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É um tema com o qual tenho convivido ao longo dos últimos anos de experiência. Trata-se da
necessidade de inovar pela qual passam as empresas tradicionais, os obstáculos que enfrentam e quais
caminhos poderiam utilizar para conseguir resultados promissores.
Sempre achei que as empresas demoram, e muito, a reagir às mudanças que acontecem no mundo.
Mercados estão morrendo ou se modificando consideravelmente. Em todos eles vemos muitas
empresas atônitas, com medo de desaparecer, mas paradas, sem agir frente ao que virá no futuro. Fala-
se muito em inovação, mas pouquíssimas partem para a prática. E a execução torna-se o grande
problema.
A NECESSIDADE DE INOVAR
A necessidade de INOVAR não nasceu no mundo de Inteligência artificial, internet das coisas,
impressoras 3D e mundo digital. Muitas empresas já sabiam a diferença entre os resultados gerados ao
melhorar continuamente seus produtos e serviços.
Já imaginaram uma construtora que não investe em excelência, regularidade, valor, conformidade,
especificações e adequação ao uso? Imaginem a indústria automotiva, a de alimentos ou os serviços de
hotéis ou das companhias aéreas sem grande parte desses princípios… A questão para a inovação não se
trata de quando abandonar as ferramentas e processos de gestão tradicionais, mas sobre quando e
como adotar uma nova cultura e implementar novos formatos.
A Liderança, como substantivo e no sentido amplo da palavra, sempre será necessária em uma
organização, seja ela de base tradicional, com muita ou alguma hierarquia, ou seja ela uma startup, com
modelos descentralizados e horizontais. E é a liderança que vai dar o tom e o norte e se serão mais ou
menos inovadoras. Ela tem papel fundamental na inovação.
Subestimar o inicio da inovação, superestimar as margens e o retorno sobre o investimento (ROI), ter
uma gestão focada em estratégias de ganhos de curto prazo e na redução de custos e preços,
exclusivamente, gestão centralizadora, burocracia e a falta de autonomia aos talentos da organização
são grandes obstáculos à INOVAÇÃO.
A empresa de base tradicional, de uma forma ou outra, em qualquer estágio de vida, deve se organizar
para incorporar em seu DNA o mind set da inovação, do mundo digital e as novas tecnologias
disponíveis.
Existe um universo de formas em que as empresas poderão iniciar seu percurso em direção a novos
caminhos. Comitês, times, olheiros, pesquisadores, fóruns, parcerias com outras empresas ou
fornecedores para a junção de expetises, parcerias com instituições de ensino, projetos de criação
coletiva, realização de eventos de inovação, contratação de consultoria especializada, aquisição de
Startup, terceirização dos processos de inovação.
Não adianta olhar para as tendências. Não encontraremos respostas. Gestão Ágil para observar as novas
tecnologias disponíveis, cruzar com as necessidades dos clientes do seu mercado (ou do mercado em
que se pretende inovar) e tentar antever os negócios ou mercados que podem surgir a partir delas.
Tem-se maior chance de inovar pesquisando, observando e convivendo de perto com as descobertas de
novas tecnologias e das possibilidades futuras que elas podem gerar.
E, por fim, sabemos que pensamentos velhos não trarão resultados novos. É necessária uma
disponibilidade em mudar os princípios da gestão. Correr riscos sem medo de fracassar, lidar com a
imprevisibilidade, pensar exponencialmente e não linearmente, abandonar a busca dos resultados de
curto prazo ou o pensamento voltado, exclusivamente, à margem de lucro e administrar olhando para o
futuro são algumas das mudanças de mind set pelas quais a empresa tradicional precisará passar para
conquistar uma cultura inovadora.
REUNIÕES
Sobre esse assunto, o autor e consultor Ram Charan nos fornece algumas diretrizes em
seu livro Execução, acompanhe:
Para uma boa execução deve haver prestação de contas, metas claras, métodos precisos
para mensurar o desempenho e as recompensas certas para as pessoas que
apresentarem um bom desempenho. Essa é a proposta do livro Execução: A
disciplina para atingir resultados, de Ram Charan e Larry Bossidy, por sinal, um
dos melhores livros que já li até hoje.
Segundo os autores, incontáveis empresas estão aquém de seu potencial por causa da
má execução. A lacuna entre as promessas e os resultados é comum e nítida. A lacuna
que ninguém conhece é aquela entre o que a liderança da empresa quer atingir e a
habilidade da organização para tal. Se você não sabe executar, o todo de seus esforços
como líder sempre será menor do que a soma das partes.
Conseguir que as coisas sejam feitas por meio dos outros é uma habilidade fundamental
de liderança. Alguns reprimem ou gerenciam excessivamente seus subordinados, o que é
um grande erro, pois diminui a autoconfiança das pessoas, tira sua iniciativa e sufoca a
habilidade de pensar por si próprias.
