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BATISMO, PLENITUDE, FRUTOS E DONS DO ESPÍRITO SANTO

I – O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Introdução: Creio que não se constitua num exagero afirmar que um dos assuntos
onde há maior confusão hoje, é a questão do batismo com o Espírito e as manifestações
sobrenaturais tidas como consequência de tal batismo. Da mesma forma, creio que essa
confusão não se deve ao fato de que a Bíblia não seja clara no seu ensino com respeito ao
assunto. Até porque, as Escrituras Sagradas são muito claras sobre isso.

Primeiramente vamos identificar os dois pressupostos a respeito do assunto, o


carismático e o reformado, e depois vamos apresentar os argumentando a favor do pressuposto
reformado.

Iniciaremos a abordagem a respeito do Espírito Santo analisando alguns pressupostos


carismáticos, já que estes diferem em pontos vitais sobre a questão, e é o que mais tem assolado
as igrejas nesses últimos tempos. E, também, o que mais confunde “plenitude do Espírito” com
“batismo com o Espírito”.

Pressupostos Carismáticos
O modelo de Atuação do Espírito Santo na vida do pecador, segundo esse pressuposto,
diz que, primeiro, o Espírito Santo batiza o pecador arrependido no corpo, na regeneração e,
segundo, Cristo batiza o crente com o Espírito Santo, posteriormente, com poder para servir,
mediante busca pessoal.

O protestantismo de orientação pentecostal afirma algumas coisas que precisam ser


confrontadas com o que a Escritura realmente ensina, para observarmos a validade ou não de
suas afirmações.

1) Por exemplo, os pentecostais afirmam que o batismo com o Espírito Santo é uma
experiência posterior à conversão. “Esta é a doutrina central que distingue as igrejas
pentecostais dos demais grupos protestantes e que como temos visto, também é sustentada pela
maioria dos neopentecostais”. Primeiro, o indivíduo é regenerado, convertido. Depois, ele
recebe aquilo que eles chamam de “o poderoso batismo com o Espírito Santo.

2) Além disso, os pentecostais também afirmam que nem todos os crentes são
batizados com o Espírito Santo. Existe o grupo daqueles que são salvos, regenerados,
justificados, não obstante, nunca experimentaram a segunda experiência do batismo pentecostal.
Por outro lado, existe um segundo grupo constituído por todos aqueles que já receberam o tão
almejado e perseguido batismo ou o revestimento de poder.

3) Em terceiro lugar, de acordo com a “teologia” pentecostal, para que o indivíduo


seja “batizado no Espírito” é necessário que ele busque, que se esvazie, que ore
incessantemente. Sem buscar, a pessoa nunca receberá esse revestimento especial de poder.

4) Em quatro e último lugar, dizem os pentecostais, que existe uma evidência inicial,
que atesta se o indivíduo recebeu ou não o “batismo no Espírito”. Tal evidência inicial é o falar
em línguas. Para a “teologia pentecostal”, só é batizado com o Espírito quem fala em línguas.

Pressupostos Reformados
A teologia reformada, ao abordar sobre o batismo com o Espírito Santo, relaciona-o ao
ato da conversão. Ato único e restritivo aos que nasceram de novo, ou seja, aos que foram
levados pelo Espírito a Cristo para a salvação. Podemos definir este conceito de forma mais
clara dizendo que a escritura ensina que a experiência normal do Espírito Santo coincide com a
regeneração-conversão, e que são selados por este mesmo Espírito todos os que crêem
genericamente em Cristo Jesus. E, qualquer pessoa que tenha sido regenerada pelo Espírito
Santo, também foi batizada no Espírito Santo e tem o seu selo do Espírito.

É importante que se diga que o Espírito Santo não batiza, ele é o elemento do
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batismo interior. Quem batiza é o Senhor Jesus, pois nos diz o texto sagrado: "...e Ele vos
batizará com o Espírito Santo, e com fogo" (Mt. 3:11). Diante disso, podemos começar dizendo
que uma das finalidades do batismo com o Espírito Santo na vida do crente, seria a nossa
inclusão na igreja ou corpo de Cristo, que é composta de todos os salvos. Através do batismo
somos introduzidos e unidos ao corpo místico de Cristo. Entendendo desta forma não podemos
desvencilhar, ou seja, separar o batismo do ato da conversão.

O batismo com o Espírito Santo, segundo a teologia reformada, introduz no cristão selo,
a marca de Deus, que o torna separado (Ef. 1:13), como propriedade exclusiva de um Deus
zeloso (1Pe.2.9). Somos separados do mundo para Deus, e comissionados para irmos ao mundo.

Desta forma ganhamos o direito de sermos chamados filhos de Deus, e o privilégio de


sermos co-herdeiros com Cristo das promessas presentes e, também, futuras. Esse selo nos
estimula a justificarmos a nossa eleição e vocação, ou seja chamado, através de uma vida de
santidade e serviço, aos santos e a Deus (Ef. 5:21). O batismo pode ser entendido como algo que
transforma o nosso caráter e nos conduz a buscarmos uma vida de fé, pureza e santidade, ao
mesmo tempo que nos capacita para a obra de Deus no mundo.

Como já começamos a dizer logo acima, o agente deste batismo é o Senhor Jesus. Os
receptores são todos aqueles que crêem nele, e só nele confiam como Senhor e salvador. É
desta forma que entende a teologia reformada, pois compreende que, em nenhum momento, as
Sagradas Escrituras encorajam o buscar por esse batismo com o Espírito Santo após a conversão
ou regeneração, já que é um ato único e restritivo ao momento da conversão.

Na teologia reformada somos encorajados a buscarmos a evidência do Espírito Santo


em nós através de um encher diário e constante do Espírito Santo. No modelo reformado, o
batismo com o Espírito Santo trás Jesus como Batizador; o pecador arrependido como
batizando; o Espírito Santo como o elemento nesse batismo; e, como propósito, a
regeneração e a capacitação (dons) do pecador, não sendo necessário, portanto, nenhuma
segunda bênção.

Não há, na teologia reformada, algum tipo de ritual para a recepção do Espírito Santo,
tal como a crisma na igreja católica ou a oração comunitária no pentecostalismo. Na visão
reformada, a experiência do batismo é instantânea e inesperada.

O batismo e plenitude do Espírito Santo sempre foram conceitos confusos para alguns
crentes. Muitos confundem tais conceitos, sendo, então, tidos como sinônimos, ou
desconhecendo totalmente o que seja plenitude. Portanto, é imprescindível que se diga que o
primeiro se refere a um ato único, como já foi dito, restritivo ao momento da conversão. O
segundo é um processo constante que, por durar a vida inteira, deve ser estimulado e exercitado
pelo crente.

EXPOSIÇÃO
1 – O Executor e o Instrumento do Batismo
A primeira verdade que precisamos entender é quem é o autor ou o executor desse
batismo. Isso nós podemos descobrir examinando o que os quatro evangelhos nos ensinam a
este respeito. Observemos o que cada evangelista registrou a este respeito:

Mateus 3.11: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem
depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos
batizará com o Espírito Santo e com fogo”.

