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SUMÁRIO
1 RECURSOS .................................................................................................................................. 1
1.1 Teoria geral dos recursos ........................................................................................................... 1
1.1.3 Efeitos dos recursos ................................................................................................................ 1
1.1.4 Pressupostos de admissibilidade ............................................................................................ 8
1 RECURSOS
Efeito suspensivo
O fato de recorrer já gera uma suspensividade, porque, se o recorrente tem 15 dias para
recorrer, nesse período, não é possível executar a sentença. Portanto, já impede a eficácia da
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decisão.
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Obs: nem todos os efeitos da decisão são suspensos, em virtude do efeito suspensivo.
Exemplo: no capítulo da sentença, o art. 495, CPC fala da hipoteca judiciária.
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Regra: recurso não tem efeito suspensivo, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido
diverso. Art. 995, CPC:
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal
ou decisão judicial em sentido diverso.
Recurso especial e recurso extraordinário, quando interpostos contra acórdão que julga
IRDR – art. 987, §1º, CPC
Exemplo: foi ajuizado IRDR perante o TJ para decidir sobre a legalidade do serviço de Uber.
O TJ julga esse IRDR. Se contra esse acórdão for interposto RE ou REsp, esses recursos
terão efeito suspensivo.
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Por força de decisão judicial (ope judicis), quem concede o efeito suspensivo é o relator do
recurso, mediante a comprovação de determinados requisitos – art. 995, parágrafo único, CPC:
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provimento do recurso.
REsp e RE
Esses artigos não devem ser estudados neste momento, somente quando estudados os
recursos em espécie específicos tratados neles.
Efeito expansivo
Efeito expansivo objetivo: o julgamento do recurso dá ensejo a decisão mais abrangente do que
a matéria impugnada.
Interno: o recurso atinge capítulos não impugnados da decisão (despesas, honorários, juros,
correção monetária, entre outros). Exemplo: sentença condena o réu a danos materiais, ao
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por danos materiais. Se esse recurso for provido, ao atingir a condenação em danos
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Externo: o recurso atinge outros atos do processo, e não apenas o impugnado. Exemplo:
sentença contra a qual foi interposta apelação. Se essa apelação não tiver efeito suspensivo,
o vencedor iniciará imediatamente o cumprimento provisório dessa sentença na primeira
instância. Se a apelação for provida, atingirá a sentença e também os atos do cumprimento
de sentença provisório.
Efeito expansivo subjetivo: o julgamento do recurso atinge sujeitos que não participaram do
recurso. O cerne desse tema está no art. 1.005, CPC
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo
se distintos ou opostos os seus interesses.
Entretanto, isso não ocorre apenas em litisconsórcio unitário, pode ser simples também, a
depender da situação do caso concreto. Exemplo: A e B são devedores solidários. C, credor,
ajuíza ação contra ambos, entretanto, em uma ação como essa, o litisconsórcio formado é
simples, porque nada impede que um tenha obrigação de pagar e outro não. As decisões podem
ser distintas para cada um dos réus. Entretanto, mesmo assim, se o pedido for julgado
procedente, e somente B recorrer, a depender da fundamentação, seu recurso pode beneficiar
também A, como no caso de B conseguir provar, por exemplo, que o valor cobrado está pago.
recurso do outro.
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Efeito regressivo
Principalmente no Direito Processual Penal, os autores costumam tratar esse efeito por iterativo.
É o efeito de que são dotados alguns recursos, que permite ao juízo que proferiu a decisão
exercer o juízo de retratação (revisão da decisão proferida).
Os recursos que possuem efeito regressivo no CPC são: todos os agravos (via de regra),
apelação (excepcionalmente – arts. 331, 332, 485, §7º, CPC, salvo se a apelação for
intempestiva).
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no
prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
O art. 331 está contido no art. 485, I, CPC. Portanto, há na prática apenas duas hipóteses de
efeito regressivo na apelação: arts. 332 e 485, CPC.
Se apelação for intempestiva, o juízo a quo não pode se retratar.
Enunciado 293, FPPC. “O juízo de retratação, quando permitido, somente poderá ser exercido
se apelação for tempestiva.”
Enunciado 68, CJF. “A intempestividade da apelação desautoriza o órgão a quo a proferir juízo
positivo de retratação.”
