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Aula61 PDF
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1- Equações de Transformação
2- Obtenção das tensões normal máxima
3- Tensões de cisalhamento máxima num ponto
4- Orientação do elemento sobre o qual essas tensões atuam
Figura 1 - As pás desta turbina estão sujeitas a um padrão de tensões complexo, ilustrado pelas
faixas sombreadas que aparecem nas pás quando são feitas de material transparente e vistas através
de luz polarizada. Para um projeto adequado, os engenheiros devem ser capazes de determinar onde
e em que direção ocorre às tensões máximas. (Cortesia do Measurements Group, Inc., Raleigh,
Carolina do Norte, 27611,EUA)
1
Transformação no Estado Plano de Tensões
Introdução:
O estado de tensão da Figura 2.a não é encontrado com freqüência na prática da engenharia.
Aproximações ou Simplificações das cargas sobre o corpo, a fim de que a tensão produzida em
um sistema estrutural ou mecânico seja analisado em um plano simples
Observações gerais:
2
Os diferentes estados de tensão num ponto
1- Tipos
Estado Triplo ou Tri-Axial – As tensões que atuam nas faces do paralelepípedo
elementar admitem componentes nas direções de todas as suas arestas.
3
componentes σ x' , σ y' e τ x' y' , orientados ao longo dos eixos x’, y’, Figura 3.b, de modo que
representem o mesmo estado de tensão no ponto.
Procedimento para determinar os componentes σ x' , τ x' y' que atuam sobre a face x’do
elemento.
Figura 4-
4
Ex: O estado plano de tensões em certo ponto da superfície da fuselagem de um avião é
representado em um elemento, cuja orientação é a ilustrada na Figura 5.a. Representar o estado de
tensão no ponto de um elemento orientado a 30º no sentido horário em relação à posição mostrada.
Figura 5-
Resposta:
Convenção de Sinal:
O componente das tensões normal ou de cisalhamento será positivo caso atue na direção
positiva da coordenada da face positiva do elemento, ou caso atue na direção negativa da
coordenada da face negativa do elemento como na Figura 6.a.
Para lembrar a convenção de sinais: A tensão normal é positiva quando atua para fora de todas
as faces e a tensão de cisalhamento é positiva quando atua para cima na face direita do elemento.
5
Ângulo θ : Orientação do plano inclinado no qual devem ser determinados os componentes das
tensões normal e de cisalhamento (Positivo no sentido anti-horário), Figura 6.b.
Dedução: Aula
Figura 7.d.
σx +σ y σ x −σ y
σ x' = + cos(2θ ) + τ xy sen(2θ ) (1)
2 2
⎛σ x −σ y ⎞
τ x' ý' = −⎜⎜ ⎟ sen(2θ ) + τ ' xy cos(2θ ) (2)
⎟
⎝ 2 ⎠
Para determinar σ y' , basta substituir θ por (θ + 90 ) , Figura 7.d em (1) e assim tem-se:
σx +σ y σ x −σ y
σ y' = − cos(2θ ) − τ xy sen(2θ ) (3)
2 2
6
Tensões Principais e Tensão de Cisalhamento Máxima no Plano.
Prática da Engenharia: é importante determinar a orientação dos planos que fazem a tensão
normal chegar ao máximo e ao mínimo, bem como a orientação dos planos que fazem a tensão
de cisalhamento chegar ao máximo.
Observações:
1- Posição Principal: Posição para a qual as tensões tangenciais nas faces do paralelepípedo
elementar são todas nulas, restando apenas tensões normais.
dσ x'
=0 (4)
dθ
⎛ dσ x' ⎞
⎜
⎜ dθ
⎟
⎟
( ) ( ) ( )
= − σ x − σ y sen 2θ p + 2τ xy cos 2θ p = 0 (5)
⎝ ⎠θ =θ p
Lembrando que:
⎛σ x −σ y ⎞
τ x' ý' = −⎜⎜ ⎟ sen(2θ ) + τ ' xy cos(2θ ) (6)
⎟
⎝ 2 ⎠
Dessa forma, de (5) e (6) tem-se:
2τ θ p = 0 ⇒ τ θ p = 0 (7)
Nos planos em que agem os valores máximo e mínimo das tensões normais, a tensão de
cisalhamento é nula.
