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O EFEITO DOS SISTEMAS DE CUSTEIO NO PLANEAMENTO E NA

TOMADA DE DECISÃO DAS EMPRESAS

Origem do custo

A contabilidade originou-se há milhares de anos atrás conforme relatada Medeiros


(2011). Com a evolução da sociedade, esta teve que se adequar para atender as
necessidades nos mais variados campos do ramo contábil.

Segundo Santos (2011) a necessidade do controle fez com que a apuração de custos
ganhasse importância desde o início do capitalismo até os dias actuais. Era por meio da
contabilidade de custos que o comerciante tinha a reposta se estava ganhando ou
perdendo dinheiro, pois bastava confrontar as receitas com as despesas correspondentes
do período para analisar os resultados.

De acordo com o autor citado acima a evolução económica exigiu registos mais precisos
para escriturar as operações da actividade mercantilista para o seu controle empresarial.

Sistema de custeio

Os custos de produção podem ser apropriados aos produtos por diferentes métodos de
custeio sob dois enfoques: o económico e o contábil. O primeiro trata-se dos custos para
tomada de decisões, e o segundo refere-se aos custos voltados para a apuração do
resultado. Os principais são: custeio por absorção, custeio directo/variável e custeio
baseado em actividades ABC. Ambos os sistemas objectivam a determinação do custo
de produção.

Tomada de decisão

As informações da gestão de custos são utilizadas pelos gestores geralmente como


subsídios de análises e se apresentam com reconhecida credibilidade na tomada de
decisões requeridas dos gestores.
No contexto organizacional, Choo (1998) considera que a tomada de decisão formal é
estruturada por regras e procedimentos que especificam papéis, métodos e normas que,
por sua vez, estabelecem valores que influenciam como a organização enfrenta a
escolha e a incerteza. A combinação esperada entre cultura, comunicação e consenso
melhora a eficiência e ajuda a alcançar um nível mais elevado de comportamento de
escolha racional.

O Efeito Dos Sistemas de Custeio no Planeamento e na Tomada de decisão das


Empresas

Para efeitos didácticos a contabilidade de custos tem por finalidade auxiliar os gerentes
a administrar as actividades empresariais com auxílio nos processos de planejamentos e
tomada de decisão que são analisados com o uso dos custos fixos, variáveis e
semivariáveis, entre outros tipos de custos. A uma infinidade de custos utilizados para o
atendimento de uma série enorme de necessidades gerenciais, à medida que o
administrador planeja ou toma decisão. Além dos custos já mencionados que resulta da
análise do seu comportamento diante do volume da actividade, existem os custos de
oportunidade, incrementais, empatados, relevantes, evitáveis, marginais, médios,
unitários e tantos outros que podem ser estabelecidos à medida que os diversos níveis
gerenciais tenham necessidade. (LEONES, 2000).

Os efeitos dos sistemas de custeio no processo de tomada de decisão

A necessidade de registar as informações sobre as transacções comerciais existe sempre


que as pessoas utilizam-se do sistema de trocas. Historiadores evidenciam registos
contábeis há milhares de anos, que remontam às antigas civilizações. As transacções
eram feitas no mercado e indicadores de sucesso eram facilmente conseguidos. O
empresário deveria ganhar mais dinheiro com as vendas do que com os valores que
pagava aos fornecedores.

Contabilidade de Custos existe há muito tempo, e vem se adaptando conforme as


necessidades atuais, buscando uma melhoria nas informações por ele extraídas, essas
informações ajudam no processo de tomada de decisão.
Segundo (2000:19), “até a Revolução Industrial (século XVIII), quase só existia a
Contabilidade Financeira (ou Geral), que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava
bem estruturada para servir as empresas comerciais. O controle de custos, consistia
apenas, em fazer um levantamento dos estoques do início do período, adicionar as
compras efetuadas no mesmo período e deduzir deste total as mercadorias que ainda
restavam por vender. Com o advento das indústrias, surge a necessidade de uma
apuração mais detalhada do balanço e da demonstração do resultado, só que para essa
apuração detalhada, o contador não dispunha facilmente de dados para atribuir valor aos
estoques, surge assim a partir da Contabilidade Financeira a Contabilidade de Custos
Industrial, onde os contadores tentavam utilizar os mesmos critérios aplicados nas
empresas industriais, agora nas empresas comerciais e de serviços”.

Com o surgimento da contabilidade de custos, surgiram os sistemas de custeios que são:

 Sistema de Custeio Tradicional ou por Absorção


 Sistema de Custeio Directo ou Variável
 (ABC/ABM): Custeio Baseado em Actividades e Gerenciamento Baseado
em Actividades

Sistema de Custeio Tradicional ou por Absorção

Este sistema de custeio surge por volta de 1920, seguindo o mérito derivado da
aplicação dos princípios contábeis geralmente aceitos. É um método de custeio que
apropria os custos directos e indirectos aos produtos, e as despesas administrativas, de
vendas e financeiras, como sendo do período.

Como o critério de rateio por absorção sem departamentalização, propiciava valores de


custos diferentes e custos totais diferentes para cada produto, passa a ser obrigatório a
departamentalização que, conforme Martins (2000:83), propiciava uma distribuição
mais racional dos custos indirectos. Com a departamentalização, os custos indirectos
são rateados entre os Departamentos de Produção, actuando assim sobre os produtos e
apropriando custos a eles, e os Departamentos de Serviços não tem seus custos
apropriados aos produtos.
O sistema de custeio por absorção serve para avaliar os estoques das empresas e ajudar
nas decisões de preço dos produtos e serviços, porém para a tomada de decisão no nível
gerencial, necessita de informações complementares, que serão retiradas de um sistema
de apoio, denominado Sistema de Custeio Directo ou Variável, o qual abordaremos a
seguir.

Sistema de Custeio Directo ou Variável

Segundo Martins (2000:216), no custeio directo ou variável só é agregado aos produtos


seus custos variáveis, os custos fixos são tratados como despesas. É importante ressaltar
que este método não é aceito para fins externos, porém fornece informações importantes
como:

Margem de Contribuição: Que segundo Martins (2000:199), “É a diferença entre as


Receitas e a soma de custos e despesas”.

Ponto de Equilíbrio: Indica a capacidade mínima que a empresa deve operar para não
ter prejuízo, Martins (2000:274).

Margem de Segurança: Segundo (2000:276), Mostra o quanto à empresa pode reduzir


suas receitas sem ter prejuízo.

Alavancagem Operacional: “Uso potencial dos custos operacionais fixos para


aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros antes dos juros e do
imposto de renda”, Gitman (1997:418).

Fonte: Kaplan e Cooper (2000:15)

Segundo KAPLAN e Cooper, o custeio baseado em actividades permite que a empresa


defina seus custos em termos de actividades e processos e o gerenciamento baseado em
actividades de posse desses dados, identifica as oportunidades para melhoria do
processo, utilizando-se principalmente da técnica de análise de valores.
BIBLIOGRAFIAS

 MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos, São Paulo. Atlas: 2000.


 KAPLAN, R.S.; COOPER, R. Custo e desempenho: administre seus custos
para ser mais competitivo. Futura, 1998.
 SANCHES, C.B.; MARINHO, G.V. O uso do método de Custeio Baseado em
Actividades (ABC) como Ferramenta de Suporte à Microempresa, Brazil.2015.
 PIRES, W.A.; CLEMENTE, M. A contabilidade de custos como ferramenta
para tomada de Decisão.2004.

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