Marcos 1.8: “Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o
Espírito Santo”.
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Lucas 3.16: “disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o
que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das
sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.

João 1.33: “Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me
disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito
Santo”.

Após observarmos as narrativas dos quatro evangelhos podemos perceber duas


verdades nestas passagens: 1) o agente ou o realizador desse batismo é Jesus Cristo. Vemos que
Jesus é aquele que realizará esse batismo e, segundo João Batista, ele batizará os seus
seguidores. Portanto, podemos chamar, a priori, o batismo com o Espírito de, “o batismo de
Cristo com o Espírito”. Em cada um dos casos citados, o batizador é sempre Jesus Cristo. 2) o
instrumento utilizado no batismo realizado por Jesus Cristo é o Espírito Santo.

2 – O Cumprimento Inaugural do Batismo


Sobre esse ponto, precisamos observar outras passagens que versam a respeito do
batismo com o Espírito Santo, que nos remetem à ocasião do seu cumprimento inaugural.

Atos 1.5: “Porque, João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados
com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”. Podemos perceber aqui, quando Jesus
repete praticamente as mesmas palavras ditas por João Batista nos evangelhos, que o Senhor
estava apontando para um tempo “não muito depois” daquele dia. Concluímos que Jesus Cristo
estava apontando para o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes. Em Atos 2, Pedro diz
acerca de Cristo que ele foi: “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a
promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis” (2:33). O derramamento do
Espírito em Pentecostes, então, é o batismo com o Espírito que João Batista e Jesus haviam
anunciado. Portanto, nas passagens até aqui citadas a expressão “ser batizado com o Espírito
Santo” não se refere a uma experiência que cada crente, individualmente, deve buscar e almejar
algum tempo depois de sua regeneração, mas a um acontecimento histórico que ocorreu no dia
de Pentecostes.

A Igreja Presbiteriana do Brasil possui uma declaração oficial a respeito da ocasião


em que se deu esse batismo:

“O batismo com o Espírito Santo foi prometido por Deus através do profeta Joel e de
outros profetas no Velho Testamento, bem como através de João Batista e pelo Senhor
Jesus Cristo no Novo Testamento. Esta promessa cumpriu-se no dia de Pentecoste,
quando o Espírito Santo, já presente e atuante na Igreja do Antigo Testamento, veio
operar na Igreja Cristã nascente com poder e glória superiores à Sua operação sob o
Antigo Pacto, para capacitá-la a testemunhar do Cristo exaltado.”

A própria Bíblia se encarrega de confirmar de forma cabal, que a referência ao


batismo com o Espírito Santo ocorreu objetiva e historicamente no derramamento do Espírito no
Pentecostes. Ao todo, sete passagens fazem referência a esse evento. Destas sete quatro já
mencionadas (Mateus 3:11; Marcos 1:8; Lucas 3:16; e Atos 1:5) empregam o verbo “batizar” no
tempo futuro. João utiliza o tempo presente, e as outras duas passagens falam desse evento
como algo que já aconteceu, no passado.

Atos 11.16: “Então, me lembrei da palavra do Senhor, quando disse: João, na


verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo”. Aqui Pedro está
falando de algo que já aconteceu. Foi quando o Espírito “caiu” sobre Cornélio e sua casa que
Pedro lembrou das palavras do Senhor.
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1 Coríntios 12.13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo,


quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só
Espírito”.

Percebam, que após o Pentecostes, o batismo com o Espírito Santo não é mais visto
como algo futuro, mas sim como algo passado, já cumprido.

3 – Quem Recebe esse Batismo?


O Pentecostalismo divide o Corpo de Cristo em dois grupos bem distintos: os crentes
batizados no Espírito e os crentes comuns; de um lado, os crentes cheios do Espírito, espirituais,
santificados, discípulos, santos e sacerdotes; do outro, os crentes comuns e carnais. Para que
alguém chegue à categoria superior, é necessário buscar incessantemente esse batismo com o
Espírito Santo.

O Novo Testamento não apresenta nenhum ensino sobre cristianismo de dois níveis ou
duas classes. Em nenhum lugar das epístolas vemos Paulo ou Pedro dizer a uma igreja em
problemas: “Vocês precisam ser batizados no Espírito Santo”. Então, o que diz o Novo
Testamento? Quem é batizado com o Espírito Santo?

1º Coríntios 12:13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um


corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um
só Espírito”.

Aqui, o apóstolo Paulo está se dirigindo a uma igreja que possuía uma variedade
étnica de membros. Em Corinto existiam judeus, gregos, romanos, e outros gentios. Ali também
existia uma diversidade de posições econômicas: ricos, pobres. Ali existiam senhores, escravos.
Foi para uma igreja multifacetada étnica, social e economicamente, e que também
experimentava uma diversidade dos dons espirituais, que o apóstolo Paulo ensinou a unidade do
Corpo existente por meio do batismo com o Espírito Santo.

Vejam Romanos 8.9:“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o
Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.
A passagem é clara: se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. Paulo não
diz que se alguém não tem o Espírito é crente de segunda classe, mas que não é de Cristo, ou
seja, não é crente.

Podemos perceber que foi isso que aconteceu no Pentecostes, em Atos 2:1-4. Existe
também uma clara conexão entre 1º Coríntios 12:13, e as palavras de Jesus em João 7:37, 38:
Quem fosse até Jesus e bebesse receberia o Espírito Santo quando cresse. Todos os que creram
já beberam do Espírito Santo, ou seja, já foram batizados.

Conclusão
Uma grande confusão tem sido causada nas igrejas por líderes que ensinam a
necessidade de uma segunda obra da graça. Por todos os lados, podemos ver a frustração e o
desapontamento na vida de muitos que ainda não conseguiram chegar a essa segunda bênção. O
problema é que, quando alguém acha que precisa buscar algo que não tem, certamente deixa de
dar importância ao que já tem. Ora, todos os crentes já possuem a obra da graça na sua vida e
também os meios para alcançar a verdadeira santidade.

O batismo com o Espírito Santo é a obra salvífica de Cristo por seu Espírito em cada
filho eleito de Deus. É simultâneo à regeneração, ao novo nascimento. É a limpeza da culpa do
pecado e a consagração a Deus. Assim a IPB se pronuncia sobre o assunto: “A vida no Espírito
começa com a regeneração, quando o crente é batizado com o Espírito e incluído no corpo de
Cristo. A primeira manifestação desta vida é a invocação pelo crente do nome do Senhor para
a salvação, o que em si já evidencia uma ação prévia do Espírito em seu coração.”
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II - A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO

I Parte - Parte Histórica

1 - A Diferença entre “Batismo” e “Plenitude”

a) Todos os crentes são batizados com o Espírito Santo, mas nem todos são cheios.

b) O Batismo é uma experiência inicial única. A plenitude é um resultado (At. 2:4).

c) Como acontecimento inicial, o batismo não pode ser repetido, nem perdido. Mas o
ato de ser enchido do Espírito Santo pode ser repetido, e no mínimo conservado.

