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Motor a vapor

O motor a vapor, que é chamado de máquina a vapor costumeiramente refere-se também a


turbina a vapor outro tipo de máquina térmica que exploram a pressão do vapor. Todas as
máquinas térmicas funcionam baseadas no princípio de que o calor é uma forma de energia, ou
seja, pode ser utilizado para produzir trabalho, e seu funcionamento obedece às leis da
termodinâmica. Embora a invenção do motor de combustão interna no final do século XIX
parecesse ter tornado obsoleta a máquina a vapor, ela ainda hoje é muito utilizada, por
exemplo, nos reatores nucleares que servem para produzir energia elétrica.

No caso da máquina a vapor, o fluido de trabalho é o vapor de água sob alta pressão e a alta
temperatura. O funcionamento da turbina a vapor baseia-se no principio de expansão do vapor,
gerando diminuição na temperatura e energia interna; essa energia interna perdida pela massa
de gás reaparece na forma de energia mecânica, pela força exercida contra um êmbolo. Há
diversas classificações possíveis para as turbinas a vapor, mas a mais comum é dividi-las entre:

De condensação - É um sistema fechado de geração de energia. Neste, o vapor tanto atravessa a


turbina fazendo-a girar como também, ao ser condensado, gera uma zona de baixa pressão no
difusor de saída da turbina aumentando o giro e realimentando a caldeira com o agente para
novo ciclo. É o tipo mais comum em centrais termoeléctricas e nucleares.

Eolípila

De contra-pressão - Assim chamado é o método mais arcaico que se pode usar numa máquina
térmica. É o mesmo projeto de Heron de Alexandria usado no segundo século antes de Cristo, o
sistema Contra-Pressão é similar a uma máquina a vapor conhecida pelo nome de eolípila.

O fato do vapor não passar por um condensador ao sair da turbina, ocasiona a perda de
potencia da turbina. Ele deixa a turbina ainda com certa pressão e temperatura e pode ser
aproveitado em outras etapas de uma planta de processo químico, seja em aquecedores,
destiladores, estufas, ou simplesmente é lançado na atmosfera. Este tipo é muito usado para
acionamento ou cogeração de energia, em usinas petroquímicas, navios, plataformas de
petróleo, etc...embora seja o sistema mais primitivo de captação de energia.

Índice [esconder]

1 História
2 Componentes

2.1 Carcaça

2.2 Mancais

2.3 Rotor

2.4 Palhetas

2.5 Labirintos

3 Ver também

4 Ligações externas

História[editar | editar código-fonte]

As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII.


Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a
essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos
de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a
investir na instalação de indústrias. As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e
provocaram mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de
Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram,
numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da
mudança incessante triunfou. As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de
carvão. Eram tão importantes quanto as máquinas que produziam tecidos. As carruagens
viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o
percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim,
a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituiam a força
dos cavalos, convencionou-se em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse
power ou cavalo-força).

Componentes[editar | editar código-fonte]

Construtivamente as partes principais são:

Carcaça[editar | editar código-fonte]


Máquina a vapor de Thomas Newcomen.

Feita de aço fundido e usinado internamente, montada na horizontal. A espessura da carcaça


pode ultrapassar 150mm na região de alta pressão. A função da carcaça é conter todo o
conjunto rotativo, composto pelo eixo e pelas palhetas, e aconficionar os bocais (nozzles) fixos.

Embora a função seja simples, o projeto mecânico da carcaça é bastante complexo e crítico para
o bom funcionamento da turbina a vapor. A principal razão disto, é a alta temperatura que a
turbina funciona, e as pequenas folgas entre as partes fixas e as partes rotativas.

Quando o vapor entra na turbina, a alta temperatura, ocorre uma grande dilatação do material,
que pode facilmente exceder 15 mm dependendo do tamanho da turbina. Quando ocorre esta
dilatação, há o risco de as folgas entre as partes fixas e móveis serem reduzidas a ponto de
haver roçamento, e consequentemente, desgaste ou mesmo ruptura das palhetas.

Também, devido a grande espessura da parede, há grandes gradientes térmicos. A parte


interna, em contato com o vapor, se dilata mais, devido à alta temperatura. A parte externa da
parede, em contato com o ambiente, se dilata menos. Essa diferença entre a dilatação do
material na parte interna e externa da parede dá origem a fortes tensões que podem causar
distorção ou fadiga térmica.

Mancais[editar | editar código-fonte]

Máquina a vapor de James Watt.

Na carcaça são montados um conjunto de 2 a 4 mancais, dependendo do tamanho da turbina.


