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São Cristóvão-SE
Janeiro-2012
MIKELE CÂNDIDA SOUSA DE SANT’ANNA
São Cristóvão-SE
Janeiro-2012
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CDU 602:621
MIKELE CÂNDIDA SOUSA DE SANT’ANNA
BANCA EXAMINADORA
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Agradecimento é coisa muito séria e é tolhida neste sentimento que quero primeiramente
agradecer à Deus por me dar a força para concluir este trabalho.
À minha querida mãe Fausta, por todo o apoio, confiança, força, companheirismo, paciência e
principalmente pelo amor em momentos de muito stress.
Ao meu irmão Fabiano, por todo positivismo e pelo incentivo em momentos que o desanimo
tocou meu coração.
À meu pai de coração Edenilson, pelo incentivo e amor.
À meu namorado Danilo pela força e coragem, por todos os equipamentos que precisei
montar, por aguentar meu stress, minhas lágrimas e me apoiar sempre que desanimei, pela
busca incansável de uma tornearia, pelos domingos e feriados em função desta dissertação.
À Gabrielly pela força no CFX, pela sua grande disponibilidade comigo, por toda a ajuda ao
longo destes dois anos, pelo grupo CFX, por todas as nossas publicações e principalmente
pelo aprendizado que foi desenvolvido.
Aos meus IC’s Alana e Isa muito obrigada pela ajuda!
Aos meus PIIC’s Manu, Rodolfo e Dian valeu toda a força, suor, a garra, os feriados, e as
férias de vocês. Muito obrigada!
À Bárbara e à Fernanda pela disponibilidade de vocês nesta reta final, fundamental para
minha vida.
À galera no LTA que viveu comigo durante meus dias de stress, lágrimas e sorrisos, quero
agradecer a todos, principalmente Ju, Wenna, Mairim, Nadjma, Dani, Maite, Diana, Epa, Lidi,
Sheila e Michele.
À todos os meus colegas de mestrado (principalmente a Francine) e aos meus amigos pela
paciência em entender o meu distanciamento.
À minha Coorientadora Ana Eleonora pelo incentivo e ajuda.
Ao Prof. Gabriel pela grande oportunidade de aprendizado, obrigada por todo o incentivo, por
todas as broncas, por todas as discussões que tivemos durante estes dois anos, posso garantir
que amadureci muito com todos os ensinamentos.
“O mundo é de quem luta por ele!”
EPÍGRAFE
(autor desconhecido)
OTIMIZAÇÃO DE UM MISTURADOR ESTÁTICO PARA A PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
RESUMO
ABSTRACT
The computational fluid dynamics is a technique used for the analysis of fluid flow systems
By this technique, it is possible to simulate new geometries of equipments as well as optimize
one in use. In this research, we propose the development of new configurations for static
mixers. Is proposed 27 simulations were conducted in a 24 factorial planning with 3 central
points and 8 axial points, varying the thickness and the depth of the groove and the distance
between the grooves, in order to obtain the velocity gradient as response. One could obtain
two optimal settings were obtained. Once the machining of the optimal geometry was
difficult, modifications were proposed to facilitate the construction of the mixer. So 16
configurations were obtained and the simplest one was built to be coupled to an experimental
test system. The simulated and the experimental values of the velocity gradient were
compared. One set up two tubular reactor systems with and without the static mixer were built
for the experiments to obtain biodiesel. In these experiments, a 23 factorial planning was done,
varying alcohol:oil ratio, catalyst concentration and temperature. The static mixer presented
the value of the velocity gradients of 2288.93s-1, being 4,01% lower than the value found in
the (2384.61s-1). A comparison of the experiments showed that the utilization of the mixer
increased the ester conversion. The equation obtained from the empirical model of conversion
to ester (Y) had an adjustment coefficient of 0.97 for the smooth tube reactor and 0.94 for the
reactor with mixer.
CAPITULO 1 – INTRODUÇÃO
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Capítulo 1 Introdução
projetista e o problema físico deve ser resolvido com tempo de computação não proibitivo.
Para a resolução do fenômeno, é necessário o conhecimento das equações da conservação
adequadas ao fenômeno (conservação da massa, energia e movimento). Entretanto, é
necessário recorrer aos métodos numéricos para resolver estes tipos de sistemas, tais como o
método de volumes finitos, utilizado neste trabalho.
Após a escolha do método numérico utilizado para a resolução do problema, é
necessário conhecer o comportamento do escoamento, ou seja, se o mesmo é laminar,
transição ou turbulento. A turbulência é observada para altos valores do número de Reynolds
e por ser um fenômeno tridimensional, transiente e caótico, podendo agregar efeitos
significantes nos estudos dos diversos comportamentos desse tipo de escoamento. A maioria
dos escoamentos no meio industrial é de caráter turbulento, os quais apresentam um alto grau
de complexidade, podendo ser úteis em diversos equipamentos industriais, tais como os
misturadores estáticos.
O modelo de turbulência k- é baseado em uma análise estatística da turbulência.
