arenoso compacto Conglomerado
Figura 45 - Seção topográfica mostrando o posicionamento dos poços de referência e suas localizações em mapa.
74
Tabela 12 – Dados dos totais mensal e anual de precipitação medida na Estação Pluviométrica
de Rio Preto da Eva (ANA/CPRM), para o período de 1995 a agosto de 2011.
1995 156,0 171,7 397,0 340,5 402,9 154,9 81,8 79,9 76,3 120,7 234,5 202,2 2418,4
1996 289,7 317,7 413,0 340,1 361,8 173,8 119,3 125,7 107,7 194,6 143,8 228,1 2815,3
1997 180,7 268,5 398,8 264,1 298,2 78,3 13,1 73,8 1,1 34,6 183,0 137,4 1931,6
1998 209,0 123,8 127,4 324,0 291,1 234,3 162,6 158,0 40,0 117,8 142,9 150,8 2081,7
1999 413,6 329,0 232,5 298,2 311,5 239,7 133,0 76,1 237,7 129,6 104,9 160,7 2666,5
2000 338,4 267,7 350,2 361,0 249,5 162,0 92,5 80,7 129,5 154,3 149,5 94,4 2429,7
2001 345,8 217,3 232,2 215,6 158,4 296,0 54,1 33,3 88,7 119,2 144,2 156,9 2061,7
2002 187,1 283,6 253,4 429,0 326,8 124,9 95,8 74,8 40,8 170,6 54,8 156,0 2197,6
2003 40,5 157,3 266,4 282,4 240,0 179,4 70,2 131,8 134,4 178,1 158,5 109,2 1948,2
2004 259,8 259,8 365,2 218,7 270,3 54,5 103,1 92,8 94,8 173,6 34,2 163,6 2090,4
2005 152,0 315,7 331,3 183,4 206,7 142,9 128,1 52,2 44,3 143,4 175,2 369,7 2244,9
2006 288,9 200,9 206,6 256,8 218,7 161,8 71,6 52,5 88,0 74,2 297,7 115,5 2033,2
2007 224,7 62,5 345,0 542,4 201,3 85,4 119,1 165,8 173,3 71,3 76,3 185,6 2252,7
2008 264,5 311,3 557,2 318,3 270,1 241,9 122,5 70,9 54,4 114,0 244,2 215,1 2784,4
2009 383,7 308,3 325,7 252,3 294,4 320,4 110,1 76,3 27,1 53,1 92,8 221,8 2466,0
2010 273,0 279,2 332,6 488,4 242,6 154,2 113,6 22,2 94,1 68,8 134,3 220 2423,0
2011 273,7 346,7 339,5 348 235,6 175,6 78,8 104,4 * * * *
Média(mm) 250,7 248,3 316,1 321,4 269,4 175,3 98,2 86,5 89,5 119,9 148,2 180,4
* Indisponibidade de dados
Tabela 14 – Vazões médias mensais do rio Preto da Eva, fornecidas pela Estação
Fluviométrica de Rio Preto da Eva (ANA/CPRM), para o período de 1995 a agosto de 2011.
3
Vazões médias mensais (m /s) MÉDIA
ANO 3
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez (m /s)
1995 24,34 24,14 34,75 42,40 50,79 42,90 36,24 27,24 22,86 20,23 28,41 27,84 31,84
1996 36,78 38,37 55,62 77,98 74,59 64,76 46,84 38,33 30,99 34,44 27,14 25,90 45,98
1997 26,35 34,94 52,43 55,24 66,95 45,26 31,54 26,06 18,87 16,52 17,80 16,30 34,02
1998 23,44 18,83 16,48 24,94 32,04 31,96 26,08 20,16 19,97 16,59 18,09 15,85 22,04
1999 28,11 29,80 31,89 39,77 58,77 55,22 41,57 32,80 31,30 29,53 23,92 26,48 35,76
2000 32,87 41,38 54,23 75,51 75,41 58,94 47,27 37,10 29,89 29,13 26,90 22,41 44,25
2001 31,67 30,83 34,33 47,69 43,74 42,05 34,13 25,19 22,15 18,70 17,29 19,81 30,63
2002 19,44 29,46 30,96 39,41 52,54 55,31 36,78 28,03 * * * * 36,49
2003 15,76 17,70 21,69 24,64 34,22 28,28 21,93 19,89 22,25 18,07 18,03 14,89 21,45
2004 21,18 20,77 42,47 41,92 38,65 32,48 26,15 23,29 19,20 20,21 15,24 17,66 26,60
2005 19,52 25,36 52,37 40,57 38,20 34,91 31,39 21,84 17,60 17,75 21,03 29,85 29,20
2006 31,33 35,87 36,41 43,41 56,11 47,21 35,19 26,57 21,21 18,30 24,69 17,13 32,79
2007 28,04 17,62 26,94 54,18 51,78 44,58 34,09 31,68 24,73 20,40 18,09 22,71 31,24
2008 27,90 42,63 50,28 64,78 64,78 69,17 50,19 33,76 30,06 25,35 35,60 31,83 43,86
2009 44,22 56,40 56,92 56,18 77,97 76,70 51,26 34,72 26,33 20,45 18,54 21,53 45,10