d) Quando a plenitude é perdida e o pecador é dominado pelo pecado o Espírito


entristece (Ef. 4:30).

e) A experiência dos Coríntios é uma prova de que ser batizado com o Espírito não
implica em estar cheio do Espírito. Vejamos:

1) Em 1ª Cor. 6:19, 12:13, Paulo dirige-se a eles como homens batizados;

2) Em 1ª Cor. 1:4-7 Paulo reconhecia seus dons;

3) Em 1ª Cor. 3:1-4, 4:18-21, 5:1-8, Paulo diz que eram pessoas dominadas pela
carne, pois estavam cheios de orgulho, contendas, partidarismos, tolerância para com o pecado;

4) Embora fossem cheios de dons, não queria dizer que eram cheios do Espírito.
Portanto, a evidência de ser cheio do Espírito não é a prática dos dons. Faltava-lhe sim, os frutos
do Espírito (Começando pelo primeiro, o amor);

5) O apóstolo não faz distinção entre os que foram e os que não foram batizados pelo
Espírito, mas entre cristãos “carnais” e “espirituais” - Será que a condição dos crentes de
Corinto não é a mesma de muitos de nós hoje?

f) Os Gálatas também - 1:6; 3:3; 4:11; 3:27; 4:6.

2 – Jesus falou da plenitude que o Espírito traria aos crentes


(João 4:13-14; 6:35; 7:37,39; 10:10)
– A condição para que o Espírito viesse seria a sua ida (Jo. 7:39, 16:7,8)

3 – Era uma característica normal da Igreja Cristã Primitiva


a) Os 7 homens escolhidos para o diaconato (At. 6:3,5)
b) Barnabé (At. 11:24) – Aqui a plenitude se exprime pelo caráter espiritual e moral.
c) Os discípulos de Antioquia da Psídia (At. 13:52).
d) Os novos convertidos: Saulo (At. 9:17)
e) A plenitude, portanto, não foi reservada só aos grandes homens chamados a um
ministério extraordinário (At. 2:4 – os 120 discípulos).

4 – Houve casos em que alguns discípulos e outros homens receberam a plenitude


imediatamente para realizar uma tarefa especial e de emergência.

a) João Batista (Lc. 1:15-17) b) Saulo de Tarso (At. 9:17; indicação 22:12-15; 26:16-23;
(13:9 mágico Elima); c) Zacarias (Lc. 1:67; 5:8); e sua esposa (Lc. 1:41); d) Pedro antes de falar
ao Sinédrio (At. 4:8,31); e) Estevão (At. 7:55)

5 – A plenitude do Espírito Santo é o que Deus requer de nós:


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a) Embora a plenitude no sentido mais elevado só teremos na outra vida (1º Co.
15:28; Fp. 3:21.

b) Deus sempre tem dado ao Seu povo abundâncias – assim lemos: (Is. 44:1-4; Jr.
33:6; Jo. 4:13-14; 7:38; Tg. 1:17).

6 – Estar cheio do Espírito é uma ordem


A Escritura nunca diz “sede batizados com o Espírito” mas diz: “Enchei-vos do
Espírito” (Ef. 5:18). “Estais sempre sendo enchidos com o Espírito”. (imperativo – presente
contínuo na voz passiva). As sete (7) referências ao batismo com o Espírito estão todas no
indicativo, seja no passado, presente ou futuro.

II Parte - Parte Doutrinária

1 – O que é a Plenitude do Espírito Santo

A plenitude do Espírito Santo é a condição espiritual em que todo cristão deveria viver
o tempo todo. Mas isso não acontece, infelizmente! Ela precisa ser recuperada quando perdida.
Por isso Ef 5:18 diz “estejam sendo cheios do Espírito Santo continuamente”.

Efésios 5:18 é um texto normativo sobre este assunto para os nossos dias. Observemos
alguns detalhes: a expressão é “encham-se do Espírito de Deus”:

a) Não é algo opcional, é um imperativo, obrigatório.


b) Está no plural, com aplicação universal (para todos).
c) Usa a voz passiva: “deixem-se encher”. Quem enche, quem dá o Espírito Santo é
Jesus.
d) Está no presente indicando ação contínua: “deixem-se encher continuamente”.

A palavra “plenitude” contém “uma ideia de absoluto” que somente pode ser atribuída a
Jesus “gerado do Espírito Santo”.
a) Em Lc. 3:21-22 diz-nos que Ele começou o Seu ministério “Cheio do Espírito
Santo”
b) Voltou do Jordão “cheio do Espírito”
c) A história da Sua tentação é iniciada e terminada com referência ao Espírito (Lc.
4:1,14).
d) Aos crentes são concedidas só as “primícias” “o penhor do Espírito” (2º Co. 1:21-
22; 5:5).
e) Quem poderia dizer como Jesus? (Jo. 14:30; 8:29).
f) Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo; recebeu o Espírito Santo sem medida;
pelo Espírito Santo foi conduzido ao deserto; e vencida a tentação pelo Espírito Santo e em Mt.
12:28. Ele fala que o Espírito Santo estava nEle. Após isso as Escrituras silenciam-se com
relação ao Espírito Santo na vida de Jesus. O que significa isso?

A Bíblia descreve o homem como um “vaso” (2º Co. 4:7; 2º Tm. 2:21) como um
“templo” (1º Co. 3:16) Esse vaso, esse templo pode conter o que é bom ou o que é mau. Ex. o
templo conteve tanto Jesus como os vendedores e cambistas.

Apropriação contínua (Jo. 7:37-39). Para continuarmos sempre cheios é preciso de


continuarmos indo a Jesus (v. 37,38) no verso 39 João diz sobre o que Jesus se referia.

Plenitude não é termo usado no N.T. Ali encontramos a expressão “cheios do Espírito
Santo”. Veja as ocorrências:

a) Lc. 1:15 – João Batista será cheio do Espírito Santo desde o nascimento.
b) Lc. 1:41 – Isabel, cheia do poder do Espírito Santo, abençoa Maria.
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c) Lc. 1:67 – Zacarias, cheio do Espírito Santo, profetiza sobre o ministério de João
Batista.
d) Lc. 4:1 – Jesus cheio do Espírito Santo voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito
ao deserto.
e) At. 2:4 – os 120 no cenáculo foram todos cheios do Espírito Santo.
f) At. 4:8 – Pedro cheio do Espírito Santo enfrenta as autoridades do sinédrio.
g) At. 4:31 – o grupo que recebe Pedro e João, após a oração, fica cheio do ES e tem
ousadia para pregar.
h) At. 6:5 – os auxiliares dos apóstolos deveriam ser cheios do ES.
i) At. 6:5 – Estevão é cheio do Espírito Santo (primeiro nome dos “diáconos”).
j) At. 7:55 – Estevão cheio do Espírito Santo vê a glória no seu martírio.
k) At. 9:17 – Ananais diz a Saulo: “o Senhor me mandou para que seja cheio do
Espírito Santo”.
l) At. 11:24 – Barnabé é um homem cheio do Espírito Santo.
m) At. 13:9 – Paulo cheio do Espírito Santo repele a oposição satânica.
n) At. 13:52 – os cristãos de Antioquia da Psidia estão cheios do Espírito Santo.
o) Ef. 5:18 – encham-se do Espírito de Deus.