Neste modelo, as constantes necessitam ser ajustadas para atender cada tipo de escoamento,
sendo um dos mais utilizados em problemas de engenharia, por ser estável e numericamente
robusto.
A CFD pode ser aplicada em vários problemas de engenharia, principalmente em
escoamento de fluidos. Os casos mais típicos estudados são: separação de água-óleo em
hidrociclone, separação de partículas em ciclone, escoamentos multifásicos, simulação em
túnel de vento, simulação de turbina eólica, simulação de bombas multifásicas, simulação de
bombeio de óleo-água, simulação de medidores de vazão, simulação de válvulas, simulação
de lavadores e misturadores estáticos.
Este trabalho tem como objetivo a simulação de configurações do misturador vortex, a
construção do misturador e de um sistema experimental para avaliar a obtenção da mistura e
síntese de biodiesel.
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Capítulo 2 Revisão da Literatura
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fluxo então é dividido e forçado contra as paredes opostas (2); desenvolvimento de um vórtice
de mistura (3); divisão do vórtice na fase 1 com rotação Inversa (4).
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e na natureza caótica do fluxo, bem como no tipo de deformação que promove na mistura
(RAULINE et at., 1998 e FERNANDES, 2005).
Segundo Etchells III e Meyer (2004), os misturadores estáticos podem ser utilizados
em processos contínuos, em sistemas de alimentação uniforme, em reações com tempo de
residência curto, com sólidos com pequenos tamanhos de partículas, em sistemas com altas
pressões de operação, em sistemas com pouco espaço disponível, em locais de difícil acesso à
manutenção.
Segundo Boss e Czastkiwicz (1982), os misturadores estáticos consomem menos
energia do que os misturadores dinâmicos, uma vez que a energia utilizada no processo de
mistura é decorrente da perda de carga gerada pela passagem do fluido pelos elementos de
mistura. Ainda de acordo com os mesmos autores, os misturadores estáticos podem ser
empregados em uma ampla faixa de temperaturas e pressões (JOAQUIM JÚNIOR, 2008).
Os misturadores estáticos são dispositivos de mistura que não possuem partes móveis,
e portanto os custos de manutenção e operação são quase eliminados. Outra vantagem é a
precisão com que se alcança a mistura terminal, qualquer que seja a demanda do sistema, e
sem necessidade de controle (PERRY e GREEN, 1997).
Segundo Oldshue (1983) e Joaquim Júnior (2008), os misturadores estáticos são
também chamados de geradores de superfície interfacial; sua estrutura interna é rígida e pode
ser soldada ou desmontável, fixada no interior de um trecho de tubo, conectado a uma
tubulação. A construção pode ser metálica ou em outros materiais, como o poliéster reforçado
com fibra de vidro. A ação de mistura ocorre pela passagem de um fluido através dos
elementos do misturador e são classificados pelo regime de escoamento em que operam;
laminar ou turbulento. Podem ser aplicados em processos onde existam reações químicas, em
mistura de produtos sensíveis ao cisalhamento, em sistema de tratamento de água, no contato
químico entre a biomassa e o lodo. São úteis em processos envolvendo transferência de
momento, troca térmica e transferência de massa, podendo ser aplicados em diversas
indústrias e processos.
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Capítulo 2 Revisão da Literatura
mistura com dutos retangulares. Ingles (1963) utilizou elementos de mistura compostos por
quatro grupos de dutos circulares adjacentes, cada qual rotacionando o fluxo de líquido em
90º.
Armeniades et al. (1966) desenvolveram um misturador estático com baixa geração de
perda de carga, e portanto atualmente desenvolvido e utilizado pela empresa Chemineer Inc.
com a marca Kenics (Figura 2.2). O misturador consiste em elementos helicoidais com torção
alternada, justapostos um com o outro a um ângulo de 90º e situados dentro de uma carcaça
tubular. Os meios fluidos são forçados a se misturarem mediante uma sequência de divisões e
recombinações com a formação de 2n camadas por n elementos. Cada elemento promove um
giro de 180º no fluxo, arranjado em sequência alternada. O desempenho deste misturador está
associado à divisão do fluxo, bem como a reversão e ação de mistura radial.
em relação ao anterior. Diversas versões deste misturador foram criadas, permitindo seu
emprego em fluxos turbulentos, como mostra a Figura 2.4, com o misturador estático tipo
Sulzer SMV.
Harder (1971) patenteou um misturador estático com quatro dutos por elemento de
mistura, usando-os para rotacionar e transladar as camadas de fluido entre si.
Hobbs et al. (1998) caracterizaram numericamente o escoamento de baixo Reynolds
em misturadores estáticos Kenics e avaliaram o efeito do número de Reynolds em escoamento
laminar na presença de misturadores Kenics.
