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Conteúdo Básico:

 Dicas Iniciais
- Produção do som
- Saúde vocal
- Postura
- Respiração

 Dicas E Dúvidas Iniciais Para A Função Vocal


- Cuidados com a voz

 Classificação Vocal

 A Voz e Suas Particularidades

 Exercícios Dinâmicos
- Relaxamento
- Aquecimento
- Cuidados com a voz
- Respiração
- Liberação da voz

 Agilidade Vocal

 Vídeo Aula De Canto

 Atributos de Diferenciação Vocal

 Teoria Musical

 Dicionário Musical

 Aquecimento Da Voz

 Técnica Vocal Básica

 Técnica Vocal Diafragma

 Respiração Diafragma

 Apostila De Técnica vocal

 Questionário De Teoria Musical

 Ensino da Respiração na Técnica Vocal Para Iniciantes

 Sugestões didáticas
TÉCNICA VOCAL _________________ RESPIRAÇÃO _____________________ Módulo 01

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O SISTEMA RESPIRATÓRIO
A respiração, primeiro e último ato da vida humana, tem a função primordial de
oxigenação do sangue. Exteriormente é percebida como um movimento de expansão e
contração do tórax, que se reflete, idealmente, no corpo inteiro. A respiração da criança
pequena e do adulto dormindo são praticamente semelhantes, com o predomínio do uso da
musculatura inferior do tórax e dos músculos abdominais. Por alguma razão, o homem ao
crescer passa a realizar uma respiração mais alta, usando músculos claviculares, o que leva
a uma menor oxigenação sanguínea.

O processo respiratório é constituído de quatro fases, sendo duas de movimento: a


Inspiração, entrada de ar nos pulmões para oxigenar o sangue; e a Expiração, saída de ar
dos pulmões para expulsar o gás carbônico. Dois períodos de suspensão ocorrem entre as
duas fases de movimento, muito mais importantes para a fonação do que na respiração da
vida cotidiana.

O movimento respiratório sofre alteração por ação de uma série de variáveis, como
postura física, movimentação do corpo, estado de saúde, emoções. Para cada uma destas
alterações, pode variar a musculatura que entra em trabalho para a realização do
movimento respiratório.

O sistema respiratório é constituído pela cavidade nasal, cavidade oral, faringe,


laringe, traqueia, pulmões, brônquios, bronquíolos e diafragma.

O nariz tem a função de aquecer, umidificar e purificar o ar. A faringe, comumente


chamada de garganta, divide-se em duas vias: na traqueia e no esôfago. É nessa região
que o alimento é separado do ar. O ar vai para a traqueia, enquanto o alimento atinge o
esôfago. Essa separação é controlada por reflexos nervosos. A laringe forma a transição
das vias aéreas superiores e inferiores, e é nela que se localizam as cordas vocais.

Em Técnica Vocal, o aprendizado depende em grande parte do manejo do corpo,


num trabalho semelhante ao que se faz em Educação Física. Faz-se necessário uma
experienciação corporal e uma conexão perceptiva com o próprio corpo. Perceber a própria
postura, respiração, articulação e ressonância; e a voz resultante de toda essa coordenação
pode ser uma tarefa complexa, que demanda certa dose de interiorização por parte do
aluno no início. A respiração, decisiva na construção da voz, é dominada por hábitos
inconscientes, e necessita na maioria das vezes ser repensada e reaprendida.
DICA: para saber mais, assista ao vídeo Sistema Respiratório no endereço eletrônico:
http://www.youtube.com/watch?v=sQU4LVJr7TI.

TIPOS DE RESPIRAÇÃO

1) Respiração Clavicular ou Costal Superior – as costelas se elevam, fixas na extremidade


posterior. É muito usada na vida cotidiana. Nela, o diafragma pouco se contrai.

2) Respiração Diafragmática ou Abdominal – neste tipo de respiração, o diafragma


contrai-se e o abdome abaúla-se, voltando ambos passivamente à posição anterior durante
a expiração. As costelas não se elevam. Esta respiração ocorre durante o sono ou quando o
tórax está contido por cintas ou gesso.

3) Respiração Costal Inferior ou Mista – este tipo respiratório é o que ocorre quando se
contrai o diafragma e, ao mesmo tempo, dilatam-se as costelas. É um mecanismo
respiratório usado quando se necessita de uma fonação especializada ou canto; propicia
maior pressão aérea, maior domínio nas ações musculares movimentação de grandes
volumes aéreos.