John Stott, no livro Batismo e Plenitude do Espírito Santo, distribui essas referências
“ser cheios do Espírito Santo” em 3 grupos:

a) Como característica “normal” do cristão dedicado. Foi assim com os diáconos,


inclusive Estevão, Barnabé e os cristãos de Antioquia.

b) Como capacitação para um ministério especial. Casos de João Batista e Saulo.

c) Com objetivo de equipar para uma tarefa especial (emergência). Exemplos de Isabel,
Zacarias (profecia), Pedro, João (sinédrio), Estevão (morte), Paulo (repelir Elimas, o feiticeiro).

Em relação à Jesus, Stott afirma que as três situações estão juntas:

a) Ele retornou do Jordão “cheio do Espírito Santo”. Este era o seu estado natural,
inalterável;

b) Em Lc. 3:22, o Espírito Santo desceu sobre ele a fim de equipá-lo para o ministério,
ungir como Messias. Em 4:18, Jesus cita a profecia sobre ele que se acha em Isaías: “O Senhor
me deu o seu espírito, me escolheu (ungiu) para levar boas notícias”;

c) Fortalecimento para o conflito com Satanás (Lc 4:1). Ele foi “levado pelo Espírito
ao deserto…”

2 – Como Obter ou Recuperar a Plenitude?

A Bíblia menciona três atitudes que podem impedir a plenitude de ES:Ef 4:30 fala sobre
entristecer o Espírito com uma vida de pecado; em At 7:52, Estevão diz para as autoridades
judaicas: “vocês sempre tem resistido ou rejeitado o ES”; I Ts 5:19 recomenda: “ não apaguem,
ou não atrapalhem a ação do ES”. Para obter ou recuperar a plenitude é necessário
arrependimento, confissão e perdão. Em Mc 3:29 Jesus fala sobre o pecado da blasfêmia contra
o ES como algo imperdoável, mas isso não tem a ver com alguém que já experimentou o novo
nascimento. Há situações em que não se trata de pecado, mas de uma crise ou um desafio
diferente que requer um novo revestimento de poder do ES.

3 - Evidências da Plenitude do Espírito Santo

É necessário dizer que plenitude não é evidenciada por milagres (sinais e maravilhas),
nem pelos dons espirituais (por mais importantes que sejam).
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Ser cheio do Espírito Santo é demonstrado, sobretudo, no aspecto moral. O cristão cheio
mostra as marcas do caráter de Cristo.

Na igreja em Corinto todos haviam sido batizados no Espírito Santo ( I Co 12:13) e


enriquecidos com todos os dons (I Co 1:7), mas pelo menos quando Paulo escreve, não estavam
cheios do ES. Eram carnais, se portando como bebês espirituais.

a) A primeira evidência é o fruto que o Espírito Santo produz na vida do crente,


vejaGl5:22-23. São 9 marcas distintivas do caráter de Cristo que o Espírito Santo reproduz na
vida dos filhos de Deus.

b) John Stott faz uma consideração relevante sobre o texto de Ef. 5:18-21. Ele diz que o
imperativo “Enchei-vos do Espírito” é seguido por quatro verbos no gerúndio, indicando como
acontece, ou no que resulta esse enchimento:
v. 19 – “falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais”. E Cl 3:16. O
Espírito Santo gera comunhão fraterna entre irmãos. A expressão “entre vós” fala de
relacionamento e comunicação. Uma pessoa cheia do Espírito tem relacionamentos
transformados. Sua comunicação é regada pelo amor. Uma pessoa cheia do Espírito não fere
outra com a língua, mas enaltece e abençoa com a palavra.

v. 19 – “cantando e louvando de todo o coração” (no coração),“fazendo melodias para


o Senhor”. Adoração e gratidão são evidências da plenitude do Espírito. Por conseguinte, uma
pessoa que não se deleita na adoração e se entrega à murmuração não dá provas de que está
cheia do Espírito.
v. 20 – “agradecendo sempre” ou dando graças por tudo. O cristão cheio do Espírito
Santo tem um coração agradecido. Ele não é um murmurador.
v. 21 – “sujeitando-vos mutuamente”. Uma pessoa cheia do Espírito tem disposição
para servir. No reino de Deus, maior é o que serve. Um crente cheio do Espírito jamais é
arrogante e soberbo..

c) Uma vida plena do Espírito Santo centraliza e glorifica a pessoa de Cristo – Jo. 16:14,
Jo 15:26, Jo. 14:26. Lc. 1:15; Jo. 3:30.
d) Poder para testemunhar sobre Jesus (Lc24:47, 49, At 1:8).

d) Vitória contra os inimigos. Em Jo16:33, Jesus afirma que venceu o mundo, isso
significa a pressão, perseguição numa sociedade sem Deus; Gl 5:16; Ef 6:10.

Conclusão:
Não podemos negar que, de acordo com as Escrituras, fomos batizados com o Espírito,
por termo-nos arrependido e crido, e o batismo como água significou e selou o nosso batismo
com o Espírito. Mas será que estamos cheios do Espírito? Esta é a questão.

Concluo aqui com a declaração da IPB sobre o assunto: “Ser cheio do Espírito denota o
domínio de Cristo em nossas vidas e ocorre quando o crente é conduzido voluntariamente pela
Palavra, através da qual o Espírito atua. Pela sua sujeição à palavra da Escritura, os crentes
crescem na graça e nos benefícios que eles recebem gratuitamente através de Cristo. A
evidência desse crescimento é o fruto do Espírito, a prova de que eles estão em Cristo, e de que
a Sua palavra está neles. Sendo cheios do Espírito, os crentes são capacitados a falar a
verdade de Cristo com grande ousadia e confiança, manifestando em todas as áreas da vida um
caráter santo, em harmonia com o de Cristo.” E mais: “A Escritura ordena que cada crente
seja cheio do Espírito Santo, e cresça espiritualmente pela obediência à Palavra de Deus
escrita, e pelo uso correto dos meios de graça. 1 Quando ignoramos ou negligenciamos a
Palavra de Deus, ou somos desobedientes a ela, nos tornamos culpados de entristecer e apagar
o Espírito Santo.”

1
At. 2:41-47; Mt. 28:18-20.
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III - O FRUTO DO ESPÍRITO


(Gálatas 5:22-23; Colossenses 3:12-17)

a) Por que o singular “Fruto do Espírito”? - Todas estas qualidades morais são
implantadas no crente pelo Espírito Santo de uma vez só.

Todos os aspectos são parte integrante de um único desenvolvimento espiritual.


