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Estudo de caso
na bacia do Rio Barigui – Curitiba/PR
INTRODUÇÃO
A água e a vegetação são riquezas incrivelmente importantes para todo o ser vivo, de
forma mais especifica, para os humanos. Uma parcela da população, incorpora um papel
fundamental para preservar a hidrografia e a vegetação, os quais, são patrimônio natural. Da
mesma forma, é papel do estado também levar em consideração a supressão da vegetação e a
poluição dos rios. Assim, no âmbito estatal, tanto com a reformulação da constituição federal,
quanto com a necessidade de criação de órgãos para o monitoramento e controle ambiental,
com a respectiva finalidade de reduzir, regulamentar e balizar como o meio ambiente deve ser
protegido e utilizado.
Segundo entendimento do STF, o estado, de forma especial (art. 23, VI) fica
incumbido, e também à própria coletividade, a especial obrigação de defender e preservar, em
benefício das presentes e futuras gerações, o direito ao meio ambiente preservado. O
preenchimento desse encargo, que é irrenunciável, representa a garantia de que não se
instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos intergeneracionais marcados pelo
desrespeito ao dever de solidariedade, que a todos se impõe, na proteção desse bem essencial
de uso comum das pessoas em geral. (STF, 2005)
Desta maneira, é, ou seria necessário, o empenho por parte do estado para que ocorra
a preservação da vegetação e dos corpos hídricos, além é claro, de programas de incentivo ao
desenvolvimento de uma consciência popular, independentemente de ela contribuir de forma
direta ou indireta para este movimento de preservação/reconstrução da cobertura vegetal e da
hidrografia.
Ao que tange a cobertura vegetal, é necessário ressaltar, que ela desempenha uma
infinidade de papeis. Por exemplo, ela facilita a estabilização do terreno, oferece obstáculos
contra o vento e também contra a poluição dos mananciais e nascentes, tem a capacidade de
redução dos ruídos, filtração do ar e consequente diminuição da poeira em suspensão.
(CAVALHEIRO e NUCCI, 1999)
Já na parte da hidrografia, ela representa ações fundamentais para que seja facultada a
possibilidade de viver na cidade, como o abastecimento e saneamento de agua a população,
irrigação de alimentos e da vegetação, tanto de forma natural (ciclo hidrológico), quanto de
forma induzida, geração de energia elétrica e a navegação por exemplo. (TUCCI e MENDES,
2006)
PROBLEMATICA
Entretanto, para o estudo das áreas urbanas, a delimitação de APPs neste caso dava
margem a informações dúbias. Sua antiga redação (a qual foi revogada), no artigo 4°, § 9º,
expressava que
No código atual, após seus ajustes e remendos, justamente o trecho retrocitado foi
retirado do código, e, tirando as informações sobre represamento e ambientes lacustres, nada
mais é citado sobre APPs em face do cenário urbano. Assim, o que resta é a redação do artigo
4º, que descreve a consideração da Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou
urbanas. Desta forma, tecnicamente, a vegetação urbana deveria seguir os mesmos parâmetros
para a vegetação em área rural
Foi neste plano que grande parte dos parques e praças dentro do círculo da planejada
Avenida Perimetral 3 (figura 1) da cidade acabaram surgindo, ou foram mais bem estruturados.
Como citado, alguns destes já existiam, como é o caso das praças Rui Barbosa e Tiradentes
(adensadas e impermeáveis), mas o Parque Barigui (Rio Barigui) e a Praça Afonso Botelho
(Rio Água Verde) (áreas verdes ao longo de córregos), só se tornaram oficiais com este plano.
(BOLETIM PMC, 1943)
Figura - 1 Crescimento radial para a cidade, estabelecendo princípios de circulação, interligando os diversos
pontos da cidade, evitando passar pela região central. Por este motivo, o plano de urbanismo de 1943, também era
chamado de Plano das Avenidas. No anel mais externo, apresenta-se o plano de construção da Avenida Parque,
conhecida também como Av. Perimetral 3 (Av. Pres. Arthur Bernardes; Av. Nossa Sra. da Luz; Av. Pres.
Wenceslau Braz)
A competência dos municípios está estabelecida no artigo 30, da Carta Magna, aos
quais compete legislar sobre assuntos de interesse local, suplementar a legislação federal e
estadual nos termos que couber e promover um adequado ordenamento territorial, mediante um
planejamento e controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano, além de
promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observando a legislação federal e
estadual. No caso dos incisos I e II, é papel do municio legislar sobre os interesses locais, e
suplementar as legislações federais e as estaduais onde tiver cabimento. Assim, o município
poderia regulamentar normas especificas e adequadas as suas municipalidades. Entretanto, é
1
Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo - LZUOS, Lei nº 9.800/2000 do Município de Curitiba de 03 de
janeiro de 2000 e suas leis complementares/anexas.
vedado ao município legislar de forma aleatória aos preceitos da constituição, apenas colocando
a prerrogativa de legislar sobre os interesses locais. (BULOS, 2008, p. 606)
A Lei 10.257/2001 que criou o Estatuto da Cidade veio revogar as normas anteriores
que mantinham o município afastado das competências ambientais. As diretrizes previstas no
artigo 2º do Estatuto, vieram regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituição Federal.
