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Data Framework for Lean Virtual Design and Construction View project
All content following this page was uploaded by Eduardo Luís Isatto on 01 December 2018.
Caroline Kehl
Faculdade de Arquitetura, Universidade FEEVALE
carolinek@feevale.br
Luís Artur Siviero
Escola de Engenharia, UFRGS
luissiviero@gmail.com
Eduardo Luis Isatto
NORIE, UFRGS
isatto@ufrgs.br
Resumo
A crescente preocupação com a preservação da história resulta na necessidade de documentar prédios históricos
e de planejar sua reintegração ao uso. Esta dualidade documentação/projeto é tradicionalmente atendida através
de desenhos convencionais ou em formato CAD. O fato de que, no caso dos prédios históricos, o processo de
projeto e a construção já foram concluídos indica que tal contexto não seria adequado para a adoção do Building
Information Modeling (BIM). Neste sentido, o presente estudo investiga a viabilidade da utilização do BIM na
documentação de prédios históricos. Para isto, estudou-se os prédios históricos de uma universidade visando
investigar dificuldades inerentes à modelagem de um prédio de características históricas. O estudo consistiu na
realização de diversas entrevistas, pesquisa documental e a modelagem de um de seus prédios históricos. Dentre
as conclusões, é apontado que o BIM traz implicações positivas para a gestão da operação e manutenção, aspecto
geralmente relegado a segundo plano na documentação convencional. O estudo salienta a necessidade de um
processo gradual de adoção desta tecnologia, que faz emergir a relevância da capacidade em permitir a
interoperabilidade não apenas entre programas BIM, mas também entre eles e os programas CAD em uso.
Observou-se também que o elevado nível de detalhamento demandado e a natural falta de bibliotecas de
componentes antigos figuram como importantes barreiras do processo de utilização do BIM neste contexto. Por
fim, sugere a adoção, como estratégia de implantação, o desenvolvimento de modelos iniciais com menor nível
de detalhamento e seu posterior enriquecimento na medida das necessidades da instituição.
Palavras-chave: Gestão da Manutenção e Operação. Documentação de Edifícios Históricos. BIM.
Abstract
The growing concern for the history preservation implies in the documentation of historic buildings and in
planning their future use. This documentation / design duality is traditionally served by conventional or CAD
drawings. As in the case of historic buildings the design and construction were already completed, it may suggest
that this context would not be appropriate to adopt the Building Information Modeling (BIM). Therefore, this
study aims to investigates the feasibility of using BIM in the documentation of historic buildings. For this, a case
study was conducted in order to investigate the possibilities on using BIM technology to document and manage
facilities of historical buildings of a University. The research included interviews, documental data and the
modeling of one of the historical buildings of the University. The study pointed out that BIM has positive
implications for the management of the operation and maintenance, something usually relegated to the
background in conventional documentation. It was also indicates the need of a gradual implementation of BIM
as the interoperability must be considered not only between BIM and the existent programs and CAD but also
among themselves. The study also points out that the level of detail and lack of libraries of ancient/historical
building components are some of the barriers of the process of using BIM in this context. Finally, it is suggested
that an initial lower detail model as a starting point and its subsequent enrichment could be a feasible strategy to
be adopted in these case.
Keywords: Facilities Management. Documentation of Historical Buildings. BIM.
V TIC - Salvador, Bahia, Brasil, 4 e 5 de agosto de 2011
1 INTRODUÇÃO
Há uma crescente pressão por parte dos contratantes para que as equipes de projetistas sejam
capazes de coparticipar de todo o processo de projeto, com prazos menores e com maior
qualidade. A crescente complexidade dos projetos é mais um elemento a demandar novos
procedimentos de gerenciamento de informações que suportem os processos ligados ao
projeto, construção e uso das edificações.