Perfazem o “Fruto do Espírito”. São os vários aspectos da única colheita.

b) Fruto? - Aqui Paulo fez uma distinção entre as “obras da carne” e “fruto do
Espírito”. Uma obra é algo que o ser humano pode fazer; o fruto é algo nascido por atuação do
princípio divino, nele atuante.

c) O fruto e os dons - têm uma distinção nítida. Os dons são dados para tarefas
especiais e, portanto, não são compartilhados por todos igualmente. Mas o fruto do Espírito é o
produto normal de cada crente guiado pelo Espírito. O fruto designa algum “resultado”.

d) Da metáfora “Fruto do Espírito” aprendemos três coisas:

1) Sua origem é sobrenatural; 2) Seu crescimento é natural; 3) Sua maturidade é


gradual. Vejamos:

1) Sua origem é sobrenatural


As qualidades aqui alistadas são o fruto do Espírito. O próprio Espírito Santo é
responsabilizado por sua produção. Essas qualidades são a colheita do que o Espírito planta na
vida das pessoas que Ele preenche.
O fruto do Espírito é contrastado intencionalmente com “obras da carne”. Carne aqui
não é a substância que cobre o nosso esqueleto, mas sim representa nós mesmos, todo o nosso
ser, aquilo que somos por natureza, decaídos, pecaminosos e egoístas. - O Espírito, por sua vez,
não é uma parte de nós, o nosso espírito, mas o Espírito Santo de Deus, do próprio Deus que
mora nos crentes.
Concluímos que as obras da carne são atos que praticamos naturalmente, quando
limitados aos nossos recursos; e o fruto do Espírito consiste de qualidades que o Espírito faz
surgir em nós de maneira sobrenatural (porque estão além da nossa capacidade natural).

2) Seu Crescimento é Natural


Ao chamar o caráter cristão de “fruto do Espírito”, o apóstolo Paulo estava ensinando
que sua origem é sobrenatural (já que é o fruto do Espírito), e que seu crescimento é natural
(pois é o fruto do Espírito). É importante manter um equilíbrio entre estas duas verdades, no
mínimo por uma razão: o fato de que uma vida santa é produto do Espírito Santo pode
facilmente levar algumas pessoas a pensarem que não há nada de sua parte que possam fazer no
processo. Porém, o fato de que o Espírito o produz como seu fruto indica ao mesmo tempo que
há certas condições das quais o crescimento depende, pelas quais nós somos responsáveis, isto
porque o que é natural sempre é condicionado. O processo só é natural quando as condições
estão de acordo.

3) Maturidade Gradual
Temos a aprender uma terceira lição do uso que o apóstolo faz desta metáfora do
“fruto”. Um conhecimento de botânica, mesmo que elementar, é suficiente para que
constatemos que os procedimentos de Deus amadurecem com lentidão. Jesus o diz em uma de
suas parábolas sobre o trigo: “Primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio na
espiga” (Mar. 4:28). Também podemos usar a ilustração de uma fruta: Primeiro o renovo,
depois o broto da flor, depois a flor aberta; depois a fruta fertilizada, como um tipo de embrião,
porém ainda dura, verde e não comestível; depois ela aumenta, vai ficando macia e adquire as
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primeiras cores, finalmente temos a fruta madura e saborosa. É um processo natural, condicional
e gradual.

O que vale para uma fruta do pomar vale também para o fruto do Espírito. O Espírito
Santo implanta vida na alma instantaneamente, no momento do novo nascimento (apesar de
vários meses de preparo poderem tê-lo precedido); mas ele leva tempo, muito tempo, para
produzir um caráter cristão maduro.

Aplicação
Em primeiro lugar, já que fruto do Espírito é de origem sobrenatural, precisamos ter
humildade e fé – a humildade para reconhecer que nós não podemos produzir esta colheita por
nós mesmos, e fé para crer que Deus pode fazê-la amadurecer em nós como fruto do Espírito.
Por isto Jesus ensinou: “Permanecei em mim, e eu permanecerá era vós. Como não pode o
ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira; assim nem vós o podeis dar, se
não permanecerdes em mim” (João 15:4).

Em segundo lugar, já que o fruto do Espírito tem um crescimento natural, desde que
disponha das condições adequadas, precisamos ter disciplina para garantir que as condições
estarão disponíveis. Só se pode colher o que foi semeado. Precisamos semear com dedicação, o
que significa cultivar hábitos disciplinados tanto na área do pensamento (concentrando nossa
mente no que é bom), quanto na área da vivência (não por último na meditação diária na Palavra
de Deus e na oração). Crescimento natural é crescimento condicionado. Se formos
conscienciosos em fornecer as condições, o crescimento haverá de ser abundante. Se cuidarmos
das sementes, o Espírito Santo cuidará do fruto.

Por último, já que fruto do Espírito vem de um amadurecimento gradual, precisamos ter
paciência para esperar. Todo jardineiro, todo agricultor, cada pessoa que vive em contato com o
solo sabe que é preciso ter paciência. Não há sentido em querer mudar a ordem das estações ou
as leis de crescimento que Deus estabeleceu. Corno Tiago escreveu em um contexto diferente:
“Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras
e as últimas chuvas” (Tg. 5:7). Ele estava recomendando uma espera paciente da vinda do
Senhor, mas ele, da mesma forma, poderia ter aplicado a mesma metáfora para uma espera
paciente pelo fruto do Espírito. Como vimos, precisamos preencher as condições, mas depois
devemos “esperar a vinda do Senhor” e buscar nEle com expectativa o amadurecimento do
fruto, até que, afinal, venha o dia da colheita de um caráter cristão maduro nesta vida e
semelhança completa com Cristo na próxima.

e) O fruto pode ser visto sob três grupos:

1 – Nosso relacionamento com Deus - As qualidades espirituais mais básicas: Amor,


Alegria, Paz;

2 – Nosso relacionamento com outras pessoas - Relações sociais: Longanimidade


(paciência), benignidade, bondade (ternura);

3 – Nosso relacionamento conosco mesmo - Fidelidade, mansidão, domínio próprio.

1) O amor - Sempre tem sido o delineador de todas as atitudes (Gl. 5:6,13; 1º Co. 13;
Ef. 5:2; Cl. 2:14). (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada
querer em troca (Rm 5.5; 1º Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).

É uma das provas da conversão, e, portanto, uma prova de que o Espírito Santo está em
nós (1º Jo. 3:14; 4:8,9; I Pe. 4:8).

Aquele que teve todo o fruto do Espírito revelou e exigiu de nós esse amor (Jo. 13:1,34;
17:26) - ver Gálatas 5:14.
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Diz-nos Adan Clarke: “ ‘Amor’, um desejo intenso de agradar a Deus e de fazer o


bem à humanidade; a própria alma e o espírito de toda verdadeira religião; o cumprimento da lei
e aquilo que dá energia à fé” (Milenium v. 4, p. 510).

b) A Alegria - Quando o amor está presente a alegria não está muito longe
O amor é o cumprimento da lei. E cumprir a lei traz alegria (Sl.
119:16,24,35,47,70,174).

Assim foi Paulo (2º Co. 6:10; 12:9-10; Fp. 1:12,13; 4:11) Paulo disse (Fp. 4:4) e
Cristo disse (Lc. 10:20).

Alegria é a qualidade de vida graciosa, bondosa, caracterizada pela boa vontade,


generosa nas dádivas aos outros, resultado de um senso de bem estar, sobre tudo um bem estar
espiritual, por causa de uma correta relação com Deus: é o “Regozijo” no Espírito. (o Salmo
51:12 o contrário).