Efeito diferido
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O recurso adesivo é apenas uma forma especial (sui generis) de se interpor alguns recursos
específicos: apelação, REsp e RE. Não é um recurso em espécie, não está no rol de recursos
em espécie do art. 994, CPC.
“O recurso adesivo não constitui modalidade recursal diversa daquela a que adere,
tendo apenas uma forma de interposição diferente daquela ordinariamente utilizada
quanto ao recurso principal (recurso-tipo).” (STJ, REsp 1.675.996/2019)
Para pensar em recurso adesivo, deve-se necessariamente pensar em uma sentença que
imponha sucumbência recíproca. Exemplo: autor pede 15 e ganha 12, fica satisfeito. O réu
apresenta apelação, a partir da qual, o autor será intimado e, em seu favor, será aberto prazo
de 15 dias. Nesse prazo, o autor pode apresentar contrarrazões ao recurso de apelação e
também a apelação adesiva.
A diferença entre o recurso principal e o recurso adesivo é o prazo para interposição. O recurso
principal é interposto dentro de 15 dias da intimação da sentença. O recurso adesivo é interposto
dentro do prazo para apresentação de contrarrazões.
Ainda que o recorrente utilize o recurso adesivo somente porque perdeu o prazo para
interposição do recurso principal, não é motivo para que o tribunal deixe de analisar o recurso
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adesivo.
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Se o recorrente principal está amparado pela justiça gratuita, isso não exime o recurso adesivo
de recolher o preparo, caso não esteja isento. Os pressupostos de admissibilidade e julgamento
do recurso adesivo devem ser preenchidos autonomamente em relação ao recurso principal,
um não depende do outro nesse aspecto. O recurso adesivo é como se fosse um recurso
principal, então, sendo a única diferença entre ambos a tempestividade.
“Não decorria do Código de Processo Civil de 1973 (art. 500), nem decorre do atual
estatuto processual (art. 997), interpretação que corrobore estar dentro dos
requisitos de admissibilidade do recurso adesivo a existência de subordinação à
matéria devolvida no recurso principal.” (STJ, REsp. 1.675.996/2019)
“Não cabe recurso adesivo quando a parte já tenha manifestado recurso autônomo.”
(STJ, AI 487.381/2003)
principal) em 16 dias, e o réu interpõe apelação (recurso principal) em 15 dias. O autor será
intimado da apelação do réu, para se manifestar em 15 dias, mas, nesse caso, não pode interpor
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“A parte que, fora do prazo legal, apresentar apelação, não pode interpor recurso
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O recurso adesivo possui duas particularidades: tempestividade e efeito diferido (se o recurso
principal não for conhecido, o adesivo também não o será). O adesivo segue o principal.
É por essa razão que, quando a parte está satisfeita com a sentença, não recorre, mas, se a
parte contrária interpõe recurso principal, a parte satisfeita interpõe recurso adesivo, para forçar
a parte recorrente a desistir de seu recurso, em razão da possibilidade de sua situação piorar.
Isso porque se a parte recorrente do recurso principal desiste deste, a desistência leva o recurso
adesivo juntamente.
A desistência do recurso principal afeta o recurso adesivo, salvo, se foi concedida liminar de
antecipação de tutela no adesivo, caso em que não se admite desistência do recurso principal,
porque o julgamento do recurso adesivo já se iniciou.
REsp ou RE adesivo cruzado ad cautelam: acórdão foi prolatado e deu vitória para o autor;
acolheu o fundamento de lei federal e rejeitou o fundamento constitucional. Em regra, não há
interesse recursal para o autor, porque ele ganhou, independentemente do fundamento
acolhido pelo juiz.
Nesse caso, quem recorrerá é o réu, e interporá REsp, porque o fundamento acolhido é de lei
federal. O autor será intimado para contrarrazoar o REsp, entretanto, ao analisar esse REsp,
existe a possibilidade do STJ entender que o fundamento de lei federal não deveria ter sido
acolhido, hipótese em que o autor terá interesse em apresentar RE para levar o fundamento
constitucional ao conhecimento do STF.
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porque somente será analisado se o REsp for julgado procedente (em desfavor do autor).
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Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado
e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
- A parte vencida. Entretanto, mais correto seria afirmar que quem tem legitimidade recursal
é a parte. Se ela é vencida ou não, repercute sobre o interesse recursal.
São partes: autor, réu, terceiros intervenientes (chamado ao processo, denunciado à lide,
chamado pelo IDPJ, assistente litisconsorcial).
