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II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Local: Centro Universitário São Camilo

Data: 24 de maio de 2014

TERAPIAS ALTERNATIVAS DO SUS: USO DE CAMOMILA ALEMÃ PARA O

TRATAMENTO DE DISPEPSIA E FLATULÊNCIA

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UETA, Beatriz Mika ; IRENO, Claudia , SILVA, Alexsandro Macedo
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Graduanda do curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo – SP
3
Professor orientador Mestre em Ciências dos Alimentos, Centro Universitário São Camilo – SP
e-mail: beatriz_ueta3@hotmail.com

Palavras-chaves: Camomila alemã, planta medicinal, dispepsia.

INTRODUÇÃO
Plantas medicinais são usadas, desde épocas passadas e de forma tradicional, para
tratamento de vários tipos de doença. No Brasil, especificamente, a procura pelo tratamento natural
se dá pelo custo elevado de alguns medicamentos sintéticos. Dentre a variedade de plantas
medicinais encontradas na flora brasileira, se encontra a Matricaria recutita L. espécie pertencente à
família Asteraceae. Conhecida por inúmeros nomes populares como camomila alemã, camomila
comum, camomila vulgar, camomilinha, maçanilha, macela, marcela galega, matricaria, dentre outros
(CORRÊA JUNIOR, 1994).
Pode ser usada como sedativo, antiespasmódico e emenagogo, também com ação antiálgica,
antiinflamatória, anti-séptica, eupéptica e tônica e, externamente, para inflamações e irritações da
pele mostra resultados eficazes no tratamento de dispepsia e flatulência (DEXTRU, 2009).
Dispepsia é um termo médico utilizado para nomear a má digestão, pois as secreções
gástricas alcançam o estômago antes ou depois do bolo alimentar, ou seja, não atuam de forma
eficiente prejudicando a continuação do ciclo digestório, porque dessa forma as bactérias presentes
no intestino fermentarão esse bolo alimentar sem que este tenha sido previamente digerido de forma
correta, gerando dores abdominais. Essas dores são característica da flatulência que aparece como
sinal para diagnóstico desse problema e é caracterizada pelo acúmulo de gases que além de dor
podem causar distensão abdominal (ALONSO, Jorge. 2008)
A dispepsia e a flatulência estão interligadas por serem sequenciais, ou seja, como não foi
obtido o resultado necessário quando o bolo alimentar alcançou o estômago, o resto do processo fica
comprometido, causando sintomas como dores que podem ser agudas ou crônicas, mas que
resultarão na flatulência.
É uma planta de pequeno porte com caule muito ramificado e desprovido de pelos, folhas
verdes e lisas, flores brancas de miolo amarelo. O cultivo e a colheita dessa planta apresentam
algumas especificidades como o pH de onde será plantada, mas ela se adapta a qualquer solo. Além
disso, é uma planta de clima temperado, dessa forma ela apresenta um rendimento bom em relação
ao seu cultivo em solo brasileiro, no entanto a temperatura não deve ser muito elevada (Rossato,
Angela Erna, 2012).

OBJETIVO
Buscar uma planta medicinal que possa ser cultivada em unidades de saúde por apresentar
características práticas, como o tamanho e a forma de preparo e que não apresentem custo elevado
de cultivo.

Realização
II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Local: Centro Universitário São Camilo

