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Introdução: Creio que não se constitua num exagero afirmar que um dos assuntos
onde há maior confusão hoje, é a questão do batismo com o Espírito e as manifestações
sobrenaturais tidas como consequência de tal batismo. Da mesma forma, creio que essa
confusão não se deve ao fato de que a Bíblia não seja clara no seu ensino com respeito ao
assunto. Até porque, as Escrituras Sagradas são muito claras sobre isso.
Pressupostos Carismáticos
O modelo de Atuação do Espírito Santo na vida do pecador, segundo esse pressuposto,
diz que, primeiro, o Espírito Santo batiza o pecador arrependido no corpo, na regeneração e,
segundo, Cristo batiza o crente com o Espírito Santo, posteriormente, com poder para servir,
mediante busca pessoal.
1) Por exemplo, os pentecostais afirmam que o batismo com o Espírito Santo é uma
experiência posterior à conversão. “Esta é a doutrina central que distingue as igrejas
pentecostais dos demais grupos protestantes e que como temos visto, também é sustentada pela
maioria dos neopentecostais”. Primeiro, o indivíduo é regenerado, convertido. Depois, ele
recebe aquilo que eles chamam de “o poderoso batismo com o Espírito Santo.
2) Além disso, os pentecostais também afirmam que nem todos os crentes são
batizados com o Espírito Santo. Existe o grupo daqueles que são salvos, regenerados,
justificados, não obstante, nunca experimentaram a segunda experiência do batismo pentecostal.
Por outro lado, existe um segundo grupo constituído por todos aqueles que já receberam o tão
almejado e perseguido batismo ou o revestimento de poder.
4) Em quatro e último lugar, dizem os pentecostais, que existe uma evidência inicial,
que atesta se o indivíduo recebeu ou não o “batismo no Espírito”. Tal evidência inicial é o falar
em línguas. Para a “teologia pentecostal”, só é batizado com o Espírito quem fala em línguas.
Pressupostos Reformados
A teologia reformada, ao abordar sobre o batismo com o Espírito Santo, relaciona-o ao
ato da conversão. Ato único e restritivo aos que nasceram de novo, ou seja, aos que foram
levados pelo Espírito a Cristo para a salvação. Podemos definir este conceito de forma mais
clara dizendo que a escritura ensina que a experiência normal do Espírito Santo coincide com a
regeneração-conversão, e que são selados por este mesmo Espírito todos os que crêem
genericamente em Cristo Jesus. E, qualquer pessoa que tenha sido regenerada pelo Espírito
Santo, também foi batizada no Espírito Santo e tem o seu selo do Espírito.
É importante que se diga que o Espírito Santo não batiza, ele é o elemento do
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batismo interior. Quem batiza é o Senhor Jesus, pois nos diz o texto sagrado: "...e Ele vos
batizará com o Espírito Santo, e com fogo" (Mt. 3:11). Diante disso, podemos começar dizendo
que uma das finalidades do batismo com o Espírito Santo na vida do crente, seria a nossa
inclusão na igreja ou corpo de Cristo, que é composta de todos os salvos. Através do batismo
somos introduzidos e unidos ao corpo místico de Cristo. Entendendo desta forma não podemos
desvencilhar, ou seja, separar o batismo do ato da conversão.
O batismo com o Espírito Santo, segundo a teologia reformada, introduz no cristão selo,
a marca de Deus, que o torna separado (Ef. 1:13), como propriedade exclusiva de um Deus
zeloso (1Pe.2.9). Somos separados do mundo para Deus, e comissionados para irmos ao mundo.
Como já começamos a dizer logo acima, o agente deste batismo é o Senhor Jesus. Os
receptores são todos aqueles que crêem nele, e só nele confiam como Senhor e salvador. É
desta forma que entende a teologia reformada, pois compreende que, em nenhum momento, as
Sagradas Escrituras encorajam o buscar por esse batismo com o Espírito Santo após a conversão
ou regeneração, já que é um ato único e restritivo ao momento da conversão.
Não há, na teologia reformada, algum tipo de ritual para a recepção do Espírito Santo,
tal como a crisma na igreja católica ou a oração comunitária no pentecostalismo. Na visão
reformada, a experiência do batismo é instantânea e inesperada.
