Provas Da Historia Genealogica Da Casa Real Portugueza - Volume 4

H
P ROVA
DA
S
HISTORIA
GENEALOGICA
CASA^REAL
PORTUGUEZA.
•A-
'i. r- Or/IA
- •.
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A ,
H 1 S TOR I
GENEALOGICA
DA
Tiradas dos Inftrumentos dos Archivos da Torre

do Tombo , da Sereniffima Cafa de Braganâ
de diverfas Cachedraes , Mofleiros, eou-
trosparticulares deile Reyno,
FOR
D. ANTONIO GAETANO DE SOUSA,
,XÛ(;igo Regular , Deputado da Junta da Bulla da Cruzada , e
; ,
Academico do Numero da Academia Real*
'•"nmiiK II "I
Na Reyna Officina SYLVIATTA, eda Academia Real
as necf/lartas.
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1
• 4 f
r
INDEX DOS
DOCUMENTOS,
Qjje' conre'm o Livro fexto da Hiftoria Genealo-
gica da Cafa Real,
IEm LIVRO VI.

que [e contlnuao as provas que nao couberao no
Tonto HI.
UM. 01. Rtnuncia que fe^ Mar tint Monfo de Soufa das coufat
N qutlhe ptrttrKtao dot Duqius de Braganfa , a qutm JtrVia ,

quanio paffju para o fir viô da eaâ Heal. pag.
Kum. Qj Latta de confinnaâo dtlRty D. Manotl da doaâo feita pelo
Condfjhvrl n. Nurv) a feu neto o TSuque de Sraganfa T>. teinando
L do Condado da Filla de Atrayolos , e de omras terras ,pag. *.
Num. 24. Carta rm que RlRey D. Manotl confitma ao 'Duque /)• Jaime a
1 do 1^10 da R’illa de Borba, pag.^
Num. 25. Carta em que 0 mefmo Rey confirma ao dito Duque as mertts fei-
tas ao Conde/lavel feu bifavo ao Marque^, feu tio , e ao Vuque fiupay ,
,
Nuni. ^ 6ârta em que 0 mefmo Rey doou ao Duque Z). jayme a Villa de
Ourem com todos os feus Badroados de juro , e herdade , pag, 2i
Num. 2^ Carta do mefmo Rey em que confirma ao dito Duque as Tauroa-
dos da Villa de OuimaiaenSf pag,3. .
Num. 98. Carta pela qual EiRiy O. Manoel fez ao Duque E. Jaime troth
teiro mbr dasComarcas de Eiitre Douto ,
e Minho ^ e Traz, os Mon-
tes, pag.Q^
Num. QQ. Inflruô que 0 dito Rey den a Lopo de Soufa fobre 0 tafamento
deUuque h. Jaime , pag. to.
Num. ICO. Confirm 1^00 que ElRty D. Manoel fez do cor.tr ato do cafameih
to do Duque D. Jaime tom Dona Ltonar de Mendoza pag. LL , ,
Num. loi. Carta dilRey D. Manoel pela qual fez mt>(d ao Duque D.JOh
me das dizimas novas, e velhas doTtfcado de Lisboa, pag.
Dit. Nnm. loi. AlVard para que os Vertadores, e Officiaes da Cidadede
Dishoa nao faâo innovaâo fibre a Dizjma do Ttfcado do Duque , ftm
elle fir ouvido , pag. id.
Num. 101. Carta do mefmo Rey paffada a favor do dito Duque, ni qual
wdena
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orden.i que o; Compr adores dos Reys , Rainhas, e Infantes
nao entrem
n.ts barcds a tirar peixe antes de fer diîmado*
bag. 17.
Nuni. io{. Carta em que ElRey T). Manod concedeu ao dito
Duque as ^
,ms do Vtfcadp de HIU do Copde, Fao, e oulras ,erZ, , Z. ,g.
Isum. lOd^ /flvaru) pelo qual 0 duo Rey fe:^ merci do dito Duque. de que
ttyeffemos mefmos prtVilegios que os dacafa Real
pag ,
Num. lo?. dlvara do mefmo Rey em que concedeu

ao referido Duque , que
dots heftetros feus ti\>effem os mefmos priVtkms que os da cafa
O i V Real ,
Pdg.
^
Num. 106. dhard delRey em que ordena
, e concede feguro aos homhiados
que forem na Armada com 0 Duque de Dragarca,
pag. 21.
Dit. Nuni. 106. Carta que 0 Duque
D, Jaime efcreivo de A:âmor , dando
conta do que paffara^ quando tomou a Cidade^
pag. 22.
Num. io:r. Dreye do Tapa Leao X. de congratulacao ao
Duque D. Jaime
pela Conqui/la de A-âmor pag.
, 44.
Num. 108. Dulla do mefmo Tapa comedida ao dito Tuque para
^ que os
Arcebifpos de Dragaonao inquietem no Tadroado das
fuas
' Igreias^
a j y e
Mofteiros , pag. 44.
Num. 109. -Bulla do mefmo fontifice em que concede ao Duque D.
Jaime
faculdade para erigir quince Igrejas do
feu padroado em Commendas da
Urdem de Chri/lo , pag. tô.
Num. 110. hulla do mefmo Rapa concedida ao dito Duque para que deca-
da hufna das quince Igrejas fcaffem ao Reiror
quarenta ducados , com
outras grifas, e ampUapens da primeira Bulla
y pag.Kq.
Num. III. Carta del Rey D. Manoel., pela qual concede ao dito Duque 0
feu confmtmento para a execufao da re/erida Bulla, pag.
^7.
Num. III. Bulla do Tapa LeaoXem
que concede ao Duque D, Jaime oTa~
droado de duas Igrejas, em que tinha duvida, pag.i^S,
Num. II 4.Alvara delRey D. Manoel pelo qual concedeu ao dito Duque a
fa-
culdade de nomear a Igreja de Santa Maria de
Monforte entre as quin-
ê Igrejas de feu Badroadoy pag. 60.
Num. 114. Trêfo executorial das tres Bullas de Leao X. mencionadas,
Num.
feito por Filippe Joao Brior da Collegia Ja da V
ilia de Ourem , pag. 6o<
1 1
q, Alyara delRey D, Manoel concedido ao Duque D. Jaime fobre
a
junfdifao das fuas terras , para que nao tivefe lugar a Ordenapd
ge-
ralmente feita acerca das jurifdipens da Rainha,
Infantes, e tidalgos
em coufa alguma das preeminent ias e terras do Duque, pag.
, 67.
Num. 116. Ahard do mefmo Rey para que osOuVidores da Cafa de Bragan-
pu^m nas fuas terras do mefmo modo de fervir que os Corregedores
das Lomarcas, pag. 68.
Dit. Num. ii6. Ahfard porque ElRey concedeo
que os OuVidores , e Jui:ês
das terras do Ducado de Braganp
, fe Ihe leê em conta 0 tempo que
ferytirem, como fe foffe a Coroa, pag.6g.
Dir. Num. 116. Carta deDoapo, que os
OuVidores do Duque oucaodas
appellapens , e aggrayos dos Jui^ês quefahinm defuas turas ,pag.6g,
Num. 117. Alvar a porque 0 dito Rey revoga outros, que kavia
paffado pa-
para fe recolherem algumas pcffoas no tempo da pi
fie nas terras do Du-
que , que efte mandou defender e guar dar, para je reiolher
, a ellas com
a fua cafa, pag. 71.
Num.
,
Num. I iS. Alvara, no qua! concede ElRey, tjue ds ConfiarUs dd Mipricor-

dia, que hotcver nds Plllas^ e terras do uuqut deSragdn^dffe mao aos
Hojpttaes drllas% ct<mprindo os feus tncargos^ pdg.yj,
Num. 1 1 9. /ilvard do Lardeal Infante para que os Uerigos nao cajfcm nd
Loutdda de jirrayolos , pag. 72.
Num. I to. Alyard dtlRey D. Seba/liao, em que concede ao Duque de lira-
ganfd faculdade para dar a feu fiiho primogenito qualquer dos titulos
de fua Cafa , pag.7i-
Num. III. Alvar d dtlRey para que 0 Duque D. Jaime remum e os feryi-
fos dos feus Ciiados com os officios das fuas terras ^ pag.yq.
Num. 122. Alvar d delRey, pelo qual deelara^ e concede que os priyilegios
doi’os ao Duque D. Jaime, fe entendefftm tamhnn conceaidos d Du-
que:â fua mulher , e ao fenhor D. f heodofio feufilho, pag. 7^
Num. I2J. Carta do Cardeal Infante D. Affonjo, para 0 Duque de 'Bta-
ganâ D. Jaime , em que 0 Tapa 0 exhort a a Je (oncer tar com 0 Arce-
bifpo de Sraga , pag. 75.
Dit. Num. 1 2 Alvar d delRey D. Joao 111. para que a feira de Si^nto
Agp/linh de Pîlla Viôfa , que era de oito dias , a pêfje 0 Duque
repartir ptlos dias , que Use parecrjfe, pag, 76.
Num. 124. Carta do mefmo Rey, em que fc:^ merce ao Duque D. Jaime da
. diîma do Tefcado de Riba-Ttjo, pag. 77.
Num. 1 25. Doaâd que 0 Duque de Braganâ D. Jaime ft:^ a D. Antonio
de Atayde , Conde da Caflanheira , das di^mas do Tefcado da Caflanhei-
ra , e ¥6vos , pag. 78.
Num. 1 26. Carta do Gtral dos Eremitas de Santo Agoftinho para 0 Du-
que de Braganâ, em que Ibe da toda a fua autimidade no Mofleiro
de Villa Vipoja , pag. 80.
Dir. Num. 1 26. Breve do Tapa Clemente VII. em que confirma a dita
carta do Geral, pag. 81.
Num. 1 27. BreVe do Tapa Julio II. para que os Cippellaens da Capella do
Duque D. Jaime reêm em Coro, ectlebrem os Officios Divinos yComo fe
prattcava em Roma, e nas Igrejas dejlc Reyno, pag. 82.
Num. iiS.Te/lamento do Duque D. Jaime, pag.S^.
Num. 129. Carta de editor para fe atarem as partes que hiviao • affiflir
,
ao Uvramento do Duque D. Jaime, pag. 87.

Num. I ô. Convencao , e aju/le da Vuqueâ Dona Joanna de Mendoca com
0 Duque D. 1 Iseodofio 1 em que fe obrigao a tftar pdo tefl ament 0 do
.
Duque D. Jaime , pag. 88.

Num. I p. Carta de doaâo que fe^ 0 Duque D. Theodojiq I. da Villa, e
Caflello de Alter do chao , e de certa renda a Duqut:â Dona Joanna
pag. 89.
Num. I ^2. Alvard em que ElRey D. Joao III. deu de affentamento ao fe-
nhor D
Jaime tre^êntos mil ttis, pag. 90.
Num. 1^^. Doaâo de hum juro que a finhora Dona Vicencia fe^ a fua
hiay a Duqucjâ Dona Joanna , pag. 90.
Num. 124. Alvard dtlRey D. Joao III. fibre prectdencias dos flhos do Dtt-
que de Braganâ pag. 91.
,
Num. 125. Carta patente de Vice-Rey da India a D. ConJIantino deBra-
gdufa, pag.^t.
Dit. Num. 125. Carta porque ElRey levanta as omenagens aos Capi-
taens
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tarn das Fortaleâs , e as tntregium ao Vice-R^ T>. Conjlantim ,
pag. 94.
Dir. Num. Casta de Camereiro }iIor ^ a T>. Con/lanthtOy pag. 9^.
Num. 1 ^6. Contrato do cafamnto de D. Lonftasitlno , pag. 96.
Kum. I ^7. Infirumtnto do Padroado da Lartuxa de Scala Cteli de Evorafei-
to a cafa de 'Braganâ , pag. 9S.
Dit. Num, I Carta do Trior Oeral da Caxtuxa , fobre 0 dito Tairoa-
doy pag. 102.
Num. i;8. Teflamnto do Arcehifpo T>. Theotonio de Braganây pag. lo^.
Hum. 1^9. LoMrato matritnotual da jenhora Vona Joanna tom 0 Aiaiqueiz.
de Elche , pag. 1 1 8.
Num. 140, Obrigafoo do dotty e arras da Senhora Dona Joanna Marqut-
de y «pag. 1 27.
Num. 141. yluto de poffe da Villa de Cwmaroens pelo Diigue D. Thto-
/. pag. I??. 7^ 7^ I ! T
Num. 142. kfcritura da injlituifao do MorgadOy qsu 0 diio Duque fi^dos
, pag. H9.
bens patrimoniaes r. .r-i
Num. 14^. Carta pela qual ElRey D.Joab lU.feâoditopuqueD.xheo-
dofio Fronteiro mbr das terras de Entrt Douroy e Minhoy e Tras ot
Montes., pag.
Num. 144. Carta do mefmo Rey y em que encarrega ao dito Duque 0 eut-
dado de na'o paUdrem coufas defejas para os Reynos de Cajtdla , pag.
141.
Num. 145. F.fcrkura do Contrato de cafamento do Duque D. Theodofio I.
com a Senhora Dona Ifabel , pag. 142.
Num. 146. do dito Duque, para que na Montealeê
houyelfe feffenta Monteiros com 0 prtVilegio gut EiRcy the tinha dado y
pag. ii;2.
Num. 147. Carta

=
delRey D.Joad III. para que os Corregedores das Comar-
f ...
aos uuviaores no ojui. auu uc uiujcai njole-
y que forem lindiear
cas
yem fallario , pag. tq2. T
Num. 14s. Alyard do dito Rey, em que dd faculdade ao Duque D. Theo-
dnfio I. per a que mande defpachar os feitos da fua fazenda por Jm^rs
Oerigosy ttndo os feculares impediment 0 y pag.
Num. 149. Al'vard do dito Rey para que 0 fen Trocurador^ dos feitos foido^
requerido pelo dito Duque y yijfe logo todos os feus feitos > e informaf-
fea ElRey , pag. 154. r, r r j-

150. Carta do dito Rey em que coruede ao Duque D.i
,
Num. htodojio l.fa~
culdade para mandar cortar carne em Filla V

itjofa , ou em outro /«•
gary em que tile eJliycTy pelo preô que Iht parecery ainda que exceda a
taixJ y pag. 154. «> j •
Num. 141. Troteflo do dito Duque na contenddy gut teye com 0 rrtor do
Crato y pag. iqq. ^
Dtr. Num. isi. Aiyord da Rainhay fibre 0 mefmo y pag. 155.

Dit. Num. 141. Attefiaiad do ûretarto Ttaro de Akatova y
fobre 0
~
mefmo, pag. sq6. ^
Num. 142. tormulario que ft praticou nas Cortes do anno de^ tty6t.pagjjy7’
Num. 'Bulla do Tapa Taulo III. em que concede ao Duque D.Theo-
para (rear na Ordem de ^hrtjlo osar a Comtnda na
do(io J. authoridade
Iêja de Santo Andri do Bifpado do Tor to, &c.pag. 159.
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Dir. Mum.
154. Trore/fo portfue citadas at p(tttes fay dado
da refalda Bulla, pag, 164.
Roma 0 m
tranfaml’to
Num. 155 ’ Papa Julio 111, pda gual da faculdade aodho T>u -
'Sidla do
qu* para qu2 alem das quin:ê Iprejas ho feu Badroado , qm tinhao ft-
Wttetl if tin Co utmnJas naUrdan dt (.hrillo ,cu]a$ nndas cnjiirao tan-
to ,que pndtinbajtar para mats dehuma tracptona, poffa repartirtan-
tas, quantas Ihe p .trecer de coda huma quando \aârem , confintindo
0 Mr /Ire, ou ridminj/rador da clita Urdtm, pag. 166.
"Nam. Carta delHey D.Stba/ltao fobre a diMifad que 0 duo Duque
da iomminda de A'. Bartholomeu do Rabat an fate , paf>. 168.
Num. 157. dodUo Rty tm que approva adiyijab daCommtnda <S A/(^
reiratem tret feita peio dito Duque , pag. 170.
Num. 158. Carta do mefmo Rey da approva^.io da fepdraâo, e diyifao de
Commendas feita pelo Duque D. 'I heodofio /. pag. 174.
outras
Num. ^9. Carta delRey D. Sebajliab, tm que houVe por boa, e valiofaa
I
dtVifab da CommenJa deS. Bedro de 'Bate Ji ita pelo duo Duque ,pag. 174.
Num. 160. Efcrituta Ju Conirato matrimonial do Duque D. ]f hiodolio l.com
a Sen/rorg Dona Bnies de Ltnca/irt , pag. 177. *
Num. 161. /Uyard dtlliey D. Hebafltab toncedido ao dito Duque, para que
~ —
0 nm flKceda m
neta , pag. 1^.
Cafa de Bragama ,fUtdnio feu pay , Pua falt.t atm
Num. 162. Alyard que prohibe fa^êremfe ay.iliac oens nos oficios dot E/la~
dot do Duque de Braganca, pav. 184.
Num. 164. Alvar d delHey D.Stbaftiao em que concede ao Duque D. Theo-
/. a m'rii dequetodas as niercadoti.is
do(io que Ihe yierein por terra
,
Baiajo^, ainia que fejau prohibidas, nao'paguem diEma,
por via de
pag. 18?.
Num. s6q. Mmiria da fanulia que tlnha 0 dito Duque, pag. 185.
Num. 165. Rvguntnto dot OJiciaes da cafa do Duque 'D. Theodofio /.
pag. 1 86.
Num. 166. h\ftrucc,ao ftua pelo Duque D. Jiao //. do Officio de Ejhiheiro
mm , pag. 200.
Num. 167. Catalogo dot CaValleiros do habito de Chrifo, qiu feryii ao ao
Duque de Braganca , e das Commendas qu: aprefeiuarab nos feus cria-
Num. 168. iithiqucta que fe praticava na Cafa do Duque D. Theolofto I.
-T
Num. 1(^9. E/fylo que praticdVao os Infantes, qiuilo tfueyiab go Duque
de Braganca, pag.zxg'.
Num. 170. E/lyto que 0 Duque de Be aganc t praticava , quando entrava, na
ocafiab tm que El Rey ft eftayayelhndo , pag. 214.
Num. 171. Bf/yto que obferyaygo Dugw de Braganca no efereVer , pag. 22 j.
Num. 171 . Bapel que fe den ao Duque V. I hodofo ll. fobrt 0 inodo com que
fj tratayM ao Duque de hi agwe a, pag. 2i5\
Dii. Num. 172. Carta de Manotl 1 eixeira ao Duque D. Theodofio II.
fi-
bre 0 Officio, de Condeflavil, pag. 21S.
Num. I r 4. Bteve da erecâo da Cappclla Ducal de Villa Fk/ffa, pag.zî.
Num. 174. Bulla a< dotat,.iu da Lappeiia Ducal de Villa Vtlofa, pag.i:^^,
Num. 175. 1 c/lameuto do Duque D. j hcodolio 1 pag. 2^7.
— .
Num. 176. Lontrato mairimomal da Henbora 'Dona if.tbd tUha do Dur-.e

» D. 1
,
7). Theolofto I. com o 'Kltrqu?-^ deVilU Ral, pig. 7^t.

Num, 177. CrffAJ dclRey D.Scbafhao em que fc\ Duqm de 'B.irccllos do
Scnhor D. J0.10 em yida de feu pdv , e que 0 filho que nafcer Jo ma-
ttimonh de fm mulhcr a Senhora Bond Cac/}.iriiia,viyendo feuaydf/e
imitnUe de Duque de humd dds fn.is ten as , p i^, 264.
Niim. 178. Contrdto matrimonial Jo Duque D.Joao I. com a Senhora Dona
Latharina , pag. 265-
Num. 179. Carta de quitaâd do dote da Senhora Dona Catharina ,pag.i 7J-
Num. 180. Carta que 0 Duque D. Joad 1 efcreyio a ElRey D. Sebap^d ,
.
quando efle Ihe deu coma da yinda, e negocios do Cat deal Legados e
do feu cafamento , pag. tji.
Num. 181. Tranfimpto do 'Breye, que 0 Tapa S. Tio V. concedeu ao Du-
que D. Joad para ouyir Mi(fa nas Capellas mores , bautiâr feus fi-
Ihos na ftta Cappella , ter Oratorio priyado nas jomad.ts , e outras gra-
, pag.
mas 2-»4.
Num. 182, My
or a para que a fenhora Dona Catharina goycrne 0 Ducado
de Braganâ na auência do Duque feu marido , pag. 276.
Num. i8j. Myjrd porque ElRey manda ft de ao Duque de Braganca por
feu dinheiro 0 que Ibt for neceffario para a jornada de T
anger , pag.
276.
Num. 184. Alyard para que as pcjfoas das terras de Mentejo da Jurifdiqao
do Duque de Braganâ, que 0 h.ayiad de acompanhar a Africa pojfad .,
yend’r 0 feu pio, fern embargo das ordms em contrario^ pag. 276.
Num. 1 85. Alyard d'lRy D. Srba/liao r«bre at contendas da ptefcrentia en-
tre u Trior do Oato , e 0 Duque D. Joao , pag. 277.
Num. 1 8 (5 Alytrd Real per a qui 0 duo Duque tomajfe mantimentos para
.
a jornada de Africa , pag. 278.

Num. 1S7. I'lflrum'nto do Auditor Geral das ciiiâs da Camera Apofloli-
ca, e tranfumpto do Breye de Tapa Gregorio Xlll. em que concede
ao Duque de Braganf 1 a ftculdade de appUcar os fruths de algu-
mas Commettdas yagas, e B:ne(i:ios da fua aprefentacso para 0 ref-
gate do Duque feu filho, e de alguns cri.idos , pa^. 279*
Num. 1 88. Alyar.i do Duque D. Joao pdo quad applka os renfimentos da
Commenda de S-Gens deTarada As dcfpe^âs, que tinha feito na gutr-
ra de Africa , com 0 Duque feu filho, e mats criados , pag. 2S4.
Num. 189. Ahard do Duque D.Joao /. porqie applicou os rendimtnlos das
Com'iiendas de Monfards para orefgate dos feus criados, pag. 284.
Num. 190. Carta delRcy Felippe II. em que fa^ m
rie ao Duque D.Theo-
dofio II. que a elle e feus fucceffbres fe deft 0 tratamcnto de Excel-

,
lencia, quejd tinha por con'ejfad delRry D. Hturique , pag.jS^.

Dit. Num. 190. Carta que os Govern adores do Reyno cfcrcverao a ElRey
fobre a Lty das cortejias , pag. 286.
Num. 191. Troviâo delRey Filippe II. fobre 0 moJo com que fe hade fallar
e eferever , pag. 2S7.
Dit. Num. 1 9 1. Tapil fobre a referida Ley das cortefias , pag. 290.
Num. 192. Tragmatica dos tratamentos feita para osReytm de Caflillapor
Felippe II. pag. 29(5.
Num. 19V Declarac to da ley das cortefias, pda qual ^fe pode fallar por
Sciihoria aos yedoresda Fasênda , Regedor , e Cov:rnador das Ca^ss
da Suplicarjo de Lisboa, e 'Torto, Trefidaius, c Lommeiidadorts mo-
res paj. 201. ,
Num.
,
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Niim. 194- p.ira /e poder faUdr par Excdkmia do Vuqtitde Avch
to, pa^. ?oi.
Num. i9<5* Alvard porque ElRey concedeo do Edrao de AlVuo D. Joao
Loto, que fe IhepoJ/d fallar porSenhoria
pag. ^02. ,
Num. 195. Ai'vatd para fe puhlkar de m'vo , e exeiutar as penas da ley da
pragmatka fobrc as cortejias, e modo de fallar , e efcrever , pag. ^05.
Dit. Num. 195. Alvar d pdo quad ElRey mandadar Senhoria a D.Mar-
Vriii'. 'ipe de Arracao, pag. ^04.
tmho
Num. 97. Ley porque Je determhiao os tratamentos , que fe deVem u:âr tief-
1
tes Reynos , e fenhortos de Portugal , pag. ^04.

Num. 198. Confell.o que fe dd a ElRey Etlippe [contra a Caâ de 'Brdgan-
â, p.ag. ^08.
Num, 199. Tejlaniento do Vuqtie T>. Joao I. pag. ^09.
Num. 200. Memotias das merUs., que 0 dito key ao Vuque D.Jo.ao 0
I. pag.zi^^,
Num. 201. ^reve do Tapa Gregorio yflll. em que concede que os Commen-
dadores da aprcêntacao daCafa de Braganca ^ fervimio ‘a outrem, per-
deffem pela prinieira Ve> os frutos de fels nieces das dltas Lomendas
que tiveffein , pda ftgunda os yendh/ientos de hum anno , e pela tercei-
ra perderiao as Commendas, pag. ^^7.
Num. 202. 'Eroceffo dos 'Breves doTapa Gregorio XIII. das difmcn.hra^
Coens de 1500. ducados de ouro de (aincra tirades das Ign jas e Be-
y
neficios do padroado Brig.'oitino , e applicados A Capella Ducal de yd-
l(t yipfay pig. 740.
Num. 20^. Outro Bre\e do referido Eontifie fibre a mefma materia y pag.
^46.
Num. 204. Breve em que fe privilegioa 0 Altar mor da Capella de yULt
Num. 20^. Biilia da 'Dignidade de Deao pa>â a Capella Vneal de yUla

yicofay pag.
Num. 206. Collacao do Deado da Capella Dueal de y'dla Vkofa ypag.T,tt^.
Num. 207. Inftrwnento da notificaâd, inthnacaoy e confeniirntnto da'^BulU
y
da erciâo do Deado da Capella de ilia ykofa y annex ando-fe-ihe cimo
fextas partes dos frikhsy e rendhmnto do Ch.intrado de Barctilos.pag.-{6o.
Num. 208. Btdla da erecâd , e cteaâo da Thefow'aria mor da Capella de Ei-
fofa ,
p.ig. :>6z.
Num. 209. jBreve do Tapa Gregorio XIII. em qn; coiicede factild.ide para-
fe applicar a per da dos augjtues da Capella de Vtlia ykofa A fabric a
della , pag. ^6^. .
Num. 210. Brtve do mefmo Bapa para haver na Capella de Villa Pkofa,
o SantiJimq Sacramento y expollo em Jltiinta feira mayor y e haver’ pro--
ciffao em dia de Tafcoa , pag. ;6p.
Num. 211. Breve do mefmo 'Papa em que approva todas as g^'aâs conce-
didas por ellcy on pehTontifice S. 'Pio V.a Senior a Dor.a Ca.haihiay
fuas ftlhar y e A Duquet^^n Dona Joanna de Mtndocdy pag, 7,70.
Num. 212. BfeVe de S. Bio y. em que concede A Infanta D»na I:^.alely-

e A Diiquc^ t Dona Joanna de Mendoza fatuldade para entranniy e
pernoitarem todas as vr:^ry qtte no Mofelro das Chagas de
Villa Vifnya , pag. ^71.
No til. 21^. Brtve do Bap a Gregorio XIII. concedido A fenhern Don.i Ca-
* ii th.uhiii
,
tharlna pard que feus fUjos 'varoens pofao r/!dr nds Cdpell dsn. ores de
qudifquer Ignjas ^ t ot<V/r, t ajfifltr ms Co>os dos Rdigiofos aoi Offi-
cios Divlnos , cuja grafts ja o mefmo Pontifice tinhd feito (0>n a pro-
porîo devida d m-fni Saihora., e fuas filhas, pig. ^71.
Num. 214. Ucencd dut q Smhor D. /Ilexdndre In]ulftdor Geral deu a Se-
tdiora Dvis Lithirini , t outros Senhires pard leren Itvros probibidos
,
Num. 215, Mcmoriet de algumds rtliqtuas da Caâ de ’Sragdnfd, pdg.j^q.

Num. 216. Carta da Infanta D. Maria para d Senhora D, Caibarindy
pag.îi.
Num. 217. Carta delRey de Marrocos para a mefma Senhora, pag. ^82.
Dit. Num. 218. jfffento de Damas, e Oiadas da Senhora D. Catharhia,
pag.^%%.
Num. 219. Tejlamento da Senhora T>. Catharina , pag. ^81
Die. Num. 219. Rivard de confirmaâo do Morgado in/liiuido pela Senho~
ra Dona Catharina, pag. 219.
Num. 220. Teflamento da Senhora Dona Maria fdha dos Dujues de Dra-
ganf.1, pag.qoo.
Num. 221. S«Vf doColU'.tor ptra aSenho'd Dona Catharint faêrtras-
laJjr 0 corpo da Senhora Dona Cherubini de Alcacere do Sal para
Villa VufOfa , pig. 402.
Num. 222. Carta da Senhora Dona Cttharim em que agraiece a ElRey
Filippe III. as merces frit as a feu filho 0 Seiihor b. tilippe, pag. 40^.
Num. 22^. Carta do Duqiie D. Theudofio II. a ElRey, pag. 40^.
Num. 224. Aprefuitaeab daCommenda dt Moreiras em 0 Smhor D. Filippe
p.ig 404.
Num. 22V Te/Iainento do Smhor D. Filippe, 404.
Num. 2 z5. Co itrato matrimonial da Senhora Dona Serafna com 0 Mar-
quei de Vilhena, Dupte de Efcalona, pag. 406.
Num.227. Teflamento da Senhora Dona Serafina, pag. 417.
Num. 228. Sulla do Papa Clemente VIII, pela qual treou Inqnifidor Geral
defies Reynos ao Senhor D. Alexandre, pag. 4^1.
Num. 229. Carta que ElRey Filippe II. ijfacVcu ao de Marrocos fohre a
liber dade do Duque D. Theodofm II. pag. 4^6.
Dit. Num. 229. Carta delRey D. Henrique rjerita ao de Marrocos fobre
a liberdade doDuque de Sar cellos, pag, 4x6.
Num. 2^0. Alvard porque 0 Duque de Srngaivî tomou p.ira fen feryip
todos os cri.idos da Senhora Dona Catharii.a, pag..p7.
Num. 221. R'gimcnto de como hayiab fer fatisfeiios ot moradores daCifa
de S'agitp m
tempo do Duque D. Thcoiofio II. pag 457.
Num. 2^2. Carta delRey Filippe II. em que deu ao dito Duque cinco contos
de reis de juro para p.igamcnto dos dugentos mil erngaJos que tinha
promtido ao Duque D. Joao, pag. 441.
Num. 2 ^v Alvard do mefmo Rey an que concedco ao Duque D. Thcodofo
II. qiie n.io pagiffe Chancillaria das merces, que lhefi:g(£e 449.
Num. 2 ^4. Larta da Senhora Dona Laiharina paiaElRiy, fibre 0 gover-
no do Ri y no ,
{'ag.
Num. 2?*;. Ca'ta da Smlord Dona Catharina para FJRry, fobre 0 Lafa-
mento do Duque f u filho, pag. 45
Kum. 2 j6. Sr eye do Sapaîjlo V. em que concede que acompanham’o os
Ca-
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.
CdflUaem da CafftUa Tucal de Villa Vlôfa do Jito Vtique^ e the-

gando a alguns lugarts, aonde houyfjfe Capdlas doi Duqufs de 'B>a-
ganca , ajjifltnio ntllas aos Officios Thvinos , yemeffem as di/iribuiôens
na forma dos eftatutos da dita Caprlla, pag.
Nuin. H7. Breye do Tapa Clenunte Vlll. em que ordend qiu Os Capel-
laens da Cspella Ducal Je Villa Viôfa , celthrando os Offiiios Divinos aon~
de efiiverem os Duques de Sragdnfa, yenfao as fuas lojlumadas di/lri-
buifoens, pag. 458.
Nam. 2j8, Breve do me/mo Tontifict concedido ao Duque D. Theodofio II.
para que occupe nas Miniftrarias dos feus Eflados peffoas Ecclrftajlkas
ionflitmdas em Btneficios de reftdemia , as quaes fomtnte except ua 0 ap-
plicarem pena de morte , pag. 460.
Num. 2^9. Breve do mefmo Bontifice concedido a Senhora Dona Catharina,
pat a que feu filho fe pojfa Jervir de peffoas EulcftafUcas y nao obfl an-
te terem ^neficios de rejijencia , pag. 46 1
Num. *40. Injlitwâo do Morgado da Cru^ feita pelo Duque D. Thcodo-

po II. pag. 46
Num, 241. Mvatd pelo qual ElRey concedeo ao dito Duque, que em todas
as fuas terras, fern ertihargo de alguns piivilegios , fejao eleilos para os
cargos do Concelho deltas , os que os tivetcm , pag. 517-
Nutn. 242. Jlvard de confirmaciodo Contrato matriinonial do Duque D.Theo-
dofto II. com a Senhora Dona /tnna de Vtlafio, pag, 519.
Num, 24^. Alvara delRey D. Filippe It. em que pioroga por mats vinte an-
nos a merci feita a Senhora Dona Ctthurina de manJar vir da India
certas drorjt,e mercadorias forras de direitos , pag. 5^0.
Num. 2^4. Alvar J delRejD, Filippe em que protogou ao Duque deBra-
ganf i, por mats vinte annos , a liunâ para mandar vir da India ler-
tjs drogts, pag.
Num. 24^. Portaria das merces feitas por ElRey D. filippe ao Duque D.
Theodofio II. pag. 4^4.
Num. 24.'). Doaâo de Villa do Conde feita por Filippe II. ao Duque D.
Theodofio II. pig. 4^4.
Num. 247. Portaria das jurifiiôens , e datas dos Officios de Villa Je Con’
de de juro, t herdaJe fora da Ley mental, pag. ^4^.
Num. 248. Alvara dilRry D. Mantel em que fe^ merci d Ahbadeffit do
Mo/liiro de Villa do Conde das renias , e jurifdtôeis de que eft a va de
/’<«' 1 />".?• S 44-
Num^ 249. Carta delRcy Filippe II. em que declarou ter dado ao Duque D.
Thiodofio II. Villa do Conde fora da Ley mental com a juiifJ.'fao de
todas os Offitios, e outras preunineniiat , pag. ^44.
Niim. 250. Carta do dito Rey para que nan entrem em Villa do CoiiJe ou-
tras jujliâs mats que os OuVidu<es do refrrido Duque, pag. 54*;.
Num. 251. Carta dedoaf .ao do dito Rcy pat a que as peffoas, que 0 Duque de
Bragaiiâ proves nos Offiiios de Villa do Conde, levem os regiment os
da fua Chancellaria , pag. 446.
Nufu. 242. Carta do mefmo key, em que fe^ merci ao Duque D. Thiodo-
fio II. de Ihe tirar duas Vi ês fora da Ley mental ai Villas de Mon-
forte , Mclgago , ire. pat. e, 47.
Num. 25?. Dojâo que EtRry Filippe II. frq^ ao Dujue D. Theodofio II.
da cieqjma do Ttfeado de A^wara, pag. 448.
L»it.
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Dir. Num. Carta de confirmaâo das jurifdifoens que e T>ttque de
Sraganf ii uâya nas fuas terras ,
pag. 549,
Ncm. 1^4. 'Bull a do Papa Clemente Fill, pela qual fez izenta a Capptl-
la Ducal de Fitla Fifofa, pag. 551.
Nuni. 155. He Excutor da Bulla da izmêo oColldtor que fuldtUga no
,
Bilpo de 'Portaligre, pag. ^qS.
Dit. Num. 254. Jprefenta^ to da Siibdelegaâo do Culleltor T)ecio Carra-
fa , felt a em 0 Bifpo de Portalegre D. Oiogo Conta , pag. 560.
Num. 256. 'Procediiiunto do Collettor /Ipojlolico como jwz frivetivo da
izeitcao da Lappilla Ducal de Filla F'ujoja contra 0 Eigano Octal de
Mirania ,
pig. <j6t,
Num. 257. Sentei.â do Auditor da Legacia , a fayor da referida izencio
contra os Ptocur adores da Mefa 'Pontipcal do Arcebtfpado Primazî-
Jit adores e Figario Geral de Chayes^ pag.
y
Num. 25S. Eftatutos d.t iapelta Ducal de Filla pag. C74.
Num. 2<;9. Alyard porque h.lUey concede aos Capellaem, e pijjoas do fnyi.
fo da Capella de Filla Fiôfa acougue de came , e pei>ey pag.t^Hg.
Num. 260. Coiidiôens com que 0 Duque 2). Thiodofto II. fvndou a Cafa
proftjfa da Cmipanhia de Jefus de Filla FipfUy pag. 4S.X.
Num. 261. Patcnce de aceitaâd da dita Cafa y para ftr do Pcdioado Bri-
gaatinoy p.ig. ^90.
Num. 262. 'Breye do Papa Clemente Fill, tm que concede a faculdadr de
fe ctlihrarem os Officios Diyinos da Semana font a denoiiey prititi-
piando-fe de dia na Capella de Filla Fiôfa , jem embargo da exi om-
niunhao que fe ttnha piomulgadoy pag. 591,
Num. 16 {. Patente do Provimtal dos Eremitas de S. Paulo em que dicla-
ao Duque D.l htodofio II. Piottcior da fua Rtligiaoy pag. 592.
roil
Num. 264. Ibcado que 0 D.ique D. Thiodofto 11 . mandou a tlRiy por Ig-
n.icio do Rego , pag. <59?.
Num. idq. Sentenca do Collcitor Apojlolico Alexandre Caflracani para que
houy.ffe na Capella de Filla Ft\ofa 0 Santijfuno Sacramento da Ett‘
chart/lta y
pag. ^<)g.
Num. 266. Breye de Confejfionario concedido d Senhora Dona Catharina ,
pag. ^96.
Num. 267. leffamento do Duque D.T heodojio II. pag.e^y.
Num 26S. RegimentOy e Eflatutos do Lolleffio dos lUys de Filla Fkofa y
dado y e c'jiijirmado por ElRiy D. Joao IF. pag. 60}?.
Num. 269. Defcripfao da Tapada de Filla Ftôqa yfeita por LopedaFei-
ga 5
pag. 6 8. 1
Num. 270. Decrcto dclRey D.Joan 0 IF. pelo qual noinca do Infante D.
Diuite feu irmao tommendador \)br da Ordcm dc Urifo, pag.
Die. Num. 27 C. Carta do Seiihur D. Duarte para 0 Duqtu de 'Braga', tea
D.\Joao II. pag.Ci^S.
Norn. 271. Matiifefio feito por Fiamifco de Soufa Coiitinhoy fotie aptizac
do Infante D. Duarte y pag.6^c^.
Niint. 272. Carta que 0 Infante D. Duarte efcttyeo a I urn Mini/lro do
EmperaJor y pag. 64!.
Nua>, 27g. Carta do Doutor Agoftiuho NdVJrro , Stertta'io da Enfcrc.-
tfirtt.t a D. hrandfio de Hello , em que fe vr a imiigna prizab
im que puz^tab ao dito hfaiitCy e omdotralo qut mlla teVCypagF'j'e.

Num.
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Num. 274. Mdnifijlo ^
Qutro fohe 0 hijtt/Io proccJimento que 0 Empaador
tivcra em luirrâr 0 diio Infante aos Lafldkanos ^ pag. 650.
Num. 275. Outro Mamfefiot fobre 0 mcfmo^ pag, 654.
Nuni. 276. /ilegacao de Dtre'uo de D. Carlos Gallarato em defenfa do dito
Infante,, pag. 66q.
Num. Z77. Reprefentaâo feita ao TontificeÊmperador y eReysy fobre a lU
berdade do tnefmo Infante , pag. 695.
Num. 278. Manifeflo delRcy D. Joaoy em que declamd a injufta pri.âo do
Infante feu irmao y pag. 701.
Num. 279. Tratado entre ElRey Lu\^ de Franca y e 0 Infante T>.
Duarte y fobre a fua liber dadey pag. 705.
Nuni. 280. Avlô mandado aos Tribunaes para 0 luto que fe haVia deto-
mar pela morte do Irrfante 2). Duarte , pag. 707.
IN-
INDEX DOS
DOCUMENTOS,
Qjje concern o Livro fetimo da Hiftoria Genealo-
gica da Cafa Real Portugueza.
-
•
:-tr
-V'.\ '
LIVRO VI I.
N UM.
Cjrta do dote da Duque:â de Braganâ Bona Luiâ de
I.
Gufmao, pag. 709.

Niim. 2. Obngacao que fe^ 0 Biique de Medina Sidonia de fatisfa-
:êr 0 dote da mejma 'Duque:;ay pag. 717.
Num. Carta do Goyernador das armas de todo 0 Reyno de Tortugal ao
Buque B. Joao 11. pag. 724.
Num. 4. Tateiite que fe pajfou ao dito Buque pag.yir^. ,
Num. f. Inftruiâo do dito goVerno, pag. 726.

Num. 6. Carta que Elliey de Franca efcre'veo a ElRty D.Joan iV.pag.j'ô.
Num. 7. Carta que 0 Cardeal de Rechilieu efcreVto ao niefmo Hiy pag.jî. ,
Num. 8. Caita da Rainha de Suecia para 0 dito Rty, pag. 7^2.

Num. 9. Carta da dita Rainha para a Rainha Bona Luiâ, pag. 7^^.
Num. 10. Alvar d porque ElRey concedto hum Hofpick ao I'jdie B. Antonio
Ardi^tôiie para os CUrigos Regularest pag. 7^4.
Num. II. Ley para nsnhuma pejjoa ir fora do Rty no , fern liccnca ^ fnr.ada
de mao delRcy , pag.y^t^.
Num. 12. Torteiro mor, e Audknciasy pag.y^q.
Num. 1 2. Ley que difende os matrimonios ClandeJUnos Jolre graves
Dit.
penas, pag. 7^6.
Num. I Regimento dos Off.cios da Cafa Real de ElRiy D. Jt.to 0 IF"
pag.7i^.
Num. 14. Decreto da prefereneia dos Confelheiros deEp.tdo nas Juntas ,pag.
~‘)
4 ‘
, _ _
Num. 15. Alvar d da eretcao da Junta dos Tres Efladns, pag.~^q.
Num. 16. Beaeto da treiâo do Confclho Vltramatim pig. 7êt.
Num. 17. Alvard da in/lituiâd da Junta do Lomnurck, p ,ig. 71^6.
Num. 18. Alvard de extinedb da dita junta, pag. 7 ‘^^.
Num. 19. Alvard de divijao das Hecieianas de tjlado% Maxes , e Expe--
diente, pag. 762.
Num. 20. Teflamento delRey B. Joao W. pag.7(sq.
Num. 21. Fotma da enticga do Corpo do dito Rty, pag. 772.
Num. 22. Mimotia que ElRty D. Joao IF. quando ptijjou d TroVinria de
AUn
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Jlentrjo deixou a Ralnha Dona pag. 774*
,
Num. 3^, i'iipel que 0 dito Rty mandou Idnâr tm immds Cortes com nome
fuppojlo , pag. 776.
Nuiu. 34. Larta de doaâo dt todas as rendas, que pojfuia 0 Moftewo de At-
cobaca , pag. 781.
Num. 35. Tepamento da Rdinba Dona Luiâ, pag. 7%^,
Num. 30 Tapel da dica Rainha, quando qui^deixar 0 goyerno do Reyno,
.
pag. 788.
Num. 37. Termo da entrega do Corpo da Ralnha , pag. 7go.
Num. 38. Carta paiente dopoflo dt Coronel daNobre^â aoTrincept D.TIho~
dof$o, pag. 791.
Num. 39. Larta do dito Rey D. Joao TV, em que creou Trincepe do “Bra-
fil , t Duque de Braganâ ao Brincipe feu filho , e aos fucceffores do
Reino em quanto nao fuccedefjtm na Loroa , pag. 793.
Num. ;o. Carta do dito Rey para 0 Brincipe D. Theodojio mandar as ar-
mas de Alentejo
,
pag. 79^.
Num. Carta do mefino Rey para 0 dito Brinctpt ejlando em Alemtejo
Num.
W ^ I.
/??•
^3. Larta da propria
.
mao do dito Rey para oduoBrincepe^pag.7g^.

,
Num. Carta da Rainha Dona para 0 mefmo Brincipe ^ pag.

797.
Num. 4;. Battnte dt GeaeraliJJimo das armds de todo 0 Reyno aoditoBrin-
BritKtMy pag.7g7,
Num. Bartcerts do ditoBrincipe em matcrias poiiticas, pag.ygg.
Num. ^6. Doaâo que fe^ ElRty D. Joao TV. d Infanta Dona Latharina
fua filha, da Ilha da Madeira, Cidade dt Lamtgo, &c. pag.îH.
Num. ?7. Relaâo da forma tom que EiRty D. Carlos 11 de Inglaterra ma-
.
nijfefiou aos feus Reynos 0 feu cafamento com a Infante Dona Lathari-
na , pag. 820.
Num. j8. Tratado do cafamento da Rainha Dona Latharina, pag. 827.
Num. ^9. Carlos de Carlos II. Rey da Gram Bretanha para a Rainha Do-
na Latharina fua Efpo:â, pag.S^q.
Num. 40. Carta do dito Rey para a Rainha Dona Luiâ, pag. 8^6.
Num. 41. Carta da Rainha Dona Lui:â para 0 dito Rey , pag. 8^7.
Num. 43. Decreto delRey D. Bedro para na fua auência governor a Rai-
nha da Gram Bretanha , fua irmiia , pag. 8 ^7.
Num. 4^. Tefiamento da Rainha da Cram Bretanha Dona Latharina,
pag. 8j8.
PRO-
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. X-
,
P R VA S
r :
vi DO LIVRO VI.
HISTORIA
GENEALOGICA
casa'real
PORTUGUEZA.
Coruinuao as Trovas do dho Uvro prometlsdas ,
que nao
couberao no Tonto III,
Renuncia ,
ûe fez Marttm Afonfo de Sofa das coufas , <pie the
pertenciao ,
que feu pay tinha par doaqab dos Duques de Bra*
ganqa , a quern fervia , quando pajjbu para oferviqo da
Cafa Real. , Original , que tirey do Archho da
Cafa de Braganqa , onde ejlci.
Num. ^2.
Aibao quantos efta prefcnte efcritura dc concerto , e obrigaâA An. i;2o.
virem que no anno ao Nafeimento deNoITo Senhor jefu Chrif-
to de mil c quinhentos e vinte annos , en vinte c oito dias do
mez de Junho em Villa-Viôfa nas cafas do Regengo do Duque
meu Senhor , em prefcnca de my Taballiab gcral , e das teftemu-
nhas abaixo nomeadas parcceo Martim Affonfo dc Soufa filho mayor
dcl.opo dc Soufa Ayo do dito Senhor, e Alcaide mdr de Braganu
ediffc, que por quanto ellc por Ihccomprir, crcle\"ar viver comEl-
Rey nolTo Senhor pedira licenâ para iflb ao Duque de Braganâ &c.
meu Senhor , e por ao dito Senhor aprazer de Iha dar , e fazer com Sua
Altcza que o tonic por quanto Sua Alteza o na& queria tomar , clle
por clla efcritura prometia de nunca cm nenhum tempo Ihe requercr
por fy , ncin por outi cm que otomafle a tomar , ncm que Ihc delTe nc-
nhuma coufa das que a kai pay o dito Senhor tinha prometido para
Tom. IV. A hlho
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,
1
1 7rovds do Uv. VI. da Hifloria ênealo^ca

filho por Cartas, eAlvarazcs, nem ainda gue o dito Senhor Ihed^fTe
de fua vontade Iho nom tomafle , nem accitalTe , nem recebcflc , e ifto
promctia afy , e dava fua ft , e preito , e menagcm que loguo deu
,
como fidalguo hda , e duas , e tres vezes en maos de my Taballiao a
boa ft , fern magoa , e fazendo o contrario fofle nvido por infamc , c
uebrantador de fua menagem , e por fer afy feu propofito , e vonta-
S e fern conftrangimento de ninguem affinei cfta elcritura , e pede por
merce a ElRey noffo Senhor ft mifter fizer cumpra a menoridade que
clle tern devintacinquo annos por quanto clle fer agora de vinte an-
nos , teftcmunhas que prefentes forao Manoel da Fonfeca , e Jorge dal-
mejda Cavalleiros da Cafa do dito Senhor, eDioguo Figeira Efcrivab
da Camera do dito Senhor , e outros , e eu Jorge Lourenô Tabal-
lia& geral por ElRey nolTo Senhor nas coufas do Duque e nas que
,
por feu mandado fizer que efto eferevi , e em ello meu publico final
fiz que tal he nom feja duvida nom he apagado porque o fiz por ver-
dadc.
k N6s ElRey fazemos faber a quantos efte nofTo Alvara virem que
vimos acima eferita , eporalguns juftos refpeitos, que a
efta eferitura
ilTo nosmovem, denolTa certa fciencia, cproprio moto, poder Real,
c abfoluto confirmamos , e aprovamos a mta eferitura como nella he
conteudo foprindo nella o defeito da menoridade do dito Martim Af-
fonfo , e qualquer outro de feito , ou de direito que nefta eferitura aja ,
ou contra ella ft pofla dizer , e aleguar porque afy ho avemos por
nolTo ftrviô , e bem das partes , e o dito Martim AlFonfo recebemos
por nollo o Duque meu muito amado , e prezado fobrinho requerer
como cm cima faz mcnâo , e queremos , e nos praz que efte Alvara
valha como Carta por nos alCnada , e palTada por nolTa Chancellaria
c adeelada do nolTo ftllo feni embargo da ordenaca8 , e de efte na8 fer
pallado pcilos ofiiciaes da Chancellaria de nofla Camera feito cm Evo*
ra adous dias dejulho, oScactario ofez 1520.
REY.
Carta de Confirmaqai delRey D. Manoel , emque tjld incorporada

a doagaot (}ue ElRey D. Duarte confirmou doCondado da Villa
de Arrayolos, de Evora- Monte ^ Villa-Fermâ , Afiuntar ^ ho-
gomelê de Villa-Viqofa, de que oConde/lavelfez. doagaS a
feu neto 0 Duque D. Fernando I, Efld no Cartorio da Cqja dc
Braganga ) mago das confirmag'oes antigas.
Num.pj.
An. 144}.
D Om Manoel per graga deDeos Rey dc Portugal , edos Alganês
daquem , e dalcm mar cm Africa Senhor dc Guine. A quantos ef-
ta nofla Carta virem fazemos faber que por parte de D. James Duque
dc Braganga , e de Guiniaraes &c. meu muito amado , e prezado fobri-
nlio , nos foy apprefentada hua Carta dc Coiifirmaâo deIRcy D. Edu-
artc
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,,,
da Cafa %eal Tortuguesâ.

^
arte nieu avo oue Decs aja , feita em Sanftarem nove dias do mes de
O^ûbro , poi Ruy Galvao nacra deniil quatrccentcs trinta etres, af-
finada por ellc , e alFcllado do feu fcllo do chuir.bo , per a qual Carta
conHrmou cutra Carta do Condeftabre D. Nuno Alvarcs Pereira , fei-
ta cm Borba a quatro dias do mez de Abril era dc mil quatrocentos e
felTenta , em que antre outras coufas fez doaâb ao Conde da Rayol-
/as feu netto do Condado, e villa da Ravollos, e da Villa dcEvora-
raonte com fuas rendas , e direitos , e de villa fermofa , e da Chancella-
ria com fuas rendas , e direitos^ e do AJTumar com fuas rendas , c dirci-
tos , e de legomel , e dc Villaviôfa com fuas rendas , e direitos , c da
villa dc Portel com fuas rendas , e direitos , c da vidigeira com fuas ren-
das , c direitos , e da villa dc frades com fuas rendas , c direitos , c de
villa Alva , e de villa Ruiva , das quaes villas , e lugares , rendas , e
direitos , Ihe fez doaâd com fuas jurdiôes civeis , e crimes com feus
Callellos das menagens , e dos padroados das Igrcjas das ditas villas , e
Jugares, e a(l'y melrao do padroado da Igreja de Sad Salvador de EI-
vas , para que ouveTe todo livre , e izentamente de juro , ederdade
mero mixto imperio para todo fempre para elle , c todos feus defeen-
dentes , que depois dellc viedem , alTy , e pela guiza , que o elle avia,
e Ihe ElRey tinha dello feito mcrce , c doaâd , femndo na dita Carta
de Confirmaâd todo mais largamente he contheudo. Pedindonos o
dito Duque meu fobrinho por mercc , tme Ihe confirmaflemos , e ou-
veffemos por confirmada a dita Carta , ally como nella era contheudo
evifto por nos feu requerimento , c qucrcndolhe fazer graâ , e mcrce,
temos porbem, c lha confinnamos , cavemos por confirmada , alTy, e
namaneira que fe nella conthem , e fe miller taz, villo o devido que
o dito Duque meu fobrinho comnofeo ha , e os muitos fervigos , que,
os donde elle defeende a Coroa dc nodos Reynos fizerad , e ally os
que ao diante dellc efperanios receber , com outros boos relpeitos que
nos a cUo movem , e qucrendolhe fazer graâ , e mcrce de noH'o motu
proprio , certa fciencia , livre vontade , poder Real , e abfoluto , lha
damos , doamos, efazemos pura, c irrogavel doaâd, e mcrce dclle
dia para todo fempre , para elle , e todos feus herdeiros , e fuccellbrcs,
e delcendentcs de todo o cm a dita Carta contheudo pela guiza , e ma-
ncira , que cm ella faz menjad , e porem mandamos aos Vcadorcs de
nolTa fazenda . e ao nollb Corregedor da Comarca, Juizes , e Julliâs
Contadorcs, Almoxarifcs, Efcriva&, epeflbas outras, a que ella nolfa
Carta for mollrada , e o conhecimento della pertcncer , que faâd com-
prir , e guardar a dita nolTa Carta de Confirmaâd , doaijad , e mercc
alTy como per nos he mandado , doado , c confirmado , fern embargo
dc quacfqucr Icis , pozas , e ordcnaôcs , foros , faânhas , e oppinioes
dcDodlorcs , eCapittuIos deCortes, que contra ifto fcjad, porque cm
quanto contra Ulo forem , os avemos por revogados , c annullados , e
ac nenhum vigor , equeremos que efta nofla Carta valha , e tenha alTy
como nella he contheudo , metendo logo dc polTe o dito Duque meu
fobrinho de todo o que dito he , como per nos he mandado , e per ef-
ta iflTo mcfmo Ihc damos lugar, eauthoridadc deque elle perfy, eper
feus officiaes polTa , e tome , e mande tomar as polTes das ditas coufas
Tom.IV. A
ii con-
I , ,
4 ^rovis do Uv. V 1. da Hiftoria (jeneah^ca

conthcudas nadita Carta, edccada huma dellas, aqual quercmos quc
tenha , cvalha, ehaja vigor, edFcito aiTy cotno feper authoridadc de
noflas Juftiâs fe fizeflc , por quanto afly o avemos por bcm e he nof-
,
fa mcrce ; c cm teftemunho , e por firmeza dello Ihe man^mos dar c(^
,
ta Carta aillnada por nos, e afl'cllada do no(To fcllo dochumbo. Dada
cm a nofla Villa dc Villa franca , dezafeis dias de Agofto , Gafpar Ro-
drigues a fez anno do nafeimento dc noflb Senhor Jefus Chrillo de mil
quatrocentos noventa efeis.
*
Carta de Confirmaâ^ de/Rey Dorn Manoel da Villa de Borha ao

Dugue D. Jay me. Ejid no Cartorio daCafa de Braganâ
maô das Doa^Ses.
Nuni. T\Om Manoel pergraâ dcDeos Rcy de Portugal, e dos Alguai-vcs

An. 49 t>~ JL^daquem, e dallcm mar em Africa, Senhor de Guinc: A quantos
*
efta noHa Carta virem fazemos faber quc por parte de D. James Du-
que dc Braguanca , e de Guimarais &c. meu muito amado , c prezado
lobrinho , nos toy apprefentada hcla Carta dc Confirmaâb dclRcy
Eduartc meu Avo cuja Alma Dcos haja feita em SanfVarcm a nove dias
do mez dc Oiflubro per Ruy Galva6 na era dc mil c quatrocentos e
trinta c tres aflinada per cllc , e afcllada do feu fcllo do chumbo per
a qual confirmou hda Carta do Condeftabre D. Nuno Alvarcs Pereira
feita cm Borba a quatro dias do mez de Abril era dc mil quatrocentos
e fclTenta , cm que antre outras coufas fez doaâo ao Conde dc Arrayo-
los feu netto da Villa dc Borba com todas fuas rendas , e direitos , e
Jurdi(;a6 civcl , e crime mcro mifto imperio , e com o Caftello , c pa-
droados daslgrcjas pera que a ouvefle livre, e ifentamente de juro, e
herdade pera todo fempre pera elle , c todos feus hcrdciros , e defeen-
tes que depois dclle vielTem, alTy , epcia guifa quc a elle havia , c Ihe
ElRcy della tinha feita mcrce, edoaâo fegundo nadita Caita deCon-
firmaâo todo mais larguanicntc he contheudo. Pedindonos o dito
Duque meu fobrinho por mcrce que Ihc confirmalTcmos , e ouvelTcmos
or confirmada a dita Villa dc Borba pella mancira quc cm a dita Carta
E e contheudo, evifto pernds feu requerimento , cqucrcndolhe fazer
gra 9 a , e mcrce temos por bcm , e lha confirmamos , c havemos por con-
nrmada alTi , e pella guifa que fc em clla contem , e fe miller faz villo
o divido que o dito Duque meu fobrinho comnofeo hd , e aos muitos

ferviôs que os donde elle defeende h Coroa dc noflbs Rcynos fizerao
ealli aos quc ao diantc dclle efperamos receber com outros bons rcl-
peitos que nos a cllo movcm , c qucrendolhc fazer graâ , e mcrce de
nolTo motto proprio , certa fcicncia , livre vontade , peder real , e ab-
faluto Ihe damos , doamos , e fazemos pura , e irrcvoguavel doaca6 def-
te dia pera todo fempre pera elle , e todos feus herdciros , e lucccflb-
res , e defeendentes da dita Villa dc Borba com todas fuas rendas , c di-
reitos, ejurdiâb, Callcllo , epadroados dcigrejas pella guifa, c ma-
ncira ouc em a dita Carta hi contheudo , c porem mandamos aos Vea-
dores tie nofla fazenda , c ao noflb Corregedor da Comarca , Juizes , e
julU-
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da Caja *!Râl Tortuguesâ,
5
juftiâs, Contador Almoxarifes , e Efcrivais, epeffbas outras a que ef-
,
ta noifa Carta for moftrada , e o conhecimento della pertencer , que

faâo comprir, eguardar a dita nofla Carta de Confirma§a6 , doaâo,
e merce , afli como per nos mandado , doado , e confirmado fern em-
bargo dequaefquer leis, grofas, eordenagbis, foros, facanhas, oupe*
nioins de Do£lorcs , e Capitolios de Cortes que contra ifto fejao , por-
que em quanto contra efto forem os havemos por revoguados , e anul-
lados , e de nenhum vigor , e querenios que efta nolTa Carta valha , e
tenha afli como nella he contheudo metendo logo de pofle o dito Du-
que meu fobrinho da dita Villa com todo o que dito ne como pei* nos
he mandado , e per efta ilTo mefmo Ihe dnmos luguar , e authoridadc
que elle per fi , c per feus officials polTa, e tome, e mande tomar a pof-
fe della , a qual queremos que tenha , e valha , e haja vigor , e efteito
afli como fe per authoridade de noffas juftiâs fe fizelTe por quanto afli
o havemos por bem , e he nofla merce fern embargo iflb mefmo de ou-
tra qualquer doa9ao , ou doacois , ou merce que por qualquer maneira
que feja a outrem da dita Villa fofle feita , por quanto per efta nofla
(Jarta queremos que nao valha , nem haja luguar, c vigor , nem forâ
fern embargo de quaefquer claufullas nellas contheudas porque aflim o
havemos por noflb lcrvi90 , e bem de noflbs Reynos , e em teftemunho,
c por firmeza dello Ihe mandamos dar efta Carta affinada per ii6s , e
afellada do noflb fello do chumbo , dada em a Villa de Torres Vedras a
vinitc dias de Agofto Pedro Lopez a fez anno de noflb Senhor Jefus
Chrifto de mil c quatrocentos e noventa e feis.
Carta deCon/lrmaqai delKey D. Manoel ao Diajue de Braganga '^
cGuimaraem D. Jayme^ das merces feitas aoCondeJlavel feu

vij'avb , a feu tio o Marquez , e ao Duque J'eu pay. Ejld
naTorre do Tombo no Ih, 7. dos Myjltcos pag,
D Om Manoel per Graâ de Decs Rey de Portugal , e dos Algarvcs

daquem e dalem mar em Africa Senhor de Guine &c. A quantos
efta nofla carta virem fazemos faber que por parte de D. James Duqiie
Num. p 5.
An.i497*
deBraganca, e de Guimara& &c. meu muito amado, eprezado fobri-
nho , me foy aprefentada fua carta de confirma9a6 delRey D. Afonfo o
quinto meu Tio que Deos aja aflnada por elle e afellada do feu fello
pendente , da qual o theor tal he. Dom Affonfo per Gra9a deDeos Rey
dc Caftclla , e de Lia6 , de Portugal e de Toledo de GaJiza de Sevilha
de Cordova , de Murcia dejaem, dos Algarves, daquem e dalem mar
em Africa das Aljaziros dc Gibraltar Senhor dc Bifcaya e dc Molina:
,
A quantos minha Carta virem , fa90 faber que o Duque de Gui-

efta
maraes , meu muito amado , e prezado fobrinho me dilfe que pclos
Revs paflados , c por my fora6 dadas cartas de privilegios e gra9as fpi-
ciacs , per Cartas e Alvaras ao Condeftabre feu bifavo , e a feu tio o
Marques , c ao Duque feu pay , que me peJia Ihc confirmafe os ditos
privilegios , e gra9as fpcciacs cm fua pclToa , e de feu filho primeiro
herdeiro
DIgHized dy Gcx^le
I
6 T^rovai do Llv. V
1. da Hifloria êtiealogica
herdeiro , e vifto o devido quc o dito Duque comigo ha e a rczao de
feus merecimentos , me convem c praz, de ihes reformar e confirmar e
,
porem mando a todos os meus corregedorcs juizes e juftigas , e aos
veadorcs de minha fazenda, Coiitadores , Almoxarifcs e rccebedorcs
dos meus rcynos , e quacfquer outras pelToas , a que o conhedmento
defto pcrtencer per qualquer guifa que feja que Ihe cumpra& e guar-
, ,
dem e faâo cumprir e guardar todos os ditos privilegios, c gramas , afy
c pela guifa que polio dito Duque he pedido , e pw my Inc lie com-
hrmado , elhosfazer comprir eârdar, non indo contra ello em par-
te nem em todo , porque affy he minha merce ufarem delles alTy e pc-
la guifa e maneira que os fobreditos dcllas uzarao em fuas vidas
, e o
dito feu pay ufou ategora e cm tcfteinunho dcllo , llic mandei dar cf-
ta minha Carta my e afellada do meu fello pendente da-
aflinaoa por
da em a muy nobre Cidade de Lisboa a dezanove dias do mes de Janei-
ro Joa6 da fonleca a fez anno do nafeimento de nolo Senhor Jefu
Chrifto de mil e quatrocentos e fetenta e oito. Pedindonos o dito Du-
que meu fobrinho por merce quc Ihe confirmalTemos c ouvclTcmos por
comfirmada a dita Carta , alTy como nella era coiitheudo , e vifto por
nos feu requerimento , e quercndolhe fazer graâ c merce , temos por
bem e lha comfirmamos , c avemos por comfirmada , afly e na maneira
que fc nella contem , e miller fas vifto o divido que o Duque meu fo-
brinho comnofeo ha e aos muitos fen'iôs , que os donde eUe dcfcemde
a Coroa de nofos rcynas fizerao , e alTy aos quc ao diante delles cfpera-
inos receber , com outros boiis refpeitos que nos a cllo movem e que-
rendollic fazCT graâ e merce de nofo moto proprio certa fciencia li-
vre vontadc , poder real c abfoluto Ihc damos , concedemos c outorga-
mos os ditos privilegios , e gramas , e queremos quc em todo e por to-
do fe cumpra e guarde como em efta Carta he conteudo fern embargo
de quacfquer leys grofas ordenaô^ foros , faânhas opinio& de douto-
torcs c Capitulos de Cortes que contra efto fejab porque cm quanto
contra efto forem os avemos por revogados , e anuUados e de neimlt vi-
(Nota.) gor, e queremos que efta nofa Carta valha y etenhoy alTy como nella
men^&, porem mandamos a todos os nofos Corregedorcs, juizes
^ ejufti^ e a outras quaefquer pclToas, a que efta nofa Carta for mof-
trada e o conhecimento data pertencer , que a cumpra6 e guardem , e
faca6 cumprir e guardar , como nella he conteudo fern duvida nem em-
bargo algum que a ello ponha6 , porque afly he nofa merce, eporfir-
meza dello Ihe mandamos dar efta Carta alinada por nos, e afellada de
nofo fello pendente , dada na Villa de Palmcla a vinte e oito dias de
Junho Gafpar Rodrigues a fez anno do nafeimento de nofo Senhor Je-
fu Chrifto de mil e quatrocentos e noventa e fete annos.
Carta
Dig '
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,
da Cafa Tortuguesâ.
7
Carta delRey D. Manoel , em <]ue faz merce ao Duque D. Jayme
de juro ,
e herdade da V
ilia de Oiirem ,
com todos feus Padroa-
^
dos. Cartorio da C(â Je Bragattqa ,
maô das Doaîcs
antigas.
D Om
effci
Manoel pcrgraâ dcDeos Rey de Portugal, e dosAlguarvcs
daqucm , e dallcm mar em Africa Senhor de Guine ; quantos
nolTa Carta vircm fazemos faber que por parte de D. James Du-
A
An.1496.
que de Braganâ ,
e de Guimara& &c. mcu muito amado , e prczado
(obrinho nos foi apprcfentada hda Carta deIRcy D. Eduartc meu Avo
cuja alma Deos haja allinada por cllc , c alTellada com o feu fcllo de
chumbo , em a qual Carta he conieudo que o dito Senhor Rcy confir-
mou a D.AfFonlo que depois foi Marques, de Ourem , outra Carta do
Condeftable feu Avo , cm que Ihc fazia pura , e irrevogavcl doa5a6 an-
tre vivos valledoura daquelle dia para todo fcmpre , que nunca podef^
fe fer revogada , pera fi , e pera todos feus filhos , e nettos que delle
defcendcITem da judaria da noll'a Cidade de Lisboa , e dos feus paôs da
dita Cidade , e todollos reguengos do termo della , e do feu lugar, e
regenguo deCollarcs, edobarco deSacavem, e das rendas , e direitos
de riomavor, e do reguengo de Alviella . e do Condado , e villa de Ou-
ttm , edc Porto de moos, que o dito Condcllable tinha daCoroa do
reino contodallas rendas , direitos , foros , trebutos , jurdiôcs Civcis
c crimes, edos Caftellos das menages dos ditos luguarcs onde os ou-
ve7e, e dos padroados das Igrejas das ditas villas, e luguares , que ou-
rc'Ib todo livre , e izentamente de juro , e herdade , mcro mifto im-
perio pera todo femnre , pera elle . e pera todos feus defeendentes
que depois delle viclTcm , affi , e pella guifa que cllc todo havia , e
Ihc dcllo era feita merce , e doaqa6 , com tal condi;a6 que fe o dito
D. Affonfo falleccfTc per morte fern filho , ou filha lidimos , que as di-
tas villas, e luguarcs, reguenuos, rendas, direitos, paôs, c padroados
de Igrcias , ficarte todo a D. Fernando feu irma6 outrofi netto do dito
Condeftablc , fegundo mais compridamente cm a dita doaâ6 he con-
theudo , e por quanto nos hora per outra nolTa Carta confirmamos , c
fizemos doaqa6 , e merce ao dito Duque meu fobrinho , de todallas
coufas contheudas em a dita Carta tirando fdmente a villa de Ourem ,
e o rqêngo do Collates , e elle nos pedio por merce quo nos prouvelTc
Ihe confirmar , c haver por confirmada ilTo mefmo a dita villa de Ou-
rem na fdrma , c maneira contheuda na doaâ5 que o dito D. Aft’onfo
feu Tio della tinha , c vifto per nos feu requerimento , c qucrcndolhe
fazer gra?a , e merce temos por bem , c lha confirmamos , c havemos por
confirmada , a^ , c ta6 intciramente como em clla faz men9a& , e fe
mefter faz , vifto o devido que o dito Duque mcu fobrinho comnof-
co ha , e aos muitos ferviôs que os dondc elle defeende a Coroa dc
noflos reinos fizerao, eafti aos que dcHc ao diante cfperamas rcceber,
com outros bons refpeitos que nos a cMo movem , e qucrcndolhe fazer
graâ , c merce , de noflb motto proprio , certa feienda , livre vonta-
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,
r
8 Turovas do Liv. VI. da Hijloria ênealogica
dc ,
poder e abfoluto Ihe damos , doamos , fazemos pura , e irre-
real ,
voâvel doa9a6 ,
c merce defte dia pera todo fempre , pera die , e to-
dos feus herdeiros ,
e fuccclTores , c defcendcntcs da dita villa de Ou-
rem pela guifl'a , c maneira que cm a dita carta , c doaô con-
thcudo , e porcin mandamos aos veadores dc nofla fazenda , Correge-
dor da Comarca, Juizes , jufticas, Contadores , '.Almoxarifcs , efcriva&,
e pelToas outras a que eda nolla Carta for moftrada , e o conhccimen-
to della pertencer . que fa5a& comprir , e guardar a dita nofla Carta
dc Contirmaâo , ooaiâu c merce , afu como per nos he mandado
doado ,
c confirmado ,
fern embargo de quaefquer leys , grofas , ordc-
na^'oes ,
foros ,
faij-anhas ,
oupinioes dc Doftores , e capitollos dc cor-
tes que contra illo feja& , porque cm ;quanto contra efto forem , os
avemos por revoguados . c anuOados , e de nenhfl vigor , c queremos
quo efta nofla Carta vallia, c tenha aUi como nella he contheudo , me-
tendo loguo de poTe o dito Duque meu fobrinho da dita Villa como
per nds mandado , c per efta ilTo mefmo Ihc damos luguar , c autho-
ridade que elle per fi , e per feus officiacs pofla tomar , e mande tomar
a pofle dita villa contheuda na dita Carta , a qual queremos que tc-
nna •, e valha , c haja vigor , e efleito afli como fe per authoridade dc
noflas juitiâs fc fiz^c , por quanto afll o avemos por bem , e he nofl*a
merce , e efto fern embargo ilTo mefmo dc qualquer outra doaca6 , ou
merce. que da dita villa ElRcy Dom Joa& ofegundo meu Senhor que
Deos naja a outrem teveflTe fcita , por quanto per efta nofla Carta que-
remos que nab valha ^ nem haja luguar , vigor , ncm for;a , falvo efta
que hoia afli como dito he havemos por bem oc confirmarmos , e fa-
zermos doaâo , c merce como defteito fazemos ao dito Duque meu
fobrinho na maneira fobredita , porque afli nos praz dcllo , e ne nofla
merce , e por finneza de todo Ihe mandamos dar efta nolFa Carta aflina-
da per nos , e aflellada com o noflb fcllo dc chumbo , dada cm Alcou-
chete a dezanovc dias do mes dc Julho , Joa6 dc Afonfcca a fez anno
dc noflb Senhor jefus Chrifto dc mil quatrocentos noventa e feis an-
nos.
Carta de ConfirmagaS de/Rey Dom Manoel ao Duque D. JaymCf

dos Padroados da Villa de Guimaraent. Original ejla no Car-
torio da Qaja de Braganga , mago de Guimaraent.
Num. pj.
An. 1496.
D Om Manoel per graga de Decs Rcy dc Portugal , e dos Algan'cs
daaqucm , c daalem , maar cm Africa , Senhor de Guinc. A quan-
tos efta nofla Carta virem fazemos faber que por parte dc D. James
Duque de Braganga , e de GuimarSes &c. meu nu'ito amado , e preza-
do fobrinho me foy aprefentada huma Carta dclRey D. Affbnfo meu
Tio que Deos aja aflinada por elle , c aflellada do feu fello pendente
dc que o theor tal he. Dom Affbnl'o per graâ dc Deos Rcy dc Por-
tugal , c do Algan'C, Senhor de Cepta , e dalcacer cm Africa. A qiian-
tos efta Carta virem fazemos faber que comfando nos o grande divi-
de que comnofeo tem D. Fernando Comde dc Guimaracs meu muito
amado
Diiil f 70 >j<Ie
da Cafa âl ôrtuyjieâ,
^
amado fobrinho, eosmuitos. e mui fingullares fcrviôs que ncs, cnof-
fos rcgnos dellc tenios recebidos ,
c elperamos rcccbcr ,
e afly polio
amor quc Ihe avcmos tenios por bem , e fiizemoslhc doaâ6 , c merce
dos Padroados das Igrcjas dc Santa Maria dc Oliveira da dita villa dc
Guimaraes , e de todallas outras Tgrejas , e Moftciros da dita villa , e ter-
ino, afly , e na maneira, quc Ihe tenios dada a dita villa, caflicomo as
nos avcmos , e nos perteneem dc direito , e nos pertencer pofla6 por
qualqucr guil'a ou maneira , eque ellc pofl'a aprclentar na dita Igreja,
ou Igrejas , ou Mofteiros , ou dar confeiitimeiito fegundo o ducito
quc nella temos cada vez , c quando fe vagarem per qualqucr maneira
ue fc artertarem de vagar quern Ihc aprouver como o nos podemos de
3 ircito fazer enofepodendo da dita Igreja dc Santa Maria dc Oliveira
do direito da dita Villa , neni das outras Igrcjas, cMocftciros della , c
do termo fazer permudagooeiJs , ncm outra coufa i'em autoridadc do di-
to Condc , afli como o nos mefmo temos de direito , porem rogamos
e encoiiiendamos ao Arcebilbo dc Braga , e a feus Vigairos , c a quaef-
quer outras peflbas ecrcziafticas , a que pertencer que confirmeni , e
aiao por bem aprefemtadas aaquellas peflToas que as ditas Igrcjas , e Mo-
efteiros aprefentar o dito Condc , ou dclTc conlentimcnto per fuas Câr-
tas na maneira que dito avemos fern embarguo de qualqucr Ordena^Mo
que cm contrario defto hoaja , eporfua guarda Ihemandamos dar el-
ta Carta aflinada por nos , e alfcllada do noflb fello. Dada cm a nofla
Cvdade de Cepta feis dias do mes de Marco. Affonfo Garccs a fez an-
no do nafeimento de nolFo Senhor jefu Cnrifto de mil quatrocentos fe-
fenta e qiiatro annos. Pedindonos o dito Duque nicu fobrinho por mer-
ce quc the confimialTcmos , e ouvcfl'einos por confirniada a dita Carta
afUy ena maneira que nella he contheudo , cnosvifto feu requerimen-
to , e querendolhe fazer graca , c merce temos por bem , e llie conh'r-
mnnios , e avcmos por confirmada a dita Carta em fua vida afly como
cm cl la he contheudo fem duvida , ncm embargo que Ihe cm ello feja
polio porque alii he noll'a merce , c mandamos quc afli fe cumpra , c
giiardc cm todo. Dada em a noll'a Cidade devora aos xxxj. dias do mes
dciMavo. Andre P'ernandcs a fez anno do nafeimento de noflb Senhor
Jeiii Chrifto de mil quatrocentos noventa efeis.
Carta de Front etro mbr das Comar cos deEntre Douro , e Minbo,
c Traz os "Montes ao Duque dc Braganqa. Ejid no Uvro 2 .
dos Myjlicos pag.zzy naTorre doTombo.
s
D Om Manoel &c. A quantos efta nofla Carta virem Fazemos fa-

ber que efguardando nos ao grande divide que comnofeo ha Dcm
James Duque dc Bragnn 9a e dc Guimaraes &c. meu muito amado c pre-
Num.5 8.
An.1^^6.
zado fobrinho defy como he tal pcflba cm que efta c outras mayores
cr.uzns cabem , c nos fervira em ello ally como cumpre a nolfo fervico
hjni proveito c dclFenqam da terra c dos moradorcs della c qiicrcndolnc
fazer graga c merce Temos por bem e nos pras quc daqui cm diantc
feja Froiiteiro mor emasnolTas Coniarcas dantre douro cminlio cTra-
Tom. IV. B los
,
10 Turovas doUv.VI, daHifloria (jenealogica

los montes com todallas honras poderes privilegios e prehiminencias
quc ao dito officio e carrego pcrteuce afTy e pela mancira que o forom
ns Duqucs feu pay c feu av6 quc Deos haja e porem niandamos a to-
dollos noflbs Alcaydes dc Caftcllos Correg'edores juizes c juffigas mei-
rinhos officiaes e peflbas a quc dla nofla Carta for moftrada e o conhe-
citnento della pertencer por qualqucr guiza quc feja quc daqui cm
diante hajam o dito Duque meu fobrinlio por nolTo Frontciro mor cm
as duas Comarcas e Ihc obbcdc^m e cumpram feus mandados cm todal-
las couzas que ao dito officio e a nolTo ferviô e a bem do dito carre-
go comprirem fem a ello puerem duvida nem embargo algum pormie
alTy he nolTa merce. Dada cm Villa Franca de Xira adezafeis dias Da-
gofto Pero Lopes a fez Anno do nafeimento dc nolTo Scohor jezu
Chrifto de mil quatrocentos novciita e feis annos.
Injlrucqao ,
que ElRey T). Manoel deu a Lopo
de Soufa fohre 0 ca-
Jdmento do Duque DomJay me. Original ejld no Cart or io
da SereniJJlma Caja de Braganga , donde ocepiey, e
diz ajjm.
Num.p^.
An. 1497.
A Mancira quc vos Lopo dc Souza havcis de tecr cm Caftella on-
de hora vos enviamos accrca do cazamento do Duque meu mui-
to amado e prezado fobrinlio com D. Joanna de Aragafi fillia do muy
-alto e Excclcnte e Podcrozo Principe ElRey de Caftella meu muito
amado e prezado Primo he efta.
Primeiramente darcis nolTas cartas dc crenâ que levais a ElRey
e aaRaynha c aa Princefa meus muito amados e prezados primes, c
dirlhieis accrca dcftc cafamento todo oque comvofco falamos, eprin-
cipaJmente dircis a Princeza que pois ela haa aprazer que o dito caza-
mento fe faâ , queria tomar cuidado de trabaihar cm cUo , como fe
acabc , naquetia mancira que Iho milhor pareccr avendo relbeito ao
quc o Duque meu fobrinho c a quern fua Imiaam he, ecuia filha he,
e quc a elle cumpre cazando com ella foefteer mayor eftado do quc
,
faria fendo cazado emoutra parte, e quc Ihe rogamos muy afe£hio-
zamentc, quc cm todo ordene aqucllo quc clla vir quc he bem clhc
milhor parecer. Porque pofto que a dita D. Joanna feja fua irmaS vif-
to o muito devido quc o Duque meu fobrinho com clla tem , c de ft
por nolTa comtempraâo como por outras muitas rezoens que Jii aja ,
averaos por certo quc clla no ha dc querer quc fc efto faâ , fena6 aft
como ao Duque pertencer.
Depois que vos convofeo entrarem cm algua pratica accrca do
dote ^ dircis aqucllo que nilTo vos temos falado c podcis diz.cr que ver-
dade lie quc ao dito Duque meu fobrinho fe cometiao alguns cazameii-
tos nciTcs Regnos , e quc afinadamente , o Duque dc Medina Sedonia,
Ihcdava com fua filha dezouto contos, e Ihe dark mais, eque no dc-
vc feer mcnos , pois por rezom dc feu eftado , o cufto hade feer mayor.
As arras quc nos parcce quc devcm feer , o tcrô do dote por-
que neftes Regnos aftm fc coftuma , c allm fc fez aa Duqueza fua hlay
minha
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%
daCafa %eal lôrtugueisâ, 11

minha muito prczada e amada Irmaa , e ainda aa Infante minha muito
pre7-ada e amada Senhora Madre , e fe Ihe fazia a cufta do feu prato e
de todos feus fervidorcs , e o que tocava a fua pelToa , e mulneres fe
Ihe dava todo , e que fe ifto ouverem por bem , ae fe afi fazer nos pra-
zera dello , e afi o acentai. Empero fe ante quecerem que fe Ihc de
couza certa , podercis concertar que pera a fua pcflba , prato , mulhe-
res , fervidorcs , officiaes , e beftas , Ihe ierao dados atee outocentos mil
reis cada anno , e efte avera polas rendas Darrayolos , Porto de moos,
c no reguengo dalvicla , e o que felecer pollas rendas de Lisboa.
A obngaâo do dote c arras farcis fegundo forma das cartas nof-
fas que Icvais.
Trabalhareis que a mayor parte do dito Dote do dito Cafamen-
to, doDuque meu fobrinho Ihefeja logo pago porrezab decorreger
e reformat lua Caza.
Outro fi que por quanto elle he muito encarregado de grandes
Fidalgos Criados'de feu. Pay , deque fe nopode efeuzar dclhetomar
fuas filhas. Folgariamos dc fe afentar e de dar hordem de fe fazer fun-
damento , que ’das mulhcrcs que a dita D. Joanna , configo trouver avc-
rem ca de ficar de vivenda com eUa , as menos que feer polTa , polas
rezoens fobre ditas.
Acerca deficarem ifib mefmo comella alguns Officiaes deviven- .
da', ifto nos parece efeufado fegundo mais largamente convofeo fala-
mos , e por ilio.no he necelfario de vos aqui dizermos mais. Efcrita cm '
\ •.
«
Eftremos ail deFcvereiro de 1497; • >
REY.
• • ‘ ’ Lugar do fello.
Gonde de Portalegre. • '
Confirmag'ao e apfroi'acao do Contrato do'Cafamento do'Diiquc

do Bragiinga D»Jayme coin a,Du(jneza D. Leonor de Men*
.. doqa, Ejld na Torre iio Tombo no I'tvro 2. doi
'
•
, cos i
pa/r, 2yo.
. » \
D Om Manuel
firma9am de Contrato virem.
See. Aquantos
Carta daprova9a6 e Con-
Fazemos faber que por parte de D.
James Duque deBraganâ edeGuimaraes &c. meu muito amado c pre-
efta noffii
-A-n. 15®®*
ICO.
zado fobrinho i e do muito honrado e magnifico Dom Joao de Guf-

ma 6 Duque de Medina Sydonia emosRegnos deCaftella perPero def-
topinhao Comendador da Ordem de Santiago feu Cavaleiro como feu
liificicnte Procurador nos foi aprezentado o Contrato do Cazamento
dotte e arras abaixo eferito antre os fobreditos feito e contratado por
cllesafirmado como dito Duque dcBarganga eDona Leonor dcMcn-
donâ 'filha dcllc dito Duque dc Medina doqual o thcor tal he como
fe feguc In nomine Domini Saybam quantos efte eftormento dc Con-
trato e Cafamento dote e arras virem que no anno do nafeimento dc
nofib Senhor jezu Chrifto de mil equinhentos annos aosonze dias do
mez deSetembro na Cidade de lisboa dentro na Igrcja de Sam Chrifto-
Tom. IV. B ii vao
Digitized dy Gexîe
1 Turovas do Uv. V
[, da Hijloria ,C/enea!ogtca
vao eftando hy prezciite Lopo de fouza do Confelho ddRey noffo fc-

nhor Ayo do muy Uluftre cxcellcnte lenhor o fcahor Dom James fo-
brinho dclRev nofTo fenhor Diique de Braganga e de Guimaraes &c. c
Governador de fua fazenda conio Procurador do dito fenhor e o Co-
mendador Pero Deftopinhao Cavalleiro da Gaza do muy Uluftre e muy
magnifico fenhor o fenhor Dorn Joao de Gulmao Duque de Medina
Sydonia &c. feu Contador mayor como feu Procurador fegundo am-
bos fizerab certo per huns publicos eftromentos que logo hy moftra-
rom e aprezentarao cujo theor hum apoz outro tal he como fe adian-
te fegue. Rm nomc deDeos Amen faybao quantos efta Procura9ao vi-
rem que no anno do nafeimento de nolTo Senhor jezu Chrifto de mil
quinhentos annos tres dins do nicz de fetembro junto com a Cidade de
lisboa nas cazas de Pero Vaz que eftam acerca dc Santos o novo hon-
dc hora pouza o muy Uluftre c excellente Dom James Duque de Bra-
ganâ e de Guimaraes polio dito fenhor Duque em prezcn9a dc niim
notairo publico gcral e dasl'dtirnunhas adiante ivocadas que antre cl-
le e o Illuftre muy manifico fenhor Dom Joao de Gufmao Duque de
Medina Cidonia &c. e inovido e fe trauta que ellc dito Senhor Duque
de Bi'agan9a c de Guimaraes haja dc Cafar com a fenhora Dona Leonor
de Mendoii9a fua filha para o qual o dito fenhor Duque de Medina
mandou o Comendador Pero Deftopinha6 Cavalleiro dc fua Gaza com
feu poder e procura9am abaftantc c porqiic para o I'ufo dito hera ne-
cellario clle dito fenhor Duque dc Bragan9a c dc Guimaraes ordenar e
conftituir outro Procurador para Contrautar com o dito Commenda-
dor que elle confiando da bondade e dcfcri9a5 de Lopo de Soufa feu
ayo e governador defua fazenda do confelho delRcy nolfo fenhor po-
rem que elle o fazia c coftetuya ordenava por abondozo procurador
fuficiente em todo como mclhor e mais compridamente podelTe'fer e
per dircito mais valler com libera e comprida adminiftra9a6 ao qual feu
Procurador deu e outorgou todo feu comprido poder e efpccial man-
dado comlibre c pura feculdadc pera o abaixo o contheudo alTy e tarn
compridamente como o ellc havia para que por elle e em feu nome
poUa com o fobredito Comendador contrautar c afirmar o dito caza-
mento com quacfquer condi90Cs capitulos e obriga9oes e prometimen-
tos e eftipula9oes que ellcs quizerem e por bem tiverem e prometer cm
feu nome e da dita fenhora Dona Leonor aqucllas arras que Ihc bem
parecer e a ellas obrigar e afly a feguran9a do dote que receber todas
luas terras ou parte dcllas que tern da Coroa do Regno fe neceftario
for e efta por authoridade que tern delRey noflb fenhor c deu poder
ao dito feu Procurador que dos contrautos conven9as prometimentos
cftipula90cs c afly do dote que o dito fenhor Duque prometer como
das ditas arras cm feu nome prometidas a dita fcnliora fua filha como
de quacfquer couzas em que fe convierem pofla dar c afirmar e aceitar
quaefqucr eferituras e a doa90cs propter numcias feguran9as que a clle
comprir c fazer e afirmar em feu nome com quacl'qucr vinculos e for-
9as c firmezas c renuncia96es e penna que a dies bem vifto for e a cal-
ledadc do feito requerer ou requererem e porem todo cm fua deferi-
936 fieldadc pera acorca do que dito he e dependentes que a ello po-
Digitized by
iU Cafa %eal ôrtugueaâ. ij
tier fazer e afirmar e requerer quaefquer condiôes e convenâs e efti-
pullaôes eobrigaôes que Ihebcin parcccr epera asditas couzas efuas
depcndencias quc a cllas e a cada hua deltas tanjam per qualqucr guiza
po.Tam fazer e afirmar e dizer todo afiy c tarn compriuamente como
die faria e diria e firmaria fe a ellas ou cada hua dellas pelToalmente
folTc prezente ahinda que taes fejab que fegundo direito fe requeira
mais efpecial mandado com algumas outras claufulas die as ha por pof-
tas e expre?as e declaraJas e livremeiite Ihe da poder c outorga todo
feu coinpriJo poJer pera o quc fobredito he fern outra alguma duvi-
da nem fallecimento e todo o que pello dito feu Procurador for dito
feito e afirmado e outorgado contrautado e prometido e die dito fe-
nhor Duque o ha e promote daver em feu nome c dc todos feus her-
deiros e fuceTores por firme rato e grato pera fempre fo obrigaâo de
todos feus bens moves c dc raLs havidos c por haver que para cllo
obrigou e rdeve o dito feu Procurador de todo o cargo de iatisdaâb
como o direito outorga e em Teftimunlio de todo inandou quc folle
feita efla Procuraâb Teftimunhas quc a eUo foram prezentes Henri-
que de Figueiredo fidalgo e veador da Caza do dito fenhor e Duarte de
Goes efeudeiro de fua Caza eoutros ecu Pero Vieira que efta elcrevi
Saybam quantos efta Carta virem como eu D. Joab de yozmao Duque
dc Medina Sidonia Conde de Ncbra fenhor da nobre Cidadc de Gibal-
tar e por quanto antre o muito alto poderozo feraniftlmo fenhor Doni
hfatiocl R.ey dos Regnos dc Portugal e a muy alta podcroza fcranifli-
ma fenhora Raynha Dona Lconor molher do muy alto poderozo fe-
ranilhmo fenhor Dom Joab Rey que foy dos ditos Regnos da glorio-
za mcmoiiii que fanta gloria haja e a muy Illuftrillima Iftantc Dona
Beatrix de Portugal e amuv Illuftrc fenhora Duqueza Dona Izabel de
Portugal madre do muy Illuftrc fenhor Dom James de Portugal Du-
que de Braganqa e my fe contrauta Cazamento Deos querendo fegun-
do ordem da fanta madre Igrcja do dito fenhor Dom Tames Duque de
Braganca com Dona Leonor de Mendonâ minha filha legitima e da
Duqueza Dona Izabel de Vellalco minha molher que fanta gloria ha-
ja e porque a Contra'Îaqab do dito efpozouro e Cazamento a naja efei-
to porende cu polla prezente outorgo e conheqo quc dou c outorgo
todo meu livre e libero e comprido poder fegundo que o eu hey e dc
direito mais deve valor ao Commendador Pedro deftopinhao cavallciro
dc minha Caza c efpccialmente para que por mim c cm meu nome pqf-
£i aftentar e aftente com fua Alteza do dito fenhor Rcy_ e da dita ie-
nhora Raynha ccom a dita Illuftriffima Iffante e com adita muy lllul-
tre fenhora Duqueza e o dito fenhor DomJam«s Duque Braganca
e com cada hum ou qualquer delles e o dito del pozoiro e Cazamento
dantre odito fenhor Duque dcBragan^ e a dita Dona Lconor dcMen-
donqa minha filha.e prometer eprometa em meu nome erne obrigar e
obriguc e eu pella prezente me obrigo que havendo todo efcito o
dito
defpozorio e Cazamento darey e pagarcy cm dote e Cazamento ao dito
fenhor Dora James Duque de Braganqa com a dita minha filha qual-
qucr quantia ou quantias de maravedis ou cruzados douro
ou ouwas
auaefqucr
^ moedas douro ou prata quc o dito Comendador Pero Defto-
^ pinhab
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14 ^rovAS doLlv.Vl. daHlJlorla (jenedoîca
pinba6 dcclarar e afTentar no prazo ou prazos fegiindo a mancira e con-
diqocs qiic pcilo dito ("omcndador Pcro Deftopinhaft cm meu nomc
for dcclarado c allVtitaJo c oiitorgado c poll'a fazer c outorgar cm a di-
ta rcza6 quadqucr contratos cl'crituras com quaefqucr for^-as c firmc-
zas que paia cllo con\ cnham c mcftcr fcjao as quaes eferituras c con-
tratos ccada hum ddics Icndo feitos c outorgados c per die dito Co-
mendador Pero Ddlopinhao cm meu nomc como dito he c eu des ago-
ra pera cmtonccs c dellonccs pera agora os outorgo bem afTy ta6 com-
pridamente como fc eu mefmo os fizefFe outorgafTc e a todo cllo pre-
zente folFc c polFa fazer e faâ fobre reza& do que dito he fobre cada
couza dcllo todollos outros autos dcligcncias c folcmnidades a ello
convenientes e pcrtcnccntes c fazer c dizer e razoar c aprezentar todas
as outras couzas e cada In1a dcllas que eu mefmo faria c diria c razoa-
podcria prezente fendo ahinda que I'ejam tacs e dc tal cal-
ria e fazer
lidade quo fegundo dircito dcinandem requeiram haver cm ly mais ef-
pccial podcr e mandado c em minlia prezenâ pclFoal c grantle compri-
do aballante poder eu hey c tenho para o que dito he c para cada
couza ou parte della c outro tal e tao comprido c abadante cfl'c mefmo
outorgo e dou ao ilito Comendador Pcro Deftopinhao com fuas inci-
dcncias c dcpcndcncias c cmcigcntias cvexidadcs c covexidadcs c ou-
torgo c prometo dc o haver por lirmc c vallcdotro c dc\ a6 hir ncm vir
contra cllas ncm contra parte dcllo polio remover ncm pcilo desfa-
zer nem cmjuizo ncm fora dcllc ncm cm tempo algum ncm poralgua
mancira pera o qual ally pagar c comprir fegundo dito he obrigo to-
dos meus bens moves c dc rais havidos c por r.at’cr em f rnicza do qual
outorguci efta carta dc poder ante o cfcriva6 publico c Teftimunhas
afufo eferitas c a firmej' dc meu nomc que foi feita c outorgada cm a
muy nobre c fempre leal Cidadc dc Sc\ ilha fabado treze dias do mez
dc Junho Anno do nafeimento de noflb Senhor jezu Chriflo dc mil
quinhentos annos alFynou o Duque Teftemunhas que a cllo forom pre-
zcntcs'Joa6 dcMirga cAfFonô firmez^ doseferivaes emSevilha cBcr-
tliolomcu Sanches dc Ponus notairo publico em Sevilha a fez e apre-
zentadas afTy as ditas Procuragoes logo pellos fobreditos Procuradorcs
das fobreditas Proaira 9 ocs foi dito cm prezenâ de mim notairo publi-
co geral por clRev nolTo fenhor em feus Regnos c fenhorios que pra-
zendo a Dcos noltb Senhor elles tinhab traiitado e concertado caza-
nicnto em nomc dos ditos fenhores feus conftituintes dellc dito fenhor
Duque dcBraganâ c dc Guimaracs cazar com a dita fenhora Dona Leo-
or de Mendonâ filha do dito fenhor Duque de Medina e por quanto
^ dito contrauto fc fez ordenado c alFcntado poitjue ao depois nom ve-
nha cm duvida fc pocr por eferito todo como foi concertado e pera
cm todo tempo fe haver dcllo comprida noticia cconfirmaâo. Item
primeiramente foi acordado e alFcntado antre os ditos>Procuradorcs que
q dito fenhor Duque dc Braganga e dc Guimaracs e a dita fenhora Do-
na' L’conor hajam dc cazar e cazem por palavras dc prezente fazentes
matrimonio como manda afanta Madic Igreja. Item foy acordado c
'alFcntado que o dito fenhor Duque de Medina de cm dote e caz^men-
to com a dita fenhora Dona Lconor fua filha ao dito fenhor Duque dc
Braganâ
da Caja i j
Braganâ e de Guimaraes ou a feu certo Procurador em feu nonie vinte
tres contos de maravedis cm dinhciro contado os quaes paga agora lo-
go convem a faber des o dia quc a pelToa ou peflbas quc o dito fenhor
Duquc de Braganâ e de Guimaraes cnviar e chegarem ao dito fenhor
Duque de Medina com feu coder abaftante cm quinze dias primeiros
foguintes os quinze contos delles c os outros oito pagara fegundo ella
concertado que fe dem a elRey nolTo fenhor pellos quaes oito contos
dara carta de pago dc EIRcy noflb fenhor logo como fe da por con-
tontc delles c que allem deftes vinte tres contos o dito fenhor Duque
dj Medina haja de tlar c de hum conto de maravedis em prata e ha
branca de ferviô c dous contos de maravedis cm exoval ao dito fenhor
Duque de Braganâ e de Guimaraes com a dita fenhora Dona Leonor
fua filha ou a feu certo Procurador quando fe a dita fenhora entregar
cm mancira que por todo feja& vinte feis contos de maravedis dos quaes
vinte e feis contos de maravedis os oito contos fe dam por outros tan-
tos que a fenhora Duqueza may do dito fenhor Duque de Medina Ici-
xou cm feu teftamento a dita fenhora Dona Leonor os quaes o dito
Senhor Duque de Medina Iha praz pagar inteiramente e os uezoito con-
tos da o dito fenhor Duque dc Medina do feu como dito he e pois o
dito fenhor Duque de Medina paga dies oito contos que a fenhora Du-
fua may mandou dar a dita fenhora D. Leonor fua ncta enten-
j quc fenom poflao roais pedir os ditos oito contos dos bens da
dita fenhora Duqueza fua avo pois que fe pagam como dito he pcllo
dito fenhor Duque de Medina os quaes vinte feis contos ao dito fe-
nlior Duque de Medina Sidoiiia pras quc o dito fenhor Duque de Bra-
ganfa c dc Guimaraes e a dita fenhora Dona I/Conor (ua filna os haja&
em tal mancira que fallecendo ellc dito fenhor Duque dc Medina fem
dcllc ficarem bens perque a Icgitima da dita fenhora Dona Leonor
polTa mais haver dos dezoito contos quc Ihe cUc da allem dos oito
que Ihe da pellos que Ihc leixou a dita fua avo quc ella haja toilo o
quc Ihc roais pertcnccr inteiramente c fe hy nom liouvcr tantos bens
perque ella poUii haver mais c os outros herdciros fiqucm defraudados
da legitima quc em tal cafo cllc (jucr quc ella haja alTy todavia os di-
tos dezoito contos como os oito lem Ihe podcr fer pedido ncm deman-
dado delles nada por feus Irmaos nem herdciros ncm por outra pefToa
algua c ella nom fer o’'rigada a rcftituii,am de parte algua dos ditos
vinte feis contos ncm tornalos a cola«,’a6 ncm Ihc ferem craputados na
dita fua legitima os ditos oito contos porque com efta condigab fe af-
fentou c concertou eftc cafamento e por mavor feguranâ efpccial-
mente obriga alTy odito fenhor Duque dc Medina o tcrijo cquinto dc
feus bens e fc nccclTario he melhor aa dita fenhora Dona Leonor fua
filha em tanta parte do terco c quinto dc feus bens quanto feja meftcr
pera feguridade do fobredito. Item foi confeitado c alTcntado antre
os ditos Procuradorcs que o dito fenhor Duque de Biaganca c dc Gui-
maracs per honra da peflba da dita fenhora Dona Leonor^ Ihe dem cm
airas linco milhocs dc maravedis as quaes ella ha dc ganhar c ganhe fe-
gundo forma enianeiva que perdircito comum efta detreminado. Item
para feguridade do dito dote c arras o dito fenhor Duque de Bragan-
â
by — lOgl
f
1 6 Turovas Jo Liv. VI, da Hijlorla (jeneahîca
9a e de Guimaracs dara hum cento c mco de renda que elRey nofTo fe-
nhor ha de dar per vintc hum contos one ha de receber do dito dote
epellos outros unco contos darras Ihe oara apenhor as Villas deSou-
zcl ede Alter com fuas rendas ejurdiâo e per mayor figuiidade dos
vinte hum contos fc per ventura elRey os derquitane ou fe gaftaffem
em maneira que fe nom podellcm haver pcilos bens patrimoriaes que
as Villas dc rortel cBorba fiquem olirigadas aos ditos vinte hum con-
tos com fuas rendas e jurdiâb perque a dita fenhora Dona Leonor as
tenha e haja as ditas rendas dcllas fern defcontar athc que feja paga
dcllcs. Item differao os ditos Procuradorcs concertarao e arfentarab
que acontcccndo o que Dcos nom mande quo a dita fenhora Dona
Leonor fallcccITe primeiro que elle dito fenhor Duque dc Braganâ e
dc Guimaracs ante que fc conlirmafl'c o dito inatrin onio quo cm tal ca-
zo haja dccazar c caze o dito fenhor Duque deBraganqa edcGuima-
maraas com a fenhora Dona Mccia filha iegunda do duo fenhor Du-
que dc Medina com a qual fe comprira todo o contheudo nelle con-
trauto damballas partes eftanJo a dita fenhora Dona Mccia per cazar.
Item fbi concertado c alfentado que o dito fenhor Duque de Medina
haja de entregar e entregue a dita fenhora Dona Leonor fua filha a fe-
nhora Duqueza de Braganâ daqui athc fim domez deMarco prinici-
ro quo vcm pera que clla a tenna e cric atlie fer cm idadc pera que
com a graâ de noll'o Senhor haja dc cazar para entab fe fazer o di-
to cazamento c pera ifto o dito fenhor Duque de Medina haja dc cn-
viar coino pertence a tal pclfoa athe a raya antre Portugal cCaficlla
hondc o dito fenhor Duque de Bragan9a e dc Guimaracs e a dita le-
nhora Duqueza fua may a hajaft dc rrandar rcccbcr ermo fcmilhantcs
elToas convem. Item foi mais acordado e alfentado antre os ditos
f rocuraJores que acontcccndo que Dcos nab mande que por fallcci-
mento do dito fenhor Duque de Medina nab ficalfe filho barab lidi-
mo quo hcrdalTc fua Caza e porqiic fua fubedfab he de direito e ha
de ficar a dita Dona Leonor lua filha e ao dito fenhor Duque de Bra-
e 1
e dc Guimaracs que entbees dies ambos tendo dous filhos as
de leixar apartadas a cada hum fua caza para que dy cm dian-
tc andafl'em nos fuccclforcs e cada hum dcllcs c fe mats quizerem que
herde ambas as ditas caz-as hum dos ditos filhos ifto feja com obriga-
cab de tal refidir naCaza demedina Sidonia eviva la fealRcy nolfo
Icnhor ou ao Rev dc Portugal que entab for dilFo prouver e outro tan-
to fcfaca havendo filhas em defeito de filhos barocs e nom havendo
mais dc hum filho barab entab fique na vontadc do dito fenhor Duque
tic Bragan9a c dc Guimaracs e da dita fenhora Dona Leonor fua itiu-
Ihcr ordeiiarcm o que fc faâ ao diante como Ihe bem parecer e todas
as ditas cotizas c caila hiima dellas como ditas c apontadas c ordenadas
fam os fobreditos Procuradt'rcs por virtude e poder das fohreditas Pro-
curaôcs pellos ditos fenhores Duques a dies feitas cada hum por fua
parte aprovarom c louvarom c ratheficaram e heuverab por firmes e ra-
tas gratas e aprovadas e promctcrab de as ter c mantcr c comprir c nom
hir contra ellas cm parte ncm cm todo fobpena da parte que contra
cllo lor pagar cm nome dc pena e intcrccc dez mil auzadcs aparte-
teiite
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.
da Cafa âl ‘Portuguei^â, 17

tmte e guardante aqual penna pagada ou nom pagatla toda via efte
contrauto feja fimie e cm todo feu vigor e pcra fiûranâ das ditas
couzas c cada hu^ deltas obrigarom allcm do que ailima ja ella obri-
eado exprc9 amentc asditos Procuradorcs em nomc dosditos fenhoicf
Duqucs feus conftituintes todos feus bens movcis c de rais e terras da
Coroa do Regno erendas deltas havidas cpor haver c dctodas asdi>
tas couzas como palfaram antre dies foy concordado confertado c af-
fentado os ditos Procuradorcs pcdiram a mim publico notario aflima
nomcado que ficlmcntc todo efcrcvefe cm mcu livro dc nortacolo hon-
de as teftimunhas que prefentes fora6 fizcfle aflinar c dcpois fob meu
publico e colhimado delfe a cada hum aquellas efcrituras que compri-
doiras c nccdlarias Ihc folfcni fcito dia e mcz c era fufo dita Teftimu-
nhas que a efto prezentes forom o Bacharcl Fcrna6 dc Moracs ouvi-’
dor da Caza do dito I’cnhor e Diogo Pircs Contador das fuas terras e
Diogo de Moracs Cap'dlao do dito fenhor c cu fobredito notario pu-
blico gcral por authoridade real em feus Regnos e fenhorios que de
meu officio e mandado das ditas partes c Procuradorcs que efto efere-
vi c a todo prezente ftiy chamado e rogado e eftc eftromento tircy da
nota c por verdade dc meu publico final fiz que tal he E depois defto'
no dito dia na cidade dc lisboa nas cazas da Ravnha Dona Leonor nol-
fa I'cnhora que eftam junto com fanto Eloy fionde hora pouza o fe-
nhor Duque de Braganca e dc Guimaraes fendo hy de prezente e iflb
mefmo o Comendador Pero Deftupinhafi em prezenâ de mim notario
publico gcral e das Teftemunhas adiantc nomcadas , c outro fy Icndo
ny prezente Dorn Diogo Pinheiro Vigairo de Thomar polios podercs
feguintes que o dito Comendador moftrou dos quaes o thcor defies
hum apoz outro ao diantc va6 elditos tomou as maos ao dito Pero
Deftupinha6 Comendador e illb mefmo ao dito fenhor Duque c per'
nieo do dito Comendador rcccbco a fenhora Dona Leonor dc Men-
donqa filha do Duque de Medina Sidonia per palavras dc prezente fo
gundo forma da fanta Madre Igrcja dc Roma com Dom Tames Du-
ue dcBraganqa ede Guimaraes codito fenhor Duque de Braganca c
3 e Guimaraes per meo do dito Pero Deftupinhafi recebeo a dita fenho-
ra Dona Leonor dcMcndonqa per as ditas palavras de prezente ede to-
do como fe ifto palFou mandarom a mim notario que o efcrevcire affy
e cu Pero Vieira que efta eferevi Dos quaes podercs o thcor defies
he o que fe ao diantc fegue Sayba6 quantos efta Carta virem como
cu Dom â& dc Gufmao Duque dc Medina Sidonia Condc dc Nebra
fenhor da nobre Cidade de Gibaltar por quanto o muito alto c muy
poderozo fereniftimo fenhor Dom ManocI Rcy dos Regnos de Por-
tugal c a muy alta e muy poderoza lercnifiima Raynha Dona Leonor
molher do muy alto e muy poderozo fereniffimo fenhor Rcy Dom
Joaf) Rcy que Ibi dos ditos Regnos de Portugal da glorioza memo-
ria que fanta gloria haia c a muy Illuftriflima I’cnhora Iftantc Dona
Beatris dc Portugal camuy Illuftre fenhora Duqueza Dona Izabel dc
Portugal may do Illuftre i'enhor Dom James de Portugal Duque de
Jlraganqa cmy Iccontrauta cazamento Deos querendo Icgundo orden
daianta Madre Igrcja do dito fcuJ-.or Dora James Duque deBiaganqa
Tom. IV. C com
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i8 7rovas doLiv.VL daH'ijlorla (jenealogica
com Dona Lconor dc MenJonâ minha filha Icgitima e da Duqueza

Dona Izabcl deValafco niinlia molher que fanta gloria haja eporque
aditaDona Lconor minha filha Ihcpras chc contentc dodito cfpo-
zoiro c cazamcnto c que haia elTcito porcm cu polla prezcntc cm no-
mc da dita Dona Lconor dc Mendonca minha filha e alTy como feu pa-
dre Icgitimo amcnillrador qiic fain dc foro c dc dircito e fob cujo po-
dcrio paternal a dita minha filha clla outorgo c conheijo e dou c ou-
torgo todo meu livre emcro comprido podcr fegimdo que ocu hey
e dc dircito mais deve valer ao ComenJador Pero Deftupmhab Caval-
Iciro dcminlia Caza efpecialmente pera que polla dita Dona Lconor
minha filha e cm feu nome fepofla tomar etome asmao^ com odito
fenhor Dom James dc Portugal Duque dc Rraganâ c fedefpozar c
defpoze com ellc cm nome da dita minha filha e outorgar c outorgue
porfua efpoza e molher fegundo ordem da fanta Madre Igrcia de Ro-
ma e o dito Comendador Pero Delhipinhaf) outorgando a dita Dona
Lconor minha filha por efpofa c molher do dito fenhor o fenhor Dom
James Duque de Braganâ como dito he e o dito fenhor Dom James
rcccbcndo as ditas pallavras e ontorgandolTc por cfpozo e marido da
dita minha filha fegundo ordem da I'anta Madre Tgi cja cu defdagora por
eftonces c dcftonces por agora cm a mclhor forma e maneira que polTo
e de dircito devo outorgo a dita Dona Lconor minha filha por efpo-
za e molher do dito fenhor Dom James Duque dc Bragan9a fegundo
ordem da madre fanta Icrcja dc Roma bem a(Ty e tab compridamentc
como fc a dita minha filha pcfl’oalmcnte com ellc tomalTe as maos c
defpozafe e a todo ellc prezcntc folTe e pofia tazer c faqa fobre a dita
razab todollos autos c dcligencias c folenidades a cllo convenientes e
pcrtenccntes e fazer c dizer e razoar todas outras couzas e cada huS
dellas que cm nome da dita minha filha faria ediria crazoaria prezen-
tc fendo ahinda que fejao taes e dc tal callidade , que fegundo direi-
to demandarem e requeirab haver em fy mais cfpecial poder c inanda-
do da minha prezenâ pcfibal c tab comprido c abaltantc podcr cu
hey e tenho dc dircito fc lequcre para o que dito he outro tal c tab
comprido e abaftantc elTe mefmo Ihc outorgo c dou cm nome da dita
minha filha e o dito Comemlador Pero Deftupinhab com todas fuas
incidcncias e dependencias econcxidadcs e outorgo cprometo no dito
nome dc o haver por firme evallcdoiro e dc nom hir n-m vir nem
alTy mefmo a dita minha filha nom hira nem vira contra cllo nem cm
iartc dcllo pello remover nem pcllo desfazer em iviizo nem fora del-
fc cm tempo algd nem maneira fob cxprcija obrigaâb que para cllo
faô de meus bens movcis e dc rais havidos e por haver cm fim’cza do
qual outorguei efta Carra de podcr ante oEfcrivab publico eTeftimu-
nhas a fufo eferitas e afirmey de meu nome quo foi feita e outorgada
cm a muy nobre c leal Cidadc dc Scs’ilha fabado treze dias do mez dc
Junho Anno do nafeimento de nolfo fenhor Jezu Chrifto de mil qui-
nhentos annos o Duque c Teftimunhas que a efta eferitura forab pre-
zentes Joab de Murgua e Affongo dc Fumiizcllo ambos Efcrivacs em
Sn ilha e Bertholomcu Sanches de Porras Efcrivab publico de Sevilha
que a fez. Saybab quajitos cila Carta virem como eu Dona Lconor
I'
Digiti7r-d
da Cafa %eal Tôrtuguesâ. l ^
dc Mcndonâ filha Icgitima do muy Illuftre e muy magnifco fcnhor
Dom Joa& dc Gufma6 Duquc de Medina Conde de Nebra lenh^r da
nobrc Cidade de G'ilbaltar e da Illuflrc lenFrra Ti’qL'eza Dona Izabel
de Valal'co I'ua Icgirinia molher qiic fanta gloria haja por quanto c o
muy alto c muy podciozo e lerenill iro fcnhor Dom Mannel Rcy dos
Regnos dc Portugal e a ir uy alta c muy poderoza fcrcniflima fenho-
ra Raynha Dona Lconor molher do muy alto e pcdcrozo fereniflimo
fcnhor Dom Joa6 Rey que I'oy dos ditos Regnos de Portugal da glo-
riol'a memoria que fanta gloria haja e a muy Illuflrilllma Icnhora If-
fante Dona Beatris de Portugal e a muy Illume fenhora Duqueza Do-
na Izabel dc Portugal madre do Illuftre fcnhor Dom
James de Portu-
gal Duquc dc Braganâ e o dito fcnhor Duquc meu padre fe contrau-
ta cazamento Deos querendo I'cgundo ordem da fanta Madre Igrcja do
dito fenhor Dom
James Duquc de Biaganâ com my dita Dona Leo-
nor de Mendonâ e porque a my me pras c I’am contenta do dito efpo-
zorfo e cazamento fobre o qual por eu fer mayor dc fete annos e
menordedoze por o Illuftre einuy Rcvcrendiflimo fcnhor Dom Dio-
go Furtado de AIcndonca pella mizaraija& divina Patriarca dc Alexan-
dria Arcebifpo de Sevilna me foi dada e concedida certa licence c fe-
culdadc para que polTa conftetuir por meu Procurador efpccialmente
deputado pera o fobredito a lo Comendador Pero Dcftripinha& Caval-
leiro daC^ do dito fenhor Duque meu padre que efta licenâ efert-
ta empapele firmada do nome do dito fcnhor Paii iarca c afl’cllada com
o feu fcUo de ccra vcrmclha e referendada do feu fccretario e notario
apoftolico efeu thcor he efte que fefegue. Nos Dom Diogo F'urta-
do dCiMcndonca polla mizeraâb divina Patriarca dc Alexandria Arcc-
biJ'po de Sevilna por quanto por parte da fenhora Dona Lconor de
Mendonâ filha legitima do Illuftre fcnhor Dom Joa& dcGufmab Du-
que dc Medina Sidonia Conde de Nebra fcnhor da nobre cidade de Gi-
baltar e da Illuftre fenhora Duqueza Dona Izabel de Vcllafco fua Ic-
gitima molher ja defunta que lanta gloria haja nos he feita Rclla9a6
que fc ha tratado e trauta Jefpozxruo e Cazamento antre o Illuftre fo-
nhor Dom James de Portugal Duquc dc Braganija c da fenhora Dona
Lconor oje que a dita fenhora he menor de doze annos c mayor de
I'ctc quer conftituir e conftitue nor procurador el’pccia'.mentc deputa-
do para o fobredito ao Comendador Pero Deftupinhab Contador do
dito fenhor Duquc de Medina Sidonia e Cavalleiro de fua Caza po-
remde porque para ello ha meftcr nofl'a authoridade de nos por apre-^
zente cm a melnor via c forma que podemas edevemos dcdircito an-'
trepoemos nofta authoridade pera o fufo dito e damos licenâ c facul-
dade a dita fenhora Dona Lconor para que pofta deputar c conftituir
ao dito feu Procurador edefto Ihemandamos dar efta nofta Carta fob
a forma nella contheuda af rmada do noftb nome e aftcllada do noffo
felfo e aftinado do notairo apoftolico a fufo eferito noftb Sccrctaiio
Que be fcita cm a dita Cidade de Sevilha a doze dias de Junho Anno
00 nafeimento do noftb Salvador Jezu Chrifto dc mil quinnentos annos
convem a labor Patriarca A. Hilpal. por mandado do Patriarca meu
fcnhor Joab Dalmaâo fecretario notario apoftolico por ende cii dita
'
Tom. I V. C,ii Dona
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2o Turovas do Lh. VI, da Hijlorla ênealo^ca
Dona Leonor deMendon(ja porvirtude dadita I'tccnâ efaculdadc em

a melhor forma que polTo e de direito devo por aprezentc outorgo c
conlicgo quc dou e outorgo todo meu livrc e vallcdoiro comprido po-
der fcgundo que o eu hey c de direito mais dcve vallcr ao dito Co-
mcndador Pcro Deftopinha& efpecialmente porque por my e em meu
nomc fe pofla tomar e tome as maos com elle dito Illuftre fcnhor D.
James de Portugal Duque de Bragan9a c fe defpozar c defpoze com
elle cm meu nome e me outorgar c outorgue por I'ua cfpoza c molhcr
fegundo ordem da fanta madre Igrcja de Roma e o dito Comciidador
Pcro Deftopinhao outorgandome por cfpoza e molher do dito fenhor
Dom James Duque dcBraganâ conio dito he e odito fenhor Dom
James rccebcndo as ditas pallavras ou outorgandolTc por meu cfpozo
c marido fegundo ordem da fanta Madre Igrcja cu defdagora por ef-
toiices e de cftonces por agora me outorguo por fua cfpoza c molhcr
1 ‘egundo dito he e bem ally e ta 6 compridamente como fe pelToalmcn-
tc com o dito fenhor Dom James me tomafle as maos c defpozafcm c

a todo cllo prezente fofle c polTa fazer c faca fobre a dita razao to-
dollos autos e dcligcncias c folemnidadcs a ello coiivenientcs e perten-
centes e fazer e dizer e razoar todas as outras couzas c cada htja dellas
que eu mefma faria c diria razoaria prezente fendo ahinda que fejab
taes e de tal callidadc que fegundo direito demandem e requeiram ha-
ver mais clpccial podcr c maiidado ou minlia prczen9a peltbal c com
comprido e abaftante poder cu hey e tenho por ao quc dito he outro
tal e tab comprido outorgo c dou ao dito Pc*ro Deftupinhab com to-
das fuas incidencias e dependencias e conexidades c outorgo e prometo
de haver por firmc c por ellavcl e vallcdoiro e devain hir nem vir con-
tra ello por remover nem desfazer cm juizo nem fora dcllc em tempo
algum nem por algda mancira e rcnuncio a ley dos F.mpcradores Jufty-
ayno e Veliano que lam em favor e ajuda das molhcrcs quc me nom
valha nefta rezab por quanto o Efcrivab publico afufo eferito meper-
cebeo dellas em efpccial nefta rezab em hrmeza do qual outorgucy efta
Caita dc poder ante o Efcrivab publico e teftimunhas adiantc eferitas
cm ciija prczen9a a firmey dc meu nome que he feita cm a Villa de lab
Lucar dc Barramcda a dezafete dias do mes de Junho Anno do nafei-
mento dc nolTo Senhor Jezu Chrifto dc mil quinnentos annos a fenhora
Dona Leonor Teftimunhas que foreb prezentes o Capitab Bcrtholq-
meu Deftupiam e Gon9alo Carrilho Capellab do fenhor Dom Hcnri-
que eAffon90 Pacs Efcrivam Publico defam Lucar dcBatTamcda por
o Duque feu fenhor a fez Teftimunhas que ao dito Cazamento foram
prezentas Dom Joab Conde dc Penclla c o dito Lopo dc Soufa ayo do
dito fenhor Duque dc Bragan9a e Pero de Caftro e Henrique dc Eiguei-
redo fidalgos da Caza do dito fenhor c Femab dc Moracs Bacharcl Ou-
vidor da Caza do dito e outros e eu Pedro Vieira notario publico gc-
ral por ElRey nollb fenhor em todos feus Regnos e fenhqrios quc a
todo prezente fui quc a efto eferevi c aqui meu final publico fiz que
tal he. Pedindonos os fobreditos Duque deBragan9a e Duque dc Me-
dina pcllo dito feu Procurador que Ihe confirmacemas e louvalTemos c
aprovaiemos o dito Contrauto de dote c Cazamento c arras e renun-
cia9ab
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r
. dii Cafa %eal Tôrtuguei^d, 21

daâo e contentamcnto com todas pautos convencas con-
as claufulas
diôes e eilipulaôcs juramentos em o dito contrauto contheudas e fo-
pnfemos no dito Contrauto qualquer folemnidade ou defeito que fof-
Cc dereito que contra o dito contrauto em alfûm tempo fe podelTe al-
legar o qua! Contrato vifto per nos todo lido e cxaminado e entendi-
do feito antre as tacs partes foi f'eito com nofla authoridade e todallas
couzas em ellc contheudas fe fizerao com nolTo prazer c confentimento
e pera todo primeiro demos licen(ja c nos em pclToa havemos entendi-
do em todo fentindo-o alTy por I'ei viô de Decs e nolTo e bem das par-
tes querendo fazer graga e mercc aos fobreditos por efta prezente ou-
torgamos o dito Comtraiito com todallas claufulas pautos convencas
condigocs e juramentos ncllc contheudos c dc nolTo proprio moto cer-
ta fciencia livre vontadc e podcr real e abfoluto o aprovamos e con-
firmamos e ratificamos e louvamos havendo por firmes todallas clauzu-
las e condiôes e conven9as c cada hua dcllas no dito Contrauto con-
theudas fern embargo de todas as lex dercitos Cives e Canonicos gro-
fas opinioes de Doutores Ordena9oes cartas fcnten9as dctrimina9oes e
Capitulos de Cortes gcracs e elpeeiacs que em contrario defte Con-
trauto confirma9am e procura9ao delle lcja6 ou ao diantc forem por
quanto todo aqui havemos por expre90 e efpecialmente renunciado e
calfado anulado c dc nenhum vigor e for9a quanto he ao dito Contrau-
to e Confirraa9a6 dellc nao valler ou mcnos valler cm parte ou em to-
do alfy como fe todo affentado nomeado e declarado fofle fuprindo
todo faUecimento de mayor idade ou outra qualquer couza de teito ou
de direito que necelTario feja pera o dito Contrauto e Cazamento do-
te c arras e a renuncia9a6 prometimento firmc fer e mais valler e
louvando o dito Contrauto e havendo por firme no mclhor modo e
forma que fer poffa ou per pallavras dcclararfe polTa alTy e polla guiza
modo e maneira que fe em cllc conthem fern mingoainento algum e
quereraos que o notario que o fez nom haia por cllo penna algua. con-
tneuda cm noffas Ordenaqoes por fazer alfy o dito Contrauto firmado
per juramento dos fobreditos por quanto nos demos licen9a para iflb
e o havemos p>or fervi9o dcDcos enolTo e emTeftimunho de todo man-
damos fazer efta Carta per nos affinada e alTcllada do noflb fello de
chumbo a qual mandamos que fe cumpra e guardc como nella fe con-
them. Dada em a nolfa Cidade dc Lisboa aos quatorze dias do incz de
Setembro Antonio Carneiro a fez Anno dc nolTo Senhor Jezu Chrifto
de mil quinhentos annos.
Carta dclRey D. Manoel ^ em quefaz merce an T)iique D. Jay me

das dizimas novas y e vellias do yejeado de Lisboa. Efid m
Cartorh da Caja de Braânqa , maqa de Doagdes an-
tigas.
D
j
ta
Om ManocI pergra9a dcDcos Rcy dc Portugal , edos Algart’cs^yiXj,
^'daquem e dalem mar em Africa , Senhor dcGuine ; A quantos ef-
nolTa Carta virem fazemos faber , que por parte deDom James Du-
que
*
'
10 I.
/
'
cC'
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, ,
22 ^rovas do Lh. V1 . da Hijloria (jenealoyca

gue de Braganâ e dc Guimara& &c. mcu muito amado , e prczado
,
lobrinho , nos foy apprci'cntada hua Carta dclRcy D. Eduarte mcu
Aco cuja alma Deos naja alfinada per die , c all'cllada do feu fcllo de
chumbo , da qual o theor tal he , como fe ao diantc fegue. D. Edu-
te pclIa graca dc Deos Rey dc Portugal , e do Algarve e Senhor
,
de Ccita ; A
quantos efta Carta virem fazemos faber , que o Conde
dc Ourcin meu fobrinho ,
nos moftrou hua Carta dc D. Nuno Alvrez
Pereira CondcPablc feu Avo ,
da qual o theor tal he como fe fegue.
A quantos efta Carta dc doaâo virem o Condeftablc vos faô faber
que por quanto a Deos prouve de me dar tres nettos filhos do Conde 1
1 j. AlFonlb
,
c da Condelfa D. Breatiz Pereira minha filha , cuja alma
Deos haja. §. D. AfFonfo quo he o mayor barao, eDom I cmando, e
Donna Ilabel , aos quaes uc dircito pertcncia a hcranâ dc quaefqucr
bens patrimoniaes que eu ouvelFe depois de minha mortc , c porque to-
dallas terras
,
rendas , cbens , ou a mayor pai te delies que cu cv, c fo-
ra6 da Coroa do Rcyno , de que me Deos , c men fenhor ElRey ha
feita mcrcc pcllos fervigos que a Deos aprouve de llie cu fazer , e
porque ElRey mcu fenhor me ha feita mcrcc per fua (ârta que me
Ibbre cllo mandou ilar , que cu polFa fazer doaîo , c doayocs de to-
dallas terras
,
e quintas , rendas , c dircitos de que me elle ha ieita mer-
ce a quaefqucr pclFoas que a mj prouver que as haja6 , pclla guila que
Ihcs eu dcllas hzer doa^-a& , c as cu delle cy , fegundo mais compriila-
mente na dita Carta he contheudo , per vertude da qual Carta eu das
ditas terras
,
quintas , rendas, c dircitos polTa fazer as ditas doaôes a
uem me prouver , c muito mais com raiao o polTo , c devo lazer aos
Sitos mens nettos , porem confirando o grande devido que comigo
hao , c como hajao de viver bem , e grandemente como homens de feu
eftado , e que poftao bem fen ir a meu fenhor ElRey , c o Ift'ante mcu
fenhor , c os que depois delle vierem como a dies cabe , e fa6 theudos
dco fazer, ordenei derepartir as ditas terras, c rendas, c dircitos fe-
gundo entendi que era igualcz.a , e per podcr da fobre dita Cai ta de
meu fenhor ElRey dou , e fago pura , c irrevogavel doagab antre vi-
vos valcdoura deftc dia para touo fempre que nunca polFa fer revo-
gada , ao dito Doin AfFonfo mcu netto pera ii e pera todos feus filhos,
e nettos que delle defeenderem que fcja6 lidimos , dc todallas terras
uintas , rendas , c direitos , foros , e tiebutos , c paôs adiante dcclara-
a os. §. A Judaria daCidade de Lisboa comfuas rendas, c dircitos, e
pertenâs , e flos metis pa 9 os da dita Cidade com fuas cafarias , c per-
tenâs , e de todollos Reguengos do termo da Cidade dc Lisboa. §. A
Charnequa , e Sacavcm , Camarate , c o cathcjal , e unhos , e fricllas , c
a ribcira do fal com fuas rendas , e direitos , e do meu lugar , e reguen-
go dc Colarcs com todos feus direitos depois da morte dc minha madre
a quern eu dello ey feita doa^6 cm fua vida fegundo he contheudo
em hua doaâb que Iheaelle fiz, cdobarco de Sacavcm comfuas ren-
das , e direitos depois da morte de Gil Aires meu Criado a que dello
cy feita doaâb em fua vida , fegundo he contheudo cm htia doaâb
que Ihe dello fiz , e das rendas , c direitos dc rio mayor depois da mor-
te dc Pedro AfFonfo do cafal , e de Ignes Pereira fua molncr meus ir-
mabs
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,
da Cafa Hâl 7*ortugHeâ, 23

maos a qiie eu das ditas rendas , e direitos tenho fdta doa9a6 em fuas
vidas fcgundo he conthcudo nadoa;a6 quelhedello fiz, edo rcgucn-
go de Alviella termo de Santarcm dcpois da morte do dito Gil Aires a
ue ddle tambem he feira doa9a6 ein Cua vida fegundo fe conthem na
3ita doaâd ûe Ihcdclle fiz, edoCondado, e Villa deOurem, ede
Porto de mos com todallas rendas , e direitos que cu em ellas e cm
,
feas termos ey , ededireito devo daver das qûacs Villas, elugares,
,
rendas , e direitos , e reguengos , e pagos Ihe fa§o doaâo com todas
fuas rendas , e direitos , foros trebutos , Jurifdiôeas , Civeis , e Cri-
,
mes ,
c dos Caftcllos das mcnagens dos ditos lugarcs onde os ouver e
,
dos padroados das Igrcjas das ditas Villas , e lugares que haja todo li-
vre ejuntamente de Juro, ede herdadc mero mixto impcrio pera to-
j
do lempre , pera ellc , e pera todos feus defeendentes que depois del-
Ic vicrem, afli , e pcla guifa que eu todo ey
,
emc meu fenlior ElRey
dello ha feita mcrcc , e doa9ocs , c melhor fe poder fer c porem man-
,
do aosmeus Almoxarifes, cEferivaes, eaosjuizes dos ditos lugares, e
a oufros quaefquer a que efto pertencer que meta6 logo empolTe das
ditas Villas , e lugares , rendas , c direitos , reguengos e paôs , e pa-
,
droados de Igrcjas , o dito D. Affonfo meu neto , ou leu certo Procu-
rador , e Ihe acudao , c fa9a& acodir com todo bem , e compridamente
e \hcs obedc9a6 como amjm mefmo obcdcciafi, elhcsdeixem todo ha-
ver compridamente fern nenhum embargo e fazer de todo , c cm todo
,
como de coufa fua propria porque cu Ihe faô de todo doa9a6 o mais
firmementc que lha fazer polTo , a qual doaâb Ihcfaô per a guifa que
dito he , com condi9a6 que clle na6 bulla em nenhua guifa com as
rendas, e direitos de que eu fiz doa9a6 aos fufo ditos fena& as fuas
mortes como nas dnaôens que Ihe fiz he conthcudo , e com condiâo
que /e o dito D. Affonfo falecer per morte fern filho , ou filha lidimos
que as ditas Villas, elugares, reguengos, rendas, e direitos, epaôs.
e padroados de Igrcjas que fique todo ao dito D. Fernando feu irmao
ireu netto , e delle fiqucm a feus defeendentes , e fe o dito D. Fernan-
do falecer fern filho , ou filha lidimos que fique todo a dita D. Ifabcl
fua imia minha neta , e della a feus defeendentes , c a dita hcran9a na6
pafl'e a outra parte , c em tcflcmunho deflo Ihe mandey dar efta ('arta
de doacao , aflinada por minha ma6 , e affellada do meu fcllo , dante
em Rorba a quatro dias dabril o Condeftablc o mandou Gil Ayres a fez
era de mil e quatrocentos feffenta annos. E pedindonos de mcrce o
dito Conde que Ihe confirmaffemos todo efto , conthcudo na dita car-
ta , por quanto fora dado , e outorgado de Juro , e de herdade por o
muj vertuofo , e de grandes vertudes ElRey meu Senhor , c meu Pa-
dre ila muj gloriofa memoria cuja alma Deas haja , ao dito Condefta-
Wc feu Avo, cante que Ihefobre ello deffemos outro livramento fize-
mos perante nos vir as cartas que o dito Senhor Rey fobre efto dera
ao dito Condeftablc, as quaes examinadas, e viftas per nos, conciran-
do a rezaA de feus mcrecimcntos , e devido grande de nature?^ que
comnofeo ha , nos move a Ihe finnar, e reformar todas as ditas doa-
900ns y previlegios , gra9as , merces , e libcrdadcs de nolTa certa feien-
cia , proprio nioto , real auchoridadc , c podcrio abfoluto , Ihe ou-
torgamos.
,,
24 Trov^ doLh.Fl. daHifloria (jeneah^tcA

torgamos , e confirmamos as Villas , Caftellos , terras , e Julgados
coutos, honrxs, e Jurifdiôcns, padroados, rcndas , edircitos, foros,
c trebutos , pclla guifa , c com todallas claufullas , e condiôcns con-
theudas em a dita Carta uue llic foy dada , c outorgada pcllo dito Con-
ddlablc leu Avo cuja alma Dcos haja ; Porcm mandamos a todollos
noflbs Ouvidorcs, fobrc Juizcs , c Corrcgcdores , Juftiijas, c Veado-
rcs da fazenda , Contadores , Almoxarifes , e quacl'quer outros officiacs
prefentes, cque ao dcpois frrcm a quo efto pmencer que nafi embar-
gucm , nem confcntao cmbnrgar ao dito Conde dc haver as Jurifdiôcns,
direitos ,
rcndas ,
foros ,
trebutos das Villas ,
Callellos ,
terras , c Jul-
gados ,
Coutos , c honras I'obredittos , c uzar dellcs per fi , c per feus
officials fegundo fccontem cm a ditta Carta, mas antes lhaguardem,
efaâo todos bem giiardar fern outro algum embargo que a cllo po-
nhao , c cm teftcmiinho defto llic mandamos dar efta noll’a Carta alR-
nada per nos, ealfellada donoH'o fcllo dochumbo dantc cm Santarem
a vintc e quatro dias de Novembro ElRey o mandou Ruy Calvao a
fez era do nafeimento de nofTo Senhor jefus Cliriflo dc mil quatrocen-
tos trinta c tres annos. Pedindonos o dito Duque meu fobrinho por
merce que Ihc contirmalTemos a ditta Carta, e lha ouvelTcmos porcon-
firmada , alii como nclla era contheudo , c villo per nos feu requeri-
mento, equcrcndolhc fa/.cr graâ, cmcrcc, temos por bem, elhacon-
iirmamos , c havemos por confirmada , afli , c na maneira que fe cm clla
contem tirando fomente a Villa dc Ourem que queremos que fique dc
fora , c fc mifter faz , vifto o de\ ido que o dito Duque meu fobrinho
comnofeo ha , c aos muitos fervi90s quo os dondc cllc defeende a Co-
roa de nolTos Rcynos fizerao , c alii aos que ao diantc dcllc cfperamos
rcccbcr , com outros bons refpeites que nos a ello movem, equeren-
dolhe fazer graâ , c merce de nollb moto proprio , certa (ciencia , li-
vre vontadc , poder real , e abfoluto Ihc damns , e doamos , e fazemos
pura , c irrcvogavcl doa^-ab , e merce dcftc dia pera todo fempre , pera
die , c todos feus herdeiros , e fucccITorcs , c dcfccndcntcs dc todo o
cm a dita Carta contheudo , pella guifa , c maneira que cm ella faz
mcnâo tirando a dita Villa de Ourem como ditto he, e porcm manda-
mos aosVcadorcs denofl'a fazenda, caonolTo Corregedor da Comar-
ca, Juizes, Ju Iliyas , Contadores , Almoxarifo , Eferivaes, e pcIToas
outras i que efta nolfa Carta for moftrada , c o conhccimcnto della
pertcnccr que faâo comprir , c guardar efta nolTa Carta dc confirma-
9ao , doagao , e merce am como per nos he mandado , dado , confir-
niado fern embargo de quacfqucr Icis , grofas , c ordenaôens , foios
fa9anhas , e opiniocns dc Dodcrcs , capitolos de Cortes , que contra
dio fcja 6 , porque cm quanto c<>ntra efto fbrem os avcir.ns por revo-
gados , c annullados , c dc nenhum vigor , c queremrs que efta nolfa
Carta valha, etenha afli como nellc he contheudo, metendo logo de
polfc o ditto Duque meu fobrinho de todo o que ditto he , como per
nos he mandado; E por efta ilfo mclmo Ihc dames lugar, c authori-
dadc que ellc per fi , c per feus officiaes pofia , c tome , c mandc tomar
a polfe das dittas coufas conthciidas na ditta (iarta , c dc catla hda del-
las, aqual queremos que tcnlia, c valha, caja vigor, ceft’eito como.
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,
"
da Cafa %eal Tôrtuguesâ. " ij
fc per authoridade de noflas Jufti9as fefizdTe, por quanto afli o ave-
mos por bcm , e he nofla mercc , c cm tcftemunho , e por firmeza dcllo
Ihc raandamos dar dla Carta per nos aflinada , e alTellada do noflb fcl-
Jo dc chumbo , dada ein a Villa de Alcouchcte a tide dias de Junho
Gafpar Rodriguez a fez anno do nafeimento de noflb Senhor jefus
Chnfto de mil e quatrocentos noventa e feis. E por quanto o reguen-
go de Collarcs ha muito tempo que anda fora della heranâ , c perten-
ce a Id'antc minha muito airada , c prezada fenliora niadre per bem de
fuas doaôens , e cartas que dillb tern , ilTo mefmo o ditto reguengo
queremos que fique defera, enao entre nefta confiriraâb , cdoaâ^
que afll fazemos ao ditto Duque meu fobrinho , e hora fentindo-o aiu
porfer\'i90 dcDeos, e nolle , ebem dcnoH’os Rcynos ordenamos , c
mandamos que cm elles na6 ouvelfc Judeos , nem mouros , e nos piou-
vc dar, e fatisfazer per nolTa carta as pdfoas que de nos tinliab Juda-
rias , e mourarias outro tanto quanto ellas rendiab. E por quanto o
ilitto Duque meu fobrinlio nos pedio que Ihe delTcmos fatisfaâb da
ditta Judaria , e mouraria ddla Cidade dc Li\boa temos por bem , e
queremos que do primeiro dia de Janeiro que ora palTou deftc anno
prefente demil quatrocentos noventa enove emdiante , die tenha, e
aja dc nos pera me , e pera todos feus hcrdciros , e fucceflbres cm par-
te da fatisfaâb da ditta Judaria , e mouraria as dizimas dos pcfcados no-
\ a
,
e velha da ditta Cidade que fohiab andar na portagem della , era
avrendamento , e Ihe fazemos della pura , e irrevogavcl doa5ab antre vi-
vos valedoura pera die, epera todos feus hcrdciros , efucceflorcs pol-
io modo , e nianeira , e faculdadcs , que die tinha , c avia a ditta Ju-
daria , c mouraria ; A qual doaâb das dittas dizimas llie alii fazemos
com todalas rendas , foros , trebutos , com que fc dlas atequi pera nos
tirarab , c arrecadarab , e com todo o que a nos, e aCoroa ac nolFos
Rcinos pertcnce, coni tcdalas libcrdadcs , franquezas, ifengoens, c fa-
culdadcs com que a nos pollbhianios , e avianios , c queremos , c nian-
damos , que die per fi , e feus Officiaes as raande arrccadar , receber , e
arrendar , c aver conio llic prouver , e por bcm river , e bem alTi que-
remos que os feas Almoxarifcs conhe<;ab de todcllos feitos , prdtos,
c demaiidas que em as dittas dizimas fobrci ierem , para que as julgue
c dctcnninc como achar que he dircito , c dd appellaâo , c aggiavo
pera o Ouvidor do dito Duque meu fobrinho , c do ditto feu Ouvidcr
ira ao Juiz dos noflbs feitos , c outroli nos praz que os feus facadorcs
podab penhorar , e conlVanger , vender , c arrematar os bens dos quo
Ihe devedores forem como per divides noflas , e outroli mandamos per
clla , as noflas Juftiqas, que quando perante osjuizes que conheccni
dos feitos do ditto Duque meu fobrinho for achado que os feus rendci-
ros nab pagab aos tempos que devem , c alguas pclfoas podcrofas fe-
nab quiferem deixar penhorar aos feus Sacadorcs , e os quiferem pe-
nhorar por feu mandado , c de feus Ofliciacs por fei em poacrolbs , ou
llie tolliercm os penhores , que vos Juftiâs ajudeis cs dittos feus Saca-
dorcs a lazer as ditas penhoras , c outroli mandamos as dittas Jufticas

que prcndab os dittos fnis Ofliciacs que dcllc tiverem m.antimeiito quan-
do por ellc for rctiucrido que os maudem prezes onde elle mandar pa-
I'oni- IV. D ra
26 Trovas doUv.VI. daHiflorla ênealogica
ra Ihcs dar feu efcarmento , danJo appellaâo , c aâda fetjundo o ca-
fo for , o que todo afli nos praz fcm embareo de quacfquer ordcna-
ôcns , Icis , grofas , fa9anhas , opinioens dc Doutorcs , cartas , fcnten-
^:is , capitolos de Cortes , que contra efto feja6 , porquc cm quanto
contra efto forem osavenios porrcvogados, eanullados, e de ncnhum
vigor , e iftb mefmo fern embargo da Ordenaij'a6 que ora novamcnte
fizcmos que podeffemos tomar as dizimas dos pefcados d quacfquer pef-
foas a que as dclfcmos dandolhc outros dirdtos reacs porquc qucremos,
e nos praz que a dita Ordenagao fe na& cntcnda no dito Duquc meu fo-
brinho , c porcm mandamos aos Vcadores dc nofla fazenda , e ao noflb
Contador mAr da ditta Cidade , e a todollos outros noflbs officiacs a que
efta nofla Carta for moftrada , c o conlicciracnto della pcrtcncer , que
a faâb comprir , e guardar como nella he contheudo , e mcta& em pof-
fc ao dito Duquc meu fobrinho das dittas dizimas como nefta doaiâo
he contheudo , e por firmeza dcllo Ihe mandamos dar efta nofla carta
per nos aflinada , e aflcllada com o noIFo fello de chumbo , dada em a
Villa dc Sintra a dous dias do mes de Agofto Gafpar Rodriguez a fez
anno do nacimento de noflb Senhor jefus Chrifto dc mil quatrocentos
noventa c nove , e ao p6 da ditta Carta eftavao huas regras pcllo ditto
Senhor aflinadxs , dc que o theor dcllas tal he. E por quanto aofo-
zer defta doa5a6 na6 era feito mafl’a do que rendiab as dittas dizimas
nella contheudas , fcgiindo nofla ordcnan<;a , e defpois de aflinada fe
fez , e por ella fe achou que as dittas dizimas valiao com a dizima , e
faida dos dittos pefcados pera foi-a , per mar , c per terra , e m.irifco
hum conto duzentos c oitenta mil rcis declaramos , c nos praz que cllc
arrecadc , e mande arrecadar a ditta dizima , c faida dos dittos pefcados
per mar , e per terra, eo ditto marifeo pella mancira que ofaz nasou-
tras dizimas que nefta doagab fa6 declaradas , por quanto Inos Ihc da-
mns todo juntamente na ditta contia dos dittos hum conto duzentos e
oitenta mil reis como ditto he j com condiâ6 que fendo cafo que as
dittas dizimas e dircitos fobredittos juntamente mais rendcrem que a
ditta contia que fa9a todo por o ditto Duque , c mande todo arreca-
dar pera fi fegundo forma defla doaâb , e iflb fe menos render que
a ditta contia, nosnao Iheferemos obrigados alhocompoer, eporfir-
nieza dc todo o mandamos aqui affentar ao pe da ditta doaâ6 per nos
aflinado , pera o ter por fua guarda feito em Lixboa a quinze dias dc
Dczciubro Andre Rodriguez o fez dc mil e quinhentos.
Alvard (fe/Re}’ D. Manoel para os Vereadores , e Ofiiches da CU

dade dc Lisboa, emcjne manda que na dizima dopefcado , que ti-
nha dado ao Duque de Rraânqa em fathfaqao do jerviqo Real,
e renda da Judiiiria della ,
natr dzejjem innovaqco alguma j e ha-
vendo-a de fazjer por afgum ju/lo refpeito Iho fizjeffem a faher pri-
meiro , e ao Duque para fer cuvido,

Dir. n. I o I *
Om Manoel per graâ dc Deos Rcy de Portugal c dos Algarves
An. 1J04. I J daqucm edalem mar cafrica fcnlior deguine e da conquifta na-
vega5a&
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,,
;
da Cafa Tâl Tortugueiâ. >

27 ,
rcgaâo comcrcio dc thiopia arabia pcrâ e da India a vos vereaJorcg

coHciaes danola Cidadc de lixboa quc nos teinos dado ao Duqiie de
Braganâ meu muito amado c prezado fobrinlio a dizima do pcfcado
da dita Cidadc em fatisfa^'ad do I'erviô real e renda da Judaria dda
que de vos tinha , c ora nos diz quc fazieis c querieis fazer algups em-
nova9 oes e coufas outras quc alem de I'crcra cm prejuizo da dita fua
renda nunqua fe coAumao fazer, pedindonos quc a cllc llic provefe-
mos com juAija j pello qual vos mandamos que daqui em diante tal
na6 faijais e leixeis andar todo no ponto e cAado em que cAavao quan-
do Ihe a dita renda demos e fe por bentura vos parccer que pello fer-
vi(jo de Decs e prol da dita Cidadc le deve fazer algua ccufa ante que
nifo nada afentcis nolo fazei primeiro faber e aAm a ellc para fer ou-
vido c requereis e ello feu direito o que aAm comprircis fern duvida
quc a cllo ponhals , dada cm Cintra a itij dias de dezembro Jhoad paes
a fez ano de nul e quinhentos e quatro.
Carta delRey Dam Manoel ao Dttque de Bragenda , para que os

Compradores dosReys, RaynAas, e Infantes nab entrem nas
barcas a tirar peixe antes de fer dmmado. Efd no it-
vro I. ftos My/bcos pag.zii.
Om Manoel per graâ de Decs Rcy de Portugal , e dos Algarves

* I o2 *
B J daqucm ,
e dalem mar cm Africa Senhor de Guinc, e daConquif-
ta navegacad , Comcrcio de Ethiopia, iVrabia , PerAa da IniAa. A .
*5^®- •
quantos eAa nolTa Carta virem fazemos faber que o Duque de Bragaa-
9a &c. meu muito amado . e prezado fobrinho , fe nos aggravou di-
zendo , que na fua renda ao pefcado dcAa Cidade de Lixboa elle re-
cebia perda , c na recadaâo della , fe nom guardava a feus officiaes o
quc devia por nollb Comprador , e a(A da Rainha minha fobre todas
muito amadi , e prezada molher , e da Rainha minha Senhora Innaa , e
da Irtante minha Senhora madre , e dos ourros grandcs , e Adalgos en-
trarem nas barcas dos pcfcadorcs , c antes de o pefcado quc ncll^ vcni
fer dizimado
,
e rccadado o direito dcllc , dies tomarem o que Ihcs
bem vem , para fy , e para quern Ihes apraz , e o levarem fern Icus of-
ficiacs , c rendeiros recadarem feus dircitos , ncm Ihe quererem dizer
Jc que pdfoas o comprarab , para delies fe recadar , no que c'le de fua
renda perde muito , e nos iAb mefmo fomos defervido , pello quc to-
ca arrecadaâb de nolTa Aza quc dos tacs pcfcados para nos fe ha de re-
cadar , c alem deAo pollas femolhantes entradas dos ditos Comprado-
rcs nas ditas barcas ferecrecerem arroidrs, calvorogos, cvoltas, de
que fe fegue nolfo defervido. Pedindonos que a(Ty por hua coufa , co-
mo poroutra o prbvelTemos, porque cm outra mancira , elle cm fua
remla rccebcria muita perda , e nos podcriamos fer muito defen ido
eviflo por nos por nos parccer quc fazcndolTe iAo a(Ty palfava emniuy
grande defordem, eera cauza mui pcrjudicial a nofTo fervico, ea bcin
dejulli 9 a, querendo provcllo por eAa prezente Carta , defi'endemos
c mandamos que nennum Comprador ally noAb , como das ditas Rai-
Tom.lV. Dii nlias,
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li ^rovas doLtv,FL da Hijlorla (jenealoglca
nhas , IfFante , e de quaefquer outros grandcs , e fidalgos , c pefToas de

aualquer qualidade que fejao , na6 cntrein nas ditas Sircas a tomar os
ditos pefcados , nem ncllas o comprem nem dc fora dcllas at^ nom
,
fcr diziniado , e delle recadado o dircito da dizima fob penna de qual-
,
quer dos ditos Compradorcs, que ocontrario fizer, pagar porcada vcz
ê o fizer dez cruzados para as obras do nofib efprital de todos as San-
«os defta Cidade , e mais perder todo o pefcado que Ihe for achado
deque fe nom recadafib dizima , do que todo damos a exccufiao , e
po uer intciro para clla ao Almoxarifc do dito Duque meu fobrinho
porem o notehcamos afly , c mandamos que efta nofia Carta , e a de-
trimina9a6 que por el la damos fobre cftc cafo fc cumpra c guarde
,
como nella he contheudo , fob as ditas pennas fern minguamento al-
gum, e feja afii logo apregoado, e noteficado , porque fenom pofia
alegar ignorancia. Dada cm a nofia Cidade de Lixboa aos onze dias
do mes de Dezembro. Alvaro Fernandez a fez anno do nafeimento de
nofiTo Senhor Jefus Chrifto de mil e quinhentos.
Carta delRey D. Manoel , em queJaz merce ao Duque D, Jayme

das Dizimas do pefcado de Villa doConde y Fa^ , Elpozende,
Povoa , Darque y eVilla-lSova da Cerveira. F.Jld no
Cartorio da CaJ'a de Bracranqa , maqo das DoaqZeS
antigas*
Num. 10
An. 1502.
D Om Manoel per graâ de Dcos Rcy dc Portugal , e dos ATgarves
daquem e dalcm mar cm Africa , Senhor de Guine , e da Conquif-
ta navcga<;a6 , Comercio de Ethiopia
,
Arabia , Perfia , e da India. A
quantos efta nofia Carta virem fazemos faber, que fentindoo afii per fer-
vi9o de Dcos, c nofib, e beo? de nofibs Rcinos, ordenamos , c man-
damos que em ellcs na6 ouveflTe Judeos , nem mouros c nos prouve
,
'
fatisfazer as pefibas que de nos tinhao judarias ,
e mourarias , outro
tanto quanto cllas valliao , pcllo qual Dom James Duque de Bragan-
9a, edcGuimaraens meu muito prezado , camado fobrinho nos pedio
ora que Ihe defiemos fatisfa9a6 das Judarias de fuas terras , e vifto per
nos feu requerimento as mandamos avaliar per nofibs officiaes e fe fez
,
dello ma9a defres annos fegundo nofia ordenan9a, centre todallas ou-
tras Judarias das ditas fuas terras que afii fora6 avaliadas , fe achou que
valliao eftas adiantc nomcadas duzentos e dous mil e quinhentos rcis
por efta guifa §. mil reis a Judaria de Porto demfts, c feis mil reis a
de Alter do Chao, e dezafibis mil reis a de Barccllos, evintc cinquo
mil reis a dc Guimaraens , e trinta e hum mil a dc Chaves, etrinta mil
a dc Bargan9a ,
e fefienta e cinquo mil a dc Villa Viqofa , c oito a dc
So'.ifcl e osvintc mil a dcPortcl, c em fatisfa9a6 das ditas Judarias
,
temos por bem , e queremos que dcs primeiro dia de Janeiro que ora
vira do anno de mil c quinhentos em diantc , elle tenha , e aja dc nos
pera clle, e todos feus hcrdciros , e fucceflTores , asnoffas dizimxs no-
vas do pefcado dos lugarcs adiante declarados que forao avaliaJos per
noflbs officiaes per mafia dc tres annos em outra tanta contia de duzen-
tos
,,,
,
Ja Cafa %eal Tôrtuguesâ. 29

tos e dous mil e quinhcntos reis. §. a dizima da Hiriccira nove mil e
duzcntos reis , e a di/.ima de Villa de Conde cento e trinta e quatro mil
reis , e a dizima de fa& , e d'pozendc vinte e dous mil quatrocentos e
trinta e quatro , e a dizima da Povoa vinte e hum mil , e a dizima de
Darquc oitoccntos felTenta e fete reis , e a dizima de Villanova de Cer-
veira quinzc mil reis das quaes dizimas dos ditos lugares he fazemos
I
pura , c irrcvogavel doaâo pera todo fempre antre vivos valedoura

pera elle , e pera todos feus herdeiros , e fucedTores pello modo , e ma-
neira, e com as faculdades comque die tern, eJia asoutras rendas das
(litas fuas Villas, eemfuas doaôes he conthendo , ealll como a nos,
e a Coroa de noflbs Reinos as ditas dizimas pertencem , c ao diante

pertencer podem , c com todallas liherdades , iranquezas , e ifenôens
faculdades com que as nos pdlbliiamos , e aviamos , e fe mais reriderem
que a dita contia fera& pera ellc , e I'cus herdeiros , e fe mcnos rendo-
rem nos na6 feremos obrigados a Iho compoer , e queremos , e man-
damos que elle por feus officiaes as mande recadar , receber , e arren-
dar , e aver como Ihc mais prouver , e bem adi queremos que os leus
ALnoxarifes conheâo de todolos feitos, e demandas que em as ditas
dizimas fobrevierem para que ellcs as Julgcm , e determinem como
acharem que he direito , edem appellaâb, eaggravo pera oOuvidor
do dito Duque meu fobrinho , c do dito feu Oiividor ao Juiz dos nof-
fos feitos , e outrofi nos praz que os feus facadores podao penhorar
conftrangcr , vender, eanrematar os bens dos que Ihes devedores forem,
como per dividas nodas , e outrofi mandamos per efta a nod'as juftiejas
que quando perante os juizes que conhecerem dos feitos do dito Du-
que meu fobrinho for achado que feus rendciros naf> paga& aos tem-
pos que devem , c algdas pedbas poderofas fenao quizerem leixar pe-
nhorar aos feus facadores , e os quiz^cm penhorar por feu mandauo ,
ou de feus odiciaes por ferem poderofos , e Ihes tolherem os penhoies
quo TOS Juftiqas ajudeis os dhos feus facadores a fazer as ditas penho-
ras , e outro/i mandamos as ditas Juftiqas que prendab os ditos feus of-
dciacs que dellc riverem mamimento quando por ellc for requerido
elhosmandcm prezos ondc ellc mandar pera Ihes dar feu efcarmento
dando appcllaqafi , c aggravo fcguiido o cafo for , o qual todo adi nos
praz fern embargo de quad'quer Ids , ordenaqoens , grolas , faqanhas
opinioens de Doutores , cartas , fcntenqas , capitolos de Cortes que
contra ello feja6, porqiie cm quanto contra efto forem, os avemos
por revogados , eanuUados, edenenhum vigor, eidb mefmo fern em-
bargo da Ordenayio , que ora novamentc fizemos , que podedemos to-
mar as diamas dos pcfcados a quaerqiicr pdfoas que as dedeinos dan-
dolhe outros dirdtos reals porque queremos , c nos praz que a dita
OnJenaq-ab fenao entenda no dito Duque meu fobrinho , c porera man-
damos aos Veadores de noTa fazenda , Contadorcs das Comarcas onde
as ditas dizimas fab , c a todos os noTos odTciaes , c Juftiâs a que efta
no da Carta for mollrada , c o conhedniento della pertencer, que a fa-
qab comprir , e guardar como nella he contheudo , e metao cm polfe
o dito Duque meu Ibbrinlio das ditas dizimas como nefta doacao he
contheudo , e por firmeza dello Ihc mandamos dor dla Caita per nos
ailiaada
2o
T!^rovas do Llv. V1 . da Hijloria (Jenealcgtca
afPnada , e ancllada do noflb fcllo dc cliumbo , dada cm Lixboa a on-
ze dias de Dczcmbro Gafpar Rodriguez a fez anno de noflb Senhor
Jefus Chrifto de mil quatrocentos e novcnta e nove , cpor quanto o
dito Duque meu fobrinlio nos leixou ora a dizima da Ericeira para fa-
zcrmos della o que nolPa merce fcflc , Ihc demos lego em fatisfaqa&
della nove mil e duzentos reis que he o pre^'o em que Ihe foy avalia-
da , e dada , aflbntados em o noflb Almoxarirado dc Santarem per car-
ta geral , pagos nos ramos das filas de Ourem , c por tanto manilamos
logo romper perante nos a dita Carta, c Ihc demes efta pera porella
ter , c aver as outras dizimas nclla contheudas tirando fomente a da di-
ta Ericeira
,
de que afli he fatisfeito como dito he , c por finneza dcllo
Ihc mandamos dar efta Carta per nos aflinada , e aflcllada do noflb fcl-
lo dc chumbo , dada cm Lixboa primeiro dia dc Marô Cafpar Ro-
driguez a fez anno dc noflb Senhor Jefus Clirifto dc mil e qumhentos
e dous.
Ahara de/Rey ,
em <jiie faz merce ao Dikjuc de Braganga dccon-
ceder a dous Cempr adores feus comimtos da fua Caja as gra^
gas ,
e privUegios ,
gue gozao os da CaJ'a Rea', Tirey-o
, do Cartorio da dita CaJa onde je conj'ei va»
Num. 104.
An. 1506. N Os ElRey fazemos faber a quantos efte noflb Alvara virem , e o
conhccimento dcllc pcrtcncer perqualqucr guifa , que feja , que
a nos praz ,
e avemos por bem por niflb fazermos merce ao Duque de
Braganâ meu muito amado , e prezado fobrinho que dous regatacs que
elle trouxer continus cm fua Cafa pera o provercni das coul'as de car-
rcto como fazem os da noifa Corte aja6 todallas gramas , e privilegios
UC aos nolfos teemos dado \ e porem o noteficamos afly todos nolfos
2lorregedores , juizes , e juftiâs , Almotacccs , e a quaefquer ouaos
ofliciacs , e pcflbas a que efte Alvara for moftrado , e o conhccimento
delle pcrtcncer , oue leixem aos ditos dous regatacs gozar dos ditos
privilegios , e liberoadcs afy , e tab compridamente como os tern os nof-
fos fern Ihe ferem contra ellcs em maneira algua cm parte , ncm cm to-
do , e elles terao o trelado dos ditos privilegios cm pubrica forma , e
em quanto afy andarem cm cafa do dito Duque pera ferem certos co-
mo ellcs fao os dous regatacs , e porque dcfio nos praz Ihc mandamos
dar efte Alvara , o qual valcra como carta per nos aflinada , e aflclla-
da com o noflb folio pendente, fern embargo da ordcna9ao feito em
Abrantes a dous dias ue Marô Luiz Correa o fez anno dc mil e qui-
'
nhentos efeis annos.
AJvard
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.
da Cafa Tôrtuguegâ. 31
Rivard delRey emque , concede adotts Bejleiros do Duque de Bra>

ganga os privUegios dosJeus. Edd no Cartorio da dita Caja.
N
a
Os ElRcy fazcmos
Juftiâs , Alcaldes ,
faber a todos nofTos Corrcgedorcs , Juizcs
Mcirinhos , e todos outros ofliciacs , e pclFoas
que efte nollb Alvara for moHrado , e o conliccimento dellc perten-
cer que a nos praz que 0$ dous befteiros do monte que o Duque de
An. 1 1
® 5*
1 1
-
Braganga , c de Guimaracs , meu muito amado , e prezado fobrinho

trouxer eml’ua Cafa, cmoflrarem feus adlnados dccomo comclle an-
dao , e o fervem feja guardado o pi ivilegio que temos dado aos nolTos
befteiros de monte , ,
e tao intciramente como no dito privilegio
he contiudo , e como por elle fe guarda , aos nolfos Befteiros de mon-
te , e afy como fe os ditos dous Befteiros do dito Duque meu fobrinho
foflem noôs porem volo noteficamos afy a todos em gcral , e a cada
hum de vos em efpecial , e vos mandamos que aos ditos dous befteiros
de monte do dito Duque meu fobrinho , c que vos moftrarem feu afll-
nado de como fa6 feus , guardeis os ditos privilegios como dito he de
que vos moftrarao o trelado cm publica fonna , e em todo cumpri , e
guardai efte Alvara como nclle fe conthem porque afy nos praz feito
em Santos a xiij dias de Marô o fccrctario o fez anno ae mil e quinheo-
tos c onze. Concertado com o proprio- Eu Ruy Dias dc Mcnezes.
Ahard delRey y em que concede Jeguro aos omhiadcs , que forem

com 0 Duque de Braganga na Armada. Original ejta no Car^
torio da CaJa de Braganga donde 0 copiey.
N Os ElRev fazemos faber a todollos noftbs Corregedores , Juizes, JJijm *

jufti(;as dc noftbs Rcinos a que efte foor moftrado , e o conheci-
nicnto dclle pcitencer, que nos paflamos hud noflb Alvara porque An. 15 IJ*
to 6 ,
mandamos que as peftbas omiziadu que nos quiferem hir fervir nefta
armada em que enviamos o Duque dc Braganga meu muito amado , e ,
prezado fol'rinho foftem feguros da feitura dcllo atce a partida da dt-
ta armada , e nom fbftem prefos , rcteudos , aaifedos , nem demanda-
dos por malcficios feitos civecs , nem crimes que teverem feito , ou co-
metido tec feitura delo tirando em os cafos crimes fegundo fe nelle
contem ; e ora o dito Duque meu fobrinho nos dilTe como alguns omi-
ziados dos ditos feitos crimes que andavab fobre o dito feguro fe pren-
diao dizendo que dedem fianâ as dividas que deviao por bem de hua
hordenan<^ que hv avia porque mandamos que deftem a dita /? 3 n 9a
pofto que Ihcs deftemos alguns efpa90S , e porque nom avemos por
L*m que a dita ordenan^ aja lugar nos ditos omiziados que agora va 6
na dita hida vos mandamos que cumpraes , e guardeis , c faâcs com-
prir, e guardar odito Alvara de feguro fern embargo da dita horde-
Jiacaft , c lb quaefquer outros que hy aja em contrario , e fe al^ds
Oiniziados fora 5 prefos pello dito caib , com o dito I'c^mo mandaios
logo
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,,
,
32 ’Trovas do Uv. VL da HiHoria ênealogtca

logo foltar , c comprio afim fcito em Lisboa iiij dias dc Julho Gaf-
par Rodriguez o fez de quinhentos e treze.
REY.
Carta que Duque de Braganqa D. Jayme efcreveo de Azamor a

o
ElRey , qmndo tcjnoti a Cidade ejld no tomo do livro de diver-
;
Jas cou/as do anno de per diante , que era do Sertnijfmo

Duque de Braganqa D. Theodofio 1. efe cotij'erva na Livraria
do Hereniffmo Senlior Injunte D. Antonio a pag. jzy verj. don-
de ajtz copiar.
Dit. n. I O . T” Oin'orcs a noflb Senhor , Azamor he de V. A. fern morte nem

JLi ferida de homem hdalgo , I'alvo algunias feridinhas , que alguns
houvera6 cm hum defmando , de huma elcaramuâ o dia que aqui che-
gamos , mas de quantas f'eridas o meu cora9a6 a ftdo tielpalTauo pelo
mau aviamenco que trazemos dascouzas necefTarias. na& opodera crer
icna6 quern me vec lan9ar os bofes que tal official ha hi que tras as
,
couzas que nom comprem que at»5 o porto de Mazaga6 o na& vi
,
luppofto que muita culpa dies tenha& na froxidade com que ufao de
fcos officios cu torno a maior culpa ao mar porque as vezes anda ho-
,
mcm bufeando hum navio dois , c tres dias na frota , c nab o acha
crea V. A. que bem feconfomia agora oeredito, que homem tern que
todas vodas couzas fedas por Decs c quad milagroramente que nod-
,
las formas nab podiab la abranger
,
fern embargo dc dizerem os que vi-
rab toda a Europa que tiunca tab formofa frota , nem gente fc vio
cm nodbs dias. Com tudo haja V. A. que cu tenho bebido o derra-
deiro calcs deffiidiga de mil mancyras de couzas que me impedirab non
goftar intciramente de quanta mcrcc nos Dcos tern feita lea V. A. fer
, em cfpecial a fadiga que ha Icvado a
affi fen ido minha gente dc pee
com fome dc Ihc non podermos dar mantementos , nem baldados I'cn-
do huma gente que lem duvida me prezo mais del'er I'enlior , para
VOS clb fert'ir que das Villas , em que vivem.
,
Que non laera tab meudamente V. A. as couzas que paflamos
Icvcmc V. A. em del’culpa que non he por me langar cedo , nem ale-
,
vantar tarde , como V. A. algum dia fabera ; tanto que V. A. nos lei-
xou , c lanôu a benâb cm Rcftclio fizemos vcila , e o vento nos cl-
calcou dc tal fei§ab que ao virar que fizemos fbmos duas vezes I'obrc
,
a terra Dalmada alguns fc tornarab ja amarcllns c o Mcftre le aprclfa-
,
va ja dctal fci9ab que o Comendador mor Decs Ihcperdoc, fel'ora
,
vivo , non fora ali com muito dezenfadamento e ja alguns feconten-
,
tavab de tomarmos a tomar o pouzo q\ic tiveramos a noutc palTada
,
mas por nab pai'ccer a gente tab ma.a darrancar de Lfsbea que o que
o fazia era ncgalfa c nab verdade ,
mas niandci poor tcdalas formas
,
porque vingacemos Rcftclio , c folfemos poufar a Santa Catharina , fe^
guirmehia ametade da fiota, que cm Rcftclio eftava , ali Ihc mandei
dar
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,,;,,
da Cafa %eal ‘Portugue^â. 33

Jarhum pcqueno dc rcgcmcnto da maneira quc havia& dc ter cm fua
navegaâo aos capitaes principals , porque non crea V. A. quc cm tres
jias node correr hum batcl todolos navios della frota , terâ feira a«
oito noras do dia demos vella e feguirammos aoui os quc comigo cl-
rava& , como a mayor parte dos quc eftavao cm Rcftcllo ; dcunos Deo.;
muy proi'pero tempo ate dobrarmos o cabo de Sa6 Vicente duas hora*
ante manhaa ecu hia ta6 bom marinheyro quc com agulha diante d*.
inim mandava f’azcr a via ; quarta I'cira amanncccmos com tanta calma
quc ate as duas horas depots do meyo dia na6 pafTamos atraves dc To
ralta huma Itôa alcm de Lagos , c porque muitos navios fc me vicral
diante cnon fabiamos fe fc me acolherab a Lagos, e principalmente pc
na6 laber darmada de D. Luis fe era ja dali partida me mcri no bargan
ti grande , e fuy ao porto dc Lagos , c no fai en terra ondc achei quc
D. Luis avia pofto muita boa dcligcncia , e que era ja partido , fis de
zamarrar huns poucos de navios , que ahi achey da nolfa companhia
c torncime a nau que ainda a boca da noite apanhamos era pafTada \ poc
Lagos andamos alii aquellc dia todo , eanoute; quinta feira I'eguint*
apenas pornoute tomamos o cabo de Santa Maria, achei ainda aRuy
Barretto eni Faram , quc na& podia acabar de meter a gente no mar
lexta feira pela manhan, e todo o dia trabalhcy cm remediar defazer
tomar dc Faram muitos navios que fe nos la fogirao cm atavila , com
clle negro dezejo de rcfrefcos no abaftavao prcg6cs , ncm mil maneirat
quc homem tinha , porque a frota he ta6 grande quc n6 ha coufa quc
apoft'a abranger, nem em toda cl la fepode faber o que homem quer.
Nao nos podemos aviar mais predcs do cabo de Santa Maria
quc fegunda feira a tardc, ondc depois dc na minha nau pubricar a
/nor parte dos capitaes della frota , c Ihc tazer algumas amoclla96es,
que me parecerom nccelfarixs para vollb I'crviô , mandei Icvantar as
amarras , c com hua viracao , quc aquclla hora nos chegou fobre tan-
tas calmarias palfadas , demos vclla , e andamos aquclla noutc muy
hem , c fizemos a rota por o conl'clho dc todos os pilotos no ao Sul
como V. A. nos mandava , mas a do Suede ate o meyo do caminho com
intenô dali por diante iimos aoSul, cuidando ainda fegundo as car-
tas modravao que nft folTemos tomar fenao o cabo dcSitôr, que he
huma Icgoa acima dados Dazamor , c parece que as aguas que correm
node meyo mar pera o edreito nos abaterao tanto quc dezatinarab
quantos pilotos avia narmada , fcna6 a Joao de Lisboa , e a Pedro Af-
tonô Daguiar , quc pola altura fc fizerab quinta feira a tarde atraves
de Sale. Alandamos fondar fern achar fundo tantas vezes ate que man-
damos diante huma caravella de Berrio , e tornou a nos com rcijado quc
dahi a duas legoas achara fundo dc exx braqas , e fern embargo de
fermos fempre com o prumo na ma& , fupitamente demos em Ixxx
bracas dc maneira , que em quanto nos amarramos nos achamos em
Ixx*, e com a vida de terra mandamola reconheccr por Pedro Afl'on<;o
Daguiar , e os pilotos , e acharab que era almdôra , que he .... le-
goas abaixo de Sale , e por alguns fogas , que em terra virab , c qu.-un
predo nos achamos outro dia pela manhan de terra ouvemos por ccr-
to quc eramos vidos em efpccial depois quc demos vclla , e andamos
Tom. IV. L nicya
34 Turovas do Liv. V /. da Hifloria (jenealogica
jrcya lepoa parecco ao Condc dc Borl>a , e a Diogo de Mcndonqa , e a
todos cTes Fidalgos , que eftavaft na minha nau , quc pocs eramos
viftos fo(n;mos aolongo da terra por Ihe quebrar mais oscoraôcs com
a villa de tao formofa armaili , que fegundo Joao de Lixboa diz cra-
mos ccccxxx e tantas vdlas , cm que cntrava6 mais dc xxx dc ga-
vea , e mais traziamos tao gciitil vento que nosparccco que nos po-
dia iazer pouco damno lermos vidos , porque cuiddmos quc Sabado
pda manhan podeiTcmos entrar na I’os Dazamor , c andamos ate as no-
vc boras da noute , c lurgimos por naf> pairamios com efeuro , c quis
Deos que cm tantas vdlas no ouve perigo ncm I'e cncontraraA Icnao a
nau de D. Joao com outra , mas no 1‘oi nada , prove a nollb Senhor
que todalas couzas fas por mdhor que nos amanheceo taiito mar de
levadia com calmarias , quc nos deftruio a todos aqucllcs quc cuidava-
mos quc eramos bons marinheiros , e com a calma nunca podemos cbe-
gar a barra Dazamor fcna& ao meyo dia , ondc nos achegarab Pedro
AlFon 9 o Daguiar e Birrio , e outras fuftas Caftdhanas , quc em nolfa
companhia vinbab , que a barra I'c nab podia entab entrar , e fobre illb
I'altou tanta nevoa comnolco
,
quc nab viamos bum navio doutro , e
fomos todos atromentados de tal feiâb quc por conl'dbo dc todos , e
por alTinado ddlcs , com que V. A. manda quc fc comuniquem todalas
colas piincipais, vifeo como eramos ja dcfcobertos avia dois dias, e
os cavalos fc perdiab com fed’ , e nos com aqudle mar nb tinbamos fi-
fq , nem razab para Inzer couza nenhud determinamos que fc o outro
dia Domingo nb dclVe lugar a barra dc entrar , nos foll’cmos a Maza-
gab a fair em terra por remediarnos , c a noUbs cavalos , quc fc mais
hum dia ali ciliveramos foramos bem maltratados ; Domingo amaiihc-
cco tanta nevoa, e|mais que ado Sabado , dcmancira que ainda para
i^lazagab nab demos vella fenab depois de vefpcra , chegamos ali tab
tarde que nos nab parecco ora para fair , e o outro dia a vontadc quc
todos traziab para fairem em terra caufou alguns fc defmandarem a fa-
irem primeiro que eu ; porem louvores a Dcos nb ouve ahi quern nos
impedilTc , e como os bateis erab mcnos viftos , c tomarab largo dc-
zcmbarcadoiro , podemos mal recolher nolfo arraval , como devia dc
fer cm efpecial porque a noute fe anticipou mais do que compria , ou-
ve aquclla noute alguns rebates dc alguns mourinhos , quc andavab a
fiirtar , ouverab alguns finco , ou feis cavalos dc alguns homens , que
dc enjoados . c de mau rccado os prenderab por mal tere carrego de
rccolbcrem a ponta do arraval que hia para Azjimor Ayres Tellcs , e o
Coroncl Moraes , e teve-fe nilfo tab bom recado , que em quanto ali
eftivemos roguey a Ayres Tellcs quc o fizefte , c me pareceo ouc nab
era nccelTario outro mais velho
,
D. Luis tambem tevc cuidado dou-
tro tanto , tambem o lez muito bem Gafpar Vas , e Joab Rodri-
,
guez outro pedalTo do arrayal , e Jorge Bairetto outra ponta , e em
nm nb poddmos aquclla noyte bem ccrcar outro dia mais terâ feira
entendi cm dar de comer a gentc , e allim em acabarem de dezeiiibarcar
alguns cavalos , e com a defordem dos officiacs que trazem cITes man-
timentos , e petreixos apenas podemos dar bifeouto , c vinho em ter-
(a c quarta feira a gente para tres dias a cfmo cnchcndoUic as borra-
xas,
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,,
da Cafa âl Tortugueiâ. 3 5

las , e taleigns , efla noite feguintc tcvcmos outros maiores rebates
que andarao ja xxx , ou xxxx de cavallo ao redor; do arrayal , tam-
bem dcimandara6-lc alguns Hdalgos apozentaremfe fora do cerco do ar-
niyal , que cu afinaley , de mancyra que comprio a Ayres TeUes eftar
ta6 longe do arrayal , que recebeo f arta ai'ronta , e cu a maior parte da
noute a cavallo , fazendo-os recoiher , c meter para dentro. Os mou-
ros das pazes do lei Doy vi que fenhoriavao clla terra de Mazaga6 me
trouxerao Domingo , como dezembarquey Lopo Fernandes Aravia
e fe me vierao oft'erccer , porem n6 uzarao de vii- ao arrayal fern fegu-
ro , trabalhava& por falvar I'lti e que feria de pazes , e pagaria tributo
ain como dies , diHimuley com elles , dizendoihe que trouxelTem por
eferito o partido , que queriao fazer , all'ertoiife fer ifto qiiarta feira a
tarJe , que cu mandava cavalgar toda a gente de cavallo , para ver
quantos crainos , porque diziao que eramos mcnos do que ciridavan'os,
elles como no fcgurarao com oque Ihceu dilFe aquella noite, defpe-
jarao a cidadc , quinta teira em rompendo alva nos pozemos todos cm
or Jem decaminhar, nefta mancira pareceome pelos refpeitos que V. A.
as v'ezes me dizia de D. Joa6 de Menezes , e porque nenhum creado
meeu no mar aguardou melhor minha nau ,
nem na terra tinha ,
ta&
boa maneyra , que me parcce que Ihe fa& em iruita obrigaijab , e por
IheV. A. ter dado carrego daentrada pelo rio , deilhc carrego da van-
guarda da gente de cavallo com a fua too capitania , e fislhe logo duas
alas de gente de pee pegadas com dies. S. 14 bandeiras da minlia gente
dordenanâ da parte dcreita contra o Seitao com catorze berôs encar-
letados , e fwco , ou feis carretas dc muniâo , e da parte efquerda con-
tra o mar D. Luis com lua gente e com outra gente folta , que Ihe fa-
,
z/a dous mil homens , apos dies liia logo na ala dercita da gente de ca-
valo o Conde de Borba ,
c com die o capitao dos ginetes c D. Joa&
Lobo , e Joa6 Gonsalves , que nos parece que feriao muito boas qua-
trocentas langas, cna ala elquerda o Conde dc Tcntugal , c com die
D. Frandfeo com a fua gente , c cem lanâs minhas de que Ihc eu dey
carrego , c Alvaro Câivalho , e Anrique Pereira que fena6 outrascccc
lanij'ns
,
c antre dTes ia a recova que taria foma de liuma batalha de dois
mil de cavallo, porque hiao antre dies alguns ilc cavallo , cpiais com
as beftas que iao antre dies e ao longe parecia tudo outra couza
j
apos dies liia da parte dercita o Corond Leifao com cccc Itomens
que Ihe cu dey da minha gente que rirey dos outros Coi oneis , e da
,
gente folta hum clquadrad muy forir.olo , que me parcce que f:ria&
dois mil homens , ainda que die dizia que feriao dois mil e qLinb.cn-
tos , c da outra banda do mar ia Jorge Barreto com fua gente e com ,
outra gente , que Ihe eu cheguey , que feriao n’il c feifeentos omens ,
1
todos eftes quatro efquadroes dc gente depee hiao femiados debcilci-

ros , c efpingardeyros , como cempria , minha batalha hia de tras na
reguarda com cllagcnte minha, que mefcou, c mais rêu febrinho
que tras muito boa gente, e Joao daSvlva, e Ayres Tdles , c alguns
outros Fdalgos, polio que os mais dosfidalgos foltos l;i;\6 nadiar.teim
com D. Joao de Menezes; haja V. A. per certo que ordenar illo aHi
loi o maior trabalho , e afronta , que cm toda n.mha vida me vi , e
Tom. IV. F ii cando
,,
3^ l^rovas do Lav. V1. da Hifioria ênealogica

cando acabey dc fazcr pareceoine que feria facil tomar o Cairo , por-
que dcllcs no qucrino quc Ihes tomaflem os homens de pec, delies
na6 qucriao ajuntarfc com ninguem , delies bufcavab todalas deftcmpc-
ras do mundo , quc non havia guota dc fangue en mim que n6 folFe
tudo pojonha , nem tinha outio remedio fcna6 fazer anuar os alfere<
a podcr dc pancadas , c contoadas , e ajuntalos ondc cu queria , e dcf-
ta inancira nia6 os capitacs , c gcntc com elles mal , quc Ihes pczava
cftcs capitacs n& os podia vcr juntos comoCondc dcBorba, nem cl-
le non le queria juntar com dies , por caufo do dcfcontentamento de
feu genro ; dei cntonccs carrego daquclla batalha a Ruy Barreto , c
mandcilhe da parte de V. A. fob grandcs penas , que tomafle cargo
della , die o fes bem , eajuntou , como compria a volTo ferviô , dei
entonccs cargo de minha batalha ao Conde dc Borba , e a/fim fis o fi-
nal da >{( ecomefl'ci andar fcafaca deque V. A. me fes merce n& fo-
ra , ere quc n& podera fofrer eftes traoalhos , por mar envici Garcia
de Mello com elTas poucas barcas que podemos haver , porque aquel-
lo deque fe os mariantes olfcrcccrab aV. A. foi tudo rifo, emandei
com die minhas tres fiiftas , e mais finco fuBas de Caftdhanos , c ou-
tios bateis de naos , e dc navios , para quc foflem queimar as balfas di-
ante da frota que havia dentro , como V. A. Ihe tinha ordenado ; man-
dei tambem Pedro AfFongo Daguiar por capitao da frota , e fas toda-
las couzas que homcm manda ta6 les’emente c ta6 fern paixa6 , e
,
ta6 bem , que nao fe pode mais fozer, nem dizer ; crea V. A. quc ver-
fc a frota por mar , e a gente por tena nunca fevio couza mais formo-
za , cu nao fazia fenao cxclamar , e dexejar quc a vira V. A. indo nos
pcio caminho torncy a apaziguar o capita?) dos ginctes , que avia dei-
xado a gcntc , eviera-fe para minha batalha, e como ibi apaziguado
dilFc o Conde de Borba que Ihe tornafle fua batalha, que n?> queria
chegar a Azamor fern clla ,
torncy-o entonccs ,
e Ruy Barreto a mi-
nha batalha porque cu n?) podia ir ndla , por acodir a tudo , c as mais
daafvezes hia comD. Joa6 deMenezes, e os capitacs que cu tinha or-
denados ao Conde dc Borba ficarab muy Icdos , c muy contentes do
Conde , por cfcapar deRuy Barreto; nifto me mandou Domjoab dc
Mcriezes dizer que Ihc parccia que levava pouca gcntc , quc Ihc man-
,
dalFe mais , manaeillie cntonccs oa minha batalha Ayres Tellcs , e Ruy
Vas Pinto, eenta?) ficaria fegundo diziao cm quinhentas lan«;as, e a
minha batalha c 6ij , pus todolos mcos acubertados detras quc fera&
obra de lx , c porque alguns moôs , c homens fe leixara?) Hear atras
marifeando , c fazendo outras fcnifaborias dei dcs dc cavallo a Pedro
de Mendonâ para que os recolhclFc todos , e vielFem atras denos ; ef-
ta ordenanâ defta gente crea V. A. que nem meu fifo , nem de quan-
tos capitacs honrados aqui tendes a ifFo podtra abranger , fe Deos no
efpirara , c fern embargo de ter o mundo todolas capitacs gcntc de ca-
vallo , e dc pee , quando veyo fefta feira pcla manhan ainda n6 ti-
nha determinado dc ordenar como o avia dordenar , c eftando cu ja a
a cavallo o acabci dc determinar , c alii acfmo reparti a gcntc dc tal
feiâ?)
,
quc parccia quc em cada huma das batalhas ia aqiiella gcntc
que compria , c nao mais , nem mcnos , o Ailail mor ia diante dc D.
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,
da Cafa *âl lôrtuguesâ.

37
Joao com fuas atalafas , e dcfcobridores ; fomos hum grande pcdafTo
ao longo do mar , c tanto que huma Icgoa tivemos andado , comeôu
a gcnte da ordenanî de canâr com a artelharia , e levamos com ella
fanta fadiga que eu ja dera tom preijo porano ter tra 7ida^ eja meia
legoa de Azamor norque viamos a frota entrar por o rio acima , e ou-
viamos as tombaroas , que fe tiravao de parte a parte
,
e porquc havia-
mos ja vifta da gente ae cavallo dos contrarios , mandnumc dizer D.
Joa 6 de Menezes ,
que Ihe parecia que era bem que elle Ic adiantartc
a dar vifta a cidadc por favor da frota , pareceome que era bem que
die fe adiantaiTc a dar vifta acidade ; e porquc Gafpar Vas vinha ja fo-
ra dartilharia , que ha fua gcnte avia ja canâdo com ella a primcy-
,
ra niandey que andalTe quanto podclTe na ordenanâ cm que hia , e aA
fim o Conde de Borba apar dellc , e do outro cabo D. Luis e o Con-
de de Tcntugal , e ficou a recova com Leitao de hum cabo , e Jorge
Barrctto doutro , e minha batalha detras , e diante com artdharia Joa&
Rodriguez de Moracs ; e cu fuiinc para D. Joa& , e alargamos o pa(To
mais , e afli o Conde de Borba , e de Tcntugal com todas tres batalhas
demos a muy bom tempo vifta a cidade, pareceron ja pelos oitcyros
da ma 6 dircita alguns 5 , ou 6 lan;as de mouros em batalhas ; ali ef>
tivemos hum pedaô agiiardando pela nolFa trazeJra , dondc vimos fu-
bir os fumos , e as chamas das balfas , que fe aviao queimado , porque
como Garcia de Mello n6 ouvefTe bom aviamento das barcas , e da-
quillo que Ihe compria , fedetinha algum tanto cm feaparelhar pelo
mau aviamento que trazia , pafFou Pedro Affongo daguiar adiante cm
huma caravel/a armada , e furgio fobre as balfas , e comeôu dcsbom-
harJiai- a cidade , c efteve afli ate que Garcia de Mello veyo , e Ihe
pos ofogo, ajudando ni'fo tudo o que podia demancyra que ambos
de dois tern iiilTo fenddo a V. A. bem como tons criados , e Birio n&
fica de fora, quo em fco gcncro he merccedor de inuita merce por
fua viveza , e tons dezejos , c obra tambem como compre , como V.
A. fabe , nifto parccendonos que fe fazia tarde pera vermos onde nos
haviamos dalojar , pofto que noffa recova n 6 vinha por cauza da tar-
danâ dartclharia ; palTamos outro oitciro fobre a ciuade , eja alguns
moirinhos fe comcâvab de chegar a efcaramuâr , c porque me pare-
ceo que nosalongamos muito danoda gente nao confenti que pafl'al-
fem noflas batallias mais adiante , e pedime entonccs liccnâ D. Joa6
de Menezes para com fua batallia ir defcobrir , no me parcceo bem
dizendolheque receava de travarem com dies efcaramunâ, did'eme cn-
ta 6 que oleixadc ir comxx de cavallo atomar hum oiteyro, que die
me fegwrava que no ouvcTe hi defmando , entonces o foltei , Hcando
D. Garcia com fua batalha que me parcce que tern ni.To muv bom
geito , ecu tornei atris a mandar dar preâ a gcnte quo andaife ; cn-
tretanio parece que da batalha do Adail , que hia diante fegundo D.
Joao dis que era la diante fe Jefmandarao alguns com os mouros , que
com dies travavao , e os mouros pegava6 com dies tao rijo que D.
Joao man Jou dizer a D. Garda , que andaife com fua batalha , para
Ihcs dar lavor , c quern tiouxe o reca Jo , parcce que no acertou bem 3
dalo e D. Garcia a quern cu tiuha ditto , que pola vida nao andas hum
,
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,,
38 'Trovai do Llv. VI. da Hiflorta (jeneahgica

pafTo fcm miin ,
na& fc achou naquclla parte da batalha ,
foltou-fc to-
da a gentc a foccorrer D. Joa6, vio-fe Domyôao cm tanta afroiita
por rccollicr a gente que me difFc que cm toda I'ua vida nunca fe cm
tal viia , acodi cu a ter ma6 na gentc que na6 fe me foltaflc mais , c
eftive naqucllc oitcyro com as batalhas do Condc de Borba , eTeo-
tugel , mandando rccado a D. Joao que fc rccolhelTe em toda mancy-
ra, enifto meviero pedir hum cavallo dafua parte que trazia ja ofeu
muy canâdo ,
mandcilho ,
mandandolhe requirir , que fe rccolhcflc
cm toda mancira , ternaraome repofta , que Ic eu nao fofl'c , e as lan-
âdas os nao rccolheH'e , que nao havia ahi remedio , quando vi que
D. Joa6 andava tab caiiâdo , c que o no podia fazer , hs la ir o Con-
de dc Borba com fettc , ou oito , di/endo cllc que loguo osrccolheria,
a cabo dc pouco mandoume dizer que andava ja tab canâdo que nb
podia comligo , que fc cu nb IblTe que ja no havia remedio , nifto
abaley mandando eftar quedas todas as batalhas , c eu hia com fette
ouoito, eandando tres ou quatro pallbs vi a gente defeiâb. que me
parccia que toda fe foltaria apbs mim , c que com a gente oe cavallo
fc acccndcria mais o fogo , c nb fc mataria , porque os n:ouros come 9 a-
vab ja derccrcccr, mandey cntonccs chamar Gafpar Vas, que andail'e
com feu cfquadrab , c nillo me mandarab pedir o Conde , e D. Joab
bcftciros, c cfpifgardeiros , mandeilhe obra defincoenta do efquadiab
dc Lcitab , que ja ellava pegado comnofeo , e nab quis mandar o Lei-
tab , porque a fua gentc nb era dcib'a como a de Gafpar ^'âs por I’cr gen-
tc nova , e fer aqucllc o primeiro dia que na ordenamja cnirara , e eu
aremeti a Gafpar Vas, e mandeilhe que folfe pcla ilharga dcD. Joab,
e fe nictdre antre clle , e os mouros , e mo trouxefle diante de li , fcio
ain, e troxemo tab pacih’co, como que nb ouvera cl'caramunâ no mun-
do, lahio dali ferido D.Bcrnaldo Coutinho emhum pee, eRuy Dias
dopao noroftro, c perderab-fe da nofl'a parte linco , ou feis cavallos,
moirerab oito , ou des mouros antre os quais morreo hum grab fer-
vidor que fuya fervir a V. A. em outro tempo , e nifto era ja pofto o
fol cazt noitc, que medava farta pena, perguntei entonces ao Conde
dcTcntugal , ca Jam Patalim , eaChriltovab Leitab polas aguas abai-
xo da cidade , c como fui dcllas informado , mandey a Leitab que mas
fode tomar , para alojarmos ali , e eu ere que efta foi huma das mer-
ces que nolfo Senhor nefte cazo nos fes , permitir efte del'mando por
nos uctermos , por fermos forâdos alojar ali , c nab da parte decima
que era couza muy fora dc mab , e nifto tanto que fe recqlhco Dom
Joab , cliegou o Coroncl Joab Rodriguez , e mandciho hir a cllc de
num cabo, e a Gafpar Vas doutro detras denos , c vinhamos com el-
les tab pacificos
,
como por nodas cazas , e porque entretanto que eu
recolhi a D. Joab, mandey andar toda a gente de pee, ede cavallo , e
ali fc foltarab Jorge Barreto hum pouco quo chegou com a fua gente
a huas fontes muy perto do muro, eD. l.uis que vinha apes clle fe
pallbu diante a hus pardieyros , c a’guns alfcres dc Morais fern nenhu-
ma ordenanâ fe forab arranhar no muro , tanto que cu vi que era ja a
noitc tis fear o Conde dc Borba cmguarda docampo, e Joab Rodri-
guez com feu cfquadrab ate nos alojarmos , alojamonos pegado com o
rio.
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da Caf3 Tôrtuguesâ.
59
rin
,
e tanto que a ficntc foy comâda dalojar , andei-a rccolhendo
por a por cm luqar dartiliiaria dos contFarios
,
andci afli reco-
meado D. Luis, e Jorge Barretto, c andci nifto tres, nu quatro horas
dfl noitc
,
quc ja n6 avia ombros que com a cargua ptxlcdcm , enta6
fiii pdo Condc de Borlia , c por aqucllcs capitacs quc com clle anda-
va& , e os trouxc as fuas pou/adas , c pus Joao Rodriguez aonde havia
dc ciiar , entao vi comer hum bocado , e entanto adomicci hum pou-
co, mandci a D.‘ Francifeo por huma ves a vizitar o arrayal , e a Jero-
nynio Soares poroutra; fcfta feira cm arnanliecendo Ie\'antandonos dcl-
fe chaf> aonde jaziamos vimos correr huma cflrclla da parte trazeira do
arrayal ate fobre a cidade , a qual correo com tanto vagar , e refplan-
dor que aos que bons agoirciras foflem , podcra dar boa efperanga dc
vitoria ; alcgrou-fc tanto toda a gente com ella quc Ihes parecia que
,
tinhab ja o feito acabado ; comecci cntonccs a mandar tirar os petrei-
xos , polio que com muita pena fc fazia por os muitos navias quc avia,
quc enchiab defdc apaar da fos ate a cidade com tres , ou quatro do-
bnJuras no fe achavab os navios , que os traziao , nem alguns dos
homens ,
nem outros navios nam erao entrados , e avia6 dc entrar
aquella mare, cauzou iilo entrarem dentro os navios, emque vinha6
oscavallos, quc eu quizera aeftrovar, e mandar, que ficarab emMa-^
za{^b , mas porque a gente alii trazia Icos mantimentos , e couzas no-
celtarias na& o pude cllorvar , e fui ver com dies principaes . como
nos chegariamos ao muro , e alTentaiiamos nolTo arrayal pegado com
die , dctcrminou-l'e que tomalTemos todo aqucllc lanco quc vay con-
,
tra o mar e que nos ccrcalTcmos da parte de fora didcudaoa e paliga-
,
da ate o rio , de maneira quc o que mais longe dc nos ficafle do muro
forab cem palTos , polio que daili tiravab cfpingardadas , e berôs , c
cfpingardbes , mas a polvcra n6 me parcce que era boa , nem os pe-
louros crab feitos os mais dcilcs I'cnab alfi amachamartilho , e torna-
monos a beber para dar preâ para o tirar defies petreixos , e artilhar
ria para como dies fofTcm I ora poer manos a lavor , e comeândo a
comer me deron rccado que parcccra gente grolFa de mouros , caval-
giicy , c fubi a hum outeirinho , onde tinhamos os berqos , [que aviamos
trazido polo caminho , vi no oitciro onde havia fido a cfcaramunâ de
D. Joab huma batalha , efmey em 6ij ou 6iij langas , difleme Pcli^rim,
que mais contra nos vinha outra batalha miiito maior per detras de
hum oiteiro , que contra nos ellava , paareceome bem mandar fair a
gente fora do arrayal a pee por dalli ordenar dela o que me parecccc
que convinha , c mandey ao Adail quc tomalle aquelle oiteiro com
alguns de cavallo para defcobrir. Piis entonccs do cabo defcontra a
cidade o cfquadrab de Gafpar Vas, c doutro cabo contra a fbs certas
capitanias ue Joab Rodriguez porque fe nos avia ellendido a gente
apbs os navios , e por cllc meio cfoutraa gente dordenanâ polla cm
feus efquadroes, e a gente dos cavaleyros a pee cm fuas batalhas com
fuas bandeyras porque com efta feguridadc podia tomar conlclho do
quc me parcce que devia fazer , minha ten 9 ab era a verdade dc no
mandar cavalgar gente grofla por efeuzar delmando porem comuni-
cando fis cavalgar D. Joab de Mcnezes com a fua gente , e o Condc
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,
,
40 Turovas do Liv. FI. da Hijloria (fenealogica
de Borba com aoucllcs Capitacs quc com die vicron o dia dantcs , e
filos pocr naqudle oitciro que a V. A. nomeey , porque dalli parecia
a mcya leôa a gcnte dos mouros pdos muy tormozos chaos quc alii
efta& , e Gafpar Vas mandcy ir para dies com o feu cfquadrao , e a
Joao Rodriguez mandey dlar do outro cabo do arrayal contra o mar,
e a Moraes mandey que defcan^'affe para depois trabalhar , porque o
tinha defaviado dc alguns capitaes , e officiaes quc Ihe avia mandadc
prender pclo defmando da noitc palTada , c comcâmos a trabalhar em
tirar os petreixos , c artilharia grolfa a qual I'e nao pode tirar logo ate
fer preemar , fegundo todos clles , que dilfo fabiab aiiirmarb , tiraro-
'
fc huns poucos dc elcudos , c defcalas , c duas mantas , e vcyonos no-
va quc a gcnte dos mouros recrecia mais , minha tenâo era na& nos
;
chegarmos mais ao muro ate n& termos toiilas couzas neceifarias com-
nofeo , e alguns era6 defte parccer , porem porque ao Conde de Bor-
. ba , c D. Toao dc Menezes parcceo quc fern embargo dillb nos come-
âcemos logo chegar , porque fe a genic recrecia dc fora como pare-
cia , nao o poderiamos depois fazer , e a mim parecia que tendo no*
,
• oapardho concertado no avia quern nolo poddfe tolher, ecomeifado
afli com defaviamento podianos trazer algum dano , porem por pare-
ccr bem atais duas pelfoas fuime com clles, edilTcauom Joao, que
pois Ihc parecia bem quc tomalfe ellc dilfo cuidado , e delfe ordeni
onde fe pozdfe , que eu o ajudaiia , dilfe ellc cntonces , onde Ihe pa-
rccia quc fc alfcntaria , e eftreitoufe mais dois termos do quc antes ef-
'
tava determinado porque no tomamos fora dalcaôva fenao hum pa-
no dc muro , dccimc cu entonces a pee , e tomey hum efeudo para o
levar para quc alguns fe apcalTcm a tomalos , e tomaron logo fenhos
Antonio dc Almada , e Chreftovao de Mcllo , que hi eftavab comigo
‘ e porque a gcnte que ilTo avia dc fazer non fe achemva a ilTo bem por-
que andava cfpalliada e fern capitacs , porque D. Luis andava tirando
os pavezes dos navios , e Jorge Barretto artclhaiia , tomey a cavalgar
)ara ajuntar agente, e a fazer levar os pavezes, elevamos ate obra de
fXXX paffos do muro , ali onde IhcaD. Joa6 parcceo que fe aflcntalTc
e alfcntamos delles contra o muro cm defenâo , e dellcs para cercar o
arrayal quc aviamos alii dalfentar , dccimc cu a pee a Ihes ordenar co-
mo alTcntairem os pavezes , e a ilfo me ajudarb muy bem Antonio dal-
mada , e Chriftovab de Mcllo , e nefto chegou D. Luis a ver o que eu
mandava , e mandey quc me fczcITcm trazer mais pavezes , e mandey a
D. Francifeo que hi cllava , quc delfcm ordem de alfentar aquclles ef-
cudos alii por onde D. Joa& de Menezes mandalfc pola maneyra quc
eu alfentara os primeiros ; entonces nos fervirb com humas poucas de
cfpengardas , e bombardas dc que cayo hum befteiro , ou dois quc os
pavezes traziab , c tal veyo quc dcu em hum paves , e nao ho palTou
e dcllas hiab muy fiiriofas por apar de nos , porem nolle Senhor nos
guardou , quc nenhum daqucllcs nobres , quc alii eftavab no ouve
perigo , e porque a gcnte dos mouros recrecia mais , e fe achegava pa-
ra nos , fuy cu mandar cavalgar a gcnte de cavallo , c dar preâ a tirar
os petreixos , o qual cuidado tinha D. Luis , e Jorge Barretto com
aquclles capitacs do algarve quc com elle vinhab ; c tanto que mandey
caval-
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da Cafa %eal ôrtuguesâ.
civalgar toda agente de cavallo ,
e pocr em ordcm o efaiadra6 de Mo-
nies lubi arriba aver osmouros, e vi quc era mais gente, e achci o
Conde de Borba dezejozo dc liir pekjar coin elles , c cu Ihe di(Te que
on ncnhunia forma domundo oshiria bufcar, quc nofFb flo nfi era fe-
nao tomar Azamor qiic pois nolo dies n6 tolhiao que nos IcixafTe-
,
mos cftar, colhey, evi contra a lbs fefazia huma ponta, quc atalhan-
do por qua ficava antre nos, c o mar cArcito cera comprida contra
afds, para ondc fe eilendia o nollb arrayal e pareceome que fccllcs
,
aquellc cabo acodilTcm quc os tinhamos na mao mandcy entonces de-
;
zeinparar o arrayal daquella ponta da c;cntc da ordcnanqa e chcgala
,
para nos para os engodar a entrarem alii c andando dando elle avia-
,
mcnto vcyo a mim fûy Barreto, ejoao Soares, dizendo quc Ihcsma-
tavao a gente quc Icvavab os hcrôs da Cidade que eu mandava pocr
apar doscicudos, que Ihc delfe belleiros, c elpingardciros para defpe-
jar aquelle muro ilos mouros e eu elVava avorrccido dc fe aqucllo co-
,
megar fern ordcm , como eu quizera quc fc fezera outro dia pola ma-
n/?an ten Jo tudo nrellcs porem pareceome que era neccITaiio acodir
,
aijuello , e mandcilhe quc os Icvaffcm tinha cu tambem pofto huma
,
manta apar dos efeudos , e a gente com aquelle favor tomaron os ef-
cudos , e as mantas e forao-nas pocr ao pec do muro vevo-me rccado
,
como arranhavao o muro com as punhais , que Ihcs mandalTe picois c
,
enxadas , crea V. A. quc nunca tamanha dor fenti por me parecer que
era combate que avia dafrouxar de necdlidadc c que ficariamos era
,
quebra , c poderiaiios matar hum golpe dc gente com pouco nolTo pro-
veito , por o dezaviamento dc no haver hi picois nem as outras cou-
zas ncccflarias, quis entao tamanho mal a D. Joa6 dcMenczcs, e ao
Conde de Borba polo confclho quc me aviao dado ; como fe foron
cnim/giios deilhes preqa a Icvar alguns poucos picois , c enxadas e odi
,
aiidei laflimado nalma ora ilando avianiento aos petreixos , que Ihos
,
leva'lcin , ora indo a ver os mouros paia ver o que nos cumpria fa-
,
zer , previa o que podia ; com I'arta pena porque aos hemens de guer-
ra antigos quc comiguo cAavab da gente da ordenanâ Ihcs oarecia
,
que era a couza de que fe podia I'cguir muito inconveniente , hum fo
conforto me ficava , cftc defprezo â gente dc cavallo contraria , quc
fendo elles prclcntcs combatiab a cidade , Jorge Barretto com fua gen-
tc tenhao huma manta e aquclles fdalgos capitaes do algarx'c com ti-
le , cm quc trabalharao muy bem c tinhab o muro quazi picado , C
,
queymarao-lhes a manta defima , cinandcy-cs arredar a fora , I). Anti-
que com a gente dc D. Luis tin'iao outra que tambem o fizerao muy
bcni , e Dom Luis andava ao arredor dcllcs , dandolhes aviamento , c
achcgandolhc gente, e abandcira dejoab da Silva tambem eflava pc-
gada com o muro com a gente do Bilpo , e cllc que os bem atiâva , c
niflo me mandavao peJir cicalas, porque do muro no tirava ja nin-
giiem , fenab pedras foltas , e Avres Tclles quc andava comigo me pe-
dio loguo , quc lhasmandafle dar, que elle aslevaria, flo alfi e el-
,
le la Cornelias, mandcilhe que nb uzalfe dilTo fcm m.cu mandado ou
,
tlcD. Joa6 dc Menezes que do combate tinha carcgiio , polio quc o
combate le achegou fem feu mandado como ja dille o quc cllc fes
Tom. IV. 1- tani-
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,
42 Turovas do Ltv. VI, daHiHorta ênealogtca
tambcm como foe fazer a femclliantcs coufas , andando fempre a ca-

vallo ao pee do muro tirando o fogo defima das mantas com a lanâ
e fazcndo outras mil gcntilezas , entonces me mandou dizcr , que ti-
vcllc eu fcguro o campo , e one do alem pcrdefle cuidado , e por abre-
viar ja miudezas diirou aquelle conibate ate a noute , come<;ando ja ti-
rar com as elberas e com hum pilicano , o qual do fegundo tiio one
tirou matou Cidi Manfor fcnhor da cidade , que die tinha a Mulci-
Ham polio dc fuaa mao , e o tinlia como feu afoldadado e ouvirab
grande grita naa cidade de chores ,
de que a gente tomou muito boa
efperanâ ,
dliverab os inouros cm fuas batalhas ate a noite , que pa-
recia tres mil lanijas,
e huma batalha delles grande fe achegava para
aquella ponta que cu a V. A. dide que mandava dezemparar , e alii
,
anoitcceo , manoey entonces recolher a gente para o arrayal , e ache-
gar muito para a cidade , e eu tomey para a minha ellancia a dc que
avia tirade a noite dantes , a Jorge Barreto deixei noouteiro por fe-
guranâ do campo , a minha batalha que feria obra de oitocentas lan-
cis , e D. Francifeo com ella , e Moraes com feu cfquadrab , e Joa6
Rodriguez mandev peer cm guarda dartelharia , que ellava ao comba-
te em defenfa D. Luis c Jorge Barrette , e Ayres Telles , e a Gafpar
,
Vas mandey alojar nocabo do anayal contra fora, e a Leita6 manaey
que me tiralTe a artclharia , c ma lc\'a(Te aonde ellava a outra , que fc
bem efganicava por chegar ao muro , fe Ihc eu dera licenâ , e em
confertar iuo tudo tardaria ate X. eras da noite , e fui comer huns
bocados , e mandey vir D. Francifeo , e Moraes , e depois delles alo-
jados tomey a minha noite , e comigo Sima6 de Souza , c D. Alvaro
dc Noronha , e Luis da Silveira , e D. Luis aprover como ellava o ar-
rayal , e achamolo rozoadamente , e mandey ainda mudar algumas Ca-
pitanias a Moraes para melhor guarda , e tornamonos a lanâr nelTc
cha6 , aonde jouveramos as outras noites , e mandev Alvaro Carvalho,
que toda via cavalgalTc com a fua gente , e fe pozelfe nas fraldas do ar-
rayal de fora , illo leria ja as duas oras , e eu queria tomala ves encol-
tarme , chega Birrio altas vozes a pedir alviâras que a cidade fc def-
pejara , que Adibelho vicra dizcr a primeyra quezera dilfimular pon.]uc
a gente le me no alvoraâlTc , mas porque o Adibe veyo tambcm a ilar
brados ao muro fobre o noflb arrayal , na& fc pode efconder , a todos
mandey apregoar que ninguem n6 entralTc fob grandcs penas ate aue
eu n6 vielTc , e deixevme cllar ate pola manhan , entonces mandey
Joa& Soares, Ruy de Larao , eSeballiao Pequeno meu criado para nos
apozentarem , coCorrcgcdor para defender os judeos que os n& rou-
balTem , fern embargo de tudo os Callelhanos que vinhao nos bare os
com mandmentos a vender , e os das Fullas manantes faltara6 na cida-
de , e roubara6 todos clTes farrapos , e couzas que os mouros no po-
dcrao falvar , Joa& Soares achou-fe ta6 dezadnado com as rois mollras
que as cazas fazia6 polio que algumas dcllas fejao muy gentis de den-
tro , que dezefperou , e deixou tudo a beneficio da natura de maneyra
que quando eu entiei cada hum fe apozentou por ondc pode , e ella-
mos todos ta6 dcfconfertados que nenhum capitab pode ajuiitar finco-
enta lan5as em quatro horas , fc as outras couzas nos delTem lugar tra-
balha-
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,
da Cafa %eal Tortuguenâ.

43
bilhariamos por nos poer em bairos , pofto quc ha de fer farta afron-
ta dc dezôzentar os homcns
,
de como ellcs eftao , porem fe homem
no tern c(Te propofito dc cntcnder nas outras coufas que V. A. me tern
mandado azinha eramos rcmcdiados ainda que amengoa dos mantimcn-
tos , c as difficuldades
,
que tcmos conhecido me fas hum pouco em-
borrilhar a efpcranâ de ta6 azinha , c boa mente nos podcrmos deza-
tar, porem trabalhaia homem opoflivel ainda que atcgoraofaô Can-
to que ci grande medo dadoccer, eja agora osinouros daspazes, qûe
nosquizeron fer contrarios vem rcquercr rcmedio, ea mor parte dos
que l'aira6 daqucm Dazamor que querem eftar cm algumas aldcas da-
qui ao dcrredor ,
e que todos n6 reccbcmos na Villa , e duas cabil-
las daenxovia mandara& hoje rcqueier que osrecebclTe, dizcndo que
como cftes pairalTem todolos outros eftavab cm efpcranâ de ic virem
el'pcro em noUb Scnhor que muy fedo feja coda a enxovia a ferviô de
V. A. Efta Cidadc he muy grande para fe fofrcr fern toda efta gcnte,
avcmos qua praticado em atalho della fe com efte fer poder iia a
,
pintura uifto aV. A. que a mandey fazer aFrancifco Danfilha, como
nos pareceo aquellas peflbas com quern V. A. mandou quc ilTo comu-
nicalTe. A Igreja he fomioza couza , tern oito naves , achamos tanta
fugidadc nella , e em toda a cidadc que he huma vergonha de ver e
,
he tao fea de dentro quc n& parece fe na& o mais mal curral dc cabras
do mundo , e dc fora dos niuros ta6 formoza , e ta6 forte e ta6 intu-
,
Ihada pelos mais dos cabos , c ta6 dcfviada do que a V. A. la enfor-
mava& , quc fe algum tanto fe quizdrc conter ouvera daver grande
golpe de campujas vcrmclhas antes que fe tomalTe porquc em cima
,
no tafo mcnfao difto , faqo faber a V. A. que no cabo dc Santa Maria
aJoccco oConde dcTcntugal defebres, cfempre as teve e tern ago-
ra , e com tudo n& fe quis tornar fenab fervir V. A. ncm teve creo
o outro dia melhor quc o dia que aqui chcgamos , Icmbre-fe V. A. de
Iho niaiidar agradefer. Do pa& dizem dies Judcos que avera aqui xx
moyos ,
n& tivemos inda tempo dcntender nillb. Da Igreja tomamos
tres naves para a , entrctanto
muy aflinha efcreveremos aV.A.
o certo de tudo , a Igreja pozcmos nomc Santo Efpirito por amor db
Condc de Borba ,
que fempre difle que o Efpirito Santo nos mcxc-
ricava todas cllas couzas , mandcnos V. A. loguo hum cino muyto
grande para q repique , c outros que Ihe parecer feu fcrviyo quc nos
ferab neceflarios , e engenhos , e para que nolo ponha em clma da tor-
re , eafU atafonas , e amaâdeyras , porquc no comeccmos a comer tri-
go cozido loô como V. A. dizia. Ncfta mefquita achamos dous li-
nos dc obra de dois palmos em alto que ficarab do tempo dos Chrif-
taos.
Tom. IV. Fa JJrne
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4^4 ‘ProvAS do Uv. V1 . da Hijloria (ênealogica
Breve do Papa Leao X. de congratulaqao da infi^ne victoria , (jue

0 Ducjue de Braganfj confegiao dos Mouros de Fez, e Mar-
rocos , com a tomada de Azamcr , e Almedina. Anda
no BuUario ,
qiie fe imprhr.io por orJem delRey
D. Pedro II. anno jpop pag. 68.
LEO PAPA X.
QjartJfime in CbriBo fill nofler Jalutem ,
c> Apojlolica n
‘BenediUionem,
Num. 107, §. I.
Q TEpe cgimus jam gratias Omnipotenti Deo , & ut fpcran-
An. 1514. Cj dum eft , adluri etiam I'umus ,
auod I'idei fiia; ,
per oiiam
unam intcgrc , ac fincci'itcr colirur , tot uetrimentis ab immaniflimo
Mahumctc lacerate, tantis affeiftiC ignominijs, firmum, &falutarc pnc-
(idium conftituit iiiMaJcftatis tux virtutc, animiquc magnitudine, per
uam non foliim qua rationc pericula propulfemus , fed etiam quomo-
a o poftluc hoftes Chrifti , &
noftros perttrrcamus , facultas nobis da-
ta eft: Ac cum antea fempcr res tuas goftas non potuerimus non adnii-
rari crcbras viftorijs, regionibus iiifinitas, nobilitatc de\'itftarum gen-
,
tium illuftrcs, cum omnis, qua patet adOricntcm, e Meridiem Orbis

terrx plaga , omnes illx regioncs I'patijs pjiie immenfx , omnia Maria,
Portus, Inliilx, litora innumcris Chrifti Dei noftri trophxis, ac mo-
numcntis till incredibili virtutc , & tuorum militum , atquc Ducum
egrcgii oper3 relcrta Tint. Tamen recentcs I-itorx tu.x die ultimo Se-
ptembris proximc tranfafti data: propter infdhjm nomen carum na-
tionum , l-'eccnfium videlicet , & Alarroquitarum , qux olim maximam
partem Tlifpanix, aliquid etiam Italix occupaverunt , Scdemquc prima-
riam Religionis in Vaticano Templum Beati Petri crudeliter devafta-
verunt , in quo nobis (igiiificabant dcdilFe illos Barbaros pocnas , &
majores propc diem daturos tantorum fcelerum , qux in Fidci noftix
dcdccus , ac damnum perpetraflent , fingularcm nobis Ixtitiam viftorix
tux , I'ummamquc jucunditatem attulerunt ; qux pro noftra erga Ma-
jeftatem tuam paternS bcnevolcntia etiam fuit major, qubd tc vindi-
cem extitilTe Bead Petri , vcxatxque Chriftianx Rcligionis , ficut tuo
nomini honeftiflimum , ita etiam nobis fuit profedlb gratiftimam : Ita-
que ftadni , advocato Vcncrabilium Fratrum noftrorum Collegio , Li-
tcras tuas palam recitari Juffimus , gaudiumquc , quod a nobis concep-
tum fiicrat, cum illis communicavimus ; Qui ciim nobifeum una niag-
nitudinem animi tui , fummamquc in Dcum pictatem juftiftimis laudi-
bus ornaTent , Tibique , & Brigand Duel nepoti tuo , fortifllmo Viro
de Civitatibns Azamor , Almedina, alijsiiuc quampluribus captis, ma-
ximisque viiflorijs adeptis gratulati fuiflent ; turn Nos de eonmdem
Fratrum noftrorum unauimi confenfu fupplicadoncm tuo nomine ur-
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, :
da Cafa %eal ôrtuguesâ. 45

be toti ad Divi Auguftini acdcm dccrcvimus , quo Ipfimct , univerfo
comitante Sacri Scnatus Collegio , acccflimus , atquc ibi rc divina fo-
lemniter peraiSta , habitaque de tuis prxftantininiis meritis luculcnta
orationc , gratix a nobis Deo fimt aftse non foldm , quod nobis per
tc tot , tarn prxdara Benifida contuliflTet , fed etiam quod certain
propc fpcm in nobis aleret majoris indies vidorix confequenda: , &
totius Africae pro parte tua fux fandiflunae Fidei recuperandx.
§. 2. Qiiapropter , Charifliine in Chrifto fili , etfi tc minimb hor-
tatione noftra indigere confpicimus , tamen toto animo adhortamur,
ut inftituto jam itincrc progredi ad fumum glorix ftudeas ; cxiftima-
reque paratos quidem tibi fore honorcs noifros , memoriamquc apud
homin'^ virtutum tuarum fempiternam ; Sed tamen exiâ hxc pra:-
mia eirc prse i js , qux tibi Deus Omnipotens in ilia cxlefti , & iinmor-
tali felicitate propofuit :
Quamquam nos te adhortantes plane cognof-
cimus circa tc Judidum Dei : Cui cnim prxterquam tibi concdlit
Deus ,
ut puris omnino a fanguinc Chriftiano nianibus , qua nulla eft
puritas neque mundicies candidior ,
anna nihilominus quotidic vibres,
qua: fummam afferant gloriam ,
nullam invidiam ; Qôd decus , atque
ornamentum cxleftis gratix , li ad ultimum ufquc diem , ficut conhdi-
mus , produxeris , omnis crit laus , hac tanta virtutc , & pietate infe-
rior.
§.j. Itaque edm feribis , Tibi in animo elTe Fccenfium , &Mar-

Toquitarum Rcgna ab ilia impura Mahumetis fuperftitione in agnitio-
ncm veritatis vendicare ; prxclaram quidem hanc tuam yoluntatem
magnoperc commendamus , ccrtamquc fpem habemus tibi omnia ex
fententia fuccelTura , fed majorcs etiam Deo gratixs agimus , qui per
te nobis figna dat certiflima fux erga nos jam in mcUus mutatx vo-
luntatis: Cdm enim prxeinxit te virtute, & pofuit immaculatam viam
tuam , manusque tuas docuit ad prxlium , ac pofuit , ut arcum xreum
brachia tua , is plane nobis oftendit appropinquate populis bdclibus fa-
lutare t'uum ,
ut aliquando tandem alliduis noftris damnis fine impo-
fito, dcFidc, aedignitate Chriftiani noininis propaganda cogitate pof-
fiinus :
Quare nos , qui niliil aliud dies , ac nodes animo agitamus ,
quam quomodo , pace inter omnes Cihriftianos Principcs cqnciliata , ar-
ma in perfidum Mahumetem convertamus , ficut in tua virtute j ac in
Deum pietate maximam fpcm repofuimus , utriufquc rei conficiendx
Ita Deum ipfum fupplices dcprecamur , ut nobis hujus cqnfilii , &
noftrx cupiditatis cxitum pro fua dementia expediat , ututi Majcfta-
tis tux aiixilio atque opibus ad maximas ,
ac landillinias res agendas
,
citius valeamus. .
Datum Canini Gtftrenfis Dioecefis fub annulo Pifcatons die 18

Januarii ijt4 Pontificatus noftri anno i.
Bulla
Digitized by Coogle
,
4.6 *Provar do Liv. VI. daHifloria (jenealogica
BuUa do Papa Leoi X. confervatoria ,

concedida ao Diiqtie de Bra-
ganqa D. Jayme e feus fuccefores ,
contra os ArcehjJ'pos de Bra-
ga para os nao imptietarem nas Igrejas ,
e Mojhiros , e mais con-
Jas pertencentes ao feu Padroado. Original ejld no Cartorio da
dita Caja donde 0 copiey.
Num. lo
An. I J14.
L Eo
PrclatLs in
Epifcopus Scrvus Servorum Dei Vencrabilibus fratribus, uni-
verfis Archicpil'copis,
& Epifeopis , ac dileftis filijs eeclenarum
Rceno Portugallix diintaxat conftitutis lalntcm , appol- &
tolicam beiicdidiionem. Militanti ccclcfia; licet inimeriti difponente
domino pre/identes circa curam Ecclcfiarum , Monafteriorum , bcnc- &
ficiorum eccldiafticorum ,
necnon perfonarum omnium ilia pro tempo-
re obtinentium foleitia reddimur indifelFa folicid ,
ut juxta debitum
palloralis offitii eorum, necnon aliorum prefertiin generis claritatc ful-
gentium Chrifti fidelium qiiorumlibet ne fuper ecclelijs , & benefieijs
nujufmodi , aut eorum pretextu , feu alias quomodolibet per Prelatos
ecclefiafticos , aut ipfonim auiloritate indebite pregraventur occurra-
inus dilpendijs , & profedlibus divina cooperante dementia falubritcr
intendamus. Sane pro parte diledli filij , nobilis viri Bragantije,
& de Guimaraes Ducis , ac Comitis Barcelcis conqueltione percepimus,
quod licet dia'cefis Bracharenfis fere pro majori parte in terris tempo-
rali dominio ipfius Jacobi Ducis & Comitis fubjedis confiftat , ac in
,
cifdem terris funt nonnulla MonaBeria eccldiaftica beneticia , & alia Ju-
ra & loca ecclefiallica & fpiritualia de jure patronatus ejufdem Du-
, ,
cis, & Comitis, ac etiam quamplures poirdlioncs, bona, jura, & res
temporales ad eundem Jacobum Ducem & Comitem ratione dominij,
,
vel quafi pertinentia & per nonnullos valTallos ac etiam alios ûf-
, ,
dem Jacobi & fuorum anteceirorum Ducum Bragantia: & de Guima-

, ,
res ,
ac Comitum
Barcelcis qui pro tempore fuerunt alumnos fervito-
rcs familiarcs , &
domedicos ad I'uam , &
illorum prefentationem Mo-
nadcria ecclefiis beneficia , alia jura , & &
loca predida obtenta fuc-
rint , &
obtineantur , necnon per eos , feu aliquos ex eis poflefliones
bona, &jura, &res temporales predifta, feu eorum aiiqua inemphi-
teofim feudum , locadonem , firmara , feu alias jure utilis dominij ex-
colantur , teneantur , &
poflidcantur ; nihiloniinus vencrabilis fiaternof-
tcr modernus Archiepifeopus Bracharenfis , &
nonnulli fui anteceflbres
Archiepifeopi Bracharenlcs qui retroadlis temporibus fuerunt non con-
fiderantes quod plcrumque Jacobus , feu ejus antcceffores predidfi ut
Catholicie cccleliae filij , ne dum nonnullas jaduras per Arcliiepifcc-
pum , &eius antccdlbres prefatos, eis, acvadallis alumnis, &domcf-
ticis predidis temere illatas pod aliquis defuper ortas difiendones pa-
tienter tulerunt , fed etiam ad folum Deum refpedum habentes , eof-
dem Archiepifeopos , &
ecclefiam Bracbarenfem , ac ejus cicrum , &
bona jam alias coadunato exercita, eorum propriis fumptibus, & di-
endijs militando a drannoium , A
aliorum fuorum inimiconim mani-
Cus , oprcllionibus , &
violcntijs liberarunt propter quod diclx cccle-
fix
Digitized by Goc^L
,,,
da Cafa ôrtuguesâ. 4*7

fix, ejusque libertatis ftatas qui alias forfan inruinam incidiirct dcbi-
te coiifervatus exritit ex tanta Ducuni tollerantia , patienda fub um- &
bra , &
colore juftitia: , ac au£loritatis ordinari* edam contra omncm
juris cenfuram fe in caufis proprijs Judices conllituentes edam fallb af-
fcrentes Monafteria , cccltmas , beneficia jura , loca ecclefiaftica , & &
(piritualia fupradidla , feu aliqiia ex eis non de jure patronatus didH
Duels fed ad fuani dilpofidonem , coUadonemque libere per-
cxiftcre ,
tinere , necnon polTelliones , bona , jura , res temporalcs predicla , &

feu corum aliqua de eorum , &
diclae ecclefi® dominio fore fuper illis,
& rebus alijs aidhim Jacobum , cjuiûc antecelTores vafallos fubditos
alumnos fervitores domefticos , inquilinos , colonos emphitcutas feuda-
tarios didtorumque beneficiorum redtores , bcneficiatos , alios pof- & &
feilbres muldpliciter gravare , moleftare , vexare , perturbare , inquie- &
tare acnonnulla ex ufurpare, aliasque injudas, &jadturas Jacobo,
eis
& ejus antcedforibus prefadtis inferre , hadtenus prefumpferunt , prout
edam didtus modemus Archiepifeopus prefumit : Quare pro parte di-
dli Jacobi Ducis , &
Comids nobis fuit humiliter fupplicatum , ut
cum ipfe Jacobus ,
& fui anteceflbres foerint ccclefiae filij catholici
& obedientes ,
prout didhis Jacobus exillit , ejus fucceltores dante &
Domino erunt , &
noluerunt prout facere potuiflcnc fua temporali po-
tentia contra Archicpilcopos , ecclefiam predidtos infurgere , &
tot &
injurijs , & jadhiris rdifterc, &ipfc Jacobus Dux , Comes prenulTa &
ulterius patientcr ferre polTe non fperet , nec hujufmodi differendae
qusc ab andquo viguerunt in fotunim celTarc fperentur , ac valde diffi-
cile, & dirpendiofum
reddntur; cidem Jacobo ,& pro tempore exiften-
ri Duci Brigandae ,
&
de Guimaracs , acComiti Barcelcis , nrcnqn va-
falUs ,
alumnis , fervitoribus , familiaribus , domcfticis , inqui-
fubditis ,
linis , colonis , emphitcuds , feudatarijs didlorumque beneficiorum
re-
dloribus, &bcncficiads, ac alijs predidlis profin^lis querelis premif-

forum occafione contra prefatum modernum , & pro tempore cxiltens
Archiepifeopus , acejus vafallos, officiales, & fubditos, adSedem ap-
podollicam habere rccurfum , ne inter modernum , & pro tempore cx-
iftcntem Archiepifeopum ac Jacobum , & pro tempore exiftentem Du-
,
cem & de Guimaracs ac Comitem Barceleis gravia dilren-

Bragandic , ,
fiones & fcandala oriantur prout olim inter bonx memori* Femandij
,
Archiepifeopus Bracharenfis & quondam Alfonfum Comitem Barce- ,
lenfis ipfius Jacobi Ducis orta fuerunt propter qux fclicis r<>
Proavum
cordationis feugenius PP. iiij. Predeceffor nofter eidem Alfonfo Comi-
ti Confervatorcs qui fibi contra didhim Femandum Archiepilcopum
quoad viverent affifterint per fuas litcras deputavit nrovidere fibi lu-
per hoc paterna diligcitia curaremus. Nos igitur adverfus
Aremepn-
copum officiales
vafallos , ,
&
fubditrw fuos prefados , illo , volcntcs
Jacobo, & pro tempore exiftend Duci, & Coinid, yafallis fubditis,
fersntoribus , familiaribus , domcfticis , inquilinis ,

colonis
alumnis
emphiteotis ,
,
feudatariis , didorumquc beneficiorum rcdoribus ,
& &
bcneficiatls, & alijs predidis, remedio fubvenirc ,
per quod ipforuni
compefcatur tcmeiitas , & alijs aditus committendi fimilia precludatur
ipfumque Jacobum Dueem ,
& Comitem aquibufvis cxcommunicatio-
,,,
4« Turovas do Uv. /^/. da Hijloria (fenealogica

nis fufpcnfionis ,
,
&
interdiiU , aliisqiic ccclcfiaflicis fentcntiis , ccnfu-
ris, &
penis a jure , vcl ab homine quavis occafione , vcl caufa laris
fiquibus quomodolibet innodatus cxiftit ad effe<^m prdcntiuni dun-
taxat coniûendum hanim ferie abfoivcntes , abfolutum fore cen- &
fentes difcrctionc vcftia: pci’ appoftolica feripta irandainus quatenus
VOS ,
vel duo
aut unus veftris per vos , vcl aliuin , feu alios ctiamfi
,
fint extra loca in quibus deputati eftis Confcn'atorcs , Sc Judiccs Ja-
cob© , & pro tempore cxiftenti Duci firauantix , de Guimaiacs ; ac &
Comiti Barcellenfis , nccnon vafallis , fubdiris , aluinnis^ fervitoribus
familiaribus , domcllicis, inquilinis, colonis, cmphiteotis, feuJatarijs.
dii^lorumquc bencficiorum recloribus, &
bcneficiatis, ac alijs ctiam pro
tempore exirtentibus prefadris in preinilTis cfficacis defenfionis prefidio
alTiftcntcs , non permittatis eofdem fuper prcmilTis , quibufvis alijs &
bonis , &Juribus ad cos fpetfiantibus ab codem moderno , pro tem- &
pore exillenti Archiepifeopo Bracharenfi , &illius vafallis, olfcialibus,
fubditis , alumnis , ieiv'itoribus , familiaribus , domelhcis , inquilinis
colonis , emphitcotis , ac fuorum beneliciorum rcdloribus , bcncficia- &
tis, vel alijs ipforum nomine, aut pro cis indebitc moleftari , vcl eis
preditffa, aut alia graviunjna , feu damna , vcl injurias irrogari, faehiri
diefis Jacobo , & pro tempore exillcnti Duci , & Comiti, nccnon valal-
ILs alumnis , domcilieis , fcn itoribiis , lainiliaribus , inquilinis , colo-
,
nis cmphiteotis , feudatarijs , ditflorumquc beneliciorum refloribus

,
& bcneficiatis , cum abcis, vcl Procuratoribus fuis, aut eoriim aliquo
fueritis requiliti , de prediclis , Arcliicpilcopo , & fuis fiipradiiHis , &
alijs ipforum nomine , aut pro cis, in prcmillls intcn'cnientibus fuper
prcmiHis, nccnon quihuslibct molellijs injurijs , atquc iLrmnis prefen-
j
tibus , &
liituris , in illis videlicet qiii judicialem requirunt indagineni
fummarie, & dc piano fine llrcpitu , & figura judicij , in alijs vero pro-
ut qualitas negocionim id exegirit jullitia: complcmcntum , eundem-
que Jacobum , & pro tempore cxiftentem Ducem Bragantiic , & dc
Guimaracs , ac Comitem Barcellenfis , ejusque vafallos , alumnos , do-
mcfticos , fcrvitorcs , familiaras, inquilinos , colonos , cmpliitcotas
feudatarios , diiforumque beneliciorum , rcdlorcs , & beneficiatos , ac
pro cis agentes aquibul'vis cenfuris, & penis ecclefiallicis fiquibus for-,
fan prcmilfonim occafione innodati cxiltant , per vos , vcl aliuni fim-
plicitcr , vcl ad cautelam prout juris fuerit abiblvatis , quxeunque &
cccldiallica intcrdiifla forfan appolita rclaxetis , occupatorcs , feu de-
tcntorcs , prefumptorcs , molelhitores , & injuriatores luijufmodi , ncc-
non contradieforcs quoslibet, &rcbelles, ctiamfi Archiepifcopalis j aut
cujuslibet dignitatis alterius flatus , gradus , ordinis , vel conditionis
extiterint quandocumquc , £c quoticnfcumque expedient auôritate
noftra per cenfuras , & penas ccclefialticas appellatione pofipolita com-
pefeendo invocato ctiam ad hoc li opus fuerit auxilio Brachij fccula-
ris. Et nihilominus qiios contravcnillc vobis coiillitcrit , ceniuras, &
penis hujufmodi incurrific declaretis , S' in c-ventum dcclarationis ejuf-
dem Icgitimis fuper hiis fervatis proccdibus , cenfuras ipfas quoiics
opus fuerit itcratis vicibus aggravate curctis, ac loca in quibus Arclii-
epifeopum , & alios prediclos inorari , feu ad qua: cos declinarc conti-
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da Cafa âl Tortugueâ,
jrerit
,
ecclefiaftico interdiito fupponatis. Ccterum ft per fummariam
informationem fuper Jiijs per vos habendam vobis conmterit quod ad
\oca in quibus Archicpifcopuni , & alios quos prclentcs littcras conccr-
nunt pro tempore morari contigerit pro citationibiis, inliibitionibus , &
nionitionibus ipfis I'acicndis tutus non patcat accefrus, nos vobis cita-
tioues , inhibitioncs, &
monitiones quaslibet pcrcdicla piiblica locis af-
figenda publicis , &. pariibus illis vicinis dc quibus fit verifimilis conje-
£hira quod ad iplbrum citatorum , inhibitorum , &
nmnitorum ndii-
tiam per\xnirc valeant, Tub fimilibus cenfuris , &
penis, cctcrisque in
premifiis , circa ea ncccflaria , feu quomodolibet oportuna faciendi,
& cxerccndi ainSloritatc appoPcoIlica tenore prefentium faciiltatcni con-
cedimus , ac voluinus , & prefata audloritutc dcccrnimus quod citatio-
ncs , inhibitioncs , einonitiones hujufiTicdi ipfos citatos, inhibiios , &
inonitos perinde arclcnt , ac li eis pcrfonaliter intimata; , & infinuatas
extitirtent. Non obftantibus tarn piae nicmoria: Bonjfacij Papa: viij
ctiam Predcceflbris nofiri in quibus cavetur noquis extra fuam Civita-
tern , et diocefein nifi in certis exceptis cafibus, &
in illis ultra unam di-
(fba/n a fine lu;e diocefis ad judicium cvocetiir , leu nc Judiccs , Sc
Ccnfcrcatorcs a fede deputati prcditla extra Civitatem , &diocclcin in
quibus deputati fuerint contra quofeunque procedure , aut alij , vel
aViis vices fiuas commitere, leu aliqiiis ultra unam di(Slain a fine dio-
edi:; eorumdem trahere prefuniant dummodo extra regnum Portugal-
11a; aliquis aucloritatc prcrenriuin non traliatur , feu quod de alijs quam
d-; nvaniteftis injurijs

,
S: vioieiirijs , ac alijs , qua: judicialem requirunt
indaqinem pcenis, in cos fi ficcus egerint, & in id procurantes adjectis
Ccnren'atores fc niillatcnus , intromittant quam alijs quibulainquc
Con/Hfutionibus a PrcdccelToribus nofiris Romanis Pontificibus tarn
de fudicibus , delcâtis , & Confeivatoribus , quam pcrlbnis ukra ccr-
tum nunverum ad judicium non vocandis, aut alias ediclis , qua: vef-
tra: polTcnt in hac parte junldiifbioiii , aut potefiari , ejul'qiie libero ex-
creirio quomodolibet obviarc. Aut fi aliquibus communiter , vel di- •
viiim ab cadcni fit I'edc indultum quod intcrdici , fufpendi , vcl cxcom-
irmnicari aut extra , vcl ultra certa loca ad judicium evocari non pol-
fint per littcras appoftolicas non facientes plcnam , &
exprelFam , ac dc
verbo adverbum dc indulto hujulincdi , &
corum pcrlbnis, locis, or-
di'iibus, &
nominibus proprijs mentionem , &qualibet alia diclx So-
dis indulgciitia generali , vcl fpcciali cujufeunque tenoris cxifiat per
quam prefentibus non exprclTam , vel totalitcr non infertam vertra: ju-
rii'dicbionis cxplicatio in nac parte valeat quomodolibet impediri , &
de qua ciijulcunque toto tenore dc verbo adTverbiim habenda fit in nol-
tris Jitteris mentio (pccialis. Ccterum volumus , & prefata
audoritatc
deccniimus quod quilibct vcflris profequi valeat oinnes, &fingulas cau-
fas inter mndernum , & pro tempore exillcntem Archicpillopum , Sc
Jacobum , Sr pro tempore exiftente Ducem Bragantijc, &: dcGuiina-
racs , ac Cemitem Barccllcnfis , ac inter fuos corum valallos , fubdites,
alumnos, fcmiorcs, familiarcs, domcfticos , inquilinos, colonos, cm-
phitcotas, feudatarios didlorumqne bcncHciorum redores , 6’c bendi-
tiatos , &
alios prcniilTorum poflclTorcs dc Sc fuper omnibus ,
Sc fingu-
I'oni. IV. G fts

5o T!^rovas do IJv. VL da HifloYta (jenealoglca
lis premiflis , & eorum occafione tarn conjundtim , quam divifim mo-
tas ,& movcndas , nccnon articulum etiam per alium inchoatiim quain-
vis illo inchoans iiullo flicrit impedimento prepcditus quod adatis prc-
fentium fit nobis , & unicuique vcftrum in premiflis omnibus , eo- &
rum fingulis ceptis , &non ceptis preicntibus , Sc flituris per prefentes
coiiceflas, icjuriffli^lio attributa ut eo vigore eaque firmitatc pofitis in
premiflis omnibus ceptis , & non ceptis prefentibus , &
futuris , pro &
prcdidlis procederc , aefi predita omnia, &
fingula coram nobis cepta
fuiflent , & jurifdidlio vellra , &
cujuslibet vcftnnn impremiflis omni-
bus, &fiiwulis per citationcm , vcl modum alium perpetuata legitifll-
me cxtitilfet Conftitutionc predita fiipcr Confen atoribus , alia qua- &
libct in contrarium edita non obftantc. Prefentibus perpetuis futuris
temporibus duraturis. Datum Roma: apud San<flum Petrum Anno In-
carnationis dominicac Millcfimo quingentefimo quartodccimo Kalcnd.
Dcccmbris. Pontificatus nollri anno fccundo.
Petrus Lambertus.
W. de Enckermont. Petrus I.antc. A. Melfuitcnfis.
Joannes dc RaJicibus. M. Veceis.
R. Pagnus. Petrus Mates.
Bulla do Papa Leao X. a infianda ddRey Dcm Manod ,

em (jiie
concede ao Dupte de Braânga D. Jaynte aereegao de qidnze

Igrejas do feu Padroado ,
em Coninundas da Ordem de
n Chriflo de Padroado feu , e de feus fuccejfores.
Num. lo^.
An. 1517.
L Eo Epifeopus Sen'us Sen’ôrum Dei , cbarifllmo
Emanueli Portugalire & Algarbiorum Rcgi illuftri
Chrifto filio
falutcm & ap-
,
poflolicam bencdiclioncm honellis votis tuis illis prefertim , que fidei

in
propagationem concernunt libenter annuimus , eaque favoribus profe-

ouimur oportunis , dudum fiquidem , poflquam nos attendentes tua ad
aci laudem , &
gloriam orthodoxe fidei exaltationem , chriftianorum-
Gue indemnitatc, & comodum contra infidclles farraccnos , & ditfla: fi-
aei inimicos , cum militibus militix jefu Chrifli , cujus perpetuus ad-
miniftrator per fedem apoftolicam deputatus eras prout ex preclara fa-
cinora, &aflidua bclla, qux contra perfidos didlx noftrx fidei hoftes
forti &
conftanti animo gefl’eras &
non minori fidei ardorem divina fa-
vente clem.cntia totis conatibus gercrc intendebas motu proprio tot
prcceptorias di«5lx militix quot iidra terminum unius anni ex tunc com-
putandum &
fub invocationibus qux tibi viderentur , in monaflerio
conventu feu militia liujufmodi erexcramus ac tot bona jura monaf-
terioruni &
prioratuum ufque ad fumam viginti milium ducatorum
fi tot juxta formam tunc expreflam dimembrari poterant alioquin pro
CO , quod ex di<5i:a fumma deeflet ex parrochialibus , ccclcfijs per tc cx-

primendis & declaraudis , ultjuc ad diclam fumam viginti miliuin duca-
torum ,
,
di Cafa ôrtuguesâ. jI
forum , refervata faltcm , pro fingulis earunJem ecclefiarum Rcdôri-
bus portionc fexaginta ducatorum dimcmbraveramus or fcparaveramus
illaque fic fcparata & dimembrata preceptorijs fic erefîs proportiona-
bi/iter , pro earum do£Hbus pcrpetuo applicavcramiis & appropriave-
ramus. Expofito nobis pro parte tua quod tu expcrientia ipfa qujc eft
rcrum magillra didilccras militcs diiSla; militix qui iiobilles dFe debe-
bant & in cnti/Hone voti deo ferviie promittebant , & pro ejus fidci
augmcnto manifefte pcriculo mortis , fe exponcrc non forinidabant
& contra di»^tos infidells viriliter pugnabant fpcrantes (i contra Chrif-
ti nominis holies pngnando occumbercnt lilicitatis eterna: premium
conl'equipolTe & proptcrea ultra mimemm preceptoriarum per nos
cve^larum hujufmodi ajiquas alias prcccptorias pro nonnullis alijs mi-
litibus di£lic militire exigi & inllitui defiderabas ut multiplicato hujuf-
modi numero millitum bdlum adverfus cofdcm infidclcs maiori robo-
re prodcijui pofTct & pro parte tua nobis fupplicato, ut ipfi tuo pio
<5: noneflo deliderio annucrem de benignitatc apoftolica dignaremur.
Nos ipfi fupplicationibiis inclinati tot dias preceptorias dida: militix
quot infra annum ex tunc computandum fub invocationibus de quibus
tibi videretur ex tunc in monallerio , di^lx militise feu illius conventu
aut militia hujufmodi perpetuo ereximus & inftituimus acbona &jura
quinquaginta parrochialium ecclefiarum quas de jure patronatus laico-
rum tui exifterent , & quas tu infra annum predidlum duceris fpecifi-
candas profingulis earum re«!loribus faltcm portione fexaginta duca-
torum refervata , pcrpetuo dimembravimus & feparavimus^ illaque fic
fcparata & dimembrata preceptorijs
,
prefatis ercdlis proportionabiliter
proearvm dotibus perpetuo applicavimus &
appropriavimus acfacul-
tatem nomin;mdi rmlites ad didas preceptorias tibi &
pro tempore ex-
iftenri Portugaliie conedfimus , dummodum tuus ad id exprdfus
Regi
accederet aifenfus prout in diverfis noftris inde confedlis Uteris quanim
tcnorcs haberi volumus proexprdTis plenius continctur. autem Cum
l\cut denuo nobis exponi quia dileilus filiiis nobilis vir Jacobus
fecilli
Rragantia: & de Guimaraens dux tuus dl nepos fororius, flcatcpluri-
mum dileihis , ac in cifdcm bdlis qua: contra cofdem perfidos noftra:
fidci holies continuo geris adverfos prefatos hoftes farraccnos viriliter
pugnando nc dum tibi fed etiam cidem fidei catolica: , &
nobis ac fe-
di apoftolictE plurima fervitia fccerit ut in expugnatione notabilis Ci-
vitatis de Azaraor , & aliorum oppidomm Aphriese a manibus iplbrura
infidclium experientia docct fperasque Julia tuum &
ipfius Duels fidd
ardorem et defiderium in eifdem bcllis ct fanto excrcitio ac in pluribus
alijs rebus pro ejufdem fidei ac tui excelcnticimi ftatu conl'civationc
hojiore ct augmento ab eodem duce frequenter cadem divina demen-
tia fnvente , majora fervitia rcciperc et de prefenti rccipi ex quo ilia
continuo tibi faccre non defillit , et quia ipfius duds facilitates ad ta-
lia peragenda forfan non fuficerent defideras ultra ea qux idem Dux
in fue virtutc ct fervitutis premium a te recepit et rccipiet etiam a no-
bis , et cadem fede apoftolica de alicujus fubventionis auxilio cidem
Duci provider! , ct ut etiam nobis pro parte tua hiit expolitum fi dc
bonis juribus et rebus aUquarum ex centum pairoachialibus ct ul&a qua:
Tom. IV. ii G de
52 *Provaf do IJv. VL da Hilloria ênealogica
de Jure patronatus dicli duels cxiftunt ultra numerum alianiin prcccp-
toriarum per nos ercdlarum luijufmodi aliqux alix prcccptorix pro
nomnillis militihus dieVi , ct pro tempore , exiftentis ducis faniiliaribus
acquibufvis alijs quibus tu ct pro tempore, exiftens adminiftrator ct
mngifter diclx melitix exhibueris ct cxbibucrit ad inftantiain ciurdem
ducis abitum ditflx melitix^ ct ipfi in cmidione profclTionis dic^x mi-
litix deo foi^'ire promiircrint decodem jure patronatus ct ad prelenta-
tioncm diSl:i , ct pro tempore exiftentis ducis ac ad tui ct pro tempore
exiftentis adminiftratoris ct magiftri inftitutioncm crearentur crigeren-
tur, ct inftituerentur profeclo eidem duci ct fuccedbribus luis acetiam
•tibi cx hoc plurimum confulcrctur ct multiplicato hujufmodi diclonim
militum numcro bdlum advcrlus cofdem infidelles majori robore pro-
fcqui poftet quare nobis tu ct etiam idem dux in fuo laudabili defiJe-
rio confentiens umiliter fupplicari feciftis ut hujufmodi veftris piis ct*
honeftis dcfidcrijs annucrc de benignitate apoftolica dignaremur. Nos
igitur ad defiderium tuum hujufmodi ct maximos laborcs expenfasque
ct periculaquc idem dux in expugnationc civitatis ct alionim oppido-
rum predi6lorum in cjufdcm fidci aiigmentum ac noftrum ct fedis apof-
tolicx totius reypublicx criftianx honorc fuftimiit debitum rcfpe<5him
habentes ac ut tu ct ipfc dux nepos tuus ct alij principcs chriftiani
ad alia fimilia peragenda invitcinini fupplicationibns hujufmodi incli-
nati tot alias prcceptorias didVx melitix quot infra annum a dato pre-
I'cntium computandum fub invocationibus , de quibus cidem duci ne-
poti tuo videbitur ex tunc prout cx tunc ct c contra ad di£li ct pro
tempore exiftentis Ducis prefentationem tuisqueet pro tempore exiftentis
adminiftratoris et magiftri inftitutioncm dumtaxat in eadem mcHtia Do-
mini Noftri Jefu Chrifti perpetuo creamus crigimus ct inftituimus ac
bona ct jura quindecini ex didfis parroachialibus eccldijs qux dc jure
patronatus didti ducis cxiftunt et quas idem dux infra diftum annum
duxeris fpccificandas pro lingulis carum Rectoribus I'altem portionc
fexaginta ducatores refervata perpetuo dimembramus ct feparamus illa-
•que lie feparata ct dimembrata , prcceptoris perfaefis fic creifis pro-
portionabilitcr pro carum doftibus iuxta confidcrationcm et arbitrium
didfi Duels perpetuo applicamus et apropriamus ac idem ct pro tem-
pore exillcnti Duci Bragantix cligendi nominandi ct tibi ct pro tem-
pore exiftenti adminiftratori , et magiftro did:o militi , eofdem milites
ad diefas prcceptorias fic credfas a fua primeva creftione , leu cum et
quotiens perpetuo eas vocarc contingit prefentandi tibique & di«5lo pro
tempore exiftenti adminiftratori , et magiftro illos inftituendi ct confir-
mandi facultatcm et licentiam concedimus. Dumodo tuus , ct di^li
Ducis ad hoc expreftus accedat airenfus ct quod preceptorix hujufmo-
di fic creefx ct inftitutx dejnre patronatus cx fundationc ct dotatione
didfi ct pro tempore exiftentis Ducis Biacantix perpetuo fint ct clfe
cenfeantur , didfumque jus patronatus ac nominandi & prefentandi cof-
dem milites ad caldem prcceptorias fic erc^fas pro potiori cantclla qua-
tenus opus fit cidem ct pro tempore exiftenti Duci appoftolica autho-
ritatc perpetuo concedimus illudquc verc &non fi<5le cx eadem funda-
tione ct dotatione ac fimilibus mode et forma fibi competcrc prout in
diclis
da Cafa 'âl ôrtHgueâ. .
j^
Jiftis parrochialibus ecclcfijs compttit perindc ac fi bona jura ft
fibi
rex huiulmodi cifdem preccptorijs applicata & appropriata aditis par-

rochialibus ecclefijs nunquam Separata & dimcinbrata & prcceptoria:
/iu|ufmodi a tempore tundationis & dotationis enrundem eccldiarum ,
ft cxcifdem bonis & rebus fitndat &
dotite create crefle & inllitute
fuilTent ip/ique juri patronatus ctiam intuitu litis vel permutationis aut
vocationis apua fedem feu confenfus partium vel alius abfquc didi ft
pro tempore cxiftentis Ducis exprelTo confenfu per nos & fuccellbrcs
nollros ac fedem predidam ctiam motu nroprio ft ex certa feientia ac
de plcnitudinc poteftatis derogati non po(le ac quod milites prima vice
& pro tempore nominati prdentati ft inftituti predidi cidem Sc pro
tempore exiftenti Duci Bracarentia: in prcmiHis Sc alijs fen itijs pro fui
ftatus & perfone honorc Sc augmento ac prout eidem Duci videbitur
& non alicui alteri perfona: deA;n'iri obiequiet obedire teneantur ncc
aliter ftccrc pollint nifi de didi &
pro tempore exiftentis ducis expref-
fo confenfu. Et contrariiim faciendo preceptoris hujufmodi privati ex-
i/fcint ille qui vacate cenfeantur eo ipfo idemquc Sc pro tempore exif-
teas Dux ac tu ft pro tempore exiftens adminiitrator , & magifter nulla
dcclaratione aut vacatione prccedcntibus ncc requifitis alios adcafdcm
preceptorias fic vacantes milites qui cidem Duci in premiflJs deferviant
obfcquaiitur ft obediant ut prefertur nominate prelentarc & inftituere
ac confirmare totienfquoticas cafus prcmiiTc vacationis occurrit reipe-
dive poflint & valcant necnon crediones creationcs dimembrationes
feparationes applicationes & appropriationcs ac jus patronatus ftfacul-
tates nominandi prefentandi inflitucndi , Sc confirmandi ac nominatio-
nc:; prcl'eiitationes inllitutiones ft confii mationcs per didum Ducem &
te aepro tempore cxillcntem Diiccm Hragantix ftmagillmm feti admi-
niftratorem did.'C militix faciendas cx tunc prout ex tunc ft c conver-
fo non fide fed vcrc fuum vorum plcnarium Sc totalem cfeduni for-
titas elTe dida.sqiie nominationes prcfcntationes inAitutiones & confir-
mationcs per didum Ducem ac tc iucccilbrcs univerfos ut premittitur
t'aciendc vim validarum applicarum inftitiitionum habere
Sc cficatium
ita quod didis militibiis ad dida.s preceptorias fic eredas per didum
& pro tempore Ducem Bragantia; prefciitatis & nominatls ac per tc ft

pro tempore didx militiae inagiftrum feu adminiftratorem in eis infti-
tuds credentibus vel decedentibus modernis redoribus didarum quin-
dccim ccclcfianim parrochialium a quibus bona dimcmbravimiis Sc fe-
paravimus Sc preccptorijs eredis hujufmodi applicamus .... ecclefiM
predidas alias quomodolibet dimittenubus &
illis vacantibus qiiovis
modo etiam apud fedem predidam honorum dimembratorum Sc ap-

plicatorum & pro dodibus afilgnatorum hujufmodi corporalem polfcf-
fioncm per fe vel alium feu alios propria au’thoritate libere appi eliendc-
rc illorumquc frufhis rcJ.litu's & proventus in fuos & prcceptoriarum
hujufmodi ufiis & utilitatem convertere ordinatorum loconim & quo-
rumvis aliorum liccnria fuper hoc minime requifita ipfarumquc prece-
ptorias tarn hac prima vice ab earunt primeva eredione hujul'modi
quam pro tcmprorc vacantes per quofeunque ctiam a fedc predida fine
predidi &pro tempore exiftentis Ducis Bragantix fpeciali & cxprciTo
* confenfu
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54 Turovas do Liv. VI, da Hifloria (jenenlo^tca
confcnfu impctr.iri non po(Tc , ct onincs impetrationcs ct conccfHones

dc illis ctinm a fcdc prcdicta aliter facias nullas irritas invaliilas ct ina-
ncs nuliusquc roborls vcl moincnti lore nccnon applicationcs et appro-
priationes predidâs tan’que realitcr cfcihim fortitas in quibufvis ge-
ncralibus vcl Ipccialibus rcvocationibus ct ful’pcnfionibus unionum an-
ncxionum ct incorporatiomini appropriationum ct applicationum regu-
laruni conftiûrionnm , voluntatuin dccrctorum ct qiianimvis difpofi-
tionum , per nos leu fedem cditaruni , ctedendarum ctiamfi de cis de
verbo adverbum fpecialis fpccifica ctcxprclFa mentio ficret nnllateiius
comprcctidi licque noftre iiiccnnnutabilis voluntatis fuiire et cfl'c ct per
quolqunque judiccs ordinaries dclcgatos ct I'ub del legates , ctiam fame
Komanx Ecclcfix Cardinalcs ct caufirum palatij appollolici auditorcs
in Romana Curia ct extra ca in quanvis inftantia judicari decidi ct in-
terpretari dchcre liiblata cis et corum cuilibet quavis alia fententian-
di , dcclarandi , judicandi , ct interpretandi facultatc ac irritiim et inna-
nc quidquid fccus fuper hiis a quoque quavis autoritatc feienter vcl
ignorantcr contingcrit attemptari dccerninius ct dcclarannis ; Quo cir-
ca dilciflis filijs fanclx Marix dc Barccllos ac ipfius fanclx Marix dc
Ourem oppidonim Hracarenf. et Ulifiponcnt. Dioc. fecularium ct Col-
lîatarum ecclcfiarum prioribus modemis ct pro tempore quorum con-
tientias oncramus per appoflolica feripta mandamus, quatenus ipfi vcl
duo aut unus coinm perfe vcl alium feu alius fruiilus icditiis ct pro-
ventus , hujufmodi a di£lis quindccim parrochialibus ccclclijs feparatos
ct difmembratos pro doii>ibus hujufmodi prcccptoriarum filva (exagin-
ta ducatorum portionc prcJidla defignent ct aflignent nccnon Dueem
Regem ct militcs nominates prefentatos inftitutos ct confirmatos ad
prcccptoriis cre^âs hujufmodi incarum ct honorum prediftorum pof-
fcITioncm inducant et induclus defendant a motis ab cis cedentibus vcl
decententibus modernis rciloribus prcfa>5Hs feu ccclefias ipfas alias
uovis modo demittentibus quibuslibet illicitis detentoribus laciantquc
a c ipforum bonortim pro dotibus applicatorum hujufmodi fru»îibus
redditibus prot entibus juribus et obventionibus univerfis integre ref-
pondcri contradiilorcs per cenfuram ccclefiaflicam appcilatione poft-
pofita compefeendb invocato ctiam ad hoc fi opus fucrit uuxilio j,bra-
chij fccularis non obllantibus Conftitutionibus ct Ordinationibus ap-
poilolicis cetcrisque contrarijs quibufcumquc. Nuli ergo omnino ho-
ininum liceat hanc paginam noftrx creationis creclionis inftitutionis di-
membrationis feparationis applicationis appropriationis conccllionis dc-
creti dcclarationis oncrationis et mandati infringerc vcl ci aufu teme-
rario contraire. Siquis autem hoc attemptarc prcfumpl'erit indigna-
tioncm Omnipotentis Dei ac bcatorum Petri ct Pauli appoftolorum
ejus fc noverit inairfurum. Datum Rome apud fantum Petrum an-
no Incarnationis dominice milecimo quingentefuno dccimo feptimo.
Quinto Idus Januarij Pontificatus noftii anno quinto. A qual Bulla
Eu Paulo Correya Clcrigo dc milfa c notario appollolico bem e ficl-
mente tresladcy fern erro nem couza que aja duvida e de meu publi-
co que tal he no dito dia nicz era aciina dcclaradc.
fiual alligncy
a
da Cafa %eal Tortuûesâ.

55
Bulla do Papa Leai X. concedUa ao Diicjtie de Braganga D, Jay-

me f em a qual porcjue na primeira fuppUca para efcoUier as quin-
ze Igrejas , Je
exprejjara mayor numero de Igrejas do Padroado
do Diique para a dita graga , e para qiie ejla tivefe feu efti-
to do tempo de/ia Jegunda Bulla , pela qual concedeo niais ao Du-
qtie, que nasquinze Igrejas , qiie e/colhejjcy que nas que nao paf-
Jajfem de cento e vinte ducados cada anno , ficajjem ao Reytor

quarenta ducados Jdmente , e nas que pajjafem da dita fomma ,
Reytor Jefent , coino fora ordenado na primeira Bulla.
hoiiveffe o
EJld no Cartorio de T homar , donde je tirou authentica em hum

Vwro , que eJla no Archivo da Coja de Braganga pag. 14.
Eo Epifcopus Scmjs Scrvorum Dei. Dileclo filio Jacobo Bar-NuiTl. 1 10.

J Vguanti.T ,
ftioncm.
&
dc Guimaraes Duci falutcm , & apoftolicam benedi-
Probatx devotionis finceritxs , & inconculTac fidei conAantia
" IS
'
19.
quibus ei7>;a nos , &

Romanani Ecclcfiim fplendcre dignofccris promc-
Tentur; ut te fpccialibus favoribus, & gratijs profequamur dudum fi-
quidem poftquam nos atendentes aflidua bclla qux chariflimus in Chrif-
to filius nofter Emmanuel Portugalliic ,
& Afgarbiorum Rex illuftris
ad Dei laudem , & gloriam , ortliodoxarquc fidei cxaltationcm , chriftia-
norumciue commodum contra infideles Sanaceiios , &
pcrfldos ejuf-
dem fidei inimicos cum militibus iniliti:e jefu Chrifti cvijus perpetuus
Adminiftrator per fedem apollolicam deputatus erat , prout cxiflit for-
ti , & conAanti animo gefl’erat , it non minori fidei ardore divina fa-
vente clcmencia totis conatibiis gcrere intendebat , motu proprio cer-
tas praxcqnorias indicia militia Jefu Chrifti perquafdam erexeramus,
& creaveramus. Nos ad maximos labores, &
expenfas parte qui ut af-
ferebas pra:fati Regis nepos exiflcbas , prout exiftis in expugnatione
Civitatis dc Azamor , & aliarum terrarum Afriese a manibus diiflorum
infidelium aftumptas, &
faiftas ddiituni rcfpedlum habentes, ipfius Re-
gis, actuLs in hac parte fupplicationibus inclinati adfimilitudinem gra-
tiaruui ereftionis, tccreatioms pnrdidlarum cidem Regi per nos jam
ut pnemititur conceiTarum, tot al'xs prseceptorias indicia militia, quot
infra annum ex tunc computandum , &
fub invocationibus dc quibus
tibi videretur , per alias noftras literas ex tunc perpetuo crcavinnis,
creximus, & inftituimus
ac bona : ,&
jura quindecim ex centum, ul- &
tra parrochialibus Ecclcfijs quae ut aftcrebatur dejure patronatus tui
crant , &quas tu infra diftum annum ducercs fpecificandas , portion;
faltcm fexaginta ducatorum fuper bonis, &
juribiis fingularum Eccle-
fianim hujufmodi profingulis carum redloribus refervata abeifdem Ec-
clefijs perpetuo feparaviinus , &
dimembravimus illaquc fic feparata,
& dimeinbrata prx.eptorijs pra:fatis fic poftcriori loco creflis propor-
tionabiliter piodotibus illarum iuxta confuetudincm , &arbitrium tmim
perpetuo applicavimus ,
^
&
appiopriavimus ,
ac tibi , &
pro teinoor.;
cxillaiti
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.
,,
5 ^ Turovas do Liv. V1. da Hifloria ênealogica

cxiftcnti Dud Braguantix tuos familiarcs , &
fcn'itorcs cjufdem mili-
tix militcs prarfato Regi , feu pro tempore cxiftcnti Magiftro feu Ad-
niiniftratori didx militix ad di£tas pnveeptorias fie poftcrius credas
cum Sk quotiens cas etiam a fua primeva ercilionc vacate contigerit
nominandi, prefentandi, ipfiqiia Regi , feu pro tempore cxiftcnti
&
Magiftro , vel Adminiftratori illos fie nominandos , &
prefentandos in
poftcrius crc£bs prxeeptoriis prcdielis inftituendi ; ac tihi etiam alia
faciendi licentiam , &faeultate:n coneefilmus prout in fingulis lilcris pre-
diclis , quai uin tcnorcs , ac fi de verbo ad verbum hie iiifcrercntur pre-
fciitibus liaberi volumus pro exprclfis , plenius continetur. autem Cum
ficut exhibita nobis nuper pro parte tua petitio continebat , tempore datis
didaium priorum literarum non centum , &
ultra prout in didis prio-
ribus litcris exprefTum fuit , fed minor! numero parroeliialcs Rcclefix
de tuo juri patronatus cxiftcrent: &
proptcrca tu qui infra diduin an-
num debitis tamen deliberatione , &
dilcutionc non pnrmiflis , didas
quindecim pairochiales de did:o rao jure patronatus alias juxta teno-
rem didarum priorum lit:ranim fpecificafti , dubites priores literas
prxdidas de fubredionls vitio notari : ac illas , &
fpecifieationem prx-
didam minus utiles reddi poTe tempore procedente ; cupiarque fuper
fpecificationehujufmodi ad commodum , & urilitatem tarn parrocliia-
hum Eeclefiarum, quani pnrce;>foriarum prxdidarum melius delibera-
rc , & difcuterc , necnoii portiones pro Redoribus prxdidis refpedu
majoris, vel minoris valons enjiislibet didarum quindecim Hcclefianim
pafrochialium moderari nos tibi ne proptcrea didarum literarum fruf-
teris eftedu providerc: teqiie prxmiiroriim intuitu gratiofo favore pro-
fequi volentes; &aquibnivis cxcominunicationis , fufpenfionis, in- &
terdidi , alijsque ccclefiafticis cenfuris , &
penis a jure , vel ab homine
quavis occafione , vel caufa lads , fi quibiis quomodolibet innodatus
cxiftis ad clFedum prxl'entium duntaxat conlequcndum liarum ferie
abfolvcntes, &abfolutum fore cenfentes, tuisin nac parte fiipplicatio-
nibus inclinad volumus , & apoftolica tibi audoritatc concedimus
:
quod priores literx prxdidx cum omnibus, & fingulis gratijs ,

indul-
tis , decrctis , & claufulis in cis contentis a datis prxfentium valeant
plenamque roboris firmitatem obtineat , & tibi fulv'ragentur , etiam ad
noc ut tu de cetero ad illanini , & illonini confcqucndiim efiedum il-
las ex omnibus parrochialibus Ecclcfijs de jure patronatus tuo prxdi-
dis pro tempore vacantibus de qui'ous tibi vilum fncrit , dummodo
,
numerum quindecim ex omnibus parrochialibus F.cclefijs hujufmodi

non cxccdant de novo melius deliberando , firaul vel fucccfiive Ipeci-
ficare libere , & lieite vaieas in omnibus , d per omnia perinde ac fi cif-
dem prioribus litcris non quod centum & ultra fed quinqiieginta
, ,
& edam ultra vel citra parroachiales licclefix de tuo jurepatronatus hu-
jufmodi cxcitebant exprefTum fuilTct. Et quod Redoribus diiTlariim
quindecim fpecificandarum parrochialium Ecclcfi;irum , quarum videli-
cet centum viginti quinque non cxccfieriiit quadraginta dumtaxat: alia-
ri;m vero quarum centum quinquaginta ducatorum finiilium fiudus,
redditus , d proventus valorem annuum tranfccndcrint fexaginta diica-
toiuin limilium , & non ultra poi tio prout pro Redoribus quinquagin-
ta
Diniti^rn-i by C-oOgll
daCafa êal Tôrtuguesâ.
ta paiTOchiali’um Ecclcfiarum pro Hmillbus prarceptorijs per nos jam
dudum ( ut prsefertur) difti Emmaiiuclis Regis intuitu creftis perprx-
fitum Regem Ijpecificataruni refervata exiftit rcfcr\ari debeat ,
ac rc-
fenata fit , & efie cenfeatur decernimus per pra;fcntcs. Non obfianti-
bus prxmiffis, ac conftitutionibus, & Ordinationibus apoftolicis, ac om-
nibus illis tjua: in didtis prioribus litcris volumes non obfiarc , caterif-
que contranjs quibulcumque. Nulli ergo omnino hominum liccat banc
paginam noftra abfulutionis , voluntatis , conccfl'onis , ac dccreti in-
/ringerc , vel ei aulu temerario contrairc. Siquis autem hoc atcntarc
praliimplcrit , indignationem Omnipotentis Dei , ac Beatorum Petri
& Pauli Apoftolorum cjus fe noverit incurfurum. Dads Romae apud
San£tum Petrum , anno IncamationLs dominica: milcfinio quingentefi-
mo decimo nono , fexto klus Oclobris. Pontificatus noftri anno Icp-
timo.
Torque na [rimelra Bulla dagraqa concedida ao Duque de Bragan-

qa, pura poder de quinze Igrejas defeu Padroado tomar frutos
pura dote das Commendas ,
que dj'upplicaqao delRey , efuot Hie
farad concedidas ,
que fizjejfe , Je requere expreffo con/entimento
delRey : Duque feu confemimento por ftia Carta , cujo
hoicve o
thear he o feguinte tirada doCartorio deThomar. EJld em hum
,
Ihro authentico pajjado por Fr. Oonqalo de Rezemte , Guarda,

,
e F.Jcr 'tvod do Cartorio da Ordem ao Chrijlo pag, id, verf. ,
D
ta navi_
zemos faber, que pello Duque dcBarganca, cdeGuimaracs &c. meu
muito amado , e prezado Ibbrinho , nos Foi aprefentada huma Bulla
donoflb inui Santo Padre Leo X. impetraila a nolfa fupplicaâ& era
que S. Sanddade fazia graâ ao dito Duque , que podelle nomear quin-
ze Igrejas de feu padroado pera fe fazerem dellas Comendas pera Ca-
volleiros da Ordem deNoflb Senhor Tefu Chrifto , a que nos , ou nof-
fos I'uccelTores que a adminiftraâf) do dito meftrado tiverem , dver-*
mos por bem de dar o babito da dita Ordem com outras claufulas niais
largamente na dita Bulla contheudas , antre as quaes fe requere pera
ertcito da dita Bulla darmos nos pera ello noflb exprelTo confenrimen-
to, pedindonos o dito Duque meu fobrinho , que nos aprouvefie de
Jho dar, e vifto feu pedir, c avendo refpeito a fer efto por noHb rc-
qiicrimento , e redundar em nolTo ferviô , e defies Reinos por efia
prel'cnte noteficamos que fomos difib contente , e damos pera inteiro
efi'eito da dita Bulla noflb confentimento , e encomendamos aosjuizes
apoftolicos a que a execupo da dita Bulla vem cometida , que com to-
da boa diligencia , e cuidado dem a exccuflao os mandados fobre efto
da Santa See apofiolica cmanados , afli como nelles he contcudo. E
mandamos a quaefqucr noflas jufiiâs , e officiacs a que efia nofl'a Car-
ToiiJ. IV. H ta,
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,
s« Turovas do Uv. V1 . da Hifloria ênealogtca
ta ,
ou trcslado della cm publica forma for aprcfcntado que dcm a cfto
todo o favor ,
c ajuda que nccelTario for. Dada cm Almcirim a quatro
dias dcMajo Jorge Rodriguez a fez, anno de mil c quinhentos e de-
zanove.
Bulla do Papa Leao X. em cjiie con da , que nas quinze Jgre}as en-
trao as de Santa Maria tie Moreiras e de Santa Leocadia, am-
,
has da Diocefi Bracharenje •, eporque ejlas Igrejas da aprênta-

gad do Duque Iheforai doadas por huns leigos ,
que diziaSJerJtu
0 direito da aprêntagao , 0
que nao era certo : 0 Pupa con-
cede em virtude dedas Apodolicas letras ao Duque , efeus Juc-
cejfores , 0 verdadeiro Padroado dejlas duas Igrejas ,
pqjlo que
nai foffem dos leigos ,
que Ihe dzeraS delle DoagaS ,
e que perten-
a collagao do Arceh/po Diocefano.
cejje Ejld no dito livro das
Bulks das Commendas no Cartorio da Cufa , pug. li.
Num. 112
An. 1518.
L Eo Epifeopu-s Semis Servorum Dei. Dilcflo filio nobili viro Ja-
cobo Barguantix’, ct de Guimaraes Duci illullri falutcm, ctapof-
tolicam bcncdiclioncm. Sincerx devot onis eft'cdlus quern ad nos , et
Sanflam Romanam geris Ecclefiam non indigne promcretur ut votis
tuis per quae tibi tuisque honor acrcfcat favorabiliter annuamus , ac ca
favoribus profequamur opportunis. Sane pro parte tua nobis nuper cx-
hiba petitio continebat, quod dudum certi laici alTerentcs parroadiia-
les Ecclefias Sandae Maria: de Morciras , ct dufdem Sandac Mai ias de
Sanda Locaia locorum Bracharenfium dioccefis quas diledus filius Fcr-
nandus Rodcrici 'illarum rcdlor obtinet; quaruinque infimul fruilus,
redditus , et proventus feptingentomm ducatorum auri de Ciamcra fe-
cundiim communcm eftimationem valorem annum non excedunt de Ju-
re patronatu-s laicorum exiftcre, illudque ad fc pcrtincre ipfum Jus pa-
tronatiis tibi donarunt , et conccd’erunt prout inquilnifdam inftrumen-
tis publicis defuper confedis plcnius continctur. Quare pro parte tui
alfercntis ct charifllmi in Chrifto filii noftri F.mmanuelis Portugallia:
ct Algarbiorum Regis illuBris nepotem exiftere nobis fuit humiliter
fupplicatum utdonationi, ct conceflioni prsdidis pro illarum fubfiften-
tia firmiori robur apoftolicae confirmationis adjiccre , atquc etiam cum
de Jure patronatus diflorum donatorum dubitetur didum patronntum
tibi , ac heredibus , ct fucedToribus tuis limpliciter perpetuo conccdc-
re , aliasque in prcmidls opportuno providere de bcnignitate apoflolica
dignaremur. Nos igitur ad maximos laborcs , expenfasque , et pcricula
0U.1: tu aim diifli Emmanuclis Regis , et tua ClalFe contra agarenos fi-
aei holies Civitatem de Azamor, ct alia oppida ab illis expugnando
in ejufdem fidei aiigmcntum , acnollnim, ct Sedis apoftolic«, touuf-
que reipubliac chrillianx honorem lullinuilli dcbituni rcl'pcinum ha-
bentes , ct ut tarn tu , quam alij Principes ad fimilia peragenda invite-
mini nccnon pra;fati Emmanuedis Regis conlidcrationc erga tc apof-
:
tolicam
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da Cafa %eal ôrtugueâ.
59
tolicam niunificentiani exerccre, teque fpecialibus favoribus, ctgrati}s
profequi volentcs , ac a quibufvis excomunicationis , fufpcnficnis ct
,
intcrdifti , alijsque ecclefiafticis Icntcntijs ccnfuris, et pocnis a jure,
,
ycl ab homine quavis occafione , vcl caufa latis fi quibus quomodolibet
innodatus exiftis ad efFedlum prajl'entium duntaxat confcquendum ha-
rum lerie abrolvcntcs , ct abfolutuni fore cenrentes hujulmodi fuppli-
cationibus inclinati dqnationem , ct conccflionem prxdidlas , ac prout
iUas concernunt, omnia, etfingula in dicHs inftrumentis contenta quo-
rum tcnorcs ac n dc vcibo ad verbum infererentur prefentibus pro lu-
ficienter exprcflis haberi volumus aucloriate apollolica tenore prefen-
tium approbamus, et confirmamus fupplcntcs omnes, et fingulas tarn
juris quam tafti defFc^his fiqui forfan intervenerint in eilUem. Et
nihUominus tctuosque heredes , et fucceflbrcs perpetuo veros , et in-
,
dubitatos dictarum Ecclefiarum Patronos , etiamli ilia dc jure patrona-

tiis dicborum laicorum nullatenus iiierit led ad liberum collationem
,
vencrabilis f'ratris noftri moderni et pro tempore cxiftentis Arcliicpif-
,
copi Bracharenfts pertinuerint , ct pertineant ac per cum liberc confer-
:
ri loleant
,
e confueverint , audloritate , et tenore prxfatis facimus, conf-
tituimus , et deputamus , teque , ct heredes , ac fucceirorcs tuos pra:-
fatos ex nUnc carundem Ecclefiarum Patronos ct illarum jus patrona-
,
tus hujufmodi ex fundatione , ctdotatione, et non alias vere, et non
fidte ad VOS competere et fub aliquibus derogationibus ctiam in fpe-
,
cie , et noininatim ctiam intuitu litis permutationis vacationis apud Sc-
dein candein etiam manibus nollris , ct fuccelTorum nollrorum concen-
fus partium vcl alias fiendis quominus tu et heredes ac luccelTores tui
,
prxJicli jure patronatus liujufmodi libcre uti , et ad pra:Ientationcm
ve/lram inftituti earundem Ecclefiarum poirdTioncs aTequi , et rctincre
poflltisminime comprehendi , ncc coniprehcnfas effe intclligi poU'e.
Sicque per quocunque Judices , et Comillarios etiam didla: San6>:^ Ro-
manie Kcclefisc Cardinalcs , ct Palatij apoftolica: caufai urn Auditorcs ,
feu eorum loca tenentes, ac etiam tuos, et fuccelTorum tuorum hujuf-
modi Confervatores pro tempore cxiftentes , feu quovis alios in qua-
vis caufa , et inftantia in Romana Curia , ct extra earn pronunciari , ct
dcjudicari debere, ct teneri lublata eis , et eorum cuilibet quavis ali-
tor judicandi , et interpretandi facultatc , feu au»5loritate irntum quo-
que ct innane cuicquid fecus etiam per nos , feu de mandato nollro
aut Sedem praediebam , vel ejus etiam de latere Legatos , feu Nuncit'S
ctiam confiftorialiter fieri contigerit cadem aueboritate , et tenore do-
cernimus, ct dcclaramus do gratia fpeciali non obftantibus apoftoli-
:
cis ac in Provincialibus , ctSinodalibus concilijs editis gcncralibus, vcl

,*
fpecialibus Conlbitutionibus , ct Ordinationibus carterisque contrarijs

quibufeunque. Volumus autem quod hi qui ad tuam. et fuccciToriini
tiionim pra:di£borum pnrfcntationem ditSbarum Ecclcuarum polTcHio-
ncm pro tempore alTcqucntur infra fex menfes a die illarum habitio pa-
cifice polTclfionis computandos a Sode praefata novam provifionem ob-
tincre , et literas defuper expedite , ac annatam Camera; Apoftolicre
perfolvcre tonoantur. Alioquin etcdem Ecclefia; vacate cenfoantur oo
ipfo ita quod quotiens tabs vacatio occurrorit illarum coUatio ad So*
* T«r* TT»» *
Tom. IV. domHU 1

6o Turovas doLiv.VI. daHiJlorta (jeneah^cA
dem eandcm legitime devolutam efTe cenfeantur eo ipfo. Nulli ergo
omnino hominum liceat hanc paginam noftrx abfolutionis , approba-
tionis , confirmationis , Tuppletiociis , creationis , conditutionLs , depu-
tationis ,
decrcti , dedarationis , et voluntatis infringere , vel ei aufu
teinerario contraire. Si cûis autem hoc atentare prxfumpferit indigna-
tioncm Omnipotentis Dei , ac Beatorum Petri , et Pauli Apoftolorum
ejus I'e noverit incurfunim. Datis Romae apud Sanfhim Petrum anno
,
Incarnationis Dominioc mildimo quingentefimo decimo odiavo , deci-
mo quarto Calendas Maj. Pontificatus noftri anno quarto.
Rivard portjue ElRey D. Manoel concede , e outorga ao Diigue de

Braganqa feuJobrmho poder nomear a Igreja de Santa Maria
de Monforte entre as quinze Igrejas do feu Padroado , fem em-
bargo do Padroado da dtta Villa Jer fdmente em fua vtdat o
que confirma o Blfpo de Evt'ra , co<m fe ve djs Shards J'eguin-
.
que edao nodito livro, pag.zo.
Num. 1 1 a,
^
ElRey fazemos faber a quantos efte nolTo Alvara virem , que
® apraz que o Duque de Barganâ meu muito ainado , e pre-
An ’
1 « 1 8
zado fobrinho polta nomear a Igreja de Santa Maria de Monforte nas
Comendas , que o Santo Padre Ihe tern otorguado. E ifto fern embar-
go do dito Duque non ter os padroados das Igrejas da dita Villa mais
que em fua vida. Porque por Ihc fazermos merce o avemos aflim por
bem. E queremos que efte alvara vallia conio Carta adinada , e alTel-
lada , e palTada pella Chancdlaria fem embarguo da Ordenaâfi fobre
ilFo feita ; feito cm Torres Vedras a fete dias de Outubro
j
Diogo Fi-
guciro o fez de mil e quinhentos e dezoito annos.
An# 1522. T\T Dorn Affonfo Bifpo Devora &c, fazemos faber aos que efte
nolTo alvara de Confirma9a6 virem como vimos efte alvara del-
Rcy meu Senhor concedido ao Senhor Duque de Bargao9a pello qual
o confirmamos ,
approvamos , e retificamos , e interpoemos cm clle
nolTa autoridade, emandamos que tenha , cvalha como nodito alva-
ra de S. Alteza fe contem. Feito em Evora a vinte e oito dias de Mar-
90 de mil e quinhentos e vinte dous annos.
Procejfo Executorial das tres Bullas atras mencionadas ,

feito por
Filippe JoaS ,
Prior da Igreja Colleg'tada de Ourem du Dioceji
de Lisboa , bum dos tres Execiitores dellas cum claufula vos vel
duo ,
aut unus. Fjld no dito livro das Bullas das Commendas
da Sereni0ma Cafa de Braganga ,
pag. zi donde 0 tirey.
TNiverfis, & fin^lis quibus prefentes noftras literae pen'cnerint,

um. 1 •*
X quofquc infra feriptum tangit negotium , feu tangcre poterit
All. 1522. quomodolibet infuturum quocunque, feu quibufeunque nomine, feu
nomim-
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,,
Ja Cafa âl Tôrtuguesâ. 61

nominibus cenfeantur , & auacunûe prxfulgeant dignitate. Felippus
Joannes , Prior in Eccêîa Collegiata Beatie Mariae de mifericordia Op-
pidi de Ourem Ulixbon. dioc. Judex , & Executor ad infra fcripta una
cum meis in hac parte colcgis cum claufula quatenus ipfi , vel duo
aut unus eorum per fe , vel alium &c. ab eadem Sede apofrolica de-
putatus falutem in Domino , & noftris imo verius apoftolicis firmeter
obcdire mandatis. Literac Sanifriflimi Leonis Papae X. cum filis feri-
ceis vera bulla plumbea more Romanae Curix bullatas , nccnon alias
prardiiEti famfriflimi Leonis in vera bulla eodcm modo bullatas, &in-
tegras non viciatas non cancellatas ncc in aliqua eorum parte fulpecVas,
fed omni prorfus vitio , & fufpitione carentes , ut in eis prima facie
apparebat ; & alias etiam Emmanuelis quondam Portugallix , & Algar-
biorum &c. Regis , necnon alias ejufdcm Emmanuelis quondam Regis
propria manu lignatas, figiloque ipfius figilatas, &munitas fanas etiam,
& omni prorfus vitio , &fufpetione carentes , & alias etiam literas Al-
fonfi quondam Eborenfis Epifcopi fua propria manu fignatas , & mu-
nitas ,& omni fufpetione etiam carentes : nobis pro parte Illuuriflimi
Excellentillimique Domini Jacobi Ducis Braântix , & de Guimaraes
&c. coram Notario publico , &teftibus infra Icriptis prxfentatas per ve-
ncrabilem Virum Iûdovicum Leite Licenciatum prxfati Ducis Domi-
ni legitimum Procuratorem ut ex tenore fui mandati nobis conftitit.
Nos ea qiia decuit revcicntia noveritis recipifle quarum quidem litera-
rum apoftolicarum , & diftarum quondam Regis , & Epifcopi fuccef-
live de verbo ad verbum tenor talis efle dignocitur. Leo Epil’copus
fervus fervorum Dei chariflimo filio Emmanuel! Portugallix , & Al-
guarbionim Regi illuftri falutem &apoftolicani benediftionem &c. ut
/upra. Item alia Leo Epifeopus fervus fervorum Dei dilcfto filio Ja-
cobo Barguantix , & de Guimaraes Duci falutem , & apoftolicam be-
nedifHonem probatx devotionis &c. utfupra. Dorn Manoel pergra-
de Deos Rei de Portugal , c dos Algaires , &c. ut fupra. Nos El-
g ei fazemos faber a quantos efte nolTo Alvara virem , &c. ut fupra.
Nos D. Affonfo &c. fazemos faber aos que efte alvaia virem ut fupra.
Eu oDuque &c. faqo faber aosoue efte virem , que eu dou poder ao
Lecenciado Luis Leite do meu dcl'embarguo pera que em meu nome
pofla aprefentar a Fclippe Annes Prior de Santa Maria da Mifcricortlia
da Villa de Ourem da Diocefi de Lixboa certas Bullas do Santo Padre
Papa Leo X. perque S. Santidadc me concedeo que as rendas de quin-
ze Igrcjas de meu padroado fe annexalTem a Ordem de NolTo Senhor
Jefu Chrifto pera le dellas fazerem as Comendas , que eu fpccificalTe
legundo nas ditas Bullas he contcudo , e pofla requerer cm meu nome
todo o que cumprir , e for ncccflario pera as ditas Bullas haverem feu
debito efeito , e por Certida6 dello mandci fazer efte por mim aflina-
do. Feito cm Villa Viqofa aosvinte etres dias de Aguofto de mil cqui-
nhentos e vintc e dous anaos. Poll quanim literarum apoftolicarum,
necnon aliarum prxiiicertarum prxfentationem , &receptionem nobis,
& per nos fafti fuimus , per fupra di£lum Licenciatum Procuratorem
pro parte Domini Domini Ducis debita cum inftantia requiliti quate-
nus ad cxecutioncm didarum litcraiuin apoftolicamra, & in eis conten-
tomm
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61 Turovas do Liv, VL da HiHoria ênealogtca
torum procederc dignaremur juxta traditam a Scde apoftolica nobis
formam. Ego Gundiflalvi Prior , ct Executor prarfatus atendens rcqui-
fitionem hujufmodi fore juftam ; et ration! conlbnam volcnsque man-
,
datum aportolicum nobis hujufmodi in hac parte diredfuin rcvercnter
exequi ( ut tencmur ) quindccim Ecclcfias inter quas didius Dominus
Dux aliquas jam fpecifcavit , f. San 61a: Mari« deAutimes. et Sandia:
Maria: do Rio frio , dc Carrcguoca , et Ecclefia Sandii Bartnolomci de
Rabal , et Santi Petri de Babae ejus Ecclefiarum , P'cclefia San(î Gens
de parada , et Ecclefia Sandli Petri de macedo dos Cavalleiros , et San-
dfjc Marix dc moreiras, Ecclefia Sandlx Leocadix demoreiras, Ecclc-
fia Sandii Petri de Vciga de lira dioc. Bracharenfis , et Ecclefia Sandhi
Salvador dioc. Eborenfis et alias quinque qiias duxerit Ipecilicandas
:
cum tempus vacationis advcncrit , vel antca ficut eidem , et pro tem-
pore exiuenti Duci vifum fuerit , et ad ejufdem , ct pro tempore exif-
tentis Ducis Braguantix prxfentationem , ct ad moderni et pro tem-
,
pore cxiftentis Adminillratoris , aut ALigiftri Militix Domini noftri Jc-
fu Chrifti inllitutioncm duntaxat in cadem militia Domini noftri ex
nunc pernetuo creamus , crigimus , inftituimus , et ordinamus ac bona
et jura lupradidlarum decern parrochialium Ecclefiarum , ct quinque
quas didlus Dominus Dux duxerit fpecificandas ita quod numerum
:
quindccim Ecclefiarum non cxcedant qux dc jure patronatus didfi Do-

mini Ducis cxiftunt ejufdem prx incerto accedentc concenfu cxprelTo
ad hoc dimembiamiLs , ct feparanius , illaquc fic feparata , et dimem-
brata prxeeptorijs prxfatis fic ut prxmititur eredlis proportionabili-
ter pro earum dotibus juxta , ct fecundum arbitrium ejufdem Domini
Ducis perpetuo appropriamus , et applicamus fingulis , tamcn Ecclcfia-
rum fupradidfarum Redforibus portionc fexaginta ducatonim relen'â-
mus , et aftignamus'quarum centum quinquaginta ducatorum frudhis,
reddidtus, et proventus valorem annuum tranfcendcrint , et auaruin
centum viginti quinque non cxccflcrint quadraginta dumtaxat ducato-
rum portioncm aftignamur , ac facultatem , ct licentiam eidem , e pro
tempore cxiftenti Duci Braguantix eligendi , nominandi , ct prxfcntan-
di prxfato moderno , et pro tempore exiftenti Adminiftratori , vel Ma-
giftro didfx militix cofiiem milites ad didlas prxeeptorias fic credfas
tnne , et quotiens ca perpetuo vacate contingent , ac eidem moderno
et pro tempore exiftenti Magi ftro , vel Adminiftratori didfx militix il-
los inftituendi , ct confirmandi dumtaxat autoritate apoftolica declara-
mus didfas prxeeptorias fic credfas , etinftiaitas dejure patronatus ex
fundatione , et dotationc didli , ct pro tempore cxiftentis Ducis Bar-
guantix perpetuo fore , ct clfc , diûmquc jus patronatus , ac nomi-
nandi , et prefentandi eofdeni milites ad eafdem prxeeptorias fic ercdlas
eidem , et pro tempore exiftenti Duci cadem apoftolica audloritatc cfic
concelfu : illudqiic verc ex cadem fundatione , ct dotationc , ac fimi-
libus modo, et forma fibi competcrc prout in didlis parrochialibiis Ec-
clefijs fibi competit , pro inde , ac fi bona jura eres hujufmodi cifdcm
prxeeptorijs applicata ,
ct appropriafa a didlisquc parrrehialibus Ecclc-
fijs nunquam I'eparata ,
et dimembrata , ct prxeeptorix hujufmodi a
tempore fundationis ,
ct dotationis carumdem Ecclefiarum ,
et cis eif-
dem
,
,
da Cafa %eal T?ortuûesâ. $^

dcm bdnis fundat'e ,
dotatJC ,
erefl'ae ,
create ,
& inftitute fuiflent. Ip-
fique juri patronatus modo ,
& forma in diftis Uteris apoftolicis conten-
to dcrogari non polTedeclaramusque etiam quod miUtes prjcdiiti pri-
,
ma vice ,
pricfcntati , & inftituti eidem , & pro tempo-
& pio tempore
re exiftenti Duci Barguantia:in pnemiffis , & alijs fervitijs pro fui fla-
tus , & perfonsE confervatione , honore , &
augmento , ac prout eidem
Duci videbitur , &
non alicui alteri perfonae , defervire , obfequi , &
obedire teneantur ; nec aliter facere poflint nifi de didl'i , & pro tem-
pore exiftentis Ducis exprefTo concenui , ct contrario faciendo priccp-
torijs hujufmodi privati exiflant , illaque vacare cenfeantur eo ipfo.
Aliosque adeai'dem prxeeptorias iic vacantes milites nulla declaratio-
ne, aut vocatione pnEmilfa pnefentari , confirmari , & inflitui modo,
& forma in di£lis Uteris contentis poflint , valcant totiens quotiens &
cafus praemilTa; vacationis occurrerit , & nominationcs , pra;fcntationes
inftitutiones , & confirmationcs per dictum Dominum , & pro tempore
Ducem Barguantix , afque modernum , pro tempore exiltentem Ma- &
giflrum , vcl Adminiflratorem diitx militix faciendx fuum verum ple-
narium , & totalem efleiftum fortitas efle , ac vim validarum eflicatium
apoftolicarum inflitutionum liabere. Ita quod liceat diftis militibus
ad di(5tas prxeeptorias fic eredtas per diflum , pro tempore Duceni &
Barguantix fic prxfcntatis , 8c nominatis , ac per didtum , & pro tenv
»ore didtx militix Magifliura, vcl Adminiflratorem ineifdcm inflitutis
fbdentibus , vel defeedentibus modemis redtoribus didlarum quindecim
Ecclefiarum a ouibus bona dimembravimus , & feparavimus , & prxco-
ptorijs eredtis nujufmodi adplicavimus , feu Ecclefias ipfas quomodo-
libct dimitentibus , & illis quovis modo vacantibus bonorum dimem-
bratorum , & applicatorum , & pro dodtibus aflinatoriim liujufmocU
corporalem pofleflionem per fe , vcl alium , feu alios propria auctori-
tate libere apprdicndcrc , carumque frudhis , redditus , 8c proventus
in fuos , ac prxeeptoriarum hujufmodi ufus , & utilitatcm convertere
Ordinariorum locorum , & quonmvis aliorum licentia fuper hoc mini-
me requifita hac impctratior>rrs , & conccflioncs aliter, & contra formam
didlarum litcrarum fadlas nullas, irritas, invalidas, &innanes, nulliuf-
queroboris, & momenti fore , necnon applicationcs, & appropriationes
prxdidlxs tamquam rcaliter cffedlum fortitas in quibufvis Ipccialibus, vel
gcneialibus , rcvocationibus, &fufpenfionibus , unionum , annexionum,
& incorporationum, appropriationum, voluntatum , dccrctorum, &qua-
rumvis ilifpofitionum prout in didlis Uteris picnius continetur nullatenus
comprehendi , ac irritum , &
inane 11 Ibcus fupci' his a quoqiiam quavis
aucloritate feienter ,
vel ignorantcr contigerit atentari audloritatc apof-
tolica decernimus ,
& declaramus. Et ut maior concordia inter Rcdlo-
, & Prxeeptores
res prxJidlos habeatur , ac dilfentionis materia evitetur
perfonx idonat quam nos cicgcrimus , cui vc vices noflias duxerimus
comitendas tot Imna jura , ac redditus carundem fcparct , ac dimem-
bret in bonis viribus , aut decimarum quota quod ad fumam didlonim
fexaginta , vel quadraginta ducatorum prout iuperius didhim cfl quam
didlis Reiôribus rcfcivamus. Ita quod fuma prxdidla didlis Rcdlori-
bus refervata in bonis feperatis perpetuo remaneant dimembrata , & af-
fignata
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I
,
64- ^rovdi doLiv.VL daHi/ioria ênealogica

finata jure proprio , &
audoritate ab eis libcre vcndicetur , perci- &
piatur. Item ordinamus , &dedaramus ut cx tenore literanim apofto-
jicarum manifcfte apparet quod cum perceptio fruduum ,
reddituum,
& omnium bonorum , &
obventionum fpedat ad Pra:ccptorcs taxata
certa portionc Rccloribus jure flipcndij quod omnia bona acquifita in-
tuitu Kcclcfiarum perRccIorcs, Priores, vd Abbates habentes eafdcm
Eedefias cum omnibus redditibus poft corum obitum rcmancat penes
ipfos Pra;ccptorcs novitcr prx’lcntatos ,
& confervatos quia ea Iicut &
alia bona ipfarum Eedefiaruin , vd prxeeptoriarum in Dei timore dif-
penfent. Et quia juri , & rationi congruit ut qui fentit quomoda cum
fcqui debent inconioda & ad «jucm (pedat emolumentum , & onus
:
fpcdarc debet dedaramus ut dicli Pncceptores teneantur Colvcre vifi-

:
tationes procurationcs ,
& alia jura Epifeopalia , atquc teneantur ad ex-
cnHis fabricx, & ad omnia ornamenta nccc'laria , & omnia onem ipfis
fIcdcfijs incumbentia fiipportare ad aiiar antca tenebantur didi Redo-
res , Priores , & Abbates , & fupraoidi Rcdorcs in eildcni Piedefijs
dc extero confimiati , & inftituti habcant diclam portionem fexaginta
vd quadraginta ducatorum prxeipuam pro fua fuftentatione , &rolum
teneantur ad cxpcnlas qux divinuni ofneium tangunt ut funt candelx
cera , vinum , oleum Sandum , & Chrifma ubi cx conl'uctudinc , vd
ftatuto parrochiani ad hxc non tenentur. Ipfique Rcdorcs noviter prx-
fentati , & confirmati I'olvant diavefanis Prxlatis , ac Ibis Officialibus
omnia jura qux ratione conlirmationis, & inftitutionis lolvi debent, &
qux acquifivenint poft confirmationcm intuitu prxdidarum portionum
poft corum obitum ad lucccnbrcs corum fpedent. Bona autem , qux
ipfi Prxccptorcs confidcrationc, & intuitu prxccptorianim pcrceperint,
& acquiftverint rcgulentur fccundum ftatuta Ordinis inilitix Domini
noftri Jefu Chrifti , qux omnia , & lingula , necnon prxfcntcs litcras
noftras , & in eis contenta vobis omnibus , & fmgulis Ibpradidis , &
veftrum cuilibet , necnon Reverendiflimis Reverendisque in Clirifto Pa-
tribus, & Dominis Archiepifeopis , & Epifeopis Portugallix^ & Algar-
biorum Regnorum , eorumquc , & cujus’ibet ipforum in fpiritualibus,
& temporalibus , Vicarijs , & Officialibus gcncralibus , & fpedalibus fpe-
cialitcr, &exprcirc intimamus, infinuamus, & notilicamus , ad cu- &
juslibet veftrum notitiam deducimus , & dcduci volumus per prxfcntcs
nc de prxmiflis ignorantiam aliquam prxtcndcrc valeatis , vofquc nihil-
ominus , & veftrum quemlihet eadem audoritatc requirimus , & mo-
nenus primo fccundo & tertio , & peremptorix fex dicrum monitione
canonica prxmifTa. Quorum fex dierum pro prime duos , pro i’ceun-
do duos , rcliquos alios duos pro tertio , & peremptorio termino affig-
namus milites per didum , & cxiftentem pro tempore Ducem nomina-
tes , prxfentatos , & per prxfatos Magiftrum modernum , & pro tempo-
re cxiftentem , vd Admmiftratorem ad prxeeptorixs per nos ut prxmi-
titur ercdxs , vd Procuratores fuos pro eis , & pro eorum nomine in
& ad corporalem , rcalem , & adualcm poireftionem prxeeptoriarum
hujufmodi , & bonorum , ac jurium cx didis Eedefijs dimembratoium,
& prxeeptorijs prxfadis applicatorum fi vacant ad prxfcns ,
vel quam
pnmitus vacavcruit , & pcrtincntium carundem libere aprehendere ,
ca-
rumquc
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,
,,
daCafa K^’al Tôrtugnesâ,

nimque frudlus , rcdditus, &
provcntus in fuos ac didVnruni pntcepto-
riarum , &militix ufus, & utiliratcm convcrtcre pcrndtatis, inducatisf,
& Jcfcndatis induiôs amotis exindc qiiibuslibet ilicitis dctcntoribus
quos nos in qiiantum pofTuinus amovcmus , & dcnunciamus amotos,
/ibi^c, &dittis Procuratoribus luis taciatis dciplarum pracceptoriarum
fhi«ibus , redditibus , & proventibus , juribus , & ob^ entionibus uni-
, & forma pricmiflis
vei/is inregre refponderi , moncmus iniupcr niodo
VOS omnes , &
fingulos Ibpradidos tain ecclefiafticos
,
quam fccularcs
cujufcumque dignitatis , gradus , ordinis , vel conditionis cxiftant vo-
,
bisquc , &ipfis expreffe inhibcntcs ne pra-miffis militibus fic nominatis
quominus praeceptoiias hujufmodi , caruirque pofliiflionem aiTcqui pof-
lint , ipfarumque frudhis, rcdditus, &provcntus percipcre clcvarc va-
Irant , feu quominus omnia , & fingula fupiadiifla fuum dcbitum for-
tiantur effeitum , impedimentum aliquod preftiteritis prcftitirint feu
,
preftn , aut impedientibus ipfos , vel Procuratores fuosdetis, feu dent,
veJ det auxilium , concilium , vel favorcm publicc vel occulte di-
,
recie , vel indirecle quovis quadito colore. Alioqiiin in vos omnes
& fingulos fupradiclos , atque eos , & veftrum , &eorum quemlibet
&generaliter inquoslibet contradidôres inhac parte, &rebelles nili in-
fra dierum fex didum tcrminum a contradidione impeilimcnto auxi-
,
lio , confilio , vel favore hujufmodi deftiteritis, feu delHterint, ac man-
datis , feu rconitionibus noilris hujufmodi immo verius apoftolids pa-
nieritis , feu paruerint
,
aut paruerit in dfcdum ex nunc prout ex tunc
fingularitcr
,
&finguIos dida fex dierum canonica monitione priEmifla
cxcoinunicationis fcntentias fcrimus in his fcriptis , & promulgamus.
Vobis veio Revcrendidiinis Revcrendisque Dominis Archiepifcopis
,
& Epilcopis ob reverentiam veftric pontihcalis dignitatis duximus def-
ferendum in hac parte fi tamen contra pncmilFa, vel aliquod prxmilfo-
rum feceritis per vos , vel alios a vobis fubmirtbs publicc , vel occulte
direde , vel indirede ex nunc prout ex tunc , & ex tunc prout ex nunc
pra.’^da canonica monitione pramilFa ingrelFum Ecclelix interdicimus
in his fcriptis. Si vero prxdidum intcrdidum per alios fex dies imm^
diatc fcqucntes animo ( quod abfit ) fullincrit indurato , vos ex nunc
prout ex tunc , & ex tunc prout ex nunc in his fcriptis fcntcntia cx-
comunicationLs innodamus. Cxterum cum ad exccutioncm ultcrius fa-
cicndam ncqueamus quoad pncfcns perfonaliter interelFe pluribus alijs
pncpeditus ncgotijs univerfis^ &fingulis Dominis Abbatibus, Prioribus,
Prxpofitis , Dccanis , Archidiaconis , Scolallicis, Cantoribus, CuiVodi-
bus , Thcl'aurarijs Sacriftis tarn Collegiatarum , quam Cathedralium
^
Canonicis , parrochialiumquc Ecclefiarum Rcdoribus , feu loca tcnen-
tibus ,
earumquc
Vicarijs perpctuis Presbiteris, Capcllanis , Clericis,
cxterisquc vins ecclefiafticis m
quibufcumque dignitatibus , gradibus
& officijs conftitutis
,
Notarijsque , & Taoellionibus publicis quibul-
cumque per Civitates , & Diocccf. didorum Regnonim , & alias ubili-
bet conAitutis, & corum cuilibet in folidum fuper ulteriori exccutio-
ne didi apoAolici mandati , ac noAra ficicnda cudoritate apoAolica
fupradida tcnore prefciitium plcnaiic comitiir.us vices noAras donee
eas ad nos fpccialiter , & cxprcAe duxerimus rcvocandas. Quibus , &
Tom. IV. 1 eorum
,
66 Turovas do Uv. V 1. da Hijloria (jenealogka
, &
comm cuilibct in virtutc fanftae obedicntiac fub cxcomunicationls
pcna quam in ipl'os , & comm qucmlibet in folidum di£la canonica mo-
nitionc prxmilTa ferimus in his fcriptis fi ea qux ex in hac parte co-
,
mitimus, &
mandamus ncglexcrint, feu contumacitcr diihilerint adim-
plerc , quanvis ipfi , vel eomm alter qui fuper hoc pro parte difti Do-
mini Ducis, & Prxceptomin prxdidlomm fic nominatomm fiierint re-
quidti , feu alter corum fuerit rûillms. lu taraen quod alter alte-
rum non fpeftet, nec unus pro alio fe excufet infra fex memm fpadum
poll requilitioncm hujufmodi ex vel alteri eomm fadfam quern termi-
num illis, &eomm cuilibct proomni dilationc, &termino perempto-
rio ,
ac monitione canonica allignamus ad vos Reverendiflimos , Revc-
rendosque Archiepifeopos , & Epifeopos , necnon Decanos , & Archi-
diaconos , Capimta , & Convenms , & perfonas prxfatas omnesque , &
fingulos iupradiftos quibus hujufmodi noftcr proedTus dirigitur, nec-
non ad Ecadias hujufmodi , perfonasque , & loca alia de quibus ubi
& quando quotiens expediens fuerit perfonaliter accedatis , leu alter eo-
mm accedat , diftasque litcras apoftoliexs, & hunc noftmm proedTum,
ac omnia , &
lingula in eis contenta live eomm fubftantialcm dfcftum
vobis, & cuilibct vcftmm , ac alijs quorum intcreft communiter , vel
divifim legatis ,
intimetis , inlinuctis , & lidclitcr publicari procuretis
, &
necnon prxfato Domino Duci Prxeeptoribus prxdidlis , live co-
rum Procuratoribus plcnc , & integre rcfpondcrc faciatis , procure- &
tis, aut unufquifquc faciat , aut procurct prout ad ipfos, corum &
qucmlibet communiter , vel divifim pcrtinct juxta didarum litcramm
ôftolicamm continentiam , &
tenorem. Et nihilominus omnia , &
lingula vobis in hac parte comifia plenarie exequatis juxta tiaditam
feu direftam a Sede apoftolica nobis fonnam. AblblutSonem vero om-
nium , &fingulomm qui prxlhtas noftras fententias , vel camm aliquid
incurrerit, leu incurrerint quoquomodo nobis, vel fuperiori noftro tan-
tummodo refervamus. In quomm omnium , &
fingulomm fidem , &
tcllimonium prxmilTomm prxfentcs literas , five prxfens publicum in-
ftmmentum proceflum noltrum hujufmodi in fe continentem , five con-
tinens exinde fieri , &
per Notarium publicum infraferiptum feribi , &
publicari mandaviinus, noftrique fegilli juflimus, &
fccimus apertius
communirL Datis , &
adlis in nobili Oppido dc Villa Viijofa vigefimo
tertio die menfis Augulti , anno a Nativitatc Domini millcfimo quin-
gentefimo vigefimo fecundo prxfentibus ibidem Venerabilibus Viris Jo-
anne Alvari in decretis bachalario prxfati Domini Ducis Auditore , &
Didaco Figucira , &
alijs multis hujufmodi a£lum dccorantibus. Phi-
lippus Joannes.
Ego Joannes Alvari in decretis Bachalarius prxfati Domini Ducis
Capclanus publicus apoftolica audloritatc notarius qui prx incertamm
literamm apoftolicamm prxfcntioni , requifitioni , prxfentisquc procef-
fiis petitiooi
,
&
ftilminationi omnibus alijs , & fingulis dum fic ut prx-
mitimr per prxfatum Priorem , judieem , & Excaitorcm , coram eo &
agerentur, ucccrncrentur, &fiercnt una cum prxnominatis teftibus prx-
fens interfui , atquc fic fieri vidi
,
&
audivi , &
in notam fumpfi. Ideo
hoc prxfens publicum inftrumentum proccll'um cxccutoiialem in fe
conti-
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, ,
da Cafa %eal Tôrtugueisâ. 67

continentem manu
propria exinde confeci firmavi
,
& fignavi , & pu-
j
blicavi
,
& in hanc
pubficam formam redegi , Hgnûe & nomine meis
,
folicis, &confuetis una cum praciati Domini Prioris figilli apenfione
in fidcm , & teftimonium omnium & fingulorum praErniiTorum roga-
,
tus ,
& requifitus. Dioguo Figueira. Joannes in Decrctis Bachclariul
*Alvara delRey D. Manoel concedido ao Diiîie D. JaymeJohre a

jtiri/dicfaS defuat terras , e declaraqa^ dos ujos
e cqfiumes de
,
Jua Caja , para nao

lugar a Ordenaâo geral nova-
cjue trvejjc
mentejeita acerca das iurj/aicîes da Rayn/ia , Infantes, e Fidal-
ôs , em couj'a alguma que toca()e a jurifdicgai das terras do Du’
que. Cartorio da Ca/a , mago de Doagoes antigas.
N
las
Os EIRey fazemos
havendo
faber a quantos efte noflb Alvara virem
nos rei'peito asgrandcs doagoes, c privilegios que
Reis nolTos Antecedbres , e pornos fbra6 feitas, dadas, econfir-
niadas aqs antecelTorcs do Duque de Bragan a
que
pel-^^^™*
* * 5'
9 , e de Guimara& &c.
meu muito amado , e prezado Ibbrinho , e a cllc , acerca das jurdiô&i
das Villas, e terras , erendas, que Ihc pcllos ditos Reis nolTbs Antecef-
fores, e per nos fora6 dadas, e confirmadas, e apolTe, ecollumes an-
tigos de que os ditos feus anteedfores , e die dito Duque meu fobri-
nno en tudo ufarad acerca das dittas jurdigoft ; e havendo afli mefmo
refpeito aos grandes merecimentos dos ditos feus Anteceflbres e pellos
,
grandcs e eltremados ferviôs ê
a eftes noflbs Reinos , e aos dittos
Reis antepaflados nolTos Antccclibrcs fizerab , em cfpeciat o Conde Nu-
no Alvarez Condelhible que foy defies Reinos ,
que os ajudou a ga-
nhar , e defender a EIRey Dom Joa6 de louvada memona meu vifa-
vo , e efguardando quanto o dito IDuque meu fobrinho he a nos che-
gado cm devido , e parcntefco , c aos ferviôs que dellc temos rccebi-
dos , e ao diantc efperamos rcceber , e por todos dies refpeitos , c por
folgarmos de fazer mercc ao dito Duque meu fobrinho queremos , e
nos praz que a Ordena^-ao geral que novamente fizemos acerca das jur-
di 9 oes das Rainhas , Infantes , fenhorcs , e lidalgos de noflbs Reinos
nao haja lugar em coufa algfla no que tocar as jurdiêfe das terras do
dito Duque meu fobrinho , e afli de todas fuas rendas , ncm iffo mel-
mo aas uzos , e coflumes de que ate ora ufarao , e efliverao em pofle
ncm em coufa aigda ddlo Ihe prejudique ncnhda claulula , decIaraM6
dcrogaâft ncm pena nella conreuda , nem iflb mefmo a feus fuccdlb-
res,
poique tudo o ndla conteudo havemos por nenhum , c de nenimm
vigor no que afli tocar ao dito Duque meu Ibbrinho , c afli a feus fuc-
ceflbres ,
em fuas terras, jurdiôcs ,
e rendas dcllas, e afli em feus ufos,
e coflumes como ditto he ; porem o notificamos affi ao noflb RegeJor,
e Governador das noflas Cafas da Suppric^âb , e do Civcl , e aos Def-
embargadorcs das dittas Cafas, Corrcgedorcs , juizes, ejufli^s, offi-
ciaes,
c peflbas a quo cllc Alvara for moflrado ,
e o conhccimcnto del-
le pertencer , e Jhe mandamos que cm todo o cuirprab ,
e guardem , c
Tom. IV. I ii fat;a6
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-a-
,
68 Trovas do Lh. V/. da HiUor'ta Q enealogica

fa9a6 inteiramente aimprir, eguanlar como nelle fecontem, fern nif-
fo pocrein duvida ncm embargo alguiti , porque alTi he nolTa mcrcc
fem embargo da ditta Ordenaâb gcial, c dc qualquer outra , e dc
Cartxs , e mandados noflbs que cm contrario difto feja6 , ou po(Ta6 Ict,
porque queremos , e nos praz , que cftc valha , c tenha forga , c vigor
como fe folFe Carta por nos alTinada , c afTellada do nolTo fcllo , e paf-
fada por nolFa Chancellaria fern embargo da ordenaâb em contrario.
Feito cmLixboa a doze dias deXovembro oSccrctario a Fez, anno dc
mil equinhentos e onze. Com bcla poftilla ao pc do dito Alvara , do
mcfmo Rcy D. ManocI , cujo theor he o I'eguintc. Nos EIRey faze-
mos faber que nos praz , e havemos por bem , c queremos que efte Al-
vara de cima I'c cumpra , c guardc a(Ii , e tab inteiramente como nelle
he contheudo , fern embargo das Ordcnaôcs era novamente feitas , e
das claufulas deltas , porque nos as havemos por ncnhuls , c de nenhum
vigor , e fbr9a , e as calFamos , e anullamos , em quanto tocarem , e pre-
judicarem ao contheudo no dato Alvara , c polio que de feito , e dc di-
reito fe requeira fer aqui dcclarada algu^ claufula , ou claufulas della
derogagab , nos as havemos aqui por exprclFas , c declaradas , como fe
follem pollas de verbo a verbo , porem mandamos que efte fe cumpra
eguarde, como nelle fecontem , c queremos, e nos praz, que valha,
e tenha forâ , c vigor como fcfo'Fe Carta per nos allinaJa , e fellada
do nolFo fcllo e palFada per nolFa Chanfellaria , fem embargo da or-
-,
denaâb em contrario feito em Lixboa a vintc oito dias de Julho , o

