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A Sintaxe é a área da Linguística que tem a frase como objecto de estudo. Ela estuda a
forma como as palavras se combinam para formar frases.
A Morfologia é a área da Linguística que tem a palavra como objecto de estudo. Ela estuda e
analisa as formas das palavras e os processos de formação de palavras.
Frase e período
Frase (conceitos)
Todo enunciado capaz de transmitir a quem ouve ou lê o que pensamos,
queremos ou sentimos.
Todo enunciado com sentido completo, ordenado segundo determinadas
regras.
Uma frase pode ser constituída por uma só oração (Frase simples) ou por mais de uma
oração (Frase complexa).
Tipos de frase
Ao enunciar uma frase, o falante afirma, pergunta, jura, acusa, pede, etc. Em cada frase
estará a evidenciar um certo número de actos linguísticos. A situação de enunciação e o contexto
tornam compreensível qual o acto entendido pelo falante. Os diferentes actos linguísticos têm um
reflexo na estrutura frásica, mais concretamente, no facto de existirem vários tipos de frases. Um
estudo das relações entre os actos linguísticos e os tipos de frases, revela que a classificação
tradicional das frases em 4 tipos (declarativa, exclamativa, interrogativa e imperativa) é insuficiente
e inadequada para explicar a multiplicidade dos actos linguísticos.
Tipo optativo – exprime uma opção, um desejo. Tem o verbo, geralmente no conjuntivo.
Ex. Que assim seja.
Tipo imprecativo – encerra sempre uma injúria, uma mágoa, uma imprecação.
Ex. Maldito sejas
Tipos obrigatórios.
Tipo Declarativo: exprime uma asserção. Emite-se um juízo sobre alguém ou alguma coisa.
Ex. William Shakespear escreveu Romeu e Julieta.
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Tipo interrogativo: na comunicação entre emissor e receptor há sempre uma dúvida. É a
expressão de um pedido de informação ou de acção.
Ex. Quem é o autor da primeira obra de um angolano?
Tipo Imperativo: a comunicação manifesta sempre a vontade do emissor que pode ser a
expressão de um desejo, conselho, pedido ou ordem.
Ex. Não pises a relva.
Tipo Exclamativo: revela admiração, surpresa, desanimo, repulsa, irritação, desprezo, mágoa,
frustração, etc.
Ex. Tens um carro liindo!
Formas de frase
Forma afirmativa: identifica-se pela ausência de marcação de frase de forma negativa.
Forma Negativa: atribui-se um valor negativo a uma proposição (oração), pela presença de
elementos negativos (não, nem, sem, ninguém, nada, nunca ou nenhum).
Forma Activa: o sujeito pratica a acção.
Forma Passiva: o sujeito sofre a acção.
Forma Enfática: realça-se a enunciação.
Forma Neutra: ausência de ênfase.
Uma frase só pode ter um tipo mas pode combinar várias formas.
A frase do tipo declarativo que combina dentro de si as formas afirmativa, activa e neutra
denomina-se frase nuclear. Todas as outras frases de um outro tipo que combine em si qualquer
outra forma são as frases derivadas.
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Verbos
Um processo verbal pode ser indicado por mais de um verbo. Quando dois ou mais verbos se
juntam para expressar um único processo verbal, temos uma locução verbal. Esta, em geral, é
formada por um verbo principal em uma das formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio) mais
um verbo principal flexionado em tempo, modo, número e pessoa.
Estrutura do verbo.
Radical é a parte da estrutura de um verbo que contém seu significado básico. Obtém-se
retirando as terminações –ar, -er, -ir. Do infinitivo. Ex. cantar (cant); comer (com); partir (part).
Vogal temática, indica a conjugação a qual o verbo pertence. Ela sucede o radical
constituindo o tema ao qual se juntam as desinências verbais. São elas a, e, i, para indicar a 1ª, 2ª
e 3ª conjugações, respectivamente, e na forma do infinitivo impessoal elas são seguidas da
desinência r. Ex. amar, escrever mentir.
As desinências verbais são sufixos flexionais que indicam pessoa, número, tempo, e modo,
podendo inclusive determinar se o verbo está em uma das formas nominais. Ex. bebi, oramos,
sorriram, beber, orando, sorrido.
Pessoas gramaticais.
Segunda pessoa referente ao pronome tu e vós, singular e plural, indica com quem se fala.
Ex. Amaste (tu), amastes (vós).
Terceira pessoa referente ao pronome ele e eles, também, singular e plural, indica a pessoa
de quem se fala. Ex. Amou (ele), amaram (eles).
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Como ficou exposto, as três pessoas apresentam duas variações em número: singular e
plural.