Fernandes (2005) avaliou dois misturadores denominados de ALETAS e EDA,
selecionados em um trabalho anterior. Utilizou a fluidodinâmica computacional para realizar
a otimização dos misturadores estáticos. Realizou ensaios de escoamento laminar e turbulento
nas novas geometrias. Após a análise dos resultados, verificou-se que o misturador tipo
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ALETAS é adequado para operar em regime laminar e o EDA pode ser operado em ambos
regimes. Os misturadores obtiveram desempenho similar aos misturadores comerciais Kenics
e ao Sulzer SMX. A Figura 2.5 ilustra este tipo de misturadores.
a) b)
Liu et al. (2006) estudaram modificações no projeto do misturador estático SMX para
melhorar a mistura e verificaram que todos os três fluxos típicos (cisalhamento simples,
alongamento e espremendo) apareciam dentro do misturador.
Já Kumar et al. (2008) avaliaram o comportamento de misturadores Kenics em uma
larga faixa de número Reynolds, utilizando ar como fluido. Regner et al. (2008) estudaram a
influência da viscosidade sobre o processo de mistura em misturadores estáticos, a técnica
utilizada para o estudo foi o CFD e o método do volume fluido (VOF).
Joaquim Júnior (2008) realizou um trabalho com o objetivo de aplicar as técnicas de
CFD para permitir uma melhor compreensão dos fenômenos que regem o escoamento de
fluidos no interior de misturadores estáticos, especificamente desenhados para esta análise,
permitindo sugerir e estudar seus desenhos, propondo soluções e modificações a fim de
melhorar a mistura e minimizar o gasto de energia no processo. As performances encontradas
para as geometrias simuladas permitem seu emprego em condições reais de aplicação na
indústria. A Figura 2.6 ilustra dois dos modelos criados.
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a) b)
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Figura 2.7 – Seções transversais do misturador estático Kenics KMS em processo de mistura
em escoamento laminar.
Fonte: Etchells III e Meyer (2004).
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Figura 2.8 – Seções transversais do misturador estático Sulzer SMX em processo de mistura
em escoamento laminar.
Fonte: Etchells III e Meyer, 2004.
Segundo Oldshue (1983), a maioria dos misturadores estáticos pode ser empregada no
regime turbulento. Entretanto, uma geometria de misturador estático com desempenho
satisfatório em regime laminar, pode não ter bom desempenho em regime turbulento e vice-
versa. Por esta razão, de acordo com o autor, a maioria dos fabricantes desenvolve desenhos
específicos de misturadores estáticos para cada regime de escoamento.
Segundo Godfrey (1985), o processo de mistura de fluidos de baixas viscosidades em
tubulações com escoamento em regime turbulento é mais fácil de ser obtida que a mistura de
fluidos viscosos em regime laminar. Ainda segundo este autor, em regime turbulento a
mistura radial é muito mais atuante e as características do regime levam a uma rápida redução
de escala de quaisquer não-uniformidades presentes. As características deste regime de
escoamento são efetivamente aplicáveis a processos multifásicos, tais como contatos gás-
líquido e líquido-líquido.
Karoui et al. (1998), estudaram o desempenho do misturador estático tipo Sulzer
SMV, sob regime turbulento. Foi utilizado um laser de indução fluorescente para a realização
das medidas. Analisaram a mistura a partir da concentração local medida na saída do
misturador estático, com diferentes configurações. Estudaram ainda a influência do número de
elementos, suas posições e a relação das velocidades entre os dois fluidos a serem misturados.
Os estudos mostraram que a mistura do misturador estático tipo Sulzer SMV (Figura 2.4), nas
condições por eles ensaiadas, se deve tanto ao fluxo tangencial como ao fluxo radial e a
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(2.1)
Outro modo, segundo Rauline et al. (1998), é utilizar o fator de fricção ϕ/2 ou o
Número de Newton, Ne:
(2.2)
(2.3)
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(2.6)
b) Gradiente de velocidade
O gradiente de velocidade (G) é um parâmetro que avalia indiretamente o padrão de
escoamento em unidades de mistura, tais como os misturadores estáticos. Este gradiente é
proporcional ao grau de agitação do sistema. A equação geral de cálculo de G, Equação (2.7),
foi desenvolvida em 1943 por Camp e Stein apud Camp (1953), levando em conta a
deformação de um elemento de volume de água devido às tensões tangenciais que atuam
neste elemento.
(2.7)
onde: = trabalho realizado pelas forças viscosas, por unidade de volume, por unidade de
tempo (kg.m-3.s-1);
µ = viscosidade absoluta (kg.m-1.s-1);
= gradiente de velocidade absoluto no ponto (s-1);
u,v e w = componentes da velocidade nas direções x, y e z, respectivamente (m.s-1).
Ao longo de uma câmara de mistura, os valores pontuais do gradiente de velocidade
variam consideravelmente. Contudo, em regime estacionário, pode-se definir um gradiente
médio de velocidade, que corresponde ao valor médio do trabalho ao longo do reator. Com
isso, o gradiente médio pode ser expresso segundo a Equação (2.8).
(2.8)
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(2.9)
(2.10)
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durante o processo continuo de conversão, reciclando entre 10 a 30% do meio reacional para a
entrada do reator.
