Você está na página 1de 2

Ansel Easton Adams (1902-1984)

| Texto de Master of Fotography |

Fotógrafo norte-americano, decano e ícone de gerações de criadores de imagem.


Durante sua longa e prolífica carreira, Ansel Adams criou um acervo de obras que
exemplificaram não apenas uma abordagem mais purista do meio, mas, para muitos, a
descrição pictórica definitiva da paisagem do oeste americano. O nome de Adams está
profundamente associado ao senso visionário da beleza redentora das regiões agrestes e
a importância de sua conservação. O prestígio e popularidade de sua obra vem se
intensificando por causa da perfeição técnica extraordinária de sua fotografia e de sua
insistência no controle absoluto dos processos fotográficos.

Nascido em São Francisco, Adams cedo manifestou interesse na música e piano,


interesse que ele esperava transformar em carreira profissional. Em 1916 tirou suas
primeiras fotografias no Vale do Yosemite, uma experiência de tamanha intensidade,
que ele tomou como fonte inspiradora pelo resto de sua vida. Estudou com um
especialista em acabamento fotográfico. Seus trabalhos iniciais se mostram
influenciados pelo estilo pictorialista da época. A cada verão voltava ao Yosemite onde
desenvolveu seu interesse preservacionista. Essas viagens envolviam exploração,
escaladas e fotografia. Em 1920 se associou ao Sierra Club. Seu primeiro portfólio,
Parmelian Prints of the High Sierras (116 páginas e 18fotos originais assinadas),
publicado em 1927, atinge de US$ 18 a 25 mil em leilões de arte).

Casou-se em 1928 com Virgina Best e começou a trabalhar como fotógrafo oficial do
Sierra Club. A decisão de dedicar a vida à fotografia foi influência da forte impressão
causada pela obra simples e direta do fotógrafo Paul Strand, que ele conheceu em 1930.
A primeira individual de Adams foi realizada em 1931, no M. H. de Young Memorial
Museum. No mesmo ano seus trabalhos foram expostos no Instituto Smithsoniano. No
ano seguinte Ansel Adams e outros fotógrafos da Califórnia, como Edward Weston e
Imogen Cunningham, entre outros, fundaram o Grupo f/64. Para Adams e Weston
particularmente, a filosofia do f/64 compreendia uma abordagem da perfeita realização
da visão fotográfica através de ampliações tecnicamente irrepreensíveis. Apesar disso,
Adams nunca desprezou a experimentação, e ele próprio usou desde grande formato às
câmeras-miniatura.

Depois de conhecer Alfred Stieglitz, em 1933, criou uma galeria em San Francisco - a
Ansel Adams Gallery. O primeiro de seus livros técnicos sobre a arte fotográfica,
Making a Photograph, foi publicado em 1935. Ao mesmo tempo, Stieglitz
impressionou-se com Adams, que organizou uma importante individual de suas obras
no American Place, em 1936. Durante os dois anos seguintes Ansel Adams mudou-se
para o Vale do Yosemite e viajou através do sudoeste americano com Weston, Georgia
O'Keeffe e David McAlpin. Suas fotografias ilustraram a publicação Sierra Nevada: A
Trilha de John Muir. Havendo conhecido Beaumont e Nancy Newhall em Nova Iorque
em 1939, no ano seguinte ele e McAlpin contribuiram na fundação do Departamento de
Fotografia do Museum of Modern Art (MoMA).Com o advento da segunda Grande
Guerra, Adams foi a Washington onde trabalhou como foto-muralista para o
Departamento do Interior do governo americano. Nesta época, começou a desenvolver a
codificação de seus métodos de exposição, revelação e ampliação - o Sistema de Zonas
- até hoje a mais poderosa ferramenta para qualquer fotógrafo preocupado com a
qualidade, principalmente com o meio preto-e-branco. Efetivamente, este sistema
buscava uma forma de antever o resultado final, a partir de uma série de condições. Seu
trabalho com campos de concentração de nipo-americanos durante a guerra foi exibido
no MoMA em 1944 com o título de Nascidos Livres e Iguais. Durante 1944-1945
Adams deu palestras e cursos de fotografia no MoMA. No mesmo período, acontecia a
criação do primeiro departamento de fotografia da California School of Fine Arts
(posteriormente o San Francisco Art Institute), em 1946.

Com as atividades de membro da Fundação Guggenheim, fotografando os parques


nacionais americanos e seus principais marcos, sucederam cinco anos de intensa e
importante produção fotográfica. O primeiro de numerosos portfólios, foi o Portfolio I:
In Memory of Alfred Stieglitz, lançado em 1948. Neste mesmo ano, começou a
produção da série técnica dos Basic Photo Series. Em 1950 realizou viagens ao Hawai,
Alaska e Maine. Ainda em 1950 lançou Portfolio II - National Parks and Monuments.

Em 1953 colaborou com Dorothea Lange em uma comissão da revista Life para um
ensaio fotográfico sobre os mórmons no Utah. Em 1955 iniciou seu curso fotográfico no
Yosemite. O Portfolio III: Yosemite Valley, foi publicado pelo Sierra Club em 1960.
Em cada uma de suas imagens Adams buscou a gama de tons do preto puro ao branco
extremo, para atingir a claridade fotográfica perfeita. Também aprofundou
conhecimentos na área de reprodução gráfica de fotografias, tudo para assegurar que a
reprodução de seus trabalhos se aproximasse o máximo possível da ampliação original.

Em 1962 mudou-se para Carmel, na Califórnia, onde, em 1967, foi o fator principal
para a fundação do grupo Amigos da Fotografia, do qual tornou-se presidente. Uma
mostra retrospectiva de seu trabalho de 1923 a 1962 foi exibida no Museu De Young.
Em 1966, foi escolhido membro da Academia Americana das Artes e Ciências. No final
dos anos 70 suas fotos foram negociadas por um preço jamais atingido por qualquer
fotógrafo americano vivo. Nessa época Adams abandonou a atividade fotográfica de
campo, dedicando-se a revisar a série Basic Photo Series, publicando livros com seus
trabalhos e preparando ampliações para uma série de exibições.

Esse texto foi traduzido por Eliverto D. Scherer, a partir de texto em Masters of Photography.

Você também pode gostar