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Aula 11
Jean Vilbert
Jean Vilbert
Aula 11
Noções de
ECONOMIA
para o DIREITO
SUMÁRIO
1 Considerações INICIAIS ................................................................................................ 4
2 Economia: a ciência do MONEY ................................................................................... 5
3 Direito CIVIL ................................................................................................................. 7
3.1 Filosofia grega: quem é o DONO? ......................................................................... 7
3.2 As instituições IMPORTAM: Douglass North .............................................................. 9
3.3 DINHEIRO: compra tudo (só não felicidade)........................................................... 12
3.4 Rede SOCIAL também é CAPITAL .......................................................................... 14
4 Direito CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 15
4.1 o INÍCIO de TUDO: Adam Smith .......................................................................... 16
4.2 A economia é um YO-YO: Jean-Charles Sismondi .................................................. 20
4.3 DESTRUIÇÃO criativa: Joseph Schumpeter ............................................................. 21
4.4 a FOME vai pegar: Thomas Malthus ...................................................................... 23
4.5 EFICIÊNCIA de (Vilfredo) Pareto ............................................................................ 25
4.6 Somando EFICIÊNCIA com EQUIDADE: Gérard Debreu ......................................... 27
4.7 Economia CENTRALIZADA? Nunca! Ludwig von Mises ............................................ 29
4.8 GASTOS públicos: John Maynard Keynes ............................................................... 32 2
4.9 O valor da LIBERDADE: Friedrich von Hayek .......................................................... 38
4.10 MONETARISMO: Milton Friedman ..................................................................... 42
4.11 Políticas CORRETIVAS podem tornas as coisas PIORES ......................................... 46
4.12 Misturando MERCADO com INTERVENÇÃO ....................................................... 47
5 Direito INTERNACIONAL ............................................................................................ 49
5.1 MERCANTILISMO: o que vale é “LA PLATA” ........................................................... 50
5.2 INFLAÇÃO: dinheiro demais na praça ................................................................... 54
5.3 Vai TODO mundo GANHAR: David Ricardo .......................................................... 55
5.4 Um DIA seremos RICOS: Robert Solow .................................................................. 59
5.5 GLOBALIZAÇÃO: Dani Rodrik .............................................................................. 60
5.6 Teoria da DEPENDÊNCIA: Andre Gunder Frank ..................................................... 62
6 Direito EMPRESARIAL .................................................................................................. 64
6.1 A necessidade de COMPETIÇÃO .......................................................................... 64
6.2 Teoria do valor-TRABALHO: Karl Marx ................................................................... 70
6.3 BOLHAS: o jogo do “pega-bobo” ......................................................................... 72
6.4 Sistema BANCÁRIO: Diamond e Dybvig ................................................................. 75
6.5 Teoria dos JOGOS: John Nash ............................................................................. 77
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Por que cargas d’água alguém da área do Direito deveria estudar Economia?
Economia lá cai em concurso?!
Opa!
Deixe-me responder de forma objetiva: se você resolver algum dia fazer um
concurso da área fiscal ou do Instituto Rio Branco (diplomata), aí cai já na prova
objetiva, de maneira direta; já se você se mantiver nas áreas eminentemente
jurídicas (magistratura, MP, defensoria), o conteúdo é cobrado indiretamente.
Como? Dentro de direito constitucional, internacional, tributário, trabalhista,
ambiental, empresarial, administrativo... Disso, eu não tenho dúvida.
Ademais, se você quiser arrebentar na prova escrita (questões subjetivas) e na prova
oral, aí ECONOMIA É VIDA! Imagine que venha uma questão subjetiva ou oral 4
sobre o modelo de tributação adotado no país (a distribuição do ônus tributário) e
o candidato, além de citar a Revolução Francesa (História do Direito: origem
próxima do princípio da capacidade contributiva), cita ainda as ideias dos
economistas Anne-Robert-Jacques Turgot e François Quesnay, que deram as bases
teóricas para esse movimento jurídico. É responder e correr para a galera!!!
Por fim, a atuação profissional propriamente dita é muito enriquecida com esses
elementos inesperados. Conhecer economia, por exemplo, é entender como o
mundo à nossa volta funciona, de que maneira a política se movimenta e (não
sejamos ingênuos) por que o direito tomou este ou aquele rumo. A economia molda
a sociedade.
1
Que música!!! Confira só: https://www.youtube.com/watch?v=smlOI4YWn6M.
Por isso é que a organização deste conteúdo não segue a linha padrão (cronologia),
mas sim os pontos mais diretos de intersecção entre economia e direito. Nossa
pretensão aqui é desvendar a aplicação prática e diária da economia à seara
jurídica.
No decorrer da leitura, tenho certeza, juntar-se-á ao meu grupo: o dos apaixonados
por ECONOMIA!
Mercado... dinheiro... sabemos que economia tem algo a ver com produção e
consumo. Exato! Economia é o estudo do modelo de manejo dos recursos e, mais
especificamente, da produção e das trocas de bens e serviços.
JOVEM CIÊNCIA
Dito isso, agora podemos ingressar nos elementos de interligação entre esses dois
campos de estudo fundamentais à vida dos homens: economia e direito. Vamos
para cima dos elementos econômicos presentes nos ramos da ciência jurídica.
SIMBORA!
3 DIREITO CIVIL
Direito civil é um ramo da ciência jurídica que trata dos interesses de ordem privada,
abordando as pessoas, os bens e as pertinentes relações. É ele que regula o que é
de cada um nas relações entre membros da sociedade.
E é por isso que seu campo de abrangência conta com elementos oriundos da
economia – definir “o que é de cada um” passa necessariamente por manejar
recursos escassos. E não é que a economia pode ser resumida justamente como a
“ciência dos recursos ESCASSOS”? Essa é a famosa definição de Lionel Robbins,
formulada em 1932.
Ademais, Aristóteles era contra aquilo que chamava de pura e simples acumulação
de capital. Ele tinha uma visão negativa do comércio. Os mercadores, aos seus
olhos, eram desvalorizados moralmente, pois acumulavam imensa quantidade de
dinheiro “apenas” por meio da troca, sem “nada produzir”.
2
Esse contexto ficaria mais tarde conhecido como tragédia dos comuns. Eu publiquei um texto em que abordo o
tema paralelamente. Se quiser conferir: https://libertarianinstitute.org/economics/amazon-is-burning-its-about-time-
we-called-capitalism-for-help/. Só escrevi ele em ingreis (sorry)... e não se assuste com as ideias kkkk.
10
(Ano: 2013 Banca: ESAF Órgão: MF Prova: ESAF - 2013 - MF - Especialista em Políticas
Públicas e Gestão Governamental) Segundo o ganhador do Prêmio Nobel de Economia
Douglass North, instituições são restrições que estruturam a interação entre pessoas. Assim,
podemos afirmar que:
a) não há qualquer relação entre a qualidade das instituições e a riqueza de um país.
b) a liberdade econômica, entendida como liberdade comercial, liberdade para se abrir novos
negócios e do cumprimento de contratos, entre outras coisas, deve ser tratada dentro dos
modelos econômicos e não pode ser confundida com o termo “Instituição".
c) o nível de educação da população de um país é condição suficiente para promover o seu
desenvolvimento.
d) boas entidades geram incentivos corretos e impulsionam o crescimento de uma nação.
e) a liberdade civil exclui os direitos políticos, pois se trata da relação entre indivíduos.
Comentários
Aí fica moleza, não é? “Boas entidades [instituições] geram incentivos corretos e impulsionam
o crescimento de uma nação (D). Logo, há total relação entre a qualidade das instituições e
a riqueza de um país (A). A liberdade econômica (liberdade comercial) deve ser vista como
Mas se é tão óbvio que boas instituições abrem as portas do paraíso, por que não
adotamos logo essas instituições? Por TRÊS motivos:
TENSÃO política: há uma tensão que vive no coração das instituições: o Estado
garante ordem e, para isso, recebe uma certa gama de poderes. Só que são
justamente esses poderes que permitem ao Estado usar os recursos em seu próprio 11
benefício, e não da sociedade.
3
Para saber mais, leia “Os donos do poder: formação do patronato brasileiro” (1958), de Raymundo Faoro. Ele
pesquisa as raízes de uma sociedade na qual o poder público é exercido (e usado) como se fosse privado.
Patrimonialismo é “aquela forma de dominação tradicional em que o soberano organiza o poder político de forma
análoga ao seu poder doméstico”.
Hoje em dia, utilizamos dinheiro (cartões ou internet banking) para tudo. Quando
vamos negociar alguma coisa em espécie (escambo) é uma confusão.
É tão mais fácil trabalhar com DINHEIRO! Algo (notas, moedas, cifras digitais) que 12
tenha valor certo e conhecido por todos... algo que é aceito por todos e que vale
para trocar por outros produtos que queremos...
A história do dinheiro começa, ao que se sabe, por volta de 3000 a.C., na
Mesopotâmia. Ali se encontram os primeiros registros da utilização de uma moeda.
Qual seria ela? GRÃOS – algo que todo mundo aceitava para fins de troca.
Antes do dinheiro, para obter o que queriam (e não tinham) as pessoas eram
obrigadas a permutar. Não dava para apenas ir lá e comprar um bem ou serviço.
Tente imaginar: você cria porcos e está com dor de dente. Você vai ao dentista e
oferece carne de porco (um pernil inteiro). O dentista não aceita (ele não come
porco). Você é obrigado a ir a outro dentista, que aceita apenas se for o porco
inteiro (que assalto!). Sofrendo com a dor, você acaba aceitando. Extraído o dente,
o porco é entregue. E lá vai o dentista agora tentar trocar a carne de porco por bens
que ele precisa (leite, pão, manteiga) e contra o relógio – antes que a carne
estrague.
Bom, para avançarmos, posso dizer que há dois tipos de moeda: mercadoria
(commodity) e fiduciária (fiat).
país emitente – modelo seguido no mundo todo e que pode ter resultados trágicos
se os governantes resolverem fazer gracinha, brincando de experimento social (vide
caso Venezuela).
O que é o dinheiro?
Em 1803 o economista francês Jean-Baptiste Say apresentou a clássica
visão de que a economia é basicamente um sistema de escambo no qual as
pessoas produzem bens, os quais são trocados por dinheiro, o qual é trocado por
outros bens que as pessoas querem. Logo, a troca real é bem por bem – o dinheiro
é apenas um lubrificante.
Para finalizar o tema, não poderia deixar de observar que moeda, já há séculos,
vem sendo sinônimo de governo. Só que que para além de algumas experiências
com moedas privadas (emitidas por grandes empresas), mais recentemente as
moedas digitais estão em evidência. O caso mais icônico porventura seja o do
BITCON, que virou inclusive alvo de investimento e, porventura, especulação.
Como será que essa história vai evoluir e acabar? Só o tempo dirá...
14
3.4 REDE SOCIAL TAMBÉM É CAPITAL
Para fins econômicos, capital é todo e qualquer bem que possa ser utilizado na
produção de outros bens ou serviços.
Não sem razão, a ideia restrita de capital, a englobar apenas dinheiro, valores,
bens, maquinário... não pode prevalecer. A noção do termo não mais deve ser
tomada de forma tão limitada (como se fazia antigamente). Hoje, tal definição deve
se ampliar, a ponto de englobar as habilidades da força laboral, isto é, o capital
humano.
Por quê? Ora essa, tanto quanto uma máquina inovadora, uma habilidade especial
de um trabalhador pode aumentar (e muito) a produtividade, o que, sem dúvidas,
agrega (e tem) valor.
ABRINDO PARÊNTESIS...
INCOMENSURÁVEL
Críticas à parte, em um mundo em que dados valem ouro (Google e Facebook que
o digam), a social network vale money!!!
Obviamente, haveria muito mais para falar sobre as interrelações entre Direito Civil
e Economia. Mas me contenho e paro por aqui. Falamos de propriedade, moeda e
capital. É o suficiente para que você tenha uma boa noção sobre os temas e
arrebente em prova acaso esses assuntos sejam cobrados. Podemos seguir adiante,
para a próxiam disciplina.
4 DIREITO CONSTITUCIONAL
Vamos a partir de agora abordar alguns dos conceitos trabalhados nessa obra-
prima.
FLUXO CIRCULAR
4
O livro “The Infidel and the Professor: David Hume, Adam Smith, and the Friendship That Shaped Modern Thought”
(Dennis C. Rasmussen) retrata a frutífera amizade.
A economia é um fluxo em que o dinheiro pago nos salários circula ao pagar por
outros bens, que pagam outros salários... O processo se repte em um círculo, que
faz com que os recursos sejam alocados nos setores com maior demanda.
MÃO INVISÍVEL 17
(Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: INSTITUTO AOCP - 2016 -
EBSERH) [...] Mas é só por seu próprio proveito que um homem emprega seu capital em apoio
da indústria; por tanto, sempre se esforçará em usar na indústria, cujo produto tenda a ser de
maior valor ou em trocar pela maior quantidade possível de dinheiro ou outros bens... Nisto
está, como em outros muitos casos, guiado por uma mão invisível para atingir um fim que
não fazia parte de sua intenção. E também não é o pior para a sociedade que isto seja assim.
Ao buscar seu próprio interesse, o homem com frequência favorece o da sociedade melhor
que quando realmente deseja o fazer [...]”. A citação apresentada expressa o funcionamento
18
do capitalismo (e a defesa do livre mercado) na concepção de
a) Michal Kalecki.
b) Karl Marx.
c) John Stuart Mill.
d) Adam Smith.
e) John Maynard Keynes.
Comentários
Fácil, fácil, não é? ADAM SMITH, o cara da mão invisível!
A alternativa correta é a D.
Smith não foi o primeiro a falar sobre a existência de uma ordem espontânea. Essa
ideia foi exposta já em 1714 pelo escritor holandês Bernard Mandeville, em seu
fabuloso poema “A Fábula das Abelhas”, que conta a história de uma colmeia que
prosperava pelos “vícios” de suas abelhas (autointeresses). Quando as abelhas se
tornam virtuosas (não mais voltadas aos interesses individuais, mas sim tentando
agir pelo bem comum) a colmeia colapsa.