A IMPORTÂNCIA DO DIAFRAGMA & DOS MÚSCULOS INTERCOSTAIS NO CANTO

Para o canto o músculo que fica à base dos pulmões, chamado diafragma tem função
essencial, pois é ele que controlará a entrada e a saída do ar. É um músculo ímpar que
separa o tórax do abdome. Ele é o nosso principal músculo inspiratório.

Em sua função inspiratória o diafragma pode funcionar tanto de forma automática


quanto sob o controle da vontade. Nas ações cotidianas o seu funcionamento é automático,
sem intervenção da consciência do homem. Quando se deseja, no entanto, mudar sua
dinâmica, é possível fazê-lo através da vontade, como no caso de se desejar falar, cantar
ou executar exercícios respiratórios.

Na expiração o diafragma eleva-se para cima. Essa subida é um movimento passivo,


causada pela hiperpressão dentro do abdome durante a contração deste músculo, que
tende a se desfazer a partir do momento em que ele deixa de estar em contração. A força
elástica do pulmão ao se retrair na expiração também ajuda a subida do diafragma.

Já na inspiração o diafragma abaixa-se, se contrai. Ao descer durante sua contração,


o diafragma desloca os órgãos abdominais, sobre os quais se apoia, para baixo e para fora.
Esse abaulamento do abdome é o resultado visível no momento da contração do
diafragma. Observe as ilustrações abaixo:
Os músculos intercostais, entre as costelas, é o principal assistente do diafragma.
Situam-se entre as costelas, dividindo-se em dois feixes, que correm em direções
contrárias: os intercostais internos e os externos. Os intercostais externos são mais ativos
na inspiração, quando promovem a elevação das costelas inferiores às quais se inserem,
aumentando a dimensão da caixa torácica. Os intercostais internos são mais ativos na
expiração. Outros grupos musculares podem ser ativados no auxílio à respiração quando os
músculos principais, de alguma forma, se encontram impedidos ou restringidos.
MECANISMOS RESPIRATÓRIOS NO CANTO

No aprendizado do canto o aluno deve centrar esforços no sentido de aprender a manejar


sua respiração. Perceber e conscientizar os seus movimentos musculares é o primeiro passo
para chegar ao controle.

Na respiração fisiológica, isto é, numa respiração completa, profunda, a inspiração é mais


longa e a expiração mais curta. Na respiração do canto acontece ao contrário: a inspiração é
mais curta e expira-se lentamente, economizando ao máximo a saída do ar.

Quando nos dispomos a cantar, o processo respiratório necessita sofrer uma alteração.
Durante o canto a expiração - processo normalmente passivo - vai se tornar uma ação ativa, e
assume uma duração maior do que a inspiração. Ainda mais: de acordo com as exigências da
peça musical em questão, esta expiração deve a qualquer momento poder ser retida, suspensa,
acelerada, retardada, provocar aumento ou diminuição do volume de ar que sai. Em outras
palavras – precisa ser controlada.

O QUE É O APOIO NO CANTO?

Uma boa respiração, com a correta utilização do apoio diafragmático é essencial para um
bom desempenho no canto. O apoio é a sustentação e controle da coluna de ar que faz parte da
produção do som. Quando você inspira, o ar enche seus pulmões, alargando a região das
costelas e estendendo os músculos intercostais. Ao mesmo tempo, o diafragma se abaixa e
expande para os lados (sem o seu controle voluntário). O que se pode e deve fazer é controlar
os músculos intercostais e abdominais. Assim, o diafragma e todos os músculos envolvidos no
processo respiratório estão na posição adequada a proporcionar uma boa emissão vocal, pois
eles controlam a saída do ar e do som (que ocorre no momento da expiração).

Outros músculos estão envolvidos no apoio são eles: os músculos pélvicos (abdominais),
da região glútea (nádegas) e o grande reto (canal anal). Para percebê-los experimente inspirar e
soprar como se estivesse tentando apagar uma vela.

EXERCÍCIOS DE RESPIRATÓRIOS

Antes de realizar os exercícios respiratórios, procure se alongar primeiramente. Abaixo,


estão algumas indicações desses alongamentos.
Fique pelo menos 15 segundos em cada posição, dos dois lados.

Recomendações:

 Tenha, se possível, um espelho a frente para a percepção corporal;

 Começar sempre o exercício respiratório com uma boa expiração;

 Observar continuamente o comportamento dos músculos respiratórios (abdominais e


intercostais);

 Manter sempre, uma boa postura: coluna reta, ombros caídos, nunca estufar o peito ou
levantar os ombros;

 A inspiração deve ser feita pelo nariz, narinas dilatadas, garganta bem aberta. A expiração
deve ser feita pela boca, soprando.

