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THYMELI ESCOLA DE TEATRO, MÚSICA E DANÇA

A TÉCNICA VOCAL BELTING EM “A COR PÚRPURA”

5N
Curso Técnico em Teatro Musical
Professora Mestre Fernanda Camargo

Março de 2020
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INTRODUÇÃO

O musical “A Cor Púrpura” é baseado no de mesmo nome da escritoa Alice

Walker. Na história, acompanhamos 40 anos da vida de Celie, uma mulher negra
moradora do estado da Geórgia, sul dos Estados Unidos no início do século XX.
Morando com sua irmã Nettie, Celie é constantemente abusada por seu pai que, um
dia, força a garota de 14 anos a se casar Sr. Albert Johnson, um terrível homem
morador da vila e dono de uma fazenda. Com esse casamento, a vida de Celie
começa a piorar quando ela é proibida por seu marido de ver sua irmã, iniciando um
momento de solidão na vida da mulher que começa procurar companhia,
principalmente de Deus.

Falando um pouco sobre o gênero que essa peça se enquadra (Teatro

Musical), nessa forma teatral, o principal objetivo é contar uma história utilizando de
diversos artifícios, como o texto dramático, a dança ou movimentação cênica, a
cenografia e, como o próprio nome diz, a música (desde arranjos e melodias, ao
canto propriamente dito). Sendo assim, vejamos como a técnica vocal é utilizada
para que o gênero possa cumprir seu objetivo.
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DESENVOLVIMENTO

Para a execução do canto, existem diversas técnicas que podem ser usadas
que vão desde o canto mais erudito ao mais popular. Dentro dessas duas esferas, o
canto no teatro musical se enquadra no gênero popular, tendo sua técnica nomeada
de Belting.

Atualmente, o belting é reconhecido como uma técnica que o canto se

encontra próximo da fala e, aqui, deve-se cantar com uma voz mista com uma maior
predominância do registro de peito (grave) sendo usado na região mais aguda da
voz (sem “passar”). O timbre nesse estilo envolve diversas sonoridades, entre elas o
brilho, a voz metálica, o timbre mais ardido (vindo da música country) e a dinâmica
forte.

Embora deva haver toda essa parte técnica de nomenclaturas, o mais

importante ao se falar de técnica vocal para teatro musical é que ela deve ser usada
em segundo lugar, dando sempre espaço para o texto. Aqui, o texto dramático (seja
o falado ou cantado) tem uma grande importância já que, como dito na introdução,
ele é um dos responsáveis por contar a história, portanto, é de suma importância
que o mesmo saia de forma limpa e entendível, deixando a técnica em segundo
lugar, funcionando como um facilitador da execução da música.

“A Cor Púrpura” é um musical que consegue cumprir esse dever. Aqui o texto
é incrivelmente bem articulado pelos solistas, nos entregando a narrativa da história
através das canções de forma limpa, articulada e entendível. Até mesmo nos
momentos onde há coro e a utilização de uma heterofonia (execução de duas ou
mais vozes diferentes sobrepostas ao mesmo tempo), o texto consegue ser
entregue conforme é exigido nesse gênero.

Em questões técnicas, todos os atores e atrizes mostram um preparo vocal e

domínio fantástico da técnica do belting, utilizando dos recursos necessários para
execução de músicas difíceis, com muitos graves, agudos e notas de passagem.

O maior exemplo é a música mais famosa do musical “I’m Here” da

personagem Celie, interpretada na versão brasileira pela atriz Letícia Soares, que
nos entrega uma performance digna de aplausos de pé: bom domínio vocal, um
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texto bem articulado com boas intenções e uma interpretação fenomenal, nos
trazendo um dos momentos mais vibrantes do musical no quesito voz, corpo e
interpretação.
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CONCLUSÃO

Ao longo da história do teatro musical, a técnica belting se fez necessária em

momentos onde não havia microfones para propagação do som. Com uma voz
próxima da fala, o belting carrega diversas características sonoras, porém, a mais
importante é o fato de necessitar de um texto bem articulado e executado para que a
história possa, assim, ser contada através da música.

Seguindo a “cartilha” de como um musical deve ser, “A Cor Púrpura” utiliza do

texto, canto e movimentação (dança) para poder contar a história e nos entrega isso
de uma forma profissional e bem executada. A parte vocal é de longe um dos
maiores atributos do musical, cumprindo com a necessidade do belting de
apresentar um texto bem encaixado na boca para que o público possa compreender.
Além dessa característica, o musical nos traz performances vocais esplendidas,
dignas de aplausos em cena aberta, lágrimas e bastante emoção por parte da
platéia.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Silva, Luciano Simões. A técnica belting usada no teatro musical norte-

americano e a pedagogia vocal no Brasil. Revista do Laboratório de Dramaturgia.
Revista do Laboratório de Dramaturgia, V. 2 e 3, Paraná, 2019