Está vendo? O pai do liberalismo nem era tão liberal assim kkkk.
Quando uma crise econômica se abate sobre uma nação, levando a recessão,
desemprego e quebras, é esperado que haja uma forte demanda (gritaria) por
intervenção estatal – todo mundo quer que o governo dê um jeito de solucionar, ao
menos minorar, a crise... quer dizer, ao menos QUASE todo mundo.
Schumpeter (e seus seguidores) é uma exceção. Ele recomenda fazer o contrário:
NÃO agir! E olha que ele escreveu isso no auge da Grande Depressão (1930s).
Mas por quê? Por que agir é impedir a destruição criativa. A economia trabalha
com ciclos de maneira natural e benéfica, sendo prejudicial tentar interferir nesse
processo.
A DESTRUIÇÃO CRIATIVA
Se a riqueza para Adam Smith derivava dos ganhos de capital e para Marx vinha
da exploração dos trabalhadores, para Schumpeter ela vinha da INOVAÇÃO, que
cria novos mercados e faz a economia girar. Viva a inventividade!!!
O que fazer quando a riqueza produzida por uma nação não é suficiente para
alimentar a população ou, hoje em dia, manter os benefícios sociais prometidos
(especialmente em nos locais em que prevalece o estado de bem-estar social)?
Alguns governos altamente interventistas (como a China) encontraram uma solução:
controle de natalidade! No Brasil, esse recurso seria inconstitucional: “o
planejamento familiar é livre decisão do casal [...] vedada qualquer forma coercitiva
por parte de instituições oficiais ou privadas” (CF, art. 226, § 7º).
Isso não nos impede de discutir a base teórica da questão, a qual se assenta, pelo
menos (há antecedentes), nas ideias de Thomas Malthus (1776-1834).
5
Claro que essa ideia não é original da CF/88 e nem se reduz a ela. O medo da inovação é algo comum e bastante
difundido. Tenho um humilde texto sobre o assunto. Se quiser conferir: https://fee.org/articles/technology-creates-
more-jobs-than-it-destroys/.
Como visto, Malthus criticava as “leis dos pobres” (assistência pública), que, em sua
visão, não só mantinha as pessoas na miséria (mas vivas) como ainda as encorajava 24
a ter mais filhos.
Mar de ROSAS?
Dizem que o mundo atual é o âmbito da democracia e das liberdades.
Que bonitinho!!! Mas eu fico imaginando o Malthus a criticar abertamente (com
sua teoria realista ao extremo) o Bolsa Família – seria trucidado em praça pública.
Claro que já em sua época e nos anos seguintes, Malthus arrumou meia dúzia de
inimigos, que fizeram de tudo para lhe arranhar a reputação. Thomas Carlyle disse
que a teoria malthusiana era “ciência lúgubre” e o fofinho do Karl Marx (com seu
costumeiro modo afável de ser) acusou Malthus cometer “uma calúnia sobre a
espécie humana”.
Segundo Pareto, a questão é sempre permitir a cada um possa agir para seu próprio
bem sem lesar os outros, alcançando, assim, o que ficou conhecido por “eficiência
de Pareto”.
Pense em sua mãe e seu pai. Mamãe quer um jardim cheio de flores. Papai quer o
jardim cheio de vegetais. O jardim pode ser plantado com qualquer combinação
entre flores e vegetais, desde que se alcance a Fronteira de Pareto (eficiência). Logo,
os pontos B e C são eficientes; o ponto A é ineficiente.
Pareto, como se percebe, não se preocupa em juízos de valor, mas sim com uma
visão objetiva da economia (como ela é), afastando-se da economia normativa
(como as coisas deveriam ser).
As escolhas políticas, deveriam, seguindo essa ideia, buscar o padrão ótimo,
esquecendo de questões puramente subjetivas ou teóricas. Sabemos, contudo, que
na prática os governos raramente (ou nunca) conseguem se guiar pela eficiência.
Vejamos um exemplo.
O político, diplomata e economista Roberto Campos criticou duramente o texto
constitucional de 1998 (hoje tão louvado) já em seu nascedouro. Segundo ele,
durante a gravidez e parto da nova Constituição, os constituintes brincaram de
Deus: concederam imortalidade aos idosos; aboliram a pobreza por decreto;
legislaram custos, acreditando que legislavam benefícios. O resultado é um
“dicionário de utopias”, cujo teor socializante promete uma segurança social sueca
com recursos moçambicanos; um texto que remonta à Constituição portuguesa de
1976, da qual os lusitanos se arrependeram quando se deram conta de que haviam
sido cravados pela “revolução dos cravos” – a piada entre os lusitanos é que os
Para obter seu intento, Debreu propôs dois teoremas fundamentais da economia: o
da eficiência e o da equidade.
6
O século esquisito. Rio de Janeiro: Topbooks, 1990, p. 198-210.
MERCADO GOVERNO
Eficiência Equidade
MISES, O PROFETA
Bem que o homi falou. Sem informações de preços, as economias socialistas viviam
às voltas com desperdícios (oferta em excesso) e escassez.
E esse negócio de o Estado dar os preços conforme o número de horas trabalhadas
para fazer um produto (teoria do valor do trabalho – vide Marx) se mostrou a mais
pura balela, pois ignora, pelo menos, a escassez relativa de algumas matérias-
primas e as diferenças de qualidade e complexidade de trabalho. Apenas o mercado
é capaz de levar esses valores em conta.
Na Coreia do Norte até corte de cabelo já foi uniformizado. Não à toa, após a
Guerra Fria sobraram no globo apenas alguns poucos governos comunistas
autoritários, manejando economias híbridas completamente quebradas (como
Cuba) ou capitalistas (como a China).
Ao que Mises demonstrou, o livre mercado oferece duas vantagens principais: (1)
os preços refletem as valorações dadas pelos envolvidos nas trocas; (2) apenas os
produtores mais eficientes sobrevivem – a falência é um mecanismo de
racionalização do mercado.
O empreendedor que lê errado o mercado vai ser rapidamente chutado para fora
da concorrência em virtude das perdas (falência). Os recursos e os desempregados
por ele utilizados serão realocados em setores rentáveis da economia.
ABRINDO PARÊNTESIS...
Mas não dá para fazer um “bem bolado”?
Não tem como engendrar um misto de mercado (eficiência) com governo
interventivo (equidade), como queria Gérard Debreu?
Essa coisa de governo misto (mercado + governo interventivo) não funciona! As
ações de um governo interventivo levam a efeitos colaterais, que levam a novas
intervenções, até que, passo a passo, o governo se torna socialista.
32
Entendeu agora por que Mises é tão odiado/ignorado em terras tupiniquins? Porque
ele demonstrou que uma economia verdadeiramente comunista é não apenas
indesejável, mas IMPOSSÍVEL.
Em 1928 o presidente
norte-americano Herbert
Hoover afirmou: “estamos
mais próximos do que
nunca do triunfo final sobre
a pobreza”. Um ano
depois, Wall Street veio a
baixo. A Crise de 1929 foi
a pior que o mundo
capitalista já vira. Em 1932
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(Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: MPOG Provas: CESPE - 2015 - MPOG - Economista) No
que se refere a teoria keynesiana, demanda agregada, governo e crescimento econômico,
julgue o item subsequente.
Os adeptos da teoria keynesiana, utilizada para embasar as políticas econômicas de combate
ao desemprego, defendem o uso das políticas monetária e fiscal para regular a demanda
agregada.
Comentários
Falou em política monetária falou em fluxo de dinheiro. Falou em política fiscal falou em
tributação (arrecadação pública). Keynes pretendia usar a ambas para fugir do desemprego
em tempos de recessão.
O item está CORRETO.
Pois bem. As teorias clássicas viam o desemprego como uma escolha: sempre há
emprego para quem está disposto a trabalhar por menos (salário menor). Acontece
que por uma série de fatores (exemplo: contratos firmados, legislação trabalhista e
atuação dos sindicatos), a queda dos salários é lenta demais durante uma recessão
(não acompanha a realidade econômica).
mesmo pagar alguém para fazer buraco e depois pagar outro alguém para fechar
o buraco... o importante era o governo gastar (injetar demanda) para reiniciar o
sistema econômico e fazê-lo se recuperar.
Keynes estimou que, grosso modo, para cada $1 gasto pelo governo a demanda
seria incrementada em pelo menos $1.40, mas isso depende da propensão dos
consumidores em consumir, em vez de poupar.
(Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: SEDF Prova: CESPE - 2017 - SEDF - Analista de Gestão
Educacional - Economia) A elevação da propensão marginal a consumir proporciona uma
variação positiva no tamanho do multiplicador keynesiano.
Comentários
O multiplicador keynesiano simplificado pode ser expresso pela fórmula “1/(1-c)”, sendo que
“c” é a propensão marginal a consumir. Suponhamos que, de cada $1,00 recebido, os
indivíduos gastem $0,90 e poupem $0,10. Aplicando a fórmula, temos 1/(1-0,9), cujo
resultado final (multiplicador) é 10. Se o governo tivesse colocado $100 milhões na economia,
teria, em tese, $1 bilhão de demanda agregada.
Se as pessoas ficassem animadas e otimistas, e passassem a gastar 95% de cada unidade
monetária recebida, o multiplicador ser 20. Inversamente, se elas ficassem receosas e
decidissem gastar somente 80% e poupar 20%, o multiplicador passaria a ser 5.
De toda forma, é isso: é a propensão marginal a consumir que proporciona variação no
tamanho do multiplicador keynesiano.
O item está CORRETO.
Fique atent@ que Keynes não acreditava que a política monetária sozinha resolveria
a crise, pois em época de recessão o normal é as pessoas pouparem (em vez de
gastar), independentemente de quanto dinheiro seja colocado na economia. Daí a
necessidade de o governo agir de modo interventivo – se economia não fosse
36
ativamente gerenciada durante recessões (reajustando a relação emprego-
consumo-investimento) estaríamos todos perdidos.
John Bates Clark utilizava a metáfora do oceano para explicar a economia e suas
crises. Segundo ele, a superfície do oceano, assim como a economia, por sua
extensão, mostra uma série de irregularidades. Se olharmos em perspectiva, porém,
veremos que as ondas são aberrações provocadas por causas perturbadoras.
Debaixo da superfície as profundezas são tranquilas – as agitações são sempre
menores e temporárias.
Keynes criticava fortemente essa teoria. Se os economistas se propõem a, em tempos
de crise (de mar revolto), cruzarem os braços e aguardar o mau tempo passar
(quando o mar ficará calmo de novo), estão se atribuindo tarefa muito fácil. Em
longo prazo, estaremos todos mortos (afogados).
O homem do bigodinho, então, propunha justamente o contrário: atuar nas crises
e deixar a economia rodar sozinha quando o mercado estivesse funcionando bem.
ABRINDO PARÊNTESIS...
New Deal
As ideias de Keynes influenciaram o New Deal (pacote de políticas
intervencionistas implementadas pelo presidente americano Theodor Roosevelt na
década de 1930) e são a base do welfare state (estado de bem-estar social) que
tomaria a Europa e depois a América Latina.
(Ano: 2013 Banca: UFMT Órgão: UFMT Prova: UFMT - 2013 - UFMT - Economista) O
surgimento do Estado do Bem-Estar está relacionado a elementos essenciais. Sobre esses
elementos, considere:
I - A existência de excedentes econômicos passíveis de serem realocados pelo Estado para
atender às necessidades sociais.
II - O pensamento keynesiano, que estruturou a sua base teórica.
III - A experiência de centralização governamental, que fomentou o crescimento da capacidade
administrativa do Estado.
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IV - O apoio irrestrito de organizações privadas, demandantes de recursos financeiros do
Estado.
São elementos essenciais:
a) I, II e III, apenas.
b) I, III e IV, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, II, III e IV.
Comentários
O estado de bem-estar social até funciona melhor em países europeus (especialmente os
nórdicos), isto é, países ricos, em que há excedentes econômicos passíveis de serem
realocados pelo Estado (item I). É um pouco engraçado (para não dizer trágico) ver países
pobres (América Latina) tentando fazer o mesmo sistema pegar no tranco, seguindo a receita
de Keynes (item II), dentro de governos cada vez mais centralizados (item III) e gigantes. Claro
que isso NÃO tem “apoio irrestrito de organizações privadas” (item IV). Há muita controvérsia,
idas e vindas.
Estão corretos apenas os itens I, II e III.
A alternativa correta é a A.
39
Efeito BORBOLETA
O efeito borboleta demonstra que pequenas mudanças na condição inicial
podem causar enormes diferenças nos resultados. É como um jogo de pinball –
qualquer pequena mudança na velocidade da bolinha provocará imensas
alterações na direção e, em efeito dominó, uma série completamente diversa de
eventos. Temos aqui as teorias do caos: a economia não é um processo linear,
mas uma série de relações que formam padrões complexos – a economia é
caótica mesmo quando os indivíduos não são.
Notem que as empresas e demais agentes do mercado não sabem tudo sobre a
economia como um todo. Mas eles aglutinam informação relevante sobre o seu
ramo de atividade, o que é fundamental para que se mantenham no mercado – se
lerem o mercado de forma equivocada, vão se dar mal (quebrar).
Os preços se movem como resultado das escolhas tomadas por esses agentes,
refletindo a informação total do mercado. Um planejamento central simplesmente
NÃO poderia aglutinar tanta informação dispersa e acabaria apenas por tumultuar
a coisa toda.
Irving Fisher (1867-1947) ficou famoso por propor uma equação que ilustra a teoria
quantitativa da moeda:
MV = PT
(Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Câmara dos Deputados Prova: CESPE - 2014 - Câmara
dos Deputados - Analista Legislativo) Com relação à política monetária, julgue o item a seguir.
O objetivo principal da política monetária deve ser a obtenção e a manutenção da
estabilidade de preços. Sob a perspectiva puramente keynesiana, a política monetária pode e
deve ser utilizada como instrumento de controle da taxa de inflação, a fim de gerar estabilidade
no nível de preço, ao passo que, para os monetaristas, o Estado é agente indispensável para
a obtenção de um sistema de pleno emprego.