CURIOSIDADES

A respiração pelo nariz deve ser realizada no canto quando houver intervalos maiores de silêncio entre as frases, e
pela boca entre as frases com intervalos curtos. O nariz filtra, umidifica e aquece o ar, mas só quando há tempo
suficiente respiramos por ele, no tempo curto entre as frases é melhor respirarmos pela boca.

Os exercícios abaixo são opções para o estudo respiratório, quando estiver muito ocupado
realize pelo menos um item de cada exercício.

Exercício nº 01

Em pé, postura correta, corpo relaxado, mão na cintura (repetir 3 vezes):

a) Soprar, como quem apaga uma vela;

b) Pequena pausa;

c) Inspirar , leve e rapidamente – fungando, narina dilatadas, garganta bem aberta (com a
boca fechada) como que aspira um perfume de flor, sentindo que o movimento
inspiratório se faz na parte baixa do tronco e no abdômen;
d) Pequena pausa;

e) Inspirar, soprar como quem apaga uma vela (maxilar, bochechas e lábios relaxados);

Exercício nº 02

a) Inspirar e soprar em “SSS” (como um pneu esvaziando) soltando o ar levemente (repetir 3


vezes);

b) Inspirar e soprar em “ZZZ” bem sonoro, como uma abelha (repetir 3 vezes);

c) Inspirar e soprar em “FFF” (repetir 3 vezes).

Exercício nº 03

Diafragma (repetir 3 vezes).

a) Soprar com energia, dando impulsos com o diafragma para baixo;

b) Explorar consoantes – com energia: “P,T,S”; “P,P,P”; “T,T,T”; “S,S,S”.

Exercício nº 04

Respiração diafragmática (repetir 3 vezes):

a) Deitar de costas (em superfície dura, sem travesseiro), relaxar o corpo e, com as mãos no
ventre, sentir o movimento respiratório diafragmático;

b) Soprar com força, como se fosse apagar uma vela colocada no teto;

c) Repetir o exercício em pé, imaginar a vela à distância.

Exercício nº 05

Inspirar o máximo de ar, reter e contar até 10 – compassadamente, baixinho,


economizando o máximo de ar; verificando quanto tempo consegue contar – ir aumentando o
tempo progressivamente.

Exercício nº 06

Inspirar o máximo de ar, reter e cantar a vogal “A” num tom confortável, até o final da
respiração (repetir 3 vezes).

Exercício nº 07

Controle do som - Inspirar, prender o ar, emitir um som longo (baixinho) falando a cada
emissão uma vogal. Ex.: AAA..., EEE..., etc.

Exercício nº 08 – Vocalize com nota longa

Este é um exercício da Apostila “”Por todo Canto”, se localiza no CD 1, faixa 07.


TÉCNICA VOCAL _________________ SAÚDE VOCAL _____________________ Módulo 02

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SAÚDE VOCAL

No dia a dia, a grande maioria das pessoas se esquece da importância da voz. Ela pode
revelar o sexo, a idade, o estado emocional e até traços de personalidade. A partir de uma
iniciativa brasileira, que começou em 1999 e foi seguida pelo resto do mundo, 16 de abril foi
escolhido como O Dia Mundial da Voz. A disfonia (rouquidão) e a afonia (perda da voz) são
problemas comumente encontrados em crianças, adolescentes e adultos. Ao perceber sintomas
como rouquidão, ardor na garganta, pigarro e fadiga vocal um especialista deve ser procurado
(laringologista e fonoaudiólogo).

Os problemas vocais se dão por mau funcionamento da laringe e do sistema respiratório,


inflamações, infecções e até mesmo problemas digestivos. Fatores ambientais e psicológicos e a
própria estrutura da personalidade da pessoa também podem provocar distúrbios na voz. Os
tratamentos vão desde medicamentos, reeducação da voz até cirurgias. O câncer de laringe é a
segunda doença mais comum do trato respiratório, perdendo apenas para o câncer de pulmão.
Para prevenir os problemas da voz, o laringologista Carlos Adriano, da Academia Brasileira
de Laringologia e Voz, e a fonoaudióloga Gisele Gasparini, do Centro de Estudos da Voz, em São
Paulo, orientam os seguintes cuidados:

 Evitar a ingestão de líquidos muito gelados ou muito quentes; bebidas alcoólicas e


gasosas; alimentos ácidos, condimentados e gordurosos;
 Procurar dormir bem;
 Praticar exercícios físicos para o condicionamento do corpo;
 Evitar gritar, falar alto ou sussurrar;
 Pra quem fuma, abolir o uso de cigarro; quem não fuma deve evitar ficar perto de
fumantes.
 Tomar bastante água, mesmo se não tiver sede; mas não adianta se encher de líquido de
uma vez: o ideal é uma hidratação constante, com pequenos goles ao longo do dia, para
que aos poucos a saliva se torne mais rala; e lembre-se água em temperatura natural;