Scaetorio o fez , dc quinhentos c vinte e hum annos.
Alvara delêy D. Manoel para que os Ouvldores da Cafa de Bra-

guni;a uj'cm nas fuas Urras do mefmo mode de fervir , que os
C'orregedores das Comarcas. E/ld no Archivo da dita
Cafa f mago das Doagoes antigas.
Num. ii6.
An. 1521. N
tkmbas
Os EIRey
plicagab ,
fazemos faber a vos Regedor da nolFa Cafa da Sup-
as dittas Cafas
Govemador da C'ala do Civcl , Defambarguadores
c ao
,
e a todos nolFos C'orregedores , juizes , jiifli-
tiâs , ofticiaes , e pelFoas a que efte nolFo Alvara for moftrado , e o co-
nhccimento dclle pertencer , que a nos praz jior folguarmos dc fazer
meree ao Ouque oc Braguanâ , e dc Guimaraes , &c. meu muito ama-
do , e prezado fobrinho , que os Ouvidores de fuas terras , ufem cm
fuas ouvidorias de todo aqucllo dc que os nolFos Corregedorcs das Co-
marcas ufab por noflbs Regimentos da mancira em que hab dc fervir
j
feus ofticios que he cncorpoiado nas Ordcnaôcs novas que hora fezo-
mos , e efto lem embargo de qualquer ordenaâb que em contrario dif-
fo feja porque conliamos que o ditto Duque meu fobrinho provera de
Ouvidores tais pell'oas que as coufas da juftiâ mui bem faâb , e que
a todos a guardem inteiramente , porem voUo noteficamos afly , e vo.s
mandamos que Ihe leixeis alfi dilFo ufar como ditto he , e nilFo Ihe nom
ponhaes duvida, ncm embargo algli porque alfi nos praz, cefte Alva^
ra queremos , e nos praz que vallu , e tenha forca , e vigor como le
folTe
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. daCafa %eal Tortugueaâ. 6^
folTe Carta por nos affinada ,
do no(To fello , e paflada por
e aflellada
feito cm
nofla Chancellaria fern embargo da Ordena9a6 em contrario ,
Lisboa avinte e novc dias de Julho. Jorge Rodrigues o fez dc mil
tûinhentos evinte hum.
Alvard delRey D. Jon^ IV. em qne declara ,

que os BacAareis ,
qiieJervirem lie Oiivi iores , e fuizes das terras do Diicado de

Bra<ranqa , fi Ikes levem em conta o tempo , que Jervirem , como
Je foffe a Coroa , nos mots lugares. Original ejla no Cartorio da
ditJ CaJoj onde ocopiey.
U faber aos que efte Alvara virem que por juftas con- Qjj. n » t
E
mepraz
ElRey 690
njcni90&demeu fcrviqo que a iflb memovem, Ey porbem, e
dedeclarar quo osBachareis que fervem de Ouvidores ejui-
*
*
,
All. 1040.
zes das terras do Ducado de Braganâ fe Ihe leve em conta o tempo
que fervirem como fe o fizerab pela Coroa nas correiôw , de Judica-
turas,
e para que venha a noticia o que afli ordeno Mando que fe re-
gifteno Uvro do Dezembargo do Paô , e mais partes onde tocw para
que daquy em diantc fe obferve e guarde efta minha refoluâb inteira-
mente como fe nella conthem fern duvida nem contradiâo algfia por-
que afly oey porbem, eefte mepraz que valha tenha forâ, e vigor
pofto que feu effeito aja de durar mais de hum anno limi embargo da
Ordenacab do livro 1. titulo 4. era contrario. Antonio de Aloracs o
fez em Lixboa a treze de Ofhibro de mil feifeentos e quarenta e feis.
Pedro de Gouvea de Mello o fez eferever.
REY.
Carta de CondrmaqaH delRev D. Filippe ao Duque D. Joao II. da

Doaqao que os Ouvidores do Duque ouqao das appel/aqoes , c
,
aggravos dos Juizes ,

que fahirem de fuas terras. Ori-
ginal e/ld no Cartorio da Ca/a de Broganqa.
R^
D Om
ves ,
Phcllippe per graâ deDeos de Portugal , edos
daquem , e dalem mar em Africa, Senhor deGuine, e da
conqu'ifta navega5a6, coincrcio dc Ethiopia, Arabia, Perfia^ e
daliv t
n.tl 6
• }
•
.
dia , &c. Faô (aber aos que efta minha Carta de confirmaâb per fuc-
cefTab virem , que por parte de D. Joab Duque de Braganâ , ede
Bar-
cdlos , e Guimara&i , meu muito amado ,
c prezado fobrinlio ,
me fov ap-
prefentada hda minha Carta dc confirm-aâb paftada ao Duque D. Thec^
Ouvi-
dozio feu paj , que Deos pcrdoc , fobre averem de conhcccr cs
fahirem ^nte os
dores dasfuas terras das appcllaifbcs , c aggravos que
Juizes dellas da qual o treslado he o leguinte. Dorn Phelippe per
,
grata de Deos Rev dc Portugal ,

e dos Algarvcs daquem , c dalem
oar em Africa, Scahor de Guinc, e daConquifta navegafab, comcr-
cio
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70 l^rovas do Liv. VI. da Hijlorta ênealogica
cio dcEthiîa, Arabia, Pcrfia , c da India, &c. Fago faber aosqiic

cfta minha Carta de connnna;a6 virem que por parte de D. Theodo-
zio Duquc dcBraganga, ede Barcellos meu muito aniado eprezado ,
fobrinho,
me foy apprefentada huS Carta do Senhor Rey Dom Phcl-
lippe men Avo que fanfla gloria aja , por clle ailinada e palTada pe-
, ,
la Chancellaria ,
de que otreslado he ofeînte. Dom Phelippe per
graâ de Decs Key de Portugal , e dos Algarves daquem , c dalcin
mar em Africa , Senhor de Guine , e da conquifta navegaâb , comcr-
cio de Ethiopia, Arabia, Perfia da India, &c. I'a90 faber aosquc mi-
nha Carta de Confirmaâo virem , que por parte de Dom
Theodozio
Duque de Bragamja , c de Barcellos meu muito amado , e prezado fo-
brinno, filho doDuque D. Joao que Dcos pcrdoc me foy apprezcnta-
da hua Carta dclRcy Dcm
Joao o nrimeiro que fanta gloria aja por
elle aflinada , e palTada pclIa Chancellaria, daqual otreslado dcvcrbo
ad verbum he o feguinte. Dom
Joao per graga de Dcos Rey de Por-
tugal , e do Algarve ; A
todolos mcirinnos , e Concgedorcs iJos noflbs
Reinos , e aosquc depos dies vierem faude fabcdc que D. Nuno Al-
varez Pereira nollb Conddbbre nos dilTe que quando acontece quo al-
guas appcllaôes , e aggravos faem dantrc os Juizes , e Jufti9as das fiias
terras , que vbs tomadcs logo delies conhccimcnto , c dadcs cm cllas
livramento , e que em efto cl rccebe aggravo , por quanto as ditas ter-
ras fom fuas dijurderdade com toda ajurdi9oin crime, ccivel, eque
el tern poftos leus Ouvidorcs , a que pertcncc dcllo conhecimento , e
E o podem livrar com dircito , c pedionos por merce , que nos man-
:mos , que na6 tomallcs dcllo conhccimcnto , nem Ihc quebrantaf-
fedes fua jurdi9om , e nos vendo oque nos pedia, tcinos porbem, e
mandamos , que nom conhecadcs das ditas appclla90& , nem aggravos
UC adim vierem das ditas luas terras , de maneira que nom vaa per-
3 amte o dito Condc ,
ou perante os feus Ouvidorcs, e entom fc as par-
tes dcllcs appcllarcm ,
ou aggravarem , entom conhccedc delles nos ca-
fos que dev'edes e em outra guiza nom , e a nofla merce he de nom
,
aggravar em cllo o dito Condc , nem Ihc quebrantar fua jurdicom , por-
que efto a ella pcrtence , onde al nom fa9adcs dante na Cidadc do Por-
to dez dias defevereiro, ElRci o mandou Aftbnfo Coudo a fez, era
de mil quatrocentos vinte efinco annos. Pedindome o dito Duque D.
Theodozio por merce que por quanto clle era o filho mais vclno ba-
ra6 lidimo , quo ficou por falecimento do Duque D. Joa& feu pay que
Decs perdoe que herdara , e fucccdcra fua Cafa , e terras , c Ihc per-
tencia o contheudo nefta Carta trcsladada , ouvelfc per bem de lha con-
firmar , e vifto feu requeriniento por muito fblgar de Ihc fazer merce,
tenho por bem , elha confirmo , c cy por confirmada per fuccellao, c
confimiacao c mando que fe cumpra , e guarde inteiramente , ally , e
,
da maneiia que nclla fe conthem ; dada na Cidade de Lisboa a quinze
dias do mes ae Mayo Miguel da Cofta a fez anno do nal'cimento de nof-
fo Senhor Jclus Chrifto de mil e quinlicntos noventa e dous , e elle
Duque pagara cm minha Chancellaria os direitos que nclla ouverab de
pagar os Dnques D. Theodozio , e Dom Joa6 feu Paj , e Avo da con-
firma9a6 defta Carta a clle dos que elle della dever, Eu Ruy Diaz de
Mcnezes
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,, 7
daCafa %eal ôrtuguesâ, ji

Menczes o fiz efcrevcr. Pedindome o dito Duquc Dom Theodozio
por merce que Ihe confirmalfe a dita Carta , e vifto feu requcrimento
por muito rolgar de Ihe fazcr merce , tenho por bem , e lha confirmo
e ey por connrmada , e mando que fe cumpra , e guarde inteiramente
a/Ty , e da maneira que fe nella conthcm , e por firmeza diffo Ihe niandci
dar efta Carta por my aflinada , e afTellada com o mcu fello pendente
dada na Cidade de Lisboa a trcs de ôfto. Marcos Caldcira a fez an-
no do nafcimento de no(To Senhor Jêfus Chrifto de mil e fdfcentos e
vinte e fete. Eu Ruy Diaz de Menczes a fiz efcrever. Pedindome o
dito Duque D. Joa6, que por quanto clle era o filho mayor bara6 lidi-
mo , que fucccdeo ao Duque D. Theodozio feu pay em fua Cafa , ou-
veffe por bem mandarlhe pafiar Carta deConfirma9a6 perfucceflTao da
merce contheuda na Carta nefta incorporada , alTy como a elle teve , e
polTohio, e vifto feu requcrimento, quercndolhe fazer gra9a, c merce,
Hey por bcw , e me praz , que uze do contheudo na dita Carta per
fuccella6 do dito Duque D. Theodozio feu pay na mefma forma , em
que a elle foy concedida pela dita Carta , e conformc a clla , que em
tudo le cumprira ao dito Duque D. Joa6 , como fe a elle fora paftada,
c pclo que toca a mca annatta defta fucceffah , tern dado fian^ a pa-
gar o que fe detreminar que della deve , c por firmeza de tudo Ine man->
dci dar efta minha Carta , por mym aflinada , e nlTellada do meu felo
pendente. Pedro Teixeira a fez ein Lisboa aos dezaftcis de Novembro
anno do nafcimento de noffo Senhor Jefus Chrifto de mil feifeentos
trinta c oito. Eu Duarte Dias dcMcnezcs a fiz efcrever.
ELREY.
Alvara porqtte E/Rey rrvoga outros que havia paffado para ftrt^
,
coUierem algumas pe/Joas no tempo da pejle nas terras do Duque

de Braganqa ,
que elle mandou guardar para nelles reco-
Iher aJua Caja. Tirey-o do Cartorio da Cafa.
N
mos
Os ElRey fazemos faber a todos nofTos Corrêdorcs , Juizes,^mjj^ I 1
ejuftiqas a que efte noftb Alvara for moftrado , que nos pafta-
al|^s alvaiaes aalguas peftbas pera ferem recolhidos noslugares a
que forem inda defempedido , e pera Ihe darem as coufas neceflarias
.
icai
^
'
por feus direitos como compridamente nos dittos alvaraes he conteu-

do , c porque o Duque de Braganca , e de Guimara& , &c. mcu muito
amado, e prezado Primo nos diffc que elle mandava guardar alguas
Villas, elugares feus pera fe nelles recolher, e fua cafa ; avemos por
bem que naquclles , que elle afy mandar guardar fe non entendan os
dittos noftbs alvaraes , e nos outros feus lugares elle os mandara com-
prir a feus Ouvidores , e aos juizes da terra afy como Ihe pareccr noftb
feiviqo,
e bem da terra , e tainbem gafalhado , e acolhimento dos que
noftbs alvaraes levaren , porque clle o mandara fazer afy como fe fa-
9a como deve f porem voUo notcficamos afy , c vos mandamos que efr
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72 Turovas do Liv. VI. da HiHorla (jeneaJogtca
te Alvara cumpracs , e guardcls como nclle he conteiido porque afy

nos praz ^to no Barrcjro a nove dias dc Marô Jorge Rodriguez o fez
dc niil quinhentos vintc e ffes.
Alvara por(jue ElKey conceJto ao Duque de Bragcnqa que as Con-

,
Ji alius da Mi/ericordia , qiie houvtUe nas funs Villas , e Lu-

gares , Je a/imtajcm aos Hojfitaes deltas , comprindo os
Jens eucargos. Ejfd no Cartorlo da dita Cujd.
Num. 1 1 8.
An. 1524. N Os EIRey fazemos faber a quantos ellc nofTo Alvara vireni que
oDuque deBraganca , e de Guimaraes &c. meu muito amado c
prezado fobrinho nos pedio por mcrce que ouvcHeinos por bem que as
,
confrarias das milcricordias que ouvelTe nas fuas Villas , e lugarcs fc

ajuntancm aos efpritacs que nas ditas Villas ouvelle pera que junta-
mente com as cl'molas das mifcricordias , e rendas dos ditos elpritaes le
podclTem melhor fazer as efmolas aos proves , e nccelfitados , que as
ouvell'em mifter , e priineiro oue niflb delTemos deipacho , mandamos
praticar comletrados feospouiamos mandar fazer, eacliou-fe que po-
deriamos , com tanto porem que primeiro que outras dcfpezxs , c cl-
molas fc fizclTcm , alfim das efmolas da inifcricordia , como das rendas
dos efpritacs foflem comnridas todas as obriga^-ocs , e vontadc dc de-
fiintos, que ouvclTe nos ditos efpritacs, cconlraiias das mifcricordias,
e quacl'qucr outras obrigaôcs que ncllcs ouvelTc que dobrigaâo folFcm;
e por tanto avemos por bem que elle polTa mandar ajuntar nas fuas
Villas , e lugarcs ondc ouver confrarias dc mifericerdias , as ditas mi-
fcricordias aos efpritacs que ouver nas ditas fuas Villas , e lugarcs com
a dcclaraâo que dito he que primeiro fe cumprafi todas as obrigaôcs
dc defuntos , c quaefqucr outras de qualqucr calidade que fcjao que
dobriga^6 forem que outra defpefl'a fc faâ , e afy nas ditas confrarias
da mifcncordia , como efpritacs , e com efta dcclaraâo mandamos que
fe pofl'a fiizcr , e a todos nolfos Corrcgcdorcs , juizes , Ouvidores,
Contadores dc refidos , e a todos outros offidacs , e pelToas a que elle
Alvara for moftrado que o cumprab , c guardein , e fa§a& coraprir , c
guardar como nclle he contheudo, fern nilTo poerem duvida, ncm em-
bargo algum , feito cm Evora a doze dias de Feverciro Bertolameu
Fernandez o fez de mil e quinhentos vintc quatro, cifto fe guardaia
afy cm quanto nolfa mcrce for.
Ahard do Cardeall nfante para que osCkrigos nai cacem naCou-

tada de Arrayolos. O original eftd no Cartorio da Caja de
Braganqa , donde 0 tirey,
Num. up.
An. IJ26. N Os o Cardcal IfFante &c. fazemos faber a vos nolFos Vigarios da
Cidade devora , c das Villas de Monte moor , c arrayoilos , e a
quaefqucr outros a que eftc no(Fo Alvara for moftrado , c o conheci-
mento dcllc pertencer , quo o Duque de Braganâ , e dc Guimaraes &c.
meu
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da Cafa âl ôrtuyies;a. *7
j
meu muito amado , e prezado Primo nos enviou dizer , que die teem
hua fua coutada no tenno da dita Villa de Arrayolos , e que algus c!o-
pedindonos que a iflTo mandaflemos proveer com juftiâ

,
e por nollo
elJc any requerer , e fua petica6 feer julla , e onefta
,
e por feer perju-
dicialaos clerigos ferem ca 5 adorcs , avemos por beem , e mandomos que
dafeitura defte noITo Alvara em diante nenhum clerigo feja oufado
de hir ca 9ar a dita coutada contra vontade do dito Duque meu Primo
e fendo algum la achado , ou provando-fclhe por qualquer via que foi
la caâr , cmcorra naquellas penas que encorrem os Icigos que o f&-
melhante fizerem ; noteficamqfvoUo afly , e vos mandamos que fagaes
,
notcficar aos clerigos defla Cidade, e Villas, e atodoUos outros a que
comprir como avemos efto afly porbem, e fendo calb que algum uel-
les daqui em diante fâ o contrario fendo demandado perante vos,
,
c achanJo culpado ho condenarcis , e mandareis nelle executar as pe-
nas que fe executa6 com os leigos de que ametade feja pera a peflba
,
que o acufar , e a outra metade pera a fabrica delfa nofla See , o que
todo affy comprireis com diligencia , e brevidade fern a ilfo pordcs al-
gua duvida , nem embarguo porque de o afly fazerdes fera coufa que
vos agradeceremos , e teremos em ferviqo , e do contrario rcceberemos
del'prazer, feito cm Almeirim aiiij dias de Janeiro. Fernam dalvarez
o fez de mil quinhentos xx6j. &c. e efte valera polio que nao palfe pc-
la chancellar V
O CARDEAL IFFANTE.
Alvara delRey para o Diujue dar a feu filho primoêmta quahjuer
defeus titulos. O Original ejld no Cartorio da Cefa de Bra-
'
ganga. .
U
ElRey faqo faber aquantos ellc meu Alvara virem que t j q'
Jj/que deBragan^, e de Guimaraes &c. meu muito amado , epre-*" '
.
zado Primo medille que EIRei D. Affonfo meu Tio que fanta gloria All. Ija6.
aja concedera , e outorgara ao Duque feu Pai que podefle dar a feu
filho mayor qualquer de feus titolos que quifefle ; e me pedio por mer-
cc que me aprouvefle de all ho outorgar a ello ; e vifto por miin I'eu
requerimento , e o muj conjunto devido que conuguo tee feu filho , c
•aos merecimentos , e ferviqos do dito Duque meu Primo , e por folgar
•de nillo Ihe fazer merce por elle prezente Alvara , me praz que do mes
de lev ereiro que vee do anno que veem de mil e quinheentos e vinte e
fete em diante , o dito Duque pofla nomear ao dito feu filho quando
quifer em qualquer dos titolos que elle teem , e em que Ihe mais aprour
ver ho nomear, edaquclle emquc ho nomear pella dita fua noinea9a>> •
fccm mais outra minha Carta , ncem provifao fe pofla intitular dclle,
e avecr , c gozar de todas as primincncias , c liberdades , peregativas ,
c gracis que ao dito titolo perteiKcrein : c por fua guarda , e minha
Tom. IV. K h’lii-
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74 H^rovas do Liv, VL da Hiflorla (jenealogtca
lembranâ Ihe mandci dar dclo efte meu Alvara pormjm affinado 0‘
qual quero , e me praz que fe valha , c teenha forga , e viguor a(Ii co-
nio fe foITe Carta por mjm aHinada , c a(TelIada do meu fcllo , e pafla-
da por minha Chancellaria fcm embargo de minha ordenagab em con-
trario titolo vinte no livro fegundo de minhas ordena9oecs porque he
defczo , que alvara cujo elFeito haja de durar mais de hum anno nam
valha , e de todas as claufulas della , que quero , e me praz que accrca
defte na6 aja lugar , nem fe entenda , c fern embarguo afli mcfmo que
fena6 feja palTado pela Chancellaria de minha Coroa porque affi o ey
por bem por alguns refpeitos que me moveem feito em Almeyrim a
tres de Abril , o Secretario o fez de 1526 , e quando afli ho nomear no
dito titolo me fara faber para eu fer diflb fabedor.
REY.
\Alvard delRey ao Duaue 'Dorn Jayme para dar o& officios das fuas
terras aosJens criddos emfatisjaqao de feus fervigos, Ejld no
Cartorio da Cafa de Braganqa.
U
Num. III.
An. 1^26.
E ElRey fa90 faber a quantos efle meu Alvara virem que eu ey
por bem , e me praz que o Duque de Bragan9a , e dc Guimara& &c.
meu muito amado , e prezado Primo pofla dar os officios dc fuas ter-
ras, que defua dada fa6, a feus Criados em fatisfa9ao dc feus fervl90s
fern embargo da minha ordena9ao no livro quarto titulo *orenta ehum
quo defenue que os que tern poder dc dar officios nom os vcnda6 nem ,
mandem vender , nem levcm algum dinheiro por os dar porem Ihe ,
mandei diflb dar efte Alvara pormjm aflinado pello qual ey por bem
que o pofla afy fafer fern dita ordcna9ao , e das penas por
embargo da
clla poftas ,
feito cm Almejrim
a tres dias dabril. Pero dalca90va Car-
neiro o fez de mil quinheiitos vinte feis.
Mvard delRey D. Jaao III. ao Diupte de Braganqa D. Jayme

em ipte Vie concede ^ que os privilegios ^
que Ihe tinlia concedido,
Je afeu Hlho 0 Senhor D. Theodo/io , e ii Du-
ejlcndcffiem
qiiezaJua niulher. Tirey-o do Cartorio da CaJ'a
de Braganqa,
Num. 111.
An. 1526. EU
me me diiTe
,
ElReyfago faber a quantos efte meu Alvara virem que o Duque
dc Bragan9a
que
,
e de Guimaraes &c. meu muito amado , e prezado Pri-
cm Ihe tinlia confirmado todos feus privilegios , c gra-
gas cfpcciacs, cgeracs cm feu filho primeiro herdciro , e ainda com hda
adigao no cabo , que diz que minha vontadc he confirmarlhc tudo ifto
pera filho , e fcm embargo dc cllc ter privilegio de nom pagar chancc-
laria na minha chancellaria Ihe puferao duvida nom fer cfcufo dc a pa-
gar , D. Theodofio feu filho meu muito air.ado fobrinho , e porque mi-
,,
daCafa ôrtuguesâ.
nha ten9a6 foi , e he de o dito feu filho , nom fornente ter , e ufar dos
ditos feus privilîos defpois de fua morte ûando fua cafa herdar , mas
,
ainda defdagora , e des do tempo que o dito prcvilegio Ihe concei
poreftc o declaro, e manJo que aly Ihc feja6 guardados, e afy mcf-
nio me dirte , que tcndo clle por ccrto , como por dircito comum e
,
por minhas ordenaôfe as molhercs tcm , e had os privilcgios dos mari-
dos, elle avia que aDuqueza fua mulher, minha rouito prezada Prima,
afy mefmo devia ter , e aver os privilegias , e ifcngocs , e liber^de
que elle tcm, eque na minha chancclaria Ihepedirao, elcvarao chan-
cclana do padrao do alTentamcnto que nclla trcfpaflci , dizendo que
por hua dctrimina9a6 fcita em tempo dclRcj meu Scnhor , e Padre
que Deqs tern , as molheres nom erad efculas, e avendo refpeito ao
muj conjunto divido que o dito Duque comiguo tern , e por folgar de
Ihc fozer merce cj' por bcin , e me praz , que a dita Duqueza nom feja
regulaila pcilj regra geral, e que aja , e tenha todalas gra9as liberda-
,
dcs, c/fenjdcs, eperrogativas, eprivilegios, que o dito Duque tern que
ncJh poJent caber , e averia por direito comum , e nom pague ncnhds
dircitos que o Duque nom paga fern embargo da dita detreminaâd c
,
de quaelquer outras que em
contrario fejad , as quaes cy aqui por el-
pecificadas ;
porem mando
a todas minhas juftijas eofficiacs, dcqual-
,
uer calidade que ,
que
fejad o conliccimento defto pertencer , guar*
a em a dita Duqueza fua molher , e ao dito D. Theodofio feu filho to-
do o fobredito , porque al y me praz por Ihe fazer merce I'cm embargo
dcqualqucr coiifa que em contrario leja, cfem embargo daordenaâd
do livro fegundo titolo corenta e nove em que dis que minha tenâo
nom lie dcrogar as ordenaôes fern elpecialmcntc fer derroguada aquel-
7a ordenaâd que faz contra a dita provifad , fazendo fumaria , e cx-
prelTa menâd da fufiancia della , de mancira que craramentc parcâ
que fam cmformado da dita ordenaijad que derrogo &c. e efto quero
que valha como Carta por mim aflinada , c aficllatla do meu fello paf-
fada polla minha chancellaria fern embargo da ordena9ad cm contrario,
e defta que aqui acima laz men9ad feito em Alcouchetc a treze dias de
Dezembro , Bcrtolamcu Fernandez o fez de mil quinhentos vinte feis.
Carta do Infante Cardeal D. ^ffonfo para o Dugiie de Braj[;anga

D. Jayme , para fe compor com o Arcebypo de Braga o cjite
,
0 Papa mandava. Oiiginal^ que tenho,
Enhor Primo ho Sanfto padre me cmviou hud breve em o qual

S taz faber q a fua noticia veo como antre vos c ho Arcebifpo de bra-
ga avia debates, cdefcren9as fobre ceitas jurdi9oens e caufas em que An.
t 5 *
^ ^
1526.
5‘
litigavees e q por ele obviar fcandalos e difl’enfoens , e fe evitarem in-

convinientes d^tre tacs pclToas mcmanda que da fua parte vosexor-
tc c encomende que vos concordecs e tornces tal meyo porij nom oja
tacs difeordias elua San6lid.adc vosefereve omci'mo porelfc breve que
comefta vos fera dado eque nom querendo vos concordar , mecome-
te fuas vczes podcr eaudoridade que inliiba todos c quaelquer juizes
Tom. IV. K ii que
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2
75 Turovas doUv.VL daHiftoria ênealogica

que das ditas caiifas conhcccrcm c faâ perante my vir todos os autos
que ante elcs forem agitados e fobre elas receba as teftemunhas que
por cada parte me forem aprefentadas con todas e quaefqucr eferiptu-
ras autos edocumentos e pofto todo em final conclufam Ihe envie os
autos cerrados cafelados para ferem porfua SanfHdade detriminados,
eeu querendo confegnir feus apofiolicos mandados como filho a cles
obediente aceytey o difto carrego pelo qual da fua parte vos exorto e
emcomendo e da minha muito rogo que quecracs oulhar os grandes
odios malqucrcnfas fadigas c difienfoens que antre os litigantes fc re-
crecem quanto mais antre tacs pefioas , por fer pouco fervi(jo de Decs
e mcnos paz e fofiego de voffbs vafiallos c fubditos , e vos qucracs con-
cordat com o difto Arcebifpo porque com boons , e virtuofos refpey-
tos amigavelmente decs fim has didfas caufas e afi o efcres'o ao difto
Arcebifpo porque nom o fazendo afli fera needfario ufar e proceder
como fua Sandfidade manda. Scripta emalmerim a 23 dias domes de
inarco de 1526.
O CARDEAL INFFANTE. T
Em o fobreferito dizia. Ao Senhor Duque de Braganga e Guimaraens

meu Primo &c.
»AIvara para que afeira de Santo Agoflinho de ViUa-Vigofa ^ que

era de oito dias , a podejje report ir pe/os dias , que Ihe pare-
cefj'e. Ejla no Cartorio da mefwa Cafa.
DIt. n. 1
An. 1528. 3E U ElRey fago laber a v6s Veadores de minha fazenda , e ao Pro-
vedor da Comarca dantre Tejo , e Odiana , e a todos os Contado-
res, Almoxarifcs, Recebedores, ea todos osjuizes, ejuftiâs, eoffi-
ciaes , e pefioas a que efte meu Alvara for moftrado , e o conhccimcn-
to dclle pcrtcncer , quo cu tenho outorgado , e dado privillegio ao
Duque de Braganqa , e de Guimara&i &c. meu muito amailo , e prezado
Primo, para fer franca a feira de Villa viôfa de fantflo Agoftinho per
outo dias , como he dcclarado no dito meu privillegio , e hora o aito
Duque meu Primo , me pedio por merce que ouvefle por bem quo os
ditos outo dias que a feira durava , e cm que era franca , cllc os podef-
fc repartir pelo anno como Ihc bem pareccfic , e por folgar de nifib Ihe
fazer merce , me praz quo os ditos oito dias , em que Ihe afiy per o di-
to meu previllcgio tenho franqueada a dita feira , elle os pofia repar-
tir pelo anno
,
como Ihe a cllc prouver , e afiy partidos , em cada par-
te dclles, me praz que fe uze, efeja6 guardados todos os previllcgias,
izcnô&, e gramas , emerges, que pelo dito meu previllegio Ihe tenho
outorgado , cm todos os ditos oito dias juntamente , guardandofie na
dita repartiâb inteiramentc todas as condicoCs , c claufulas que fa&
contheudas , e dcclaradas no dito meu previllcgio , para fc averem de
guardar , e dellc uzar , Porem vos mando a todos cm geral , e a cada
iium de vos cm efpccial , quo em todo Ihe cumpracs , e guardcis efte
meu Alâra , como nclle fc contlicm , fern duvida , ncm embargo al-
gum.
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,
dA Cafa %eal Tortuguesâ. *7y

gum gue porque affy oey por bem , e prazme que
a ello fcja pofto
,
,
efte valha , e tenha forâ , e vigor , como fe folTc Carta por mym al-
finada , e afTclIado do meu fello, e palFada por minha Chanccllaria
fern embargo de minha ordt-naâb cm contrario , c de todas as clauful-
las della , e de quaclquer oiitras , que contra o contheudo nettc Alva-
ra polFab fer , as quaes aquy ey porcxprcâs, edcclaradas. Berthola-
meo Fernandes o t'cz em AJmeirim a quinze dias dc Fevereiro de mil
quinhentos evinte eouto.
Carta de/Rey D. Jrac’ III. em gue faz merce ao Dugue D. Jayme

da Dizima do pe/cado de Riba Tejo. Ejld no Cart orio da Cafa.,
maqo de Doagoes , donde o tirey.
D Om Joa6 per graâ de Deos Rev dc Portugal , e dos Algarvcz da- Mum.
quem, edalem mar cm Africa, Senhor dcGuine, edaConquifta
mvcgoga6 ,
comcrcio de Ethiopia , Arabia , Perlia , e da India , &c. A
124.
An. iJ}o.
quantos ella minha C'arta virem faô faber , que o Duque dc Braganâ,
c de Guimaraens meu muito amado , e prezado Primo , me dilTe que ten-
do ElRey meu Senhor, c Padre que fan<5la gloria aja, asdizimas no-
vas do pefcado de Villa franca , Povos , e Cmanheira , a Azumbuja
,
e Benavente , e (Jamora Côrrea , Aleouchete , Alhos vedros , e o La-
vradio , e o Barreiro , e elle dito Duque as dizimas do pefcado defta Ci-
dadc dcLixboa foy movida demanda antre o Procurador delRev meu
Senhor , c o dito Duque fobre os pefcados que fe pefcavao nos bravos
do Tc;o do limitc de Santarem para baixo , e fora dada fentenâ ein
Avor do dito Senhor da qual o dito Duque dezia que recebia muito
erjuizo , porque nos ditos lugares Ihc coniujavab os dircitos que elle
Eavia daver , e os meus rendciros na& guardavab a fentenâ como de-
via6 , e que tendo elle todas as ditas dizimas juntas , a fentenfa Ihe
nao poderia pcrjudicar , pois tudo feria cm feu favor , e elle ordena-
ria como fe na6 conlujalTem os ditos direitos , e por ello me pedia que
Ihc quizelfc dar as ditas dizimas pcUo que achalTc que me rendiab , c
mais aquillo que bem me parccclle , e vendo eu feu requerimento por
Ihc fazer graâ , e merce , parecendome que elle podcra nifto fazer feu
provimento , ecomo as ditas dizimas na6 pcrjudiqucin hdas asoutras,
e os pefcadorcs Ihe paguem inteiramente feus dercitos , me prouve de
lhas dar , e efcaimbar como dito he , e mandey faber o que as ditas di-
zimas dos ditos lugares rendiao osannos atras, cachoulTe rcndcrem fet-
tenta e finco mil reis por anno , e ouve por bem que pello proveito
que o dito Duque nilfo podia receber me IcixalFc mais fincoenta mil
reis pera ferem cento c vintc cinquo mil reis cada anno os quaes me
deixou dedous padroens que demim tinha dejuro, cherdade. §. Vin-
te novc mil duzentos cquarenta e cinquo reis que tinha dejuro pera
fempre na impofigad do fal defta Cidadc em fatLsfaâo de certos direi-
tos do pefcado della , gue pello foral Ihe forao tirados dc que fe rom-
peo a Carta aoalFinar uefta j eosnoventa e cinquo mil fettcccntos cin-
quoenta c cinquo reis me deixou dos trei’eutos vinte fete mil , c dul'en-
tos
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T
78 ^rovoi do Uv. V /. da Hijloria êneakgtca

tos reis que ellc afli mefmo tinha dc Juro nas fizas dc Lampaces tenno
dc Barganâ cm iatisfaâo do Caflcllo , e rcndas de Monte m6r e no
,
Padia6 dcllcs foi pofta verba afiinada per mym de como na6 ha daver
mais que duzentos trinta e hum mil ouatrocentos e quarenta e cinquo
reis , c por tanto me praz que o dito Duque tcnlia e aja do primeu-o
,
dia dc Janeiro que palTou dcftc prelente anno de quinhentos e trinta em
diantc asditas mzimas novas dopcfcado dc Villa hânca , Povos, eCaf-
tanheira , Azambuja , Benavente, (âmora Correa , c Alchoute, Alhos
vedrosj eoLavradio, eoBarreiro dc Juro , edc herdade pera ellc, e
todos leus herdeiros , c fuccclforcs , am , e pella maneira que ellc tem
a dizima do pelcado della Cidadc , e com todollos previlegios , libcrda-
dadcs. ejurdiâb dadita renda nadoa;a6 della contheuda, eque leas
ditas dizimas que Ihc afli agora dou mais crcccrem fiiâ pcllo uito Du-
que , eque fc mingoarem que eu Ihe nao I'eja obrigado a latisfazcr cou-
la alguma, eque ellc pofl’a arrendar, carrecadar asditas dizimas per fy,
e per I'cus officiacs ,
e rcndciios como pera mim Ic arrccadavah ategora,
c milhor leas clle milhor puder haver, c porem inando a todollos meus
Contadores , Almoxarites , reccbedorcs , officiacs , e pcflbas a que clla
Carta for moflrada , c o conhccimento della pcrtcnccr , que ao dito Du-
que , ou a pellba que I'eu podcr tiver dli a polTe das fobreditas dizimas',
e lhas deixem ter , c aver , carrecadar , e arrendar per li , c per leas ren-
dciros , e officiacs a elle , c a todas feus
herdeiios , e lucccifores de Ju-
ro pera fempre do dito Janeiro cm diantc pella maneira que dito he,
fern Ihe fer pofta duvida , ncm embargo al^m , porque afli he minha
mcrce , e por lirmeza dcllo Ihc mandey dar efta Carta per mim aflina-
da , e aflcllada com o meu fcllo pendente. Manocl da Cofta a fez em
Lisboa a doze dias do mez de Fevcrciro do anno do nafeimento dc nof-
fo Senhor jefus Chrifto dc mil quinhentos e trinta. Fernab dc Alva-
rez a fez elcrever.
Doaâo , (jue 0 Diujue D. Jayme fez a D. Antonio ,

Conde da Co/'-
tanheira ,
das Dizimas do pej'cado da Cajlanheira , e Povos.
Torre do Toinbo, tiv. p. da Chanceilaria deiRey Dom
Joao JII. pag. 108.
Num. 125.
An.i5}i.
D Om Joao per graâ dc Dcos Rcy dc Portugal , e dos Algarvcs da-
quem , e dallem mar em Africa , Senhor dc Guine , e da Conquif-
ta , naveguaâb, Comercio dc Ethiopia , Arabia , Pcrfia , da India , &c.
Ea 90 faber a quantos efta minha Carta virem que por parte dc D. Anto-
nio d’ Ataidc do meu Confelho , c Veador dc minha fazenda me foy
^prefentada hda Carta de rcnunciaâb do Duque de Braguanâ , c de
Guimarnis meu muito amado , c prezado Primo dc que o thcor tal he
como fe feguc. Dom James Duque dc Braguanpa , e dc Guimarais &c.
I-'aô faber aos que efta minha C>arta virem que ElRey meu Senhor me
fez doaâb per via defcaimbo de certas dizimas novas do pelcado da rc-
dor do Tejo do Icmite dc Sanflarem pera baixo antre as quais fc contem
as das Villas daCaftanheira
,
e Povos como mais largamcnte na carta da
dita
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daCafa %eal ôrtugue\a.
19
dita doaâd he contheudo , e hora por aigds refpeitos que me a i/To mo-
vem ,
e por fazcr graâ a Dorn Antonio de Ataidc Veador da fazenda
delRcy meu Senhor , e Senhor das ditas Villas me praz de renunciar as
ditas duas diamas novas das ditas Villas daCaftanheira, ePovos do pef-
cado fomente que as ditas duas Villas for defcarreguar pcra nellas fe
maftar , c na terra , ou fc carreguar pclla terra adentro na6 fe podendo
fazer por parte do dito D. Antonio , ncm de feus rcndeiros , e officiais
avcnâ alâ com os pefcadores , nem mcrchantes , nem obriguar ne-
nhum dellcs a yir alii dizimar a dita dizima nova
,
nem demandar por
caufa da dita dizima nova a nenhum pcfcador , ncm rendeiro nem of-
,
iicial meu por na6 comprireni a fentenga que foy dada antre ElRey
meu Senhor que Deos aja ,
e mim , e della maneira
,
e na6 doutra re-
nundo nas ma6s de Sua Alteza as ditas duas dizimas rclervando pera
mym todo o raais que pclla doaâo que per Sua Alteza me he feita das
dizimas das ditas Villas me pertcncc , c pcrtcnccr podcm pera que Sua
Alteza della maneira , e com cftc paflo , c ouallidades e condi56is fa5a
,
dcUas doa ^6 alii como aqui fe concern ao dito D. Antonio de juro pera
eUe , e todos feus dcfccndcntcs naquella maneira , e com aqucllas lioer-
dadcs , e privilegios com que eu , e meus fucccflbrcs as podcriamos e
,
deycriamos ter , e polfoir , e fcndo cafo que em algum tempo fc acabe
a linha dos ditos defccndcntes do dito D. Antonio ou per qualquer ou-
,
tra maneira as ditas dizimas ouveflem de vir d Coroa iiclles Reinos per
cffe mcfmo fcito fe tornem as ditas dizimas a mim e a meus fuccelTo-
,
res que as outras dizimas oue me fica6 tiverem
, e em tais cafos pclla
doa(;a& que agora de Sua Alteza tenho fern outra mais follenidade polTa
eu , e meus fuccdlbres dellas tomar polTc , e polTohillas como as outras
dizimas , c como fe efta rcnunciagao per mim na6 fora feita e defdago-
,
ra pera entad quando tal cafo acontecefle haja Sua Alteza por mctulo
de polfe a mim , e a meus fuccclforcs como dito he , e allem da doaâd
que Sua Alteza fizer ao dito D. Antonio me mandara fazcr outra cm
ue efta rcnuncia9ad vd trcsladada de verbo ad verbum por refguardo
a e meu direito , e de meus fuccdlbres , c porque eu rad polTo cltar ao
a^nar dellas cartas , e na dcD. Antonio nad vaj trcsladada clla renun-
ciaâd fenad as formas della quando algda duvida rccrcccr, e fc determi-
nard pello Padrad em que ella rcnunciacad ha de ir trcsladada , e clla
doaâd Ihc faô com aprazimento do Duque de Barccllos meu filho
primogcnito , c porque alfi me praz mandei fazer ella Carta per mim
alTInada , c pelo Duque meu filho , c alTellada do meu fcllo feita em a
Cidade dcEvora a oito dias dejunho. Vafeo Ribeiro a fez demil e
uinhcntos e trinta e hum annos. E villa per mim a dita renunciaâd Ht
3 oaipid aodito D. Antonio das ditas dizimas com asclaufulas, econdi-
9ois nella rcnunciaâd contlicudas , c mandei lazer ella pera o dito Du-
que meu Primo a ter pera feu refguoardo, c de feus fuccelTores pera cm
todo tempo fc comprir da maneira que aqui he contheudo fern fe poder
ir contra clla cm pai te , nem em todo por alii fer direito
, c afli he
mi-
nha mcrce, c illo fern embargo dcquaifquer Icis, ou direito coinum,
cquaifquer outras coufas que encontrario dido fcjad , efem embargo
da ordenajad que diz que a derroguaâd das Icis fe nad entenda fern fa-
‘ zer
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2
8o Trovas do Liv. VI. da Hlfiorta ênealogka

zer menâo do que fc contem na ley que fe afli derrogua , porque tam-
beni efta Icy a derroguo , e porem mando a todas minhas julli as e of-
9 ,
ficiais a que efta for prefentada que a cumpra6 , e iaca6 intciramcnte
como nclla he contheudo, em qualquer tempo que
comprir, eguardar
o calo olFerecer
. e neceftario for. Manoel da Cofta a Fez em Evora a
honze de Agofto do anno do nafeimento de noftb Senhor Jefus
dias
Chrifto de mil quinhentos trinta e hum. Ferna& Dalvarez a fez ef-
crever.
Carta do Geral dos Eremites de Santo AgoHinho para 0 Du<jue de

Brokenfa ,
em fue the da toda aJita author idade no Mojleiro,
fue tern em Villa-V iqofa. Ejld no Archive da dita Ca-
Ja ,
donde a copiey.
Lluftridimo Principi Domino Jacobo Diici Bragantije , & Vimara-

Num. 1 5
I nenfis s
PY Gabriel Venctus Prior Generalis Ordinis Eiemiu-
An. 1520. rum Sanfti Auguftini indigne : commendationcm , & fclicitatem mag-
iix’ tux Illuftrillimx dominationis charitas
,
& lingularis devotio , quam
erga mcam rcligionem ipfam gerere accepi , me maxime movent , at-
que compcllunt ne ad illain verear in rebus mex religioni opportunis
habere confugium ; quin potius cogor de illius fayore , ac benigno
patrocinio , quam multa mihi , & puliccri , & fperarc quo circa domi-
nationis tux llluftrillimx fupplico ut in conventu mci ordinis Vilix
Vi 9 ofx exerccrc dignetur omnem earn autoritatem , quam reverendiflt-
mus PrxdccclFor meus Dominus Egidius turn noftr.x religioni genera-
liter Prxfcs ut illi commilit
,
accipio enim ego ut illic religiufc , ac
regulariter vita agatur turn bonx famx optimo odore ac propterea
;
tenorc prefentium litcrarum concedo dominationi vcftrx llluftrillimx

meam autoritatem pqûlans, ut Provincialem vel ft non fatisfeccrit
alium aptiorem viiaim mci ordinis profcftum ad cum conventum mit-
tat. Denique illi mco nomine autoritatem qux Vicario Generali in ali-
quo conventu dari folct. Ut fra ties cxpcllat, collocet, inftituatque
omnia Juxta ordinis , & Icgum noftrarum dccreta , quod ft ncc Pro-
vincialis nee alius in liac re Dominationis tux Illuftriftimx fatisfece-
,
rit , placet ut tandem doniinatio tua IlluftrilTima inco conventu infti-
tuat qux magis expedite reforniationi videbitur in nomine Patris, &
Filij , & Spiritus Sanfti amen. Spero enim fapientia , & bonitate do-
minacionis veftrx Illuftriflimx omnia ita emendabuntur , ut Deo , ho-
minibus , & fibi ipft fatlsfaciet , benevaleat ca dominatio veftra Illuf-
trilTima, quam incolumcm , &falvam ell'e cupio I'emper. Romx Die
x6ij Odobris M. D. XX. turn appenfione noftri ligilli confucti.
Fr. Gabriel Generalis indigniffimus.

1 .
Breve
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,
da Cafa âl 7ortuguesâ. 8X
Brne do Papa Ch mente VI J, em que conftrma a Carta do Gera!

dot Eretnitas. Ejld no Cartono da Cafa de Eraganqa ,
maqo
de Ihdlas ,
e Breves.
C
filius
Lemens Papa reptimiis dilcdtc fili falutcm , & apoftolicam bene- ]
dicHoncm turn licut nobis nuper exponi fecifti licet alias diledhis
nofter Egidius tittuli Sandli Matei nrcsbitcri Cardinalis tunc in
•it.
An.
n. 12^.
1527.
minoribus conllitutus , &ordinis fratrum ncremitarum SanfH Auguftir.
ni Prior gcncralis , nunc vcro ejuldcm ordinis Protciflor pro dcbita rc-
formatione convcntus Vills Viôfjc didli ordinis Elborenlis dioecelis in
tua ditionc , ac prope domos tu£c rdidcntia: confillcntis , &
tunc defor-
mationis opprobrio I’ubjacentLs tibi convcntus ipfum reformari dcfidc-
ranti , ut Provincialem vcl fi non fatisfacerct alium aptiorem cjufdem
ordinis pro/e/Torem , ad conventum pra:di£luin mittercs , ac illi nomi-
ne ip/ius Generalis auftoritatem Vicario Generali in aliquo convcntu
dari folitam dares , ut fratres cxpelleret , collocaret , ac omnia juxta
ipfius ordinis decreta inllitueret, &lincc Provincialis, nec alius in hac
re tibi fatisf’aceret ut tu cujus providentia , &
bonitate omnia ita emcn-
dari ut Deo , &hominibus , ac tibi ipfi fatisfaceres Iperabat in ipfo con-
ventu idem agcres , expelleres , &
locates , ac dcnique lingula inftitue-
res qux magis reformationi expedite vidcrentur aucloritatcm concefTe-
rit , & deindc dileihis filius Gabriel Venctus modernus Prior Genera-
lis di£li ordinis inter omnia limilcm aucloritatcm tibi impartitus I'uerit,
prout in literis iplbrum Egidij Cardinalis , &
Gabrielis Generalis del'u-
per confc£lis dicitur plenius contineri , ac poll concelfiones hujulmo-
di tu conventum prxdiclum in cuius cccldia nonnulla prxdeceirorcs , &
liberi tui I'epulti exiftunt , &
ad quern fingularem gcris devotionis af^
fcduni non Iblum in moribus, &
vita, ac rcgulari oblcnantia illius re-
ligiolbrum piurimum reformari procuravcris , fed etiam ejus cililicia
fere de novo tuis proprijs expcnlis recdificari fectrLs, &
in dies facies,
nichilominus dubitas ne pracfatus Gabriel Generalis conccHionem hujuf-
modi revocct , ac proptcrea defideras per msefatum (’ardinalcm , Pro- &
te£lorcm , ac Gabrielem Generalem concclfam facultatein apoftolica au-
cloritate conflrmari , nos pnefati convcntus falubrem dileitioncm , &
irofeclum patcmo Zelantcs affcchi ac de tuis des'otione religionis ze-
^
fo , &integritate fpecialem in Domino fidutiam fummcntcs necnon di-
Icifios lilios fratres ipfius convcntus , a quibufvis excommunicationis &
alijs fententijs , ccnfuris , &pocnis cccicfiafticis quibus forfan rcvcca-
tioni hujufmodi non acquiefcendo irreciti cxiflunt harum feric abfol-
ventes, tuis in hac parte fupplicationibus inclinati , nccnon conlidera-
tione charilDmi inChrifto nlij noftri Joanis Portugalliic, & Algarbio-
rum Regis illuftris , nobis tarn per ejus literas , quam etiam per dilc-
dlum filium Martinum a Portugalia ejus Ncpotem , &
pro co apud nos,
& Sedcm apoftolicam oratorem fupcr hoc humilitcr I'upplicantis , ut
concclfionibus praidiilis juxta diclaium dcfupcr confciârum liteiarum
contincntiam , 6c tcnorcm uti, &poliri, acineifdem Uteris ccnter.ta,
Tom. IV. etiam
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8a T^roias do Lh\ VI. dt Hifloria Cjenealogictt
ctiam fi ill* per prA;ratuiTi Gabriclcm Gcncralcm rcvocat* fuilTcnt,

cxcrcerc, &cxcqiu libare, &licirc valeas in omnibus , & per omnia,
perinde ac fi concclTioncs ipf* , I'cu illaruni poftcrior fi fomn per di-
dhim Gabrielcm Gcncralcm revocata: fuilTcnt , minime rcvocatx I'uif-
fent autoritatc apoftolica tcnorc prxfcntium indulgemus , ac potiori
pro cautcla fimilcin autoritatem tibi ad nioJum , & apoftolicx Sedis bc-
ncplacitum de novo concedimus , diftasque conccflioncs fi forfan illm
per ditûm Gabriclcm Gcncralcm rcvocatx fuifient adverfus hujufmodi
revocationem , ac in prillinum , & in antiquum in quo ante eandem revo-
cationem quomodolioct exiftebant ftatum , ac dioum bcncpiacitum ref-
tituimus, reponimus, &plcnarie reintegramus , acreftitutas, repofitas,
reintegratas efi’e exiftcre , & tibi fufi'ragari , ficque ab omnibus cenferi
debere dcccrnimus , non obilantibus prxmifiis , ac conftitutioiiibus , &
orilinationibus apouolicis , necnon di£H ordinis juramento , & confir-
matioiic apofiohea roboratis , ftatutis , & confuctudinibus privilcgijs
,
quoque, & litcris apoftolicis cidem ordini , ac illius Protedlori , & Prio-
ri Generali pro tempore exiftenti fub quibufeunque tenoribus , & for-
mis , ac turn qûibufvis ctiam derogatonarum derogatorijs , alijsque efi-
catioribus , & infolitis claufulis in itantibus , & alijs dccretis ctiam reite-
ratis vicibus conceflis , & approbatis , ctiamquc quxvis conccflioncs or-
dinem prxdichim in gencrc , vcl in fpccic conccrncntcs ; a fedc prx-
difta emanates non teneant nifi prius per ipfius ordinis Protedlorem
cxiftentem vifx fuerint forfan difponentibus , quibus omnibus tcnorcs
illorum prxfcntibus pro fufficienter expreflis habentes quoad prxmifla
fpccialitcr ,& exprclTe derogamus , & adverfus prefentes nuUatenus fu-
fragari polTe dcccrnimus , cetcrisque contrarijs quibufeunque. Volumus
autem nobilitas tua unum profelTbrcm diiiK Ordinis prudentix & pro-
batx vitx eligere debeat qui imprimis faciendis fccum afliftat. Datis
Rom* in Arcc San>fti Angcli fub annullo Pifeatoris die prima Ju-
ly milefimo quingentefimo vifefimo feptimo Pontificatus noftri anno
quarto.
Bulla do Papa Julio 11. concedido aoDuque Dorn Jnyme para os

Capellaens da fua Capella rezarem tm Coro , c celcbrorem os
Officios Dwinos. Ejid no Archivo da dita Caju donde
otirey, mago dos Breves.
T Ulius Epifeopus Servus Servoruin Dei: Diledlo Filio nobili Viro

An. Ijoj. ,.1 Jacobo Duci Brântix. Salutem & apoftolicam benedidlionem.
Sincer* dcvotionls affc(5his , quern ad nos , & Romanam Ecclefiam ge-
rcre comprobaris non indigne mcrctur , ut votis tuis prxfcrtim qu*
ex devotionis fervore prodirc confpicimus : & per qu* tu , ac perfon*
tibi conjunilx
,
& familiares tui , divinis ofliciis intend fids , quantum
cum Deo poflimus, favorabiliter annuamus. Hinc eft quod nos te qui
ut alfcris, Cariflimi in Chrifto filij noftri Emanuelis, Portugali* , &
^
Algarbiorum Regis Illuftris Nepos cxiftis prxmiflbrura intuitu gratio-
fo favorc profequi volcntcs , & a quibufvis cxcommunicationis , fut
.. penfionis
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,
da Cafa %eal ôrtugucTâ.

»3
pcnfionis_, &
interdidH, alijsque ecdefiaAicis fcntentijs
,
cenfuris, &
penis, a jure, yel abhoinine, quavis occa/ione, vel caula latis, fiqui-
Dus quoniodolibet innodatus cxiftis ad eftedhim prxfentium dumtaxat
conrequendum harum ferie ablblventes , &
abfolutum fore cenfentes
tuis inhac parte fupplicationibus inclinati , tibi, ut omnes, finguli &
tui , ac dilecbe in Cniiflo filiae Elilabcth , Duciflic de Bragantia Sla-
,
trls ,
ac tU£C pro tempore exiftentis Uxoris
^
&
cujuslibet veftnjm Ca-
pellani , qui nunc , & pro tempore fucrint in veftris Capellis & extra
,
eas conjundfum , vcl divifum , miflas
j
& alia divina Ofiicia , ac boras
canonicas , diurnis pariter , &
nodhirms etiam in Cantu , & alias prout
fibi videbitur juxta morem , & ftillum Romanae Curia: diccre, recita-
re , & canere , ac omnia oft'ertoria , & pias oblationes per vos
, &
quaf-
cumque alias perfonas , eis pro tempore fadfa* , recipere , & habere
q. .. omnes , & finguli utriulque lexus famibares veftri in Capellis
.
prxdidfis , & qualibet earum , in qua , leu quibus vos pro tempore in
diyinis audiendis interf'ueritis , I'eu aliquis vellrum interfiierit Domi-
,
nicis &
a/ijs feftivis , etiam Paichabbus diebus quibus |ipfi tenentur ad
proprias Parrochiales Ecclefias , pro divinis Oflieijs autfiendis ac Sa-
,
cramentis ecclefiafticis recipiendis accedcrc , mifias , & alia divina Offi-
cia audire : ac Euchariftia , & alia ccclefiaftica Sacramenta fufciperc cu-
jufvis bcentia , fuper hoc minime requifita fine tamcn jurium Parro-
,
chialium Ecclârum pnedidVaruin prajudicio libere, & licite valeant
apoftobcis , ac in Provinciabbus , & Sinedabbus Conciljis & didfis ge-
,
, &
neralibus , vel fpecialibus Conftitutionibus Ordinationibus , caete-
tisque coiitrarijs nequaquam obllantibus audforitate apoftobca tenorc
prai'entium de fpeciabs dono gratia indulgcmus. Provifo quod ipfi
CapeUani , &quilil^t eorum in hujufmodi noris dicendis , feu cantan-
dis , confuetudinem Ecclefia: vel Ecclcfiarum obfervate lludeant quo-
,
tielcumque eos , leu aliquem corum in ilbs , leu earum Choris horis
praJidfis contigerit interelFc. Nulli eigo omnino hominum liceat hanc
paginani nollia; abfolutionis , & indulti infringere , vcl ci aufu teme-
rario contra ire. Siquis autem hoc attemprarc pr.rfumpferit , indigna-
tioncm Omnipotentis Dei , ac Beatoruni Petri , & Pauli Apollolorum
ejus le noverit incurfunim. Datum Romsc apud Sandlum Petrum,
Aniio Incarnationis Dominicas , Millefimo quingentefimo quinto. Qitar-
to Idus Junij , Pontificatus nolhi Anno lecundo.
Cxx. Baccolas valdrs. F. de Candis. p. p. planta o Copis In. .'|
.
“ .
Gibrabni. Ja.de Bofis. Jo. palta. A. Caldesx. E. X * Tlors qua-

. . .
draglnta lex. zi dejure Cremota.
Tejlitn-nto do Diiijiie de Bra/ran^n D. Jay we. E/Jd no Cartcvlo

da Cnjli de Brngaiiâ ,
doiide o coplcy.
7 M non’.e deDeos c daVirgem Maria nofla Senhora aque mccn-fiÛIIl. I 28.

1 e comendo eprotefto deviver na fanta Fe catolica Ibmetendomc a .
caendo oque cUa ere s efta he n minlia derredei-

•
>1 •
lanta madre Igreja

ta vontadc qiie quero que fc cumpra ali como nefic meu tellimcnto
Tom. IV. Lii for
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1
^rovas do LJv,VL daHifioria ênealogica

for dcclarado , e fc aigti outro tcftamcnto pareccr na 6 feja valiolb quc
antes defte fe ha feito =3 primeiramente mando que fe eu faleccr da
vida defte inundo fem declarar donde me emterrem que lancem meu
corpo em qualquer cafa onefta do lugar onde eu falecer ou perto del-
le em modo de depofito pera depois le meu herdeiro ou teftamenteiros
•mcquil'erem mudar o po9a& fazer depois do corpo fer comido na mi-
nha cova honde quer quc me enterrarem ou loguo ou delpois na& po-
nha6 degraos nem tumoa nem coum nehda de pompa e o mais que fa-
ra6 fera htia pedra chaa e com Ictras cmfima quc aiguao quern ali Jas
fem mais retoricas , em quanto nao puzerem a pedra poderad cubrir
cum pano preto de do a cova , quc depois da pedra pofta fe de a hum
pobre. Em nenhd cabo me fa 9a6 capela nem nenhd gafto outro
e digo que me puderao mudar porque por ventura folgarad que Jaza
eu honde Jazem cada hu de meus antcceflbres c quando levarem meu
•corpo a enterrar fera de noute os comfrades da mifericordia nas avidas
da mefma mizericordia como levao qualquer pobre homS fem mais to-
chas nem mais cirios nem mais clcrefia ncni religiozos do que foem fa-
zer a qualquer pobre , pois naquella ora nao ha deferenâ cm nenhda
peftba, c na 6 avendo no lugar onde eu falecer confraria damifericqr-
dia me levarad fomente os Clcrigos de hda fo frcguclia ou os religiolbs
•<la Cafa donde me ouverem de foterrar. e por feu trabalho dara de
efmola a mifericordia fe ela me levar dcs mil reis , c fenao for a miferi-
cordia aos que me levarem fe forem i eligiolbs ou fe forem clerigos dous
mil reis e os oito pobres que acompanharem ou rogem a Deos por mi
=3 nehd officio me dira6 cantado nem fa borda 6 fena6 a ft refado e na 6
niais que aquillo que fazem a qualquer homem comum , e a outro dia
feguinte me dira6 trinta e hda milas rezadas fe tantos facerdotes ouver
no lugar onde falecer. f. tres da Trindadc sa e fete do Efpirito Santo
nove da Anuciacao de Nolfa Senhora c nove dos Anjos , e tres de de-
,
funtos porque neftas niiftas tive fempre muita dcva 9a 6 e na 6 me digao
mais miflas elTe no dito dia fe puder fer dizemremfe fe digao e fena 6
o mais azinlia que puder fer por pclToas de bom exemplo e fe algem
pbla ventura me quizer fazer mais pclla alma faâb em cfmollas porque I
a obra quc a da prazer a Deos a& de goftar os pobres della fegundo fa6 I
Jeronimo e fe ouverem de mudar meus ofos na& o faâb com chama- \
mento de gente nem gafto fomente c 6 ate mea duzia de clerigos ou I
rcligiofos.
Eu cazei com a Duquefa D. Joanna de Mendoza pello contenta- •I
mento quc tinha della , c na 6 olhei a fazer contrato nc pera feu pro-
veito nem pera o meu e porque fegundo me dizem Ictrados c d hi du- K
vida fe Ihe pertencera ametade de minha fazenda patrimonial na qual

tambem ha muitas duvidas como faz menâb na doagao quc della me
fesElRcy D. Manocl c por tirar efcandalo antre clla c meus filhos , e
porque ella milhor le polla foftentar me parecco quc Ihe vira milhor
algda renda em fua vida que Ihc meu filho herdeiro defte , c afti o dito
ineu filho ficarlhe a dita metavlc da fazenda por via de conferto , e pra-
zendolhe a clla de quercr eftar por ifto c nao emtrar em demanda ou
partilha , emcomendo e rogo a meu filho herdeiro quc Ihc queira dar
cm
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da Cafa Tâl ‘Portuguesâ. 85
em fua vida da Duqucfa a Villa de Alter do Cha6 com feu Cadello
por ter bom apouzamento e onefto com fua jurdi^6 , pode fomente
refervar meu nlho para fi a alâda civel e com os dinheiros que ali te-
mos afentados. S. do conto e meio e da Vidigueira e a demafia em
Monfortc Ihc refara quinhentos mil rcis cada anno e c6 eftes e com os
trezentos mil rcis de feu afentamento que he para honeftamente fe po-
der manter , e a Duqucfa Ihe larguc ametade da fazenda fe Ihc pode
pertcncer a qual metadc incu hlho tome com a ter;a nas coufas que or-
deno que fiqucni em morgado e com eftes outocentos mil reis com bom
recado fe remediara e meu filho na& perde em darlho antes ganha e faz
vertude , e minha benfa6 ganha , e ficao-lhe eftas coulas para fempre a
fi que me parefe que pera ambos efta muito bem c fe meu filho eftiver
por ifto deixolhc minna tcrâ pera o morgado e ifto ainda que a Du-
quefa na& queira eftar por ifto , e fe elle nao quizer eftar por ifto e el-
la fi deixo a ella minha ter<ja e efta ter9a dcixo o galardam de quern
,
eftiver por efte contrato por caufa de concordia he em tal cafo que a
terpa fique a Duqucfa tomefle em coufa junta e que renda a fi como a
fi como em cor fccouber eaja aDuqueza cm fua vida epor
feu fidecimento aja o maior filho que della e de mim ficar te ora de fua
morte , e na6 ficando filho macho fique pera filha dantre ambos major
a fi por via de morgado por fenpre c na ficando por fua morte nchd de
nollos filhos ou netos ou outros que della e de mi defeendao fique a
,
outro meu filho ou nlha maior que na& feja o crdeii o que na& quis
,
eftar por efte comferto porque a efte quero que na& venha ainda que
na& aja filho nchd antes quero que antonces fique efta minha tcrî
,
ao efprital de Villa Viôfa de Sante Spiritus pera fer governado pclos
o/iciaes da mifcricordia equerendo anbos. S. a Duqucfa e meu filho ef-
tar por ifto faijalTe difib eferitura danbas as partes Ibrtc e fegura c con-
firmefie por elRey meu Senhor e afim do morgado qualqucr que fe
ouver de fazer.
Ajafe meu filho com feus irma&s como deve , e bem pode ter
maneira com elles c darlhc e fazcrlhcs aver coufas que a elle perjudica-
ra6 pouco c a cUes aprovcitamento de maneira que na& fm neceirario
partilha olhando cm todo fua conciencia que dies na& fejab danificar
dos da (adsfaâo da cantidadc que por direitn Ihe pode pcrtenccr , e if-
to digo porque cfpedaândo-fe ta6 pouca fazenda por taes pera a cada
hu vira pouco, emais Ihespodc feu Irmafi, aproveitar calss efegun-
do S. Bernardo de Rej'imine familia efte he milhor confelho , c por-
que a Duqucfa tern algfias joyas deouro eafi prata defervir que na6
he muita cantidadc e fcrlhe ha necefiaria para feu fen'iô e afi para
teftar e defcarregar fua conciencia quero e mando que das joyas douro
e prata que cm poder de feus officiaes c della fad , aja a dita Duquefa
Valia de nd conto de rcis , e ifto fazendo-fc o concerto entre ella c meu
filho porque na6 fe fazendo nao avera ifto lugar e c6 efta condiâd
deftes hd conto dcrcis quero que fefaca efte concerto afiina dito eafi
Ihefiquem aseferavas, que cm feu fervi 90 eftad, tirando as que ici vi-
rem a minha filha D. Izabcl c afi Ihe fique aroupa dccama e eftrado
que I'o-em geralmcnte fei vir em fua cafa porque feria coufa fca tira-
icnllia
,,
Turovas doLiv.VL daHiftoria (jenealogica

rcnlha ou avaliarenlha , as joyas dc pedraria aja f. f. por bem que fe
parta6 antre meus filhos por iguacs Icgitimas ie a fazenda movel a iJTo
abrangcr ainda quc milhor fera que o erdciro as aja e Ihes page o que
valcrcm fuas ligitimas tirando a terâ dc afima fiis nienfa&.
E porque cu tenlio algua fazenda que aproveitci e fe fe partice
podria traer difeordia antre os herdciros me parcce quc he millior que
hque cm quern for Senhor da Gala , fe meu filho hcrdciro eftiver pol-
io concerto quc alinia digo com a Duquefa ou fe polla ventura ella fa-
Icccr antes que eu aparto primeiramente em a tcrâ todas as herdades
e lazenda que eu conprei em Villa boim porque he mui nccclfaria pera
o Senhor da Cafa , e fe toda a fazenda da dita V ilia na6 tiver comprada
a ora daminlia morte, aconcelho ao meu hcideiro que aacabc decom-
prar fe poder e quc a faga afi mefino cm morgado porque fe o Duque
meu avo fizera em morgado a fazenda quc elle rinna comprado tivera
cu pouco trabalho deaver o reftante call aparto tambem nadita terâ
asniinhas cafas de Lisboa quc cfta6 na ffegudia dos Mart& que par-
tem com a cordoaria hondc eu agora vivo , quando la eftou com todos
feus pumares quintals e cirados c perten 9as , c all aparto a minha ter<;a
opumar e cafas dc Villa Viôfa all como eu ocomprei eaproveitei di-
go as bemfeitorias e compras quc ifto he patrimonial porque o realen-
go de feu fe fiqua com a villa c porque todo ifto he fe a minha tcrâ
couber e em fva ligitima c na fazenda quc da Duquefa ouver feja mcr-
gado ho aja aquclle iiieu hcrdciro quc a cafa dc dircito ouver daver
e all Val de boim c cafas devora fe couberem.
Eu ouve em cafamento com a Duquefa D. I.eonor vinte c feis
contos de maravedLs e pello creciincnto das moedas crecco mais eiii
rcis, c de vinte hu contos delles fe comprara6 o conto cmcio que te-
nho delRo" e dous ouve em tlinheiro e o mais cm prata c em enxoval
como vai aqui cm hu rol alinado por mi , e primeiro quc fe fafa parti-
Iha de minha fazenda ha& dc aver Thcodofio e Dona Ifabel tudo ifto
porque he feu por ferem dotaes que ha& dc fer primeiro pagos.
E fe meu lilho hcrdciro quifer pera li efte conto e mcio podera
pagar a fua Irma3 D. Ifabel dcs contos cmeio dereis feo Ja nao tiver
avidos em cafamento ou de outra mancira nodcrlhca hear o conto e
mcio todo enteiro dc renda por fer efpalhauo porminhas terras epera
fua Irmaa fera milhor dinheiro e pera quern com ella cafar , porem a
miller quc Ihos pagem juntos , e avendo efte conto deveo tambem fa-
zer em morgado.
Os charamclas valcm muito dcvcos meu lilho tomar c dar por el-
les mil cruzados, cfcna6 vendanos mas nao tomando meu filho todos,
na6 aja ncnlid ajaos quern mais dcr por dies juntos c feja feito a faber
a elRey meu Senhor ou a dies fenhores de Calldla , e dies fao Cialan-
tc , Martinlio , Jacome , Hcroninio , Cofme , Francifeo , Duarte , pof-
to que a) guns anda6 fora do officio fe os tornarem aora ou cm pou-
cos dias le refaraft pera valorem o quc digi-o.
Os meus Falcocns e Aflbres fe vendalS o nulhor quc puderem
quc fe diTo romarem bom cuidado bem vallcm , cu cs tome meu filho
no que vallcm.
Eu
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(U Cafa êal T*ortuytenâ.
87
Eu troquei por authoridadc delRey meu Scnhor a portagcm defr
ta Villa que por a renda das tendas das fciras que efte
era direito real
Conlclho tinha , e a dita renda das feiras ficou direito real porque eu
,
gallei dinheiro ein fazer as ditas tendas onde agora fa6 feitas
, c as fis
cm /lu cha6 que comprei a Pedro de Chaves creo que por quatro ou
cinco mil rcis, a renda deftas feiras he direito real, e do morgado,
a benfeitoria fe podera eftiinar ou faberfe pellos livros o que cuilou c
ifto podera fer de partillia e fatisfazendo meu filho erdeiro as partes
pod(^ dahi por diantc hear no morgado.
O Doutor Jam Gil Chantre de Lisboa me empreftou mil curza-
dos no anno de quinhentos e dezouto e eu Ihe dci hd defenbargo men po-
ra Ihos pagar Baftiao Rodrigues do priineiro dinheiro do anno de deza-
nove , e antes de comeflar aver pagamento faleceo e querendo ja pagar
nao polTo acabar de aver detriminado por letrados a quern devo de pa-
gar poroue Pero Drago feu fobrinho e outro feu fobrinho mereque-
I ia que Ihos delTe dizendo que tern o meu defembarguo em feu po-
,
der porque fegundo eu fao emformado o Chantre tinha pouca fazen-
da de feu patrimonio que herdace de feus antepalTados em toda a fazen-
da que dnna houve foi da renda das fuas Igrejas e bencficios que dis
,
fa& do cha6trado e hua Conezia na Sec de Lisboa e outra Igreja era
,
barcelos e creo que ou&a cm cheleiros ou na6 fei onde e por efta diver-
fidade de bencficios nao ha faber homcm a que polTa pertcncer o t^
dinheiro nenhu dos foceflbres nos bencficios me requere efta divida
ncm moftrao por onde dev a pertcncer mais a hd que a outro antes
deixarab aver aos fobrinhos muita fazenda patrimonial que elle tinha
comprada afi por nab faber a quern o devo pagar tenho fopricado ao
Santo Padre â fe grftar cm algdas ohms pias polla alma do dito
Chantre, vindo provizao defuu Santidade algda tencâo tenho decon-
fertar na orta de bem catel hd mufteiro pera os frades de fab Heroni-
mo e por algda ^reja ou outra via Ihc dar algda renda por onde fe
mantiveflem faâllc d que for mais fervico de ndlTo fenor por conceJho
de peftbas de conciencia c rcligiofos conforme a provifab do fanto Padre
e defpendai>fe eftes mil curzados polio defcareguo de minha conciencia
ou fe faâ niffb aqtiillo que fe achar que por direito fe deve fazer. E por-
que f. f. o nab podc afinar mandou arnim Ruy Vas Pinto que o aiflinaftea
vinte e hum dias de Dezembro de mil e quinhentos e trinta c dous annos;
Carta de Editos tirada do Original ^ (jut conferva em meu poJer , e

ma deu 0 Padre Antonio dos Keys da Congregaqa'o do Orato-
rio, dignilfiino Socio da Academia Real.
D Om
uifta
Manuel pcrgra9a de Dervs Rey de Portugal , c dos AlgarvesMuni.* 12 0
daqucm, edallem mar em Africa, eSenhor deGuinee, c da Con-
navegaâb, e Comcrcio de Ethiopia , Arabia , Perfia , e da In-
.
An. 15I}.
3 ia , &c. A quantos efta nolTa Carta de citaâb per editos virem , ou
della noticia ouverem fazemos faber , que Dorn James Duque de Bra-
guanga nos emviou dizer per feu Procurador , que elle fc queria livrar
da
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88 Turovas do Uv. VI, da Hljlnrta (jenealogica
da morte da Duqucza Dona Lianor , fua molhcr , que die diz , quc
inatou por Ihc pccar na ley do cazamcnto , e porque die fe queria li-
vrar , c inoftrar por fern culpa cm cfta nolTa Cortc como he thcudo fa-
zcr pera o que Ihc nos tcmos dada nolTa Carta de fcguranâ , epor
quanto pera le fobrc o dito cazo hordenar fcito , e procdlb afy , e co-
mo dcvc Ihc era nccdTario fercm citadas as partes a quc ajuftiga per-
tcnccr, e por fercm taccs pdToas , quc adita citaâo Ihcs nom node
fer feita em pdToa , coino fc requer nos pedio quc lhas inandademos
,
citar por nollas Cartas deditos as quaes lolTem peftas cm al"uns luga-
rcs deftes nolFos Regnos mais chegados aos Regnos dc Cafidla dom-
dc asditas partes polTao fer fabcdorcs, evir a fua notieJa cfta citaâb ;
c nos viflo feu requerimento avendo rd'peito ao quc dito he , e por al-
guns juftos , c muy oneftos refpeitos, que nos a iltb movcm mandamos,
quc palTein nollas Cartas deditos pera fercm poftas em alguns lugares
<lo eltrcmo de nolfos Regnos , c alTy cm nolTa Cortc nos lugares acof-
tumados, porque as avemos por citadas , que do dia , que podas forcni
a quatro niczcs primeiros feguintes , que he termo conveniente pera
quc vaa a noticia das ditas partes , e os quc as virem liio bem podcrem
noteficar emviem feus Procuradores a clla nolTa Cortc , e Caza da fo-
plic3(ja6 perante o nolTo Corregedor dos feitos Civccs aculTar o dito
lliiquc fc quizerem por rcza6 ila dita inortc honde fcra6 ouvidos, c
Ihcs ferd fcito comprimento de juftiâ , fendo certos que fe nom cm-
,
viarem feus Procuradores ,
que a fua revcllia fc procedera cm o dito
fcito a ter final fentenâ,
c dc como cfta Carta tbi pofta a porta da
nofia Rcllaâb a vifta do povoo mandamos a Gomes Eannes Elcripvam,
c Notario cm noffa Cortc , quc faâ auto publico com o treslado del-
la , e fee das teftemunhas , quc forem prelentes pera palTado o termo
mandarmos proceder no fcito como for jufti 9a ; dada em a nolTa Cida-
de Devora aos xix dias do niez dc Fevereiro. EIR^' o mandou per o
Doutor Alvaro Fernandez do feu Dezembargo , e Corregedor cm fua
Corte dos feitos civccs com alâda. Gomes Eannes a fez anno do Naf-
cimento de NolTo Senhor jefu Chrifto demil equinhemtos etreze.
Alvaro Fernandez.
Ccnvenqao ,
e ajujie da Duqueza D. Joanna de Mendoqa com o Du-
^
(jite D. Theodofio I. em que fe obrtgad ,Job pena deviate mil
^
cruzados , a ejlar pelo Tejiamento do Duque D. Jayme l
Jeu marido. Ejld no Arcliivo da mefma Cafa^ I
donde ocepiey. f
Num. 1 O. QAiba& quantos efte eftormento decomcerto virem que no anno do

An. Onafeimento dc nolTo Senhor jefus Chrifto de mil equmhentos etrin-.
ta c dous annos aos vinte e hum dias do mes de Dezembro nas cafas do
»5J
regengo do Duque dc Braganâ c dc Guimaraens &c. nolTo Senhor
,
nefta Villa dc Villaviôfa eftamdo ahi prefentes a Senliora Duquela D.

Joana
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Ja Cafa âl Tôrtuguesâ. 8^
Joina dc Mendoza molher do dito Senhor e afi o Senhor D. Thcodo-
;
fio Duquc dc Barcelos filho do dito Senhor Duque por cUcs ambos
juntamcnte toy dito que dies vira6 o tetlamcnto que ora o dito Se-
nJior Duque dc Brag^â fizera , e I'abia6 bcm o que fe nellc continha,
e a dies ambos aprazia deftarem por die, eocomprirem inteiramente,
c na& hirem contra die em parte , nem em todo mas ante o compri-
lem afi , e na maneira que o uito Senhor Duque dnha ordenado , e qual-
quer dclles que fe afaftar , e na& quifer dbr por elle ou o na6 cunir
prir cm parte , ou cm todo que pague de pena ao que por die quii'er
eftar vintc mil cruzados , e ma
pena levada , ou nao levada que toda
via efte contrato lique valiofo , e dilTcrao que pcdia6 a EIRey nolFo
Senhor que afy o mandall'c comprir, eguardar, eque afy o aprove,
e confirme , e aja por bem , e por firmeza ddlo afy o outorgarao
, e
mandarab delo I'cr feito efte eftromento , teftemunhas que prefentes
furao Ruy Vaaz Pinto Camareiro do dito Senhor Duque de Bragan-
ca, e I'randl'co da Cunha tidalgo do dito Senhor, e o Lcccnceado Luis
Leite, eAIeftre Amrique fitico do dito Senhor, eadita Senhora Du-
quela aflinou na nota por fua ma& , e eu Gafpar Codho pubrico no-
tario cm a dita Villa e feu termo pdo dito Senhor Duque de Bragan-
,
qa , de Guimaraes &c. noflb Senhor que efte eftromento dc Contrato
,
e outro tal ambos de hum theor eferevi , e atinei de meu pubrico final
que tal he.
Carta de DoagaS do Duque D. Theodofio I. a Dttqueza D. Joanna

de bUndoga ,
da Villa , e Cajiello de Alter do Cluii , com aJua
jurijilicgao , e de quinhentos mil reis de
renda^ C?* c. EJld,
no Cartorio da msfma CaJ'a ,
donde a copiey.
E U
o Duque de Braguanqa &c. Faqo faber aos que efta minhaÛfjl, 1 J
Carta de Doaqab virem , que por quanto o Duque meu Senhor
que Deos tern ordenou cm feu teftamento por'eaufa dcconcordia an-
* ^
*533^
j.
tre mym , e a Duquefa minha Senhora que eu ouvdTe ametade da fa-

zenda patrimonial , que a ella podia pcrtencer por fallefcimento do di-
to Senhor , c eu Ihc IcixafTe em fua vida della a Villa Dalter do Chao
com feu Caftello ,
e jurdiqao ,
ealTy IhedcITe quinhentos mil reis cada
anno em fua vida nos dinheiros que me fa& alTcntados na dita Villa do
conto e meyo , c da Vidigucira e a demafia Ihe prefizefie polios dinhei-
,
ros que me outrofy fao adentados nas fifas de Momforte. E por ora
eftarmos concertados eu , e a dita Duqueza minha Senhora fegundo a
ella Iheaprazer a largarme a dita fua metade da fazenda patrimonial que
Ihe podia pcrtencer. E
difib temos feito contrato conforme ao djto
teftamento amym
apraz de Ihe fazer doaqao , e dc feito faco a dita Du-
qiieza minha Senhora cm
fua vida da dita Villa D.alter doChab com
feu Caftello, ejurdiqaab Civcl , e Crime, refen'ando para my aalqa-
da do dvel que eu tenho na dita Villa por minhas doaqocs , e ally de •
(
Ihedar cm cada hum anno outrofi cm fua vida osditos quinhentos mil
reis por efta maneira : SS. duzentos e fetenta mil reis que tenlto aficn-
Tom. IV. Mtados
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,
Turovas doJJv.Vl. da Hljlona ênealogtca , 1
tados nas fifas da dita Villa Dalter e duzentos e trinta mil reis para com-
primcnto avera dos duzentos e outenta mil reis tenho outrofy airen-
tados nas fifas deMomforte. E porem raando aos Juizes, cjufti9as da
dita Villa Dalter que meta 6 depofTe a dita Duquela minha Senhora,
ou a feu fufficiente Procurador aa dita Villa Dalter com feu Caftello
e jurdi5a& , e Ihe obede9a& em tudo. E pe90 outrofy por merce a El-
Rey meu Senhor que aprove , e confirme efta minna Carta de Doa-
9a& afy , e na mancira que nclla fe contem ; e por firmeza dello man-
dei fozer efta Carta por mym aftinada feita em Villa Vi9ofa a cinquo
de Fevereiro Baftia 6 Lopes a fez anno do nafeimento de noftb Sennor
Jefu Chrifto de mil e quinhentos c trinta e tres annos.
Ahari porgue ElRey da de ajjentamento a Dorn Jayme trezentos t
mil reis. O original ejld na Cafa da Coroa ,

armario if y ma-
qo 2. donde 0 copiey.
Num. 132.
An. 1541. EU ElRcy fa90 faber a quantos efte Alvara virem que avendo ref-
peito aos merecimentos de Dom James meu muito amado fobri-
nho e por folgar de Ihe fazer merce tenho por bem e me praz que de
Janeiro que ora vem do anno de 1942 a hd anno ele aja de my e te-
nha em caJa hu anno trezentos mil reis dafentamento e por fua guar-
da e minha lembran9a Ihe mandey dar difib efte meu Alvara pclo qual
fe Ihe fara em minha fazenda ao dito tempo fua provifam cm forma .
pera aver os ditos trezentos mil reis dafentamento como afima he di-
j
to e efte quero que valha pofto que nam feja pafado pela Chamcelaria |
fern embargo da Ordena9am. Pero Dalca90va Carnciro a fez em Lix-

boa 3 20 uias dedezembro de 1941.
REY.
DoaqaS dehum juro que a Senhora DonaVicencia fez a fua miiy a

Duqueza Dona Joanna de Mendoqa. Original , que copiey do j
Archivo da SereniJJima Cefa de Braganqa.
Num. 133
An. 1554*
D lgo cu dona Vicentia filha do duque de bragan9a do James meu
fenhor que por efte por mi feito e afinado fa90 pura e imrevoga-
vel doacao entre vivos valcdoira defte dia para lepre a duqueza de bra-
^
'
gan9a dona Joana minha fenhora e mai dos oitenta mil reis dc^Jurq lO
que tenho por padrao quebrados no almoxarifado dclvas que cfiprei t
CO a minha ligitima ao cardeal d6 afonfb que quero e ei por be que

fua fenhoria os aja doje por diante que fa9a do dito juro como de coil-
fa fua propria para o que Ihe cocedo e trefpafo todo o dcreito e 30930
que no cafo tenho e pofo ter a qual doa9a& Ihe fa90 por certos ref- y
peitos juftos quo a il'o memoverao epc90 por merce aelrei meu fnor >
que ho aja afi por be e que cfifirmc efta doa9ao afi c de maneia que ”
nela fe contem para que cm todo cafo valha ctenha for9a e vigor lem
embargo de qualquer defeito que tenha aft de faifto como dc dirci^
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i
,
^
da Cafa %eal Tortuguesâ. pj

c (e enbargo de pafar da valia dc fefenta mil reis c (jue do dito juro
mande pafar padrao adita fcnhora duqncfa minha mai fcito eVila Vi>
gofa a aofoito de fetcmbro de mil c quinhetos c trinta e quatro.
DONA VICENTIA.
AJvara delRey D. Jooi Ill.Jolre precedencia dos filhos do Duque

de Braganqa. Efid no Cartorh Oadita Cafa^ donde o cop'iey.
EU
fcTvir
ElRei fiifo faber aosque efte meu Alvara virem, que po^^l
guds rcfpeitos dc meu fervid que me ai/To moverad cu mandei^'^™* ^34*
nobautifmo do Infante D. Felipe meu muito amado , eprezado
- ia
An. XJ}j.
filho aD. Conihmdno , e aDom Fulgcncio mcus muito amados fobri-
nhos. E polio que no dito ferviô parecefe que fc dcclarava alguda
precedcncja em feu prejuizo. For quanto minna tenâd nom foi , nem
fic aminguoarlhes niilo
,
nem cm nenhda outra coufa feus merecimen-
fos , mas antes acrecentarlhos , c guardarlhe inteiramente , feu direito
amim apraz^ eporefte meu Alvara dccraro , que hei por nenhud, c
dc nenhud vigor nem polTc o modo que no dito bautifmo com os ditos
meus fobrinhos feteve, nem fepoderaa alleguar contra ellcs holuguar
cm que cnta6 fora6 , nem por iifo receberao diminui<;a6 , nem qurara
alguda em fua prefedenda que deverem teer em os femclhantcs lugua*
res , mas antes Ihcs dque relguardada toda fua au(^6 , e direito como
I'e ho auto que no dito bautifmo do Infante meu dlho fe fez : nao fo-
ra , e por fua guarda Ihe mandci dar efte meu Alvara o qual quero , e
,
me praz que valha como fe fofle carta por raim aftinada , e alfellada de
meu fello fern embargo de minha ordena 9a& em contrario nolivro z.
titulo 20 que defende , e manda que nao valha Alvara cujo effeito
.
aja de durar mais de hum anno , e de todallas claufulas della a qual que-
ro , e me praz que a ifto nab aja luguar, nem feentenda, efem em-
bargo defte nab fer palfado por ella. O Secretario Francifeo Cameiro
o fez em Evora a vj. de Junho de mil c quinhentos e trinta c tres.
Carta Patente a D. Conjlantino de Vice-Key da India j Orighta!*
D Om Dcos Rev de Portugal , e dos Algar-Ji^jjjj^^ 1 J C,*

Sebaftiao per gra 9a de
ves da Quern e da Lem Maar em A^-iqua , Senhor de Guinc , e
da Conquifta navegaâb Comercio de Ethiopia y Arabia , Perfia , e da
*
s
An. IJ5®*
India , «c. Fa 90 faber a vos meus Capitaaes das minhas fortalezas
que tenho na India, c nosoutras partes defora dcla Alcaides mores
Vccdores de minha fazenda , Fcitorcs , e todos outros Officiaes , e gen-
tc que nas ditas fortalezas tenho , e ao diante nellas eftiverem , e aos
Capitals das Naos , e navios , que ora envio nefta Armada , c que an-
darem nas naos, e navios, que tenho nadita India, Fi^lguos, Cavi-
Iciros, Efeudeiros, Meftres, Pilotos, Meyrinhos, Marinheiros, Bom-
bardciros homes darmas, officiaes, ccompanha, etodas outras pelToas,
Tom. IV, M ii que
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, ,
5>Z 'Trovas doUv.VI. da Hi/lort a ênealogica
que ora cnvio armada, e nasdi>5Vas partes da India, eemquacf-

ncfta
qucr outras partes , que dc fora dela andarem , c eftiverem , c a todos,
c a qiiacfquer outros a que efta niinha Carta dc Podcr for moftiada
que pe)a muita confianâ , que tenho de Doni Conftantino meu muf
to amado fobrinho o envio ora por meu VifTo Rev das ditSIas partes da
India, e por conhecer dele, que nillo, e emtoua outra couza que
,
Ihe cncarrcgar mefabera muy bem fervir , edar defi toda booa conta,
erecado, e por Ihefazcr honra , emercc ncfta viagem cm que tanto
confifte o bem , e afofeguo das couzas da didia India , o encarreguo dc
Capitao moor dc toda a didia frota . c armada , que ora envio a India
para ncla aver de ficar por meu ViTo Rey ; E porem volo notciico
a(fi
,
c vos mando a todos em geral , c a cada hum dc vos em cfpecial
ue cm todo o que por cllc vos for requerido , e de minha parte man-
3aJo cumpracs , efa 9acs intciramente feus requerimentos , emandados,
afli, c ta& inteiramente ,
e com aquclla deligencia , eboo cuiilado ,
que
devos coniio , ccomo ofarcLs fe pormim em peftba vosfofle didio , c
mandado porque afly o ey por bem , c meu ferviô , c aqucllcs que af-
fy o fizeracs , c cumprirdcs como dcvcis me farcis muito fei-viô c os ,
que ocontrairo fizerem , que nao efpero me defemrao , c Ihcs darci

por i(fo aquelles caftiguos , que por taacs cazos mercccrem. poiquc E
as couzas dc meu fervigo fejao guardadas , c feitas como devcm alfy nas
didlas fortalczas como na armada quo Ica'a , e por tal que fcja6 caf-
, ,
tigados aquelles que alguds maleficios , e dclidlos cometcrcni contra
,
meu ferviô , alfy no maar , como na terra , c cm qualquer parte que
minhas gentes eftiverem ora fcja& dc mens naturaes , ora de meus fub-
diilos das diclas partes da India cm quacfquer cazos que acontecer pof-
,
fao ; Ihc dou podcr c alâda fobre todos os Capitaes das diclas forta-
,
lezas, cdaspelfoas, que nclas eftiverem, eque forem naannada, que
ora leva , c Capitaes das armadas que laa andao , c fobre toda a gen-
,
tc , que laa traguo e ao diantc trouxer , e fobre quaefqucr outros
,
jncus fubditos de qualquer calidade , e condigab , que fejao. Da qual
em todos os cazos alfy Civeis , como Crimes ate morte natural inclu-
fivc ufara intciramente
, e fe darao a
cixecutâo feus juizos , e manda-
dos fern dele macs aver appelagao , nem agravo , c fern tirar , ncm
aceptoar pefToa alguiia cm que o di<5Io poder e alyada fenab entenda
,
porque fobre todos , e cada huum deles ufara do difto poder , e algada,
porque confio dele , que em tudo fara o que com razab e jufliga de-
j
va fazer. Outro fi Ihe dou podcr , que nas couzas de minha fazenda ,
alii naqucllas que tocarem as compras, e vendas de minhas mercadorias,
e caiTcgua das nados como dc toua outra couza , que a bem , e provci-
,
to dc minha fazenda toquar , ele veja, ordene, efaga oque bem vil-
to Ihc for , e ouver macs por meu i’erviô ^ e mando aos diclos meus
Vccdorcs da fazenda, Feitores, Scrivacs de minhas feitorias , alii aquel-
les quo agora laa eftao como os que de ca vao ordenados para laa fi-
,
carein , como tambem a todos os outros , que pelos tempos foran em
quanto ele nasditas partes andar por meu Vifo Rey , c em qualquer
outra parte pofto que fora da India feja , e minhas gentes , e nicrcado-
xias eftiverem
,
que todo o que por de Ihcs for requerido , e de minha
parte
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,
daCafa %eal ôrtugue^â.

parte mandado accrqua dc minha fazenda gaftos e defpeza dela
, , e
toda outra couza que aela tocar o cumpra6, e facao
^
m-iao , e compririao fe por mim em pdfoa c por
meus
afi como* o
mandados
, Ihes
rof/c mandado
,
porquc para todo ific dou inteiro poder c fuperiori-
dade fob as pcnas que por elo Hies pofer quando
a feus mandados fo-
rem negligentra , ou os nao comprircm , as quaes pennas
, , quaerquor
que fc(a6 afi fobre os corpos como fobre as fazendas
, dara a eixecu-
9ao fegundo, que bem vifto Ihefor com
todo o poder, calcada, que
porefta Carta Ihcdou, porque afi he em todo
minha mercc, outrofi
me dou poder , que nos cazos que llic parcccrcm
, que comprem por
meu fcrvi9o, elc poffa remover, c tirar Capitals das ,
fortaiczas, edas
naos , all das que va& para a carregua das
mercadorias , como para fi-
^ ^rmada,eafi tirar I'eitores das feitorias edasditas naos,
dasditas leitonas, e detodos outrns ofHcios
, Scrivara
afi da fazenda, como da
Jiutica quando fizerem tacs cazos porquc
com dii cito deva6 fer fora
dos dims officios polio que per meus
; mandados c ordenanca de que
vao ordenados, epoor outros quaes bem villo ,
Ihefor, eque mclfior
iiJc pol/afi
, c faibao femr, porquc conf-o dele que quando
ofizer fera
com cauzas juftas , c raes porquc o deva afy fazer por
meu fervico e ,
dclte poder, ealâda, que Ihedou
emtodos as cazos aqui declarados,
ecmquaefquer outros, que acontcccr polluo ey por bem, cmepraz,
que uze em quanto andar por meu Vifo Rcy nas ditas
panes da India,
c nas outras ainda que fora dela fejao
,
e polio que andando laa ou-
tros Capital mores com minlias frotas
,
c armadas envic porque ef-
t« taaes, cqiiantos quer que forem quero, ,
emando, que cm todo
,
eobcdcca, c eflem debaixo defua lurifdiija, e cumprao cm todo, e
por rodo feus requerimentos c mandados afi nas
, couzas da paaz , como
nasdaguerra , c em quaefqucr outras, que poreic Ihe feiao requeridas,
e de minha parte niandadas fob as pennas
quo noscorpes , e fazendas
Incforem pollas as quaes nosculpados mandara dar acixccuca
, fegun-
do o poder, ealâda, que por clle Ihcdou. Outrofi Ihcdou
compri-
do poder que ele polTa fazer gueira e mandar fazer por niaar
,
, e por
terra a todos os Revs e Senhorcs da India e
, , das outras partes que de
,
fora dela fejao, eque Ihcparecer, quo por macs
feguro, eafento das
couzas de meu fers iô fe devc fazer e depois de Ihe ter comeâda
, a
fazer adidla guerra Ihcspofia dar tregoa poraquclle
tempo, que Ihe
bem pareccr , e com todos os fobreditos Reis e Senhorcs e cada hull
, ,
fazer em meu nome paaz e all'ento damizadc como bem
,
'a Ihe for
vilto
,
e por meu fervico Ihc pareccr que o deve fazer com aquel-
>
condiôcs , e clauzulas que maes provcitozo e meu fervi-
,
90 Ihc pareccr , e os afentos , e capitulaqo^ que fobre elo afentar
,
capitular, efizer comprirei mantcrei, efarci comprir, manter,
, eguar-
oar em todo , e nor todo como nas C-apitula96es e afento
, ,
que delo
f-zer for declarado e conteudo afi como eu o faria fe por mim meP-
,
mo, eprezente minha pcllba fo!Te capitulado , eafentado abooa foil,
e fern cautcia , engano nem malicia comprindo porem . e fatisfazen-
,
do osReys, e Senhorcs com quern a dita paaz, eanuzadc afentar em
todo o que polas .ditas capitula90& , e afentos forem amim obrigados
comprir,
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3 ,
5^4 *Provas do Liv. V/. da Hiôria ênealogica

comprir , c accrqua dclo po(Ta fazcr , e fa9a o que por macs meu fcr-
viô ouvcr , porque para todas iis fobreditas couzas , e cada huua dc-
las Ihc dou comprido poder , c mando efpccial , e cftc mcfmo podcr
Ihc dou naqucUcs quc a I'ua cncgada achar cm alguda quebra , ou guer-
ra com minnas genres. Outroly mando a todos os ditos Capitals das
minhas fortalczas , Alcaides mores delas, Capitaes dasnaos, enavios
dequalquer forte j e calidade que fejao , I'eitores, Scrivads , e todos
outros meus oiHciaes da fazenda , e juftiga , Gcnte darmas , Pilotos,
Meftres , Marinheiros , Bombardeiros , c todas outras pedbas , que lo-
guo como o dito D. Conftantino meu Vifo Rei chegar a India, eef-
ta Carta Ihcs for moftrada Ihe obcdcâb , e o leixem uzar de todo eftc
podcr , e alâda , e na6 a outro alguu fob as pennas civcis , c crimes
quc por die Ihc forem poftas , as quaes em todo dari a eixccuâb na-
quelJcs , que nelles encorrerem , fern maes appclacab , nem agravo co-
mo aqui ne conteudo. Porem Ihe mandei dar dene podcr , Jurdiâo
e al^'a^ quc Ihc a(Ty dou eBa Carta alFcllada do meu felo pendente
,
para por ella uzar como aqui he conteudo. E vos mando a todos em
geral , e a cada hud dc vos cm efpccial
,
quc Ihe obcdc9acs , e cm todo
cumpraes fcos juizos , fentenâs , c mandados , e efta minha Carta co-
mo nella fc contem , porque afi hi minha mcrce. Dada em a Cidadc
dc Lixboa a tres dias do mes de Mar9o. Pantabab Rebelo a fez , anno
do Nafeimento dc NolTo Senhor Jelus Chrifto dc mil e quinhentos e
cincoenta e oito.
RAYNHA.
Carta porijue ElRey manda aos Capitaens das Fortalezas da India

as poJaS entregar a ordem do Vice-Key Dom Conjlantino.
Original, que tenho.
Dir. n. 1 5*
An. ijji. D
quilla
Om SebaAiab per gra9a dc Dcus Rey dc Portugal c dos Algarves
daqucm , e da Lem maar cm Affriqua Senhor de Guine e da Con-
navcga9am Comercio de Ethiopia^ Arabia Perfia c da India &c,
Pa90 faber a vos meus Capitaens das minnas fortalczas da India que ora
nelas dbys, c ao diante elliverdes que por nopreito, emenaiem que
ora me tend^ feito e aveis de fazer das ditas fortalezas fer declarado
que as nau cntregarcis falvo amim , ou a quem vos aprefentar minhas
Cartas por mjm allnadas e afcladas com o meu I’elo fegundo comprida-
mente he conteudo na dita menagem. Porque fc podcria ofcrccer cafo
que Dom Conftantino meu muito amado fobrinno que ora envio a
clfas partes por meu Vifo Rey vos mandafe por meu fcrvi90 que entre-
gafeis as diiflas fortalczas no alto e no baixo delas , c por acerqua difq fe-
na& ofcrccer alguda duvida. Pelo que he conteudo na didla mcnajem,
ey por bem c vos mando a todos cm geral , e a cada hud de vos cm ef-
pecial
,
que fendo cafo quc o diilo Vifo Rey vos mandafe que vos
cntrcgafeis asdidfas fortalezas aqualqucr outra peffoa vos todos, c ca-
da hud dc vos as entregueis no alto , c no baixo delas aquelas pefToas
quc ele por fua Carta al'mada por cle , e ofclada do felo de minhas ar-
mas
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j , .
da Cafa %eal Tortuûesâ. pj

iTOs VOS mandar como o farieis aquela pelToa que
qiie as entregucis afy
VOS aprefentafc Carta minha afinada pormim , eafcclada do meu (clo
fern embarguo de na djiSVa vofla mcnajem dizcr , e fer dcclarado que as
entregucis a mjni , ou a quern vos aprefentar minha Carta por mjm afi-
nada, eafeclada do meu felo , edetodalas outras claufulas ncla conteu-
das , porque nefta maneira o ev afim por meu ferviô vifta a diftancia
que ha dc meus Regnos as diftas partes da India por onde em outra
maneira fe devc prover , c vos cobrareis a didia Carta perque afy o di-
dlo Vifo Rey meu Capitam moor , e Governador volas mandar entregar,
e conhecimento publico da que fizerdes a pelFoa que vos cle mandar
que as entregucis , e pola didla Carta , e eftromento vos ey por defobri-
gados do ditto preito , e mcnajem que polas didtas Capitanias me ten-
dcs feito , e avcLs de fazer afi como fe a mjm , ou por minha ( 3 arta afi-
nada por mjm , e afeclada do meu felo as entregafeis. Notcficovolo afy
todo o acima didlo , e vos mando que efta minha Carta cumpracs , e
guardcis como fe ncla contem porque afy o ey pormuito meu fervi-
fo. Dada na Cidade dc Lixboa a tres dias do mes de Mar9o. Panta-
liani Rebelo a fez anno do Nafeimento de No»To Senhor jefu Clirillo
de mil e quinhentos e cincoenta c oito.
Carta de Cameretro tnor delKey D. Joao III. a D. Conjlantino

livro yi dafua Chancellaria pag. 24 , doade a tirey.
~r\ On> Joai) &c. A quantos efta minha Carta virem. Faô faber que rj jj. ' * i » c
JL/havendo Eu refpeito aoconjunto det'ido que comigo tern Dom * 3 5 *
Confiandno meu muito amado fobrinho e os merccimentos defua pef- An* 1 JJ 7 *
foa e alTy aos muitos ferviôs que me tern feito e efpero que ao dean-
te me 1393 e havendo ifib mefmo refpeito a elle ter todallas callidades
iue devcm ter as pefibas que nos officios mayores de minha Cafa me
Jervirem e principalmente naquclles que a my e a meu fervi90 ham de
andar mais chegados e por confiar delle que naquellc cm que o pozer
me fervira alfy bem e honradamente c com tanto amor e fieldade e bom
cuidado como eu feja delle bem fervido e a todo meu contentamento
por todos eftes refpeitos polios quaes com muita rezam Ihe cabe toda
merce e polla muito boa vontade que Ihe tenho e por folgar dc nifto
lha fazer Ihe dou e 1390 merce do officio de meu Camareiro mor com
todas as priheminencias fuperioridades mando e jurdi9am gra9as liber-
dadcs franquezas e privilegios que ao dito officio fam ordenados e com
que fempre ferviram os Camarciros mores dosReys defies R.eynos e
com a ten9a ordenada de ccni dobras de trezentos e fetenta reis dobra
eni cada hum anno e com as pro9ocs percalfos intereces que
direitamen-
tc Ihe pertoneem e como femnre houveram e

dilfo uzaram os Camarei-
fe elle com direito me-:
ros mores dos Rcys defies Reynos e milhor
iizar e mando por efla Carta ao Baram
Ihor o node haver c dc todo
Dalvito vedor de minha fazenda que adita 10093 ordenada das ditas
cem
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96 l^rovas do Liv. V /. da Hlfloria (jeneahîa
ccm dobras Ihe mandc afTcntar nos livros de niinha fazcmla de Janeiro
que hora pafTou deftc anno prezente de mil quinhentos fincoenta e Ib-
te emdeante edehy cm diantc Ilumande delpachar emcada hum an-
no cm lugar honde feja bem pago e por efta Carta o hey por metido
em polTc do dito officio fern para cllo entrevir ncm fer necefl’ario nem
hum nicu official que a dita polTe Ihe de porque alty o hey por bem c
me praz e mando a todos meus officiaes que hora lam c ao dcante fo-
rem que fejam dajurdi9am do dito officio demeu Camareiro m&r que
Iho Icixcm I'ervir edclle uzar edajurdiâm mando e luperioridade ucl-
Ic c em todo cumpram intciramente feus mandados alfy como devem c
I’am obrigados atazer elite Icixcm haver todososproes pcrcalfos inte-
rcces que ao dito
officio fam ordenados e dircitamente Ihc pcrtenccrem
1 cm poer duvida ncm embargo algum porque ally he minha
nillb Ihc
merce c o dito Dom Conllantino jurara em minha Chancellaria aos fan-
tos Evangelhos que bem e verdaueiramente firva o dito officio guar-
dando a mim meu I'crviô c em todo o que ao dito officio tocar , e per-
tencer muy inteiramente oque deve. Dada naCidadc de Lisboa alin-
co dias do mez de Mayo. Pantaliam Rcbello a fez Anno do nal'ci-
mento de Nollb Senlior jefu Cltrifto de mil quinhentos lincoenta e
fete.
Minuta do Contrato do Cafamento do D. Confiantmo. Fjld no Ar~

chivo da Coja do Bragcnâ , aonds o cofity.
Aibao quamtos efte cllromcnto de dote , c arras virem , que no an-

Num. 1^6. S no do Nal'cimento de Nolfo Senhor Jefu Chrifto de 1562 aos tan-
An.ij62. tos dias de tal mes , e em tal logar nas Cazas de foao , eftando ahj de
prezente o Senhor Dom Coftaritino , filho do muy Illuftriffirao Se-
nhor Dom Jasmics , Duque de Bragamâ que eftaa em gloria , e bem
,
affi o Senhor Dom
Manoel de Menezes , Dayam da Capella delRey
noflb Senhor , pello qual foy aprezentada huma procuraâm da muy
Uluftre Senhora Marqueza de Ferreira fua Irmaa, cujo theor he o fe-
guinte (aqui fe trcladarS devcibo ad verbum. ) E aprezentada logo
pello dito Senhor D. Manoel foy dito en nome , e como Procurador
da dita Senhora Marqueza , que ella cllava concertada de cazar a Se-
nhora D. Maria fua hlha com o dito Senhor D. Conllantino , que pre-
zente eftava , e que fazendo-fe o dito cazamento , c fendo palTados por
palavras de prezente , fegundo mandamento da San^la Madre Igreja
Ihe prometia em dote , e cazamento trinta mil cruzados pqlla maneira
feguinte. S. por duzentos e cincoenta mil rcis de temâ de juro a rep6
de doze mil quinhemtos reis omilheiro nos quaes femontad fete mil c
uatrocentos trinta e fete cruzados e meyo ; e por as herdadcs do lugar
ae Talega termo Dolivenâ ,
que fe chama de Payares , e poUa herda-
dc ,
chama de Corifqo , e por trinta jumtas de terra e foro de
quo fe
hum moinho , que tudo eftaa jumto do dito logar de Talega , e por
outra herdadc no termo Devora que eftaa a Peramanqa que chamad
,
o Olival com o foro de hum moinlio , e alii maes outra nerdade no
termo
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) ,,
daCafa ^âlTôrtuguesâ.
tcrmo dagoa dos pexcs a quc chatnau dos agudos , e o foro que eftaa
pegado com ella com leu pomar , e mais acenha do Cofta tudo jun-
tamente cm feis mill cruzados. Item em prata , e joyas qûatro mill
e quinhentos cruzados. Item cm veftidos movcll , e dinheiro , que
,
ha de dar o Senhor Comde de Temtugall oito mill e nove cemtos
,
c viintc dous cruzados , e meyo , que ao todo fazem foma de vimte
feis mill , oito cemtos I'efenta cruzados , e os tras mill , e cento qua-
renta cmzados que faltam para comprimento dos ditos trimta mill cru-
zados averi o Senhor Dom Conftantino por fallecimento da Senhora Mar-
queza , e I'e obriga a dar logo tanto quc forem palTados os padroens,
e eferituras das ditas herdades , e por cllas o hS por metido de pofle
rcall , e afhiall fern mais outra autoridade de jumqa e demite de fj
,
todo o dircito , quc nos ditos juro , e herdades them , c o trefpalTa no
Senhor D. ConAantino , e as mais pcqas de movcll Ihc entregara quan-
do tomarem fua Caza ; E logo pcllo Senhor Dom Conftantino foi
dito , quc ajeptava o dito dote , quc acima fiqua decrarado e prome-
,
tia de arras a Senhora D. Maria a terqa parte do dito dote que fao
,
dez mill cruzados , c porem nom fera obrigado a pagar mais que a
terqa parte do que tiver recebido ao tempo quc le ouverem de
,
pagar ( as quaes arras avera a Senhora D. Maria quer o hy aia filhos
ouer os na& aja de amirambos. Para feguranqa das qi;acs dilTc , quc
Inc aprazia como de I'eito aprove de depozitar , e per cm mafi de fba6
pedraria , que valia a dita tciqa parte do dito dote para quc do fua
ma6 I’c pague juro, ou propricdadcs que o valha& , c que ambos af-
femtarem de comprar para Icguranqa das ditas arras , as quaes propric-
dades , ejuro o Senhor D. Conftantino nom podcra vender, nem por
via outra algua trelpaftar em pelfoa aigda , e ftcaram c gozaram do
,
privilcgio de bcens dotacs , c bem afli difle que Ihe aprazia de nom
vender outro Ij , nem emlhcar o dito juro , e prepriedades , quc Ihc
afti ao prezente dotao por via alguma
,
e ficarem fempre cm bcens do-
taes polio que extimados fcjao. E bem alii dilfe que Ihc aprazia de
,
depozitar cm ma6 de f'oa& todo o dinheiro que o Senhor Conde de
Tcntugall ha de dar para que dclle fe compre outro fj Juro , ou her-
dades, as quaes licarao, c fera6 bcens dotaes , e quanto ao mais dote,
que leceber cm movell , c jovas de prata , e ouro obriga todos feus
beens movens , e de rais aos âzer booms , c fem Ictigio — a Senhora
'
Donna Maria, para que ella, ou feus herdeircs por feu falecimcnto fi-
quem intciramcnfc com todo o dito feu dote que tiver rendido o Se-
nhor D. Conftantino com fuas arras , e o acquerido todo quc fe ac-
querir durante o matrimonio fe partira de por meyo entre o que vivo
Hear , c os herdeiros do que fallecer ; c logo pello dito Senhor Dom
Manoel de ALnezes foi logo aprezemtado hud eftromento de dote, c
obriga 9 a() do Senhor Dom Alvaro em o quail fe conthem , que ellc
fe obriga, e ihe apraz,quc fendo cazo, que os ditos trinta mill cru-
zados coutheudos neftc dote na6 caiba6 nas legitimas a Senhora D.
Maiia que Ihe pcrtcnce do Senhor Marques feu Pay , que efta cm
,
gloria, e peJia Icgitima , e tcrâ , que ha daver por I'allcdmento da
benliora Mirqucza fua May , quc a elle Ihc apraz que die dote dos
ioui. IV. N trimta
1
‘Provar do Uv. V1. da Hiflorta ênealogica f
trimta mill cruzados fc pcrfaôm compridamente pella fuas legitimas

ûc danbos Ihc pcrtcmce aver , c por quanto ao prczentc nom he dc
idadc de vimte cimqo annos perfeitos pede a ElRey N. Senhor llie
fupra a dita idade , e ratihque a dita doaci6, e obriuaâo quo faz a
Senhora D. Maria fua Irmaa , e aja por nrmc a dita doacao , que llie
afTi faz dc tudo o que faltar para comprimento do dito dote
( o quail
eftromento fc trcladara ncftc dote de verbo ad verbum juntamente com
o foprimento dc idade, que ElRcy N. Senhor Ihc fizer, c ratifica9a6
defta doaâu , e obriga(ja6 , c trcladado le poram as macs clauzulas
dc obrigaôens acoftumadas.
E fe a Senhora Marqueza quizer tomar dezouto mil rcis da tenâ pa-
1
ra fi pagara a vallia dcllcs.
Que do depofito da pedraria logo , comformc a ef-
fe fard eferitura
te dote ,
homde ou fe entregara ao fazer da eferitura, c
fe trcladara,
o depozitario fe obrigara conforme ao dote, c alTinard nclle.
Outro tanto fc fard do dinheiro , que o Senhor Comde ha dc dar
em dinheiro fomente aos tempos que o ouver dc entregar.
Infirumento do Padroado da Cartuxa de Scah Cicl't de Evora,Jeito

a Seren ffima Caza de Braganqa.
Aibao qiiantos die inftrumento dc ratiflca5a6, accitagao, e obriga-

Num. 137. S rao dcPadroado virem , que no anno do Nafeimento de noô
An. 1701. Senhor JESU Chrifto de mil , fete centos e hum , em dczal'ette dias
do mez de Fevereiro na Cidade dc Lisboa no Campo dc Santa Anna
nos apozentos dc Andre Lopes de Oliveyra Fidalgo da Caza de Sua
Mageltade Procurador da Screnilfima Caza dc Braganâ e Provedor da I
AJfand.'ga do Tabaco, cllando clle da hi prezente em nome, e como

Procurador de Sua Magcftadc que Deos guardc , cm vimide dc hum
Alvara de Procuracao alFnado por fua real mao como Pay e Icgitimo
Adminiftrador da PcIToa , e bens do Senhor D. Joa& o Princepc nof-
fo Senhor Duque de Br^nâ , feito o ditto Alvard por Manoel Pa-
Iha Leitab clcrivab da fazenda da Screninima Caza dc Braganâ era
vintc nove de Novembro do anno proximo palTado de mil , e fette-
centos, palTado pela Chanccllaria da ditta Sercnilllma Caza, q qual Al-
vara he baftante para em virtude ddlc fe cutorgar cfla eferittura, co- I
mo dcllc melhor fc vera , que ao diante ira trcsladado nella nota , e

feus trcslados, ifto dc huma parte, c da outra eftava outrolim prezen-
te o Reverendo Padic Dom Antonio de Santa Anna Alonge Cartuxo
do feu Convento de Scala ccli da Cidade dc Evora Procurador geral do
ditto Convento , c cm nome , c como Procumdor cfpccial do Ro'e-
rendo Padre Dom Sebaftiab da Madre de Deos Prior do ditto feu Con-
vento e mais Alonges dellc , em virtude de huma fua procuracao fei-
ta, cafTInada pelo ditto Rcv'crendo Padre Prior, e mais Monges do dit-
to Convento dc Scala celi , baftante c verdadcira para cm virtude del-
la fe cutorgar efta eferittura
,
como della confta , enja copia ao dian-
tc ira tresladada nefta nota c feus trcslados , c logo per ellc ditto Fvc-
,
veren-
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,,
da Cafa âl T?ortM^tiesâ.
Tcrendo Padre Dom Antonio de Santa Anna em nomc do ditto Padre

Prior , c mais Monges do ditto feu Convento e em virtude dc feu po-
dcr foy ditto a mim Tabelliao perante as teftemunhas ao diante no-
mcjJas, que o ReverendiiTuno Padre Gcral, e Definidores em Capitu-
lo gcral da ditta fua Religiao da Cartuxa pa(Tara6 huma carta patente
em treze dins do mes de Mayo do anno dc mil , e feis centos e hum,

pda qual ofFerocerao ao Scniior Dom Theodozio Duque dc Bragan9a
e Barcellos , e a todos feus Succeflbres in infinitum o titulo de Padroa-
do da ditta Cartuxa dc Scala ccli , e a Capcila mor , e corpo da Igro-
ja para fua Scpultura , e de feus SuccelTorcs na forma que Ihcs he per-
mittido a elles dittos Padres pelos feus Eftatutos , e coftumes da fua
Rcligiab , a qual olferta Ihc fizerao em gratificaâo dos niuitos e gran-
dcs benclicios
,
que a ditta Cartuxa dc Scala cell da Cidade dc Evora,
e feus Monges tinhao recebido do llluftrinimo Senhor Dom Theotonio
dcBraganja Arcebifpo dc Evora feu Eundador, y>or haver o ditto Senhor
rcnunciado o ditto titulo c Padroado nos ScrcniflimosSenhoresDuques de
Braganâ a qual doa9a6 de Padroado accitou o ditto Senhor Duque Dom
Theodofio na forma , que Ihe foy olFerecida , e mandou pafiar carta de a-
ceitaâo , e por fe perderem ailim a ditta carta patente do Reveren-
difiimo Padre Geral , como tambem a carta de accita5a& do ditto Se-
nhor Duque Dom Theodozio e dezejando o ditto Prior , e mais Mon-
,
ges da ditta fua Caza dc Scala celi , que houvelTe reforma dcllas , fc
ofFcrecerab a fazer ratifica9a6 do ditto titulo de Padroado aflim , e da
mancyra , que Ihe eftava concedido antigamente , e na forma referida
e que os Screniflimos Princepcs Succdlorcs da ditta Screniffima Caza
dc Braganâ confervem o ditto Convento na fua protecâo , fizera& a
olferta do Padroado a Sua Mageftade que Deos guarde , a qual o dit-
to Senhor como Adminiftrador da Pefloa , e bens do Princepe Dom
Joao nofib Senhor , Ihc fez mercc de aceitar o ditto Padroado , e rati-
ficar a accitaâb
,
que delle havia feito o Senhor Duque Dom Theodo-
zio na forma
,
que Ihe foy oft'erecido , por tanto dilfc elle Reveren-
do Padre Dom Antonio dc Santa Anna que em nomc do ditto Reve-
rendo Padre Prior Dom ScbalUab da Madre de Deos , e dos mais Mon-
ges da ditta fua Caza de Scala celi feus conftituintes , e cm virtude dc
feu poder que por efta eferittura , e pcia mclhor forma dc Dircito a-
,
prova , c ranfica a ditta concefTab , e titulo de Padroado tla ditta fua
Caza de Scala ccli, e fendo needfario, de novo a concede ao ditto So-
nhor Princepe Dom Joab nolTo Senhor , c a todos os feus SuccclFores
no ditto Ducado e Serenifiima Csiza de Braganâ na forma fobreditta,
e fe obriga a que o feu Reverendifiimo Paih-e Geral , e o mefmo Ca-
pitulo Geral approve , e confirme efta eferittura , e a aprezentar a con-
firmaijab della ue hoje feitura della a feis mezes, eque no cafo , que
nao vcnlia a confimiacab dentro no ditto tempo , quer e he contente
que efta eferittura nao tenha forca nem vigor algum , como fe feita
c outorgada nab foife, e para todo aflim cumprir e guardar difle que
eiu virtude de feu poder , e nos nomes , que reprezenta obrigava os
bens , e rendas do feu ditto Convento de Scala ccli , e por clle Andre
Lopes de Olivcyra toy ditto, que aceita efta eferittura na forma della
Tom. IV. N ii e por
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I
lOO ‘Ptovu do Liv. F 1. da Hilhria Cjeneah^tci f
c por clla cm mmic , c como ProcurnJ.or ck Sua Maprflauc , quc Dcos

guarde, Adminiftrador do Princcpc Dom Joaofcu P'ilho nollb Scnhor
o Padroado do ditto Cknvciito dc Scala ccli para o ditto Princcpe nol-
fo Scnhor , digo , para o ditto Princcpc Dom Joao no!To Scnlior , e
fens SucccfTorcs da ditta Scrcniflima Caza dc R'-agan9a para que pof-
faogozar todos os privilegios de Padrociros na forma, quc o permitti-
rem as Leys , c collumcs da ditta Rcligiab , c juntamente a Capdla 1
mor , c mais corpo da Igreja para fua Scpn'tura , e feus Succeflbres de I
tal forte
,
quc na ditta Igreja fe nao poffa I'upidtar peToa alguma fern
ordem, c cxprcITa liccn9a do ditto Scnhor, c mais Succellbres doilit-
to Lllado da Sereniflima Caza dc Bragari9a. E cm teftemunho de ver-
dade a(Tim o outorgarab , e pedirab a mini Tabelliab Ihe clcrcvcirc cf- I
tc inftromento nefta nota, e quc della fc dem os trcslados necclTarios,

uc pedirab , e accitarab , c eu Tahdliab todo , o aecito , e cm nomc
a e quem tocar auzente como pdfoa publica cftipulantc , c accitante.
Tdlemunhas , quc forab prezentes Afibnfo Dias dc Nobrega guarda da
Alfandcga do Tabaco, c Dionvfio Soares da Sylva adiftentes cm Caza
dellc ditto Andre Lopes de Oliveira , quc todos conhcccmos. Liles
artes fab os proprios
,
quc na nota com as tdlemunhas adinarab.
f rancifeo Nogucira Tabelliab o eferevi. Dom Antonio de Santa Anna
Procurador gcral. Andre Iôpcs dc Oliveira. Adenfo Dias de Nobre-
ga. Dionyfio Soares da Sylva. E eu ManocI Raracho 'Eabdliab publi-
co de notas por EIRcy nodb Senhor na Cidade dc Lisboa efte inftru-
mento da nota de Francifeo Nogucyra quc die Officio fervio, a que
me reporto , fiz trcsladar , conccrtcy com o Tabelliab abaxo affinado,
fubferevi e adincy ein rafo fern embargo dc na ditta nota fe nab acha-
rem lan 9adas as procuracoes de que a ditta eferittura faz mcn9ab, por
hem dc hum dcfpacho do Doutor Juiz do Civel Jofeph dos Santos
Palma , quc dca cm meu podcr acolbdo a ditta eferittura. Lisboa
vinte nove de Mayo de fettccentos , e quatorze annos.
E comigo Tabelliab Concertado por mim Tabdliab

Francifeo de Palfos de Carvalho. Manoel Baracho.
Aibab quantos die inftromento lan9ado na nota como treslado dc

S hurna confirma9ab do Reverendiffimo Padre Gera! da Sagrada Reli-
giab da Cartuxa virera que no anno do Nafeimento de Nofl’o Senhor
JESU Chrifto de mil fettccentos , e hum em trinta dias do mez dc
Settembro na Cidade de Lisboa junto a Santa Anna nos apozentos de
miin Tabelliab ao diante nomcado parcceo prezente o Padre Dom An-
tonio de Santa Anna Monge Cartuxo do feu Couvento de Efcala cell
da Cidade dc Evora Procurador gcral do ditto Convento , pelo qual
me foy aprezentada a ditta confirma9ab pedindomc lha lanjalTe cm meu
Idvro de notas para eftar fegura dc fc Ihe nab perder , c vifto por mim
feu requerimento , lha lan9cy , cujo treslado he o feguinte dc verbo ad
verbum : Fratcr Innocentius Prior Cartulia: , Ordinis Cartufica-
fis Miniftcr gcncralis univcrfis pra;fcntcs littcras infpcchiris notum Facit.
quou
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,
daCafa %eal TôrtugaCsâ. I O I
quod vifo inftrumento publico , quo Scrcnifllmus Rex Lufitania: digna-

tur Patronatum CartufiiE Eborcnfis acccptare, cam dcnique bcncvolen-
tiam nobis proEllare , qux a nobiliflimis Principibus cjus prima;vibus
cx/iibita eft, ipfum inftrumentum toto animo , & cum millc gratiarum
a(5Honibu$ exofculamus , acceptamus , & ratibcamus tarn nomine nof-
tro, quam totius Capituli generalis ; cujus vices fuper annum gerimus.
Mdle tamdem vota in ca;lum pro tanti Regis & in nos benchcio mit-
timus , ut Dcus ilium falvum & incolumeni fervet & in omniinoda
profnoritate ditare dignetur. In quorum fidem prxfcns inftrumentum,
quod viarum incommodis ante tres dies tantunimodo ad manus noftras
pcrv'cnit , noftro Syngrapho fubfignavimus , & figillo Ordinis muniri
juHimus. Hac vigeifima fecunda menfis Julii , anno Mil c fettcccntos
c hum. Prater Innocentius Prior Cartufix Ordinis Cartuftenfls Minif-
tcr Generalis. E trcsladada a ditta confirmaâo a conccrtci com a pro-
pria , a que me reporto , e com o Tabelliab abaxo aftinado que cn-
,
ticguci ao ditto Padre Doin Antonio de Santa Anna , ouc allinou na
nqta de como a recebco , fendo teftemunhas prezentes aeftc concerto
Diogo Paes Campos moraJor na rua direvta de Santa Anna , e Ma-
noel Nogueyra , e a(Iinara6 com o ditto Padre Dom Antonio de Santa
Anna na nota. Francifeo Nogueyra Tabelliao o eferevi. Concertado
pormiin Tabelliao. Francifeo Noguevra. Manocl Nogueyra. Con-
certado por mim Tabclliab jozeph Caetano do Valle. Dom Antonio
de Santa Anna Procurador geral. Diogo Pacs Campos. E eu Jozegh
da Annunciaqau Negrab Tabelliao de notas por Sua Mageftadc na Ci-
dade de Lisboa , e feus termos efts inftrumento de meo , digo efte inf-
trumento do Livro de notas, que fervio com Francifeo Nogueyra, que
efte officio exerceo
,
a que me reporto , fubferevi , e aflincy cm publi-
co cm onze dias do mez de Abril de fettcccntos e vintc e nove , e
pagou com bufea duzentos e dez rcis.
Jozeph da Annunciaqab Ncgrab.
Carta
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102 T^rovai doLtv.VL daHiHorla (jenealoglca
Carta do Prior da Cartuxa , e Mimjlro geral de toia a ditta

Ordem ijeni embargo da reniinciaga'6, tjue Ihes tinhafeito o llluf-
trijimo Arcebjpo de Evora D. Theotonio de Braganqa^ fiinda*
dor da Cartuxa Elicada do Ceo, iunto da dita Cidade de Evoroj do
Padroado do mefmo Mofieiro, fizerao delle deztdenciaj e o renuncia^
rao no Duque de Barganga D. T/ieodozio /. e Jeus Succcfforesf
com a clauziila nella referida. EjVa no ^rcliivo da Caza de Bar^
ganga.
Dit. 0*137. r Rater Bruno humilis prior Carthufiae , nec non gcneralis minifter
totius ordinis Carthufianorum , Illuftrifllmo Domino Theotonio a
Bragantia Archiepifeopo Eboren. fundatoriqueacdotatori domus Carthu-
fix Scalae Ca:Ii prone &
extra muros Eborse in Regno Portugallise hu-
niilc obfequium. Cum fit , quod licet tux celfitudini , uti fundatori
& Dotatori omnino competeret jus patronatus didlx Carthufix Scalx
Cxii, illud tamen juftis caufis animum tuum moventibus ,
priori , &
religiofis ipfius renuncian. volucris , quod port aliquot an-
Caithufix
nos, Temper uti pius pater, utilitati di£Vx domus conTulens , urgentio-
ribus motus rationibus ; a di^lis religiofis repetieris , &
numerata certa pe-
cunix luma quodammodo emcris , ut videre eft ex documentis fuper
in diclo conlcclis , qux in parte tantum a vifitatoribus noftris , a ca- &
pitulo gencrali fuere confirmata : Nos vero perfpicue videamus quantis
expofita pcriculis ditfta domus remancat poll tui obitum , ubi Ifto m
Regno non lit qui illam protegat , atque defendat, cqgnofcamufque pie-
tatem, qua I'empcr Screniffima Bragantinorum familia in fovendisprx-
fertira rcligioTorum hominum extibus, atque earn qua prxditus eft fiirenif-
fimus Thcodofius nepos tuus , quantumque ordo nofter univerfx ipfi fa-
milix debeat ob amplillima a te accepta beneficia Hoc diplomate gra-
,
tum animum noftrum oftendcre ,
&
defenforcs ac patronos optimos
pcrpctuofque ipfi domui Scalx Coeli
conftituere volentes. Ofterimus
Screnilfimo Duci Theodofio nepoti tuo , ac ejus fucceflbribUvS in infini-
tum titulum Patroni didlx Domus , poft obitum tamen tuum ^ eo- &
rum oratorium ipfius Domus ad fepeliendum cadavera fanguine lundlor.
di£Vx familix in teitio gradu tantdm , tarn corum , qui vita jam funili
funt, quam quos in pofterum vita fungi continget , ita tamen ut fepul-
chrorum lapiaes non cxtollantur fupra Chori Pavimentum fed cum ipfo
pavimento adequentur. Verum ad evitandum fcandala eas contro- &
verfias qux inter patronos ac Domos corum patrocinio commendatas
oriri fxpe numero folcnt, petimus ab ipfo Ducc ut patroni titulo ho-
noris &
fcpulchri jure contentus exteris juribus, qux'rationc didino-
niinis quomodocunque ei competunf , libcrc renuntict , cum hac cnim
conditionc &
non alitcr hujufmodi Patronatus titulum Duci ipfi oft’eri-
mus harum noftrarum tcnorc. In Maiori Cartulia fedente capitulo ge-
nerali fub figillo di(ftx Domus , dat. die, &c.
•
V! :)i; J. . • ,
Copta
da Cafa %eal T*ortugueaâ. 103
Copia authentica do Tejlamento do Senhor D. T heotonto Arceh'i/po ds
Evara, primeiro FundaJor da Cartuxa deEj'calaCali de Evo-
ra, donde ft tirou do Livro dadita Fimdaqao a Jvl. 311.
t 0 CodicUlo aJol. 5J2.
Aybam <]|uantos efte inftromcnto dado cm

publica forma por mandado Num. 138.
S e authondadc de juftiâ , vircm , que no anno do nafcimcnto dc
nolTo Senhor Jezus Chrilto de mil Icis centos, e dons annos aosfinco *
59 ?’
dias do mes de Anofto do dito anno iicfta Cidadc dc Evora nas pou-
zadas do Lccenciado Joa6 Baptifta Peyxoto fuis dc fora com alâda por
ElRey nolTo Senhor nefta Cidade parantc ellc parcceram o Muito Ke-
verendo Padre Doni Beltram Morel Dom Prior do Mofteyro da Car-
tucha de nolTa Senhora dc Efcala Cxli dc junto defta Cidade. E bem
adim Dom Bruno o procurador do dito Mofteyro , pellos quais foy
dito ao Juis que o Muito Reverendo cm Chrifto Padre Dom Theoto-
nio de Barganâ Arccbifpo defta Cidadc , e feu Arcebifpado , que hora
exeftia na corte de Madrid . que dcyxava cm podcr hum feu Teftamen-
to e dois Condicilios fcllaaos , e lacrados , c cozidos a roda o qual por
informa9a& verdadeyra , c afim feja notorio nefta cidade que o dito Ar-
cebif^ feja falccido da vida prezente , E para fe haver de cumprir o
dito Teftamento , Condicilios , hcra necellario ferem abertos por au-
thoridade de Jufti9a , e parante elle Juis , os quais Ihe logo aprezenta-
rao , que Ihc pcdia& os abrilfe , vifle , c Idfe , c mandalfc que fc cum-
priflTem como fe nelles continha c delles mandafe dar os traslados que V
,
lofTem ntfeedarios para cumprimento delles , E vifto pello Juiz por 1‘er
jflformado aftim da parte do dito Dom Prior , E Monges como da par-
te do Muito Reverendo Cabido da Se defta cidadc , e aftim fer noto-
rio nefta cidade o dito Arcebifpo fer falccido da vida prezente na Cor-
tc de Madrid donde Sua Mageftade eftava ; abrio logo o dito Teftamen-
to e vio, e leo parantc mim Tabcliam, e Fernando de Lemos, eMa-
noel Chainho , outrofim Tabeliais do judccial nefta cidadc o qual tef-
tamento eftava fellado, e cuzido com liuma linha branca todo a roda,
e lacrado de onto lacres vermclhos dasarmas do dito Arcebifpo o qual
Teftamento eftava eferipto em cniatro meyas folhas dc papcl por Luis
Fragozo, e aftgnado ao pe do lignal do dito Arcebifpo coin feu fine-
te Jc lacre outrofim vermelho com feu Inftromcnto de aprova(;a6 na
folha logo feguinte o qual foy principiado ao pe da lolha donde fc a-
cabou o tal Teftamento , e feito o dito inftromcnto dc aprovaâo com
as folemnidades de direito por Pedro Borges Tabcliam das Nottas que
foy nefta cidade aos quinze dias do mes de Mai'90 anno de mil uui-
nhentos noventa e nove com huma Certidam mais nas coftas do dito
Tclkmento feita pello dito Tabcliam das nottas com que declarava a
forma em que ficava ferrado , c fellado o dito Teftamento , e bem af-
fim 0 dito Juis abrio logo hum dos ditos Condecilios o qual hera da
Ictra do dito Arcebifpo , c por ellc afignado, e o vio, e
leo no qual
dava informaâb a forma com que queria que o dito Teftamento

fc a-
briie oue havia dc fer diante do Juis do ordinario , e parantc hum

“ Tabe-
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,
104 T^rovai do Uv. FI. da Hijlorh (jeneah^ca

Tabcliam ,
c ifto hcra huma Icir>bran9a quc cftava nas coftas do dito
'J'ertamento, c
logo o dito Juiz outrofim abrio, vio , e leo hum dos
ditos Condecilios fdlado o qual hera fcito da Ictra , e Hgnal do dito
Arccbifpo f’cito a Ictc dc Jancyro dc mil e feis fentos annos , o qual
ellava cnzido a huma linha prcta a roda , c lacrado com trcs nnctes de
lacre vcrmcllio com as armas do dito Arccbifpo com huma aprova9ao
no cabo feita por Pedro Borges Tabcliam de nottas quc foy nefta ci-
dadc cm fete dc Jancyro dc mil e feis centos com hum Hncte de lacre
vermelho das armas do dito Arccbifpo ao pc da primeyra meya folha,
o qual cftava el'eripto todo com a aprova9a6 cm huma meya iblha in-
tcyra , e parte da outra lauda
^
E bem ailim abrio logo o dito Juis,
c vio , c Ico o outro Condecilio de addiij'ao de Teftamento ferrado^ e
cozido com huma linha prcta, e lacrado com tres lacrcs vcrmclhos tei-
to por Diogo Percyra , c afignado pello dito Arccbifpo com feu Inftro-
mento de aprovaâo feito ( por ellc fegundo conftava ) por Cle-
mente dc l aria 'labcliam de nottas na Villa dc Eftremos aos fete dias
do mez dc Alavo de mil , e feis centos , c fendo ailim aberto o dito
Teftamento e dois Condicilios pello dito Juis, e fendo por clleviftos
por eftarem faons fern vicios, nem couza que duvida fizefc , falvono
condecilio quc cftava efcnpto da Ictra do dito Arccbifpo efta huma cn-
trclinha quc diz ; no Teftamento : a qual efta rcfalvada pello ditoTef-
tador , os houve por publicados na forma dc dircito , e mandou que
fc cumpriftem como fc ncllcs continhab intrepondo a elles fua autho-
ridade e dccreto judccial , e quc dcllcs follcm dados os Traslados que
foflem neceftTarios para fe haverem de cumprir de quc todo mandou
fazer efte auto cm quc afignou com os ditos Tabeliais que eftavam pre-
zentes Luis Nunes Tabcliam o eferevy a Joao Baptifta Pcyxoto a
Alanocl Chainho a I'crnando dc Lemos a Luis Nunes a Teftamen-
to. In nomine Domini amen ; Eu Dom Thcctonio dc Barganâ ftlho
dos Duques de Barganâ Dom jaymes qûarto , e Donna Joanna de •
Alcndonâ que Dcos tern Arccbifpo de Evora Eftando cm meu per*

feito Juizo , nao fabendo o quc Dcos NolTo Senhor ordemnara dc mim,
por dcfcargo de minha Concicncia , c falvaâo dc minha alma , I'aijo
meu Teftamento na forma fcguintc. Primeiramente dou muitas graîis
a Decs noflb Senhor por me fazer efta mcrcc dc podcr tratr.r dc mi-
nlia alma cm meu pcrlcito juizo c Ihe pcftb feja fervido terme da fua
,
mao para quc fempre o lirva , c cm nenhum modo o ofFcnda , c me

Icve defte mundo em fua graâ para a gloria , que firmcmente cfpero
cm fua bondade infenita que nao olhai.a aos meus muitos pecados, que
confclfo por muito graves c me acho por indigno das muitas merces
quc me fes, c o reconhclb por meu Dcos, c meu Senhor confclfando
com a Igreja Catholica romana tudo aquillo quc clla ere , aftlin do
altiffimo , e innclavcl mifterio da Santilfima Trindade como da Redemp-
9a& , c o quc ella detreminou nos Conlilios univcrlais a ccrca da f6
creo, aprovoo, e rcccbo o que ordemnou accrca dos cuftumes, e pro-
fclfo os toftamentos velho , enovo, e as intrepetrf.ôis dellcs liiitocom
os Doutorcs da Santa Igreja Romana Alay , c Alcllra dc todas as ou-
tras Igrcjas , c nefta dctrciiiinaijaO vivy fempre pclla bondade de Dcos,
c ucila
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daCafa êal ôrtugtieaâ. 105
e nella proponfio de vivcr , e morrer , e pcflb a infinita Mizericordia
divina , que pondo os olhos na payxam , e mortc Sagrada dc feu fi-
Iho com os aczcjos que me deu de o fervir me perdeftinc para a glo-
ria por boas obras de fc , chriftam , c bom Pallor , pois me deu lu-
gar tao alto. Tomo por meu advogado a Clirillo nolTo Salvador, e
a glorioza Virgem nofla Scnhora May dc Pecadores, e aos Anjos San-
tos , e aas Appollolos Sam Pedro , c Sam Paullo , c Sam Joa& Bap-
tifta, e Sam Joa6 Evangclifta, e aos mais Santos, c Santas da corte
do Ceo quero , e mando , que meu corpo feja Sepultado na Cappclla
mor do moftcvro de Santo Antonio da provincia da Piedade extra-
muros della cidadc dc Evora diantc do Altar mor no lugar , e Scpul-
tura que ja tenho afignalado , c me enterrem com o Pontclical de pa-
no de linho que para ilTo mandey fazer conforme ao uzo da Santa Igre-
ja Romana •, o qual lugar da Scpultura h6 meu proprio , como fc veri
pclla patente do Padre Frey Pedro de Guimarais Minillro Provincial
da dita ordem , e dos Padres DiHinidorcs P'r. Francifeo de Chaves,
Fr. Simad de Coimbra , e Fr. Joa& de Barcelos dada no dito Mollei-
ro a fas dias do mes de outubro de mil quinhentos , e outenta e qua-
tro annos, e por outra do ComilTario Fr. Antonio Manrique dada em
didinitorio no Cappitolo , que fe cclcbrou a dezafeis de Junho do an-
no de mil quinhentos , e outenta , e feis. E porque nas ditas paten-
tes me da6 a dita Cappclla mor , e quo nclla fe nao poflTa enterrar pef-
foa alguma fern minha liecnâ ordemno , que depois de meus dias fe
na& enterre nella algucm fe nao for Prelado della Igreja Catheredal de
Evora as quais patentes fe devem guardar com todas as condiôis nellas
mcertas , e para elTe effeito impetrey confirmaâo de Sua Santidadc em
que as manda cumprir como fe vera por hum breve appollolico, que
aiffo tenho. Peflb ao nolTo Reverendo Cabido queyra enterrar meu
ôrpo no dia dc minha Scpultura levalo, e acompanhalo comohecuf-
tumc e faqa que me acompanhem todas as freguezias della cidadc e
por ilTo fc Ihe dara de cfmola ao Cabido vintc cruzados , e a cada fre-
guezia quatro mil rcis , e alTim me acompanhara a Irmandade da Mi-
zericordia da mefma cidade , e havera de cfmola fmeoenta cruzados, e
pclFo a todos os Supperiorcs , Prelados , Minillros das ordens mendi-
cantes da dita cidade que com os feus Religiozos , c Crus acompanhem
taobem meu corpo , e a cada hum dos mofteyros que me acompanlia-
rem fc darab de efmola quatro mil reis, e a todos os Religiozos, e
Sacerdotes que acompanhaium meu corpo proveiab meus Tella-
mentcyros , qûe ao diantc nomiarey dc vcllas , c da mais cera que Ihe
parefer ncccllaria para o meu Interramento , e mando outrollm que tao-
bem me acompanhem os pobres da caza da Hofpedaria dos nobres del-
ta cidade dc Evora, c darfelia dc efmola por iflb a dita caza num moyo
dc trigo , alcm das vcllas , c tochas que os pobres levarcm que ficarab
a caza para com cllas acompanharem outros Deffuntos , c todos os Cle-
rigos de c Religiozos Sacerdotes, que me acompanharem no dia
miUa ,
cm que fendo noras eelebrem por minha alma no dito Molley-
falefcr
•o de Santo Antonio ,
ou cm fuas Igrejas, e conventos , e na6 poden-
do fer no mefmo dia o faram cm o dia logo feguintc , c fe Hie dara
I'oni. IV. O mais
xo6 Turovas do Llv. VI. da Hiflma ênealogtca
mais dc efmola mcyo tolla6 por cada milFa , c pelFo ao no(To Revc-
rcndo Cabido cdcbrcm por minha alma lium officio de Defuntos de
novc liôis , e diga& huma mifla cantada em o dia dc mcu enterramen-
to cm o dito Mollcyro de Santo Antonio , e quando na5 t'orcm bo-
ras para nelTe dia fe dizcr mifla a dirao ao fcguintc , e havera6 de cf-
mola outros vintc cruzados, e a cflc officio, e mifla afcftirao osClcri-
gos , c Rcligiozos quc me acompanharem , e aos quc a by na6 podc-
rcm rczar o dito officio dc Deffuntos roguo , c peflo o rezem em fuas
cazas em particular , e os Religiozos do dito Moftcyro dc Santo An-
tonio no outro dia me farao outro officio de nove liôis com fua mii-
fa cantada , e haverab dc efmola dois moyos dc trigo anafil , e os Re-
ligiozos do Moftcyro da Cartuxa dc Ef'cala Ca;U que f'undey extra-
muros defta cidade me farao no feu moftcyro outro officio de Defun-
tos de nove li 9 ois com fua mifla cantada , c baverao dc efmola hum
moyo dc trigo anafil , c quanto aos mais officios do mes , e anno fe-
ra& como meus Teftamenteyros ordemnarem aos quais lembro , quc a
pompa I'eja fempre moderada , e fern Tumolo , c I'omente fe ponha fo-
bre minha Sepultura hum pano preto com Crus dc pano branco , e
na6 fc fara pregaâo em minhas exequias, porque allim he minha von-
tade mando quc tanto quc falcfer fe diga o mais breve que for pofi-
vcl mil milfas por minha alma as quais fe deftrebuirab pellos Moftey-
ros dos mendicantes defta cidade como parefer a meus I'eitamcntcyios
tendo refpeito ao numcro dc Rcligiozos de cada hum , c eftas milfas
fe dirab conformc ao que fe rczar no tal dia cada hum cm fua rcligiam
E no cazo quc Dcos feja fervido Icvarmc para fy fora defta cidade de
Evora , c feus arabaldcs fendo dentro dcftc Arcebifpado , ou quando
for fora delle em diftancia de trinta Icguoas da dita cidade o meu con-
feffor Dezembargador da noffa Rcllaâo , ou o nolfo Vizitador que
andarem comigo darao ordem com que mcu corpo logo feja trazidi)^
com mediocre acompanhamento a Se defta cidade para da hy com o a-
conmanhamento e o mais que a tras fica dito fer levado ao Moftcyro
dc S. Antonio , e fepultado na Sepultura quc nclle tenho. E falcccn-
do fora do Arcebifpado diftancia defta cidade mais das ditas trinta le-
guoas os ditos meu Confcfl’or Dezembargador, ou Vizitador com pa-
refer do Supprior do Collcgio ou Moftcyro ondc me houverem de de-
puzitar darao ordem com quc mcu corpo veftido no Pontcfical dc pa-
no de linho feja metido em hum ataude com cal , e vinagre , e depo-
zitado cm huma cappclla dc hum Colcgio da Companhia de jezus, fe
o houver no lugar cm que falcfer , ou da hy tres leguoas , e nao o
bavendo na de num Moftcyro de Religiozos da ordem dc Sa& Fran-
eifeo que eftiver mais propinquo a cujo Supprior , e Religiozos do tal
Colcgio, ou Moftevro pelfo o hajam affim por bem, c afignem lugar
conveniente para effe depozito , c no nicfmo dia do depozito, podenr
do fer ou no outro feguinte me farab os Religiozos do Collcgio, ou
Moftcyro cm que for depozitado hum officio de nove liôis com lua
mifla cantada , e no mcfmo dia , e nos mais feguintes fc me dirab todas
as miflas rezadas que for poflivel the a copia das mil miflas que a tras
dcyxo de que fc defcontarab as que no tempo dcftc depozito fc dif-
ferem.
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da Cafa ‘âl Tortuguaâ. 107

I
ferem , e fobre a Scpultura delle fe pora hum pano preto com crus
I
branca de pano fern tumolo , e fern haver pregaâd como a tras fica di-
to, e 0 acompanhamcnto do meu corpo ao lugar do depozito , e as
e/molas, quc fe houverem de dar por ellc, c pello officio miffas, e
o/Fcrta , e a pobres fera como parcfer aos ditos noflbs Confefor , Dc-
zembargador, ou Vizitador com concelho do dito Supprior do Cole-
gio ,
ou Moftcyro em quc fe fizcr o depozito , que fe conformarao
nilTo ao uzo, c cufhmie da terra , e feito o dito depozito o dito not-
fo Confefor trara efte meu Teflamento , e o entregara a meus Tefta-
nientcyros para comefTarem dar a execuâb as mais couzas delle, e paG-
fado hum anno depois do depozito os ditos meus I'eftamentcyros fa-»
rao logo trasladar meus ofTos ao dito Moftcyro de Santo Antonio , c
' pedirao ao Miniftro da Piedade dois Religiozos para qûe os tragam, e
j acompanhem fern pompa alguma the a dita Se catheredal defta cidade
para da hy ferem levados a dita minha Scpultura , que tenho na cap-
pclla mor do dito Moftcyro de Santo Antonio com o acompanhamen-
to , c na forma que fica ordemnado fe faâ Icvandome Dcos para fy
nelfa cidade e fe fara tudo o mais quc cm tal cazo fica difpofto. Sc
em meus dias nao mandar exculpir Ictreyro na pedra , quc efta fobre
a dita minha fepultura mandarao meus Teftamentcyros por nella hum
Ictreyro razo , fern outras mulduras , ncm Armas que diga a Dei
opt. max. y^loriam. —
. Cambium ijlud ab Henrico Cardinali Infanti., ^
Archiepifeopd Elhorenfi, ^ pojlmodum Portugalia Rege magna ex par-
te conflrudum Theotonius a Barganfa Jametit quarti, ir Joanna a
Mendoza Dneum Bargantia filsus cujus corpus hie in Domhtio qui-
ejeit uti dicli Regis ejujdem Archiepifeopatus Coadjudlor , fuiu-
rus Succejfor: Ita fua pia vo/untatts Zalator proprijs fumptibus per^
ficiendum curavit, conjumatumque vidit: obiit Cfc. E a bayxo defte le-
treyro fe pora na mcfma pedra o feguinte a In hoc maiori Cappela
nemo exceptis Arebipifeopis Elhorenftbus humari potejl Quero , e man-
:
do quc para o acom^nnamento do meu corpo para a fepultura ou

depozito, ou para a trasla 9ao de meus ofTos na6 convidem , ncmcha-
mem pcfloa alguma fecular , c f6 ira6 os que efpontancamente o qui-
zerem fazer. K he minha vontadc que meus creados na& tragao do
por mim , ncm meus Teftamenteyros o mandem dar e em lugar
do dito do e Ihes darab de comer os trinta dias feguintes depois dc
meu faiccimento para em tanto fern fua difpeza tratarem dc cobrar as
dividas que Ihes tbrem devidas. E porque eu tenho feito hum com-
'rcmiHb cm quc ordemney quatro Cappellas de mi(Ta cotidiana cada
I luma c as dotey deyxando em minlia hberdadc mudar e altcrar era
tniniia vida como me parefefe, e por efta razam havendofe duis def*
tas milfas dc dizer no dito Moftcyro de Santo Antonio as mudey pa-
ra o Moftcyro da Cartuxa de NolTa Senhora de Efcala Cxli , quc de-
iois fundey extra muros defta cidade conforme huma Eferiptura , e
fnftromento de fiindaâo , criaâb , c dutagao do dito Mofteyro
Cartuxa feito por Toa<» da Cunha nublico notario appoftolico aos fe-
te dias do incs de Novembro dc mil quinhentos c outenta e fete con-
lirmado pello Miniftro gcral da gram cartuclia , e pello Cappitologe-
Tom. IV. Ou ral
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1 08 l^rovas do Liv. V1. da Hifloria (jenedogica
ral da dita ordcm , c os Rcliqiozos do dito Mofteyro da Cartuxa que
fundcy accytarao as ditas duas miflas , e fc obrigarao dc as dizcr co-
ir.o inais largaiocnte I'c conthcm , c as outras duas milTas cotidianas
prcpctuas fc ha& dc dizer no Mofteyro das Chagas de Villa Vitjoza con-
forme ao compremiftb deltas Cappellas feito por Balthczar dc Andra-
de Tabcliam de nottas della cidadc a trinta dias do inez de Dczcinbro
de mil quinhcntos c outenta e tres annos pello quc cncomcndo , e
cncarrcgo muito a meus Tcftamentcyros quc guardem os dims Inftro-
mentos , c compremiftb , e da minha parte mandem dizer ao Duque,
e a Senhora D. Cathcrina me faâb merce de fempre favoreferem , e
ajudarem aos Religiozos do dito Mofteyro da Cartucha para que me
nab achem mcnos pois diftb Ihe vira o proveito tarn grande ac fuas
oraôis , e o mefmo pedirab ao Senhor conde dc Tentugal meu fobri-
nho , e ao Prelado noftb Soceftbr , e Ihcs nroftrarab o dito inftromcn-
to dc fundaîb e compremiftb das Cappellas. Encomendo , c peftb a
metis Teftamenteyros que tanto que Decs me levar delta vida mandem
logo com toda a brevidade avizar diffo ao Cappitolo da Gram Car-
tuxa para que dem ordcm , quc fc fa^-ab por minha alma os fufragios
dc quc devo partecipar na dita ordcm. Deyxo hum livro no qual fis
concerto com meus creados para me fervirem conformc a huma provi-
zab quc mandey paftar, quo efta no principio do dito livro feita a vin-
te e feis dias domes de Dezembro de mil quinhcntos, e outenta cno-
ve, mando quc fe guardc e execute intcyramentc. E cncomcndo a
meus Teftamenteyros quc conformc a clla com toJa a brevidade pa-
guem os ferviôs quc fe Ihes eftiverem devendo , e todas , c quaifqucr
outras dividas que por meu falecimcnto fe acliar quc devo , c del'pa-
chem as partes brcvcmcntc , E dcclaro que dc antes dc fer Arccbilpo
nenhuma couza devo , e por ifo as dividas que ficarem , e fe acharem,
e os ditos ferviôs de creados e expenfas funcrais fe devem pagar das
rendas da meza Archipifcopal com o mais o que de direito forem obri-
gadas. E3 Quando entrey nefte Arcebifpado tinha huma penflam ein
Alalga dc outo centos cruzados de honze realcs o cruzado do qual fe
abatia o efeuzado, e fuberdio, que podiab emportar trinta the trinta e
meyo cruzados, ou o que fe achar , e tinha mais quinhcntos cruzados
na Abbadia de SeiTus, e depois me deu Sua Santidade quatro centos
cruzados na meza dc Avilla dos quais taobem fe hab de abater o fo-
berdio efeuzado , que cada anno emportab quinze cruzados pouco mais,
ou mcnos ou o que fe achar , c os annos que hd quc recebo e tenho
as ditas pen 9 ois annuais conftarab das Bullas dellas quc eftab cm meus
Eferiptorios , e da hy , e das bullas porque fbi provido no Arcebifpa-
do fc pode ver o quc fomarab em todo eftas penôis the dia o em que
falcccr , e porque depois quc fou Arcebifpo foi , c he minha tenijab
ficarem-me eftas penôis , e dinheiro quc dellas rccebi , e receber , c
fe me dever precipuo para delle difpor , e tra(ftar como de bens
patrimoniais conformc ao uzo , c cuftume defte Rcyno , e do dc
Caftclla onde eftab litas. Mando quc os Icgados defte Teftamento ,
e outros auaifquer quc cu dâr que de direyto , c concicncia
fc nab pouercui pagar c fatismer aos bens Ecclcllafticos da nolfa
,
meza
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,
da Cafa âl Tortugueaâ. loy

mcza archipifcopal por a i(To na6 ferem obrigados fe cumpra& , c pa-
guem do oinhciro dcftas penijois , e pagos os ditos legados , e mer-
ces a que a dita tneza nao euivcr obrigada no rcmanecentc do dito di~
nhcyro das penôis , e cm todos os mais bens patrimoniais , ou qua/i
patrimonios que por meu falecimento me ficarem , e de que de di-
rcito ,
e conciencia poflb teftar. Inftituo por meu univerfal Iierdcy-
ro ao dito Mofteyro da Cartuxa de Efcala cadi que fundey extra mii-
ros deila Cidade. E ao Prior , e Religiozos dclle cm comum para
que os haja6 , e cobrem por fy , e por feus Procuradores o que de-
vem aceytar com beneficio de Inventario da qual heranqa na6 poderao
gadar couza alguma antes tudo o que ficar cmpregara6 cm bens de
rais que rendam para o dito Mofteyro , e quero que o haja& com to-
das as condiqois , penas , e obrigaqois contheudas no Inftromento da
fiindaqa6 do dito Mofteyro feito pcllo dito Joa6 da Cunha em fete
dias de Novembro de mil quinhentos noventa , e fete annos , e con-
ftrmado pello dito Miniftro geral da Gram Cartuxa. E vira ao Co-
Icîo das Donzcllas nos cazos em que pello dito Inlhomento de fun-
daoio Ihe podia vir a fazenda , e bens que dotey ao dito Mofteyro
pello dito Iiiftromcnto de fundaqao , cuja natureza cm tudo , e por
tudo feguira aflim , e da propria maneyra como fc fora dorada no di-
to Inftrumento , e bens contneudos nellc , e com as declaraôis accr-
ca dellas feitas , porque com elTas condicois , penas , obrigaqois , e
dcclaraqois que aqui hey por expecificadas j os inftituo , e ao dito
Mofteyro por meus univerfais herdeyros na dita heranqa , e Dies en-
carrego muyto queirao comprir muito inteiramente o dito Inftromen-
to de fundaqao contrato que nelle fe conthem , e os mais que temos
celebrado , e deyxo ao Padre Fr. Simao da I>uz dezafeis md rcis de
tenqa cm cada hum anno em fua vida dellc fomente os quais quero
c mando que os ditos meus herdeiros Ihos dem em quanto elle viver.
Declaro , que eu tenho feito ao dito Mofteyro da Cartuxa que fiin-
dey algumas declaraqois inter vivos ex caufis piis , as quais fe achara&
em meus Eferiptorios , quero que fe cumpra& fern nellas intrevir efta
heranqa porque fe Ihes devem dos bens Lcclefiafticos da dita meza Ar-
chipifcopal , e nao deftes em que os Inftituo herdeyros por as ditas
duaqois ferem inter vivos , e cauza pia , c das mefmas rendos Eccleliaf-
ticas da dita meza le devem ta6bem pagar todas as expenftas ftine-
rais , que por meu falecimento fe fizerem contheudas ncftc Teftameii-
to , e os fcrviqos de creados , que me fervira& depois de Arcebifpo
que ao tempo de minha morte nao forem pagos , e fe deverem , c as
mais dividas que fe acharem enta& que deuo dcfde o tempo que fui
rovido no Arcebifpado , por a ilfo eftarem obrigadas , e na6 a dita
K eran 93
. Em hum livro deyxo declaradas as couzas , que me parefe-
ra& que importavao para defcargo de minha conciencia para que meus
Teftamenteiros as vcja6 , e entendao os particulares dellas que cu man-
dey por nelle para minha Icmbranâ , e para faber como havia6 de
guovemar nellas minha conciencia , por ellas podcni dies taobem guo-
vernarfe o qual livro lica em huma arquinha com outros papeis ,
que lervcni intdigcncia do ncgocio com os quais fe pedem a-
* verifpiar
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,
lio '‘Vrovas doLiv.VI. daHtflorta êiealogica

vcriguar alguirtas dividas , a qual arquinha , e papcis que nella ficarcm
fe cntrc|;arao ao noflb confcfTor , que enta& for fern fe fazer dcllas
inventario , nem a as ver , nem ler , nem fc poder toniar del-
las coma ao dito confbllbr antes ellc podcra fazer dellas o que aui-
zer , e nao hirab a juizo , nem fc moftrarab a pdToa alguma fatvo
aos ditos nolTos Telia mentcyros os que clle quizer por I'ercm fecre-
tos de minha conciencia , c eftarem nelles couzas que tocab a minhas
confi^'ois nem a dita arquinha fe abrird nem vera falvo polio ditocon-
felFor , por quanto nella nab hca outra couza mais que os ditos pa.
peis dc feuredo dc minha conllcncia, e nas margens dc alguns dclles
eftab dcclaradas algumas couzas , como pagamentos de dividasj , e
outras I'emelhantes , quero que as ditas marges fc de tambem credito
porque eftab poftas na verdadc , c de outros pagamentos fe acharab
e devc haver papcis em meus Eferiptorios. De fora deftc Teftamen-
to fica hum rol alignaJo por mim cm o qual dcjTto algumas mer-
ces, e legados a alguns creados meus, c outras paitcs, quero, e man-
do que o dito rol ainda que tenha a datta depois da delle Teftamen-
to , e o mais que no dito rol deyxar , c eftiver fe cumpra inteyra-
mente afli , c da propria maneyra que fe houvera de cumprir , e guar-
dar fe aqui eftivera eferipto. Tenho cregido fundado , c dotado hu-
ma cafa , c Colcgio para amparo criall'ab , c rccolhimcnto de Donzel-
las pobres , e orphas como fe vera pello Inftrumento da cria^b , e
funuaâb feita por Bernardino Ferdiani que entab fervia dc noftb Ef-
crivab da Camera a dezafeis dias do mez dc Junho de mil quinhen-
tos noventa c dois annos , e pello inftromento de duaâb feito por
Balthczar dc Andrade Taballiab de notas nefta Cidadc aos dezafete
dias do mez dc Junho do mefmo anno de mil quinhentos noventa , e
duis os quais Inftromentos fe acharab em meus Eferiptorios, e nab
tenho edifticado efta caza , c Colcgio de Donza;llas , por theagora
nab achar nefta Cidade onde ha de I'er edifticado fitio acomodado pa-
ra iftb , e porque efta obra he de tanto ferviô de noflb Senhor ein
cazo que cm incus dias a nab ediftique , e prefeifoe peflb , e enco-
mendo muito a meus Teftamenteyros que com o parefer do Prelado
ue nos foceder , ou do cabido eftando a Se vacante comprem do
a inheyro que temos dotado ao dito Colcgio , que ainda nab eftiver
empregado , em rendas , ou bens dc rais , humas cazas , e fitio nefta
Cidadc para a cdcfficaâb do dito Colcgio , c Ihe faâb hum rcco-
Ihimento com modo em que as ditas Donzelas fc poflab recolher, e
eftar com honeftidade , c clauzura que convem conlbrme a meus ef-
tatutos refpeitanJo ao dinlicvro que houver para a cdificaâb do C>o-
Icgio do qual dinhejTO conftara na caza da nofla fazenda por hum li-
vro particular que nella ha , cm que efta eferipto todo o que fc co-
brou por conta do dito Colcgio de Donzcllas dc quo data conta o
Thezourevro que para iflb temos ordemnado Os Padres da Compa-
nhia do Colcgio do Efpirito Santo defta Cidadc me trazem cm de-
manda fobre certa penqab que pretendem Ihc eftar devendo dos fru-
tos da noHa meza Archipifcopal , eporcertas promefliis que dizem me
haver feito EIRcy D. Hemique que feja em gloria de fazer certas
obras
by Gtiogle
1
da Cafa %eal ôrtuû(‘7;a. 1 1

obras no do Efpirito Santo , e em outras partes , e por
dito Colegio
outras couzas, e razbis que tein alcgauo nos autos que 1‘obre ilFo
pendent ou podem alegar , Dcclaro , que eu nefte particular nao te-
nho obriga§a6 alguma aos ditos Padres , e ao Colegio do Efpirito
Santo por razao da dita penâb por quanto , o conl'entimento , e
procuraâo que para ella acy toy , e o dey por niodo jufto , c por
forâ contra minha vontade, c conftrangido , c por alTiin fer fiz lo-
go fobre ifto meus proteftos , e tanto que EIRcy D. Henrique nior-
reo revoguey logo a dita procuraâo dcante do Nuncio
nem por razad das ditas promciras que os Padres alegab Ihes tenho
obrigaîb alguma , neni no feu Colegio , nem a outras partes por
quanto as na& fiz, nem me obrigucy numqua a ilTo, c fe nefta ma-
teria fentira minha conciencia obrigada o dilfera chammente, e alfim
o declaro. E para que efte meu J'cftamcnto fe d<i a fua execuâb
faô meus Teftamentciros ao Senhor D. de Barganâ meu fobri-
nho, e ao Meniftro que pello adcante for da Ordem da Piedade, e
ao Prior Vigario ou Procurador , que for pello tempo do dito Mof-
tcyro da Cartuxa que fundey , e ao Padre Fr. Siniab da Cruz nof-
fo confelfor , a todos , e a cada hum infoiidum com declara 5 ab que
fempre concorrab ao mcnos dois defies nefta cxccutjab , e Ihes pello
ntuito queyrab accytar efte trabalho , c faltando algum defies , ou por
fallccimento ou por nab accytar , ou por outro empedimento ou
cauza pcftb ao Senhor Duque D. Theodofio que agora he , c aos
que Ihe focederem na caza de Braganca queyrao nomear em feu lu-
gar aos que Ihc pareferem fcrvi§o de Deos , e que defcarregarab me-
Ihor minha confiencia aos quais mens Teftamentciros pdTo tomem a
feu cargo o cumprimento defte Teftamento , e o faâb cunîir co-
mo nclle fe contltem com toda a brevidadc ,
e deligencia poflivcl co-
mo em de cada hum defies em particular confio , e efpero. E porque
efta he minha ultima, e redadeira vontade mando que efte meu
a
Teftamento ferrado , e tudo o contheudo nelle fc cumpra inteiramen-
tc e que valha em juizo , e fora delle como Teftamento ou con-
^
dicilio ou como melhor em direito valer pofla. E por dies hey por
revogados todos , e quaifquer outros que tenha feito , e fo quero ef-
te tenha forâ , e vigor o qual vay afignado por mim de meu fignal, e
fello ao pb com meu finete eferipto cm quatro meyas folhas cozidas
de todas as partes fern cntrelinha , rifeadura , nem borrab que duvi-
da faâ , e o efcreveo Luiz Fragozo de meu mandado , e quero que
fe nab abra fe nab depois de meu faledmento feito em Evora aos
quinze dias do mez de Marô de mil e quinhentos noventa e nove
annos , e eu Luiz Fragozo o eferevy de mandado do dito Senhor Ar-
cebifpo , e aligney dia , mez, e anno ut fupra Theotonio Arcebil-
po de Evora =: Por mandado do Arcebil'po meu Senhor. Luiz Fra-
gozo. Savbab os que efte Inftrumento de approvaâb virem que no
Anno do S’acimento de noflb Senhor JESU Chrifto de mil quinhen-
tos noventa e nove em quinze dias do mez de Alarô do dito anno na
Ciidade de Evora no appouzento , e cazas da rczidcncia do Reveren-
dilliino em Chrifto Padre D. Theotonio de Barganâ Arcebifpo deEvo-
•
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112 Trovas do Liv. VL da Hifloria (jeneatomica
ra cftando die Arccbifpo ahy prezente , c andando a efto fao , c fora

dc accidcntc dc infcrmidadc alguma , e em feu perfeito juizo , e en-
tendimento , fegundo parefer de mim Tabelia& , e das Teftemunhas
ao diante eferiptas , logo por die cm prezenâ das mcfinas Tcfteinu-
nhas foi dado , e aprezentado a mim Tabaliao dc fua mao a minha ,
huma Sedulla que de fco Tcu Teftamento cm fuas maos tinha por die
ordemnada , c afignada dc feu Hgnal , e fcllada com o feu finete pe-
queno ao pe com lacre vermelho eferiptas em quatro meyas folhas de
todas as partes , c fora efta meya folha em que vou fazendo efta ap-
prova«j'a6 di/endo que o contheudo na dita Sedulla hera em Tcfta- -
mciito , c ultima vontadc , e que approvava , e ratheficava a dita Se-

diila , e a havia por firme , e valioza , e por efte publico Inftro-
mento dilfc que anullava, revogava , e contradizia todas outras fuas
Sedulas , mandas , Tcllameiitos ,
condicilios que antes defta haja fei-
tas que nao valliao falvo efta que ha por folcmnc feu Teftamento ,
e derradcyia , c ultima vontadc o qual manda que falccido die da
)rczcnte vida dcftc mundo fe cumpra cm todo , e por todo como nel-
fc fc conthem requerendo , e mandando a mim Tabaliaft ihc fizefle
cftc inftromento de aprovaga6 do dito Teftamento , c em Teftemu-
nho de verdade aftim o outorgou , e mandou fer feito efte cm que
afignou por fua mao , c Ictra , e eftando a todo prezentes por Tef-
temunhas chamadas, e rogadas Ambrofio opizanes Italiano de nafâo,
e Manoel Guoterres , Antonio Peres , Theotonio Fragozo Creados
do Arccbifpo , c Diogo Pereira feu Viador , e F'rancifco Rodrigues,
e Antonio Ribeyro feus Cappdais nefta Cidade moradores , e cu Pe*
ro Borges Tabaliao publico de nottas dclRcy noftb Senhor nefta Ci-
dade de Evora , e feus termos que efte Inftromento de approva9ao
dc Teftamento ferrado eferevy , e aqui aligney dc meu fignal publico
que talhe no qual taobem afignarao as ditas Teftemunhas , e o entre-
guey , e tornou a ficar em podcr do dito Arccbifpo Teftador. Theo-
tonio Arccbifpo de Evora =3 Ambrofio opizoncs Manoel Guoterres
=3 Antonio Peres =3 I'heotonio Fragozo 33 Francifeo Rodrigues =3
Antonio Ribeyro 33 Diogo Percyra 3 Aos que efta certidao certifico
eu Pero Borges 'I’abeliab publico de nottas uelRey noftb Senhor nef-
ta Cidade dc F>vora , e feus termos que depois de feita a approva9a6
defte Teftamento que o Reverendiftimo em Chrifto Padre D. Theoto-
nio de Barganâ que dentro efta logo eu Tabeliao o cozi , c ferrey *,
c vay cozido com huma linha branca , e fellado nos cantos defta par-
te com quatro folios das liias armas com lacre vermelho , e da outra
parte com outros quatro fellos em divcrlTas partes, e cozido aftim , e
fellado na forma aue acima digo o cntregucy ao dito Arcebilpo em
prezcnca dos Paares Francifeo Rodrigues , e Antonio Ribeiro feus
Cappcllais , que aqui afignarao em quinze dias do mez de Mar90
de mil quinhentos noventa , e novc annos Arccbifpo de Evora
Pero Borges 33 Francifeo Rodrigues 33 Antonio Ribeyro 33 Efte Tef-
tamento fc nao tire da area do depofito nem fe de por nenhum ca-
zo cm minha vida s O Arccbifpo 33 F.fte he meu Teftamento o qual
fc nao abrira em minha vida porque ua6 fica valcndo abrindofe pri-
meyro ,
3
da Caja ôrtttguesâ. ^
11
meyro , e hafc de abrir logo que fe fouber mcu falecimento , e hade
fer aberto deantc do Juiz do ordinario em prczcnâ de Tabelia& e
,
dc abertura fe ha de fazcr auto alignado pdlo dito Juiz, e Tcftc-
niunhas Evora quinze de Marô noventa c nove Thcotonio Arce-
,
bh'po de Evora Condecilioa Faô mcus Teftamentcyros , e exe-
cutores de mcu Tellaniento conforme a direito e Ihe dou todo o
,
poder quanto polTo , e he nccelTario alem dos nomeados em mcu Tef-
tamento , e com as clauzulas dos autos ao Scnhor Dom Francifco
de Almeyda meu fobrinho , e aos Doutores Joa6 Alvres Branda6 , e
Seba^6 da Cofta Conego nefta Sc6 , e achandofe abzentes defte Ar-
cebifpado os nomeados no Tellamento ellcs fos com o Padre Prior
da Cartuxa , ou o feu Vigairo ou quern feus cargos tiverem , ou feu
Procurador po{Ta6 conthenuar cm tudo como efta declarado no Tef-
tamento , c efta he minlia ultima vontade , e allim o declaro nefte
condecilio Evora fete de Janeiro de feis centos o Arcebifpo de E-
vora=! Aprov39a& =j Saybam os que efte inftromento de approva^& de
conJidlio , e addi;a6 a tellamento virem que no anno ao nafeimen-
fo dc nolTo Scnhor JESU Chrifto de mil e feifeentos cm fete dias
do mez de Janeyro do dito anno na Cidade de Evora no apozento do
Reverendiflimo em Chrifto Padre Dom Thcotonio de Barganâ Ar-
cebifpo dc Evora , eftando clle ahi prezentc em huma cama mal dif-
pofto de infermidade que nolTo Senhor Deos deu , mas porem em
feu perfeito juizo, e entendimento , fegundo parefer de mim Tabe-
liao , e das ditas Teftemunhas ao deante eferiptas , logo por ellc cm
prezenqa das mefmas 'reftemunhas foy dado , c aprezentado das fuas
ma6s as dc mim Tabcliam , c das Teftemunhas ao diantc digo de mim
Tabeliam hum condecilio , e addica& a Teftamento que em fua ma&
tinha , que he o que atraz fica nefta meya folha por elle eferipto , c
afignado dizendo que clle approvaba e rcthehcava o dito Conuicilio,
e addiâo a teftamento intcyramentc como nelle fe conthem , eman-
dava que fe cuinprife e que ralefendo elle da prezente vida defte mun-
do fe ajunte ao feu Tellamento que tern feito , e approvado , e que
o dito Teftamento , e efte Conuicilio , e addiea6 fe cumpraA intei-
ramente como ncllcs fe conthem porque efta he fua ultima e reda-
deyra vontade e cm Teftemunho de verdade allim o outorgou , e
j
niandou fer feito efte em que alignou por fua mao , e letra eftando
prezentes por Teftemunhas c rogados Matheus da Cofta , e o Padre
Antonio Plibeyro , c Eftcva& de Pcnhaloza>, e Braz de Mira , e Fran-
cilco da Mattas , c Jeronymo Cardozo todos creados do Arcebifpo
nefta Cidade moradorcs e cu Pero Borges Tabeliam publico de not-
tas delRcy nolTo Senhor nefta Cidade de Evora e feus tennos , que
todo eferevy c aqui aligney de meu pnblico fignal que tal he =5 o
Arcebilpo dc Evora sa Alatheus da Cofta sa Bras de Mira =3 Anto-
nio Ribeiro =3 Efteva6 de Penhaloza sa Jeronimo Cardozo =a Fran-
eifeo de Mattos. =: outro Condecilio a Dom Thcotonio de Bargan<ja
por mcrcc dc Decs , e da Santa Igreja de Roma Arcebifpo de I '.vo-
ra por elhi addicJ<> ® I’eftamento declaro que no ultimo Tella-
niento que fiz dc et" outra addiâo a elle nomiey certos Teftamcn-
Tom. IV. P tcyros
,,
1 14 doLlv.Fl. daHijloria (jenealoglca
tcjTOs para o executarcm , e por me parefer que o Sercnifllmo Du-

que Dom Thcodofio , e o Senhor Alexandre feu Irmao por fuas oc-
cupaôis , c por trabalho que nilfo teria6 nau poderiab mandar cor-
rer com a execu9a6 do dito 7 ’cftamento os na& nomiey cnta& por
meus Teftamentcyras , e dandolhc dilTo depois conta me fizcra6mer-
cc dc me dizerem que o fazia6 pello que agora os nomevo por meus
princinacs Teftamenteiros , convem a faber ao Screniflimo Duque Dom
Theooofio , e a feus focelTores , e ao Senhor Alexandre feu Irmao
e Ihes pelTo muito por merce pello amor , e obrigaqa& que Ihc tc-
nlio , e a caza fejao fervidos de tomar efte trabalho do cumprimento
de meu Teftamento, e de o fazerem executar com a brevidade pofi-
vel , tanto que Deos for fervido de me le\ ar defta vida , e na& he
minha tenâb revogar os mais Teftamentcyros , que tenho nomeado , I
e porque ella he minha vontade quero que fe cumpra intevrament:

efta audi^b , e o meu Teftamento principal , c outra addiâb que fiz
a elle , e que tudo fe guarde , c cumpra como nelles fc conthem ,
e que efta vallia, ou por addiâb, ou por Condecilio, ou por qual-
quer outra via que por direito polfa mais valcr , e por fer afllm mi-
nha vontade mandey fazer efte, e o afigney , e fclley de meu fello
cm Eftremoz a fete do mez de Alayo de mil e feifeentos annos. Dio-
go Pereyra o Efcreveo por noftb mandado e cu Diogo Pereyra o ef-
crevy de mandado do Arcebifpo , e afigney = Theotonio Arcebifpo
dc Evora =J Diogo Pereyra =s Approvaâb =3 Saybam os que efte Inf-
tromento de approvagab virem que no Anno do nacimento dc nolfo
Senhor JESU Chrifto dc mil , c leifeentos annos aos fete dias do mes
dc Mayo cm efta Villa de Eftremos cm as pouzadas aondc pouza o
Senhor Dom Theotonio de Braganâ Arcebifpo de Evora eftando cl-
Ic dito Senhor ahy prezentc fam , e em pe , e cm todo o feu juizo '
perfeito e entendimento que nollb Senhor Ihe deu , c por elle da fua
mab a de mim Tabeliam perantc as Teftemunhas ao diantc eferiptas
foy dado efte Condicilio, e addiijab a feu Teftamento atras cfcnpto
na nicya folha que havia feito com Diogo Pereyra allgnado ao pc por
die dito Senhor Teftador, e allgnado com o fello das fuas armas pe-
dindo a mim Tabeliam que Iho aprovallc porque efta hera a fua von-
tade , e mandava , e queria que o contheudo nella fe cumprifle intcy'-
ramente aflim como nella fe conthem o qual eu Tabaliam approvey
e houve por approvado tanto quanto em direito devo , e polTo fazer,
o qual eu ferrey , e cozi com numa linha preta para o tornar a en-
tregar ao dito Senhor Arcebifpo , e em fe c teftemunho dc verdade o i
mandou elle dito Senhor Arcebifpo for feito efte inftromento de ap- i
provaâb cm que outorgou e afignou fendo prezentes por Teftemu-

nhas rogadas , e chamadas para iH'o o Doutor Joab Alvrcs Branda6
Provilor dcftc Arcebifpado , c Martim dc Faria do habito de Chril-
to morador cm a Villa de Septuval , e os Padres Duarte fobrinho ,
e Antonio Rodrigues Cappelais do dito Senhor Arcebifpo , e o Pa-
dre Fr. Silveftre Calvo morador cm o feu Mofteyro da Cartuxa de
Efcala Casli junto a Cidade dc Evora que todos aqui alignarab com o
Scuhor Arcebilpo e cu Clemente de Faria publico Tabaliam de nottas
nella
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,«
da Cafa %eal ‘Portuguesâ. 1 1 j

ncfta dita Villa por ElRcy nolTo Senhor que illo efcrevy ,
e por ver-
dadc atjui me afigney de meu publico flgnal que talhe , pagou na-
das Iheotonio Ajccbifpo de Evoraa oDoutor Joa& Alvarez Bran-
dab =3 Martim de Faria == Duarte fobrinho =a Antonio Rodrigues =s
Fr. Silveftre Calvo sa o qual Inftromento tern o traslado do dito
Teftamento eu Manoel Camacho Tabclia& publico do judicial del-
Rcy nolPo Senhor cm efta Cidade de' Evora fiz trasladar , do proprio
aue concertey com o lecenciado Joab Baptilla Peyxoto em ella Ci-
uade Juiz de fora com alâda por EIRey nolTo Senhor c afigney
,
de meu publico fignal que tal l.c aos dots dias do mez de Agollo
de mil feileentos e dous annos s Confertado comigo Joab Baptifta
Peyxoto =; lugar do publico.
Ccrtific<» eu Domingos Pereira publico Tabeliam das nottas por
EIRey nolTo Senhor quo Dcos guarde em efta Cidade de Evora e
leu termo que a letra da lobcripqa& e fignal publico atraz e aflima
tudo he de Manoel Baptifta Tabeliam do judicial ncfta Cidade e
por certeza della fiz efte, e o afigney de meu fignal publico na di-
ta Cidade aos dez dias do mez de Cutubro de mil feileentos, e
tres annos =; lugar do publico a Domingos Percyra.
Certifico eu Luiz Nunes Tabeliab publico do judicial por El-
Rcy noftb Senhor nefta Cidade de Evora que he verdade que junto
ao teftamento , e condicilios de Dom Thcotonio de Braganâ Arce-
'
bifpo que foy defta Cidade e feu Arcebifpado que feito tern que efti
em poucr do lecenciado Joa6 Baptifta Peyxoto Juiz de fora aefta Ci-
dade efta hum termo junto que toy feito parantc odito fuiz do qual •
o daslado h6 o feguin'te. Aos doze dias do mez de Agofto de mil e

feifeentos e dois annos nefta Cidade de Evora nas pouzadas do le-
cenciado Joab Baptifta Peyxoto Juiz de fora ncfta Cidade perante cl-
le parel'eo o Padre Dom Bcltra6 Morel Prior do niofteyro da Car-
tuxa de junto delta Cidade , e bem aflim o Padre Dom Bruno Pro-
curador do dito Mofteyro pellos quais ambos juntamente , e cada
hum dellcs foi dito que o Arccbilpo D. Theotonio de Braganga que '
Deos tom Arccbifpo que toy defta Cidade de Evora dcyxara ao dito
Alofteyro por herdciro de feus bens conforme feu teftamento atras
que cUes em nome , c do dito Mofteyro aceytavao a dita heran§a a
be.'voficio do inventario e nao de outra maneyra , e que da dita accy-
13936 he mandarab fazer termo , e della Ihe mandarab pall^ Inf-
tromento mandado , e confirmaâb , c de tudo o dito Juiz mandou
fazer termo que afignou com os fobreditos Padres que prezentes cf-
tavab Luiz Nunes Tabcliab que o efcrevy 3 Joab Baptifta Peyxoto
Fr. Alorcl 3 Fr. Bruno Procurador 3 Segundo que tudo ifto melhor
e mais cumpridamente no dito termo he contheudo a que em todo
e por todo me reporto , e por delle o dito Dom Prior da Cartuxa
me pedir efta Certidab , e pello dito Juiz o mandar lha pall'cy , e
concertey com hum Teftamento abayxo afignndo em Evora aos tro-
ze dias do mez de Agofto de mil feifeentos, c dois annos , e o afig-
ney de meu publico que tal he 3 lugar do publico 3 Luiz
•
Nunes. •
.
'
Tom. IV. ^
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,
ll6 Turovas do Uv. V/. da HiSloria (jenealogica

Ccrtefico eu Domingos Pereyra Publico Tabclia& das nottas ncf-
ta Cidade de Evora por ElRcy nolTo Senhor quc he vcrdadeyra a
ccrtida 6 , c (Ignal publico atras he de Luis Nunes Tabcliab quc foy
do judicial nella Cidade c para certeza dellc fiz efte e o afigney de
mcu publico fignal na dita Cidade cm tres dias do mez de Outubro
de mil fcifccncos e tres annos =3 lugar do publico =3 Domingos Fc-
rcyra.
Copla do condicilio <jue 0 Arcehlfpo 0 Stnhor D. Theotonio) que
Deos tern Jez cm Valladolid a 16. de Abril de 1602.
N
que
As
vendo
contas com ElRcy Dom Henrique no pa& quc
fc Ihc abata dcs rcis cm cada alqucire ou I'c fc achar
por alguma pefloa pella parte delRey , e das Tcftamentei-
dilTc
me ficou de-
ros que Ihe eu dilTere que queria abater ainda quc na 6 Icja authen-
tico creyafe qualquer memoria , ou qiialquer papcl que dido houver,
a qualquer comprador que haja comprado came , ou outra couza em
quc polTa haver ou nas medidas , ou nos pezos quebras fc Ihe lei'c
em conta o que parefer jufto 33 Tenho feito men Teftamento quc
:
efta em poder do Prior da minha Cartuxa ferrado e junto com o

Condicilio , e outros pyieis que tocao a mcu Teftamento ss No mcu
Eferiptorio cft 4 huma Copia do meu I'eftamento , no que tocar aos
creados e meu dcpolito fe guardc quc ahy fe vera =3 Alvaro Tinoco
he meu Thezourciro nefta jornada , o dinheiro que trouxe para eftes
gallos efta Ihc carregado he todo empreftado do Depofito do Mof-
tcyro de Santa Monica da minha obcdicncia e ta 6 bem do depofito
do Siminario , e de outras partes que me empreftara& de que hd pro-
vizois minhas conhecimentos e ordeas para fe pagarem , e de algum
dinheiro dcftc creyo que he clle depofitario , crca&lhc por feu jura-
mento porque he couza cham , e que confta por papeis fello , e aflim
nao Ihe podem tomar o dinheiro que tiver s3 Mucio Palavecino tern
vintc mil reales os quaLs todos la 6 da obra , daly mandey gadar
tres mil rcales para numas Aremilas que compraraA , ha 6 fc de pa-
gar eftes tres mil reales a obra =3 o dito Alvaro Tinoco he recebe-
dor da obra , e Viador da fiizenda della , a ellc fe Ihc ha& de entre-
gar , e comporce huma provifa 6 em quc mandava que os entregafe
na& me lembra a quern , Miguel Nunes os recebeu , e os entregou
a Mucio Menas eftes tres mil reales 33 os meus papeis fa& humBaul,
dois Eferiptorios hum de Nugueyra , e outro amarelo pequenos fe
entregaraf) ao dito Alvaro Tinoco, e clle com o Padre Nicolau Guo-
dinho meu Confclfor os hirao vendo , c rompera 6 os quc melhor
Ihe parefer , e os que tocarem ao Arcebifpado ficara 6 a Alvaro Ti-
noco para os entregar ao Cabido , e os outros fe queymarab nab fci-
vindo pello Padre Nicolau Guodinho. sa E porque neftes dois Eferip-
torios e Baul , eftab mifturados papeis de minha conciencia , que I'o
meus Confefores devcm ver por fercin de fccreto de minha alma , or-
demno, e mando que o dito Padre Nicolau Guodinho mcu Confi>
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,
da Cafa %eal Tortuguesâ. 1 17

for, e o Padre Alvaro Tinoco com quern me tenho confefado mui-
tasvezes os efcolha6 primcyro aue ninguem os veja , e fendo neccl-
fario para que ifto fe cumpra aum pelTo a mon Seonor Nuncio que
confinne ifto, c fe Ihe declare que na& tern Efpolio nos Prelados de
Portugal fe na6 os focelTorcs =s Peflb ao Scnhor Arcebifpo dc Lis-
boa que me faâ merce mandar executar o que aqui for necelTario
c fer meu Teftamcnteyro e Albaccas por fer obra divina de fua qua-
lidadc e caridade e quando elle nao for dilTo fervido elle nomeye
peflbas que Ihe parefer, porquc a elfes hey por nomeadosr: No que
toca a meus creados , e no mais he minha ultima vontadc que fe cum-
pra o mcu Tcftamcnto , e o Traslado que aqui efta pode fervir de
apontamentos , e que fe Ihes fatisfa;a mais por eftarem fora de fuas
caiias , e acerca do mcu, Enterramento pelfo ao Senhor Arcebifpo man-
de fe fti9J conforme ao traslado que eftd por letra de Luiz Fragozo
a qua! podem reconhcccr o Padre Nicolau Guodinho Manocl de Fi-
êredo que efta efereve , e Jeronvmo Cardozo que della tem noti-
cia o qiial fe achara em hum dos Eferiptorios que alima digo de Nu-
eira ou amarcllo sa ao Scnhor Condc dc Bafto pagucm huma Mul-
f de que me fez merce porque a accytey com atten<;a& dc Ihe dar
hum Cavalo por clla , e parefeme , quo Iho deviab dizer as pclToas
a quern cu dizia para que Iho difefem , =a A Miguel Nunes de Abreu
ue nefta Corte efta fe Ihe de o ncccftario para o caminho , e toma-
3 as la contas he minha vontade que fe Ihe paguc tudo o que conf-
tar que elle tem gaftado aqui com fua pefl'na , c creados cm mcu fer-
viô entrando nifto o que tem iccebido ainda que feja mais que o
o que fe cuftuma dar aos outros s Fumante ha -muito tempo que re-
quere certa fatisfa<jao parefe, que nos conlertamos porquc havia cer-
tas opiniois do que eu era obrigado cm conciencia , parefeme, que
podia haver difeuido em fe dilatarem efte negocio fe rezolvcr , e o
conferto ou de fe julgar conforme a direito ie ao Provizor , ou Vi-
airo geral , e a hum terccyro eftando differentes parefer que fe Ihe
3eve dar mais paguefc tudo o que parefer fe Ihe deve por cauza da
dilaqad porquc elle me fez protefto algumas vezes Ibbrc efta ddaâ6
fe pareie que tivc nifto alguma culpa. E quanto a meus creados
a fora de leu fervido fe Ihe ha de dar o neceftario the tornarem a
fuas cazas fem fe Ihe difeontar nada do que Ihe tenho dado , e ifto
ca6bem fe entende em Martim de Faria , e Alvaro Tinoco , que o
3aptifta , e Tavares , que nab fa& meus creados , e o mefmo fe en-
tende dos Padres da Companhia , e Sa& Domingos dandoihe o ncccf-
fario para hirem acomodados , e devem de hit em hum coche. = Do-
politem meu corpo na caza profefa da Companhia de Valladolid
como ja tenho determinado em meu Teftamento e mando que fe fa-
qa. aDeclaro que eu poftb Tcftar de outocentos cruzados que te-
nho de pcnqab em Malga , quatrocentos em Villd , e quinhentos cru-
zados fobre os fiutos da &nta Chriftina dc fervus como fe veni pel-
« lo cuftume de Portugal em que hey de tcftar de toda a foma em
UC montarein eftas pci^bis defde o dia que as tenho th^ agora, e def-
3 c o dia ”oue ovc a Bulla que tenho de rctenqab para as poder ter
com
;
118 Trovas do Uv. VI. da Hifiona (jenealoîca
com eftc Arccbifpido c quc conforme a i(To tcnho ja dedarado , c
tclbdo o quc me parefcu cm mcu Tcftamento , C por aqui hey die

condecilio por acabado cm Valladolid a dczalcLs dias de Abril de mil
feifeentos e dois annos o leccnciado Manocl de Figucyredo o fez por
mcu mandado , Tdlcmunhas quc fora& prezentes o I’adrc Fr. Antonio
de Santo Ellcvao da ordc de S. Domingos , e o Padre Jofeph de Vi-
lhcg.as Prepofito da caza profdfa della Cidadc , e o Irmao Joafi Ar-
mcngual da mcfma caza , e o Irma6 Joao Baptilla , e Ellet'ao da Ga-
ma todos moradorcs na niel'ma Cidadc de Valladolid, e tudo o all-
ma eferipto declarou o Senhor Arcebifpo com as cntrclinhas e rifea-
dos abayxo declarados. a fegunda pagina a margem ; o tafibcm do
1'.
depolito : Na mdina pagina rifeado que dizia ; havera : Na quaJ ta

pagina Entreliiiha ndla ; Na melma pagina rifeado que dizia
;
me’u lcni 9 o E entrelinha e na mefma pagina rifeado que dizia:

:
Crevo quc foy-mc na quinta pagina ; entrelinlia Ducados : e na

:
:
mefma a margem : de Aoril ; Arcebifpo de Evora Eftevab da s

Gama =; Joa6 Baptilla =3 Jofeph de Vilhegass Joao ArmangualaMa-
nod de Figucyredo.
Contrato matrimoniai da Senhora D. Joanna com D. Bernardino

de Cardenas Marques de Eicke, Efld no Cartorio da Caza
de
,
Borganga authentico , donde 0 copiey.
Dei nomine amen. Sqian quantos clla carta de contrato de

cafa-
N
Num. 13^ T miento done y arras vicren quc cn el afino del naamiento de
nucHro
dias del mes
An. J50.
I Senor Jclu Chrillo de mil qumientos y cinquenta a trefe
en Pala-
de hebrero cn la Villa de OJidc del Reyno de Navarra
cios donde pofa cl Illullriinmo Senor Don
Bermrdino de Cardc^
Reyno &e.
Duque dcMaqucda Marques dc Elche y ViloRey del dicho
ândo
En prefcnlia dc mi publico Notario y tclligos aba:^ efcriptos ,
alh prefentes cl dicho Senor Duque y la
Illuftnlllma Senora Iza-D
bcl dc Uelafeo Duquefa dc Maqueda fu
muger Y
fente el Dodor Joanne Mendes dc
VafconccUos criadodcl llluftrifllmo
Senor Don Thcodofio Duque Barganca y Barwllos del Rey^^
dicho &nor
Portugal cn nombre y como procurador del
Illuftriinma Senora Donna Joanna
Duquefa de Bragam
ganca y dc la.11 _ j An l/ic Sr-nrtrpc DllOllC V DUQUCla
tario dc la Villa de VillaViciooza

nccaos y — --
Dcfcmbrc dcs anno del nacimienW dc mil

11a atrenta di* del mes dc
uno ottorgado Senor
ouiSi^TcinSucnta anfios, cl
efciiptra
?)u5ue y J
otro por la dicha Senora Duquefa que ^ftaban
cllos parecia lu tenor de los
quales
en ? enuua Portuguefa fegun por
es ellc^quc fe li^c. Saibam quantos cftc
nacimento d^ N. ?FSU CiS
curaeai) virem que no anno do ^ do mes dc no.
annos tnnta dias
fto dc mil c qninhentos cciincocnta
calis Jo Illu«rinimo e mmto
ciccicme
Sntao cm VÛa Vijoli
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da Cafa T(âl T.ortuguesâ. up
Senhor D. Theotonio Duque de Barganga e Barcelos &c. noflb Sc-
nhor fcndo ellc dito Senhor prefentc cm prefenâ de mi publico no-
tario e tedemunhas abaixo eicriptas por ellc dito Senhor foi dito que
entre elle e os Illulfa'illimos Seimores Duque e Duquefa de Maqueda
eftava concertado de aver de cafar o mui IlluBrc Senhor D. Bernar-
dino filho herdciro dos ditos Senhores Duque e Duqueza de Maque-
da com a muy llluftre Senhora D. Joanna filha do Duque de Bra-
ganâ D. Jayme que Santa gloria aja , e da Illuftriflima Senhora Du-
queza D. Joanna e por quanto para o fulbdito era necelTario elle di-
to Senhor Duque de Braganâ e Barcellos &c. conllituir e orde-
nar procurador para contratar o dito calamento com os ditos Senho-
res Duque e Duqueza de Maqueda com o dito Senhor D. Bernardi-
no leu filho ou leus procuradores difie ao dito Senhor Duque de
Braganî que confiando elle da bondade c difcri9ao do Doutor Joan-
ne Alendes de Vafconccllos Fidalgo da fua cafa e feu Defembarga-
dor , o fazia conftituia c ordenava por feu baftante e fuficiente procu-
rador em todo como nulhor , e mais compridamente , o elle pode e
deve fer e por direito mais valer com libera e geral adminiftraâm ao
qual feu procurador deu c outorgou todo feu comprido poder e
mandado cfpccial com livre e pura faculdade pera o abaixo con-
theudo afi e tarn compridamente como elle ha e tern para que por
elle , e em leu nome poffa com os fobreditos fenores Duque e Du-
queza de Maqueda e com o Senhor D. Bernardino feu filho e com
cada hum dclles ou com feus procuradores que para iflb feu poder
tenham contratar firmar , e afientar o dito cafamento com quael'quer
claufuJas e obrigagoens capitulos e condiôens prometimento e elli-
puhfoens que ellcs quiferem e por bem tiverem , e prometer cm
nome dclle dito Senhor Duque ae Braganâ ao dito Senhor D. Ber-
nardino em dote e cafamento com a dita Senhora D. Joanna quoal-
quer comtia ou contias de marabedis , ou cruzados douro , e outras
quaefquer moedas douro ou prata , e joyas e emxoval que o dito
Doutor Joanne Mendcs de Vafconcellos feu procurador declarar e
afentar no prazo , ou prazos e fegundo em a nsaneira e com condi-
ôens que pelo dito Doutor feu Procurador em nome dclle dito Se-
nhor Duque de Bragan;a for declarado afentado e outorgado e Ihe
da o poder ao dito feu Procurador que dos ditos contratos comven-
cas , e prometimentos afi do dote que com a dita Senhora D. Joanna
for prontetido como das arras e doa;am propter nupcias que fe a el-
la dita Senhora D. Joanna forem prometidas como de quaefquer otras
coufas cm que fe convierem pofa dar firmar e aceptar quael'quer ef-
cripturas e feguranâs que a cllo comprire e fazer e firmar em feu
nome os ditos contratos com quaefquer vinculos c obrigaôens fir-
niezas e renunciagoens e pena que a elles bem vifto for , e acalidade
do cafo o rcqucier c poem tudo em fua fedelidadc e para as ditas
coufas e cada huma dellas e fuas dependencias per quoalquer guifa
que a ello toquem , pofa Inzer firmar c requerer tudo afi e tam
conpridamente como o elle dito Senhor Duque de Braganâ faria e
c firinariu ^ huma dellas pciroalmcnte pre-
fente
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“1
120 l^rovas doUv.VI. daHiflorla ênealogica

fcnte folTe ,
pofto que fejam tais que fegundo direito fe rcqucira mais
cfpccial mandado do que aqui i'c contem , c com alguas outras clau-
zulas que aqui nain vao , porque elle dito Senhor as ha por poftas e
exprellas e declaradas e livremente Ihe da e outorga todo feu com-
pndq poJer para o que fobredito he fern outra algua duvida nem
falecimento , e todo o que pelo dito feu procurador for dito feito
e ahrnudo e outorgado contratado e proinetido , elle dito Senhor
Duque de Braganâ o ha e promete de aver era feu nome , e todos
feus lierdeiros e loccITores por h'rme rato e grato para fempre fob
obriga ^6 de todos feus bens moveis e de rais avidos e por aver , que
para ello obrigou e cm tcllcmunho de tudo affi o outorgou e aii-
nou e maiidou que dcllo fe hzefe eftc cflromcnto ^ tcBcmunhas que
a ello forao prefentes Antonio de Gouvea Secretario do dito Senhor
Duque de Braganâ c Fernam Barbofa , e Enrique Froes feus mo-
cos da Camera e cu Gal'par Coelho publico notario cm a dita Villa
Viôfa e cm feus termos pelo dito Senhor Duque nolTo Senhor que
efte eftromento elcrcvi em meu libro e regiftro de notas o tomei a
honde o dito Senhor Duque fii mou de fua mao e afi as ditas teftemu-
nhas e dello o tresladci e de meu pubrico final afiiici que tal he.
Saibam quantos efte publico inftromento de poder c procuraâm vi-
rem que no anno de nollb Senhor JESU Chrifto de mil e quinhen-
tos e cimqucnta annos trinta dias do mez de Dezembro em Villa Vi-
5ofa nas cafas da mui Illuftre Senhora D. Joanna Duqueza de Bar-
ganga eftando clla dita Senhora prefente cm prezenâ de mi pubrico
notario c das teftemunhas abaxo el'eriptas por clla dita Senhora Du-
queza foi dito que por quanto ante os muy Illuftrcs Senhorcs Duque
e Duquefa de Maqueda
,
e clla e o Senhor Duque de Braganâ era
contratado de aver de cafar o Senhor D. Bernardino filho herdeiro
dos dltos Senhorcs Duque e Duqueza de Maqueda com a Senhora D.
Joanna fua filha e porque a contrataâm do dito defpoforio e cafa-
mento aja efeito difte ella dita Senhora Duquefa de Bragan9a que da-
ba conftjtuia e otorgava todo feu livre e comprido poder c mandado
cfpecial fegundo que o ella ha c de direito mais' deve bailer ao Dou-
tor Joane Mendcs de Vafconccllos Fidalgo da Cafa do dito Senhor
Duque e feu Defembargador cfpecialmente para que por ella dita Se-
nhora e em feu nome polTa aftentar y afentc com os ditos Senhorcs
Duque e Duquefa de Maqueda, e com o dito Senhor D. Bernardino
feu filho e com cada hum dellcs o dito defpoforio e cafamento an-
tre o dito Senhor D. Bernardino , c a dita Senhora D. Joana filha
da dita Senhora Duqueza de Braganqa e do Duque D. Jayme que
fanta gloria aja , e Ihe da poder ao dito feu procurador que pofta
promoter c prometa em feu nome della dita Senhora Duqueza e a
obrigar c obriguc que avendo cITeito o dito defpoforio e cazamento
dam e pagara em aote e cafamento ao dito Senhor D. Bernardino com
a dita fua filha qualqiicr contia ou contias de maravidis , ou cruzados
douro , c outras qiiacfqucr moedas de ouro ou prata que o dito Dou-
tor Joane Mcndcs de Vafconccllos dcclarar e afentar no prazo ou pra-
zos , e feguneo c cm a maneira c com as condijoens que pelo dito
Doutor
1 C -Ogle
I
daCafa ^Bâl ôrtuguesâ, lit

Doutor Jane Meiidcs de Vafcoricellos cm nome della dita Scnhora
Duqueza for dcclarado afentado e outorgado , c polTa o dito leu pro-
curador fazer e outorgar em o dito calb quaefquer contratos c el'cri-
pturas com todas as formas e firmezas clauiulas condiôens que para
e//o convenham e mifter fejam , as quaes efcripturas c contratos eca-
da hum delles fendo feitos e outorgados pelo dito Doutor Johane
Mendes de Vafconcellos em nome della dita Senhora como dito he ,
dilTc elJa dita Senhora Duqueza D. Joana quc des agora pera cnton-
ccs , e de cntonces para agora os outorga bem afi e tain compridamen-
te como fi ella mefma Duqueza os fizefc e outorgafe e a todo cllo
prelcntc folTc e pofla cllc mto feu preairador lazer e fobre a
rczam do que dito he fobre cada ccul'a dello , todos os autos e dili-
genlias e Iblemnidades a ello convinientes e pertencentes , e pofla
fazer dizer e afentar todas as outras coufas e cada huma delJas que
ella mefma Senhora Duqueza D. Joanna faria e diria e fazer e dizer
poderia lendo prefente ainda que fejam taes e de tal calidade de que
t'cgunJo direito demande e requeiram a ver em fi mais elpecial po-
der ou fua prefenija perfoal , e tan grande comprido e baftante po-
der como clla dita Senhora ha e tern pera o quc dito he e pera ca-
da coufa c parte dello outro tal , e tain comprido e baftante efc
mefmo poder outorga , ao dito Doutor Joane Mendes de Vaf-
concellos feu precurador con todas fuas incidencias e dcpendencias
c cmergencias anexidades c conexidades &c. oiorga a dita Senhora
Duqueza conftituente e promete de o aver por hnne e valiofo pe-
ra todo fc/npre e de nam ir ncm vir contra ello nsm contra. parte
dello pello remover nem desfazer aflt en juizo como fora dele nem
em tempo algum nem por alguma mancira quc feja pera o qual afi
pagar e comprir fegundo dito he , obrigou todos feus bens mo-
vcis e raiz avidos e por aver cm firmeza do qual outorgou e man-
dou fer feito efte eftroincnto per clla afinado teftimunhas quc prefen-
tes foram Pero Vafques Fidalgo da Cafa do dito Senhor Duque . c
Gafnar da Cofta Vccdor do Senhor Don Francifeo genrro da dita
Sennora Duqueza , e Joam Vas feu Capcllam da dita Senhora e cu
Gafpar Coelno publico notario cm a dita Villa Vicofa e cm feus
termos polio dito Senhor Duque de Braganâ nolfo Senhor quc cf-
e eftromento eferevi e em incu libro e regiftro de notas o tomey
a homde a dita fenhora Duqueza de Braganâ afinou e afi as ditas
tcllimunhas c de meu publico fincal acoftumado afinei quc tal he ,
tc da dita nota o ti csladei e fiz por berdade a entrelinha quc dis Du-
queza V luego por los fobre dichos Senores Duque y Duquefa de
.Maqueda y por cl dicho procurador por virtud de los dichos podc-
res fuc echo como por los dichos Senores Duque 'e Duquefa de
iMaqueda , y por los dichos Senores Duque y Duquefa de Bragan-
9a eftaba concertado con la gracia de nueftro Sciior Dios aber de
cufar el muy Illuftre Schor Don Bernardino de Cardenas hijo de
los dichos Senores Duque Duquefa djj Maqueda con la muy Illuf-
y
tic Senora Dona Johanna nija del Senor Duque Don jaymes que
fca cn gloria dicha Senora Duquefa Dona Jolianna cl
Y
^
To/n. 0*
DIgHized dy Google
12 2 Trovas do Lh, VL da Hiflorla (jenealogica
qual cafamiento eftaba conccrtado de fe hafer con las claufulas y obli-

gacioncs abaxo dcclaradas.
Primcramcntc lUe acordado y afcntado entre las diclios Scnorcs
Ducjuc y Duqucfa de Maqueda y el Dodlor Juan Mendcs de VaP-
conlellos por virtud de los dichos podcres que el dicho Scnor D. Ber-
nardino y la dicha Scnora Dona Joliana ayan dc cafar y cafcn por
palabras de prefente haficntes berdadcro niatrinionio fegun manda-
raiento de la Santa Madre Iglcfia de Roma,
Item fue acordado y afentado que el Senor Duque de Bragan-
ca y la Senora Duquefa Dona Johana ayan de dar y dem al dicho
Scnor D. Bernardino de Cardenas con la dicha Scnora Dona Johana
hija y hermana en dote fefenta y cinco mil ducados cn dincros , pa-
gados a los plazos figuientes doze mil ducados cn dincros dcs mcl'es
dcfpues del otorgamiento defta eferiptura y capitulacion , y beyente
mil ducados otros cn dincros quatro mezes dcfpues que el delnoforio
fucre echo por palabras dc prelente , y cimquo mil y tantos ducados
dc una ccdula dc la Enparalris nueftra Senora que en gloria efte un
mez dcfpues de bclados , y anfi mefmo nuebe mil ducados que fc con-
trata y ênta que de la dicha dote fc ayan de tomar cn dineros pa-
ra beftidos aiuar plata y oro v joyas y las otras cofas que parc-
cieren necefTarias para cl fervido de los dichos Sehorcs D. Bernar-
dino y Dona Johana cumpliendo primero de los dichos nuebe mil
ducados las cofas que parcfcierc que fean mas ncccflarias. Primero
cue fe tome nada en joyas , porque dias fc entiende que fc han de
dar y toivr.r cm ia quamidud qiie badaren los nuebe mil ducados
cumplidas primero las colas necellarias como efta dicho , y conforme
al memorial que fe lleba fchalado de la dicha Senora Duqucfa dc Ma-
queda y lo que afli fe conprarc dc los dichos nuebe mil ducados fe
Iia de entregar un mes antes que la Scnora Dona Johana con
la bcndicion dc Dios obiere de partir de Portugal tomandofe cada
cofa en el judo prccio que baliere y obiere collado , y en lo que
obiere difcrencia fc tale y aprecie por dos perfonas lasquales dichos
Senores Duques para ello fehalarem yten que la refta a cumplimicn-
to de los fefenta y cinquo mil ducados fc dara en dineros dentro
del anno contado defde el dia que fe defpofaren con tanto que de
los dicz mil ducados dellos fc pueda alargar la paga tres anos a de-
lante que fon quatro dcfdc dia que fc defpofaren y por los tresanhos
dichos fc haya he dar en cada uno a razon de quinze mil cl miliar
y que pagando alguna parte dentro dc los dichos tres anhos fe haya
dc dcfcontar ypor nta del interefc con tanto que la paga que hafi fc
hifierc no fca/mcnos dc dos mil ducados.
Item para pagar la dicha qantia dc los dichos fefenta y cinquo
mil ducados de la dicha dote y para cunplir v guardar todo lo con-
tenido en efta el'criptura y capitulacion daran los dichos Senores Du-
que y Duqucfa de Braganga hanâ en Valladolid , o Medina del cam-
po , y un banco , o los bancos que fucien meneftcr a boluntad de
la perfona o perfonas que el dicho Senhor Duque dc Maqueda fen-
halarc las qualcs dichas fiancas banco o bancos que afi fc uicren por
fiadorcs
daCafa %eal Tortuguesâ. 123
fiaJoresfc obligaran tanbicn como principales pagadorcs de cumplir
y pagar lo que en clle contrato eua afcntado y contratado afll cn
la paga dc la dicha dote como en todo lo dcnias en cfta capitula*
cion contenido y a los pianos
y condicioncs con que fe obiere de
pagar alTi lo que fc obiere de pagar a dincro como cn el intcrefe
,
dc quoalquiere parte del , entretanto que le acaba dc pagar
y afla que
todo ello fea conplido com efeto las dichas fianâs quedaran (icmpre
obligadas como parefcierc y ordcnare la dicha perfona o pcrfonas
que el dichq Seilor Duque de Maqueda para ello obiere fennalado,
las quales dichxs lianâs fe han de dar dentro dc dos mcfcs primcros
/iguientcs dcfpues del otorgamiento dcfta efcriptura.
Otrofi fe alcnto y contrato que el defpoforio aya de fer dos
mcfcs dcipucs dc dadas las fianâs de la dicha dote abicndo el Schor
Duque de Maquoila traydo licencia dc Su MagcHad como efta trata-
do la qual ha de p^dir liuô que cite contrato
y capitulacioncs fe
otorgaren firmaren el qual dicno defpoforio fe lia de hazer cn la
y
CJ/a del dicho Senor Duque de Braganca.
Item feafento que la bclacion aya cfe fer dentro de un anno que
fe hayan defpofado y el liempo cn que aya dc for la dicha bclacion
y donde fc tratara y concertara defpues dc echo cl delpoforio con

tanto que fi la bclacion fe hiliclc fin acuerdo
y confentimiento de en-
tranbas partes antes del anno en que fc ha de acabar dc pagar la di-
cha dote fean los dichos Senorcs Duque
y Ouquefa de Barganâ obli-
guados a paguar de interefc a los dichos Senorcs Duque y Duquefa
dc Maqueda dcfdc que afi fe belarcn hafta que fe cunpla el dicho ano
a razon de quinze mil cl milhar por lo que fe reftafe debiendo dc la
dicha dote que efta dicho que fe ha dc pagar cn el ano defpues del
delpoforio.
Item fe dize que por quanto la dicha Senora Dona Johana tie-
nc dolientos mil marabeJis de juro que los dichos Senorcs Duque
y
Duquefa dc Bargan9a difponj»an dcllos pucs toda la dote fc ha depa-
gar cn dineros dentro del ano como ariba ba declarado excepto los
dicz mil ducados porque fe cfpera los quatro anos de que fc ha de dar
intcrefe como efta diclio.
Otro li fc acordo que cl Seilor Don Bernardino aya dc dar
y de
a la dicha Senora Dona Johana fets mil ducados dc arras de las quales
ava de gozar y goze a ora el matrimonio ft difuelba con hijos o fin
cl los
y que abicndolas de haber las goze por entero durante fu bida
con tanto que fi muriefe fin hijos o defeendientes del dicho matrimo-
nio pueda teftar lomicntc la niitad de las dichas arras y que la otra
mitad buciba al dicho Senor Don Berna’'dino fu marido c fus here-
deros habiendofe paguado de los bicnes del mayorafgo o eftando obli-
gados a ello fe buclban al diclio mayorafgo , y en cazo que no
tefta , fe buclban todas al dicho fu marido no quedando hijos del di-
cho matrimonio o al dicho mayorafgo fegun dicho cs , y que de
los bicnes ganancial*^ adquiridos durante el matrimonio tenga la mi-
taJ la dicha Senora Dona Johana o fus hijos y defendientes del dicho
matrimonio conlorme a las leys dc Callilla.
Tom. iv. Otrofi
,
124 Turovas do Liv.VL daHiJlorta ênealoglca

Ofrofi y concerto para feguridad de la dicha dote y
fc afcnto
anas el J.I:ho Senor Duque de Maqueda ypotcca la taha de mar-
c!ie:u q\;e es en el Reyno de Granada con todos fus luâres termi-
nos y re ttas de qualquiera calidad oue fean y por ler bienes de ma-
yorafgo procurara licencia v facultad Real y la pidira luego , la qual
diclu obfigacion , y feguriJad fe data a la boluntad de la perfona le-
trado o letrados que d dicho Senor Duque de Braganga nombrare
en Valladolid , o Toledo , o en Cortc de los Senores Revs de Bo-
hemia la qual dicha obligacion fe ha de hazer dentro del anno con-
tado dcfde el dia del depoforio quo I'e habra rccehido la dote excep-
to de los dicz mil ducados ultimos de que le ha de pagar intcrelc
del'de entonces.
Otroli fe afento y concerto que en cafo que el depoforio no
obiefe efedo el dicho Senor Duque de Maqueda dfi feguridad en Val-
ladolid , o Medina del campo , o I'oledo , de bolber los doze mil
ducados quo cfla dicho y concertado que fe an de dar dos mefes def-
pucs del ottorgamiento delb eferiptura la quoal feguridad fe dara a
boluntad de la perfona que el Senor Duque de Bragan9a para cllo
nonbrare.
Otrofi fe afento y concerto que el dicho Senor Duque de Ma-
queda Rcfciba por cl dicho Senor Don Bernardino fu hijo el dote
quo con la dicha Sehora Dona Johana fe le promete
y por rafon del
aya de dar y de con efeto al mcho Senor Don Bernardino fu hijo
tres mil ducados de alimentos cada vn anno que comiecen a coircr
vn anno defpues de defpofados que es liendo pagada la dicha dote
los qualcs dichos tres mil ducaaos lltuara en rentas del mayorafgo
ciertas y feguras y que li b
belacion fe concertafe y acordale antes
del anno cn tal cafo los alimentos an de comenqar de la dicha bela-
cion pues los dichos Senores Duque y Duquefa de Braganâ defdc
entonces fe obligan de hazer pagua del dicho dote conformc a lo que
ariba cn cite contrato ba capitulado y afentado.
Otrofi fe capirulo y afento que el dicho Senor Duque de Ma-
queda aya de fcnnalar y fennale dentro de vn anno que el defpofo-
rio fe hizicrc vn lugar de los de fu cafa y mayorafgo dondc dichos
Senores Don Bernardino de Cardenas y Dona Johana puedan tener
fu afiento fi quiferen no enbarguante que lo que mas agrado fera do
los dichos Senores Duques de Maqucaa es tcnerlos configo y cn fu
compaiiia.
Oiitrofi fe acordo y afento que en cafo que el matrinionio fe
difiblbicfc fin hijos o defeendientes lo que Dios no premita , en tal
cafo cl dicho Senor Don Bernardino de Cardenas de fus bienes li-
bres fi los tubieie y lino del mayorafgo aya de reftituir y bob er las
dichas airas por la orden que clb dicho y la dote y entretanto que
pagarc y rdlituyere lo vno y lo otro en dincros aya de dar de inte-
refe en caila vn anno a razon de beyente finquo al miliar fin que pol-
ios intcreU'es fe defeuente nada del principal y que como fe fucrc
pagando cl principal fe baya delcontando de los interefes pro rata
con taiito que no fe pueda liozcr paga de cinquo mil ducados abaxo.
Otroli
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da Cafa %eal Tortugue:â. 12j
Otro/i fc afcnto qiicdafe acargo del Senor Duque de Braganca
de la Senora Duqucla Donna Johana traer a Ai colb
y
y gafto a la d^-
cha Senora Donf a Johana alb la Villa dc Torrijos luego
que con la
bandicion de Dios fc belaren.
Otrofi fcafento y concerto por la parte del dicho Senor
Diique
de Bragan9a da efte dote a la dicha Senora Donna Johana aya la
, dicha
Senora dc renunciar e rcnuncie cn fu Sefioria la legitima paterna
riendo fin hijos o defeendientes lo que Dios no premitira
y mu-
no pueda
teftar fino en fietc mil
y quinientos ducados de los trenta y cinquo mil
e quinientcK que cl dicho Senor Duque de Braganca le da
para fu do-
te de fus bienes porque la rella a cuiipllmiento de
quarenta mil fon de
la ligitima paterna de la dicha Sefiora Doha
Johana , y los beyente y
ocho mil ducados buelban al Senor Duque de Braganja o al fuceflbr
fu ^fa y^mayorafgo y al tiempo pofedor della ik manera que la di-
dia Senora Donfia Jonana pueda tcltar
y difponer libremente a fu bo-
luntad en los dichqs fiete mil
y quinientos ducados yenquatro mil y
quinientos de la ligitima del Senor Duque fu padre que cn
gloria efte
ymas en las diez mil ducados que para fu cafamiento da el Sefior
Rev de Portugal , y mas en otros quinze mil que dota la dicha SeBo-
ra Duquefa DonBa Johanna fu roadre que fon por
todos treyenta y
fiete mil ducados en ê fe ha de quedar bcrdadcramente entera liber-
taJ a la dicha Senora Donfia Johana para difooner
a fu voluntad
li lo ttene por bien
y af-
aprueba cl dicho Dodror
y Joan Mcndcs de Vaf-
conccllos en nonbre de los dichas Scnorcs Duque
y Duquefa de Bra-
ganâ por birtud dc los podcres que de lus Sefiorias tiene en cafo
que la dicha Senora Donna Johana moriefe abinteftato noy tiniendo
nijos D dclixiidicntes lo que Dios no premitira buelba a
la dita Sefiora
Duquefa Donna Johana fu madre fiendo biba lo que obiele dado
, y
al Sdior Duque de Braganga fu hermano lo
que fu Sefioria obiefe da-
do , y de los otros bienes como fon fu legitima
y manda de la Em-
cratriz mi Sefiora
y del Senor Rey de Portugal fe pueda gaftar en
E len de fu alma y al^na memoria poner en autoridad fu cuerpo
, y
dofe mil ducados y la refta la aya quien dederecho lebiniere
, y en
tal cafo las arras
y bienes gananciales buelban a fu marido o a fus herc-
deros , o al fofelTor dc fu Cafa
y mayorafgo que a la fazon fiiere , ef-
tando obligado cl dicho mayorafgo al dicho dote
y arras fegun antes
efta dicho.
fecontrato que fi en el cafo que efta dicho clmatrimonio
lo que Dios no premitira que la Senora Dona
T
Johana o fus herederos ayan de tomar lo que obiefe tray do en Joyas
plata y oro en el prccio que fc le obiefe dado.
Otrofi fe trato y afcnto que en cafo que la dicha Sefiora Dofia
Johana muriefe dexando hijos y quoalquiere dellos muriefe antes dc
la hedad de poder teftar hereden los que quedaren bivos la parte del
niuerto de los beyente y ocho mil ducados que da el Senor Duque
de Bragan^ V cn cafo que todos murieiren dentro dc la dicha heuad
hereden los fiete mil y quinientos ducados de los treynta
y cinquo mil
y quinientos la perfona o perfonas a quien dc drecho Ics pcrtcncfciefen
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11 6 7rovai do Liv. VL da Hijloria ênealogtca
las otros fus bicncs , conforme a las Leys de Caftilla
y los bcycntc y
oclio mil ducados diclirs buclban al dicho Scnor Duquc dc Braganâ
y al poleflor a la fazon dc fii Caza y mayorafgo.
Otroli qiic cl diclio Do^ôr Joan Mendes dc Vafconccllos aya
deyr para b Villa dcTorrijos donde I'e juntara con el Bachillcr Joan
Albrcs Ictrado de la Cafa del dicho Scnor Duque dc Maqueda para
que entrambos pafen efta capitulacion eferiptura y bean fi ay que
y
annadir o quifar cn clla no lalicndo de la fuflancia y i'aquen un apun-
tamiento dc las cl'cripturas fianîs fcgiiridadcs y pcticioncs qiic leful-
tan defta capitulacion
y contrato y deltas den abilb a las partes para
que luego Icefctue.
Y para cunnlir yguardar todo c' fufo dicho aicntado y capitula-
do en todos los aitos capitulos y cn cada uno dellos puficren dc pciu
fobre fi el dicho Scnor Duque dc Maqueda y el dicho Doctor Joan
Mendes dc Vafconccllos fobre los dicnos Senorcs Duque v Duquefa
dc Braganya fus conftituientes ocho mil ducados para que los pague cl
uc contrabinillc al dicho capitulado fin boluntad del otro liendo la
a icha contralrcncion eftorbo o contradicion y caufa para que el dicho
ncgocio en lo principal no fc efetuafe y alfi mefmo le obligaron de dar
fianâs en Valladolid , Medina, o Toledo Jclos dichos ocho mil duca-
dos dentro dc dos mefes dcfpucs que ellc contrato y capitulacion tiie-
rc cclia y ottorgada
y que ito puedan pafiar los dichos dos mefes fin
uc eften pedidis a Su Mageftad o a lus Gobcrnadorcs de los Reynos
a cCadilla las facultadcs que fean depedir y dadas las Kansas y Icgu-
ridad que fc a de tomar dc la una parte a la otra y que no dando los
dichas Senorcs Duque y Duquefa dc Braganâ o por lu parte las fian-
9as y feguridades que por efta eferiptura y capitulacion quedan obliga-
dos a dar dentro del tiempo cn clla dcclarado todo los capitulados v
afentado por las dichas partes y cllas queden fibres de lo qual todo le
haya dc oar copia trcslado a cada una dc las partes para que fepan
y
lo que ande cumplir y guardar.
Las qualcs cofas todas , y cada una deltas como fon dichas apun-
tadas y dcclaradas cl fobre dicho Scnor Duque de Maqueda y cl dicho
Doctor Joan Mendes dc Vafconccllos por birtud dc los podcrcs a el
dados pelos dichos Senorcs Duque y Duquefa dc Braganâ cada uno
por fu parte aprobaron , y otorgaron y obicron por firmes y prometi-
cron de las guardar y cumplir y no benir contra ellos cn parte ni cn
todo fo la dicha pena de ocho mil ducados para la parte cumpliente
y guardante todo lo cn eftc contrato prometido afentado y dcclarado
y concertado la qiioal pena paguada o no paguada todo lo aqui con-
tratado quede firme y cn todo ill bigor y tuerâ y para feguridad dc
todas eftas cofas
y cada
una deltas cl fobre dicho Senor Duque de
Maqueda obligo uis bicncs mueblcs y ravzes abides y por haber y el
dicho Doctor Joan Mendes dc Vafconccllos obligo los dc fus confti-
tuientes por la mcfma forma y mancra lo qual todo fuc por el dicho
Scnor Duque de Maqueda y por el dicho Doctor Joan Mendes dc Vaf-
conccllos prometido porantc mi notario y teftigos abaxo eferiptos efti-
pulado yaceptado, cyo Pedro de Yracheta notario publico utrofi cf-
•1. tipule
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, ,
da Cafa âl ôrtuyieâ. 127

tipule y acepte en noinbre de los dichos Senorcs Duque y Diiquefa de
Bragan^ y de la dicha DonBa Johatia aufentes todo lo que dicho es,
y cn teltimonio deMo los dichos Senores Duque yDuquefa de Maque-
da V el dicho Dov^bor Joan Mcndes de Val'concellos procurador delos
di./ios Senores Duque y Duquefa de Braganâ inandaron fcr echa cfta
cfcriptura de contrato
y que a cada una de las partes fea dado el tref-
lado del en publico , tdligas que a todo fueron prelcntes Don Fran-
cifco Câpata y cl bachillcr Francilco de Villal y Hcman Gomes Sc-
cretario criados de I'us Senorias y firmaron aqui los Senores Duque
yDuquefa dcMaqueda y cl Doifbor Joan Mendcs de Val’concellos fus
noinbres con fus proprias manos FI Duque y Marques delche , la Du-
S
do
‘'i
y Marquefa delche Johan Mcndes de Vafconcellos c= Va enmen-
la tercera plana do fe Ice requeyra = y en la catorlena plana
en
y en la quinfena plana do fe le acordado no enpezem. Y
fe lee
aprobo yo cl fufo dicho notario.
Sigilo demy Pedro deYrahcta bezino de la Villa deOlid de Reyno
dciVabarra por la autoridad apollolica ubique terrnrum y porlaauto-
lidad Real notario publico y jurado cn todo cl dicho Reyno de Na-
barra qui doy fe y tellimonio que al otorguar de las prefentes Capitu-
los matrimoniales a una y juntamentc con los fufo dichos teftigos pre-
I'cnte me allc en los dichos Palacios con aceptamiento y ottrogamiento
de los fufo dichos Senores Duque y Duquela de Maqueda y del dicho
Do-ilor Johan Mendcs de Bafconcellos partes contraentes e de los di-
chos teftigos cn nota cn mi libro de regiftro afente del quoal faque y
reduli los prefentes Capitulos matrimoniales en clla publica forma fim
mas y dm mcnos de como fe otrogaron efeviptos de mano de otro a mi
/le/ de liccncia que para cllo tengo de Su Magcftad en eftas ocho ojas
de plieguo cntcro de papel y con eftos mis ligno y nombre acoflum-
brados , los faque y por fer rogado y requerido cn fe y tellimonio de
verdad.
Pedro dc Yraheta notario.
Ohrigaqad do dote de arrhas da Senhora Dona Joanna , Marqiieza

de Elche aiithenttco, E/ld no Cartorio da Cafa de Braganqa ,
donde a tirey.
C Onofeida cofa fea a todos los quefta prefente Carta , y publico Myjyj
ynftrumiento de obligacion , eypoteca vicren como yo Don Ber-*"
nardino de Cardenas Duque de Maqueda, Marques dc Elche Viforrej
^ j
An. 1550*
de Navarra , por mi , y por mis herederos , y fulcefores en mi Cafa , y
majoradgo , y por los que de mi ( o dcllos ovieren titulo ) o caufa al-
jna otorgo, yeonofeo, que por quanto entre los Seftores Duque , e
B uqueza dc Braganga fe hizo cierto contrato , c capitulacion dc que fe
cafen mi hijo mayor , c la Senora Dona Juana de Portugal , hija , y
ermana de los dichos Senores Duque , e Duquefa , e uno de los dichos
C'apitufos de la dicha cfcriptuia que fe hizo cn la Villa del Olite del
dicho Reyno de Navarra dclantc dc Pedro deYrahcta Notario publi-
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,
12 8 7rovas do Uv. VI. da Hifloria (jenealo^ca

CO cs quc yo aya dc obligar a la paga , £ reftitucion de la dodle , y ar-
ias de la dicha Senora D. Juana la Taha de Marthena quc cs cn cl
Rcyno dc Granada, con todos fus lugares , e tcrminos, e rentas, y
por for biencs dc mavoradjjo fe ovicfe para cllo facultad Real , y cn la
dicha capitulacion a/i myimo fc dizc , e pone la horden , y forma dc
la paga , c rcflitucion de la dicha dote , e arras , y los intcrclTes , que
por ella fc an de pagar cn cada un anno entre tanto quc yo , o los di-
chos mis fufeefores nolo quificremos pagar, e pagaremos con efcfto
I'cgun quc cn dos Capitulos dc la dicha eferiptura dc Capitulacion fe
conticnc cl thenor de los qualcs cs die que Ic liguc.
Otrofi fc afento , y concerto para feguridad dc la dicha dode
y arras el dicho Sefior Duque dc Maqueda ypotccara la Thala de Mar-
chena quc cs cn el Reyno de Granada con todos fus lugares , termi-
nos, c rentas de qualquicr calidad que fean, y por I'er biencs dc ma-
yoradgo procurara liccncb , e facultad Real, ylapedira luego laqual
dicha obligacion , y feguridad fc dara a voluntad dc la pcrlbna Ictra-
do o letrados , que cl dicho Senor Duque de Braganca nonbrarc en
Vallid , o Toledo o en Corte de los Senorcs Reyes ue Bohemia , la
,
ual dicha obligaaon fc ade hazer dentro del aho contado defde cl dia
3 el defpoforio que fc avia refeebido la dodtc cxcebto de los diez mil
,
ducados ultimos, deque fc ade pagar ynterefe defde cntonccs.

Otrofi fe acordo , y afento que en cafo qual matrinionio fe di-
folviefe fin hijos , o defeendientes lo quc Dios no permiu , cn tal cafo
cl dicho Senor Don Bernardino de Cardenas dc fus biencs fibres fi los
tuviere , y fino del mayoradgo aya de reftituir , c bolvcr las dichas ar-
ras por la horden que ella dicho , y la dodlc , y entretanto que paga-
rc , y reftituyre lo uno , y lo otro en dincros aya de dar de intcrefe
en cada un anno a razon de veynte e cinco mil cl milhar fin quc por
los interefes fe defquente nada del principal , y que cqmo fe fucrc pa-
gando el principal fc vaya defcontando de los interefes por rata con
tanto que no fc pueda nazer paga de cinco mil ducados abaxo. Y
porque para feguridad de la dicha do£lc , e arras , y en cumplimiento
dc la diclw Capitulacion yo ove liccncia , e facultad Real para poder
obligar , c ypotccar la dicha Taha de Marchena , fûn , y como cn
dicha facultad Real fccontienen qudla firmada de lus Altczas de los
Scnorcs Revs de Bohemia , Governadores en eftes Reynos de Su Ala-
gellad , c fellada con cl Sello Real fu hecha en Vallid , a treynta dc
Abril deftc prefente anno dc mil e quinhientos e cinquenta , c refren-
dada dc Juan Vafqucz dcAlolina, Sccretario el thenor de laqual cs cf-
tc que fefigue. n
D. Carlos por la Divina clcmcncia Enperador Icpre agufto . Rcy
de Alemania , Dona Juana fu madre , y el mifmo D. Carlos por la gra-
cia de Dios Reyes dc Callilla ,
de Leon ,
de Aragon ,
dc las dos Seci-
lias, dc Jerufalcm , de Nabarra , de Granada , dc Tollcdo , dc Valen-
cia , de Gafizia , de Mallorcas , dc Sevilla , de Cerdena , de Cordova
deCorcega, dc Murcia, dejaen , de los Algarvcs , dcAlgcziraj de
Gibraltar, de las Yslas , Yslas deCbnaria , de las Indias , Islas , c uerra
firme del mar occano , Condes de Barcelona , Senores de Vizcaya , e
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, ,,
da Cafa Kâl Tortuguesâ. up

Je Molina , Duqucs de Athcnas , e de Neopatria , Condes dc Ruyfc-
llon, c dc Cerdiania, Marqucfes dc OriAan , c dc Gociano Archidu-
,
qucs dc Aufhia , Duqucs de Borgofia , e de Bravantc , Condes de I lan-
des , y de Tirol &c. For quanto por parte de vos Don Bernardino dc
Cardenas , Duque dc Maqueda , Marques de Elche , nucAro Vifo-Rey,
c Capitan general oue at prefente fois del nueAro Rcyno de Navarra
e de vos D. Bernardino de Cardenas I'u hijo , eliibcelbr enfu Gala, c
mayoradgo nos ha Ado fecha relacion queA.H contratado , y concerta-
do que vos cl dicho D. Bernardino os Calais conD. Juana dc Portugal,
hija dcD. Jaynics Duque dcBraganâ ya difunto deD. Juana , Dii-
, y
quefa de Bragan§a , fu inuger , e que entre otras colas qiie fe alenta-
ron , y capitularon , al ticnipo que fe concerto cl dicho cafamiento
y cn razon del fuc que a la feguridad de la paga , y rcAitucion de fe-
lenta y cinco mil ducados pagados en cierta manera que con ella Iios
dan en dote, edefeis mil ducados que vos le prometcis cn arras, obli-
gaiedcs vol los didios Duque , c Don Bernardino la Taha dc Marclicna
ques del dicho vueAro mayoradgo en nueAro Reino de Granada , con
todos fus lugares , tcniiinos , e rentas dc qualauicr calidad que fcan
fuplicandonos , y pidiendonos por merced hos uiefemos Lccncia , e fa-
cultad para hazer ladicha obligacion, conforme a la Capitulacion del
dicho cafamiento , no enbargantc el dicho mayoradgo , c qualesquier
claufulas , vinculos condiciones del , y que las dichas arras ecedan
^ y
del valor dc la decuna parte dc los bicncs libres dc vos el dicho Don
Bcrnaidino dc Cardenas o como la nuelba merced fuefe , y nos aca-
tando lo fufo dicho , e porque fe efetue cl dicho cafamiento tovimos
lo por bien , y por la prefente dc nucAro proprio motu , y cierta ci-
cnc/a, ypodcrio Real abfoluto deque, cneAa parte queremos hufar,
y ulamos como Reyes , y Scnorcs naturalcs a orrcconocicntcs fuperior
cn lo temporal danios licencia , y facultad a vos los dichos Duque de
Maqueda , y Don Bernardino de Cardenas fu hijo para que obligan-
do primeramente a la feguridad de la paga , e reAitucion del diciio
dotte , y arras los biencs libres , que anbos teneis A aqiicllas no balla-
ren podays obligar la dicha Taha dc Marchena , con todos los lugares
terminos , c rentas a ella anexos , e pcrtcncfcicntcs dc qualquier cali-
dad oue fean , conforme a la dicha Capitulacion por la parte que dc
mas dc los dichos bicncs libres fuerc mcneAcr , haAa en la dicha fuma
del dicho dotte , e arras , y en defeilo de no tener ningunos biencs li-
bres por todos los dichos fcicnta y cinco mil ducados del dicho doê,
c feis mil ducados de las dichas arras , y otorgar fobrello las cartas de
obligacion , y otras qualcs eferipturas que para Anneza , c validacion
dc lo I'ufo dicho fucren ncccfari;is dc fe nazer las qualcs nos por la pre-
fentc conArmamos , loamos , y aprobamos , e ynterponemos a cllas , y
a cada una dcllas nucAra authondad Real , c queremos , y mandainos,
que valan , e fcan Armes en quanto fon , y Aicrcn conformes no ex-
, y
cciedcren , ni pafaren de lo contenido cn cAa nueAra facultad no cn-
bargantc el dicho mayoradgo , y qualesquier claululos , vinculos , c
condiciones con que cn cl cAa yncorponida la dicha I'aha ,
e que las
dichas arras ecedan del valor deladccuna parte de los biene libres de
Tom. IV, ^ ''"s
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3
1 o Turovas do Uv. l^L da Hijlorta ênealogica

VOS el dicho Don Bernardino dc Cardenas , e qualesquier leyes , fue-
ros, yderechos, ufos, ycoftnbres cfpcciales, ygenerales que en con-
trario defto fcan , o fer puedan que para en quanto a efto toca nos
:
dilpenfamos con todo ello quedando en fu fuerâ , e vigor para lo en

lo demas adclante , y para cite cfcfto folamcntc hazemos libres del di-
cho mayoradgo , claul'ulas , vinculos , y condiciones de la dicha Taha
dc Marchena con todolo a ella ancxo , e pertenefeiente con tanto que
fea via propria , c del dicho mayoradgo porque nueftra intcncion , y
voluntad no cs deprcjudicar en lofulb dicho a nueftra Corona Real,
ni a otro tcrccro alguno que no fea de los llamados al dicho niayorad-
go , y otrofi con tanto que dcfpucs dc reftituido , e pagado ef dicho
dottc , y arras la dicha Taha , y los demas bienes , o la parte que de-
llos fegun dicho cs obligardcs queden libres dc la dicha obligacion , y
en el dicho mayoradgo fegun , e dc la manera con las claul'ulas , vincu-
los , y condiciones con que agora lo eftan , y mandamos a los del nu-
eftro Confejo Prefidente , y Oydores dc las nueftras audiencias alcal-
des , alguazilcs, dc la nueftra Cala , Corte , c Chanccllcrias , y a todos
los Corregedorcs afiftentc , Ciovcrnadorcs , alcaldes , alguazilcs , meri-
nos, Prevoftes , y otras jufticias, ejuezes qualesquier deftos nueftros
Reynos , c fenorios que guarden , v cunplan , y hagan guardar , y cun-
plir efta nueftra Carta , y contra lo en ella contenido no vayan , ni
pafen , ny confientan yr ,' ni pafar en tiempo alguno , ni por alguna
manera fopena de la nueftra indignacion c dc dicz mil maravedis para
la nueftra Camera a cada uno que lo contrario hiziere dada en Vallid
a treynta dixs del mes dc Abril dc mil c quinhientos e cinquenta anos
Maximiliano larcvna yo Juan Vazquez de Molina , Secretario de fu
Cefarea , y Catolicas Mageftades la fizc , eferivir por I'u mandado fiis
Altezas en fu nonbre cl Liccnciado Galarza , el Licenciado Montalvo
regiftrada Martinhor Tiz Martinhor Tiz por Chanccllcr.
Por tanto yo cl dicho Duque dc Maqueda digo que viniendo ca-
fo que fe aya dc reftituir la dicha doiftc , c arras a la dicha Senora D.
Juana , o a fus hijos , y credcros , o a la perfona , o perfonas dc los di-
chos Scnorcs Duque , e Duquefa de Bragan^ , o a fus fucefores con-
forme al dicho contrato matrimonial , y Capitulacioncs del , y no fe
hallarcn bienes mios libres , o del dicho D. Bernardino de Cardenas mi
hijo para que cntcramcntc por cllos fe pueda hazer la dicha paga , e
reftitucion dedotfte, e arras, encafo que feaya dc bolver apartado cl
matrimonio en tal cafo todo loque faltarc delasdichas arras, y dc la
dicha do£Ve avicndola yo refeebido para cuya paga , e cunplimiento
nobaftaren ios dichos bienes libres digo , y otorgo que lo aya la di-
cha Donna Juana , e fus herederos , o la perfona , o perfonas a que
porvirtud del dicho contrato , e Capitulacion pcrtencfcicren avcrlo
en la dicha Taha dc Marclicna , y en uis lugarcs , terminos , c rentas a
ella anexas , c pertenefeientes dc qualquicr calidad que fean , e la obli-
go , e ypoteco a ello no enbargantc que fean bienes de mi mayorad-
go por virtud dc la dicha facultad Real efto hafta que realmente , c
con cfeifto fea reftituyda , e pagada la dicha dotfte , e arras , c fe bu-
clva , y entregue lin falta alguna.
Otrofi
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,
da Cafa %eal ôrtuyieiâ. 13 I

Otrofi digo quc porqiie la dicha Capitulacion , c capitulos dc
fufo ynfertos efta dicho , c afcntado que dilblvicndol'e el dicho ma-
trimonio fin hijos , o dcfcendientes lo que Dios no pcrmitira , en tal
calb el dicho D. Bernardino de Cardenas mi hijo dc i'us bicnes libres
^
fi Ins tuvicre fi no el mayoradgo aya ue reftituir e bolver la dicha
, y ,
doiflc , e arras , y entictanto que fe pagare , e reftituyere lo uno , e lo
otro en dineros ava dc dar de intcrefe en cada un anno dc los quc qui-
/icrc detener la dicha paga a razon de veynte cinco mil el miliar
y
fin que por los dichos interefes lb dcfqucnte nada de lo principal , y
t quc coino lb fiiere pagando cl principal , fe vaya defcontando dc los
interefes por rata con tan to quc no fepueda hazer paga, dc cinco mil
dreados abaxo fegun cl dicho Capitulo fe conticnc por tanto ali mif-
• ino digo , y otorgo , quc para la paga , c feguridad dc los dichos intc-
refes , a razon de los dichos veynte c cinco mil cl miliar en cada un
anno, de los quc yo , ocl dicho mi Iiijo dctuviercmos , y quifieremos
detener la fuertc principal dc la dicha do£te, e arras, o alguna parte
Jello obligo , c ypoteco la dicha Taha dc Marchena , a la dichas D. Ju-
ana , e a fus herederos , o a la perfona , c perfonas a quicn pertenezea
aver , c cobrar la diclia doctc , c arras para quc les lean pagados los
dichos interdbs , c pcnfioncs a razon dc los dichos veynte e cinco mil
cl miliar dc las rentas de la dicha Taha ; fin por ello lb defcontar cola
alguna del principal , y quc pagando , y queriendo pagar parte de la
dicha doftc , c arras fe dclqucntcn por rata cl dicl.o interclc con quc
no lb pueda de una vcz pagar , mcnos dc cinco mil ducados fe^n en
cl dicho Capitulo dc fulb inferto fe conticnc para lo qual todo anfi
cumplire guardar , c aver dc pagar , c reftituir obligo , y efpccialmcn-
fc, vpoteco j>or mj , c cn nonbre dc mis herederos, e fubcefores de
mi Gala , c por virtud de la dicha facultad Real la dicha Taha dc Mar-
chena, elugares, cterminos, cvafallos, cjuridicion, y rentas , e de-
rechos dcella con todo lo a cila ancxo , y pertenefeiente cn favor de
la dicha Seaora Dona Juana , c de fus hijos , y eredcros , e de los di-
chas Seaorcs Duque , c Duquefa dc llraganca , y dc fus herederos , e
'
fubcefores cn I'u Cafa , e mayoradgo del dicho Sc.-or Duque a los qua-
)• les pertenezea aver, y credar la dicha dote, e arras, e interefes detlo,
c les dov poder cunplido , libre , entero , c baftantc qual cn tal calb
’’
fc requieren para quc cn quanto nolcsfucrc pagada , ercftiniida ladi-
' cha doiTc que anfi lb refeebieren , y las arras fulb dichas , o los intcre-
I fes porcllo co;no dicho cs , puedan los fufo dichos Scnorcs, o quicn
fu poJ.T ovicrc tomar, yaprehender la polefion de la dicha Talia dc
vo Mareltciu , edefus lugarcs, cvafallos, cjuridicion, c rentas para que
por ello fcan entregados , e pagados dc todo lo fufo tlicho , c pido , c
rp'* requicro , c fi neceiJario cs , mondo a los concejos , e vezinos dc la di-
;fl'’ cha Taha , e lugares della que agora fon , e feran adclantc , que en
:
jS * quanto no fucren pagadas las dichas do<Tcs , c arras , o los interefes por '
ello como dicho es refeiban , c reconolcan , c tengan por fenores de
^rJ^ la dicha Taha fus lugares , y rentas , c dercchos a la dicha Senora
, y
c.
^
Doha Juana c a fas herederos, y leden la obedicncia, revercncia, e
^
bi*' Ibaorio, y l''’acudaii , y hagan acudir a clla , y a fus herederos , c liif-
celbres,
Tojn.I\V
QtfO'i
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,
t$i- Turovas do Uv. VL da HiHoria (jenealogtca

ccforcs , y a los dichos Scnorcs Duque , e Duquefa de Braganca , y a
losfuyos fcgund la parte, que le pertenefeiere aver de la diclia ao-
fte , e arras , e interefes , conforme al dicho contrato , e capitulacion
matrimonial con todas las rentas , pechos , e derechos , y otras cofas
a la dicha Taha anexas devidas , e pertenefeientes de el dia que lo fufo
dicho no fe cunpliere , ni pagare cn adelante fegun , y conio , y de la
manera , que los dichos conl'ejos , e vezinos de la Taha heran obligados
a me lo pagar amj yo obligome de haler cierta faria , e fegura , e de
az a la dicha Senora Dona Juana, e a los dichos Senores Duque , e
E)uqucfa de Bragan9a , e a los herederos, e fufeefores de qualquicra
dellos , la dicha Taha de Marchena , y otnis cofas , e izentas della que
anli agora obligo , e ypoteco de qualquiera perfona , o perfonas que a
ello le pufieren enbargo , o contradicion , y que en qualquier tiempo
que fobrello jjor la dicha Senora D. Juana , o por fus herederos , o por
los dichos Senores Duque , c Duquefa de Braganca fus herederos
, y
f'uere requerido afi antes de la lid conteilada como defpues tomare-
mos yo , e los dichos mis herederos , e fucefores por la dicha Senora
D. Juana , y fus herederos , e por los dichos Scnorcs Duque , e Duque-
fa de Bragan9a , e fus hercidcros la voz , autoria , e defenfion del plcy-
to , o pleytos que fobrello Ics movicren , o quilieren mover, c los fi-
guiremos, y traremos , fenefeeremos, yacabaremos a nueftras proprias
coftas , c midioncs halta tanto que queden fatisfechos , pagados , c en-
tregados la dicha Senora D. Juana , y fus herederos , y los dichos Scno-
rcs Duque , c Duquefa de Braganca , y fus herederos de la dicha dofle,
c arras , e interefes del entretanto por la dicha Taha , e por todo lo a
ella ancxo en paz , y en falvo , e fin dano , ni cofta , ni contradicion
alguna , fopena , que fc all no lo hizieremos , e cumplieremos , que por
cl mifmo cafo feamos obligados , yo , e mis herederos , e fufeefores de
mi Cafa , y mayoradgo de bolvcr , tornar , e reftituir con el doblo
la dicha dote
, y
arrxs , c interefes , con todas las coftas , danos , ynte-
refes , e mcnofeabos , que fobrello a los ful’o dichos Senores fe fe-
guieren , y rccrecicren , y a fus herederos , y la dicha pena pagada , o
no pagada quclla Carta , e todo lo cn ella contenido lea firmc , e val-
ga para lo qual todo lo que dicho es afi tener , e mantener , y guar-
dar , y cumplir , e pagar , e aver por firmc , c obligo mi perfona con
todos mjs biencs musics , e raizes avidas , e por aver , y las perfonas
y bienes de los dichos mjs herederos , e fubccforcs prefentes , e
por vc-
nir , e por efta prefente Carta ruego , e pido , e uoy , c otorgo cntc-
ro poder cumplido a todas , y qualefquicr juezes , e jufticias , donde
la dichas Dona Juana , o fus herederos , o los dichos Scnorcs Duque
de Braganja , o fus Iicrcderos me fometicren para que por todo rigor
de dereclio me premien a lo todo afi pagar , c cunplir ^ y aver por fir-
mc , c fobrello hagan cn mi perfona , e bicncs , y de mis herederos to-
das las el’ccuciones , ventxs , c remates de biencs
,
que convengan fer
fechas halla tanto que todo lo en efta Carta contemdo aya entero , c
cunplido cfeilo como fi todo lo que dicho es , fuefe afi dado por fen-
tcncia definitiva do Juez conpetente por mj , c por mis herederos , y
fucefores de mi Cafa , c mayoradgo confentida , e pal'ada cn cofa juz-
gada ,
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,,,
da Cafa êal ’Tortugueaâ, ^
aJa ,
fobrc lo cjual rcfnuncio todas , e aualefquicr Icyes , fueros , e
§crechos , e prcvillegios , excepciones , e aefenHones que cn mi favor
o de mis hcrcdcros , y contra lo que dicho es , e parte dello fcan , e
puedaii fer , y en efpecial reimncio la ley que dize que general renun-
ciacion non vala en teftimonio de lo qual otorgue la prcfcnte Carta
ante el efcrivano , c tclligos de fufo cfcriptos. E en el Rtîllro della fiz
my nombre , que fue fecha e otorgada , en el dicho dc Pamplona a
veyente nueve dias del mcs de Otobre anno dc nucllro Salvador Jefu
Cnrifto dc mil e quinicntos e cincoenta anos. Teftigos que a cllo fue-
lon prczentes , Juan de Caftillo , e Pedro de Lemos , c Alexandre dc
Lipis Criados defu Scnoria &c.
Auto de pqfe da Villa de Guimaraens par o Du(jue Dom Theodo-

Jxo I. Original efia no Cartorio da Ca)a de Braganqa no maqo
de Guimaraens,
m nome
E fe
deDeos amcm. Saibao quantos efte eftormento dcpof-NuiTl. I4.T.
virem , que no anno do nalcimcnto de noflb Senhor Jhud Cnrif-
to de mil c quinhentos c trinta e tres annos onze dias do mcs de Ja-
a - .T
^ • • 53} •
neiro na Villa dc Cuimaraaees , nos Pa90S do Confelho da dita Villa

na Camara della eftando hy Alvaro Rabello , e Bertollameu Gomez
juizes ordinarios na dita Villa , e afy Joham Alvarez , e Joliam Fer-
nandez Vcrcadorcs , e Joham Barolfo Procurador do Confelho da di-
ta Villa todos moradorcs em ella. Pareceo o Bacharel Joham Alva-
rez Ouvidor dos Duques dc Braganqa , c leu Dcf:mbargador , e dilfc
ans ditos Juizes , c ofcciaaces que clle Ihes queria notefiquar certas pro-
vilbocs , eprocura9om que tinha do muito Illuftrc Principe , o Senhor
Duque D. Theodofio Duque de Bragan9a , de Guimaraaccs , deBarce-
cllos , Marques dc Villa Vi9olFa , Comde Dourem , c da Rayollos , Se-
nhor de Momforte &c. que Ihes pedia , que o ouvilTem , e vilTem as di-
tas provifo&es aprcfemtanidolhcs loguo hda Carta patente aflinada pel-
lo aito Senhor , c alTellada com o I'cllo das fuas armas cujo tcor abai-
xo vaj imferto de verbo a verbo , e afy hufi Alvara do dito Senhor de
como era feu Ouvidor , cujo o trcllado outrofy adiante vai eferipto
a qual Carta de procura9om foi lida , eprovicada em alta voz por Jo-
ham Vieira Cavallciro da Cafa do dito Senhor eferivao da dita Cama-
ra da dita Villa , e lida , e imtemdida pclos ditos Juizes , ofcciaacs dil-
fcra6 que villa a dita prociira9om o tiaviab , e reconheciab por Procu-
rador do dito Senhor ,
e Ihes mandarb poer no mceo da dita Camara
huda cadeira com lua alcatifa como a pelToa que reprefentava a pef-
foa do dito Sonhor Duque, cclle feafemtou em ella, ecomo feu Pro-
curador Uiespedio , e requereo que Ihe deffem a polTc da jurifdi9om ,
mando , e fenhorio , c fogci9am , e valTallagem da dita Villa , e povo
della , c leus termos por ho dito Senhor Duque Dom
Theodofio fer
provido della como filho barab primogenito do Duque D. James que
Dcos theem ,
que della foy Senhor , ceftava cm polFe de todo o fo-
breJito c os ditos Juizes ,
e Vcrcadorcs , e ofcciaacs vifto feu pedir
,
e rc-
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,
1^4 (^0 Liv. VI. da Hlflortd ênealogtca

c ruqucrimento , e por fcrcm ccrtos quc fua Real Senhoria era erdeiro
primogenito , e fobceiror do dito Senhor D. James Duque palTado , e
erdeiro, e fobcefTor na jurifdi 9 om , fenhorio defta dita Villa Ihedavam
ha obediencia polTe , e o rccebiafS por feu Senhor , e Senhor da dita
,
Villa , e da jurildicani , edireitos della , eaviam em booa ventura o
lecebercm por feu Senhor , e ferem feus Vaflallos por o muito amor
que teverom ao dito Senhor Duque feu Pay que Dcos them , e pol-
las muitas mcrccs , honra , e emparo , e trato que cm fua vida Ihes fe-
zera , e [polio quc efperavam de fua muj Illuftre Senhoria como filho
primogenito dc feu Pai com o mefmo amor , e vontadc , c aiiimo ver-
dadeiro de leaes Vaflallos que fenipre forom , e ferao aos Scnhorcs da
dita Villa o recebiao , e aviao por feu Senhor , e em nome della , e
dos povoos della , e de feu termo Ihc dava6 polfc de todo o quc pc-
dia , e cm final dill'o , e autos dc pollc tliomarom as chaves da dita Ca-
mara , e as poferom cm hiiCi baeio dc prata atadas em hua cimta de fe-
da preta atadas poftas no dito bacio Ihas mandarom entregar ao dito
Procurador per Jeronimo Luis Pacharel , morador , c natural na dita
Villa Procurador dos ncgocios della , c comfelho , c per Joham Barol-
fo Procurador da dita Villa , o qual Procurador do dito Senhor afem-
tado na dita cadeira como dito ne as tomou cm luas maa6s , e difie
cm feu nome que
rccebia per aquclle auto de pollc juridico a polle
do fenhorio jurifdigom , mando , c fogeiôm , e vallallagcm da dita
,
Villa , c feus termos, c dos dercitos Reaes , e rendas , c coufas que na
dita Villa o dito Senhor Duque tern per nias doagooes, e erm as di-
tas chaves ârou , c abrio
,
e 1‘echou has portas da dita Camara , c fc
Olive por empollado de todo o quc dito he , e mandou aos ditos Jui-
zes , e Vercaaoras , c Procurador que Ihcs deflem as varas da julliâ ,
c amcniftracam da dita Villa os quaes lhas entregarao , emctcraft cm
fuas maos do dito Joham Alvarez Procurador que as reccbco , elhcs
mandou que nab ufaUcm dos ditos officios fern mandado do dito So-
nhor, eellcs alfv oprometeram afazer, edadaadita repofta , cfeitos
os ditos autos dc polTe o dito Procurador do dito Senhor avendolTe
)or anpollado dc todo, e cm nome do dito Senhor . e como feu fobl-
fene Procurador Ihcs tornou a entreguar as chaves oa dita Camara , e
'•asvaras aos Juizes , e Vercadoics , e Procurador, e Ihcs mandou que
em nome do dito Senhor Duque uzafl'em de feus officios como cra6
obrigados, c Ihcs mandavab asordenaqofs dclRcy nolfo Senhor, eque
daqui em diante fc chamalTem , c nomealfem por Juizes , e officiaefi? da
dita Villa, e fc nomcaircm por cllc, c fob feus titollos, e aly aodito
cfcripvao da Camara e dies afy o promctcrom de fazer , e feito o di-
,
to auto de polTe demtro na dita Cjamara ho dito Procurador dc Sua

Senhoria pafrou ao Paaô do Comcelho da dita Villa homdc fefazem
as audicmcias omdc crom prelcntes Eftovam do Valle , c Francil'co
dc Freitas , Cavalleiros da Cafa do dito Senhor , c Salvador Lopez , e
Jeronimo de Varos , e AfFonfo Lois , e brancifeo Alvarez , c Joham
Alvarez Dazeredo , cGonfallo F'ernandez , c eu Joham Ribciro Caval-
leiro da Cafa do dito Senhor , e 'J'abaliiao na dita Villa todos Tabal-
liaes na dita Villa , aos quaes o dito Procurador tui nou a refumir co-
mo
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da Cafa âl Tortugueiâ. 135
mo tomava ,
e queria tomar a pofTe dos officios da juftiqa , qûe Ihe
pcdia que lha dcirem , e os fobrcditos em feus nomes , e dos aufemtes,
e afy Vallemtim dc Varos Emqiicredor , e Jeronimo Rodriguez , c
CIiriftova6 Vaaz que ferveni dc deftrebuidor com todas os ^^mquere-
dores todos Ihe derom ha pofle per hurt livro de notas , e efereveni-
nha , e Ihe offerecerom em 1‘ua ma6 a poffc de feus officios , c o dito Pro-
curador recebco em fua ma& o dito livro , e efereveninha , c dilfc que
fe avia em nome do dito Senhor por em poffie dos officios , e que na&
uzaflem dcllcs fern mandado do dito Senhor , c tanto que efto foi fei-
to o dito Procurador avendo por tomada a pofle per os ditos autos Ihcs
tomou o dito livro , c efereveninha a dies tornou , e deu em nome
do dito Senhor ameniftra 9 om , e cxercicio dos ditos officios , e que
uzalTem delies fegundo forma de feus Rtîmentos , e fuas ordcnaôcs
de Sua Alteza , e como uzava6 em tempo do Duque feu Pai , e que nas
eferipturas, e autos que fezeflem fc nomealfcm por Sua Senhoria, e
fob I’eos titollos , e elles o proincterom alTv de lazer , e de todo o dt-
to Procurador pedio feu cliormento dc pofle cm forma. E no mefmo
dia , c propria ora o dito Proairadoi fc foi com os ditos juizes, Pro-
curador , e ofcciaaes , e homecs bo6s , c parte do povo a porta da Vil-
la principal nomcada a porta de Sa6 Domingos , c fendo hy prefentes
com osuitos offidaes, pedio aschaves das portas da dita Villa, e Ihe
forom dadas , c emtrcgucs cm fua maa6 , c mandou fcchar a dita por-
ta , e 9 arrar com as ditas chaves , c a tornou mandar abrir pellos quaes
autos ouve por tomada a pollc da dita Villa , e mandou em final de
iofle pocr hua bandeira no cima da dita porta no muro contra a Vil-
fa , e de todo requereo a mim Taballia6 que fizefle cftc auto de pof-
fc , eu Johain Ribeiro Taballiao , que o eferevi j teftemunhas quo ao
dito auto forom prei'entes o dito Diogo Lopez dc Lima , e I'crnao
da Mifquita hdalgo da Cafa delRey noflb Senhor, e Jorge Caldciia
efeudeiro fidalgo , e Fernando dalmeida Lecenciado , e o Bacharel Je-
ronimo Imis , e Joham Affonfo dos Quimtos , efeudeiro da Cafa dcl-
Rcy nolfo Senhor, e Joa& Teixeira , Efeudeiro, e Joham dosTremos
outrofy efeudeiro todos moradorcs na dita Villa, e Salvador Lopez, e
Francifeo dc Freitas TaballiaCs na dita Villa , que juntamente comigo,
'Taballiao forom prefcri^:es nos ditos autos , e tomamento de pollc , c
virom , eouvirom todo o fobredito, e eu fobredito Joham Ribeiro
Taballia6 oelcrcvi. Teftemunha mais Antonio daCoHa efeudeiro. E
no dito dia de omzc dias do mes dc Janeiro , c anno fobredito dc mil e
quinhentos e trinta c ties annos depois dc comer , e dc feitas as dilligen-
cias, e autos do tomar dapolTc da dita Villa, c jurifdiôm della como
atras fica fc foi ao Callello , e fortalcza da dita Villa de Guimaraacs de
que he Alcajde moor Diogo Lopez de Lima fidalgo da Cafa dclRey
nolfo Senhor , e do feu Confclho , com Alvaro Rabcllo Juiz ordina-
rio, ecom os Vercadorcs , e offidaes, eoutros homers omrados da di-
ta Villa , e chegou as portas do dito Callello que cfta6 pera demtro da
dita Villa corntra Santa Margarida , c hy achou o dito Alcaide moor que
eftava demtro da dita fortalcza aoqiial cmprefeiKja demim 'Taballiao,
c das teftemunhas abaixo nomeadas Ihc fez provicar , c leer a dita Car-
ta
^rovas do Lh. V 1. da Hijloria ênedogica
ta de procuraôm do dito Senhor Duquc aqual ouvida porelle refpon-
dco que o avia por Procurador do dito Senhor. e como tal pedilTe,
c rcquerefle o que quizcire o qual Procurador aiflTe quc cm nomc do
dito Senhor Duquc , e conio feu Procurador vinha a tomar a polTe do
dito Caftcllo , e fortallcza dellc , quc Ihe pcdia quc lha cntiegalFe , c
confentjlTe tomar , e o dito Alcajde moor , rcfpondco que clle por
virtude de huda Carta dc I'ua Scnlioria que nas maos tinha , e logo
cntrcgou a Salvador Lopez Taballiab per com ella Ihe dar hud eflrc-
mento e que per virtude da dita procuraôm , e Carta do dito Senhor
Duquc Ihc aprazia dc Ihc dar a poll'c do dito Caftcllo , c fortalleza ^ c
logo Ihc meteo as chaves das portas do dito Caftcllo nas ma6s do dito
Procurador que as recebco, e fcchou , e abrio as ditas portas, c en-
trou demtro da dita fortallcza , c dalli fc foi a torre da mcnajem dc quc
outrofy Ihe deu o dito Alcaide mor as chaves que tambem recebeo cm
fuas mabs, e fcchou, e abrio as portas da dita torre da mcnajem , e
entrou demtro , e fobio an alto della. S. ao fegundo fobrado , c no
mais alto della mandou poocr huda bandcira per Francifeo da Silva
Cavalleiro da Cafa do dito Senhor Duque , que a pos , e fc dccco abai-
xo o Procurador , e ouve as chaves da dita fortaleza ao dito Alcaide
moor , e as recebco per os quaes autos o ilito Procurador ouve por to-
mada a pofte cm nomc do dito Senhor Duque do dito Caftcllo , e for-
tallcza , e le ouve porem paftado de todo em nomc do dito Senhor a
qual pofte o dito Procurador diftc que tomava em nome do dito Se-
nhor do dito Caftcllo , c fortaleza rcalmentc , e autoal , c na melhor
maneira quc odireito permite, c odito Alcaide moor dift'e que recc-
bia as chaves do dito Caftcllo , c fortaleza em nomc do Senhor Duquc
ally , e da maneira quc ateequy tcvera ha dita fortallcza em vida do
dito Scniior Duquc feu Padre que Deos tern , e quc a menajem quc
fua Senhoria dis cm fua Carta quc clle Alcajde moor efta muj pref-
tes , c com mui verdadeira evontade pera Ihc dar a|fua Senhoria , ou
ha quern quer que clle mandar , c o dito Procurador de todo pedio a
mim Tabmliab hud eftromento quc faja fee em todo tempo do quc
alfy paft'ou
,
e o dito Alcaide moor pedio outro pera fua guarda , peJin-
do outro a Salvador Lopez Taballiab com o trellado da Carta de lua
Senhoria; teftemunhas quc aefto forom prefentes Femao deMcfquita
fidalgo da Cafa delRey noifo Senhor, e Salvador Lopez , c Joliam
Alvarez daZeredo, c Jeronimo deVaros Taballiaes, eoBachard Je-
ronimo Luis , c Joham Aftbnfo dosQiiintos, e Francifeo dc Freitas, e
Jorge Caldcira, ecu Joham Ribeirol'aballiao efto eferevi tcftemunlia
mais Joham dosTcmf)s , ci’cudciro. E logo no dito dia dconze dias
do dito mes dc Janeiro , c anno lobrcdito o dito Ouyidor , e^ Procu-
rador do dito Duquc foy ver a praâ da dita Villa cujas as cafas della
fam polla major parte regerngos daCoroa dos Reynos , c liio do di-
to Senhor omde nas cafas primeiras dc Salvador Lopez Taballiao na
dita Villa que c'.bo ao pee da el'cada do Paijo do Confelho della om-
de mora Gil Vaaz mcrcador , c mandou as portas della garrar , c ha-
brir roilos quaes autos ouve por tomada a pofte dos dcrcitos quc o
dito Senhor tern nas cazas da dita pra^'a , c em todos os dcrcitos Rcaacs
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, 3 ,
da Cafa âl lôrtugueiâ, 1 7

da dita Villa , c a(Ty fc foi de caminho a rua das ferrarias omde efta 6
cellciro dos regemgos , crcmdas preftimos da dita Villa omde cftavao
cmcazados os rcndimentos de pao , e vinho dos ditos regemgos omde ou-
trofi ouve portomada apolTc dos regemgos preftimos, edereitos reaes
ue o dito Senhor them na dita Villa , c feus Termos. E dally man-
3 ou a Pedro Aftbnfo Almoxarife do dito Senhor que comigo Tabal-
liao , e com Vallentim deVaros que foiremos tomar a poftc da caza do
carccre , cadcas da corrci 90 m do dito Senhor que na dita Villa efta6
homdc fomos que efta na rua do Santo omde oCarccreiro
que nclla efta que Ic chama Antonio Pirez nos deu as chaves do dito
carcerc , e cadea , e ârrou , c abrio a porta della , c ouve por os ditos
autos portomada a poftc cm nome do dito Senhor, cdctodollos di-
tos autos o dito Procurador do dito Senhor pedio a mim Taballiao,
c aos quo ci'a& prel'cntcs que Ihc defte hud eftromento de poftc cm for-
ma quo faga fee por guarda , c confervagom do Senhor Duque , tcftc-
munhas que ao auto da polfe das cal'as , c regemgos que forao prelen-
tes Johara dcsTremos, c Vallentim deVaros, c Pedro Aftbnfo Almo-
xarifFe do dito Senlior , e ao auto da poftc das cafas do cellciro dos re-
gemgos eftavao por tcfteniunhas Joham Aftbnfo dos Quimtos , e Jo-
hain dos Tremos , c Pedro Affonfo Almoxarife , e outros , e ao tomar
da poftc do carccre Antonio Pirez Carccrciro , e Vallentim de Varos
e o dito Pedro Aftbnfo , c cu fobredito Tabelliao o eferevi. E per to-
dos os ditos autos , c modos atras eferiptos , e cxprelTamente nomca-
dos , c per quaefquer outros nomeados , exprclfamcnte em dcreito o
dito Jonam Alvarez Procurador do dito Senhor ouve portomada, e
tomou a poftc Real , autoal , e natural , c civcl da jurifdigao da data
Villa e vaftallagem , c fenhorio , fogeigom ,
mando afty , c na maneira
que de dcreito pcrtcnce , c pertencer devc ao dito Senhor Duque , e
como a poftuyo o dito Senhor Duque feu Padre que Dcos thcem , c
afty dos dcreitos Reaes, regemgos, rendas , c de todo o que nadita
Villa tern , e tinha o dito Duque feu Pai , c detodo oque paftbii , cf-
pecialmentc dccada auto, edetoJos juntanicnte cu Taballiab Ihe def-
le huu eftromento, eautentieo eftromento por guarda, c confervagoin
do dito Senhor como pedido tern, ecu dito Taballiao ho elcrevj. E
defpois defto doze dias do mes de Janeiro , c do dito anno fobredito ,
c nadita Villa na infigne Igrcja Collegiada de Santa Maria da Oliveira
depois da mifta moor acabadi o dito Joham Alvarez Proa;rador do
dito Senhor Duque fe foy aCapclla major da dita Igrcja omde efta-
vom osdcnidadcs, cConigos da dita Igrcja, c afy Gomes Aftbnfo Co-
nigo , e Vigario na dita Igrcja polio Prior della ondc crai) prefentes o •
Baeharel Alvaro Fernand.^'S Chantre nadita Igreja, c Antonio doCnm-

' to Acipreftc nclla, eGonfallo AJrcs, e Gomes Ar.bnfo Cionigo , cEf-
tevao Afibnfo, cAmdre Gomfalvcs, cGafpar Lopez, eGonfallo Ri-
beiro , cFellipc Ribciro, cBaftiao cChriftovab deGuima-
raaes, cDie 'uo Porteila , c Pero Fernandez CamalFo , c aftV outros
todos Coni;'os e Bencfclados na dita Igrcja os quaes o ilito Vrocura-
dor notcijeou ’c a dita fua procuracom , clida, cimtemdida
Torn. IV.
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,
.38 *Trovas do JJv, VI, da Hiftoria (jeneaio^tca
trc que cmnotnc feu , eJe todos rcfpondeo quc oavia& porProcura-
dor do dito Scnhor que diirdTe o que quizclTe, e o dito Procurador
di(Te que ein iiome do dito Sciihor Duque Padroeiro defta nobrc Iqre-
ja qucria tomar a polTe do dito padroado , que pedia que lha delTeni, •
e refpondeo que elle , e todos em nome da dita Igrcja , c CoHcgio lha

davam , e Ihe nundarom poor liuua cadeira eom hud coxim junto do
altar de nolTa Senhora logar mais omrofo da dita Igreja que he huua
das denidades , e omras dos Padroeiros das Igrt-jas omde o dito Pro-
curador em nome de lua Real Senhoria fe aflentou , e por o dito auto
ouve portomada apofl'c do padroado da dita Igrcja, e direitos dcllc,
c os ditos denidadcs , e Conigos Ilia confcntirom , e aprovarom , e de- i
rom de que forom tcftemunhas Lopo Deftremos , c Joham Alvarez i
Taballiaa& na dita Villa que a todo forao prefcntes , e virom , e ouvi-

rom todo oque no dito auto fepalTou, e Alvaro Rebel lo , c Bertol-
lamcu Gomez Juiz Tuizcs ordcnajros na dita Villa , c afy o dito Ba-
charcl JeronYmo Alvarez, eafy outros muitos dos quaes autos, ede
cada huu defies o dito Bacharel Joham Alvarez Procurador de fua Se-
nhoria pedio hud , c muitos eftormentos a mim Taballiad de todo c
todos emcorporados em hud. E cu Joham Ribeiro , Cavallciro da Czi-
fa do dito Senhor , c notairo pubrico , e Taballiad judicial na dita Vil-
la de Guimaraacs , e feus termos pello dito Senhor qiie efto efcrepvi,
c a tudo fui prefente com os ditos Taballiaaes , c teftemunhas , e efto
efcrepvi. Os trcllados da procuraôm , e Alvara da Ouvidoria do di-
to Ouvidor fad os feguintes. Dom Thcodofio Duque de Braganâ,
e de Guimaraes , e de Barcellos , Marques de Villa Viôlla , Conde
Dourem , e Darrayolos , Senhor de Momfoite &c. Eaô faber aos que
efta virem que por ora noflb Senhor Icvar pera fy da vida prefente ao
Duque meu Senhor , e Padre , e cu como filho primogenito ficar er-
deiro , e fobceiTor afy na jurdiôm da dita Cidade de Braganâ como
cm todallas outras Villas , e lugares , e terras , Caftellos , jurdkocs
rendas , e dercitos , e padroados , e em todas as mais coufas da Coroa
do Regno quc o dito Senhor Duque quc Deos them tinha , e pdTohia
em fua villa por efta dou meu poder ao Bacharel Joham Alvarez men
Ouvidor de minhas terras na Comarqua damtre doiiro , e minho quc j
por mim , e em meu nome polTa tomar , e tomcc rcnlmente , c com ef-
feito a pofle de todas as coufas fobreditas quc na dita Coinarca ouver I
que me pcrtcm9om como erdciro que fam , c efta pofle tomara com \
aqucllas daufoUas , e follcnidadcs , e condigoo& , que cm taaes cafos I
ferequerc, edaspofles quc afl’y tomaar pofla tirar os eftromentos quc

comprir em manejra que em todo tempo fa^cm fc , e por ccitidani ^
dcllo mandei paflar efta por mjm afliriaaa , e com ho fcllo de minhas
armas aflellada. Fcita cm Villa Vigofa a trimta dias dcDezcmbro Vaf-
quo Ribeiro a fez de mil c quinhentos c trinta c tres annos. O Duque.
Da Vofla Senhoria poder ao Bacharel Joham Alvarez vofl'o Ouvidor
na Comarqua damtre doiro , e minho para tomar polfe das coufas da
dita Comarqua. Eu o Duque dcBragamâ, ede Barcellos &c. Ea»,'o
faber aos quc efta virem quc eu cy por ocm quc o Bacharel Joham
Alvarez firva de Ouvidor de minhas terras da Comarqua damtre dou-
ro.
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,,
da Cafa^ Têal TôrtugueTâ,
ro ,
c minho c na mancira que o elle era em vida do Duqiie nicu
afly ,
Senhor e Padre que Deos tem , c por efte mando aos Juizes , c offi-
,
ciaaccs das ditas terras ,
fidalgos , Cavallciros , e povoos dcllas que o
ajaiti al’y por Ouvidor em cllas , e Ihc hobcdcâ 6 em todo o que ao di-
to carrego pcrtcncer cm quanto o cu ally cuver por hem , ou contra
iflb na 6 mandar lio qual avera o niantimento ordenado como o atee-
gora avia , c por ccrtida 6 dcllo Ihe mandci dar efte per mim aftinado
leito em Villa Viôfl'a a vinte c fete dias deDezenibro Vafquo Ribei-
ro o fez de mil e quinhentos e trinta e tres. Pera o Bacharel Joham
Alvarez fervir de Ouvidor na Comarqua damtre douro , e minho. A
qual Carta de podcr de procuraôm era aflinada per o dito Senhor Du-
que , c alT'clIada nas coftas della do fello das armas de Ilia Senhoria , c
pa/Tada poila fua Chamcellaria. E o Alvara era aftinado per o dito Se-
nhor Duque fegundo todo da dita Carta , e Alvara parecia os quaes
propias ftcarom em maa& do dito Bacharel Joham Alvarez Ouvidor
c eu Taballiab as concertei com ho dito Ouvidor que atûi poz ho com-
certo. E eu ibbredito Joham Ribciro I'aballiab pubrico , e judicial
na dita Villa de Guimaiaaees , e feus termos polio dito Senhor o Du-
que dcBragan^, e de Guimaraaces, Barcellos, Marques de Villa Vi-
ôfta , Comdc Dourem , e Darrayolos , Senhor de Momforte noftb Se-
nhor que efte eftormento de poU’e cm autas judidaa& eferevi , c a el-
les , e a todo prci'cnte liij com o dito Procurador de fua Senhoria , e
com os Taballiaes teftemunhas cm elle nomcadas , e por elles todos
nos ditos autos allinados , e delles os tirei em efte pubrico eftormento
de pofle , c todo comccrtcj com o dito Procurador , e Salvador Lopez,
e Frandfeo dc Freitas Taballia& Ibbreditos , c aqui nomeados que aqui
pormais firmeza dc verdade comigo aflinarom defeus finaaes pubricos,
ecu aqui meu pubrico final fiz que tal he c ccoregy ditas. Jut-
zes Rodriguez c: Dieguo feu t= e comjgo. . . verdade.
de Morgado, C/ue o Duque de Braganqa D. TheodoFio I.
JcT. doshens patrimoniaes. Livro 40 Aa Chancelhria delRey I).
Joao III. pag. 2^6 I'crJ". donde a cepiey. EJld no Arcliivo da

mejma Caja na arrumaqaS nova que dellefez oCartorario Ala-
,
noel da Maya no maqo SS, num. 4. donde 0 vi.
Aibao os que efte eftromento de inftitui ^6 de morgado virem que

Smeus
de
querendo cu D. Theodozio Duque dc Bragao9a ordenar c dilpor
bens patrimoniaes , como andem juntos em morgado , contbr-
mandome com a tenâo e vontade do Duque meu Pay que Deos tern ,
que mcmandou cm fua vida que me confertafe com aDuqueza minha
Madrafta dandolhc certa couza pello que Ihe podia perccnccr dc I'ua
parte po/leu falecimcnto porque havia alâs duvidas , fe alguns bens
que ficarab falicimcnto do dito Duque meu Pay , crab de
morgado cu pafrinionio , cncomendandomc que metefte os ditos bens
"iiUza emoreado , pomao haver em oenhO tempo as ditas duvidas,
Tom. IV. epof-
140 T?rovM^ do Lh. 1. da Hi(lor ia ^cnealogii a
'
e porque depois foccdcu couza , cm que por minha concicncia foin
rnais obrigado dc comprir efta tcmâo c vontade do dito Duqiie mcu
pay , porque dci da dita minha Cafa a Senhora Infante D. Tzabel liu con-
to dcrenda dejuro, oque foy cm prejuizo de meus defccndcntcs , c
licrdeiro da dita minlu Cafa pclo que c por mo afi cncomenjar o dito
mcu pay quero c ordeno que toda a fazenda patremonial dc raiz , qiic
eu agora tenho , e polfuo que fao os bens patrimoniaes da Villa dc
Chaves, c daCidade dcBraganâ c osC>azaes di Barrozo , c a (Quin-
ta deCornilham, junto dc Ponte dcldma e o patrimonio que leniio
em BarccUos , c as herdades de Portcl , e o que tenho cm alter do
Chao, eafi oque meu pay comprou do juro do dote dc niiidia May,
e hua Torre na Villa dc Ourem , c hua Quinta cm Sacavcm , c duas
vendas hu 3 cm termo de Tivora monte , c outra em termo de Arrayo-
los , c hd engcnlio do mcirio termo dc Villa Viôza , e os foros c ren-
das , que fc acharem , c alim Iiua tapada no termo da Villa Vi^'oza , c
as benafeitorias que tenho feitas nas gazas de Villa Vigoz^ e Devora ,
quero que os ditos hens hquein cm morgado , c fe cincorporcm no
morgaJo c Caza que eu agora pefTuo , cmando que oaja olicrdciro
que minha Caza herdar , conformc a inlHtuicao da dita ininha Caz^ ,
e acontcccndo que a dita minha Caza , na6 licrde nenhu dcfccndcnte
de minha linha , como dito lie , cm tal cazo quero , c n ando , que
fique a minha defpozicao difpor dos ditos bens como eu quiz'.T , c me
aprouver alim por teftamento como por contrato , antre vivos como
de bens que nao folTcra vinculados no dito morgado , c ficando dc mi
defccndcntcs , que foceda no dito morgado poder deixar nos ditas
bens aqucllas obrigaôens cm mcu teftamento que me bem pareccr pa-
ra defcargo dc minha concicncia , e peflb por mercc a ElRcy mcu Sc-
nhor que mo confirmc all. Teftemunhas que prezentes fora6 o Dou-
tor Gafpar Lopes , c o Doutor Joanne Mendcs , Dezembragadores do
dito Senhor , e Antonio dc Gouvea feu Fd'erivao da Camera c eu Vaf-
co Ribeiro notario publico do dito Senhor cm todas fuas couzas a
que cllc toca por authoridadc dc ElRcy nolfo Senhor que efte eftro- I
mento eferevi cm Lisboa nas cafas do dito Senhor aos 23 dias dc Sc- \
tembro anno donafeimento dc Nolfo Senhor jefu Chrillo dc 154c. t
Dom Joa& &c. faqo faber que eu vi efte ellromento dc inllitui-

516 de morgado , que D. Thcodozio Duque dc Barganca meu muito
amado c prezado fobrinho fez , para que os bens do leu patrimonio
cm dies nomcados fejao Juntos c cncorporados no morgado , c Caza ,
que ora pclfuc , chavendo refpeito ascauz^s crezoens que omot^tn'ao
a fazer ail a dita inllituiqab , c por o dito Duque mo peilir por merco
que lha confirmafe , tenho por bem c me praz , de lha conlirmar , e dc-
feito confirmo , c ei por confirmada , c aprovada all c da maneira , c
com as clauzulas , c condi9oens nella contneudas , e declaradas c aucro
e mando , que cm todo feja firme c valcozo , c fe cumpra c guardc , e
aja inteiro vigor e efeito defte dia para todo fempre , c por firmcz.a
dcllo , Ihe mandei fazer efte afento , e confirmaâo ao pc do dito
ellromento c o aEnci de meu final feito cm a Cidade dc Lisboa aos 8
dias
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da Cafa ^cal Tôrtuguf sâ. j
dias dc Novembro. Pedro Fernandez o fez anno do nafciinento de

Xo!lb Senhor JclU (ihrifto de mil e qiiinhentos e quarenta.
Carta porqiii o Clique D. Thcodofio I. foy feito Front elro mor

Jai terras de Entre Doiiro, e MhdiOf eTraz os Montes. EJld
no Cartono da Cafa de liraganqa ,
maqo de merces
antigas.
D Om Jlioam per graâ de Dcos Rci de portngal c dos algan'cs

daqucm cdalem mar em afriqua fcniior de guinc c da coinquifta
navegaâb ecomcrcio detiopia arabia perfia e da India, a quantos ef-
*"
*
*
1 A.X.
»
54 °*
«
ta minna Carta virem fa9o faber que cfguardamdo cu ao grande dc-

vido que comigiio ha D. Thcodofio Duque de Braguamâ meu mui-
to amado c prezado fobrinho e des lii como he tal pelfoa cm que ef-
to e outras maiorcs coufas cabem c me lervia cm ello afi como com-
pre a meu fervi;o bem provcito c defcmirao da terra dos moradorcs
dclle e qucremdolhe fazer grai,'a e mercc tenho por bem e me praz
que daqui em diamte feja I'ronteiro moor nas comarqiins ilamtrc dou-
ro y minho c trallos montes com todalas homrras podcrcs y privillc-
gios e primineincias que aodito oficio ccarguo pertemeem afl;m pola
maneira quo o tbram os duques feu pay c avoos que De('.s aja ; porein
mauAo a todollos alcaides dos Oaftcllos Corrcgcdorcs Juizes c Jui'd-
90s mcirinhos
y oficiaes c pefToas a que efta minha Carta for mollrada
e o conliivimenio della pertemeer per qualqucr guifa que feja que da-
qji cm diantc a|a6 o dito Duque meu fobrinho por meu fromteiro
mor em as ditas Comarquas e Inc obedeâo c cumprab feus mandados
em todalas coufas que ao dito oficio e a meu ferviô c a bem do dito
carreguo comprirem fem a ello porem duvida ncm embarguo algiim
porque aflt he minha mercc. [K por certidao dello Ihc mandey dar
clla Carta por mim adlnada c al'ellada do meu fello pemdente. Aires
Fernandez a fez cm Almeirim a nove dias de Dezembro de 1540. Y
Damiam Diaz o fiz cfcrcvcr.
Carta de/Rey D. JoaS Ill.na qua! encarrega ao Duque D. Tko-

dofio I. 0 cuidado de nao pqjjarem co:i/as dftzcs pira 0 Key
no de Cajiella.
D Om Jhoam per graâ deDcos Rey de Portugal c dos Algarycs'^jjjyj^ j

daquein e dalcm mar cm afriqua fenhor de guine edacomquifta
navcga9a6 comcrcio de tiopia arabia percia e da India. A quantos cl-
•
*> 4 ‘*
.
^
““
ta minha Carta virem fa90 faber que por eu for emformado que de
meus Rcynos fe paH^m pera os Rcynos de Caftclla ouro prata moedas
V outras muitas coulas das que
por mim fam defefas oque nab he meu
i'en ico Ouve porhem dedar como defeito per efta dou carreguo a
Bragaii9a y de barcclos meu mu! to ar.iado c
I) IVodofio
prezado fobrinh*’
giiardai- as ditas coufas cm os eilicmos das
C>omar-
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142 Trovas do Liv. I^L da Hifiorta (jenealo^ca
Coinarquas damtre douro e minho c trallos montcs. E doulhe poder
quo polTa tirar as guardxs quc fobrc cfto por mim ou per outrem quc
para ello mcu poder tiver tbrem polios nos ditos cllremos c ponha y
polFa poer outras guardas nos lugares hoindc vir quc compre por ineu
Icn'iô y clles quc afi por ellc forem polios por guardas nos ditos ef-
tremos ajam pera fi aquelo quc pormym he ordenado quc ajam da-
qucllas ebufas defefas quc dies acharem jjalTar fem minha licemga por
os ditos cllremos y o mais emtrcguarao aos incus rcccbedores a que
pcrtcmccr a quc mando quc os rcccbab pcraintc cs d'criva&i de feus
officios quc llio cai rcguarao cm rcccita dos quaes os ditos guardas co-
brarab feus conheciraentos. Porem mando a todas minhas Julliâs c
officiacs a que pcrtcmccr quc o Icixcni afll fazer e ufar do comtheudo
nclla Carta e Ihe nao ponha6 fobrc cllo duvida ncm embarguo alguum
porque affi he minha mcrcc y por certidab dello Ihe mandey dar elb
Carta per min affinada c afcllada do fcllo pemdente. Aires Fernandez a
fez cm Almcirim a x6ij dias de Janeiro de quinhentos c quoremta c
hum. E cu Damiam Dias o fiz cfcrcvcr.
Eferitura do Contrato do Cafomento da Senhora Dona I/abel cow 0

Dikjuc D. Theodo/io 1. Ejla ej'eritura ent perâminho authen-
tica Jc conjerva no Arciuvo da Hcrenijftma CaJ'a de
Braganâ ,
donde a tirey.
Num. 145 m nome de Deos Amen. Saibab quantos die eftormento de con-
An. 1542 E trato de dote , e arras virem , que no ano do nacimento de nofo
Senhor Jel'u Chrillo de mil e quinhentos e quarenta c dous anos aos
dezanove dius do mes de Junho na Cidadc de Eixboa nos paôs dcl-
Rev nofo Senhor peramte mim tabaliab pubrico , e das tellemunhas
ao 'diamte nomcados dlamdo hy prefente o Doutor Joanc Mendcs
de Vafcumcelos em nome c como Procurador do muito exccllentc Se-
iihor Dorn Thcodofio Duque dcBraganâ, e de Barcelos , fcpndo
lo-
guo hy mollrou porhda fua procuracam de quc ho theor deverbo a

verbo he o fegumte. Eu o Duque de Braguanâ , &c. faô ordeno,
e conllctuo no milhor modo forma , e maneira que poflb mcu abaf-
tamte Procurador ao Doutor Joanc Mendcs de Vaiconccllos meu
Dcf-
embarguador e Ihc dou , e outorguo meu poder comprido , imteiro e
e devo
ahallamte fegundo que milhor, e mais compridamente polo ,
daar, quc para oabaixo contheudo fc requere defeito ou de dereito
qualqucr
para quc clle pofa comtratar , e afemtar todas as coufas de
calidade, c comdicam , que forem toquamtes, c compridoums
ao ca-
famento quc eftaa comfertado por EiRcy mcu Senhor uc Ic laler am-
clle dito Doutor
tre mim, c a Senhora D. I label dalemcallro para guc
pofa obriguar em mcu nome quaclqucr obiigaôcs quc Ihe bem
pare-
cer c de per bem ouver allim acerca do dote quc me

hade fer dado
com a dita Senhora , c do modo da pagua quc me hade fer feita dclos,
ouver dempreguar e aly pola
cafvm das coufas em quo fe o dote ,
e com-
uhrieuar incus bens, c remdas pclo modo ^ c com as claululas y
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daCafa âl ’Portugueâ.
diô^ que de dircito quizer para a comtia do dito dote fcr rcftctuido
aa dita ^nhora, ou a leus fobccforcs fcgundo que porcle Doutor lor
comtratado , afetiitado , e obriguado , e Ihe a elle bcm parecer , e afy
poJera obriguar os bens patrimoniaaes deque eu fizer morguado poi-
to que dclles tenha feito morguado , e afyin que ellc Doutor pofa fa-
zer doaâb pura , e inire\’ogavcl da remda que ellc quifcr aa dita Se-
nhora D. Ifabcl na6 Ihefemdo rellctuido ho i’cu dote a ela hou a feus
herdciros ao tempo que ellc Doutor afemtar , c afym que clle Dou-
tor pofa dar , e promoter cm meu nome dc arras aa dita Senhora a ter-
9a parte do dote, qua ella comliguo trouxer, e pfoa obriguar quael-
quer meus bens , e remdas , c os bens do dito morguado para pagua-
mento dasditas arras dos tempos, c pela nianeira, que a clle Doutor
bcm parecer , e afy Ihc dou poder para que clle Doutor pofa cm meu
nome promoter , c obriguar , e afemtar , c comcordar , que pofto que
ho comtrato feja pordote, e arras, ena6 por carta deametade, que
a dita Senhora aja a amcetadc do aquerido conftante matrimonio , e if-
to com aquellas claufulas , comdiôes , e obrigaôra quo Ihe a elle
Doutor bcm parecer , e afym pofa rcnuciar quaelquer lex e ordena-
90& que Ihc aprouver para fe com efeito aver de comprir o que por
die Doutor for afentado , comconlado , c obriguado , e para todo o
que dito he , e para cada hua das ditas coufas Ihe dou meu poder cf-
pccial e expreflb com todalas claufulas , comdiôes , c obriguaôEs
quo para todo ho que dito he elle Doutor quifcr , poor , e prometcr
aver por firme , e valiofo todo o que por clle Doutor for feito , com-
tratauo , afemtado , comcertado , e obriguado fob obrigua9a6 de to-
dos incus bens , e remdas afym em vida como dc Juro , que para do
obriguo cxprdTamcnte , e iKe dou poder que todas as pofa obriguar
como dito ne , e para pedir confirmaâb a ElRey meu Senhor fc ne-
celTaria for c para certeza , e lirmeza dc todo mandci fazer efta pro-
curagau a Amtonio de Gouvea meu facretayro edepois de feita a li
toda de verbo a verbo e afinei de meu final , e mamdei afcllar com ho
fincte deminhas armas Amtonio de Gouvea Sacrctario do dito Senhor
a eferevi cm lyixboa a doze dias do mes de Junho do ano do nafeimen-
to denofo Senhor Jdu ChrLfto de mil equinhentos equoarenta cdous
anos. O
Duque. E outrofy eftamdo hy prefente ho Illuftre Senhor
D. Afonfo fobrinho delRey nofo Senhor , e Comendador mor da Or-
dem dc Chrifto , c o Doutor Chriftovab Eftevinz da Efparguofa , fidal-
U0 da cafa do dito Senhor , e do feu Confelho , c feu Dcfembarga-
5or do paô , c pitiôes cm nome , e como procuradorcs da muito , e
cxccllentc Senhora D. Ifabcl dalcmcaftro fobrinha deIRcj nofo Senhor
fcgundo loguo moftrarom por hum poder, eprocuraâo feita por mini
tabalijo que aqui fiqua acoftado. IT. aa nota, eotrcladq dclle de ver-
bo verbo tal he.
a Saibao quantos efta procuracab virem , que no
aiio do nacimc/ito de nofo Senhor Jefu Chrifto de mil c quinhentos
c quoarenta e dous anos aos dezafete dias do mes de Junho na Cida-
dc ilf r I'vhm nos paacos delFvcy nofo Senhor eftando hy prefente a
muito exrellents
Senhora a Senhora D. Izabel dalcmcaftro fobrinha do
tabaliab c tcftcmunlias ao diante nomcados
‘lito Senhor pcraf^^‘^
‘
,
* pela
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,,,
144 ‘Provas do Liv. yi. da Htjiorta ênealogica
pda dita Senliora foi dito

,
que por quanto Sua Altcza tinha ordena-
do , c comcertado de com a ajuda dc Dcos nofo Senhor dc ela aver dc
cafar com ho muito cxcellcnte Senhor o Senhor Duque de Braganâ
c de Barccllos , que ela dita Senhora D. Il'abd fazia , e ordenava , c
conftituya por I'eus ahaftamtes Proeuradores ao Illuftrc Senhor D. AP-
fonfo ibbrinho dcS. Alteza feu Irmao , Comendador mor dahordem
de nofo Senhor jefu Chrifto , e ao Doutor Cliriftovao Eftevinz da ef-
parguofa do Confdho do dito Senlior , c feu Defembargador do paa-
50 , c piti§oes , c Ihcs deu , c outorgou todo feu livre , comprido , c
cfpecial podcr para fazerem o comtrato do dito cafamento por dote
c arras , e aquindo , c afemtarem , c comcordarem com ho Procurador
do dito Senhor Duque todo ho quo Ihcs bem parccer acerqua do dito
dote , c arras , c aquirido com todas as claul'ulas , pa£ios comdiijoi;s
vimcolos , c obrigua^'ofti , que liies a dies proeuradores bem parccer
afy acerqua dopaguamento do dote quo ela dita Senliora comfiguo le-
va, efeguranâ delle como da rcftituiiâo , que o dito Senhor Duque
hou feus hcrdciros do dito dote ouverem de fazer cm cafo que ho lua-
trimonio 1‘cja feparado c afy pofam afemtar , c comcordar a obrigua-
9am dasarr.vs que Ihes odito Senhor Duque prometer, e fe obriguar
dc Ihc daar , e os cafos cm oue os aadc veneer , c os bens , e rendas , c
o tempo , c modo cm que lire amdc I'er paguas , e afy pofam comcor-
dar, c afemtar acerqua doadquerido do modo, c cm que cafos feaade
veneer as <ûaes coufas acima ditas , e cada hua dellas , e todo o que
dc cada hua dellas depender dies dos ditos feos Proeuradores pode-
,
ram ordenar , ai'emtar coiicordaar , c prometer com todalas claululas
e coiiid)9oes que Ihcs a dies ditos feus Piocuradores bem parecer , e
promoter da Jita Senhora D. Ifabd dc aver, e defeito dcfde aguora
i'aa por firme , evaliofo para fempre fcin nuniqua ho podcr revoguar,
ncm contradizer icdo o que polos ditos feos Proeuradores acerqua do
quo dito he for acemtado conicordado , prometido , c obriguado , e
afym Ihcs daa podcr cxpreflb , c cfpecial para que cm feu nomc po- t
faf) accitar do dito Senhor Duque qualquer doaô amtre vivos hou »
de qualquer outra mancira , que o dito Senhor Duque por feu Procu- 'i
rador Ihes fifer no dito comtrato cm quanto ho dito dote nao for ref- 4
tituido , vimdo tempo cm que fc aja dc reftetuir ho que tudo os ditos

feus Proeuradores poderam cftipular , e accitar , e quacfqucr outras
obrigua9oes que Ihcs forem feitas , c hypotccas que llics ferem feitas
para feguranea do dito dote, c arras oque todo da promete cqmprir
eguoardar fob obriguagao de tedos feus bens movcis, edcraiz, que k!
*
para elo ohrigua, c cm teftemunho de verdade al'y ho ntitorguou , c ;
niandou delo fer il'ito cllc dlonr.cnto de procuia-,ao tcilcmunhas quo

forom prefentes rraucifquo de l igucyrcdo cavalleiro lidalgo da (âfa >1
delRcj nofo Senhor, cjohain Bonifacio guarda das damas da Rainha* A-
nol'a Senl’.ora , ecu Manocl Afonfo notairo gcral deiRcj nofo Senhor
cm a dita (Vidade dc Lixbca , c fua conxi9a6 que efee cibormento de
procuiv„,..o na minha nota notej , c dela o fis tirer , c o febferevi , c
afinei lie mai pubrico final que tal I'.e. E Irguo pclos dims Procu-
leuorcs acima r.omeitdos ihl liiro como porEIRcj nofo Senhor ertava
cemcer-
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,
da Caja Têal 7ôrtugues(a. I45

comccrtailo ,
c afcmtado dc com dc nofo Senhor Dcos aver dc
a graâ
calar o dito Senhor Duque D. Thcodofio com a dita Senhora D. Ifa-
bcl da Lemcaftro o qual cafamento eftava comcertado dc fe faler com
asclaufulas, e hobrigua;o& que abaixo ferao declaradas. Item pri-
mciramentc os ditos Procuradores da dita Senhora D. Il'abcl aprefenta-
rom hum alvara dclRcj nofo Senhor afinado por S. Altcza de que o
thcor de verbo a verbo he o feguinte. liu EIRey faô I'aber a quan-
tos efte meu Alvara virem , que por quanto ho Duque de Bragan9a
nieu muito amado , c prezado fobiinho he comtemte de cafar com D.
Ifabel dalemcaftro minha muito prezada fobrinha , a mim aprnz quo
cafamdo com ella , e femdo o dito matrimonio comfumado do llics
daar em dote a Villa deMomforte, eMclguaô, Caftro lobereiro, Pi-
conha , Villa Franqua , c Nugucira com fcos Callellos , c com todas
I'uas rendas , e dircitos , e padroados de Igrcjas , c nicro , e ntifto Impc-
rio , e com a jurdiâm , c previlegios que tern nas outras fuas terras , a
qual jurdijam feraa aquclla que por mim Ihe for comfirmada , e afy
os previlegios que iflb mefmo por mim Ihe forein comfirmados , e que-
10 , e me praaz , que clle dito Duque aia as ditas terras com todas as
coufas acima declaradas dejuro , e herdade para fy , e feus fobcefo-
rcs
,
que depois dellc vicrem comforme aa ley mental , e fe cafo for
ue o dito Duque nad aja hlho nem defccindeiite dclle que aja de
S cidaar as ditas terras, eiemdo hlha lidyma quero que fern embarguo
da dita ley herde , e fobceda nas ditas terras a dita uia filha lidyma j c
dahi poT diamte viraa aos defccmdcntcs da dita fua hlha fegundo for-
ma da dita ley mental , e afy me praaz de Ihe daar mais em dote quo-
arenta rail cruzados paguas por ella mancira , IT dez mil tanto que
forem jurados , e dez mil tamto que fe receberem por palavras dc pre-
fente , e ho cafamento ouver cfeito daly a feis mefes , e os outros dez
mil dahy a hum ano e mco , e os outios dez mil dahy a dous anos , e
femdo cazo , que o Duque falc9a primeiro , que a dita D. Ifabel fern
fiquar filho ou filha damtre ambos hou defeemdente quo aja herdar as
ditas terras cmta6 quero que eftes luguaies fiqucm aa dita D. Ifabel
cm fua vida , e femdo cafo , que o dito Duque moyra fern Ihe fiquar
filho ou filha,
ou defeendemte que aja derdaar por bem dc fuas doa-
50CS a hora de feu falccimcnto emta6 quero , que o mais velho irmao
do dito Duque herde e fobceda a dita cafa, c osinguarcs que por cite
meu alvara Ihc novamente dou dejuro , e herdade fern embarguo da
lei mental os quaes luguarcs quo Ihe novamente dou fe ao tal tempo a
dita D. Ifabel for vyva avellcs haa depois de feu falecimentq a qual
(iafa, eloguares aciir.a ditos averaa o dito feu Irmao damaneira, que
ho dito Duque tern por fitas doa50?s , que por mim Ihe forein com-
firmadas com todos os prvclcgios c libridades que por mim Ihc forein
,
comfirmados , e afy cy por bem que fe algum direito Ihc fiquar por
Paguar dos nimta mil cruzados aos tempos atras dcclarados cm que fe
Ihcandem fiizer as paguxs ncUcs dc Ihc mandar dar cmjuro ho que
Ihc liquar por paguar cm cada hfia das ditas })aguas , a razam dc deza-
pormilheiro afemtado nasfifas de fuas terras do que Ihcmandarci

pafar I'cus padroins em forma para aver paguamcnto nas fifas dc fuas
Tom. IV.
\
N
\
14 ^ l?rovas do Liv. VL da HiHoria (jenealogtca
terras c feindo cafo , que fe Ihc nao pague ho dito direito , e Ihc fi-
,
que todo ho juro ou parte dellc, meapraazque fcparamdofc o matri-
monio por mortc do Diiquc pol'a Icvar a dita D. Ifabel , e alV feus
hcrdciros quaiido ela fallcccr ho dito juro , ate Ihe fer paguo o dinhei-
ro que fc nelo montar lein Ihe Icr defcomtado coufa algda no princi-
pal por quanto declaro que efte juro Ihe vendo a retro pelo direito
que Ihe fiquar a dever delte dote , e ey por bem de daar a dizima dos
bacalhaaos defta Cidade em dcfcomto do dinheiro no que ela valer , fe
ao dito Duque quiler o qual defcomto fe comeâra a fazer no fegundo
paguamento e fe fara no que mais mointar , e alem difto averaa mais
ho dito Duque o que a dita D. Ilabel tiver , e Ihe pertemccr por qual-
quer via que feja e afy illo que Ihe pertcmcer como os quarenta mil
cruzados que Ihc dou dc dote , femdo cafo que o Duaue falcâ nao
avemdo filhos damtre ambos feram obriguados os herdeiros do dito
Duque de tornaar aa dita D. Ifabel todo b dito dote dos quoarenta mil
cruzados , e mais a fazenda que ela comfiguo le\âr , e mais a terâ par-
te das arras de tudo o que fc momtar neftes quoarenta mil cruzados , e
no que ela aly levaar , c falecemdo ela primeiro que ho Duque nao
ficanido filhos ncm defemdentes fafemdo ela teftamento valiofo feraa
o dito Duque obriguado de daar aos Iierdeinos que deixar no tefiamen-
to os ditos quoarenta mil cruzados c mais ho que comfiguo a dita D.
Ifabel levar , alem dos dims quoarenta mil cnizados porem ela Dona
Izabcl nao poderaa deixaar em feu teftamento os ditos quoarenta mil
cruzados , ncm parte dcllcs a fua maj ncm a fua avoo , nem elas po-
derani dizer quo tern dercito nellcs por via dclegitima nem poroutra
qualqucr via, e falecemdo a dita D. Ifabel abinteftado cnta6 reftituiraa
o Duque os ditos quarenta mil cruzados a mim hou a mens hcrdeiros
fern neles averem deter quinhan algfi. hos hcrdeiros abinteftado por-
que com eftas condiôes Ihe dou os aims quoarenta mil cruzados , e
ho que mais a dita D. Ifabel comfiguo , tornaraa o Duque aos hcrdci-
ros abimteftado , c afy ey por bem dc daar liccnâ para cafar D. Joa-
na Irmaa do dito Duque emCaftela, ecftc alvara queio , emepraaz,
ue valha , e tenha for 9a , e viguor como fe fofc carta por mim afina-
3 a , e afclada do meu felo , e pal'ada por minha chanfelaria fern embar-
guo da ordenagao do fegundo libro titulo vinte que defende qûe na6
valha alrara cujo efeito haja dc durar mais dc hum anno , c dc todas
as claufulas della , e fern embarguo deftc nao pafar pela Chanfelaria.
Pero dalcaffua Carneiro ho fes em Lixboa a vinte dias de Dezembro
de mil equiiihentos equorenta eluim. REY. E ao pee do dito alva-
ra eftava hua poftila afinada outro fy pelo dito Senhor da qual ho
trclado de verbo a verbo tal he. P> pofto que ncftc alvara digua que
as terras ncUc comteudas, que ora cu dou dc juro ao dito Duque c
feos fobccforcs falefemdo o dito Duque primeiro que a dita D. Ifabel
fern fiquar filho ou filha damtre anbos
,
hou dccemdcnte que aja dcr-
daar as ditas terras que cmta6 fiqucm aa dita D. Ifabel cm fua vida ey
por bem qt:c vi?ndo ho dito cafo que o Duque falc^'a primeiro que
ela , que pofto cue fiqucm filhos ou dcccmdcntes damtre ambos ^ que
,
a dita D. IjLabcl aja as ditas terras com feus CafteioSj rciiidas, ejurdi-
• ,
dcCafa %ea\ ôrtuyusâ, 147

5^6 cm fua vida afim corao nefte alvara diz que as houvcfcm na& fi-
quamdo damtre elcs filhos , nem dccemdcntcs , e em todo ho mais (e
compriraa efte alvara com todalas claufulas ncle comteudas c cfta pof-
,
tila mando que fe cumpra polio quc nao fcja paflada pela Chanfcla-
ria fern cmbareuo da ordenaâS do fcgundo libro quc defnocm ho
comtraayro. Manocl da Colla o fes em Lixboa a dezalcis ac Junho
dc mil e quinhentos c quorenta e dous. REY. E cmbaixo diz. AI-
vara do Duque dcBraganâ para Vola Altcza vcr todo. E aprezcm-
tado. afy o dito alvara, e tresladado como dito he loguo pclo Pro-
curador do dito Senhor Duque foy dito que cllc accit.ava todo ho
comteudo no dito alvara, cpollila afy como fcnclc contcm, cfjobri-
guava cm nomc do dito Senhor Duque feu conllituinte de comprir,
cguoardar todo ho comteudo no dito alvara dctod.ilas coulas , ecada
hua deltas ncle comteudas quc a clc dito Senhor Duque toquam pa-
ra comprir , e guoardar , e que femdo cafo , quc o matrimonio (eja
amtre eles feparado pormorte, ou porqualquer outra via que fegiiii-
do forma de dercito feja feparado quc cle Duque hou leus herdciios
,
tornaram aa dita Senhora hou a feus ncrdciros fegundo ocafo acomte-
cer, c fegundo forma do alvara acima comteudo todo o dito dote
que a dita Senhora D. Ifabel comfiguo trouxer. IT. os quoarenta mil
cruzados quc Ihe forem emtregucs quc Ihc ElRey nofo Senhor dota
afy como Ihe forem emti cgucs , c aly mcfmo a outra mais remda , di-
nheiro , e joyas , e cofas dc cafa que comliguo a dita Senhora trouxer
aalem dos ditos quoarenta mil cruzados , as quaes joyas , e coufas de
cafa fc avalJaram por homens que ho emtemdao , c o dito Senhor Du-
ue dara conhecimentos de tuao o quc rcceber afy do dmheiro , c pa-
3ro& dc remda como das coufas quc por avalia9am Ihc forem emtre-
gues para fc tornar a rcllctuir pelo dito Senhor Duque hou frus hcr-
deiros quando acomteccr cafo quc fegundo forma defle comtrato fe
aja dc relletuir, c afy foi dito pclo dito Procurador do dito Senhor
Duque , e pclos Procuradores da dita Senhora D. Ifabel , que femdo ca-
fo , quc ElRey nofo Senhor dcr , c paguar os ditos quoarenta mil
cruzados , ou parte delles em dinheiro dc comtado , que o dito Senhor
Duque feraa obriguado de comprar delles remda , ou fazenda que os
vallia demtro dc lium anno dodia que Ihe for emtregue a qua! i cm-
da , ou fazemda feraa a quc parccer bcni ao dito Senhor Duque e aa
dita Senhora D. Ifabel, edife mais odito Procurador do dito Senhor
Duque quc fobriguava cm nomc do dito Senhor Duque para feguran-
?a de todo ho dito dote que femdo cafo quc o dito Senhor Duque
iu6 empregue o dinheiro do dito dote em remdas hou bens de raiz quc
quando vier calo que o dito dote aja de fer emtreguc , c relletuido aa
dita Senhora hou a leus herdeiros fegundo forma defte comtrato , que
a dita Senhora hou I’cus herdeiros afam o paguamento dc todo ho lU-
to dinheiro do dote hou oque del’le eftiver porempreguar , que Ihe
afy for devido por qualquer dinheiro , prata , c ouro quc por fua luor-
te h'quar lerado liquido do dito Senhor Duque, c nao avemdo.hy fa-
zenda liquida do dito Senhor Duque por oindc loguo a dita Senhora
Jiou Icus^herdeiios pofain aver leu paguamento ,
quc cm tal cafo ele
1 onj. I V ^
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,
148 Turovas do Liv. V^l. da Hiftoria (jen6alo^ca
obrigua para paguamcnto Jo dito dote hou do que clc fiquar por pa-
guaar , as rcmdas dos bens do morguado do patrimonio que o dito Se-
,
nhor Duque tern feito por quanto pofto que elle hos nzer em mor-
guaJo haa por bem , que a dita Senhora hou feus herdeiros ajam o
paguamcnto pelas rcmdas dosditos bens osquoaacs bens de patrimo-
nio faft os feguintes. Item os bens patrimoniaacs da Villa de Chaves
c da Cidadc de Braganâ , e os cafaaes de barrofo , e a quimtaa da Cor-
nelliaa jumto de Pomtc de Lima, c o patrimonio que tern cm Barcjc-
los, e as hcrdades dePortcl , c o que cle Senhor Duque tern cm alter
do Cham , c afy o que o Duque , que Deos aja paay do dito Senhor
Duque comprou dcjuro do dote de fua raaj , e huajorre na vila Dou-
rcm , e hua quyntaa em Saquavem , e duas vcmdas , hda no termo de
Evoramonte , e outra cm termo Darayolos , e hum emgenho dar-
mas no termo de Vila Viôfa , e os foros , e rendas que fe acharem , e
afy hua tapada no termo de Vila Vi9ofa, e as bemfeitorias que tern fei-
tas nas cafas de Vila Viôfa , e Devora , os quaes bens acima ditos fatn
nomiados , e avidos por de morguado em hum eftormento de inftitui-
936 delle que foi feito cm Lixboa a vintc c tres dias de Septenbro de
mil c quiiriientos equoarenta annos por Vafquo Ribeiro notayro pubri-
quo do dito Senhor Duque em todas fuas coufas por autoridade uclRej
nofo Senhor , c foi comfirmada a dita inftitui9a& de morguado por S.
Alteza por lua carta feita , e afinada , a hoito dias dc Novembro de
mil e quinhentos e quoarenta , e femdo cafo que as remdas dos bens de
morguado acima dito na6 abaftein para paguamcnto do dito dote cm
hum ano , que cm tal cafo ele dito Senhor Duque , e ele dito feu
Procurador em feu nome quer que no mcfmo ano que feraa , comtado
do dia que o niatrimonio for feparado aja a dita Senhora hou feus her-
deiros a remda das dizimas do pefcado que o dito Senhor Duque tern
nefta Cidadc de Lixboa de juro. Item mais dife ho Procurador do
dito Senhor Duque , que a fua Senhoria aprazia de daar , c fazer doa-
936 deldaguora paia emtao como defeito ele feu Procurador a feaz li-
bre pura , e inrevoguavel doa9a6 aa dita Scnhoia D. Ifabcl , c a feus
herdeiros fegundo ho cafo acomtecer , que femdo cafo que a dita Se-
nhora nao houver o paguamcnto do dito dote ao tempo que ho ma-
trimonio for feparado que em tal cafo Ihe faaz doa9ao que ela hou
feus herdeiros ajam das rcmdas fobreditas ,
c de Cada hua dclas qual
ela quifer em cada hum ano tamta remda quanta momtar no que Ihe
podra remder ho dote ou a parte dele que Ihe afy fiquar por emtre-
guar feodito dote fora empreguado embens dcraiz, oujuro arazab
de dezafeis por milheiro como ElRej nofo Senhor coftuma dc vemder
ho juro ha qual comtia deque Ihe afy faaz doa9a6 quer que aja cm cada
hum ano por via de doaqab ate comefeito Ihe fer emtregue , epaguo
todo feu dote com tal declara9a5 que feradolhe paguo algda coufa do
dito dote depois que comc9ar a rcceber a dita renda , de que Ihe aly
faaz doa9ao fe defcontc outro tanto quanto montaria no dinheiro que
Ihcafv. for paguo, feemjuro fora comprado, c fcobriguou mais ho
dito Procurador do dito Senhor Duque que femdo ho matrimonio fei-
to porpalavras dcprelemte, ccomfumado amtre eles daar aa dita Se-
nltoia
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*
,
da Cafa âl Tôrtuguesâ.
nhora D. Ifabcl darras a tcrâ parte dos ditos quoarenta mil cruzada<>,
que fa6 trczc mil e trezentos c trimta e tres cruzados e hum terô dc
cruzado , e afy Ihc daar mais a ter9 a parte de tudo ho que fe achar por
boa comta que a dita Senhora trouxer comfico alem dos quoarenta mil
cruzados as quaes arras a dita Senhora D. Ilabel vcmccra f'alccemdo o
dito Senhor Duque primeiro que cla fern damtre clcs anbos fiquarem
filho , ou filha hou outro decemdemte , porque hcando filho ou fi-
Iha , ou outro dcrcemdemte em tal calo na6 avera ahy arras aigdas
nem as averam feus herdeiros , e vimdo calb que a dita Senhora Dona
Ifabel aja dc vemcer as ditas arras em tal cafo ele dito Procurador em
nonie do dito Senhor Duque obrigua para paguamento dcllas as rem-
das da dizima do pcfcado fobreditas, que o dito Senhor Duque tern
nelb Cidade dc Lixboa com todos os feus ramos que I'obejarem do pa-
guamento da doaâb que Ihc o dito Senhor Duque acima faaz em quan-
to o dito dote Ihe nam for paguo femdo cafo que a dita doaâo aja
loguar pclo dote Ihc nab fer paguo como acima dito he, e afy Ihe
obrigua mais as remdas dos reguemguos de Saquavem as quaes remdas
hdas , e outras para paguamento das ditas arras avera ate fer pagua
por clas inteiramentc dc todo ho que fe momtar nas ditas arras , e cfto
feraa a dcfcomtar todo ho que aly rcceber para paguamento das ditas
arras. Item diferom os ditos Procuradores afy do dito Senhor Duque
como da dita Senhora D. Ifabel , que cles tinhab afemtado , c comcor-
dado , e Ihcs aprazia como dc feito apraaz , que polio que clle com-
trato feja por dote
,
e arras , c nam por carta de ametade , que todos
aqucllcs beyns que ambos jumtamente aquerirem, eguanharem defpois
do matrimonio ler comfuniado amtre eles por copula em quanto ho di-
to matrimonio durar fejam comuds , c comunicavcis amtre clcs , e par-
tivcis amtre os herdeiros do que primeiro falecer e o que vivo fiquar
,
como fe por carta dc ametade ccomunicagab debeas cafados fofcm, e
>orem cfto fe nam entendcraa nos beyns , e fazenda que cada hum del-
fes por fy aquerir
,
e guanhar por fobceâb hou doaâb caufa mortis
hou amtre vivos hou por qualquer outro modo porque eftes taacs fe-
ram percipuos a cada hum dcllcs que hos afy ouver , c a feus herdei-
ros por fua morte , e efto do dito aquerido com tal declaraâb que a
,
Avoo , e may da dita Senhora D. Ilabel nab ajam coufa algua do dito
aquerido cm nenhum cafo , que pofa vir mas que a dita Senhora D.
Ilabel pofa teftaar do dito aquerido polio que tenJia may , e Avoo
e nab teftamdo , que hque o mto aquerido aos outros herdeiros abitn-
tellado que nab fejam a dita may , c Avoo e diferom mais os fobredi-
,
tos Procuradores que a clcs Ihes apraaz
,
que o dito Senhor Duque
apartc como defeito loguo o dito feu Procurador dife , que apartava
para paguamento das dividas que dilTe que devia ateora aa Senhora D.
Joana fua Imiaa do dote , que Ihe dnha prometido , e afy a feus Ir-
mabs dc fuas Icgitimas , c partilhas , e afy a quaclqucr outras pefoas
ate acomtia dc quoarenta mil cruzados portodas, que aparta para pa-
guamento delas as remdas Dourem , c Porto dc moos cm cada hum
ano , cafy nuus mil cruzados de remda cm cada hum ano das remdas
que ele dito Senhor Duque tern da Coroa para paguar as ditas di' i-
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,,
150 li^rovas doLiv.Vl. daHifloria ênealogica

das ate fcrcm paguas ate a comtia dos ditos quoarcnta mil cruzados
que ora dis quc dcve , c como forcm paguas cefara a dita obriguagao
c apartamcnto , e o dito Scnhor Duque cobrara conhecimentos , e qui-
taôCs dos ditos feus Irmaos , e partes a que afy paguar as ditas com-
tias ate a ^lita comtia dos ditos quoarcnta mil cruz.ados c dcdararom
,
quc as ditas obriguaôcs do juro , e remdas daCoroa, e bens doMor-
guado , e doaâ6 que o dito Scnhor Duque faaz ncftc comtrato como
acima fe comtem as faaz , e obrigua por virtudc dc hum alvara dcl-
Rej nofo Scnhor , quc logun Ic aprefcmtarom do qual o trclado dc
verbo a verbo he o feguintc. Eu ElRey faô faber a quantos die
mcu Alvara virein , que eu cy por bem , e me praaz quc o Duque dc
Braganâ , e dc Barcclos mcu muito amado e prezado I'obrinho pofa
,
hobriguar quacfqucr remdas quc ele fobcedco de feu paaj , e Avoos

c de mim tern de juro , e herdade para fempre para a rellitui9a& do -
dote , que Ihe for emtregue do cafamento quc hora cllaa afeintaJo
por mim , quc fc faija amtre clc , e D. Ifabcl dalcmcallro minha mui-
to prezjda fobrinha quando ho matrimonio for feparado , c afy quc
Ihe pofa fafer doagain daquella renda, que clc quil'er cm quanto nao
for rdlituido ho dinheiro do dito dote pagua cm qualqucr das ditas
remdas, que de mim tern dejuro , e que alim pofa obriguar as ditas
remdas para paguamento das arras , que Ihe prometer , c ifto por hos
anos quc ele quifer ho quc ey por bem quc pofa fafer , e quc valha
a dita obriguaâi) polio que as ditas remdas fejam dc juro , e ajam dc
vir por fua morte a quacl'qucr outras pclToas por bem dc fuas doaôCs,
ho quc cy por bcni quc I'c cumpra , c guoardc fem embarguo da Icj
mental , a qual ey por derroguada , c exprefamente para die cafo , e
afy ey a dita doaâo por vaiiofa , e lirmc , c a cy por imlinuada , e
comfirmada , e valiol'a fern embarguo de quacfqucr ordenaôcs , que
fc aja cm comtrayro c afy ey por bem que pola obriguar os bens pa-
,
trimoniacs , que ele Duque tern polio que aelles tcnlia feito morgua-
do , e fern embarguo dc todas as claufolas na inllctui9a& do dito mor-
guado comteudas , as quaes para as ditas obriâ90cs fomente ey por
nenhuSs polio que a dita inltitui9a& feja comnrmada por mim avendo
refpeito a die dito Duque fer ho inlletuidor do dito morguado , e to-
do ho que dito he ey por bem , que fc cumpra , e guarde fern embar-
guo dc quacfqucr hordena90& Icis , c direitos , que %
aja cmcomtray-
ro polio que dellas hou dc cada hua dellas feja neccllario fazer expre-
la mcn9ao , e dcrrogua9a6 , e fern embarguo da ordcna9am do fegundo
libro titulo quorenta e novc, que diz , quc fc nao entenda numoua
fer por mim dciroguada nenhua ordcnacao lit della , c da fiillancia del-
la nao fizer cxpreli’a men9am , e afy cy por bem , quc die alvara va-
lha ,
c tenha for9a , c viguor como fe fofc carta fcita cm mcu nome
por mim alinada , c pafada por minha chanfclaria polio quc die na&
feia pafaJo pda dita chanedaria fem embarguo das ordcna9ocs do di-
to libro fegundo ,
quc ho comtrayro defpoem. Manoel da Colla o fes
cm Lixboa'a dezafeis dentil e quinhentos c quoarcnta c
dias dejunho
dous. P.HY. E na fobfcrip9am dizia. Alvara para vofa Alteza ver.
As quaes coufas todas acima ditas ccntcordaJas, e afcintadas hos ditos
Procura-
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da Cafa %eal ’Tortuguesâ. i 5 i
Procuradores do dito Si;nhor Diique , e da dita Senhora D. Ifabel , c
cada hum porfy oiitorgarom, afirmarom, e aprovarom , cfcobrigua-
rom , e prometcrom dc toilo comprir , e niamter , e guoardar afy os
feus Conftituintes como feus herdeiros, efobcefores, e cftipularbm,
c aceytarom todo ho fobredito nefte comtrato hum do outro , e outro
do outro , em nomc dc feus Conftituintes , e diferom quo obriguavam
para todo hoque dito he nefte comtrato aalem das obriguaôes , c jpo-
thequas expeciaaes nelle conteudas todos feus bens movcis , e dc rais
avidos , c por aver , c diferom mais os ditos Procuradores em nomc de
feus Conftituintes que por moor abaftamâ dies prometiam quo os
,
ditos feus Conftituintes aprovaram confimiaram , e retefiquaram cftc
comtrato , e todas as claufolas obrigajoes nella conteudas , c porem
dedararom , quo fe obrigavam , e queriam que pofto que na& foie por
dcs comfirniado , ncra aprovado hA aviam por firme , c valiofo por
virtude das ditas procuraqoes como fe nelcs comtem , e cm tcftcinunho
dc verdade afy lio outorguarab , c afeptarom , e mamdarom dellc fer
feito efte cftomiento , e quantos fe pedirem defta nota teftemunhas
que forom prefentes o Senhor D. Fernando Primo delRcj nofo Sc-
nhor Mordoino mor da Rajnha nofa Senhora , e o Senhor D. Jeroni-
mo dc Noronha. E depois defto no dito dia dezanovc dias (Jo dito
nies dc Junho do dito ano dc mil e quinhentos e quorenta c dous em
Lixboa nas cafas do Senhor Duque cu Tabaliab peramte as teftemu-
nhas ao diantc nomcados ly ho comtrato atras eferipto fdto amtre o
Procurador do dito Senhor Duque , e os Procuradores da dita Senho-
ra Dona Ifabel ao dito Senhor Duque de verbo a verbo como fe ncle
comtem , e por cle dito Senhor Duque foy dito que ele hcra muj
comteime de todo ho comteudo no dito comtrato , c claufolas , e com-
digo& , c obrigua§ocs dellc , e ho avia todo por bom firme , c valio
fo , e o retefiquava
,
e aprovava , e comfirmava com todalas obrigua-
90& , e doaijam que ho oito feu Procurador cm feu nome fez , c pro-
metia detodo comprir, emamter , e guoardar como fe por ele mcfmo
Senhor Duque fora feito, eeu Tabaliab cm nomc da dita Senhora D.
Izabcl auzente eftcpulcy e aceptcy todo ho fobredito , e fua Senhoria
mandou dellc fer feito efte termo teftemunhas Ruy Vaaz Pymto do
Confelho delR<î nofo Senhor , e fidalguo da Cafa do dito Senhor Du-
que , e Vafquo Fernamdes Caminha feu Camarciro. E loguo incom-
tinenitc no dito dia , mes , e ano nos paaôs delRcj nofo Senhor no
apoufemtamento da dita Senhora D. Ifabel dalemcaftro eftamdo cla di-
ta Senhora hy dc prefente cu tabaliab Ihely , e declare! efte comtrato
dc verbo a verbo feito amtre os Procuradores do Senhor Duque, e'
della dita Senhora , e porela dita Senhora foy dito , oue cla era niui-
to comtemte de todo ho comteudo em elle , e avia touo por firme c
,
valiofo com todo ho que os ditos feus Procuradores houtorguarom , c
aceptarom cm elle , e tudo prometco ter , c mamter , e comprir como
fe nellc comtem , e cu Tabaliab aceptej , c eftipulei della dita Senhora
ho fobredito , cm nomc do dito Senhor Duque teftemunhas que forom
preicntes Francifquo de Figuejredo Cavallciro fidalguo da Cafa delRcj
nofo SeiiJior,
e Belchior Rifeado mojo da Camera do dito Senhor c ,
eu
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,
152 Turovas do Liv. VI. da Hijioria ênealogica
eu Manocl Affonfo Cabaleiro da Cafa dcIRej nofo Senhor , c feu Ta-

baliao e Notario geral da Correiâm da dita Cidade dc Lixboa (juc ef-
te eftomiento na minha nota notej , e della ho fiz tirar para a dita Se-
nhora , e ho conifertei , e fobferevi , c afinei de meu publico final que
tal he final publico , pagou o que foi fua mcrce.
Alvara do Diujne D. Theodofiol. porque ordenou, (jue na fua Villa

de Monta/egre houvcjje Jef)enta Monteiros com 0 privUegio
(jue EIRey the tiuha dado. Original , ijiie efld no Car-
torio da Cuja donde 0 copiey.
Num. 1 ^ 6
An. IJ46.
,
EU o Duque &c. hey por bem e me praz que haja nefta minha Vil-
la de Montal^re felcnta Monteiros , os quais nomeara Martim
Affonfo deSoufa Fidalgo de minha Cafa e Alcayde moor da dita Vil-
la ,
polo que mando ao Juiz e Oficiacs della , que agora fao e ao di-
ante forem , que guardem os ditos fefenta Monteiros que o dito Mar-
tim Affonfo Ines moftrar por hu rol , o privilegio que de mim tern os
meus Monteiros , fe Ihe Icr contra ele em parte ncm em todo. E po-
rem dies ditos fefenta Monteiros fera& obrigados a ter hua chuâ , ou
befia , e afim cada hum feu fabujo de maneira que effem preffes , para
vir na montaria a todo o tempo , e faltando o fabujo cu fabma a al-
guns defies , tomara dentro em dous mezes , a aver outro e nao effan-
do apcrcibidos della maneira , na6 gozaia6 dos privilegios. E afim
hey por bem que ellc dito Martim Affonfo nomeie outros fefenta ho-
mens para o (Jaftello della Villa , os quaes fera& obrigados avir cada
noutc , tres defies vcllar o dito Callcfio e mando que a elles fefenta do
Callefio que elle nomear , Ihe feja goardado o propio privilegio dos
Monteiros afim c da maneira que fe nelle contem , oque fccumpra c
guarde inteiiamcntc fern hirem contra ill'o , ncm Ihc porem embargo
algum. Fernao Belozo ofez na dita Villa dcMontalcgre a ii deju-
Iho de 1546.
HO DUQUE.
Carta delRey D.JoaS III. para que os Corregedores das Comar-
cas , que forem tirar relidencias aos Julgadores do Duque de
Braganqa, nao levem fellario. Efa naTorre doTomho
a pag. II do Irvro da Chancellaria do anno de /
Num.
An.
t4«7.
1546. D Om Joa& per graâ de Deos Rey de Portugal e dos Algart'cs da-
(]ucin e dDlcm mar em Africa Senhor deGuine daiôncuiilra
vega5a6 comercio de Ethiopia Arabia Perfia da India &c. ^ ra§o la-
na-
ber a quantos ella Carta virem , que por algdas Julias caufas aue me
a illo movem , me praz e hey por bem , que os Corregedores das
Co-
marcas dc men Reyno , que da^y cm diante forem tomar as reliden-
cias aos Ouvidorcs das terras de D. Thcodofio , Duque de Braganâ , c
dc Barcellos meu muito amado e prezado fobrinho , nao poffa6 le-
var
Google
5 ,
da Cafa %eal TôrtugucTâ. 1 3

var ncm Icvem fcllai io algum nem
percalôs , por reza& de irem to-
,
mar as ditas rcfidencias ,
embargo das Provilbcs , quc os di-
c ifto fern
tos Corregcdores tern pcia levarcm ccrta coufa por dia quando forem
fora dc fuas jurdiôes fazcr alguas diligcncias por mcu mandado ou dc
cada hua dc minhas Relates , e ifto meftno fe entendera e avera lugar
nos d'erivacs , c quacfqucr outros ofliciaes das correiôes , que com os
ditas Corregcdores forem pera as ditas rcfidencias pofto que as taes
provifoes tenba6 por quanto fena6 entendem nem ha6 lugar cm fe-
mclhantcs cafos ;Notiheo alTy aas ditos Corregcdores , c a todas as
oiitras julliâs odlciacs epeflbas, a que o conhccimcnto defto perten-
ccr c Ihc mando quc alTv o cumprab c fagab intciramente comprir fern
duvida ncm embargo algum oue a ello leja pofto , porque alTy lie
niiiiha niercc , e por firmeza dcllo Ihc mandey dar efta Carta por mym
a/inada e alellada do mcu Icllo pendente. Joab de Seixas a fez em Al-
meirim a defafeis dias dc Janeiro dc mil e quinhentos e corenta e feis
annos. Manocl da Colta a fez cfcrei'er.
%- lhnrd (kJRey D. ]cco IJI. ao Dtigiie de Braganga D. Theodo-

fio 1. para poder mandar d^'pachar osfeitos daJuaJazenda por
Jidzes Ckifgos tendo os /oculares impedimento. Ejld no Arclu’

VO Real do Torre doTombo apag.74. dolivro dos Privilegios do
anno de IP4H t e 4p. E/crivaS Lutz Carvalho.
E U EIRcy faô faber, aquantos cftc mcu Alvara virem , que D.

r/icodofio Duque dc Braganga c dc Barccllos mcu niuito amado
c prezado fobrinho , me fez fua petiâb , dc que o treslado he o fe-
Num. 148.
An. 1549.
guinte. Dis o Duque de Braganga j quc feu pay c avos acuftumaiab
muitas vezes mandarem dcfpachar tcitos civeis e dc fua fizcnda por
clerigos letrados , coino ouvidores : c porque a ordenaâb diz quc Sc-
nhorcs nab tenhab ouvidores clerigos , por Ihe nab irem a illb a mab
pede pormcrce a V. Alteza , aya porbem , quc feitos da fua fozenda,
os poliab dcfpachar clerigos letrauos porque cllc tern liccnca do Papa
j
iera ilfo , c alTy quaefquer outros aveis , quando cs ouvidores fccu-
fares forem impcdidos , ou fofpcitos , porque fempre cuftuma fer hum
Ictrado bom clerigo canonifta , e legifta pera eftas coufas. E vifto feu
requerimento , c avciido refpeito ao que na dita petigab diz , e por fol-
gar de llie fazer mcrce , hey por bem e me praz quc clle polTa daquy
em diantc cm quanto minha mcrce, mandar dcfpachar os feitos dc fua
lazenda por letrados clerigos, eall’y quacfqucr outros feitos civeis, dc
que o conhccimcnto pcrtcnccr aos feus ouvidores fcculares , quando
os tacs ouvidores forem fofpcitos as partes ou empedidos , de maincira
quc os nab poflab dcfpachar , c ifto tendo elle pera ilTo liccnca e pro-
vifab do Santo Padre como dis , c fern embargo da ordenacab do le-
gundo livro titulo corenta c nove , que difpocm quc pclfoa algua ,
quc tiver I'unhâ^ da Coroa do Rcino , nab polfa poor , ncin pouha
ouvidor, ncm outro algum official dejuftiâ quc feja clerigo, oupef-
Toin.IV. ^ loa
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154 doUv.VL daHiftoria ênealogica
foa que na& feja de minha jurdiâ& , e porflnneza dello Ihc mandcv
dar cllo Alvara pormyin aflnado, equal hey porbem que valha, co-
mo fcfo!re carta feita cm meu nome pormyni afinada, e paffada por
minha chancelaria fern embargo da ordenaâo do dito livro fegundo
titulo vintc que dis que ascoufas cujo eft’eito • ouver dedurar mais dc
hu anno padem por Cartas , c palFando por Alvaras na& valhaft. Anto-
nio deFrejtas ofez cm Lisboa aquinze dias demajo demil c quinhen-
tos c corenta e nove. Manocl da Cofta o fez clcrcver.
%Alvara cielRey D, Joai III. ccncedido ao Diujiie de Bragan<;a

D. T heodofio I. para que o Prccurudi'r dos Feitos delR cy , /endo
requerido por parte do Duque , vife logo todos os Jens feitos ,
pa-
ra dilles dar infer n>aqa 5 a ElRey. Edd na Torre do Tomho no
livro dos Privilegios da Chancellaria do anno de 1^48 , e Jeguin-
te a pag. ^8.
uM. I
4 P.T7 U ElRcy fa90 faher a vos Procurador dos meus feitos na Cafa da
fiiplicaâo que D. Thcodofio Duque de Braganâ e de Barcellos,
An.
^ 1 S49.* ,
meu ir.uito amado c prezado fobrinho me difl'c que cllc tras as vezes
aigds feitos na dita Cafa , que pertemeem aos dereitos reaes que de
mym tern , c que por nao perccer feu dcrcito , c ferem bens da Coroa,
era nccedario vos averdes vifta de tacs feitos , c me dardcs dellcs re-
za& , pera cu prover accrca di(To , como ouvefe por bem , pedindo-
mc , que palTade minha Provifab , pera que fendovos requerido per
fua parte vifleis os ditos feitos com diligencia , e me delTcs rezab dcl-
les. E vifto feu requirimento o liey affy por Ijcm , c vos mando que
daquy em diantc fendovos requerido por parte do dito Duque vejacs
os tacs feitos e me dcs dcilcs logo emiormaâb , para cu mandar accr-
qua dilTo o que ouver por bem e meu ferviô , c por efte mando a
quacfqucr juftiâs, eomciaes a que pertencer que vos dem a vifta dos
ditos feitos , fern a i(To poerem algfia duvida , e efte Alvara quero que
valha como carta por mym afinada e pal'ada polla Chancellaria fern env-
bargo da ordcnacab do fegundo livro que o contrario defpoem Ay- :
res I'ernandcs o Fez em Lisboa a vintc c hfi dc Majo dc mil e quinhen-

tos e corenta e nove.
Carta delRey D. Joa 5 III. em que faz merce ao Duque D. Theo-

dofio I, para poder mandar cortar came em Villa-Viqofa , oii
em outro Ltigar ,
em que nelle ejliver , ao preqo ,
que Ihe parecer ,
ainda que Jeja a mats dataxa. E/ld na Torre doTombo no li-
vro dos Privilegios do anno de 1^48 a pag. f8.
Num. 1 yo
An.
EU ElRey faqo faber a quantos efte alvara virem
bem , por fazer incrce , a D. Theodofio Duque
lue
le
cu hey por
Braganâ , e
dc
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,, I
da Cafa *âl ‘PortuguCTâ', I j j

mcu muito amado, eprezado fobrinho ,
deBarcellos, qtic die polTa
mandar cortar em Villa Viôl’a c em qualquer outro lugar fou em
quanto nellc cftivcr as carnes , ao prcvo que bcm liie parccer , polio
uc a mais da taixa.
I'eja Notificoo afl’y a todos os mcus del'embarga-
,
corrcgcdores
ores ,
ouvidorcs , Juizcs e julViâs ,
olliciacs ,
c pcflbas,
a que die Alvara for mollrado , e o conhecimento pcrtcnccr , e Ihes
mando que Ihe nao ponha6 a ilTo duvida neni embargo algum , e Ihe
cumpra& die Alvara , como ndle he conteudo , o qual hey nor bem
que valha como I'c folTc Carla por mym aflinada , c palVada polla
Cliancdlaria , 1 cm embargo daordcnaya6 dofegundo livro , que dis
que as coul'as , cujo ell’cito ouver dc durar mais dc hum anno palTem
por Carta cnao por Alvara. Ayres Fernandes ofez em Lisboa avinte
e hum dc Majo dc ii;il e quinhentos e corenta e nove.
¥rotefio do Diitjtie de Braganqa D. Thcodofw I. na centenda com o

trior do Creto. Ejid no Cartorio da Cajd.
EU Dorn Theodolio Duque dc Braguan^-a diguo que por quanto

o Principe mcu Senhor le ha de alevantar porRcy e me hei de
achar prel’ente no auto difo e outros ondc o Senhor D. Antonio filho
.
*
55
5 T.
^’’
do Senhor Ifante D. Luis pretende prccedermc , e por o tempo na6
dar luguar a fc dccrarar , protdlo as prefcdcncias que no dilo auto
e outros fe fizerem , nao perjudicarem meu direito nc demeus fubce-
I'ores a que pertcncc a dita preccJcncia
,
e della protdlajad que faco
pera tanto que o tempo dcr luguar
,
requerer minha julliqa , pcqo me
ieja pallada certidao com o tcrlado della
,
porque nefte tempo quis
mds tratar do I'crviqo dc Suas Altezas, e bem delles Rcynos que de
minha homira. Fcita oje x6 dejunho de 1557.
%Alvard de T)edaragao da Kchi/ta Regente Jobre a mejma

mutcria.
U An. 1562.
F ElRcy que cllc mcu Alvara virem que vendo
faqo faber acs
eu a nccelldadc que o cerquo dc Mazaguad tinha , c o muito tuie
importava nad fetonur, e operigo que conia a gente que neic ella-
va maiulci chamar o Duque de Braguanqa mcu muito amado , c pre-
zado Ibbrinho pera tomar feu confelho no que comprife pera I'en iqo
de Deos , c mcu , fobre o dito cerquo , c Ibnrc outrsis coufas que in-
portavad a meu fen'iô , cm que crad nccclfarios feus conlblnos ao
que o Duque por mel'ervir, veyo loguo, c medile que nad avia de
icr prefente no mcu confelho , nem me podia Icrvir nolle ellando D.
Antonio men muito amado , e prezado Tio no diio comfelho cm al-

fiiia parte de precedcncia , por quanto clle
Duque pretendia por mui-
tas caufas que avia de fer preferido ao dito D. Antonio , e eu vendo a
necclidade do tempo roguei ao dito Duque que por o tempo nad dar
luguar a fc tf)mar ueterminaqad no cafo da dita precedcncia nad quife-
. Tom. IV. fc
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1^6 Turovas do Liv, VL da Hijlorta ênealo^lca
re por ora falar nella ficandolhc feu Uireito falvo como fe nifo nom
ouvefe precedido adto algum ,
nem lugar ondc fe podefe notar , nem
colcgir , que ouve precedencia , pera ein todo tempo o dito Duque
podcr requercr fua juftiâ inteiramente acerqua do mefmo cafo , e o
quo ora nzefe por caufa das necefidadcs , e ncgocios que focediao Ihe
nao prcjudicafe , nem o dito D. Antonio fe podefe ajudar de coufa al-
gua por rezao dos ditos a^los , c afy por Iho eu roguar o que o Duque
por me fervir aceitou com a mefma protcfta9a6 , e comdiâo de Ihe na6
perjudicar. E por tanto hey por bem que pofto que o dito D. Anto-
nio meu muito amado, e prezado Tio pola necendade do dito nego-
ceo de Mazaâb , e muito periguo que ha na dilaâ& do tempo ufe
no meu comfelho ou ante mim de parte algCia de preferencia , que o
dito auto na6 perjudique ao dito Duque , nem a feu filho , e fubcefo-
res em coufa alguaa por quanto fe fez por meu roguo por caufa da di-
ta necefidade , c nao forrer por ora o tempo que fe determinafe por
jufti^-a , c ficara a clle Duque , e a feus fubcefores todo feu direito in-
tciro refguardado afy na poHc , como na propriedade como fc nun-
qua o dito D. Antonio fofe em coufa algua de preferencia , e fern clle
le poder ajudar nem chamar apofle, nem adl:o algum de preferencia
o que afy hey por bem , e manao de meu motu proprio , poder Real
eaofoluto para que nunqua em nenhum tempo feponha duvida, nem
embarguo , e por certeza difo inandey fer feito efte que quero , e me
praz que valha , tenha forâ , e viguor como fefofle Carta por mim
afinada , e afellada , e pafada pola Chancelaria fem embarguo da orde-
naâo do fegundo livro titulo XX. que dis que as coufas ciyo effeito
ouver de durar mais de hum anno pafem por cartas , c palando por
alvaras nam valham , evalera outrofy pofto que na& feja pafado po-
la Chancelaria , fem embarguo daôrdena9a6 em contrario. Parttaliao
Acbclio ofez cm Lisboa ax. dias domes deMayo de 1561.
RAYNHA.
Attejlaâo do Secr^tarlo de E/lado Pedro de Alcagova Carneiro

Jbhre 0 mefmo,
|.>U o Secretario Pero Dalca90va Carneiro por efta certida6 por

j'j mim aftnada certefico , que o Senhor Dorn I'heodozio Duque de
Braguamâ &c. Aprefentou a Rainha nofta Senhora huua protefta9a&
por elc feita, eahnada cujo treslado he o feguime. Eu D. l'heodo-
iio Duque de Braganqa diguo que por quanto o Principe meu fenhor
fc iia dalcvantar por Rcy , c mey dachar prefemte no aidlo auto om-
de o Sciihor D. Antonio filho do Senhor Infante Dom Luis pretende
prcccderme , c por o tempo na& dar lugar a fe dcclarar a quern per-
tcnce a precedencia , protefto as precedcncias que nos dittos autos fe
fizerem na6 prcjudicarem a meu direito nem a meus fucefores a que
pcrtcnce a dita precedencia. E defta proteftaca6 , que fa9o para tan-
to que o tempo dcr lugar requerer minha jufti9a pc9o me feja pal a-
: 5
da Cafa T(,eal Tôrtuguesâ. 1 *7
da ccrtida6 com o treslado dela , porque nefte tempo qucro mais tra-
tar do fervi90 dc Siias Altczas , e bem do Reyno que de minha honr-
,
ra , oje quatorzc de Junho de IJ57. E a Rainha noffa Senhora me
tnandoii , que defc ao Senhor Duque ella minha certida6 com o tref-
lado da dita proteftai;a6 'como pedia , para fua guarda. E por verda-
de afignei cfta cm Lisboa a vj. dias do mes dc Julho dc 1557.
Pedro Dalcaôva Carnciro.
Copia do Formularto , que fe praticou nas Cortes , que celebrou Et-

Rey D. Sibadiao no anno de ijdi , a qual ejlava em hum Uvro
anttgo encadernado em pnjla negra , donde 0 fez copiar em pu>
llica forma D. Pedro deLcncadro {depots Duque de ^veyro")
para acoutenda, que teve comosCondes, fobre preceJencias , que
ajuntou ao procejfo , 0 qual Original ficou na Sicretaria do Def
embargo do Paqo da Repartiqao da Extremadura , ( que he ho]e
de Antonio Pedro V ergollino) donde 0 Duque de Cadaval D. Nu-
no Jez tirar copia authentica, que fe conferva na Livraria ma-
mfcrita noTomo de papeis varies a pag.^p4 donde ocopiey }
e 0 dko Ihro antigo a pag. 46 tinha 0 ticulo Jeguinte
Cortes que fe ordenarao na Cidade de Lisboa pela Rainha D.