Comentários
As noções estão investidas. Para os monetaristas, a política monetária pode e deve ser utilizada
como instrumento para controle da taxa de inflação. Já Keynes questiona a eficácia da política
monetária em restabelecer a dinâmica econômica. O que ele tem certeza é que o governo é
agente indispensável para a obtenção de um sistema de pleno emprego, atuando mediante
gastos públicos quando a iniciativa privada não conseguir alcançar o equilíbrio de mercado.
O item está ERRADO.
Curva de PHILLIPS
Desemprego em alta = preços em baixa (e vice-versa)
Segundo a curva de Phillips, o desemprego e a inflação teriam relação direta e
44
inversa: (1) mais desemprego, menos produção e oferta, preços mais caros =
inflação; (2) preços mais altos (inflação) geram maior atrativo à produção = o
desemprego cai.
CRÍTICA A KEYNES
Pior é que justamente aqueles com maior De uma forma e outra, o resultado é
renda é que economizam os ganhos que os gastos públicos não são a
extraordinários; os com menor renda solução para as recessões. Keynes
acabam gastando mais do que seus estava errado. O resultado de suas
rendimentos de longo prazo – aí já viu ideias nada mais era do que afastar
né? Endividamento, mais miséria e até investimentos privados e fazer com
mesmo necessidade de ajuda que alguns poucos enriquecessem
humanitária para evitar a fome em captando os recursos públicos
massa. investidos.
45
ESTADO MÍNIMO
Herdeiro das noções da escola austríaca (em especial Mises e Hayek), Friedman
também alertava que o governo não podia (não tinha como) controlar a economia
nos mínimos detalhes, já que as pessoas adaptavam seu comportamento às ações
do governo e as neutralizavam.
Friedman lutou para substituir a intervenção ativa do governo (escolhas políticas
subjetivas sobre como e onde gastar o dinheiro público) por uma abordagem
imparcial e técnica. A regra monetária isolava a política do poder arbitrário de um
pequeno grupo de homens não sujeitos a controle pelo eleitorado e das pressões
políticas de curto prazo.
Uma das aplicações da regra de Pareto (também conhecida como 80/20) é que na
maioria os países e regiões, os dados disponíveis indicavam que 20% das pessoas
concentra 80% da riqueza – ou até mais (fala-se muito sobre os 1% mais ricos). Isso
leva, compreensivelmente, a tentativas de equalizar essa questão (desigualdade
social).
MONOPÓLIO ➔ CONCORRÊNCIA
O país optou por renovar a fórmula que havia dado certo para levantar o país após
a Primeira Grande Guerra: uma mistura de mercado com intervenção estatal.
7
Quer saber mais? Confira: https://www.youtube.com/watch?v=8bOtbe_sdV8
Segundo esse economista, que nasceu na Romênia, mas passou boa parte da vida
nos EUA, a ideia de crescimento econômico contínuo viola as leis da física: nada
pode crescer para sempre.
A justiça social deveria estar na ordem do dia, porque sem ela o crescimento da
economia cria tensões sociais (Stuart Mill já havia defendido esta ideia). Alguns 48
passos como a renda mínima e máxima capitalizada deveriam ser implementados
para reduzir a desigualdade.
No Brasil, o que vem prevalendo é exatamente esse modelo, mas com maior gama
de intervenção estatal e (acredite se quiser), com maior universalização das
prestações estatais (mais serviços públicos). Ainda assim, a maioria dos teóricos
insiste em relatar o modelo brasileiro como precipuamente capitalista, rejeitando a
ideia de que seria um meio termo entre capitalismo e socialismo.
5 DIREITO INTERNACIONAL
O passo seguinte da economia foi abrir o comércio para o MUNDO (ao menos o
mundo que se conhecia até então).
Esse novo modelo refletiu nos estudos econômicos. Até a Renascença (séculos XIV
a XVII), a atenção dos estudiosos se voltava para as relações de troca entre
indivíduos (microeconomia). Com o avanço das navegações e a abertura de rotas
de comércio, o foco se desloca para a macroeconomia. 50
MACROECONOMIA MICROECONOMIA
Dentro dessa lógica, para proteger seus interesses, os governos passaram a utilizar
tarifas, subsídios e monopólios – para fazer o dinheiro entrar (mediante exportações
de produtos nacionais) e não sair (via importação de produtos estrangeiros).
CRÍTICOS DO PROTECIONISMO
É claro que o mercantilismo não passou incólume. Os críticos logo vieram. Dudley
North (1641-1691), por exemplo, afirmava que o comércio não era um jogo de
soma zero, mas uma “brincadeira” que tornava a TODOS mais ricos.
David Hume (1711-1776) veio com uma teoria ainda mais completa. Ele afirmou
que NÃO era possível, nem vantajoso, manter uma balança comercial sempre
positiva. Excesso de exportação resultava em mais dinheiro entrando no país... com
a maior reserva financeira, o preço da moeda caía e o preço dos produtos subia,
causando inflação (era preciso mais dinheiro para comprar a mesma coisa). Não
bastasse, o ciclo terminava por prejudicar justamente as exportações, pois os preços
mais elevados reduziam a competitividade externa. O protecionismo não estava
com nada!
(Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: SLU-DF Prova: CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão
de Resíduos Sólidos – Economia) Acerca do processo de industrialização e das mudanças por
ele trazidas para a economia brasileira, julgue o item a seguir.
O processo de industrialização por substituição de importações, ao usar o protecionismo
contra importações e a resultante reserva de mercado, trouxe preços elevados aos
consumidores de bens envolvidos no processo.
Comentários
Não tem como evitar: protecionismo significa permitir que o mercado interno pratique preços
mais altos. Os consumidores pagam a conta...
Portanto, o item está CORRETO.
8
TRADE WAR – TARIFFS. Donald Trump says: “We will bring China to its knees”. Crying: American consumers, farmers,
Wall Street, small business”. Tradução livre: GUERRA COMERCIAL – TARIFAS. Trump diz: “Vamos colocar a China
de joelhos”. Chorando: consumidores, agricultores, investidores e pequenos negócios americanos.
labor com o fruto, dando valor a ele (poderá ser vendido na feira). O trabalho
retira os bens da natureza e os coloca nas mãos do homem via apropriação.
Esse pensamento tem dois efeitos importantíssimos: (1) a riqueza não é fixa, mas
é produto do trabalho, podendo ser gerada, aumentada e beneficiar a todos; (2)
o foco desloca-se para o individualismo, desafiando a hegemonia mercantilista
(que atendia aos interesses de uma elite).
ABRINDO PARÊNTESIS...
Por que o cafezinho é mais caro no bairro dos ricaços?
55
O cafezinho custa mais para os magnatas porque eles têm mais dinheiro para
gastar em suas carteiras recheadas. Quando as pessoas têm mais dinheiro,
querem mais bens e serviços. Só que como a oferta é limitada, os preços sobem.
Simples assim!
Está vendo a alegria no rosto desse menino? Sabe por que esse
sorriso maroto? Sabe por que essa tranquilidade no olhar? São
sinais de quem, aos 41 anos, já está a se aposentar (e muito rico).
David Ricardo apostou contra Napoleão na batalha de Waterloo
(comprou ações britânicas). A Inglaterra levou a batalha e Ricardo
quebrou a banca!
Como veremos mais à frente, o filósofo grego Tales de Mileto já havia adiantado
que os filósofos poderiam ser todos ricos, se quisessem (isso porque ele não teve a 56
oportunidade de conhecer Karl Marx ). Ricardo foi mais um exemplo dos
pensadores de vida dupla – usou a inteligência tanto para enriquecer quanto para
pensar em prol da humanidade.
E o que ele fez de legal para a economia?
Ele propôs o conceito de vantagem comparativa: um país, ao investir no que produz
de modo mais eficiente e importar os demais produtos, não só faz os outros países
ganharem (exportadores) como também ganha (importador) – ambos ganham (o
comércio internacional estimula o crescimento econômico).
(Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TCE-RO Prova: CESPE - 2013 - TCE-RO - Auditor de
Controle Externo - Economia) Segundo a escola clássica, a lei das vantagens comparativas
gera uma deterioração dos termos de intercâmbio entre os países desenvolvidos e os países
em desenvolvimento.
Comentários
Para David Ricardo, e sua teoria da vantagem comparativa, ambos hão de ganhar, mesmo
em se tratando de países desenvolvidos (ricos) versus países em desenvolvimento (pobres). Só
no futuro que surgirão terias como a de Andre Gunter Frank (veremos adiante), para o qual o
comércio assimétrico em tais condições torna os ricos mais ricos e os pobres mais pobres.
O item está ERRADO.
David Ricardo levou o argumento adiante. Imagine que os brasileiros sejam 20%
mais eficientes fazendo chapéus e 50% mais eficientes fazendo sapatos em relação
57
aos hermanos argentinos. Os brasileiros estão em vantagem absoluta em ambos os
produtos. Mesmo assim, sendo mais eficientes em ambos os casos, é vantajoso aos
brasileiros produzir apenas sapatos e comprar os chapéus dos argentinos. A isso se
chama de vantagem comparativa. Deve-se investir naquilo em que se é melhor e
comprar o resto de outros produtores (os brasileiros estariam perdendo tempo se
produzissem também chapéus, em vez de apenas sapatos).
(Ano: 2012 Banca: CESPE Órgão: ANAC Prova: CESPE - 2012 - ANAC - Analista
Administrativo) De acordo com a teoria das vantagens comparativas, se o país A consegue
produzir pão e vinho em um número de horas de trabalho menor do que o país B, então, o
país A terá vantagem relativa na produção de pão e vinho em relação ao país B.
Comentários
No caso, o país A tem vantagem absoluta (não relativa) em ambos os produtos. Ocorre que
segundo a teoria da vantagem comparativa, vale a pena que o país A produza apenas o item
no qual é mais eficiente, importando aquele em que é menos eficiente (ainda que seja mais
eficiente em produzi-lo do que o país do qual importará).
A lógica por trás desse raciocínio está nos custos de se fazer um produto em relação
ao tempo investido ou gasto (vide o conceito de custo de oportunidade – Friedrich
von Wieser). Como os brasileiros são tão bons fazendo sapatos, o tempo investido
fazendo chapéus torna-se muito caro. Se cada nação se concentrar no que faz de
melhor, a produção total será maior e os preços para os consumidores serão mais
em conta, beneficiando a todos.
O protecionismo faz justamente o contrário – eleva artificialmente os preços, faz os
consumidores pagarem mais por produtos piores e mantém a força laboral da
nação alocada em setores de baixa produtividade e rentabilidade, beneficiando
apenas pequenos grupos (elites).
TÁ TUDO INTERLIGADO
Antoine Augustin Cournot (1801-1877)
O caso do trigo é um exemplo ilustrativo (de que Cournot está coberto de razão).
Durante as guerras napoleônicas (1799-1815), não era possível importar trigo de
outros países da Europa. Como se poderia prever, o preço do grão subiu na
Inglaterra. Com a escassez de oferta e o incentivo por lucros maiores, os produtores
ingleses passaram a produzir mais trigo – os preços dirigem a economia, como
demonstrou Ludwig von Mises (já vimos isso, lembra?). Com a proximidade do final
do conflito, as importações se tornaram novamente possíveis e o preço começou a
cair. Só que os proprietários de terra, que dominavam o Parlamento, conseguiram
aprovar as Corn Laws (leis dos cereais), protegendo os produtores nacionais. O
resultado foi que o preço do pão subiu para além do que os pobres podiam pagar.
Quando os soldados voltaram para casa e não conseguiam arrumar emprego, a
vitória na guerra foi-lhes paga em miséria.
Aliás, neste aspecto, já faz tempo (1965) que economista americano Mancur Olson
(1932-1998) evidenciou como os governos respondem mais aos apelos de um
pequeno grupo organizado do que de multidões dispersas. Como a vinda de
importações mais baratas atinge um grupo concentrado de fabricantes e seus
empregados, a gritaria é grande. O enorme grupo de pessoas que é atingida por
preços mais altos (os compradores de automóveis, por exemplo), e os potenciais
trabalhos que são perdidos pelos impactos reflexos, acabam ficando dispersos, sem
força política.
E assim gira o mundo – como diria um grande filósofo (meu pai).
59
que esses países cresçam em rito acelerado; (4) os países pobres acabam tendo
taxas de crescimento maior do que a dos países ricos; (5) ocorre a equalização dos
padrões de vida pelo mundo (todos ficam ricos).
O comércio a longas distâncias existe pelo menos desde o século I a.C. Movidos
pelo aumento da demanda causado pelo crescimento da população e da riqueza,
os Fenícios saíram em missões em busca de novos produtos.
Mas é a partir de 1820 que o fenômeno da globalização realmente toma forma,
empurrado pela redução dos custos das trocas comerciais – esses custos caem
notadamente quando são inventadas novas formas de transporte, mais rápidas e
baratas, como, na época, o barco a vapor e as ferrovias, somadas à refrigeração
(a preservação de carne, por exemplo, permitia sua importação de lugares
longínquos) e à abertura do Canal de Suez, reduzindo enormemente o tempo de
viagem entre a Europa e a Ásia.
Segundo a teoria de Frank, os países pobres são levados a acreditar que a abertura
de suas fronteiras ao comércio internacional leva ao crescimento econômico e à
prosperidade social. Acontece que uma vez que as fronteiras caem os países ricos
passam a exercer sua posição de domínio, explorando os países pobres mediante
tratativas de comércio absolutamente desiguais. A economia dos países emergentes
acaba estagnando ou mesmo encolhendo, enquanto os países ricos se regozijam
com a abertura de novos mercados consumidores. Os países ricos ficam mais ricos;
os países pobres ficam mais pobres.