2010 20,06 22,32 19,36 45,00 42,94 32,57 26,59 20,36 17,28 15,09 16,35 19,83 24,81
2011 20,67 32,75 38,48 55,56 44,99 34,52 27,93 22,23 * * * * 36,64
Média/mês 26,57 30,54 38,57 48,78 53,20 46,87 35,60 27,60 23,65 21,38 21,81 22,00
* Indisponibidade de dados
76
Antena (sensor)
Registrador
Tripé
Pontos Coordenadas
Ord. Identificação Latitude Longitude Cota (m)
1 Base 1: Mirante de Rio Preto da Eva 2º41’49,26”S 59º41’44,22”W 81,74
2 . km 4,5 do ramal ZF1 (km 53 da AM-010) – SEV 15 2º42’13,41”S 59º52’22,45”W 122,55
3 . km 68 da AM-010 - SEV 13 2º44’15,47”S 59º45’56,08”W 112,09
4 . km 82 da AM-010 - SEV 12 2º40’34,37”S 59º39’55,21”W 102,26
5 . km 11 do ramal ZF7-B (km 85 da AM-010) – SEV 14 2º35’50,12”S 59º42’13,72”W 111,27
6 . Estação Fluviométrica de Rio Preto da Eva 2º41’55,07”S 59º42’13,91”W 23,67
7 Base 2: km 41 da BR-174 (Com.Nova Canaã) 2º37’05,15”S 60º02’22,29”W 77,167
8 . Poço 1 (Faz. Exp. UFAM) – km 38 da BR-174 2º38’56,59”S 60º03’14,66”W 98,820
9 . Poço 2 (Faz. Exp. UFAM) – km 38 da BR-174 2º39’12,60”S 60º03’14,91”W 101,627
10 . Fazenda Exper. da UFAM (km 38/BR-174) – SEV 1 2º39’11,4”S 60º03’13,3”W 98,50
11 . km 41 da BR-174 - SEV 2 2°37’13,38”S 60°02’23,41”W 75,200
12 . km 2 do Ramal Pau Rosa (km 21 da BR-174) – SEV 16 2°47’50,35”S 60°06’13,40”W 79,040
13 . km 3 do ramal ZF1 (km 41 da BR-174) – SEV 17 2º36’32,31”S 60º00’46,00”W 116,746
14 . km 44 da BR-174 – SEV 3 2º35’22,45”S 60º02’01,97”W 76,686
15 . km 2,6 do Ramal ZF2 (km 50 da BR-174) – SEV 4 2º32’13,45”S 60º03’23,49”W 121,213
16 . km 3 do ramal do km 57 da BR-174 – SEV 5 2º28’40,82”S 60º01’08,87”W 128,126
17 . km 1 do Ramal ZF3, km 63 da BR – SEV 6 2º25’23,34”S 60º01’39,47”W 130,168
18 . km 71 da BR-174 – SEV 11 2º21’09,60”S 60º02’38,81”W 87,377
19 Base 3: km 96 da BR-174 (ASFRAMA) 2º08’08,48”S 59º59’49,42”W 70,658
20 . km 1 do ramal do km 78 da BR-174 – SEV 7 2º17’35,82”S 60º02’02,75”W 131,774
21 . km 3 do ramal do km 85 da BR-174 – SEV 10 2º14’04,26”S 60º00’34,88”W 127,919
22 . km 94 da BR-174 – SEV 8 2º09’22,96”S 60º00’13,09”W 98,196
23 . km 96 da BR-174 – SEV 9 2º08’16,67”S 59º59’54,23”W 71,738
24 . Presidente Figueiredo (km 107 da BR-174) 2º03’12,96”S 60º01’25,23”W 81,455
25 . Bifurcação BR-174/AM-240 2º04’51,67”S 60º00’27,15”W 75,114
26 . km 6 da AM-240 (entrada da Caverna do Maroaga) 2º02’55,88”S 59º58’28,28”W 153,372
27 . km 98 da BR-174 (margem esquerda do rio Urubu) 2º06’43,69”S 59º59’30,54”W 58,873
79
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
02º30’S
20
40
60
80
100
03º00’S
120
140
160
180
dissecação diferenciada, sendo mais intensa nos patamares mais elevados. Esse
processo erosivo é fortemente influenciado pela declividade das encostas, voltada no
sentido dos vales que comportam as principais drenagens dessa região, a exemplo
dos rios Preto da Eva e Urubu, na porção leste da área. Como resultados desse
processo modelador, ocorrem feições conspícuas, com destaque para os paltôs que
constituem os interflúvios dessas drenagens. Ainda nesse contexto, há também a
influência de outros processos geológicas, como o desenvolvimento de crostas
lateríticas (Costa, 1991; Horbe et al., 2001), que contribuem no sentido de aumentar a
resistência aos mecanismos de dissecação, resultando, consequentemente, em
processo de erosão (responsáveis pela dissecação do relevo) diferencial.
