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Fundação Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul Faculdade de Engenharias,


Arquitetura e Urbanismo e Geografia – FAENG
Curso de Graduação em Engenharia Ambiental

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
ÁGUAS MINERAIS

Prof.° Giancarlo Lastoria

Acadêmica Marcia Santos RGA: 201721040803


Acadêmica Rute Duarte RGA: 201721040838
HISTÓRICO DA ÁGUA MINERAL
 Um dos primeiros homens da ciência, o filósofo grego Tales de Mileto
(640 a.C - 546 a.C), afirmava que a água era a substância que deu
origem ao universo.
 A cultura das águas minerais, data da era dos romanos, que eram
amantes de banhos. No século XVII na França, o comércio de águas
minerais foi regulamentado pelo Henri IV, em maio de 1605.
HISTÓRICO DA ÁGUA MINERAL NO BRASIL

 De acordo com esta legislação, ou seja, pelo Código Brasileiro de


Águas Minerais, do ano de 1945, define-se como água mineral as que
vêm de fontes naturais, ou então, produzidas artificialmente, mas que
possuem em sua composição química as propriedades
características e insubstituíveis das águas comuns e que as assim
definem.
 Lei nº 4.147/1942
ÁGUA MINERAL X ÁGUA POTÁVEL

 Águas Minerais: “são aquelas provenientes de fontes naturais ou de


fontes artificialmente captadas que possuam composição química ou
propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns,
com características que lhes confiram uma ação medicamentosa”.

 A água potável é aquela que se utiliza


para diversos fins domésticos,
destacando-se a necessária para beber
e cozinhar. Esta água não deve
apresentar nem cor nem cheiro, deve
ser fresca e não deve apresentar
impurezas.
Há dois tipos de origem da água potável:

 Natural ou Tratada – A de origem natural vem de uma fonte


encontrada na natureza, podendo ser consumida sem a
necessidade de filtros ou produtos para desintoxicação da água.
 Já a água potável tratada, passa por uma estação de tratamento,
com uma série de etapas para eliminação das impurezas e/ou
poluentes, antes de chegar ao consumidor final.

Tratada Natural
ÁGUA MINERAL
 As águas minerais são formadas no subsolo;
passam através das diversas camadas do
solo e do subsolo, dissolvendo certos sais
minerais existentes nessas camadas.

 Uma porção dessa água então aflora à


superfície, gerando fontes ou nascentes de
alta concentração em sais iônicos (minerais).

 A água está em constante movimento, no chamado ciclo hidrológico,


sendo Água Mineral uma das etapas deste ciclo sua infiltração no
subsolo, onde ocorre o contato com solos e rochas, podendo ocorrer
sua mineralização e, considerando a diversidade de solos e rochas,
cada água terá uma composição físico-química própria, o que permite
sua classificação.
TIPOS DE ÁGUAS MINERAIS

 Salobra: É um tipo de água levemente salgada, que não forma espuma


quando em contato com o sabão.
 Termal: Essa água, além de apresentar sais iônicos dissolvidos, sai da
fonte mineral em uma temperatura superior ao ambiente em que se
encontra. Possui fins terapêuticos no tratamento de algumas
enfermidades, destacando-se cutâneas.
 Acídula: É a água que apresenta uma taxa de gás carbônico (CO2). É
também chamada de água gasosa ou água gaseificada. Apresenta um
sabor ácido, pois seu pH é menor do que 7 devido a formação de ácido
carbônico (H2CO3), produto da reação entre o gás carbônico e a água. É
recomendada como um facilitador do processo digestivo.
TIPOS DE ÁGUAS MINERAIS

 Magnesiana: Apresenta uma elevada taxa de íons magnésio. É


recomendada para auxiliar o funcionamento do estômago e
do intestino.
 Alcalina: Apresenta alcalinidade (pH maior do que 7), em virtude de
apresentar bicarbonato de sódio (NaHCO3). Assim, alivia a acidez
estomacal.
 Sulfurosa: É um tipo incomum de água mineral que contém
substâncias à base de enxofre.
 Ferruginosa: Apresenta uma alta taxa de íon ferro, o qual ajuda no
combate à anemia.
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS
CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES
 Quanto aos Gases
I - Fontes radioativas: se subdividem, dependendo do teor de gás
radioativo que contenham, em francamente radioativas, radioativas e
fortemente radioativas.
II - Fontes toriativas : as que possuem um teor de torônio (um isótopo do
radônio) em dissolução, equivalente em unidades eletrostáticas a duas
unidades Mache por litro, no mínimo.
III - Fontes sulfurosas: as que contêm no mínimo 0,001 grama do ânion
enxofre (S) por litro.
CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES

 Quanto à Temperatura
I Fontes frias: quando sua temperatura é inferior a 25°C.
II Fontes hipotermais: quando sua temperatura está entre 25 e 33ºC.
III Fontes mesotermais: quando sua temperatura está entre 33 e 36°C.
IV Fontes isotermais: quando sua temperatura está entre 36 e 38°C.
V Fontes hipertermais: quando sua temperatura é superior a 38°C.
TIPOLOGIA DAS ÁGUAS NO BRASIL
APROVEITAMENTO DA ÁGUA MINERAL
O aproveitamento comercial das fontes de água mineral ou de mesa,
tanto em propriedades públicas quanto em particulares, é feito pelo regime
de autorização de pesquisa e concessão de lavra, previsto no Código de
Mineração, e observadas as disposições contidas no Código de Águas.
O aproveitamento comercial das águas de mesa é reservado aos
proprietários do solo, mas o das águas minerais para consumo humano ou
destinadas a fins balneários pode ser feito por qualquer cidadão brasileiro,
sendo proprietário ou não.

Água Mineral

Parque Nacional de
água mineral de Brasília
Caxambú - MG
​ MANUAL PARA A ELABORAÇÃO DO
PAE - ÁGUA MINERAL
O PAE (Plano de Aproveitamento Econômico) para
exploração de água mineral possui características
distintas daqueles elaborados para as demais
substâncias, devido às próprias peculiaridades da água.

Os principais dispositivos legais que tratam da exploração e do


aproveitamento de água mineral são: o Código de Águas Minerais, o Código
de Mineração, portaria DNPM (Departamento Nacional de Produção
Mineral) nº 231/1998 e portaria DNPM nº 374/2009, todos disponíveis no
sítio do DNPM na internet.
Um PAE para água mineral bem elaborado deverá conter, pelo menos, os
itens listados na Portaria DNPM nº 374/2009. Serão apresentados a seguir
os principais pontos do referido dispositivo legal, o qual se
recomenda fortemente a leitura.
DISPONIBILIDADES DO PAE
Disponibilidade Hidríca: No PAE para água mineral, devem ser exibidos
dados de disponibilidade hídrica, verificando se a produção total em litros
é compatível com a(s) vazão(ões) aprovada(s).

Proteção à Captação: A casa de proteção da captação deverá ser


construída em alvenaria, ou de outro material inerte que confira proteção
adequada.
Sistemas de Condução e Distribuição: As canalizações para condução
e distribuição da água deverão ser colocadas em nível superior ao do
solo, a uma altura mínima de 30 cm.
Reservatórios: Os reservatórios deverão ser totalmente estanques,
construídos em aço inoxidável polido, de grau alimentício, e estar em
nível superior ao do solo de modo a permitir inspeção visual externa dos
mesmos.
Complexo Industrial: Os projetos industriais e suas respectivas
alterações serão submetidos à prévia aprovação do DNPM, devendo
apresentar documentações assinadas por profissionais legalmente
habilitados.

Equipamentos e Utensílios: Deverão ser instalados medidores de


vazão (hidrômetros) de aço inoxidável de grau alimentício na tubulação
de condução de água da captação, na saída do poço ou após a bomba
de recalque.
Reuso da água: A empresa deve demonstrar preocupação com o uso
racional das águas disponíveis dentro da área correspondente à portaria
de lavra, prevendo o reuso da água proveniente do enxague final.

Rinsagem: A rinsagem destinada à desinfecção de vasilhames


descartáveis deverá ser feita com substância de comprovada eficiência
e que não deixe residual, dispensado o enxague.
Embalagens: As embalagens utilizadas no envasamento das águas
minerais e potáveis de mesa deverão garantir a integridade do produto
final, sem alteração das suas características físicas, físico-químicas,
químicas, microbiológicas e organolépticas. Os garrafões, garrafas e
copinhos deverão ser fabricados com resinas virgens, tipo Policarbonato,
PET ou similar, que assegurem a manutenção das propriedades originais
da água.

Edificações e instalações: As edificações e instalações deverão ser


construídas em função de suas especificidades obedecendo as condições
previstas na portaria DNPM nº 374/2009.
Laboratório: Todas as indústrias que envasam águas minerais e potáveis
de mesa deverão efetuar análises microbiológicas, em laboratórios
próprios, segundo os lotes de produção, bem como a análise físico-
química diária, contemplando a medição de condutividade elétrica, pH e a
temperatura da água na captação e na linha de produção.

Saúde e Higiene: Todos os funcionários deverão ser submetidos a


exames médicos admissionais, periódicos, demissionais e em mudança
de função, de acordo com as normas do Ministério do Trabalho, para
verificar as condições do seu estado de saúde.