A gestão de documentos é apontada como um componente essencial na função do
gerenciamento de empreendimentos, pois neles incluem-se desenhos, especificações,
cronogramas, relatórios de controle de qualidade e outros (ABOURIZK; HAJJAR, 2000). Na
sua maioria, os sistemas de informação da indústria da construção civil são baseados em
papel, frequentemente desestruturados, difíceis de usar, com informações fáceis de perder ou
danificar (BRANDON et al., 1998; TOLMAN, 1999). Repetidamente os profissionais de
projetos ou execução de empreendimentos têm problemas para ter a certeza de estar utilizando
a versão correta do documento. Segundo Bédard et al. (1998), a falta de coordenação das
informações do projeto gera incompatibilidades como a inconsistência de informações, o
desencontro de interfaces e áreas com funções mal definidas. Outra dificuldade encontrada no
processo de projetos é a distribuição dos documentos certos de forma não burocrática. A cada
alteração em algum projeto, normalmente precisa-se transmiti-la a todos os envolvidos. Uma
das principais consequências dos fluxos de informações não estruturados nos projetos é que
os profissionais envolvidos dificilmente possuem tempo suficiente para analisar o processo e
melhorar suas atividades.
Na etapa de operação das edificações, as documentações em que as características dos
edifícios estão contidas são extremamente importantes para muitas aplicações, tais como
restauros, reformas, reabilitação de edifícios e registro de patrimônio cultural (ARAYICI,
2008). No entanto, esta documentação de informações atualmente enfrenta um verdadeiro
desafio (HUBER, 2002). A informação existe, mas este fato não é conhecido, ou ela não está
em um nível aceitável de qualidade, ou não é facilmente acessível, levando à duplicação
desnecessária de esforços ou de eventual perda (FRYER et al, 2007). A possibilidade de
contar com catálogos dos bens móveis e imóveis e seus respectivos metadados, onde é
possível verificar a possível existência de determinadas informações e coordenar ações entre
as organizações responsáveis é uma questão-chave (ARAYICI, 2008). Uma das maiores
limitações que ocorrem no momento é a integração de informações. Não é somente
importante ter os dados, mas também é essencial a sua disponibilidade em formato digital. No
entanto, a maior parte das informações existentes continua a ser em formato papel. Além
disso, estes formatos digitais devem ser compatíveis entre si e os dados devem ter significado
semântico e ser interligados para a interoperabilidade.
A atual tentativa de modelagem em 3D tem-se concentrado principalmente em representações
gráficas com suporte limitado de aspectos de semântica, topologia e interoperabilidade
(NEBIKER et al, 2005;. FALQUET; METRAL, 2005; THIEMANN; SESTER, 2005). O fato
dos desenhos tradicionais em tecnologia do tipo Computer Aided Design (CAD) serem
constituídos por representações abstratas, entidades isoladas tais como linhas, arcos, círculos e
polígonos dificulta este processo, já que apesar de serem significativos, contêm poucas
informações úteis para quantificar e classificar elementos construtivos para a construção.
Mesmo modelos 3D usados para propósitos de visualização são pouco mais do que desenhos
tridimensionais (FLORIO, 2007).
Nos últimos anos, vem-se expandido o uso da tecnologia Building Information Modeling
(BIM). O BIM é simultaneamente uma tecnologia e um processo de modelagem da
edificação, onde a mesma é representada não apenas pela geometria dos seus elementos
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construtivos em três dimensões, mas também por diversos outros atributos, transmitindo,
portanto, informações muito mais ricas que modelos CAD tradicionais. Além disso, como os
elementos do modelo são paramétricos, as alterações efetuadas neles repercutem
instantaneamente em todo o projeto, o que, segundo Florio (2007), estimula a
experimentação, diminui conflitos entre elementos construtivos, facilita revisões e aumenta a
produtividade. O uso da tecnologia BIM tem sido visto como uma oportunidade de melhorar
consideravelmente a gestão da edificação ao longo de todo o seu ciclo de vida, não se
restringindo somente ao processo de projeto e construção. Uma das aplicações sugeridas para
o BIM é no apoio à gestão de facilities, ou seja, a gestão da manutenção e uso da edificação.
O gerenciamento da manutenção pode ser definido como sendo o conjunto de ações
empreendidas a fim de gerenciar as atividades de manutenção, cujas principais tarefas
incluem (KORKA et al., 1997): inspeção; abastecimento; reposição dos materiais de
consumo; eliminação de problemas; remoção e reposição; reparo; ajustagem e calibragem;
testes funcionais; reforma; e condicionamento. Claper e Salgado (2008) relacionam os
seguintes itens como componentes de uma abordagem sistemática para o planejamento do
programa de gerenciamento da manutenção de um edifício: compilar uma detalhada base de
dados do edifício; determinar as condições do edifício através de uma completa inspeção;
analisar o uso e desempenho dos espaços e áreas; aplicar técnicas do custo do ciclo de vida
para aperfeiçoar todas as implicações de recursos; formular um programa de investimento
listando as exigências de recursos para as várias atividades e estabelecer como o fundo
financeiro necessário será levantado; e preparar um plano de ação integrado.