Catharinha , mulher que foy dclRcy D. Joao III. av 6 del«
Rey Dorn Sebaftiao o Primeiro defte nome , cujo Tutor ella
era , fendo elle de idade dc oito annos , e oito mezes , govcr-
nando por elle o Reyno injolidum a mefcna Rainha, afliftin-
do em Cortes duas vezes.
Apontamentos ,
que fcrao ordenados pela maneira , que Je bavia de ter
no concerto da cafa , em qite fe fizeraS as Cortes no ajjentar
das pejfoas.
A O
Cafafe confci tara antes que ElRey va pellos officiacs , c eftara6
afentados nefta maneira.
.
Arccbifpo e os Bifpos c(lara6 afentados no feu banco a mao di-
.
Num C
I ^ 2*
rcita por fuas precedencias , nos bancos da ma6 efquerda dcfrontc dos
Prelados , fe alfcntarao os Condes por fuas precedencias.
AbaLxo dos Condes eilaram os do Confelho nos bancos do Confe-
iho tantos dc hua parte como da outra , afli como fe acertarcni fern
haver prccedcncia.
Abaixo dos do Confelho eAara& os Senhorcs de terras c Alcaydcs
mores tantos dc hua banda como da outra , alii como fe aceitarem
fern haver precedencia.
Os
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,
158 l^rovas do Lh. V1 . da HiSloria ênealogtca

Os
Procuradorcs das Cidadcs , Villas eftara& afcntados pcllo ineyo
em feus bancos por fua ordcm na inaneira quc fc vcra no ucbuxo que
com efta hira.
Como a Caza dlivcr conccrtada , e todos cftivcrcm cm feus lu-
garcs vira ElRey , c quando entrar tocaram as tronibctas , ataballcs
cbaramcllas e tangcram the fua Altcza fe aflentar.
Detras da cadcira de Sua Altcza logo junto a ella cm pc eftara D.
Alcixo de Mcnezes Ayo de fua Alteza.
A
ma& dircita de Sua Altcza emfima do eftrado eftara preftes hua
cadcira de cfpaldas para o Cardcal Infante D. Henrique.
O
Senhor D. Duarte eftara afentado em lima do eftrado no cabo
dcUc ama6 cfquerda deSua Alteza cmhuma cadcira laza.
O
Duque deBarganâ eftara alfcntado no fegundo degrau dailhar-
ga do eftrado da banda dircita cm hua cadcira razit.
O Duque
de Aveyro eftara afentado no fegundo degrau da ilhar-
ga no eftrado da banda efquerda em hua cadeira raza , e quercudo ellcs
eftar antes afentados no chao cm almofadas em lima do eftrado podcllo-
ham fazer , a faber o Duque de Bargan 5a a banda dircita , e o Duque
de Avevro a banda efquci da.
Os Marquezes ellaram afcntados cm cadciras razas com almofadas
afima do banco dos Condcs.
No banco dos ditos Condcs na parte dcllc quc eftiver mais perto
das cadciras dos Marquezes fe afentaraf) os Irmaos do Duque de Bar-
ganâ , e juiiilo dclles no dito banco os Irmaos do Duque de Aveyro
e logo D. Pedro filho fegundo do dito Duque de Aveyro capoz dies
Condcs os de fuas prcccdcncias.
Aos pcs de lilRcy nollb Senhor eftara hua almofada , na qual ef-
tai'ao da puridadc.
os I'cllos
No dcrradciro
degrau do eftradinho eftara afentado Pedro de AI-
ca§ova , que neftc aeVo hade fervir dcEfcrivao da Puridadc.
O
Comic Mordomo mor eftara cm pc no eftrado a ma6 cfquerda
de ElRev a ilharga de Sua Altcza , da banda dircita eftara o Guarda
mor afaltado do Cardcal.
Diantc do di£Io Guarda mor , o Copciro mor com o eftoque , cm ’
direitodo Copciro mor da banda efquerda eftara o .Meirinho mor.

Os Vcdorcs da fazenda eftaram al'entados em o primeiro degrau do
topo do eftrado, cos quc forem de titulo mandara Sua Alteza cobrir,
eosoutros eftarao defeubertos.
No fegundo degrau abaixo dos V'cdorcs da fazenda eftara o Re-
gedor,
Chancelter mor, c Dezemhargadorcs do Paô.
No tercciro Corrcgedorcs da Cortc , e alguns Dczcmbargadorcs
, todos defeubertos.
O Porteiro mor efta em pc no cha6 no canto do derradciro de-
'
grau da banda dircita.

I-' o Rcpoftciro mor eftara cm pc no chao no outro canto da ban-
da efquerda.
Os Revs Daimas c Portciros
,
da mafta , eftaram tantos de hu ca-
bo como do outro do banco dos Prcllados c Condcs para lima , e o?
,
i
’ Portciros
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,,
da Cafa %eal ôrtuguesâ. 15 ^

Portciros abaixo , c nam ficaiao diantc das peflbas que ouverem dc cf-
tar aafcntados ncftcs bancos.
Tanto que tiido eftiver alTciitado , e a caza calada fara arenga o
Doutor Antonio Pinheiro dcflima do cllrado dabanda dircita no cabo
dclle.
E tanto que
for acabada a dita arenga refpondcra o Doutor Efte-
vaf) Prcto, c todo o tempo que niflb gaftar ellarau todos os que efti-
verem na em pe , afll as pelFoas de titolo , como todas as outras
caza
com as cabeflas defeubertas por quern falla por todos.
Tanto que odito Doutor acabar vira6 o Arcebifpo de Lisboa e
os Rifpos do Porto , c do Algarve que fa& eleitos pello EdaJo Ecclefi-
aftico , e aprezentaram a S. Alteza os feus apontamentos , e Sua Alteza
os dara a Pedro de Alcaôva.
E acabado dc fahirem , vira6 os feis eleitos pcla nobreza aflaber
o Conde da ('aftanheira , D. Diogo de Caftro , D. Garcia dc Caftro
Fernam da Silveira , D. Joao dc Caftellobranco , e D. Joa& Mafcarc-
nhas , c aprefentarab feus apontamentos, eSua Alteza osdara tambem
a Pedro dc Alca 9 ova.
E os dittos Procuradorcs cm nome de todos beijarab a mab a Sua
Alteza.
E depois dido tocarab as trombetas , c ataballcs , c hirfeha ElRey
com o mcimo Edado ,
e Magedade com que ha dc vir.
Bulla do Papa Paulo III. em

por fupplica do Ducjue de Bra-
cjue
fânqa D.Theodofto I. {alem das Preceptorias , ouCom-

creoii
mendas ,
que 0 Papa Leao concedeo X.
ao Duque Jeit pay , por
Jupplica delRey D. Manoel, e Jua) naOrdem de Chrijh outra
nova Preceptoria , e Commenda na Igreja de Santo Andre do BiJ'
pado do Porto , do Padroado do dito Duque , refervando para 0
Reytor cincoenta cruzados cada anno , com todas as offertas^ af-
fim do Altar , como outras , e os Annwerfarios j e que 0 Duque ,
eJens /uccejjbres , como verdadeiros Padroeiros , pojjao apre/en-
, e Commenda , qtiando
tar 0 Preceptor a dita Preceptoria vagar,
ao Mejire , ou Admini/lrador da Ordem deChifio^ para in/lruir,
e confirmar na dtta Commenda. L 'tvro das Commendas da Cafa
authentico ,
pag. jo.
AuIus Epifeopus Servus Servorum Dei. Adperpetuam rei n'cmo-Ûjyj^ 1 5 *

P riam facri apodolatus miniderio meritis licet impîbus fuperna
difpofidone prdidentes ad ea per quae ad divini nominis laudem, &
*
r ^
*53”'
^
gloriain & illius cultus augmentum , ac fidei catholioe defenfioncm

,
& cxaltationcm bencficia ecclcfiadica fccularia , & regularia ubicûc pro-
pagentur Sc perfonis generis claritatc tulgentibus honor acrelcat nof-
tne folidtudini^ dudium libcuter cor vertinms , ac in his ejufdcm nii-
nidcrij
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i6o *Provas do Liv. V1. da Hifloria (jeneahyca
niftcrij partes favorahilitcr impartimur prout rerum qualitatibus dili-
genter penfatis confpicimus in Domino falubritcr expedite. Sane pro
p.irtc filij nollri viri moderni Ducis Barguantix de Guimaracs no-
,
bis nuper exliibita petitio continebat, quod cum dudum fclicis rccor-
datioms Leo Papa X. PredeedTor noftcr fub datis videlicet quinto
idus January , Pontificatus I'lii anno quinto clarac memrri^ Einma-
nuclc Portugalli*, & Algarbiorum Rege , ac quondam Jacobo Duce
Bargiianti* , & de Guimaracs tunc innumanis agentibus prccurantl-
bus in militia Jefu Chrifti regni Portugallix cujus idem Emmanuel
Rex tunc Adminiftrator per Sedem apollolicam deputatus erat ultra
nonnullas per ipCum pra:dccd1brem antea liib certis modo , oc forma
eredlas tot alias cjufdem militijc prjcccptorias , qiiot diclus Jacobus
ipfius Regis nepos fororius infra certum tempus tune cxpreil'um fub
invocationibiis de quibus cidem Jacobo Duci videreiiir ex tunc prout
ex ca die , & c contra qua: ad prjcfentationem ejufdem Jacobi , & pro
tempore cxillentis Ducis Barguanti® , & inftimtionem ipfius Emina-
mielis Regis , & fimiliter pro tempore exidentis dis^x militix Admi-
nilbatoris , feu Magiftri duntaxat pertinerent perfiias literas creaverit,
crexerit , & inflituerit, ac bona, &jura quindecim cx centum, & ul-
tra parrochialibus Ecclefijs qux dejurc patronatiis cjufdem Jacobi Du-
cis cxiftebant, &quas idem Dux infra dichnn annum duxerit fpecifi-
canda.s pro fingulLs earum redloribus faltem porticnc fexaginta ducafo-
nim refert'ata perpetuo dimembraverit , & feparaverit , illaquc lie fe-
parata , & dimembrata prxeeptorijs pnefatis fie ultimo crcclis propor-
cioiiabilitcr pro earum dotibus juxta confuctudinem , & arbitrium di-
£H Jacobi Ducis perpetuo applicavcrit , & appropiiavcrit, necnon ei-
dem Jacobo , & pro tempore cxillenti Duci Bargeantix eligcndi , no-
minandi , & diiflo Eminanucli , ac pro tempore exillenti Adminiftrato-
ri , feu Magiftro dicilx militix illius milites ad di*das prxeeptorias
eredas a fua primeva erciVione , feu cum & quotiens perpetuo eas va-
cate contingcrct prxfentandi , cidemque Emmanueli Regi , & pro tem-
pore exillenti Auminillratori , feu Alagiftro illos inllitucndi , & con-
firmandi facultatem , & licentiam concefTerit , ac quod prxeeptorix I
hiijufmodi lie ereidx , & inlUtuts de jure patronatus ex fundationc , & v
dotationc ditfli Jacobi , & pro tempore exillcntis Ducis Barguantix >
perpetuo eflient , & elle ccnlerentur , didlumque jus patronatus ac no- f

minandi, & prxfentandi eofdem milites ad cafdem prxeeptorias fie
crcilas pro potiori cautela eidem Jacobo , & pro tempore exillenti Du- f
ci perpetuo concelferit , prout in eil'dem litcris plenius continetur. ^
Prxfatus modernus Dux cupit pxrc.l’ialem Ecclenam Sanili Andrex
de Villa boa de Quiri/ Portugalenlis Diacefis qux dejure patronatus
ipfius modemi Ducis ex fundationc , vel dotatione cxillit m fimilem
prxeeptoriam cjufdem militix adinllar aliarum prxeeptoriarum per di-
^las literas crcclarum creaii , crigi ^ & inftitui. Quare pro parte tarn ^
di(fli moderni Ducis , quafn diledi lilij Enrrici de Mcnefes in Chrif-
to filij nollri Joannis moderni Portugallix , & Algarbiorum Regis il-
lullris' apud nos ,
&Sedem apollolicam Oratoris allcrentium fruclus ,
'
redditus ,
& proventus didlx Eedefix Saudi Andrex , & illi forfan an-
nexorum
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,,,
da Cafa Tâl Tôrtuguesâ. i6i

ncxorum duccntorum , ducatorum auri de Camera fc-
& guinquaginta
cundum comuncm cxtimatioiicm valorem annuum non cxcedcrc , no-
bis hiit liumilitcr 1‘iipplicatum ut eandcm Kcclcliam SandVi Andrcit in
pra’ccptoriam militia: pra:dicta; ut prxtertur crcarc , erigerc , & inlH-
tuerc, ac alias in pramiflis opportune providere debenignitate apollo-
Jica dignaremur. Nos igitur difta: militia: llatum fielicioribus incre-
mentis proh'cere paterno zelantcs affedu hujurmodi fupplicationibus
inclinati Kcclcfiam Sancli Andrea: prxdidlam in pra:ceptoriam dicla:
inilitix fub eadera invocationc Samiti Andreac qux ad ipfius moderni
ex tempore exiftentis Ducis Barguantia: pra:rcntationem , nccnon &
moderni , & limilitcr pro tempore exiftentis didx militia: Magiftri
feu Adminilbatoris inmtutionem pertineat , rclervatis ex illius Iruifti-
bus , & redditibus , & proventibus pridiflis portionc quinquaginta du-
catoruni auri fimilium annis ftngulis , ac oblaticnibus quotidianis , Sc
pedis altaris nuncunatis, nccnon aniverfariorum cmolunientis pro uno
perpetuo ejufdcm Ecclelise S. Andrex Vicario qui illi in divinis laiiJa-
biliter dcierviat , & curain animarum dilcdoruin Hliorum illius parro-
ciiianorum diligenter cxerccat , ac cis , & bona portione quinquaginta
ducatorum auri , ac oblationibus , & cmolunientis I'upradiiflis uuntaxat
exeeptis perpetuo applicavimus, & appropriamus , nccnon eidem mo-
demo , & pro tempore exiftenti Duci Bargiiantix eligendi , & nomi*
nandi , nccnon prxt’ato moderno , & limilitcr pro tempore exiftenti
Adminiftratori , feu Magiftro ipfius militix illius militera ad diclam
cretiam praxeptoriam abejus primxva ereftione vacantem , leu cum,
&quotiens earn perpetuo vacate contigerit prxfentandi , eidcmquc mo-
derno , & pro tempore exiftenti Adminiftratori , feu Magiftro ilium in-
/h'fuenui ,& confirmandi fi ipfius moderni DUcis ad hoc accelferit af-
cenfus licentiam , & facultatcm concedimus. Et nihilominus pro po-
tions cautelx fufiragio hujufmodi qui patronatus , & nominandi , ac
prxfentandi cundem militem ad iplam prxeeptoriam lie eredfam prx-
lato moderno . Sc pro tempore exiftenti Dua Barguantix autoritate
& tenorc prxoidtis perpetuo concedimus , ac eandem ereefam prxeep-

toriam de cujus jure patronatus ex fundationc , & dotationc perpetuo
cxiftere , & cenl'eri , ipfumque jus patronatus , & prxfentandi eidem
moderno , & pro tempore exiftenti Duci Barguantix vere , & non li-
dbe ex veto fundatione, &dotationc, acfimilibus modo, & forma fi-
bi competcrc prout in didVa Ecclefia Sandii Andrex fibi competebat,
ctiam perinde ac fi frudhis , rcdilitus , & proventus , ac bona Sandfi
Andrex hujufmodi eidem eredVx praxeptorix a tempore fundationis , &
dotationis ejufdetn Ecclefix Sandti Andrex applicata , &appropriata
& in ipfa prxeeptoria ex cifdcm fruc'libns , redditibus , & proventibus
fundata , &dotata, creata, credh, &inftituta fuilfent, nccnon dc ju-
re patronatus hujufmodi etiam intuitu litis , vcl permutationis , aut
vacationis etiam apud Sedem confenfu partium , vel alias abfque didti
moderni , & pro tcnmorc exiftentis Ducis Barguantix cxprcflo confen-
fu per nos , & fucceffores noftros , ac Sedem eandem etiam motu pro-
prio, &cxccrta feientia, ac apoftolicx poteftatis plcnitudine dcroga-
rinon pofTe, ac militem prima vice, tk pro tempore nominati prxlen-
Tom. IV. ^ tatum,
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6
1 z Turovas do Liv. V I, da Hijlorla (jenealogica

tatum , & inftitutum prxJidlum cidcm modcrno , & pro tempore cxil-
tenti Duci Barguantia: indefenfione fidei praedidtse , & alijs obfequijs
pro fui flatus confervatione honore , & augmcnto , & prout cidem Du-
ci videbitur , & non alicui altcri perfonx defervirc obfcqui obedire
,
tcneri , ne aliter facere pofTe nifi de ejufdem moderni , & pro tempo-
re exillcntis Duels Barguantix expreffb confenfu , & fi contrarium fe-
cerit , prxeeptoria hujufmodi privatum exiftere , illamque vacarc cen-
Icri eo ipfo , ac cundem modernum , & pro tempore cxiflentem Du-
cem , necnon modernum , & fimiliter , & pro tempore exiflentem di-
£lx militix Adminiftratorem , feu Magiftrum nulla dedaratione , aut
vacatione prxeedentibus , ncc requifitis alium ad eandem prxeeptoriam
fi vacaneem militem qui eidem Dud in prxmiflis deferviat obfequatur,
& obediat ut prxfertur nominarc , & inflitucre , ac confirmarc totiens

quotiens cal'us prxmilTx vacationis occiirrerit rcfpedlive pofle , nec-
non creationem , eredionem , inllitutionem , applicationcm , & ap-
propriationem , ac Jus patronatus , & facultatem nominandi , prxfcn-
tamii , inflituendi, & confirmandi , nccnon confinnationes, nominatio-
nes, prxfcntationcs , & inftitutiones peripfos modernum , & pro tem-
pore exiflcntem Ducem Barguantix , necnon modernum , & fimiliter
pro tempore exiflcntem didx militix Adminiftratorem , feu Magif-
trum ad diiflam ercclam prxeeptoriam , & de ilia faciendx ex nunc
prout ex tunc , & e contra non fidx , fed verc fuum , & plenaiium ,
& totalem effedum fortitas dfe , ipfasque nominationcs , prxfentatio-
nes, inftitutioncs , & confirmationcs per modernum , & pro tempore
exiflcntem Barguantix Ducem , ac modernum , & pro tempore exif-
tentem Adminiftratorem , feu Magiftrum prxfatos ut prxmititur faci-
endas vim validarum efficatium apoflolicarum inflitutionum habere,
ita quod liceat militi ad ipfam prxeeptoriam fie ereilam per diiSlum
modernum , & pro tempore exiflcntem Ducem Barguantix prxfcnta-
to , nominato , ac per modernum , & pro tempore cxiflentem didi mi-
litix Adminiftratorem , feu Magiftrum in ca inftituto cadente , vel de-
cedente di£lx Ecclefix Sandli Andrex Redlore , feu Ecclefiam ipfam
Sandli Andrex alias quomodolibet dimitente , & ilia quovis niodo va-
cante ctiam apud Scacm prxdidlam illius bonorum eidem erectx prx-
ceptorix pro illius dote applicatorum , & appropiatorum corporalem i
pofTeflioncm per fe , vel alium , feii alios propria auftoritatc libere

aprehendcre, illoi-uinquc, & alios ipfius Ecclefix Sandli Andrex fru- .
ftus , redditus , &proventus infuas, & prxeeptorix creftx hujufmo-

di ufus , &
utilitate convertere ordinarij loci ,& cujufvis altcrius liccn-
tia fuper hoc minime requifita. Ipfamque prxeeptoriam tarn hac pri-
ma vice ab cjus primxva ereclioiic hujufmodi , quam pro tempore va-
cantem per qucmcumquc ctiam a fede prxdidla fine ejufdem moder-
ni , & pro tempore cxiftentis Ducis Barguantix fpeciaJi , & cxprelTo
^
confenfu unpetrari non poffe , ac omnes impetrationes , & conceffiones ,
de ilia ctLim afede prxdiiSla aliter fa£tas nullas, irritas, invalidas, &
inane? , nulliufque roboris , vel momenti fore , nccnon applicationcm,
& appropriationcm prxdidlas tamquam realitcr eft'eilum fortitas fub
quibufvis genaalibus , vel fpccialibus rcvocationibus , & fufpenfioni-
:::lbV -
,,
I
da Cafa 7(âl 7^ ortugueiâ. i6^

bus unionuni , nnnexionuni , & incorporationum , & applicationum re-
gulis, ac conmtutionibus , voluntatibus , decretis, & quibufvis difpo-
litionibus per nos , &fcdcm prxdidtam faftis, & diflis , ac faciendis,
& edendis ctiam fi de eis dc verbo ad verbum fpecialis , fpccifica , &
cxprcfTa mentio ficrct nullatenus compichendi, ficque perquol'cumque
Judices Ordinarios delegates , & fubdclegatos etiam Sandl* Romana:
I'kclcfitE Cardinalcs , c caufarum palatij apoftolici Auditores in Roma-
na Curia , & extra cam in quavis inllantia judicari , & interpetrari de-
bere fublata eis , & eorum cuilibet quavis aliter lentenciandi , dccla-
randi , judicandi , & interpetrandi facultate , ac quicquid I'ccus I'uper
his a quoquam quavis au«oritatc Icicntcr , vel igneranter contigerit
atentari irritum , & innanc dcccrnimus , & acclaramus. Quocirca Ve-
ncrabilibus f'ratribus noftris &Vircnl'. ac Lamacenf. Epifeo-
pis perapoftolica feripta mandamus, quatenus ipfi , vel duo, aut unus
eorum per I'e , vel alium , feu alios prarfentes litcras , & in eis conten-
ta quarcunque ubi , &quando opus fucrit, acquotiens pro parte Du-
els , ac Adminiftratoris , feu Magiftri pradiaorum necnon militis prar-
,
ceptoriani ipfam pro tempore obtinentis , feu alicujus eorum delupcr
liicrint requifiti folcmnitcr publicantcs , eifque in pramifTs cfficacis
dcfcn/Ionis prafidio afliilcntcs faciant audloritatc nollra litcras , & in
eis contenta liiijufmodi f rmiter obl’cnari , ac lingulos quos ipfte litc-
Tx concemunt illis pacifice gaudcrc non peimitcntes cos defuper per
quofeunque contra piafcntium tenorc qucmodolibct molcllari, ipliim-
que railitem ad diaani creftam praceptoriam per Ducem Patronum
pro tempore cledhim , nominatum, & prel'entatum , aeper Adminiftra-
torem, feu Magiftrum praefatos inlliiutum, & confirmatum incorpo-
ralem pofTcflioncm eredla piarccptorire hujufmodi , ac illiiis virium
& pertinentiarum univerforum inducant ^dem aucloritate noftra , &
induebum defendat amoto ab ca cedente , vel dcccdentc modemo pras-
fatae Ecclefia: SaniH Andrex Rcclorc, feu Ecclcfiam ipfam Sandbi An-
dreas alio quovis mode dimitente quolibet illicito dctcntorc , faciant-
que fibi deipforum bonorum proillius dote applicatorum , acalijs il-
lius frudbibus
,
redditibus , proventibus , juribus , & obventionibus
univerfis integre refponderi ; Conti adifborcs per cenfuram ccclcfiaibi-
cam appellationc polbpofita compefeendo , invocato etiam ad hoc <i
opus biicrit auxilio brachij fccularis : non obftantibus Confbitutioni-
bus , & Ordinarionibus apolbolicis , ac omnibus illis qux prxfatus Leo
PrsedeedTor in didbis fuis literis voluit non obftarc , exterisque con-
trarijs quibufcumquc
,
aut fi aliquibus communitcr, vcl divifim abca-
dem fit fede indultum quod interdici , ful’pcndi , vel cxcomunicari
non poffint per litcias apofiolicas non facientes plenam , & exprefiam
aede verbo ad verbum deindulto hujufmodi mentionem. Nulli ergo
omnino hominum liccat hanc paginam noftrarum credionis, creatio-
nis, inlbitutionis , applicationis , appropriationis , conceflionis, dccrc-
ti, dcclarationis , & mandati infringerc, vcl ci aufu tcmeraiio contrai-
re. Si qais autem hoc atcntarc prxfumpferit indignationem Oinni-
pofentis Dei, ac Bcatorum Petri, & Pauli Aptiftolorum cjus fenove-
rif inairfunini. Dat. Romx apud Sanflum Petrum anno Incarnatio-
Tom.IV. X'i nis
Dis:‘i>:ed by Cookie
,
1 64 Turovas do Liv. 1. da Hi[loria (jenealogica

nis Dominica: milefirao quingentcfimo trigcfimo fcxto, quarto Calcn-
das Jujiij. PontiAcatiu noftri anno fccundo.
Frece/jo ponjtie ,
cicadas as partes , foy dado o tran/umpto na Corte
de Roma dareferida Bulla do Papa Paulo III. Ejld authen-
two tirado do Cart orto de T/iomar no livro das Bit lias
das Conimendas da Cafa de Braganga pag.
1
^ _
I 5 ^.
T N nomine Sanftac & individuac TrinitatLs Patris. & I-ilij , &Spiri-
'
J[ San£î amen. Noverint univerfi , ficfinguli noc prxfens publi-

An. 1557* cum tranfumpti inftrumentum Ic^hjri , &
audituri quod nos Jacobus
Puteus juris utriufquc Doctor , Canonicus Sabinenf. Reverendiflimi
Domini Domini Curia: Caufanim Camerx Apoftolica: Generalis Au-
di toris Romanxque Curia: Judicis Ordinarij locum tenens ad Illuftrfli-
mi , & Screnillimi Principis , &
Domini Domini moderni Ducis Bar-
guantix , &Guimaracs principalis indantiam , &
requifitionem omnes,
&lingulos I'ua conimunitcr , vcl divilim interelTe putantes, corumquc
Procuratorcs fi qui tunc erant in Romana Curia pro eifdcm ad vi-
dendum ,
& audicndum iiifrafcriptas literas apoftolicas SandlilThni in
Chrifto Patris , & Domini noftri Domini Pauli Divina Providentia
Papa: III. ejus vera Bulla plumbea cum cordelis ccriccis rubci , cro-
ccique coloris more Romanx Curix imnendentibus bullatis produci
rccipi , &poftquain produ<i>x fucrint ad videndum, ad audiendum &
ipfas tranuimi excmplari publicari , &
in publicam fomiam redigi man-
uari , autoritatemque &
deerctum diftx Curix per nos interponi , ycl
dicendum , &
caufam fiquam habeant rationabilem quare prxmilla
fieri non debeant alegandum per audientiam publicam literarum con-
Domini noftri Papx citari Iccimus , & mandavimus ad cer-
traditarum
ium peremptorium terminum competentem videlicet ad diem , & _ho-
ram infraferiptos quibus advenientibus comparuit in judicio legitime
coram nobis providus vir Magifter Petrus domenefius Clericus Terra-
conencis Dittc. Sanftiftimi Domini noftri Papx Cubicularius ejufdem
Illuftriflimi Domini Ducis Procuratore ut afleruit & eo nomine procu-
ratorio , & certas literas citatorixs in diQa audiencia noftro de manda- I
to executas fadlo reportavit citatorumque in eifdem contentorum non I
parentiuin contumaciam acufavit , ipfofque contumaces reputari & ..
in corum contumaciam nonnullas literas apoftolicas didVi SandHflimi

Domini nofti'i Domini Pauli Papx III. crcdlionis parrqchialis Eccle-
fix San£H Andrex de Villaboa de Quinz Portucalenl. Dicrc. in prxee-
ptoriam militix Jclu Chrifti dido Illuftriflimo Domino Domino Du-
ci concclTum fanas quidem ilefas, & omni prorfus vitio, & fufpitione
carentes fafto realiter ,
&
in feriptis exhibuit , atquc producit quas
tranlumi, excmplari, publicari, &
in publicam formam redigi manda-
ri,
auoboritatcmque & dccretum per nos interponi inftanter poftulavit.
Nos tunc Jacobus locum tenens prxfatus diclos citatos non compa-
rentes reputavimus prout erant quoad a6him , terminum bujufmo-&
di juftitia I'uadcnte contumaces ,
& in corum contumatiam diftas lite-
ras
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,
,
da Cafa âl ‘PortHgueiâ. i6 $

ras'apoftolicas ad nianus noftras rccipimus , illafque vidimus , tenuimus,
Icgimus, &diligsiitcr inrpcximus. l-'tquia hujuuuodi literas ianas, in-
tcgras , &omni prorl'us vitio , & fufpitione carcre reperimus, id cir-
co ad diifli IllufVriflimi Domini Domini Ducis Barguantix principalis
inllantiam illas pcrdifcrctum virum Magiftrum Joannem Jacobum ouc-
cam di£Vx Curix Caufarum Camcrx apoftolicx Notarium , I’cribam &
infrafcriptum tranfurai , &
excmplari , ac in publicam tranfumpti for-
mam rcdigi fccimus , &
mandavimus volcntes &
autoritate diflx Cu-
rix decernentes quod prxfenti noftro tranfumpto publico , cxtero &
& in antea tarn in Romana Curia , quam extra ubicunque locorum in
Judicio , &
extra rtctur , illiquc &
cxhibcatur tabs , &
tanta fidcs qua-
lis , & quanta diiftis originalibus literis infcrius incertis , & cum prx-
fcnti traiirumpto aufailtatis , &
collationatis data fuit , adhibita &
daturquc &
adhibctur, leu daretur , Scadhiberetur fi in medio exhibi-
tx forent , aut
oftenfx. Hujulmoili veto bterarum tenor de verbo ad
verbum fequitur , &
eft tabs videlicet. Paulus Epifcopus Servus Scr-
voruni Dei ad perpctuam rei memoriam See. ut fupra. Qiiibus omni-
bus , &
fingubs tamquam rite , &
legitime faftis autoritatem , dc- &
cietum diitx Curix , atquc noftrum duximus interponendum , & in-
terpofuimus prout interponimus prxfentium per tenorem. In quorum
omnium , & fingulorum fidem , & telUmonium prsmilForum prxlbntes
bteras , five prxfens publicum tranfumpti inftrumentum exindc fieri
& per Notarium nol^m infraferiptum , & di£Ix Curix feribam I'ub-
feribi, &
pubbeari mandaA’imus , ligibque diftx Curix caufarum Ca-
mcrx apoltobcx quo utimur julbmus, & fccimus apenfionc comniuni-
ri. Datum, & ablum Romx in palatio caufarum apoftobco in quo
no/Ira reddi folcnt mane bora audientix caufarum confucta ad nobra
redendum ,
&
caufas audiendum in loco noftro fobto , confueto pro &
tribunali fedente fub anno a Nativitate Domini milefimo quingentefi-
mo trigefimo feptimo inditione dedma die vero vigdima tertia men-
fis Martij. Pondficatus SandHlbrni in Chrifto Patris , Domini nof- &
tri Domini Pauli Divina Providentia Papx III. anno tertio. Prxfen-
tibus ibidem difcrctis viris Magiftris Febppo de Quintales Automo &
dc Grangia didx Curix Caufarum Camerx Apoftolicx Notarijs , &
coram nobis feribis teftibus ad prxmifla vocatis ,
atque rogatis.
\66 l^rovas do Uv, VL da Hifloria (jenealo^ca
Bulla do Tapa Julio III. porque concede a injlancia do Duque D.

Theodofio /. que das qiiinze Igrejas dejiu Padroado qiie erao ,
criadas Preceptorias na Ordem de Chrijlo pela fuppUca delRey

D.Manoel , Duque D. Jayme, que dequatro [ciijas rendas
e do
crejcera'o tanto , que podan bafiar para mats de huma Precepto-
ria ) poffa repartir tantas quantas llie parecer de cada huma
quando vagarem , com conjentimento do Mejlre , ou *Adminyira~
dor da dita Ordem j e que a Commenda , que dear com a itwoca-
. qat> daquella Jgreja , /ique com a mayor parte da renda ; que ca^
da huma das out r as que dellas Jecriarem, e que os Cemmeuda-

,
dores das Commendas uovamente criadas , /era o ohrigados a con-

trihuir prorata nos encargos della. Dito Hvro dcsBullas pag.yS.
Num. Rpifeopus Servus Servorum Del. Ad perpetuam rci mcm(>

155. Ulius
An j
riam. Ex injundo nobis defuper mentis licet imparibus apoftoli-
.
1551. cae fervitutis oflicio votis per qua: fidelium quorunilibct praefertim fub
rcgularibus militijs Domino militantium flatus profpere confervetur,
& I'alubriter dirigatur libentcr annuimus , eaque faveribus profequimur
opportunis. Dudum liquidem fclicis recordationis Leo Papa a. Pra:-
decefTor nofter ut poflquam in militia Jefu Chrifli Ciflercicnfis Ordi-
nis in Portugallia: , & Algarbiorum Regnis ad effe£lum ut pro tempo-
re exiftens corundem Regnorum Rex in afliduis bcllis qua: contra fi-
dei Catholica; hoftes continuo gerebat , &
ex tunc gererc intendebat
auxilio militum in ipfa militia pro tempore exiflentium aliauid releva-
mcn fuciperct aut ex certis alijs tunc expreflis cauljs quamp urw parro-
chiales Ecclefias in praiceptorias ex quarum fhidlibus , redditibus , &
proventibus remanente certa congrua portione pro lingulis carundera
Ecclefiarum Redloribus pra:fati milites comode fuflentari poflent ere-
xcrat ) & inflituerat , ad maximos labores , & expenfas per quondam
Jacobum Barguantia: Ducem tunc in humanis agentem cx expugnatione
dc Azamor , nonnullarum aliarum terrarum Africa: ab infidelium ma-
&
nibus crepiendarum flibceptos , &
fa£las debitum refpc«flum habens y
tot alias ejufdcm militite pra:ceptorias . quot infi'a^ annum ex tunc
computandiim ,
fub invocationibus ac quibus fibi viderctur , pro
&
militibus militijE hujufmodi per cum , & fuccelTorcs fuos Duc« Bar-
guantix pro tempore exiflentes ipfius militia Magiflro , leu Adinintf-
tratori pro tempore exiflenti pra’fentandis erexit , & inflituit y ac bona,
& jura quindccim cx centum paiTOchialibus Ecclefijs y &ultra de jure
patronatus Jacobi Ducis , & fuccclTorum prarditflorum exiflentibus per

cum infra dictum annum fpecificandis portione faltem fexaginm diica-
torum pro fingulis illarum re<floribus refervata ab cifdem Ercleiijs per-

petuo feparavit , &
dimembravit , illacûe lie feparata , & dimembiata
praccptorijsipfis pro caruin dotibus juxta ordinationem
diwi Jacobi
Ducis defuper faciendam perpetuo applicavit , & appropriavit , ac ei-
da Cafa %eal lôrtuguesâ. \6j
deni Jacobo , & pro tempore exiftenti Duci Barguantise fuos familia-
rcs , & fervitores in ejurdein militia; milites Magiftro , leu Adminiftra-
tori pncFacto ad ultimo diclas ercvtas pncceptorias quotiens illas va-
care contigeret nominandi , & pra^fentandi inter alia facultatem con-
cept per fuas literas prout in illis plenius continetur. Cum autem
ficut exhibit! nobis niiper pro parte dile6l:i filij nobilis viri Theodofij
Ducis Barguantia; petitio continebat fruclus , redditus , & proventus
nonnullarum praeceptoriam de jure patronatus hujufmodi exiftentium
adco benedicente Domino fuper excreverint , quod illi etiam ad illo-
nim cjufdem militia; militum fubftentationem congrux fuppetantj &
fi eidem Theodofio Duci l'ru6lus
,
redditus , & proventus quatuor , aut
quinque prxeeptoriarum militix hujufmodi de didro jure patronatus
exiftentium cum primum illas vacate contigerit perpetuo dividendi, &
cos alijs militibus militix hujufmodi aflignandi facultas conccderctur
ex hoc profcclo militix decori , & militum eorundem augmento non
modicum confulerctur , ipfcque Theodofius Dux erga fervitores , &
familiares fuos ,
quoium ingenti numero gravatus exiftit fe pofte red-
dere gratiofum. Quare pro parte ejufdcm Theodofij Ducis allerentis
fc. di<Ti Jacobi Ducis natum exiftere nobis fuit humiliter fupplicatum,
ut frudlus , redditus , & proventus prxfacftos , ut prxfertur dividendi
ac eos ditftis militibus aflignandi licentiam concedere , alialque in nrx-
mifiis opportune providerc debeiiignitate apoftolica dignaremur. Nos
igitur prxfatum Theodofium Ducem a quibufvis excomunicationis
&
fufpctifionis , &
interdicH , aliifque ecclefiafticis fententijs , fenfuris ,
penis a jure , vel ab homine quavis occafione , vel caufa latis fiquibus,
quomodolibet innodatus exiftit , ad efe<ft:um prxfentium duntaxat con-
/equendum harum ferie abfolventes , & abfolutum fore cenfentes , nec-
non literarum veriorem fenorem , & prxeeptoriarum prxdidJarum qua-
litates ,& annuos valores prxfentibus pro expreflis habentes hujufmo-
di fupplicationibus inclinati eidem Theodofio Duci ut de confenfu di-
lecli filij modemi Magiftri magni nuncupati ejufdem militix remanen-
tc tamen congrua , & pinguiori portione ipfis prxeeptorijs a quibus di-
vifio hujufmodi fiet fru<Tus , redditus , & proventus quatuor , aut
quinque prxeeptoriarum militix hujufmodi per eum fimul , vel fuc-
cefiive eligendam de dito jure patronatus exiftentium ad prxfens va-
cantium , aut cum primum illas per cefTum , vcl deceflum diletTorum
filiorum modemorum ipfarum prxeeptoriarum Prxeeptorum eas ad
prxfens obtinentium fimul , vel fucceflive vacare contigerit eis nunc
prout ex tunc &
contra , aut etiam ex nunc ipforum Prxeeptorum vi-
ta durante de illorum tamen confenfu arbitrio fuo perpetuo divide-
re , illofque poftquam divifi fuerint ut prxfertur tot quot fibi videbi-
tur militibus ejufdem militix per eum prxfato Magiftro nominandis,
& prxfentandis , ita quod ipfi milites in fupportatione onerum eifdem
prxeeptorijs pro tempore incumbentium pro rata contribuerc debcant
pro fuo libero arbitrio affinare liberc , & licite valcat autoritatc apol-
tolica tenore prxfentium ex certa noftra feientia licentiam concediimis,
& facultatem. Non obftantibus apoftolicis , ac in Pi ovincialibus , &
Sinodalibus Confilijs cdidlis geiieralibus , vcl fpccialibus Conftitntio-
nibus
1^8 Turovas do Liv. VI. da Htjlorh ênealoîca
, &
nibiis Oulinationibus , necnon militix , & ordinis pradiiloium ju-
ramcnto confirmationc apoftolica , vel quavis firmitate alia roboratis
ftatutis ,
& coiifuetudinibiis ,
ac ftabclimcntis , ufibus , &
naturis , cx-
tcrirquo contrarijs quibulcumquc. Nulli ergo omnino liominum li-
ccat hanc paginam iioftrx abl'olutionis ,
& conccflionis inf'ringcrc , vcl
ciaulu tcmerario contrairc. Siquis autem hoc atcntarc prxfunipl'erit,
indignationcm Oinnipotcntis Dci , ac Bcatorum Petri , Pauli Apol- &
tolorum ejus I‘c noverit incurluruui. Datum Roirx apud Sanctum
Petrum anno Incarnationis Dominicx milefimo quingcnteliir.o quinqua-
gelimo primo. 5lavo 0
Idus Maij. Pontificatus nollii anno lecundo.
»
Carta delRey D. Schadiao , como Governador , C/ perpetun .Admi-

mjlrador da Ordem M iilcor de Chrtflo , Jobre a diviJhS ,
que o
Daqiie de Braganqa Dcm Theodefto I. fez da Commenda deS.
r>artholomeu do Rabal ,
an fete Cemmendas ,
em vtrtude da fa-
culdadc ,
qne Ihe concedeo o Papa Julio III. E/I a no .Archivo
aa dita Cu/j an hum Hvro authentico das Bullas das Cemmendas
della a pag. 42 verf
Num. 15^. nr\ Om Sebaftiao por graâ de Deos Rev de Portugal e dcs Algar-
XJf daqucm e dalem mar em Africa Senhor dcGuine , eda Cnn-
ves
Aii. I ^7 comercio da Ktliiopia Arabia Perfia e da India. Co-
5 ) " quifta navegaca 6
mo Ciovernador eperpetuo Adminiftrador que fou da Ordem eCava-
lai ia do McUrado de Nollo Senhor jezu Chrifto 1390 faber aos que cl-
ta minha Carta virem que Uom Thcodozio Duque de Braganâ e Bar-
celos meu muito amado c prezado primo me lez a petiâf) I'epiintc.
Muito alto c muito podcrozo Senhor D. 1 hcodozio Duque do Bra-
ganca edeBarcelos Faô faber aV. Alteza que pclo Santo Padre Pa-
pa Julio III. me foy concedido que das Comendas que fe inftituirao ,
eordenarao pelo Papa LeoX. a inftancia de PilRey D. Manoel yolTo
vizavo que fanta gloria aja dos bens e frutos que Ic dilmembrarao das
quinze egrejas do meu padroado e fe unira 6 e imccrpK)rara 6 e aplicarao
aa Ordem de Nolfo Senhor jezus Chrifto eu podefe dividir quatro ou
fiuco Comendas e repartir os Irutos e rendimentos de cada hua dellas
e fazer dos ditos fruitos e rendimentos as comendas que me bem parc-
fece e aprezentar a ellas a Cavaleiros profeôs da dita Ordem que nq-
meafe com tanto que a comenda que licafe com a invoc89a& da Igreja
matris de cujos bens fruitos , e rendimentos fe ordenafem as comendas
fobreditas fofte de mayor rendimento que cada hua dasoutras Comen-
das dando V. A. afii o feu confentimento como Governador e perpe-
tuo Adminiftrador que he da dita Ordem eCavalaria deNoflb Senhor
Jezu Chrifto fegundo mais iiiteiramente fe contem na Bulla do Santo
Padre Julio III. ho que com efta fcoftercce eporque na Comenda de
S. Bcrtholameu de Rabal cm termo da Cidnde de Braganâ do Bifpado
de Miranda que vagou por falicimcnto dePero Vafqucs ultimo pofui-
dor da dita Comenda que he hua das ditas Comendas que fe inftituirab
dos
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da Cafa %eal l?ortuguesâ. i6jf
dos bens e fruitos das ditas quinze Igrcjas do mcu padroado queria
uzar da dita faculdadc e graga do Santo Padre e dividir os fiuitos da
dita Igrcja dc S. Bertholameu de Rabal que fegundo conmni eftima-
536 valem de renda cada hum anno quatrocentos c hncoenta mil reis
a fora os cullos acuflumados a que chania6 emcargos velhcs a que os
renddros fempre ficao nbrigados quando a dita Comcnda fe arcnda. A
qual divifa6 dos ditos <matrocentos e (incoenta mil reis que valem o
Iruto da dita Igreja de S. Bertholomeu em cada hum anno queria fa-
zer emquarenta partes e meya em cada hua das quaes femontao dcs
mil reis e que quatio partes dcllas que fa6 quarenta mil reis Ic apli-
cal'cm ao Vigario da matris emtrando nill'o os vinte c quatro mil reis
que ora temos quais quarenta mil reis que ora tern fe hao dedar ao
oito Re<flor em cada hum anno comforme a detrimiinaâd que fe to-
mou por mandado dc lilPvcy voflo Vilavo que fanta gloria aja fobre
as porôes que ha6 de haver os Reflores das Igrejas das Comendas no-
vas da dita Ordem e que des partes e mea que fa6 cento e linco mil
reiz fe aplicafem a hua Comenua que fera a mayor da invoca9a6 da di-
ta Igreja dc S. Bertholomeu de Rabal c que feis partes que laf> fefen-
ta nul reis I'e applicalcm a outra Comcnda da invocaâfi dc S. Lcuren-
50, eque as vinte partes que fica& que fa& duzentos mil reis Ic apli-
cafem a cinco Comendas iguaes de quatro partes cada hua que lao qua-
renta mil reis hua da invocaâo de S. Olaya , outra da iiivoca9a6 de S.
Maria , outra da invocaâb dc S. Lourenô da pcdifqueiro . outra da
invocaijao de S. Vicente dc Gradamil , c outra da invocaca6 uc S. Johao
de mancira que de toda a mafla da renda dos fruitos da dita Igreja de S.
Bertholameu de Rabal exccta a parte eporga& do Vigario della fe fi-
ze/em por todas fete Comendas e que a parte da renda que a cada hu 5
dcllas le aplicafe por efta reparticao hcafe a cada hua das ditas I'cte Co-
mendas para fempre por nome dc certa cota a refpeito do que a mafa
da renda da dita Igreja render ao todo de modo que a Comenda da in-
voca^6 de S. Bertholameu de Rabal ouvefe de dotte e por5a6 apro-
priada para fempre des c men dos rendimentos dos fruitos da dita Igre-
ja fern I'c dizer que a dita Comcnda he inflituida cm certa quantia de
dinheiro fenao que he inflituida nas des partes e mea dos fruitos da dita
Igreja e por a mefma maneira as feis comendas que ficafem fe ouvefcm
por inftituidas na porfao c parte dos fruitos que Ihc por a reparticao
afima dita fofe aplicada de modo que o que ao diante crefer ou miii-
guar cm toda a mafa dos rendimentos da dita Igreja de S. Bertholameu
de cujos fruitos exceta a porfao do Vigario como dito he fe inflitui-
lem as ditas fete Comendas crcfecc ou minguafe a cada hua delas fol-
do a livra da cota que ao refpeito dagora fegundo a dita reparticao fo-
rem erigidas e inftituidas c pofto que na bula do Santo Padre fe con-
them que os Comendadores que forem das ditas Comendas fcra& obi 1-
gados a conitribuir pro rata para os cuftos c emcargos da dita Igrcja
dcS. Bertholameu e fuas anexas toda via porque a dita Igreja matris c
anexas podcriafi rcccbcr detrimento no ferviô cfabrica fe oque folFe
necelfario para as defpezas ordinarias meudas fe ouvefe dc arccadar dc
cada h(j dos fete Comendadores das ditas Comendas procuiarci coin
,
Tom. IV. cfieito

170 Turovas doIJv./l. daHifloria ênealogica
efFeito com parcccr , e confentimento do prclado fc ordcnc que aja

e
ccrta rcnda cm cada hum anno que fe aparte e tire de toda a niafa do
rcndimento da dica Igrcja Alatris dc S. Bcrtholameu do Rabal e dc
Alas ancxas deque fe ordcnao einfticuem as ditas fete Comen Jas para
a fabrica c defpezas mcudas da dita Igrcja j ancxas ; e alcm dillb fica-
rao os ditos Comcndadores obrigados cada hum por fua parte as del-
pczas mayorcs , c cxtraordinarias das ditas Igrcjas c afim a pagarem cm
cada hum anno aos Capclaes das ditas Igrcjas ancxas o mantimcnto c
por9ao que pelo Prelado Ihcs for ordcnado o qual mantimcnto c por-
9ao dos ditos Capclaes das Igrcjas ancxas fe apartarao c tirarao outroA
dc toda a mafa do rcndimento da dita Igrcja matris e anexas na manei-
ra que afima he dito que fc aparte e tire a rcnda que cm cada hum
anno fc ha dc tirar para a fabrica. Peô a V. Alteza que aja por bem
efta divifao e reparti9a6 dos fruitos da dita Igreja de S. Bertholameu
de Rabal exceta a parte c por(jao do Vigario nas ditas fete Comendas
pela mancira afima dita e dar 3 clla feu confentimento como fe reque-
rc pela bulla do Santo Padre no que rccebcra mcrcc , em Lixboa a
xxvij dagofto de 1957. E vifta por mim a dita pcti9a& e forma da
bulla do Santo Padre Papa Julio III. dc quo nclla fas mcn9a& ej por
a divizah que o dito Duque fas das rendas da Comenda da Igrcja dc
S. Bcrtholameu dc Rabat e de fuas ancxas nas Comendas contheudas
na dita pcti9a6 na forma e mancira c com as condi9oes e declara9oes
que fc nclla conthem , e dou ineu confentimento a dita divifao coiAo
le pela dita bulla requere para que tenha intcira for9a e vigor c fc
cumpra c guarde por my aflinada e afelada com o felo da dita ordem.
Jorge da Cofta a fes cm Lixboa a x de Setembro era do Nafimento dc
NolTo Senhor jezu ChriAo de 15J 7. Manocl da CoAa a fez eferever.
RAINHA.
O Bifpo do Funchal Francifeus.
Carta de/Rey D. Sehafllai como Governador ,

e perpetuo Admi-
mjlrador da Ordem Militar de Chriflo , de approvagad fobre a di-
vtfa'b Duque de Braganga D. Theodefio I. Jez da Com-

,
que 0
menda de Mordras emtres Commendas , emvirtude dafaculda-
de que Ihe concedeo 0 Papa Julio III. a primeira com a itrvoca-
, ^
gao da Igreja a fegunda a Commenda da penfao

,
e a outra da , j
invocago de Santiago Doura; e a cada huma apropriou a porgai,

'6 \
que J'e contem na Carta. EJld no Uvro das Commendas da Caja

de Braganga pag. 4/.
I
5 7, I
Om Sebaftiao por gra9a de Dcos Rcy de Portugal e dos Algart'cs
An. 1557 daqucm cdalem mar cm Africa Senhor de Guine c da Conquilla
navcga9ao comercio de Ethiopia Arabia Perfia c da India. Como Go-
vernador c perpetuo Adminillrador que fou da Ordem e Cavallaria do
Mcftra-
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1
Cafa %eal ôrtuyieâ, 1 7

Afcfirado de NofTo Senhor Jezus Chrifto. Fago faber aos que cfla mi-
nha Carta virem que Dom Thcodozio Duque deBraganâ^ edeBar-
cclos nicu muito amado e prezado primo me fcs a petiâo feguinte.
Muito alto e muito poderozo Senhor Dom Theodozio Duque de Bra-
gan 9a e de Baicellos f'aô faber a V. A. que pelo S. Padre Papa Julio
• hi. me foi concedido que das Comendas que fe inllituirao e ordena-
rao por o Papa Leao defimo a inftancia delRey D. Manoel vofo vifa-
bo que fanta gloria haja dos bens e fruitos que fe dcfmenbrarao de
I
f
quinze Igrejas de meu Padroado e fe unirao e fe emcorporarao e apli-
cara& aa Ordem de N. Senhor Jezu Chrifto eu podefe dividir quatro
ou finco das ditas Comendas e repartir os fruitos e rendiincntos de ca-
t da hua deltas c fazer dos ditos fruitos rendimentos as Comendas que
f me bem pareccrein e aprezentar a ellas os Cavaleiros profeflbs da dita
Oj dcjn que nomeafe com tanto que a Comenda que ficafe com a invo-
caâo da Igreja matris de cujos Ijens fruitos e rendimentos fe ordena-
fern as Comendas fobreditas f bfem de mayor rendimento que cada hua
das outras Comendas dando V. Alteza a iflb feu confentimento como
Governador e perpetuo Adininiftrador que he da dita Ordem e Cava-
laria de Noflb Senhor Jezu Chrifto i'egundo mais inteiramente fe con-
them na bulla do Santo Padre Julio 111. que com efta feofi'erece epor-
que na Comenda dcN. Senhora de Moreira em termo da Villa de Cha-
ves no Arcebifpado de Braga que vageu por falecimento de D. Chrif-
tovao Manoel ultimo poftuidor da dita Comenda que he hua das di-
tas Comendas que feinftituirao dos bciis e fruitos das ditas quinze Igre-
'as do meu Padroado queria uzar da dita faculdade e graâ do Santo
i*adre e dividir os fruitos da dita Igreja de N. Senhora dc Morciras que
fegundo comum eftimagab valem de renda em cada hum anno nove-
centos mil reis a fora os cuftos acuftomados a que chamao emcargos
velhos a que os rendciros fempre Hcao obrigados quando a dita Co-
menda fe arenda a qual divifao os ditos novecentos mil reis que valem
os fruitos da dita Igreja deN. Senhora deMoreiras emcada hum anno
queria repartir em duas Comendas alcm de outra que por bulla do San-
to Padre efta ja inftituida de fincoenta mil reis nos ditos ftuitoj que
e chama a Comenda da pengao que ja efta inftituida e difmembrada
dos ditos fruitos e outra deccm mil reis que fejao aplicados para hua
Comenda da invocagao de Santiago Doura c outra da invocagao da
Matris que he Nofl'a Senhora de Moreiras. A qual Comenda da matris
ferao aplicados todos os fruitos e rendimentos dcllas ora crefao ora
minguem tirados inteiramente epricipuos os ditos cem mil reis da dita
Comenda de Santiago Doura como fe tirao os ditos fincoenta n)il reis
da Comenda da pengao e todos os cuftos e emcargos novos e velhos
que nas ditas Igrejas afiy matris como anexas ouver e os quarenta mil
reis que fe hao de dar ao Vigario da matris em cada hd anno e tirando
nclas os vinte quatro mil reis que ora tem os quaes corenta mil reis
fe hao de dar ao dito Reitor em cada hua comtorme aa detriminagao
que fe tomou por mandado de ElRey vofo Avo que fanta gloria aja
fobre asporgoes que hao daver os Rei tores das Igrejas das Comendas
novas da dita Ordem e afi os ftipendios que fe derem aos Capclacz das
Tom. IV. T ii ann>
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1
172 Trovai do Liv. V/. da Hifloria ênealogtca
anexas e todos os outros mais cullos dafabrica cvizitagoes que fe maii-

darem fozer na dita Igrcja Matris e anmcas os pagara intciramente o Co-
mcndador que for da Matris fern nifTo comtribuir o Comcndador da
dita Comenda de Santiago Doura que bora novamcnte qucria que fof-
fe indituida na dita contia de ccm mil reis. A qual contia iique fcm-
pi c apropriada para dote c por5a& da dita Comenda de Santiago Dou-
ra fern nilfo em tempo algum podcr haver quebra. E pofto que na
bulla do Santo padre fe conthem que os Comcndadores que forem das
ditas Comendas fera6 obrigados a comtrcbuir pro rata para os cullos c
cmcargoz da dita Igrcja dc Santa Maria de Morciras e fuas anexas , cu '
qucria que a dita Comenda dc S. Thiago Hcafe izcnta e livre de com-

tribuir e pagar nos taes emcargos como o he a dita Comenda da pen-
â6 e que o Comcndador da dita Igreja matris iical'e obrigado a todos
os ditos cudos e defpezas e gados adma dcclarados por Ine hear tanta
renda da dita Cômenda que fe bem pode fodentar c fazer as ditas def-
pezas. Pelo que pcô a V. Alteza que haja por bem eda diviza6 c
creiâo da dita Comenda de Santiago Doura na inancira afima dita e
dee a ella feu confentimento como fe requere por a bula do S. Padre
no que rcccberei mercc em Lixboa a xxvij Dagodo de 1557. E vida
por inim a dita pcti9ao e a forma da bulla do Santo Pa^ Julio III.
de que nella fas men9a6 ei por boa a diviza6 e erei9a6 que o dito Du-
que fas da Comenda da invocaâb de S. Thiago Doura a que fa& apli-.
cados ccm mil reis de renda em cada h(i anno os quaes fe didnembrab
apartab e tirab para a dita Comenda os fhiitos e rendimentos da Co-
menda da Igreja matriz dcN. Senhora deMoreiras na fonna e manei-
ra e com as condi^bes e declaragoes que fe na dita peti9ab comtem e
dou incu conl'entimento aa dita divizab e ereiâb como fe pola dita
bula requere para que tenha inteira for9a e vigor e fe cumpra e guar-
de para fempre e por firmeza dilTo Ihe mandei dar efta Carta por
min alinada e afclada com o fello da dita Ordem. Jorge da Coda a
fes cm Lixboa a des dias do mes dc Setembro anno do Nacimento dc
N. Senhor Jezus Chrido de 1557. Manoel da Coda a fez eferever.
^
RAINHA. I
li
Carta
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,
da Cafa âl Tortugueiâ. ij^
Carta dclKey D. SebaAiaS, coma Gcvernador , eperpetuo Adm'mif-

trador da Ordem Militar deChrifto y deapprovagai fobrc adtvU
fa'b , (jue 0 Dttcjue de Braganga D. Theodofio I.Jez daCommen-
da de S. Gens de Parada emJeis Commendas , aJaber a primei- :
ra da invocagao dalgreja, a fegunda de Santiago , terceira deS.

Pedro, quarta deS. Loiireitgo , quinta de Santo Antonio , Jtxta
de Santa Maria Magdalena , cada huma com a porgaS nomea-
da, emvirtude da faciildade , que Iheconcedeo oPapa Julio HI,
Ejld 0 Original no Cartorio em o livro do Regijlo a pag. 48.
D Om Sebaftia6 porgraâ deDeos Rey dc Portugal e dos AlgarvesNum. I

daqueni e dalcm mar cm Africa Scnhor de Guine e da Comquifta
navcgaâb comercio de Ethiopia Arabia Perfia e da India como Govcr-
5 8.
All. 1557.
nador e perpctuo Adminillrador que fou da Ordem e Cavallaria do

Medrado de N. Seiihor Jezu Chrillo. Fa90 faber aosque efta minha
Carta virem que D. Theodozio Duqiie de Braganâ e de Barcclos meu
multo amado e prczado prime me tes a petiâb leguinte. Muito alto
e muito poderozo Scnhor D. Theodozio Duque de Braganâ c dc Bar-
cclos Faô faber a V. Altcza que pclo S. Padre Julio III. me foy con-
cedido que das Comendas que fe inftituirao e ordenarab pelb Papa
Leab decimo aa inllancia de ElRey D. Manocl volTo vizavo que fanta
gloria haja dos bens e fruitos que fe dil'membrarab de quinze Igrejas
de meu Padroado e fe unirab encorporarab e aplicarab aa Ordem de N.
Scalwr Jc/.us Chrillo eu podele dividir quatro ou cinco das ditas Co-
mendas e repartir os fruitos e rendimentos de cada hua dcllas e fazer
os ditos fruitos e rendimentos as Comendas que me bem parecefe e
aprezentar a elks os Cavalciros prefcôs da dita Ordem que nomcafe
com tanto que a Comenda que iicafe com a invocaâb da Igreja matris
de cujus bens frudlos e rencumentos fe ordenafem as Comendas fobre-
ditas fofem de mayor rendimento que cada hua das outras Comendas
dando V. Altcza a ilTo feu confentimento como Govemador e perpe-
tuo Adminillrador qûe he da dita Ordem e CavaUaria de N. Scnhor
Jezus Chrillo fegundo mais intciramente fe conthem na Bulla do S. Pa-
dre Julio III. que com elk fe olFerecc e porque na Comenda dc S. Gens
de Parada em termo da Cidade de Braganp do Bifpado de Miranda que
vagou por falcdmento de D. Martinho de Tavora ultimo polTuidor da
dita Comenda que he hu^ das que fe inllituirab dos bens e fruitos das
ditas quinze egrejas dc meu padroado queria uzai' da dita faculdaJe
e gra9a do S. Padre e dividir os fruitos da dita Iêja de S. Gens que
fegundo comum ellimaâb valem de renda em ca^ hum anno trezen-
tos e vinte e linco mil reis a fora os cullos aculluinados a que chamab
emcargos velhos a que os rendeiros fempre ficab obrigados quando a
dita Comenda fe arenda aqual divifab dos ditos 325U quo valem os
fruitos da dita Igreja cm cada hua queria fazer em trinta e duas partes
e mea em cada hua das quaes fe montab dez mil reis c que quatro par-
tes
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174 do di,h. V 1. da Hijloria (jenealo^ca
tes dcllas quc fao quarcnta mil reis fc aplicafem ao Vigario da matris cm-
trando niflo os vinte equatro mil reis que hora tern os quaes quoren-
ta mil reis fe hao de dar ao dito Reitor em cada hum anno comf'ormc
aa dctriminagao que fc tomou por mandado de ElRcy volFo avo que
fanta gloria aja I'obrc as porôcs que hao de haver os Reitores das
Igrejas das Comendas novas da dita Ordem e que outo partes que fa&
oitcnta mil reis fe aplicafem a hua Comenda que I'era a mayor da in-
vocaâo da dita Igreja matris de S. Gens e que dezafcis partes que fa&
cento e felTenta mu reis fe ajjlicafem a quatro Comendas iguaes de qua-
tro partes cada hua que fao qiiarenta mil reis hua da in^ ocaâo de S.
Thiago outra da invocaâ6 ue S. Pedro c outra da invocagao de S.
Lourcngo e a outra da mvocaga& de Santo Antonio e que as quatro
partes c mea que ficao quc fao quarcnta c cinco mil reis fc aplicafem
a hua Comenda da invocagao de S. Maria Magdalena. De mancira quc
de toda amafa dasrendas dosJiuitos da dita Igreja de Sa6 Genz cxccta
a porgao do Vigario della fe fizefcm por todas feis Comendas eque a
parte da renda que a cada hua dellas fe aplicafe por efta icpartica6 fi-
cafe a cada hda das ditas feis Comendas para fempre por nomc de ccr-
ta cotta a refpeito do quc a mala da rcnM da dita Igreja render ao to-
do de inodo quc a Comenda da invocagab de S. Gens ouvece de dottc
e porgao apropriada para fempre oito partes dos rendimentos dos frui-
tos da dita Igreja fern fe dizer que a dita Comenda he inftituida cm
certa quantia de dinheiro lenao que he inftituida nas oito partes do
fruito da dita Igreja c por a mefma mancira as finco Comendas quc fi-
cafem fe ouvefem por inftituidas na porgab c parte de fruitos quc llie
por a repartigab afima dita folFc aplicado de modo que o quc ao dian-
te crefer ou minguar cm toda a mafa dos rendimentos da dita Igreja de
S. Gens de cujus fruitos ( exccta a porgab do Vigario como dito he )
fc inftituifem as ditas feis Comendas crefeec ou minguafe a cada luia
dellas loldo a livra da cota que ao refpeito dagora fegundo a dita re-
partigab tbfem erigidas e inftituidas c pofto quc na biila do S. Padre fe
contcnlia que os Comendadores que forem das ditas Comendas lerab
obrigados a comtribuir pro rata para os cuftos c emcargos da dita Igre- .
ja de S. Gens e fuas anexas toda via porque a dita Igreja Matris c anc- I
xas podcriab rccebcr detrimento no fervigo e fabrica fc o que lolTe nc- I
ceflario para defpezas ordinarias c meudas fc ouvefe darccadar de cada n
hum dos feis Comendadorcs das ditas Comendas procurarci com effei-
to que com pareccr c confentimento do prclado fe ordene quc haja cer- ,
ta renda em cada hum anno que fc aparte c tire de toda a mafa do ren- <
dimento da dita Igreja matris de S. Gens c de fuas anexas de quc fe or- ,
denab cinftituem as ditas feis Comendas para a fabrica e defpezas meu-

das da dita Igreja e anexas c alcm difo ficarao os ditos Comendadorcs
obrigados a cada hum por fua parte aas defpezas mayors c extraor-
dinarias das ditas Igrejas e anexas o mantimento e porgao que por o
prelado Ihe for ordenada o qual mantimento c porgab dos ditos Cih ^
pelacs das Igrejas anexas fe apartarao e tirarao outrofi de toda a mafa v
do rendimento da dita Igreja matris e anexas na mancira tûc afima he

dito quc fe aparte e tire a renda quc cm cada hum anno Ic ha de tirar
para
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da Cafa âl ôrtuguesâ. I
yj
para a fabrica. Peô a V. Altcza aue haja por boa efta divizao e re-
partiô dos fruitos da dita Iqreja ue S. Cens cxccpta a parte c porcao
do Vigario nasditas feis Comcndas pela maneira afima dita edee a el-
la feu confcntimcnto como ie lequerc pela bulla do Santo Padre no
quc rrceberei merce em Lixboa a xxvij de Agofto de 15^7. E villa
por min a dita pctigao e a forma da bulla do S. Padre Papa Julio III.
de que nela fas men9ao ev por boa a divizao que o dito Duquc
fas
das rendas das Comendas da Igreja de S. Gens de Parada e de fuas
ane-
xas nas Comcndas coiithcudas na dita petiâm na forma e maneira c
com_ as condiôes e dcclaragocns que fe nclla conthem c dou meu com-
fentimcnto aa dita divizao como fe pela dita bulla requcre para
que
intcira for9a e vigor e fe cuinpra e guardc para fempre c
por fir-
H1CZ3 dido Ihe niandei dar efta C>arta per niy aftnada c alclada
com o
fcllo da dita Ordem. Jorge da Cofta a fes em Lixboa a 10 dias do
mcs dc Setcmbro de IJJ7. xManoel da Cofta a fez efcrcver.
RAINHA.
Antonio Pinhciro. Bifpo do Funchal.
Carta delRey D. Sehajiiaa • como Governaior ,

e perpetuo ^dmt'
tii/irador da Ordem ^lilitar de Chri/lo ,
Johre a iivija'o j cpie 0
Dii(]tte de Braganga O. Theodofto I. Jez da Commenda de S. Pe^
dro de Babe , BiJ'pado de Miranda , em duos Commendas a pri-
,
melra da invocagao da dita Igreja a fegunia de Noja Senhora
,
de Gemonde , em virtude dafaculdade , que the concedeo 0 Papa

Julio III. Edd no .Archivo noUvro do Begijlo das Balias per-
tencentes as Commendas a pag.
4/ donde a tirey.
D OmSebaftiao por gra9a dc Decs Rev dc Portugal e dos Algar-M.,n, - - _

ves daqucm e dalcm mar em Africa Senhor deGuinc e da Con-
quifta navcga9ao comcrcio da Ethiopia Arabia Perfia e da India
como -An. 1561.
'y
Governador e perpetuo Adminiftrador que fou da Ordem cCavallaria
dc N. Senhor Chrifto faô faber aosque efta Carta minha virem
uc D- rheodozio Ouque de Bragan9a e de Barcelos meu muito ama-
a o c prezado fobrinho me fes a peti9ao feguinte. Muito alto c muito
podcrozo Senhor D. Thcodozio Duque de Bragaii9a c de Barcelos faco
faber a V. Altcza que pelo Santo Paore Papa Julio III. me foy concedi-
do que das Comendas aue fe inftituira6 e ordenarab per o Papa Lca6
defimo a inftancia dc ElRey D. Manoel vofo vifavo quc fanu gloria
aja dos bens c fruitos quc fe difmembrarab de quinze Igrejas de meu
Padroado , e fe unirab c cncorpoiarab e aplicarab a Ordem de N. Se-
nhor Jezu Chrifto eu podefe dividir quatro ou finco das ditas Comen-
das, erepartir os fruitos e rendimentos decada hul dellas efazer dos
ditos fruitos c rendimentos as Comendas que me bem pareccl'c e a-^re-
zentar a cUas os Cavalciros profc9os da dita Ordem que nomcafe coin
tanto
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17^ Turovas do Uv. VI. da Hijlorta ênealoîca
tanto que a Comenda quc ficafe com a invoca9a6 da Igi’eja iratris de
cujos bens fniitos e rendimentos i'e ordenarein as Comcndis fobrcditas
foirc de mayor rendimento quc cada hua das outras Comcndas dando
V. Alteza a ilFo feu confcntimento como Governador c pcrpetuo Ad-
miniftrador quc he da dita Ordem cCavalaria deN. Scnhor jczu Chrif-
to fegundo mais inteiramente I'e conthcm na bulla do Santo Padre Ju-
lio III. que com cfta fc ofcrece c porque na Corrcnda de S. Pedro dc
Babe em tcrmo da Cidade de Braganâ do Bifpado dc A’irar.da que
v.igou por falecimento de Fcriiab Pereira ultimo poluidor da dita Co-
menda que he hua das ditas Comendas quc fe infiituirao dos bens c
f'ruitos uas ditas quinze Igrc'ias de meu Padroado queria uzar da dita
tacukiadc e graca do Santo Fadre e dividir os fiuitos da dita Igrcia dc I
S. Pedro de Babe que legundo comuin eftimacab valcm de icnda em

cada hum anno trezentos e tantos mil reis que valcm os dims fruitos
da dita Comenda de S. Pedro de Babe cm cada hi m anno tirades pri-
meiro os trinta cruzados que fao ordenados que a;a o Vigario da ma-
tris emtrando nelcs oslciTenta cruzados quc ora tern os quaes oitenta
cruzados fe hao de ilar ao dito Rcitor cm cada hum anno comforme a
dctriminacao que fc tomou lobra as porcôes que hao dc haver rs Rei-
torcs das Igrcjas das Comendas novas da dita Ordem queria fazer e di-
vidir em efuas partes para quc ficafS na dita Igrcja dc S. Pedro dc
Babe duas Ciomendas hua Comenda que era da invpca(;a6 da dita Igrcja
de S. Pedro dc Babe quc he a matris c outra quc era e fe cham.ara da in-
vocaâo deN. Senhora dcGemondc quc he aivexa da dita Igrcja matris
demancira que de toda amafi darenaa dosfruitos da dita Igrcja dcS.
I’cdro de Babe exceta a parte e porfa6 do Vigario quc fc tirara dc to-
da a mala fe lizele duas Comendas da mancira afima dita para Icn'prc
c que fomentc a Comenda da Matris que he a da invtKagab dc S. I’e-
dro de Babe aja e tenha da vantagem ues cruzados mais quc a outra da
invocaâo de N. S. dcGcmondc tirados eftes cruzados para levar mais
o Comendador da Matris toda a mais malTa dos rendimentos da dita
Igrcja de S. Pedro dc Babe cxceta a porâb do Vigario com.o dito he
fe reparta igualmcnte por as ditas duas Comcnilas c Comcndadorcs que
deltas forem e os ditos Comendadoies ficarab obrigados a defpezas ma-
yores extraordinarias das ditas Igrejas eafy a pagar cm cada hum anno
aos Capelaes das ditas Igrejas anexas o manumento e porâb quc o
Prclado Ihc for ordenada o qual mantimento e por9ab dos ditos Ca- t
pelacs das Igrejas anexas fe repartirab , c tirando outro fim de toda a j
mala do dito rendimento da dita Igrcja matris e anexas. Pcfo aV. jU-
teza quc haja por boa efta divizab , e repartirab dos fruitqs da dita i
Igrcja dcS. Peuro dcBabe exceta a parte c porr'ab do Vigario em.im-

bas as ditas Comendas pcla maneira alima dita e dee a ello feu confen-
timento como fe requer pela Bulla do Santo Padre no que receberei
merce. Em Villa-Virofa a lo de Abril de 1561. E villa por min a
dita petiram e a forma da Bulla do Santo Padre Papa Julio III. deque
nclla fas menrab hey por boa a devizab que o Duque fas das l er.das .
das Comend.is da Igrcja dc S. Pedro dc Babe e dc fuas anexas nas du.ns

Comendas contheudas na dita petiâb na lorma e maneira e com as
condi-
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da Cafa Têal ôrtugucsâ. 17-7
condiôes c dcclaraôcs <jue fe nella conthcm c dou meu confcntinicn-
to a ditadiviza6 como Ic pola dita bulla requere para que tcnha iii-
teira forja , c vigor e lb cumpra c guarde para femprc e por firmeza
,
diflb Ihc niandci dar ella Carta por min afinada c afcllada do nicu fcU
lo da diu Ordcm. Jorge da Cofta a fes em Lixboa a 4 dc Mayo do
anno do nalcimcnto dcN. Senhor jezu Chrifto dc 1561. Manocl da
Colb a fez elcrever.
RAINHA.
Antonio Pinheiro. Bclchior dc Amaral.
Cop'iado Contrato de Dote entre os ExceUentiJJimos Sinhcrcs 0 D«-

que D. Theodofio 1 . de Braganga , eo Senher D. Liiiz ae l.en-
cajire comfua Hlha a ExcellentiJJima Senhor a D. Brites
de Lencqfire , Dtiqueza de Braganga , tiruda do
Cartorio doConde deV illa~Hova.
Em e
Chrifto
nome de Deos Amen. S.-iibao 6s que efte Contrato dc Dottc
Arras yirem que no Anno do nacimento dcnotio Senhor Jezu
de mil e quinhentos e lincoenta e nove annos , aos bonze dias
iMnm .160.
’
*
559 -
do mez dc Setembro nefta Cidadc de Lixboa nas cazas do Illuftiilllmo
e muito Excelentc Senhor Dorn Thcodozio Duque de Bragaii9a c de
,
BarccUos , cBando hy prezentes oDoutor Joanne Mendcs dc Vazeon-
ccllos fidaJgo da Caza do dito Senhor Duque e leu Procurador balbn-
tc para o cazo feguinte
,
como prezentou por huma I'ua Procurajao
que logo offereceu cujo trcslado he o feguinte. §. Eu o Duque de
Braganga de Barccllos &c. Porcllc dou meu podcr ao Doutor Joan-
ne Alcndcs de Vazconccllos hdalgo dc minha Caza , para que por mim,
c em meu nome clle polTa contratar como Senhor D. Luis dcLancai-
tro ou com quern feu podcr tiver , fobre o dote , que me tern promo
tido com a Duqueza D. Brites minha molher , fua filha , e fazer diifo
Eferitura pubrica emque fc obriguc por mim epormeus bens moveis,
c de rais dc guardar , e cumprir toefas as condi9ocs , vinculos obriga-
90CS que fobre o pagamento , e rcftitui9ao do dito Dottc , leja6 ne-
cedarias poremfe nadita Eferitura, c Ihc dou poder que polfa prom>
ter as Arras que confbrme as Leys dedc Reyno lb colhimab dar em
cazo que IbparandolTc o matrimonio , fe devao veneer por parte da di-
ta Duqueza minha molher, para oqual tudo, epara aJignar por mim
Eferitura que dilTo fefizer, Ihc dou todo o meu compndo podcr, c'
irandado cfnccial ; c todo o por clle feito , prometido , c afentado , cii
obey por nrme e valiozo , como fc por mint follb feito , c afgnaJo
fobre obriga9ao dc todos os ditos meus bens , c por ferteza dillo n.aii-
dey fer feito ello por mim alignado , cm Lixboa a 7 dias do mez de
Setembro. Eernao Barboza o fez Anno de nollb Senhor Jezus Clirillo
ODuqii" E parcccrao daoutra parte oSeniior Eiancitlo
Correva do ElRcy nollb Senhor^ c o Lcncenliado Lo-
'ibiii.IV’'. po
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178 Trovas do Liv. V1 . da Hijlorla (jeneahgic^,
po MenJcs advopado da Caza da fupricaâo em nomc , c como Proai-

radorcs do niuy llluftrc Scniior D. Luis dc Lancaftro filho do mcftre
dc S. Tiago Duque dc Coimbra que haja gloria , c Netto dc ElRcy D.
Joa& II. quc Deos tein , e da Scniiora D. Britcs dc Lancaftro fua filha
Duqueza oc Braganâ , Ibgundo fizerab ferto por fua procura9a& baf-
tantc que logo ny of'crcccrab afignada pello dito Senhor D. Luis c fc-
lada com o linctc dc funs Armas , c afim pclla dita Scnhora Duqueza
fua filha deque o thcor dc verbo ad verbo o feguinte. §. Eu D. Luis
dc Lancaftro &c. Fa90 meus Procuradorcs ao Senhor Francifeo Cor-
rcya do Conl'clho de ElRcy men Senhor , c ao Lecenfiado Lopo Alcn-
dcs , e a cada hum dclles in folidum , para quc por mim , c cm meu
nomc poflao contratnr com o Senhor Duque de Bragan9a ou com
quem feu podcr tiver fobre o dottc quc Ihc tenho prometido , com
D. Britcs minha filha c Inzer dilTo Eferitura nublica porque fe obri-
guem ao comprimento , e pagamento do dito Dottc , e afeitam as Ar-
ras que o dito Senhor Duque tern prometidas , c as obriga9oes , c Epo-
tccas, eoutras couzas quc neccftarias forem para pagamento, e fegu-
raii9a dcllas , c pclla rcftitui9a& do dito Dottc , e para a dita Efcri-
tiira Dotal , c fe fazer com todas as mais clauzulas condi9oes , e obri-
ga9ocs quc fc coftumab fazer nefte Reyno cm fcmelhantcs contratos
dantre tais pefoas e para fc por claufula , de fe comunicar , e aquirido
por qualqucr modo quc fe adquerir , e cm tudo fazerem o que cu de-
ria , c faria , fendo prezente pofto quc fejab couzas tais em que por
dircito fc requeira cfpccial , e exprefo mandado
,
porque tudo o que
por dies for feito prometo de haver por firmc , e valiozo fobre obri-
ga9a& de todos meus bens , e rendas , e fob verdade mandey fazer ef-
tc por mim afignado , c fcllado com o finete de minhas Armas , e afim
afinou a dita D. Britcs minha filha , cm Lixboa Alvaro Bottelho fez a
nove dcSetembro de T599. t= D. Luis. c= D. Britcs deLencaftro. ta
E aprezentadas , e tresladadas afim as ditas Procura9oes como dito he
as confertey. E logo pclos ditos Procuradorcs foy dito quc he verda-
dc que o dito Senhor Duque , c o dito Senhor D. Luis eftavab confer-
tados , die Senhor D. Luis dar em dote e cazamento aos ditos Senhor I
Duque com a dita Scnhora Duqueza D. Britcs fua filha 50U. cruza-
dos pagos pclla mancira que ao diante fera dcclarado ; e o Senhor Du- \
que Ihc lia dc dar cm Arras a valia da tcr9a parte do dito Dottc , por- I
\
que logo a principio antes quc o cazamento fe fizefle , e fdcbraftc an-

tre dies Senhores fe confertarab quc havia o cazamento dc ter por
condi9ab de Dottc , e Arras fegunao he o coftumc deftes Rcynos dc
fizercm os cazamentos entre femilhantes pdToas , e fc vio logo ahy por t
clcritos quc os ditos Senhores fobre i(lb palfarab , hum do Senhor IDu- I
que para o dito Senhor D. Luis , feito, e afignado pdo dito Senhor 1
Duque a 3 deSetembro dcftc prezente anno de 1599 e do Senhor D. i
3 dias do dito mez , e an-

I-uis para o Senhor Duque feito aos ditos
no nos quais El'eritos fe conthem os ditos prometimentos dc Dottc , c
Arras das ditas quantias , fegundo fby vifto por mim Tabaliam , c Tef-
temiinhas para os ditos eferitos
,
os quais daquy cm diante ficarasj fem
clciio quanto he afuftancia dos ditos prometimentos de dottc, e Arras
an t rc
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,
da Cafa 7(âl Tôrtuguesâ. 17P

antre dies Senhores , feitos ; e cfta Efcritura ficara cm fua forâ e vi-
gor com as claufulas , cm ella conthcUk.ias por bcm do qual dil'cra6 os
Procuradores do dito Scnhor D. Luis quc dies era feus nomcs premo-
tia6 , como logo era cfcito prometerao ao dito Senhor Duque era Dot-
te , e cazamcnto com a dita Scnhora Duqueza fua Ullia cincocnta mil
cruzados os quaes Ihc fera& pages pella maneira feguinte convem a la-
ber , por finco mil cruzados que o dito Scnhor Duque tem ja cm fi rc-
cebidos de que tem dado quitaâo ao dito Senhor D. Luis j e dezafeis
mil cruzados em 400U reis de juro que tem na Allandcga defta Cida-
de de Lixboa de que Ihc dara Padrao cm forma polios na dita Scnhora
Duqueza a razao de dezafeis mil reis por milheiro , c dez mil cruzados
emjoyas deouro, pelTas deprata, epedraria, epelTas, c corrigimen-
tos de caza , e outras couzas , avmiado tudo em feu jullo prego por
pcIToas ajuramentadas que o bem entendain cm quc os ditos Senhores
fc louvarab , o qual juro , e dez mil cruzados nas couzas fobreditas I'e-
ra6 pagas , e entregues ao Senhor Duque , ao tomar de fua caza , e lin-
co mil cruzados em dinheiro Ihe dara , e pagara o dho Scnhor Dom
Luis da feitura dellc Contrato a quatro mezes primeiros fcmiintcs , c
osquatorze mil cruzados quc ficao para comprimento dosuitos finco-
enta mil cruzados dara , c pagara , o dito Scnhor D. Luis ao dito Sc-
nhor Duque da feitura dclle Contrato a dous aimos primeiros feguin-
tes , cm quatro pagas , a faber : a primeyra paga quc he de tres mil c
quinhentos cruzados Ihefara porS. Joa6 do anno que vem de 1560 e
a fegunda paga de outra tanta quantia , por Pafehoa florida do anno de
1561 ; c a terceira paga , e quarta Ihe fara no tempo que falta para
comphmento dos ditos dous annos defpois do dito dia de Pafehoa de
quinhentos. e felTenta e hum , aos tempos que os Rendeiros fao obrigados
a pagar fuas rendas ao dito Senhor D. Luiz com tal maneira que dentro
dos ditos dous annos contados do tempo defte Contrato leja paga a
dita copea dos ditos quatorze mil cruzadas ao dito Scnhor Duque , c
ncllcs lincocnta mil cmzados entra a legitima qiie a dita Seiihora Du-
queza pertencer por falccimcnto da Scnhora D. ALagdalcna fua may , c
a terga quc Ihe leychou , e bem alim quaifquer outros bens que por
qualquer via, perten9ao a dita Scnhora Duqueza , ou devidos Ihefe-
ja6, edevidas , athe feitura defte Contrato, ealim quaifquer merecs,
cazamentos , c ajudas decazamento que Ihc fao dados, ou porrnctidos,
ou ao diante forem porque tudo pouera o dito Senhor D. Luis arcca-
dar , c haver para fy elhcfedc para ilTo o Procurador do dito Scnhor
Duque cm feu nome todo o feu direito , c ac9ccs reais , c pefqais , e
o foz procurador cm couza propria c o dito Senltor D. Luis lera obri-
•,
gado pagar o dito Dotte por inteiro pcllo modo alima dito , ao dito
Scnhor Duque fem o Scnhor Duque ter quc fazer , com divida , ou
pormetimentos alguns dos fobreditos , e o Senhor Duque fera obriga-
gado a empregar todo o dinheiro do dito Dotte em lendas de juro
ou enihcjis de rais para mayor provcito , e fcguran9a do dito Dotte, e
nos Padroens e Eferituras quc alim h'zcr das ditss compras ferd dccla-
rado como feVazem para o dito Dotte para o diante non haver duvi-
da, Cfisb^ns , ejuros quc alim fccomprarcm , ebem afun osquatro-
Tom.lV-
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1 8 o Troxas do Liv. VI. da Hiftma ênealogica
centos mil rcis ilc jiiro que Ihc hora da em dinheiro, em quanto Ihc
no cmprcgar Ibrao Ibmprc Dotaes , c tcrao a natureza e qualidadc dc
bens Dotae.< com tal declaraâo que fc o Senhor Duquc durando o ma-
trimonio quizer trocar, cpcrmotar os ditos quatrocentos mil rcis de
juro que Ihc afina em Dottc na Alfandega , por ouiro juro , c afim a
liia Dizima do Pefcado que o dito Senhor Duquc tcm nella Cidadc
de iiiro , e herda Je que o polTa fazer com confentjmento da dita Senho-
ra Duqueza com taiito que lb f'aâ o Padrao da dita renda da Dizima
dos quatrocentos mil reis na dita Senhora Duqueza , com todas as li-
berdades , clauzulas , c condiqocs , com que clla tiver , e houver dc
haver dies quatrocentos mil reis na dita Alfandega , c com tal enten-
dimento que Ibparado, o matrimonio, entre o Senhor Duque, c aSe-
ii'iora Duqueza, querendo a dita Senhora Duqueza, ou feus herdciros,
haver antes os feus quatrocentos mil reis dejuro nadita Alfandega que
o Senhor Duque , c feus herdeiros feja6 obrigados a Ihos dar na mef-
ma All'andcga , c o Padrao dclles , ou Padroes , com todas as clauzulas,
econdi<;oes, ohrigaôcs, liberdadcs que tiver oPadra6 que a dita Se-
nhora Duqueza dclles hora houver , e bem afim , em cazo que o dito
Senhor Duquc fa9a a dita troca , pcrmuta9a& dos ditos quatrocentos
mil reis da Alfandega , comoutra tanta renda na fua dizima do pefca-
do , Ibid o dito Senhor Duquc obrigado a moftrar Proviza6 dc ElRey
para poJer fazer a tal pcnmita(;a& com todalas clauzulas , e deroga-
,
9oes para firmeza della a qual PorvizaS fc trcsladard no Padra6 que a
efta dita Senhora Duqueza fe ha de fazer dos quatrocentos mil rcis de
juro que afy houver de haver da dita Dizima do Pcfcado e ferd decla-
rado nellc como afim Ihe fao dados e forrogados para feu Dottc , cm
lugar dos feus quatrocentos mil rcis de juro da Alfandega , c pqr efte
modo fc poderd fazer a dita permuda9a6 , e nao dc outra mancira , c
alim com as mais feguranâs que fe puderem fazer para os ditos qua-
trocentos mil rcis dc juro ferem fempre feguros para o dito Dottc , e
em cazo que a dita permudaâd fc faâ Ibrao os ditos quatrocentos mil
rcis dc juro na dita Dizima dotaes
,
e tcrao a natureza e calidadc dc
bens Dotaes. O qual Dottc o dito Doutor Joanne Mendes de Vaz-
concellos , cm nomc do Senhor Duquc feu Conftituintc afeytou com
todahrs clauzulas
,
e condigocs afima dcclaradas , que fe obrigou a ter,
c cumprir c por vertude da Procuraqao do dito &nhor Duquc dijfc que
file prometia em Arras a dita Senhora Duqueza a valia da tcrceira par-
te dos ditos cincoenta mil cruzados . as quaes Arras a dita Senhora Du-
qneza vcnfeni rccebendo odito Senhor Duque primeiro quer antre cl-
les Scnhorcs fique filhos
,
quer nao , c falcccndo a dita Senhora Du-
queza priir-n-ro non lb vcnlbra6 as ditas Anas , c para pagamento , e
Ibguranâ dcllas , c .afim do dito Dottc fc haver de reftituir obrigou o
ditto Doutor cm nomc do dito Senhor Duquc todas fuas rendas ^ e
bens movcis , c dc rais havidos , c por Iiavcr , e fc com efeito os peluir
cm nomc da dita Senhora Duqueza , c feus lierdeiros athc ferem pa-
ges , c cntrcDucs dc todo o qua por bem dcllc contrato ainda ver , c
differao os Piocuradorcs dos ditos Senliores cm nomc dc feus Conf itu-
intes que polio cue die coniraio feja feito por Dottc , c i\rras , e nao
• * por
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1
da Cafa %:al lôrtuguesâ. 1 8

por Carta damctaJc que tudo o quo adqucrir , antre os ditos Scniiorcs
durando o matrimonio otitulo hoiiorozo ou lucrative, c por qiialqucr
inodo que feadquira I'e coinuniquc entre dies, el’eparado omatiimo-
nio , fc parta entre dies , c feus hcideiros afim como fe por Carta da-
metadc , cazados foflem , dizendo mais os Procuradorcs dos ditos Sc-
nhores que I'cndo cazo que o Senhor Duque falcâ primeiro , a dita
Senhora Duqueza fiqiic eni pollc , e cabeâ do cazal de toda a fazenda
Patrimonial , e daqudla que por dircito puder ficar , que por feu fa-
lecimento ficar , atnc a dita Scniiora Duqueza fer entrogue do feu Dot-
te, e Arras, e dametade doadquerido , afim como Ihe pertencer por
bem defte contrato , c pofto que algumas dividas fc fa^'ao conllantc o
matrimonio fempre c cm todo o cafo o feu Dote c Arras , no cazo que
as houver des'cm for , e IIic fique in foliJum fern fer obrigado a divida
alguma e os Procuradorcs dos ditos Senhores D. Luis, e Duqueza fua
filha , alev'tarao o dito prometimento das Arras , c adquirido , c por-
mctcrao dc cumprir , c pagar o dito Senhor D. Luis feu Coiiftituinte
o dito Dotte pello modo , c aos tempos afima declarados , fem mingua
nem erro algum obrigando para ifib as rendas , c bens movcLs , e de
rais havidos , e por haver do dito Senhor D. Luis , e bem afim a cum-
prir tudo o mais contheudo nefte Contrato , c o dito Doutor Joanne
JIcndcs , em nome do dito Senhor Duque fc obrigou a ter , e cumprir
com todalas clauzulas nellc contheudas obrigando para iflb todas as
rendas , e bens do dito Senhor Duque movcis , e de rais havidos , e
por haver , c em teftemunho de verdade afim o outorgarao todos , c
afeytarab , e mandarab fer feito cftc Contrato Darras , eferitos quantos
Ihe cuniprircm defte theor , e prometerao a mim Tabaliau como pef-
foa publica , c eftipulantc c ai'eytante , em nome dos ditos Senhores
^
Duque , e Duqueza e do Senhor D. I-uis auzentes de quern clle polTa
pertencer de todo cumprirem como dito tern , Teftemunhas que pre-
zentes forab Ruy Vaz Caminha , fidalgo da Caza do dito Senhor Dii-
uc e Martim Ferreira Cavale^'ro fiddgo da Caza do Scniior Duque
a e Aveyro e Francifeo F'ernandes Madeira moflb da Camera do dito
Senhor Duque de Braganâ , e cu Antonio do Amaral Tabaliab que o
eferevy ; e pofto que efte Contrato feja continuado , e comell’ado cm
honze dias do mez de Setembro , a verdade he que foy afignado , e
outorgado por os ditos Procuradorcs aos 19 dias aodito mez eanno,
e Cidade , c cazas , fobreditas Teftemunhas os fobreditos Antonio do
Anural o eferevy , e diife o dito Doutor Joaimc Mendcs de Vazeon-
cellos,
Procurator do Senhor Duque que elle em nome do dito Se-
nhor Ic obriga de fazer o emprego da parte defte Dotte que o dito
Senhor Duque hade haver em dinheiro uo dia quo foy e for enrregue
a dous annos primeiros feguintes , e que nos ditos dous annos fera cm-
pregado cm rendas de juro ou cm bens de rais pello modo afima de-
clarado Teftemunhas os fobreditos , c cu Antonio do Amaral Tabaliam
publico de ElRcy nolfo Senhor ndVa Cidade de Lixboa, efeus tcr-
ntos que cftc Infb-omcuto de Dotte eferevy ,
c o afigney aqui de meu pu-
• duvida os cmendados que dizcm neila dos fobre-
Uico^fiVnal
difnv 1 c
bens que Ihc da , o puz por rifeado , hum e tudo por
— Senhoiia houve por feu fciviô. J/-
verdaJ’
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1 8 2 l^rovas do Liv. VI, da HiUorta Qenealogica
Ahara dclKey D. Sehajliai conced'nh ao Vucjite de Braganga D.

Tlteodo/io I. para que oneto Iwja dejiiccedcr na Ccfa no cofo y
(jne fulte Jtu pay,
e na Jhafait a a neta. Original efld no Car-
torio da Ca/a de Braganca onde o ccpiey , o (jual Je pafeu afever
do Dugite D. Joao 1. guando cefou com a Senhora D.Catharina.
Num. i6i. U F.lRey fsco faber A quantos cftc meu Alvara virem que dom
Aik 1559. E Thcodofio Uuque de Braganija meu muito amado e prezado fo-
brinho me enviou dizer que cllc dezejava que per feu falcfcimcnto nao
ouvefe antre feus filhos c os nctos que Ihc nolfo Senhor defe diferen-
yas , ncm demandas I'obrc a focefam da fua Cafa. Pedindonie que feu-
do cafo que o feu filho mayor primogenito que ora them ou que ao
diaiite tiver falclfa primeiro quo clc duque ficandolhc dele ncto Ba-
rao legitimo , c avendo alîu filho outro dele duque Tio do tal ne-
to filho do filho primogenito que ja for falefcido em vida dele du-
que , ouvefe por bem mandar c dcclarar que o dito feu ncto fillio do
lilho mayor que for baram c legitimo , erde e foceda fua cafa c terras
que ele duque them da coroa e nam o outro filho dele duque Tio do
dito netto polio que o dito filho primogenito nam tenha erdado fua
cafa por talcfccr primeiro que ele duque , Poiquc per efla mancira fc
efeufariam c fe atalhariam as diferenâs que antre feus dcfcciidcntes ao
diantc podia aver , o que me afy cinviava pedir por nelle cafo llie pa-
reeer milhor c mois igual a caufa do netto que a do filho Tio do duo
netto. E vendo cu o quo me afy enviou pedir e por juftas caufas que
me a ilTo inovcm , e avendo relpeclo a como ElRey meu Senhor c
Avo que fancla gloria aja com parecer dos do feu confelho e de letra-
dos , tinha determinado de fazer ley que quando o neto filho do pri-
mogenito Baram filho do Pofuidor de quaelquer terras c coufas da Co-
roa , ou de quaefqucr outros bees vinculados concorrcfc com feu Tio
fobre a focelam deles , o dito neto focedefe a tacs bees e morgado pof-
to que feu pay faleccfe primeiro que feu Avo pofuidor deles , e que
o tal neto precedefe ao 1 io , na tal focefam , polio que primeiro na-
cefe que o netto , e porque cu outrofy tenho afentado fazer fobre clle
cafo ley geral confomie aten^m e determinaâm do dito Senhor Rey
meu Avo , c por fazer mcrcc ao dito duque c a feus filhos c nettos e
Dies ordenar paz e afefeguo , ey por bcni c quero que fc o filho mayor
e primogenito do dito duque Dom Thcodofio falcfcer primeiro que ele
Duque falcfâ ficandolhc ncto legitimo baram filho do dito feu filho
primogenito, o tal neto foceda uia cafa c terra all c da maneira que
per dircito as averia de foceder e erdar o dito filho primogenito fe vi-
vo fora ao tempo da morte do duque c illo polio quo ao tempo do fa-
lefcimento dele duque hi aja outro filho ou filhos Tio ou Tios do di-
to neto , e polio que Baroes fejam c que naâm primeiro quo o dito
ncto , filho do filho mavor , as quaes focedera o dito ncto conforme
asdoa<;oes que o duque dclas tiver e conforme as ordenaôes dellc Rci-
no, dagora para entao dcclaro e dcterinino que o dito neto prcccda
o Tio
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da Cafa %cal Toriuûeâ. 183
o Tio na foccfam da cafa do dito duque como ouvera dc prccedcr o
primogenito feu pay fe vivo fora e ifto com tal dcclaracam que avcu-
ao alguda doaca& ou doa90cs , perquc expreflamcnte eftec determina-
do quo o Tio foccda alguuas coufas das quc o Duque them e na& o
c cm todas as
nctto , quc cm tal cafo le cumpram , as ditas doaôes ,
outras coufas cm que as ditas doaôes
cxprcfamcnte nam dcclararem
que o Tio foccda , focedcra o tal neto Baram legittmo filho do
filho
(cm
mayor do dito duque como ouvera de foccder o dito (cu pay .
doito-
embargo de todas as razoes caufas c fundamentos e opcnioes dos
res e Ictradas que tiveram ou them que o Tio precede ao nctto nîs fe-
c direitas eordcna90cs, e
melhantcs foccfo& efcm embarguo das leys
dadas quc para fi ou para
cuftumes c fentcncas , cm femclhantes cafos
aleguar , e das palavras c claufu-
fua opcnia6 aleguam , ou fe poderem
las da ley mental defte Revno
perquc alguds letrados diferam ctUzem
quc o Tio precede o neto' filho do primogenito que faleceo
cm vida
do pofuidor. A qual ley para quanto ao efcao
defte alvara dcclaro
conteudo nclc , e tudo
que fe entende e ha de cn tender conformc ao
oque emcontrario dele faz ey porderogado, pofto que das
ditas opi-
fe rcqucira fazer cxprella men-
nioes e detcrminacoes e leys c ordcnacoes
cam e das que dizem quc as gcracs derogacoes na 6
valcm. E cafando
InfanK dom Duar-
o filho primogenito do dito duque com a filha
do
dantre
te meu Tio quc fanfta gloria aja c nam avendo filho baram
avendo filha (netta do dito Infante , c do dito
duque ) adita n^
clcs e
da
ta focedcra a cafa do dito duque e as terras c coufas que ele them
da maneira que o dito feu filho primogenito e
pav da di-
coroa afy e
odito du-
ta neta m focedcra, (Afi no cafo que faleâ primciro que
falcâ primaro ) cm am-
que feu pay como em cafo quc o dito duque
o dito Duque tenha
bos osditos cafos focedcra adita netta pofto quc
primogenito quero que
outro algud filho baram legitimo a fora o dito
na dita focclam a leu
a dita netta do dito Infante , e duque preceda
o que afy ey
Tio filho do dito duque fern embarguo de fer femea ,
filha do di-
porbem pclo muito chegado cconjunfto parentcfco que a
vontade e amor quc pqr
to Infante comiguo them e por a muito boa
emviar pcdir
feu merefeimento Ihe lenho , e por mo o
dito duque afy
c por outras muito juftas caufas c dc muito

rcfpc<ao que me a iflo m^
vontade
vcm , o que afy ey por bem cafando a dita netta com minha dcroguo
afinada c neftc cafo
e avendo para ifo minha liccn9a permim
e a ley mental defte Revno c
e ey por derogadas todas as ordenaôes
dodores quc em
todas as outras Icis c cuftumes e openiocs dc
rio aja pofto quc corroborados fejam
com algufias Icntcnps. E ty
derogagoes nefte a vara acima
aqui por^repettidas tod;is as claufulas e
quc para mais firmep defte alvara Ic rc-
poftas e quaefqucr outras
do Infante e duque a dita
tiuci-cm R quanto aver de foccder a netta
nela , c nao cm nenhuma
«fa aucro que fomente aja lugar
fcja dcfccndcnte do filho do dito
duque e da dita filha
mei nnftn ouc
dcfcendcntcs deles feguar-
r 1 quanto as outras femeas
d^Tn^?nê ^Porque
aoinfanrc.
a foccfam da cafa do dito Duque conlormc
as fuas
0 d.Uy A,ual
e SSa
a=n.mh.
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184 Turovas do Lh. VI. da Htjlorta êheahgica
gaâm e todo o conteudo minha ccrta fcicncia , c
ncftc alvara faô dc
dc meu podcr real eabfoluto edagora ey por julgada c detcrminada a
diu caul'a e duvida quanto a focdTam da cafa do dito duquc , antcc
,
ol'cu neto ou nctta c ofilho conforme a cftc Alvara, fern embarguo
das leys c direitos que dizem que as fentenâs dadas Ibbrc coufas e cau-
fas qiie eftam por vir nam valcm , c quero que cftc valha etenha for-
Va e viguor como fe fofc carta feita em meu nomc per mini aftnada fe-
lada do men felo cpallada por minha Chancelaria I'em embarguo da
ordenaâm do fegundo livro titulo vinte que defende quo nam valha
alvara cujo eftcito aja dc durar mais dc huCi anno e de todas as clau-
I'ulas della. E por alguds rcl'pctilos , mando que nam pale pola Chan-
celaria , e quero quo valha como fe por ela fora paffado fein embar-
guo da oruenafam do fegundo livro que manda que os incus alvaras
que nao forem pafl’ados pcia Chancellaria nam valham. Pamtaliam
Rcbclo o fez cm Lixboa a quatro dias do mes dociubro de mil e qui-
nhenios c cincoenta c nove. E deftc thcor mandey fazer dous hull para
eftar cm mao da Infante Dona Ifabcl minha Tia e outro na do duquc.
Diz na antreliiiiia , c coufas.
RiVIXILV.
Ertifico cuo duquc de Braganâ que cu pedy a ElRcy meu Sc-

^ nhor que me fizelfe mcrcc dc todo o contheudo ncftc alvara ally
como fe nele conthem c confeifo que a minha inftancia c requerimento
polas coufas no dito alvara dcciaradas c por me fazer nicrce , pafou
Sua Alteza o dito alvara.
O DUQUE.
.Alvara para fenao faqao avaliagtes nos offidos das terras da
cjite
Duijue de iiraganâ. Original e^d no Cartcrio da Caja don-

tie 0 copieyi
Num > ^61. 7U EIRey fago faber a todos os Contadorcs das Comarcas ,e Con- ,
An. 1 tadorias dc meus Rcinos a que efte meu Alvara,

ou o trcslado
dejic cm publica forma for moftrado que eu ev por bem , e meu fer-
viô que a dcligcncia, cavalia(;a 6 dos officios da adminiftraâb da jufti-
9 a , e dc minha fazenda que tenho
mandada fazer por mihhas Cartas
cm todos os lugares cm que os Corregedorcs nao cntra 6 por via de Cor-
rej^’ad , pellos ditos Contadorcs fenao faâo em nen lids lugares do Du-
quc dc Braganca meu miiito amado , e prezado fobrinho falvo nos
officios que forem de minha dada , e provimento , pcllo que Ihcs man-
do a todos em gcral , e a cada hu cm cipccial que afli o cumprao , c
guardcin fern embargo depcllas ditas minhas Cartas^ Ihes fcr n>andado
que en todos os oflicios gerahnente faâo a dita diligencia , e avalia-
^'art
,
c cllo me praz que valha , c fe cumpra intciramciitc polio qiic
iiad feja paflado pclla Chancellaria fern cnihargq da ordenaâd cm coii-
traiio. Pedro Eeruandez ofes cniT.isboa axx 6 ij dc Abril de mil 6 lix.
RAYNHA.
Alvara
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da Cafa âl Tortugueiâ, i8j
Ahard delRey D. SehqUiao ao Dmjtie D. Theodojiol, em (jue Ihe
Juz merce de todas as cott/as de mercadorias ,

(jue Ihe vierem par
terra de qualquer parte por via de Badajoz ,
ainda que Jejah das
prohitidas , theJcrem entregues fjem deltas pager d/ztma. Origi-
nal ifld no Cartorio da Câ de Braganqa.
EU ElRey faô faber aosque efte alvara virem que cu cy porbcm^yjYj,

e me praz que todas as mercadorias que daqui eindianfe vierem^ .
per terra de quaciquer partes pela via da Cidade de Badajoz a D. Thco-
‘
^
*
dofio Duque de Braganâ meu rauito amado e prezado fobrinho polio

que fcja& daquellas que he detefTo entrarem por os portos fecos pof-
lao entrar por cada hum deles ondc os oficiacs do tal porto as al'ella-
ra& e enviarab loguo com ellas hum guarda que as tragua direitamcn-
te a alfandegua della Cidade de Lixboa e nela ferao as ditas mercado-
rias defpachadas e emtregucs a certo recado do dito Duque fern delas
paguar dizima comlbrmc ao privilegio que pera ilTo tern. E Icgundo
Ibrma dellc. E illo fern embarguo de quaciquer minhas provifocs que
em contrario tenha palFadas. E mando aos oficiacs dos ditos portos fe- ^
cos , e ao provedor c oficiacs da dita alfandegua de Lixboa que cum-
prao guardem , c faâo cumprir e guardar elle alvara como I'c ncllc
comtem o qual fc rcgillara no livro do regillo dos ditos portos , c no
livro da dita alfandegua. E ey por bem que valha e tenha forâ c vi-
guor como fc folTe Carta feita cm meu nomc per mym alinada e paf-
lada per minha Chancelaria fern embarguo da ordenaâb do fegundo li-
vro titulo vinte que diz que as coufas cujo efcdlo ouver de durar mais
dc hum anno palTem per Cartas epafando poralvaras nab valhab. Se-
balliab da Colla o fez cm Lixboa a quatro dias dc dezembro demil
quinhentos fefenta c dous f. Manocl oa Colla o fez.
RAYNHA.
J^temcrla da Familia do "Duque D. Thecdo/io I. Tirey-a do Cartorio

da Hertnijfima Cafa de Braganga.
x6j. Apcla&.
ix. > W090S da Capcla.
x6j. FiJalgos.
ix. Mcôs fidalgos.
<vavalciros fidalgos,
6i.
Elcudciros fidalgos.
xiiij.
x6j. Cavaleiros.
xij. F fcvJciros.
LctraJos com
oOuvidor da Cafa.
!!j;
eiungiab.
iiij. Ei/Icos,
Tom.JVL
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,
I 8 ^ T!^rovAs do Liv. V I, da Hiflorta (jeneah^ca
6j. Ca<;adorcs com 6j moôs feus dc pcc que clcs tern cm cafa.
,
X. Aioôs da caja de cavalo.
x6j. Muficos, cCantores, a fora y Capclaes , eiiij mo90s da Capo-
la , 0 ij da eftante , quo por todos fao na eftaute xx6ij pciroas,
e deltas fao y , violas darco , nem verga nao entra neftes.
X. Portciios.
liiij. M090S da Camara com os que fervem na guarda roupa , c cP-
crevcm na Camera , c fazemda.
x6iij. Rcpollciros.
ii. IÎoyos da mantcaria.
X. Olficiaes dc officios macanicos
,
quo vemeem moradia.
xxiiij. ^loôs deftribcira.
X. Homes
da guarda.
xxx6j. Eferavas cm quo entrao x. Cliaramclas.
iiij. Cozinheiros.
iij. .M090S da Cozinha f ij. eferavos ja contados ,
c hum mogo
branco.
ij. M090S dasCompras.
6j. Azcmcis.
iij. No regomgo ,
c tapada.
iij. Lavandeiras.
j. Emfermaria.
Sa6 por todos iij xx iiij pclToas.
Regimento das Oficiaes da Cafa do Diigtie Dam Theoda/io I. Ti-

rey-o do Archivo da Caja de Braganga, ondeJ'e conferva.
O mode dos OfEciaes do Duqiic Dom Theodofio I. era o Cc-
giiiine.
0 Camareyro tnor Vafeo Fernandez Caminha , vejlia , e dej}>ia ord'ma-

riametite 0 Duque e a ordem , e ceremonias , erao ejtas.
•,
Num. 1^5. Uando

chcg.ava dc fua cafa , fe o Duque nao avia ainda chama-
do , cfperava na Guardaroupa , que era fempre na Antccamara
ate que chamava , c nclta primeira entrada , entravao com el!c o mo-
90 da Guardaroupa, e o das chaves abria a janela , c feacama cllava
defcompofta , ou a colcha caida , lha conccrtava& , c fe era no inverno
mandavao ao Portciro da Camera , que mandalTe aos Repofteiros , que
fofTein fazer o fogo, c hum varredeiro a varrer acaza, c cm quanto
os Rcpoftciros faziao o fogo , ellava o Portciro da Camara a porta da
^
parte dc dentro , c feito fe fayao os Rcpoftciros c Portciro , o Cama-
^
\ reyro pedia a camiza , e o mo9o das chavez hia a Guardaroupa por
elia.
A qual trazia cm huma toalha dobrada ,
pofta cm hiia falva ,
c a
dava ao Camarcyro ,
c fe fahiau o mo9o da Guardaroupa ,
c o das cha-
Digitiz^ by Googit
,,
j
i/a Cafa êal T’ortugueiâ. * 8 7
ves para fora c o Camareyrd a bcjava , ca dava ao Duqnc de giolhn.f,
•,
e fc a Icvantava , e fazia huma meziira , e Ihe corria a coi tina , c como

o Duque a veftia , c chamava , tornava o Caniarcyro , c Ihe dava o rou-
pad ; e lego entrava o moô da Guardarciipa com as calyas , e o das
chaves comcllc, calguns, que por particular mcrce tinhad acllc tem-
po ennada.
O Duque fe fentava na cadcira , que tinlia Icbre a alcatifa da
ilharga da cama, donde o Camareiro de giolhos calâva ascalâs, c
o mogo da Guardaroupa da mcfma maneira de giolhes , as ajudava a
I fobir ; e depois de calâdas , ao veftir do jubad , tinha o mogo da Guar-
daroupa o roupad , cm quanto o Camareyro veftia huma . e outra man-
ga , e quando o jubad nia por atacar , o mojo da Guardaroupa o ata-
I cava, e das Chaves o ajudava. Veftido o jubad , entrava hum dosmo-
90s . que dormiad na Guardaroupa , com as botas , ou âpatos , e pof-
to de giolhos as dava ao Camareyro, eomoqo da Guardaroupa as aju-
dava a calcar , o mo^'o das chaves fe I'ahia a Guardaroupa , e repai tia as
pejas do veftido , e as dava aos mogos da Camara.
Entrava a efte tempo o Porteiro da Camara ila parte de dentro da
porta , c fazia entrar o mogo da Camara , que levava agoa as macs
o Camareiro deitava a toalha ao hombro , e o moô da Camara toirar a
afalva , e dava oprato, ejarro ao Camareiro, quo de giolhos a dava
ao Duque, eomoô da Camara eftava de giolhos fora dealcatifea em
quanto o Duque le lavava , e ao entrar da agoa as ma6s , entravab jun-
tamente os fidalgos , mogos fidalgos , e os que doimiao na Guarda-
roupa , e moôs da Camara efeufos , e faido o m.oô da Camai'a coni o
prato dagoa as maos , entrava outro com o aijafaie , on prato com o
'
penreador , hua tcalha , e dous pentcis , e fe punha de giolhos fora da

A/catifa ; o Camareiro punha a toalha ao hombro , e o pentcador ao
Duque , e o penteava , e Ihe dava pentem para peiitear a barba. Ao
tempo , que entrava o Pentcador , entravao os moôs da Camara corn
as pe^'asdo veftido ; a faber , Pclotc , Capa , c cfpada , c cm hiin;a fal-
va a Gcrra, luvas, eicngo ; c com dies entravao os que queriao ac'wr-
fc 30 veftir; e quando o Camareiro veftia o pelotc, tornava oroupaw
o /noijo da Guardaroupa e o dava a hum dos mo9os da Camara , quc
,
dormlao na Guardaroupa , ou a outro mcô da Camara , quc o Icyava ,
a Guardaroupa.
A o depois entmva hum moô daC.imara, com o prato doper-
tcador da maneira acima declarada , e de mais hua coila , ou gravim
quc depois depenteado Ihc punha o Camareiro cm prezenâ detodos,
elo'ô icl'aya toda a gente, fieando fos comcllc o Camareiro , Guar-
darturpa , moco da Guardaroupa , e o das Chaves , c hum dos quc drtrr
tinha entrada a efte tempo do vellir , e def-
miao na Guardaroupa , que
nir trazia hus Pantufos , e de giolhos tornava as cakas , c as levava a
Guardarrupa > perque o moô da Guardaroupa , ncm o das Chaves ,
tonava CIS calijas , Ibmente o da Guardaroupa , tinha ma6 norou-
f.-/, tnn'nvit'i
n.o
Camareiro defpia o Gibab.
cm quan(^ ® ccrcmonias do veftir c dcl'pir.
as
Eftas crao ,
mor depois de veftir o Duque o acompanhava do-
Tom.jr.
\
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1 88 ^rovas doUv.VL daHiflorta (ênealo^ca
tras quando ,
hia a milTa que
couza , que fazia ; c vindo
era a primeira
da milTa , fe o Duque avia dc defpachar , ellc punha a meza , e cam-
painha , e cheâva a cadcira , e mandava defpejar , (icando com o Du-
que ate que vinhao os officials com quo avia de defpachar , e como co-
inc^'ava o defpacho , fe fahia , mandando chamar o Paje da Campainha
para acodir ao Duque e fe o Caniareyro mor era prezente , c queria
•,
die acodir , na6 acodia o paje , e fe algda pefToa queria falar ao Du-
que , nao entrava , fenao por fua ordem. Sempre acompanhava de-
tras ao Duque ao Pago , a Caza de ElRey , e da Raynha , e ItFantes
e aonde era necelfario ir aquella pcflba , caas , e autoridadc.
I'inha tao particular cuidado dc guardar o decoro , e fazer a cor-
tezia devida , que nunca cm fecreto , deixava dc fazer a inezura , bejar
a pega , tomar a falva , p6r o giolho no cha6 , e falar com grande aca-
tamento , como o fazia cm publico , por dar cxemplo a todos era *,
rauito conhccido dc ElRey , o Duque Ihc tinha grande refpeito , c os

Infantes Ihc fazia& muita honra, c toda a Corte o eftimava muito.
E tudo o que tenho dito , he o mcnos , cm que Vafeo Fernan-
dez Caminha fervia ao Duque ; porque como tinha tantas qualidades,
e virtudes , como Ayo o acomcclhava cm todas as couzas , que fe of-
fercciao de honra , primor , c Cavalaria , e governo de feu cfhdo ; c
nenhuma deftas o Duque fazia fern o parccer delle , c cm acabando de
comer fe hia para o Duque ; nas doenfas alPcftia fempre , e o Duque o
mandava fentar cm huma cadeira raza , c tomava os votos dos Medi-
cos , para o que fe avia de fazer ao Duque.
Guardaroitpa,
O Guardaroupa
auzencia do Camareyro mor , flizia o officio
cm
dc Camarciro intciramente , c fe eftava prezente , quando o Camarciro
veftia , ou defpia , nao tocava couza alguma.
Tinha cargo da recamara do Duque , e Ihe era carregada em receita.
Mandava os mogos da Camara , que tivcfTcm cuidado de fe achar
ao tempo do veftir , e defpir do Duque , e aos tempos dos rccados pol-
la raanhaa , quando o Duque eftava cm defpacho , c polla fcfta , e os
reprendia , quando o nao raziao , e os enfinava a dar os rccados , c a
fozer as mezuras , e cortezias devidas aos officiaes mores c fidalgos ; c
,
finalmcntc era Mcftrc das Ccremonias , e quando faziaf) alguma travef-
fura,
ellc os caftigava por mandado do Duque , ou do Camarciro mor.
'1 ambem tinha a feu cargo
,
mandar aos Rcpoftciros , quo fizef-
fem o Togo , c fofrem continuos a todos tempos para o fervigo de fua
obrigaga6 ; fora dos tempos do Veador , mandava ao Repoftciro , que
tinha cargo do brandao , que o accndcITc a feu tempo, eoapagafle,
como o Duque fahia da caza ; fe o Duque adoccia , dormia na Guar-
daroupa , e Ihc acodia denojte.
Era fempre continue no fervigo dedia , ede noite; acompanha-
. *
va o Duque quando hia ao Pago a ElRey, aoslft'antes, catodas vizi-

tagocnsj 'e noscaminhos; ecazas,’’c lugarcs onde o Duque hia aca-
ga j
epara fervir 'o officio era noraeado pclo Camareyro -mon -
'
•
'
Moô
,
da Cafa âl 7ôrt$<guesâ» I 8^

Mcô da Guardaroiipa Antonio Monro.
O officio demogo da Guardaroupa , era ajudar ao Camareyro a

veftir ,
e defpir o Duque , como atraz nca dito no titulo do Caniiarcy-
ro mor.
Levava as calâs , e as ajudava a calcar , fobir , c atacar ; tinha
ma6 no roupad , cm quanto o Camareyro veftia huma manga , c outra
do giba6 ; e quando Ino defpia , que queria veftir o pelote , o tinha , e
tomava o moô da Guardaroupa , e o dava a hum dos moôs , que
fcrvia6 na Guardaroupa , ou a hum mo90 da Camara.
Em auzencia do Camarciro , e do Guardaroupa , veftia , e defpia,
fena6 era cm doenâs largas , porque cnta6 provia o Duque.
Dormia de fora da porta da Camara , porque dentro na6 dormia
pefToa aJguma , falvo o Camareyro mor , acodia de noite ao Duque a
todas as couzas , que fe offercciab , darihe o roupao fc fe Icvantava a
algiimos obras da natureza , e porlhe a toalha nos pi^ frios , e a toalha
quente no eftamago , c a cobrilo fe avia frio ; c fc queria Icr , ou rc>
zar o lisTO , fe fc avia de levantar cedo , o acordava , e Uie dava o af-
fucar rozado , c o pucaro de agoa.
De dia , e de noite , como o Duque , na6 cft.iva em ncgoceo
fempre era prezente ; communicava o Duque com elle muitas couzas
defubftanda, c de grande qualidadc. Contava muitas hiftorias ao Du-
que fern prejuizo depeftba, com que aliviava muito o Duque defuus
manenconias , que nunca faltava6 , e como o Duque dormia pouco
as mais das noites gaftava neftas couzas.
Era guarda da peflToa do Duque , e de fua Caza , tinha cuidado
dc ver as portas , e janclas da C>amara fe eftavab fcchadas , e corria ro-
da a caza , e via dtâixo do Idto fe eftava aigiuna couza , e efta di-
ligencia fazia todas as noites , como o Duque fc dcitava , e tudo dci-
xava a bom recado , c portas fechadas , fena6 a da Camara , que vinha
para a Guardaroupa , onde die dormia , porque fo efta ficava aberta.
- O
mefmo fazia na Guardaroupa , e fechadas as portas , e janelas
della , fc dcitava , com fua el'pada , ou montante a ilharga da cama.
Tinha a feu cargo os homens da Guarda , que cra6 doze, man-
dava cada noite dormir quatro na fala , e hum dcllcs tinha cuidado
dc acender a vda.
Sempre tinha6 doze alabardas cm hum cabido nafala. Eftes qua-
tro crao continuos dc dia , e de noite para acodirem a qualqucr couza,
que fc ofterecia , c deftes dous caminnav'ao fempre commas cargos 'da
Guardaroupa, carregavao as areas, e ddcarregavao. -
Mo(o das Chaves Jorv Gomes Vieyra. ,
r O
officio de moô daschaves era fazer o officio dc moô: da Guar-
daroDpa infciramcntc cm fua auzcncia, cemprezen^-a o aiuÎava.
. r ,Tinha a leu cargo , quando o Duque o3>rdiva, c 'chamava, cn-
trar na Camara com
o vao>^ da Guardaroupa ; abrir as janelas econ-
,
certnr
,
T
1 5? O Turovas do Llv, V1. da Hijlnria (Jenealogka
ccrtar a cama , fc cftava al^ûa coufa dcfcompofla , c chamava ao Por-

tciro da Camara , c Ihc dczia , quc chamalTc os PLcpofteiros , e barro-
dciro para fa/.crcm fo.qo , c barrcr a caza.
Ao tempo do vellir Icvava fempre a camiza da Guardaroupa , do-
brada cm hua toalha , pofta cm huma I'alva , c beijavaa , c dava ao Ca-
marciro , que eftava junto da cama ; o Camarciro tomava a camiza com
a toallia , c cllc I'c I'aj a com a falva namao cont o moô da Guarda-
roupa.
Ao tempo , quc o Camarciro , e moô da Guardaroupa entravao
com as calâs , entrava tambem o 1TI050 das chaves prezente , c ajuda-
va as vezes ao moô da Guardaroupa a fobir as calâs , c atacalas.
C>omo o Duqiic abotoava o Jubao , fahia o moco das chaves a
Guardaroupa , c repartia as pcâs , c dezia ao Portciro da Camara , quc
fizcITc entrar agoa as maos , quc entrava pcila ordem dita no titulo do
Camarcyro , c alPy as mais pcâs. As pcâs repartia pcla ordem fe-
guintc.
Ao primeiro mo<;o da Camara , que pella menhaa vinlia a Guar-
daroupa , alimpava ascalâs, cofegundo as ajudava alimpar; ao pri-
meiro deftes dous dava o fcrvi90 dcagoa as maos , e ao fegundo o pra-
to do Pentcador , c aos outros , quc alimpairem o veftido. Efta ordem
feguardou rempre.
Tinha a leu cargo a area da roupa branca do fervigo ordinario,
c os veAidos , c calâdo. Eftas couzas na& crao carregadas ao Guardar
roupa , porque dava o Duque muitas vezes varejo , c as repartia.
I'inlia mais a feu cargo a prata do ferviô ; a faber
,
hum Afafa-
tc , ou prato do Pentcador , outro prato , ou jarro dc agoa as maos
hum gomil grande dourado , duas falvas , oito caAiâcs de velas , ou-
tro callicjal dc palmatoria , hum brazeirinho , huma cadbula , dous cafr
ti^'acs depivetc, huma lantcma de prata, e alTy os perfumes e os par
,
nos da Guardaroupa , lenôcs , ctoalhas.
Tinha cuidado dc mandar armar a Guardaroupa , o pano , e Icn-
90I , e nclla dc huma parte fc punha fempre o prato com num pentea-
dor, hua toalha dobrada , cdous pentes, e fecobria com outra toa-
lha grande, c da outra parte da Guardaroupa eftava o veftido , ou
roupa6 cuberto com outra toallia , e no meyo hum gomil grande dou-
rado por ornamento , porque o Duque fe lavava com hum jarro ; efte
concerto faziao os quc ferviao na Guardaroupa por ordem do 01090
das cliavcs : e nos dias folcmncs mandava armar outro pano novo biol-
laJo com toalhas de rendas de ouro , ou de outra forte boa c alcatifas
j
novas daquclles dias, quc erao Natal ate dia dcRcys, Palchoa, caL-
guns dias, cPentccoftc, e quando vinhao hofpedes.
Eftava fempre com muita limpeza , porque como eftava armada
na antccamara , caza publica , por onde paftava o Duque fempre , c
todas as peftbas , quc o vinhao vizitar , c toda fua fidalguia eftava ncl-
la ordinariamente aflentados , era necelfario, quc cftivelfe com toda a
limpeza do mundo ; c era ta& venerada , que nenhuma pelfoa I'c fo-
bia no degrao , fenao quando fc repartiao as pc9as do veftido , ou as
punliau nelia.
Tinha
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da Cafa âl Tôrtugueâ, ip i
Tinha cargo mandar todas as noites acender feis vclas , quo
a feu
crao de quanta de arratcl cada huma , depois forao mcnos grolfas , duas
fc punhao na Guardaroupa , casquatro na Camara.
Depois que fe o Duqiic deitava , mandava acender huma vela
groffa , que fe punha no mco da porta da Camara , ondc o Duque dor-
mia , que alumiava a Camara , e Guardaroupa , que dui ava toda a
noite.
Todas as noites punha a cabeceira da cama do Duque na grade do
lei to ,
hum retavolo de NoHo Senhor Jefu Chrifto crucificado detias
da Cortina ,
que tinha huma cadea , c hum gancho , com que fc pen-
durava.
Ehum montantc a cabeceira junto da cadcira , c da parte da
affy
ilharga do Icito contra’ a paredc luima cadeira raza , e fobre clla huma
faya de malha , c hum fombreiro de cafeo. Eftas tres couzas levava or-
dinariamente com o Duque por ondc hia , c caminhava ; c affy dous
cadeados dercitas com armclas de perafuzo , para fc porem iias portas
da Camara , ondc o Duque dormia , fc nao tinha fcchos.
Quando o Duque vinha de fora , ou avia ncceflidadc , n andava
por hum cruzeiro de prata , c huma falva com perfume , ou calfoula
na Camara ^ ou Caza , ondc o Duque avia de eftar.
Caminhava fempre com o Duque , huma hora , que faltava , Iho
dlranhava o Dutme muito.
Quando o Thczourciro nao hia ao Duque ,
levava fempre o di-
nheiro para a defpeza ordinaria.
Comia cm numa caza Junto a Guardaroupa , c na Guardaroupa
dormia , e aly era fua pouzada.
Eu Antonio Mouro fervi efte cargo de moô das chaves muitos
annos , antes que fofle moô da Guardaroupa , c efte l'er\'iis'0 fazia or-
dinariamente , e muitos outros fora defte oHicio , como erao vizita-
ôens , a Grandes de Caftclla , e outros muitos Senhorcs , e ally me
mandava ancgocios deimportancia, c de muita qualidadc.
E fervindo efte officio , c o de moô da Guardaroupa , fervi do-
ze annos de Thczourciro , e em todos eftes cargos fc ouve o Duque
por muito bem fenddo.
Os moij'os que Jervk^ na Guardaroupa,
Todos tinhao obrigaâo de dormir na Guardaroupa , c fen ir nel-

la em tudo o que era nccelfario ,
de noite dormia& ,
c de dia aguarda-
vao.
A cada hum dava o Duque cargo particular. Hum
tinha cargo
das armas ,
arnezes , fayas de malha , da pelToa do Duque , e ally arca-
buzes rodelas ,
montintes ,
Icqucs ,
c outros gencros de armas.
,
Outro tinha cargo daLivraria, e dos eftromentos mathematicos
e afTy da cazinha , cm que o Duque defpachava.^
Outro da area da Cctraria , e da area da ferramenta , c dosBarre-
dciros, c da limpcza da caza, mandar
facudir asalcatifas , lambcis da
Guardaroupa varrer , csfolinhar as cazas , varandas , c parte do Tcr-

,
rciro
1^2 Turovas do Liv, VI, da HiHorta (jenealogtca
rciro ao longo das cazas ,
c todos cftcs fe aceitava6 por portarias do
C'amarcyro mor.
Vendor do Ducjiie Dorn Theodcfio foy F.ytcr dc Figiteircdoy c

FernOb de Cojlro*
Primciramcntc tinha cargo dos filhamentos « c defpachava com

o Duque as pclToas , quc o rcqueriao filhando os Capcllacns , Guarda-
roupas, Caâdorcs, homcns da Guarda , e.moôs daEftribcira, quc os
flliamcntos corriao pcllos feus ina yores ; a luins , caoutros mandava
fazer os alvar;U' ao Elcrivao da cozinlia , fenao hiao aflinados por clle
nao osadinava o Duque.
Tinha jurdiâo fobre osofliciacs, c pcIToas abaixo nomeadas , a
faber; os Oniciaes da meza , Mantievro , Uchao , Senddor da toalha,
I**l'criva6 da cozinha
,
Compi ador , Eferivao das compras , Ccvadciro
quc tambem tinha cargo daccra, ucharia, mogos da Camara , Repof-
tciros, e Apozentador, Marifcal, Porteircs deCana, Pallavante, Arau-
to , Charamclas , Trombetas , c Atabalcs,
A ordem quc tinha para prover as couzas dc fua obrigacao , a
faber. Mandava chamar o eferivao da cozinha , comprador , cfcriva&
das compras, e o qiic tinha cargo da ucharia, c com todos praticava.
c allcntado o quc Ic avia dc fazer , mandava o Comprador . Eferivao
dc compras , quc com muita diligcncia proveflem a ucharia uc todas as
couzas nccelfarias para o comer do Duque , e os quc mais cftava& a fua
conta.
Todas as manhas , c tardes hia a cozinha , onde o cfperavao ef-
tes officiacs , c Cozinlieiros
,
e com dies ordenava as iguarias , e comer
do Duque.
As horas dc comer , mandava ao fervidor da toalha , c moôs da
Camara , e dous Portciros , que folTcm a cozinha pcllas iguarias \ nef-
tc tempo tinha cuidado o Aianticyro de mandar a prata a cozinha , c
tanto , que o comer vinha , o fazia faber ao Duque ; fe a meza nao
eftava polla , e o Duque avia de comer na caza , onde eftava , entrava6.
qsRcpofteiros com a meza, e oVeador a punha , c ajudava ao Man-
ticyro a deitar as toalhas fobre a meza , c como o Manticyro tinha a
meza com as couzas do fcrvi«ô , c fruta , chegava o Veador a cadeira
ab Duque , c faya a porta da caza , onde eftava a copa , c fazia entrar
os Portciros , e clle pella ordem , quc fe coftumava , hia diante dagoa
as maos ,
c fazia fua inezura o Alantieyro lavada a falva d.iva o prato,
',
c o gomil ao Trinchante
,
que eftava ja junto a meza cfperando. O
fen’idor da toalha punha as iguarias na meza , e o Uchao as aprezen-
tava ao 'frinchantc
,
o Trinchante ao Duque , c tirava ; e o Manticyro
as alc\'antava da meza; o Veador eftava a meza atC que o Duque aca-
bava dc comer, e tornava polla agoa as m.ios polla mcfma ordem , e
depois quc o Trinchante dava agoa as maos, clevantava as toalhas, e
acabava de fazer feu officio, o Veador levantava a meza.
Os dias de feftas principacs , Natal , dia dc Rcys , Pafehoa Pen-,
tccoftcs
,

tccoftcs , comia o Duque com grande Majeftade
; mandava o Veador
por a meza na fala , e arniavafTe a copa com toda a prata hia6 os Por-
,
teiros com fuas maâs dc prata , e Paflavantes
, Arautos , com fuas co-
tas dc annas doOuquc diantc do Veador, cdofcrviô dagoa asma&s;
e affy diante dos Copeiros mor , e pcqueno
, quando lc\ ava6 agoa pa-
ra beber.
Neftes dias man^va o Veador vir as charamelas
, trombctas , e
atabales a fala ,
c tangiab a feus tempos , e de madrugada davao alvo-
radas ao Duque aopi^ dasjanelas da fua Camara.
I
Tinha cargo de mandar aos mo§os da Camara tomar doze tochas
cada noite na Corte , que hia& bufear o Duque aondc Ihe anoitecia c
,
r fc o Duque era fora da Cidade , o hia6 cfperar a porta della fe ellava

,
w
no Paco , ou cm outra parte.
Hum dos mofos da Camara eftava com a tocha aluiniando o ca-
valo , c cm caza fempre faya6 com as peflbas que vizluvab o Duque.
,
Duas dc/hs tochas lerviao , hda dc hir a cozinha , c vir com as igua-
nas , entrava com ellas , e eftava com ella na caza onde o Duque co-
mia , e fe faya com as tochas ; a outra eftava aceza na copa acompa-
,
nhava , c alumiava a agoa as maos, e alTy ao Copeiro mor quando le-
,
vava agoa , ou vinho.
Sc o Duque avia de hir a Corte , ou a outra parte , tinha a feu
cargo , faber do Duque aonde avia de pouzar. Mandava concertar as
cazas , tirarlhe as gotciras , cayalas , armalas dc panos , ou guadamccins,
c caina com todas as coufas necelTarias por ordem do Duque ^ a efte con-
certo hia a pelToa
,
que tinha cargo da repofte.
Mandava prover de palha , cevada , Icnha , fc fe avia dc comprar,
fenao avizava ao Duque para que mandafle eferever aos Alinoxarifcs^
que dos Almoxarifados a mandaircm.
Sabia do Duque as pelToas , que o avia6 de acompanhar , e fazia
hum rol dcllas , que dava ao Apo/entador , que hia diantc apozentar,
e outro rol dava ao Apozentador , que pcllo caminho apozentava.
Tinha a feu cargo faber as beftas , que cra6 ncceflarias para Icva-
rcin o fato , e cargas do Duque , e a(Ty as dos Criados todas mandava
vir hum dia antes da partida , porque na& ficaflem os officios , e fervi-
qos detras , c todos aconipanhavao o Duque.
O Marichal das azcmalas tinha cargo de as repartir por hum rol ,'
que Ihc o Veador dava.
Quando o Duque caminhava mandava hir dous ferviqos para fer
melhor fervido. Hum partia o dia antes aondc avia de hir ajantar, os
Rcpoftciros com o eftrado , cadcira , mezas , guardaportas , alcatiffis
bancos , e todas as couzas dc fua obrigaqab.
O Eferivad da Cozinha , Comprador , Eferivad das compras , Co-
zinheiros , a mantcaria , copa , c com efta ordem.
Quando o Duque chegava , achava as cazas armadas , no verao
aguadas e no int'crno , fogo feito , c iguarias na meza.
Alandava outro fcrviqo fazer preftes com a cama , onde o Duque
avia dc dormir e dt:fta mancira fempre o Duque era beni fervido , os
cibvao dcfcanqados.
ofiiciacs
c feiriJorcs
Tom, IV.
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,,,
I_P4 T^rovaf do Liv.VL daHlftorla (jenealcyca

Mandava ao moô da Camara , quc levava o Alforjc , quo foflc
fempre com o Duquc , eo levalTc bcm provide.
Sc o Duquc avia dc palPar mar , ou rio , mandava ter preftes as
barcas nccc(Tarias, para que todos juntamente pafl’airem com o Duquc.
Tinha cargo de mandar ao îarifcal , que niandafTc os Azcmcis
com as azcmal.as, bufear pallia , fazer o palhcjro, e afly Icnha para p ro-
ver os fogos ordinarios , e bufear cr\a.
Quando viiihao hofpedes, mandava ao Apozentador , que dclles
tinha cargo , que os apozentalFc , e provelFc dc todo o necclFario ef-
plendidamente.
Tinha a feu cargo faber do Ccvadciro , c dos officiacs , que tinhao
cargo dacerS-^ cucharia, c todos que cabiao dcbaixo dc fua jurdigad
as couzas , quc Ihe crao necclFarias §. Cevada , cera', Agucares, vi- j
nhos , confervas , confeitos , frutas , marraas , prezuntos , chacinas
toucinhos , cliourtôs , quejos , azeitonas de conferva , alcaparras , cf-
peciarias , figos , ralFas , amendoas , pcfcados fecos , e atuns.
Com cada omcial fazia hum rol deltas couza; , que pertenciaci a
feu cargo , c bcm orâdo tudo , lalava ao Duquc , e Ihc mollrava as
Icmbrangas , para quc as mandallc vir das partes , onde as avia , c quc
/ nicnos cuftavao.
O Duquc com o Efcriva6 da fazenda tomava as lembrangas ,
c cf-
crevia aos Almoxarifes dos lugares , onde avia as couzas allima decla-
radas , e que com menos cufto as podiao comprar , c trazer , quc as
niandalTem ,
o que todos fazia& e quando vin!ia6 as entregava ao ofli- I
cial a que pertcnciao , e lhas carregava o Efciivao cm rcceita.

, I
For fua ordem mandava vir as golpclhas dc pclcado dc Setuval

cada fomana , c quarefma.
^
Tinha a feu cargo concertarfe com o Carnicciro , quc dclFc car-
|
nc para a ucharia do Duquc , e todos feus criados , quc nunca faltalFc

por certo prego , e fc lazia fazer eferitura , e obrigagab.
'I'odas as defpezas da ucharia , cozinha , comprxs , e livros dos of-
ficiais
,
que comprava& , c defpendiao dcbaixo de fua jurdiga& , allina-
va ,
c via ,
e fern feus allinados ,
fenao le%'ava& cm conta.
Com eftas providencias , e com outras de outros oHiciais , na Cor-
tc, nasjornadas quc fez com asPrincezas naraya, c emgrandcs feftas
que cm feu tempo ouve, c alFy noscaminhos, e cm Villa-Vigoza foy ,
mellior fervido Principe que ouve em feu tempo , c fuas couzas ta6 |
grandiozas , que foava6 cm todas quatro partioas do mundo.

Tinha o Vendor dominio , c algada fobre cento e vinte pelFoas
fobre huns mais quc outras, a huns avizava , a outros mandava. §. Sin-
co officiacs da meza Diogo da Veiga Manticyro , Erancifeo I-igueira
Uchao , Eftevao de Aguiar , e Antonio dc Souza dc Amarantc , i’ervi-
dores detoalha, Alvaro Colago, Copeyro pequeno, quc tambem ti-
nha ciiidado da grata, e toalhas de meza.
Sinco ; Eferivao da Cozinha Chrillovao Ayres; Efcriva& dascom-
pras Francifeo Fragozo ; Apozentador Francifeo dc Val dc rama ; Ciom*
pra.lor Pedro Annez; Cevadeiro
,
quc tambem tinha cargo da cera
Ucharia j. Congalo Dias.
S ^locos
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, ,,;
da Cafa lêal Tortuguesâ. l^ j

8 Jlogos dos officios.
40 AI090S da Camara do fciviô continuo da mcza ,
tochas ,
rc-
cau’os.
12 Repoftciros.
8 Porteyros da Cana. 6 Paffiavante , e Arauto.
I Alaril'cal ,
Bfertholameu de Arauio.
8 Azeincis. 10 Charamclas. li Trombctas. 8 Coziru'iciros
com 10 12,8 mogos das cozinha.
7^
E/crh ad da Coijnha Chr'ijlcvao Ayrez.
Tinha cargo dc fazer os alvaras de iilhamehto , die os dava a af-

Cnar ao Duquc , c os rcgiftava no livro da Cozinha. E alTy dc mamlar
fazer o comer do Duquc aos (iiozinheyros ; fazia a dcfpeza a pclloa que
tinha cargo da ucharia de todas as couzas , que Ihe erao carrcgadas por
eHe Efcriva& da Cozinha , que era6 as que recebia do Comprador , c
affiy aos que vinhab de fora dos Almoxarifcs
, e que outras pelfoas com-
prarao , calTy a golpelha dc Setuval , etodo opefcado; fazia os rocs
das moradi.as polios apontamcntos dos apontadorcs.
Mandava aos Cozinhciros , c mo(Os da cozinha en todo o fcrv i^'o.
Comprador Pedro Annes.
Comprava todas as couzas necelTarias para o comer do Duquc

e ordenados das pclToas , que os tinhao. Pagava as moradias aos moôs
d.i caya
,
cozinhciros , e dcravos por rocs affinados dc quem os tiniia
al'cu cargo.
PJcTtvao das Cempras Francj/co Magro.
Era fempre prezente com o Comprador ao comprar das couzas.

Tinha hum livro, cm que carregava odinheiro, que o Comprador re-
cebia do Tlicfoureyro , c nolle Inc fazia as defpezas do que entregava
na ucharia , c alTy dos pagamentos , o qual via o Veador , e allinava to-
dos os Inezes ,
e por ellc dava fua conta.
Da Ucharia tinha cargo Gonqalo Dias.
Recebia do Comprador todas as couz.is que fe cempravab para

a dcfpeza do comer do Duquc , e ordenados. Recebia as chacinas
prezuntos , chouri(,-os , marra.is , aijucar , pcfcados , c todas as couzas
que vinhao dc fora , c alTy do Comprador , como de outras pcfTo-is llie
crab carrcgadas cm receita pcllo Efcrivab da cozinha , c ellc Ihe fazia
a delpeza. I-^ftas receitas , e defpezas via o Veador , como ja tenho
dito , c por die livro Ihc erab Icvadas em conta.
O niclmo Gonâlo Dias era Ccvadciro , tinha cargo da cc^'ada
e alTv mefmo da cera. Era Efaivab deftes dous cargos I'rancifco Ma-
'Toni.IV. Bbii gro,
,,
1^6 Trovas doLlv.Vl. daHiJloria (êneahgica

gro ,
que o era das compras , fazla feus livros das receifas , e defpczas,
pclla ordcm qûc fc agora faz , hum da cevada , outro da cera. Pa-
,
gava os ordenados daccTada doscavallos, azcimlas, cfazia toda adcf-
pcza. E a(Ty da cera.
Acompanhava fcmprc o Duque por caminhos cm todas as partes
com todas as couzas de feu cargo , e nos caminhos , vendas , eftalajes
dava fempre os ordenados dacevada, carnes, pefcados, fern faltar cou-
za alguma , e fcmprc hia bem provido dc tuao.
Marj/cal era Gt^par Alvarez.
O
Marifcal tinha cargo dos Azamcis , c Azcmalas ; cllc mandava
bufear aicnha, c fazer palhciro , bufear akacer, eer\'a para oscava-
los , mulxs , c azcmalas , e por fua ordem , c rol , pagava o Compra-
dor os ordenados dos azcmcis , c o Cevadeiro dava a cevada para as
azcmalas. Quando o Duque caminhava ,
cllc repartia as beftas de car-
ga por ordem , c rol do Veador ;
e provia I'cmprc de palha ,
e Icnha cm
todas as partes.
Mantleyro Diogo da Vejga.
O Manticyro
tinha a feu cargo p6r as toalhas da meza , fendo o
Duque e levar o ferviô dagoa as maos , fervir a meza , alc-
prezente
,
vantar as iguarias , c tomar as toalhas depois que o Trinchante as tira-

va , tudo na maneira , que ja hca dito no titulo de Veador , com as
ceremonias nellc declaradas.
Depois que falccco Alvaro Colaô , Copciro pequeno , mandou
o Duque a Diogo da Vejga Mantieyro , que tivefle a leu cargo a pra-
ta c couzas da mantiarya , cllc mandava armar as copeiras , c por a
,
meza aos moôs da mantiarj’a , c levar a prata a cozinha , c fazer todo
o fcrvico da maneira , como agora fe faz.
Os officios de Ucha& , e fervidor da toalha , c obrigaôens , fica
dito no titulo dc Veador , e alTy no de Trinchante , c ally mefmo o
cargo dc apozentador.
Fernai Pereira Thrinchante.
O feu cargo , e officio era acharfe fempre prezente ao tempo

que o Duque queria comer , e depois , que o Veador fazia fua ccrc-
monia, eaprezentava agoa asinabs, atomava o Trinchante damab ao
JIantieyro , c tomada a falva , a dava ao Duque , e lavadas as mabs a
tornava ao Mantieyro , aprezentava as iguarias dc fhitas , que eftavab
na meza ; as outras que corriab da mab do fervidor da toalha ao Uchab,
cdoUchab a cllc, etirada a falva , que o Uchab tornava, as trincha-
va , c chegava ao Duque , e tirava , e dava ao Mantieyro ; acabado de
comer dava agoa as mabs da inefma maneira , e alevantava as toalhas ,
e com huma niezura fe defpedia da meza , acompanhava o Duque cm
todos os caminhos , c lugarcs aonde hia comer.
D. Mar.
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,,
da Cafa %eal Tôrtuûesâ, i ^y

D. }»{artlnho deTavora Copeiro mor.
Tinha obriga5a6 de dar dc beber ao Duque , e afliAir ordinaria-

mente ao jantar , c cea ; eftava a mcza , equanJo o Duque pcdia agua,
ou vinho , I’aya a caza , onde eftava a copa , e da ma6 do C>opeiro pe-
queno tomava o pucaro , e falva , e com o Copeiro pequeno diantc , c
Qous Portciros a levava , c depois dc fazerem os Porteiros , e Copeiro
pequeno luas mezuras , o Copeiro mor punha o giolho no chao , e o
pequeno Ihe tirava a fobrecopa do pucaro , e tomada a falva , que fem-
pre bebia , e na& ta6 fomente tocava , como fazem agora , a dava ao
Duque , c acabado de beber o tomava , eftando com o giolho no chao
Ihe punha o Copeiro piûeno a fobrecopa , e Ihe tomava o pucaro o
,
m6r fe Icvantava , e fazia fua mezura , e fe punha em feu lugar.
Sempre antes que o Duque comclfe , via a agoa fe eftava fria , e
o vinho fe era bom , e fcna6 provia fobre illb , mandava vir agoa , e
falitre para a resfriar , e reprendia ao Copeiro pequeno porque a elle
,
dava o Duque os achaques , e as gramas , e ao pequeno fazia merce.
Acompanliava o Duque por caminhos , e de todas partes aonde hia co-
mer. As couzas que era& nccefl’arias para o fen'iô de feu ofticio , o
Copeiro m6r as fazia prover , e por fua portaiia fcdava6.
uilvaro Colaqo Copeiro pequeno.
Tinha a feu cargo a prata do ferviô ordinario da mez.a , e copa

e toalhas
,
e tudo o que tocava ao ferviô da manticrya , e ally as do
Copeyro pequeno ,pucaros , falvas, taâs, copqs , garrafas, e todas
as mais coufas neccllarias
,
e manda armar as copciras , por ter eftes car-
gos damefma maneira emvida do Duque D. Taymes. Para efte fervi-
(o avia dous moôs da mantiaria , que punhao a ineza , e copa , e dous
fervidores eferavos para irem por agoa , e lavarem a prata.
Ayres Gonqalves Barreto EJInheiro mor’
A obrigaâb de feu officio era acharfc fempre ao tempo que o

Duque cavalgava , davalhc oeftribo, e o acompanhava , edccia^ quan-
do aefcavalgava , fendo elle prezente , nenhum outro fidalgo fazia ci-
te officio. Vifitava a eftribaria , afty cavalos , como jaezes , eferavos
e todas as couzas neceflarias da eftribaria fe proviab por fua ordem. An-
dava nos cavallos do Duque. Tinha jurdiâb fobre os Eftribciros , que
crab Manocl Sardinha da Gineta , e Annibal Piamontez da Brida. E
alTy fobre os moôs da eftribcira , c a elle remetia o Duque os filhamen-
tos delles , e por fua portaria Uie faziab os Alvaras.
Cada hum dos eftribciros tinha cargo dos feus jaezes da gineta ,
e da brida dos ordinaries do ferviô , ciab-Uie carregados por cfaivab
do feu cargo , e a(Ty os cavalos , e mulas , e eferavos. ,
O Eftribciro da Gineta Manoel Sardinha cm auzcncia doEftribeiro

mbr fazia feu officio ,
nab dando o eftribo fenab em prover a cftrebai ia.
E fern-
,,
1 p8 ovas do Llv.V1. dj Hijlnrta (jenealogka
E
femprc cm prczcnâ , e aiizencia tinl;a cargo dos iro9os da ef-
tiibcira , de cs fazcr I'en'ir a feus tempos , c os que aviao dc ir fo-
ra por dinheiro , on caminliar , die os mandava pedir ao Eferit ao do
c Sctre'ario , c pdlbas , que os ddpachavao.
Por feu rol , c apontamento alTinado lire pagavao as nioradias , e
osvdlidos cada anno , cca’gas cada feis mezes. Cândo oDuque ca-
valgava todos os moôs da eftribeira acompanliava6 o cavalo ale a ci-
cada , c cftava& com die , c os dlribciros ambos o acompanhava6 a ca-
valo ; c quando o Duque queria cavalgar , fc apeava o eftribeiro , que
tinha cargo do cavalo , cm que o Duque cavalgava , e tomava a redea,
c a beijava , e a dava ao Duque na mao.
Os Eftribciros tinliao cargo cada hum dos feus eferavos , c dc
mandar alimpar os cavalos , c curalos . cavalgalos , e cxcrcitalos cada
hum a feu modo. JIandavao-lhc dar dc comer, ebeber, candavao as
ciivcjas, a quern osteria mais gordos , climpos; o Duque hia muitas
vezes a cftrilicria , e com fuas villas o fazia& com mais gofto.
Os moeos da eftribeira crao vinte quatro femprc vivos , todos
acampanhavao o Duque com cfpadas , e capas. Vinte mourifeos efera-
vos para alimpar os cavalos , e mulas , e tazerem o fendô da cllrcba-
ria ,
c hem bufear a cevada ,
c palha.
Gonqalo de Azevedo Cagador nwr.
O
Caâdor mor tinlia jurdiâo fobre todos os Caâdores , c mo-
90s daca9a , que erao 24 de cavalo , c 24 dc p6. §. doze Ca9adorcs
acrccciuados , efeudeiros da Gaza , e doze moeos da 039a por acrcccn-,
tar ; c alfy vinte c quatro mo90S da 0393 de p6 , que cra6 quarenta c
oito peftbas. Por elle corriao os lilhamentos ,
acrecentamentos ,
mer-
cos , c as folhas das moradias dos por acrecentar , porque os acrecenta-
dos tinhao as moradias nos quarteis gcraes ; e por fua ordem fc fazia
toda a defpeza da ca9a , pagamento dos falcoens , c defpezas dellcs
galinhas , pombas, carnes , e todas ascouzas dccctraria, cavalos, co-
las cevada e palha. Veftidos cada anno , todos de hda cor , cal9as
, ,
ada feis mezes.
Gaeador mor tinha hum cavalo , que o Duque Ihe dava , e
O
como era desbaratado Ihe dava outro ; e hum alqueire dc cevada cada
dia , c hum veftido cada anno , da mancira , que o elle queria.
O
dia que o Duque hia a cavalo , vinha o Cacador mOr de fua
caza , onde todos os Gaeadores , moeos da 0393 de pe , c de cavallo^ o
hiao bufear , c acompanhado com dies , com feus falcoens na mao ,
rocs no ar9a6 , galinhas vivas , c pombas na Gevadcira , e defta mancira
cfperava no terreiro , aondc eftava o cavalo do Duque. C.om o cavalo
cfiava6 vinte e quatro 10090$ da eftribeira , doze homens da guarda
todos veftidos de huma cor decampo. Onde tambem eftava o Paje da
131193 , e mala , efperando , c alfy eftavao vinte
c quatro Gavadeiros
da guarda da pelToa do Duque, todos com fuas lapeas nasmaos, vefti-
dos decampo; e liuin homcm dccavallo com a efpinguard.i do Duque,
c outro com a Bella. •
•
«
E defta
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da Cafa Tâl ôrtHgues^d. '^99
E dcfta manclra ly'a fcmprc ao campo a caâ acompanhaJo com
fciTcnta Je cavalo , e fcllcnta de pC. §.
O Eftiibeiro m6r com hum Paje a cavalo. 2.
O Caijador mbr e hum Pajc a cavalo c as vczcs
, , dous 2.
Os Pajcs da lanâ , c mala 2.
Cagadorcs dc Cavallo 24.
Cavalleiros da lanâ da guarda 24.
Os quc Icvavao as elpiiigardos , ebcfta 2.
Mogos da caâ a p6. 24.
M090S da Eftribeira 24.
Homcns da guarda 12.
A fora dtas pclToas dc obriga9a6 fcmprc acompanhava6 ao Du-
quc alguns lidalgos . e outras pclloas , alguns
,
quc erao caâdorcs dc
gaviacs , adores ,
c galgos , quc todos juntos era huma fermoza com-
panhia.
A ordem , que fc tinha para todas eftas pelToas acodirem ao tem-
po, quc oDuque avia dc cavalgar, tinha a feu cargo hum charamcla
tanjer najanela dafala huma trombeta jtaliana dc madrugada , efegun-
da vcz ,
quando queria cavalgar.
Pa/e da langa , e da Companhia Mart'im Affonjo de Soufa.
Acompanhava o Duque ,
quando hia fora da Cidade a caija , ou
, fcmprc com a lanâ na ma& , e levava hfia caldcirinha de
caminhava
prata com hum corda6 atado na aza , metida cm huma bol;a dc velu-
do , para o Duque beber. Acodia a campainha aos tempos que o Du-
,
que eftava cm aefpacho , quando o Camarciro m6r o nao fazia , e ti-
nha cuidado dc ir a tempos, e chando ellc prezente, nenhutn
dos outros moôs fidalgos acodia , e mandava os niogos da Camara aos
rccados . e dezia a^ Duque das pclfoas , que Ihc queriad falar cm au-
zencia do Camarciro. Sc o Duque trazia u6 , loba , ou capus , ellc le-
vava a fralda.
Quando 0 Duque fahia da Camara , ou caza dondc eftava , a co-
mer , ou outra couza , levava o brandao diante , e o punha em i'eu lu-
gar , e fazia huma mezura ao Duque.
Efpivitava as vclas , e depois dc cfpivitadas dava a thezoura ao
inogo da Camara quc a trazia , c fazia outra mezura ao Duque.
,
E afty da melma maneira efpivitava o brandao , com outra the-
zoura , que Ihe dava o Rcpoftciro , que tinha cargo dcllc , c lha tor-
nava a dar.
Dormia na guardaroiipa Martim AfTonfo alguas vezes, cD. Luis
fcmprc depois ,
quc foy Paje.
Andava nos cavalos do Duque com muito bons jaezes , afty Ja
Cidade, corao deCamno.
Tinha dous vclliuos cada anno , hum dc Cortc , outro dc Cam-
po ; fendo die prezente, nenhuin dos outros mogos fidalgos , fazia
cOuza dasallinu dcclaradas.
Paje
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,,
2 00 Trcvas do Liv. FI. da HljlorU ênealogica
'
Paje da mala T rjjlao de Scitfa Docent.
Qiiando o Duque avia de hir ao campo , ou caminhava , tinha

cuidado dc ir a Guardaroupa , e pedir a mala ao moô das chavcs , quc
cftava ja prcftes com as couzas neceflarias. §. huma capa de agoa
hum fombrciro deagoa, ou fol cm hum bolfo da mala, toalha deagoa

as mabs lcn 90 s
,
capcllo de vcludo , ou tafeta para o frio , ou vcnto.
,
Em outro boô levava huma caixa com pentcs , thczouras , canive-

tcs a modo de cftojo. Tudo vio na Guardaroupa primciro que a
mandalTe Icvar ,
e afly a levava no cavalo diante de fi lempre junto ao
Levava mais hum Trempem com as chapas quebradi(jas forradas

de vcludo , e os p»is dc perafuzo , com que fc armava metida cm huma
bolâ dccouro, que fervia no campo ao tetnpo dasobras danatureza,
'
comleus panos fccretos.

Anaava nos cavalos do Duque, acompanhava-o fempre ally no
Campo conio na Cidade. Tinha cada anno dous veftidos , hum do
,
Campo , outro da Cidade.
Huno .Alvarez Pereira, Paje do livro.
Tinha a feu cargo mandar a hum moqo da Camara , que IcvalTe

oslivros do Duque algreja , donde o Duque avia dc ir ouvir mifla.
§. Os dias dc fclb miflal , e oras de NolTa Senhora , e as vefperas Bre-
fitial , o paje
viario e as oras , c como o Duque eftava na cortina , e
c quando o
toraava os livros ao moco da Camara , e os tinha na mao ,
Duque os pedia , Ihos ^va com o giolho no cha6 , c afly os tornava a
tomar.
In/lruccdS do Duque Dorn Jodo II. do ofeh de feu Ejlribet-
ro mor.
Dorn Luis dc Noronha para que melhor acerteis com o que que-
ro que faâis no officio de meu Eftribeiro mor , de
que vos
tenho encarregado , guardareis a inftrucqao fcguintc.
I
Pefoas que xosbao deejlar fubordinadas.

1
Num 1
* ®
/T/f
®
AS peflbas que devem dc obcdcITcr ao Eftribeiro
leu officio l£u-> os Eftribciros pcquenos ,
mor por rcza& dc
os Picadores , os Sotas
os Ferradores,
osEftribeiros, os mocos da Eftribeira , os C^chCiros,
OS Alveitarcs , os mocos dc cavallo , c de cochc ,
o Manlcal , c a pdloa
deputa-
que tiver afeu cargo oguadarncs, c os Azcmcis cCaiTocciros
fuboidma'
Jos para o provinicnto cfervico ordinario da Caza cuara6
toca ao provunci U o
dos no quc toca a ifto aoVeador della, c no quc
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Z,
:
da Cafa ^dl Tortugueiâ. 20

da Eflrcbaria e ao cuidado das cavalgaduias c mais coufas que tiverem
por fua conta vos obedecerao.
I'odas cftas pelFoas tirando os Azemeis , c Carrocciros fe reccbe-
rao porvolTa oidem, e Ihe dareis as portarias para que lelhepallem
os Alvaras e os Eftribciros pcqucnos fara6 os pontos dos moâs da El-
tribeira, dos Picadores , Cochciros, Fcrradores, Alvcitarcs, Maril'cal,
e da pelloa que tiver a I'cu cargo o guadarnes ^ e os dos moôs da cilre-
baria , carrocciros c azemeis , fara o Sota eAribeiro c o afinard todos e
I'e algumas deltas pcllbas ouverein de ter Regimentos fe Ihes darao e
,
ros tereis o trcslado dellcs para Ihos Ibzcrdcs cumprir inteirainente.
Screis mui vigilante emvizitar aEftrebaria , c todas asoutras ca-
zas onde eftivcrem couzas das que aqui fe vos encarregab , para ver
fe tudo nellas fe fas como coiivcm , c fe as pclToas que vos eftao fu-
bordinadas acodem como dcvem as fuas obngagoens. E
quando eu
fahir fora cm cochc ou a cavallo tereis cuidado dc que va& cm feu lu-
gar os Fidalgos , os moôs Fidalgos , os moôs da Camara , e os mo-
fos da Eftribcira e todas as peA’oas que me acompanharem , porque cm
quanto a iAo tambem vos toca ordenar o que le hade lazer , e he que
todas as pclToas que com capa me acompanljab a cavalo vao detras.
Os moôs da Camara ao eftribo a pe de hua parte c da outra. Os mo-
50s da Eftribcira diante do cavallo , ou dos cavallos do coche em cor-
po defeubertos fern clbadas, ncm adagas falvo quando eu mandar as
Icvem , e diante de todos os Eftribciros a cavalo , c os raoij'os Fidalgos
a cavalo , defrontc dos eftribos do cochc , dando lugar aos moôs da
Camara porque va& a pc c indo cu a cavalo irao logo detras dc mim
:
e vos hireis no lugar que vos toca que he indo cu a cavalo ir logo im-
incdiato a mim, cindo cm cochc com aDuquefa ircis a cavalo da par-
te elqucrda , e fe tambem fordes cm coche nao indo a Duquefa coout
go , ira o volfo cochc immediato ao meu , quando fe ofreccr fazer cu
algua entrada em algum lugar com todos os meus criados em coche , or-
denareis vos tambem a ordem em que os coches ao dc ir que fera in-
,
do o volfo logo em feguimento do meu e depois os dos Fidalgos
:
tendo refpeito a que pcrccdcrab os que tiverem oliicios em minha Ca-

za , c dilpois difto os mais vclhos , c dos coches dos outros criadcs I'c
fara tambem o mefmo porque percederao os que tiverem mayorcs ot-
ficios , ou forem mais vclhas. E fe virdcs quo Icvao lacayos hem vet-
tidos que poftab aparccer fareis que vao diante dc cada cochc cntie
huns , e outros , os que forem das pelToas que vao nos coches , e que
os cochciros caminhem de forte que dem lugar a illo indo largo , e
nao I'c apertem para que o acompanhamento luza mais. E le cu for
com a Duquefa e com luas criadas cm coches , ira logo junto a Duquefa
o coche da Camarcira mor , com as Damas , que quizcr Icvar ennfigo ,
ou couberem no cochc , e nao cabendo todas irao as que licarem em
outro coche logo detras defte com a Dona que eu para ilfo linalar ; e
os coches das outras criadas fefcguirao conforme a prccedcncia dosfo-
ros , c junto aos eftribos delles irab os porteiros ou pclToas que para
fua guarda fe linalaiem. Vos ircis no lugar que fica dito , cosmoôs
fidalgos
,
da Camara , da Eftribcira , c os Eftribciros tambem nos leas
tom. IV. tc e os
20 2 Turovas doLh.fÎ. daHifloria (jenealoglca
c OS fidalgos fe quizcrcm ir junto aos eftribos dos cochcs das Damas

pcrmctindo-o a Camarcira mdr ira6 , e fe na& irao detras dos coches
com os outros criados quc acompanharcm a cavalo , e I'c ouvcr cava-
los de dcftro para mim ou facas com cilhoens para a Duqucza ira& di-
ante dos moôs daEftribcira levando-as dercdea osque vos (Inalardcs ^
c diantc d: todos os trombctas , c fe ouvcr litcira , ou cadcira dc ma6s
ira logo detras do nolTo cochc.
Como cjlarao ordenadas as cottas tocantc a Fjlreharia.
Tcra o Eftribeiro mor cuidado dc quc as eftrebarias efl:cja6 com

o concerto quc he raza6 , afll no quc toca as parcdcs , tcihados , ccal-
fada , como as manjadouras , c da mcfma forte tcra cuidado das cochei-
ras , palhciros , ccllciros , c caza do guadarncs , para quc cm nada aja
falta , e fendo ncccffario melhorarfc o ediheio dc algua deltas coufas
mo advertira para quc eu o mande fafer , e os remendos c coufas mais
miudas mandara ellc fazer logo , c fc cu me defeuidar mo Icmbrara
tantas vezes ate quc com effeito mande fazer o que for ncccflario.
Na cafa cm quc ouverem de eftar as ccllas c guarniyoft avera os
cavallos de madcira necefTarios para as fellas as quaes tcra& todas fuas
cubertas de cariiciras por amor do po : c as cabcladas c guarniôens , e
outras coufas defta forte eftarao penduradas das parcdcs cm fafquias
de pao chcas de cfcapulas que para illb avera , e por cima das cfcapu-
, ou outras de
l;Ls cllarab pregadas alguas pellcs dc guad;uncfins velhos
carnciro quc cayao para baixo , e cubra6 eftas couzas do po.

Eara que aja todas as fellas , e guarniijocns quc forem necclTarias
a(Ii dc refpeito como para o fervigo ordinario e que todas eftejad
,
perfeitas c cabaes fern que Ihcs faltc coufa algua , c fara que as pdlbas
quc tiverem cuidado dillo , fecoftumem a ter tudo mui apontado c
limpo , c os advertira do quc devem fazer cm cada coufa para quc fe
pqnhao nelfc coftume , e contra o quc huS ves Ihcs ordenar Ihcs nab
diflimulara falta algua antes Ihcs fara pagar osdanos quc porfua con-
ta lucedcrem para que alii edejab mais vigilantes.
,
Cargos cjua o Edriheiro mor ha de mandarfazer.
Todas as fellas eftiverem no guad.irncs ha6 de

cguami9 oens quc
cd.ar cfrregadas em hu
livro apefT'oa que tiver cargo dcllc; cite livro
eftara aflinado e numcrado pello Chancellcr dc niinha Caza como fe
coftuma fazer aos outros , c tcllo-ha em feu podcr o Efcrivab do dito
cargo , avcndofcjhc primeiro carregado o dito livro na fazenda cm ou-
tro quc ali ordeno quc aja para fe carregarem livros fimilhantes com
dcclaraqao das folhas , c mbricas quc Icvar c quando de novo mandar-
,
dcs fafer algua coufa que fc ouvcr dccarregar, nab paflareis portaria
para fe pagar fenab ao pe da certidab quc o Efcrivab do cargo paffar
dc como h'ca carregada declarando nclla o livro, e as folhas , c ifto
mefmo Hzarcis quando alfinares algua defpeza dc quc fe aja dc paflar
provizab.
Como
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,
da Cafa âl Tôrtuguesâ, aoj
Como 0 FJiribciro tr.br ha de ordenar as coujas da E/trebaria.
Conforme ao coftume da minha Caza fcmpre na Eftrebaria ha

hd Sota Eftribeiro aue de ordinario afifte nella , para ver penfar , cu-
rar , e fcrrar os cavallos , e Icr Ibbrcftante dos nioôs , Azcmcis , c Car-
rolciros fazendo-os acudir todos a fuas obrigaôcns , e o quc agora
fcrvc he Francifco Fernandes de quern eftou latisfcito que fas cflas
coufas a meu gofto : eadi vos encoincndo vos valhacs delle paia cllas
fe executaretn bem ordcnandolhc o quc ouver de fazer conforme ao
que cntcndcies dc mim ,
c quando por meu mandado ouvcrdcs de man-
dar empreftar algua cavalgadura , ou mandalla a coufa dc meu fcrs'if-
fo , mandarcis rccado a efte homcm para que dc a que eftiver para me-
Ihor fers'ir naqucllc eft'eito , c quando vos finallardes algua era parti-
cular , e nillb ouver inconvcnicntc vollo vira elle fignihear. E fern
embargo do cuidado , que efte homcm Jiadc ter de tudo i'.lo , vigia-
Tcis vos fcmpre o quc fe fizcr para quc mclhor fc remedeein as faltas
que pode aver.
Tambcm farcis quc os Eftribeyros pequenos accudab a ifto , c a
cavalgar , e paflear os cavallas , quc diflb tiverem neceflidadc ; c fc ca
tiver macs Eftribeyros pequenos , que hum rcpartircis entre dies as
cavalgaduras , para quc cada hum tenha cuidado das quc Ihc tocarem
a fua parte , e farfelhe-ao cargos dcllas como he coftume.
I'ereis cuidado dc me advertir o numcro das cavalgaduras quc
,
deve avcT na minha Eftribarya , alfim de Cavallos rcgallados , c de Co-
chc fe cu os quizer ter , como Rofins dc Campo , Machos dc fcrvico
cAiullas dcCoche , para quc nau aja macs, nem mcnos quc aqucllas,
quc forem ncccftarias , e ordcnarcis as rcôens quc fc ouverem dc dar
a cada huma cada dia. ,
Farcis quc haja hum livro dogafto dacevada cm quc no princi-

pio de cada mes fc fara memoria das cavalgaduras a que fc ouver dc
dar rcâo , c do que fc ouver de dar a cada huma c cada dia fe ira fa-
:
indo com o gafto dcllc , dcfcontando as cavalgaduras , que ibrem fora,

e as que na6 comcrem rcâb inteira e contando alguina fe vicr dc
:
novo.
Tambem tercis cuidado de que a feu tempo fe fa 9 a .a provizao
da cevada, e palha que for necclTaria para o gafto da Eftiibaria , c
avendo ajuftado aquantidade que fera necedaria dehuma couza, cou-
tra mandaieis memoria diftb a minha fazenda para quc fe compre , ou
Icmande vir dos Almoxarifados.
Quando fe ouver dc dar de comer ^ cavalgaduras aftiftirao os Ef-
ttibeiros pequenos para ver fe fc Ihcs da a cada hum a fua regao intei-
ra ; c fe alguns Cavallos tiverem de coftume beber antes quc comao
farlhes-a6 dar dc beber c del'pocs de fe aver deitudo cevada a todos
:
.fairab para fora, e os Eftribeyros pequenos fccharab a porta com cha-

vc , e nab entrari 13 ningucm athe quc tenhab comido c defpois os:
tornarab aver, cledara de beber aos quc coftumab beber delpois de

comer , c a cevada quc fobejar a algumas cavalgaduras , que nab co-
Tom. IV. Ccii merem
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,
2 04 Turovas do Llv. VI, daHiHoria ênealogtca
mcrem a fua ro9a6 intcira fc dcitara cm huma area grande que para
ilFo avera na eftrebaria dc que o Eftribeiro pequeno tera a chave , e co-
mo allj eftiver junta tanta quantidade que fcpolFa dar dereâo fedara,
e no livro do gado le fara aeclara5a6 , que tal dia comcrab as cavalga-
duras tanta cevada, que avia fobejado dasfuas rcôens, eque nab Fa-
hio da Cevadaria : mas fe ouver alguns Cavallos a que feja necciFario
darfe maes da fua reâb darfclhcsha difto que fobeja aos outros.
E quando ouver inconvcnicntc cm os Eftribciros pequenos leva-
rem a chave da Eftrebarya' cm quanto as cavalgaduras comerem , etclla
ha o Sota Eftribeiro como tambem a da Area da Cevada que fobeja,
fc alFim parecer melhor : mas avendo maes Eftribciros pequenos que
,
hum , fork ifto facil dc cxecutar por dies porque Ihcs repartireis efte
cuidado por fomanas ,
ou por dias.
Aflinarcis asmemorias, oudcfpezas dos Fcrradorcs , c Alvei tares
dascuras, e daferragem, para que nocabo dccada quartei fclhepof-
fab palFar fuas Provizocs , para averem feus pagamentos , c ajuftarcis
com dies os rreôs dc todas ns couzas , para que nab ajn duvida cm
como fe ab ue contar , c procurareis , que fejab bons omciaes , c que
tenhab boa ferragem.
Nab ferrarab os ferradores as cavalgaduras cm fuas cazas fenab
junto as Eftrebarias c os Eftribeyros pequenos afleftirab a vellas fer-
:
rar , e logo o Sota Stribeyro alFentara as Icrraduras , e cravos que lan-

carem na defpeza , ou fe governarab por paos com rifeas qual macs fe-
dl Ihcs parecer.
.Mandarcis prover a Eftrebaria dc tudo o que for necelFario para
a limpeza dos Cavallos , e por voftas Portarias fc darab os balacs
,
Alandins , brufas , Almofaftas , pentens , cfponjxs , luvas , mantas , c
hnalmentc tudo oque allj fe ouver raiftcr : c tcrcis cuidado que o Sota
Eftribeiro entregue ifto aos mo50s com tal conta , e rezab que faltan-
do por fua culpa o paguem , ou os caftiguem fendo eferavos.
Os cabreftos ferab dc couro com cadcas dc ferro , e todos os Ca-
vallos tcrab travo!;s , foltas , c maniotas , e tereis cuidado de que nifto
nab aja falta alguma , e que a feu tempo fe niandc trazer o canhamo
para fc fazerem as pclFas neccIFarias . e afl'entareis com o Cordociro os
preôs porque as ha de dar , mandando ter conta com as que entre-
guar , porque Ihc avcis de aftinar as defpezas para fc Ihe paftarem Pro-
vizoens e tudo o que alfim entreguar por junto fc carregara a pciFoa
:
que tiver cargo das fellas , c guarni9oens , para quo clle as vk dando
pouco , e pouco por Portarias vofFas , quando forem neccIFarias , e por
eftes papcis dark conta ; e efta defpeza do Cordoeyro alCnareis tam-
bem no cabo dc cada quartcl para que nenhuma conta andc atraza-
da.
Os mogos dc Cavallos dormirab na eftrebaria para que de noutc
polFab accudir aos Cavallos fe fe foltarem , c niandnrlhcs-cis fazer huas
tabcrnaculos altos , em que durraab : c toda a noutc averu alampada
nas Eftrebarias , e nab conlintireis que firvab ncllas moôs de Cavallos
quo nab fejab bons pcnfadorcs , e que nab dem boa conta do que fc
ilic entregar,.
Eftari
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,
da Cafa %eal Tôrtuguesâ. 205

tambcm por volTa conta mandar confertar os Coches , Li-
EftarS
tciras, e
Cadeiras dc inaons , dc modo que tudo o que ouver dc Icr-
vir cftcja I'cmpre corrente.
Como Jc hit de haver 0 Efirtbeiro mbr cjuando eu cam'mhar^

Jahlr de caza,
Oil
Quando cu fizer Jornada fabcra de mjm as pefToas quo me a& de

acompaiihar para prevenir cavalgaduras para aquellas a qucm fe ouvo
rem de dar : e fe a Jornada for cm companhia da Duqueza , fabcra tanv
bem a forma em que eii , e ella devemos ir , e fe Ic ao de levar co-
ches , Uteyras , cadeira de maons , filhoes , cavallos de deftro para man-
dar prevenir , e accommodar tudo : pella mefma forte os coches cm
que a6 dc ir as Damas , Donnas , c mais Creadas da Duqueza.
Por fua conta eftar^ dar a ordem com que fe ouver de caminhar,
quero dizer o lugar cm que devem ir os Coches , as liteiras , os moqos
aa Eftribcyra , os cavallos de deftro , e macs gentc que acompanhar
porque a cllc Ihc toca ordenar os acompanhamentos a cavallo aflim co-
mo ao Vendor os de p6.
A
apozentadoria da Eftrcbaria pcUos caminhos Ihc eftarh fubor-
denada a ellc , c a mandara fazer.
Todas as vezes que eu fahir a Cavallo , e ellc na6 tiver impe-
dimento forqozo me acompanhara , e quando o naf> polla fazer mo
mandara dizer para que eu nomee quern firva por ellc.
Darme-ha o eftribo qûando me puzer a cavallo , c hum dos Ef-
tribeyros pequenos tera o Cavallo da redea cm quanto eu fubir e tam-
;
bem abrira o Eftribo do Coche , e a Cadeira de maons ondc for a Du-

queza : e o feu lugar no acomponhamento a Cavallo fera logo detras
dc mJm. I
Como Jt hu de ordenar ogajlo da Efireharia nos caminhos.
Antes de partir ftreis huma memoria das cavalgaduras que a& dc

ir na Jornada , e da reqam de cevada que fe hd de dar a cada huma
cada dia fomando-fe no fim della quanto monta o gafto da cevada ca-
da dia.
Efta memoria entregareis a pelToa a que mandardcs , que levc a
feu cargo o dar dc comer as cavalgaduras dajornada para que confor-
mc a ella faqa o gafto , c o fara dc mancira que no primeiro dia alTen-
tc em hum caderno cm primeiro lugar a ditta memoria alTinada por
v6s , e defpocs diga tal dia comerao as cavalgaduras a cevada cemtheu-
da na memoria atras que fe deu de comprado nas Eftallagens : e fe fe
dcr cevada nas eftallagens dc compra nao tirarS a margem a fomma del-
la, e fomente tirara opreô declarando vallcr, edando-fe de
alguni Almoxarifado na Villa cm que eftivermos cnta& fe tirara a mar-
gem pare fj fommar.
Da cevada que derem os Almoxarifcs Ihcs darii a tal pclToa eferi-
to
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lo6 Turovas do Liv, VL da Hiflorta (Jenealogtca
to porque fc obriguc a Ihcs dar fatisfa9ao , e i:a fazendo fua dcfpcza
dcclarando que he da de leu cargo , como fica ditto na comprada c ;
le nos dias de que fe trata forein fora algumas azcmellas ou outras ca-
,
valgaduras , c nao Icvarcm a rc9ao daquclle dia , para comer la , fe fa-
ra dcfconto della no gallo daquelle dia tornando-as a contar quando
tornarem. E no cabo da jornada fe tomara toda a defpeza da cevada ,
e Ic cnccrrara o aue montou a de que fe ouver de dar Iatisfa9a6 aos Al-
moxarifes , e fele^•aâ a fazenda para feexaminar feefta boa a conta c
alfar Provizao para que por clla lhtisfa9ao ao Alinoxarife c nam
,
Eaftando a Provizao a fatisfazer os clcritos que a tal pclTca ouver dado
ao Almoxarife , elle cobrara da pelfoa a que deu a cevada o quo reftar
a dever.
E porque pode fucceder , que por na6 fatisfazxr ifto fe detenha
a conta lareis logo fenecclla , e levalla a fazenda donde fc fara que com
effeito fe ta9a recontro da Provizao com os eferitos que tera o Almo-'
xarife.
E por quanto fou informado , que no dcfconto das cavalgaduras,
que vao fora, cm el’pecial dasazemolas alguns azcmcis cobrao na par-
te adondc cu eftou a rc9ao , e vindo a efta Villa cobra6 outra na Ce-
vadaria. Mando , que o Eferivao de minha fazenda antes que paflb a
Provizao do quo montar o gafto , mande que o Eferivao daCevadaria
paffe certidao fe fc deu rc9ao naquelle tempo a alguma cavalgadura
ûc vidl'e a efta Villa dasûc va6 na memoria , e defpeza, cacliando
que fc deu a abatera da defpeza , c conftando quo o Azcmcl , ou outra
pelfoa cobralle ambas as rc90cns , c nao foy erro de na6 fc defcontar
na dclpcza Ihc fa9a pagar ao azcmcl ao preô commum daaucllc anno
defcontando-a do fallario , e ordenado do Azcmcl , c fazenclo carregar
o prc9o ao Thezourevro , e nefte cazo a na6 dcfcontari da defpeza da
cevada , porque niinfia fazenda lica' fatisfeita , mas fendo erro o def-
i:
coiitara. _
:
A pelfoa que levar a cargo a cevada nas jornadas o pode ter das
cellas , e maes aparelhos , c das prizoens que fc Icvarcm , ftzcndo-fc
de tudo memorias aIRnadas para que por ellas fe tornem a entregar
porque dcna6 fcf alfim fuccedem algumas faltas ,
que fc poderab muy
facilmcnte atalhar , e das prizoens , que fc Icvarcm aftim mcfmo avera
rezao para que nao fe pcrcam , e defperdilfcm por iicgligencia.
Como Je ha de haver o Ejlriheyro mor cm occqjiao defejlas

de cavallo.
Tera fempre o Eftribeyro m6r aiidado de faber que jaezes , e

concertos ricos hi em minha Caz^ para fervirem cm occalioens de fcf-
tas e procurara que haja os que para ifto baftarem , e que eftejab
fempre cabaes , c bem tratados para que em qualquer repente poliab
•
fervir fern fer neceflario fazer-fc nada de novo lembrandome que man-
'
dc fazer o que para ifto faltar.

’ •
E da lucfma forte tera cuidado de que haja gireis para mullas de

ataballci-
da Cafa %eal ôrtuguaâ. 207
ataballciros ,
trombctas ,
c bandciras para ellas ,
e tudo o macs tocan-
tc a fcftas de Cavallo.
Quando cu ouver dc cntior nas fcftas , ou feja6 canas , ou mafca-
ras, alFcntara commigo as cores, emodo cin que ouver de fahir vef-
tido , e em que fe ouverctn de vcftir as quadrilhas , e como os cavallos
hao dc hir conccrtados , e quantos ha6 de I'cr , e que Trombctas
,
o
ha6 de hir , e em que forma c finalracntc como em tudo fe
ataballes ;
hao dc ordcnar , e dcfpor as fcftas , porque ifto Ihe toca a cllc por re-
zao dc feu officio.
E nos Cavallos cm que eu ouver de fahir fe pora clle antes , ven-
do fe eftao ajuftados como convem ; e fe quando eu correr nao quizer
tomar por Companheiro algua outra peftba, oufeja Irma&, ou filho,
ou outra algua de fora , ou dc caza por algum refpeito que a ifto me
mover , a die Ihe toca correr comigo advertindo que quando o fizer
ha dc hir fempre meyo corpo de Cavallo retirado atras. Joao Pin-
to a fez cm Villa Vijoza 5 dc Julho de 635. E cu Antonio Paes Vie-
gas a £z eferever.
Catabgo dos CavaUeiros do hoVito de Chrifio do ferviqo dos Duqiies

de Draganqa , que forao providos defde 0 tempo 'de/Rey Dom
Manoel ate ElRey Fdippe II. peta ordein do tempo ^
emgiie/craSpiovidos.
Por ProviJaS do Senbor Rey Dom Alanoel.
D Om Joa& d’Ega fidalgo ilaCaza

vido dohabito deChrifto a 1.8 Junho 1^13.
doDuque dcBraganâ
Pero Vafques Guardaroupa do Duque dc Braganja foy provido

foi pro- NuUl. l 6 n.
'
dohabito deCnrifto 14 de Outubro

Vafeo Fernandez dc Caminha fidalgo da Caza do Duque deBra-
ganja foy provido dohabito dc Chrifto em 23 deSetembro de 1513.
Jacome dc Araujo Criado do Duque de Braganâ foi provido do
habito dc Chrifto em 27 dcNovcmbro de 1517.
Ruy Vas Pinto fidalgo da Caza do Duque dcBraganja foy pro-
vido &c. a 28 dcFcvcreiro 1520.
Sebaftiao dc Snufa fidalgo da Caza da Duque dc Braganâ foi &c.
a 8 dcAlayo dc 1520.*
Tor Trovifa'b delRey Dcm Joao 0 III.
Francifeo da Cunha fidalgo da Caza do Duque de Braganga foi

provido &c. a 12 de Junho de I5'23.
,
Duarte Pereira fidalgo &c. foi provido &c. a 24 de Julho de IJ23.

F'ernao deSoufa fidalgo &c. foi &c. a 23 deSetanbro dc is’a3.
Vafeo dcAzcs'cdo fiJalgo &c. foi &c. a 22 dc Janeiro de 1524-
Joao de Sajidc fidalgo &c. foi &c. anno 1326.
,
Manoel
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t
208 ^rovas doLlv.FL daHijlorta (jeneah^ca

Manoel da Fonfeca Moqo da Giiardaroupa &c. foi provide do
habito &c. i5’a6.
Cionyalo Gil Angerino Cavalciro daCaza &c. foi &c. anno 1526. ''
Pedro deCaftro fidalgo &c. foi &c. a 14 dcNovcmbro de 1526. !
Diogo Figucira Cavaleiro , e Sccrctario &c. foi provide &c. cm

17 de Janeiro 061527.
Martim Vaz dcSoufa fidalgo da Caza &c. foy &c. a 12 de Fc- ‘
vereiro de 1527.
Dom jayme filho do Duque de Braganâ foi &c. a 19 dc Ju-
|
nlio dc 1527.
Jorge de Almeyda Cavalleiio fidalgo &c. foi &c. a 6 dc Setem-
bro dc 1527,5
Francifeo de Mclio , c Fernao de Caftro fidalgos &c. forad &c.
em 16 dcSetembro de 1527,
Manoel Pereira Cavalleiro fidalgo &c. foy provide &c. a 3 de
Outubro de 1517-
Hytor de Figuciredo fidalgo da Caza &c. foi &c. a 27 de Outu-
bro de 1527.
Gabriel Figucira fidalgo &c. foi provide &c. a 6 deMarco 1529.
Vor Vrovija'6 delKey Dom SchqjUao,
Antonio Carnciro fidalgo da Caza do Duque dc Braganâ foy

provide &c. a 8 dc Margo de 1565.
Antonio de Abreu fidalgo &c. foy provide &c.. a 9 dc Mayo
dc 1565.
Nicolao de Andrade M050 da Guardaroupa do Duque &c. foy
provide &c. eni 12 de Outubro de 1566.
Ayres dc Miranda fidalgo &c. foi provide &c. a 28 deFeverei-
ro dc 1568.
Joao de Tear fidalgo &c. foy provide &c. a 26 dc Janeiro de
157O’
Alvaro Mcndcs de Vafconccllos fidalgo &c. foi provide &c. 3
17 dc Mayo dc 1575.
Pero de Mclio Mogo fidalgo &c. foi provide a 14 dc Dezem-
bro dc 1575.
Felippc Teixeira Ouvidor c do fervigo do Duque de Braganga
,
foi provide &c. a 15 dc Abril dc 1576.

Bclchior Rodriguez Eferivao da Caza doDuque dc Braganga foi
provide &c. a 5 dejunho dc
Gal par de Goes fidalgo &c. foi provide &c, a 16 dt Sctcmbio
de 1577.
D. Manoel de la Cerda fidalgo &c. foi provide &c. a 4 de Mar-
go de 1578. - .
, p •
Alanocl Caldeira Mogo da Guardaroupa &c. foi piovido &c.

a
i3 dc Abril de 1578. «
Simao Frcifc Cavalleiro fidalgo &c. foi provide &c. a 6 deju-
it
nho dc 1578. _ ,
Gongalo
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.
da Cafa *êal Tortftgueaâ. , 20 ^

Gonâlo Gomes Coelho , M050 da Guardaroiipa &c. foy provi-
do &c. 37 dcDczembro dc 1578.
For Fravifai delRey D. Henrique.
Eytor dc Miranda
,
e Eftevao dc Brito fidalgos &c. forao provi-
des &c. a 17 de Janeiro de 1580.
Joao dcLenios fidalgo'&c. foi provide &c. a 12 dcMayo 1580.
For Frmija'o deiRey D, FUippe 0 Prudente.
O Doutor Aflbnfo dc Lucena fidalgo &c. foy provide &c. a ij.

de Abril de 15 8 r.
Diogo Monteiro pediu-fc a ElRey D. Fclippc para elle o habi-
to de Chrifto por parte do Duque de Braganâ loi provide &c. a 6
de Dezembro de ^82.
Fcniao de Caftro pclo pedir a Senhora D. Caterina foi provide
&c. a 13 dc Junho dc 1583.
Antao de Oliveira dc Azevedo , Veador da Senhora D. Caterina
foi provide a 18 dc Agofto de 1583.
O
Capitao Diogo dc Oviedo a petiâd do Duque de Braganca
°
foi provide &c. 329 dc Abril de 1585.
O
Doutor Duarte Fernandez dc Lagos foi provide &c. a 2 dc
Alayo dci585 porfer nomeado pcia Senhora D. Caterina nonunicro
dos doze habitos de que ElRey Doin Fclippc fez inerce ao Duque de
Hraganâ D. Joa&.
D. Diogo dc Noronha fidalgo da Caza da Senhora D. Caterina
foi provide &c. a 22 dcMayo dc 158^.
O
Ljccnciado Atitonio Andre , 5 lcdico da Senhora D. Caterina
foi provide &c. a
3 de Junho de 158?.
Alvaro Pinheiro Mo^'o fidalgo Ac. foi provide &c. a 18 de Ja-
neiro dci386.
Lopo Vaz de Almcyda Efeudeiro Fidalgo &c. foy provide a 27,
dc Junho de ,
Gafpar da Nobrega Efeudeiro fidalgo &c. foi provide &c. a 16

dc Junho de 1587.
O Senhor Dom
Felippe , filho do Duque dc Braganca fei pro-
vide &c. 325 dc Novenibro dc 1 588.
Bclchior dc Goes Mo^'O da Camara da Caza &c. foy provide a
12 de Julho dc 1391.
Alanocl de Andrade Mo(jo fidalgo &c. foi provide &c. anno dc
^ 593 -
Antonio dc Soufa dc Abreu fidalgo &c. foi provide &c. a 30 dc
Outtibro dc 1599.
Balthafar Rodriguez dc Abreu moô da Camara dos da guarda-
xcupa &c. foi provide &c. a 15 dc Abril dc 1600.
Dom Aflbnfo dc Noronlia fidalgo &:e. foi provide &c. a 10 dc
Dczcnibro dci6co.
Tom. IV. Dd Pedro
:
210 Trovai do Uv. VI. da Hifloria (jencaloyca
Pctlro dc Figuciredo pcdiu-fe habito para ellc por parte doDu-

que dcBraganâ a i;t dcMayo dc i6oi a ElRey D. Fclipc.
O Liccnciado Domingos Alvarez Leyte Iby provido &c. a ao de
Oiitubro de 1607.
Ruy dc Souza Pereira foi provido &c. a 20 de Outubro dc
1607.
Os nomes deftes Cavalciros fao os que forao dados do Cartorio
de Tomar por treslado autentico do Duque D. Theodozio II. a fua
ind.incia a ay dc Outubro de 1607 comacopia deoutras Bulas , ePro-
vifoens Reaes conccrnentcs a Ordem dc ChriRo , que tudo fe confer-
va autontico cm hum livro no Arcliivo da Caza dc Braganya aflignado
cm publico por Fr. Gonyallo de Rczci’de Guarda , c Eferivao do Car-
torio , concertado por I'r. Leoncl dc Parada Guarda do mefmo Carto-
rio , c aflignado , e lellado pclo Doiitor Fr. Damia6 Prezidente Gcral.
Confta do mefmo livro o feguinte
O Papa Lca& X. a inftancia do Rev D. Manocl , e do Duque de
Braganya conccdcu , que dc ly Igrejas dô Padroado do mefmo Duque
fc tomallcm os frutos , c rendas para fc aplicarem a Ordem dc NofTo
Senhor T'^fns Clirifto , c fc fazerem tantas Comendas , quantas fc pu-
derem fazer dentro de hum anno da data ficando em cada huma das
ditas Igrejas poryao ao mcnos para o Rcytor della dc 60 cruzados das
quaes Comendas a ajirezentacao pcrtencj-a ao Duque , e a inftituiyab a
ElRcy como perpetuo Adminiftrador dadita Ordem; e que os Cava-
lciros que foreni pro^•idos das ditas Comendas fejao obrigados a fer-
vir aodito Duque cm todo oque Ihemandar, e nao a outra alguma
pefToa ; c que fazendo o contrario pcrcab por ilfo o direito que tive-
rera nas Comendas , e o Duque pofla nomear , c aprezentar outros , e
uc nem o Papa , nem outra pelPoa po.Ta dar as ditas Comendas quan-
a o vagarem. Efta Bulla foy concedida pclo dito Pontifice ao Duque
D. Jayme a inftancia delRcy D. Manocl quinto Idus January an. 1517.
quinto Pontificatus cjus.
Depois dc impetrada efta Bulla querendo o Duque D. JaxTHC cf-
colhcr as quinze Igrejas das cento , c tantas que fc tlilTc ter dc feu Pa-
droado na mformayao que foi ao Pontifice , c vendo que na& crao tan-
tas , c que na& palfariao pouco mais ou mcnos dc cincoenta , temcn-
,
do que por efta cxprclfab nab verdadeira fc podcria algum dia anniil-
lar a dita Bulla fez nova fuplica ao Papa com efta dcclaracab , c ellc
Ihe concedeu nova Bulla , c nclla que nas quinze Igrejas , que cfco-
Ihdfe nas que nao pairaftem de cento c vinte aucados dc renda cada an-
no ficaftem ao Revtor quarenta cruzados fbmente , e nas que cxccdel-
fem fcITenta , foi Jada lexto Idas Oiftobris an. 1519.
O Senhor Rev D. Manocl o confirmou por Carta fua dada em
Almeyrim a 4 deMayo deiyip.
O Pup a Leaf) X. Iheconccdco, c confirmou o Padroado daslgre-
ras de Santa Maria dc Morciras , e Santa Locaia ambas na Dioccfi dc
Braga para ellc , c feus fuccclFores , as quaes haviab fido doadas a
C aza por leigos que diziab for Padroeiros dcllas , e fc nab tinha ccr-
teza fc elles tuiLab efte diieito no anno de iyc6 dcciiv.o quarto Kal.
,
Maij.
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.
, da Cafa 7{eal TortugUfiâ. iii

Mnij. Pnntif. quarto ,
attcndendo a tomada de Azamor cm que o dito
Duque defpenueu muito, e fez fervijo algreja.
E/ias Jai as Jgrejas ,

que o Diiqiie de Braganga nomeou pelas
Bullas atraz , e nosfrutos deltas ejlas Conmendas.
^0 Termo de ‘Braganpa.
Algreja dcS. Gens deParada.' i
Nejla fefizerao feis Conmendas.
1. A de S. Gens. 4. A de S- Lourenô.
2. A de Santiago. 5. A de Santo Antonio.
3. A de S. Pedro. 6. A de Santa Maria Magdalena.
A Igreja de S. Pedro de Babe ,
delb fe fez mais a de Santa Ma-
,
ria deGcmonde. < . .. ... ^
A Igreja de S. Bartholomeu de Rabal. , ;
Defta Je fizerao fete Commendas, qt/e Jao : ,

,
1. A de S. Bartholomeu. j. A de Sa& Lourengo da Pedif-

2. A de S. Louren90. queira. ,
3. A de Santa Olaya. 6. A de S. Vicente de Gradamil.

4. A de Santa Maria. 7. A de S. Joa6.
A Igreja de S. Pedro de Macedo dos Cavalleiros.
A Igreja de Santa Maria de Rio frio de Carregoza.
3^Temo de Chaves. ^
'
/
’
I. A de Santa Maria de Moreiras. -

Igi eja '
2. E a Comenda da penfa6 de Moreiras. -
3 E a de Santiago Doura.
.
‘
A Igrda de Santa Locaya.
'
2. A Comenda da penfa& de Santa Locaya. '
. ,
A Igreja de S. Pedro daVeiga deLira.

. . .
EmBarroô. .
'
A Igreja de Santa Maria de Montalegre.

’ '
2. E a Comenda deMourilhc he de Santiago.

A Igreja de Santa Maria de Viadc.
2. A Comenda dcFea& he de Santo Andre.
3. A Comenda deVillar deVacas he de S. Martinho.
A Igrda de Santa Maria de Antim era Monte Longo.
2. A Comenda dcAntime.
Tom. IV. Ddii Arce-
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,
r
111 ôvas do Lh. VI. da Hifioria (jenealo^tca

‘
jircehifpado de Evord.
A Igreja dcS. Salvador dcElvas. ,
A Igrcja dc Santo Maria de Monfaras.

A Comciida dc S. Pedro. •
A Comenda da Caridadc.
A Comenda dc S. Marcos.
A Igrcja de Santiago de Monfaras.
A Comenda dc Santa Maria dc Orada.
A Comenda dc Santa ^laria das Vidiguciras.
A Comenda de S. Roma6.
‘Bifpado do Tom.
A Igrcja dc Santo Andre.
Villa boa dc Quires. Concedida ao Duque D. Thcodozio T.
pclo Papa Paulo III. que pudclTc nclla fazer huma Comenda
por Bulla dada no fegundo anno dc feu Pontiiicado quarto
Kal. Junii IJ36.
Sao 40 Comendas.
Cojixnias i (jue osSeremJfimos Diiques de Braganqa apre/entarai

emJeui Criados.
Duque Dom Jayme.
A6 Pedro dc Macedo dos Cavallciros a Fcrnad Rodrigues , Guar-

S daroupa , Cavallciro profclTo cm 30 deSetembro de 151a.
Santa Maria da Villa dc Monfaras a Antonio Lobo cm ay de Ja-
neiro dc
Sao Pearo de Monfaras , e a Comenda da Cai idadc a Pero Vaf-
ques cm ly de Janeiro dc iy24.
Sa6 Marcos dc Monfaras anexa a de Santo Maria a Gonyalo dc
Azevedo cm ay dc Janeiro iyi4.
Santa Maria Jc Montalegre e Santiago dc Mourilhc a Pedro dc
,
Caftro cm 9 deXovembro lyay. r •
.
Santa Maria dc Biade , a de I’caes , c a de Villar de Vacas a Fcr-

na6 deSoufa cm 18 de ^layo de iya 6 .
Santiago de Monfaras a Pedro Vafqucs Cavallciro profclTo cm 18

dciUavo de iya6.
Santa Alaria das Vidiguciras dc Monfaras a Manoel da Fonfeca
Mojo da Guarilarmipa cm 30 dcMaryo dc iya6.
Santiago dc MonfarJs a Heytor de Figuciredo por a renunciar Pe-
dro Val'qiies cm la deOutubro de 1327. .
Previ-
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da Caja âl liôrtuûegâ. a i
j
Provimentos de Comendas.
Santa Maria da Orada de Monfaris a Gonâlo Gil Angerino Ca-

valleiro da Gaza 30 Margo de 1516.
Sao Romao de Monfaras a Joa& de Sande Cavallciro fidalgo da
Gaza ein30 de Margo de 1526.
Santa Maria dc Biade , Fea& , e Villar deVacas a Martim Vaz
de Soufa vagas por falccimcnto dcFerna6 dcSoui'a cm 10 deFevcrciro
de 1527.
Sa6 Salvador dc Elvas vaga por faleciniento dc Seballiao dc Sou-
fa fidalgo da Gaza a D. Ghriftovao Manoel cm 17 dc Agofto de 1527.
Sao Bartholomeu dc Rabal vaga por falccimcnto dc D. Joa 5 de
Ega aPcro Vafques Guardaroupa 325 dc Agofto de 1527.
Sab Pedro de MonfarSs vaga pclla rcnunciar o dito Pero Vaf-
ques ajorze de Almeida Gavaleiro fidalgo da Gaza cm 25 de Agofto
deip7.
A da Garidadc de Monfaras rcnunciada por Pedro Vafques a Joa&
dc Sande C^valciro na Ordem de Ghrifto cm 7 de Setembro dc k17-
Santiago dc Mourilhe renunciada por Pedro de Gaftro a Fernao
dcGaftro fidalgo da Gaza cm lo de Setembro 1527.
Sao Romao dc Monfaras renunciada por Manoel Pereira a Ga-
briel Figucira eni20 deFcvereiro dc 1529.
Santa Maria dc Monte alcgrc renunciada por Pedro de Gaftro a
Francifeo de Mcllo fidalgo da Gaza em 10 dc Setembro de 1527.
Santa Maria dc Amtime renunciada por D. Ghriftovao JManoel
a Pedro dcGaftro 10 de Setembro dc 1527.
Sa6 Romao de Monfaras renunciada porjoao dc Sande aManod
Pereira Gavallciro da Gaza 23 dc Setembro 1527.
Santa Maria da Garidadc de MonfarSs vaga por falccimcnto dc
Joa6 dc Sande a Manod Pereira em 20 de Fevcrciro 1529.
Santa Locaya dc Moreira , e a da pcnl'ao vagas por falccimcnto
dc Dom Manoel dcTavora a Alartim Vaz de Soul'a em ii dc Margo
dei53r,
Santa Maria de Biade vaga pcia rcnunciar Martim Vas de Soufa
aD. Martinho dcTavora emi8 dcAIargo de 1551.
I
Dom Theodozio I.
Santa Maria de Antimc a Francifeo da Gunha fidalgo da Gaza

vaga por falccimcnto dc Pedro de Gaftro a 18 dc Abril dc 1533.
Sao Martinho dc Villar de Vacas a Martim Barbudo , mogo da
Guardaroupa , vaga por falccimcnto dc Duarte Goelho cm 30 de Alar-
go dc 1 ^ 33 -
Sao Romao dc Monfar.is ao Doutor Gafpar impes , Ouvidor da

Gaza, vaga pormortc dc Gabriel Figucira cm 3 deAlargo dci338.
Santo Andre dc Villa boa dc (Quires a Vafeo Fernandes Gami-
nha vaf>a pcIa rcnunciar D. Pcdio dcGaftro cm 15 dc Abril 1539-
° * Sao
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2 14 ^rovas doLiv.VI, da Hijlorla (jenealogca
Sao Salvador de Elvas a Gonâlo Vas Pinto vaga por a rcnun-
ciar D. Chriftovao jNIanccl cm 5 dc Dczcmbro de ifT44.
Santa Maria dc Morciras a D. C^hriftovao Manocl vaga por lale-
cimcmo dc Ruy Vaz Pinto 5 dcDczcmbro dc 1544.
Sao Martinho dc Villar de Vaeas a Pedro Vieira , Thczourciro
da Ca/.a, vaga por mortc dc Martini Barbudo cm 26 dc Mayo de 1547.
Santa Alaria dc Monfortc a D. Joao dc Menezes , vaga por mor-
tc del). Hcnriquc dc AIcnezes feu pay cm 4 dcAgofto de 1547.
Sao Pedro dc MaceJo a Chriftovao dc Brito , vaga por falcci-
mento dc Duarte Pereira cm lo dc Abril de 15's'o.
Santa Maria da Caridadc dc Monfaras a Vafeo Ribciro vaga por
mortc dc Manocl Pereira cm dejunho dc 1^50.
Sao Pedro da Veiga dc Lira a Alvaro Pinhciro vaga por mortc
dc Ayres Gongalvcs cm 30 dejulho 1550.
Sao Marcos dc Monl'aras a Antonio dc Gouvea , Sccrctario vaga
por mortc de Gongalo dc Azevedo cm 4 dc Abril 155 1.
Sao Gens dc Parada a D. Martinho dc Tavora vaga por a rcnuiv
ciar Chriftovao dc Brito cm 8 dejunho dei55'i.
Santa Maria dc Biadc , c Santo Andre dc I'eacns a Martim Aflbn-
fo dcSoula vagas por as rcnunciar D. Martinho dc Tavora cm 16 de
Junho dc t.
Sao Pedro dc Alonfaras a Alartim Affbnfo de Soufa , vaga por

mortc dejorze dcAlmeyda 2 dc Margo i
Santa Alaria da Orada dc Alonfaras a Andre Angcrino vaga por

mortc dcGongalo Gil Angcrino 2g dcAIargo de 1553.
Santa Alaria das Vidiguciras de Alonfaras a Joao Correa Guarda-
roupa por mortc dc Alanoel da Ponfcca' cm 2 dc Janeiro de rjgg.
Sao Romao dc Alonfaras a Didgo da Veiga , Efeudeiro iidalgo,
vaga por mortc do Doutor Gafpar Lopes cm 'jc dejulho 1555.
'
Santa Alaria da Caridadc a Lazaro Ribciro , Eferivao da fazen-

da , vaga por a rcnunciar Antonio de Soufa dc Abreu fidalgo da Caza
cm 28 dejunho de igs'b.
Sab Vicente dc Guadramil a Sebaftiab dc Soufa fidalgo da Caza
em 13 dc Outubro dc 15^7 , lie anexa dc Rabal.
Santa Alaria anexa de Rabal ao Doutor Fernando Alvarez cm 13
dc Outubro dc i5'57.
Sab Lourcnco da Pcdifqiicira ao Licenciado Diogo Martinz dc
CanMlho cm 13 dc Outubro dc 1557-
Sab Pedro de Parada a Pedro de Caftro , fidalgo da Caza cm 13
dc Outubro dc 1557.
Santiago dc'Parada a Meftre Joab Fernandez cm 13 dc Outubro
dc 1557.
Santa Alaria Magdalena , e S. Lourengo dc Parada a Martim Vaz
de Souza fidalgo da Caza em 13 dc Outubro ,dc 1557.
Santa Alaria dc Alorciras a D. Francifeo Alanbcl vaga por mortc
dcD, Chriftovao Alanoel a 4 dcDczcmbro dc 1557, ./ .
''
Sab Alnrtinhb de Ruyvacs a Hcnriquc FIcnriques Pinto por mor-

tc dePero Vicyra 0107 dc Janeiro dc 1558, ‘
. . ,
Sab
,,,
Ja Cafa âl Tortuguesâ. a i 5

Sao I.ourcn9o dc Rabal a Thome de Souza fern era.
,
Santa Olaya dc Rabal ao Doutor Diogo dc Caftro Fizico cm 2
dc Janeiro dc 15 j8.
Santa Maria Magdalena de Parada a Lopo Rodriguez dc Carva-
lho Contador , vaga por a renunciar Martim Vaz dc Souza cm 21 de
Feverciro dc 1558.
Sa& Lourenô dc Parada aGafpar deCefneiros, Thezoureiro da
dizima do pefcado de Lisboa vaga por a renunciar Martim Vaz dc Sou-
za cm 7 de Feverciro I5ij8.
Sa& Bartholomcu dc Rabal a Martim Vaz de Souza cm 24 dc
Feverciro de 1558 , aefta cabcm dez partes emeya dcrenda, que fa&
105U reis.
Sa& Gens , c Santo Antonio dc Parada a Fernando Affonfo Cor-
rea fidalgo da Caza cm 7 dejunho dc 1558, e cabcm aefta doze par-
tes, que fa6 120U reis.
Santa Maria Magdalena dc Parada a Fcma6 Barboza Eferivad
,
da Camara do Duque por morte de Lopo Rodriguez cm 14 dcMayo
dei558.
Sa6 Romao dc Monfar 3s a Diogo da Vciga , Cavaleiro fidalgo
por morte do Doutor Gafpar Lopes cm 8 dcNovcmbro de
15J8.
Sao Roma6 dc MonfarJs ao Doutor Fernando Alvarez fizico
vaga por morte dc Diogo daVeiga cm 30 dc Janeiro 1559.
Santa Maria dc Rabal a Joao Gomes Vieira , vaga por a renun-
ciar o Doutor Fernando Alvarez em 6 dc Mayo de 1559.
Sa6 Vicente dc Gradarnil a Francifeo Froes Cavaleiro profeffb
vaga por a renunciar Sebaftiab dc Sou/a cm 30 de Abril de 1561.
Santa Maria dc Gemonde a Ruy Vaz Caminha vaga por morte
dcFcrna6 Pereira cm 4 dc Agofto dc ijbr.
A Comenda da Penfad dc Santa Maria dc Moreiras a Antonio
Mouro Thezoureiro da Caza , vaga por a renunciar Ruy Vaz Caini-
nha cm 14 dc Agofto dc 1561.
Sao Pedro dcBabe aAftbnfo Vaz Caminha, vaga por morte de
Fema& Pereira cm 21 de Agofto de 1561.
Dorn JoO(i I. Duque de Braânqa.
Sao Gens dc Parada , e Santo Antonio aChriftova8 dcFigueir6,

Guardaroupa , vaga por faleciinento de Fernando AlFonfo Correa cm
23 dcDczcmbro dc 1963.
Sao Pedro dc Macedo a Fcma6 Rodriguez dc Brito , vaga por
morte dc Chriftova6 de Brito em 12 de Mayo de 1564.
Santa Maria dc Antime , e Santa Olaya dc Pmmeira fua anexa a
Pedro dc Caftro por morte dcFcrnao de Caftro cm 16 deMayo 1564.
Santiô de Monfarls a Ayres de Miranda , vaga por morte de
Heytor de Figueiredo a 6 dejunho de 1569.
Sao Louren90 da Pedrilqueira a Antonio, dcAbrcu , Efcriva8 da
Camara , vaga por f'alccimento dc Diogo Martinz dc Carvalho cm 20
dc JunJio dc 1569.
Sao
li6 Trovas do Llv. V 1. da HljlorU (jendahgia
Sao Pedro dcBabc a Ruy Vaz Caminha , vaga pcla rcnunciaâo
dc Joao dc Tovar cm y dcDczcmbro dc 1571,
Santa Maria Magdalena dc Parada a Salvador dc Brito , vaga per
morte dcl' crnao Barboza cm 19 dc Abril dc i .‘T74.
Sao Vicente deCIradamil aNiculao dc Andrade, moô daGuar-
daroupa, vaga por morte dcHcnriqiie Frocs cm 14 dcMayo dc i?74-
Sao Joao dcRabal a Antonio Vicyra, vaga por a reiiunciar Luis
Gonyalvcz dc Mcnezes cm ly dejunho 1574.,
Sao Bartholomcu dc Rabal a Antonio Carnciro , vaga por falcci-
nicnto de Martini Vaz dc Souza ij dcMayo 11^74.
Santa Locaya dc Moreiras aD. Luis dcNoronlia, vaga pormor-
tc dcMartim Vaz dc Souza 14 ilayo 1J74.
Sao Gens dc Parada a Salvador de Brito Pereira por morte dc
CIiriBovao dc FigucirA 27 Marô 1576.
Santa Maria Magdalena dc Parada a Alvaro Mcndcs de Vafconce-
los fldalgo daCaza por morte dc Fernao Barboza 9 dcxMar90 1976.
Santa Maria dc Montalcgrc , e Santiago dcAIourilhc a Pedro dc
Aiello, vagas por morte deFrancifeo de Aiello a 6 dcAIarô de 1576.
Santa Olaya dc Rabal a Gafpar de Goes , vaga por a rcnunciar
Bcniardim Freyre cm 16 dc Alarô de IJ77-
Sao Lourcn90 da Pedrifqucira a Balthazar Rodriguez, Efcriva&
da Camara , vaga por morte de Antonio dc Abreu 8 dc Abril 1577.
Sao Lourenô de Paredes ao Doutor Felix Teixeira , vaga por
a rcnunciar Antonio Carnciro cm 21 dc Agofto de 1577.
Sao Lourengo dc Rabal a Ruy Lopes dc Souza vaga por morte
dcT home dc Souza 20 dc Agofto de 1^77.
Santo Antonio dc Parada a Simao Freire Cavalciro fidalgo , va-
ga por fiilccimcnto dcBcmardim Freire cm 8 dc Abril de iy78.
Sail Lourenô dc Rabal a Gon9alo Gomes por falccimento dc
Thome dc Souza cm 20 deNovembro dc 1578.
Sao Vicente dcQuadramil a Jorge da Veiga , Efeudeiro fidalgo ,
vaga por fallccimento dc Alanoel Caldeira a 4 de Dezembro dc 1578.
Santiago dc Parada a Joa6 de Tovar Caminha, vaga por faleci-
mento dcAIcftre Joa& Fernandez cm 10 de Dezembro dc 1578.
Sao Roma6 deAlonfaias a Bclchior Rodriguez, vaga pormor-
tc dc Salvador dc Brito 24 dc Julho de 1^79.
Santiago de AIonfarAs aHcytor dcAdiranda, vaga por morte dc
Ayres dcAliranda 24 deNovembro de 1979-
Sao Pedro dc Macedo a Chriftovad de Brito , vaga por morte dc
Fernao Rodriguez 12 dc Janeiro dc 1980.
Sa6 Louren90 da Pedrifqucira aCftcvaf) Ribciro Rapozo , vaga
por falccimento de Balthazar Rodriguez 26 dcFevereiro 1580.
Santa Alaria da Caridade de Alonfaras a Niculao dc Andrade , va-
ga por morte de Lazaro Ribeiro 28 dc Janeiro 1980.
Santa Alaria de Gemonde a Joao dc Toyar Caminha , vaga por
falccimento deD. Alanod de la Cerda 19 dc Mar90 de 1580.
Santiago dc Parada a Luis Gor.9alvcz , vaga pcla rcnunciacao dc
Joao dc Tovar Caminha era 25 dcAIayo 1580.
Santo
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da Cafa êal Tortugueiâ. 2iy
Santo Antonio dc ParaJa a Sima6 Frcire , vaga por morte de
Bcmardim Freyre cm 6 dc Junho de ic8o.
Santiago dc Parada a Aft'onfo dc Luccna , vaga pclla rcnunciar
Joao Tovar dcCaminha 4 dc Janeiro 1581.
Santa Alaria Magdalena de Parada a Pedro dc Souza dc Brito,
vaga por morte de Alvaro Mendes dcVafconcellos i dc Abril dc ijCr.
Santa Maria dcRabal aNuno Machado vaga por morte dejfoad
Gomes Vieira cm 17 de Abril de 1581.
Sa6 Gens dc Parada a Luis Gon9alves de Mcnezes vaga por mor-
te deChriftova& deFigueir6 cm 26 de Abril dc ic8i.
Santa Maria das Vidigueiras de Monfaras ao Liccnciado Antonio
de Lucena , vaga por falecimneto de Joa6 Correa cm 9 de Agofto de
1581.
Santo Antonio dc Parada a Simad Frcire , vaga por morte dc
Bcmardim Frcire cm ly deSetembro de 1581.
Sao Bartholameu de Rabat a Pedro de Andrade Caminha, vaga
por mono deMartim Vaz de Souza em 16 de Dezembro dc lySrj a
c/fa cabcin oito partes
,
c meya de renda que fao 8jU reis.
Santiago dc Parada a Eucva& Ribciro Rapozo vaga por a rcnun-
ciar Aflbnlb dc Lucena ii de Junho 15C2.
Santa Maria dc Monte alcgre a Pedro de Mcllo cm 26 de Junho
de 1582.
Santa Marla daOrada dc Monfaras a Pedro dc Mcllo, vaga por
morte de Andre Angcrino cm 26 dc Junho de 1582.
SaoLourcnco da Pedrifqueira ao Liccnciado Diogo Caldcira, va-
ga por morte dc Balthazar Rodriguez Secretario 24 dejulho dc 1582.
Santa Locaya de Moieiras a D. Chrillovao dc Ni*ronha , vaga
por morte dcD. Luis deNoionha em 13 dcNovcmbro dc 1582.
Dorn Theodofto IJ.
Sao Marcos dcMonfarSs a JcaA Vafqucs Ribciro, vaga por mor-

te dc Antonio dc Gouvea cm 14 dcMaryo de 1583.
Santa Maria de Antimc , e Santa Ovaya Aia anexa , vaga nor
morte dc Pedro dcCaiLi o a Fcrnab deCaftro feu iilho em 28 dcAoril
dci 583 .
Sao Bartbolomcu de Rabat confirmada a Pedro dc Andrade Ca-

minha i*de Junho dc 1584.
Sao Salvador de Flvas a D. Diogo dc Noronha , vaga por fale-
cimento de D. Luis de Noronha cm 24 de Abril dc iy8y.
Santa Maria dc Monforte a Chriftovab dc Brito Pereira , vaga
por morte dcD. Joao Tello dcMcnezcs 27 dc Junho dc 1583.
Sao Pedro da Vciga dc Lila a Alvaro Pinheiro fidalgo da Caza
por morte dc Alvaro Pinheiro, outroli fidalgo da Caza cm 17 dcOu-
tubro de rySy.
Sao Martinho dcRuyvaes a Luis dc Miranda, moyo fidalgo,- va-
ga por morte dcHcnriquc Henriques feu pay cm 16 dcNovcmbro dc
1,-86.
,
a 1 8 ^rovas do IJv. VI. da Hijloria Cjcnealo^ca

Sa6 Vicente dc Guadramil a Niculao da Vciga, vaga porfalcci-
mento dc jorze da Vciga feu Pay em zo deNovembro dc 1586.
Santa Maria Magdalena dc Parada ao Liccnciado Diogo Caldci-
ra , vaga por areimnciar Pedro dc Souza dc Brito 01013 de Mayo dc
^587-
Sao Lourengo da PcJrifqueira a Gafpar da Nobrega , vaga pcia
renuncia do Liccnciado Diogo Caldcira em z dejunho dc 1587.
Sa6 Gens dc Parada a Chriftovao dc Andrade , vaga por mortc
dc Pedro de Caftro cm 19 de Mayo dc 1587.
Santiago de Mourilhc a D. AIFonfo de Noronha vaga por faleci-
mento dcFrancifco deMello ein 10 dc Janeiro de 1588.
Santa Maria da Lagoa dc Monfaros a D. Rodrigo dc Lencaftro
vaga por falccimento de Antonio Lobo emit dcMayo dc i^88.
Santa Maria das Vidiguciras de Monfaras a Rodrigo Rodrigues
pcla renunciar Aifonfo dcLuccna cm iz dcMayo de 1589.
Santiago dc Monfaras a Aft'onfo de Lucena , vaga por mortc dc
Heytor de 1 -igueircdo cm iz dc Abril de 1^86.
Santa Maria de Moreiras ao Senhor D. Felippe por falccimento
dcD. Francifeo Manocl cm z dejunho dc 1588.
Santa Maria da Caridadc dc Monfaras a Manocl dc Andrade , va-
ga por mortc dc Niculao dc Andrade emz3 dejunho dc IC93.
Santa Marinha dc Rio frio da Carregoza a Antonio dfe Souza dc
Abreu , vaga por falccimento de Sebaftiao dc Souza feu Pay cm 3 dc
Agofto dc 1594.
Santa Alaria da Lagoa de Monfaras ao Senhor Doin Felippe , va-
ga por falccimento dc D. Rodrigo dc Lencaftro cm 3 1 dc Janeiro d«
1600.
Sa6 Salvador de Elvas a D. Chriftova& dc Noronha , vaga por
mortc dcD. Diogo dc Noronha cm to dc Alarco de 1600.
Santa Locava dc Moreiras a D. Diogo dc Melo , vaga pcla re-
nuncia de D. Chrlftovao dc Noronha a zo dc Marô dc 1600.
Santa ilaria Magdalena dc Parada , vaga por a renunciar Pedro
dc Souza dc Brito ao Liccnciado Diogo Cmdeira cm 8 de Alayo de
1600.
Sa6 Joa& de Rabal a Andre Mendcs de Almeida y vaga por falcci-
mento det.opo Vaz dc Almeida feu pay cm 7 dc>Lir90 dc i6oj.
Sao Romaf) dc Monfaris a Balthafar Rodriguez , vaga por fale-
cimento de Bdehior Rodriguez cm4 deNovembro dc 1605.
Santa Maria dcBiadc a Fcrna& de Souza Veador dc Sua F.xccl-
Icncia, vaga por mortc dcMartim AfFonfo dc Souza feu Pay era 15 de
Abril 1606. ,
Santo Andre dcFcacns a Fernao dc Souza , vaga por mortc de

feu Pay Maitim AfFonfo dc Souza em 15 dc Abril de 1606.
Sai) Pedro dc Babe a Domingos Alvarez Leyte por falccimento
dcimis Gonsalves dcMcnezcscm 14 deMarco dc 1607.
Santa Maria Magdalena dc Parada a Antonio Rodriguez Coutci-
ro mor . vaga por mortc do Liccnciado Diogo Caldcyra em 14 dc
Marjo dc 1607.
' Sa6
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da Cafa âl Tortugue:â. '
Up
Bartholomcu deRahal, vaga nor mortc dc Pedro dc Andra-
Sart
de Caminha cm 14 dcMar9o dc 1607 aKuy dcSoula Pereira.
^DV ERTENCIA.
Todos os referidos provimentos dc Commendas fe contem em
hum livro ,
que fe guarda no Archive da ScreniiTma Cafa dc Rracan-
9a ,
e he huma recopila9a6 tirada dos livros da Chanccllaria dos Du-
ques ;
eporalgunsprovimentos fcv6, ouc fblta6 muitos, que
defies
tal vcz feria por defeuido de nao ferem rcgiuaaos , ou dc quern fez a
dita CoUc9a6.
Eticheta ,
(jue fe praticava em a Cafa do Dticjue de Braganâ Dorn
T/uodofto 1. donome, tirada do Archivo da dita Caja.
A Ho feu veftir hia& todos osmofos fidalguos , c alguns fidalguosNum.

manl'cbos acrefentados , c huns , e outros entravao quando hia
aguoa as ma&s , e quando queria tomar a capa entrava toda a mais gen-
1^8.
re que cra6 muitos , e alguns que na6 crao criados hom& nobres del-
ta Villa
,
que taobem fe achavao ahi erntravab com os criados.
Hia loguo a mifia , e como a ouvia hia ver a efirebaria dos caval-
los , c as mais
,
c dahi fe hia a cafa da madcira , que eftava dondc aguo-
ra he forno devidro, edahi hia poUa rua davaranda acfcada grande
donde fe afentava nunia cadeira aver asobras, que fcfazia& nascafas'
novas , e dahi mandava chamar o fecretario , c cicrivao da fazenda , c
mais uficiais , e vinha-fe para fima a dcfpachar , c eftava cm defpaclio
ate vir o veador a dar recado das iguarias.
Os mofos fidalguos andavao as fomanas para acodir a campainha
em quanto eftavab em dcrpacho porque afli Iho mandava ellc , e o que
Ihe faltava na fua fomana reprendia-o. A
meza eftavah os fidalguos , c
todos os mais que queria6. Depois dc jantar dcfpachava ate as tres
eras , e em acabando o defpacho eftava o cavallo a cfcada grande , e aft
o do Duque D. Joao , que Deos tern , c otirreiro andava chco degen-
te de cavallo todos os fidalguos cavalciros efeudeiros c ifio fern fe
,
mandar recado a ningucm porque ja fabia6 que o Duque cuftunjava a
ir fora porque o cuftumava a fazer todos os dias
,
que nao emo de caf-<
fa os mais dcllcs hia a Sao Francifeo outros hia prafa alima c toina-
,
va polla cadeia , c lahia polla porta do Sol , c vinnafe rccolhcndo pol-
la cfperan9a
, e no rcfio
avia as vezes carreira , mas o mais ordinario
era avela no tirreiro corria o Duque Doni Joao, que Dcas tern, eos
fidalguos os facos cm que hiao asgoras, ou chapeos Icvavao osmofos
da Camara os mais antiguos ,
c mais onrrados mas nao era6 fempre
huns.
Era ordinario na fomana a cafla quando nao avia em-
ir tres dias
pedimento asterfas, quintas, eSabados deinadrugada fetocava atrom-

beta para fe ajuntarem os ca9adorcs , que era& trinta antre homes dc
Cavallo c tnolbs de pe ; os ca9adores dc cavallo crab hom& onrados
licii todos
Tom. IV.
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, ,
210 Turovas doUv.VL daHiHoria (jenealo^cA

I
todos os hoiTJ& fidolguos manfcbos hia 6 a cfta cafTa que era dc garfas,
c levava6 as aves , que tinha 6 fuas , e afi hia 6 todas as mais pdToas que |
queria 6 , porque tinhao licenâ para ilTo \ o Duque hia em andos , c !
kvava dous cavallos a dellro hum da brida , outro da gineta. i
Alguas vezes hb a tapada matar hum veado a que elle mcfmo I
tirava com a efpinguarda uobem hia 6 com elle fidalguos , e efeudei- I
ros. 1
Os VJiclaes erao os feguintes.
Vafquo Fernandes Caminha Camarciro mor , c porque era vc-

Iho , e mal defpofto fervia por elk feu filho Aftonfo Vas Caminha , e j
fc elk algua ora faltava fervia Joao de Tovar , que hera mofo fidal-
*
guo. _ . .
Joao Correa era Camarciro primeiro , Joaf) Gomes Vieira mofo
da guardaroupa , Antonio Caldeira mofo das chaves tinha mais na
cuardaroupa Jorge Correa fobrinho deJoa 6 Correa, eFrancifeo Bar-
boza , que fervia dc Tizoureiro nas vagantes.
Veador era Fcrnab de Craftro , Copeiro mor Rui Vas Caminha,
Trinchante Fcrnab Pereira , dous fervidores de toalha , que ferviao
as fomanas Dioguo Cardozo , Manocl de Brito Manteeiro Dioguo de
Vegua , cfcriva& da cozinha Anrique F'rocs Dalmeida ; tinha trinta
inolbs da Camara todos gente muito nobre , quinze Repuftciros , dcs
ou doze homens da guarda , que andavau as fomanas para que nunqua
a fala eilivefe fo ncm deixafem entrar pclToa , que na 6 fodc conlie'
cida.
. Eftribciro mor era Aires Gonfalvcs de Figeiredo , pagem da lan-
9 a Anrique Antiques , pagem da malla Pedro de Miranda feu
Irinao
algus vinte mofos da cflribcira todos grandes decorpo, ebera difpof-
tos , c homens de fua pefToa.
Como 0 Duque Dorn TheoJofio tratava feus Irmlios 0 Senhor

D, James ^ e 0 Senhor D, Con/lantino.
Quando eftavab aomde o Duque eftava comiab com elle , c o

trinchante do Duque Ihe dava aguoa as ma 6s , e dc beber Ihc davao feus
pajes , que para iflb traziab. *
E defpois pafando algum tempo deixou o trinchante do Duque '
dc Ihc dar aguoa as maos , e davamlha moôs da camara cuido que le- :
ria dcs que o Duque tevc filho. ’
Em o tempo que ho Duque Ihc mandava dar aguoa as maos pol- 1
lo feu trinchante fe era tendo o Duque banquctc porque dies fc bara-

Ihavau polla mclTa para agazalharcm os convidados antao lha davaft
moôs da camara , ou feus pagens , c quando eftavab com o Duque cm
comverfa 9 a& na 6 eftavao cncoBados a parede ainda que o Duque o cf-
tivclfe nem em dofel eftavao defronte cafi a ilhargua
,
e quando fidal-
gos delbra vinliab vilitar o Duque ferogavao com os lugarcs mas I'cm-
pre
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,
da Cafa êal ‘Portuguesâ. 211

)re Ihe dava6 o milhor lugar
,
,e fempre ficava6 perto dc feu Irmao
, e
por vos , e doutra mancira Ihcs chamava Senlior D. James
fiilavallic
e Sinhor Dom Conllantino fegundo as occafiois quc paiu ilTo avia.
\
Como 0 Dutjtie ft tratava em Jiia Cafa com o Mefire de San-

tiago , e com 0 Diujue Daveiro.
Quando o Duquc o vinlia vcr faya o Duquc a reccbcio da fiia

camara ate a porta da fua âla quando o fabia , c o tempo Ihe dava lu-
gar para ilTo fenao aomde o topava e com delculpas de nao faber de
I'ua vinda , e ho mefmo fazia ao Meftre , e fempre Ihcs dava adiamteira
cmasportas roguavaolhe com palavras, c quando na6 entravao juntos
a Duquc OS fazia ir diantc.
E quando fe afcntava6 fempre o Duquc Ihc dava o milhor lugar,
e quando o Duquc , ou o Meftre fe faya hia o Duque diantc , e porque
na6 layfe o Duquc tanto hiamfle rogando , mas o Duquc os punha a
porta da fua qala homdc fe punha6 a cavaJo , mas licavafte da banda
dc dentro.
Quando o Duque comia com o Duquc Daveiro mandava-o fervir
com as feus officiacs , e cnta& fe fervia o Duque como fempre o quc
nao fazia quando tinha convidados doutra calidade a quern ellc nad
avia de mandar fcrv’ir com os feus olEciais.
Como 0 Duque fe avia com os Emhaixadores ,

quando vinhai
afua CaJ'a,
Sayaos a receber fora da guardaroupa a quatro , ou finco pafTos

da fala , e as portas queriaos o Duque meter diantc avia nifto cortezias,
c palavras , c entravad juntos quando fe afentavao davaihe o Duque o
milhor lugar tratavaos por mcrce quando nao tinhad titolo quc merc-
cefte mais , quando faya vinha o Duque diantc, c o Embaixador o que-
ria deter com palavras , e o Duquc com outras pafava diantc , c o pu-
nha quad no mco da fala.
Quando os Embaixadores comiad com elle o Duquc deixava a
fua ordem do fcrvi 90 porque fempre tinha muitos convidados com
ellcs , e os mandava fervir como a fy c defiriad na qualidade das pefloas,
c na falva , o Duque fe fervia com o feu trinchante , c feu copciro , e a
elles os mandava feiTir por homes acrecentados jentis homes , hom& a
quc os do Duquc nao faziad ventagem , fenad no fanguc.
Cemo 0 Duque fe tratava com os Ârceiifpos em fua Cafa.
. O Duquc ja aguora na derradeira a requerimento do Arcebifpo dc

I.ixboa Ihe lalava por Senhori.i , e elle ao Duquc por Excellcncia defpois
faJou elle ao Duquc por fua Senhoria llluftrillima, edevia daver algua
coufa niAo. Quando vinlia a fua coifa lava o Duque toda a fua cima-
ra,
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,,
22 2 T?rovas do Liv. V1. da Hifloria (jenealcgica
ra c giiardaroupa ate dous pafTos da falla , c quando chcgava?> as por-

,
tas fazia o Duque hum gcito dc Ihc quercr dar a dianteira na6 com
muita inflancia j mas fcmprc o Duque entrava diante , e quando fc c
Arcebifpo hia lahia o Duque com cllc ate o lugar omde o rcccbia , n
quando o Arcebifpo eftava com o Duque na fua camara fiquava o Du-
que cm ho milhor lugar , e fe ho Duque eftava com Condes , e fi-
dalgos o Arcebifpo Ihe punha6 a cadcira mais perto do Duque ainda
que tomaftem o lugar a outrem.
Ao Marques dc Villa Real fazia o Duque ho mcfmo que fazia
ao Arcebifpo , mas na& Ihc falava por Senlioria.
Como 0 Duijiie tratava acs FiJalgoSt cjue na Corte ovtnhao ver. |
Avia fidalgo como Dorn Affonfo dc Mafara , c Dom Nuno Alva-

rez, coutros defta laya com eftes chegava o Duque, cfaya ate a por-
ta da fua Camara ainda que cftivelTc muito afaftado della , c com ou-
tros faya irvnos paijos afi ao entrar , como ao fair , as cadciras punhao-
Ihas quando oslugares junto do Duouc eftavao peyados omde feafer-
tava ainda que tivelTem mais qualidaJe. Aosmais dos fidalgos omrra-
dos falava por vos Senhor , c ifto efeufavao mais quo podia por nao
vir a efte termo , mas fempre como fcbaralhava a pratica falava com ^
todos o Senhor foa6 tal coufa , eftava a cadcira do Duque cmcoftada a
parede , e dava geilo com clla para as comverfar , e a eftes nab fazia o
Duque mefura mais que abaixarfe como fe a fizclFe.
%Aos Bj/f'os ,
c Vedores da fazenda.
Qiiaqdo vinhab a fua Caza faya o Duque toda a Camara ate dous
pa 90 s da guardaroupa , e tratava-os por vos Scnl;or cfiando o Duque
com outros alTentavab-l'e aomde tinhab lugar.
%Aos Dezembargadores.
Alo'antavab-fclhe, cdavanlhe cadcira defpaldas, efeporventu-

ra tinhab fangue , ou aigtia prcminencia dava hum paô.
Como 0 Duque tratava os fidalgos de fua Cofa.
O Duque aos feus fidalgos em Villa Viôfta os mandava afentar

cm banquos , c nab Ihe tirava ho barrete quando eftavao aftentados fa- '
lava com dies , e corriaos todos falando com dies cm diverfas mate-
'
rias. E dezia , que tratava com todos ifto para conhcccr para quanto
cada hum era para quando Ihe cumpriflc fcrv'irfe dcllcs , c ifto he afty
porque die mo difte , outras vezes dcfpachava na mcfma cafa aparta-
do dclles porque ficavab dies aftaftados dellc emcoftados a parede
mandava o Duque vir mufiqua a mefma caza , c defta maneira os trata-
va , c na Corte hos mandava o Duque afentar cm cadeiras defpaldas
que tinha em a mefma Camara , ou Cafa omde aguardava fidalgos de
fora
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da Cafa âl ôrtuguesiâ, 12^
fora afaftados dcllc e fe queria tratar algtia coufa com algtis dos vc-
,
Ihos , ou com quais queria mandavalhc chegar as cadeiras aondc die
cftava , c tratava com dies o que queria , e alguas vefes eftavao todos
juntos , e le o Duque queria tratar , ou converfar algus mandava def-
pejar a Cafa , e layamle todos , e tornava a mandar chamar daqudlcs
os quo queria , e fiquava com dies . e quando o Duque cavalgava afi
naCortc, como emVilb Vi9olTa cnamava hum, ou dous , e hia fa-
lando com dies , e lb ho Duque cmcontrava Condcs , ou fidalgos da
Corte que o queriao acompanhar ainda que fempre trabalhava por os
defpedir os dc Cafa logo davao lugar aos de fora fern ncnhuina pela-
dume.
ôs moqos fidalgos , e pogens,
Criava o Duque o milhor que podia trabalhando porosfazer dif-

cretos , c de muita crianga , e para ilTo Ihe dava Meftres de Grammati-
ca, e rethorica , c meftres que os empunliao nasarmas , e outros que
os emftnavao a cavalgar a brida , € caftigavaos por fuas travefl'uras , ou
po/lo fervirem mal , tinha muita coiita com dies ferem bons Chriftaos
ocaftigo era muitas vezes a<;outes , eifto em quanto nao erao acrecen-
tados como algds fidalgos dos que aguora vivem o podem teftificar
e tudo ifto fazia por Ihe nao toinar avorrecimento porfuiis travclfuras,
ou dezaquatos pera os emdereftar em Ihe merecerem muitas inerces , e
ifto Ihe ouvi eu a90utando algus ja crelcidos.
Aos feus Capdais tinha o Duque mandado gcralmente , que co-
briftem ascabcâs fcquilbifem, mas die nunqua Ihas mandava cobrir,
poreml’e de giolhos diantc dcllc o nao fofria bem.
"Ejlylo ,
qm ufavai os Jnfuntes quando ^creviao ao Duque
t/a Braganga.
O S IfFantes filhos delRcy

ques dc Bragan9a na forma feguinte
Dom
No fobreferitto
Joao o primeiro efereviao ôs Du-
:
ptmhao
,
• i 6 >q»
•
Ao Alto ,
e Poderofo Princepc o Duque de Bragan9a Condc de
Barccllos e muito amado irmao , ou fobrinho conformc era o paren-
,
tcfco. E a Carta comeflava com as mefmas palavras.
Os mais Ift'antes mudando dc cftillo punha& i’omentc no fobrefa it-
to : Ao Senhor Duque de Braganga Primo ,
ott Sobrinbo ,
nomcando
'
ogriio dc parcntcfco. .
Dentro na Carta dous dedos ajirna da prmeira regra ptmhao

Senhor Sobrinho , ou Tio conformc era o grao , c abaixo difto
comclfav'a aprimeira regra da Carta.- >
O
final fe pttnha drdinariamente a largura de hama mao abai-
"
xo da uhima regra. v;
•
• - •:
E ifto fe continuou cm quanto ouve IIFantcs cm Portugal. .

^
O modo
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224 l^rovas doUv.Vl. daHiflorJa ênealogtca
O modo como fehavia 0 Diigiie Dom ava na

T/ifodofio, (juando entt
occafiaiif em(jue E/Rey fceflava vefl'mdo. Acdey-o no Car-
torio da Cafa de Braganqa.
Num. I “/ O . A Mancira quc cu tivc fcmprc quando hia ao veftir dclRcy mcu
Scnhor hcra , hir a tempo , quc tiveffe calâdo os borzeguins , e
dicgava quando tomava o aûcar rofado , e davaihe a toalha , e quan-
do achava o Caniarciro mor , ou Camarciro com a toalha ao pefcoô ,
toniavalha , c dava a S. Altcza , e quando vinha a agoa as ma6s vinha
a toalha por cima doprato; ccmlanândo o Camarciro ma6 doprato
lanâva cu mao da toalha ; alguas vezes quc cheguei antes de calcar os
borzeguins me mandava al'entar cm hua area ; ifto na& foi l'cna6 duas
vezes porque procurava cu Icmprc dc hir defpois quc os tivcllc calâ-
dos ; e algua vcz , quc chegava cedo ao Pa 90 antes dentrar Galjpar
Gongalvcz cntretinliamc no terreiro , ou cm hua lala o mais longe quc
podia dclRcy , e ali cfperava ate me trazerem rccado quc entrava Guaf-
par Gonâlvcz ; c nunca tratci com ElRcy mcu Senhor deftar ao vef-
tir dc fua camifa ; hua vcz me achei com die ellando S. Altcza docn-
tc , c querendo vcllir a camifa fahime , c tornci a entrar quando cal-
âdas as calâs. Mcu Pai me dilfe em Lisboa oue fora hum dia a tem-
po , quc achara a ElRcy com o roupa6 antes de vcllir a camifa , e quc
lire mandara quc fenau iailTe c ellivcra ao vcllir della.
,
Ejlylo de eferever ,
de (jue u/ava 0 Du<jue de Braganga. Achey-o
no Cartorio da dita CaJ'a.
Num. j «' I ^ E o Duque eferever ao Duque Davciro porlheha em alto : Muy

^
*
O
Scnhor
Scnhor
Illullre
a muj
\
fallarlhcha
Illullre pcilba
por Senhoria ;
no fim da Carta , nolfo
dc VolTa Senhoria guarde , e cllado acre-
cente ; ao alinar beijo as maos a V. Scnlioria no fobreferito : Ao muj
•,
Illullre Scnhor mcu Scnhor o Duque Davciro.

Ao Duque dc Maqueda della mcfma maneira.
E ao Duque dc Sci'a.
1-: ao Conde de Benavente
, ^
Senhoria.
i ao Condc dcFeria.
. J
Ao Marques de Vilhena como ao Duque dc Sefa.
Ao Marques dcllorgua , e ao dc Berlamgua como ao Conde dc
Benavente.
Ao .Mmirantc dcCallclla como aOsDuques.
Ao Duque dc Medina Sidonia ( em alto Illuftriinmo Scnhor) no
fin da Carta nolfo Scnhor a Illullriflima pclfoa dcV. S.jguarde , cef-
tado profperc; ao alinar : beijo as maos dcV. S. Illuftriflima. Nofo-
brcfciito ao lllnllriirimo Scnhor mcu Scnhor o Duque dc Medina.
Ao Comdcllabrc de Callclla Duque dc Erias , da mcfma manci-
ra.
Ao
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ia Cafa T*ortugnc:sâ. a2J
Ao Ccnidc dc Olivares cm alto Illullre Fenhor fallar pormcr- ;
ce; no£m da Carta, r.rffo Senhnr a Illullre pdlca deV. m. guardc,

c cHado acrcccnte ; ao alliiar ,
fci^'idor dc V. in. ;
no fobrelcrito ao II-
IiiAre Senhor o ScnI’.or Comde dc Olivares.
E della mefma mancira.ao Marques dcVillanova.
E ao Comde dc Ribadavia adelantado dc Gualiza.
E comfomie a illo aos mais Senliorcs dc Callclla.
Ao Marques dc Villa-R.eal como ao de A''illano\ a.
A feus Inna&s poem oDuque; Senhor cm alto; comcâ a Car-
ta quatro dedos abaixo I'allalhes por vos Senhor ; no lim da Carta , nof-
fo Senhor volTa Illulhc pellba guardc, c acrcccnte; aoalinar, volToIr-
ma& ;
no fobreferito ao Illullre Senhor o Senhor fcao meu Irmao.
,
E della mancira ao Comde dcTcntugal ; aoalinar a feu fciîô;

no fobreferitto ao Illullre Senhor o Senhor Comde deTentugal.
Aos Arcebifpos cm alto ; Illullre, e mui Reverendo Senhor; la-
lalhcs por mercc ; no lim da Carta , nolTo Senhor a Illulli e , c inuj
Rei'crenda peflba de V. m. guarde , c acrcccnte ; ao alinar a ferviqo dc
I', m. ; no fobreferitto ao lUufh c , e muj Reverendo Senlior o Senhor
Arcebifpo dc tal parte.
Aos Bifpos ; Muy Reverendo Senhor cm regra no cabo da qual
fepora hua foo palavra da Carta dc mancira que hque grande clpai,'o,
fallar por vos
,
c as vezes meter Senlicr ; no lim da Carta noiU) S>
nhor vofla mu Reverenda pelToa guarde , c acrcccnte ; ao alinar , ao
j
qûc Senhor mandardcs ; no fobreferitto ao muy RcA crcndo Senhor o

&nhor Bifpo de tal parte.
Aos Comdes ; Muj Magnifico Senhor cm regra como aos Bifpos,
fallarlhes como a elles no lim da Carta nollb Senhor vclTa ir.uj n'ag-
;
rifea pellba guardc , e acrcccnte ; ao alinar ao que Senhor mandardcs ;
no fobreferitto Ao muj magnifico Senhor o Senhor Condc de tal
:
parte.
Ao Comendador moor ,
c a Dom Dinis feu fillio della mcfn’.a
mancira.
A Dom Francifeo dc Faro ; Magnifico Senhor cm regra , tres ou
quatro dedos defpago , (fallarlhc por vos) c as vezes Senhor; (no lim
da Carta nollb Senlicr volfa magnifica pclToa guarde , c acrecente ) ao
alinar , ao que Senhor mandardcs ; no fobreferitto A.o Alagnifico Se- :
nhor o Senhor D. Francifeo dc Faro.

E
della mancira dc Dom Francifeo a feus Irnuos.
E
a Martim Affonfo dc Soula.
E a Dom Gilcanes da Colla.
E a Dom Duarte da Colla.
E a Dom Duarte dalmcida.
E a Dom Atfonfo dcNoronha.
J) a Jôm
Fernando feu filho.
E a Fernab da Silveira.
E a Dom Dioguo de Crallro.
Fernando feu filho.
^
Fernando dalvarcz.
F a Don^
‘
rxr Ff F. a
Join. I V •
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,
7.i 6 Turovas doLlv.VI. dj Htjlorla (jenealoyca
E a Luiz Alvarez dc Tavora.

E a Icus Irmaos.
E a D. Luis de Taidc.
E aos Capitaens da l-'r.
E a D. Francifeo Pereira e feu fillio.

,
E a Dioguo Lopes de Souza.
E aos mais fidalguos defta calidade.
A Manoel Dabreu de Soufa Senlior cm
: regra com hum dedo
ou dous dcfpaô ,
fallarlhc por vos ( no fim da Carta ) nolfo Senhor
VOS guarde , e acrecentc como defejacs ; ao afinar , ao que mandardes
lium dedo , ou dous abaixo domde fe acabar a Carta ; no fobreferitto : '
Ao Senhor Manuel dabreu dc Soufa. (
E defta maneira a Martim Alfonfo Cantarciro moor do Cardcal.

Ea Johao Pereira Dantas, que efta por Embaixador emEram(;a.
E defta maneira aos dc fuas calidadcs.
Aos Dcfcmbargadorcs do Paô , e Efcrivacs da fazemda Senhor
foao em regra fern nenhum efpaô ; no fim nofto Senhor vos tenha cm
fu.i cfpecial guarda ( o final foo ) no fobreferitto Ao Senhor foa& o
:
oftido que tiver.

Aos mais Defcmbarguadorcs , Corrcgcdorcs , e Provcdorcs , e
Efcrivacs da Camara; Aluito homrado foao; no fim nofto Senhor vof-
fa niuito homrada pcftba aja cn> fua guarda. No fobreferitto : Ao
muito homrado foao o officio que tiver.
Aos Juizes de fora , e Almoxarifcs dclRei homrado foa6.
(ûando os Einbaixadores vcm a cafa do Duque fac fua Senho-
ria a rcccbellos a cafa dc fora , c dallic a diantcira da porta.
Aos Comdes vcm rcccber a porta da cafa em que eftaa.
Aos fidalguos afaftaftc hum pouco da cadeira.
Aos Defcmbarguadorcs , e Lctrados , c Eferivaens da fazenda dc
fua ScnI’.oria cadciras dclpaldas.
Aos Efcrivacs da Camara cadciras rafas.
Os Cavallciros , e Efeudeiros eftao cm pc cubertos , c quando fa-
la& com fua Senhoria com o barrctc na ma6 ; quando vem , ou fc vao
Ihe tira fua Senhoria o feu let cmcnle.
Pape! , que Je deu ao Duque Dom Theodofio IT. fchre 0 modo,

com que os Reys tratavao ao Duque de Braganqa.
Num. 172.
O
fo
Duque de Barcelos ha dc ir a parte cfquerda da maneira que fc
diz do Duque de Barganâ , e o dc Barganâ a direita , mas i’e aca-
EIRci quifer favorccer oiitro Senhor mandando-o por a parte ef-
ouerda paftara o Duque dc Barcellos a parte direita junto ao Duque
oc Bargan«,a , mas nao fc da cafo cm que ifto feja porque fempre o
Duque dc Barganâ , c o dc Barcellos hao dc prcccdcr a todos. Antes
de Sua .Mageftadc fe apear fe adianta o Duque dc Barganij'a para fc
apear , c o laz junto a parte aondc ElRcy fc apea ainda que defviado
hum pouco do mcfmo lugar. E quando Sua I\Iagcftadc fc apea Ihc
toma
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da Cafa %:al Tôrtuguesâ. 22y
tonia o eftribo. E
o Duquc de Barcellos tambcm fe apea diante no lu-
gar emque fe apeou feu Paj pouco mais, ou menos. E quando oDu-
que , c o Duque de Barcellos na6 vay com Sua Mageftade fe apea& no
mcfmo lugar cm quc Sua Magdladc o faz.
Quando os Ducjues comem h mejd com ElRey.
Noscafamentos dos Duques coftumavao os RcLs comer com os

Duques na6 no mefmo dia fena6 noutro para quc os convidavao co-
mo acontcfco no cafamento do Duquc D. Theodofio com a Duquefa
D. Ifabel , que cafando-fe ao Domingo o convidou ElRcj para que co-
melTe com elle a fegunda feira comera& a mefa EIRej , e os Ilfantcs , c
o Duque ao qual i'crvirao os feus mcfmos officiais fern canas , c a Du-
queza D. Izabel foi convidada daRainha, ecomeo com clla, c com as
Itfantas , c a dcvia6 fervir as mefmas Damas da Rainha , quando o nao
fizeifem as fuas quc crao tao boas como as mefmas da ]înha.
»Acompanhamento delRet do Rajfo ao hgar aonde fe fazem as Cor-

tes f e os lagans , que ha de ter o Duque nelle como Condejla-
hle f e como Duque de Bcrganqa.
Sc o adlo das Cortes fe fas fora do PalTo cm algua Igrcia , ou par-

te particular ,
como fe fez no levantamcnto delRei D. Joao o III. ha
de irElRci com fua opa de borcado a cavalo , e diante delle ha de ir
tambcm a cavallo o Duquc de Barganâ como Condcftable com o ef-
toque, eoAlferes mor tambem a cavalo comabandeira cnrolada; eo
Duque de Barcclos ha dc levar a Sua ^lagcftadc de redea como o mc-
Ihor do Rcino porque ifto mcfmo fazia& os Ilfantes aos Reis ncftc
acio , e os mais Sennores adiante todos a pe. Sc Sua Mageftade qui-
zer fazer o acio dojuramento deve dc iair o Duquc como Condcfta-
ble com o eftoque diante , ate o lugar donde fe hao dc cclebrar as Cor-
tes. E o Duque de Barcclos deve dcir junto com feu Paj. O lugar
do Duquc no juramento como Condcftable he na ponta do eftrado,
ou degrao cm que Sua Mageftade tern a cadcira da parte dircita ; logo
no eftrado abaixo do degrao donde efta a cadeira dc Sua Mageftade da
parte direita ha dc eftar o Duque de Barcclos , e logo no fegundo de-
grao os Arcebifpos , c logo os Bifpos figuindofte hds a outros , c as
mais dignidades ccclcfiafticas , e da parte cfquerda ha dc eftar pouco
mais, ou menos o Duque davciro, Marques dc Villa Real, mais Jlar-
uefes, fras os quaes fe ha& dc feguir osCondes, e tras osCondcs os
a oConfelho, e logo osScnliorcs dcVaU'allos, c acabados dies os .\1-
caydes mores. E Pcllo meyo ha6 dc eftar os bancos dos Procuradorcs
das Cortes. Ncnhfla pdfoa o quc ha nelle com
fe allcnta neftc a£lo e
hum ralgunho dc como mandara pclo primeiro , quando na5
efta fe
polTa ir por eftc. O
Condcftable ha dc fer o nrimeiro quc jure o qual
na dc diz'T todo o juramento com o eferivao da puridade , ou quern fi-
zer efte
officio
porque fo Sua Mageftade, c die jurao alii , c os mais
I'oji).
I'l ii di/.em
IV.
I
228 Trovas do Ltv. VL da Hiflorla (jenâkgtca

dizcm foniente o juro. E cm quanto jura node por o cEoquc na
aHl
mao efquerda , c cu toria por mclhor dalo ao Duquc dc Barcclos pa-
ra quc com iilo tenlia occafiao de jurar primciro que osoutros, por-
qnc nas Cortes dcTomar cm quanto o Duque Jurou mandou Sua Ala-
j'cflade quc tivc(Te o cfloque o Marcchal quc entao andava cm corpo
c o teve nao no mefmo luqar , Icnao abaixo no outro degrao pegado
aondc cflava o Duquc \ c logo Iho dcu acabado dc jurar.
huger do Duejue nas Cortes.
O lugar
do Duquc nas Cortes com Eftoque he o mefmo que o
do juramento na ponta do degrao alto , e o que tern como Duque dc
Barganâ , e o do Duquc dc Barcclos fao cadciras rafas com almofad;\s
cm cima , no mefmo fegundo degrao do eftrado alto da parte direita
pogado com o eftrado cm que Sua Alagelladc tern a cadeira.
Carta deManoel Teixeira, Eey de Armas Portugal, ^crita

ao Diujue Dorn Thecdofio II.
notorio he ( Principe Excellentinimo ) quc o primciro Du-

Dit.n. I72.7V/T Ui
^ j3'-i quc della vofta Real Ca/a foi D. Aftbnfo fllho primciro , e na-
tural dc ElRey Dom Joao dc boa memoria , que cafou com a Senho-
ra D. Brites Pereira , filha unica , c herdeira do Grao Nuno Alvarcs
Pereira , e dellcs nafcco o primciro Duquc D. Fernando , e fegundo
no eftado , e o fegundo Duque D. Fernando , c tcrceiro , c o quarto
.
Duquc D, James, c o auinto Duque DlTheodozio , co fexto Duquc
D. U)a 6 , que foi cazado coni a Screniftima Senhora D. Catharina vqf-
fa Alav , e fua Prima comirmil , Ncto do bom Rcy D. Manocl , c Bif-
ncto dclRey D. Fernando o Catholico de Caftella , dos quaes V. Ex-
ccllcncia he gcrado ; e de tao alta , e generofa nobreza ( como fao os
Revs de Portugal , c Caftella) e junto a tao Real fangue a dignidadc
dc Duquc , a qual fe diriva de Duco Ducts , que quer dizer guiar ; c
ifto hil o quc a Duque pertcnce , guiar as holies , c fer Capitam , c
Caiidilho , o macs principal , defpois de ElRey. E fegundo as Chro-
•
nicas , os Duques forao os primeiros titulos Rcacs \ c aos Revs chama-

rao Duques. E no primciro livro dos Reys , na Sagrada F.lcriptura ,
fev(), qiiando Dcos mandou a Samuel , que cftabelcccirc Rcy em If-
rael , ,
a fulaico , por Duque , e Caudilho dc meu
diife cftabeleccras
povo o qual feri Rcy , quc empare , o defenda de feus inugos , c
,
Tltolivio no primciro livro dc fua primeira Dccada , ciiama Duque a

Roniulo , pofto que era Rcy ; otroli a Numa Atillio, a Servio , a Mar-
co , a'rarquino, c afti outros muitos Reys fechamarab Duques , c ao
de Mofeovia , dc que fc taiUo preza , per fer a primeira , e macs infig-
nc , conoravel dignidadc, quc li.l nomundo, eodis com lingular el-
tillo Fr. Iljcronimo Romano nafua Monarchia o Duquc pode trazer
:
CoroncI nacabcâ, e o ccuftrmou ElRey D. Joao ol. dc (Caftella nas

Cortes, quc fes cm Guadalaxara quando fes Duque de Penhafiel ao
,
Infan tc
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,,
da Cafa ‘Bâl Tôrtuguesâ,

Infante D. Fernando , feu filho ,
Ihc pos huma Coroa dc perolas na
cabala.
Ao Duûe pertcnce trazer eftoque antefi , porem ao contrario
do <we tr^ ElRey. Podc o Duque trazer C^ctro na mao , pode tra-
zer Porteiros da Cana, eMalfa anteli, podc all'cntarfe cincadeira Real,
pode Icn'irl'e com Docel rico , c fitial ; dafelhe a bejar o Euangelho
como Rcy , pode ouvir Milla dentro da cortiiia dclRey , podc ter
Arautos , e PalTavantes , edeve fer cliamado Claiiniino, como afrma
Duarte cm a fua Enriquenha , c F’ernao Mexia no feu Nobiliario ; c fo-
bre Illuftrc
j
Magnifico, gcncrozo, nobilidimo , podcrozo, e tcinido
defeus inimigos, oque afirma Lugo deS. Vi£torio no tratado da Rc-
dlorka ; finalmente ao Duque perteneem eftas , c outras muitas pre-
minencias , e perrogativas , que por fer mui manifeftas , as nao digo
aqui a V. Excellencia , cujo titulo dc Duque tern , com todas as mayo-
rcs que os Infantes teni c ElRey Dom Manocl , de Iclice memoria
;
(volTo Vifavo) dcu ao Duque D. James volfo Vifavo , c feu fobiiiiho.

Ao Condcftable pertence afti mcfmo trazer as bodes Rcaes , cm
tempo dc guerra , e nclle , e no da paz , o Condedablc liC fobre todos
os grandcs do cxcrcito c tem jurifdi<,-a& dc mero , c mifquito Impel io
,
abloluta.
O officio , titulo , e dignidade dc Condedablc , he mui antigo j
que em tempo de ElRey David , foi Joab Condedablc ; c o fer muj
antigo, eprezado, oafnrma Titolivio emasfuas Decades, em diver-
fas partes determina o Condedablc ,'c define todas as Cavallarias efei-
,
tos de armas , c tudo o que fe ha de fazer nas batalhas e fern lua li-
,
cenâ , c parecer nao fc fits couza alguma , defeernir as cou::as da hon-
ra , e nobreza
,
c outras muitas perrogativas que fe fabem ; e he cha-
mado Duque Condedablc , como companheiro cm tudo o quo convem
ao augmento , e confervajao da honra , e pedba Real , e feus nobilia-
rios toros.
PcUo que com muita razaf) ( Scrcniflimo Principe) EIRcv Dom
Manocl , querendo por cm perfeiâo nede Reyno , o Real officio da
nobreza , mandou os macs curiozos Criados dc fua Caza , c Corte a
dos edranhos Rcinos , alii a do Emperador , como a dos Rcys de Fran-
ca , Inglaterra , c a outras , aonde as couzas da nobreza , macs fe uzava6
naquellc tempo, para que cada hum tomafi'e noticia, e conhecimento
verdadeiro , c fc vcrificallem dos Rcys darmas , Arautes , e Pa'Iavantcs
dos ditos Reynos , onde cdivera6 alguns annos com muito pado da fa-
zenda de ElRey , edefpoes deciles virem (com copias indromentos
c provizoens , Ccrtid.ocns , c apontamentos) a edc Rcyno , mandou
ElRey , volTo Vifavo , fazer Rcgimeiitos , Ordenaqoens , e indromcn-
tos , e o como fc avia& de aver com os nomes , e fobrenomes de todos
osdedcs Reynos, nas peracoens, rcpartindo-fc por Provincias, Cida-
dcs , Comarquas , c Villas, ppreada luim dos Rcys dc Armas, Arau-
tes , c Patravantes , para com dies poJer I'er reprezentado o edado
Real , e o que dies liao de guardar com pontuaiidadc , e fu;ts obriga-
ôens na pax , c na guerra ; c como fc devem pafiar , c dar os brazoes
dc annas , a aquelles que defeendera , e procedem das liniugens , que
dera6
,,
23° Turovas do Uv. VI. da Hijlorta ênealogica

dcra6 principio aaqucllc appellido, e honra , ganhando com fangue,
ou oiitra notavcl cauza , e os quc por ferviôs , c mcrecimcntos o alcan-
âiao , e os Reys por juftiâ , e mcrces levantara6 , c illuHrara6 como
fonte caudcloza , quc fao das honras , e nobrcza , para quo cm todo
o tempo fc conliccclfc a virtude nos dcfccndcntes , e os obriga(Tcm a dc
novo adquirirem outras , e as I'oubcfl’cm confervar , e na6 ouverte nif-
to duvida ; c he couza quc os humens . pouco depois do dcluvio , co-
nicirara6 a eftimar , c fc foi continuanao at6 o prezente , para por cf-
te mejo , dcmonftragocs , efinacs, o louvor , e mcrecimcntos (dashe-
roicas obras, e valor) fc pcrpetuaiTc atee o fim do mundo.'
Efte Regimento mandou o bom Rev Dom Manoel trcsiadar dc
boa letra , c cncadcrnar , c quc cftivclfe no feu Thel'ouro , para fer me-
llior guardado , c a(fi mandou illuminar as armas das geraôens nobres
defte Reino , e dellas fazer hum livro , one tambem fc pos cm o the-
fouro ,
os ouacs dcfaparcccra& . c oic dta o officio da nobrcza macs
deflipado , liebilitado , e afrontauo , do quc nunca cllcvc , c reccio quc
cm pouco tempo fcacabe dcconfundir, demodo quc fcna6 pofTa apar-
tar o joyo do trigo , ncm fc faiba qual he o nobre , ou qua! he o pie-
bcio. Enomefmo livro encarrega ElRey D. JManoel , por regimento
ao feu Condeftabic , quc nas duvidas , c debates , quc le arguirem , e
ouver entre os officios da honra , e nobrcza , os ouiâ , julguc , c dc fi-
nal determinaâo.
Poes fc pclla dignidade dc Condeftabic , c Duque , pcrtcncc a
V Exccllcncia tomar conhccimcnto das duvidas , c debates da nobrcza
.
deftes Rcynos, com meV reza6 , ena& a outrem , como fonte, ePay
da nobrcza dcllcs , c faber Ibus hindamcntos , eft’eitos , e fuas quallida-
dcs , Ibus principios
,
c gloriozos fins.A exccllcntiftima , nobilliffima,
virtuoziflima jufta
, ,
e honefta , e verdadeira pclfoa dc V. Exccllcncia
como macs natural zellador , c amador da republica tambem Ihc per-
tence ; e adi deve V. Exccllcncia , Principe generozo , acodir a faude
defta nobrcza filha
,
como Pay defta Patria ; c neftas prezentes adver-
fidadcs , e contraricdadcs quc fc acolhc a volTos virtuozos bragos , com
acdamagocs dignas dc vofl'os ouvidos , para quc com efte valor feja
corroborada a virtude , c nobrcza dcftc Reino , e tornem os principios
a mcUiorados fins , c com a authoridadc , quc pode V. Exccllcncia dar-
Ihc , a confeguir-fe a nobrcza quc tanto fc eftima neftes Rcynos , c au-
thorizando Sua Mageftadc o nolfo petitorio ( com o parccer dc V. Ex-
ccllcncia ) lb faga duigcncia com os i'hczoureiros do Thezouro affi com
Antonio dc Almeida, como tambem com Antonio Cordcal , cBcrna-
be I'opete , quc forao naquclle tempo cm quc faltarab dies livros e
quando fc nab acharem fc podcra fazer hua verdadeira reformagab
por hum trcslado defte Regimento , quc tcnlio cm meu podcr , e con-
certado dc modo que lb dc a honra , e a nobrcza a quern pcrtcncc , c
nab feja roubada, que para ill’o EIRcy D. Manoel manda no mefmo
Regimento , aos Rcys dc armas , quc falTab ai vorcs das gcragoens dos
nobres, ecada hum cmfua Provincia, cfazcndo-fc nefta forma, quan-
do EIRcy quizer faber da nobrcza dc cada hum , feja facil , e mani-
fbllo, c ficara impoffibilitado o plebeio, aquwer, oque nab hfl feu.
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,,
da Cafa 7âl ‘Portugueisâ, i3 i

Dc nido conftii claramcntc que entrc outras mviitas , fa 6 trcs
as obrigagoM , que tcin V. Exccllcncia , para fazer apurar clla honra
c nobreza ; a pnmcira he natural , conio Pay delb , e a fonte , c a i'e-
gunda, e terccira a dcDuque , e Condeftable , para gubr, e que fc
fhiâ juftiâ a cada hum , e caftigar a quern quizcr cfcrevcr a nobreza
,
e honra. O
que pc!ro a V. Exccllcncia , cm nome de todo o Reino , e
eu narticularmcntc por particular mercc para confola 9 a 6 della miiiha
,
idade , que did no derradeiro quartel da vida. Nollb Senhor a de a V.
Excellcncb , guardc , c clbdo acrcccnte , a outros mayores como po-
de , e dezejo , &c.
Breve Original da ereega* da Capella Ducal de illa-V nôfa V ,

ti>
rada Jo Cartorio da Caja oe liraganâ , donde a copky.
PAULUS PAPA III.
D llcdc
gruit ,
fill falutem
&
&
apollolicam bcnediilioneni. Ration! con-
convenit hondlati , ut ca quae de Romani Pontificis
ât'ia proccITcrunt , licet cjus fuperveniente obitu littcrac apollolicae
’ 17?^
'
*5 J4-
luper illis cont'cdx non fuerint , fuum Ibrtiantur clledum. Dudum
fiquidcm fc. rc. dementi Paps VII. prsdecellbri nollro pro parte tiia
expofito quod tu , tuique pricdece.Torcs Duces Bragantix in Regno
j
PortugalisE , qui de Regia profapia fuerant , prout etiam tu exillebas
Capellam cum convcnieiiti Capellanorum numero tencrc conliievcra-
tis ,& ob eximiam quam tu ad Romanam Ecclefiam gerebas devotio-
nem , cupiebas horas Canonicas fecundum ul'um didla: Romana: Ec-
clcfiae ; &fuper altari portatili recitari faccrc , quodque tui , tuo- &
rum majorum Ducum adinlbr alinrum Regni nujul'modi IlluPrium,
& magnatuin Capellanorum Capellani oblationes , &
pias largitiones
cis inter milTarum folemnia in vcftiis Capellis pro tempore CTOgatas,
abfquc Redoris alicujus Parrochialis Ecclcfia: afienfu , quininio ejus
prxjudicio non confidcrato , ncc attento , percipere , &illa,s inter fe
uotidianarum dillributionum loco dividcrc conl'ueverant , jdem pi jc-
3 ccclTor tuis dcfidcrijs benigne annucrc , teque fpecialibus fa-
hondlis
voribus , & gratijs
profequi volcns , teque a quibulVis , cxcommunica-
tionis, I'ul'pentionis , &
jntcrdidi, alijfque ecclefiallicis fententijs , cen-
furis , & poenis* , fiquibiis quomodolibet innodatus exiftebas , ad efl'c-
dum infrafcriptonim ablblvens, &abfolutuni fore cenfens, tuis in ca
parte I'upplicationibus incliuatus ; fub Data videlicet decimo Kal.
Aprilis , Pontificatus fui anno undccimu tibi , ac tuac pro tempore uxo-
ri quoad vixeritis, &
quilibet vcllrum viveret , liceret habere altarc
portatiie cum debitis rcvcientia , & honore , fuper mioad id inlocis
congruentibus , &
hondlis, etiam non I’acris , vet in Capella inua do-
nium leu Palatium vdlra: habitatiouis coiififtaite , etiam jnterdifto
ccclefiallico au£loritate apollolica luppolitis , per tuos , & uxqris hu-
,
juliiiodi ^ cujuslibet vcftiuin Capdlanos feculares ,

vel cujulVis or-
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2^1 Turovas doLiv.Vl. daHi/loria (jenealoîca
Jinis rcgularcs ,
ctijm in confnnguincorum ac faniiliariiim veftrorum
domefticoiiim pra-lcmia , dunmoJo vos , vcl illi propter quos jnter-
diûm hujufmodi appofitiim t'ucrat , aut in rnturum apponercti’r >
caul'am non dediflctis jntcrdiclo , feu per vos, aut illrs non fteti/Ti.'t
quoniiniis ilUid excemioni demandarctur , mifliis , & alia divina ofn-
cia celcbrari facere , ipfi Capcllani i'uper altarc, leu Capcila hujufmo-
di , aut alio loco per vos, quemlibet veftnim deputando omnibus,
& finnulis ciijuslibet anni Dominicis , & Pafehatibus , ac I'ePivis, &
non I’dHvis diebus mili'as, & boras canonicas diurnas, pnriter, feno-
durnas, ac alia divina officia rubmilla , & alta voce, accum eantu,
& lolcmnitcr , fccundum ulum dida: Romans eeddia; rccitare , celc-
brarc, & dccantare , ac omnibus, &fingulis utriulipie I'exus tunc, &
pro tempore veftris fratrilnis quotiens opus foret , line Re»Jloruni Par- ’
rodiialium cccldiar’un pra;iudicio in Idlo Paidiatis ReCurreclionis

Dominica: F.udiarillia: , &* alia facramenta Ecclefiallica miniurare libe-
re, & licitc valcrent , nullius licentia defuper requilita , iplique fami-
liarcs utriniiiue I'exus qiii in diiSla capella Dominicis , & alijs I'dlivis
diebus mi'niiu in coruin Parrochialibus Ivcdefiis auJire tenebantur , eif-
dem Dominicis , >k ali|s diebus rniil'am in diila Capella audirent , aut
luicbarilliee in lefto Palcbatis Refurreilionis Dominica: , alia I'acra-
menta reciperent , ad audiendum milTas , &

Euchariftia; , & alia facra-
menta InijurmoJi recipiendum in eorum Parrochialibus ccclcfiis ullatc-
niis tenerentur , nec ad id aquoque inviti compelli poirent. ^todque
duodecim ex tuis , fe I'eu tux pro tempore uxoi is l.uiulmodi , aut in
vellra capella Capellanis pro tempore , ctiamfi Canonicatus , & prx-
bendx , Dignitates , peifonatus , adminiftrationes , vel olHcia in Catlie-
dralibus etiani metropolitanis , vel Collegiatis , & Dignitates iplx in
Cathedralibus ctiam Metropolitanis poll pontificalcs majores,feu Col-
legiatis Eedefijs hiiiui'modi principales lorent , & ad Dignitates , per-
lonatus, adminiftrationes , vel officia hujufmodi confuevilTent qui per
dedionem alTumi , eifque cura immincret nnin arum ; Nccnon parro-
cliinlcs ecclefias , vel earam perpetuas vicarias , aliaque beneflcia Ec-
clefiaftica fccularia, &quorumvis ordinum regularia quxeunque , quot-
cunqiic , &qualiacunquc obtinerent , qux diu indicia Capella infer-
virent , omnes , & llngulos I'rudus , redditus, proventus , jura , ob-
emolumcnta quxeunque omnium , & lingulorum benefi-
^
vcntiones , &
ciorum eccleliallicoruin fuorum , etiain, ut prxfertur, qualificatorum !
per cos tunc, & pro tempore obtentorum ctiam dejurc, fundatione,
llatuto , conl'uctudine , privilcgio , aut alijs perfonalcm refidentiam re- :
quirentiiim , cum ea integritate quotidianis diftributioriibus duntaxat

exceptis ,
cum qua illos perciperent fi perfonaliter in eiidem Ecclcfiijs, t
feu locis refidcrciit , ac in cifdcm beiicficijs iiifendrcnt , perciperc libe- ;
re , & licitc valcrcnt , & ad refuiendum interim in cifdcm Eccldljs , feu

locis minime tenerentur, nec ad id aquoque qitavis aucloritatc cont- j
pdli poirent. Necnon oblationes , & pias elargitiones hujufmodi in \
vellra Capella quocunque tempore per vos, & qualcunque alias per-
fonas pro tempore eis erogatas , &
fa;âs , ac erogandas , &
facicadas
perciperc, ut prxfertur, inter fedividere, ac in corum ufus converte-
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,
da Cafa âl TôrtHguesâ. 13j

re , cujufvis Ilcentia minime requifita. Necnon finguli ex diiflis Ca-
pellanis qui idonei forcnt , quorunicunque Regiminum , adminiflra- &
tionum , ac juril'diftionis tarn tuae propria: domus, quam qiiorumcun-
que oppidorum ,
& locorum jurifdiftionis & OominiJ , tui publica ,
&
privata officia gerere , & exercere ac caufas civilcs , ,
prophanas &
inixtas audire ,
decidere ,
& tcrminare ;
Nccnon judicum lecularium
afTeflores ,
& Confultores cflc ( dumniodo in prsemiffis fcntcntix fangiii-
nis non intervcnircnt ) libere ,
& lidte valerent, apoftolica aufHiori-
fate de Ipeciali gratia indulfit ,
& conceQit. Non obftante ft Capcl-
lani przoidti quos fruftus in abfentia hujufmodi pcrciperc contingc-
rct in eifdctn ecclefijs , feu locis primam non feciflent refidentiam per-
fonalcm confuctam , ac piam me Bonifacij Papse VIII. ctiam pra:d>
ceflbris noftri , per quam conccfTioncs de f ruflibus in abfentia percipi-
endis hujufmodi fine prxfinitione temporis fieri proliibentur. N\'cmm
quibufvis alijs apoftolicis , ac in provincialibus & Synodalibus Confi-
hjs editis generalibus , vel fpccialibus Conftitutionifius
,
ordinatio- &
nibus , Necnon cedefiarum in quibus fiecularia , Necnon Monaftci io-
rum , feu aliorum regularium locorum in quibus regularia bcneficia
hujufmodi forfan forent , feu a quibus ipfa regularia bcneficia depen-
dcre contingcret
,
&
ordinis cujus ilia cxtitcrint , juraircnto , confir-
matione apoftolica , vel quavis firmitate alia roboratis ftatutis, &con-
fuctudinibus , etiamfi de illis fervandis , non impetrandis littcris &
apoftolicis contra ea
,
& litteris apoftolicis ctiam abafio, vel alijs iin-
petratis, feu alijs quomodolibet concefirs non utendo perfc, vel co-
rum procuratores forfan eatenus prarftitiflent , vel in poftcrum pra’fta-
re contingcret juramentum cicterifque contrarijs quibufeunque. Vo-
,
luit autem idem Clemens pracdecelTor quod beneficia quorum frudus
,
in abfentia percipi contingcret debitis proptcrca non fraudarentur ob-
,
fequijs , &
animarum cura in eis quibus ilia immincret nullatenus ne-
ligerctur ,
fed per bonos & fumcientes vicarios quibus de ipforum
f cneficiorum proventibus congmc miniftrarentur ,
diligentcr cxerccrc-
tur , & deferviretur in illis laudabilibus indivinis. Nc autem deablo-
lutione , jndulto , conccllionc , & vcluntate prxdidis pro co quod
,
fuper illis litterx ipfius dementis pradeedforis ejus fiipcnciiicntc
obitu confedx non fucrint , valcat quomodolibet l.tcfitari tuque il-
,
lorum fruftreris cffetfhim , volumus , & dkfta ôftolica audlhcritatc
dccernimus , quod abfolutio , indultum , concdlio , & voluntas Clc-
joentis pradcccfToris hujufmodi perindc a dieba die Dccimo Kalcndas
Aprilis fuum fortiantur effcdlu ac fi fuper illis littcrx ipfius CIc-
,
ipentis prxdcceUbris fub cjufdem diei data confc(fta; fuiflent prout
,
lupeiius cnarratur. Quodque prxfcntcs littcrx ad probandum pknc
abfolutionem , concdlioncm , jndultum , voluntatcin Clcnicniis pix- &
dcceffpris hujufmodi ubique fiifliciant , ncc ad id probationis altcrius
adminiculum requiratur. Quo circa Dileflis fiiijs Sandlx Marix de
Oliveyra dc Guimaracs Braârenfi.s Dioccefis , & de Oren Oppidorum
Ulixfionenfis Dioccefis fxcularium , &
Collcgiataruin Eccicfiarum Prio-
ribus ac o/ficiali Elborenfis per prxfcntcs comittimus ,
,
mandamus &
ûatcniis ipfi, vel duo, aut unus corum perfc, vcl alium, feu alios,
Ibm.IV. Gg prx-
,,
2 34 HiUoria (jenealogica
prscfcntes litteras ,&in cis contenta quarcunque iibi , &
quando opus
fuerit,
ac quoticns pro parte tua , &
uxoris , ac Capcilanorum hujul-
inoJi delupcr fuerint requifiti folemnitcr publicantes , tibi , uxori , &
Capcllanis prxdicUs in pr.xmiflis cfficacis defenfionis prxfidio adiften-
tes , faciant au(^horitate noftra te , ac uxorem , & CapelJanos prasfa-
tos conceflionc , Indiilto , & alijs fingulis prxmiflis pacifice frui
, &
gaudcrc. Nccnon frudhis , redditus , &' proventus beneficiorum hujuf-
modi cil'dcm Capcllanis quod vixerint vcl corum procuratoribus le-
gitimis , eorum nomine ûxta dementis pncdecedbris Indulti hujiif-
modi tenorem integre miniftrari. Xon permittentes te , &
uxorem , ac
Capcllanos pra;di£tos per locorum ordinarios , & Capellanos pra;fatos,
aiit quofeunque alios defuper contra earundem littcrarum tenorem
quomodolibet moleftari. Contradiftorcs quoslibet , &rcbellcs per cen-
luras , ac alia juris remedia , appcllatione poftpofita compel'cendo. In-
vocato ctiam ad hoc fi opus fuerit, auxilio brachij fecularis. Non ob-
ftantibus omnibus fupraidlis. Datum Roma: apud Santflum Petrum
fub annulo pifeatoris , Die iij. Novembris M. D. XXXUIl. Pontifica-
tus Noftri anno primo.
"Bulla de Dotagao daCapella de"VtllaViqofa do Papa Julia III-

Ejlu noArchivo dadita CaJ'a, mago dasBuIlas donde ocopiey.
^ •T
Nurn. 1 74* Epifeopus Servus Sen'onimDci ad perpetuam rci memoriam.
.
Superna difpofitionc cujus inferutabili providentia ordinationcm I'uf-
An. CC 2
IJJ2. cipiunt univerfa , ad apoilolicac Sedis apicem mcritis licet imparibus
all'umpti ad ea per qua; in fingulis Ecclefijs , & alijs Deo dicatis locis
divinus cultus augetur , & Aliniftris Ecclefiafticis eidem cultui manci-
patis , dc congrua I'ubventionc providetur , ac Chrifti fidcles ad divim
nominis vcncrationcm cxcitantur pia;fcrtim cum perfonae generis cla-
ritate fulgentes id a nobis fuppliciter pollulant libenter intendimus
& in hijs noftri Paftoralis officij partes tavorabilitcr impartimur prqut
locorum , & temporum , ac perfonarum qualitate pcnlata , in Domino
confpicimus laluoriter expedirc. Sane pro parte dilcefi filij nobilis Viri
Thcodofij Ducis Bragantix nobis nuper exhibita petitio continebat
quod cum ipfe ad divini cultus augmentum , & fpiritualem Chrifti fi-
delium conlblationan , in Capclla fua egregios verbi Dei Prxdicato-
rcs , Cantorcs , Organiftas , & plures Capellanos , ac alias
perfonas pro
Minis , & alijs divinis Offieijs cclebrandi , ac ipfius Capclla: fcrvitio ,
non ex fru'flibiis ecclefiafticis , fed ejus proprijs fumptious , & expen-
fis lionorifice manutcncat
,
& tarn ipfe , quam ejus prxdecelTorcs Bra-
ganti.x Duces , qui pro tempore fuerunt a pUiribus annis citra ad di-
^'iIli nominis gloriam circa manutentionem Capcll.x , & pcrionarurn
hujufmodi non mcdiocriter intenti fuerint , idque pnefatus Theodo-
lius Dux de cartcro uberius faccre intendat , & redditibus patrimony
fui juxta ejus ftatus condcccntiam fibi ncccftarijs cxiftentibus , id com-
mode cfficerc non pollit , nifi aliunde fubveniatur fi ex fruilibus , red-
ditibus , & proveutibus beneficiorum ecclcliafticorum de jure patrona-
tus
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,,
da Cafa %eal lôrtuguezâ.