O batismo e plenitude do Espírito Santo sempre foram conceitos confusos para alguns
crentes. Muitos confundem tais conceitos, sendo, então, tidos como sinônimos, ou
desconhecendo totalmente o que seja plenitude. Portanto, é imprescindível que se diga que o
primeiro se refere a um ato único, como já foi dito, restritivo ao momento da conversão. O
segundo é um processo constante que, por durar a vida inteira, deve ser estimulado e exercitado
pelo crente.
EXPOSIÇÃO
1 – O Executor e o Instrumento do Batismo
A primeira verdade que precisamos entender é quem é o autor ou o executor desse
batismo. Isso nós podemos descobrir examinando o que os quatro evangelhos nos ensinam a
este respeito. Observemos o que cada evangelista registrou a este respeito:
Mateus 3.11: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem
depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos
batizará com o Espírito Santo e com fogo”.
Marcos 1.8: “Eu vos tenho batizado com água; ele, porém, vos batizará com o
Espírito Santo”.
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Lucas 3.16: “disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com água, mas vem o
que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das
sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.
João 1.33: “Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me
disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito
Santo”.
Atos 1.5: “Porque, João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados
com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”. Podemos perceber aqui, quando Jesus
repete praticamente as mesmas palavras ditas por João Batista nos evangelhos, que o Senhor
estava apontando para um tempo “não muito depois” daquele dia. Concluímos que Jesus Cristo
estava apontando para o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes. Em Atos 2, Pedro diz
acerca de Cristo que ele foi: “Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a
promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis” (2:33). O derramamento do
Espírito em Pentecostes, então, é o batismo com o Espírito que João Batista e Jesus haviam
anunciado. Portanto, nas passagens até aqui citadas a expressão “ser batizado com o Espírito
Santo” não se refere a uma experiência que cada crente, individualmente, deve buscar e almejar
algum tempo depois de sua regeneração, mas a um acontecimento histórico que ocorreu no dia
de Pentecostes.
“O batismo com o Espírito Santo foi prometido por Deus através do profeta Joel e de
outros profetas no Velho Testamento, bem como através de João Batista e pelo Senhor
Jesus Cristo no Novo Testamento. Esta promessa cumpriu-se no dia de Pentecoste,
quando o Espírito Santo, já presente e atuante na Igreja do Antigo Testamento, veio
operar na Igreja Cristã nascente com poder e glória superiores à Sua operação sob o
Antigo Pacto, para capacitá-la a testemunhar do Cristo exaltado.”
Percebam, que após o Pentecostes, o batismo com o Espírito Santo não é mais visto
como algo futuro, mas sim como algo passado, já cumprido.
O Novo Testamento não apresenta nenhum ensino sobre cristianismo de dois níveis ou
duas classes. Em nenhum lugar das epístolas vemos Paulo ou Pedro dizer a uma igreja em
problemas: “Vocês precisam ser batizados no Espírito Santo”. Então, o que diz o Novo
Testamento? Quem é batizado com o Espírito Santo?
Aqui, o apóstolo Paulo está se dirigindo a uma igreja que possuía uma variedade
étnica de membros. Em Corinto existiam judeus, gregos, romanos, e outros gentios. Ali também
existia uma diversidade de posições econômicas: ricos, pobres. Ali existiam senhores, escravos.
Foi para uma igreja multifacetada étnica, social e economicamente, e que também
experimentava uma diversidade dos dons espirituais, que o apóstolo Paulo ensinou a unidade do
Corpo existente por meio do batismo com o Espírito Santo.
Vejam Romanos 8.9:“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o
Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.
A passagem é clara: se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. Paulo não
diz que se alguém não tem o Espírito é crente de segunda classe, mas que não é de Cristo, ou
seja, não é crente.
Podemos perceber que foi isso que aconteceu no Pentecostes, em Atos 2:1-4. Existe
também uma clara conexão entre 1º Coríntios 12:13, e as palavras de Jesus em João 7:37, 38:
Quem fosse até Jesus e bebesse receberia o Espírito Santo quando cresse. Todos os que creram
já beberam do Espírito Santo, ou seja, já foram batizados.
Conclusão
Uma grande confusão tem sido causada nas igrejas por líderes que ensinam a
necessidade de uma segunda obra da graça. Por todos os lados, podemos ver a frustração e o
desapontamento na vida de muitos que ainda não conseguiram chegar a essa segunda bênção. O
problema é que, quando alguém acha que precisa buscar algo que não tem, certamente deixa de
dar importância ao que já tem. Ora, todos os crentes já possuem a obra da graça na sua vida e
também os meios para alcançar a verdadeira santidade.