Modos verbais
O modo apresenta a atitude e a opinião dos falantes. Tais como certeza, dúvida, suposição,
ordem, obrigação, etc.
Em português é possível distinguir formas verbais finitas e não finitas. As formas verbais
finitas podem ocorrer como forma verbal única na frase, admitem ser flexionadas em pessoa,
número, tempo e modo. Corresponde aos modos indicativo, conjuntivo, condicional, e o imperativo.
As formas verbais não finitas, normalmente não ocorrem na frase como formas verbais
únicas, não variam em tempo e corresponde aos modos infinitivo, gerúndio e o particípio.
O indicativo apresenta o enunciado como real, certa e categórica. É o modo fundamental nas
frases simples.
Condicional indica que a realização da acção depende de certas condições ou está sujeita a
elas, as quais, muitas vezes, não vêm expressas.
Imperativo apresenta o enunciado como uma ordem, pedido, ou proibição. Pode ser ainda
ser usada para transmitir informações, instruções, conselhos, convites, súplicas, etc. É pontual,
situando a acção no exacto momento da enunciação.
Obs: O condicional é considerado por alguns linguistas de futuro do pretérito por indicar uma
possibilidade circunstancial, uma ideia ou teoria ainda sem comprovação, uma hipótese ou uma
conjectura, a partir de uma condição.
Ex. Se pudéssemos viver sem paixão, talvez conheceríamos um pouco de paz, mas
seriamos vazios. Quartos vazios fechados e húmidos. Sem paixão estaríamos verdadeiramente
mortos.
Infinitivo quando usado na forma invariável (Infinitivo impessoal) não exprime nem tempo
nem modo. O Infinitivo exibe, assim, o processo verbal em potência de forma vaga. O modo
Infinitivo admite flexão em número e pessoa – Infinitivo impessoal – quando tem sujeito próprio.
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Ex. Estavam todos rindo como loucos.
NB. As formas não finitas podem assumir outras funções, como substantivo ou adjectivo, por
isso são chamadas também de formas nominais dos verbos. Na maioria das vezes aparecem na
estruturação das orações reduzidas, em locuções verbais e nos tempos compostos. As formas
nominais adquirem significado somente no contexto.
Tempos verbais
Os tempos verbais são recortes que indicam a duração relativa ou o momento em que ocorre
a acção. Há três tempos para definir o período do evento: presente, passado (subdividido em três)
e futuro. Eles se configuram em simples e compostos.
Tempos simples: São constituídos por um só elemento verbal. Forma-se pela junção do
radical com a vogal temática, e a desinência de tempo, modo, aspecto, pessoa e número. São eles:
Ex. Realizei.
Pretérito mais que perfeito (Indicativo): a acção passada é anterior a uma outra acção
também já passada, relativamente ao momento em que se fala.
Ex. Realizara.
Ex. Realizarei.
Tempos compostos: São constituídos por duas formas verbais: um verbo auxiliar (ter ou
haver) e um verbo principal no particípio passado.
Pretérito mais que perfeito. Ex. Tinha/havia amado. Ex. Tivesse/ houvesse amado.
O facto expresso pelo verbo pode ser representado de três formas: activa, passiva e reflexa.
Na voz activa o acontecimento ou situação expressa pelo verbo é praticada pelo sujeito.
Portanto o sujeito é agente.
Na voz passiva o acontecimento ou situação expressa pelo verbo é sofrida pelo sujeito.
Portanto, o sujeito é paciente.
a) Com um verbo auxiliar e o particípio do verbo que se quer conjugar. Ex. O José
foi ferido pela Mia.
b) Com o pronome apassivador se e uma terceira forma verbal, singular ou plural,
em concordância com o sujeito. Ex. Não se vê (= é vista) uma rosa neste jardim.
Nas formas da voz passiva o particípio concorda em género e número com o sujeito.
Tu feriste-te. (= a ti mesmo)
Classificação do verbo
Aspectos verbais
O aspecto verbal exprime o ponto de vista sob o qual o locutor vê o realizar da acção
expressa pelo verbo. Esta categoria está intimamente ligada ao tempo.
Aspecto perfectivo (acção realizada acabada): tanto o pretérito perfeito como o presente do
indicativo na forma negativa + advérbio (ex. já não vou) exprimem esta acção.
Ex. Estudei a lição.
Já não vou concorrer para os serviços públicos.
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Aspecto pontual Incoativo (passagem de um estado à outro)
Ex. O teu professor tornou-se impertinente.
Anoitecera.
Aspecto pontual Inceptivo (acção no principio)
Ex. o Embaixador partiu de Cairo.
Inicia-se agora a nova turma de teatro.
Aspecto pontual Cessativo (acção no final)
Ex. Eles deixaram de apoiar o partido.
Já não estou interessado na Nela.
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