9
Sem querer fazer propaganda, mas já fazendo kkkk aqui vai a indicação de um texto de minha autoria que aborda
o assunto: https://libertarianinstitute.org/articles/is-the-eu-a-federal-state/
Mas por que isso acontece? Ora, para Frank os países em desenvolvimento, em
geral, produzem commodities (materiais brutos que funcionam como matéria-prima,
como petróleo, minerais, madeira, metais, frutas, grãos, café, carne etc.), que são
adquiridas pelos países desenvolvidos e transformadas em produtos manufaturados.
Esses produtos são então vendidos com alto valor agregado. Isso leva a um sistema
de comércio altamente desbalanceado, sem contar que os países pobres não têm
poder de barganha. Ao cabo, a riqueza fica concentrada nos países ricos e os países
pobres ficam dependentes desse comércio predatório (questão de sobrevivência).
63
Ok. Mas há casos em que os países ricos investem nos países pobres, por exemplo
abrindo uma fábrica na África ou na Ásia. Sim, só que essas nações só fazem isso
para explorar a mão-de-obra barata. Os lucros não são reinvestidos na economia
local, indo parar nos bolsos dos investidores estrangeiros.
Essa visão de Gunder Frank é extremamente negativa e não explica, por exemplo,
como os Emirados Árabes (exportadores de commodities – notadamente petróleo)
conseguem ser mais ricos que o Batman. Ademais, há países que se abriram ao
mercado internacional, iniciaram no fornecimento de commodities e utilizaram os
ganhos para investir em tecnologia. O resultado foi bastante interessante. Exemplo:
Coreia do Sul.
A teoria frankiana é realista para alguns casos, mas não consegue tomar dimensão
do fenômeno todo (como pretende).
6 DIREITO EMPRESARIAL
64
A maioria dos economistas concorda que a E há ainda casos em que há vários
existência de competição é uma condição competidores, mas eles resolvem,
sine qua non para que os preços sejam
sem aviso, disfarçadamente, mudar
“justos” – se há apenas um fornecedor no
a brincadeira: de competição para
mercado, ele pode manter o preço acima do
valor natural por tempo indeterminado. cooperação. Formam-se os cartéis.
CARTÉIS
Se a competição é responsável por baixar os preços, não seria mais benéfico aos
fornecedores, em vez de brigaram para obter a maior fatia de mercado,
simplesmente se unirem para manter os preços artificialmente altos? Não seria
melhor a cooperação?
10
Tales poderia ser considerado o precursor do comportamento dos investidores no mercado de ações: compre na
baixa; venda na alta.
MONOPÓLIOS E OLIGOPÓLIOS
Em 1590, os comerciantes da
Holanda se uniram em um
cartel, a Companhia Holandesa
das Índias Ocidentais, a qual
receberia, em 1621, o
monopólio do comércio de
especiarias das Índias.
(Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: TJ-BA Prova: FGV - 2015 - TJ-BA - Analista Judiciário -
Economia) Um monopolista maximiza lucros quando:
a) a receita marginal supera o custo marginal;
67
b) atua na parte elástica da demanda;
c) o preço iguala o custo marginal, no caso de a demanda não ser perfeitamente elástica;
d) a produtividade marginal iguala a produtividade média;
e) a demanda intercepta o custo médio.
Comentários
A maximização de lucro via aumento do preço só é possível nos casos em que a demanda é
elástica (é flexível o bastante a permitir essa elasticidade).
A alternativa correta é a B.
Adam Smith havia admitido que, em alguns casos, como o das estradas de ferro, o
mercado não conseguiria fornecer incentivos suficientes para que investidores se
oferecem a prover estrutura tão considerável. Ademais, mesmo que surgissem
alguns interessados, não seriam vários os fornecedores, considerando o montante
de investimentos necessários para prestar o serviço. Esses seriam casos de
monopólios naturais (pela própria essência), levando o Estado a assumir o controle
desses serviços.
Amig@, se tem um lugar onde tudo é polêmico (até mais que no direito), esse lugar
é a ciência econômica. Alguns economistas dizem que, a depender de certos fatores,
em alguns mercados, um monopólio pode ser mais benéfico aos consumidores do
que várias pequenas empresas em concorrência. Como????
Um grande monopolista precisa gastar menos com publicidade e pode se utilizar
da economia em escala (reduzindo as despesas). Com isso, seus lucros subem e o
preço final ao consumidor pode até mesmo ser menor do que se houvesse pequenas
69
MONOPÓLIO DE TRABALHADORES?
Se pode haver monopólio do lado de lá, também pode haver do cá – caso em que
os empregados conseguem salários mais altos.
Stuart Mill aborda o tema de uma perspectiva diferente. Para ele, algumas profissões
(como a medicina) têm muros naturais porque barram pessoas das classes mais
baixas em razão das exigências, especialmente de muitos anos de educação de alta
qualidade, o que poucas famílias podem oferecer.
Mais-valia nada mais é do que esse valor excedente gerado pelo trabalho.
Pois bem. Essa parcela basilar da teoria de Marx sempre foi alvo de muitas críticas.
Vamos ver por quê.
Castelos de areia: por que eles não custam muito dinheiro, já que não o maior
trabalho para construir? Marx dizia que o trabalho podia ser desperdiçado em cosias
que ninguém queria. A tréplica é: mas como saber? Se algo deu um baita trabalho
e é coloca à venda por alto preço, pode ser que ninguém queira... se o preço baixar,
o interesse sobe... a desvinculação da relação valor-trabalho é justamente o que faz
o bem se tornar atrativo.
Obras-primas: pode uma pintura (Mona Lisa) ter seu preço fixado pelo número
de horas investidas para criá-la? Marx dizia que essas grandes criações humanas
eram uma exceção... uma obra-prima é única hehehe
Achado: e o diamante ainda bruto encontrado? Por que ele vale mais do que
um pedaço de calcário obtido com muito esforço? Comparativo: por que o ouro
vale mais do que a prata se ambos dão o mesmo trabalho para obter? Marx? Cadê
você Marx? Ele saiu sem responder...
(Ano: 2009 Banca: FGV Órgão: SEFAZ-RJ Prova: FGV - 2009 - SEFAZ-RJ - Fiscal de Rendas)
Um trabalhador escolhe livremente entre horas de lazer e de trabalho num mercado sem
obrigações contratuais. Com relação à teoria clássica de oferta de trabalho, que relaciona
horas trabalhadas com salário/hora pago, assinale a afirmativa correta quanto às suas
hipóteses e conclusões.
a) O trabalhador não escolhe livremente entre horas de trabalho e de lazer.
b) Quanto maior o salário/hora, menor a oferta de trabalho.
c) A oferta de trabalho aumenta com o aumento do salário até um dado nível w*, reduzindo
para níveis de salário superiores a w*.
d) Obrigações contratuais incentivam rápidos ajustes às variações de salários.
Em suma, muito embora seja sustentáculo de sua teoria política, a teoria do valor-
trabalho de Marx (mais-valia) não se sustenta. Elementos como oferta e demanda
são muito mais relevantes para a fixação dos preços.
A Mania das Tulipas é das primeiras e mais famosas bolhas especulativas de todos
os tempos.
11
Há um filme (“Amor e Tulipas” - 2017) bem legal que conta um pouco do episódio, junto com uma trama romântica
e trágica. Confira o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=7FJmJSo_IeY
Pobre Newton!!! O economista americano Peter Garber não fica com peninha, não!
Ele entende que os investidores adquirem títulos sabendo muito bem que os preços
estão acima do normal, mas acreditam que estes subirão ainda mais antes de cair,
permitindo-os vender com ágio. Como os preços não podem subir para sempre, o
investidor age guiado pela ideia de que “o cara para quem venderei é mais tolo (do
que eu) e não perceberá que o colapso (crash) se aproxima”.
Mas o que gera as bolhas, o aumento maluco dos preços e depois a queda abissal?
Às vezes, a razão por trás da alta de preços é real (como o fato de senhoritas finas
quererem usar tulipas presas a seus vestidos), mas às vezes o negócio é pura
especulação, a exemplo da Bolha da Internet (Dotcom Bubble).
Nos primórdios da internet, as pessoas acreditaram que toda e qualquer firma que
estivesse na rede iria se tornar a próxima AOL (cujo número de usuário pulou de
200 mil para 1 milhão em dois anos e depois passou a subir à taxa de um milhão
a cada mês). A geral correu para investir – quando seu tio mecânico começa a
discutir investimentos no almoço de domingo da família, você tem um sinal claro de
que uma bolha está prestes a explodir. Estima-se que entre 2000 e 2002, mais de
U$ 7 trilhões tenham desaparecido do mercado de valores (perdas).
74
Para que esse sistema funcione, ou as pessoas devem ficar sempre tranquilas,
confiantes de que terão seu dinheiro de volta quando precisarem, ou deve haver
PERIGO MORAL
Entre as tantas fases famosas atribuídas a Adam Smith está “o homem responde a
incentivos”. Logo, se não houver incentivo ao trabalho, por exemplo (e o sujeito
puder ganhar a vida na sombra e água fresta), pode apostar que não haverá
nenhum esforço ao labor. A isso se chama perigo moral.
E tal perigo também afeta os mercados, especialmente aqueles cercados de políticas
assecuratórias (como o bancário e financeiro). A existência de seguro incentiva os
operadores a assumir mais riscos, porque eles sabem que os eventuais prejuízos
serão cobertos.
76
Grandes bancos surfam essa onda: alguns se acham “grandes demais para
quebrar”. Sabendo que sua falência causaria recessão, eles atuam sem medo
(investimentos demasiadamente arriscados), na fé de que acaso algo dê errado, o
governo criará um plano para ajudá-los
O Economista americano Kenneth Arrow acreditava que nessas situações a
intervenção estatal era justificada, evitando que o mercado trouxesse prejuízos às
pessoas. Mas e quando o risco vem do próprio Estado?
O EQUILÍBRIO DE NASH
Ele sugeriu que a cooperação é uma possibilidade, mas apenas quando cada player
a percebe como um elemento que maximizará sua chance individual de sucesso. A
partir disso, Nash identificou um estado de equilíbrio em que nenhum dos players
quer alterar seu comportamento individual (mantém a melhor estratégia individual,
não cooperativa), supondo que os outros farão o mesmo.
DILEMA DO PRISIONEIRO
média de 3 anos – acreditando que o outro abrirá o bico, nenhum dos dois terá
coragem de silenciar (e ter de encarar 10 anos de cana).
(Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: MPE-AM Prova: FCC - 2013 - MPE-AM - Agente Técnico -
Economia) Em relação a estratégias competitivas e jogos, é correto afirmar:
a) Os modelos de Duopólio desenvolvidos pela Teoria Econômica não fazem uso do conceito
de Equilíbrio de Nash.
b) Para todo e qualquer jogo sempre há apenas uma estratégia compatível com o Equilíbrio
de Nash.
c) Quando cada agente consegue definir sua estratégia ótima, independentemente da
adotada por seus concorrentes, há um Equilíbrio de Estratégias Dominantes.
d) Todo Equilíbrio de Nash corresponde a um Equilíbrio de Estratégias Dominantes, pois
nenhum agente tem incentivo a alterar seu comportamento.
e) O Dilema dos Prisioneiros é um caso clássico em que todos os agentes possuem uma
estratégia dominante e por isso o equilíbrio é alcançado.
Comentários
79
Quando cada agente consegue definir sua estratégia ótima, independentemente da adotada
por seus concorrentes, há um Equilíbrio de Estratégias Dominantes (C). Obviamente, NÃO é
todo jogo que apresenta apenas uma estratégia compatível com o Equilíbrio de Nash (B).
NÃO é todo Equilíbrio de Nash que corresponde a um Equilíbrio de Estratégias Dominante,
embora seja verdade que o equilíbrio de Nash representa uma situação em que, em um jogo
envolvendo dois ou mais jogadores, nenhum jogador tem a ganhar mudando sua estratégia
unilateralmente. (D). Uma estratégia estritamente dominante é aquela que sempre fornece a
maior utilidade para um jogador, independentemente da estratégia do outro jogador. Assim,
um equilíbrio estratégico dominante é alcançado quando cada jogador escolhe sua própria
estratégia dominante (E).
A alternativa correta é a C.
O que isso tudo tem a ver com economia? Em situações de informação incompleta
(nevoeiro de incerteza), os players do mercado tomam decisões tentando prever o
que seus concorrentes e demais agentes irão fazer. Por exemplo: quem trabalha no
mercado financeiro busca agir tentando adivinhar o que o banco central irá fazer
(quanto à inflação, câmbio, títulos, quantidade de moeda, taxas de juros).
ABRINDO PARÊNTESIS...
PARA MUITO ALÉM DO MERCADO
A teoria de Nash explica por que é difícil manter um oligopólio via cartel (lembra?),
considerando a real possibilidade de um dos agentes trair os demais em busca do
lucro pessoal e imaginando que, em algum momento, um dos outros fará o
mesmo.
Mas a aplicação da teoria dos jogos e do equilíbrio vai muito além da seara
mercantil. Nações atuam com base nela. Há uma versão do dilema do prisioneiro
conhecido como “jogo de guerra e paz”, que explica por que os países investem
tanto dinheiro em novas tecnologias bélicas (e o medo de não se armar e o outro
armar-se até os dentes?).
(Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Teresina - PI Prova: FCC - 2016 - Prefeitura de
Teresina - PI - Técnico de Nível Superior) A teoria dos jogos pode ser útil para analisar o
processo decisório nas empresas. No modelo do dilema dos prisioneiros,
80
a) o resultado de uma decisão depende também da decisão dos demais participantes.
b) os participantes tomam sua decisão em um ambiente de cooperação.
c) a informação é perfeita.
d) temos um jogo de soma constante.
e) não existem estratégias dominantes.
Comentários
A ideia da teoria dos jogos é justamente a correlação entre as decisões (ambiente de
influência). Logo, “o resultado de uma decisão depende também da decisão dos demais
participantes”.
A alternativa correta é a A.
Outro economista responsável por fazer avançar a teoria dos jogos foi o alemão
Reinhard Selten, que introduziu o conceito de subjogo. A ideia é de que muitas
situações reais são compostas por diversos estágios (como os elos de uma corrente),
sendo que o equilíbrio deve ser alcançado em cada estágio do jogo.