7
Importante:
Resolvendo a eq. (5), obtemos a orientação θ = θ p dos planos de tensões normais máxima e
mínima.
τ xy
( ) (σ
tg 2θ p =
−σ y 2 ) (8)
x
Solução de (8)
⎛ 2τ xy ⎞
2θ p = arctg ⎜ ⎟ + nπ n = 0 ,1,2 ,3K (9)
⎜σ x −σ y ⎟
⎝ ⎠
1 ⎛ 2τ xy ⎞ nπ
θp = arctg ⎜ ⎟+ n = 0 ,1,2 ,3 K (10)
2 ⎜σ x −σ y ⎟ 2
⎝ ⎠
π
n = 1 ⇒ θ p 2 = θ p1 + (12)
2
Os eixos principais são definidos por θ p1 e θ p 2 através dos quais os planos principais ficam
determinados. Os planos principais são ortogonais entre si, como apresenta a Figura 8.b.
8
Cálculo das Tensões Principais
Para calcularmos as tensões principais devemos substituir os valores de sen2θ p1 e cos 2θ p1 , nas
equações (1) e (3). Dessa forma, encontraram-se os valores do seno e co-seno a partir do triângulos
apresentados na Figura 9. A montagem dos triângulos da Figura 9 se baseia na equação (8).
Para θ p1
⎛σ x −σ y
2
⎞
( )
sen 2θ p 1 = τ xy ⎜
⎜
⎟ + τ xy 2
⎟ (13)
⎝ 2 ⎠
⎛σ x −σ y ⎛σ x −σ y
2
⎞ ⎞
(
cos 2θ p 1 ) = ⎜⎜ ⎟
⎟
⎜
⎜
⎟ + τ xy 2
⎟ (14)
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
Para θ p 2
⎛σ x −σ y
2
⎞
( )
sen 2θ p 2 = − τ xy ⎜
⎜
⎟ + τ xy 2
⎟ (15)
⎝ 2 ⎠
9
⎛σ x −σ y ⎛σ x −σ y
2
⎞ ⎞
(
cos 2θ p 2 ) = − ⎜⎜ ⎟
⎟
⎜
⎜
⎟ + τ xy 2
⎟ (16)
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
Substituindo-se um dos conjuntos de equações (13) e (14) ou (15) e (16) nas equações (1) e (3)
teremos:
σx +σ y ⎛σ x −σ y
2
⎞
σ 1,2 = ± ⎜⎜ ⎟ + τ xy 2
⎟ (17)
2 ⎝ 2 ⎠
A equação (17) nos dá a tensão normal máxima ou mínima no plano a qual atua sobre um ponto em
que σ 1 ≥ σ 2 .
As trincas na viga de concreto da Figura 10 foram provocadas por tensões de tração, apesar de ela
está submetida tanto a momento interno como a cisalhamento. As equações de transformação de
tensão são usadas para prever a direção das trincas, bem como as tensões normais principais que as
provocaram.
10
A Solução da eq. (18) é da seguinte forma:
⎛ σ x −σ y ⎞
2θ c = arctg ⎜ − ⎟ + nπ n = 0 ,1,2 K (19)
⎜ 2τ xy ⎟
⎝ ⎠
π
n = 1 ⇒ θ c 2 = θ c1 + (21)
2
Planos Principais x Planos de Tensões Tangenciais Extremas
2τ xy σ x −σ y
tg 2θ p = e tg (2θ c ) = − (22)
σ x −σ y 2τ xy
1 - tg (2θ p ) = −
1
tg (2θ c )
2- Os ângulos 2θ c e 2θ p diferem de 90º (2θ c − 2θ p = 90 o )
3- Os ângulos θ c e θ p diferem de 45º (θ c − θ p = 45 o )
4- O par de eixos ortogonais relativos às tensões de cisalhamento máximas, no plano xy, é obtido
pela rotação de 45º nos eixos principais.
