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MATERIAL TEÓRICO
UNIDADE 7
Descrição, Análise e
Interpretação de Dados
Autoria:
Profa. Ms. Ana Claudia Aoki Santarosa
Revisão Textual:
Profa. Ms. Sandra Regina F. Moreira
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade
na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas:
Não se esqueça
de se alimentar
Aproveite as e se manter
indicações hidratado.
de Material
Complementar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com Determine
as redes sociais. um horário fixo
para estudar.
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer
parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um
dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca
de ideias e aprendizagem.
Unidade 7
Descrição, Análise e Interpretação de Dados
Introdução
Em alguma etapa de seu trabalho, o profissional ou
pesquisador da área de meio ambiente irá se defrontar
com a tarefa de analisar e entender um conjunto de
observações ou dados que ele levantou, e que é funda-
mental ao seu particular objeto de estudos. Ele preci-
sará apurar e processar os dados para transformá-los
em informações, para confrontá-los com estudos pré-
vios, ou ainda para qualificar sua pertinência a alguma
teoria. (Morettin & Bussab, 2010).
PARA PENSAR
”A estatística é um conjunto de técnicas que permite,
de forma sistemática, organizar, descrever, analisar e
interpretar dados oriundos de estudos ou experimen-
tos realizados em qualquer área do conhecimento”
(DAVILA, 2007, p.3).
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Os estudos ambientais podem produzir um complexo conjunto de dados, pois
apresentam natureza espaço-temporal bastante dinâmica. Além de as observa-
ções e medições serem realizadas em diferentes épocas e instantes de tempo,
podem ser executadas também em diferentes resoluções espaciais. Esta comple-
xidade é inerente aos estudos ambientais e, vem crescendo recentemente, devido
ao aumento na capacidade e na qualidade dos instrumentos de medida, o que
permite se obter muito mais dados, com altas resoluções espacial e temporal.
Assim, nesta unidade, será apresentada a descrição algébrica dos dados nu-
méricos e seus principais conceitos. Mas antes, vamos ver definições como as de
população e amostra, que estão presentes no dia a dia da pesquisa e do trabalho
do técnico ambiental.
População e Amostra
População é o termo usado em estatística para se descrever um grande conjunto
de dados que possuem alguma característica em comum. Na área ambiental, a
população pode ser constituída por:
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Descrição, Análise e Interpretação de Dados
Dentre as razões para se trabalhar com amostras, ao invés de toda uma popu-
lação, podemos citar:
RESUMO
População ou Universo: é o conjunto de unidades sobre o qual desejamos obter in-
formação. Amostra é todo subconjunto de unidades selecionadas de uma população
para obter a informação desejada.
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• Medidas de dispersão: descrevem a variação de um conjunto de dados em
torno de uma média através de parâmetros como desvio padrão, máximo,
mínimo, amplitude e coeficiente de variação.
Média da Amostra
x1 + xn
x=
n
Onde:
x: média amostral;
x: valor de cada indivíduo da amostra;
n: tamanho amostral.
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Mediana
A Mediana representa a posição central de um conjunto de dados, desde que
estejam ordenados em ordem crescente, e divide o conjunto amostral em duas
parcelas: com dados menores e maiores que ela. Quando o número de dados desse
conjunto é ímpar, então existe um valor na posição central, e esse valor será a
mediana. Nos casos em que o número de dados for par, utilizamos como mediana
a média aritmética dos dois dados centrais.
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Exemplo 3: Considere novamente o conjunto de dados de concentração de
clorofila a (µg/L) do exemplo 1:
5,7 + 5,9
= 5,8
2
Portanto, a mediana deste conjunto de observações é 5,8 µg/L.
Os exemplos 1 e 3 nos mostram que a média e a mediana (6,3 e 5,8 µg/L, res-
pectivamente) deste conjunto específico de observações não são muito diferen-
tes entre si, pois o conjunto de dados mostrou-se relativamente homogêneo.
Porém, há casos em que a mediana pode descrever melhor a tendência central
de um conjunto de dados, como em uma distribuição anormal ou discrepante
de uma probabilidade padrão. Considere o Exemplo 4 abaixo: o valor 385, que
configura um dado discrepante, eleva a média, embora não influencie a gran-
deza da mediana.
385 + 72 + 41 + 16
=x = 128,5
4
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41 + 72
= 56,5
2
Medidas de Dispersão
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Nos dois domicílios temos a média em aproximadamente 22 anos. No entanto,
uma idade média de 22 anos pode até descrever bem a situação do primeiro
domicílio, mas não a do segundo.
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Variância
s 2
=
∑ (x i − x)2
n−1
• cada desvio é elevado ao quadrado para que não haja valores negativos de
desvios e possam ser somados;
• n é o número de observações.