81
7 DIREITO DO CONSUMIDOR
ABRINDO PARÊNTESIS...
Utilidade marginal
PREÇO DE EQUILÍBRIO
Como bom liberal (precursor do liberalismo), Adam Smith entende que o mercado
é o sistema que gera o preço mais justo. Mas ele não deixa de fazer análises
pontuais sobre a justeza prática dos preços. Para ele, todos os bens têm um preço
que reflete o esforço para fazê-lo – preço natural ou valor real.
84
O valor real de um bem é o preço do trabalho para obtê-lo. O preço
do grão envolve o aluguel pago, os salários dos trabalhadores, o
transporte, o lucro do fazendeiro. Os mercados competitivos forçam
os preços a corresponder ao valor real (natural) – equilíbrio entre as
contribuições do trabalho, terra e capital.
85
Acontece que nem sempre as coisas funcionam dessa forma. Exemplo: se uma
fábrica de computadores está operando no limite de sua capacidade produtiva (100
computadores por dia) e a demanda é de 105 computadores, possivelmente não
valha a pena abrir toda uma nova linha de produção (com vários custos e riscos
envolvidos). Melhor será aumentar um pouco o preço para fazer a demanda reduzir
para 100 computadores/dia.
Há ainda outros fatores que interferem nessa operação, como o fato de o bem ser
essencial (mesmo com o aumento do preço de uma medicação, sua demanda
continuará estável) ou o fato de as pessoas pirarem em um produto (o Iphone é
vendido a preço de ouro no Brasil e mesmo assim uma galera paga o preço
extorsivo).
$ na mão é VENDAVAL?
“O dinheiro ruim tira o dinheiro bom de circulação”
A teoria de Akerlof é uma versão moderna da ideia sugerida originalmente pelo
financista inglês Sir Thomas Gresham (1519-1579), que observou que quando
moedas com mais e menos prata circulavam ao mesmo tempo, as pessoas
tendiam a tentar segurar as moedas mais “pesadas”. Daí por que “o dinheiro ruim
tira o dinheiro bom de circulação”.
da seguradora). O resultado são preços (do prêmio) cada vez mais altos e prejuízo
para os segurados de maior idade.
Para piorar, no Brasil a farra da judicialização leva todos a buscarem elevar o
padrão de seu plano de saúde via Judiciário. Como a tática, em 95% dos casos é
bem-sucedida, os preços dos planos aumentam ainda mais (reflexo inexorável). Ao
cabo, as classes mais baixas acabam ficando impossibilitadas de acessar planos
mais em conta (inexistentes). Esse é o mercado dos limões...
(Ano: 2016 Banca: ESAF Órgão: ANAC Provas: ESAF - 2016 - ANAC - Especialista em
Regulação de Aviação Civil) A respeito da teoria do agente principal, analise as afirmativas
abaixo, classificando-as em verdadeiras (V) e falsas (F), e, em seguida, assinale a opção que
contenha a sequência correta.
( ) Essa teoria considera a existência de uma relação entre dois atores, o principal e o agente,
sendo o agente aquele indivíduo que emprega uma ou mais empresas para atingir seu
objetivo.
( ) Na relação agente principal, pode aparecer uma dificuldade derivada da assimetria de
informações, que surge da incapacidade do principal de monitorar as atividades realizadas
pelos agentes e esses perseguirem suas próprias metas em vez das metas do principal.
88
( ) A teoria do agente principal se aplica entre os órgãos reguladores e as empresas reguladas,
pois os primeiros precisam de informações dos últimos para regular o mercado, e isso sempre
envolve assimetria de informação – que pode ser agravada pela evolução tecnológica.
a) V, F, V
b) F, V, V
c) V, V, F
d) F, F, V
e) F, V, F
Comentários
Quem emprega uma ou mais empresas para atingir seu objetivo é o principal (exemplo: uma
seguradora), não o agente (Item I). Os itens II e III (corretos) nos ajudam a compreender com
exatidão como funciona o exquema.
A alternativa correta é a B.
Outros bens (que possuem mais substitutos e não são essenciais), são muito mais
responsivos às alterações de preço – se o preço sobe, as pessoas param de comprar
(é o caso da geleia de morango, que pode ser substituída por geleias de outros
sabores).
A isso Marshall chamou de elasticidade da demanda – a responsividade do mercado
depende da quantidade de procura após a alteração do preço.
Quando as pessoas enriquecem, seu gasto com comida (necessidade básica) não
sobe tanto assim (comida é um produto de demanda inelástica). Agora, quando a
renda melhora, os gastos com produtos de luxo (como viagens ao exterior e
produtos importados) sobem rapidamente. Essa noção é conhecida como Lei de
Engel.
Mas no que isso importa para o direito? Por exemplo, com o crescimento da renda
das famílias em um país, o governo vê o dinheiro ir embora em importações e
viagens para o exterior (os mercantilistas ficam de cabelo em pé)... e por aí vai...
E isso serve para tudo. O custo de ir ao cinema é a felicidade que você teria ao ir
à praia. Chamamos isso de custo de oportunidade: em um ambiente de escassez
(dinheiro ou tempo, por exemplo) ao fazer uma coisa, deixamos de fazer outra – em
um mundo de possibilidades infinitas e recursos limitados, somos levados a escolher.
Hoje muito se fala, a título de exemplo adicional, que em cidades grandes vale mais
a pena alugar um imóvel (do que comprar), pois o custo de oportunidade para a
aquisição da casa própria não compensa. Vale mais investir o dinheiro e ficar
pagando aluguel, especialmente para quem precisa morar perto do trabalho e está
exposto à necessidade ter de se mudar.
(Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: AL-RO Prova: FGV - 2018 - AL-RO - Analista Legislativo -
Economia) Suponha um indivíduo com o ensino médio completo. O custo de oportunidade
para esse indivíduo cursar em período integral e concluir o ensino superior é igual
a) aos encargos educacionais cobrados pela faculdade.
b) ao valor da mensalidade do ensino médio corrigida pela inflação.
c) ao custo do material escolar, transporte e moradia.
d) ao salário sacrificado do mercado de trabalho, caso não ingressasse na faculdade.
e) a zero, uma vez que o indivíduo já concluiu o ensino médio.
Comentários
Se o sujeito vai ficar na universidade em período integral, ele não poderá trabalhar. Logo,
quanto ao custo de oportunidade, o que temos é que ele sacrificará o salário que poderia
receber, acaso não estivesse o dia todo estudando (essa é a “oportunidade” perdida).
A alternativa correta é a D.
(Ano: 2012 Banca: CESPE Órgão: TJ-AL Prova: CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário -
Economia) Com relação ao custo de oportunidade, assinale a opção correta.
a) Se cada hora diária de estudo aumenta em três pontos a nota de um indivíduo em uma
prova de matemática, então o custo de oportunidade de não estudar e jogar videogame por
uma hora diária é igual a 0,3 ponto a mais na prova de matemática. 91
b) Se dez reais são suficientes para a compra de apenas um CD ou de um DVD, então o custo
de oportunidade da compra de um CD é dez reais.
c) O custo de oportunidade de estar no Brasil em determinado instante equivale ao custo de
oportunidade de não estar em qualquer outro lugar nesse mesmo instante.
d) Se, para participar de um curso no exterior por certo período, é necessário pagar R$ 140
mil e abrir mão de um emprego no Brasil com ganhos de R$ 280 mil pelo mesmo período,
então o custo de oportunidade de desistir do curso e aceitar esse emprego é igual a R$ 2 mil.
e) Se o custo de um médico corresponde a cinco vezes o custo de um enfermeiro, então o
custo de oportunidade de dois enfermeiros é igual ao de um médico.
Comentários
Assertiva A = Igual a 0,3 coisa alguma. Cada hora perdida jogando videogame tem o custo
de oportunidade de cada hora estudada, isto é, 3 pontos na prova.
Assertiva B = o custo de oportunidade de comprar um CD é um DVD.
Assertiva C = isso mesmo. O custo de oportunidade de estar no Brasil é o de não estar em
Miami, Alpes Suíços, Londres, Nova Iorque...
Assertiva D = o custo de oportunidade aceitando o emprego é dado pela seguinte fórmula →
curso / emprego = 140.000 / 280.000 = 0,5. A resposta tenta confundir com o custo de
oportunidade de desistir do emprego → emprego / curso = 280.000 / 140.000 = 2.
Assertiva E = bora exercitar a matemática!!
Médico = m
Enfermeiro = e
Custo (2e) = 2; Produção (2e) = 1/2 = 0,5 enfermeiros
Custo (2m) = 10; Produção (2m) = 1/10 = 0,1 médicos
Custo de oportunidade (2e) = 0,1 / 0,5 = 0,2 (o custo para formar 2 enfermeiros é de 0,2
médicos)
A alternativa correta é a C.
92
Adam Smith foi, realmente, um sujeito à frente do seu tempo. Com ele se iniciaram
muitos dos conceitos que utilizamos até hoje. Um deles é o do homem econômico
racional, que calcula os benefícios e toma decisões com base em uma análise de
potencialização do seu próprio bem-estar (não apenas dinheiro, como observa
Stuart Mill, mas riqueza das mais variadas espécies, inclusive moral).
Imagine que você seja parad@ na rua e alguém te ofereça R$ 100 de graça, assim,
na maior. Você fica superfeliz. Então o sujeito diz que se você aceitar jogar “cara
ou coroa” (50% de chance) e ganhar, levará R$ 250; se perder, fica sem nada. Há
grandes chances de você preferir ficar com os 100 pila (segurança do ganho).
Agora, imagine que você esteja sendo assaltad@ e tem R$ 250,00 na carteira. Você
reclama que era o dinheiro do leite das crianças e o assaltante se compadece.
Oferece a você uma opção: dar R$ 100,00 para ele ou jogar cara ou coroa. Se
você resolver jogar e ganhar, ele vai embora sem nada; se você perder, ele leva os
R$ 250. Há uma grande chance de você topar jogar cara ou coroa esperando
poder se livrar sem ter de perder nada – não ficará com a segurança de dar apenas
R$ 100 (risco na perda).
8 DIREITO TRIBUTÁRIO
Por óbvio, essas questões vão acabar perpassando o âmbito da Economia, uma vez 95
que quanto o Estado pretende arrecadar e de que maneira irá investir são questões
que envolvem os modelos econômicos adotados.
Apenas a título de exemplo: se o Estado for de economia liberal, menos recursos
serão necessários e maior será a proteção concedida aos indivíduos – limites ao
poder estatal em tirar parte dos ganhos dos cidadãos. Agora, se o modelo for
interventivo (como a social democracia), o Estado não poderá instituir tributos
praticamente como bem entender.
Uma das questões mais palpitantes da época de Quesnay era como reabastecer os
cofres do Estado francês, esgotados pela dispendiosa Guerra dos Sete Anos (1756-
1763).
Muitos tinham a resposta na ponta da língua: “SIMPLES! Basta aumentar os
impostos”!!!
Quesnay nadava contra a maré. Ele defendia que aumentar os impostos era como
o derramamento de sangue (técnica “medicinal” muito utilizada na época): se não
fosse feito com cuidado, do modo correto, poderia matar o paciente.
E as metáforas médicas não paravam por aí. Para ele, a riqueza se originava da
agricultura (assim como o corpo precisa de alimento, a riqueza vinha da terra... as
demais atividades eram estéreis, não geravam excedente, apenas contribuíam para
o fluxo do dinheiro). Portanto, o modo mais simples e menos distorcido de extrair
dinheiro era um imposto único sobre a propriedade de terras – cobrar dos
12
A origem do termo é atribuída ao escritor francês Pierre de Boisguilbert, que utilizou a frase laisse faire de la nature
(deixe a natureza agir), com o sentido de “deixe o mercado agir”.
98
Suas ideias, que depois seriam refinadas por outros economistas, buscavam maior
eficiência e equidade na arrecadação de tributos, o que incluía a noção de que os
mais ricos (por ter melhores condições) deveriam pagar mais e aqueles diretamente
beneficiados pelas ações do governo tinham obrigação de arcar com os custos.
as maiores beneficiárias das obras públicas (sem ter de pagar nada por elas) ficaram
enraivecidas.
(Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: SLU-DF Prova: CESPE - 2019 - SLU-DF - Analista de Gestão
de Resíduos Sólidos – Economia) Com relação à estrutura tributária brasileira, julgue o item
99
subsequente.
Um fator agravante da falta de equidade do sistema tributário brasileiro é a excessiva
participação dos tributos sobre o consumo, em relação àqueles sobre a renda e a propriedade,
na arrecadação.
Comentários
Exato! O sistema se torna regressivo, onerando, de modo mais pesado, quem tem renda
inferior e gasta a maior parte de sua renda justamente com o consumo (os mais ricos, que
economizam e investem mais, ficam de boa na lagoa).
Logo, o item está CORRETO.
100
Bora TAXAR os SUPER-RICOS?
E os paraísos fiscais?
Uma coisa que volte e meia aparece para discussão é a regulamentação do
famigerado imposto sobre grandes fortunas. Os defensores só esquecem de
perceber que tão logo esses caras são taxados, eles saem do país, indo parar em
paraísos fiscais (por que que você acha que Mônaco é tão rico?)
9 DIREITO ADMINISTRATIVO
101
É difícil de impedir que os não pagantes O consumo do serviço por uma pessoa
(free riders) usufruam do serviço de não diminui a capacidade da outra de
graça. também consumi-lo.
Como há uma demanda para esses serviços (e o mercado não a atenderia), cabe
aos governos assumi-los na forma de serviço público, custeando-os via tributação.
Como já vimos, até mesmo o pai dos liberais, Adam Smith, acataria essa premissa 102
de que alguns bens estão “fora do mercado” ou que o mercado não seria eficiente
para prestá-los. Ele também citou as estradas (embora hoje os pedágios venham
substituindo as estradas públicas em muitos lugares).