 Dar uma pausa durante o dia para o descanso das cordas vocais;

 O uso de soluções caseiras como pastilhas, colher de mel, sprays, chá de cravo, gengibre,
canela e gargarejos também deve ser evitado, pois funcionam como anestésico e podem
mascarar ou agravar os problemas vocais;
 Não pigarrear (raspar a garganta), pois agridem as cordas vocais; ao invés disso realize
um exercício de vibração da língua numa região tonal confortável e na sequência, se
possível, beba água;
 Evite (principalmente antes de fazer o uso da voz) chocolate, leite, queijos e outros
derivados; pois engrossam a saliva, atrapalhando a vibração das pregas vocais. O café
também é outro inimigo da voz: por ser quente, a bebida resseca a laringe e, se a pessoa
abusar da voz, pode até causar pequenos machucados.
 Para quem trabalha em escritórios, um dos grandes inimigos da voz é o ar-condicionado,
que resfria o ambiente, mas também retira a umidade do ar. O resultado, outra vez, é que
a laringe fica ressecada, e a pessoa precisa se esforçar mais para falar;
 Uma das regras para cantar tranquilo é deixar a laringe livre para se movimentar. Roupas
justas ou de gola alta dificultam esse princípio, restringindo o sobe-e-desce do órgão e
prejudicando o show;

 Comer maçã, uma vez que ela contribui para o bom funcionamento vocal, porque
funciona como uma "limpadora natural" da boca e da faringe. "A maçã retira as secreções
que dificultam a vibração das pregas vocais, deixando a saliva mais rala e favorecendo a
articulação das palavras", afirma a fonoaudióloga Gisele Gasparini. Outra vantagem é que
a maçã é uma fruta bem consistente. Por causa disso, quem vai degustá-la acaba
exercitando todos os músculos responsáveis pela articulação da fala - os lábios, as
bochechas, a língua e os músculos interiores da boca. "Ou seja, a mastigação funciona
como um aquecimento, que elimina a tensão na região do aparelho fonador, preparando o
caminho para uma boa cantoria", diz Gisele.

TÉCNICA VOCAL _________________ APARELHO FONADOR _____________________ Módulo


03

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O APARELHO FONADOR

O ser humano, ao longo da evolução, foi dotado da capacidade da fala,


consequentemente do canto. O aparelho fonador na verdade ocupa os mesmos órgãos do
sistema respiratório. Na produção sonora vocal vamos nos ater principalmente a dois desses
órgãos: os pulmões e a laringe – onde se localiza as chamadas pregas ou cordas vocais.

Mas, como o som é produzido?

O som é o resultado dos movimentos de corpos vibratórios. Para produzi-lo é necessário uma
fonte sonora ─ um corpo que produz sons ao vibrar; e um excitador – aquilo que toca a fonte
sonora para que ela possa vibrar. Se pensarmos num violino e no instrumentista que o toca
podemos identificar a fonte sonora e o excitador.

O arco do violino, na mão do músico, age como o excitador, e as cordas do instrumento


como a fonte sonora, que vibra e produz o som.

Voltemos agora para a produção da voz. A voz é produzida quando o ar expiratório (vindo
dos pulmões) passa pelas pregas vocais, e o nosso comando neural, por meio de ajustes
musculares, faz pressões de diferentes graus na região abaixo das pregas vocais, fazendo-as
vibrarem. Esse mecanismo se assemelha à produção do som no violino, o ar dos pulmões
funciona como o excitador (o arco)e as pregas vocais como fonte sonora (as cordas do violino).

Veja abaixo, uma ilustração do movimento das pregas vocais quando respiramos e quando
falamos ou cantamos:

CURIOSIDADES

Primordialmente, as pregas vocais (ou cordas vocais), não foram feitas para o uso da voz. Esta foi uma função na qual
a laringe (local onde se encontram as pregas vocais) se especializou. Estes músculos foram desenvolvidos, em
primeiro lugar, para as funções de respiração e alimentação.

As pregas vocais vibram muito rapidamente. A essa característica damos o nome de frequência. As pregas vocais do
homem têm mais massa e são menos esticadas que as da mulher (como no violão, as cordas mais esticadas e finas
são mais agudas e vibram mais que as cordas mais grossas).

DICA: para saber mais, assista ao vídeo Produção de Voz Aspectos Fisiológicos no endereço
eletrônico: http://www.youtube.com/watch?v=Oe98Xmsf57o&feature=related.