O batismo com o Espírito Santo é a obra salvífica de Cristo por seu Espírito em cada
filho eleito de Deus. É simultâneo à regeneração, ao novo nascimento. É a limpeza da culpa do
pecado e a consagração a Deus. Assim a IPB se pronuncia sobre o assunto: “A vida no Espírito
começa com a regeneração, quando o crente é batizado com o Espírito e incluído no corpo de
Cristo. A primeira manifestação desta vida é a invocação pelo crente do nome do Senhor para
a salvação, o que em si já evidencia uma ação prévia do Espírito em seu coração.”
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a) Todos os crentes são batizados com o Espírito Santo, mas nem todos são cheios.
c) Como acontecimento inicial, o batismo não pode ser repetido, nem perdido. Mas o
ato de ser enchido do Espírito Santo pode ser repetido, e no mínimo conservado.
e) A experiência dos Coríntios é uma prova de que ser batizado com o Espírito não
implica em estar cheio do Espírito. Vejamos:
3) Em 1ª Cor. 3:1-4, 4:18-21, 5:1-8, Paulo diz que eram pessoas dominadas pela
carne, pois estavam cheios de orgulho, contendas, partidarismos, tolerância para com o pecado;
4) Embora fossem cheios de dons, não queria dizer que eram cheios do Espírito.
Portanto, a evidência de ser cheio do Espírito não é a prática dos dons. Faltava-lhe sim, os frutos
do Espírito (Começando pelo primeiro, o amor);
5) O apóstolo não faz distinção entre os que foram e os que não foram batizados pelo
Espírito, mas entre cristãos “carnais” e “espirituais” - Será que a condição dos crentes de
Corinto não é a mesma de muitos de nós hoje?
a) João Batista (Lc. 1:15-17) b) Saulo de Tarso (At. 9:17; indicação 22:12-15; 26:16-23;
(13:9 mágico Elima); c) Zacarias (Lc. 1:67; 5:8); e sua esposa (Lc. 1:41); d) Pedro antes de falar
ao Sinédrio (At. 4:8,31); e) Estevão (At. 7:55)
a) Embora a plenitude no sentido mais elevado só teremos na outra vida (1º Co.
15:28; Fp. 3:21.
b) Deus sempre tem dado ao Seu povo abundâncias – assim lemos: (Is. 44:1-4; Jr.
33:6; Jo. 4:13-14; 7:38; Tg. 1:17).
A plenitude do Espírito Santo é a condição espiritual em que todo cristão deveria viver
o tempo todo. Mas isso não acontece, infelizmente! Ela precisa ser recuperada quando perdida.
Por isso Ef 5:18 diz “estejam sendo cheios do Espírito Santo continuamente”.
Efésios 5:18 é um texto normativo sobre este assunto para os nossos dias. Observemos
alguns detalhes: a expressão é “encham-se do Espírito de Deus”:
A palavra “plenitude” contém “uma ideia de absoluto” que somente pode ser atribuída a
Jesus “gerado do Espírito Santo”.
a) Em Lc. 3:21-22 diz-nos que Ele começou o Seu ministério “Cheio do Espírito
Santo”
b) Voltou do Jordão “cheio do Espírito”
c) A história da Sua tentação é iniciada e terminada com referência ao Espírito (Lc.
4:1,14).
d) Aos crentes são concedidas só as “primícias” “o penhor do Espírito” (2º Co. 1:21-
22; 5:5).
e) Quem poderia dizer como Jesus? (Jo. 14:30; 8:29).
f) Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo; recebeu o Espírito Santo sem medida;
pelo Espírito Santo foi conduzido ao deserto; e vencida a tentação pelo Espírito Santo e em Mt.
12:28. Ele fala que o Espírito Santo estava nEle. Após isso as Escrituras silenciam-se com
relação ao Espírito Santo na vida de Jesus. O que significa isso?
A Bíblia descreve o homem como um “vaso” (2º Co. 4:7; 2º Tm. 2:21) como um
“templo” (1º Co. 3:16) Esse vaso, esse templo pode conter o que é bom ou o que é mau. Ex. o
templo conteve tanto Jesus como os vendedores e cambistas.