LEGENDA
Elevação (m)
02º30’S
03º00’S
MANAUS
W E
Frequência
acumulada
2º30’S
N
W E
Lineamento de
drenagem
3º00’S
Área de pesquisa
0 10 20 30 40 50 km
Cabeceiras do
Rio Preto da Eva Afl. Rio Urubu Rio Urubu 4
Cota (m) 3
Ig. Bolívia Ig. Leão 2
150 1
100
50
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Distância (km)
EH EV LEGENDA
0 10 km 0 100 m Superfície topográfica Patamar topográfico
o
Figura 52 – Perfil topográfico (SRTM) ao longo meridiano de 60 W, desde a região da
periferia norte da cidade de Manaus (3º00’S) até a região sul do município de Presidente
Figueiredo (2º00’S).
relevo, que é mais intenso sobre os patamares mais elevados e (3) a declividade da
superfície, ascendente para norte (até por volta do rio Urubu), zona limítrofe com a
unidade Patamares Setentrionais da Borda da Bacia do Amazonas. Os desníveis
topográficos entre esses patamares, estimado como da ordem de 25 metros, não
mostram correspondências (em magnitude) com os desníveis (rejeitos) das falhas
observadas na superfície (cortes de estradas), que são normalmente menores
(inferiores a 10 metros).
A observação topográfica da porção de terreno ao longo da rodovia BR-174,
compreendida entre o limite norte da cidade de Manaus (início dessa rodovia) e o
limite norte de exposições contínuas da Formação Alter do Chão (km 94), permite
observar a existência de um trecho escalonado e em aclive, que vai desde o início da
BR-174 (cota da ordem de 80 metros) até por volta do km 52 (cota da ordem de 140
metros), com aclividade da ordem de 1,2 m/km, seguido de um trecho em patamar
elevado e plano (140 metros), que constitui a zona das cabeceiras do rio Preto da Eva
(a nordeste) e igarapé Tarumã Mirim (a sul), estabelecendo um divisor de águas radial
também com os rios Cuieiras (a noroeste) e Urubu (a norte), e se estende até por volta
do km 60 (Figura 53). A partir dessa porção observa-se um trecho em declive, que vai
desde o km 60 até o km 98 (rio Urubu, que marca a fronteira aproximada entre o
Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro e Planalto da Bacia Sedimentar do
Amazonas), onde as cotas chegam a cerca de 60 metros, com declividade de cerca de
2,1 m/ km.
2º10’S
2º20’S
2º30’S
Zona de drenagem
radial excêntrica
2º40’S
0 5 10 5 20km
2º50’S
SW NE
EH EV
0 50 km 0 100 m Superfície topográfica Patamar topográfico Falha geológica (?)
Figura 54 – Perfil topográfico SRTM transversal aos vales dos rios Puraquequara, Preto da Eva
e Urubu, destacando, esquematicamente, os efeitos tectônicos na morfologia do relevo.
Cuieiras e afluentes dos rios Urubu, Preto da Eva e Puraquequara; com direção N-S
se destaca os lineamentos do igarapé Tarumã Mirim, rio Puraquequara, alto curso do
rio Branquinho, além dos tributários das porções do alto curso dos rios Urubu e Preto
da Eva, cujos vales se orientam praticamente conforme E-W; na direção E-W, menos
frequente, se destaca a porção do médio curso do rio Cuieiras.
