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07/06/13 Astrofisica Geral

EAD - Astrofísica Geral 2013

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A astronomia medieval

A Idade das Trevas

No ano 476 o último imperador romano do ocidente, Rômulo Augústulo, foi deposto. Várias tribos bárbaras, tais como os Ostrogodos,
Visigodos, Suevos, Alamanos, Saxões, e os Vândalos, já tinham realizado uma série de invasões por toda a Europa, saquendo e
rompendo a estabilidade política de toda a região.

Com a queda final do império romano do ocidente, no século 5, a escuridão desceu sobre a Europa. Todas as atividades intelectuais
definharam na mão dos chamados "povos bárbaros". O rompimento das relações sociais fez com que a principal preocupação fosse a
sobrevivência.

O Cristianismo foi racionalizado pelo conhecimento judaico e grego que ainda tinha sobrevivido em Alexandria. Sua disseminação foi
muito ajudada pela rede de comunicação que havia sido criada pelo Império Romano que, naquele momento, já estava se desintegrando.
Os historiadores consideram que o pior período da Idade Média foi a sua fase inicial. A ela foi dado o nome de "Idade das Trevas",
embora haja muitas vozes discordantes sobre o que esta fase realmente significou para a humanidade.

Na Idade das Trevas a discussão sobre o universo retrocedeu muito. Voltou-se a ter uma polarização mitológica entre o céu e o inferno.
A Terra voltava a ter a forma de um tabernáculo retangular, plano, circundado por um abismo de água. Se olharmos para o que as
civilizações já haviam criado para descrever o Universo, vê-se que este realmente foi um monstruoso retrocesso.

No entanto, alguns sábios da época, tais como Boethius e o Venerável Bede, estavam a par da ciência grega através das anotações em
latim que Cícero, Plínio e outros filósofos haviam deixado. Assim, embora o saber europeu estivesse no seu mais baixo nível após muitos
séculos, ainda sobreviviam resíduos do conhecimento antigo, principalmente em locais como Bizâncio, Siria e na antiga Pérsia.

Somente no século 11 é que a Idade das Trevas começou a ser dissipada, com o
surgimento de escolas e, mais tarde, universidades. Novas importantes idéias
também apareceram como, por exemplo, o conceito de que é necessário primeiro
compreender para então acreditar.
Nos séculos 12 e 13 durante o declínio do império islâmico, acelerado mais ainda no
século 14 pela invasão dos Mongóis, os trabalhos de Aristóteles, Euclides, Ptolomeu
e vários outros foram traduzidos para o latim. Primeiramente eles foram traduzidos do
árabe mas, mais tarde, isto foi feito diretamente a partir dos originais gregos.

Foi Tomás de Aquino quem mostrou, no século 13, de que forma o cristianismo podia
ser acomodado dentro do universo Aristotélico, necessitando apenas de modificações
relativamente superficiais. Segundo as suas idéias os seres humanos mantinham a
imortalidade mas, no entanto, o universo adotado perdia a sua eternidade uma vez
que ele tinha sido criado por Deus.

Suas idéias logo sofreram adaptações suplementares. Para o escritor Dante, autor da
"Divina Comédia", o inferno era uma região inferior dentro da Terra, o purgatório era a
região sublunar e as regiões etéreas eram os locais ideais para a residência de
hierarquias superlunares de seres angelicais (veja a imagem ao lado).

Por volta do século 14 o universo medieval atingiu o seu máximo desenvolvimento.


Ele agora era antropocêntrico e foi santificado pela religião, endossado pelos filósofos
e racionalizado pela ciência geocêntrica.

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A Astronomia Medieval

séculos intenso desenvolvimento da astronomia arábe e persa (mapas e catálogos estelares,


movimento dos planetas e da Lua, melhores estimativas do tamanho da Terra e melhorias no
IX a XI
calendário)

Al Mamon funda a escola de astronomia de Bagdá


"Mathematike Syntaxis", escrita por Ptolomeu, é traduzido para o árabe como "al-Majisti"
813
(Grande Trabalho) e mais tarde é chamado pelos sábios latinos de "Almagest"

903 Al-Sufi desenha o seu catálogo estelar

1054 os astrônomos chineses observam uma supernova na constelação Taurus. Atualmente este
resto de supernova é conhecido como Nebulosa do Caranguejo ou M1

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