Outros líderes abandonam seu pessoal. Acreditam, do fundo do coração, que podem
delegar: deixar que as pessoas de desenvolvam por conta própria, nadem ou afundem, se
deem autonomia. Eles explicam o desafio e passam totalmente a bola para seus
subordinados. Não estabelecem marcos e não acompanham o que está sendo feito.
Então, quando as coisas não saem como o esperado, ficam frustrados.
Quando as pessoas, especialmente aquelas que se encontram nos níveis mais altos,
violam um dos valores básicos da empresa, o líder deve interferir para publicamente
sancionar essas violações. Alguma coisa menos do que isso é interpretada como falta de
firmeza emocional.
O líder deve recompensar não apenas com base nas metas atingidas ou superadas, mas
também considerando os comportamentos desejáveis que a pessoa realmente adota.
Além disso, deve garantir que os que têm bom desempenho terão recompensar maior do
que aqueles que não atingem as metas.
Com muita frequência, metas erradas são definidas porque o líder não é realista no que se
refere à capacidade das pessoas de atingi-las. Depois de definir as metas, é preciso
executa-
Não basta impor uma meta, como um aumento de 10%. É preciso planejar de onde virá
esse aumento? Quais produtos gerarão esse aumento? Quem irá compra-los e que
discurso de vendas vocês irão desenvolver para esses clientes? Qual será a reação de
nosso concorrente? Quais serão nossos marcos? Se um marco não for atingido no final do
primeiro mês, alguma coisa não está indo conforme o planejado, e, portanto, precisa ser
mudada.
“Quando alguém não consegue atingir a meta, não basta lhe dar uma
bronca, é necessário perguntar o porquê.”
Embora metas ambiciosas possam ser uteis no sentido de forçar as pessoas a quebrar
velhas regras e fazer melhor as coisas, são péssimas se estiverem totalmente fora da
realidade ou se as pessoas que precisam atingi-las não tiverem a chance de discuti-las
com antecedência e ser donas delas. Adotar o realismo significa sempre ter um ponto de
vista realista de sua empresa, comparando-com outras.
Atingir as metas da forma errada pode às vezes ter consequências extremas. Uma das
muitas coisas que as avaliações mecânicas perdem é como o candidato conseguiu
cumprir os compromissos – se eles conseguiu fazer isso de forma a organização e a
capacidade das pessoas como um todo ou enfraqueceu. Como os lideres cumprem seus
compromissos é, pelo menos, tão importante como se conseguiram cumpri-los, e, em
geral, é mais importante. Atingir os objetivos de forma errada por significar um enorme
prejuízo para uma organização.
O Lucro é um resultado, e não uma meta. Se você elaborar uma estratégia certa e definir
as metas certas, além de garantir uma boa execução para implementar a estratégia e
atingir as metas – bom fluxo de caixa, maior participação do mercado, aumento de receita
por cliente, isso resultará em maior lucro. Se todos os elementos estiverem certos, o lucro
será a consequência natural.
Se uma empresa recompensa e promove as pessoas pela execução, sua cultura mudará.
Mas o fundamental é que as pessoas agem como pensam porque são voltadas para
resultados. Se você recompensa com base no desempenho, o interesse no desempenho
será suficientemente grande para encorajar o diálogo.
Numa boa avaliação, o líder analisa em detalhes como as pessoas atingiram seus
objetivos. As pessoas tiveram um bom desempenho consistentemente? Quais delas são
desembaraçadas, empreendedoras e criativas diante da adversidade? Quem conseguiu
ganhos rápidos e não buscou melhores resultados? E quem atingiu as metas á custa do
moral da organização e do desempenho de longo prazo?
Nunca termine uma reunião sem deixar claro qual será o produto final, quem irá fazê-lo,
quando e como será feito, quais recursos serão usados, e como e quando a próxima
avaliação acontecerá e com quem. E nunca lance uma iniciativa a menos que você esteja
pessoalmente comprometido com ela e preparado para acompanha-la até que esteja
embutida no DNA da organização.
Conclusão
Como líder, você deve ser acessível, projetar confiança e interesse, divulgar o máximo
possível de informações não distorcidas e não filtradas e agir com decisão. Se ouvir com
cuidado o que as pessoas estão falando e com o que elas se preocupam, você poderá de
tempos em tempos – quando rumores particularmente sérios ou prejudiciais estiverem
sendo divulgados – parar e dizer: isso não está certo. Deixe-me dizer quais são as
verdadeiras informações.
Nenhuma estratégia que valha a pena pode ser planejada sem levar em conta a habilidade
da organização em executa-la. Execução não é simplesmente fazer acontecer, é COMO
fazer acontecer. É a principal tarefa do líder da empresa e deve ser um elemento-chave de
sua cultura. Se você não sabe executar, o todo de seus esforços como líder sempre será
menor do que a soma das partes.
Quando vejo empresas que não executam, as chances são de que elas não avaliam o
desempenho, não recompensam de acordo e não promovem as pessoas que sabem como
fazer as coisas acontecerem. Sem recompensas, as pessoas pensam que estão em um
regime socialista. Isso é o tipo de coisa que você não quer quando luta por uma cultura de
execução.