Thompson e He (2007) realizaram experimentos em um sistema de circuito fechado
com um reator tubular de fluxo contínuo acoplado a um misturador estático para produzir
biodiesel a partir do óleo de canola com metanol, utilizando hidróxido de sódio com
catalisador. A configuração experimental foi composta de dois reatores de aço inoxidável
acoplados a dois misturadores estáticos Kenics, ilustrada na Figura 2.9. Após os experimentos
foi obtido um biodiesel de alta qualidade (de acordo com as especificações da norma ASTM
D6584), as condições mais favoráveis para a reação foi conduzida a 60ºC, com a concentração
1,5% de hidróxido de sódio e um tempo de reação de 30min. O conteúdo de glicerina total foi
menor que 0,24% em peso quando a relação molar de metanol : óleo foi de 6:1.
Figura 2.9 – Esquema experimental: (a) misturador estático acoplado ao sistema, e (b)
estrutura do misturador estático.
Fonte: Thompson e He, 2007.
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Figura 2.10 – Representação esquema da planta com misturador estático (a): 1 tanque de óleo,
2 tanque de metanol e KOH, 3 reator.
Fonte: Frascari et al., 2008.
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As analises nesta área podem ser desenvolvidas com base em modelos estabelecidos
pelas equações de Navier-Stokes, da conservação da quantidade de movimento, da massa e da
energia. Quando são adicionadas as condições iniciais e de contorno, estas equações
representam um problema particular. A solução analítica destas equações somente é possível
para os casos mais triviais, para os problemas reais utilizam-se os métodos numéricos.
Para Gomez (2008), os códigos de CFD são estruturados em torno de algoritmos
numéricos para a resolução de escoamentos de fluidos, os códigos contêm geralmente quatro
elementos principais um gerador geometria e malha, um pré-processador ou solver, e um pós-
processador.
Existem diferentes pacotes computacionais para CFD, uns são para construção de
geometria, como o ICEM CFD, outros já são pacotes mais completos tais como o FLUENT®,
o CFX®.
O CFX® é um software de CFD integrado, no qual é possível construir a geometria,
fazer a malha numérica, ajustar os parâmetros da simulação, resolver e analisar
posteriormente, sendo utilizado para a simulação de diversos tipos de escoamentos.
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modelos com escorregamento entre as fases, ou seja, com mais um campo de velocidade,
podemos subdividir os grupos novamente em dois: Euleriano-Euleriano e Euleriano-
Langrangeano (SILVA, 2008).
As duas abordagens resolvem um sistema de equação de conservação da quantidade de
movimento, massa e calor para a fase contínua. A diferença entre elas está na modelagem da
fase dispersa do sistema (SILVA, 2010).
Na abordagem Euleriana-Lagrangeana, após a determinação do campo de velocidade
da fase contínua são calculadas as forças exercidas sobre as partículas. Então, as equações
dinâmicas de um certo conjunto de partículas são resolvidas, gerando as suas trajetórias. Para
ocorrer convergência estatística do efeito da população, é necessário que exista um grande
número de partículas nesta abordagem; portanto, a mesma não permite modelar os
escoamentos estratificados, anulares ou intermitentes (MITRE, 2010).
Existem duas grandes limitações na abordagem Euleriana-Lagrangeana. A primeira é
que a partícula é tratada como sendo pontual, ou seja, possui volume zero, e, portanto, a
partícula deve ser pequena para que essa aproximação seja válida. Mas a principal limitação é
que é necessário obter a dinâmica de cada partícula do sistema. Como as partículas devem ser
pequenas, mesmo as pequenas frações de volume da fase dispersa produzem um alto número
de partículas (DREW e PRASSMAN, 1998; PALADINO, 2005; RAMKRISHNA e
MAHONEY, 2002).
A metodologia Euleriana-Euleriana é a mais utilizada na solução de escoamentos
multifásicos e é a mais adequada para escoamentos onde as fases estão misturadas (DREW e
PRASSMAN, 1998; ISHII, 1975; ISHII e RIBIKI, 2006). A principal hipótese desse modelo
é que ambas as fases são tratadas como fases contínuas. Sendo assim, a hipótese do contínuo
deve ser respeitada em ambas as fases e não há interfaces separando as fases. Em cada ponto
material pode coexistir tantas fases quanto forem consideradas e a quantidade relativa de cada
fase é dada pelo valor da fração volumétrica nesse ponto (MITRE, 2010). Devido à sua
generalidade, neste trabalho utilizou-se o modelo Euleriano-Euleriano. O modelo Euleriano-
Euleriano consiste em analisar as equações de conservação para os campos médios das
variáveis de cada fase (massa, quantidade de movimento, energia, composição e turbulência),
ponderadas pela fração de volume de cada fase (ISHII, 1975; DREW e PRASSMAN, 1998;
ANSYS CFX-11.0, 2006).
