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periódicos, sabemos que la presentación de figuras mecánicas tuvo lugar

acompañadas por el sonido de melodías realizadas en organillos manejados


por esclavos. Se argumenta que una de esas melodías, el “María Caxuxa”,
puede haber sido el modelo para el primer lundu-canción escrito en Brasil: “Lá
no largo da Sé” [Allí, en la plaza de la catedral], con música de Cândido Inácio da
Silva (1800-1838) y letra de Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879).
Cosmoramas, realejos e cobras ferozes – a transmissão musical no
Rio de Janeiro oitocentista1 Palabras clave
Transmisión musical; lundu; cachucha/caxuxa.

Martha Tupina mbá de Ulhoa 2 Resumo


Comunicação sobre a paisagem sonora do Rio de Janeiro nos 1830s, incluindo
a trilha sonora para as novidades fantásticas apresentadas ao público nos
cosmoramas em praças, largos de igrejas e ruas. O termo Cosmorama se refere
Resumen tanto ao brinquedo ótico – caixa de imagens refletidas por espelho – quanto a
Comunicación sobre el paisaje sonoro de Río de Janeiro en la década de 1830, teatrinhos mecânicos e o próprio local da apresentação. Através dos anúncios
incluyendo la banda sonora de las curiosidades fantásticas presentada al público de jornais de época sabemos que a atuação das figuras mecânicas acontecia
en cosmoramas en plazas y calles. El término se refiere tanto a Cosmorama, ao som de melodias de sucessos, executadas em realejos manipulados por
juguete óptico - imágenes reflejadas en una caja cerrada con espejos internos escravos de ganho. Argumento que uma daquelas melodias, a “Maria Caxuxa”,
– cuanto a teatriños y la propia ubicación de la presentación. A través de los pode ter sido o modelo para um dos primeiros lundus-canção escritos no Brasil,
o lundu “Lá no largo da Sé”, com música de Cândido Inácio da Silva (1800-1838)
e letra de Manuel Araújo de Porto-Alegre (1806-1879).
1 A pesquisa foi realizada graças ao suporte da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro -
UNIRIO e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Versões dessa
pesquisa foram apresentadas em vários congressos, além do XII congresso da IASPM-AL (II Palavras-chave
Congreso de la Asociación Regional para América Latina y el Caribe de la Sociedad Internacional Transmissão musical; lundu; cachucha/caxuxa.
de Musicología, ARLAC/IMS, Santiago de Chile, 12-16 Jan. 2016; VI Simpósio Internacional de
Musicologia, Pirenópolis, Brazil, 13-17 Jun. 2016; SONOLOGIA 2016 – Out of Phase, São Paulo,
Brasil, 22-25 Nov. 2016; 19th IASPM 2017 conference, Kassel, Germany, 26 jun.- 1º jul. 2017).
2 Martha Tupinambá de Ulhôa tem Diploma em Piano pelo Conservatório Brasileiro de Música 1. Carpentier – inspiração para viagens sonoras no tempo e espaço
(1975), Master of Fine Arts pela University of Florida (1978) e PhD em Musicology por Cornell
University (1991). Atualmente é Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em
Música da UNIRIO; pesquisadora 1C do CNPq. Previamente participou da diretoria da IASPM
Em duas crônicas que encerram a segunda seção de Visão da América (“O
-América Latina (1999-2004) e foi presidente da IASPM internacional (2011-2013). Alguns de anjo das maracas” e “Como o negro se tornou crioulo”) Carpentier traça um
seus textos podem ser consultados no link: https://unirio.academia.edu/MarthaUlhoa/Papers. cenário que bem poderia servir como moldura para uma história da música no
Contato: (mulhoa@unirio.br)