Nesse sentido, a tecnologia BIM pode ser vista como o meio para se obter a necessária base
de dados que, por sua vez, seja passível das análises cabíveis ao longo da etapa de operação.
Por isso, o objetivo principal deste trabalho é a apresentação de vantagens e restrições do uso
da tecnologia BIM para a documentação e gestão da operação e manutenção de prédios
históricos, comparativamente a outros métodos e tecnologias comumente utilizados para este
fim.
Amorin et al. (2001) atentam para o fato de que, na Indústria da Construção Civil (ICC),
encontra-se a área mais problemática para a ontologia, ou seja, a definição conceitual de cada
parte da edificação, já que essa definição depende do ponto de vista e a ICC concentra uma
imensa variedade de atores. Feito isso, também é primordial definir as interfaces entre
sistemas e subsistemas da edificação, estabelecendo uma relação construtiva entre elas.
Devido a esses entraves e a limitações práticas, existem lacunas de pesquisa nessa área.
2.2 Interoperabilidade
O conceito de interoperabilidade pode ser entendido como a capacidade de diferentes
programas computacionais de diversos fornecedores acessarem a mesma informação, por
meio de uma plataforma comum que permita sua integração (EASTMAN et al., 2008).
Segundo Krygiel e Nies (2008), a tecnologia BIM possibilita essa integração de informação,
mudando a forma como profissionais enxergam e interagem com o projeto. Com BIM, a
comunicação das informações dos diferentes profissionais e disciplinas envolvidos no
processo ocorre de forma coordenada, por meio de um modelo comum.
Krygiel e Nies (2008) notam que, com a evolução das técnicas construtivas, as exigências de
qualidade impostas aos empreendimentos tendem a crescer cada vez mais, gerando uma
inevitável concentração de profissionais envolvidos na concepção e execução de uma
edificação. Em um cenário como esse, a integração desses esforços faz-se cada vez mais
necessária.
A necessidade de idiomas padrão de intercâmbio de dados tem sido amplamente reconhecida
em toda comunidade de TIC e um esforço internacional em grande escala assumiu este
desafio. Na tecnologia BIM, a interoperabilidade é possibilitada pela adoção de um padrão
aberto e universal, desenvolvido sob a coordenação da IAI (International Alliance for
Interoperability), recentemente renomeada para buildingSMART. A buildingSMART (BLIS,
2002) é uma coalisão global de profissionais da indústria, fornecedores de software e
investigadores (mais de 600 empresas ao redor do mundo) a trabalhar para apoiar a
interoperabilidade (FROESE, 2003). O padrão desenvolvido é composto por três subpadrões:
o Industry Foundation Classes (IFC), responsável pela definição do modelo de dados, ou seja,
quais são os objetos que compõe a edificação e quais seus atributos; o International
Framework for Dictionaries (IFD), responsável pela universalização das bibliotecas dos
componentes constituintes da edificação; e o Information Delivery Manual (IDM),
responsável por identificar quais informações do modelo são relevantes para cada um dos
atores envolvidos no processo de desenvolvimento, construção e uso (BELL; BJØRKHAUG,
2006).
racional representa. A TIC deve ser vista como parte dos sistemas de informação sendo
empregada para dar amparo não só às atividades gerenciais, mas também às da organização. É
esta utilização que, se bem empregada, tem o potencial de criar novas maneiras de
desempenhar as atividades, agregando valor aos processos produtivos (BARRETT, 1995 apud
ANTONIOLI, 2003). Um sistema de informação, para resolver os problemas citados, tem o
desafio de criar uma relação entre dados vindos de diferentes partes, criando um sistema que
garanta a acessibilidade do projeto, da forma mais eficiente possível. As potencialidades de
um sistema assim, segundo Halfawy e Froese (2005), vão além do acima descrito. Espera-se
de sistemas de informação integrados fundamentalmente o apoio na modelagem e a gestão das
informações, permitindo o seu intercâmbio entre os participantes do projeto, com consistência
e integridade dos dados. Este banco de dados garante a comunicação durante o ciclo de vida
do projeto, a interoperabilidade das ferramentas de suporte e permite o acesso instantâneo a
informações atualizadas.