Conforme demonstra os diagramas de roseta, quer de comprimento
acumulado como de freqüência, verifica-se um predomínio da direção NW-SE e,
secundariamente, E-W e NE-SW.
W E
Frequência
2º30’S acumulada
N
W E
Lineamento de
3º00’S drenagem
Área da pesquisa
0 10 20 30 40 50 km
02º30’S
LEGENDA
Declividade (%)
0– 3
4– 5
6– 8
03º00’S
9 – 13
14 - 37
0 20 40 60 km
Área de estudo
Área de estudo
Com base nos resultados desses estudos, Silva (2005) obteve, para as
principais bacias da região de estudo, os seguintes resultados: igarapé Tarumã-Mirim
(FA= 54) indica um basculamento para ENE; igarapé Tarumã-Açu (FA= 31)
corresponde a um basculamento para W; rio Puraquequara (FA< 50), indica um
basculamento para WSW; rio Preto da Eva é (FA= 45), indica um basculamento para
92
WSW; rio Urubu (FA= 51), com basculamento para NE; e rios Cuieiras e Branquinho
(FA= 29), indica um basculamento para W.
2°30’S
5
2
10
6
11 3°0’0”S
7 9
Figura 58. Mapa destacando as bacias de drenagens da região de estudo, com indicação do
sentido do possível basculamento (seta) das bacias principais (adaptado de Silva, 2005)
Alter do Chão, assim com suas relações de contato com os sedimentos da Formação
Manacapuru, na porção de fronteira entre essas unidades.
As sondagens elétricas verticais, com alcance em profundidade de até 167
metros, foram calibradas com base em informações de dois poços perfurados para
captação de água subterrânea, sendo um na Fazenda Experimental da UFAM, com
150 metros de profundidade, e outro no km 78 da rodovia BR-174, com 110 metros de
profundidade. Os resultados do processo de inversão dos dados de caminhamento
foram apoiados em informações de exposições de rochas nas proximidades do local
investigado, correspondente às rochas do substrato da Formação Alter do Chão,
representado por arenitos e folhelhos da Formação Manacapuru, do Grupo Trombetas,
nessa porção da bacia.
60º00’ W 59º30’W
Pres. Figueiredo
2º00’S
SEV9
SEV8 LEGENDA
Rio Preto da Eva
SEV10
Sede municipal
SEV11
SEV7
Drenagem
SEV6
Rodovia
SEV4 SEV5
2º30’S’ Grupo Trombetas
SEV14
SEV3 Itacoatiara
SEV12
SEV2 Formação Alter do Chão
SEV15
SEV1 Rio Preto Depósitos aluvionares
da Eva SEV1 Ponto de SEV
SEV13
3º00’S’
ESCALA
MANAUS 0 25 50 km
Figura 59. Mapa de localização das sondagens elétricas verticais (SEV). Base: Mapa geológico
do IBGE.
94
Coordenadas
Identificação Localização
Latitude Longitude Cota (m)
SEÇÃO BR-174
SEV 1 Km 38 (Fazenda Experimental/UFAM) 2º39’11,40”S 60º03’13,30”W 98,50
SEV 2 Km 41 (margem oeste da rodovia) 2°37’13,38”S 60°02’23,41”W 75,20
SEV 3 Km 44 (margem oeste da rodovia) 2º35’22,45”S 60º02’01,97”W 76,69
SEV 4 Km 50 (km 2,6 do ramal ZF2) 2º32’13,45”S 60º03’23,49”W 121,21
SEV 5 Km 57 (km 1,4 do ramal) 2º28’40,82”S 60º01’08,87”W 128,13
SEV 6 Km 63 (km 1 do ramal ZF3) 2º25’23,34”S 60º01’39,47”W 130,17
SEV 7 Km 78 (km 1 do ramal) 2º17’35,82”S 60º02’02,75”W 131,77
SEV 8 Km 94 (margem leste da rodovia) 2º09’22,96”S 60º00’13,09”W 98,20
SEV 9 Km 96 (margem oeste da rodovia) 2º08’16,67”S 59º59’54,23”W 71,74
SEV 10 Km 85 (km 3 do ramal) 2º14’04,26”S 60º00’34,88”W 127,92
SEV 11 Km 71 (margem oeste da rodovia) 2º21’09,60”S 60º02’38,81”W 87,38
SEÇÃO AM-010
SEV 12 Km 82 (margem norte da rodovia) 2º40’34,37”S 59º39’55,21”W 102,26
SEV 13 Km 68 (margem norte da rodovia) 2º44’15,47”S 59º45’56,08”W 112,09
SEV 14 Km 85 (km 11 do Ramal ZF7-B) 2º35’50,12”S 59º42’13,72”W 111,27
SEV 15 Km 53 (km 4,5 do Ramal ZF1) 2º42’13,41”S 59º52’22,45”W 122,55
km 38 6 km 96
150
4 5 11 7 10 8
Cota (m)
1 2 3 9
90
30
-30
0 10 20 30 40 50 60
0 5 10 km Distância (km)
Localização e ordem da SEV
Exagero vertical de 30 vezes
150 15 13 14
Rio Preto da Eva 12
Cota (m)
90
30
0 10 20 30 Distância (km)
0 5 10 km
Localização e ordem da SEV
Exagero vertical: 30 vezes
Figura 61 – Seção AM-010 mostrando o posicionamento das SEVs (12, 13, 14 e 15), ao longo
de um perfil topográfico (SRTM) segmentado, com exagero vertical da ordem de 30 vezes.
