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LEPOL (Laboratório de estudos políticos) era projeto de pesquisa sobre política moderna e

contemporânea do departamento de filosofia da UFC pensado logo quando cheguei de


Brasília, em 2004. A ideia consistia em investigar o núcleo da vontade soberana no seio do
liberalismo político moderno. Visava contestar a neutralidade do regimento político e da
autorregulação de leis e normas institucionais (à la Hans Kelsen). Pretendia-se, a partir disso,
expor o princípio soberano que comanda a decisão política, ainda que oculto no formalismo
liberal-burguês. O projeto envolvia uma ampla e profunda investigação, que ia de Hobbes a
Giorgio Agamben, passando por Nietzsche, Carl Schmitt, Walter Benjamin e Jacques Derrida.
Lembro com detalhes porque foi quando comecei a me envolver mais vivamente com a
filosofia. Era um momento absurdamente estimulante. Experimentava uma espécie de gozo
intelectual intenso. Havia terminado o curso de psicologia com uma série de inquietações. E
quando me deparei com o pensamento filosófico, foi como que um bálsamo para o espírito. As
discussões se davam assim, nos bares, na praia, na casa de alguém e, também, na academia.
Zé Maria, Ivânio, Thiago, Filipa. Alguns ainda encontro, ainda que casualmente; outros não
tenho mais notícias. Foi um belo momento. Breve, mas intenso. (O projeto LEPOL não saiu do
papel. C’est domage!)

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