O modelo de mistura, chamado ASMM (Algebraic Slip Mixture Model), é
essencialmente uma simplificação de um modelo Euleriano multifluído. Como o último,
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utiliza propriedades médias de cada fase definidas em todo o domínio e permite que as fases
se movimentem com velocidades diferentes entre si. Contudo, o modelo ASMM não requer a
solução das equações da continuidade e de quantidade de movimento de cada fase, mas
apenas a equação para a mistura. Esta simplificação baseia-se na hipótese que as fases estão
em equilíbrio local, o que implica que a partícula presente na fase dispersa assume a
velocidade terminal nas condições locais correspondentes a sua posição. Por fim, uma relação
deve ser proposta para a velocidade de escorregamento entre as fases no slip (MITRE, 2010).
(2.11)
(2.12)
As forças sobre uma única partícula ou bolha podem ser generalizadas para um
sistema de partículas que compõem a fase dispersa, considerando que estas possuem forma
aproximadamente esférica, multiplicando esta força pelo número de partículas por unidade de
volume, dando lugar, não mais a uma força, mas a um termo de transferência de quantidade
de movimento interfacial devido ao arraste. Este termo, que tem unidades de força por
unidade de volume, é dado por,
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(2.13)
onde é a fração volumétrica da fase dispersa. Nas equações anteriores, o índice i representa
a fase contínua, j a fase dispersa e o coeficiente A1 é representado por:
(2.14)
A partir da forma geral para a força de arraste, dada pela Equação (2.11) surgem várias
correlações para o coeficiente de arraste propriamente dito, CD, dependendo dos regimes de
escoamento, forma das bolhas, etc. A força de arraste sobre um corpo pode ser separada em
duas parcelas, a força devida ao cisalhamento superficial e aquela exercida pela distribuição
de pressão assimétrica no corpo, chamado de arraste de forma. Assim, para baixos números de
Reynolds da bolha, definido como,
(2.15)
Stokes
Região Viscosa
Região Turbulenta
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30
Capítulo 2 Revisão da Literatura
(2.16)
(2.17)
(2.18)
(2.19)
(2.20)
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31
Capítulo 2 Revisão da Literatura
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32
Capítulo 2 Revisão da Literatura
(2.21)
(2.22)
Massa 1 0 0
Quantidade de U μ
Movimento em x
Quantidade de V μ
movimento em y
Quantidade de W μ
movimento em z
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33
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Capítulo 2 Revisão da Literatura
quatro equações para resolvê-las, o que significa que o sistema não é possível de ser
determinado. Portanto, precisa-se utilizar equações adicionais, as quais consideram a
turbulência no escoamento. Existem inúmeros modelos de fechamento, desde o conceito de
viscosidade turbulenta até modelos da segunda ordem que simulam os efeitos de cada tensão
de Reynolds. Estes modelos não descrevem as distribuições de turbulência em si, mas tentam
considerar efeitos que a turbulência pode ter sobre um escoamento.
Para Pedrão (2010), os modelos RANS possuem formulação apropriada para o cálculo
de escoamento com baixos números de Reynolds, têm sido largamente testados e aplicados
numa ampla gama de tipos de escoamento, apresentam baixo custo operacional e resultados
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Capítulo 2 Revisão da Literatura
satisfatórios em grande parte dos problemas. Além disso, são considerados adequados para a
modelagem da turbulência nas regiões próximas às paredes e para o cálculo do escoamento
em camada limite turbulenta não separada.
Para Lima Neto (2007), os modelos de turbulência de duas equações geralmente
utilizam a equação de transporte k*e outra equação de transporte para a variável auxiliar. As
* * * *
variáveis e foram experimentadas por Launder e Spalding (1974) e os mesmos
citam referências com aplicação de modelos e , e provaram, pelas
definições destas variáveis, que os três modelos são conceitualmente equivalentes, pois dados
os resultados de um deles, as outras variáveis são encontradas.
Para Gomez (2008), o modelo κ-ε é simples e apresenta um histórico de bons
resultados na literatura, não sendo aconselhável para escoamentos rotacionais com alto grau
de anisotropia do tensor de Reynolds, o que se adéqua à agitação lenta. É um modelo que
utiliza duas equações diferenciais de transporte de propriedades turbulentas, configurando-se
assim como um modelo de fechamento completo.
Para Ramirez (2009), o modelo k- RNG (grupo de renormalização) é usado para
eliminar o efeito de turbilhões de escala pequena sobre as equações de Navier Stokes, por
meio da remoção sucessiva de escalas mais frequentes a partir da escala de dissipação viscosa,
apresentando boas equações para a modelagem da viscosidade turbulenta em escoamentos
com curvaturas e espirais.
Segundo Pedrão (2010), a simulação LES resolve diretamente as grandes escalas de
escoamento. As grandes escalas transportam a maior parcela da quantidade de movimento,
energia, massa. Outra dificuldade é encontrada na região da camada limite turbulenta, pois
junto às paredes não há possibilidade de ocorrer as grandes escalas e por isso a simulação
LES tem dificuldades naturais inerentes ao processo de filtragem espacial. Mesmo com
grande refinamento de malha próximo às paredes permanecem as dificuldades; neste caso, o
custo computacional torna-se proibitivo para problemas de interesse prático em escoamentos
com altos números de Reynolds.