235
tus ipfius Theodofij Ducis exiftentiuin qux
ultra nonaginta exiHunt,
,
& quorum infimul fruiflus, rcdditus,

& provcntus valorem annuiim,
dccem milium ducatorum auri de Camera exccdunt per ipfum Theo-
,
dofium Dueem, ex nunc, vcl die corum vacationis , limul , vel fuced'-
fivc nominandorum , & fpccificandorum cum pro tempore vacaverint
quantitas valoris, mille, & quingentorum ducatorum auri limilium ,
per cundem Theodofium , & luccellbrcs fuos Bragantix Duces pro tem-
pore cxiftentes ,
inter perfonas Capellx hujufmodi pro corum manu-
tentione dividendi , & illribucndi lepararetur , & dilmembraretur ac
,
eidem Capcllx , ad hujufmodi effeflum applicaretur , & appropriaren-
tur , ex hoc profcfto pix ejufdem Theodolij Ducis intentioiii cum di-
vini cultus incremento non parum confulcretur. Quarc pro parte di-
fU Theodofij Ducis, nobis fuit humiliter fuoplicatum, ut quantitate
mille , & quingentorum ducatorum ex fruftious , redditibus
, & pro-
yentibus beneficiorum hujufmodi perpetuo fepararc, & dii'mcnibrare
ilJamque eidem Capcllx in manutentionem Cantorum Capcllanoruni,
,
OrganiAx, & Prxdicatorum , ac aliarum perfonaruin hujufmodi dum-
taxat juxta ordinationcm per Theodofium Dueem & fuecelfores prx-
,
fatos defuper faciendam dividendos perpetuo applicate fc appropria-
, ,
re , aliafque in prxmillis opportune providcre de benignitate apollo-
,
lica dignaremur. Nos igitur qui dudum inter alia voluimus quod pe-
tentes beneficia Ecclefialbca alijs uniri tenerentur exprimcrc veruni
annuum valorem fecundum c&munem extimationem ,
etiam benefieij
cui aliud uniri peteretur alioquin unio non valeret
,
&
femper in unio-
nibus comiflio fieret ad partes vocatis quorum interelTet prefatuin
I codofium Dueem a quibufvis excommunicationis , fulpenfioms , in- &
tcrdiifti
, alijsque ccclefiallicis fententijs , cenfuris , &
penis , a jure
vel ab homine quavis occafione vcl caufa latis , fiquibus quomodo-
, ,
libct innodatus exiHet ad cffeftum prxfentium , dumtaxat confequen-
dum harum ferie abfolvcntes , &
abl'olutum fore cenfentes ; necnon
i'ru(£hium , reddituum
, &
proventuum diiElx Capcllx , veruni anmiuni
valorem prxfentibus pro exprelTo habentes , hujufmodi fupplicationl-
bus inclinati quantitatem valoris mille , &
quingentorum ducatorum
prxdiftorum , ex fruftibus , redditibus , &
proventibus beneficiorum hu-
jufmodi per ipfum Theodofium Dueem , ut pralcrtur nominandorum,
& fpccificandorum , etiamfi Parrochiales Ecclefix , vcl earura perpetux
vicarix fuerint ad prxfens vacantium , feu cum ilia qUovis modo va-
carc contingerit , rcraanentibus tamcn obtinentibus beneficia hujufnio-
di, una ad minus quadraginta ducatorum fimilium etiam abfque obla-
tionibus pee do altar , nuncupatis qux illis femper debeantur , pro eo-
rum fuftentatione , &
altera per diledlos filios Sanflx Marix Douren,
& ejufdem Sam^x Marix de Barccllos Ulixbonenfis , &
Brachareiifis
Dioecefibus fxcularium, &
Collcgiatarum Ecclcfiarum Priores, acCan-
torem ejufdem Ecclefix Sanftx Manx Douren quibus per alias noftras
literas inter alia mandamus , ut prxfentcs literas , &
in cis contenta
quxcumqiie ubi , &
quando opus fucrit , ac quotiens pro parte Then-
uo/ij Ducis
,
&fuccelTorum prxfatorum defuper fuerint requifiti fo-
leraniter publicent , cil'que in illis cfficacis defenfionis prxlidio afiiftant
Tom. IV. Cgii ‘
Prout
,,
,
z^6 'ProViiS do Lav. VI. daHifloria (jenealogtca
prout indiflis plonius contiîctur, pro fabrica Ecclefiarum co-

litiris
rumJsm ben::ficioruni affignanJa portionibus annuls frudluum , rcddi-
tuum , & provsiituuin baniriciorum hujufmodi ex nunc prout cx tunc,
cum bcnaficia ipfa racavcrint , &
e contra apoftolicam auifloritateni
tciiora prarfcntiuin ex certa noftra fcicntia perpctuo Ccparamus , dif- &
inambrainus , illofquc cidcm Capellx in nianutentioncm Cantoruni
Cap.'llanorum , Organiftx , &
Prxdicatorum , &
aliarum pcrfonarum
pradi£torum ,
dumtaxat juxta Ordinationcm per Theodofium Ducem,
& lucccirores hujufmodi defupcr facicniiam aivideiidos auftoritatem
& teiiore prxdiciis ctiam perpctuo applicamus & appropriamus ac
, ,
applicatos & appropriatos necnon cx nunc cidem plenum jus in

, ,
illis
vcrc , & non fiitce acquifitum c!Tc , eamque bcncficio regulx de non
tolicndo jure quxdto, firpacificc tricnnalis polTcfTionis gaudere pofTc,
& fi ullo unquatn tempore , fru<5hjs
,
redditus , &
proventus benefi-
ciorum , per didhim Theodofium Ducem ut prxfertur nominandorum,
& fpccificandorum ultra valorem millc , &
quingentorum ducatorum
acduarum portionum hujufmodi cxcrcverint totum id quod excreve-
rit ad opus fabricx , &
ornamentorum cjufdem Capellx cixlere debere,
ncc in alios ufus converti pofic , ac prxfcntcm gratiam quoufquc fuum
plenum forciatur efFcitum , &
dicta Capella illius vigore pofieflionem,
feu quad perceptionis inille , &
quingentorum ducatorum hujufmodi
pacificc afiecuta fuerit durave , &
fub quibiifvis fimilium , vel difiimi-
lium gratiarum revocationibus , limitationibus , fufpenfionibus , & alijs
gratijs , & difpenfionibus minime comprehenfam , fed femper ab illis
cxceptam, &quotiens opus fuerit totiens inpriftinum, &validifiimum
ftatum fub quocumque per Tlicodofium Ducem , &
fuc-
celTorcs prxratos cligenda reftitutam efic , &
cenferi , &
fic per quof-
cumque Judices , &Comi(Tarios quavis autem fungentis fublata cis, &
eorum cuilibet quavis alitor judicandi ,
&
interpretandi facultate ,
&
auftoritatc judicari , &
definlri debere , ac fi fecus fuper hijs a quo-
quam quavis au£loritatc feienter , vcl ignoranter contingcrit attemp-
tari irritum , &
inane defeemimus ; non obftantibus priori voluntatc
noftra prxdifta , &
Lateranenfis Condi ij novildme cclebrati uniones
perpetuas , nid in cadbus a jure permidis fieri prohibends , ac alijs
Conftitutionibus , &
Ordinationibus apoftolicis , cxtcrifquc contrarijs
quibufcumque. Nulli ergo omnino hominum liccat hanc paginam
noftrx abfolutionis , feparadonis , difmembrationis , applicadonis , ap-
propriationis , &
dccrcti infringerc , vcl ci aufu tememrio contrairc.
Si quis autem hoc attemptare prxfumpfcrit , indignationcm Omnipt^
tenSs Dei , ac Beatorum Petri , &
Pauli Apoftolorum cjus fe noverit
incurfurum. Datum Romx apud SaniStum Petrum Anno Incarnatio-
nis Dominicx Millcfimo quingentefimo quinquag(Tutio fccundo. Quar-
to Kal. Docembris Pontincatus noftri Amio Tertio.
Tejia-
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da Cafa âl ôrtuûeâ. *37
Tejhimento autlientico do Dacjue de Bratranga Dom Tlieodo/io T,

Ejid no Cart orto da SereniJJima Cafa de Braganga , donde
0 copicy,
m nomc de
E mcndo,
fomctcndome
&
Dcos ,
c da nofTa Seiihora , a que me enco-NuiT)« I
Virgcm
protcfto deviver, e moricr nafua ianta
a Santa
Catholica,
Madre Igrcja, ccrenJo o que ella ere. Ella he
7
1561
'
.
S*
a derradeira minha vontade , que quero que fc cumpra , como iiellc

meu tellamcnio declare , que fe algum outro teftamento aparccer,
nao feja valiolb.
Mando que me enterrem na Capclla do Mofteiro de Santo Agof-
tinho de Villa-VifTofa , e o lugar feja , que a campa de nitnha fepultu-
ra venha a enteftar com a de meu pai contra a porta
,
e tenlia hum le-
treiro , que diga : Ajid Jaz Dom
ThsoJoJio îinto Duque de Bra-
ganga.
E follcccnJo cu cm Villa VilTofa me leve a Mifericordia a cntcr-
rar , e fc for em outra parte , fendo a dillancia do lugar , levcm-me lo-
go a Villa VilTofa; efe for tao longe, que na 6 polTa fer, levem-me
depois que a caine for gaftada , cm tal cafo me enterrem em algum
Mofteiro em modo de depofito que eftiver mais perto de donde eu
,
fallecer , e nao o avendo , na Igreja Paroquial , e leveme a Mifericor-
dia fe a ouver, E a Mifericordia , que me levar , mando , que fe Ihe
dem des mil reis deefmola, codia demeu enterramento medigad.o
officio inteiro de defuntos com fua milTa de requiem cantada , a que fe
offcieceram des mil reis : e mais me diram trinta c huma milTis refa-
das. ft*, tres da Trindade , e fete do Spirito Santo , e novc da Annun-
cialTam de noflTa Senhora , c nove dos Anjos , e tres de defuntos. E na 6
fe podendo dizer todas , nnquelle dia , digao-fe no dia feguintc , e fe
eu morrer fora de Villa VilTofa , mando , que me digao hum Annal de
AlilTas no mofteiro da Igreja , aondc for enterrado.
Item mando, que emtodos oslugarcs della Cafa, aonde ouver
Mifericordia , fc dem as ditas Cafas a cada huma de efmola :
e a Mifericordia dc I/ixboa outros vinte mil reis , e nao deixara por
iflb de a ter os des mil reis , fe acontccer alguma deftas me levar.
Nao levarao com meu corpo mais tochas , que as que a Miferi-
cordia coftuma levar ordinariamente.
E fendo cafo que fc falTa a trasladalTam de meu corpo , nao va 6
com ellc mais de dote Clcrigos , porque ifto bafta , e o al parecc , que
na 6 aproveita a alma. Os veftidos dos pobres feja , aos hom& pelotes,
e jaquetas , e calfas , c fapatos , e carapuftas , e camifas : e is mulhcrcs
val'quinhas , fainhos , camifas , Ijcatilha , coifa , e fapatas.
Item ; aos trinta dias dc meu enterramento me faram hum fal-
mento , em que me digao hum officio de Finados inteiro com milTa
cantada , e dem por iilb na ofFerta della des cruzados , c as tiinta , e
huma mi/nis , que declaro atras , que me digao no dia de meu enterra-
mento quero , que mas digao tambem aos trinta dias , e nao eftaram
> ^ mais
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,
238 T^fo-oas do Ltv. VI. da Hijloria (êneahglca

mais cledofe toclins nofaimento, nem qucro, que armcm aCapclIa,
ncni a Igrcja dc d6.
F. porquc minlia tcnfa6 he dcixar huma cfmola pcrpctua pa-
,
ra nolFo Scnhor I'cr femprc louvado , c os pobrcs roqarctn per ini-
nha alma , mando , que fc tire do conto c mcio dc juro do dote de
ininha maj , que fica , cem mil reis dos trezentos mil rcis , que fan af-
Icntados nas cil'as de Villa VilFofa , pera fc del'penderem , como adian-
te dcclararci. F. fe por ventura cm algiim tempo cftc juro I’e tirar,
mando, que fe comprem eftes com irJl rcis emrenda, que osvallia,
ou cm outro juro , ou cm mo mais perto de Villa VilFofa , one
podcr fer ; c eftes cem mil reis dc renda deixo ao hol’pital dc Villa
VilFofa , os quaes qucro , c mando , que fc difpendao da mancira fc-
guinte.
Porquc Thome Lobo deixou quatrocentos , e tantos mil reis
para fc comprar renda dc pa6 no termo de Villa VilFofa para fe darem
a hum Canclla6, que cante huma milFa naCapclla , que clle deixa no
hofpital oa dita Villa , por fua alma , c de feu pai , e maj ; mando a
meos teftamenteiros , que fe confertem com efte Capcllao , c Ihe dem
o cm que fe confertarem , por ter a cura das almas dos doentes do hof-
pital , e por ter cargo do Collcgio dos meninos , c entrard nilFo o pre-
mio da aoutrin’a dos meninos , que o dito Capcllafr Ihcs enfinar , por-
quc o Scnhor Cardcal o ordenou aHim , que o ouvcIFc o Capellao , que
tivclFe cargo do CoUegio , e Ihc enfinalFc a doutrina aos meninos da
Villa. E quando fc nao poderem confertar com efte Clerigo , confer-
temfe com outro , e na8 tera obrigalFam de milFa , como agora Ma-
nocl Cavalleiro he obrigado a milFa quotidiana , a qual nao quero,
que fc diga no hofpital , pois Thom6 Lobo a manda difer.
Item : mando que fe dem mais deftes cem mil reis o conduto vef-
tido , c calfado cada anno pera quatro meninos , fejao orfa8s , e os
nomcari o fuccelFor de minha Cafa , que feja& pobres ; e dos ditos cem
mil rcis fc dari mais dous moios de trigo , evinte c quatro alqueircs,
cada anno pera mantimento deftes quatro meninos ; c mando quo fc
comprem pera illb.
E o que mais fear dos ditos cem mil rcis fc gaftara cm curar cn-
fermos c pobrcs , e cm dar de comer a velhos , c velhas pobrcs , c cn-
,
trevados , que o na6 poTao ganhar ^ e mando , que efte dinheiro fe
nao gaftc em obras , nen emoutras coufas , fena& nas que aqui digo.
F. ao Provedor da ATifericordia rogo
,
e cncomcndo , que tenha cuida-
do do hofpital, eovilite commuita diligencia, provendo os doentes
j
cvendo como fa8 fervidps: eo Provedor, que entrar cadano, tomara
conta ao palFado de como fe difpendeo efta renda. E rogo a meu her-
deiro , c liiccelFor de minha Cafa , que faiba como ifto le las , e o que
nao for bem feito , o fata emendar , e que fe cumpra , c tudo o que
acerca difto aqui mando.
Item : mando, que dem cem mil reis, pera fc comprarem hdas
cafas pera cflar efte Collcgio dos meninos , ou fc falFa no hofpital pe-
ra dies ahi refidirem.
Item : mando , que fe dem trefe mil rcis dc juro dos xx6. ouc
tenno
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da Cafa %eal Tortuguesâ. zig
tenho . as mlnas de minhas terras do mofteiro de Santo Agofti-
nho de Villa Villbfa , pcra que ncUa me digao huina milTa quotidiana
por minha alma , e componha-fe a meu filho outra tanta rcnJa , poi-
'
que he do morgado illo.
Item : mando , que fc tirem finco cativos de terras de Mourbs
que fe acharem de terras defte Ducado ; e fe os nao ouver dellas , fc-
jam defte Reino , ahonra das finco cliagas, perque nolPo Senhor nos
remio , pera que mando que fe dem feifeentos cruzados.
Item mando , que fe gaftem cm cafar orfans mil e quinhentos
:
cruzados , quo fejao das terras defta Gala ; as quaes orlans fe cafardm
cm feis annos , gaftando-fe nifo cem mil reis cada anno , nao paflan-
do nenhuma devinte mil reis, e asoutras dahi para baixo, como pa-
recer a meu teftamentciro ,
c tambem podcrain aver efta ajuda pcra fe
meterem freiras.
Item mando , que fe dfi hum omamento de vcludo preto todo
:
perfeito a Capella do mofteiro de Santo Agoftinho de Villa Vilfofa,

cm que mando que me enterrem , e trinta marcos de prata cm coulas
de Capella , que os Frades do dito Mofteiro quiferem.
Item mando , que fe dem duzentos mil reis para fe gaftarem no
:
dito hofpital de Villa Viftbfa , em coufas mais nccclTarias a die , os

quaes fe gaftaram por ordem de meu teftamentciro , e com pareccr dos
ofheiais do dito hofpital ; e eftes duzentos mil reis fe gaftaram no fo-
bredito em dous annos.
Item : dcclaro aqui que todos mcos Irmiios fao cntrcgucs de fiias
Jegitimas por inteiro como fe vera a hua folha , que efta no feriptorio
defte meu teftamento.
Item : fendo cafo , que a Duqueza minha Senhora fallcfia depois
de meu fallecimcnto , encomendo a meu filho , c a minha nora pdfo ,
que rccolha a Senhora D. Vicencia minha Irma pcra fua cafa ; e feis
inojos detrigo, que Ihedou em cada hum anno , mando, que fe Ihe
dem pera pao de fuas creadas , e ella comera com minha nora ; c os
trinta mil reis,
que Ihe dou em cada hum anno , mando que tambem
I'eIhe dem , e a refiao de came, e pcfcado pera fuas creadas ; e ifto das
reflbens fer^ em quanto eftiver em fua Cafa e recolhendo-l’c cm algd
:
mofteiro , que feja freira , quer o nao feja , avera cm fua vida os ditos
trinta mil reis cada anno , e os feis mojos de trigo.
deixo a Duqueza minha mulher todos fcos veftidos , que
Item
:
tiver e as fedas , que para dies tiver , a que dellas os nao tenha lei-
,
tos. Aflim deixo na minha terfa a meu filno todas annas, artelharia,
arcabuzes , mofquetes , e todas as mais muniflb& , que fc acharem por
falccimento. Encomendo muito a meu filho , que queira dar ao iVlof-
tciro de Santo Agoftinho de Villa VifTofa a Chancclaria da Cafa , co-
mo cu Iha dou , pcra fc acabar o Collcgio , e que tenha muita conta
com ir adiante , e des que forem feitos os gerais , pefia aos Padres
que ponhao Meftres para ler artes.
E encomendo muito o Collcgio da Companhia de Jefu

afiim Ihe
de Braganâ , cu confenti , que fc annexafTem a die as duas partes dos
fiiiitos^da Igrcja de S. Joao de Trasbacciro em terra da dita Cidadc
que
,,,
240 Turovas doUv.VL daHiJlorta ênealo^ca

que he de minha aprefcntafla& ; mcu filho perfafla ao dito Collegio
cm fniitos dc Igrcja do termo da dita Cidadc cem mil rcis dc renda
coma Quc ja tcin ile Trasbacciro , porque Iho tcnho promctido. tii-
conicnuo , e aconfclho a mcu filho , que ajudc , c favorefla muito o
o hofpital de Villa VifTol'a , por o que Ihe deko he muito mcnos do
que ordinariamcnte fe gafta ncllc.
E encomcndo muito a mcu filho quc fc alembre quanto fua amiga
fov fcmprc a Duqucza minha mulher , que procure por toda fua con-
fo(a 5 a& , eemparo; ealTim Ihe encomcndo muito feos Irmaos, c que
fc aja com ellcs como com filhos , e tcme exempio de mim como o fis
com mcu<i Irmaos , para quc o faiTa aflim com os fees , porque por o
confiar aflim dclle , na6 tivc conta com dies ; tudo deixo a cllc , c
per mo aflim fazer mcu pai , o fis cu aflim com nicus Irm.aos ; aflim
vou ddcanfado , quc die o farJ com os fcos. A mancira , quc meu
filho do e ter no pagamento dos legados , c encargos defle meu tefta-
mento, feja efta Venderfeha todo meu movcl , epor as avaliaflbcns
:
podcra tomar ddle tudo oque quifer, eacodir logo com o dinheiro
deque fepagaram asdividas de dinheiro, quc cu dever, eoscreados,
quc fe apofentarem , e o quc nao baftar pera ifto , Ihe va pagando
com a mayor brevidade , quc poder fer.
Item; tcnho feito hum lol, que efta nocaixaiS defle mcu tefta-
mento , da mancira quc fc tenha com os creados da Cafa acerca de
,
fuas fatLsfaflofs , mando a mcu herdeiro, que o cumpra ,

por quanto
eu o ordeno aflim pordcfcargo da alma dc meu paj , cminlia-, equan-
do fc algunia duvida tiver cm algd dos apontamentos , que eu deixo
entafi fc fatisfaflao todos os quc a mim tiverem fervido , de minha fa-
zenda , como mclhor pareccr a nicus tcftamcntciros.
Item os quinhentos mil reis que dou a Duqueza minha Senho-
:
j
ra , mcu herdeiro he obrigado a Ihos dar cada anno , porque fe tem
nictido no Morgado da cafa , tern clla a mefma obrigaga6 dc Ihos dar
quc cu mando, quc aflim Ihos dc. Pratique! com letrados , fc tinha
algda obrigafla6 a pagar as dividas dc minha avd , ou per reuim da ca-
fa , ou per via dc dcfcargos de mcu pae. Alfentaram comigo , que na&.
Porem paicceolhes bem a ellcs , e a mim , quc dous contos de rcis,
que mcu pai , que fanta gloria haja , dava por concerto pera iflb , quc
cu os defle. E porque cu tenho ja nifto gaflado boa foma , mando
que o mais , qvc fallccer pera comprimento dos ditos dous contos , fe
fbrem nccdfai ios , fe paguem , ou por aquella parte que for ncccflaria,
com tanto , que nao fejao mais , quc os ditos dous contos , e os pa-
gamentos , quc fao feitos , eftao cm poder dc Antonio dc Gouvea \ e
porem , fe pareccr , que fe deve de dar mais , mando , quc o fa(Ta6 ; e
ElRcy meu Senhor , que Decs tem , me mandou diler , fe queria eu
acabar de pagar eftas dividas dicclhc
: que fim , mandando S. Altcza
,
pagar o que dc\'ia. Aflim mando , quc fc fafla e as quitas , que fao
;
feitas cu o pratique! com Navarro ; pareceoihe , que eftavao muito

j
bem leitas , c conforme a confciencia.
Item aos creados , que fen irao meu pai que fanta gloria aja ,
:
,
quc fc quiferem apofentar , mandeirdhes pagar Icos fcrvilTos : c aos
quc
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,,
da Cafa %eal Tortugue2â. 2^1

que ficaram cm cafa mandeilhes pagar parte. Mando quc os que fica-
rcm cm cafa por mcu falccimcnto , quc na6 tiverem avido tenia , ncm
Comcnda , ou alcaidaria , ou officios , ou outras fatisfalTocs dcfta qua-
lidadc , quc cu aponto no roi , que ficao fatisfcitos , quc a todos Ic
paguc por inteiro o fcn'ilFo de mcu pai do fcos defcargos ; e o fcrvif-
fo, que mefifcraf), fepague por inteiro de incos defcargos, efa/Tafc
conta com os defcargos de meu pai , e fe Ihe dever dinheiro , paguefc-
Ihc ; e tudo muito bem confertado por as reccitas , c defpefas fc podc
ver , e quando nao ouver dinheiro uos defcargos de meu paj , mando
que o paguem do meu.
E ifto nao fc entendera nos quc ja eftao apofentados , ou cu def-
carreguci coni dies , porque fempre tive refpeito na paga de fuas fatif-
falToes aos que ferviram a mcu pai.
Item : mando , quc todas as dividas , quc dever de qualquer qua-
lidadc , que leja6 , fc paguem.
Item ; deixo ao Moftciro da Piedade , que fe agora fas cm Villa
Vi/Tofa, fincoenta mil reis , quc mando ihc dem dc efmola , pera as of-
feinas , quc nao forem acabadas.
Item mando , quc fc dem mil cruzados pera fc gaftarem em
;
obras no moftciro dc Santo Agoftinho dc Villa Viflbfa.

Item mando , que a todos os Creados paguem de fuas moradias
;
o quc Ihe for devido , e os que tem partido , que Ihes nao deixo fatif-
faltbcs , pagiicmlhes tres mefes dc partido , alcm do que ja tiverem
vencido ; e affim a todo o creado , quc ouver tao pouco quc ferve
uc Ihcnab caiba mais dc dous mil reis dc fatisfalfao ; cifto feentem
a era nos que nao ouverem de ficar em cafa.
E a todo o Creado , quc cu nao declarar que aja fatisfaftab , Ihc
paguem o quc por confcicncia fe achar quc mcrcce.
Item : mando a mcos teftamenteiros , quc fa(Ta& pagar todas as
dividas , quc fe achar , quc devo a todos os Creados ; c le alguns na6
forem contentes do que Ihe deixo . mando , que vejab ilTo mcos tefta-
mentciros , c dcfcarrcgucm cm tucio minha confcicncia , mas vejau nif-
to bem o quc fafem , c ponderem-no bcm.
Item por quanto o morgado , que tenho feito do patrimonio ,
:
ftca ao Duque dc Barccllos meu Hlho , declaro , que fendo cafo quc
,
Dcos nab queira , quc fallclTa fem dcllc hear hlho , ou Hlha , nem
defeendente , quc minlia Cafa haja de herdar , cm tal cafo deixo o di-
to Morfpdo ao filho , ou filha , quc ficar dantre mim , c a Duqueza
D. Bcatris , quc minha Cafa haja dc herdar , da mancira quc o oeixa-
va ao dito Duque mcu filho. E fendo cafo , que eftc filho , ou filha,
que dantre mim , e Duqueza D. Beatris ficar , fallcfta fern filhos , ncm
dcfccndcntcs , quc minha Cafa hajab dc herdar j entab deixo , c que-
ro , quc fique odito morgado aquem fucccdcr a Cafa. Item: digo ,
quc cu tomo cm minha terfa todas as bemfeitorias deftas cafas dc Vil-
la VilTofa , e affim as das cafas dc Evoia , e as bemfeitorias das caias de
Lixboa , c as cafas de Almeirim com fuas bemfeitorias.
Item : dcclaro aqui , que defempenhei com o dinheiro do dote
da Duqueza Ifabcl aos Concclhos dc Pcnella , Villa Cha , c Larim
lorn. IV. Hh qua
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) ,
,
242 -
7rovas do Llv.VL daHiflorta (jenealogca
t|uc null paj tinha empcnhado ao Comic do Vimiofo ,

por prcfl"o dc
Ids mil cmzados. Sc cu nao tivcr pai;o a mcu lillio o Duqiic dc Bar-
ccllos dies I'cis mil cruzados , hamibllic dc pagar por nicu I’allccimen-
to do monte maior.
Item ; hafe dc tirar tambem do monte maior o dinheiro , porque
vendi Rio maior a Martini Aftonlb dc Soufa , c pagaremfe ao Duqiic
mcu lilho , pera fe empregar cm coufa , que fc mata no morgado da
calli , fe cu cm minlia vida o nao fiver feito. Dellc dinheiro tenho
coniprado a licrdadc de Val de Mcllao cm termo dc Arrajollos, com
outras , que cAao cm hum rol com die tdlainento , o que faltar fc
pagara do monte maior.
Item ; deixo a mcu filho herddro dc minha cafa herdar toda a
tapdTaria dc ouro , que tenho , pera que andc fempre no morgado da
cafa , e que nao porfa nunca fer vcndida , nem allicada , c fendo cafo
que a vcnda6 , ou alheem , feja tudo ncnhiim , e na& polTa tal venda
nem alhcamcnto fer feito cm nenhum niodo , que feja. Outro lim
Ihe deixo, ccom asmefmas condidbes, todos os ornamentos , que te-
nho dc Capclla. fl'. os dc brocado , c dc tclla de ouro , ou prata , ou
que tenha guarnilTao dc tclla, ou brocado; caflim toda a prata defer-
vilfo de Capella. E fendo cafo , que aigda prata della quebre , tor-
ne-fe a refazer, ficando nomcfmo pcfo, antes mais , que nicnos, c
mcu herdciro pagarJ ofeitio dcAia cafa.
Item : todos os legados, que ncllc meu tcllamento deixo , c man-
do fc cumpra dc minha terfa , e do remanente della , fallb meu hcrdci-
10 ao Duque dc Barccllos mcu filho.
Item : os fidalgos , que ficarem fen'indo mcu filho herdciro
mando, que tenhao as Alcaidarias , ctenfas, que tern: caqucilcs, que
eflivcrcm apofentados, que tenfas tivercin , porellas fetirari do mon-
te major o que pareccr jufto , c fe darH a meu filho , pera que cllc
acuda com cllas tenfas a dies homens , que ja na6 tiverem idadc pera
^(pm efia r.o trealafci^'ir; que os que a tiverem, meu filho Ihe, fern IheporilTo darem
Jo com huiim cntreli-
nada , porque quando cu herdei minha cafa , aflim o fis.
nlm Û4 di\ ( Hie
Item encomendo muito a mcu filho , que tratc muj bem todos
:
os Creados dc cafa , c os recolha , como cu ns quando meu paj falle-

ceo ; e que I'ullcntc fempre a creafliib defta cafa tab antiga , c honra-
:da e os filhos dos fidalgos os mais velhos os rcceba , c aos outros dc-
Ihe favor , pera que vivab com ElRey mcu Senhor , ou como polTab
ter vida. E porque pode fer , que algum Eidalgo fc queira defpedir
dellc , nab quero eu , que die fin a a outrem com Alcaidaria , tenia ,
que dc cafa tiver ; mas entab tomara meu filho Icterados , quo cm
confcicncia o aconfelhem o que efte tal merecer por feu ferviô , c if-
to Ihe dem em dinheiro , e deixarS tenfa , ou alcaidaria , que tiver , ou
Ihcdara em tenfa o que podia valer a dinheiro o que Ihe alvidrarcm
por feu fen'iô. Aos que Comenda tiverem , cm nenhuma forma do
mundo db licenfa para viverem com outrem , fern Ihe deixarem a Co-
menila , que tiverem , porque tambem pda Bulla dellas o nab pbdc
fazer.
Item :
porque cada dia acrcfccnto cm mcu tdlamento ,
e defcar-
gos,
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,,
da Caja lêal 7*ortuguesâ. *43

gos ,
qucro , c mando
que todos os papcis , que cftiverem de minlia
,
letra ,
ou que naode minha Ictra , cftando adlnados por mini
feja6
que cftiverem com cue mcu tcftamcnto , fe cumprao intciramentc , co-
ino fe tudo cftivcfTe encorporado cm cftc teftamento.
Item digo , que eu calei com a Duqueza D. Bcatris por contra' AJ/:m
:
efui t;o trtsla-
to dc dote , e arras , e que vcncefle ametade do adquirido dcs o dia du.
uc ocontrato fefes, que foi a 3 de Janeiro de 1559. Mando, que
?e aimpra o contrato , c fe rcftitiia feu dote , e as arras conforme a
clle ; e tudo o que ouver adquirido , fera ella mecira ncllc
, pagando
primeiro as dividas , que its , conAante o matrimonio.
Tenho ordenado hum livro , para naf> haver duvidas entre a Du-
qucM , c mcu filho tern titulos , cm que fe declara o que pertence ao
aquirido cm tempo da Duqueza D. Izabel , e o aquirido do tempo
que eu eftivc viuvo , e aflim o aquiiido do tempo da Duqueza Dona
Bcatris ; verfeha porque tudo efta bem dedarado.
Asjoyas, que dci a Duqueza D. Beatris, fe as ella quifer tom.ir
nas fuas arras , ou parte dellas , que Ihcbcm parccer, podcllolia faler
cm fua jufta valia, porque ellas fa6 minha fizenda , c minha tenlao
nao foi darlhas , fenao o ufo , c fiuito dellas.
O
meu contrato do dote com a Duqueza D. Beatris , foi defin-
coenta mil cruzados quite! depois dcllcs finco mil cruzados , c dei
hua quitalTau dellcs ao Senhor D. Luis, celle medeu Ini feu aflina-
do , que o declara allim. Declaro ifto pera quando ouver de fer a rcl-
tituiliab do dote c arrhas , fe faiba que nao foi mais dc quorenta c
,
linco mil cruzados.
Item: fendo cafo, que eu fallclTa fern o tcftamcnto da Duqueza
D. Ifabcl fer acabado de cumprir , cncomendo a mcu filho , e pelTo por
mcrcc ao Senhor Comendador mor , que com diligencia o faflao aca-
bar dccomprir, c odinheiro, que para ilTo for needfario , fede lo-
go. E mando a Antonio dc Gouvea , a quern ella deixou por aleni-
brador dcllc , que allim o lembre , c requeira a mcu filho , que c fail'a
cumprir.
: deixo pormeus tcftamentciros ao Duque dcBarccllos meu
Item
fill’.oc ao Senhor D. fionftantino mcu Irmao , c ao Senhor Comenda-
,
dor mor : c pcllb por mcrcc a Senhora Infante , que procure que nseu
filho cumpra efte mcu tcftamcnto o mais cm breve que poder fer, c
deixo por Icmbradorcs dcllc a mcu filho a D. Luis , c Afl'onfo VMs (ia-
niinha , c Antonio dc Gouvea, os quaes eftarao prefentes atoda coul'a
decomjirimcnto dcllc tcftamcnto , c nao podeiulo eftar todos a illb,
por nao cftajcm na terra , ou por outro algum impediinento , eftem os
que podcivm ; e tambcni na6 eftando o Senhor D. Conllantino , ncni
o Senhor Comendador mor , aondc mcu filho elliver , fafia-o mcu li-
Ilio,
cm tudo cftc mcu tcftamcnto com os Icmbradorcs , que
c cumpra
aqur nomejo.
Encomendo a mcu filho que di vintc cruzados detenfa cada an-
no a D. Maria dc Portugal minha Irmil , Lrcira no Mofteiro de . . . .
Item : deixo a minha Livraria , c todos os livros , que tiver , ao

Duque d ’ Barcollos meu lliiio , para que andc cm Morgado , e n.io
'ib.m'lV. Dhii dar3
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, ,
244 doUv.FL daHijlorla (jeneahyca
darJ die ,
ncm os fucceflbrcs, da diia livraria ncnhuns livros , fem
comprarcm outros como dies , que metad na dita Livraria.
Item as joias , e os vcftidos , que dou a Scnhora D. Catharina
:
os tomo na minlia tcrfa , pcra ilfo , com conJi(la6 , que (iquem no

morgado todas as joias dc pedraria, epcrlas, equero , que andem fem-
pre com a cafa , e morgado , e cm todas as que fe compraram , e aqiii-
riram , durante o matriraonio da Duqueza D. Bcatris , tern ametadc
do prefTo , que me cuftaram e aflim tem ametade do prdTo dos vcfti-
:
dos, fomente abordadura deprata decanutilho dafaia devdudo pro-

to ; e alllm a bordadura da faia dc I'ctim preto , e o forro de tela dou-
ro da faia rajada dc vcludo preto ; ned'as tres coufas na6 tern aquirido,
porque o tinha cu antes que calallc c a valia dedas coufas fe Iia6 de
:
ajuntar ao monte major , para mcos iilhos averem fuas legitimas ncl-
las , c dc tudo hei de fazer rol da conta , o qual ficara dentro ncftc
feritorio adinado por mini , feito em Villa Vidbfa a cinco dc Abril dc
1565. Osjuros, que empenhei da cafa , hamfc dedar opredb dellcs
a men fillio do monte maior dc minha fazenda , e porque cu defempe-
nlici algtis depois dc cafado , c tornei a empenhar outros fe for tanto
,
Jitla coul'a
,
como outra , nao lia que fallar nidb : e fe for mais o cm-
penhado , que o defempenhado , amcradc da valia do empenhado fe
ha dc tirar da metade do aquirido da Duqueza D. Beatris : c fe for
mais defempenhado , que empenhado , ametade do que fe defempe-
nhar ficara no aquirido da Duqueza D. Beatris.
O DUQUE.
Saibab quantos cftc inftnimcnto de aprovalTao dc teftamento fer-
rado virem , que no anno do Nafeimento dc noffo Senhor Jefu Chrif-
to de ijdj annos, aosfeis dias do mes de Abril , cm Villa Viflbfa nas
cafas do muito Excellcntc Senhor Dom Theodofio Duque dc Bragan-
9a , &c. nolfo Senhor , fendo o dito Senhor ahi dc prefente , pdo
qual foi dado dc fua mad a de mim Tabclliao efte teftamento fcrrtido,
c cofido todo com hua linha branca dobrada , c me mandou , que Iho
aprovaftc ; e cu Tabclliao Ihc tis pergunta , fe o teftamento era feu , c
fe o avia por bom , c mandava , que fe comprilfc cm todo , e por to-
do E porcllc foi dito a tudo , que lim, eque o teftamento era feu
e o avia por bom , e mandava , que fe cumprifte intciramente , porque
efte aprovava por feu folcmne teftamento , por aflim o aver por bcni
e fcn'ilfo dc Dcos, edcfcargo dc fua confciencia , c oallinou odito
Senhor , "6 em tcftcnmnho deverdade aflim o oiitorgou , feado prefen-
tes por teftcmunlias Eernad deCrafto Veador do dito Senhor, e Anto-
nio Mouro feu Thcfourciro , c Alvaro Bai'a, c Aires de Miranda , c
Eernad da Vciga , c Antonio Leite, moradorcs cm amefma, c fidal-
gos do dito Senhor, ecu Gomes Soares I'abelliad publico pelo dito
Senhor que cftc ferevi , c aflinci demeu final publico, e Galpar Gon-
falvcs ('apcllad do dito Senhor. = O Duque. := Gomes Soares. =
Fer-
n.ao dc Caftro s Antonio Mouro s: Gafpar Gonfalvcs Antonio
Leite Eernad da Vcjga Alvaro Baia = Eei nad de Miranda. Eoi
aberto
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,
da Cafa 7(âl Tortuguesâ. j45

aberto eftc tcftamcnto atrds fcritodo Duquc , que Dcos tcm fegun- ,
da feira xx dias do mcs dc S^tcmbro dc i<f63 ja denoite , e foi aber-

to pcrantc o Liccnciado Antonio Pires Ouvidor da Cafa do dito Se-
nhor , c foi teftemunhas Antonio dc Gouvca , c cu Gafpar Coelho Ta-
bclliao , quc o fcrcvi. E por o dito Ouvidor achar fa6 , c limpo dc
borradura , nem cntrelinha , ncm coufa , que duvida fizeifc , niandou
quc o dito tcdamcnto fe compriflc como nelle fe contein , e dcITe os
,
trcsiados dclles , quc fonem necclfarios aos Scnhorcs tdlanicntciros.

Gafpar Coelho Tabelliao o fcrcvi.
Treslalo dos papa’s dejora do tejl amenta.
PcITo por merce a Duqucza minha mulhcr , ouc queira cftar ncf-
ta ViUa agafalhada com mcu filho , c com a Scnnora D. Catherina
porque cua feru a mor confola(la& , quc poder fer pera mim , e pcra
minna alma, porque eu confio deincu filho o Duquc dcBarccllos, e
da Scnhora D. Catherina , que Ihc fara6 todos os ferviffos , c agafalha-
dos , e one a tera6 por maj , como fc cfpera dc quem dies fao , e co-
mo Ihe deixo encomendado por palavra , c por fcrito ; e toda via , que-
rendo ella na& cftar aqui , c ir para outra parte , mando quc meos fi-
Ihos fe criem aqui cm cafa do Duque meu filho , e allim o pdfo nuii-
to por merce ao Senhor Dom Luis , que o aja por bem , c que minha
mulher cft6 aqui da mancira , que ordeno , c Ihc dem hum apofento
deftes
,
qual parefer a mco filho , quc he mais convcniciite , nao Ihc
Icvando por die nenhuma coufa , nem me parefe rcfa6 quc Icvcm a
,
mco filho pdo apoibnto novo mais que ametade do quc cuftou pdos
roes das obras , por quanto fc lizcrao muitas fabriquas , deque die
nao tcm nenhuma ncceflidadc. O Duque. c= O Duquc. c= D. Conf-
tantino.
Encomendo a mcu filho ,
quc ajude tudo o quc puder eftc hof-
pital daqui pcra quc fc curem nclle todos os doentes , como cu ago-
ra tafia: cu Ihc deixo cem mil rcis dejuro , nao Ihclcixci mais, por-
UC eftc mcrito queria cu quc die tivefie com noflb Senhor cm aju-
3 ar com omais, efepor feu fallefilmcnto poder deixarlhc ajuda paia
ifib perpetua ler 3 tambem muito bem , c aflim o devx ddxar enco-
•,
menJado a feu filho. Encomendo a meu filho quc favorefia muito d-

te Collegio dc Santo Agoftiniio cu tenho fupneado a Roma , quc fe
:
ancxe a Igrcja dc S. Pedro dcMonfortc: trabaihe porque fefafia adita

anexafiao , c rogolhe , quc trabaihe por anexar outra Igrcja ao dito
Collegio , que iTie renda oitenta mil rcis forros , para fc pagarem mais
Meftres , e parefe , que os Rcitorcs deftc Collegio devcm Icr os Prio-
rcs dc Santo Agoftiniio. Encomendo a mcu fillio , Jque fc aja com feos
Jrmiios da mancira, que mccu ouve comosmeus, eosmandc enfinar,
c doutrinar muj bem, ccriar, porque da boa creaira6 vcm dies a fer
homens lionrados. Afiim Ihc encomendo muito aDuqueza minha mu-
llier, cqiie fcaja com ella como me cu ouve fempre com a Duqucza
niinlu Senhora. , , ^ •
As meos filhos mando quc dem a cada hua fete mil rcis
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Turovas do Liv. V I. da Hijloria (jeneahîca
dctcnfa, c cfla tcnfa la defer cm vida dccada hua dellas c o cue :
cAas tenfas valcrem le !ia de dar a men filho do ir.oiite maior ; e aAim
niando , que dem a caJa hua hum veftido , depois de terem creado
mcos f llios. H Iciido cafo que criem mcnos tempo cs tres annos aciif-
tumados, darlhehao foldo a livra, como parefer bem a meos tcftamcn-
teiros. t Ifabel Martins efta ja fatisfeita. As dividas , que devo aas
ni I’aos de niinhas terras , maiido que fe pagucm logo. A xj de Mayo
1561. =: O Duque.
Item : A Capella , que fe dis por meu Bifavo cm Santo Agofti-
nho cm Villa Viilofa , mando que fe mge para lempre , c fe diga a
milfa quotidiana, por quanto nas partilhas que As, ouve certo pref-
,
fo por onde me obrigei por minha fazenda aniandalla dizer , epagar:
e o mcfmo me obrigei pela milfa que fe dis quotidiana cm S. l3 oiningo.s
de livora por a alma demeu Avo. Lembre a milfa , que fefoia dller
cm Ourem pela alma do Marques dcValcnca. Lembre a milfa que fe
foja dil'er cm Chaves pela alma do Duque D. Alfonfo. L’u mancci fa-
ber ao Porto a S. Domingos das Donas onde jas a Condefla D. Lcanor
dalviin mulher do Ondellable Dom Nuno Alvres Pereira , fe fe di-
zia algrta mill’a por eUa ; e foubc , que I'e dizia liua quotidiana , por
luia quinta, que derao aodito Molleiro, em terra dcUarrolb. — O
Duque.
A Duqueza minlia Senhora me pedio que
,
gaflaiTc a Icgitimada
Senhora Condcifa fua fillia no Moftciro das Chagas \ c quando ouve
dccafir, medilfe que does contos, que a Inêratris Ihcdcra para ca-
liiincnto de hua llllin , folfem para a Condcifa , cm dcfconto da fua
Icgitima ; depois vcio a cafar a Senhora Marqueza Dclchc , e deullic
dies dous contos , c quando fe ifto fes , me dice Sua Senhoria , que
Uido o que el la delfe a Condcifa , feria cm dcfconto de fua Icgitima ,
de que tenho hu.n Provifao fua. li tambem tenho outra do Senhor Con-
de , cm que dis , que fejab a conta de fua Icgitima os novcccntos mil
rcis
,
que cu dci de minha cafa ; e fe por ventura demandarem a mcos
herdeiros pelo que falta para comprimento da dita Icgitima , podem-
fcHie dar cm conta eftis provifocs , que tenho da Duqueza minha Sc-
nliora , c do Senhor Condc , por quanto me difem Ictrados , que nao
tenho nenliua obrigalfao por dircito , nem confcicncia , a pcrtaferlhe
dla Icgitima, porque a mai nao he obrigada a dotar afilha, cfetoda
via iiiliilirem nilfo , detcrminicc por juAiâ. =: O Duque.
Eu liz hum cfcaibo, ccompra com ChriAova6 dcFran9a, clhc
dei trinta alqueires de pao que tinha de renda cm hua I'ua herdade,
j
que cAa no termo de Arraiolos , e fe chama dos Andorinhos , por ou-
tros trinta alqueires , que die tinha na lierdade das Malhas
,
que cA.i
no meu regengo de monte de trigo, c aAim Ihe dei letcnta c (inco mil
reis por hum iiioio que mais tini’.a na dita herdade , que por tudo he
,
lid moio , c mcio de pao teriado , duas partes de trigo , c hua de levada;
c cAes trinta alqueires , que fe derao pela herd.tde dus Andorini;os , fid
do morgado , c pcrtcnccm ao meu fllio mais vclito , porque tambem
crad do mcfmo morgado os trinta alqueires dos Andorjnhos , c Head
elloutros era feu lugar. E aAim quero , que die moio o aja meu filiio
'
mais
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da Cafa %cal Tortiigue::;ji.
247
irais vclho , porfcr cmifa , qite cfta noRcgucngo deinonto ilc tiigo,
etomalloha no que I’c nvallinr pormcii fallccinicnto. =1 Duqiic. O
Parccc, que os d:aos tioPcrciro dcSanrarcm nao dlao nos bens
partiveis do Invcntaiio , qiie I'cfcs por fi'.liccimcnto da mcu pai. Vcr-
leha , fc fao do morgado , clclho dcpartilha, tcnho ncllas ainetade ,
e o tcrgo , c a ininlia Icgitiina , c a da Senhora Infante D. Izabel , c a da
Saniiora Alarquaza Dclchc. Do al fafarao iguais quinJiocs, c peitan-
cer anicos Irmabs i'oldo alivra. Mando, qua dem oitenta mil cqui-
nhentos reis dalnim dircito , qua nao paguci aElRcv man Sanhor, c
poram pc!Tam-nos ao Govarnador , que ciitao for , c fanao quifcr fafar
mcrce dalles , cntao mando a maos tcftamentciros , que os paguain.
Ella Carta la tiara a D. Conftantino mcu Innaii, fecu fallaccr primai-
ro que die clicgue da India j elando cafo, que la fallella , ou no ca-
minno , daiTalia a dita Carta a Duqueza minna Senhora fua maj , qua
he I'ua Jierdaira , ou quern for herdairo , ou tcflamcntairo , a qual ve-
rao ambos , porqua he coula que cumpre a defcargo de fua confclan-
,
cia. = O Duque.
Tcnho dado ao moflciro danolTa Senhora da GrafTa da Villa Vif-
fofa hum moio da pao na herdada de Beatris Gonfalvcs , que clla dci-
xou a nolfa Senhora da GralTa da Villa VilTola ein hua Capclla no tcr-
1110 de Evora monte. Mando , que me digao em milfas pala alma da
mcu avo , e de mcu paj , c de ininha maj , c fafer confarto com os Pa-
dres fobre ilTo. Tcnho dado a jugada da hua herdade cm Evora mon-
te , e dos Fradas da S. Jaronymo de Evora , a ellcs mefmos, porqua me
digao hum trintario em perpeUtum pala alma delRey D. Manoel , que
fanta gloria aja , c tern I'cito feriptura dilTo , que cudo , qua dlJ no
inau Cartorio. Encomendo a mcu herdairo , que Eiiba , la fedifem
eflas niilfas , c as fafl’a difer.
Deixo ao Padre Er. Paulo Prior , por alcmbrador da mcu tclla-
mento , c aflim a Ruj Vas Caminha , Fcrna& Rarbofa , e Lazaro Ri-
bciro eftarao fempre a ordenar de cumprir do teftamento. Dice no tef-
tamento , que deixava a Duqueza todos os feos veftidos , digo , que
Ihc deixo toda a chaparia douro ,
que efta feita ,
c confertada para cl-
les. = O Duque.
Frej Paulo de Jefus ,
mando , que nas cfmolas , que deixo para
cafar orf^ , entrem duas nlhas de Antonio Alvarcs da Villa Boim. :=
O Duque.
ânto
ao que me lembraram por parte de Vifente dc Soufa da
tenfa que ellc dis que Ihc davo , digo , e mando , que fc vaja tudo
,
bem, CO que por Jultifl'a cu for obrigado a cumprir, fe cumpra ; caf-
fim o mando a meos tcftamentciros. Foime lembrado tambem Joao
Alvras lobre os officios , que Ihc tirei , por os perdar , digo , qua ifto
feveja por juftifta, c fc emalgtia obrigalTa6 Ihc for a ellc a Joao AI-
vres, ou a Gafpar de mando que fe Ihc fatisfalTa aquillo, que
porjuftiffa , cconfcicncia cu for obrigado. E pclfo por mcrce aoSa-
•’hor D. Conftantino que affine por mim .aqui , c affim affine o Du-
,
mau filho. O Duque. = D. Conftantino. =s Ruj Vas Ca-

Correa.
“in?u ^
-3 JJoao Digo
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,
*48 Trovas do Liv. VI. da HiHoria (jeneah^cA
Digo ,
quc auc fao cntrcgucs a Jca6 Gomes ,
algiljs pcfTas das
ovi llias pedi
,
pera as dar aalgilas ndloas , c outras Ihcirandci dar ; di-
go ,
c niando
,
quc accrca dillo das ditas pdJhs , quc aflim forem da-
das, die feja crido por feu juramento , como as deu per incu nianda-
do. Eporque cu mandci a Antonio Mouro , quc cmprcflall'c rr.oradia
adiantada a algiis creados dccafa, niando , que ifto feveja, c feja cri-
do por I'cu juramento , c por die fe llic Ici c cm conta. Eu tenno da-
do hum dc fdfenta mil rds para fe galVarcm na Capclla de nolfa Se-
nhora no molldro de Santo Agoftinho , pda quc mandci desfazer,
quc fes o marido dc Alaria Alc-al'orada. Mando quc dies felfcnta mil
rds fe paguem , pera fe fazer no dito Mollciro a Capella de noffa Sc-
nliora. O
Alvara tem-no Maria Alcoforada ; c mando , quc o Senhor
D. (Jonftantino , c meu filho afllnem aqui , a 19 dc Setembro de <
Mando quc dem ao marido dc Izabcl Martins hum oflicio de Tabel-

liaO , quc Ihc prometi
,
pda crealfao dcD. Jaimes meu filho, c quan-
do Iho derem, Ihe tiranim osquatro mil, quc tern cadaho. Eu nian-
dava dar a Antonin Alvrcs vintc mil rcis dc fatisfaâo de feu fervigo
nao osaceitou , vejam-no os mcos teftamenteiros , cdelhc omais quc
Ihe parccer refam ; c htj por bem , quc o Caftcllo de Villa Boim b aja
hum feu filho , ou filha. Mando , que fecu della doenfa fallcfer , pa-
guem a D. Magdalena duas mil e quinhentas dobras de feu cafam.ento y
c fe cu ddla doenla nao falleccr , eu ordenarej como dellas feja paga.
Mando a meu filho, c ao Senhor Dorn Conftantino, quc aflinem por
iniin. s O Duque. s
1 ). Conflantino.
A Duqueza , quc did cm gloria , deixou a D. Violantc fincoenta
mil rds , c alem dcltcs mando , quc Ihe dem mil cruzados , e a ddxo
muito encomendada ao Duque de Barccllos meu filho , que Ihe pro-
cure todo feu bom cncaminhamcnto , c ncfla conta dos mil cruzados
entrara o feu cafamento , quc fam mil e quinhentas dobras. E mandci
a meu filho quc allinalTc por mini cfla verba : e aflim ao Senhor D.
,
Conflantino meu Irniab. Hoje 19 dc Setembro dc 1563. =! O Du-

que. =: D. Conflantino. =: Duqueza. A Joao Correa,a a Af-
tonfo Vas Caminha. a
Fr. Paulo dc Jefus.
A mim me parcce , quc deixo hua efmola pcrpctuamcntc a San-
ta Crux; fclha deixo perpetuamente , feja embora; eporem fena& he
perpetuamentc , dedaro , quc perpetuamente , c pera fempre lha deixo
da minha terfa : fe deixo , quc dem o cafamento a D. Leanor , heilho
por deixado , c fena 6 , mando , que Iho dem , que he mil e înhen-
tas dobras, as quaes Ihcdarao do monte major. Quanto ao ofricio de
Alantiejro , digo que fique 5 difpofifI'a 6 do Duque meu filho dallo a
hu deercs fT. a Jorge daVeiga, ou a Fernao daVeiga, oua
pefToas.
Ruj Dias da Vejga : com o officio dara des mil reis de
e quern hear
U'lifa a hum c a outio , que tambem Hear fern
do.s‘que ficar fern die :
die,
de minha
fe dai af) fazenda qutros des mil rcis de tenfa ; c po-
rem cu folgaria , que Hcafle o officio a Fernao daVeiga. 3 O
Duque.
3 ODuque.
Digo , que cu ouve do Papa Bullas pera poder aplicar a minha
Capella mil c quinhentos cruzados d; penlao por Igrejas de meu Pa-
droado.
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,,,
daCafa%eal Tortuguesâ.
droado. Ouve dôis do Papa morto , fer efta Bulla
algua duvida
,
valiofa,
rcvogarem , ou ncarcm rcvogadas as Bullas , quc nao
por fc
tivcflcm avido eft'eito. Sobrc ifto efcrCTi a Roma , e me refponde-
ram , que podia fal'er as ditas ancxalFois , c aflim mo dilTcra& algfis le-
tiados e mando , que illo fc veja bcm , e fc fa
•, e dcfencarrcguc
. . . .
minha confcicncia , e a de meu blho , a que tainbcm ifto toca. Alan-

do , que fc veja o fenilTo , quc me tern feito Antonio Fcrnandps o
das egoas , e pagucfclhe por inteiro tudo o quc fc achar que n'.crccc.
£ mandej ao Senhor D. Conllantino , c ao Duque meu fillio , quc adi-
nalTe aqui pormim. Hoje 19 de Sctcmbro 1563. = O Duque. ca
D. Conftantino.
Difemme algus Ictrados , quc p Morgndo , que fis cm folteiro ,
quc podcra aver lugar no que montava o prellb da mctade da Duqucza
minna Scnhora , mas tudo o al , que eu meti de fora difto , que com
confcicncia o na6 podia fal'er j dctermincfe efte negocio per direito
porquc eu na& queria encarregar minha confcicncia era nenhua cou-
fa. =3 O Duque.
Item :
,
quc cm quanto a Duqucza D. Beatris minlia mu-
mando
Ihcr for viva, que meu filho d6 aRuj Vas Caminha amoradia, que
tem , ; c
fervindo-a adim o ordenado da iguaria. E pcla mcl'ma nianei-
ra mando , que de a D. Catharina , fervindo a Duqucza , os tres m.cios
de trigo , e os fedenta mil reis de ordenado cm cada hum anno , como
agora tcm. E falicccndo RuJ Vas cm fervillb da Duqucza , mando
que dfi a feos fillios a Comenda , c Alcajdaria mor de Soufcl , como
D., Catharina ordenar ; porquc no contiato , que fis com a Duqucza
D. Beatris , quando com ella cafei , dis , quc clla dque em cabella de
cafal , ate Ihe relUtuirem I'eu dote ,
e arrhas. Encomendo ao Duque
nicu filho ,
que com a major brevidadc , que poder Iho reftitiia , por-
quc adim Ihe cumpre a die. E porquc clla rcllituifiao ha de fer em
dinheiro , ou em renda , ou em movd , fc o ella quiler, deve de ver
meu filho oque de movcl de minha cafa Ihc compre, c daqui o que
Ihc nab couber de fua legitima , podcra pagallo em juro a Duqucza
e mandar logo vender o quc ellc nao ouver miller do meu move! , pc-
ra com illb fe defempenhar o juro daDizima. O Duque.
Item mando , quc contentando-fe Seballiab de Macedo do ca&
:
deCoelho, quc Ihcmandci, que dem aBrasPalha, quc mo mamlou,

dcs mil reis por die ; e tomando-o Seballiao de Macedo , II10 tornardm
a dar , c compraram outro
,
que dem a Seballiao dc Macedo. E por
fua Senhoria nab ellar para elTinar , mandou , quc aflinaifc o Duque
dc Barccllos por ellc. =3 O Duque.
Item Joa 6 Montciro o officio , que tem cm Barccllos pera hu
:
filho hd Tabelliab de Barccllos creado do Bifpo do Porto , o oflido

pera hum filho , chamafe Giraldo Vas. Hum officio dc Tabelliab do-
me LuLs Lopes dci a feu filho , mando , que fe nab ouverem effeito
cllas promclfas em minha vida , que fc cumprab depois de minha mor-
tc , c affim o mando a meu hcrdciro , que o falFa. 33 O Duque.
Mando , quc fc tire hum cativo de terra de Mouros ; e illo he
voto que fis des quc ellou ndla Cidadc , quando me cham^rab para
. Tom. IV. li ocerco
,
150 ^Trovai doUv.VI. daHifloria (jeneahgica
o cerco dc Mazagab , pera que fe d6 a die ccm cruzados at6 cento c

vinte. E mando , que fe caze hua orfa , para que deixo de dote at6
quinze mil reis. Ja a orfa he cafada ; o cativo tenho dado a Mizc-
ricordia a quantla para fe tirar o cativo , e hei de dar outros ILico-
enta.
Fa/Aa delemhranqa do tejlamento.
Item :Vicente dc Souza cu Ihe tenho mandado dar cem mil reis,
cm fatisfaflab de feu fervilTo nab Iho fou cm mais obrigaflab.
:
Item D. Leaner Pereira. '
Item Violante dc Aragab tciiha o que tern cm fua vida. a O

Duque. I
Como tenho pago a moot IrmSos fuas legitimas.
Itema Senhora Infante

; D. Izabcl tenho pago fua Icgitima por
treze contos de reis , que Ihe comprei hum conto de renSi. IT. qui-
nhentos mil reis dc juro ,
e quinhentos mil rds cm vida , e com des
mil cruzados que Ihc dei cm coufas de cafa , e os PalTos dc Guimarafs.
A Senhora Marqueza Uciche paguci fua Icgitima , e mais a dotci coin
que Ihe perfis quarenta mil cruzados. Ao Senhor D. Jaimes paguci fua
Icgitima por inteiro de (me comprou herdadcs , que dôis tornou a
vender. Ao Senhor D. Conftantino tambem Ihe paguci fua legitima
dc que comprou Villa Fernando , que depois tornou a vender , e o
mais fe Ihc pagou ein dinheiro. A
D. Fulgencio tambem Ihc tenho pa-
go fua Icgitima por inteiro. As cafas da Duauc7.a minha Senhora fe fi-
zerab com o dinheiro dc fua Icgitima ; fe eile pedir , que Ihe dem o
prefTo dellas , defelhc , e fiquem as ditas cafas a mcos herdeiros , difen-
do porem ii Duqueza minha Senhora , fe as quer por o tanto , c que-
rendo-as , dcmfclhe por quinhentos mil reis , que culliram , pagai^
do-as cm linco annos. IT. cein mil reis cada anno dos quinhentos mil
reis , que tern de mim. A D. Theotonio tenho pago fua Icgitima por
inteiro. A Senhora D. Vicencia tambem Ihe tenho pago fua Icgitima,
jdeque comprou noventa mil reis dc juro. ASor Maria tambem Ihe
tcnlio pago fua Icgitima. A Icgitima da Senhora CondelTa deTentu-
Sgal galtci nas obras do moftciro das Chagas , eftando cUa pera fer Frci-
jf'ra nolle com eferito da Duqueza minha Senhora que o fizcHe. De-
pois fua Senhoria no contrato do cafamento da CondelTa me deu finco
mil cruzados , que a Imperatris llic tinha dado cm pago difto ; c quan-
do calbu a Senhora Marqueza Delchc , Ihe alargou eftes finco mil cru-
zados para o cafamento ua Marqueza , e a Duqueza minha Senhora me
deu hum allinado , em que declara , que tudo o que deu cm dote d
CondelTa, era cm pago de fua Iqîtima , ecu Ihe dej novecentos mil
reis com muito mats do que Ihe vinha de legitima : a Duquep minha
Senhora Iho tern dado. Se por ventura pedirem a mcos herdeiros a dc- !
mafia deftes novecentos mil reis , podem difer , que fua maj Ihos tern I
bem pagos ; c no meu faitorio eftab os papeis dillo , porem fe infifti-

rein
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da Cafa âl Tortugiieaâ. 251
rem n’lfto ,
detcrmincmno Ictrados ,
e fanafTc niflb o quc for jufti/Ta ,
e del'cargo de minha confciencia.
Item : eu tcnho cmpreftado a D. Theotonio meu Irmao dous
mil e tantos cruzados, e tenho mandado vender (incoenta , e tantos
mil reis dejuro na Dizima dopcfcado de Lisboa. EAes interell'es ha
elle de pagar cada anno , ate defempenhar o dito dinheiro a cuHa
de fuas rendas. Tambem deve a Antonio Alouro certo dinheiro , que
na& dcclaro , por na& faber o que he : fera o quc por boa conta fe
achar. Senao cafo , que o dito meu L-mao fallelTa , fern ter com quc
polTa pagar todas cllas dlvidas, ou parte dellas, fairolhe deltas quita
da minha terfa. Efendo cafo, que elle tenha com que aspolTa pagar,
enta6 nao Ihe quito nada difto , porque raeos hetiieiros tcrao mais
nccellidadc dilTo , que elle. E podcmlhc mandar difer , quc das ren-
das , que tern nê Rcino , que agora paflaram de mil e quinhentos
cruzados, que Ihccu dci, pddc pagar ilio. Eoque atras digo acer-
ca das cafas de D. Fulgcncio , eu Inc tenho mandado dar quinhentos
cruzados em Roma , e outras dividas , que me deve , tudo fe dcfcon-
tara nelles. A
D. Confbntino meu Liuao empreftei dous mil cruza-
dos , quc empenhej por dies na dizima do pefcado feflenta e quatro
mil reis a iijoo rds o milhar, de que die paga os interefles: pagal-
losha a meos herdeiros. Em
Villa VilTofa a nove de Maio de ic6o. ss
O Duque.
mando que as duas hlhas de Lopo Rodrigues de Carva-
item :
lho , Leonor de Abreu fe metao freiras a minha culla.

e de
Item mando quc fe faiba o que devo aos orfa6s das minhas ter-
:
ras , e le pague em prata com brcvioadc. Item dedaro , que fern em-
:
bargo de em outra verba defte incu teftamento difer, que fe peffa a

EUXey meu Senhor me fafla mcrcc de algds dircitos de coufas da In-
dia , em quc Ihe fou encargo quc ifto le nao pedk a S. Alteza , mas
,
que fe liquidc o que nos tais direitos fe p6dc montar , c quc logo fe
pague por inteiro , c por eu eftar fraco , e na& poder alTinar , mandej
a meu nlho, eao Senhor D. Conllantino meu Irmao, quc pormim o
fifeflem. a O Duque. a D. Conftantino.
Digo que eu hquej de pagar por o Senhor Comendador mor
,
dcs mil cruzaaos por hum credito quc dilfo palTei , e die ficou dc
,
pagar Osinterelfes delles, ate die pagar osditos des mil cruzados. Pcl-
folhc por raerce pague elle credito e me tire delta obrigalfab quc
, ,
por die Hz. a O Duque.
Item : a CondclTa de Olivares mando de prefente feis onfns dc
ambar, coito onfas dcalmifcar fe comprem cmLixboa. E quc 6iij
mil reis , ou 6iij mil , c tantos que cllao na fazenda do Senhor D. Jai-
,
mes, que aja gloria , quc fa6 feos, que Ihos mandem.
Eu tenho tornado algtlas peflTas da fafenda de meu Irmao ,
quc
Deos aja , como fe vera por hum papcl
,
quc tern Diogo Lopes cm
feu poder: eD. Fulgcncio deveme dinheiro, c aDuqiiczii minha Se-
nhora Ihc deve a die as cafas ; falTalTe conta do que D. Fulgcncio me
deve , e dcfcontefe a Ihiqueza minha Senhora do que Ihc clla deve ,
c acudau tambem ao Cardeal Santa flor com 0 que die Ihc dm e. De-
Tom. IV. li ii ve
,,
,,
a 5 2 Turovas do Uv. VI. da Hijlorla (jenealo^ca
ve o Scnhor Dom Coiiftantino a Duqucza minha Senhora , dc coufas

quc tomou da fafenda dc men Irmao , mil cruzados , ou perto , coino
levera porhum papel , que Diogo Lopes diffb tcm. Tambcm fede-
vc a falcnda dc meu Irma6 o dinheiro da gali , e o refte das Comcn-
das , que fe ficou devendo de feu tempo , e a Gafpar velho forao as
Provi(o& dc como meu Irma& pagou os tres quartos pera fe defemba-
raffar dies relics , porque tinha lanfado mao por dies o Confador
difendo que o falia at6 Ihe moHrarcm , fe pagara os tres quartos a To-
man =3 O Duque.
A die Candiote , que me trouxe os falco& , mando que Ihe dem
por quatro lucres primas fecenta cruzados , e por dous tcrfocs quinze
cruzados , que fa& fetenta e finco cruzados , e oito cruzados pera o
caminho. A Martlm Sanches faflb mercc dc cem cruzados della ma-
ncira : o facie , que me comprou , nos vintc cruzados , nos mefmos
vinte cruzados , e o inantimento Ihe dem dc gralTa , e o mudado do ar,
terfoo feu , e o da terra , e hd prima dos que agora vierad , de todos
dies Ihe faftb mcrce , c bufquc fua vida , que meu filho na& he calTa-
dor , quo fe o fora , eu Ihc aconfelhara que fe firvira delle.
,
O facrc dcchado bom , que o Conoe de Mcdelhim me mandou
mando, que o Icvcm ao Scnhor Conde dc Mcdelhim eallim o falcad
:
dc Figuciredo , cdous facres dcManocl dc Freitas, osmdhorcs, que

tiver. O
a Duque.
Se por ventura nao deixo a Fernad de Crallo o ordenado , que
tern dc came , e pefcado , hej por bem de Iho deixar cm vida. E fe
tambcm nad deixo a Ajres de Miranda o tollad cada dia de trinchan-
tc , hej por bem de llio deixar cm fua vida , c o Duque mandou ao
Duque de BarccUos alii nallc iHo por die, O aDuque.
Trataio do da Senhora D. Ifahel fUha do Dugiie Dom

Ca/amento
Theodofio I. com D. Miguel de Menezes , Marquez deVilla-
Real, tirado do Original , que efid no Cartorio do Con-
de de V alladares.
Aibad quantos elle cllromento dado cm publica forma com ho tref-
Num.
An.
i*j6.
1629.
S lado dc hum comtrato de dotte virem , que no anno donafeimen-
to dc NolTo Senhor Jefu Chrillo dc mil c feifeemtos c vinte c novc
cm vinte e fette dias do mes deOudlubro , na Cidade de Lixboa no Pa-
50 dos Taballiais pareceu prezaintc Joad Cardozo , morador nefta Ci-
dadc junto aoarquo dcNoll'a Senhora daPiadade, que cllaa junto ao
Terreiro dos Ximencs , o qual me aprezentou a ditta eferitura dc com-
trato de dotte feita na Villa do Lamdroal , fegundo della parecia nas
notas deVafeo Martins Verdelho Taballiad cm a ditta Villa, pedindo-
me Ihc pacj-atTc cllc treslado cm publica forma , e porcllar fern couza ,
que duvida fa5a Iho pallci , aijo trc-slado da ditta eferitura dc verbo
ad vcrbuni he o feguintc. In Dei nomine amen. Saibad quantos clVe
publico ellromcnto dc comtrato dc dotte , c cazamento virem , que no
anno
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. . J
da Cafa âl ôrtuguesâ. * 5j
'
anno Jo nafcimento dc NolTo Scnhor Jcfu Chrifto de mil e feifccntos
e quatro annos , nos vintc c quatro dins do mes dc Abril do ditto anno
ndla Villa dcAlhandroal , noCaftello daditta Villa, eapolemto om-
de cftaa ha muito Exccllcntc Scniiora Duqucza dc Barguanca D. Bri*
tes do Aleincaftrc , e a muito Exccllcntc Scnhora Donna Izabel fua fi-
Iha , e do Scnhor Duquc de Barguanâ D. Theodozio o primciro defte
nome , feu marido , que Dcos tem , femdo as dittas Senhoras ahv dc
prefente , e bem afy I’nftao Monteiro , Cavallciro da hordem de Nof-
ib Scnhor Jcfu Chrifto , Criado do muito Exccllcntc Scnhor D. Mi-
guel de Mcnezes , Marques dc Villa Real , e feu Procurador baftamte
por Tcrtude de hum publico eftromento de procura(Ta6 , que pera efte
effeito aprefemtou do ditto Scnhor Marques , cujo trcslado vai no fim
defta eferetura pera mais fertefa do ditto podcr loguo pclla ditta Sc-
nhora Duquefa de Barguanâ Donna Brites Dallemcaftre foi dito em
prefem^ dc mj publico Taballiab , c das teftemunhas ao diamte no-
mcadas, que ella eftava comfertada pera com ajuda , e favor do Se-
nhor Deos cafar a dita Senhora D. Izabel fua filha , com ho dito Se-
nhor D. Miguel de Menezes , Maraucs dc Villa Real por licenâ efpe-
cial que pera i(To fe impetrou dclRcy noftb Scnhor , e que vimdo o
dito cal'amento a efeito , e fendo recebidos a porta db Igreja fegundo
forma do fagrado Concilio Tridemtino ella dita Scnhora Duqucza dc
Barguan 9 a D. Breatis- de Lcmcaftre Ihedaa, edotta emcafamento qua-
remta mil cruzados de fua fazenda com ho aue ja tem a Senhora D.
Izabel paguos em duas paguas , a primeira a ae viinte tnil cruzados ho
no que mais ella Senhora dottadora quizer loguo tanto forem recebi-
dos paguos emdinheiro, ÎTas douro prata, joyas, pedraria, bens
,
dc rais , veftidos , e adercuos da pclfoa aa dita Senhora D. Izabel , c
mais coufas que Ihe ella Senhora dottadora emtreguar ainda que feia6
bens proprios da ditta Senhora D. Izabel fua filha porque todo fe def-
contara na ditta entregua , e fatisfaâd dos quaremta mil cruzados , que
Ihc affy dotta no tempo do paguamento cm que IJias emtreguar ; e os
outros vinte mil Ihc adc dar , c entreguar ho dia do rcccbimcnto a oi-
to mezes primeiros feguintes em dinheiro , e mais bens da natureza dos
atras dcclarados paguos pclla mcfma ordem , e maneira , que conthcni
no primeiro pagamento , c huns , e outros ferao todos avaliados por
duas peftbas que o beni entendab , huma que ella Scnhora Duqucza
,
de Baiganga I). Brites Dallemcaftro nomear , e a outra aquella que o
ditto Scnhor D. Miguel de Menezes ouver por bem , c na contia cm
que os pozerem os alfeitara ella Senhora dottadora , e os entregara , e
alcm diifo ella ditta Senhora D. Izabel fe dotta com hos bens allim
dc rals como movcis dereitos , e auftbis que Ihc perteneem avendo fua
Icgitiina da fazemda
,
que ficou por morte do ditto Scnhor Duquc dc
Barguanâ D. Theodozio, feu Pay, edefeits rendimentos do tempo
dc fua morte athe o dia em que forem recebidos , c com todos os mais
que ade aver , e herdar por morte da dita Senhora Diiqueza dc Bar-
guanij'a D. Brites dc Lcmcaftrc fua May e pofto que fe nao polfa ao
prezente declarar conthia ferta dos dittos bcas , fe emtemde que podc
importar cftc dotte duzentos rail cruzados hou o que fe achar cm ver-
dadc
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,
2 54 T^rovat doLiv.Vl. daHiftorla (jencaloîca

dailc ; porem
clla ditta Scnhora D. Izabcl , e a ditta Scnhora Duque-
â , fua May nunca Hcarao obriguadas a paguar mais comtia , que os
corcinta mil cruzados , que clla Scnhora Duqucza promote , c quan-
to ao mais aquella comtia I'obmente Hquara promctida , e dotal que
,
I'c arrccadar, c Ic achar que foi cntrcguc ao ditto Scnhor Marques,
ou a feus I’hezoureiros , Almoxarifos , rcccbcdores , Procuradores, hou
qualquer outra peffba que por feu poder, hordem , e mandado o re-
ceber , e da mcfma mancira , e cafo quo o que Ihc for entregue paf-
,
fe a comthia dos duzentos mil cruzados todo o que receber por rezao
dasditas heramfas dos bens dos dittos Senhores D. Thcodozio , e D.
Brites Delemcaftre Pay , e May da ditta Scnhora D. Izabcl Hquara do-
tal , e tenha natureza dos mais bens dotais juntamente fern nos qua-
remta mil cruzados , que Ihc a ditta Senhora Duqucza fua May ioguo
daa , e dotta pera Ihe fer reftituido com fuas arras inteiramente , e fein
demenuifTao em cada hum dos cafos , e que conformc a ellc comtrato
c ho dove reftetuir , c pera firmeza , e certifica(Ta& dc como hos dittos
bens Ihc Hcao cntregucs , badara hum aflinado , c quitalTao feita da
letra, e final do ditto Senhor Marquez ou^feita pcllo feu Secratario,
,
c aflinada por ellc , e o ditto afiinado fe data tanta fee , c credito co-
mo a cfcrctura pubrica pera fc moftrar em como foi paguo da ditta
comthia , e ellc Scnhor Marques numqua cm tempo algum podcra re-
ceber , nem mandar rcccber os dittos bens em parte , nem em todo
fem primeiro ao tempo , que Ihe forem entreguar a dita quita(Ta& fei-
ta por cada humn das manciras atras declaradas, ou por hum Taballia6
dasnottas qual elle mais quizer, c tanto que Ihc forem os dittos bens
cmtrcgucs Icndo movcis, ou femoventes dmheiro , pedraria, ouquaef-
quer peflas douro , e prata fera die Scnhor Marquez obriguado a
comprar bens dc rais com a vallia dos dittos bens , e loô tanto que
forem comprados ficara6 dotaes , c feguirad a natureza dos dittos bens
de raiz juntamente com hos ntais bens dc raiz que Ihe forem emtre-
,
gues , c illu do dia da entregua a hum anno primeiro feguinte , e a dit-
ta emtregua fc Ihc fara impetrando ho ditto Marquez Proviz^6 dcl-
Rey noHo Scnhor pera fegurar o ditto dotte das arras pcllos bens , c
rendas da Coroa , morgados ,
e quaefqucr outras propriedades das vim-
culladas , e anexas ao cllado da Caza de Villa Real no termo de oito
Inezes
,
que ao diante fc dcclara porque nao impetrando a dita Provi-
fa6 no ditto termo dos oito mezes Ihe nao fera emtregue couza algu-
ma mais que os primeiros vimte mil cruzados , que a ditta Scnhora
Duqucza ucBarguanâ ade dar, c entreguar Ioguo tanto, que forem
recebidos , e os dittos vimte mil cruzados , que Ihc amde fer entregues
portambcin ferem dotaes fefeguram pclla mancira que feamdc fegu-
rar todos os mais bens dcftc done , c de fuas arras cm cazo que fe im-
petre a ditta Provifab dclRcy nolfo Senhor pera todo ficar feguro
pcllos bens , c rendas do dito eftado de Villa Real, e os bens que o
ditto Senhor Marques ade comprar dos dittos bens dc rais , e da com-
tia das arras ferao defezo pera Icmpre, ede major remda erdadcs,ju-
ros , pomares
,
quintas , e outros bens de raiz , que nao recebab dimi-
iiuiilab , e numqua fc podcrab comprar bens alguns a retro , nem ou-
tros
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,,
da Caja lêal lôrtuguesâ. 255

tros em ou corra qualqucr rifquo dc fc pode-
aiie pofTa aver pcrigiio ,
rem peraer , ou dctcriorar dc maneira quc fe fiqucm dcmcnuindo as

pelFas , que para dies le derem , e loguo tanto que forem comprados
ficarao dotais , e da ditta Senhora D. Izabd pcilo meFino preô val-
liao , c quc fe comprarem fem nuiuqua eni tempo algum fe podcr di-
zer , quc por lu dar por dies alguma couza meiios do que dereitamen-
te vallia6 iiquou a ditta Senhora D. Izabd por major preô do cm quo
forem comprados , e fendo calb , que alguns moveis , ou quacfqucr
pelfas y vcllidos , c outras coufas fiqucm no cafal , e fenao compre a
vallia dellas em bens de rais pera ficarem dotacs a vallia dos dittos vef-
tidos , e mais moveis ferad dotal de maneira , que eftando deteriora<
dos , ou guaflandolTc conflantc o matrimonio , ou nao querendo a ditta
Senhora D. Izabd , ou a pdToa a que fe ouver dc fazer a reftctuiqad
do ditto dottc os dittos bens moveis por cfbrem detcriorados fempre
Ihe paguarad a ditta vallia dotal cm quc forem avaliados , e fe gallarao
por conta ddle ditto Senhor Marques D. Miguel dc Mcnezes , c nao
da ditta Senhora D. Izabd , nem da pdToa a que fe ouver de rellituir
0 ditto dotte , porque todo die Ihc fera entregue nos cazos em que
fedeve fazer a ditta reftituiao fem perda , nem dcmenuilTao alguma,
c os dittos bens dotaes fc nao poderao vemder , trocar , nem cfcambar,
nem por outra alguma via allicnar poflo quc feja pera fatisfaqao dc
dottes de filhos , quc damtre ambos naifam , e refguate de qualqucr
pelfoa quc feja, ou pera paguamento de divides, que fedevam amtes
do matnmonio , ou fc comtratem depois dellc fdlcbrado , c aimda que
as dittas dividas fejab feitas pera provimento , e fuftentaTao do ditto
matrimonio em quanto emtre dies conftar , nem pera fe paguarem fer-
villbs de Criados , ou Criadas , que fervirem ao dito Senlior Marquez,
ou a dita Senhora D. Izabd , nem pera fervigos de Sua Magcftade , ou
defenfab do Reyno porque todas as dittas obrigualToens fe paguarab
dos adqueridos , e nab os avemdo dos bens , e remdas do ditto ^nhor
Marques fem o ditto dotte , nem as arras terem dcmcnuilfab alguma
e fc nab podcra comtra ilFo impetrar Provizab dclRcy noflb Senhor,
e avemdolTe fera nulla , e fobreptiflia , e fc nab uzara della , c em cafo
quc fc vcmda qualqucr propriedade , ou coufa dotal , ou lie fall’a del-
la allienaflam mnda que feja com cxprelTo comfentimento da ditta So
nhora D. Izabd a ditta vemda , e alicnalTab Icra nulla aflim como fe-
nab dcra tal comfentimento porque daguora pera emtab o hab por
nullo , c dc nenhum eft’eito , c o que for alienado podera a ditta D. Iza-
bel tirar do podcr da pdToa que o pofluir , e mandar mover fobre ilfo
demaada polio que leja conftante ho matrimonio , e ainda que por
arte do dito Senhor Marquez fe ihc denegue licenca pera fe tirar os
S ittos bens dotais porque ella ficara intciramente Senhora da propia-
dade dos dittos bens pera os podw mandar cobrar athe ferem reftetui-
dos ao ditto dotte. E pello ditto Trillab Monteiro em nome , e co-
ino Procurador do ditto Senhor D. Miguel deMenezes por vci tude da
dita ProcuralTab foi ditto quc die afleitava o ditto dotte , e com to-
das as obrigualToens , e dcclaraôens contheudas em dla efcrctiira
c obrifniava a todo cumprir aflim , e da maneira , que fe nclla con-
**
them
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2^6 Turovas do Uv. VI. da Hijloria êneahglca
tlicm , c quc por omra do matrimonio , e confcn'aHao da Cafa , c cfta-
do daditta Senhora D. I7jbcl Ihe promctia, edcfcito promctcu co-
renta mil cruzados dc arras , ouc fc Ihc paguarao pcllos bciis , c fazen-
da do ditto Senhor Marouez D. Miguel dc Menezes , e as dittas arras
terao amcfma natureza, libcrdadcs, previllcgios, c prerrogativas , quc
ao dc ter os proprios bens de raiz allim pera I'ua conlcn'alfao , coino
pera I'cr perferida a pagua , c fadsfaâb della a todas as outras obrigua-
ôens , e dividas , quc forem devidas aimda que fejab feitas primeiro
que a que hora fe fas defta promclTa , c obriguaijao que por rezao del-
la Ihe hqua as quaes arras numca a ditta Senhora Donna Izabcl , e Ihc
ferab paguos por inteiro em cafo quc fejab emtrcgucs ao ditto Senhor
^larqucz amtes do feu fallecimcnto cento e vintc mil cruzados dc dot-
te porque nab Ihc fendo emtreguc tamta comtia fc Ihe nab paguaram
mois arras, que aterâ parte dodotte que Ihe for emtregue, eem ca-
fo , que o dottc , e emtregua , que for tcita ao ditto Senhor Marquez
imj>ortc mais que os cento c vintc mil cruzados numqua as aiTas pode-
rao padar dos dittos quaremta mil cruzados , e feparandoffe o matri-
inonio por morte dellc Senhor Marquez , ou por qualqucr outra via
cm vida da ditta Senhora D. Izabcl polio que damtre ambos fiquem
filhos fempre a ditta Senhora Donna Izabcl I'era emtreguc do feu dot-
te , das arras, fern no ditto dotte, e arras terem os dittos filhos, ncm
outros alguas herdciros parte alguma , c todos os mais bens, quc por
parte dcllcs Scnhorcs comtraemtes vicrem ao cazal nab fendo os atras
declarados fc rcgullarab por adqueridos ainda quc fejab patrimoniaes
da parte do ditto Senhor Alarqucz , e tudo o que nab for aottal fepar-
tira como adqueridos igualmcnte emtre a Senliora D. Izabel , e os her-
dciros do ditto Senhor Marquez, e fazemdofle bemfeitorias conflamte
o matrimonio nos bens do cludo, ou ein quacfquer outros feguintes a
reiletuifrab nab podera a ditta &nhora D. Izabel fer tirada da pollc
das propriedades , era quc as dittas bemfeitorias forem feitas athe Ihe
fer pagua a parte quc nellas Ihc couber aver , c avemdo duvida fobre
as bemfeitorias dc mancira que fe aja de correr demamla , c querendo
h.) novo fobceffor
,
quc Ihc fejab emtrcgucs as propriedades cm que
ellas forem feitas
,
efazer pera cflc effeito depozito davallia dell as , q
ditto depozito fe fara na mab da ditta Senhora D. Izabcl , ou da pcl-
foa que clla ordenar , c illo pclla parte fobmente ouver de aver iLis
dittas bemfeitorias , e a liquidaâb que feade depofitar fera feitta pel-
la via, cordem que por dcrcito ellab determinado, cnab fera ha dit-
ta Senhora D. Izabcl obriguada a dar fianâ alguma pera Ihe fer em-
tregue a comtia , que ouver de fer depofitada das dittas bemfeitorias
antes ella a thcra em fua mab athe fedar final fentenâ no cafo dafa-
tisftlTam das dittas bemfeitorias , e o que for determinado por fentenva
quc palle em coufa julgada fe guardara , e comforme a clla Ihe ficara
o ditto depofito , e liquidandolfc menor comtia emtab reftituira o quc
fe achar quc mais Ihc foi emtregue , e Ihe fiquarab , o que Ihe foi jul-
guado, e nab Icfazcndo o depozito cm fua mab pclla maneira que dit-
to he nab podera fer tirada da polTe das dittas propriedades em que
as bemfeitorias forem feitas , c outrofy eftara a ditu Senhora D. Iza-
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,
da Cafa %eal Tortuguesâ. ayy

bcl (empre cm ponb do feu dottc, e das arras, eadqueridos athe ella
fer pagua de tudo o que llie for devido , e fe fizercm , e acabarem as
partilhas dos bens emtre ella , e os herdeiros do ditto Senhor Mar-
quez, eemcafo que o ditto Senhor Marquez em feu teftamento dci-
xe alguns leguados ha ditta Senhora D. Izabel os dittos leguados Ihc
fera6 paguos , e cmtregucs pcllos bens , que do ditto Senhor Marquez
ficarem |umi fc Ihe defcomtar coufa alguma do ditto dottc , neni das ar-
ras , amtes todos os dittos leguados Ihe fera6 fatisfeitos allcni do dit-
to dotte , c das arras , e do feu meyo dos adqueridos , e alimentar-feha
a ditta Senhora D. Izabel he a gemte de fua Cafa por conta do feu
dottc , e arras , e de mais , que fe Ihc ouver de paguar , ou de feus ren-
dimentos , de mancira , que os bens do ditto Senhor Marquez na6 re-
cebao por elfa cauza demcnuilTani , c as exequias funeraes que fe fizc-
rem cm ho dia do emterramento prezemte o corpo fc farao por comta
do todo o monte dos adqueridos , c nao os avendo fe farao pellos bens
do ditto Senhor Marquez , e tudo o mais que fe ouver de cumprir
por I'ua alma l*e fara pellos bens do ditto Senhor Marquez , c os doos
c vcllidos dos criados fe comprira6 dos adqueridos , c nao os av cmdo
pellos bens, que do ditto Senhor Marquez fearem fern fazemda da dit-
ta Senhora D. Izabel receber por elTe refpeito demcnuiinun , ncm os
dittos doos , e mais veftidos lercnt comprados por fua comta , c cm
cafo que a ditta Senhora D. Izabel falleâ primeiro , que o ditto Se-
,
nhor hiarqucz fern damtre ambos fiquarem filhos , ou outros defeem-
dentes , polio que a ditta Senhora Duqueza de Barguanâ fua May
dottadora hque viva nao fera o ditto Marquez obriguado a paguar ar-
ras algumas , e da mel'ma maneira na& fatistara as dittas arras polio que
filhos , ou outros defeemdentes Ihe fiqucm
,
c em cada hum dellcs dous
CMOS podcra ha ditta Senhora D. Izabel temdo herdeiros necelTarios
difpor da terâ parte do feu dottc , e bens , que Ihe pcrtcncerein e
,
do mais que a Senhora Duqueza ordenar , como Ihe aprouver deixam-
do-a a quern Ihcpareller, c fe cumprira oque difpozer, e ordenar, ou
tiver ordenado da ditta tcr a he na6 fendo herdeiros necelTarios afeem-
9
dentes , nem defeemdentes podera difpor de todo o ditto dottc , c do
mais que feu for como Ihe parefler , e ilTo fe comprira , e nao f’azemdo
ella tcllamento fe fara rcllctuiâo do dotte por intciro a Senhora Du-
queza de Barguanâ fua May nao tendo a Senhora D. Izabel filhos,
ou defeemdentes , c a mefma reftetuiflam fc fara aos mais feus herdeiros
abcmtcllado paguandolTc os vcllidos dos Criados, ecnzcquias funerais,
que fe fizerem prefemte o corpo do monte mayor dos adqueridos , e
na6 avemdo adqueridos fe paguarao dos bens da ditta Senhora D. Iza-
bel , e avemdo dividas feitas conllamtc o matrimonio fe paguarao dos
adqueridos , dizendo mais a ditta Senhora Duqueza de Barguanâ D.
Britcs de Lcmcallre
,
que por quanto a frzenda do monte do Duque
D. Theodozio , feu Marido na& cllaa hainda partida , c della fe ade
entreguar a ditta Senhora D. Izabel , fua filha , o que Ihe pertemce
aver defua legitiina , c a ella Scnliora Duqueza a fua parte dos adque-
ridos'
, e a legitima
do Senhor D. Gemes feu filho , que Deos tern cu-
ja heraiica live pcrtcncc, e pera fcacabar de fazer a ditta entregua fc
Toni. IV-
258 l^rovAs do Ltv, VL da Hlfiorla êneahgka
a& de correr ,
e comcluir as demandas ,
e fazer as dittas partilhas am-
tre dies ,
o Senhor Duque de Braguanga , e feus Irma&s , c a Senho-
e
ra D. Caterina fua May , que fao partes nas dittas demandas , e parti-
lhas o ditto Senhor Marquez fera obriguado a niandar correr as dittas
demandas , e acabar as ditas partilhas por fua parte jumtamente com
hos Procuradores della ditta Senhora Duaueza pera fer emtregue do
que ade aver da ditta legima da Senhora D. Izaoel as cuftas que fe fi-
zerem paguara cada hum fegumdo a parte que na divizao partilha em-
tregua dos bens , que Ihe for dada , e na& podera o ditto Senhor Mar-
quez fazer comcerto algum com ho ditto Duque de Barguanâ , e maes
artes , item com feus fucceffores fobre as dittas partilhas , e bens que
Kle pertemce aver pofto que feja com exprelTo comfentimento da ditta
Sennora D. Izabel fern Ihe a Senhora Duqucza de Barguanâ aprovar o
ditto comferto , c o aver por bom , e bem feito pera que por refa&
della os bens da legitima da ditta Senhora D. Izabel na6 receba6 de-
menuiflao alguma , e ella fique detcriorado , e fem dottc , e o com-
ferto , que por outra via fe fizer fem comfentimento expreflo della dit-
ta Senhora Duqueza deBarguan9a, fua May, fera nullo, edenenhum
elFcito , e fena& cumprira afy como fena6 fora feito , e a ditta Senho-
ra D. Izabel , e o ditto Trifta6 Monteiro em nome , e como Procurador
do ditto Senhor Marquez ouverao afllm por bem , e fe obriguara6 ao
cumprir , e todo ho mais comtheudo em efta efcretura , e pello ditto
Triftao Monteiro foi outrofy ditto , que pera o ditto dotte , e as ar-
ras da ditta Senhora D. Izabel Ihe fiquarem feguras nas couzas em que
fe Ihc ade fazer reftitui5a6 , e na6 vir em duvida fe o ditto Senhor
Marques tern , ou tinha bens propios patrimoniaes , que baftaffem pe-
ra por elles hear feguro o ditto dotte , e as arras elle fe obriguava , e
de feito obrigou por verdade da ditta procurafTa& ao ditto Senhor Mar-
quez impetrar , e aver proviza6 delRey noflb Senhor pera que em ca-
fo que fena& achem bens adqueridos , ou propios do Senhor Mar-
ues pera a ditta Senhora D. Izabel fer inteiramente pagua do ditto
a otte , e das arras , ou as herde della a ditta Senhora D. Izabel do que
ouverem de aver do dotte feja6 paguos pellos bens do eftado de Villa
Real , e morgados a elle anexos , polio que feja6 da Coroa , e fugei-
tos por reftetuiflTa6 , e por outra qualquer via^ ou por. os remdimentos
dos dittos bens do eftado de Villa Real , e mais morguados a elle ane-
xos , e a ditta provifa6 avera em termo dos primeiros oito niezes con>
tados do dia que for recebido com ha ditta Senhora D. Izabel em di-
ante que he o tempo que ella ditta Senhora Duqueza de Barguanâ
ade emtreguar os vimte mil cruzados da fegunda pagua dos quaremta
que promete em dotte ao ditto Senhor Marquez , e na6 avemdo a dit-
ta proviza6 no ditto termo , ou avendo-a , e na6 fendo tal que por
ella aja Sua Mageftade por bem de fegurar o ditto dotte , e as aâs
imteirainente fem demenuilTam por os dittos bens do eftado , e feus
remdimentos na forma que ditto he nao fcara ella ditta Senhora Du-
queza de Barguanga obriguada a emtrâr ao ditto Senhor Marques
hos dittos derradeiros vimte mil cruzados amtes os empregara logo
•
taiuto que cheguar 0 tenno dos oito mezes em bens dc raiz , que i'e-
jao
,,,
da Cafa 7(eal Tortuguesâ. tjgp

ja6 danaturcza dasque atras fiqua declarado hosauaes ficara6 dotaes,
e da ditta Scnhora D. Izabel pcra fe na6 poder afienar a propriedade
dellcs , e os rcmdimentos ficara6 ao ditto Senhor Marques em quanto
entre elles conftar o matrimonio pera provimento dos carguos delle
e ilFo mefmo fe empreguara nos dittos oens de raiz tudo ho mais que
pello tempo em diante fe ouver de emtreguar ao ditto Senhor Mar-
uez , e a ditta Senhora D. Izabel das dittas Icgittimas , e heramâs do
a itto Senhor Duque D. Theodozio , feu Pay , e da ditta Senhora Du-
qucza de Barguan 9a D. Brites de Lemcalh’e fua May de maneira que
elle Senhor Marquez na6 tenha mais que os remdimentos dos bens de
raiz , que tbrem comprados conftantc o matrimonio , he pcra compo-
zi(Ta6 dos vimte mil cruzados , que a ditta Senhora Duqueza de Bar-
guanâ loguo fe obrigua emtregwr ao tempo do rcccbimento , e das
arras que deve aver a Senhora D. Izabel dos coremta mil cruzados , e
das arras que ao diante Ihe pertencer aver imdolTe emtreguando o mais
dote atras declarado delle ditto Trillafi Momteiro por vertude da dit-
ta procuraca6 que a ditta Senhora Duqueza de Baiân^ D. Bcatriz
de LemcaiWe receberia dos rcmdimentos do edado de Villa Real , e
feus morguados dous mil , e quinhemtos cruzados cm cada hum anno
que Ihc (era6 paguos em todas as remdas , que Ihe pertemee aver na
Villa dc Santarem , e feu termo aflim da portagem , como das lezirias
e leziroens , e requeixada , e todas as mais remdas , c dereitos que na
ditta Villa de Santarem , e em feu termo fe pagua6 ao Senhor do efta-
do de Villa Real , c feus morguados , e tamto que a Senhora Duqueza
dc Baiguamâ hos recebelTe fe compraria6 loguo delles os bens de raiz
|ue o ditto Senlior Marquez , e a ditta Senhora D. Izabel acemtarem
Sendo de natureza dos mais bens , que fe a6 de comprar atras dcclara-
dos , e os dittos bens dc raiz hcarao loguo do dotte da ditta Senhora
D. Izabel , e com a natureza delle , e fe fe Ihe fara emtregua dos dittos
dous mil e quinhemtos cruzados athe de todo fer paguo , e o ditto
dotte , e as arras que fe deverem , e tamto que tudo for paguo o que
for de\'ido ao ditto dotte , e as arras na6 podera a ditta Senhora Du-
ueza rcceber das remdas do edado macs coufa algiima , falvo quando
3cnovo fe dever outra comtia de arras porrefab dc fefazer nova em-
tregua de bens dottacs , e illo athe a comtia que importar o ditto dot-
te , e as arras que acrellcrem na6 palTamdo nunca dos coremta mil cru-
zados as dittas arras , he os remdimentos de todos os dittos bens hcara6
comuns ao dito Senhor Marques , e a ditta Senhora D. Izabel em quan-
to o matrimonio durar como ho fiqua& os remdimentos de todos , e os
mais bens atras dcclarados em cafo que fe na6 vcn;a6 as harras por a
ditta Senhora D. Izabel fallecer primeiro que o ditto Senhor Marques
os bens que forem comprados pcra feguran^ das dittas arras fera6 par-
tiveis , e fcguira6 a natureza dos maes bens adqueridos , e pera a aitta
Senhora Duqueza D. Brites de Lemcallre podera aver a uia ma& os dit-
tos dous mil c quinhentos cruzados em cada hum anno dos remdimen-
tos dos dittos bens doeftado loguo nas efereturas dos arrcmdainentos,
que fe fizCTem fe pora claufula que os remdimentos ferao obriguados
a Ihe fazer a ella o paguamento dos dittos dous mil e quinhentos cru-
Tom.iV-
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z6o Turovas doUv.VL daHifloria ênealogtca
zados em quada hum anno , ou a pelToa que a ditta Senhora Duqucza

pcra irtb ordcnar , e com pcna que nao Ibc paguando nunqua ficarao
dcfobriguados da ditta quantia pofto que ospagucm ao ditto Senhor
Jklarqucz, ou a qualqucr outra peiToa , que feu poder pcra ifTo tiver,
c da mcfma mancira mandando o ditto Senhor Marquez correr arrcca-
dalTiim dos rcmdimentos dos dittos bens porfeus Thezoureiros , Almo-
xarifes, Recebcdorcs , Feitores
j
ou Procuradores ferao os dittos Of-
ficiacs , e quada hum delles obriguados a emtreguar ha ditta Senhora
Duqucza dc Barguam^-a em cada hum anno hos dittos dous mil e qui-
nhemtos cruzados com penna de Ihos paguarem de fuas fazemdas, c
afym le Ihc dcclarara ao tempo que Ihe forem pafTadas as provizoens
e podercs pcra Icrvirem feus carguos , e fazerem fuas arrccadaifocns
c moftrando os dittos rendciros , ou os dittos Contadorcs , Almoxari-
fes , Rcccbcdorcs , Fcitorcs , ou Procuradores , e quada hum delles
quitaâo da ditta Senhora Duqucza dc Barguanâ , ou da pefToa , que
ella pera i(To ordcnar dc como Jhe entreguarao a ditta quantia fera o
ditto Senhor Marquez , e feus Officiacs obriguados a Ihc Icvarem cm
conta os dittos paguamentos dcfcomtandofclhcs do que fobre cada
hum delles carreguar porque pcra o ditto recebimento em nomc do
ditto Senhor Marques fez cllc Triflam|Monteiro , e fobcftabcllefrc por
feu Procurador em caufa propria a ditta Senhora Duqueza de Barguan-
^'a toca aquclla pefToa que ella mandar , que receba a ditta quantia ,
e o primeiro paguamento , que fe ade fazer a ditta Senhora Duqueza
dos dittos dous mil e quinhemtos cruzados feja no fim do primeiro an-
no, cinque o ditto Senhor Marques for recebido, e dahv cm diante
em quada hum anno , e fendo cafo que a ditta Senhora Duqucza dc
Barguanâ fallelTa antes que fejao comprados bens ballantcs pcra fe-
guranâ do ditto dottc , e as arras pcla mancira , que ditto he enitao
recebera os dittos dous mil , e quinhentos cruzados a ditta Senhora D.
Izabcl , ou qualqucr outra pclloa , que ella pcra i(To nomear feguar-
dara a mefma ordem , que fe ouvera de ter fc a ditta Senhora Duquc-
za fora viva como nefta efcrctura fc comthem , o que tudo avera lu-
guar , c efeito nao impetrando o ditto Senhor Marques a ditta Provi-
1 am delRcy noffo Senhor pera fegurar pcllos bens , c rendas do ef-
tado affim da Coroa , como dos mais , que nclle andao vincullados o
dottc da ditta Senhora D. Tzabel arras por imteiro porque a todo o
tempo que a impetrar fazemdo-fe por vertude della eferetura dc obri-
guaâo , ratcficalfao , e feguramca do ditto dotte , c das arras . fc nao
entreguarab rcmdimentos allguns dos dittos bens do eflado a ditta Se-
nhora Duqucza , ncm a ditta Senhora D. Izabcl fua fillia , ncm a ou-
traallguma pedba amtes fe emtreguara tudo a quern o ditto Senhor
!Marquez ouver por feu feiv’iô , e cm cafo que Sua Mageftade nao
nianue fegurar todo ho ditto dotte . c as arras pellos bens , c rendas
do eflado afsym da Coroa , como uos mais a elle anexas , e aja por
feu fervi90 de fe fegurar menor comtia pello reflamte que ficar fern
fegurar fc fara o recebimento dos dittos dous mil , c quinnentos cruza-
dos cm quada hum anno , c nao per aquella comtia , que fear fegu-
la por os dittos rcmdimentos dos bens da Coroa, cdos que a ella an-
dao
da Cafa %eal Tôrtugueaâ. 261
d.i6 anexas pera quo por cfTa via fique afllm o ditto dottc ^ como as
arras tudo juntamcntc fcguro , e fcm dcmenuiirani , c Ce obrigarao a
toJo a cumprir, e iiao vir cm tempo algum contra eftc contrato , e
obriguaiTocs delle , c de o nao contradizercm , ncm rcclamarem cm
parte , ncm cm todo por fi , ncm por outrcm cm juizo , ncm fora
dellc, c qucrcmdoho contradizer nao fcram ouvidos com duvidxs, cm-
barguos , rczocns , ncm fufpcnfoens que tolham , impidao , hou retar-
dcm o cumprimcnto delle cada hum aos dittos Scnhorcs , ou qualqucr
outra pclToa que o contradiccr dcpozitara todaacomtia, que Ihe for
pcdida , c a que cftivcr obriguado por bcm delta efcretura , e dinhciro
comtado na mao da parte obediemte , c a que pertcnccr a rccadacad do
ditto dinhciro o qual todo Ihc fera emtregue fcm fer obriguado a dar
fianija , ncm tazer outra alguma obrigua{a6
,
e cm quanto na& fizer o
ditto depozito Ihe fera derroguada toda a auira& , audiencia , e rerae-
dio de direito que por fy alleguar polTa , c fc defaforou a ditta Senho-
ra Duqueza de Barguamâ , e o ditto Triftam Monteiro cm nomc do
ditto Senhor Marques D. Miguel de Mcnezes de Juiz de feu foro c de
qualqucr outro . que tenhao, ou po(Ta& ter por previllegio gcral, ou
efpecial , e fe obriguarao. a refpomder por todas as duvidas , e depen-
dencias delle comtrato perainte os Corregedores da Cortc doCivel da
Ciidade de Lisboa a cuja jurifdi§a& fe fobmetem , e ainda cm cafo que
fcjao Authores reos oppoemtes, ou alfillcmtcs, c o ditto Triftam Mon-
tciro fobeftabcllecco por Procurador por vertude da ditta procurallam
cm nomc do ditto Senhor Marquez , e a ditta Senhora Duqueza de
Barguamâ cm feu nome o Procurador que for do Concelho da ditta
Cidade de I,isboa no tempo que fe ouverem dc mover as dittas deman-
das , o qual podera fer citado aflim pera as auflbens como pera as li-
,
quidaflbens j e cxccuffoens das fentenâs , e pclla citaâm que cm fua

peftba Ihc for feita fe procedera contra cada hum dcllcs Senhorcs , e
comtraentes fern podcrem alleguar defeito da citaâo , c renunciaâo as
ferias dc pa& ,evinho, coches , e quacfquer outros que forem dados
fern embargo dcllcs querc for citados , demandados , he cxccutados , e
cra todo terem he cumprirem , e mantcrem obrigou a ditta Senhora
E•uqueza todos os feus bens , e remdas , c o ditto Triftam Monteiro
obrigou os bens, erendas do ditto Senhor Marquez , e outro fim obri-
gou ademtro cm termo de vimte dias primeiros I'eguintcs contados da
feitura delta efcretura cm diantc a mandar efaetura de obrigalfao , ra-
tcficairao , c approva'Ilio defte contrato , e clauzullas dellc feita nas no-
tas , c alTinada pello ditto Senhor Marquez cm que obrigue feus bens,
e remdas ao comprimento de todas as obriguaôens comtheudas nefta
efcretura , c ifto allem da procurajab que tern do ditto Senhor Mar-
quez , cujo trelado he o feguinte. In Dei nomine amen ; fajbam quan-
tos eftc publico eftromento de poder , e procura9a6 virem que no an-
no do nafeimento de nolfo Senhor jefu Chrifto de mil , e feifeemtos,
c quatro annos , aos delalfeis dias do mes de Abril do ditto anno na
<înta , e Palfos do Excellentillimo Senhor D. Miguel de Menezes ,
Marquez dc Villa Real , litas nas fuas Villas , c terras de Cham dc Cou-
ic , eftamdo ahi prefemte Sua Kxcellcmeia ,
em prezemja de mini Ta-
balliab.
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l6l ^rovas doLiv.VJ. daHifloria ênealogica
bnlliao ,edas teftemunhas ao diamtc nomeadas, loguo por SuaExccI-
Icmcia foi ditto , quc die pclla prczemte dava , e outorguava
, como
deu , c outorgou todo feu baftamte , e comprido podcr , e tain cuin-
pridamentc como ho tern, epera efte cafo fc requcrc ha Trifta6 Mon-
teiro deQiiciros , Veador de fua fazenda , e Contador dc fua Cafa pera
que porta r a Villa dc Allamdroall comtratar com ha Senhora Duque-
I
za dc Barguanâ D. Brites dc Lemcaftre, c com a muito Excellcnte Se-

nhora D. Izabcl , fua filha , e do S:nhor Duque de Barguanâ D. Thco-
dozio , que Deos tern fobre o cafamento eintre die Marques de Villa
Real D. Sliguel de Menezes, fegundo defte nome , e a dita Senhora D.
Izabcl , e fazer o dotte , c promoter as arras que Ihe parecer afy , e da ma-
ncira,quc acemtar com as dittas Senhoras Duqueza, efua flhaD. Izabel,
e fazer eferetura , ecomtrato com todas as obrigalToes, pennas, cclau-
Z'llas dc haforamentos que Ihe forem pedidos pomdo outrofy no com-
trato dauzula depozita; ia , c conftetuirtam de Procurador , e de conf-
tituto pera die Senhor Marquez Hquar pertuindo os bens cm nome de
cada huma das dittas Senhoras nos cafos , que parecer quc artim con-
vem , c podera o ditto feu Procurador fazer todas as feguranâs , e
yputequa de bens afllm do eftado , como de quallquer outros patrimo-
niaes , e reindimentos delles , e artemtar , que fe paguem em cada hum
anno a Senhora Duqueza a comtia, quc Ihe parecer das reindas do dit-
to eftado pera por dies fe comprarem bens , que Hqucm dotacs , como
os mais que forem do dotte da Senhora D. Izabcl , e comfemtir que as
arras , mie prometer fiquem tomando a natureza do dotte pera ferem
preferioas a todas as mais outras obriga(ro& , ainda que anteriorcs e
,
podera outrofy declarar os bens , que fquam dotaes em ordem do
quc fe amde reftetuir , e afy na maneira com que fe amde paguar , e
podera declarar que a ditta Senhora D. Izabel hque em porte dos bens
cm cafo que elle fallelTa primeiro athe fer reftetuida do feu dotte , e
arras e que as bemfeitorias que forem feitas comftante o matrimonio
nos bens do eftado , ou fugeitos a reftetuirtab fe paguem a ditta Senho-
ra O. Izabcl , ou a feus herdeiros pella maneira que vir que maes con-
vem fern ella , nem os dittos feus nerdeiros ferem tirados da porte das
propiadadcs dos dittos bens athe fe Ihe fatisfazerem as dittas bemfeito-
rias , e que em cafo que fe pertenda fazer depozito do que ellcs impor-
tarem (eja na ma6 da ditta Senhora D. Izabcl pella fua ametade fe fa-
(a as declarartbens das dittas bemfeitorias pella via, e ordem que fcdc-
vc fazer por direito , e em fe , e teftemunho de verdade mandou fer
feito efte publico eftromento de baftamte procurartam nefta nota pera
que della fe Ihe dem os treslados, que de num theor necertarios forem
o qual cu Taballia6 como pertba publica eftepullantc hartcitei em no-
mc daspertbis a que toquar quanto com direito devo, e polTo, e fe
rcquerc fer arteitado ; teftemunhas , que prefemtes eftavab em efta no-
ta com ho ditto Senhor Marques artinarab Gomâlo Ulhoa sr eDio-
guo Bocan o c Commendadores do abito de NoiTo Senhor Jefu Chrif-
to , e Dioguo de Sa Criados do ditto Senhor eu Manoel dc Medeiros
l'aballia& publico das notas pello ditto Senhor Marquez de Villa Real
neftas fuas Villas , c terras dc Cha6 de Coucc quc cm meu livro das no-
tas
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^
da Cafa ‘âl Tortugueiâ. i6

tas a notei, mcu ficl a Rz tresladar do ditto livro, que fiqua cm
e por
meu poder a que me reporto fobfcrcvi , e em teftcmunho de vcidade
aqui me a(RncJ dcmeu publico, eacollumado Hnal que he tall como
fe fcgue Manoel de Medeiros que ho efcrevi s Certehco eu Gafpar de
Tafcoj publico Taballiad neftas Villas , e terras de Cha6 de Couce pel-
lo Marques de Villa Real nolTo Scnhor , que he verdade que a Ictra,
e fmal publico da procurau6 acima da fobercri(Ta6 della he de Manoel
de Medeiros outrofy publico Taballia& nefta ditta Villa , c os feus
adinados , e certidoens fe daa fe , e credito , e por todo adim fer , c
padar na verdade meu finall publico ,diguo, e por adim padar na ver-
dade padci ella por mjm feita . e aflinada de meu llnall publico me
dezadete dias do mes de Abril de feifeentos , e quatro annos. c tresla-
dada adim a ditta procuraâo, eju(lidca{a6 em fe, e tedemunlio de ver-
dnde adim o outorguara6 , e mandarao fer feito efte publico edromen-
to de dotte , e arras , e mais obriguaôens que o ditto Trifta& Mon-
teiro em nome do ditto Senhor Marquez , e a ditta Senhora adeitou,
e a ditta Senhora Duqueza D. Brites de Lemcallre , e a Senhora D.
Izabel fua filha adeitarad por ferem prefemtes , e todas adinara& por
luas proprias maoas por faberem eferever , e eu Taballia& como pef-
foa publica eftepullamte , e adeitamte edepullei , affeitei por follene
edûlladam em nome da parte , ou partes a que toqua , ou toquar
poda a efte aufemtes, femdo a todo prefemtes por teftemunhas o Mui-
to Reverendo Padre Fr. Manoel danuncia 5 a& frade profedb da hordem
do Bemaventurado Scrafico Sam Francifeo, e o Padre Rodriguo Penal-
vo, morador em efta Villa do Allamdroal, e o Lecenciado Guabricl
Fernandes, morador em Villa-Vicoza , que aqui adinara& todosea Vaf-
co Martins Verdelho Taballia& uc notas que ho efcrevi s A Duque-
za D. Izabel I'l ifta& Monteiro de Queiros =3 Fr. Manoel Danuncia-
ao =3 Rodriguo Penalvo = Guabricl Fernamdes =3 o tmall treslado
S e dotte comtrato eu Vafeo Martins Verdelho publico TabalUao de
Notas , e do judicial em efta Villa do Allamdroal , que nella firvo os
dittos officios por mandado do Ouvidor por impedimento do propia-
tario Ruberto de Paiva trcsladei bem , e ficlmcnte de meu livro de no-
tas
,
que Aqua em meu poder a que me reporto fern couza , que du-
vida taqa , e com ho propio o comfertei , e o allinei de meu publico
linall
,
que tal he pagou defte nota , e jda nada j e tresladada a ditta
eferetura de comtrato de dotte como ditto he o coml'ertei com ho
propio a que me reporto , o qual o ditto Johoam Cardozo que mo
aprezemtou he tornou a levar e de como ho recebeu affinou aqui =3
Uiflaviano Manlique daVeiga Taballiad de notas por Sua Magcftade,
nefta Cidadc de Lixboa que efte eftromento fiz tresladar a que me re-
porto allinei em publico entrelinhefe concertei o ditto.
Carta
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,
T!*rovas do Liv. V1. da Hijloria (jenealoyca
Cc.rta JclRey D. Seha/Ua^, em tjtte faz Dttq’.e de Barcell s a D.

Joad em vIJii do Duijae feu pay, e que ofiikoy que nafcer do ma-
trimonio de fua mullier a Senhora L). Catharina ,
vivendo fcti ovo,
IcfTo Duque de hiima das J'uas terras.
fe intitule JJvro it ,
da
Chancellaria do dito Rey, yog. 6o, verf.
Sebaftiao per graâ de Dcos Rcy dc Portugal , e dos Algar-

Num. I '7*7
•' XJ ves daqucm c dallcm mar cm Africa Senhor dc Cluinc , e da Con-
/
An. i;62 quina navcgaqao comcrcio de Etliiopia , Arabia , Perfia, da India &c.
A qiiantos clla minha C>arta virem faô faber, que concidcrando eu o
mui conjuntfto devido que coinigo tern D. Catlicrina minha inuito pre-
fada Tia . filha do Iff'ante D. Duarte mco Tio, que fanda gloria haja, e
a cu ter flora alFcntado de com a graâ de nollo Senhor ella haver de
cafar com D. Joao meu muito amado, eprefado Sobrinho , filho pri-
mogenito , herdeiro dc D. Thcodofio Duque dc Braganâ meu muito
amado , c prefado Sobrinho , c havendo rel'pcito aos grandes mereci-
mentos , c fen iôs daquelles de que o dito D. Joao defeende , c aos
ue cijicro que a mim faja , ey por bem , e Ihe fajo mcrce do titulo do
S•uque da Villa de Barcellos |dc juro pera cllc , e todos feus dei’ccn-
deiites barois lidimos filhos primogenitos do polTuidor da Cal'a de Bra-
ganâ feguiido forma da lei mental , c quero , c me praz que logo o
dito D. Joaf) fc polfa chamar , e chame Duque de Barcellos , c quo
tanto que ao polfuidor da dita Cafa dc Braganâ nafeer filho barao
lidimo , c for baptifado , logo feja , c fc chamc Duque de Barcellos ,
dc maneira que o que polTuir a Cafa , I'cja , c fc chame Duque dc Bra-
ganâ conformc a iuas doaôis, c o herdeiro della forgado, c que na6
pofla naccr quern Iho tire le chamc, e feja Duque dc Barcellos cm quan-
to nao herdar a dita Cal'a de Braganâ , c fendo cafo que dantre o di-
to D. Joa6, cD. Catlicrina minha muito prefada Tia naiâ filho barao
cm vida do dito Duque D. Thcodofio , cy por bem , c me praz fa-
zcrlhe mercc por efta do titulo dc Duque de hum lugar que Ihe o dito
Duque feu Avo dcr , o qual titulo dc Duque do taf lugar o filho do
dito Duque D. Joao , c da dita D. Catherina fomente tera em quanto
o dito D. Joa6 feu Pay nao fucceder na Cafa , c titulo dc Duque de
Braganca , porque tanto que o fucceder fe hao de chamar , e le cha-
niarao Duques dc Barcellos fegundo forma della Carta , e ila mcrce
que por clla Ihc faô, os quaes titulos cy por bem, que buns, c qu-
tros tenhao , e liajaf) como acima fc contem , com todas as inlignias
honras , perhcmincncias, perrogativas , authoridadc , privilegios , gra^'as,
ifcnt;ocns, liberdades , mcrces , efranquezas que hao, c tern, e deque
uzao , c lenipre uzara6 os Duques dellcs rcinos , e afli como de direi-
tOy uzo, e collumc antigo Ihes pertenee , c por certidom dello Ihc man-
del dar clla Carta por mim afliiiada , c fellada com o meu fello dc chum-
ho, dada na (>idade dc Lisboa aosquatro diirs do mes dc Agoflo Pan-
talliao Rebcllo a fez anno do nacimento dc nolfo Senhor Jel'us Chril-
to de mil , c quinhentos , c icli'cnca , c duus.
Contrato
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da Cafa %eal Tortuûesâ, 26^
Contrato do cafamento do Ducjiie D. Jcai, com a Sinhcra D. Ca-

thurina. Jijld na Ca/a da Corea, armario 11 , em hum iiero
original, donde 0 tirey.
m nomc dc Dcos
E AinS. Saiba& os que efte contrato de cafamen-
to dottc , e arras virem que no Anno do nalcimcnto dc nodb Sc-
nhor Tefu Chrifto de mil c quinhentos, efefcnta c dous Annos , aos
Num. 178.
An. 1562.
oito dias do mes dc Agofto na Cidade dc Lixboa nos paôs ondc poii-
la a muito alta , c Screniflima Princefa a Senhora Idantc dona Ilbbcl
molher do muito alto e fcrcnillimo Scniior IlFante dom Duarte que fan-
ta gloria aja cAando clla dita Senhora Iff'antc prefente c bem alii o 11-
lultriflimo e muito Exccllcntc Principe o Senhor dom Duarte Deque
dc Guiniaracs Condc-cAable dcAcs Keinos filho primogenito do dito
Senhor Irfante dom Duarte j c da dita Senhora Ihante dona Dabcl , e
a/fi cAando prefentes os muito Excellentes Princcpcs o Senhor dom
7hcodozio Duque de Braganja , e o Senhor dom Joa& Duque de Bar-
cellos filho primogenito do dito Senhor Duque deBraganâ, eda mui-
to exccllcnte Princefa D. Ifabcl dalcmcaAro Duquefa dc Braganâ que
Dcos aja. Logo pclos ditos Senhores Ifi'antcs e Duques dc Braganâ,
eBarcellos foy dito perante mi nctario, e de teAemunhas ao diaiite no-
mcadas que prazendo a noflb Senhor antre dies era tratado cafamen-
to. IT. que die dito Senhor Duque de Barcellos cafe com a muito al-
ta , c muito cxcellente Princefa a Senhora D. Cathcrina filha do dito

Senhor Iffante dom Duarte que fanta gloria aja , eda dita Senhora If-
f'antedona Ifabcl neta dclRcj dom Manocl que Dcos tern, eque h.ivcn-
do dfeito o dito cafamento conformc ao mandamento da Santa lUadrc
Igrcja c difpcnlaâo que para o dito cafamento fe aver de fazer pda
le apoAollica a fee vacantc he pafiada, acordarad e alTentarao que fof-
fe na forma feguinte. Primdramente dies ditos Senhores Duques de
Braganâ , e dc Barcellos dilfcrao , c dedararab e afirmarao que aviao
por dote a dareza da linhage e Real fangue da dita fenhora dona Cra-
thcrina cxcdlcncia de fua pdToa , e que nenhum outro dote pediao fe
nab o que a dita Senhora lA'ante IhequifdTc dar, coque Iheder, o
dito Senhor Duque de Barcellos o rcccbcra graciozamente nab por
qbrigaâb alguma , por quanto da pdToa da dita fenhora dona Catiie-
rina fern neiuium dote fe avia por muito contente , e fatlsfeito c a di-
ta Senhora Iffante dilfe que fem embarguo da dita dcclaraâb Ihc dota-
va a dita fenhora dona Cathcrina fua filha a legitima que tem do dito
Senhor Ifl'antc dom Duarte feu pay quo fanta gloria aja e a que ad’aver
por f'allccimcnto della Senhora lAante. E os trezentos mil reis de ten-
?a de que elRcj nolfo fenhor fas mcrcc a dita fenhora dona Cntlicri-
iia. E todas as jojas dc pedraria perlas e de ouro c prata , e concer-
tos de cafa
,
c da pclfoa da dita fennora dona Cathcrina , c de Capella,
ecArebaria, e todo o mais que dc fua cafa Icvar, eo Senhor Duque
de Barcellos dilfe que fendo cafo que cllc fallccclfe cmvida da fenho-
xa dona Cathcrina quer d’antre ambos fieaAcm filhos quer nab , pro-
'I’om. I "S'". LI metia
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,
0.66 Trovas doUv.VL da Hijlorla (jeneahgka
mctia dc arras a dita fcnhora Cathcrina dous contos dc res de renda

cm cada hum Anno cm vida della Icnliora dona Cathcrina , alcm do
Juro, que tern da lc',;rima do Senhor Ili'antc dom Duarte leu paj , c
do Juro que herdar da Icgitiina da Senhora Ilfante fua maj , e alem dos
ditos trezentos mil rris dc ten^M , que afli Ihe da , c prometc a Villa
dcPortcl com toda Aia Jurifdigao, mcro, emixto Imperio c dadas de
Ollicios, ePadroados dc Igrcjas , com todos os previlegios, ctodo o
nuls que nella tern , alii como lha da o Senhor Duque dc Bragaii(;a
leu Paj c alii Ihe da mais dc arras a tcrâ parte dc tudo o que levar,
c dadlcao eftas arras defta maneira IT.. Pello Juro de legitima que Ihe
hcou do dito Senhor lllantc dom Duarte feu Paj que I'anta gloria aja,
l!ic dara a melma parte cm Juro da mcl'ma condiâ6 pello que die foi
dado ao dito Senhor IlFantc , c pcllos trezentos mil reis dc tenâ dc
que elRcJ nolFo fenhor Ihe fas mcrce Ihe dara cem mil reis de tenâ
cm fua vida della fcnhora dona Catherind adi como fao cm vida os
ditos trezentos mil reis detenâ, c o mais que levar fc avaliara como
he coftumc , c Ihe dara die Senhor Duque de Barcellos a terga parte
que cm tudo fe montar, cm Juro dc vintc, ou defafeis mil reis por
mil liar porque feja mais feguro , e tudo o que fe montar ndlas tres
adifois le contara nos ditos dous contos dc renda cm fua vida della fe-
nliora dona Cathcrina que Ihe o dito Senhor Duque ha dedar, tiran-
do o Juro de fua legitima , eos ditos trezentos mil reis dc tenâ co-
mo dito he, os quaes dous contos dc renda Ihe aUcntara nas rendas
dc Portd , c nas rendas dos Reguengos dc facave ou em qualquer ou-
tra parte ondc clla fcnhora dona Cathcrina for contente e o Juro
,
ue Ihe dcr a conta do que fe montar na vallia da tcrâ parte dc feu
a ote ficara para clla fcnhora dona Cathcrina ( tirando a tcn§a ) perpe-
tuo para feus herdeiros , c fuccelTorcs alll como Ihe adc Hear o dito
dote que he feu perpetuo , c fendo cafo que ella fcnhora dona Cathe-
rina falleâ cm vida do fenhor Duque de Barcellos quer d'antre am-
bos fiquem filhos quer nao , no tal cafo clla fcnhora dona Cathcrina
nao veneera arras , fomente feus Herdeiros averao feu dote , c ameta-
de do adquirido fc ncllc quifere herdar , c em cftc cafo elle lenhor Du-
que dc Barcellos Ihe dara para clla fcnhora dona Cathcrina podcr tef-
tar , e de Juro livremente como Ihe aprouver oito mil cruzados , c
,
tera feguranâ do dito dote c arras , elle Senhor Duque de Barcel-
,
fos obrigou todas fuas rendas, e bens avidos, e por aver, cem cfpccial
obrigou c yppoticou todas as rendas que o Sennor Duque dc Bragan-
9a leu paj Ihe tern dadas c ao diante der , a qual obrigaâo, e yppo-
tcca elle Senhor Duque dc Barcellos fas de confentimento do Senhor
Duque dc Braganâ leu paj , e por licenâ que para ilTo tern dclRcj
nollo fenhor , e ouve por bem que a fcnhora dona Cathcrina por falle-
cimento dcllc fenhor Duque dc Barcellos fique em polTe c cabcâ de
cafal , fern para illb fer nccciraria aprchen§a6 alguma de todas as ter-
,
ras, c Juiildi(,-a6 dellas , c dc todos os dircitos que ncllas elle fenhor
Duque tern , c alTi dc todas as rendas c bens que por feu fallccimcnto
licarein , e que de nenhuma coufa pofla fer defapofl'ada ate realmente
c cum dieao fer acabada d'entreguar , c fatisi'azer dc todo feu dote
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,
da Cafa Tâl Tortugueiâ. 2 6j

c arras ,
c amctadc do adquirido fem coufa alguma Ihe ficar por paguar,
e quo eiTi quanto dc tudo na5 for j>ngua , c fatisfcita cflara cm pofTe
dc todas asdiras rcndas, e jurifdiâo dcllas, cprovera todos osofftcios,
e aprefcnrara a todos os bcneficios , c provera as Alcaidarias mores que
no dito tempo vagarem ,
e fara todo o mais affi e tao compridamente
como clle fenhor Duque de Barcellos fendo vivo o podcra fazer fem
por i(To Ihe fer dcfcontado coufa alguma dc feu dote e arr.xs, e amc-
tadc do adquirido , e em quanto nao for acabada dc paguar dc feu do-
te , e arras , gozara das ditas rcndas , c fruitos da mais fazenda , em no-
me de pena , e intcrefle de feu dote , e arras , e para major feguranâ
do dito dote , e arras , clle fenhor Duque dc Braganga diffc que alcni
da obrigagao que die fenhor Duque dc Barcellos fazia de que era inui-
to contente , que obriguava todas fuas rendas , c bens avidos c por
aver , e em el'pccial obriguava , c yppotccava a Villa dc Monfaraz con
toda fua jurifiligao , e rcndas e direitos aHi como Ihc perteneem , a qual
obrigagao e yppoteca fes por licenga que para iffb tern dclRcj noflb
fenhor , e feparado o matrimonio por qualqucr via que feja que ella
,
fenhora dona Cathcrina , ou feus Herdciros poderao aver fe quiferem
ametade dc todo o que fe adquirir conftante o matrimonio quer fcjao
mcrccs dclRej noflb fenhor , quer feia adquirido por via dc hcraiiga
ou Icgado, ou doagao feita, ou deixada a cada hum dellcs ou por qual-
quer outra via , e nao querendo aver parte do adquirido nao fera
obriguada ella fenhora dona Cathcrina nem feus Herdciros a paguar
diviaas algumas , item cafamentos nem fcrs'igos de Criados c promc-
,
teo mais elle fenhor Duque de Barcellos , c fe obrigua a tclla , e man-
tclla naquclle eftado c grandeza dc cafa que a linlujem della fenhora
dona Cathcrina , c denidade dcllc fenhor Duque convent ; foi mais acor-
dado que ordenando noflb Senhor dc Icvar para fi o fenhor Duque de
Barcellcs (o que elle nao permita) primeiro que a fenhora dona Cathe-
rina , em vida do fenhor Duque dc Braganga feu paj que clle fenlior
,
Duejûc dc Braganga avia por bem que todo o eftado , lugarcs c rendas
da Ccroa , que tern dado ao dito lenhor Duque dc Barcellos feu filho
fique tudo a feu neto filho do dito fenhor Duque de Barcellos . e da
dita fenhora dona Cathcrina , e o tenha e peflua cm quanto nao hcr-
dar a cafa de Braganga , c o mcfmo fera na ncta , c fe o filho, ou filha
do dito fenhor Duque de Barcellos, e fenhora dona Cathcrina que nos
ditos eftados tiver fuccedido , na& for em idadc para os bem gover-
rar, que cm tal calb ella fenhora dona Cathcrina osgovernara , eafli
a cafa dc Braganga como nella o dito feu fiiito ou filha tiver fuccedido
ate fer cm idade perfeita para poder tudo porfi bem governar, cfal-
Iccendo clle fenhor Duque de Barcellos fem filhos nem dcfccndentcs
tudo fe tornara a elle fenhor Duque dc Braganga ou a pe.Toa que fua
cafa herdar , comprindofle primeiro co’ a fenhora dona Cathcrina ti-
rando as rcndxs c lugarcs que ella ha de ter cm fua vida como afima
fe contem
,
porque ifto fe na6 tornara a clle fenhor Duque dc Bra-
ganga nem a pefloa que fua cafa herdar fenab defpois do fallecimcnto
da dita fenhora dona Cathcrina. Outrofi acordarr.6 c alfentarab que
fendo cafo que o dito fenhor Duque de Barcellos fallcga primeiro quo
Tom. IV, LI ii a fe-
,
i^ 8 Trovas do iJv. FI. da Hijlorla ênealoglca
a fenhora dona Cathcrina ficando filho ou filha d’antrc ambos guc aja
d’herdar o cftado quc o fenhor Duquc dc Barccllos tcm da Coroa
e o dito filho , ou filha fallcccr fern dcl'ccndentcs , quc cn tal cafo
tomara o dito cftado ao poftuidor da cal'a dc Barganga tiiando o quc
afiina fc obrigiiau dar a fenhora dona Cathcrina. Item mais acorda-
rao, eafccntarao quc fe ofenhor Duquc dc Barccllos fallcccr cm vida
dclle fenhor Duquc dc Braganâ e nao Ihc ficar filho c ficar filha ou
j
dcfccndcntc femea quc cafe com o filho mais velho do fenhor Duquc
•dc Bragan9a c na 6 tendo filho com feu dcfccndcntc mais velho , por-
que affi o ha clRcj noflb fenhor por bem , c foy mais afentado quc
Ic a fenhora dona Cathcrina fallcccr primeiro quc o fenhor Duquc dc
Barccllos, c Ihc na& ficar filho macho fenao filha ou filhas fcmcas, c
tornar a die fenhor Duquc dc Barccllos a cafar outra vez , e avendo
fUho macho quc a cafa dc Braganâ aja dc herdar quern quer que a
:
herdar c fucceder ou della eftiver cm poftc fera obrigado a prefazer

fetenta mil cruzados para ajuda dc calar a filha mais vcllia della fe-
nhora dona Catharina, tanto que for dc idadc para cafar entrando
nefta contia a Icgitima quc tiver herdado da fenhora dona Cathcrina
fua maj , os quaes fetenta mil cruzados Ihe pagara cm dous Annos : E
Icve obrigaâo he efta , porque dc crer he quc filha dc paes dc tarn
'grande fanguc , c cftado cafara tao grandemente que Ihe darao muito
major dote que cftc, e para major firmeza , efeguranâ doafima dito
,
die fenhor Duquc dc Barganqa fc obrigua a dar a tudo confentimento,
c otorgua da fenhora dona Brites d’alcmcaftro Duquefa dc Braganâ
fua molher, cm quc ratifique, e aprove tudo oque die fenhor Duquc
dc Braganâ ncftc inftromento fc obrigua , c para tudo fe comprir fir-
mcmente lem falta nem demenuiâo algua afli , c da mancira quc ncftc
inftromento fc contem , afentarao e acordarao a fenhora Iffantc c fc-
nhores Duques de Braganâ , c Barccllos dc pedirem a elRej noflb fe-
nhor por merce como pedem quc cftc contrato Ihcs queira confirmar,
e aprovar, e mandar que en tudo fc cumpra, fern falta nem demenuiâb
algua afli c da mancira quc nclle fc contem fuprindo os defeitos afli de
feito como dc direito que podefle ter , e afli pedem a S. A. que Ihcs
faâ merce dc feu proprio moto , c ferta ficncia , poder real , c abfolu-
to , Iho confirmc , c aprove , c dc a tudo feu confentimento com dero-
guayao dc todas as ordenaôis e lejs , c cuftumes , e coufas quc cn con-
trario poflab fer , e quc fern embarguo dc tudo o [que cn contrario
pofla Icr , cftc contrato fc cumpra cn todo , e por todo como fc nelle
contem , c fern embarguo da ordenaâb quc defende que fenao proine-
tao majores arras , do quc montar a terâ paitc do dote , e da Icj men-
tal quc defende a trefpalTacao , c obrigajao das coufas da Coroa fern
conlentimento , c licen9a de S. A. e quc nifto Ihcs fara S. A. muito
grande merce e por dc todo ferem contentes , mandarab , c rogarab a
mj notario ao diante nomcado que dc tudo fizefle eftc inftromento o
ual cu a feu roguo fiz por cfpecial provifab quc para iflb tenho d’cl-
SlC) noflb fenlior que ao diante vai trcsiadada , c mandarab , c ouve-
rab por bem dies uitos Senhores
,
que dcftc inftromento fe dc hum
trcslado a cada hum dcUcs ditos Senhores c quantos Ihc foflem necef-
^ farios.
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da Cafa lôrtugueiâ, 2 6p
farios, cos ditos Sciihorcs Iffantcs Scnhores Duqucs dcBragaiKja cBar-
ccllos ,
fc obrigarao atodo o contcudo nefte inftromento terein , e inan-
tcrcm , c cumprircm conio nclle he contiudo fob obrigarao dc I'lias rcn-
das, cbcns avidos, e por aver quc para ilTo obrigarao , c tudo dies
Senhores hus dos outros afeitarab , c eftipularao por folene eftipula-
9ao , c eu notario como pdlba publica dlipulante c accitantc , tudo ef-
tipulcj , c afeitej por folene eftipularao dos ditos Scnhores cm nomc da
dita (enhora dona Cathcrina , c das mais partes a quc efto em qualquer
tempo polTa tocar , c a provifao que cu Pantaliab Rabello tenho d’El-
Rej nolfo Senhor de quc afima faô mencao para podcr eferever efte
contrato he a feguinte. Eu ElRcj fago faber ao que efte meu alvara
virem que cu cj por bem e me pras de dar podcr c authoridadc a Panta-
lia& Rabello para fazer cm publico inftrumento o contrato dc cafa-
mento de antre dom Joao Duque dc Barcellos , meu muito amado e
trezado fobrinho c dona Catherina minha muito prezada Thia hlha do
f(Fante dom Duarte meu Tliio quc fanta gloria aja , c afli todas as pro-
curagois , e efcrcturas , tocantes ao dito cafo , e para iftb fomente o fa-
90 notario publico , c Ihc dou toda a authoricladc que dc dircito fe
rcqucrc ; e efte me praz quc valha como carta fern embarguo da ordc-
nara6 do fegundo livro titulo 20 que diz quc as coufas ciijo cftcito
ouver de durar mais de hum Anno palTcm por cartas , e paftando por
Alvaras na& valhab , e pofto que na6 pafle pcla Chancclaria fem em-
barguo da ordenarao cm contrario. Joao de Caililho o fez cm Lisboa
a 8 de Agofto de M. D. Ixij.
RAINHA.
Alvara porque V. A. da podcr c authoridadc a Pantaliao Rabcl-
lo para fazer cm publico o inftromento do contrato dc cafamento dan-
tre dom Joao Ouque de Barcellos e a fenhora dona Cathcrina , c alii
todas as procuraroens , e efcrcturas tocantes ao dito cafo , e para ifto
fomente o faz notario publico , e Ihc da toda a authoridadc quc dc di-
reito fe requere , e efte valera como carta c na6 palfara pcla Chanccl-
laria , teftemunhas quc a todo efto fora& prezentes c amnara6 com os
ditos Senhores partes nefte contrato o Sennor dom Conftantino fobri-
nho dclRej nolTu Senhor , e Irraa& da dita Senhora Ift'antc dona Ifa-
bel , e do Senhor Duque dc Bragan9a , c o Senhor dom Francifeo dc
Mello fobrinho delRcy nolfo Senhor Conde de Tentugal , e o licencia-
do Affonfo Vaz Tenreiro chanceler dezembarguador , couvidor da ca-
fa do dito Senhor dom Duarte Duque de Guimaraens , Condeefta-
blc deftes Rcinos , e eu Pantaliab Raocllo que efte publico eftromen-
to fiz , c eferevi no dito dia mes c Anno , e lugar afima ditos , o qual
contrato dc cafamento dote, c arras, cu Pantalliab Rabelo em meu
livro dc notas tomci , c dcllc o tresladci bem , c ficlmentc , e o con-
certei com o proprio c aqui meu publico final puz quc tal he. =
In-
fante Dona Izabcl. =
no Duque. s3 ho Duque. =: D. Conftan-
tino. =5 D. Francifeo Conde. s
ho Licenciado Aft'onl'o Vas Tcm-
rciro.
Aos
/
270 T?rovis doUv.Fl. daHijloria (jeneah^ci
Aos do mes dc dezeirbro dc mil e quinbentos c fefenta

fete dixs
c tres annos naCidade dcLixboa nospaôs dadita Senhora IlFantc cf-
tando alii prezente o dito Seiilior dom Joa 6 Duqiic qiic agora he dc
Braganâ porcllc Sanhor Duque foi vifto o Contrato defeu cafamct>-
to coin a Scnlinra dona Cathcrina que fc fez cm vida do Duque leu
paj que Dcos aja , c por ellc foi dito que cllc aprovava , c ratificava ,
c avia por finne , c valiozo cn tudo , c por tudo , alll como nelle fe
contein , c o qûeria cumprir da mancira que nelle fc continha , alTi no
que no dito Contrato era contcudo que clle Senhor Duque compri-
ria , como cn todas aqucllas coufas que o Duque feu Paj que Dcos
tern fcobriguara acomprir, porque alTi humas obriga^fiis como asou-
tias clle Senhor Duque as tomava fobrefi , c fc obriguava a tudo com-

prir da mancira que no dito Contrato fe continha , c pedia por mercc
a ElRey noffo Senhor que o comfirmafle , aprovalTe , e o ratificalTe , c
IhcfuprilTe fua Idadc como que fora major devinte finco Annos (cm
embarguo dc ona& ter, fuprindo todos osdefeitos afli dedireito co-
mo dc defeito que o contrato pudcITe ter, ecu notario publico ao di-
ante nomcado todo ofobredito afeitci, ceftipulci porfolcnc cllipula-
^•ao cm nome da dita Senhora dona Cathcrina, edasmais partes a que
0 ncgocio toca , ou ao diantc puder tocar , teftemunhas que forafl
prezentes qucafinara 6 com odito Senhor Duque, o Senhor domConf-
tantino , e o Senhor dom Alfonfo dc Elerncaftro Comendador mor da
Oidcni de Chrifto , c o dito IJccnciado Alfonfo Vaz Tenreiro e cu
Pantaliao Rabcllo que ifto cfcrc\i. =1 ho Duque. =3 Dom
Conftan-
tino. 33 O
Comendador mor D. Alfonfo. 33 ho Licenciado Alfonfo
Vas Tenreiro.
DomSebaftiam por graâ dc Dcos Rej de Portugal , e dos Al-
guan cs daqucm , c dalcm , mar cm Africa , Senhor de Cuine e da con-
quiUa navcga5a& Comcrcio dc Ethiopia , Arabia Perlia , c da India fl'c.
1 aô faber aas'que efta minha Carta virem que por parte dc dom
Joa6 Duque dc Bragamja meu muito amado , c prezado fobrinho , e
afli por parte de dona Chatcrina minha muito prezada Thia filha do
Ilfantc dom Duarte meu Thio que fanta gloria aja , e da Ilfante do-
na Ifabel minha muito prezada Thia me foi moftiado cftc Contrato
de dote c arrxs afma , c atras eferito c arratcfica9a6 que ora o dito
1 Duque fez , que tudo dc verbo ad verbum vi , pedindeme que ouvcfr
fc porbem dc Ihoaprovar confimiar, crateficar afli c da mancira que
fc nelle contem para major firmeza do dito Contrato , c cu vendo feu
dizer , c pedir , c das mais partes no dito contrato contcudas , dc mi-
nha certa fcicncia podcr Real c abfoluto e qucrcndolhe fazer mercc
Ihoaprovo ratifico cconfirmo, c nelle interponho minha Real autho-
ridadc e Ihc cj por foprido todos os defeitos afli de feito como de di-
rcito fc cm clle os ha , ou pode aver para mais valer e firmc fcr. E
quero cy por bem c me praz que fc cunipra cm tudo , c por tudo afli
c da mancira que nelle fe .contem fern embargo da Lcj mental do I'e-
giindo livro titulo x6ij c detodo oquo a dita lcj ,
eordenajaf) cncon-
trariodifpocm c fern embarguo da ordcnai,'aA do quarto livro ptulo
novc que diz que fcna6 podcra6 prometer majorcs arras do que mon-
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da Cafa 7(eal Tôrtuguesâ. 2y I
tar a tcrâ parte do dote , e fcm embargo dos dircitos quo difpociri
uc querendo a molher Icvar ametade do adquirido que feja obrigiia-
a a a paguar a ametade das dividas , e fem embargo de quaclqiicr ordc-
nacois Icis dccrctos , decrctaes , grozas opiniocs uc doutorcs , I'entenâs
cuAumes eftillos e quacfquer outras coulas que en contrario fcja& ou
polFao fer porque para elleito do dito Contrato fe aver de cumprir,
afn e da mancira que I'e ncllc contem , cy tudo por revogado anulla-
do cafado c yrritado , como que fe das ditas ordenaôis , leis , decre-
tos , c decrctaes , grozas , opinioens de Doutores , fciencias , cuftumes,
efVillos, c de
tudo o niais que cn contrario pofTa fer , cu fizclfc partU
cullar e cxprefFa menâo c da fubftancia de cada bda das ditas coufas
fern embargo da ordenaâo do fegundo livro Titulo 49 que diz qud
ra6 fc‘ia vilta fer derroguada nenliua ordenaâb fe della ou da fubftan-
cia della fenao bzer cxprclTa men9a6 porque tudo cy por revoguado
,
calTado , anullado , ymudo , e fem embargo de tudo quanto cn con-
trario for , ou puder fer
,
quero que o dito Contrato fe cumpra como
fc ncllc contem , cej porfuprido a Idadc do dito Duque de Bragan9a
meu muito amado , e prezado fobrinho como fc ellc fora ao tempo
que odito contrato fez major deidade devinte finco Annos^ fem em-
bargo de fer mcnor dc vintc finco Annos , porque para effeito de po-
dcr fazer o dito Contrato , c ratcficagab Ihe fupro e ej por fupriua a
dita Idadc , e o faô major de vinte finco Annos ao tempo do dito
Contrato e rateficaâo , e por de tudo meaprazer , efer afli minha von-
tade mandei paflar a prezente a qual quero que fe cumpra c guarde
como nella fe contem , pofto que nao pafle pela Chancelaria fem em-
bargo da ordenaâb en contrario. Pantaliab Rabcllo a fez cm Lixboa
a trde dc Dezembro Anno do nacimento de nofIb Senhor jefu Chrif-
to de mil e quinhentos e fefenta e tres.
O CARDEAL ITFANTE.
Carta de (juiraâtf dodete daSenhora Dona Cathariaa, mulher

do Du(}ue D. JoaS I. do name.
Aibab quantos efte eflromcnto detreslado , dado pormandado, eûni. 179 «
S autoridade dejuftiva empublica forma virem, que no anno do Na-

cimento dcNofTo Senhor Jefu Chrifto de mil e quinhentos c outenta
.
c tres annos , aos quatorze dias do mes dabril do dito anno cm Villa-
Viôza nos Paôs do Reguengo do Duque noflb Senhor na Cazinha
do defpacho , eftando alii prezente o Licenciado Lopo Dabreu Caflcl-
lobranco , Juiz de fora por Sua Excellenc'ia com alcada dclRey N. Se-
nhor nclla dita Villa ; por Gafpar Franco , moô da Capella de S. Ex-
ccllencia , c Solicitador de feus fdtos foi aprefemtado ao dito Juiz hum
eftromento dc quitacab , ho qual parecia fer feito da letra , e final pu-
blico dc Francifeo Rodriguez publico Tabaiiab de notas na dita Villa,
do qual o trcslado de verbo ad verbum he o feguinte. Saibab quantos
clle^ eflromcnto dc quitacab virem , que no anno do Nafeimento
dc
NofTo
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,,
27 i Lyovas doLlv.Vl. daHifloria ênealogica

NolTo Scnhor Jefu Chrifto dc mil c quinhcntos c fc/Tcnta c cinqiio
aos quatro dias do mcs Dabril cm Villa-Viôza nas cafas do muito F.x-
cclcntc Scnhor D. Joao Duque dc Braganâ , e dc BarccHos &c. nolTo
Scnhor , cflando Sua Exccllcncia prczcntc, ea Senhora D. Cathcrina,
c pclos ditos Scnhorcs fbi dito qiic a Senhora IH'antc D. irabel I'ua Alay,
c I'ogra llics dcu cm dote cm cal'amento quarenta c feis mil c quatro-
centos cruzados : IT. cm Joyas , e cm prata , c cm veftidos , e cm trezen-
tos mil rcis de juro , ccmtrczcntos mil rcis detenca hoiuro devinte
mil rcis o milheiro , que defla maneira valem quinze mil cruzados, c
41 tenâ cm tics contos , a qual tenâ he cm vida da dita Senhora D.
Cathcrina , e a mais contia cm movcl dc pcâs dc ouro , c prata , ca-
mas, c outras pc;as , que hzerao a dita contia dc quarenta clcis mil e
quatrocentos cruzados ,
do qual dote por ferem pagos , c cntrcgucs
dcllc , dillbrao , davao por quite , c livre a dita Senhora Hl'antc , c a
todos feus hcrdciros , c luccclTorcs dc hoje para todo fempre , e para
Hrmeza dello mandarao fer feito efte dlromento , que eu Taballiao
como pclfoa publica accitantc cm nomc da Iri'antc a efto abfentc , e
das macs pclToas a que tocar polfa ; tcBemunhas que prezentes fbra&
D. Luis lie Noroiiha , c o Liccnciado Manoel AIvcrs , c Lazaro Ri-
bciio, c eu Lrancifco Rodriguez publico Taballia& emclla Villa, pc-
lo dito Scnhor Duque , que ho eferevi , e trcsiadey dc minha nota
ondc os ditos Scnhorcs aflinarao , e dc meu final publico aqui afllnei
c as teftemunhas tambem afiinarab na nota , e aprezentado alTi o dito
clbomcato dc quitai^'ao como dito he por o dito Gafpar Franco foi
dito ao dito Juiz , que ao dito Scnhor ncra ncccllario o terlado dcllc
cm publica forma dc modo que fizcfic fe , que Ihc requeria Iho man-
dafic dar , o que vifto por o dito Juiz o dito eftromento , c como el-
tava fam fein ter vicio algum mandou a mjm Notario que dellc ddic
terlado ao dito Galpar Franquo cm die publico eftromento , o qual
mandou que valldlc , e tivcll'e forâ , c vigor como o proprio para
o que interpos feu decreto ,
c autoridadc erdinaria ,
cm coraprimen-
to do qual mandado eu Diogo Lopez publico Notario per autoridadc
Real em todas as coufas tocantes ao Duque Noffo Scnhor tcrladci do
proprio efttomento que fica no Cartorio dc Sua Exccllcncia , c com
die efte terlado concertci com o official abaixo affinado , fern Icvar
couza que duvida faâ , c aqui dc meu publico final affinci , que tal
he.
Carta do T)ii(jiie do Braânga 7). Joao I. para ElRey Dent Se-

j
ba/liao ,
quango ejle the den conta da vi/ida ,
e negocios do Car-
^
deal Legado , e do feu Cajamento. Tirey-o do Carto-
^
rio da Caja de Bragaiiga, edd no maqo dc Cartas it
nnjftvas.
^
j 8 O. Omo YofTa Altcza nco tern Criado, ncm ValTalo , que feme an- 4
teponha no zelo , e no amor das coufas defeu fcrvi»;o , por ferem
muitas , c muito grandcs as obrignôts que eu tenho para mfto cxcc-
dcr
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,'
daCafa âl Tôrtuguesâ.
der a todos com niuita rcza6 podia efperar por efta merce que Vof-
,
fa Altcza me fes agora dc me comimicar por fua Carta os negocios
que o Cardeal I-cguado tratou com Vofla Altc2a da parte do Santo
Padre, porifTo bcijo asReais ma6s deVoiTa Atcza , cpola detrimina-
936 , que ncles tomou , porquc nos vai tanto no Cafamento de Voda
Altcza , e na fcguranw da luccelTao deftes Rcgnos que nos devemos
,
todos de alcCTar inuitb , e dar muitas gramas a nolFo Senhor dc ter pof-
to a VolTa Alteza cm idade, e defpolIi§a6 para conlfentir falarfle em
feu Cafamento com mais declaraâo do que atcqui fe fez. E pois fe *
trata porordcm de Sua Santidade, e Franca ganha muito nalianija, e
parentefco de VolFa Altcza de crer he que fe proccdera nilFo de ma-
neira, que o refpeito, eautoridadc de VolFa Alteza fiquc cm feu iu-
gar. Nao taco ncfta materia nenhuas lembranâs a VolFa Altcza por-
quc como efta refoluto no principal ponto dela que he no confenti-
nicnto de cafar , o mais hade depender da repofta que VoUa Altcza ri-
ver , que deve fer tal , que fobrcla aja pouco que replicar , mas fe
,
parecer necclFario fazerlFe , Icmbrarei cnta6 a Vofla Alteza o que en-
tender, que mais cumpre a feu ferviqo. Entrar Vofla Altcza naligua
contra o Turco , nao polFo cu deixar de o aprovar muito porque tc-
,
nho muj prefentes na memoria ouvir a meu Paj muitas vezes , fer ef-
ta a mais importante coufa que fe podia ordenar na Criftandade
, e dc-
fejou-a ellc tanto emfua vida , que meparecc, que tera agora fua al-
ma muito contentamento deaver acabada. Equanto VolFa Alteza me- '
nos obriguado eftava a entrar nella ligua polas grandes e continuas

,
defpefas , que fazem as armadas , com que le guardad as Coftas de feus
mares , e os lugtuu-es dafrica ; tanto mais fe enxergua niflb que fo a
,
virtude , e a Criftande dc Vofla Altcza , e o dezejo, que tern dc au-
mentar a fe Catolica o perfluadira6 a refponder com tanta fatisfaqad de
Sua Santidade. E boa prova he dc tuoo mandar Vofla Alteza o Se-
nhor Dom Duarte por gcral da armada com que detrimina ajudar a li-
gua , pois na6 lemos, ncm fabemos, que deftc Regno faiflem peflbas
da fua calidadc com fcmelhantes carguos ; mas balla hir ellc lervir a
VolFa Altcza , e ter tanta parte do feu famgue para fe na& aver por in-
ferior de ninjêm e para que afly feja , e entendad todos o gofto que
, ,
VolFa Altcza tern dc Ihe fazer cue fervi90 , nos faâ V. Alteza a nos
merce de o querer mandar como cumpre a honra , c autoridade de V.
Alteza , e deftes Regnos , c como Ihc mcrcce a vontade com que o Sc-
nhor D. Duarte o ferve. Polo contentamento , que moftra do guafa- •
lhado , que aqui fiz ao Cardeal Leguado baftava mandarilio V. Altc-

za , e entender cu que era coufa dc feu gofto para me na6 Hear nada
,
por fazer. Ellc me parcce que foi fatisfeito , e eu o liquci muito mais
de Ihe moftrar que tern V. Alteza em mjm hum ValFalo, que o podera
fervir em tudo o que fe oferecer. Noflb Senhor a vida , e Real eftado
de Vofla Altcza ârde, e profpere. De Villa-Viôla a xxiiij dc Ja-
neiro dc 1573. •
-
Tom. IV. Mm Tr/rrf-
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,
274 doUv.VL daHiSloria ênealogica
Tran/umpto authentlco do Breve do Papa Pto V. em que concede ao

Duqiie deBraganqa Dom Joao I. ouvir Mifa nas CapeUai mb-
res , bautizar feus filhos na fua Capelh , Oratorio prtvado nas
jornadas , ainda em tempo de interdiSto , e outras graqas. EJld
no Arc/iivo da dita C(â , donde o tirey.
Kum. i8 1. N Nomine Domini Amen. Saiba6 os que efte prefente pubrico
An. 1571.
I Inllromcnto dado cm forma per mandado de jumâ
audlentica vi-
rem que no anno do Nacimento dcNoITo Senhor jefu Chrifto
,
derail
cquinhentos e fetenta c hum annos, aostreze dias domes deSeptem-
bro na Cidadc Devora nas poufados do Senhor Lecenciado Antonio
Pcreftrelo Branda&, Defembargador , c Vigario geral emefta Cortc ec-
clcfiaftica , e Arccbifpado Devora pelo Illuftrimmo Senhor Dom Joa6
de Mello per mercc de Dcos , e de Sandla Igreja de Roma Arcebifpo
Devora &c. perante elle Vigario geral pareceo ho Lecenciado Luis
Lopes , Procurador badante do muito Excelente Senhor ho Senhor
Dom Joa& Duque de Braganga &c. e Ihe aprefentou hum Breve de
gramas , e Indulgcncias de Noitb Senhor ho San£lo Papa Pio Quinto
ora na Igreja de Deos Prefidente , feripta cm porgaminho , carecente
de vicio , e fufpei 9ad , fellada I'ub anulo Pilcatoris , da quad ho thcor
deverbo adverbum tal he.
DikSiis Filiis Nobilibus viris Joanni Braganti<e Duct , O* Edu-

ardo borne memoriic Eduardi PortugaUia Infantis nato.
PIUS PAPA V.
D llei^ filij falutem , &
apoftolicam benedidHonem. Nobilitas ge-
neris, aliaquc virtutum dona quibus vos, &veftrum quemlibet il-
larum largitor Altidimus iniignivit promcrentur , ut petitionibus vcl-
tris quantum cum Deo poliumus favorabiliter annuamus. Hinc eft
quod nos cupientes vos, & veftrum quemlibet fpeciaUbus favoribus,
& gratijs profequi ; nccnon a quibulvis excommunicationis , fufpen-
fionis,
&
intcrdi^K , alijsque ccclefiafticLs fententijs , cenfuris , poe- &
nis, a jure, vel ab hominc quavis occailone, vcl caufa latis, fiquibus
quomodolibet innodati eftis ad cli'c£hjm prxfcntium duntaxat confe-
quendum harum fcric abfolvcntes, &
abfolutos fore cenfentes veftris
inhac parte fupplicationibus inclinati. Vobis, &
veftrum cuilibct, ut
in qualibet capclla majori cujulVis ccclefise tam fecularis
,
quam rcû-
laris Mifths tam privatas
,
quam majorcs, &alia divina officia audirc,
ycftrofque , &
cujuslibet veftrum filios , prout haflenus confueviftis
in veftris Capellis de licentia tamen Redloris parrochialis ccclclia: bap-
tizari faccrc. Itincrantes vero , & in locis ubi ccclclia ,
feu Capclla
non
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da Cafa %eal Tôrtuguesâ. . 27j
non fucrit commorantcs fupcr altari portatili quod vobifcum deferre
liceat in loco ad hoc convenienti , & honcfto per Ordinarium feu ejus
,
Vicarium approbando , in veftra , & familiarium veftrorum prxfcntia
Miffam celcbrari faccre , ac etiani illam tarn inibi , quam uoicunque
ctiani ante diem circa tamen diurnam luccm , & per horain port meri-
diem cum neccffitas id cxegcrit audire , ac in infirmitate conftituti in
eccldijs , aut locis ad divinum ufum duntaxat deputatis etiam interdi-
fto quavis audVoritate apoflolica , vel ordinaria fuppofitis dummodo
ros caufam hujufmodi interdi^lo non dcdcritis , ianuis clauHs , non
pu'fatis campanis intcrdidRs , & cxcommunicatLs exclufis , etiam in die
rafchatis de liccntia Re£boris parrochialis ecclefijc , vel in veftro pro-
prio Oratorio ab Ordinario approbate llmilitcr MilTam celebrari fa-
cere , & inibi facerdoti peccata veftra , confiteri , ac alia eccldial-
tica facramenta fufcipere , vcftrofquc mortuos , & familiares pro tem-
pore decedcntes cum honefta funerali pompa tempore interaicti hu-
jufniodi fcpiliri facere ; Practerea ut temporibus jejuniorum tarn qua-
dragefimalium , quam alionim quorumcuiique totius anni tarn vos , &
velttem quilibet, quam uxores, & filij veftri utriufque fcxus
, ovis,
bi.tiro , cafco , & alijs ladicinijs , dc altciis carnibus vcro dc utriul-
que mcdici confilio in loco tamen remote itaut exindc fcandalum non
gencrctur , &finc aliquibus commcnfalibus uti , & vefci abfque conl-
cicntix fcrupulo , necnon duos cujufcunquc etiam mendicantium or-
dinum fratr js de lupcriorum corundem liccntia , & ad corundcm fupe-
riorum nutum amovibilcs apud vos retincrc , ac tain ipfis ut in domo
veftra , ut prafertur pcrmancrc quam pnesbitcro , per vos cligcndo ,
ut pramifla exequi libere , & licite valeatis , & valeant apoftolica au-
tentate per prselcntcs liccntiain conccdimus , & facultatem. Non ob-
ftantibus quibufvis apoftolicis, nccnon in Provincialibus , etiam ccnci-
lijs editis I'pecialibus
,
vel gcncralibus conftitutionibus , ac quibufvis
etiam juramento confinrationc apoftolica , vel quavis ftrmitatc alia ro-
boratis ftatutis , & confuctudinibus , cictcrifquc contrarijs qiiibul'cun-
uc. Datum Romae apud Sandum Pctrum fub Annulo Pifcatoris.
a•ic VIII. Januarij M. D.LXXI. Pontificatus noftri anno quinto.
E aprcfcntado aft ho dito Breve a elle Vigario gcral , ho dito Li-
cenciado Luis Lopes , por parte do dito Senhor Duquc de Braganya
&c. Ihe pedio , c rcqucreo , que com ho thcor delle lltc mandafl'e pai-
lar hum pubrico Inftromento ho que vifto pelo dito Vig.ario gcral
,
mandou que com ho trcslado do dito Brev'C Ihe foftc palfado cftc pu-
brico Inftromento cm ho qual interpos fua audoridade ordinaria , e
decreto , teftemunhas a efto prefentes Joao Fernandes , e Antonio Coc-
Iho Scriva& dante die Vigairo gcral , c cu Phelippe Diaz Scrivao da
Rcla9a6 , c auditorio cccldiaftico deftc Arcebilpado Devora , pubrico
apoftolica audoritate notario , que a efto fui prefente , c efte Inlho-
mento ferevi de minha ma6 com ho thcor do dito Breve que maim
alieaa , liz tresladar bem , e fielmentc , c com o proprio concertej , e
aqui allinei demeu pubrico final Rogatus , iyreqnijitus Interlined
Tom. IV. Mm ii jlkard

17^ ^rovdi doUv.VL daHiftoria ênealogica
Afvard delRey D. Selajliao , em qiie conceit a Senhora D. Catha-

rina Jer Governadora dos B/iados da Cafa de Braganqa , na
aujencia do Ducjue D. Joa$ I.
Num. 182. U ElRey fago faber aos que eftc alvara vircm quc avendo rcf-
An. 1574. -P^pcito a Dom Toa6 Duque deBraganâ meu muito amado c pre-
’
zado fobrinho me hir bora lervir a Africa per meu mandado , ey por
bem emepras que ein quanto clle la eftivcr ena& tornar aefte Rcy-
no Dona Catcrina fua mulhcr minha muito amada eprezada tia, pof-
fa governar e goveme fuas terras e Ducado afy e da mancira que elle
Duque por bcm de fuas doaôens e Privilegios o fizcra e podera fazcr
fe fora prezente. E mando a todos os meus Dezembargadorcs e a ,
quaefquer outras minhas julUâs c officiaes a que o conhecimento dif-

to pertencer que cumprab , c guardem inteiramente elle alvara como
fc nelle contem o qua! ey por bem que valha c tenha forâ e vigor
como fe folTe carta fcita cm meu nomc per my afinada c palTada por
minha Chancellaria e poBo que por ella nao fcja palTado fern cmbar-
guo das Ordcnaôens quc o contrario defpoem. Gafpar de Scixas o fez
cm Lisboa a fete de Setcmbro de 1574. Jorge da Colbi o fez efcrever.
^
O CARDEAL INFANTE.
%îlvard delRey D. Sebajliao y orque faz merce ao Duque de Bra-

gangOf para que todas aspe£oas, que 0 acompanharem a Tan-
gere, de Sou/el , emais VUlas ,
e Ltigares de A/enteJo,
poJfaS vender ,
e tirar 0 feu pai fern embargo das
,
ordens em contrario. Original

,
que tetiho.
U
Num. 183.
An. 1J74.
E ElRey faô faber aos que efte alvara virem que eu ey por
bcm e me praz que todas as pelToas da Villa de Soulcl c feu termo,
e das outras Villas que o Duque de Bragani^ incu muito amado c prc-
zado fobrinho , tern nas comarcas dantre Tcjo c Odiana que o forem
acompanhar ncfta jornada de Tangere onde me ora vay fervir , poll'a6
vender o pa6 quc tivercm e dies , c as pdToas quc Iho comprarem o
polTab tirar das ditas Villas fcin embargo de quaefquer minhas provi-
Ibens , mandados do Almotace mor de minha Corte e pofturas das Ca-
meras que contrario aja , e ifto vendendo dies o dito pa6 pdlos pro-
mos da taxa , e na6 a Regata&s ncm a pdfoas defefas por minhas leys c
provifoens , o que afll me praz pera quc as ditas com o dinheiro do di-
to pao fc polTao apcrccber pera efta jornada. E mando as Juftiâs c
ofticiacs dos ditos lugarcs e a quaefquer outras a quc o conhecimento
.difto pertencer quc cumprain e guardem inteiramente eftc alvara co-
mo fc nolle contem pofto quc nao I'eja pafl'ado pdla C'.hancclaria fern
embargo da Ordenaâo cm contrario. Joa& da Cofta o fez cm IJsboa
a dez
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da Cafa *âl Tortuguesâ. 277
a dez de Setembro dc mil e quinhentos e fetcnta e quatro. Jorge da
Cofta o fiz eferever.
O CARDEAL INFANTE.
Rivard porcjue ElRey manda fe dc ao Ducjtie de Br Uganda 0 que
thefor neceffario, pelo ftu dinheiro ,
para a jornada de Tange>
re. Original y que ejld no Archive dadita Ca/a, donde
0 tirey.
U ElRey Mando
E aos Corregedores , Ouvidores, juizes, e Judi-
nas a que ede Alvara , ou o trelado delle cm pubrica forma for
modrado , e o conhecimento dellc pcrtencer , que dem , c faâd dar a An. 1574.
Dom Joa6 Duque dc Braganca meu muito amado , c prezado fobri-
nho que me ora vaj fervir a Adrica , ou a feu certo rcc.ndo todas as
embarcaô^s , que forem necedarias pera levar fua gente , fato , cava-
los, cmantimentos aTangere, e afy Ihcdarab poufadas, edrebarias,
mantimentos , bedas , barcas , carretas , giiias , e todas as mais coul'as
que forem necedarias pera eda jornada ao Duque , e aos feus , e a gen-
tc que me vay fervir em fua companhia , o que tudo elle mandara pa-
gar polos preôs , e edado da terra , e da taxa , c buns , e outros o com*
prirao ady coin muita brevidade , e dcligcncia , fobpenna de cimeoenta
cruzados cm que cmcorrera qualqucr que o afy na6 comprir ametade
pera osCativos, eoutra ametade pera quern acufarj c podo q[ûe ede
Alvara na6 feja padado polla Chancelarya fern embargo da Ordenaâo
em contrario. Joa6 da Coda o fez cm Lisboa a dez dc Setembro de
mil c quinhentos fetemta c quatro. Jorge da Coda ofez efcre\ cr.
O CARDEAL INFANTE.
K,ilvar& delKey folre as precedencias do Prior do Crato com 0 Du-

que de Braganga, Ejlu no aito Archivo.
U ElRey fa 90 faber aos que ede Alvara virem , que antre Don^yni. 1 8 5.
Antonio meu muito amado , e prezado Tio , e Dom Johao Du- . ~
•
que de Braganca meu muito amado, eprez.ido fobrinho fcmovco di- • 5/
fcrcn 9a na prccedencia dantre ambos , e parecendome meu fervi 90 de-
verfe detriminar porjudiga qual dcllcs deve prccedcr. Dom Antonio
meu muito amaao , c prezado Tio me peuio , que tratandodc por
judija da preccdcncia fe tratadic da pode em que elle cuidava , que ef-
tava , c o Duque de Braganca meu muito amado , e prezado foorinlio
mepedio que fcna6 tratalfc fena& da propriedade por quanto a polfc,
que odito D. Antonio cuidava que tinha hcra ncnhda, eavendo rd-
pcito aos inconvenientes , que fe podem Icguir dc fe nao determinar
com brevidade eda duvida hei por bem , e me praz , que a dita duvi-
da de preccdcncia , afi no quo toca a poife como a propriedade fe d^
torminc fumariamente juntamentc per juizes fcin fufpeita que paia ilTo
d.nci
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,
278 T^fovas do Liv. VI. da Hijlorta êneahgka
darci os quaes verao , e determinarao a dita duviJa , c o que per dies

Jor detriminado , c icmtcnccado niandarej cim'prir, eguardarmuj in-
teiramentc. E
die Alvara hej porbem , emc praz , que valha como
Carta porniiin afinada , c pallada por niinha Cliancelaria ('em embar-
go da Ordenaâo do fegundo livro titulo XX. que dis , cûc as coulas
Clijo ef'eito ouverdedurar mais dc hum anno palT'cin per Cartas, epaf-
I’ando peralvaras nao valhao; cvalera outro fym pofto que eftc nao
nall'e pola Cliancelaria , fern embarguo da Ordcnaî?) em eontrario.
Pantabao Kabelo o I'ez eni Lixboa a xxij dias do iiies dc Mayo de 1578.
REY.
RecaJof (jueJemandou ao Sec retar io por Pantaliao Rahek,
JJio he 0 que direis ao Seiihor Pero Dakapeva.
Que eu vi eftc Alvara dclRej meu Senhor , e que eflar ncle o

Senlior D. Antonio primeiro nomcado mepodc prcjiidicar nefta duvi-
da da precedcncia porque comfornie a dircito a orilem da letra nefta
materia faz indido de prcferencia , c que pois a tenâb de S. Altcza
nab he prejudicar a nenhum de nos cm coufa algua , para o'itar eftc
prejuizo que da forma do Alvara fepodc feeuir, e cliar mais lezo o
moilo , que fc ha dc ter na dctci mina^-ao fc devc por ao pec dcllc hda
apoftila emquc fc digua.
(Jue Alteza ha por bem , que fer o Senhor D. Antonio pri-
S.
niciro nomcado
nefte Alvara nab prejudique ao dircito , que cu ncftc
cal'o tiver
,
porque nab he fua tenâb prejudicar cm coula aigda a nc-
nlium dc nos. E que a dita duvida de precedcncia afym na pollc conio
na propriedade fc determinara cm hum proccllb , c por hda fb fenten-
9a fumariamente como dito he.
E dirlhccis que defta mancira me difle ElRcy nicu Senhor cm
Almcirim , que avia defer, poratalhar inconvenientes , c dcclaraôes
que de diffcrcntcs procelFos , c I'cntcnâs fe podiab feguir , e que Ihc
Icrei em mcrce falar loguo fobre iflb a S. Altcza , c dar ordem como
fe faija.
tAlvara de/Rey para 0 Diujue de Braganqa poier tomar os mantU

mentos ptira a jornada de Africa. Authentico efd no Certorio
da Câ de Rtaganqa.
f 8^. UElRey mando a todos meus Corregcdorcs , Ouvidores , Jui-

An. zes , juftijas , officiais , c pcfl'oas dos lugares dc rneus Rcynos , c
'' '
Senhorios a que eftc Alvara, ouhotrelado dellc cmpublica forma for
moftrado quq dcis e faâis dar para o Duque dc Braganâ meu muito
amado , e prezado fobrmho todos os mantimentos , e coufas que llic
forem ncccflarias para feu provimento, c dos feus nefta jornada dafri-
ca
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,,
da Cafa %eal Tortugue:â. ijp

ca quc haJc fazir em minha companhia os quaes mantimentos , e cou-
fas afi c vender as pe(Toas que nilo por feu mandado enten-
fareis dar ,
derem pellos pre90s , e eftado da terra como entenderdes , que os di-
tos preôs fe afellem , e no allcvantem coufa algda comforme a fua
provizao geral quc cu fobre illo tenho paflado , e afi dareis , e fareis
dar asditas pclToas ascarretas, barcas , e beftas que forem ncceirarias
para que todas as ditas coufas as quaes ellas outrofi pagarao pellos
pre$os , c eftado da terra , e lids , e outros o cumprireis ali com niuita
brevidadc , e deligencia , e da manclra que o Duque polTa haver por feu
dinheiro todos os mantimentos , e coulas que Ihe forem necelfarias pa-
ra efta jomada , e qualquer quc o afi nom cumprir com ha brevidadc
necelfaria encorreraa em pena de cinquoenta cruzados ametade para os
captivos , e a ouira ametade para quern acufar , e illo fe cumpriraa poP-
to quc nao feja paflado pcla Chancellaria fern embargo da hordena-
âb em contrario. Guafpar dc Seixas o fez cm Lixboa a fete de Mar-
90 de mil c quinhentos fetenta e oito. Jorge da Colla o fez efere-
vcr.
REY.
D. Johab.
In/lrumento do Âuditor Geral das caiifas da Camera Apodollca, e

Tranjiimpto do lireve authentico do Papa Gregorio XIII. em
(jue concede ao Duque de Braganga D. Joai I. osfrutos de algu-
mas Commenias vugas , e Benedcios da Jaa aprefentaqaib para

Duque de Barcellos feu fiHw y
os poder applicar pura 0 re[gate do
e de alguns Criados
,
que forao Cativos na hatallia de Alcacere.
Edd no Archive da dita Cafa donde 0 copiey.
Num. 1 87.
N Nomine Sandljc & Individuae Trinitatis Patris Fill) , & Spiritus
I Sandli. Amen.
, ,
Noverint univerfi, &finguli has prefentes noflras ,
five prefens publicum tranfumpti inftrumentum vifuri , ledlnri pa-
’ j
riter , & audituri quod Nos Hicronimus Mattheive Prothonotanus

Apoftoliass Santiflimi Domini Noflri Papie necnon curi® caufarum
CamerjE Apollolica: Gcneralis Auditor Romanxque Curix Judex Or-
dinarius fententiarum quoque & cenfurarum in eadem Rumana Curia
& extra earn latarum ,
ac litterarum apollolicarum quarumeunque uni-
vcrfalis ,
&
merus executor ab eodem Saniliffimo Domino Noilro Pa-
pa fpccialiter deputatusnccnon utriufque fandlitatis fux fiâturx rc-
ferendarius ad inftantiam Illudriflimi , & Excellentifiimi Domini D.
Joannis Bragantix Ducis principalis omnes , & fingulos fua comunitcr,
vel divifim intercfTe putandum eorumque Procuratores fi qui tunc
erant in Romana Curia ad dicendum , vel cxequendum quicquiu verbo
vel in feriptis contra , &adverfus litteras apoftolicas in torma brevis fub
ennulo pifeatoris expeditas pro parte di£li Illudriflimi, SrExccIlcntif-
fimi Domini Ducis indantantis in atdis notarij nodri infraferipti pro-
duiffcjs dicere exciperc volebant vidcndumquc illas tranfummi
’ &excm-
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280 l^rovas do Llv, VL da Hijlorla (jenealcgtca
Ca cxcmplari ,
& in hanc tranfumpti formam rcdigi , mandari , noflrani-
îic , &: (iiclic Curia; noftra; autoritatcm paritcr, & dccrctum dcfupcr
int'orponi per audientiam publicam littcrarum contradittarum Sandtil-
fimi Domini noftri PapK , ut nioris eft citari feciinus , & mandavi-
inus ad diem , horatn infraferiptas quibus advenientibus comparuit
judicialitor coram Nobis Dominiis Doaor Ericus a Cofta Clcricus Sa-
lamantinus di<fti Illuftriffimi , & Exccllcntiflimi Domini Inftantis Pro-
curator , & CO nomine procuratorio dittas littcras apoftolicas in forma
brevis fub annulo pilcatoris expeditas , & inferius infertas exhibuit
dedit , atquc produxit quas quidem littcras ad manus noftras rccepi-
mus , vidimus, Icgimus, «Sc diligenter infpeximus fanasque , integras^
&illcfas, ac omni prorfus vitio, &fu(pitione carcre reperimus , iplal-
&
que ad prefati Illiiftriffimi , Exccllcntidimi Domini principalis ultc-
riorem inftantiam per diferetum Viruin Dominum Pompeum Valcrium
divlx Curix caufarum Camerx apoftolicx notarium publicum infra-
I’criptiim rranfummi , & cxemplari , & in publicam tranfumpti formam
rcdigi fccimus , & mandavimus volentes , & autoritatc dittx Curix dc-
cernentes , quod prefenti noftro tranlumpto publico dc cctero , & in
an tea tarn in Romana Cûria quam extra ubique locorum in juditio
& extra ftetur illique detur, & adhibeatur tabs, & lanta fides quabs,
& quanta dittis originalibus littcris inferius infertis , & cum prefenti
tranlumpto aufcultatis, & collationatis data fuit, & adhibita , datur-
que , & adbibetur , ac darctur , & adhiberetur fi ipfx originales littcrx
in medium exhibitx ftiidcnt , aut oftenfx hujufmodi veto littcrarum
aportolicai um tenor de verbo ad verbum I'equitur , & eft tabs videlicet
a tergo. Dilcô fibo Nobili viro Joanni Bragantix Duci intus vero
Gregorius Papa XIII. Dilcclc fib Nobilis Vir lalutcm , &Apoftobcam
benedidVionem. Pridem a nobis non fine dolore intelIe<fto quetnad-
modum dilcclus filius Nobilis Thcodofius Barcellorum Dux primo-
genitus tuus annum agens circitcr duodecimum clarx mcn;orix Sebaf-
tianum Portugalbx , &Algarbiorum Regem in Africam comitatus quo
ipfc Rex die cum Barbaris Chriftianx ^dei hoftibus prclium commit-
tens , & fortitcr dimicans ocubucrat una cum multis fuis familiaribus
in poteftate Marrochitarii , & Fefieni Tyrani captus magno cum timo-
rc nc cjus tenera xtas tanta ceb mutationc fatftx mil'erxque fervitu-
tis incommodis contabcfcerct mortifquc periculum adiret tu vero in
tamo belli apparatu magnis fumptibus ita facultatum tuarum copias
exhauferas ut nee Ducis fibj , nee famibarium tuorum fpedlatx ndci
Jiominum de tc bene meritorum bberationein fine alicna ope ftatim
curare pofies Nos tua, & Ducis fibj tui , ac fimul captivorum predit-
toi um conditione plurium commoti , nobibtatemque tuam in eo quod
anxic parabas ad illorum bbertatem pretio juvare volentes Motu pro-
prio , & ex certa feientia noftra tibi apoftolica autoritate conceftimus,
ut omnes preceptorix mibtix Jefu Chrifti Ciftcrcienfis Ordinis in iftis
Regnis confiftentes , &ad prefentationem tuam canonice pertiiientes
qux vacabant tunc , & in pofterum quibufvis modis , & ex quorumcun-,
que perfonis vacarent ubicunque , & quandocunque etiam apud Sedem
Apoftolicam in hujulinodi vacatione quamdiu velles non tamen ultra
triem-
,
da Cafa %eal ‘Portuguesâ. 281

tricmnlum cx quo fingulx Vacaverant ,
&
vacarcnt rcmanerc poffcnt
fubjaccre cenfcrentur ad hoc dumtaxat,
ita ut nulli interim devolutioni
ut omnia quaecunque illorum fruaus , rcdditus ,
& proventus , ju- &
in fubfidium rc-
ra obvcntioncs & cmolumenta interim pcrvenientia
demptionis Theodofij Ducis , & fairiliarium tuorum
fupradittorum
triennio durante
omnino erogarentur liceretquc tibi ilia omnia ditto
vel alium feu alios propria automate pcrcipere,
& non per te
ultra , ,
esiuerc & levaie atquc in dittam redcmptioncm ,

vcl in latisfadio-
ipfam redemptio-
nem eorum qui fidem tuam lequuti pecuniain ad
perlonis pro pre-
nem curandam contulcrant convertere, aut quibufvis
tiis qua: tibi aut tuis Piocuratoribus viderentur fimul , vel luccelive
locarc , feu ad annuam , vcl aliam
pentionem non tamen dittum tri-
cnnium excedciitem conccdcrc , &
hujufmodi prctia etiam unico aiau,
&anticipata folutione ab cifdem perfonis rccipcre , ac fi
udus , reddi-
tus & proventus , jura , obvcntioncs , &
cmolumenta prcdicta ciWcin
pro te intcn'cniflcnt
qui pccuniam tibi crcdidifTcnt , aut fidcJulToi*^
pro oitti tricnnij tempore dumtaxat omni meliori
modo obligate , &
hipothccarc ipfofque crcditorcs , &
fidejulTorcs per aflignationem fru-
auum reddituuni proventuum , rcrum , jurium corundein cautos,&

&fccuros reddere cujulVis licentia fuper hoc minime
requifita deccr-
nentes te eodem triennio non elapfo ad prefentandum

Magiuro , leu
prcceptorias
Adniiniftratori ditta: militix , vel cuipiam altcri ad dittas
prcfentandi interim privari, aut ip-
minime, nec propterea jure tuo
'cl altcrius
fas prcceptorias ad iplius Magiftri, feu Adminiftratoris j
difpofitionem devolvi ; nihdhominus fi velles triennio ipfo durante
&
aliquem feu aliquos inilites , perfonas ad cafdcm preceptorias , leu
&
aliqua carum prefentare ficque prefentatos , &
ad prefentauonem hu-
jufniodi inflitutos nullam omnino, aut earn dumtaxat
fruttuum par^
tern qu« eis per te fuerit adinata pcrcipcrc , &lcvare Pol'S,’ "^5
quid aliud ex ipfis frutSlibus , redditibus , proventibus lUis dcbcri
&
quar
irritum quoque , &inane quicquid fecus fuper his per quolcunquc
attcntari ccrtis cx-
vis autoritate feienter, vcl ignorantcr contingcret
ilelupcr
ecutoribus deputatis prout in nolliis litteris in forma brevis
confedfis plenius continctur. Noviflime veto accepimus , quod emm
atquc adeo Foi-
fi tu dc redemptione preditta fatagis rebus tamen tuis ,
tugallia: univerfte poft tantam cladem attenuatis vix
unquam conhci-
quod folum (iipra ccnnim
endi pretij redemptionis Theodefij Ducis ,
irillia aurcorum .numcrorum fignificatum eft , cctcrori!rnque

ommuin
alio conqui-
captivorum prcditcrum locus crit nifi majoribus prclidijs
miferati utquc quanta
fitis quarc Nos hanccc calamitatcni domus tua:
congcratur amplius pro*
potefl; ad ipfam redemptionem pecunia citius
ac cum dc*
vidcrc volcntcs motu , &fcicntia fimilibus concelToiiem ,
creti, mandati , derrogationis cctcrifquc in eis contentis clauluiis
&
quam prefentium littcrarura
littcras predittas ad hoc ut tarn illarum ,
vigorc nobilitas tua omnia , quaccuinque trudlus , redditus , pro-

&
alias diftributiones , cctcraque jura ,
obvcntio-
ventus, quotidianas ,&
ncs & cmolumenta etiam folis prefentibus ,
&
divinis qmcijs diurnis
intcrefl'emibus dari & ab eis lucrari folita cuju^
paritci-j &rncdurnis ,
Digitized by Coogle
,
2 8s Turovas do Liv. V I. da Hijlorla êmahglca
cunque & valoris exiftentia Prioratus Cantoriae Thefau-

qualitatis , , ,
rari£E Scholafticae & Archiprcsbiteratus SanftiiE Maria: de Barcelos ac

, ,
etiam Prioratas Cantoria:
,
& Thcfaurariae ejufdem Sanilte Marix dc
,
Ourcm qui Prioratus videlicet principalcs rcliqui veto alix dignitates

ibi funt necnon deccm canonicatuum , & dcccm prebendarum predit-
tx dc Ourcm , ac Parrochialium SanfVx Marix dc Chaves , & Sandli
Bartholomei Dagoa reves necnon SandVx Chriftinx deCervos, &San-
£hc Mametis dc Cambefes , & San£H Thome dc Parada do Xerez , &
San£li Laurentij de Cabrito , & San£H Petri , & Sanftx Marinx dc
Covelo etiam de Xerez, & San£li Bartholomei dcBe 9a, & Sandx Ma-
rix de Covas , & San£Vx Marix de Abbade , & San£lx Marix de Mej-
ra , & Sanfli Joannis dc Villachaa , & Saiifti Jacobi de Creixomil , &
SancH Jacobi dc Cruz , & San61x Marix dc Bagunte , & Sani>x Ma-
rix de Mugaens , & Sanfti Jacobi Danha , & SantfVi Martini de Bru-
te , & Sant^x Marix Madalcnx de Chiavaens , & San£ti Salvatoris dc
Vcllcda, &San£ti Salvatoris deBarbcita, & Sanfbi Romani dazoens,
& Sanfti Micliaelis de Baltar , & SaneJi Joannis , & Sanfti Petri dc
Porto dc AIos , & Sandti Silveftri de Unhos , & Sandti Stepanhi dc
Canchalaria , & Sanitx Chriftinx de Tendacs , & Sanftx Marix Mag-
dalcnx , & Sanfti Stephani dc Spinhofcla , & Sandi Mamentis dc Li-
mondc , & Sanvftx Marix de Nozelos , & Sainfti Petri dc Carâo , &
SanfVx Marix de Talhinas , ac de Reborda&s , & de Penas juntas , & de
Alcixedo , & de Quintcla , de Lampaccs , ac de Tourem oppidorum ,
& locorum Bracharenfis , Portugallenfis , Ulixboncnfis , Egitanienfis
Lamafenfis, & Elveiifis
,
Mirandenfis , &
Aurienlis dioccfium ccclefiarum,
&fcu perpetuarum V'’icariarum , qux de tuo jure patronatus ex fun-
datione ,
&
dotationc cxiftunt quod tamen per hoc non intendimus
approbarc five illx nunc vacent live cum fimul , vel fuccellive vaca-
bunt quibufvis modis , & ex quorumeunque pcrlbnis , etiam apud Sc-
dem predittam , etiam ft fuper fruilibus , &
alijs predittis pcnfioncs
annuc ad tempus , feu in perpetum jam refervatx fint remanentibus ta-
mcn illis ftnguiis annuatim centum ducatis auri dc Camera libens pro
futuris Prioribus, Cantoribus, Thefaurarijs , Scholaftico Archipresbi-
tero , Canonicis , Reftoribus , &
Vicarijs ad fingulorum fuftentationem
in primis ultra penfioncs , &
alia oncra cujulque detrahendis per te,
vcl alium , feu alios in integrum quinquenium a die vacationis illo-
rum fingulorum inchoandum , nec ultra de manibus perfonarum ccclc-
fiafticarum ad ilia percipienda per Ordinarios locorum in fuis quenqug
dioccefibus coftituendarum exigcrc , & Icvare atquc in redemptionem ,
& fatisfadtioncm predittas erogarc valeat , ipfxquc perfonx conftitu-
endx ilia ut prxaittum eft non tamen ultra dittum quinquennium lo-
care , & concedcre , &
pretium etiam unico aiftu , &
prerogata pecu-
nia recipere, feu ijfdem qui pccuniam tibi crediderint, aut fidejulfo-
rcs pro tc intervcncrint pro ditti quinquennij tempore dumtaxat omni
meliori modo obligarc , & hipotecare ipfofque creditores , &
fidejuf-
forcs per aflignationem frutuum , reddittium , & proventuum , alio- &
rum predittomm cautos , &
fccuros reddere libere , &
licite poflint
acpreterca tricnniuin predittuin ad biennium a fine ipfius triennij com-
putan-
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da Cafa âl Tortugueiâ. a83
putandum quo etiam durante Preceptoria: predrttx in vacatione'
rema-
nere poffint, nec devolution! fubjaceant, & interim illarum
& alia preditta in fubfidium redeniptionis , & alias , ut predittuih eft a
te convertantur ,
& cetera in predidis littcris contenta fiant apoftoli-
ca autoritatc prcdida tenore prcfentium cxtcndimus , & prorogamus
volentcs ut eadem autoritate ftatucntcs ac deccrnentcs Priores , Can-
^
tores , Thefaurarios , Scholafticum Archipresbiterum , Retbores, Vr- &
carios univerfos , & lingulos predifto durante quinqucnnio nil omni-
no ultra centum ducatos predidos ftngulatim etiam rationc diftribu-
tionum quotidianarum , & continunrum ofticiorum petere, & exigcre
pofte , ncc aliud eis debcri , ac irritum , & inane quicquid fccus fuper
nis per cos , aut quolVis alios quacunque autoritate feienter vel igno-
,
ranter contingent attentari non obftantibus Conftitutionibus , & Ordi-
nationibus apoftolicis , ac de Barcelos , & de Ourem eccleftarum pre-
ditanim juramento, confirmatione apoftolica, vel quavis firmitate alia
roborans Statutis , & coniuctudinibus , necnon omnibus illis quas in
dittis littcris volumus non obftare ceterifque eontrarijs quibufeunque,
volumus autem ut ex frudibus , redditibus , proventibus , diftributio-
nibus , & alijs predittis ditto durante quinqucnnio fabrics , &; edifi-
cia omnia ecclefiaruni , &locorum preditorum I'arta tedaque tucantur,
& omnia onera ipforum fupportentur omnino. Datum Roms apud
Sandum Petrum fub annulo Pifeatoris die vigeftiina odava Odobris
1579. Pontificatus noftri anno odavo Cefar Glorierius , fuper qui-*
bus omnibus , & fingulis tamquam rite , & rede , & legitime fadis
noftram
j
& dids Curis noftrs prefads autoritatem pari ter, & dc-
cretum interponendum duxjmus prout interponimus per prefentes. In
quorum omnium , & fingulorum fidem , & teftimonium premiflbnim
has prefentes noftras , live prefens publicum tranfumpti inftrumentum
cxinde fieri , & per noftrum Notarium publicum infraferiptum fubferi-
bi , & publicari , figillique Caqicrs Apoftolics quo in talibus utiraur
juflimus , & fccimus appenfione munire. Datum Roms in edibus nof-
tris fub anno a Nativitate Domini Noftri Jefu Chrifti Millcllimo quin-
gcntelfimo feptuagcflimo nono , Indidione feptima die vero Icxta
menfis Novembris Pontificatus Sandiftimi in Chrifto Patris , & Domini
noftri Domini Gregory divina providentia Paps XIIJ. anno odavo
prefentibus ibidem diferetis viris Dominis Pompeo Antonino , & An-
tonio Quilecho ditts Curis noftrs Connotarijs , Teftibus ad prcmilfa
omnia , & lingula vocatis , habitis , atque rogatis primo tcncri fecun-
do de Monfortc , & Sands Maris de Altcrdochao , &
Sands Alaruc
de Gundefende. App. P. Val.‘
Csfar L."‘
Et ego Pompciis Valerius Curis caufarum Camars Apoftolics

Notanus quia premiflis omnibus , una cum prenominatis teftibus in-
terfui , eaque in notam fumpfi , ideo prel'cns tranfumpti in forma pro-
banti inftrumentum lignavi , fublcripli , & publicavi in fidem premif-
forum rogatus, &requilitus.
Tom. IV. Nil ii Tran-
2 34 Vrovas doIJv,VL daHilloria (jenealo^ca,
Tranfumptum forma probanti pro Illuftri Thcodofio Barcel-

in
lonim Duce contra quofcumque.
November 1579 Expt. Inf. 12.
m. 22 24.
Îvara do Braganga D. Joa'6 , em gue appUcou porfa-

Vucjtio ic
culdade ,
Papa para poder applicar os rendimentos da
gue tinha do
Commenda de S. Gens de Perada , as dejpezas gue tinha feito na
guerra de jdfrica com 0 Dugue de Barcellos feu filho , e os mats
Criados cativos na batalha* EJld no Cartorio da dita Cafa
onde ocopiey.
Niim. 1
An.
8.
1581.
EU o Duque &c. Fago faber aos que eftc meu Alvara virem quc
por quanto eu tcnho poder do Santo Padre para applicar os ren-
dimentos das Comendas de minha apprefcnta9ao (endo vagas por tem-
po de cinquo annos a as defpefas quc fiz na guerra de Africa e em pro-
curar a liberdade do Duque dc Barcellos c dos mais Criados que forao
cativos na dita guerra. E porque ora efta vaga a Comenda de Sao
Gens dc perada do Bifpado de Miranda cy porbem emepraz de appli-
car os rendimentos della do anno padado de fetenta c nove a as diias
defpefas , conforme aos breves de Sua Santidade , que para i(To tenho.
Ellcvao Ribciro o fez em Villavi§ofa a xx dc Marô dc M. Dlxxxj.
HO DUQpE.
t
Ahard do Dugae D. Joai) /. porgue appUcou peJa fgculdade ,

gue
tinha do Papa os rendimentos da Commenda de Mongards da
Jua apprefentaga'6 ao refgate dosJens Criados , gue fora'o
cativos na guerra de Africa. Original efld no Cat'*
torio da Cafa , ondc 0 copiey.
Num. iSp.
An. 1581. EU o Duque &c. Fa90 faber aos quc die men Alvara virem , que
por quanto eu tenho poder do Santo Padre para applicar os ren-
dimentos das Comendas dc minha apprefentaâo (endo vagas por tenv-
po dc dnquo annos ao refgate dc meus Criados , que forao cativos na
guerra de Africa : c porque ora efta vaga a Comenda de Sa6 Marcos
na Villa de Monfaras Arcebifpado dc Evora , quc foi de Antonio de
Gouvea meu Secretario , ej por bem c me praz dc applicar os rendi-
mentos della dos annos palfados de fetenta cnove eoitenta , aore(ga-
tc de meus Criados , que fora6 cativos na dita guerra , e as defpefas
uc na liberdade dellcs tenho feito conforme aos breves de Sua Santi-
a ade que para ilfo tenho. Eftevao Ribeiro a fez em Villa Vicofa a
iij dejulho deM. Dlxxxj.
HO DUQUE.
Caf’ta
,
,
da Cafa %eal ôrtuguesâ. i8,

Carta delKey D. Filippe I. porcjue fax mercc ao Dticjue D. Theor
dofio II, de (jiie aelle
,
e todos feus herdeiros ^ tjuccejfores Ja
/ua Cafa ft fallafe por Excellencia , (jue elk jd tiaha par
j< merce delRey D. lJenri(]tie. Ejfd na Chancella-
ria dodito Rey ,
pag. zii verf.
D Om Phclippe pcrgraqa dcDcos Rej de Portugal e dos AlgarvesNum.

daqucm , e dalcm mar em Africa , Senhor de Guinc , c da con-
quiila navega9a6 e comercio da Ethiopia , Arabia , Perfia , e India , &c.
An. 1
IpO,
5 84.
faô fabcr aosquc efta minha Carta vircm que em vida doDuque de
Braganâ dom joa6 meu muito amado c prczado fobrinho que Dcos
aja , cibndo elle em minha Corte Ihe mandci dizcr que conlidcrando
eu omuj conjunto devido que comigo tinha dona Catherina fua mo-
Ihcr minha muito amada e prezada prima filha do Ifantc dom Duar-
te meu tio que fanta gloria aja, eavendo refpeito ao muito amor que
Ihe tinha e ao que elle Duque moftrara nas coufas de meu ferviô
depois que entrey neftes meus Reynos, eamuy grande confianâ que
tinha dellc e todos feus del'ccndentes proccdcrem da mefma maneira
e me conhecerem c fen'irem fempre todas as mcrccs que Ihc fizclfc avia
por bem de a elle e a fua cafa faz.cr as que Ihe entab mandci dcclarar
contcudas em hda portaria , que depois por meu mandado Ihe palTou
Miguel de Moura do men Confelho do Eftado c meu Eferivao da pu-
ridade para por ella fc Ihe fazerem fuas provilb«;. E porque antre as
ditas merces lha fiz que a todos os focelTorcs de fua cafa depois que
a herdalTem fe fallalfe por Excellencia alii como Elle Duque dom Joa 5
a tinha por merce do Senhor Rev dom Henrique meu tio que Dcos
tern e me toy ora pedido pclo Duque D. Thcodofio fen filiio meu
muito amado e prczado fobrinho , que ora he Duque de Braganga e
de Barcellos e fucceflbr de fua cafa me aprouvelTc mandarlhc palfar
carta cm forma defta merce. Avendo cu rclpeito a tudo o que acima
he declarado , e ao conjunto devido que comigo teni o dito Duque D.
Thcodofio. E por folgar muito de a elle e a todos os ditos feus fuc-
cefTores fazer honra graca e mercc pclos ditos relpeitos e pclo muito
amor c boa vontadc que Ihe tenho , por efta prefente Carta me praz
e cy por bem que ao dito Duque D. Thcodofio e a todos os Duques
Erdeiros e fucceffores dc fua cafa , depois de a herdarem conforme a
fuas doagoes fc falle por Excclencia afil como fe falava ao Duque feu
pay , c mando a todos os officiacs e pefibas deftes meus Reynos , c Se-
nhorios dc qualquer quabdadc que feja6 a todos em geral e a cada hu
cm cfpecial que alii o guardem e cumprab inteiramente como nefta
C^rta fe content , fern nilfo haver agora , nem em tempo algd nenhda
duvida porque afii he minha mercc. E por firmeza de tudo Ihc man-
dey dar efta Carta por my aflinada palTada por minha Chancclaria cfc-
laJa do mat fcllo pendente. Lopo Soares a fez cm Lisboa a doze
di.ts do mes de Juiiho, Anno do Nafeimento dc nolfo Senhor jefu
Clirifto dc ntil c qainhentos c oitenta c quatro.
Carta,
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285 Trovas do JJv. VL da HiSloria (jenealo^ca
Carta ^ que os Goverttadores ejcreverai a ElRey D. Fi-

doReyno
1 1.Jhhre a Ley das CcrtezJas.
lipf'e Original , que eJlA na
Lii raria manufcrita do Duque de Cadaval , livro mi-
mero 6. pag. 267 , donde a copicy.
S E N H O R.
Dit. n.ioo.O Que V. Maqeftadc nos niandou cfcrevcr, por Carta dcj deNo-
. .y vcmbro pallado fobrc a materia dos
.
ftilos , emviandonos com el-
An. 1 590 * la Scnhora D. Catherina , do Duque feu filho para V.
as Cartas da
,
Magcftade ,
epapcl que por parte de ambos prcfentou D. Rodrigo dc
f
pdg
jiJ ue
Alagcltade nos parccco ( por ilto I'cr dc tanta importan-
vcrmolo todos juntamcntc , c cfta foi a caufa dc nao relpondcr-
da Hiitoru Tom. f/.inos attegora a V. Alagcftadc , fendo tao nccedario por leu lervigo,
jd.fmos iHf»j,4»/omf»i.acabarle ifto do concluir
,
para cefarcm dcfordcns , que cada dia va6
crccimento (como por muitas vczcs o tcmos fignificado a V. Ma-
7f Cet/} iw/^cr, oyKfgcftadc.) E no que toca a pdloa da Scnhora D. Catherina , nos parece
rejcrimoi no dui /«-quc V. Magcftadc por todas asrezoens, que para ilFo ha, cpello^mais
s"' conjunto parcntcrco que clla tern com V. Magcfladc que nenlida peP-
I'oa defte Rcyno
,
por ncta dclRey D. ManocI , que Decs tern Avo dc
V. Magcftadc , lie mcrcccdoia dc cm tudo rcccber dc V. Magcftadc par-
ticular tratamento
,
c favor como Iho V. Magcftadc tem tcito, e taz,
cque nifto Ihcdeve fazer todo aquellc que V. Magcftadc vir que ella
mcrccc , pois cm todos os tempos pall'ados , fe Ihc teve cm tudo o ref-
peito devido , a quern clla he , a que fc agora mais ajunta a fua ida-
dc , c as outras rezoens , que crcccra& com o tempo , c na6 aver cxem-
plos , que I'e pollao rcgullar pcllo feu , c poderfehia efeuzar fallar a
pramatica nclla , fecoiniflb fefatisfizer como parece. E que no que
toca ao Duque dc Braganâ fepode dizer nclla (fern expccifcar, fc-
na& por fc tirar duvida na gencralidadc , da prcmatica ) que fc Ihe falc
por Exccllciicia , como a tern por mcrcc , c aoaâo de V. Magcftadc dc
juro , para ft , e para os Duques feus fucceftbres , e quanto a informa-
âi) que V. Magcftadc manda
, que
Ihe demos do tempo cm que fc
premitio ao Duque D. Joao feu pay que fc Ihc falaft'c por Exccllen-
cia , tcmos entendido que quando enzou com a Scnhora D. Catherina,
a pedio para cllc a ElRcy D. Sebaftiao que Dcos tem , o Senhor D.
Duarte leu cunhado , e que naquella pratica ncm Ihe foi concedida
ncm negada , com que -Ihe parccco que podia ufar della , c depois
continuou com o requerimento ate que ElRcy D.Henrique que Deos
tem , Uia concedco para cllc c depois V. Alageftadc dc juro para os
Duques feus fucceftbres.
As peftbas que no fobreferito das Cartas para V. Magcftadc de-
vem por a ElRcy meu Senhor nos parece que podem fer aqucllcs ti-
ti:los que V. Alagcftadc manda que nefte governo fe dem cadciras dc
cipaldas c nao uzamos dcftc tcrino para que fe aja de dizer afti na
,
prema-
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da Caja %eal Tôrtuguei^d. 287
prematica , fcna6 para por eftc modo , nos dcclararmos , tendo nifto
confidcra9a& do que fc coftumava e permetia cm tempos paflados nefte
Rcyno , e tambem nos parcce , que I'c deve conceder o melmo , as pef-
foas ( ou tcnha6 titulo ou na6 ) cujo de\'ido com V. Magcftadc for tao
comjunto , como os que forem bifnctos delRey D. Manocl que Deos
tern , cm que entrao os filhos da Senhora D. Catherina. NolTo Senhor
a Chatolica pcflba dc V. Magcllade guardc. Dc Lisboa a 2 8 dc Dc-
zembro dc 1J96.
O Arccbifpo de Lisboa, s O Conde de Portalcgrc. a O Conde D.

Francifeo. s O Conde Mcirinho Mor. a Miguel dc Moura.
Travifao de'Rey D. FUippell- de como feha deJailor ^ ejerevery

a (jucl Je impriniio no mjmo tempo.
D Om Felippe porgraâ deDcos Rev de Portugal , e dos Algar-Num.

ves , daquem , e dalcm mar cm Africa , Senhor de Guine, e da
Conquilla , navcg-ipib , e comcrcio da Ethiopia , Arabia , Perfia , e In-
j, '
_
'
!•
dia, &c. FalTo faber aosque efta minha Ley virem , que fendo cu
informado das grandes dezordens , e abuzos , que fc tern introduzido
no modo de falar , e eferever , c que va6 continuameiitc em crcfcimcn-
to , c tern chegado a muito cxccITo , de que tern rczultado muitos iti-
convenientes , c que converia muito a meu fcrvilFo , e ao bem , c lolFe-
go dc mens valFalloz , reformat os eftilloz de falar , e eferever , c redu-
zilos a ordem , c termo certo , e praticando-o , e tratando-o com pef-
foas dc meu C2onfclho, e outras de letras, e de experiencia , ordcnci
deprover nifto na forma , e maneira ao diente declarada.
Primeiramente pofto que fe podia efeuzar nefta Ley tratarfe dc
mim , ncm dc outras pelFoas Rcacs , toda via para que milhor feguar-
de , e cumpra o que toca a todoz : Ordeno , c mando , que no alto
das Cartas , ou papeis que fe me el'creverem fe ponha , Senhor , fein
outra couza , e no fim dellas , Deos guarde a Catholica pciFoa dc V.
Magcftadc c no hm da lauda , cm que fc rematar a Carta , fo porn o
;
final dc (juem a eferever , fern outra couza aigda , c no fobre eferito,

fo pord a ElRey Noflb Senhor. E os Duques , c Marquezes , c feus
filhos primogenitos fomente podcrab p6r no fobrcl'crito : A ElRcy
meu Senhor , c o mefmo fobreferito poderao p6r tedos os mais filhos
dos Duques alcm do primogenito, que tivercin parcntcfco comaCo-
roa Real dentro do quarto grao , contando conforme a direito Cano-
iiico. E quando na& tiverem o dito parentefco , ou na6 eftiverem den-
tro dodito grao, na& podera& p6r odito fobreferito, nem opodera
por outra algua pclFoa dc qualquer qualidadc , dignidadc , c condiâb,
que feja.
e fuccelFores defies Rcynos fc efereva pcllo
(ûe aos Principes
,
mefmo modo mudando a Magcftadc cm Altcza , e no remate , e fim

,
da Carta Deos guarde a V. Altcza.

fc dira
Ouc com asRainhas defies Rcynos , fe guarde 0 mefmo eftillo,
^ e or-
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28 8 l^Yovas do Lh. VL da Htjlorta (jeneahgica
eordcm ,
que com os Revs: c com asPrincezas dcllcs o nicfmo que
efla dito que fc ha dc ter com os Principes.
Que aos Infantes, c as Infantas fefalc fomente por Alteza, efc
Ihesefcrcva no alto da Carta, Senhor, c no fim della, Deos guardc a
V. Alteza e no fobreferito , Ao Senhor Infante N. ou a Senhora In-
:
fante N. Porem quando fe eferever , ou dilfer abfolutamente , Sua

Alteza , fe ha de attribuir fomente ao Principe hcrdciro , c fuccelTor
deftes Rcynoz.
Qiie aos Genros , c Cunhados dos Revs deftes Reynos , c a fuas
Noras , e Cunhadas I’c fafla o nicfmo tratamento que aos Infantes c :
que a nenhda outra peflba fc polTa falJar ncm eferever por Alteza.
One aos filhos , c lilhas Icgitimos dos ditos Infantes fc ponha no
alto da Carta , Senhor , e no fobreferito , Ao Senhor D. N. ou a Se-
nhora D. N. e fe Ihc efereva , cfale por Excclencia.
Qi’C a nenhda outra pclToa por grande eftado , officio, ou dig-
nidadc que tenha , fc falc por Excclencia , dc palavra , ncm por eferip-
to , fenao aqucllas pdToas , a qucin os Senhorcs Revs mens antcccflo-
rcs , e cu tivermos feito mcrcc que fe chamcm , c lalcin por Excclcn-
cia, como dies, ecu temos feito aoDuque deBraganâ, ncm fefa-
Iar.i affi mclmo
,
nem cfcrcvcra a nenhda pclToa por Senhoria Illuftrif-
ftma , ncm Rcvcrcndiffima : c ao Arcebifpo dc Braga , como Primaz ,
fepodera falar, c derever por Senhoria Reverendiffima.
Que aos Arcebifpos , eBifpos, caosDuques, c a feus filhos, que
cu mandar cobrir , c aos Alarquczcs , cCondcs, c ao Prior doCrato,
fcjao obrigadoz todas as pefl'oas dc incus Rcynoz a cfcreverlhcs , e fa-
Jarlhes por Senhoria , c nao a outra peflba algda.
Quo aosVizorcys, c Govcrnadorcs que ora fao, e pello tempo
forem dêftes Rcynoz ( que na6 tiverem comigo o parcntcfco , con-
theudo nas pronieflas feitas acs ditos Rcynoz) fcjao todas as peflbas
dcllcs obrigados a eferever , c falar por Senhoria, cm quanto fervirem
,
os ditos cargos.
(ûc ao Regedor da Juftiâ da Caza da Supplicagao , e Governa-
dor daRella9a6 do Porto, Vcdorcs da fazenda, c Prizidentes doDc-
zembargo do Paflb , c Meza da Confciencia , e Ordens , no tempo , em
que eftiverem cm feus Tiibunaes, falem por Senhoria todas as peflbas,
que nclles entrarem , e o mcfmo farao nas pctigocs , c papeis , que fe
Ihc el'crei'crem , e ouverem dc prezentar , eftando affi mcl'mo nos feus
Tribunacs, e quando eftiverem fora dcllcs, fellies nao podera falar,
ncm eferever por Senhoria.
Que aos Embaxadorcs que tiverem aflbnto na minha Capella , e
a qualqucr outra pdfoa
,
que por algum refpeito cu mandar cobrir
fc pofla eferever , e falar por Senhoria
,
o que fc na6 podera fazer com
outra peflba algda.
Que nas partas da India eferevao , c falem por Senhoria ao Vi-
zorcy , ou Covernador dcllas , todas as peflbas que la andarem.
Que no eftillo dc eferever huas peflbas a outras feguarde geral-
mentc 1cm cxccpâo algda a ordem feguintc. Comegara a Carta , ou
papel pclla rezao , ou pello negocio febre que fe eferever fern p6r dc-
baxo
8
da Cafa 7(eal Tortupiesâ'. 1 p

baxo da Cruz no alto ,
ncm ao principio da rcgra ncniiti titulo ncm
,
Ictra, ncm fifra
,
quc o lignifiquc e acabara a Carta dizendo Deos
:
,
guardc a V. Senhoria , ou V. mcrce, ou Dcos vos guardc, c lego a
data do lugar , c do tempo , e apos ella o final ibm outra cortezia no
meyo.
F. toda a pcflba quc tiver titulo dc Duque Marques , ou Con-
,
dc, Vifeonde, ou Barab , quando fizer o feu final nas Cartas, eem
quaefquer outros papeis, e eferituras dcclaiara o titulo que tiver, e o
nomc do Iiigar dondc o tiver.
Quc nos fobreferiptoz fc ponlia ao Prcllado a Dignidadc Ecclcfi-
allica , que tiver , c ao Duque , Marques ou Conde , Vifeonde ou
,
Barab a dc feu titulo c aos fidalgoz , e outras pelToas feus nomes c
, ,
Apcllidos , c a cada Iu1 dos nomcadoz nefte Capitulo a dignidadc ou
grao dclctras quc tiverem, c aos que foremCriados racus, oforo,’que
cm Caza tiverem.
miniia
Que defta ordem ic nab pofia cxceptuar, ncm cxceptue o vafial-
lo clcrcvcndo ao Senhor , ncm o Criado a feu amo porem os officiaes
,
das Cameras das Cidades Villas , e Lugares quc cfcrcvcrem aos Sc-
, ,
nhores dcllcs , que tiverem doarab minha para fc poderem chamar
j
Senhores dos taes lugares , porao nos fobrclcritos das Cartas A N. da
,
Camera da fua Villa de N. e os pays aos filhos , c os filhos aos Pays e
,
os Irmaoz aos Irmaos podcrab alcm do ncme proprio acrcccntar o
,
natural , e tambem entre o Marido c a molher declarar o eftado do
,
Matrimonio fc quizerem. Quc as molheres fc fafla o mcfmo tratair.cn-
to por eferito c da palavra que confortne ao quc eftd dito fc ha de
, ,
fazer a feus maridos.
Quc aos Gcracs , e Provinciaes das orders , fc pofia fallar ,
c ef-
crever por.Patcrnidadc, caosmais Relligiofos por Reverencia e no
,
Ibbrcfcrito fc Ihespodcrd por alcm do nome ,
o officio , ou grao dc Ic-
tras quc tambem tiverem mas cm prezenja dos Gcracs nab fc cha-
, ,
mara Paternidade a nimgucin fenab a dies.
Outro fi por atalhar os excelTos que fevab introduzindo , pon-
do coroncis nosEfeudos dasarmas, efenetez, cRepoftciros sispellbas
quc os nab podem pbr ordeno c mando que ncnhtla pefiba pofia
; , ,
por coroncis nos taes fcllos ou Repoftdros nem cm outra parte al-
,
gua , cm que ouver Armas , cxccpto os Duquez c feus filhos Mar-
, , ,
quezes , c Condes pondooz porem rcgulados conforme a qualidadc
, ,
do titulo decada hum quc mandarci declarar por Rey dcÂrmas Por-
, a quern para ifib fe dard ordem tomando-fc dellc , c de outras
Pdfoas praticas na nobreza as informaôifs necefiarias F. os quc nab :
‘ûiprirem , c guardarem inteiramentc cm todo , ou cm parte o con-

theudo nefta minha Ley cncorrerab pclla primeira vez cm dez mil-
^ds, ametade para oacufador, c a outra para Captivos, cpcla fegun-
03 cm vintc mil reis repartidos pcla dita maneira c ifto as pcfi'oas quc
,
*^*'^crcm calidadc dcFidalgos, athe Cavaleiroz, e as outras pefibas dc
^c/jor qualidadc cncorrerab cm pena dc dez cruzados , pella primeira
'oz, chum anno dc degredo Jbra do lugar, e termo , e pclla fegunda
O/n vintcenuJados , c hu anno dc degredo para a Africa ; c fendo com-
Toiii.IV. Oo pic-
9 ,
ipo Tfovas doLiv.VL daHifloria ênealogica

prchcndidos mats vezcs, fcra6 condenados em mayorcs pcnas fcgim-
do o arbitrio do julga dor , tcndo rcfpeito as qualidadcs das pefFoas cul-
padas , c a continuaâo da fua culpa , alem do dcfprazcr , mic eu por
iflb rcccbcrcy , com que mandarey prover no quc for nccclTario , que
fendo a mayor pcna dc todas , he ae crer , quc na& havcra quern dc
occafiab a ilFo. E mando a todas as JuftilFas dcftcs meus Reynos , e
Scnhorios , que tcnhab particular cuidado de cxccutar as ditas pcnas
iiaqucllcs que nao cumprircm intciramcnte cfta Ley. E para que a to-
dos fcja notoria , mando ao Chanceler mfV que a publique cm minha
Chancellaria , c envie logo o trcslado della fob mcu fcllo , e feu fi-
nal , a todos os Corrcgedorcs , e Ouvidores das Comarcas dos ditos
incus Reynos , c Scnhorios , aos quaes mando quc tambem a publiquem
nos lugares dondc cftivcrem , e a Fa(Fa6 publicar cm todos os mats de
fuas Correiôes, eOuvidorias , eemvie di(Fo fuas ccrtidoes aoChan-
ccller mor , e regiftarfcha no livro da meza do Dezembargo do P.ilFo
e nos livros das RcllaôCs das Cazas da Suplicaijao , e do Porto. E ef-
ta propria fclanâr.^ na Torre doTombo. Joao Falcao a fez em Lif-
boa a i6 dcSctcmbro dcmil equinhentos cnovcnta c fctte. E eu o
Sccretario Lopo Soares a fiz eferever.
REY.
^ligucl dc Moura. Simao Gonsalves Pretto.
Foy publicada na Chancellaria a Proviza6 dclRey D. Fcllippe N.

Senhor atras eferipta por mim Gafpar Maldonado eferivao della peran-
te os offidacs da oita Chancellaria , c outra muita gente que vinha re-
querer feu dcfpacho. Em Lixboa a 4 de Outubro dc 1597.
Gafpar Maldonado.
VapelJohre a hey das Cortezias ,

îie fe puhlicou no anno de py,
Dit. n. 1 I • XT' Sperando a Senhora Dona Cathcrin.T , e o Duque , e feus Irmaos,

quc Sua Magcilade mandafi'e ter em tudo com dies a conta , que
era rcza6 nefta Lcj , que agora fe pubricou dos cftillos de eferever , c
fallar , ach.a& nclla muitas couzas , contra as prcemincncias , que fem-
pre tivcra6 em tempo de Sua Mageftade , e dos Reis feus antccdforcs,
das quaes os Duques paffados uzara6 em todos os tempos atras fem
nellas aver , nem fe poder confidcrar , nem agora , ncm pello tempo
em diantc exedfo , nem abuzo algum por ondc fe Ihcs devao tirar ,
ncm diminuir. E porquq por os grandcs merecimentos daquellcs dc
quern dcl'ccndcm , a que primciramcnte conceJidas as ditas preeminen-
cias , c por os da Sennora Dona Catherina , c do Duque , c lua Caza ,
que na6 cdfa defervir a Sua Mageftade t.ao grandementc , como fevO
em todas as ocenzioens , quc fe olfcrcccm , he rezab , quc a conta dc
cmnicnJar os exedfos , c abuzos do povo , fe Ihcs nao tire a dies as
prerro-
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,
,
in Cafa ‘âl 7ortuguesâ. 2pt

prerrogativas cfpcciaes , dc q[ue ta6 juftamente uza6 , efpera6 que
,
Sua Mageftadc os mandc conlen'ar nellas , e na& confinta , ferlhcs Ici-
to aggravo ncftas inatcrias , em quc o fcntiria6 muito por fcrcm ds
honra , e para fcr adi , fe apontao aqui particuUarmcntc as coufas era
quc entendem ,
quc fclhesfas.
S. Primeiramente.
Poreftcque os Deques, e Marquezes, e feus filhos primogc-

f.
nitos poflao p6r eferevendo a Sua Magcfladc , no fobrefeito A ElRcy

:
meu Senhor ; c nifto fc fas aggravo ao Duque , porque fe iguallao nef-

ta prcemincncia os filhos primogenitos dcs Marquezes com o primogc-
nito do Duque fendo cua igualdadc muiro contra rezao , e contra o
;
quc fempre houve , c fc coftumeu ncftc Rcino. Porque o filho pri-

mogenito do Duque , he logo como nafee Duque dcBarcellos, c por
illo ( alcm deoutras rezoens) precede com grandes ventagens nao fd-
mente aos filhos primogenitos dos Marquezes , mas tambern aos pro-
prios Marquezes, caffi efta claro, que nefte ponto, devc tambem ter
dLferenâ dcllcs : porque todos os fifhos dos Duques dc Braganâ , ain-
da quc nao folTcm primogenitos cfcrcvcrao fempre nefte Remo aos
Reis delle pondo no fobreferito A ElRej meu Senhor. E os filhos
:
dos Marquezes minca afti efereverad , ainda que folfem primogenitos.

E alem dillb por efta mefma Lcj manda Sua M.igeftade no f quc
aos Arcebifpos &c. que fe fallc por Senhoria , aos Duques , e a feus fi-
lhos , que Sua Mageftade mandar cobrir , e aos Marquezes , e Condcs,
e ao Prior do Crato. E aos filhos dos Marquezes , aimla quc fejao pri-
mogenitos , nao manda Sua Mageftadc fallar por Senhoria , ncm ain-
da o permite , como fe v& do dito f. e dos fegiiintes. E no f. outro
fi &c. tratando das pclToas
, quc
podem trazer Coroneis , declara , que
fomente os podem trazer os Duques, elcus filhos, c os Marquezes , e
Cqndes. E alii confta , quc os filhos dos Marquezes, ainda quc fejao
primogenitos os na6 podem trazer. E poes Ihesnab podem lallar por
Senhoria , ncm podem trazer Coroneis , mcnos devcm poder gozar da
precmincncia de piV no fobreferito : A ElRcy meu Senhor , fendo
muito mayor ,
quc as outras duas.
E
fe fc difier
,
que os filhos primogenitos dos JIarquezes tern ti-
tulo , nab bafta , porque quando o tenhao fera dc Cende , c co-
iflb
mo talIhesdcve fomente aprovcitar por gozarem das prccmincncias
dc que os Condes gozab , como fera para Ihc fallarcm por Senhoria
e para trazerem Coroncl ; c pois nenhum Condc podc por no fobic-
ferito A ElRey men Senhor , nem os filhos primogenitos dos Jlar-
:
quezes o devcm fazer.

E porque nefte proprio f. c no f. quc aos Princcoes , c no f. quc
com asRainnas, fc manda geralmcntc fem excepâo alguma , quc nas
Cartas quc fe cfcrevcrcm a Sua Mageftadc , c ao Principe nofib Se-
,
nhor , ea Rainha , e Princeza , fc ponha o final dc quern as cfcrc\'cr no
fim da lauda
,
cm que fc rematar a Carta fern outra coufa algunia fo-
:
hre ifto /b Icmbra , quc cm todos os tempos palfados eferevendo aos
Tom. IV-
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,
2^2 do Lav. VI. da Hiftoria (jeneahîca
Reis cm Portugal Duques , c feus filhos po-

os Infantes f6mentc
, e os
nhao no fobreferito A ElRcy meu Senhor , c ao adinar ; Beijo as

:
Reacs maos deVolTa Alteza, budeVolTa Magcftadc, cifto pdla pre-

cmincncia de fuas pelfoas , cm que fe iia& podc confidcrar cxcclfo , abu-
fo , ou dezordem alguma , ncm da parte dos Rcys , a quern tudo fe
deve, nem da parte dos Duques, edefeus filhos porferem taes Vaf-
fallos , e porque aflim cfcrevera6 fempre depois , que os ouve cm Por-
tugal ategora , fern nifTo aver mudanca , ncm altcraca& , e aflim como
Sua Magcftadc por efta Ley ha por bem , que ponna6 nos fobreferi-
tos : A ElRey meu Senhor como fempre o pozera6 , aflim pede o Du-
ue a Sua Magcftadc , que haja por bem , que eferevendo cllc , e feus
?rmaos a Sua Magcftadc , c ao Principe noflb Senhor , c a Princeza , c
Rainha quando as ouver continuem cm pAr ao aflinar Beijo as Reacs :
maos deVofla Magcftadc, ou de Volfa Alteza, como o fempre fizc-

ra6 : c que dies entrefi , e com todas as outras pdToas a quern efereve-
rem afliiicm ainda a Carta fe acabar , fern outra couza macs conformc
a difpozigao da dita Ley.
'S. Que dos filhos ,

e filbas,
A Pragmatica de Caftclla nao da modo de fallar aos filhos dos

Infantes. E ainda ,
que manda fomente fallar por Alteza ao Principe,
Princeza ,
c Infantes , nao parecc , que feria tenâA de S. Magcftadc , que
fe fallafle a manha a feus Netos por Senhoria , c efta ainda rafa , por-
que fe dita pragmatica fe uzafl’c de guardar na forma , ein que
o rigor da
efta eferita, aflim feria, pocs que prohibe, que fenao falle por Alteza
macs que athc os Infantes , e que por Excdlencia , c por Senhoria Jl-
luftriflima fenao falle apcIToa nenhuma dcqualquer eftado, condiâo,
dignidade , &c. como fe vA della no f que a ninguna perfona , &c. c
nao fendo couza para crer, ncm para confentir, fallarle aflim aos Ne-
tos de Sua Magcftadc , efta claro , que avendo-fe de hir contra a ditta
Ley , c fendo tanta rezao , que fe revoguc nefta parte , fera com fe
fallar aos Netos deSua Magcftadc filhos dos Infantas por Alteza, dc-
clarando Sua Magcftadc , e mandando p>or outra Lcj , que fe faqa af-
fim.
E na& podendo ja ncftc Rcino de Portugal aver pello tempo cm
diante filhos de Infante dclle , que na& fejaA Juntamente filhos de In-
fante de Caftella , fiqua claro , que fe podcra bem efeuzar fallar nef-
ta Ley cm de Infantes. E he coufa fern duvida , que fcna&
filhos
lembrara ifto a Sua Magcftadc , fena6 fora por refpeito da Senhora O.
Cathcrina , a quern alguns Miniftros ( cujo zello he bem conhccido de
Sua Magcftadc ) dcfcja6 defcontentar , e entendem , que o podeni fa-
zer a feu falvo' com direitamente fefazer efta determinaâA contra clla,
c fe mandar que Ihe fallem por Exccllcncia fendo couza notoria
, , que
fe Ihe fallou fempre por Alteza , aflim cm tempo de Sua Alageftade
como no dos Reis paHados , por todas as peflbas , que o quizei ao fa-
zer, eque todos Ihe fallarao , c cl'crcvcrao fempre aflim, c que fe al-
guem 0 nao avia defazer, antes lhcna& fallava , ou Ihe nao clcrcvia,
que
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da Cafa lâl Tortugueiâ.
que fazcllo poroutro tcrmo. E porquc nao he rezao , que Sua Ma-
geftade fc contentc dc a dcfcoiitetitar , c de fc Ihe defcomporcin , as pef-
foas, que folgarem dcofazer, ncni feus filhos, Criados, cVafTallos,
mudem o eftillo poraue fempre Ihc fallarao , c efcicvcrao. Pede o
,
Duque a Sua Mageftadc , que Ihe faga mcrcc dc aver por bem que ,
cm vida dc fua May nao haja nifto mudanâ permitindo, que cada ,
hum Ihe pofTa fallar , como athcôra fc fez e para fc fazer nifto o
, ,
cue o Duque pretende baftara fignificarlhc Sua Mageftadc pclla via,
,
ac que for fervido que nao rcccbcra Sua Mageftadc defprazer dc fc

,
fazer aflim
,
porquc efta he a mayor pena da ditta Ley , a que o Du-
que nao queria dar nunca occaziao. E para ilfo Icmbra a Sua Magefta-
uc , o grande devido , que fua May tern com Sua Mageftadc , c fua
rauita idade , e grandcs mcrecimentos , c tudo o macs que podcra
,
Icmbrar a Sua Mageftadc , por ondc Ihc mcrccc muito mayorcs mcrccs,
c favores.
S. One a iienhuma outra pejfoa.
Efta Lev vifta dc muitas peftbas cm Lisboa , e na propria

foi
Chanccllaria doRcino aonde foi Icvada para fcpubricar nclla ha mui-
tos dias , e levava entao f. cm diftcrente forma , porquc dizia , que Ic-
nao follarTc por Exccllcncia fenao aqucllas pcflbas , a que os Reis paf-
fa Jos , e Sua Mageftadc tivedem feito efta mcrce , como a tinhab fei-
to ao Duque de Braganâ , c a feus fucccflbrcs , depois quo herdaftem
fua Gaza. Rccolheo-fe a Ley da Chanccllaria , c dahj a muitos dias
tornou a ella noutra forma, que he efta cm que fe tcin pubricado,
com aquclla claufula nuidada no que fc fez muito grande aggravo ao
,
Duque , porquc na verdade na primeira forma fe ouvera de fazer a dit-

tacxccpâo do Duque, efeus fucceflbres pocs he aflim, que nclla tem
Sua Mageftadc feito mcrcc da Exccllcncia ao Duque , c a feus foccef-
forcs , como confta da Patente ,
que Ihe della mandou palfar ,
para
que nao podefle paiccer a algucm , que lha revogava pclla ditta Ley
c para que Ihe nao fofte ncccfTario andar Tmoftrando a ditta Paten-
te a todos , que fora6 as rezoens por ondc fc fes a cxccpâo expref-
fa do Duque , as quaes tinhao a mefma forâ para fc fazer dc feus foc-
ccfTorcs , c muito mavor ainda defpois de Sua Mageftadc aflim o aver
por bem, caffinar a ditta Ley naquclla forma, e fer vifta na Chancel-
iaria , porquc tornando-fc a rccolhcr , ctirandolfe daquclla claufula os
fucceflbres do Duque , podem os que a virao antes , que fc recolhcflc,
cuidar ,
que fc tirarao por Sua Mageftadc nao aver por bem , que fc
falle por Exccllcncia aos fuccelforcs do Duque , que herdarem fua Ga-
za , nao podendo efta fer a entenfao de Sua Alagcftade , porque feria
revogarlhe a mcrcc , que Ihc fes para dies por tao grandes caufas , co-
nio fao as que fc referem na Patente da ditta mercc.
E alem dc fer a ditta Ley vifta na Ghanccllaria com a cxccp9a6
dos fucccfTorcs do Duque, clla mefma moftra ainda agora ouc a teve,
porquc tliz aflim ( Quo a nenhuma outra pefFoa por grande eftado
;
officio ou dignidadc , que tenha fc fillc por Exccllcncia dc palavra

,
por eferito, fenao a aqucllas pcflbas a quern os Senliorcs Revs,
nem
^ * niPiK
,
2^ \ T^roxm do Liv. VI. da Hijloria (jcnealoyca

mens antccc.Torcs ,
mercc, ûc fccliamcm, efal-
ccvi tivciinos feito
Icin por Exccllcncia como dies , c cu a teir.es feito ao Duque dc Bra-
,
panâ. ) E ,
que ncm os Revs paflados , nem Sua Ma-
fendo certo
;eflaJe tinhao feito mercc a outra pefToa das que hojc vivein , que fe
flie cliamc , c falle por Exccllcncia , mais que ao Duciue dc Braganga
cll.i claro
,
que fe na& fallara na dita Ley por aquelles termos , ( fe-
na 6 aaquelixs pclfoas a quern os Scnhorcs &c. ecu tivermos feito mer-
cc &c. ) fcnaquclla cxccp 5 a 6 fenao tratara cxprcll'arrcntc dosfuccef-
fores do Duque , como na verdade fe tratava na Lcj , que Sua Alagef-
tadc primeiramente afllnou , porque nao fendo a(t;m , na 6 avia para
que tratar das pclfoas , a que Sua Alageftade , ou os Reis palfados ti-
nhao feito efta mercc, pocs era certo , que deflas nao avia macs, que
liuma que he o Duque, eadiin ouvera a cxccpâo defer Angular, e
,
feita delle femente 1 cm tratar doutras pclfoas.
E efta ifto ainda macs claro , porque ncm os Reis palfados, nem
Sua Alageftade Azerao clla mercc ao Duque Dorn Thcodozio , que
lioje vivc os Reis palfados a fizerao ao Duque Dom Joa 6 , que Deos
:
tern, e Sua Alageftade lha fez por a ditta fua Patente a die, e a feus
I'oecdforcs ; c cm virtude della , como fucccfl'or do Duque Dom Joa 6
goza o Duque D. Thcodozio da ditta mcrce , c afl’m pocs , que fem
nova mercc a goza , e feus lucccIT'orcs hao tambem dc gozar della , nu
todos feouverao dccxccptuar na Ley , ermo cflava feito na que pri-
ineiramcntc le aflinou , ou fe ouvera de fazer a cxccpâo do Duque de
Bragan 5 a fingdla , e Cngularmcnte fe fallar nas culras pclfoas , que nao
avia.
S. E toda a peffoa.
Por die Capitulo podia parccer , que obrigava Sua Alageftade a

toda apelfoa, que tiver titulo dc Duque , Alarquez, &c. a que ode-
dare quando aftinar, c o ncme do lugar dende o tiver. Alas bem olha-
do parecc que na 6 manda Sua Alagcfladc ifto por modo de obriga-
âo , mas ft.mcntc por pei milfao porque tendo no f. que no eftillo ,
:
que he 6 antes dcftc , ordenado , que acabada a Carta , a allinalfc quern

a efcrcvcilc loguo depoes da datta fem outra cortezia no meyo o que
^
agora Iks ncftc f. he toda a pdfoa , he permilfo que quern tiver ti-
,
tulo o polfa dcclarar , e o nomc do lugar dondc o tiver.
E nai) he forgado dc fer contrario por parccer , que aqudia pa-
lavra ( declarara ) iinporta prcccito porque tambem pode importar fd-
,
mente pcrinilfad, como fevd do f. que nos fobrcfcritos , que logo fe
fegue no qual fe ordena , que nos fobrcfcritos fe ponha ao Prclado a
:
Dignidadc Ecdcfiaftica , que tiver , e ao Duque , Marquez , &c. a dc

feu titulo , c oos lidalgos , c aos mefmos Scnhorcs a dignidade , ou
,
grao de letias , que tiverem , c aos Criados dc Sua Alageftade o foro

, j
que tiveran em fua Caza. E ainda que a Ley nefte f. falla por aqucl-
la palavra
( fe
ponha ) a qual parecia que importas a maes claramente t
preceito , que a palavra (declarara) deque feuzou ncftc f. E toda a ;
pelfoa (comtudo efta chro que nao importa macs, que permilfao,
,
c que nao manda , nem obriga Sua Alageftade a ningucin no ditto f.

^
que
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,
da Cafa âl ‘Portugueiâ. ^9$

quc nos fobrefcritos ) quc ponha ao Prclado a DignidaJe , ncm ao Du-
que o feu titulo , n:m ao fidalgo o feu officio , ou foro , nem ao fidal-
go ofeu grao, ainJa quc permitte atodos, que o polTa& fazer affim.
E ifto que Sua Mageftadc permite , que fefaâ com osoutros nos fo-
brdcritos das Cartas , quc fe Ihcs efereverem ifto mefmo permite quc
,
cada hum faâ con/igo mefmo nas Cartas , e papeis quc affinar.
,
Conformc a ifto o Duque nao determina fazer niudanâ alguma
do feu final , nem lia quc fas nifto contra a Ley.
S. Que ms fobrefcritos.
Parecc que por a mefma reza6 por onde Sua Mageftadc permite
oue fe polTa p6r no fobrcl'crito a cada hum o foro , que tiver em Caza
de Sua Mageftadc , poderi tambem o Duque p6r a feus Criados , o
quc tiverem em fua Caza , c que o nao defende Sua Mageftadc por ef-
ta Ley
, e affim determinou o Duque de nao mudar o eftillo , quc ti-
nha de mandar p6r nos i’obrcfcritos das fuas Cartas para feus Criados
o foro , que cada hum tern em fua Caza : porque nclles Icnao poem
a cada hum fenao o quc na verdadc tern pcllo que importa ao mef-
,
mo Duque , e a feu ferviftb , c boa ordem de fua Caza , que fe def-
comporia de todo fe o Duque ouvclTe de eferever a todos feus Criados
pcllo mefmo modo , fern fazer differenfa entre dies pello foro que
cada hum tern em fua Caza e como nas Cartas do Duque para feus
;
Criados na& ha , nem pode haver as dezordens , e abuzos , que fe tern

introduzido no modo de fallar , c eferever , que Sua Mageftadc por cf-
ta Ley quiz reformar he coufa clara , que na6 foi entenâo de Sua
,
Mageftadc , quc o Duque mudalfe nefta parte o eftillo , porque efcrc-
ve a feus Criados.
S. Que dejla ordem.
Por o quc efta ditto atrils fobre o etoda apefiba (efta claro)
f.
|uc nas Cartas ,

quc fe efereverem ao Duque
fe pode p<V efte fobre-
Scrito (Ao Duque) fern Ihc accrcfccntar tituloalgum, nem nome dclu-
gar ,
porque ainda que fe podem accrdccntai' os titulos nao ha obri-
ga^-ao de o fazer.
E por o que neftc f. fe ordena , parecc , que benx fe podcria6
pbr a huina pdToa muitos titulos , fe os tiver , e porque os do Duque
la& muitos
,
parecc que por emeurtar fe Ihe pode pbr affim o fobie-
ferito : Ao Duque de Braganya , e de Barccllos , &c. Conddlable def-
ies Rcinos de Portugal.
E porque feus Irmaos na& tern appdlido algum , nem dignidade
que fe Ihcs polfa p5r no fobreferito , parece , que fe Ihes pode p6r af-
lim : A Dorn Joao , filho do Duque ae Bragan 9a.
E quc fe deve approvar efte termo por na& importar macs , quc
hum nome natural , conformc ao que fe diz no f. Quc defta ordem.
Pello qiie eftii claro, quc fe Ihc foi feito aggravo cm fenao fazer del-
Ic a d/tta cxccpgao , fern fe tratar doutras pdibas , pocs as nao avia ,
cemfcna6 exceptuarem feus fuccclForcs lu forma , cm quc fc fez na

priinei-
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,
296 Trovas do liv. VL da HiHoria (jeneahîca

niuito mayor ng-
nrimclra Levadlnada norSiia Magcftadc , e que foi
iallava deyois dc fer ^ ilta
gravo tirarlc della a clauzula , que nellcs
na Clianccllaru.
N O T A.
Dm'c-fc faber , que eftc papcl , que fc

mandou a ElRey depois
nos pontos principacs,
dal cv Icpublicar, teac o feu devido effeito
fc contmuou no trata-
dc que trata ; porque a Senhora D. Catbarma
c o Duque fc aflinou na
mento dcAltcza, que confervou ate a irortc ,
Criados no ulo,e anti-
mcfma forma, que antes, etratando aos feus
ler icm pcrmiHao do me
-
go collume dafua Cafa, oque na6 podia aflinando-fe Du-
mo Rev; porque a ellc, c aos feus Miniftros cfcrcvia
Cartas , como feus filhos fo^mcn-
que fdmente , como Ic vC dc diveifas
tivcrao appclhdo como tambem dcixa-
te comonomc-, porque nao
:
dizcllo tambem a bcnlio-

mos referido na Hiftoria , a que ajuntamos o
la b. Catharina ncftc papcl ;
porque o nolTo mayor cuidado
com os quaes deixamos corroborado,
iruir aoscuriofos com anedotos,
daCala Real.
o que temos eferito nalliaoria Geiicalogica
anno de
Tragmatica de tratarrentos delRey Fi/ippe II. do
para os Reynos da Corea de Cadella.
dc Dios Rcy dc Caftilla , dc

Num.
An.
1 pi
1586. D On
Aragon
Felipe por
,
dc
la gracia
las dos Sicilias
varra , de Granada , dc Toledo , dc Valencia ,
,
dc Jcrulalcm , dc i:ortugal
de Galizia
Corcega . ê
,
dc Na-
deSeûlla , de CciWia , dc Cordova , dc

Gibraltar , dc '
Jacn , de los Algar\ es , dc Algezira , de
.
Isis, y
naria, de las Indias Oricntalcs , y Occidentals, ‘
,
del mar Occano Archiduque dc Auftria , Duque dc ° 8

,
J
Bravante, y Milan , Condc de Abfpurg, de ^

de Barcelona , Senor dc Vizcaya, y dc Slolma “
Felipe nueftro muy caro ymuy amado V ,
’
dos,%uqus, Ma^lTes, Conds, Ricos hombres

Alcaldes dt los&fc
Ordens, Comendadors , y Subcomendadors , Conlejo Prefiden-
llos , y Cafs fuertes , y lianas y a los del nudlro
,
tes , y Ovdorcs dc las nueftras audiendas ,

Alcaldes ,
michra Cifa , yCortc, v Chancillerias , y a todos
“ .
Afliftents , Governadorcs, , Alcalds mayors , V ^^cinti-

Is, Merinos, Preboftes ’v a los Concejos, y Unweif.dads^
quatros, Regidors , Cavallcros, Jurados , b'lbuderos ,
•
bombrs buenos, y otros qualcfquicr lubditos , >

‘Mualquicr eftado\ preeminencia , o digmd.ad
dan , de todas lasCiudads , Villas,
tros Rcynos
Y
vSenorios, realengos , abadengos ,
J HSorio,
alTi
, v a cada ,
a los que nora fon, como a los que leran de aqui a ’ pito
j-„n- 1
ouo , qualquicr dc vos , a cuicii clla nueftra Carta ,

y y tenido
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,
da Caja 'Real Tcrtuguesâ. ap7

tenido toca , y pucdc
tocar en qualquicr iranera , falud , y gracia. Sc-
padcs , que avicndofenos fuplicado por los Procuradores dc Cortes dc
las Ciudades , y Villas deftos nueftros Reynos , en las que mandainos
cclcbrar en la noble Villa de Madrid , el ano palTado de mil y quini-
entos y ochenta y tr«, y fe dilTolvicron acabaron el de mil y qui-
, y
nientos y ochenta y cinco , fueflemos fervido mandar proveer de reme-
dio necelTario , y convenicntc , cerca de la dcfordcn y abufo que avia
en cl tratamicnto dc palabra y per cfcrito , por aver vcnido a fer tan
grande el exceflb y llegado a tal punto que Ic ayan ya vifto algunos
inconvcnientes , y cada dia fe podian efperar mayores , fi no fe atajaf-
fe y rcformalTe , reduziendolo a algun buen orden y tennino antiguo,
pucs la verdadera honra no conliAe en vanidadcs de titulos , dados por
eferito , y por palabra , fi no en otras caufas mayores a que eftos no
anaden , ni quitan. Y
aviendofe diverfas vezes tratado
, y
platicado
por nueftro mandado por los del nueftro Confejo , y conlultado con
nos : avemos acordado , proveydo , y ordenado en lo fufo dicho , lo
que por efta nueftra Carta y provifion fe dcclara , provee y ordena.
Primeramente , como quiera que no era necclfario tratarfe cnef-
to dc nos , ni de las otras perfonas rcalcs , toda via porque mejor fe
guarde ,
cumpla , y obferve lo que toca a los demas queremos
:
y mandamos ,
que de aqui adclante , cn lo alto dc la Caita , o papel
que fenos cfcrivierc, nofeponga otro algun titulo mas que Sehor,
ni cl rcinatc dc la Carta mas , dc Dios guarde la Catolica perfona de
V. Mageftad , y aHi mifmo no fe ponga cn la cortefia de abaxo cofa al-
guna, mas dclafirma del que el'crivicrc la tal Carta: ni cn el fobrecl-
crito fe pueda poncr , ni ponga , mas de tan folamcntc al Rey nuef-
tro Sehor.
Qiie a los Principcs herederos , y fucccITorcs deftos nueftros
Reynos, fe leseferiva enlamifma forma, mudando tan folamcnte lo
dc M.igcftad en Altcza , y lo dc Rey en Principe , y al remate y fin de
la Carta , Dios guarde a V. Altcza.
Que con las Reynas deftos nueftros Reynos , fe guarde y tenga
la mifina orden y eftilo que con los Reyes dcllos : y con las Princcltas
deftos dichos Reynos , la que efta dicho fe ha dc tener con los Princi-
pes dcllos.
Que a los Infantes , y Infantas , deftos nueftros Reynos , fola-
nicntc fe llame Altcza, y fe leseferiva cn loalto, Sehor, y en cl fin
de la Carta fcha dc poncr Dios guarde a V. Altcza, fin otra cortefia.
Y' cn cl fobre eferito al Sehor Infante Don N. y a la Schora Infanta
Doha N. pero quando fe dixere , o eferivicre abfolutamente Su Alte-
za, fe ha dcatribuir a folo cl Principe heredcro y fuccell'or deftos nu-
eftros Reynos. Declarando , como declaranios , que lo contenido cn
efte Capitulo no fe ha dc entender, ni es nueftra intcncion y voliin-
tad que fe entienda con la Emperatriz Doha Maria , mi muy cara , y
muy emada hermana , aunque fea Infanta de Callilla , pues efta clîro
quo fc le ha dcllamar y eferivir Magefl.id yponcrlc end fobre eferi-
Emperador,
to ,
a I.a Emperatriz mi Schora : y a fus hijos nermancs del
nueftro im»y caro y muy amado fobrino , fe l.aia cl nufmo
tratami-
Tom.IV. I’P
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ip8 Vrovas doLlv.VI. daHiflorta (jeneahgtca

ha dc hazer a los
cnto de palabra y por efcrito que efta dicho , fc
,
Infantes dcftos Rcynos
, y
tambicn a los Archiduqucs fus Tios.
Quc y cunados de los Reyes dcftos nueftros Reynos
a los ycrnos
fc haga cl iratamicnto que a fus mugeres , e a las nuerxs , y cunadas de
los dichos Reyes , cl mifmo quc a fus mariJos. Y quanto al tratainien-
to que las dichas perfonas Rcalcs han de hazer a los dcmas , no entcn-
demos innovar coza alguna , dc lo quc halla agora fc ha acoftumbra-
do y acoftumbra.
Quc
cl cftilo , ufado cn las peticiones que fc dan en nudlro Con-
fcjo y cn los otios Confejos , y Chancillcrias , y Tribunalcs ; y cl que
,
fe acoftumbra de palabra quando eftan cn Confcjo fc guards , como
hafta aqui , cn todo lo quc no fucrc contrario a cfta nueftra Carta y
provifion , exccpto quc en lo alto fu pueda poncr , Muy poderofo Se-
nor , y no mas.
Que en las refrcndadas dc todas las Cartas , ccdulas , y provilio-
ncs nucftr.is , pongan noftros Sccretarios , deIRcy nueftro Scnor , cn
lugar de Su Magcllad
: y en las refrcndadas de los nueftros efcrivanos
dc Camara fe haga lo nufmo.
Quc cn todos los otros juzgados , affira rcalcngos , como qualcf-
quier quc fcan , y dc qualquicr calidad y forma , ora fe hablc cn parti-
cular , o cn publico , las pcticioncs , dcmandas , y qucrcllas , fe comi-
enccn en renglon , y por cl hecho de que fc huviere de tratar , fin po-
ner en lo alto , ni en otra parte , titulo , palabra , ni fenal dc cortcfia
alguna: y alcerrar, yconcluyr fcpodra dczir : Para lo qual , el offi-
cio dc V. S. o de V. m. imploro , legun fucren las perfonas , y Juezes
con quien fe hablarc : y los efcrivanos folamentc diran , por mandado
dc N. Juez , ponicndo cl nombre , y fobrenombre folamentc y podran :
tambicn poncr el nombre del oficio dc la tal perfona , o juez , y la

dignidad , o grado dc Ictras que tuviere , y no otro titulo alguno.
Quc a ninguna perfona dc qualquicr eftado , condicion , digni-
dad , grado , y officio que tenga , por grande y preeminente que fca
fe pueda Uamar por efcrito ni de palabra , cxcclencia , ni fenoria iluf-
,
, ni afii mifmo fc pueda llamar Sefioria iluftriflima a ninguno

triilima
fino a folos los Cardcnalcs , y al Arôbifpo de Toledo
,
como a Prima-
do de las Efpanas , aunque no fca Cardcnal.
Que a los Arôbifpos , Obifpos , y a los grandcs , y
a las perfo-
nas quc mandamns cubrir , fean obligados todas las perfonas deftos nu-
eftros Rcynos a llamar Senoria , y tambicn al Prcildente del nueftro
Confcjo Real.
Que a los MarqudTes , y Condes , y Comendadorcs mayorcs dc
las Ordenes dc Santiago , Calatrava , y Alcantara , y Prefidentes dc los
otros nueftros ConfeJos, y Chancellarias , fe pueda llamar, yeferivir
fciloria por efcrito , y dc palabra , y no a otra perfona alguna , exccp-
to a las Ciudadcs , cabccas de Rcynos Cabildos dc Iglcfias Metro-
, y
politanas , quc fe Ics podm llamar cn fus ayuntamientos , donde hu-
vicrc cofturabre dcUo ,
y tambicn efcrivirfela.
Qiic a los Embaxadorcs quc ticnen afliento cn nueftra Capilla ,
fc pueda afii mifmo llamar,
y eferivir Senoria,
Qiie
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da Cafa %eal Tortuûesâ. 2pp

Qiie en !o unas pcrfonas a otras gcneralmcn-
qiie toca al cfcrivir
te ,
ningiina cxccpcion I'e tenga y guardc cfta forma , comengar la
fin
Carta, o papci , por la razon , o por el ncgocio fin poncr dcbaxo dc
la Cruz en lo alto , ni al principio del rcnglon ningun titulo
, ni ci-
fra , ni letra , y acabar la Cârta diziendo. Dios guarde a V. S. o a V.
m. o Dios os guarde , y luego la data del lugar , y del licmpo ,
y
tras ella lafirma , fin que prcceda ninguna cojtcfia. Y que cl que tu-
vicrc titulo , Icponga en lafirma, y dedonde es cl tal titulo.
Qiic en las fobre elcritos I'e ponga al Prelado la dignidad Eccle-
fiaftica que tuvierc , y al Duque , Marques , o Conde , el dc fu efta-
dn ; y a los otros Cavallcros , y pcrfonas fu nombre , y fobrenombre
diz.icndo al Cardenal ,
al Arcobifpo ,
al Obifpo dc tal parte. Y do la
mifn'a mancra al Duouc, «f Marques, al Conde de tal parte; v a los
demas a Don N. o a Don N. poniendo el fobrenombre, yacada uno
de los nombrados en cite Ciapitulo , fe podra poncr la dignidad , oficio,
o cargo , o grado dc Ictras que tuvicrc.
Quo della orden no fc pueda cxccptar, ni cxccptc cl ValTallo cf-
criviendo al Senor , ni el Criado a fu amo , pero los padres a los hi-
jos , y los hijos a los padres podran fobre cl nombre proprio ailadir
el natural , y tambien entre marido , y mugcr fciialar cl dlado del ma-
trimonio fi quificren , y entre hermanos cl tal deudo.
Que el trataniicnto a las mugcrcs, y entre cllas mifmas poref-
crito , y de palabra , fca cl mifnio que eila dicho , le ha dc hazer a
i'us maridos.
Que a losRcligiofos debs Ordcncs nofcllame, ni eferiva fino

Paternidad , o Rct'crcncia , fegun el cargo , que tuviere , y cn el fo-
bre eferito fc pueda poncr con fu nombre el cargo , o grado de Ictras
que tuvierc , en las Ordcncs que los ufan.
• Que lo que enefta nuellra Carta, y provifion feordena y man-
da fc guardc portodos en cllos nuellros Rcynos y alii mifino eferivi-
endo a los aulentes dellos.
Otroli ,
por remediar cl grand deforden y excefib , que ha avi-
do , y ay , cn poner Coronclcs en los Efeudos dc armas dc los folios y
repofteros : ordcnanios , y mandamos que ninguna , ni algunas pcrfo-
,
nas puedan poncr , ni pongam coronclcs cn los dichos folios , ni re-
pollcros , ni cn otra parte alguna donde huvicrc armas , cxccpto los
Duques, Marqucll'cs, y Condos , losqualcs tenemos por bicn quo los
puedan popcr, y pongan , fiendo cn la forma que Icstoca folamcnte,
y no de otra mancra : y que los coronclcs pueftos halla
aqui fc quitcii
luego , y no fc ufen , ni traygan , ni tengan mas.
Y porque mejor fe guarde , cumpla , y execute lo fufo dicho
ordenamos , y mandamos , que los que fueren , o venieren contra lo
contenido en cfta nuellra Carta , y provilion , o qualquier cofa , o
parte dcllo , cayan , y incurran , cada uno dellos por cada vcz , en
pona dc dicz mil Rlaravedis , repartido cn efta mancra : la tcrcia par-
te para el Dcnunciador , y la otra tcrcia parte para el Juez que lo Ictt-
tenciare ia tercia parte para obras pias , y que fe execute fin
, y
renti/fion alguna.
Tom. IV. Pp “ Por-
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1
I
30 0 ^rovas doUv.VL da Hijlorla (ênealoglca

Porquc VOS mandamos a todos , y a cada uno de vos , fegun di-
cho es , quc vcays cfta nucftra Carta , y provifion , y lo en clla con-
tcnido , la qual queremos quc tcnga fucr§a de Ley , y prcmatica San-
cion hccha , y promulgada en Cortes , y como tal la guardeys , cum-
plis , y exccutar en todo , y por todo , logun , y como en clla fc con-
ticne y contra fu tenor y forma no vays , ni palfeys , ni confintays
:
ir , ni palTar en tiempo alguno , ni por alguna manera , lb las penas en

qiie caen , y incurren los quc palTan , y quebrantan Cartas , y manda-
inientos de fus Reyes , y Scnorcs naturalcs , y fopena de la nucftra
merced , y de los fobrediclios dicz mil Maravedis a cada uno que lo
contrario hizicrc. Y porquc lo fufo dicho venga a noticia de toaos , y
ninguno pueda pretender innorancia , mandamos , quc cfta dicha nu-
cftra Carta , y provifion , fca pregonada publicamente en nueftra Cor-
tc , y lo en clla contenido fe guarde , cumpla , y execute precifia , y
inviolablcmcntc , dcfdc primero dia del ano venidcro , de mil
y quini-
entos y ochenta y fictc ; y los unos , ni los otros no fagadcs , ni fagan-
ende al por alguna manera , fo las dichas penas. Dada em San Lo-
renzo a ocho dies del mes de Otubre de mil y quinientos y ochenta y
I'cis anos.
YO ELREY.
Condc de Barajas. El Liccnciado Juan Thomas. El Licenciado
F.I
Don Lope de Gulman. El Liccnciado Ximenez Ortiz. El Licencia-
do Don Pedro Portocarrero. El Licenciado Mardones. El Liccn-
ciado Ovardiola. El Liccnciado Nunez deBohorques. Yo Juan Vaf-
quez de Salazar , Secrctario de Su Catolica Magcftad la fizc elcrivir
por I'u mandado. Rcgiftrada Jorge de Olaal de Vergara, Chanciller
Alayor Jorge de Olaal de Vergara.
En la Villa de Madrid , a diez dias del mes de Otubre de mil
y
quinientos y ochenta yfeis anos, delantc dcPalacio, y Cafa Real de
Su Mageftad , y en lapuerta de Guadalajara de la dicha Villa, dondc
es el comcrcio y trato de los mcrcadcrcs oficialcs eftando prefentra
y ,
el Doftor Don Alonfo de Agreda los lyiccnciados Martin de Efpi-
, y
nofa , y Petro Bravo de Sotomayor , Alcaldes de la Cafa y Cortc de
Su Mageftad , por pregoneros piiblicos fe pregono la Ley , y Premati-
ca contenida en el plicô antes dcftc con trompetas. A lo qual fueron
prefentes los Alguazilcs de Corte , Muxica , Velazquez , y Francifeo
de Oro , y otras muchas perlbnas : de lo qual doy fc Juan Gallo de
Andrada.
Decla-
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r
da Caja %eal Tortuguesâ.

joI
Declaraqai da Ley das Cortezias ^ pela (jiial fe pdde fallar par Se-
nhoria aos V
edores da Fazenda , Kegedor , e Governador das
Cajas da SupplicagaS , e Porto , Prefidentes , e Commendadores
mores. Original e/ld na gavcta ,
mago / da Cafa da Coroa
na Torre do Tombo , donde a coptey.
porquc ordenou o modo que fc avia de ter nas cortezias , e por quanto
defpois que neftc Reyno I’e publicou , e praticou a dita Ley tempre
por parte dosVedores deminna fazenda, Regedor, e Governador das
Ca/as da Supplicaâd , e do Porto, e dos Prezidentes dosTribunacs, c
dos Comendadorcs mores das Ordens Militates , fe me reprezentarao
alguas cauzas , e razoens de fe na& premetir na dita Ley falarfelhes por
fenhoria . querendo niflb prover , ei por bem por efte meu alvara de-
clarar a oita Ley , para que da<mi em diante fe pofla falar por Senho-
ria aosditos Vedores derainha fazenda, Regedor, e Governador das
Cafas da Supplicaâo , e do Porto, e aos Prefidentes dosTribunaes. c
aos Comenaadores mores das Ordens Militates. E para que a touos
feja notorio , mando ao Chanceller mor , publiqûe efte Alvara em mi-
nba Chancclaria e invic logo o trcsiado delle foomeu fello e feu final
a todos os Corrcgedorcs c Ouvidores dasComarcas aos quais manda-
mos que tambem os publiquem nos lugarcs donde eftiverem , e o fa9a&
publicar em todos os mats de fuas Coireigoens , e Ouvidorias , e in-
viem diflb fuas certidoens ao Chanceller mor , e legiftrarfca no livro
da Mcfa do Dezembargo doPa5o, enoslivros dasRelaôens dasditas
Cafas , e efte proprio o lanâra na Torre do Tombo , e valeia como
Carta fern embargo da Ordena5a& livro II. titulo XX. em contrariov
Pedro de Seixas afiz 37 dcAgofto de 1602.
REY.
Gcor. ^ Epis.
Rivard para fe poder fallar por Excellencla ao Diujue de Avehro.
Ffid na Torre do Tombo livro 2. das Leys pag. 128 , donle
0 copiey.
U
E ElRey faô faber aos que
meu Sennor e Pay que Deos
efte meu Alvara virem que ElRey JiJupn.
tern mandou fazer hda Ley e pra-
matica dos eftillos perque fe avia de falar , e eferever nos meus Regnos
^ '
194
de Portugal as pclfoas defies , pella qual mandou que a nenhiia pefToa
fc falalc nem efcrevelc por Excellencia , e queixanaofeme o Duque de
Aveiro meu muito amado e prezado fobrinho do agravo que com a
tal Lev fc Ihc fazia , pedindome o raandalTe defagravar , eporver
nilTo,
^
e vifto
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3 01 Turovas do Liv. V1 . da Hijloria (jeneah^ca
c viflo pormim feu rcqiicrimcnto cacalidadc dc fua pcHba, caon ui-

to conjunto devido que emrigo e coni os Keys nicus antcpalTados tem,
eporiruito folgar dc llic Inzer toda a honra e mcrce, cfperando quo
clle, e Icus fucceflbres mafaberao reconhccer cfen’ir como dellcs con-
fo, cefpero cy porbem que fclhepofTa I'alar eel'crcver porExcclen-
cia, e inaiulo ao nieu Chaiiceler n.or que efle Alvarn fa^-a publicar
em a Cliancctaria , c o tretdado dcllc fob feu final mandc publicar nas
Cidadcs ,
Villas , c liigarcs dos ditos ircus PvCgnos de Portiigp.l para
que a todos feja notorio , e o treslado defie irande pftr na 1 orre do
Tombo com a dita premarica para que confte como fern embargo del-
la Ihe fiz efta mcrce por efte meu Alvara que valcra como Carta fern
embargo da Oi denai,-a6 livro 2. tirulo 40 quo diz quo as couzas , cujo
cfeito ouver de durar mais de hd anno palfcm por Carta , c pafiando
por Alvara na 5 valhao, Cafpar de Abreu de Freitas o fez em Madrid a
20 dejunho dc 1606. O SecrctarioLuiz deFiguciredo o fez eferever.
Alvara, emque EiRcv concede ao BaraS de Alvito D. Jooi Lobo

ijtie Je the potu^cJallar por Senhona. E/la notivro 20 dcPii-
vileglos pag,220.
aosqiie eftc Alvara virem que havendo ref-

I “
O <
' IT pcito aos mcrccimcntos do Baraft dc Alvito D. Joao Lobo e a fua
'
All. 1609. calidadc e aos muitos ferviflbs que feus antcccITbrcs fizeraO a Coroa
d dies meus Reynos de que he rezao que aja memoria , e conCderan-
do tambem fer fua Caza tal eta& aiitiga que a toda amerce cue Ihe
fizer fera nella bem empregada , e havendo outrofi refpeito a D. Luiz
de Lencaftro men muito amado fobrinho Comcmlador mor da Ordem
dc Aviz do meu Confelho dc Fllado , c Vedor dc minha fazenda , ter
promdfa minha dc honra c favor para quern cazafe com fua fdha com
quern o dito Bara6 he cazado , e por mo pedir o dito D. Luis e cu
folgar muito dc fazer mcrce ao dito Barao por todos eftes refpeitos
me praz c ey porbem dclha fazer que I'clhcpolTa fallar porSenhoria
fem embargo do que em contrario Ic ordena pella Ley doseftillos que
teiiho maiuiado goardar neftes meus Reynos , naqual mando que fc
fiiâ declara9a6 dcfla mcrce , que afli Ihc faô e para que pefia uzar
della feregirtre, e publiquc eftc na Chanccllaria c onde mais comprir
oque ci porbem que fecumpra eguarde intciramente como nclle fe
contem , eque valha como CJarta ccmccada cm m.cu nomc polio que
o efi'eito della aja dc durar mais de hd anno fern embarguo da Oide-
np'jao que o contrario difpocm. Luis Falcao ofiz em Lisboa a 28 dc
Outubro de 1609. Chriftovao Soares o fiz eferever.
E depois ElRey D. Felipe o IV. ernfirmou o dito Alvara a 25
dcMayo do anno de 162^. Ruy Dias dc Mcnezes o fez eferever. El-
tix no livro 1 1 dc Confiiiiiaôcns a pag. 196.
Ahard
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,
da Cafa ôrtuyieâ, ^03

^bara, qiie Sua Mage/lade mandou pajjar para Je publicar di no-
vo, eexicutar aspenas da Ley daPrematica fobre asCorte-
zias, e modo defallar, ee/crever. E/ld nolivro 2. das
Leys pag. 20J verj. na Torre do Tombo , onde
0 copiey.
U Num
E ElR-cy fa90 fabcr aos que efte meu Alvara virem , que pofto
que pdia Ley e prcmatica feita fobre as cortczias e modo de fk-
lar c efcrever , cfta baftantemente provido com as penas que nellas fe
-
196,
1612.
didarab aos que a na& comprirem , fou informado que as jufticas as
na6 executab , com o rigor della de que proceJcm grandes inconvini-
entes , e para que fe cntenda quanto me ei por dcfervido dos que nao
guardarem e comprirem a dita Ley fcm intcrpctraôens , ncm outros
entcndimentas mais que a ten9a& das palavras della , cy por bem que
denovo fepubliquc a dita Lei neftes Regnos eSenhorios, cmando a
todas asjuftiâs que tanto que vier afua noticia, aigdas pclToas que
por qualqucr via fcjam culpados na dita Ley procedad contra dies na
forma della condemnando-os em todas as penas nellas dcclaradas fern as
poderem diininuir nem moderar cm coula alguma , e aos Corrcgcdorcs
de minha Corte , cCaza de Supplica9ao , c aos Corrcgcdorcs das Comar-
cas e Ouvidorcs dos Mcftrados e quacfquer outras jufti9as que alii o cuin-
pra6 c guardem porque de alTy o na& fazerem mq avcrei por mal fer-
vido delles , e mandarei proceder contra os one nilTo l‘c defeuidarem , c
ally niando aos Corrcgcdorcs do Crime defta Cidade e aos das Comar-
cas, c Ouvidorcs dos mcftrados, c aos Provedores noslugares onde os
Corgeredores nao podem entrar per correi^'ao , que nas corrci9oes que
fizerem perguntem particularmcntc fe ha alguns culpados nas prohmi-
90cns da dita Ley c proccda6 contra dies com o rigor della , e mando
ao Doutor Damiao de Aguiar do meu Confelho e Chancellcr mftr def-
ies Regnos que fa9a logo publicar na Chancellaria efte meu Alvara
e cmviara o traslado dellc com outro da dita Ley fob meu fello e feu
final a todos os Corrcgcdorcs , c Ouvidorcs dos Mcftrados para a faze-
rem logo publicar em fuas comarcas , e os Provedores noslugares on-
de os Corrcgcdorcs na6 podem entrar por correicad , eferegiftara no
livro doRcgifto daMefa do meu Dezembargo doPa90 cnosdasCa-
fas da Supplica9ao
, e
Rela9a& do Porto a qual quero que valha como
nellc fecontem pofto que o efeito dclle aja de durar mais de hum an-
no fem embargo da Oracna9a6 do 1. livro titulo 40 cn contrario. Du-
arte Correa dcSoufa ofez. Lisboa 330 deAgofto de 1612.
Ahard
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,
304 Trovas doUv.VL daHiJloria 'ênealogica
Ahara pelo <jual ElRey D. JoaS IV. mandcu tratar por Senho-
ria a D. Mart Mo , Principe deArracaS. EJld no livro ip
daJua Chancellaria , pag. zpp.
Dir. n.xp 6 . ,
U ElRey faô fabcr aos quc eftc Alvara vircm quc tcndo refpci-
An. 1646. f’ y to as qualidades que no Principe de Arracao D. Martinho concor-
rem c as mais quc por parte dcllc I'e me reprezcntou acerca do trata-
mento da fua pellba , ci por bcm dc dcclarar quc I'c Ihe fale por Sc-
nhoria e que alTi I'eja tratado daqui em diante no Rcyno e fora dclle
cm geral e particular , e die fe comprira intciramcntc como nellc fc
contcm conllando primeiro por certidab dos officiaes dos novos dirci-
tos dc como ellao pagos fe os dcvcr na forma de minhas oidens c va-
Icra polio quc feu cfcito aja de durar mais de hu anno fcm embargo
da Ordenaâb do livro 2. titulo 40 cm contrario. Balthezar Gomes
o fez cm Lisboa a 1 1 dc Janeiro de 1 646. Pedro dc Gouvea dc Aiel-
lo o fez elcrcvcr.
REY.
Ley porque Je determinai os tratamentos ,

que fe devem uJaT nejles
Reynos , e Sen/iorios de Portvgai.
Num. ip7.
An. I7J9. D Om Joab por graâ dc Dcos Rcy dc Portugal , e dos Algar\ cs
daqucm c dalcin mar , em Africa Senhor de Guinc , e da Crn-
uilb , Navegaâb, Commercio de Ethiopia, Arabia, Perfia , eda In-
3 la,
&c. Fa9o faber aos quc ella minha Ley vii em , quc conllando-
mc a confuzab que fucccdc nos tratamentos , por fe haverem com a
diuturnidadc do tempo antiquado os que forab ordenados na Ley fei-
ta I’obre clla materia cm dezafeis dc Setembro dc mil quinhentos no-
venta e fete , e introduzido quazi gcralmcntc dar tratamentos mayorcs
aspclToas que nclla forab mencionadas , edar aoutras deque namci-
n.a Lev fc nab fez mcnâb o tratamento dc Senhoria , chegando eftc
a ellcnderfc com tanto cxcclTo e vulgaridadc , quc fe confunde a ordem,
c fc pcr\'erte a dillingab que faz os tratamentos cftimavcis ; por tanto
querendo remediar fcmclhantc abuzo , c por outras razoens que me fo-
rab prefentes. Hey por bcm abolir, crevogar ocoutcudo na dita Ley,
excepto o quc nclla foy dilpollo a refpeito da formalidade quc devc
praticarfe nas (iartas c papeis que Ic me cfcrcvcrem , ou as Rainhas
Principcs hcrdciros , Prmcczas , Inlantes , c Infmtas defies Reynos ;
a qual continuara a obfervarfe conformc na dita Ley fc continha. E
quanto aos tratamentos quc fe hab dcuzar ncllcs Reynos, emais Do-
minies da minha Coroa , Hey por bcm, c ordeno ofeguinte:
Quc aosGrandcs Ecdcliafticos , e Sccularcs dclle Reyno fc fallc
e efereva per F.xccllcncia ; c r.o alto de tedos os papeis, que felhcs
cfcrcvcrcm, como tambem nos febreferitos fcponlia, fendo para Gran-
de Ecclcfiallico o tratamento dc Excellentiflimo e Reverendiflimo Se-
nhor ,
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da Cafa ‘âl ôrtuguesâ.
jo5
nhor, efendo para Grande Secular o de Illuftriflimo e Excellentiflimo
Senhor ; e que da mefma forte fe falle ,e efcreva aos meus Secretaries
dc Eftado ; e no principio dos ditos papeis fe na& uze dos termos Men
Senhor , ou Senhor Men , o que igualmente fe obfervard com todas as
pe/Toas dc qualquer qualidadc.
Que efte meftno tratamento dc paJavra e por eferito fe pofla dar
aoRcgedor dajuftiâ da Cafa da Supplica5a6 ; aoGovernador da Rc-
iaâo do Porto ; aos Vedores da Fazenda c aos PreEdentes do Dcfcm-
•,
bargo do Pago, da Meza daConfeienda cOrdens, doConfelho Ultra-

marino , e do Senado da Camera delta Cidadc ; mas dentro dos Tri-
bunaes cm que prezidirent feja6 todos obrigados a darlhes o dito trata-
mento e a todos os fobreditos na& pofla alguem dar menor tratamen-
•,
to que deSenhoria.
Que aos que forem ou tiverem fido Embaixadores meus a Reys
da Europa , ou a Potencias, cujos Embaixadores fegundo ocollumc
defle Reyno tenhao omefmo tratamento que os dos Ibbreditos Reys,
fe fallc c efcreva da mefma forte por Excellcncia ; que he o tratan cn-
to , que deverd tambem darfe aos Embaixadores , que os ditos Reys,
ou Potencias mandarem a minha Corte.
Qiie aos Vice-Reys da India , e do Brafll , aflim adtuacs , como
aos que houverem fido ; aos CJovernadorcs das Armas ; aos Mellrcs ilc
Campo Gcncracs dos meus Exercitos , ( cuja Patente terao tambem
fempre os Confelheiros dc Guerra ;) e ao General , e Almirante da mi-
nha Armada Real de alto bordo do mar Oceano fe pofla fallar c efcrc-
ver da mefma forte por Excellcncia. Mas que aos mefmos Vice-Reys
no diftridlo de feus governos ; aos Governadores das Armas , c Meftres
de Campo Gencracs cncarregados do governo do Exercito , ou de algu-
ma Provincia , no mcfmo Exercito , ou Provincia ; como tambem ao
dito General , eao Almirante, quando govemar porelle , a berdo das
naos que mandarem , fcjao todos os que fe acharem no dito diftrifto,
Exercito , Provincia , ou naos , obrigados a fallar e eferever , como di-
to he , por Excellcncia ; c aos Governadores , a quern eu for fervido
concedcr Patente de Capitacs Generacs , dara6 o mcl'mo tramento fo
as pelfoas que fe acharem no diftrifto dos feus governos cm quanto nol-
le cllivcrem \ mas a todos os fobreditos na6 polTa alguem dar menor
tratamento que deSenhoria.
Que aos Bifpos que afllllircm nefte Reyno , e nao forem no-
mcados por mim , e aos Miniftros da Santa Igreja Patriarchal dc habi-
to Prclaticio fe falle e efcreva por Senhoria Illufliiflima ; e no alto de
todos os papeis que fe Ihe efereverem , como tambem nos fobreferitos,
fe ponha o tratamento de Illuftriflimo e Revcrendifllmo Senhor ; e aos
Conegos da Bazilica Patriarcal , quo na6 tiverem o dito habito fe fallc
e efcrct'a por Senhoria.
Quo aos Vifeondes , e Baroens ; aos Officiaes da minha Caza , e
aos das das Rainhas, e Princezas dclles Reynos ; aos Gentis-
hoincns da Camera dos Infantes ; aos filhos , e filhas Icgitimos dos
Grandes dos Vifeondes , e Baroens , dos OfHciaes da minna Caza , c
das Rainhas c Princezas , e aos dos Gentis-homens da
Ca-
das Cazas ,
Tom.iv. Qa
,
30 ^ Trovas do Uv.Vl, daHifiorta ênealoglca

niera dos Infantes ; como tambem aos M050S Fidalgos que ate o dia I
da data defta Lev houvcrcin femdo no Pa90 no exercicio deftc foro , 1
e para o diantc fomente a aquelles a quern cu houver por bem conceder I
cfpecial licen9a por eferito para pouer fervir no Paô no dlto exerci-
cio ,
di o tratamento de Senhoria.
fc
j
Que aos Lnviados , e Rezidentes , affim aifVuaes , como aos que |
houverem fido mandados por mim aos Keys , e Potencies acima refc- :
lidos , fc fiillc c efereva por Senhoria ; que he o tratamento que de-

vera tambem darfe aos que mandarem a minha Corte os mefmos Keys,
c Potcncias.
Que aos Governadores das Pranas , e Capitanias deftes Reynos
e das Conquiftas , durante o tempo , e no diftricio de feus Governos fe-
jao todos obrigados a dar o tratamento , que conforme a gradua9ao
defeus pdftos Ihes tocar entre osMilitarcs; e aos Governadores interi-
nos da India, e da Bahia fallem ceferevao por Senhoria durante ofeu ]
governo as pelToas que no diftricio dcllc fc acliarem. I
Que aos Priores mores das Ordens de S. Bento deAviz , e de

Santiago da Efpada ; ao Adminiftrador da Jurifdi9a& Ecclefiaftica de 1
Tliomar ;
ao Commilfario da Bulla da Cruzada , ao Reytor da Univer-
/idade de Coimbra; eaosCabidos dasigrejas Archiepifeopaes , eEpif-
copaes ,
tanto em Se plena , como em Se vacante , fe falle e efereva
por Senhoria.
Qiic ao Geral Efmolcr m6r , aos Reformadores das Ordens Re-
ligiozas ;
mefmas Ordens ; e ao Dom Prior da Ordem
c aos CJeraes das
de Chrillo dO o tratamento de Paternidadc Reverendiflima ; e efte
I'e
mefmo tratamento fe polPa dar aos Provinciaes das ditas Ordens Reli-
giozas. eao Reytor da Univerfidade dcEvora.
Cê ^ mulheres fe d£ por el'erito e de palavra o refpeilivo tra-
tamento quo para feus maridos fica determinado , fc em virtude della
Ley o nao deverem ter mayor.
Que as Camareiras mores ; as Ayas ; as Donas de Honor ; e as
Damas doPaM, a dim afhiacs, como as que houverem lido, fe falle
c efereva por Excellcncia na forma referida.
Que as irmaas , e filhas legitimas dos fobreJitos M050S Fidalgos
fc dtl o tratamento de Senhoria.
E a dm , que as peflbas nomeadas procurem confervar nos caza-
mentos a diftinjab que convem ao feu edado c qualidades , Hey por
,
bem c mando , que le nao continuem a dar os tratamentos acima de-
clarados a qualqucr das pedbas referidas , fe cazar fern licence , e ap-
provaâo minha por el'erito ; como tambem aos dlhos e dihas , que ao
leu matrimonio provicrem.
Nao entendo por ella Ley revogar os tratamentos , que cu hou-
ver ordenado fe dem a algumas pedbas , ncm prohibir , que os Mili-
tares continuem entre li os tratamentos que ate aqui praticavao , ncm
o que fe coftuma dar ao Senado da Camera della Cidadc.
Ordeno , que daqui ao diante na& podao de modo algum acei-
tar os tratamentos acima referidos fenao as pedbas a quern ella Ley
rcfpcftivamenic os determina ou permitte , ou aqucllas a quern cu for
Im'ido
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da Cafa %sal Tortuguesâ,
ô7
fcn'ido concedellos ou permittillos por efpecial* ordem minha
; c que
ningucm polfa dallos aalguma outra pellba, nem tfatar dc forte algu-
ma por Excellentifl-mo , ou Illuftriflimo ou RevcrcndifTimo mais que
,
as pdfoas a quern acima fc determinao ou permittem refpedivanieiitc
eiles tratamentos.
E para que o referido tenlia fua devida exeaigab ordeno e man-
do , que todo aquelle , que na6 cumprir c guardar inteiramente em to-
do ou em parte o conteudo neJfta Ley, iendo de qualidade de Fidal-
go ate Cavalleiro incorra pela primeira vez em pena dc cem mil rcis
metade para o accufador , e a outra para cativos , e nao havendo accu-
fador , ou nao (juerendo die aceitar a fua parte fera tambem para
,
cativos , e pda Icgunda vez incon a cm pena de duzentos mil reis com
a mcfma applicaâo ; c fendo pclToa dc menor qualidade incorrera pda
primeira vez em pena devinte mil reis applicados da mefnia forte, e
cm dous annos dc degredo fora do Lugar e Termo , e pela fegunda
em quarenta mil reis com a mefma applicaâ6 , e em cinco annos dc
degredo para Africa ; e aquelles que nao tivcrem bens com que fatif-
faâo e paguem as referidas penas pecuniarias pela primeira vez clla-
,
rao prezos dous mezes e pela fegunda quatro ; as quaes penas nao
,
podcra6 fer modcradas , nem commutadas por Juiz ou Tribunal al-
,
gum : e fendo os culpados comprehendidos mais vezes fe Ihes imporao
mayores penas fegundo o arbitrio do Julgador, tendo refpeito a qua-
lidade do tranfgrdfor ,. e reincidencia na culpa alem das mais dcinonf-
,
traôes que eu julgar convenientes e do meu delprazer
, , que deve
fer para todos a mais fenfivel.
E mando a todas as Juftiâs defies meus Reynos c Senhorios,
que chegando a fua noticia que alguma peflba con'travem ao que aci-
ma fica ordenado
,
procedao contra ella condenando-a nas penas fo-
breditas, e aos Corregedores daminha Corte eCazas da Supplicacao
,
e das Rcla qes do Porto c Conquiflas e aos Corregedores dasComar-
9 , ,
cas, e Ouvidores dos Meflrados e das Conquiflas , e aquaefqucr ou-
,
tras Jufliâs
,
que afDrn o cumprab , e guardem ; porque Jc aflim o nao
fazerem me darey por mal fervido defies , e mandarcy procedcr contra
os que niflb fe ddeuidarem como tambem mando aos Corregedores
;
do Crime della Cidadc , e aos das mais Cidades , eComarcas, e Ouvi-
dorcs dos Meflrados , e das Conquiflas c aos Provedorcs nos lugares
,
onde os Corregedores nab podpm entrar por Correiâb que nas Cor-
,
rei^bes que fizerem perguntem particularmente fe ha alguns culpados
na tranfgreffab da prefente Ley , e contra os que acharem procedao
com todo o rigor della.
E para que a todos feja notorio ordeno a Jofeph Vaz de Car\'a-
Iho do meu Confelho , que ferve dc Chancellor mbr, que faga logo
publicar na Chancellaria efla minha Ley , e envie o trcsUulo della fob
meu Sello , c feu final a todos os ditos Corregedores , e Ouvidores
aos quaes mando , que tambem a faâb logo publicar ein fuas Cemar-
cas , o que tambem farab os Provedores nos lugarcs onde os Correge-
dores nab puderem entrar por Correiâb. E I'e rcgiflara no Livro do
Regiflo do meu Defembargo do Paô , e nos das Cazas das Supplica-
Tom.IV, Qaii V^cs
,, ;
;
joS Turovas doUv.FI, daHiHoria ênealogica
cocs ,
e Rela9&es e Conquiftas ; e cfta propria fc Ian9ara na
do Porto ,
Torre doTombo. Efcrita em Lisboa Occidental avintc cnove de Ja-

neiro de mil e fetecentos e trinta e nove.
REY.
Confelho dado a ElKey D. Filippe II. contra aCafa deBragan-

fa , JoaS Baati/la Birago na Hilloria della Difunione
ocjual (Tiz
del Regno Portogallo, livro 2. pag, iiS daimpreJfaS deAm-

di
fierdad anno 1647^ que feachara na Secrctaria doConde Palati-
no na lingua Latina porim tjue naS fabe fc era feito pelo Conde,
•,
ou por outrem ,
e 0 traduzio na dita H i/loria na lingua I taliana.
ConftHum datum Philippa II. Hifpaniarum Reî , cum propter invajio-

nem , iy occupatiotiem Regni Portugalli^ , ut extingueret Ducem
Bragami^ , (5r fuos confanguineos.
98*
^TuiXl. I ^ TVT mil's îdeniunquam, Rex,
vel Refpublica, vcl Civitas;
vel
at nec Givis ,
quidem nullus , ,
aut bonus
aut fortis extitit , qui
non fenferit in acquirendo potentiam vicinorum Principum , magnitu-
dinem fuam , patriarque lubilimentum , vita:que tranquiUtatem pen-
dcrc, ac con/illere.
De Regno Portugali* occupanJo , non eft difputandum , patet
tanquam Hifpanicum Imperij fundamentum ; moras inutilcs exuainus,
occafio opportuna in manibus eft , fi prxteiicrit , innanis prorfus , at-
que infruiôfa abijt.
Acquifita autein Lufitania, perfacile erit mundi imperio potiri
neque ad acquirendum regnum , aliud jus requirendnm eft ; folum
eniin armoruin Jus occupandum , Brigantiac Duces legibus dimicent
fttquc potius gladius ,
quam lex ,
iuius imperij lundamentum ,
&
inurumentum.
Hifpania in unum corpus cum Portugalia redadla perfacile erit
Germaniam inirsnare , Galiam fubjugare , ClafTcm Anglicam attenua-
rc, & Septentrionabbus populis, le faccre formidabilem. Sic Veftra
Alajcftas potentem mundum libere circum navigaturum , Colonias de-
dufturam , terras fubjugaturam , ncgotiationcs maximas exercituram
ac denique quidquid imperio dignum fuerit, fibi acquifituram. Quod
quamvis fadlum nimis arduum videatur , inftantibus legibus , nunquam
tam opportunum , quam tempore in ifto.
Occupatum Regnum , nec fubfidia , nec tributa imino nec fuf- •,
picio illorum mentibus ingerenda , potius omne genus libertatis fa-

,
ciendus eft rumor , led przfidia Hifpanica per munitas Civitates , cum
fumma celeritate difponenda.
Deinde cum Brigantine Duces fimularc , fub fpecie benevolen- &
tia: illos traflare, &poftca cum I'ui^ conlanguineis in femine extingue-
re : rcliqui nobiies , & I'croces iftius Regni ,
alio transferendi lub Spe-
cie
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,,
;
' da Cafa êal Tortuguesâ. 30^

cic contra aliquem longinquum hoftcm , bellandi quo tandem maxi-
,
nie LuHtania debilitabitur , & certe a populo , qui fummc Hifpanos
edit , melius talc tributum , quam numos exigere : id quod non Iblum
Regi utilius, fed, & populo niagis acceptum , & conveniens ; nam
quos invaferis , niu primo ufu opprefTeris in dies denuo fefc rcficiunt,
« reftaurant vires. Hoc tibi potentiflime Monarcha dico , & fi Abfa-
lon conlilio Achitophelis , fubito viftoriam quam in manibus habe-
,
bat , profecutus fuilTct , judscani invalilTet ; propterea , inquam , ut
Lufitanos obtiiieas ; aut primo impetu delendi , aut extra natale fo-
lum clicicndi funt.
Opportet Veftra MajeftaSj quondam confanguincum Regni Gu-
bematorem f'acerc, quo extranet alliciantur, & proprij fubditi Regia
prsfentia , &
authoritate animentur , quemadmodum Cadnios poll mul-
tos fuorum occifos , defenforis ferpentis fontem petijt.
Regnum per aliquos paucos annos , fcliciter , &
tranquiliter vi-
vat ; ut qui prius Hifpanis inimici erant , videntes tain mite
,
felix &
eomm dominium , intra quocumquc modo demum fieri
Hifpaniam
polTIt ijdeni conjungi , & incorporan^ Bragantitc domus fub
exoptent.
quodam titulo dividatur, comercia, &matrimonia externa, tllos opor-
tet vitare. Intra Hifpaniam , quocumquc modo domum fieri pofiit
non in Portugalia nubant , muber enim maritum amans facile cedit.
Epifeopi , & ecclefiarum corum filij officio fungant; nullo modo mi-
litaribus offieijs fe exerceant , &
intra Hifpani® fines claudantur. In-
ter illos , &procercs Regni difeordias funt feminandae , quo magis in-
ter inimicos crefcat difeordia , inter fuos vero concordia. Inter c.x’te-
ros nobiles, &divites , utdifeordes inter fc fint procurandum ; qui-
que rebus Hifpanicis favent prxmio , &
honore muncrandi ; unde in-
ter fe odium , & verfus Hilpaniam amorem crefeere oportet ; deindc
jj , qui rcliqui funt , prout oportet , extinguendi funt , ficut dixi
tamcn ante omnia omms fanguis illorum Regum.
Poftremo ubi jam fradli fuerint , &
infirmi , ab omni muncre pu-
blico , illos intra Regnum extrahere , &
omnes przeipuas dignitates
tarn ad feculare , quam ad ecclefiam pertinentes ao Hifpanos transferre,
ficque tota Hifpania crit unum corpus pacificum , &
fccurum j quam
Deus Optimus Maximus confervet ftabilcm , &
tranquillam.
Tejlamento do Diiqiie de Braganga D. JoaS I, do name. EJld no

Cartorio d i Cafa authcnuco , donde 0 copiey.
Em nome da Santiffima Trindade Padre ,

Filho
da Glorioza Virgein Maria nolTa Senhora. Eu doin Joa6 Duque
de Braganga c de Barcellos &c. faô meu Teftamento para que vatha
,
e Spiritu Santo e Num. ip 9
An. 1585.
>
como tal ou como Codicillo , e qualqucr outra ultima vontadc como

melhor em direito valler polTa . na forma feguinte.
Primeiramente cmcomenao minha alma aDeos que acriou ere-
mio , e pejo a Virgem nolTa Senhora e a todos Santos feja6 meus in-
tcrcelTorcs diantc fua divina juftiâ para alcanâr perdao de minhas
culpas epeccados- ^
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;
310 Trovas do Lh. V I. da Hiflorta (jeneah^ca
A Scnhora dona Cathcrina pcqo , qiic fcja minha Tcftamcntcira,

ccfcolha olugar, qiic Ihcparcccr convcnicntc rara minha i'cpultuia.
Tnftituo todos mcus filhos por mens hcrdciros cada hu cm fiia
Ic.qitima; c a minha tcrâ deixo ao Duque dcBarccUos meu filho adi
temo meu pai me deixou a fua.
Qiiizcra aqiii fazer nniiras Icmbrangas a ElRcy meu Senhor dos
muitos ferviôs que tcnlio f'eito a Coroa ddles Reynos cdasgrandcs
,
dcipczas , que nillo fiz com que f’oi forâdo vender hda Rrandc par-
te das rendas dc meu eftado : c quil'era lembrar a Sua Mageuade as mui-
las rezois que tern para fazer grandes mcrccs e honras a Scnhora do-
na Cathcrina , c a cfla cafa e todos nofl’os filhos mas ncm tenho tem-
po para ol'azer, ncm cuido, que he necefTario Ipor quantas vezes ofi-
zemos c porqiic Sua Mageftade jlabc bem tudo o que Ihc eu podera di-
zer: i'omentc Icmbro a Sua Magertade o grande defemparo , cm que
liquariao mens filhos I'e Ihc laltall'cm as mcrccs , que S. Mageftade nos
devc fazer e nos cfperamos dc fua grandeza com as quaes fe podcria
coni’olar a Scnhora dona Cathcrina e dies fe criariao para fervirem a
Sua jMagellade c ao Principe meu Senhor com a lealdade , com que o
eu I'emprc fi'z , c fer certo , que dies famd milhor , que toda outra
pciToa pois hao de fer criados com a pnidencia da Scnhora dona Ca-
thcrina e no muito amor , que dla tern a Sua JIagertade , c a Sua Al-
teza.
Pcô a Sua Mageftade me faqa mcrcc de aver por bem que a Se-
nhora dona C-athcrina governe minha cafa , ate que o Duque meu fi-
llio tenha idade , que a dla caSua Jtageftadc parecer convcnicntc pa-
ra a governar , e que para ilfo Ihe mande Sua Alagcftade palTar as pro-
vifoins necdlarias.
A Mageftade daEmperatriz cao Senhor Cardcal pcô pormercc
queirao lembrar a Sua Mageftade quanta mais raza& ha agora para
nao tardar mais com a repol\a das coul'as que a Scnhora dona Catneri-
na Ihc pede , pois nunqua forao ta6 needfarias para fua confolaâb
c porque eftes oflicios fao proprios de Sua Mageftade , e dc Sua Alteza
tenho por muj certo que me farao efta mcrce lem mais inftancia.
A Scnhora dona Cathcrina pcô por quanto me quer c quanto
fabc que Ihe eu quero que moderc o fentimento defta minha abfencia
ouanto for poftivcl )cmbrando-fe da obriga 9 a& dc nolfa natureza , e
da certeza da fe , com que efpero dc nos verm os no cco , para ncllc
nos amarmos fern fim , e lem mais medo da mortc c que me faâ mcr-
:
cc de procurar muito fua faude c vida para remedio de noftbs filhos

porque eu vou muito confiado cmDeos, cna prudencia eamor , com
que Iho Sua Excellencia ha de bufear que Iho data qual eu dezejo e
nao Ihe Icmbro , que nao confinta cafarem com pelfcas que feja6 me-
,
nus que dies : porque fej bem o que clla nifto ha de fazer. Sinto
nalma nao ter tudo o que eu quilera , e defejava dcixarlhe para feu
fervi(,'o ; mas cnnfio do Duque dc Barccllos que a fen ira fempre co-
,
mo devc, clhe prncurara todas asconfolaijoins , errandoque fe cumpra

inteiramente o centrato do feu dote. E porque fej o amor que Sua
Excellencia tern ao Duque nofto iilho , eftou certo , que folgara de
aceitar
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1,
da Cafa %eal Tôrtuguesâ. 3 1
aceitaro trabalho de governar cfta cafa ,

ate quando Ihc parcccr tem-
po dc o Duque o tomar.
Ao Duque meu filho lango mil benzoins c para dellas ter o frui-
to , que fe pode efperar Ihe PC90 , e mando , que fir\'a fua maj em
toda a vida com a major vcnera9a6 que for poflivel , procurandolhc
todas as confolaôes e gollos , como nierece o grande amor , que Ihe
temos e que fe lembre que fiqua por paj de fuas Irmas , e Irmaos , pa-
ra que l{ûo dagora Ihe comece a procurar feu remedio por todos os
meyos convenientas feguindo emtudo oparecer, evontadc defua maj,
porque em nenhua coufa pode fazer mais fen'igo a Dcos ncm ganhar
mais honra , nem ha outra com que me polfa paguar o que Ihe que-
ro.
Ouvera dc come5ar por ifto mas o tempo e a preffa me fez pre-
vertcr a ordem
,
lembro ao Duque meu filho e a todos feus Irmaos a
obrigajao , que tern ao ferviô delRcj meu Senhor , c do Principe meu
Senhor , que he tanto major , que a de todos os mais ValTallos de Sua
Mageftade , e dc Sua Alteza quanta lie a diftcren9a que elles tern da
outra gente para que conformc a ifto nao confinta6 , que outrem fir-
va a Sua Mageftade e a S. Alteza com mais amor ncm com mais coii-
,
tinua9ao , que dies.
A
niinhas filhas lembro , e mando que tcnha6 a fua Maj o amor,
c obedicncia , que devcm ao que Ihe nos temos , feguindo cm tudo
fua vontade como eu confio que fara6 pois fabem que Ihc ha de ef-
,
colher e procurar o milhor. E o mefmo mando a meus filhos e que to-
dos firvab , e aniern ao Duque I’eu Irmao para Ihe mcrecerem fazer por
clles o que eu dezejo.
Ao Duque cmcomendo todos meus Criados c porque na& pofTo
tratar dellcs ncm doutras coufas mais particularmente pc9olhc que fe
firva dc todos, c osagafalhc clhefa9a merce emtodo tempo porque
cm todos me fervirab e acompanharab com muito amor, c fej certo,
que na6 podcra tomar outros de novo , que Iho tenhao ta6 grande
como os que agora tern , pqis eftes o vira& nafeer , e crefeer , e algds
dellcs o lcrvira6 em Berbcria , e outros o acompanharao na batalha , e
os mais Ihc procurarab c dezejarad fua liberdadc c acrefeentamento
,
e die tern vifto como me fervira& ate agora e a conta que eu fazia
,
de cada hum e a meus Criados roguo , e emcomendo que firva6 a
, ,
Senhora dona Catherina milhor ainda do que o faziao em minha vida,
porque eftc he o mor fervi90 que me podem fazer , e ao Duque meu
filho e lembro a todos, e mando, que fervindo a meu filho procurem
mereccrlhe as merccs que Ihe eu PC90 que lhesfa9a e tendo porcei-
,
to , que fara como eu fizera fe vivera e podera mais porque a todos
:
ten ho muito amor c conhc9o bem o com que cada num dclles me
,
ferve.
Ao Duque lembro a obriga9ao que Ihe fiqua de fer fempre agra-
dccido a as pelToas , que nos inoftrara6 amor , e nos ajudarafi nos tra-
balhos palfados c porque die fabc bem o que devemos a dom Rodri-
:
gue dc Lemcaftro , ao Comemlador mor e a dom Joao de Bragaii9a

meus primos, na6 tenlio para que Ih; fazer dillo mais particular 1cm-
branca
1 ,
3 i Turovas do Uv. VI, da Hljloria (jenealoglca

bran 9 a nem doutras pc(Toas partiojlarcs porque elle fabe quais fa6 , c
a Scnhora dona Cathcrina lhas Icinbrara quando for neccflario.
Eu procure! pagar minhas dividas e fiz nillb o quc pudc com-
formc ao tempo cnccecidades dcllc muitas fica& por pagar. Rogo inui-
to aos credorcs quc me perdoem na6 Ihes ter pages : e peô ao Ouque
c a Senhora dona Cathcrina quc dem a melhor ordem que for poflivel
para fc pagarem com a mor brevidadc que poder fer , c fazendo Sua
Magcftadc as merccs , que efpcrainos queria quc illo fo(Tc a primeira
coufa quc fefizefTe.
Quando ElRej dom Scbaftia6 meu Senhor quc Dcos tem paf-
foilcm Africa tinha cii ordenado fazer meu teftamento mas cuido
quc o nao acabcj ncm fe alinou ncm approvou mas eftava eferita a
:
mor parte dcllc da letra dc Ualthafar Rouiigucz meu Secretaiio achar-:
feha no eferitorio dasdoagoins ali ha muitas lembranâs demeus def

cargos c das coufas da Tapada principalmente vejall'c tudo , e defen-
carregued'e niinha confcicncia.
I’ara a jornada dc Africa tomci dinheiro das areas dos orfa6s de
minhas terras com liccnâ , c provifab de Sua Altcza , algum tenho ja
paguo : queria quc fc paguaU'e loguo o que falta por fer coufa dc or-
faos.
Nao foi ate agora podivcl acabar dc comprir os tellamcntos de
meu pai e maj ncm os do Senhor dom Duarte c da Iftante miuha Se-
nhora. Pcô a Scnhora dona Cathcrina, quc alem dczcllo, que clla
peril fempre nilfo teve, mefaga mcrcc dc por amor demjm procurar
quc fe cumprao com toda diligencia , e ao Duque meu f Iho mando
que fa^'a nilfo tudo oqiie cm elle for porque fqua agora efta obri-
gaâb fendo fua propria.
Eu tenho feito mercc a alguns criados , e a outras pelToas dc Co-
mendiis e officios, quc ja eftab vaguos cflas mcrces fc hab dccumprir
porque forab feitas eouverab effeito emminha vida. Outras tenho fei-
to para quando vagaffem peco ao Duque que as cumpra inteiramente e
quc mandc correr e cm as efmolas dc trigo , quc tenho dadas , porque
por ellcs Ihc I'aâ Dcos fempre grandcs mcrccs. I.embro ao Duque o
gafto c defpeza com quc pus as coufas da Capella no eftado cm quc
liquab c o muito ferviô de Dcos com que nclla fc cclcbram os officios
divines dc que tambem fc fegue reputaâm e authoridade defta cafa.
E afli como cfpero delle , que fempre Icra m.uito zclofo do culto di-
vino affi confio que folgara dc favoreccr as coufas da Cy’clla e que
procurara de effeituar as pcngocs que ainda nab ouveram effeito afli da
fabrica como da diftribuigam. \
A
principal obrigaâm do Duque meu filho , como Senhor das
terrasdefeu effado , he adajuftiâ, ebom governo dc I’eus valfallos, i
cncomendo , que faga guardar nellas inteiramente provendo

efta Ilie
fempre de meniftros de que polfa far quc o faâra e que defcncarre- S
guam fua conciencia. 1
Sempre defejei fen'ir a Duquefa minha Scnhora e nunqua o tem-

po mo deixou fazer como quifera finto muito nab poder comprir
: 3
effe meu defejo c o quc tinha dc ver a Scnhora dona Ifabel minha
Irma
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da Caja âl Tôrtuguegâ,
j j
Irma no eftado que ella merecc c peô a Senhora dona Cathcrina
:
que mefaâ merce, e aoEuquc irando que em tudo o que Iboficrc-

cer tratem de fuas coul'as ccino eu fizera e defcjava.
Ao Arccbifpo e ao Conde ircus thios e ao Ccrrcndador n:or e a
,
meus primes peô rouito que mcfiiijam mcrce deprccurar fen-pre to-
das as conlblaôes a Senhora dona Cathtrina e dc aconfclharem fern-
pre e ajudarem ao Duque de Barcellos com as merccs que fempre me
hzerao que elle fabera conhecer , e i'ervir cciro deve , len brandofTe
todos do grande amor , que fempre Ihe five , e a obiigaâb que tern
a efta caza , que nao faltara nunqua no que fe offcrecer dc feu fen i-
E porque eu tinha feito eftas Icmbrancas na Cidadc dcl-ixboa

e depois dilTo me refpondeo ElRey meu Sennor difterente do que cu
cfperava e efpero dc Sua Mageftade a Senhora D. Cathcrina pefFo e
lembro que faâ fobre eda repofla o que Ihe parecer , porque eu en-
tenJo que Sua Mageftade ade milhorar como he rcza6, enoslhcme-
recemos.
Pofto quo digo atras que a Senhora dona Cathcrina governc mi-
nh.a caza ate o Duque de Barcellos meu filho ter a idadc que a ella e
a EIRej meu Senhor Ihe parecer para tomar o governo della com tu-
,
do digo e dcclaro que minha vontadc he que a tenha e governc ate o
Duque fer dcidade dc dezoito annes caln o pcô a Sua Mageftade,*
c a Sua Excellencia ,.c por aqui cj por cerrado e concluido eftc meu
teftamento e quero que tenha forâ e vigor no melhor medo que pu-
dcr fer e mandci ao Licenciado Aftbnfo dc Lucena defembargador de
n.inha caza que efcrevelFc efte, eoaflinalFcm como teftemunhas. An-
tao de Oliveira Veador da Senhora dona Cathcrina , Luis Gonqalves
dcMcncles, Niculao dc Andrade, Gonqallo Comes , Eftevao Ribei-
ro , Rodrigo Rodrigues, o Doutor Gafpar Mcndcs, c o Licenciado
Antonio Andre , cm Villaviôfa a vintc e dous dias de Fcverciro 'de
mil e quinhentos e oitenta e tres annos.
O DUQUE.
AfFonfo de Lucena. Antao de Oliveira dc Azevedo. ^ Eftevao Ri-
bciro Paftbs. s Nicolao de Andrade. =3 Gonâlo Gomes. — Luiz
Gon^'alvcs de Menezes. z=i O Licenciado Antonio dc Andrade. O
Doutor Gafpar Mcndcs.
Saibao quantos.efte publico inftrumento dc aprovafl'ab de tefta-
mento ferrado virem , que no anno do nafeimento dc nolFo Senhor Jo-
fu Chrifto de mil e quinhentos eoutenta etres annos aosvinte cdous
dias domes de Fcverciro dodito anno, nosPaflos dc Duque nefta Vil-
laviôza , eftando ahi o dito Duque D. Joro nollo Senhor doente , c
lanlado cm cama , e com tedo feu perfeito juizo , fizo , e cntcndinien-
to , quanto nolFo Senhor nclle poz, fegundo parccco a n im Tabaliao,
e teftemunhas abaixo nerreadas , em cuja piezcnga cllc dcu das fuas
maos as minhas efte papel , dizendo que era feu Iblemne teftamento
ferrado , que Iho ftzera o Licenciado Afibnib dc Lucena a fua vonta-
Tom. IV. B.r de.
,,
314 ^rovas do Uv. FI. da Hijlorla (fenealogtca
de c dicVamcnto , afTinaJo porclle, toJo dafua letra dodito Liccn-