Essa palavra vem do termo charis (graça). A alegria cristã não é artificial, mas é uma
ação do Espírito de Deus no espírito humano. É a confiança em Deus e a satisfação de estarmos
vivos com Cristo. Essa alegria é a inspiradora da esperança e da coragem.

c) A Paz - É também um resultado do amor (Sl. 119:165). Paz é o sinônimo de


“restauração”, “reconciliação” com Deus. Ela é resultante da morte de Cristo (Rm. 5:1; Cl.
1:20).

Paz envolve muito mais do que uma tranquilidade íntima apesar das lutas externas. É
uma qualidade espiritual. A paz é a norma da vida do crente. É a que nos faz viver uns com os
outros (Rm. 12:18).

Grego - eijrhnh - tem a ideia de “harmonia”.


Hebraico -{Olf< - expressa “bem estar”, “prosperidade”, “sucesso” e
“santidade”. É o que torna uma pessoa qualquer sã, espiritual e materialmente. Tornando a
vida boa e o mundo seguro para a bondade. Isso exigia corretas relações com Deus e os homens
(justiça).

A paz é o contrário exato do ódio, da desavença, da contenda, do conflito, da inveja,


dos excessos, tudo o que são obras da carne.

2 - Nosso relacionamento com outras pessoas - Relações sociais: Longanimidade


(paciência), benignidade, bondade (ternura);

d) Longanimidade - (gr. makrothumia) Contém a ideia de “perseverança”,


“paciência”, e é uma qualidade passiva - resistir firme sob as tensões e pressões da vida.

Aplicada a Deus, significa que Deus tolera pacientemente todas as iniquidades dos
homens. A longanimidade é-nos exigida (2º Co. 6:6; Cl. 1:11, 3:12). A longanimidade de Deus
(Rm. 2:4; 9:22; 1º Pe. 3:20; 2º Pe. 3:9,15).

Adam Clark: “A longanimidade consiste em suportarmos as fragilidades e


provocações alheias com base na consideração que Deus se tem mostrado extremamente
paciente conosco”.

“A longanimidade é a paciência que nos permite subjugar a ira e o senso de


contenda, tolerando as injúrias” (Matthew Henry).

“Constância de alma, sob a provocação, permanência ante o erro sofrido,


tolerância para com os indivíduos cuja conduta visa provocar-nos à ira” (Burton).
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e) Benignidade - (gr. chrestotes) Gentileza, bondade, gracioso, gentil, doçura de


temperamento, sobretudo para com os inferiores, não inflexíveis e amargos, mas gentis, suaves,
corteses e de fala mansa. A gentileza pode disfarçar as faltas alheias e encobrí-las (revela
passividade Rm. 2:4, 11:22). É-nos recomendado (Mt. 5:43-48).

f) Bondade - (gr. agathosune) (Revela atividade) - “Retidão, prosperidade,


gentileza” (Rm. 15:14; 2º Ts. 1:11).

Lutero: “Uma pessoa é bondosa quando se dispõe a ajudar àqueles que estão em
necessidade”.

3 - Nosso relacionamento conosco mesmo - Fidelidade, mansidão, domínio próprio.

g) Fidelidade - Lealdade, o termo grego é pistis “fé”. Há a fé que confia em Cristo


ou em outras pessoas. Aqui é a confiabilidade que convida outras pessoas a confiarem em nós.
O que nos faz agir honesta e beneficentemente para com os outros. ele, Paulo, está se referindo
também à lealdade para com Deus e Sua Palavra (o que faltava aos Gálatas - Gl. 1:6-9; 3:1; 5:7 -
faltava fidelidade a Deus e à Sua vontade.

h) Mansidão - No grego o termo é prautes - “placidez, modéstia, gentileza,


cortesia”. Esta é uma das bem-aventuranças (Mt. 5:5). Jesus foi manso (Mt. 11:29). É uma
genuína falta de maldade, é a mistura de paciência e gentileza. É uma submissão do espírito
humano para com Deus, e para com o homem. A mansidão é o resultado da verdadeira
humildade. É a disposição de submeter-se à vontade de Deus. É o antônimo de “ira”

i) Domínio Próprio - No grego eqkrateia - “o poder de conter a si mesmo”


“autocontrole” é o domínio sobre os desejos do ego. Em 1º Co. 7:9 essa palavra é usada em
relação ao controle do impulso sexual; e em 1º Co. 9:25 refere-se a toda a forma de autocontrole
e autodisciplina que um atleta precisa exercer para sagrar-se campeão. Parece que aqui em
Gálatas Paulo se refere aos vícios dos versículos 19-21. “Maior é aquele que se domina do que
aquele que conquista uma cidade” no dizer de Pv. 16:32. O autocontrole não significa a
negação de si mesmo, mas uma avaliação real da função do nosso ego.

Conclusão:
Paulo finaliza o capítulo dizendo três coisas importantes que precisamos tomar nota.

Em primeiro lugar, ele diz a respeito dos frutos do Espírito, que contra tais coisas não há
lei. O que Paulo quer dizer, é que a lei não tem nada a ver com tais coisas; ele está falando do
comportamento que vem do caráter. Então tais comportamentos que observamos no Fruto do
Espírito não fluem do tipo de regra que você segue, mas do tipo de pessoa que você é, ou a
pessoa que você está se tornando conforme o Senhor Jesus Cristo é formado dentro de você
através do poder do Espírito Santo. Então esta é a primeira coisa.

A segunda coisa é que Paulo fala negativamente que há certas coisas para as quais
devemos dizer “não”. Ele diz que os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne. É uma
palavra muito forte. Ela quer dizer que há certas coisas que um cristão precisa simplesmente
dizer: Isso não é aceitável para mim. Há lugares para onde não devo ir. Há coisas para as quais
não devo olhar. Há palavras que eu não devo dizer. Há relacionamentos que não devo manter.
Há posturas que não devo me permitir adotar. Isso não é uma espécie de asceticismo. Isso não
significa se isolar em uma espécie de negatividade, mas é uma disciplina da vida cristã. Há uma
maneira de dizer “não” que é importante para produzir frutos do Espírito.

E em terceiro lugar, Paulo diz que se vivemos no Espírito, isto é, se foi o Espírito Santo
que nos deu vida, então deveríamos continuar andando no Espírito. É uma espécie de metáfora
militar, como um exército marchando em sincronia. E Paulo diz: “Certifique-se de estar
seguindo o ritmo do Espírito Santo em sua vida positivamente”.
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IV – DONS ESPIRITUAIS

Texto Básico: 1º Coríntios 12

Introdução: Peter Drucker, especialista em gestão por resultados afirma: “O progresso é obtido
apenas através da exploração de oportunidades, não resolvendo problemas. Quando você
resolve problema a única coisa que você garante é um retorno a normalidade”

Esta é uma afirmação que deve ser considerada, principalmente, no contexto de igreja.
Gastamos muita energia na igreja só resolvendo problemas e apagando incêndios. A resolução
do problema é algo necessário, mas não pode ser visto como progresso. E a maior oportunidade
que a igreja tem para progredir é o uso adequado dos dons espirituais.