Plenitude não é termo usado no N.T. Ali encontramos a expressão “cheios do Espírito
Santo”. Veja as ocorrências:
a) Lc. 1:15 – João Batista será cheio do Espírito Santo desde o nascimento.
b) Lc. 1:41 – Isabel, cheia do poder do Espírito Santo, abençoa Maria.
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c) Lc. 1:67 – Zacarias, cheio do Espírito Santo, profetiza sobre o ministério de João
Batista.
d) Lc. 4:1 – Jesus cheio do Espírito Santo voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito
ao deserto.
e) At. 2:4 – os 120 no cenáculo foram todos cheios do Espírito Santo.
f) At. 4:8 – Pedro cheio do Espírito Santo enfrenta as autoridades do sinédrio.
g) At. 4:31 – o grupo que recebe Pedro e João, após a oração, fica cheio do ES e tem
ousadia para pregar.
h) At. 6:5 – os auxiliares dos apóstolos deveriam ser cheios do ES.
i) At. 6:5 – Estevão é cheio do Espírito Santo (primeiro nome dos “diáconos”).
j) At. 7:55 – Estevão cheio do Espírito Santo vê a glória no seu martírio.
k) At. 9:17 – Ananais diz a Saulo: “o Senhor me mandou para que seja cheio do
Espírito Santo”.
l) At. 11:24 – Barnabé é um homem cheio do Espírito Santo.
m) At. 13:9 – Paulo cheio do Espírito Santo repele a oposição satânica.
n) At. 13:52 – os cristãos de Antioquia da Psidia estão cheios do Espírito Santo.
o) Ef. 5:18 – encham-se do Espírito de Deus.
John Stott, no livro Batismo e Plenitude do Espírito Santo, distribui essas referências
“ser cheios do Espírito Santo” em 3 grupos:
c) Com objetivo de equipar para uma tarefa especial (emergência). Exemplos de Isabel,
Zacarias (profecia), Pedro, João (sinédrio), Estevão (morte), Paulo (repelir Elimas, o feiticeiro).
a) Ele retornou do Jordão “cheio do Espírito Santo”. Este era o seu estado natural,
inalterável;
b) Em Lc. 3:22, o Espírito Santo desceu sobre ele a fim de equipá-lo para o ministério,
ungir como Messias. Em 4:18, Jesus cita a profecia sobre ele que se acha em Isaías: “O Senhor
me deu o seu espírito, me escolheu (ungiu) para levar boas notícias”;
c) Fortalecimento para o conflito com Satanás (Lc 4:1). Ele foi “levado pelo Espírito
ao deserto…”
A Bíblia menciona três atitudes que podem impedir a plenitude de ES:Ef 4:30 fala sobre
entristecer o Espírito com uma vida de pecado; em At 7:52, Estevão diz para as autoridades
judaicas: “vocês sempre tem resistido ou rejeitado o ES”; I Ts 5:19 recomenda: “ não apaguem,
ou não atrapalhem a ação do ES”. Para obter ou recuperar a plenitude é necessário
arrependimento, confissão e perdão. Em Mc 3:29 Jesus fala sobre o pecado da blasfêmia contra
o ES como algo imperdoável, mas isso não tem a ver com alguém que já experimentou o novo
nascimento. Há situações em que não se trata de pecado, mas de uma crise ou um desafio
diferente que requer um novo revestimento de poder do ES.
É necessário dizer que plenitude não é evidenciada por milagres (sinais e maravilhas),
nem pelos dons espirituais (por mais importantes que sejam).
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Ser cheio do Espírito Santo é demonstrado, sobretudo, no aspecto moral. O cristão cheio
mostra as marcas do caráter de Cristo.
b) John Stott faz uma consideração relevante sobre o texto de Ef. 5:18-21. Ele diz que o
imperativo “Enchei-vos do Espírito” é seguido por quatro verbos no gerúndio, indicando como
acontece, ou no que resulta esse enchimento:
v. 19 – “falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais”. E Cl 3:16. O
Espírito Santo gera comunhão fraterna entre irmãos. A expressão “entre vós” fala de
relacionamento e comunicação. Uma pessoa cheia do Espírito tem relacionamentos
transformados. Sua comunicação é regada pelo amor. Uma pessoa cheia do Espírito não fere
outra com a língua, mas enaltece e abençoa com a palavra.
c) Uma vida plena do Espírito Santo centraliza e glorifica a pessoa de Cristo – Jo. 16:14,
Jo 15:26, Jo. 14:26. Lc. 1:15; Jo. 3:30.
d) Poder para testemunhar sobre Jesus (Lc24:47, 49, At 1:8).
d) Vitória contra os inimigos. Em Jo16:33, Jesus afirma que venceu o mundo, isso
significa a pressão, perseguição numa sociedade sem Deus; Gl 5:16; Ef 6:10.