David Hume foi uma figura ímpar. Ele ajudou a mudar a mentalidade de sua época,
advertindo de que não há mérito na pobreza, nem problema na riqueza.
À beira da morte, em 4 de julho de 1776 (dia em que os Estados Unidos declaravam
sua independência), Hume ofereceu um jantar para se despedir dos amigos. À
mesa, Adam Smith reclamava do tratamento que Hume recebia em seus últimos
dias, o que só deixava claro o quanto o mundo era ingrato.
Sempre bem-humorado, o moribundo respondeu: “Não, não, aqui estou eu, tendo
escrito toda sorte de coisas calculadas para levantar hostilidades no campo moral,
político, religioso, e ainda assim não tenho nenhum inimigo; com exceção de todos
os Whigs, todos os Tories [os dois partidos da época] e todos os cristãos”.
Como vocês podem imaginar, a profe não gostou nada nada da minha observação.
Mas eu não estou sozinho nessa defesa. Anos mais tarde fui descobrir que o 103
economista húngaro János Kornai (1928-) viu em primeira mão tudo isso acontecer
na Hungria socialista. Ele criou uma teoria que aprofunda o raciocínio.
Em mercados competitivos, as decisões das empresas são tomadas em um ambiente
de pressão: há duras limitações orçamentárias – as receitas precisam superar as
despesas (lucratividade). Já as empresas públicas não estão sujeitas a essa mesma
disciplina. Elas estão sujeitas a suaves restrições orçamentárias. O governo, em
última instância, assegura as empresas públicas contra o risco de falência (elas
nunca vão fechar as portas por serem ineficientes).
Kornai descreve essa suavidade de orçamento como uma síndrome dos modelos de
planejamento central que NÃO pode ser curada porque apenas uma mudança
sistemática poderia apresentar uma solução.
Lembrando que esse não é um problema apenas de países socialistas e das sociais
democracias, pois mesmo países mais liberais (como os EUA) costumam socorrer
grandes empresas em dificuldades (como os bancos durante as crises do sistema
financeiro), o que leva essas grandes corporações a esperar por essa ajuda (perigo
moral, sobre o qual já falamos), passando a atuar de modo ineficiente ou mesmo
passando a assumir altos riscos (contanto com a salvação estatal).
10 DIREITO AMBIENTAL
Até 1950, ninguém percebia que elementos como a poluição gerada pelos
produtores simplesmente não era incluída nos custos de produção. Ou seja, que
alguns empresários (em alguns ramos) lucram com o produto e deixam a poluição
para a sociedade. A partir de então, muito se vem discutindo que as fábricas não
arcam com os reais custos de sua atividade, os quais são socializados (enquanto os
lucros são individualizados).
(Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de São Paulo - SP Prova: VUNESP - 2015 -
Prefeitura de São Paulo - SP - Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental -
Conhecimentos Específicos) É um exemplo de externalidade negativa o custo
a) de renovação da frota pública de veículos.
b) das passagens de ônibus.
c) da poluição gerada pelos carros.
d) gerado pela construção do metrô.
e) da fiscalização do trânsito.
Comentários
Externalidades negativas são situações nas quais as ações de um determinado agente da
economia prejudicam os demais indivíduos (deseconomias externas). O custo social é maior
do que o custo pago na seara privada.
A alternativa correta é a C.
105
(Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2016 - DPU - Economista) Em relação
à economia do setor público e aos objetivos da intervenção governamental na economia,
julgue o item a seguir.
Na presença de externalidade positiva, o mercado produz resultado socialmente ótimo em
termos de bem-estar.
Comentários
PEGADINHA! Qualquer que seja a externalidade, positiva ou negativa (falha de mercado),
gera desequilíbrio, fazendo com que o mercado se distancie do resultado considerado
socialmente ótimo.
O item está ERRADO.
Algumas ideias passaram a surgir para resolver essa questão. Uma delas é a do
economista britânico Arthur Pigou (1877-1959), segundo o qual a maneira resolver
o imbróglio é taxar os poluidores (fazê-los pagar pelo estrago).
O imposto pigoviano tem por objetivo fazer com que o custo total
de produção (inclusive da poluição) seja incluído no bolso dos
produtores. Se os produtores querem utilizar combustíveis fósseis
e emitir cases de efeito estufa, por exemplo, devem estar
preparados para arcar com os danos causados.
Ainda que a solução possa ser eficiente, muitos criticam a medida porque se
resolveria em algo como “pague para poluir”. Ademais, NÃO é fácil estimar o real
valor da poluição.
Será que o mercado tem condições de lidar com as externalidades? É a pergunta
que fica...
Os impostos devem ter como alvo coisas “ruins”, como a poluição, e não coisas
“boas”, como os salários.
106
Vários autores falam hoje em economia ecológica: a economia humana deveria ser
vista como parte de um sistema ecológico maior.
13
As pesquisas costumam indicar que a ascensão financeira não é facilmente convertida em graus de felicidade;
porém, ao mesmo tempo, a redução da renda (essa sim) impacta dramaticamente no nível de bem-estar. Meu pai
sempre dizia: “triste não é ser pobre (e nós éramos kkkkk), mas o empobrecimento”.
PIB MACHISTA!!!
Segundo a autora, atividades como dar a luz a filhos, criá-los e educá-los, cuidar
dos afazeres domésticos..., se não forem remuneradas deixam de ser consideradas
no PIB. Cozinhar só entra na conta (torna-se economicamente ativo) quando a
comida é vendida, embora a atividade seja exatamente a mesma do que aquela
E como estamos falando em Direito ambiental, ela relata ainda que elementos como
a perda da biodiversidade e a piora na saúde pública (pela poluição, por exemplo)
não estão sendo consideradas nessa conta.
109
O economista Nicholas Stern estima que o custo das mudanças
climáticas pode ter um impacto negativo maior do que 20% do
PIB global, sendo que com investimentos da ordem de 1% do
PIB, seria possível remediar os efeitos mais danosos se
agíssemos AGORA. Segundo ele, sem intervenção, as
mudanças climáticas custarão cerca de 2,5% do PIB mundial
ao ano até 2099 – esses caras são muito profetas (projeção de
70 anos é bastante audacioso).
11 DIREITO ELEITORAL
E para você que achou que já não tivéssemos mais nenhum ramo do direito para
ligar com a economia, aqui vai nossa última pedida: Direito Eleitoral!
O Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público (Constitucional) que trata do direito
ao sufrágio – é dimensão política do direito.
E temos, sim, alguns pontos a ressaltar aqui!
Last but not least...
Mais tarde (1950s), Kenneth Arrow avançaria o argumento para afirmar que a
existência de um sistema eleitoral que reflita as preferências pessoais com precisão
não é apenas uma questão problemática, mas uma real impossibilidade.
E vamos a cada dois anos votar, na esperança de escolher racionalmente
candidatos, não é?
Imagine que alguém lhe ofereça uma maçã ou uma banana. Você
escolhe a maçã. No dia seguinte a oferta se repete, mas com adição
de uma opção, uma laranja. É esperado que você escolha entre maçã
ou laranja, porque ontem você rejeitou a banana e a inclusão da
laranja nada altera a relação entre maçã e banana. O lógico é que
você repita a escolha (maçã) ou prefira a nova opção (laranja)... escolher a banana
seria irracional. Pois a irracionalidade é nossa marca registrada... “ahhh, hoje estou
a fim de banana...” (escorregamos na casca de banana).
O que isso tem a ver com economia? Ora, as escolhas que as pessoas fazem para
atender suas necessidades são a base da economia... E o que tem a ver com direito
eleitoral? Opa, o que é direito eleitoral, senão o modo como organizamos o modelo
de governo e de escolha dos governantes.
O mesmo que vale para maçãs, bananas e laranjas vale para candidatos.
Por sinal, não só o direito eleitoral como o direito como um todo é uma questão de
escolha.
O STF em seu mister diário, por exemplo, é a ilustração viva do paradoxo da
independência.
Para não ficar no abstrato, trarei um caso real.
13 QUESTÕES
Q1. Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: SLU-DF Prova: CESPE - 2019 - SLU-DF -
Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Economia
Com relação à atuação do governo na economia, particularmente no
endividamento público, julgue o item que se segue.
O déficit público, que consiste na diferença entre o investimento público e a
poupança do governo, pode ser financiado pela emissão de títulos públicos
para venda ao setor privado.
Q2. Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: SLU-DF Prova: CESPE - 2019 - SLU-DF -
Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Economia
Com relação à atuação do governo na economia, particularmente no
endividamento público, julgue o item que se segue.
A dívida mobiliária dos estados e dos municípios inclui os títulos emitidos para
pagamento de precatórios.
Q3. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova:
FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Consultor Técnico-
Legislativo - Economista
Em que pesem as pequenas variações nos indicadores ao longo do tempo, o
grau de concentração de renda no Brasil apresenta-se como um dos mais
elevados do mundo, desde meados do século XX, até nossos dias. Destacam-
se, no caso brasileiro, como causas estruturais dessa desigualdade, EXCETO
a) os baixos índices de crescimento econômico.
b) o poder e a habilidade política das classes dirigentes em manter situações
de privilégio.
c) a elevada concentração de riquezas do país.
d) a ausência histórica de políticas públicas que objetivem mudanças estruturais
e objetivas de forma consistente.
e) o pequeno grau de organização social e política dos extratos mais
desassistidos da população.
115
Q4. Ano: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR Prova: FUNRIO - 2018 - AL-RR -
Economista
Diante das seguintes afirmações de I a V e o legado de cada autor para o
sistema econômico, relacione adequadamente os conceitos econômicos aos
respectivos autores.
I. As teorias sobre a sociedade, a economia e a política – o entendimento
coletivo que sustentam que as sociedades humanas progridem através da luta
de classes: um conflito entre uma classe social que controla os meios de
produção e a classe trabalhadora, que fornece a mão-de-obra para a
produção e que o Estado foi criado para proteger os interesses da classe
dominante.
II. Elaborou uma teoria que afirmava que a população iria crescer tanto que
seria inviável produzir alimentos suficientes para suprir a total necessidade
alimentícia do grande número de pessoas no planeta. Dentre suas obras, a
principal foi o Princípio da População. É considerado o pai da demografia por
sua teoria para o controle do aumento populacional.
III. Desenvolveu a teoria das vantagens comparativas que constitui a base
essencial da teoria do comércio internacional. Demonstrou que duas nações
podem se beneficiar mutuamente do comércio livre, mesmo que uma nação
Q5. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC - 2018 - SABESP -
Analista de Gestão - Relações Públicas
De acordo com a Economia Política clássica, passando pelas teorias marxistas,
o valor de uma mercadoria é definido
a) pela capacidade de consumo da população de uma determinada nação.
b) pelo desequilíbrio entre a oferta e a demanda.
c) pela carga tributária aplicada por um determinado Estado.
d) pela quantidade de trabalho empregado na sua produção.
Q6. Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor -
Economia
O conceito de custo de oportunidade diz respeito:
a) à perda de valor da moeda, quando ocorre inflação.
b) à rentabilidade que se ganha em uma aplicação alternativa inesperada.
c) ao gasto que tem um agente econômico quando aplica seus recursos
diretamente em títulos do tesouro norte-americano.
d) à rentabilidade que se deixa de ganhar em aplicação alternativa à que
realiza um agente econômico.
e) ao risco evitado por um investidor, quando aproveita a oportunidade de
aplicar seu patrimônio em renda fixa.
Q7. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: AL-MS Prova: FCC - 2016 - AL-MS -
Economista
117
Sobre externalidades negativas tem-se que
a) as firmas tendem a produzir mais do que o nível socialmente eficiente de
produto.
b) a sociedade ganha, pois as firmas não pagam os custos externos de
produção.
c) a competição perfeita é socialmente desejável, pois elimina a externalidade
negativa.
d) um monopólio irá sempre produzir um nível de produto que é igual ao nível
socialmente eficiente.
e) esta externalidade não é mais um problema pois ela é passível de aferição.
Q8. Ano: 2012 Banca: OBJETIVA Órgão: EPTC Prova: OBJETIVA - 2012 - EPTC
- Economista
Com relação a mercados em que há assimetrias de informação, é INCORRETO
afirmar que:
Q9. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Teresina - PI Prova: FCC - 2016
- Prefeitura de Teresina - PI - Técnico de Nível Superior
Em um hipotético estudo para a construção de corredores de ônibus, pela
iniciativa privada, em grandes avenidas de Teresina, um técnico alertou para a
necessidade de se considerar, na avaliação da obra, o que os economistas
chamam de externalidades. Sobre estas, o Técnico chamou a atenção para a
118
I. possível ocorrência de diferenças entre custos privados e custos sociais com
a realização das obras.
II. desejabilidade da realização de uma estimativa do impacto sobre o comércio
na região, durante as obras e após sua conclusão.
III. projeção para um eventual aumento das viagens de ônibus com a
implantação dos corredores.
IV. estimativa de um possível impacto sobre outras obras viárias que se utilizam
dos mesmos insumos utilizados na construção de corredores de ônibus. Está
correta a associação entre os apontamentos do Técnico e a noção de
externalidade, no que consta em
a) I, II e III, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I e II, apenas.
Q10. Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: Instituto Rio Branco Prova: CESPE - 2016 -
Instituto Rio Branco - Diplomata
David Ricardo aperfeiçoou as ideias de Adam Smith e desenvolveu a chamada
Teoria das Vantagens Comparativas. No livro Sobre os Princípios da Economia
Política e da Tributação, Ricardo defende que o comércio internacional é
benéfico a todos os países que mantêm vínculos comerciais entre si, pois o
importante, segundo ele, são as vantagens comparativas, não as absolutas, de
todos os fatores de produção de uma economia.
Q12. Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: MPE-MS Prova: FGV - 2013 - MPE-MS -
Analista - Economia
A respeito da tragédia do uso comum, assinale a afirmativa correta.
a) Refere-se à alocação ineficiente de recursos sem direitos de propriedade bem
definidos, como no caso de reservas de petróleo compartilhadas por empresas
distintas, sem regras bem definidas.
b) Refere-se à externalidade gerada por determinados agentes, como no caso
de fumantes que moram com pessoas que não gostam da fumaça gerada.
c) Refere-se ao uso de bens ou serviços como “carona”, como no caso de
alguns moradores que não pagam por vigias de rua, pois os mesmos passarão
na frente de suas casas se algum vizinho estiver pagando por tal serviço.