4 ESTUDO DE CASO
O presente trabalho adotou o estudo de caso como estratégia de pesquisa. Para tanto, foi
investigado o processo de documentação de prédios históricos e da gestão de manutenção dos
prédios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a qual possui diversos
prédios históricos, alguns com mais de 100 anos de idade, na sua maioria integrados às
atividades-fim da Universidade. Para isso, a partir de revisão bibliográfica inicial, foram
realizadas entrevistas com os profissionais responsáveis pelos setores da Universidade que
conduzem tais processos. Posteriormente foi realizada a modelagem de um dos prédios da
Instituição através da tecnologia BIM, como forma de analisar as dificuldades encontradas no
processo de modelagem e na produção de um protótipo que permitisse discutir junto aos
setores envolvidos as possibilidades de uso desse modelo. Os resultados finais do trabalho
foram posteriormente apresentados aos aos responsáveis pelos setores de envolvidos através
de relatórios e da participação de um dos mesmos em uma banca de avaliação de um Trabalho
de Diplomação em Engenharia que incluiu parte da pesquisa descrita neste trabalho.
da infraestrutura;
• manter acessos, logradouros, parques e jardins e
• desenvolver atividades de projeto e manutenção das redes de energia elétrica.
reunidos em uma mesma pasta no computador. Todavia, como visto anteriormente nesse
trabalho, projetos possuem entre 150 e 180 arquivos cada, o que torna a organização de
arquivos computacionais muito complexa.
O conjunto de documentos do Castelinho possui apenas arquivos CAD 2D, e foi quase que
exclusivamente criado após as reformas. Sendo assim, já contém as modificações feitas nos
anos 90. Além dos desenhos, existe uma vasta documentação fotográfica dos períodos
anteriores, durante e posterior à reforma. O projeto inteiro consiste em cento e trinta e três
pranchas, sendo que, dessas, muitas possuem informações repetidas, em uma organização
pouco racional, podendo facilmente confundir os profissionais.
Para essa pesquisa, foi montado um modelo compatível à tecnologia BIM, por meio do
programa computacional Revit®, da Autodesk®. O nível de detalhamento de desenhos
existentes, como mostra a Figura 1, é alto. Durante a concepção do modelo para essa pesquisa
(Figura 2), esperava-se caracterizar objetos em níveis que se aproximassem ao máximo
possível da realidade. Porém, dadas as dificuldades de adaptação e aprendizagem dos
softwares, optou-se pela sua simplificação. Componentes como o teto da torre e detalhes da
fachada não foram modelados fidedignamente. Outro problema de representação foi encarado
nas esquadrias, as quais foram implantadas a partir de uma família de produtos já modelados
disponibilizada via internet. Apesar de visualmente fieis à realidade, têm características de
material diferentes das esquadrias reais.
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5 RESULTADOS
A comparação entre a tecnologia atualmente utilizada nas atividades de documentação e
gestão da manutenção e operação a partir do resultado obtido com o estudo de caso
empregando BIM indica alguns aspectos a considerar para a aplicação desta nova tecnologia,
os quais são discutidos a seguir.
5.1 Documentação
Em termos de familiarização dos profissionais com o uso da tecnologia BIM, salienta-se que,
no estudo de caso analisado, a pessoa envolvida no processo de documentação (criação do
modelo) foi um dos autores (graduado em Arquitetura) que não passou por qualquer curso ou
instrução formal sobre os programas computacionais utilizados. Valeu-se somente de sua
experiência em programas CAD 3D, o que permite avaliar o grau de dificuldade envolvido no
processo de assimilação da tecnologia. Concluiu-se que o processo de aprendizagem do
software por tentativa e erro não é indicado, visto que o raciocínio para confeccionar o
modelo é outro em relação ao que consistem os modelos simplesmente representativos do
CAD. A modelagem deve ser construtivamente correta e, para que o modelador entenda o
software, não basta que ele saiba representar os objetos. Uma série de dificuldades foi
encontrada no uso desses programas, o que recomenda que seja realizado um treinamento
formal para que haja um melhor aproveitamento das potencialidades disponíveis.