Conclusão:
Não podemos negar que, de acordo com as Escrituras, fomos batizados com o Espírito,
por termo-nos arrependido e crido, e o batismo como água significou e selou o nosso batismo
com o Espírito. Mas será que estamos cheios do Espírito? Esta é a questão.
Concluo aqui com a declaração da IPB sobre o assunto: “Ser cheio do Espírito denota o
domínio de Cristo em nossas vidas e ocorre quando o crente é conduzido voluntariamente pela
Palavra, através da qual o Espírito atua. Pela sua sujeição à palavra da Escritura, os crentes
crescem na graça e nos benefícios que eles recebem gratuitamente através de Cristo. A
evidência desse crescimento é o fruto do Espírito, a prova de que eles estão em Cristo, e de que
a Sua palavra está neles. Sendo cheios do Espírito, os crentes são capacitados a falar a
verdade de Cristo com grande ousadia e confiança, manifestando em todas as áreas da vida um
caráter santo, em harmonia com o de Cristo.” E mais: “A Escritura ordena que cada crente
seja cheio do Espírito Santo, e cresça espiritualmente pela obediência à Palavra de Deus
escrita, e pelo uso correto dos meios de graça. 1 Quando ignoramos ou negligenciamos a
Palavra de Deus, ou somos desobedientes a ela, nos tornamos culpados de entristecer e apagar
o Espírito Santo.”
1
At. 2:41-47; Mt. 28:18-20.
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a) Por que o singular “Fruto do Espírito”? - Todas estas qualidades morais são
implantadas no crente pelo Espírito Santo de uma vez só.
b) Fruto? - Aqui Paulo fez uma distinção entre as “obras da carne” e “fruto do
Espírito”. Uma obra é algo que o ser humano pode fazer; o fruto é algo nascido por atuação do
princípio divino, nele atuante.
c) O fruto e os dons - têm uma distinção nítida. Os dons são dados para tarefas
especiais e, portanto, não são compartilhados por todos igualmente. Mas o fruto do Espírito é o
produto normal de cada crente guiado pelo Espírito. O fruto designa algum “resultado”.
3) Maturidade Gradual
Temos a aprender uma terceira lição do uso que o apóstolo faz desta metáfora do
“fruto”. Um conhecimento de botânica, mesmo que elementar, é suficiente para que
constatemos que os procedimentos de Deus amadurecem com lentidão. Jesus o diz em uma de
suas parábolas sobre o trigo: “Primeiro a erva, depois a espiga, e, por fim, o grão cheio na
espiga” (Mar. 4:28). Também podemos usar a ilustração de uma fruta: Primeiro o renovo,
depois o broto da flor, depois a flor aberta; depois a fruta fertilizada, como um tipo de embrião,
porém ainda dura, verde e não comestível; depois ela aumenta, vai ficando macia e adquire as
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primeiras cores, finalmente temos a fruta madura e saborosa. É um processo natural, condicional
e gradual.
O que vale para uma fruta do pomar vale também para o fruto do Espírito. O Espírito
Santo implanta vida na alma instantaneamente, no momento do novo nascimento (apesar de
vários meses de preparo poderem tê-lo precedido); mas ele leva tempo, muito tempo, para
produzir um caráter cristão maduro.
Aplicação
Em primeiro lugar, já que fruto do Espírito é de origem sobrenatural, precisamos ter
humildade e fé – a humildade para reconhecer que nós não podemos produzir esta colheita por
nós mesmos, e fé para crer que Deus pode fazê-la amadurecer em nós como fruto do Espírito.
Por isto Jesus ensinou: “Permanecei em mim, e eu permanecerá era vós. Como não pode o
ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira; assim nem vós o podeis dar, se
não permanecerdes em mim” (João 15:4).
