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Saron Cardoso Santana Martiniano - 5° período Manhã

Um líder é uma pessoa que consegue alcançar propósitos por meio de outras
pessoas. Tem a habilidade de controlar, manejar e motivar outros indivíduos. A
vida de Pedro nos ajuda a entender um pouco sobre liderança. Um dado
marcante foi que, ele passou muitas horas com Jesus. Foi este fator que
chamou a atenção das autoridades judaicas. Lucas relata que “percebendo que
[Pedro e João] eram homens comuns e sem instrução, ficaram admirados e
reconheceram que eles haviam estado com Jesus” (At 4.13). O treinamento
que Jesus transmitiu aos seus discípulos foi capacitador e incluía
conhecimento cognitivo.
O Sermão do Monte foi apenas um exemplo da maneira como ensinou, usando
as interpretações típicas dos fariseus e escribas, lançando luz nova sobre Deus
e sua revelação. A mentoria de Jesus foi visual. Os milagres mostraram
claramente que Ele não era um mágico. Cada vez que trazia de volta um
defunto, repreendia os ventos de uma tempestade ou recriava pão para uma
multidão de famintos, mostrava sua filiação.
Quando Pedro passou a ministrar, não ficou intimidado pelas autoridades que o
ameaçavam, mas curava doentes, repreendeu os pecados de Ananias e Safira,
trouxe Docas de volta da morte, dormiu tranquilamente na prisão na véspera de
sua decretada decapitação. Ele escreveu para cristãos perseguidos da Ásia
Menor: “Se vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável
diante de Deus. Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu
no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos” (1
Pe 2.20,21). Pedro aprendeu com a prática. Juntamente com os outros
discípulos, Jesus os enviou de dois em dois para pregar, expulsar demônios e
anunciar a vinda do Reino. Aprenderam a viver pela fé, sem salários fixos ou
promessas de sustento. Entenderam que a fé engloba plena confiança no Deus
vivo que cumpre suas promessas.
Uma igreja que tem mentores e discipuladores como Jesus, terá cristãos
aprendizes. Não se limitará a doutrinar cristãos que manterão a doutrina da
igreja. Equipará pessoas que iniciam e liderem ministérios com sabedoria e
gratidão. Aparecerão pessoas com dons concedidos pelo Espírito. Essa igreja
deverá crescer, a não ser que haja divisão com politicagem e rivalidade. E
concordo com C. Schwarz: o desenvolvimento de uma igreja deve ser tão
natural como o crescimento de uma criancinha.
Líderes que veem sua capacitação como instrumento para capacitar outros
cristãos e levá-los à maioridade espiritual, descobrem como esse aspecto leva
"por si mesmo" ao crescimento. Em vez de fazer a maior parte do trabalho eles
mesmos, esses líderes investem grande parte do seu tempo em discipulado,
delegação e multiplicação. Assim, a energia investida por eles pode multiplicar-
se quase infinitamente.
Através dos “ministérios orientados pelos dons” é possível entender claramente
o que significa aquilo que denominamos de "processos de crescimento por si
mesmo" dados por Deus. A estratégia de trabalho de acordo com os dons se
baseia na seguinte convicção: Deus, soberanamente, determinou quais
cristãos irão efetuar melhor determinados ministérios.
Infelizmente, nos últimos anos, a visão de trabalho orientado pelos dons foi mal
interpretada como mais um modismo entre os métodos de crescimento da
igreja. Entretanto, a descoberta e o uso dos dons espirituais é a única forma de
colocarmos em prática novamente o conceito dos reformadores do "sacerdócio
universal dos crentes". Como um programa desses poderia ser transformado
em realidade se muitos cristãos não conseguem reconhecer em que área Deus
os capacitou e, consequentemente, também os chamou? De acordo com uma
pesquisa que fizemos com 1600 cristãos ativos em suas igrejas, na Alemanha,
descobrimos que 80% deles não sabem quais são os seus dons espirituais.
Parece-me que este é um dos principais motivos por que o "sacerdócio
universal dos crentes", em sua maior parte, nunca foi alcançado nos países da
Reforma.
Por mais ortodoxa que seja a doutrina de uma igreja, e por melhor que seja o
seu conhecimento bíblico, ela dificilmente pode esperar crescimento se não
aprender a viver e a transmitir a outros a sua fé com entusiasmo contagiante.
Sempre que a "defesa pela doutrina correta" tomar o lugar de esforços
concretos para viver a fé pessoal em jesus de forma apaixonada, estamos nos
baseando em um paradigma falso. Em um solo assim crescerá, no máximo, um
fanatismo deformado; a paixão libertadora dificilmente sobreviverá. Por isso, a
marca de qualidade "espiritualidade contagiante" (à qual se chega
empiricamente) expressa de forma tão bela quando diz o que também
interessa à teologia: a vida de fé como um relacionamento genuíno com Jesus
Cristo.
Se o objetivo é o crescimento da Igreja, devemos fazer isso aceitando os
desafios propostos. Então deixaremos os nossos métodos para usar os de
Cristo, deixaremos que ele nos use através dos dons concedidos a todos. Os
líderes por sua vez, seguirão os passos do mestre no discipulado de novos
líderes. Assim, de uma forma contagiante os membros apresentarão uma
novidade de vida que possa proporcionar vida eterna e paz aos corações de
todos os desafortunados que precisam do Cristo vivo. A Igreja que cresce é
aqui segue o modelo ideal de crescimento, ou seja, o método de Cristo.
Os líderes de igrejas que crescem concentram seus esforços em capacitar
outras pessoas para o ministério. Eles não usam os seus colaboradores como
"ajudantes" para alcançar os seus próprios objetivos e implantar sua visão.
Pelo contrário, a pirâmide de autoridade é invertida e os líderes ajudam cada
cristão a chegar à medida de plenitude intencionada por Deus para cada um.
Eles capacitam, apoiam, motivam, acompanham a todos individualmente para
que se tornem aquilo que Deus tem em mente.

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