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continente. Nesta grande panorâmica a mestiçagem sonora se apresenta como A leitura de Carpentier, com sua mistura de mito e realidade, mencionando
elemento fundador. No primeiro texto os exemplos evocados por Carpentier brevemente alguns dados históricos para, em seguida fazer um salto para
do século XVI-XVIII são deflagrados pela evocação de um concerto religioso e sua contemporaneidade – a do convívio com compositores modernistas,
profano em Cuba, registrado no épico Espejo de paciência de Silvestre de Balboa como Villa-Lobos, Stravinsky, Milhaud e Varese. É uma prática parecida à
(1609), passando pela “simbiose” e “amálgama do romanceiro espanhol, dos que o musicólogo da chamada nova musicologia, Leo Treitler chamou de
tambores africanos, dos instrumentos nativos ... citados por Cervantes e ecoados “imaginação histórica”, que só acontece pela insistência da “presentificação”
por ... Lope de Vega [que descreve um son vindo do Panamá]”. Daí menciona da música (música está sempre no presente – escutamos música, mesmo
Bizet e a instalação da habanera no “vocabulário musical”. A seguir o grande a música do passado no presente). Para Treitler, “a significância da música
escritor passa a falar de Milhaud e Varèse, terminando por se concentrar em através de todos os seus presentes, do momento de sua criação até o
Villa-Lobos (e sua frase emblemática “O folclore sou eu”), concluindo a crônica presente do historiador, é o conteúdo do pensamento histórico sobre ela. E
com a referência a um pórtico de um santuário em Misiones, na Argentina onde a presença da música na consciência do historiador é a condição pela qual tal
aparece um anjo tocando maracas. pensamento pode acontecer. ³ (Treitler, 1989, p. 1). Ou seja, o historiador da
Essa espécie de odisseia barroca é a inspiração para uma viagem no música precisa “escutar” no presente, recriar a materialidade do som, para
tempo para reconstruir a paisagem sonora do cadinho cultural que deve ter que possa entender e falar sobre a música do passado.
sido o Rio de Janeiro nas primeiras décadas do oitocentos. Aqui o cenário
é o burburinho das ruas e as novidades fantásticas apresentadas ao público
nos cosmoramas em praças, largos de igrejas e ruas do Rio de Janeiro ao 2. Pesquisando a partir de pistas em periódicos
som de realejos (ver Figura 1 abaixo). O termo Cosmorama se refere tanto ao
brinquedo ótico – uma caixa onde as pessoas viam imagens distorcidas por Figura 1 - Anúncio de Cosmorama com bonecos mecânicos
espelho – quanto teatrinhos mecânicos e o próprio local da apresentação. ao som da caxuxa (ou cachucha)
Através dos anúncios de jornais de época sabemos que a atuação de figuras
mecânicas era apresentada ao compasso de melodias de sucessos da
época em realejos manipulados, provavelmente, por escravos de ganho.
A comunicação desenvolverá o argumento de que uma dessas melodias
daquelas trilhas sonoras tão rapsódicas quanto a narrativa de Carpentier, a
“Maria Caxuxa” pode ter sido o modelo para um dos primeiros lundus canção
escritos com foros de “nacionalidade”, segundo Mário de Andrade, o lundu
“Lá no Largo da Sé”, com música do cantor e instrumentista Cândido Inácio
da Silva (1800-1838) e letra de Manuel Araújo de Porto-Alegre (1806-1879).
Neste sentido, temos elementos documentais que registram a transmissão
aural na história da música no Brasil em torno de setenta anos antes das
primeiras gravações fonográficas.
Fonte: Diário do Rio de Janeiro, Ed. 0300024, 30 mar. 1836, p.3.