,
ciado , e afTinaJo por cllc dito Senhor , e que o aprovava por bom ,
firmc , e valiozo , por fcr da fua ultima , c derradcira vontadc , c manda
quc cm todo , c por toJo fc cumpra inteiramcnte , como fe nellc con-
tem , por fcr de todo contcntc , c o aver por fervigo de Decs , e deC-
cargo dc fua confdcncia ; c por cftc , dilfe , que avia por quebrados
c aniquilados , e dc nenhu vigor todos osmais tellamentos , mandas,
c CoJicillos , quc antes dcftc tenha feitos , e qua efte fo quer , e man-
da , quc fc cumpra , como fc nellc contem , com huas lembrangas , quc
juntamentc com efte fc achara6 , eferitas da letra de Balthczar Rodri- i
gucs , quc Dcos tem , Sccrctario dc Sua Exccllencia , c fobferitas pc-

lo dito Liccnciado Affonfo dcLuccna, affinadas pclo Duque dcBar-
ccllos com fete teftemunhas, eferitas cm trinta cfinco meyas folhas dc
papcl , contando a cm quc as ditas teftemunhas aflinarah ; o qual tef-
tamento , e lembranâs eu Tabaliao tomei da fua ma6 , c o aprovcj no
modo , cmaneira , quc cmdircito mais valcr , e o ferrei , ccozi ao
redor, eoaflelci com quatro fellos dclacrc do finetc deSua Exccllen- !
cia. li o dito teftamento vaj eferito cm fete meyas folhas dc papcl J
com efta , cm quc fc acabou. Teftemunhas , quc a todo f'orao prezen-

tes, o Liccnciado Affonfo dol.ucena , que pclo Duque noffo Senhor
aflinou a feu ropo , por Sua Exccllencia Iho mandar , c Antafi dc Oli-
• vcira dc Azeve do Veador da Senhora D. Catharina noffa Senhora , e
,
Luis Gonlalvcs de Menezes , Veador da Caza dc Sua Exccllencia , c
Chriftovaf) dc Brito , c Dom Chriftovao dc Noronha , feu Camarciro
tnor, e Niculao dc Andrade, e Eftevao Ribciro , c Rodriguo Rodri-
guez , e Gonlallo Gomes , c Bclchior Rodriguez , c outros muitos. Eu
Antonio CorJeiro publico Tabaliah dasnotas, cjudicial nadita Villa
pclo dito Senhor o eferevi , c adinci cm publico.
Antonio Cordciro publico Tabaliao — Aflino por 0 Duque nof'
fo* Senhor , por Sua Excellcncia mo mandar, Affonfo dc Lucena, c
Antab dc Oliveira deAzevedo. =3 I.uis Gonfalvcs dcAIcnczes. — Ni-
culao dc Andrade. =3 Eftevao Rodrigues Rapozo. cs Bclchior Rodri-
guez. 33 Rodriguo Rodrigues. 33 Dom Chriftovab dc Noronha. 33
Chriftovab de Brito Pereira. 33 Gonfallo Gomes.
Saibao quantos efte publico inftrumento de abertura dc tefta-
mento ferrado virem , que no anno do Nafeimento de Noffo Senhor
Jefu Chrifto de mil e quinhentos c oitenta c tres annas aos vinte e
dous dias domes dcFcverciro dodito anno, cm Villa Viflbza nosPaf-
fos do Duque de Braganâ noffo Senhor eftando ahi prezente o Li-
,
ccnciado I-opo dc Abreu Caftellobranco Juiz de Fora na dita Villa
pelo dito Senhor , perantc clle parecco o Liccnciado Affonfo dc Lu-
cena , c dice , que o Duque D. Joao noffo Senhor era falecido , eque
lizera efte feu teftamento ferrado quc logo aprezentou ao dito Jutz
,
UC llicicqucria o abriffe , emandaffe cumprir; c por fer cm prefen9a

3 q Duque de Braganâ , c dc Barccllos Tg noffo Senhor D. Thcodo-
zio por Sua Exccllencia loi mandado ao dito Juiz, quc abriffe o di-
:
to teftamento , c vide a forma , cm quc eftava c liic deffe fua autori-

,
daJe oi Jinaria. E logo clle Juiz perantc mira Tabaliao e teftemu-
,
nhas
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da Cafa %eal ôrttiguesâ, 315
nhas abnixo nomcaJas, tomou odito teflamento fcrrado, ecftava co-
zido com hda linha branca dobrada , ccnvolto cm hua f'olha depapel,
c fcrrado , e lacrado com quatro fellos de lacre do finctc dc Sua Exccl-
Icncia , e a qual follia dc papcl era folta , fcm ter niais cfcrito quc o
,
titulo de fcr o dito teftamcnto do dito Scnhor Duque D. Joao nofTo
Scnhor , c o final razo dc mim Tabalia& , quc fiz a aprovalTao , e o fcr-
rei ; e logo o dito Juiz tomou o dito Tcllamcnto , c por fua mao o
Scfcozco , e abrio todo que cftava cozido juntamcnte com a dita fo-
Iha da mancira dedarada ; e achou , que o dito teftamcnto cftava eferi-
to cm finco meyas folhas dc papcl , allinado pelo Duque D. Joa6 nof-
fo Scnhor , que Dcos tem , com oito teftemunhas aflinadas ao p6 dcl-
Ic , e cftava todo cfcrito da Ictra do Liccnciado Aftbnfo dc Lucena,
do Dezembargo do dito Scnhor , c na6 tinha borradura , ncm vicio al-
gum , ncm couza , que duvida fizcftc ; E aftim mais cftava aprovado
por inim Tabaliao , aftinado de meu final publico , com novc teftemu-
lihas, a fora o final do dito Liccnciado Ati'onfo dcLuccna, quc alli-
nou pelo dito Scnhor Duque D. Joao , que Dcos tem por Iho man-
,
dar ; e aftim a dita aprovaft’ao nao tem couza , quc duvida falla por
,
eftar fcm cntrclinha , ncm borradura , ncm couza duvidoza. li affiin
mais eftavao cozidas com o dito teftamcnto juntamcnte huas Icmbran-
âs , quc o dito Scnhor Duque D. Joa6 tinha feito para fazer feu tef-
tamento ,
quando ElRcy D. Sebaftiao pallbu cm Africa , c ora man-
dou por cftc leu teftamcnto , quc fc compriircm , como feu mefmo
teftamcnto , c como parte dclle ;
as quaes Icmbrancas eftavab eferitas
cm trinta e finco meyas folhas dc papcl com a dcrradcira eferita de lu1a
banda fb cm que cllava aftinado o dito Scnhor Duque D. Theodozio
nollb Senhor , com fete teftemunhas ahi aflinadas abaixo do final do
dito Scnhor. E eftavao todas dcritas da Ictra dcBalthczar Rodriguez,
quc Dcos tem , e Ibbfcritas pelo Liccnciado Aftbnfo dc Liiccna , e
nao tinhao coufa quc duvida fizcftc as quaes Icmbrancas eftavao apro-
:
vadas , c cozidas , e afcladas juntamcnte com o dito Teftamcnto , c por

fcr todo vifto pelo dito Juiz, e contadas as folhas por die, c cftava
todo fad, cbom, clinipo, fern couz.a, que fizcftc duvida, clle Juiz
ouve por publicado o dito Teftamcnto , c mandou , quc fe compiille
na forma cm quc cftava para o quc dcu fua autoridadc ordinaria , c
,
dcllc cu Tabeliad fis cftc inftrumcnto deabertura dc Teftamcnto, quc
o dito Juiz aftinou , fendo prezentes por tcftcmunha.s , o Liccnciado
Diogo Caldeira, Ouvidor daCaza, eCorreigao do dito Senhor, co
Doutor Eclis Teixeira do feu Dezembargo , c Gomes Soares , c Anto-
nio de Villa Lobos Tabalia& , c Rodrigo Rodriguez, e Eftevau Ri-
beiro , moradores nefla Villa VilJoza ; c eu Antonio Cordeiro I'aba-
liao , o eferevi. Lopo dc Abreu Caftcllobranco. t= Doutor Eeliz Tei-
xeira. c= Caldeira. es Rodrigo Rodriguez. c= Ellcvao Pvcdrigo Ra-
pozo. r= Antonio de Villa Lobos. E aberto logo o dito Teftamen-
to , como dito he , o dito Juiz o tomou juntamcnte com as ditas Icm-
brangas , da mancira , quc fica declarado , entregou tiido ao Duque
D. Tlicodozio nolfo Scnhor, para quc ocntrcgall'c a Senhora D. Ca-
thcrina iiofTa Senhora , fua Alaj , como a teftamenteira , quc hcra do
Tom. IV. Rrii dito
1
^l6 ^rovas do Ldv. VI. da Hijloria (fenealogtca
dito Scnhor D. Joa6 , que Deos tern , e tcftamenteira dcfte Teftamen-

to, cmandou a miin Tabalia6 fizeflTe efts termo , que adiîou , fcndo
prczcntcs as dicas tcftemunhas , e o dito Scnhor afllnou aqui. Anco<
nio Cordeiro Tabalia6 o cfcrcvi.
O DUQUE.
Lopo de Abrcu Caftc'lobranco. s O Doutor Feliz Teixeira. e
drii»oRodriguez, s Antonio dc Villa Lobos. s: Caldcira. s Eftevad
Ribciro Rapozo.
JESUS iMARIA.
Confiderando cu D. Joab Duque de Braqanga e de Barcellos &c.
aobrigaâb que todos osChrifta&s tem dedifpor defua Alma em tem-
po que com mais inteiro entendimento o polTam fazer , e em cfpecial
os que tem tais obrigaôes como cu tenho , e em tempo que von fer-
vir ElRcy meu Scnhor nefta emprezi dafryqua aonde os acontccimen-
tos de guerra nam ham de fazer cxeigam de pelToas , querendo tratar
dos dcicargos dc minha conciencia cncomcmio primeiramente minha
Alma c entendimento a Santiflima Trindadc Padre, eFilho, eSpirito
Santo emque firmementc creyo , c agloriofa Virgem Maria noHa Se-
nhora a que tomo por interceôra , e por cujos mcreciinentos cfpero
alcanjar perda6 dc mens pecados e fraquezas. E porque na derradei-
ra hora os itiimigos dalma a moleftam com diferentes tcnta 90 cs defda-
gora ate minha alma fe apartar da came protefto de confeftar c crer
tudo o que tem e ere a Igrcja Romans dc que fou filho obediente , c
fe os acidentes da morte de que noffo Scnhor for fervido de me levar
me tirar o juizo perfeito c a minha lingoa denundar algda coufa con-
tra efta firms proteftaâo defdagora o revogo e cj por revogado , c
de novo protefto que fempre o meu coraqao eftara tirme e conftantc
nafee Catholica que agora tenho e confeiro.
Quando noflb Scnhor for fervido dc me levar defta vida mando
que me enterrem na Capclla dc Santo Agoftinho , aonde jazem meu
pay e avo6s a ilharga da fepultura dc meu pay a mao efquerda e na
minha campaa fe poram huas Ictras que digam aquy jaz D. Toha6 Se-
ifto Duque de Braganâ c fendo cafo que faleâ em Villa Viqofa a ir-
mandade da Mifericordia della Icvara meu corpo a fepultura , c fale-
cendo en outra parte donde comodamente me poftab levar logo a dita
Villa affy fefaâ: mas avendo tanta diftancia que mena6 poira& levar
logo fepultarmcab cm depofito em algum moftciro fe o ouver no lugar
cm que a(Ty falccer ou perto delle , c na6 avendo me depofitarao na
igrcja matris do lugar aonde falccer e tanto que pareccr que a came fc-
ra detodo gaftada Icvarab meu corpo a dita Villa e acompanharmea6
fomentc doze Clerigos , porque osmais parece que fepodc elcufar.
E avendo no lugar emque falecer fora da uita Villa hirmandadc
da Mifericordia clla me levara afcpultar e avera porillb dez mil rcis
dcfmola.
O dia
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7,
da Cafa %eal Tortuguesâ, 31

O dia dc meu enterramento me dirao o officio inteiro de fina-
dos com milTa de requie cantada a qûe fe offcrecerao dez mil reis
e trinta e hua mifTas refadas. Sc. tres aa Trindade I'ete do Spirito San-
to , novc da Nuncia5a6 de nolTa Scniiora , novc dos Anjos , e tics de
dcfimtos e nad I'c podcndo dizer todas naquellc dia dicanfe no fc-
guintc.
£ faleccndo eu fora da dita Villa niando que me digao hum anal
dc millas no mofteiro , ou Igreja aonde for fepultado e no dia do en-
terramento na& iram com meu corpo mais toclias , que as que a mife-
ricordia coflunia lei’ar ordinariamentc.
Mando quo le vifta& trinta pobres homens , e molheres como pa-
leccr a meus tcftanienteiros.
Aos trinta dias depois dc meu falecimento me dira& o officio in-
teiro de defuntas com milTa cantada a que fe ort'ereceram dez cruzados
e trinta c hua miflas como as que mando que fe digab no dia de meu
enterramento e nab avera no omcio mais que doze tochas nem quero
que fe me armc a Capella nem a Igreja de panos de db.
A coufa que ncftc mundo trouxe mais diante dos olhos foy o fer-
vigo deIRcy meu Senhor e pofto que fempre procedy nelle o milhor
que me foy poffivel . nunqua fatLsnz dc todo ao dezejo que tinha dc
ofer>'ir pello que peô aS. Alteza que me perdoc as faltas que em
,
meus ferviôs ouve porque nefte paô afirmo a Sua Alteza que nun-
qua as teve o amor e vontade com que o fervy e conHando mais na
grande virtude eReal condiâb deS. Alteza que cm meus merecimen-
tos pc(jo a Sua Alteza que me faga merce que queira tomar debaxo de
feu amparo e protcigab efta cafa e favorecella cm tudo porque efta cl-
la tarn diminuida c carregada de obriga9oes que fern grandes favorcs c
mcrces de S. Alteza fenab podcra refazer c confervar e particularmcn-
te peô a Sua Alteza que favorc9a muito a Senhora dona Catherina
pois nefte Rejno nem fora delle Ihe fiqua dc quern ei'pcrar favor e
confolaâb fenab de Sua Alteza , tambem pcô muito a S. Alteza que
me faâ merce dc fe lembrar dc meus fdhos porque fempre os criev no
Amor e dezejo dc fcrvirein a Sua Alteza e crecendo dies com o favor
c merces de S. Alteza efta carto que fei-virain fempre a S. Alteza tan-
to a feu contentamento que Ihe nab faram ventagem nenims outros
criados, em minhas filhas quifera falar primeiro porque ellas fab as
que me dab mais cuidado c ainda que os fervigos que nz a Sua Alteza
me nab dam animo pera Ihe pedir tantas merces nab deixarej de pe-
dir a Sua Alteza que fe lembre dellas e de Ihe fazer as merces necefla-
rias para feu amparo e remedio e porque le pode offcreccr occafiab
para alguns de meus fllhos ou filhas cafarem fora do Reyno 0090 a S.
Alteza que me 69a merce dc Ihe dar Iicen9a para i(Tb lembrandofle
que nab podem cafar nclle conforme a feu fangue e eftou cu tarn coiv-
nado cm Sua Alteza me fazer eftas mcrces que hey que os deixo cm-
parados ecomillb vou quieto ecom'o'ado.
E porque o Duque de Rarcellos nicu filho nab tern ainda idade
para poiler governar lua caza e fuas terras pô a lilRej men Senhor
que me faca
^
merce dc mandar pall'ar as proviiocs ncceftarias para a Se-
‘
nhora
2 1 8 Vrcvas do Liv. V
I. da Hifloria êneahgka
nôra dona Catherina o fazcr ate die fer dc idade dc vintc annos por-
qiie pda expericncia quo tern dos negodos da cal'a ningucm podcra
ncllcs dar milhor expcdicnlc quo clla.
Ainda que a idade do Senhor Cardcal he mais para todos o fer-
"virmos qiic para 1 he dar trahalhos , lam tantos os que ficam a clla cafa
que naf) polio deixar ilc os comonicar a Sua Altc/a c dc Ihc pedir mui-
to que me faga mcrce quo lb Icmbi e do cllado cm que ficao a Senhora
dona Catherina emeus lillios eque nao tem outro favor e intcrcc9a6
de que fc poll'am valer para conlbguircm o cllcito dc fuas pertengoes
com IdRcj meu Scniior I'enao a fua. E tenJo cu tain certas cfperan-
^'as dillo pelo muito amor que nos Sua Altcza niollrou fempre que
laijo conta que Ihcs deixo ncllc paj c Senhor. i
Ikm Icy que nao he neccH'ario Icmbrar a Senhora dona Cathe-

rina mens lillios a que cu tive fempre grande amor por ferem feus
porque por expcricncia vejo o que Ihcs Sua Excellencia tern c o parti-
cular cuidado com que procura fua criagam e bons cullumes , mas
comprir com minha obrigaâm Ihcpcô que com major cuidado osfa-
â criar cm grande temor dc Decs noll'o Senhor e enfinar todas as
coufasque he bem que liiibam aspcIToas defua call Jade , e a dies to-
dos encomendo c mando que com muito amor , c obidicncia fir\'a6 a
Sua I'ixccllcncia c l!ic procurem toda confoIa?a6 porque iiiflb quero
que me pagucm o grande amor que fempre Ihcs tivc.
E porque cu pcô a ElRcj meu Senhor que me faâ mcrce que
mande pall'ar provilocs a Senliora dona Catherina para clla poder go-
vernar die cllado ate o Duque dc Barcellcs meu filh.o fer dc idade dc
vintc annos pcô a Sua Excellencia que fenao efeuze de o fazcr pcio
que cumpre a confcrvaijao della cala e bem de todos meus lilhos c
para que o mclino Duque va tendo cxpcriencia dos negocios deve Sua ,
Excellencia ordenar que die fempre prefente ao defpadio ddics c

]
crialo nilib c cm grande amor c afciqam doscriados defta cala os quaes

cu particularmente encomendo a Sua Excellencia para que os favore-
9a c ampare porque a todos tenho muito amor. >
E polio que a cxpcriencia me tem n’.ollrado aconfdho e avifo a

Sua Excellencia que noprover dos benefeios , cfticios e cargos de Juf-
tiya , feja fempre com miiita confideray.im confoimandolTe com oque
for mais fcivigo de Dcos porque fendo ally nao pode deixar de reful-
tar dillb aigualJade dajulliâ cobcm comum e quictaâm dos Vallal-
los.
Ao Duque de Barccllos meu filho mando que de tal maneira
proceda fempre no Ibn'iô dclR.cy meu Senhor que ningucm polTa fa-
zer coiiiparaâm com cllc cquislhc mandar illo primejro quo nenhua
outra coufa , porque o ferviô deSua Altcza quero que tenha por prin-
cipio de todas fuas coufas.
Fcigara ein extremo quo cllc ficara cm idade que pudera com-
prir com todas asobngaôcs cccodir a tudo de maneira que fizera cu
pouqua falia polio que dif.o vou feguro com deixar a Senhora dona
Catherina cm meu lugar , c ainda que crejo que cllc Ihc obedecera co-
mo deve c a len'iia com o amor que he obtigado e prccurara fempre
dc
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da Cafa %eal Tôrtuûesâ. îp
delhedar tndas as confolagocs poflivcis cnao fazer nunqiia coufa dc
qua Sua Excclloncia recaba dcfqollo nem pena efpecialmciue Ihe en-
comcndo e maado qua o la(;a aflim. A fuas Irmaas llic eiicomcndo
tambem miiito equc dotal manoira astratc cfavorega quo 1 he procu-
re toJo emparo c romedio que iiao fintao ellas quo llic falto cu e
;
confio que o fara elle tam perfeitamente que o terain ellas niais por
pay que por Irmao e que por tal o conhecerad tambem feus Irmaos
os quaes Iheaconfelho que os tragua fompre coiifiguo cm quanto pu-
der fer, porque cn fim dies Ihcandc fer milhoro;; amigos que nenhds
outros alom do ter tantas rezoes para o fazer alfy e ter por certo que
die os tratara , ajudara c favorcccra fempre me faz nau fentir tanto
deixalos de tam pouqua idade e com tao pouquo remedio c a dies
,
mando que cm tudo Ihe obedc 9am c o fin-ao conformc a obrigaâd
que para illb tern. E o mefmo mando a minhas filhas e cm efpecial
que i'enao determinem em tomar ncnliu modo de vida fcna6 por fua
ordem porque ningucm ha dc tratar mais do que Ihcsconvem que el-
le , pois o nao adc fazer fenao a vontade e gofto da Senliora dona
,
(âthcrina.
Eu pc?o a Senhora dona Cathcrina que entenda no governo do
Eftado ate die fer dc idade de vinte annos e que o faâ I'cr prefente
aos ncgocios para que quando tomar fobre fy.dlc pezo tenha expe-
riencia ddlcs. E porque ifto Ihc importa muito Ihc encomendo que
Ic aplique ao dcfpacho dos mefinos ncgocios ally dos que tocarcin a
juftiî como a fazenda c que no modo de prover as coufas fe confoiv
me com o que atras Icmbrcy a Senhora dona Catherina.
Encomcndolhe outro fi muito que tenha muita conta com fer-
vir aduqueza minha Senhora eavo edfamcfma maneira aDuqueza mi-
nha Senhora dona Brites e quo flivoreâ muito meus Irmaos porque
alfy o liz eu fcmpre pollas obrigaôes que para ilTo tinlia que ndic
tambem concorrcin.
Eu tivc muito trabalho e defpeza com por a minha Capdia no
eftado em que sgora efta com fazer rcvalidar as bullas que o Duque
meu Senhor quo Dcos tern tinlia avido fobre a aplicagam dos frutos
avendo fobre ilfo outras coufas de novo e porque alcm de fer ferviô
dc noflb Senhor he hua das demais authoridades quo tern efta cafa en-
comendo muito a meu lilho c aftt Iho aconlelho que trabalhc pclla
confervar e aumentar em tudo 0 que puder lembrandofle do muito
gofto e devaâm com que mecu avia lulTo e fe cm minha vida fena6
acabarem de concluir as coufas que mandei pedir ao Papa por JohaiS
de Toar qiie fe vera por as fuas inftruôes que eftain em podcr de Bal-
tezar Rodrigues, c por outras vias encomcndolhe muito que faâ mui-
tas inftancias pollas alcanfar dc Sua Santidade porque todas fam de
muito efeito para aconfcrva 5 am eauthoridade da mcfma Capella.
Deixo a mifericordia de Villa Viijofa vinte mil reis , a de Bar-
cellos outros vinte mil reis , a de Braganâ vinte mil reis , d dc Cha-
ves vinte mil reis, a deJMontalcgrc vinte mil reis, adcOurem vinto
mil reis, a de Porto deMos vinte mil reis, a dcLixboa vinte mil reis,
a de AiTjvolos vinte mil reis , a dc Evoramontc vinte mil reis , a dc
•'
Borba
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3 2o
Turovas do Lh. V1. da Hljloria ênealoîca
Borba vintc mil si Je Alter do cha6
rcis
,
vintc iril reis , d dcATrnfor-
tc dcz mil rcis, de Moiifaras vintc mil rcis, c a dc Portcl cutros
a
vintc mil rcis e fcndo cafo quc algdas dcftas Irmandadcs mclcvc avc-
ra alcm do quc aqui Ihcdcixo os dcs mil rcis quc atras digo que aja
a inifciicordia quc mclcvar a fcpultura.
Ciiicro quc dc minlia fazenda fe comprem quinze mil rcis dc Ju-
re os quaes mando que cm cada hum anno fc dcin para ajuda do cafa-
mento dc hua crl’aa das terras dcftc eflado quc abaixo aponto e a elci-
jao dcllc fera do fucccllbr ddic o qual tera nillb a ordem feguinte : os
'rimeiros quinze mil rcis fc daram cm Villa Vi«jofa , os fegundos cm
{larccllos , os tcrcciros Bragan<,a , quartos Chaves , quintos Ourem,
I'extos Porto dc mos
,
fetimos Portcl , oitavos Monlaras , nonos arra-
jolos dccimos Evoramontc , undecimos Alter do chno , duodecimos
j
Monfortc, dccimotcrcios Boiba , cacabados eftes tornara comclfar cm
Villa Vi^'ofa c feguira a mcfma ordem c ally andara cm circiilo para
fempre , c avilb a men filho fucccITor c feus fuccelforcs no cflado quc
mandcra ter muito tento para quc na clciâm della orl'aa nao aja acer-
tacam de pciToas, antes fc tcnjia fempre refpeito a lionrra virtuJc c
pobreza de cada Iu1a.
() Duque meu Senhor e pav quc Dcos tern mandou cm feu tef-
tamento quc doconto c mejo tlejuro do dote dc mini a avob quc mc-
tco no morgado novo fc tiralfcm com mil rcis dos trezentos mil rcis
que edam alFcntados nasdzas de Villa Viyol'a para fc dclpcndcrciTi no
Holpital della c com quatro mcninos ortabs c mais coulas ccino cm
feu tellamcnto dcclara. Eu tenho I'atisfcito com efta ebriga^m , per-
qi'c palfey padrao cm forma dc diim.cm.bracao a mifcrict rdia da dita
Villa quc o tern cm feu podcr e rccebc cadano os ditos cem mil rcis
c Ibbrc clla carrega o com.ptimcnto das obrigaôcs que no mdmo pa-
drao fc contem e fe for perdido pcdcrl’c aver pclo rcgillo dcllc quc
efta nolivro de minlia Chancclatia quc fen io no A no de mil quinhen-
tos e fetenta as follias cento c noventa c feis na volta , e porque a L>a-
queza minha Senhora dona Brites c meus Irmaos me puzeram dcinan-
oa c pertendem quc os bens do Morgado novo que o Duque meu Se-
nhor que Decs tern inftituio ftja6 partivcis declare quc fcndo caio quc
fc dc lentcnja cm feu favor de m.ancira que os bens do dito morgado
novo fc partao quc os ditos cem mil rcis fenab hao dc paguar dc mi-
nha fazenda por nao eftar a iflb ebrigada cm cafo que nab aja efeito a
inftituiâb do dito morgado c fcndo a dita infliuiiâm julgada por boa
coino tenho parcccrcs que he , mando quc os ditos cem mil rcis fe pa-
guem pela mancira declarada no meu padrab por quanto o dito Senhor
na inftituiâb do mefmo morgado dcclara quc podcra por nos bens
vinculados ao dito morgado cm que metco o dito Juro as obrigaqoes
quc Ihc bem pareccr.
E no quc toca aos mcninos orfabs porque deixey algtt tempo
comprir com fuftentar os que o dito Senhor mandava conformc a leu
teftamento. Declare que outro tanto tempo mandei a minha cufta fuf-
tentar os mcninos quc fe nab tiveram nefte mejo tempo. E porque no
mefmo teftamento me deixa cncomcndado quc faiba como cfl.es cem
mil
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,
da Cafa %eal Tôrtuguesâ. ^21

mil reis fcdcfpendem eaue fa?a emcndar oquc na6 for bcm fcito o
nicfmo roguo ecncomcnuo aoDuquc mcu filho cquc tcnha difTo cP-
pccial cuiilado.
O Scnhor dom Conftantino mcu tio quc Decs tcm tratou comi-
go dc hua obrigaâo quc tinha de mil pordaos e me dilfe quc dczejava
de fe defpcnderem cm fazer hua cnfermaria no Hofpital de Villavigofa
da porta da rua das vaguciras que toraalTc todoj o comprimcnto dos
quintals domcfmo Hoipital eque nocabo Ihefizefle liu Oratorio cm
quc os enf’crmos viflcm a Deos c hda varanda diante da mcfma cnlcr-
maria para os convalefcentcs eftarcm ao Sol c parecemc quc tantbcm
me difle quc fc fizclfem nccclTarias e porque .die declara cm feu tcfta-
mento que me perguntem como fe ifto na de fazer liz aquy efta dc-
daraâo para em todo tempo fe faber mas por quanto a enfermaria quc
corre ao longo da Rua detras efta deftelnada podialTc efta concertar
conforme a tcnga& do Scnhor dom Conlhmtino e a varanda fe podcra
fazer na quadra do pateo quc efta da parte do poô com pilares e arco
de Jadrillio porque parece que para a outra obra he pouquo dinheiro
mil pardaos e que para efta baftara.
Eu devo a Senhora dona Maria minha tia fua molher fctccen-
tos e tantos mil reis ou oquc conftar polla provilad que tcm minha
dc coufas que Ihc comprey de feu movcl fc for contente como me ja
mandou dizer que a dita obra fe faga a conta delta minha divida ate a
contia dos mil pardaos , mando que afty fe faga , porque delta manci-
ra fe pagara mais levcmcntc , c o quc reftar da minha divida folgarcj
que le Ihe paguc o mais brevemente quc puder fer , c ncrguntdl'c a Se-
nhora dona Maria fc Ihc parece bem retazerfle a enfermaria vclha c
fazerfle a veranda como digo que a mj me parece quc fc deve fazer.
O Duque meu Scnhor que Deos tcm manda em feu teftamento
que fe dem da fua tcrâ cem mil reis para fe comprarem huas cafas
ou fc lazerem no dito Hofpital para os meninos orfaos pareceme mi-
Ihor quc fc faâm no mefmo Hofpital.
Moveranfe tantas duvidas nas partilhas da fazenda que ficou por
falecimento do Duque mcu Scnhor quc Deos tcm que ategora nao foj
poflivel acabarfc de comprir o feu teftamento pofto que fiz da minha
parte todas as inftancias ncceftarias para fe acabar dc comprir c porque
por efta caufa fena6 fabe ategora fc a tcrâ c alguns Icgados e ontras
coufas eftam por fatisfazer , pcô muito a Senhora dona Cathcrina c
ao Duque meu filho quc trabalhem porque efte teftamento fe airapra
avendo fazenda para ilFo e dczcncarrcgucm niftb a concicncia pondo
nilfo muita forâ ediligencia.
A Duqueza minha Senl’.ora dona Brites Icmbro a obrigaâo que
tern de fazer por fua parte tudo o que for ncccflario para dfeito de
comprir o dito teftamento porque fe polTa fazer antes dc fc confTumir
toda a fazenda de quc a major parte fe defpendeo com olficiaes e ou-
tras coufas que fe puderam efeufar.
Do teftamento da Duqueza minha Senhora c maj quc Deos tcm
eftam ainda alguas coufas por comprir c Antonio de Gouvea tcm os
papeis por ondc ifto podc conftar e porque o Duque mcu Scnhor quc
Tom.lV. Deos
1
32 2 Trovas do Uv. VL da Hifloria ênealcgica

Deos tein tomoua fua conta o comprimcnto do dito tcftamento e pa-
ra iffo lan90u ma 6 da tcr9a de fua fazenda fe ha dc fatisfazer tudo o
que fc achar quc cfta por comprir. E declaro que me na& he ajnda
acabaJo de paguar o feu dote e remanecentc da terâ e que fe me do-
ve da fazenda do dito Senhor o quc fc achar por boa conta , dc que fe
trata no feito dos Itcas. E pego a Senhora dona Cathcrina e ao Du-
que meu HIIio quc tomcm particular cuidado dc fazerem comprir o
uito teflamento.
Hiia das coufas que (into muito he na 6 podcr comprir os tefta-
mentos da KTantc minha Senhora , e do Senhor dom Duarte quc Deos
tein e Deos me he teftemunha dc quanto trabalhcy para ilFo e da intei-
reza e liberdadc com quc procedi nilfo c fe nolFo Senhor dcfpuzer de
mjm antes quc ocumpra peô muito a Senhora dona Catherina c ao
Duque meu rilho quc dem a cxccuâo o comprimcnto dellcs e fc ajam
ni'.Fo da maneira quc via 6 quc o eu f’azia e peô a ElRej meo Senhor
que me faâ mercc dc Ihe dar para i(Fo todo o favor que for necelFa-
rio comcfmo peô ao Senhor Cardeal.
Encomendo muito ao Duque meo filho o Hofpital dc Villa Vi-
{ofa e que queira tomar a fua conta mandar curar nelle os doentes def-
tes males como cu ategora f'aô c ifto fe entende quc ha de fer por
fua conta c na& de minha terca e aconfelho que fatj-a alii por fer obra
dc muito fervi90 dc nolFo Senhor.
Mando que fc comprem quinze mil rcis dc juro para o Moftei-
ro dc Santo Agoftinho de Villa Vi9ofa para quc me digam nelle hua
milFa cotiJiana para fempre efera bom comprarfc cftc juro aondc mais
comodamentc fe Ihe fa9a bom pagaraento dellcs.
Mando quc fe dc ao dito Mofteiro de Santo Agoftinho hua alam-
paJa dc trinta marcos dc prata para que fCmpre cftc acefa na Capcila
onde os Duques eftiverem fcpultados e para i(Fo mando que fc coni-
prem dez alqucircs dazeitc dc foro , aondc fe pagucm milhor.
O remanecentc da Chancellaria defta caza quc cu dou para obras
do dito Mofteiro de Santo Agoftinho folgarej que o Duque meu filho
Iho dee da mel'raa maneira que cu Iho dava c o f'a/.ia o Duque meu Sc*"
nhor que Deos tern e aft'y Ihc rogo quc o fa9a porque me parcce ifto
a(Fy muito bem empreguado , e parccendo bem a meu filho defpen-
derfe cm algud obra particubr do dito Mofteiro fefara por fua oruem.
E pofto quc fa9a cfta cfmola ao dito Mofteiro tambem podc quitar a
Chancellaria as partes quando Ihe parccer.
Sempre dezejei melhorar o jazigo dos Duques meus predecelFo-
res ,
porque me parecc na& eftam tarn dcccntcmente como era rezam
eftivelFem , mas f’ora& as minhas defpezas femnre de maneira quc o
na 6 pude fazer e por comprir em parte efte dezejo pafFey confenti-
mento pera os padres de Santo Agoftinho podcrem aver certa pen9am
percertos fobre tres Igrejas de meu padroado confiirme a provifao que
para ilFo padej para elFeito dc fc refazer a Capcila mor do mofteiro
dc Villa Vi9ofa e os corpos dos Duques meu paj e avos fe trcsladarcm
a cUa em lugar dcccnte fe ifto na 6 ouver efteito cm minha vida , ro-
go muito ao Duque meu filho quc d^ para ifto feu confentimento c
todo
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da Cafa âl Tortuguei?â,
jij
todo 0 favor corro o eu tenho fcho por fer obra doferviô denoflb
Senhor e de autoridade defVa Cafa.
A Duqueza minha Senhora e avo tern defta cafa quinhentos mil
reis de renda em fua vida encomendo rouito ao Duque meu filho que
Ihe inande fazer dellcs bom pagamento como o eu fempre fiz.
Eu fiz hd regimento fobre as fatisfaôes dos cnados defta cafa
conforme ao foro de cada hum mando que fe cumpra e que conforme
a elle e aos contratos que fizera6 ajam a fatisfaâm de feus ferviôs.
E declare que tudo o que deixar a mens Criados de qualqucr ca-
lidade que fejam afly nefte teftamento como por provifocs ou eferitos
de fora que fe ajam de comprir he com obrigaâo de fervirem ao Du-
que meo filho e fucclTor j porque affy o declarou o Duque dom James
meu av6 que Deos tern e elTa foi a tcn9am do Duque men Senhor nas
verbas defeu teftamento que dizem foao tenha ooue tern.
Aos Criados a que dou ordenados que por falecimento fe quife-
rem ir de meu filho paguara por fua conta tres mefes adiantados alem
do que tiverem vencidos para juda de I’eu caminho e afly aos que ou-
ver tarn pouquo que fervem que fe Ihe na6 monte mais que dous rail
reis em fua fatisfaâm e ifto fe cntendcra querendofle eftes tambem ir
e na6 no obrigo a ilTo.
Algus fidalgos de rainha Caza e outras pelToas tern de mj tert-
<ps e alcaidarias mores e porque nos padroes das tenâs fe declara que
as averam em quanto os nao proverem doutra tanta renda. O
Duque
meu filho e fucclTores Ihas podera tirar provendoos por outra tanta
renda por Comenda ou por qualqucr outra via que feia, eatodos en-
comendo muito que o nrvam como tern obrigaâm dfe o fazer e a elle
que tenha com todos muita conta c os favoreâ e Ihcs faâ as merces
que eu confo.que elles faberam raerecer.
O Duque meu Senhor que Deos tern me encomendou em feu
teftamento que tratalTe muito beni os criados da cafa , e os rccolhelTe
como elle fizcia por falecimento de meu avo6 e que fuftcntalTe fem-
pre a criaâm defta cafa tarn antigua ehonrada eûe recebefle os fi-
llios mais velhos dos fidalgos, e que aos outros defle favor para vive-
rem com ElReJ meu Sennor ou tomarem qualqucr outra vxda e que
porque podia ler que algum fidalgo fe quifelTe defpedir de men fervi-
90 nao aueria elle que len'iflcm a outrem com alcaidaria mor outen-
â que aa cafa tiveflem e que acontencendo ifto toraalTe eu letrados
que me aconfelhaflem em conciencia oque podia raerecer pelo feu fer-
V190 o fidalgo que afli fe fofle e que iflb Ihe defle a dinheiro deixan-
do primeiro a tenâ , ou alcaidaria mor que tivelTc ou que Ihe deffe
em tenâ o que podia valer o dinheiro que Ihe alvidraflem por I'eu fer-
vi^'o , c que aos que Cemendas tiveflem em nenhua forma do raundo
defle licenâ para viverem com outrem fem me deixarem a Comenda
que tiveflem porque tambem pela bulla das Comendas o nao podia
fazer e ifto mcfmo encomendo eu muito e aconfelho ao Duque meu
filho por fer coufa que Ihe cumpre muito para confervaâm oc fua ca-
fa.
Eu cafey com a Senhora dona Catherina por contrato e fem mais
Tom.Iy/' Ssii dote
1
324 T^rovis doUv.Vl. daHijloria êneahgica
dote qu2 o que a Iffante minha Seoliora mequifcflc dar mando que
fc cunipra inteiramentc como nelle fc contem.
Pella obriRaâm etn que me finto cm concicncia do muito jure
que tenho vendido deixo a meu filho fucelTor do Ellado defpois de
compridos meos legados o remanecente da minha terâ cm morgado
patrimonial para que ande fempre na cafa c na dita terâ , toma a tapa-
da alTy como ella tirando o que dantes cllava ja vinculado ao morga-
do de que abaixo farci minhas declaraôes c peô muito por merce a
Senhora dona Catherina que queira tainbem deixar a fua ter9a a feu
filho fucclTor do Eftado conliderando quam perdida ella cafa clli ca
obrigagam que ambos temos de a confervar e refazer no mais que for
polTivel.
A prata e ornamentos que fiz para a Capclla tomo tambem na
dita tcrâ podendo tambem entrar nclla , mas ha de entrar primeiro a
tapada por entciro e na& cabendo todas as coufas de prata e ornamen-
tos deque trato podcra meu filho efcolher dcllas aspeâs que quifer
que podcrem entrar na dita tcr9a as quaes deixo tambem vinculados
00 morgado e porque alguas peâs de prata que ficaram de meu paj
acrcfccntei e dourei de novo c Ihe fiz outras bemfeitorias como fe po-
dera ver por as provifoes dos thezoureiros que me ferviab , e pelo que
dilfcrem Baftiao Lopes c Johab Peres , dectaro que eftas bemfeitorias
he fazenda minha e nao do monte da fazenda do Duque meu Senhor
que Deos tern.
Eu comprei a Joha 6 Gomes da Gama quo vivia em Eftremos htla
hcrdaJe que Unha na coutada de Borha que partia com as terras do
moftciro e com a dita coutada pegado as hortas da ribeira de Borba
pella qual Ihedci vinte ecinquo mil reis dejuro a . . alTentados na
. .
dizima do pefcado de Lisboa , efte juro na 6 eftam meus filhos obriga-

dos a remir ao I'ucefTor do EBado por quanto dey a dita herdade ao Coii-
fclho da Villa de Borba pello direito que pcitendit ter no carainho
ue fechamava dos Caftelhanos que antiguainentc feapartava da eftra-
3 a que vai Dclvas para Villaviôfa atraz da herdade que fc chama da
Silva e palTava polla cafa do cavallo aonde agora ella a Igreja da tapa-
da evaj direito a Borba e poreu fazer a primeira tapada lancej o dito
caminho dcs da dita fontc da dita herdade daSilva epadava o Val do
grou por hua parte que eftava aonde fe fez o lago e faja ao marco de
Santa Cruz e vinha dar a pontc de cima junto a fanta Barbora c porque
dentro dacerqua que defpois fiz da fegunda tapada ficaraA osditos ca-
ininhos dentro tivc duas portas abertas para fe fcrv’ircm os que iam
pellos ditos caminhos antiguos que reftava hua dcllas junto ao mojnho
de Manoel Rodriguez da ribeira de borba e outra junto as hortas do
Orelhal que fe taparam pelos muitos inconvenientes peijuizo e defpe-
za que com ellas fc faziao e eu dci ao dito Confelho a dita herdade
por eife refpeito, nam fa& meus filhos obrigadas acontrebuir para fc
remir o dito iuro como atras dcclaro por quanto a tapada fiqua ao Cli-
que meu filno fucelTor do Ellado e na avalia(,*a 6 que della fc fizer ,
iiad fe ha de ter refpeito a liberdade defte caminho fena& ao que as
,
propriedades que meti dentro cuftarani epois die fiqua ganhaiido a
dita
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da Cafa âl Tortugue:?â> 325
dita liberdade, nao fe Ihe ha dcremir o juro que porella fcdcu efe
toda via por razam da dcritura qiic fe fez fobre o dito cainiiiho com
o confelho dcBorba fe lan9a() no inventario avatia defta liberdade em
tal cafo efta6 todos mcus filhos obrigados a reniir efte juro o qual me
parece que foi vendido fern licenâ dclReJ meu Senhor e por i(To fe
deve paguar a valia dcllc do monte e lanârfe em Inventario.
E porque cm fatisfagao do dito caminho dey tambem ao Confo-
Iho da Villa dc Borba hua courella do prazo de Alvaro Penteado do
Caftello que vive na dita Villa que tern da Univerfidade de Covmbra e
parte com a dita herdade de Jona6 Gomes e com a dita coutada. De-
claro que tenho ainda por fatbdhzer efta courella e que em quanto Ihe
na& der outra propriftuade oue fe vincule ao dito prazo pago cm ca-
da hU anno ao dito Alvaro Penteado vinte e cinquo alqucires dc tri-
go. E aconfelho a meu filho que dee por ella outra propriedade que
fe anexe ao dito prazo o que fe ha dc fazer com o confentimento da
Univerfidade para ficar firmc o contrato que efta feito com o Confe-
lho de Villa de Borba.
*
Coufas que eftam por [atisfazer das terras que fe meterao na tapada.
A CoureHa de Santa Crus que he da Univerfidade dc Coymbra

e efta tambem vinculada ao prazo de Alvaro Penteado deque atras fa-
90 mengao que comega do Val do grou per cima Jdo lago e pafla pcllo
mejo da terra de Gonâllo Tofeano contra o Vallongo ate os cumes
da malhada alta e daly dcce ao dito Vallongo e paflTa direito contra os
cumes que eftam defrontc do piza6 que foj do Doutor Andre Jorge
c nao chega abis ditos cumes antes fiqua agoas vertentes para tras con-
• tra o Vallongo
,
declaro que dou ao dito Alvaro Penteado polfuidor
do prazo quorenta alqueircs dc trigo e vinte dc cevada em quanto fe
na6 alfenta com a Univerfidade a pc9a que Ihe hei dc dar para em lu-
gar defta fe vincular ao mcfmo prazo , deve men fillio fazer efte ef-
cambo com a Univerfidade pois efta Courella jaz dentro na tapada e
lembro que cm quanto o na6 fizer adc paguar por fua conta os ditos
quorenta alqucires dc tngo c vinte dc cevada fern feus ImiaoS contri-
buirem nifl'o.
Ha meu tambem defatisfazer na herdade dosba90s ostrin-
filho
de trigo c hua galinha que fe pagavab dc foro a Fer-
ta e feis alqueires
nao Lopes clcrigo Irmao dc Gafpar Fernandes chancclcr Ja defuntos
canfc de fatisfazer a quern cantar a Capella da obriga9am defta her-
'
dade.
A courella deJoao da Gama Setil cunhado dc Lazaro Ribciro
uc efta no Outciro do mato dos pereiros e corre do mcfmo outeyro
3ircito ao Valle dos marmilleiros ate ataipa derrubada da tapada anti-
gua ha tambem meu filho de fatisfafer com outra propriedade da mef-
ma valia por efta fer da Capella c porque nao fa6 pagos nenhus ren-
eJimenCos dcfdo tempo que a mety dentro na tapada , declaro oue o-
Que dever deftes rendimentos fe ha de paguar de todo o monte
dc mi-
fctcra
nim fazenda como asoutras dividas e na liquida9ain dosfruitos
rcipcjto
3 2 'Trovai do Uv. VI. da Hiflorla (jeneahîca
rcfpcito a calidaJe da terra ,

que he muito fraqua e na6 fc podcr fe-
mcar fcna6 de feis em feis annos , e na6 Ic cemcar I'ciiao quando fc co-
rnea a outra terra ao redor.
A herdade de Gonâllo Tofeano que efta toda dentro na tapada
ouve com obrigaâm de paguar cadano o que conftar pela eferiptura
que fobre iflb I'c fez cm quanto na& deffe quatrocentos e quorenta mil
reis , para que clle tern provifao minha para os aver no celeiro.
A herdade de Joao Machado c deJoa& Gomes Vieyra feu genr-
lo que efta toda dentro na tapada Ihes comprej pelo dinheiro que a
elerjtura dira enella mefma l‘e declara quanta parte do dito dinneiro
era de juro que o Doutor Felix Teixeira vendeo para a jomada de
'I'angere , para que me apercebi no anno de mil quinlientos fetenta e
uatro e declaro que por eftc juro fe vender para obriga«,‘am do Efta-
3 o , nao rellam meus filhos obrigados ao remit c por dfa rezam o di-
nheiro que for vivo da venda dcile juro como he a parte que entrou
na compra della herdade pertcnce iniblido ao Duque meu lilho fucef-
for do Eftado em lugar do juro que fe vendeo c porque alcm do pre-
90 quo dei por efta herdade fis tambern merce aos ditos Johao Macha-
do cjohao Gomes por hCia provifao minha dequitar aambos ou aca-
da hu delles o foro de hu lagar dazeitc que me pagava a trigo e efta
merce Ihe fiz cm minlia vida , declaro que com o preset da mcl'ma her-
dade fc ha de lariâr cm inventario por bens partivcis a cftima9a6 que
efta merce valia em minha vida.
A licrdadc que foi de Gafpar de Sampajo c de dona Antonia An-
riquez I'ua mulher comprei por trezentos e cinquoenta mil reis , mas
a cfcrituia nao lie feita e Vicente Fernandez tern em feu poder a pro-
curaâm que dona Antonia’ fez cm feu nonie ccomo herdcira de feu
marido a Ayres de Miranda para fefazer efta cfcrituia naqual confcfta
fer pagua pcilo juro que por iflb Ihe dev nadizima dopefcado deLix-
boa com pnQo de retio a rezam de dcfalTcis mil reis o milhciro , o qual
juro Ihecomeôu acorrer do tempo cm que largcu a herdade que efta
ja teda dentro na tapada pela tcrceira cerqua que fis , declaro que por
efta herdade fccomprar com o juro que tie do eftado pertence inloli-
do a meu filho fucccflbr ena6 he partivcl, parcceme que tambern cf-
tc juro fe vendeo fern licenga de ElRcy meu Senhor e que fc deve pa-
guar do monte e lanârfe cm Inventario.
Ell meti nastapadas as acenhas feguintes IT a que foi de Anto-
:
nio Monro , o pizam do Doutor Andre Jorge , a acenha de Francifeo

Fernandez, a outra acenha domcfmo Doutor Andre Jorge, ade Fran-
eifeo do Campo , e a de Lianor da Cofta as quaes todas craft furciras
ao Eftado como fc vera pello livro do almoxaritado que fervia antes
de fe mctcrem na tapada pratiquej com letrados fc eftava ohrigado a fa-
tisfazer ao fuccflbr do Eftado a eftimaâm deftes foros parccco que
naft c que fomente fc havia de fazer inventario do preô porque lo-
r<aft compradas asditas acenhas e pizao c declaro que acenha de Fran-
cifeo do Cairpo tinha hua varzea que pclIa clcritura daccn’pra fc ve-
ra. E declaro que dei tambern ao Doutor Andre Jrrgc pello feu pi-
zao e acenha de que acima falo ouua acenha do bicho que comprei
para
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da Cafa %eal T*ortuûeâ. 32-7
para lha dar c que tambem Ihe quitci o foro della cm fua vida para fe
fazer cftimacab delta merce.
Quando fis a primeira tapada me largou o Confclho dc Borba
para meter dentro nclla ccrta terra que era do mefmo Confclho pclIa
qua! Ihe alarguci o vallongo com a raais terra que fe declara na cfcri-
tura que entam fe fcs c Ihe del mais cem cruzados para a obra da Ca-
dea da mefma Villa e porquc ifto que Ihe large! era do morgado no-
vo e Iho na& podia dar ; quando delpois fis a Icgunda tapada fe fes ou-
tra cfcritura em que fe revogou efta e dandome o Conlclho mais ter-
ra noOrclhal Ihe dci porclla e cmlugar da terra do morgado que Ihe
nao podia dar , e pello canto do val do navio em que meu paj fala em
feu teftamento que na6 tinha fatisfcito a hcrdadc de pombinhos c a
da franqua e as courcllas dc Luis Lopes Vargo que cftava& na ribeira
de Borba e partiao com a mefma hcrdade de pombinhos c outra courel-
la de bd JoIia& Rodriguez deltrcmoz que partia com as ditas courcl-
las e da dita hcrdade de franqua etla dentro na tapada hd pequeno que
parte com terras do morgado novo dc que acima trato que Icvara feis
alqueires de cemcadura. E declare que o canto do Val do navio de que
acima faqo mcnijad e as bemfeitorias de hua tapadinha nova que meu
paj fez em que elta o outeiro da talaja c a mefma terra da tapadinha
deixa meu paj cm morgado na fua tcrâ e porque o canto do Val do
navio eftava ainda por fatisfazer quando fis o partido com o confclho
de Borba no qual o fatisfis , dedaro que fe ouvera de fatisfazer da ter-
ja dc meu pay para feu teftamento aver nifto cftcito.
Declaro que tambem comprei ao Doutor Andre Jorge hua var-
zca dantre asagoas da acenha dc Antonio Mouro c dadodito Doutor,
e hd pedaô delta varfea que Icvara dous alqueires dc cemcadura que
ficou fora das taipas dei tambem ao cOnfelho da Villa de Borba com a
hcrdade da franqua e com as outras acima declaradas.
Comprei outras muitas hcrdadcs e courcllas que met! dentro na
tapada como fevera pdas eferituras que eftam no meu cartorio no fa-
quo da tapada as quaes pagei por muito mais do que valiant porque
comprava omeu gofto eo feu intcrelTe.
Todas as mais terras que fe acharem na tapada que cu na6 com-
prei todas fab do morgado novo que meu paj fez tirando alguas cou-
rellas que die comprou defpois de fa/er o dlto morgado novo o que
conftara por a data da inftituiâo delle e pollas cartas dc compra que
fe acharem feitas defpois della. E no Cartorio em hd livro de purga-
minho eftam as eferituras das herdades que perteneem ao morgado no-
vo e ellas dcclarao as conponta 9 oes por onde partem.
Declaro que ficou hd pedaô de terra do morgado novo apontc
debaixo da ribeira de Borba fora da taipa o qual elta dcmarcado e cer-
quado com do Confclho.
terra
filho quo para que a tapada fe conferve como
Aconfelho a meu
c/ta e mais bemfdtorias que die quifer fazer c as terras que cf-
com as
tant por que deve tomar tudo na fua tcrâ c vincule ao mor-
fatisfazer
Eftado porque he hua coufa
cado para os fucclTores que forem deltc
rob boa que todos ha& dc folgar
muito com ella.
Digitized by Coo^^
3*8 Turovas do Lh. V I. da Hiftorla (jenealo^lca
Declare que a pontc vdha debaixo da ribcira dc Borba he do

confcllio dc Villaviôla. E que fis Ibmcntc ncllc hua parede da parte
da tapada c pcio que dla fcito da parte dc fora da dita pontc velha
fc vera o que fc fez dc novo da parte de dentro.
Juros.
Algus juros vend! fern provifa& dcIRcj meu Senhor obrigando-

me nas eferituras a avella dc S. Altcza , vejanifc todas as que fc fizeram
devendas dc juros e por cllas conftara quaes eftas fao ecrejo que hua
deftas foi do que vendi cm Sacavcm a Duarte Teixeira mando que fe
tome o dinheiro as partes o qual I'e fatisfara dc todo o monte por cu
nao podcr vender juro emperjuizo dofucclfor fern liccnâ deSua Al-
teza.
OJuro que tenho vendido para ferviô delRej meu Senhor he
0 abaixo declarado. PalTci hua provifab a I'crnao Barboza que Deos
pcrdoc para vender no anno deletenta cdous ojuro que conltara pela
eferitura , o qual mandci vender para os quinhentos nomens cem que
EIRej meu f^-nhor me mandou que o fcrvicc para a Armada deque o
Senhor dom Duarte que Deos tern ja por gcial c declaio que do di-
nheii o dclle juro I'e compraram quatro bandciras de tafeta com as mi-
nlias armas c que por dla armada nao aver eiVeito fc venderab os man-
tiinentos que fobejaram c o dinheiro que nelles fe fez conflara pella
conta dcDiogo dcSoufa, oqual dinheiro comi egaftei cm minha ca-
fa e crejo que cAa carregado na rcceita dc Andre Mendcs que fervia
dc tezourciro della como fe vera no livro da fazenda do dito anno dc
fetenta c dous.
Tambem he dcAa conta oque fecobrar dc Johab Frandfeo da
dciiianda que com die corre por fer tezourciro deifia gente.
Vendi mais por procuraâb que para ilTo paAei aoDoutor Felix
Teixeira o que conAar pdas eferituras que die i'cz para a jornada de
1 angcre do qual dinheiro fe compraram todas as coulas que Oracio da-
breu tern cm feu podcr e polla fua conta c dc Antonio Caldcira fe
vera quaes fab c quaes cAab vivas c dcclaro que dcAe mcfmo dinhei-
ro fc comprou a prata que Diego Soares fes fazer cm Lisboa c que
tabbem Gonâllo Franquo fez dinheiro dos mantimentos que febejarab
o qual cu comi c na iua conta fc vera o que fc entregou a Antonio
Mouro.
'fambem Francifeo Correa do Algarve vendco la madcira que fe
comprou com o dinheiro dcAe juro e ally pipas o qual dinhdro cu co-
mi , c pella conta que die deu fe vera quanto he.
Na conta de Antonio Mouro me parcce que cAa hua provifam
dc doiis tribulos c navetas novos dourados que fe comprarab com o
dinheiro do mefmo juro e Diogo Soares os pageu aqui cm Villaviôfa.
E htis diizentos e tantos mil rcis do dinheiro que dci pella hcr-
dadc dejohab Machado edc Johab Gomes Vieira fab tabbem do mef-
mojuro, como mais largamentc flea dito nascoufas da tapada.
EIRej meu Seuhor me mandou pedir porSebaAiab da CcAa fi-
dalgo
Digitiz^bvvCooglc
da Cafa êal T*ottuguezâ.
3 2p
talgo da fva cafa e efcriva& defua fazenda o anno paflado dc fetenta
cfete feifeentos homes, cu dez mil cruzados para dies para efla Jor-
nada dafrica epoiquc cu na6 tinha dinheiro vendi com liccnâ dcS.
Altcza du;^ntos etantos mil reis dc Juro na dizima e com o dinheiro
ddJes fervi a Sua Alteza.
Vendi tnais feifeentos mil reis dc juro com liccnâ dc Sun Alteza
namelma dizima e parte dellcs cm Sacavem c porque eftava em fog re-
do a paH'aguem dc Sua Alteza a Africa para eu me Inzer preftes de di-
nheiro fern dcclarar a Sua Alteza que o queria vender para o fen ir
nefta Jornada Ihe mandci dizer que porficar muito individado da de
Tangcre e por outros refpeitos que na provifao de licenga de S. Altc-
za fc faz men;ad , queria vender adita cantidade dejuro para comil-
fo me tirar das obrigacoes em que eftava , pelo que dcclaro que a ver-
dadc he que vendi elte Juro para efta melma Jornada , e nao para pa-
guar coufas de Tangcre.
Do dinheiro defte Juro mandei comprar por Bclchior Rodriguez
tres aneis que cuftara6 i'egundo minha lcmbian5a duzentos c fetenta
mil reis , os quaes dei a hua pclToa dcclaioo alTy para que fe faiba que
clhcs duzentos e fetenta mil reis fenau dcfpcnucrao cm fcrvico de Sua
Alteza.
Tambcm defte Juro empreftei ao Comendador mor tres mil cru-
zados fe mos nao paguar cm minha vida mando que fe arecadem e que
lembre que eftes tres mil cruzados fe nao defpenderao tambcm em ler-
vijo deSua Alteza.
PalToume S. Alteza outras duas provifoes para poder vender na
mefma dizima ou obrigar nefte Rejno e no dc Caftella dous mil cru-
zados. mil por cada provifani e porque hua deftas mandci a Caftel-
ft’,
la epedi ao Duque dc Medina quifefle vender fobre feus bens livres

quatrocentos mil reis de renda a cenô com pa£lo dc retro a refam de
quinze pormilhar para cu aver o dinheiro emandar paguar os reditos
cadano em quanto nao rcmilTc o dito juro fe la fc efteitoar efta venda
defempenhane odito cenô porque polla obrigagam que para illb paf-
fei eftou obrigado a fazer dentro em feis annos. E parcciamc bem que
fe vcndelfe logo ca efte juro para fc fatisfazer efta obrigaqah porque
com fc vcnderein trezentos c fetenta c cinquo mil reis le hcab icmin-
do os ditos quatrocentos e os cuftos que niflb ade aver c ouuos in-
convenientes que ej por muito grandcs.
E porque para o Duque de Medina vender efte cenô foi ncccf-
fario fazermos a Senhora dona Cathcrina e eu hua obrigaâo de o re-
mir dentro dos ditos feis annos e de paguar os reditos cm quanto fc
nao remifle c para iflb obrigou todos feus bens dc qualqucr calidadc
que foftem a qual por fer muito gcral parccia comnrendcr os dotes fiz
hu.i obrigaâb de lora porque me obriguci a tirarlhc defta obrigagab
que ally fez todos os feus bens dotais e diflb Ihepaft'ei outro alvara
jurado , mando que fe cumpra o conteudo nefte men alvaia c obriga-
936 e que por nenhd cafo nquem os ditos bens dotais fogeitos a obri-
gaca6 que fefez ao Duque dc Medina.
E fe os outros quatrocentos mil reis dc que fc tern ja vendido
Tom. IV,
1
330 do Uv. VI. da Htjloria Cfenealo^tca
algua parte fe acabarem de vender , declare que tambern he para efla

jornada e que tudo o que por as contas dos officiaes I’e achar que fe I
comprou com os dinheiros de todos os juros atras nomeados fendo as

coufas vivas ao tempo de meu falecimento perteneem ao fuccelTor de
nvinha cafa infolidum c alii fe Ihe deve todo o dinheiro que declare e
fe achar que k entregou a meus thefoureiros de que coufas que foube- I
jarab c fe vendcrao para defpeza de minha cafa ; e Icmbro que fe algd

deftes juros que vendi para feiri90 delReJ meu Senhor foi fem fua
-
licenâ que he a venda nulla e o prego fe deve de todo o monte.
Todos os mais juros que fe acharem que eu vendi tirando os de
que atras faô mencao declare que nao foi para ferviô delRcJ meu
Senhor rclo que a Senhora dona Catherina da ametade dos acquiridos
e meus nlhos de fuas Icgitimas tern obrigaâb de remirem os ditos ju- i
ros o fuccellbr do Eftado tabbem como hcrdciro dos patrimoniais enr J
trara com
fua parte. I
Sendo cafo que fe ache que algfis dos meus almoxarifes dantre
douro e minho e tralos monies arrccadarab algus foros ou rendas que
pcrtcnciab ao monte da fazenda do Duque meu Senhor que Deos tern,
fe eftiverem em receita como rendas minhas e del-
aos ditos almoxarifes
las dcram conta mando que paguc ao monte as coufas que elles por
fe
efta via tiverem arrecadado para minha fazenda.
Eu tenho feito muitas inllancias polla conta de Antonio Mou-
ro feconcluir como meus officiaes fabe eporque importa muito aca- I
barfe affi a minha fazenda como a elle petjo muito a Senhora dona Ca- 1
tlierina que Ihe mande dar toda a brevidade poffivel.

E Icmbro que empreftci ao mefmo Antonio Mouro quando 6
Duque meu Senhor falecco quinhentos mil rcis para acabar de paguar
moradias e outras coufas a criados de que elle avia de dar conta no
monte e na conta do tefoureiro que me entab fervia i de eftar conhe-
cimento de como o recebeo , declaro que eftes quinhentos mil reis fe
devcm a minha fazenda.
Eu fui correndo fempre com os treze mil rcis que o Duque meu
Senhor que Deos tern deixou dejuro para hu mifla cotediana que fe
dis cm f^nto Agoftinho de Villaviôfa pofto que nab fui nunqua fa-
tistcito dclles , mas por me parccer que era bem feito o fis fem fer
obrigado a ilTo encomendo a meu filno que affy o faâ e fendo cafo
que nab aja tcrâ dodito Senhor quero que fecumpra da minha oua
parte a que de fua Senhoria nab cheguar poKa diminui9ab da falcidi^
As armas e muni90& que tenho mandado dar da minha armaria
fe pagucm ao monte da fazenda do Duque meu Senhor quo Deos tern
em cafo que nab aja tei 9a e avendoa fe pagarab ao morgado a que a
dita armaria ficou vinculada. E pela conta de Bento Efteves e de l
Agollinho de Ruj9ol fevera oque tenho dado porportarias demeus ;
officiaes c as que conftar que empreftci fe cobrarab.

Eu tomei empreftado com licen9a dclRcy meu Senhor das ar-
quas dos orfabs dalgus lugarcs de minhas terras o dinheiro qiic fe vera
pel.is minhas provifoes que eftam nas mefinas arqiias e mandei meter
^
nellas os pcahores douro praia , c pedraria quo fe vera polios autifli
,
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da Cafa %eal Tortugueâ. 351
que difTo fe fireramque eftam nas ditas arquas mando que cAc dinlici-
ro i'epague primeiro que outra divida algua porque cfta tcnho por
dc mais obriga 9a& que codas por fer de ort‘a6s.
E lembro os oitenta e cantos mil reis que me deve a Arqua dos
Orfaos dc Borba de que ha autos e ccrtidocs cm podcr dc Sebaftiao
Alvarez arrecadaflem porque na fc me deve.
Lembro que ja fe dcu ao Moftciro de Santo Agoftinlio dc ^'îlla-
viôfa o ornamento de veludo preto que Ihc debcou o Duque meu Sc-
nlior que Decs tem ein feu teftamento.
Na6 tcnho para que lembrar a Senhora dona Cathcrina o eftado
em que eAa cafa cAa e quam diminuida Aca pois clla o fabc milhor
do que Iho eu podia difer e por iAb Ihe peô muito por merce que o
mais que Ihe for poflivel fufpenda as defpezas e gaAos , c o bom feria
cortar muito pellos necelTarios quanto mais polios que o na& forem e
alii cfpero que o fara conAdcrando a obrigaâo que tern de procurar o
remedio de todos feus Alhos.
Tambem lembro a Senhora dona Cathcrina que por quanto o
Duque meu Alho he ainda depouqua idade fepode vender muita par-
te do movel para fe comprir o mais que puder fer dcAc teAamento
porque parece que o poderia clcuzar. E pello tempo em diante po-
dera ir tazendo o que Ihe for necelTario.
Pareciame bem para milhor ordem que meu Alho fuceAbr do
EAado tomaAe fobre A as fatisfa90 & dos criados e cobrarfe do monte
o que nellas fe montar e pelo tempo cm diante as podcra ir fatisfazen-
do aos meus Criados com merces de officios e coufas que ncceflaria-
mente ha de dar encomendolhe que o faâ affif.
Ao Duque de Barccllos meu Alho cncomcndo muito encarecida-
mente a provincia da piedade e que feja muito feu devoto e Ihe faâ
as efmolas que Ihc eu fbzia c cm tudo a Aivorcâ como feu proteitor
que he para que pcrmancya eva em crefehnento o muito ferviô que
faz a Deos nolTo Sênhor. O Duque meu Senhor que Deos tem decla-
ra em leu teAamento que tem dado a jugada dehua herdade Devora-
monte aos Trades dcS. Joa6 da Cidade Devora porrefpeito dedizerem
hd trintario in perpetuum polla alma delRej dom Manocl que fanta
gloria aja e diz que fe fez fobre iflb eferitura , dcclaro que fua Senho-
ria onau podia fazer por a Jugada fer do EAado e os trades fercin in-
capazes dcapolfuir fecAa Jugada fetirar aosditos Trades mando que
cAa obrigaâb fe cumpra pela terâ que fua Senhoria me deixou aven-
do fazenda para ilFo c na& navendo quero que fc cumpra de minha
tcrâ , ou a parte della que faltar por refpeito da falcidia.
E mando que fe veja fe he Jugada o mojo da herdade de Britos
Gonsalves que Sua Senhoria deixou ao moAciro dc Santo AgoAinho
dc Villaviôfa porque fc ofor nab Iho podia dar porter doLAado.
Quando cafou a Senhora dona Maria que Deos tem com o Se-
nhor principc de Parma Az doaâb a llFante minha Senhora quo Deos
tem dostrezentos mil reis de juro que a Senhora dona Catlierina ti-
nJia da fua Icgitima para Sua Altcza osdotar
adita Senhora dona Ma-
ria e porque cAes trezentos
mil reis dejuro , cram dotais da Senhora
'hm.IV.
1
33 ^fovas do Uv. FI. da Hi/loria (jenealogica
dona Cathcrina c cu me obriguci a Ihos compor mando que fc Ihc fa-

tisftâo c que intciramente fc cumpra a obrigapib que eu fobre iflb
Ihc fit.
ODuque meu Senhor que Decs tern manda cm feu teftamento
que a Capella que fedizia porfeu vilavo no moftciro dc Santo Agof-
tinho dc Villavigofa I’e pague para fempre e fe digua inilTa cotidiana
por quanto nas partilhas que fez ouve ccito preô por ondc fc obri-
gou por fua fazenda a mindalla dizer e pagiur e diz qiie tainbcm fc
obrigou da mcfma maneira polla milfa cotidiana de S. Domingos De-
vora que fe diz pclla alma de feu avoo dcclaro que cu mandci conti-
nuar com todas eftis milTas fern fer por ilTo fatisfeito e que por Sua
Senhoria fer obrigado a cllas polla verba do dito feu teftamento fe
me devem de fua fazenda.
O Colcgio que os padres da Companhia de Jefu tern na Cidade
dc Braganâ tern ja U>da a renda que o Duque meu Senhor Ihe pro-
metteo c da ventagem , mas porque fazem muito fruto naquclla Cida-
dc os padres do mefmo Collegio c fam todos de muita virtude e bom
cxeinplo , encomendo muito a meu ftlho que os favore^ no que for
poflivel.
Dona Maria maj de dona Joana Pireira mulher de Gonâllo dc
Soufa me deixou por feu teftamcntciro e porque com as ocupa50& de
minha obrigaâd iu6 pude faber fc eftava comprido dc todo o feu tef-
tamento , pcô a meus teftamenteiros que faibab fc o efta e tendo al-
gua coufa por comprir ordenem como fe faâ para que fe dcfencarre-
gue nilfo minha conciencia.
A dita dona Joana Pireira deixou ao Duque meu Senhor que
Decs tern quorenta mil reis de tenâ que Ihe forao julgados contra o
liftado. E porque no monte da fazenda do dito Senhor le me fez def-
conto da cftima9a6 defta tenâ dcclaro que a devo ao melino monte
polb obrigaqa6 dos ditos qviarenta mil reis carreguar fobre mj fomen-
te como poftuidor do Eftado.
A minha dizima do pefcado de Lixboa foj focreftada pellos
Juizes das partilhas pello que eu devia ao monte , vejalTe bem o rol
das coufas que paguei porque fcna6 paguem duas vczes.
As tengas que carregam fobre a ter§a que o Duque meu Senhor
que Deos tern me deixou me fora& defcontadas no que eu dc\’ia ao
monte, dcclaro que fc ouver terca me ande dar cm pagamento della
o que afll me foi dcfcontado e que fcna6 ouver tcrâ efpira& as ten-
pois nao ha donde fe paguem , c que cm tal cafo eu fico devendo
ao monte o que por cllas m: foi dcfcontado c que as partes me devein
a mj os rendimentos que tiverem arrccadado porque para ilTo derani
lianâ quando fe Ihc entregarao ospadro&.
Porque na liquidagao do ferviô que fc fez nas partillias do Du-
que meu Senhor que Deos tern acerqua da fatlsfaâo dos portciros dc
cana ouve erro em Ihejulgarem como a porteiros de Camera por tc-
,
rem efte nomc nos feus alvaras dcclaro que a nao ham de aver fenao
como porteiros dc cana , pofto que nos feus alvaras fc nomcem portci-
ros dc Camera c deebro que os porteiros que fe entendem de Camera
fam
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daCaJa âl ToYtuytesâ.
fam Pcro Dalmcida e Chriftova6 Rodriguez que he repofteiro de ca-

mas que he o mefmo que porteiro dc Camara.
Eu remi por trezeiitos mil rcis que dc nij tinha dc tenâ dom
Rodrigo e acharfea o regifto do padrao no livro da Chancelbria do an-
no de relTcnta e oito , ou fefenta e nove vdafTe muito bem fe meu fi-
Iho eda obrigado compor a i'eus Ii ma6s eftes trezentos mil reis hcan-
do dom Roiirigo vivo por meu blecimento.
Eu dava vediarias a algus moradorcs de minha cafa os quaes ou-
vcra& vedidos cm vediarias gerais como I'ao d6s e libres , declaro que
minha tenâb foi darlhc edcs vedidos a conta dos que de mj aviab de
aver fe eu por algua via era obrigado a darlhos.
Sendo Duque de fiarccllos tomei minha cafa no principio de Ja-
neiro de fefenta e tres e dcs defle tempo fc deve o fcrvi 90 aos criados
que me entao ferviao ate o tempo em que elles fizeram os contratos
lobre fuas fatisfaôcs c hd algfis a que tenho pago vejafle fe levarab
fatisfajad do tempo que me fervirao ate eu herdar e fcna6 p.iguefe-
Jhc.
Enconiendo muito a meus tcdamcntciros que com a major brevit
dadc que for poflivel cumprad ede meu tedamento e acudao as divir
das primeiro que tudo mandandoas paguar porque eflii he a obriga-
9a& a que primeiro fc ha dc fatisfazer. E torno a Icmbrar que as pri-
meiras fejab asdosorfaos porque edas mecarregam muito.
A caufd de tedar tab pouco he a grande carga que deixo a eda
cafa de dividas e obrigaôes c o ter vendido tanto Juro que he necef-
fario muito para o remir e devcm nicus criados dc aer que fe edas
coufas nab forab tab obrigatorias , e tivera que com muito godo e
amor o repartira com elles , e pelo que Ihc encomendo muito que me
recebam eda defculpa pois he tab verdadeira.
Em Villaviôfa a vinte edous de Fevereiro demil equinhentos
c oitenta e tr.es annos mandou Sua Exccllencia ao Duque de Barcellos
que aflinafle edas lcmbranc.is e tedamento por elle com as tedemunhas
aqui adinadas para que vallum conforme ao outro tedamento que co-
ineôu a fazer cm Lisboa , e acaba hoje neda Villa.
HO DUQUE.
1
Antab de Oliveira Dazevedo. =3 Luis Gonplves deMenezes. =! Ni-

culao Dandradc. =3 Chridovab de Brito Pereira, a Gonâlo Gomes,
s Edevam Ribeiro Rapofo. a Rodrigo Rodriguez.
Memorial
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,
334 doUv.Vl, daHijloria (jenealoyca
Memorial das merces tjue Voffa Magejiadefez ao Dmjue D. Joai,

{jue Deos tem ejlando V Magejiade em IJshoa , e do que a
, .
Senhora D. Catliarina pedejobre ellas a V. Magejiade I
coiijvrnie ao que tmlia tratado com o Duque , e ao

I
que elle aepoz em feu tejlamento.
Primeira.
Num. 2 0 0. Uc logo a carta do o'^

fc fara TT\ O officio dc Condcftable por
/io dc Conddlable , eoalva- I Vfeu falecimento para o Du-
ra de lembranâ que fe pede , tuque de Barcellos , c aefpois para
do conf’ormc as portarias que fab feu neto herdeiro e focceffior de
palladas ; e para tudo fe podcra fua cafa.
acudir a Miguel dc Moura a quern Sobrifto pede a Senhora D.
Sua Magcftade mandara cfcrcvcr Catherina a V. Magcftadc aja por
que fc faâb dies papeis c quan- betn de mandar pallor carta dclle
to ao regimcmo que fc pede do offido ao Duque feu filho na for-
officio dc Conddlable , Sua Ma- ma da que feu pay teve e alvara
^dladc vaj cuidando o que niHo para fc palTar ao nlho do Duque
le podc fazer , e ao diantc refpon- ncrdciro c foedTor dc fua Cafa
dera o que ouver por feu ferk’ijo quando nella Ihc foebder. E por-
que fc faja. que para fervir o dito officio con-
forme aojuramento que hi deto-
mar , he nccdTarlo ter o regimen-
to delle a que a Carta fe refere
pede a V. Magellade Iho mande
palTar.
Segtmda.
Que Sua Magcftadc dard lo- Para o feu filho fegundo de

go ordem , cm que fe cumpra ef- h£t liigar bom cm Caftclla de mil
ta mcrce ,
conformc a portaria que vezinhos pouquo mais , ou menos
efta paflada , c em toda a parte e quatro mil .... de renda e ti-
ti Magcftadc os filhos da
atari S. tolo de Marquez tudo dejuro.
Senhora D. Caterina como he ra- I-cmbra a Senhora D. Cathe-
*ab. ’
rina a VolTa Magcftade quam pou-
:
. quo fam quatro mil . de renda
. .
para feu filho com elles podcr fer-

vir aV. Magcftadc como fe deve
cfperar de quem he e que os fi-
lhos dos Duques dc Barganqa fam
por fv grandes e que nos do Du-
que D. Joam he ifto ainda mais
claro por ferem feus filhos della ,
e por cfla via terem tarn chegada
rezam dc fangue com V. Magcfta-
Quanto dc
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,
da Cafa âl 7ortugue:â, 335

de por o que pede aV. Magcfta-
dc aja por bem de fazer merce a
feu hlho fegundo de mats rcnda e
de titulo dc Duque de Juro , e
na6 dc Marquez c feja lervido pa-*
ra fua conl'olaâm de dar cm Por-
tugal a feus filhos as coufas de quc
V. Mageftade Ihes fizcr merce.
Terceira.
Para o feu filho tercciro hua

Comenda dccinquo mil cruzados.
Quanto ao Capcllo que fc O Duque c a Senhora D. Ca-
pede Sua Magedadc mandou di- thcrina dcfejarao fcmpre de fazer
zcr a Dorn Rodrigo de Lcncaftro, Cardeal a feu filho tercciro e nif-
a di/ficuldade quc avia ncftc poi>- to o fora& criando , e porque fe-
tcficado f de poder alcan9nr , e ra coufa muito facil avcrlhc V.
confcguir femeihantcs precen90&. Mageftade o Capello pede a Se-
nhora D. Catherina a V. Magefta-
de Ihefaâ efta merce.
Quarto.
Sun Magcftadc mandara que Duzentos mil cruzados pages

logo fe patFe provifa6 ,
para que em quatro annos para fe defempe-
todo e'le dinnciro fe pague por nhar e paguar fuas dividas.
ella ,
fcm fer necelTario requercr Pede a Senhora D. Catherina
outra provil'ao como fC pcde. E a V. Mageftade aja por bem dc
comcâra a corrcr o pagamcnto do mandar paftar provifad para cftc
anno que vcm dc 84 na forma da dinheiro fe pa^r todo por ella
portana que cfti pafTada. feni fer necelTario requerer outra.
E que Iho defpachcm para donde
fe faga delle bom pagamento. E
que leja V. Mageftade fervido que
fe paguem logo cem mil cruzados,
para fe acodir com ellcs a alguas
dividas do Duque que Deos tem
cujo pagamento fc na6 pode dila-
tar fem grandes inconvenientes c
efpecialmente por os muitos Juros
que vendeo a condiâ6 de retro
que vam correndo com grande
pcijuizo daquella Cafd.
Quinta.
Sua Mageftadc ha por

bcm Que polTa mandar trazer da
India
1
33 ^ Turovas do Ltv. VL da HlBoria (jemalogtca

vie a Scnhora D. Cathcrina goze India cadano por tempo de feis
cda licen;a ,
cm todos os dias de annos com quintaes de canclla,
fua vida. E dcpois della gozara cento de cravo . c cento de noz
o Duque os feis axuios que Ihe eftudo forro dos dcreitos que fe pa-
tau cuncedidos. guam a Sua Mageftade.
Pede a Sennora D. Cathcrina
a V. Magelladc aja por bem que
cfla licenca feja perpetua para que
os Duques de Bargan 9 a poflao pa-
ra fempre mandar vir cm cada hfi
anno da India as ditas coufas for-
ms dos ditos dereitos como man-
da o Condc da Vidigucira vir o
que tern por feu privilegio perpe-
tuo ; e que clla Senhora D. Ca-
thcrina ufe delta licenca cm fua
vida e defpois de feu falecimcnto
ufcm della o Duque feu fJho e
feus focccllbrcs.
Sexta.
Logo fc daraordem como fe Que a todos os foccelTorcs de

pafle clla Girta. E quanto ao que fua Cafa defpois que a herdarem
Ic pcvle para os filhos Erdciros na& e nclla foccdcrem fe fale por Ex-
ha lugar pollas razo& que fedo ccllcncia all'y como o Duque a
ra6 a Dom Rodrigo de Lencaf- tern por niercc dclRey que Deos
tro. tem D. Henrique.
Pede a Senhora D. Cathcrina
a V. Mageftade Ihe mandc pad'ar
fua Carta patentc della mcrce e
que nella fe declare que da mef-
nia manera fe fale por Excellencia
aos filhos herdciros dos Duques
de Barganâ que por o tempo fo-
rcin ainda que na& tenham herda-
do avendo V. Mageflade refpeito
a ferem os ditos filhos herdciros,
Duques de Barccllos logo como
nafeem.
Setima.
/
Que efte privilegio fc pafTa- privilegio que tem em

Oue o
ra logo na forma que efta concc- fua vida para nam paguar Chati-
dido. ccllaria venha por feu falccimcii- \
to ao Duque de Barccllos e def- \
f ois ao feu neto hcrdciro c fucef-
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, ,
da Caja 'B.eal Tortuguesâ. 33-7

for de fua Cafa aHy como o Du>
quc hora tern.
Pede a Senhora D. Cathcrina
a V. Mageftade que efte privile-
'o feja peipctuo para todos os
e uques deBarganâ.
Equerendo a Senhora D. Catherina fazer Cleriguo hum de feus

mhos a quern efta proinctida a Comenda. Diz Sua Magelbde que
nas coufas que vagarem da Igreja , fera a lembranâ delle que he ra-
za& , e que a Comenda que Ihe eua prometida ( que Ihe mandara lo-
go nomear ) pode paflu ao Senhor D. Phelipne. E fe a Senhora D,
Catherina quifcr que a Comenda prometida nque ao feu hlho tercei-
ro , e quifer fazer Cleiiguo o Senhor D. Phelippe , S. Magcllade teri
dcIIc a lembranga que acima hqua dlto.
Breve do Papa Gregorio XIII. pajjado a inflancia do Diujue de

Braganqa D. Joai I. para <pie os Comtnendadores da aprâta-
faS da SerenjJJima C(â de Braganqa aai ohedecejjem a outrem
J'tnci aos prjjuidores delta ,
e naS os querendo Jirvir naforma de
J'eus indultos , perdejjtm pela primeira rez osfrutos das ditas Com»
mendas deJ'eis %ezes , pela Jegunda hum anno , queJe de/pende-
riaS naforma nelle declarada , e pela terceira vez UcariaS pri-
vados das ditas Commendas,
Diledo filio nobili viro Joanni Dud Bragantiae
GREGORIUS PAPA XIII.
D lleilc fill nobilis vir falutem,
,
& Apoftolicam benedidtionem
quern erga nos ,
cerac devotionis aft'cdhis
,
&
Romanam Eccle-
/lam gcrere comprobaris fuo quafi Jure exigunt ut tibi privilegia a
,
joii
przdccciroribus nollris conedTa ex quibus Bragantix Ducibus decus

& honor, aud/oritasque accrefeit illaefa pra:fcrvcirus , ac ne quae tu ,
& prxdeceflores tui Bragantix Duces facilitate dudli , feu incuria an-
tehac reinilTerunt , tibi , poftcrisque tuis perpetuum prxjudicium
infeiant remedia adhibemus opportuna. Dudum fiquidem fclicis re-
cordationis Leo Papa X. pradcccflbr no/ler inter alia bona: memorix.
Emanuclis tunc Portugallix , & Algarbiorum Rîs Illuftris , ac Jaco-
bi Bragantix, &
de Guiniaraens Ducis, &
ipfius Eiranuclis nepetis f(>
roris fupplicationibus inclinatus tot prxeeptorias militix Jefu Chrilli,
quot infra annum a data litcrarum prxdeccflbris hu jufmodi tunc con-
/cd/arum computandum fub invocationibus , de quibus eidem Jacobo
l3uci vidcretur ex tunc , prout ex ea die , &
e contra ad tunc , pro &
Tom. IV. Uu tem-
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33 « ^rovas doUv.VL daHiflorla (jenedo^ca
tempore cxiftentis adminiftratoris , &Magiftri didbe militue inftitutio-

nem dumtaxat in di£ta militia erexit , & inflituit , ac bona , & Jura
quindccim ea ex parrochialibus Ecdcujs , quas de Jure patronatus di-
«i Jacobi Ducis cxiftebant , & quas idem Jacobus Dux infra didum
annum duxiflet fpecificandas pro fingulis earum redoribus falteni por-
tione fexaginta ducatorum refervata difmembravit , & feparavit , illa-
que fic difmembrata , & feparata praeceptorijs prjedidis pro earum do-
tibus Juxta arbitrium di£U Jacobi Ducis perpetuo applicavit , & ap-
propriavit , necnon dido Jacobo , & pro tempore exiftenti Duci Bra>^
ganticE eligendi , & nominandi , ac tunc , & pro tempore exiftenti Ad-
miniftratori , & Magiftro di£be militias eofdem milites ad didas pras-
ceptorias fic eredas a fua primeva eredione , feu quoties eas vacate
contingeret prasfentandi ipfique tunc , & pro tempore exiftenti Admi-
^
iiiftratori, &
Magiftro inftituendi facultatem conceffit , &
quod pras-
ceptorias hujufinodi fic eredas, &inftitutas dejure patronatus ex fun-
datione , &
dotatione didi Jacobi , &
pro tempore exiftentis Ducis
Bragantias perpetuo efTent , &
efie cenferentur didumque Jus patro-
natus , ac nominandi , &
prasfentandi eofdem milites ad didas prascep-
torias eidem Duci concefiit , ac quod milites prima vice , pro tem-&
pore nomitati , prasfentati , &
inftituti prasdidis eidem Jacobo , pro &
tempore exiftenti Duci Bragantias in fervitijs pro fui ftatus , perfo- &
nas confervatione , honore , &
augmento , ac prout eidem Duci vidc-
rctur , &non alteri perfonas defervire , obfequi obedire tcncren-
tur, neque aliter facere poflent nifi dedidi , &
pro tempore exiften-
tis Ducis exprefib confenfu , &
contrarium faciendo prasceptorijs hu-
jufmodi privati exifterent, illaraue vacate cenferentur eo ipfo , quodque
Jacobus , pro tempore exiftens Dux Bragantias , ac tunc ,
& pro &
tempore exiftens Adminiftrator , &
Magifter didjc militias nulla de-
claratione aut vacationc prascedentibus , nec requifitis alios ad eafdem
^
prasceptonas fic vacantes milites , qui eidem Duci in prasmifiis defer-
virent , obfequerentur , &
obedirent ( ut putatur ) praefentare , no-
minate, &inftituere , toties quoties cafus pnemifik vacationis occur-
rifiTet refpedive poflbnt
,
&
valerent , decrevit , prout in didi prasde^
cefibris literis defuper confedis plenius continetur^ Cum aut fic ut
exponi nobis nimer fecifti diverfi tui fainiliares , &
alij didae militias
milites per te , feu bonas memori^ Thcodofium Ducem Bragantias ge-
nitorem tuum aut alios antecefibres tuos ad prasceptorias prasdidas
tunc vacantes prxlentati, &
ad prasfentationcs hujufmodi amagno Ma-
giftro , feu Adminiftratore didas militias in illis inftituti poft afibquutio-
ncm prasc^toriarum hujufmodi a tuo , vel antecefibrum tuorum fer-
vitijs recefierint, &
recedere non cefTent, nec ad illas per tc , vel an-
tecefibres tuos prasfentati , &
inftituti congrua fervitia tibi impendcre
curent , quinimo in eorum domibus manendo vel ali js dominis abfque
tua, & praedecclTorum tuorum licentia inferviendo frudus , redditus
& proventus ex eifdem prjeceptoriis perceperint , &
percipiant indebi-
te cum illis ipfo fado Juxta didi prasdccefibris voluntatem privati
fint, & in cadem expofitione fubjunda facilitate , feu incuria tua,
tuorumque antecefibrum fadum fiiifie , ut ad dcclarationcin privatifv
ms
,,
da Cafa %eal T^ôrtiiguesâ.

3 3p
nis contra eos qui prsEiniflis contravcnerint , vel ad fpoliandum illis
pracqjtorijs prscdidtis diftis de caufis proceflum non t'uerit
,
â du-
fic pro tempore prxfcntati
,
& inftituti tibi , tuisque antecelToribus
infervire hailenus neglexerunt, &adhuc negligunt in tui, fucceflbrum
tuonim auftoritatis (Eminutionem. Quare pro parte tua nobis fiiit hu-
militer fupplicatum
,
ut aliquod in pnemiflis opportunum remedium
adhibere de benignitate Apoftolica djgnaremur. Nos igitur te a qui-
bufvis excomunicationis etiam cenfentes, ac diftarum literarum teno-
rcs praefentibus pro expreflis habentes hujufinodi fupplicationibus in-
clinati
, ut quocumque temporis curfu , & lapfu non obftante qui-
cumque ad pra:dicla$ praeceptorias per te , & anteceflbres tuos Duces
Bragantije jam praefentati
,
& in illis ad praeceptorias hujufinodi infti-
tuti fuerint
, & a tc vel fucceflbribus tuis praefentabuntur ,
aut infti-
tuentur in pollerum etiam poll illanim alTcquutionem tibi, & pro tem-
pore cxi/lenti Duci Bragantiae in fervitijs pro tui & eorum ftatus &
, ,
perfonx confervatione honore & augmento ac prout tibi & pro
, , , ,
tempore wiftenti Duci Bragantiae vidcbitur, &non alicui alteri perfo-
n* defervire , obfequi & obedire teneantur , neque aliter facere pol-
,
•uit nifi de tui Sc pro tempore exiBentis Ducis expreflb confenfu , &
contrarium facientes, & a fervitijs &obedientia pra:di(5Ks rccedentes,
& a tui, &
^
pro tempore cxiftcntis Ducis hujufmodi inllantia evoca-
tos , & requilltos ad di£b fervitia & obedientia non redeuntes pro
,
prima vice medietatc fru£hium , rradituum , & proventuum , unius
anni diftarum pr*ceptoriarum privatos elTe , illosque fuos non face-
re , verum eofdem frudhis five in fabricae utilitatem aut Ornamento-
,
rum , & paramentorum emptionem pro Ecclefijs in quibus difhe prae-
ceptorix fuerint inftitut® , aut inter earundem Ecclefiarum paimeres
arrochianos , vel alia pia opera tuo , & pro tempore exiftentis Ducis
B ragantix arbitrio diftribuendos , & fi requifitionc hujufmodi fpi eta in
TOnturaacia preftiterint
,
& fecunda vice evocati non paruerint omni-
bus integri anni itidem fruSibus redditibus & proventibus diiBanim
, ,
praxeptoriarum ipfo fafto privatos efie iUosque fuos non facere &
, ,
( ut putatur) convert! debere. Crefeente vero contumacia fi tertio nio-
^ fuccefibrum tuorum Bragantix Ducum inftantiam cis
injum-fa racere neglexerint aut recufaverint five dillulcrint nrarcep-
,
tor jjs prxdictis privatos elT'e eo ipfo. Teque
& pro tempore Bragan-
diitas prsceptorias tamquam vacantes prxfentare
pculc , & prxfentatqs hujufmodi per magnum Magiftrum feu Admi-
,
iiiltrawrOT jpfius militix in ipfis prxeeptorijs ad prxfentat'onem hu-
jufinodi inftitui debere harum ferie decernimus, & declara us prx-
,
lentcsque litcras nullo unquam tempore de fubreptionis cl obrep-
,
tionis vitio
, aut intentionis noftr® notari , impugnari , .nvalidari
aut in , vel controverfiam vocari ficque per quofcumque Judices, &
,
commilTarios quavis auiBoritate fungentes & Sanfhe Romanx Ecdc-
, ,
fix Cardiiiales
, ac caufarum palatij Apoftolici Auditores fublata eis
& corum cuilibin quavis aliter Judicandi, & interpretandi facultate ju-
dicari , &diffiniri debere: necnon irritum, & inane fi fccus fuper his
a quoquam quavis auiBoritate fdenter - vel ignorantcr contincerit at-
Tom.IV. ®UuU tentari
Digitized y; Got >gk

340 ^rovAs doUv.Vl, daHijloria ênealogtca
tcntari ftatuimus.Quo circa ctiam mandamus quatenus ipfi , vel duo,
aut unus eorum pcrfe, vel alium, feu alios Tibi , ac fucccfToribiis tuis
Bragantias Ducibus inpraemiflis emcacis defenfionis prsfidio affiftentcs
faciant au«Sloritate noftra te ,
ac fucceifores praediflos pracmiflis omni-
bus ,
& fingulls juxta praefcntium continentiam ,
&tenorem pacifice
frui, &gaudcrc, ac quotics pro parte tua, feu fuccdTorum prjcdido-
rum fucrint requifiti , &opus fuerit eofdem praeccptores evocatos , &
rcquifitos contumaccs poenas prxdiilas incurrilTc quacuiûe appellatio-
nc rcmota dcclarent , non permittentes te , live fucceflores prasdidlos
)cr quofcunque quomodolibet indebite molcftari , contradidtores quol-
fibet , &rebcllcs ac prxmifljs non parentcs per fententias , cenfuras
& poenas Ecclefiafticas aliaque opportuna Juris , &
faQ:i remedia ap-
pcllatione poftpofita compefeendo , nccnon legitimis fuper his habcr>
dis fervatis pr ocelli bus illos fententias , cenfuras , &
poenas prjedidlas
incurrilTe declarando , ac eas &
iteratis vicibus aggravando
,
invocato
& ad hoc fi opus fuerit auxilio brachij fecularis non obftantibus feli-
cis recordationis Bonifacii Papa: VIII. praedecelToris nollri , &
alijs
Apoftolicis conftitutionibus ac didlae militi* Juramento confirmatione
Apoftolica , vel quavis firmitate alia roboratis Aatutis, &
confuetudi-
nibus privileges quûe indultis , &
Uteris Apoftolicis in contrarium
quomodolibet concerns , approbatis , &
innovatis , quibus omnibus eo-
rum tenures praefentibus pro exprellis habentes illis alijs in fuo robo-
re pcmianfuris hac vice dumtaxat fpccialiter , &
cxprelle derogamus
CflEterisquc contrarijs quibufeunque , aut fi aliquibus communiter vel ,
divifi ao Apoftolica fit Sede indultum quod interdici , fufpendi, vd
excommunicarc non pofiint per Uteras Apoftolicas non fecientes pie-
nam ,
&exprenam, ac deverbo adverbuin dcindulto hujufinodi mcn-
tioncm. Volumus autem ab his excipi eos , quorum opera nunc , &
)ro tempore Rex Portugalliae ejufdem Alilitix Adminiftrator cui ip-
,
Jius militix profdTores fpeciali obedientise voto fubfunt, uti voluerit^
dc quibus fuis patentibus Uteris fuerit atteftatum. Dat. &c.
ProceJJo decermdo dos Breves mile incorparados do Papa Gregorio

XIII. da d^membraqad de mil eepunhentos diicados de ouro de
Camera y (jue fera'o dejmemhrados das Igrejas , e Beneficios do
Padroado da Sereniffima Cafa de Bragangay eJ'e applicara^ pa-
ra fempre aCapella Ducal de Villa-ViqoJ'a } importah damoe-
da Portugtieza 6SiV» Original ejid no Cartorio da dita Ca/hy
ende ocopiey.
Num. 101
An. IJ75*
*
A
Miranda
Os Muito Illuftres c Revcrendillimos cm Chrifto padres , c Se-
nhores os Senhores Arcebifpos de Braga , c Bifpos dc Lamego ,
,
c Delvas &c. e de quaelquer outros arcebifpados , e bifnados
defies regnos de Portugal , e aos reverendos Senhores feus Provi lores ,
eVigairos geraes , e mals officiaes c pcIToas que fuas vezes tiverem,
cporcUcs c einfcus nomes tiverem a adminiftraâm da juftiâ alii no
fpiritual
da Caja âl ôrtuguesâ, 341
fpiritual como no temporal nas ditas dioccfes e cada hua dellas , e a
todos e cada hum dos Senhores Abbades , Priores , Dayaens , Digai-
dades , Concgos , e mais peflbas capitulares das Igrejas metropolitanas,
cathedraes , collegiadas , e aos vigairos , rcdlores , e bcneficiados das
igrejas parrochiacs , e a quaefquer outros Clcrigos de mida notairos
,
apoftolicos , tabaliaens , e efcripvaens publicos das ditas Cidades , c

aquellc , ou aqucllcs , a quc o negocio infraefcripto commimiter vel di-
ytfum tocca , c pertence , ou toccar , e pcrtencer poder quomodolibet
in futurum qmhufcunque nominibus cenfeantttr , out quactinqtie fn'oftd-
geant dipiitate. DiogoVas dalmeida Prior daCoIlegiada igrcja dc San-
Q:a Maria da milericordia da villa dourem Ulixboncn. dioccf. See. Juiz
executor apoftolico dos breves apoftolicos dc fcpara9am difmembra-
j
9am , applica9am , e appropriagam dc que fe ao diante tara larga , c
exprelFa meny'ao faude , paz , e perpetua felicidadc cm Deos nolFo
,
Senhor faô labcr , como por parte do Illuftriflimo , e exccUcntilfimo
Senhor D. Joao Duque dc Bragan^'a e de Barcellos &c. e dos Rc^'cren-
dos Senhores Dayam Thefourciro e Capellaens e niais miniftros dc
, ,
fua Capella me foi prefentado hum breve apoftolico ad Perpetnam ret
memortam , olim concedido polo Papa Julyo III. dc boa memoria a
petiâm do Duque Dom Thcodofio feu pay que Deos tan revalydado
qra , e novamente concedido d inftancia dc Sua Exccllencia pclo San-
-tiftimo cm Chrifto padre efenhor o Senhor Gregorio Papa XIII. nollb
Senhor ora na igreja deDcos Prefidente paftado in forma graciofa, pe*-
lo qual Sua Santidade ha porbein concederlhe que dosfrudlos, reddi-
tos , e proventos dos beneheios e igrejas de feu padroado , quc clle pa-
ra iffo nomealTc, fc poflam feparar edifmembrar mil equinhentos du-
cados douro dc Camera , e applicalos e approprialos in perpetnnm pa-
ra as diftribniôens quotidianas da dita fua Capella , fegundo o theor e
•forma dclle , c com as claufulas , e declaraôcns no dito breve expref-
fas e cfpecificadas e juntaincnte com o dito breve de difmembraâm e
applicaâm me foi outro fy apprefentado outro breve declaratorio do
dito Santiflimo Padre Gregorio Papa XIII. noflb Senhor fobre a do-
claraâm e rcfoluâm dealguas duvidas que por parte dc fua Excellcn-
cia Ihcforam movidas e confultadris fobre o entendimento do dito pri-
mdro breve , expiedidos ambos fnb armtdo pifeatoris , eferitos em per-
gaminho , faons , inteiros, nam canccllados, nem viciados, nem cm
parte alâ de ft fufpeôs ynwto verdadeiros e carecentes ornnino dc
, ,
vido e iofpeiâm fegundo que delies e decada hum dcllcs prima facia
parecia , cujo treslatlo dambos e de cada hum fuccejjhe de verbo ad ver-
hum he o que fc feguc..
A d perpetoam rei memoriam. Catholicorum ac infignium Ducum

petitiqncs illas libenter exaudiinus, perquas divinus cultus augc-
•tur, & miniftrxs ccclcfiaftids congrue fuovenitur , nccnon ca qu» a
pnedccelToribus aoftris his decaiius ftatuta &ordinata fucrunc, utqui-
buslibct
54 ^ do Ltv, VL da Hljloria ênealogtca
buslibet impedimcntis fublatis , fuum confequantur cfFeclum , adver-

fus contrarias difpofitiones reftituendo opportune difponimus , ali-
terque defuper Provid^mus , prout in Domino confpicimus expedire.
Aliis fiquidem a felicis rccordationis Julio PP. III. prcdeceflbre noftro
cmanarunt literac tenoris fubfequentis. Julius Epifeopus fervus fervo-
rum Dei ad Perpetuam rei inemoriam. Superna dilpofitione , cujus
inlcrutabili providentia ordinationem fufeipiunt univerfa ; adApoftoli-
cs Sedis apieem meritis , licet imparibus alFumpti , ad ea per quse in
lingulis Ecclcfijs Sralijs Deo dicatis locis divinus cultus augetur , &
miniftris Eccldiafticis eidem cultui mancipatis de congrua lubventio-
ne providetur , ac Chrilli fideles ad divini nominis venerationem , &
devotionem excitantur. pralcrtim cum perfonae generis claritate ful-
gentes id a nobis fuppiiciter poftulant , libenter intendimus , in ijs &
noftri Paftoralis officij Partes favorabilitcr impartimur , prout loco-
rum , & temporum , ac perfonarum qualitate penfata in domino conf-
picimus falubriter expedite. Sane pro parte diledi filij nobilis viri
Theodofij Ducis Bragantia? nobis nuper exhibita petitio continebatj
quod cum ipfe ad divini cultus augmentum , &
fpiritualem Chrilh
ndelium confolationem in capella fua egregios verbi Dei prxdicatores
Organiftas , & plures Capellanos , ac alias perfon^ pro miflis alijs &
divinis officiijs celebrandis , ac ipfius capellae fervitio non ex frudibus
ecclefiallicis fed ejus proprijs lumptibus &
expenfis honorifee manu-
teneat , Sc tarn ipfe , quam ejus pra:deceirores Bragantia; Duces qui
pro tempore fuerunt a pluribus annis citra ad divini nominis gloriam
circa manutentionem capellas
, & perfonarum hujufmodi non medio-
criter intenti fucrint ,
idque pncdidhis Theodofius Dux de ca:tero ube-
rius facere intendit , & redditibus patrimony fui juxta ejus flatus con-
decentiam fibi necelfarijs exiflentibus id commode efficere non poflit,
nifi aliunde fubveniatur , fi ex fruilibus redditibus , &
proventibus be-
ncficiorum ecclefiaflicorum de jure patronatus ipfius Theodofij Duds
exiflentis , quie ultra nonaginta exifhint , &
quorum infimul frur
<^lus redditus, & proventus valorem annuum decem-millium ducatorum
auri de Camera excedunt per ipfum Thcodofium ducem ,
ex nunc, vel
ex die eorum vacationis nmul , vel fucceflive nominatorum , & fpeci-
ficandorutn cum pro tempore vacaverint , quantitas valoris milfe &
quingentorum ducatorum auri fimilium per eundem Theodofium &•
fucceflbres fuos Bragantije duces pro tempore exiflcntcs inter perfonas
capellae hujufmodi pro eorum manutentione dividenda , & diflribuen-
da feparetur , & difinembraretur , ac eidem capellac ad hujufmodi efte-
dlum applicaretur , & appropriaretur , ex hoc profc(Slo pix ejufdera
Theodofij ducis intentioni cum divini cultus incremento non panim
confuleretur. Quare pro parte didli Theodofij ducis nobis fuit humi-
liter fupplicatum
,
ut quantitatem mille & quingentorum ducatorum
ex fruilibus redditibus, & proventibus beneficiorum hujufmodi per-
petuo feparare , & difmembrare , illamque eidem capellx in manuten-
tionem C'antorum, Capellanorum , organifix, & prcdicatorum , ac alia-
rum perfonarum hujufmodi dumtaxat juxta ordinationem per Theo-
dolium Ducem & fiiccefToics hujufmoJi defuper facienda dividendos.
Au6lo-
,
da Cafa %eal ôrtugueiâ.

345
Auftoritatc & tenore praefentis etiam perpetuo applicamus , &
appro*
priamus , ac applicatos &
appropriatos ; necnon ex nunc eidem plenum
JUS in illis vere , & non fiiie acquilitum cfTe , eamque bencHcio rcgu-
Ix de non tollendo jure quicfito , &pacificae triennalis Poflellioncs
gaudcre PolTc. Etfi ullo unquam tempore frudlus , redditus , pro- &
ventus beneficiorum perdiftum Thcodofium Ducem, ut prarfertur no-
nunquam , & fpccificandorum ultra valorem millc &
quingentonim
ducatorum ac duarum portionum hujufmodi excreverint , totum id
quod excreverint , ad opus fabrics , & onamentoruni ejuldcm CapcI-
Is cedere debere nec in alios ufus converti polTe , ac prxfentem gra-
tiam quoufque fuum plenum fortiantur efFeilum y & difta capclla il-
lius vigore polTeffioncm feu qua/i perceptionis niille & quingentorum
Ducatorum hujufmodi pacifice alTecuta fuerit durare , & fub quibuf-
vis (irailium vcl diilimilium gratiarum rcvocationibus , limitationibus
fufpenllonibus , & alijs gratijs & difpofitionibus minime comprehen-
fam , fed femper ab
illis cxceptam : & quoties opus fuerit , totics in
priilinum & validiflimum ftatum fuo quacunque data per Theodofium
ducem & fuccelTores prsdidtos eliênoa reftitutam e(Te , & cenferi. Kt
fic per quofeunque Judices , & Commilfarios quavis authoritate ful-
gentes , fublata eis , &eorum cuilibet quavis aliter judicandi & intcr-
pretandi facultate &Auftoritate judicari & diffiniri debere , ac fi fccus
fuper his a quoquam quavis Auftoritate feienter vel ignoranter conti-
gcrit attentari, irritum &inane decernimus, non obllante Priori vo-
uintate nollra pr.el'cntata &Lateraneniis concilij novifllme cclebrad,
uniones perpetuas, nifi incafibus a jure penniffis fieri prohibentis, ac
alijs conuitutionibus & ordinationibus apoftolicis csterisque contrarijs
quibufeunque nulli ergo omnino homini liccat hanc Paginam noftrs
abfolutionis , feparationis , difmembrationis , applicationis , appropria-
tion is , &decreti inffingere, vel ci aufu temerario contrairc. Si quis
autem hoc attentate prsfumpferit , indignationeni Omnipotentis Dei,
ac beatorum Petri & Pauli Apoftolorum cjus fe noverit incurfunim.
Datum Romz apud San(5hjm Petruin anno Incarnationis Dominicz
AI. D. Lll. Cârto Kalendas dccembris , Pontificatus noftri anno ter-
tio. Etdeinde nobis nuper exponi curavit dileihjs filius nobilis vir
Joannes Braganfiz Dux przdifti Theodofij Ducis filius, ficfuccclTor,
quod didli PrzdecelToris fuperveniente obitu antequam feparatio , &
aifmembratio , aut applicatio & appropriatio hujufmodi fuum fortitz
fuillent effeihim per Kegulas feu Conftitutiones cancellariz apoftoli-
cz tarn a pLz memoriz Paulo PP. IIIJ. ad apoftolatus apicera immedia-
te alTumpto, quam alijs Romanis Pontificibus prztjecefToribus nof-
tris , ac nobis editas revocatz fuerunt , neque earum effc£Vus haflenus
fortiri , potuerunt , nec de cetero PofTunt , nifi de novo Per nos in
premiflis opportune provideatur ; quare pro parte difti Joannis ducis
nobis fuit humiliter fupplicatum quatenus PrzmifTis aliquod opportu-
num remedium adhiberc de benignitate apoftolica dignaremur. Nos
igitur qui divini nominis cultum , ubique przfertim in Illuftrium vi-
ronmi doinibus ampliari fincero dclideraraus aiteclu , Didi Joannis
Ducis votis ob cxi miam in nos Sedcmqiic apoftolicam devotionem
cum
Digiiizeti t -
Coogl
,
344 do Uv. VI. da Hifloria (jeneoloyca

cum generis fplcndorc conjunftam annuendum eflc exiftimantes alias,
exiftimantcs, ipfumque Joannem Ducem aquibufvis cxcommunicatio-
nis , fufpcnfionis , &
interdi«fli alijsquc ecclcmafticis fententijs , cenfu-
ris , &
pocnis a jure vcl ab homine quavis occadonc vel cauCi latis
hquibus <juomodolibct innoJatus exiltit ad eft'c£hun Pricfcntium dum-
taxat confcquendum harum ferie abfolventes , abfolutum fore ccn-&
fcntcs, hujufmodi fupplicationibus inclinati feparationein , &difmcin-
brationem , nccnon applicationem , & approprietatem , & decretum ,
ac literas hujufmodi cum omnibus in eis contcntis claufuUs audlorita-
tc apoftolica prxdifta tcnorc Prxfentium adverfus quafcunque illarum
revocationis hujufmodi haiSVcnus , ut Prxfcrtur farfas in priftinum &
cum , in quo ante illas quomodolibet exiftebant , ftatum , quoad prse-
didlam quantitatem valoris mille & quingcntorum ducatorum auri de
Camera tarn pro prxtcritis difmcmbrationibus , fiqux vigore pras-
didarum literarum jam fa^lx fint , quam ctiam faciendis , ita tamen
utquc facicndx funt, aquis Portionibus per ordiiuirios locorum infua
quemque Dioecefis taxandis ,
liant, & nulla Parrochialis ccclefia gra-
vetur,
cujus frudlus non cxcedant valorem annuum centum & viginti
quinque Ducatorum aureorum hmilium , deduftis omnibus oneribus,
ac incertis non comprehcn/is , & quod didla quantitas valoris mille &
quingentorum ducatorum auri fimilium fit pro diftributionibus quoti-
dianis interDccanum , Thefaurarium , Csmellanos , & alios miniftros
diilx Capcllx , cxccptis Cantoribus , & Organillis , qui tamen Deca-
nus , Thefaurarius , Capellani , & miniftri omnibus noris canonicis di-
urnis & no£lurnis in cadem capella a£hi rcfiderc tencantur. Alioquin
frudus , feu dillributiones de quibus eis refpondendum efict , diebus
& horis corum abfcntix a difla capella fuos non I'aciant , fed capellx
debcantur , & Decanus , vel co abfente Thefaurarius abfentes hujuf-
modi mulAare & frudus , feu difiributioncs de quibus abfentibus ref-
pondendum forct , fi prxfentcs clTcnt ,
in ufum & utilitatem di^be ca-
pcllx convertere poflint, reftituimus ,
reponimus, & plenarie rcinte-
gramus cadem Premilfa refiituta repofita & plenarie rcintegrata ef-
,
ac
I’c
, & cenferi
volumus , etiam fi fuper aliquibus diftorum bcncficiorura
frudibus aliqux antiqux penfioncs annux , non tamen perpetux ali-
quibus perfoiiis refervata exiftant . ita quod per modernum , & pro
tempore cxiftentem cjufdcm Capellx Priorem I'cu Redorem fiiatim fa-
dla difiributionc prxdi£la xqux Portionis , feu Ratx , unuin quod-
que ditTorum bcneficiorum tangentis de confenfu tamen ilia obtinen-
tium , ctiam fi perceptio portionis feu Ratx hujufmodi frudliium di-
florum bcneficiorum ad prxfcns non vacantium ; port obitum ilia ob-
tineiitiuni diiFcratur , poflellio aprehendi ac pcipetuo retincri , necnon
cum primum aliqua ex di£Hs benefieijs percclfum , vel dccclTum , feu
quamvis aliam dimillionem vel amillionem , aut privationcm ilia ob-
tinentium ; feu alios quovis modo vacare contigerit , ad ca fic va- &
cantia Perfonx idoncx per Joannem Ducem illius fucccflbrcs Prx- &
diclos corum Patronos prxfentcntur , prxfentationcs ad diila benefi-
cia , & ad cas collationcs eorundem bencficiorum faciendx cum Di-
minutionc illius quotx feu Ratx di£la bcncficia tangentis fieri poflint
& de-
iigr.iêd by Google
,
,
da Cafa âl ôrtuûesâ.

3^5
& dcbeant. Irritum quoque & inane dccernimus , fi fcois fuper liis a
quoqiie quavis Aucloiitate fcicntcr vel ignoranter contigerit attcntari.
Quo circa dileclis filijs Sandls Marijc <ic Ourem &cjufdcm SaiiiHiE
^laria: dc Barcellos oopidorum Ulixboncnfis , ac Bracharenfis Dioccc-
fium fccularium & collegiatarum ecclefiarum Prioribus acCantori cjuP-
dcm ecclcfiac Santfla; Mari® de Ourem pricdi(5tis per pr®fentes manda-
mus quatenus ipfi, vel duo, aut unus eorum per ie vel alium leu
alios prnElentcs litcras , & in eis contcnta quxcumque ubi , & quando
opus ftierit , ac quotics pro Parte Joannis ducis , & fucceflbrum prx-
di(Slorum fuerint rcquifiti Ibleiinitcr publicantes , diclxque capcllx in
prxmiflis efficacis dctenfionis Prxfidio aflillentes faciant auiftoritatc nof-
tra capcllam prxdi(5lam rcftitutione , repofitionc , rcintegratione , &
decreto noftris hujufmodi juxta carundcm prxl'cntium tenorcin paci-
ficc t’rui , & gaudcrc :non permittcntes illam defuper per quofcumque
quoinodolibct fndebite inoleftari , contradiftorcs ûoslibct , & rcbel-
Ics , ac Prxmilfis non Parentes per lententias , cenluras , & pocnas ec-
cleliallicas aliaque opportuna juris & fadli rcniedia appellationc poft-
po/ita compcfccndo , &
legitimis luper his habendis fervatis procefllbus
lententias , cenfuras , &
poenas , ipl'as etiam iteratis vidbus aggravan-
do invocato etiam ad hoc fi opus fuerit auxilio brachij fccularis , non
obftante Pix memorix Bonit'adJ Papx VIII. etiam PradecelToris noftri
deuna , &concilij generalis de duabus di£Hs , dummodo quis audô-
ritate prxfcntium ultra tres diilas ad judicium non extrahatur, ac nof-
tra , ac unionibus comraittens ad partes , & exprimendo veto valore
necnon Lateranenfis Concilij noviffime cclcbrati uniones perpetuas
nifi incafibus a jure permiffis fieri Prohibentis, acquibufvis alijs conf-
titutionibus , & ordinationibus apofiolicis quarum omnium tenures
prxfentibus pro exprefiis habentes , illis alias in fuo roborc permanfu-
ris, hac vice dumtaxat fpecialitcr & expreffe dcrogamus, necnon be-
ncficiorum hujufmodi fundatione, acquibufvis etiam juramento con-
firmatione apollolica vel quavis firmitate alia roboratis fiatutis , &
confuetudinibus , necnon omnibus illis , qux di£lus Julius prxdecefibr
in fuis literis prxdifHs voluit non obftare , exterisque contrariis qui-
bufeunque , aut fi aliquibus communiter vel divifim ab apollolica fit
Sede indultum quod interdici , fufpendi , vel excommunicari non pof-
/int per literns apoftolicas non faciendo plenam & exprell'am , ac dc
verbo ad verbum , de indulto hujufmodi mentioncm. Dat. Romx apud
Sanftum Marcum fub annullo pifeatoris die xiij AugulU M. D. Ixxv.
Pontificatus nolhi Anno quarto.
Oefar Qoricrius.
Tom. rv. Xx Diledio

,,,
1
34 ^ ‘Provas doUv.Vl. daHlIloria (jenealoyca
Diledto filio nobili viro Joanni Duci Bragantije.

Num. 203
An. 1576. D Ilcc^c fill &apoftolicam bencdifUonem ; Ex-
nobilis vir, falutcm
poni nobis fccifti , quod Poftquam alias felicis rccordalionis Ju-
lius Papa III. Prardcceflbr nofter bona; mcmorix Theodofij Brngantiae
ducis Patris tui fupplicationibus fuper co (ibi porre<fIis indinalus
quantitatcm valoris millc & quingentorum ducatorum auri dc Camera
cx frudibus , redditibus , & proventibus beneficiorum ecclefiafticorum
dc jure patronatus ipfius Theodofij ducis exiftentium , qu* ut idem
Tlicodofius dux afieruit ultra nonaginta erant , & quorum infimul fni-
6lus icdditus , &
proventus valorem annuum decern millium ducato-
rum auri dc camera excedebant per ipfum Theodofium ducem cx tunc,
vcl cx die corum vacationis fimul , vcl fuccefilve nominandomm , &
fpccificandorum , qux tunc teniporis vacarent feu cum primum ilia
quovis modo vacate contigifiet , fub certis modo & forma tunc cx-
prclfis perpetub difmembraverat , & fuperaverat , illosque ipfius Thco-
dofij ducis capellsE in manutentionem Cantorum Capcllanorum Orga-
niftx prxdicatorum aliarumque perfonanim, quas promifiis «?:aliis di-
vinis offieijs cclcbrandi & cjufdem Canellx fervitio habere confueve-
rat Juxta ordinationem per cunJem Tneodofium ducem & fuccciTorcs
fuos defiipcr faciendain dividendos , etiam perpetuo applicaverat , <Sc
appropriaverat , Nosque ad tui fupplicationem feparationcm , &: dif-
inembrationcm , necnon applicationem , & apptopriationem piadidi
ac dclupcr confe»âs litcras Julij pra;dcccfroris prxdiifli cum omnibus
&fingulis ineis contentis claufulLs adverfus quafeunque illarum revo-
cationes catenus cmanatas in priftinum , & cmn in quo , ante illas quo-
modolibct exUlcbant fiatutum alias ftatum , quoad Prxdidlam quanti-
tatcm valoris millc & quingentorum auri dc Camera tantum tarn pro
prxteritis difmembrationibus , fiquc vigore prxdiiflarum litcrarum jam
fadia; dTeiit quam etiam taciendam ita tamcn ut qua: faciendae elTent
axjuis Portionibus per ordinarios locorum in fua quemeunque Dioccefi
taxandi fierent ,
& nulla parrochialis ccclefia gravaretur , cujus fru*5lus
non excederent valorem annuum centum vigintiquinque ducatorum
auri fimilium deduftis omnibus oneribus , ac inCertis non comprehen-
fis , & quod diila quantitas valoris mille & quingentorum ducatorum
auri fimilium elfct pro diftributionibus quotidianis dividendis inter
Decanum Thefaurarium
, , Capellanos ( &
Cantoribus &
Organillis cx-
ceptis) alios miniftros diibc cappellx qui horis canonicis diuriiis &
noiflurnis incadem capclla adiu intcrefle deberent, Apoftolica aiidlo-
ritatc reftituimus , repofuimus , &
Plenaric reintegravimus , aliasque
dil'pofuimus, prout in didH prsdcccfToris , acnoftris defuper contcclis
litcris plcnius continctur
,
( cum autem tu ad litcrarum carumdem ex-
ccutioncm procedi voluilTcs , a nonnullis fuit in diibium rcvocatum
an dilhicmbratio , & feparatio praxlidbe fieri deberent a benefieijs tui
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,,,
da CaJ a âl lôrtuguesâ,

347
Juris prsfentattis per tc eligendi nominandi &
fpecificand! dumtaxat
anvero ab omnibus benefieijs difti tui Juris patronatus nullo excep-
to , alijcque forfan fuper inteleftu diftarum litcrarum exortx flicrunt
dubitationes , quarc pro tui parte nobis fuit humiliter fupplicatum
quatenus dubitationum hujufmodi fcnipulum dcclarationis noftrx rc^
medio fiibmovcre aliasque in premiflis opportune proviJere dc benig-
nitate apoftolica dignaremur , Nos igitur ad quos interpretatio & dc-
claratio literarum apoftolicarum pertinere Dignol'citur, neliterx prx-
didVx alitcr quam oecet , interpretentur provifionis rroftrx remeuium
interponere volentes, ac fingulamm litcrarum pradidlarum tenorcs
prxfentibus pro cxpreflis habentes, hujufmodi lupplicationibus incli-
nati , Auftoritate apoftolica prxdifta tenorc prxlentium dcclaramus
noftrx intentionis fuiftc , & efle quod difmembratio & feparatio Pra;-
didlx fieri deberent, & valcrent, acdebcant &valcant ex benefieijs tui
Juris patronatus arbitrio tuo eligendis nominandi & fpecificandi dunv
taxat nec intellexifle difmembrationem & feparationem hujufmodi ab
omnibus benefieijs diili Juris patronatus fieri oportcre , led quod a
benefieijs fic Perte eligendi nominandi, & fpecificandi , utPrxfcrtur,
sequis id eft congruis aptis & honeftis Portionibus juxta cujusque bo-
nefieijs valorix ratam difmembratio & Ibparatio Prxdidx fiant , mi*-
nusque fcilicet gravetur tenueque Pingue in redditibus Bcneficium
volumusque tibi , & tuis fuccciroribus liccrc fuper diftributionibus
prxdidlis lucrandis, vel amittendis earumque divifione ac ratione haben-
da inter eftentix , &refidentix difforum Decani Thelaurarij capella-
norum , &
aliorum miniftrorum didlx capcilx ordinationcs , & fta*
tuta quxeumoue licita & honefta , ac rationabilia edere , illaquc mu-
tare, &alia illorum loco denuo ftatuerc, cosque quos ilia concernent
at eonim obfervantiam per lubtradHonis , & mul earundem diftri-
butionum atque alias Poenas bene vifas cogere , ficque ab omnibus cen-
feri , & per quofeunque Judices & Comnullarios , etiam caufarum p*-
latij apoftolici Auditores ac Sanftx Romanx Ecclefix Cardinalcs fu-
,
blata cis , & eorum cuilibet quavis alitcr Judicandi & interpretandi
facultatc Judicari & diffiniri debere irritumque & inane quicquid De
fccus lijper his a ’quoquam quavis auftoritatc feienter vel ignoran-
ter contingcrit attentari dccernimus , non obftantibus conftituioiii-
,
bus & ordinationibus apoftolicis nccnon omnibus illisque in fingulis
literis prcdi«5Hs concelTum eft non obftarc ccterisquc contrariis quibul-
cunque. Datum Romx apud Sanflum Pctmin fun annulo Pifeatoris
Die xviiiNovembris. M.D. Ixxvj. Pontificatus noftri anno quinto.
E prefentados como dito ne me loi roquei ido com dies da par-
te defua Exccllencia , edosditos ReverenJos Daiam thefoureiro Ca-
pcllacns , e mais miniftros da dita fua capclla nos ditos breves nomca-
dos ouvcire por bem de os aceptar e pronuncianne por Juiz executor
dellcs c da execiiâm que me porvimide dclles era commetida e pro-
meteire de os dar a feu det’ido cftciffo fegundo feu theor c forma , os
quaes breves apoftolicos vi per mim por me virem coinmettidos , e a
outros mens collegas nclle nomeados com claufula , (juatcims -e/
i/uo , aut utms , eorum per fe , vf/ alium , feu alios ^c. Ccjno filho
Tom. IV. Xxii obc-
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348 Trovas doUv.FL da Hiflorla (jenealogka
obcdiente aos mandados apoftolicos com toda a devida reverenda , e
obediencia quc fe a dies deve os tomey , e Beyci , e pus fobre minha
cabcâ , e os rccebi , e os aceptey como de direito fou obrigado ; e me
pronundey porjuis executor apoftolico delies , eproraeti de os dar
cm todo a fua divida exccugao e efFedo juxta eorumdem brevium vim
fomiavi ^ tenorem. E aceptados como dito he me foi requerido com
muita inftancia quc conformandome em todo com osditos breves man-
dafle decernir ProedTo fobre a cxecugam delies , confidcrado o va-
lor dos ditos ducados douro de Camera , que f6em commummente
ter mais valya quc os nolTos cruzados Portugeles, e conforme adita
fua mayor valya , feito primeiro a computagam dos ditos ducados de
Camera c ao refpeito do que mais acrccellc por cada ducado nos ditos
mil e quinlientos ducados douro de camera , mandalTe fazer a dita dif-
membraâb cm quotas de frudlos pro rata do rendimento dos beneficios
para yflb nomeados fegundo forma dos ditas breves , e em tudo o pro-
velTc com jufti 9 a. E por fer feu dizer e pedir jufto e a direito e as di-
tas letras apoftolicas em todo conforme mandci fobre o valor dos di-
tos ducados douro de Camera tomar no cafo informa 9ao com pelToas
curiacs praticas e que das coufas de Roma fobre o negocio das exp(>
diôens tivclTem mais verdadeira noticia ; e foubelTem dar rcza6 do di-
to valor , e por exame quc fe com dies fez de meu mandado , e afly
com o colledor de Sua Santidadc neftes regnos me conftou evidente-
mente que os ditos ducados douro de Camera ( que per outro nome
mais ordinario fe focm vulgarmcnte nomear ducados de Camera no-
yos ) valem cm Roma doze Julios e meyo j quc qua in pofnibus vem
importar doze reallcs e meyo de prata , ou quatrocentos cincoenta e
quatro reis da nofla commum moeda portugues e efte fer o feu ordi-
nario e jufto pre^Q dos ditos ducados douro dc Camera nos ditos bre-
ves expreftbs. E a efte refpeito fazendoftc o computo dos ditos mil e
auynhentos ducados douro de Camera ( da quantia dos quaes fe avia
ae fazer a dita diftnembraâb ) vem a importar na dita foma toda os
ditos cIncoenta e quatro reis que tern mais de valor cada ducado de
camera que o noflb cruzado portuges , oitenta e hum mil reis dc cr^
cenâ nos ditos mil e quinhentos ducados , e aflim vem a fer toda a di-
ta conthia deque afli fe ha de fazer a dita difmembraâb feifeentos oi-
tenta e hum mil reis ( pelo que mandci que ao dito refpeito de qua-
trocentos cincoenta e quatro reis cada ducado douro dc Camera c I'e-
gundo o que conforme a elle mais accrefceo que fam os dito oytenta
c hft mil reis ,
fe fizeffe a dita difmembrâb em quotas de frutos , da
mancira que fe pedia e requeria e Sua Santidadc mandava. ) E feita
,
afty a dita declaraâo compareceo perante mym o procurador dc Sua
Exccllencia e da dita fua Capella c cm feus nomes dilfe e nroteftou fo-
lennemente , que em cafo quc o valor dos ditos ducados aouro dc Ca-
mera nos ditos breves exprclTos , Per declaraâm do dito Sanctiftimo
Papa NofTo Senhor , c da Sanita See apoftolica ( a que o dito Senhor
efperava dc confultar fobre yftb ) conftalTe fer mayor do que pelo dito
meu exame fummariamente feito conftou , que pfoteftava a todo tem-
po ufar da dita declaragao apoftolica como mais favoravel e verdadei-
ra.
,
daCafa êal Tôrtugnesâ. 34P

ra ,
e conforme a clla fc tornar a reftituir na Icfao quc a dita capilla
pcrefta minha dcclarâ6 recebia. Enao Ihe pcrjudicar para vfTo rc-
querer ora efte procclTo que fcavia dcdccernir fcgundo forma da dita
minha declaraâft , nem tam pouco Ihe tazcr damno algum a difnicm-
bra 9a& que per vigor dclle I'e avia dc fazcr , o qual protcfto c rcqucri-
mento aceptey ao dito Procurador , e mandci fazcr termo nos autos
defta cxccuâo , e com o theor dellc palFar cfte prcfente ProcclFo , po-
lo theor do qual procedendo a exccu 9 a& dos ditos breves que me para
ylTo forao prefentados e per mim como dito he aceptados. ytixta tra-
ditam Jeu dircâm mibt a Sede apoflolicam formavi pda authorida-
de Apoilolica a mim comettida c dc quo nefta parte hufo , primeira-
mente yntimo , yn/inuo , notelico , e folcniiemente publico os ditos
breves apoftolicos. E cada hum dclles , e afly cfte meu e mais verda-
deiramente apoftolico ProedTo a vofTas Senhorias Reverendiflimas e a
cada hum , e os deduzo c trago a I'ua noticia , c mando I'eiam a dita
fua noticia deduzidos c trazidos , e a cada hum em fua Jurifdi^'a& rd-
pcifîve pelo theor das prefentes ,& deinde Ihes reqiieiro da parte da
SanifhiSw apoflolica c do dito SamSHfllmo Papa noflb Senhor e da mi-
nha pcô muito por merce , ^ quatenus opus Jit in yurts fuhjidiim
amoefto a todos c a cada hum dos ditos Reverendiflimos Senhores Ar-
cebifpos c bifpos c a cada hum dclles f'obpena hrterdiÛ ingrejjus Ec-
clejue ^ que fcndolhe prcl'entado o dito procclTo c com die requeridos
por parte de Sua Excellencia c dos ditos Reverendos Dayam , Thel'ou-
rciro Capcllacns c mais niiniflros de fua Capclla , que do dia da dita
prcfentacam noteficaâm e rcqueriniento a I'cis dias primeiros feguin-
tes que Ihes prccila e peremptoreamente dou e alfino per todas as tres
canonicas amoeftaôens termo Precil'o e peremptorio a dons dias per
cada termo c amodb(,am repartidamente logo com eft'edo dies ditos
Reverendiflimos Senhores e cada hum cm fua Dioccfi c lugarcs dc fua
Jurifdica6 refpedivc faâm fazcr a dita difmembraâm c feparagam da
uantidade dos ditos mil e quinhentos ducados douro de Camera ao
aito rcfpdto dos ditos quatrocentos dneoenta e quatro reis cada du-
cado cm que como dito he fe montam os ditos feifeentos oitenta e
hum mil reis , em quotas de frudos dos redditos e proventos dos be-
neficios do padroado do dito Senhor confiftentes nas ditas Diocefes e
cm cada hua deltas que per Sua Excellencia fam ou ouverem de fer ntv-
meados para ylTo conforme ao dito breve dcclaratorio apoftolico , fe-
parandolfe , e difmcmbrandolTe delles tanta parte dos ditos redditos ein
uotas de frudos quo perfapim e encham a quantia juxta c chca dos
3 itos mil e quinhentos uucados da dita valya dc quatrocentos cincoenta
e quatro reis cada hum ducado douro de Camera como dito he. E
depots dc feparados e difmembrados , osappliquem in p^peUtttm car
ella do dito Senhor Duque para diftribuiôens quotidianas dos ditos
E layam , Thezourciro c Capellaens e mais miniftros de fua capella no
dito breve nomeados como depois de ceparados c difmcmbrauos quer
,
Sua Santidade que fiqucm eo ipjo applicados e apropriados a dita Ca-
,
pelb como dito he para odito cfTedo conforme aosftatutos que per
Sua Excellencia fobre ilTo forem feitos , a qual feparaâm, e difmem-
braâm
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3 50 H^rovas do Uv, VL da Hiftoria (jenealogtca
braâm fe fara atjtiis Portmiibus id ejl congruis , aptis , & hcmjlis ,
conformc ao breve ilcclaratorio Apoftolico Tegundo o rendimento dc ca-
da bencficio , dantlo ordem que nas ditas feparacam , e defmembraâm
o beneHcio tenue fique inenos gravado que o pingue , e que nenliua
igreja Parrocliial feja gravada com a dita difmembragao , cujos frudlos
nam cxccdcrcm o valor annuo de cento e vintc e cinco ducados dou-
ro de Camera ao md’mo rclpeito dos ditos quatrocentos cincoenta e
qiiatro reis cada bum ducado deducts omnibus oneribus ac inceitis
non comprehends^ Icgundo forma dos mdm os breves, emhiim bendi-
cio outro fi feraa gravado fc tiver aa outra Penfam annua Perpctiia ,
c feitas como dito ne as ditas difmembraâm , c feparacam , c a diftri-
biiiâm da congrua Porâo de cada beneflcio Pro rata do rendimento
delle conforme as ditas Ictras apoftolicas , mando eadem aubloritate
que feja dado ao Procurador deSua Excellencia e da dita fua Capella
em feus nomes a polTe real corpoi al , e adual das aquas Porôens ou
ratas dos beneficios nomcados que na dita dilmembragao forem com-
p/»Iiendidos , acontcncendo eftarem vagos ao tal tempo , ou querendo
dar para ylTo feu confenfo os pofluidores dellcs , polio que o recebi-
nicnto e percepgao da dita porâm ou rata , nao ajam dc fortir effei-
to fena6 depois dc vagarem os ditos beneficios per cbito dos poflui-
dores delle, cdccada hum ou per qualqucr outro modo , cnam que-
rendo os ditos Poflliidorc's dos ditos beneficios cm quo afly for feita a
diflribuiâo da dita rata ou porâo , confentir que ie tome nclles a pof-
fe da dita porgao ou rata por parte do dito Senbor e de fua Capella
como dito lie , ficara cm cada hum dos tais beneficios refervada a dita
polfe para quando por tempo aconteccrcm vagar , como eu pela mel-
ma apollolica au^thoridade Ihe refervo a dita polfe dagora para entam,
conformc ao thcor e forma dos ditos breves ecada hum. S' eadem au-
Cloritate^^ tcfiore p'cdi6iis ^ requero pego , e amoefto afuas Reve-
rendiflimas , Senhorias , dagora para entam , e dcldc entam para ago-
ra que as prclentaôens e collacocns que per dies dos tais bcncflcios_
Jic vacantes ouverem dc fazer depois das ditas fepuravao e diimembra-
916 applicaâm , e appropriaâo e da diftiibui<jam da dita aqua por-
V'ao
,' ou rata fe fiiâm com a diminui9a6 da cota ou rata que a cada be-
ncficio tocar c pertencer ^ non alias , porque tedas as ditas Prefer^-
t390cns c cllacoes que do dia das ditas difniembraâm deftribuiâra^ e
•
applicacam em diante forem feitas dos ditos beneficios e cada hum

dclles fern a dedaraâm da diminuiâm da dita rata ; Sua Santidade
quer quo fejam avidas por yrritas cynanes, ceu da fua parte pela mef-
ma apoftoHca authoricfadc por tais as dcclaro c as pronuncio por nul^
las edenenhum vigor c elfeito
;
por quanto as ditas porôens ou ratas
difmembradas dos tacs beneficios fiquam eo ipfo perpetuamente applj-
endas e appropriadas como dito he a dita Capella para as ditas diftri-
bui(j*oens quotidianas dos ditos Dayam Thezoureiro Capelaens , cmais
miniliTos nos ditos breves nomeados pela obrigaâm que tern dc refi-
dir aclualmente nella a todas as horas canonicas diiirnas c noclurnas
e por tanto Icnam poderem nem deverem amplius- tirar della , depois
de ertc6luadas as ditas applicacam e appropriacam que lab perpetuas e
dev cm
,
f
da Cafa ‘êal Tôrtuguesâ. i

j5
dCT'cm fempre fortir feu cfFeito aqual refidcncia osditos Dayam The-
zoureiro Capellaoris e mais miniftros acinia ditos fcra 6 obrigados f'azcr
a>;lualmente na dita Capella a todas as ditas oras canonicas fegundo a
fonna das ditas Ictras apoftolicas para veneer as ditas diftribuiôeiis
conformc as oi dena90cns e eftatutos que pro illis vcl Iticrand'ts , vel amit-
tendis , por Sua Excelcncia forem teitos ; Alioquin os frudos e dellri-
buiôens que aviam deaver porcaufa da dita rciidcncia nao farao feus,
nosdias e boras defua abfencia ; mas feram devidos a dita Capella. E
oDapm della ou o Thezoureiro em fua abfencia poderam mulclar os
ditos abfentes e os ditos fruiftos ou diftribui9oens convertellos cm uii-
lidadc da dita Capella a que Sua Santidade quer que fe deram as mul-
ftas dos na& refidentes , e a(Ii tudo aquilo que os fruiflos redditos e
proyentos das ditas Por90cns, ou ratas feparadas c difmembradas dos
benefieios para y(To nomcados como dito he e a dita Capella applica*
das e appropriadas pelo tempo em diaiite acertarem de render mais dos
ditos mil e quinhentos ducados douro dc Camera. A qual creecn9a c
rendimento das ditas Por9oens ou ratas eadetn apojlolica auBoritate dc-
claro deverfc defpender nas obras da fabrica e ornamentos da dita Ca-
pella para que os apliquo
,
e nam poder converterfe era outros ne-
nhiis nufos conformc ao dito breve de fcpara9ao. Et fi forte vodas
Senhorias RcvercndilTimas nam quiferem cada hum em I'ua Jurifdi9am
rejpei^rje fazer dar a cxecu9ah efte procclTo e breves apoftolicos nolle
inlertos, ncm comprir osmandados apoftolicos como fara obrigados,
ou diffirirem o comprimento dellcs , ou os contradilfcrcm em todo ou
parte perfy ou peroutrem publica ou occultamente dirckfla ouindire-
ftamente tacita ou cxprcdamcntc qtitrvis qu.ejito coiore lel iiijreiiio ( o
ue dc Suas Senhorias , c cada hum fenai) ere nem cfpera ) palliidos os
S itos feis dias canovicn mouitiotie pr,emiffa Ihcs interdigo a todos c ca-
da hum que o contrario fizerem opofolica au6ioritate prefalla , o ii>
grclTo da Igreja neftes prefentes eferiptos. E fe os ditos ReverendiCi-
mosSenhorcs Arcebifpos, ebifpos comanimo cndurecido foftiverem o
dito interdidVo, por outros feis dias quo imdo ^ forma PremiJ/is Ihcs
affino por primeiro, fegundo, tcrceiro, peremptorio termino aemo-
nitiom canouica palTados os ditos doze dias , eadem apofloUca aiiôri-
tate os fufpendo do exercicio e minifterio Pontifical. Porem fe a dita
contumada proceder , tanto avante que fem embargo da dita fofpcn-
fa 6 com grave perigo de fuas confciencias e detrimento de feus fub-
,
ditos fe deixarem andar intcrdidlos efufpenfos per outros feis dias que
eifdem modo forma Ihes adino uvica monhiomr prothia. PalTados os
ditos dezoito dias nam querendo defiftir da dita contumacia c tcmcri-
dadc , juftilia ad id urpetite , ex nunc proia ex tmw, & ex Utnc , prout
cx nme pro trihimali fedendo Autboritate apojftolka jupradi&a de que
nefta parte hufo, Pronuncio na pelToa dc cada hum dos ditos Revc-
rendilfimos Senhorcs Arcebifpos, e bifpos que aos ditos inandados apof-
tolicos nafi obcdccerem fentcn9a dc excomunham mayor ipfo faSlo in-
enrrenda neftes eferiptos. E a todos os mais inferiores prclados , of-
ficincs , miniltros
,
emais pcHoas ecclcfiafticas cfeculares e a cada hum
dclles a que eRc procefTo vaj dirigiJo mando pcla mefina apojlolica
auSlo-
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352 ^rovas do Liv. V/. da HiHoria (jenealogtca
auJIoritote e cm vimiilc ile obedicncia c fob a dita pcnna de cxconi-
II unha6 major ipfo faclo trcmreiula e dc quinbciiros ducados para a
camera apoftolica applicados que do dia logo da prefenraâo e publy*
caâo della a outros feis dias de termo. Que modo ^forma prîntj-
fis Ihcs aflino Precifa c peremptoriamente a dous dias por cada termo
c amoellaâm repartidamente dies iiam contradigam o dito procelPo
per li ou per interpoftas pcllbas nem aos tais contradidlorcs dem ou
f'aij-am dar ajuda conl'clho ou favor cm publico , ou cm fegredo quovis
Vrstcxtu vcl cauja , antes quanto nellcs lor favoreyam a exccuâo dcl-
le alillindo in pncmijjis effkacis defetftotus Prtefidto alias cm todos e
cada hum que o contralto lizerem e em cfpccial nas pelToas dos ditos
contradidVorcs (cujos nomes c cognomes e os titulos de fuas dignida-
des , e officios ci aqui por fufficientemente cxprelTos) ponho adita fen-
temâ de cxccuâo maior , c a todos c a cada num que nas ditas Penas
dc intcrdiiô fufpenfam eexecuâin refpedlive incorrerem. E affim na
dita pena pecuniaria dos ditos quinhentos ducados , cito e chamo nef-
tes prefentes eferitos para que dentro em quinze dias que Ihes a/igno
prccifTamente fevejam dedarar ccondcnnar nas ditas penas, eaggravar
contra dies e a cada hum os procelTos que contra os tais aggravar fe
foem nolle cafo. E a qualquer Clerigo de milTa notario apollolico ta-
baliam ou efcripvam publico mando em virtude de obedicncia fob as
ditas penas dc cxcommunham , e pecuniaria que fendo requeridos e ca-
da hum requerido logo com muita deligencia fegredo ebrevidade fa-
9am todas as diligcncias que necclTarias forem fazerfe em favor da ex-
ccuâo do dito procclTo e Ihes por parte do procurador de Sua Excel-
lencia , e dc fua capella for requerido , e palTem dcllo fuas certidoens
e ynllromcntos em modo que faâb fc para com ylfo fc proceder con-
tra os delinquentcs e rcvcis como for julliâ , e a abfolviâm dos que
encorrerem nas ditas cenfuras e pennas refervo a mym foomente , ou a
Sanfla See apoftolica. Dado em Lixboa fob meu final e felo aos tro-
zc dias do mes dagollo ET ducatorum. Thome da Cruz Publico No-
tario Apollolico Approvado , c Eferivao da dita Caufa de Exccu9a6
o fez eferever e fobfereveo , com as antrclinhas que dizem , duca-
dos quatro , e com os Refpacados , alias , quecunque , incertis , e
,
emendados , juxta , qua , tnulSla. Anno do n^cimento do Senhor de
M.D.lxxvij.
O Prior dc Ourem.
"Breve de Altar privilegiada todas os dias para a Capella tnor da Ca~
pella Brigantina de V illa-V iqojd. EJld no Archwo da dtfa
Caja donde 0 tirey , maqo dos Breves.
Num. 204.
An. 1577.
G
aterni
Regorius Papa XIII. ad perpcttiam rei memoriam ,
mini nollri jefu Chrifli ./Eterno Patri confubHantialis ,
,
qui pro redemptione generis human! de fummo cadorum fo-
Salvatoris
&
co-
Do-
lio ad hu)us mundi infima defcendcre . & camem noftram ex uterp vir-
ginco aflumerc dignatus dl , vices licet inuncriti gcrentes in terris , &
cjus
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da Cafa %eal Torti(gue:;â. 3 jj
cjus exempla fcflantcs, animabus Chrifti ftlcliuin dcfunclrrum in pur-
gatorio cxifteniibus , cjuse per charitatem Deo unitx ab hac luce decef-
I'crunt , Sc piorum fuftragijs juvari meruerunt , opporUina de thcfauris
Ecclefia: i'uWidia fubminiltrare ftudenius ,
ut ilia; quantum divinx bo-
nitati placucrit adji.tx, adcxleftcm patriam
Ihcilius pervenire valeant;
Dc Divina igitur mifericordia confi/i precibus ctiam pro parte dile£U
,
lilij nobilis Viri Joannis Bragantix Ducis , nobis I'uper hoc humiliter
porreilis inclinati tenore prxfentium perpetuo concedimus , ut quor

ties quicunque Sacerdos five Sxcularis , five Regularis mifiam ad Alta-
re majus Ecclefix Sandi Hieronimi Oppidi de Villa-Viôfa Elboren-
fis Dinccelis , qux ut accepimus eft contigua Palatio habitationis ejuf-
dem Ducis, pro liberationc unius animx inPurgatorio cxiftentis, luo,
vel alicno arbitrio cclebraverit , ipfa anima per hujufmodi celebratio-
ncm eafdem indulgentias , &
pcccatorum remifliones confequatur , &
ad ipfius liberationem pro qua celebrabitur di£ia mifia operetur , quas
confequeretur , & operaretur , fi prxdifhis Sacerdos hac dc caufa mif-
fam ad Altare fitum in Ecclefia Sanili Gregorij de Urbe ad id deputa'
turn eelebrarit : non obftante noftra dc non concedendis indulgentijs
ad inftar , & alijs Conftitutionibus , &
Ordinationibus apoftolicis , cae-
tcrisque contrarijs (juibufcumûc. Datum Romx
apud Saniftum Pc-
trum fub annulo Pifcatoris die XX. Dcccmbris. M. D. LXXVIJ. Pou-
tificatus noftri anno fexto.
Cefiir Qoricrius.
Bulla da Dignidade de Dcai para a Capella de Villa-Viqoja, Edd

no Carter io da Caja , donde a tirey do livro dos Breves , e gva-
qas ,
pag, loj.
I
G Regorius Epifeopus Seiyus^rvorum Dei Vcnerabili fratri EpiC-Num. 2 O

:
copo Amerinenfi , & dileftis filijs Ulixbonenfi , & Portalcgrcnfi

Ecclcfiamm Decanis falutem , & apoftolicam bcnediiftionem. Hodie An. i;8i.
J
einanarunt a nobis literx tenoris fubfequentis. Gregorius Epifeopus

Servus Servorum Dei j
ad perpetuam rei memoriam ; Circa curain
paftoralis Officij vobis defuper meritis licet imparibus commifli quan-
tum vobis permititur intendentes his per qux miniftrorura, &bcnefi-
ciorum ccclefiafticorum nun’.crus augeri , &perfonis ecclefiafticis qui-
buslibet congnia fubventionis auxilia provenirc valeant libenter annui-
mus , eaque favoribus profequimur opportunis ; Cum itaque ficut ac-
cepimus Cantoria Ecclefix Beatx Marix Oppidi dc Barcclos Bracha-
renfis Diocefisque & ipfa Ecclefia ,
ac alix dignitates ,
& beneficia in
cadem Ecclefia confiftentia dejure patronatus pro tempore exiftentis
Ducis Bragantix ex fundatione vel dotatione ac privilegio apofto-
, ,
lico cui non eft hadlenas in aliquo derogatum efic dignofeuntur , &
quam quondam Fulgentius de Braganâ ipfius Ecclefix Cantor dum
vivCTCt obtinebat per obitum cjufilem Fulgcntij qui extra Romanam
Curiam dc menfe Januarii proxime preterito diem claufit extremum
vacaverit, frvacet adtempus, & ficut exhibita nobis nuper pro parte
Tom. IV. Yy dilofti
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,,,
Hijiorta êtjealogtca
3 54
dile£H filij Duels Bragantix petitio continebat
nobilis Viri Joannis
ipHus Cantorix ,
& Eeddix dc Faon , ac aliorum illi an-
Parrochialis ,
nexorum fruftus , redditus , & nroventus adeo uberes exiftant ut ad
odînêntorum ducatorum auii ac Camera fccunduin communcm cxif-
timationem annuum alcenJant , ipfamquc Cantoriam pro tempore ob-
tinens in dida Ecclcfia minime refidere nec illi perfonaliter inCervire
fed ibidem vice caiitorem in difta vero Parrochiali Ecclefia Vicarium
aflignata eorum cuilibet portionc quadraginta ducatorum cruciatorum
nuncupatorum monctx illarum partium habere reliquos vero frudus
redditus , & proventus Cantoris , & annexorura hujulinodi in proprios
ulus convertcre confueverit in Capella autem pro tempore exidentis
Duels prxfati funt plurcs Capcllani illi in divinis perfonaliter infervien-
tes , & inter cos unus Decanus nuncupatus qui beet aliorum Capella-
norum hujufmodi Caput exiftat , ac in Choro ipfius Capellx prxli-
deat tamcn ex diilributionibus quotidianis per eofdcm Capdlanos in*
ibi divinis offieijs perfonaliter inliAendo lucri fieri folitis ita exiguam
portionem percipit , ut ex ea Juxta fui gradus exigentiam fe commo-
de fuftentare nequeat fi a didb Cantoria fic vacantc quinque ex fex
partibus fruduum , reddituum , proventuum bonorum proprietatum ,
jurium , obventionum , & emolumentorum Cantoris , & annexorum
eorundem perpetuo fepararentur , & difmembrarentur j ac in dida Ca-
pclla unus Decanatus pro uno Decano & perpetuo erigcretur , & inf-
tituerctur,
illique fic ereda , & inftituto quinque partes fruftuum
reddituum ,
proventuum bonorum proprietatum jurium obventionum,
& emolumentorum hujufmodi fic feparatx , & difmembratx fimiliter
perpetuo applicarentur , & appropriarentur ex hoc profedo Ipfius Ca-
pellx decori , & honor! , ac bencficiorum ccclefiafticorum propagation!
confuleretur , diflxquc Cantoris ad minus fexaginta milia regalia ejuf-
dem monetx centum & triginta tres ducatos auri fimiles conftituentia
annuatim ad illam pro tempore obtinentis congruam fuftentatio-
liberi
nem ,
& onerum
illi incumbentium fupportationem remancrent
:
Qua-
re pro parte ejufdcm Joannis Ducis nobis fuit humiliter fupplicatum
quatenus prxmiflis annucrc , ac alias defuper opportune providere de
benignitate apoftolica dignaremur. Nos igitur qui divini cultus , ac
-
beneficiorum ccclefiafticorum incrementum finccris exoptamus affedi-

bus ipfum Joannem Ducem a quibufvis excommunication is ,
fufpen-
fionis ,
& InterdidH , alijsque ecclefiafticis fententijs ,
cenfuris , & p<x-‘*
nis a jure vel ab hominc quavis occafione vel caufa latis fi quibus
,
j
quomodolibet innodatus exiftit ad effedhim prxfentium dumtaxat con-
fequendum harum ferie abfolutum fore cenfentes hujufmodi fupplica-
tionibus inclinati a didla Cantoria , five ut prxmititur five alias quo-
vis modo , aut ex altcrius cujufcumquc perfona , feu per liberam rellg-
nationeni dicU Fulgentij , vel cujufvis alterius de ilia in dicla Curia
vel extra cam , & coram voto publico , & teftibus fponte fadlam
vel alTccutionem alterius benefieij ccclefiaftici quavis aufloritate colla-
lati vacet, &fi tanto tempore vacaverit quod ejus collatio juxta La-
tcranenfis ftatuta Concilij ad Sedem apoftolicam legitime devoluta ;
ipfaque Cantoria difpofitioni apoftolicx fpccialiter rciervata exiftat , &
ad
Digitized d/ JocÎe
,
da Cafa %eal ‘Portugueiî.

355
ad illam confrCT crit quis per elcdHoncm a(Tumi fupcr ca qucquc in-
ter aliquos Uteris cujus flan?m , &
prxfcntibus liabcri volurr.us pro
exprcllo pendcat indccil'a dummodo tempore data: prsefentium non
fit in ea alicui fpecialiter jus quafitum quinque ex fex partibus fru-
dluura , reddituum, proventuum bonorum proprictatum , jurium, ob-
ventionum , & emolumentonim Cantoriae , &
annexorum hujufmo-
di ; ita quod rcliqua illorum fexta pars libera eidem Cantoriae rema-
rens arbitrio OrdinariJ loci in diftribuiiones quotidianas per ipfum
Cantorem in eadem Ecclefia Beafx Maria: refidendo , &
divinis Offi-
eijs intcrciTendo jiixta providam Ordinationem defuper per didlum Or-
dinariuin deconfilio pra:dii5li Joannis, &
pro tempore exiftentis Ducis
Bragantia: faciendam percipiendas , &
lucrandas convertatur apoftoli-
ca auiSloritate tenore prxfentium perpetuo feparamus , difmembra- &
mus , ac in di£ta Capella unum Decanatum pro uno Decano qui ibi-
dem prscfidcat, &ahorum Capcllanorum pnedidiorum Caput exiliac,
primumque locum , nccnon pra:eminenti , & autelationem tarn in ipfa
Capella, quam illius Chore, & congregatlonibus , cctcrisque ncgotijs,
& rebus per infos Capellanos fieri , & tradiari folitis obtineat , atque in
eadem Capella perfonalem refidentiam facere , & illi in divinis defer-
vire, cjEteraque munia, &ofiicia per didlum Joannem , &ejus fucceP-
fores Bragantix Duces pro tempore imponenda , & ab Ordirurio ap-
probanda fubire debcat , & teneatur auflôritate , & tenore prxdidiis,
& perpetuo erigimus , &
inliituimus, illique fic creato , infUtuto &
pro ejus dote quinque partes frudiuum , reudituum , proventuum , bo-
&
norum , proprietatuin , jurium , obventionum , emolumentonim hu-
jufmodi lie feparatas , & difmembratas ita quod liceat ipfius Capellie
Decano pro tempore cxiftenti corporalem , realem , &
adhialem pof-
fellionem quinque partium frudluum , reddituum , proventuum , bo-
norum , proprietatuin , jurium , obventionum , &
emolumentonim hu-
jufmodi per fe , vel alium , feu alios ejus nomine propria audioritate
, &
libere apprehendere perpetuo retincre , illasque juxta ordinatio-
nem per joannem Ducem , & fuccelTores przdidios , & defuper facien-
dam in fuos ufus & utilitatem converterc Dioecefani loci , vel cujuf-
^
vis altcrius licentia defuper rainime rcquifita eifdem audioritate, &te-
nqre fimiliter perpetuo applicamus
,
& appropriamus , nccnon Joan-
ni Duci
,
& fuccelToribus przdidH ut fuper perlonali refidentia per pro
tempore exiftentem Cantorem in Ecclefia Beats Maris, &Decanum
prsfentatos in Capella hujufmodi facienda
,
& rata parte fnidhium
, &
reddituum , proventuum Cantoris Decanatus hujufmodi quam
,
ipfi Cantor, & Decanus fingulis dominicis ac alijs fcllivis, & non
,
fellivis diebus refidendo
, & divinis intereflendo lucrari , ac & ob non
f^h^l^nham , vel inter eflentia hujufmodi amitere debeant , & quibus
ilia fic amifla cedere cenfeantur
,
ac alias in prsmilHs , & circa ca qus-
cumqiie Ordinationes &llatuta facere, &cdere, acpoflquam ladia,
& edita fucrint femper, quotics, & quandocumque in toto, vcl parte
niutare , altcrare limitare, corrigcrc, interpretari , ac & alia deno-
,
‘ôtdere libere
,
& licitc valeant audioritate ,& tenore prsdidlis
indulgemus ; infuper eifdem Joanni Duci & fucccIToi'ibus jusparro-
,
Tom.IV. Yyii natus
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,,
35 ^ T?rovAi do Lav, VI, da Hijlorla (fenealoîca
natus &
putandi OrJinario Elboren/i perfonam idoncam ad diifhim
Decanatum tam hac prima vice ab ejus primaeva crcftione hujufrnodi
vacantemquc deinccps quoties ilium pro tempore quovis moJo , & ex
Cujufcumquc perfona , & per obitum apud Scdem prxdiiSam vacare
contiqerit per ipium OrJinarium Elborenl’em ad pricfentatioiiim hu-
jufmc Ji inftituendim aufloritate ,
& tenore fimilibus refervamas ,
con-
, &
cedim'is afllgnamus decernentcs ultimo diftum Juspatrouatus Jo-
Duci , & fucceiToribus pracditHs non cxprivilegio apoftolico , fed
afini
exvera primeva reali , aftuali plena, Integra &omnimoda laindatio-
ne , & ootatione laicali de bonis mere patrimonialibus , & laicalibus
duntaxat compctere, & adillos pertinere, acei nullo unquam tempo-
re ex ouavis caufa quantumcumque qrandi ,
& rationabili & devolu-
,
tionis litis pendcntixvel permutationis , aut
, &
vacationis ejufdcm
apud Scdem prxdiftam aut quovis alio pretcxtu ,
,
per nos , &
fuo &
ceflbrcs noftros Romanos Pontifices pro tempore exiftentes , aut Se-
dem eandem , vel illius L(âtos , Vicelegatos , feu Nuntios , per &
quafcumque apodolicas , &
in forma Brevts , &
quafcumque derogato-
riarum derogatorias , ac fortiorcs , &
infolitas claufulas , necnon ir-
ritantia, &alia decreta, &
praefentium tenorem in fe continentia de-
que nomine, &cognomine didbi promoti pro tempore exiftentis ex-
prelTam
j
&
fpccificam mentionem facientia , motu proprio ,& ex &
certa fcientia conceflTas in toto , vel parte derogari , aut derogatum
c(Tc cenferi polTe , vel debere , ac omnes , &
lingulas collationes , &
provilloncs , &quafvis alias difpofitiones , aliterque ad prxfentatio-
ncm di(fH promoti pro tempore exiftentis , feu de ejus confenfu , &
apoBolica auftoritate faffcB , ac quafcumque derogationes defuper
emanatas nutlas , &invalidas nulliiûe roboris , vel momenti fore,
& clfe , ac pro nullis , &
infetSlis haberi , cenferi , &
reputari , ncmi-
nique fuffragari debere , nec per eas jus , aut coloratum poUIdcndi
titulum acquiri prxfentes quoque nullo unquam tempore de fubrep-
tionis, vel obreptionis, feu nullitatis vitio , aut intentionis veftrjE,
vel alio quopiam defcdlu , &
ex co quod Cantoria ad prxfcns vacat
&fibi derenfor datus , &
interelTe haoentes vocati, ac caufse propter
quas emanarunt coram didlo Ordinario , &
tanquam di^x Sedis De-
legato examinata: , verificatx , &
approbatae non fuerunt , neque dile-
dorum filiorum Capituli ipfius Eccleadse Beatx Marix fuper his inter-
venit confenfusque , aut quovis alio prxtextu notari , impugnari , in-
validari , retrailari , aut ad terminos juris reJud , feu in jus , vel con-
troverliam revocari , aut adverfus eas quodcumquc juris fafli , vel ge-
nerate remedium impetrari polTe ,
irritum quoque , & inane li fccus fu-
per his a quocunque quavis auiloritate fcienter , vel ignorantcr con-
tingent attentari ; non obftantibus prxmilTis , alijsque conftitiitionibus,
& ordinationibus apoftolicis , necnon di£tx Eccleux Beatx Marix ju-
ramento confirmatione apoftolica , vd quavis firmitatc alia roboratis
ftatutis, & ennfuetudinibus, exterisque contrarijs quibufcuniqiie ; nul-
li ergo omnino hominum liccat hanc paginam noftrx abfolutionis
feparationis , difinembrationis , ercdtionis , inftitutionis , applicationis,
appropriationis , indulti , refervationis , conceflionis , alhgnationis , &
decrcti
,
da Cafa âl Tortugueâ. 3 5 *7
dccrcti infringere aufu tcmcrario contraire. Si quis autem hoc

,
vcl ei
atrcnraic pri’fumpfcrit inJignationem Omnipotentis Dci , ac Beato-

rum Petri, & Paiili Apoftolorum ejus fe noverit incurlurum. Datum
Romae apud Saiiftum Petrum Anno Incarnationis Doininicat millcfi-
mo quingentefimo otfVuagefimo primo ; decimo Kal. Maij ; Pontificatus
noftri anno nono. Quo circa aifentioni veftrse per apoftolica i'eripta
mandamus quatenus vos , vcl duo , aut unus veftrum per vos , vel
alium , feu alios pratinfertas literas , &
in eis contenta quxcumque ubi,
& quando opus nicrit , ac quoties pro parte Joannis , & pro tempore
exiuentis Ducis , ac Decani pricdidlorum , feu aliciijus eorum fueritis
requifiti folemniter publicantes , eisque in pracmiflis efficacis defenfio-
nis pratfidio adidentes faciatis audloritatc noflra praeinfertas literas, &
in eis contenu hdufmodi ab omnibus ad quos fpeibt , & fpe<Sît
qunmodolibet in futurum inviolabiliter obfervari , ac Joannis , & pro
tempore exiflentcm Ducem, acDecanura praediiSlos illis pacifice frui,
& gaudcrc ; non permitentes ipfos , vel aliquem ex eis defuper per
quolcumque quomodolibet indîte molellari Contradiiflores quosli-
bet , & rroellcs per fententias ,
cenfuras , & ptsnas ecclefiafticas ,
alia-
que opportuna juris , & fadli remîa appellatione poftpolita coinpef-
cendo , nccnon Icgitimis fuper his habendis fervatis procelTibus fen-
tcntias
,
cenfuras , & poenas ipfas , & itcratis vicibus aggravando invo-
cato, & ad hoc d opus fucrit auxilio brachij fascularis non obilantibus
fclicis recordarionis BonifaeiJ PP. VIII. Prxdecedbris noftri Confti-
tutio.nibus quibus conatur exprefle nequis extra fuam Civitatem , vd
dioecefcm ,
nili incertis tunc expreflis cafibus , & in illis ultra unam di-
ftam a ad judicium evocetur, feu nejudices aSede
fine fua; dioccefis
apoftolica deputati extra Civitatem ,
vel dicccefcm in quibus deputa-
ti fueriiit contra quofcumquc procedere, aut alij , vcl alijs vices fiias
committcre audeant , vel prarl'umant . & in Concilio gcncralt ediifta
de duabus didis dummodo ultra tres aidas aliquis audoritate prxfcn-
tium ad judicium non trahatur , alijsque apoftolicis Conftitutionibus,
nccnon omnibus fupradidlis , aut ft abquibus communiter , vd divifim
ab eadem fit Sede indultum quod inteidici , fufpendi , vel cxcummu-
nicari non pofJInt per literas apoftolicas non facicntcs plcnam , & cx-
prdTam , ac de veroo ad verbum de indulto hujufmodi mentioncm.
Datum Roma: apud Sandum Petrum , Anno Incarnationis Dominicae
millenimo quingenteflimo ochragclllmo primo ^ Decimo Kal. Maij
Pontificatus noftri Anno nono.
Sep. ta B. Remondus. Alfonfus Avila. — Hie. Avila. A. de Ma*

xiniis. A. . . . . s O. Pamphilus. D. difrauchis. t= Dejei.
CollafaS
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,
358 Trovas do Liv. V1 . da Hijloria (jeneahyca
CoUogao do Deado da Cnpella Ducal de ViHa-ViqoJa. EJid no

' Cartorio da Cafa , donde 0 tirey.
Num. 206m Tlicotonio de Braganâ nor mcrce de Dcos ,

e da Santa Iê-
An.
-
jsi.
jV ja de Roma , Arccbilpo deEvora &c. Aquantos efta nofla Car-
{jj deliiftituigab, e Confirmaâo for aprezcntada : laude cm Jcfu Chrif-
1
to noflb Salvador. Fazenios faber , quc por parte do Scnhor D. Joao

Duquc de Braganâ nieu fobrinho nos foi aprezentada hua Bulla do
nollo muy Santo Padre Papa Ci'regorio decinio tertio ora naJgreja de
Deos Preiidente cfciita em purgaminho fani , linipa, na6 viciada, nem
canlcllada , antes carecente de todo vicio , e fufpei9a6 , fegundo por
ella prime facie parecia plumbada com hum fello pendente por hum
coida6 vermelho , e amarello. Sub Data Roma apud SatiSlum Petnm
amio hicamatiovis Domird millejimo tmwgertefmo cSluagefin.o primo ,
tertio decimo Cal/endas Maij , Potnijicatus Jui cr,i:o reno . pela qual
Sua Santidade erigia , e de novo creava na Capella do dito &nhor Du*
quc hda Dignidade de Daya6 annexando a ella, certos fruitos da Par*
rochiai lgrc)a deFa6, eoutros annexes ao Chantrado da Igrcja Col-
Icgiada de Barcellos Diocefe de Braga , f cando a aprczcnta9a& da di-
ta Digtiidade ao dito Senhor Duquc , c feus liiccelforcs , e a nos e aos
nollbs a confrmagad , einllituiâb della cemo iraes largamcntc nadi-
ta Bulla fecontem , a qual aceitamos, e mandames corrprir, eora Ma-
noel Paânha dc Britto , Fidalgo da Caza do dito Scnhor Duque
Presbitero defta nolla Diocefi nos aprezentou hua Carta do dito Sc-
nhor Duquc cm que o aprezentava pera a dita Dignidade dc Dayam
da fua Capella, cujo teor dc verbo adverbum he o feguinte: Afuito
Jlludrc, & Rcvcrcndillimo Scnhor Arcebil'po d’Evora. D. Joao Du-
quc de Braganâ , e de Barcellos , CondcBable deftes Rcynos , e Se-
nhorios &c. Fa90 faber a V. Senhoria que (endo vaguo , o Chan-
,
trado da Igrcja Collcgiada dc Santa Maria da Villa dc Barcellos Dioce-
fc de Braga por fallecimento do Scnhor D. Fulgencio dc Braganâ meu
Tio , ultimo polfuidor , que dclle foi. O Santiflimo Padre Papa Gre-
gorio decimo tertio noflb Senhor ora na Igrcja de Deos Prefideii-
tc , ouve por bem a minha inllancia dc feparar , e defmeinbrar do dito
Chantrado as cinquo fextas partes dos fruitos , redditos, proventes,
eemolumentos da Parrochial Igreja deSam Payo dolugar dcFam, ter-
nio da dita Villa annexa aodito Chantrado. E outro fi ouve porbem
deerigir, einllituir na minha Capella hum Dayado pera hum Lâyab,
que tenha o primeiro lugar , e a primeira preheminencia , e preferen-
cia afli na meima Capella , como no Choro della , e nas Congrega-
,
9oes ,
c macs negocios , que fe coflunâo fazer , e traur por os Capel-
laes. E aodito Dayado afli crigido , einftituido apprepriou Sua San-
tidade , e applicoii in perpetuum as cinquo fextss partes dos fruitos ,
redditos, proventos, e cmoluinenios da dita Ipreja Parrochial livres,
e cxemptas dc todos os cmcargos , gravames , c impofiôens della , e
do dito Chantrado pera dottc do dito Dayado , com declaraâb , que
os
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9
da Cafa êal lôrtugrteâ.

BS
os DayaSi , que pclo tempo forem fcra6 obrigados a fazcr refidencia
pelToal na dita Capella , e fen’ir nos Officios divinos , e macs couzas
della , e que vcncerao as cinquo ditas fextas partes de fruitos , e as per-
dera6 conforme os ftatutos , que eu fobre ilib ordenar , fendo appro-
vados por o Ordinario Eborenfe. Os quaes ftatutos , eu , c mcus fuc-
cdlbres podercmos mudar , alterar , limitar , e declarar , fegmido , e
quando nos parecer como macs largamente kcontem na Bulla da dita
S pella qual Sua Santidade ha outro fy por bem de merezcrvar

;
o de Padroado no dito Dayado pera poder apprezentar a clle

Daya6 affi por efta primeira vez , como em qualquer outro tempo em
que vagar por qualquer outro modo , e que eu , e mcus fuccelFores
aprczentcmos a V. Senhoria , c feus fuccellores que pelo tempo em di-
aiite forem as pclToas
,
que nos bem parecer , quando o dito Dayado
eftiver vago , pera V. Senhoria as confirmar nelle na forma devida.
Pcllo que por ora eftar vaguo o dito Dayado por a dita eiciâo e el-
lci^6 appoftolica eu como Padroeiro lidimo , que delle fou
j
w foli-
dum conhando das letras , e bondade de Manocl Pa5anha de Brito , fi-
dalgo de minha Caza , Clerigo de mifla o aprefento a V. Senhoria por
Daya6 de minha Capdla com todas as obrigagoens , e na forma da di-
ta Bulla appoftolica
,
para que fendo por V. Senhoria confirmado as
cumpra, eguarde conrorme aos ftatutos, que fobre ifTo heidc orde-
nar com approvaâb de V. Senhoria , ficando cm meu arbitrio ^ e de
mcus fucceirorcs mudar , limitar , accrcfcentar , e interpretar os ditos
ftatutos , quando ,
e como nos parecer , fern pera ilTo for necedario
confentiinento do dito Manocl Paânha de Brito. E pcô por merce
a V. Senhoria o manJe affi confirmar por Dayam da dita Cappclla , e
nas letras de fua Confirmaâo mande fazcr nien5a& defta minha apre-
zenta9ad , edecLarar, que o dito Manocl Paânha averl odito Daya-
do com as condiôens , e obrigaôens exprelTas na dita Bulla , e contor-
me aos ditos Ibtutos, que pormim , e pormeus fuccefibres emvirtu-
de della , c com approvaâb de V. SOThoria forem ordenados decla-
^
rados , liinitados , ou acaefeentados . fern pera iftb fer necelFano con-
fentimento vocagab , ou citaâb do uito Manoel Pacanha. E por cer-
teza dilib mandei fazcr efta por inim affinada , e alFellada com o fello
de minhas armas; Eftevab Ribeiro a fez emVilla-Viôza adczalFeis de
Novembro de mil quiuhentos oitenta e hum j fervidor de V. Senhoria.
O DUQUE.
E vifta a dita aprezenta9a6 nos pedio o dito Manocl Pa9anha de
Britto ,
que confbrme a ella , e a Bulla de Sua Santidade o confirmalFc-
mos e iiiftituilFemos na dita Dignidadc de Daya6 da dita Capella , e
cqnfornundonos em tudo com as clauzulas da dita Bulla por virtude da
dita aprezenta^6 conftandonos defua fufficiencia, letras, evirtudes,
a/itorttate ordntaria
,
e no niclhor modo , que de dircito podemos , c
devemos , confirmamos , e inftituimos o dito Manocl Paânha de Brit-
to no dito Dayado da Capella do dito Senhor Duque affi novamente
erigido por Sua Santidade, edotadocoin as cinquo partes dasfeis de
todos
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,
^6o Turovas do Ltv. V1. da HiflorU (jenealogica
trdos os fruitos, rcndimcntos cmohimcntos pcrtenccntes a dita Par-

,
rcchial Igrcja dcl'ani , cosmaes annexes aoChamrado dalgrcja Col-

Icgiada dc N. Senhora da Villa de Barcellos , c Ihc damos a prchcini-
nencia , e commetemos o regimento , e ferventia do dilo Davado , e
o inveftimos na pofle dcllc por impozica6 debarrctc , qiie I'obrc iua
cabeâ puzeinos , c jurou cm nolTas maos o juramento de fidelidade ,
que I'ccontem no C^nitulo Ego etiim de jttre jurando. A qual confir-
naij'a&, e inAirui9a6 Ihe fazemos conformc asclauzulas dadita Bulla,
c confornie a ella fera obrigado guardar os ftatiitos , quo o dito Se-
nhor Duque fizer , ou depois de feitos mudar, limitar, accrefeentar
inteipretar , alterar, oudenovo tornar afazer, fendo I'emprc por nos
approvados em cada hum dos ditos cazos , fern pera ilTo fer necelTario
voca5a& , cita5a& , ou novo conientimento do dito Manocl Paânha de
Britto. O oual dito Manocl Paânha de Brito aceptou a dita Confir-
maâ& , e inltitui9a& na forma acima dcclarada. E mandamos eadem au-
iorttate ordinaria , e fob pena de exconin.unha& a qualquer Clerigo ,
Notario apoftolico , ouTabaliab publico defte noHo Arccbifpado dee
30 dito Manocl Paânha, ouafeu certo Procurador pofle Real, cor-
poral , e autual do dito Davado , e della Ihe palTe os inflrumentos
ncccflarios. Dada em Villa-Viôfla aos vinte dias de Novembro de
M. D. Ixxxj annos. Diogo Nunes Figucira Secretario a fez eferever.
THEOTONIO ARCEBISPO D’ EVORA.
Jn/lnmento de notificaqai , hninwqai , e confentlmento da Bulla da

creaqao do Deado da Capella de V illa-V iq(Jh , das cincoJex-
tes partes dos frutos , e rendimento do Chantrado de Bar-
cellos. Ejld no Cartorio da Caja , onde o copiey.
207. ]C^Mnome dcDeos Amen. Saybaom todos hosque viren , efle pu-
^ I'./ blico Inftrumento de notcfica5a6 Intima5a6 e confentimento dado
A (Rs
An. 1502. aoneguocio de que abaixo fe faraa exprefa menâb. Que en ho An-
no do nafeimento de noflb Senhor Jefu Chrifto dc mil quinhentos ou-
tenta e dous annos, aos vinte e nove dias doMes de Janeiro en a Vil-
la de Barcclos c poulada do licenciado Archadio Dandrade ouvydor
ue foy en efta Villa e fua comarqua , e contador , e pi ovedor en ella
a a fazenda , do muito exccllentc Principe e Senhor D. Joha6 Duque
dc Bragan93 , c della dita Villa , Condeftable deftes Reynos e Senlio-
rios de Portugal &c. en prefenâ de nijm notario c teflemunhas , pare-
ceo 'prefente ho muito Reverendo Padre Antonio Barboza Chantre
em a colcgiada Igreja de San 61a Maria della dita Villa , defte ArcebiG-
pado dc Braga ; e por elle foy dito que ho dito Senhor Duque ho
aprefentara no chantrado da dita Igreja por eftar vaga por morte na-
tural do Senhor D. Fulgencio deBraganca que aya gloria chantre epe
foy ultimamente en a dita Igreja , a qua! aprcl'enta9a6 Ihe fez ho dito
Senlior Duque depois de ter nodcia e fabiuo que o Papa noflb Senhor
Grego-
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da Caja *Iâl lôrtugueaâ. ^6 l
Gregorio decimo tcrcio na Igrcja dc Dcos Prefidente , Ihe tinha con-
cedido , a difmembraâo e fepara5a6 das cinquo feiftas partes dos fiu-
ftos, emolumentos, proventos , erendimentos daJgrcja Parrochial dc
Sao Payo do lugar de fa& termo da dira Villa annexa ao dito Chantra-
do e dos macs dereitos fru£los, erendimentos annexes aodito Chan-
trado para Ic erigir en a Capclla do dito Senhor duque hum deado pa-
ra hum deaO que tenha ho primeiro lugar e a primeira preheminencia
e prefcrencia ali na mel'ma Capella como no chore della , e nas con-
gregaôes e mais negocios que fe coHuina6 fazer e tratar polios Capel-
laes da dita Capella , e hora a bulla da dita graâ era palada em forma
c fora cometida a execugao della ao muito Illuftrc e Re\ ercndiflimo
Senhor Arccbifpo devora , ho qual tinha ia confirmado por virtiide
della a Manuel Peganba de Brito lidalguo da cafa do dito Senhor Du-
que , por Dca6 da dita Capella , a aprcfentaga6 do dito Senhor Duque
como Ihe conftou a ellc Antonio Baihoza polla carta da Inflituigao e
conffrmaga6 do dito Dea6 feita cm Villavigofa aos vinte dias do mes
de Novembro do anno pafado de mil quinhentos outeiita e hum annos
fubeferita por Dioguo Nunez Figueiroa Secretario do dito Senhor Ar-
ccbifpo devora e aJignada por clle e fellada com ho fcllo de fuas armas.
A qual Carta clle dito licenciado Ihe a moftrou ao fazer deftc. E ali
mais elle dito licenciado dcu a mim notario a dita propria bulla pal'a-
da pelo dito Summo Pontifice efciipta em pergaminno , faa limpa , nao
viciada , nem Chancelada , antes carecente dc todo vicio e fufpeiga&
fegundo por ella prima facie parccia plumbada com hum fcllo penden-
te por hum cord io de vermelho e marello. Sub data Komx apud San—
£lum Petrum Jtmio incamationis Domini millcjjimo quingenicljimo ociu-
agejimo primo , tertio decimo calendas Mai} Pontificatus Jui aimo neno.
Polla qual Sua Santidade crigia c dc novo criava na Capclla do dito
Senhor Duque hua Dignidade dc Dea6 annexando a ella as ditas cin-
quo feiftas partes dos rendimentos do dito Chantrado fegundo todo
efto mais copiofamente confta da dita bulla a qual eu notairo Iv inti-
mey e publiquey e notefiquey ao dito Chantre Antonio Barbola , ho
qual a vio , leo , c entendco e dcu a ella feu confentimento em tedo
,
c por todo como fenella contem. E ali ha dita confirmagaf). E dife
quo nenhua duvida , nem embarguo tinha ellc dito Antonio Barboi'a
ao cumprimento execuga& e verdadeiro effeito da dita bulla , e ali ho
outorgou , e confentio , e approvou deftc dia para todo fempre. E
I’c obrigou por fua pefoa bens e rendas avidas e por aver a nao hir por
li nem por outrem em tempo algum contra efte cllormento cm parte
nem cm todo e eu notajro Ihc ouve por noteficada a dita Bulla ccon-
firmagao, caccytcy efte eftormento e ho cflipulley em nomc das p.u-
tes a que tocar nao prefentes e delta nota mandou dar hum e muitf'S
cllormentos ; teftemunhas prcl'entcs Dioguo Pinto Solicitador do dito
Senhor Duque , e Luis dandradc filho do dito licenciado. E Pedro Gon-
galvcs farralheiro da dita Villa quo alignarao aquy com ho dito Antonio
Barbola, quo eu notajro dou tee fer o proprio contcudo neftc Inftru-
mento. E eu Andre de Rocha, notajro apoftollico approvado polio
^
Ordinyio e morador na dita Villa dc Barccllos que cite Infti umeiuo el-
Tom. IV. Zz crevy
}6z Vrovas doUv.VI, daHiftoria (je<u:alogka
crevy cm mcu livro de notas do qual por minha ma6 trcsladcy ho pro-
prcfcntc e o conccrtey e vay fern coul'a que duvida faga fob cflc mcu
publico final feguinte liz a cnticlinha que diz Vijofa. =
por vcrdadc.
Bulla da creaqao da Drgnidade de The/ouretro mbr da Capella de

V illa-V !^<â. EJld no Archivo da dita Caja ,
maqo das Bal-
ias Originaes ,
donde a tirey.
NÛni. 208. Rcgoriiis Epifeopus Scn'us Sen'orum Dei; Venerabili fratri Epif-
An i;8i '
vJ copo Amcnnenfi , & diloSlis filijs Ulixbonenfi , &
Portalcgrcnft
* Ecclcfiarum Dccanis ; (alutem , & anoftolicam benediiSlionem. Hodic
a nobis cmanarunt literx tenoris fuofequentis. Gregorius Epifeopus
Servus Sen'orum Dei : ad perpetuam rei memoriam. Sacri Apoftola-
tus miniftcrio mcritis licet imparibus divina difpofitione prefidentes ad
ca per qua: noftrse provifionis aufpieijs cura animarum qua: ceteris om-
nibus prcllat frufhiofc exerceri , & beneficiorum Ecclcfiafticorum nu-
meros augcri , fingularquc Ecclefiae pra;feitim collcgiatae quibus , &
cura ipfa imminct, &perfonaE ecclefiaftica: divinis obfcquijs jugiter in-
fidcntcs congruis facultatibus pro fuarum ncceditatum , oneioimquc eis
incumbentium fublcvaminc communiri valcant libcntcr intendimus ; ac
in his padoralis offieij noftri partes nunc per unionis aliorum benefi-
ciorum , ouandoque vero per difmembrationis partis fruftuum ab eif-
dem miniltcrium favorabilitcr interponimus prout rcrum , & perfona-
xuin circunJdantijs debite penfatis id in Domino confpicimus falubritcr
expedite ; cum itaque ficut accepimus Prioratus Ecclefiae Beatae Ma-
ria; Oppidi de Barcellos qui & ipfa Ecclefia , ac alia: dignitates , & be-
neficia in ea exilVentia de jurepatronatus pro tempore exiftentis Ducis
Bragantiae ex fundationc , feu dotatione , ac &
privilegio apodolico
cui non ed hadlenus in aliquo dcrogatum effe dignofeuntur , & quern
quondam Emanuel Leite ipfius Ecclefiae Prior dum viveret obtinebat
per obitum ejufdem Emanuelis qui extra Romanam Curiam de menfc
Junij proximo preterite diem claufit extremum vacaverit , & vacet ad
tempus ; & ficut exhibita nobis nuper pro parte dilefbi filij nobilis Vi-
ri Joannis Ducis Bragantiae petitio continebat ex mafla communi fru-
£ûm , reddituum , & proventuum ipfius Ecclefia; duie illorum me-
dietates condituantur quarum una di(5V« Ecclefia; Priori pro tempo-
re exidenti cedit; altera vero inter Scoladicum , &quatuor Canoni-
cos ejufdem Ecclefix didribuitur ; & propterea ipfius Prioratus , & Ec-
clefix Sanfli Antonij loci de Quinzo didri£fus didti Oppidi olim , ut
a nonnullls aferitur ad fabricam diidse Ecclcfire Beatx Maria; perti-
nentis; nunc vero cidein Prioratui Canonice unite, & annexe fru£his,
redditus , & proventus adeo uberes fint , ut ad fummam tricentorum
niilliuni regaliuin moncte illarum partium fcxcentos ducatos auri de
Camera , vcl circa condituentium annuatim afeendant. Prior vero hu-
julmodi pro tempore exideas in dida Ecclefia Beata; Marix miniinc
rdidere, nec illi in divinis defervire, aut ullam curam animarum fuf-
cipcrc, fed tamen quibufJam diebas fedivis ibidem aliquas Midas ce-
lebrate , ;
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,
da Cafa 7ôrtugnesâ. 3^3

Icbrarc ,
feu celebrari faccrc ex antiqua confuctudine folcat ; Sc aim
antca cura animarum dilcdlorum filiorum parrochianoriim ejufdcm F,c-
clcfix Beatjc Mariae quae & Parrochialis exiftit olim per unum ex illius
Canonids exerccri conlucvilTet , &: diftus Canonicus ratione exercitij
iuijufinodi paululum maiores fnidus quod alij Cannnici hujufmoJi
pcrciperet, & populo didi Oppidi ita crefccntc, ut didus Canonicus
curam hujufniodi exercens per fe Ihtisf'accrc non polTct
cidem Canonico poftmodum in cxcrcitio cura: hujufmodi detrada ex
frudibus per ipfum Cianonicum percipi folitis predidis certa portio-
nc pro ipfius Coadjutoris manutentione conAitutus , ac & Aatutum
& ordinatum fuerit quod ex quo dida Ecclefia Beatae Mariae paramen-
tis , & alijs ad divini cultus ufum neccAarijs , ut plurimum indiqcbat,
& illius fabrica nullos fhidus habeat incole autcin prefati Oppidi non
admodum divites cxiAebant didus Prior pro tempore exiAens Angu-
lis annis quindecim niillia regalium Amilium eidem fabricse pcrfolve-
re deberet ; in Capella autem pro tempore exiAcntis Ducis prxfati
Ant plures Capellani illi in divinis perfonaliter infervientes , ac inter
eos unus Thefaurarius nunaipatus qui fecundum locum ibidem obti-
nct , & ex diAributionibus quotidianis per eofdem Capellanos inibi
divinis offieijs perfonaliter inAAendo lucri Aeri folitis portionem val-
de tenuem pra: prehcniinenti* fux qualitate percipit. Si a dido Prio-
ratu Ac vacante medietas omnium, & Angulorum Ulius fruduum, red-
dituum , proventuum , bonorum , proprietatum , jurium , obventio-
num, & emolumentorum quorumcumque perpetuo fepararetur, & diP-
membraretur , ac in dida Capella una Thefauraria pio uno Tnefaura-
rio qui inibi fecundum locum, & preheminentiam poA Dccanatum ibi-
dem per nos niiper apoAolica audoritatc eredum , & inAitutum pro
tempore obtinentem liaberet , & perpetuo erigcrctur, & inAituerctur
DC eidcm Thefaurarix Ac eredx , & inAitutx pro ejus dote medietas
fruduum , reddituum , proventuum , bonorum proprietatum , jurium,
obventionum , & emolumentorum Ac feparata , & difmembrata liujuf-
modi Amiliter perpetuo applicaretur , & appropriaretiir , acetiam Aa-
tuerctur , & ordinaretur quod didus Prior pro tempore exiAens cu-
ram animarum parrochianoriim hujufmodi modo, & forma infraferip-
tis excrcere
,
ac pro manutentione ejufdem EccIcAx Beatx Marix , &
illius iabricx triginta millia regalium Amilium computatis in illis quia-
dccim milibus regalibus pradidis ex altera medietate fruduum, reddi-
tuum , proventuum , bonorum , proprietatum , jurium , obventionum,
& emolumentorum Abi remanente hujufmodi annuatim perpetuo per-
folvere teneretur , & ad id perpetuo obligatus remancret profedo ex
hoc ipAus Capcilx honori , & decori , ac beneAciorum cccIcAaAico-
nim propagationi animarumque fpirituali confolationi , & didx Ec-
cleAx neceAitatibus opportune, & falubriter providerctur &fubveni-
,
tetur , ipAque Priori pro tempore exiAcnti pro didx airx animarum
excrcitio , & aliorum oncrum Abi incumbentium fupportatione con-
gruus redditus annuus remancret. Qiiare pro parte didi Joannis Du-
els nobis fijit humiliter fupplicatum quatenus prxmiAis annuere ac
,
alias dcfujicr opportune providere de benignitate apoAolica dignarc-
Tom. IV. Zz ii mur.
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,,
3^4 doLiv.VI. da Hifloria (jenealogka
mur. Nos igitur qui honeftis petcntium votis libcnter annuimus, ca-
quc favoribus profcquimur opportunis eundcin Joannem Duccin a qui-
bufvis cxcommunicationis , fufpenfionis , &
interdidti , alijsque ecclcfi-
afticis icntcntijs , cenfuris , &
pcnnis a jure , vel ab homine quavis oc-
cx'ione , vd caufa latis (iquibus quoinodolibct innodatus exiftit ad
circcltim pra:fcntium dumtaxat confcquendum harum Icrie abfolven-
tcs , & abfolutuin fore ccnfcntcs hujufmodi fupplicationibus indina-
ti a dido Prioratu , five ut pracmittitur , five alios quovis modo , aut
ex altcrius cujufcumque pcrfona , feu per liberam rcfignationem didi
Emanudis , vd cujulvis alterius dc illo in dida Curia , vd extra earn,
& coram voto publico , &
teftibus fponte fadam , aut aflecutioncm
alterius beneficij ecclcfiaftici quavis audoritate collati vacet , &
fi tan-
to tempore vacaverit quod ejus collatio jiixta Lateranenfi ftatuta
Concili) ad Sedem apoftolicam legitime devoluta , ipfcque Prioratus
difpofitjonis apoftolica: fpccialiter rcfervatus exifiat, &
ad ilium con-
fucvcrit quis per dedionem afiumi , eique cura Jurifdidionalis immi-
neat fupcr co quoquc inter aliquos lis cujus ftatum prxfentibus ha-
beri volumus pro cxpredb penucat indeciifa dummodo tempore Da-
tx prxfentium non fit in co alicui fpccialiter jus quefitum omnium
& fingulorum fniduum , reddituum , provcntuum , bonorum , propric-
tatum ,
deciniarum , jurium , obventionum , & emolumcntorum Prio-
ratus , & annexorum prxdidorum mcdietatcm ab omnibus , & quibuf-
cumque oncribus , gravaminibus , & impofitionibus tarn ratione ipfius
Prioratus, quam maflc communi hujufmodi, aut alias quomodolibet,
& quavis alia occafione debitis liberam , & exemptam ; altera mcdic-
tate pro didi Prioris pro tempore cxiftentis fufientatione , & onerum
il’.i incumbentium fupportatione , accurx animarum hujufmodi cxcr-
citio falva remanente dida audoritate tenorc prxfentium pei'pctuo fc-
paramus , & difmembramus , ac in dida Capdla unam Thelaurariam
pro uno Thefaurario qui fccundum loaim , & fccundum prxhcminen-
fiam , ac antdationem tarn in ipfa Capdla , quam illius Choro , &
Congregationibus , exterisque negotijs , & rebus per ipfos Capellanos
fieri
j
& tradari folitis obtiaeat , ac in cadem Capdla perfonalem refi-
dentiam facere , acilli indivinis deferv'ire, exteraque niunia, & officia
fibi per didum Joannem
,
& ejus fuccdTorcs Bragantix Duces pro tem-
pore cxiflcntes cum confilio Ordinarij iniponenda fubirc debeat , &
teneatur audoritate ,
& tenore prxdidis , & perpetuo crigimus , &
infiituimus
,
illique fic eredx , & inftitutx pro eius dote , & diftribu-
tionum per ipfum Thel'aurarium pro tempore exillentcm in dida Ca-
pclla relidcndo ,
&divinis oftieijs in ea edebrandis intcrefibndo , ac
alias juxta providam ordinationem defuper per Joannem Dueem , &
fucccH’orcs prxfatos faciendam lucrandarum augmento didam mcdie-
tatcm fruduum , reddituum , provcntuum , bonorum , proprictatum ,
deciniarum , jurium , obventionum , & emolumcntorum fic feparatam,
& dilmembratam hujufmodi ; ita quod licet cidem Thefaurario pro
tempore cxiftenti corporalcm, rcalcni , & adualcin pofleinoiicm me
dieiatis fruduum , redituum provcntuum , bonorum proprictatum
,
deciimium , jurium , obventionum, & cinolumcntoium difmenibratam.
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1
da Cafa ‘Bfiol Tôrtuguesâ.
3 j
& feparatJin hujufmodi per fe , vel alium , feu alios ejus nomine pro-
pria aiiiJ>oi itatc libere apprehendcre , & perpetuo retincre , illamque
juxta ordinationem per joannem Duccni, &fucceflbres prxdidlos, ut
prefertur faciendam in fuos ufus , & utilitatcm convertere Diocefaiii
alterius licentia defuper minime requifita eifdem au-
loci , vel cujufvis
cioritate , & tenore limiliter perpetuo applicamus , &
appropriamus ;
infuper quod perpetuis futuris temporibus didus Prior pro tempore
exiftens tanquam principalis Canonicus vero in hujufmodi curse exer-
citio hadlenus deputatus , &
ejus fuccelTores uti iplius Prioris Coadju-
torcs veram animarum hujufmodi exercere , &
pr*di£lis parrochianis
Sacramenta ecclefiaftica adminillrare , ac aliaque ad oHicium Re«ôrein
parrochialiura Ecclefiarum pertinent adimplere j
necnon idem Prior
ro tempore exiftens ex nunc in perpetuum didlse Ecclcfiz pro illius fa-
frica , ac paramentorum , vaforum , aliarumque rerum ad divini cul-
tus necelTariarum manutentione ex medictate iibi remanente hujufmodi
triginta millia regalium fimilium annuatim peifolvere tencantur , &
obligati exiftant ac ad id fub quibufvis penis cogi pollint auiloritatc,
,
& tenore flmilibus pariter perpetuo ftatuimus , & ordinamus pretcrea
Joanni Duci , &ejus fucceiforibus prsediv^lis , ut fuper perfonali refi-
dentia per Thelaurarium pro tempore exiftentem prxdiilum in Capcl-
la hujufmodi facienda , &
rata parte qiiam ipfe Thefaurarius liiigulis
Domlnicis , &alijs feftivis, &non feftivis diebus refidendo, &divinis
iiiferdTendo lucrari , & ob non refidentiam , vel interventiani hujuf-
modi amitterc dcbcat, & quibus ilia amilfa cedere cenfeatur, ac alias
in prsemillis , & circa ea quxcumque Ordinationes , &
ftatuta licita ta-
men, &honefta, acDecretis Concilij Tridentini , &alijs facris (iano-
oibus minime contraria: per loci Ordinarium approbanda facere, &ede-
re , ac poftqiiain fadla &edita fucrint femper quotics , & quandocum-
que in toto , vel parte muiare , altcrare , limitare , corrigere , inter-
pretari , ac &
alia de novo conderc libere , &
licite valeat apoftolica
nufloritate , &tenore prsefentis indulgemus ; cisque jufpatroiutus , &
praefentandi Ordinario EHaorenfi perlonam idoneam ad diiflam The-
Iburariara tarn pro bac vice prima ab ejus primeva creiHone hujufmo-
di vacantem , quam deinceps quoties illam pro tempore quovis niodo,
& ex cujufcumque perfona , & per obitum apud Sedem apoftolicam
vacare contingcrit per ipfum Ordinarium Elborenfem adprxfentatio-
nem hujufmodi inltituendam aufloritate , & tenore fimilibus relei va-
mus, conftituimus, & affinamus decementes ultimo dictum jufpatio-
, &
natus Joanni Duci fuccellbribus fuis pnediitis non ex privilegio
apoftolico , fed ex vera primeva reali adtuali
, ,
plena , Integra , &on>-
niinoda fundationc , &dotatione laicali , tamquam de bonis mere pa-
trimonialibus , &laicalibus dumtaxat competere
,
&
ad ilia pertinere,
acei nullo umquam tempore exquavis caufa quantumcumque grand!,
& rationabili , &
devolutionis litis pendentise, vel permutationis , aut
& vacationis apud didJam Sedem aut quovis alio pretextu , & per nos,
& ,
fuccciforcs noftros Romanos Pontificcs pro tempore exiftentes , aut

Sedem pnedidtam , vel illius Legatos , Vice-Lcgatos , feu Nuntios ,
& per quafcumque literas apoftoUcas
, &
in forma brevis , Ec quafeunv
que
Digit!/"* by Googlv.'
;,,
^66 Trovas do Liv. VL daHifloria (jenealogica

quc dcrogatoriarum dcrogatorias , ac fortiores , & infolitas claufulas
necnon inritantia , & alia decreta , & pra’fentium tcnorem in fe conti-
ncntia deque nomine , & cognomine didi Patroni pro tempore exit
tentis cxprefTam , & fpecificam mentionem facientia , & motu proprio,
& ex certa I’cicntia conceffas , & ratione vacationis apud Sedein can-
dem , ac in menfibus ipfi Sedi refervatis , ac ex quibufcumque perfonis
aflfedis vcl alias qiiomodolibet in toto , vcl parte derogari , aut de-
,
rogatum clFc ccnferi polFe, vcl debere; atque omnes, &

lingulas col-
lationes provifiones,
, &
quafvis alias dilpolitioncs aliter quam ad pra-
fentationem didi Patroni pro tempore exiftentis , feu de ejus confen-
fu , &
apoftolica audoritate fadas ; ac quafcumquc dcrogationes do-
fuper fadas nullas , &
invalidas , nulliusque roboris , vcl momenti fo-
re , &
e(Te , ac pro nullis , &
infedis haberi , ccnferi , &
reputari , ne-
minique fuffragari dcberc ,
ncc per cas jus , aut coloratum titulum pof-
lidcndi acquiri prafentes quoque nullo umquam tempore dc fubrcpi-
tioiiis , vcl obreptionis , feu nullitatis vitio , aut intentionis noftrx
vel alio quopiam defedu , &
ex co quod ipfe Prioratus ad prxfens va-
cat , & fibi Coadjutor dams , &
intcrdTe habentes vocati , ac caulie
propter quas prafentes emananint coram dido loci Ordinario & tam-
quam didx Sedis Dcicgato examinatae verificatx , & approbatx non
fucrunt ; neque dilcdoniin fliorum Capituli didx Kcclclix Bcatx
Marix fuper his intervenit confenfus , aut quovis alio prxtcxtu no-
tari impugnari , invalidari , rctradari, aut adtenninos juris rcduci,
j
feu in jus, vcl controverfiam rcvocari , aut adverfus cas, quodaimque
juris , vcl gratix remedium impetrari polTe ; neque fub auibufvis fi-
milium , vel diflimilium gratiarum revocationibus , fufpenlionibus , li-
luitatioiiibus , modeficationibus , aut alijs contrarijs difpofitionibus
Sc per nos , & fuccdTorcs noftros Romanos PontiHccs , & in craftinum
alTumptionis eorumdem fuccclTorum ad fummi Apoftolatus apicem pro
tempore fadis comprehendi , fed tamquam in divini culms favorem
concclTas, fed femper ab illis cxccptas, validas , & cfficaccs fore; ac
uoties illx cmanabunt, toties inprilliiuim , &cum in quo antea erant
S atum quomodqlibct reftimtxs , repofitas, Scplenaric remtegras, aede
novo , & fub didum joannem Dueem , & cjiis fuccefTores prxfatos eli-
genda concclTas fore , & clTe , fuumqnc plenarium effedum fortiri
licque per quofcumqnc Judiccs Ordinario* vcl Dclegatos quavis au-
,
doritatc fungentes, &
caul'arum Palatij apollolici Auditorcs fublata
cis, & corum cuilibet quavis aliter judicandi , Sr interpretandi facilita-
te, audoritate jiidicari , &dcfiniri debere, irritum quoque , & ina-
Sc
ne fi fccus fuper his aqurquam quavis audoritate feienter, vcl igno-
ranter contingerit attentari ; non obftantibus prxmiHis , alijsque Conf-
titiitionibus, &
Ordinationibus apollolicis, nccnon didx Eccldix Bca-
tx Marix juramento , confirmatione apollolica , vel quavis lirmitate
alia roboratis ftalutis
,
& confuctudinibus , exterilque contrarijs qui-
bul'cumqiic ; Nulli eigo omnino hominum liccat haiic paginam nollrx
ablolutionis , feparationis , difmembrationis , credionis , inftitutionis,
applicationis , appropriationis , Statuti , Ordinationis , indulti rcfeiva-
tionis , conllitutionis
,
allignationis , & decreti infiiiigere , vcl ci aufu
tonic-
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;
,
da Cafa %eal Tortugtdeiâ.
teroerario contraire. Si (juis autem hoc attemptare pncfumpferit in-

dii»nationem Omnipotentls Dai , ac Beatorum Petri , & Pauli Apofto^
lorum ejus I'c noverit incurfurum. Datum Romx apud Sandum Pe-
trurn , Anno Incarnationis Dominicac milleflimo quingentcflimo odlu-
agefllmo primo ; fexto Idus Augufti ; Pontihcatus nollri Anno deci-
mo. Quo circa difcretioni veltrx , vel apoftolica fcripta mandamus
uatenus vos , vcl duo , aut unus veftrum per vos , vel alium , feu
Slios prteinfcrtas literas , & in eis contenta quaccumque ubi , & quando
opus fuerit , ac quoties pro parte Joannis Ducis , ac Thcl'aurarij pro
tempore exiftentis , & fuccelTorum prxdidorum , feu alicujus eorum
fucritis rcquiliti lolemriiter publicantes ,
cifque in prsEmiliis cfficacis
dcfenfionis prxfidio alliBentes faciatis au^loritatc noflra praiinlcrtas li-
tcras , & in eis contenta hujufmodi ab omnibus ad quos fpeClat ,

& I'pe-
6labit quomodolibet in Futurum inviolabiliter obl'crvari , ac lingulos
quos litene iplk concernunt , &
pro tempore concernent illis pacihcc
nui , &
gaudere ; non pcrmitentes ipfos , vel aliquem ex eis defuper
per quolcumquc quomodolibet inuebitc moleftari •, Contradiclores
quoslibet & rebelles per Fententias cenFuras & poenas aliaque op-
, , , ,
portuna Juris
, & Fa£li remedia appellationc poFpolita compelccndo
necnon legitimis Fuper his habendis Fervatis procelfibus lenlcntias
cenfuras , & poenas ipFas , & iteratis vicibus aggravando ,
invocato &
ad hoc R opus Fuerit auxilio brachij Fecularis ; non obftantibus pix
memorix BoniFadj PP. VIII. Prxdeceflbris nollri qua cavetur ne quis
extra Fuam Civitatem , vel Diocclim , nifi incertij exceptis calibus , &
in illis ultra unam di£um a fine Fux Dioecelis ad judicium evocctur
Feu nc Judkes a difla Sedc deputati fuerint contra quoFcumque pro*
cedere ,
aut alij , vel alijs vices Fuas committere prxFumant , & in
Coocilio generali ediifla dc duabus didlis dummodo ultra tres didlas
aliquis aufloritatc prxFentium ad judicium non trahatur ; alijsquc ConF-
titutionibus , & Ordinationibus apollolicis, necnon omnibus Fupradi*
îs aut Fi aliquibus communiter , vel divilim ab cadem lit Sede in'
dultum quod interdici , FuFpendi , vcl cxcommunicari non pollint per
literas apollolicas non lacientes plenam , &
exprelTam , ac de verbo ad
verbum dc indulto hujuFmodi mentionem. Datum Romx apud San-
ctum Petrum Anno Incarnationis Dominicse milleflimo quingentcflimo
ocluagcflimo primo. Sexto Idus Augulli , PontiHcatus nollri Anno
dccimo.
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3^8 ^rovas do Liv,VI, daHiporta ênealo^ca
Breve do Papa Gregorio 'XIII, concedtdo ao Diique D. Joai I,

etn (juc manda applicar a perda dos aujentes da Copella Ducal
de Villa*V iqoja afabrica della. Original ejhi no Car^
torio da SereniJJima Caja de Braganqa ) onde
0 copiey,

O fili nobilis vir falutcm
,
&
apoftolicam benedidHonem. Ex-
r\Um« 2 0y* JLy hibita nobis pro
parte petitio continebat , quod poftquam
tui
An. 1582* abas felicis recordationis Julius Papa III. pr«dccdTor nofter bonse me-
niorisE Theodofij patris tui fupplicationibus inclinatus certos annuos
rcdditus a nonnullis parrochialibus ecclefijs tui juris patronatus dif-
mcmbraverat , &
fcparaverat, illosque capellie tu£c in tuis aedibus oppi-
di de Villavitiola Elborenfis dioecdis inftituta’ pro capcllanorum , alio-
ruinque miniftrorum Deo , &
fibi , fuisque I’uccdToribus in ipfa Ca-
pclla infcrvientium comnjodiori fuftentatione applicavcrat , appro- &
priaverat, nosque tuis precibus moti , difmcmbrationcm , feparatio-
nein , applicationem , &
appropriationem hujulmodi cflcdlum nondum
fbrtitas , &forl'an rcvocatas certis modo , &
forma revalidavimus , &
inter alia ftatuimus ordinavimus , quod frudus, rcdditus, pro- &
veiitus liujulhiodi diftributionibus quotidianis inter Dccanum , Tlie-
faurarium , Capcllanos , &
quibufdam cxceptis alios miniftros di6Iaj
Capclla , qui omnibus horis canonicis diurnis , &
ncdurnis in cadcm
Capella rccitandis afhi refidere , &
intcrefle dcbcrent dividendis alio-
,
quin fi abelTcnt , diftributiones , de quibus eis rcfpondendum foret die-
bus , & horis corum abfentias a prcfcripto fervitio didla Capcllae fuos
non facerent , fed in ufus , &
fabricam ipfius (.'apcllae convcrterentur,
ipfique Capella , &
illius fabrica eo ipl'o applicata ccnfercntur
,
pro-
ut in pradnSli pradccclforis , 8c noftris dcRipcr confcdlis literis plcnius
continctur , cum nos ipfius Capella , &
fabrica ncccllitatibus alia ratio-
nc de trecentis ducatis fuper frudibus , &
rcdditibus quarundam par-
rochiabum Ecclefiarum , qua de tuo jure patronatus exiftunt cidcm
Capella, &fabrica per alias noftras litcras applicatis ita providerimus,
quod hujufmodi parte diftributionum non indigeat , &
ut Uccanus,
Thefaurarius , Capellani , &
alij miniftri prafati ad prafcriptum ilbs
fervitium adimplcndum , &

intcrefi’endum perfonaliter horis canonicis,
&alijs divinis oflicijs invitcntur, tibi vidcatur magis expcdirc , ut pars
ilia diftributionum , quam ablcntcs , &
officijs pradidis non intcrdlcn-
tes amiferint pradida Capella , &

illius fabrica applicatum
,
dcinccps
non ipfi fabrica fed Decano , Thcfaurario , Capcllanis ,
,
&
abjs mi-
niftris horis canonicis
^
& alijs divinis officijs in ipla Capella recitandis,
& cclebrandis prafemibus ,
& intereftcntibus accrcfcat. Qiiare tuo no-
mine fuit nobis humilitcr fupplicatum , ouatcnus in pramifl’S oppor-
tune providcre de bcnignitate apoftolica dignaremur. Nos igitur , qui
divini
da Cafa êal Tôrtuguesâ,
divini cultus aiigmcntum

finceris dcfideramus aflTefVibus, literarum pr«-
diclarum tcnores prasl'entibus pro expreflis habcntes , hujufmodi I'up-
piicationibus inclinati , partem diftrlbutionum pra:di<ârum quam De-
,
canus , Thefaurarius , Capellani , &
alij miniftri pra’difti non fcrvien-
tcs 1‘uam non fecerint , &
amifcrint difta Capclla , &
illius fabricse
applicatam , &
aflignatam ab ipfa capella &
fabrica auftoritate apoftoli-
ca tcnqrc prafcntium perpetuo feparamus
, &
difmcmbramus illam- ,
quc dcinceps Decano , Thelaurario ,Capcllanis, &alijs miniftiis in ipfa
capella a6l:u fervientibus &
horis canonicis diurnis , atque nofturnis
recitandis , &
alijs divinis officijs celebrandis interelTentibus accrelce-
re , &
ad illos pro rata pertinere debere etiam perpetuo ftatuimus
, &
ordinamus v^tque decernimus , &
ut in praminls certa ratio &
forma
habeatur , Tibi , ut quazeunque ftatuta , &
ordinationes licita , ho- &
nefta , &
facris canonibus non contraria diftributionem &
divifionem
,
diftorum reddituum , & proventuum in diftributiones quo
fru(ftuuni
,
tidianas, &ratam, quam quilque ex Decano. Thefaurario, Capellanis,
& alijs miniftris di(5âs capellje pro qualibet bora , & officio intere/Ten-
do lucrari , & habere quam ut , & quando non intereflendo amittere
,
& quid cuiquam ex interelTentibus ,
accrefeere debeat , aliaque profpe- nn »
ram ftatum
, &
falubrem direftionem diflas capellae, &
in ilia Deo
&, tibituifque fucceflbribus infervire habendum concementia per î«»£o« Je ^ppUqutm,
,
loci tamen ordinarium comprobanda condere , &
ordinare libere li-"®',& *
cite poffis
,
&
valeas, iifdem audoritate , &
tenore concedimus ^
indulgemus. Non obftantibus litcris prazdidlis, alijsque conflitudoni-
bus , &
ordinationibus apoftolicis , caiterisque contrarns quibufeunque.
Datum Romie apud Sanctum Marcum fub annulo Pifeatoris. Diexxx
Augufti M. D. Ixxxij. Pontificatus Noftri Anno undecimo.
Breve do Papa Gregorio XII pajjado a indancia do Diique D.

Joa^ /. para pedtr ter nafua Capella de Vitla-Vlqofa o Hart’-
tijjimo Sacramento
, e
o exper em Quinta Jeira mayor
^
efazer Procijfa^ dia de P^coa.
Diledlo filio nobili viro Joanni Dud Bragantix.
r Xigit tuas erga nos

, &
ApoftoHcam Sedem eximia; devotionis af-
fedtus , ut vota tua quas praefertim
, in Chrifti Sacratiffimi Cor-
pons yenerationem tendere nofeuntur benigno profequamur
afl’edhi.
Num A To
lixponi nquidem nobis nuper fccifti

quod tu qui in oppido dcVilla-
vjciola iilborenfis dioecefis temporali
tuo dominio fubjedlo unam ca-
tuae habitationis contiguam in qua non Iblum tu uxor,
,
* y ’ ^fîhares tui yeruro etiam multi ipfius oppidi Chrifti li-
,
ueles ad MjiTas
j
, &
alia divina offitia audienda
, & quandoque ad oran-
Toni.IV. 'Aaa dum
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, ,
370 Turova doLlv.Vl. daHijlorla (fenealoyca

dum convcnirc foliti eftis ,
habes & quz pluribus idoncis prcsbiteris,
:
Capcllanis , cantoribus , &

miniftris au eadem divina offitia in ilia per-
agenda a te conftitutis , & deputatis rcferta , ac quamplurimis Eccle-
ornamentis inftrufta eft, cupiebas pro tua , uxoris, & aliorum
/iaflicis
pracdiiftorum fpirituali confobtione &
devotione SaniHflimum Eucha-
riftiae Sacramentum omni cum reverentia ,
& honore affidue conditum
rctineri ,
& alT'crvari
ac juxta Ecclcfia: ritum ,
,
Provintia: iftius piam &
confuetudinem diebus hebdomadae maioris in fepulchro poft-
ftatutis
uam proccdionaliter praedidbam capellam , vel circa illain dclatum
?ucrit j deponi , ac inde in fefto pafehatis refurredbionis bora confue-
ta fimiliter procellionalitcr efferri ; nobisque propterea fupplicari cura-
vifti , ut pio tuo ddidcrio fatisfacerc de Ijenignitate Apoftolica digna-
remur. Nos igitur pictatem ,
ac devotioncm tuam plurimum in Do-
mino commendantes precibus pro tui parte nobis fuper hoc humili-
ter porredbis annuentes tibi per didbos capcllc Presbiteros , oc Capclla-
nos Sandbiffimum Euchariftiae Sacramentum in didba capclla congruis
adhibitis luminaribus ,
&
ornamentis aftervari , ac feria ouinta in C^na
Domini poft milEe celcbrationem procelfionaliter prsedidbam capellam,
vel circa illam incedendo fepulchro includi , inde die pafehatis fum- &
mo mane efferri , illooue etiam proceHionaliter per didbam capellam
& circa illam dclato aaaltare ipHus capcllar rcdduci facere , curare, &
dummodo fumptus pro luminaribus , ornamentis ac alijs pro cuitu &
cjul'dem Sandbillimi Sacramenti neceffarijs fubminiftres, &antequam ad
pracmilforum exequutionem procedatur te obliges ad praedidbos fump-
tus faciendos , libere , &
licitc valcas audboritate Apoftolica tenore
pr.rfentium facultatem concedimus decernentes defuper per quofeum-
que quacumque audboritate praeditos moleftari , impedin, aut pertur-
bari non poife contrarijs quibufcumquc non obftantibus. Datum &c.
Breve do Papa Gregorio XIII. pe/o qual approva todas as gragas

’ ' '
'
concetuJas por elle , ou por o Papa Pio V. a Senhora D. Ca>
• tharina , eJiias filhas^ e a Diiqiieza D. Joanna de Men-
doga. Original ,
que ejld no Cartorio da Caja
donde o copdey.

Nutn. II 1.
I
\ Iledba in Chrifto filiae falutem ,
apoftolicam benedidbioiicm.
An. 1575. Cum alias recordationis Pius Papa Quintus Praedeceffor
felicis
'
nofter , ac nos etiam vobis licentiam ingrediendi Monafteria fub certis
modis, &formis concefferimus ; &
deinde ex rationabilibus caufis per
noftras literas quafeunaue licentias hujufmodi quibufvis perfonis cujuf-
cunque dignitatis ,
nobilitatis ,
gradus , ordinis ,
, ftatus conditio- &
nis per Romanos Pontificcs pra'dcceffores noftros , nos quoque quo- &
modolibet conceffas , res’oeaverimus. Nos vos fpecialis gratite favo-
re profequi volentes , precibus pro parte veftra nobis fuper hoc hu-
militer
X- Digitized by GoogI(
1,
da Cafa lâl ôrtuguesâ. .

j >7
militer porreftis inclinati ;
vobis quod non obftante revocationc hu-
jufmodi , Monaftcria monialiuin ut praefertur ingrcdi , juxta concedio-
ncs vobis tam per didum Pium prxdecefTorem , quam per nos faftas
libere , & licite valeatis , auftoritate anoftolica tenore prsefcntium li-
centiam concedimus , &
facultatem. Non obflantibus pncmillis , ac
conftinitionibus , &ordinationibus apoflolicis necnon omnibus illis^
qu* alias conceflum fuit non obftare ; cscterisque contrarijs quibufcun*
que. Datum Romac apud Sandlum Petrum fub annulo Pilcatorls die
xij Dcccmbris M. D. Ixxv. Pontificatus Noftri Anno quarto.
Catfar Qoricrius.
Sobrefcito.
DiledHs in Chrido Hliabus nobilibus mulieribus Ifabella; olim

Eduardi Portugalliac Infantis relifhe , &
Catherinje ejus nata: DucHTa:
Braganti.x , & ipfius Catherine bliabus , necnon Joanna: quondam Ja-
mctis Bragantiae Ducis etiam relidx.
Breve do Papa Pto V. jrorque concede 'a Infanta Dona Jfuhef e a

Dugueza de Braganqa D. J canna dc M
endoga , gue amhas , ou
cada huma deltas , com huma criada , pgfao entrar no M g/ieiro
das Chagas de V iUa-Vigofa ^ tantas guantas vezes guizerem ^ e

comer, edormir. Original ejld noCartorio daCtâ de Braganga.
PIUS PAPA V.
D llcfhe in Chrifto fili* nobiles mulieres falutem , &

apoflolicam aj
benedidlionem. Exigit veftra: eximia: fidei , ac devotionis fince-^^™’ • *
ritas , quam ad nos, &
Sanflam Romanam Ecclcfiam gercre conipro-
• r
An. 1571.
„
bamini , necnon fanguinis vellri nobilitas , &
grandeva atatum vcllra-
rum aetas , ut petitionibus veftris fpiritualem aniniarum veftrarum con-
folationem concerncntibus benignc annuamus , eafque lavoribus profe-
juamur opportunis. Exponi lane nobis nuper feciftis quod vos qua:
Sexageliroum sctatis veftra: annum exccditis cuperitis pro veBra Ipiritua-
li confqlatione aliquando monafterium moniafium Plagarum oppidi de
Villa- Vitiofa Elborenfis Diocelis Ordinis Sanflac Clara: de Obfer%antia
quod ut accepimus per progenitores veftros conftruflum a vobis etiam
turn eleemolinis, turn alijs ncceflarijs rebus pia[charifatc haclenus fiif-
tentatum fuit , & in quo vos Alias , fororcs , neptes , feu alias ct>a-
fanguineas nioniales refpeilive haberi alferitls ingredi inibique perno-
^lare. Nos defiderio huic vcllro quod ex finccra devotione prodirc
confpicimus paterne annuere volentes , vos , & veftrum quamlibet a
quibulVis excommunicationis , fufpenfionis , &
interdidVi , aliisque cc-
clciiafticis fententijs
,
cenfuris , & poenis a jure , vel abhomine quavis
I’om. iv. Aaa ii occa-
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3 7* do Uv. VI, da Hlfloria (ênealogica
occofione vel caufa latis fiquibus quomodolibct innodatac eftis ad elFe-

,
ftum praEi'entium duntaxat confcquendum harutn fcrie abfolventcs , &
abfolutas fore ccnfcntcs veftris in hac parte fupplicationibus incHnati,
vobis ut cum una honefta muliere , feu ancilla veftra honefto , gra- &
vi habicu induta Moiiafterium prsedifbum quotiefeunque vobis videbi-
tur delicentia illius AbbatilTae , &ibi prxfidcntis ingredi inibique cor-
poralem refeftioncm fumere , &
etiam pcrnodlare libere licite va-
,
&
Icatis , &quxlibct veftruin valcat abfque alicujus.cenfurac , vel poenx
incurfu perpnefentes licentiam , &facultatem concedimus paritcr , &
indulgemus. Non obllantibus conditutionibus , &
ordinationibus apof-
tolicis five linodalibus , ac Monafterij , &
ordinis praediftorum jura-
mento confirmatione apodolica , vel quavis firmitate alia roboratis
datutis , &confuetudinibus exterisque contrarijs quibufcunqiie. Da-
tum Romx ûd Sanihim Petrum Annulo Pifeatoris. Die VIIJ.
I'ub
Januarij. AL D. LXXI. Pontifleatus Nodri Anno quinto.
CcGir Glorierius.
Sobreferito.
DiledHs in Chrido dliabus Nobilibus mulieribus Elifabeth Portu-

gallix Infant! , & Johannx de Mendozza Bragantix Ducilfx Vidux.
Breve do Papa Gregorio XHI. pnrque concedeo aSenhora Dona

Catharina , Diiqueza de Braganqa ,
para feus filhos varoens , a
mefma graqa ,
que por oiitro the tinha concedido ja ,
para poder
ejlar nas Capeltas mores de quaefquer Igrejas e oavir em os Ca- ,
ros dos Religiq/bs os Divinos Oêics , comJuas filhas. Ejid no

*Areliivo da Caja.
I4 um. 213* TNIledbc in Chrido filix nobili mulieri Catherinx Ducidx Bragan-
An. 1574. I-/ tix Gregorius Papa Decimus tertius. Dilcdla in Chrido filia fa-
' lutem &apouolicam bencdidlionem. Eximix tux devotionis finceritM
cum generis fplendore conjundVa fuo quad Jure exigit ut votis tuis
libenter annuamus. Nuper dquidem per quafdam alias nodras literas
fub die vigefima quinta Novembris anni Domini IJ73 emanatas inter
alia tibi ac filiabus tuis in Choris monialium maioribus Capellis &
quaruncunque ecclcfiarum divina officia audiendi illisquc interellendi
licentbm &• facultatem concedimus prout in didVis literis plcnius con-
tinctur. Nunc autem ut circa filios tuos mafculos non minorem gra-
tiam reportes didlarum literarum tenorem prxfentibus pro exprelTo
habentes tuis in hac parte fupplicationibus inclinati eifdcm filijs tuis
mafeulis ut in eifdcm maioribus capellis quaruncunque Ecclefiarum &
choris monachorum &
fratrum divina oincia audire illisque interede
libere &licite &
abfque confeientix fcrupulo valcant cuilibet co- &
rum valeat apodolica audioritate tcnorc prxfcntium licentiam conce-
dimus
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j
da Cafa %eal Tortuguesâ,
Hi
dimus & facultatem non obftantibus quibufvis conditutiOnibus & ordi-
natiniiibus apoftoIici<! ac quorumlibet nionafterioruin & ordinum etiam
juramento confirinatione apoftolica vel quavis flrmitate alia roboratis
ftatutis & conCuctudiiiibus Privilegijs quoque indultis & litcris apodo-
lids ipds monaderijs & ordinibus aceorum fuperioribus quomodolibet
concedis approbatis & innovatis. Quibus omnibus eorum tenorcs prsc-
fentibus pro cxpreflis habcndas ilUs alias in fuo robore permanfuris hac
vice dumtaxat ad cHFedVum pnefentium fpecialiter &
exprefle deroga-
mus csetcrisque contrarijs quibufcunque. Datum Romx apud Sandium
Petrum fub annulo Pifcatoris die xviij Novembris anni 1574. Pontifi-
catus nodri anno ter do.
Cacfar Qorierius.
"Licenga do Senhor D. Alexandre» GeraJ , para aSenho-

Inquifidor
ra P. Catharina, Duque de Braganqa 1 e 0 Senhor D. Du-
e0
arte , e 0 Senhor Dorn Fitippe , poderem ler todos os U-
vros prohihidos no Catalogo dejles Beynos. EJia
no Archivo da Cafa.
D Oni Alexandre Inquiddor geral em edes Reinos eSenhorios

Portugal , &c. Polla prefente damos liccnâ a Scnhora Dona Ca-
tcrina eao Duque e ao Senhor Dom Duarte e ao Senhor Dom Pheli- An.
9 t
2 a
1^.
160^.
pe pera que polfa6 ter e ler todos os livros. que fain prohibidos pello
cathologo dcde Rejno ; e affi os podcrab ouvir de qualquer pcflba
pcrque osmandarem ler. Scripta cm Lisboa aosdofe uejunho oeMil
leii'ccntos e trcs. Bartholomeu Fernandes a fez.
DOM ALEXANDRE.
Da mcfma licenga pode ufar a Senhora Duquefa. Em Evora a
10 deSetembro de6o;.
DOM ALEXANDRE ARCEBISPO.
Marcos Teixcira.
Rol de algumas ReSquias da Cafa de Braganqa. Parece ferem da

Senhora D. Catharina. Efid no Archivo da dita Cafa.
H Uma caixa em que eda hum

grande pedaflb de cabeâ de
^ta Margarida Virgcm , c Mar-
dr; emburlhada
Outra caixmba emque
Reliquias feguintes.
Rev de Inglatcrra.
eJlaS
^
*»
2 t
I e
5
em hum tati’e- S. Duarte

ta carmefim. Eda caixa vae me- Dos dcz mil Martircs.
tida tambem em a caixa grande S. Leotim hum dos 72 Difdpulos
do mcfmo num. 3. dc Chrido.
S. Grc-
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,
3 *74 ^rovat do IJv. VL da Hijloria (jenealogica

S. Grôrio Papa. Huma caixa branca comprida ,
e
S. Hicronimo. (niada , em que ejla6 as Re/i-
S. Bonifacio ,
outra. quias feguintes.
S. SebaBia6.
S. Bacho. Em huma caixinha ,
que tern no
Hum offo de S. Vicente ,
e outro ftindo cda letra M. Pedra das
de S. Pantalca6. taboas de Moylcs.
S. Scbadiab.
Huma caixinha branca ,
e nella S. Reno.
as Reliquias feguintes, S. Mattheus Apodolo.
Da Alva de S. Segundo.
Santo Antonio, outra. S. Clemente Martir.
S.Clemente. S. Marcos , Difcipulo de Chrido.
S.Pedro. Letra de S. Bernardino.
S. Pedro Martir. S. Gcorgio.
S. Chriftova6. S. Sebadiab ,
com huma Carta do
Santa Natalia. MarichaL
S. Duarte. S. Clemente Martir.
S. Tiburcio.
S. Feliciano. Huma caixinha ,
que tern ejla /e-
S. Gratus. tra A, e nella as Reliquias
S. Cypriano Martir. feguintes.
S. Bernabe.
Santo Ambrozio. Habito de S. Francifco.
S. Lea6. Santa Barbora.
Santa Maria Egipciaca. S.Torquato Martir ,
com a Carta
Santa Julliana. do Arciprcde de Guimaracns.
Santa Elena Mai do Emperador
Condantino. Outra caixa ,
que tern efla letra
S. Roque. B , e dentro as Reliquias fe-
S. Gon 9alo de Amarantc, guintes.
S. Severino.
Santa Dorothea. Hum vidro com oleo de S. Nico-
Santa Urfula. lao.
S. Gregorio Martir. Outro vidro com olco, que cor-
Dos Innocentcs. re do fepulchro de Santa Cathe-
S. Nicolao. rina.
S. Segifmundo. Outro vidro com pos dos oflbs de
S. Pancracio. S. Bernardo.
S. Vittal. Omro vidro compos de oflbs de
S. Adialbcrto. Santos.
S. Luis Rey de Franca. Reliquias da Rainha Santa Tfabel
Santo Acacio. que mandou o Bifpo dc Coim-
Santa Anadazia. bra , e papeis dedo , com huma
Des Martyrcs de Ccita. fita vermelha.
S. Alagno. Hum papcl , comvarios oflbs dc
Santa Judina. Santos, que deu a Sua Alteza o
Santa )linc Martir. Padre Fr. Sebadiab de Faro.
Hum
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da Cafa %eal T^6rtuguesâ,
jyj
Hum ct)frede veludo carmcfm pe- S. Bras.
queno , cbaâdo parfora , em Santiago.
0 qual eJlaS as Reliquias Santo Anta6.
feguintes.
Em outro papet ,
quo Ji\Reliquias de
Em hum pspel. i. D. Rodrigo. 4.
S. Nicolao. Santa Marla Egipciaca , outra.

Dacinta da Magdalena. Sa6 Mauricio.
S. Mattheus. Santa Cezilia , outra.
Santa Marcella. Santa Urfula , outra.
Santo Hilario. Santa Maria Madalcna.
Santo Ambrozio. Santo Andre Apoftolo , outra.
Habito de S. Vicente ConfelTor. S. Joa& Chrifoftomo.
S. Fr. Diogo. S. Cofme , e S. Damiad.
S. Lifarte. Dos Santos Martires
S. Bras. S. Mauricio.
S. Nicolao.
Das onze mil Virgens.
Em outro papet.
S. Bernardo. Do Capcllo de S. Francifeo.

S. Lea6 Papa ,
outra.
S. Vicente. Huma caixa redonda ,
forrada par
Santo Alberto. dentro , e par fora de urfeta bron-
Rainha Santa. co ^ e carmejim , em que ejia5
S. Maximo. as Reliquias Jegutntes.
S. Svlveftre.
Dc nuni Martyr de Marrocos. Hum panel de Relliquias , que fe
S.Martinho Papa , e Martyr. tirarao da Igrcia Mayor de Ou-
Da Caza de S. Maria Magdalena. rem ; as quaes dcu o Marques de
Sa6 Senen. Vallenâ ûella Igreja.
Outro papel em que efta Leite de
Em outro papti. 2.
N. Sennora em p6 , o qual dcu
Dos 162 Martires. tambem o mefmo Marques dc
S. Jacobo. Vallenja.
S. Paulo Apoftolo.
S. Martinho Papa. Huma caixa redonda branca nao
, em que eJiaS as Reli-
grande
quias feguintes , tern por fora
S. Chrifanto , c Daria. bum pano vermelbo , e bua
S. Duarte. fita carmefm.
S. Toa6 BautiBa , outra.
S. Mattheus Apoftolo
, e
Evange- Do lugar donde Pilatos diffe Ecce
lifta. Homo.
Em outro papel. Da Caza onde o Anjo deu a em>
j.
baixada aSenhora.
S. Lourenô. Do Cenaculo ,
onde fez
S. Clemente. a ultima C^.
S. Duarte. Do Monte Sinai.
Cappa de Sao Domingos. Do Monte Calvario.
Hua
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37^ SProwx doUv.VI. daHiflorta ênealogica
Hda nedra onde dormio S. Pedro com feu frontifpicio , no meyo
no norto. tern hum jlynus Dei , e a roda
Pedra de Santa Eiria. uatro Relliquias, afl'entado tu-
Da porta Aurca. 3o fobre cetim carmefim , com
Do Monte Calvario , outra. varias pedras grandcs , metido
Do Prefepio , outra. em hum nicho de pdo com fuas
Outra doScpulchro. portas pintadas.
Hum cofre develludo carmezim.
Huma caixa pintado atada com e dentro nelle quantidade de ol-
huma fita , em que ejiao as fos. deS. Zenon Martir , cin-
Reliquias feguirttes. brulhado em hum papel , e por
fora com taft'etd carmezim.
Terra onde Chrifto orou no horto.
Pedra do lugar em que Chrifto foi Hum cofre de veludo carmezim com
cmball'amado. pajfamane, e preâria de ouro ,
Pedra de Belem. tem as Reltqmas feguhites.
Pedra de Nazareth , onde Chrifto
encarnou. Hum olTo grande de S. Lucio Pa-
Do Santo Sepulchro. )a ,
e Martir , em hum papel
Do Martir Sao Gyriao. facrado ,
com as Armas de Dom
Do lugar onde Chrifto fobio aos Jofeph de Mello , que o deo a
Ceos ,
outra. Sua Excellencia , e outra Relli-
Santo Antonio. quia do mefmo Santo em huma
Da pedra em que Chrifto eftevc caixinha redoiida muito peque*
ouando refufeitou a Lazaro. na.
Columna flagcllationis. Hum oftb maes pequeno , que o
Couro de S. Bertholameu. de fima de S. Nacario Martir.
Do Monte Calvario ,
outra. •
Hum oftb grande deS. PoUiceno
Sa6 Mangos. Martir.
Hum papel com varias Relliquias, Hum oftb grande de Sa& Parienio
que dcu o Padre Manoel da Col- Martir.
ta da Companhia de Jefus. •
Dous oftbs grandes da cabefta de
Dosfinquo Martircs deMarrocos. Santa Tarcija.
Porta Aurea. Hum olfo de S. Martinho.
Hum Dente dos Doze Martires. S. Lourenô Martir.
Hum cofre de prata , que deu o Santo Anaftazio.
Collcitor Joao Baptifta Pa . . , S.Bernabe Apoftollo.
com muitos oflbs de Sa6 .... Cabellos de Santa Maria Madalena.
Martir mettido em hum cofre S. Theodozio Martir.
a . . .forrado por dentro de
. Santa Catherina de Sena que deu
cetim carmefim. Efta metida em Fr. Elizeu de Portugal.
outra de pao de pinho. Da Coluna de Chrifto.
Hua de Sa6 I-ucio
Cabefl'a intcira Hum papel de Relliquias, que dcu
Alartir Difcipulo de Chrifto
,
o Iftante D. Luis a Ift’antc Dona
nolfo Senhor . metida em huma Ifabel.
caixa de pao oranco , com hum Hua pominha de ouro ,
com oflbs
taft'etd pardo. de Santos para fazer agua para
Hum retavolo de pao dourado os dentes.
Do
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,, ;
da Cafa Tôrtuguesâ.
377
Dohabito deSa& Joa& deSagum. Em buma caixa qtiadrada de vela-
Hum papel dc RcHiquias , quc do cramezim , forrada por den-
trouxc de Roma o Padre Pedro tro de cetim cramezim , com paf-
da A(Tonfcca da Companhia. famano de ouro , e pregaria dou-
rada ejlao as Relii/uias Jeguin-
Emhuma caixa branca compriJa^ tes , que forao de Dom yofepb
que ternna lappa efte n. i. ejlao de Mello , Arcebijpo de Evora.
as Reiiquias feguintes.
S. BafllidisMartir.
Hum o(To de S. Braz , que man- Santa Babbina Virgem ,
e Martir.
dou o Bifpo de Civita Ducalc S. Valerio Martir.
eatrouxe Fernando deCailro; S. Juftino Martir.
com ella efta a fua aprovaâd. Tres pedaflbs de dentes dc Santa
Terra de Sa& Joa6 de Saagum. InesVirgem , e Martir.
Hum oiFo de S. Sebadiao Alartir, S. Mario Martir varios oflbs.
que mandou Fr. Elizeo. S. Nazario Martir.
Hum oflb dcS. Bento, quc pare- Santa Bencdiida Martir.
ce da ma6 ; com fua aprovajao Sa& Fortunato Martir.
junta a die. Sa& Firmo Martir.
Duas Relliquias dos Santos Reys Sa6 Dario Martir.
Magos hu.1 dellas da CabefTa de Santa Daria Martir.
Galpar , a outra de hum dos di- S. Vicente Martir.
tos Santos Reys ; a qual man- Santo Euftachio Martir.
dou o Senhor D. Alexandre a S. Braz Martir.
feu Irma& o Duque D. Theo- S. Theodulo Martir.
dozio II. S. Quirino Martir.
Hum oflb de Santa Concordia Vir- S- Iherdulo Martir.
gem ,
e Martir. S. Lucio Papa ,
e Martir.
Hum oflb de Santo ApoUonio Mar- S. Zeno Martir.
tir. S. Lucio Papa e Martir.
,
Hum oflb de Santa Anaftazia Vir- Santa Aprila Martir.
gem , e Martir. Santo Flilario Martir.
Hum olfo de Santa Daria Virgem,
e Martir. Huma caixa branca redonda , que
Hum o.To dc Sa6 Zacarias Papa tern ejle n. 2 . e nelle as Reii-
e Martir. quias feguintes.
Hum oflb de Santa Hylaria Vir-
gem , e Martir. Do lugar onde Chrifto orou no
Hum oflb de Santa Rufina Vir- Horto , c fuou fangue.
gem , e Martir. Outra do mefmo. T yw.rr. vmSen.
Santo Evcncio Martir. Outra do mefmo. > /•«-
Sa6 Longuinho Martir. Outra do mefmo: b

Saft Feliciflimo Martir. Huma Rclliquia da Cafa deS. Jo-
Sa6 Gaudencio Martir. feph ,
com efte titulo
Santo Antonino Martir. Dd Dmo Sauili Jofiph ,
//A/ AtigeHus
dixit y
fitge in Egipt-
Do Monte Calvario ;
outra do
mefmo.
Tom. IV. Bbb De
3?8 Trovas do Ltv, VL da HiHorta ênealogtca
Dc luto Jordanis ; outra. S. Marcos Martir.
Pcdra do Rio Jordao. Santa Bcatris Virgem , e Martir.
I luma pcqucna de taboa em que S. Germao Martir.
Chiifto noflb Senhor celebrou S. Marcello Papa , c Martir.
a Cca. Santa Candida Virgem , e Mar-
Do Scpulcliro dc S. Pedro Apof- tir.
tolo. Oiitras do mcfmo. Santo Agatho Martir.

Do Scpulcliro dc Santa Catherina S. Fauftino Martir.
outra da mcfina ; outra daCo- S. Paulo Apoftollo.
lumna dc Santa Catherina. Hua caixinna atada com hua fita
Da fcpultura dc Nofl*a Senhora vcrmelha , a qual tern dentro
outra do mcfmo. duas bol(jas cheas de Relliquias,
Da terra , dc que Deos formou que trazia comfigo o Senhor D.
Adam , feita em duas contjnhas. Alexandre Arccbifpo de Evora,
Do cfcabcllo em que ,
eftava6 fen- na6 fe aftentou cada huma por
tados os Apollolos , quando li
j
por ferem muitas , e muito
Chrifto Ihes lavou os pcs. meudas.
Pcdra onde S. Joao dizia AlilTa.
Do fcûlchro dc Chrillo Senhor Hum faquinbo de fetim bronco la-
nolle
; do mcfmo.
outras irado de vermeiho ,
e nelle as
Pcdra do Dezerto cm que Chrifto Reliquias feguintes.
jejumou.
Da Santa Porta Aurca. Camiza dc N. Senhor Jefu Chrif-
Dous fios do veftido de nolTo Se- to.
nhor
,
metidos em hua pequini- Hum fio do pano , que noftb Se-
na defeda vcrdc. nhor teve na Cruz.
Pao do Berô dc Chrifto noftb Se- Hum fio da veftidura de Chrifto
nhor ; outra do mcfmo. noftb Senhor.
Sa6 Nicolao. Cabello da barba de noftb Senhor
Da Camiza ,
com que foi achada Jefu Chrifto.
nofta Senhora dc Guadalupe. Da Sponja em erne fe dcu o fcl , e
Das onze mil Virgens. vinagre anolTo Senhor.
Da palma que fe colheo quando Da Cana de Chrifto Senhor noftb.
Chrifto noftb Senhor entrou em Outra do metino.
Hierufalcm dia de Ramos. Do tronco da Coroa de fpinhos.
Pcdra de Nofta Senhora do Monte Da Purpura que veftirao a Chiif-
,
da Graga. to.
Santa Bcnedi<fta Virgem* ; e Alar- Da Columna cm que aftbutarao a
tir. Chrifto.
S. Rcfpicio Martin Do Veo dc nofta Senhora.
S. Pio Papa , e Martir. Da Corda com que foi atado nof-
Santa Lucilla Virgem , c Martir. fo Senhor.
S. Cornellio Martir. Do Santo Sudario.
S. Bonifacio Martir. Da Colunna em que efteve fenta-
Santo Apollinar Mart. do Noftb Senhor quando o co-
S. Piothario Martir. roarao defpinhos.
S. Xifto Martir. Do ber^-o do iUenino jefus.
S. Dionifto JMartir. Da bcatilha de Nolfa Senhera.
. Dos
da Cafa Kfiol Tôrtuûi>sâ. ii9
Dos Corporacs, que Ian 9 ara 6 fan- Santa Maria Madaicna.
gue. Do Coiro que trazia Sa 6 Joao dc
Macs duas Relliquias do mefmo Saagum aebabto doHabito.
em dous papeis apartados. Sa 6 Lourenô.
Da Camizinha do Mcnino Jefus. Santa Julliana.
Hum Cabello da Virgem Nofla Se- Sa 6 Pedro.
nhora. Sa 6 Lea 6 Papa.
DoVeftido de Nofla Sehora. Santa Natalia.
Santa Anna.
Na mejma caixa n. 2. Sa 6 Pancracio.
Do dedo dc hum dos Innocentes.
Sa 6 Valerio Martir. Santo Thomas Cantuarienfe,
Sa 6 Nazario Maitir. Santa Anailazia.
Sa 6 Firmo Martir. Sa& Jorge.
Santa Catherina Virgem, e Mardr. Oleo da fepultura de S. Nicolao.
Sanu Benedifta Mardr. Santa Ines.
Santo Eullachio Mardr. Sa 6 Sebaldao.
Sa 6 Cherdulo Mardr. Habito de Santa Clara.
Santa Balbina Virgem , c Martir. Oflb dc Santa SaluAia.
Sa 6 Quirino Martir. Dente deSad Gerea6 .
Trcs Dentes dc Santa Ines Virgem, Sa 6 Juftino.

e Martir. Sa 6 Maximo , e Sa 6 Veriflimo.
Sao Bafliidis Martir. Sa 6 Lourenô , outra.
Sa 6 Mario Mardr. Sa 6 Gregorio.
Sa 6 Dario Martir. Sa 6 Donato.
Sa 6 Mauricio Martir. Habito deSa 6 Franedfeo.
Sa 6 Judas Thadcu Apoftolo. Santo Anta&.
Santa Urfula Virgem, e Martir. Dos Santos dez mil Crucificados.
Santa Barbora Virgem , c Martir. Camiza de Santa Maria hlagdalc-
Sa 6 Longuinhus Martir. na.
Sa& Chriftova 6 . Sa 6 Joa 6 .
Sa 6 Gregorio Papa. Santa Petronilla.

Santa Lu;da. Sa 6 Bernardo.
DaDalmatica de Santo Efleva 6 . Sa& Pedro Martir.
Santo Thomas Cantuarienfe. Sa 6 Pedro.
Corda de Sa& Francifeo. Sa 6 Sabino.
Sa 6 Gregorio Mardr. Dos Innocentes.
Sa 6 Bras Martir. Sao Hieronymo.
Hum papel y edentro nelle Reliquias ,

com ejle letreiro ,
Dos muitos Martires.
S. Paulo. En Cacmetcrio Calixti.

S. Paftor. En Cjcmeterio Calixti.
S. Pedro. En Cameterio Calixti.
Santo Abundancio. En Cameterio Calixti.
Sao Bafilio. En Cameterio Calixti.
Tom. I V. Bbb ii Sa 6
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i%0 ^rovas doUv.FL da Hljioria (jenealogtca
Sa6 Felix. En Ca;meterio Calixti.
Sao Floris. En Caemeterio Calixti.
. . Sao Jorge. En Cajmeterio Calixti.
Santo Armenio. EnCajmeterio Calixti.
Sao Vitto. EnCjemeterio Calixti.
Sao Sempronio. En Cameterio Calixti.
Santo Alexandre. En Carmeteiio Calixti.
Httma caixa branca redotida com Do Cinto com que fe atava o Me-
ejle n. 3 na fiippa , ûe tern
.
nino Jefu.
as Reliquias fegutntes. Santo Ignacio. ,
Came dc S. Pedro e de Sa6 Mar-
Huma wixinha pintada com eftas cos Evangelilla.
,
Relliquias. Sao Matheus Evangelilla.

Sao Senen. Santa Ludomilla Martir may de
Sao Jorge. Sao Vincislao Rey de Bocmia.
Santa Brigida. Terra de Santa Clara.
Santa Agueda. Pedra do monte Calvario.
Sao Gervazio. Dos 46 Pontifices Martires.
Santa Pctronilla. Sao P'rej Diogo.
Sao Valeriano. DosReis.
. Santos Martires de Marrocos.
• K Iluma Rciliquia denolTa Senhora
Santa Marcella. metida em hda caxjta de pao.
Sao Mario.
Sao Jacobo. Hum papel que tern as Reliquias
S. Bcrtholameu. feguintes.
Dos dez mil Martires.
Sao Ruftico. Cabellos de Santa Maria MadaJena.
Santa Praxedes. Cabellos de Santa Clara.
Sao Bernardo. Outro do mefmo, outro do mefrao.
Sa6 Jufto , e Pallor. Cabellos de S. Francifeo.
Sao Domicio Papa.
Sao Alarcinho Papa. Outro papel que tern as Reliquias
Dos 262 Martires. •
jeguimes,
Sa6 Felicio.
Sao Paulo Apollolo. Santa Marinha.
Sao Nazario. Da Porta Aurea.
Pedro , e S. Marcos. Santa Margarida.
Sa& Bcrtholameu. Santa Anna.
Saiita Luzia.
Hama caixa que tern as Reli- Das onze mil Virgens , outra das
quias feguintes. melmas. ;
Santa Julliana.
Santo Innocencio Martin Santa Ines.
Dos panqs em que noflb Redcnip- Da Vellidura de S. Paulo.
tor fbi envolto em o berô. Santa Alarcella.
Fita com que. lb atava o Aicnino San.ta Margarida.
Jefus. Santa Natalia.
Outro
da Cafa "Real Tortuguesâ, 381
Outro papel cm ntte ejlao as Reli- Sa6 Severino , c Santa Apollonia.
qutas feguhites. Sa& Leontim.
Sao Juftino.
Corda de S. Francifco. Dos Innocentcs.
Habito dc S.into Antonio. Santa Sabina.
Habito de Sao Francifco. Dos dez mil Martires.
Habito dcSao Domingos, Santa Petronilla , outra do mef*
Habito de Sao Luis frade menor. mo.
Habito de S. Bernardino. Santo Hillario Doutor.
Dalmatica de Santo Efteva&. Santo Efteva6.
Habito deS. Frej Diogo. Sao Theodoro Martir.
Habito de Sao Vicente. Sao Mauricio, outra domefmo.
Sendai , com que Sa6 Francifco Sao Guilherme.
alimpava os olhos. Da CabeHa de Santa Eboriana y
Vellimenta de Santo Agoftinho. . que eft.i emFaro.
Santa Jullianna.
Outro papel ^ edevtro bum faqui^ Santa Natallia , outra da mefma.
nho de tafeta verinelho , e nel- Santa Agueda.
le as Reliquias feguintes. Sa6 Certulim.
Santo Acacio , outra do mefmo.
Sa6 Sebaftia6. Porta Aurea.
Habito deSao Francifco. Sao Lucas.
Pedra do Monte Olivete. Santa Urfula. ;
Dos dez mil Martiros. Sa6 Lourenô Mendcs.

Colunna onde Chrillo foi alTouta- Santa Dorothea.
do. Santa Luzia.
De Sa6 Frej Diogo. Sao Gratus Bifpo deAugufta.
Sao Joao Baptifl^ Sab Bertholameu.
Santa Emerenciana.
Outro papel ,
que tern por titulo Da Came de Sao L.ourengo.
Martires , e dentro as Reli-' Htia caixa de pao branco , em que
quias feguitrtes. efta o Corpo de Sab Triphon
Martir.
Sao Sebaftiao. Huma caixa de couro preto com
Alanto de Santa Catherina de Sen- duas Relliquias do pao do Pre-
na. fepio deChrifto nolTo Senhor,
Sao Duarte. em o proprio algodab , em que
Santa Marcella. eftab em Roma. Mandou-a o aP-
Olfo de Sao Nicollao de Tollen- fiftente da Companhia dejel'us
tino. pello Padre Pedro de Novaes da
Santa Jullianna. mefma Companhia ,
e eftab ap-
Martires deMarrocos. provadas pello Ordinario.
Carta
382 ^rovas do Liv. FI. da Hiporia ênealogtca
Carta Original da tnai da Senhora Infanta D. Maria para a Si-

nhora D. Catbarina , <jue efd no Cartorio da Caja de Bra-
ganâ no maqo das Cartas mifftvas , donde a ccpiey.
SENHORA SOBRINHA.
Num. 2.I.S,* QO
kJ
3 prefa com que rcfpondo a efta fua Carta me fara na 6 dizer tan-
to nela quanto queria , e ficar cu tambem tS aguaftada do que me
efereve dc fuama acfpofi^'a& e de I'aber que fe vem chamar Francifeo
Vaz ,
e a Comadre com tanta prefa oue me atormentou muito efpero
em nofo Senhor que quando dies cneguarem eftara ja tambem que
na 6 ferao necefarios , e que efta nova me vira , e loguo a mandarei fa-
bcr. Quanto ao que me Senhora diz dos Criados dc meo fobrinho o
Senhor D. Duarte que Deos tern ho que defejei fempre dc fazer em
fua vida fare! aguora co a mefma vontadc , e amor , e macs entendo
que Ihc dou a cila niftb algum contentamento polo que folguara dc
eftar de mancira que cu lo pcdcra cumprir todas fuas hobriguaco&
e todalas a minha comta que ningu^ com mais guoftos , e vontadc o
ouvera de fazer , e ainda que eftou com muitas hobrigua5oCs na 6 me
eftorvarab fazer ifto que me pede ho rol dos moôs da Camara me po-
de mandar acrcccntados que levcm moradia ateguora os na6 tive por*
que fegui nifto a Rainha minha fenhora que os nao tern por ifTo os
que tomo he para fua honrra fern moradia , e fern me virem fen’ir
porque va6 a cm que mas por ella Senhora fe quifer , c llic parccer re-
zao quebrarei leis , e quebrarei tudo porque nao defejo macs que con-
tentala , e fervila a quern nofo Senhor guarde como cu defejo \ix. dc
Marô.
Sua Tia
A IFFANTE D. MARIA.
Sobrefeito.
. A Senhora D. Catharina minha Sobrinha.
Carta delRey de Marrocos para a Senhora O. Catharina. Acheya

no Cartorio da Seren'tffma Cafa de Braganqa , donde a coptey.
Diz que efereve ao Duque , que Ibe compre hum diamante , em
que Ihefallou 0 Embaixador D. Francifeo da Coja ,
do valor dc
cem mil ducados ati mventa,
217. I^N nombre dcDios piadofo y mifericordiofo ,

del fiervo dc Dios
An ic 8 a " jl/ poderofo Califa Aby ababas el profpero fer dc los fielcs de
el
'
Dios, hijo Senor de los ficlcs dcDios, y defenfor d^c la ley Aly
del
abonla niahamed a Xcque almatid y otto fy hijo del Senor de los fic-
lcs
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;
da Cafa lêal Tortugu€2â. 383

Ics dcDios Aly Abdila el quc felevanto por mandado dcDios clXa-
rife alhaccny cnxalfe Dios con profpcridad fu eftado y favorcfa fus
cxercitos y quedc del nombrc y fama y lea tan dichofo en cl otro mun*
do como lo cs con ayuda dc Dios.
A
la muy excelente y el'clarecida Senora la que procede de alta
progcnie Real de Revs , y de muy data profapia y generofo nacimen-
to generofil'yma y muy acatada , en grandefa y valor la Infante Dona
Catalina . defpucs de dar graciis a Dios por las mercedes y bcndicios
ue nos haze dddc quc amanece hafta que ono£Iefe con fu myfericor-
3 ia
, efta
os eferevimos Senora Cortc la muy alta , y donde efclarefe
elSol fobre nueftro eftado el profpero de Maruecos la bermeja la quc
Dios guardc y ampare y os hazemos faber , que el Enbaxador dc Por-
tugal Don Francifeo quc efta en efta Corte debaxo del amparo de nu-
eftras alas , y muy
llegado a nueftra Cafa nos dio relacion dc una pic-
dra muy que fedize diamante y nos cngrandccio tanto elfer
prcciofa
della que oy no que es cofa que no pertencce ft
fe allaria otra tal
, y
no para grandes Principcs y dixo que pedian por clla cem mil hafta
noventa mil ducados , y nos defeando de la aver pedimos nos la hiziefe
traer delante nos para que la viefe la gentc que la podian entendcr
para fe laber la bondad della , y parece quc no la quifieron traer por
la auturizar e ponerla en mayor eftima por lo que detriminamos de ef-
crevir al Duque vueftro hijo otra carta como efta , por la confianâ
que tenemos del grande amor que deve tencr a efta mifma Cafa Real,
para que por amor de nos quicra mandarla ver e concertar el prccio
della y mandarnosla con labrevedad pofivel porque nos feremos con-
tentos con lo quc cl hiziere , porque fabemos de cierto ade hazer en
ello lo que nos propios pudiermos hazer e que ade fer todo a nueftra
voluntad y afy Ic pido que concertandofe con fu duciio quede por el
iiador del prccio della , y el Enbaxador eferive como el queda por fia-
dor del prccio della , y como el tienc en fu poder hazienda nueftra
ondc fe puede pagar , que es lo que nos deve del refgate de los Cati-
vos que el efta obligado a nos lo pagar , y nos quedamos muy confia-
dos que el Duque nos hade hazer efto muy mejor de lo quc nos per-
tendeinos, y quc no ade confentir fenoslcve por clla mas defu jufto
precio y queremos que efto fehaga com brevedad , yque fe nos matt- „ Nota.
dc luego , hecha el mes dc ttdbeh fegundo aho de 99a. ^
lYsT”'
^jjento das Damns , e Criadas da Senhora Dona Catharina , que

era'6 , eforao da Duqueza mulher do Duque D. Theodofio I.
D Ona Catherina de Soutomayor prometera6-felhe aU dobras , eMiim 9

ja houve looU icis, dcvemfclhe 360U reis.
D. Izabcl da Cunlia mulher de Alvaro Tclles jU dobras houve
j
’
« M'
ja 180U reis, dcvemfclhe 180U reis.

Dona Izabcl dc Souza mulher de Joao Brandam jU dobras
paga.
D. Izabcl dc Mendoza mulher de Ayres Ferreira 3U dobras.
D. Iza-
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;
3»4 Trovas do Llv. VI. da Htfloria CJencaloyca

D. Izabel dc Souza muUier dc D. Joa6 dc Caftro jU dobras;
dCTcfclbc amctadc , pag.
D. Violantc de Tavora tcm fua tcnâ ,
mulher dc Fcrna6 da Cu-
nha houvc 3U dobras.
;
D. Francifca dc Soufa inulhcr de Chriftova& de Tavora 30U do-
bras dcvelblhc mctade pag.
;
D. Felipa Pinhcira inulhcr dc Ruy Dias dc S. Payo 3U dobras
dcvcfdhc mctadc pag.
D. Izabel de Caftro mulbcr dc Diogo Lopes dc Lima 2U pag.
Inez de Andrade 2U dobras ; devei’elhc mctadc.
Izabel Ferreira mulher dc Antonio Borges 500 dobras ; devem-
fclhe 30U reis , c outros tantos fe pagara6 a Francifeo Rodriguez de
Sacavcm , que parcce , que era feu herdciro.
Bcatris dc Sequeira cco dobras ; devemfellie.
D. Cecilia mulher dc Henrique de Figueiredo havia 3U dobras
houverao feus herdeiros metade ; devei'elhe o refto.
D. Maria Paclicca mulher de Henrique Pereira 3U pag.
D. Joanna Pereira mulher de Ruy Vas Pinto dcvcmlhe 3U dobras.
D. Helena mulher dc Fcrna& de Caftro 3U dobras. Cobrou me-
tade.
D. Margarida dc la Cerda mulher de Francifeo Pereira Coutinho
3U pag. c demais 1500 dobras pag.
D. Francifca Pereira mulher de
N. Porto Carreiro 3U
dobra.s.Comprou-as Job Queimado : devcmlelhe.
Catherina dc Moraes mulher de Nuno Lcitao 1500 dobras ; de-
vemfclhc 120U reis.
D. Brites dc Eâ lU dobras ; devcmfclhe 6cU reis. Sera paga
cm Barcellos.
D. Lconor dc Tovar lU dobras ; comprou-as Alvaro Carvalho
filho deVafeo Carvalho. Devemlhas.
Lconor de Moraes tinha 2jo dobras , e de moâ 3U ; devemfe-
Ihc. Deixou-a a Duqueza cncomcndada aElRcy.
D. Izabel deSoutomayor mulher deD. Diogo de Soufa lU do-
bras ; dcvcmfelhe 80U reis.
Genebra Pereira filha do Alcoforado mulher de Chriftova& da
Veiga lU dobras, pag.
D. Catlicrina Pinhcira 3U dobras ; devemfelhe.
Izabel dc Goes lU dobra.s.
D. Brifes da Silva 3U dobras.
Mofas da Camara.
Brizida da Nobrega 2U dobras ; cobrou lU.

Gracia Dias icoU reis que fe Ihe devem.
Izabel de Araujo 40U reis devemlhe 3U.
D. Maria Pereira em comprimento 30U reis.
A filha de Ayres Pinto , freira em Santa Clara ,
e ao Convento
U dobras.
Gracia
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Gracia Vcllia fllha de Joa6 Velho 20U rcis.

A Irmaa dcFr. Joao de Souza 30U rcis.
A Alma de Clara AfFonfo 12U reis.
A filha deLeonor Pereira poralvara 12U. reis.
D. Cecilia , ou feus hcrdeiros mil dobras muLher de Hcnrique de
Figueiredo.
Maria de Moraes 4U rcis.
Antonia Nogucira 30U reis.
Tercfa Alvares 8U reis.
Correa fobrinha de Meftre Henriquc 6IT reis.
Apolonia Lavandeira 2U reis.
Carvalha mil reis.
Maria dejefus Preta 4U reis.
D. Izabcl Pereira tinha padrao de 15’U reis de tcnâ delRey , c
de hum moyo de trigo cada anno.
Genebra Pereira mulher de Jorze de Lemos tein 2U dobras , as
quaes Ihccomprou Francifco Leitao.
Anna Vieira felhc dcvein 30U reis , mulher de Joanne Mendcs
paga.
D. Maria mulher de AfFonfo de Ataide mil dobras pag.
P'clipa Caldcira alvara de 20U reis de tenca , c por fua mortc a
fua filha D. Maria.
Izabel de Goes mil dobras teve tenja 8U que fc Ihe hande def-
contar defla quantia.
Brites de Moraes tern de tenâ 5U reis paga de 250 dobras que
forao de Brites deHorta.
Ines de Andrade mil dobras.
D. Maria da Cunlia teve 70U reis de tenâ depois da morte de
feu marido.
D. Conftanâ mulher de Di<ô de Sepulveda 2U dobras 5 ven-
dcu-as ao Alcoforado e efte a D. Garcia de Albuquerque.
,
D. Joanna da Silva mulher de Jorze Barreto 2U. dobras ; ven-
deu-as a D. Garcia.
D, Maria Pacheca mulher de Henrique Pereira mil dobras que
comprou a D. Conftanâ acima.
Dona Catherinha filha de Brites Pinheira tinha joo dobras quo
vendeu a Pedro Afl'onfo de Aguiar , c efte a D. Garcia.
iMayor Gomes mulher que foi de Francifco de Araujo’ vendeu a
tenâ de duas mil dobras a D. Garcia de Albuquerque.
Izabel Sacoto mulher do Alcoforado mil dobras que fao 40U rcis.
D. Brites deCoiito mulher de Alvaro Lobeira 30U dobras; dcu-
fclhe metade , devcfclhc ourra.
p. (iarcia de Albuquerque comprou y^co dobras , que importa6
900 rcis a varias Crialas da Duquefa de Braganâ pag.
Francifco Leitao comprou tenga a Genebra Pereira.
Lopo dcSoufa tinha 3U dobras.
Alvaro do Rego havia de ter 46U reis.
Pedro Alvares , e fua mulher.
Tom. IV. Ccc Joao
j8 ^ l^rovas do Uv. VI. da Hijloria (jenealoyca
Joa6 da Cofta , e fua molhcr.

Gomes Dias.
Moôs dos Efcudeiros da Senbora Duqucza ,

que o Duque Ihe ordenou.
Sebaftia& deNegreiros efcudeiro 30U rcis , houve ij emGon-

galo Machado do dinhciro dc Ruy de Sandc.
Joao Rodriguez , Efcudeiro havia de haver aoU reis houve ja
loU reis em Gonâlo Machado.
Francifco Lopes efcudeiro havia de haver loU reis.
Silvellre Gonsalves Porteiro 15U reis.
Gafpar Rodriguez Porteiro ijU reis.
Alvaro Dias houve em Lixboa na Dizima 15U reis.
Antonio Nogueira 3U. reis.
Miguel Nunes 7U500.
Francifco Nunes loU reis. ) *7^
Antonio Velho loU reis. {
Job Queimado 2500 dobras.
O Alcoforado tinha mil dobras cm cazamento , vcndeu-as a D.
Garcia ; tinha mais com fua mulher Izabel Sacoto outras mil dobras.
Diogo Serrau Alvarade 14U reis de tenâ em fua vida.
Criados que amefina Duqueza deixou recomendados.
A ELREY.
CapeUaens. Gonjalo Gomes.
Moôs da Camera. Figueiredo.

Gil Lopes.
Faria.
Calvos.
Chaves.
Ruy Pereira.
Valente.
Serra6.
Repofleiros, Francifco da Cofta.

Andre de Ban os.
Antonio Velho acrcccntado.
Porteiros. A Porteiro.
Moôs daCapeHa. Almeida.

Belchior.
Rafael.
Artul Criado.
Efcudeiros.
A RAI-
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da Cafa *âl Tortuûe^â, 387
A RAINHA.
Capdlaens. Pedro dc Almeida.
Moôs da Camera. Botclho.

Lconor de Moraes.
Efeudeiro. Gonâlo Machado.
AO PRINCIPE.
Repojleiro. Martira Alvarcs.
Porteiro, Francifeo Nunes.
AO DUQUE.
Capellao. Diogo dc Oliveira.
Mo(os da Camera. Queyros.

Rebello.
Repojleiros. Barbudo.
Sima6 Gonsalves.
Joa6 Pacheco.
Dotes prometidos pda mefma Senhora Dona Catharina.
D. Luiza de Cefpcdes filha dcD. Frandfco Cabilhos jU dobras

por feu cafamcnto.
Thereza da Ponte filha dc Alvaro da Ponte aU dobras.
D. Felipa Tavcira filha de Frandfco Lopes Tabeira 3U dobras.
D. Izabel de Soutomayor Lobeira filha dc Diogo da Cunha 4U
dobias por feu cazamento , e a mcrce de officio de juAi9a , c fazenda
pera quern com ella cazar.
A D. MonicaHenriques 4U dobras por feu cazamento , c mcrce
de fazenda, oujuftiâ para quern com ella cazar.
officio da
D. Catherina Coutinha filha de Alvaro Coutinho 4U dobras
por feu cazamento , c Alvara de officio para quern com ella cazar.
£ iflo fendo do nolTo goAo , e fc nad na6 levara naJa.
CATHERINA.
Tom. IV. Ccc ii
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388 ^rovas doUv.VI. daHifloria ênealogtca
Ti/iamento authentico da Senhora D. Catharina , muHier do Dtiijuc

de Brag an fa D. Joa'o /. Efla no Archivo da mejma C<ifa ,
donde otirey.
Ûm. 210. |L' M nome da Santiffima Trindade , Padre , Filho, e Efpirito Santo,
. , jQ/tres pclFoas, e hum lb Deos , Eu D. Cathcrina filha do Infante
An. loop,
Duarte , meu Senhor , c da Infante D. Izabel , minha Senhora , que
Decs tern , eftando em meu perfeito juizo , e nao fabendo o quo Deos
fera fervido ordenar de mim falTo meu Teftamento , protellando pri-
mcira , e firmemente de morrer na Fc Catholica e pelTo a Sacratilli-
•,
ma Virgem nolTa Senhora , e a todos os Santos , e Ipiritos bemaven-

turados da Corte do Ceo , que fcja& meos interced'ores diante da di-
vina Magcdade , pera me alcanfarem perdao de meos muitos , c muito
grandcs peccados.
Qjicro , c mando , que fallecendo eu nefta Villa feja o meu cor-
jpo enterrado no Coro ba\Tco do Convento das Chagas aos pCs da fc-
pultura da Infante minha Senhora, ena minha fe pora o Ictrciro , que
o Senhor Duque meu iilho ordenar ^ e ao Convento fe data ,a efmola ,
que Ihe parecer.
O meu Corpo ir3 veftido no habito de S. Francifeo , e fobre cllc
o de Santa Clara ; e aos frades da Piedade , c ao dito Convento das
Chagas fe dara por dies a efmola , que parecer a meu filho.
A Confraria da Mizericordia me levari a fepultura naTumba da
Irmandade della , e darfelheha por iflb a efmola , que parecer a meu
filho, de quern confio que manJara fazer por minha alma os officios,
edi/.er as mi;Tas , que eu aqui podlra deixar, e por ifTo o nab lalTo.
E fc eu fallccer em parte , donde o meu corpo nao pnITa logo fer tra-
zido ao dito Convento das Chagas della Villa , darfelha a fepultura
aonde ordenar meu filho cm depozito , para que depois de gallado fe
tragab os olTos ao dito Convento , e fe ponhab no dito Coro bayxo
no lugar , que tenho dcclarado atraz.
Inititdo ao Senhor Duque , c ao Senhor D. Duarte meos filhos
por meos herdeiros cm fuas legitimas ; e dcclaro , que a Scniiora So
raphina minha filha que Deos tern , rcnunciou as fuas em mim quan-
,
do cafou , por hua elcriptura publica , feita com licenqa de Sua Ala-
gellade , de oue fe achara o treslado com eftc teftamento , e por alfini
fer, nab ten no obrigalTab dereftituir a meos netos , feos filhos, Icgi-
tima , que por fua may ouverab de aver de meos bens , fe a ella nab
fcnunciara.
Porfallccimento do Duque meu Senhor , que aja gloria , fefez
Invcntario delua fazenda, porem nab fc chegou a fazer partilhas del-
la. Os autos, invcntario, c mais papeis, que a cllas perteneem , fe
entregaram cm hua area ao Liccnciado Domingos Alvaros Leyte Do
zembaigador da Caza de Sua Excellencia , que os tern cm feu poder.
Porellcs fe vera oque eu como teftamcntcira deSua Excellencia, que
Dees tern, lis em comprimento , c cxccuH'ab de feu teftamento , c o
paga-
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dji Cafa %eal Tôrtuûesâ. j8p
patT.mento, e fatisfaîTi JcfervilTos, elegados, que ficou a conta do
Sjahor Duque m.'a filho , porfeihe dar pera ilTo parte dosflnco cen-
tos de jure , que Sua Mageftade , que Deos aja , Ine dcu cm pagamcn-
to dos duzciuos mil cruzados , de que tinha f’eito mcrce a leu pay ,
antes que faleccfTe. E verfeha tambem como ficaram ainda ao monte
da fazenda cento e noventa e tantos mil reis , ou o que for , de ju-
re no conto de reis , que fc affentou no Almoxarifado de Portalegre ,
pera que pelos reJitos dos ditos cento e noventa c tantos mil reis fe
foirern coniprindo , c pagan Jo as outras obrigalToens
,
que ouvelfe do
monte, alcm das que airim ficaram a conta demeu filho. Lenibro , c
pcITo muito a Sua Excellcncia , que a(Tim pelos reditos do dito jure,
como per qualquer outra fazenda do monte , falTa que fc cumpra o
que ainda dillo clliver por comprir. E que mande acauar com as obri-
galTocs que ficaram a fua conta , de que fe Ihe deu fatisfa(Ta& pda di-
,
ta parte ao dito jure.
Verfeha tambem pelos autos das ditas partilhas , como cu fuy
paga de meu dote , e arrhas ; c tenho dado quitafla& delle , e dellas. E
porque pelo conlrato de meu cazamento , que fe achara com cftc tef-
tamento , mepcrtcnce ametadc dos aquiridos , que ouver , depois de
pagas as dividas feitas , durando o matrimonio , dos quaes nunca fe fes
a conta , nem a dos ditos aquiridos lembro quo quando fe fizer , fe
;
ha de aver por fazenda minha a dita ametade dclles , pera ajuda de fe
comprirem com dies os mens encargos , e obrigafibes.
Em minha caza c(lava6 muitas couzas do monte da dita fazenda
do Duque meu Senhor , alem das que foram dadas em pagamento de
meu dote, e arrhas, deftas que afilm me foram dadas cm pagamento,
fe fizerao entao rocs bem dcclarados , que andab nos autos das ditas
partilhas , por ondc fc ver3 quaes erao. E pelos inventarios fe vcia
tambem quaes erao as outras coufas do monte , que ficarao em minha
caza. De muitas deftas fc fora6 fempre fervindo o Senhor Duque
meu filho , e leus Irma6s , em quanto fe crearam , e eftiveram em cazai
de Sua Excellcncia , e algu.is fe gaftaria6 de todo em feu fervi 50 : ou-
tras dey a cada hum delies; e outras dey aSenhora Seraphina minha
fiJha em parte da fatisfaftao do que Ihe tinha prometido em dote ; e al-
gu.is gaftey por outra via. Do tudo farcis rocs osmais dcclarados, quC
poder fer para fe acharem com efte teftamento , c fe ver por dies o
que mens fiihos gaftaram , c o que eu dey , e gaftey das ditas couzas
do monte.
A Senhora D. Maria minha filha falleceo depois de feu pay , e
eu fiquey por fua herdcira univcrfal , porella falleccr fern teftamento
folemne, nem outra couza , mais que huas lembrangas , que fes de
fua derradcira vontade
,
que fe acharJm com efte meu Teftamento,
nas quaes tambem roe fazia fua herdcira.
O Senhor Alexandre meu filho foi eftudar a Univerfidade de
Coimbra , 1cm ter cm tao mais de feu , que tres mil cruzados de peti-
fao noBifpado da Guarda, epera ir Ihefi.s emfua C.aza detudo oquc
, como fe vcr.i cm hum
foi neceftario rol das couzas della , que aqui
I’e achara. Tudo ilto foi por conta de minha fazenda , c della Ihc fui
fempre
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,
j9o ^rovas do Ln\ VI. da Hljlorla ênealogica

fcmprc dando pera fua dcfpcza o que mais qaftava cm cada hum anno,
c Ihc ialtava dcI'uas rcndas , e o Senhor Duquc I'eu iimao the dcii tam-
bcm muito de fua fazenda no mefmo tempo , dc que conftara pcias
contas dc feos Almoxarifcs daquellc tempo , e cfpecialmcnte dos dc
Ourem , e por as dos Thefourciros dc fua Caza, e dos meos ; e tudo
ifto junto devia montar muito mais dinliciro, do que Ihc nodia vir de
Icgitima de I'cu pay. Porem porque die fallccco abinftcrado , lembro ,
que fc depois dc pagas fuas dividas , fobejaile algua I’azcnda fua da di-
ta Icgitima , ou outra dc que die poddTc teftar , a mim me pcrtcnce
tudo o que for , como a fua herdeira univerfal com bcncficio do In-
ventario.
O
Senhor Dorn Filippe meu filho fallccco com hum tdlamcnto
nullo , por me prctcrir nclle , dc que fc achara o trcslado cm publica
forma com ellc meu , e o proprio tern Pedro Gomes , que Iho apro-
vou ,
por ferv ir, quando die fallccco de Tabaliad das nctas della
^
Villa no officio, que vagou nor rcnuncialfa& de Manocl Pallanha ; e
por affim fer , fiquey cu fcnclo univerfal herdeira do dito Senhor D.
Filippe meu filho a beneficio de inventario.
Coiiformc a illo me perteneem as legitimas , que as ditas Senho-
ras D. M.iria , c D. Seraphina, e o dito Senhor D. Filippe mcos filhos
hcrditram , e ouveram dc aver da fazenda , que ficou por falledracnto
dc feu pay : e o que fobejar da Icgitima , que pcrtcncia ao dito Senhor
Alexandre meu filho da'mcfma fazenda de feu pay; ebe--n affim a di-
ta ametade dos aquiridos
,
durando o matrimonio , tudo pelo modo ,
uc tenho dcclarado. E porque cu mandey gallar algum dinheiro do
? )uque meu Senhor , que aja gloria , cm vida dc Sua Excellcucia , por
Antonio Mouro no tempo, etn que o fervio de Thezow.c'no de fua
Caza , e por outros Thezoureiros , c officiacs feos, c a algds delles
mandci ja paffar mandados, pera Ihcs fer Icvado emconta oque af-
fim galliiam pcla minha , e outros teram dilib papeis , que falTao fc
ballantc. Cûero que detudo oque affim conllar baflantemcntc fed&
inteyra fatisfalT'afi ao monte da fazenda deS. Excellencia que aja glo-
,
ria , defcontandolcmc o que tudo montar
,
ou parte que me for divF
da dos aquiridos , ou do que me vicr das ditas legitimas dc meos fi-
lhos , c por ellc mefmo raodo quero , que fe fatisfafla ao monte da di-
ta fazenda , tudo o que pclos ditos royes que eu hey de fazer , ou
,
pcr qualqucr outra via conllar naverdadc que eu galley dascouzasdo
monte ,
nafi as podendo gallar ; c ifto lb fara pelas proprias avaliaf-
ff)^s
,
que fe fizerao dns ditas couzas nos Inventarios da fazenda de S.
Excellencia ,
que Decs tern.
Naquclle teftamento nullo ordenou o Senhor D. Filippe , que
fe Ihe d'cclfein pera fempre diias mifl'as quotidianas por does Capei-
Jains della Caza , c deixou para cl'mola dellas fecenta mil reis de ju-
re , que tinha comprado no Senhor Duque feu Irma6 : e mandou ca-
zar vintc cquatro orfans porordem do Senhor D, Duarte meu filho,
ue fes feu Tcftamcntciro , c por me dizerem , que valiab eftes Icgados,
3 eixados no dito teftamento, c a nomealfab dc tcftamcntciro nellc fei-
ta , fern embargo de fer nullo dezejei muito de os comprir logo , e
,
pedi
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da Cafa 'RfianÔTtugue!!â,. ^pt
pedi por vezes ao Scnhor D. Duarte , que como teftamenteiro de feu
lrma6 nomealTe asditas orfans , edicefle o que Iheparecia que fc de-
via dar a cada hua dellas , e ategora o na& tern feito. Tambcm lem-
brcy por vezes ao Senhor Duque meu filho , que mandaffe dizer as
ditas milTas polos ditos Cappsllains , c correrlhes com o dito juro , e
creyo , que le va6 dizendo. Quando o Senhor D. Duarte nomcar as
ortans, iedara a cada hua oque for jufto; e parece que baftaria dar-
Ihe a quinze mil reis , porque ifto he o que o Duque mcu Senhor
mandou em feu tcflamento , que fe deffe as orfans , que manda cazar
em as fuas terras , com que he de crer , que ineu filho fe quereria con-
formar , pois na6 declarou outra couza.
O
Senhor D. Duarte meu filho tinha em fua Gaza muitos vefti-
dos, earreyos, e outras couzas do Senhor D. Fillippe feu Trmao ao
tempo do feu fallecimento , e dicera6-me , que depois dclle for falle-
cido rccolheo a ella outras muitas, e que asretinha por fuas, por feu
Irmad Ihe deixar o remanecente de fua fazenda , depois de compridas
luas obrigafibos
,
por aquelle feu teftamento. E
elle mefmo me dice
a mim , que feu Irmao Ihe deixara huns apontamentos cm I'cgredo , pe-
ra Ihos comprir. E
porque o dito teftamento foy nullo , e nao falla
naquellcs apontamentos , ncm meu filho mos moftrou nunca , ncm cu
fey o que fc contem nelles, dcclaro , que he fazenda minha toda a
que em feu podcr da que ficou do Senhor D. Fillippe feu Ir»
cllc tern
mao ,
e me devc reftituir , como a fua univerfal herdeira , para
que fe
que ao Senhor D. Duarte , fe ma nao entregar em minlia vida.
fe pefia
E digo que nao tenho obrigalTad de comprir aquellcs apontamentos
fecretas, que nao vi.
Eu mandey pagar aosCreados do Senhor D. Fillippe oque -nos
pareceo jufto ao Senhor Duque meu filho , e a mim ; e mandey tarn-
bem pagar as fuas dividas , de que live noticia ategora , c aftim o ii ey
fazendo ate onde chegar fua fazenda , da qual fe fez Inventario , a que
mandey ajuntar todos os papeis dos ditos pagamentos , por ordem do
Juiz de Fora defta Villa, deque he Efcriva6 Ajres Gomes Tabaliao
della pelos quaes fe ver^ fempre o que niontou a dita fazenda , e o
j
que fe tem gaftado della.
For muitos annos mandei arrendar a Comenda de Santa Maria
de Mqreiras do termo de Chaves , que foy do Senhor Dom Fillippe
meu filho , e noutros mandei recolher , e vender o pao della por mof-
fos da eftribeira do Senhor Duque meu filho c rcceber o dinheiro
,
perque fe vendia , e o porque fe arrendava a Comenda. Difto fe co-
mellarao a fazer lcmbran as cm hum livro , as quaes fe na& continuS-
9
ram , como ouvera de fer. Defte dinheiro gaftei muito cm couzas do
Senhor D. Fillippe outro Ihe dei , e gaftou elle , e algum fe empreP-
:
tou ao Senhor Duque feu Irmaf) , ecom muito Ihe comprei moveis , e
alguns bens de raiz de que tambem mandei recolher os rendimentos
,
por alguns tempos , e deilhe muitas couzas minhas compradas com J
meu dinheiro. Muito dezejo apurar tudo ifto , e deixar com efte tef-
tamento a conta de tudo clara , e certa , para que por ella fe veja , fe
devia cu ainda dinheiro ao Senhor D. Fillippe qua.: Jo, cllc falleceo
,,,,
Turovas doUv.VL daHiflorla ênealo^tca

do quc tenho recebido feu da dita Commcnda , c dos ditos bens de
raiz , e fe he por cfta via mais a fazenda , que ficou por feu fallecimen-
to , e fc ella ainJa algum por arrccadar dos rendinientos da Cbmcnda
ou dos que rccolhcrao osfrutos della naquclles annos.
Do dinhciro , quc por minha ordcm fe arrccadou da Comenda ,
edo juro doScnhor D. Duarte mcu filho, atS o tempo defcu primei-
ro cazamento , fe fcs cnta6 conta pela qual fe achou , que cu o tinha
fatisfcito dc todo o dito dinhciro , c que ellc me ficava devcndo a
inim trezcntos e novcnta e oito mil c tantos rcis , como conAa da
fcriptura , que fobre ilfo fe fez , na Nota de Siinab Pinhciro , que foi
notario publico cm nolfas couzas ; e poiquc cu Ihc fis doall'a6 dc qua-
tro mil cruzados declaro , quc dcllcs foi fatisfcito pclo dito dinnei-
,
ro , que allim mC ficava dc\'cndo pcLi dita fcriptura , e por miiitas

pdl'as dc prata , quc Ihc dci , dc quc fc fez hum rol , que fc acharJ
aqui , que montou hum conto e duzentos e hum mil e tantos rcis,
com quc fe pcrlizcraf) os ditos quatro mil cruzados , no fim do qua!
rol cita lium adinado dc mcu flno , perque fe mollra fer tudo ifto af-
llm.
Eu ao Senhor Duque meu filho do dia , cm quc feu pay
fcr\'i
fallccco , ate o cm quc die quis tomar o goveir.o dc fua Caza. Na-
qucllc tempo, calguns annos depois, fora& fcos Ihczoureitos della,
ejuntamente mcos , Lopo Vas dc Almeida , quc Decs pcrdoc, e Chrif.
tovao de Andrade , Nuno Machado, cjoao Mexia , e Antonio Ro-
drigues , que ainda fa6 vivos , e porem cada hum dcllcs teve rcccita
do mcu dinhciro apai tada da quc fc Ihc fcs do de Sua Excellciicia , cm
diflerente livro , feita por dilferente Efcriva6 della ; e das defpezas
quc fizerao , como mcos Thczourciros , fc Ihc palTaram mandados , e
proviznes difi'erentes dos que llies foram palfados , como a Thezourci-
ros dc Sua Excellcncia , das defpezas , que fazia& dos feus dinheiros.
O dito Lopo Vas dc Almeida dcu em lua vida conta do recebi-
mento da tazenda do Duque , e do da minha , e ouve quita(Tu6 de Sua
Exccllencia : a do carrego de meu Thezoureiro Ihc tomou Jacome Bar-
boza por mcu mandado, cfoi depois revifta por Jeronymo Dias Mon-
terroio, a quc Decs perdoe , acharfeha comcftc teftamento. Por en-
farramento della Ihcfiquei devendo hum conto c quatrocentos efeten-
ta coito mil e tantos rcis, quc Ihcdcvcm faltar a conta do monte da
fiizcnda do Duque mcu Senhor , que Dcos tern , de que tambem foy
I'h-zoureiro no incfmo tempo, a qual na& dcu em lua vida. Fafio
diflVi cAa dcclanadao para quc quando fc fizerem as pai tilhas da dita
,
lazenda do monte , fc me faua ddconto dos ditos hum conto e quatro-
centos c fccciita e oito mil e tantos reis , da parte quc me vicr dos
aquiridos , ou no quc couber, as ditas Icgitimas de mcos filhos, quc
tenho dito , quc me pcrtenccm.
E porque os ditos Chriftovao dc Andrade , Nuno Machado
Joao Idcxia , e Antonio Rodriguez , nao tern ainda dado conta do
tempo , cm quc ferviram , nem a Sua Exccllencia , ncm a mim , c fer-
vindo •alT’m iuntamente ambos os ditos cargos podcriao gallar algum
dinhciro de mcu filho cm mcu fcrvilfo , dezejo muito quc dem fuas
contas
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,,
da Caja ‘lêal Tortugurlâ. 3^3

contas ,
c procuroguc fc Ihes tomcm com brevidade ; mas porquc
,
poderi fcr quc fc nao acabem cm minha vida , declare aqui , que fc
alTi for , e por encerramento dellas ficarem devendo a meu filho , c cu
Ihcs Hear devendo a ellcs, que de minha fazenda feha de pagar adc
meu hi ho o que eu Ihes dever a dies , at6 a quantia , que ellcs Uic dc-
verem , (diz no emendado) dinheiro demeu hlho.
CATHERINA.
Doutros dinheiros , quc alguns Thezourciros , e Almoxarifcs do
Senhor Duque meu filho gaftaram por meu mandado , eni couzas mi-
nhas , tenho dado aflinados ineos , perque me obrigei a dar dellcs fa-
tisfaflam aSua Excellencia , ouaosmefmos officiaes, feeu lha nao der
cm minha vida , mando , que pelos ditos aflinados fe pague tudo de
minha fazenda , e tudo o mais , quc por qualqucr outra via conftar
baftantemente que dies gaftaram por minha conta , e por meu manda-
do , fazendo-fe dcfconto do dinheiro, quc da fazenda de Sua Excdlcn-
cia conftar quc me he devido ou por papeis , ou por qualquer outra
,
via; (diz porentrelinha) •
Por fim do anno de feifeentos e dous tinha eu ja por dcfpachar v

na liberdade do
meu alvitrc alguas drogas atrazadas ; e de enta6 atego-
ra ficaramtambem muitas por dcfpachar na dita liberdade , das quc
cu podia mandar trazer da India neftes fete annos , como fe vcr3 pel-
lo livro , que fe fez do dito alvitrc , e por hua Icmbran^-a , que de tu-
do fe achara com cftc teftamento. He grande a quantidadc das ditas
drogas , e ficaram tantas atrazadas , porque fe perderam muitas na via-
gem , c porque as nao mandci carregar no anno palfado , ncm nefte
por Sua Magcftade fcr fervido, que fe me comutalfe efte alvitrc a ou-
tra renda de dinheiro. E porque a dita commuta9a6 fe nao fes atigo-
ra , cclla fe ha de fazer , ou as ditas drogas atrazadas , e as que cu da-
qui em diantc podilra mandar vir , fc hao de carregar , e trazer por
minha conta , c hua couza , ou outra importa tanto a minha fazenda ,
mando, que a dita comutalTaf) ferequeira comeuidado, na& fefazen-
do cm minha vida : e que o dinheiro , que por ella fe liquidar , quc
me he devido , fc arrecade com brevidade. E
fc a dita comutalfad nao
ouver erteito , mandarfeha& carregar as ditas drogas na India por conta
de minha fizenda , e do procedido dellas fe acodira as couzas , que an-
tes difIb fenao podcrcm'cumprir. E
Icmbro , quc nao he ncceifario
cabcdal pera mandar vir as ditas drogas : e quc bafta illb o favor , c
credito , que mandara dar o Senhor Duque meu filho , com quc fc
achara na India o dinheiro necelfario , ou dos defuntos , ou de pelfoas
quc folgab deoremeter porlctras a efte Reiho.
Eu Olive por bein de fazer mercc a Thomas da Fonfeca moradnr
na Cidade de Lixboa , que elle podcirc dcfpachar para fi , fern por
ilfo pagar ccuza algua a minha fazenda, trezentos coitenta e tantos
quintais de drogas na liberdade do meu alvitrc
,
pclo modo declarado
era hua Carta minha para o mcfmo Thonuis da Fonleca , c noutra pe-
ra Jcronvmo Rodriguez , que Decs perdoc , que eftao regiftadas cm
Tom. IV. ^ Ddd hum
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,,
do Lav. VI. da Hljloria ênealogtca
hum livro deminha fazenda a folhas quatrocentas c fctenta eoito dcU

Ic ,
que era& ainctadc das drogas , quc atfi ciita6 tinha crclcido dc pc-
7.0 a pezo no defpacho das do dito mcu alvitre , que o dito Thomas
da Foiileca avia procurado , quc fe me defpachaliem cm dias dc minha
vida pclo pezo grande de dczafcis onfas por arratel , comcITando do
anno dequinhentos eoitenta cquatro em diante , fobre o quc o dito
Thomas da Fonfeca ouve certos dcfpachos do Concclho da fazenda dc
Sua Mageftade, que fe trcsladaram no dito livro do mcu alvitre. E
porque podia aconteccr , que depois fe duvidalTc dos ditos defpachos,
obrigou-fe o dito Thomas da Fonfeca por hum feu aflinado feito nef-
ta Villa em onze dc Junho de feifeentos e dous , que fe achard com eP-
te tcAamento. a quc fepclo tempo cm diante fenao dcfpachafl'em as
ditas drogas ao meu alvitre em cada hum anno cm dias de minha vida
pclo dito pezo grande , elle tornaria a aver todos os defpachos necef-
farios pera asfazer defpachar por die, eque na6 ofazendo aflim , me
tornaria tudo o que tivdfe rccebido , por rezam da metade das drogas
quc crcfccram de hum pezo a outro , conformc as ditas minhas Car-
tas. E porque a dita ouvida fe moveo depois de o dito Thomas da
Fonfeca ter defpachado para fi na liberdade do dito mcu alvitre toda
a dita ametadc das ditas drogas , quc atil entao aviao crefeido dc pezo
a pezo , fem por ilTo pagar couza algua a minha fazenda , c agora fe
ha dc determinar a dita duvida na conta , que Sua MagcAadc tem man-
dado fiizcT do quc importa a liberdade do dito alvitre pera efi’eito da
comutalfao delle , ordcnci cu ao dito Thomas da Fonfeca , que afliftif-
fc por minha parte a dita conta , lembrandolhc quc eftava obrigado a
me fazer bom , quc as minhas drogas fe me delpachaffcm pclo dito
pezo grande , c ra*lb aqui efta dcc'aralTio de tuiio o fobrcdito , pera
quc fe faiba , que fe a dita conta fena6 fizer por cllc ao dito Thomas
tornar a minha fazenda tudo o quc monta a liberdade dos ditos tre-
zentos c oitenta c tantos quintais de drogas , conformc ao dito feu af-
finado.
Muito dezejo de dar em minha vida remedio a minhas creadas ,
e de pagar tudo o quc devo , antes de meu fallccimento , c efpero cm
Dcos deo ir agora fazendo com fua ajuda , mas fe o na6 fiz-t j quero
que fe paguc intciramente dc minha fazenda tudo o quc conftar que
cu devo : c quc a cada hua de minhas creadas , e dc meos creados fe
pague o que Ihes debco por papeis aflinados por mim , quc fe acharam
com elle teftamento , c pclTo ao Senhor Duque mcu filho , que tudo
fada comprir com a mayor brevidade , que podcr fer : c quc fe 1cm-
bre fempre quc me lerviram , e folguc dc as bvorccer a ellas , c a ellcs,
edelhcsfa7.er cm tudo amerce, que for poflivcl.
Oteftamento da Infante minlia Senhora , que Dcos tem , e o do
Senhor D. Duarte meu Irma6 dezejei muito dc fe cumprirem de todo
cm minha vida ; e por fua fazenda na6 montar tanto , como fuas obri-
gaflb& , c Icgados , c cu na6 ter com que Ihc poded'e acodir , o nab fiz
ategora. Ainda felhcdcvc algua couza damcrce, quc Ihcs icz ElRcjr
D. Enrique mcu Senhor, que Deos tem, pera ajuda dc pagar fuas di-
vides j
ecu farci hum papcl dc Icinbranâs, ijiic fcacliara aqui, das
couzas
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,
;,
diCafa êal Tôrtugueaâ, jpj

couzas, quc me ficarcm porfazer fobre aexecufrao dosditos tcftamcn-
tos. E pclFo ao Senhor Duqiie meu filho , que me fafla mcrcc de as
mandar por em efteito com a brevidade poffivel.
Do remanccente de minha terfa, depois de compridos meos le-
gados ,
quero ordenar,
e indituir hum Morgado , e tomar pera iflb
na dita minha Cerfa todas os bens de raiz , que fe achar que me perten-
cem , fe todos nella couberem , c fena6 couberem todos , tomo os que
couberem primeiro huiK , que os outros , fegundo a ordem , com que
aqui os for nomeando. Pnmeiramente tomo toda aherdade dc Villa
Fernando com fua jurifdiira& , c direito de padroado dalgreja della,
da qual herdade me pertence ametade , porque o Duque meu Senhor
que aja gloria, ma dcu , efubrogou emlugar dojuro, que cu trouxe
em dote , e Sua Excellencia o deu a Infante minha Senhora com licen-'
5a dcIRcy D. Seballiao , meu Senhor . que Dcos tern . ea outra ame-
tade da dita herdade dc Villa Fernando com fua jurifdiGi6 , e padroa-
do ouve cu por titulo de compra dc In6s de Abreu Zagalla adminif-
tradora do Aiorgado dc Gonfallo Migens , que fe chamava de Villa
Fernando , a qud Ignfis de Abreu ma vendeo juntamente com outros
bens , que foram do dito morgado , com licenâ de Sua Magefbde
tor bem da qual ficara6 fendo meos livres, e dezobi igados dovincu-
[o do dito Gonfallo Migens e eu os tomo agora todos na dita mi-
,
nha terfa e tomo tambem nella todas as herdadcs , c propriedades
:
que o Duque meu Senhor mais me deu , e fubrogou em lugar do dito

juro dc meu dote , que cfta6 declaradas na Carta da dita fubrogalTuo ,
a qual fcajuntou aos autos das partilhas da fazenda, que ficou dc Sua
Excellencia. E tomo mais naaita minha terfa a minha horta nova ,
que efta junto a efte Reguengo , afllm como efta cercada , e os oli->
vais
,
que tenho ccrcados defronte della , e a minha horta do Paul
com touas as propriedades , que Ihe ajuntei , e as herdades , c mais ter-
ras , e propriedades , que tenho no tenno della Villa , e de Borba , dc
Evora monte , e Monfaras , e Portcl. E fe na dita minha terfa cou-
ber mais, que todos osditos meos bens deraiz, mando, que feven-
dao os moveis , que mais couberem nella , e que fe empregue o di-
nheiro noutros bens deraiz, bons , livres, efeguros: eque dc todos
os que allim couberem na dita minha terl’a , fe falTa hum livro de Tom-
bo bem dcclarado , a que fe ajuntaram com o treslado della minha
InAituilfib , todos os titulos dos ditos bens , pera conllar femore
quaes fao , e como me pertenciiram. Dos quaes bens todos , que allim
couberem em minha terfa , falTo vinculo , c Morgado perpetuo , c os
hei por unidos , c vinculados em Morgado pera I'cmpre , e quero que
nunca fe polTa& vender , nera doar , nem efcambar , nem partir , neiu
apartar , nem por algua outra maneira alhear , antes mando , que an-,
dem pera fempre Juntos , unidos , c vinculados , como dito he. E
chamo primeiiamente a fucccirao dos ditos bens , e dclle dito Morga-
do ao Senhor Duque meu filho , e depois dclle a feos defeendentes
legitimos , pera que va& fuccedendo nelle pera fempre : c faltando o
Senhor Duque meo filho, e todos feos dcl'ccndentcs legitimos, oque
Dcos nao mando , entau chamo ao Seithor Dom Duarte meo filho , e
Tom. IV. Dddii Icos
35 ^ do Uv, VL daHiBorta (jenealogica
feos dcfcendcntcs Icgitimos ; c cm defcito dclles , o que Deos na6

pcrmitta , chamo os defcendentes Icgitimos da Senhora Seraphina mi-
iiha filha , quc Dcos tcm , e em deicito dc todos mcos dcfcciidcntes
legitimos , cnamo todas as pcfToas , que o dito Scnhor Duque mco fi-
Iho chamou a ruccena& do feu Morgado da Cruz pela inftitui(Ta& dcl-
le , cm defcito dos defcendentes do Duque feu pay ; porque minha
intenfao , e vontade he, quc aflim asditas peiToas chamadas em dc-
feito dc meos defcendentes , como os mefmos mcos defcendentes , fuc-
cedao fempre , c pera fempre neftc meu morgado , aflim , e da manci-
fa quc pela dita inftituifla6 do dito Morgado da Cruz ha6 de fucce-
dcr nclle , pera que nefte meu fucceda Yentpre quern fucccdcr nefta
Caza dc Bragan§a , aflim , e pelo modo que ouvera dc fer , fe eu aqui
fora exprefla , e particularmcnte ordenandfo a fuccc(Ta& defte meu mor-
gado , como o dito Scnhor Duque meu filho ordenou a do dito feu
morgado da Cruz por hua fua Carta patente , que efta regiftada nos
livros dc fua Chanccllaria , c foi confirmada por Sua Magcllade , da
qual fe ajuntara hum treslado em publica forma a efte meu tcftamcn-
to. E quero , e ordeno , que pellos rendimentos dos bens dcAc meo
^lorgado memandem os adminiftradorcs dcllc pera fempre dizer duas
niilfas quotidianas rezadas
,
pellas almas do Duque meu Senhor , e do
Infante , e da Infante mcos Senhorcs , e pdas de minhas filhas , e pela
da Senhora Duqueza minha filha , c pellas dc mcos filhos , que Deos
tcm , c pclla minha. As quaes duas milfas quotidianas fe diram por
dons Capellacs della Caza na Capclla della , que feram pera iflb no-
mcados pclos Duques , que pclo tempo forem , ou cm vida dos ditos
Capcilnes , ou cm quanto for vontade dos ditos Senhorcs Duques ; c
caJa hum dellcs avera emcada hum anno, por aflim dizer a dita fua
mifla quotidiana , trinta mil reis em dinheiro , que Ihe feram bem pa-
gos nos quartcis do anno. E tudo o quc mais rcndcrcm os bens defte
AlorgaJo , quero que feja pera os adminiftradorcs delle ; c quc nao tc-
iihao obrigaifao dc dar conta defte encargo dc milfas a juftilfa algua
Ecclcfiaftica , ou fccular , porque cu conlio dclles que cumpriram in-
teiramente minha vontade.
Nas Icmbranâs , que a Senhora D. Maria minha filha fes dc fua
derradcira vontade ao tempo dc feu falccimcnto mepede a mim qûc
,
Ilicordcnc hua milfa quotidiana por fua alma , c pclla do Duque feu
>ai
,
e pclla da Infante minha Senhora , c dcclarou , quc efta mifla fe
fhe dicclfc aonde cu , ou o Scnhor Duque meu filho ordenalfemqs. E
cu mandci fempre , e mando ainda agora dizer efta mifla quotidiana
de minha filha , c determine comprar trinta mil reis de juro cm cada
hum anno pera fe darem dc efmola a quern a for dizendo. Se os eu na&
comprar em minha vida , mando, que por conta da Icgitima , quc a
dita Senhora D. Maria minha filha herdou defeu paj , lecomprem os
ditos trinta mil reis dejuro ; cnao baftando a dita Icgitima pera ilfo,
quero que fecomprem por conta dc minha fazenda , pera fe darem cm
cada hum anno a quern dicer a dita milfa quotidiana , por efmola del-
la ; e ordeno
,
que fe diga na Capella dc Sua Exccllencia por hum Ca-
pellao della , quc ellc , c os Duques feus fucccflorcs iram para fempre
noir.c-
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\
da Ca/a âl Tortugueiâ, 397
(
nomcando da mancira ,
quc ha6 de nomear os quc ha6 de dizcr as mi-
I
nhas millas.
Ao Sanhor Marquez de Vilhena meu filho fe levara hum retrato
i da Senhora Saraphina minha Hlha ,
quc elle me deu guarnecido de ou-
ro , e diamaiites.
i
Ao Senhor Duquc meu filho lembro a devafiao , que temos a
j
Provincia da Pic Jade , pera que vJ fempre crefcendo nella , e a f’avo-
rella , e a todos os Convcntos de Rcligiozos , e erpccialmcntc aos das
j
freiias defta Villa , pera quc com o feu favor , c cmparo crcflTa muito
I
! a obfcrvaiicia , c virtu Je exemplar , que nellcs ha.

Os papcis de minhas fatisfalToes , dcfcargos , e legados , que te^
i nho fcitos atcgora , de quc falTo menfab neftc teftamento , fa& todos
alTmaJos por mim. ManJo quc fc cumprab cftcs , c os mais , que man-
dar fazer , dcpois da aprovalTao deftc teftamento , fendo ainda quc
fenao achem com elle.
Ouue Sua Mageftade por bem , que cu podelTe teftar dos tre-
zentos mil reis que tenho de tenfa de fua fazenda , e rcpartilla pellas
pdfoas . quc quizelTe. E porque tenho feita efta rcpartifla6 por hum
papal feito pelo Padre Fr. Gir.ildo meu ConfelTor cm vintc e dous
dias do mes de Agofto deftc prezente anno , c aflinado por mim , pcf-
fo a Sua Mageftade , quc me falTa merce de mandar palfar os Padroens
da dita tenfa aspelfoas, por quern areparti pelo dito papcl, que por
parte das ditas peToas pera i!fo fe aprezentarj , porque minha vonta-
de he, que fecumpra, como nelle fecontem.
Deixo ao Senhor Duquc meu filho por meu teftamcntciro , ecn-
comen Jo ao Pa Jre meu ConfelTor e mando a AlFonfo de Lucena meu
,
Sccretario , e a Rodrigo Rodriguez Secrctario de S. Excellencia que

,
Ihe Icmbrem a cxcculTao de meu teftamento , quc por aqui hei por fei-
to , « acabado , c mando , que fc cumpra , c guarJc , como nelle fc
contem , como minha ultima vontade, oqual quero, que valha, co-
mo teftamento , c como Codicillo , e como melhor por dircito podcr
i e he affinado por mim , c eferito em nove meyas folhas con\
valcr
efta,
pelo dito Padre Fr. Giraldo meu ConfelTor por meu mandado,
,
quc tambem aqui aflinou em Villa Viflbza a dous ac Setembro demil
efeifeentos e nove annos.
CATHERINA.
Fr. Giraldo.
Saiba6 quantos efte publico inftromento de aprovalTafi de tefta-

mento ferrado virem , que no anno do nafeimento de nolTo Senhor
jefu Chrifto de mil c feifeentos e nove annos , aos dous dias do mes
de Setembro do dito anno em Villa VilToza nos PalTos do Duquc noftb
Senhor , na falla , que fica para o reguengo , fendo ahi prezente a Se-
nhora D. Catherina nolTa Senhora bem defaude, veftida, e oftentada
cm feu perfeito juizo , fizo , e cntcndinicnto quanto Dcos Ihe deu , fe-
gundo parcceo a mim Tabaliad, e as teftemunhas ao diantc nomcadas;
logo Sua Alteza de fua mao a de mim Tabeliao me deu eftes papcis,
dizcndo , quc era o feu teftamento , e quc o avia por bom , firinc , e
valiozo,
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3 5) 8
Trovas do Ltv. V 1. da Hijtoria (jenealc^ka
valiozo , e que me mandava por via de rcqueriincnto , que Iho aprovaf-

fe ; c cu TaWlliao fiz pergunta a S. Altcza , le era cftc feu tcllameii-
to , e fe o avia por bom , firme , e valiozo , e quem o eferevera , e
quern oaflinara; eporSua Altcza foi dito, que efte era (cu tellaincn-
to , c que o avia por bom , f rme , e valiozo , e que o efcicvcra por
fua ordem o Padre I'r. Giraldo feu Confefl'or, c que Sua Alteza pro-
pria por fua ma6 o aflinara , e que depois de feito ifio , Icra todo , c(^
tava muito a fua vontadc , e que por die dcroga , ouebra , e anulla
todos , e quaefquer outros tdtamentos , mandas , cedulas , e Codicil-
los, que antes dede bnja feito, podo que tenha6 clauzuia , ou dau-
zulas, que de necedidade fc ouveram aqui de repetir , porque todas
ha aqui por repetidas , aflim , e da mancira , que nellcs , c cm cada hum
delles fe requere pera ferem rcvogadcs ; c fern embargo da tal clauzu-
ia , ou clauzulas os revoga quebra , e anulla a todos , c fo ede quer
,
que em todo , e por todo valha , e tenha intcira forfa , e vigor , c que
na& valendo , como tedamento quer que valha cemo Crdicillo , ou
,
namclhor forma que cm direito aja lugar , poradiin fer fua vontade.
E por aflim o dizer Sua Altcza, eu Tabclliao fiz ede indromento fer-
rado , fendo prezentes por tedemunhas chamadas pera ede ado , Pe-
dro de Mcllo deCadro, Antonio deAtaidc Pinto, D. Luis deNoro-
nha , e Manocl de Souza fidalgos todos da Caza de Sua Excellencia ,
c Domingos Alvres Lcitc, Dezembargador da Caza do dito Senhor,
todos moradores neda Villa , que aqui aflinaram , e Sua Altcza afli-
nou aqui de fua propria ma6 , e eu Andre I.uis Tabellia6 de notas
neda Villa Vifl'oza por Sua Excellencia fiz ede indrun ento de apro-
vaflao , c ante os ditos a ferevi , c cozi com hua linha branca , e de
meu publico final aflinci , que tal he ; e vai todo ede tedamento el-
crilo cm dez meyas folhas com cda.
Andre Luis.
CATHERINA.
D. Luis de Noronha. =3 Pedro de Mcllo de Cadro. s Alanocl de Sou-
fa de Brito. c3Antonio de Atajde Pinto, a Domingos Alvres Lcitc.
Saibao quantos ede indrumento dcabrimento de tedamento fer-

rado virem , que no anno do nafeimento de nolTo Senhor Jefii Chril^
to dcmil efcifccntos, e-qUatorze annos , aosquinze dias do mes de No-
vembro do dito anno emeda Villa Viflbza nosPaflbs do Duque nof-
fo Senhor, fendo ahi prezente Antonio de Saia Vreador mais velho,
c Juiz pella ordcnall'ao, por fer hqje nede dia fallccida a Senhora D.
Catherina nofla Senhora , e ter feito feu tedamento , que logo ahi
aprezentou Aftbnfo de Lucena fidalgo da Caza do Duque noifo Sc-
nl'.or , e Sccrctario de Sua Altc/a
,
que Deos tern , em nuS arquinha
marchetada fcchada com fua chave , a qiial fe abrio prezente o Duque
noffo Senhor
,
e o Senhor D. Duarte feu Irirao em prezenâ do dito
Juiz, c fe tirou o- dito tedamento, que nella cflava , c com cllc fc-
centa c cinco papeis eferitos de diverfas Ictras , c afTnados por Sua Al-
tcza , c aflim mais edavao na dita arquinha com o dito tedamento atraz
quinze
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da Cafa âl Tortuûesâ.
quinze papcis aflinados pelo Duque noffo Scnhorj eporelle Juiz ver
diante ua mitn Taballiao o dito tcftamento fern vido , nem borradu-
ra , c os ditos papcLs , como dito he , e por o dito teftamcnto fer
aprovado coiiforme a dircito , o declarara por boni , firrae , e valiozo.
E mandou a mitn Taballia6 delTe o treslado aos teftamenteiros , e as
mais pefToas , aqiie pertcnccITe, pedindomo na forma d»direito , e
que de tudo nzeTc elle auto de abrimento , a que foram teftemunhas
D. Diogo de Mello , Pedro de Souza Brito , Pedro de Mcllo de Caf-
tro , Heitor de Brito, Antonio de Abreu , Domingos Alvrcs Lcite,
que todos aqui aflinaram com o dito Juiz , e AfFonib de Lucena , no-
raes , digo', cdeclaro, que foi teftemunha Pedro de Mello deCaftro,
mas os mais forab , c aflinarab. Manoel Lopes publico Tabelliab , que
oeferevi. s D. Diogo de Mello. Pedro dc Souza dc Brito, s Fr.
Heitor de Brito e Figueiredo. =3 AfFonib de Lucena. ss Antonio do
Saja. 33 Domingos Alvres Leite. 33 Antonio de Abreu.
Alvara de Confirmaqao do Morgado , que inJUtmo a Sereniffima Se-

nhora D, Catharina , midher do Duque de Bragonga. E)ld no
Itvro ip da Chancellarta del Ref D. A0onjo VI. pag.
77 verf. donde o copiey.
EU
petigaf)
F.lRcy fago faber aos que efte alvara virem que o procurador DlC. n. 2 1^.
'j do Eflado do Brazil
,
e
^ Braganga me aprezentou por hua
que a SerenifTima Senhora D. Catherina minha bizavo deixara 16,7.
ordenado , cm feu teftamento , que do remanecente da fua terga fe inf-
tituiTe hd morgado com as clauzulas doMorgado da Cruz, e comas
vocagoerts referidas no mefmo teftamento , e com obrigafFab dc duas
milTas cotidianas , que os AicccfFores da Caza mandarao dizer , dezobri-
gando os de darem conta , aos prelados , e aos provedores ou a qual-
quer outra pclFoa porfiar delles oconprirao com pontualidade , eque
por fc nao naver aado compiimento ao dito tellamento , mandara o
Senhor Rey D. Joao meu Senhor , e pay que Decs tem , que fem
embargo , de nab haverem ter efeito as partilhis , que fc ouverab de
fazer , por falccimcnto da dita Senhora , fe fizelFc o oito morgado , de
todos os bens de raiz dedarados , na verba do feu tellamento , c refe-
ridos na inftituigab delle , e tambem mandava fe vinculafFc ao dito
morgado o Colar que a Princefa D. Joanna Ihe mandara quando ella
cazara com o Duque D. Joab , por elfa o ter afl difpofto , e o Serenif-
fimo Duque D. Theodozio , em feus Tcllamentos, e que com efeito
tudo fe vinculara , e ratificara o dito Rey D. Joab como herdciro , e
adminiflrador da Caza dc Braganga , por feu alvara incerto na inftitui-
gab , que fe fizera do dito morgado. Pedindome confirmafTe a dita inf-
tituigab com todas asclaufulas econdigoens nella incertas, ecomdero-
gagab da Ordenagab do livro primeiro titulo fefenta c dous in princi-
pio que difpocm , que fempre os Teftamenteiros ferab obrigados adar
cont-i ainda que os teftadorcs os defobriguem , e dc todas as Levs c Or-
dc/iagbcs que aja cm contrario , polio que dcllas fe ouvelFc de fazer ex-
prclFa
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40 o Turovas do Liv, VL da Hijlnrla ênealogtca
prefTa merKjao conform^ a Ordenaâo do livro 2. titulo 44 cm contra-
rio , avendo-as todas por derogadas exprcfTamente , no que cncontra-
rcm a dita inftituiâo , e tcndo a tudo refpeito , c ao que confla da
rcpofta dos Prociiradorcs da minha Coroa , a quern fc dcu vifta e na&
tiverao duvida. Hci porbem emepras de minha ccrta fcicncia , poder
Real , de confirmar , e haver nor confirmada a inftituiâo do dito mor-
gado , que a dita Senhora D. Catherina minha bizavo ordenou cm
ll’ii teftamento ,
fe fizefle defeus bens dcclarados nadita iiiflituiâb ,
e
Ibu Teftamento , e como o dito Senhor Rey meu Senhor , e Pay tam-
bem o mandou por feu alvara com todas as claufullas , e condi^'oens ,
nelle declaradas fern embargo de quaefqucr Leys, e Ordenaôens aci-
ma referidas , e de quaefqucr outras , quo cm contrario aja , que hei
)or derogadas , no que cncontrarcm a dita inftituiâo , pofto que dcl-
}as fenao fafla exprefla menâo , para que a dita inftituigao do dito
morgado , em tudo fc cumpra , e guarde como nclla fc contem c afli
eftc alvara pofto que feu efeito aja de durar mais de hum anno , fem
embargo outro fy da Ordenaâo do livro 2. titulo 4 em contrario , o
qual fc trasladara na dita inftituica6. Manoel Gomes a fez cm Lisboa
3 20 dejunho do 1657. Joao daCofta Travaffbs afiz eferever.
RAINHA.
Teflamento da Senhora D. Maria iilha do Diujue D. Joao I. OrU

ginali (jiie copicy no Arduvo da Screnijfima CaJ'a de Braganâ.
Ninn. 2 2 0.
*
nomc de Dcos amen. Eu Dona Maria , fi.lha doDuque meu
*
arj Senhor ,
e da- Senhora D. Catherina minha Senhora eftando cm
An. 1592. ixicu inteirojuizo fa90 porefte modo meu teftamento, primciramcn-
te encomendo minha alma a Deos
,
que a criou , c aVirgem Maria
Nofta Senhora , que rogue ao feu preciozo filho , que me perdoc meus
pcccados , c me d<i fua gloria.
Item inftituo a Senhora Dona Catherina , minha Senhora , por
minha univerfal herdeira , elhcpego, que fc lembre de minha alma.
Pego a Sua Altcza , c ao Duque meu Senhor , que fe lembre de
D. Lianor Mafearenhas , oue me criou , e tenholhc muito amor, eque
Ihe fagao fempre mercc. E aftim Ihes pego , quo fe lembrem de Fran-
eifea de Moracs Collaâ de Sua Exccllcncia, c acazem , e Ihe dem
,
’
de comer.
A Senhora Serafina minha Irma peô , que fe lembre de mjm ,
e folgara de Ihc poder deixar muitas grandcs couzas. Dcixolhe o cf-
critorio dos meus brincos
;
e pegolhc que dfi o mclhor and delles ao
Senhor D. Duarte meu Irma6 , c o fegundo ao Senhor Alexandre meu
Irmao.
Ao Duque meu Senhor deixo alcmbranâ , que fempre tera do
grande amor, que Ihe tenho , que me fara encomendallo fempre a Deos
fazendomc merce de me dar fua gloria , conio eu confio , que dara
por fua mizericordia j e peôlhc que me faga a mercc , que me pro-
,
meteo
,,
da Cafa %eal Tortuguesâ. 40 X

metco dc dor a Sor Magdalena os dcz mil rcis dc Ccn9a ,
que para cUa
Ihc pcdi.
A Iffante minha Senhora me dcixou Maria de Parma- Pc90 a Se-
nhora D. Catherina minha Senhora , que me faja merce , fe Deos me
levar para fy ,
de a accrefccntar a fua mo9a da Camera.
Pe90 a Sua Alteza , e a Sua Excellencia me faca& merce de a ft-
zercm ao Doutor Gafpar Mendes por qua& hem me lervio nefta doen-
9a : e a Rodrigo Rodriguez por como I'empre me fervio em tudo.
Tambem pe90 a Sua Alteza , e a Sua Excellencia me fa9ao mer-
cc de a fazercm a Antonio Rodriguez , e a Pedro Correa , c Soarez
e Cavallo , porque todos me fervira& muito hem.
Quero , que me enterrem no Choro baixo das Chagas , junto da
IfFante minha Senhora , aonde parecer a Senhora D. Catherina minha
j
Senhora , e ao Duque meu Senhor , e 0090 a S. Alteza , que ta9a6 ao
Convento das Chagas a efmolla , que Inc parecer.
Mando ,
que me leve a Irman^dc aa Mizcricordia defta Villa a
enterrar , dem por i(To a efmolla , que parecer a Sua Alteza.
c que Ihe
Pejo Senhora Dona Catherina minha Senhora , que me ordene
a
hua miffa quotidiana para fempre por minha alma, epela do Ouque
meu Senhor que Dcos tern , c pela da Iffante minha Senhora , e efta
minha fe dira aonde Sua Alteza , ou o Duque meu Senhor ordenarem
ain agora , como por o tempo em diante
,
mas por agora parccia bem
que le dicclle nas Chagas.
A Senhora D. Vicencia , ea Senhora D. Joanna , minhas Thias,
pc90 muito , que fe Icmbrem da minha alma , e me encomendem a N.
Senhor , e o mcfmo pc90 a Madre Sor Magdalena , e a todas as Ma-
dres do Convento das Chagas , e a todas as dos Conventos da Efperan-
9a , e de Santa Cruz defta Villa ; porque de todas fui fempre muito
amiga e muito devota. E quero , que efte teftamento v^ha como
^
CoJicillo , ou como qualquer outra ultima vontade ; o qual mandci
eferever por AlFonfo de Lucena , eoafliney em Villa Vicoza a 29 de
Abril de 1591. Tambem pC9o a S. Alteza mcfaca merce defelembrar
de Catherina filha dc Rodrigo Rodriguez , e de Lianor da Sylva , e
de Segucada , c Francifea dc Caftro , e Joanna de Vafconcellos que me
fcrvira6 muito bem.
MARU.
Ede Lianor daCofta: e de Meizelles , edeLionarda, epc90 ao
Duque meu Senhor j
que alline efta addi9a6 por mjm.
O DUQUE.
Da Senhora Dona Maria.
Hum trintario por os Frades de S. Frandfeo.