11
Supondo-se que τ xy e σ x − σ y são quantidades positivas ou ambas as quantidades negativas, temos:
Para θ c1
⎛σ x −σ y
2
⎞
(
sen(2θ c1 ) = − σ x − σ y / 2 ) ⎜
⎜
⎟ + τ xy 2
⎟ (23)
⎝ 2 ⎠
⎛σ x −σ y
2
⎞
cos(2θ c1 ) = τ xy ⎜
⎜
⎟ + τ xy 2
⎟ (24)
⎝ 2 ⎠
⎛σ x −σ y
2
⎞
τ max = ± ⎜⎜ ⎟ + τ xy 2
⎟ (25)
min ⎝ 2 ⎠
τ max é chamada de tensão máxima no plano, por que atua sobre o elemento no plano x-y.
Substituindo-se os valores de sen2θ c e cos 2θ c , na equação (1), verificamos que há uma tensão
normal nos planos da tensão de cisalhamento máximo dada por:
σx +σ y
σ méd = (26)
2
Conclusões:
1- As tensões tangenciais extremas diferem apenas em sinal. Seus valores absolutos são iguais. Isto,
aliás, está de acordo com a lei da reciprocidade das tensões, visto que τ max e τ min agem em planos
perpendiculares conforme demonstrado anteriormente. O sinal indicará o sentido da tensão
tangencial, conforme convenções estabelecidas anteriormente.
2- Tensões Principais
σx +σ y ⎛σ x −σ y
2
⎞
σ 1,2 = ± ⎜⎜ ⎟ + τ xy 2
⎟
2 ⎝ 2 ⎠
3- Tensões tangenciais extremas
⎛σ x −σ y
2
⎞
τ max = ± ⎜⎜ ⎟ + τ xy 2
⎟
min ⎝ 2 ⎠
Donde
σx +σ y
σ max = σ 1 = + τ max
2
σx +σ y
σ min = σ 2 = − τ max
2
σ 1 − σ 2 = 2τ max
12
σ1 −σ2
τ max = (27)
2
4- É constante a soma das tensões normais que agem em dois planos ortogonais quaisquer
passando no ponto.
σx +σ y σ x −σ y
σ π = − cos(2θ ) − τ xy sen(2θ ) (29)
θ± 2 2
2
5- Cada ponto admitirá, pois um invariante característico de seu estado de tensões, dado por:
80 Mpa
100 MPa
40 Mpa
σ 1 = 108 ,5 MPa(T )
Resposta: , τ = ±98 ,5 MPa , θ 1 = −12 o
σ 2 = −88 ,5 MPa (C ) max
min
13
2- Quando a carga de torção é aplicada à barra da Figura 13, produz um estado de tensão de
cisalhamento puro no material. Determinar: a) A tensão de cisalhamento máxima no plano e a
tensão normal média; e b) A tensão principal.
τ max = ±τ
no plano
Resposta: σ méd = 0
σ 1,2 = ±τ ,θ p1 = 135 o ,θ p 2 = 45 o
14
Círculo de Tensões de Mohr
1- Conceito
Obter graficamente uma solução mais rápida para os problemas de transformação de tensões
(Análise das tensões no ponto)
Embora tenha sido inicialmente imaginado para soluções gráficas, o método se presta muito
bem para soluções com calculadoras.