95
10000 a
SEV UFAM (km 38) - Cota: 98,5m
N
h d Cota
( .m ) (m) (m) (m)
1 630 1 1 97,5
2 155 - 706 27 28 70,5
3 2816 72 100 -1,5
4 87
1000
AB/2
100
1 10 100 1000
10000
a
1000
1000
100 AB/2
1 10 100 1000
10000
a
1000
S E V km 57 - C ota: 128,1m
h d C ota
N (m ) (m )
( . m ) (m )
10000 1 55 0 ,3 0,3 127,8 a
2 3640 0,3 0,6 127,5
3 32 1,4 2,0 126,1
4 1 2 7 4 -2 5 5 1 1 4 0 1 4 2 , 0 -1 3 , 9
5 11 8
1000
AB/2
100
1 10 100 1000
10000 S E V km 63 - C o ta : 1 3 0 ,2 m
h d C o ta
a
N ( . m ) (m ) (m ) (m )
1 583 1 ,2 1,2 1 2 9 ,0
2 95-438 1 6 , 6 1 7 , 8 11 2 , 4
3 2140 1 0 0 11 7 ,8 1 2 ,4
4 77
1000
AB/2
100
1 1000
1010 100
100
10000 a
S E V km 78 - C o ta : 1 3 1 ,8 m
h d C o ta
N
( .m ) (m ) (m ) (m )
1 388 1 ,3 1 ,3 1 3 0 ,5
2 2 2 1 -8 3 8 3 8 ,8 4 0 ,1 9 1 ,7
3 5400 5 8 9 8 ,1 3 3 ,7
4 3835
1000
AB/2
100
1 10 100 1000
10
Figura 68 – Perfil da SEV 7 (Ramal do km 78 da rodovia BR-174).
10000 a
S E V k m 9 4 - C o ta : 9 8 ,2 m
h d C o ta
N ( .m ) ( m ) (m ) (m )
1 310-92 6 23 23 7 5 ,2
2 5460 40 63 3 5 ,2
3 192
1000
AB/2
100
1 10 100 1000
10000 a
AB/2
1000
1 10 100 1000
S E V k m 9 6 - C o ta : 7 1 ,7 m
h d C o ta
N ( .m ) (m ) (m ) (m )
1 3702 1 1 7 0 ,7
2 1890 4 5 6 6 ,7
3 4 2 3 4 -3 1 8 0 7 4 79 - 7 ,3
4 121
SEV km 8 5 BR - C o ta : 1 27 ,9 m
N h d C o ta
10000 ( .m ) (m ) (m ) (m ) a
1 623 0 ,8 0 ,8 1 2 7 ,1
2 241 11 ,3 1 2 ,1 11 5 ,8
3 27 2 5 1 4 0 1 52 ,1 -2 4 ,2
4 583
1000
AB/2
100
1 10 100 1000
1000
AB/2
100
1 10 100 1000
SEV km 82 AM 01 0 - Cota : 1 02 ,3 m
h d Co ta
N ( .m ) (m ) (m ) (m )
10000 1 3 07 0 ,7 0 ,7 1 01 ,6
2 1 25 - 93 4 8 ,3 9 ,0 93 ,3 a
3 4 10 0 1 36 14 5 -42 ,7
4 2 52
1000
AB/2
100
1 10 100 1000
10000
a
SEV km 68 AM 1 0 - Co ta : 112 ,1 m
h d C ota
N ( .m ) (m ) (m ) (m )
1 537 2,5 2 ,5 10 9,6
2 15 8 6,2 8 ,7 10 3,4
3 85 00 59 6 7,7 4 4,4
4 370
1000
AB/2
100
1 10 100 1000
10000
a
1000
Figura 75 – Perfil da SEV 14, localizada no ramal ZF7-B (km 85 da rodovia AM-010).