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A pesquisa que tenho conduzido sobre a música de entretenimento no século Inicialmente a iconografia. Ao observarmos dois quadros que retratam
XIX consiste de um vai e vem entre pesquisa histórica e análise musical. Mas, uma das principais ruas do Rio de Janeiro oitocentista, a Rua Direita (hoje a
se tivesse que eleger uma única fonte para iniciar a investigação, usando a Primeiro de Março), em 1823 (Félix Taunay) e 1835 (Rugendas), podemos ver
atitude detetivesca (sugerida por Umberto Eco) para juntar os fragmentos que a cidade era muito movimentada e, provavelmente, barulhenta.5 Chama
esparsos de evidência (num esforço que o historiador italiano Carlo Ginzburg a atenção no Taunay que o centro da rua está tomado por escravos, na frente
identificou como paradigma indiciário) eu indicaria o uso dos periódicos dois deles sentados numa espécie de estrado sobre quatro rodas, prontos
de época. No caso da música de entretenimento e, principalmente da para carregar algo e dois outros rolando barris; mais atrás, à direita, um grupo
reconstrução de toda a rede de práticas musicais e sociais do século XIX no de quatro carregando uma carga enorme nos ombros, outro transportando
Rio de Janeiro, o uso de periódicos se torna inestimável. Este tipo de pesquisa uma liteira, também uma escrava com um tabuleiro na cabeça e, à esquerda,
no Brasil tomou um fôlego incrível com a disponibilização online, a partir de ao lado do que parece um chafariz, outro grupo, alguns batendo palmas
2012, da coleção de periódicos raros da Biblioteca Nacional, a Hemeroteca enquanto outros parecem dançar (um deles com os braços para cima e
Digital Brasileira (http://memoria.bn.br/hdb/periodico.aspx). com as pernas flexionadas, sugerindo um movimento dos pés, quem sabe o
Obviamente, qualquer pesquisa não se restringe a somente um tipo de fonte. desafio coreográfico do lundu...). Nos lados do quadro homens de chapéu,
Em musicologia, dependendo do tipo de música e seu processo de transmissão, soldados fardados, e na extrema direita, além de mais homens bem vestidos
há que fazer o cruzamento de fontes diversas: partituras, manuscritos, e com cartola, um par de homens de tez escura, capa e botas de cano alto,
descrições em relatos de viagem, letras de canções registradas em Cancioneiros sugerindo a figura do capitão do mato (geralmente mulato e encarregado
e gravações, etc. No caso da música de tradição oral, de sobrevivência efêmera, de caçar negros fugidos). A imagem que Rugendas apresenta da Rua Direita,
onde não é possível uma escuta física, tanto mais necessário se faz buscar na pintura de 1835, continua a enfatizar a atividade comercial, mas sem a
quaisquer informações, sejam mínimas que forem. Assim, no caso da pesquisa sugestão de escravos dançando – aqueles que não têm nada nas mãos são
sobre a paisagem sonora carioca na primeira metade do século XIX – a partir musculosos e em prontidão para carregar o que quer que seja. No fundo um
da consulta d’O Diário do Rio de Janeiro - DRJ (o primeiro diário informativo número grande de policiais montados e, à direita o que parece um religioso
carioca, em atividade entre 1821 e 1878) – ao lado de anúncios de espetáculos com as mãos escondidas na bata. Também, nessa segunda representação
teatrais, notícias particulares, vendas e leilões, são fonte para investigação as a figura da mulher com tabuleiro. A figura da mucama com tabuleiro e dos
descrições da vida social nos folhetins de rodapé4 do mesmo jornal, a consulta carregadores representam bem a categoria dos escravos de ganho, os quais
à literatura de viajem feita por estrangeiros de passagem no Brasil, bem como chegavam a ser a fonte de renda principal de seus senhores com a vendas nas
a observação atenta da iconografia existente e, claro, o exame dos poucos ruas de seus produtos (Soares, 1988).
exemplos musicais anotados em partitura contemporâneos. José Ramos Tinhorão – a quem todos pesquisadores sobre música popular
se voltam quando precisam de um ponto de partida – fez um levantamento
sobre o que alguns viajantes comentaram sobre as sonoridades do centro
4 O folhetim de rodapé aparecia na forma de romances seriados (como o Conde de Monte Cristo
de Alexandre Dumas), crônicas com os acontecimentos sociais ou crítica teatral, publicados na
parte inferior das primeiras páginas dos periódicos. Precursores do melodrama, radionovela ou
telenovelas atuais. 5 Imagens podem ser facilmente encontradas na internet. Buscar por Rua Direita Rio de Janeiro.

