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Educação a distância para alunos de


escolas públicas deve ser feita por
meio de celulares
No momento em que todos os Estados fecharam escolas devido ao coronavírus, entidades se
articulam para que as operadoras de celular não cobrem pelos dados móveis usados em
plataformas de ensino

Renata Cafardo, O Estado de S.Paulo


19 de março de 2020 | 13h00

Secretários de educação e entidades da sociedade civil articulam-se para oferecer educação a


distância para alunos de escolas públicas do País por meio de celulares. A ideia é fazer um acordo
com as operadoras de celular para que os dados usados em plataformas de ensino não sejam cobrados.
Todos os Estados fecharam suas escolas nesta semana ou finalizam as aulas nesta sexta-feira, como
medida de isolamento para tentar conter o avanço do coronavírus no Brasil.

LEIA TAMBÉM > Epidemia leva MEC a liberar aulas a distância na educação básica por 30 dias

O pressuposto é o de que os smartphones hoje são muito mais disseminados entre a população pobre
do que computadores com internet. As conversas, que começaram nesta segunda-feira, estão sendo
coordenadas pela Fundação Lemann e incluem o Conselho Nacional de Secretários de Educação
(Consed) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

O Ministério da Educação (MEC) também foi chamado a participar e o governo federal deve ficar
responsável pelo financiamento dos chamados dados patrocinados das operadoras. São eles, por
exemplo, que permitem que se use o WhatsApp, Facebook ou Instagram em alguns planos sem
gastar dados com isso. Ainda não há estimativa de custo para o governo.

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O pressuposto é o de que os smartphones estão mais presentes no cotidiano da população pobre do que os
computadores Foto: Felipe Rau / Estadão

A ideia agora é ter esses dados gratuitos para determinados endereços de conteúdo de educação. Alguns
Estados, como São Paulo, já começaram a procurar operadoras para algo semelhante. Segundo a
presidente do Consed e secretária de educação do Mato Grosso do Sul, Cecília Motta, a intenção do
grupo é ter algo nacional para baratear o serviço.

“Estamos analisando tudo o que está sendo feito no mundo, alguns países estão com educação a
distância com canal aberto de TV, outros com Youtube, outros instalando internet na casa das
famílias”, diz ela. “A realidade do Brasil é que todo mundo tem celular, podemos fazer até para as
crianças pequenas que podem usar o celular dos pais.” Segundo ela, se os acordos derem certo, as
atividades estão sendo programadas para começar em abril.

“Já há um impacto enorme sobre a saúde, a ideia é que isso diminua o impacto sobre a educação”, diz o
diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne. Outras entidades, como Instituto Natura,
Fundação Itau Social, Roberto Marinho e Instituto Unibanco também passaram a integrar o grupo.
Mizne explica que podem ser usadas tanto plataformas já existentes, como Khan Academy, como
conteúdos novos desenvolvidos para esse momento.

A Khan é uma organização sem fins lucrativos, que oferece material de Português, Ciências e
Matemática gratuito on line e tem a Lemann como financiadora. Muitos deles já seguem a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Segundo o responsável pela plataforma no Brasil, Sidnei Shibata,
a Khan está se dedicando nesse momento a materiais voltados para celulares, pensando justamente nas
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famílias mais vulneráveis e com esperança de que as negociações com as operadoras deem certo. “Pode
ser que a gente tenha um problema de três meses ou mais e isso vai começar a se tornar algo sistêmico,
precisamos fazer tudo que tiver ao nosso alcance para chegar à população mais pobre”, diz. Atualmente,
cerca de 800 mil dos 3 milhões dos acessos à plataforma são por meio de aplicativos de celulares.

Procurada, a Vivo informou, por meio de nota, que “vem aplicando diversas medidas para garantir
conexão e informação durante a pandemia do COVID-19”.  Além de iniciativas para os clientes da
operadora, “a Fundação Telefônica Vivo, braço social da operadora, disponibilizou suas plataformas de
ensino a distância para toda a rede pública do País”. A Claro também informou que "desde o último
sábado adotou medidas para apoiar a população", como dar bônus diário de 100MB para continuar
clientes de planos pre-pagos continuarem navegando. Ambas as empresas não responderam
diretamente sobre se aceitariam acordos com o governo para educação a distância.  

Segundo a pesquisa TIC Domicílios, 50% da população com renda até um salário mínimo não tem nem
computador nem internet em suas casas. Já o número de celulares ativos é de 230 milhões atualmente,
mais do que 1 por habitante no País.

Mudanças na legislação

O Ministério da Educação (MEC) publicou portaria nesta semana autorizando as escolas a


substituir aulas presenciais da educação básica pela modalidade a distância por 30 dias em
virtude da epidemia. Até então não eram permitidas aulas a distância na educação infantil e no
ensino fundamental (do 1.º ao 9.º ano). A modalidade é permitida para até 30% da carga horária do
ensino médio em cursos noturnos e 20% nos diurnos. Também é liberada em 40% da carga horária
de cursos presenciais de ensino superior.

Nesta quarta-feira, o Conselho Estadual de Educação de São Paulo seguiu as diretrizes do MEC e
determinou que atividades semipresenciais feitas por escolas públicas e privadas deverão ser
“registradas e eventualmente comprovadas perante as autoridades competentes” para que sejam
contadas como parte das 800 horas de atividade escolar obrigatórias. Muitas escolas particulares de
São Paulo já passaram a enviar lições e aulas on line para os alunos nessa primeira semana de
fechamento das instituições. Não está claro ainda se elas serão contadas como dias letivos.

“Essa crise é uma grande oportunidade para a educação a distância”, diz o professor emérito da
Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed),
Fredric Michael Litto. “Aqui no Brasil, ela sempre foi considerada de segunda qualidade, ineficaz, ou
impossível de ser feita porque nem todos têm computadores ou internet”, completa. Para ele, oferecer
ensino a distância por celulares, com dados patrocinados, é uma ótima solução para esse momento
emergencial. “Se os alunos do ensino fundamental podem usar seus celulares para brincar, podem
aprender também.”

Mas, segundo ele, os conteúdos devem ir “além do blá blá blá do professor filmando sua aula” que não
prendem a atenção da criança e do adolescente. É preciso ter atividades interativas, estimular visitas a
bibliotecas e museus virtais, misturar atividades produzidas pelos próprios professores com
plataformas oficiais. “É a chance para a educação a distancia amadurecer aqui. Mas ela, no ensino
básico, pode ser um suplemento, um enriquecimento, nunca um substituto.”

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