TÉCNICA VOCAL _________________ APARELHO FONADOR _____________________ Módulo


04

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O APARELHO RESSONADOR

O som produzido na laringe seria praticamente inaudível se não fosse amplificado e


modificado pelas caixas de ressonância próximas à laringe. Para a técnica vocal (o canto),
daremos especial atenção aos ressonadores da face. São eles: cavidade da boca, cavidades do
nariz e os seios paranasais, chamando-os de ressonadores faciais ou voz facial. É esta voz facial
que o cantor, seja qual for sua voz, deve e precisa desenvolver. Uma voz que não explora essas
ressonâncias, mesmo sendo uma voz forte, será uma voz sem brilho e sem qualidade sonora. A
voz bem colocada tem penetração, beleza e qualidade.

A voz não impostada, não trabalhada, geralmente é apoiada na garganta, emitindo,


assim, sons imperfeitos, sem brilho, mesmo que o timbre seja muito bonito e agradável.
Você já deve ter ouvido falar em “cantar na máscara”, ou seja, utilizar os ressonadores faciais.
Observe os ressonadores faciais fazendo este simples teste: coloque uma das mãos encostadas
no “Pomo de Adão”, que é a saliência da laringe e a outra entre o lábio superior e o nariz,
apenas encoste a mão. Não faça força nem aperte. Com a boca fechada produza um som
qualquer, como um “HUM”. Se observar uma vibração no “Pomo” você está apoiando a voz na
garganta e não nos ressonadores faciais, caso a vibração maior seja abaixo do nariz você estará
no caminho certo, utilizando esses ressonadores faciais. Não se preocupe, faremos outros
exercícios para tal desenvolvimento.

Uma voz que não utiliza os ressonadores faciais tende a provocar um desgaste obrigando
o cantor a um esforço desnecessário e, sem dúvida, sua voz será envelhecida prematuramente.
Impor a voz na face não significa forçá-la nos ressonadores faciais com excessos de emissão e
sim emiti-la de forma fisiológica sabendo explorá-la de maneira natural.
Os órgãos articuladores são: os lábios, os dentes, a língua, o palato duro, o véu palatar e a
mandíbula e são encarregados de transformar a voz em voz falada ou cantada. Qualquer
deficiência de articulação irá dificultar o entendimento do que se canta.
É importantíssimo saber pronunciar bem as palavras de acordo com o idioma e suas regras,
explorando os articuladores na forma correta dos vocábulos. A cavidade bucal sofre diversas
alterações de tamanho e forma pelos movimentos da língua, considerada como o principal órgão
da articulação, pois apresenta uma enorme variabilidade de movimentos pela ação dos seus
músculos.

FONAÇÃO, ARTICULAÇÃO E RESSONÂNCIA


 

Cavidades de Ressonância
______Elas estão situadas à frente da coluna cervical, isto é atrás da parte óssea e do
maxilar e segem à laringe. Elas são compostas pelo baixo ou oro-faringe, limitada
embaixo pelas cordas vocais, à frente pela epiglote e a base da língua, e atrás pela
parde anterior da coluna vertebral que é recoberta pelos músculos constritores. Ao
lado estão os pilares, prolongados acima pelo véu palatino. Acima e atrás das fossas
nasais, o cavum, ou rino-faringe (figura A).

____Figura A - 1. Sinus; 2. Fossas nasais; 3. Cavum; 4. Véu palatino;


______ 5. Língua; 6. Epiglote; 7. Cordas vocais.

Estas cavidades possuem paredes fixas (maxilar superior e palato duro) e paredes
móveis (mandíbula, língua, epiglote, lábios e véu palatino). Suas formas e dimensões
são variáveis dependendo das pessoas. Alguns destes órgãos têm um sentido
muscular (língua, lábios e mandíbula) e outros não têm (véu, palatino, laringe e
cordas vocais).
No interior desta cavidade se encontra o véu palatino que se segue ao palato. Ele
pode ter um diâmetro transversal e sagital mais ou menos desenvolvido e ser mais ou
menos longo e musculoso. Qualquer que seja sua forma, o mais importante é sua
mobilidade. Sua posição depende das atitudes articulatórias e varia, segundo a
ausência ou a presença de nasalização (figura B). Neste caso, ele se abaixa e deixa
passar um pouco de ar nas cavidades nasais. Ele muda também, segundo os
movimentos da mandíbula, dos lábios, da laringe e o alargamento, mais ou menos
pronunciado da faringe. Ao nível dos pilares, do véu palatino e da parede faríngea,
este alargamento é sentido como uma atividade muscular importante e muito
sensível (figura C ).

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