Data: 24 de maio de 2014

METODOLOGIA
Realizou-se um levantamento retrospectivo a 2013 sobre plantas medicinais empregadas no
tratamento da dispepsia em referências bibliográficas disponíveis na Biblioteca do Centro
Univervistário São Camilo, bem como na base de dados Scielo, com os descritores plantas
medicinais, dispepsia. A escolha foi baseada na facilidade de cultivo, com baixo custo, fácil preparo e
sem efeito tóxico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o tratamento da dispepsia a planta medicinal que se encaixa nos critérios usados foi a
Camomila Alemã (Matricaria recutita). A escolha da camomila alemã como tratamento da dispepsia e
da flatulência pela terapia alternativa do SUS foi devido ao pequeno porte da planta medicinal e a
possibilidade do seu cultivo nos solos brasileiros.
Segundo as especificidades da mesma, apresentadas anteriormente, a planta apresenta
muitos critérios para o seu desenvolvimento. Segundo a sua própria fitogeografia ela é nativa dos
campos da Europa e aclimatada em algumas regiões da Ásia e nos países latino-americanos,
inclusive na região Sul do Brasil.
Já em relação ao clima para melhor desenvolvimento da Matricaria recutita L., ela não
suporta longos períodos de calor ou chuvas fortes, principalmente no período de amadurecimento das
flores, seu plantio deve ser feito no término dos meses mais quentes, para que possa se desenvolver
em clima mais apropriado, propiciando maior qualidade no momento de colheita. Durantes os últimos
meses do 1° semestre do ano é a melhor época para que elas se desenvolvam e sejam colhidas,
porque o clima está ameno, e essa planta costuma se desenvolver a 21°C. Para melhores resultados
o solo usado, deve ser praticamente neutro, porque a Camomila não tolera acidez e se possível, o
mesmo deve ser rico em matéria orgânica.
Além disso, é resistente a pragas e doenças que podem atingi-la, e já é cultivada no Brasil a
mais de 50 anos, o seu rendimento é alto para locais de grande extensão, mas também é uma
escolha interessante para extensões menores por ser uma planta de pequeno porte.
Quando se trata de aspectos fitoterápicos, ela pode ser usada na forma tópica, oral e por
inalação e não apresenta reações adversas a não ser à pessoas que são sensíveis a mesma. Como
indicações de reações adversas, a Camomila pode potencializar o efeito de algumas substâncias,
como o álcool, anticoagulantes orais, antiagregantes plaquetários, anti-histamínicos, heparina,
barbitúricos e enzodiazepínicos.
A forma de uso indicada é por infusão de 3 gramas de capítulos florais da camomila
adicionados em 150 mL de água fervente e via oral. Para pacientes acima de 12 anos, é indicado
tomar os 150 mL da infusão em cinco a dez minutos após o preparo, três a quatro vezes entre as
refeições. Crianças entre 3 a 7 anos, deve ingerir apenas 25% do recomendado. E para idosos, a
recomendação é de 50%. O uso deste medicamento pode causar reações alérgicas e dermatite em
pessoas sensíveis. Se consumido em grande quantidade pode provocar vômitos.

CONCLUSÃO
O índice de procura por medicamentos sintetizados quimicamente, está cada vez maior, uma
vez que eles se mostram eficazes em pouco período de tempo alcançando o resultado desejado, mas
não se deve desconsiderar que antes mesmo desses serem feitos as plantas eram o material mais
procurado para a cura de alguns problemas, e ainda atualmente, mesmo sendo preparados
quimicamente, os princípios dos medicamentos usados na cura de dispepsia e flatulência se baseiam
na ação dessas e outras plantas, usando seus princípios ativos e imitando seus modos de atuação.
O uso da Camomila alemã para o tratamento da dispepsia e da flatulência mostrou-se viável
para a prática como terapia alternativa do SUS, por se tratar de uma planta medicinal com princípios
ativos antiespasmolíticos e carminativos e que não apresenta grandes reações adversas e se adapta
facilmente ao solo brasileiro.

Realização
II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Local: Centro Universitário São Camilo

Data: 24 de maio de 2014

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALONSO, J. Fitomedicina, curso para profissionais da área da saúde. Ed. Farmabooks, 1. Ed.,
2008.

CORRÊA JUNIOR, C. Influência das adubações orgânicas e quómicas na produção de camomila


[Chamomilla recutita (L.) Rauschert] e o seu óleo essencial. Jaboticabal, 1994, Curitiba-PR, 102p.
Dissertação de Mestrado em agronomia.
Blanco, Maria Claudia Silva Garcia. Camomila.
http://www.cati.sp.gov.br/Cati/_tecnologias/plantas_medicinais_aromaticas/camomila.pdf Acesso:
19/04/2014

PRESIBELLA, M.M.; VILLAS-BÔAS, L.B.; BELLETTI, K.M.S.; SANTOS, C.A.M.; WEFFORT-SANTO,


A.M. Comparison of chemical constituents of Chamomilla recutita (L.) rauschert essential oil and its
anti-chemotactic activity. Curitiba, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-
89132006000600005&script=sci_arttext. Acesso em: 23 de abril de 2014.

ROSSATO, A.E; PIERINI, M.M.; AMARAL, P.A.; SANTOS, R.R.; CITADINI-ZANETTE, V. Fitoterapia
racional: aspectos taxonômicos, agroecológicos, etnobotânicos e terapêuticos. 1. Ed..
Florianópolis, 2012. V.1

SILVA, P.A; GONÇALVES, A.P.C.; OLIVEIRA, M.; CORTEZ, L.E.R.. Controle de qualidade da
camomila comercializada em maringá – paraná. Paraná, 2007. Disponível:
http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/epcc2007/anais/priscila_aparecida_da_silva.pdf. Acesso em:
23 de abril de 2014

VIEIRA, A.; GUIMARÃES, M.A.; DAVID, G.Q.; KARSBURG, I.V.; CAMPOS, A.R. Efeito genotóxico da
infusão de capítulos florais de camomila. Revista Trópica – Ciências Agrárias e Biológicas, 2009.
Disponível em: http://www.ccaa.ufma.br/revistatropica/ArtigosV3N1/EfeitoGenotoxico.pdf. Acesso em:
23 de abril de 2014.

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