Hum veftido a Nofta Senhora do Rozario , que eftl no Spirito
Santo.
Outro aN. Senhora do Rozario ,
que cftl cm Cafa dcS. Alteza.
Tom. IV. Eec Outro
,
402 *Provas doUv.Vl. daHiflma (jenealogica
Outro aNo(Ta Senhora dcTcrcna.

A Santo Amaro hua Cappa de Tela douro ,
e huma camiza do-
bnda.
O Duque nofTo Senhor quer fazer efmolb de veftidos de dd a 37
pobres por a Senhora Dona Mîa.
Breve do Colleitor para a Senhora D. Catharina fazer trasladar 0

corpo da Senhora D. Cherubina fua filha do Mojleiro de AL-
cacer do Sal para VUla-Vigofa.
Kirni. 2 21
An. 1597.
F Erdinandus Comes Sanflilllmi Domini Noftri dementis Divina
providentia Papa 06bavi utriufque (ignaturx Referendarius ac in
Portugaliae &
Algarbiorum R(^nis atquc Dominijs Colleftor gcncra-
lis Apoftolicus Exccllcntidimx Dominx Donx Catharinx falutcm in
Domino fempitemam. Ex parte tua Nobis nuper oblata petitionis fo-
ries continebat , quod cum in Monaftcrio monialium ordinis Sanfh
Francifei Provineix Algarbiorum , Villx de Alcacerc do Sal nuncupa-
tx Elborenfis diocedis olTa cadaveris donx Chcrubinx quondam filix
tux jam delundlx tanquam in depofito jaceant inhumata , Tu modo
oipis olTa didbi cadaveris ad oppidum de Villa Vi<;ofa fmiiliter nuncu-
patum cjurdcin dioxefis ut ftatucras transferri , &
ibi in aliquo Monaf-
tcrio feu Ecclefia dccenter collocari facerc cupias , id tamcn tibi lice-
re dubites, inconfulta defuper apollolica Sede ; Quare Nobis humili-
ter fupplicare fccifti iit tibi in prxmillis opportune providcre benigne
dignaremur Nos igitur qui ad infralVriptam per literas apoftolicas ad
quarum infertionem non teneniur fufficienti facultati muniti fumus,
Te a quibufvis excommunicationis ac alijs Ecclefiafticis fententijs cen-
furis, &
penis, a jure, vcl abhomine quavis occafione vel caula latis,
/iquibus quomodolibet innodata exidis , ad cilc£lum prxfcntium dim-
taxat coniequenduin haruni feric (Dumodo in eis per annum non in-
fordueris ) abfolventes &
abfolutam fore cenfentes , hujufmodi luppli-
cationibus inclinati , Tibi ut olTa cadaveris prxdidlx donx Chcrubi-
nx quondam hlix tux de prxdiflo Monaderio monialium , ubi nunc
fub nomine depoflti ( ut alTeris ) iacent , ad didlum oppidum dc Villa
Viô^ , abfquc tamen alicujus prxjudicio transferri ,
,
&
ibi in aliquo
alio monadcrio , five Ecclefia oecentcr fepeliri faccre libere & licite
podis, &valcas, au£loritatc apodolica tenorc prxfcntium, licentiam
&facultatcm omnimodam concedimus , & impertimur ; Non obdand-
bus quibufvis apodolicis ac in Provincial ibus &
Synodalibus concilijs
editis gcncralibus vel fpecialibus conditutionibus & ordinationibus
exterisque contrarijs quibufcunque In quorum fidem prxfcntcs rranu
nodra lubferiptas deri , &
figilli nodri appenfione juflimus communi-
ri. Datum Ulix. Anno Incarnationis Dominicx Millcfimo qiiingentc-
fimo nonagefimo fepdmo oflavo Idus Julij Pontificatus pradifli San-
ilifiimi Domini Nodri Papx Anno fexto. Gratis folutis ofiicialibus.
Chridophorus Zannolinus.
Ccria
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da Cafa %eal Tortuguesâ^ 403
Carta da Senhora Dona Catharina para ElRey D. Flllppe III,
cm (jue Ihe agradcce a werce , cjue faz aJeu fillio Dorn F/»
Uppe, Ejld no ,Archivo da Cafa dc Braganâf dondc
a copiey,
SENHOR. \
H e ta& grande a merce que V. Mageftade fez a ineu filho

Felipo doslugares, eCommenda que vagarao porD. Rodrigo*"
Dom Mn m 999
de Alencaliro que aja gloria que a na6 poflTo eu reconnecer com paTa-
vras nem a poderei fervir com outra coufa mais que com beijar por
•
An. 1600.
ella as rcais ma6s de V. Mageftade , e com perfeverar a pcdir a Deos

como Icmpre o fa90 que dfi a V. Mageftade todas as grandes profperi-
dadcs que eUe f6 pode dar , nelle conHo que ha de fazer a mcu filho
tal que faiba merecer, e fervir aVolTa Mageftade efta tamanha merce
que V. Mageftade Ihe fez fern precedcr merecimento feu movido ,fo-
mente da grande liberalidade de V. Mageftade que me da confianga
para pcdir a V. Mageftade me faâ merce dc Ihc mandar o alTcntamen-
to que deve aver por filho de feu Paj , e meu e titulo dc Marques de _
Vilar mayor para que com elle fe Ihe falTa a doaâb dos lugares de que
V. Mageftade Ihe tem feito merce , e Icmbro a V. Mageftade a muito
grande rezao que ha para V. Mageftade me nao negar efta merce pa-
ra meu fiilio no tempo emque V. Mageftade com tanta grandeza tem
chca toda Efpanha doutras femelhantes , e que ninguem as ha dc mc-
reccr milhor a V. Mageftade por amor, c por ferv igos , que osVaflal-
los que V. Mageftade tem nefta Cafa , e eu com pedir fempre a Deos
que guardc a catholica peflba de V. i^geftade gorao defejo de Villa
Viôl'a 829 de Janeiro de 1600.
Beijo as Reals ma6s a V. Mageftade.
. CATERINA.
Carta Original do Ditgue D. T/ieodo/to II. para ElRey j gue ejld

no Cartorio da Cajd de Braganga , Oonde a copiey,
SENHOR.
Ejo asRcaes maos a V. Mageftade por a merce que V. Magefta-'J^yj^^^ 2 2
B de fez a meu Irmao Dom Felipe dos lugares , c Comenda que
vagarab por Dom Rodrigo dcLcncaftro que Deos tem com que efpc-
/ .
An. iooo,
ro que na de fervir a V. Mageftade demaneira que amereâ, eoutras
maiores que V. Mageftade Ihe fara. As que a Senhora Dona Catheri-
na minha may agora pede a V. Mageftade para elle terei eu por pro-
Tom. IV. Eecii prias,
,
404 T?rovAi doUv. VL da Hijloria Cjenealoyca
prias e como tais as pcflb a V. Magcftade , e he reza& que V, Magcf-

,
tadc folgue dc fazcr incrce a cftcs Valfallos de V. Magcuade , que I'o-

mente as pertendem para podcrcm milhor comprir com a obriga5a6
natural que tem de fervir fempre a V. Mageftade. Decs guarde a mui-
to Catholica pclToa deV. Mageftade de Villa Viôza a 29 de Janeiro
de 1600.
Beijo as Rcaes maos a V. Mageftade.
O DUQUE.
Aprefentaqai da Commenda de Senhora de Moreiras ao Se-
tilwr D. Filippe. Eftd no I’tvro do anno de ijSp da CfiancelJa-
ria da Cafa de Braganga, que efid na Secretaria do Se-
cret aria Caetano Palha^ livro f. pag. 28 verf, don-
de a copiey.
Muito Alto e muito Poderofo Rey ,

e Senhor.
Kum. 224
An. i;88. D OmTheodozio Duque de BraMnâ e de Barcellos &c. faô fa-
ber a V. Mageftade que polla Se apoftolica foi concedido ao Du-
que D. laimes meu bil'avo que aja gloria que dos bens e rendas das
quinze Igrejas de feu padroado fe fizeftem as Cfiniendas que Ihebem
parecefle da Ordem de NolTo Senhor Jefu Chrifto , as quaes foflem
dafua aprezentajao e de feus fuccelTores aflim como asditas Igrejas, e
da inftituiâ6 e confirmaâb dos Meftres e Geraes da dita Ordem , e
or ora fer vaga a Comenda de NolFa Senhora de Moreiras no Arce-
Eifpado de Braga que he hCla das ditas Comendas per morte de Dorn
Francifeo Manoel ultimo Comendador e pofluidor que della foi , con-
fiando da bondade de Dom Felipe meu Irmao Cavalleiro porfeflTo da
dita Ordem o aprezento a dita Comenda c pelTo por merce a V. ila-
geftade omandc nella conhrmar, eque nasletras da fua conhrmnâA
mandc fazer mcnâo defta minha aprezentaâb para guarda do meu di-
reito para que die aja e poflua a dita Comenda com as condi9oens
que o Santo Padre na fua Bulla manda dada em Villa Vifofa a 9 de
Julho de 1588.
Te/lament0 de Dom Filippe , filho do Duque D. Joai J. donome.

Tirado do Original ^ que e/ld noCartorio da Caja de Brogan-
ga f donde 0 copiey,
^ Aibab tiver
Kum. 225 Onomej
quantos efte teftamento virem ou como em dircito milhor
lugar que no anno do nafcinicntn de nolTo Senhor Je-
An.
1608. fu Chrifto dc mil e feifeentos e oito annos nas Cazas do Duque de
Barganâ nolTo Senhor eftamdo doemte ho Senlior dom Fcilipe , e
cm feu perfeito joizo dil'c que fendo nolTo Senhor fervido de ho Ic-
var
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da Cafa %eal ôrtuguesâ. 405
vnr para fi maneira fcguinte. Primeiramcnte
fazia feu tcftamento da
dife que dc boa vontadc cmtregava fua alma nas ma6s dc nofu Se-
elle
nhor Jcfu Chrifto que ho rcmira porfcu fanguc preciozo eque pcdia
o Ouque feu Senhor e irmah ho mandafc emterrar na Capella dos Du~
qucs cm Samto Agoftinho della Villa e que mandava que fofe amorta-
Ihado no abito de Sam Francifco e fobre elle ho da fua ordem coinlbr-
me a rcgra della c dife que queria e mandava que Ihe difecem duas
milTas cotcdianas na Capella doDuque eque para ilTo dcixava fefcnta
mil reis de juro que compi'ara ao dito Senhor c femdo cafo que fc
dcftratafcm mandava que houtro fe comprafe em bens de rais e dos
rcndimentos comprifem a mefma obrigaâb e que cm hua dcUas no-
meava logo a Scbaftiab de Faria em quanto fervir ao Duquc e da fc-
gunda ao Padre Manoel Pefoa tambem em quanto fervir ao dito Se-
nhor e nab fervindo mais ao Duque querque ho mcfmo Duque e feus
defcendentcs elcjab Capclaens pera uizcrem as ditas mill'as como Ihe
parecer. Dife que fazia feu teliamenteiro ao Senhor Dorn Duarte feu
irmab e Ihe pcdia queira tomar elle trabalho poramor delle e que feus
Criados do dito Senhor Dom Felipe mandaria paguar confornie aos
ferviôs de cada hum de maneira que fua confcicncia ficafe del'cane-
guada e que com illo acaba feu tcftamento ho qual queria que vallefe
ou como tcftamento ou codcfilho ou como em direito tivac lugar e
que por elle derogava outro qualquer que fe achafe feu polio que
crauzulas irrevogaveis tivefe feito em Villa Vigoza aos vinte e feis dias
do mes de Setembro e dife que o mais que fe achale deixava ao Senhor
Dom Duarte feu Irmab com obrigaijam dc cazar vinte e quatro orfans
c com illo acabava feu tcftamento du c era ut fupra e 0 afiiiou e dife
que pedia ao Duque feu Senhor fc lembrafc do fervizo que Ihe hzera
Manoel de Souza de Brito , c Bcltczar Rodriguez.
DOM FELLIPE.
Saibam quamtos eftc pubriquo eftromento e aprovafab dc tefte-
munhas ferado virem que no anno do nafeimento dc nolTo Senhor Jc-
fu Chrifto Jemil e feifeentos eoito annos aos vinte efctc dias domes
dc Setembro do dito anno em Villa Viôza nos Pafos do Duque noftb
Senhor em apoufada do Senhor Dom Fellipe femdo elle hi prefente
deitado em cama doemte de docmqa corporal que nolo Senhor foi
fervido dc Ihe dar mas em todo feu juizo c emtemdimento quanto
Decs nellc poz fegundo parefeo a mim taballiab e teftemunhas ao di-
amte nomcadas loguo por elle Senhor Dom Fellipe das fuas mabs as
demi taballiab me foi dado elle papel dizendo que era feu teftamen-
to que me requeria Iho aprovafe e cu tabaliab Ihc fiz pergunra le era
elle feu teftamento c fo ho avia por bom efirme evaliozo e quern Iho
fizera e quern ho afinara e por elle teftador foi dito que eftc he ho feu
teftamento c que ohavia por bom firme c valiozo c que Iho fizera o
Padre Bertollameu Coraea eque elle teftador o afinara por fua mab e
que depois de feito Iho lera e eftava a fua vontade e me requeria Iho
aprovafe e que eftc fo queria que valldFe e nab outro algum que an-
tes
,,
40 ^rovas doUv.VL daHifloria êneahglca

tcs deftc aja fcito e que na6 valcndo como tcftamento qucria que va-
Icfe como codecilho ou na milhor forma que em direito valler pudcr
e que por ha por derogados todos quaifqucr tcdamentos mandas
elle
fcdulas ou comdcfilhos que antes dede aja feito poAo que tenha6 crau*
zulla que pcra fe derogarem feja necelTario fazerie mcnfao della ou
de alguas pallavras ncUes contcudas porque a ditta crauzulla ou pala-
vras a aqui por exprclTas e declaradas como fe dellas c de cada hul del-
las fe fizcra aqui cxprefa menfa6 e lerepetira6 de verbo ad xtrbum
porque ede foo tedamento quer que valha iia milhor forma de direito
por fcr fua ultima e deradeira vontade e por afim ho dizer eu tabalia6
emprefen 9 a das tedcmunhas fis ede edromento de aprovafab que ho
dito tedador adnou por fua propria ma6 femdo a todo prcfentes por
tedemunhas chamadas por parte delle tedador Baltezar Rodrigues da-
brcu Efcrivao da Fazenda oo Duque nolTo Senhor e Antonio Silvci- ^
ra , e Antonio de Barbuda , e Roberto Tornar e ho padre Manoel Pef-
foa Clerigo de milfa e Francifco Soares Eferivab do Thizouro do dito
Senhor ePantaliau deValladares Criado do dito tedador todos mora-
dores neda Villa eu Pero Gomes pubriquo tabaliab de notas em eda
Villa Vigoza efeu termo pello Duque nolFo Senhor fiz ede edrumcn-
to de aprovafab e ferrei e cozi com hua linha prezentes as tedemunhas,
e me alinei de meu final pubriquo que tal he. Pero Gomes. C= Dom
Fellippe. cs Manoel Pefloa. s
Francifeo Soares, s
Antonio de Bar-
buda. — Antonio da Silveira. 3
Roberto Tornar. 3
Balthezar Ro-
drigues de Abreu. 3
Pantaliab de Valadares &c.
Contrato do Cajamento da Senlwra Dona Serafina com 0 Marquez

ae Vilhena , Duque de EJ'calona. Efld no Cartorio da CeJa
de Braganqa ,
onde 0 copiey.
Aibab quantos ede pubrico edromento de renuncia§ab e pa£lo de

Nura. 2i6.
An. i;P5>
S non petendo virem que no anno do nafeimento de nolTo Senhor Je-
fus Chrido de mil e quinhentos e noventa e tres annos aos feis dias do
mes dagodo do ditto anno em Villa Viôfa nos pa90s do Regemgo do
Duque nofo Senhor edando ahy prezentc a Senhora D. Caterina nofa
Sennora e bem a fy a excelentifima Senhora D. Cerafina fua filha , lo-
go pcla dita Senhora D. Cerafina foi dito cm prezenâ de mim Tabe-
liab , c das tedcmunhas ao diante nomeadas que antre outras couzas que
por mandado de ElRey nodb Senhor fe capitularab e afentarab fobre
feu cazamento foi huma que ella Senhora D. Cerafina avia de renunciar
em favor da ditta Senhora D. Cathcrina fua may a legitima que Ihe per-
tencefe haver nos bens e fazenda que ficarab por falccimento do Du-
que D. Joab feu pay que Deos tern e bem afy a legitinia que hade ha-
ver nos bens e fazenda que ficarem poi falccimento da dita Senhora D.
Caterina fua may qiie Deos ferd fervido que feja defpois de muitos
annos de vida de fua altcza , para que fua alteza de tudo pofTa fazer
livremente o que quizer e por bem tiver , e que ElRey nofib Senhor
mandara ora palTar hum feu Alvara de liccn9 a para fe mer a ditta re-
nunda9ab
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'
JaCafa êal Tôrtugueâ, 4^7
nuncia5a6 e fe confirmar com juramento o qual fe tresladara no lim
,
dcfta d'crctura, dizendo mais que elia emvertude do ditto alvara ein
feu nomc e dc todos feos herdciros , e fuccefTores era contente dc r<s
nunciar livremente , e fem conftrangimento nem perfuafa6 de peflba
alguma como de feito logo renunciou na ditta Senhora Donna Cathe-
rina fua ma)r tudo o que Ihe pertcnce aver dc fua Icgitima nos bens e
£tzenda que ficara6 por falecimento do Duque Dom Joad feu pay
para que Sua Alteza a cobre e aja c mande cobrar e aver para fy c pa-
ra fua fazenda tudo o que ella Senhora Donna Cerafina por qualqucr
via podia haver e Ihe pertence e pertencer pode por reza& da dita fua
legitima . e faâ e polTa fazer de tudo o fobredito livremente o que
for ferviaa e quizer , como de coufa fua e bens feus proprios , como
o fa& por bem delta rcnunciaâb pella qual difle que trefpaflava e ce-
dia em fua alteza todo o direito e auôcs que Ihe perteneem para ha-
ver a dita Icgitima inteiramente e fem diminuigab alguma , e ifto fem
embargo de na& conftar quanta he e de na6 ferem athegora feitas as
partilhas da ditta fazenda do Duque feu pay , e fem embargo de qual-
qucr outra couza ou reza& que por qualquer via polTa einbargar ou
impedir ella renunciapo , dizendo mais que outro fy he contente de
largar dimitir rcnunciar etirar defy , como logo de feito em feu no-
me , e de todos feos erdeiros e fuceforcs largou renunciou dimitio e
tirou de fy em favor da ditta Senhora Donna Caterina fua may todo
o direito c aupd que por direito Ihe pertence e poder pertencer para
haver fua legitima parte nos bens que ficarem da ditta Senhora D. Ca-
therina fuamay , quer falcâ com tellamento quer abiiitdlado , por-
ue quer e he contente que Sua Alteza na& tenha obrigaâ6 de Ihe
3 eixar couza algua , nem a cUa nem a feos herdciros e fubcelFores
nem emfeu tellamento nem cm outra ultima vontade, aqtes pofla dci-
xar livremente a quern quizer tudo o que ella Senhora Donna Cera-
fina poderia haver de fua legitima em feos bens e falecendo Sua Alte-
za abintellado na6 quer dellcs couza alguma , e he contente que os
herdciros que forem de Sua Alteza os haja6 livremente , e os parta6
entre ly fem Ihedarem delles a legitima que delles houvera dc haver
fena6 nzera ella renuncia9a6 declarando porem que fem embargo del-
la haverao c poderab haver ella Senhora D. Serafina os feos herdciros
e fucelTorcs tudo o que Sua Alteza porlegado , oudoaâb caufa mor-
tis , ou por qualqucr outra via Ihes quizer deixar e dilTc que cm feu
nomc c dos dittos feos herdciros prometia , como de feito prometeo
ue naj podcriab mmea as dittas Icgitimas do Duque feu Pay , nem
a Senhora Donna Catarina fua may que ora alTy renuncia em favor
.1
de Sua Alteza , e que nab virab nunca contra ella eferitura e renun-
ciaâb em parte nem cm todo , e a!Ty o jiirou aos Santos Evangelhos
fobre hum livro de rezar que os tinha fobcargo do qual juramento
prometeo que em nenhum tempo pediria abfolviij-ab do vinculo e obri-
gaâb do ditto juramento eque nab nzard da ditta ablolviqab, ainda
que mntu proprio Ihc fblTc concedida pclo Papa , ou por qualqucr Pre-
lado ccclcfiallico que dellc polTa ablblvcr , e ainda que folTe a inlfan-
cia dc algua outra pcToa , antes tcra c cumprira inteiramente por li e
por
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,
408 T*rovas do Lav. FI. daHlporta ênealogtca
por todos fees hcrdciros e fucefTores tiido o que por efta eferitura tern
rcnunciado , jurado , c prometido , fob obrigaeab dc todos fees bens
movens , ederais, direitos, e au;o&, avidos , e por haver, que pa-
ra ello obrigou , a qual renunciacab e pa^lo de i:on petendo difle qiie
fazia cm favor de Sua Altcza pelfa mancira atras deeJarada por refpei-
to dos fel'cnta mil ducados deque ElRey noflb Senhor Ihc Ihz merce
para feu dotte , c do que Sua Alteza Ihc quizer tambem dar para o
incl'mo dotte , c por tirar de todo as occaziocs dc dd'goftos e difiren-
âs que as partilhas c fuas dcpcndencias de ly melhias trazem e coftu-
iiiab trazer , c que por o ditto refpeito dos dittos i'circnta mil ducados
de quo Sua Magelladc Ihe fas merce c do que Sua Altcza Ihe quizer
dar para feu dotte como ditto he dava como logo dcH'cito deu a dit-
ta Senhora Donna Catcrina nolTa Scnliora I'ua may c a 1‘eos herdeiros
dehe dia para todo fempre inteira pura eperfeita pa^ e quitaâb de
tiido oque Ihe pertcncc e pode pcrtencer dc Icgitima alllm nos bens que
ficarab por falecimento doDuque feu Pay , como nos que hcarab por
falecimento de Sua Alteza como fe rcalmente e com elieito fora paga
e fatisfeita dasdittas legitimas por verdadcira ereal partilha dos dittos
bens e hcranâs , e logo pela ditta Senhora Donna Caterina nofla Se-
nhora foi ditto que elTn alfeytava a ditta renunciagab feita em feu fa-
vor pclo modo que nefta eferitura fc contem e como de feito a allei-
tou , c eftipulou por folemne cftipulagnb , e difle que por fe tratar de
fua eranqa cm fua vida dava a todo lobrcditto feu confentimento no
mclhor modo quo em direito ferequere e pode fer, e em tedemunhQ
de verdade allim o outorgarab e de tudo mandarab fazer efta eferitura
que ambas aflinarab a qual eu Tabcliab afieitei cellipuley, como pef-
loa pubrica cdipulantc e alTeitante em neme dos auzentes a que tocar
polla fendo a tudo prczxntes por tefteinunhas Sebaftiab de Souza de
Abreu , eLuis Gonlalves dehlenczes, cDom Diego dejMcIlo fdal-
gos daCaza doDuque nolTo Senhor ,e os Leccnceados Domingos Al-
vares Leyte eArchadio de Andrade Dezembargadores da Caza deSua
Exccllcncia todos mbradorcs nefta Villa Viôza ; e o treslado do Al-
vara dclRey noftb Senhor he o feguinte.
Eu ElRey Fago faber aos que efte Alvara virem que entre ou-
tras couzas que por meu mandado fe capitularab e aflentarab fobre o
cazamento que prazendo a Dcos tenho ordenado que fc faâ entre o
Duque de Efcalona meu Primo c Donna Sciafina minha muito preza-
da lobrinha lilha de Dom Joao Duque de Barganga e Barcellcs que
Deos tern c dc Donna Catcrina minha muito amada e muito prezada
prima foi particularmcntc concertado que a ditta Donna Cerafina^ mi-
nha fohriiina renunciaria em favor da ditta Donna Caterina fua may a
Icgitima que Ihe pcrtence haver nos bens e fazenda que ficou por fa-
Iccimento do ditto Duque Dom Joab feu pay , c bem a(fy a legitima
que avia de aver por falecimento da ditta D. Caterina fua m5y para
ue ella polTa livremente difpor de tudo o que as dittas legitimas po-
S ia pcrtencer e fclhcdj logo quita 9 ab dcllas por refpeito dos fcITen-
ta mil cruzados dc que eu tenho feito merce a ditta Donna Serafina
minha fobrinha para feu dotte , e do que fua may Ihc quizer dar
pcUo
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da Cafa âl Tôrtuguesâ. 40 ^
psUo que por cfte Ey por bem , e me pros que a ditta Donna Serafi-
na mintia lobrinha poda adim renunciar as dittas legitimas c confirmar
a ditta rcnunciaâo com juramcnto nacfcritura que fe della fizcr , na
qual Ey por bem que oTabalia6 que a efaever polFa por o ditto ju-
ramento fern por ifto encorrer em pena alguma , e fern embargo da
Ordcna5a6 do quarto livro titulo tercciro que defende porcnife jura-
mentos em eferituras e da penna aos Tabeliaes que os efcrevcm , e allim
com o ditto juramcnto fc cumpra e guarde a ditta renunciaâo intcira-
nicnte fern embargo de athegora nao ferem acabadas as partilhas da
fazenda que Hcou do dito Duque D. Joao e da ditta Donna Ccrafina
ler mcnor de idade que requerc femelhantcs renuncia;o& , e da Ordc-
naâo que defende que nau fe ponha Juramcnto nos contratos , c de
quail'quer leys e dircitos , e Ordeiiaco^ que cm contrario haja pofto
que l'cja6 tacs que folfc nccclTario fazer aqui decIara9ao , c fern em-
bargo da Ordcnacao do livro fegundo titulo quarenta e nove que diz
que fenau entenaa fer por mim derrogada Oracnaâo alguma le della,
ou da fubllancia della nao iizer exprelTa e dcclarada men9ao , e ede
Alvara mando que fc cumpra como fc nolle contem pofto que nao
feja pallado pela ChanccUaria e o eifeito dcllc haja de durar mais de
hum anno fern embargo da Ordcna9a6 titulo vinte que o contrario
difpoem o qual fe trcsladard na eferitura que fe fizcr da ditta renun-
ciaâd para em todo tempo fc ver e faber , como o conteudo nolle fc
fos por meu mandado. Antonio Monis da Fonfeca o fes em Madrid a
dez de Julho de mil e quinhentos e noventa e tres.
REY.
Alvara para V. Magcftadc ver , o qual Alvara eu Tabalia& tref-
ladci aqui c a cllc me reporto ein todo o qual ficou cm poder de Ro-
drigo Rodrigues Sccrctario do Duque nolo Senhor que aflinou aqui
de como Ihe ficou em feu poder Antonio Cordeifo Tabelia6 o efere-
vy. Eu Antonio Cordeiro Tabeliao do publico e Judicial nefta Villa
Viôla e feu termo pello Duque nollb Senhor que efta eferitura fiz
e notci no meu livro de nottas aonde por a Senhora Donna Caterina
nofla Senhora e a Senhora Donna Scrahna cteftemunhas fica outorga-
da eaffinada, do qual a fiz tresladar confertei fobferevy e allincy aqui
de meu pubrico final. Lugar do final publico. =3 Antonio Cordeiro
pubrico Tabaliao.
Saiba6 quantos cfte inftromento de quitaqao e obriga9ad virem quo
no anno do nafeimento de nofib Senhor jefus Chrifto de mil quinhentos
noventa c quatro annos aos vinte fette dias domes dcMar90 do ditto
anno cm Villa Vi90za nos PalTos do Excelentillimo Senhor Dom Tlico-
dozio Duque de Bargan9a c de Rarccllos Condeftabre deftes Rcynos,
e Senliorios de Portugal nofib Senhor eftando ahy prezentes o Exce-
lentifiimo Senhor D. Joa6 Pacheco Marques de Vilhena Duque de Ef-
calona , Condc de Santeftevan , e a Excelentiflima Senhora D. Sciafi-
na fua mulher logo por dies foi ditto em prezen9a de mim Tabcliaft
c das teftemunhas ao diante nomeadas que na eferitura que fc fes
do
Tom. IV. Elf dotte
410 Turovas do Liv. V 1. da Hiftoria ênealcgica
dotte della Senhora Donna Serafina Ihe fes a Senhora Donna Cathe-
rina nofla Senhora fua may mcrce de Ihe mandar prometer vinte mil
ducados quo fao vinte e dous mil cruzados de a dez rcales por cruza-
do dcclaranJo que Sua Altcza Ihos daria e pagaria cm joyas prata e
conTcrtos de fua pcIToa c caza , c que todas as dittas couzas fcria6 cf-
timadas dentro nefta Villa no que juftamente valelTem porduas pclToas
que o cntcndelTcm das quaes I'cria huma nomeada por Sua Alteza e a i
outra por clle Senhor Marques , e que toda a valia que montadem pel- i
la ditta dlimacad havia de fer dotte della Senhora Donna Serafina , e

por tal o mandaria o ditto Senhor Marques receber e Ihc daria carta
de pago fim e quito dos maravedis que montalTem as dittas couzas pa- I
ra que folTem e fejao os dittos Maravedis dotais , e o ditto Senhor

fiqiie obrigado a reftitui9a& dellcs na mancira c forma declarado na
ditta eferitura que foi feita cm Madrid por Rodrigo deVera eferi-
vao do pubrico do numcro da ditta Villa , e fua terra a dcfalFcis dc
Outubro do anno palTado de noventa e trez diz^ndo mais os dittos
Senhores que em cumprimento da ditta promefl'a Ihe tern fua Altcza
mandado entregar tantas pefTas de ouro , e prata , perolas , e pedra-
ria , vellidos da ditta Senhora Donna Serafina roupa branca e con-
fertos dc fua pefToa e caza e as outras couzas eftimadas por feus pre-
cos que montarao vinte c tres mil e outocentos e doze cruzados e fcf-
fenta e quatro reis dc a dez rcales as quais por mandado dellc ditto
Senhor Marques tern recebido Gafpar de Monte mayor gentil homcm
dc fua Camara c efta dellas entregue e fatisfeito pello que dilTerao
mais os dittos Senhor Marques , e Senhora Donna Serafina que ellcs ^
por cftc pubrico inflromento dava6 como de feito dera6 dojc para to-
do fempre aa ditta Senhora Donna Catcrina nolfa Senhora pura e ir-
revogavel quitaâd para ella e para todos fcos herdeiros e fuceffoics
detodos os vinte tres mil outocentos cdoze cruzados efclTcnta e qua-
tro reis e da promefla e obriga9a6 que Sua Alteza Ihc tern feito pcIIa
dita eferitura dos dittos vinte mil ducados dc a onze reales o ducado c
fe dad della por inteiramente pages e fatisfeitos e had por boa c jufta
a eflimaâd e valia em que as dittas couzas forad poflas e cflimadas fem
embargo de fenad fazer na forma da ditta eferitura e dc fenad nomca-
rem por elles dittos Senhores as peffoas que as haviad dc avaliar e elli-
mar porque had a taxa e eflimaâd dellas por jufla c igiial afly e pel-
la mancira em que forad entregues ao ditto Gafpar de Monte mayor
que tern aflinado os rois das ditas couzas , e avaliaôds dellas por feu
mandado dizendo mais o ditto Senhor Marques que cm feu nomc e
dc feos herdeiros efucceffores fcobriguava, como de feito obrigou a
reftituir aa ditta Senhora Donna Serafina ou a feos herdeiros todos
,
os dittos vinte ctres mil outocentos e doze cruzados efeflenta c qua-
tro reis cm dinheiro de contado nos cazos dc rcilituiâd de feu dotte
declarados na ditta eferitura feita pello ditto Rodrigo de Vera c na
forma que nclla fe contem dc que aifl'c quo cflava bem Icmbrado e in- I
teirado , e cm tcflemunho de verdadc alum, o outorgara6 edcllo man-

dara6 fazer cfle inflromento que o ditto Senhor Marques c a ditta Se-
nhora D. Serafina ambos por fuas maos afrmara6 nefta nota que eu pii-
brico
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da Caja *Heal ôrtuguesâ, 411
brico Tabaliao como peflba pubrica eftipulante e afleitante por folen-
ne eftipulaâo eflipuley e affeytci em nome de lua Alteza , e mais par-
tes a que toca c tocar deve a efto auzentes fendo a todo teflcmunhas
prezentesDom AI01190 Pacheco Senhor da Villa de Santiago e Her-
nando deVilheneda inayordomo do ditto Senhor Marques e Pedro Va-
Jfiafques de Camilla feu fecretario , eAffongo de Lucena Alcaide mor
de Evora monte fidalgo da Caza do Duque nolTo Senhor e Antonio
de Abreu efcriva6 de fua Camera em efta moradores Francifeo Cor-
deiro Tabeliao o eferevy , e eu ditto Francifeo Cordeiro publico Ta-
balia6 de nottas em efta Villa Viôza e feu termo pelo Duque de Bar-
ganâ e de Barcellos noflb Senhor a fiz tresladar bem e fielmente do
livro de minhas notas , confertei foblcrevy e por verdade em pubrico
alliaey. =5 Lugar do final publico. c= Francifeo Cordeiro.
En Nombre de Dios amen. Conocida cofa fea a quantos efte pu-
blico inftrumento decontrato decafamiento dotte v arras vicren como
en el ano del nacimiento de nueftro Senor Jefu Chrifto de mil y qui-
nientos y noventa y tres anos a dies y feis dias del mes de Otubre en
la Villa de Madrid dondc refide la Corte
y confejos delRey nueftro
Senor ante my Rodrigo de Vera eferiviano delRey nueftro Senor y
publico del numero de la dicha Villa y fu tierra eftando en las cafas
del Senor Doctor Pedro Barvofa del Confejo de Su Magcftad de la
Corona de Portugal que por efpecial comiflion de Su Mageftad aftiftio
a efte contrato eftando el dicho Senhor Dodlor prefente parefcio de
la una parte los Senores Don Rodrigo de Lencaftre del Confejo de Su
Mageftad, y Alfonfo de Lucena cavallero delacafa del Excelentillimo
Senor Duque de Bar^nâ y de Barcelos &c. en nombre y como pro-
curadores de la Screniflima Senora Dona Catalina hija del Infante Don
Duarte y de la Infante Dona Izabel que Dios aya , y delaotra parte
los Senores Don Alonfo Pacheco Senor de la Villa de Santiago , y el
Licenciado Pereda de Velafco Oydor del Confejo del Excelentimmo
Senor Don Juan Fernandes Pacheco Marques de Villena Duque de Ef-
calona &c. En nombre y como procurador del dicho Senor Marques
en virtud de los poderes que tienen de los dichos fus partes que entre-
garon a my el dicho eferiviano para que los ponga en efta eferitura y
yo los puze e incorpore cuyo tenor es el feguiente.
Sepan quantos efte publico inftromento de poder y procuracion
baftante vieren como en el ano del nacimiento de nueftro Senor Jefu
Chrifto de mil y quinientos y noventa y tres ahos a las fcLs dias del
mes de Agofto de dicho ano en Villa Viciofa en los palacios del Exce-
Icntiftimo Principe Don Theodozio fegundo deftc nombre Duque de
Braganija y de Barcellos condeftable dertos Reynos y Senorios uc Por-
tugal &c. nueftro Seiior eftando Su Excclcncia ay prefente , y bien
afty la muy alta
y ferenifima Princela la Senora Dona Catalina nueftra
Senora fu madre hija del Infante Don Duarte y de la Infante Dona
Izabel que ayan gloria luego por la dicha Senora en prefencia de my
el notario
y dc los teftimonios adelante nombrados fue dicho que EI-
Rey nueftro Senor le havia fecho merced de mandar tratar y aftentar
elcafamiento del Excelentilfimo Se.lor Don Juan Gafpar Fernandes Pa-
Tom. IV. Fffii checo
/
,
412 T?rovas dg Liv. VI. da Hifloria (jeneahgtca
checo Marques de Villena Duque de Efcalona&c. con la Excel cnti (li-

ma Sefiora Dona fu hija
Serafina y que por quanto aora fc adc haccr
la cl'critiira del contrato del dicfio Cafamiento conformc a las capitula-
cioncs que fobre el fe alTentaron por mandado de Su Mageftad fin en-
bargo de la primera dellas fer oue dicho Senor Marciues le contentaria
con la dote de que Su Mageftau le liificlTe mcrced a la dicha Senora fu
hija y que no fe podria pedir mas dote ni a fus hijos antes la dicha
Senora Dona Serahna renunciaria cn fu favor la Icgitima que le perte-
nece de los viencs y hafienda que quedaron por falccimicnto del Du-
que Don Juan nueftro Senor que aya gloria , y la que oviera de aver
por fu falccimicnto con todo Su Altefa por efte publico inftromento
conftituye hafe y ordena aora fus baftantes procuradores a entrambos
juntamente y a cada uno dellos in folidtm al Senor Don Rodrigo dc
Lencaftre fu primo fobrino delRcy nueftro Senor y de fu Confejo
y Alfonfo dc Lucena cavallcro dc la Cafa del Duque nueftro Seiior
Sccretario dc Su Alteza y Alcaide mayor de Evoramonte para que af-
fiftan a la eferitura del dicho contrato y aceten y cftipulen en fu nom-
bre y por fu parte todas y cada una dc las cofas que por mandado de
Su Mageftad fe capitularan y bien an fy para que en fu nombre puc-
dan prometer y prometan a la dicha Senora Dona Serafina fu hija y
at dicho Senor Marques con ella vientc mil ducados dc dote mas y
aliende dc los feffenta mil ducados con que EIRey nueftro Senor le
hafe merced dc dotarla con declaracion que le dara Su Alteza Ins di-
chos viente mil ducados y fe los pagara en las joyas plata y confiertos
dc la perfona y Cafa dc la dicha ^fiora Dona Serafina que le parccie-
ren a Su Alteza y con las mas declaraciones condicioncs y clauzulas que
fiicren nezefarias y bien parecieren a los dichos fus procuradores anfy
para feguridad defta obligacion , y del pagamiento dc los dichos vien-
te mil ducados , como para alcgurar la rcftitucion que de ellos y de
todo lo de mas que montarem las dichas joyas plata , y confiertos fc ha
de hafer a la dicha Seiiora Dona Serafina o a fus hcrederos enqual-
quicr cazo de feparafion del dicho matiimonio. Y dixo que habrd por
bueno firmc , y valcdero todo lo que por los dichos fus procuradores
o qualquicr dellos cn efte cafo fucre hccho dicho prometido , y obli-
gaoo en la forma deftc inftromento ; porque pai a todo les dava , co-
mo dc hccho dio fu entcro , y cumplido poder y mandado efpecial
con libre y general adminiftrazion en la mejor forma y mancra que cn
dcrecho fe requiere y puede fer lb obligazion dc fus vicnes y rentas
lie para ello obligb
, y
en teftimonio dc verdad aJl'y lo otorgo y man-
3 o hafer efta eferitura que firmb porfu maiio enlanota demy cl no-
tario fiendo a todo prcl'cntes por teftigos los Excclcntiftlmos Scnorcs
Don Duarte Marques de frcchilla y D. Alexandre fus hijos Antonio
Cordero notario lo eferevy , yo Antonio Cordero notario del publi-
co y judicial enefta Villa Vicioza y fu termino por cl Duque nueftro
Senor que efta procuracion hize y note cn my libro dc notas adende
orSii Alteza y teftigos queda otorgada
y firmada dclqual la hize tref-
Cidar conferte yfubfcrc\T y firmc demi publico fignaoo Antonio Cor-
dero publico notario. Ella bien y fielmcnte traduzido de Portugucs
cn
daCaJa*Bial Tortuguesâ. 413
cn Caftdlano por mi Thomas Gracian Dantifco quc por mandaJo d;l-
Rey imcftro Schor traduzgo fus efcreturas y de fus concejos v tribu-
nalcs en Madrid a quinze de Otubre de mil y quinientos y ucicnta y
trcs anos. Thomas Gracian Apoftolico y real notario y el'crivi;ino.
Conocida y manifcfta cofa fea a todos quantos cllc publico inilro>
memo de podcr vieren , como en el ano del nacimiento de nueftro Sal-
vador jefu Chrifto dc mil quinientos y nobenta y trcs a doze dias del
mes de Junio en la leal Villa dc Efcalona y eftando prezente el Exce-
Icntillimo Senor Don Tuan Fernandes Galpar Pacheco fegundo defte
nombre Marques de Villena Duque de Efcalona Conde de Santillevan
y de Xiquena Senor de las Villas dc Belmonte Seron yTijola Tolox y
monda Vayarque y Aldeire v de los alumbres deAlmozarron y Carta-
gena &c. hijo del ExcelentiHimo Senor Don Francilco Lopes Pache-
co Cabrera jôvadilla primero defte nombre Marques de Villena y
Moya que aya gloria y dc la Excclcntiflima Senora Dona Juana Lu-
cas de i'olcdo fus padres en prezencia dc mi cl eferiviano publico y
dc los teftigos infra eferitos dixo que por quanto EIRcy nueftro Senor
le ha hecho merced de ordenar que fe cafe la Excelentiftima Senora
Doha Scrafina hija del Excelcntiflimo Senor Don Juan Duque deBar-
gan 9 a y de Barcclos quc aya gloria y dc la Sereniftima Senora Doha
Catalina hija del Infante Don Duarte y de la Infanta Doha Izabcl que
Dios aya y fe an acordado por mandado dc Su Magcftad las capitula-
cioncs del dicho cafamiento quc havifto yentendido delosqualcs aora
fe ha dc hacer eferitura cn forma devida por tanto por la prezente di-
xo que hazia y ordenava como de hecho hizo y ordeno por fus legiti-
mos y baftantes procuradores en cl mejor modo forma y manera oue
en derecho fe reqiieria y lo puede hazer al Senor Don Alonfo Paclie-
co dc Gufman Senor de la Villa dc Santiago dc la Torre Cavallero de
la Cafa de Su Excelencia y deudo della y prefidentc de fu Confejo y
al Licenciado I'lancifco Pereda dc Velafco Oydor del dicho fu Confs-
Jo a los quales y a cada uno dellos in folidum dava y dio fu entero y
cumplido podir v mando efpccial con libre y general adminiftracion
para quc por Su Excelencia puedan otorgar y otorguen la eferitura o
eferituras quc fobre cl contrato del dicho cafamiento fe ovieren dc ha-
cer con qualefquier claufulas v fuerfas que buenas o neceftarias fucren
y Ics pareciere para firmeza y feguridad del dicho contrato y dc los fcf-
fenta mil ducados dedote deque Su Mageftad ha hecho merced ala
dicha Senora Doha Sciafina y bicn anfi de todo lo de mas que la dicha
Senora Doha Catalina fu Madre le quiftere dar en dote y lobre la ref-
tituicion dc toda ella
y para que la puedan mandar y prometer veinte
mil ducados dc arras y otorgar
y confentir las dc mas cofas que por
orden deSu Magcftad fean tratado
y aftentado en raôn defte Cafa-,
miento de quc dicho Marques mi Schhor a cntcrado a los dichos fus
procuradores y quierc y cs contciito que puedan haccr y hagan fobre
todas y cada una dc las cofas pertcnecientcs al dicho contrato qualef-
qiiier obligaciones general
y efpecialmcnte fin quc las gciierales derro-
guen a las efpcciales ni por cl contrario por folencs ellipuiaciones 6
fin cllas obligando a todo fus rentas
y vicncs mueblcs y raizes avidos
ypor
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4
41 - ^fovas do Lh. VI. da Hijlorla (êneahgtca
y porliaver afly los librcs y patrimonialcs como

los defus maiorafgos
cn laforma y mancra quc mas firme y feguro fca nor la facultad dcl-
Rcy nucAro Scnor quc para cllo ticne y de mas dcfto para que pue-
dan pcdir , y fuplicar a Su Mageftad en la dicha cfcritura o el'crituras
otra confirmacion o confirmaciones della v dcllas en cl modo manc-
y
ra quc Ics parccicrc rcnunciando para ello todas y qualcfquicr leys
prematicas capitulos de cortes determinacioncs y mas cofas que cncoii-
trario aya 6 pueda aver con todas las firmel'as rcnunciacioncs y pcnas
que quifiercn ally y tan cumplidamiente como el dicho Marques mi
Scnor por fu propria perfona lo pudiera hafcr y firmar fi a todo fuc-
ra prclcntc aunquc fean tales cofas quc por derccho o leys dclios Rcy-
nos fercquicra para cllas mas cfpecial mandato con algunas claufulas
quc aqui no fean declaradas porquc todas las a aqui por cfprcfas en la
mayor forma que pueda fer. Dizicndo mas que tocfo fb que por los
diclios fus procuradorcs o cada uno dcllos en raôn de lo que dicho es
ftierc dicho , hecho , fimado , otorgado tratado obligado prometi-
y
do cn fu nombrc y de todos fus hercderos y fubccforcs lo a y prome-
tc de haver por bueno y firme rate grata eftable valedero para ficm-
prc ja mas con obligacion de todos los dichos fus vicncs de fufo de-
clarados que por la dicha facultad de Su Mageftad para cllo obliga
y quc aunque no lea ncceftaria otra ratilicacion dc la eferitura quc los
dichos D. Alonl'o Pacheco dc Gufman y lecenciado Pei eda dc Vclafco
en virtud dcftc podcr andc haccr y hiiiercn en fu nomlyc con todo
ellb para mas alnindamiento la rateficara y aprovara con dcclaracion
quc aunque no la ratilique quedara y quiere que quede cn toda fu en-
tera fticrfa y vigor y en teftimonio dc verdad ani'y lo otorgo y mando
hafcr efta publica eferitura dc poder que yo cl feriviano publico acep-
te V cftipuld como perfona publica aceptante y cftipulante en nombre
dc los auzentes aquicn tocar puede eftando prefentes porteftigos con
el dicho Excclcntiflimo Scnor otorgante aquicn yo cl eferiviano doy
fc quc conofeo los Sefiorcs Marques de Moya y Don Fernando Pache-
co fus hermanos y el Scnor Don Gafpar Pacheco Giron hermano del
Conde dc Montalban fu primo y lo finno cl Marques , eyo Juan de
Salinas eferiviano aprovado por Su Mageftad y publico en la dicha
Villa dc Efcalona y fu tierra prezente fui a lo que dicho es y fize mi
fgiio cn teftimonio de verdad Juan dc Salinas cicriviano.
i.es quaics dichos podercs van ficlmcntc facados y concuerdan
con fus originalcs los quaics los dichos Senores Don Rodrigo dc Lcn-
caliie yAlfonfo delAicena, vDon Alfonfo Pacheco y el Lecenciado
PereJa dc Vclafco aceptaron y dcllos uzando cn norrbre dc los dichos
fus partes dixeron que por quanto por mandado delRey nu^ro S^
nor efta tratado y ordenado quc placicndo a Dios nueftro Scnor el di-
cho Scnor Marques D. Juan fc aya de cafar con la ExccIcntiflima^Sc-
fiora Doha Scralina fobrina dc Su Maj»cftad hija de la dicha Schora
Doha Catalina y del Excelentiftimo Scnor Duque dcRarganâ y de Bar-
Cclos Don Juan que aya gloria , y fobre cl dicho cafamicnto fc hifie-
ron ciertas capitulacioncs firmadas por cl Schrr D. Chriftoval de Mo-
ra Comendador mayor de Alcantara del Confeio dc Eftado de Su Ma-
geftad
Digits 00 by CjOO'
:
da Cafa *êal Tortuguesâ. 415

gcftnd y Sumillcr dc Corpus del Principe nueAro Senor por mandado
que para ello tubo del dicho Senor
y orden de Sii Mageftad y podcr
Marques por las qualcs f'ueron acordadas y confentidas las colas fegui-
cates
Primieramente que Su Mageftad fuelTe fervido dc dar a la didia
Senora Dona Seralina fu fobrina fclTcnta mil ducados de dote en efta
mancra Viente mil ducados que el dicho Senor Marques ha por re-
:
cevidos de Su Mageftad en 11 mifmo alfi como fe Ic f'ueran pagados

oy en eftc dia de coiitado para que ayan dc fer y fcan dote de la dicha
Senora Dona Scrafina ni mas ni menos oue ft de prel'ente lo reccbicra
della o dc Su Mageftad los quales como dicho cs ha por recevidos por
raijOn dc que cl dicho Senhor Marques havia ofFrecido fervir a Su Ma*
geftad para las neceffidades nrel'entes con prcftarle treinta mil quenta-
les de alumbres e treinta mil ducados en dinero que havia de tomar a
cenfo I'obre fus viencs y eftado con ftcultad que para ello Su MageG-
tad lemandava dar y agora Su Mageftad porrefpeto deftc cafamiento
y para ayuda de la dicha dote le ha hecho mcrced de remitirlc cl di-
cho olFrecimiento yfervicio que afty le havia dehaccr con tanto que
el dicho Senor Marques por caufa defta remiflion
y de las utilidades
ue dellas fe le figuen aya por recevidos en fy los dichos viente mil
3 ucados por quenta y en parte de pago dc la dicha dote como defde
luego los dichos fus procuradorcs en fu nombre lu reciven y han por
recevidos para que verdadera y propriamente fcan dote de la dicha Se-
fiora D. Scrafina otros viente mil ducados pagados y entregados en mil
ducados de renta y jiiro en cada un ano de a viente mil el miliar los
quales Su Mageftad le ha mandado lituar en las alcavalas y tercias de let
Ciudad de Alcaraz y fu partido para que fean proprios dc la dicha Se-
nora Doha Scrafina y dc todos fus hcrcdcros y fucclTorcs de oue fe a
librado fu Real Cedula feclia en San Lorenzo el Real a trefc oias def-
te prel'ente mes deOtubre que efta refrendada dejuan Lopes deVe-
lafco fu Secretario. La qual Originalmente los procuradores del dicho
Sefior Marques recivieron en my prcfcncia
y delosteftigos defta Carta
de que doy fe con la qual fe contentaron y dieron por contentos de
los dichos vcinte mil ducados. Otros veinte mil ducados en dineros
dc contado que anJe fer pagados al dicho Senor Marques en el pri-
mero contrato que Su Magdlad como Rev de Portugal mandate ha-
cer ilel palo del Brafil por la manera
y orden declarada en otra fu Red
Cedula y albala que fobre ello Su Mageftad i mandado pafTar que fu
data cs en Madrid a treinta dias del mes de Setiembre paQ'ado defte
prezentc ano firmado dc Su Mageftad
y reffendado por Juan Albares
Soares fu Secretario de hazienda que anfy mifmo los procuradores del
dicho Senor Marques recivieron en mi prefenda
y delosteftigos def-
ta Carta deque doy fe.
Con lo qual fe an cumplido los dichOs felTenta mil ducados de
que Su Mageftad fue fervido dc dotar a la dicha Senora Doha Serafi-
ni. Con declaracion que el dicho Senor Marques fe contentaria con
efta dote fin poder pedir otra alaMadre ni hermanos de la dicha Se-
nora y que ft ella toda via fe llcvafe a poder del dicho Senor Marques
otras
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/f.i6 Turovas doLiv.Vl. daHiJiorid ênealc^tca
otras cofas de joyas plata y adrcôs de fu perfona
y cafa de qualquicr
calidad que fucfcn el dicho Senor la receveria tan.bicn por dote luyo
cftimndas en lo que juftamente valieffcn
y que juntainctitc del prccio y
valor dcllas y de los dichos felTcnta mil ducados fc liaria carta de dote
en favor de la dicha Senora. Por virtud de la qual declaracion file
otro fy dicho y declarado por los dichos Schorcs Don Rodrigo de
Lcncaftrc y Alibnfo de Lucena cn nombre de la dicha Senora Doha
Catalina quo fin enbargo de ally eftar ordenado por Su Magcftad que
dicho Senor Maiqucs no pucda pedir otra dote a la dicha Senora D.
Catalina ni a fus hijos , mas de tan folamcnte la que Su MagcAad lue
fervido de dar a la dicha Senora Dona Scrafina lu hija , aora cs con-
tenta de dotarla como por la prefente ellos cn lu nombre la dotan por
lo menos cn vcinte mil ducados en joyas plata y adrc9 os de fu perfo-
na y cafa para que toda la dicha dote afy la que Su Magellad le ha
heeno merced como la que la dicha Senora Doha Catalina le quierc
dar Y da haga fuma de ochenta mil ducados con declaracion que todos
lasdichas cofas que afly ade dar y dierc a la dicha Schoia fu hija an-
de fer y fcan eftimadas en Villa Viciofa en lo que juftamiente valicren
por dos perfonas que In entiendan la una puella y noinbrada por la
dicha Senora Doha Catalina y la otra por el dicho Schor Marques y
toda la valor que montaren por la dicha talfacion y cAimacion ade
fer y fera dote de la dicha Senora Doha Scrafina y por tal lo recivira
cl dicho Sehor Marques y le dara carta de pago y fin y quito de la can-
tidad de maravedis que montarem las dichas cofas para que los dichos
maravedis fean dotales y el Sehor Marques quede obligado a la refti-
tuicion dcllos en la manera y forma que adclante ira declarado fin
que aya nczecidad de juftificar en otra manera la entrega y ellimacion
dc las dichas cofas mas que por la dicha Carta de pago.
Item todas lasdichas partes cn los dichos nonbres dixeron que
anfv mifmo fue allentado y acordado por orden de Su Magcftad con
cl dicho Sehor Marques que en qualquier cafo por donde efte matri-
monio fe venga a dilTolbcr y apartar fc aya de hafer y fc hara reftitui-
cion de toda la dicha dote a la dicha Senora Doha Scrafina o a fus he-
rcdcros enefta manera.
De los priniicros veintc mil ducados que Su M.igeftad le da en
dote que fon los que dicho Sehor Marques ha por recevidos en fi
mifmo por la raôn dc la remiflion que Su Magcftad le ha h echo del
ofrccimiento que hizo defervir a Su Magcftad con los dichos treinta
mil quintales de alumbres y tieinta mil ducados que para ello havia
de tomar a cenfo como efta dicho haran cl dicho Schor Marques 6
fus herederos reftitucion a la dicha Schora o a fus herederos en di-
ncros dc contado y de los otros vcinte mil ducados dc que Su Ma-
gcftad le ha hecho merced en juro les haran la rcftituicion en cl mifmo
juro eftando cn pie y no lo eftando fe la haran cn dineros conforme
al prccio que cl mifmo juro fueha que fon vcinte mil ducados. Y de
los otros vcinte mil ducados dc que Su Magcftad le haze merced y
que le manda pagar en cl primer contrato del palo del Brazil Ic haran
otro fy la rcftituicion cn dineros dc contado fi cl dicho Alarques al ti-
empo
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'
da Cafa %eal Tortuguesâ. 4*7
empo de la diflblbicion del matrimonio los ubiere ya cobrado. Y fi-
enao cafo que al dempo dela feparacion del uiatrimonio aun no los
aya cobrado en die cai'o cumpliran el dicho Setior Marques 6 fus hc-
redcros con bolvcr el dicho Albala y los de mas recaudos que cn raôn
dello alia entonces fe hubicren I'acado para que la dlcha Senora o fus
hercdcros puedan por fu cuenta procurar la dicha cobrana. Y end-
endefe que cumpliran el dicho Senor Marques 6 fus herederos en elle
cafo con lo I'ul'o dicho aviendofe hecho por fu parte halla entonces
las dcligencias necelTarias para cobrar los dichos veinte mil ducados y
de otra mancra n6 de los veinte mil ducados que la Senora D. Cata-
y
lina ade dar a la dicha Senora fu hija en joyas plata y adreôs y dc
toda la fumma dc maravedis que mas montaren las dichas cofas por la
talTa cllimacion que dellas fe hade hafer en la manera fufo dcclara-
y
da le haran otro fy rellitucion en dineros de contado a la dicha Scho
ra Dona Scrafina o a fus herederos y no en la dichas joyas platas y
adrt\-os aunque fe hallen en pie ni en otra cofa alguna fino en dineros
conio dicho es en tal forma que quede enterameute pagada de toda
la dicha dote Hn diminuicion alguna.
Diiiendo mas los dichos Chores Don Alonfo Pacheco y cl Li-
cenciado Pereda de Velafco que el dicho Senor Marques es contento
de fe obligar ellos en fu nombre y dc fus herederos le obligan a ref-
y
tituir a la dicha Senora o a fus herederos toda la dicha dote conio di-
cho es y elpecialmcnte los dichos veinte mil ducados que ha por reco-
vidos en fy por la mancra defufo declarada (in que eniiempo alguno
puedan detir que no los recevio ni le' fucron pagados y lin enbargo
de las leys que dicen que no valga la obligacion dc rdlituir la dote qûc
fc pronictio y no fe pago y entrego com efleto por quanto cl diepo
Senor Marques realmeiite eua pagado entregado dc los dichos vcin-
y
te mil ducados por la rcininion del dicno enpreftido y por el benefi-
cio que redbe cn n6 toniar a cenfo para el los dichos treinta mil du-
cados lobre fu eftado como los ubiera de tomar aviendolos de preltar
a Su Magcllad.
Ydixeron mas todos los fufo dichos: yotro fy fea capitulado
que la dicha rellitucion de toda la dicha dote Ic hard dentro de un ano
que lera contado del dia de la feparacion del matrimonio y due cm
quanto no fe rellituyere realmente y con effedlo le pagaran el dicho
Senor Marques o fus herederos a la dicha Senora o a lus herederos dc
reditos en cada un ano por intcres julto y Icgitimo todos los marave-
dis que con la dicha dote fe pudieran comprar de juro a quatorze el
milhar y que de mas de lo fuzo dicho fe a acordado y capitulado que
la dicha Senora Dona Serafina renunciaria liis legitimas paterna y nia-
terra en lavor de la dicha Senora Dona Catalina fu Madre para que
piidiefe dil'poner libremente de lo que a las dichas legitimas piiede per-
tenecer y que dcfde luego daria nn y quito dellas por refpe^lo de lo
ue la dicha Senora D. fiatalina fu madre le quiliefe dar , y de la dote
3 e que Su Magellad le haze mcrced y por quitar de todas las occafio-
nes dc pefadumbres que pai tiias y fus dependcncias de fuyo pueden
tracr ; diziendo mas que la diclui Schoia D. Serahna tiene ya heclia la
'loin. IV. Ggg renun-
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4x8 ^rovas do Lav. VI, da Htflorta Cfeneah^tca
renunciaclon dc las dichas legitimas por una publlca cfcritura que lue-
go prcfentaron y fue Ici'da y villa en prefencia de mi el dicho el'criva-
no y teftigos !a qual parecia fer fecha ante Antonio Cordero publico
notario en Villa Vicioza a los feis dias del mes de Agofto defte prefcn-
te ano y Hondo alii lelda la dicha efcritura y renunaacion de legitimas
en ella fecha , todos los fufo dichos dixieron que la loavan aprova-
fen , y de nuevo la ratificavan y aceptavan , como de hecho la aproba-
ron y ratificaron y aceptaron eiinombre de fus conftituvcntes por la
parte y manera que les toca y tocar puede en la mejor /orma que en
derecho puede let y haver lugar. Y dixeron mas que otro 11 fue ca-
pitulado que el dicho Sehor Marques dara en cada un aho a la dicha
&hora Doha Serahna durante el matrimonio tres mil ducados para fu
recamara pagados por los terdos del aho para lo que ella quizicre lin
que en ningun tiempo fe le pueda a ella ni a fus herederos pedir quen-
ta dellos en todo ni en parte , y aunque dilTolbiendofe el matrimo-
nio fe hallen en pie todos o parte dcllos lin fer gallados por qualqui-
cra manera que ello acaefca ande fer fuyos y de fus herederos , que-
dando llempre obligacion como hade quedar al dicho Sehor Marques
de fullentar las cargas del matrimonio conforme al linaje grandeza y
dignidad de ambos fin que la dicha Sehora D. Scrafina tenga obliga-
cion de vellirfe ni de fullentar fus criadas dellos tres mil ducados dc
renta en cada un aho ni hafer otra cofa dcllos mas que lo que quificrc,
por virtud de la qual capitulacion los dichos Schores D. Alonfo Pa-
checo y el Liccnciado Pereda de Velafco dixeron que dicho Sehor Mar-
ques es contento y ellos lo fon en fu nombre que la dicha Senora aya
los dichos tres mil ducados en cada un aho durante el matrimonio de
las rentas de fu ducado de Efcalona pagados por los tercios del aho fin
falta ni diminuicion alguna porlaperfona que cobrare las dichas ren-
tas a la qual el dicho Sehor Marques manda y encarga que fus Conta-
dores rccivan y pafien en quenta lo que afy pagare a la dicha Sehora
por Cedillas dc la mifma Sehora firmadns dc fu mano o dc quicn fu
poder para ello ubiere halla la dicha fuma de tres mil ducados al aho
como dicho es.
Difiendo mas los fufos dichos que fue otro fy alTentado y acor-
dado que todo lo que fe adquierc por el dicho Sehor Marques y por
la dicha Senora Doha Scrafina durante el matrimonio ande fer vicncs
partiblcs eotre ellos conforme a las leys dc ellos Reynos.
Y que file otro fy acordado que el dicho Sehor Marques aya de
dar y d6 a la dicha Sehora D. Scrafina veinte mil ducados de arras para
que la vco 9a y ganc en todos los cafos conforme a las Leys dellos Rey-
nos y que en quanto el dicho Sehhor o fus herederos no pagaren las
dichas arras en qualquier cafo de dilTolbicion delle matrimonio les pa-
garan otro fy a la dicha Sehora o a fus herederos de reditos en cada
un aho por mtcres jullo y legitimo todos los maravedis que con los
dichos veinte mil ducados de arras fe podieran comprar de Juro a ra-
fon de quatorze por miliar como ella dicho fobre la rellituicion dc la
dote; por virtud de la qual capitulacion dixeron los dichos Senores
D. Alonfo y cl Liccnciado Peicda de Velafco que ellos en nombre del
dicho
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da Cafa %eal T*ortuguesâ 41P
dicho Scnor Maroucs y de fus hcrcderos prometian a la dicha Sciiora
y a fus hcredcros las dichas arras y rcditos dellas en la forma ouc di-
cho cs. Diliendo mas que fue anfy mifmo capitulado que dicno Sc-
nor Marques fcnalaria a la dicha Schora D. Serahna una buena Villa
cn fu eftado con fu jurifdicion donde refida en cafo que quede viiida
con tres mil ducados dc renta al aho durante fu viudes lituados todos
cn la dicha Villa o la parte que dellos cupiere en ella y lo dc mas cn
otro lugar o lugares ccrca de la dicha Villa fin que en eftos tres mil
ducados entre ni aya dc entrar cofu alguna de los reditos que fe le an-
de pagar en quanto n6 fe hifiere reftituicion dc la dote y arras como
dicho cs , por virtud de la qual capitulacion los dichos Senores Don
Alonfo Pacheco y cl Liccnciado Pereda dc Velafco dixieron y decla-
raron que el dicho Scnor Marques fcnalava y ellos en fu nombre fe-
halaron a la dicha Schora por la facultad y liccncia que para cllo tienc
dclRey nuellro Scnor la fu Villa de Almorox que cs en fu Ducado
dc Efcalona en efte Reyno de Toledo con todo fu dillrito termino y
jurildicion alta y baxa mero c mixto imperio Collillo , Fortaleza , y
Cafa y todo lo dc mas affy como cl la tiene y le pertenece para que fi
la dicha Schora qucdarc viuila con hijos o fin ellos mientras durare
,
fu yiu Jes pueda refidir cn ella y la tenga y polfea como fuya y toda la
declaradas y juntamente con ellas
y mas cofas dc fufo
jurifdicion della
los dichos tres mil ducados de renta al aho , lus quales dixeron quel
dicho Scnor Marques les fituaba y ellos en fu nombre le ubieion por
fituados cn todas las rentas que el tiene en la dicha Villa de Almorox
y en todas las del dicho Ducado de Efcalona para que por fus officialcs
dc la dicha Schora y perfonas quo fu poder ubicren cobre y aya por
las dichas rentas y por lo mejor parado dellas en cada un aho todos los
dichos tres mil ducados de renta fin falta ni diminucion alguna mien-
tras durare fu viudes como dicho cs por manera que hafta que la di-
cha Schora los cobre y lea enteramente pagada dellos no puedan ni
podran Iqs Duques fus fubcelfores que por el tiempo adclante fueren
recivir ni haver cofa alguna de todas las dichas rentas.
Difiendo mas los fufo dichos que fue otro fy acordado y capi-
tulado que quedando la dicha Schora viuda con hijo o hija nicto o
nieta fucelfor delosEftados
y Cafa del dicho Scnor Marques ella ten-
ga el govierno dellos y della entera y cumplidamente mientras cl dicho
fucefor hijo o hija nieto o nieta fuyos mientras no tubieren hedad
para los bicn governar.
Y que la dicha Sehora Doha Serafina podra traer configo las cria*
das que Ic pareciere necclfarias para fu fervicio
y que afy a eftas quella
traxiere como a las de mas que por el tiempo adclante la fcrvicrcn fe-
ra el dicho Sehor Marques obligado a pagar fu fervicio o a dotar las
que ubicren dc cafar , y quiriendofe las criadas que la dicha Sehora tra-
xere o alguna dellas bolvcrfc para fu tierra fera cl dicho Sehor Mar-
ques obligado a embiarlas alia a fu cofta pagandolas primero fu fer-
vicio.
Y que fue otro fi acordado que el dicho Scnor Marques haria
las obligacinnes necelTarias yfeganarian las facultadcs que combiniefen
Toni. IV. Gggii ally
420 *ProvAS do Uv.yi. daHifloria (jenealc^tca
a(Ty para obligar fus cftados atodo lo fufo dicho como para derrogacio-
ncs dc las leys que cn todo o en parte hificITen contraJicion a alguna
de las cozas all acordadas y que Ixs efcrituras fe harian a contento de los
Letrados dc la dicha Senora. Por virtud dc la qual Capitulacion fe
ubo y gaud a pcdiinicnto j inlhncia del dicho Schhor Marques una
facultad dclRey nuedro Senor para firmefa de todo lo fufo dicho que
adelantc ira incorporada.
Y que otro fy fue acordado que la dicha Senora Dona Scrafina
fe le entregara al dicho Senor Marques cn Villa Vicioza o cn otro lu-
gar hafta Badajos.
Difiendome mas losdichos Senores D. Alonfo Pacheco y el Le-
cenciado Pereda deVclafco que ellos en virtud del puder que tienen
del dicho Senor Marques heran contentos cn fu nombre de confentir
aprovar y rateficar como dc hecho confcnticron aprovaron y ratcfica-
ron todas y cada una de las cofas de fufo en efta eferitura cxprelTas
contenidas y dcclaradas cn fabor de la dicha Senora Dona Scrafina y
de fus herederos con todas las claufulas promefias y obligaciones que
pueden afiegurar el cumplimiento de todo lo fufo dicho aunque aqui
n6 fcan expreflTas ni declaradas y para todo lo cumplir y mantener
obligaron c ypotccaron general y efpecialmentc fin que lasobligacio-
ncs y ypotccas gencrales delta eferitura derroguen las cfpccialcs ni
or cl contrario todos los vienes muebles y raizes del dicho Senor
Slarqucs afy loshavidos como los por haver a(Ty los fibres ypatrimo-
nialcs como los defus Mayorafgos y eftados con todas fus Villas Caf-
tillos dcrcchos y tributos y rentas cfpccialmcnte la dicha Villa de Al-
morox y cl dicho Ducado de Efcalona con todas fus rentas y como le
pcrtcnece ; uzando para efto y para todo lo dc mas cn efta eferitura
contenido dc la dicha facultad Real en la mejor forma que lo pueden
liafcr dc manera que lasdichas obligaciones e ypotccas ayan de parar
paren prejuifio al dicho Senor Marques y a fus fubceftores en todo
y
lo que fucre mcnefter para rcalmente y con efFedto fe cumplir y hacer
con la dicha Senora D. Scrafina y fus herederos todo lo contenido en
y efto fin cnbargo
die qualefquier leys
efta eferitura y prematicas deftos
Reinos y dederecho comum que encontrario aya opueda haver y fin
enbargo de las leys que difen que generales derrogaciones de leys no
valgan y fin enbargo de las inftituiciones bocacioncs v vinculos dc los
dicnos mayorafgos y eftados, calidad , y condicion dc los vienes dellos.
Y otro fy fin enbargo de quo las dichas arras cxcedan o exceder puc-
dan la dezima de los vienes del dicho Senor Marques , y fin enbargo
dc qualquiera defedto de hecho o de derecho nuliuad o impcdimicnto
ue por qualquiera manera impida retarde o embargue la validad y
S rmefa dc todo lo contenido en efta eferitura o dc alguna parte dello,
porque todo lo renunciaron cn nonSre del dicho Senor Marques y de
fus neredcros y fucelTores y prometieron de lo cumplir guardar y man-
tener enterainCTte fin que encontrario puedan decir o alegar cofa al-
guna cn iuifio o fuera del , antes quieren que fobre ello le fca dene-
gada toda audiencia y aiJîon y dixieron quel dicho Senor Marques
y fus herederos y fubcclfoies refponderan por todo lo contenido en
efta
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i
da Cafa âl Tortuguesâ. 421
efta efcrltura y fus depcndencias ante los Alcaldes dc la
Cafa y Corte
de Su Magcftad y ante otros qualefquier juefes ante quicn la dicha Sc-
nora o fus hcrederos los quificren demandar y pedir jufticia para Ic
qual rcnunciaron los juefes de fu fuero y los que por privilegio lo
pueden pcrtcnecer diciendo mas que fuplican al Rev nueftro Senor
ennombre del dicho Senor Marques que dc mas dc la dicha facultad
que Su Magcftad ha mandado palfar para hrmefa y feguranâ dcftc
contrato , fca fervido de confirmarle y aprovarle con todas las derro-
gaciones de leys de qualefquier cofas que cncontrario aya o pueda ha-
ver y que fon contentos que defpues de avida la dicha confirmacion
de Su Magcftad fe pueda nuevamente haver otra
y quantas fueren
mc-
nefter fin que fea necefiario llamar ni fitar para ello al dicho Senor
Marques ni a fus hcrederos o fubceftbres porque cn I'u nombre dcfde
agora para entonzes dan y an por dado fu confentimiento baftantes
para que fe ganen todas las dichas confirmacioncs. Con declaracion
que elta eferitura tendra entcra fuerfa y vigor aunque no fe ganen ni
le pida la dicha confirmacion por quanto todo fe hafe en virtud de la
facultad de Su Magcftad haviendofe alguna confirmacion de niicvo
y
fera folamente para anadir fuerfa a fuerfas y para mayor abundami-
ento y prometieron que el dicho Senor Marques ratoficara dentro de
echo dias efta elcritura fegun y como en ella fe contiene declarando
que aunque no la ratifique ade quedar y queda en toda’fuerfa y vigor
por quanto la dicha ratificacion no fe requiere porque fca neceffaria y
fe hade hafer folamente para mayor cautcla y feguridad v en teftimo-
nio deverdad anfy lo otorgaron todo v lo acetaron caJa uno delos
fufo dichos cn nombre de fus partes oMigandolas firme y efcafmente,
a fu entero y feguro cumplimicnto afy como fe fobre todo y cada co-
fa ubicra havido fcntcncias difinitivas naftadas cn coza julgada. Y di-
xicron y entregaron a my el dicho elcriviano la dicha facultad Real
cn virtud de que hafen y otorgan efta eferitura para que faque della
un trcslado y lo ponga y encorpore en ella y yo cl prezente eferiva-
no la faque pufe e incorpor^ cuyo tenor cs el feguiente.
Don Felipe por lagracia de Dios Rcy deCaftiHa dc Leon dc
Aragon dclasdos Cecilias dejerufalcm dcPortirgal de Navarra de Gra-
nada dc Toledo dc Valencia deGalifia de Mallorca de Sevilla deCer-
dena de Cordova de Corcega dc Murcia de Jacn de los Algarbes de
Algcfira de Gibraltar dc las Islas de Canaria de lasindias Oricntalcs
y
Occidcntales yslas y tierra firme del mar oceano Archiduque dc Aul-
tria Duque de Borgona
y de Bravante y de Milan Condc Afpiirg de
Flandcs y de Tirol y dc Barcelona Senor de Vifeaya y de Molina &c.
Por quanto haviendo yo ordenado que vos Juan Fernandes Pacheco
Duque de Efcalona mi primo os ayais de cafar y cafeis fûn orden
dc la Santa Madrc Iglefia con Dona Serafina mi fobrina hija dc Don
Juan Duque dc Berganza y dc Barcellos ya difunto my mui caro y
mui amado primo y delaDuqueza D. Catalina fu muger mi ntiiy ca-
ra y mui amada prima he tenido por vien dc hafer mcrccd a la dicha
Dona Serafina my fobrina para ayuda de fu dote dc fcfTcnta mil duca-
dos que nionta vcinte y dos quentos y quinientos mil maravedis paga-
dos
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42 2 ^(ovas doUv.Vl. da Hijloria (jenealogtca
dos en dla mancra; veintc mil ducados dclos trcinta mil quc rcmi~
timos al dicho Duque con los quales havia ofrecido fcrvirnos prefta-
dos para ayuda a las neceflidades prcfcntcs y otros vcintc mil ducados
cnjuro de avcinte mil cl miliar deque le mandaremos dclpachar nu-
cllra Carta dc privilegio en fonna , y los veintc mil ducados reftantes
cn un arbitrio en la Corona dc Portugal dc quc anfy mifmo le nianda-
remos dar las provifiones needTarias ypor vueftra parte nos ha lido hc-
cha relacion entre otras cofas quc cn raôn del dicho cafamiento lb
an allentado y capitulado cs que vos ayais de obligar y ypotecar gene-
ral y dbccialmcnte todos los vienes que al preziente tends y adelante
tubicredes muebles y raizes afly libres y patrimoniales como losdevu-
dlros cllados y mayoralgos Villas Lugarcs Callillos rentas dcrechos
tributos dcqualquier fuerte y calidad quc fcan a la rellituidon ypaga
dc los dichos feirenta mil ducados dc que alTy hazemos mcrccd a la
dicha Doha Scrahna mi fobrina y dc todo lo dc mas que la dicha D.
Catalina my prinia fu madre le dicre en dote, y de veintc mil duca-
dos que voslehavcis prometido en arras y para que en difolbicndofe
cl dicno matrimonio por qualquicr calb lb aya de pagar reditos dc la
dicha dotte arras a raôn dc a quatorze mil el miliar en quanto no
y
I'e pagare la luerte principal
y para que podais i'chalar y dar una buc-
na ^'îlla de las de vueftro eftado con tres mil ducados dc renta al aho
y toda fu jurifdicion Civil y Oiminal alta vaxa mero mifto imperio
con todo lo quc en clla tubieredcs alTy como a vos os pertenecc para
quc quedando la dicha Doha SeraHna mi fobrina viuda con hijes o lin
cllos los tenga
y aya todo cn quanto durare fu viudes con los dichos
tres mil ducados de renta al aho lituados en la dicha Villa todos o la
parte dcllos que en clla cupicren lo demas cn otro lugar o lugarcs
y
vueftros que mas cerca dlubicren de la dicha Villa y que ayais dc coii-
fentir y promoter quc quedando viuda la dicha Doha Serafina mi fo-
brina con hijo o hija nieto , o nieta vueftro fuceftbr cn vueftra cafa y
y cumplidamentc el govierno dcllos mientras

eftados ella tenga entera
cl dicho fucelfor hijo o liija nicto nieta vueftro y fuyo no tubieren
, o
hedad para los bien governar fuplicandonos fuefemos fervido de daros
liccncia y facultad para ello no enbargante el dicho vueftro eftado y
inayorafgos y qualelquier clauzulas vinculos y condicioncs dcllos y que
los dichos veintc mil ducados dc arras excedan de la decima parte dc
vueftros bienes libres y para que para firmeza y feguridad dc todo lo
fufo dicho y dc lo de mas en que ubieredcs confertado y confertaredes
fobre el contrato del dicho cafamiento dote y arras y fus dependencias
y cofas a el pertcnccicntes y que fueren dcclaradas cn la eferitura o ef-
crituras quc del fe hande nazer podais poncr y pongais cn ella qua-
y penas quc osparccicrc ocomo

Icfquier claufulas condicioncs la nu-
eftra mercedc fuefc
,
nos acatando lo fufo dicho y porque el dicho
cafamiento aya efedVo y por el mucho dcudo quc comigo ticne la di-
cha Doha Serafina mi fobrina lo avemos tenido por vien v por la pre-
fente de nueftro proprio motu
y cierta cicncia y podcrio Real abfolu-
to deque en efta parte queremos uzar
y uzamos como Rcy y Sehor
natural no rcconocicntc fuperior en lo temporal damos licencia y fa-
culud
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da CaJ a ân?ortuguesâ.
^
^2^
cuUad a VOS el dicho D. Juan Fernandes Pacheco Duqiie dc Efcalona
para que obligando primeramentc a la rcftitucion y paga dc la dicha
dote y arras los vienes libres y patrimonialcs que al prezente tends y
addaiite tubiercdes por fi aquellos no baftaren por la parte que de mas
dc los diclios vienes libres f'uercn menefter podais obligar e ypotecar
los vienes de los dichos vueftros eftados y mayorafgos , Villas , Luga-
res , Caftillos , rentas , derechos , tributos , y todas las de mas cofas
de qualquier fuertc y condicion que fean y a falta de vienes libres po-
dais haler la dicha obligalion c ypotcca de los vienes de los dichos vu-
eftros eftados y mayorafgos por todos los dichos felTcnta mil ducados
dc que yo hago merced a la dicha D. Serafina mi fobrina para lu dote
y a todo lo de mas que la dicha D. Catalina mi prima le dierc en dote
y a los dichos veinte mil ducados de arras que montan fiete quentos y
quinientos mil maravedis y para que fucccdicndo al cafo dc dilblberfc
cl dicho matrimonio por qualquier caufa Ic ayan de correr
y corran cn
cada un ano a la dicha D. Serafina mi fobrina o a fus hei ederos el ti-
empo que no fe le reftituyerc la dicha dote y arras los reditos y cenfo
de todo ello o de la parte que fe le dexarc de reftituir a raôn dc qua-
torze mil maravedis el miliar y fepuedan cobrar y cobren de las ren-
tas de los dichos vueftros eftados
y mayorafgos y anfy mifmo os da-
mns licencia y facultad para que podais fenalar a la dicha D. Serafina
mi fobrina una buena Villa de las del dicho vueftro eftado con tres
mil ducados de renta al ano y toda fu jurifdicion Civil y Criminal al-
ta y vaxa mero mifto imperio y con todo lo que cn clla tubieredcs afli
como a VOS os pertenecc para que quedando ella viuda con hijos 6 fin
ellos lo tenga y aya todo en quanto durare fu viudes con has dichos
tres mil ducados de renta al ano fituados en la dicha Villa todos , o
la parte que cn ella cupierc y lo de mas en otro lugar o lugarcs vuef-
tros que mas ccrca eftuvieren dc la dicha Villa y para que podais con-
fentir y prometer que quedando viuda la dicha D. Serafina mi fobri-
na con hijo o hija , nicto o nieta vueftro fuccITor en vueftra cafa y ef-
tados ella tenga entera y cumplidamente cl govierno dc la dicha cafa
y eftados mientras el dicho vueftro fuccflbr hijo o hija , nieto o nieta
vueftro mientras n6 tubieren hedad para los bien governar y fobre to-
do lo fufo dicho y cada cofa y parte dcllo podais otorgar las eferitu-
ras que para fu firmeza y validacion fueren ncceffarias de fe hafer las
y aprobamos e
qualcs nos por la prezente confirmamos loamos yntcr-
ponemos a ellas y a cada una dellas nueftra autoridad Real y queremos
y mandamos que valgan y fean firmes y valederas en quanto fueren
conformes y no cxcedieren ni paftaren de lo contenido en efta nueftra
facultad yanfi mifmo para que fobre todo lo demas enque osavcis
confertado y confertaredcs en ragon del dicho contrato deCafamiento
dote y arras y fus dependencias y cofas a el pcrtenecicntes y que fue-
ren declaradas en las dichas eferituras podais poncr y pongais en ellas
qualefquier clauzulas condicioncs y penas que os parccieren todo ello
no enbargante los dichos vueftros eftados y mayorafgos y qualefquier
claufulas vinculos y condicioncs dellos de qualquier manera vigor e
veinte mil
cfFeifto
y niinifterio que fea y no enbargante que los dichos
ducados
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,
424 Trovas doUv. VL daHiBoria Qencalogtca

ducados de excedan de la dcciina parte dc vueftros bienes libres
arras
V qualefquicr fucros y derechos uzos y coftumbres dpccialcs y genera-
les fcchos en Cortes y fuera dellas que en contrario de lo fulb dicho
fcan o fer puedan y (in enbargo de las leys que dicen que no valga la
general derrogacion de las leys que para en quanto a elto toca nos dif-
>eniamos con todo ello y lo abrogamos y dcrogamos cafamos , y anu-
{amos y damos por ninguno de ningun valor y efeflo quedando en
y
fu fuerl'a y vigor para en lo de mas adclante y para los cfetos ful'o di-
chos yno para otro alguno apartamos y dividimos de los dichos vu-
eftros eftaaos y mayorafgos y de las claufulas vinculos y condiciones
dcllos los vienes rentas que a lo lUfo diclio obligaredes y los haze-
y
mos libres no obiigados ,
ni fubjetos a vinculo ni rcftitucion alguna
con tanto que lean vueftros proprios y de los dichos vueftros eftados
y mayorafgos porque nueftra intencion y boluntad no cs de prcjudicar
en ello a nueftra Corona Real ni a otro tercero alguno que no Tea
dc los llaniados a cllos. Y mandamos a nueftro efcriviano o efaivia-
nos ante quien pafaren las eferituras que ccrca de lo fuib dicho fe hi-
ficren que encorpore en cllas cl trcslado delta facultad para que cn-
tonces y en todo tiempo fe guaide y cumpla lo en ella contenido y a
los del nueftro Conlejo Prclidcntes y Oidorcs de las nueftras audicn-
cias Alcaldes alguaziles de nueftra Cafa y Corte y Chancelaria y otros
qualefquicr nueftros juefes y jufticias dc nueftros Rcynos y Senorios
que guarden y cumplan y hagan guardar y cumplir efta nueftra Car-
ta y To en ella contenido de lo qual hade tomar la raôn Pedro de
Contreras nueftro Criado. Dada en San Lorenjo a veinte y uno dc
Julio demil y quinientos y novcnca y ties ailos.
YO ELREY.
Yo Juan Bafques de Salafar Secrctario delRey nueftro Seffor la fize
eferivir por fu mandado. El Lecenciado Rodrigo Valques Arze , el
Liccnciado Guardiola , cl Liccnciado Juan Gomes , el Doitor Amel-
queu regiftrada Gafpar Arnao Canciller Gafpar Arnao , tomo la ra*
5on Pedro de Contreras.
El qual dicho treslado de la dicha facultad Real dc fufo incor-
porada fe corrigio y conferto con fu Original que bolvy di y entregue
al dicho Senor Alfonso de Lucena en nombre de la dicha Senora D.
Catalina de que doy fe. Y declararon los dichos Senores D. Alonso
Pacheco cl Lecenciado Pereda de Velafco que el dicho Sehor Mar-
y
ques y ellos en lii nombre cbligan e ypotecan fus eftados y mayoraf-
gos general y efpccialmentc conio dicho es a todo lo contenido en ef-
ta eferitura conforme a la dicha facultad Real que cs para que a falta
dc los vienes libres ma-
y patrimoniales los de los dichos fus eftados y
yoralgos quedan obiigados c ypotecados para entero cumplimiento
dc todo lo fufo dicho en firmeza dc lo qual otorgaron la prezente ef-
eritura que yo el dicho efcriviano acepte y eftipule como perfona pu-
blica eftipulante y aceptantc en nombre de todos
y cada uno de aquel-
los a quien toca o tocar puede
y lo firmaron dc fus nombres a los qua-
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da Cafa 7âl Tortuguesâ. 425
Ics doy fcconofco /iendo a todo lo fufo dicho prezentes portcfligrs
cl diclio Scnor Dodtor Pedro Barboza y anfi tnifmo fucron tefiifios
Antonio Correa de Acofta Agente del Excelentiflimo Duque dc Bre-
ganga en efta Corte v Alexandre de Aviefo Cavallero del habito de
Chrifto ePantes en elta Corte los qiiales dichos teftigos tanbien lo fir-
maroii defus nombres. 1= Don Rodrigo deLencaftre. c: Don Alongo
Pacheco, c Alfongo dcLucena. E= ElLicenciado Pereda de Velafco.
Pedro Barbofa. s part'd ante my Rodrigo deVera , va teftado hij def-
de luego le obligaron no vala. Yo Rodrigo de Vera eferivano dcl-
Rey nueftro Senor y publico del numero de la Villa de Madrid y fu
tierra prezentc fuy a lo que de my fe haze mencion y lo figne. Lugar
do final publico en teftimonio deverdad. Rodrigo de Vera.
Nos los eferivanos publicos del numero de la Villa de Madrid cer-<
tificamos y damos fe que Rodrigo de Vera , de que yendo afinada y
rtrmada la eferitura de fu (igno conocida es eferivano publico del nu-
mero de efta Villa de Madrid y a fus eferituras y autos es dado y fc
da entcra fe y credito como a autos y eferituras hechas ante tal eferi-
vano publico ficl e legal y de contadoria en fe de lo qual lo rtgnamos
de nueftros fignos y firmamos de nueftros nombres en Madrid en vien-
te y dos de Oiftubrc de mil. e quinientos y noventa y tres anos. Lugar
publico en teftimonio de verdad. Andres de Herrera eferivano publi-
co. Lugar publico en teftimonio de verdad Diego Roman.
En la muy noble y leal Villa de Efcalona eftando dentro de los
Alcagarcs y fortalefa della que fon del Excelentiflimo Don Juan Fer-
nandes Gafpar Pacheco Marques de Villena Duque de Efcalona Con-
de deSantiftevan e deXiquena Senor de las Villas de Velmonte Seron
cTixola Tolox y Monda Vayarque y Aldcire y de los alumbres de al-
macarron y Cartagena &c. y eftando prezente el dicho Excelcntirtimo
Marques my Senor por Juan de Salinas Eferivano aprovado por Su
M.igeftad y publico en la dicha Villa y lugares de fu tierra en vientc
y tres dias del mez de Oftubre del ano del nafeimiento de nueftro Sal-
vador Jelus Chrifto de mil e quinientos y noventa v tres en prezenga
de Iqs teftigos abaxo nombrados lei a fu excelencia de verio adveritim
Ja eferitura del contrato de Cafamiento dote
y arras de Su Excelencia
con la Excelentirtima Senora D. Serafina fecha
y otorgada en la Villa
de Madrid por el Senor Don Rodrigo de Lencaftre e Alfonfo de Lu-
cena en nonibrc y como procuradores de la Seriniflima Senora Dona
Catalina y por Don Alonlo Pacheco cl Lecenciado Pereda de Velaf-
y
co en iiqmbre y como procuradores dc el dicho Marques mi Senor de
a leis dias defte prezentc mes que pafo perante Rodrigo de Vera Ef-
criyano de Su Mageftad
y publico en la dicha Villa de Madrid dc
quien parcce eftar (ignada c firmada y otro fy lei de verSo adverhitm
los podercs
y renunciacion de Icgitimas otorgada por la dicha Senora
Dona Serafina y la facultad Real e alvalacs dc Su Mageftad dc que en
la dicha eferitura fc hacc mencion
y aviendolo todo Icido y fiendo cn-
tendido por cl dicho Marques mi Senor luego Su Excelencia dixo
que ei a verdad que por orden c mandado dc Su Mageftad fe havian
hecho fobre efte Cafamiento las Capitulaciones en efta eferitura con-
Toni. IV. Hhh teni-
1
4 ^^ Turovas doLh.VL daHlJlorla ênealogtca

tcnidas que fticron tratadas y acordadas con fus Excelencias firmadas
por el Senor Don Chriftoval de Mora Coracndador mayor dc AlcanU'
ra dd Confcjo dc Eftado de Su Magcllad por efpecial poder qûc para
cllo tenia del dicho Marcjucs mi Senor las qualcs cran dc la lullancia 1
dcclarada enla dicha cfcritura, eque losdichos Don Alonfo yLecen*

ciado Pereda lo otorgaron y confentieron en fu nombre por ui poder
badantc quc para cllo tcnian cnvirtud de la dicha facultad Real que
a fu inlbncia y pidimicnto para ello fe gan6 de Su Magedad , e quc
con todo elTo para mayor feguridad e firmcfa de todas las cofas cn fu
nombre contenidas e pormetidas por la dicha cfcritura fu Excelencia
las otorgava confentia y pcrmctia e ratificava dc nucro cn la mcjor
forma quc en dcrccho fe requicre y puede fcr y es contcnto en fu
nombre e de todos fus hereacros e fubcelTores que todas y cada una
dc las dichas cofas fe guarden y cumplan cntcramcnte fm ialta ni di-
minucion alguna a(Ty y tan perfcidamcntc como H la dicha cfcritura
fiicra luego quando fue hccha confentida c otorgada por Su Excelen-
cia en perfona e firmada dc fu nombre e mcjor fe mejor puede fer e
como n todo lo en ella contenido fuera de nuevo confirmado una y
nnichas vezes por Su Mageftad y jufgado por fentcncias palTadas en
coza jufgnda eefto con todas lasmandas donacioncs condiciones clau-
zulas declaracioncs penas obligacioncs e ypotccas generalcs e cfpccia-
les y todo lo dc mas que en la dicha cfcritura fe contiene porque to-
do Su Excelencia dixo lo a e da por bueno como cozas hechas c otor-
gadas de fu voluntad y mandamiento y prometio quc cn ningun tiem-
po vendran cl ni fus herederos o fubcefores contra ello en parte m
en todo por fy ni por otros en juicio ni fuera del y viniendo quiere
que Ics fea denegada toda audicncia y accion hafta que realmente y
con cffcfto todo lo contenido en la dicha cfcritura fe cumpla entera-
mente con la dicha Senora Doha Serahna y fus herederos y dcclard
mas Su Excelencia quc aun quc el poder que dio a los dichos Don
Alonfo Pacheco y Lecenciado Pereda de Velafco para otorgar la cf-
critura del dicho contrato cn fu nombre , e obligar al cumpliniientq y
feguridad della todos fus viencs y eftados que le ottô cn efta Villa
perante mi dicho Eferivano a los doze de Junio paflado dc eftc pre-
zente aho dixo y declaro que ellos lo harian aft por facultad quc Su
Excelencia para ello tenia delRcy nueftro Senor con todo e/To decla-
ra aora que la dicha facultad no era facada aun quc ya eftava concedi-
da al tiempo que fe otorgo el dicho poder y dcfpues fe hifo por cl Se-
cretario Juan Vafqucs dc Salafar a los viente y uno de Julio dcftc di-
cho aho que es la que va inferta ytrcsladada en la dicha cfcritura e en
teftimonio de verdad afy lo otorgo y firmd de fu mano fiendo tefti-
gos losSehorcs Don Hernando Pacheco Comendador de aUnon y D.
Gabriel Pacheco dc Toledo hermanos de Su Excelencia e Albar Lo-
pes dc Toledo fu Contador y Secretario y yo cl dicho eferivano doi
fe conofeo al dicho Maroucs mi Senor otorgante quc en my regidro
firmo , el Marques , palTo ante my Juan dc Salinas eferivano. E yo
Juan de Salinas eferivano aprobado por Su Mageftad y publico en la
didia Villa de Efcalona y fu tierra fui prefente a lo quc dicho cs e
Digitize-' '
cv Coogle
;,
da Cafa %eal Tôrtuguesâ. 42 7

fize mi (igno cn tellimonio dc vcrdad. Lugar publico. Juan dc Sali-
nas.
Yo Rodrigo deVera cfcrivano de Su Mageftad publico del nu-
mero de la Villa de Madrid certifico y doi fe que Juan de Salinas cu-
yo llgno e fubfcricioncs cl de arriba es eferivano publico de la Villa
de Elcalona como fe nombra y a las eferituras y autos que ante cl an
palTado y pa fan fea dado y da entera fe ecredito enjuizo yfucra del
porque Ic conofeo hecho en Madrid ados dias del mes deNoviembre
dc quinientos y novenca y tres anos. Lugar publico en teflimonio de
veruad. Rodrigo deVera.
T(Jlamento da Senhora D. Sera^na , Margueza deVUhena, man*

dadj de Kama a copia a Senhora D. Catharine pelo Marquez
J'iu marido , de quern Jaio as notas. Ejld no Cartorio da
Caja de Braganga y donde 0 copiey.
pN nombre de laSantillima Trinidad Padre Hijo, iEfpirito Santo Num. 227.

I 1/ un Dios verdadero que en Trinidad de perfonas , i unidad dc
clTencia bive i reina fin fin. YoDona Marquefa deVilhena,
Serafina
' l6ot.
mugcr del Marques D. Juan mi Senor dc Don Tuan Du-
hija ligitima
que de Braganâ ,
i de la Senora Dona Catalina mi Senora efiando fa-
na del cuerpo , i en mi libre juicio , i quiriendo prevenir a los cafos
inciertos de enfermedades , i peligros
,
quo pueden , i fuclcn apretar
ino dar cfpacio aldifcurfo, i dclibcracion que ferequicre para difpo-
ner las colas dc mayor importancia a gloria dc Dios nueftro Senor i
de la Virgen Maria i para defcargo de mi conciencia , i bien de mi
anima : hago i otorgo mi tefiamento en la forma que fe figue.
Primeramente creo confielTo verdaderamente i firmementc la
,
i
Santa fe Catolica ,
como tiene , i ere i confiefla , i declara la Santa
la
Madre Iglefia Romana y en ella
,
i por ella protello bivir , i morir
como catobca crifliana ,
i i fuplico a Jefu Crifto mi Dios ,
pido , i
Senor porcuya fangre preciofa fui redimida , nopermita, que losin-
finitos mcritos dc fu pallion i muerte pierdan en mi fu valor i efi-
, ,
cacia , i me focorra con fu gracia i caridad
, y para que prevalefca
,
contra mis encmigos fpirituales , i libre dc fus tentacioncs , i lazos,
merezea alcanâr el fin para que fui criada , i gqcar de fu bienaventu-
ranza cterna , i a la fieinpre Virg<m i Madre de Dios nueflra Senora i
,
al Santo Angel demi guarda, i’a las Santos S. Juan BautilTa, Santa
Sarafina , S. Francifeo S. Antonio , i S. Pedro , i S. Pablo mis aboga-
,
dos intcrcedan por mi cn cl rigurofo tribunal de la Jufticia de Dios cn
cuja prefencia , no ai obra ni penfamiento que tenga la devida pureza
para que fegun fu infinita mifcricordia , mejuftifique i falve.
iten mando que quando fea nueftro Senor fervido dc Weyarmc CumpUoft y Afpofiufi
defta vida mi cuerpo fea puefto en abito del Sefior S. Francifeo i
cima del fe le villa el dc nueftra Senora dc la Concecion , que defde
aora pido dc limofna , i fe depofite en la parte , i lugar que cl Marques
mi Sefior i mui amado marido pareciere , i cuando aya oportunidad
Tom. IV. Hhli ii
*
i fu
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,
428 ^rovas doUv.VI. daHiflorta (ê>wahgtca

i Su E.lo ordene fe Ileve a fûltar en el monafterio del Parral dc 5?e-
gobia en el entierro donde cfta fcpultadn el Macftrc Don Juan Pa-
checo , i algunos Senorcs defta Gala , i fe ponga en la Capilla mayor
del dicho Alonadcrio en la parte, i lugar quc at Marques nil Sehor le
parecicre decente , i quicro , i ordeno que cl dicho depofito i entier-
ro fe haga (in pompa , ni aparato dc odentacion , i aun quc cn todas
las cofas cs mi voluntad fujeta a la de Su E. i neda como en las dc
mas me fujeto a ella. Suplico a Su E. por el buen exempio , i por
otras caufas graves , mande fe cumpla en cdo lo que tengo ordenado
i con el mefmo afeto , i cncarccimicnto pido , i fuplico a Su E. que
elija la parte i lugar demi entierro donde Su E. ovierc demandar fc-

pultar fu cuerpo , para que dcfcanfen nuedros cuerpos cn la mifina
union que tienen los animos en la vida.
Y mando quc cl dia que yo falcciere fe vidan nueve mugcres
pobres i I'e den a cada una dos realcs de limofna i afli mifmo le vif-
,
tan doce ombres , que lleven hachas cncendidas acompanando mi cu-
erpo a la parte donde oviere dc depofitarfc , i fc les dc la mifma li-
mofna quc alasmugeres , ifeden demas dedas obras treinta i tres li-
mofnas en la cantidad quc parccicrc a inis Cedamentarios , al mefmo
arbitrio fcan los vedidos de los pobres.
Cmuflioft. Yten mando que el dia demi falocimiento , ilosnueve dias fe-
guientes , fe digan por mi anima las milfas dc requicn , que fe pudi>
n
Diofi it luvourio
nties c4 iU di4
Ten decir cn el pueblo donde muricre , i en fu comarca , en lo qual
.
fuplico , i encargo al Marques mi Senor mande fc ponga cuidado , i
deligencia poUible como en cofa que tanto importa.
Dixeranfe mat da M- Y ten mando , que luego que yo muriere con toda brevedad fe
avil'o de mi muerte cn las Iglefias , i Conventos de Frailes , i Mon-
jas, i de laCompania dejefus, i otras cafas de Religion dc losEda-
dos del Marques mi Senor i mios , i en las otras Iglcdas i Conventos

de fucra dellos quc cl Marques mi Senor fabc que foi devota para
que me encomienden con touas veras a Dios nucllro Senor i en las par-
tes que Su E. parcciere fc haga alguna limofna , i particularmente
quicro , i ordeno quc fe de avifo en el Monafterio de frailes de S. Fran-
eifeo del lugar de Cadahalfo , a los cuales pido . i ruego digan milTa
por mi anima los nueve primeros dias contados acfde el dia quc fe les
diere noticia de mi muerte , i los mefmos dias me digan el oficio de
diftintos, i aquellos dias mando fe les dc dc comer, 1 la limofna quc
al Marques mi Senor parcciere.
f/*nrt dichatateatarjf Y mando quc fc digan por mi anima trcce mil milTas derequien
mil an its, y ol<oi rcfponfos al fin de la mifta , i fc pague la limofna a coftutnbra-
^ n/r
^ i
fuplico , i encargo al Marques mi &nor las mande repartir cn
las Iglefias , i Conventos donde entendiere ande dezirfe con mas bre-
vedad , y mande fe pague la limofna acoftumbrada
tJlsH mMdsdsi deyr, Ytcn mando le digan per el anima del Duque D. Juan mi Senor
i mi padre mil miflas.
Y ten mando fe djgan por cl anima de mi Senora la Marquefa

Dona Juana otras mil miflas, aun que fu Santa vida, i hcroicas vir-
tudes ine fcûran que no a mcncltcr efte , ni otro fufragio , i que
el
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,
da Cafa %eal Tortuguc^â. 42 ^

cl fuyo mi ade fcr mui importante delante del acatamcnto deDios.
Ytcn mando por las animas del purgario mas folos i mas r*
fc digan ifdit diclui.
neceflitadas trccientas miflas.
Y ten mando fe digan por las perfonas a quicn yo trago algun Hanft pmndddo dt\it.
cargo ,
i obligacion dc que me aya olvidado , 6 no tenga noticia tre-
cientas miflas.
Ytcn mando que qualquier memorial que parccicre firmado de^Ta Itbmo.
mi mano cn que declare algunas dcudas que deva , 6 defcargos que
quiera fehagan, oordene cofas que fc ayan dccumplir fea avido por
parte de mi teftamento , i coino tal fc guarde , i cumpla , i execute
aunque no tenga folcmnidad inllrumento publico , ni teibgos dc fu
otorgamiento.
Y ten mando , que fi yo reftare deviendo algunos maravedis de Cnmplirtfe y htHa
"® **
colas que por mi mandado fe ayan comprado , o que yo deva por
cualquiera otra via , que parezea fcr obligatoria aunque cn cl foro
eftenor no fe me puedan pedir fe paguen , i fe fatisfagan mui cumpli-
damente fobre lo cual cncargo las conciencias a mis teflamcntarios , i
Ics fuplico dcfcargucn la mia.
Ytcn mando I'e lleve a la Senora Dona Catcrina un brinco dc Cumplirdft.
misjoyas el que mandare el Marques mi Senor que fuplico a Su Alte-
za traiga por fenal del amor , i rcverencia que la tengo , i c tenido
aunque conozca quanto ha dc laftimar a Su Altcza ver cofa que con-
tinuamente le delpierte la mciroria de mi.
Yten mando al Senor D. Alexandre mi ermano una prenda mia, CiimpUrtfi,
la que al Marques mi Senor Ic parccicre cn fenal del grande amor que
le tengo , i para que tenga recuerdo dc mi alma.
Yten mando a Doha I.uifa dcMelo monja profefla en cl Monaf- Cun^liri^r.
terio dcEfperanza dc Villaviciofa treinta ducados.
Ytcn mando a Luewna Evangclifta monja profefla cn cl monafte- Mf"-
rio de las Chagas de Villavicio7.a treinta ducados.
Yten mando a Dona Juliana de Mcndoî mi Camarera mayor « r-fctlifs
mil ducados cn mueflra del amor que le tengo , i agradecimiento del P"* <“* .
!*
fervicio que me ha hecho loscuales mando fc Icden fi al tiempo que*""^^*

VO muriere no oviere tornado eftado , porque fi lo oviere tornado , y
le abre ayudado fegun la difpoficion del tiempo , amor , i obligacion
que le tengo.
Yten mando ferepartan entre Anica, i otras mis criadas trecien-Ciwip/iM/e.
tos ducados a arbitrio del Marques mi Senor que fabe ini voluntad
i podra conformc aella dar a cada una loque le parccicre, i lespido,
i ruego me perdonen que yo quifiera alargarmc con ellas mucho mas
i poncr todas cn eflado dc mi mano dexar con que poderlo ha-

, i les
ccr , fi no fuera forôfo acudir a otras obligaciones mas percilas.
Y ten mando a las mandas for90 l'as dos ducados fi los pidieren , /dm,
ilcsexcluyo dccualquier dcrccho que puedan tciicr, ipertendcr alas
mandas inciertas que quedaren en cftc mi teftamento , 1 quiero , i or-
deno que fi en alguna manda fe hallarc incertidumbre la cantidad della
ayan mis eredcros como fi la tal manda no fe uviera hecho.
Ytcn mando que el remanentc del quinto de mis bicncs fc entre-
£uc
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,,
430 ^rovAi do Uv. VI. da Htfloria (fenealoîca
guc al mi Scnor para auc del haga Su E. lo que tenemos co-

Mar<]uc.s
nuinicado .H hecho , i cumpliJo aqucllo todavia quedare alguna co-
i
fa del dicno qiiinto , fuplico a Su E. lo convicita cn obras pias del

fervido de nueftro Senor de la manera que de mi lo tiene cnteridi-
do , i (ûicro i ordeno que no fc Ic pueda pedir cuenta ft lo cumple
6 no , 1 que no fea obligado a darla a perfona alguna , i en cafo que
leparezea no cumplirlo, Ic mando cl dicho quinto para que loaya li-
brementc para ii milmo , i Ic fuplico , i cncargo por cl amor que le
tengo mueftre cl que me a tenido , i tiene cn acordarfc de mi para ha-
zerme cncomcndar flempre a Nueftro Senor i no para laftimarle de mi
falta, pucs qiiedando bivo Su E. que es mi mayor confuclo , no ha-
re yo falta a la crianza dc nueftros nijos que es la cofa del mundo que
me pudicTa poner cn cuidado , i la que lintierc S. E. reparara Dios Nu-
eftro Senor con hazer a nueftros hi jos talcs que Icimiten , i parezean.
Yten es mi voluntad de mejorar cn cl tcrcio de mis bicnes a
nqucl , o a aqucllos dc mis hijos , o hijas , que el Marques mi Senor
fenalarc , i le dexo libre facultad que por contrato entre vivos , o por
ultima voluntad como mejor le paricicrc , pueda fcnalar, y fchalc la
perfona , 6 pcrlbnas , que ovicren de haver la dicha mejora i pueda
rebocar el nombramiento que hizicre , i hazcric de num o todas cuan-
tas vezes fuere fei^'ido, como quien tiene entendida mi voluntad, i
la cumplira como yo la pudiera encaminar liendo biva , i prclcnte la
cual es que ayan la dicha mejora los que mas obedientes fueren a Su
E. a cuyo arbitrio , i libre voluntad dexo el darlc i fegun las occafio-
j
ncs que I'e ol'rcciercn aplicarlo a quien fuere fervido , i mas convini-
cre.
Y cumplido y pagado eftc mi teftamiento dexo , i nombro por
mis erederos univerfalcs a Don Felipe Condc de Santiftevan , i Don
Diego Roque , i Don Francifeo , i Doha Catalina , i Doha Juana hi-
jos del Marques mi Senor i mios , i a los de mas hijos , i hijas que Dios
fuere fervido dc darnos defpucs del otorgamiento deftc mi teftamento
todos los qualcs los que del los fueren bivos , ayan mis bienes dere-
chos i acioncs , i los repartan entre fi igualinentc con la bendicion dc
Dios i la mia.
Y
porque la riqueza , i nobleza que mis hijos pueden credar dc
fus padres progenitorcs es miferia , i vanidad fi no efta fundada cn el
j
folido filndamicnto del temor , i amor de Dios , que vcrdadcramcnte
enoblccc los animos , onra , i cnfalâ , a los que le firven , Ics mando
i
iencargo con el cncaricimicnto que puedo , i foi obligada , que dc to-

do coracon firs'an , teman a fu Divina Magcftad guarden fus man-
i i
damientos , v en premio de hazcrlo cfperen todo el bicn ,

i fclicidad
que cn efte figlo , y cn cl futiiro , pneden tener , I mereccr ,
i confide-
ren ,
que toda otra cfperanza es vaiia , fin fruto , i todo otro cami-
i
no , es camino de pcrdicion en que pcrecen jiintamente las almas las i
onras , i fchaladamcntc encargo aD. Catalina, i Doha Juana mis hi-

jas que entre los beneficios quo an rccebido dc la mano dc Dios , ten-
gan iiempre dclante dc los ojos cl linage dedonde vicnen. Y advicr-
tan que los nobles , i onrados eftan pueftos a mayores peligros i que
,
qual-
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,
da Cafa %eal ‘Portuguesâ. ^31

qualquicra nota en ellos por ligera que fea buck por las lenâs de
todo el mundo , i el confervar la nobleza a quc eftan obligados , no
puedc hazcrfe , fino imitando , i procurando fobrepujar las virtudes
de fus mayorcs i confidcren que dcfpucs de la gloria que Dios pucde
dar en fu bienaventuranza la mayor mia fera , que I'u virtud , i-crif-
tandad ,
fca excmplo a otras grandes Senoras , i que con elk agradcn
a Dios , i mcrczcan grandes cftados , i con el mefmo afeto mando i en-
cargo a mis hijos , i hijas fean obedicntes al Marques mi Senor i le
lirvan como a tal padre , i figan fus pifTadas , i exemplo , i no dege-
neren de fus virtudes , i confidcren , que por dexarlos en mayor onra
i autoridad i obligar mas al Rey nueftro Senor a ampararlos i favo-
, ,
rccerlos, fc pone , i a puefto en trabajos , i peligros cuyo premio fe-
ra vcrlos Cnftianos i virtuofos i ocupados en el fervicio de Dios , i
, ,
de fu Rci , a quicn mas que ningunos otros Cavalleros deven rccono-
cer , i fervir i afli fe lo mando i encargo por k mcrced grande que
, ,
les a hecho nueftro Senor de hazerlos tan uevotos de Su Mageftad i
fus vafiallos i criados i cofas tan propias fuas.
, ,
Yten pido , i fuplico al Rei nueftro Senor con la umildad , i
refpeto que devo fc acuerde de mis hijos , i los rcciba i tenga debaxo
de fu amparo , i fc fiiTa dellos , i los onre , i favorezea acordandol'c
de los fcn icios de fu padre , aguelos , i progenitorcs , i que fomos to-
dos hechura fuya , que yo efpero en nueftro Senor alentados con fu
real favor no moftraran en fu fervicio menos valor quc fus antepalTa-
dos.
Al Marques mi Senor no tengo ncceflidad dcencargar cl cuidado^mbs/f eji* tUnfuU.
de nueftros hijos , pues los ama con k mifma terneza quc yo , pero
es tan grande cl quc de\ o de mis hijas por fcrlo de tal padre , quc no
puedo dexar de reprefentar a Su E. i fuplicarle continue el que a pu-
efto en fu educacion , i con particular favor i amor las regale i on-
, ,
re , i haga mcrced i mandc a (iis ermanos , como yo fc lo mando , i
particukrmente al Conde las tengan refpeto , i las favorezean , i acu-
dan a ponerlas en eftado digno de fus paores , i aguelos.
Vpara cumplir, iexecutar efte mi teftamiento , i todo lo enel
contenioo en el dexo , i nombro por mis teftamentarios al Marques D.
Juan mi Senor i mui amado marido , que por el amor quc me tienc
I por laber mi voluntad , i no tener yo otra fino k de Su E. quero
quc fca in Jblidum mi Albacea , fin tener ncceflidad de juntarfc para
el cumplimicnto de mi teftamiento con los de mas pero cs mi volun-
,
tad que tanbien lo fea cl Duque de Braganâ , i cl Sefior Don Ale-
xandre , i cl Senor Don Gabriel Pacheco , i el Marques de Frechilk
mis ermanos , a quicn fuplico aceten el dicho encargo , i les doi po-
dcr cumplido , i baftante quel dc dcrecho fe requiere y mas pucde , i
dev'e valer , para que por fu autoridad propia fcentcre en lo mejor, i
mas bicn parado de mis bicncs , i los manden vender en el almonc-
da , i fuera della por el precio , i prccios que fucren fen’idos , para
efeto dc cumplir lo que le dexo mandado , i ordenado con facultad de
fuftituir , i profeguir el uno lo que cl otro uvicre comengado , i dc
hazer todo lo que yo pudicra fiendo biva i prefeute ,
aunque fe rc-
quiera
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43 i Titovas do Uv. VI. da Hijlorla (jenealogtca
quicra para ello mas cfpccial podcr , quc tal cual fe rcquiere fc Ic doi,
i otorgo con todo lo anexo , i dcpcndicntc , i Ics pido , i fuplico man-
dcn fc cumpla cftc mi teftamcnto con toda brevedad , como yo lo e

mcndlcr y loefpcro dequicn tan deveras me haze merccd.
Y rcboco calfo i anulo , i quiero que fcan de ningun valor , I
efcto todos , i cualcfquicr teftamentos, Codicilios, i'el'critura de ulti-
ma voluntad quc yo aya hecho , i otro^do antes dc aora , i quiero j
que no valan , ni nagan fc en juicio , ni I'uera del , fino quc efte mi
teftamcnto fe guarde , i cumpla en todo , i por todo , cl qual valga
en fuer§a dc teftamento , o de Codicilio , o de qualquicr ultima volun-
tad , o eferitura publica o privada fin embargo de que tenga cualquicr
defeto de fuftancia , o dc folenidad porque tal cual es : yo lo otorgo,
i cs mi detriminada voluntad , i quiero
,
quc aya cumplido efcto , ira
eferito el Original entres hojas, i parte dcotra plana del pliego ente-
ro , i rubricada cada plana , i fue otorgado en la Villa de Efcalona en
Ics Alcaccres , i fortalcza della en treinta , i un dias de Agofto de mil
e feifeentos i tres anos i firmado dc S. E. afii mifmo va teftado cn el
j
Original do dice Catcrina, ientre renglones Luifa Vala.
Bulla do Papa Clemente VII J. pela qual creou Inqulfidor Geral

aejles Reyaos ao Senhor D. Alexandre. Anda no Colleilorio
das Biillas da 1 nqui/iqaS.
Dilcilo (ilio Alexandro ex Ducibiis Brap;antiae in Sacra Theolo-

'
gia Alagiilro , Priori Collegiatae Ecclefia: Oppidi de Cui-
maraens Bracharcnfis Dioecefis.
CLEMENS PAPA VIII.
Num. 228.
An. 1602.
D lleile
bilis
fili falutem , & Apoftolicam beneditlionem. Cum venera-
Georgius Epifeopus olim V'’ifcnfis , quern Nos alias Portu-
gallisE , & Algarbiorum Regnis fuprcmuin contra haereticam pravitatcra
Inquifitorem ad noftrum , & Sedis Aportolicse bencplacitura deputavi-
mus , c,x nonnullis caufis nobis notis muncri pradifto vacare non pof.
fit. Nos quibus potiftima , & fumma cura eftj utSanila fides Catho-
lica ubique floreat , & augeatur , atque omnis hacrctica pravitas , e
cundorum mentibus dcpellatur , noftiic folicitudinis ftudium diligen-
tcr adliibcmus , ut qui a Caula Dominici gregis , diabolica fraude fe-
ducuntur , ad earn afpirante Domino , reducantur , vel fi in eorura
d.imnato propofito , & obftinato animo pertinadter perfeverare con-
tendant, ita debita animadverfione puniantur , ut corum poena aliis
tranfeat in cxemplum ; ac folicito providentes , ne propterca in didis
Regnis cadein Sanila fides aliquant iaduram , aut gravia indc damna
fubftincat , in pcrnicicm pnimarum Cihrifti fidclium , & difpendium fa-
lut« sterna: , de prjdicicndo in locum didi GeorgiJ Epifeopi huic
muncri Ecclcllaftici OrJinis viro , Rcligionc , prudentia , atque expe-
rientia
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,,
da Caja âl Tortuguesâ.

433
ricntia prxftanti folicite cogitantes ; ad te ,
dc aijus generis nobilita-
tc ,
do<^rina , fide ,
pietate ,
& Catholica:
lidedigna apud fidci zcio ,
Nos teftiinonia perhibentur , mentis nollrac aciem convertimus , firma
Ipe freti , te pi:ecipuum hoc munus , dirigente Domino , Confilia
& adHoncs tuas ad ipfius qloriam , CatholicjE fidci exaltationem at-&
que ad popfulorum chariffimo in Chrifto fiHo noftro Pliilippo Portu-
galliae , &
Algarbiorum Regi Catholico fubditonim faliitcm fclicitcr
<k>iturum. Alotu igitur proprio, acexcerta feientia , &mcra delibe-
ratione , beneplacitum noftnim primum expirare declarantcs , ipfum-
que Gcorgium a didbo muncrc abfolvcntes ; te in illius locum , Apof-
tolica Auaoritatc tenore pnefentium , Gcncralem Inquifitorem adver-
fus omnem hxreticam , & apoftaticam a Sandta fide Chriftiana pravi-
tatem in Portugalliae , & Algarbiorum , & ab eis dependentibus Regnis,
Principatibus , & Dominijs cidem Philippo Regi mediate , vcl imme-
diate lubjedlis, cum poteftate, audVoritate contra omnes, &quol- &
cunque hccreticos , &
ciyufcunquc damnatae haerefis fedtatores , dog- &
matiftas , atque ab cadem Sandhi fide Apofiatas , ctiam defundbas
& eorum memoriam , necnon de hacrefi , leu apoflaila a fide fufpedVas,
fortilcgia manifeftam haerefim fapientia ; divinationes , incantatio- &
iics , aliaque diabolica maleficia
,
etiam praedigia commitentes , aut
magicas , &
nicromanticas artes excrcentes , illoruinque credentes , fe-
quaces, dcfenlbrcs, fautores, &
receptatores , vel eis opcm, auxilium^
confilium , vcl favorem diredie , vel indiredld , publicc , vel occultc
prsedantes, atque eorum libros , feripta ementes^ legentes ,& rcti- &
nentes , cujufeunque ftatiis , gradus , conditionis , dignitatis , & &
prxeminentiae exillant , tarn laicos , quam Ecclefiafticos , Sxcularcs
& cujuicunque Ordinis R<ûlares , ac in alijs caufis de jure , vel con-
fuctudinc aa officium Inquifitionis fpedVantibus , pertinentibus , per &
te, vel alium, feu alios, prout juris fuerit, inquirendi, procedendi,
& cxequendi , feu inquiri , procedi , &
cxequi faciendi : contradidlores
quoslibet^ &rebelles, ac tibi in prxmiflis non parentes, per cenfuras
Lcclcfiafticas , & alias pocnas , etiam pecuniarias , ac alia juris , fadii &
remedia opportuna compcllendi , compciccudi , coercendi , muldlan-
di , &
puniendi ; atque in his, prscdidlis omnibus, &
fingulis , fi, & &
quotics opus fuerit , auxilium brachii ficcularis invocandi , & implo-
randi. Prxterea in quibufvis Civitatibus Regnorum , Principatuum ,
& Dominorum prxdidorum , unum ,
vel plures didtae hxrcticae , &
apodaticx pravitatis Inquifitorcs providos, &idoneos, acbonx famx,
& fanx confeientix viros Catholicx fidei zelo , dodhrina , & expe-
j
rientia pollentes cum fimili vel limitata poteftate ; necnon didVi of-
, ,
fitij Confiliariosprocuratorcs , tabclioncs,
,
alios Miniftros , &oP- &
ficialcs
,
quoties tibi placucrit , per te , vel alium , I'cu
opportunos
alios inftiti'cndi &
deputandi , ac tarn hadfenus inftitutos ,
,
depu- &
tatos per prxdidVuin Georgium Epifcopum , Sc alios quofeunque quam
etiam per te inftituendos , & deputandos , quandocunque tibi videbi-
tur , rcvocandi , iSc amovendi , aliosque in etirum locum fubrogandi
& fubftituendi , illos vifitandi , ac de geftis, Sc adminiftratis abeis ra-
tionem petendi cxigendi
,
&
ac quos culpabiles in ofiiciis eis comif-
j
Tom.IV. lii
,
434 doLiv.n. daHi/loria (jenealogica
fis juxta exccITuum , ac dcliflorum qualitatem , tuo arbitrio

repercris ,
corri.mcnJi , & puniendi , ipfasque per te perpetuo , vel ad tempus

impofitas prenas, in toto , vcl in parte moderandi, & remittendi , ac
quibiifciinque judicibus , & perfonis , quavis etiam Epifcopali , vcl
Archiepifeopafi dignitatc fungentibns , quibus tibi inhibenJum videbi-
tur , etiam fub cenfuris Kccicfiafticis , & poenis etiam pccuniariis inhi-
bendi ; atque ipfos inobedientes in eas incidilTe declarandi , aggravan-
di , &
rcaggravandi , ufque ad invocationcm auxilij brachij fjecularis
indufivi, &abeis, poftquam mandatis tuis paruerint, obediverint &
vcl parcre , &
obedire promifeiint , abfolvendi in forma Ecclefii con-
fueta ,
ac omnia alia , & lingula in prsmifTis circa ea neceffaria , &
<}uomodolibet opportuna ; necnon qua: ad officium Generalis Inquifi-
toris hujufmodi dc^re , vcl confuctudinc pertinent , aut pertinere
nofeuntur , faciendi , gcrendi , cxcrcendi , & exequendi , au£loritatc
Apoftolica , tenorc prxfcntium , ad noftrum , & Sedis Apoftolica; be-
neplacitum creamus , facimus , conftituimus , & deputamus ; ita ut tu
omnibus, & fingulis honoribus, &oneribus, emolumentis , gratiis,
facultatibus ,
privilegiis ,
indultis ,
pnerogativis ,
fuperioritate , & prte-
«minentia , quibus alij Gcncralcs Inquifitorcs , qui pro eo tempore fu-
crunt ufi , gavifi funt ac uti , frui , & gaudere potucrunt , & con-
&
fueverunt , uti , frui , & gaudere poflis , & vaieas (latucntes infuper, :
appcllationes , feu provocationes , & rccurfus ^ quibufvis fententiis

&
decrctis per quofeunque Inquifitorcs diiflorum regnorum , Principa-
ttium , & Dominiorum , tarn a prsefato Georgio Epifeopo , feu ab aliis
Inquifitoribus Gencralihiis , pncdeccIToribus tuis, na£Venus deputatos,
qiiam a tc in poftenim deputandos , occafione prxmiirorum promulga-
tis , & promiugandis , ac gravaminibus illatis
, & inferendis ,
ad te jn-
terponi , teque enufas appellationum , feu provocationum , & recur-
fuum hujufmodi , una cum omnibus , & fingulis earum incidentibus,
dependentibus , emergentibus , annexis, &connexis, perte, vel alios
audire , cognofcerc, &fine debito tenninare pofic , & deberc: acdc-
cernentes irritum , & innane quidquid fecus fuper his a quoquara qua-
vis aufloritate ,
feienter ,
vel ignorantcr contigerit attentari. Non
obAantibus pricmiflis , ac fclicis recordationis Bonifacii PapsE Oftavi
pnedecciroris noAri dc una , &
in Concilio Generali , edita , de duabus
diîs , &
aliis ApoAolicis ConAitutionibus
,
& Ordinationibus atque
etiam in Provincialibus
j
&
Synodalibus Conciliis editis gencralibus,
vcl fpecialibus , ac Aatutis , & confuctudinibus, etiam juramento , coi^
firmatione ApoAolica , vcl quavis firmitate alia roboratis , privilegiis
quoque, indultis, & litcris ApoAolicis , per prawleccfibres noAros qui-
bufvis perfonis , cujufeunque qualitatis , gradus, Ordinis, &Condi-
tionis cxiAentibus , ac Capifulis , Collcgiis , Congregationibus , Uni-
verfitatibus , Confraternitatibus , fub quibufeunque tenoribus , &
&
formis , concefiis : qtiibus omnibus , illorum tenorcs prsfentibus , ac
fi ad verbum infererentur
,
pro fufficienter exprefiis , & infertis haben-
tes, hac vice duntaxat fpccialiter
, ,
&
exprefie derogamus , cxtei isquc
contrariis quibufcunijiic. Voluinus autem , ut prafentium litcrarum
traiiiumptis , manu Notarij publici fubferiptis
,
tuo , vel alicujus &
• alte-
da Cafa %eal Tortugue:sâ, 435
alterius peffonjc in dignitate Ecclefiaftica conftitutac figillo munitis
plena fides , ubique gentium ,
• &
locorum ^ in judicio ,
& extra , jcque,
ac ipfifmet pra:fentibus adhibeatur. Infuper narum ferie deccinimus,
& dcclaramus , ut fi te alicui Metropolitans^ , aut Cathedral! Ecclcfia:
in Archiepifeopum , vel Epifeopum prafui , aut fi fbrfan in Coadju-
torem in regimine , &
adnnniftratione alicujus fimilis Ecclefia: cum iu-
tura fuccefllone deputari contigerit , ceflante Coadjutorii hujulh'.odi,
& fado loco fiiccellioni prefatae , tu ab officio Inquifitoris Generalis
hujufmodi abfolutus exiuas ^ &
efie cenfearis , ipfumque officium va-
cet , &
vacate cenfeatur eo ipfo, Datum Roma; , apud Sandlum Pe-
trum , fub annulo pifeatoris , die XXIX Julij M. DC. II. Pontificatus
noftri anno undecimo. . .
: M. Vellius Barbianus.
Terino, da aceitaâo.
Anno do nacimento de noflb Senhor Jefu Chrifto de z 6 oi cm

o primeiro de Outubro , em a Cidade de Lisboa nos Eftaos por virtu-
de do Breve Apollolico de Sua Sandlidade atras trasladado. Eu Bar-
tholameu Fernandes notario Apoftolico eSecretario doConfelho Ge-
ral do SamSIo officio da Inquingab nos apofentos do Senhor D. Ale-
xandre filho da Senhora D. Catherina , e do Duque Dom Joa6. que
Deos tern , aprefentei ao dito Senhor , o proprio Breve do Suinmo
Pontifice Clemente VIII. noflb Senhor , hora na Igreja de Deos Prefi-
dentc , perque o cria e conftitue Inquifidor Geral defies Reinos e Se-
nhorios de Portugal , o qual elle , Senhor , com a devida reverencia
aceitou , e tomando-o com fuas ma6s . o beijou e pos fobre fua cabc-
9a , como filho obediente aos mandaaos Apofiolicos , e diflb que ellc
aceitava o cargo de Inquifidor Geral , afli e da maneira que Sua Santi-
dade pello dito Breve ordenava , e mandava , e prometteo de o dar a
fua devida execuflao , e exercitar o dito cargo , e jurdiâ6 a elle per-
tencente , bem e verdadeiramente , e conforme ao theer do ditto Bre-
ve ,
guardando em tudo o ferviô de Deos noflb Senhor , e dereito as
partes do que tudo fiz efie auto deaceita9a6, que odito Senhor afli-
nou. E teftemunhas que fora6 prefentes, oDoutor Marcos Teixeira,
e o Licenciado Ruy Fires da Veiga, Deputados do Confelho Geral,
Bertholameu Fernandes o ferivi.
'
*
. I
. Dom Alexandre.
.
Marcos Teixeira. . Ruy- Pircs da Veyga,
• • •
Tom.IV. 111 u Copia

43^ ^fovas do Lh. VL daHiSiorta êneatomica
Copia da Carta delKey D. Fi/ippe II. para ElRey de Marrocos

Johre a libsrdade do Ducjue D.Theodofio II. Deu-ma Trijlao
Guedes de Qiieiroz , em cujo poder fe acha'b todos os pa-
pets pertencentes a ejie negociado authenticos.
IÛm. 2 2 ^. On 'Felipe por la gracia dc Dios Rey de Caftilla de Leon Dara-

. o I -/ gon deNapoles, Secilia yHierufalem &c. avos honrado y a la-
An. I)/** bado entre los Moros Muley Hamet Rey de Fez y deMarruecos co-
ino aciuel a quien todo bicn y honra dcl'canios , falud y acrefentami-
ento de buenos dclcos , tengo tan particular defco dc la hbertad del
Duque dc Barcclos , y a tanta obligadon aprocurarfcla por fer my Ib-
brino liijo dc mi prima hermana que he querido tomar la mano para
pediros y rogaros mui cncarccidamentc , que dc mas de permetir que
fe confierte lu refgate tengais por bicn dc moderalo quanto fuere pof-
fiblc que por tencrle yo la mifma voluntad , que 11 fucra mi hijo re-
,
cibere por tan proprio todo lo que por el hizeredcs y la liberalidad
que con cl ufarcdcs que lo terne muy cn memoria para gratilicarlo
con el agradccimicnto que conofccrcis ofreciendofe la ocafion como
os lo dira mas cn particular la perfona que ella os dara a quien me re-
mito. Honrado y alabado Rey entre los Moros , Dios os profpere y
de contento. Dc Santo Lorcncio a i6 de Deziembre de 1578.
YO ELREY.
Gab. Dc fayas.
Carta delKey D. Henrique a ElRey de Marrocos fibre a liherdade

do Duque de Barcetlos feu fobrinho. E/Id na Livraria m.f
do Duque de Cadaval , Copiador primeiro pag.S}, donde
a copiey.
IDit. n. 2 2 P« A/C U*to nobre e podcrozo Rey de Marrocos e Fez Eu ElRey D.

J.VJL Henrique &c. vos envio jnuito faudar vos faô I'abcr que em
^
An H78 quanto
' na6 tenho rccebido volTa repofta a ininha Carta erecados quo
vw mandci pello P. Fr. Roque pcllo âl cada dia efpero , tratarci
fomente do que toca ao livramento do Duque de Barcellos meu muito
amado e prezado fobrinho , em que crcio , c efpero
de vos faâis o
com que muito me podcis obrigar cm cauza de que rcceberci grande
contentamento para eu folgar dc rolo dar no que fe ofrecer nas vof-
fas, d:que fempre terei aquella lembranja que nellas me pode fazer
o bom eifeito defte ncgocio que vos rogo muito afFe£hjol'amcnte quei-
rais concluir por meu refpeito conforme aoque daminha parte vos di-
ra o P. Fr. Roque a quern mando efta Carta para vos dar com meu rc-
cado , a que me rcracto , c por certo devo ter que conlldcmndo vos
,
com volTa prudeacia o que oiilo nos devc fer prezeute por todos os
bons
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da Cafa êal Tortugues^ji.
437
bons refpcitos iulgareis quc convem tanto a hda parte como a outra
proccderdes ncuas matcrias fuavemcnte , e com me dardes ncllas a faiif-
Faâo que he raza& ; muito nobre e poderozo Rey de Marrocos e Fez.
NolFo Senhor vos alomeye com fua graâ e com ella haja vofla pcflba
eliftado emfua guarda. Efaita em Lisboa a 22 dcDezembro deisjd.
REY.
Alvara porqite 0 Dugiie de Braganâ tomeu para Jeu ferviqo todos

os Criados da Senhora D. Catharina.
EU oDuque &c. Fa9o faber aosque efte meu Alvara virem , quei^
eu tenho afTentado , de me fervir de todos os Criados da Senhora
D. Cathcrina minha Senhora, e por Ihes efentar otrabalho, e defpeza Au.
-
2
, «
j 0«
que teram en tirarem alvaras de novo hlhamcnto c por folgar de ihes

rafer mercc por efte ey por bcm de os filhar a todos e a cada hum
,
, e com as mefmas moradias que tinha6 por Alvaras
deiles , nos foros
dc Sua Alteza , pellos quaes mando que fe alTentem no livro da matri-
cola dos moradorcs de minha Cafa c com ccrtidao do elcriva6 della ,
,
decomo efta& aflcntados nodito livro porvertude dcfta minha provi-
la6 mando ao Apontador de minha Cafa que osaponte, elhcfaya nos
quarteis quc fizer das ditas moradias na forma do feu regimento c ci-
,
te fercgiftard nodito livro damatricola, enodefconto, para fe faber
como o afli ouve por bem de quc os officiaes a quc o conhecimento
pertcnccr palTaino fuas certidocns nas coftas delle Sima6 Pinhciro o
,
fez cm Villavigofa axxix dcOutubro de i5'83.
CATERINA.
Beglmento do mndo com que havia^ fer Jatisfekos os mnr adores da
Cafa de Braganqa no tempo da Ditqiie D. Theodofio 1 1. EJid
no Archive da Cafa , donde 0 copiey,
EU o Duque &c. Faô faber aos que efte virem que confideran-VT,,-„
do eu quanto mecuinpre prover iia ordem e Regimento demi-^^^**^' « *
,
,
nha Caza acerca do que os moradorcs delta ha6 daver de fuas fatista-
•
coens, e Cazamentos, ordenei quc nopâmento dos Cazamentos c

,
feryillos dos ditos moradorcs dc minha
Caza fe tenha a inancira fe-
guinte.
Primeiramente os Cavalleiros (idalgos e EfcudcjTos fidaigns ha-
,
VCTaf) de Cazamento e fatisfaâd de feu ferviqo quarenta e onto mil
,
E os Cavalleiros havera6 quarenta cdous mil reis tendo caval-

,
lo e nao no tendo trinta mil reis.
,
E com os Efeudeiros , quc fe acerdTentarem dc mogos da Cam.ira
le terd a mcfiua ordem quc com os Cavalleyros.
,
Eos
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,,
^TOV.ii do Lav. VI. da Htfloria Cfenealoyca

43 8
E osEfcudeiros, que na& forem accrcflentados de mOjos de Ca-
mara liavcraft trinta mil reis.
E os Portciros haverao vinte quatro mil rcLs.

E os moôs da Camara trinta mil reis.
E os moôs da Capella vinte quatro mil reis.
E os Repofteyros haverao vinte quatro mil reis.
E os moôs da Eftribcyra quinzc mil reis.
E os homens da Copa doze mil reis.
E os homens da mantiaria doze mil reis.
'
E os homens do thezouro doze mil reis.
E ellcs homens de officios fera6 os que forem tornados por alva-
ras meus porque I'endo Criados dos officiacs na6 havera6 couza algu-
ma.
Os CalTadorcs havcra6 vinte e quatro mil reis.
E os moôs da Caija de Cavallo haverao quinze mil reis.
E os de pS nao havera& fatisfa5 a&.
E ifto haverao deCazamento, efatisfagao de fervico cada huma
das ditas [wflbas fern fe Ihe ddcontarem incrces fcrvinuo-mc feis an-
nos compridos ,
e fervindo menos havera fomente o que pro rata fe
montar no tempo , que ouver fen'ido a rezati do que ouvera daver fer-
vindo os ditos I'cis annos perfeitos. E fcn indo-mc macs tempo dos di-
tos feis annos nao haverao latisfagab algda do tempo que affim maes
,
ferviran , e fomente vcncerafi fuas moradias , como orJenados affim
c da mancira , que os vencerem as pelfoas , que fervirem a partidos.
E fendo cazo , que algum Criado meu me faca algum fervigo
maes do que he obrigado por feu foro , e que por clle pretenda haver
outra fatisfacab allcm da que por feu foro llie he devida ; ordeno , que
nefte cazo Incfejam defconta^ aconta defte fervigo todas, equaef-
quer mcrces , quo dc mim tiver recebidas.
E fendo cazo , que algdas das ditas pelToas no tempo , que me
fervirem aja6 de mjm allem de fuas moradias algua alcaidaria m6r
fenga , ordenado , ou officio cuja cAimagab valha tanto , ou maes do
ue haviab daver de Cazamento Ihc ficara ifto etn lugar delle. E fen-
a o menos fe Ihe fatisfara o que faltar para comprimento do dito Caza-
mento , pella mefma mancira o havera quern ouver algda Commenda
deminha aprezentagab.
E pofto que atras diga , que fervindo-mc as ditas pelToas maes de
leis annos Ihc lerei fomente obriguado ao Cazamento aqui dcclarado,
nab fe cntcndcra ifto quando eu eracarregar algdas das ditas pelToas
dalgum officio , ou cargo de minha Cafa , porque entab Ihe dary macs
o que me bem parecer o que avera lugar dandolhe cu alvaia do dito
cargo , porque nab Iho dando , Ihc nao ferej na dita obrigagab ; c fen-
do cazo que eu db ordenado a algd Criado meu , ou qualquer cargo,
ou officio^ o dito ordenado Ihe ficara em fatisfagab do ferviflb . que
nilTo mehzer; cnab podera porcITe refpeito pretender outro algum.
E o que dito hfi dos Cazamentos dos mogos da Camara fe entendcra
fervindo os feis annos de idade de doze annos por diantc , porque ate
qsdozc nab havera fatisfagab alguma.
E pclIa
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,
,
dd Cafa Heal Tortuguesâ.
E mefma mancira os Repofteyros , e os 1110508 da Eftribcy-

pella
ra na6 venccrao Cazamento , fcnao dcs que foretn dc quinzc annos
para (Ima.
Item todos eftes Creados havera6 Cazamento ficando vivendo
comiguo , ou apouzentados , porque pafTando-os eu a ElRey , Rai-
nha , ou Princepe ficara a minha difpozi9a6 darlhe fomentc o que me
bem parecer , c avendolhe o abito de qualquer das Ordens , ou algda
outra merce ficara ilTo mefmo em meu arbitrio darlhe o que me pare-
cer fdmente.
Item toda a pcIToa , que alTentar comiguo a partido nao avera
Cazamento , nem outra alguma fatisfa5a& de feu fervi50 fenao o dito
partido em quanto me fervir.
Todo o morador de minha Caza , que tirar feu Cazamento na&
avera maes de mim moradia , e apouzentando-fe com o ditto Cazamen-
to Ihe mandarey logo paguar o que nelle fe montar.
. Todo ho Creado meu , que eftiver em fua caza , e fazenda no
'ugar onde eu rezedir , ou delle for natural na6 havera por aquelle
tempo , que me I’en’ir eftando afTim em fua caza , e fazenda fatisfa5a6
alguma do fervi50 . e fomente avera do tempo , que me fervir fora de
fua caza , e fazenua , ou do lugar donde for natural , c para effeito
difto mando ao Apontador de m'mha Caza , que no ponto , que em
cada hum anno fas dos fcrvi50S declare o tempo , que cada hum fervio
eflando em fua caza , e fazenda , ou em fua natureza para que aflim
fe declai e nos livros em que fe os ditos fcrvi50S efereverem , e mando
que efte Capitulo fe treslade no Regimento do ditto Apontador.
Por quanto alguns de mens Creados me come5ara& a fervrr em
hum foro , e antes que acabem feis annos o accrefeentarem a outro a
que por efte Regimento clla limitado differente Cazamento como hd
haver fervido hum mo50 da Camara tres annos no ditto foro dc mo-
CO da Camara , e depocs outros tres accrcfccntado a Cavalleiro, ou
Efeudeiro hdalgo ; declaro que de cada hum dos dittos foros vcncera
o Cazamento pro rata do que fe montar nelle do tempo ,
que tiver
fervido nclles feis annos querendo tirar feu Cazamento no fim delies
e fe o naO fizer e continuar feu fervi50 no foro accrefeentado , e no
^
ditto foro fervir feis annos perfeitos vcncera o Cazamento ordenado
a efte foro accrcfccntado. E na& acabando de fervir nelle os dittos feis
annos fe Ihc pagara o Cazamento , que vier conformc ao ditto foro no
tempo , que nelle fervio , c o que faltar para comprimeuto de I'cis an-
nas fe Ihc fatisfara conforme ao Cazamento limitado ao foro dc quo
aftim foi accrefeentado de mancira , que nunca vcncera macs dc hum
Cazamento tendo-fe primeiramentc refpeito ao tempo de quo fervio
accrefeentado.
E mando que qualquer pefloa , que na minha Sei'adaria tiver
fevada fe Ihe nao conte na moradia , nem a avera na ditta Sevada-
ria tendo mulla fena& cavallo
,
e acontecendo , que fe tire a fevada
da Sevadaria a quern nclla a tiver provendo-o por Commenda , ou
por outra via ey por bem , que na6 tome a aver a que tinha na mora-
dia.
Quando
^rovas doUv.FL da Hijlorta ênealogica
Quando algum Crcado mcu fe accrefccntai' para fc apouzentar
nao avcra corrcginicntos.
Item os Capdlacns , Lctrados , e Cantorcs na& avcraA fatisfa 9a&
alguma do tempo , que me fervirem , e nos alvaras de feu filhamento
fefara efta dedaragao , os quaes feregiftarao deverho adtxrhum
Efcriva6 da matricula dos moradores de minha Caza , cm cujo Kegi-
iricnto fc tresladara ellc Capitulo para fozer os dittos alvaras na forma
dclle.
E por quanto os Senhorcs defta Caza fizeram fempre muitas mer-
ccs e honras aos fdalgos que a fcrvira6 , e eu efpero de lhas fazer
,
comformc ao meredmento ue cada hum ,
e ferviô , quo comiio que
me farao , ey por bem , e ordeno , que os fidalgos , que comiguo vive-
rem nao poflao pertendcr Cazamento , ncm fatisfa^6 alguma por feu
fervijo , porque em lugar della Ihe ficarab as merces que Ihe nzer , e
antes que comelTem a fervir Ihc fera lido efte Capitulo , e o Efcriva6
da matricola dos moradores de minha Caza palTara dilTo certida6 nas
Collas do alvara de feu filhamento para effeito do qual fe tresladara
efte Capitulo no feu Regimento.
E filhando algumas peflbas cm foro de Repofteyros de Camas ha-
vera cada hum de latisfa;a6 trinta mil reis , fen'indo feis annos , pclla
niancira que ditto h6.
E ^r auanto h£ minha ten 5a& , que os meus Creados firvao
tambem a Sennora Dona Catherina minha Senhora , c May , e aflim a
meus Irmaons, c Irmans em quanto eftiverem emCaza de Sua Altcza,
ou na minha ; ordeno que nao pofla6 por efte refpeito em tempo al-
gum pretender I'atisfaâo alguma allem da que por efte Regimento ou-
'verem daver fc me lirvirab a mjm fomente.
E
porque eu tenho aflentado de me fervir de todos os Creados
do Duque ,
meu Senhor , que Dcos tern por efeuzar o trabalho , e def-
peza , que teriab cm tirarem alvaras de novo filhamento , e por tblgar
de Ihe fazer merce , por efte , ey por bem de os filhar a todos , e a cada
hum dellcs nos foros , e com as mefmas moradias , que tinhao por alva-
ras de Sua Excellcncia , e do Senhor Duque D. Theodozio mcu Avo,
ue fanta gloria aja , pellos quaes mando , que fe alTentem no liyro
3 a matricola dos moradores de minha Caza , e com certidab do Efcri-
vab della de como eftab affentados no ditto livro ; por vertude defta
minha Provizab mando aoApontador de minha Caza, que osaffente,
c Ihe faja nosquarteis , que fizer dasdittas moradias na forma defeu,
Regimento.
E } era que efte Regimento haja effeito , e fc cumpra inteiiamen-
te como fe ncllc conthem mando a Diogo Lopes pubrico Notario em
todas minhas couzas , ou a quern feu cargo fervir , que tenha hum li-
vro enquadernado cm pafta numerado , e aflinado pello Doutor Felix
Teixeira Dezembragador , cChan 9aller de minha Caza , c Ouvidor de
minha fazenda no qual ao tempo do filhamento de qualqucr Creado ,
que eu filhar da feitura defte em diantc faea com cllcs comtrato por
eferitura publica aflinada pella parte , c teftemunhas cm que declare,
que as partes fab contentes de eftar por efte Regimento , c de o cum-
prir
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I
'
da Cafa %:al ôrtuguesâ, 441
prir inteiramentc ,
e quc fabem o quc nolle fe conthem , e nao qucrc-
rem haver outra Ihtisfaâo do lens ferviôs lenao a comheuda nolle,
e pera ifFo Ihe fera lido , e dedarado perante as dittas tellemunhas pol-
io ditto Notario , e aflim o dedarara na ditta clbrctura , em que outro
li renundao as partes exprelTanicnte todo o direito que poira6 ter pa-
ra requerer , e haver a ditta fatisf'a9a& por outra qualquer via , e o dit-

to contra to allj fara o ditto Notario ein meu nome conio pelToa pu-
brica , nao alteftindo a die por ininha parte outra peflba por meu
mandado ; e ora farao outro li novo contrato todos , e cada jhum dos
Creados de Sua Excellcncia , que novamente filho por bom della mi-
nha Provizao , e mando ao Eferivao da matricula dos moradorcs de ini-
nha Caza, ou a quern ©ditto carguo fervir que nao alFente pefloa al-
guma no livro da matrjcula , nem pafle alvara de filhamento as pell'oas,
que eu de novo tomar para me fervireni fern primeiro Ihe aprezentar
certidao do ditto Diogo Lopez em que declare ter feito cm I'cu livro
o ditto contrato , e die Regiment© I'e tresladara no principio do ditto
livro, e aflim no cm que k
efereverem os fervigos dos moradorcs de
minha Caza de que Jeronimo Dias de Montarrojo , e o ditto Diogo
Lopez paflarao lUas certidoens nascoftas defte , o qual fe entregara a
Pedro Rodrigues , meu Efenvao da Camara , a quern mando que o
raeta no clcritorio dc minhas doaflbens. Sima6 Piiihciro o fez em Vil-
Ja-Vi§ol'a axx6 dias Dabril delxxxiij.
Carta delRey D. Filippe I. de Fortiigal ,

em (jue para pagamento
dos duzentos mil cruzados ,
(jue promettera ao Duijue D. foao
1, deu ao Diujue D, Theodofio II, cinco contos de reh
de juro, FJld no Archivo da CaJ'u , maô de juros.
D Om Philippe per graga dc Dcos Rci de Portugal etiosAIgarves^

daquem e dalcm Mar , Africa , Senhor de Guinc e da Conquifla
Navegaâo, e comcrcio dc Ethiopia, Arabia, Perfia, e da India See.
^
An. 15
^ 3
Aos quc ella minha Orta virem laô faber que eu fiz mcrce a Dorn
Joam Duoue de Bragan9a meu fobnnho que Deos perdoe de duzentos
mil cruzados para fe dclempenhar , e pagar fuas dividas pagos em qua-
tro annos , e por cm liia vida Ihe nao I'er palfada provifa6 della mcrce
paflei hfl meu Alvara para fepagarem a feus tcllamentciros einquatio
annos pcla mancira declarada no dito Alvara , de que o trcslado he o
fcguintc. Eu ElRcj faô I'abcr aos quc cllc Alvara virem quc eu flz
mcrce no mes dc Fcvcrciro do anno paflado dequinhentos coitenta c
tres aD, Joao Duque dc Braganga meu fobrinho que Dcos perdoe de
duzentos mil cruzados para fe defempenhar e pagar fuas dividas pa-
gos em quatro annos , e porque em fua vida Ihc nao foi palfada pro-
vifa& della mcrce Ihemandei hora dar elle Alvara, polio qual ci por
bem, e me praz, que os dittos duzentos mil cruzados fepagucm aos
tellamcntciros do Duque Dom Joa6 em quatro annos , que comeârao
do primeiro dia domes de Janeiro do anno prei'ente dequinhentos c
oitenta c quatro em diantc , para cfleito dc fe com dies pagarem fuas
Tom. IV. Kkk divi-
44 ^ do LiV, VL da Hiflorla ’ênealogtca
dividas, c dcfcmpcnhar fua fazenda , f. finquoenta mil cruzados' cada

hum dos ditos quatro annos. Notifeoho afTim aos Vccdorcs de minha
fazenda, e Ihesmando que faâo alfentar eftes duzentos mil cruzados
no livro della no titulo dos ordenados , e cm cada hum dos ditos qua-
tio annos del'pachem fincoenta mil cruzados dellcs cm lugar onde fe-
jao bem pages as pelPoas que por certidao de juftifica^'ao conftar que
fao teftamentciros do Duque ou que os podem por dies receber , e if-
to prefentando-fe ao Juiz das Juuificaôes certidao autcntica de como
os duzentos mil cruzados eftao carregados no Inventario que Ic por
falecimento do Duque fez de fua fazenda , pondo-fc as verbas necef-
farias , e cumprao e guardem die Alvara como fc nelle contem , pof-
to que o ell’eito delle aja de durar mais de hd anno , e que na6 feja
padado polla Chancellaria fern embargo da ordenayao do fegundo li-
vro titulo vinte emcontrario. Diogo Lopez o fez emiVIadrid adeza-
fete dias de Mar 90 de mil quinhentos e oitenta e quatro , e Nunalva-
rez Pereira o fez eferever. Os quaes duzentos mil cruzados fe carre-
gara6 no Inventario que fe fez da fazenda que ficou por falecimento
do Duque, como fc contem cm hua certidab dcFrancifco Correa Ef-
crivao das partilhas , juftificada polio Doutor Manoel doliveira que
Deos perdoe , qrie foi Juis do defpacho da Mefa de minha fazenda , c
das Juftificaôds della , da qual certidao e juftificaâo o treslado he o
feguinte. Aos que efta certidao dada por mandado , e autoridade de
j’uftica virem , ccrtifico eu Francifeo Correa Eferivao por cfpccial
manuado delRey nolfo Senhor das partilhas da fazenda que ficou por
fallccimento doDuciuc D. Joao que Deos tern, que no Inventario que
fe fez dadita fazenaa eftao lanâdos os duzentos mil cruzados, deque
Sua Alageftade fez mcrce a Siia Exccllencia que Deos tern em fua vi-
da , por hda addiâo que eftaa no dito Inventario de que o treslado
he o feguinte. Duzentos mil cruzados que feitos a reacs vem a for oi-
tenta contos deque ElRei Noftb Senhor fez mcrce ao Duaue Dom
Joa6 que Deos teni para fe defempenhar c pagar fuas diviuas pages
em quatro annos que comeârab ao primeiro dia do mes de Janeiro do
anno prefente de quinhentos e oitenta c quatro annos. f. finquoenta
mil cruzados em cada hum dos ditos quatro annos conforme ao Alva-
ra que Sua Mageftade paftbu , o qual foi feito em Aladrid por Diogo
Lopez a defafctc dias do mes de Mar9 o do dito anno fob eferita por
Nuno Alvarez Pereira. E afiim certifico que no teftamento do aito
Senhor Duque que aja gloria foi leixada por teftamcntcira a Senhora
D. Catharina nolTa Senhora. como confta dehda addigao do dito tef-
tamento de que o treslado ne o feguinte. Ha Senhora D. Catharina
pego que feja minha teftamcntcira e que efcolha o lugar que Ihe pa-
reccr conveniente para minha fcpultura
,
certifico que cm todo o di-
to teftamento , na6 ha outra verba , nem addigab quo tratc da tefta-
mentcira fenab a conteuda nefta certidab , lio que tudo confta pello
dito inventario e teftamento que ficab em meu poder
,
a que me re-
porto , e as ditas addigoes forab concertadas com os proprios por mim
Eferivao , e por Diogo Lopez publico Notario nas coufas que tocab
ao Duque , e a Senhora D. Catharina nolTos Senhores e por tudo paf-
far
,,
da Cafa Tortuguesâ.
443
ftr affim tia vcrdade paflci efta por mim feita e aflinada de mcti final
coftumado em Villaviôfa
a feis dias do mes (f Abril de mil e quinhcn-
tos e oitcnta e quatro annos. Francil'co Correa. O
Doutor Manocl
dolivcira de Gamboa do Confelho dc ElRej noflb Senhor , c feu dcf-
cmbargador do paco , Juiz de fua fazenda e das JuflificaôSs della fa>
(o faber aos que clta certidab virem que a mim me conflou por autos
que fica6 em poder do efcriva& que efta fobfcreveo , a certida6 atras
ler feita e aflinada por Francifco Correa efcrivab das partilhas doDu-
que D. Joa6 que Deos tern , e por tanto mandci paflar a prefcnte pe-
la qual ej a dita certidad por juftificada , eha declaro por vcrdadcira ,
e como a tal fe Ihe pode dar intcira fee onde quer que for prefenta-
da , feita em Lisboa aos quatorze dias d’ Abril. Agoftinho d’ Almeida
a fez de mil quinhentos e oitenta e quatro , c cu Pedro d’ Almeida a
fiz eferever e fobeferevi , c pagua fel'enta reis , e de aflinar nada , o
Doutor Manoel d’ Oliveira de Gamboa. E bora o Duque D. Theodo-
fio meu muito amado
,
e prezado fobrinho filho do Duque D. Joa6
me aprefentou hfi meu Alvara porque ouve por bem que os ditos du-
zentos mil cruzados foflem pagos em juro a condi?a6 de retro a p re-
50 dedozafeis mil reis o inilneiro, do qual Alvara o treslado he ofe-
guinte. Eu ElRej faô faber aos que efte Alvara virem que eu liz
merce em Fevereiro do anno de quinnentos e oitenta e tres a D. Joa6
Duque de Braganca meu fobrinho que Deos perdoe de duzentos mil
cruzados para fe uefempenhar , ejiagar fuas dividas pagos em quatro
annos . e por ein fua vida Ihe nao ler paflada provilab defta merce
palfei liuni meu Alvara polio qual ouve por bem que os ditos duzen-
tos mil cruzados fe pagalfcm aos teftamenteiros do Duque D. Joa6 em
quatro annos que fc come5.iria& doprimeiro dia domes de Janeiro do
anno de quinlicntos e oitenta e quatro cm dianlc , convem a faber
linquoeata mil cruzados cada anno para effeito dc fe com dies paga-
rcin fuxs dividas , e defempenhar fua fazenda como mais largamente
he declarado no dito Alvara , e vendo eu hora como minha fazenda
clta cm muita naceflidadc pollas grandes defpezas que fe della fazem,
aflim no.s lugarcs dc Africa para confen'aâb delles , e armadas , e ou-
tras coufas Jc meu fen'iô como no eftado da India c cada dia cre-
,
cem mais , e por cfla caufa fenao poder fazer pagamento dos ditos du-
zentos ri’il ciuzadas aos teftamenteiros do Duque confoime a provifa6
da diia merce , ei por bem c me pras que os ditos duzentos mil cru-
zados feprgucm aDom Theodofio Duque deBraganja feu flho meu
muito amado eprczjdo fobrinho cm Juro a condiâb de retro a preô
de dezafeis rail reis o milheiro cm que montao finco contos dc reis ilc
juro cada anno
,
e que Ihe fejab aflentados em parte onde delles .aja
bom pagamento , de doze dias do mes iT Abril deftc prefente anno dc
quinhentos c oitenta e feis ein diante em que ej por bem que os come-
ce a veneer , dos quaes podcrab defpor os teftamenteiros do Duque D.
Joab , domodo que opoderam fazer dos duzentos mil cruzados fclhe
forab entregues em dinheiro conforme a dita provifab fem embargo
dopadrab dos ditos flnquo contos dcrcis dc juro fe aver de fazer em
nome do Duque D. Theodofio feu filho. Notificoho affim. E mando
Tom. IV. Kkkii aD.
,
444 doLiv.VI. daHljlorta (jeneahgica

a D. Fernando da Noronha Conde de Linhares do meu Confelho de
Ellado , e Vcador da minha fazenda que ao Deque D. Theodofio faâ
fazcr padra6 ein forma dosditos finco contus dereis a condi?a6 dc re-
tro, comtodas asclaufulas ccondiôcs com que fe coftumao fazcr os
padro& dc juro que fcvendem de minha fazenda , noqual padraS fe
trcsladara a provila6 da merce dos ditos duzentos rail cruzados , c af-
fim eftc, efepora& as vcrbas neceflarias, e efte fcconiprira como fe
nellc contcm , pofto que na& feja paiTado polla Chanccllaria , fem
embargo da Ordenagad em contrario. Joa& Alvarcs o fez em Lisboa
a vinte c hum dias do mes d’ Agofto de mil c quinhentos c oitenta e
feis, e cu Manocl Dazevedo o hz eferever. Pedindome o Duque D.
Theodofio meu fobrinho que Ihe fizefie merce dc Ihe mandar pafiar
Padrao em forma dos ditos linco contos de reis de juro conformc ao
dito Alvara, o que villo por mim , eafii os ditos Alvaras aqui cncor-
porados , ihe mandei dar efia Carta de padrao , pela qual no mclhor
inodo que polla fer , c dc dircito mais valcr ej por bem que o Duque
D. Theodofio meu fobrinho , tenha , e aja dc minha fazenda os ditos
finco contos dereis dejuro, cherdaJe para fempre a condi§a& de pa-
«51o de retro
,
vendendo em fatisfaâb , e contentamento dos duzentos
mil cruzados de que polla dita provifab fiz merce ao Duque D. Joab
feu pai que Dcos perdoe para fe defempenhar , e pagar uias divides,
oue he a razab de dezafeis mil reis o milheiro , das rendas , c rendi-
n.entos de meus Reynos , e Senhorios , e o direito de aver e receber
cm cada hum anno de mim , c dos Reis meus fuccefibres os ditos finco
contos detcnca dejuro, eherdade para fempre, para cllc c feus filhos,
herdeiros e fucceTores , defeendentes , e alccndcutcs , aflim machos
como femcas e iflo para que os ajab em cada hu anno de renJa , fem
dcfcontar coufa algila do prego porque Ihe afilm dou a dita tenâ de
juro como bens feus proorios patrimoniaes partiveis, ecomo feu pro-
prio patrimonio livre e ilento , fem terem nenhua natureza de bens da
Cqroa. E clle Duque D. Theodofio men fobrinho , c feus filhos her-
deiros , e fuccefTores , e cada hum dcllcs os palTa partir trocar , alhear,
,
vender, trefpalfar, obrigar, cvincular, c aflim cm feu Morgado, ou
Morgados meter , e cm teftamento , ou codecilho deixar e dcllcs tef-
tar , dar , ou door , e entre vivos ou por caufa dc morte defpoor li-
,
vremente como coufa fua propria , fem cm tempo algum fe podcr di-
zer que fab bens da Coroa , ou que hab dc ter algda natureza de bens
da Coroa. Dos quaes finco contos dc reis de juro D. Catharina minha
prima mulher do Duque D. Joab podcra dei’por do modo quo pode-
ra fazer dos duzentos mil cruzados fe Ihc forab cntrcgucs cm dinheiro
conformc a provilab da dita merce fem embargo defte padrab fazef
em nome do Duque D. Theodofio feu filho , e quando os aflim ticf-
pafTarem ,
ou derem , ou deixarem o pofTab livremcntc fazcr , fem pa-
ra ilfo fer necelTario confentimento meu , ncm dos Reis meus fuccef-
forcs , que depois dc mim vicrem ncm de meus officiacs , ncm dos
,
officiacs dos Reis meus fucccllbrcs. E querendo as ditas pefToas a que
a dita tenâ dejuro , ou parte della per fuccefTab ou por outro qual-
,
quer tltulo vicr , ou cada liua das ditas pclToas tirar carta para Ihc fer
dcfpa-
Digiti,'
da Cafa %eal ôrtuyusâ.
445
dcfpachado em minha fazemda o que Ihe aflim pcrtencer aver , Ihe fc-
ra feito carta a cada hua com a.s condigocs defta , que fera incorporada
na outra , ou outras que dc novo fe ouverem dc fazer , com declara-
9ao decomo veyo a elle , por quanto quero , emepras aue o Duque
D. Theodofio meu fobrinho , e feus filnos , c todos feus nerdeiros , e
fuccefTores, epeflbas aflim machos, como femeas, a que der, oudoar,
deixar vender , ou trefpaflar os ditos dinheiros , ou parte dclles os te-
nhao e ajao para fempre dejuro , e herdade com adita condiâo de
retro como bens patrimoniaes , e pofiâo fua livre , como dito he. E
para as coufas fobreditas , e para cada hrta dcllas aver efteito , deroqo,
e ej por derogada a lej mental , e todos os parrafos , e Capitulos êl-
la que eftao no fegundo livro dc minhas Ordenaôes titulo dozafetc
•em todas as partes della em quanto forein contra as coufas nefta carta
declaradas , pofto que tenhao claufulas derogatorias , ou outras mais
fortes c exorbitantes , porque de meu poder Real e abfoluto , a dcro-
go em todo quanto a efte cafo c venda , e coufas nefta carta contcu-
das , e quero que nella nao aja lugar , e aflim fern embargo dc quaef-
iier outras leis
,
c ordcna9oens , direito Civil , glofas , copinioens , c
3 etermina9o& feitas ou por fazer quo cm contrario defto fejao cm par-
te , ou em todo , por qualquer modo que ieja pofto que iflb mdmo
tenhao claufulas derogatorias , ou derogatorias dcllas , e que dc huas
e de outras foftc ncccflario ftizer aqui exprefla mcnâo , e dcroga9a6
deverho adverhum^ cnao baftafle ftizella por claufulas geraes que im-
iortaflcm o mcfmo as quaes todas , e cada hua dellas derogo , e anul-
fo dc meu proprio moto , certa fciencia , poder Real , c abfoluto , e
quero que nefta venda c coufas nefta Carta contcudas nao ajao efteito
nein vigor algum. E fern embargo da Ordenaqao do fegundo livro ti-
tulo quarenta c nove , que dis que quaiido fc as taes leis c Ordena-
90CS acrogarem fe faiâ exprefla mcnâo da fubftancia dellas , e que de
outro modo nao valha a derogaqao que fefizer, e pofto que cu ouve
por jufto e arezoado pretjo os ditos dezafeis mil reis o milhciro com
a dita condi9a6 e padto de retro , com que mandci dar o dito prego ao
Duque D. Theodofio meu fobrinho , e feus herdciros c fucceflbres , e
na maneira fobredita , e Icja certo que efte contrato de dazafeis mil
reis o mitheiro perpetuos para fempre com o dito padlo de retro he li-
cito , e jufto , para mais abaftanâ c feguranâ do Duque efeus filhos,
herdeiros , e fucceflbres a quern o dito juro por qualquer via vier eu
,
em meu nome, edosRcis meus fucceflores ei porbem denunqua por
minha parte , nem por parte dos Reis meus fucceflores fc poder alle-
garemjuizo, nem fora dell e que foi Icfao demais dametade do juf-
to preô , fem embargo da Ordenaâo do livro quarto titulo trinta
que o contrario defpoem , e dis que a dita lei fe na6 pofla renunciar.
E dado cafo que na dita tenâ de juro por algiia maneira mais valefle
agora , on polios tempos vindourns em pouca , ou cm muita quanti-
dade , on que em algum tempo poralgCia via cuidada , ou nao cuida-
da defeito , ou de direito feachafle, ou deternimafle que efta venda
era ufuraria ou quo fc nab podia fazer em tal cafo , cu d’ agora para
Ibmpre cm meu norac e dos Reis meus fucceflbres fago pura", e livrc,
•
e irre^•
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,
44 ^ ‘Ptfovaj do Uv. VI. da Nijloria (jeneologtca
e irrcvoâvel doa9i6 ,
c mercc antre vivos valedoura ao Duque DoJn
Theodolio e a feus filhos , herdeiros , e fucceflbres , e pcflbas a que o
dito juro vicr da dita inelhoria e mais valia , e ainda que fe quizciTe
dizer que ouve na venda diminui;a6 da quarta parte do jullo preô
fern embargo da Ordenaâd do livro quarto titulo quatorze das ufuras
como fa6 defezas , e da outra Ordenacad do mefmo quarto livro titu-
lo vintc c fete do que vende algda coufa com coudiâo , e dos parra-
fos dc cada hcia dcllas , as quaes quero que na6 aja6 lugar nas coufas
contcudas nefta Carta e as dcrogo ambas e cada hda dcllas c quaef-
^
quer outras com asmelmas claufuTas ederogaô& acima ditas, efem
embargo d’ el las cj porbem que efta Carta dcHnco contos de rcis de
juro Icja firme , e valiofa , e fe cumpra inteiramente c o mais cflicaf-
mente que jJolTa fer , o que aflim quero e mando dc meu prt^rio mo-
to , certa fciencia , podcr Real , e abfoluto , com declaraô que D.
Catharina minha prima , c mai do Duque D. Theodolio como tefta-
menteira que he do Duque D. Joa6 feu marido , poderd defpor dos
ditos linco contos dc reis de juro do modo que o podera fazer dos
ditos duzentos mil cruzados fe Ihe forao entregues cm dinheiro cotv
forme a provifao porque ouve porbem que Ihc folTcm pagos no dito
juro , que aqui vai encorporada , e fendo cafo que em algum tempo
fc faga Lcj , ou Regimento , ou Capirulo dc Cortes , ou por qualqucr
outra via fe introduza ufo , ou coftume porque fc polTa prcjudicar as
coufas contcudas nefla , ei por bera que nclla nao aja lugar , antes fern
embargo dc quaelqucr Icis c mandados , que ao diantc em gcral , ou
particular , cu , ou os outros ditos Rcis meus liicccITores mandarena
por qualqucr caufa que feja , efta Carta fc cun^pra inteiramente como
dito nc. E ellc Duque D. Theodolio e feus lilhos , herdeiros, e fuccel-
fores , e pclToas fobreditas ajao era cada hum anno lealincntc c com
eHcito os ditos finco contos de reis dejuro , fern os nunqua defcontar
ao tempo que fellies tirar a dita tenca dejuro , conformc adiia coiv
di5a6 ae retro fern deminuir coufa alguma do prctjo porque Ihc dou a
dita tenâ dejuro. E fendo cafo que em algum tempo poralgua via
cuidada, ouna6 cuidada defeito, ou dedireito fe achalfe , ou deter-
minalTc que era coufa ufuraria dar os ditos linco contos dc reis em pa-
amento dos ditos duzentos mil cruzados dc que aflim fiz mcrce ao
Eiuque D Joa6 , ou que fe nao podia fazer per qualqucr modo que
feja , cm tal cafo ej por bem avendo refpeito aos muitos mcrccimentns
do Duque D. Theodolio, caonniito devido que com igo tern , dc mi-
nha propria e livre vontade Ihc lazer mcrce , como dc feito faô por
efta Carta mcrce c doai,-a6 dos ditos linco contos dc rcis dc tenâ per-
petuos de juro e herdade para fempre , os quaes avera ellc , c feus ncr-
dciros , e fucceflbres , e peflbas fobreditas com as mefmas claufulas que
aqui vao dcclaradas licando porem o paiflo dc retro vendendo firme
quarido a tal duvida , ou quaefquer outras duvidas Ihc nai) folfcm pof-
tas porque fendolhe pofta algiia duvida tal porque feefta Carta, eas
coufas nclla contcudas fe ouvcITem cT envalidar , Ihc faô dcllcs mcr-
ce , na fobredita maneira licando porem fempre a dita tenga de juro
com a dita condiâb dc retro fem embargo da dita do35ao que polio
que
da Cafa êal Tôrtuguesâ.
447
UC ndia aja ctFcito por qualquer via fempre ficard com a dita con-
3 1^36 ,
para cm qualquer tempo quo os Reis meus fucccfTores , ou
eu a qiiilermos tirar , o polFamos lazcr polla maneira cm cfta Carta
dcclarada , ho quc aflim ci por bcm pofto que fcja ccrto quo efte con-
trado he licito , e na6 he uAirario. E o Duquc D. Thcodofio meu
I'obrinho e D. Calharina fua Maj como teftamenteira do Duquc Dorn
Joa6 leu marido , por me I’ervirem forao contentes dc accitarem o pa-
gamento dos ditos duzentos mil cruzados nos ditos (inco contos dc
rcis dejuro , dos quaes D. Catharina minha prima como tcllamenteira
do Duquc feu marido podcra del'poor do modo que o podera f'azer
,
dos duzentos mil cruzados fe Ihe forao entregues em dinheiro como
atras he declarado. E por tanto cada vez que eu- quizer , ou em qual-
quer tempo que me aprover a mim ou a meus fuccelFores dc tornar a
tirar os ditos linco contos dc rcis de juro para fempre o poderci fa-
zer , c ellc c feus fuccelFores ferao obrigados ha mos tornar com tan-
to que Ihc dc os ditos duzentos mil cruzados juntamente , na moeda
dalcj e valia que correr ao tempo que Ihosmandar tirar, fern defcon-
tar coufa algua do principal, cdoutra maneira nao. E porem partin-
dofe a dita tenâ de juro , e querendo eu tirar a parte que qualquer
peflToa tiver, eu o poderci fazer mandandollic pagar juntamente oque
nadita parte que ailim tiver montar arezao dos ditos dezafeis mil reis
o milheiro pol'a maneira fobredita. Por quanto ellc Duquc D. Theo-
dofio , e feus f Ihos , herdciros , e fuccelFores , e peflbas fobreditas po-
dera6 aver , e Icvar para fi os rendimentos dc cada hum anno da dita
tcn93 livremcnte fern Ihc ferem nunqua difeontados coufa alguma ao
tempo que Ihos tornar a tirar , c com a dita condiâo , c dcclaraâo que-
ro que efta Carta I'e cumpra na maneira fobredita. E o Duquc , e D,
Catharina fua maj como tcllamenteira do Duquc D. Joa& accitarao o
pagamento dos ditos duzentos mil cruzados nos ditos linco contos dc
reis de juro , e fora6 dilFo contentes com todas as claufulas , c condi-
ôSs fobreditas , e para mor firmeza dello fupro em quanto he necef-
lario todos osdefeitos defeito, ou de dircito que nifto polFa6 inter-
vir. E rogo e encomendo a todos os Rcis meus fuccelFores que polio
tempo forem quo cumprah , e mandem comprir ella Carta , e todas as
coufas em ella conteudas como nella fe contem. Os quaes linco con-
tos de reis de juro ei por bcm que Ihe feja& alTentados e pagos nos
,
Ahnoxarifados abaixo declarados. S. dous contos no Almoxaruado dc
Miranda , e hum conto no Almoxarifado de Viana , e hum conto no
Almoxarifado de Guimaraens , ehum conto no Almoxarifado dePorta-
legre. E por tanto mando aos executores dos ditos Almoxariftdos que
hora fa6 , e ao diante forem que de doze dias do mes dc Abril defte
anno prefente de quinhentos e oitenta e feis em diante em cada hum
anno dem , e paguem ao Duque meu fobrinho os ditos linco contos
dcreis , aos quarteis do anno por intciro, efem quebra alguma pofto
que ahi aja , doprimeiro renoimento decada quartel ; f. a contia que
emcada hum dos ditos Almoxarifados ha de aver polla maneira aftima
declaiada fern do ren Jimento dos ditos Almoxarifados fazerem outra
defpeza algua , por fpecial quo leja , ate o Duque e feus filhos , her-
deiros ,
^tj.8 *Provas doUv.VI. daHiflorla (ênealoyca
dciros , ,
e peflbas a quc os ditos dinhciros vicrcm , fe-
e fuccefTorcs
rcm pages por intciro e I'cm quebra como dito lie.
dcllcs E fendo
cal'o que eu hiâ quita ou cfpera aos povos dos lugarcs dos ditos Al-
nioxai ifados ou aos rciidciros ancndandol'c as cil'as dellcs , ou aos ditos
Exccutorcs , a dita quita , ou el'pera nao pcrjudicara ao pagamento
dos ditos linco contos dc rcis , de maneira que ll-mpre o Duque meu
I'obrinho, e (bus hcrdciros , c peflbas a que us ditos dinhciros vierem
lejao dcllcs pages na maneira Ibbrcdita. E polio que Eu mandc fa-
zer outros pagamentos , aflim meus como dc partes quc osExecutores
dos ditos Almoxaril'ados tcnliao nas folhas do afl'entamento , ou por
outras provilbens Ibm embargo do Regimento Ibr cm contrario. O
qual pagamento Ihe os ditos executorcs afliin farao fern cfperarem pol-
do alFentamento , quc cm cada hum anno Ihe he enviada c
las I’olhas
polio que a contia quc ha dc aver cm cada Almoxarifado na6 va lan-
9ado nclla ho dito pagamento Ihe faraft polla dita maneira porella f6
Carta gcral , Ibm mais Ibr ncccfl'ario outra provil'ao minha , ncm de
minha fazenda , c per o trcslado della , que Ibra regillada no livro dos
Rcgillos das cartas gcracs dc cada hum dos ditos Alinoxarifados pol-
ios clbrivai?s delles , c conhccimentos do Duque ou da pelFoa que para
illo tiver feu poder , niando aos contadores que icvem cm conta a ca-
da hum dos uitos Executorcs o quc Ihe aflim pagarem a refpeito da
contia quc hade aver cm cada hum dcllcs. E nao o coinprindo alii os
ditos Executorcs ci por bem que cada hum cncorra cm pena dequa-
renta cruzados cada vcz que nclla cncorrcr , ametade para os cativos,
.
e ametade para quem oaccufar. Polio que niando aos Provcdorcs das
Comarcas dos ditos Almoxarifados , c aos Corregedores dellas , qual
delles para ilFo for requerido que com muita brevidade faâb cxecu-
âo polla dita pena todas asvezes que acharcni , quc os ditos Execu-
tores ou algds delles cncorrerab na aita pena. E ella Carta nao pre-
judicara ao pagamento de outras coufas gcracs que nos ditos Almoxa-
rifados ellivercm aflbntadas primeiro que ella. E mando a Dom Fer-
nando dcNoronha condc dcLinharcs do meu Confelho dcEllado,e
Vendor de minha fazenda que Ihe faâ alFcntar os ditos linco contos
dc reis nos livros dos juros della no titulo dos ditos Almoxarifados.
E Icvar cada anno nas folhas do afl'entamento delles. S. a contia que
cm cada hum delles hade aver aprefcntandolhe primeiro certidao nas
collas della de hum dos efcrivacs dc minha fazenda de como no regif-
to da provifac) da mcree dos ditos duzentos mil cruzados lica poUa
verba , quc na& ha o Duque ncm os tellamentciros do Duque feu pay,
dc aver pagamento delles cm dinheiro conformc a dita provifab , por
Ihos mnndar pagar nos ditos linco contos de rcis dc juro contcudos
nclla Carta , e outra certida& de Balliab Diaz fidalgo de minha Cafa
dccomo no livro dasMcrces que tem cm Ibu poder no regiilo da di-
ta provifab fica polb outra tal verba, e por quanto ha conta dos di-
tos duzentos mil cruzados mandci pagar por minha provila6 aos tcl-
tamenfeiros do Duque Dom Joa& lincoenta mil cruzados nolhczou-
ro da Caza da India , deque nab ouverab pagamento para hum d(M
Efcrivacs dc minha fazenda verba no regiilo della que nab ouve clFe'i-
,
da Cafa %eal Tortuguesâ. 445 ^
to e fe rompeo por os ditos duzentos mil cruzados Ihc fcrem pages no

dito juro , dc que palTara fua certidno nascoilas deda, eas provifoens
aqui cncorporadas , c a que Ihc tbi palTada para o Thclburciro da Cafa
da India fbra 6 rotas ao adinar delta , que para firmeza de todo Ihc
mandci dar por mini adlnada e palTada polla minha Chanccllaria , fel-
lada com o meu fcllo dc chumbo. Dada na Cidade dc Lixboa a vinte
c tres dias do mes de Setembro. Joa& Alvarez a fez Anno do Naci-
mento de NolTo Senhor Jefu Chrifto de mil e quinhentos e oitenta e
feis. E cu Manoel (P Aievedo a fiz eferever.
Alvara delKey D. FHippell. emque houve por hem ^ de porfaIe»

cimento do Duqtie D.JoaS I.fazer a merce a feu filho 0 Duque
D. Theodefio de mi pegar Chancel/aria das Cartas , Doaqoes
e Provijhens de quaejquer merces ,
que )e Ihe dzeffem , de que Je
devem direitos na dita Cliancellaria. Original ejid no Cartorio
da Caja de Braganga ,
onde 0 copiey.
EU ElRcy faô faber aos que ellc meu Alvara virem , que emvi-NuEQ.
da do Duque dcBraganâ Dom Joam meu muito amado epreza-
do fobrinho , que Deos aja , cfbndo elle em minha Cortc , Ihe man- *
2 3 5*
U 84
*
dei dizer que conlidcrando eu o inuj conjunto divido que comigo ti-
nha Dona Caterina lua molher , minha muito amada , e prezada pri-
ma , fllha do Ilfantc Dom Duarte meu tio que fanta gloria aja , e
avendo rclpeito ao muito amor que Ihe tinha , c ao que elle Duque
mollrara nas coufas de meu ferviô , depois que entrey nelles meus
Reinos , e d muj grande conhanâ que tinha dc Elle e todos feus def-
cendentes procederem da mefma maneira , e me conheccrem , e fervi-
rem fempre todas as mcrces oue Ihc fizclTe , avia por bein de a Ellc e
para fua Cafa fazer as que Ine cnta 6 mandei declarar , conteudas em
nua portaria que depois por nicu mandado IhepalTou Miguel dcMou-
ra , do meu Confelho dc clVado , e meu eferivab da puridade pera
,
ior cIJa fe Ihefazerem fuas provifofs
,
eporque antre as ditas merces
fha fiz que o Previlegio que ellc tinha pera nam pagar Chancelaria,
viefle por feu falccimcnto ao
Duque Dom
Theodofio feu hlho , meu
muito amado e prezado fobrinho que ora he Duque de Braganca e
,
dc Barccllos e depois ao feu neto herdciro e fucclTor de fua Cafa.
,
Avendo eu oque acima he declarado , e ao conjunto
refpeito a tudo
divido que comigo tern o dito Duque Dom
Theodofio, eporlolgar
muito delhe fazer merce pclos ditos refpeitos, epelo muito amor e
boa vontade que Ihc tenho ouve por bem de Ihe fazer a dita merce
, ,
de que Ihe mandci pafiar carta em forma pera ellc em lua vida num
,
pagar Chanccllaria das Cartas Doa 9 ocs , e Provifocs de quacfqucr
,
merces que Ihc eu fizelTc de que fe devefiem Dercitos a minha fazenda
na dita Chancelaria , c que fomente pagalTe aos ofliciaes della o que
Ihcs pertenceirc por meu regimento e pelos melmos refpeitos me praz
,
e ey por bem de per falccimcnto do dito Duque D. Theodofio fazer a
Tom. IV. Lll mefma
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450 Turovas doLlv.Vl. daHiflona ^cnealcgica
mcfma merce ao feu filho herdciro e fucccITpr da fua Cafa , afTy c da
mancira que acllc ora tern pcia dita Carta , que Ilicdcla mandei dar,
ue fe aprefentara com cfte meu Alvard de lembraruja , que llic man-
3 arei inteiramonte comprir quando for tempo , o qual ey por bcm c
qucro que valha tenha tbr^ e vigor, como fc folfe Carta comeâda
cm mcu nomc , palTada por minha Cliancelaria e felada do meu felo ,
fern embargo da Ordenaâb do fegundo livro titulo xx que manda que
nab valha Alvara cujo cifeito ouver de durar mais de hum anno , edc
todas as claufulas della , e valcra outro fi polio que nab feja palTado
pela Chancelarla , 1cm embargo da Ordenaâb do dito fegundo livro
que o contrario dcfpocm. Lopo Soarez o fez cm Liiboa a doze dc
Junho dc M. D. Ixxx e quoatro.
REY.
Carta da Senhora D. Catharina para ElRey fohrt oproverno dejlc

Keyno. Ejld no Cartorio da Sercrnffima Cafa dc Braganga.
Num. 234. A Vendo muitos

dias que ncllc Rcino fe dizia gcralmente que cha-
An. 1 59}. mava V. Majjellade afy o Senhor Cardcal Archiduque , e que da-
va governo ads pelfoas a que V. Magcflade foi fervido deodar,
elle
defejei cu muito dc proper a V. Magcllade o que fobre illo fc me of-
fereda nab por pretender oue V. Magcllade alteialTe o que tinha orde-
nado , mas para que fazenuofe o dc que V. Magcllade rcccbclTc mais
contentamento , fc tivclTe teda via nella mudanâ das coufas a devida
confidcragab com as della Cafa como todos merecemos a V. Magcllade
para que V. Magcllade feja fenmre della tambem fervido , como eu
defejo , e como por tantas rezoii o deve fer , fern fe dar occaliab a
aver quern tratc de nbs differentemente do que V. Magelladc deve aver
por bem que fe faâ. Fuime entretendo em eferever fobre iflo a V.
jMagellade porque nab entendi , que ella refoluâb eftava tanto adian-
te , e porque confiava que fe nao cfqucceria V. Magelladc das rezoes
que ha para V. Magcllade nos fazer fempre mcrcc , e os dias palTados
rcccbi hCa Carta de VolTa Magelladc de cinquo do prefente fobre ella
materia , a que refpondi logo brevemente porque nab cllava com dif-
pofiptb para mais , refervando porem que avia d’ eferever algilas cou-
fas a V. Magelladc como me acnalTc com mais forgas. Agora que lou-
vores a Deos eltou milhor , farei todavia o que folgara muito mais
dc ter feito em qualqucr daquellas occafioens.
O
Duque mcu Hlho podera efperar que V. Magcllade o encarre-
galTc dellc governo cm abfencia do Senhor Cardcal porque he coufa
muito fabida que feinpre elle Rcino foy governado por liua foo pel-
foa , c que fempre foi a que ncllc avia mais chegada cm fanguc ao Rcj
delle quando poralgtia coufa o nab podia porfy governar : cillo por
I'e entender que nab era rezab que cllas pcIToas follcm govci nadas por
outras dc menor qualidade , c tambem por fc efperar que Icndo tais

cunipririab inteiramentc com a obrigajab do fendjo de feu Rci , c
bcm
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da Cafa âl Tortrigaesâ. 451
bcm do Rcyno. O primciro Govcrnador qiie ouve cm Portugal foi o
Condc de Bolonha qiie defpois foi ElRci D. Aft'onfo o terceiro o qual
govertiou cm tempo d’ ElRej D. Sancho Capcllo feu Irma6 o fegun- ;
do governo foi da Rainha Dona Lianor Tclles por fua filha a Ittanre
Dona Brites o terceiro Governador foi o Ift’ante D. Pedro fendo me-
;
nino ElRei D. Affonfo o V. feu fobrinho; c era tempo domefmo Rei

depois da mortc do Itfantc fiquou governando o Duque de Braganâ
D. Fernando primeiro defte nome quando ElRey entrou em Caftel-
Ja , por ir com ellc o Principe feu filho , e o Duque fer a principal
pelToa do Reino.
He verdadc que ouveem noiTo tempo outros dous governos
din’erentes daquclles, e
fcmelhantes ao que V. Mageftade agora orde-
na ; mas introduzira6 por particular rezao que obrigou a illb.
eftes fe
O primeiro foi quando ElRey meu Senhor Dom
Sebaftiab palfou cm
Africa porque o Cardeal Ifiante nao quis governar , e porque o Du-
qiie que Deos tem hia com Sua Alteza iia jornada como fora fciiad
adoecera muito mal eflando ja cm Lixboa para fe embarcar. fegun- O
do foi deljpois do fallefcimento d’ ElRei meu Senhor Dom
Hennque
porque nao podia para i(To trattar do Duque por caulk da prctenâ6
que eu tinha em fua foccefTa&.
Defpois difto nos fes V. Mageftade merce quando fe partio def-
te Reino dedar por Governador delle ao Senhor Cardeal Archiduque
tomando logo ao primeiro modo de governo por fer como claramcn-
te he o milnor, e o deque V. Mageftade ufa emtodos feus RcinoS',
eeftados , a que V. Mageftade manda hum 16 Vifo-Rei, ou Governa-
dor , e nao muitos como nefte Reino tambem fe ufou em todos os tem-
pos , em que as neceflidades pubricas na6 obrigara6 a fe fazer o con-
trario.
Por na6 aver hora eftas neceflidades pudera o Duque ter a efpc«
ranqa que digo do V. Mageftade Ihe enc6mcndar efte governo , pois
que alem da merce que Deos Ihe fez de fer fobrinho de V. Mageftade,
tem as partes que cu podia defejar para V. Mageftade delle fer bcm
Im'ido, provadas com o excmplo que fempre deu de fy athc aidade
em que efta , e com o modo de que athe agora governou fua Calk , e
Eftado, e Valor com que aebdio ao ferviô de V. Mageftade cm foccor-
ro da Cidade de Lisboa moftrando , que ncm na paz , nem na guerra
,
hade faltar a fua obrigaâo. '
Porem eu affirino a V. Mageftade porvida delle que nunqua te^

ve tal pretchâb
,
ncm dezejo: porque o fey bem , e porque Ic cria-
ra6 ellc, efeus Irmabs em nab quererem para fy oque Ihespodc cP
tar mclhor , fenab aquillo cm que V. Mageftade entender , que del-
,
les fera mclhor ferviuo e com efta regra fe hab fempre de conformar
:
em tqdas fuas coufas , e tambem affirmo a V. Mageftade , que fe o clle

defejara , e V. Mageftade dilfo o quifera encarregar que eu fora pef-
,
foalmcnte pedir a V. Mageftade me fizeffe merce delhonab cncomcn-
dar, porque fei oque neftas materias mais convem ao Duque, e a feu
dcfcanfo ; e fou tam confiada no que merego a V. Mageftade que me
,
pei fuado que para V. Mageftade fenab fervir de meu filho nefte lugar,
Tom.lv. Lll ii teve
45 ^ ^ôvas do Liv, FI, da Hijlorta ênealogtca
tcve V. Magcftade as proprias confidcrag6is , porque eu ouvera de pe-

dir a V. Mageftadc quc Iho nao defTe.
Mas osemulos dcfta Cafa nao julgao ifto a(Ty, equerem , epro-
curao quc fc cuide , que a minha pretenâo pafTada he caufa de Vofla
Magcftade nao trattar dc mens filhos , para I'cu fbrviô , com a confi-
anga que delies dcvc ter , e hao quc (e vc claramentc fer ifto alTy nef-
ta occafiao prefente. Defta imaginaâo do povo tenho eu o mayor
fcntimento que podc fer porque alcm da perda de reputaga6 doDu-
que , e dc feus Irmaos , que aaqui refulta , vejo que com ifto fe po-
ocm defanimar, e pordcr do fpiritu cm quc os crici , para emprende-
rem por fervigo de V. Magcftade , e do Principe ineu Senhor as mayo-
rcs coufas que o tempo Ihcs pode offerccer : e finto ifto ainda mais
porque efperava que V. Magcftade os fizelTe crefeer , e os confirmaftc
neftes dezejos, e na conHanga que he necelTaria para os executarem,
com Ihe fazer as merccs , e favorcs que he razab , que fempre recebao
dc VolTa Magcftade, ainda que para iflb nao ouvciie outra, mais que
a fatisfagab que V. Magcftade tem de como eu trattci aquella propria
pretengao palTada , e dc tudo o quc fizemos daquelle tempo athe ago-
ra em que ningucm nos pode cafumniar. Porque fc V. Mageftadc a(Ty
o na6 nzer , que nos conhcce , e vio tudo o quc he paflado , e nos v6
os coragoes , que poffb eu cfperar para meus nettos durando eftas con-
fideragoes tarn efeufadas para quern na& deu nunqua occafiab a el las!
Quando os Ingrefes vierao fobre Lixboa duvidamos muito do
que deviamos fazer , e labe Deos o que nos cuftou na6 nos avifar V.
Alagcftade naquellc tempo do que era fenudo que fizeffemos, eV. Ma-
gcftade vio quanto entao nos canfamos rcccando de na& acertar com fua
vontade , e como toda via nos refolvemos em offcrccerem meus filhos
tudo por fervigo dc V. Magcftade aventurando a vida ao perigo dos
inimigos, eahonra aofuccelfo das coufas, eaojuizo defeus emulos,
porna6 faltarem a fua obrigagao natural , eaneceffidade que via6 di-
ante dos olhos de acudirem peftbalmcnte ao fervigo deV. Mageftadc
como o fizerao tab CTandemente , e com tanto effeito como fe vio.
Baftante occauab foy aquella para fe acabarem de convencer os
animos dos que cuidab , que nab ha verdade no mundo , e dos que
por difeurfos geraes querem impedir a fatisfagab , que fe deve ter de
uem com as obras , e ainda com os proprios penfamentos nab preten-
3 e mais que fervir a feu Rey , e Senhor , naquelle tempo ouve quern
cuidafte que por eftes rdpeitos nab trattara V. Magcftade de fe fervir
do Duque na guerra , como o fizera , fe dies nab rorab ; mas com d
que die fez , todos os que zelab o fervigo dc V. Magcftade entende-
rab , que nab tem V. Mageftadc V aflallos que mais o amem , que os
dcfta Cafa , nem fobre quern V. Magcftade com mais rezab pofta , e
deva dc defcangar. Agora no tempo da paz fe fazem os mefmos dif-
eurfos conforme ao humor dc cada hum : e todos fe poderab atalhar
fe fe vira que nos fazia V. Magcftade inerce de mandar proceder com-
nofeo nefta occafiab com mais particularidade , que a oas Cartas que
geralmente feefereverab portoJo o Reino.
£u como Alay teniio obrigagab dc me magoar com eftas coufas,
e de
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.
da Cafa êal Tortuguesâ. 453

e dcdezejar a meus filhos omilhor, ecntcndo bem <ûe o milhor de
tiido para dies he terem , e moftrarem fempre inteira latis/’aâo do que
V. Magclladc ordenar , como o fazem nefta materia , c o hao de fazer
cm todas. li ainda que o amor que Ihes tenho , me faz leguir die ca-
minho , affirmo a V. Mageflade que me nao movem a iflo raenos os
grandcs dezejos , que cm mj ha de nao aver no mundo quem mais
grandemente firva a V. Mageftade que meus filhos.
Pareccrame cûe na& fazia o que devo , fenau manifdl.ara a Voda
Mageftade efta dclconlblaâb , que hoje tenho , pretendendo fomen-
tc allivialla com V. Mageftade a entender , c com pedir a V. Mageftade
antes que cu morra , com efta clareza , e pureza da alma , que feja fer-
vido fe entenda nas occafio& que fe offcrccerem , que nos conhece V.
Mageftade, cfabe que eftes fa& os ValTallos que mais ama6 leu fervi-
co , e mais defejad acertar com die , e que fe veja que V. Mageftade
Ihcs faz incrce de fe fervir em tudo delles pdlo modo que mciece efte
feu amor , e o que eu tenho ao ferviô de V. Mageftade. Noftb Sc-
nhor &c. de Villa- Viôfa a 29 dejulho de 1593.
Carta daSenhora Dona Catharina para E/Rey Dom Fi/ippe II.

Jobre 0 cafamento do Diupie Jeu filho , em que the diz fatisJ'j-
qa a l< enl palavra , que Ihe dcra. Tireyâ do Cartorio
'
da SereniJTima Caja donde ficcu a copta no maqo de
\
Cartas miffivas , domle a copiey.
S EN H O R.
H Oje fuz annos , que mandei daqui Affbnfo deLucena
tres
Sccretario a V. Mageftade para que com D. Rodrigo de Leiâl-
tro meu Primo propozefc a V. Mageftade os dezejos, que en tinha
‘
'
2 ^?
59 J*
f
^ *
de o Duque men filho cafar com hda das filhas do Archiduque Carlos,
easrezoeiis deftes meus dezejos, easque V. Mageftade tinha para nef-
ta materia me fazer mercc fundadas todas no fervifo de V. Mageftade,
que he o oue fempre trazemos diante dos olhos , e com que confqr-
mamos touos os penfamentos , e obras. Fallarab ambos nelle ncgocio
a V, Mageftade em Valhedolid , e logo alii nos fts V. Mageftade mer-
ce delhesmandar refponder que era tempo de fe tratar docazamento
do Duque , e que por vezes fe entendera que fe retardava nifto , e que
onegocio que eu propunha, parecia muito bem a Vofla Mageftade, e
que mandaria tratar ocllc por meyo de Dom Guilhen de S. Clemen-
te Embaixador de V. Magâde na Corte do Emperador de quem V.
Alageftade confiava que o faria como convinha , e antes de V. Magef-
tade paitir daquella Villa para Burgos Iheefcreveo V. Mageftade cn-
comendandolhe o n»ocio , com o encarccimcnto devido , c feznos
V. Mageftade mcrce de refponder as Cartas que levou Affonfo de Lu-
cena moftrando muita fatisfaâo do que pertendiamos , e muito boa
Tontode de oos fazer oifto toda a incrce , pcla qual repofta beijamos
logo
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'
4 54 HlHoria (jencahgka
lofTo ns Rcacs mnos a V. Magcfladc com outras noffas Cartas , efne-
ranJ.o os avizos quc fazia c rdpondia D. Ciuilhcn. I-'orao I). R ouri-
i;o , c Alionfo dc Luccna foguindo a V. Magcftadc na Jornada de Na-
varra , c Aragao , c dcpois de V. Magcftadc vir a Madrid Ic Ihcs comu-
nicou a primcira rcpolla dcD. Guilhcn , c a I'cgiinda cftando V. Ma-
gcftadc cm AranjucJ, com fclhcdizcr fcmprc cîic V. Alagcftade con-
tiiiiiava cm mandar tratar cftc ncgocio pornosfazcr mcrce , c dczc ja-
va muito quc fe cfteiuia-lc ; e ifto mcfmo d'crcvco fcmprc D. Rodri-
go dcpois de fcvir Affonfo dc Lucena , c niodifte aiiando aqui vcio
aocazamcnto dcniinha fillia cquc como dc ca tornall’c fcdaria ordcm
para Ic toriiar ao negocio com mais qucntura , mctcrao-fc dcpois cou-
Ihs cm mcio , com quc ifto fe dilatou mais do quc cu ouizera procu-
,
rando porcm , c Icmbrando-o fcmpre com todo o cuidauo ; parccendo-
me quc nai) podia dcixar dc fer o quc V. Magcftadc tantas vezcs ti-
nha aprovado , c mandado tratar por nos fazcr mcrce , cfcrcveomc D.
Rodrigo os dias palfados quc Ihe diftcra o Conde dc Caftcl Rodrigo
da parte dc V. Magcftadc , quc fcnao podia palfar adiantc com cftc no
gocio, porquc fiizcndo V. Magcftadc dc mi a confianâ quc era rcza&,
luc mandava dizer , quc na& tinlia aondc cazar o I’rincipe incu Sc-
iilior I'cnao comlifla daqucllas Senhoras, cquc V. Magcftadc manda-
ra ao Conde
,
quc com Dom Joaft Idiaque vilfc , fc avia cm Italia , ou
l orcna coufa a prcpofito paia o Duque : c avizoume mais D. Rodri-
go cjuc Ihccliile o C'.ondc que tinha feito efta diligcncia comD. Jca 6
cnao achavao couza a propozito. Refpondi a D. Rodrigo queixan-
domc defta tao grande novidade, e a indifpozigao dcVolla Magcftadc
I'oi enuza para naft clcrcvcr logo a V. Magcftadc ta& larga Carta co-
mo era for(iada fer a que tratale defta materia. Agora que Dcos nos
Icz a mcrce dc dar a V.- Magcftadc a faude quc Ihc pedimos aja Vo/Ia
' Magcftadc, por bem, quc feja para o particular defta Caza , como ha-
,
de I'cr para p dc toda a Cliriltandadc , c deme V. Magcftadc licenâ
j'ara. llic Icnrbrar as muitas cauzjs quc V. Magcftadc labe que eu to
nlio para cfperar dcV. Magcftadc folguc dehonrar, acrecentar, c fa-
zcr inercc a meus filhos por todas asvias , c quc na& he rcza& que o
tempo gafte eftes mcrccimentos fendo dies de tao grande fuftancia , e
cnnlidcia 9 a 6 eindo-os nos acrecentando cm todas as occazioens, que
o mcfmo tempo ofrccc, com tanta fatisfagaii dc V. Magcftadc , c com
o exempio quc todo eftc Rdno toma do modo , deque nefta Gala fe
precede no ferviô de V, Magcftadc , por aqucllas rezoens, femcofro
ccrao nao ha muitos annos por V'. Magcftadc , e por ElRcy D. Henri-
que meu Senhor quc Dcos tern , cm iua vida para mens (ilhos os ca-
zamentos quc V. Magcftadc fabe, c dcpois dc V. Magcftadc eftar cm
Lisboa os pertendi cu c Y. Magcftadc me refpondeo a propofito por
Cartas dc fua mao , na 6 avendo quc era a minha pertenfao defarezoa-
da , antes moftrando quc era fenudo dc fe tratar della. T-fta me gaf-
tou ja o tempo , e dcpois fc moverab outras couzas , com que cm Hm
entendendo eu quc o Principe meu Senhor nab cafai ia fenab com hua
das liil'.as do> Senhor Arphiduque me refolvi cm podir aV. Atageftade
ouu a para o Duque por efta propria rezab de fc Hear por efta via con-
tinuando ,
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,,
da Qfa âl Tortuguesâ.

45 5
tinuanJo c acrefccntando o parcntcfco , aue os Diiqucs Jcfta Cafa
,
fomprc livcrao com os Revs defte , e efTe Ivcyno , o quo nao foi fe-
na6 por cazamcntos tais como cfte , quc agora pcrtciido. Nao os
ônto porqiic \''o(Ta Alageftade os fabe , c eii lei que o Duque quc
Deos tcni os apontou a V. Magcftade qiiando cm Elvas Ihc bejou a
,
ma6 a primeira vcz , referindo a V. Alagclladc por quantas vias V. Îa-

geftade dclccndia defta Cafa , e por quantas die defeendia dos Revs
dcHcfpanha. Eftes fora& os fimdamcntos da minha pretenfao , quo
por ve/es fe nianitcftou a V. Magcftade da minha parte dcclarantlo
quc nao avendo S. Alteza de cafar naquella Gala , ncni cu quei ia , que
o Duque cafafe ndia, pois nao confeguia o meu intento , c fern die
na& era poflivd trazermos a Portugal aquclla Senhora , ncm nos con-
viiiha ainda que podefe fer. E fe nalgum tempo moftrei que me con-
formar ia com o Duque cafar em outra parte foi porque me fizerao ax-
tender quc Sua Alteza naf> avia ali de cafar : mas nunca outro foi o
meu dezejo nem tive outra coufa por boa , fcna6 cfte parcntcfco a
fim dcobrigar mais meu lilho , e feus filhos aofcrvilfo deS. Alteza,
e de feus fuccdTorcs , e de confervar efta Cafa nas prccmincncias que
fempre teve, ealianâ comtodos os Revs, quc nao he rc/.ao quc tor-
nc atras cm meu tempo , pois temos a V. Mageftade quc tern prezen-
,
te tudo o quc digo , e o que tenho para ilizer , para tolgar de nos la-
zer em tudo mcrce.
Contra illo nao ha hoje mais quc dizer o Condc aD. Rodrigo,
quc fe nao poJc palfar adiantc com cfte negocio , porque o Principe
meu Senhor hade cazar naquella Caza , e porque ifto fomente he o
quc me a mi fes pedir a V. INIagcftadc quc cafafe o Duque ndIa , dome
V. Magcftade liccivja para dizer que por ifto mcfmo deve V. iilageP-
tade aver por bcni cazallo ali , pois efta claro quc fe feguirao defte
cazamento os cfl’citos que cu pertendia de acrefentar cm meu filho ef-
ta nova obrigaâo fobre as que die por vaftallo , c por fua naturc.za
tern do fcrvilTb de V. Magcftade , e de confervar efta Caza , no que
hoje he para V. Magcftade , e feus dcfceiidcntes fe poftao milhor Icr-
vir dos hlhos della cm todos os tempos , quc fern duvida cm todos
hao eftes vaftallos defervir aVofta Magcftade mdhor, emais grandc-
mente que todos. Na6 pode aver rczac que encontre eftas, fe V. Ma-
gcftade nos fizer mcrce de por os olhos nellas porque o parentefco
;
que o Duque tem com Vofta Magcftade he omelmo quc tern aqucllas
Senhoras , c o que eu pertendo nao he coum nova , antes ha difto
tantos cxcmplos nefle Rcyno , enefte, e com efta propria Caza, quc
podcria baftar para o cu pei tender, quando me faltarao outras taq
grandcs rezoens , como a por minha parte. Pois o quc fempre foi
bom , e nunca focedeo mal , por quanto fe ha hoje de ter por ineqn-
viniente , c quc pcijuizo ou indccencia fe pode feguir contra ferviflb
de V. Magcftade ou de S. Alteza de ter ao Duque por Cunhado toman-
do por mol her a que Ihe nao he mais chegada cm fanguc quc clle
nao podendo aqucllas Senhoras todas ( fendo tantas) cazar milhor quc
com o Duque , aflini por as grandcs qualidadcs de fua peftba , como
por as da fua Gala, cEftado. Eu nao vejo couza, quc pofta impe-
, dir
,
45 ^ doJJv.Vl. daHlflorla ênealoglca

dif ifto fena& forem meus pccados : mas como eftes na6 fa6 , nem
nunca fora6 contra o I'erviflo de V. Magcftadc , efpcro na mizcricor-
dia dc Deos , aue me nao hade cafUgar por eda via , e na grande chrif-
tandade de V. Alageftade , que fara mais cazo dcAas minnas lembran-
;as , ainda que o l’eja6 dc parte , pois V. Mageftadc conhcce de ta6
Jonjc o amor , e zelo que tenho dc feu fervico , que doutras em con-
trario , que por ventura fnzem os cmulos delta Caza , com cor dellc,
fendo os feus intentos quais Deos fabe.
Por cima de tudo ifto ha a palavra Real de V. Magcftadc , e a
merce ja feita dc aprovar a nofla pertenâb , c a aver por conforme a
feu (crvilTo , e ter mandado tratar della como tal , e faberem difto os
Miniftros dc V. Magcftadc , e faberfe em Auftria , e em Italia , e falan-
dofe geralmcnte neita materia ncITc Reyno , e nefte , como em couza
certa , e acertaJa com a aprovaâb de todos os bons : e fendo afim ve-
ja V. Mageftadc que afronta feria minha , c dc meu filho , nab fc efei-
tuar eftc cazamento. Forâdo he que fe cuidc dcfmerccemos a merce
que V. Magcftadc nosqueria fazer, eque diga cada hum fobre ifto o
que Iheparccer, fern nos podermos dar rezab e fatisfaâb ao mundo
todo. Nab he fervilTo de V. Mageftadc fazernos hfi agravo tab extra-
ordinario cm tal materia , nem o feria queixarme eu dcllc , e morrer-
me o Duque dc paixab , e deixar dccazar , como o detrimina fazer,
fenab for naquclla Cafa. He homem honrado , e muito fentido , e
Ibfrido : c verdadeiramente temo quo efte defgofto me cufte a fua vi-
da , de que pende tnda minha confolaâb porque alcm de fer May
:
Ihe devo , o que iicnhua deve a feus ft Ihos. Ficou muito moô quando
herdou fua Caza , govern ou -a como velho , e tratou athc agora dc feus
Irmabs , fern nunca tratar de fi , acudio lempre ao ferviffo de V. Ala-
geftade com todo o coraâb , e fempre o hade fazer da mcfma manci-
ra. Agora faâme V. Mageftadc merce de vci' qual cu poderei eftar
vendo-o alim E por amor de Deos , e por quern ellc fez a V. Magcf-
:
tadc, e por tudo omais que cu aqui podera aprefentar , peftb aVofta
Mageftaue que ponha os olhos no que Ihc mcreccmos , c cm fua gran-
deza , c muita Chriftandadc , c que nos cumpra V. Magcftadc fua Real
palavra , ea merce prometida , e comefada, que Deos fara por eftc ref-
peito a V. Mageftadc outras tab grandcs , como cu fempre Ihe eidc
pedir , c aue a vida , e o muito alto , muito poderozo , e Real Efta-
do dc V. Mageftadc guardc, e acrecente como dezejo. De Villa-Vi-
ôCr a II de Junho dc 1595.
Copia
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,,
da Caja %eal Tertuguesâ. 457

Cof'ia de hum Breve do Papa Xxfio V. pajfado a infiancia do Se-
reniffimo Duijue de Braganqa Dom Theodofio 11. em que the
concede ,
que os Cappellaens da fua Capella de Villa Viqofa ^
qtte 0 acompanhafjem , chegando a alguns Lugares onde houvej-

J'e Capellas ereStas pelos Duques de Braganqa , o/TiJlindo neU
las aos Officios Divines , vencejfem as diftrihuiq'bes na Jorma
dos Ejlatutos da dtta Capella. Edd no dito Cartcrh , onde o
copiey.
SIXTUS PAPA V.
D llcilc fili nnbilis vir

Exponi nobis nuper fecifti ,
,
falutcm ,
&
Apoftolicam benedi£tionem. Nuffl.
quod cum tuorum maiorum animi
maqnituainc , & pietate pra’ftantium magnificentia in ip forum Palatio
a
' leoo ’
oppiJi de Villaviôfa Capella fplendido cultu conftrufta , &amplilfi-
mc dotata fuerit , in qua plurcs Capellani divina officia diurna , ac no-
dturna celebrare folent , quorum truilus , redditus , & proventus in
didributionibus quotidianis folis prstfentibus, ac divinis offieijs inter-
cd'ciuibus ,
fub certis Aatutis , ac ordinationibus dari , & prtEllari fo-
litis, Apoflolica Sedc id tunc approbame condituti fuerint. Cum-
que interdum contingat tc pro tuis commoditatibus , aut necdlitati-
bus ad aliqua loca , ubi Bragantia Duces fimilcs Capellas ere^las lia-
bent , accedere , &
tecum nonnullas ex Capcllanis prime difta: Ca-
pellac, &
pro divinis offieijs cclebrandis apud te retinere confueveris:
A nnnnullisque dubitetur an diî Capellani , quamdiu apud te funt
dillributioncs quotidianas quas in diiSla Capella intcreireiites lucrantur,
libere pcrcipcre poffint , &
valcant ; nobis humiliter fupplicari fecifti,
ut in prarmiffis tibi opportune providere de benignitate Apoftolica dig-
naremur. Nos tuis hujufmodi fupplicationibus inclinati , aliquibus
Capellanis prsefatis quos tecum ducerc contigerit ft quando ad alia
, ,
loca , ubi liiniles Capell* exiftunt
,
propter pias , &
urgentes caufas
acccireris , ut eafdem dillributioncs juxta pra:didla ftatuta , & ordi-
nationes , quas ft primo dictjc Capella: infervirent
,
divina officia &
in illis cclebrandis interelTent
,
lucrari libere , &
licite poffint , va- &
lcant , licentiam Apoftolica auift’oritate tenore pnefentium concedi-
mus, A facultatem , Non obftantibus prxdiîs , acalijs conftitutioni-
bus , &
ordinationibus Apoftolicis , ac primo diilx Capcllx ctiam ju-
ramento confirmationc Apoftolica , vel quavis firmitate alia roboracis
ftatutis , &
confuctudinibus , privilegijs quoqiic , indultis, & Uteris
Apoftolicis in contrarium quomodolibet conceffis. Qiiibus omnibus
ctiamfi de illis illorumquc totis tenoribus fpecialis, &
exprcHa mentio
habenda foret , tenorcs hujufmodi ac ft de verbo adverbuin prarfen-
,
tibus inferentibus pro expreffis babentes illis alias in fuo robore per-
,
manfuris , hac vice duntaxat fpcciaUter &
exprefte dcrogamus. Dat.
Tom. IV. Mmm Romo:
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,
45 * TrovAS do JJv. VI. da Hijlorla (ênealogica
Romx apud San£him Pctrum fub Annulo Pifcatoris. Die x Januarii

M. D. Ixxxx Pontificatus Noftri Anno Quinto.
M. Veftrius Barbianus.
Breve do Papa ClementeVIIJ. pafada ainflancia do Dugtie Dorn

Theodofto 11. fobre arenda da Capella Ducal de Vil/a~Vigo-
Ja f de a poderein veneer onde o Duqtte ejlher. Ejld o
Original no Archivo da dita Cafa.
CLEMENS PAPA VIII.

Num. 137.
'
An.
A d perpetuam
filius nobilis
in fuo Palatio
rei memoriam. Exponi nobis nuper fecit dilefhis
Vir Theodofius Dux Brigantix quandam Capellam
oppidi de Villaviôfa Elborenfis Dioccefis in Regno
Portugallix cxiftcre fub invocatione Sanfti Hicronymi a majoribus fuis
magnificc extrudlam , necnon pio cuitu Capcllanorum , & aliorum
miniftrorum numero auilam , atque ornatam fuilTe , &
in ea bonx me-
morix joannem quondam Dueem Brigantix ipfius Thcodofij Genito-
rem , qui ut plurimum in didlo Palatio rclldebat zelo devotionis ac-
cenfum voluille, &ordina(Tc, ut quotidie divina offitia nofVurna , &
diurna rxxitarentur , prxter ftipendia annua omnibus , & fingulis
&
tarn Capellanis , quara Miniftris ex proprijs ipfius Joannis Ducis fa-
cultatibus conflituta , &
ad ejufdem nutum amovibilia adhuc pro dif-
tributionibus quotidianis eilaem Capellanis , feu Miniftris prxfenti-
bus , & interdVentibus dari folitis certos redditus valoris annui mille,
& quingentorum ducatorum auri in auro de Camera novorum ex fru-
ftibus quarumdam Ecclefiarum de Jurepatronatus ipfius Joannis
Ducis
indi<5to Regno exifteutium fupplicante di£bo Joanne Duce
auSont^n
te Apoftolica difmembratos feparatos , &eifdem Capellanis , & Mi-
trecentorum duca-
niftris aflignatos , &
pariter alios annuos redditus
torum fimilium pro facris omamentis , vafis , inftrumentisaue alns , ac
demum omnibus qux funt neceflaria pro ufu , & fervitio diftx Capel-
la: comparandis applicatos fuifie. Cum autem nunc ficut
eadem expq-
fitio fubjungebat , idem Theodofius Dux non femper in diO:o
Palatio
oppidi dc Villaviôfa , refidebat , fed alia ad loca pleninque divertat.

a nonnulLs dubitetur an Capellani , & Miniftri prxdiifli omn«
ycl
&
finguli cundem Dueem ut fupra divertentem infequentes , &
,
alijsm
Ecclefijs , & locis , &
fic extra diftam Capellam divina offitia
prxfen-
te, & abfente Thcodofio Ducc , & ejufdem Theodofij
Ducis julTu ce-
kbrantes poffint lucrari , & percipere prxdi£las diftribiitioncs tmlle,
& quingentorum ducatorum auri in auro ut prxfcrtur applicatas , &
an etiam redditus prxdifti diftomm trecentorum ducatorum pro
fa-
cris ornamentLs , vafis , inftrumentis alijsque necefiarijs pro ufu , &

fer-
viilo didfx Capcllx comparandis , necnon ipfamet facra ornamenta,

vafa inftrumenta &
res didx Capcllx in alijs Ecclefijs ubi ^dem
, ,
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da Cafa 7{eal Tôrtuguesâ,
4 5p
Thcodofio Duce jubentc ijdcm Capellani, divina ofiitla de-
cantant , &
celebrant , &
lie extra di<flam Capellam erogari , impen-
di , & confumi pollint didlius Theodofius Dux nobis humiliter fuppli-

cari lecit quatenus in praemilfis opportune providere de benignitatc
Apoftolica dignaremur. Nos omnem in praemillis dubitandi materiam
fubmovere , ac ferenitati confeientiarum eorundem Ducis , & Miniftro-
rum confulere cupientes , pracdidlaruin applicationuni reddituum tarn
pro diftributionibus , quam pro ufu , &
I'crvitio diclac CapelljE tenorc
pra:fentibus pro cxprelfis habentes , &
attendentes didlas applicationes
reddituum tarn pro diftributionibus, quam pro ufu , &
fervitio didae
Capell* fadas njifle intuitu , ac pro commoditate didH quondam Joan-
nis Ducis , atque eorum qui pro tempore elTcnt Duces Brigantijc , &
pro majori prieclara: Domus fuse Ducalis devotione ornamentb , &
fplendore fupplicationibus didi Theodofij Ducis hac in parte nobis
per diledum nlium Michaelem a Lavanha illius apud nos negotia ge> »
rentem humiliter porredis inclinati audoritate Apoftolica tenore pra:-

lentium concedimus , & indulgemus ut Capellam , &
Miniftri praidi-
di celebrando dida divina omtia nodurna , &
diunia omnia , vel lin-
gula in cuialibet alia Ecclefia , Capella , Monafterio , aut loco Regni
ubi ipfe ThcodOlius , &
pro tempore exiftens Brigantise Dux pralens
fuerit , feu abfens mandabit didas diftributiones Capellanis , & Minif-
tris divina offitia in Capella didi Palatij celebrantibus prxfentibus, &
interclfentibus dari folitas libere , &
tuta confeientia lucrari pclTint
&
debcant &
fimiliter ut redditus vafa , & ornamenta facra
,• &
inftni-
menta didx Capcllx expend! &
confumi valcant in alijs Ecclefijs,
Capellis , Monafterijs , aut locis ad qux idem Theodofius Dux ut prx-
fertur divertet , &
in quibus ijdem (Japellani , & Miniftri divina offitia
rxfente , vel abfente eodem I'heodofio Duce , li idem Theodofius
£•ux ita mandabit celebrabunt , licque per quofcumque Judices , &
Commillarios quavis audoritate fungentes fublata eis, &
eorum cuili-
bet quavis ali ter judicandi
^
& interpretandi facultate , &
audoritate
ubique judicari , & definin debere. Necnon irritum &
inane li fo-
,
cus fuper his a quoquam quavis audoritate feienter vel ignoranter
contigerit attentari. Non obftantibus quibufvis conftitutionibus , &
ordinationibus Apoftolicis, ac didx Capellx cjufdcin Sandi Hierony-
ini juramentq confirmatione Apoftolica vel quavis lirmitatc alia ro-
,
boratis ftatutis , &
confuctudinibus , privilegijs quoque indultis , &
Uteris Apoftolicis in contrarium forfan quoinodolibet conceflis ap-
,
probatis , &
innovatis. Cîbus omnibus corum tenores prxfentibus
pro exprelfis habentes illis alias in fuo roborc permanfuris hac vice
duntaxut fpecialiter , &
exprclfe derogamus exterisque contrarijs qûi-
bufeunque. Datum Romx apud Sandum Marcum fub annulo Pilca-
toris. Die xiij Augufti M. D. Ixxxxij. Pontificatus noftri Anno pri-
mb.
. • . AL Veftrius Barbianus.
Tom. IV. Mmm it Breve

,
4^0 ^rovas do Liv. VI. da Hiflona êrieahgtca
Breve do Papa Clemente VIII. concedido ao Dugue D. Theodofio

1 1, par a poder occttpar no feu fervigo pejfoas Ecclefiafiicas , com
Benedcios de refidenclas nas C lUegiadas , e Cathedraes ,
em DeJ'-
embarga.iores ,
Secretaries ,
Canj'elheiros , e Agentes ,
e oiitros
, excepto
minitlerios o julgar pena de morte. Original ejid no
Archivo da Ca/a de Braganga , onde o copiey.
CLEMENS PAPA VIII.

N[uITI< 248. fill falutcm ,
nobilis vir ,
&
Apoftolicam benediiftionem.
.
^ Exigit nobilitas generis , & devotio tiia , quam ad nos, Sedem &
An. 1592. Apoftolicam gerere comprobaris , ut te fpecialibus favoribus , gra- &
tijs prolequamur. Exponi llquidem nobis nuper fecifti , quod cum
maiorcs tui pari fcmper nobilitatc , &
religione praeftantes , apud &
omnes co nomine confpicui pro fcliciori direflione ftatus fui , & fua-
viori fubditorum gubernio perfonarum Ecclcfiafticarum opera , confi-
lio , &
induftria in quibufeunque negotijs , leu officiis ( citra tamcn
cauPas faiiguiiiis) regimen , &gubernium pracdiilum fpeciantibus Ro-
manis Pontificibus ita forfan annuentibus femper uti confueverint
ex quorum pia , ac prudenti adminiftratione evenit , ut maioribus tuis
femper omnia priedido gubernio , & regimine feliciter ruccclTerint,
in
ipfique omni tempore fe munificos , & liberales erga eafdem perfonas
Ecclcliafticas exhibuerint. Quare nobis per dileiftum filium Michaelcm
a Lavanha tua apud nos negotia gcrentem humilitcr fupplicari fecif-
ti , miatenus in praemiflis opportune providere de benignitate Apofto-
lica dignaremur. Nos igitur ut tibi eiiam acuniverffr tua: ditioni om-
nia fecunda , & profpera , ut optamus , eveniant & ut tu tuorum ma-
iorum veftigijs inha:rendo cifdem , quibus prasdidVi maiorcs ufi funt
conlilijs uti
j
& quibus illi adjumentis fubditos fuos rexerunt , & gu-
bemarunt , ijs tu , & fimilibus fubditos cofdem regere , & gubernare
poflls, hujufmodi fupplicationibus inclinati , Tibi, ut eifdem peii’o-
nis Ecclefiafticis , quibus bona: memorix genitor tuus , & alijs tibi
gratis , &
a te eleiftis , &
deputatis etiam in presbyteratus ordine conf-
titutis, aut dignitates, canonicatus, & prxbendas , feu quxvis alia
beneficia quocunque nomine nuncupentur , & in quavis Ecclclia etiam
Cathcdrali, & Metropolitana obtinentibus (dummoJo tamen in Eccle-
fijs quarum Canonici
,
dignitates , aut Bencficiati fuerint , rcfidere , &
ea ad qnx tenentur prxftare non definant ) in Auditorum , Secreta-
,
ri), Confiliariorum , Agentium , &
aliorum nninerum , &officiorum in
quibufeunque adminiftrationibus , &
funftionibus quantumvis fecula-
ribus , non tamcn caiifas fanguinis concernentibus , in omnibus lo- &
cis , &- curijs uti , alios ubi ,& &
quandocunqiie opus fuerit , eoruni
loco fnbftituetc , aedenovo ponere libere , & licitc poflis , Scvalcas,
Apoftrlica audloritate tcnorc prafentium concedimus , fr indulgcmus.
Non obllantibus quibufvis Apollolicis , ac Metropolitanis , & D:ttce-
fenis
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da Cafa %eal T?ortuguesâ, ^6 1
lanis conftitutionibus , &
ordinationibus etiam fadHs in Concilijs go-
neralibus , Provincialibus , feu Dioecefanis , ac ftatutis , confuctudi- &
nibus etiam earum Eedefiarum , in quibus prardidae perfonac Ecclefi-
afticsE pro tempore a te cledVx dida bcncncia obtinuerint , etiam ju-
ramento confirmatione Apoftolica, vcl quavis firmitate alia roboratis;
privilcgijs quoque indultis , &
literis Apoftolicis in contrarium quo-
modolibct conceffis ; quibus omnibus , etiamfi de illis Ipecialis mentio
habenda fbret , illorum tenores prxfcntibus pro expreills habentes , il^
lis alias in fuo robore permanfuris ,
hac vice duntaxat fpecialiter „ &
exprelTc dcrogamus ,
cacterisque contrarijs quibufeunque. Datum Ro-
mas apud SaadVum Marcum fub Annulo Pifeatoris. Die xiij Augudi.
M. D.lxxxxij. Pontificatus Noftri Anno Primo.
Breve do Papa Clemente VJII. a Senhora D. Cathartna na me-

noridade do Ducjiie Jcu filho , para (jue fe pt'J}a Jervir de pejfoas
Eccteliajlicas Jem embargo deterem re/idencia em Collegiadas,
,
ou Cathedraes ,
ou Metropolitanas. Original eftd no Cattorio
da Cajd de Braganâ , onde o copiey.
CLEMENS PAPA VIII.
D lleda inChrifto filia nobilis Mulier falutem,

nedii'lionem.
&
Apoftolicam be-NuiD. 2 3 p.
Pietatis tuae meritis inducimur, ut honeftis peti-
tionibus tuis , quantum cum Domino pofliimus libenter annuamus.
‘ itgy.'
Tuo fiquidem nomine nobis nuper cxpofitum fuit quod cum Nos di-
ledlo nlio nobili viro Theodofio Bragantis Duci nato tuo, qni maio-
rum fuorum cxcmplo pro fdiciori diredione fui datus , & fuaviori
fubditorum fuorum gubernio perfonarum Ecclefiafticarum opera , coi»-
filio , & indudria in quibufeunque negotijs feu offieijs ( citra tamen
,
caufas criminales & farûinis) regimen &
gubernium praedidhim fpe-
dfantibus uti poITc cupiebat , ut eifdcm perfonis Ecclefiadicis quibus
bonas memorix ejus genitor, dtalijs libi gratis , ab co clcdlis, &
&
deputatis etiam in presbiteratus ordine conditutis , aut dignitates Ca-
nonicatus , & Prxbcndas , feu quxvis alia bcncficia quocunque nomine
nuncuparentur , & in quavis Ecclefia etiam Cathedrali , & Mctropoli-
tana obtinentibus ( dummodb tamen in Eccicfijs in quibus Dignitates,
Canonicatus , aut benefeia obtinerent , refidere , & ea ad qux tene-
bantur prxdare non definerent ) in Auditorum , Secretarij , Confilia-
riorum , Agentium, ac alijs muneribus , & offieijs in quibufeunque ad-
minidrationibus , & fundtionibiis quantumvis (ieailaribus , non tamen
caufas prxfatas criminales , &
fanguinis concci-nentibus , in omnibus &
locis, &
curijs uti, dc alios ubi , qiianJocunque opus foret eorum
&
loco iubditucrc , Aide novo ponerc libcrc , d: licitc pofTet audlorita-
tc ApodoHca indulferimiis, prout in nodr's in forma Brevis literis fub
dat. die xiij Augudi M. Dxeij. Pontificatus Nodri Anno primo cx-
peditis plenius continetur. Tu cjufdein Theodofij Duels Mater hadfe-
nus
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4^1 T*T0VAt do Uv. VI. da Hifloria ênealogica
ftus in rebus , &negotijs JurifdifHonem & Dominium tuum conccr-

nentibus eifJem perlbnis Ecclefiafticis ufa fuifti , quibus diflus Theo-
dofius Dux tuus filius vigore didlarum litcrarum ufus eft. Cum au-
tem ficut cadem expofitio I'ubjungcbat , nunc dubites id Tibi fine I'pe-
ciali noltro Indulto minime licere. Propterea pro tux confeientiae I'e-
curitate nobis humiliter i'upplicari fccifti , ut opportunam ad hoc li-
centiam conccdcre de benignitate Apoilolica dignaremur. Nos igitur
nobilitatem tuam fpccialibus favoribus , & gratijs profequi voicntes
ac praedidhrum litcrarum tenorem prxfentibus pro cxpreaTo habentes,
Teque a quibufvis excommunicationis , fufpenfionis , & interdiî^
alijsque Ecclcfiafticis I'entcntjis, cenfuris, & poems a jure , vel ab ho-
mine «iûavis occafionc vel caufa latis , fiquibus quomodolibct inno-
data exiflis , ad cfic£t:um prxfcntium duntaxat confequendum harum
ferie ablblventcs , & abfolutam fore cenfentes , huiufmodi fupplicatio-
nibus inclinati , Tibi ut ex nunc deinceps quoadi vixeris in Audito-
rum , Secretarij , Confiliariorum , Agentium , & alijs quibufeunque
muncribus , omeijs , fundlionibus , Adminillmtionibus , & negotijs
ctiam mere facularibus ( non tamen caufas criminalcs & fanguinis con-
cernentibus) & in omnibus locis , & curijs carundem perfonarum Eccle-
fiarum hujufmodi tamen onus fufeipere volentium , & dummodb prop-
tcrca a Icrvitio bcneficiorum qux obtinucrint , non avertantur , nraue
dillraliantur opera iiti , quibus diefus Thcodofius Dux vigore dichi-
rum noftrarum litcrarum uti poteft , ac illos quandocunque opus fii-
erit, mutare aliosque in eorum locum alTumcrc, & fubrogarc liberc,
& licite valcas , audloritatc Apoftolica , tenore prxfcntium licentiam
concedimus , & indulgemus. Non obftantibus conftitutionibus , &o^
dinationibus Apofiolicis , ac in Provincialibus , & Synodalibus Conci-
lijs ediflis generalibus , vel fpccialibus , & quarunvis Ecclefiarum in
quibus perlonac Ecclefiafticx , qux hujufmodi muncra fubire volu-
erint , beneficia obtinucrint , & Juramento , confirinatione Apoftoli-
ca , vel quavis firmitatc alia roboratis ftatutis, & confuetudinibus
privileges quoque Indultis , & literis Apoftolicis in contrarium prs^
milTorum quomodolibet concedls , confirmatis , & approbatis. Qui-
bus omnibus & fingulis corum tenures prxfcntibus pro expreflis haben-
tes , hac vice duntaxat fpecialiter , & exprefte dcrogamus , exterisque
contrarijs quibufeunque. Datum Romx apud Sanflum Petrum tub
Annulo Pifeatoris die Quinta February M. Dxcviiij. Pontificatus nof-
tri Anno feptimo.
InJIi-
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,
da Cafa 3^4 / Tortuguesâ.
InJUtuiqai do Morgado da Cruzfeha pelo Duque de Braganga D.

Theodofio II. EJld Original no Cartorio da Serentjjima C0‘
Ja^ onde 0 copiey ,
no mago SS , numero da nova ar-
rumagad.
Morgado da Cruz.
Aibam quantos efte eftromento, com o treslado decertos papeis,Num. 24O.

S tocantes a In(titui;a6 do Morgado da Crus , que hora o Duquc D.
Theodozio fegundo defte nome , noflb Scnhor Indituhio , dauo por
An.
mandado , e auttoridade de Juftifla em publica forma virem anno do
nafcimento de nolTo Senhor Jezu Chrifto de mil e quinhcntos c no-
venta e quattro annos aos vinte fette dias do mes de Junho do ditto
Anno em yillaviPoza na cazinha do defpacho de Sua Excelicncia , cf-
tando ahi oLccenciado Arcadio de Andrade Dezembargador ila Ca-
za do ditto Senhor , e Ouvidor dos feitos de fua fazenda , perante elle
apareceo AfFonfo Alvercs , Sollicittador dos feittos de Sua Excellen-
cia, eaprezcmtou ao ditto Ouvidor huma Carta efcritta cm purgami-
nho afinnada por Sua Mngefbde , e fellada de feu fello de chumbo
pcmdcntc , pclIa qual comformc a Inflituiâm que fua excelicncia fes
do ditto Morgado da Crus, e luima fentcnâ doArcebifpo deEvora,
aflignada por ellc , fobre a aprovalfam do Santo Lenho da Crus de
Chrifto , noftb Senhor , e huma Carta de Padrao , aflignada por Sua
Mageftadc , c fdlada do feu fello de chumbo , pella qual fes mcrce a
Sua Excelicncia , de cinco contos de juro , e os Auttos das Partilhas
ue fe fizeram da fazcmda que ficoii por fallecimento do Duque Dom
?oao que Dcos tern , dos qiiais pedio o treslado de dous termos que
ajuntou , e afiin as eferepturas , de compras de Juro , e bens de Rais
que o ditto Senhor comprou pera o ditto Morgado , pcdimdo ao dit-
to Ouvidor Ihe mandalTe dar o treslado de tudo em publica forma , em
mqdo que fizefle fee tornandolhc os proprios papcis , e tudo he o fe-
guinte. Antonio Cordeiro Taballiam que o eferevi. '
Itijiittuifao, e ComfinnagaS do Morgado da Crus,
Dom
Phellipe porgra9a deDeos Rey de Portugal edosAlgar-
ves , e dallem mar em Africa Senhor de Guinne , e da com-
daquem
uifta navegaâo do Comercio de Ithiopia Arabbia , e da Percia e da
? ndia &c. faô faber que por parte de D. Theodozio Duquc de Bra-
ganâ e de Rarccllos , meu muito amado , e prezîdo fobrinho me foi
aprezentado huma Carta de Inftittuillam de Morgado cxic cllc ditto
Duo ue fazia , a qual Carta eftava efcritta cm quatro folhas de purga-
minlio , dehuma coutra banda , com feu finnal c Armas , deque o
treslado he o Icguinte. Dom Theodozio fegundo defte nome, Duque
de Rraganea , e de Barcellos Comdeftabre deft as Reinos c Senhorios de
Portugal &c. faô faber aos que efta minha Carta virem , que o Du-
que
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4^4 T^rovAS do^Liv.VL daHifloria (jeneakgica
quc Dom Joa6 mcu Scnhor c Pay quc Dcos tcni vcmdeo e allieou cm
lua vida huma boa parte das rendas de I'cu Eftado , pera acudir as
grandcs defpezas , quc fes em diverfas couzas , e principalmentc cm
lcrvi 90 da Coroa dellc Reino em divcrcos tempos , como foi com a
gente quc niandava na Armada de que houvera dc ler Gcral o Scnhor
Dom Duarte mcu Thio , cm que dilpcndco muitto , athc eirbarcar na
ditta Armada quc fc perdeo , com tromenta no Porto de Lisboa \ e
afim mefmo fazendolle dil'pois difto preftes para acompanhar ElRey
meu Scnhor Dom Sebaftiao que haja gloria, a piimcira ves que Sua
Altcza palTou a Africa no Anno dcmil cquinhentos I'ettenta cquatro,
e a I'cgunda ves no Anno de mil e quinhentos lettenta e outo , com
inuitos grandcs aprecebimentos dc gente depe, cdecavallo, armas,
emunidbens, e mantimentos, c mais couzas ndeeârias para aguera,
quc Sua Altcza queria fazer a Mulley Abdlmclcc , Xarifle , que vuU
garmente I'cchamou Maluco, a qual Jornada Sua Exccllcncia nn6 fes,
poradoccer muito mal naCidade de Lisboa elbndo ja para embarcar,
eporalim ler, me orterelTeo a Sua Altcza pera o fervir nclla em leu
,
nomc , conto o fis por Sua Altcza o haver alim por bem ; e fendo de
idade de des para oir/e annos , parti de Lisboa , com toda a ditta gen-
tc , em navies Irctiados por conta da fazenda dc Sua Exccllcncia a vin-
tc c feis dias do mes de Junho do ditto Anno , com a qual gente me
achei com Sua Altcza na Batalha dc Alcafcre , cm quc o ditto Scnhor
foi morto , c cu ferido , e captivo , c nella fc perdera6 muitas couz^
de ouro , e prata , e pedraria de grande prclTo , quc hia na minha guar-
da roupa , as quais defpezas o ditto Duque meu Scnhor foi logo con-
tinuando por muito tempo em procurar minha liberdade por diverfas
vias com muitos prezentes que por efte refpeitto mandou ao Xarilfe
^lulfi Tlamet , e a feos Alcaides, c com tudo o mais que foi pera i(Tb
ncccffario , em quanto eftive captivo em Fes , c em Marrocos , c difpois
na Jornada que fis , vindo dcftlarrocos, athe a Villa dcAlmeirim aon-
de chcguci a quinze dias do mes de Marô do anno dc mil e quinhen-
tos c oiitenta , que Sua Exccllcncia , e a Senhora Dona Cathcrina mi-
nha Senhora , e May , enta6 eftarem na ditta Villa , e bem afim no
refgatte dos feos Criados , que comigo forab captivos na ditta Bata-
llia, c na fattisftgao que Sua Exccllcncia dcu , e nas muitas mcrces
,
quc fes as mollicres , fiihos, e herdeiros , dos quc morrerao nclla , ou
ertando captivos , c pello mefmo modo , dil'pois dc tudo o fobrcditto,
fez Sua E.xccllencia muito cxtrcordinririas defpezas cm bcneficio , e
comfervaâb della Caza , e eftando cm todo o tempo dos trabalhos
que Dcos foi fen ido dar a clle Reino , com as grandes altcralTocns
quc nclle houve, pello fallccimento dc ElRey mcu Scnhor D. Hcrui-
que quc Deos tern , como he notorio , pera as quais e pera outras
couzas, vemdeo naDizima do Pefcado da Cidadc dc Lisboa, adiver-
ella conta,
9 as pelTbas, e cm diverfas tempos, por partes, que fazem
tres contos c quinhentos c outenta mil c outo lentos e outenta e fin-
co reis dejuro a retro ; e nos Reguengos dcSacavcm duzentos c no-
venta e novc mil e quafro fentos c outenta e linco reis , tudo a prclTo
dc dezafeis por milhar , e outro fim vendeo a retro o Reguengo de
.
Alvi-
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; ,,
da Cafa âl 7ortuguesâ.
Alviclla quc he no termo de Santarem , per prelTo dc dezanove mil

,
cruzados , rorros para Sua Excclcncia , e antes difto deu a Senhora Du-
queza D. Brittes cm pagamento do feu dottc quatro centos e noven-
ta c fete mil c quatro centos reis de Juto , que tinha , repartidos nas
Czas das Villas dc Arrajolos , Monâras , Momforte , Alter do Cha&
eOurem ; pello que vendo eu hora , as obrigaôens da minha Caza,
e ellado , va6 cm major crecimento , e quam jufto he , quc eu procu-
re acrellentar as remdas delle , c reffazer cm parte o danno que das dit«
tas defpezas , gaftos ,
vendas ,
e alheallbens ,
fe me feguio ,
e fegue a
meos lubceôrcs , pellas muitas rezoens que pera ilTo lia , cfpecialmcn-
te pera quc meus fubccôres milhor polfam fervir a Coroa defte Rei-
no , como fempre fizerab os Ouques mcos antepaâdos , c temdo ref-
peito a fe fazer por minha cauza , a major parte das dittas defpezas , e
por me achar hoje folteiro , c confidcramdo porem quc heide cazar
c que me pode Deos dar muitos filhos , quero , hora por efta minha
carta ordeiiar , e imilituhir hum Morgado de meus bems , patrimo-
niais, comfirmandome nifto com oque o Senhor Duque Dom Jaime,
meu Vizavo , cm feu teftamento orocnou da fua terâ , e com o que
aconfelhou ao Senhor Duque Dom Theodozio meu Avo , que infti-
tuhice outro morgado dc feos bems patrimoniais como clle imftitu-,
hio , e com a tenâb de meu Senhor e Pay , quc Decs tern , que tam-
bem me dcichou fua tcrâ , cm Morgado , pretemdemdo todos acref-
fentar as rendas della Caza , e relFazcr por ella via , o quc tinha vem-
dido ealhcado della por cauza das defpezas quc todos fempre fizerab
cm feniô dos Reis parados, c da Coroa delle Reino ; e aprimeira,
e principal couza deque ordeno e imllituho clle morgado, he a Rcl-
liquia que tenho do Santo Lenho da Crus cmque Jezus Chrillo nof-
fo Senhor padeceo \ aqual oPappa Clemente ceptimo deu allonora-
to deCaez , que em tempo dcElRey Dom Joab tcrcciro , foi mui-
tos annos , embaixador dclRcy del-'ranâ nclle Reinoj emque Deos
por ellc tern feito muitos milagres ; pello qiie fe Ihc oeve veneralTab
ubliea , como ella dcclarado por fentenâ do Ordinario, defte Arce-
C ifpado dc Evoia , na forma do Sagrado Comcillio Tridentinno do ,.
que confta pello trcsllado da ditta femtcn 9a , que andara pera fempre
junto a ella minha Carta, em modo quc faca tee*, e outro fepora no
meu Cartorio , e outro no da minha Capella , na qual , e aos tempos
ue tenho ordenado , fe moftrara a ditta Relliquia ao Povo , na Crus
3 e ouro que Ihe hora mando fazer ; com a qual a metto nclle Morga-
do , por principal parte , e cabcâ delle ; c quero , e mando que pera
fempre fe chainc o Morgado da Cruz c da mcfma mancira metto ncl-
•,
Ic o Efpinho da Coroa dc Chrifto noftb Senhor , quc tenho emgalla-

do cm crillal , c ouro , pera andar pera fempre nclle ; e hcc outro lim
minha vontade de unir , c vimcular para fempre ao ditto Morgado os
finco contos dereis, que tenho por huma Carta dePadrab, feita cm
Lixboa por Joab Alveres , c fobeferitta porManocl dcAzcvcdo avin-
tc e feis dias domes deSetembro de mil c quinhentos e outenta c feis
pella qual feafentarab, dous contos dereis do ditto juro no Almo- ,
xaritiado de Miranda j e outro conto no Almoxariifado dc Guimaraens

, Tom. IV. Nnn ecu-
,,
4^ 6 Trovas do Liv. VI, daHillma (j enealogtcd
c outro no Almoxariffado deViannaj eoutro conto dcreis no Aim o-

xariiVaJo d£ Porcalcgre dosquais Tinco contos dcrcis dc juro a retro,
a rezafi dc dc7jflcis por niilhar ; ElRcy mcu Scnhor , DomPhcllipc
primciro de(le non»e , me mandou pafTar o ditto Padra6 , em pagamcn-
to dos duzcncos mil cruzados , dc que Sua MagcRadc tinha prometti-
do de fazcr mcrce ao Duque mco Scnhor e Pay que Deos tern , como
mais largamentc I'c comtcm no ditto Padra6 , em que Sua Magcftadc
mandou dcclarar , que a Sanhora Dona Catherina minha Sciihora po-
dcria diôr do ditto Juro , como teftamcntcira do Duque meu Sc-
nhor ,
antn e da mancira , que o pmlcra , c dcvcra fazcr dos dittos du-
zcntos mil cruzados , nora pagamento de fuas dividas, epera dczem-
pcnhar fua fazcmda , nouvc por ben> de me dar , c trefpaâr em mim
quatro contos e fette I'cntos e outenta eouto mil eduzcntos etrinta
e tres rcis do ditto juro , em pagamento , e fatisfoâA do que efta dit-
to , que o ditto Senitor adm tinha vendido dos bems, e rendas dcile
efta Jo , o que afim fes com a fua teftamentaria , e com autoridade do
Juis dosOrphaons, e das partilhas que fefizeraA da fazemda quo fi-
cou por fallecimcnto dc Sua Excellencia , oqual ojulgou afim, por
fua femtenga , com conccntimcnto de meos Trmaons , c autoridade dc
feos Curadorcs , como milhor e mais laigamcntc conftaia dos Autos
dasdittas partilhas, deque fc ajuntara o tresladado a efta Catta , no
que toca a efte juro , com outio trcsiado dodito Padrafi dc Sua Ma-
geftade , pera conftar cm todo tempo , que me perteneem os dittos
quatro contos fette 1‘cntos outenta e outto mil e duzentos trinta e tres
rcis , pcilo modo afima declarado , e outro fim me pertemeem mais
trinta mil rcis do ditto Juro , por outro termo dos Autos das dittas
Partilhas , dc que aqui tamhem fe ajuntara o trcsiado pello qual a Se-
,
nhora Dona Catherina minha Senhora , mos dcu , e trclpaôu cm mim,
com comfentimento de mcos Irmaons e autoridade de feas Curadorcs
c do ditto Juis que alTm o julgou por fua fentenfa dequinze mil rcis
de juro perpetuo , fobre minha fazenda , ao Mofteiro de Santo Agof-
tinno defta Villa , pera nclle fe dizer pera fempre huma mifla quoti-
diana pella Alma do Duque mcu Scnhor , como clle ordenoii em feu
teftamento ; e por mandar paftiir outro PadraA , fobre minha fazcmda,
de outros quinze mil rcis, tambem de Juro perpetuo , que em cada
hum anno fe hade pera fempre de dar pera cazamento de huma or/a,
da mancira, que Sua Exccllcncia cm feu teftamento manda que ifto
fe ft 9 a ; e bem afim me pei tence hora mais os cento c outenta e hum
mil e fette fentas fetenta e fette rcis de juro
,
que fomentc faltavab'
pera cumprimento dos dittos fnco contos dc rcis , do ditto Padra6
por ferem a Senhora Dona Catherina minha Senhora , e May , c meos
Irmaons contentes , que eu houvefte os dittos cento e outenta ehum'
mil fette centos fetenta e fette reis, pagando por dies a I'azemda que
ficou do Duque mcu Scnhor , dous contos nove fentos c outenta mil
e duzentos fetenta c dous reis cm dinheiro dc contado que he o que
,
juftamente valliain, a picftb dcdc/aftcis por rnilhar , emquc Sua Ma-
geftade deu.os dittos cinco contos dcjuro, cm pagamento dos dittos
duzentos mil cruzados , como milhor con^ de huma eferiptura pu-'
blica
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da Cafa %eal ôritiguesia» .
blica de concerto ,
que fobre ifTofizemos nefta Villa na notta dc An-
tonio Cordeiro , publico taballiam nella aos onze dias dcfte mcs dc
novcmbro , e anno prczente de mil e quinhentos c noventa e tres , cu-
jo trcslado em publica forma fc ajuntara tanibem a efta Imftituiirami.
Osquais finco contos dereis dejuros hei por vincullados , e uriidos ao
ditto Morgado pera todo fempre como ditto he ; com declara 9ao^
que fe elRey roeu Senlior , ou algum dos Reis fcos fubceôres y cm
algum tempo mandarem remir todo o ditto juro , ou alguma parte
dclle, na fwma declarada no ditto Padra6 , o pdfuhidor que ao tai
tempo for defte morgado , nao polTa receber , nein aver a fua ma6
rent de feos officials , o dinheiro porquc fe remir , antes feja logo de-
pozitado em mao depeflba fegura, cabonada, por autoridade dejuf-
tiâ y pera delle fc comprarem bems derais, livres, e dezembargados
que nj5 tenhao outro vinculo, emcargo , ncm obrigaâo alguma; ou
outio tanto juro , dc boa callidade que tudo fique nefte Morgado,
,
com as callidadcs , condifl’oens , e obrigagoens delle ; e para em toda
o tempo conftar mais claramente do fobreditto , pc90 a Sua Magcfta-
de haja por bem mandar , que na Carta do Padrao do ditto juro , fe
declare por huma Apoftilla como he do ditto Morgado, e quo fere-
gifte a dirta Apoftillana margem do regifto da ditta Carta de Padra6 ;
ao qual Morgado , outro fim hei por bem de unir e vincullar pera
fempre as cazas , que foram da Senhora Duqueza Dona Joanna que
D eos tem que eftam nefta Villa , junto ao terreiro das minhas as quais
eu comprei as freiras do Mofteiro das Chagas , e a Gafpar de Mattos
morador em Guimaroins , com as bemfeitorias , que nellas fis, e as que
pello tempo em diante fizer ; e o Pinhal que foi de Chnftova6 de
Alorais alim como efta ferrado , no termo defta Villa junto a S. Fran-
eifeo o velho , o qual comprei a Francifeo de Aloraes feu filho , e
aHerdade de Brazia que he no termo defta Villa , no Reguengo de
Fatcllccab , que comprei a Jorge da Frota morador na Cidade de Lif-
boa ; e a herdade que foi dc Gonâllo Tofeanno , que o Duque meb
Senlior que Deos tem , metteo na tapada , a qual comprei a Viftentc
de Uihao, feu Genrro , difpois do fallefcimeiito dc Sua lixccllencia. E
outro fim todas as bemfeittorlas que tenho na tapada , e cazas della , e
nellas cazas dc Villa Vifl'oza , e as que tenho feitas nas cazas dc Val
de Boim. E em memoria tla pouca idade em que eftive captivo , vin*
cullo outro fim ao ditto Morgado hum Jaes de ouro , que o Xarift'e
Mullei Haincte me deu em Marrocos ; c declare que efte vincullo
,
uniam , e Morgado , tcram cm tudo effeito pera touo fempre , ainda
que eu pello tempo em diante va remindo (como ja comellei a remir)
asrendas, e juro , que o Duque meo Senhor vendeo dcfte eftado, af-
fim do juro da ditta Dizima det.isboa cReguengos de Sacavem , co
juro que fedeu a Senhora Duqueza D. Brittes , em pagamento do feu
dotte , como o ditto Reguengo dc Alviella , em parte , ou cm todo, c
ainda que com effeito eu ou mcos fubccôres acabemos de remir , ou
dezeinpenhar de todo as dittas rendas , ncm por ifto efta uniao , vin-
cullo , ou Inftituicao de Morgado , adc fcâr cm todo , nem cm parte
alguma , pofto que me parefâ que feôu a cauza porque foi inftitu-'
Tom. IV. Niin ii hido,
"N
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,
4^8 *Provas do Llv. VI. da Hljlorta (jeneah^ca
hido ,
porquc fera embargo de tudo he minha vontadc ,
que fique
fimic e valiiozo pera todo fempre: eque nenhuma pclToa , ainda que
fqam filhos , ou quail'quer defeendentes nieos , po(Ta& pretemder que
fica6 no ditto cauzo cite ditto juro , ou alguma parte dclle , ou os
outras bems aqui vincuHados ou parte dellcs , femdo bems mcos li-
vres , e de partilba ; porque minha tenâo , e vontade he , que nefte
cazo , e cm quaifquer outros fcmelhantes , ainda que fcja6 tais que
cu agora na6 cuide ncm polTa cuidar ncllcs , fique toda via eftc mor-
gado pera fempre feguro, vallido , c imteiro , fern quebra ou diminui-
9a& alguma ; e quero , que fe Deos for fervido , de me dar outros fi-
lhos, ou nettos, dequalqucr matrimonio, mais que oque ade fobcc-
dcr nefte Morgado, os outros na6 po(ra& pretender revoga9a6 dellc,
em parte , nem cm todo , por nenhuma cauza , via , nem rezaft , que
allegucm , ou allegar pofta6 , ou ainda que diga6 que por feu nafeimen-
to fe revoguem , por eu o fazer eftando loltciro , e que eftes bems afim
vincullados , fab mais dosque podem caber cm minha icrâ , cnale-
gittima do fobccôr do ditto Morgado , e que diminuem as Icgitfimas
dos outros filhos , ou nettos; eque na6 ha outros bems patrimoniais,
cm que dies as polfao haver; porque fem embargo detudo oque he
ditto , quero quo toda via feja firmc e valiiozo pera fempre. Pordm
fe Deos for fervido , que eu tenha outros filhos , ou filhas , mais allem
do quo houver de fubceder nefte Morgado , e acontccer que ao tempo
de meu fallccimento , fe na& achem outros bems meos Iivres cm que
dies po(Ta6 aver ligitima, nefte cazo quero que cada hum dos dittos
mcos filhos , ou filhas , quo na& fobceucr nefte morgado haja cm fua
vida fomente dos remdimentos dellc da mao do poftuhidor do ditto
morgado duzentos mil reis de renda cada anno , pera fcos alimentos
ainda que por reza6 de fua ligittima , pudelfc pretender mais , ficam-
do porem fempre a proprieJade , e a poflTc da aitta remda , e de todos
os bems afim vincullados , e mais remdas defies , ao ditto peftuhidor
do ditto Morgado , e aos mais fubcegores delle pera todo fempre ; de
mancira que por mortc de cada hum dos dittos mcos filhos , va6 va-
gaiido os duzentos mil reis de renda que cada hum defies ddc haver,
em fua vida fomente , pera que por feu fallccimento os dittos bems af-
fim vincullados, fiqucm detodo Iivres , pera o Morgado, epciruhi-
dorcs dclle ; porem fe fe acharem fora dcftc Morgado , tantos bems
meos iivres por meu fallccimento , que cada hum dos dittos mcos fi-
lhos polfa por dies haver quatro mil cruzados de Icgittima , ouniais,
enta6 na6 podcra nenhum defies pidir ncm haver nenhuma outra coii-
za mais dos bems defte morgado , ncm da renda defies ; c pcô a lil-
Rey meu Senhor, quo haja porbem todo o fobreditto fem embargo
do que emcontrario difpoem aordenaftam dolivro quarto, titiillo fc-
fenta efete, decomo feande fazer as partillbcns entre oslrir.aons, c
da lei , Otmmnm inpriorihus^ edetodas as mais Icis , do titulo Codi-
ce de InolfLiojh teflamento , e da lei Si tetns , c de todas as outras Icis
do titulo Codicc de Imffichjis dovathiubus , c da lei Si un.’/futim , Co-
dice de l^cocamUs tlonaliciiihiis ; c fem embargo do todas e qraifquer
outras Ids , afim do Relno , coiuo de dirdto conium que ahi licja , ou
pofla
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,
da Cafa êal Tortu^4es(a. 4^ ^

polTa haver em contrario de tudo ou parte do que ditto ,
e fem
embargo de todas as niais dirpofiiToens , e leis que fazem , em favor
das legitimas dos hlhos , e nettos , e das que mandao , que haja6 fuas
ligittimas em propriedades dos bens , e que hajam em todos os bens
ainda que fejao tacs leis que fena& po(Ta& reniinciar por as partes, e
ainda que tenha6 claufullas derrogatorias , e que derroguem a outras
derrogatorias , eque ferequeira fazer dellas exprelTa mcn9a& dcverl/o
ad verbum , e fem embargo da ordena9am do livro fegundo titulo co-
renta e nove , em que fe difpoem que fe na6 entenda fer derrogada ,
nenhuma ordenalTam , fena6 fazendofle exprelTa mengab da fubftancia
della ; e outro lim fem embargo das leis que dizem , que nao valha a
geral rcnuncia9am , ou rcvoga9a6 das leis. E ordeno , e mando , que
dos fruttos , e remdimentos defte Morgado fe diga& pera todo fempre
em cada hum dia do Anno , duas milTas pella Alma doDuque meu Se-
nhor , e da Senhora Dona Maria minha Irman que Deos tern, c ago-
ra pella vida , edefpois demuitos annos, pella Alma da Senhora Do-
na Catherina minha Senhora , e pella minha , e pello eftado e comfer-
va9ao della Caza , e dos pefluhidores della , e defte Morgado ; das
uacs miflas fera huma do Santillimo Sacramento, e outra da Cruz , e
a irleham na minha Capella onde ella agora efta ou pello tempo em di-
ante eftiver pellos Capellaens della , que cu ou mcos fubce9orcs pera
ill’o nomearmos aos quaes podcreinos remover, e nomear pera ilTo
;
outros , quantas vezes quizermos , fem outra cauza nem raza6 , mais
que de nolTa livre vontade, e haveram a efmolla que fecoftumar, e
ucro , mando , quo na& fejao os dittos mcos fubce9orcs obrigados a
a ar conta aos Prelados nem aos Provedores , nem a outrem alguem
nem juftificar em tempo algum , que fe dizem as dittas milTas , fem
embargo da ordenalTam em contrario ; e outro fim pelTo a Sua Magef-
geftade haja por bem de a revogar porque cij comlio dos dittos mcos
fubce9ores que mandarab dizer as dittas milTas como ordeno , e de ma-
ncira que nao haja nifto falta nem defeuido , pera o que Ihes encarre-
go a coiiciencia , c na6 hej por couza decente , que fe haja por fua
parte de ftzer difto juftilHca9a6 : e quero , e htS minha vontade , que
todas e cada huma das pelToas , que pello tempo em diante fubcederem
nefte Morgado tenbao obriga9a6 de o acrefentar com mil cruzados de
renda , ede os vincullar , c unir para fempre a elle , oii em juro bom ,
efeguro, ou embens dcrais, que feguramente ospoH'a6 remder , pe-
ra que fiqucm fobgeitos a efta minha InftituilTam e as condi9oins , c
,
dcclarafoens della , fem por ilTb Ihe poderem p6r , nem acreftentar ou-'
trxs , nem cmcargo algum de novo , e que tanto que afim lubceder
qualquer pcIToa nefte morgado , logo por efte mefmo feito fique obri-
gada , athe unir e vincullar os dittos mil cruzados de renda perpetua,
ou pello menos a parte dcllcs que couber na tcr9a dosbems quo Ihc
ficarem ao tempo de feu fallecimcnto ; e que os mefmos beas que ti-
ver ao tempo que afim fubceder , e os que difpois adquirir , hqucm
logo obrigados ao ditto cmcargo , atte a quantidade nefTe9aria pera os
dittos mil cruzados de renda, ou a parte dellcs que cm fua tcrca cou-
ber , como ditto he ; e fe polTa para cftc di'cito fazer a excclTam nel-
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,
470 Trovas do Dv.Fl. da Hi/loria ênealoglca
Ics
,
por ftllecimcnto do ditto adminiftrador fem embargo de na& fe* i
rcm fcitas as partiUus dc fua fazenda , e de qualqucr outra couza , que

cm contrario haja , ou poiFa haver. E qucro e ordeno que os (ubce-
9 orcs de minha Caza , c cflado fubccdao tambcm pcra leiuprc neflc
morgado pcra que ande fcmprc nos poiTuhidoics della ; c le por al- ,
gum cazo , que Dcos na6 mande , le perder a fubceâo dc minna Ca- i
za , de mancira que ningucm a haja dc haver por tiiulo dc heranâ e ;
fubceâf) comformc a Inllittuigao della , por qualqucr via cuidada, ou

nao cuidada , porondc iilo polFa aconiellcr ; dc agora pera entao dc-
claro que he minha vontade , que eAc morgado por nenhum cazo fe
poda perder ; equero que I'ubceda ncAe Morgado , c logo o haja qual-
ucr delemdcntc meu le o ouver , ou do Uuque meo Senhor que Decs
3 lem , oque for mais chegado ao ultimo peCuhidor do ditto Morga-
do , por via dcAe paremteleo , aimda que na6 haja dc lubcedcr , c
herdar cAa minha Caza , c cAado, como ditto he. E faltando deto-
do-s meos defeenJentes , c do Duque meo Senhor ; enta6 vira aos def-
cendentes doSanhor Duque Dom 'I hcodozio meu Avo , e em deHci-
to delies, aos defccindentcs do Senhor Duque Dom Jaimes , meu vi-
zavo , qual le achar mais chegado ao ultimo poAuhidor , pcllo ditto
paremteleo , como ditto he ; e faltando tambcm todos os del'ccmden-
tes do ditto Senhor Duque Dom Jaimes , emtab qucro, e ordeno, I
que os dittos bems aliin vincullados , venhab aos dclcendentes do Se-

nhor Duque Dom Fernando , meu trefavo , tcrceiro Duque de Bra-
ganga qual fe aehar mais chegado ao ditto pofl'uidor , como ditto he ;
e laltando todtxs os dd'ceiidentcs do Senhor Duque Dom Fernando
uero que venlub dos dittos bems alim vinciillados aos defccndcntcs
a o Senhor Duque Dom Fernando meu quarto avo, fegundo Duque
deBraganâ qual for mais,, chegado porcAa via ao ultimo pofuhidorj
c em delfeito dc o ditto Senhor Duque D. Fernando , chamo a fubce-
§ab dcAe morgado os dclccmdcntcs do Senhor Duque Dom AAV.ikjo
meu quinto Avo , primeii o Duque de Braganâ , qual por eAa via le
achar mais chegado ao ultimo pol'uhidor , como ditto he ; e porem
declaro , que cu poderci dedarar cAa ordem dc I'ubceâb , c podcrei
alterar', mudar, e revogar , e diminuir , e acreflentar lobre ella o que
ineparelFer, edefpoes ordenar denovo , o que for minha vontade, e
acredentar , c muuar os emcargos deAe Morgado , como qiiizer , ath6
ahora deiminha morte , afim por tcAamento c qualqucr ultima vonta-
de , ainda que nab feja folemne , como entre vivos , por efereptura
publica , ou por outra minha Carta como eAa , ou por Alvard meu
I'oomente lem embargo dcAa Imllittui 9ab , c da comlirmai,ab della e
de qualqucr outra couza que em contrario feja ; e pelTo a ElRey meu
Senhor que avendo refpeitto as grandes cauzas , e rezoims , que me
movem a imAittuIiir eAe Morgado , e vincullo dc bems , me faâ mcr-
ce de haver por bem comfirniar de fua certa fcicncia poder Real , e
abfolluto com revogaâb detod.is asleis atrds dedaradas, edetodas e
quaeiquer outras , afim- dedircitto comum, como do Rcino , que por
qualqucr via poiFam embargar oeffeito dcAa imAittuiâb em parte ou
cm todo , ou dealguma comdilTab , ou dedaralFob della , ou outra qunl-
quer
j
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1
daCafa Keal Tôrtugueiâ. 47

quer couza das que ordcno , qucro , e mando , como nefla minha Car*
ta lecomtem , pera que tudo valha , na melhor forma que cm direit-
to polTa haver lugar , I'cm embargo outro fim defta Indittuiâb naj'S
fcr fcitta por efcriptura publica , e deaeu fazcr porcfta minha Carta
patente ; a qual pera firmcza de todo o fobreditto mandei faz6r , por
mim ahgnada, e afellada dufello deminhas Armas dada cm Villa Vif-
loza , e aos dezafcis dias do mes de Novembro , Sima6 Pinheiro a fez.
Anno donafcimcnto deiiofTo Senhor Jezus Chriflo de mil equinhen-
tos e noventa e tres . Rodrigo Rodrigues a fes efcrever ; e com a fo^
breditta Carta de Indittuigad , me foi aprezentada huma pcti9a6 ein
nome do Duque , em que me pede , que avendo eu refp ?ito as cauzas,
e rezoens que o motiab a ftzer efla Imftittuiâb do Morgado , lha
comHnnace com todas as claufulas c condilToens ,
e com todas as derro-
gaôcns de leis e ordenaqoens comteudas na ditta Inllittuiâb , e fern
embargo de tutlo o mais que em comtrario polTa haver , afim deffeito
como de direitto , uzando eu pera ilTo de meu poder Real c abfolutto
fazemdolhe a ditta coinfirmaâb de minha ferta fiencia e receheria roer-
ce ; evilto por mim feu requerimento avendo refpcitto ascouzas qua
o ditto Duque allega , pera fazer o ditto Morgado , e por folgar de
Hie fazer mcrce hci por bem e me praz dc meu motto proprio , certa
fciencia poder Real e abfolutto , de Ihe comfrmar a fobreditta Imfti-
tuigab dc morgado , aqui emcrrporada , como de eft'cito por efla mi-
nha Carta comfrmo , afim e da maneira que na ditta Inftittuiâb fe
comihem com todas as derrogaôens , e comdilTocns nella comtheu-
das , fern contra el!a fer ouvida peflba al^îma por qualquer couza
que allcguc ou alegar pofla , porqiie afim o hei por bem , e meu for-
vilFo ; e pera que a ditta Inftittuhiflab feja vallioza derrogo pera iflb,
e hei por derrogailas todas as leis e direittos , e ordenaôens que con-
tra ilfo haja
,
polio que dellas fofle neceflario fazer exprefla e expe-
cial menâm , como difpoem a ordenaflam do fegundo livro titulo
,
quorenta , em que dis que fe nab emtenda , fer por mim derrogada
,
ordenaflam alguma , fe della ou dafubftancia della , nab fizer expref-
fa , e declarada meni^b e pera firmcza de todo o Ibbreditto Ihe man-
;
dei dar efla Carta dccomfirmaâm por mim aflinada e afellada do meu
^
fello pendente , Antonio Monis da Fonceca a fes em Madrid aquatro
deFeverciro de mil equinhentos e noventa equatro.
ELREY.
Carta porque Vofla Mageflade comfirma a Imftittuiâb de Mor-
gado , que Dom Theodozio Duque de Bragao9a , c de Barcellos , feu-
muito amado , e muito prezado lobrinho , Tmftituhio das couzas com~
teudas na ditta Imflittui9ab, e com as claufullas comdi9oens, eder-
,
roga90cns nella dcclaradas pera Vofla Mageflade ver. s Pagou nada
pellq privillcgio que tern, s Em Lisboa vinte hum de Abril de mil
equinhentos e noventa equatro annos. =3 E aosofficiaes como cordam
mil e novc fentos efincoenta reis. Gafpar Maldonado K Regiflada na
Chancellaria , Antonio de Aguiar. 3= Sinub Gon9alves Pretto.
Sentertfa
47 ^ do Ltv, VL da Hiftorla (jeneah^ca
Sentenca do Arcehijpo de Evora , Jobre o Santo Lenbo da Crus

de Chrijlo.
Dom Thcotonio de Braganâ Filho do Duquc Doin Jaimes que

Decs them &c. e pclla giaâ de Deos , c da Santa Igreja de Roma
Arcebil'po de Evora , tazemos faber que a Senhora Dona Catherina
nos emvjou dizer , que a ella Ihe foi dada huma parte grande do ver-
dadciro Lenho emque noffo Senhor Jezus Chrifto foi crucifficado, e
porque dezejava de vencralo , e adoralo , como efte , e que todos os
fieis Chriftaons fizeffcm o mefmo , e participalfem de tao grande te-
zouro ,
nollo fazia a laber , pera que mandando pmar imformaâo de
como o houvera ^
e emeujo poder eftava atequi ^ e como - e porque
fora trazido a eftes Rcinos , e de alguns millagres que nollo Senhor
fizera porvirtude delta Santiflinia Relliquia ^ niandalTemos declarar o
que parelTelb mais ferviô de noflb Senhor e gloria lua ; e mandando
nds aprezentar hum cllromento de teftemunhas , tirado pcllo lecencia-
do Pedro Fernandes Proemâ , Dezembargador , e Vigario Geral do
Bifpado daGuarda, efobeferito |Jor Pedro Pereira, Elcriva& do Au-
dittorio do ditto Bifpado, e corafirmandonos com oConfiUio Tridcn-
tino na fclTao vinte e linco , capitulo de hrcocationc vener, &
reliqu.
JanSioruni ^c. mandamos ajuntar alguns Ictrados , pelToas pi^ ? c de

muita virtude , c autoridade e mandando fazer nlgumas uiligcncias
mais , que parefiam ncceirarias pera inaior jultificadam , pronunciamos
a fen ten â que lefegue. Viltos os Auttos See, Pittiâo do Padre Frei
.
Goncalo Delvas daOrdem deSani Francifeo da Provincia da Piedadc-

em nome da Senhora Dona Catherina , ellromcntos com dittos de tel-
tcnuinhas e dilligencias que por nolTo mandado^fc fizeram , eimfor-
, .
inallbCs particullarcs que fbbre ocazo letomarao, mollrallc clla Re^

,
liquia de que fc trattahaver fido de Honorato de Caez , que niuitos

annos foi Embaixador neltes Rcinos pcllos Reis de Franca , pclToa de
muito credito. , vertude ,. e auttoridade , e rnuito Catholica , c ter a
ditta Rcliqiiia cm fua vida ,'Cm muita veneraflao., djzcndo
lempre fer
parte do Lenho davbra Crus , em que nolfo Senhor Jezus Chrillo pa-
defceo , e que lha dera oPapa Clemente Ceptinfo ,
e a dar a Ignes Al-
ves de Almeida , havemdo muito tempo que cllava cm fua Caza ,
eP
tando pera morrer , por parte verdadeira da Crus , cm que padelceo
noflb Senhor ; c como outro fiin , cm todo o tempo que efteve
cm
poder do ditto Honorato de Caez , como defpoes do que efteve cm
poder da ditta Ignes Alves de Almeida , foi tida , e vcncrada por elta,
e fazendo mui'tos millagres ; e como qucrcnidonos comformar
com a
' difpozillao do fagrado Conlillio Tredentino , pera efte efteto ,
manda-
mos ajuntar os Dezembargadores denofla rellaâb diante de nos ,
e o
Rcittor do Collegio , e Univerfidade de Evora , da Companhia
zus , e outros Padres , e Prellados , aflim do ditto Collegio , como da
Ordem de Sam Domingos , e Sa6 Francifeo , e de nolfa Senhora do
Carmo, e o Conego Diogo Mendes de Vafconcellos, Cônego daMa-
giftral da nolTa See e o Doutor Gonâllo Mendes dc Val’concellos
*,
da Caf<t âl Tôringueiâ,
473
feu Coadjutor, na ditta Conezia, varoens todos pios, Tlicologos, e
Canoniftas , c a todos parcfcco c|uc a ditta Rclliquia fc havia deter,
c venerar , como Rclliquia da vera Crus , e parte do Lenho , cm qua
iiolTo Senlior Jczus-Chrillo I'oi crucifficado ; c por tal fc havia de
aprovar ; o que vifto por nos , e difpozilfao do Sagrado Comlillio Tri-
dmtiiio , damns liccnâ pera que a dita Rclliquia daqui cm diante , fc
vcnerc , e adore, como vcrdadcira Rclliquia , c parte da Santa Crus,
cm que Jezus Chrifto padefeeo , e por tal fera dos lieis Chiiftaons ti-
da , e venerada , e adorada , com a vcncraâo , e adoraijao que a Santa
Relliquia fe deve ; cm Villa-Viflbza aos trinta de Dezembro dc mil c
quinhentos e outenta e onto , Theottonio , Arccbifpo dc Evora ; c pro-
nunciada e publicada afim a ditta fentenâ , afentamos de ver pcllbal-
mente a ditta Santa Relliquia; e pera ilfo fomos pciroalmcnte ao JUef-
tciro deSam Francifeo da Piedade , que efta junto a efta Villa, acii-
de eftava depozittada , e mandamos vir perante nos ao ditto Padie
I'rei Gon alo Dclvas , comfeôr do ditto Moftciro , e ao Padre Frei
9
Vilfcnte de Abrantes, Prizidente do ditto Moftciro do Rofque, que fao
os que a trouchera6 da Villa dc Abrantes an ditto Moftciro, calli nol.i
aprezentaram emvolta cm huma bolâ de taffeta verde , cozida porto-
das as partes, aqual nos dcfcozcmos, e achamos que eftava outro liai
emvolta cm hums papeis fcllados , com finco fellos de lacrc vermelho,
os quaes nos abrimos , e achamos huma Crus cmgaftada cm prata feita
pcllo alto , c pcllo pe6 , c pellas duas ilhargas , a mode dc nor dc is,
I
c pclIa parte de fima inteira , c pclla parte debaicho , e pellas duas

ilhargas, cafeavada das pontas ; aqual eftava emvolta cm fcmdal bran-
co de feda ; c logo tomamas juramento aos dittos Padres, que peran-
te nos eftavao , na propria Crus que dcclaraftem fc hcra aquella a pro-
pria , cque 1 he fora emtreguc na ditta Villa dc Abrantes, porlnes Al-
ves de Almeida ; c os dittos Padres puferam as maos na propria Crus,
e dcclanirao que hcra a propria que trouxerao da ditta Villa de Abran-
tes , e Ihc fora entregue pclla ditta ignes Alves dc Almcjda a quern o
ditto Monorato deCaez adeichou como na ditta fentenâ fe comiein.
E teita ;dim a ditta dilligencia, c exame , tornamos a cmvolver a ditta
Relliquia da vera Crus no ditto fendal defeda branca, com outro dc
tafetta roxo c alim o mettemos dentro cm hum cofre de madre pei ol-
la , e o fcchamos com huma chavc quo emtregamos ao Senhor Duque,
e a Senhora Dona Catherina , e ao Senhor Duque lembramos , clamc
quanto he rezao , a merce que nolfo Senhor Ihc fes , cm comfiar del-
le ta6 grande thezouro
,
pera a terem fempre em lugar dcccnte , trata-
da e venerada, como parte da Santa Crus, cm que fcobrou omilicrio
dc nofta redempcao ; e porque fe avia dc collocar na Capclla do Se-
nhor Duque , c fe fizefte com a dcfccncia que comvinha , c afentamos
de a trazer cm proeiij-ao do moftciro dc nolfa Senhora da Efpcran ;a
defta Villa, a Capeila do Senhor Duque, cm que nos hiremos pel;o-
almente em pontiheal , pera all aemtregarmos a Senhora Dona Cathe-
rina , e pera fe fazer com folcmnidade , c veneralfam ; temos mandado
a todos os Clcrigos dc mirt'a ,.e ordens Sacras , Curas c Capellaens def-
ta Villa c dadeCorba que fc ajuiitem na ditta proliâo c auiocftcm a
Tom. IV. Ooo feus
^74 Vl> Hiflorla (jencaloîca
fcos freguc 7.cs que a venha& acompanhar por fua dcvo9a6 , c a todas
as pcfoas quc acompaiiharem efta proci9a6 como ditto he conccdemos
todas as gramas , e Indulgcncias que por dircitto nos l'a& conccdidas , e
podcmos , dada cm Villa Vifloza , fob nolfo final c fcllo aos dous dias
domes de Janeiro de mil c quinhentos eoutenta c outo annos, Ro-
que do Rego a fes por noflb mandado.
Thcolonio Arcebifpo dcEvora.
Padrao dosfmeo cantos de ûro.
Dorn Pliellippe por graâ de Dcos Rcy de Portugal , c dos Al-

garves , daqucm , e dallem mar cm Africa Senhor de Guine e da Com-
quifia navcga9a6 do Comercio dcithiopia Arabia, edaPerfia e da In-
dia &c. Aos que efta minha Carta virem , <390 faber que cu fis mcrce
a D, Joa& Ouque de Bragan9a meu fobrinho que Dcos pei doe , de du-
zentos mil cruzados , pera fe dezempenhar , c pagar fuas dividas , pa-
ges em qiiatro annos , c por cm Ilia vida Ihe nao fer palFada Provizad
defla mcrce paflei hum meu Alvara pera fc pagarem a fcos teftamen-
tciros , pella maneira dcclarada no ditto Alvara de que o trc.slado he
o feguinte. Eu EIRcy fa90 faber aos que cftc Alvara virem que cu
/is mcrce no nies de Fevcrciro do anno paffado de quinhentos c ou-
,
tenta c tres , a Dorn Joao Duque de Uragan9a ir.cu fobrinho , quc
Dcos perJoe , de duzentos mil cruzados , pera fe dezempenhar , c pa-
gar funs dividas , pago em quatro annos , c porque cm fua vida Ihe nao
foi palfada Proviziio defta mcrce Ihemandci hora dar efte Alvara pel-
lo qual hei por bem , e me pras quc os dittos duzentos mil cruzados
fe paguem aos teftamcntciros do Duque Dom Joao em quatro annos ,
quc fecpmelTarao do primeiro dia domes de Janeiro do anno prezera-
te de quinhentos c outenta e quatro em diantc pera elfeito de fe com
,
dies pagarem I'uas dividas , c defempenhar fua fazenda , f. fincocnta
mil cruzados cada hum dos dittos quatro annos , e notifico-o afim aos
vedores de minha fazenda , e Ihes mando que fa9a6 afentar eftes du-
zentos mil cruzados no livro della , no titulo dos ordenados , e era
cada hum dos quatro annos , dcfpachem fiiicoenta mil cruzados dcllcs
emlugar dondc fejam bem pagos, aspeftbas quc porcertidam dejuf-
tificalfam , conftar quc fam teftamcntciros do Duque
, ou que
os po*
d*ro por dies rcccbcr ; c ifto prezentandocc ao Juis das JuftifcalTocns
certidao autentica , de que os dittos duzentos mil cmzados , efta6 car-
regados no Imventario , que fe por fiillccimento do Duque fes defua
fazenda pondo-fe as verbas nefeeffarias e cumprao , c guardem efte
,
Alvara como fc nellc comtem pofto que o elfeito delle haja de durar
mais de hum anno , e quc nao feja paffado pella Chancellaria fern em-
.bargo da Ordcna9a6 do Icgundo livro, titulo vinte em contrario. Din-
go Lopes o fes em Madrid a dezalctte dias de Mai'9o de mil c quinhen-
tos c outenta c quatro , c cu Nuno Alves Pereira a fs eferever
; os
quaes duzentos mil cnizadcs , fc carregarafi no Imventario que fe fes,
ua iazeuda que licou por lallecimcuto do Duque como fc conterh em
huma
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da Cafa %eal Tortuguezâ,. .
•
475
huma certida6 dc Francifco Correa Efcriva6 das Partilhas juftiflcada-
pcilo Doutor Manoel de Oliveira que Decs perdoe, quc fbi Juis do
dcfpacho da Mcnza dc minha fazenda , c das Juftificalbcns della , da
qual Certidab , e Jullificaâo o treslado he o feguinte, Aos que elfa
certidao dada por mandado , c auttoridadc de JullHla virem , ccrtlfico
cu Francifco Correa eferivao por expecial mandado de ElRei nolTo
Senhor , das Partilhas da fazenda quc ficou por fallecimcnto do Dii-
que Dom Joao que Decs tem , que noinventario quc fefes, da ditta
fazenda eflao lanâdos os duzentos mil cruzados , dc que Sua Magef-
tadc fes mcrce a Sua Exccllencia , que Deos tem , em I'ua vida , por
huma adid'ao que efta no ditto Inventario , de quc o trcslado he o fe-
guinte. Duzentos mil cruzados , que feittos a rials , vem a fer outten-
ta contos ; dc que elRei noflb Senhor fes mcrce ao Duque D. Joao
que Deos tem pera fc dezempenhar e pagar fuas dividas , pagos em
quatro annos que comd'aram do primeiro dia do mes de Janeiro do
anno prezente de qiiinhcntos c outentta e quatro annos a fincocnta mil
cruzados , em cada hum dos dittos quatro annos , comfonr.c ao Alva-
'raquc Sua Mageftade padbu que foi feitto em Madrid por Diogo Lc-
pcs, adc;Îettc dias domes deMarco do ditto anno, lobeferitto por'
Nuno Alves Pereira; cafim ccrtifico , que no tdlamento do ditto Se-
nhor (que haja gloria) foi deixada por tcftamcntcira , aSenhora Do-'
na Catherina noifa Scniiora , como co.'illa de huma Adi9a6 do ditto
teftamento, deque o theor he o feguinte, A Scniiora Dona Catheri-
na pdlb , Icja minha tdlamcntcira , e efcolha o lugar que Ihe parefeer
convinientc pera minha fepultura. Certiffico quc cm todo o ditto tef-
tamento , na6 ha outra verba , ncm addifam que trattc de tdlamcn-
teira , fenao a contcuda ndla Certidao , o quc tudo confta pcilo Im-
ventario , e tdlamento, quc fca cm men pndcr , a que me reporto ,'
e as dittas addifoens forao concertadas com os proprios por mini eferi--
vao , e por Diogo Lopes , publico nottario nas couzas que tocam ao
Duque , ea Senhora Dona Catherina noffos Scnhorcs, epor tudo paP
far alim na verdade paHci clla por mim feitta , e afinada uc men fignal
coftumado , cm Villa Vilibza , a feis dias do mes dc Abril de mil cqui-
niientos e outenta e quatro annos. s Francifco Correa. Juflificaâb.
O Doutor Alanocl de Oliveira dc Gamboa , do Concelho de ElRei
nolFo Senhor, cfeu Dezembargador do Pago cjuis dc fua fazenda e
das Jullifficadbcns della, mcconflpu por Auttos quc ficam cm poder
doeferivab, que ella fobefereveo , a certidao atras , for feita e afinada
por Francifco Correa eferivao das partilhas do Duque Dom J0.16 que
Deos them eportanto mandci padar a prezente pella qual hei a ditta-
Certidao per juftifficada , e a dcclaro por verdadeira , e como a tal
fe Ihe podc dar intcira fee , onde quer que for aprezentada , feitta cn\
Lisboa aos quatorze dias de Abril , Agoftinho de Almeida a fes , de
mil equinhentos c outenta c quatro , ecu Pero de Almejda a fis ef-
erever, e I'obcfcrevi, epaga fcccnta reis, edcafignar nada. ODou-
for Alanocl dcOlivejra vie Gamboa, s E hora o Duque Dom Thco-
. dozio , met! muito amado c prez;ido fobrinho , filho do Duque Doni
Joao' me anrezentou huin meu Ah>r.i , porque houve por bcni quc os
• ' lorn. IV. Goo ii dittos
,
47 <^ Vrovas do Llv. VI. da Hiflorla (jenealogica
dittos duzcntos mil cruzados , foccm paj’os cm juro , a condi a 6 de

5
retro, a prclTo dedezafeis mil rds omilheiro, doqual Alvara o tres-
lado he o legiiintc. Eii ElRcy laô labor aosque efte Alvara virem
que eu fis rnerce cm Fevereiro do anno de outenta e tres ao Diiqiie
Dorn Joa& , Duque de Braganâ , nicu fobrinho que Dcos perdoe
de duzcntos mil cruzados, pera fc dezempenhar epagar fuas dividas
pagos cmquatro annos, e por cm fua vida Ihc na 6 1 ‘er panada provi-
zac) defla mcrce , pallci hum meu Alvara, pello qual houve porbem,
ue os dittos duzcntos mil cruzados lepagalTem aos telbmcntciros do
? )uquc Dorn Joao cm quatro annos , que fe comeiraria 6 do primeiro
dia do mes de Janeiro ao anno dequinhentos e outenta e quatro em
diantc, f. fincoenta mil cruzados cada anno , pera eft'eito de fc com
dies pagarem liias dividas , e dezempenhar fua fazaida , como mais
largamentc he declarado no ditto Alvara ; c vendo cu hora , como
minha fazenda, dla cm muita necdlidade, pcllas grandes defpezas,
que fe della fazem , afim nos lugarcs dc Africa , pera comfervagao del-
Ics, e Armadas, e outras couzas demeu fervillb , como nodlado da
India, ccada dia crell’cm mais, c porefta cauza fenao podc fazer pa-
gnmento dos dittos duzcntos mil cruz-idos , aos tdlamentcinv; do Du-
que, comformc a provizao da ditta merce ; hei por bem c mepras,
que os dittos duzcntos mil cruzados fc pagucm a Dom Theodozio,
Duque deBragan<;a leu fi!ho,mcu muito amado cprezado fobrinho,
cm juro a condi^-a& de retro a prefTo dedezad'eis mil reis o m.ilhciro
em que montain linco contos de rcis a juro cada Anno , e que Ihc fe-
jam afentados , cm parte donde delles haja bom pagamento , de doze
dias do mes de Abril dellc Anno prezente de quinhentos e outenta e
feis cm diantc cm que hej por bem , que os comclfe a veneer , dos
,
uaes poderaf) difpor os tcftamentciros do Duque Dom Joao , do mo-
3 o que o puderab fazer dos duzentos mil cruzados , fe Ihc foram cn-
tregucs em dinheiro , comformc a ditta proviz;t& , fern embargo do Pa-
drao dos dittos linco contos de reis de juro , fe haver dc fazer em no-
me do ditto Dom 7'heodozio feu filho ; e notiffico afim , c mando a
Dom Fernando de Noronha Conde de Linharcs , do meu Confelho de
Eftadq , eVeador dc minha fazenda , que do Duque Dom Theodozio
faâ fazer Padrao cm forma dos dittos linco contos dc rcis , a condi-
,
fao de retro , com todas as clauzullos , e condilTocns com que fe coUu-
niao Inzer os Padroens dc Juro que fc vende de minha fazenda , no
qual Padrao fe tresladara a Proviza 6 da mcrce dos dittos duzentes rr'il
cruzados , c af:m efte , e fe porao as verbas ncfcccarias e efte fe cumpri-
ra como fe ncllc conitem pofto que nao feja paifado pella Chancella-
lia fern embargo da Ordenaftam em contrario Alves o fes cm
, Joa6
Lisboa a vinie hum dias do mes dcAgollo demil c quinhentos cou-
tciita c leis , c cu iManocI de Azevedo o fis eferever. Pedindome o
Duque Dom Theodozio meu fobrinho que Ihe fzelTc mcrce dc Ihc
irsandar paftar Padiao em forma dos dittos linco contos dercis dc ju-
,
lo , con I'oriv.e ao ditto Alvara , o que viilo por mim , c afim os dittos
Aivaras aqui cmcorporados , Ihc mandei dar dla Carta de Padrao , pel-
la qiial no mcllior luodo que p oll'a fer e dc dirciito mais valler hei
,
per
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-k-i
dA Cafa %cal Tortiigfidâ, 477
porhcm quc o Duque Dnm Tlihcodozio , nicu fobrinho , tcniia e hn-
ia dll minha fa/cnda os dittos finco contos dercis dc jiiro , e licrd.ide
pera fcmprc , a condicao , e pafto dc retro , vendido cm fattisfa^no c
contentamento dos dir/.cntos mil cruzados deque pclIa ditta provizao
Ihe lis mcrce ao Duque Dorn Joao leu Pai quc Dcos pcrdoc , pera Ic
dezempenhar c pagar fuas dividas , que he a rezao dc dezafeis mil rcis
omilheiro, das rendas c rendimentos de meos Rcinos, eSenhorios,
,
e o direitto de haver , c refeeber cm cada hum anno , dc mim e dos

Reis meos fubccôrcs , os dittos finco contos dercis de tenâ dc juro,
e herdadc pera lempre , pera ellc e fcos filhos c herdeiros , e hibccô-
rcs , defeendentes c afrciidcntcs , afim machos , como fcmcas , illo pe-
ra que os hajam cm cada hum anno de renda , fern Ihc dcfcoiuar cou-
fa algiima do prdTo porque Ihe afim dou a ditta tciH'a dejuro como
bems I'eos, proprios , patrimoniacs partivcis, e como leu proprio pa-
trimonio , livre c izento , fern terem nenhuma nntureza dc bems da
Coroa , c ellc Duque Dom Thcodozio men fobrinho , e feos liliios
c herdeiros , e fubccôrcs , c cada hum delles os polht partir , tro'.'ar
alhear, vender, ctrerpaHar, obrigar e vincullar afim cm feu moiga-
do , ou Morgados meter , e em tcliamento , ou Codccillo dcichar , e
delles teftar , dar , ou adoar , e entre vivos e por caufa de mortc def-
por livremente , como coufii fua propria , fern cm tempo algum fe
poder dizer , quc fao bens da Coroa , ou que andom ter aiguma na-
tureza dc bens da Coroa , dos quaes finco contos de reis , Dona Ca-
therina minha Prima , mol her do Duque Dom Joao , podera difpor
do mode quc o podera fazer tlos duzentos mil cruzados , fe Ihe foram
entrcgucs cm dinheiro , comforme a Provifa 6 da ditta mcrce I’em em-
bargo defte Padrao fe iazer em nomc do Duque Dom Thcodozio , leu
filho , c quando os afim trefpa9arem , ou derem , ou deicharem o pof-
fao livremente fazer fern pera ifib for nefcecario confentimento meu,
ncm dos Reis meos fubceôres, que defpois demim vierem, nem dos
meos officiaes , ncm dos olficiaes dos Reis meos fubcc9ores , c queren-
do as peflbas a que a ditta tenga de juro ou parte della por fubccca 6
ou poroutro qualquer titulo viher , ou cada huma das dittas pellbas
tirar Carta pera Ihe for defpachado ein minha fazenda , oque Ihe af-
fim pcrtcnce haver , Ihe fera feito Carta a cada huma com as condif-
ibens defia que fera imeorporada na outra ou outras , que denovo fe
houverem de fazer com decljracab de como veio a ellc , por quanto
quero e me pras quc o Duque Dom Thcodozio , meu fobrinho , e
Icos filhos, c todos fcos herdeiros , efabcc9orcs, e pefibas afim ma-
chos como femeas, a quc dcr , oudoar, deichar , ou vender, ou tref-
pa'.ijr os dittos dinheiros , ou parte delles , os tenhao e hajam pera
fempre , de Juro , c Herdade com a ditta condifiim de retro , como
bems patrimoniacs, c pofi9ab fua livre, como ditto he epera ascoii-
zas fobredittas , c pera cada huma deltas haver cfFeitto , derrogo , e
hej por derrogada a Icj mental , c todos os parrafos , c capitulla90cns
della quc efiao nofcgiindo livro de ininhas ordcna90cns, titulo deza-
cctc, era todas as partes della, cm quanto forem contra ascouzas nef-
ta Carta declaradas , pofto que tcuJiao ciaufulas derrogattorias , ou
outras
,
478 ^rovis doLh.Fl. daHljlorla (jenealogtca
cutras iliais fortes , c exorbitantes • porque dc meu poilcr Real , e aV

follulo, a derrofô ciiiludo, quanto a efte cazo , e vemda , c couzas
ndla Carta conteiiJas , c quero que nclla na6 haja lugar , e afim fein
embargo de quaclquer outras Icis , erdenafoens , dircito Civil , grozas,
copinioens de Doutorcs , huzos, e colhimes , Capitullos de Cortes,
ou outras difpozillbciis, c dctirminalToeiis feittas ou porfazer, que cm
contrnrio dilto ll'iam em todo ou cm parte por qualquer modo que
leja pofto quo ill'o mefmo tenliao clauzullas , derrogattorias ou de-
,
clarattorias dellas , c que de humas c outras Ibllc neceflario lazcr aqiii
cxprdl’a mcn(,'ao e den rcgaijao , deverbo adverbum^ ena6 ballade ta-
zeila por claii;\ilas geracs que importalfcm o mefmo \ as quaes todas
,
ccada luima deltas, derrogo eanullo demeu proprio motto ferta fei-
cncia , poder Real , c ablollutto ; e quero que neila venda , e couzas
nelta Carta comteudas nam hajam ellcitto , ncm vigor algum
, c
I'cm
embargo da ordenaâo do I'cgundo livro , titulo corenta , que diz que
qiiando as tacs Icis , c ordenaôens derrogarem , I'e fa(;a expreda men-
da fubduncia dcilas , eque Jeoutro modo nao vailia aderrognâtV
quo fe fizer; c polio que cu hoiivc porjullo , c arrezoado prelfo o
CIOS dittos dezal'eis mil reis o milliar
,
com a ditta condiâo epa<Jlo de
retro , com que mandei dar o ditto juro ao Duqiie Doiii Theodozio
incu fobriiiho e fa>s lierdeiros e Ibbccgores c na mancira Ibbrcditta
, e
leja ferto que cllc contratto de dczaleis mil reis o milheiro perpet-
,
tuqs pera ll-mprc com o ditto paiflo de retro lie licitto c.iutto , pera
niais aballanâ , c leguranca do Diiquc , e de I'cos filhos e herdeiros e
li.’bceaarcs, a que oi\irto juro por qualquer via vilicr, eu cm racu no-
ne, c dos Reis meos fubccqorcs , hej por bem que nunca por ininlia
parte, netn por parte dos Reis meos lubccôrcs I'e poder allcgar cm
juizo , nein fora delle, que foi cizam mais deamettadc de jufto pre-
90, I'cin embargo da ordenadam do livro quarto titulo trinta , ciue o
contraiio difpoem e dis que a dicta lei fenao poda rennneiar. li da-
do cazo, quo a ditta tcti9a dejuro, por alguma mancira mais valle-
fc agora, cu pellos tempos vindouros, cm pouca , ou muita quanti-
dade , ou que cm algum tempo , por alguma via cuidada , ou nao cui-
dada , dertcittq , ou de dircito, terminad'e que efia venda liera uzura-
ria , ou quo fc nao podia fazer
,
cm tal cazo , cu de agora pera feui-
pre , cm nicu nome , c dos Reis meos fubccôres , laô pura livre , e
jrrcvogavel draâm , entre vivos valledoura ao Duqiie Dom Theodo-
zio , e a Icos filhos herdeiros e lubccôres c pelfoas a que o ditto juro
vicT, da ditta milhoria c mais vailia, c ninda que fc quizelTe dizer,
que Olive na venda, diminuillam da quarta parte do ditto juHo 'pref-,
lo , fern embargo da ordenaâo do livro quarto , fitullo quatorze das
uzuras , conio fao dclfezas, c da mitra ordenalfam do incfmo quarto
livro titulo vintc e fettc, do que vendc alguma couza com condilTab
e dos parralfos de cada huraa dellas , as quaes ouero que nab hajab lu-
gar nas couzas conteudas nefla Carta , e as derrogo ambas , c a cada
huma dellas, e quaefquer outras, com as mefmas claufullas , ederro-
gajoens afima dittas , e fem embargo dellas , hei por bem que efta
Carta ,
de ilnco contos de reis de juro ,
feja lime ,
e vallioza e fe
cumpra
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da Cafa %ealôrtugue:?â.
cumpra , comais cfficafrnente que pofTa fcr, o que afim
inteirainente
qucro , e mando dc mcu moto proprio fcrta fciencia podcr Kcal
, e
ablbilutto ; com doclaraâo que Dona Catherina minha Prima c Mai ,
do Diiquc Dqm Thedozio cqmo tcftamcnteira que he do Duque D.
,
Joao feu marido podcra difpor dos dittos finco contos dereis de ju-
ro , do inodo que o podera Fazer dos dittos duzentos mil cruzados fe
Ihc Forain entregues cm dinheiro comForme a Provizao porque hou-
,
ve por bem que Hie FofTcm pagos no ditto juro que aqui Ihc vai cm-
corporada , e Fendo cazo que em algum tempo Fc Faâ lei ou regi-
,
mento , ou Capitulos de Cortes, ou porqualquer outra via Feimtro-
duza , uzo coflumc porque Fe pofTa prcjudicar as couFas contcudas
,
nella , hei por bem que nella na6 haja lugar , antes Fern embargo de
,
quaefqucr leis ou mandados que ao diante cm gcral ou particullar eu
,
ou os Reis meos Fubccgorcs mandarem porqualquer cauza quo Icja,
,
efla Carta Fc cumpra inteiramente como ditto he e elle Duque Dom
Theodozio c Icos Films, e herdeiros e Fubceôrcs, c pclFoas Fobre-
,
dittas hajam em cada hum anno rcalmente e com clfeitto os dittos
,
finco contos dereis de juro Fern os nunqua dcFcontar ao tempo , que
,
Fc liies tirar a ditta ten^'a de juro comForme a ditta condifTao dere*
,
tro , Fcm dimiiuur couza alguma do prdl'o porque Hies dou a ditta
tenâ de juro ; e Fendo cazo que por algum tempo por alguma via cui-
dada ou nao cuidada, deffeito ou de direitto Fe achafle ou detcrminaF-
Fe ,
que hcra couza huzuraria dnr os dittos finco contos de reis em
prgamento oosiiittos duzentos mil cruzados deque afim fis merce ao
Duque Dcni Joab , ou que Fe nao podia Fazer por qualqucr modo,
que Icja ; cm tal cazo hej por bem havendo refpeitto aos muitos me-
,
relimcntos do Duque Dom Theodozio e ao muito divido que comi-
,
go tern de minha propria e livre vontade Ihe Fazer merce como de
,
cfFcito Faô por clta Carta merce e doa9a6 dos dittos finco contos de
reis, dc tenâ perpetuos de juro cherdade pera Fempre, os quaes ha-
,
vera elle e I’eos herdeiros c fubceôres e pelFoas Fobredittas com as
, ,
mefmas claufulas que aqui vao declaradas ficando porem o pacSlo do
,
retro vendendo finne quando a tal duvida ou quacFquer outras duvi-
,
das Ihe na6 FofTem poftas porque Femdoihe pofta' alguma duvida,
;
porque Fc ella Carta
,
e as couFas nellas contheudas Fe ouvefTem de im-
yallidar, Ihe faô dclles merce na Fobreditta maneira ficando porcin
,
Fempre a ditta tenga dc juro com a ditta comdiflam de retro Fern em-
•
,
bargo da ditta Doaâb que pofto que clla haja effeitto por qualquer
, ,
via, Fempre ficara com a ditta condifiao
, pera em qualqucr tempo,
que eu , ou os Reis meos Fubceôres aquizermos tirar opofiamos fa-
zer pella maneira nefta Carta declaradn o que afim hei por bem poF-
;
rem ^ fbrao contentes dcafleitar o pagamento dos dittos duzentos mil

cruzados, nos dittos finco contos dereis dejuro, dos quaes Dona Ca-
tlierina minha Prima, como tefiamcntcira do Duque Feu marido, po-
dera difpor do modo que o podera fazer dos dittos duzentos mil cru-
•
zados
,,
43 o T^rovai doLtv.VL duHiflorui genealogies

zaJos, felhcforaii emtregues em dinheiro , como atras he dcclarado,
e por tanto cada ves que cii quizer cu cm qualqucr tempo , qiic me
aprouver a mini ou a nicos fiibce 9 orcs , de tornar a tirar os dittos fin-
co contos dereis, dejuro pera (empre , o podcrei Inzer, eellc e fcos
fuhceijores 1‘cram obrigados a mos tornar com tanto quo Ihc os dittos
duzentos mil cruzados juntamente, na moeda da lei e vallia que cor-
rcr no tempo que Ihes mandar tirar , fern dcl'contar couza alguma do
principal , e dcoutra mancira nao ; e porem partindo-l'e a dita tenâ
dc juro , c queremdo cu tirar a parte que qualqucr pclFoa tiver , cu
bpodcrei fazer , mandandollic pagar juntamente oque naditta parte
,
que allim tiver, montar a rezao dos dittos dezalcis mil rcis omilliar,
pella mancira fobreditta , por quanto elle Duque Dom Theodozio
c I'cos h'lhos hcrdciros , fubccôrcs , c pcIFoas fobredittas poderao ha-
,
ver , c Icvar pera fi os rendimentos de cada hum anno da ditta tenâ
livremente fern Ihcfcrcm nunca defcontados , couza alguma , ao tem-
po que Ihos tornar a tirar , c com a ditta condilT'a6 , c declaralFam qiie-
ro que cfla Carta fecumpra na mancira fobreditta; co Duque , cD.
Catlicrina fua Maj , como teftamcntcira do Duque Dom
Joa6 , accit-
tnrao o pagamento dos dittos duzentos mil cruzados, nos dittos finco
contos dereis dejuro, e forao diflb contentes, com todas as dauful-
las c condilFoens I'obredittas ; e pera mor lirmcza delle , fupro cm
quanto he nccclFario todos os defeittos , de feitto , ou de direitto que
nillo polFa entrevir ; erogo ecmcomcndo a todos os Rcis meos I'ub-
ce^-ores ,
que pello tempo adiantc forem , que cumprao , c mandem
cumprir clla Carta , c cada huma das coiizas nella conteudas , como
nella fecomtem. Os quaes lineo contos dereis dejuro, hej porbem
que llie fejao aecntados, c pagos nos AlmoxarilFados , abaixo dcclam-
oos ; f. Dous contos no Almoxariflado dc Miranda ; c hum conto no
A»lmoxarilrado dcGuimaroins, e hum conto no Almoxariffado dePor-
tilegre; e por tanto mando aos executorcs dos dittos AlmoxarilFados,
lie hora fail , e ao diantc forem , que dc doze dias do mes dc Abril
3 efee anno prezente de mil c quinhentos c outenta c feis em diante
era cada hum anno dem c paguom ao Duque meu I'obrinho os dittos
finco contos de rcis aos quartcis do anno por intciro , c fern quebra al-
guma polio que hi ahaja, do primeiro rendimento , dc cada quartel,
1. a quantia que cm cada hum dos dittos AlmoxarilFados ade haver,
pella mancira alima dcclarada , fem do rendimento dos dittos Almo-
xariifados fazerem outra dcipeza alguma porcxpecial que I'cja , athc
o Duque, e fcos filhos, herdeiros, c fubccôrcs e pelfoas, a que os
dittos dinheiros vierem , ferem dcllcs pagos por imteiro , e fem que-
bra como ditto he , e fendo cazo que eu faâ quitta e efpera aos Po-
vos dos lugares dos dittos Almoxaritfados , ou aos rendciros arremdan-
doile as cizas delles, ou aos dittos executorcs; a ditta quita , ou efpe-
ra , nao prejudicara ao pagamento dos dittos linco contos dc reis , de
mancira que fempre o Duque meu I'obrinho e fcos herdeiros , e pef-
foas a que os dittos dinheiros viherem feiam delles pagos na mancira
fobreditta , c polio que eu mandei fazer outros pagamentos , afim
meos como de partes , que os dittos executtores dos dittos Almoxarif-
i'ados
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fades tenha6 ,
nasfolhas do AflTentamento ou por outras provizoens
,
fern embargo do regimento fer cm contrario , o qual pagamento os
dittos executores Ihcafim fara& fern efperarem pellas folnas doall'jnta-
mento que cm cada hum anno Ihe he eniviada ; e poflo que a quantia
ue hade hayer cm cada Almoxarifl'ado na6 va lanâdo nella , e o
3itto pagamento Ihe faram pella ditta maneira por efta lb Carta geral
fern mais fer ncfccârio outra provizab minha ncm de minha fazenda,
cpello treslado della, que feja regiflada nolivro dosregiftos das Car-
tas geraes , de cada hum dos dittos Almoxarifl'ados pcTlos eferivaens
delies , e conhccimcntos do Duque , ou da pcflba que pera iflb tiver
feu poder, mando aos Contadores, que levem cm coiita a cada hum
dos dittos executores , o que Ihe afim pagarem , a refpeito da quantia
que ade haver em cada hum delles, cna6 ociimprinoo aflim os dittos
executores , hei por bem que cada hum incorra cm pena de corenta
cruzados , cada ves que nella incorrer , amettade pera os captives , e
outra amettade pera quern os acuzar pello que mando aos Provedo-
;
res das Comarquas dos dittos Almoxarifrados , e aos Corregedorcs del-
las , qual delles pera ilTo for requerido
,
que com muita brevidadc
faâm execulTam pella ditta pena , todas as vezes que acharem que os
dittos executtorcs', ou alguns delles incorreram na ditta pena, eefta
Carta nao prcjudicara ao pagamento do outras Cartas geraeis que hbs
dittos AlmoxarifFados . eftiverem aflentadas primeiro que clla ; e man-
do a Dom Fernando ue Noronha . Conde de Linhares , do meu Con-
celho de Ellado , eVeadof de miniia fazenda , que Ihc fs^'a afemar , os
dittos finco contos dercis noslivros dosjuros della, nos titullos dos
dittos Almoxariilados , e levar cada anno nas folhas do aircntamcnto
delles. S. a quantia que cm cada hum delles ade haver , aprezentat^
dolhe primeiro Certidao nas coftas defta , de hum dos eferivaens de mi-
nha fazenda lie como no regifto da Provizao tb Merce dos dittos du-
zentos mil cruzados, fica pofto verba , que nao ha o Duque, ncm os
teftamentciros do Duque feu Paj de haver pagamento delles , ccmlbr-
ine a ditta Provifao, por Ihos mandar pagar nos dittos finco conto.s de
reis de juro
,
contcudos nefVa Carta ; e outra Certidam de Bafiiam
Dias , fidalgo de minha caza , de como no livro das mcrccs que tetn
em feu poder , no regifto da ditta Provifao , fica pofta outra tal ver-
ba , e por quanto a conta dos dittos duzentos mil cruzados mandci pa-
gar, por minha Provizao aos tellamentciros do Duque Dom Joao, fin-
coenta mil cruzados no Thczourciro da Caza da India , de qiie nab
houveram pagamento, pdra hum dos eferivaens de minha fazenda ver-
ba no regifio della que na6 houVe eiVeittp e fe rompco pellos dittos
duzentos mil cruzados Ihe ferem pagos no ditto juro , de que pafiara
fua CJcrtidao nas coftas defta , c as Provizoens aqui cmcorporadas , e a
que Ihefoi palTada pera o Thezoureiro da Caza da India, foram rottas
ao afinar defta, que pera firmeza detudo Ihc mandti dar, pormim afi-
nada e palfaJa por minha Chancellaria c fcllada com o meu fello de
chumbo , dada na Cidade de Lixboa a vinte c tres dias do mes de Sep-
tembro , Joao Alves a fes anno do nafeimento do nolfo Senhor Jezu
Chrifto de ; e eu Manoel de Azevedo a fis eferever. ELREY.
.Tom. IV. .
Ppp Pit-
, '
48 * ^roMas do Liv. VL da Hlflcrla (jenealoyca