O assistente simples tem legitimidade recursal, salvo se houver vontade expressa do
assistido em sentido contrário, porque o assistente simples não está em juízo defendendo
direito próprio.
O amicus curiae, em regra, não pode recorrer (art. 138, §1º, CPC), salvo via embargos de
declaração e recurso contra a decisão que julga o IRDR.
- O terceiro prejudicado
Não confundir terceiro prejudicado com terceiro interveniente (parte). O terceiro prejudicado
não participa do processo, mas pode recorrer de uma decisão.
Exemplo: advogado recorrer quanto aos seus honorários. Nesse caso, há uma legitimidade
concorrente com a parte.
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Nesse caso, autor e réu que discutem honorários sucumbenciais possuem legitimidade
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Exemplo: litisconsorte necessário não citado que recorre da sentença, não recorre como
parte, mas como terceiro prejudicado, porque, se não foi citado, não se tornou parte.
Ao recurso de terceiro prejudicado, no caso de litisconsorte necessário não citado, não se
aplica o prazo em dobro, porque o litisconsorte não se tornou parte.
“Registre-se que a embargante atuava nos autos como terceira interessada, razão
pela qual a ela não se aplica a regra prevista no art. 191 do CPC/1973, que
permitiria a contagem em dobro do prazo recursal.” (STJ, RMS 51457/2017)
Súmula 99, STJ. O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que
atuou como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da parte.
Exemplo: ação que envolve interesse de incapaz possui o MPE como fiscal da lei. Pode
interpor recurso em face da sentença, fazer sustentação oral. Se houver necessidade de
interpor recurso em face do STJ, o MPE não poderá fazê-lo, somente o MPF poderá.
Entretanto, quando o MPE for parte na ação, poderá fazê-lo tranquilamente.
“O Ministério Pública Estadual, nos processos em que figurar como parte e que
tramitam no STJ, possui legitimidade para exercer todos os meios inerentes à
defesa de sua pretensão. A função de fiscal da lei no âmbito deste Tribunal
Superior será exercida exclusivamente pelo Ministério Público Federal, por
meio dos Subprocuradores-Gerais da República designados pelo Procurador-Geral
da República.” (STJ, Corte Especial, EREsp 1.236.822/2016)
Interesse: composto pelo binômio necessidade e utilidade. Necessidade, nesse caso, advém
da necessidade de se valer da via recursal para alcançar o objetivo. Exemplo de recurso
desnecessário:
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Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos
próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória.
Súmula 126, STJ. É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em
fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para
mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.
Acórdão é sustentado por dois pilares: constitucional e lei federal. A parte quer recorrer, mas
interpõe somente o REsp. Esse recurso é inútil, porque, ainda que haja provimento do REsp,
o acórdão se manterá pelo fundamento constitucional, porque não houve interposição de
RE. Ou seja, esse REsp não tem capacidade de trazer uma situação mais vantajosa ao
recorrente.
Essa situação da inutilidade só serve quando qualquer dos fundamentos é suficiente para
sustentar o acórdão. Se um fundamento depende do outro, aí sim o REsp isoladamente é
útil.
Em determinada ação, o autor fez dois pedidos: anulação de casamento c/c divórcio. Trata-
se de cumulação subsidiária de pedidos. Se, nesse contexto, o pedido de anulação de
casamento for julgamento improcedente, mas o pedido subsidiário for julgado procedente,
existe interesse recursal, porque, na cumulação subsidiária, existe uma ordem de
preferência dos pedidos. Se o pedido principal não foi concedido, há possibilidade do recurso
trazer uma situação mais vantajosa ao recorrente, por meio de sua concessão.
O autor fez cumulação alternativa de pedidos, e o juiz acolheu um dos pedidos. Não há
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interesse recursal, porque, para o autor, tanto faz receber uma coisa ou outra, de modo que
o recurso não poderá trazer vantagem para o recorrente. Nesse caso, o ônus da
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sucumbência é todo do réu, porque o autor teve sua pretensão integralmente satisfeita.
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Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no
caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste
caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova.
Portanto, os réus podem interpor apelação contra essa sentença para alterar seu
fundamento, pois o recurso pode trazer situação mais vantajosa.
