Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Resgate da Verdade
22
Quando o mal vem "de cima"
Descrição e prescrição
Qualquer leitor do texto bíblico deve sempre se lembrar de que o simples
fato de o autor registrar determinada situação não significa que ele a aprove
ou desaprove. Esse é um erro comum cometido por cristãos e não cristãos. O
Antigo Testamento narra o suicídio de Saul (1Sm 31), mas não ordena que o
imitemos. O mesmo pode ser dito a respeito das histórias de adultério (2Sm
11), incesto (2Sm 13), assassinato (2Sm 13:23-39), e poligamia (Gn 16:1-4;
1Rs 11:3, etc.).[3] Descrever um evento não significa aprová-lo ou prescrevê
-lo. Portanto, lembre-se de que “esperar aprender alguma coisa sobre impor-
tantes problemas teológicos através de Richard Dawkins ou Daniel Dennett
é como aprender sobre história medieval através de alguém que apenas leu
Robin Hood”.[4]
Desdém cronológico
Um ponto fundamental e ignorado, na maioria das vezes, consiste em re-
conhecer o ambiente em que o Antigo Testamento foi escrito. Neoateus como
Christopher Hitchens e Sam Harris ignoram por completo a cultura do antigo
Oriente Médio do segundo e primeiro milênios a.C., e comparam as páginas
sagradas com a sociedade pós-iluminista. Entre os dois grupos, transcorreram
aproximadamente quatro mil anos! Isso deve nos alertar contra o perigo de
comparar as leis do Antigo Testamento com nossas leis atuais, ignorando o
contexto de cada uma delas.
O Resgate da Verdade
23
Quando o mal vem "de cima"
O Resgate da Verdade
24
Quando o mal vem "de cima"
que a palavra “genocídio” foi inventada somente no século 20, pelo polonês
Raphael Lemkin.
Antes de enviar Seus juízos mais severos, Deus sempre ofereceu oportu-
nidade para Seus filhos mudarem o coração. Será que temos aproveitado essas
oportunidades? [LGA]
Notas:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_________________________________________________________
1. Richard Dawkins. Deus, um Delírio (São Paulo: Companhia das Letras, 2007), p. 31.
2. O mais famoso desses foi Marcion, que no segundo século d.C. fazia diferença entre o “Deus do Antigo
Testamento”, cruel e sem misericórdia, e o “Deus do Novo Testamento”, que na pessoa de Jesus Cristo é
visto como um ser amoroso e compassivo.
3. Para uma introdução ao assunto da poligamia no Antigo Testamento, ver Richard Davidson, “Polygamy in
the Old Testament”, em Ron du Preez, ed., Pathology of Polygamy: Cross-Cultural Mission on a Biblical
Basis (Berrien Springs, MI: Omega Media, 2007), p. 9-54.
4. Rodney Stark. What Americans Really Believe (Waco, TX: Baylor University Press, 2008), p. 120.
5. Gary Rendsburg. The Fate of Slaves in Ancient Israel. Disponível em: http://www.forward.com/arti-
cles/2888 (acessado em 09/03/11).
6. John Walton (ed.), Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary, v. 1. (Grand Rapids, MI:
Zondervan, 2009), p. 496.
O Resgate da Verdade
25