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Cabaré é o nome dado às salas de espetáculos, com origem no século XVIII, que incluíam

música, dança, apresentações humorísticas, ilusionismo e outras artes. O primeiro cabaré


famoso surgiu em um bairro boêmio de Paris no ano de 1881. Logo a definição do nome
“Cabaret” é de origem francesa, sendo “taverna” o significado original da palavra. 
Antes do surgimento do cabaré a França tinha seus cafés, entre eles o mais famoso
nascido com a Revolução Francesa, chamado café-concert. Eram nesses ambientes que
as pessoas cultivavam o lazer.

Os criadores dos cabarés queriam algo mais intelectual e inconformista, onde o can can
fosse aceito sem causar escândalo, por exemplo. Além dessa ideologia ainda existiam
outras distinções com lugares que também exibiam espetáculos. Por exemplo, o fato de
que os espaços contavam com bares e restaurantes. Assim, um dos motivos de sucesso
se dava pelo diferencial de que os espectadores podiam beber e comer enquanto
apreciavam as atrações. 

Os travestis receberam o primeiro espaço no palco com apresentações pantomimas (ou


mimos), apresentações de mímica. A apresentação mais famosa de pantomima
homossexual foi “Sonho do Egito” protagonizada pela atriz, pin up e novelista Colette e
pela arqueóloga Marquesa de Morny. Em 1907 estavam previstas dez apresentações no
Moulin Rouge, porém realizou-se apenas a primeira, já que a polícia ameaçou fechar o
local por causa do homossexualismo apresentado no palco.

Já que citamos o Moulin Rouge é digno falarmos com mais detalhes do cabaré abrigado
no bairro vermelho, no ano de 1889, em Paris. As apresentações características do
espaço eram as protagonizadas pelas dançarinas de can can, que costumavam ter nomes
artísticos extravagantes, por exemplo, “A Goulue”.

O Moulin Rouge também causou muitos escândalos, considerados pela sociedade da


época. O primeiro notável aconteceu em 1893 em um desfile de carnaval organizado por
estudantes de Belas Artes. O motivo do escândalo se deu pelo fato dos artistas estarem
desnudos, sendo condenados a uma multa se o fato viesse a ocorrer novamente. 
O concorrente do Moulin Rouge era o Folies Bergère, inaugurado em 1869 como music
hall, começando a exibir espetáculos de cabaré no fim do século XIX. Para concorrer com
o Moulin Rouge contava com a contratação de duas estrelas da época, Loïe Fuller e Cléo
de Mérode.

Os cabarés não eram exclusivos da França. Nos anos 20 e 30 Berlin passa a ser a capital
mundial do cabaré. Porém, com a ascensão de Adolf Hitler, muitos artistas que
trabalhavam nos cabarés tiveram que se exilar, por não estarem de acordo com a
ideologia nacional socialista ou por terem origens judaicas. Nesse contexto os cabarés
tomaram o mundo, já que esses artistas levaram essa cultura para países onde não
tinham problemas ideológicos, como em Londres e Nova York.

Nos anos 60 surgiu em Paris uma nova representação de cabaré, chamado de café-
théâtre (café teatro). No entanto, os cabarés, foram perdendo o público ao longo do tempo.
Atualmente, eles são visitados pela maior parte de turistas e não por espectadores
habituais como no passado. Mesmo com o enfraquecimento dos cabarés, podemos
classificá-los em quatro tipos, denominados de Lhe Chat Noir e do Lapin Agile, de
tamanho pequeno ou médio, habita sempre um bar, geralmente tendo apresentações de
cantores, músicos e orquestras de jazz, podendo também ser denominado de café
francês; os que seguem a tradição do Moulin Rouge e do Folies Bergère, sendo que o
mais famoso atualmente é o Lido de Paris; os que seguem a tradição do Els Quatre Gats
de Barcelona e do Cabaré Voltaire de Zurich, os cabarés de vanguarda; e os não
tradicionais, onde as pessoas não se sentam para que se comportem mais pessoas e para
que o público possa dançar conforme a música.
Em síntese, os cabarés surgiram com o intuíto de inovar a produção artistica, explorando a
relação entre vida e arte. Ou seja, a criação dos cabarés foi vaguardistas. Com o tempo
ele se popularizou pelo mundo sob duas percepções: artistica (positiva) ou preconceituosa
(negativa). Pois, na época as manifestações artisticas eram mal interpretadas e
censuradas, como o can can, visto com maus olhos pelo fato de que as mulheres
levantavam suas saias e faziam movimentos provocativos (para a época), que foi proibido
na era vitoriana.