Base Teórica:
⎛σ x −σ y ⎞
τ x' ý' = −⎜⎜ ⎟ sen(2θ ) + τ ' xy cos(2θ ) (33)
⎟
⎝ 2 ⎠
Elevando-se os dois membros das equações (32) e (33) ao quadrado tem-se
σ +σ y ⎛σ −σ y
2 2
⎛ ⎞ ⎞
⎜ σ x' − x
⎜
⎟ =⎜ x
⎟ ⎜ cos(2θ ) + τ xy sen(2θ )⎟⎟ (34)
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
2
⎛ ⎛σ x −σ y ⎞ ⎞
τ x' ý' 2
= ⎜ − ⎜⎜ ⎟ sen(2θ ) + τ ' xy cos(2θ )⎟ (35)
⎜ ⎟ ⎟
⎝ ⎝ 2 ⎠ ⎠
Expandindo-se as expressões (34) e (35) e eliminando-se o parâmetro θ chega-se a:
σ +σ y ⎛σ −σ y
2 2
⎛ ⎞ ⎞
⎜ σ x' − x ⎟ + τ x2' ý' = ⎜ x ⎟ + τ xy
2
(36)
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
Fazendo-se uma relação da equação (36) com a equação (37) tem-se que:
σ x , σ y , τ xy são constantes conhecidas
σ x' e τ x' y' são as variáveis
σx +σ y
a= = σ méd
2
c=0
⎛σ x −σ y
2
⎞
R = ⎜⎜ ⎟ + τ xy
⎟
2
⎝ 2 ⎠
Dessa forma a expressão (36) torna-se:
(σ x' − σ méd )
2
+ τ x2' ý' = R 2 (37)
Se estabelecermos eixos coordenados em que σ seja positivo para a direita e τ positivo para
baixo e representarmos a equação (37), teremos um círculo de raio R com centro em (σ méd ,0 ) no
eixo σ . Esse círculo é chamado de círculo de Mohr e está ilustrado na Figura 14.
15
Figura 14- Círculo de Tensões de Mohr.
16
2- Usando a convenção de sinal positiva para σ x , σ y e τ xy , como mostra a Figura 15.b,
σx +σ y
marcamos o centro do círculo, localizado no eixo σ a uma distância σ méd = da
2
origem.
Tensões principais
2- Essas tensões atuam sobre os planos definidos pelos ângulos θ p1 e θ p 2 , como na Figura 15.c.
Eles sã representados no círculo pelos ângulos 2θ p1 (mostrado) e 2θ p 2 e medidos da linha
de referência radial CA para as linhas CB e CD, respectivamente.
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sentido anti-horário) representa a mesma direção de rotação θ p a partir do eixo de referência
(+x) para o plano principal (+x’) como apresenta a Figura 15.c.
1- Os componentes das tensões normal e de cisalhamento σ 'x e τ x' y' que atuam sobre um plano
especificado definido pelo ângulo θ , como na Figura 15.e são obtidos no círculo usando-se
trigonometria para determinar as coordenadas do ponto P na Figura 16.a.
18
Exercício
1- A carga de torção T produz, no eixo, o estado de tensão mostrado na Figura 16.a. Desenhar
o circulo de Mohr para esse caso.
2- Devido à carga aplicada, o elemento no ponto A do cilindro maciço da Figura 17.a está sujeito ao
estado de tensão mostrado. Determinar as tensões principais que atuam nesse ponto.
Figura 17.c –
19
3- Estudar os exercícios resolvidos do Hibbeler.
Trabalho
Referências Bibliográficas:
1. BEER, F.P. e JOHNSTON, JR., E.R. Resistência dos Materiais, 3.º Ed., Makron Books, 1995.
2. Gere, J. M. Mecânica dos Materiais, Editora Thomson Learning
3. HIBBELER, R.C. Resistência dos Materiais, 3.º Ed., Editora Livros Técnicos e Científicos, 2000.
Observações:
1- O presente texto é baseado nas referências citadas.
2- Todas as figuras se encontram nas referências citadas.
20