Em segundo lugar, já que o fruto do Espírito tem um crescimento natural, desde que
disponha das condições adequadas, precisamos ter disciplina para garantir que as condições
estarão disponíveis. Só se pode colher o que foi semeado. Precisamos semear com dedicação, o
que significa cultivar hábitos disciplinados tanto na área do pensamento (concentrando nossa
mente no que é bom), quanto na área da vivência (não por último na meditação diária na Palavra
de Deus e na oração). Crescimento natural é crescimento condicionado. Se formos
conscienciosos em fornecer as condições, o crescimento haverá de ser abundante. Se cuidarmos
das sementes, o Espírito Santo cuidará do fruto.
Por último, já que fruto do Espírito vem de um amadurecimento gradual, precisamos ter
paciência para esperar. Todo jardineiro, todo agricultor, cada pessoa que vive em contato com o
solo sabe que é preciso ter paciência. Não há sentido em querer mudar a ordem das estações ou
as leis de crescimento que Deus estabeleceu. Corno Tiago escreveu em um contexto diferente:
“Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras
e as últimas chuvas” (Tg. 5:7). Ele estava recomendando uma espera paciente da vinda do
Senhor, mas ele, da mesma forma, poderia ter aplicado a mesma metáfora para uma espera
paciente pelo fruto do Espírito. Como vimos, precisamos preencher as condições, mas depois
devemos “esperar a vinda do Senhor” e buscar nEle com expectativa o amadurecimento do
fruto, até que, afinal, venha o dia da colheita de um caráter cristão maduro nesta vida e
semelhança completa com Cristo na próxima.
1) O amor - Sempre tem sido o delineador de todas as atitudes (Gl. 5:6,13; 1º Co. 13;
Ef. 5:2; Cl. 2:14). (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada
querer em troca (Rm 5.5; 1º Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).
É uma das provas da conversão, e, portanto, uma prova de que o Espírito Santo está em
nós (1º Jo. 3:14; 4:8,9; I Pe. 4:8).
Aquele que teve todo o fruto do Espírito revelou e exigiu de nós esse amor (Jo. 13:1,34;
17:26) - ver Gálatas 5:14.
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b) A Alegria - Quando o amor está presente a alegria não está muito longe
O amor é o cumprimento da lei. E cumprir a lei traz alegria (Sl.
119:16,24,35,47,70,174).
Assim foi Paulo (2º Co. 6:10; 12:9-10; Fp. 1:12,13; 4:11) Paulo disse (Fp. 4:4) e
Cristo disse (Lc. 10:20).
Essa palavra vem do termo charis (graça). A alegria cristã não é artificial, mas é uma
ação do Espírito de Deus no espírito humano. É a confiança em Deus e a satisfação de estarmos
vivos com Cristo. Essa alegria é a inspiradora da esperança e da coragem.
Paz envolve muito mais do que uma tranquilidade íntima apesar das lutas externas. É
uma qualidade espiritual. A paz é a norma da vida do crente. É a que nos faz viver uns com os
outros (Rm. 12:18).
Aplicada a Deus, significa que Deus tolera pacientemente todas as iniquidades dos
homens. A longanimidade é-nos exigida (2º Co. 6:6; Cl. 1:11, 3:12). A longanimidade de Deus
(Rm. 2:4; 9:22; 1º Pe. 3:20; 2º Pe. 3:9,15).
Lutero: “Uma pessoa é bondosa quando se dispõe a ajudar àqueles que estão em
necessidade”.
Conclusão:
Paulo finaliza o capítulo dizendo três coisas importantes que precisamos tomar nota.
Em primeiro lugar, ele diz a respeito dos frutos do Espírito, que contra tais coisas não há
lei. O que Paulo quer dizer, é que a lei não tem nada a ver com tais coisas; ele está falando do
comportamento que vem do caráter. Então tais comportamentos que observamos no Fruto do
Espírito não fluem do tipo de regra que você segue, mas do tipo de pessoa que você é, ou a
pessoa que você está se tornando conforme o Senhor Jesus Cristo é formado dentro de você
através do poder do Espírito Santo. Então esta é a primeira coisa.
A segunda coisa é que Paulo fala negativamente que há certas coisas para as quais
devemos dizer “não”. Ele diz que os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne. É uma
palavra muito forte. Ela quer dizer que há certas coisas que um cristão precisa simplesmente
dizer: Isso não é aceitável para mim. Há lugares para onde não devo ir. Há coisas para as quais
não devo olhar. Há palavras que eu não devo dizer. Há relacionamentos que não devo manter.
