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A Bruxa

Índice
1 – Porão

Entrar na casa fora um alívio, estava terrivelmente frio ao lado de fora e Circe que
conhecia bem o lugar ia à frente. A casa de madeira não estava abandonada,
contudo não tinha móveis algum. Sabia que o tal Círculo Interno estava no porão.
Desci as escadas seguindo minha amiga que estava bastante animada por ter
recebido o convite para participar da festa, ao menos eu assim havia julgado.
Enquanto descia a escada estreita de degraus baixos e curtos, apoiando-me no
corrimão, não procurei ver o que acontecia lá embaixo.
Ouvia as vozes, o barulho das garrafas, gargalhadas. Assim que me livrei da
escada foi que conferi meu entorno. O porão era tão amplo quanto a casa, havia
instrumentos musicais empilhados num canto, três mulheres para cada homem.
— Lilah, só não seja muito esquisita. - Sussurrou Circe em meu ouvido.
Provável que todos os homens daquele lugar fossem músicos, com exceção de
algumas pouquíssimas mulheres. E era fácil reconhecer o ambiente onde estava
já que a maioria das mulheres demonstravam sensualmente o interesse delas por
alguns deles.
Acenei para um rapaz que parou para conversar com Circe, deixando meus olhos
repousarem ao lado. Ele estava encostado na parede de concreto que imitava a
parede amarelada de uma gruta ou caverna, era alto, o cabelo ao lado direito era
tingido de preto e do lado esquerdo loiro. Os olhos eram azuis como o céu claro
de verão.
Senti seu olhar pesando sobre mim, talvez fosse meus cabelos castanhos com
mechas rosas e olhos verdes, ou porque nunca tinha me visto lá antes. Eu não
me vestia diferente deles.

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