2) O art. 503, §1º, CPC determina que, se na fundamentação da sentença, o juiz resolver de
questão prejudicial, essa questão faz coisa julgada, em regra. Exemplo: ação de alimentos
em que o réu, em defesa, nega a paternidade (questão prejudicial). O juiz deve decidir essa
questão prejudicial, na fundamentação, para analisar o pedido de alimentos. Se o juiz
determina que o réu é pai, mas julga o pedido de alimentos improcedente, por ausência de
necessidade, embora tenha vencido na sentença, o réu tem interesse em recorrer sobre a
determinação da paternidade, porque, se não o fizer, não poderá fazê-lo em momento
posterior.
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Quando o art. 996, CPC determina que tem legitimidade para interpor recurso, a parte
vencida, está incorreto. Primeiro, porque vencido ou vencedor não é discussão para o plano
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da legitimidade, mas do interesse. Segundo, porque não apenas o vencido tem interesse,
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O prazo inicia-se do dia útil seguinte à data da intimação da decisão, quando realizada via
publicação no órgão oficial.
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No caso da sociedade de advogados, pode requerer que, nas intimações, saia o nome do
escritório, e não dos advogados específicos:
Art. 272. Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as
intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1º Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas
o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na
Ordem dos Advogados do Brasil.
No caso de intimação ou citação sem ser pelo órgão oficial (de particular), o prazo conta-se
da juntada do AR, do mandado ou da própria carta aos autos.
Entretanto, esse entendimento foi superado pelo CPC/15, que determina que, se presentes
em audiência, esses órgãos consideram-se intimados no ato:
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inaplicabilidade ao processo penal. Isso porque o curso dos prazos é regulado pelo
art. 798 e §§ do CPP.” (STJ, REsp Repetitivo 1.349.935/2017)
Por essa razão, a doutrina entende que deve ser cancelada a Súmula 216, STJ. Enunciado
96, FPPC. Fica superado o enunciado 216 da súmula do STJ após a entrada em vigor do
CPC (“A tempestividade de recurso interposto no Superior Tribunal de Justiça é aferida pelo
registro no protocolo da Secretaria e não pela data da entrega na agência do correio”).
Em relação aos feriados locais. Imagine-se que sexta-feira, hoje, é o último dia para interpor
o recurso para Brasília. Esse recurso deve ser interposto em BH (origem) para ser remetido
a Brasília. Sexta-feira foi feriado em BH, então, o recorrente interpôs o recurso na segunda-
feira seguinte, sem explicar o motivo na petição. O relator monocraticamente declarará a
intempestividade do recurso. Então, STJ r e STF sempre entenderam que seria possível
interpor agravo regimental e comprovar o feriado no agravo.
O CPC/15, que preza pelo julgamento do mérito, regrediu nesse aspecto. E por essa razão,
o STJ mudou seu entendimento:
“Corte Especial decide que feriado local tem de ser comprovado no ato da
interposição do recurso.” (STJ, Corte Especial, AREsp 957.821/2017)
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Há dois réus em processo físico, cada qual com um advogado diferente. Na sentença, o réu
A perda e o réu B ganha. A quer apelar, então, seu prazo é simples, porque somente ele
possui interesse recursal:
Existe a Súmula 641, STF, nesse sentido, entretanto, por anterior ao CPC/15, o STJ ratificou
o referido entendimento.
Preparo: quantia a ser paga para processamento do recurso: custas e porte de remessa e
retorno (frete – quando o processo for físico). No processo, vige a regra do preparo imediato,
isto é, deve ser realizado no ato do recurso, porque, a partir do momento em que se recorre,
acaba-se com o prazo, exceto:
Súmula 484, STJ. Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente,
quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente bancário.
O referido dispositivo faz menção apenas a autarquias. Entretanto, a Lei 9.494/97, art. 1º-A,
estende a dispensa a todas as pessoas jurídicas de direito público em qualquer esfera
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da federação:
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O art. 1.007, §1º, CPC menciona que ficam dispensados do recolhimento do preparo os que
gozam de isenção legal. Abrangem, por exemplo, beneficiários da justiça gratuita.
O art. 99, §7º, CPC permite que seja requerida a justiça gratuita no próprio recurso:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
[...]
§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente
estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator,
neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do
recolhimento.
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Regularidade formal
Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer
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Intrínsecos
Legitimidade
Interesse
Cabimento
Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer
Extrínsecos – dizem respeito à forma de se interpor o recurso
Tempestividade
Preparo
Regularidade formal
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