A SEV 15, localizada no km 4,5 do ramal ZF1 (km 53 da rodovia AM-010) tem a
configuração de um sistema de 4 camadas (Figura 76), sendo:
. (1) camada superficial com resistividade moderadamente elevada (da ordem
de 1.200 .m) e espessura de cerca de 0,5 metro, compatível com material de
constituição arenoargilosa, compactada;
. (2) camada intercalada, de resistividade baixa a moderada (variando de 227 a
644 .m), de constituição argiloarenosa e espessura de cerca de 16 metros;
. (3) camada de resistividade elevada (da ordem de 5.400 .m) e espessura de
cerca de 82 metros, de constituição arenosa, e
. (4) camada inferior, com resistividade baixa (da ordem de 117 .m), de
constituição argilosa.
110
1000
AB/2
100
1 10 100 1000
Figura 76 – Perfil da SEV 15, localizada no ramal ZF1 (km 53 da rodovia AM-010).
40
10
-20
-50
LEGENDA ESCALA HORIZONTAL
-80 0 5 10 km
Argiloso Argilo- Areno- Arenoso Arenoso
Exagero vertical: 50 vezes
-110 arenoso argiloso compactado
0 10 20 30 40 50 60 km
Distância horizontal (km)
Figura 77 – Seção estratigráfica interpretada dos dados de SEVs, concernente à seção BR-174, mostrando as correlações entre os perfis das mesmas.
SEV 15
Rio Preto d a E va
SEV 13 SEV 14
130 123 m SEV 12
Cota ( m)
112 m 111 m
102m
100 100
70 70m
40
10
Figura 78 – Seção estratigráfica interpretada dos dados de SEVs 15, 13, 14 e 12, concernente à seção AM-010, mostrando as correlações entre os perfis das
mesmas.
113
Figura 79 – Seção modelo de resistividade elétrica de uma porção do limite norte da Formação Alter do Chão (km 94 da BR-174), com deslocamento de sul
para norte.
115
Figura 80 – Seção modelo de resistividade elétrica de uma porção do limite norte da Formação Alter do Chão (km 94 da BR-174), com deslocamento de sul
para norte – sequência da seção anterior (Figura 72)
116
Figura 81- Seção modelo de resistividade elétrica de uma porção do limite norte da Formação Alter do Chão (km 94 da BR-174), com deslocamento de sul
para norte, empregando a configuração Dipolo-dipolo, com abertura de 40 metros entre eletrodos dos dipolos
118
400
Chuva total (mm)
300
200
100
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
650
600
Cota (cm)
550
500
450
400
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Figura 83 – Níveis médios mensais do rio Preto da Eva, para o período de Jan/1995 a
Ago/2011, medidos na Estação Fluviométrica de Rio Preto da Eva (ANA/CPRM).
90
1995 1996 1997
80 1998 1999 2000
2001 2002 2003
70
2004 2005 2006
2007 2008 2009
60
Vazão (m3/s)
2010 2011
50
40
30
20
10
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Figura 84 – Vazão média mensal do rio Preto da Eva, para o período de Jan/1995 a Ago/2011,
medidas na Estação Fluviométrica de Rio Preto da Eva (ANA/CPRM).
anuais variando entre 180 mm até 490 mm (média de 321,4 mm), e agosto o mês de
menor volume anual de chuva, com volume médio variando entre 22 e 166 mm (com
média, no período, de 86,5 mm), conforme observado na Figura 85.
Como consequência desse regime pluviométrico, o nível do rio Preto da
Eva, durante esse período, oscilou de forma semelhante, alcançando níveis mais
elevados nos meses de abril, maio e junho, quando alcançou valores entre 539 cm e
640 cm (média de 585 cm), e níveis mais baixos nos meses de outubro a fevereiro,
com valores mínimos variando entre 446 cm a 548 cm (média de 499 cm).
A descarga média do total mensal do rio Preto da Eva, para o período de
1995 a 2011, medida na Estação Fluviométrica Rio Preto da Eva, revela valores
máximos nos meses de abril a junho, quando alcança valores variando entre 32 m3/s e
78 m3/s (média da ordem de 50 m3/s), e descarga mínima nos meses de outubro a
janeiro, com valores mínimos entre 15 m3/s e 36 m3/s (média da ordem de 23 m3/s),
conforme mostrado na Figura 84.