Q13. Ano: 2010 Banca: FGV Órgão: CODESP-SP Prova: FGV - 2010 - CODESP-
SP - Economista
Diante de uma recessão econômica intensa, o governo pode adotar as
seguintes medidas para estimular a economia:
a) política fiscal expansionista via redução de tributos e política monetária
contracionista via aumento da taxa de juros.
b) política monetária expansionista via redução do compulsório e política fiscal
contracionista via redução do gasto público.
c) política fiscal expansionista via aumento de tributos e política monetária
expansionista via compra de títulos públicos.
d) política monetária contracionista via redução da taxa de juros e política fiscal
expansionista via aumento de gasto público.
120
e) política fiscal expansionista via redução de tributos e política monetária
expansionista via redução do compulsório.
Q14. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: BACEN Prova: CESPE - 2013 - BACEN -
Analista - Política Econômica e Monetária
Acerca das teorias de atuação dos agentes econômicos em relação aos
diversos tipos de bens, julgue o item a seguir.
Considere um mercado em que só há duas empresas ofertando determinado
bem e não há possibilidade de acordo para cooperação entre essas empresas.
Nessa situação, somente haverá equilíbrio de Nash quando cada empresa
cobrar o menor preço possível.
Q15. Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-PI Prova: FCC - 2015 - SEFAZ-PI -
Analista do Tesouro Estadual
A teoria econômica utiliza o termo trade-off para explicar a tomada de decisões
por parte das pessoas. Segundo a teoria, toda a decisão requer a comparação
Q16. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: ANTT Prova: CESPE - 2013 - ANTT -
Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Terrestres - Economia
De acordo com Adam Smith, em A Riqueza das Nações (1776), “Mesmo as
obras públicas que, por sua natureza, não têm condições de gerar renda para
sua própria manutenção, mas cuja conveniência está mais ou menos restrita a
algum lugar ou distrito em particular, sempre são mais bem mantidas com uma
receita local ou provincial, sob a direção de uma administração local e
provincial, do que com a receita geral do Estado, cuja administração sempre
deve caber ao poder executivo”. No que diz respeito à descentralização de
atividades, julgue o item a seguir. 121
A centralização de atividades regulatórias em um único órgão regulador federal
produz resultados equivalentes àqueles que seriam produzidos pela
descentralização dessas mesmas atividades em órgãos reguladores estaduais,
se forem altos os custos de transmissão e processamento das informações
locais necessárias à definição de regras regionais diferenciadas.
Q17. Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: SUFRAMA Prova: CESPE - 2014 -
SUFRAMA - Economista
Considerando o papel do governo na economia, os postulados da teoria
keynesiana, as curvas de oferta e demanda agregada e a relação destas com
a curva de Philips, julgue o item que se segue.
O governo tem como funções a busca da adequada alocação de bens públicos
e a promoção de distribuição de renda equitativa, de forma que a estabilidade
e o crescimento econômicos são alcançados pela própria dinâmica do sistema
de mercado.
Q18. Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: TJ-SE Prova: CESPE - 2014 - TJ-SE -
Analista Judiciário - Economia
Com base nas teorias de bem-estar, julgue os itens subsequentes.
A fronteira de possibilidades de utilidade corresponde ao conjunto de níveis de
utilidade associados a alocações eficientes de Pareto.
Q19. Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: FGV - 2014 - DPE-RJ - Técnico
Superior Especializado - Economia
Suponha que o governo deseje reduzir a quantidade consumida de cerveja em
função das potenciais externalidades negativas que podem ser geradas.
Uma política que NÃO deve ser adotada pelo governo para alcançar esse
objetivo é
a) elevar a tributação sobre a venda.
b) colocar anúncios públicos sobre os malefícios do consumo.
c) proibir que motoristas alcoolizados dirijam.
d) impor cotas de importação para bebidas substitutas.
e) aumentar a idade mínima legal para que um indivíduo possa comprar ou
122
consumir.
Q20. Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-RJ Prova: FCC - 2014 - SEFAZ-RJ -
Auditor Fiscal da Receita Estadual
De acordo com a teoria da ciência econômica, referem-se a conceitos
econômicos, levados em conta nas decisões individuais:
I. O trade off entendido como termo que define uma situação de escolha
conflitante, ou seja, quando uma ação econômica, visando à resolução de
determinado problema acarreta, inevitavelmente, outros problemas.
II. O custo de oportunidade é aquilo que o agente econômico deve ter de
recompensa para abrir mão de algum consumo.
III. A mudança marginal que é um pequeno ajuste incremental em um plano
de ação não revestido de racionalidade econômica.
IV. O incentivo que é algo que induz os indivíduos a agir, tal como a perspectiva
de uma punição ou recompensa.
Está correto o que se afirma em:
Q21. Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-RJ Prova: FCC - 2014 - SEFAZ-RJ -
Auditor Fiscal da Receita Estadual
O pensamento econômico foi construído com a contribuição de inúmeros
autores, que tiveram seus nomes associados às teorias que defenderam e a
determinadas formas de relação entre Estado e atividade econômica. A seguir,
são citados cinco autores, as questões às quais seus nomes são associados e
ao papel que atribuíam ao Estado. Apenas uma série é correta.
a) Adam Smith, mão invisível, intervencionismo.
b) Thomas Malthus, superpopulação, intervencionismo.
c) Karl Marx, economia do bem-estar, intervencionismo.
d) Keynes, teoria quantitativa da moeda, intervencionismo.
123
e) Schumpeter, destruição criativa, não-intervencionismo.
13.2 GABARITO
Q3. A Q13. E
Q5. D Q15. A
Q9. B Q19. D
Q21. E
Q1. Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: SLU-DF Prova: CESPE - 2019 - SLU-DF -
Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Economia
Com relação à atuação do governo na economia, particularmente no
endividamento público, julgue o item que se segue.
O déficit público, que consiste na diferença entre o investimento público e a
poupança do governo, pode ser financiado pela emissão de títulos públicos
para venda ao setor privado.
Comentários
Investimento público significa GASTO (despesas); poupanças significa dinheiro em 125
caixa. A diferença entre o que se tem e o que se gasta é o déficit (se o gasto é maior
que a receita/caixa). Para financiar a farra dos gastos o governo pode emitir títulos
públicos (como se fossem notas promissórias), o que fará caixa, mas poderá quebrar
o Estado mais a frente (junto com quem comprou esses títulos). Ou seja:
PERIGOSO.
Logo, o item está CERTO.
Q2. Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: SLU-DF Prova: CESPE - 2019 - SLU-DF -
Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Economia
Com relação à atuação do governo na economia, particularmente no
endividamento público, julgue o item que se segue.
A dívida mobiliária dos estados e dos municípios inclui os títulos emitidos para
pagamento de precatórios.
Comentários
Conforme estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000), a dívida
pública consolidada ou fundada corresponde ao montante total das obrigações
financeiras do ente da Federação, assumidas para amortização em prazo superior
a doze meses e as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas
tenham constado do orçamento. Além da dívida mobiliária e contratual, integram a
Dívida Consolidada os precatórios judiciais emitidos não pagos durante a execução
do orçamento em que houverem sido incluídos.
Logo, o item está CERTO.
ATENÇÃO: Quando a Fazenda Pública Federal, Estadual, Distrital ou Municipal é
condenada a pagar determinada quantia a alguém, este pagamento não é feito de
maneira ordinária (é só pagar o dinheiro e ponto)... tem toda uma mística (uma
burocracia). Os pagamentos, portanto, são feitos sob o regime especial chamado
de “precatório” (art. 100 da CF/88), que nada mais é do que uma espécie de “fila”
para pagamento.
Q3. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova:
FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Consultor Técnico-
Legislativo - Economista
Em que pesem as pequenas variações nos indicadores ao longo do tempo, o
grau de concentração de renda no Brasil apresenta-se como um dos mais
elevados do mundo, desde meados do século XX, até nossos dias. Destacam-
se, no caso brasileiro, como causas estruturais dessa desigualdade, EXCETO 126
a) os baixos índices de crescimento econômico.
b) o poder e a habilidade política das classes dirigentes em manter situações
de privilégio.
c) a elevada concentração de riquezas do país.
d) a ausência histórica de políticas públicas que objetivem mudanças estruturais
e objetivas de forma consistente.
e) o pequeno grau de organização social e política dos extratos mais
desassistidos da população.
Comentários
Assertiva A = Hummm... há países com baixos índices de crescimento econômico e
menos ou mais desigualdade. Esse não é tão um fator tão impactante.
Assertiva B =Opa... nisso o Brasil está entre os melhores do mundo. Somos ótimos
em privilegiar elites – o capitalismo de coalização (entre alguns empresários e
políticos) mantém um povinho bem restrito no poder e na riqueza...
Assertiva C = concentração de riqueza = concentração de renda.
Assertiva D = aqui é sempre tudo meio tumultuado... difícil mudar alguma coisa de
modo consciente.
Assertiva E = os extratos mais desassistidos são massa de manobra, especialmente
de alguns partidos políticos, mas não conseguem se organizar sair da situação em
que se encontram.
Em vista disso, a alternativa A é a correta (exceção) e gabarito da questão.
Q4. Ano: 2018 Banca: FUNRIO Órgão: AL-RR Prova: FUNRIO - 2018 - AL-RR -
Economista
Diante das seguintes afirmações de I a V e o legado de cada autor para o
sistema econômico, relacione adequadamente os conceitos econômicos aos
respectivos autores.
I. As teorias sobre a sociedade, a economia e a política – o entendimento
coletivo que sustentam que as sociedades humanas progridem através da luta
de classes: um conflito entre uma classe social que controla os meios de
produção e a classe trabalhadora, que fornece a mão-de-obra para a
produção e que o Estado foi criado para proteger os interesses da classe
dominante. 127
II. Elaborou uma teoria que afirmava que a população iria crescer tanto que
seria inviável produzir alimentos suficientes para suprir a total necessidade
alimentícia do grande número de pessoas no planeta. Dentre suas obras, a
principal foi o Princípio da População. É considerado o pai da demografia por
sua teoria para o controle do aumento populacional.
III. Desenvolveu a teoria das vantagens comparativas que constitui a base
essencial da teoria do comércio internacional. Demonstrou que duas nações
podem se beneficiar mutuamente do comércio livre, mesmo que uma nação
seja menos eficiente na produção de todos os tipos de bens do que o seu
parceiro comercial. Defendia que nem a quantidade de dinheiro num país, nem
o valor monetário desse dinheiro, era o maior determinante para a riqueza de
uma nação. Para o autor, uma nação é rica em razão da abundância de
mercadorias que contribuam para a comodidade e o bem-estar de seus
habitantes.
IV. Foi um economista cujas ideias mudaram fundamentalmente a teoria e
prática da macroeconomia, bem como as políticas econômicas instituídas
pelos governos. Ele fundamentou as suas teorias através de outros trabalhos
anteriores que analisavam as causas dos ciclos econômicos, refinando-as
enormemente e tornando-se amplamente reconhecido como um dos
Q5. Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC - 2018 - SABESP -
Analista de Gestão - Relações Públicas
Q6. Ano: 2017 Banca: IFB Órgão: IFB Prova: IFB - 2017 - IFB - Professor - 129
Economia
O conceito de custo de oportunidade diz respeito:
a) à perda de valor da moeda, quando ocorre inflação.
b) à rentabilidade que se ganha em uma aplicação alternativa inesperada.
c) ao gasto que tem um agente econômico quando aplica seus recursos
diretamente em títulos do tesouro norte-americano.
d) à rentabilidade que se deixa de ganhar em aplicação alternativa à que
realiza um agente econômico.
e) ao risco evitado por um investidor, quando aproveita a oportunidade de
aplicar seu patrimônio em renda fixa.
Comentários
Falou em custo de oportunidade, falou em perda de uma coisa por preferir fazer
outra – “rentabilidade que se deixa de ganhar em aplicação alternativa” (D). Se
você compra um imóvel, perde a oportunidade de usar o mesmo dinheiro para
investir em um fundo rentável, por exemplo. O custo de oportunidade de dormir
demais é estudar de menos = ter problemas para aprovação no concurso
Em vista disso, a alternativa D é a correta e gabarito da questão.
Q7. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: AL-MS Prova: FCC - 2016 - AL-MS -
Economista
Sobre externalidades negativas tem-se que
a) as firmas tendem a produzir mais do que o nível socialmente eficiente de
produto.
b) a sociedade ganha, pois as firmas não pagam os custos externos de
produção.
c) a competição perfeita é socialmente desejável, pois elimina a externalidade
negativa.
d) um monopólio irá sempre produzir um nível de produto que é igual ao nível
socialmente eficiente.
e) esta externalidade não é mais um problema pois ela é passível de aferição.
Comentários
Assertiva A = SIM! Como a produção é mais barata (os custos não são suportados
pelo produtor), é possível produzir mais do que o socialmente eficiente, inclusive
esgotando recursos, etc. 130
Assertiva B = a sociedade perde!
Assertiva C = não há garantias de que as externalidades negativas serão todas
eliminadas na competição perfeita.
Assertiva D = em teoria, o monopólio vai produzir em nível inferior ao socialmente
eficiente. Lembre-se que na concorrência os preços caem (ao máximo possível) e a
demanda sobe; no sistema de monopólio ocorre o contrário: a demanda cai e os
preços sobem.
Assertiva E = claro que é um problema e justamente porque é muito difícil aferi-las;
Em vista disso, a alternativa A é a correta e gabarito da questão.
Q8. Ano: 2012 Banca: OBJETIVA Órgão: EPTC Prova: OBJETIVA - 2012 - EPTC
- Economista
Com relação a mercados em que há assimetrias de informação, é INCORRETO
afirmar que:
a) O problema de Seleção Adversa está no fato de os administradores poderem
procurar atingir seus próprios objetivos, mesmo que isso incorra na obtenção
de lucros menores para os proprietários das empresas.