O artigo 2º do Estatuto dispõe das diretrizes para a política urbana municipal, sendo
que todas essas diretrizes devem ser levadas em consideração na elaboração do Plano Diretor,
segundo o que dispõe o artigo 39 do referido Estatuto. Após a elaboração do plano Diretor, o
município deverá aprovar uma legislação proprietária para o meio ambiental, ou, como no caso
de Curitiba, um Código Ambiental Municipal, válido, para todo o território municipal que lhe
detalhe as normas de proteção ambiental, especialmente, nos setores determinados pelas
cidades, como do tipo urbano. (ENGSTER, 2016)
Conforme Falcón (2007), o verde no urbano pode ser dividido de duas maneiras, em
público (parques e canteiros por exemplo) e privado (quintais e jardins), sendo que ambos
trazem benefícios psicológicos e físicos a toda a população, como exemplo o fornecimento de
áreas recreativas (parques, praças e áreas de passeio) e a melhora de seu entorno (áreas
residências/comerciais com maior concentração vegetacional). Desta forma, não é
exclusividade do poder público cuidar do verde urbano, mas sim, é trabalho à toda a população
que reside na cidade trabalhar e cuidar do “verde e a paisagem urbana”. (FALCON, 2007. p.
53)
A hidrografia em meio urbano é tratada muitas vezes com descaso. Tucci e Mendes
(2006) descrevem que os impactos no meio hídrico podem ser divididos em alguns
agrupamentos, tais como: poluição por efluentes domésticos e industriais; contaminação de
aguas pluviais em áreas agrícolas por pesticidas ou pela erosão do solo; efluentes da criação de
animais ou de atividades mineradoras, entre outros.
O que mais é reportado na mídia são os pontos de ocupação irregular nas regiões
periféricas com pouca ou nenhuma observância as legislações ambientais, quanto mais ao plano
diretor, como é o exemplo das ocupações das áreas de manancial da região de Campo Magro
(município da Região Metropolitana de Curitiba), no canal extravasor do Rio Iguaçu e a região
de Guarituba em Piraquara2.
2
Maiores informações estão disponíveis no site do projeto de monitoramento dos conflitos relacionados a questão
hídrica na Região Metropolitana de Curitiba: <http://goo.gl/4cUFMk>; <http://goo.gl/OCU18u>;
<http://goo.gl/ShB0oF>. Acesso em 03 de dez. 2016
Tucci e Mendes (2006) exemplificam, que não são apenas as populações de baixa
renda que ocupam as regiões ao longo dos cursos d’agua. Os autores explicam que no plano
diretor das cidades,
“...geralmente não existe nenhuma restrição quanto à ocupação das áreas de risco de
inundação, e a sequência de anos sem enchentes é razão suficiente para que
empresários desmembrem estas áreas para ocupação urbana; [além disso, podem
ocorrer] invasão de áreas ribeirinhas, que pertencem ao poder público, pela população
de baixa renda (...)”. (TUCCI e MENDES, 2006, p. 121)
JUSTIFICATIVA
3
Estas informações têm referência a partir dos dados vetoriais fornecidos pelo Instituto Águas Paraná, sendo que,
parte dos dados foram complementados pelo PARANACIDADE e pelo IPPUC. Disponível em:
<http://www.aguasparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=89>. Acesso em 06 de dez. 2016
uma faixa de 100,00m (cem metros), a partir da margem, quando o rio torna-se divisa do
Município de Curitiba com os Municípios de Almirante Tamandaré e Campo Magro até a PR-
282; ” (CURITIBA, 2000)
4
Dados também referentes aos arquivos vetoriais fornecidos pelo Instituto Águas Paraná. Disponível em:
<http://www.aguasparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=89>. Acesso em 06 de dez. 2016
CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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22 de dezembro de 2006; Revoga As Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de
abril de 1989, e A Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e Dá Outras
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00
1
100
100
40
40
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do Passaúna
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Legenda
50
Limites municipais
APA do Passaúna
Hidrografia da bacia
0 - 0,63 40
0,64 - 0,77 50
50
0,78 - 1,0
100
1,1 - 2,3
2,4 - 7,5
7,6 - 68
69 - 1.100
0 - 24,58
24,59 - 59,95 7
5
59,96 - 113,1
113,2 - 216,0
200
216,1 - 449,1
75m
85m
100m
200m