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38
Capítulo 2 Revisão da Literatura
(2.23)
(2.24)
Onde B é a soma das forças do campo, μeff é a viscosidade efetiva considerada pela
turbulência e p’ é a pressão modificada, dada por:
(2.25)
(2.26)
(2.27)
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39
Capítulo 2 Revisão da Literatura
(2.28)
(2.29)
(2.30)
I II III IV V
(2.31)
I II III IV V
(2.32)
SANT’ANNA, M. C. S.
40
Capítulo 2 Revisão da Literatura
Segundo Pedrão (2010), outro ponto que requer atenção neste modelo é que ele é
muito dissipativo; desta maneira, o comportamento transiente do escoamento poderá ser
amortecido.
Para Guidolini (2009), uma limitação desse modelo é o fato de o mesmo exigir malhas
muito finas, especialmente perto da parede. Essa limitação está relacionada com a medida
adimensional y+, chamada também de coordenada de parede; por isso este modelo requer a
definição de funções de parede para a representação desta região do escoamento.
(2.23)
(2.24)
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41
Capítulo 3 Metodologia
CAPITULO 3 – METODOLOGIA
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42
Capítulo 3 Metodologia
L/D
h p
Figura 3.2 – Representação das variáveis do planejamento.
A Tabela 3.1 mostra os valores adotados para os quatro fatores (L/D, e, h e p) para
obtenção de uma resposta (gradiente de velocidade (G)) com a fixação de 3 pontos centrais e
8 axiais, que junto às 16 corridas geradas pelo planejamento circunscrito composto central
(central composite), totalizaram 27 simulações computacionais.
Tabela 3.1 – Níveis das variáveis estudadas para o planejamento estrela fatorial 24 com
3 pontos centrais.
Níveis L/D e (cm) h (cm) p (cm)
-2 0 0,25 0,2 0
-1 4 0,35 0,4 1,69
0 8 0,45 0,6 3,39
+1 12 0,55 0,8 5,08
+2 16 0,65 1,0 6,78
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Capítulo 3 Metodologia
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44
Capítulo 3 Metodologia
experimento 25 (ponto central), a fim de se garantir que a malha não estava influenciando nos
resultados, e que por outro lado, não aumentasse desnecessariamente o esforço
computacional. Na Tabela 3.3 estão representadas as condições de contorno utilizadas no teste
de malha e nas simulações.
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45
Capítulo 3 Metodologia
SANT’ANNA, M. C. S.
46
Capítulo 3 Metodologia
SANT’ANNA, M. C. S.
47
Capítulo 3 Metodologia
Misturador
SANT’ANNA, M. C. S.
48
Capítulo 3 Metodologia
Na Figura 3.4 são ilustradas as conexões com a bomba, a entrada e a saída do reator. A
saída 1 foi adicionada para realizar a coleta da amostras nos tempos requeridos. A saída 2 foi
adicionada para realizar a retirada do restante de material que não foi analisado.
Entrada
Saída 1
Saída 2
A Figura 3.5 ilustra a parte interna da tubulação onde a reação é obtida, onde é
possível verificar o tubo liso instalado e as conexões móveis, que facilitam a montagem do
sistema. O sistema completo apresentou o volume de 1700mL e a tubulação possui 1
polegada de diâmetro.
Foi acoplada uma tubulação com diâmetro de 200 mm para funcionar como um banho.
Essa tubulação foi conectada a um banho termostatizado responsável por aquecer a água nas
SANT’ANNA, M. C. S.
49
Capítulo 3 Metodologia
temperaturas requeridas. Foi construída uma trava de aço para suportar a pressão da água no
interior do banho, a Figura 3.6 ilustra os sistemas montados.
SANT’ANNA, M. C. S.
52
Capítulo 3 Metodologia
Após a injeção, foi analisada a conversão em ésteres, a partir da integração dos picos
dos cromatogramas gerados pelo programa. A percentagem em éteres na amostra foi
calculada conforme Equação 3.1.
(3.1)
SANT’ANNA, M. C. S.
53
Capítulo 4 Resultados e Discussão
SANT’ANNA, M. C. S.
54
Capítulo 4 Resultados e Discussão
Para analisar a melhor malha, foi observado o perfil radial de velocidade tangencial do
óleo, uma vez que essa velocidade determina o campo centrífugo no interior do misturador,
ou seja, o poder de mistura do equipamento.
Pode-se observar, no Gráfico da velocidade tangencial em função do raio do
misturador, para as diferentes malhas testadas (Figura 4.3), que as curvas das malhas 3 e 4
SANT’ANNA, M. C. S.
55
Capítulo 4 Resultados e Discussão
estão bem próximas, quase coincidentes. Optou-se, então, pela malha 3, em virtude da mesma
apresentar um menor número de elementos.
31
29
Velocidade do óleo (m/s)
27
Malha 1
25 Malha 2
Malha 3
23 Malha 4
21
19
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Raio (cm)
SANT’ANNA, M. C. S.