Há posturas que não devo me permitir adotar. Isso não é uma espécie de asceticismo. Isso não
significa se isolar em uma espécie de negatividade, mas é uma disciplina da vida cristã. Há uma
maneira de dizer “não” que é importante para produzir frutos do Espírito.
E em terceiro lugar, Paulo diz que se vivemos no Espírito, isto é, se foi o Espírito Santo
que nos deu vida, então deveríamos continuar andando no Espírito. É uma espécie de metáfora
militar, como um exército marchando em sincronia. E Paulo diz: “Certifique-se de estar
seguindo o ritmo do Espírito Santo em sua vida positivamente”.
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IV – DONS ESPIRITUAIS
Introdução: Peter Drucker, especialista em gestão por resultados afirma: “O progresso é obtido
apenas através da exploração de oportunidades, não resolvendo problemas. Quando você
resolve problema a única coisa que você garante é um retorno a normalidade”
Esta é uma afirmação que deve ser considerada, principalmente, no contexto de igreja.
Gastamos muita energia na igreja só resolvendo problemas e apagando incêndios. A resolução
do problema é algo necessário, mas não pode ser visto como progresso. E a maior oportunidade
que a igreja tem para progredir é o uso adequado dos dons espirituais.
Você tem progredido espiritualmente? Qual tem sido a sua contribuição pessoal para o
progresso espiritual da igreja? A resposta a estas duas perguntas nos remete para o assunto dos
dons espirituais. “Eu só posso crescer e contribuir para o progresso da igreja se eu desenvolver o
meu dom espiritual”.
Muitos cristãos não sabem qual é o seu dom espiritual e estão confusos acerca de qual
deve ser o seu papel no crescimento da igreja. Paulo orienta a igreja de Corinto quanto ao uso
correto dos dons espirituais. Aquela igreja foi abençoada com abundantes dons espirituais, mas
estava usando estes dons de maneira abusiva.
Em nosso estudo do Espírito Santo até agora nos concentramos em sua atuação no
crente individual. O cristão recebe primeiro o “dom” ou “batismo” do Espírito, no começo da
sua vida nova, e depois procura apropriar-se, de maneira contínua e crescente, da plenitude do
Espírito, resultando na manifestação e amadurecimento do fruto do Espírito em sua vida. Os
dons do Espírito também são concedidos individualmente aos crentes, mas sua finalidade é o
crescimento sadio da Igreja.
Quando os escritores do Novo Testamento falam sobre a Igreja, com frequência eles
contrastam sua unidade com sua diversidade. As duas características são obra do Espírito Santo.
A Igreja é uma, porque o Espírito habita em todos os crentes. A Igreja é multifacetada, porque o
Espírito distribui diferentes dons aos crentes. De forma que o dom do Espírito (que Deus nos
dá) cria a unidade da Igreja, e os dons do Espírito (que o Espírito dá) diversifica o ministério da
Igreja. A mesma verdade pode ser expressa em relação à graça de Deus. A Igreja deve sua
unidade à cnstis (graça), e sua diversidade aos charismata (dons da graça).
O dom não são os deveres ou responsabilidades que cada cristão tem. O dom não é o
fruto do Espírito Santo. O dom não é uma técnica ou habilidade obtida por meio de treinamento
ou curso de capacitação.
Primeira Igreja Presbiteriana Conservadora de Guarulhos 14
CURSO DE DOUTRINA DA E.B.D.
(2) DONS (charismata) v.4, indicando que os dons espirituais são presentes da graça,
que o Cristão recebe de forma imerecida – Rm. 12:6.
(3) SERVIÇOS (diakonion) v.5, serviços que são desempenhados pelos crentes dentro
da igreja sempre em benefícios do outros.
Agora temos condições de fazer algumas perguntas em relação a estes dons, que
aumentarão nosso conhecimento da sua natureza.
de cinco dons, em Efésios 4 (dos quais dois são novos), além de outros dois dons citados em 1º
Pedro 4, um dos quais (“se alguém fala”) ainda não recebera menção específica antes. Ao
compararmos as listas, nem sempre está claro quais dons são idênticos, mas é quase certo que,
no conjunto, o Novo Testamento faça referência a vinte ou mais dons diferentes.
