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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE GRADUACAO EM ENGENHARIA CIVIL

Daniel de Araújo Florêncio


Luis Henrique de Almeida Cardoso

RELATORIO DOS PROCEDIMENTOS DE ENSAIOS DA MADEIRA

Professor (a) Orientador (a): Cesar Alexandre Varela Ataíde

Natal - RN
2009

1
SÚMARIO

Introdução......................................................................................................3
Procedimentos de ensaios e resultados..........................................................4
Compressão paralela...........................................................................4
Flexão estática.....................................................................................5
Flexão dinâmica..................................................................................7
Dureza janka........................................................................................8
Tração normal.....................................................................................9
Conclusão....................................................................................................10

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INTRODUÇÃO

A madeira é um material versátil, podendo ser utilizado como


combustível, matéria-prima para alguns produtos, como o papel, e na
construção civil. No ultimo quesito, a madeira é um material excepcional
em sua utilização, sendo, depois do aço, o material mais utilizado na
construção, podendo ser utilizada desde as fundações até o acabamento. O
que a torna um material de qualidade são vários fatores, dentre eles:
 Resistência mecânica tanto para esforços de tração como de
compressão, bem como a resistência à tração na flexão.
 Alta resistência mecânica, levando em conta seu pequeno peso
próprio.
 Fácil trabalhabilidade.
 Boa absorção acústica e isolamento térmico.
Para que a madeira seja utilizada corretamente e seja de boa qualidade,
devem ser realizados vários ensaios laboratoriais, visando obter
características físicas e mecânicas da madeira extraída, e a partir daí,
empregá-la da melhor maneira e evitando os inconvenientes que podem
advir de uma má utilização deste.
Este relatório tem por objetivo descrever e analisar tais ensaios,
realizados em laboratório da UFRN.

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PROCEDIMENTOS DE ENSAIOS E RESULTADOS

Foram mostrados apenas cinco, dos dezesseis ensaios propostos pela


NBR, no laboratório da UFRN: Compressão paralela às fibras, Flexão
estática, Flexão dinâmica, Tração normal às fibras e Dureza Junka. Sendo
que destes os dois últimos não puderam ser realizados por falta de corpos-
de-prova adequados, no entanto iremos pesquisar e descrever nesse
relatório. Os tipos de madeira utilizados para comparação foram:
Maçaranduba, Ipê e Amarelo-cetim.
Do lote a ser investigado deve-se extrair uma amostra, com corpos-
de-prova distribuídos aleatoriamente ao longo do lote, devendo ser
representativa da totalidade deste. Para isso não se devem retirar mais de
um corpo-de-prova de uma mesma peça. Os corpos-de-prova devem ser
isentos de defeitos e retirados de regiões afastadas das extremidades das
peças.
O número mínimo de corpos-de-prova que devem ser caracterizados
por lote são 12, esse grande número se deve ao fato de a madeira ser um
material bastante heterogêneo, pois é um material natural e está
continuamente em contato com intempéries.

1) Ensaio de Compressão paralela às fibras:


Esse ensaio analisa a resistência e a rigidez à compressão da madeira.
Segundo a NBR 7190/97, deve ser utilizado um corpo de prova de
dimensões 5cm x 5cm x 15cm, porém o corpo de prova utilizado no ensaio
feito possuía uma seção transversal quadrática com 2,1cm de lado por 3cm
de altura. O corpo de prova deve ser feito de forma que as fibras fiquem
paralelas a altura.
A resistência deve ser determinada com carregamento monotônico
crescente, com uma taxa em torno de 10 MPa/min. Havendo a ruptura do
corpo de prova, basta analisar a carga de ruptura para calcularmos
indiretamente a sua resistência.
carga
R=
área

No laboratório foi feito dois ensaios de compressão paralela com


corpo-de-prova de maçaranduba, onde foram encontrados os seguintes
resultados:
38000
ensaio 1→ carga=38.000 N → R 1= =86 , 16 MPa
0,0212
4
35400
ensaio 2 →carga=35.400 N → R 2= =80,27 MPa
0,0212

2) Ensaio de Flexão Estática:

Ensaio realizado para avaliar a resistência e a rigidez da madeira à


flexão estática. De acordo com a NBR 9170/97, os corpos de prova devem
formas prismáticas com seção transversal quadrática de 5cm de lado e
comprimento na direção paralela às fibras de 115cm, e as fibras devem
estar paralelas ao comprimento, não se admitindo inclinações de fibras
maiores que 6º. No nosso ensaio foram utilizados corpos-de-prova com
seção transversal quadrática de 2,2cm de lado e 24cm de comprimento.
No ensaio o corpo-de-prova deve estar vinculado a dois apoios
articulados em suas extremidades e o carregamento aplicado por um cutelo
no meio do vão é monotônico com variação de 10MPa/min. O cutelo deve
ter as dimensões em centímetros mostradas a seguir:

5
Da mesma forma que a compressão a resistência é calculada
3 Pl
indiretamente através da carga de ruptura do ensaio, R= 2 a ³ . Já o índice de
rigidez da madeira, que é uma medida da sua dificuldade à deformação, é
l
calculado através da flecha do corpo-de-prova, I = flecha . Para a flexão
estática foram feitos dois ensaios, um utilizando a ipê e outro utilizando a
amarelo cetim, obtendo os seguintes resultados:

3 x 5600 x 0,24
ipê → carga=5.600 N → R= =189,33 MPa
2 x 0,0223
24
Flecha=7 mm → I = =34,28
0,7

3 x 4000 x 0,24
Amarelo → carga=4.000 N → R= =135,23 MPa
2 x 0,0223
24
Flecha=5 mm → I = =48
0,5

6
3) Ensaio de Flexão dinâmica:

A flexão dinâmica define a resistência à flexão causada por uma


carga aplicada instantaneamente sobre a madeira. Para este ensaio,
utiliza-se, segundo a NBR 9170/97, um corpo de prova de seção
transversal quadrática de 2cm de lado com um comprimento de 30cm, e
as fibras da madeira devem estar paralelas ao comprimento. No nosso
ensaio foi utilizado um corpo-de-prova com seção transversal quadrática
de 2,2cm de lado e 24cm de comprimento.
No ensaio o corpo-de-prova fica vinculado à dois apoios por onde
passará o pêndulo e aplicará a carga instantânea sobre o corpo-de-prova.
O pêndulo é erguido até uma altura determinada e a seguir é solto
transformando energia potência em energia cinética causando um
impacto sobre o corpo-de-prova.

Conhecendo-se o valor do trabalho realizado para o rompimento do


corpo-de-prova pode-se calcular indiretamente a resistência à flexão
10 w
dinâmica da madeira, R= 6 bh . Foram feitos dois ensaios um com ipê
outro com o amarelo cetim, obtendo os seguintes resultados:

10 x 69
ipê →trabalho=6,9 kgf . m→ R= =0,021 MPa
6 x 0,022 x 0,24

10 x 46
amarelo →trabalho=4,6 kgf . m→ R= =0,014 MPa
6 x 0,022 x 0,24

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4) Ensaio de Dureza Janka:

O ensaio de dureza tem o objetivo de determinar o quanto a madeira


resiste ao risco ou desgaste. Para este ensaio, utiliza-se, segundo a NBR
9170/97, um corpo de prova de seção transversal quadrática de 5cm de lado
com um comprimento de 15cm.
A dureza da madeira proposta por Janka é determinada
convencionalmente pela tensão que, atuante em uma das faces de um
corpo-de-prova prismático, produz a penetração de uma semi-esfera de aço
carga
com área diametral de 1cm², dada por: R= área esfera
O ensaio deve ser feito nas direções paralela e normal às fibras da
madeira. O carregamento deve ser monotônico crescente aplicado até que a
esfera penetre a uma profundidade igual ao seu raio, em um período de
pelo menos 1 min.
Como não foi possível realizar o ensaio na UFRN, só para ilustração
colocarei o valor da resistência à dureza da madeira amarelo cetim.

8
5) Tração Normal às fibras:

Este ensaio tem o objetivo de determinar a resistência da madeira


quando ocorre tensões de tração normal às fibras. Para este ensaio, utiliza-
se, segundo a NBR 9170/97, um corpo de prova com as seguintes
dimensões em centímetros:

Como a madeira resiste bem menos a esforços que estejam atuando


na direção perpendicular às fibras, o carregamento para este ensaio deverá
ser mais monotônico, com uma taxa de crescimento de 2,5MPa/min. A
resistência será calculada indiretamente a partir da força de ruptura,
força
R= .
área central

Só para ilustrar o relatório será colocado o


valor da resistência para a madeira amarelo cetim.

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CONCLUSÃO

Os ensaios laboratoriais com a madeira são de suma importância para


garantir a qualidade da peça a ser utilizada, determinando também para
qual fim ela pode ser útil, fornecendo à estrutura uma maior segurança e
maior durabilidade da madeira.
Considerando que em nossos ensaios não nos preocupamos em
controlarmos a umidade da madeira indicada pela Norma Brasileira, que só
tínhamos condições de utilizar no máximo dois corpos-de-prova em cada
ensaio e que os corpos-de-prova não estavam com as dimensões requeridas
pela Norma Brasileira, ainda assim obtivemos ótimos resultados quando
comparados com os valores das resistências características requeridas pela
Norma Brasileira 7190/97, a seguir comparamos alguns resultados:

Observando os resultados e comparando o erro relativo com a


variação máxima permitida vemos que as madeiras utilizadas estariam
dentro dos padrões da Norma Brasileira – Estruturas de Madeira, e assim
poderíamos utilizá-las na área da construção civil com segurança.

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