Q9. Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Prefeitura de Teresina - PI Prova: FCC - 2016
- Prefeitura de Teresina - PI - Técnico de Nível Superior
Em um hipotético estudo para a construção de corredores de ônibus, pela
iniciativa privada, em grandes avenidas de Teresina, um técnico alertou para a
necessidade de se considerar, na avaliação da obra, o que os economistas
chamam de externalidades. Sobre estas, o Técnico chamou a atenção para a
Q10. Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: Instituto Rio Branco Prova: CESPE - 2016 -
Instituto Rio Branco - Diplomata
David Ricardo aperfeiçoou as ideias de Adam Smith e desenvolveu a chamada
Teoria das Vantagens Comparativas. No livro Sobre os Princípios da Economia
Política e da Tributação, Ricardo defende que o comércio internacional é
benéfico a todos os países que mantêm vínculos comerciais entre si, pois o
importante, segundo ele, são as vantagens comparativas, não as absolutas, de
todos os fatores de produção de uma economia.
Comentários
Está tudo certinho, exceto pela frase “todos os fatores de
produção”. Na verdade, Ricardo considerava somente o
fator trabalho (hora de trabalho).
Logo, o item está ERRADO.
Q12. Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: MPE-MS Prova: FGV - 2013 - MPE-MS -
Analista - Economia
A respeito da tragédia do uso comum, assinale a afirmativa correta.
a) Refere-se à alocação ineficiente de recursos sem direitos de propriedade bem
definidos, como no caso de reservas de petróleo compartilhadas por empresas
distintas, sem regras bem definidas.
b) Refere-se à externalidade gerada por determinados agentes, como no caso
de fumantes que moram com pessoas que não gostam da fumaça gerada.
Q13. Ano: 2010 Banca: FGV Órgão: CODESP-SP Prova: FGV - 2010 - CODESP-
SP - Economista
Diante de uma recessão econômica intensa, o governo pode adotar as 134
seguintes medidas para estimular a economia:
a) política fiscal expansionista via redução de tributos e política monetária
contracionista via aumento da taxa de juros.
b) política monetária expansionista via redução do compulsório e política fiscal
contracionista via redução do gasto público.
c) política fiscal expansionista via aumento de tributos e política monetária
expansionista via compra de títulos públicos.
d) política monetária contracionista via redução da taxa de juros e política fiscal
expansionista via aumento de gasto público.
e) política fiscal expansionista via redução de tributos e política monetária
expansionista via redução do compulsório.
Comentários
Para estimular a economia o governo tem que aumentar a renda, podendo utilizar
um ou mais dos seguintes instrumentos:
Políticas FISCAIS expansionistas: (1) aumento do gasto público; (2) redução de
impostos; (c) aumento no grau de confiança do consumidor; (d) melhora das
expectativas.
Q14. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: BACEN Prova: CESPE - 2013 - BACEN - 135
Analista - Política Econômica e Monetária
Acerca das teorias de atuação dos agentes econômicos em relação aos
diversos tipos de bens, julgue o item a seguir.
Considere um mercado em que só há duas empresas ofertando determinado
bem e não há possibilidade de acordo para cooperação entre essas empresas.
Nessa situação, somente haverá equilíbrio de Nash quando cada empresa
cobrar o menor preço possível.
Comentários
Ou seja: apesar de os participantes não cooperarem, a busca individual de vencer
a competição (com o menor preço) conduz o “jogo” (concorrência) a um resultado
estável (equilíbrio), não havendo incentivo para que nenhum dos concorrentes altere
o seu comportamento (política de preços).
Logo, o item está CERTO.
Q15. Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-PI Prova: FCC - 2015 - SEFAZ-PI -
Analista do Tesouro Estadual
Q16. Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: ANTT Prova: CESPE - 2013 - ANTT -
Especialista em Regulação de Serviços de Transportes Terrestres - Economia
136
De acordo com Adam Smith, em A Riqueza das Nações (1776), “Mesmo as
obras públicas que, por sua natureza, não têm condições de gerar renda para
sua própria manutenção, mas cuja conveniência está mais ou menos restrita a
algum lugar ou distrito em particular, sempre são mais bem mantidas com uma
receita local ou provincial, sob a direção de uma administração local e
provincial, do que com a receita geral do Estado, cuja administração sempre
deve caber ao poder executivo”. No que diz respeito à descentralização de
atividades, julgue o item a seguir.
A centralização de atividades regulatórias em um único órgão regulador federal
produz resultados equivalentes àqueles que seriam produzidos pela
descentralização dessas mesmas atividades em órgãos reguladores estaduais,
se forem altos os custos de transmissão e processamento das informações
locais necessárias à definição de regras regionais diferenciadas.
Comentários
Questãozinho mel na chupeta. A tão só leitura do enunciado resolve a questão.
Ora, se “as obras públicas [...] sempre são mais bem mantidas com uma receita
local ou provincial, sob a direção de uma administração local e provincial, do que
com a receita geral do Estado” (enunciado), como afirmar que “A centralização de
atividades regulatórias em um único órgão regulador federal produz resultados
Q17. Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: SUFRAMA Prova: CESPE - 2014 -
SUFRAMA - Economista
Considerando o papel do governo na economia, os postulados da teoria
keynesiana, as curvas de oferta e demanda agregada e a relação destas com
a curva de Philips, julgue o item que se segue.
O governo tem como funções a busca da adequada alocação de bens públicos
e a promoção de distribuição de renda equitativa, de forma que a estabilidade
e o crescimento econômicos são alcançados pela própria dinâmica do sistema
de mercado.
Comentários
As funções do governo, sendo os interventivistas, são: alocativa, distributiva e
estabilizadora. Eles NÃO acreditam que o “crescimento econômicos são alcançados
pela própria dinâmica do sistema de mercado”.
137
Logo, o item está ERRADO.
Q18. Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: TJ-SE Prova: CESPE - 2014 - TJ-SE -
Analista Judiciário - Economia
Com base nas teorias de bem-estar, julgue os itens subsequentes.
A fronteira de possibilidades de utilidade corresponde ao conjunto de níveis de
utilidade associados a alocações eficientes de Pareto.
Comentários
As fronteiras de possibilidade demarcam o nível máximo de utilidade (ou bem-estar)
que pode ser alcançado por um indivíduo (ou um grupo), dados os níveis de bem-
estar alcançados pelos demais indivíduos (ou grupos). O “ótimo de Pareto” ocorre
quando não for possível melhorar a situação de um agente sem piorar a situação
outro.
Logo, o item está CERTO.
Q19. Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: DPE-RJ Prova: FGV - 2014 - DPE-RJ - Técnico
Superior Especializado - Economia
Suponha que o governo deseje reduzir a quantidade consumida de cerveja em
função das potenciais externalidades negativas que podem ser geradas.
Uma política que NÃO deve ser adotada pelo governo para alcançar esse
objetivo é
a) elevar a tributação sobre a venda.
b) colocar anúncios públicos sobre os malefícios do consumo.
c) proibir que motoristas alcoolizados dirijam.
d) impor cotas de importação para bebidas substitutas.
e) aumentar a idade mínima legal para que um indivíduo possa comprar ou
consumir.
Comentários
Assertiva A = com maior tributação, haverá aumento do preço e queda o consumo.
Assertiva B = propaganda negativa reduz a demanda – ocorreu com o cigarro.
Assertiva C = ao menos um grupo específico (motoristas) tente a consumir menos.
Assertiva D = imposição de cotas de importação (protecionismo) sobre bebidas
138
substitutas significa que elas entrarão menos no mercado, abrindo espaço para o
consumo da bebida alcóolica. Essa política terá efeito inverso (aumentará a
bebedeira).
Assertiva E = haverá redução do número de pessoas aptas a consumir.
Em vista disso, a alternativa D é a correta e gabarito da questão.
Q20. Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-RJ Prova: FCC - 2014 - SEFAZ-RJ -
Auditor Fiscal da Receita Estadual
De acordo com a teoria da ciência econômica, referem-se a conceitos
econômicos, levados em conta nas decisões individuais:
I. O trade off entendido como termo que define uma situação de escolha
conflitante, ou seja, quando uma ação econômica, visando à resolução de
determinado problema acarreta, inevitavelmente, outros problemas.
II. O custo de oportunidade é aquilo que o agente econômico deve ter de
recompensa para abrir mão de algum consumo.
Q1. Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-RJ Prova: FCC - 2014 - SEFAZ-RJ -
Auditor Fiscal da Receita Estadual
O pensamento econômico foi construído com a contribuição de inúmeros
autores, que tiveram seus nomes associados às teorias que defenderam e a
determinadas formas de relação entre Estado e atividade econômica. A seguir,
são citados cinco autores, as questões às quais seus nomes são associados e
ao papel que atribuíam ao Estado. Apenas uma série é correta.
a) Adam Smith, mão invisível, intervencionismo.
b) Thomas Malthus, superpopulação, intervencionismo.
c) Karl Marx, economia do bem-estar, intervencionismo.
d) Keynes, teoria quantitativa da moeda, intervencionismo.
e) Schumpeter, destruição criativa, não intervencionismo.
Comentários
Assertiva A = Adam Smith defendeu com todo o coração que o mercado deve
regular as relações entre as pessoas. Nada de intervencionismo.
Assertiva B = apesar de as teorias de controle de natalidade serem inspiradas em
Malthus, ele não fazia o tipo intervencionista.
Assertiva C = aqui derruba o pessoal que é “bonzinho”. A teoria do Sr. Marx nada
tem a ver com bem-estar. Sua preocupação era com o sistema econômico
(substituição do capitalismo pelo socialismo). Quando ele percebia que o
capitalismo vinha melhorando a vida das pessoas o que ele dizia? NÃO importa!
Assertiva D = Keynes não se liga com a teoria quantitativa da moeda, embora
acreditasse que a moeda podia alterar variáveis reais como o nível de emprego.
Sua ideia era de gasto governamental para bombar a economia.
Assertiva E = Schumpeter defende que a economia se move em ciclos (ondas de
inovação), que ao mesmo tempo criam novas maneiras (mais eficientes) de produzir
e destroem estruturas que se tornam obsoletas na revolução tecnológica. Ele era
não intervencionista, defendendo que mesmo em períodos de crise, não se deveria
tentar salvar os que estavam perecendo – quem quebrava abria espaço para novas
empresas e negócios, mais saudáveis.
Em vista disso, a alternativa E é a correta e gabarito da questão.
140
14 RESUMO
GLOSSÁRIO DE ECONOMIA
Colusão = acordo entre duas ou mais empresas para não competir e fixar preços
(gerará um cartel).
Custo marginal = aumento no total dos custos causados pela produção de mais
uma unidade.
141
Déficit = desiquilíbrio entre contas. Exemplo: um governo gasta mais do que
arrecada ou importa mais do que exporta.
Economia mista = modelo que busca mesclar capitalismo e socialismo, com parte
dos meios de produção detidos pelo Estado e parte pelos particulares, combinando
aspectos de planejamento central com traços de livre mercado (no que for
permitido). Na prática, TODAS as economias atuais são mistas, havendo uma
ampla gama de variações nesse balanço – o Brasil é muito mais interventivo do que
os EUA, por exemplo.
Escola austríaca = escola de economia fundada por Carl Menger no final do século
XIX, cujo cerne é a liberdade individual (livre mercado), com oposição à interferência
estatal na economia.
Laissez-faire = termo francês utilizado com o sentido de “deixa fazer”, isto é, deixe
os mercados atuarem, defendendo o livre mercado (livre das amarras e da
interferência governamental).
Liberalismo econômico = corrente que defende que o bem comum é obtido quando
as pessoas são livres para realizar suas próprias escolhas (livre mercado).
Livre mercado = modelo em que as escolhas sobre a produção são feitas por
indivíduos e empresas privadas, normalmente com base na oferta e demanda, de
modo que os preços se tornam reflexo do mercado.
Mão invisível = noção extraída da obra de Adam Smith de que a sociedade obtém
seus melhores resultados quando os indivíduos perseguem seus próprios interesses.
O mercado, portanto, é guiado por essa mão invisível ao bem-comum.
Moeda fiduciária (fiat) = forma de moeda que não é forjada com uma commodity
física (como ouro), mas que ganha valor pela confiança que as pessoas depositam
nela – é o modelo de moeda que prevalece atualmente (dólar, real, euro, libra,
peso).
Teoria dos jogos = escola matemática que estuda as estratégias dos indivíduos
quando em interação e diante da necessidade (processo) de realização de escolhas.
Trade-off = explica o processo de tomada de decisões por parte das pessoas – toda
a decisão requer a comparação entre custos e benefícios entre as opções
disponíveis.
15 BIBLIOGRAFIA
Gostou muito do assunto e quer estudar mais? Está com tempo? Ótimo! Seguem
as minhas recomendações bibliográficas para estudos adicionais e que foram as
principais obras utilizadas como fonte de pesquisa para o desenvolvimento deste
material.
145
BUCHHOLZ, Todd G. New ideas from dead economists: an introduction to modern
economic thought. New York: Penguin, 2007.
KISHTAINY, Niall, et al. The economics book. New York: Dorling Kindersley, 2012.
Boa leitura!
16 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi um prazer estar com os futuros colegas (juízes e juízas). Espero ter ajudado nessa
caminhada e ter tornado mais aprazível o estudo das matérias de humanística. Se
você conseguiu aprender, todo o esforço e dedicação valerá a pena. Sei que o
caminho da aprovação em concurso é difícil, mas posso garantir que é
recompensador.
E quanto a mim (e ao Estratégia como um todo), estamos sempre aqui com a
intenção firme de realizar sonhos!
Ótimos estudos!
Quaisquer dúvidas, sugestões e críticas, ou se você viu algum erro no material
(ajude a melhorá-lo a cada dia), entre em contato sem hesitação. Estou disponível
no fórum do Curso, por e-mail e, inclusive (embora não frequentemente), pelo
Facebook ou Instagram.
Jean Vilbert
146