Além disto, não temos motivos para crer que estas cinco listas somadas formam uma
lista completa de todos os dons espirituais. Já mencionamos que nas duas listas que aparecem
no mesmo capítulo (1º Co. 12) somente cinco dons são repetidos, de maneira que cada uma tem
quatro dons novos, além dos dois inéditos em Efésios, que não estão em nenhuma das duas
listas de 1º Coríntios. Nenhum dom aparece em todas as cinco listas, e treze dons estão em
apenas uma das cinco listas cada um. A menção dos dons parece obedecer somente ao acaso,
como que para enfatizar que cada lista é uma seleção limitada de um total muito maior.
Como resposta à nossa pergunta inicial: “Quantos dons diferentes existem?”, creio que
devemos dizer: “O Novo Testamento especifica pelo menos vinte, e o Deus vivo que ama a
diversidade e é um doador generoso pode muito bem conceder muito, muito mais do que isto”.
Paulo afirma isto, repetindo com ênfase, ao falar do assunto, que, em contraste com o único
Espírito, há “dons diversos”, - diversidade nos serviços” e “diversidade nas realizações” (1º Co.
12.4-6).
Continuando... Por isso Paulo declara que a vida Cristã é guiada pelo Espírito: sabeis
que, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo éreis guiados. Por
isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de DEUS afirma,: Anátema,
Jesus!, por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!, senão pelo Espírito Santo (vv.2,3).
vejamos três comparações importantes:
A Diversidade de Dons, conforme Rm. 12:6-8 1 Co 12.8-10 1º Co. 12:28-30 Ef. 4:7-12,
temos: Profecia, Sabedoria, Apóstolos, Conhecimento, Profetas, Ensino, Fé, Mestres,
Evangelistas, Exortação, Cura, Milagres, Pastor/mestre, Contribuição, Milagres, Curas, Presidir,
Profecia, Socorros, Misericórdia, Discernimento, Governo, Línguas, Interpretação de Línguas.
A extensão dos Dons Cada crente recebe pelo menos um dom espiritual. A manifestação
do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso (v.7). É impossível alguém ser
convertido e ficar sem receber um dom espiritual. Por outro lado, nenhum crente recebe todos
os dons espirituais. Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres?
Ou, operadores de milagres? Tem todos dons de curar? Falam todos em outras línguas?
Interpretam-nas todos? (v29,30). A extensão dos dons: nenhum crente sem dom e nenhum
crente com todos os dons
O Corpo de Cristo Após apresentar a diversidades dos dons espirituais, Paulo fala da
unidade do corpo que é a igreja. A figura do corpo ensina 3 verdades básicas sobre a igreja:
(1) O corpo fala na unidade da igreja Porque, assim como o corpo é um e tem muitos
membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com
respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo, quer
judeus, quer gregos , quer escravos quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito
(vv.12,13).
(2) O Corpo fala da diversidade dos membros da igreja Foi Deus que Criou a igreja.
E ele dispôs cada membro para fazer parte do corpo. Porque também o corpo não é um só
membro, mas muitos (v.14). Mão, pé, ouvido e olho são diferentes em suas formas, lugares e
funções. O fato de um cristão não ter um dom que outro recebeu, não coloca fora do corpo. Se
disser o pé: porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o
ouvido disser: porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso o deixa de o ser. Se todo
corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? (vv.15-17).
(3) O corpo fala de interdependência que existe na igreja. Deus fez a igreja como o
corpo. Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve
(v.18). E a beleza e funcionalidade do corpo estão na sua unidade na diversidade (vv.19,20). E
um corpo só sobrevive por causa da sua interdependência, ou seja, cada membro precisa um do
outro. Não podem os olhos dizer a mão: não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pé: não
preciso de vós (v.21).
Conclusão. Ao concluir esse capítulo, Paulo apresenta uma escala de valores dos dons e faz um
pedido e uma escala dos dons e faz um pedido e uma apresentação. Entretanto procurai, com
zelo, os melhores dons. Quais são estes melhores dons? Os dons mais valiosos são aqueles mais
úteis aos outros ou aqueles que podem beneficiar o maior número de pessoas. Paulo então
apresenta o caminho ou o dom sobremodo excelente: E eu passo a mostrar-vos ainda um
caminho sobremodo excelente. Este caminho é o Amor.