O gráfico da Figura 85 mostra a comparação relativa entre os valores
médios mensais do total mensal de chuva, medida na Estação Pluviométrica Rio Preto
da Eva, do nível médio mensal e vazão média mensal do rio Preto da Eva, medidos na
Estação Fluviométrica Rio Preto da Eva, no período de Jan/1995 a Abr/2011.
700
594
600 581 580
551 551
523 521
509 499
487 486 489
500
Grandezas medidas
400
Média mensal de chuva total (mm)
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Figura 85 – Perfis comparativos do volume médio mensal de chuva, cota média mensal e
vazão média mensal medidas na Estação Rio Preto da Eva, no período de 1995 a 2011
(ANA/CPRM). Rótulo em cor vermelha (volume máximo) e em verde (volume mínimo).
121
620
602 601
591 592
580 582
580
564 563 565
556 553 556
547 547
542 543
538 535
540 530
Cota (cm)
525
521
516
510 513
504 503 503
500 495 495
487
477
466
458 457
460
Máxima Mínima
420
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Anos
100 400
90
350
80
300
250
60
50 200
40
150
30
100
Cota
20
Vazão
Chuva 50
10
0 0
ago.10 set.10 out.10 nov.10 dez.10 jan.11 fev.11 mar.11 abr.11 mai.11 jun.11 jul.11 ago.11
Meses
2. Poço PM02, localizado no sítio São Lázaro (km 101 da rodovia AM-010),
margem esquerda do rio Preto da Eva, região do interflúvio com o rio Urubu.
90 400
80 350
70
300
60
250
50
200
40
150
30
100
20 Cota
Vazão
10 50
Chuva
0 0
ago.10 set.10 out.10 nov.10 dez.10 jan.11 fev.11 mar.11 abr.11 mai.11 jun.11 jul.11 ago.11
Meses
3. Poço PM03, localizado no sítio Fatô & Nico (km 92 da rodovia AM-010),
margem esquerda do rio Preto da Eva e na faixa de interflúvio deste rio com rio Urubu.
verificou-se uma oscilação vertical de 7,50 m, tendo alcançado a menor cota (92,59
metros, correspondente ao valor de profundidade máxima, de 20,03 metros) em
janeiro/2011 e cota máxima (100,09 metros, concernente à profundidade mínima de
12,53 metros), em maio/2011.
120 400
350
100
300
80
250
60 200
150
40
100
Cota
20
Vazão 50
Chuva
0 0
ago.10 set.10 out.10 nov.10 dez.10 jan.11 fev.11 mar.11 abr.11 mai.11 jun.11 jul.11 ago.11
Meses
4. Poço PM04, localizado no Sítio Monte Sião (km 7 do ramal ZF7-B), que
inicia no km 92 da rodovia AM-010, margem esquerda do rio Preto da Eva, também na
faixa de interflúvio deste rio com rio Urubu.
grande influência o caráter textural do solo, nesse local, com predominância da fração
argilosa na porção mais superficial.
100 400
90
350
80
300
70
3
250
60
50 200
40
150
30
100
20 Cota
Vazão 50
10 Chuva
0 0
ago.10 set.10 out.10 nov.10 dez.10 jan.11 fev.11 mar.11 abr.11 mai.11 jun.11 jul.11 ago.11
Meses
Q1 = Q0.e-.t
notadamente por sua influência no ciclo hidrológico, quer local como em nível global.
Todavia, por estar desenvolvida sobre solos, em geral, de baixa fertilidade, e por estar
condicionada a um rigoroso regime climatológico, com elevadas temperaturas e
intensidades pluviométricas, esse gigantesco e delicado ecossistema se torna
altamente vulnerável às interferências antrópicas.
A degradação, em longo prazo, da biodiversidade da floresta Amazônica, que
se dá principalmente pelo processo de desmatamento, causará fortes impactos no
ciclo hidrológico, ocasionando mudanças no padrão de transporte de umidade
atmosférica da Amazônia até o Sul do Brasil, podendo, dessa forma, aumentar o risco
de extremos de chuva no Sul do Brasil. Simulações sugerem que, se o
desflorestamento nesse bioma alcançar a cifra de 30%, a floresta perderá a
capacidade de produzir chuvas suficientes para se auto-sustentar (Marengo, 2008).