No que diz respeito a nível de detalhamento e à forma de modelagem de detalhes, recomenda-
se a solução proposta por Eastman et al. (2008), que consiste na utilização de desenhos em
CAD como suporte, para a melhor compreensão de pontos específicos. À medida que a fase
de aprendizagem da tecnologia e adaptação passa, o usuário tende naturalmente ao uso
exclusivo do modelo em BIM. Problemas como esse, segundo Krygiel et al. (2008), são
comuns entre usuários em fase de adaptação à tecnologia, os quais ainda não possuem uma
biblioteca própria de componentes. Os softwares em BIM permitem a criação desses objetos,
porém o processo de desenvolvimento é trabalhoso, variando conforme o nível de
detalhamento desejado. No entanto, deve ser salientado que o nível de detalhamento do
modelo afeta também a geração de levantamentos e quantitativos, e por isto a decisão com
relação a o que representar de forma detalhada deve sempre considerar a efetiva necessidade
de tais informações. A adição de informações ao projeto pode ser feita a qualquer momento,
inclusive após a conclusão da modelagem, abrindo a possibilidade de agregar informações
referentes a alterações ou dados obtidos ao longo da vida útil da edificação.
Utilizando a tecnologia BIM, torna-se possível armazenar todas as informações do projeto, a
partir do qual podem ser gerados tantos desenhos quanto a necessidade do usuário, uma vez
que cortes, detalhamentos ou plantas de qualquer área podem ser criados instantaneamente
dentro do modelo. Além disso, uma das vantagens mais celebradas de se trabalhar com a
tecnologia BIM é a possível interoperabilidade entre as disciplinas envolvidas. Isso é,
profissionais de diferentes áreas trabalhando em um mesmo projeto podem utilizar o mesmo
arquivo eletrônico, evitando assim incompatibilidades ou obsolescência das informações
trocadas.
modificações devem ser feitas manualmente em cada documento preexistente, número que
varia entre 150 a 180 desenhos. Manter esse número de arquivos atualizado significa
desperdício de tempo e mão de obra, desmotivando as pessoas responsáveis a mantê-los em
dia.
Outra vantagem sobre o método atual de gestão dos prédios históricos da UFRGS é a que
essas informações são vinculadas diretamente no modelo, evitando assim utilização de papel
para o seu armazenamento, minimizando a possibilidade de perda do material coletado e
racionalizando o processo.
Por fim, uma vez criado o modelo, a tecnologia BIM permite que informações
complementares venham a ser adicionadas, como por exemplo relativas a vistorias periódicas
ou manutenções executadas, tanto em objetos quanto em espaços, desta forma enriquecendo o
modelo original.
6 CONCLUSÕES
Este trabalho teve como objetivo principal a apresentação de vantagens e restrições ao uso da
tecnologia BIM para documentação e gestão da manutenção de prédios históricos,
comparativamente aos sistemas de CAD convencionais. Para tanto, foi estudado o processo de
documentação de prédios históricos em uma universidade brasileira, bem como os
procedimentos existentes adotados pela instituição quanto à gestão da manutenção dos seus
prédios. Foram coletados dados através de entrevistas com profissionais envolvidos no
processo, da análise de documentos, e da modelagem de um dos prédios históricos da
instituição.
Ao final desse trabalho conclui-se que dentre as vantagens detectadas na utilização da
tecnologia BIM destacam-se a racionalização do processo de criação de quantitativos e
orçamentos, minimizando a quantidade de retrabalho; a união de informações em um único
arquivo; e a adição de informações para manutenções periódicas. O estudo também indica que
a implantação de tecnologia BIM nesse contexto tem como uma das principais barreiras a
necessidade o nível de detalhamento demandado em virtude da necessidade de representação
de componentes da edificação que guardam características históricas,e para os quais inexistem
bibliotecas. O estudo sugere como estratégia que os modelos sejam inicialmente elaborados
com um baixo grau de detalhamento, sendo posteriormente refinados pelo acréscimo de
detalhes na medida que os mesmos tornem-se necessários.
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