56
Capítulo 4 Resultados e Discussão
SANT’ANNA, M. C. S.
57
Capítulo 4 Resultados e Discussão
espessura, altura das saliências) no limite superior. Esse valor também se encontra no
intervalo de mistura rápida para dispersão de produtos químicos, segundo os mesmos autores.
Os volumes das configurações 8 e 17 foram menores, comparados com as demais. Isso
se deve ao fato destas geometrias possuírem mais elementos de mistura. Os maiores valores
de perda de carga também foram obtidos nas mesmas configurações, explicada pelo mesmo
motivo.
A Figura 4.4 representa a parte interna, ou seja, o domínio em que o fluido escoa nas
configurações 8 e 17.
a) b)
A’
(a) (b)
A
Figura 4.5 – Plano na seção transversal no final do misturador da configuração 8
representando (a) os vetores (b) velocidade tangencial do óleo de soja.
SANT’ANNA, M. C. S.
59
Capítulo 4 Resultados e Discussão
A’
(a) (b)
10
Geometria 8
9
Geometria 17
Velocidade do Óleo (m/s)
8
7
6
5
4
3
2
1
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014
Diâmetro (m)
Figura 4.7 – Perfil vertical (A-A’) da velocidade axial para configurações geométricas 8 e 17.
SANT’ANNA, M. C. S.
60
Capítulo 4 Resultados e Discussão
A Figura 4.10 ilustra os perfis das frações molares de óleo nas seções transversais ao
longo dos misturadores 8 e 17. Nota-se que a distribuição da fração mássica do óleo de soja
não é uniforme nos primeiros planos e que a qualidade da mistura melhora nos planos
seguintes. O perfil mais uniforme é observado na configuração 17.
a) b)
Figura 4.10 – Perfis das frações de óleo nas seções transversais ao longo dos
misturadores 8 (a) e 17 (b)
SANT’ANNA, M. C. S.
62
Capítulo 4 Resultados e Discussão
duas junto com a resposta, sendo analisados separadamente e comparados com o modelo
obtido.
A análise das superfícies de resposta foi feita apenas em termos comparativos com o
modelo; portanto, todas as conclusões que foram obtidas a partir deste planejamento se
basearam no modelo empírico gerado.
A Figura 4.11 mostra a superfície de resposta indicando que com a diminuição da
distância entre as saliências (p) há um aumento representativo do gradiente de velocidade. O
comprimento equivalente (L/D) possui uma influência pouco representativa; porém, para
SANT’ANNA, M. C. S.
63
Capítulo 4 Resultados e Discussão
G (s-1)
L/D 5000
p 4000
3000
2000
1000
5000
p h 4000
3000
2000
1000
Figura 4.12 - Superfície de Resposta da distância entre as saliências (p) e a altura (h).
SANT’ANNA, M. C. S.
64
Capítulo 4 Resultados e Discussão
G (s-1)
e 5000
p 4000
3000
2000
1000
Figura 4.13 - Superfície de Resposta da distância entre as saliências (p) e a espessura (e).
A Figura 4.14 mostra a superfície de resposta indicando que com valores médios da
espessura (e) e da altura das saliências (h), há um aumento pouco representativo do gradiente
de velocidade. Comparado com os valores obtidos com a redução da distância entre as
saliências (p), estas variáveis são pouco significativas.
G (s-1)
e
h
1000
0
-1000
Figura 4.14 – Superfície de Resposta da espessura (e) e da altura das saliências (h).
SANT’ANNA, M. C. S.
65
Capítulo 4 Resultados e Discussão
O mesmo é observado nas Figuras 4.15 e 4.16, nas quais a variação do comprimento
equivalente (L/D), espessura (e) e altura (h) são poucos representativos para o aumento do
gradiente de velocidade (G).
G (s-1)
e
L/D
1000
0
-1000
h
L/D
1000
0
(p), enquanto o comprimento equivalente (L/D), a espessura (e) e a altura (h) não exerceram
influência estatisticamente significativa sobre o gradiente de velocidade.
A equação obtida para o modelo empírico de G é mostrada na equação (4.1), onde se
percebe que somente a variável p é significativa para o modelo. Os valores das constantes e
dos erros padrão estão apresentados na Tabela 4.5. O gráfico para o modelo empírico de G
está representado na Figura 4.17
(4.1)
Tabela 4.5 – Valores das constantes e dos desvios padrão para o planejamento 24.
a0 690,68 ± 54,1842
a1 464,04 ± 39,1040
a2 -258,42 ± 16,2800
94,60
coeficiente de correlação (%)
5000
4000
3000
2000
1000
0
-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Para visualizar a qualidade do modelo, foi plotado o valor da variável simulada via
CFD e o valor da variável predita pelo modelo para, assim, ajustar uma linha de tendência e
encontrar os coeficientes de correlação R e R2. A Figura 4.18 mostra os valores preditos pela
SANT’ANNA, M. C. S.