Rotulagem e Lacre: O processo de rotulagem e colocação dos lacres,


independente de ser automático ou manual, não poderá ser executado
dentro da sala de envase.
COMÉRCIO DE ÁGUAS MINERAIS E DE MESA

Não podem ser exploradas comercialmente, para quaisquer fins, as


fontes sujeitas à influência de águas superficiais e, por conseguinte,
suscetíveis de poluição.
Em cada fonte em exploração regular devem ser feitas análises
químicas periódicas, parciais ou completas, e pelo menos uma análise
completa de três em três anos para verificar a composição da água,
uma vez que esta pode sofrer variações. Deve ser feito também pelo
menos um exame bacteriológico por trimestre.

As águas minerais e potáveis de mesa podem ser acondicionadas


igualmente em embalagens cartonadas com revestimento plástico ou
celulósico e naquelas com revestimento em filme transparente
multicamada (Portaria 389 de 19 de setembro de 2008 da ANM/DNPM).
As águas minerais carbogasosas naturais devem conter, no rótulo,
em local visível, a informação "água mineral carbogasosa natural". Se o
gás foi acrescentado, o rótulo deve ter a inscrição "água mineral
gaseificada artificialmente".
PRODUÇÃO E CONSUMO DE ÁGUA MINERAL NO
BRASIL
Brasil é 4º maior produtor de água
engarrafada; setor cresce 7,6% ao ano
no mundo e já bate o de refrigerantes.
"A água mineral brasileira é uma das mais
baratas do mundo". Segundo o presidente
da Abinam (Associação Brasileira da
Indústria de Águas Minerais), o consumo
mundial dessa água ultrapassou a venda de
refrigerantes em 2018.
Segundo a Associação Brasileira da
Indústria de Água Mineral (Abinam),
o Brasil tem consumo per capita ainda
considerado baixo (65 litros por ano), se
comparado aos argentinos, que é o dobro.
PONTOS NEGATIVOS NA PRODUÇÃO E VENDA
Plástico: Um dos problemas enfrentados pela indústria de
água mineral é o plástico produzido para fabricar a garrafa,
derivado do petróleo e do gás natural, ambos recursos não
renováveis. A fabricação de garrafas PET consome pelo
menos 1,5 milhão de toneladas de plástico.

"No Brasil, as garrafas de água representam 0,003% do total


de material plástico disposto em um supermercado".
De acordo com a Abinam, o mercado nacional recolhe 55% das garrafas
PET produzidas.
Além disso, 60% do mercado é de
água vendida em galões de 10 e
20 litros, que são retornáveis, o
que ajuda a diminuir a poluição.
FONTE DE RECURSOD DE ÁGUAS
MINERAIS NO BRASIL
DECRETO-LEI Nº 7.841 DE 8 DE AGOSTO DE 1945

Em 1945 com a necessidade de padronizar o aproveitamento das


águas minerais brasileiras utilizadas em balneários ou para
comercialização através do engarrafamento, o Presidente da República,
Getúlio Vargas, exatamente em 8 de agosto de 1945, assinou o Decreto-
Lei nº7.841,conhecido como “Código das Aguas minerais” que no artigo
1º define:
DECRETO-LEI Nº 7.841 DE 8 DE AGOSTO DE
1945

No artigo 3º define as águas potáveis de mesa:

Segundo o Código de Águas, uma água pode ser considerada mineral


através da sua composição química, quando for predominante a
presença de um determinado elemento ou substância (§ 1º do artigo 35).
DECRETO-LEI Nº 227/67 28 FEVEREIRO DE 1967
VÍDEOS

https://www.youtube.com/watch?v=Wl4oat6xQrE

https://www.youtube.com/watch?v=0SRGPa7HNFg
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://recursomineralmg.codemge.com.br/substancias-minerais/agua-
mineral/#origens-das-%C3%A1guas-subterr%C3%A2neas-e-das-
%C3%A1guas-minerais

http://snatural.com.br/PDF_arquivos/Potavel-Agua-Mineral.pdf

https://sistemas.dnpm.gov.br/publicacao/mostra_imagem.asp?IDBanco
ArquivoArquivo=4013
http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-
Bibliotecas---Rede-Ametista/Agua-Mineral-e-Agua-de-Mesa-1299.html
http://outorga.dnpm.gov.br/SitePages/PAE_AM.aspx
Código de Águas Minerais (Decreto-Lei nº 7841, de 08 de agosto de
1945).
Portarias 387, 388 e 389 (de 19 de setembro de 2008, da
ANM/DNPM).

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