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do Rio de Janeiro, incluindo a Rua Direita. No livro Os sons dos negros no não era bem assim. O registro e a repetição/transmissão por meios mecânicos
Brasil (2012) Tinhorão menciona, entre outros o norte-americano Kidder, que eram bem mais frequentes do que se imagina, pois pelo número de anúncios
discorreu sobre os famosos carregadores de café, em meados do século XIX, a de realejos e de caixas de música é de se supor que pelo menos algumas
correr em grupos de cerca de 10 estivadores, o coro expressivo respondendo melodias tenham sido “impressas” na memória dos habitantes do Rio de
“num compasso apressado ao estribilho de uma cantiga” (p. 136). Tinhorão Janeiro oitocentista pela repetição mecânica.
aponta fontes bibliográficas sobre cantos de trabalho não só no Rio de Só no Diário do Rio de Janeiro acontecem 377 ocorrências sobre realejos
Janeiro, mas também em outros centros, como, por exemplo, Salvador, (287 entre 1821 e 1858 e 90 entre 1860 e 1878). A grande maioria são anúncios
Bahia, onde também em meados dos oitocentos o Príncipe Wuertemberg de venda, vários repetidos, com algumas poucas menções ao instrumento em
teria se encantado com as canções “cadenciadas em trechos rítmicos” dos folhetins de rodapé e uma (até o momento) solicitação de aluguel durante
carregadores quer “descendo, quer subindo, vencendo encostas íngremes e uma semana (23 nov. 1832). São realejos ingleses e franceses, a maioria com
caminhos pedregosos” (p. 138). três cilindros, mas em alguns anúncios chega-se a falar em oito cilindros (29
A leitura dos jornais de época reforça a impressão de que o ajuntamento maio 1828). A média de músicas em cada cilindro vai de oito a dez músicas. No
de pessoas nas ruas do Rio de Janeiro devia ser muito ruidoso, com todos repertório há menção ao Hino Nacional (em 13 dez, 1821), a marchas, valsas,
aqueles escravos de ganho anunciando mercadorias para vender, ou “sonata, ou abertura de Artaxerxes e Tancredo”, “bonitos hinos”, “muitas
carregando objetos de um lado para o outro. Alguns dos anúncios, e aqui valsas e minuetes de bom gosto”, etc. Alguns anúncios mencionam registros
repousa algo que me interessou muito, também mencionam a venda ou de tambor e ferrinhos e muitos – uma novidade em relação à literatura
apresentação de instrumentos mecânicos, entre eles o realejo, além de caixas existente – anunciam realejos adequados para uso em capelas e oratórios,
de música. Em dois anúncios de Cosmorama e teatrinho mecânico de 1836 seja por “imitarem órgão”, seja por ter “tocatas para este fim” (28 ago. 1829).
há, inclusive, a indicação das músicas às quais acompanham o movimento A presença de anúncios de realejo no Diário do Rio de Janeiro indica também
das danças mecânicas dos bonecos: “miudinho” e “Maria Caxuxa” em 30 de um outro aspecto – a questão do controle da população. Instrumento de
março e o “lundum da Marroá” e o “solo inglês” em 9 e 16 de abril. Voltamos entretenimento exercido por músicos de rua, na maioria escravos de ganho,
a falar sobre a caxuxa e o lundu mais à frente. seu uso é gradualmente cerceado pelas autoridades, sempre tementes de
Em outro livro de Tinhorão, Os sons que vêm da rua (2005), há um capítulo ocasiões onde a ordem pública pudesse ser perturbada. Como menciona
dedicado ao realejo e outro aos pregões. Apenas, na época em que Tinhorão Martha Abreu no seu estudo sobre a festa do Divino no Rio de Janeiro
fez a sua pesquisa (anos 1960-1970), a consulta aos periódicos era manual, (1999), licenças a pequenos empresários para exibição de aparelhos óticos e,
muito diferente de hoje, quando podemos ter o acesso online à hemeroteca também de realejos começam a aparecer na década de 1830. A historiadora,
brasileira. Assim, sua discussão sobre os sons urbanos se concentra na investigando os arquivos da Câmara Municipal encontrou pedidos para
segunda metade do século XIX. Para a evidência de que dispunha na época, exibição de realejos e, principalmente, cosmoramas (aparelhos óticos com
o pesquisador podia afirmar que, antes, “a divulgação dos vários gêneros “vistas” de paisagens e cenas históricas), feitos por italianos, espanhóis e
musicais” estaria “subordinada, até então, à existência necessária de franceses. Depois de meados do século, no entanto, gradualmente pararam
cantores ou instrumentistas” (Tinhorão, 2005, p. 81), ou seja, aconteceria de ser concedidas licenças para a apresentação de realejos (p. 259). Este
exclusivamente através da transmissão oral. Veremos adiante que a coisa número é compatível com a frequência dos registros no Diário do Rio de