Cabaret francês (a partir do século 16) [ editar ]


Cabarés existiram em Paris no século XVI; Eles foram antepassados do restaurante
moderno. Ao contrário das tabernas, eles vendiam vinho não por si só, mas apenas com
uma refeição, apresentada sobre uma toalha de mesa.Os clientes poderiam cantar se
tivessem bebido bastante vinho, mas os cabarés adiantados não tiveram programas
formais do entretenimento. Cabarés eram freqüentemente usados como locais de encontro
para escritores e artistas.Escritores como La Fontaine , Molière e Jean Racine eram
conhecidos por um cabaré frequente chamado de Blanc Mouton na rue du Vieux-
Colombier, e mais tarde o Croix de Lorraine na moderna Rue Bourg-Tibourg. Em 1773
poetas, pintores, músicos e escritores franceses começaram a se reunir em um cabaré
chamado Le Caveau na rue de Buci, onde compuseram e cantaram canções. O Caveau
continuou até 1816, quando foi forçada a fechar porque seus clientes escreveu canções
zombando o governo real. [3]
No século 18, o café-concerto ou café-chantant apareceu, que ofereceu comida junto com
a música, cantores, ou magos. O mais famoso foi o Café des Aveugles nas caves
do Palais-Royal , que tinha uma pequena orquestra de músicos cegos. No início do século
XIX, muitos cafés-chantants apareceram ao redor da cidade; o mais famoso era o Café
des Ambassadeurs (1843) sobre o Champs-Élysées eo Eldorado (1858), na Boulevard
Estrasburgo. Em 1900, havia mais de 150 cafés-chantants em Paris. [4] A primeira taberna
no sentido moderno foi Le Chat Noir , no bairro boêmio de Montmartre , criado em 1881
por Rodolphe Salis , um agente teatral e empresário.Combinou música e outros
entretenimentos com comentários políticos e sátira. [5] O Chat Noir reuniu os ricos e
famosos de Paris, com os boêmios e artistas de Montmartre e do Pigalle . Sua clientela foi
descrito pelo historiador Paul Bourget: ". Uma mistura fantástica de escritores e pintores,
de jornalistas e estudantes, de funcionários e de alto fígados, assim como modelos,
prostitutas e verdadeiros grandes damas em busca de experiências exóticas" [6] o anfitrião
foi Salis-se, chamando a si mesmo um cabaretier cavalheiro; Ele começou cada show com
um monólogo zombando dos ricos, ridicularizando os deputados da Assembléia Nacional e
fazendo piadas sobre os eventos do dia.O cabaré era muito pequeno para as multidões
tentando entrar; À meia-noite do dia 10 de junho de 1885, Salis e seus clientes desfilaram
pela rua até um novo clube maior, no 12 rue de Laval, que tinha uma decoração descrita
como "Uma espécie de Beirute com influências chinesas". O compositor Eric Satie , depois
de terminar seus estudos no Conservatório, ganhava a vida tocando piano no Chat Noir. [6]

Minhas palavras:

Cabarés sempre foram o lugar das mulheres! Pode parecer sexista esta frase, mas é pura
verdade, ou não é?! Podem até terem sido criados para a diversão da sociedade
meritocrática daquela época (basicamente homens), mas eram elas as estrelas, eram para
vê-las que eles iam ao lugar...eram para suas apresentações, suas manifestações, seus
shows. De forma livre e sem pudor, ali era um refúgio para os excluídos, minimizados,
clandestinos, artistas desconhecidos, onde naquele lugar, naquele palco, sob os olhos da
hipócrita sociedade de duas faces, era possível ser o que eles escondiam a luz do dia.
Suas verdades, seus corações poderiam enfim gritar sua essência.
Os cabarés inspiraram escritores, músicos, pensadores, pelo espírito de liberdade que
habitava aquele lugar..esse é o objetivo. Le Cabaré é um santuário para a liberdade
daqueles que desejam e compartilham da liberdade e igualdade que a hipócrita sociedade
contemporânea afirma defender, mas por baixo dos panos mantem os mesmos ideais
sexistas, racistas, meritocráticos, fazendo com que todos acreditem que há igualdade e
liberdade quando na verdade tudo não passa de uma fachada.

Le Cabaré é para todos. Errantes, excluídos, escondidos, disfarçados, aqueles que tem
uma opinião que não é ouvida, que não é reconhecida, sem repressão, sem julgamentos,
ou hipocrisia. Venha compartilhar suas idéias.

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