67
Capítulo 4 Resultados e Discussão
Equação (4.1) em função dos valores encontrados nas simulações para G. Foi obtido um
coeficiente de ajuste de 0,94.
5000
4500
4000
3500
G Predito (s-1)
3000
2500
2000
R² = 0,9446
1500
1000
500
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
G Simulado via CFD (s-1)
Através da Equação (4.1), e dos valores de suas constantes (Tabelas 4.5), pode-se
otimizar a configuração geométrica do misturador, impondo-se quatro condições:
comprimento equivalente (L/D), a espessura das saliências (e), a altura das saliências (h) e a
distância das saliências (p) do misturador devem estar entre os valores máximos e mínimos
que estão na Tabela 4.4. A melhor configuração foi a 17, que possui o menor valor de p.
SANT’ANNA, M. C. S.
68
Capítulo 4 Resultados e Discussão
Tabela 4.6 – Resultados das simulações para obtenção das configurações usináveis.
Simulações Gradiente de Velocidade (s-1)
A0 1765,70
B0 4741,79
A1 465,78
A2 411,02
A3 1162,53
A4 595,03
A5 651,09
A6 479,55
A7 430,50
B1 3926,24
B2 1438,96
B3 1496,71
B4 2536,77
B5 2384,61
B6 1843,07
B7 1351,62
SANT’ANNA, M. C. S.
69
Capítulo 4 Resultados e Discussão
SANT’ANNA, M. C. S.
70
Capítulo 4 Resultados e Discussão
45
40
35
Conversão em Ésteres (%)
30 Reator com
Misturador
25
20
15 Reator com
Tubo liso
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (min)
SANT’ANNA, M. C. S.
71
Capítulo 4 Resultados e Discussão
Através desta tabela é possível verificar que as conversões em éteres foram inferiores
as conversões encontradas na literatura para condições similares. Estes resultados ilustram
que a configuração do equipamento proposto para os testes do misturador deve ser otimizada.
A equação do modelo empírico ajustada para conter somente constantes com
significância adequada foi utilizada como modelo de predição da resposta Y (Conversão em
Ésteres). A equação obtida para o modelo empírico de Y é mostrada na equação (4.2) para o
reator acoplado ao tubo Liso e para o reator acoplado ao misturador. Os valores das
constantes estão apresentados na Tabela 4.8.
4.2
SANT’ANNA, M. C. S.
72
Capítulo 4 Resultados e Discussão
Figura 4.21 - Gráfico comparativo dos valores preditos e os valores observados para o modelo
empírico do reator com tubo liso
SANT’ANNA, M. C. S.
73
Capítulo 4 Resultados e Discussão
Figura 4.22 - Gráfico comparativo dos valores preditos e os valores observados para o modelo
empírico do reator com misturador
Com base nos valores obtidos através do planejamento fatorial, é possível analisar as
superfícies de resposta (gráficos tridimensionais obtidos a partir da combinação de duas
variáveis independentes com uma variável dependente que é a resposta). No presente estudo,
foram avaliadas três variáveis independentes e uma resposta.
Foram obtidas as superfícies de resposta para o planejamento fatorial do reator
acoplado ao misturador; este sistema apresentou melhores conversões em ésteres quando
comparado com o reator com o tubo liso. O grande volume do reator (1700mL) dificultou o
controle de todas os parâmetros reacionais. Medidas de otimização devem ser realizadas para
melhorar os sistemas.
A análise das superfícies de resposta foi feita apenas em termos comparativos com o
modelo; portanto, todas as conclusões que foram obtidas a partir deste planejamento se
basearam no modelo empírico gerado.
Nas Figuras 4.23 a 4.25 temos as superfícies de respostas para a reação no reator com
o misturador. Observando a interação entre razão molar (O/A) e a concentração de catalisador
na Figura 4.23, verifica-se que, para valores médios da concentração do catalisador é possível
obter conversões médias em ésteres, mesmo utilizando baixos valores de razão, as maiores
conversões foram alcançadas para baixas concentrações de catalisador. Estes resultados
diferem dos obtidos na literatura, tendo em vista que quanto maior a concentração de
catalisador utilizado durante a reação, maiores são as taxas de conversões em ésteres.
SANT’ANNA, M. C. S.
74
Capítulo 4 Resultados e Discussão
Figura 4.23 - Superfície de resposta para a conversão em ésteres em função da razão molar
dos reagentes e da concentração de catalisador.
SANT’ANNA, M. C. S.
75
Capítulo 4 Resultados e Discussão
Figura 4.24 - Superfície de resposta e curvas de nível para o teor de ésteres em função da
razão molar dos reagentes e da temperatura.
SANT’ANNA, M. C. S.
76
Capítulo 4 Resultados e Discussão
Figura 4.25 - Superfície de resposta e curvas de nível para a conversão em ésteres em função
da temperatura e da concentração do catalisador.
SANT’ANNA, M. C. S.
77
Capítulo 5 Conclusões
5. CONCLUSÕES
SANT’ANNA, M. C. S.
78
Capítulo 5 Conclusões
SANT’ANNA, M. C. S.
79
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