Com mais de 40% de degradação, a precipitação pluviométrica diminuirá de forma
significativa no leste da Amazônia, resultando no aumento da temperatura, que
promoverá aumento na evaporação da água do solo. Esses impactos locais, somados
aos efeitos do aquecimento global e dos impactos das variações climáticas produzidas
pelos padrões interanuais e decenais, ocasionarão mais danos ao ambiente (Marengo
et al., 2011), tornando cada vez mais difícil a sustentação de espécies da fauna e flora
sobre essa porção da superfície terrestre.
Da mesma forma, a Amazônia exerce grande importância no balanço global
de carbono, por sua função na captação do carbono proveniente da atmosfera e sua
absorção pelas árvores e pelo solo. Como consequência do desmatamento direto e
das mudanças climáticas, o funcionamento do ecossistema florestal poderá ser
severamente prejudicado, quer pela redução de sua capacidade de reter carbono,
como pelo impacto negativo no funcionamento do ciclo hidrológico regional. A
exposição direta da superfície desnuda à insolação ocasionará o aumento da
temperatura do solo, que poderá contribuir para o processo gradual de savanização da
Amazônia.
Conforme Marengo et al. (2011), estudos observacionais mostram que, nos
últimos cinquenta anos, o Brasil teve um aquecimento de cerca de 0,7 ºC, sendo este
maior que a melhor estimativa de aumento médio global (0,64 ºC). Para a Amazônia,
todavia, não há evidência clara de diminuição de precipitações, ainda que se verifica
uma tendência significativa para condições mais secas na região sul da Amazônia nos
últimos trinta anos do século XX. É notório, todavia, um ligeiro aumento das chuvas no
norte da Amazônia, a partir de 1980, ao contrário da porção sul, que experimentou
uma diminuição das precipitações.
134
6. CONCLUSÕES
o ano hidrológico 2010-2011, reflete não apenas a posição geográfica como também a
cota da superfície, sendo maior nas localizações de cotas mais elevadas. De um
modo geral, a superfície freática, nos poços de monitoramento, atingiu o nível mais
elevado (maior cota) um mês após o pico da estação chuvosa, e antes do pico da
estação seca (julho, agosto), enquanto que o nível mais baixo ocorreu durante a
estação chuvosa, com defasagem de 1 a 4 meses do pico de chuva, sendo essa
menor nos poços mais a jusante e maior nos poços mais a montante. O longo período
de retardo (4 meses) entre os picos mínimos de chuva e de cota do nível freático,
corresponde ao período de ocorrência de percolação da água através da zona não
saturada, quando o fluxo de base sustenta as drenagens, tornando-as perenes.
A taxa de recarga do aquífero Alter do Chão, facilitada pela extensa área de
cobertura vegetal (mais de 80% da área total) e elevada disponibilidade de água de
precipitação, se faz de forma bastante eficiente. No entanto, a eficiência no processo
de infiltração da água no solo depende, também, das características litológicas (mais
eficiente em solos arenosos) e declividade do terreno (mais eficiente em terrenos
planos ou de baixa declividade), que são, em grande parte, interdependentes. De um
modo geral, verifica-se uma predominância de áreas de platôs e vales, comparadas às
áreas de vertente, de modo que a taxa de infiltração e, em conseqüência, a percolação
e recarga do aquífero é bastante eficiente.
O impacto das mudanças climáticas globais e do processo de degradação
(por desmatamento) da floresta, conforme previsões de modelos adotados pelo IPCC,
se refletirão em redução de chuvas na Amazônia Ocidental, que colocará em risco não
apenas a subsistência da própria floresta, como também influenciará diretamente no
ciclo hidrológico, com reação em cadeia em todo o sistema. Esse quadro, associado
ao comportamento contrastante no regime de precipitação entre as bacias norte e sul
da Amazônia, poderá ocasionar um desequilíbrio na dinâmica das drenagens dessas
porções, como por exemplo, maiores volumes de água nos rios da Amazônia do Sul e
menores na Amazônia Norte.
Em termos sanitários, a região em apreço não tem tradição de uso de
agrotóxicos e tampouco de irrigação, de modo que o agente mais agressivo e que se
pode antever, a curto e médio prazo é, de fato, o processo de urbanização, quer
produzido pelo surgimento de aglomerações (vilas, comunidades), notadamente ao
longo das rodovias e cursos d’água perenes, como pela expansão da fronteira urbana
das cidades de Manaus e Rio Preto da Eva, principalmente.
Um procedimento usual, e infelizmente, de conotação danosa ao ambiente, é
a perfuração indiscriminada de poços para abastecimento de residências, feitos sem
critérios técnicos e de forma inadequada, que poderão vir a se tornar veículos de
141
7. REFERÊNCIAS
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