Você tem progredido espiritualmente? Qual tem sido a sua contribuição pessoal para o
progresso espiritual da igreja? A resposta a estas duas perguntas nos remete para o assunto dos
dons espirituais. “Eu só posso crescer e contribuir para o progresso da igreja se eu desenvolver o
meu dom espiritual”.

Muitos cristãos não sabem qual é o seu dom espiritual e estão confusos acerca de qual
deve ser o seu papel no crescimento da igreja. Paulo orienta a igreja de Corinto quanto ao uso
correto dos dons espirituais. Aquela igreja foi abençoada com abundantes dons espirituais, mas
estava usando estes dons de maneira abusiva.

Em nosso estudo do Espírito Santo até agora nos concentramos em sua atuação no
crente individual. O cristão recebe primeiro o “dom” ou “batismo” do Espírito, no começo da
sua vida nova, e depois procura apropriar-se, de maneira contínua e crescente, da plenitude do
Espírito, resultando na manifestação e amadurecimento do fruto do Espírito em sua vida. Os
dons do Espírito também são concedidos individualmente aos crentes, mas sua finalidade é o
crescimento sadio da Igreja.

Quando os escritores do Novo Testamento falam sobre a Igreja, com frequência eles
contrastam sua unidade com sua diversidade. As duas características são obra do Espírito Santo.
A Igreja é uma, porque o Espírito habita em todos os crentes. A Igreja é multifacetada, porque o
Espírito distribui diferentes dons aos crentes. De forma que o dom do Espírito (que Deus nos
dá) cria a unidade da Igreja, e os dons do Espírito (que o Espírito dá) diversifica o ministério da
Igreja. A mesma verdade pode ser expressa em relação à graça de Deus. A Igreja deve sua
unidade à cnstis (graça), e sua diversidade aos charismata (dons da graça).

Encontramos quatro listas de dons no Novo Testamento. A mais conhecida está em 1º


Coríntios 12. Igualmente importante é a de Romanos 12:3-8. Listas mais curtas estão em
Efésios 4:7-12 e 1º Pe. 4:10,11. Precisamos tentar descobrir, a partir desta e outras passagens, a
natureza dos dons espirituais, quantos são, qual é sua relação com os talentos naturais, se são
todos miraculosos, quais dons são dados hoje, qual é seu alcance (a quem eles são concedidos),
sua origem (de onde eles vêm) e seu propósito (para que eles são dados).

O que é um Dom Espiritual.


Paulo inicia sua orientação dizendo: a respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos
que sejais ignorantes (v.1). Esta palavra de Paulo se aplica também a nós. Primeiro, precisamos
entender o que não é um dom espiritual. O dom não é um talento nato ou uma capacidade
natural. O dom não é um cargo ou uma posição que o crente ocupa na igreja.

O dom não são os deveres ou responsabilidades que cada cristão tem. O dom não é o
fruto do Espírito Santo. O dom não é uma técnica ou habilidade obtida por meio de treinamento
ou curso de capacitação.
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A Natureza dos Dons Espirituais


O melhor ponto de partida que podemos escolher é 1º Coríntios 12:4-6, onde Paulo
declara: “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos
serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é
quem opera tudo em todos”.

O objetivo do apóstolo é enfatizar que, mesmo os dons sendo diversos, há um só


Doador. Ele afirma esta verdade três vezes, cada vez relacionando os dons a uma outra Pessoa
da Trindade (“o mesmo Espírito”, “o mesmo Senhor”, “o mesmo Deus”). Ele também usa três
palavras diferentes para os dons. Primeiro (v.4) eles são charismata, dons da graça de Deus.
Depois, (v.5) eles são diakoniai, maneiras de servir. Em terceiro lugar, (v.6) eles são
energemata, energias, atividades ou poderes, que o mesmo Deus “energiza” ou “inspira”
(energõn) em todos. E há “diversidade” ou “porções” (diaireseis) de cada grupo. Juntando estas
três palavras, talvez possamos definir dons espirituais como “certas capacidades, concedidas
pela graça e poder de Deus, que habilitam pessoas para serviços específicos e correspondentes”.
Um dom espiritual é, portanto, não a capacidade em si, nem um ministério ou função
propriamente dito, mas a capacidade que qualifica uma pessoa para um ministério.
Em termos simples, ele pode ser considerado, ou o dom e o trabalho em que é exercido, ou o
trabalho e o dom com que é exercido.

Paulo usa algumas palavras para definir um dom espiritual.


(1) ESPIRITUAIS (Pneumatikon) v.1. No original não aparece a palavra dons no verso
1, mas somente espirituais, ou seja “coisas caracterizadas ou controladas pelo Espírito Santo”.

(2) DONS (charismata) v.4, indicando que os dons espirituais são presentes da graça,
que o Cristão recebe de forma imerecida – Rm. 12:6.

(3) SERVIÇOS (diakonion) v.5, serviços que são desempenhados pelos crentes dentro
da igreja sempre em benefícios do outros.

(4) REALIZAÇÕES OU OPERAÇÕES (energemata) v.6, Indicando que ação ou


trabalho é realizado somente com a força ou a energia dada por DEUS (1º Pe. 4:11). Os dons
são “energizadores” ou “poderes miraculosos” – 1º Co. 12:10.

(5) MANIFESTAÇÕES (phanerosis) v.7, significa “torna visível” ou “para mostrar


publicamente” . Os dons espirituais são provas visíveis de serviço ao outro. Ninguém recebe um
dom para o seu benefício próprio, mas para servir aos outros. O dom espiritual é “um atributo
especial dado pelo Espírito Santo a cada membro do corpo, e de acordo com a graça de DEUS ,
para o uso no contexto do corpo” Peter Wagner . Para John Piper “um dom espiritual é um
capacidade dada pelo Espírito Santo para manifestar a nossa fé de forma eficaz (palavras e
ações) para o fortalecimento da fé de alguém”.

Agora temos condições de fazer algumas perguntas em relação a estes dons, que
aumentarão nosso conhecimento da sua natureza.

Quantos Dons Existem?


O interesse de alguns cristãos parece estar limitado principalmente a três dons, que são
“línguas, profecia e curas”. Entretanto, é óbvio que há mais dons que este trio empolgante.
Recentemente vi um livro e um livreto, ambos intitulados The Nine Gifts of the Spirit (“Os
Nove Dons do Espirito”), É louvável que a motivação do autor em limitar os dons a nove seja
traçar um paralelo com o fruto do Espírito que tem nove partes, mas é um erro querer restringir
o número desta maneira. E verdade que na primeira lista, registrada no começo de 1º Coríntios
aparecem nove dons. Também é verdade que a segunda lista, no fim do mesmo capítulo,
também abrange nove, mas somente cinco destes coincidem com a primeira lista. De forma
que, mesmo em 1º Coríntios, são pelo menos 13 dons. Depois há uma lista de sete dons em
Romanos 12 (dos quais cinco não ocorrem em nenhuma lista de 1º Coríntios 12) e outra lista,
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de cinco dons, em Efésios 4 (dos quais dois são novos), além de outros dois dons citados em 1º
Pedro 4, um dos quais (“se alguém fala”) ainda não recebera menção específica antes. Ao
compararmos as listas, nem sempre está claro quais dons são idênticos, mas é quase certo que,
no conjunto, o Novo Testamento faça referência a vinte ou mais dons diferentes.