Os mancais podem ser ainda:

de guia: são os que suportam o peso do eixo e o carregamento radial. Permitem que ele tenha
movimento giratório livre de atrito.

de escora: suportam a carga axial decorrente do "choque" do vapor com as palhetas. É montado
no sentido horizontal.

Os mancais de turbinas a vapor não usam rolamentos. Eles são do tipo hidrodinâmico, em que o
eixo flutua sobre um filme de óleo em alta pressão que é causada pelo próprio movimento do
eixo, relativo à parede do mancal.

O mancal também tem um sistema de selagem de óleo e de vapor. Este sistema de selagem
impede que vapores de óleo, ou de água, passem da turbina para o ambiente. Normalmente o
sistema é constituído de uma série de labirintos que provocam uma perda de carga no fluxo de
vapor, reduzindo o vazamento.

Rotor

O rotor é a parte girante da turbina e responsável pela transmissão do torque ao acoplamento.


No rotor são fixadas as palhetas, responsáveis pela extração de potência mecânica do vapor. O
rotor é suportado pelos mancais, normalmente pelas extremidades. É fabricado com aços
ligados e forjados. Os materiais que são empregados atualmente são ligas com altos percentuais
de níquel, cromo ou molibdênio. Nas máquinas mais modernas, são feitos a partir de um
linguote fundido à vácuo, e depois forjado.

O eixo deve ser cuidadosamente balanceado e livre de imperfeições superficiais, que podem
funcionar com concentradoras de tensões, o que reduz a resistência à fadiga do eixo.

Em uma das extremidades do eixo é feito o acoplamento, seja a um gerador elétrico, ou a uma
máquina de fluxo, como um ventilador, um compressor ou uma bomba. Mas, devido a
necessidade de se obter uma rotação diferente no acoplamento, muitas vezes o eixo é ligado a
uma caixa redutora de velocidade, onde a rotação da turbina é aumentada ou reduzida, para
ser transmitida ao acoplamento.

Palhetas[editar | editar código-fonte]

As palhetas são perfis aerodinâmicos, projetados para que se obtenha em uma das faces uma
pressão positiva, e na outra face uma pressão negativa. Da diferença de pressão entre as duas
faces é obtida uma força resultante, que é transmitida ao eixo gerando o torque do eixo.

Labirintos[editar | editar código-fonte]

Os labirintos são peças aplicadas em turbinas a vapor com a finalidade de vedar a carcaça sem
atritar. São fabricados na grande maioria em alumínio e são bi-partidos radialmente para
facilitar a manutenção da máquina. Internamente, eles são aplicados para garantir o
rendimento da turbina. Nos casos em que há mais de um rotor, o vapor não pode se dissipar
dentro da carcaça para não perder energia e baixar o rendimento da máquina. Os labirintos
também são utilizados na vedação da carcaça em relação ao ambiente externo, evitando
também a dissipação do vapor para a atmosfera.
Nas turbinas de grande porte, há a injeção de vapor nos labirintos, por meio de uma tomada
vinda da própria máquina, para equalizar as pressões e garantir a vedação da carcaça.

Como funcionam os motores a vapor

Funcionamento do motor a vapor

O diagrama a seguir mostra os componentes principais de um motor a vapor de pistão. Este tipo
de motor seria característico numa locomotiva a vapor.

O motor mostrado é um motor a vapor de dupla atuação porque a válvula permite vapor sob
alta pressão entrar alternadamente em ambos os lados do cilindro. A animação a seguir mostra
a máquina em ação:

Você pode ver que a válvula corrediça é responsável por permitir que o vapor em alta pressão
entre em qualquer lado do cilindro. A haste de comando da válvula é geralmente conectada a
uma ligação com a cruzeta, de modo que seu movimento faça a válvula funcionar deslizando.
Na locomotiva a vapor, este arranjo também permite ao maquinista fazer o trem dar ré.
Você pode ver neste diagrama que o vapor, depois de usado, é simplesmente expelido, saindo
para a atmosfera. Esse fato explica duas coisas sobre locomotivas a vapor:

por que se deve carregar água na estação - a água é constantemente perdida com a descarga de
vapor.

o som "tchu-tchu" que vem da locomotiva - quando a válvula abre o cilindro para liberar a
descarga de vapor, este escapa em pressão muito alta, fazendo o som "tchu" quando sai.
Quando o trem dá partida, o pistão se move muito lentamente, mas quando o trem começa a
andar o pistão ganha velocidade. O efeito disto é o "tchu... tchu... tchu... tchu-tchu-tchu-tchu"
que ouvimos quando o trem começa a se mover.

Numa locomotiva a vapor, a cruzeta normalmente se liga a uma haste motriz, e daí às hastes de
acoplamento que acionam as rodas da locomotiva.

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