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Janeiro (num total de 377 ocorrências 287 aparecem entre 1821 e 1858 e entretenimento em torno de 1830 no Rio de Janeiro, observou que a primeira
apenas 90 entre 1860 e 1878). frase melódica do lundu “Lá no Largo da Sé” (música de Cândido Inácio da
Silva e letra de Araújo Porto-Alegre) remete ao início da melodia da “Maria
Caxuxa” (dança andaluza tradicional de sucesso no teatro que ganhou letra
3. Reinterpretando a história da música a partir de novas evidências de duplo sentido na sua trajetória em Portugal). Ou seja, a melodia da “Maria
Caxuxa” havia sido incorporada no cotidiano através dos realejos e caixas de
De qualquer maneira, podemos estabelecer não só o movimento intenso, música importados da Europa.
como o caráter cosmopolita da cidade do Rio de Janeiro na primeira metade As implicações desta “descoberta” pela análise de partituras, comprovadas
do século XIX. Isto se dá após a chegada da Família Real e da Corte Portuguesa empiricamente pela existência da melodia da caxuxa em caixas de música
em janeiro de 1808, e várias medidas tomadas para a modernização da cidade, da década de 1820 é que muito antes da invenção da “máquina falante”
incluindo a inauguração do Real Teatro de São João (atualmente Teatro João (fonógrafo e gramofone) a música gravada em instrumentos mecânicos já
Caetano) em 1813.⁶ Aquele e outros teatros passam a abrigar Companhias de existia no Brasil, fazendo parte da paisagem sonora.7
atores, dançarinos e cantores brasileiros, portugueses, franceses, italianos
e, em menor número, espanhóis. Nas ruas o movimento intenso do enorme
contingente de negros africanos ou os nascidos no Brasil. 4. Referências
Como documentado por Luiz de França Costa-Lima Neto em sua tese de
doutorado sobre a música nas comédias de Martins Penna, danças e canções ABREU, Martha. 1999. O Império do Divino: festas religiosas e cultura popular
de diferentes procedências, passaram por diversas apropriações nacionais no Rio de Janeiro (1830-1900). Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira.
e internacionais, em grande parte através da atuação daqueles dançarinos e CARPENTIER, Alejo. 2006. Visão da América. São Paulo: Martins Fontes.
músicos no teatro. Aquele repertório “de sucesso” era reproduzido também SOARES, Luiz Carlos. 1988. Os escravos de ganho no Rio de Janeiro do século
nas caixas de música e realejos nas casas das pessoas (a se inferir pelo grande XIX. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 16, p. 107-142.
número de anúncios de leilões de instrumentos, mecânicos ou não), nas ruas TINHORÃO, José Ramos. 2012 [1988]. Os sons dos negros no Brasil. São Paulo:
(quando permitido), bem como nos cosmoramas (ref. Ulhôa e Costa-Lima Editora 34.
Neto, 2013; 2015). _________________. 2005 [1976]. Os sons que vêm das ruas. São Paulo: Editora 34.
No decorrer da pesquisa, Costa-Lima Neto, ao preparar exemplos musicais TREITLER, Leo. 1989. Music and the Historical Imagination. Cambridge, Mass.;
com os temas das poucas partituras disponíveis relacionadas com a música de London: Harvard University Press.
ULHÔA, Martha Tupinambá; COSTA-LIMA NETO, Luiz. 2015. Cosmoramas,
lundus e caxuxas no Rio de Janeiro, 1821-1850. Revista Brasileira de Música.
6 Luiz de França Costa-Lima Neto defendeu a tese de doutorado, Música, teatro e sociedade Rio de Janeiro, v. 28. p. 33-61. Disponível em: http://rbm.musica.ufrj.br/
nas comédias de Luiz Carlos Martins Penna: entre o Lundu, a Ária e a Aleluia, em 2014. A tese
foi publicada em inglês pela Lexington Books / Rowman and Littlefield em 2017 e aguarda
edicoes/rbm28-1/rbm28-1-02.pdf, Acesso em: 29 fev. 2016.
publicação pela Editora Folha Seca, Rio de Janeiro. ______________________. 2013. Memory, History and Cultural Encounters in the
7 Encontra-se em redação um texto sobre a trajetória da caxuxa/cachucha com exemplos em Atlantic - the Case of Lundu. The World of Music (Wilhelmshaven), v. 2, p. 47-72.
partituras encontradas na Biblioteca Nacional da Espanha remontando ao início dos 1800s.

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