Padrao de finco contos de Jure c Herdade pcra feniprc , a con-
^;a6 dc retro dedoze dias de Abril, dclle anno prezente dequinhen-
tos e outeiita e feis em diante , ao Duque de Brajjanja D. Theodozio
cm pagamento dos duzentos mil cruzados , de que VolTa MageBade
fez mcrcc ao Duque feu Pai , que Deos perdoc , pera pagamento de
fuas dividos , e fe dezempenhar. Dos quaes finco contos , a Senhora
Dona Catherina fua Mai , como tellamenteira do Duque feu marido ,
podera difpor de modo que o podera fazer dos dittos duzentos mil
cruzados , fe Ihe foram entregues , como afima fe comtem , pera Vofla
Mageftade ver. Sima6 Pretto. Pagou nada por fer privillcgiado , cm
Lixboa a quatorze deOutubro, dc quinhentos eoutenta e feis annos,
e aos officiacs duzentos e finco rcis , Gafpar Maldonado. Fica afenta-
da efta Carta , e polla a verba , que fe requerc , e pagou mil rcis. Baf-
tia& Dias. Fica pofta a verba que requere efte Padra& no Regifto da
Provizab dos duzentos mil cruzados de que fe fas mcnâ6 nefte Pa-
dra6 , que efta regiftada, noslivros dafazemda da repartiâ6 da India
fica pofta a verba
,
que o ditto Padrao requere , cm Lisboa a onze de
Novembro de mil e quinhentos eoutenta cfeis. Diogo Velho. Re-
giftada na Chancellaria afolhas cento coitenta efete. Pero Caftanho.
Termo dos Jluitos das Partilhas , poraue forao dados ao Durûe

4:7881/23^ rets dos 5 contos do Padrao aftma tresladado.
Aoprimeiro dia domes dejulho do Anno demil e quinhentos

eoutenta efette Annos nos Pa9os doRcguengo do Duque noftb So-
nhor eftando prezente a Senhora Dona Catherina nolTa Senhora , c fua
Excellencia , e o Senhor Dom Duarte , c a Senhora Dona Maria , e
Dona Serafina , feos Filhos, c eftando outro fim prezentes olcccncia-
do Loppo dc Abreu Caftello Branco Juis deftas partilhas, e o leccn-
ciado Arcadio de i\ndradc Procurador dc Sua Alteza e o lecenciado
,
liftevao Nunes Eftaco CuradordeS. Fxcellencia e o lecenciado Dio-
go Caldeira , Curador dos Senhorcs , e Senhoras mcnorcs , logo pcllo
ditto licenciado Arcadio de Andrade, foi ditto aclle Juis que no Im-
ventario que fe fes da fazemda do Duque que Deos tern , fe lanâram
por adquiridos duzentos mil cruzados , dc que clRei noftb Senhor ti-
nha feito mcrce a Sua Excellencia cm fua vida , e que hcra vciJadc
que Sua Mageftade fes ao ditto Senhor a diita mcrce por huma por-
taria de Miguel de Moura feu cfcriva6 da Puridade dc que logo of-
,
fereceo o treslado feitto de letra do Senhor Dom Rodrigo de Alcn-
caftro Tliio de Sua Excellencia , e Curador dos .Senhorcs mcnores nef-
tas partilhas, que a tinha cm feu poder pella qual fe moftrava dizer,
Sua Mageftade , que fazia merce ao Duque do ditto dinheiro , pera fe
dezempenhar, c pagar fuas dividas , dizendo mais , que defpois do
falleciinento de Sua I'ixcellcncia , mandou Sua Mageftade pallar huma
Proviza6 porque houve por bem que os dittos duzentos mil cruza-
,
dos focem pagos a Senhora Dona Catherina nofta Senhora como tef-
,
tamenteira, que he dc Sua Excellencia que Deos tern noafentamen-
,
\
to deftc Rcino, pella mancira dedaraJa na ditta ProvizaO eque def-
j
pois
by f -OjÛ
,
,
da Cafa 7(eal Tortugueaâ. 483

pois difto mandou Sua Mageftade pafâr outra Provia6 fua pcra fe-
rem pagos a ditta Senhora , por conta da ditta merce fincoenta mil
cruzados na Caza da India , como outro fim mais largamcntc confta
da ditta Proviza6 , e que por nenhuma dellas I'e fes obra , nem paga-
iiisnto algum , antes Sua Magedade ouve por bem dc pagar , e latil-
fazer a merce dos dittos duzentos mil cruzados , por finco contos de
reis detenâ de juro , e herdade dos quaes mandou palTar hum Padra6
deque logo aprezentou o treslado em publica forma, deque asdittas
duas Provizoens afima dittas va6 emcorporadas , pello qua! comftava
parareinfe e afentaremfe os dittos finco contos de juro, emnome, c
cm pelToa do Duque nolTo Senhor , a reza6 e preflo de dezafeis o mi-
lhar , com pafto de retro aberto em que fe montab os dittos duzentos
mil cruzados , e ifto com declara9a6 , que fern embargo de o ditto Pa-
drab fer paflado na ditta forma , clla Senhora Dona Catlierina pofla
difpor dos dittos finco contos de juro afim e damaneira que o pode-
ria , e houvera dc fazer dos dittos duzentos mil cruzados fe foram pa-
,
gos a dinheiro de contado , como forab promettidos , dizendo mais
ue hera verdade que o ditto Senhor Duque Dom Joab vendeo , eni
a ezanovc mil cruzados , forros pcra Sua Excellcncia , e deu a Senho-
ra Duqueza Dona Brittes , era pagamento de feu dotte quatro fentos
noventa e fette mil e quatro fentos reis dejuro a retro , a pretjo de de-
zafeis mil 0 milhar , acentados delta mancira. S. Cem mil reis cm
Arrajolos , e cem mil reis em Alonâras , e cem mil reis em Monforte
ecem mil reis em Alter doChab, e noventa e fette mil e quatro cen-
tos reis cm Ourem , como logo ahi moflrou pello treslado dos Autos,
e eferittura , que fe fizerab lobre o pagamento dc dotte cm juro ; e
que outro fim vendeo mais tres contos outo centos e onto mil e du-
zentos c trinta e tres reis de juro, ao ditto prellb de dezafeis o mi-
lliar , e comadita condiâb de retro. S. tres contos quinhentos eou-
,to mil outo centos fettenta e finco reis dejuro, fobre asrendas daDi-
zima do Pefcado da ditta Cidade de Lixboa e duzentos noventa e no-
ve mil e quatro centos fincoenta e outo reis dejuro, fobre asrendas
dos Reguengos de Sacavem , como outro fim logo moflrou porjiuma
certidao com hum rol dos dittos juros feitta por mim eferivab c afin*-
.da pello ditto Juis, c pellos dittos lecenciados Arcadib dc .Andrade e
Eilevab Nunes Efta90 e Diogo Caldeira , e que por Sua Excellcncia
ter afim empenhadas , asditas rendas doeftado, que pertcheem ao Du-
que nolFo Senhor, a primeira coufa quo feouvera de dezempeiihar , c
riinir , cOm a merce dos dittos duzentos rail cruzados, fefora paga a
dinheiro, hcram as dittas rendas, por fer dado c'promcttido pera Sua
,
Excellcncia fe dezempenhar, como fedeclara na ditta Portaria , elfto
fem fer ncceârio examinar nem averiguar porque caufas , nem por-
que inodo fe venderab as dittas rendas , nem em que fe defpendeo , o
preô dellas , por quanto fem efles examCs , c avcrigualFoens fes Sua
Mageftade a ditta merce pera Sua Excellcncia fe dezempenhar como
ditto hb; e por quanto nora fe comuttou a ditta merce de dinheiro
cm juro , pella maneira afima dcclarada , e por afim fer , fe nab pode
-remir, e dezempenhar as dittas rendas, com o ditto dinheiro, eaSe-
Tom. IV. Pppjt nhora
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,
484 T^rovat do Llv. VI. da Hljiorta ênealogka
nhora.Dona Catherina, podc porvertude do ditto Padra6 c claufiil^

,
las delle , difpor do ditto juio , afim e da maneira , qiie o podera fa-
zer do ditto dinheiro ; qucria liora comformandoll'c com o thcor da
ditta portaria e Padram , e com o quc cntcndc que he bem c proveit-
to detodos feos fdhos, difpor do ditto juro , e o fazia pclla maneira
fcguintc. V. Qiicr e lia por bem , que o Duque Dom Theodozio nof-
fo Senlior , haja de hoje para todo fempre ,
quatro centos q noventa
c fette mil e quatro centos reis do ditto juro , pcllos quatro centos c
noventa c fette mil e quatro centos reis, que o Duque que Decs tem
deu a Duqueza Dona Brittes cmpaganiento defeu dotte; ealim irais i
ouatro fentos e fetenta e fmeo mil reis , do ditto juro , pellas rendas !
00 Reguengo de Alviclla , porque taiito fe monta nos dezanove mil

cruzados , porque o ditto Reguengo foi vendido a retro a reza& dos
dittos dezafeis mil reis o milhar e que afim mais haja fua Exccllcncia
do ditto juro, fete mil equinhentos reis, que ihe dam em pagamen-
to de cento e vintc mil reis , quc he contente que Sua Exccllcncia
haja pera com dies pagar a fiza do ditto Reguengo de Alviclla , quaii-
do oremir, fazendo fobre ifto o concerto, que entam pode fazer com
os rendeiros della, quc ncHe tempo forem, os quaes cento evinte mil
reis Ihe da Sua Alteza pera o ditto cffeiito fern embargo da fiza que
Sua Excellencia ade pagar do ditto diftratto montar muito mais , na-
vemdofle pagar direitamente , e tendo refpeito ao concerto que oDu-
ue quc Dcos tem fobre ella fes quando vemdeo o mcfmo Reguengo
a o quc confla peila fua eferiptura de venda dcUe ; e bem afim haja
Sua Exccllcncia mais tres contos outo centos e outo mil c trezentos e
trinta e tres reis do ditto juro , poroutro tanto juro , que o Duque
feu Pai vemdeo na Dizima doPcfcado de Lixboa , e nosRcgucngos
de Sacavem , de maneira , quc ao todo ha Sua Exccllcncia de haver
dos dittos finco contos dejuro, conteudos no ditto Padra6 , quatro
contos fette centos outenta e outo mil duzentos e trinta e tres reis,
cm fatisfaâd e imtelro pagamento de todas as rendas que o Duque fca
Pai vendco em fua vida , e que pera mais abaftanâ requeria a elle Juis
que afim o julgalFe e pronunciafie por fua fenten 9a , e dcclarafie que
ncm a ditta Senhora , nem os dittos Senhorcs , feos filhos , ficam em
obrigaqam alguma a Sua Excellencia de Ihe remirem as dittas rendas
ou alguma parte dellas , ainda que conlle que todas, ou qiialquer par-
te deltas , fe vemderao fern caufa jufta , nem nefieqaria , ou (cm auto-
ridadc delRey nolTo Senhor , ballante , ou quc o dinheiro c prcllo deV-
las fe gaftou em uzos proprios do Duque que Deos tem e fenab def-
,
pemdeo em ferviô da Coroa do Reino , nem nas couzas , pera quc as
dittas couzas forao vemdidas ; e outro fim fem embargo , de por qual-
quer outra via fcjuftificar, emoftrar quc ella Senhora Dona Catheri-
rina efcos filhos , tinha6 obriga9a6 de remir as dittas vendas , ou pa-
gar ao Duque no'Ib Senhor o preô dellas , por quanto Sua Exccllen-
cia hora fica inteiramente pago, de todas pello ditto juro como acima
ditto he ; dizendo mais o ditto Leccnciado' Archadjo de Andrade que
elle Tuis com qs dittos Lccenciados Eftevao Niines Ellaô , e Diogo
Caldeira duhau ieiuo dclligeucia com as Pcovi20 cus que forao conec-
didas
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da Cafa TortugHCsâ. 485
didas pellos Reis pjITados , e por elRey nofTo Senhor ao Duque quc
Dcos tern pera poJcrem veinder as dittas rendas do Eftado , c com as
Efcrctturas quc dclhs fe fizera6 pcilas quaes conftou quc S. Exccllen-
cia veindeo I'eteata mil reis do ditto juro fobrc a dizima do Pelcado
dcLixboa antes defer cazado com Sua Alteza. V. Sincoenta mil reis
a Gafpar dc Sam Pajo , por huma efcriptura fcitta a quinze de Novcm-
bro ae fclenta c ties , c vinte mil reis mais ao ditto Gafpar de Sam
Pajo por outra efcrcptura aos vinte e tres do ditto mes , e anno , e
quc tudo o mais vemdeo conlhintc o matrimonio , como fo via pcilas
addiôens do rol , e ccrtidafi afima ditta , e que ellcs tinhao outro fim
trattado e afcntado , por emtemdercm fer aflim direito c Juftilfa , quc
ao Duque nolTo Senhor fc devem todos os redittos , com que Sua Ex-
cellcncia , corrco aos Compradorcs do ditto Rcguengo , dc Alviella ,
e dos Juros , quc o Duque feu Pai vemdeo , c ifto de vinte e tres dias
defevereiro do anno deoutenta etres emdiante, por Sua Exccllencia
fallecer aos vinte cdous dias do ditto mes, por quanto os dittos juros
e rendas fora6 vemdidas por Provizoens palfadas cm tal forma , que
nao podia prejudicar ao fubcelfor do cllado , por nao deiTogarcm ex-
preffa e cxpcclalmente a ordenalfam do livro fegundo titulo dezafetc §.
e efta mcfma , rirando fomente vinte e linco mil reis que fora6 vem-
didos a Vafeo Gomes dc McUo cm vinte e quatro dias dc Septembro
de fettenta c quatro. E cento e fimeoenta mil reis a Henrique Jaques
no mefmo dia , e com mil reis a Pero dc Paiva em quatro uc Outubro
do ditto anno , e lincoenta mil reis a Luiza Lemc no ditto dia , que
tudo juntamente fazem cm fdma trezentos e vinte linco mil reis dos
uacs trnha6 outro fim afentados , que fe nao deviab redittos a Sua
Jixcellencia , por quanto forao vemdidos por vertude de huma Provi-
za6 delRey Dom Sebaftiao que Deos tern , em que fe pos Poftilla fci-
ta cm vinte dous de Cctembro de fetenta e quatro pella qual Sua Al-
,
teza cxprciramente derrogou a ditta Ordenafa6 de mancira que fora&
as dittas vendas feittas folemne , c Icgittimamente e prcjudicarad ao
fuccôr docHado ; etirando outro fim os vinte ehum mil eouto fen-
tos e fefenta e linco reis dc juro , quc fora6 vemdidos a Gafpar dc Sam
Pajo , por efcriptura fcitta a vinte e dous dias dc Outubro dc quinhen-
tos fefenta efeis regilVada no livro primeiro das juros, folhas ontenta
e nove , e bem afim os vinte linco mil reis de juro que fe vcndcrao a
Joze Gomes dc Gama , por efcriptura feitta a quator/e de Majo de quU
nhentos fefenta edous, regiftada nodito livro folhas noventa eduas,
c ifto por quanto o Duque que Deos tern dcclara em feu teftamento
deu 0$ dittos vinte ehum mil outo fentos fetenta cfinco reis cm pre-
90 e fatisfa9a6 dc huma Herdade , que mettco dentro da tapada, e
ue deu os dittos vinte e linco mil reis de juro ao ditto Joao Gomes
S a Gama, em prc90 efattisfa9am de outra Herdade que Ihccomprou,
a qual deu aoConcelho deBorba, cm parte doprc90 da liberdade do
caminho , que antiguamente chamavao dos Caftelhanos , e hia por den-
tro da Tapada , como no termo que ao diante fe ade fazer das couzas
da tapada fe dcclara a particuHarmentc , e pello Duque Dom Thcodo-
zio , noflb Senhor, pciTuhir a tapada do tempo do f^cduicnto do Du-
Turovas doUv. VI, da Hiflorla ênealoyca
quc feu Paj attc agora livre daditta fervemtia, ceflrada, ecomadit-
ta herdade quc foi do ditto Galpar de Sam Pajo , c eftam dentro nel-
la , nao ha Sua Exccllencia de haver da tazemda do Diiqiic feu Paj re-
dittos alguns do ditto jurn. dado aos dittos Jca6 Gomes da Gama , e
Gafpar deSam Pajo, oqual junto, aoque levemdco a Valeo Gomes
JeMello, Henrique Jaques ,
Pero dePaiva, c Luiza Leme, fas tudo
f6nu de trezentos fettenta e hum mil e outo fentos I'ctcnta c finco reis
de todos osquatro contos fettc centos eoutenta couto mil duzentos
e trinta e tres reis de remda , que o Duque vemdeo fiquam liquidos
quatro contos quatro centos e dezalTeis mil c trezentos fimeoenta e ou-
to reis de redittos que fc andc pagar em cada hum anno ao Duque
nolTo Senhor dos dittos vinte e tres dias do mes de Fevereiro do an-
no de outenta c tres attegora pofto quc conftc ter Sua Exccllencia ja
rimido , com o leu dinheiro , alguns dos dittos juros , e ifto com
clarallam , quc os redittos dos dittos fettenta mil reis de juros , que
Sua Exccllencia vendeo antes dccazar^ emqiie fe montad atte ontem
que fol o derradeiro dia do mes de Junho dclle prezente anno , tre-
zentos e quatro mil e quinhentos e corenta e quatro reis , andem fer
pagos ao Duque nolfo Senhor do monte da fazemda que ficou do Du-
que feu Pai fern diminuirem em parte alguma, aamettade dos aqui-
.ndos, quc pertencem aSenhora Dona Cathcrina , porella divida na6
fer feitta conftante o matrimonio e quc os redittos de todos os mais
juros e rendas que o Duque que Deos tern vemdeo cm que fe montam
attc hojc dezouto contos novc centos e novc mil e feis centos e trinta
e quatro reis Ic andem pagar a Sua Exccllencia do monte dos adquiri-
dos ; por as dittas vendas fcreni todas feittas , conllantc o matrmio-
•nio , dizendo mais que por quanto o Duque D. Joaoj houve muitas
pelfas da fazenda do Emquc DomThcodozio feu Pa| em l'attisfa'5a6
dos dittos quatro centos e noventa e fette mil e quatro centos reis de
juio, com que pagou a Duqueza Dona Brittes o feu dottc , das quaes
pelfas fe fes Inventario , de quc logo ahi oHcrccco o treslado , e to-
das as dittas pclTas fica6 fendo acquiridos conftante o matrimonio,
requeria _a elle Juis que alim o declaralTc , c mandalfe , que as dittas
,
pelfas Ic lanqaccm no Imventario dos acquiridos para Sua Altcza ha-
ver a amettadc dellas , defpois de pagar todas as dividas feittas conft
jtantc o Matrimonio , dizendo mais que tinhao outro fim trattado, e
afentado , que tudo o aftma ditto fe cumprilfc , fern embargo de algu-
mas dcclaralfocns , que o Duque D. Joao fas emfeu tellamcnto fobre
'OS juros que vemdeo enj fua vida c fobre o modo , poroue ordena
,
que alguns dellcs fe paguem , eoutros fena6 paguem , ao Duque feu

hlho , e fobre o dinheiro , do preftb porque vendeo os dittos juros do
qual dis que gaftou algum em fervi90 da Coroa , e com outro com-
prou pratta , c outras couzas, cque outro fim gaftou poroutros mo-
dos dilferentes daquillo pera o que fes as dittas vendas , porque fobre
tutlo o afima ditto tern afentado que fc nao efteja pcllas dittas decla-
'ralfocns, que Sua Exccllencia fes cm feu teftamento, por quanto em
algumas dellas prcjudica a as legitimas de feos filhos , na6 o podendo
fii^ ; comforme a direito , e em outras prejudica ao Duque nolfo Se-
nhor,
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,,
da Cafa %eal Tortuguegâ. 487

nhor , havendo por boas em feu prejuizo as vemdas que fes de bens do
cdado , fern as provizoens ferem pafâdas em fdrma ballante pera Ihe
,
podcrem prcjuoicar coino afima dito hee. E temdo outro fim lel'pei-
to ao ditto Senhor , fazer as dittas declarafToens muito tempo antes
iue (izefTe muitas das dittas vendas , e ifto por humas Icmbraii^ de
feu teftamento que fes no anno de fettenta e outo , eftando pera le em-
barcar com elR.ey D. Sebaftia& pera a jornada de Africa , e afim mui-
tos annos antes de Sua Mageftaae Ihe fezer a ditta mcrce dos diizentns
mil cruzados, que bora Ihecomuttou nos dittos finco contos de juro
com que fc fatisfazem a Sua Excellencia as rendas que feu Pai vendco,
c fe compoem , c fcâb as duvidas , que nefta materia podia haver pel-
la mancira aflma declarada ; pcllo que requeria a elle Juis que todo o
fobreditto pronundalTe ejulgalTc afim porfua fentenqa, como por to-
dos dies eliava acordado , e afentado , e hora por elle aqui he reque-
rido; evifto por elle Juis o ditto requerimento , fes logo preguntas
ao Duque noflb Senhor , c a feu Curador, fe hera Sua Excellencia con-
tente dc aceitar os dittos quatro contos fette fentos outenta e outo
mil e duzentos etrinta e tres reis dejuro do ditto Padrab , dc finco
contos cm pagamento c fattisfaâb das rendas , e juros do feu eftado
que o Duque feu Pai vemdeo em fua vida, e dafiza porque 3de re-
mit, o ditto Regiicngo dc Alviella, afim edamaneira que o ditto le-
ccnciado Arcadio de Andrade o requeria , c a Senhora D. Catherina
nofia Senhora o ordenava ; e pello ditto Senhor ,
e feu Curador foi
ditto, que hcram dc tudo contentes, c fattisfeitos, equeriab ellar por
tudo o mais que o ditto Lccenciado dizia que tinhab trattado , c
afentado fobre os redittos das dittas rendas , e juro , c mais couzas dc-
claradas nefte termo. E outro fim fes o ditto Juis pregunta aos dittos
Senhores D. Duarte , D. Maria , eD. Seraffinna , e ao ditto lccenciado
Diogo Caldeira como feu Curador que hb , c dos Senhores Dom Ale-
xandre , c D. Phcllipe , fe erab contentes , de todo o fobreditto fc fa-'
zer , como pello lccenciado Arcadio de Andrade fe requeria , c rellata-
va , ou tinhab a ilTo alguma duvida ou embargo algum , antes enten-
diam que todo o afima ditto , e contcudo neftc termo h4ra beneffkio
e proveitto dc todos , c comforme a juftiâ em direito ; e afim reque-
riam a elle Juis, que ojulgafTe, e pronunciace ; elogo pella ditta Se-
nhora D. Catherina nofia Senhora roi ditto que ella aprovara , e ha-
via por bem tudo o que pello ditto lecenciaao Arcadio de Andrade
nefte termo eftava ditto e requerido cm feu nome , c que como titto-
ra e Curadora que he de todos os Senhores feos filhos menores , com-
fentia , c aprovava tudo o que por dies e feos Curadores nefte terrtio
hb concentido e aprovado ; o que tudo vifto por die Juis , e por ter
examinado eviftos ospapeis, dfeque nefte termo fefas menfab c trat-
tadas com os dittos Curadores touas ecada huma das dittas couzas afi-
ma declaradas julgou e pronunciou por fua fentenâ que o Duque nof-
fo Senhor tenha , c haja de hoje , efte dia pera todo fempre , quatro
contos fette fentos c outenta eouto mil e duzentos etrinta c tres reis
dejuro, dosfinco contos do ditto Padrab em pagamento eimteira fat-
tisfa jab de outros tantos juros, eiemdas de feu dlado, nefte termo
dccla-
488 ^rovas do Liv. VI. da Hijloria êneahgtca
dcclaradas , que o Duque feu Paj vendeo cm fua vida c da fiza , ;>or-
quc Siia Excellencia aue remir o ditto Regucngo de Alviella ; e ifto
quer as dittas rcmks fofcm vcndidas por proviza6 baftantc pcra pro-
judicar a Sua Excellencia , como Aibceôr do ellado , qiier nao ; e que
de hoje cm diante dava como de effeitro dcu , por quittes e livrcs , a
Senhora D. Cathcrina eaos outros Scnhorcs menorcs dc qualquer obri-
ga;a6 que por qualquer via tcnha6, ou poflam ter pera haverem de
remir as dittas rendas , ou pagar o prelTo dellas a Sua Excellencia. E
outro fun pronunciou c mandou , que da fazenda quo ficou por faile-
cimento de Sua Excellencia que Dcos tern le deni c pagucm ao Duque
nolFo Senhor , os dittos trezentos e quatro mil e quinhentos c corenta
e quatro reis que I'e montam de vintc e tres dias do mes de Eeverciro
do anno dc outenta etres attc hoje, nosredittos com que Sua Excel-
Icncia mandou correr, na fua Dizima doPefcado dcLisuoa dosfeten-
ta mil reis de juro , que o Duque feu Paj vemdeo a Gafpar dc Sam
Pajo , fern por ilTo fe diminuhirem cm parte alguma , a amettade dos
acquiridos, que pertencem a Senhora D. Cathcrina defpoes de pagas
todas as dividas , por quanto efta foi feitta pcllo ditto Senhor , antes
decazar comclia; e outro fim pronunciou. e mandou, que do mon-
te de todos os acquiridos , fe pague a Sua Excellencia os redittos de
todas as mais renaas quo feu Paj vendeo dcl'poes de cazar , e com que
Sua Excellencia manaou correr atte agora as partes defpoes do falle-
cimento do ditto Senhor cm que fe montao os dittos dczr.uto contos
novc centos e novc mil c feis fentos e trinta c quatro reis , na& cn-
tranJo iiclla quantia , os redittos dos dittos trezentos e vintc linco mil
reis que venderam a Vafeo Gomes de Mcllo, e a Henrique jaques , Pc-
ro de Paiva , e Anna Leme , pello modo neftc termo dedarado ; e
coin que Ihe correrao na Dizima do Pefcado dc Lisboa , de vintc tres
dias de Eeverciro dc outenta e tres , atte os onze dias do mes de Abril
do anno pafTado , de outenta c feis ; por quanto outro fim pronunciou,
cjulgou, .que os dittos trezentos evinte linco mil reis, fenab devem
rcdiitos a Sua Excellencia do ditto tempo, por ferem vendidos pello
piiquc I'eu P^y , por proviza6 baftantc, pera Ihc poder prejudicar co-
hio fuheeôr , que fie de feu eftado ; naiS entrando outro fim nefta
quanthia, os redittos dos corenta e feis mil eouto fentos e fetenra e
finco ;rcLs que fe vendcra& a Joao Gomes da Gama , e a Gafpar de Sam
!Payo , e com que Ihc corrcra6 na ditta dizima de vinte e tres de E'everei-
ro de outenta e trez, atte os onze dc Abril dc outenta e feis por quanto
ditto juro foi dado ao ditto Gafpar de Sam Payo , cm fatisfa 5 a& das
couzns que Sua Excellencia dcclara em feu teftamento , das quaes o
Duque noflb Senhor , fempre gozou , defpois do fallecimcnto do Du-
que feu Paj,
como aflima ditto he dccl.arado ; c julgando mais clle
Juis que do monte dos dittos acquiridos conftantc o ditto matrimo-
, ,
jiio , fcliam outro fim pagar a Sua Excellencia qr.atio centos fincoen-
ta tics mil c trezentos c outenta c hum reis que dos doze dins do
,
ditto mes de Abril do ditto anno dc outenta c feis atte ontem , fe mon-
tao nosredittos do ditto juro, que foi vendido, acs dittos Vafeo Go-
mes de Mcllo, Henrique Jaques , Pero de Paiva , e Luiza Lcme , c Gaf-
.
par
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,
da Cafa %eal Toriuguaâ. 4 ^^

par dc Sam Paio , a rczao de trezcntos fctenta e hum mil outo fcntos
fetcnta e (iiico rcis por anno , por tanto I’omarem as dittas partidas ; c
ifto por quanto Sua ExccIIcncia houvera dc haver dos linco contos dc
juro doPadrao quc Sua Mageflade !he mandou palFar , outros trczen-
tos fettenta chum mil e ovmo fcntos ictenta e linco reis cm fatisraâ&
dos quc na ditta dizima fc vcndcra6 a as dittas pcfl'oas , a quc os liouvc-
ra de remir com o dinhciro dos duzentcs mil cruzadas , quc Sua Ma-
geftade pera i(To promcttco , c cm cuja fattisfaâo Ihe mandou palTar
o ditto Padrao , cporafim fcr Ihepertence outro lim haver os redit-
tos dos dittos trezcntos fetcnta e hum mil e outo fcntos fetenta e lin-
co reis dos dittos doze dias domes de Abril do anno palTado por di-
ante, que he o tempo que ojuro do ditto Padrad comcfl'ou acorrer,
pera clta fazenda ; pera a qual o ditto Juis' mandou , que fc arrccadaf-
fc todo atte agora , eque os remdimentos dclle fclancem nolmventa-
rio dos acquindos. E outro lim declarou , c julgou quc lb andem pa-
gar os dittos redittos a Sua Excellcncia atte homtem , fem embargo dc
ja ferem rimidos alguns dos dittos juros, porfua conta , e por feu di-
nheiro ; por quanto houverad de fer por conta , c com dinheiro do
monte dos acquiridos ; e outro lim pronuncicu e julgou , quc todas as
pegas, que o Duque D. Joad houve da fazenda do Duque D. Theodo-
zio , Ibu Paj , em pagamento dos quatro centos noventa e fette mil c
quatro centos reis de juro , que deu aDuqueza D. Brittes em fatisla-
âd do feu dotte Head femdo bens acquiridos, pcllo Duque D. Joad,
j
conllante o Matrimonio , e mandou que fejam lanâdos no Imvcnta-
rio dos dittos acquiridos, eque aSenhora D. Catherina , haja a amet-
tade delies, defpoes depagas todas as dividas feittas durando o Ma-
trimonio, oque tudo aum pronunciou e julgou entrepondo cm todo
o fobredito leu decretto c Auttoridade ordinaria e iflo fem embargo
de todas as dcclaralfoens , que o Duque D. Joad fes em feu teftamento
fobre as vendas de os dittos Juros, e fobre a obrigaâd que dcclara,
ue feos Herdeiros tern . de pagarem ao Duque alguns , e que nad torn
3 e Ihe pagar outros e fobre o quc dis das couzas em que gallou o ui-
nheiro d^'uro delles; c declarou que dos duzentos e onze mil fette
centos feUenta rcis , quc hora fobejam pera fazer os linco contos de
juro do ditto Padrad fe difpord por outro termo , como Sua Altcza
ordenar e for juftilfa ; c dc todo o fobreditto , n:nndou fazer cite ter-
mo , a que mandou ajuntar os papeis de que fenad Ihe fas menâd c o
afinou com Sua Alteza , c Sua Excellcncia , e os Senhorcs mendres , c
feos Curadores , c com o Leccnciado Arcadio dc Andrade, ceu Jaco-
me Barboza , eferivad deltas partilhas o eferevj.
Outro termo dos Auttos das partilhas torque forao dados ao Duque
trinta mil reis mais no Padram aos finco contos de Juro ,
nejle tresladado.
Aoprimeiro dia domes de Tulho do Anno dcmil equinhentos e

outenta efete annos, em Villa VilVoza nosPalTos doRcguengo do Du-
que nolfo Senhor , dtando prezentes a Scuhora D. Cathaina nofla Se-
Tom. IV. Qqq nhora
,
O T^rovits do Llv. V 1. da Hijloria (jenealcgtca

nhora,
e o Duque noflb Scnhcr , c o ScnJ’or D. Dunrtc c as Senho-
,
rasDona Maria , e D. Scraffina , Icos filhos e bcm afiin o I.cccnciado

,
Loppo lie Abreu , Juis , e o Lccenciado Arcadio dc Andrade , procu-

rador de Sua Altcza , c o Lecenciado b'ftes ao Nunes Ellaô Curadcr
dc Sua Excellcncia , e o Lccenciado Diogo Caldcira , Curador dos
Scnhores menorcs , e logo pello ditto Juis foi ditto que pcllos dittos
Leccndados Arcadio dc Andrade em nome dc Sua Alteza, e Eftcva&
Moniz cm nome c como Curador dc Sua Excellcncia , Ihe foi ditto
que o Duquc nolTo Senhor que Dcos tern , oidenou e inandou em feu
teftamcnto , que de fua fazemda fc comprem quinzc mil rcis de juro
os quaes manda que fe dem em cada hum anno , pera ajuda do caza-
mento dchuma orfS decertas terras delle ellado que Sua Excellcncia
aponta , no ditto feu tcflamcnto pello niodo que ncllc dcclaia ; eque
alcm dilTo , ordenou , e mandou , o ditto Senhor no ditto feu tefa-
nicnto, que fe comprem mais qriinzc mil rcis dejuro pera oMofleiio
de Santo Agodinho delta Villa Villbza , pera que nelle Ihc digam hu-
ma milTa quotidiana pera fempre \ e que fc compre o ditto juro onde
mais comodamente fc Ihe faâ bom pagamento delle , e quo por Sua
Excellcncia ordennar , ttido o Ibbreditto , deixou Icgados que na6 di-
minucin as Icgitimas de fees filhos , antes fe handem cumprir de fua
teiga , a obriga5a6 de comprar o ditto juro carrega ao Duque neflb
Senhor, a quern Sua Excellcncia deixa a dicta fua tcrâ emMorgado,
eque pera mais livremente fe cumprir ndla parte , avontade do ditto
Senhor dies tinha& todos trattado , e afcntailo , que dos finco cen-
tos do Padra6 que clRei nolTo Senhor mandou paltar a Sua Exccllcn-
«ia , Ihc fejam dados cites trinta mil reis dejuro
,
alcm do mais que fe
Jhc deu pello termo atras ddtc eferitto , pera que Sua Excellcncia ha-
ja eltcs trinta mil reis dejuro, e herdadc , pera todo fempre , a con-
ta da terga do Duque feu Pay , na entrega da qiial fea houver , to-
,
mara Sua Excellcncia em pagamento quatro centos eoutenta mil reis,
que jullamcnte vallcm a reza6 de dezafeis o milhar , e que Sua Ex-
cellencia fique obrigado em cazo que liaja tcrca , como ditto he a
,
palTar hum feu padram , dos dittos quinzc m.il rcis de juro ao ditto
j
Molleiro de Santo Agoftinho, pera ncllc fc dizer a ditta milTa quoti-
dianna , fazendo primeiro fobre iflb, contratto como Prior, e Padres
do ditto Molleiro , com licence e autoridadc do Provincial da ditta
erdem , porque fe obrigucm por eferiptura publica , a dizerem a dit-
ta milTa quotidiana para todo fempre pclla Alma de Sua Excellcncia
na Cappella dos Duques , em que feu coijo agora ella , ou na em que
icllo tempo em diantc eftiver; daqual elcriptiira fc ajuntara hum tref-
fado, a dies Auttos, e outro fepora no Caitorio deSua Excellcncia,
os quaes quinze mil reis de juro , Sua Excellcncia Ihe afentara fobre
t:a fazenda , pera Ihe ferem pagos , cm cada hum anno no feu The-
zouro , declarando no ditto padiau como fiai emtregue por die termo,
de outro tanto juro pella maneira afima declarada e que tinha6 ou-
,
tro fim , trattado , e afentado , que havendo terâ do Duque que
,
Dcos tern , como ditto he fica o Duque D. Thccdozio noflb Senhor ',
QUITO fun obrigado , a mandor paflar outro feu padra6 pello qual d6,
,
e afente
’
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daCafa âl *Potti4guesâ,
^ 5>I
e afcntc outros quinzc mil rcis de juro fobrc fua fazenda , pera ferem
paf^s no feu tezouro , cm cada hum anno , pera cazamento dc huma
orla das terras do feu eAado , de que o Duque feu Pai tratta cm feu
teftamento . no qual padrao fc tresladard a verba delle , que nifto fal-
la , c o trcsiado uo ditto padrao fc ajuntara a edes Auttos ; e afim nef-
te Padram , como no dos quinzc mil reis dejuro , que feandc dar ao
ditto Mofleiro de Santo Agoftinho, mandara Sua Kxccllencia dedarar
uc os fuccôrcs dc feu eftado , ham pera todo fempre de fer obriga-
a os a dar , c pagar o ditto juro , pera cumprimento dos dittos lega-
dos , por Ihe haverem tambem de fuceder no Alorgado , que o Duque
feu Pay inllituhe , da ditta fua terga , e a conta da qual , fc dao os trin-
ta mil reis dc Juro , que por elle termo ade haver , dos finco contos
do ditto paJrab ; os quaes trinta mil reis dejuro, o ditto Senhor ha-
de comellar a veneer do primeiro dia defte prezente mes dc Julho cm
diaiite, por quanto ate oderradciro dia do mes dejunho defte ditto
anno , correraft pera efta fazenda , e todos os dittos Senhorcs , e fcos
Curadores , forao contentes , que do ditto primeiro dia defte mes por
diante , corra& pera Sua Exccllencia , com declara9a6 que Sua Exccl-
lencja feja obrigado a mandar cumprir os dittos legados , do mcfmo
dia em diante , aftm o da mifta cotidiana , como o dos cazamentos das
orias cmcazo que haja ter9a do ditto feu Pay, como ditto he. Di-
zendo mais que os dittos trinta mil reis dejuro ande ficar pera todo
fempre, obrigados ao cumprimento dos dittos l<âdos, avei.io tcrea
do Duque que Dcos tem , cm que caiba como aftma he dcclarado. E
que tinltab outro fim trattado , cafemtado que femdo cazo , que na&
Jiaja terâ do Duque que Dcos tem , ou na6 hajam tanto de terâ por-
que fe pofla cumprir , eftes dittos legados ou alguns dclles em parte
ou cm todo , cm qualquer deftes cazos , dara c pagara o Duque Dom
Thcodozio hofto ocnitor ao monte da fazenda do Duque que Dcos tem,
todo o ditto preyo de quatro centos c outenta mil reis , em que os dit-
tos trinta mil reis dejuro, com que Sua Exccllencia fca , Ia6 eftima-
dos , a reza6 dc dezai'eis o milhar , ou a parte do ditto prelfo , que
na6 couber na terâ do Duque feu Pay , e na 5 fera Sua Exccllencia
em tal cazo obrigado amanuar palTar os dittos Padroens, ou qualquer
dclles a que a teija nao baftar, cm parte ou cm todo como ditto he,
mas fera outro hm obrigado , a reftituhir a efta fazenda , os redittos
que a tal tempo tiver recebido , do ditto juro , que afim na6 couber
na terâ do ditto feu Paj , ou fcja& os dittos trinta mil reis , ou parte
dclles ; pcllo que o ditto Juis fes logo ahi pregunta a ditta Senhora
D. Cathcrina , caSua Exccllencia, eaos Senhorcs I'eos Irmaons, eaos
dittos Curadores , c ao Procurador de Sua Altcza , fe tinha& alguma
duvida , ou embargo a clle pronunciar oujulgar por fua fenten^'a , o
ue afim tern trattado e afentado fobre as couzas neftc termo dcclara-
a as ; e por todos foi refpondido , que na& tinhao a ifo duvida nem
embargo algum , antes que Ihc requeriam que afim o pronunciacc , c
julgaOTe por afim o entenderem fer juftica e rezao ; o que tudo vifto
pello ditto Juis pronunciou e julgou por fua fcntcm;a as determina-
foens e afentos , que por efte termo , declarou que tinha tornado , fo
Tom. IV. Qqqit
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,
49 2 ‘ProvAS doUv.VI. djiHillorla (jenealoglcA
bre caJa humadascouz.as nolle annntaJas , eifto pcllas rezocns, e fun-

damentos , quc em cada hum dclle< rclHrio, c de todo o i’obrcdito
inandou fazer efts termo quc afmou co n o j dittos Scn’iorcs, c com os
dittos Lccciiciados ,
e cu Jacomc Baiboza ei'criva& deltas Pariillias o
d'erevj.
Eferiptura porque forao dados ao Duqttc os 1811/767 rcis pera cum-

primetHo di todos os y contos de yuro do ditto Padram.
SaiSam quantos eftc publico cllromento de Concerto Compofi-

âo cobrigayao virem quc no Anno do naOimento de nolTo Senhor Je-
zu Chillo de mil c quinhcntos e noventa c tres Annos aos onze dias
do mes de Novembro do ditto Anno cm Villa VilToza nos Payos do
Keguengo do Duque nolTo Senhor , eltando prezentes a Senhora D.
Catherina nolTa Senhora e Sua Excellencia , e o Senhor D. Duarte , e
a Senhora Dona Scraffina , c bem afim Bcichior Rodrigues , como baf-
tantc procurador do Senhor D. Alexandre, logo ahi pclla ditta Senho-
ra , em feu nome , e como Curadora que he dos dittos Senhorcs fcos
filhos menores, e tutor do ditto Senhor D. Phellipc , outro fim feo fi-
Iho mcnor de quatorze annos por Proviza& de elRci nolFo Senhor quc
pera ilFo tcni , foi ditto , cm prezempâ d: mim taballia6 , c das tef-
temunhas abaixo aflinnadas , quc fern embargo de fer paf(,-ado em ca-
belFa do Duque D. Theodozio nolFo Senlior , o padra6 dos finco con-
tos de reis de juro , quc Sua Magelladc Ihemanuou dcfpachar em pa-
gam cn to , efattisfayaA dosduzentos mil cruzados, deque Sua Mngef-
tade tiiiha feito merce ao Duque D. Joaft noIFo Senhor , que Deos
tem , pera fe dezempenhar , e pagar fuas dividas , como tudo no mef-
mo Padrao lededaroii, logo que os teftamenteiros do Senhor Duque
D. Joa& , poderiam difpor do ditto juro , afim como o houverafi dc
iazer dos dittos duzentos mil cruzados , fe Ihe foram entregucs em di-
nheiro , eque por Sua Altcza fer tefiamenteira de Sua Excellencia quc
Deos tem difpuzcra ja dc quatro contos fette centos outenta e outo
mil duzentos e trinta e tres rcis do ditto juro , por hum termo que
anda nos Auttos daspartilhas , da fazenda do ditto Senhor, feitto nel-
ta Villa, por Jacome Barboza eferivad dellas em o primeiro dia do
mes de Junho do anno de mil c quinhcntos c outenta e fette annos
dando todos os dittos quatro contos fete centos e outenta e onto mil
duzentos c trinta c tres rcis do ditto juro, por hum termo que anda
nos Auttos do ditto juro, ao Duque D. Theodozio feu filho nolFo Se-
nhor cm pagamento do que Ihe hcra divido da fazenda do Duque feu
Pay, cemo melhor, emais largamcnte fecomtem no ditto termo; e
<uic por outros dous terraos , que andam nos dittos autos feitto hum
-dellcs pello ditto Jacomc Barboza , ao primeiro dia do mes dc Julho
dcmil e quinhcntos e outenta e fette, c outro tambem ao primeiro dia
domes de Julho de outenta e fette, c feitto pello ditto efaivao, dif-
puzcra outro fim de trinta mil reis, do ditto juro, ordenando quinze
|ji)il reis delle fedefem, pera todo fempre, aoConvento, el’raucs do
^lufieiro dc Santo AgolUniio dglta Villa para fc dizer no ditto Com-

vento
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d.i Cafa %eal Tôrtuguesâ. 4^3
vcnto a miflTa quntidiana , que o ditto Sciihor Duquc D. Joao man-
dou dizcr pella I'ua Alma, equs os dittos quinze rail icis I’c delTeiii
tambcin pera Ibmpre , cm cada hum anno pera ajuda do cazamento dc
huma ortd dos lugares dcfte eftado , pella maneira que o ditto Senhor
ordcnoii cm feu tdlamcnto , como outro fim melhor e mais cumpri-
damciite conftara dos dittos termos : de maneira que dos dittos finco
contos dc juro , ficarad fomentc a fazenda do Duque que Dcos tem,
fento e outenta e hum mil e fettc centos e fed'onta c fette rcis dejuro
no Almoxarilfado de Portal Icgre , dizendo mais que por quanto o rem-
dimento dcftc ditto juro he pouco , e da fazenda de Sua lixcellcncia
quo Deos tem fedevcm ainda muitas dividas a diverfas pelToas que Ic-
nao podem pagar millior que do ditto juro , c ella queria hora difpor
dcllc , e dallo ao Duque D. Theodozio , nolTo Sennor , c dc effeitto
di.fc que o dava c o dcu ao ditto Senhor defte dia pera todo fem-
,
pre , pera que Sua Excellencia tenha e haja os dittos finco contos de
reis dc juro polio ditto Pudrao afim como efta dcfpachado cm fua ca-
,
beiTa pera fi c pera todos fcos herdeiros
,
c fubccôrcs , c mandc co-
brar c arrccadar dc hoje cm dianto , os redittos de todos dies pera fua
fazemda ; com docIarai,*a6 que delle fc ha& pera fempre dc dar e pagar,
emcada hum anno, os dittos quinze mil reis da ditta inilFa quottidia-
na , eosoutros quinze mil reis pera ajuda do cazamento denunia or-
fa , comforme ao teftamento do Duque que Deos tem c aos dittos ter-
inos dos Auttos dasdittas nartilhas , e outro fim com declara 9 a& que
o ditto Senhor Duque D. I'heodozio nolTo Senhor dara e pagara , a
fazenda do Duque feu Pai dous contos novc centos e outo mil e du-
zentos fetenta c dmis reis cm dinheiro , que he o que os ditt()S cento
c outenta c Imm mil fotte fentos fetenta c fette reis dejuro juftamcn-
te valcm a rezam dc dezafeis o milhar , comforme ao prelTo cm que
Sua Mageftadc dcu os dittos finco contos dejuro , em pagamento dos
dittos duzentos mil cruzados ; os quaes dous contos nove centos c ou-
to mil c duzentos c fetenta edous reis Sua Excellencia hira pagando,
a as polFoas a que fahirem dividxs da fazemda do Duque feu Pay , athc
jmteiramentc fe pagar e fattisfazer todos os dittos aous contos nove
centos eouto mil duzentos fetenta edous rcis, eque cm quanto na&
pagar o ditto dinhetro , pcllo modo que ditto he , refpomueri outro
fim a fazemda do Duque feu Pai com o remdimento do ditto juro , pera
pagamento defuas dividas, ou lhas hira pagando arefpeitto, eporra-
pta, da parte qua IheelUvcr devendo , do prelFo delle; de maneira,
que em quanto S. Excdlencia nao pagar nada dos dittos dous contos
novc centos e outo mil duzentos fetenta c dous reis , a fazenda do Du-
que feu Pai , ou aos acredores della , dard e pagara cm cada hum an-
no pera as diitas dividas , todos os dittos cento e outenta e hum mil e
fette fentos fetenta c fette reis, afim como os arrccadar do ditto juro,
da fazenda de Sua Mageftadc , pello ditto Padra6 dos finco contos de
juro ; e tanto que Sua Excellencia comefFar a pagar os dittos dous con-
tos novc centos e outo mil e duzentos e fetenta c dous rcis , logo lii-
ra vencendo pera fi epera fua fazenda, a parte dos dittos cento eou-
teuta e hum mil e fette feato$ fefenu e fette reis dejuro , que ref-
ponde
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4> 4 VI. daHiHoria (jenealogica
ponde a dcfafeispor milhar ; c acabando S. Exccllcncia com effcitto de
pagan aosacredorcs da fazenda doDuquc feu Pay, ou a mcfma fazen-
da , todos os dittos dous contos novc centos e outo mil duzentos fe-
tenta c dous reis intciramente na6- tera mais obrigaâd dc pagan os dit-
tos nendimentos dos dittos cento e outciita e hum mil fette centos fe-
fenta e fete ncis de junos , nem de pante alguma dellcs a ditta fazenda,
do ditto Duque feu Pai , nem a feos acnedones , e dahi em diantc maii-
dana cobnan e arnccadan , livnemente pena fi c pena fua fazenda , os ne-
dittos dos dittos cento e outenta e i.um mil e fette centos fccenta e
fette ncis dc juno , fern pon iflb fican nefta , nem outna obnigaâb. Di-
zendo a ditta Senhona Dona Cathenina nolTa Senhona mais , que dif-
punha hona , dos dittos cento outenta chum mil fette centos fccenta
e fette reis de juno , pclla mancina atnas dcclanada , pena que com ef-
feito fc pagucm com dies as dividas do Duque D. Joa6 nolTo Senhon
que haja gloria , pena as quaes Sua Magcftade Ihc fes della mcncc , c
pena que fecem as duvidas que pello tempo adiante podenia haven , na6
dilpondo Sua Alteza do dito juno , emandando S. Exccllcncia cobnan
como attc agona mandou , pon feus pnocunadones , da mao dos execut-
tones que Iho pagavao , pon cllas , e pon ventude do ditto paJna6 , def-
pachado em cabeâ de Sua Exccllcncia fern fazenera pagamento algum
a fazemda do Duque que haja glonia , nem Iho podencin liizen , pon
quanto na6 ha Canta nem proviza6 pella qual fe polfa arnccadan pena
a ditta fazenda, pello que, c pon naA fen provcitto della, pedin pena
iflb novos defpachos e nnovizeens a Sua hlageftadc , Ihc panefeena mi-
,
liton , e mais pnoveitto da fazenda , ceden c trefpafTar no Duque Dora
Theodozio nolTo Senhon todos os dittos cento c outenta e hum mil e
fette fentos e fefenta c fette ncis dc juno , entendendo que efla tâga-
niento das dividas do monte mais ceito , c mais facil , cm Sua Exccl-
Icneia poiefta via, eque ficam todos os dittos Senhoncs feos fllios,
pello modo que ditto lie , bem emrrcgucs e liuisfeitos do que Ihe per-
temcia haven ,
afim da valia como dos nedittos do ditto juno \ c logo
Senhoncs D. Duante, e Dona Senaffina , eoutro fim pel-
>cllos dittos
[o dittoBclchion Rodnigues Pnocunadon do Senhon D. Alexandne , foi
ditto que emteindiam fen afim bem , c provcitto dc todos , c que da-
va6 feu concentimento a die comtrato , e compoziâA , c Sua Alteza
o deu cm feu nomc delles , como feu Curador e como tuttor que he
,
do ditto 5cnhor D. Fcllipe feu filho , na melhor forma que em direi-
to fe requere, e o pode fazer; e por a tudo dlar prezente Belchior
Wendcs, Juis dosOrfaons ndla Villa, Ihercquerco logo ahi olecen-
ciado Arcadio de Andrade, cm nome deSua Alteza , e dcs Senhoncs,
que por fi , e feu pnocunadon , prezentes dlavaA , que defic a tudo feu
concentimento , e Auttoridade , c o ditto Juis por dlar ballantcmcnte
imformado do ncgocio, e ter tornado conhecimento dclie dilfe que
em tudo , e por tudo , o aprovava , c dava liccni;a pena fe fazer o ditto
comcerto e que emtrepunha , como logo emtrepos o leu Decretto c
autoridade ordinaria , e m.andava que fc cumprille , e guardalTc pena
fempre , fendo afeittado , e concentido , pello Duque nofib Senhon c
por Sua Exccllcncia foi logo ditto que accittava, econfentia e h^ra
contente
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,
d& Cafa âl Tôrtugueaâ.

49 J
contentc de haver os dittos cento eoitenta e linm mil e fette fentos e
fei’cnta e fette rcis, e dar epagar porelles a fazenda do Diiquc feu Paj
e aos acredores della, os dittos deus contos nove centos eouto mil c
duzentos fettenta c dous rcis emdinheiro dccontado, e de Jar outro
fim e pagar aa ditta fazenda e aos acredores della , os redittos que por
fuas procuragoens fe arrecadacem dos dittos cento e outenta e hunt
mil fette fentos fefenta e fete rcis de juro , cada anno em quanto Sua
Exccllcncia na& come^ffe a pagar o prcfo defte juro porque ctuiiegan-
do-o a pagar , hira S. Excell cncia vemcendo pera li livremente , a par-
te do ditto juro, que a prelfo dedezafeis por milhar juftaincnte ref-
ponder ao dinheiro , que tiver pago , e acabando de pagar todos os
dittos dous contos nove centos e outo mil duzentos fetenta e dous
reis do principal , na6 pagara mais remdimento algum do ditto juro,
e ficara& os redittos dcllc imteira e livremente , e fua fazenda , tudo
da maneira que atras fica declarado , pera a Senhora Dona Catherina
no!Ta Senhora , e em tellemunho de verdade afiin o outorgarad , e man-
dara6 fazer diilo cila publica clcriptura que ftipullara6 , e aceittara6
e promettera& cumprir e manter como nella fe comtem ; c cu Tabal-
lia6 , como pcIToa publica ftipullante , eaceittantc, a accittei, celli-
pullci cm nonie dos abzentes , a que toquar poda , pera o que tudo
ter e cumprir c manter a ditta Senhora , e os dittos Senhores fees fi'
Ihos , e o ditto Belchior Rodrigues em nome doSenhor D. Alexandre,
por virtude da procura9a& que abaixo vai tresladada, obrigarao os bens
c rendas da fazenda do Duqiic D. Joaf) , que liaja gloria , c expccial-
mentc os dittos cento outenta c hum mil fete centos fetenta e fette reis
dejiiro ; com declaraâfi , que a geral obrigagab , nab derrogiic a ef-
pccial , ncm pello contrario ; e o Duque noffo Senhor obrigou a tudo
o promettido , c obrigado por fua parte , todos os feos bems , e ren-
das , e mandarab one fe ajuntc hum treslado , aosauttos das dittas par-
tilhas da fazenda uo ditto Duque que Dcos tern pera conftar por clle
,
nellas cm todo tempo , do contcudo nefte eftromento , em que todos
afignaram , com o ditto Juis , e o treslado da procuraâb do Senhor D.
Alexandre , he o faguintc Dorn Alexandre filho do Duque meu Se-
:
nhor e Pai e da Sciiliora D. Cathcrina , por efte dou poder a Belchior

Rodrigues Commendador da Commenda de Sam Romab da Villa de
Monâras , efcrivab da fazenda do Duque meu Senhor pera que por
ntim , e cm meu nome , polTa concentir , e alinar na eferiptura que fe
fizer, dtis cento e outenta e hum mil fette fentos fefenta e fette rets de
juro , que Sua Alteza, cede c trefpaffa no Duque meu Senhor , dot
linco contos , de que Sua Mageftade fes merce. ao Duque meu Senhor
ePai qûe Dcos tem pera fattisfazer fuas dividas , e na que Sua Excel-
Icncia nora fizer , em que fe obrigue a pagar dous contos nove cen-
tos e outo mil e duzentos fetenta e dous rcis que vallc o ditto juro ,
arezab dcdezaceis nor milhar pera pagamento das dittas dividas; e o
que por elle feito naverci por firme , e valliozo , fob obrigagab de
meos bems , e rendas ; e peuTo a Senhora D. Catherina , minha Senho-
ra que como meu Curador d^ a ifto feu concentimento ; em Evora
,
a outo deNoveinbro de 1593 annos. D. ALEXANDRE.
Aqual
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,,
4 6«? ^roviis do Liv. VI. da Hiflorla (jenealogka
A qiial proairn^nJ') eftava afinaJa do final do Senhor D. Alexandre , o

qiial cu Taballiac') conhcô miiito bcin , c afini o ccrtifico e fica cm
ii'.cupodcr e a clla me reporto cm todo. E foram prczentes por tef-
tcmunlias ao Inzer outorgar , e afinar , dcfta cicriptura , o Lcccmciado
Domingos Alvcrcs Leittc, Dezembarpdor da Caza do Ducjue nofib
Senlior, cjoao deLemos, Commcnoador da Ordcni denofio Senhor
Jezu Clirifto , c Rodrigo Rodrigues leu Secrctario , Antonio Cordci-
ro Taballiao que oel'crevi , c eu Antonio Cordeiro, Taballiam do Pu-
blico , Judicial nella Villa VilToza , e I’cu termo pello Diiquc noH'o Se-
nhor , que efia cicriptura fiz , e nottei no meu livro de nottas , aon-
de fica outorgada , c afinada pellos Senhores partes , c tdlcmunhas
doqual o fis trcsladar , comccrtci , fob cl'crcvi c afinei , demeu publi-
co final , Antonio Cordeiro publico Taballiam.
Efcripttira da cempra da yhnettade dascczas cjie foram da Diique-

za Dotia Joanna , que o Duane fes ao Mojkiro das Lhagas
dcjfa Villa.
Saibam qiiantos efla Carta de piira vcmda virem que no Anno

do nacimento de noll'o Senhor Jezu Chrillo de mil e quinhentos e oi-
tenta e feis Annos aos vintc e fette dias do mes de Junho , do ditto
Anno, cm Villa Vi 90 za nolocutorio do Alofteiro das Chagas, da Or-
dem dc Santa Clara , citto nefta ditta Villa , cllando ahi prczentes a
Senhora Dona Vicencia AbadelTa do ditto mollciro, chem afun a Se-
nhora Soror Guimar dalnl'ulla vigaria e Sor Maria das Chagas, cSor
Joanna da Trindade , c Sor Maria de Bcllem c Sor Antonia dc Padua
e Sor Lionor de Santo Andre , todas difcrctas do ditto Comvento jun-
tas , c cliamadas , por fom dc campa tangida , fegundo feu coftumc
ouvidas c na6 villas , por mim notario , logo por todas ellas foi mof-
trado , a mim notario huma patente do Padre fiei Belchior Eavacho
Aliiiillro Provincial da Provincia dos Algarvcs , da qual o trcslado he
o feguinte. Frci Melchior Favacho , Minillro Provincial da Provin-
cia dos Algarves , dos fiadcs menores da Rejmlar Obfcrt'ancia , aos
que ella Patente virem , faude e Pas em o Senhor Ac. faô faber que
a Madre Abadeâ , e Madres do nolfo Comvento das Ch;âs de Villa
Vill'oza , me diirera6 que ellas tinhao na ditta Villa amettade de hu-
,
mas cazas , que o ditto Comvento herdou por fallccimento da Senho-
ra Duqueza D. Joanna , as quaes queriab hora vemder por terem mui-
,
ta nefcecidadc do dinheiro dellas pera pagarem divides muito antiguas
e de grande obrigaâb do Comvento o que nab podiam pagar Icnab
vendendo alguma propriedade , por as rendas do molleiro ferem mui-
to poucas, eque emtendiab defpois deotenitarcm porvezes, que he-
ra proveitto do Molleiro vemderem as dittas cazas, por Ihe remdereni
pouco, e terem nccellidadc de muita fabrica , pera le fuftemtarem, c
repairarem pidimdome que IhcdelTc licenâ eminha Auttoridade, pe-
ra as vemderem a quem lhasquizefle comprar; pclIo que tomei de to-
do o fobreditto imformaâb , e por achar que o ditto Comvento tern
nefcecidadc de vender as dittas cazas e refeebe dilfo proveitto , por
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da Cafa 'Real ‘Portugueiâ. 4^7
efta prczentc pattente dou licen 9 a no melhor modo que em dircito fe
rcqucre as dittas Abadcâ e Madrcs , pera que poflao vemder as dit-
tas cazas , aa pdToa com q\iem I'e concertarein , e pello prcô que Ihes
bcm parefcer ; dada cm Lvora fob meu final e fello major de mco of-
ficio a trcs de Oiuubro dc mil e quinhcntos e outenta e quatro annos ,
c trcsiadada afim a ditta Patcntc que ellava afinada pello ditto Padre
Minillro e fellada com o fello defera branca , logo pellas dittas Senho-
ras Abadefa , vigaria e diferettas tbi ditto que fazcndnlTc Partilha d*
fazenda que ficou por fallecimento da Duquezn D. Joanna que Deoj
tern , o ditto Convento herdara , por rel’peito della ditta Senhora D.
Viccncia, c D. Alaria das Chagas fua Irman porambas ferem Ireiras
profo^s no ditto Mofteiro , e filhas da ditta Senhora Duqueza , o que
direitamente coubc as fuas ligittimas , cm que entrou amettade , dc to-
do o afento das cazas principaes em que Sua Senhoria vivco com fuas
anexas , c prctencas , as quaes hora efiao miftiquas , e por partir com
outra amettade dcllas , que coubc a legittima do Senhor Dorn Flugcn-
cio feu Irma6 , que Dcos tern , e partem todas , com o Terreiro do
Pago do Duque nolTo Senhor, e com as Freitas , c rua dosFidalgos,
e as cflrebarias das dittas cazas partem com a porta da Fcira , que vai
pera a rua dos Fidalgos ; e allcm da ditta porta da Feira , ellab duas
cazas por baxo , e duas por fima , que tanibem fam prettenga , e ane-
chas das dittas cazas principaes , cm que o ditto Comvento tambem
tern amettade , e edas duas cazas pequenas partem com a porta da
Fcira , e rua dos Fidalgos , e por detras com as freiras , e quintal das
cazas de Maria Mendes , molher que foi de Antonio de Govea , e com
outras comfrontagoens , com que de dircito devem de partir e comfron-
tar ; dizendo mats que a ditta amettade das cazas com todo feu acen-
to anexas eprettengas foi avalliada cm quinhentos evinte mil reis, e
em tanto foi dada ao ditto Comvento , e que cllas , pellas rezoens de-
claradas na ditta patente , do Padre Minifiro , e com fua licenga c Au-
toridade., ajuntandolTc pera ilfo primeiro em Capitullo , e ten do os
trattados nelegarios . tinhao afentado de vemder , como dc clycitto
porefta eferiptura, oifierao que vendiab , evemdera5 a ditta amettade
dc todo o ditto afento de cazas , com todas fuas anexas e pretengas ao
Duque noll'o Senhor pera ellc e pera todos feos herdeiros e fucegorcs
defte dia pera todo fempre , por prclTo ferto e quantia dos dittos qui-
nliciitos e vinte mil reis cm que forao avalliadas , e Ihe forao dadas
em partilha , do qual preHo , e quantia diferam que tinhao cm feu po-
der hum mandado de Sua Excellencia , pello qual Ihe mandava pagar
cm I,oppo Vaas de Almeida Thczourciro de fua Caza a conta da qua!
provizao o ditto Loppo Vaas de Almeida , Ihe emtregou logo ahi pe-
raute mim notario e teftemunhas adiante nomeadas, duzentos mil reis
cm dinheiro de contado , moeda de prata corrente nefte Rcino , dc leis
fextis ao real os quaes duzentos mil reis logo ahi rccebeo F’ernao
j
Vaas de Siqueira , morador nella Villa pera a ditta Senhora AbadelTa,
e inadres diferettus dizerem Ihe davao como de eileitto dcram poder
pera i(To , cm iiome do ditto Comvento ,
c pera alinar nefta eferiptu-
ra ,
como no conliecimc.ito que ade lazer nas coftas do ditto manda-
Toin.lV. Rtr Jo
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,
4P 8 l^rovas doUv. FL da Hiflorla Cjenealo^tca
do deSua Excdlencia , e quanto aostrczentos evintc mi! reis que fal-

tam pera intciro pagamento do ditto prcô , difcrain quc tinhani con-
ccrtado coni Sua Exccllcncia quc Ihcs mandava com cft'cito pagar , e
emtregar dcntro de dous annos. S. Cento e fefenta mi! rcis atte dia
dc S. Joau Baptifla do anno que vem de mil e quinhentos c outenta e
fette ,
e os outros cento e fefenta mil rcis , ate o mcfmo dia de Sao
Joa6 do anno feguinte de mil e quinhentos e outenta e outo e que
ellas herao contentes que o ditto rerna& V 3s pofTa nos dittos tempos,
rcceber do ditto Loppo Vas de Almeida ou de quern Sua Excellcncia
ordenar todo o dinlieiro cm nome do ditto Comvento , e afinar aonde
cumprir , c em quaefquer conhecimentos delles ; dizemdo mais , que os
dittos duzentos mil reis que agora fe pagard6 , davam , logo como de
effeito deram imteira quitaâo defte dia pera todo fempre a Sua Ex-
cellencia e a feos herdeiros e fuceôrcs , e que dagora pera enta6 , e
de cnta6 pera agora , Ihe dam outro Hm a mefma quita9a6 dos dittos
trezentos mil reis que Ihc fica devemdo femdo pagos e emtregues ao
ditto Fcmam Vaas , por conhecimentos afinados por elle , e feittos pel-
lo efcriva6 do Thezouro dc Sua Exccllencia , que hora he , ou pel-
lo tempo em diante for , os quaes querem que tcnha& ta6 imteira for-
fa c vigor como ella publica eferiptura , e que Sua Excellencia nem
feos fubceqorcs, nao fejain em tempo algum ebrigados a juftificar nem
provar que o ditto dinheiro ^ e prelTo , fe comvertco cm uzo , e util-
lidadc do ditto Comvento , por quanto ellas o maiiJafam entregar ao
ditto Fernam Vads, em pagamento, e fatisfagao dc dividas mui anti-
guas que Ihe dcvem , comforme a ditta Pattente do Padre Miniftro;
pcllq quc diferao que cediab , e trefpacavao no ditto Senhor , todo o
direito , e au9a6 , e polTe que tein no ditto afento dc cazas . com to-
, e anexas , e tudo dimittiao c tirava& do uitto Con-
d;is fuas pretenâs
yento , pera que Sua Exccllcncia e feos herdeiros , tudo tenha& , e ha-
jam defte dia pera todo fempre , e o logrem e pefuhab , dc tudo , fa-
936 como dc couza fua , que hed , por bem defte Contratto , e ham
por bem que poll'a mandar tomar a pofTe real c corporal quando e
, ,
por quern quizer, com Autoridade aejuftifla, e fern ella; e que pe-
ra mais abaftanâ ellas , em nome do ditto Comvento , fe comftituhiam
, de hoje cm diante cm nome do ditto
peftifhir , todo o fobreditto Se-
jihor como fuas fimplices imquillinas dizendo mais quc promettiad
,
dc defteinder , ter, emanteraSua Exccllencia, e a feos herdeiros, na
poU'e diieitto , e fenhorio , daamettade detodo o ditto afento efuas
pretengas , e anexas , e de Iho fazer a todo o tempo bom livre , e
,
jzento , dizimo a Dcos , nao obrigado a couza alguma porque por tal
,
o vemdem ,
e nan opodendo afim fazer , Ihe tornarao
,
c reftittuiraf)
todo o ditto prelfo, de quinhentos evintc mil reis ou a parte dellc
,
quc ao tal tempo tiverem recebido c a fiza , e tudo em dobro , em no-
nic de pena eintercllc, a qual pena Icvada ounao toda via efta eferip-
tura Hcara cm fua forâ c vigor; dizendo mais .que pera todo o fo-
breditto fe dezaftoravao de juizes dc feu foro , e Comcervadorcs da
,
Oidcm , e do ditto Comvento afim gerais como particullarcs , c fe
obiigavam a rel'ponder Ibbre qualquer duvida ou depcndencla defte
,
contratto
Digi;:z^d by Ci; >

iql
daCafa êal Tortuguei^â, 4 ^^
contratto perantc asjuftigas eclcziafticas da Cidade deBraM, ou da.
,
Cidade de Miranda , ou ondc Sua Excellcncia ou fees heiuciros, as

quizerem demandar ; e que com o mcfmo dezafForamento , c obriga-
âo , obrigavao , como de cfFcito obrigarao , todos os bems , e rendas
do ditto Comvento c expccialmcnte a ditta amettadq de afento de.ca-
zas , com fuas annexas e prcttcfujas , e bciu afim a Herdads da Fompa-
na , que efta nos termos das Villas de Borba , e Eftremds , e a Herda-
de daFancoa, que efta notermo da ditta Villa de Extremes, que fam
anibas do ditto Comvento , pera terem e manterem e cumprirein .tudo,.
0 que nefta efcriptuia tern promettido , e a que fc tern obrigado , con-
tra a qual diftcram que na& viriam em tempo algum , por fi nera por.
outrem , em Juizo nem fdra delle , fob pena de quinhentos cruzados:
de ouro , os quaes pagarao , e emtregarao a pcftba , que Sua Excellen-
cia , ou feos nerdeu-os , pera iftb nomearem , fern mais fianâ , nem
abonaftam, por quanto de agora pera entam e de enta6 pera agora a
ham por alDonada ; e nao fera6 ouvidas com nenhuma auâb nem cm-
b.irgos, nem couza que por fi allcgar poftao , atte realmente, e com
efteitto Ihedarem, epagarem a ditta pena, de quinhentos cruzados, e
ifto com declaraâo quo fe efta pena levada , ou na6 efte contratto
,
fique em fua forfa e vigor ; outro fim com dcclaralfam , que a obrigaT
âo gcral dos bems , nao derroê a particullar , item pello contrario
e cm teftemunho deverdade, afiim aoutrogarab, edilTo mandaram far
zer efte eftromento , e Carta de vcmda , oue afinaram , e eu nottario
como peftba publica eftipullante , eftipultei , eafeittei, dasdittas Se-
nhoras, em nome deS. Excellcncia e das mais partes Auzentes, a que
polTa tocar . femdo a iftb prezentes por teftemunhas , Gafpar Franco
Criado doaitto Sonhor, e Simao Rodrigues, Cavouqueiro ,
e Anto-
nio Fernandes , Muzico de Sua Excellencia , todos moradorcs Jnella
Villa , e logo me foi aprezentada huma certidao , das fizas defta venr-
di, por Gafpar Franco , Sollicitador dascauzas de Sua Excellencia , da
qual o treslado he o feguinte. O
Lecenciado Loppo de Abreu Cailel-
lo Bianco , Juis de fora em efta Villa Viqoza , pello Duque de Bra-
ganâ , nolTo Senlior , por clRei noftb Senhor com Alâ<.ia , faô faber
que no livro das raizes do Anno prezente, fccomtem hum Ittem por-
quo conila o ditto Senhor, comprar em efta .Villa no feu terreiro das
1 uas cazas
, aa Senhora Abadcfta do Moftciro. das Chagas defta Villa,
amettade das cazas, one ficaram por faliccimento da Senhora Duqueza
Dona Joanna , oue cue cm gloria, mifticas, eporpartir , porpreifo e
uantia dequinnentos evinte mil reis ; parte as cazas juntamentc don-
a e o ditto oenhor compra a ditta amettade , com a rua dos Fidalgos',
afim como vem pera o terreiro do ditto Senhor , e da outra parte,
partem com as freiras defta Villa , e com outros ; pagou de fiza , par
comprar a peftbas privilligiadas , vinte e feis mil reis , que rccebeo
Diogo Loppes Depozittario deftes bems , de que fica verba, no livro
por mini com o ditto Depozittario , c Eferivao , na forma do
aflinada
Regimento ,
e por delle me fer pedida , lha mandci palfar por mim
afinada , e pello ditto depozittario a vinte e fette dias do mes de Ju-
nho , Gafpar Fernandes Eicrivab das Sizas pello iditto Senhor a fes>,
.Tom. IV. "
Rrrii anno
,
500 do Uv. VI. da Bijlorla (jenealogca
anno dcmil c qumhentos eoutenta efcis. Ao Juis quatro reis; com

o termo trinta e quatro. =3 Abrcu. ts Diogo Lopes. E cu Diogo
Lopes que o eferevi.
Eferiptura dacompra daoutra amettade dascazas daDuqueza

Dona Joanna.
Saibam quantos efta Carta depura venda virem que no Anno do

Nafdmento de NofTo Senhor Jezu Chrifto dc mil e quinhentos cno-
venta annos aos novc dias do mes de l-’evereiro do ditto anno em Vil-
la VifToza nas pouzadas do Senhor Lecenciado AfFonfo deLucena, De-
zcinbargador , e Chanceller da Caza do ditto Senhor , eftando elle ahi
e bem alim Gafpar de Matos Fialho , Cavalleiro fidalgo da Caza de el-
Rey nolTo Senhor, e morador no termo da Villa de Guimaraens, e
logo por elle foi aprezentado a mim nottario hum publico eftromen-
to de Procuraâo feitto no afento da Igrcja de Sa 6 Joao de Sarrafam
termo da ditta Villa de Guimaroins , por Antonio I’ragozo Juzairte,
publico taballiau das nottas da ditta Villa , aos vinte e nove dias do
mes dc Agofto do Anno de mil c quinhentos c outenta e outo , cm
que fora 6 teftemunhas Antonio Martins .Machado , Mercador e mora-
oor na ditta Villa , e Domingos Soares , eftante na freguefia de S. .7™!^
de Serrafam , pclla qual comftava , que Sabinna Antonia fua molhcr
fizera e ordenara por feu Procurador baftante ao ditto Gafpar de Mat-
tes feu marido pera temder a parte que Ihc cabc nas cazas que fora&
da Duqueza D. Joanna que Dcos tern , cittas ncfla Villa Viubza pel-
lo preifo que Ihe bem parefelfe , e pera refeeber o prclfo da ditta vem-
da, e dar dellc quitta 9a 6 e obrigar fua fazenda a feguranja da ditta
venda ,
e a fazer boas as dittas cazas , e fazer os dezafforamentos e mais
obrigaôens ,
e papeis , que Ihe forem pedidos , com livre e gcral ad-
miniftraflam , como melhor , c mais largamcnte confta do ditto eftro-
mento queparelTera fer reconhecido em publico, por Antonio Peixo-
to Taballiao do Judicial na ditta Villa dc Guimaroins , por bem do
qual eftromento, epoder, logo pello ditto Gafpar deMattos foi dit-
to j^que elle tinha e pefuhia amettade dc as dittas cazas , que forao
,
da Duqueza D. Joanna cittas nefta Villa miftiquas , c por partir com o
Duque nolTo Senhor que houve a outra amettade , pclla comprar ao
,
Comvento das Chagas acfta ditta Villa as quaes cazas todas juntamcn-
,
te partem com o terreiro dos paces dc Sua Hxcellcncia , e com rua dos
fidalgos , c por detras com as freiras , e com outras comfrontaijoens
com que dedircittodevam ehajam dc partir, a qual amettade de cazas
dillc qufc houvera por arremattaâm que dellas Ine foi feitta porhuma
fentenâ que houve darclla^ft delRey nolTo Senhor, contra a fazen-
da do Senhor D. Flugencio que Decs tern , de ferviflo , que Ihe dc-
via ; dizendo mais que elle em feu nomc c da ditta Sabinna Antonia
fua molhcr vcmdia , como de effeito veirdeo , por cftc publico eftro-
mento , toda amettade dcas dittas cazas, afim cdamancira , que Ihc
pcrtcnccin , c milhor fe o milhor puder fazer , ao Duque nolTo Senhor
aelle dia pera tado fempre porprcITo c quantia de quinhentos c vinte
mil
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-i.
,
dn Cafa lêal Tôrtugucsâ. 501

mil reis com
dcclarn9a6 que da parte da flza da ditta vcnda , quc pcr-
tence a elles vemdedores, fe pagara& des mil reis jpor conta do ditto
,
Senhor , por quanto Sua Excellencia Ihe fes merce oe o haver afim por
bem , e o mais pagarad elles vcndedorcs , ou fe ihe abattera do ditto
prelFo , mandando Sua Excellencia pagar por elles , pello qual dilTe
|ue vcmdia toda a amettade de as oittas cazas , como ditto he , com
?eu quintal , e edrcbarias , e cazas terrcas , a elles anexas , c com todas
fuas pretcngas entradas, fahidas, ferventias, direittos, cauyoins, que
por rclpcitto dellas Ihe compctem , ou por qualquer via podem coin-
petir , e ifto pello ditto prelTo , afima declarado , do qual outro liin
dilTc , quc fe dava inteiramente por pago e fattLsfeito por efta manci-
ra. S. por cento edozc mil reis quc ja tern em fi refcebidos, costo-
ma aella conta, osquacs oDuquc nolto Senhor, Ihosmandou empref-
tar eftando elle Galpar de Mattos nefta Villa
,
de que fe fes hum pu-
blico cllromcnto , na notta de Francifeo Cordciro Taballiam dr.s not-
,
tas della , os quaes cento c doze mil reis hora toma a conta defte
,
prelfo , como ditto hcc. Item por outo mil reis mais que Sua Ex-
cellencia Jiora Ihcmandou pagar, emNiino Machado Thezoureiro da
fua Caza, por hum feu mandado da ditta quantia , regiftado no livro
de fua tezenda defte prezente anno , a folhas duzentas c fette. Item
por corenta mil reis quc Sua Excellencia Ihe mandou pagar cm Pero
,
Saraiva, Thezoureiro ila fua Dizima doPefcado de Lisboa, por outro
maiid.ido, regiftado no ditto livro na mefma folha. Item poreem mil
reismais que o ditto Senhor Ihe nianda pagar atte dia de Sao Joao
,
defte pre/.ente anno por outro leu mantiado pafâdo pera Antonio
, ,
de Andrade , fai Almoxarife na Villa de Barccllos , regiftado no ditto
livro, asdiitas follias duzentas e fette. Item por duzentos e quoren-
ta e ijuatro mil rei.s que mais Sua Excellencia Ihe manda outro fim
,
Jgar , no ditto Antonio de Andiade feu Almoxarilfc , na Villa de
,
S racelios , pera Ihes emtregar no mes de Feverciro, do anno de qui-
nhentos e noventa c dous por outro mandado do ditto Senhor regif-
,
tado no ditto livro as dittas folhas. Item por dezafteis mil reis mais
,
quc o ditto Senhor por elles vemdedores mandou pagar da parte da
,
liza que Ihes cabb a alcm dos dcs mil reis de que Ihc fes merce pera
,
a acabar de pagar como atras he declarado, o que tudo junto fas
, ,
emlbma os dittos quinhentos evinte mil reis, quc he-ojpreô defta
vcnda ,
do qual diffe o
ditto Gafpar de Mattos , que fe dava intcira-
,
Jiiente por pago , c
fittisfeito, pello ditto modo , e por os mandados,
que tern em leu poder , e quc dava delle imteira qiiitta9.a6 a Sua Ex-
ccllencia , e a todos I'eos Herdciros defte dia pera todo fcnipre , e co-
<iia e trelpaifava como de cfFeitto cedeo c trcfpagou no ditto Senhor
, ,
todo odireito, eauâo doniinio poTe efennorio que tern na dit-
, , ,
to mettadc das caz.is , e quer e he contente que Sua Excellencia pof-
,
famandar tomar poftc real , ailual , por Autoridade de JuftilTa , ou
fern ellai eque pera mais abaftamja fe conftitiuhia como deeffeitto fe
conftittuhio , pefuhillas em nome de Sua Excellencia como feu fim-
ples Collono , einquiliino, dizenJo mais que vcmdia asditras cazas,
com todos as fuas pretonjas
,
por livrcs forras ,
izentas , e nao obriga-
£ado$
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50 2 T^ro’Oai do Lav. VI. daHlJlorta ênealogka
gadas a couza nem a pcflba alguma , e quc promctia e fe obrigava de as
lazcr boas , ao ditto Scnhor, e a fcos hcrdciros , peril c por I'cos hcr-
deiros dcUcs vemdcdorcs e ostirar a pas c Calvo de qualqucr duvida,
ou embargo , que I'obre ellas Ihc feja polio , lob pena dc que na6 o
podendo lazcr llic tornara todo o ditto prcUb , e a liza cm dobro , com
asmais perdas, edannns, eintercircs, cm nomc depena , a qual Icva-
tla , ou na6 , ellc contralto ficara em I'ua I'orfa c vigor ; dizendo mais
quc para tudo ter emantcr obrigava, como deeffeito obrigou , todos
Icos bems moves ederais, dircitos, ehaveres, havidos , c por haver,
e cm expccial o feu Cazal de Sam Joao dc Sarraf'am , citto no termo
da ditta Villa dc Guimaroins , com dcclaraâo que a expecial hipotte-
ca , nao derroge a gcral , nem pcllo contrario , dizendo mais que fe
dczaltoravao , dies vcmdedorcs dc Juizos de leu foro , e de quacfqucr
outros , quc por privillegio tenhab ou polTam ter ; e prometiam ref*
ponder por todo o conteudo nclla eferiptura , c fuas dcpendcncias , pc-
rante as JuftilTas delta Villa Viil'oza , ou quaefquer outras , onde o dit-
to Senhor mandar quc fejam demandados , c cm fee c teftemunho de
verdade , afim o outorgaram , e diflb mandaram fer feito elle ellro-
mento de pura venda , que alinarao, c eu notario , como pelToa pu-
blica accittantc, c cftipullante , ellipullci , eaccittei, dos fobredittos,
cm nomc do ditto Senhor , c das mais partes Abzentes a que pofla to-
car , femdo a ilfo piezentcs por tellemunhas o Lecenciado Domingos
Alvares Lcitte , Dezembargador do Duque nolTo Senhor , e Gafpar
1‘ianco feu Almoxarift'e nelta Villa , c Alvaro Gonsalves molTo da ef-
trebaria deSua Kxcellcncia, eacertidab da liza delta compra -vai logo
abaixo treslladada , e eu Diogo Lopes quc o clcrcvi. O
Lecenciado
Antonio Bottelho Juis de fora nelta Villa Viil'oza , pcllo Duque nol-
Ib Senhor, &c. com alâda delRci noll'o Senhor , faô faber quc no
fivro das raizes do Anno prezente adiantc declarado , fe comtem hum
Item , porque conlla que o Duoue nolfo Senhor comprou nefta Villa a
Gafpar dc Mattos Fialno morador cm Guimaroins , amettade das cazas
da Senhora Duqueza Dona Joanna quc cAa cm gloria mifticas e por
artir afim como Ihe pcrtcnccm , que eftam no terreiro do Pa 90 do
Eluquc nolfo Senhor por prciTb c qûantia de quinhentos c vinte mil
reis , e partem as cazas todas juntas de huma parte com as freiras della
Villa , com ferventia das Chagas, e com outros pagou defiza, por fer
a parte dc fora , coi enta c tres mil e trezentos e trinta e tres reii e
dous ceitis , quc refcbco Eftevam Rodrigues depozitario dos dittos
bcins , dc que fica verba no livro
,
allinada por mim com o efetivab c
depozitario , ra forma do regimento , e por dellc me fer pedida , elb
Ihc mandci palfar por mim nfinada com o ditto depozitario a fette
,
dias de feverciro. Gafpar Fernandes cfcrivab das fizas por clRci nof-
fo Senhor afes Anno de mil c quinhentos enoventa Annos. Aojuis
qiiatro reis , com o livro , trinta e feis reis Botelho. Eftevab Rodri-
gues, e forab prezentes a tudo asdittas tellemunhas atras nomcadas,
c eu Diogo Loppes o eferevi.
EJeriptura.
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,,
daCafa âl ^PoYtu^nesâ. 503

Efcriptura da compra do Pinbal que foi de CbriJIovao de Mtraes.
Saibam quantos efta Carta de pura venda vircm que no Anno

do nafcimento dcnolFo Senhor Jezu Chrifto deniil e quin hen tos e ou<
tenta efette Annos aos vinte tres dias do mes de Marco do ditto An-
no , em Villa VilFoza , no Comvento de Santa Crus aa ditta Villa no
lucottorio das Madres do ditto Convento , eftando ahi da baiula de
dentro a Madre Lionor Baptifta Prioreza , e a Madre ignes da Crus ,
Sub Prioreza , e as Madres Lionor da Crus e Guimar de Santo Agoili-
nho e Maria de Chrifto e Maria da Crus , e Lionor das Chagas , c Bea-
tris da Anuncia9a6
,
e Margarida da Afumpâd , c Izabcl de jezus , DiF-
crettas do ditto Comvento , As quaes Prioreza , e Madres , foram afiin
juntas, por fom de Campa tangida fegundo I'eu virtuofo , e louvaJo
coftunie , ouvidos , e nao viftas de mi notario , e logo por ellas , Foi
aprezentado a mi nottario , perante as teftemunhas adiante nomcadas
huma Pattente do Reverendo Padre Frei Chriftovao Corte Real Pro-
vincial da Ordem de Santo Agoftinho , de que o trcsla Jo de verbo ad
verbum , he o feguinte ; Frei Chriftova6 Corte Real , Provincial da
Ordem de Santo Agoftinho , defte Reino de Portugal , faô Faber que
a Madre Prioreza , e as mais Madres do nofl’o Comvento de Santa
,
Cruz de Villa VilFoza, medilFerao que ellas tinha6 junto da ditta Vil-
la hum Piiihal
, e terras de Matto , com Fuas
pretenâs , que o ditto
Comvento herdou de Chriftovao de Morais , por rcFpcito de Lconor
de Jezus Fua filha , Freira proFciFa nelle o que tudo hora queriam ven-
der , pera comprarem algum pam derenda, eque deFpois deotratta-
rem por vezes , entre ft , acharao . e emtendcrao , que hera proveitto
do ditto Mofteiro, vemderem as dittas terras, ePinhal , por Ihe rem-
der muito pouquo , e o na& poderein guardar e Fe Ihe hir cada ves
mais deftrumdo , e dannilicando ; pedimdome , que Ihe delFe licen9a
pera vemderem as dittas couzas , a quern lhas quizer comprar ; pcllo
que tomei de todo o Fobreditto inForraa9ao , e por achar que o ditto
Comvento tein neFcecidade de vender o ditto Pinhal , e terras , com
fuas preten9as , e rcFccbem dilFo proveito , e que fam nefta parte Feit-
tas as diiligcncias que fe requeriam , comformc as nolFas Comftittui-
oens , por efta pattente , dou licen9a a ditta Prioreza e Madres no me-
Stor modo , que em direito fe requere e pode fer , pera que po.liun
vemJer todo o fobreditto , a pelFoa com quern fe concertarem , e pel-
lo preiFo que bem Ihe parecer , dada nefte Convento de Santo AgoF-
tinno de Villa VilFoza, hoje trinta e hum dias do mes de Dezembro
de mil e quinhentos c outenta e fette annos , fob meu final e Fello de
nieu offiao , Frei Chriftova& Corte Real Provincial , e treslladada a
ditta Pattente ,
que ftquou em podcr de Gafpar Franco , Criado dp
Duque nolFo Senhor, erequerente defeos negocios, que prezente cF-
tava logo pella ditta Prioreza e Madres , foi ditto , que ellas , e o dit-
to feu Comvento , pefuhiam o Pinhal conteudo na ditta Pattente com
fuas terras de Matto , e mais prcten9as o qual Pinhal efta no termo da
ditta Villa , e parte de huma banda , com a Horta de Manocl Dias , La-
vraJor
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5 ©4 do Uv. V I. da Hiflorla (jenealo^ca
vrador , c nella morador , c com terra dos hcrdciros dc Chriftovao de
Morais c da outra banda com terra da Couttada della Villa , e com ou-
tros com que dc direitto deva , e haja de pnrtir , e qiie cllas edavam
contrattadas pera haverem dc vender o ditto Pinhal ao Duque Dom
Thcodozio ,
nolFo Senhor , pello que dilTcrao pei ante mim Nottario,’
e tellcnnmhas ao diante el'criptas , que ellas Priorcza , c Madres , por
eflc publico eftromciitp, vetiidiam, como de cllcitto vemdera6 o dit-
to Pinhal , com fuas terras , e prctencas , emtradas , e fahidas dellc , a
Sua Exccllencia , pera que o haja , e prctenî a fua I'azcmda , de hoje
pera fempre , com todos os direitos , e auôins tocantes ao ditto Pi-
nhal, oque tudo cediao etrefpaâvao no ditto Senhor, eem fcos hcr-
deiros e lubce<,orcs , pera o ditto Pinhal , f'azcrcm como de couza fua
propria , a qual vciula Ihc afim faziam por prcll'o e quantia de duzen-
tos mil rcis , forros pera eUas vemdedorns ; os quaes duzentos mil rcis,
prelTo do ditto Pinhal , a ditta Prioreza , e Madres , rccebcra& logo em
dinheiro dc contado , da ma6 do ditto Gal'par Franquo perantc mim
nottario , e tdlemunhas adiante eferiptas , por moedas dc pratta , cor-
rentes nellc Rcino , nas quaes del’pois de por ellas contauas , diferao
haver a ditta quantia dc duzentos mil rcis , porque Ihcs afim vendiam
o ditto Pinhal , por rcccbidos , e fe ouveram por pagas , e emtregues
dellcs , e dilera6 dava6 como de elFeitto deram , por efte publico ef-
tromenro ouittaâo dos duzentos mil rcis a Sua KxccUcncia , c ao dit-
to Gal'par Franco , que Ihos emtregou , e aos officiacs do ditto Senhor,
por cuja ordem Ihos manJaram emtregar , a pagar , dizendo niais que
de hoje pera fempre demittiam de fi todo o direito , e auâm , domi-
nio , polle, civel , e nattural , que ellas , eo ditto Coravento tinham,
e podia6 ter no ditto Pinhal , e tudo trcfpa 9avam no ditto. Senhor
Comprador , e Ihc deram , e otrogarab que logo por fua conta polTa
mandar tomar a polfe do ditto PinW como Iheparefcer, porAuttori-
dadc dc JuAiâ , ou fern clla , e tomada , ou imo tomada , a ditta pof-
fe, cllas porcftc publico Eftromento ahaviam pordada, cfecomftit-
tuhiam porcollonas, clmquillinas dclle , an nomc do ditto Senhor,
e o pefl'uhiam cm feu nome , e promettcram , e fc obrigaram de era
tempo algum cllas, e o ditto feu Comvento , e a fubcejoras dcllc,
nab viriam contra efte Contrato de venda ; e que acontecendo niover-
ce alguma demantia , entre o ditto Comvento , e Sua ExceUenda ou
fcos fubccôrcs , pdTuhidores do ditto Pinhal , que o ditto Comvento,
e as Madres dclle nab fejam ouvidas cm Juizo, porrezam do ditto Pi-
nhal com os dittos Scnliores ,
e pdliih.idorcs ,
fern primeiro depozitta-
rem primeiro , realmente , c com efleitto , cm podcr do Thezourciro
de Sua Excellencia ou de ejuem clle ordenar , os dittos duzentos mil
, fern o ditto Thezourciro , ou pefToa em cuja mab fc fizer o
rcis ditto
depozito , dar a dies fianâ porque de agora pera entam , os ha por
abonnados , pera o ditto effeito, c cm quanto nab fizerem o ditto de-
pozitto com effeitto, ferU denegado a cllas Madres , e feu Comvento,
toda a Audiencia e auâm , c em tcAcmunho de verdade , alim o ou-
trogaram , c mandarab fer feitto efte eftromento , que alinaram por
fuas maons , e eu Nottario , como pelfoa publica , afeittante , c efti-
pullante
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,
da Cafa âl Tortugueisâ. j o ^

piillante afcittci,
c eHipullei , das fobredittas Madras , em nomc do
ditto Scnhor , edasmais partes aque porta tncûar ; c aprczcmtou lo-
go o ditto Gal'par Franquo huma Certida6 da liza que deAa vcnda fe
pagou , a qual o trcslado he o I'eguinte. Antonio Cordeiro , Cavallct-
ro fidalgo Vcrcador mais velho , Juis pella ordenartam cm efta Villa
Virtbza , pello Duquc nortb Scnhor, Faô faber , que no livro das
raizes do Anno prezente ao diante dcclarado , fe contem hum Item
porque conlb oDuque nolTo Scnhor, comprou no termo della Villa,
as freiras do Comvento dc Santa Crus , hum Serrado , e Finhal , que
ella no fd'mo de Sam Francifeo o velho , por prertb , e quantia dc du-
zentos mil reis ; e parte a ditta propriedade , que Ihe afim comprou de
huma parte com horta deManocl Dias, e com terra dosHerdciros de
Chrillovam de Morais , e com terra da Couttada , e com outros pagou
•,
de fiza , por comprar a pertbas Privilligiadas , des mil reis que reccbco
Ellcvani Rodrigues . depozitario dellcs bems , de que fica verba no
livro por mim artnada , como depozitario, e el'erivao na forma dore-
gimento , e por dcllo me fer efta pidida lha mandci paf9ar por mim
artnada com o ditto depozittario , a vintc hum dias de Marô , Gafpar
Fernandes efcrivam das Sizas , por elRei nolfo Scnhor a fes , Anno do
nafeimento de nortb Scnhor Jezus Chrifto de mil e quinhentos fetteiv
ta e fette Annos. Cordeiro. E dirtcram mais a ditta Prioreza c Ma-
dras que por quanto ellas vemdiab o ditto Pinhal , a Sua Excellencia
comfoi me a pattente , c licenâ , que tinha6 do feu Provincial pera
coni o prertb c dinheiro dclle , que fao os dittos duzentos mil reis,
comprarcin algum Pam de renda , o que tinhao ja comtrattado fazer
e comprar
;
que ellas , por efte publico Eftromento , fe obrigavam a
dar a S. Excellencia a eferiptura , porque artm comprarao o ditto Pam
de renda, pera conftar deque com o ditto dinheiro o comprarab , e
obrigarao asdittas Madras , todos os bems do ditto Comvento a faze-
rem boa e de pas , efta vcmda , oque tudo eu notario alcntei cm no-
me de S. Excellencia , e dos mais auzentes , a que toquar porta , como
ditto he , fendo a tudo prezentes por teftemunhas , Francifco Cordei-
ro , Taballiab de nottas em efta Villa , e Manoel Vas , Criado do dit-
to Senhor, e Antonio de Pinna, morador emEftremos eftando em ef-
ta Villa Vilfoza, e Eu Diogo Loppes , publico nottario , por Autto-
ridadc Real , em todas as couzas tocantes ao Duque norto Senhor,
que efto eferevy , e em meu livro de nottas toniey , edellc efto terei,
c com o ditto livro concertei , e aqui de meu publico final alinci , que
tal hil.
CertUaS porque conjia a ditta Ahhadcfja e Ireiraf , coittptarao Pam

de Renda cotn o dinheiro porque vemderao o ditto Pinhal.
Certiftiquo c faqo fee cu Francifco Cordeiro , publico tabaliab

de nottas n-fta Villa Virtbza , e feu termo, pello Duque de Braganga
f.c. nolfo Senhor que he verdade , que cm meu poder , no livro de
,
minhas nottas que ferve cftc Anno prezente deoutenta e fette annos,
4os vintc c tres dias do racs de Marô do ditto anno efta por mim not-
Toin.lV. Ss8 tado,
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,
da Cafa %eal Tortugucaâ. 507

NofTa Scnhora dos Martircs , a Izabcl Coelha , quc prczente eftava em
prejo e quanthia de feis centos finquoenta md reis , pera paga da dit-
ta lomma , que pello ditto oficio da , vendiam cUes Jorge da Frotta
e fua molhcr , como de effeitto logo venderam , ao Excellente Scnhor
Duquc de Braganâ D. Theodozio a ditta Hcrdade , quc ella citta em
Fatellam , termo da ditta Villa VilToza , que parte de liuma parte ,
com o ditto Scnhor Comprador, edeoutra parte, com a Hcrdade de
Diogo Fires Piricotto , e com outras comfrontaôins com que parte,
e dc direito deva e haja de partir , e Ihe vemdiam com luas cazas , ar-
vorcs , cmtradas , faidas , dircitos e prcttcngas , I'crt'emtias , c logradei-
ros , polliôins , agoas, mattos , rottos epor romper, avindos, epor
haver , afim e da meJ'ma maneira que elks vcndcdorcs a pdluhcm
em prelTo , e quanthia de mil cruzados , forros pera elks vendcdorcs
os quaes logo reccberad , pcrante mim taballiam , c teftcmunhas ao
diante efcriptas , da ma& do Lecenciado Domingos Alvares Leitte
Agcnte do ditto Scnhor nella Cortc, pormoedas dctoAoins, creallcs
dc pratta , e vimtenins , mocda hora corrente nefte Rcino , em que
juHamente houvc a ditta quantia , da qua! ellcs vemdedores diHcra6
que cftavao bem pagos emtregues e fatisfeittos , dos quaes quatro cen-
tos mil reis , dies vcndedores por efte eftromcnto , da& por quittc e
livrc a ellc Comprador c a feos I'ubcecorcs , dc hojc pera todo fempre,
e elks vemdedores vemdera& a ditta Herdade , por livre e izenta de to-
do o loro e emcargo , dc outra qualqucr pdfoa j fo os dittos dezal’et-
te alqueircs e mcyo dos Herdciros do Sarainha , e os fctte e meyo dos
Frades quc tinha , e o quinto que I'e paga ao ditto Senhor Comprador,
por fcr no I'cu Rcguengo ; c elles vemdedores , tirarab dimittirab c re-
mimdarab logo dc li , todo o direito , auâm , pofTe , propricdade , fe-
nhorio , util dominio , huzos e frutos , e novidadcs que elles tern na
ditta Hcrdade , c fuas prettenâs , que ao prezente , e ao diante pode-
riab ter , e haver ; e tudo puzeram , cederam , c trcfpaâram , cm maos
e podcr delk Senhor Comprador , e feos fulKe 9 ores pera que de hojc
em diante , hajam pera li a ditta hcrdade , efelogrcm della, cpel'uab
livremente , e iaâb della , e em ella , tudo o que quizerem , e por bem
tiverem , conio couza fua quc bem por bem deftc Fftromento , c por
ellc cllromento elks vemdedores , derab liigar c podcr , a elk Scnhor
Comprador , pera que cada ves quc elk quizer , e por li , e por quern
Ihe aprover , por viriudc e vigor deftc eftromcnto fobmente, fern mais
outra autoridade , ordem , nem figura dc juizo , polTab toniar da ditta
Hcrdade , a pod’e real a(51ual , civcl e natural poftcâm e em li a rotter’
econtiniiar pera fempre; naqual poflTe o logo houveram permittido
e emvi'liiio , c aimda pera mais aballanâ I'e comftittuhirab pcluiiir a
ditta hcrdade, em nomc dclle Senhor Comprador, como Icos Collo-
nos e Iinquilinos , e hiizo fruttuarios, atte elk Scnhor Comprador , no
modo fobreditto tomar a ditta polfe , e com elFcitto ; e quer a tome
quer nab, toda via lha ouverab pordada, porclauzulla do conftitutto,
c quc pera mcliior elk Senhor Comprador , poder haver , ter e pelfu-
hir a ditta hcrdade pera fempre , elks Compratlores Ihc vemderam e
trefpaQirab todas as fuas acôins reals e pclToais ufus e dircitos ,
adli-
,
Tom.IV. Sssii vas
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;
,
508 Vrovas do Uv. VI. da Hijljrta (jeoealogka
vas e pacivas c todo o remedio dc dircKo e dc dcmandar cjue Ihc com-

pcttc, e podc compitir , colas procurador cm cauza propria imrcs'o-
gavcl , e delta nianeira difcrao cites vcmdcdorcs haviam por bem ven-
dida aditta hcrdadc ao ditto Senlior Comprador, pello ditto prclFo
c promctteram , e fe obrigarab , que pcra femprc compririam e mante-
riam cite ellromcnto de vcnda ao ditto Seiihor Comprador , e fcos
fubccôrcs eoue.lha livrara& edeffeadera& cl'aram boa edcpas, livrc,
e dezembargaaa a ditta Hcrdadc de todas equaerquer pelToas que Ihc
nella , c na poreâm della , alguina duvida demanda ou embargo qui-
zcrcm p 6 r , dies fe daram a todo por Auttores c dclFcnôres contra to-
das as pcôas que Ihes as tais duvidas ou cmbargos puzercm atte todo
the fer manô e padflico , e que die Senhor Comprador , ou fcos fub-
ccôrcs , pcra fempre fe logrcm a ditta Hcrdadc man(ja e pacifheamente
fern contradi5a& dc pclloa alguma , e nam lha fazendo boa , Ihc pnga-
ram o prdTo della fazenda cm dobro e mais todas as cuftas , defpezas
perdas , e dannos, c bemfeitorias , e melhoramentos que die &nhor
Comprador , e fcos fubccôres na ditta hcrdadc fizerem , c rclTcbcrcm
capena levada, ou nao toda via die Imllromcnto fccumprird como
_fc ncllc contem ; c que vindo dies Senhorcs vendedores cm algum
’tempo contra efla vcnda cm parte ou cm todo , cm Juizo ou fora dd-
Ic , que primeiro que feja& ouvidos , depozitarau cm poder ddle Se-
nhor Comprador ou de fcos fubceôres o preô della vcnda , c vallor
das bemfeitorias que na ditta Hcrdadc tiverem feitto , que fe liquida-
ram pello feu fimplc juramento , e tudo Ihcfera emtregue fem fanâ
por quanto o abona pcra todo poder rcccbcr , e cm quanto nao f zo-
rem o ditto depozitto Ihc fera denegada Audicncia e Auâm pcra o
que dies vendedores obrigaram tcdcs feus bems moveis e dc rais , ha-
vidos , e por haver , e cm expccial hipotccaraC pcra feguranca della
vcnda , humas moradas dc cozas que pefuhcm nella Cidade detras de
Sam Domingos na Rua da Povea , com declaraâo que a expccial hi-
potequa, nao derrogue a gcral obriga9a& , ncm pello contrario; caf-
fim ma s liipotecavao a fazer boa clla venda , a fua quinta dc Cappa-
rica , cm termo da Villa de Almada , que did no Ribeiro termo da
,
ditta Villa dc Almada; ctodos osbems fobredittos, que hipotccavaft
por fcos proprios, livres e dezembargados , com dcclaraâfi que acx-
pccial Hipotequa , nao derrogue a gcral olsrigaij'af) nem pello contra-
rio , e die ditto Senhor Comprador podia huzar de qualquer des dit-
tos obrigadbins
,
que Ihebcm parelTcr, edeambas felhesbcnj cllivcr,
efor nelccyario. K outrogarao dies partes que nam cumprindo , fe-
ram pera ilfo cittados e demandados perante os Corregedores da Cor-
tc ,
Corregedores , c Juizes do Give! della Cidade c perante qualquer
dos fobredittos Juizes, onde e perante quern die ellromcnto for apre-
zentado , ahi fe obrigaram , vir refpomder cittados por fuas Cartas
,
precaptorias c cittatorias , c fem ellas , c de fe fazerem todo cumpri-
inento dedireito cJuAiga, pcra oqual renunciaram Juizes de fcos lo-
ros c da terra , c lugar onde nelTe tempo viverem e morarem , e fe-
,
rias gerais e cxpiciais, c todos os mais privillcgios liberdades Icis c
,
ordcjufl’ocns , ddcnlTocns excepôens de feitto c dircitto que por li
, ,
allcgar
;,
di Cafa %eal Tôrtuguesâ. 50 ^

allcgar polTam que de nada huzaram , fena6 tudo cumprirein , c man-
tLTcm , pcllo modo que ditto hd. Os quaes mil cruzados logo o dit-
to Jorge da Frotta e fua Molhcr receberam como fiqua dedarado
cm prezempqa de miin Taballiam , e teftemunhas adiantc efcripcas , e
os emtrcgarao a ditta Izabcl Coelha one Ihes renunciou o ditto officio
por licenga que tern da Camara , e ella os recebeo , na mdina moeda
e cm teftemunho de verdadc afim o otrogaram , c mandarao fazer cite
Inftromento devenda, e della notta os treslados que cumprirem que
eu Taballiao afeitto ein nome do ditto Senltor Comprador e mais pef-
foas que tocar a efto auzentes como pefToa publica eflipulantc e al'ci-
tante, tcllemunlias que prezentes fora6 , c a certidaf) da fiza dopre-
50 della venJa , hira trcsladada no fim dcllc Inllromcnto , tdlemu-
nhas que prezentes forao , Luis da Frotta , Fai dellc Jorge da Frotta,
que dilfe for ella vemdedora a propria , que afinou por clla nao faber
eferever, c foram mais tcllemunhas o ditto Conego Joa6 deSaa, e Si-
mao Pereira ,
SoIicitaJor do ditto Duque •, e diiFcra6 ellcs vemdedores
que dies feobrigao a refponder pcllo conteudo nelle Inllromcnto, e
luas dcpcndencias perante ojuis defora da ditta Villa, de Villa Vif-
,
foza , oudeoutro qiulqucr Juis ordinario , epera iifo remincia& Jui-
zes de feos foros c todos os mais que por fi allcgar polTao , tdlcniu-
nhas os fobredittos e a ditta Izabel Correia alinou nelle Inftromento
decomo recebeo os dittos mil cruzados dos dittos vemdedores, tefte-
munhas os fobredittos , ecu Antonio Serram Taballiao oefcrevj. Tref-
lado da Certidab das nzas , de que atrds fas mengao. O
Leccnciado
Loppo de Abreu Callello Branco, Juis defora pello Duque noffo Se-
nhor della Villa VilFoza , com Aâda deelRey noIFo Senlior , faijo fa-
ber que no livro das raizes , do Anno prezente ao diante dedarado , fe
contem hum Item , porque conlb o Duque nolTo Senhor comprar no
fermo della Villa , no fefmo de Fattilla6 a Jorge da Frotta , em Lixboa
morador , a herdadc que fcchama deBrazia, por prelFo e quantia de
quatro centos mil reis ; e parte a ditta herdacie que Ihe afim compra
como a tern por fua foreira , aos Padres Agollinhos della Villa , e ao
Doutor Alvaro de Morais , cm ella morador , de huma parte com Cou-
fella de terra do ditto Senhor que foy de Margarida Cap^lla , e da
,
outra parte , com a herdadc de Diogo Pires Peixoto , e com outros.
Pagou de fiza , por fer a parte de fora , trinta c tres mil e trezentos e
trinta etres reis edous feiftis, que recebeo Diogo Lopes dcllcs bem«
depozittario. Fica verba no livro, pormim afinada, com oeferivaA
edepozitario em a forma do regimento, c pordelle me for efta peJi-
da , lhamandei pafFar pormim afinada comoefcriva6 edepozitario na
forma do regimento , aos feis dias de Septembro , Gafpar I'ernandes
cfcrivaA das fizas pello ditto Senhor a fes Anno de mil e quinhentos
e outenta e feis Annos. Ao Juis quatro reis com o termo trinta e qua-
tro reis. Abreu. Diogo Loppes. Gafpar Fernandes. E trcsladada afim
a ditta certidab a confertei na notta, e cu Anto.iio Serrab Taballiao
publico de notas por elRcv noflb Senhor nefta Cidadc de Lixboa , e
feos termos
,
quo ellc Inllromcnto ein meu livro de notas tomci , e
dellas o mandei tresladar
,
concertei , fob eferevi , c afincl de meu pu-
blico final. jiJvara
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510 ^rovas do Liv. V1, da Hifloria (jenealogica
Alvara de Poder pera fe tomar par Sua Excellenc'ta a pace

da ditto Herdade.
Eu o Duquc &c. fago fabcr aos que eftc mcu Alvara virem de
procuraâo , que cu dou poder a Sebaftiao Loppcs da Cofta , incu Al-
inoxarilKc ndla Villa Vifoza , pcra que pormim , ccm mcu nome, to-
me polFe da Herdade de Fatella& , citta no tei mo della , que comprei
a Jorge da Frotta , morador iia Cidadc de Lixboa , e da diita pofle ta-
ra palFar Inlbtiincnto nas eoftas da elcreptura , que I'e fes da compra
da ditta Herdade , a que fc ajuntara eftc mcu Alvara. Simao, Pinheiro
o fes cm Villa Vilbza a trinta ehum dcDezcmbro de mil cquinhentos
outenta c I’ettc ; a qual Herdade , he a que I’c chama da Brazia. s: Ca-
thcrina. — Aft'on^'o dcLuccna. s Eftevao Nunnes Efta^'o. e: Regil-
tado na Chanecllaria iblhas duzentas c dczal'cis. Rodrigo Rodrigues.
EJlromento de Pace da dita Herdade.
Saibam quantos efte publico eftromento dc polTe dada de mcu

officio virem , que no anao do naffimento de nollb Scnl.or jezu Chrif-
to , dc mil c quinhentos e outciua e I'ettc annos aos tres dias do mes
dc Janeiro do ditto anno, em o termo defta Villa Vilbza, cm F'atel-
La& , na Herdade dc Brazia , conteuda na Carta art.-is , que parte com
Herdade de Damiau de Pazes , e Alvaro Fagundo, e com outros , don-
de cu Taballiab Fui a reuuerimento de Baftiao Loppes da Cofta , Al-
moxarilFc do Duquc deBraganâ, e dcBarccllos nolFo Senhor adar-
Uie polFe da ditta Herdade , por vertude da Carta atras , e procuraâb
do ditto Senhor c o ditto Bailia6 Loppes , andou a ditta Herdade , e a
paff'eou dehunia parte pera aoutra, eentrou nascazas da ditta Herda-
de e fexou a porta , e a tornou a abrir , e cu Taballiao Ihc dei na fua
mao Terra , e Pedra e telha , eramos dcArvores , c moutas , c Paos da
ditta Herdade c elle I'c ouve por metido e emveftido de polFc da ^tta
Herdade , c cazas della , em nomc do Duquc D, Thcodozio , nolFo
nhor , conteudo na ditta Carta da polFe real , e afhial , e corporal , e
della dc hoje pera fempre cu Taballiao o ouve por metido de polTe
della pera Fempre Fazendo efte auto pacifficamcntc Fein contraJiUhd
de ninguem , e de todo eu Antonio Cordeiro publico taballiam das
nottiis e Judicial nefta Villa Vilbza cFcu termo pello Duque dcBra-
gan^M nolFo Senhor fis efte termo de polFe, Fendo a todo prezentes por
teftemunhas , Joa6 Baptifta el'crivab dos dircittos rcais , e Pero Capei-
ro, Lavrador , eSilveftre Gongalves, Criado deEftevab Mcnde.s, mo-
radores nefta Villa eFeu termo, ciue afinarab .iqui com o ditto Baftiab
Loppes , c eu Antonio Cordeiro Tabaliab o eFcrevi , e alinci de meu
publico Ftgnal.
Eferiptura
\
A. Digitized by Google
,
,
da Cafa %eal Tortuguesâ. 511
EJcriptura de compra da Herdade qtie foi de Gonpallo Tofcaito. i
Saibam auantos cftc Inftromento dc diftrato e guitaâm vircm

que no Anno do naffimento dcnolTo Senhor Jczu Chrifto dcniil cqui-
nhentos e outenta c quatro annos aos trcze dias do incs dc Fcvcrciio
do ditto anno , cm Villa Vifoza nas pouzadas do Doutor Fcllis Tcixei-
ra do Dezembargo do Duque nolTo Senhor e Ouvidor dos fcitos de fua
fazenda , cllando die ahi , e bcm afim Vilcntc dc Ilham morador na
Villa dc Alcafcr do Sal , cm feu nome e de fua molhcr Lionor de Al-
varenga , logo por ellc foi ditto que feu fogro Gonâllo Tofcano
vcndia ao Duque D. Joa&, que Deos tern , huma Herdade na Seqiia,
termo delta Villa que Sua Excellencia metera na tapada , a qual lier-
dadc partia com a herdade dcJoa 6 Gomes Vieira, edejoao Machado
feu fogro , que ya hcrab do ditto Senhor e com outros , e lha vcndia
por prelfo , e quantia de quatro centos e coreiita mil reis , forros de fi-
za , para dies vendedores, e que por Ihe nab pagarem logo o ditto
preô , o ditto Senhor fe obrigou a Ihe mandar pagar em cada hum
anno cm quanto nao achalTem outra fazenda pera comprar quatro mo-
yos e meyo dc trigo , e hum nioyo dc fevada , no feu fdciro , della
Villa que hcra o Pam cm que a ditta herdade foi eftimaJa que podia
,
render cada anno , e afim dons mil e trezentos reis cm dinh.-iro em ca-
da hum anno pdla pitanqa da ditta herdade , com declaraâm , que o
Her Jeiro , c fubceôr da Caza do ditto Senhor foce fomentc obrigado
a pagar ao ditto vemdedor, ou fees hcrdciros , os dittos quatro centos
e corenta mil reis ,
e o ditto dinheiro da pitanâ , como mais larga-
mentc fc contem em huma eferiptura feita nefta Villa porLopo Cor-
deiro publico taballiab de nottas , em ella aos quinze dias do mes do
,
Junho do anno de mil equinhentos c fefenta e nove, eque porver-

tude da ditta efereptura o ditto Senhor que Deos tern mandara pafiar
Provizab pera o Almoxaritfe della Villa pagar ao ditto Gonâllo Tof-
cano , o ditto Pa& , e dinheiro , em quanto na& folTe pago do prefib
da ditta herdade, como conllava por huma Proviza& feita porLazaro
Ribciro , a doze de Mayo dc mil equinhentos efetenta annos, eque
cllando o ditto Gonâllo Tofeanno em pofle dc receber o ditto pao , e
dinheiro dotara a fua filha Lconor deAlvarcnga a ditta renda edirei-
to dc receber o pre5o da dita herdade quando Ihe folTe pago , comfor-
me a obriga^b da ditta efereptura dc compra com as mefmas claufulas
c condilToens conteudas na ditta eferiptura como mais largamcMue lb
contem em hum publico Inftromento dedote, que o ditto Gon9allo
Tofcano, fes nella Villa a ditta fua filha Leonor deAlvarcnga, quan-
do cazou com Rny Tofcano , fen primeiro marido , feita por Gomes
Soares Taballiam publico denottas cm a ditta Villa aosfettc dias do

,
mes de Outubro do anno dc mil e quinhentos e fetenta c dous . por.

vertude da qual efereptura dedotte o ditto Ruy Tofcano recebera al-
guns annos do Almoxarilfc do ditto Senhor , cm ella Villa o pab , c di-
nheiro, por Sua Excellencia mandar que fe lire pagalTe afim c da ma-
neira que fclhcpagava ao ditto Gon^lo Tofeauo poi fua apollilla
,
icita
511 T^rovAi do Uv. VI, da Hifloria Cjentolo^ca
fcib por Antonio dc Abreu ,
nas coftas da ditta Proviza6 , e afinada
pcllo ditto Scnhor ;
e que pello ditto Ruy Tofcano fallecer , e dci-
ciiar liuin hll'.o , o qual dcpois faflcceo cm vida da ditta l.conor de Al-
varcnga , fua May , d!a iota I'ua herdcira universal , e ficara fuceden-
do cm toda a ditta ac;a6 dc cobrar a ditta renda , e preô da ditta her-
dadc , c que I'emdo afim fcnliora da ditta herdade , e aucam , cazara I'e-
gunda ves com Miguel Bezerra , o qual fallccera fem ue entre ambos
hear filho nem Hllia , pello que cada hum ficou com o I'cu comforme
aocontratto qiic hzerau, e clla tornou a hear Senhora da ditta renda,
c aujao ; e ellando afim , cazara tcrceira ves com clla Vil’ente dc llliab,
e que cliando afim cazados fioram requeridos por parte do Uuque noi-<
fo Scnhor , que viheiretn , ou mandallcm rcccber os dittos quatro cen-
tos e corenta mil reis, que hera o preô da ditta herdade com decla-
âo que do dia do ditto requerimento em diantc, na6 haviao dc vcnccr,
dadita renda couza alguma , porbem do qual requerimento die Vifi-
fente de Ilham vinha hora relcber os dittos quatro centos e corenta mil
reis , c afim os fruttos da ditta renda do anno pafiado , que Ic acabou
por nolFa Senhora de Agolto do mcl'mo anno pafiado , rrollrando logo
pera elt'cito dc dillrato , c quitacai) do que recebefie huma procuraâo
ballante da ditta Leonor de Alvarenga , fua molher, cm a qual entre
outras couzas le continha que ella podclTe fiizer ella eferiptura dc del-
trato , e receber o prc90 da ditta herdade , c dar delle quitaâfi como
niais largamentc fe continha , cm hum cAiomcnto dc procuraâo feita
na ditta Villa do Alcal'er do Sal por Sebaftiam deGois publico tabal-
lis6 de nottas , em a mel’ma Villa aos quatro dias do mes de 1 c\crciro
deoutenta c quatro, por vertude da qual Procuraâb cllc VilFcnte dc
Ilham, em leu propno nome, e da ditta lua molher, dific que rece-
bia , como de ett'eito rccebeo , de Lopo Vas de Almeida , Thezourei-
ro daCaza do ditto Scnhor , quatro centos e corenta mil reis por huma
Provizao que pera elle Ihc foi pafiada , pclla qual em feu nome e da
ditta lua molher I'edcu porpago, c latisleito dos dittos quatro cen-
,
tos c corenta mil reis, eafim da renda do ditto pan , edinheiro, que
Ihc era divido , do anno palFado que I'c acabou por nolFa Senhora de
Agofto , por quanto pera receber a ditta renda , e dinheiro , Ihe Ibra
pafiada outra Provizab, porque fedava por pago dtlla intciraniente,
e que por aflhn fer , elle Vifiente Dilham , c liia molher da6 por quit-
tes, elivres, ao ditto Scnhor Duqiie D. Theodozio , do ditto dinhei-
ro , renda c pitanâs da ditta herdade , e o direito que nclla linhab ce-
diam e trcfpaâvab cm Sua Exccllencia e em feos hcrdciros c fubceflb-
res , dcclarando que na6 queriam mais cm tempo algum for ouvidos,
contra clrc diftratto e quitta9a6 , c que vindo contra elle pagafic feis
centos Cruzados cm nome de pena cinterefie, eque a pena levada ou
nao , todavia odillratto fecumprifle, eque allciri dilPo fol'em obriga-
dos a depozitar afim a ditta pena como os dittos quatro centos mil
reis em ma6 do Thezoureiro do ditto Sen her , ou de leos lubceôrcs,
fem obriqaqab dedarem fian9a, eque na& ol'azendo llcfoce denega-
da audiencia , e que quer folTem Autorcs , quer rers , fe dezafibravab
do Juizo do feu loro , c fe obrigavao dc rcfpoiidcr , e demandar peran-
te
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,
da Cafa âl Tôrluguesâ. j i

^
te nsjuftirtas de Villa VilToza efeohrigava& afazer boa c de pax ao
,
ditto Senhor ,
e fcos fubceôres a ditta herdade aliin e da maneira quc
1 he ora trcfpnqavao , por eltc dcftrato , c quitaâo , e fe darem a toJo
tempo por Autores e defFenôres , e na6 Ihe afiftindo com I'ua Autoria
e dctt'cnâo pagar toda a perda c intcrefie em dobro , fern poderem al-
legar que o ditto Senhor nem feos fiibceôres , feguira& a cauza athc
mor Alâda , e que pera tudo renunciam ferias , e quaefquer priville-
gios , alim extraordinarios como emcorporados em direito , e quc por
todo o que I'ocem obrigados pagar , por bem delle diilratto , c obri-
gaâm , queriam pagar , e fatisfazer , como dcvedores da fazenda de
Sua Mageftade , e de tudo niandara6 fer feitto efte Inllromento , que
eu notario como peflba publica , aceitante e eftipullantc afeittei e efti-
puley dos fobredittos , em nome do ditto Senhor edefeos fuceflores,
a que pertenfe, e pofla pertencer fendo a todo prezentes porteftemu-
nhas , Alanoel Fernandes calcetciro morador nefta Villa , c Manoel
Diiis , e Francifeo Luis ambos Criados do ditto Viflente Dilha6 , e
moradores na ditta Villa de Alcacer e outros. E eu Diogo Lopes pu-
blico notario , por Autoridade real , em todas as couzas tocantes ao
Duque nolTo Senhor , e em todas as liias terras , quc efte Inllromento
de dillratto e quitaâo eferevi e em meu livro de notas tomci , e delle
elle tirci , e com o ditto livro concertci , c aqui de meu publico fignal
alignei , quc tal he ; e trcslladados afim os dittos papeis atras o ditto
Ouvidor os vio concertar , e por hirem bem c na veidade , mandou
que fe Ihc delTe tanta fee , e creditto , como aos proprios pera o quc
j
iintrepos fua autoridade , cdecretto Judicial
,
namelhor torma , via e
maneira quc cm direito ferequere , eo alinou , Antonio Cordciro Ta-
balliao que o clcrevi. E eu Antonio Cordeiro Tabballiam do publico
Judicial nella Villa Vilfoza cfcos termos pcllo Duque nolTo Senhor
lis trosladar os papeis atras dos proprios que ficam no cartorio de Sua
Exccllencia bem , e fielmente fern couza quc duvida faâ fomente as

entrcllinhas feguintes = muito c a folhas duas E= fuccelToress a fo-
Ihas vintc e huma c cada hum ce a folhas vinte duas ce c pagou mil
reis = a folhas vintc tres s= nofla Senhora a a folhas trinta e nove
a
a vendedores a a folhas cincoenta e fette a e os rilcados dilTo a fo-
llias treze a Compradores a a folhas fincoenta e fette a com os pro-
prios concertci com o Official abaixo afinado , e por verdade o afig-
nei de meu publico fignal hoje trinta dias do mes de Yunho , de mil e
nuinheatos c noventa c quatro annos. a Lugar do fignal publico, a
Antonio Cordeiro publico Taballiao. a Concertado comigo Tabal-
iiam Antonio de Villa Lobos. a
Eferiptura da Aiexaâo dos mil cruzados que viucullou ao Mor-

gado da Crus , o Senhor Rey D. Joa5 IF.
Em nome deDcos Amcm. Saibam quantos efte Inllromento de

uniam anexa 9 a& em vincullo de Morgado prepetuo virem, que no An-
no do nal'cimento de nolfo Senhor Jezus Chrillo de mil c Ibis centos
fincoenta c Ibis em dous dias do mes de Yunho , na Cidade de Lisboa ,
,
Tom. IV. Ttt na
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514 ^rovas do Uv. VL da Hiftorta (jenealo^tca
na Caza da Jonta dodefpacho doeftado dcBraganâ, eftando ahi pre-

zcntc oDontor Antonio dc Souza Ta\"arcs , do Dezcrnbargo dcclRcy
ndlo Sentior e fû Uezombargador dos Aggravos , Juis dos f'citos de
I'ua Coroa e fazenda Dczcnibargador , e Chanccllcr do ditto eftado ahi ,
fbi apiczentado hum Decretto do ditto Scnlior , cuja copia he a fo-

guinte. Por quanto o Duque meu Pai , c mni Senhor , que fanta
gloria haja emoMorgado que inPituhio daCa>s,emque cu Ihe fuc-
cedi difpoem que todas , e cada huma das pclFoas que luhcedercra nel-
Ic tcnha6 obriga9a6 dco acrefeentar com mil cruzados derenda , c dc
os vincullar , e unit pera I'cmpre a clle , on cm Juro bom e feguro , ou
cm bems de rais , que feguramente os poll'am render , e pella obriga-
cam que nella parte me corre , comfornre ao difpofto nclla ; hei por
bem de vincullar, chunir, acfte Morgado da Crus , os mil cruzados
dc yuro, que me perteneem pclIa Apoftilla do Padram , dc que fera
com efte a Copia aa mdma Apoftilla em a mclhor forma que odircito
o primitir e com toda a brcviilade que for poflivel. Lisboa fette dc
Outubro defeis centos fincoenta ecinco. A Rubrica de Sua Magcf-
tade, em cumprimento do qual fc juntou outro fim a copia da Apef-
tilla dehum Padra6 de mil cruz-ados de juro, cujo trcslado he o fe-
giiinte. Por quanto osquatro centos mil reis de juro ennteudos no
Padram junto que fe paôu cm cauâm ao Contador do Aleflrado da
Ordem de Chrifto , foram yulgados por certidam de yuftifficafl'am do
Juis das JuftifficalFocns de minha fazenda ao Duque de Braganqa Doni
Joa6 pera fatisft'aâm dos Icgados que dos vinte mil cruzados , que
nellcs montab a rezab dc vinte mil reis o milhar , aplicou o Duque
Dom Theodezio feu Pay , por verba de feu teftamento , como fe
vio pela ditta Certidao de- yuttifficataft de que houve villa o ProcU'
rador de minha fazenda de yuro , e herdade pera fempre , pera com
dies dar fattisfaâb ao tdlamcnto do ditto feu Pai , na forma que nel-
ie dcclara , e iflo comacondi9ab de retro declarada no ditto Padrab e
com todas as mais clauzulas nellc conteudas , porque de todas , e ca-
da huma dellas quero que die e as pdFoas a que o ditto Juro viher,
,
huzem egozem elhocumpram inteiramente como nellc fecontem, os
quaes quatro centos mil reis dc yuro , Ihe ferab afentados , a Faber tre-
zentos e des mil reis no AlmoxarifFado da Portagem , e os noventa mil
reis, no Almoxariffado dcElvas, epagos dedoze dcDczcmhro do an-
no de feis centos e trinta c hum cm diante , que por conhccimcnto em
forma de Nicollao Pereira, I’hezoureiro que foi da Junta doComcr-
cio cUltramarino , que eftav-a tndadado , na ditta certiJam de vullif-
ficalFam , conftou fercmlhc entregues os dittos vinte mil cruzados do
pre90 ddlc yuro, pcllo que mando aos exccutores dos dittos Almcxa-
rifados que hora fain c ao diante forem , que do ditto tempo cm di-
ante , dem e pagucm ao ditto Duque D. Joab ns dittos quatro centos
mil reis de Juro cada anno a quanthia quo em cada hum dos dittos Al-
moxarifados hade has'cr aos quarteis porimtciro e pot o treslado do
ditto Padrab e della apolHIla que fera tudo rcgillado nos livros de
minha fazenda , ir.andn aos Contadores, que levcm em conta aos dittos
cxecutorcs , o que cada lium delies , pella ditta maneira pagar c ao
,
Prezi-
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j
,,
da Cafa %eal T*ortnguesâ. 5 i

5
Prezidentc do Coned ho de minha fazenda , que Ihe faga afentar os
dittos quatro centos mil reis deyuro, noslivros della, e do ditto tem-
po cm diantc levara cada anno nas folhas do afento dos dittos Alrooxa-
rifados pclla maneira I’obreditta conilandolhe primeiro pella certidam
nas delta do oficial a que pretemcer de corao na reccitta , que
dos dittos vinte mil cruzados I’e fes ao ditto Nicollao Pereira fiqua por
verba, que por die fepalTou o ditto Padra6 aoContador doMdtrado,
deftes quatro centos mil reis de jnro , e pretenceram enmforme efta
Apoltilla ao ditto Duque e I'e rompeo o conhedmento cm forma que
delles tinha paâdo o ditto Nicullao Pereira , por quanto o rcgillo do
ditto Padrao dos livros da minha Chanl'eliaria , fe rii'cou ao alinar def-
ta Apoltilla que vallera , como fe fora Carta feitta em meu nome,
,
fern embargo das ordenalToens eni contrario. Sima6 de Saa a fes cm
Lisboa, a vinte outo deSeptembro de feis centos etrinta c tres. Se-
baltiab Piriftdo a fis eferever , Antonio Cavide. E bem afim fendo
yunta a procuraâo em que o ditto Senhor da todos os podercs ein
direito nefeârios , aos dittos Dezembargadores Antonio de Soufa Ta-
vares , e Rodrigo Rodrigues de Lemos , pera fazerem a ditta uniam
ancxa5a6 , em vincullo de Morgado perpetuo , dos dittos mil cruzados
de yuro , que o ditto Ducado tern alentados nos Almoxarifados de
Portallegre eElvas doqual o treslado he ofeguinte. Eu clRey como
adminillraJor do ellado cCaza deBraganga, deque tenlio feitto Doa-
9am ao Principe D. AlFonfo, meu fobre todos muito amado e preza-
do lilho, e bem afim como fubccôr que fui do Morgado chamaJo
da Crus, faô faber aos que ellc virem que o Serenillimo Senhor Du-
que Dom Theodozio meu Pay que fanta gloria haya , na InllituiTao
que fes do ditto Morgado , depois que todas e cada huma das pelToas
que nelle fubcederem tivelTcm obrigacao de o acrefentar com mil cru-
zados de renda , c de os vincullar e nunir a clle pera fempre c pella
obrigaâm que nefta parte me occorre, e comforme ao dilpollo nella
hei p or bem , e me pras , de dar podcr aos Doutores Antonio de Sou-
za Tavares , e Rodrigo Rodrigues de Lemos , do meu Dezembago
e Dezembargadores dos Aggravos da Câza da SuplicalTam , c da Jun-
ta da fazenda do ditto cltado
,
c Caza de Braganâ pera que por mim
e cm meu nome , ambos , e cada hum delles , como meos Procurado-
res, polliim hunir e vincullar pera fempre ao ditto Morgado da Crus
os mil cruzados de juro, que pretencem a fazenda do ditto Ducado,
pella Apoltilla de hum Padram que delles tern alentados porePa ma-
,
neira; trezentos e dcs mil reis no Almoxarifado daCidade de Porta-
legre , e novciua mil reis no da Cidade de Elvas afim e da maneira
,
que na ditta Apoltilla he declarado , e poderab otrogar a elcrcptura
que dilFo fe fizer , e nfeitalla com todas as clauzulias , condiôins , e
obrigijoins , que pera vincullo e uniam e boa I'eguranâ do ditto
,
Morgado forem ncccTarias , porque pera tudo Ihe concedo os podercs
cm direito necelTarios , c tudo o que por elles ou cada hum delles Ibr
« feito , outrogaJo c aceitado , haverer por firmc e valliozo. Baltbczar
i Gomes o fes em Lisboa a vinte feis de Novembro de feis centos lin-
ff coenta e finco , e eu Joao Luis afis efertaw. REY.
!> Tom. IV. Tttii Ha
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Turovas do Ltv, VL da Hlftorla (jenealo^ca
Ha VofTa Magcftade por bem como adminiftrador do eftado , e
caza de Braganâ , e bem anm como lubcelor quc foi do Mcrgado da
Crus, dc dar poder aos Doutores Antonio de Souza Tavares , e Rodri-
go Rodrigues de Lcmos do Dezembargo de Vo(Ta Alageftade , e Dc-
zcmbargadorcs dos Agravos, da Caza daSuplicalfam , c da Junta da Fa-
zenda domefmo Ducado , pera que ambas juntamcntc , oucada hum
dellcs pofTam hunir , e vincullar ao ditto Morgado da Crus pera lem-
pre os mil cruzados dc yuro que o ditto Ducado tern afentados nos
Almoxarifados de Portalcgre , e Elvas , comforme a Inftituiâ 6 delle
na manelra adrna dcclarada , pera VolFa Magcftade vcr. Logo pellos
dittos Procuradores cm prezentja de mim Taballiam e teftemunnas ao
diante nomeadas e por mim rcconhecidas foi ditto , e requerido , que
por quanto Sua Mageftade no ditto decretto havia por bem , de vin-
cullar , e unir ao ditto Morgado da Crus , os mil cruzados de Juro
que llie pretcmciam pella apoftiila do Padram , dellcs afentados nos
Almoxarifados de Portalcgre , e Elvas , dies dittos Procuradores em
vertude da ditta Procuralfao , uniam , c anexavam , em vincullo de Mor-
gado prepetuo pera fempre , os dittos mil cruzados , a faber trezentos
c des mil reis , afentados no Almoxaritfado de Portalcgre , e noventa
no de Elvas , ao Morgado da Crus , cm cumprimento da difpoziflaO
delle , na forma de fua Imftituiâo que ordenna que todas e cada hu-
nia daspelToas, que fubcederem no ditto Morgado, tenhao obrigaâm
dcacrefcntar com mil cruzados de renda , e de os vincullar , e unir pe-
ra fempre a clle , ou em yuro bom , ou cm bems dc rais quc fegura-
mente os poftam remder, pera qne tenhao a mefma natureza que tern
os bens do ditto morgado a clle vincullados , pera que nunca em tem-
po algum, fejam vendidos, alheados^ ou efcambados como he decla-
rado cm todos os bems da Inftituiâo , e vincullo do ditto Morgado
da Crus, e fejam imidos a clle em vincullo perpetuo, pera que fejam
fempre yuntos , unidos , e vincullados em Morgado , e na 6 podcrem
fer partidos , nem apartados , ou hipotccados , ncm nellcs podcra ha-
ver preferipâm immemorial , ncni ter lugar hipotcca , nem fcn90 que
nellcs fe fa9a , ncm por cauza de dottc , ou Arras , ou alimentos , ncin
por qualquer outra couza publica , nem piedoza , nem por via de tef-
tamento , ou contratto , nem ultima vontade , ncm por outra alguina
maneira alheados, como bem alim he difpofto nas clauzullas do ditto
Morgado da Crus , fereferem ; com dcclaralfam , quc fc em algum tem-
po ofubedfor ou fubcdforcs, que pcfuhircm e adminiftrarem o ditto
Morgado , por comviniencia , que pera iftb fe pofta ofterccer com li-
ccii9a de elRey , vemderem ou trocarem ou cfcambarem , ou de qual-
,
quer maneira alhearem , os dittos mil cruzados de yuro ou parte del-
,
les, na 6 pofta rcccbcr a feu poder, nem de fees ofliciaes, odinheiro,
porque foi vendido , ou trocado ; antes feya logo depozitado em ma 6
de pdfoa fegiira e abonada por Autoridade de yuftiflb pera dellcs fc
,
comprarem bems de rais livres , e dezembargados que nao tenhao ou-
,
tre vincullo ou cmcargo ncm obriga9am , ou cm outro yuro mclho-
,
Tado, com asmefmas condi90cns dc bems livres pera que fique uni-
,
tlo, e vincuUado ao ditto ^loigado da Crus, coin as callidades, con-
«iiiroctis
c ,
,

dilToens cobrigaôens delle de maneira que eftc vincullo , euniao te-
nlia6 feu cumprido eft’eito , pera todo fempre , na forma referidi da
dirpozilTa6 , e Inftituiâm do ditto Morgado , fe obferve , e nao fcce
nem ein parte , nem ein todo , pofto que parefa , ou fe queira moftrar
que fcôu a cauza , porque foi inditiiido , porque fem embargo de
todo foi voiitade do ditto Senhor porque fique firme , e valliozo a
unia& dos dittos mil cruzados pera todo fempre , e que nenhuma pef-
foa , ainda que fejam fillios feos
j
ou quaefquer defeendentes , poflao
pretender que ficam naCaza os dittos mil cruzados deyuro, ou algu-
ma parte dcllcs , fendo bems livres , e de partilha , porque fua tengam,
e vontade , he quo nefte cazo , e em quaefquer outros femdhantes
poftos que fejam taes , que agora na6 cuidem , nem polTam cuidar
nelles , fique toda via , c(Tc vinculo e uniam pera fempre, porfegu-
ro vallido e inteiro fem quebra ou diminuiflam alguma , c pera o cunv
prirem obrigaram os bems e rendas do ditto Duque cm teftemunho
de verdade afim o otrogaram , e pedira6 fe fizelfe efte Inftromento neP-
ta notta, eqiie dclle fedelTem ostresllados neceârios que aceitava6,
e eu Tabal!ia6 tudo aceito cm nome de quern tocar auzente como pef-
foa publica , ftipullante , e afeitante , teilemunhas que fora6 prezentes
Balthezar Gomes, eLuis daSilva officiaes da Caza deBragan 9a, e to-
dos conhecemos a dies partes , fam os proprios aqui conteudos que
na notta afinaraii , com as teftemunhas , e dla fe otrogou ein vinte feis
dias do mes de Fevereiro de mil e feis centos fincoenta e fette e cu
,
Theodozio da Coda de Souza Taballia6 publico de nottas porSua Ma-'
gcllade , nefta Cidade de Lisboa e feu termo , que efte Inftiomento
em meu livro de nottas tomci , cdcllc a que mereporto efte fis tref-
ladar , e concertei c fobeferevi e afignei de ineu publico fignal. Lugar
do fignal publico , em teftemunho de verdade , Theodoiuo da Cofta d*
Souza. '
AharA conceAido por E/Rey ao Duejue D. Theodovo IJ. para (jiffi

em todas as /iias terras , Jem embargo do privi/egio de Mam-
po/leiro dos Cativos , e daTrindade , Jejai eJeicos para os
cargos do Concellio , os que os tiverem. E/la no Car-
torio da Cafa de Braganqa , donde 0 t'trey,
U EIRcr faô faber aos que eftc meu Alvara de Confirmaîfi vi-
Num. 24T.
>rera que por parte de Dom
Theodozio Duque deBragan 5a, edc
Barccllns meu muito amado, e prezado fobrinho filho do Duqiie IX An.
Joafi que Deos pcrdoc, me foi aprefentado hum Alvara do Senhor
Rci D. Scbaftiafi meu fobrinho que fanila gloria haja per elle affina-
do, comhua poftilla ao pee tambem por elle do que tudo otrcslado
he o fegninte. Eu ElRcy faô faber aos que eftc Alvara virem que
havendo rcfpcito ao que na pcti 9ao atras eferita diz o Duque de 3ra-
ganâ meu muito ani.ado , e prezado fobiinho , e vifto como minha
tenjao nao ibi conceder privlllcgios aos Maopoftciros dos Cativos
nem
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5 I 8 ^rovas do Uv, VL da Hlfloria (jcneah^ca
ncm da Trindade ,
fcnao fcndo pcIToas de qualidade que autuamentcl
pcâo aseiVnollas como comumniente fcula , ey por hem , emepraz,
quc os moradores da Villa de Villa Viôfa , e feu termo , que nao fo-
rcm della qualidade na& gozem dos dittos privilegios dos Cativos , e
da Trindade pcra deixarein defer eleitos, edefervirem nos cargos, e
officios do concelho , e que daqui cm diante poira6 fer eleitos pcra os
dittos officios , e os llrva& fern embargo dos dittos privilegios , e de
quacfquer fentenâs da Rclaca6 que nellc cafo haja em contrario por-
que alii o ev por hem , e meu Icrviô \ e mando a todas as jufti 9as,
officiacs , e pclibas a que o conhccimcnto difto pertcnccr que cumprao,
guardem , e fa^'ao intciramente comprir , e guardar die Alvara como
Ic nolle contem , o qual ey por bem que vallia , e tenha for^ , e vigor
como fefolFe Carla feita em meu nome por mjm adinada , e pallada
per minha chancclaria , e polio quc per ella nao feja palFado fern em-
bargo das ordenaôens do fegundo livro titulo vinte quc o contrario
defpoem ,
Gafpar de Seixas o fez cm Lisboa a quinze de Outubro de
mil quinbentos fetenta e dous , Jorge da Colla o fes cfcrcvcr. Pollilla.-
Ey por bem que o meu Alvara acima eferito fecumpra, eguarde co-
mo fe nelle coiuhem nos privilegios dos Cativos , e da Trindade de to-
das as Villas, e lugares do Duque de Bragan^'a meu muito amado , e
prezado fobrinlio ,
e mando as julliâs a que o conhccimcnto difto per-
tcnccr que afli o cumprao , e faâo comprir , e ella apollilla me praz
lie valha
,
e tenha forâ , e vigor polio quc o elfcito della haja de
3 urar mais de hum anno, eque. nao feja palFada polla chancclaria fern'
c/nbargo das ordenaôens que o contrario defpoem , Jorge da Colla o
fez cm Evora a dous dias de Janeiro de mil e quinhentos fetenta e tres.,
Fedindome o dito Duque D. Theodofio por mcrce quc por quanto elle
era ,o filho mais velho Barain liilimo que ficou por lalecimento do Du-
que D. Joa6 feu Paj , quc Deos perdoc , que herdara , e fuccedera fua.
Cafa , e terras , c Ihc pcrtencia o conteudo no Alvara nefte tresladado,
ouvelle por bem de Iho firmar , e villo feu requerimento por muito fol-
gar de Inc lafer mercc tenhoporbem, e Iho confirir.o , e ey porcon-
firmado per fucccHao , e confirmaâb , e mando quc fc cumpra , e guar-
dc intciramente alii , c da maneira quc nellc fc contem , o qual quero
*
quc vallia , tenha forâ, c vigor como fefolFe carta feita emmeu no-
me per mym alFmada , e palFada per minha chancclaria fem embargo da
ordenaâo do fegundo livro titullo vinte que diz que as couzas cujo
ett'eito ouver de durar mais dc hum anno paffiem por cartas , e palFando
por Alvaras nao valha6. Miguel da Colla o fes em Lixhoa a uous dias
domes dejunho demil quinhentos noventa edous Eu Ruy Dias de
Menezes a fiz eferever.
O Bifpo dc Lcyria Pedro.
Jilvard
,
da Cafa âl Tortugueiâ. S^9

%Alvara de Confirmaqa'o dosCaphuIos doContrato dcCafumcnto do
Diupte de Rraganqa D. Theodofio If. com a Duqueza Dctia
Anna de V elajco. Original efld no Cartorio da C(â
ae Braganqa , donde o copiey.
U E1Rc 7 faô faber aosque cfte alvara vircm que porminha or*TSJiity» -9x9
ilcnj , e mandado
,
eftd concertado Cafamento , entre Dom Thco
dofio Duquc dc Barganâ , e de Barcclos, meu muito amado , c prc- An. 160^.
zado primo , c Dona Anna de Vclafco filha de Joa6 de Velafco Con-
dclbblc dc Caftella , meu primo , e de Dona Maria Giron
, Duqiicza
de Frias fua mulhcr , I'obrc o qual fe fez cfcritura de Capinila9.a6
UC oiitorgara& Dom Francifco Gomez de Sandoval cRoxas, Duque
3 e Lcrma , Marques de Denia meu primo, emS. Lourenô oReal ao
primciro dia de Julho do anno paHado de mil ieis centos cdous pc-
rante Miguel Rodriguez Eferivao donumero da Villa do Efeurial por
procuraâo cfpecial do ditto Duoiie de Barganâ e o dito Condeef-
,
table perfi, e como marido da dita Dona Maria Giron Duqueza de
Frias, e como pay legitimo adminiftrador da dita Dona Anna de Ve-
lal'co fua filha
,
naCidade deValhedolid aosfctc dias domes de Julho
do dito anno, perante Bras Lopez Calderon Eferivao Real, e publi-
co da ditta Cidade , a qual eferitura traduzida da lingua Caftelhana cm
Portuguefa he a que fe fegtie. O que fe capitula e alfcnta por o Sonhor
Dom Prancifeo Gomes dc Sandoval e Roxas , Duque de Lerma Mar-
qiies de Denia , Comendador mayor de Caftella
, Sumilher dc Corps,
CavallicriiTo mayor dcElRey nolTo Senhor e do feu Confelho dcel-
tado em nome , e por podcr cfpecial que tern do Senhor D. Theodo-
fio femindq dc.«.e ncme Duque de Barganca
,
c dc Barcelos , Marques
dc Vwla Vicofa , Conde de Ourem
, Conde de Arrayolos, Conde de
rcnafiel Senhor de Monforte
, c de Montalegre , Condcftablc dos Rei-
"os eSenhorios de Portugal, c polo Senhor D.
Joa6 de Velafco Con-
dcft^le de Caftella e Lea6 Camcreiro mor d’ elRcy noftb Senhor c
, ,
feu Copciro mor do feu Confelho deftado c Prefidente de Italia Du-
, ,
que da Cidade de Frias, Comic de Haro, Conde deCaftilnovo, Se-
nhqr dasCafas dc Vclafco e dos fete Ifantes dcLara para concluir, e
,
cfteita^ o matrimonio e Cafamento que porordem evontad; deSua
,
Alageftade c por fua real autoridadc fe ha tratado e acordado fe cele-
bre , econtraia entre o dito Senhor Duque de
Barganca , e a Senhora
Dona Anna dc Velafco filha mavor legitima do dito Senhor Condef-
table de Caftella c da Senhora Dona Alaria Giron Duqueza dc Frias.
,
I Que antes de todas as coufas fe ha de fijpricar a Santidadc do
noifo muy Santo Padre Oemente Offavo que de fua benignidadc
, , e
graâ Apoftolica difpenfe com os Senhores Duque de Barganca e Do-
na Anna ^Velafco, habilitando-os para poder celebrar econtraer eftc
matrimonio , c removendo o cmpedimento Canonico que refulta do
parentefco dc confanguiniilade que ha entre os dittos Senhores.
II Que concedida a dita defpenfaâd por & Santidade e logo que
lya
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5 20 '‘Trovai do Liv. VI. da Hillorla êneah^ca
fcja trafilloo breve della o Senhor Diique dc Lerma reprefentando a
pciroa do Senhor Duque dc Barganja polo podcr el'pccial que para ef-
te ctlcito tern , e a Senhora Dona Anna dc Vclafco , promete dc ufar
do dico breve, e derpenfaâo cprccedendo as Iblcmnidadcs que reque-
rem os Sagrados Canoncs, e o Santo Concilio de Trento (c defpofa-
rao , e calarao nefta Cidade de Valhedolid por palavras que faâo le-
gitimo , c verdadeiro matrimonio dc prel'cnte , legundo a ordem dc
Santa Igrcja Catholica Roinana , o qual aprovara , c rctificara o Se-
nhor Duque de Barganâ tanto que chegar a I'ua noticia que le fez e
contraio em feu nonie per o Senhor Duque dc Lerma , c dc fua apro-
baâo , eratifica9a6 mandara ao Senhor Condcftable, e aSciihora D.
Anna teftemunhn cm forma.
III Que o Senhor Condcftable dc Caftclla portodo omes d’ Ou-
tubro dclle prezente anno , c per fua conta , e a fua cufta mandara a
dita Senhora Dona Anna fua iilha at6 a por nos confins e arraya que
por a parte deBadajoz devide eftes Rcinos de Caftclla do dc Portugal
aonde o Senhor Dorn Inhigo de Vclafco Conde de Haro a entregarS
ao Senhor Duque de Barganga , que aquelle no mefmo tempo hade
chegar a dita arraya c fitio para a rcccbcr que fera pola menha , e a
bora que polFao chegar antes dc comer a aljû lugar ou fitio dentro de
Portugal cm cuja Igrcja polTao ouvir milla e receber as benôes e ve-
lajoes nupciae.s.
IV Que atento que ElRcy nolTo Senhor cm confideraâo dos gran-
dcs mcrecimcntos do Senhor Duque de Barganâ , c do grande paren-
tefco que tern com Sua Alageftade c dosmuitos , e muy llnalados fer-
R^s,
viij'os que os antccellbres del'ua Cala tern feito aos Senhores c
o dito Senhor Duque e feu Pay a S. Alageftade , e a ElRey nollo Se-
nhor que haja gloria , c para que haja eft'eito efte cafamento , e ma-
trimonio , c por fua caufa e contcmpla5a8 entre outras mcrccs aba fei-
to ao Senhor Duque , dc Ihe dar liccnja e faculJadc , para que por
tempo dc vinte annos que hao de come9ar a correr depois dos largos
dias da Senhora Dona (Jatherina fua may e que I'e haja acabado outra
lieenga que o Senhor Duque tern por outros feis annos, polFa cmca-
da hum dellcs fazer trazer da India Oriental trezentos quintacs dedro-
gas decertas cfpeciarias francos elivres dedircitos, fegundo que mais
articularmcnte fe dcclara na cedula Real da dita merce cm que Sua
S lagellade ha fido fervido dedotar a dita Senhora Dona Anna, arece-
be , e accita o dito Senhor Duque de Lerma em nomc do Senhor Du-
que dc Barganga per dote, eftimado em cem mil ducados Caftclhanos
ue fizem e montab trinta e fete contos equinhentos mil maravedis,
3 os quaes o Senhor Duque de Lerma faz , e conftituye devedor mani-
fefto ao Senhor Duque dc Barganâ polo dito titulo e caufa do dote
rcccbido com a Senhora Dona Anna bem alii como fc real , e vci dadei-
ramente os houvera recebido , e de prefente os rcccbcra de Sua Magef-
tade e da Senhora Dona Anna em uinheiro de contado e ouvera paf-
,
fado de fua mao a fua.
V Que de mais e alcm dos ditos cem mil ducados em que clRey
noftb Senhor dota a Senhora Dona Anna hade haver alii mefmo por
,
augmento
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,
diX Cxfa %eal TôrtugueTâ. 521

nugmento de dote o preijo , e valor das joyas , veftidos , e pcrfcas quc
de prcfentc tcm , e levar a poder do dito Senhor Duaue dc Barganâ ,
como I'e taxaircin c avaliarem cm efta Cidade de Valhcdolid por duas
pclToas nomcadas , hua
por parte do Senhor Duque , e outra pola do
Senhor Condcftable.
VI Que o Senhor Duque dc Lerma cm nome do Senhor Duque
dc Barganâ por titulo de arras , e doacao propter nuptias prometc a
Senhora Dona Anna dez mil ducados dainoeda dcOillella que lazem,
e montao tres contos fcteccntos e cincoenta mil maravedis.
VII Quc para a paga c reftituiâo de todo o dito dote aumento , e
arras equc fe fara com eft'eito bein , e cumpridamente em dinheiro de
contado , a Senhora D. Anna e a quern feu direito tiver tanto que ef-
te matrimonio for desfeito , e fcni aguardar as dilaôra , e prafos le-
gacs obriga o Senhor Duque de Lerma ao Senhor Duque de Barganga
com todos feus bens que tern e tiver , afli livres , conio patrimoniaes
e da Coroa , c morgado e todos os mais de qualquer nome , natureza ,
'
e condiâd quc feja&.
VIII Quc fc o Senhor Duque ou feus herdeiros, e fuccelTorcs na&
pagarem , ou reftituirem a Senhora Dona Anna , ou a quern feu direi-
to tiver , o dito dote com feu aumento e arras logo quc for chega-
do o dia , e cafo da paga e reftituifad conforme ao Capitulo prcccdcn-
te por todo elle , c por a parte, e cantidade que fe deixar dc pr.gar,
e redituir dcfdc agora para entad ha dc ficar , c fica fenfo alquitar , e
a rezao de vinte mil o milliar impoflo e carregado fobre os bens da
,
Cafa , c morgados patrimoniaes e da Coroa , c lobre todos ns mais do
Senhor Duque e fobre asrendas dcllcs , e efpecialinente fobre os que
I’e conlignarcm cm a eferitura quc fe hade outorgar delle dote e ar-
,
ras , fern quc pola dita fituacad efpccial de rendas fc derrogue , ncin
prejudique a Ipoteca geral o qual dito fenfo efeus reditos had dcco-
meâr a correr logo que liicceder o cafo , e dcs o dia que a Senhora
Dona Anna, efeus herdeiros puderem pedir o dito dote, augraento,
e arras como fe declara nosCapitulos antes delle, e alii mclino com
deftinacad de paga dos ditos reditos para a parte e lugar dos Reinos
de Caftella , ou Portugal , em que a Senhora Dona Anna conflituir c
,
fizer fiia niorada e habitaâd.
,
IX Qjie para firmeza c feguridade de todas as promcâs ebriga-
90CS , eipotecas , efunda^rd de fenfo e paga dos reditos, e das mais
coufas conteiidas cm osqnatro Capitulos antes defte o Senhor Duque
de Braganâ fe obriga a haver de Sua Alagcftade como Rey dc Portu-
gal as liceneas, c tijculdadcs, quc forem nccelTarias cm forma
,
c cm
fullancia a toda fatisfaâd do Senhor Condcftable deCaftella
,
ecom
todas as claululas quc fc reqnercm de difpenfajods fufpenfoes abro-
, ,
gajoes , derogagoes de derogagoes de leyes , coftumes , e foros , aHI
geraes, como municipaes que cm qualquer maneira, ou confideragad
c por qnalqTier entendimento expreftb ou fub inteleclo ilirccla , ou
,
indireclamente fejad ou poflad fer contrarias, ou repugnantes asditas
licengas, efaculdades rcacs, e efpecialmente com fufpenfad difpenfa-
,
gad , e derogagad da ley de Portugal que falla , e defpoem na fufpen-
Tom.IV. Uuu v“d,
,,
52 2 Turovas do Uv. VL da H ftorla Cjenealogtca
916 , trasla5ao , e condiâA dos bens da Coma , e albcacao ddlcs , e da

outra Icy que prohibe ao marido dar e promoter a I’ua niollier por ti-
tiilo , e nomc de dote , c arras mais da tcr<,-a parte do qne real c ver-
dadciramentc tiver recebido, eafli mcfmo coni derogagao , fufpenfao ,
e delpcnfaâA de todas , e quaclqucr claululas geraes , c cfpcciacs , pe-
nas, prohibi90& , modos, c condiôcs com que os Sennores Revs,
e os fundadores dos ditos morgados , c aumcntadorcs ddlcs ajao prohi-
hido , eanulado alheagaA, clpotcca eobrigaâA perpetua ou tempo-
ral dos tacs bens , c de fuas rendas , c o peder os pofl'uidorcs , ou iuc-
ceflbres , pedir , ou confentir que em feu nomc ou a inftancia de tcr-
ceiro le tirem , e impetrem I'cmelhantes faculdades, elicenâs, e iifar
das que Ihe forem concedidas polos Senhorcs Reys de Portugal de feu
motu proprio , e poderio real abfoluto , ou a inftancia, e I'uplicaâA
de parte, ccondiâA que aspo<Â pedir , c tirar o Senhor Conddla-
blc ou a Senhora Dona Anna fua lllha , c pedir a Sua MagcAade as
conceda fern que feja necedario aguardar que as pega c tire 0 Senhor
Duque de Barganga.
X Que todos os bens que fe ganliarcm c multiplicarcm de confu-
mo durautc elle matrimonio fedevidao , cpartaA , igoalmente entre
os Senhorcs Duque , c D. Anna , c feus herdciros , adjudicando tanto
a hut parte como a outra com dccIaragaA que as dividas fe haA de pa-
gar do monte mayor, c antes defazer a dita partigaA , edivifaA , alii
as que fe tiverem caufado , econtraido durante ellc matrimonio por os
ditos Senhorcs juntamente , como as que fe caufarem, e contrayrem
olo Se.ihor Duque foo , e fern intervengao , e obrigagaA da Senhora
£>oni Anna com quo em todo fucced'o, cemqualqucr cafo haA de fi-
car livres , e falvos feus bens , adi dotaes , c arras , como parrafrenacs
de qualqucr obrigagaA , c ipotcca que tenha feito com o Senhor Du-
que , ou foo com fua licenga , concentimento , e aulhoridade , e com
'que , fe as dividas adi contraidas forem cm mais cantidadc que os bens
que fe houverem adquerido , e multiplicado , naA ha de poder pedir
nem pertender a Senliora D. Anna lelhc deve , eque ha de haver par-
te delles.
XI Quo por quanto o Senhor Duque de Barganga aoprefente fe
acha obrigado a pagar alguas dividas em cantidade de fedenta mil dti-
cados he condigaA que para a paga delles ha de poder apartar , c def-
membrar ns rendas das uias Villas d’ Ourem , c Porto de Wes , para
que dellas fe vaA pagando fcni que a Senhora Dona Anna ncm feus
herdciros podaA pedir nem pretender fe fez a dita dcfmcmbtagaA , c
fcparagaA cm feu prejuizo , c dcmiiiuigao dos bens adqueridos , em que
pudera , e devera ter parte , com que logo que lejaA pagados cs ditos
fedenta mil ducados fehaA dcajuntar as rendas das ditas Villas com as
mais dos outros bens dos outros edados , e morgaJns do Senhor Du-
que para que de tudo o que if alii adiante fe multiplicar com dies
aja a Senhora Dona Anna fua parte.
XII Qiic atento que edc cafame/iEo , e matrimonio fcfaz por dote
e arras, cnaA por carta de ametaiie , que he termo , e linguagem das
leys de Portugal, fe dcclaia, chc condigaA que naA fchcA decrrrii-
• '
iiicar
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,,
da Cafa %eal Tortugueiâ, 523

nicar cntrc os Scnhores Duquc , eDona Anna os Capitals que agora
tcm e mctem ndlc matrimonio ,
ncm os aue ao diante tivercm c ad-
,
quirircra cada hum por titulo particular ae heranga, manda , ou doa-

gao ,
porquc dies alfi adquiriuos por cada hum ha6 de hear proprios
e impartiveis.
XIII Que por quanto o Senhor Duquc dc Braganga com licenga de
Sua Mageftade tern feito , e fundado dc certos bens hum morgado que
ciiama6 da Cruz acuja fuccfTa6 chama aosque por tempo ouverem de
fuceder cm fua cafa , e morgados antiguos i'e declara que nas eferitu-
ras que fe ha& de outorgar em comprimento c cxccuflao o Senhor Du-
que podera p6r todos os vinculos daufulas , e lirmezas que Ihe parece-
rem utiles , e nccelTarias para a perpetuidade , eAabilidadc , e iirmeza
do dito morgado , como na& feja nietcndo , e incorporando nclle ou-
tros bens dc novo , mais dos que cftedlivamente ellao meddos , e ex-
preflados na eferitura , e tiindagao do dito morgado porque I'eria pre-
judicar naquella parte aos outros filhos que for Deos Iîdo darihe
dcflc matrimonio.
XI V Quo o Senhor Duque dara em cada hum anno dos que river
durante efte matrimonio aSenhora Dona Anna tres mil ducados para
a fua Camara livrados no feu Thezourciro tjue Ihospague porquartcis
que fa6 quatro tergos ao anno , e os pagara polas livrangas que a Se-
nhora Dona Anna der, fern que feja nccelTario outro algum rccado^
livranga ncm podcr do Senhor Duquc , cujos contadorcs os pafTarao
cm conta diamentc, centendofe que a Scnliora Dona Anna hade aver
os ditos tres mil ducados fern ter obrigagad a vcllirle ncm enjoyarfe
nem dar , ncm pagar as ragoes ncm quitagocs dc fua cal'a , cnados , e
criadas, ncm fazer outros gaflos fcmclhantcs , porquc todos ellcs I'e
hai) dc fazer por conta do Senhor Duquc.
XV Qiie a Scniiora Dona Anna hade rcnunciar as ligitimas , e fu-
turas fucccgocs quo Ihepodcrem pcrtcncer dos bens, e hcranga do Se-
nhor Condcftable c da Senhora Duqueza de Frias feus Pays , c fe hade
apartar , c dcl'eftir dc todos feus dircitos , e augoes cm favor dos Se-
nhorcs Condcftable, c Duqueza, e dadita renunciagao fara eferitura
cada, equando que o Senhor Condcftable mandar, eordenar, ccom
todos os vinculos , forgas , juramentos, deliftencias , abdicagoCs, ecom
todas as demais daufulas que forem ncceirarias para que em nenhum
tempo ncm per ncnlium cafo poH'a rcclamar nem dizer contra ella nem
Ihc tique remedio , ncm rccurfo algum , e que para que mais valida-
meate fe poiTa fazer , e outorgar a dita eferitura , e fazer a dita renun-
ciagao prcccdera emancipagao da Senhora Dona Anna feita na forma
quo o dircito , e leys difpoem.
XVI Qie os demais hlhos, netos, e decendentes dosSenhorcs Con-
dcftablc e Duqueza de Frias pays da Senhora Dona Anna cm nenhum
tempo nem cafo hao dc poder pedir ncm pretender que efte dote he iu-
qfticiofo , eexcefllvo, eque como tal fedeve moderar, e reduzir a can-
tidadc Icgitima conforme a que Ihe podera tocar dos bens e hcranga dc
feus pays , conforme as leys deftes Rcynos dc Caftclla , ncm a Senho-
ra Dona Anna ( em cafo que folTc inlUtuida por herdeira do Senhor
Tom. IV. Uuuii Con-
,
524 doLiv.VL daHlôria (fene/ilogtca
Con Jdtablc , ou da Scnhora Duquera feus Paj’s ) hade cftar ncm fear
obrigada a trazer a colaâo , e parti9ao os cein inil ducados dc que S.
Wageftade Ihe tem feito mercc por caufa , e contemplaâb dcftc n'a-
triiiionio , e para dote delle na forma que fc declara no Capitulo quar-
to porque fe ha& , e devein ter , e julgar para em tal cafo por bens ad-
vcnticios , e proprios feus , avidos por doaâo Real tcita per contem-
pla9a6 de fua pelfoa , e na6 per oiitra alguma confidera9a6 , c para ma-
yor abundancia ( fe ncccfTario for) defde logo fe ha de pedir , epede i
aElRey nolTo Senhor feja fervido deconcedcr fua Real faculdade de

aprova93& do em eftc Capitulo contcudo com deroga9a6 da ley e prac-
matica de Madrid que modei a , e taxa os dotes que os Pays podeni dar
a fuas filhas , e de outras quaefquer levs , c pracmaticas aeftes Reynos
de Caftclla , que difpoem , ou fc po!ta& alâr , ou induzir em con-
trario.
XVII Que cm acontecimento defallecer, emorrer aSenhora Do-
ra Anna fern deixar flhos, e dcfccndcntes , na6 ha de poder difpor
per contrato nem ultima vontadc em vida nem em mortc das duas par-
tes de tres dos ditos cento e dez mil ducados que leva per dote , e ar- '
ras , quo ha6 de fer , e ficar precifamente para o Senhor CondePable

feu pay , e para feus herdciros , c pelToas que tiverem feu dircito
que fe Ihc had de pagar naquclla maneira , e forma dc pagâ em que o
&nhor Duque de Barganra efta obrigado a pagar , e rdutuir o dito
dote, e arras a Scnhora Dona Anna, fcguncfo fe declara no Capitulo
oitavo delta capitula9a6 dc maneira que a Scnhora Dona Anna lomcn- I
tc podera difpor em vida , ou em moi te da ter9a parte dos ditos cento 1
c dez mil ducados que foma , e monta trinta e feis mil e feilcentos e I
fcllenta e feis ducaaos efeis rcalcs evinte dous maravedis , edetodo

oaumento dedote, ebens parrafrenacs ; porem fefuccedcr o dito ca-
Ib dc morrer fern filhos , ou deccndcntcs fern aver difpollo da dita tcr-
9a parte dos ditos cento e dez mil ducados , e do aumento de dote,
tudo ilfo hade aver o Senhor Condeftabic , c feus herdeiros , que te-
nhao feu direito excepto o augmento de dote que refultar do preô , e
valor dc joyas , veftidos , e prefeas de que fc faz menâb no Capitulo
quii\to delta capitula93o porque hade ficar
,
e hade fer para o Senhor
Duque de Bargan9a , e para leus herdciros.
XVI II Que fuccedendo o cafo de haverfe de reftituir ao Senhor I
Conddtable o dito dote c arras , em conformidade do difpollo polô I
Capitulo antes delle e h fezao for viva a Senhora Dona Catucrina nnay
do Senhor Duque dc Bargan9a , nao fc lia de entender ter chegado q
prazo , e termo em que fe ha dc fazer a tal reftitui9a& , e paga do di-
to dote , e arras , atfi que fejab palTados quatro annos contados defde
o dia que o tal cafo fucceder , para o tempo dos quaes nab hab dc cor-
TtT intrelTos do dito dote , e arras , ncm reditos do cenfo , que para
d’ alii adiante palTados que fejab os ditos quatro annos ha dc iicar im-
pollo , e fituado na forma , e da maneira que le contem no Capitulo
uftavo.
XIX Qiie fuccedendo que o Senhor Duque de Barganâ a quern ^
Deos guar^ muitob annos, iallcja , e mpira iem deixar hilios ncm
I
decen-
j
Digitizftfi hv Guoqli'
da Cafa "Real Tortugues^d. 525
decendontes fobrcvivendo a Senliora Dona Anna , e qucrcndo Ecarfe a
vivcr no Reino de Portugal para etn tal cafo , e aconteciincnto le Ihe
hade dar, e dclUe logo felheaflinala a Villa deArrayolos, mie he do
dito Senhor Duque , para que a haja ^ e tenha por todos os dias de fua
vida , e a pefTua com o Scimorio , e vaflTalagem , e com todos os direi-
tos , e rendas , padroados , e provifoes de benefficios , officios , e alcay-
dcria e com tudo o mais que I'e foe ter por anexo , e pertencente a
,
dita Villa ,
como o tern , e poflTue o Senhor Duque , e fern
fegundo ,
e
que difto llie nem falte coufa algua por todo o tempo que
mingue ,
como dito he viver , e tiver fua habitaâo a Senhora Dona Anna no
dito Reyno de Portugal, perfeverando toda via no eftado deviuvez,
que dcbaxo defies dous modes, econdiôes, o Senhor Duque deLer-
ina em nome do Senhor Duque de Barganfa faz a dita conceffao a Se-
nhora D. Anna da dita Villa para que a aja , e tenha demais , e alem
do que ouver de aver , e ouver por leu dote , e arras , e bens parrafre-
naes , multiplicados , eadqueridos.
XX Qiie fallccer.do o Senhor Duque dc Barganâ em tempo que
ficar menor dc idadc o fllho , ou fiJha , neto , ou neta que por fua mor-
tc ha de fucceder em fua Cafa , eftados , c morgado , a tuteria , e cura-
doria do tal filho , ou neto , filha , ou neta deicle agora para entao fe
ha de difeernir , e fica difeernida na Senhora Dona Anna , para que a
reja, egovernc
como tal tutora, ou curadora adminillrando apelToa,
e cHados dotal foceffor nelles com dedaragao, que em quanto for w-
tora , c curadora de feus filhos , e em quanto tiver o governo da dita
Cafa , e eftados , nao poderao fer admitidos a officios da cafa , e fervi-
90s do Senhor , ou Senhora , que ouver fuccedido nella peftbas , ou
pclToa algua que na6 fcja6 naturaes do dito Reyuo de Porugal , e que
dtirando a dita tutoria e curadoria ,
e o dito govemo , na& fera6 pro-
,
vidos dejuro perpetuo , nem de por vida da fazenda da dita Cafa,
nem dos officios della de fazenda , ou juftiga , e dcluas terras, e efta-
dos nem das alcayderias , e tenencias de feus Caftcllos , nem das Co-
inendas , ou benefficios de feu padroado , e prefenta9a6 , fena6 cs natu-
raes do dito Revno que a6lualmcnte forem
,
ou aja6 de fer Criados da
Cafa , ou ValTallos aella ,* e que fazendo-fe algua coufa em contrario
defta capitulaâo tudo font nullo , e que nefta conformidade oaja ds
prometer , e prometa a Senhora Dona Anna antes de comeâr a ufar
eexercitar a dita adminiftracao , eafli mefmo que per o tempo durar,
nao fara auzencia dos ditos eftados , fenao for temporal , ou por cau-
, ou neceffaria c tal que boamente nao fe pofta efeufar.
fa precifa ,
XXI Cê fe foceder o cafo contcudo no Opitulo antes dcftc cm

tempo que a Senhora Dona Anna fcache emidade menor devinte ciii-
co annos , defde agora para enta6 pede a ElRey nolTo Senhor como
a Rey de Portugal conceda feu Real alvara de fuprimento a Senhora
Dona Anna , para que polTa ter , e reger a dita titoria , e curadoria
fuprindo juntamentc outros quaefqucr deftcitos , e dcrogando , e fiif-
pendendo todas c quacfquer leys e foros geraes , e municipacs que fa6,
<5 u poTa6 fer contrarios ao contheudo nefte Capitulo.
XXII Que fe declare, centende que feacontccer morrer o Senhor

Duque
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, ,,
52 ^ *Provai do Lav. VI. da HiflorU ênealogka
Duquc cm vida da dita Scnhora Dona Catlicrina fua may e deixan-

do fillio Inccllbr cm I'ua cal'a , e cftados fe Hie hade pedir , c fuplicar
que como may , e Scnhora de todos , e de tudo f'a^'a mcrce , c favor a
Scniiora Dona Anna , e a leu filho dc quererfe encarregar , afli da ad-
miniftragaS , c governo da pefToa dc feu ncto , como de feus eftados
para que a tenha , como a tevc ao tempo que o Senhor Duquc feu fi-
llio foy menor dc idade , com que falccida a Scnhora Dona Catlicrina
>o(Ta a Scnhora D. Anna tomar emfi a dita adminiflra;a6 , e cxercita-
fa , fegundo c da maneira que fe contem no Capitulo vinte.
XXill Que de tudo o contheudo nos fobreditos vinte dous Capi-
tulos , e cm qualquer dclles fe ha& de outorgar por os Senhores Du-
quc de Lerma cm nonie do Senhor Duquc de Barganâ, e o Senhor
Con Jeftable , eferituras cm forma com todas as forgas , e firmezas que
ncUe fe declara , particular , e gcralmente , c com todas as niais que
parccerem nccelTarias para mayor firmeza , c ellabilidadc de todas as
ditas promcâs , e obrigaôcs , ufando para eftc effeito dc quaelquer
liccnâs , e laculdades que tiver concedido , c cm rezao , e por caufa
defta capitula^'ao , e para fua confirma§a6 , c aprovagao concedcr El-
Key iiolfo Senhor declarando-fc como fc declara que fern embargo,
que efta Capitula^-ao fe tern feito , c as ditas elcrituras fe hao dc fazer,
c outorgar neftes Rcyncs de Caftclla , fe hao de regular , dcclarar , c
entender eoiifornic as leys , c foros do de Portugal , cm quanto nao fo-
rem contrarias ao afl'entado , e tratado neftes Capitulos , ou na& fe de-
rogarcni por as ditas eferituras, c querem , c confentem os ditos Sc-
nliores que entre taiito que nao fc oulorgarcir. as ditas eferituras tenha
eda Capitula 9 ao aflinada dc feus nomes a mc.'ma forâ , c que cm vir-
tude della os ditos Senhores Duquc dc Bragan^'a , e Condcftable pof~
laiS fer compclidos a feu cumprinicnto , por rigor dc dircito , e cm via
cxccutiva como o puderad fer por as ditas cl'eriturxs , e por fencen 9i
definitiva paflada em coiifa jiilgada, c confentida por as partes , e os
Senhores Duque dc Barganâ , c Condcftable pedem a ElRcy nolTo
Seiiher Ihcs faâ mcrce c fe lirva de confirmar efta capitulaâb inter-
pondo nella fua Real authoridade como em coufa que fe ha tratado,
e alfentado com a incfma , c que dc fua Real confirmaâo mande pal-
far, c dcipachar a cada hua oas partes os alvaras e faculdades que fo-
rein ncccliarias,
e as dc raais convenientes para a guarda , c confera-
âo do dircito decada hua dcllas, c das que fa& ou podcrem fer intc-
rclfadas , c que as que faltar de conceder Sua Mageftade fe tenV.afi
c entendaS eftar concedidas com foo a dita fua Real confirmaâb leiq
que feja necellhrio ncm ferequeira outra mais elpecial ,
ncm particu-
lar.
E o Senhor Duquc de Lerma cm virtude do podcr que do Se-

nhor Duque dc Rarganâ tern que vay com eftas Capitulagois aven-
do-as vifto , e lido , o obrigou ao comprimento dcllas , c a tudo o nel-
las contheudo , e deu fua palavra polo dito Senhor Duque deque as
comprird , e guardard fegundo que va6 declaradas fern refervar , nem
cxccptuar coufa algua dcllas , e o aflinou em Sa6 Lourcmjo o Real ao
primeiro de Julho dc mil feifeentos e dous annos , teftemunhas o Se-
nhor
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^
da Cafa %ed Tortugueisâ. 527
nhor Dom Joao dc Idiaqucz , e o Conde dc Nieva , e D, Pedro Gon-
zalez dc Mendoza, eDom Joa6 deSariis, e Ruy Mendez deVafeon-
cellos , e Dom Martim Alfonlb , e Dom Pedro Franqueza , c Sua F-x-
cellenda do Sciihor outorgante j que dou fee conhezo o adinou. O
Duque de Lcrma , Marques de Denia. Eu Miguel Rodriguez eferi-
vao J’ clR.ey noflb Seiihor , edonumero da Villa doEfeurial prefeiite
fuy ao que dito he com asditas teftemunhas, c outorgante, eoafli-
ney emtellcmunho deverdadc Miguel Rodrigues Efcriva&.
E o Senhor Condeftable de Caftclla por fi, cconio marido , e
conjunta pellba da Senhora Dona Maria Giron Duquefa de Frias fua
mother e como pay e legitimo adminiftrador da Senhora Dona Anna
dcVclalco filha mayor legitima dosditos Senhorcs, avendo vifto c li-
do ella Capitulaza& fe obrigou , e dcu fua palavra por fi , e por as di-
tas Senhoras ao comprimento dcIIa , e a que a guardarab , e compri-
ra& , como nclla vav dcclarado , fern exceptuar , nem refervar coufa
algua , para cujo e/leito as ditas Senhoras derab ao dito Senhor Con-
deftable poder comprido dc que eu o cfcrivab dou fee c o aflinou em
Valhedolid a fete dias domes dejulho demil feifeentos e dous annos
ao qual forab prefentes por teflenuinhas os Senhorcs D. Diogo Hen-
riquez dc G'lfmab Conde de Alva dc Lifte, Dom Henrique de GuP-
mab Conde dc Olivares , Dom Francifeo dc Rojas e Sandoval Marques
do Cea Ibom Luis dc Cordova c Cardona Conde de Cabra , Dom
,
Antonio de Velafco Conde de Nieva, Dom Manoel Alonfo Perez de

Gufmab o bom Conde dc Nicbla , Dom Diogo de Sumga Marques
dc la Banhela , Dom Francifeo de Rojas Marques de Poca , Dom Dio-
go Fernandez de Cabrera e Bobadilha Conde de Cnincon , Dora
I’rancifco dcIosCobos cdcLiina Marques deCamaraza, Dom Alvaro
Manrique deSuniga Marqnes dc Villa Manrique, Dom Bernardino de
Vclafco , Dom Blafco dc Aragab , Joab Lopez deSaratc Secrctario de
Sua Mageftade, Fcrnab de Matos Secrctario deSua Magelladc eftantes
nefta Corte, eSua Exccllencia do dito Senhor Condclrable outorgan-
te a quem eu o cfcrivab dou fee quo conhezo , o affinou Joab dc Ve-
;
lafco Condcftablc , pafibu ante mym Braz Lopez Caldcrort.
Em nomc dc Dcos Amen. Saibab quantos efte publico cftromcn-
to dc poder baftantc virem que no anno do nafeimento de nolfo So-
nhor Jefu Chrifto dc mil e feifeentos e dous annos aos treze dias do
mes de Janeiro do dito anno em Villa Vizofa nosPazos doReguengo
aonde poula o ExcollcntifiTmo Senhor D.Tbcodofio legnndo dclte no-
mc Duque de Barganza , c dc Barcdlos Marques de Villa Vizofa Con-
de de Ourem , C/rnde de Arravolos , Conde dc Penafiel , Senhor de
Monfortc, e dc Montalegre , Condcllabic defies Reynos, eSenhorios
de Portugal &c. nofib Senhor , eftando Sua Exccllencia ahi prefeiite
perante mym Tabaliab , e teftemunhas ao diante nomcadas por clle
foy dito que porqu.into dRey nofib Senhor tern ordenado, c he fej-
vido que die cafe com a Excdlentiflima Senhora Dona Anna deVe-
l.ifeo fitlia do Excdlcntiftiino Senhor Dom Joab de Vclafco Condefia-
ble deCaftdIa , Duque de Frias Conde deHaro &c. e da Exccllentif-
fima Senliora Duqaeza Dona Maria Giron clle Duque Dom Theodo-
fio
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, ,
528 T^rovai do Uv. FI. da Hijlorta ênealogtca
fio entcndcndo quc o Excellcntifllmo Scnhor Diiquc de Lerma Mar-

ques dcDcnia Comcndador mayor dc Santiago Cdvalherifo mayor de
Sua Mageftade e do feu Confclho deftado &c. folgaria de llie fazer em
tudo merce , c de aceitar a occupa 5 a 6 defte negocio , cUe na mclhor
forma e modo que em direito puder fer , e mais valer por efta publi-
ca el'critura dava como defeito logo deu , c outorgou leu inteiro , e
comprido poder ao dito Scniior Duque de Lerma , com podcr dc fob-
cllabclecer, para que por eile Senhor Duque conllituintc , e em feu
nomc reprefentando fua propria pclfoa , e como elle mefmo o pudera
fazer , polTa tratar c mandar tratar , capitular , concertar , e aflentar o
dito calamento , e coufas dellc , e fazer confentir , outorgar , e aflinar
todas , e quacfqucr capitulaôes , eferituras com quacfquer claufulas
condigoes , obrigaôfe , renunciaôcs de leys , c pragmaticas , c defafo-
ramemos , penas , cftipulaijq& quc Ihe bem parccer , e que forem ne-
celTarias para feguranâ , e inteiro comprimento dc tudo o quc capitu-
lado , e affentado for , e para o obrigar em qualqucr forma gcral , ou
particular a tudo o fobredito , eacomprir, manter, aprovar, eretefi-
car dentro do termo quc Ihe parccer todas , c cada hua das coufas , que
emfeu noine afli contratar , e promoter, e a fazer fobre ill’o quacfquer
outras novas eferituras , c obrigaôcs que Ihe pedirem , e aver quaef-
quer faculdades , ccdulas , e provifocs ilc Sua Mageftade , quc para Hr-
meza , e confirmaâb do fobredito fe requerem , c ncccflarias forem , e
para obrigar ao comprimento de tudo todos os bens livres , c patrimu-
niacs , dellc Scniior Duque , c os quc tern da Coroa do Reyno como
donatario della , e os que fao de feus eflados , e morgados tudo na
forma c maiieira quc Ihc parecer , e nccdlaiio lor , ain , e tab compri-
damciite como elle Scnhor Duque conftituinte a ilTo os podera obri-
gar feprefente fora, ccomo tudo oque dito he podera pclToalmcntc
contratar, capitular, c prometer, porque para tudo oacima dito , e
para cada hua das ditas coufas, e para todas asanexas a efta, edepen-
dentes della , dift'e que dava como defeito deu ao dito Scnhor Du-
que de Lerma , c a feus fobcftablccidos todo feu poder mandado ge-
ral,
c cfpecial com livre ^ egeral adminifiragab , e qiiab ballante Iho
podia dar , e que prometia de ter , comprir , guardar , e manter tudo
o que por o dito Scnhor Duque dc Lerma , c feus fobftabelccidos por
virtude defta el'critura cm feu nomc lor feito , tratado , conceitado,
capitulado , alfeiitado , prometido , e outorgado em rezab do que dito
Jie, e de nab ir contra
iffb cm tempo algum cm todo , ncm cm parte
em juizo ncm fora delle fob obrigagao de todas fuas rendas , e de to-
dos osditos feus bens moveis, ederaiz, direitos, caugoiis avidos, e
por aver , que para iflb obrigou , e emteftemunho de verdade afti o
outorgou, emandou de tudo fazer efte cllromento dc podcr quc alTi-
nou nefta nota , o qual eu Tabaliab como ped’oa publica , cllipulan-
te, eaccitantc eftipulcy, caceitey em nomc dos aufentes , a que toca,
etocar pode, fendo a tudo prefentes portefteraunhas o Senhor Dom
Duarte Marques dc I'rcchilha . e o Senhor Dom Alexandre , e o Se-
nhor Dom I'clipe Irmabs do dito Senhor Duque. Francifeo Cordeiro
publico tabaliab que oeferevi, e eu dito Francifeo Cordeiro publico
Tabulia 6
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,.
Ja Cafa ‘âl Tohuguesâ. 5 2p

Tabalia& dc notas em cfta Villa Viôfa , e feu tcrmo pclo Duquc dc
Bargan^'a , e de Barcellos &c. noflb Senhor o fis trasladar conccrtey
fobefcrevi , e por vcrdade em publico alfiney Francifco Cordciro , cu
Bras Lopez Calderon Efcrivao publico d’ elRey noflb Senhor vezi-
nho da Gidade de Valhcdolid Corte de Sua Mageftade fuy prefcntc ao
que dito he que ante mim paflbu , e o fiz efcrevcr em eftas dez folhas
com cfta em que fiz meu final em teftcmunho de verdade. Bras Lopez
Calderon.
E por quanto hora por parte dos ditos Duque de Barganâ , c
Condcftable fe me enviou dizer que por fe el'cufarem diverfas faculda-
dcs e provifoes que para firmeza , e melhor cumprimento dc tudo o
capitulado , e declarado na dita efcritura fe rcquerem ouveflc por bcm
de a mandar approvar e confirmar , e paflar foore iflb meu Alvara de
confirmaâo em forma, tendo eu refpeito aodito cafamento cftar tra-
tado , e concertado com intervengab dc minha autoridade Real e por
folgar de Ihes fazcr em tudo merce mandey ver a dita efcritura de ca-
pitulajab , e hey por bem de approvar , c confirmar , e tudo o con-
theudo e declarado nos vinte e trcs Capitulos della , para que fe cum-
pra , e guardc tab inteiramente como nelle fe contem , c como fe ca-
da hum defies fora approvado, econfirmado por particular alvara meu
afli edamaneira que por asditas faculdades, e provifoes fe podera fa-
zer , as quaes hey por concedidas todas c cada hui? dcllas , c mando a
todos osofficiacs, c miniftros dejuftiâ dosmcus Rcynos eSenliorios
de Portugal que afli o cumprab, e guardenj , e faâb inteiramente
,
comprir e giiarJar fern embargo dc quacfquer ordcnaô& , leys . regi-
mentos , e provifoes que em contrario fejab afli minhas como dos Se-
nhores Reys mens predcccirores , pofto quo requeirab efpecial dcro-
gaâb , porqac de meu pronrio motu , certa fciencia , podcr real , e
abloluto as hey todas, e caaa hu3 dellas porderogadas para efl'eito da
confirmacab , c validacab da dita efcritura fern embargo daordenaijab
do legundo livro titulo quarenta c novc que diz que fe nab entenda
ler por mvm derogada ordcna ab algua fe da fuftancia della fenab fi-
9
zer expreda mcn^'ab e fern embargo das leys que dizem que a geral
,
deroga§ab nab valha , e por quanto poroCapitulo vinte cfta afenta-
do que em cafo que o dito Duquc falte cm vida da dita Dona Anna
ficanJo de entre ambos filho ou filha ncto, ou neta fucceflbr de fua
,
cafa , eftado, emorgados, durante a menor idade aja deter, a tutela
defies , e governo da dita Cafa e eftados a dita Dona Anna.
,
E por o Capitulo vinte c dous fe declare que fucccdcndo cftc
cafo cm vida de Dona Cathcrina minha muito amada e prezada tia
,
may do dito Duque felhcha depedir fcqueira encarregar do governo
da peflba , e eftados do filho fuceftbr defies durando a menor idade
,
como o teve cm quanto o dito Duquc foy menor , Ey por bem , e
mando que afli fe cumpra , e giiarde como no dito Capitulo vinte dous
fe declara , e que nab fomente aja lugar ficando filho do dito matri-
monio, mas ficando filha, ncto, ou neta fuccflbr da dita Cafa , e ef-
tados , de mancira que em ambos os cafos dectarados nos ditos Capi-
tulo^ vinte, c vinte e dous, fucedendo aja deter a dita Dona Catne-
Tom. IV. Xxx rina
,
j30 ^rovAi do Uv. VL da Htfloria ênealogica
rina o govcrho da pelToa , cafa, e eAados do tal AicdTor , c mando

que efte alvara fc cumpra , e guarde na fonna que fica dico , pofto
que o cff'cito dclle aja de durar mais de hum anno , c que na6 pafTe
pola Chancellaria fern embargo das Ordenaô^s em contiario ; e do
tlieor dcftc mandey palTar dous Alvaras hti para o dito Duque de Bar-
gan9a , e outro para o dito Condeftable , para fua ârda , e conl'crva-
9a6 dodireito. Gabriel Correa ofez com as cntrclinhas , a, noCapi-
tiilo dczcleis , cnem ferequeira, noCapitulo vintc e tres emValhe-
dolid 30 de Alayo de mil e feifeentos e tres aimos. Eu Martim Atbn-
fo Mexia Secrctario de Eftado o fis eferever.
REY.
Anrique de Soufa.
Alvara de ElRey D. FWppe porque prorogcu ao Duque de Bragan-

qa D. Joao It. par mais vinte anuos a licenga , que ft concedeo
aSenhora D. Catharina fua avo , e ao Duque D. Tfieodofio jeu
pay, para mandar vir dainjia cada anno cem quint aes de cravo,
e outros cem de canella , e outros cem de noz ,Jorros de direitos.
Num. 243
An. 16} 8.
EU ElRey
refpeito
e de Barcelos
faô faber aos que efte men alvara virem , qne tendo
aodevido que comigo tern D. Joa6 Duque deBraganâ^
meu muito amado , e prezado fobrinho , c ao que fe tra-
,
tou nas capitulators que com elle fe fizerab para elfcito decafar com
fua molher a Duqueza D. Luiza Francifea ne Gufmab fillia dos Du-
ques de Medina Sidonia , pelos muitos mcrecimentos , e fervitos de am-
bas as cafas , por tudo o que he muy digno da lembranca que eu del*
le tiver, e muito jufto que fe veja nelie , e em feus uefeendentes o
devido gallardao , erefpcitando outro ft por todas eftas confideratocs
e pella muita eftimatao que fempre iis de fua pclToa , qua6 merccedor
he detoda ahonra, emerce que Ihefizer, tendo porcerto, dequem
elle he, que me fervira comomefmo animo, com que tegora ofez,
refpondendo inteiramente ao que fempre fizerab feus afeendentes , cu-
ja memoria me he muy prezente no lervito dos Senhorcs Keys meus
prcdecelTores , e porfolgar muito deem tudo Ihemoftrar a muito boa
Tontade que Ihc tenho , Hev por beni , e me praz de Ihc fozer mcrcc
de Ihe prorogar por tempo demais vinte annos alicenta que fc conce-
deo a Duqueza D. Catherina fua a\-6 , e depots fe prortôu por vinte
annos ao Duque D. Theodofio leu pay para que pudelTe mandar tra-
zer da India , em cada hum anno cem quintaes de cravo , e cento de
canella , e cento de noz, ou em feu lugar outros cento de cravo, cu
canella , forros de dcrcitos , tudo comprado por feu dinheiro , ou de
quaefquer pcIToas que por elles , e fua commilTab mandalTcm trazer a
tal efpcciaria das ditis partes , e que acontecendo que cm algum an-
no, ou annos nab pudcirem vir da India, por qualquer cauza que fof-
fe.
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di Cafa âl Tortugueiâ. 531
fc todos OS ditos trezentos quintaes de efpeciaria por intciro fe pu-
,
ddle trazer em cada hum dos annos fcguintes a quantidade q.;c para
comprimento dclles faltaffe, fern delJa lepagarcm direitos, eillo alcm
dos ditos trczcntos quintaes , que cm cada hum anno podiad mandar
trazer , como mais largamente fe conthem nas provizoes aue di(To fe
fTarao ao dito feu pay e av6 , da qual liccnâ ufara o aito Duque
K om Joa6 pello dito tempo de vinte annos , alem dos vinte que fe
prorogara6 a feu pay na forma contheuda nas provizo& refferidas o •,
fendo cazo que falleâ antes de gozar inteiramente defta merce gofara
ddlas peilos annos que eftiverem por comprir quern herdar fua cafa.
Pello que mando , ao meu Vizo Rey , ou Governador do Eftado da
India , que hora he , e ao diante for , e ao Veedor de minha fazenda
daquellas partes que deixem embarcar em cada hum anno ao dito Du-
que nas naos que para o Reino vierem os ditos cem quintaes de cravo,
e cento de canella , e cento de noz , ou cm feu lugar outros cento de
cravo , ou canella forros de todos os direitos peilos ditos vinte annos,
alem dos vinte que fc prorogara6 ao Duque feu pay fe ainda nao efti-
verem compridos. E outro fy mando, ao Provedor , e ofEciaes da caza
da India que faga6 defpachar , e dcfpachem ao Duque em cada hum
anno dos ditos vinte as ditas Drogas fern que porrezab dcllas, fepa-
guem direitos alguns na dita caza , ncm confulado , e que nenhus con-
tratadorcs polfao pretender nem pertendao , nem qucirab que o dito
Duque Ihes pague couza alguma de dereitos , que fedevao das ditas
drogas pello tempo reft'erido , por quanto Ihe faô merce della licen-
5a livrc de todos os direitos , e cftc alvara fecumprira inteiramente,
fein duvida , nem embargo algum , e vallcra polio que feu cll'cito aja
de durar mais de hum anno , e que na6 palTc pella Cliancellaria fein
embargo da Ordenaâo do livro fegundo titulos trinta e novc , e qua-
rciita , que o contrario difpoem , c pello que toca a meya annata tern
dado fianâ o Duque , a pagar o que fe determinar que deve defta mer-
ce , Manocl Pereira o fez em Madrid aos oito dias do mez de Mayo
de mil c Icifccntos e trinta e oito annos. Diogo Soares o fes eferever,
REY.
O Duque de Villa hennofa Conde dcFicalho.
Alvara porque V. Magcftade ha por bem de prorogar ao Duque

de Bi aganâ D. Joa6 por tempo de mais vinte annos a licenfa que fii
concedeo a Duqueza D. Cathcrina fua av6 , e ao Duque D. Theodolio
feu pay, para mandarem trazer cb India cada anno, cem quintaes de
cravo , cento de canella, e cento de n6z, ou em feu lugar, outros
cento de cravo , ou canella , forros de dircitas tudo comprado por feu
dinheiro , pella maneira que allima , e arras fe conthem, para V. Ma-
geftaJe ver. Fernao Cabral a mv nada. ci Pagou nada por privilegio
que tein cm I-ixboa a tres de Julho de feifeentos e trinta e oito annos,
e aos officiaes fomente quatrocentos e oitenta e quatro rcis. s Miguel
Maldonado. =3 Regiftado na ChanccUaria a folhas dezoito Manoe! Fer-*
Tom. IV.
'
Xxxii rcira
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,
* Proven do Lav. VI. dx Llijlnria (jeneahgtea

53
reira Botelho. s Fica afTcntadoc pa"ou ri’il eduzentos reis Marâl
,
da Coda. =
Regidado nacaza da India no livro trinta c lium dos rc-
gidos a folhas quatrocentos eoitenta e tres cm dezoilo dc Abril feil-
centos e trinta c novc. s
Joze dc Touracs.
E nao diz inais o dito alvara , que tresdndey do proprio bem c
ficimentc aqiic inereporto. Lixboa fete dc Marqo de mil c feifeentos
e fincoenta e dous. E eu Manoel Teixeira de Car\aliio eferivao dos
feitos e judiilicaijoes da fazenda do Ducado dcBraganja a fiz eaflincy.
Manoel Teixeira de Carvalho.
mAhara delRey D. Fllippe ao Duque de Braânga Dorn Theodoflo

II. em que the fuz merce de prorogar por mats vinte annos a mer-
ce ,
que tinha jVito a Senhora D. Catharina de poder mandar vir
da India, cent quint aes decanella, ecem decravo, e cent denoz,
Jorros de direitos , e que nao cabendo em hum anno , no feguintc
poffa carregar o que tiveffe feito de menos. Edd o Original no
Cartorio , mago das Provifoens , donJe o tirey.
Num. idLcL. ElRej faô faber aosque ede men Alvara virem que havendo
' *./ cu refpeito aos miiitos , e grandes ferviqos e mcrecimcntos do Du-
“
An
' *
' que de Braganâ e dc Barcclos Uom Thcodofio men muito amado , c
prezado primo feitos ao Senhor Rej Dorn Sebadiao meu primo que
Dcos tern, com hoqiial feachou nabatalha de Alcazar efoi nella ca-
tivo , e ao que fes a ElRcy meu Senhor c Pay que eda cm gloria nos
focoi ros de Li.sboa com muita defpefa de fua fazenda e outras coufas
e aos que confto c efpero que clle fempre faâ comformc a quem he e
ao que fizerao os Duques feus progenitorcs no fervi^ dos Senhores
Revs palfados c da Coroa do Rcyno e tendo outro fy refpeito ao con-
junto devido que comigo tern , e aver ora dc cafar com D. Aima de
Velafco fllha do Condcdavel de Cadclla meu prime do meu Confelho
do edado e meu prefidentc do meu Confelho Real dc Italia o qual ca-
famento fe tratou com minha autoridade Real e por meu mandado , e
ucrendo eu, por todos eftes refpeitos c concideraôft fazer merce ao
a ito Duque comformc aellas, e ao amor, e boa vontade que Ihe te-
nho ecomfiando, e tendo porcerto que fempre mefabera, fervir to-
das , as que Iheiizcr hej por bem de Ine fazer merce que a licenqa que
tern D. Cathcrina , muito minha amada c prezaJa Tia , may do dito
Duque para em fua vida poder mandar trazer da India , em cada hum
anno cem quintaes dc cravo e cento de canclia , c cento de nos , ou cm
feu lugar outros cento decravo ou canelia forros dedcreito tudo con-
prado por feu dinheiro , ou dequacfquer pciToas que porella c I'ua co-
miijao iiiandarcm tra2a:r a tal efpcciaria das dims partes , c one acenu;-
cendo que emalgum anno ou annos naft polTa vir da Indfa porqual-
quer caufa que i'cja todos osditos trefentos quintals de efpcciaria por
intciro acantidade que pera comprlnicnto dcllcs faltar fc pclIa tiazcr
, cm
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em hum dos annos fcguintcs fcm pagarem dcreitos , e lAo aleiit
fe della
dos ditos trei'entos quintacs hum anno pode mandar tia-
que cm cada
zer como mais largamente fe comtem nas provilFoes que dc tudo tem a
dita D. Catherina minha Tia a qual liccn^-a o dito Duque tem depois
da mortc da dita fua mav por tempo dc feis annos, ha aja o Duque na
forma, e comforme as ditas minhas provifocs por tempo de vinte an-
nos mais de maneira que a aja ao todo por tempo dc vinte e feis annos
cfeiido cafo que o dito Duoue faleâ antes degozar inteiramente def-
ta merce que ora Ihc fai^'o dos ditos vinte annos gozara della polios
annos que ellivcrem porcumprir, quern erdar fua Cafa, por reza& da
qual merce mandey que o Duque fegurafe , de dote a dita D. Anna de
Velafco , cem mil ducados da moeda dcCaftella e Ihcdc dez mil du-
cados dc arras da mefma moeda o qual dote , e arras Ihe afegura fobre
os morgados terras e beins patrimoniaes da Coroa que o Duque tem
com minha licence a qual hei por bem que fe palTe , no cafo da refti-
t ui9a6 de dote , e anas fera o dito Duque obrigado a fazer a dita ref-
tituiâd em dinheiro ou cm Juros dc vinte mil o milhar , obrigando a

ilTo as ditas terras c morgados e beins patrimoniaes e da Coroa em ver-
tude da dita minha licenâ de que pera iflb fe ha dc palTar , e que mor-
rendo com filhos podcra a dita D. Anna teftar da ten;a parte de dote c
arras,
e o mais tornara a Cafa do Condeftavcl feu Pay , e o dito Du-
que fera obrigado a Ihc afinalar tres mil ducados cada anno pera os
guaftos dc fua Camara , e com ifto ficara o Condcftavel obrigado a
mandar levar fua filha a fua cufta athe Badajos , pello que mando ao
meu Vifo ReJ das partes da India que ora he , e aodiante for, e ao
Vendor dc minha fazenda em ellas , que deixem embarcar , em cada
hum anno j nas naos que pera o Rejmo vierem ao dito Duque os di-
tos cem quintacs de cravo e cento de canella e cento dc nos ou cm feu
higar outro cento de cravo ou canclla forro de todos os dcreitos pello
dito tempo de vinte annos mais alcni dos ditos feis que elle ja tem , e
adc aver , depois da morte da dita fua may a qual tem a dita licenqa
em fua vida como dito he , e affi ao provedor , e officiaes da Cafa da
India que fa9ab dcfpachar, c defpachem em cada hum anno dos di-
,
tos vinte annos ao dito Duque as ditas drogas fern que porrezab del-
las fe paguem dcreitos alguns na dita Cafa da India ncm no Comfula-
do , e que ncnhls contretadores pofla6 pretender ncm pretendab nem
Queirab que odito Duque Ihcspague coufa algda dc dcreitos que fe
desab das ditas drogas pello tempo de vinte annos, cm que Ihcconce-
do ella liconca por quanto ITcj por bem de Ihe fazer merce della livre
de dcreitos alguns ,
eqiic cAe meu alvara cumprab, eguardem, c fa-
9ab inteiramente cumprir , egardar como fencllc contem eque valha
,
tenha forga c vigor como le folTc Carta feita em meu nomc pormj
,
afinada e pafTaJa por minha Chancellaria poAo que por ella nao palTe
c que o effeito dcllc aja de durar mais dc hum anno fern duvida ncm
,
embargo algum dcoualqucr provifab , regimento , ordena<jab que aja
em enntrario e da do fegundo livro titulo vinte , e quarenta e nove.
Manocl Côelho o fes em Valhcdolid a vinte dcMayo de mil efeifeen-
tos e dous e cu Luis Alvar.’S Dazevedo 0 fis eferever.
Pcrtiina
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534 doUv.VL daHijlurla ênealo^ca
Fortorla dr,s wcrccs y

qiie fev:. E/Rey D. Fi/ippe ao Duque Dom
Thcodiîo II, de Braganqa, llj\d no Carccrio da Cuja y
dondc 0 copky.
Num.
*
24.5* X 7 LRcy noflb Senhor havcndo refpcito aos rnuitos , egrandcs fer-
J'Lviôs e mcrccimentos doDuquc dc Breganâ c dc Barcclos Dora
All. 1002.
Theodofio feu muito aniado e prczado primo , fcitos a ElRev D. Se-
baftiao (qucDeus tein ) com oqual feachou nabatalha dc Alcazar, e
foi nella cativo , c aos que fez a IIlRey feu Pay que fandla gloria ha-
ja nos foccorros dc Lisboa com muita defpefa de fua fazenda , c cm
outras coufas , e aos que Sua Magclladc confia e efpera qiic elle I'em-
pre faâ conformc a quem he , e ao que fizerao os Ducncs feus pro-
genitorcs no ferviô oos Reys paflados e da Coroa do Reyno , e ten-
do outro fy refpcito ao conjunto devido que com Sua Mageftade tcin
e haver ora de cafar com D. Anna de Vclafco filha do Condcftavcl dc
Caftella feu primo, do feu Confelho doeftado e feu Prefidente do feu
C'onfclho Real dc Italia , equal cafamento fc tratou com a authoi iila-
de Real dc Sua ^lagcUade e por feu niandado , e querendo Sua Magef-
tade por todos elks refpeitos e confidcraôcs fazer merce ao Duque
conformc a ellas , e ao amor e boa vontade que Ihe tem , e confiando e
tendo por certo que lemprc Ihe fabera fen ir e met ccer todas as que
Hie fizer , ha por bem de ihc fazer merce que o oflicio de CondeRavel
do Reyno dc Poriugal que o Duque tem cm fua vida e por fua morte
para feu fillio herdeiro e fucccflbr dc fua Cafa o aja por duas vidas
maes , que ferao a de feu ncto , e bifneto , varocs e herdeii os e fuccef-
fores dc fua Cafa os quaes ufarao do cxcrcicio do dito ofticio como
ao prefente dclle ul'a o Duque , c alR Ihc faz merce para daoui em di-
ante dajurifdicao da Villa dc Villa de Conde que foi doSennor Dom
Duarte (que Deos tem ) alTi e da maneira que apolTuirom as freiras do
moftciro tla dita Villa , c fevendeo ao Infante D. Duarte avo do Du-
que aqual tera dejuro c herdade efora da ley mental , eque pofla o
Duque. prover os officios della affi como o lazia o dito Senhor Dom
Duarte e que feus ouvidores polTao conhccer dos agravos como o /a-
ziao os do dito Senhor D. Duarte, c dclhc tirar por duas vezes font
da ley. mental , as Villas de Monforte , Melgaô , Ciaftroleboreiro
Caftcllo dc Piconha e Villafranca , e Nogucira que forom dados em ca-
famento ao Duque D. Theodofio feu avo . e que a ametade da dizima
nova do pefcado de Azurara tcrino da Ciuadc do Porto que o Duque
tem em fua vida , tendo a outra ametade de Juro fora da ley mental
a aja dejuro e herdade, e lha tira por duas vczes fora da ley mental;
e outro fy Ihe faz merce que a licenya que tem a Senhora D. C^theri-
na fua may para em fua vida poder mandar trazer da India , cem quin-
taes de cravo , cento de canela , e cento de ndz , ou cm feu lugar , ou-
tros cento de cravo, ou canela, forms dedercitos aqual licen<ja o Du-
que tem depois da morte da dita Senhora D. Catherina fua May por
tempo de feis annos a aja o Duque por tempo dc vinte annos maes de
maneira
.
da Cafa %eal Tortuguc^â, 535

maneira quc a aja ao todo por tempo dc vintafcis annos , e fendo cafo
quc o Diiquc falecelTc antes de gozar intciramente defta merce quc oia
Ihe faz dos ditos vinte annos gozara della polios annos que eftivcrcm
por cumprir quern herdar fua Cal'a , e por rezao della licen9a dos di-
tos vinte annos ha Sua Mageftade por bem que o Duque dote a dita
D. Anna de Vclafeo cem mil ducaJos dc moeda de Callella , e Ihe de
dez mil dacados de arras da mel'ma moeda , o qual dote, e drras Ihe
afcgurara fobre os morgados , terras , e be& patrimoniaes , e da Co-
roa que o Duque tem com licenâ de Sua Mageftade , a qual Sua Ma-
geftade ha por bem que fepafle, cno cafo de reftituiâb dedote e ar-
ras lerd o dito Duque obrigado a fazer a dita reftituiâtS em dinheiro
ou cm Juro dc vinte mil o milhar a l’atisfa9i& das partes obrigando a
ilfo as ditas terras e morgados ebees patrimoniaes edaCoroa em ver-
tude da dita licenâ dc Sua Mageftade que para ilTo fe ha de palTar , e
ue morrendo feiii filhos podcra a dita D. Anna teftar da tcrâ parte
a o dote c arras , e o mais tornara a Cafa do Condcftavel feu Pay , e o
Duque fera obrigado a Ihe fignalar tres roil ducados cada anno para
os gaftos de fua Camara e com ifto liquara o Condellavel obrigado a
mandar Icvar fua lillia a fua cufta at6 Badajoz ; coutro fi ha Sua Ma-
geftade por bem quc fc o Duque quizer feguir por juftiâ o dercito
ue pretende ter na Villa dc Cuiniarafe e na Alcaidaria mdr c rendas
a ella c no Reguengo quc osDuques deBreganca feus antecelTores ti-
verom , com titulo dc Duques da dita Villa fe Ihe de provifao para o
poder i'azer ordinariamentc , contra 0 Procurador da Coroa dc Sua Ma-
geftade ; eque fe Ihepalfe provifab para que ascaufas que o Procura-
dor de Sua Mageftade tem movidas contra 0 Duque foorc as diziinas
de alguns pefcados fccos fe fufpenda& no eftado , em que eftiverem , e
ifto polla vida do dito Duque Dom Theodofio e dc hum feu fllho
,
ou fiiha defte Matrimonio , e fenao tiver filhos delle duiurd a mefma
fufpcnfa6 pella vida dc quern for herdciro de fua Cafa. Em Valha-
dolid a 15 de Abril dc 1602 dis no rifeado do Key e na entrcUnha
,
delie.
Pedralvarcs Pereira.
Doagai doConde por E/Rey D. Filippe I. ao Dtitjue D.

de Villa
T/uoiiodo II. com a jari/dicgaS , e data dos officios , de juro t #
iierdade. ERd no Cartorh da dita Coja mago das Con-
,
Jirmaqoes.
D Om
vra
Phillippe pergraga dcDcos Rey dc Portugal, edos Algar-^yjj),
daquem , c dalem mar em Africa , Senhor de Guine , e da
Conquilb navega9a6 comercio de Ethiopia , Arabia , Perfia , edain-
\
An.
24.^
'
a
looi.
'
dia , &'c. F-igo faber aos que efta minlia Carta dc doa9a6 virem que
havendo refpeito aos muitos , e grandcs merecimentos , c fervi90s do
J)uquc de Bargan9a , edcBarcclIos D. Theodozio meu rouito amado,
c prezado Prirno ieitos a ElRey Dom Sebaftia& que Dcos tem com o
«jual fe achou na baialha dc Alcaccre e foi nella captivo , e aos que
,
r fez
y
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53 ^ do Liv. VI, da Hiflorla (Jenealogica
fez aElRei ineu Senhor^ ePai qiie Ihiiila gloria aja nos focorros de
Lisboa coin niuita dcfpcla de 1‘ua lazeiida , e em outras coufas , c acs
que conf o , e cl'pero que eUe fempre me faâ conforme a quem he , e
aos qiic f zxrao os Duques feus Progenitorcs nos ferviôs dos Reis paf-
I'ados, e da Coroa do Reino , etendo outro fy refpeito ao conjunto
devido que coinigo tern, e haver hora decafar com D. Anna deVallaf-
co filha do Condeftavel de Caftella meu Primo do meu Confelho do
eftado , e Prefidcntc do meu Confelho Real de Italia oqual cafamcn-
to fe tratou com minha autiioridade Real , c por meu mandado , e quo
rendo eu por todos elfes refpeitos , e confidcraôes fazer merce ao dito
Duque, e conforme aellas, eaoamor, e boa vontade quo Ihe tenho,
e confiando , e tendo por certo que fempre me fabera i'ervir , c mere-
ccr todas as que Ihc fizer. Iley por bein , e me praz de lha fazer coino
defeito por ella prelente Carta Ihc faô merce , e irrevogavcl doaâd
entre vivos valledoura defte dia para todo fempre de juro , e de her-
dade para elle , c para todos feus filhos , netos herdeiros , e fuccclFo-
res que apes elle vierem alfy al'cendentes , como defeendentes tranf-
verâes, ecollateracs machos, e femeas a quern de direito vier, eper-
tencer a dita Cal'a da jurifdi9a6 Civel , e Crime da ^'ilIa de Villa de
Condc , e leu termo , que foi de D. Duarte meo Tyo , que Dcos rem
alTy , e da maneira que elle a tinha , e polfuya , e antes delle a tiverao,
cpolliiirao asfreiras de Sandla Claia da dita Villa, e fe vendeo aolf-
fante D. Duarte Avo do dito Duque , e que o Ouvidor , e Ouvidores
que elle Duque , e feus fuccelibres pozerem na dita Villa polfao co-
iihccer , econheâo per appellaâo , eaggravo, e de liias feiitengns , e
determinaôCs darao appellaâo, eaggravo para os incus Dcfembarga-
dores a que o conhecimento pertencer. li alfy me praz que odito Du-
que j efeus fucccH'orcs polfao prover , edar por luas Cartas osoflicios
da dita Villa, e feu termo excepto osdaslifas, e das alfandegas , c do
mar , e os que fbrem da data do Confelho ; c illo fern embargo da Or-
denaâo do fegundo livro titulo das Rainhas , e Iffantes que manda
que os que tiverem poder de dar off.cios osnao dem per fuas Cartas,
c as pelfoas a quem alfy derem os ditos officios ferab obrigadas antes
que os comccem a fervir a tirarcin de minha Chancellaria os regimen-
tos, cosTdbaliacs deixarab nclla feus finacs publicos como tudo mats
largamente fc contem na Carta que o dito Dom Duarte meu Tio que
Decs tcni tinha da dita jurifdiâb , e nua appofiilla que efla no fim da
dita Carta das quaes o treslado dererô adverbum he o feguinte. Dom
Seballiab per graâ de Deos Rey de Portugal , e dos Algarvxs daqvtcm,
e dalein mar em Africa , Senhor de Guine, e da (ionquifla navegaâo
comercio da Ethiopia , Arabia , Perfia , e da India fee. A quantos c!\a
minha Carta vireni faô faber que por AbbaJdfa , e Relligiofas do
ntofteiro de Santa Clara de Villa de Condc Icvarcm , c arrccadarcin
iormuitos annos arenda da dizima da Alfandegua da dita Villa deVil-
fa de Condc que pertencia , c era da Coroa do Rcyno fern ter paia
ilfo doaâb , ncm titullo algiim forab por iffo demandadas pdo Pro-
curador dcEIRcy meu Senhor, e Avo que fanifla gloria aja , e forab
condenadas por fentenâ do Juiz dos feitos deSua Alteza que largrd'-
1cm
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,
da Cafa %eal Tortugueizâ. 537

fern a dita dizima , , c
quc pagaf-
e rendas da alfandegua da dita Villa
fem tudo o que o e cllas rccebcrao da
dita alf'andcgua tinha rendido
,
lire contcftaJa em diante em quc i’e montara6 per Iiquida9a6 que dil-
Ib fe fez ties contos e feilcentos e cincoenta mil e oitocentos e leflen-
ta c quatro reis fegundo fe vio por huma fentenî que dizia fer dada
por o Dodlor Louren^-o Garccs aos trinta e hum dias do mes de Agof-
to de mil quinhentos e vinte e oito annos , e pelos autos da liquida-
536 della per vertude da qual fentenâ fora6 requeridas a dita Abba-
delTa , e fi eiras para averem de pagar a dita contia em que afly erao
condenadas , e por ellas darem a penhora todas as rendas , dircitos , e
Igrejas que pcrtenciab ao dito mofteiro , e fendo requeridas que def-
fem a jurifdiâb quc tinha6 na dita Villa de Villa de Conde para Ihcs
aver dchcar as ditas rendas, direitos, e Igrejas deque tinhab necelli-
dade para manten9a da dita Cafa , e o nao quererem fazer o dito Se-
nhor ouve do Sandlo Padre hum bre^'e para fe fazer penhora na Jurif-
di9ad que tinhad na dita Villa , c Ihe hcarem as ditas rendas de quc fe
fullentavad , e mantinhab do qual breve forab executores Frey Phillip-
e Mendez DomAbbade do mofteiro de Sab Salvador de Gamfez , e
E opo Diaz , c Jacome de Caftilho Conegos de Braga , e ouvindo o
dito mofteiro acerca do dito cafo , e comprimento do dito bre\ê po-
zerab nos autos da determina9ab do dito breve a fenten9a feguintc.
Cbrijii nomhie irrvocato, viftos eftes autos, coque por dies femoftra
§. acomiflab Appoftolica amym Dom Abbade perSua Sandlidade fei-
ta , e alPy a fubdelega9ab a Nos Conegos per o Prior c Meftre fchola
,
collegas na dita comilTab do dito Dom
Abbade feita , e aceita9ab de
todo , e artigos per nbs juntamente recebidos , e inquiri9ab per nos
em peifoa na Villa de Villa de Conde de cuja Jurifdi9ab aqui fe trata
tomada com os mais exames que aquy , e na dita Villa fizemos , e to-
mamos ; e vifto como I'c moftra a AbbadelTa , Donas , e Convento do
mofteiro de Sanda Clara da Ordem de Sab F'rancifco da dita Villa , fe-
rem condenadas per fentcn93 que pafTou em coufa Julgada que em eP-
tes autos anda cm favor de ElRey nolTo Senhor nos fruitos c rendi-
,
mentos de Alfandegua fobre que fe litigou des o tempo da litis con-
tcfta9ab ate a real entregua em a qual condcna9ab com principal dizi-
ma , c vintenna fe montab tres contos feifeentos c cincoenta mil e oi-
tocentos clefTcnta c quatro reis como dos autos daliquida9ab que ou-
tro ly aqui andab fe moftra pela qual condena9ab
,
efoma, ella Ab-
badelfa , e Convento forab cm forma requeridas em nome do dito Se-
nhor vencedor, c derab , e nomcarab para a pagua da dita foma, edi-
vida todo oreiidimcnro doilito mofteiro. e Igrejas a cllc in perfyettfutn
anexas como que odito mofteiro foi inltimido , cregido, cdiilicado,
e dotado , clem oqual rendimento e coufas per ellas nomeadas odi-
,
to mofteiro , e religiofas dclle nab podem viver nem fe fuftentar
,
neni manter na qual nonica9ab , c rendimento nab nomcarab a Juril'di-
9ab dadjta Villa que Ihes pertencem por a nab terem por bens deren-
da por na verJade o nab fer por fer , e a terem por mais incomodofa
danola , c fcin fruito ao mofteiro que proveitofa por nclla nab aver
rendimento , nem emolumento quc ceJa, ou polfa ceder em provei-
Tom. IV. Y yy to
538 *Provas do Liv. V1 . da Hl/lorla (jenealogtca
to ,
c utillidadc do dito iroftciro , c fiiftcntanicnto dclle antes com
olficiacs , c Ouvidor, Alcalde , Taballiatrs fc I'cpiie entre a dita Ahba-
defl'a , c Convento comcrcio , c trato dc ncgoceos fccularcs , c profa-
nos, qiie dc dircito , honeftidadc , eregra faft prohibidos , c danofos
a tal rclligiad tad encerrada, ecom tanta honeftidade debom exemplo
dclouvor, e fervi^'o dcDeos, cainda odito moilciro tem com os di-
tos ofliciacs defpefas , e gaftos dcfordcnatlos , e a dita jiirirdiâd fugei-
ta a I'c perdcr por na6 ter Ouvidorcs Ictrados , e tacs que a polTa?) re-
giicr, c adminiftrar fern perigo, e danno della, e conheccrcm dasap-
pellaôes , e aggravos das fentenâs diftinitivas 1cm outro conhccimen-
to de auâo nova , e por as ditas caufas os Ouvidorcs della , e Abba-
delTa forao por vczes dtados pclo Procurador do dito Senhor , e ain-
da ora corre demanda na Corte com grande perigo de fe perder , e com
grande gallo , del’pcza , c tiabalho continuo da dita AbbadclTa , e Con-
vento o que tudo he contrario ao habito , honeftidadc , c regia da rcl-
ligiaf). E vifto outro fy como fcmoftia o dito Senhor vcnccdor ven-
do como os fruitos ,
bens , e rendas que clla AbbaddFa nomcara erao
ncccirarios para alimentos ,
fuftcnta9a& , c inevitaveis neceftidades do
dito moftciro ,
e fazendofte remataâo pcia dita condena9a6 nelles fe-
ria necefTario ikfempararfc , c hcrmarl’e o moftciro , e fc perdcrem as
Rclligiofas dclle, evagarem pelo mundo em opprobrio da Rclligia6 ,
e fenao dizerem , nem fazcrcin os officios divinos no dito mofteiro a'
fcrvi90 de Decs , e provcito dxs almas dos defuntos , que o dito mof-
teiro cdifficarao , cos bens, e rendas dotara6 movido de fanflo,ejuf-
to propofito , c zello mandou requerer a ella Abbadefla , e Convento
que cm lugar dos ditos bens , c rendas nomcados defTcm , e fubrogaf-
lem ajurildi9a& da dita Villa que Ihcsera danofa, e nao neceffaria co-
mo os ditos bens , c clla Abbaacfta , c Convento pofpoendo o provci-
to , e utilidadc do dito moftciro , e neceffidadcs dclle a leu dezejo , e
vontade o na6 quis fazer , e vendo o dito Senhor venccdor como cllas
nao tinha6 bom refpeito , e confelho ao que dcvia6 procurando feu
provcito dcllas, edefeu mofteiro toda via porfer fcrvi90 deDeos, e
as coufas licitas , ehonellas fobreditas que aiftb omovera& fupplicou
a Sua SaviJlidade expoendolhc como era mais util , e provcitofo ao di-
to mofteiro cllc largar os bens , c fruitos , c rendxs nomeados pan
feus alimentos , e fe fubritâr a jurifdi9a6 da dita Villa em lugar dos
ditos bens , e vendo Sua Mnilidadc eftas caufas exprdfas , c outras
contheudas no breve nos cometeo que viflemos , c nos infornâlTcmos
Jetodo, eachando fer afty mais util, e provcitofo a dita AbbadclTa,
Donas, e Convento, efeu moftciro fubrrogar a dita juiifJi9a6 por a
dita divida em lugar dos bens , e rendas nomeadas, eque cedia cque
,
podia cedcr a dita lubroga9a6 cm evidente utilidadc do dito moftciro,
e Donas, e Convento dclle fubrogalTcmos a dita |urifdi9a6 em lugar
dos ditos bens , c rendas e vifto como fe prova claramente
•, c moftra
,
os ditos bens , c rendas por clla AbbadclTa e Convento nrrieadcs a
,
penhora ferem utilles , e ncceftarios todos para o dito moftciro c ali-
,
mciuos, c fuportamento das Donas, e Convento, c fazendofte cxccu-
jeo nelles, ou parte delies villa arepofta da Abbadefla lepcrdcria, e
defpo-
,
,
di Cafa %eal Tortugfieiâ. 5 ^p

defpovoaria 0 moftciro a(Ty das Donas , como do fervigo dc Dcos, e
officios divinos por o cfpiritual nao poder confiftir lem o temporal, e
a dita jurifdi^'ad llic na 6 he util ,
nem proveitofa ,
ncm neccff'aria para
fiia vida , e ncccffidadcs , c por ellas caulas , c outras cjue defies fe col-
ligem a dita fubrogaâ 6 da dita jiirirdiâo he cm cvidcnte utillidade
do dito molleiro , c le mollra o dito Senlior fazcr fua I'upplicaâo com
juftas, c Icgitimas caufas , e Sua Sanclidade Ihe fazer coiiccllao legi-
tima , c vcrdadeira o que tudo vifto , c bem examinado com a forma
theor, ccontincncia ao breve, ecommiflao, e premiffas dellc com ef*
tes autos , e mcritos delles , c o mais que nos confla dc todo con]un~
£iim procedentes Deum pr<e oculis habevles , e pro trilnmali jedentes
in ijs fcriplis. Per efta noffa fentcnca pronunciamos , edeclaramos fer,
e cedcr em evidente utillidade do dito moftciro , donas , e convcnto
delle , e Ihes fer util , e neceffario fubrrogar como defe£lo por efta fub-
rogamos a dita jiirifdigab em lugar dosbcns, e rendas per Abbadclfa
e Convcnto nomeados. E mandamos que na dita jurifdiâb fc faâ ex-
ecugab pela dita fentenga por o dito Senhor impetrada, e havida, c
por efta mcfma fentcn9a havemos as ditas rendas , e bens por na& no-
meados , e os Ibltamos a dita AbbadelTa , e Convcnto para que delles
poUib livrementc difpocr como dantcs j e por em todo darmos o bre-
ve , e mandados dc Sua Sandlidadc a dcvida cxccuâo mandamos palFar
Cartas , cditaes para efta Cidadc , e para a dc Lixboa por nclla haver
peff'oas poffantes jjara comprar a dita jurifdiqao , e para a do Porto c
,
iara a Villa de Guimaraes , e Villa de Conde as quaes fe fixarab nos
fugares acoftumados com termo de trinta dias para por ellas , e prcgocs
que cada dia darao nos ditos lugares fe faber o prcgo que fe acha por
a dira jurifdiâb para ndle fe dar ao dito Senhor fcgundo a tcng io do
dito breve, intento , edepofTâb delle, epaffado odito termo as car-
tas com os autos dos prcgocs , clan5os que fobrc ellas fefizcrcm fera
todo trazido a eftes autos, e com todo darcmos odefpacho que jufto
nospmecer. Pella qual fcntcn9a ajurifdi9ao da dita Villa andou cm
pregab affy na Cidade de Lisboa , como na do Porto , e nas Villas de
Guirnaraes , e Villa de Conde , e andando alfy cm prcgab o dito Se-
nhur Rev mcu Avo paffbu ao Iffante D. Duarte feu Irmab meu Tio
uc fanriia gloria haja hum alvara cujo treslado he o fcguintc. Eu
?dRey fi90 faber a quantos efte mcu Alvara virem que eu fou infor-
mado que por parte do Iffante D. Duarte meu rauito amado , e pre-
zado Irmab he feito lan9o denove mil cruzados na jurifdi9ab da Vil-
la de Villa de Conde
,
que anda cm pregab , e fe vendc por hui fcii-
teiijj que o Procurador dc mens feitas ouve contra a Abbadclfa e
,
freiras do moftciro dcSanfla Clara da dita Villa cuja a dita jurifdi9ab
he , e cy por bem que nab avendo outro mayor lan90 fc arremate a
dita juril'di9ab ao Iffante mcu Irmab fern mais me fer notcficado fe a
quero tanto per taiito , ou fe quero lanqar nclla , e fcndqlhe ally ar-
rematada lire fera logo dada a poffe della notefico-o aTy aos Juizej
da dita execu9ib , e a quaefquer outras jiifti9as , ofiiciaes , e peu'o.is a
que o conheeimento difto pcrtenccr para faberem como aify o ey por
bem Manoel da Cofta o lez cm Lixboa a dezalleis de Septembro ce
Tom. IV. Yyyii qei-
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540 ^rovai do Lh. VL daHiHona ênealogtca
quinhcntos e quarenta e efte nao paffara pclla Chancellaria. Por ver-

tude do qual Alvara o dito IfFante fcs larKjo de novc inil cruzados , e
lendo os prcgoes todos corridos os ditos Juizes Appoftolicos puzcrao
o defpacho Icguinte. Chrijti nomine irrvocato : Viftos cftes autos quc
le de novo fizcrao , e crearao fobre a execu9a& , e pronunciaâO de
NolTa fentcn9a , e como cm cfta Cidade correrao os trinta pregocs or-
dcnados pclla Ordcna9a6 , ecoftuincs defies Reynos , ena Cidade de
Lisboa , e Porto , e Villa de Guimara& , e Villa de Conde os mais fc-
gundo forma , c theor de nofla fenten9a como confla per os ditos au-
tos publicos , e autenticos , e como fe na6 achou quern na jurifdi9ao
quc nadita fentcn9a nolfa fecontem lan9aflc fomente o muy cxcellen-
te Principe , e Sereniflimo Senhor o Itfante D. Duarte que em ella fcs
lanco dc nove mil cruzados per liccnca , e confentimento de ElRey
nolfo Senhor, evifto como o dito Sennor Vencedor mandou carregar
per feu Almoxarife os ditos novc mil cruzados cm receita , e pagua
da fua divida perque fe fez a dita excucao dos quaes fez merce ao di-
to Senhor IfFante , c mandou por feu Alvara que a dita Jurifdi9a6 fe
rematafTc ao dito Senhor IH’antc no dito lan90 de nove mil cruzados,
e manda que o feu Corregedor va dar a pofTe ao Procurador do dito
Senhor Iffante , e Ihe pafTe feus eflromentos , e autos de pofTe como
todo confla dos Alvaras , e provifo& do dito Senhor Vencedor per feu
Procurador prefentadas o que todo a(Fy viflo , e bem examinado pro-
cedendo cotijun&im baber.tes Deum p’£ oculis guardando a forma do
breve em todo porque poflo que nelle diga quc fe rematafie ao dito
Senhor por o lan9o , e PIC90 quc fe achaffe pois todo foy cm favor do
dito Senhor impetrante , o podc conceder , e trefpaflar com direitos
em o dito Senhor Iffante feu Irma6 que o dito lan90 fez. Por tanto
mandamos que a dita jurifdi9a6 feja como pertcnce ao dito mofleiro
e Abbadefla , e Convento , e como della uzava6 dantes , rematada ao
dito Senhor IlFante com todos os direitos, rendas, c proventos, proes,
eprecal9os a ella ordenados , e deputados , e Ihe por qualquer via per-
•teneem , ecomo ella Abbadefla havia, c tinha odito mofleiro, eAb-
badeflas que pclo tempo forao , c mclhor fe clle Senhor Iffante os pu-
dcr com dircito haver , e por efla lha aramatamos no dito 13090 dos
nove mil cruzados , e por efla per vigor do dito breve , e claufullas
delle autoritate Appoflolica confirmamos , e approvamos a fenrenga
que o dito Senhor Vencedor ouve no fccular contra ella , c feu Con-
vento , e afly accrca da dita fentenga , e autos dc quc cmanou cemo
ncfles autos , e fentenga fuplimos todos , e quacfquer delFeitos , alTy
de feito , como dc dircito , e Ihe damos firmk1a6 quc tenhao forga , c
vigor fern Ihe poder obflar coufa algu 5 como fe no dito breve contem,
e por efla mandamos a todas as julligas afly ecclcflaflicas , como fecu-
lares dc qualquer calidade que fejao , c afly a todos os Notaries , Ta-
baliats , e Eferivaes que com efla forem requeridos quc a dcni a de^'ida
execugno , edem apofle da dita jurifdigao ao dito senhor Iffante, on
a feus procuradorcs , efagao detodo auto, e autos, quc ncceflarics fo-
rem , e dclles fc paflem feus inflromentos para firmeza , c clFcito del-
ta fentenga para que eni todo tempo faga iuteira fe e creuito , e feja
,
fern
,
da Cafa %eal Tôrtuguesâ. 541

fern cuftas vifta aqualidaJe daspefToas. E porbein delle foy arroma-
tada ao dito Iffante a jurifdiâo da dita Villa , c o dito Semior man-
dou dar a nolle da juril'digao della ao dito Ittantc per hda fua Carta
cujo treslado he o feguinte. Liccnccado Hilaiio Diaz Eu ElRcy vos
envio muito faudar. Por minha parte fc rcquerc a execuqab de numa
fentenâ que o Piocurador de meus feitos ouve contra a AbbaddTa , e
Convento doMoftciro deSaniVa Clara de Villa deConde decerta con-
tia de dinheiro em que me fao devedores , e obrigadas por rcza& de
certos direitos de Alfandega da dita Villa que individamente levara6
pertcncendo amim aqual execuâb femanda fazer na Jurifdiâo da di-
ta Villa que ora he do dito mofteiro , e nclla manda ora lanâr per
minha licenâ o Iffante Dom Duarte meu muito amado , e prezado
Irmab tres contos, efeifeentos mil rcis. Pello que ey porbem evos
mando que fcndolhe a dita jurifdiâb rematada na dita contia , e
conftandovos como os ditos tres contos e feifeentos mil reis fab carre-
gados em receita fobre o meu Almoxarife de Guimaraes que logo va-
des a dita Villa de Villa deCondc, e dcis a poffe dajurifdigab della
ao procurador do dito Iffante meu Irmab com a folcmnidade que de
dircito feVcquerer, e da dita poffe Ihc paffareis voffa certidab autlien-
tica para fua guarda comprio affy Manoel da Cofta o fes em Lisboa a
dezanove de julho de mil quinhentos e quarenta. A qual poffe Ihe
foi dada fegundo femoftra per hum auto eferito per Jeronimo Ribei-
ro Efcrivab dos refiduos na Comarca de Guimaraes aos dous dias do
mes de Outubro de mil e quinhentos e quarenta annos. E hora Dom
Duarte Duque de Guimaraes , Condeftable demeus Revnos, eSenho-
rios meu muito amaJo , e prezado Tio filho do dito iftante D. Duar-
te meu Tio me enviou dizer que por quanto o dito Iffante D. Duarte
feu Pay fallecera antes de Ihe ler feita Carta da dita jurifdiâb aflinada
por ElRey meu Senhor , e Avo que fandia gloria aja , e die fer feu
filho varab lidimo aquem a dita Villa com fua jurifdi^rb havia de vir
per fucceffab por fer arrematada ao dito Iffante feu Pai na maneira fo-
bredita me pedia Ihcmandaffe dar Carta dajurifdiqab da dita Villa de
Villa de Condc. E vifto o que affy enviou pedir querendolhc f.izer
merce : ey por bem , e me praz qûe o dito D. Duarte meu muito ama-
do , e prezado Tio haja a jurifdiâb crime , e civel da dita Villa de
Villa de Conde , e feu termo relervando para mim correigab e Al-
, ,
9ada , c affy ey por bem que o Ouvidor que o dito Dom Duarte meu
muito amado , c prezado Tio na dita Villa pozer conheâ per appel-
lagab , c aggravo , e de fuas fentengas e determinagoes dara appella-
,
93b, e aggravo para os meus Defembargadores a quo o conhccimeuto
pcrtencer , e ey por bem que o dito D. Duarte meu muito amado , e
prezado Tio poffa dar , c de por fuas Cartas os officios da dita Villa
e feu termo que a mim pertencer tirando os officios das fzas , e da al-
fandegua , e do mar da dita Villa , e os que forem da data do Confe-
Iho affy, e da maneira qiie tudo tinhab, e poffuhiab a Abbadeffa, e
freiras do dito moffeiro deSanila Clara de Villa deCondc^ e Ihc de
dircito podia pcrtencer ao tempo que fe fez penhbra, e'raecucaO'inr
dita jurffdijab, easpeffoas a que -affy. obri-
5^2 ^ôvas do IJv» Vh.da Hijlorta ^^nealoglca
dos antes quc oscomecem a fervir atirarem deminha Chancellaria os

regimentos , e os tabaliacs dcixarao nclla feus I’enacs piiblicos. Pello
que mando ao Regedor , e Governador das minhas cafas da Supplica-
cao , e Give! , c aos meus Defembargadores do Paô , Corregcdorcs ,
Juizes , ejufVi9as demciis Reynos que ally ocumprao, eguardeni , e
faâo intciramente comprir , cguardar fem duvida , nem embargo al-
gum que acllo ponhao. E mando aoCorregedor da Comarca do Por»
to, aosjuizes, Vreadores, homens bons , epovo dadita Villa, ea
quacfqucr oiitras julliâs, c officiacs a quc efta niinha Carta for mo P*
trada , c o conbeclincnto della pertencer que dem logo a pofl'c da di-
ta Villa, clcu termo , e dajurjl'diâo , edata dos officios della ao di-
to D, Duarte meu muito amado , c prezado Tio , ou a feu certo pro-
curador fegundo forma defta Carta , e raelhor l*e o dito D. Duarte to^
do com dircito poder fer , e antes do dito D. Duarte meu muito ama-
do , e prezado I'io uzar da dita jurifdiâo mando quc efla Carta fe
regille no livro dos mens proprios da Comarca , e Contadoria da dita
Villa pello efcriva6 dos Contos della, ealTy nos livros da Correi9a&
della , c no livro da Camara da dita Villa pello eferivao della para fe
faber por os ditos rcgillos em todo o tempo a mancira em quc o dito
D. Duarte ouve a Jurifdi9a6 da dita Villa , e de como efta Carta afty
foi regiftada nos ditos livros pafTarao os ditos efcrivacs fuas certidoes
nas coftas della. Dada na Cidade dc Lisboa a dezafeis dias do mes de
^layo. Pantallcao Rebello a fez anno donafeimento deNoftb Scnlior
Jetus Cbrifto de mil quinhentos e lefTenta. Ey por bein de fazer mcr-
ce dejuro para fempre a Dom Duarte meu muito amado , e prezado
Tio da data dos ofHcios da dita Villa , e feu tern-o os quaes podcra dar
por fuas Cartas cxcepto os officios das fifas , c da All'andcgua , e os que
tbrein da data do Coniclho como nefta Carta he declarauo, ealfy ey
por bem quc o feu Ouvidor conlic9a dos aggravos fern embargo da
Ordena9a6 em contrario para quc tudo o fobredito ande com ajurifdi-
9ao da dita Villa que fe ouve por titullo de compra por eftas duas cou-
fas nao entrarem na dita compra. Pantalca& Rebello a fez em Lisboa
a vinte e fete dc Setembro de mil quinhentos feftenta e quatro. A qual
jurifdi9a6 o dito Duque D. Thcodofio meu muito amado , e prezado
Prime tera
,
e polfuira por fy , e por todos feus defeendeates machos,
c femeas , e collatcraes herdeiros , e fucceftbres de lua Cafa de juro , e
de herdade dagora para todo fempre como dito he , e iflo fora da
ley mental, e detudo oque por clla , e por todos osparagrafos della
efta ordenado , e mandado que dc minha propria fcicncia inotu pro-
,
prio , podcr Real , e abfoluto ey aqui por expreftados , e derrogados
para quc luio prejudique cm.coufa algua efta minha doa9ao antes quc-
ro, e me praz guc fem embargo da dita Ley, c dequaefquer outras
leys, ordcnacoi^j, e provifoes, que cm contrario haja fe cumpra efta
minha doa9ad em todo , e por todo tab intciramente como nella fe
contem pofto quc as leys , ordena9oes , e provifoes fejab taes quc re-
queirao fazer exprefta , e particular mcn9a6 , c dcrroga9ao dellas fe*"
embargo da Ordena9ao do fegundo livro titullo qnarenta e novc que
diz , que fe nab ciHicada far por inim dCffogada ordena9ab algua le da
,
fuftan-
,
da Cafi âl 7 o) tuguesâ.

543
fc na6 fizer exprelTa men5a& , e derrogaâii , e fem em-
fiiftancia della
bargo das leys que dizem que gcral derroga5a& na& valha. Notefico-o
alTy ao ineu Regedor da Cafa m Supi>licaca6 , e ao Governador da Re-
lagao do Porto , c aos meus Defembargadores do Pago , e a todos os
mais Dezembargadores , Corregedores , Ouvidores , Juizes, c julligas
demeus Revnos a que o conhccimento difto pertencer , c Ihcs mando
que facao dar, edem apolTe dajuril'di5a6 da dita Villa, efeu termo,
e data aos oiHcios della pella maneira fobredita ao dito Duque , e a to-
dos Icus defeendentes herdeiros de fua Cafa que fegundo forma de fuas
doagoes ouverem de focceder nella , e os deixem gozar , e uzar de tu-
do o dcclarado nella Carta de doagad , e lha cumpra6 , e guardem , e
faga& inteiramente cumprir , e guardar como nella fc conthem fem du-
vida , embargo , ncm contradigao algu3 que a iflb feja polio porque
alTy he minha mercc o qual fera regillado no livro da Camara da dita
Villa pello cfcrivau della , e noslivros da contadoria , ecorreigad da
Comnica para cm todo tempo fe ver , e faber pelos ditos rcgillos o
como odito Duque, e feus luccelTores tern, e na6 deter dejuro , e
dc herdade para fempre ajurifdigao da dita Villa, e feu termo , e a
data dos officios como dito he , e os eferivaes que alTy regillarem clla
Carta palTarao fuas ccrtido<5s nas collas della com dedaragao do dia
nics , e anno , e do livro , efolhas delle em que a regillarad Francifeo
Pereira de Babo a fez em Valhedolid a trinta de Abril de mil feifeentos
c dous diz per antrelinha na terceira pagitia e feifeentos. Ellevab da
Gama a fez eferever.
Poi taria da merce das jur'fdtcqies , e dates

dos Ofichs de V ilia da
Conde dc jura , e herdade fora da Ley mental. Ejld no Car-
torio da Cafa , ondc a copiey.
E LRey nolTo Senhor ( havendo refpeito aos multos egrandes fci^Miim 5 1 *7

vigos , e merecimentos da pelToa e Cafa do Duque de Braganga feu
muito amado, e prezado primo , e alheter feito mercc perraza6 de
I* 2
An. *604.
/•
feu cazamento da Jurdigao , e datas dos officios d’ Villa ae Conde de

juro , e herdade fora da ley mental affi e da maneira que as teve o So-
nhor Dom Duarte tio delle Duque. ) Ha por bem de Ihc fazer mercc
em fua vida , que^ os Corregedores que tegora entrarab por correiga6
na dita Villa dc Conde , nao entrem mais nella , e que cs feus Ouvi-
dores pollao nella fazer correigaA ; e que os officiaes fc chamcm pnr
elle , como o lazem os das outras fuas terras para o que fe Ihe paflii-
,
ra6 ospadrocs necclTarios. Em Valhadolid a 2 deFevereiro de 1604.
jihard
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544 doLlv»VL daHiflorla (jeneah^tca
Rivard delR ey D. Manoe/, porqueJaz merce aAhbadejJa de V il-
ia de Coude das rendas , e direitos , e jurifdicgês , de que ejia-

va de prjje. EJld na Torre do Tombo no livro de Alem
do Douro apag. 66 J
Manoel pcrgraâ deDeos Rey dc Portugal, edosAlgarves

Mum
tNuJli. 240* JLy daqiicm edalcm mar ein Africa, Senhor de Guine, daConquifla
An. 15*^' navega9ao, comercio da Ethiopia Arabia Perfia da India &c. fazcmos
faber a vos nollb Corregedor da Comarca de entre douro e minho ,
e a todolos Juizes , e jultiâs da dita Comarca que a nos praz , que
a AbbadelFa , que hora he do Mofteiro de Villa de Conde , efte era
polTe dc todas as rendas , e derejtos , jurdiôes , que a dita Gala pcr-
tenccrem jpor fuas doa90cs , e cft 6 daqucllas , que D. Joanna Abbadef-
fa , que foy do dito Moftejro , poi'uya , e cftava em pofl'e ao tempo
que le fez a reformaâo ila dita Cafa , c nor quanto as efcrituras , e pri-
vilcgios do dito Moftejro nao fao achadas , por fe efconderem ao tem-
po , que fe a Cafa tomoii , avemos por bem que a dita AbbadelTa uze
da data dos officios da dita Villa aftim como o fazia a dita D. Joanna
Abbadcfla que difo eftava em pofl'e , c affi de todo o mais de que uza-
va por bem dos ditos Privilcgios , e doaôes , notificamosvolo afli , e
VOS mandamo^ , que o faâis afli cumprir , e Ihe nao vades contra ifto,
em parte , nem em todo , porque afli o avemos por npfl'o ferviô. Da-
da cm a nofa Cidade dc Evora a vintc de Setcinbro , Antonio Paez a
fez de mil e quinhentos c dezanove e porem efto fe entehdera daqucl-
;
las coufas , que a AbbadclTa D, Joanna , e as outras Abbadclas eftive-

rao em polTe. -
Carta ,
em que foy dada Villa do Conde ^ fora da Ley mental , na
jurfdiegad detodos os officios da dita Villas ejld no dito maqo,
Mum. 24.0. Phillippepergraga deDeos Rey de Portugal, e dosAjgar-

*
'
daquem , e dalem mar em Africa Senhor de Guine y e da
,
All. 1004.
Conquifta navega9a& , Comercio de Ethiopia , Arabia, Perfia, e da'
India &c. Ea90, faber aos que efta miiilia Carta virem , que havendo
,
eu refpeito aos muitos , e grandes fervi9os , e mcrccimcntos da pefloa
e Cafa. de D. Theodozio Duque de Bargan9a , e dc Barcellos meu niui-
to amado ,‘ eprezado Primo , eaeu poroutra minha Carta Ihc ter fei-
to merce pbrrcza6 dc feu cazamento da Jurifdi9ab , q da datta dos of-,
ficios dc Villa de Conde de Juro , e herdade fcia da ley mental', afl'y
e da maneira quo tudo teve D. Duarte Tio delle Deque , e por deze-
Jar dc fempre Ihefazer merce, econfiar que mcfcivira, e conhecera
fempre as que Ihefizcr, hey por bem , e me praz dc Ihefazer merce
que as peflbas que elle prover dos officios da dita Villa de Villa de
Conde , levem os Regimentos da Chancellaria dclle Duque , e que nel-
la fa9a6 os Taballiaes da mefnia Villa os finaes publicos
,
dc que em
feus
,

feus officios ouverem deuzar, com tal declaraâo quo os regimentos
que fc Ihe derem feja6 os mefmos que fe da6 aos outros tabaliacs, e mais
officiacs em minha Chancellaria , e efta mercc f'aô ao Duque , c a to-
dos feus fucceflbres dejuro, eherdade fora da ley mental, a^ como
per outra minha Carta tern a dita Villa , pelo que mando ao Governa-
dor da Cafa do Porto , e a todos os Defembargadores , Corregedores
Ouvidorcs , Juizes , Juftiâs , officiacs , e pclToas a que efta minha Car-
ta for moftrada , e o conhecimento della pertencer , que a cumprad
guardem , e faâo inteiramente comprir , e guardar como nelle fe con-
them , a qual feregiftara no livro da Camara da dita Villa de Villa de
Conde , c no da Correigad , e provedoria da Cidade do Porto , de que
os officiacs a que pertencer paflarad fuas certidoes nas coftas della , que
por firmeza dilfo ihe mandci dar por inym aflinada , c alTellada do meu
lello de chumbo pendente , Scbaftiad Pereira a fez em Lixboa a cinquo
de Marij'o anno do nacimento de nolTo Senhor Jefu Chrillo de mil leil-
cencos c quatro , Joad da CoHa a fez eferever. :
Carta delRey para <jue nai entrem em Villa de Conde ciitras Jiif-
tigas mats que os Ouvidcres do Duque ,
dito mago.
D Om Phellippe pergrapi de Decs Rey de Portugal , e dos

ves daquem , e dallem mar em Africa , Senhor de Guine jcda*"
Conquilla , navegagad, Comercio de Ethiopia, Arabia, Per/ia, da In-'
2 <0
•*>«.
An. 1604.
dia , &c. Faô laber aos que efta minha Carta virem que avendp eu
,
refpeito aosmuitos, egrandes ferviôs c mcrecimentos da pellba , c
,
Cafa de O. ThcodoHo Uuque de Barganâ , e de Barcellos meu muito
amado, c prezado Primo, e a eu por outra minha Carta Ihe ter fei-
to mercc porrezad do feu cafamento dajurifdiâd e data dos officios
,
de Villa de Conde de Juro , e herdade fora da ley mental , afty , e da
maneira que tudo teve D. Duarte Tio dellc Duque , e por dezejar de
fempre Ihe fazer mercc , e coniiar que me fervira , e conncccra fempre
as que Ihe fizer : ey por bem e me praz que os Corregedores da Co-
,
niarca do Porto, c quacfqucr outros que ategora entrara6 por correi-
âo na dita Villa de Villa de Conde nab pouab em vida delle Duque
,
entrar , nem entrem mais nella
, eque os feus
Ouvidores polfab lazer,
efaâo correi9ao na dita Villa , alli , e da maneira que osditos Corro-
;edorcs a poderab , e diverab fazer antes de eu fazer efta mercc ao
f)uque, calTy me praz que os officiacs da dita Villa fechamcm pclo'
Duque , affy , e da maneira que o fazem os das outras fuas terras , e
mando ao Governador da Cafa do Porto , e a todos os Defembargado-
res , Corregedores Ouvidorcs, Juizes, juftiâs officiacs , e pcifoas a
, ,
que efta minha Carta for moftrada , c o conhecimento della perten-
cer que a cumprab guardem , efaâb entciramente comprir, e guar-
,
dar como nclla fe contem , a qual fe regiftara no livro da Camara da
dita Villa de Villa de Conde , e no da correiâb, e provedoria da Ci-
dade do Porto , de que os officiacs a que pertencer palTarab fuas certi-
does nas coftas della , que por firmeza dilfo Ihe mandei dar por inim
Tom. IV. Zzz alfir
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54^ Trovtu dt>Liv,yi. daHifiona êneakgica
afllnada e alTellada do mcu fcllo dc chumbo pendente , Sebaftia 6
,
Pereira a fez cm Lisboa a cinco deMarco anno do nafcimento de Nof-
fo Scnhor Jcfus Chrjfto de mil feil'ccntos c quatro. Joa 6 da Cofta a
fez eferever.
Doagai dot Tahaftaens de V ilia do Conde. EJld no dito Carta-

rio ,
e dito mago.
Num, 2 ji.
An. 1604. D Om
ves
Phellippe per gra 9 a de Decs Rev de Portugal , e dos Algar-
daqucm
uifta na^'ega 9 a&
,
,
e dalem mar em Africa Scnhor de Guine , e da Con-
Comercio dc Ethiopia , Arabia , Perfia , e da In-
3 ia &C. Faô faber aos que efta minha Carta virem , que avendo ea
refpeito aosniuitos, egrandes ferviôs, e mcrecimentos dapclToa, e
Cafa de O. Theodono Duque dc Braganâ , e de Barcellos meu muito
amado , e prefado Primo , c a eu por outra minha Carta Ihe ter feito
mercc por reza 6 dc feu cafamento da jurdi 9 a 6 , e da data dos officios
de Villa dc Conde dejuro, c herdade , fora da lej mental, affi , e da
maneiri que tudo teve D. Duarte Thio delle Duque , e por defejar de
fempre Ihc fazer mercc , e comfiar que me fervira , e conhecera fem-
pre as quo Ihe fizer , ey por bem , e me praz de Ihe fazer merce , que
aspelToas que elle prover dos officios da dita Villa de Villa deConde,
levem osRcgimcntos da Chancclaria dclle Duque , e que nella faâb
osTabalia.ts da mefma Villa os finacs publicos de que em feus officios
ouverem dc ufar , com tal declaracab , que os Rcgimentos que fe Ihe
derem , fcja 6 os mefmos que fe dao aos outros tabalia& , e mais offi-
ciacs em minha Chanccllana , e ella merce faô ao Duqu^ c a todos
feus foccelTores, dejuro , e herdade fora da lej mental , am como por
outra minha Carta tem a dita Villa. Pello que mando ao Govemador
da Cafa do Porto, e a todos os Defembargadorcs , Cortegedores , Ou-
vidores , juizes , Juftiâs , officiaes , e pelToas , a que efta minha Carta
for moftrada , e o conhecimento della pertencer que a cumpra6 , guar-
dem , efa9a 6 inteiramente conmrir, eguardar como nella fecontem,
a qual fe regiftara no livro da Comarca da dita Villa de Villa de Con-
de , e no da Correiâb , e provedoria da Cidade do Porto , de que os
officiaes a que pertencer palTarab fuas Certidocs nas coftas della , que
>or finneza diflo Ihe mandei dar por mim afllnada
,
e afl'cllada do mcu
fcllo de chumbo pendente. Sebaftiao Pircira a fez eml.ixboa a cinco
dc Marô ; Anno do nafcimento de nolTo Scnhor Jcfus Otrifto de mil
ieifeentos c quatro. Jcao da Cofta a fez eferever.
7 ELREY.
Carta
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,,,
da Cafa âl Tortugueiâ, 547

Carta delKey D. F'uippe , tm quefaz merce ao Duque D.T/ieodo-
Jio II. de Ihe tirar duas vezes fora da Ley mental , as Villas
de Motforte , Metgogo , Cafiro Labor eiro , Cqjlello de
Ficonha^ eNogueira. Dito Archivo^ maqo das
Confrmaqoes y donde o copiey.
D Om Philippe per gra?a de Decs Rejr dc Portugual , e dos Algar-My~. ' 2 < 2 '
ves daquein , e dallem mar em Africa , Scnhor de Guine , e da
Conquida navcgua9a& comercio de Ethiopia , Arabia , Perfia , da In-
^
An. l6oa,
dia. Faô fabcr aosque eda minha Carta vircm que havendo refpei-
to aos muicos , e grandes merecimentos , e ferviôs do Duque de Bra-
guanqa , e de Barcellos Dom Theododo meu iiiuito amado , eprefado
Primo feitos a EIRey D. Sebadia6 que Deos tern com o qual te achou
nu batalha de Alcaccr , e foi nclla cativo , e aos que fez a ElRey meu
Scnhor , e Paj que fan<£Ia gloria haja nos iWorros dc Lisboa com mui-
ta dcfpefa de fua fazenda , e em outras coulas , e por folguar dc por
edes , e outros rcfpeitos fazer merce ao dito Duque hey por bcm , e
me praz de Ihe tirar por duas vezes fora da lej mental as Villas dc Mon-
forte , Melgaô , Cadroleboreiro , Cadello de Piconha , Villa franca
e Nogucira que fora6 dadas en cafamento ao Duque D. Theodolio feu
Avo para que cn cada hda das ditas vezes que aconteca nao haver hcr-
dciro , e fuccelTor do dito Duque a quern as ditas Villas dc direito dc-
vao , e haja& de vir conforme a dita lej mental por vertude deda Cai-
ta polTad fuccedcr nellas os parentcs mais cheguados afccndcntes , ou
dcfcendentcs , e collaterals machos, ou fcmeas que forem herdciros, e
fuccclfores do Edado , e Cafa do dito Duque , pcra o que de minha
certa fcicncia , motu proprio , poder Real , e abfoluto revoguo , e hey
or revoguada a dita lej mental , e todos os paragrafos della , fem cm-
E arguo da Ordena9a6 do fcgundo livro titulo quarcnta e nove , que
diz que na6 fe entenda fcr dcrroguada por mym lej , ou ordena9a6 al-
gda le da fulbincia della fe na6 fizer cxprclTa mencao , c dcrrogua9a&
Notefico-o adi ao meu Regedor da Cafa da Suppiicaâo , e ao Govcr-
nador da Rellaâb do Porto , e aos meus Dezembarguadores do Pa-
0 , e a todos os mais Defembarguadores , Corregcdores , Ouvidoras
5 uizcs , c j ultimas a que ella minha Carta for modrada , c o conhcci-
mento della pertcnccr, c Ihesmando queacumprab, cguoardcm, c
faâb inteiramcnte comprir , e guoardar como nclla fe contem , fern
duvida , embargo, nem contradiâb algua que a illb feja polio , por-
ue adi he minha merce , a qual fe regiftara nos livros das Camaras d.xs
3itas Villas , c nas mais partes que for necclfario pcra polios tais rc-
giltos fc poder cm todo tempo ver , c faber o que por eiVa minha Car-
ta mando , e hey por bcm , c os Eferivais que a rcgillarcni padarab
I'uas certidbis nas codas della com dedaraâb do dia , mos , e anno , e
do livro ^ e folhas delle em que fica regilfada , Francifquo Pereira dc
Rabo alcz cm Valhcdolid a trinta de Abril dcniil cfeilcentos edous,
Edevab dcLima afez cicrever,
Tom. IV. Zzz ii Doaâa
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54 ^ ^fovas doUv.Vl. da Hijloria ênealogica
Doagao JelRey D. Filipps II. ao Duijus D. Theodofto II. da Di»

zJma do F^cado de Azurara. Dito Archivo , maqo das Con-
firmagoes do Pe/cado.
Num. 253.
An. 1602.
D Om Phillippc per graâ de Deos Rey dc Portugal , e dos Algar-
vez daquetn , e dalem , mar em Africa , Senhor de Guine , e da
Conquirta navega9a& , comercio dc Ethiopia , Arabia , Perfia , e da In-
dia &c. Fa90 faber aos quc efta minha Carta de Doaqab virem que
havendo refpeito aos muitos , e grandes ferviôs de D. Theodollo Du-
quc de Braganca , e de Barcellos mcu muito amado , e prezado Pri-
mo, feitos ao Senhor Rey Dorn Sebaftiab mcu Primo que Deos tern,
com o qual fc achou nabatalha deAlcacer, cfoi ncUa cativo, e aos
ue fez a ElRey meu Senhor e Pay que efta cm gloria nos foccorros
a e Lixboa com muita defpeza dc fua fazenda , e cm outras coufas , e
aos quc conho , e efpero qiic elle fempre me faâ , conforme a quem
he , e ao que fizciaA os Duques feus progenitorcs nos ferviôs dos
Senhorcs Reis pallados , c da Coroa de meus Reinos , c tendo outro fy I
refpeito ao conjunto devido que comigo tern , e haver hora de cafar

com D. Anna dc Vellafco filha do Condeftabre de Caftclla meu Primo,
do mcu Confelho doeftado , c Prefidentc do mcu Confelho Real dc
Italia , o uual cazamento fe tratoii com minha authoridade Real , e per
mcu manuado , c querendo cu por todos eftes refpeitos , c confidera-
90CS fazer mcrcc ao Duque conforme a cllas , e ao amor , e boa von-
tadc quelhetcnho confiando , e tendo porcerto que fempre mefabc-
ra fervir todas as que Ihe fizer , hey por bem , c me praz dc Ihe fazer
merce alem dc outras quc por eftas mefmas couzas Ihefis, que a ha-
metade da dizima nova do pcfcado do lugar dc Azurara , termo da Ci-
dadc do Porto , que o Duque ora tem cm fua vida , per doaâb dcl-
Rey meu Senhor , e Pay , que efta cm gloria , porque a outra ameta-
tlc della tem dc Juro fora da ley mental
,
e fobre eua que tem em fua
vida tres mil novecentos noventa cquatro rcis tambem de Juro,, a ha-
ja o rertante della daqui em diante de Juro pera elle , e todos feus
defeendentes ligitimos de varab cm varab fegundo forma da ley men-
tal
j e conforme a clla rcgulada a fuccclTab defta ametade da dir/ma do
pclcado que hora tem em fua vida , e de que por efta Carta Ihe faqo
merce dejuro, e por lha fazer mayor me praz, c hey por bem de Ibe
fazer juntamente merce de lha tirar por duas vczes fora da dita Icy
mental , pera que fuccedendo dous cazos cm que aja de tornar a Co-
roa conforme a eWa por falta , c defteito de legitimos lucceiforcs ba-
Toens, fucceda nefta ametade da dizima os parentes mais prrpinquos
ainda que baro& nab fejab , c efta doaâb de Jui o da ameiadc da uizi-
ina dopefcado de Zurara tirados osditos tres mil novecentos, e qua-
tro reis qiic ja nclla tem de juro Ilicfaô na forma fobredita com to-
das asrendas, foros, trebutos com quc ategora fc arrccidarab por par-
te delle Duque , c com tudo o quc a minha fazenda , c a Coroa de
meus Reinos pertcncc , c com as mais libcrdadcs , ffanquezas , izen-
90cns
f
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,
da Cafa Tortuguesâ. 54 ^
9oens ,
e faculdades com quc
ategora as ouve , e pofTuhio , c qucro , e
mando ,
quc die por e feus officiaes polTa mandar arrecadar , rcce-
fi
,
ber , arrendar , c aver a dita renda como mais quizer , e milhor fc die
com direito milhor as podcr aver , e arrecadar , porque nefta forma
hey por bem dc Ihc fazer mercc da dita renda , anullando , e calTando
pera effeito della quaefquer Ids , ordcna96es , grofas , e outras coufas
que polTao I'er cm contrano , fern embargo de fe requerer pera iflb
lazer de cada hua dellas exprelTa mcii9a& , porque todos , e quaefquer
deffeitos que nefta doaâo pofTa aver lupro , e corroboro de minha au-
thoridade Real , e certa fciencia , e por efta doa;a6 , e poftc , que o
dito Diique ia tern tornado della em fua vida o ey por metido em
pod’e della dc Turo ; pello que mando aos Veadores, e Confclhciros
de minha fazenda , e ao Contador della na Comarca , e Contadoria da
Cidadc do Porto que ora fao , e ao diante forem , e aos mais officiaes
della , juizes , Juflj9as, Officiaes , e peftbas a que o conhecimento per-
tcnccr que na forma nefta doa9ao contheuda , deixem ao dito Duque,
c feus fuccelTbrcs por fi e feus officiaes aver , receber , arrecadar , e ar-
rendar a dita renda da metadc da dizima do pefcado de Azurara como
mais llic aprouver , e Ihes cumpra6 , e guardein , e fa9a6 inteiramente
comprir , e guardar efta minha doa9ad do Juro affi , e tad comprida-
mente como nella fecontem, fern a iflb porem eftorvo, embargo , ou
empedimento algum porque affi he minha merce , e vontade , e efta
Carta de doa9a6 fc regiftara nos livrns da Contadoria da dita Comarca
do Porto , e na do Almoxarifado della pellos Eferivaens dellas , e nos
Jivros dos bens , e propriedades da Coroa quc anda cm minha fazenda
per hum dos Pderivaes della , pera a todo tempo fc faber em que ma-
neira tenho feito merce ao dito Duque , e a feus fuccelfores da ametade
da dita dizima que he na dcclarada nelh doa9a6, que porfirmeza dc
todo Ihe niandey dar por mym affinada , paflada por minha Chancella-
ria , e aflellada do meu fello dc chuinbo pendente , dada na Cidadc de
-Valhcdolid aviate dias domes dcMô. Manod Coelho a fez anno
do nacimento dc noflb Senhor jefus Chrifto de mil c feifccutos e dous
annos , e eu Laiis Alvres de Azevedo a fiz cl’crever.
Carta de Cenfirmagao fohre as jicrifdtcqoes , de que 0 Duque de Bra-

ganqa devia uj'ar nas fuas terras. Efta no Cartorio da Caja ,
maqo de Confirmaqoes.
D OmFcllipe rorgraija dcDcos Rev dc Portugal, cdos AlgarvcsJûm

daqucm , c d^ alein mar em Africa Senhor de Guinc, e da Con-
qnifta navega9a6, Comercio de Ethiopia, Arabia , Perfia
,
e da India
*
2 <j 5I *
*617.
&c. Fa90 faber aos que efta minha Carta de confirma9a& virem quc
per parte de D. Jo:’/> Duque de Bragan9a mai muito amado , c preza-
do fobrinho inefoi aprefentado hum meu Alvara perinym affinado , e
pairado por minlia Chanccllaria deque o treslado he oftîinte. Ea
I'.IRejfu90 faber aos quc cftc meu Alvara dc Conlirmacao virem que
Ci* por parte de D. Thcouozio Duque de Braganja , c de Barcclhis meu
muito
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5 50 Turovas do Liv, VL da Hijlorta (jenealoyca
muito amado , e
prczado fobrinho me fbi aprcfcntado hum Alvara del-
Rcy meu Scnhor , e paj que fanta gloria haja por clle afTinado , e paf-
fado pclla Chancellaiia dc que o traslado he o feguirtt'?. Eu ElKcj
faô laber aos que efte Alvara virem que havendo rcfpcito a mo pedir
or fua Carta o Duque de Braânâ meu muito amado , e prezado
f rimo , e a Icus ferviôs , e muitos merecimentos dc fua Cafa , e por
Ihe fazer merce ; hey por bem que clle pofla ter Chanccllaria de fua
Cafa , e de fuas terras , c Icvar os direitos della , e que os officiaes das
mcfmas terras fe chamem por clle na forma da ley nova , e que feus
Ouvidores palfcm Cartas de figure nos cafos em que os Corregedores
das Comarcas as podem paflar na forma da Ordenaâo , e que pofla pro-
ver os officios de Eferivaos dos orfaos , taballia^s , c cfcrivacs das Ca-
maras , e porteyros dcllas , e alTy os que ouverem de fervir ante os Jui-
zes dc fora como ordinaries com declara5a& que os nao podcra prover,
fendo os ditos officios da aprezentaâo , e provimento das Camaras ; e
que pofla cm fuas terras izentar dos encargos dos Confelhos as peflbas
que Ihe parecer , e ifto por mandado , e nab por privilegio , e que pro-
veja nas mefnias fuas terras os officios dc Procuradores do numero em
peflbas aptas, e fufficientes , nao excedendo nifto o numero, que del-
les cofluma haver , os quaes ferao primeiro habilitados por myin , ou
pcllo meu Dezembargo do Paô , c que das duas partes dos rendimen-
tos dos Confelhos das fuas terras , pofTa mandar defpender o que Ihe
parecer nas obras do bem publico dcllas , com declaraâo que as obras
fera 6 fomente pontes , fontes , calâdas , eftradas publicas , e outras
defta qualidade , c que proveja as ferventias dos officios de jufliâ das
fuas terras , afly , c da maneira que feus antepaflados o fizerab , e que
faga efeudeiros as pelfoas que Ihc parecer , fendo vafliillos feus, das fuas
terras , pofto que actual mente nao eftejao no fcr\M90 de fua Gala , e
affy , hey por bem que conforme a ifto cefle a demamla que o Procura-
dor de minha Coroa tern movido ao Duque , o que tudo aflTy me oraz,
fcln embargo de quaefguer leys , e ordenaôcs que ein contrario naja
e mando as jufliâs , ofliciacs, e peflbas a que o conhccimcnto difto per-
tencer , cumpiao , e guardem efte Alvara como nelle fccontem oqual
hey por bem que valha , tenha forâ , e vigor , pofto que feu effeito
dclle haja dc durar mais de hum anno feni embargo da Ordcna9ab do
fegundo livro , titulo quorenta , que diz que as coufas cujo effeito
houver dc durar mais dc hd anno paflem por Carta , c paflando por Al-
varas , nab valhab ; Francifeo Nunez o fes en> Lisboa a dom de Outu-
bro de mil e leifcentos e defafette , e cu Pedro Sanches Fatinha o fis
eferever. Pedindome o dito Duque D. Theodozio por merce que Ihe
confirmafle o dito Alvara; evifto feu requerimento , por muito folgar
de Ihe fazer merce tenho por bem , e Iho confirmo ; e hey por confir-
mado , c mando que fe cumpra , e guarde inteiramente , afly , e da ma-
neira que nelle fccontem, eefte que valha tenha forâ, c vigor como
fe fofleCarta feita cm meu nome per mym aflinada , e fcllada com o
meu fellopendente fern embargo da Ordonaâb em contrario. Marcos
Caldeira o fez em Lisboa a feis dias dc Outubro do anno de mil e feit-
centos c vinte fette. Eu Ruy Dias deMenezes ofis d'erever. Pedin-
domc
, ,
da Cafa ‘Bâl Tortuguesâ. 551

dome o dito Duque D. Joa6 pormerce que confirmafle o dito Al-
llie
vara , e tendo cu refpcito ao devido que comigo tern , e ao que fe tra-

tou nas Capitula9oes que com elle fc llzcra6 para cfFcito de cafar com
fua molher a Duqueza D. Luiza Francifca de Gufmao filha dos Duques
de Medina Cidonia , pelos muitos merecimentos e ferviôs de ambas
as Galas , per tudo o que he muj digno da lembran9a que cu delle ri-
ver. Tcnho por bem , e Ihe confirmo , e hey por confirmado o dito
Alvara , e mando que fe cumpra , e guardc inteiramente alii , e da ina-
neira que ncllc fe concern. E pello que toca a meya Annatta tem da-
do fian9a a pagar o que fe determinar que dove ; c por firraeza de tu-
do Ihc raanuei dar efta Carta por mjm alTinada , e fcllada com o meu
fello pendente; Dada cm Madrid aos trinta c hum dias do mes de
Mayo ; Diogo Teixeira a fez Anno do Nacimento de noflb Senhor Je-
fus Chrifto de mil e feifeentos e trinta e oyto. Diz o refpanfado c:
Has mefmas , Diogo Soares o fiz eferever.
ELREY.
4 »
M. Dnque de Villa hermofa Conde de
Bulla do Papa Clemente VIII. da ijenga^ da Capella Ducal de

Villa-Viqofa. EJld 0 Original no .Archivo da Ca/a de Bra-
ganqa ,
onde 0 vi. Sentenga de fua execugai , e aceita-
gad ;
Original , <ûe no mefmo .Archivo copiey
mago das Bullas.
D Ecio Carafa Referendario utriufque fignatttra do Santidimo em vj

Chrifto Padre Qemcnte VIII. Noftb Senhor, eColleilor Geral*"'^™* *
deSua Santidade , e Santa Sd Apoftolica^com poderes de Nuncio Apof-
- - ^
*
„
54
tolko em eftes Reynos e Senhorios de Portug.al , &c. A todas as peft-
foas eccleflafticas , e feculares de qualquer qualidadc ^^grao , ordem,
econdi9a6, que feja6 , eafli osCIerigos, Notarios , Tabellia& , ecP-
criva& , e cadi hum delles , a que efta nofta , e mais verdadeiramente
Apioftolica Carta de ProcelTo au 6ioritate apojjolico decemido for pre-
fentada , notilicada , e intimada , e a eftes nouos immo verius mandados
Apoftolicos firnicmcnte , c com devida reverencia obedecerem faude
e paz em Deos Nolfo Senhor fazemos faber , que por parte do Excel-
lentiflimo Senhor Dorn I hcodozio Duque de Bragaii9a polio Licen-
eiado Francifeo Velho de Paiva feu Agcntc Nos foi prefentada hua
Bulla Apoftolica do dito Papa Noftb Senhor de exemp9ao da fua Ca-
pella deS.16 Hicronymo (ita nafua Villa de Villa Vi90ia dadioceft de
tvora expedidayb^ phtmbo in forma graciofa. Adperpetuam ret memo-
riam. Por virtude da qual avia Sua Santidade por bem polios refpei-
tos nella dcclaradas de izeutar afli a dita Capella , como o Dca6 , Ca-
pclla&, e miniftros della, c todas fuas couus , bens , cBenelicios da
viiita9ao, corrci9ao, jurir^9a6, e I'upcrioridade , alD doOrdioario dc
I .
•
, Evora
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1
,
552 'Provai do Uv. VI. da Hljloria

^cnealogica
Evora ,
como dc quacfqucr outros Ordinaries dcftc Reino, e para’o
ditto effedo fubjcctou , luppns, e fobmetteo a ditta Capella Dcao , Ca-
pcllaens, cMinillros, e iuas coul'as, bens, eBcncficios afi,caSanta
Sc Apoftolica, c ao Colkdor , que por tempo IblFe neftes Rcinos , e
cm lua abl'cneia , ou dcfttilo a pelFoa , que FofFc por die deputada , fe-
Rundo , que he tudo niais largamente cxprdFo , efpccificado na ditta
Bulla. Aqual Nos a requerimento , e inilaiicia deSua Excellenda, ou
do ditto leu Agentc com devida revcrencia , eobedicncia acceitamos,
pronunciandonos por Juiz p/etio jure da juiil'diâo , que nos era dele-
gada , c commettida per Sua Santidadc , c promettcir.os de a dar cm
tedo a fua devida execuâo , e leu treslado de xerho ad xerbum he o
Ihilla. que fc fegue. Clemens Epilcopus fervus Fervorum Dei. Ad perpe-
All. 1601. tuam rei memoriam. Ex injunclo dcFuper Apollolica; len’itutis offi-
cio, votis illis gratum Jibenter pr.alVamus alFenlum , qua; piam Chrifti
lidelium , pra;I'ertim nobilitate generis pollentium mentem , & inten-
tionem ad crigendas , & exorandas Capcilas I'uas, ad miniftrorum cc-
cIcFiallicorum commoda procuranda promovcrc polFunt , aliaque defu-
per concedimus , prout conlpicimus in Domino falubriter expedire.
Alias liquidem dilecli lilij Nobilis viri Thcodolij ij Ducis Bragantiae
fupplicationibus in ca parte inclinati , eidem Theodofio Duel , ut cx
tunc deinceps , & in perpctuuin totiefcumque , & quandocumque ipfum
I'heodoFium , aut fuccelFores fuos Braganti* Duces pro tenmore exif-
tentes, extra oppidum de Villa Viôla Elborcnfis Dioccefis rclidere
contingeret, Dccanus, Capcllani , &alij minillri Capellx Ducalis I'ub
invocationc, & ad honorem Sandli Hieronymi in pratdi£Fo oppido per-
didi Theodolij Ducis priedecdForcs I'umptuoFo opere extniaa: in qua-
cumquc ccclelia feu Capella regular! , vel farculari loci intra Regnuin
Portugalliic conBituti in qua 'I'heodofius Dux, aut fuccelFores pr.^fa-
ti divina officia diurna , & noclurna perfolvi , &cclcbrari mandarent,
omnes diAributiones quotidianas ^ aliaque emolumenta univerfa , qua;
lucrafentur, & liichiri polFent , li indicia Capella Ducali divinis offi-
eijs diurnis pariter , & noblurnis perfonaliter interefl’ent , limiliter , be.
parifqrmiter lucrari ,
habere , & conl'cqui libere , & licite valerent
apoAqIica au£loritatc perpetuo concelFimus , & indulfimus , prout in
noftris inde cohfedis literis plenius contincttir. Cum autent ficut ex-
hibits Nobii nuper pro parte difti 'J'heodolij Ducis petitio conrine-
bat , juxta formam indulti hujufmodi Decanus , Capcllani & Aliniftri
dibFa; Capellx pro tempore exiftentes aliquem certum rclidcnti* locum
non habcant fed I'heodofium Ducem , &fuccc.'Forcs praedidos quo-
cumque extra didlum. oppidum iter faifturi Bnt, fcqui, & ad corura
nutum divina officia hujufmodi qu» debitis temporihus, & hcris jux-
ta ritum, &morem aSamfVa Romans Ecclclla receptum , &approba-
tum celcbrentur , ac folemnitatcs , & ceremonise , aliaque riquinta de-
bite obfenentur recitare teneantur , hineque alicujus Ordinarij jurif-
diiHioni commode fubjaccre polFc non videantur , & idem Theodo-
fius Dux inllgni piotatis zelo dudlus Capellam pradi<5 bm omnibus,
quibus poteft rationibus , & modis tarn in fpiritualibus , &divinis
quam .temporalibus ad praepotentis Dei gloriam augerc & exornare
non
L'grjzed by Google
,,,,,
di Cafa %eal Tortugueifâ. 553

non dcfiAit, ut inhac quoque parte, utipfius Capellsc decori , illiuf-
quc Decani , Capcllanorum , & miniftrorum commodis , & opportuni-
tatibus confulatur , plurimum cupiat , nt infra defuper per Nos , &
Scdcm Apoftolicam benigne provideri pro parte didri Thcodofij Du-
els Nobis ftjit humiliter lupplicatum , quatenus fibi , defiderioque fuo
in pramiflis opportune annuere de benignitate Apoftolica dignaremur.
Nos igitur pium ipfius Theodofij Ducis propofitum promoverc cupi-
entes , ac didum Thcodofium Ducem a quibufvis excomunicationis
fufpennonis , & interdidli , alijsque ecclcmnicis fententijs , cenfuris
& pcenis a jure , vol ab homine , quavis occafione , vel caufa latis , fi
quibus quomodolibet innodatus exiftit ad effedfum prsefentium dunta-
xat conlcquendum harum ferie abfolventes , & abrolutum fore cenfen-
tes , hujulmodi fupplicationibus inclinati Capellam prjedidlam , illiuf-
que Dccanum, Capellanos, &Miniftros praelentcs, & futures, eorum-
que res , bona & bcncdcia qutecumque ubicumque Hta & qualiaciiin-
que fint , &
ede poflint ab omni vifitatione , corrediione , jurifdidlio-
ne, & fuperioritate tani Elborenfis, quam quorumcumqiic aliorum di-
dfi Rcgni Ordinariomm , illorumque Vicarioruin, &Onicialium nunc,
& pro tempore cxiftentium in fpiritualibus , & temporalibus apoftolica
audloritate tenore pra:fentium penitus , & omnino nerpetuo eximimus,
& totalitcr liberamus , exemptosque , &
exerapta efte , ac fore , nccnon
Ordinaries ,
eorumque Vicarios , &
Ofticiales prxdidfos etiam rationc
dclidfi (eu contradhis , vel quaii , aut rei de qua ubicumque conimit-
,
tatur delidlum , ineatur contradlus ^ aut res ipla confiftat in Dccanum

Capellanos , &
Miniftros prxdidlos , eoruroque res , & bona , ac Be-
ncficia quxcumque per cos obtenta , &
obtinenJa , vel corum ali-
quem , feu aliquos vifitationem , corredHonem , jurifdidtioncm , fu- &
perioritatem aliquam exerccre , aut quamcumque excommunicationis,
i'ufpen/ionis , &intcrdidH aliasque ecclcfiafticas fententias, cenfuras,
& poenas promulgare nullatenus pofte , ac quxcumquc vifitationem
corrcdlionem , jurifdidHonem , &
fuperioritatem aliquam denotantia ,
& quafcumque promulgationes , quas tain per Elborenfis , quam quof-
cumque alios prxdidH Regni Ordinarios , illorumque Vicarios , OP- &
ficialcs nunc
, &
pro tempore exiftentes , vel eorum aliquem interim
I'crri contigerit nulla
,
&
invalida , nulliufque roboris , vcl momenti
exirtere , &pro penitus infedfis quoad hxc omnia haberi debere , ft &
fccus fuper ab illis , aut quibufvis alijs quavis audloritate feienter
vel ignorantcr contigerit attentari , irrltum , &
inane decernimus. Et
nihilominus Capellam , Dccanum , Capellanos , Miniftros prxdi- &
dfos, nccnon qua;cumque Bcncficia ecclcliaftica pereos nunc obtenta,
& pro tempore obtinenda , ac ilioruin res , &
bona ubicumque fita ,
cuicumque vifttationi , correclioni , jurifdidlioni , &
fuperioritati , nof-
tris Sc Sedis Apoftolica: ac frudluum
, &
proventuiim Camcrx apofto-
licx debitorum Colledloris in didlo Regno pro tempore exiflentis, vcl
CO deficiente , aut abfente per cum pro tempore deputandi penitus , Sc
omnino eifJem audloritatc , & tenore , etiam perpetuo fubjicimus , Sz
fuppqnimus ,
omnesque , & quafcumque lites , caufas , controverfas
quxftiones , dift'erentias ,
molcftias ,
civilcs , & criminales ,
re?.ks ,
r.c
Tom. IV, Aaaa pir-

5 54 ^rovas do Uv. VI. da Htfloria (jencalo^ca
perfonalcs ,
fpiritual«5 , & temporales
ecdcfianicas , pi r, Hinas
, ,
ac
ctiam beneficialcs nieras, 5r mixtas Decani, Capcllanrnini , & Winif-
trorum prxdiclorum tarn afVive , quam paffive contra ipfos per Elbo-
renfis , ac quolcumqiic didi Rt^ni Ordinaries , feu illorum curias , vel
filcos,
aut procuratores eorum , ac etiam qnafcunique alias perfonas ,
feu ad illorum , aut illarum inftantiam , vel inlligatione quavis occafio-
ne , vel caufa ex nunc deinceps , &
pro tempore movendas , fufei- &
tandas ,
eidem Colledlori in dido Rejjno nunc , pro tempore com- &
moranti , vel in ejus abfentia j aut dcledu per cum , ut prsefertur de-
putando etiam fummarie audiendas , cognol'cendas , dccidcndas , fine-
que debito terminandas cum omnibus fuis incidentijs , dependentibus,
emergentibus ,
aiinexis, &connexis, totoque negotio principali etiam
cum poteftate ,
quos quibus ubi ,
quando , & quoties opus f'uerit ci-
tandi , & inhibendiac inobedientes declarandi , aggravandi ,
, reag- &
gravandi , auxilium brachij fa:cularis invocandi , omniaque alia , &
fingula faciendi , dicendi , gcrendi , cxerccndi , &
exequendi , qux nc-
cetTaria fucrint , ant alias quomodolibet opportuna audoritate , te- &
nure prardidis , juxta conllitutionem felicis recordationis Innocentij
Papjc III. prardccelToris noftri , qua: incipit cum Capdla fiiniliter per-
petuo committimus , &
mandamus. Non obftantibus quibufvis confti-
tutionibus & ordinationibus apoltolicis , exterisque contrarijs quibuf-
,
cumquc. Nulli ergo omnino hominum liceat banc paginam noflrx
abfolutionis , exemptionis , liberationis , decreti , fubjedionis, fuppo-
Iltionis , commiflionis
, &
mandati infringerc , vel aufu temerario m
contraire. autem hoc attentate prxfumpferit indignationem
Siquis
Omnipotentis Dei ac Beatornm Petri , & Pauli Apoftolorum ejus fe
,
noverit incurfurum. Datum Romx apud Sandum Marcum Anno In-
camationis Dominicx Millefimo fexcentefimo primo quarto decimo
Calendas Odobris Pontificatus Noftri Anno dccimo. E accitada co-
,
mo ditto he , por parte de Sua Excellencia nos foy polio ditto feu
Agente prefentada hua petiyab do teor feguinte. Videlicet. Illuftrifli*
mo , e Reverendiflimo Senhor expocmle a V. Senhoria Illuftiiflima e
Reverendiflima por narte de D. Iheodofio Duque deBr.aganâ que
,
poUa Santa Sc Apoltolica Ihc foi concedido per conce/Iao perpetua ,
que cada , c quando , que elle Duque Dom Theodofio , c feus fucccA
lores
,
que por tempo foQem Duques de Braganâ acontece/Te re/idi-
rem fora da Villa de Villa Vicofa daDioedi de P>ora, que oDea6,
Capeliaes , e mais Miniftros da Capdla que debaixo da invoca(ja6 , e
a honra do Bemaventurado Sa6 Hieronymo foi na ditta Villa cdibca-
da fumptuofamente per feus AntecdTorcs folfem obrigados cm mial-
quer Igrcja , ou Capdla regular ou fcciilar de qualquer lugar do Rei-
,
no de Portugal cm quo die Duque , c feus fucceftbres niandalfcm di-
zer , e eelebrar os officios divines diurnos c nodlurnos fegundo cof-
,
tumc da Igrcja Romana , e que defta maneira podefTem veneer , c ga-
nh;ir todas as dilbibuiôens quotidianas que ganharab , fc na ditta Ca-
,
pdla de Sao Hieronymo foflem pclToalnicntc intcreirentcs aos divinos
officios ûrnos , e nodurnos , que crab obrigados , como confta da
concelTao , c indulto que Ihe forao feitos polio Santiflimo Padre Papa
,
Qcmente
by Go'
,

Clemente VTIT. ora na Isreja de Dcos Prefidentc , e o refere Sua S.m-
tidade na Bulla Apoitoiica graciofa a elie Duque ora novamemc
I'ua
concedida , que fc oft'crece. E por quanto os dittos Dca 6 , Capcllacs,
e miniftros da ditta Capella , fegundo forma do ditto Indulto nao te-
nhao lugar algum certo dc refidencia , antes fcja 6 obrigados feguir o
ditto Duque , e os dittos feus fuccelTorcs para qualqucr parte , que pa-
ra fora da ditta Villa ouverem de ir fegundo fua vontade , e apprazi-
mento tenhao obrigaâb de celebrar os dittos divinos officios a feus
tempos , e horas devidas , fegundo coftume recebido , e approvado
polla Santa Igreja dcRoma, guardando as folemnidadcs , ceremonias,
e mais rcquifitos devidos : por onde parecia na& poderem commoda-
mente ficar fubjeftos a junfdijao dalgum Ordinario. Sua Santidade
avendo a i(To relpcito , c ao cuidado , e zelo com quo elle Duque na 6
defillc deportouas asrazocs, emodos acrecentar, eornar a ditta Ca-
pella, alii no efpiritual, como no temporal , ouve porbem a fua pe-
ti^'ao, requerimento ,
einftanda deeximir perpetuamente , etotalmcn-
tc livrar a ditta fua Capella ,
e os dittos Dea 6 , CapellaCs, e miniftros,
que ora fa6 ,
e por tempo forem ,
c fuas coufas , bens , e Benuficios
uaefqucr, onde quer que eftiveftem fituados , e deqiialquer cjualida-
a e, que foftem , cpodcfl'cm fer de toda vifitagab, corrciyab , jurifdi-
tao , e fuperiodidade , afti do Ordinario dcEvora , como dequ’aefquer
outros Ordinarios do dito Reyno , e de feus Vigarios Gcracs , c ofti-
ciaes , que ora fa& , e por tempo folTcm no efpiritual , e temporal e
,
os ouve dc todo por livres , e exemptos auSioritate Apoflolica afli a di-
ta Capella , como os dittos Dea 6
,
e miniftros. E per Decreto irritan-
te ourt'e por bem e mandou , que os dittos Ordinarios , c feus Viga-
,
rios , c officiaes pofto que fofre por raza 6 de deliifto ou contracio
,
oii quafi
j
ou decoufa, porraza6 da qual, onde quer que fc commet*
teifc delido ficava celebrado contratto ou a ditta coufa confiftilTc
,
.
fiao podeftem emnenhuma mancira fobreo ditto Dea 6 , CapellaiJs c
,
miniôs, e fuas coufas, e bens, e fobre quaefquer feus Bencficios,
que ora tern , e ao diante tiverem , ou fobre algum delles exercitar vi-
fita a& , correiâb
9 ,
ou alguma fuperioridade ,
nem pronunciar alguma
femenga dc excomunhao , fufpcniab , ou intcrdidlo , nem outra algu-
ma eccicliaftica nem algumas cenfuras, epenas, nem fazer outra cou-
fa algud, que pofta denotar vifitaâb, correipb , jurifdi^-ao, ou fu-
)crioridade. E quaefquer promulgaôcs , e publica 56cs , que efti pol-
[o ditto Ordinario de Evora
,
como por quaefquer outros Ordinarios
do ditto Reyno, e feus Vigarios, c officiaes, que ora fao , c por tem-
po forem , ou por algum delles acontecer que fejab entre tamo pafla-
d.is determinou Sua Santidade que foflem nullas, einvalidas, edene-
nliua forâ , ou momento e as ouve de todo por nab feitas , acontc-
,
cendo ferem por dies attentadas porqualqiier authoridade feiente , ou
ignorantcmdnte. E polio tcor da ditta Bulla por fazer graâ aellc Du-
que, ouve porbem polla mefma Apoftolica authoridade dcfojcitar,
,
e fobmetter perpetuamente a ditta Capella c os dittos Deao , Capcl-
laes , e miniftros , c quaefquer feus Bencficios ccdcfi.ifticos , que ora
tem , e por tempo tiverem , e fuas coufas , ebens onde quer que elli-
Tom.lV. Aaaaii verem
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,,
55 ^ Trovas do Liv. Vl. da HiSloria (jeneah^ca

verem , correi9a6 , jurifdi9a6 , e fuperioridade dc Sua San-
a vjfita9a&
tidadc e Santa Se Apoftolica
, e do Colledlor dos frudlos , e provcn-
,
ttjs da Camara Apoftolica , que ncfte Rcyno por tempo rcfidir , ou fal-
tando CollefVor , ou Ibndo elle abfente a pelToa , quc elle para iflb
dcputalTc. Etodas, cquaefquer lites, caufas, controverfias quefto&,
,
dift’ercngas , e moleftias civis criminaes , reaes , c pdToaes , fpjri-
, e
tuaes , e temporaes , ecclifiafticas e protanas , c tambem bcncficiacs
,
mcras , e mixtas dos dittos Dea& Capellaes , e miniftros afli aftive
, , ,
como pa(rive, que dagora emdiante, c fmr tempo contra dies fe mo-
vdlem , c fufeitaftem polio ditto Ordinario de Evora , e por quael'quer
Ordinarios do ditto Reyno, ou fuas Rdaôcs, e Curias, ou porl'eus
fifcacs , c procuradorcs , e tambem por quacfquer outras pdToas ou a
,
inftancia , ou inftiga9a6 ddlas por qualquer occallab
, ou caufa polk
mcl'ma audoridadc , e tcor tudo commeteo ao ditto Colledor que
,
ncftc Reino ôra , ou por tempo moralTe ou em fua abfcncia , ou
,
defedo ^ pefloa , que elle como ditto he para ilTo deputalTe. Para
quc etiam fummane as ouviffem , conheedfem , decidilTcm , fine
aehito terminalTem com todas fuas inddcncias, depcndencias emergen-
,
cias , annexas , e connexas
, e com todo o negocio principal. E com
poder dc citar , e inhibit os que folTc neceftario onde , quando e
, ,
quantas vezes fofle conveniente. E com poder de declarar os defobedi-
entes , aggravar , e reaggravar , e invocar auxilio de bra50 feailar e
,
dc fazer, dizer , pcrcitar , cexecutar todas, e cada hua dasmais cou-
fas
,
quc nccefl’arias follem , fegundo que tudo he declarado na ditta
Bulla deSiia Santidade fupplica por tanto humildemente aV. &nho-
por bem aceitar a execugao da ditta Bulla e nian-
ria IlIiiftrilTIma aja
,
darlhc pallar os procefTos decernidos quc ncceflarios forem com to-
,
das asclaufulas, que na dita Bulla fa& exprefTas, e fpccificadas. E def-
dagora aja por bem nomear , e deputar pefloa conftituyda em Digni-
dade eccleflaftica habil , e idonea em dcreito quc quando quer que
,
acontccer a abfcncia de V. Senhoria UluftrilGma defte Reino pofla fuc-
cedCT , e fucceda eo ipfo na ditta jurifdi9a& vifita9a6 corrci9a6 , c fu-
, ,
perioridade , que polfa ditta Bulla Ihe he commettida e de tudo man-
,
dc fazer autto , e trcsiadar nellc a ditta Bulla c tornarlhe a propria
,
E R. M. E vifta por Nos a ditta pcti9a6 por fer em toda conforme a
ditta Bulla mandamos palfar a prefente. Polio teor da qual Mnndo a
VOS fobredittos Notarios, emais pcflbas, a que a execucao defta vay
dirigida que fendovos prefentada , e com clla requeridos vades , e
,
chegueis , c cada hum de vos que for requerido va e chegue ao 11-
, ,
luftriflimo e Reverendiflimo Senhor Arcebifpo de Lisboa
,
e cm fua
aufencia aos niulto Reverendos Provifor, Vigario Gcral e mais Def-
,
CTibargadores da Rela9a6 Ecdcfiaftica defta Qdade e Arccbifpado de
,
Lisboa , que ora tern o governo do ditto Arccbifpado c a quael'quer
outros ê ,
nellc excrcitao jurifdi9a6 ordinaria cujos nomes
,
cogno-
,
1- ^ . aqui de prefente por fufficientemente exprdfos.
E am aos Reverendos Dc:i6, Dignidades, Conigos, eCabido dalgre-
ja Aletropolitana da ditta Cidadc dc Lisboa que em tempo da-Se Va-
,
cante tem o ditto governo e o excrcicio da ditta Jurifdi9a&. Aos
,
quaes
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,
daCafa %eal Tortuguesâ, 557

quaes todos inhibimos , e Mandainos em virtude de fanta obcdicncia
e I'obpena dc interdidlo do ingre(To da Igreja ao ditto Senbor Arcebif-
po , e de excommunba& maior ipfofnCh tncurrenda aos dittos Provi-
Ibr , Vigario Geral , e Defembargadores , e fob pena dc fufpcnfa& a
divinis ao Deao . e Cabido dc Lisboa , ir in juris fithfuJium dc mil
cruzados applicaaos para o fifeo da Camara Apoftolica , que do dia,
que Ibcs ella NolFa Carta for prefentada , e intimada a tres dias pri-
ineiro feguintes , que Ibcs damos , e adlgnamos pro primo ^ fecundoy
tertio , ^ peremptorio termino , ac monitieme canotitca , hum dia por ca-
da termo , e amoeftaâb repartidamente fe iiiliiba6 , & fe pronunciem
por inhibidos em todas as coufas , que tocarem a ditta Capcila do dit-
to Excellentiflimo Senhor Duque deBraganâ, e ao ditto Dea6 , Ca-
pcllacs , e miniftros della , e a fuas coufas bens , e Bencficios , c nellas
na 6 cxercitem jurifdi 5 a& alguma , vifita 9a 6 , e corrci 5a 6 , ou outra qual-
uer fuperioridadc cm prejuizo da Santa Se Apollobca contra forma
a a ditta Bulla, neni dacommifTao, edclcga?a 6 , que he feita, cdclc-
gada a Nos, e aos Collciftorcs NolTbs fuccelTores , que por tempo fo-
rem , e da pelToa , que cm nolfa abfcncia, ou defedlo dos dittos Colic-
dlorcs for para ilTo deputada. Por quanto ouve Sua Santidade por
bein de izentar a ditta Capella , Dea 6 , Capellaes , c miniftros della
dc toda vifita 9J& , e corrci(ja 6 , jurifdi 9 a 6 , e fuperioridade dos Ordina-
rios defte Reyno, que ora fa 6 , e per tempo forem. Alias paflado o
dito termo , e nao lequerendo pronunciar por inhibidos osavemos a
todos , e a cada hum que o contrario fizerem por incorridos , Ao dit-
to Senhor Arcebifpo na ditta pena dcinterdidlo doingrelTo dalgreja,
e os dittos Provifor , Vigario Geral , e Defembargadores na ditta pena
de excommunhao , e os dittos Dea 6 , Conigos , e Cabido cm pena de
fufpenfab , c tambem lu ditta pena pecuniaria de mil cruzados , e os
citamos , e chamamos , neftes prefentes eferittos para a declaraâb , e
condenaâo , aggravaâo , e rcaggravagab dos mais prqccdimcntos ex-
ecutives , que forem de dcrcito ncccflarios at^ interdidlo , e invoca-
de ajuda de braco fccular. E a qualoucr Clerigo , Notario , Tabel-
Uab , ou Eferivao Mandamos , cûe fob a ditta pena de cxcomunha6
decinquoenta cruzados fa 9a 6 asdittas diligenclas da ditta inhibi$a 6 , e
por fuas certidoens dignas dc ft nos fa;a 6 certo de tudo o que con-
vem para com ifTo , e com o mais fe proceder contra os reveis , como
for juftiâ. Dada em Lisboa fob node Hnal . e fello aos cinquo dias
do Mes de Junho. Thomd da Cruz eferivab Apoftolico de nolfa Legst-
cia . e Notario publico a fez eferever efobfcreveo Anno do Senhor de
Mil efeyfeentos cdous.
Dedus CoUeflor Gcncralis ApolloUcus.
Loco Sigilli.
Dc mandado de Sua Senhoria Illuftrilllma
Thomas de Quee Notarius publicus.
Notifi-
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,
558 'Trovas doUv.VL daHiflorta êneah^ka
Notifiquci cfta Carta afim e da maneira que fe nclla contem na

Rella 9 a& cccicfiaftica dcfta Cidadc de Lisboa eftando ahi os dczenbar-
gadoies nclla que rcl'ponderao dipois deavcrem clcrcin quc fcdavao
por inhibidos e que en tudo obedcferiao aos Mandados dc Sua Senho-
ria Illuftriflima. Certifico aflim eu Duarte de Figeroa dcriva6 da Le-
gacia neftes Reinos c Senhorios de Portugal &c. lim Lixboa aos xj
dias domes dc Junho dc M. 6 centos e dous Annos.
Duarte Figeroa.
Paga nada.
Dipois de fer notificada a inhibitoria atras em Rela^6 aos Se-

nhorcs Doutores Siinab Borges Prefidentc nclla , e Damiao Viegas , e
Antonio Correa dezenbargadores fui as pouzadas dos Doutores Joa&
Goncaivez Darezio Vigario Gcral , e Joao Sarajva os quaes ambos ref-
ponderao que fe davao por inhibidos como os Maes. Certifico aflim.
Em Lixboa aosx6 dejunlio deM. 6 centos edous Annos.
Duarte Figeroa.
Notifiquei efta Carta afim e da maneira que fenella contem aos

Senhores do Reverendo Cabido , Cabido fazendo na. Santa See dcfta
Cidade de Lisboa a que rcfpondcrao prefldindo ncUe o Senhor Arce-
diago Joao Pinto da Cunha quc fe dava6 por inhibidos. Em Lixboa
aos xix de Junho dc M. 6 centos e dous Annos.
Duarte Figeroa. Nada.
Declare que o Doutor Joa& Saraiva profede em alguas coufas

como o Illuftriflimo Senhor Arcebifpo e en feu lugar profede nellas
como o ditto Senhor en fua auzencia. Certifico aflim no ditto dia mes
anno ut fupra. -
•• . Duarte Figeroa.
Nada.
Executor da Bulla da JJen<;ai da Capella 0 CcIIeStor , e em

vir-
He
Origi-
tude doJtu poder 0 Jubdelega no Bi/po de Portalegre.
nal (jue ejld no dito Cartorio ,
ondc 0 copiey ,
mago
f
das Bul/as.
D Ecio Carafa Referendario Mriufjue fi^natura do Papa NolTo

nhor , e ColleiStor Geral de Sua Santidade , e Santa Se Apqftoli-
^
ca compoderes de Nuncio Apoftolico neftes Reinos , e Senhorios dc
Portugal &c. Aos que efta nofla Carta de fubdelcgaca6 , commmao
e deputaâo virem , faude , c paz cm Deos Nofl'o Senhor , fazemos
fa-
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,
(fa Cafa ‘Keal ‘Portugtte:â. 55 ^

bcr ,
Dom Thcodozio Dii-
que por parte do Excellentininio Senhor
que dc Braganga nostbi prcfentada huma Bulla Apoftolica de excmp-
cao da fua "Capella de Sao Hicronymo defua Villa dc Villa Vi^'oza da
Dioccfi de Evora , expedida fui plumbo fub Datum vz RofUie apuit
San6ium Marcum Amto Incarnatimis , Dominicte Millejimo fexcentejh
mo primo , quatuor decimo Caleti' Odobrts Pontificaius Jut Amio de-
cimo. Por vircude da qual ouvc Sua Santidade por bem dc izentar a
, e ao Dea6 ,
ditta Capclla Capcllaens , c miniftros della , c a fiias cou-
Ihs ,
bens, eBcneficios avidos, c por aver de toda a vifitaâb, comi-
âo jurifdica& , c fuperioridade , alii do Ordinario dc Evora ( cm cu-
,
ja diocefi a îtta Capella efta fituada ) coino de quaefquer outros Or-
dinaries defte Rcino de Portugal , e defeus Proviforcs, Vigarios Gc-
raes , Vifitadores , e officiacs , pofto que feja ratione delicti , ou de
contratto &c. Para que em modo algum na ditta Capclla , Deao , Ca-
pellacns , e Minillros podeireni excrcitar vilita 9a& , correiâb , ou ou-
tra alguma fuperioridade , ncm promulgar fentenâ , cenfura , ou pe-
na alguma de excomunhab , fiifpenfab , e interdiflo , nem outra algu-
ma , que polfa denotar jurifdiâb , e lupcrioridadc. E acontecendo fc-
icm per dies dadas , e pronunciadas taes fentenâs foflem nullas , e in-
validas , e dc nenhum vigor , e memento. E para o dfeito da ditta
izenâb fubjeitou , fobmetteo , e fuppos a ditta Capella , Dcab , Ca-
pellaens, e miniftros avifitaâb, correijab , jurifdiâb , e fuperiorida-
de fua , e da ditta Santa Sb Apoftolica , e do Collcclor dos dcreitos e
proventos da Camara Apoftolica , que por tempo forte neftes Rcynos
ou em feu defcbVo , ou abfcncia da pertoa , que folTc per die deputa-
da. Ao qual Colleblor commetteo todas as lites , caufas , controver-
ftas , queftoens , difteren as e moieftias civis , e criminacs , rcacs , e
9 ,
clfoacs , fpirituacs , e temporaes , cccldiafticas , e profanas , e tambein
E cneficiaes dos ditos Deab , Capcllaens , e miniftros , que fc daqui cm
diante moverem , aft] abiive , como paflive , fegundo , que he tudo
cqnteudo mais lai^mcnte na dita Bulla. A qual Nos a requerimento
c inftancia do Licenciado Francifeo Vdho dePaiva Agcnte deSua Ex-
cellencia com devida reverencia aceitamos pronunciandonos por Vifi-
tador, Superior, ejuiz de todas ascoufas concernentes a ditta Capel-
la , Deab , Capellacns , c miniftros della , e de todas fuas coufas bens,
,
cbeneficios, edemandas acima dittas, fegundo teor, forma, econti-
ncncia da ditta Bulla. E porque node acontecer , que nofla ida deftes
Rcinos feja tab fubita , c aprclTada , que ou nos efqueâ , ou nab pof-
I'amos deputar pertoa idonca
,
conformc a ditta Bulla cm norta abl'en-
cia , ou cm dcicblo dc Colledtor que Nos aja de fucceder , que vi-
,
fite a ditta Capella
, Dcab, Capcllaens, e miniftros, ecxercite ajurif-
diâb, que convem , porondc a ditta Bulla nab tenha feu devido cum-
primento c o intento do Papa Noflb Senhor fique nefta parte fruftra- '
do , c os dittos Dcab , Capcllaens , e miniftros prejudicaaos. Queren-

do por tanto prover , e acodir a tudo como convem , polla authori-
dadc Apoftolica a Nos commettida , e de que ul'amos , Depiitamos
polio teor da prefente o Reverendillimo Senhor Bifpo de Poi talcgre
que ora he , c ao diante for e lie commettemos , e lubdelcgauios nof-
las
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,,
S6o Trovas do Liv. V 1. da Hlfioria ênealogica
fas vczes , para quc cm noffa abfcncia , ou cm defciô do Collcftor

pofTa vifltar a dita Capella , Dca& Capcllacs , e Miniftros , e cxcrcitar
ncHa , e ncllcs vifita9a6 , correi^6 , jurifdiâu , e fuperioridadc , e co-
nhcccr de todas fiias caufas , am , e da mancira quc o Nos fizeramos
e poderamos fazer fendo prefentes , e da mancira quc nos pertence
fcgundo forma da ditta Bulla. A
qual Ihe fcra para iflb prefentada.
Dada cm Lisboa nosPaôs dc nolTa folita rcfidcncia fob nolTo final,
e folio aos vinte c dous dias do Mes de Junho. Thome da Cruz efcri-
va6 denofla Legacia a fez eferever, elobfcrcvco Anno do Scnlior de
M. DCij &c.
Dec. CoUeftor Gcncralis Apoftolicus.
Loco Sigilli.
Dc mandado dc Sua Senhoria Illuftrilllma.
Thomas deCruco.
sAprefentaqai da Suhdelegaqai , e Commijfui Apo/lolica do Muito
llluflreSenhor Decio Caraja , Collector cApoJlolico geral da

Santa Sd Apojlolica nejies Ref nos de Portugal ^feita
ao Muito lllujlre Senhor D. Diogo Correa , BtJ-
po de Portalegre.
Dir. n. 2 5 5
An. i6o2.
A
efta
Nno do nafeimento de nolTo Senhor Jefu Chrifto de mil efeif-
centos e dous annos aos dczafctc dias do mes de Septembro ein
Cidade de Portalegre nas cafas Epifeopais junto a See da dita Ci-
dade onde poufa o muito Illuftre Senhor D. Diogo Correa por mer-
cc de Dcos e da Santa Igrcja dc Roma Bifpo defte Bifpado , e do Con-
fclho de Sua MageBade cuando prefente elle ditto Senhor Bifpo por
parte do exccllentiBimo Senhor Dom Thcodofio duque de Braganfa
Ihe foi aprefentada hua comiflaft apoftolica do muito Illuftre Senhor
Decio Carafa Referendario utriufque afignatur£ do Papa noftb Senhor,
c Colledlor gcral dc Sua Santidadc e Santa Sec apoftolica com poderes
de Nuncio Apoftolico neftes Regnos e Senhorios de PorWgal na qtul
comiftad hcra conteudo Sua Santidade aver por bem de izentar a Ca-
pella dodito Duque Deao Capellais eminiftros della e a fuas coufas,
bens , e bcncficios havidos e por aver dc toda a vifita9a& , correqab
jurifdi5a6 c fupeiioridade afll do Ordinario Devora cm cuja dioceli a
dita Capella efta fituada como de quaifquer outros Ordinarios defte
Rejno de Portugal ,
e de feus Provilbrcs , Vigarios gcraes , Vifitado-
res e officials pofto que feja rdtione delidii como mais largamente era
a dita comi(Ta6 he conteudo a qual vio
, ,
Ico , c entendeo e por vir a
dita comifTab a elle cometida com ho acatamento devido que aos tais
mandados apoftolicos fe deve ter a tomou em fuas ma6s e beijou e pos
em fua cabeâ e prometeo de a comprir era todo e dar a feu devido
eftcito
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,
daCafa âl Toriugues^d, $6t

effcito e eTCCT39a& e fepronunciou emella porjuis ajjoftolico fubdelcN
gado ,
e mandou quc lb lizeflb efte auto dc accitaâo c fubddcgaâo
apodolica e fe tresladafe a dita comilTa6 e fubddega 9a& e ficafib em po-
dcr de mim notario apoftolico pera conftar cm todo tempo , de como
foi per die aceitado o que eu notario fiz vi e emtendi com as teftemu-
nhas que a ilTo fbra6 prclbntes o padre Tome da Motta Clerigo de
milTa capella6 deilc dito Senhor Bilpo. E Alvaro Vaz Ibu Veador que
todos com o dito Senhor Bifpo aflinarab , c eu Manud Sea notario
apoftolico em finodo confirmado Eferivab da Camara ddle dito Scuhot
Bifpo o eferevi e allinei.
O Bifpo dc Portalegre.
Thome da Motta. (
Alvaro Vaas.
Manuel Sea.
Trocedimento do Colledior Apodolko de Sua Santidade , como Julz

prh/iitivo da i/enâd da Capella Ducal de V
iUa-Viqâ , contra
oVigarw Geral de Miranda. Original ejld no Cartorio
da Ca/a dc Braganga , doiiJe o copiey.
O ctavio Accorambono por mercc de Deos e da Sanfla Sic Apofto- Mnni.

lica Bifpo de Forofombruno , Colledor geral apoftolico compo-
dercs dc Nuncio neftes Regnos eSenhorios de Portugal. Pello Sandrf-
* 2 C
^
An. loif.
^
mo Papa Paulo Quinto nolfo Senhor ora na Igreja dc Deos Prefiden*
tc &c. A todas as pelToas ecclefiafticas e fccularcs de qualqucr calida-
de condijab que fejab Clerigos dc milTa Notaries Apoftolicos Taba-«
liains Elcrivacs e a cada hum ddles a que efta nolla e maes verdadeira-
mente Apoftolica carta , citatoria jnhibitorea , e compulforea , em for-
j
ma for prefentada noreficada c rntimada faude paz pera fempre cm
Deos nolfo Senhor , fazemos faber que por parte do Excellcntiflimo
Senhor D. Theodofio Duque dcBraganâ nos foi prelbntada hua bulla
apoftolica doSantifllmo Papa Clemente 0£lavo de gloriofa memoria
de exempâb da fua capella de Sam Hicronymo cita na fua Villa de Vil-
la Viôza diocefi dc Lvora expedida j'ub plumbo in forma graciofa ad
^petuam ret memoriam. Por vertude tla qual avia Sua Santidade por
Dcm polios refceitos nella dcclarados dc ifcntar a(fi a dita capella ,
com o Deab , Capcllaens c miniftros della , e todas fuas coufas c bens
e beneficios da vefitaâm correiâbjurifdiâb e (uperioridade afli do Or-
dinario deEvora, como dc quaclqucr outros Ordinaries defte Regno
® pera o dito effcito fubjedôu , (uppos e fobmetteo a dita Capella,
Dcam , C!apellaens c miniftros e fuas coufas beas bencfficios alii e a
2 Santa Sec Apoftolica e ao Collector que por tempo follb nefte
,
Regnos c em I'ua abfencia ou defeflo a peffoa que foflb poi cllc de-
putada fegundo quc he tudo mais largamentc exprclfo cxpecificado
na dira bulla; a qual nos a requerimento einftancia deSua Exccllcneia
con devida reverencia e obedicncia aceptamos pronunciandonos por
- Tom. IV. Bbbb Juiz
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,
5^2 7rovas doLiv.Vl. daHiflorta (ênealoglca
Juis pleno jure da Jurdiâo que nos era dcllegada c commettida por
Sua Santidadc c pronietemos de a dar cm toda a liia devida exccvi<;a6 ,
e ora nos foi feita hua pctica6 cm nomc dc Sua Exccllencia , dil'eiido
nc!!a. Por breve de Sua Santidadc era ifenta fua Capclla , Dca5 , e
Capellacns della c todas as Igrcjas cm que clla tinha penijao dc todos
os Ordinarios defte Regno, e lb a nos competia o conhecimento de
todas ascaufas tocantes a dita Capclla; c ora o Ordinario de Miranda
contra a polle cm que cllc I'upplicante eftava e liia Capclla dc na6 pa-
gar fiminario obrigarao ao Abbade de Spinhol'clla Antonio Carnciro
pagalTc pera o Seminario contra o privilegio de I'uas Igrcjas c Capclla
c breve de Sua Santidadc pcllo que nos pediaft mandelTemos fob gra-
ves penas ao dito Ordinario fena6 intromctclTe cm querer obrigar ao
tal pagamento e receberiam mcrce. s Segundo que todo efto aflira e
mais compridainente era contheudo e dcclarado na dita pcticao a qual
fendonos prefentada e villa por nos mandantos fe pafl'afle inhibitorca
citatorca , c compulforca , por bem do que mandamos palTar a prefen-
tc , pcllo theor aa qual c pella audloridadc apodolica a nos commet-
tida ede queufamos nefta parte, mandamos emvertude de Santa obe-
dicncia e lob pena de cfcomunhao ipfo faSto incurrenda e dc dufentos
crufados aplicados pera as defpefas e mcirinho della Icgacia , a ves fo-
breditos notaries c macs officiacs c pclToas atraz declaradas , que I'cn-
dovos ella aprefentada ecomella denoHa parte requeridos na6 vosef-
cufando hum por omro vadcs c chcgucis a todas e quaefquer pclToas
que na cxecu 9ao della vos forem nomcados cujos nomes e cognonies
aqui ei porcxprcITos cdcclarados e cm fuas pcllbas os citareis, c env
ptafarcis pera que do dia que o forem a dole primeiros feguintes pa-
reâ6 ndla Ciuade de Lisboa ante nos a requerer toda fua julliga na
caufa contheuda na petiâb atraz nos dias das audicncias gcracs que fe
collumab fazer nospalTos dcnolTa morada alias nao vindo ou mandan-
do conllandonos que forao citados a fua revelia os averemos por tacs
pera a dita caufa termos e autos judiciaes aocafo neccITarios epera ver
jurat tellcmuhas ouvir fentenâ diffinitiva e pera todo o mais nccclla-
xio e a fua revelia minillraremos as partes jullija pcla via que miJhor
nosparccer efendo cafo que fecfcondab abfentem a fim denad feiem
citados emfuas pdToas conllandovos dilTo per jinfonna^b de telleinu-
nhas extrajudicialmcnte perguntadas os citareis em pclToa de hum /eu
ftmiliar ou vcfinho mais chegado de quern polTa vir a fua noticia dc-
clarandolhe o caufo da tal citaâo ojuizo e dia deaparccer e poique
trataiidolTe ella caufa indccifa perantc nos cm nolTo Juizo nao pode
ncm deve fer tratudo emoutro juizo nem perante outro julgador por
tanto mandamos a vos fobre ditos notaries e macs officiacs e pclToas
atraz declaradas fob as penas primo diiias , inhibacs ao Reverendo
Provifor e Vigario geral do Bilpado e Cidade de Aliranda. E bem af-
fi a quaefqi.er outros juizes alii ordinarios como extraurdinarios cxccu-
torcs dcllegados c fubdelcgadcs como de qualquer outra jurdi^'ao que

da dita caula conhe^'ao ou conheccr entendao ans quaes como ilito he
inhibireis c dcnolTa parte Ihe notificareis que nos Ihe mandamos eno-
tchconios cm virtude de linta cbcdicncia c fob pena de cxcomunhao
maior
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;
da Cafa %eal Tortuguenâ, 5^3

maior ij>fo faSlo imurrenda ^ e dcquinhcntos crufados aplicados pcio
niodo lobredito que do dia cm que Ihes cfta nofla e macs verdadcira-
mcnte apoftolica carta inhibitorea cm forma for prcfcntada , c notefi-
cada a trcs dias primeiros fcguintcs que Ihc damos e a/Ignamos pcllas
tres canonicas admoeftaôins termo pcrffo c percmptorio hum dia
por cada amoeda 9ad repartidamentc logo , e com eifeito fc inhiba6
dem aja6 e pronuncicm por inhibidos na dita caufa e caufas tocantes a
efte ncgocio , e ein todas fuas dependencias e cmcrgencias e nella macs
nao mandcm julgucm ncm proccda6 coufa algu^ cm dano e prejuifo
do dito Scnlior Duque e de fua caula iy maxime hi velipendio de noda
jurdiâ6 antes nos rcmcta& us autos da dita caufa todos e quaefquer
autos e papcis que ouvcr nede ncgocio no ponto e eltado cm que cfli-
verein ferrados e fellados c por pelToa fiel e fern ful'pcita a villa de Sua
Exccllencia alias palTado o dito termo e nao o comprindo afll Avere-
raos tudo pornullo edencnhum effeito e vigor e procedcremos con-
tra cllc com os maes procedimcntos de dercito neceflarios pcra aggra-
vaâo rcaggravaâo dos quaes os ciramos e chamamos neftes prefentes
cfcriptos c por parte de oua Excellcncia ferao obrigados a traler os au-
tos da dita caufa no nolT'o juizo com as partes citadas do dia da dita
inlhbiâo a vinte dias primeiros fcguintcs aliits na6 o comprindo alii
e hcando por ellc procedcremos a defiiihibiâu como nos pareccr julli-
â ; e ao notario oueferivao emeujo podcr osditos autos e quaefquer
papeis pcrtcnccntes a cHe ncgocio ellivcrcm mandamos fob as penas
primo di£tas que do dia da dita inhibiâo a oito primeiros fcguintcs
de o trcsiado dos ditos papeis na forma collumada pera nos ferem tra«
zidos eeniviados como dito he fendo porem primeiro pago efatisfei-
to de todo o feu jullo c competente fellario e no treslado que dcr dos
aums nao treslade clla carta a qual fomente tresladara nos autos pro-
prios e eda tornara a parte pcra fazer as maes diligcncios ncccflarias e
os mandara tresladar de boa Ictra e por pelToa que bem o faiba fazer
e das dtligencias quo vos fobreditos Notaries e maes officiacs e pelfoas
atraz declarados nclle cafo fizerdes palTarcis volTas certidoins nas codas
deda em modo que faga6 fee &c. dada cm eda Cidadc de Lisboa fob
nolTo dgnal efcllo aoderradeiro dia do mes dejulho. Thomas Dama-
ral notai io Apodolico o fes por Duarte de Figeroa eferivao da Lcga-
cia nedcs Rc"nos e Senhorios de Portugal e da caufa Anno do naci-
nicnto de nollb Senhor Jefu Chrido de mil c feifeentos c quinze An-
nos. Duarte de Figeroa a fis eferever.
»
O. Accorambonus Epifeopus Frofcmponicn. Collcflor.
Loco Sigilli.
Pcra V. llIudrilGma ver.