Além disto, não temos motivos para crer que estas cinco listas somadas formam uma
lista completa de todos os dons espirituais. Já mencionamos que nas duas listas que aparecem
no mesmo capítulo (1º Co. 12) somente cinco dons são repetidos, de maneira que cada uma tem
quatro dons novos, além dos dois inéditos em Efésios, que não estão em nenhuma das duas
listas de 1º Coríntios. Nenhum dom aparece em todas as cinco listas, e treze dons estão em
apenas uma das cinco listas cada um. A menção dos dons parece obedecer somente ao acaso,
como que para enfatizar que cada lista é uma seleção limitada de um total muito maior.

Como resposta à nossa pergunta inicial: “Quantos dons diferentes existem?”, creio que
devemos dizer: “O Novo Testamento especifica pelo menos vinte, e o Deus vivo que ama a
diversidade e é um doador generoso pode muito bem conceder muito, muito mais do que isto”.
Paulo afirma isto, repetindo com ênfase, ao falar do assunto, que, em contraste com o único
Espírito, há “dons diversos”, - diversidade nos serviços” e “diversidade nas realizações” (1º Co.
12.4-6).

Continuando... Por isso Paulo declara que a vida Cristã é guiada pelo Espírito: sabeis
que, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo éreis guiados. Por
isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de DEUS afirma,: Anátema,
Jesus!, por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo (vv.2,3).
vejamos três comparações importantes:

(1)Tempo: outrora e agora, antes de serem convertidos e após a conversão.


(2)Direção: antes guiados pelos ídolos ou pelos demônios, mas agora, guiados pelo
Espírito Santo.
(3) Confissão: guiados pelos demônios confessavam : Anátema, Jesus. Guiados pelo
Espírito confessam ; Jesus é o Senhor.

As Características dos Dons Espirituais Paulo destaca 3 características fundamentais


dos dons espirituais. A Origem dos Dons. A Trindade divina é a fonte dos dons espirituais. Em
Romanos, os dons emanam do Pai (Rm. 12.3); em Efésios, os dons são presentes de Jesus (Ef
4.8); em 1º Coríntios, os dons são presentes do Espírito Santo (1º Co 12.11). E Paulo resume:
Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos Serviços
mas, o Senhor é o mesmo. E há diversidades nas realizações, mas o mesmo DEUS é quem opera
tudo em todos. (1º Co. 12.4-6).

É importante salientar que DEUS concede os dons de forma soberana: Mas um só e o


mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um,
individualmente (v.11). Não é o cristão que escolhe o dom que quer possuir, mas é o Espírito
que distribui os dons a cada crente, segundo o que lhe apraz.

A Diversidade de Dons, conforme Rm. 12:6-8 1 Co 12.8-10 1º Co. 12:28-30 Ef. 4:7-12,
temos: Profecia, Sabedoria, Apóstolos, Conhecimento, Profetas, Ensino, Fé, Mestres,
Evangelistas, Exortação, Cura, Milagres, Pastor/mestre, Contribuição, Milagres, Curas, Presidir,
Profecia, Socorros, Misericórdia, Discernimento, Governo, Línguas, Interpretação de Línguas.

Há uma diversidade de dons, pois a graça de Deus é multiforme e os dons espirituais


não se limitam apenas a esta lista. Há uma diversidade de combinações, pois os dons se
sobrepõem ou se completam. Há uma diversidade de categorias, pois há dons de comunicação e
dons para o serviço. Há uma diversidade de poder, pois os dons são ordinários e extraordinários.
Há uma diversidade de valor, pois os dons são diferentes em honra e força.
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A extensão dos Dons Cada crente recebe pelo menos um dom espiritual. A manifestação
do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso (v.7). É impossível alguém ser
convertido e ficar sem receber um dom espiritual. Por outro lado, nenhum crente recebe todos
os dons espirituais. Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres?
Ou, operadores de milagres? Tem todos dons de curar? Falam todos em outras línguas?
Interpretam-nas todos? (v29,30). A extensão dos dons: nenhum crente sem dom e nenhum
crente com todos os dons

O Corpo de Cristo Após apresentar a diversidades dos dons espirituais, Paulo fala da
unidade do corpo que é a igreja. A figura do corpo ensina 3 verdades básicas sobre a igreja:

(1) O corpo fala na unidade da igreja Porque, assim como o corpo é um e tem muitos
membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com
respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo, quer
judeus, quer gregos , quer escravos quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito
(vv.12,13).

A igreja é um corpo com muitos membros, batizados e alimentados por um só Espírito.


Jesus é a cabeça desse corpo. A igreja, assim como o corpo humano é uma unidade com
diversidade. A unidade é criada e nutrida pelo Espírito e deve ser preservada por cada membro
(Ef 4.1-6). A igreja é a comunhão dos santos.

(2) O Corpo fala da diversidade dos membros da igreja Foi Deus que Criou a igreja.
E ele dispôs cada membro para fazer parte do corpo. Porque também o corpo não é um só
membro, mas muitos (v.14). Mão, pé, ouvido e olho são diferentes em suas formas, lugares e
funções. O fato de um cristão não ter um dom que outro recebeu, não coloca fora do corpo. Se
disser o pé: porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o
ouvido disser: porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso o deixa de o ser. Se todo
corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? (vv.15-17).

(3) O corpo fala de interdependência que existe na igreja. Deus fez a igreja como o
corpo. Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve
(v.18). E a beleza e funcionalidade do corpo estão na sua unidade na diversidade (vv.19,20). E
um corpo só sobrevive por causa da sua interdependência, ou seja, cada membro precisa um do
outro. Não podem os olhos dizer a mão: não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pé: não
preciso de vós (v.21).

Nenhum membro é independente de outros membros. Todo membro é necessário ao


corpo. O objetivo de Deus é combater a inveja, o orgulho e a competição dentro da igreja. Deus
deseja que os membros honrem uns aos outros, cooperem uns com os outros, seja solidários uns
com os outros na tristeza e na alegria. Paulo então conclui: Ora, vós sois corpo de Cristo; e
individualmente, membros desse corpo (v.27).

Conclusão. Ao concluir esse capítulo, Paulo apresenta uma escala de valores dos dons e faz um
pedido e uma escala dos dons e faz um pedido e uma apresentação. Entretanto procurai, com
zelo, os melhores dons. Quais são estes melhores dons? Os dons mais valiosos são aqueles mais
úteis aos outros ou aqueles que podem beneficiar o maior número de pessoas. Paulo então
apresenta o caminho ou o dom sobremodo excelente: E eu passo a mostrar-vos ainda um
caminho sobremodo excelente. Este caminho é o Amor.

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