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Como visto, para calcular a diferença de cada dado em relação à média, utiliza-se
a seguinte fórmula:
Observação
Desvio Quadrado do Desvio
(OD mg/L)
24,4
s2
= = 4
7−1
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TROCANDO IDEIAS
O oxigênio dissolvido (OD) é fundamental para a conservação da biota aquática,
já que vários organismos como, por exemplo, os peixes precisam desse gás para
respirar. As águas poluídas por esgotos possuem baixa concentração de OD, pois
o mesmo é consumido no processo de decomposição da matéria orgânica. Já as
águas limpas possuem concentrações superiores de OD, normalmente maiores
que 5 mg/L, exceto nos casos onde há uma condição natural que propicie valores
reduzidos deste parâmetro Portal da Qualidade das Águas. Disponível em:
https://goo.gl/soCpmw
Desvio Padrão
s = s2
Do resultado de variância obtido no exemplo 6, temos que o desvio padrão dos
dados de Oxigênio Dissolvido do Rio Tietê (SP) será:
=
s s2
= =
4 2
Quanto maior for o desvio padrão, maior será a variabilidade dos dados e,
analogamente, se s = 0 , então, não existe variabilidade, isto é, os dados são
todos iguais. Neste exemplo, o valor de desvio padrão igual a 2 significa que a
maior parte dos dados observados se situa entre a média e mais o desvio padrão e
menos o desvio padrão, ou seja, x ± s= 1,9 ± 2 , que corresponde aproximadamente
aos extremos 0 e 4.
Coeficiente de Variação
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Pode ser definido pela divisão entre o desvio padrão e a média, e é apresentado
em termos relativos (%), portanto, o resultado é multiplicado por 100:
2
=
cv × 100
1,9
2
cv = × 100 = 105
1,9
Assim, desvio padrão e média são dois dos principais parâmetros estatísticos
utilizados na caracterização e na descrição de uma população, ou um conjunto de
dados. Um conjunto de dados com maior desvio padrão é menos homogêneo do
que outro com menor desvio padrão. Porém, quando as médias são diferentes, a
comparação entre os desvios padrões pode não fazer sentido, e podemos recorrer
ao parâmetro chamado coeficiente de variação (CV).
Vimos que a média é 6,3 µg/L e, efetuando os cálculos para descobrir o desvio
padrão, temos que 6,3 µg/L. Logo, o coeficiente de variação será:
1,6
cv = × 100 = 25%
6,3
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Descrição, Análise e Interpretação de Dados
Processamento e Interpretação
dos Dados Socioambientais
Após a descrição e análise dos dados levantados através de uma estatística
descritiva básica é possível, em alguns casos, a transformação das observações
em Indicadores e Índices Ambientais, que irão facilitar para o leitor a descrição da
qualidade ambiental de um determinado local, de maneira objetiva e padronizada.
Por sua vez, os Índices Ambientais podem ser considerados como classificações
numéricas ou descritivas obtidas a partir de grandes volumes de dados e infor-
mações ambientais. Os índices são formados por um conjunto de indicadores e,
assim como eles, os objetivos principais são simplificar e sintetizar diversos tipos
de dados, transformando-os em informações objetivas e facilitando tomadas de
ações e decisões.
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Alguns bons exemplos de índices são:
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Figura 5 - Lançamento de Efluentes em Corpo D’água
Fonte: iStock / Getty Images
No gráfico foi inserida também uma linha de tendência para apontar, de maneira
geral, se estava havendo aumento, ou não, da temperatura do efluente no período
analisado (no caso, não houve qualquer tendência de aumento ou diminuição).
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Descrição, Análise e Interpretação de Dados
previstos pela resolução Conama 357/05, tanto para corpos d’água classificados
como classe 1 quanto para a classe 2 (classificações de águas doces, segundo a
qualidade requerida para os seus usos preponderantes – abastecimento, irrigação
de hortaliças, recreação, entre outros).
TROCANDO IDEIAS
Consulte as resoluções Conama 357/2005 e 430/2011 para saber mais sobre a
classificação dos corpos d’água e as condições e padrões de lançamento de efluentes.
O técnico ambiental deve, portanto, elaborar a sua análise final, tendo como
base os resultados alcançados; as comparações com padrões e estudos prévios;
e revisão bibliográfica, além, claro, da sua experiência e vivência profissionais,
a fim de se fazer inferências sobre as possíveis causas, ou fatores ambientais e
antrópicos que estão atuando sobre os parâmetros observados.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
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Descrição, Análise e Interpretação de Dados
Referências
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria Executiva. PNIA – Painel
Nacional de Indicadores Ambientais. Referencial teórico, composição e síntese
dos indicadores da versão-piloto. Brasília: MMA, 2014.
CETESB. Qualidade das águas superficiais no estado de São Paulo 2014 [recurso
eletrônico] / CETESB. São Paulo: CETESB, 2015.
MORETTIN, P.A. & BUSSAB, W.O. Estatística Básica. 6ªed. São Paulo: Saraiva, 201.
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São Paulo
2017