Gratis.
Nado.
Figeroa-
Tom.IV. Bbbbii Senten-
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5^4 doLiv.Vl. da Hijloria (jenealogtca
Sentenga ApoJloJica pajfada em name de Pedro Antonio de Marchit,

Auditor Geral da Legacia, afavor da ifenqao dos Minijiros , e
Oficiaes da Capella Ducal de S. Jeronymo de V illa-Vigofa contra
0 Procurador da Me/a Primaz , Vi/i~
Ponti/ical do Arcebifpado
tadores do feu Arcebifpado y e
Vigor to Geral de Chaves , Rw*
embargantes , efe julgou fern embargo dos embargos , tjue houve
por naS provados , o Breve , e Monitorio embargados , fe cumprif
ferny tudo em ordem a defeflirem da ViJitagaS y que tinhaS inten-
tada na Igreja de Fab annexa hfobredita Capella , vijlo os Col-
ieitores vi/itarem a dita Capella y e o terem feito , e conhecerem
privativamente de todas as caufas della , e feus Minijiros y em ex‘
ecugab de feus Breves ,
e confervagao dos privilegios da dita Ca-
pella. E/L'i no Cartorio da Cafa de Braganga , authentica, onde i
a copiey.
Num.257.
An. i6}0.
O Do(5ôr Pedro Antonio dcMarchis Prothonotario apoilolico nef-
ta Corte Rcfidente Auditor geral das cauzas da Legacia do Illuf-
triflimo e Reverendiflimo Senhor Louren90 Tramallo por itierce de
Decs , c da Sandla See Apoftolica Bil^ de Gerace e Colleflor geral
Apoftolico com podercs de Nuncio neues Reinos e Senhorios de Por-
tugal pella Saniridade do Papa Urbano (Xbavo noflb Senhor hora na
Igreja dcOeos Prefidente J[uis e Coinmillario apoftolico donegocioe
cauza de c|ue fe ao diantc fara exprelTa e declarada menâd. quan- A
tos efta mmlia cniaes verdadciramente Apoftolica carta defentenqa ti-
rada do procelFo em forma lor aprefentaua e o conhecimento della com
dircito pertcncer faude e pax pera fempre em noflb Senhor Jefus Chrif-
to que de todos he vcrdadciro remedio e falvaâo. Fa5o fêr que pe-
rante mim em eftc Juizo apoftolico e Tribunal da Lcgacia fe tratarad
« fentencearad finalmcnte huns autos de cauza chrd ordenados entre
cartes da hunia como Autores os officiaes , e miniftros da Capella de
Sam Hieronymo do Excellentiflimo Senhor D. Theodozk) Duque de
Sraganâ llta em a fua Villa de Villa Viôfa e da outra reos embargan-
tes o Procurador da meza Pontifical do Illuftrifllmo e Reverendiflimo
Senhor Arcebifpo Primas , c os Vifltadores de feu Arcebifpado , e o
Vigario geral da Villa de Chaves. E pellos ditos autos etermos del-
les entre outras muitas couzas femoftrava que no anno do nafeimento
de nolfo Senhor Jefus Chrifto de mil e feis centos e vinte finco annos
aostrinta dias domez dcTunlio do dito anno emefta Cidade de Lix-
boa, epaôs damorada cfo Illuftriflimo c Reverendiflimo Senhor Joa 6
Raptifta Pallotto Colicclor que entad era neftes Reinos por parte do
dito Senhor D. Theodozio Duque de Braganga Ihe foi requerido di-
zendo que a Igreja de I'ao do dito Arcebipado de Braga era il'enta da
vlfltaâo ordiimla dcUc pella Bulla da dita fua Capella da qual o dito
.
'
.. lUuftiiin-
Digiiizc"' OÛ
da Cafa 7{eal Tortugueiâ, ^6$
Senhor Colkaor dcfte Reyno he Juiz Executor apoftoli-
lllufh-ifllmo
co , e tambem o era por hua fcntcnâ , que contra os anteccfTorcs do
dito Senhor Arcebifpo de Braga fe ouvera , e porque fern embargo do
dito Senhor Arcebifpo e feus officiaes cftarcm inhibidos na dita cauza
avia muito tempo e o era em o dito anno de fcis centos e vinte e fin-
,
co injuftamente fc intrometcra a vifitar a dita Igreja , e com effeito a

fora vifitar na6 querendo diziftir por maes rcquerimentos que fe Ihe
fizcra6 eftando inhibido como dito he pello que pedia a Sua Illuftrif-
fima Ihe mandaTe paffar monitorio pera fer monido o dito Senhor Ar-
cebifpo que defidille da dita vifitagao , e fe ouvelTe por inhibido como
ja o fora6 feus antecenr>res e eUe eftava
e reccberia merce. E vifto
pello dito Senhor Collector feu requerimento , e como o Senhor Col-
Je£l:or quo he neftes Rcvivk he Juiz executor apoftolico das cauzxs
da dita Capella e por qualquer via a ella pertencent^^ , ou a feus minif-
tros e as Igrejas de fua aprczenta9a6 , mandou que le Ihe pairaflTe carta
monitoria como pedia a qual fe pafibu com claulula de embargos e por
ella mandou o dito Senhor Collector que o dito Senhor Arcebifpo fob
pena de Interdiilo inêffus eccleft£ ^ e feus miniftrqs evifitadores fob
pena de excomunhao ipfo facto incun'enda e de quinhentqs cruzados
dififtiffem da dita vifita feita na Tgreja de Fao, e fe inhibiiTem e ou-
veflem por inhibidos nella na forma que o forao feus antecefibres , €
nao mandafTem , innovalTcm , nem alteraficm no cafo maes couza al- \ .
guma. Segundo macs largamente feconthem no dito monitorio oquat

foi intimado ao dito Senhor Arcebifpo Primas , a que refpondco fe da-
Va por notificado e mandaria requerer fua juftiâ e afiy fe intimou tam-
bem ao Reverendo Vifitador geral do dito Arccbifpado. E outro fy
e fora& por outros monitorios que o dito Senhor Collc(Efor mandou
paflTar fobre efta materia devifitagoens feitas em igrejas tocantes a dita
Capella dc Sua Excellcncia e feus miniftros , a faber cm a Igreja e Be-
nencios dc San£l:a Maria de Chaves c fuas annexas. E fenao afly in-
timados osditos monitorios ao dito Senhor Arcebifpo e feus miniflros
c vifitadores , fi2scra6 petiâb por eferipto ao dito llluftriflimo Senhor
Colleftor dizendo que Sua Illuftrifiima mandara pafiar monitorio a inf-
tancia do Dead da dita Capella de Sua Exccllencia, e Thefoureiro da
tnefma Cbpclla e Beneficiados de Sandla Maria de Chaves , pera que
osditos Vifitadores , e Vigario geral da dita Villa de Chaves, nao vi-
fitaffem as Abbadias dos ditos impetrantes , nem fuas annexas, e que
tendo embargos os vidTem allcgar ante Sua Illurtiifiima , e porque cl-
les fupplicantes tinhao embargos ao comprimento do dito monitorio
pediad a Sua Illuftriflima Ihe mandafle dar vifta pera vir com ellcs , e
rcccberiad merce c diferindo a dita petiâd o dito Senhor Collcdlor
mandou dar vifta aos ditos embargantes , e fendo pera iftb feito pro-
curador por fua parte nos ditos autos fclhes dcu evierad dizendo por
eferipto etncllcs o Arcebifpo Primas, e os vifitadores do Arccbifpado
de Braga, eo Vigario geral da Villa de Chaves, que tinhad embargos
ao comprimento do dito monitorio palPado a inftancia de Sua Excel-
lencia', e aos monitorios c inhibitorias quo tambem fe paftarao a inf-
tancia do Dead e Thefoureiro da dita Capella pera effeito dc nad I'c-
icm
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^66 Turovas do Uv. VI. da Hijlorta Cjencafogica
rcm dc Fa6 e a outra de San-
vifitadas pclos ditos Vifitadores a Igrcja
fla Maria dc Chaves , e os Bencflcios da dita Capclla de quc trata6 os
ditos ir.onitorios e pello niclhor modo de direito e I’c Hies cumprilTe
rrovariab quc as ditas Igrejas cftavao no Arcebilpado de Braga e na ,
Dioecfe do Scnhor Arcebilpo embargantc , pcila qual rezao Ihe pcr-
tciicia a cllc vilitalas , e niandalas vilitar porfcus vifitadores os quaes
cm virtude da Commillao do Scnhor Arcebilpo Primaz vilitara& as di-
tas Igrcjas e Bencflcios coino fempre de tempo immemorial forao vi-
fitjilas pellos vifitadores dosScnhorcs Arcebilpos Primazcs, eporafly
Icr lena6 podia6 mandar pall'ar contra dies embargantes os ditos nio-
nilorios e iiihibitorias. E porquc nos ditos monitorios principalmcnte
no que cftava folhas duas fe fnzia menâb dc Bulla apofiolica da Ca-
pclla do Duqiie e outro I'y de hua I'en'enya que fedilia I'cr ilada con-
tra os Arcebilpos Primazcs ncfta materia nos quaes documciuos le fiin-
dara odito monitorio eosoiitros tambcm que fcajuntavao, Pedia fe
anrczentaircm a dita Bulla efcnten5a porquc fern dies nab podia aca-
bar os ditos embargos legunJo fecontinha nadita Cotta, da qual cdos
papcis com dla olt'erccidos ouverab villa os procuradorcs dc nua c ou-
tra parte, c com o quc dilfcrab I’orab os autos coiicluzos aodito Illuf-
triflimo Scnhor Colledor , e viflos por die pronunciou o dcl'pacho
fcguinte &c. Subddcgamus Do«florcm Joanncm Baptifiam Prothono-
tarium Apoftolicum. Ulyfliponc dccima tertia I’cbruarij mildlimo fcx-
centcflimo vigellinio fexto. Joannes Baptilla Pallotus. E fcndo dado
o dito dcfpacho c avido por publicado , o dito Revcrendo Doutor
Joao Baptilla Prottino mcu antccellbr accitou a commilTab ddle , e
fe pronunciou na dita cauza por Juiz Commilfario apoBolico c man-
dou quc os autos fe folfem concluzos e viftos por die por Ibu delpa-
clio pronunciou e mandou que fe juntafl'em os papcis dc que I'c fazia
mcnâb. Em comprimento do qual dcfpacho dos autos ouve villa o
Procurador de Sua Excellcnda c juntou nellcs ha dita Bulla de il'cnâb
llidla. autentica cujo trcslado deverbo adverbum he o I'eguinte. Clemens
Epifcopus I'ervus fcrvorum Dei ad perpetuam rci memoriam. Ex injuji-
dlo defupcr Apoflolicse fervitutis ofhcio , votis illis gratum libcntcr
prcllamus aflcnfum qua: piam Chrilli flddium pra;lcrtiin nobilitate ge-
neris pollcntium mcntem , & intcntioncra ad crigendas & exorandas
Capdlasfuasad minillrorum ecclcfialticoium commoda procuramfa proi
niovcrc polfunt aliaque defupcr concedimus prout conl’picimus in Do-
mino falubriter cxpcdirc. Alias fiquidem Dilccli filij nobilis viri Tlieo-
doflj fccundi Ducis Bragantix fupplicationibus in ea parte inclinatt
eidcm Tiieodolio Duci ut ex tunc dcinceps & in pcrpctuum quoticf-
cumque , & quandocumquc ipfum Theodofium aut fuccdlor^ fuqs
Braganti* Duces pro tempore exiftentes , extra oppidum de Villa Vi-
9 ofa Elborcnfis Dioeccfis refidere contingcrct Decanus
Capcllani , &
alij miniftri Capdlte Ducalis fub invocatione h ad honorem Saiicli
Hieronymi in prxdielo oppido pra:fati Theodofij Ducis pra:dccdloris
fumptuofo operte extrudlx in quacumquc ecclefia feu Capella rcgula-
ri vcl feculari loci iiitra Rcgnum Portugallix conftituti in qua Theo-
dofius Dux aut fuccclToris prxfati divina officia diurna & nodurna
pcrfolvi
Digitizf 'n i v C'l

,,
Ja Cafa %eal Tortugues^d. 5^7

perfolvi ,
& cclebrari mandarcnt, omnes diftributiones quotidianas , alia-
qiie emolumenta univerfaque lucrarcntur , & lucrari pofl’ent. Si in di-
fta Capclla Ducali divinis officijs diurnis naritcr &
nofturnis perfona-
Jitcr interelTent,
fimilitcr , &
pariformitcr lucrari , habere , confequi&
libere, &
licltc valcrcnt apoftolica Auftoritate pcrpetuo concefllnnis i
&indullimus, prout in nollris indc confcftis litcris picnius continetur.
Cum autem ficut cxhibita nobis nuper pro parte dicti Theodoiij Du
cis petitio continebat, juxta formatu indulti hujufmodi Decanus , Ca"
pellani , & miniftri dift'ac Capellac pro tempore exiftentes aliquem cer
turn reddentia: locum non habeant fed Theodofium Ducem , fuc-" &
ccfibrcs prsediilos quocumque extra diflum oppidum iter faduri fmt,
fequi , &ad eorum nutum divina officia hujufmodi qux dcbitis tempo-
ribus , & horis juxta ritum &
morcm a Sahdla Roniana Ecclefia rccep-
tum , &approbafum celcbrentur, ac folemnitatcs , &ccrenionix, alia-
ue riqumta debitc obfervcntur recitare tcneantur , hincque alicujus
?Irdinarij jurifdidioni cfimode fubjacerc polTe non videantur, idem &
Theodofius Dux indi'rii pietatis zclo duclus Capellam prxdidam om-
nibus, qiiibus potert rationihus, &
modis tarn in fpiritualibus , di- &
vinis, quam tcmporalibus ad pncpoteiitis Dei gloriam augcre , ex- &
ornare non de/lftit, ut in hac quoquc parte, utipdus Capcllx decori,
illiufqueDecani, (!apellanorum , & miniftrorum commodis, &oppor-
tunitatibus confulatur, plurimum cupiat, at infra dcfuper per Nos, &
Sedem Apoftolicam bcnigne provideri pro parte didi Theodolij Du-
els Nobis fuit humilitcr fupplicatum quatenus fibi , defiderioque fuo
,
in prxmiflis opportune annuere de benignitate Apoftolica dignaremur.
Nos igitur pium ipfius Theodofij Ducis propofitum promovere cupi-
entes , ac didum Theodofium Ducem a quibufvis excomunicationis y
fufpen/ionis ,
& interdidi , alijsque ecclefiafticis fententijs ,
cenfuris
£: poenis a jure, vel ab hoviine , quavis occafione , vd caufa Jatis, fi
quibus quomodolibet innodatus exiftit ad effedum prsefaitium dunta-
xat confequendum harum ferie abfolventcs , & abfolutum fore cenfen-
tes,
hujufmodi fiipplicationibiis inclinati Capellam prxdidam , illiuT
que Decanum, C'apcilanos, &Miniftros prxfentes, & futures, eorum-
que res , bona & Wncficin quxcumque ubicumque iita & qualiacum-
que fint , & dfe poflint ab omni vilitatione , corredione , jurifdidio-
nc, & fuperioritatc tarn Elborenlis, quam quorumcumiiue aliorum di-
di Rcgni Ordinariorum , illorumque Vicariorum, &Onicialium nunc,
& pro tempore exiftentium in fpiritualibus , & temporalibus apoftolica
audoritate tenore prxfcntium penitus , & omnino pcrpetuo eximimus,
& totalitcr liberamus , exemptosque , & cxempta elfe , ac fore , necnon
Ordinarios , corumquc Vicarios , & Officiales prxdidos ctiam rationer
dclidi , fen contradtus , vel quad , aut rei de qua ubicumque commit-
tatur delidum , ineatur centradus , aut res ipfa confiftat in Decanum
C'apellanas , & Miniftros pradidos , corumque res , & bona , ac Bc-
ncdcia qiixcumquc per eos obtenta , & obtinenda , vel eorum ali-
quem , feu aliquos vifitationem , corredionem jurifdidionem , & fu-
,
perioritatem aliquam exerccre , aut

quamcumque excommunicationis,
iûlpcnlionis , & interdidi diasque cccl-'dafticas fenteotias, cenfuras,
,,,
5^8 Trovai doJJv.VI. daHijlorla ênealogica

& pocnas promulgare nullatcnus poffe , ac qusecumquc vifitationcm
,
corrcdionein , jurifdidHonem , &
fupcrioritaicm aliquam denotantia
& qualcuniquc promulgationcs , auas tarn per Elborenfis , quam quo(-
cumque alios pracfaifli Rcgni Orainanos , illorumquc Vicarios , & OP-
ficiales nunc, &
pro tempore cxiflentcs , vcl eorum aliquein interim
ferri contigerit nulla , &
invalida , nulliul'que roboris , vel momenti
exiftere , &pro penitus infeftis quoad ha:c omnia haberi debere , fi &
fccus I'uper ab illis , aut quibulvis alijs qiiavis audôritate feienter,
vel ignoranter contigerit attentari , irntum , &
inane decernimus. Et
nihilominus Capellam , Decanum , Capellanos , Miniftros pndi- &
ftos, necnon qua:cumque Benelicia ecclelialUca pereos nunc obtenta,
& pro tempore obtinenda , ac illorum res , &
bona ubicumque fita ,
cuicumque vifitationi, correftioni ,
jurifdidtioni nollris &Sedis Apofto-
licjc debitorum Colledoris in diito Regno pro tempore exiftentis, vel
eo deficiente , aut abfente pereum pro tempore deputandi penitus, &
omnino eildem audoritate , & tenore , ctiam perpetuo I'ubjicimus , &
fupponimus ,
omnesque , & quafcumque lites ,
caulas , controverfias
quaftiones ,
diH'erentias, moleftias, civiles , & criminales , reales, ac
perl'onalcs , I’piritualcs , &
temporalcs , ccclefiaflicas , & profanas , ac
etiam beneficialcs meras , & mixtas Decani , Capellanorum , & Minif-
trorum pradidorum tarn adivc , quam pallive contra ipfos per Elbo-
ren/is, acquofcumque didi Rcgni Ordinarios , feu illorum curias, vcl
Plcos , aut procuratores eorum , ac etiam quafcumque alias perfonas
feu ad illorum , aut illarum inftantiam , inlligatione quavis occafio*
nc , vcl caufa ex nunc dcinceps , & pro tempore movendas , & fulci-
tandas , eidem Colledori in dido Regno nunc , & pro tempore com-
nioranti , vel in ejus abfentia aut dcledu per cum , ut pra;f’ertur de-
j
putando ctiam fummarie audiendas , cognofeendas , decidendas , finc-
que debito terminandas cum omnibus fuLs incidentibus , dependentibus,
emergentibus , annexis , & connexis , totoque negotio principal! etiam
cum potellate , quos quibus ubi , quando , & quotics opus fuerit ci-
tandi , & inhibendi , ac inobedientes declarandi , aggravaadi , rcag- &
gravandi , auxilium brachij fccularis invocandi , omniaque alia , &
lingula faciendi , dicendi
,
gerendi , excrcendi , & exequendi , qua" nc-
celTaria fuerint
,
aut alias quomodolibet opportuna audoritate , &
nore prxdidis , juxta conftitutioncm fclicis recordationis Imiocentij
Papx III. prxdcceiroris noftri , qux incipit cum Capella fimiliter per-
petuo committimus , & mandamus. Non obftantibus quibufvis cqnlli-
tutionibus , & ordinationibus apoilolicis , cxteri.sque contrarijs quibuf-
cumquc. Nulli ergo bmnino hominum liceat nanc paginam noftr*
abfolutionis , exemptionis , liberationis , fubjedionis , iuppofitionis
decrcti , comniiflionis
, &
mandati infringere , vel ci aufu temcrario
contraire. Siquis autem hoc attentarc prxfumpferit indignationcm
Omnipotentis Dei, acBeatorum Petri, S: Pauli Apollolorum cjus fe
noverit incurfurum. Datum Romsc apud Sandum Marcum Anno In-
carnationis Dominicae Millefimo fexcentefimo primo quarto decimo
Calcndas Odobris Pontificatus Noftri Amo
decimo. Foy tresladado
do proprio Original que cm meu poder lica com que concorda bem e
fiel-
Ja Cafa T(eal ôrtuîe^â. 9
ficlmcnte afTy o certifies c a die me reporto em Lixboa aos oito dia?
domes de Jiinbo dc mil e feifeentos evinte e feis annos. Alexandrj
de Figueroa. Segundo fe continha na dita Bulla de li'enâo , da cûal
fc deu vifta ao procurador dosReos embargantes pera acabarem icus
embargos , c com o que difrcra6 , e repofta do procurador dos embar-
gados tbrao os autos conclulbs aodito Dodor Joam Baptifla Bottino
eviftos porelle mandou por feu defpaclio que acabaflem osditos em-
bargos ate a primeira peremptoriamente. Do qual defpacho fe deu vif-
ta ao procurador dos ditos embargantes , e veo com nuns embargos a
die por dizer tinhao papeis na Cidade de Braga fern os quaes nao po-
diao acabar osditos embargos, pcllo quo fc Ihedevia conceder tem-
po pera osmandar tiazer, o que pediao por via de reftituiâo. Dos
uaes embargos ouverab vifta os procurauorcs das partes com o que
a iftcrab tornarao os autos conduzos , e nelles pronunciou o dito Sc-
nhor o defpacho feguinte. Sein embargo dos embargos que nao reec-
ho vifto fua materia, e o niuito tempo que pafTou fern ocmbargaine
mandar vir os papeis de que fe trata ey os embargos folhas quatorze
poracabados, c corra a cauza em feus termos. Joannes Baptifta Bot-
tinus pro Auditorc, E fendo otal ddiiacho dado e avido porpubli-
cado le deu vifta ao procurador dos embargados pera contrariar , c veo
com hua Cotta dizendo que na6 queria contrariar , com os papeis que
eftavab nos autos fe aflinalTe lugar a prova , e logo vifta a dita Cotta
pcllo dito Reverendo Dodor meu antccelTor aftinou dilaâb nos di-
tos autos , e palTada clla langou as partes demaes prova
,
e mandou dar
vifta ao procurador dos embargantes pera embargos ao lanâmcnto e
,
veo com embargos ao defpacho folhas quarenta e finco em que fc ou-
verao por acabados os embargos folhas quatorze Pedindo delles recc-
bimento e comprimento dc jufti^. Dos quaes as partes ouverao vifta
c com o que dilferab fora& os autos conduzos ao dito Reverendo Do-
dor meu antcceftbr e viftos por die mandou que tornalTc vifta aos di-
tos embargantes pera acabarem feus embargos follias quatorze ate pri-
meira perenmtoriamente , nam obftante que ja fc ouverab poracaba-
dos , o que fendo nccelfario Ihe concedia por reftituiâo. E fendo da-
do e avido porpublicado o dito defpacho tornou vifta ao procurador
dos embargantes , o qual veo acabando os ditos feus embargos dizendo
cm o ultimo artigo do acabamento delles que cumprindo Prov'ariao
que fendo a dita Bulla dc ifcnp6 pallada avia macs dc vintc annos
nunca osditos Deaii cThczoureiro daCapdla deSua Exccllencia uza-
ra6 della antes fempre depois della padada fora6 dies
, eas
diuis Igre^
jas^ e bcneficios vifitados pclos vifitadorcs do dito Senhor Arccbifpo
primas , e de feus anteccdorcs , e ally na& fomente pcllo nao uzo, fe-
iia6 tambem pcllo uzo contrario perdendo o dito privilegio
, (icarao
de cxcmp 5 a& contcudo na dita Bulla embargada pclla qual rezao nao
,
podia6 agora gozar.aqui do dito privilegio, nem fedevia cumprir o
dito monitorio , e carta embargada que fe palTou por virtude dclle,
pcllo que pediaft rccebimcnto e cumprimento dejuftiâ onmi meliori
tfimlo cr via com ciiftas, Dos <]uacs artigos os procuradorcs das par-
tes cuv'cra6 vifta c com o que diircra& me fora6 os autos conduzos. E
Tom. IV. •
Cccc viftos
570 ^‘rovas doLtv.VL da Hi {lor la (jeneah^lca
vidoi pormym, pronur.cicy por mcu dcfpacho , quc nao era Jui/. câ
Oita cauza , quc fepeJille juiz. a monfenlior Tlluflrifllmo , pcia o qiul
efreito forao os autos conclufos ao Oito ScnI'.or Collefbor c ndlcs pro-
nuncioii o dclpacho fcguintc. Dodlori Pcti o Antonio dc Marchis IVo-
tbonotario Apoftolico & expediatur Proviso in forma. Ulifliponc die
dccima fccunda Novcinbris niillcnimo fcxccntcfTiino vigdlimo feptimo.
Laurentius Kpilcopus Hicracenfis. Por virn;de do qiial defpacho fc
padbu provizao porque o dito Senhor Collcdor me conimcttco o co-
nhecinicnto da dita cauza , e com ella me foi requerido com inflancia
por parte dos Autorcs quc accitafTe c me pronunciaiTe por Juiz Com-
midario apoftolico, evifta por mim como filho obediente aosmanda-
dos apoftolicos a accitcy c me pronuncicy na cauza contheuda neWa
por Juiz CommilTario apoftolico cpromety de a dar em todo e por to-
do a fua divida c verdadeira execugao c eft’eito fegundo feu tcor e for-
ma , c o treslado da dita proviz.to de xerho ad verhttm he o fcguintc.
Lourenqo Tramallo por mcrcc de Dcos c da Santa See Apoftolica Bif-
po dcCicrace c Collctftor gcral Apoftolico deSua San^Hdadc com po-
dercs de Nuncio neftes Reynos cSenhorios dc Portugal &c. A cjuan-
tos efta nolfa provizao virem Tazemos faber Andloi'ttate Apojloltca a
Nos concedida e dc quc iizamos nefta parte , Deputamos ao Doutor
Pedro Antonio de Marchis Prothonotario apoftolico nefta Cortc rc-
fidente por Juiz da cauza de quc neftes autos fc trata fobre a vifita da
Igreja de Fa& do Arccbifpado dc Braga, epera iftb Uie damos os po-
dcrcs qtie ncccftario Ihcsforcm os quaes aqtii avemos por expreftbs e
dcclarados , fern embargo de quacfquer couzas quc cm contrario ata.
Dada cm Lixboa fob noftb final e lello aos doze dias do mes dc No-
vembro de 1627 annos. Gafpar Gallcttc Abbreviador da Lcgacia a
fez de mil c feifeentos e vintc e fete annos. Laurentius Epifcoptis
Hicracenfis CollctSlor. Locus Sigilli. Regiftrata libro i. yerf. E
fendo por mim aceitada a dita Provizao como dito he mandey quc fc
Tuntaftem aos autos e me vieftem concluzos eviftos por mim, por mcu
defpacho ncllcs rcccbi o ultimo artigo do accabamento dos embargos
ft^ in quantum , c os macs per inforinacâo e que a parte o contrarw/Tc
fe Ihe pareedfe no termo do uilo , c fendo pera iftb dado vifta ao Pro-
curador dos embargados vieram com fua contrariedade per eferito nos
autos dizendo que contrariando os embargos rcccbidos e fc Ibcs cum-
priflb Provariao quc defpois da Bulla palfada logo forao notiftcados
todos os Prelados do Rcyno e feus officiacs efpecialmcntc o Arcebif-
po Primaz que entao era e feus ofticiacs e nunca macs vifitarab as Igrc-
jas , c Bcncficios pertcnccntcs a Capella e Provariao quc fc algua vcz
o fizerao feria fcin elk's embargados ferern dilTo labedores , ncm terem
dilfo noticia , pcllo quclhcnab podia prcjudicar, e Provariao que da-
do quc alfy nao fora a Capella do Duque de Bragan(;a he Igreja Col-
legiada quc fc governa por Dcao I hczourciro , c (^pellaens , c por
,
ally fer tinhao reftitniâo
,
e deviao fer reftituidos contra qualqucr
poftc (juc oembargado pretenddre ter, porque qualqucr que ella fofte
era injufta clandeftina , c intruza , e Provariao finalmcntc que no dito
J3 rcvc Jiavia clauzula initantc, pdlo quc ncniiua pollc coiitraria Ihe
podia
d.i Cafa %eal Tortugtiesâ. 571
podia prcjuJicar. Do que era voz e fama , pello quc Pediao reccbi-
nieiuo e comprinicnto de jufti^'a omni ineliori viodo cum expcvfis. Sc-
gundo fc continha nos ditos artigos dc contrariedadc dos cmbargados
os quaes llicl'orao porniim rccebidos Ji in quantum, c dandoic vil-
la ao procurador dos cmbargantes , vierao com hua Cotta di/xndo
que no primeiro artigo da ditta contraricdade fe fazia menâo que di-
zia fe fizera ao Arcebifpo Primaz , pello quc Pcdia I'e aprczcntc certi-
da& da dita notificaâo alias fe Ihe rifcalTe. E indo villa ao Procura-
dor dos cmbargados pedio tempK) pcra ajuntar os ditos papcis , e fe Ihc
aflinou , e em ellc osjuntarao , e com dies tornou villa ao procurador
dos cmbargantes c veo com fua replica , que Ihc foi recebida , c a tre-
plica dos en)bargos , cellando os autos neftes termos nelles fe aflinou
dilaâ6 c lugar deprova , aqual as partes derao a feus artigos porin-
quiriôtJs de teftemunhas quc judicialmentc Ihc forao preguntadas , e
peroutros papcis certidocs, edocumentos que de parte a parte fc ol-
l'erecera6 , e palTado o termo da dita dillaâo e reformaôes della as
partes forao laiUj'ados dc macs prova e de enibargos e contraditas , e as
inquiri56es avidas porabertas epublicadas c juntas nos autos delles tnr-
nou villa aos procuradorcs de nu3 e outra parte , e com o quc difle-
rao , allegarao, capontarao dc feu Direito ejulliâ finalmcntc me fo-
lao os ditos autos concluzos e villos por mim nelles Chrijli nomine in~
nocato pronunciey a fentenga feguinte. Villos dies autos , embargos
folhas quatorze accabados folhas finquoenta verfo , que fc reccbcra&
folhas uiiquocnta c oito verfo com que fe vcyo por parte do Senhor
Arcebifpo Primas edefua mitra aomonitorio folnas duas do Illiillrif-
limo Senhor CollciSlor Juiz executor , e Confervador Apollolico a
inllancia do Excellcntilllmo Senhor Duque dc Braganja , c minillro de
I'ua Capella cm rezao das vifitaôes della e‘ Privilegios de quc fc tra-
,
ta i Contrariedadc
,
macs artigos recebidos , papcis juntos , e prova
dada ; mollralc por parte do Excellentiflimo Senhor Duque Icrcm a di-
ta fua Duqual Capella de Villa Viôfa , Dea6 Capcllacs , e minillros
,
della com Icus Bcneficios, c bens por Breves egraga particular do San->
dlo Padre Clemente 0£lavo dc gloriofa memoria concedida a Sua Ex-
ccllcncia c feus fucceflbres livres e exemptos da Jurifdiâo dc todos os
Senhores ArcebiCpos, Bifpos,cmacs Prclados ordinarios detodo eliam
quoad lij'ilaliotiem , c qualquer outras caulas , tao Civcis , como Cri-
mes , fcaiido inimcdiatamcnte , e privative quoad alios refervada a Sua
Santidadc , e debaixo da jurifdi5a& da Sancla See Apollolica e do II-
lullriflimo Senhor Collector Legado e Nuncio do Rcyno c Senho-
j
rios dc Portugal , Provafe macs os ditos Breves , e privilegios terem
Ibrtido efl'cilo , c Icrcm inufu i^viridi obfervnatia ^ por quanto fendo'
logo, intimados, enotificados a todos os ditos Senhores Arcebifpos,
c Bil'pos , c macs Prclados , Ofliciaes , Vigairos , Dczcmbargadorcs , c
feus tribunacs e Cabidos , fc dcra6 por notificados , e 1cm cnnti adiâo
inhibidos pela obfcrvaiifa dos ditos Breves , e privilegios ; mollrafc
finalmcntc quc fendo vifitada a igreja da contenda pellos vifitadores
do dito Senhor Arcebifpo Primas por fer annexa ao Dccanado da dita
Capella os melinos Dezcinbargadores dc fua Rclaqat) de Braga cm vir-
. Tom. IV. Ccccii tude
,
57 ^ T*fovas do Liv. V/. da HiUoria (jenealo^tca
tuJe detacs privilcgio^ , porfcntenâ quc paTou in judicattm ^ re\'o-

parai) , cdcclararao ciu nao feflzcde ohra portal vifita:a6, por feiem
as igrejas c pelFoas dos miiiirtros da Capdla do dito Sanhor Duque
ifeotas dajurildi9a& c vifitacao ordinaiia. Oque tudo vifto com o macs
dos autos c difpofiâo dc Direito no cafo , na conformidadc do qual
ainda quc os Ordinarios pdla afTiftcncia do direito comum , c dil’poli-
cao do lagrado Concilio Tridentino po(Ta& vifitar todas e quaclqucr
Igrejas de I'ua Diocefi , por exempta quc feja , toJa via nao o podem
I'azcr , nem vifitar quanao o tal privilegio , e exempâd da Juril'diâd
do Ordiiiario na& lie gcral , mas particular , e crpccialmcntc concedi-
do pera Igrcja, pclToas, bcneficios, ebens ficarem livres c exeniptos
dejurirdiâd , c vifitacao do Ordinario , o mcfnio he das fuas annexes
cunidas, como a dacontenda, porque fao, porrezao da unia6 , da
nicfma natureza c exempâo efpccialjncntc concedida as Igrejas a que
cfta& unidas, a(Ty de direito, como tambem largamente levc do Bre-
ve a eftc etfeito concedido ao Senhor Duque com clauzula irritante
pello Summo Pontificc recebido , uzado , e praflicado de todos os Sc-
nliores Arcebifpos , Bifpos e Prelados deftc Reyno e na& fe provando
pello Senhor Arcebifpo Primaz e fua meza nada em contrario , man-
do que fern embargo dos ditos embargos que julgo por nao prova-
dos , o Breve c monitorio embargados fc cumpram e guardem como
nellcs fcconthem vifto provarl'e outro fy os Senhores ColIc«SIores te-
rem vifitado por vczes a dita Capella , e conhecerem de todas as cau-
zas della e feus miniftros cm execuijao dos ditos Breves e conl'crvacao
dos Privillegios della i el'cja fern cuftas excaufa. Lisboa fette dcDc-
zembro mil I'eifccntos evinte cnove. Petrus Antonins deAIarchis Au-
ditor. Segundo le continha na dita minha fentenâ a qual foy avida
I>or publicada em efta Cidade dc Lixboa em audicnca da Legacia quc
I'azia as partes aos fette dias do dito mes e anno nella declarado , c dan-
dofe vifta della ao Procurador dos embargantes vco com hua appclla-
536 por eferipto nos autos dizendo , que Appcllava da dita fentenâ
ad SaiiBam Sedem apojlolicant , c pedia aos Apoftolos Jxpe fêpius fi-
mul um contextu e rcccbimento com cuftas. Com a qual me torna-
rao os autos concluzos c viftos pormim nellcs por meu defpacho ,'rece-
bi a dita appellaâo Ji in qi/ani»m dando os autos per apoftolos
rcvcrcnciaes , e o termo do ftilo pera o feguimento della , e fenJo da-
do e avido por publicado o dito meu dcVpacho logo loi intimado o
priinciro fatal ao procurador dos embargantes appellantcs pera fegut-
rem ncllc fua appcllaâo , e por a nao leguireni no dito termo , nem
cm o fegundo que Ihc foi relonnado , foi cit.ado o dito feu procura-
dor em leu nome pera vir allegar ante mini os embargos quc tivcHeni
athe fer julgada fua appellaâo por deferta c nao feguida e foi avida
portal aos des dias do mez de Abril defte prefente anno, e dos autos
i’elhedeu vifta pera vir com os ditos embargos, cncftc meio tempo,
impetrou commilfao do Illuftriflimo Senhor CollciEVor porque com-
metteo o conhccimcnto da dita caula ao Reverendo Doftor Diogo de
Britto, o qual aceitou a dita cauza c commilfao emandou palfar carta
<ciiatoria Inhibitoria c compullbria cm forma por virtude da qual cu
da Cafa %eal Tortugne:â. 573
fill inhibiJo na dita caiiza; c por osditos appellantes nao fazcrem as
maes diligencias nccclTarias cm I'egnimcnto de fua appella<âo , inandou
o dito Rcvcrendo Dodtor Dioô dc Britto Concgo na Sancla See de
Evora paiTiir definhibitoria cm tbnna a requerimento dos ditqs appclla-
dos , a qual Icndome aprezentada me dei por defiiihibido na forma del-
la , c mandei que a ddcr9ao correfTe em f:us termos , e que dos autos
fc dedc villa aos procuradorcs das partes pera apontarem e dizerem dc
fua juftiâ fobre os embargos com que osditos appellantes tinhao vin-
do a dezerâo de fua appcllagao , e com o quo differao , allegarao c
rafoarao me forao os ditos autos concluzos e viftos por mim nclles
Chrijii nomine itrjocato pronunciey a fcnteiiâ fcguintc. Viftos eftes
autos, c como por parte do Senhor Arccbifpo Appellante nao fc fes
diligencia algua no tempo quo Ihc foi aftliiado pera feguimento da di-
ta appellacao , e fer palHido^ e muito maes , fern embargo dos embar-
gos , julgo a ditta appellacao por deferta c nao feguida e mando fc de
a fentenca fora do proccllb a parte pera Ic dar a fua devida cxecucao
e pague o Appellante as cuftas defte incidente. Lixboa tres Julho mil
fcil'ccntos c trinta. Petrus Antonins Auditor. A qual fentenca foi
avida por publicada cm efta Cidadc dc Lixboa em audiencia que eu fa-
zia as partes no dia mes canno nella dcclarado. E logo a requerimen-
to dos embargados olficiaes c miniftros da Capclla de Sua Exccllcncia
mandey palfar fentenca do proccllb pera for dada a fua devida exccu-
Cao , c bora por parte dos nicfmos me foi requerido Ihe mandaftc paf-
lar outra fentenca do mcfmo proccllb pera eft'eito de fer metida em o
Cartorio da dita Capclla pera a todo tempo fe achar nclfc pera guar-
da econfervacao dc feu direito cjulliga evifto por mim feu dizer e
pedir I'er jufto, ca rezao e direito conforme mandei que fclhcspaf-
fafte como pediao , cportanto fcpaftbu aprefentc pello teor da qual
Authoi'itate Apoôltca a mim commitida e dc que nefta parte uzo
mando cm virtude de Sandla obedicncia e fobpena dc excomunhao ipjo
faefo inenrrenda c dc quinhentos cruzados applicados a Reverenda Ca-
mera Apoftolica a todas as peftoas ccclefiafticas e feculares , Juizes , c
jufticas de qualqucr gtao , ordem , eftado econdicao <jue fejao , eju-
rifdicarn que uzein , e cm efpecial aos Reverendos Vilitadorcs e macs
ofRciacs c miniftros do Ordinario dc Braga e feu Arcebifpado. E aoll-
luftrillimo Senhor Arcebifpo do dito Arcebifpado que hora he e pello
tempo adiante for fob pena de interdiSlo ingrejjus ecclejia , c dinhei-
ro , que fendolhes efta aprezentada e intimada a cumprab , e guardem
e facao em todo c por todo muj inteiramentc cumprir e guardar ally
edamancira que nella fe con them ccomo por mim he julgado fenten-
ccado determinado e mandado , c nam vam contra ella em parte , nein
em todo por fy ncm por outrem aperte vcl occuhe dh-ecle vel tndirc-
qtto"cis qutejito colore vel ingenio , antes como dito he cm todo a
cumprao e inteiramentc guardem. Alias fazendo o contrario o que fc
nao efpera oscy ipfo facto por incurridos a todos e a cada hum que o
contiario fizer, por incurridos nasditas cenfuras epenas, cprocedcrey
contra ellcs , e cada hum com os maes procedimentos nccelfarios pera
aggrava^'ab , c rcaggravagao dos quaes os cito e cliaiuo c cy por cita-
dos
5 74 V I. da Hijlorla ênealcgica
’’
dos c chamados ncftcs prclcntes efcriptos. E fob a dita psna da exco-
munhao c dcfinquocnta cruzados applicados na forma atras declarada
ipando a quaefqucr Clerigos de mi(lh , c dc ordcns Sacras , Notaries
apoftolicos , e Scrivacs, eTabcliacs publicos das Cidades c Arcabilpados
dc Braga cEvora, edcqualquer outra parte defies ditos Rcinos, que
fcndollies efia aprezentada nao fc efeuzando hum por outro a notifi-
quern cintiniem hua emuitas vezes afiy eda maneira que nella fecon-
tnem a quern com ella de minha parte c a petiâb dos ditos autorcs
Impctrantcs requeridos forem , e das ditas Notificaôes , e intimaôes e
das macs diligencias que no cafo fizerem palTaram fuas certidocs auten-
ticas nas cofias defia cm modo que faqao fee em Juizo , c fora dclle.
Dada cm Lixboa fob meu final e fcllo aos treze dias do mes dc Agofto
dc mil feil'centos e trinta annos. Alexandre de I'igueiroa eferivao da
Legacia dc Sua Santidade e das caufas tocantes aus Ofiiciaes da Capcl-
la dc Sua Exccllciicia a fiz eferever c fobferevi.
Antonius dc Marchis Auditor.
Loco Sigilli.
Ao final cem rcis.
Ao ScUo cem rcis dc Sua Senhoria Illufirifllma.
Pagou delta com o Latim mil e duzentos.
Sentenâ Apoftolica.
FJlatutos da Cayella Ducal deS. Jeronymo deVilla-Vigofa. R/laa

no Cartcrio da CaJ'a de Braganga ,
donde os copiey.
^'xUni • 2 ?
3 A
8 • /~\ Capella ondc qiiero , e he minha vontadc quo os ineus
tiapellacs felebrem os officios Divinos e refem todos os dias as
Oras Canonicas conforme a bulla que me conccdco o Papa Gregorio
XIII. de boa memoria , fera refidindo eu cm efia Villa dc Villa Vifo-
I'a a que tenho dentro cm minha Caza que he da invocaâo deS. Je-
ronimo c mudando cu minha Caza pera tora delta Villa ordenarei com
o Daiab dc minha Capella a igreja ou lugar que parccer mais commo-
de pera em die all'cmar a dita minha Capella.
Dc dia de Pafcoa da R.ejforrci5a& atii o ultimo dia do mes dc Se-
tembro inclufive fc coinefarab a refar as Oras todos os dias cm a minha
Capella pclla manhS as feis oras , e as Oras da tarde as tres oras.
E do primeiro dia do mes dc Outubro ate dia de Pafcoa d’ Rej-
forreiâb exclufivc fe comc9arab as Oras pclla manha as fcite horas ,
e
as Oras da tardc as duas horas.
E cm os dias de fellas ,
ouverem de cantar matinas fc
cm que fe
cantarab pclla manha hua hora antes das ordinaries ou o dia de antes
depots
Digitized by G(
da Cafa ‘Iêal Tôrtugue^â. j-yj
depois deVcfporas como mcllior parecer aoDaiao de minha Capclla
ou ao prcfidentc ; e parccendo ao Daiao necelTario por algiim rcfpcito,
ou caulh antccipar as matinas cantadas ou rcfadas o dia antes , on o
mefmo dia o podcra fai’er como Ihc parccer que convem ao tempo e
a meu ferviô ; e o md'mo podcra fafer em as outras oras do dia ante-
cipando-as, ou pofpondo-as como Ihe parecer conveniente ao tempo.
Dia de S. Joa& Bauptifta a tarvle depois de Vefporas fara o Daia&
ajuntar os Capcllaes todos em Cabido , ou o tifourciro , ou o prefiden-
tc , e dc ciitrc todos farao os officiaes que a& dc fervir o Anno feguin-
tc que comcâra por o primeiro dia do mes de Julho por matinas , e
ac.ibara polio ultimo dia domes dejunho do anno feguinte por com-
plcta. E os officiaes ao defer apontados. Sobre apontados Thezourei-
ro e Contador. O.s quaes officues fe fara& a votos de todos c os ditos
votos tomara o Daiao com hCi capcll.i6 niais antiguo e os que leva-
,
rem mais votos em cada hum dos ditos officios fera& officiaes eadita
clcj9a6 fe na6 publicara ate o Daiao me dar conta della c cu ordenar
,
cm clla o que me parccer melhor ferviô meu e da minha Capella eao
Apontador , c fobre apontados dara o Daia6 juramento que fob car-
go de fuas concicnci.is inteira e fielmcnte aimprao c guardem o regi-
mento defeu officio cnenlid dos ditos officiaes que for elejto feefeu-
fara fenao for por caufa que por mj for aprovada c fafendo o con-
,
trario fera cxcluido da dertribuiâo.
A minha Capclla fe governara por o rclogio que mais perto cF-
fiver de minha cafa pera que as Oras fccomcccm pclla
manha e a tar-
de a temnos devidos e fe o dito rclogio conhccidamcnte andar inal
concertado polio tempo que durar a dita defordem do rclogio fe go-
vernara por outro le na terra o ouver e na& o avendo por relogio dc
,
Sol ou por melhor niancira que podcr fer
, e parecer ao Daia6 , ou
Prefidcntc.
Todas as fomanas avera na minha Capella hd moô da Capella
Domajro ncra tanger ashoras concertar e limpar os Altarcs ea dlante
e por emella oslivros que foreni necelTarios c aparclhar as
veftimentas
que cm cada bum dosdias da dita fomana ouverem de fervir ter pref-
tes hoftias
,
vinho , agpa pera as milTas, c affi todas as mais coufas
necclfanas pera bom fervi9o da Capella ; e edara fempre
prefente pera
accdir a tudo oque for nccedario e oDaia6 ou Prefidente
ordenara o
dito Domajro ao Sabado dc cada fomana pera fervir a fomana
feguin-
te , c comoejara fua obrigagao ao Sabado por
Vel'poras.
Provera o Daiao , ou o Prefidente em fua aufencia ao Sabado de
cada fomana a Capella de Domajro da dcftribiiigab
pera fervir a foma-
na feguinte que fempre comeâfa por Vefporas
do dito Sabado e aca-
bara por noa do outro Sabado feguinte
e o dito Domajro capitulara
boras pclla manlia e a tarde da dita fua fomana e dira
todas
asmiflas della.
Provera mais o Daiad a dita fomana dc Diacono e Subdiachono
peraôs Euangelhos^cEpiftolas que fempre feraf) os
dous Domarios quo
lorao da diftribuiâo asduas fomanas atras proximas
cos ditos Domai-
ro e Diachono e Subdiachono comprirao fuas obrigaôcs niuito intei-
rainemc
‘ f
5 7 Trovas do Llv. VI. da Hifloria (^catak^ca

ramentc por fuas mcfmas pdFoas c tcndo algua indifpofigaS ou occu-
pacao a niandarao coir.prir por outro , c nab o fazando alTi c avendo
-Iv/* a J — -J -
^
—
Doniajro juandc dar ao diio Capcllao que I'uprjr am a dita falra ccm
xcis.
Ordcnara oDaiao toJas as fomanas em minha Capclla hum Sob-
cliantre ,
o qual coineâra a Fazer leu officio ao Sabado as niefinas bo-
ras que o Domajjo c acabara juntamente
com die e Icmprc ford o nid-
pio Domajro que acabou lua lomana falvo le ao Daiab pareccr que
convem raudar o Jito Sobchantre , ou ordciiar outia coulii conformc
ao tempo c o mais que pcrtencc ao officio dodito Sobchantre fc dc-
clarara cm o capiiulo particular do dito
Sobchantre,
Os Altarcs da minha Capclla fe ornarab todos os dies conformc
aos tempos c Icfias c Icmpre fc atmarao as primeiras vcfporas do dia fe-
guinic icgundo for a I'efta ou feria , e cm o Altar mor cAarao a todas
as horas duas vellas aced'as , e as
millas dc canto cha6. E nos dias de
icAas demilFa ctmada dc canto dcOrgab cAarafl
quatro vcllas oufeis
fcguntlo forem as IcAas como fe ordcnara cm o ceremonial que raando
lazer pera minha Capclla.
Todos os dixs cm a minha Capclla avera mma cantada dc canto
com Diacono e Subdiacono c cm clla guardara o
cliao da diilribuisao ,
Uomajro a ordem do milFal em as comemoraôcs dc fcAas ou dc defun-

tos como o miflal difpocra cm aslcgundas fcirxs do anno cdaquarel-
ma c emoutros di.as c tempos ,
eamiiFa fc dira fempre acabada a ter-
ca ou noa os tempos dc jejum como o difpoem o iniâl.

cm _ ^
os dias que o mifTal manda que nas Igrejas

CoHegiadas aja
E cm
e apriincira da Iri-
duas niiiliis taobciu fedira6 em a minha Capclla,
ma ledira refada , c adaTerâ cantada, e oApontador tera cuidado
e dcdiler ao tli^
dc mandar difer a MilFp daprima cm osditos Jias ,
thefourciro data apef-
fourciro da diAribuisao que a paguc, eodito
foa que difer a dita mifTa tres vintens por clla.
•
E a dita milfa datcr5 a fccantara todos os dias falvo

cm os dm
ouver algum officio cantado , ou profiflap , ou
acompanhamenio ^
luc
a que cu mandar ir a minha Capclla
c todas as vezes que
3
dc cntcriacab
A:rs'i?o « "OS tais dm
30 Daiao parccer que convem ao tempo e a meu
c os
fedira a dita milFa refada c osCapellacs a ouvirao , .
diAribuiâb
que nao cAiverem picfentcs a clla pao vcnccrao.a
”’“l“'Todc4 os dins do anno de duplex e fern'idu^ fd[las

complcia
Capclla fccantaiab prima, c cerqa,' c velpons c i. .
os Jias cm que t>or algum refpeito dos actma deebraJus

cm o f.atut
da milFa cDaia6, ou ITefidente ordcnar. que feja tudo
rcôo : e q«an-.
as
do nOiChoro nab ouver mais que leis.Capcilacs rezarfenaO ^
horns; edefeis Capdla& pora fmiaxantarfe^ cm os dus de mati-, ,
n.TS cantadas avendo nochoro doze Capcllaes

cantarlcao,
indinas do
tinas. e avendo menos dedozc, na6 Ic oantarab ^
»
I .
id Cafa %eal Toriuguesâ. 577
natal e dos tres dias da fomana SanfVa , e de pafchoa da Rcjûrrcjâo,
,
e dc Penthecofte , e dc S. Hicronymo nos quaes dias fempre fe cantarao

matinas com quaciquer capellacs que ouver ainda que I'cjao inciios de
doze.
Horas cantadas e refadas em a ininha Capclla fe pcrdera6 ou pa-
nharao por o gloria patri do primeiio pfalmo de cada hora e a mifla
por o ultimo Chirio : de nianeira que todo o Capella6 que entrar no
Choro com fobrepelis veHida ao gloria Patri do primeiro pfalmo dc
cada hora ou ao ultimo Chirio damifla, ganhara as ditas horas, epor
o contrario as pcrdera e os mcgos da Capella ballara que nos ditos
:
tempos entrem na Capella.

Ninbum Capellao fe faira do Choro eftando em elle as horas on
mi(Ta fem pedir licenâ ao apontador com inclinagab da cabeâ , e na6
o fazendo afli perdera a hora a que fe fair.
Todo o Capellao que eftando no Choro rezando , ou cantando
as horas , e mifta , falar de barrete , ou de cabeâ , ou por acenos a al-
gua pefiba que eftiver fora do Choro pcrdera a hora emque tal fizer:
*
mas ie algua pcftba da dita Capella ou de fora della entrar em o dito
Choro com algu.i caufa , e fizer cortezia aos Capellacs que cm elle ef-
tiverem rezando , ou cantando , os ditos Capellacs Ihe podcra6 fazer
cortezia , e fendo peftba de refpeito a quern o Daiao ou prefidente fa-
â ou deva fazer comprimento , todos os Capellacs eftarab em pc e
nao fe alfcntarao ate o Choro fc aquietar : e entretanto o dito Choro
profeguira feu ofticio ainda que cm pe : e o Daiao ou prezidente fara
lens comprimentos, ccortczias como convem : ecomocllc feaflentar
equietar, todos farao o mefmo ; e todas asvezes que o Daiao entrar,
e lair do Choro, ainda que osCapcla^s rezem , ou cantern , todos fe
alevantarab em pe , ate que o dito Daia6 fe alTente cm feu lugar ou
faja fora do Choro : e todo o Capella6 , que na6 fizer a dita cortezia
ao dito Daiao , o apontador oulhara por iflo c Ihe pora de perda a ho-
ra em quo acontecer.
Todas as vezes que algd Capella6 for ocupado cm coufa algua
dc meu ferviô , afli na terra como fora della mandando-o eu fazer
,
faber ao Daiao , ou prezidente todo o tempo que durar a dita ocupa-
âo , ou aufencia o dito Capellao vcncera toda fua deftribuiâo , co-
mo prezente e o mefmo fera nos mogos da Capella.
him os dias que cu ouvei- de oiivir mifta fora da C.apclla e a mifta
for dos incus Capellacs os ditos Capcllaes que ouverem de eftar no
,
Altar : e o Daja6 , c Tczourciro Capellacs , Cantorcs , c moôs da
,
Capclla que cm a dita miffa ouverem Jc fervir todos ferao defobriga-
,
dos , da Capella por aquclla manlia e das horas della c vcnccrao co-?
, ,
mo prefentes a ellas.
E fc a milfa for cm algum dos mofteiros dc trades , ou freiras , '
ondc he cuftume os ditos frades dizerem a mifta cantada o Daja6,

:
Thezourciro , Capella& , Cantores , e moôs da CapeUa , e da eftante

tcrat) a mefina liberdade e vencerao como prefentes eftando comigo
cm a dita milfa e o mefmo fera indo eu ouvir vefporas a qualquer dos
:
mofteiros ou mandando a rainha Capella a qualquer Igrcja , ou fefta ,
\ Tom. IV. Dddd ainda

e
578 *VrovAi doUv.VL da Htflorta Qenealo^tca
ainda que cii na6 va a ella pelToalmcntc , o Thczourciro , Capcllacs

e moôs da Capdla , e da Eftantc venccrao cm tudo como prcfcntcs.
Todos os Capcllacs dlando no Choro as horas , c officios divi-
nos elfarao commuita quietaâo, egravidadc cada hum cm feu lugar^
conforme a fuas antiguidades , e com muito (ilcncio 1cm falar hum com
outro , e nao guardando o dito (ilcncio , nem a ordem do lugar , o
apontador Ihe fara final com muita quietaâo , c I'em dfrondo , que to-
me leu lugar , ou que nao falem por hua ves fomente a todas as ho-
ras , e nao obedecendo Ihe pora de perda a hora , ou horas \ e fendo
nilfo algu Capcllao contumas , alem da perda que o dito apontador
Ihetiver afientado , ofara faber aoDajafi, pera f'azcr nifTo oque Ihe
parccer , ou ao prefidente , e fe algum Capellafi por ter vifta fraca , ou
pouca claridade cm feu lugar tiver neceflidade dc mudar o lugar , pera
o cabo do Choro ondc fe pofia mclhorar de villa , c dc claridade pedi-
ra liccnâ ao apontador , e com ella fe podcra mudar , em quanto ^lu-
rarcm as horas : e o apontador llic dara a dita liccnâ.
Emos dias que cu collumo por ordem , e regimento de minha
Capella ouvir em ella milla de canto d’ Orga6 por os meus Canto-
res a dita milfa cantada fera a da dcllribuiâfi , e a minha fe dira refa-
da , e todos os Capcllacs , e pelToas que venccrcm dellribuiôcs ferao
obrigadas a ellar a ella , e a ella ganharao fua ddlribuigad e o mcfmo
fera cm as Vefporas , Complcta cantada por os cantorcs de canto d' Or-
gai): e os que faltarcm a dita milfa, Vefporas, eCompleta, pcrdcrao
ogaalio dasditas horas, eo apontador tcra muito cuidado deter con-
ta cum asliccnâs que da cm as ditas horas , que nao feja6 muito lar-
gas , Item a aufencia dure mais do que parcce que convem a nccclll-
dade.! ..iy\
O Domairo da deftribuigao da minha Capella, c.oDiachono e
Subdiachono , Subchantre , e moô da Capella domajro e mais miniftros
cumprirao fuas obrigaôcs muito inteiramente por fuas proprias pef-
foas , e fendo necefl’ario a algum defies fazer algua falta pormaa defi
polilla6 , ou por ocupaâo emcomendara a fua obrigaâm a outro , de
node que nao aja falta ^ cavendo-a fempre fera aconta do proprio do-
majro. ou miniftro, e leiido fua aufencia foiâda , e na6 fequerendo
outro Capcllao emcarregar da dita obriga 9 am o fa a faber ao Dak6
pera prover como Ihe parccer , c o Dajao provera fempre a obrigafad
do miniftro aufente do Choro do dito aufente podendo fer, e oDia-
chono , e Subdiachono de ambos jOS Chorus , pu dondc ouver mats
conunodidade. >
’
n , ^
'
;
'
, '. Nenhum G'.pcllao-quc veneer dcftiibui'^6 em a minha Capella;,

1
eftara no Choro fcm loba , efobrepelis vclliJa as horas , c mnls Offi-

cios divinos , c tcra breviario ,.ou diurnal na mao , c nao tcra luvas
cicadas nas maos fafendo o controrioide cada huma deftas coufas
terdwa todas as horas em'qiic for coniprehendiJo : erodes osCapclr
[acs Ic conformarao no'Choro quiis com os oujios, ialTi no eftar alicjv-
tados j. como eni;pc,rcdejocIhos, e fempre reran aefpcito ao Dajao^
ru prefidente, efeconfornarai) com ello, e naii o fafendo alii oflpema-
dor os avilara j c nao obedecendo Ihcs tirara o gaulio da hora , ou ^.oras;
•
'7 < I. I t
^
-/I
,,, iTodo
Digit; i I G<
a
Cafa Tottuguesâ. 5 7 j?
ToJo o Capc5!a6 que veneer deftribui 5 a& , cantira ,
e refara as
boras , e nî(Ta jimtanientc com os outros , c na6 o fazendo afli o apon-
tador Ihcfara (Inal qiic cante , ou rele , e na6 obcdcccndo, Ihe pora
deperda a bora , on boras a que nab quis cantar , ou refar, e I'eefti-
ver mal del'poilo , ou rouco do niodo que confte ao apontador do em-
pedimento que tern difllmulara com elle.
O Daja& nab fera obrigado a cbegar a eftantc nem a cantar cm
ella ; mas a cantar , e refar noChoro fim com osmais Capcllains.
Sc algfi Capcllab eftiver mal dclpofto , ou doente mandaloa fa-
zer a faber ao apontador , e vcnccra como prefente , e o dia que fe
cantar por diante nab podera lair de cafa nem a Capella , e a fai da quo
fizer ao dia feguintc . ou a primeira faida que fifer depois da doenga ,
fera a Capella caminlio direito pera ella ,
fern entrar cm outra parte;-
e fazendo ocontrario perdera todos osdias que foi contado por dian-
te ,
e hindo a Capella fazer relidencia , fe for a tempo que no Choro
fe refe , ou cante continuara com o dito Choro ate fe acabarem as bo-
ras , e pedir a licenâ ao apontador pera fe alTentar no cabo do Choro
I'em tomar fobrepelis fe fomente for a fazer refidcncia , e nab o fazen-
do afli perdera dali por diante todas asboras ate Ihe caber o dia , ou
mcio dia de feu eftatuto.
E fe algd Capcllab eftando doente fe quizer mudar de fua cafa
pera cafa de algfl parente , ou amigo pera fer melhor curado , o fara
fomente faber ao apontador , e fara a dita mudan§a fern ir a outra par-
te , e duiando a dita doenâ , e queicndo fazer outra mudanga , ou
tomarfc pera fua cafa , fara a mefma lembranâ ao dito apontador , e
deftc medo podera fa/er todas asmudanâs que forem necclfarias a fua
faude caminno direito fern fedivertir a outra parte, porque entab te-
ra obrigaâm de hir a Capella fazer a primeira faida , c depois podera
fazer todas as que quifer a conta de feus dias dc Eftatuto.
E fendo necelfario ao tal doente pera fua convalefccncia fair fora
depfa, por recrcaâb , ealivio defua convalefccncia, e por fazer ex-
ercicio , nab tendo ainda defpofilTab nem formas pera ir continuar com
oferviô da Capella, aprefentara aoDajab ou prefidente , certidab do
medico que o cura com jnramento , como nao efta pera ir fervir , e
ue convem pera fua faude , e convalefccncia fair fora de cafa , c an-
S ar por a terra : fara a primeira faida a Capella , e o Dajab c 0 prefi-
dente dc concentimento do Cabido , Ihe dura licenâ pera que polfa
fair de cafa , c andar por onde Ihe parecer nab fendo fora da terra e
,
pofto que aprefente certidab do medico ; fera obrigado no fim dc ca-
da fomana hir a Capella , e aprefentarfe diante do Dajab , ou prefi-
dente, eCapcllaes pera fever ejulgar fua dcfpofiflab. '
E a pelfoa que fe mandar contan por diante* o fara ante que fe

comeccm as boras ,*ou a tempo era que cllas feganbab, ouperdem, c
paffado o dito termo perdera, a bora ou' boras que forem ditas , e
,
Tcncefia as que faltarem conto-prefonte , e fendo cafo que algum Ca-
pellab' fcja'multo continuo 'en lcconfar por doente demaneira que dd
niim fofpelfa'r‘o*Dajab you prcfidbnte" fara diligcncia porffaber'f©
ioilelpofiâb hei-baftantc ou nub , e'tOmara ft^re 'iQ'o* asdnfbrma-
o'jo Xom.lV. Dddd ii goes
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.
580 .
Vrovas doUv.VI, daHiflorta (feneah^ca
50& quc Ihc pareccrem ncccfTarias ,
e fara o que Ihe parecer que con-
vem.
que vencerem di(lribui9a6 cm a minha C apcl-
Todas as pefToas
la , terao ein cada hum anno (incocnta dias de rccrcaâb os quaes to-
marao cm dias enteiros , emejos dias ,'Comtal dedaraâo quc os na6
pndera6 tomar dcfde quarta feira de fmza , ate a Dominica tnalbii in-
clufive, ncm daVigilia doEl'pirito Santo, ate at'.'gunda oftava inclu-
five , nem da Vigilia do natal , ate a tcrccira oiflava incluHve , nem as
vefporas c dias entejros das feftas emque ouver matinas cantadas, fal-
vo fcalgua pefToa eftiver aufente tres dias antes das feftas, e aaufen-
cia Iccntendera fora da terra, efendo afti Ihecorrera com feu eftatu*
to , e fendo aufente por meu mandado , e occupado em meu lerviô
vcncera como prefentc , nem podcra tomar Eftatuto em os tres dias
de I.adainhas pellas manhas cm quc ha piofiiroes , ncm acs Sabados
das temporas em que ha profecias pella inanha , ncm. em os dias em
que cu for duvir 'miira fora da minha Capella , e a aja6 de difer os
incus CapellaSs , cifto tudo pellas manhas: e fendo aufentes como
acima fqua dito , ties dias antes fora da terra c eftando qualquer Ca-
pella6 na terra , fe Ihe darad juntos e continues ate dez dias de feu Ef-
tatuto cm cada mez, efendo fora da terra fe Ihc darad todos , os que
Ihe couberem c forem needTarios , e todo Capcllad , e 10090 da Capel-
la que ouver de tomar dia de Eftatuto o pedira ao apontador pera o
dia feguinte as vefporas do dia prcccdcntc ; e pera a tarde a.ipedira
pella manha : c o apontador 'data dias de Eftatuto fomente a' quatro
Capcllacs Juntos , e a tres mo9os da Capella c todo o Capcllad , vC mo-
90 da Capella que antes de fe acabar o anno fe for; fora do fervi9o da
dita Capella, felhecontara odito Eftatuto como prorata Ihecouber
no tempo que fervio a refad delincoenta dias por anno. » » . .
a ( Todo Capellad quc ouver de dizer algua coufa cantada , ou re-

fada no Choro, ou namilTa, ouEftante deaprevir, eprover dc ma-
neira quc nad cometta erro algum , nem barbarifmo , efendo nilTo
defeuidado ., fera por hua vez reprehendido por o Dajad , ou prefi-
dente diantc do apontador efendo nilTo remifTo o apontador fern inais
oavifo Ihe tirara o.ganlio da hora, ou horas eni que cometcr os ditos
erros. '-•If.ifi'iTnr.-j •'
'
. ) ' Todo o Capellad que no tempo em que fe refad em o Choro ho-

ras mcnores , defuntos , lette pfalmos, e gradiiais , fc fair do dito Cho-
ro ou nad quifer entrar em die fern ter pera i/tb legitima caufa como
! difer miil'a , confc9arfer^ ouvir outro de ConfilTad , ou.algtm necefli-
dadc particular ,
perderr a iiora do .officio divino' que no, dito, tempo
‘ feganhar. e t
'
> 10 ' '
>
/;’• I'odas as vefes que,eu mudar minha Cafa dc hum lugar pera ou-
,
tro, poderei mandnr levantaria deftribui9ad da minha Capella por:rc-
,
cadn do Dajad, ©u prdidente, ou thezouieiro, e limitar tempo .icon-
veni^tc'pcra fc alfcntar, a dita Capella em o lugar que cafofdctnr,
, conrosdiUw meus officiaes,jB nos dias iquc eu dcr,pera. a tal rmadan-
nad tcrad os meus CapelUes obriga9ad algua ao ferVijo
da.deftii-
Iûijad} epaflados o&ditos dial limitados
, fc comisara a refiir c can-
.
tar
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,,
da Ca[a 7{eal Tortugueaâ. 581

tar, eosCapcllaSs emo?os da Capclla prefeotes vencera& adita def-
tribuiâO e os aufcntcs por fua ncglicencia a pcrderao.
O
Daja6 c Thczoureiro de minha Capclla nao ferao obrigados
a fomana al'gua da daftribui?a6 , e fomcnte ferab obrigados as inilTas.
das fdlas que Ihcs aponto cm o titulo das feftas folenes de cada hum
dclles, e cm as ditas feftas capita larab as primeiras VeJporas, cMati-
nas , e o Daja6 na6 capitulara as laudes das fuas > e o Thezoureiro,
fim.
Em os tempos a que fe dcve difer milTa de terâ guardafe a or-
dcm do railTal a qual nunqua fc quebrara falvq fc ouvcr algua caufa
ou neceflidade porque o Daja6 parcâ bem anticipar , ou pofpor as di-
tas horas confornie ao que eiuendcr que convcm ao tempo c a mcu fcr-
viô.
Todo o Capellab e moô
,
da Capella que veneer deftribui9a6
cm a minha Capclla c Ihe falecer
,
Paj , ou Maj , ou Irmao fe Ihc darab
oito dias de anojado , c por cunhado fobrinho hlho de Irmab quatro
dias em os quaes dias vencerab fua deftribui9ab corao prefentes , e po-
dcrab fair de cafa fomente a difer milla , onde quiferem , e acabada
.
ella fe tornarab pera cafa fern fair della , falvo a propria cafa do nojo
acompanhar , e vifitar os anojados , e faiiido a outra parte nab gofara
dos ditos dias dc anojado : e o moi,'o da Capclla a que falecer fe Ihe
darab os mefmos oito dias de anojado , c nab faira dc cafa falvo o dia
cm que fefizer feu faimento, eporfilho tera quatro dias deanojndo.
Nenhum Capcllab emmendara outro que naEftantc dilTer algua
coufa cantada , ou refada , nem ao Subchantre fc no levantar dOs him-
nos, ou pfalmos errar falvo o prefidente doChoro, ainda que noto-
riamentc o dito Capcllab , ou Subchantre va errado , e nab digd bem,
efealgum Capellab eftiver melhor advertido , com quicta?ab, efilen-
do de modo que nab fa;a perturbaâb , (e chegara ao pr^deate , e o
advertira do erro que fe comete pera clle o emmendar , e 0 dito Ca-
pellab , ou Subchantre perdera a hora em que o dito erro fecometeo
equem quis emmendar fern opoder fazer tambera perdera 'a hora em
UC fez oque nab podia', nem devia , e o apontador tera muito cui-
3ado dc oulhar poreftas coufas, c as caftigue iem feu ponto , fendo
niffb ûas pelToas contumafes com mais rigor. f'" •'»
Todos os Capellaes , que ouverem de difer niilTas em a minha
Capella , as dirab por fuas antiguidades de mancira que os mais anti-
guos dirab primeiro, e os mais <modemos dirab em ofegundo liigar ,
falvo feos mais antigos ouverem perdido matinas , ou deixarem paflar
feu lugar, e tempo, porque entab osnunlemos Ihes precedcrab : e o
Dajab e o Thezoureiro poderab difer mifla a todo tempo e lugar fern
em ellcs fe entender a ordem deftc Eftatuto , e aspeftbas que ouverem
jde difer milTa aguardarab que acabem hurrs pera feirem veftir outros ,
npor rab aver falta em oGhorn!,' e asipelfoas que nab guardem afor-
, ma defte Eftnpito ferab apontidos cm perda da hora cm ouc nab gutr-
darem iefta ordem. « fcformi nilfo contumafesi o apontauor o dira ao
1 Dajab', e elle oscaftigara''coroo Ihe parcccr. '/ <• n , t
if/j "Todo o Capcllab durando as hcras, e OfHcirts 'divines , faindo

, •’l l do
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5 8 z Trovas do IJi). VL da Hiflorta (jeneahgtca
<IoChore , ou entrnndo cm ellc fara incl?na5a& a Crus do altar moor

comojoelho nochao, coapontador oulhara porasditas inclina9ocs,
eapontara quern as nao filer em perda da hora em que faltou com a
dita inclina9ao.
Capella6 que em dias de marinas cantadas a hora que ellas
Todo
feouverem decantar fetor da Capclla , e nao quifer eftar a ellas alem
das ditas matinas perdera mais tres dias dos que tiver ganhados , e ef-
cufando-le por mal defpofto em o mefmo tempo fera obrigado no dia
feguinte na6 fair dc cafa , ou perdera os ditos tres dias , c tendo algui
neceflidade , ou ncgocio urgente , que na6 tenha lugar fora daquellc
tempo ofara faber aoDajau, ouprefidente e parcccndolhc bem oef-
cufara , e o mefmo fc entendcra cm os mojos da Capella que vcnce-
rem deftribui9a6.
Fejlas em que ha matinas cantadas ,

e o Dajao capitula ,
e diz
miJJ'a cantada e ha benqoes.
tres benôcs das Candeas , Sinza , c Ramos fara o Daja& cf-

As
tando em dlfpofilFab
pera i(Fo, ena6 tendo faude ou fendo aufciitc fa-
ta o Thezourciro da minha Capclla , e na6 eftando
as ditas benijoes
ambas dignidadcs pera idb , ou i'endo ambos aulentes as fara o Ca-
as
pcllaA mais amigo altarcjro. ‘
' Dia dc Natal primeira , e tcrccira roifla ; primeiras Vcfporas , e

•
matinas.
Dia da Epifania primeiras Vcfperas , marinas , e milTt. * •
' Quinta feira , Sexta , e Sabado da fomana Sanita. •
Dia da Pafehoa dc Refurrciqao matinas , e mida. >
Dia doSpirito SanQo Velboras, matinas, e mida. :
'
Dia de Corpus Chrifti Vclporas, matinas, e mida cm a Capella
<
'
e fora della o domario. * •
Dia deSam Joa6 Baptilla Vefporas , marinas , e mida. '

.
Dia de Sam Pedro, e Sam Paulo Vcfporas, matinas } e mida.

Dia iT AlTumpgaft dc noda Senhora Vcfporas, matinas, cmida,
Dia deSam Hjeronimo patrab da Capclla Vclpor^, matinas, ic
’
'
mida. ‘ '
i
Dia dc todos os Sanflos Vcfporas , matinas , e mida. •

y
'
Dia da Cometnoraâb dos deliintos , matinas, cmilfa.
fejlas em que o Thejoureiro da minha Capella diz miffas canto-

" • '
das , e capitula as Vefboras e matinas cantadas. '
'“'i
,
!
. 1. P r' . -.P.l. .Oil, .) Tjri.l I
Dia da Circumcifab Vcfperas , e marinas j cmida. " .

<
*' '
Dia da Purificaeab a mHTa’fomente primeiras Vcfporas’,' e ma-
tinas. 'I''' :..n .llj/ Cl .
>• • Iil-f.-'’ -'i...
‘
Dia^de Sam Bento mida fomente;
Ammciaâb de nolfa Senhora Vcfporas, mafihdS’j
Iîa d* '
cini(ra.i
Oia diTnvenâb da Crus Vcfporas , matinas ,t e midli.' ^ . v.oo
,j' '^*îa da Afccnfab'deChrilloA'efporas,'- matinas, cinidai •
Dia
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,

Dia daTrindade Vcfporas , matinas, emifla.
Dia de Santiago mifla fomente.
Dia da Natividade de No(Ta Senhora Vefporas , matinas , e tni(Ta.
Dia da Conceigao denolTa Senhora Vefporas , matinas, e milla.
Dia da Expeflaâo denolTa Senhora Velporas, matinas , emilTa.
Em eflas feftas dira o Thczoureiro de minha Capella as milTas j
que eu ouvir em a dita Capella , e o dito Thczoureiro differ em clla
fera& da deHribui9ao da dita Capella , e as que eu ouvir fora della , e
o dito Thefourciro dilTer onde eu ouvir mifla , fera6 minhas , e os da
dcftribuigao dira em a Capella o Doraajro que for aquella fomana da
deftribui9a6.
O Daja& de minha Capella em as fuas feflas fempre dira mifla
em a dita Capella ,
fe eu em ella ouvir mifla e fe eu fora della for ou.-^
vir mifla cantada dillaa o mcu Domajro.
Oficio do Sobcbantre.
O Subchantreda minha Capella fera fempre o Domajro da foma-

na proxima paflada , e comeâra fua obrigaâm por Vefporas do Saba-
do, cacabara por noa dooutro Sabado feguinte , demancira que no
mefmo tempo que acabou defer Domajro , comegara afer Subchantre
a fomana feguinte , c em toda a fua fomana na6 faltara em a Capella
e fcndolhc ncccflario faltar por indifpoficao , ou ocupa9a& , ou por
comprir alguS obriga9a6 ainda quo feja do men ferviô emcomenaara
a fubchantraria ao outro Capella6, de mancira que na Capella ’ego-
verno da Eftante nao aja falta , eavendo-a perdera todas as boras em
que fifer falta o dito Subchantre. ,
1
,
Tcra cuidado o Subchantre da minha Capella todos os dias de

mandar por o mogo da Capella domajro , concertar a eftante , e por
em ella os livros que forem neceflarios pera fe refar , e cantar antes
que entrem as horas , e regiftara o que fe ouver de difer , e provera tu-
do de modo que na6 aja falta , ncm fe cometa por fua culpa , ou nc-
glicencia , e avendo-a perdera todas as horas , em que ouver falta ou
,
eri'o. I
, -1
m I I* _ 1
Em os dias de feftas duplex , ou femi duplex em que ade aver

dous Subchantres , odito Subchantre fara, final a outro Capclla6 do
Choro contrario pera que ajude a fubcliantrear , e qualquer Capclla6
que o dito Subchantre cliamar fera obrigado ao ajudar , e na6 o que-
rendo fafer, o dito Subchantre o fara^fsdier ao apontador^ eclle Ihe
pora deperda hu dia entejro, efendo jdcoflicio quo nart tiver ganho
o fara faber odito Subchantre aoDaja6 , ou prefidente pera que man-
de caftigar, como Ihcpareccr. ^
;
,
•< O
dito Subchantre ou Subchantres em todas as horas levanta’'a6
todas as antifonas falvo a primeira que he do domajro , hjmnos , pfal-
mos , everfos cantados , e refados c epicqigendarao as liôcs aos Ca-
pellSesjpor fuas antiguidaijcs pm todas a? mannas cantadas '^ e^rpfadas ,
e officios cantados, falvo feaoDajaqiparccefjbem ordeno^ butrj cou-
fa , ecu maqdar que fcfqâ doutro tnpdo potquu cnta6 aa6 feguar-
’’ ’
^ ‘
'
-,f-
>
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584 ‘Provas Jo Uv. VI. da Hijlorla (jeneahgica
dara a ordcm dcfte Eftatuto fcna 6 o quc eu mandar , c o dito Daja 6
,
ordcnar, e cm as horas mcnorcs os dous CapeIIa£;s ntais modemos de
cada hum dos Chores levantarao as antifonas , c verfos das ditas ho*
ras , e cm oilicio dos dcl'untos quando o Chore refar dellcs.
I ho Subchantre tomara fempre companheiro quc laiba o que do-
ve fazer, ccantar, cf'azendo ocontrario todo oerro etalta que acon-
tcccr por falta do companheiro , lera a conta do dito Subchantre , e fe
Ihc carregara a falta a elle lb , como fe die fo a cometcce e na 6 aren-
^
do em o Choro contrario pdfoa . oue tenha vox , e fufhciencia pera
o ajudar , chamara outro Capcllao ao jfeu mcfmo Choro , e mudarfea
o quc for mcnos antiguo pera o outro Choro , c efla ordem guarJa-
ra o dito Subchantre cm todas ascoufas cantadas.
Todas as vefes que o Subchantre faltar na Capella em a fua fo-
mana porindilpofilfab , ouocupaâo, ou porque tenha algua obriga-
936 no altar, indo eu ouvir miifa fora da minha Capella, odito Sub-
chantre emcomendara a fubchantraria a outro Capcllab de mancira que
por fua aufcncia na 6 aja falta na Capella, eavendo-a perdera as horas
cm que ouver faltas , e na& querendo algit Capellab emcarregarfe da
dita fubchantraria , o dito Subcliantre o fira I'aber ao apontador as
pclfoas a que cmcoincndou a dita fubchantria c fenao quiferaft cmcar-
regar della ^ c o apontador tirara a cada hum dellcs mejo dia do ga*
nho , e o Dajao ou prefidente provera de quern fin a de Subchantre em
a dita falta : fe em o refar ouver algua duvida , ou embarajo o dito
Subchantre antes que fe comcce a rel'ar , o provera de modo que nao
aja erro , nem inquietagab no Choro , e fe a duvida for de qualidade
quc elle fo fenab pofla detcmiinar faloa faber ao Dajab ou prefidente
antes deentrarem as horas , pera que qiiictamente Ic tome aflcnto cm
a dita duvida ou embaraô e lendo tal a duvida , quc na refoIu 9 ao del-
la aja .dificuldade , o Dajab ou prefidente tomara votos detodos osCla- .
pclla& de como fe refara , e no ûe os mais fe alTcntarcrn fe fara , e o

dito Subchantre tcra ifto prevenido de modo que nab aja erro , nem
cicandalo, e nab o fazendo affi fera caftigado im hum dia de perda do
ganho , e o apontador tera grande advertcncia era a obfcivancia dcfh:
ILllatuto.
O Subchantre em fua fomana dira todos os dias a feu tempo a
calenda do martirologio cantada , ou a cncomcndara a outro , que a
diga bem , c 1cm erro , nem falta c avendo-a fera a conta do dito Sub-
chantre, e perdera porilTo a prima do Officio divino, eacalenJa quc
fediz Vefpora do natal dira fempre quem eu ordenar e o Dajao marv-
dar , c nab o Subchantre que for aquclla fomana , falvo fe eu qu’vfcr ,
que elle a diga , e nab ordenar outra coufa.
Em asinilfas cantadas decanto chab quc fab as ordinarias da def-
tribui^'ab o Subchantre antes que fecomecc a mifla mandara por em a
Ellante os livros quc forem ncceffarios , e regiftara a miifa , e todas as
coufas della ,' Icvara o compaô e levantnra ointroito cchirios , e co-
incâra primeiro tudo o quc fc ouver de cantar, e os mais Capellacs
o ftûirab , e farab o que Ihes elle na dita Eftantc mandar , o que Ihe
nab obedecer , o apontador the tirara a miifa.
. . GJIcio
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da Cafa %eal Toriuguesâ. 585
Oficio de Apontador.
O
Apontador da minha Capella fera fcmpre oque for elejto a
mais votos , e aprovado por mjm , e tornado I'cu juramento conf brme
ao Eftatuto de I'ua eleiô fara feu officio da mancira feguinte.
Acentarfea'.o Apontador no Choro eni lugar que bcm o veja. to-
do e donde veja bem todos os Capella& fe rclao , ou cantao , fe fa-
,
lao , ou eftain em boa compofiâo , ou como nao dcvem , pera que.
dellc avife a cada hum como convem , e a quern falar ou eftiver mal-
compofto , ou na6 caiitar, nem refar, fara final por hua vez quieta,
e pacificamcnte com a cabeâ , ou pancada branda no livro , e tornaiido
a reincidir na mefma culpa o apontara na perda da liora : c nao rcpre-
hendera de palavra a nenhua jpcfiba , nem no mcfmo a£l:o , nem de-;
pois , nem dira as mefmas pclfoas em que ouve faltas mic os apoutou
e com muita brandura , cortefia , e modeftia fara feu officio muito enhu
tciramente , cquando aigti Capellao for contumas, emal obediente o
fara faber ao Dajao pera que elle o reprehenda e cafUgue como Ihe
parccer.
O
Apontador tera muita conta com oulhar por os domajros afll
Capellab como mo9o da Capella Subchaiitre , e mais officials, e me-j
ninos dc minha Capella I'e cumprem bera com fuas obrigaôcs confor-
nic a feus rcgimentos
,
e os que fizeran I’altas os apontara em p^r-*
da das horas- , em que as flfcra6 , e aos ditos officials , em a I'oma-
na que oforcm nao dara dia de Eftatuto , pedindolho,i fcm faber del--
le a quern deixa emcomendada fua obriga9a6 porque nafi aja falta j ^
,
e avendo-a fempre apena fera do proprio official, cujaicra a obriga-
'".fi i;';* .
Faltando Domairo Capella6 Diachono , ou Subdiachono , bu

Subchantre em fua obrigaâo , ou por occupaâb , ou indifpofliâb
ou porqualquer via , ainda que feja demeu Icrvigo , e nao deixar em-
comendada a outro Capellab o apontador o tara faber ao Da jab',- ou
preiidcnte pera qne mande fuprir a dita falta'^ e por feu nwiiJado da
diftribuiâo do aufente acentara o apontador oitenta reis ao Capella6 »
quo a. dita faltd fuprir. •'* > ' f* • ../t > •

)
'
"Em que omiflal manda que cmasigrejas Collegiadas aja j
os dias
duns inifias , o apontador mandara difer por <hCi 'Capellao a mifla da
prima relada e mandara ao Tlicfoureiro'da delWhuiâo que apague-j
,*
aodito CJapellao', e Ihe dara' feftenta reis por a dita mi (fa. .iUK.l
t
''^*
0 Apontador tera cuidodo deapontar todas aspCiToas deminha..’
Capella que em ella venccm'"deftribui9:Tb as horas e mifta conforrae;^
,
ao eftatuto' que trata do tenipb^cm que I'e ganharao ou^perderao as di-
,
tas hords^^ e miOa. ^
•
’
'
o i ; r, : ...
- >;
’
'
''O Apontador apontdra toda a pefToa que fc'fajr do Choro, em
as horns ,
'ou mifi'a ,
fcm Ihe pedlr licciKa por inch 110936 dex:abc9a:
tirarlhea a hord 'era quc'le'Iliir fcm a dita inclma9a6.* iiv.'nn:; i
,
0
.dito‘'Apontadof' âpontara todo oîCapellao qub-eftando nor
Choro a horas , ou mifla falar debarrete ou’dccabcqa a qualquer pelV
'Toni. IV. Ecce foa
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,
58 ^ Trovas do Liv. VI. da Hlfloria (jenealopca
I'oa fecular ,
ou ecck-fiaftica quc cftivcr fora do Choro , falvo fe for
pclfoa dc fora da terra ,
ou de refpeito , e falar ao Choro.
O Apont.idor fara com que cada hum dos Capellacs as horas e
mi(Ta efte em feu lugar , contorme a fua antiguidade, e na6 eftando
ein die o avifara , por huma vcz que tome feu lugar, e na& o que-
rendo fizcr , Ihe pora de perda touas as horas , cm quc eftiver rora
de feu lugar , e fc algu CapeUao for nilTo contumas , o dito aponta-
dor alcin da perda das horas , que Ihc tirar , o fara faber ao Dajao pc-
ra que o calligue como Ihc parccer ; falvo fc o dito Capclla& por fal-
ta de villa no feu lugar, pedir licenga ao apontador pera fe mudar,
pera outro lugar mais claro , no cabo do Clioro , onde tenha mais vif-
ta cm quanto fe refar.
Dara o Apontador licenfa a qualqucr Capellad eflandofe refan-
do do Choro , dar algd rccado , ou tomalo , ou
as horas pera ir fora
falar algua pclfoa que releve a hu , ou a outro , e poderfeha deter o
cfpaô que fe refar hua das horas mais breves , c fazendo mais deten-
9a o mandara avifar quc fc venha ao Choro , e na& vindo pcrdcra as
mais horas.
O Apontador apontara todo o Capcla6 que no Choro eftiver
fern fobrcpcHs , e loba , c breviario , on diurnal na ma6 em perda das
horas cm que affi eftiver ; e a toda a pclfoa que no Choro eftiver com
luvas cal9adas nas ma6s , fara o apontador final que as tirem e nao 0
fazendo Ihc tirara todas as horas.
O
Apontador apontara toda a pclfoa quc nao cantar ncm refar
fafendolhe primeiro final que ajude a feu Cnoro , cm perda de todas
as horas quc n.ao cantar , ncm refar , falvo fe eftiver rouquo , ou mal
defpofto , de modo que conftc ao dito apontador de feu empedimen-
to.
O Apontador
guardara com os doentes o eftatuto que delies tra-
ta ,
e em tudo
conformara com elle.
fe
O Apontador
dara a toda a pcffoa quc na minha Capella veneer
deftribuiâo , fincoenta dias de rccreacad , e eftatuto por todo o anno,
e guardara a forma do Eftatuto quc dcllcs trata.
A todo o Capelaf) cm a milfa cantada , ou ligoes cantadas , oa
refadas na Eftantc, ou Evangcihos ou Epiftolas cometer erros 011 baf'
,
barifmos depois de avifado hua vez poroDaja6, o apontador Ihc ti-
tan o ganho das horas cm quc cometer os ditos erros.
O
Apontador apontara a todo Capela6 que as horas menorcs
defuntos , fette pfalmos , c graduais fe fair do Choro , ou na& QuiCct
,
emtrar cm elle no tempo em que as ditas coufas ferela6 cm peraa das
horas do officio divino , que concorrcrcm
,
c fe continuarao com as
ditas horas menorcs
;
falvo fe o tal Capciao no dito tempo for difer
milfa , ou confelfarfc affi ou a outro , ou a outra a!gu 3 ncccflidade
,
particular, ou caufa baftantc
,
quc fatisfiifa ao dito apontador.
O
Apontador guardara com os anojados , o Eftatuto que dcllcs
trata , c cm tudo fe comformara com elle.
O
Apontador apontara com nniito cuidado todo o Capcla& que
^menJar no Choro outro algum no cantaJo , ou refado , nem ao
Subchan-
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,,
iia Cafa 'âl Tortuûesâ. 587

Subchantrc no feu ofiicio ,
e guardara o Eftatuto quc trata defla mate-
ria.
Emaordem de os Capellai?s diferem fuas miflas refadas por fuas
antiguidadcs guardara o iôntador a forma do Eftatuto quc dilTo tra-
ta c os Capelaes que nilTo nao guardarem a ordem feraO apontados
:
cm perda da hora em quc comctcrcm defordem.

O
Apontador apontara em perda da hora todo Capcla& quc du-
ran Jo as hoias ,
c miita emtrar , ou fair do Choro fern fazer mclinaijao
a Crus do altar mor com o juelho no chao.
Em dc inatinas cantadas o Apontador apontara todo Ca-
feftas
pela& que a hora que ellas fe ouverem do difer cantadas fc for da Ca-
pcia , e na& quifer eftar a cllas ein perda das mefmas matinas , e cm
mais tres dias dos ganhados, ecfcufandofc pormal dcfpofto deindif-
poftiâb que nomcfmo tempo Ihe fobrevejo , odia fcguiiite nao fahi-
ra dccafa, ou perdera os ditos tres dias, e asditas matinas, falvo fc
tiver ocupaâ& , ou ncgocio quc fatisfaâ ao Daja6 , ou prefidente , c
o mcfmo i'c entcndcra cm os moôs da Capclla.
Alvara , pprejue ElRey concede aosCapeUaens^ epejbas do feroiqo

t/j CopcUa Ducal de V illu-V iqofa , aqougue de come, e peixe.
Original ejhi no Cartorio da Coja de Braganqa , onde

0 copL'v.
pella, cmais Clerigos moradores na Villa ue Villa-Viôfa , me fizerao

dizendo nella quc por ellcs ferem muitos cm cantidadc, a rof-
petiijMf)
pcito dadita Villa , Ihes ficava fendo grande inconiodiJade , pedirem
carne , e peixe , pera feu maniimento , no Acougue do povo , fendo
ally que cm todas as Cidadcs , e Villas dcftc Reyno eni quc ha Igr>
jas Catredaos ,
ou Colegiadas , tern agougue ceparado ,do do povo , c
me pediao avendo a ifto refpeito , e por ic evitarem ipconveniciuos
que muitas vezes fucede aver, com os Ecclcfiafticcs , na repartiâf) do
agougue , Ihcs fizelTc merce mandarlhes paftar provifab , pera dies po-
dereni ter acougue de carne , e peixe , apartado do do povo , c mar-
clunte, eregatao obrigado, pera Ihcs dar carne, c peixe, por todo o
difeurfo do anno , e vendo a informaâo , quc do centeudo na dita
pcticab mandei tomar pello Prevedor da Comarca da Cidadc dc Evo-
ra , oqual ouvio os officiacs da Camara dadita Villa dc Villa Viiôfa
quc nab tciii duvida a fe conceder o quc nella fepede, pern oDuque
com quern comouictm a dita petii,'ab. Ey por bem dc conceder aos
fi'pplicantes , quc dies poftab ter Acougue apartado fobre fy , ecar-
niccirq que nclle Ihescorte a carne deque tiverem nccellldade, pellos
proprios pre^'os perque fceortar no Acougue do povo.^ E com declara-
ab quc oscarnicoiros, quc tivercin vab primeiro conforme a dita Ley,
fjizcr fuas obi igaôes , na Camara da dita Villa , c quc polTab ter hum
:.-.L,Tom.lV. Ececii rega-
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, ,
$88 Turovas do Lh. VL d'tHiHoria âiealogica
rcgataA obrigado rcra Ihes dar o pcixe de qiie tivcrem neccdidade. E

mando a todas asjufti^*as, officiacs, e peHoas, aqiie o conhecimento
derte pcrtcnccr , quc o cunipra& , c guardem como nelle fc contem
que vallcra pofto que o efl'eito dolle haja dediirar inais de bum anno
1 cm embargo da Ordenagab do livro titulo 40. que o contrario dif-
poem. Joao Feo o t'cz cm Lisboa a vinte oito dc Julho de mil feif-
centos e vinte c tres. Duarte Correa dc Soul'a o fez cfcret'cr.
KEY.
Cemiigoes com que 0 Duqtie D. Theodo/to II. fundou a Cafa Pro-

Jiffa da Companhia de Je/u em VUla-V iqoja da invocaqa^ de
S. Joao Euangeli/la.
Num 2^0
.
*
’
Theodofio fegundo defte nome Duque de Braganca , c dc
Barccllos , Marques de Villa Viôfa , Conde d’ Ourem , Conde
An. 1004. dc Arrayolos , Conde de Penafiel , Conde dc Neiva , Senhor de Mon-
forte, e dc Montalcgre , Senhor de Villa dc Conde, Condeftrabre deC-
tes Rcinos , e Senhorios de Portugal &c. Por a muita grande deva-
936 que tern a Companhia de Jclu Ihe comcôu a fundar hua Cafa
profclTa da invocaâb dc S. Joao Evangelifta dentro em Villa Vi9ofa
aonde Sua Excellcncia tern lua Cafa pera que pelo tempo em diantc
refidab nclla ate vinte quatro pcIToas da Companhia , e mais nab. E
por ordem do Padre Prepolito Provincial da Provincia de Portugal ef-
tab ja ha mais dc dous annos na dita Villa era hdas cafas que pera ilTo
fccomprarab por ordem de Sua Excellencia no mcfmo litio em que fe
hade fazer a Cafa denovo feis Padres, edneo Irmaos, e fefollentad
com cfmolas ordinarias dc Sua Excellencia, c com asdopovo da dita
Villa, e lugares vezinhos exercitando nclla , e nelles feus minifterios
com grande fatis%ab de Sua Excellenda , e muito provdto , e edifi-
caâb de todos. E porque Sua Excellencia defeja de palTar adiantc na
fiinda9ab na dita Cafa ate a por cm fua prcfci9ab , e o queria fazer
com particular , e expreffa authoridade do Reverendilfimo Padre Pre-
pofito geral da Corânhia , c que Sua Paternidade Reverendiflima ap-
provalTe, eadraittille a dita funda9ab , cdclfe aella feu confenrimen-
to conforme 10 intento quc Sua Excellencia teve quando fe moveo a
fundar a dita Cafa , mandou fazer dilTo efta dcclara9ab pera que o Re-
verendiflimo Padre Geral folgue (como Sua Excellencia oel’peta') dc
Ihe fazer nifto toda gra9a , c favor , declarando por fua Carta patente
na forma em que o pode , e deve fazer que clle , e a Companhia acci-
tab a Sua Excellencia por fundador da dita Cafa profelfa pera quc aja
nclla ate os ditos vinte c quatro da Companhia emais nab; e declaran-
do mais que he contente que Sua Excellencia , c todos os Duques de
Bragan9a feus fucceflores participcm pera ferapre de todos os fuffia-
gios , oraôes , e facrificios , e de quaefquer outras boas obras quc na
Companhia fc flizcm , e fizerem por todos os Padres , c Irmaos della
c pera que gozera de todas as grajas , prevUegios , prerrogativas , e
favo-
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di Cafa %eal Torttiguesâ. 5 8 p
favorcs,quc por as ConftituicoSs , eCongrâgocs gcraes, e porquaef-
qucr outros docretos da meima Companhia , ou por quaelquer Ictras
appoftollicas fe coiiccdera& , epcllos tempos em uiantc fe concederem
aos fundadores das Galas profeiras da mclVna Companhia.
E que declara que nc contente que fique refervada a Sua Exccl-
Icncia , e aos Duques I'eus fuccelTores a Capella mor da Igrcja que ago-
ra ha c da que de novo fe hade f’azer na dita Cafa pera que cm ne-
nhum tempo fe pofla ncllas dar fepultura a pclToa algua , lem fua ex-
prefl'a liccnâ , e pera fe dar a quern elles quiferem.
E que em nenhum tempo podera a Companhia largar a dita Ca-
fa profeifa , antes data pera fempre os Padres , e Irmaos que forem
necclTarios pera fe confervar , e nclla fe exercitarem os minifterios da
Companhia , e que fempre fara pera o mefmo effeito tudo o mais que
for ncceflario comforme ao que ordenao as Conftituigocs della nas Ca-
fas profeflas.
E que cm nenhum tempo podera a Companhia fazer Collegio
da dita Cafa profeifa fenao lor com exprelTo confentimento de Sua
Excellcncia , ou dos Duques feus focclTores dado por fua Carta paten-
te.
E que contra eftas coufas fenao impetrarao letras Appoftolicas
por parte da Companhia antes fe podcra6 impetrar pella do Duque , e
de feus focelfores em comfirma§ao della os que Ihcs parecer por ferem
todas mui comformes ao fpirito , e inlfituto da Companhia , e por o
Duque nao pretender com ellas mais que o bem della , e o major fer-
viô dcDeos nolTo Senhor.
E que declara mais que fe pelo tempo cm diante a Companhia
por algua via dcixalfe de feito a dita Cafa profeifa , ella ficara toda ^
c o feu fitio livremente ao Duque , ou a feus fucceflbres pera que fa-
936 detudo oque quiferem , c Ihcs aprouver , como he comforme ao
que difpoem , as proprias ConHituiôft da mefma Companhia , e que
o mefmo podcrao lazer em cafo que a Companhia fern feu exprelfo
confentimento mudalfe a dita Cafa profeifa cm Collegio. E por efta
fer a vontade , e defejo de Sua Excellcncia , me mandou que fizelfe de
tudo eftc papel , e aflinalfe como allinei duas copias dclle , que entre-
gei ao Padre Doutor Pero de Novacs Prepofito da dita Cafa de Sa&
Joao Evangelifta pera as enviar ao Padre Prepofito Geral da Compa-
nhia , e o dito Padre Doutor Pero de Novaes , e eu allinamos efte pa-
pcl por mandado de Sua Excellcncia pera conftar fempre por elle do
que fe conthem nas ditas duas copias aUInadas por mim Aifonfo de
Lucena , que he o melmo que neltc fe diz. Em Villa Yiôfa a 20 dc
Marô de6o4.
Aifonfo dc Lucena.
Patente
1
5^0 *Prova$ do Lav. VI, da Hifloria ênealo^ca
Patente da aceitcgco da dita Co/a j'ara ficcr do PaJroaJo

da Cafa de Bragavga.
CLAUDIUS AQUAVIVA, SOCIETATIS JESU,

Pnv'pofitus Gencralis.
Njm. *
7
. 6 ,
ArifTimo Fratri in Chrifto Antonio Mafcarcnia: nunc, protcm- &
,
’ pore cxillcnti Socictatis noilrjc in Provincia Liifitania: Proviticia-
Aji. 1004. ]j faiutcm in eo
,
qui eft vera falus. Cum Fxccllcntiffimus D. Theo-
dofius lecundus Braganti® Dux , port Collegium Bragantinum magna
cx parte ab F.xcellentiftimo ejus Proavo D. Tlicodofio primo gloriofa:
memori® ereflum , denuo Domum Prof’ciram fub invocationc SaniEhi
Joannis Euangelift® in Oppido Villaviôl'a , in qua jam plurcs cx nof-
tris commorantur , ac Socictatis miniftcria , Domino benedicente , fru-
fluolc exercent ; fiindare dccreverit nofquc cundem Excellentiftimum
:
Dominum Dueem Thcodofium in cjufdem Domus Fundatorem accep-

taverimus , prout inalijs noftris patentibus litcris dcclaravimus. C>on-
fidcrantibus vero tanti Principis in noftram Socictatem optima mcri-
ta , &fingularcm bencficcntiam , majorumque I’uorum regum Lu/ita-
norum I’clicitcr memori® erga nos miiniHcantiam , ac libcralitatcm •,
dcfidcrantibul'quc quantum in nobis erit , aliquam pro tot benclicijs

collatis grati animi lignificationcm Exccllcnti!!imo Domino cxhibcrc;
vil'um eft (quamvis cx Conftitutionibus , acDacrctis, Iblis Collagio-
riim Fundatoribus candela ofieratur ) diipeiifarc , prout difpenramus,
, &
lit Exccllentillimo D. Duci Thcodolio Fundatori ipfius Ibccc/fori-
hus cadem candela inlignum gratitudinis perpetuo ofteratur. Inlupcr
quia idem Exccllcntifllmus Dominus nobis aliqua figniHcari fecit ,
circa qux declarationcm aliquam a nobis adliiberi deliderat , placuit
ca ita in perpetuum dcclarare. Primum nos , fucccltoresquc noftros
prafatam Domum Sanifi Joannis Evangelift®, Deo propitio, femper
conlervaturos , ac rclenturos , & fi aliaua Jufta dc cauia (quod non
fperamus) Socictas ipfa aliquando candem diirolvcndam judicaverit,
ii Domum ipl'am nobis traditam Excellentiflimo Domino, aut iuccclTo-
, ,
ribus ipfius rclinqucndam. Dcindc majus faccllum tarn Ecclefi® pr.T-
diiff® Domus , qu® nunc eft , quam ejus qu® dc novo eft ®difica/p
da, diiflo Exccllentifiimo D. Duci profe, luisque inlcpulturam attfi-
buimus, in quo neminem alium fepelliri volumus, nifi quern ipfc,'A
Excellcntiflimi Duces , ejus fucccH’oics ijialuerint. Cum vero CoUe-
giorum Scliolarumquc multiplicitas ifti Provinci® valdc .oncmla fit
ri modo ftatuimus, ac omnino prohibemus Inijus Domus inCiollcgium
converfioncm ,
A: cre£lionem ; & fi ratio aliquando aliud I'uadeat ,
id
non nifi deciulUnn Excellcntiflimi Ducis , A: fuccefTorum ejus volun-
t;ue , & approbatione ullo tempore fieri pofFe volumus. Deimim qui
praf'aia Provincia ob mifliones prxcipiie tranfmarinas gravifTimis prcr
mitur cncribus , volumus , nc in diefa Domo plurcs quam vi<iinti qua-
tuor cx noftris cominorcntur , hunc ,cnim nunierum domeftic® difei-
‘
' ...
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da Cafa âl Tortuguesâ, 5^1
pliniE confcrvandac ,
excolendxquc Tranftaganac Provinciae fatis futu-
rum arbitramur. Quae omnia per prcl'entes tibi notificari , caque in li-
brum noftrarum ordmationum cjul'dem Provineix referri , & a te , fuc-
celForibusque tuis inviolabiter obl’crvari volumus , ac mandamus. Da-
tum Roma: xxxi Maij 1604.
Qaudius Aquaviva.
Ber. deAngelis Secret.
Certifico eu Antonio Mafearenhas Provincial da Companhia dc

Jezus nefta Provincia de Portugal , quo a patente acima eicrita fica
tresladada , e regiftada nolivro das Obediencias perpetuas de noflb Re-
verendo Padre Geral Claudio Aquaviva ; em teftemunho do qual alfi-
nei efta
,
que vay fcllada com o fello do meu officio , feita no nofTo
Collegio do Efpirito Santo deEvora aosvinte coito dejulho derail
feil'centos e quatro.
Antonio Mafearenhas.
Breve do Papa Clemente VIII. a injlancia doDiujue D. Theodofw

II. em que Ibe coacedeo faculdade de fe poderem acabar 05 Ojji-
cios Divinos da femana Santa de noite , principiando^'e de dia
,
na
Jlta Capella, Jem
que par qfta caufa 0 dito Senhor nem os Mi-
•,
da dita Capella incorrejfem na excommunhao | que porJen

ni/lros
mandado eftava pojla pelos Ordinan'os. Original , que copiey do
Cartorio ila dita Caja.
CLEMENS PAPA VIII.
D T!c(fle Nobilis Vir falutem ,

fili
Nobilitatis tux mentis inducimur ,

&
apoftolicam benedidlionem. \r
ut honeftis votis tuis quan-**^^
turn cum Domino pofTumus , libenter annuamus.
“• •) C ^
Tuo fiquidem no- An. 1604.
2^2
mine nuper nobis expofitura fuit , quod cum in Capella tua , qux ab
Ordinary jurifdi£lione exempta exiftit , divina officia Matutina Hcb-.
domadjc majoris , quo fub Vefpcras celebrantur, licet ante noftem in-
cipiantur , nihilominus non poffint ante noftem terminari , nifi nimis
celeri cantu decantentur
,
&
cum nuper locorum Ordinary in Regnis
Portiigallix , &
Algarbiorum de mandato noftro , fub poena cxcom-
municationis ordinaverint , ut hujufmodi officia hebdomadjc majoris
dc die incipiantur , &
dc die termincntur , Tu pro tua fpirituali con-
fqlatione , necnon Cantorum , &
aliorum in didra Capella offieijs pre-
didlis intercITcntium confeientix fccuritati , Tibi per nos benigne in-
dulgeri defidcras , ut , etiamd officia prcdidla in tua Capella de die
non terminentur , illi , Tuque nullam propterea cenfuram , aut poc-
nam
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5^1 Turovas doLlv.VL daHtflorla ênealogtca
nam Nos igitur Nobilitati tuic fpccialem gra-'
ecclefiafticam incurratis.
tiam facere volentes , tuis in hac parte fupplicationibus indinati ; Ti-
bi , ut tarn Cantorcs Capcllx tux , quam tu , & alij quicunque o(H-
cijs predidis in dida Capella tua interelTentes , licet predida otficia
de die non terminentur nullam tamen cenluram , aut poenam eeded-
adicam incurratis , audoritatc apodolica , tenore prefentium indulge-
mus. Non obdantibus premidls , ac conditutionibus , &
ordinationi-
bus apodolicis , exterisque contrarijs quibufeunque. Datum Ronix
apud Sandum Petrum fub Annulo Pilcatoris , die x. Martij AL DC.iiij.
Pontificatus nodri Anno Dccirao tertio.
M. Vedicus Barbianus.
Patente ie Fr. Lu’iz da Pcjurreiqao , Provincial da Orient de S.

Paulo primeiro ErmitaTi , porque declurou per Protellor deJua
Religiad ao Duque D. Theodofio JI. Original e/la no
C'artorio da Hereni/fima Cafu de Braganqa , onde
o copiey.
MuiU. iS î,* "C' Luis da Refurreiâft Provincial da Ordcni do nodb Padre Sa&
"
. Jl Paulo primeiro ermitab , Frci Gafpar de Sao Tiago , Frei Manoel
An. 1610. deSa 6 Paulo, frci Hieronimo do Salvador , fiei Cridovab da Cruz,
Diffinidores &c. Fazemos laber a todos os nolTos Religiofos que o
Excellcntidimo Principe D. Theodofio legundo Diique deBraganya,
herdando com o real fangue de feus av 6 s a devayab que tiverafi a no/Ja
fagrada Rcligiam , a tern tornado fub fua protecyao , e como protedbor
ue he feu Iheacodc atodas as necedidades , pello que nos conhcccn-
3 o a grande obrigayam cm one edamos ao dito Sennor , pera I'crmos
gratos as muitas merccs que ocllc temos rccebido e lempre rcccbcmos,
emcomendamos , emandamos a todos osnolTos Religiozos tenhao mui-
to particular cuidado de o encomendar a Deos c ordenamos que da-
ui em diante nos Capitulos gcrais e provinciais , a mifld do fegundo
3 ia do Capitulo feja ode ecida por vida c faude deSua Exccllencia c
de feu real edado , e que adi nclfa mida como nas mats per annum con*,
ventuais dos nodbs Alodeiros que cda 6 em I'uas terras , e nos Capitu-
los que cada I'omana fazem os prelados cm toib a noda Ordem , de-
pois de fe nomcar o Stimmo Pontifice , e Sua Alagedade , fe nomce a
real pedba do dito Senhor com edas palavras : Et Ducem protedloretn
cum prole Jua. Alem dido cbmonicamos ao dito Scniior a participa-
yao de todos os fud'ragios c obras pias c mcritorias que nollo Senhor
tor fervido obrar , por nodbs Religiofos adl navida como namortc,
fc. Alilfas, orayoes
,
officios Divinos , pregayoes , confllfoi^ , jejuns ,
vigiliasy difeiplinas , penitcncias , peregrinayo& , afperefas , e todas
as mais obras que a Deos.nodb Senhor forem aceitas. E mandamos
que eda Icmbranya fe efereva no livro das Ordcnayo& da Ordem , a
fe tenha por liuma dellas. Oada em Capitulo germ no Conveato dc
Santo
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da Cafa 7(fial Tortuguesâ, 5^3 I
Santo Antam cm Val da TniFanta fob nofTos finaes , e fello da Ordem

aosdnco de Junho de i6io annos.
Frei Luis da Refurrei 5 a& Provincial.
Frej Gafpar dc Santiago. Fr. Manoel de S. Paulo,
Fr. Jcronymo do Salvador. Fr. Criftova6 da Crux.
Copia do recado ,
que 0 Duque de Braganqa D.TheodoJio II. man-
aou a ElRey Dom Filippe IV. por Ignacio do Rego , feu
Moqo da Guarda Roupa.
O Duque me mandou com efta Carta a V. Mageftade tendo por cer- NuiTI.
to que por Ihe fazer merce a vera V. Mageftade , e que na& coo-
fentira que fe Ihe faca ta& grande aggravo como feria tirarfelhe o que
*
2 6 ^*
tivcrad feus antecelfores defpois que aquclla Cafa o he, e procederfe

I'umariamcnte contra a pofle que tern oe duzentos annos , e que lejao
dcllas Juizes os Dezembargadores doPaô mal afc£bos a fuas coufas,
e os meftnos que moverab eftas duvidas padando pella patente que o
Duque tern dclRey D. Manoel feu Bifavo porque fe limita , e dcclara
aordena;a6 das Rajnhas , e Ift'antcs em ê elles fe fundab , e por a
fentenca que fe deu cm tempo delRcy D. Sebaftiao porque o Duque
Dom Joao foi confeivado na mcfma polTe , e pello aftento que pou<
cos mefes ha fe tomou no Confelho dc Portugal , que refidc nefta
Corte pello qual V. Mageftade ouve por bem que o Duque fe confer-
vafle na mefma poftc , e por a demanda eftar perpetuada pello Procu-
rador dc V. Mageftade que deu o libello contra ellc : todas eftas cou-
fas Senhor nab fab de fazenda , nem de utilidade de confideraâb que
fe pofla pretender : fab fomente de refpeito , e favor com que os Reys
dc Poitugal fempre tratarab aquella Cafa , e os Scnhorcs que della fo-
rab ; feja V. Mageftade fervido que Ihe nab faltem em feu tempo em
que o Duque per os fervijos , c caufas que aponta em fua Carta po-
dcra pretender , e eJperar de V. Mageftade rauitos grandcs c differen-
,
tes coufas.'
Sentenqa Apodofica de proceffb pajjada em name de Alexandre Caf-

tracanl f Bfpo de Nicq/lro, e Colleitor Geral ApoflaUco nejies
Reynos^ afavor dos SereniJ/imos Duque, e Diiqueza de Bragon-
qa , em quefe Ihe concedeo licenqa para terem nafua Capella Du-
cal de V illii-V iqofa ao Santijfimo Sacramento na forma do Breve
do Papa Vrbano VIII. He Original , e efld no dito Cartorio,
onde 0 copiey.
A,
Lexandre Caftracani por merce deDcos edaSamSla See Apollo- NuiU.
lica Bifpo. dc Nicaftro cColleftor geral Apoftolico deSua San-
Tom. IV. Ffrt'
^n. ib}6.
dlidade
i6
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594 do LJv.VL da Hljloria (jeneahgtca
ftidade com podercs de Nuncio Reynos e Scnhorios de Portu-

ncftes
gal &c. A
todos os Reverendos Provifores e Vigarios gcraes Corre-
gedorcs Provedorcs Ouvidores Juizcs c jufticas e mais officiacs e pcf-
foas afli Ecclcfiafticas como feculares deftes uitos Reynos c Senhorios
de Portugal, aquclles a quern e aosquais efta nolTa emais verdadeyra-

mentc Apoftolica Carta de fentcnâ do procefTb cm forma for aprezcn-
tada fauuc e paz pera fempre em Jcfu Chrifto iioflTo Senhor que de
todos he vcrdadciro reinedio e falvaâo fazemos faber que por parte
dos Exccllcntiflimos Scnhorcs Duque e Duqueza de Barganâ me foi
aprezentado hum Breve Apoftolico pafTado na Corte de Roma pella
Sanilidade do Papa Urbano Oflavo nodb Senhor hora na igreja de
Dcos prefidente eferito em purgaminho de lingoa latina e I'ellada cem
feu fcllo Juh Annulo Pifeatoris com oqual fomos requerido com mui-
ta inftancia por parte dos ditos impetrantes a adeitarfemos e nos pro-
nunciallemos por Juiz executor dclcgado Apoftolico , e prometefl'emos
de o dar cm todo e por todo a fua devida execuftam e eneito fegundo
feu theor , e forma o qual Breve fendo vifto por Nos e polio achar-
mos fer tab inteiro nam viciado nem chancellado antes carecente de
todo o vicio e fofpeiâm fegundo feu theor e forma nos como f Iho
obediente aos mandados Apoftolicos o afleitamos e nos pronunciamos
por Juis executor dclcgado Apoftolico eprometemos deodar emtodo
e por todo a fua devida execulTam c effeito do que mandamos fazer au-
to deaceitaâo eaellc ajuntar o dito Breve do qual otreslado dever-
ho ad vci'bum he o feguinte A' ta‘j(o c
Dileao filio jurium & fpo-
liorum Camaric noftrx Apoftolicjc in Portugalliae 8c Algarbiorum Reg-
nis debitorum Colledlori gcncrali. Urbanus Papa Odlavus. Dilcfte
fill falutem 8c Apoftolicam benedidHonem. Cum ficut nomine dilcdî
filii nobilis viri Ducis ac Dile<fta: in Chrifto filia; nobilis mulieris Du-
ciuas Bragantije conjugum nobis nuper expofitum fuit ip/i adaugen-

dam Chrifti Hdclium devotionem in infigni Ecclefia quae ut afleritur
eofum Palatio adiacet & cui dignitates & Capellani* numero trigin-
ta duo & amplius inferviunt Sandiflimum Euchariftiae SacramenUMU
afervari poflTe defiderent nos pijs eorum votis quantum cum Domino
poftiimus benigne annuere eosque fpecialibus favoribus &gratijs pro-
lequi volentes , & a quibufvis excomunicationis fufpenfionis &
inter-
dicli alijsque Ecclefiafticis fententijs cenfuris Sc poenis a jure, vel ab
homine quavis occafione vel caufa latis fi quibus quomodolibet inno-
dati exiftunt ad effe<ftum praefentium dumtaxat confequendum earuni
feric abfolVentes & abfolutas fore cenfentes fupplicationibus eorum
nomine nobis fuper hoc hiimiliter porrcclis inclinati tibi per prel'en-
tes committimus Sc mandamus, ut veris exiftentibus narratis Duci &
Duciflae pradi<5Us quod in praedidla Ecclefia didlum Sandliflimum Eu-
chariftiae Saciamentum in poftcrum debitis tamcn cum honore &
revc-
rentia aflervari, &retineri libere &licitc poflint &valcant audloritate
noftra Apoftolica concedas indulgcas. Non obftantibus apoftoli-
cis , ac univerfalibus provinciallbusquc &Synodal ibus Conciliis editis
gcneralibus , fpecialibus Conftitutionibiis , 8c Ordinatibnibus cate-
risque contrarijs quibufeupque. Datum Roma apud Sau^lum' Petrum
fub ,
•
da Cafa %eal Tortugua^d. 5^5
fub Annulo Pifcatoris die vigeffiina Februarij Millcfimo fcxccntcfimo
rrigolimo fcxto Pontificatiis noftri Anno dcciino tcrtio. E= M. A. Ma-
raldus.c: Loco Sigilli. c Sub Annulo Pifcatoris. Segundo quo to-'
do adi c tarn cumpridamcnte he conthcudo e dcclarado no dito Breve
ApoBoIico o qual fendo como dito he por Nos alTeitado mandamos
aos ditos Impetrantes nos fizeflem pctifam juftificativa dasclaufulas e
prcmiHas do dito Breve o qual logo olfereceram do qual « treslado de
verbo ad verbum he o fcguinte. Per via dc Petipm juftificativa em
forma ou como em direito dizer melhor fe pode dizem os Exccllcntif-
flmos Senhores Duque de Bargan 9a ,
e a Exccllcntiflima Senhora Du-
queza fua mulher quo fccumprindo Provaram que pera augmentarem
a devoâo dos fieis Criftaes defejad ter na fua infigne Igreja o Sanftif-
fiino Sacramento. Provara6 que a dita fua Igreja que tem dentro nos
feus Pagos tem entre dignidades e Capellains mais dc trinta c dous
que nella fencm e tem obrigacam de rc/idir, e fervir. Pedeni por ton-
to Recebimento eque provado o ncceftario conforme asclaululas do
dito Breve fe difpenfe com ellcs Recebera mercc. Segundo fe conti-
nha nadita Petiâm juftificativa a qual fendonos offcrccida c vifta por
nos a rccebemos Ji O' in quantum e mandamos fe defte prova a clla a
qual fe dcu por inquiriâm dc teftemunhas que judicialmcnte forau
perguntadas e fendo tudo junto aos ditos autos nos foram levados fi-
nalmentc concluzos c vifto por nos pronunciamos cm dies a fentenâ
do theor feguinte. Cbrijli nomine tnvocato. Viftos eftes autos Bre-
ve Apoftolico deSua Sandidade prova fenten a dada perque fc mof-
9
tra que os Impetrantes os Excellentifiimos Senhores Duque e Duqueza
dc Barganga Uia mulher tem grande dezejo de terem o Santiflimo Sir
cramento da Euchariftia na fua infigne Igreja que tem nos feus Paôs
na qual fe prova que tem entre dignidades c Capcllafs cm numero
mais dc trinta e dous que refidem c fervem na dita Igreja. O
que tu-
do vifto com o mais dos autos AuBoritate Apojlolica a Nos concedida
e deque nefta parte ufamos concedemos e damos liccnâ pera que os
ditos Excellentifiimos Duque e Duqueza de Barganga fua mulher tc-
nhao ria dita fua infigne Igreja livre e licitamente o San(5Hflimo Sacra-
mento da Euchariftia daqui por diantc com a devida revcrcncia , e ref-
pcito e honra que fedeve, c iflb fern embargo dcquaefquer Confti-
tuigocs cOrdenagoes Apoftolicas Univerfaes Provinciacs , c Synodaes
editos geracs ou efpcciacs, c dequacfqucr outras coufas que cm coi>-
tiario aja tudo na forma do dito Breve. I.isboa avinte tres dcOutu-
bro mil e feifeentos e trinta e feis. =: Alexander Epifeopus Neocaftren’
CollaSIor &
delegatus Apoftolicus. E= Segundo fe continha na dita nof-
fa fentenga que fendo affi pronunciaJa c publicada em noftbs apou-
zentos de nofla folita rcfidcncia nos foi por parte dos ditos Excellct>
tiftimos Senhores Duque e Duquefa dc Barganga pedido c requerido Ihe
mandalFemos dar e palTar nolTa carta dc fentenca cm forma pera guar-
da c confervagam de feu direito c juftiga e vifto por nos feu dizer, e
pedir fer jufto Ihe mandamos pafTar a prefente pelo theor da qual att-
Horiiate apoflolica a nos concedida c dc qiic nefta parte ufamos admo-
eftamos c mandamos em virtude dc famfta obcdiencia e fob pena de ex-
Tom. IV. l ift ii comu-
Digit;: -i i
; Coogle
^rovas doUv.VI. daHifioria ênealogka
comunha6 major ipjo fa6lo incurrenda c dequinhentos cruzados ap-
plicados pcra a rcverenda Camara Apoftolica cacufador aosditos Rc-
vcrendos Provilbrcs c Vigarios gcraes , c pedimos aos Corrcgedores
Provcdores Ouvidorcs Juizcs e juftiâs e mais officiacs cpe(Toas afllm
ecclcfiafticas como fccularcs edcqualqucr outro grao ordcm c prche-
minencia quc fcjam e jurifdiâb quc uzem , que i'cndolhes cAa apre-
zentada a cumprao e giiardcm c faâ intciramcntc cumprir c guardar
afTy e da mancira que em clla feconthem, ecomo por Nos hejuJga-
do dctcrminado e finalmente fentenccado fcm ai(To Ihefer pofto du-
vida ncm embargo algum ncm ira& contra clla en parte nem cm todo
per fi nein per outrem aperte vel occulte dire^te vel indire&e
quafito colore vel ingenio. Alias fazendo o contrario quc fc na6 efpera
proccdcremos contra dies com os mais procedimentos executives e de
direito nccelTarios pera a declaraâb aggravaâb e rcaggrava 9 a& dos
quais os citamos e chamaraos e avemos por dtados e chumados neftes
prefentes eferitos &c. Dada nefta Corte e Cidade de Lixboa fob nof-
fo Anal c fello aos vintc linco dixs do mes de Outubro de mil feifeen*
tos trinta e feis annos. Bento Matrai a As eferever , c fobeferevi.
Alexander Epifeopus Neocaftr. CoUeftor.
Ao Anal e fello duzentos rcis.
Pagou defta com o Latim trezentos e oitenta reis.
Pcra V. UluftrUTima ver.
'Breve de peder eleger Confejfor , e outros indidtos para a Senhora

D. Catharina. EJlano Cartorio da Caj'a de Braganqa j
donde
0 tirei , maqo dos Breves.
Num. 166.
An. 1/92.
C Lemens Papa VIII. Dileile Ali nobilis Vir falutcm , Apofto^
licam bencdidioncm. Pietatls tU£C , ac Angularis in nos , & apol-
tolicam Sedem obfervantia mcrita poAulant , ut ea qua: ad anima: tuac
&
falutem , & fpiritualem confolationcm pertinentia tibi gratiofe concc-

damus , tuis igitur humilibus fupplicationibus inclinati , tibi nccnon
dileda; in Chrifto Alia: iiobili mulicri Caterinae Brigantiie Ducilfa:
Matri tua: , ut ConfelTarium idoncum , &
ab Ordinario approbatuin
fecularem , vel cujufvis Ordinis Regularcm cligcndum , qui veAras
confefliones audiendum , ac injundlji vobis poenitentia falutari vos , &
quemlibet veArum, .aquibufvis cxcommunicationis Sz alijs fententijs,
,
cenfuris , & pocnis , nccnon quibufcumque pcccatis crimi'nibus . & de-
,
lidis quandocumque in caAbus tamen nebis &
apoAoIica; Scdi refer-
,
vatis
j
& in Bulla Ccenae Domini cxprcAis femcl tantum in vita
, ac
in
mortis articulo inforo confeientia; abfolveic poAit, nccnon ut in qua-
dragcflim.alibus , & alijs anni temporibus , &
diebus quibus carnium ,
& lailiciniormn efus proliibitus cA, dciuriufquc lucdici conAlio car-
nibus,
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da Caja êal Tortugueiâ. 5^7
nibus non tamcn fcria fexta ,
nec Sabato ,
ac feria quarta ,
quatuor
,
temporum ,
necnon ovis ,
& ladticinijs libere & licite & fine aliquo
, ,
confcicntiae fcrupulo ,
uti , & vefci atque ut tempore intcrdidi mif-
;
fam loco ccclefiaftico interdifto fuppofito in veftra , ac familiarum

in
veftrorum prsefentia ^ januis tamcn claufis , non pulfatis campanis ^ &
excommunicatis , & interdi»Slis prorfus exclufis , & dummodo vos cau-
fam non dcdcritis hujufmodi interdido celebrari facientibus , utque
etiam in cafu alicujus nccelfitatis mifiam hujufmodi per dimidiam ho-
ram ante diem, & per dimidiam horam poft meridiem panter celebra-
ri facerc , libere , & licite pofiitis , &valeatis,
audoritate apoftolica
tenorc praifentium licentiam , & facultatem concedimus , & imparti-
mur. Non obftantibus Conftitutionibus , &
Ordinationibus apoftoli-
cis ,
ac ftatutis , &
confuetudinibus , &
jurainento confirmatione apof-
tolica vel quavis firmitate alia roboratis , caetcrisque contrarijs qui-
,
bufcumquc. Datum Roma: apud Sandum Petrum fub annulo Pifea-
toris die xv Dccembris M. D. Ixxxxij. Pontificatus noftri Anno Pri-
me.
M. Veftrius Barbianus.
Tejlomento aiithentico do Duejue de Braganga Dom Theodofio II.

Ejld no Cartovio da Seren'iffima Cofa ,
em hum I'wro de pajla
com as Armas da Ca/'a ,

donde 0 tlrey.
6 ^*
Em nome dcDcos. Amen. Padre, Filho , e Spirito Santo , tresNum.
Pefibas , ehum Deos verdadciro , emeu ja F6 morro firme, c
vcrdadciro Catholico , e pefib , que por fua mifericordia a aja de mi-
2
.
CO
nha alma , intercedenao por ella a Virgem glorioza Senhora nofia , a

quern tomo por minha advogada nefta hora, e aflim atodos os San-
tos da Corte Cclcftial.
Primeiramente ordeno , que em cazo , que cu na6 declare a par-
te onde me enterrarem , fique a difpofiâo do Duque de Barcellos meu
filho mais velho , e herdeiro de minha Caza ; e affini todo o mais fu-
neral , officios , c pompa luduoza.
Item mando ao meu Colcgio dos Keys , que inftituj pera o fer-
vi 90 de minha Capella as hortas do Orclhal , as quaes parte dellas com-
prei de meu dinheiro , e hua me ficou de Sua Alteza , que Deos tern
e pofto que fofle vinculada , todavia , avendo refpeito a que convem
no aumento , e grandeza defta Caza o culto divino , c celcbrafTab dcl-
Ic pera omato dc minha CapcIIa aplico eftes bens com condiflab que
,
o dito Collegio as nao pofia nunca alicnar , c vender , falvo em cazo
que osDuques , que forem Senhores defta Caza asquizerem comprar
pera fi , porque enta6 difponho , que dandolhe inteira fatisfaffao , e
os rendimentos de tudo , demaneira, 'que nunca o dito Collegio fi-
que' defraudado deftes bens os quaes ihc firvao , pera fua fuftentaf-
fao , o poffa6 fazer. '
. ,
Tambein Ihe mahdo ao melino Collegio o meu olival , que com-

prei
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5^8 Turovas do Ltv. VL da Hiflorla (jenealoyca
prci nofitio da hcrmida deSam Bento que hoje tras por arrendamen-
to Antonio Dias , coin as mefmas condiiTogs referidas.
Item Ihemando hum moyo deforo, <ûc comprei a Pedro Men-
des de Matos com Mais a hcrdade , que chamao
as proprias condiflocs.
dos Pereiros ,
que comprey tambem a varias peflbas. Item a herdade
que chama6 do Lobo , fitas ambas no terrao de minha Villa de Borba
com as mefmas condifToens acima relatadas.
Tambem ordeno , e mando , que toda a terra , que fe achar , que
de dez annos a efta parte tenho comprado , ou adquirido , por qual-
ucr titulo , nos termos de Villa VilTofa c Borba , fe Ihe entregue ao
^
3 ito meu Collegio , porque efta he a minha ultima vontade. E de-
claro que neftc legado incluo os feis mil reis , que comprey em hua
hcrdade de Joa& da Mota.
Pera que mclhor fccumpra efta minha difpoziHa&j nomeyo por
Adminiftradorcs defte Collegio ,
bens ,
c rendas delle aos fucceftbres
de minha Caza ; e llie cncomendo a que fempre tenhab particular cui-
dado dos talentos , c fugeitos , que entrarem nefte Collegio , que fc-
jao de bons cuftumes , vida , e limpeza de fangue , fern rafta algua
porque aflim o quci o , c mando.
Ordeno que nas contas dos rendimentos defte Collegio nab cn-
tre pclfoa algua ecclcfiaftica , nem fecular ; e fb os Duques defta Cafa
a feu arbitrio , poHao ter efta aC 9 ab ; porem com advertencia deque
de nenhuma mancira entre outra gentc , fenab for per comilTab dos
fucccflbi»es.
Item: mando dous mil cruzados ao mofteiro da Serra DoHa,
que he da Ordem de Religiozos de S. Paulo ,
applicados pera as fuaS
obras ; e Ihc peffo perdab de nab fer efta Alanda conforme ao que Ihe
dezejo ; porem eiicomcndo aoDuque meu filho os favorcfla , epatro-
cine fempre com o amor , e refpeito , com que vio que eu o fazia ; e
Ihc jogo , que va continuando com as efmolas , que de tempos ein
tcraprs Ihe hia fazendo ; e por fer obra tab pia , e rcligioza , efpero
dellc nefta materia procedcra como filho meu , imitandome neUa an-
tes com crefeimento , que diminuiirab , fendo fempre feu proteflor
e emparo , intercedendo por dies , e acudindolhe a fuas neceffidadi^
temporaes , e efpirituacs , de maneira , que ninguem Ihe poffa impedir
tab fanta obra.
Mando tambem que porconta de minha fazenda Jeronymo Ro-
drigues falTa hui choming na Caza do fogo do dito mofteiro da Serra
Dofra na forma , cm que eftil a chomine vclha , que eu muitas vezes
gabey porbem lavrada.
Deixo a Santa Caza da Mizericordia defta Villa duzentos cruza-
dos da efmola.
Ao Duque meu mando ,
filho que continde com a obra
e peffo
,
da Caza protclfa da Companhia de Jefus na forma , e traffa , em que
tenho ordenado que fe faffa ; e nab confentira a que fe mude , nem al-
tdre nenhuma couza della ; e Ihe rogo, que com toda aprelfa aman-
de por por obra , pera que brevemente fe poffab os ditos Religiozos
fervir della , e a tome muito a fua conta , continuando nas efmolas,
que Ihe coftumo a fazer. Deixo
daCafa âl TortuyAZTâ, 5 ^^
Dcixo a tninha terfa , que fe achar de todos os meos bens livres
•
ao Duque de Barcellos ; e outro fim o nomSo no Morgado de Santa

Cruz em todos os bens , que Ihe pertcncer.
Declare que Sua Alteza me dcixou em morgado o colar , que
,
Dona Joanna Ihe mandou de prezente quando cazou com o
a Princeza
Duque D. Joa& meu Scnhor ; e porque ne minha vontade , que tenha
a mefma natureza de vinculo e nunca fe alhee defta Caza ; mando ao
,
Duque de Barcellos meu que debaixo defta condifTao opolPua;

filho,
e no feu feitio , e forma fe nao altfire , nem mude do antigo ; fomcn-
te o poflTa raelhorar no valor das pedras ; porein rctendo fempre a for-
ma , cm que hoje eft^. E
por quanto eftc colar ainda obrado com to-
da aperfeiflao, e tern alguas pedras differcntcs, emenores, enao bem
lavradas com dezigualdade , encomendo ao Duque mande aperfcifoal-
lo de maneira , que fiquem as pedras iguais , e obra perfeita.
Encomendo ao Duque meu filho , pois fica por Adminiftrador
do juro dePortalegre , em quanto a carga , eobrigaflab , que me dci-
xou o Duque D. Joao meu Senhor fobre cazar certas orfans , que vc-
ja o feu teftamento ,
e tudo o que faltar dclle por comprir ,
fall'a que
fe execute com toda a brevidade , e com o cudado , e vigilancia , que
Ihe mereflTo , pois he em defcargo de minha alma , e fua daqui por di-
ante.
E outro fim Ihe mando , que veja , e examine osteftamentos dos
Scnhores Infantes D. Duarte, eD. Izabcl meos av6s: odaScnhora D.
Catherina minha may , e Senhora , o do Senhor D. Duarte meu tio
e dos mais que eftiverem a minha conta. E em cafo que fenao ouvefle
comprido tudo o difpofto por dies , o fafta por em efFeito , cuidando
muito , que na6 fiqiie couza algua , por menor que feja , por fazcr
pois corrfio por minha conta como teftamenteiro que fuy de todos ef-
tes teftamcntos.
Por contas de meos officiacs fe faber^ o que fe dcve a minha fa-
zenda , c o que eu devo , que cm tudo mando a nieus herdeiros que
fatisfafta6.
A meos Criados fe pagar^ fcos fervicos , conforme as ordenaf-
fo& ,
c coftumes de minha Caza ; e demais defta fatisfafTa& , encomen-
do ao Duque meu filho Ihes fafta toda a nierce , que dies mcrecem
rclpeitando o amor , antiguidade , e bom ferviô , que fempre me fize-
rao , e nao fd a mim , fena6 a todos os Senhores defta Caza , proce-
dendo ncfta materia com a grandcza , que devc a feu nafdmcnto , c
ao agradccimcnto que he jufto fe tenha comcreados tao honrados. E
a mefma recomcndairao Ihe faftb das crcadas defta Caza , com miem te-
nha particular vigilancia no rcmedcallas , e em particular a D. Luiza
de Lcdefma , c D. Jeronyma de Sande , e Jcronyma de Gouvea ; fe bemt
cntcndo , que nao he ncccflaria efta lembranâ , pcllas muitas rezocs
que Ihe corrcm de crcaftao , e amor , com que
Lembro a meu filho o Duque , que a milhor couza , que Ihe dci-
xo ncfta Caza, he a minha Capella ; calfim Ihcpcllb fe nao dcfcude-
nunca do ornato della, aftiftindolhc, cm quanto poder, aos ofiicios
divinos , que fe celebrab nella , procurando , que lejao com a perfeif-
fao
DIgHized dy Google
c ;
<5 oo Turovas do Liv. FI. da Hi/loria (jenealopca
fao ,
e continuagao ,
que ate aqui , aflim de Capellaes , muflcos , oifi-
ciaes ,
como dc todo o inais fcrvilTo , o que Ihe encarrcgo quanto pof-
fo ,
e Ihc pcflb pcllo
,
que Ihe tenno , pois fervir a Deos conti-
amor
nuamente ha dc fer a occupalIa6 , que mais Ihc encomendo , pois ef-
pero cm fua divina Mageftade , que pagara com favorccello a afllften-
cia ,
e cuidado , com que proceder
em I'citUIo. E outro fim Ihe advir-
to , que pent iilo fer com mais facilidadc , c eu me afegurar mais , o
obriguey contra fua vontadc aprendelTc muzica , c omittindo-a alguas
vezes , o fiz continuar nefte ciludo.
Dcclaro , que hey por vagos todos os officios , merces ordinarias,
Alcaydarias mores , tenfas , e outras quacfqucr doaflbes , que tiver fei-
to em minha vida , aquellas , que em dircito revogar polfo , por evi-
tar duvidas , e demandas , que podem recrel'cer ncita materia.
Inftitdo pormcos herdeiros aoDuque deBarccllos , D. Duarte,
e D. Alexandre meos iilhos Icgitimos, c daSenhora Duqueza D. Anna
miniia mulher. E nomeyo por meos tedamenteiros ao Duque dc Bar-
cellos ,
e a D. Antonio de Mello lidalgo de minha Gaza , e meu Ca-
mareiro inor , e a Francifeo de Abreu Cavalleiro do habito de Chrifto,
e meu moll'o da Camara , e da Guarda roupa , aos quaes encomendo
falTa6 comprir inteyramente efte meu tellamento , fiando do amor de
meu filho , e hdclidadc , e zelo de O. Antonio , e fua hdalguia , e bom
fervifo de Francifeo de Abreu acodiram a cAe particular com toda a
diligcncia , e exaefad , e cudado. E porque o trabalho cm parte fe
compenfc , quando na6 cm todo , e fer cuAume orduiario deixarlhe
algua couza , em gratiHcailao deAe cudado , que meos herdeiros dem
cem mil reis a D. Antonio de Mello por hua vcz , e Ancoenta a Fran-
cifeo de Abreu , pera que deAa forte fc nam defeudem. E porque o
rcceyo ncAa materia tern fua difculpa , ordeno a meos tcAamentciros,
que de todas as difpofilTo& , e comprimentos de meu teAamento dem
conta aos Padres Prepofito da Companhia de Jefu na Caza profelTa
deAa Villa, ao Padre Guardia6 que for da Piedade , e ao Padre Ma-
noel Alvercs Rcligiozo da mcfma Companhia , c meu Confeffor e •,
affim a dies peAb acuda6 a iAo com a caridaJe , que fempre Ihc mere-
ci , lembrando ao Duque meu filho , e mais tcAamentciros fena6 def-
eudem hum ponto no particular da minha alma , pera que defcarre-
gando-a deAcs cargos , Deos aja mifcricordia de cUa , coino efpero da
fuas prcciozas chagas.
Ao Duque de Barcellos encomendo meos filhos, efcos Irmaos
ainda que como fa& parentes , e amigos , bem vejo for pouco neceF
faria cAa recomcndalTad , por ferem tab conformes em tudo mas pel- •,
lo muito amor , que Duarte me tern moArado , vos peAb muito que
tomeis com muitas veras a voU'a conta o feu modo dccAado, evida ,
c feia como Senhor , e filho deAa Caza ; ncm Ihe conAntireis todavia
tomar die outro fomenos diAo; e que pera illb , fempre Ihe cAara
mclhor mais honrado o cAar comvofeo. Porem como vos avcis
dc cazar , depois de confeguido , fenao puder continuar aqui , o podcr
reis por em Souzcl , por cAar perto pera vos poder ver , e commu-
nicar com facilidadc porem fempre vos Icmbrarey que mdhor eAais
>1, ) . ! I hCs
•
I I .
Digitizi Gi
;
,
da Cafa âl *Portuguesâ. 6oi

lidscomosoutros, que apartados, e a Villa mais authorizada he nof-
fa Caza , cgrandcza. Alexandre podera viver cm Monfbrte, quando
nao morar aqiii comvofco - —
rifquey. Evora monte-, tJUmOrixiiul,
porque o viver na Corte na& tenho por ta6 bom pera dies , neni por
tao honrozo pera a Caza.
Mais encomendo ao Duque de Barcellos tenha particular dev'af-
fa6 com os Santos Jozeph , Sa6 Joa6 , c nofla Senhora da Conceifao
pellos refpeitos qûe elle fabe , aiflim dc aver naCcido em fua veCpora,
,
como tambem pcllas continuas merces , que tem recebido de fua in-
tcrcelTao , lembrandolhe que fao advogados de todos os nccdlitados
e por elia cauza , eftando efta Caza tao neceflitada , os torao a todos
por valedores pera com Deos nolTo Senhor. A Santa Anna , e S. Joa-
chim tomo tambem por valedores pera a mefma cauza , por fer o Du-
que hlho de Anna.
Minha tenfad he inftituir duas Capellas na minha Capclla , on-
dc fc diram todas as milfas na forma , que eu manifeftarey por hum
papcl ; c quero que tenha todo o vigor , c valha , como teftamento
c nomearey a pclToa , cm cujo podcr hade ficar. E allim todos os pa-
pcis , allim eftc , como outros , que ficarao em ma&s do Padre Manoel
Alvares meu Confeflbr , quero que tenha6 a mefma forfa , que efte
meu teftamento eferito cm oito jpianas de papel com efta , por letra
dc D. Auguftinho Manoel e Valconccllos , que o fez a minha inftan-
cia. E allim anullo , e dcrogo todos os mais teftamentos , que tiver
feito , polio que fejam com clauzulas quaefqucr que hey por expref-
,
famente nomeadas , e dcrogadas ; c allim o lirmey de meu notne cm
vinte dous dc Janeiro do anno dc mil c feifeentos e vinte oito annos.
O DUQUE.
Saybafi qiiantos eftc publico inftromento ,
e aproraftaft dc tefta-
mento ferrado virem , que no anno do Nafeimento de nolfo Senhor JtNi
lu Chrifto demil feifeentos vinte eoito annos, aos vinte e dous dias
domes de Janeiro do dito anno nefta Villa VilToza nosPallbs do Du-
que noll'o Senhor na fua cazinha , fendo ahi prezente, edeitado em
hu^ cama D. Thcodozio Duque de Braganâ nolTo Senhor doenre dc
doenfa corporal , que Deos nolTo Senhor foy fervido darlhc , m.es cm
todo feu p'.wfeito juizo
,
quanto Deos nelle pos , fegundo parecco a
mim Tabaliab , cteftomunhas ao diante nomeadas ; c logo das maos
.is
delle dito Duque D. Thcodozio me foy dado efte papel ferr.ido , di-.
zendo, que era o feu teftamento, merequeria, emandava Ihoappro-
valTe, ecu Tahalia6 IheHz pergunta, fc era efte ofeu teftamento, c
quern Iho f zera , c fe depois de feito , Iho lera ; e fe eftava a fua von-
tadc ; e por el!e me fov dado cm repolla , que efte era o feu teftamen-
to , e que Iho llzera bom Agoftinho hlanoel , morador na Cidadc
d’ Evora, eque depois dc feito, Iho lera, eque eftava a fua vontade,
eque por elle deroga, quebranta , eanulla todos os mais teftamentos,
niandas , fedulas ,• e codicillos , que antes delle haja feito , c 16 efte
quer oue valha, e tenha fua for la , c vigor, eque nao valcndo como
Tom. IV. tiirgg tefta-
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, ,
6 ox ^rovas do Liv. VI. da Hifloria Cjenealo^tca
teftamcnto ,
valha como codicillo ,
ou na melhor fomia
,
e manclra
que cm direito valcr po/Ta , por cfta fer fua ultima , e derradeira von-
tade , e del'cargo dc fua confcienda. E pcllo adim dizer , e me pcdir
Ihc fizcITc cfta approva(Fa6 , cu Tabaliao diante nomcado a fiz , a que
foraf) tcftcmunhas prczentes chamadas por parte do teftador , o oito
D. Agoftinlio , e D. Antonio de Mclio , e Salvador dc Brito , c Anto-
nio dc Souza , c Manocl dc Souza de Brito , c Vicente de Souza , e D.
Luis de Noronha , todos fidalgos da Caza do dito Senhor, e oDou-
tor Andr6 Cardozo feu Dezembargador , todos moradorcs nefta Vil-
la , que aqui alTinarab com o dito Senhor , que aftinou por fua ma6
e letra. E eu Manocl de Oliveira publico Taoaliao de notas nefta Vil-
la Vidbza fiz efte inftrumento de approva(ra6 , que adlnci demeu pu-
blico linal , que tal he , c cozi com nua linha branca.
Alanocl dc Oliveira.
O DUQUE.
Salvador de Brito Pereira. t= D. Luis de Noronha. t= Dom Antonio
dc Mclio. c= Vicente de Souza dcTavora. c
Manoel de Souza de Bri-
to. D. Agoftinho Manoel e Vafconcellos. Antonio de Souza. s=
Doutor Andr6 Cardozo Godinho.
dc 630.
Francifeo deMira Vogado.
DeeJaragao ao tejlamento atraz. .
Por quanto em meu teftamento tenho dito , que emtudo , o qpe

tocava ao funeral , emcazo mie cu o na6 difpuzede, ficaffc aarbiuio
do Uuque de Barcellos meu nlho primogenito , e herdciro de minba
Caza ; e porque foi Dcos fervido de darmc lugar pera declarar , e diC-
por dc minha vontadc , mando que meos herdciros me enterrem por
via de depozito na Capella mor dê nolTa Senhora do Emparo dos Reli-
giozos de S. Paulo defta minha Villa Viftbza em fcpultura raza , no
nieyo da Capella mor , e ao lado cfqucrdo fe depozitaram os oflbs do
Senhor D. Duarte meu Irma6 , que Deos tern , f cando livre do fitio
da ma6 dircita pera quando Dcos levar ao Duque dc Barcellos meu fi-
Iho , que a devina .^lageftadc pennitta feja daqui a muitos annos. R
cftc depozito durara em quanto fe nafi i'az a Cêlla mor dc Santo
Agoftinho , jazigo ordinano dos Senhores defta Oza , onde tambem
qrdeno que me levem , e a meu Irmao ; c ao Duque de Barcellos peC-
I'o que conclua o mais breve que Ihe for poflivel efta obra com o or-
namento , c grandeza , que fe requere pcia fcmelhantes couzas. ^ R
aperfeifoada a Capella mor do dito moftciro de Santo Agoftinho tref-
ladaram os oftbs de nnftbs av6s , que efta& hoje na nofta Capella
,
preferindo-os no fitio della , contormc fuas autiguidades , e preenti-
nencias
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di Cafa êal Torluguesâ. 6o$
nenclas , Hcando fcinpre a meu lado o Senhor Dom Duarte meu Ir-
mc6.
O enterramento fe fara fem mais pompa que fc cuAumou
,
que a
fcmpre fazer aos Duqucs meos afcendcntes ; e tanto que morrer , me
porao na camera grande fobre bofetcs, calmofadas em hum pano de
tella roxa, como cu fiz aminha may. Ahi fe me fara logo hum of-
ficio conforme o ceremonial novo , com os quatro refponforios ditos
per dignidades , na forma , que fe fes quando Sua Alteza faicceo. Le-
varmenab na tumba os fidalgos , acompanhandome o meu Veador com
toda a mais familia , at6 me entregarem na fcpultura. O mais do acom-
panhamento , e pompa fera o que ordenar o Duque de Barcellos , a
que peflb na6 pafle da ordinaria , conformandofe com o que convem
a Jeccncia de minha pelToa.
Mando que fc me diga6 vinte mil milTas ; e as do corpo prezen-
te , que he o dia de minha morte , e do officio , fe repartiram as ef-
mollas dcllas entre os Religiozos de Santo Agoftinho , de Sa6 Paulo
,
e meos Capella& , e mais Clerigos defta Villa , rezervando as que fo-
bejarem pera os Padres de S. Paulo as dizerem todas por ordem do Pa-
dre Provincial , que enta& for , em cuja ma6 fe cntrrcarab as efmo-
las dasditas milTas affim como fe forem dizendo; eauia Revcrencia
pclTo as reparta as mais que poderem fer , na Serra DolTa , val de In-
lante, cnefta Cafa de Villa Viflbza, aplicando as cfmolas deftas mif-
las todas pera as obras defte Convento
,
pera quo fc acabe com a mor
bieviJade que for poffivel. E quando diflo fobejar algua couza , per-
Icira a obra do dito Convento fe aplicara pera as obras da Serra
,
Dclfa.
Mando que o polTuidor quo for do meu morgado de Santa Cruz,
feja obrigado a pagar em cada hum anno dos bens do dito morgado
cem mil rcis dejuro, os quaes deixo aos Religiozos de S. Paulo del-
ta Villa com obiigafl'a& que a Capella mor, c cruzeiro, e Capellas
,
colatcracs ftjao minhas , e de meus herdeiros , onde fo ellcs e os tranf-
,
vcifaes defta familia c Caza fepoftad enterrar; ifto por ordem dos
,
Duqucs defte eftado fomcntc. Eftas miftas fedirao pella minha aln’a,
e de meos avds, e de todos os filhos defta Caza , e piimeiro pellos
mais chegados difcoricndo pellos outros , conforme ao parentefco
,
proximo , ou renioto , c mais ncceffitados.
Mando que na minha Capella fedigad dez miftas todos osdias;
duas pella alma de Sua Alteza que Dcos tern , e eftas fe dira6 no altar
mor: outras duas pella minha , no mefmo altar : duas pella do Se-
nhor Dom Alexandre Arccbifpo dc Evora meu Irmafi duas pello Se- :
nhor D. Filippe hua pella Senhora Duqueza minha mullier , que

:
Dcos aja : eoutra pella ^nhoia D. Maria minha Irma. As quaes miP-
fas fera obrigado o Duque de Barcellos mandar dizer jrellos Clerigos
de mor fatisfaftao, que Oliver , antepondo os que forem Collegiaes
defte meu Collegio dos Reys, porque fempre clles fcra6 preferidos,
pera o que inftitfto as Capellas neceftarias : Convem a faber ; duas de
trinta mil reis cada hua pera as duas milfas quotidianas
,
que fe dice-
rem por minha alma. Nas dc Sua Alteza , e do Senhor D. Filippe
Tom. IV. Cggaii nao
; ,
^©4 Turovas doUv.VL daHiôria (jenealo^tcn
nao alt6ro nada , porque efta6 inftituidas , e na& he minha vontade

inftituir outras de novo , fcna6 lembrar ao Duque de Barcellos , quc
farta dizer as ditas miflas , e as que fe dicerem pellos Senhores Dom
Alexandre , Duqueza , e D. Maria , fe fatisfarad na forma , cm que
ategora acuftumey , o que conilard pcllo aflento , quc fe fez com os
CapcllaSs , quc hojc as dizem.
E por quanto o Senhor D. Duarte meu Irmao deixou inftitui-
das duas miftas ouotidianas na minha Capella , pagas a ftneoenta mil
rcis cada hua ; oeclaro que os dous Capellaes por die notnead os no
feu teftamento, hey porbem, poriuftos refpeitos , que ailTo me mo-
vem , que dies as poflad dizer omic quer que cftivcrein , ou mandal-
las dizer, vifto darme licenfa o Senhor D. Duarte no feu teftamento
pera ilfo. Efta faculdadc concede fomente aos dous Capdlads pri-
mciro inftituidos ; que os mais que forem pdlo tempo adiante , ferad
obrigados a dizdlas na minha Capella dies proprios ; falvo fe pera o
contrario tiverem licenfa dos Duques defta Caza.
Em todas eftas Capdlas avera hum apontador , que de prezente
quero fda Rafael de Callro meu molTo da Capella , pdla fatisfalTad
que tenho ddle.
Os Senhores defta Caza ferao obrigados a tomar conta defta obri-
gaftad , porque nad aja defeuido ein fe dizerem eftas millas. E dado
cazo que faltcm algu^ por dizer , as mandaram os mefmos Senhores
dizer pdlos Clerigos , que Ihe pareccrem , precedendo primeiro os
Collcgiacs , como tenho apontado , e Capdhes de minha Capella ,
que nao tiverem obrigaftbes predzas , ou impedimento , dandolhc a
dmola ordinaria , c rcgulada pcllo cuftumc ; e dos fobejos , fe onver
algds , fe irad depozitando , e empregando depois em bens , com quc
fe polfa inftituir. outra Capella de novo ; o que fe guardara fempre ,
acabada de inftituir hua , comeftando outra.
Eftas inftitui.Toes , e condiffoes , que Ihe ponho , fe guardaram na
forma , que de direito polfo , porque nad he minha tenfad prejudi-
callo , antes pellb ao Duque de Barcellos , e fees fuccdforcs , que
avendo alguns duvidas nefta materia , as alhancm , e folocitem de Sua
Santidade , ou de pelToa , a quern ifto pertencer , os Breves , ,e faculda-
des, que furcin ucuelfarios, pera que efta minha dlfpozilfad fecxccn-
tc como tcnlio dcclarado.
Encomendo muito ao Duque de Barcellos , e mais fucceftbres te-
nhad d'pecial cudado, com empaj ar , lavorecer, e fervir asRdigioSs,
iC mofteiros della Villa , ,dc que fomos Padrociros , ,principalmcntc a
.Protrincia dos Rcligiozos de Santo Antoqio daPiedade^ nadifiltando
com as cfmolas , que fempre cuftumamos fazerlhe ; e os Coiiventos
das Chagas , e a cl'pcranla , onde tan feos enterros muitas Senhoras
defta Caza vigiando a que ieguarde toda adauzura , creligiau , qpc
atii aqui tiversb, e juntamente nao pcrmittinilo , que aja cm nenhum
dosmoQciros rejaxauao algua , antes fcndotnccclTario , interceda com
os fuperiores dos ditos Conventos, dcmancira , que asReligiozas Jel-
les feja6 fivwecidas, c yaicrada^ pois o mercccram: fempre porfua
xcliguu, evirtude. - ,.i, • ^
Denials
Diijit
da Cafa l(eal Tortuguenâ. ^05
Demais dcfte particular
,
e 0 comprimento delle , encomendo ao
Duque meu filho
,
e Ihe pclTo cncarecidamente o fafTa coinprir o ma’is
brevementc que polTa ; e com a pontualidadc , e cuidado , que Ihc nie-
rcfTo. Feito cm vinte e feis dc Janeiro do anno dc mil e feifcentos e
itc oito. E eu D. Agoftinho Manoel , que o cfcrcvi ,
a inllancia
de Sua Excellencia , me aflincy juntamcntc.
O DUQUE.
D. Agoftinho Manoel e Vafconcellos. ' -
•'f
Codicillo.
' Em nomc de Deos amcm. Eu o Duque D. Theodozio , na& fa*

bendo a hora, cm que Deos nolTo Senhor feri fervido levanne defta
vida mortal a fua gloria , c bemaventiiranfa , a que per tS verdadeira
cfpeio dc ir , na8 por meos mcrccimcntos , mas confiado nos dc Chrif-
to noflb Redemptor , e ein fua fagrada mortc , e paixam , e pella in-
terce(la6 da fcnipre Virgem , c Sacratiflitua Maria fua M5y , e de todos
os Santos da gloria ; ordeno pera bem deminha alma ascouzas feguin-
tcs. Primeiramente dcclaro que eu tenho feito meu teftamento , fer-
rado , e aprovado por Manoel de Oliveira Tabalia8 de notas , eferito
pqrineu mandado porD. Agoftinho Manoel, e por ambos adinado o
dia , mez , canno, que fenelle achar, o qual quero que valhaj cO
aproyo , econfirmo , pera que valha pella nielhor forma c via , que
,
de dircito tenha lugar , tirando nas couzas , que fc cncontrarem com
as qne nefte meu Codicillo declarar e ordenar. 'E allim deixo Villa
,
dc Conde a meu filho Dorn Duarte pera viver nella , e por fua morte
tornarli logo a Caza. Declaro mais , que Sua' Santidade me tern paf-
fado hum Breve pera poder tomar dos caidos das Comendas fincocn-
ta mil cruzados na forma quo detle conftarS dos quaes quero quo fe
, ,
tirem vinte mil cruzados pera fe comprarem fazendas que fe apli-
,
uem a algu^ Comendas pequenas , com que fiquem com mayor rert-
3imento, e a cfcolha das Comendas que le ha6 dcadiantar na renda
fard livrcmente o Duque de Barccllos. Quero mais que fe tirem dos
mefnios caidos dez mil cruzados pera a Caza da Companhia de jefu.
Os vinte, que ficam , quero que fcja5 pera meu filho D. Duarte. E
dcclaro mais que eftes fincoenta mil cruzados fe nam tiraram , nem
,
em todo , nem cm parte dos caidos das Comendas que tciiho dado a
,
weu filho 'D. Alexandre, porqne cllc quero cu que ellc arrecade pe-
ra^fi , c os goze
, por quanto confio delle , que fe avcr3 na arrecadaf-
fao dcllcs como bom Irma6 do Duque de Barccllos. Declaro melhor,
,
uc qque quero he, fecomprem' os vinte mil cruzados em fazendas
a c rais j e os rcndiinentos 'dcllas fc ^plicarad as Comendas , que na6
tern dercuda cem mil rcis v'eComc(larfehd par aquellas a que menos
,
!falta pera chegar ans cem mil reis dc rcnsla
^ e por efta ordem le irain
r perfazendo cem mil reis a cada hu5 doS'ditos .rcndiinentos das diras
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,,,
6 o6 T^rovai do Uv. FI. da Hijloria (jeneah^ca
do , que fc fafTa diligencia fobrc os dotes das orfans , que o Duque

D. Joao, que Dcos tern deixou, eque feveja6 os que na6 eflao com-
pridos ,
pera que logo fe cumpra6.
Item mando , que fe mandem fazer huas contas deouro, eam-
bar ,
eque fedem aomenino jefus de Evora , em lugar deoutras do
niefmo menino Jel'us , que fe dera& ao Senhor D. Duarte , que Dcos
tern , meu tio , e que fe veja o tcftainento do Senhor D. Duarte , pera
ver fc aponta nelle a valia ,
de que hao de fer. E fe fe poderem ver
liuas contas que a Senhora D. Catharina minha Senhora deu a Dona
,
In^ de Noronha , faybafe quantas fao , e o tamanho dellas , que con-
forme a ellcs fe devem fazer , e pera ilfo fc pefla da minha parte a Fcr-
na6 Tellcs , que as mandc niodrar.
Item mando que fe veja hum papel do Senhor D. Duarte meu
tio , que Deos tern , o qual papel tern Francifeo de SouGi Coutinho
e que fe Ihe mande pagar. Item dcclaro , que tenho prometido de pe-
dir a Sua Magcftadc hum habito de Chrillo pera o Lecenceado Joao
Ravafeo Pacheco , c que depois Ihe mandey prometer em lugar do ha-
bito hua Comenda , que na6 teve elfcito , a que cllc tambem deu al-
gua cauza , de que fabe o Padre Manocl Alvres ; mando que fe veja
ifto bem , e que fe Ihe fatisfaâ no melhor modo que puder pera meu
defcargo , fc nilTo algfi cargo tenho. E porefta ler minha ultima, c
derradeira vontade , quero que cm tudo fe cumpra die meu Codicil-
lo , e que valha , como de djreito melhor pode valer , e tenha lugar
edemeu mandado ocfcrevco o Padre Manocl Alvres meu Confeft'ur,
e comigo aflinou na minha camarinha em Villa VilToza aos doze do
mes de Novembro do anno de mil feifeentos e trinta.
Item quero , que fc dem a Francifeo Tavares da Sylva trinta e
feis alqueircs de trigo cm cada hum anno em fua vida , e por liia mor-
te , a Maria Pinta fua mulher , e da mefma maneira dez mil rcis em
dinheiro. E com ifto hev por acabado efte Codicillo hoje mes , e an-
no , e dia acima dito. Item Ihe deixo duzentos cruzados por hunia
vez pera cazamento de fua filha. Hoje o melmo mes , e anno acima
dito. Item deixo a Manoel Machado duzentos cruzados pera caza-
mento de fua filha. E por aqui houve por acabado efte meu Codicil-
lo , como acima digo , hoje dia , mes , e anno acima dito.
O DUQUE.
Manoel Alvres.
Saybab quantos efte inftromento de aprovalTab de Codicillo vi-

rem ,
que no anno do Nafeimento de noftb Senhor jezus Chi ifto de
mil fcilcentos e trinta annos , aos doze dias do mes de Novembro , do
dito anno nefta Villa Vilfoza nosP.ilTos do Exccllentifllmo Senhor D.
Thcodozio Duque de Braganga noffo Senhor , na fua cazinha , eftan-
do elle ahi deitado em huma cama doente de doenfa corporal , que
noffo Senhor foi fervido darlhe , mas em todo feu perfeito juizo
quanto Deos nelle pos , fegundo parccco a mim Tabaliac , e as tcftc-
munhas
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da Cafa %eal Tortugue:sâ. 6o’j
munhas ao diantc nomeadas , logo dasnia6s do dito Scnhor as de mim
Tabaliao inefoi dado efte papel , dizcndo que era oibu Codicillo, e
que Iho aprovafTe , e eu Tabaliao Ihe fis pergunta , fe era Codicillo
leu , c quern llio fizera : e fe depois de feito , iho lera e fe eftava a fua
:
vontadc ? e elle me deu em repofta, que era o feu Codicillo e que Iho :
fizera o Padre Manoel Alvres feu Confelfor e que depois de feito

:
Iho lera , e que eftava a fua vontade , e o aflinlra , e que queria que
valelle , e fe comprifte , como fe nclle contem c oue na6 valendo
:
como Codicillo ^ valha como teftamento , ou na melnor forma , e ma-

ncira , que em direito valer pofla ,
por efta fer fua ultima , e derra-
dcira vontade , e defcargo de fua conciencia ; e pello afllm dizer , cu
Tabaliao ao diante nomcado fis efte inftromento de aprovaflao de Co-
dicillo ferrado , a que fora6 teftemunhas prezentes , chamadas , e ro-
gadas do dito Senhor D. Antonio de Mello , e Manoel de Souza de
Brito , e Pedro de Souza Pereira , e D. Pedro Poeros, e D. Luis de
Noronha , ejoao Vafques Ribeiro todos moradores nefta Villa. E eu
Manoel de Oliveira publico Tabaliao denotas nefta -Villa Vifibfa pel-
lo dito Senhor fis efte inftiomento de aprovaffao , que afliney de meu
publico final , que tal he , e cozi com hua linha branca , e o affinou
o dito Senhor.
Manoel de Oliveira. •
•
O DUQUE.
Manoel de Souza de Brito. D. Pedro Poeros. Pedro de Souza Pe-
reira. D. Antonio de Mello. cr D. Luis de Noronha. Joa6 Vaf-
ques.
Cumprafle fern perjuizo de terceiro , e ajuntefe ao teftamento.
Villa VilToza. Novembro 29 de 630.
Francifeo deMira Vogado, •
DeclaraJfaS.
• * I •
.
Ordenou Sua Excellencia que asComendas fena6 dem fena6 de-'

pois da vinda do Breve de Sua Santidadc , que ja eftava paftado fobre
oscaidos. Item, que fe tire aquelles , que levarem asComendas das
merces ordinarias o que parecer ao Duque de Barcellos : e que quando
fe derem as aprezentaftbes , fe Ihes declarari , que por Breve de Sua
Santidade na6 podem levar os caidos por eftarem aplicados pera ou-
tra couza.
Item , que o Duque de Barcellos defconte aDom Luis , ou com
occaziao da Comenda acrefeentada , ou com o que Ihe podera tirar da
merce ordinaria , de forte , que fique tudo compofto , fern ficar obri-
gado a Catisfaflao dos annos , que D. Luis allega na6 Ihe ferem paôs.
OrdenoU' mais , que nem com a occafiab dasComendas dadas, fetira-
ra a nenhum dos que leva6 Comendas, ncm asmoradias, ncni osor-
denados.
Item
,
6o 8 ^fovas doUv.VL da Hijlorla (jeneahyca

Item declarou , quc a filha dc Andre de Leraos tern determina-
do , que fe Ihc dcm com mil reis pera ajuda de feu cazamcnto , e quo
por parte defies , ou quarcnta , ou felFenta mil reis Ihe tern aplicados
dc hu3 divida , que ficou a dcver Gemes dc Ribeira do olHcio , que
fe deu a fua enteada de mayor valia , do que fe Ihe tinha promctiao
e o niais fe Ihe comport na forma que melnor pareccr.
Item, quc fcra bcm , qûe fefalTa algua merce pera ajuda de ca-
zar hua film dcManocl Rodriguez Azcitado qual ellc quizer , ecllc
nomca Cathcrina dc Sena. Item declarou mais , quc as Provizoes,
quc Sua Altcza deu , em fua vida pera a Senhora do Rozario das Cha-
gas , c cfta& cm podcr de Hicronymo Dias de Araujo , que do tal di-
nheiro fe ha de comprar hum ornamento com dalmaticas , por clla fcr
a vontade da Senhora D. Ciathcrina que Dcos tcm.
Aflincy por mandado do Duque meu Senhor , e a feu rogo , por
ellc o nao podcr tazcr.
îjim tju noOrigmi, O DUQUE digo D. ALEXANDRE.

Declarajfao.
Fallando a Sua Exccllcncia na filha de Francifco Galva6 pera fe

meter Freira , refpondeo Sua Excellencia quc feria bcm que o Duque
dcBarcellos IhedelFc ajuda pera illb, cque elle detcrminira dc o fa-
zer affim.
Fallandolhc nas dividas atrazadas dc Joa& Vafqucs , Ignacio do
Rcgo , e feu fogro , e em Gonfalo Mendes Mergulhao , refpondeo Sua
Excellencia, que avia perdoado as dividas vclhas dcJoa6 Vafqucs, e
as dividas vcinas de Gonlallo Alcndcs ^lergulhab , na forma , que eu
cxplicarey, avendo duvida , de quaefquer dividas: c que tambem de-
tcrininava dc perdoar as dc Ignacio do Rcgo , e I’cu Icgro , mas quc
illo era antes dc dar a Conezia a Belchior do Rcgo feu flho , e nc-
to ; porem quc fupofto que Ihe deu a Conezia , na6 perdoava as divi-
das, affim. de Ignacio do Rcgo , como de Belch ior AIcndcs Cacclla.
Affiney por mandado do Duque , meu Senhor, c a feu rogo,
por ellc o nao podcr lazer.
D. ALEXANDRE.
"Regimento , Reys deVilla-Viôfa, da-

e Ff.atutos doCclIegto dos
do, econjinnado por E/Rey D. ]oaS IV. EJ.d noCartorio
da Cafa do Braganga , onde o copiey.
Regimento ,
e F.Jlatutoi do Collegia dos Reys de Villa Vifoja.
2^8. OmJoao porgraâ de Decs Rey de Portugal , e dosAlgarves,

.
,
,
^ - -L/ &'c. faô faber aos que eflc virem , que querendo , quc a minha
Cappclla do Ducado dc Braganja feja bcm fcivida , e que no culto
e offi-
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c officios diviiTOS, que nclla fe celcbra6 na6 aja falta, efe faâo con-
formc ao ceremonial Romano , e difpofi5a6 do fagrado Concllio Tri-
dentino , e vendo que pera efte eft'cito le confeguir , Cab necclTarios
acolitos , e miniftros bem criados , e inftruidos nas cercmonias , e ritos
ecleziafticos , e confoimandome com o intento que nefte particular te-
ve o Sereniffimo Senhor Duoue D. Theodofio meu pay que fanta glo-
ria aja, emordenar hum Coilegio chamado dos Reyes, e quenelle fe
criaHcm moôs que bem criados fofficm , e doutrinados vieflem a fer
miniftros idoneos , pera o fervi90 que na dita Capella fe faz , querendo
hora reformar efte Coilegio , e darlhe eftatutos , pellos na6 ter , pera
fe govemarem os Collcgiaes , e fe faber as condiôi^ , com que quero
entrem no Coilegio , as qualidades que ha6 de ter , e o modo que ha
de aver em os aceitar , veftidos de que ha6 de ufar , em que tempo fe
Ihes ha& de dar , regab , que ha& de ter , e como ocuparao o tempo , e
uanto fera , o que devem eftar no Coilegio , as obrigaôEs e partes que
a evem concorrer no Rcytor , e em qualqucr dos officiaes , o eftillo que
fe hade obfervar no recebimento , e deljteza das rendas , e as contas , e
cm que tempo , c de que maneira fe hao de tomar , com outras adver-
tencias que parecerao ncccITarias , mandev ordenar o regimento feguin-
te
,
que quero , c mando fe guardc , pella maneira ao Oiante declarada.
'
. . I
CAPITULO , 1
I.
.
Numero dosCoI/egiaes ,
as qualidades que hao de ter y
eomodo que
hade aver em os aceitar.
Averd nefte Coilegio athe oito Collcgiaes , e farfehab boas de-

ligencias , por I'e acharem moôs de boas vozes , que tenhab pnneipio
de canto de orgab , e ainda que o nab tenhab , nab padando de nove
annos, que nelles dem moftra de aproveitarem , e tcrem boas vozes,
e os que fouberem cantar , dando moftras de nab mudar cedo , ferab
rccebidos , fenab paflarem de doze annos , e fe forera eflravagantes quo
tenliab corrido mi'itas terras , nab ferab recebidos, fern tirar inforipa-
9ab de fua modeftia, e crin9ab, c dos que affiin.fe acharem, avendo
alguns de iguacs partes fe fara ellci9ab , dos que forem naturacs das
terras dc meu Ducado de Bragan9a e de melnor nafeimento , e que
,
carc9ab dc inhabcllidadc , pera deixarem a vir a fer Sacerdotes dc que
,
fe tirara informa9ab fecreta , como fe faz aos que querem entrar em
Rclligiab , chamados , e examinados , em prezcn9a 00 Reitor do Col-
Icgio , c meftre da dita Cappella procedendo as mais delligencias no-
,
celTarias , fe fara hum termo no livro pera iflb ordenado em que fe
,
dcclarem as condi9oEs , com que quero fejab admetidos e logo que
,
forem recolliidos no Coilegio o Reitor os ira inftiuindo noajudar as
niifl'as
,
c nos eftilos que fe guardab na Cappella.
• '1 *.
• '*•1
‘
• Tom. IV. Hiihh
,
6 10 Trovas do Liv. V 1. da Hijloria (ênealogica
C A P I T U L O II.
Vcjlitlos Jos Collegiaes ,

e a que tempos fe Ibes bao de Jar.
Rccolliidos os Collegiaes no Collegio , tratard o Reitor de os

mnndar , c feja por efta mancira , roupa de linho fera a cuftumada , c
qi:e parccer ao Reitor , de mancira que andem limpos , e podcra ter
cada Collegial quatro camizas , duas Hlouras , dous pares de meas de
linho , feis voltas , feis pregados de olanda , pano de Rcy , ou cafTa ,
quatro lengos de linho , e farfeha affento della roupa , que ally o Rei-
tor llie for dando pcllo Eferivao , allinado pello Reitor no livro pera
ilfo ordenado , dcdaraiido a que deu a cada hum , e a que tempo. A
roupeta fera de vintreno preto , que chegard athe a correa do fapatto ;
as voltas fera6 todas do mefmo feitio , c na6 confentira que fejao azul-
ladas \ manteo de bacta , os calôcs , juba6 , meas , e fappattos , fcra6
detal pano , e feitio, que bem fe veja que fa6 pera pclTbas , dillina-
das pera o ferviô da Igreja , e na modeitia dillo tenha o Reitor par-
ticular cuidado , e tudo fe Ihcs dara a tempos devidos , c podera o Rei-
tor dar a cada Collegial por anno fettc pares de fapattos , e huas bot-
tas pera o inverno , c huas meas pera o verao , de cor pardas , ou de
outra cor honella , advertindo ao official , que os faca de modo , que
aturem die tempo , c aos Collegiaes que os tratem bem , e alfim os
niandara confertnr quando for necelTario , tcra cada hum feu roupad
de farago^'a , chapco , e barrete , tcra fua cama , e na& confentira o
Reitor , que durmau dous cm hua , ncm dous em hu^ caza , ainda que
cm camas diverfas , falvo fendo jrmabs , durmirao todos no durmito-
rio ; o Reitor tenha muito cuidado de reformat as camas , que pode-
ra6 ter ties Undoes , hum colcha6 , e hd cnxergab , c dous cobcrtorcs
de papa.
C A P I T U L O III.
Rcfad que bao de ter.
Ao almo 90 fe dara a cada hum hum micho , e a merenda outro ,

caojantar, c acea opao necefTario, de mancira que pera cada Colle-
gial em hum dia na6 pall’e a rdfa& detres padas de vinte efinco por
alqucire, porque adfe refpeito nofim do anno felhcha depedir con-
ta , como ao diante fe dira e o quo fobejar das tres padas fe for micho
intciro fe guardara pera o Collegio ; tcra cada hum arratel e meyo
de came por dia , fcni quebra , c de quando cm quando algua fruita
ou hui talhada dequeijo , enosdias uepeixe hum arratel com feus le-
gumes , e os que o na& coinercm , tres ovos ao jantar , c dous a noi-
re , e nos dias de jejum fe Ihes dara ao jantar mais algua couza , nos
dias de fdlas principacs , como as quatro do anno , nofl'a Senhora , c
Appollollos, Ihcsmandara o Rc) tor acrcccntar algCia cmiza ao jantar,
casnoites deVefpora de fella, licara a dil'pollsao do Reitor mane’ar-
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,
da Cafa Tortugueâ. 6 ii
Ihe fazcr fogo . e darlhe algum mimo. No dia
dc Reis que he o de
fua fefta tcrao num jantar mais acrccentado, e no que nolle fegaftar
fe I’ara defpcza cm titulo apartado , dcdarando nclla o que fc Ihc dcu,
CAPITULO IV.
Imerm.
Levantarfcha6 os Collegiaes ,
dcfdc o tempo que fc cnfra na Ca-
pella as fette horas , as feis , e dcpois de veftiaos compora& fuas ca-
nias , e varrerd cada hum o lugar aonde tern a fua , almo 5 arao , e o
tempo que Ihc ficar , athe as fette gaftaram em algum hondlo exer«
cicio , chando fempre aparelhados , pera que quando fc tocar o fino
da Capclla, acuda6 confomic difpuzer oReitor, eemdando oHno o
primeiro final , pera matinas , tera cuidado o Rcytor de os mandar to-
dos juntos , de dous cm dous com gravidade pera a Capella , com fuas
fobrepelizes fazendo hum delles apontador , pera que ao tornar , que
ferd da melina maneira , c depois dos officios acabados , Ihe dar conta
do Collegial , que fe defcompoz , alFy na ida , e vinda da Cappella
^
como na aflificncia que nella fizera6 , fc fahirab della fora , ou fe lot
com licen 5 a , e como cada qual fe ouve no que Ihe mandara6 , e o Rei-
tor caftigard qualquer falta que ouvelTe como Ihe parccer. E porque
des que entra Outubro , the o primeiro de Majo , fempre fe acabarad
ordinariamente os officios dc pella menhaa athe as dez horas , gallara6
os Collegiaes effa hora , athe as onze no exercicio do canto ; e avera
hum apontador que apontc ao Rcitor, os que na6 fora6 pera os caf-
tigar , e fc fard efte exercicio na caza pera iilo ordenada , aonde a cflas
horas os eftard o meftre do canto cfperando ; Jantarab as onze , aonde
tcrao fua liâb por algum livro devoto aonde fc guardara filcncio
,
c depois athe hua hora palTardb em honefta converlbijab , ou no que
Ihc parccer de hud athe as duas gaftarab em Icr c eferever os que nab
, ,
fouberem , e os efVudantcs cfhidarab. Dadas duas horas , c dando final
na CanpcIIa pera Vefporas, irab na conformidade dc pella menhaa, e
acabauas , tornardb na mefma compoftura , fazendo o apontador feu
officio fendo neceffario
,
chegados a caza , aonde Ja eftard o meftre do
canto , Ihes dard liâb que durard pello mcnos hora e meya , e acaba-
da efta lirab tcrab de lecreaâb athe as ave marias ; c logo que as re-
zarem irab fazer fua cuftumada oraâb ao Oratorio , dandofe pera ilfo
final , feita a orapb fe rccolherab , e eftudarab the as oito horas ca-
,
da hum em feu lugar , eftudando cada qual baixo , de modo que nab
perturbem hrts aosoutros, eo Rcytor os bird vigiar, pera que gaftem
bem efte tempo. Ccarab as oito horas e fe lanârab as dez , e o Rci-
tqr vigiara fe fc lanâb na cama a efte tempo , e fc apagab as candcas
ficando fempre alampada do dormitorio aceza toda a noitc no que
avera particular cuidado.
Tom. IV. Hhhh ii C.\-
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6 11 ^rovas do Llv. VL da Hi(lor t a (jenealo^tca
C A P I T U L O V.
Verao.
No vera6 ,
quo comefla dcfde o tempo ,
que entra& na Cappella
as feis horas , fe levantara6 as finco , e Fara6 o mcfmo que no Capitu-
lo atras , jantarao as onze , ccarao as ferte , deitarfehao as dez ; pera a
confi9a6 que fera cada mez, ira6 todos juntos a hum Conveato , quan-
do fenao confcAarem na Cappella aondc commungarao os que tiverem
idade , que o Reitor os veja , e fempre cfcolhcrao o dia niais folcmne,
que vier no mez , pera o fazercra , ou leja fefta da Virgem Senhora
nofla, ou de Appoftolos , e no dia dc Reyes comungarao na Capella,
todos juntos the os criados da caza , por inaiS do Reytor. Na& fahi-
rao fora do Collegio , nem fara& vizita a pclToa algua nem fahirao fo-
ra a Villa , fenao a couza do fervico da Cappella , e com companheiro
que o Reitor Ihe der , e quando alguem de fora trouxer algum recado,
pera qualquer Collegial , ou Ihe quizer fallar , o porteiro dara primei-
ro recado ao Reytor , pera que Inc d6 licenâ , ou na6 , e indo o Col-
legial fallar a alguem fern ella fera calligado pello Reitor ; na6 con-
fentira que Collegial algii efteja a porta do Collegio , ou fe detenha
nclla , fallando com alguem por muito tempo , c fe for couza necefla-
ria , ou peflba dc refpeito , podcra entrar a fallar com elle na caza do
cxercicio , e outro fy nao confentira , que algum Collegial , leve pef-
foa algua ao quintal fern fua licenâ , e de nenhua maneira a dara , pe-
ra a levar ao dorinitorio , nem confentira que tenha6 amizades , que
os dezenquictem , nem eftejao dcbaixo dos arcos da Cappel/a em con-
verfaâo em tempo algum , c quando os CoUegiaes forem ao campo
na6 admitira6 pelToa algua em iua companhia , e indo a Villa , nao ad-
mitira6 fena6 aquellcs , que fe dever por cortezia , e hira6 fempre jun-
tos de dous em dous , conforme fuas antiguidadcs , fern fe apartarem
hus dos outros , nem cm nenhum lugar , de que o mais antigo tera
muito cuidado pera avizar ao Reitor , pera os cafUgar , como Ihe pa-
recer , ao que fizer o contrario , e no tempo da rccrea9a6 , pera que
nao eftejao ociozos , poderao jugar algum jogo honefto como holla,
truque toque emboque , piao , pcla , c outros femelhantes que a ida-
^
de pcdir , mas nunca feja dc cartas , ou dados , nem joguem dinheiro.
Podera o Reytor quando Ihe pareccr , mandar ao campo os Collegiacs
todos juntos pera fe recrearein , emcomendando ao apontador delies
que os vigie , e dc tudo Ihe venha dar conta , pera os caftigar confor-
me a culpa, e tres vezes no anno Ihe dara hum jantar no campo , e
ferfi o jantar mais acrefeentado aondc o Reytor fe achara prefente , e
,
do gafto que fizer fe fara defpeza cm titulo apartado , como fe dilTe
jios dos Reyes.
CAPI-
da Cafa âl Tortugue!?â, ^13
C A P I T U L O \'I.
Obrigaqao do Reitor ,
e partes que nelle devem concotrer.
Sera hum
Sacerdote de aprovada virtude , de que cu tcnha mul-
ta fatisfii9a& , que faiba bem‘ canto , e latim , pera fazer experiencia
da utilidadc , que tira& os Collcgiaes dos feus eftudos , fara guardar
eftes eftatutos coin muita pontualidadc , e pera que todos os faibao ^
e a obrigaâo que delles rezulta , mandara fe lea6 por liâo , de quan-
do cm quando ; farfeha refpeitar , nera com dies tenha facilidade
nem amizade algua , mas a todos trate com igualdade , refpeitando
com tudo aos de melhores procedimentos melhor efludante , e que mof-
tre mais vcrtude , e feja de maneira que os mais entendao que por
,
efte refpeito , e aflim fe animem pera o imitar , farlheha fuas praticas
efpirituaes, quando Ihe parecer , principalmente na Vefpora do dia
cm que fe ouverem de confeflar. Comera fempre no rereitorio com
os Collcgiaes , e nao levara a comer algucm de fora ao refeitorio , nem
tera hofpeJes noCollcgio, nem dentro nelle data dejantar aalguem,
nem que pdToa de fora durma noCollcgio. Benzerlhcha ameza, ou
o mandara fazer pello Collegial , que for de Ordens Sacras , e dari
defpois as gramas, tera cuidado de os vigiar no tempo darecreagab, e
tempo de eftudo pera faber em que paffao o tempo , de quando em
quando aflifta a 11936 , e veja o fruito que cada qual tira. Data coin-
panheiro ao Collegial que mandar fora , trabalne muito porque aja
conformidade nos Collcgiaes , nem confinta , que entre alguns aja ini-
mizadcs particulates , nem outros andem em differen9as , e qualqucr
defte extremo compora como convem , nem conlinta que tiaga6 facas
configo, c fabendo que algum anda em peleja com outro, os fara ami-
gos. Quando os caftigar por alguas culpas feja no refeitorio diantc
de todos , dizendo porque os calliga. Saird poucas vezes fora do Col-
legio , e quando fair deixe o Collegio encomendado ao Collegial mais
antigo. Sera o Reitor apontador do ineftre do Canto , pera informar
quando for ao quartel como continua. A rc9a6 do Reytor fera nos
aias de came ties arratens , e tantos nos dias de peixe , feis padas de
pa& pera elle , c feu mo9o fe o tiver , e quarenta reis pera vinho , e
nao (endo o Reitor Cappcllao , ou peflba , a quern eu d6 renda por
outra via , tera a mefma re9a6 , com mais vinte mil reis , pera fe vef-
e a feu mo90 , e os requerimentos dos Collcgiaes em quanto
tir aflTy ,
eftiverem no Collegio correrao pello Reytor , pera elle os comunicar
aosoffidaes a que tocar.
CAPI-.
,
6 Turovas do Liv. VI. da Hijloria ênealogica
C A P I T U L O A ll.
Do tempo tjue os CoUeîaes hao de ejlar no Collegia , ajjym pcra fervi-
rem na Cappclla ,
como pera ejludarem latim , e canto.
Ordinariamcntc cftara cada Collegial no Collcgio oito annos

quatro pcra fervircm na Cappella , e cUudarem canto , e outros qua-
tro pcra dhidarcm latim, o qual tempo Ihc podercy variar, confor-
mandome com o tallento de cada hum delles , de modo que fe hum
cantar tipic , mais de quatro , finco , ou mais annos , lempre fervira
naCapclta, fern Ihc diminuircm os quatro annos de latim , ainda que
cxccda& os oito do Collcgio , c o Reitor tcra cuidado de faber dos
mdlres , que Ihc da& liiâb no dito Collcgio , fc fao diligcntcs , e
aproveitab bem o tempo.
C A P I T U L o vni.
Mejlre do Canto.
OMeftre do canto fe achara no Collcgio , no invemo as dcz ho-

ras de pcila menhaa , pcra que a efla hora leja o exercicio , aondc to-
dos os Collegiaes que na6 forem dludantes fe acharad fern aver cx-
cdFa6. As tardcs das tres por diante , pera dar liâb aos que tiverem
obrigaâb. No vera6 pella menhaa as nove horas , c a tarde das qua-
tro por diante edurara dla liâo hora emeya , e por cada vcz que o
dito mefbe faltar , fera apontado cm mejo toAao.
C A P I T U L O IX.
'
Port eiro ,
Cufmheiro ,
e Comprador.
Pcra o ferviô defte Collcgio havera dous ferventes, hum que

feja colinheiro ,
outro portciro , ajudandofc quando convict hum do
outro ,
e qualqucr ddlcs de que o R.citor hzer mais confianâ , fara o
officio de comprador , a reâo de cada hum fera como de hum Colle-
gial , e de ordenado cada hum trezentos reis pormez, nao fendo ef-
cravo, e o portciro turd fempre a porta fcchada , emquc eftara hum
rallo pcra quando for necclfario falle primeiro por cllc que abra a
,
porta , o qual afliftira fempre , e nao nira lora , fern liccnâ do Rci-
tor pera mandar p6r outro em feu lugar. O
portciro tcra obrigaâb
de varrer as cazas , e ajudar na cozinha . quando for nccefl'ario , princi-
palmente a hora de comer , c defpois aas ave marias , tera cuidado de
fechar logo a porta da nia , e do quintal , e Icvar as chaves ao Reitor,
e fendo nccclTario abrirfc a porta de noite, hira o Reitor em pcITba
com hum Collegial abrilla , c eftando empedido , hira hum Collegial
antigo abrilla com outro.
CAPI-
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1 ,
,
,
da Cafa %eal Tortuguesâ. 6 $
C A P I T U L O X.
O cuidado que fe ba de ter com os doentes.
Avera huma caza feparada ,

que firva dc infcrmaria ,
pcia que
adoecendo algum dos Collcgiaes feja a el la leyado, ecurado com mui-
ta charidadc ,
e pcra ifto avera hum enfermeiro , quo no principio do
anno o Reitor ellegera , e fera pdlba bem inclinada , e avendo algum
docntc , fcra efcuzo das obrigagoens da Comonidade , pcra que mc-
Ihor alfifta ao cnferrao , e o Reitor vigiaia fobrc a cura do tal docntc
de modo que Ihe na6 faltc nada , c I'endo necclTario , fe Ihe acuda a
tempos devidos com os Sacramentos da Igreja , e morrendo algum Col-
legial , fera enterrado cm Santo Agoftinho , aonde tern fcpultura , e
hira acompanhado com dofe CIcrigos , doze pobres com doze toclias
eduas conlrarias com minha Cappella, c osgaftos fcra6 porconta do
Collcgio, cfelhcdirao vintc mitl'as porcada hum que morrer noCol-
Icgio, e o Reitor com os Collcgiaes Ihcfarab hum ofHcio de nove li-
90& na tarde do primeiro dia , nao enrpedido , depois de feu fallcci-
niento, e no feguinte Ihe cantarab osmefmos Collcgiaes na Cappella
hua milfa , que o Reitor dira , ou quern Ihe parecer , e o corpo fera
levado a fcpultura , na tumba da irmandade da mizericordia.
C A P I 1' U L O XI.
Como fe ha de haver 0 Reitor na cobranga das rendas do CoUegio.
Por conta do Reitor correra a cobranâ das penôes , c diftribui-

90CS , que o Collegio tern . c a(Rm mais o dinheiro , trigo , e azeite
que Ihe efta confignado no Almoxarifado dc Villa Vijofa clhcvay lan-
9ado na folha dns ordenados do dito Alinoxarifado , pcra todos os gaf-
tos dos ditos oito Collcgiaes , c do Reitor , c dous fcn'cntcs na forma
atras declarada , e pcra medico , c botica , e a cobranja he por efta ma-
neira ; oitenta mil reis de pcn9ao que paga o meftre efchola da Colle-
giada da Villa de Barcellos ; quarenta mil reis na Igreja dc Cabello , e
alTy mais dofe mil reis dc foro da herdade do Landroal , e cento e dez
mil e fefenta c oito reis cm dinheiro , e oito moyos , e quarenta e oito
alqucircs de trigo , c vintc e quatro alqucires dc azeite , que Ihe vao
lanâdos nas ditas folhas , c feis alqucircs de azeite mais de fbro dc
hum olival a Sao Bento , que paga Antonio Dias , porque as mais ren-
das que eftavao aplicadas ao dito Collcgio , cobra o dito Almoxarifle
pcra a minha fazenda, que fa6 os rciidimcntos das hortas doOrcllial,
c da tapadinha , e dous moyos e vintc e fete alqucircs de trigo , c vin-
tc c fete .alqucircs dccevada das herdades alcm dos quartos da do I. o-
bo, eVal ueVifa, c a carta das ditas penôes diftribuiôens dinheiro,'
trigo , c azeyte , c mais foros , Ihc fara o eferivao , que pcra ilfo clla
nomcado , ou o que pcllo tempo cm diante nomcar , no livro de liia
receita cm titulos apartados que o Reitor aflinara , e do quo receoer
das
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,:,
6 i6 Turovas doLiv. VI, da Hijloria êrualo^ca
das ditas penôcs ,

e foros , dard as quitaô^ , que forem necedarias
alllnadas por ellc c pello dito efcriva6 , e do que Ihe entregar o dito
Almoxaril'c Ihc paflara conhcdmcnto ein forma pcra fuas concas.
C A P I T U L O XII.
A dcfpcza fera della mancira ,

hum dos Collcgiaes mais intelli-
gentc que o Reitor nomcard fera efcrivad della , fard no principio dc
cada mcz hum cademo , que flr\'a pera o pa6 , carne , c peixe , e mais
couzas que fegafl;a6, e no rollro delle fepora hua nomina, que fir-
va dc Icmbranâ das rcôcns que fe da6 , e a que pelToas nelb forma
Memeria das redoes tjtu fe bao de dar cada dia no Collegia

dos Reis , no mez , de tal anno.
Padas Carne ,
ou peixe Vinho.
Ao Reitor 6 3 arrateis i Canada.
A fulano 3 c dc pcixc i.
E della maneira hira6 continuando , c fe fcrrard a taboa , incluindofe

cm duas fomas hua dc pao , c outra de dinheiro , o que a> rc9oes mon-
ta6 cada dia , pcllos prcôs ordinarios , c cfla fe nord no principio do
cadcrno , do gallo dc cada mcz. E logo na folna aondc fe ouvcr dc
comcjar o gallo das redoes fe dird della maneira.
Tal dia , primciro do mez , montara6 as reôSs tanto , que he
o mcfmo que monta a nomina , e fe tirard as margens , na lorma cm
que clla dito , ao fcgundo do mez montara& lanto , por fe dclcontar
a reâo de fullano , por ellar doente , e fe Ihe dar rcccita. A trcs mon-
tarao tanto , porque fobio o carnciro hum real , ou dous por arratel.
A quatro montarao as redoes tanto , porque fobio 0 carnciro , e abai-
xou a vaqua. A finco montara6 tanto , porque vcio dc fora fulano
ou porque fe foi fulano. O
azcite que Ihc entrcgarem , terd delle cha-
vc o Reitor , e fard expcricncia do que gaHa6 as candeas cm hua noi-
te , pera o mandar defpendcr conio Ihe parccer , e porque convird
comprarfe algua couza por junto , como paflas, figos, &c. afli o fa-
5a o Reitor aircntandofe no mcfmo quaderno do mez em que comprar,
eocuAo que fizer, e dillo terd o Reitor a chave , e o hird defpen-
dendo como Ihe pareccr , c feja de mancira que fempre fe deixe ver
UC na6 cxccdco o modo , fara cada anno hum quaderno que firva de
3 efpeza , da roupa que gaAa& os Collcgiaes , ou feja dc linho , ou vef-
tido ,
fapattos ,
e calôcs.
CAPI-
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,,
da Cafa %eal Tortuguesâ. 6i'j
C A P I T U L o xin.
Vizit a que fe ba de fazer cada enmo ,
e cent as qr/e febao detomar.
Sera oCoIlegio vizitado hua vez no anno no fim deDezenibro,

por duas pclToas que eu ordenar , hu5 dellas fara o officio de eferivao.
Hira6 ao Collegio no dia em que os Collegiacs eftiverem defocupados
tendo primeiro mandado rccado ao Reitor , pera Ihcs ter preparado
caza , e o mais necelTario pera fe eferever a vizita , eftando affy no di-
to Collegio , chamarad ao Reitor , e Ihe dara6 jurênto , que fobcar-
go delle diga o que fabe dos Collegiaes , fe ha'algiim inutel , que
nao aproveite o tempo , e de que fe na6 efpere emmenda , e qiie ad-
virta , o ê Ihe parecer neceffiario , pera bom governo do Collegio , e
o que difler fe el’creverd. Pedirlheha6 os Vizitadores , Ihc dfi os efta-
tutos, elivros da delpeza que fez naquelle anno pera verem fe efta5
conformes. Oefpedido o Reitor virao os Collegiaes hum por hum
conforme fuas anciguidades , e affientado Ihe darao juramento , c Ihe
hirao lendo os cllatutos , Capitulo , por Capitulo , pcrguntandolhe
meudamente pella obfervnncia delies, eoque difler feelcrevera, eaf-
finara ; vcra& todas as couzas do Collegio e pcllo livro da carga vera&
,
fe ha alguas couzas por carregar , e das que acharem carregadas pedi-
rao conta aoRcytor, edetudo porao aflento no livro, no que rezul-
tar defta vizita , avera muito fegredo , e fo a my fe me revelara. Os
liyros das contas etitregara o Reitor no fim de cada anno na meza de
minha fazenda , pera lhas mandar tomar , e da rczoulaô dellas fe me
dara conta. Os Vizitadores tera& cuidado de pedirem ao Reitor Ihc
moftre as informaôes que fe tirara6 pera qualquer dos Collegiaes aver
entrado no Collegio, eafly o livro que o Reitor devc ter, aonde ef-
tao os alfentos dos Collegiaes do dia , mez , e anno em que entrarao
cjuc dira alTy ; A tantos de tal mez , e anno fullano de tal parte , fi-
,
iho deftc , ou daquelle , entrou neftc Collegio , pellas informaôes
que le fizerab por tal peflba , e tanto que acharem que qualquer del-
les tenha comprido oito annos , que he o tempo , que Icmito , e que-
ro que os Collegiaes poflab ellar no Collegio , me darab dillb conta ,
pera o mandar difpcdir fe me parecer , ainda que nab tenha cometido
culpa algua , fern pello ferviô que tern feito ao Collegio , minha fa-
zenda , ncm minhas rendas Ihe ficar em obrigaâb algua por parecer
,
que eftes oitq annos ,
fab baftantes ,
pera fe aprovcitarem da boa dou-
trina que , epera tomarem eflado , dandolhes odito
nelles Ihe enfina
Collegio nefte tempo todo o ncccfllirio , e porque parte das rendas
,
fab ccdcliafticas , e Icgados pios e he bem que as pdlbas que de taes
,
fe fuftentab
,
aproveitem bem o tempo nos exercicios neftas ellatutos ,
declarados ,
e que trabalhando da fua parte , como el'pero o fogab , ve-
nhab a merccer as merces
que Ihe dezejo fazer , farab muita delligen-
cia os Vczitadorcs, pera Ic informarem dos tallentos dos Collegiaes
e achando algu ncgligente na giiarda defies ellatutos ou totalmcnte
,
ynutil e fern efperanca de aprovcitar
,
me darab dillb conta cm fegre-
Tom.lV. liii do.
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8 : , , ;; , ,
^1 Turovas do Uv. FI. da Hiflorla (feneah^ca
tio e eu os mandarey dcfpcdir fem Ihe dar algua fatisfaâo , como af-
,
lima fica dito , ainda que na6 tcnha6 comprido os oito annos. E cf-
tes cftatutos fc rcgiftarao no livro dos Alvaras quc fcrvc na caza dc nii-
nlia fazenda , c fc Icrao aos Coilegiacs , e mdtre do canto , eftando
prezente oRcitor, emais officiacs , cdccomo a(Ty fe tez fefara tcr-
nio nas coftas dcftc pcllo eferivao do dito Collegio , adlnado por die
cpcllo Rcitor. Manocl Teixeira dc Carvalho ofez cm Lisboa a i8
deMarco de 164J.
'D^cripeton it la Tapada in/ifftie , Monte , y B.ecreachn del Ex-

celenti0imo Senor Du(jiie de V erganqa , de hope de Vega
Carpio,
I.
Si alguna vez mi pluma , fi mi lyra

Dcidadcs dcHclicona , iluflrc Coro
Ciho del verdc honor que a Echo admira
La nievc cn quc fufrib dcfprccio d oro
Del aliento quc nuincros infpira
Infundid a mi voz plcdro fonoro
Y d monte cantare , Delfos fegundo
Pai nafo a Portugal ,
milagro al muudo.
II.
O gran Teodofio , con quicn fiempre tuvo

El Jupiter del Rcyno Lulitano
Partido imperio , y cuyo Ceptro eftuvo
Por fangre cn vos , por lej-s cn fu mano
La tierra y mar que peregrino anduvo,
Sacro Icgislador del Orbe Indiano
Tambicn parte con vos fu Monarquia
Como en dos mundos fe devlde cl dia.
III.
A ora entre cuydados gcncrofos

Os tenga la grandeza del eftado ,
Aora cn cxercicios mas piadofos
En tan altas virtudes ocupado
Aora fugitivo a los forôfos
Reales penlamicntos , retirado
En die monte , que os dderivo , haziendo
Hurto loablc al popular ellrucndo.
Oyd,
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,,, :,
:; ,:, , :
da Cafa ‘Bfal Tertuguesâ. 6

IV.
Oyd , las grandezas que acabaron
Vueftros proêni tores felizmente,
Que hafta laiama barbara ocuparon
Por las ultimas lineas del Orientc
Mas de las grandes tierras que os dexaron
Aquel Monte que juzgan cminente
A quantos miran con ygual porfia
Argos la noche , y Polifemo el dia.
V.
Y pues de toda Europa al ombro pefa
Senor , vueftra grandeza foberana
Oyd loque excelencia Portu^cfa
Parece dicho en lengua CafteUana
Prefto pienfo tomar mas alta emprela
Aunquc divina a toda ciencia Humana^
Y nutil pluma foy . mas fiempre veo
Que alcanna grandes cofas el dcfleo.
VI.
Qual tierno amante las paredes mira
Que no fe atreve al roftro de fu dama
Por la grandeza que de vos meadmira,
No fe atreve mi pluma a vueftra faina
Y afti para cantar ticmpla la lira
Mi Mufa que os refpeta quanto os ama
No las virtudes que efte Sol defcubren
Mas las paredes que tal vez os cubren.
VII.
Yazc no lexos de la inllgne Villa
.Corte de vueftra Cafa , la Tapada
Cercado ennueftra lengua deCaftilla,
C|ue tal grandeza pudo fer cercada
Verde , eminente , y ievantada filla
A filveftre Deidad ,
alta morada
De ocultas ninfas ,
de enramadas Drias
De floridas Napeas ,y Amadrias.
VIII.
Nunca libara en ti felva Ncmea ;
Grecia fangre , y aromas al valicnte

Alcides por la nera quo deflea
Rendir Febo embediofo en Julio ardiente
Ni a Pan Arcadia , o ruftica Tcgca
Coronara de pino la alta frente,
Si vieran efta Selva y
y monte oculto
Sacro fdcncio a fu profano.culto'.
.Tom. IV. liil ii Ni
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6 10 Turovas do Liv, VL da Hijloria ênealogtca
IX.
Ni dieraenamorado en Ida Frigio
( De
quicn proccden Simois , y Efcamandro)
De hermofura cii el mayor litigio ,
la
El premio a Venus , Paris Alexandro :
Si de naturalcza el gran prodigio.
(Esfera del Milefio Anaximandro)
Mapa del Orbe en efte monte viera,.
Ni el Norte de otras Oflas fe villicra.
X.
Cinco millas de largo y de contomo
Doze contiene el fitio inacceffible ,
Por muralla que cine en torno
la
A exteriores ofenfas impoffible :
Por quatro puertas dc viftofo adorno
Permite el muro tranfito apazible
Donde hallaran meior verdes Abrilcs
Hiblcos campos ,
Ninivcos penfilcs.
XI.
Arroyos dulces , con fonoros faltos
Los Campos corren por diverfas calles
•
Y duplican cl monte, montes altos,

Que forman prados , y dilatan valles :
Efconden fombras ^dc modeftia faltos)
Satiros viles , de disformes talles
Las claras felvas a Pomona , y Flora
Y duerme en fu jardin fieftas la Aurora,
XII.
La nemorofa Tempe, que en Tefalia
Con cterno verdor refifte al Cielo ,
Y la que del Guzman fertil Vandalia
Efconae libre al Caftellano yelo :
Las mas floridas que celebra Italia

Y mira el Sol en cultivado fuelo
No ygualan efte folo parto en parte
De la naturalcza ftn el arte.
XIII.
Por medio dc fus arbolcs fombrios ,
( Selvas que ignora el Sol , y amcnos pagos ,
Azeca , y Borba , caudalofos rios
Con manfa prefuncion forman dos lagos:
juegan lacivos por los vidros frios
Con altcrnado I’on los vientos vagos
Qiic por imitacion al mar quefieran
.Qiic ius ondas inengu;u-aii , y crccieran.
Mas
da Cafa l(eal Tortugueiâ, 6 it
XIV.
Mas ya que en vez de Focas , y Delfi ncs
Buelan el agua pezes plateados ,
Ya barcos
,
ya ligeros vergantines
El nevado cridal cortan alados.
No fuena por las margencs , y fines
La Zamola dc gritos acordados
Si no los dulces inftrumentos folos
Dc Orfeos , dc Anfioncs , y de Apolos.
XV.
Afidas las Nereides de las quillas
Oponen a los barcos las efpaldas,
Para podcr mejor de las orillas
Hurtar boninas , y texer guirnaldas :
Dexan tal vez las Candidas ccftillas ,

Que ocupan jacintos , y efmeraldas,
Que en viendo fieras , de nadar fe valcn
No por los hombres , que a niirarlos falen.
XVI.
Efta cifra del mar , ni vio tromenta
Ni al viento refpet6 , que a Venus grata
Transforma , como en ella fe apofenta
La fuperficie en laminas de plata
Serena en fu Criftal la noche atenta
Sus eftreUas tan fulgidas retrata ,
Que quien pafiara por el verde fuelo
Temer pudiera que pifava cl cielo.
XVII.
De tanta caâ el fertil fitio abunda
En rcgalada cared dilatada
Qiie aunque la yerva crece , el agua inunda
Defeubre faltas donde mas colmada :
Y como no ay temor que al viento infunda
La voz de que fe mueura recatada ,
Vienen a fer los numeros mayores
Que cl fuftento de yervas , y de florcs.
XVIII.
Timido conejuelo pavorofo
Siempre , aunque ticnc previlegio, y falva
Inquieto como al prado dclevtofo
La yerva entre las lagrimas del Alva,
Defprecia el gamo por la felva ociofo
Cogollos tiernos de florida malva ,
Y al frefno ,
al tierno Alifo , al olino verde
Con feguro temor las hojas muerdc.
Mas
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: , ,, , , : ,
6i% Turovas do Uv. V 1. da Hljloria (Jenealogica
XIX.
Mat prcflo lamcntaras , b Plancta
(îc del tcrccro cielo al Orizonte
Del Ciprio Idalio dceetidiile inquieta
Si Adonis habitara cn efte monte:
Mas prefto Ic viftiara de perteta
Purpura a aquclla flor , y al Aqueronte
Baxara fu bdleza cn fombra vana
Si eda fclva tc vicra en forma human:).
XX.
Mas prefto dc fu fangre los rubies
Que con tus ojos apimaftc tanto
F ucran hojas dc jafpes carmefics ,
Y Candidas a parte de tu llanto :
Tantos cn ella fon los javalics ,
Que fu tragedia tc caulara efpanto ,
Si verlos juntos tc dexara agora
LI Sol que cji dos crepufeoTos tc adora.
XXT.
Segura mas que cn Caftalia fuente
La cafta Diol'a fu marfil banara
Del claro Borba en cl criftal corriente,
O el dulce lago en cuyo centro para
Y dc Tebas cl Principe valicnte -
Menos lacivo a ver la cueva entrara
Si aunque ticnc mas ciervos , dc fu ofenfa
Tuviera tales muros por defenfa.
XXII.
No le llora Cadmo y ni ScmcIc
A quien llamava con mortal bramido ,
Como cl hcrido toro ardiendo fuclc,
Por las orejas debiles afido
No folo un Argos ay que fe dcfvcle
En Lince dc cicn ojos convertido ,
Mas tantas guardas que cl ganado
, , y caja
Parecc que una villa lolo abraâ.
XXIII.
Cubre el nativo ardor de manchas dc oro
Talcs toros aqui , que era baflante
Qualquicra a ler la imagen de aquel Toro
Dc Eenicia dolor , de Luropa amantc
Donde fe efconde por mayor decoro
E.lcilra ya del Mauritano Atlante
Ilermofa hi;a, que cclcbra tanto
De Troya cl fuego , con eterno llantq.
1
No
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J
,: , ,
da Cafa Tomênâ, 62^

XXIV.
No conociera aqui la Vaca aniada
Juno entrc tanta copia como cria
Fcrtil fus ganados la Tapada ,
Ni la velaran celos noche , )r dia :
Ni de Mercurio fuera conuuiftada
Con retorica dulce fu porna
Pucs defvclada en ôs advertidos
No les pufo defenla a los oydos.
XXV.
Aqui dc los cavallos facrificio
Del furibundo Marte ay tan hermofas
Madrcs quo ban dado de que Ion indicios
Como en el Betis faciles efpofas :
Porque en cl curfo , y d materno oficio

Excedcn las dehelTas Gamcnofas,
Si puede I'er que las dexaron graves
Dc Portugal los zefiros fuavcs.
XXVI.
En verdes vallcs de Jardincs ticnc
Quantas florcs ha villo el fcrtil Mayo
Que Coronado a produzirlxs viene
Dandole el Sol , el mas tcmplado rayo
Aqui la primavera fc enterticne,
Halla que ficntcn ultimo defmayo
Las varias almas del humor que adquiercn
Con que marchitas blandamcntc mueren.
xxvn.
Cincfccl Alva dorada fientc
Dd purpurco clave! , y la aûzena
Canoida , donde el agua tranfparcnte ,
Riiucfia corre entre muda arena
Cardeno el lirio , entre fu verde Oriente
Las conccrtadas hojas defordena
Y por moftrar Obn la hermofura el arte
Dc lineas dc oro en felpa azul las parte.
XXVIII.
La rofa del dclido tcmerofa
De aver hcrido con pungcnte efpina
La blani^ nicve , cuya fangre hermofa
Por caftigo le dio color tan fina :
Qual fudc ticrna virgen vergonôfa
Las cnccndidas hojas dctennina
En la verde prifon con luz tan breve,
Que a fcr conicta dd Jardin fe atreve.
Aqui
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, ,,, ,: ,
’Trovas do Liv. VI. da Hiftoria ênealogica
XXIX.
Aqui la EftrcIIamar , la cidroncla
El jacinto Oriental de dos colores
Palida Filopcndola, y Brufcla ,
Y el joven que a fu fombra dixo amores :
Salvia olorola ,
harpada pempinela,
Pompolb gcldre, exercito de flores,
Mexicanas ,
gigantas ,
miravelcs ,
Alargaritas ,
jal'mines , y Napeles,
XXX.
Arde en llamas doradas el Indiano
Clavcl ,
la manutifa en nacar nuro
Forma en »los hojas ,
cl pcnfil temprano
Circulos roxos en morado el'curo:
El Eliotropio . que perfigue en vano
A1 Sol , que de fu amor corre feguro,
Con otras mil que cl ayre aromatizan
Y los verdes jardincs entapizan.
XXXI.
Los arbolcs en Huertas no embidiaran
La primera del mundo a no fer pueda
De aquel Divino agricultor ,
ni hallaran
La mas famol'a a fu hermofura opucfla
Aqui las aves como en centre paran
Su Aiilo , fu region , fu esfera cs efta
Aqui tal vez cn ramas , tal en flores
Cantan fus celos , altcrnando amores.
XXXII.
Nadan el ayre ,
los plumofos remos
El Diafano campo libres cortan,
Y tocando a las nuves los eflremos
Ycaros , y covardes fe reportan :
Tal vez oyendo amantes Polifemos,
Que con ruftico acento las exortan
Ayudan los paftores , que a los prados
Suclen comunicar tiernos cuydados.
XXXIII.
Quo deftos ay tal copia ,
que parece
L^n retrato de Arcauia la efpeflura
Con que a la vifla ofrece
tantas cafas
La perfpeiliva de una gran pintura
Si como a partes ,
dellas fe guarncce
Haziendo a la mayor arquiteftura
Sc pudicran juntar, el monte fuera
Ciudad que nombre a vueftros campos diera.
:,,: ,
, ,: , , ,
da Cafa %eal Tortuguesâ. 62 J

XXXIV.
Su ruftica rcpublica os divicrte
Principe Heroico mas que los cAados
Quc con tan alta , y venturofa fuerte
Tcneys mas mcrecidfos que hercdados
Las aguas puras quc la tierra vierte
Por fuentes, por arroyos dilatados
Cafas , paftorcs , montcs , felvas , rios
Son del alma tal vez los Senorios.
XXXV.
Aqui dcfcanfa un alto penfamiento
Del pefo , del goviemo , del ellado
Y con olvido dc fu mifmo intcnto
Depone dc los liombros cl cu^dado:
Aqui tal vez un grave entcndimiento
Sc comunica a li mas defcanfado ,
Y como de Argos barbaros fe cfconde
LI mifmo fc pcrgunta , y fe refponde.
XXXVI.
No quicro dcfcrcvir vueftro Palacio
Por no quitar al campo folcdades
Donde vucftra grandcza hall6 cl efpacio
Que ofende populofas las Ciudades
Aquel del Sol , quc cn oro , y cn Topacio
Banb fu luz , fue esfcra de Dcidades
Alas die vueftro, en un defterto fuelo
Bafta que imite fabricas del Ciclo.
XXXVII.
Los Diofes de las aguas , que Vulcano
Pufo con artificio, pezes, y aves ,
Aqui fc ven con rio monte , y llano
Si no en colunas , fiilbs arquitraves
, y
I.os doze fignos de valiente mano
Las I'clvas nendo eclypticas fuaves
Pucs por un Aries tantos ven los prados ,
Vivos del Cielo ftgnos , en ganados.
xxxinii.
LI Toro quc pafs6 la bclla dama
Por quicn agora Europa nombre tienc
No folo ticne toros de mas fama
Pero con plaja ygual os entreticne
Aqui los corre , filva , grita , y llama
Aqui cl novillo al herradero vienc
Y como VOS foys Sol , con verlos Iblo
Le days mas luz , que al Toro , en Marô Apolo.
Tom. IV. Kkkk Si
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,:
,, :, ,,
6i6 Trovas do Uv. VL di Hijloria ênealogica
XXXIX.
Si alH fc mira Caftor abra9ado
Con Polux, ya fue ticmpo en quc fc via
Gcnerofo Duarte ,
en vos cifrado ,
Mas compania .
fraternal y iluftre
Efto en Abril
,
en Mayo matizado
El Cancro, que mordib quando corria
La bella Ninfa nor el verde fuelo
For quicn aora Ic da honor cl Ciclo.
XL.
Y en efte monte cn vcz del ponônofo
Animal , que del Cielo fucra indigno ,
Ticne fu lorma cn Borba caudalofo
F.l pez quc imita fu ccleftc figno :
E'l Leon quc por Elerculcs famofo

De fer Cafa del Sol fue entonces djgno
Mejor aqui , pucs al Leon dc Efpaha
Vueftra langre digniflima acompana.
XLI.
Dondc mejor que en vos la bella Aftrca
Teodofio excelcntiffimo , fc mira ,
La Libra la ygualdad que os hcrniofca
Pefo que el mundo en vueftra gloria adniira:
El Efcorpion quc vitoriofo afea ,
La vana gloria vil , y la mentira
Quc dio muerte a Orion , pucs que tan fuerte
Vueftra invi£la virtud Ic dio la muerte.
XLII.
Aprendib dc las Mufas de Hclicona
El Sagitario a fer tan gran Poeta
C^c dc los que os celcbran foys corona
Y afti teneys Esfera mas pcrfedla
Si Jupiter los pechos galardona
Dc la bella Amaltca , que interpreta
El Capricorno ,
quanto mas merecc
Quicn tanta fangre a tanto Rcy ofrcce ?
XLIII.
FilAquario en efte monte mira
Alayor copia que vierte Ganimcdcs
Y los pezes Auftrales dondc admira
Amor que a los Titancs temer puedes
,
Si Cupido , ft Venus fc rctira
Deftas de Amor caftiflimas paredes
Dondc virtud tan alta los eftorba
For pezes queden entre Azcca , y Borbx
Pucs
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: ,
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,,
da Caja *Iâl Tortugaeiâ.

XLIV.
Pues fi ticnc del Sol la ardiente Cafa
Los doze mefes, donde como cn efta
Afli yela el Enero , y Julio abrafa
La Primavcra en fus eftreinos puefta
Donde mejor defdc los montes
Para el fuego voraz lena difpucua
Donde ca9a mejor en el eftio,
Ni tal ribera cn duplicado rio
XLV.
Que es ver las frutas que embidiar pudicra
Aranjuez de fiempre digna fama
Dc Azeca , y Borba en la mayor ribera
Donde Tajo fe Junta con Xarama :
Aqui la roxa guinda , y verde pera ,
El membrillo pendiente de la rama ,
La maâna tenida en fangre y oro
Afrenta del Hefperido teloro.
XLVI.
I-a encarcelada nuez , y cn el herizo
La robufta caftana , y tierna almcndra
Barbaro al monte el nifpero invernizo
Que no feha dc comer donde fe engendra
Ciruela roxa ,
de color pagizo
Donde elpuro color el oro acendra
Con la morada endrina , y fu Bor cana
Y cn fu verde camifa avellana.
XL VII.
Aqui cl melocoton dpra el Verano
Nieva el durazno , y la granada abierta
Emilia del rubi ,
rebienta el grano
Por el celofo pecho defeubierta
Coral imita el aqufavfo en vano
Y crcce lin humor la higuera incierta
EJ paidcnte moral , la felva enxuta
Paladia ctliva
,
ya licor ,
ya fruta.
XLVIII.
No embidia cl cinamomo las congojas
Con que fe vifte dc fu flor leonada
Ni al ftcamor primero que las hojas
Pompofo de fu tunica morada
Ni cn la fazon dc las efpigas rojas
La flor azul del Agnocafto amada
Porque es fin heredar, profano luto
Reveflirlb dc flor arbol fin Iruto.
, ,, ,, ::: ,
:, ,, ,
Turovas doUv.Vl. da Hljloria ênealogica

xux.
Dcdalo no formara cl Labcrinto
'
Prifion del Alinotauro Pafifeo ,

Que en eftc monte ,
aunque por mar dilUnto
Alas fatisfecho hallara fu ddleo
No cclebrara Palas fu Aracinto
Ni Sicilb fu fertil Lilibco
Aqui vive Diana , y aqui folo
Alulico cs Alarte , y cajador Apolo.
L.
Salib cl anciano Borba dc fu arena,
Coronado dc fragilcs hinojos
Dc olorolb maftranô y dc verbena
De Verdes ovas , y corales rojos
Con tardo palTo a la ribera amena
Los liquidos criflales por los ojos
Difeorriendo a los pics , y en una fombra
Lc hizieron florcs , oriental alfombra.
LI.
I>as felvas que le vicron recoftado |
Llamaron las Napeas , y Amadrias

Que dexando los arbolcs, y el prado
De las aguas facaron a Drias las
Pero de todo el Coro a amor fagrado,
(Y mas falicndo en tan fdlivos dias)
Qiiatro folas llcâron a cantalle.
Las mas hcrmolas del ameno vallc.
LIT.
Lucinda Portugueza , que dc un vclo
Azul la nieve Candida cubria ,
Siendo ella Luna , y cl vedido cielo
Con hermofura igual refplandccia
Tendib las rubias herbas nada cl fucio
De quien terfos aljofares llovia ,
Que quando el Sol el Occidente dora
Las flores la aclamaron por Aurora.
LIII.
Finarda Florentina en el tocado
Texido a maripofas de colorcs
Pufo un pequeno amor cl arco armado,
Dandolc culpa dc matar de amores:
LI manto por los ombros derribado
Dc varies laberintos y labores
Un pecho defeubrio , diziendo que era
Amazona de amor , cada , y ligera.
Lau- i
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: ,,: , :

LIV.
Laudomira en verde tela
latina
Engafto la hcrmofura , ilullrc , y data ,
Y porque embidia a fu valor recela
De un teriftro , o cendal cubrio la cara
A1 ayre por la cfpalda el vclo bucla
Quc con el de fu pafl’o cn ondas para,
Por quien qualquiera vifta deterraina
Dulgura urbana , y gravedad latina.
LV.
Suclto cn ondas el mar de fus cabellos,
Si bien dulce tormenta padecia
Del vago vicnto que lafcivo en ellos
,
Alii crefpas luzes dilatava cl dia
Por dos arcos de amor , por dos mas bellow
Liizcros quc la noche el Sol confia ,
En Campos de jazmin de nieve y grana
Fuego efpir6 Belifa Caftellana.
LVL
El vclo de oro de marfil brunido
Partes a la atencion permite apcnas,
Hafta que del Coturno guarnccido
Prendc cn lazos de nacar aûzenas:
Admirado quedo como Florido
El prado que pisb , y cn vez de Arenas
Perias viftio la margen , y las fuentes
Dc nciSlarcs banaron fus corrientes.
LVII.
Borba que vi6 las ninfas tan hermofas,
Y de fus vallcs eftrangeras
las tres
La caufa perguntd y quc tan gozofas
Dc las fuyas las traxo a fus riberas
La de Italia le dixo las famofas
Cafas dc fu Provincia las primeras
Quc honrava el Duque con fu fangre , hiftoria
Digna de verfos de unmortal memoria.
Lvm.
La que en el trage fe moftrb Latina
De Cafa Imperial de Auftria le cuenta
la
La parte que a venir le determina
Defde Alemania a Portugal contenta :
Hablo la lengua , a quc mejor fe inclina y
Y quc mayor grandeza reprefenta ,
Loando al Duque en Ferdinando y Carlos
Dc quien tomb el valor , que pudo darlos.
Refpon-
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, : : ,: , ,
6 Trovas do Liv. V/. da Hljloria ênealogica

LTX.
Rcfpondiole tambicn la Caftellana
Con no m:nos honor que maravilla ,
Que con la cxcclcntifllnia dona Ana
Vino con otias nintas dc Caftilla
Y que I'u muerte que lloro temprana
A vivir la obligA I'u verdc orilla
Por ver entre fus lagrinias confui'a

fi
Fueire dc Portugal nueva Aretul'a.
LX.
LI rio cntonces le rog6 que todas
CantalTcn alaban^js a los cielos
O ya pronollicando alegres bodas
A1 generofo Duque dc Barcclos :
Pucs las Piras de Egipto , el Sol de RoJas

Y los demas milagros , y dcfvelos
Del arte , y el podcr al monte que hazen
Parnafo Celcllial ,
renduios yazen.
LXI.
Todas contentas a los claros vientos
Defataron vozes acordadas
las
Y dexando dcfpues los inftrumentos
' Hablaron cinbediofas , y embidiadas
I,as fieras , y los arboles atentqs ,
Los prados , y las fuentes foll'egadas ,

•
AlFi la voz a vuellra cafa inclina

Breve elogio dc amor, Ninfir Latina. . .
LXII.
Salve ,
6 Parnafi fplcndor ,
6 Mufarum
Lucidum decus, & cximia laude
Heros digne ,
virtutumque tuarum
Hiftoriain audi abfquc blanditia , & fraude
,
Et quamvis mihi ell perfpeilum parum

Ell'c , b Miifa quod feis , incipe , aude , i
Cadalium melos , & ut canatn lira

Dulci , tarn magnum dueem doda infpira. 1
LXIII.
Adi file profeguiendo de que modo
Tantos Emperadores os honraron
Dando laurel al Aleman , y al Godo
Que vuellra clara cllirpe propagaron
Pero liendo impolTible nablar cn todo
Defpues que con aplaufo la aclamaron
La de Italia cl'parzio la voz fonora
Qual fuelc dulcc paxaro al Aurora.
Chiaro
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, : , :: ,,
tia Cafa %eal Tortuûe^sâ. 6î

LXIV.
Cliiaro Signor, che come Sole fgombra
Ogni nebbia dime ,
porgi tua mano
E al fuon de I’aqua , in quefto lauro a 1’ ombra
Faro cantar le Mufe in pleftro humano
Non tanto lume , ignudo llile adombra
Gloria felice al Regno Lufitano
Et cofi canterb del Borba a 1’ ondc
Infra bianchc rugiade,
e verdi fronde.
LXV.
Defte principio procedio Finarda
En un clogio infigne , a quien la hermofa
Lucinda acompaiiar dil'creta aguarda,
No mcnos grave en lengua que graciofa
El rio que la mira tan gallarda
Y de cantar la patria codiciofa
Mil lauros le previene , y del Idioma
Patrio , mayor plazer , mas gloria toma.
LXVI.
VofTa Alteza Real , 6 invifto exemplo
Della ditofa , e da palTada idade
Em quern tudo he valor quanto contemplo
E com alta grandeza urbanidade
Sem ter inveja a Rey de Revs tenrplo
Os olhos de tab alta Mageftade
Abaixe ao pledlro, que hoje canta em rima
Pois he tain certo que quern fabe , eilima.
LXVII.
Afli cantando fue la Portuguefa
Con eelebrado aplaufo larga hilloria
A quien por la duûra que profeffa
Entrambas concedieron la vitoria :
La Callellana luego a la alta emprefa
Intrepida difpufo la memoria
O Mufas perdonad que me dilate
y que cn mi lengua fus grandezas trate.
LXVIII.
Del primero don Juan ( dixo ) el primero
Duque de Verganja Alfonfo ( atento ellando
El monte , del principio al fin pollrero
Los terminos dillintos igualando^
Gloriofo hijo ,
a Sol tan verdadcro
Las virtudes efplendidas mirando
Aguila foberanamente unida
A la perenc fuente de fu vida.
Casb
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, : :, , ,:
^lovas do Lh. VI. da Hijlona êneahyca

^3 2
LXix:
Cash con la bcUilTima Senora
Dona Beatriz ,
del grande Condeftablc
Nuno Alvarez Pereyra , hija que adora
Su patria ,
por iu prenda iieniprc amable :
Del pardo Ocafo a la rofada Aurora

A1 lepulchro del tienipo incontraftable
Sera la fama de un varon tan claro
lin bronze ,
en oro ,
en jafpe ^
cn marinol paro.
LXX.
Della dichofa junta Himineo
Nacio Dona Yl'abel , que del InFantc
Don Juan lue efpofa , y de tan digno empleo
Triunfo la muerte, que no ay bicn conftante
Mas refultb de lu cruel trofeo
Gloria a Caftilla , <ye oy vive cn diamante
Porque cal'ada con Don Juan Segundo
Y label al mundo.
Nos dio , y eterna lama
LXXI.
Nicta pucs la Catholica heredera
Del claro Alfonfo Duque de Verganâ, ,
(ê cs la gloria mayor , o la primera

Que clla I'amilia efclarccida alcan^'a ,
Fernando de Aragon unica esfera

Del perdido favor de la efperan§a
Casb con clla en tan dichofa cftrclla
Qiie fue gloriol'o Principe por clla.
LXXII.
Dionos la hermofa Juana , por quien vino
I>a Cafa de Aullria por Phelipe a Efpana
Ya Cathclina de valor divino ,
Y tal que a Inglaterra en gloria baha
y para Dinamarca el peregrino

Sugeto de Leonor , mas por hazana
De mayor nombre aquclla gran Maria
Que honrb de Portugal la Monarquia.
LXXIII.
. Que tcrcera muger del bifabuclo
Gloriol'o vneflro Don Manuel , florece
Segunda vez del Lulitano fuclo
Y lo que rccibib doblado ofrece
Del primero Phelipe el alto cielo
I. a F.uropa fclicilfima enriquece
I'.l arrrgantc Scita fc deshaze
Nace cl gran Carlos , F’erdinando naze.
Dofia
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: :,:, ,,, , )
da Cafa 7(âl 7*ortuguei(a, 633

LXXIV.
Dona CoftariM dc Norona hcrmofa
Nicta del Caltcllano Rey Enrique
Segunda , del primero Alfonfo , efpofa
( Porque mas fuerâ a vueftia linea aplique
Lo fuc de Don Eernando en paz dicnofa

Para que mas fu gloria llgnifique
Hijo del Lufitano Rey Duarte,
Ceptro que con el Sol terminos parte.
LXXV.
Nacib Don Manuel , de dondc infiero
Segunda vez la linea deduziife,
Por Yfabel, y por Don Juan Tercero
Para que no pudielFe divertirfe
A1 Duque Altonfo fucedio cl primero
Fernando , donde buelvc el tronco a unirfe
El tercero al fegundo , cuya gloria
A la immortaliilad confagra hiAoria.
LXXVl.
De fii Efpofa Yfabel de los Infantes,
Don Fernando y Beatriz hija dichofa
,
(Benignr.s las Eflrellas circunftantes )

Don jayme vio la luz del Sol hermofa
No cn Porfido, cn zafiros, en diamantes
Generacion tan.alta , tan gloriofa
Eferiva el tiempo , fi cn el tiempo cabe
Confervacion de maquina tan grabe.
LXXVII.
No fc precie Alexandro que fu padre
Fue Jupiter adultero ni Alcides
,
De la deshonra dc fu incada mad re,
De que oy Amphitrion judicia pides !
No es bicn que origen fabulofo quadre

R oma a los montes con que el cielo mides
Olvida los dos hijos de la loba ,
C^!c la gentilidad al cielo roba.
LXXVIll.
Vano fubes alia , loco Factonte
Defvanecida afrenta de Cliincne ,
Aunqiie corriendo el cdrcllado monte,
Cuentes los paralclos que cl Sol tiene
Tu Sol
,
tu padre incierto , a mirar ponte
Dc quien familia tan dichofa vieiie,
Para que vean Alexandro, Roma
Y Alcides que mas alto origen toma.
Tom.lV. I,m Del
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: , ,
: ! ,
Hijloria ênealogica
^34
LXXIX.
Del generofo Duque de Medina
Sidonia hija Leonor muger prudente
Y el Duque Jayme heroyco , a la divina
Yfabel procrcaron felizmente
Efta en altas virtudes peregrina ,
Como rayo de Sol tan eminente,
Casb con el Infante Don Duarte
Hijo de Manuel , hijo de Marte.
LXXX.
Nadb de tal planeta y tal Eftrella ,
,
Que nunca tiempo eclipfe olvido aflbmbre ,
Ni tenga edad juridiôn en ella

Tcodofio quinto , aunque primero en nombre :
Cash con Yfabel fu piima bclla ,

Dondc Alencaftro generofo nombre,
De Inglaterra os dib parte tan alta
Que cl AuguHo laurel , que os cine ,
efmalta.
LXXXI.
De aqueda union deftc Himineo divino
Con virtudes y dotes foberanos
,
Vueftro padre nacib Principe dino
De Homeros ,
de Virgilios , de Lucanos :
A quien ygual valor , ygual dcAino

Enlazaron las almas, y las manos
De aquclla Screniflima Senora
Famola al Occidentc , y a la Aurora.
LXXXII.
La excelfa Catalina , aquel exemplo
De virtud , y grandeza ,
que jpouia
Dexar al mundo menos que cue templo
De quanto bueno el Cielo puede , y cria
Quando los rayos de e(le Sol contemplo
La mifma luz , que a vuedro Sol me guia
La vida me defmaya , que ya no ay vida
Que la claridad tan fulgida refida.
LXXXIII.
Aqui los ojos humedece el llanto
Difunta vicndo aquclla maravilla
Ana divina que quiddes tanto
Del Condcdable Sol , luz de Cadilla
Timida voz ,
mas patria voz levanto
Adondc pifa el Sol fu eterna (ilia,
Por ver life dignad'en fus cdrellas
Dc ver que Uora Portugal por cllas.
Mas
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da Cafa %eal ôrtuguesâ, 6^^
LXXXIV.
Mas como el gran Duaue de Barcelos
Duarte , y Alexandro aexa al mundo,
Parte del Sol que fe llevo a los Cielo*
En gloria embuelve aquel dolor profundo
Y en medio de tan graves defconfuelos
Al plancta del circulo fegundo
Ygualo el penfamiento que en fu Idea
Con terrefu’es memorias Cielos vea.
LXXXV.
De aquel excelentilfimo Duarte,
Hcrmano vueftro , que dir6 fin miedo !
Por mas que amor me ayude , enfcne el arte

Pues a fu proporcion tan lexos quedo :
Dcfpues que por el tuvo en vos tal parte
La iluftrinima Cafa de Toledo
Mis Mufas hazen mas alegre falva
Al alto nombre de Oropefa y Alva.
LXXXVI. ‘
Qiie hyperbole no fuera corto , y vano ,

Si I'u valor encarecer quifiera
Poroue VOS folo fuerades fu hermano
Y el tambien folo vueftro hermano fuera
En fin de vueftro nombre Lufitano
Toda Europa Senor Keys efpera
Y Elpana por los fuyos venturofa
Agradecida mas , y mas gloriofa.
LXXXVII.
Mas ay que tiernamente me entriftece
La fandla inuerte del Senor mas fanto,
Que dejufto dolor materia ofrece
A Efpana ,
al mundo-, que le amava tanto
Ealta a la ticrra ,
el Ciô fe enriquece
De alma tan pura,
pero ceffe cl llanto
Si en tan divinas prcndas dexa,
y copia
Su hcroyca vida , y vueftra fangre propia. .
*
LXXXVIII.
Que Carlos de fu tronco procedido
(ûinto en la Esfera donde reyna Marte ,
Al prudente Felipe efdarccido,
( Para quien falta a la materia el arte
Con tal gloria dara , que rcduzido
El Orbe todo a fu podcr , la parte
Que os pudo dar a vos tan alta fuerte
Le dio de Sebaftian la infcliz mucrte.
Tom. IV. ~ Llll ii Alii
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: :, ,
, ,
6^6 ^fovas do Liv. V1. da Hifloria ênealogica
LXXXIX.
Aliipcqucno nino herido os veo
Banado cn fangre el cicrno roftro hermofo
Del Africano ^rbaro trofeo.
Mas qûe todas fus Lunas Sol preciofo
O’ cafo lamentable que dcfleo
Rcprimir con filencio laftimofo ^
Pucs quando el monte que dcfcrevio fuera

j
Su duro centro converticra en feral

XC.
Ay Africa cruel , quando tu arena
De tanta Lulltana fangre honrada ,
Verfe pensb ni Efpana de horror llena
,
Adonde la file la efpada
defdicha
Aqui quedo de la pena ,
del llanto
, y
La Ninfa cn vivo marmol transformada
Borba con cl dolor halla el abifmo
De fus criftales ,
fc arrojb en li mifmo.
xa.
Y aqui Senor tambicn que cuclguc es jufto
La Lyra a un roble deftc verde monte
Quien de tan alto Sol (Principe Augufto)
Osb (fi bien fuc amor) morir Faetonte
Otra mayor , mas no con mayor gufto
Por vucllros altos Cielos fe remonte,
Que yo con folo amaros he cumplido ,
Y que VOS lo fepays por premio os pido.
Decrete delRey D, Joao o IV. pelo qual nomca ao Infante D.

Duarte Jeu irmad, Commendador mdr da Ordem de Chrif
to, e ao Infante D. A0ônj'o , feu filho , Commendador mbr
da Ordem de Santiago. E/ia no livro dos Decretos da
Mâ da Conjeiencia , e Ordens , donde o vi.
Nuni.270 que fora6 grandes que fc feguirab a ella Co-

as utilidades
uniao dos Mellrados das Ordens de Chr fto Santiago e
An *o
I
•
4 8».
<5
^yjj ^ g iguaimentc grandes as utilidades que com ella receberao as
mefmas Ordens per(fcra&fe com tudo alguas couzas e a mais princi-
pal quo he o uzo da Mclicia para que forao inftituidas , na& o reten- 1 ]
do hoje mais que nome fendo tab necelTario no tempo prezente em i i
ue as guciTas do Rcyno c o pouco cabcdal com que fe acha para fc . i
a efender de feus inimigos pcacm que todos os naturaes o defendab I j
'
como fua verdadeira patria e a min como feu verdadeiro mellrc Rcy { 1
c Senhor natural ainda quo o na& tiverab por proliyab c porque dc- (
VO como Rey , e como Aleftre tanto por obrigajab dc confcicncia t

como .
-
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da Cafa *Keal Tortugueiâ. 37
como pela convenieiicia do Rcyno fazerlhe guardar fuas Difiniôds ,
bulas uzos e cuftumcs , procurando achar para meyo convcni-

ilFo
, ,
cnte fe me ofercceo o de Ihe noinear Commendadores mayores com

,
tal jurifdiâb que fern terem as doaôcs do Meftrc

tenhao com fubor-
dcnacad a ele quazi as mel'mas faculdades honrranuo-os com tantas c
tacs priliiminenfias , e renda c efcolhendo para itio pcimas de taes
qualidades parte:; c authoridade qual em outro WO}Pp le bult^va para
a eleiâo de Meftrc para que com efta cabeâ fatisfaâo os Cavallci.
10s e Commendadores aos emcargos com que pcluem os bens ede-
ziafticos e liaia pefoa particular que fern fe devertir a
outra ocupa-
9ao , trate com o cuidado que conivcm de razer , e viver Icus iubdi-
tos dentro dos limites de fuas Regras e os ta§a acudir a fuas obriga-
90cns e os exercitc no uzo da mclicia que he o principal. E porque
para ifto fe confeguir pode fer necclTario fuplicarem alguas couzas a
Sua Santidade e difpor outras com a jurifdiâb que me toca como
Meftre. Hey por bem que a Meza da Confciencia e Ordens comfe-
rindo com toda atenfab , materia tao grave c tab importante como
efta he me diga como fe podera difpor milhor efta rczulu9ab minha
e mais ferviô de Deos
,
Beneficio das ordens e utilidade do Reyno
que as fuftenta ajudando o muito particularmente nas guerras e trab.i-
Ihos em que fe kha formando logo Regimento que Ihes parcce de-
vem ter os Commendadores mayores o que podcrab obrar fern miti
c o modo em que Ihe hab de fer fubordenados os mais Commenda-
dores e Cavalleiros
,
c a minha tenfab nefta parte dcclarara mais lar-
gamente na Meza Antonio dc Mendonfa a quern a comuniquei e
porque pela clcyâb de pcfo.as que fa«jo para Commendadores mayo-
res c pela re.ida qua Icmito a cada hiia deftas Dignidades fe emten-
dc milhor a jurifdifab que Ihcs convii-a ; Fuy fervido nomear para
Commendador mavor da Ordem dc Chrifto ao Infante D. Duarte
meu muito amado e prezado Irmab e de Ihe limitar doze mil cruza-
dos dc renda nos bens da mcfma Ordem que fe Ihc prefarab pelo da
Commenda mayor e pelas Commendas que pcfue pofto que fejab da
Caza de Braganya que tornarab a cla depmis dos dias do Infante e
chegado eftc tempo fe nomcarab outras a Dignidade em feu lugar e
o que faltar para fuprafazer toda a quantia fe fatisfara pelas que fo-
rem vagando fem prejuizo do provimento da dos Soldados que que-
ro e he jufto prefedab a tudo ; e para Cominendador mayor da Or-
dem dc Santiago nomevo o Infante D. Affonfo meu muito amado e
prezado filho e Ihe Icmito , e a efta Dignidade dcs mil cruzados de
renda nos bens da Ordem que fe contarab pela Commenda mayor e
pelas mais Commendas ou bens da Ordem que parecer , c ao Com-
mendador mayor da Ordem de Avis que hqje he D. Francifeo Luis
de Lencaftre limito outo mil cruzados dc renda para o que Ihe afino
a mefma Commenda e o que faltar para efta quantia fe fatisfara pe-
los bens da mefma Ordem e rendendo a CZommenda mayor mais que
os ditos outo mil cruzados o que mais render fe convertcra depois
dos dias de D. Francifeo cm Commendas piquenas. E porque pela
auzcncia do Infante D. Duarte c pela raenoridade do Infante Dom
Ali'on-
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;
^38 T?iovai do Liv. VI. da Hijloria (jeneah^ka
AP.onfo e tambcm pela aiizcncia dc D. Francifco na6 podem ter o

excrcicio defte pofto e lie nccelFario nomcarllie Tenentes com a ma-
yor experiencia da guerra que fe podcrem achar e com tacs qualida-
dcs , partes e valor que polii& dar fatist'afa6 a tudo o que fica referi-
do nefte Dccrcto Ouve por bem nomcar para Tenente do Commen-
:
dador mayor da Ordem de Chrifto D. Vafeo Mafearenhas Conde de

Obidos do meu Conl'elho de guerra c meu muito amado fobrinho
e para Tenente do Commendador mayor da Ordem de Santiago a
Pedro dc Mendon<;a Furtado , Alcaide mor de Mourao. E para Te-
nente do Commendador mayor da Ordem de Avis a F'ernao Teles de
Menefes do meu Confelho de Guerra e a cada hum defies Tenentes
liniito nos rendimentos das Commendas mayorcs cem mil reis de I'ol-
do por mes que venl'crao cm quanto cxcrcitarcm eftes poflos que fe-
ra cm quanto eu ouver por bem e na& inandar o contrario emcomeiv
do muito a Meza que fern fe devertir a outra ocupal'ao cm quanto cfla
diirar tntc e concilia efte negocio para o que fendo nccelfario me da-
ra conta , e vira a Meza a mi todas as vczes que comvier em Lixboa
a trinta de Mayo dc mil feifeentos quarenta c oito. Com a Rubrica
dc S. Alagclladc.
Confere com o original
Manocl Coelho Vellozo.
Carta do Senhor D. Duarte , yara 0 Braganqa D.Joai

Diujiie de
oil. Original, queJe conferva na Livraih m. /. do Du-
que do Cadaval , tom. jp de papds varios, pag. 122
donde a copiey.
SENHOR.
Dit.n.2 ^^Hego agora dc beijar a mao ao Emperador , e a Emperatriz:
\^lui recebido com muita demonllraqao. O Emperador me per-
guntou por V. Exccllencia , e efteve hu bom peda^'o falando comi-
go , difleme que cra6 neceffario tcflemunhas para faber que era Por-
tugucs , porque parecia Alema& , fez grande fefla dc llic I’alar em
Italiano. Dentro de I'eis o outo dias parto para o Exercito , para o
que me fico difpondo , agora na& fou mais largo porque elpcra o
Correyo. Difleme o Empemdor que tcria morto por lua mao nef-
tes tres mezes palfados, quinhentos e vinte e tres Veados ;e cm do-
ze dias ejue havia comcflado a matar porcos montcles pafante de du-
zentos ; liu dia defies matou hu Veado , que pefou feifeentas c fefen-
ta libnis dc defaccis omjas , o que peza6 ordinariamentc , fa6 quatro-
centas, ou qiiinhentas libras, palmard V. E. dc ver oscampos cuber-
tos dc milhoens dellcs, mata-os com redes , a cornos delies , dc ou-
to palmos , c dc feis athc fete he o ordinario , c ta?> groffos que pa-
refem alinheiras temnos poflos em cabeâs dc pao piniadas , e efla
:
todo
, ,,,
da Cafa Tortuguegâ. 6
tO(Jo difleme o Empcrador que efte invcrno pafTa-
o Palacio chco :
do matara feifccntos e tantos porcos , e quc hum dia dcftes antes que
me partife me havia de levar a caâ. Deus guarde a V. E. como
pode c ci dc mifter.
B. a m. a V. E. feu Irma6 mayor
Servidor e Amigo que maislhcquer.
DOM DUARTE.
Mandc V. E. moftrar efta carta ao Senhor D. Alexandre.
Keverendiffimh , Celfifftmis , Jllu/lriirimh ,

Ilhi/lnhus ,
Magnifich^
SpeSiabilibtis , O' Nobilibiis Dominis ,
Ordinibi/s Sacri Romani
Imperii O' eorum Legal is ,
Kathhonte congregatis , Dominis ,
O' amicis ob/ervandis , honorandis ,

O' plurinutm colendis \ Fran<
cijciis de Soufa Coutinius , a conciliis Serenifftmi Regis Portu^
gallite JOASNIS, nomini (jiiarti^ eipies militia Ordinis Chrifii,
ejujljue com mendatarias ,
O' Cuflos Maior arch de Soujet ^ O'
ipfms Regia Majcjlatis Legatas extraordinarius in partes Ssp-
tentrionales humiUime , O' debito caltu Jelicitatem , O' Jalutem
,
precor , O' ab omnibus /imul per has Uteras dicendi Hcentiam re-
verenter imploro.
N
fiJeliter
Otorium eft , Sacri Romani
titulis dignifTimi , Principem Eduardum Brigantinuin , qui
bus
Impcrio infervicrat , in illo violcnter hodie detineri , ablata
Imperij Patres graviflimi , & omni-Num. 27 I
libertate in patriam , & Lufitaniam proficifeendi , arrefto , & repiefa-

lijs faftis cjus perfonac ,
fuorumque fervoruni , & familiarium. Res
quidem nova fiiit , & eb admirabilior quo cclfiflima congregatio Ra-
tisbonae juBilTima , & jcquifllma eft ,
& nufquam Principibus liberis
nifi fub hofte hoc fieri confuevit.
Notum eft omnibus, quod ille Celfiflimus Princeps, rclifli pa-
trii ,
del'crto fratre Duce Brigantix , hodie Lu-
, tunc Principe , &
fitaniac Rege ,
domino mco ,
cxercitis aliorum Re-
,
relidbis bellis &
gum, &
Principuin vicinorum. Sacrum Romanum Impcrium addijf-
ie , ut ei fua officia , fervitia , opeias , fumptus off'erret. Nemo &
negabit , quod &
ipfi Potcntiflimi Sueci , Galii hoftes Publico pro- &
teftantur, quod emuli fateri non recufant, quod tota Germania no-
vit , ilium feniper ftrenuum , egregium bcllatorem , dueem in & &
omnibus locis , &
imperij muneribus fibi commendatis fefe geflilTe
multil'que quotidianis oblatis occafionibus , vitam , pcricula defpe- &
xifte , five in urbibus obfidione cingendis , five in cifdem ab ilia li-
berandis , vel aperto campo , vel caftris metatis , vi^lorcm multotics
cxivific , &
femper pro impcrio gh)riofe pugnafie , hoc quidem &
non illius fumptibus , fed fuis , per feptennium libentifiime percgilfe.
Ecce
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,,;
6/^0 T^rovoi do Ltv. VI. di Hifloria ênealogica
Ecce ,
ingcnuus Dux,
ille &
Princcps, foliiis imperij fcrvitor, non
nlterius qui fc libcravit ab hoftibus, jam captivus liabctiir ab amicis,
,
& ubi libertatcm quarfivit , invcnit fcrvitutcm, ubi pra;mia fpcclabat,
rcprclHiIia patitiir , & arrefliim: Et ci non foluni omnis conimunica-
tio humanaproliibctur , ted &
potcftas, ut ci pro alimento , vi- &
du I'uppeditcntur nccciraria , dcncgatur. Quid amplius lioftis lace-
ret ii cum caperct ? ccric minus
, ,
nam bodie liber efl'et. Qua; prin-
cipibus in tota Europa fccuritas dabitur ab imperio ? Qui poierunt
i’li fc oft’erre , libcrc infervire ? Quo cxcniplo allicicntur animi
&
dum illud mcritorum exemplar, jam excmplum conlidcrant I'crvitutis?
Ubi eft juris gcniirm , &
fldci publica; , fub qua ille militaverat
obfcr\atio? Ubi eft ilia Sacra imperials, vcl Gcrmanica libertas qua;
,
ciiam fiipalis ab alijs regnis , &
criminofis datur , fi de imperio bo-
ncmcrito Principi , innocenti , &- inculpabili denegatur? Ubi eft pe-
regrinorum , &
exterorum favor ? Ubi prxmia benemerentium ? Sic
folvitur cft’ufus egregij irilitis , &
Ducis fangiiis ? Sic fcptcmnalis la-
bor .indcfcftus , lie clcffio fervitij Sacri Romani imperij aftirnarur ?
Si in aliquo circa munera , &
obligationcs funs oftendit imperium
,
libcllus criminum ofl'eratur , convincatur , legitime veniat punicn-&
dus , fed ft imperij , nee pacem publieam fregit , nee aliquid contra
earn molicbatur , imb totis viribus pro ca defendenda pugnabat,
quid reftat culpa; ? quid flagirij reftat u'fi babcantur ofFcia , & be-
neficia pro injurijs ,
& unum ,
idcmquc fit dcfendcre, quod ott'endere.
Si ad inftantiam Regis Caftella', & forlitan per niiniftros qui
,
a domo Brigantina panem , & bonorem obtinuerant , opponatur
quod Principis Eduardi frater Sereniftimus Rex Portugallia;, omnium
f'li Regni procerum , & populi acclamalioni confentiens , ini'iiftci
l*,cgc Caftcila; difeefterit, &
,
boc contra veritatem eft,
rebel laverit
neque cnim rcbellio dieitur ,
iicque vioicntix repullb ap-
,
reftitutio
pcllari potcrit injuftitia. patet, quod catbolicus Rex Phi-
Omnibus
lippus i'ceundus armis invadcas Lufitaniam , earn majori vi opprefl'am,
non ut bares, fed boftis ocaipavit ; nee rcfiftcrc potcrat Sereniftima
domina , Domina Catharina , bare cnim , fi tune jura valcrcnt , jam
regnaret , nam a jure per beneficium reprefentationis in locum infan-
tis Eduardi patris fui ingrciTa ut agnata ad fucccfiloncm Regis Hen-
,
liei, ipfum patrem, ac fi viveret, reprxfcntabat , & Catbolicus Rex
Pbilippus Sccundus , ut cognatus , imperatrieem Dominam Elifabctam
Watrem fitminam referebat , &
uterque non ex propria perfona , fed
ex perfona parentis concurrebat , ac proinde quemadmodum Eduar-
dus , fi viveret , Elifabctam fororem excludcret , fie etiam fua filia
Catharina , ut agnata, ilium reprx’fentanJo , Catholieum Regem,
qui cognatus crat , & Elilabetam fieminam rcpra;fcntabat cxcluderc
jure nicrito debuit. Et prxtcr bane veritatem , trita; , notiftimx &
I.egcs flint, fecundiim quas , & caiific , & pofcfiionis jus amittit , qui
jura deferit , &
armati manu contendit, fie ex illis fit certum , quod
Catbolicus Rex, fi aliquod jus haberet Cftt'od iicgatur) illud amife-
rit , ubi primiim rclicVo juris ordiiic fumpfit arma , quorum viribus
inuiti non potuit ai prxferiptioncm , nam prxterquam contra I.egi-
ti.TOS
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,,,
da Cafa %eal Tortugues(a. 6î

times Reqni fucccfTorcs nulla pralcriptio currit , quis titulus, quae
bona fidcs , quis partium conlcnfus pro illo , & luis rucccflriitus po-
teraiK confidcrari , extortis , Lufitanis vafallis , & majori vi oppref-
lis contendentibus , prafidiato regno, uli cn.ncs arces Callella , &
fortalitia , arniato Caflellano militc , ccmplcverunt. Ultra hic , aliud
inl'upcrabile obftaculum opponebatur Catholico Rcgi , ex lege Comi-
tiali Lulitana; in Lameceiili Civitatc edita jam a tempore primi Por-
tugallix Regis Alfonfi Henrici , qux quafi Salica , vcl Gallica I'uit
ex ca enim prohibetur Regnum Lufitanix ad Reges exteros perve-
nire , & lie , quod per inlantes Alias Regum Portugallix , non pof-
I'et ad corum maritos extcrnosjiis aliquod ad Regnum pcrtincrc, &
jam hoc , & fux acclamationis jure ulus JOANNES primus Rex Lu-
litanix , cum tamen Nothus Regis Petri Alius eflet , excluAt Beatri-
cem Aliam legitimam Regis Fcrdinandi , cui ille fucccAit , & prxdi-
ilx Dominx Bcatricis maritum JOANNEM Regcm Caftellx dcbellavit.
His , & alijs fundamentis , qux melius , & uberius eo jam tem-
pore explicarunt omnes jurifprudentix profclForcs , libris editis in
celebcrrima Academia Conimbricenfi , & alijs, conlcius fui juris crat,
Serenilfimus Brigantix Princeps , fed intra arma Caftcllx , quamvis Lu-
Atanorum amori Adcret , non tamen ei aperte de illorum voluntate
conAabat , & ita nihil moliebatur
; Sed Ucus Optimus , Maximus
per quern Reges regnant , & Legislatores juAa uecernunt , I'umpfit
Callellx miniArorum tyrannidem^ pro libertatis, & juAitix indru-
mento , nam eo tyrannides , & injuAitix duorum potentium minillro-
rum Generi , & Soccri Didaci Soares , & Michaeiis dc Valconccllos,
qui Regij Status Portugallix Secrctarij erant , Madrithi , & OliApn-
nc , intollcrabilia ab cis arbitrata tributa , defpcclus , & cxtii patio
nobilitatis , honorum , locorum juAitix , & militix , equcArium in-
Agnium venditiones , velut in haAa publica pervenerunt , ut foluni
rcliduum clTct , quod jam moliebantur , ut antiqûiAimum Lulitanix
regnum foralibus , & Legibus fraflis reduccretur in miferam proviii-
ciam. Qiiibus , & alijs multis incitati omnes prxiati ecclcAaAici
omnis nobilitas , & populus , nemine diferepante , acclamarunt , ref-
tituerunt, Sz Juranmt Regcm fuum JOANNEM Qiiartum , cui per
breve tempons fpatium , omnes arces , & prxAdia , in quibus CaAcl-
lunx coliortes erant , obedierunt , & omnes regiones , & infulx Por-
tugallix , abfquc enAum idlu , vel armonim Arepitu tradita funt. Ec-
ce , quomodo SereniAimus Rex meus , JOANNES Quartus pro tu-
endo jure fuo , pro fuorum vafallorum tuenda libertate gubernat , &
rcgiiat , nee fui juris defenfio , & rcAitutio ci in culpam poterit im-
putari , ctA contrarietur Catholicus Rex , & ad jus provocet armo-
riim quad illo ceperit LuAtaniam , illud ipfum pro Rege domino
mco cA , quod enim armis extorAt , hoc licet armis regnum repete-
Tc y Sc Ac inter fefe uterque jura , & uterque anna rcvolvat.
Sed dato , & nunquam concclTo, quod SereniAimus Rex Por-
tugallix aliquam injuAitiam , & hoAilitatern commiteret , contra Ca-
tholicum CaAellx Regem , qux culpa, quis dolus, qux machinatio
conliderari potcA , in innocenti Principe Eduardo ? Eilius ipfe obli-
'J’om. IV. Minium galioni-
,
,
Trovas do Llv. V I. da Hifloria (jenealo^lca
gationibus paternis ,
fi non
hsrcs , cxuitur, uxor mariti dcbitir;
fit
niii per I'ucccflionis vincula non tcnctur, clamant jurifconfulti , quoa

crimen , vcl pcciia paterna nullam maculam filio infligere poteft ,
nam unufquifque ex fuo admilFo forti I'ubjicitur , nec alieni criminis
fuccelTor conltituitur , &
alibi , quod fatius eft impunitum rclinque-
re facinus nocentis quam innocentem damnarc. Quomodo igitur fra-
tcr innocens ex culpa altcrius obligabitur ? Nonne fuit motionis Por-
tugallise , &
fratris fui particeps Eduardus ? Refpondet veritas , nullo
modo , nam fi feiret , &
in ca , vel feientia , vel ope concurreret
juxta liberas civitates erat , quo petere , ubi fe recipere potcrat &
led nihil feivit , confeius iplc fibi , nihil timuit , externa fecuritas &
fatis interiorem dcmonftravit.
Sed ulterius pergendo , permifsJ ( nunquam concefsH) <jua-&
cunque aliqui prsefumptione , Juxta quam cenferetur, illi gratos fuif-
I'e Lulitanix motus , &
eis conlentide , &
voluifie ab imperio exire,
quod negatur , quid deinde fequitur contra imperium ? Illi Princeps
Eduardus, non Caftcllx infervicbat , &
fccundum regnorum diverfi-
tates , dominia , &
poirefiiones , nihil imperio , Germanix eft &
commune cum Caftella nihil cum Portugallia. Unde , quamvis pro
offenfis imperij pollet etiam innocens detineri , nihil debet ratione
Impeiij Eduardus , nec Serenifllmus Rex JOANNES
frater cjus ali-
quod cum imperio debitum contraxit , nec a Germania aliquid abftu-
lit. Si pacem Caftellx fregit , non fregit Germanix pacem , etfi ad-
huc c contrario ilia antiquilfima accufantium allegatio repetatur
quod omnis qui i'e Rcgem facit , contradicit Cxfari , non habet lo-
cum in utroque fratre , nec debet audiri , ncc valere apud Sacram,
Catholicam ,
& Cxfaream Majeftatem.
His , & alijs juris , xquitatis , & rationis monumentis inftru-
ftus ,
ante celfitudines ,
illuftrates , & dominationes veftras , & ante
ipfara Sacram , &
Cxfaream Majeftatem prxfentialiter adefle defidera-
bam ,
ut Juftitiam ab omnibus humiliter implorarem ,
fed jam non
conceditur ire, qux mihi fecuritas fervabitur de jure gentium , li
&
in perfona tanti Pnneipis frangitur ? Qux mihi , ipfius fervo , libcr-
tas dabitur , fi , &
ipfi Domino denegatur.
Jufte igitur per has literas, a Celfitudinibus , Illuftratibus, &
Dominationibus veftris
j
nomine Screnidimi Portugallix R«îs
JOANNIS Quarti domini mei peto , ut Princeps Eduardus ejus fra-
tcr innocens hberetur
,
& in priftinam , debitam libertatein refti- &
tuatur , & ad meliorem promotionem ejus effeilus , innocentis Duels,
& Principis juftitia fux Sacrx Cxfarex Majeftati a congregatione Ccl-
fifllma proponatur , ut fuis ipfius Legibus obligetur , & fatisfa^Honcm
prxbeat aflioni , inquam omnes alij Reges, Principes profpiciunt, &
& mirantur , ita , ut in caufa Celfiflimi Ducis , Principis Eduar- &
di , juftitix , non fanguini deferatur , non fiat , quod unde jus &
oritur, qriantur injurix, fic confido , & fpero firmilTime me afic- &
‘CUturum a tarlta congregatione in qua generalitcr omnibus , parti- &
cularirer fingulis dominis congregatis , &
gratulationem Regis , donii-
, & officia mea luin;iliter oftero prxftaturus. Holmix 24 Ju-
iii mei
ly anno Domini i64t. Car-
Digi!;- >l - - jqk

:
da Cafa âl Tortugnesâ, <4j

Cert a do Injante D. Duarte de Tortugal , ejcrita quattdo o leva*
ra 3 prezo a Mila 3 , a hum Minifiro do Emperador f em 6
de Agojlo de 1642.
A
fcfto
Carta dc V. Scnhoria de to. do pafTado
do ja
> e a dbr
nefta
com quc
,
me foi
e Ihc aggradcgo a fua boa vontade , e aP-
viagem
compadece dos mcos trabalhos , e fem-
fe
O
cntregue eftan- Nuill. 272
'
pre como a bom amigo Ihe ficarci obrigado. Padre Scncbal foi
a c(Ta Corte com licen9a cxprefla , c ordem do Emperador ; c ainda
quc na6 civelTc ordem , podcria a charidade Chrillaa obrigar a qual-
quer pelToa a empregar-fc cm hum a6to de juftiâ , e (1) piedade ta& (0
grande como apprczcntar a S. Magcftadc Cezarca as minhas juftas
quc^xas ,|que com tanto cfiudo , e cautclla fe tcm impcdido reprc- ~ f
zcntar. E
ainda que ifto hS hua trei9a& fcita as Leys , e i Magcl-
tad; da juftiâ (2) cftava cu certo , que o Navarro tinha expedido f»)
Corrco.«i para alcanâr o Padre , c impedirlhc a commidab , ainda

qile ellc eiVava chco de zello , e charidade , e rezolluto a executar
quanto cu Ihc tinha rcprezentado , como relligiozamente f6z. Nab
me cauza novidadc , quc o MarquCz dc Caftclio Rodrigo exclamaf-
fe , e levafTc a mal , a commifTab como tab contraria ao feu fim. Efte
,
Mcniftro por vcntura tinha obfervado no fundamento da grande for-
tuna a que feu Pay , e elle cm breves annos fe ellevarab quanto
abundantes fab algumas vezes os frutos da impiedadc. Porem feria
melhor argumentar do mefmo principio , como confidcrou o Santo rui
Rcy David , que nab fab duraveis , ncm fe gozab os interdl'es da mal-
licia.
(j) Eu confclTo , quc a cauza de toou as minhas adverlidadcs >r<"pc
foi acharem-fe nefta occaziab em Alcmanha Meniftros Portuguezes
porque como taes tern uzado da cautella para fc accrcditarcm em Ef- >i> >».
panha , e tambem para abrirem o caminho ik novos intcrcllcs, prcci- d. u,u, ft
pitar-me , e procurar o meu fim , e ruina com tanto cuidado. V. Se-
nhoria fabe as ordens que D. Francifeo dc Mcllo mandou a Ratif- u}.4 —t-.~
,
bona , (4) e a fua inftancta contra a minha vida, e fabera melhor do
ue eu as que nefta viagem tris Navarro : que fab da mefma quallida- ’
(>)
3 c (5) taes fab as ac$oes de pelToas novamente exaltadas, e quc or-

dinariamente procurab a confervajab , e augmento por via da mallidia. »*“
e de viollcncias contra a rezab , quc fempre obrab pclo feu interef- 1*
fc , e tern as pallavras optimas , mas quanto a intenâb tudo hb pclo

contrario (6) porque , que termo fe podera aftinar a falftdadc , e a
mentira de hua ambiâb infelliz (7) a qual enche o efpirito de illu-
za6 , e a confcicncia de peccados. Ja quc V. Scnhoria foi teftemu-
nha dos mcos ferviôs feja-o tambem das minhas queixas , e fe a dbr « .
exceder os termos da modeftia , entenda , que maes hb encito da re-
za6 , do que da ira , porque hum Coraâb ultrajado com injurias, nab
le pode fatisfiizer fenab com hum grande teftemunho da p'ena , e da TaC* tl< An.
dor. Agora experimento em mjm a juftiâ, e a piedade pizada ôs
p&s f a verdade perdida , c violladas todas as leys da hofpitallidadc , c»ni.
Tom. IV. Mmmm

ii e li-
Digi :j . Coogle
a
^44 do Uv. VI. da Hiflorla (jenealoyca
. e liberdade publica , e aqucllc fagraJo dircito das gcntes inviollavcl

cntre as macs barbaras , e crucis naôcs do univcrfo , com tanta dcz-
honra , c vitiipcrio I’e acha viollada por aquclles quc reconlieccm o
vcrdadciro Dcos (8) a franaucza , liberdade, o dccoro das leys, c da
c„„., m hofpitallidade
,
e immunidaae publica do Imperio ultrajadas com hum
excmplo ta6 perverib , e contrario a confervaâo publica.
Ku deixei a patria, Irmaos, parentes , e amigos com outros
rcllcvantcs intcrelTcs , e palTei a Alemanha cftimullado por hum gran-
Amo. op. <•
ardor dc fervir ao Emperador , outo annos einprcguei no feu fer-
vico fazcudo tudo o quc devia fazer hum Principe do meu nafei-
,
mento , e na& cedi a nenhum cm trabalho , perfevcran(;a , e defpeza,

no que continuei entendendo , que quando S. Mageftade Cczarca dei-
xa(Tc de gratificar-me com bcnchcios (9) ao me:nos folTc prodigo da-,
f,/,.
quelle aggradccimento com o qual fern outra defpeza fe da& por fa-
,‘i LTHTlt ,77. tisfcitos OS que nao ama& mayor rccompcnfa, que a da honra. Con-
tinuava no ferviOb de S. Mageftade quando fucccdco a prezente mu-
2iiuc-
f'.m,,. Sea.
na Coroa de Portugal. Podiao as maximas alguas vezes nra-
fticadas por Principes tiraunos obrigar-mc a p6r cm feguro , por D'oa
(t'l)
r .t* «T* _rt__ _ 11 _. •
pervenâo a minha pelToa, pofto que innocence. Porem aquellas re-

i
ji Lcit. ».
2oens , que me obrigarao a fervir ao Emperador, fccharaS a entra-
da no meu pcito aos conceitos , quc fo fe formaO fobre as ac9ocns
Principes tirannos , e repugnantes a ft, quc eu profclava , (10)
”**^*" *”*
m.^Lioa"
‘‘“{.j)
efta me obrigou a obcdecer a fiia voz, quando D. Luis Goiizaga fern
outra for<,-a me chamou da fua parte, c cm feu nome debaixo da boa

Plbl I.
defprczan.lo as boas advcrtencias , quc me fegumvaS o perigo ,
’
'7J7ZZ ZZZl'dZZi e ma n.'r.nr...Ihivi(i
a me aconcelhivao a a entender Ibmenrc a
cnfcndcr fomentc .a nrrmria mnlVrvnrnr).
propria confervagao. Eftcs
Soldados com os quaes efte grande Principe me p'cnJeo, fern
ncM. pcii.i7.
(<i)
•/- dclliifto algum (como clle muitas vezes tern conleftado, e me tern
aT<.v’ queui fervia. A

ifto fe feguio o aianJonar me ao odio dos fobre-
in’lcf. aV c-'-'Z ditos Meniftros (ii) c dc outros fcjs adlierc.itcs , c tollcrar , ouccl-
Ics me entrcgaircm nas ma6s de gente vil , fern confiderar S. Magcf-
Cczarca , que cu fou hum Principe do verda'ciro , e Icgitimo
iU.i*rajm fjf* f.l. fangue Real de Portugal por tantas vias , c que na6 tinba mcrccido
hua injuria tao grande. (15) E agora dcpocs de dezouto mezes , quc
<'>».
vivo em continuas mizerias, c afflic9oens entregue i naturezas fcrin.is,
Pm.. Mm. ,f das quaes me pollb queixar , e dizer ( como dizia Santo Ignacio ) cum
n j.rera.
,.
^^fgegris pctoTes fiuut , mc manda S. Mageftade Cezarea a illao M
tmm. i,(n,um , ir contra a ft, c palavra dada, (14) de quc Deos hfi teftcmiinha 1cm
WH edlfitm ti'M/fi . conliderar a rcza6 , c ley divina, (15) que nab permite viollar o di-
.M,t
reito das gcntes , entregando huma pcltoa , que eftava fada na fua
"
jerem. 11 protcc9a6, c empregada no feu fcrvi9o , c fegura debaixo do feu pa-
_
Crtyt mimii m$
(i»)
frrnllm*
trocinio nab fendo digno dc Principe Chriftab entregar os feus hof-
,
f.i /, pedcs, e'fieis fervos ,

c mcnos recompenfar com tal ingratidab (16)
.
l'i>n ^ tsr <Hi pf* o af-
^•rnipr Ml fyf.rtv MMid ts%Siej!U»: fmt fnt

ir »
•Ml ftM Ci£jd< libk 4. CBj>- «.

,,
di Cafa %eal ’Vortuêâ.
o affcilo , e amor , coni quc cu tinha facrificado a minha pefToa , e

vida ao fca I'crvijo , c o grande incomodo com quc todos cftcs annos
tinlia trabalhado. JMas agora vejo, quc o muito bem fcrvir Ii6 tal
viJz a ruina de quern bem ferve: c quc o macs das vezes os grandjs
nicrecimcntos fa& reconipenfados com grandifllma ingratida6 (17) pa- CrrviVfr O') »<»-
ra fazer inal na6 convem valler-fc dc cxemplos de homens perfidos jmns ffla
M, fi nJt fruftttH
(i8) as dciliberagoens tiranicas fomente devem cauzar horror, ncm m*dt
fao admitidas , macs quc entre a mcfma tirania (19) conformar-fe .i xrhjM. CxflwJur. Ep.
44 *
ley divina
,
(quc h 4 a verdadeira juftiâ) h6 jufto , c tein chco o ('0
mundo de fantos documentos , os quaes l'a& fbincnte os que apparc- Oi MiWi.fm4$ t^ff4 Trent's
*r
,1*
cem , e fe deixao vfir depois da Mageftadc dos Principes , e da pieda-

4t «/ turnoff it C4rt4i Urn-
de , e juftiâ. Francifeo Rcy dc Franga nao quiz deter ao Empera- it •
C^n U it S.
dor Carlos Qiiinto , quando para pa(Tar em Flandres ic Ihc foi meter f4T4 t •
4 iwi ftnt ,
nas maons , e muitos affirmava6 quc o devia fazer, mis aquellc Prin- t m*tt dMt‘l.t'.lt impitKU^
it.
cipe eftiniou macs a f6 publica, e o bom nome, <jue ointercfl’e dos (if)
Reinos , quc da tal dcllibcraâo Ihe provinha. EIRcy D. Manoel fitn tntf tetf.
Its mitt fttti
fA.
dc Portugal negou ao mefmo Empei ador dous homes plcbcos , prin- ut .Itt fttitrutittutt tiU»
cipacs cumplcces da rebelliao , quc naqucHc tempo perturbou quazi M. fiiilftl-
toda Caftclla , allcgando por efeuza nao barer vinculo dc parciitcf-
co , quc obrigafTc a hum Principe a vioilar a hoipitallidadc publica ,
mas que ordinaria , quc os fobreditos fahiireni fora do feu Rcino. E
macs aquelles dous Principes crao reciprocamente cazados com fillia,
e TrmaS hum do outro. O
parcntcfco nad quebra a ley da naturc-
za , {e com tudo ferve dc efeuza a quern comigo a quiz quebrar.
C^‘’antas rezoes qucrcrao alleglr aquelles quc me querem mat , nao
poJerao nunca cncobrir o vituperio de liui accad tad vergonhoza , c
tad fora da ordem da natureza. As hillorias ellad cheas dc excmplos,
e de nenhum bom Principe fe 11 o contrario. (20) EIRcy de Fran- (»•)
Ptf
ca Ciarlos Oitavo ordenou aos Embaixadores do Turco , quc fc de- JUfifn Ii.i^m.ttlt tfff,'t
mttn/H ptrnîte. Jyicû.
tivelFein cm Provenâ , e nad os quiz ouvir , ncm admitir as gran- lib. <.
des ort’ertas de dinheiro , e outras couzas prcciozas , que llie traziad,
fd para quc detivcTc prezo hum Irmad do mefmo Turco, ao qual
clle tenia, e mass era hum inficl. Porem a fl , c hofpitallidade hi
devida a todos, e nad atende nem a diverfidadc de peflbas , ncm da
Relligiad. (zr) Todo o bom Princ'pc deve fogir , c abfter-fc das fj.)
Jvr4 .4 «mi ^<*4
taes acyoens
,
que induzem ao contrario , as quaes fad abominaveis t1l4 fti4{t4
mrtmm
nad obllante qiialnucr confelho , que fe Ihc dl , quc pcla mayor par- />4«4. ptttt.tnim
Calliott Itb. I.
te provem dc peflbas cnterefTadas , e fagazes, e que nad tern houra.
(21) O Serentflimo Duque D. Thcodofio, men ây , eSenhor ficau-
Pfi'K-pti 4 trtlfUi^t't tp.
do pnzioneiro na batalha cm que fe nerdeo EIRcy dc Portugal D. pt'ttt tijt tdttttt. *’f
Sebafliam foi levado a prezciiija dc Muley Ilamct, Rcy dc Fez, c 4. f»l,4.V4 Vtt.trt ,
t4r» ft , (ami'
j»x
dc Marrocos , o qual vendo-o cuberto de fanguc nad poude contcr lUttt 4i rci ttt
ittftfUtt pxtfrni Aim!l4'it.
as lagrimas , fes-lhe curat as feridas , tirar o veftido eniiiiigocntado
n* t4*ttm mum mt tftn.
,
e veftir outro , c o tratou ignal a feus filhos pondo-o a propria me- i^rnt. fii httittTmtit
tifiti MjM ivn t.i ttAut /«•
za acumuHando honras , e finacs de amor , e de pieda Je , nad obflan- pnofUM ptftfpmi, fjii.
tc , (23) quc o prizioneiro liiilu deixi lo a patria pa'-a ajuJar a tirar- Copu ftb. 7.
(*')
Ihc a fioroa , para reduzir a fervidad a die, e ao feu povo , c pri-
(tK VMI44
vallo da fazenda, c da vida. Efle Rcy iufiel nad actciiJenJo aost’ie- io Ep, fit,
zoiiros;
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,,
64:^6 ^rovas do Liv, VI. da H'tjloria ênealoglca
zouros , que da nofTa Caza fe Ihc ofTcrcciao pclo refgate , rras d(>P
prezando tudo , pafTado hum anno , e hum m6s Ihc dco liberdade,
e macs I'endo hum prezioneiro de quc podia tirar grandcs intcrc(res
para os feus Rcinos, c cftc Rcy era hum Principe inhcl inimigo
,
da ley divina , e do CihriAianifmo. Pclo contrario cu deixei a patria
para millitar dcbaixo das bandeiras Imperiacs , e fer hum daquellcs
que ferviab ao Emperador para Ihc fullcntar a Coroa contra os feus
(m) inimigos , confervar a fua caza , derramar o meu fanguc, e perder a
Sif”l tjf tMm K.fimm , ttm
0
,
^m
i4 m
Jore
mmitifitnm , ininha vida pcia fua , e pcla confervaâd do feu eAado. E com tudo
*Mi ,
tlOltSft ifto elle cm latisfaâo me tem feito eferavo fendo livre, (24) e de-
r«
baixo das leys da liberdade me tem tratadocomo inimigo, fervindo-o
«n/» I tic Orat.
(»0 eu fidellilTlniamente. (2^) E quando eu fomente Ihe pedia que me
,
•••t
« pt»»0m
7"' J
rf^KMia
conlcrvalle feu prizioneiro , e atado com fuas cadeas (26) me entre-
,
Jtt /«« gou por avareza (27) nas niaons dos meus inimigos, (28) crucldade
(4«i<ar«^, trr
r^»i/(i<i 0 ifmhn tji luhil
t0 itjJl"t fern duvida grandilfima , e impiedade concedcr huma pelToa ao arbi-

J« ftTfiimirm
r<i0î. Hcr«J. Itb. |. trio do odio , e da ira , fazendo interelTe proprio a minha morte,
(16)
ifmi tiTMui0fn (29) e ruina fern attenâo a minha innoccncia feito accuzador, ejufz
/»nr f0(mumm mhit
4^m fa*i/ nri:i KtiM/ 0 mf. cm huma cauza , quc naf) Ihe tocava, e condenar-me fern outra culpa,
,
(*M ‘faut ^ macs que fer filho de hum Principe , e defeendente dc outros que
f
fri itmfarn ,
tP>n»0lt 0mt,0t MM iff! 0! o nao haviao oA'cndido cm couza alguma.
f
Ifto h6 fazer trei§a6 a ffi,
TjC« lib. 6. c
fjfr
a tudo aquillo , quc fe acha ou dc piadozo na natureza , ou de
(’;)
rt‘i4ti mw/a fT0 grande na Relligiao , intendendo augmentar defta forte os proprios
mit M»M T$t rnMlMU d*0 -itt
d$m 0 PtO*. 117

ti.'i.
intcrelfes, nao heac9a6 dc hu Principe efcolhido porDeos paracon-
.
(»•) fcn aijao das leys , e da juftiâ. ElRey Achab envejando a pequena
tjHf dttff.'l rvM-
*<•«, •! fttttatMt aararwM heranâ dc hum homem de bem que vivia , e fe julgava mguro a
^
/MjlUMli
37.
Dcut. fombra
do leu Pallacco , Ihc f6z tirar a vida , c com tudo na6 confe-
(>») guio outra couz.a , maes que concitar contra ft a juftiga divina para
Kuiltt 0mtm ^r^/r'anrajp,
if «/'<f«C *d,
dellruhir, e anniquillar toJa a fua iamilia, e tirarlhe o Reino, e cl-
€0T kn»m ijrtfutit f if le ficcii fcpultado no fepulchro da dezefpcra9a6 c da infamia para
,
(Mwrm. EccltiU I.
(lo) enlinar a todos os Principcs grandes , que nafi podem padeccr mayor
9yîi inifititMi ^ if
cegucira , que a pcrfegui9a6 dos innocentes , o languc dos quaes tem
f^‘iT-0 & » jd- •
fsnfuimii iiiti hua v6z , que aitamente grita h memoria dc todos os fcculos. (jo)
tjf ,
fl.* 0 i 0 man H0fil0t ,

lit* ismtm $tatrfitu, Hk- Alguns fe perfuadem , quc feja feu intcrcllc defpovoar 6 mundo para
rvii) m. allargar os conEns do feu imperio (jii viollar as leys da naturczai
(•')
Di) hdmit rmfmnkd tiWir* para cxaltar o throno Real , o que nfi impiedade abominavcl , e
fNMMf imf4S , & rntfatid
aqucllcs que quizerab fundar a fua tortuna fobre tacs defignios fabri-
kamtaum/MOM. Xctk. Ub. f,
(i>) cara6 fobre os abifmos. E como diz o Propheta femearao vento pa-
JtftdsM in fT00 t$ 4ti,t
ktttg ftr m^MTtt.Mm 4.'i#o4 ra rccolher tempeftade. necefl’ario , que finalmente confcflTem
^(fiJtndi. DioU. Sicul. que na& ha forâ , nem confelho , que fe polTa opp6r aos deflgnios
lib. 4.
ui vinos (5 2) cuja providencia encuberta cm huma nuvcm precipita fo-
ftidium , rift0i-4i r*jiy./<j

bre as teftas coroadas , abate , e confundc em hum momento os al-
Prmu^mm, flalrp. }3. tos montes fabricados pcla ambi9a6 (33) c defcobre o pouco conhe-
H0n tfl , mgn tf
ffmLnUM . lyf cm/' cimento dos mayores polliticos , que fe envergonha de fe deixar ver
Damimm,
tia.w
Prov. 31.
^ luz do Sol. Mas ja , que S. Magcftade Cezjirea tem defprezado
(m) todas as rezoens divinas, e naturacs , cfechado a porta aos meus juf-
A«4ir>M« mtUf ^mrti Ci‘
tt m "^tuMMirmfn cfriVc
tos clamorcs, c a juftiâ , c o feu CoraâA fe na6 entcrnccc as minhas
far, tn fupplicas (34) capazes de abrandar os coracoens dos Scitas , nao m;
K4 irrywtf ftuxt 0»tn.
^.n. lib. 4. tk Regn, fica outro caininlio , macs que recorrer a Magcftade Divina. Alas de-
vc
;
,
da Cafa TortiigtiCiâ. ^47

VC advertir, que defte excmplo fe feguira& taes coiifequencias , ('35) (lO
que fe arrependera de ter lido author de hua aegao , dc que pende o
interell'e publico , c convem confiderar
j
que alllm como no livrq da
Sabedoria fe efereve , que a ju(li9a do innocetite o livra, (36) ejun- (,o
ta'nente ellsl eferito , que os injuilos cahirab na rede pclas fuas injuf-
tiâs ,
e que o injufto fera o refgate do innocente. (ânto a mjm >" & rMfUMr/Mi ( , CT
tenho efta ventagem fobre a fortuna , que daqui cm diante as fuas in-
jurias por viollcntas ,
e repentinas , que fejab nao ferao para mjm no-
vas ,
eftou acollumado as minhas afflicôens ,
como o eferavo a Ca-
dca. A
neceflidade , e o nafeimento me enfinab ^ fofrer conftante-
mente ; o coflume flz o fofrimento facil , a confollaâb , que fb fica
a minha mizeria , hb que clla nab pode receber augmento. V. Sc-
nlioria me perdoe de Ine ter tornado tanto tempo , mas por ventura
nab terei outra occaziab. Os trabalhos fe deminuem com os lamen-
tos (37) como tambem com a communicaijab . ainda que o refrige- (n)
rio nab hb de alguma forte igiul a offenfa , a confollagab , a ddr
achome muito olfendiJo pela injulliî dc hum Principe, do qual eu r-'r-*’"- vte. n.
era accredor dc benefleios e de gratidab.
,
Carta do Doiitor xAgo/linho Navarro , Sscretarto da Ewêratn'z,

ejerita a D, Franc i/co de Mello , que Je imptimio no anno
de 1642 , dh affim.
Or una Ictra que he vifto del Dotor Navarro, Secretario de la

P Emperatriz, eferita en Ratisbona a 9 de Otubre dc 1641 a D.
Francifeo de Melo, en que Ic da cuenta de las execuciones, que tie-
27 l
Nurn.'IS
ne hecho , juntamente con el Marques de Caftel-Rodrigo , entiendo ' ^

que deve fer junta de todos tres , ordenada por el Conde Duque , el . .
qual , con femejantes juntas , tiene defcoyuntado los miembros de la

Monarchia Efpanola. Confta dc tres efte arbitrio , y Concordes : fe-
gura efla la fentcncia por fu parte. No ay lugar a recufarfc alguno
dcflos , porque la Juflicia en los Tribunates Caflellanos , cs folo el ar-
bitrio. A fe dar recufacion de fofpechofos , todos tres lo fon ; el
Secretario , oltra la propuefta fofpecha , lo es tambicn en la Fe , y
por excmplo dc fus Padres efta ciifcfiado a fcntenciai' juftos. Vamos
al punto , y expongamos cn publico fu Pliarifaica perfidia.
Copia dc una Carta que el Do- (1) Rahbi Navarro tiene mas
tor (i) Navarro ,
Secretario (2) de propriedad.
la Emperatriz eferivio aDon Fran- (2) yuft^nen por ejle , que elecinn
cifeo de Mello , (3) Superinten- de Minijlros haze el Cotide Du-
dente (4) de las Armas del Rey que.
dc Calliiiia ,
en los Eftados de (3) Criado ingrato de la Cafa de
lUandcs. Draganqa.
Refpondiendo a efla ultima de (4^
El dara cuenta de I'landes
V. E. dc 20 dc Setiembre: El (
^mcipio fue Bapalme ) que dto
Marques dc Caftel-Rodrigo es verde los regocios y a que lo tnando
dadc- a Ma-
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8 ! a o a,
^4 ’Turovas do Llv. VI. da Hijloria (jenealogica

daJjramcnte hijo dc Cigante, (j) a Madrid FdRey D. Juan IF. de
y lo prueva bicn cn todas I'us ac- Pm-tugal Jiendo Duque de liraââ.
ciones, quc Ion dc Cavallcro leal (y) Por fe Uamar Chrijiercal Ju
cn cl Icrvicio dc Siis AlajcIlaJes, Padre \ o porque , cmi los chapines
Cdarca , y Cailiolica , el abono de quarenta mil ducados dc rcrita,
dc V. E. cn cllc particular cs dc ful>id , no teniendo eti ju priucipio
toJos conocido ,
coino dc quicn mas de mil tan grande cuerpo\
cs ,
como lo mas ,
quc V. E. ad- 0 por las alias afinidades , que con-
vertib ,
pucs como dc Oraculo traxo en Portugal con el Alarques
(6) fc (iguc
, y puntualnicntc fe de ferreyra , Conde de Vin.iofo , y
exccuta. Dc las ordcncs (7) dc Diique de Camiha.
V. E. ni fiiltara un punto cl Mar- (6) Que ejpirito refponde ejie
ques , anfi lo tengo entendido. Idolo.
Sc cllrcchb como V. E. orJena (7) Ya los papeles frmados en
la rcclulion (8) dc Don Duarte Idanco perecieron con fu Padre ; las
dc Rraganâ , el qiial yafe (9) ordenes ahora deven fer eferitas
( vcrdadcramcntc yalc ) a bueti rc- con la lanqa , no con la fhima.
caudo , y lus vaiias (10) fantalias (8) Con que Jufticia Cielos\
mas humiiladas, quc I'u prcfuncion (9) Lo fepultan vivo efles ty~
ja mas pen lb. ranuos.
Lc dimos ConfclTor (ii) Efpa- ( to) F nega ejle Verpo haver fun-
nol , quitando-le cl fuyo , bicn damento en un Principe , que tanto

quc lo rchufb , y lo cenara a pa- vale por fits meritos dexado a par-
los , li pudicra , abominandolo te fer Hijo del Dtujue de Bragan-
como li lc dicramos un Luthcra- §a , y Hermano delRcy de PortugaP.
no o Calvinilla , (ii) diziendo : (i i) Hajia en el alma le mo/ejlan.
quicro antes morir fin confdlion; (12) Peyor, que ellos es , en la
quiâ ju/gara los Caftcllanos in- vida , y coflumltrcs.
habilcs (13) para oir dc Peniten- (13) No pon lria yo { ft fucr
cia a los Portuguel’cs Note cl Portugues ) mi concicncia en fus
;
odio V. E. y quc fc puede cfpe- manos.

rar della accion (14) Injuflamente como cofium-
Por muclias razoncs me parecc bran.
bueno el penfamiento dc impedir (14) Sueten-le porque ya es co-
( t4) quc Don Duarte vaya a Por- nocido en Portugal.
tug;d mollrar fu valor, (14) ylle- No faltara al Reyno , puef-
(16)
var a fu Hermano la felicidad (16) to que en efla retencion injuflifp-
con que mandb lasarmas cn dies mamente la impidan fer perfeta %s
Paefes ,
fie.ido ahora tan facil ( por Alinifiros del Rey de Caflilla.
Ins (17) dcllc Rcy-
inteligencias (17) Hagan otras de nue-ito , que
no) cxtincion (18) dc las dbe-
la no faltaran en Portugal fogas , y
ranâs dc lucdForcs della familia, cuchillos.
lupucllo ( como V. E. diza: ) haver (18) F.fle Judio efpera que mue-
cn los Eidalgos Portuguefes la Ib- ra Su Magejiad el Rey Don Juan
ben'ia dc no ceder uno a otro , IF. el Principe , dos Infantes , y
teniendofe cada uno por hijo del todo Portugal.
Sol. fig; (19) Y
lo fon en limpieza, y en
Tambicn la confidcracion dc la echos hcroicos.
tierna
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da Cafa Tortugaesâ, 6^^
ticrna cdad del Duqiic dc Avero,
y la poca aficion , que aquel Rey-
iio efta Cafa , cn que
mueftra a
fea tan proxima a la Real , no cs
ara ddpreciar, puefto que fi el
Bluque Jc Braganâ tuviere fefo,
con una hija puede deftruir efta
feguridad , (ac) reuniendo la mif- (2c) Por merced de Stt Majef-
ma fangre , multiplicando mas tad , y tambien por lo merecer el
pertendientes aquel Reyno, y por Duqite de jivero , m
por feguridad
aqui quando no liagan por el de e^cuj'ada , lo puede honrar , Ji qui-
,
Avero los Portugueles , lo haran Jtere.
por I'er unido a Gala de Bragan- (21) Cuidado tiene el Recut it o ^
9a , dc que fe mueftran ficramen- fm recometulacion.
te apallionados. (22) Y fufre el Cielo tanta mal-
Supponga V. E. Cartuxo Don dad\
Duarte , ni fc canfe en recomen- (23) Scilicet hoc rejlabat adhuc\
darlo , (21) que efta aun mas re- (24) Undo cumplimiento jgallaT'
coleto (22) la cadena (2^5) fc le do den !
ofrccio (24) para la noche ,

echa- (2j) No es para caridad\ por-
da por la ventana de la guarda fc- que la podia echar al pie , y a la
creta ,
a la mano ,
o al pie ; a fu mano juntaniente.
elccion (25) efcogio (26) la ma- (26) No faltaran manos de fat a-
no; todo en el fon defvanecimi- das, para vengar tanta ingratitude
etitos. (27) ya que ejla ligada la del Infante
Los veftidos (28) fe le quitaron Don Duarte.
pero no dc tal modo , que tenga (27) Que mas efperava el Ca-
frio ,
porque de refto le dexamos bren !
dos ,
quitandole tambien la fuper- (28) Muebo haze en no quitarle
fluidad de la mas ropa , y colga- la piel.
duras ,
porque fe defeiigane , que
es uii pobre (29) prifioiicro, yno (29) Efta por dieba fegura la
Infante (30) como el pienfa. riqueza del que lo manad Render !
El Cozincro (31) a fu pefar le (30) Fort una non mutat genus.

file quitado , porque para la va- (31) Venganqa nil .d pa:as fe
!
ca , que le efta ordenaJa , mcnos puede creer , que la S. C. R. M:

deftreza bafta , y efta fc halla en mandajfe executor tal baxeza.
otro qualquiera que lo hara al (32) Ot/e fin tiene efte gufto ? en
gufto ('32) de otros bien , quando que fe funda ? Es gufto , en refo-
no fea al fuyo. lufion de degufiar.
Poco temor caufarian las cor- (33) Vellacos avifos como fepa-!
refpondcncias de que V. E. avifa recen cott Ju dueno !
(33) quando las pudicra aver, con (34) Lo bizo ya Cartuxo e y pa-
todo por no falir dc lo quo V. E. rece , dandole a comer per Torno ,
manda , fc Ic dara cl comer por que lo quiere boher Monja !
la ventana, r34) ccllara (35) cl di- (35) Solo en efio acerto. Quid
ncro ni I'e Ic dara mas ni ten-
, , fiibi dhitia , fi non conceditur tifus !
dra mas audiencia de fus Criados

Tom. IV. Nnnn (que
,
6$o Turovas do Liv. V1. da Hift or ia (jenealogica
(quc ya cftan (36) en prifion) de {i 6 ) Para con muUiprtcada in-

otra perfona (37) quc no fea cl jujticia , bazer igual lafortuna del
dccrctado (38) ConfcITor quc ha- Senor , con la de fus Criados.
ze didlramcntc fu panel. (39) (37) Mas es ejlo, que Jer Car-
Lo mas (40) para la otra efta- tuxo , bien dixo arriba , quc aun
feta. Guardc Dios a V. E. Ratil- eflava mas Recoleto.
bona 9 de Outubre 1641. (38) fêan la occupacion , que U
dan , j como correfponde bien a la
obligacion del cargo !
(39) yurare yo , que no ha el

eftudiaao tan itrfdme Ptipel, en las
conjiituiciones de fu Religion.
(40) MyJJus abyjjum invocat.
Confidere ahora el quc leyere eda prodigtofa letra , la rnzon

con que la S. C. R. M. ha puefto en prifion , an culpa alguna , un
Principe , que lo ha fervido , con fatisfacion , entregandolo a los Mi-
niAros de un tyranno fu inimigo que lo tratan con tan barbaras vil-
lanias.
, ad Kegem Hungar'ice , Prin-

Troclamatio de injiiflitta Germanic'a
apes y Or dines y C5* Magnates Imperii.
Nuni. 274. ’ ac tanta paflum eft damna Germanic florens Imperium in

X curfo temporis brevilTimo, ut Religionis zelus Githolicis jubeat
ferutari potifllmam illorum caufam , quae defurfum videtur clfe ; non
cnim pictas (nc dicam fides) admittit , contempta divina providen-
tia , talcs eventus Fortunse tribui.
Regnum a gente in gentem transferetur propter injuflitia s , &
injurias Sacra Scriptura ait; majorem , ac magis publicam graviu.s
mereri fupplicium oftendit ratio ; hanc autem , 6 Rex Hungariat , a
Ccifitudinc veftra commillam clamat divinuin, atquc humanum jus
cum totius Europae fcandalo.
Lufttanus Princeps Eduardus , qui pro ftatu Cxfarco vitam ex-
ioncbat ftrenu^ , ac
fclicitcr , in anguftum carcerem miffus eft ad fo-
rum nuntium reftituti Rcgni ScrenifRmo Portugallix Regi ejus fra-
tri. Etfi regalem illam acclamationcm non adco notoria probarct
juftitia,(cum Rci perfonam pocnas egredi non permittant leges)
quid in J; culpx Eduardo ?
In negotio non intcn'eniftc conftat argumento ab inverofimili ,
valido ; ctenim eft incredibile quod , ft vel rci notitiam habuifl'et
non pricvcnilfet detentioncin quam patitur.
SeJ ( contra veritatem ) iuppofito participcm fuiffc concilij , in
quo adverfus Imperium pcccabat ? Non pertinct ad Regcm ulcifei
injurias Duoi illatas, refpondit quidam Rex Gallia: difcrtilTiinc Et :
fainen dc olfenfione fa<£la cidem du:n cfTct Dux agebatur ; ergo mi-
nus incumbit ci qui agit pcribnaoi Ca’faris vindidla dclidli (negati )
contra
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,
da Cafa êal Tortuguesâ, 6^ i

contra Rcgcm Caflcllanum. Unde cum Hollandis Caftella: adverfa-
rijs paccm confcrvat ,
quia , fi hoftcs alfumcrct omncs Catholici Re-
gis inimicos , a bcllis nunquam ccfTarct.
Abcft culpa , ut omnes fatentur ; torquetur igitur ob bcncmcri-
ta ; ,
fi bcnemcrita fic puniuntur
at ,
quale fupplicium culpx relerva-
tur ? Parcere fubjeflis , & debellare luperbos : eft Imperiale inftitu-
tum , e contrario hfc pradicatum.
Non fatis luit innocentem Principem in vinculis habere, priva-
tum famulis , omni prorfus commercio, quinimo proprio Conteftario;
( eb
devenit contemptio Chriftianitatis ) tandem , ad inimicorum in-
ftantiam per quondam , Navarrum nomine , horn iiiem vilifTmum , ac,
ut aliqui referunt , nationis infamace ; & per Didacum de Quiroga
Reginx indignum Cont'cirariuni , de quo ftuprum cum proxinia con-
fanguinea ad Viennam , aliaqne a religione aliena munnurat fama
Cellitudo veftra ilium vendidit Legato Caftellx pretio appretiati 40.
Mil. daldrum , ciim tamcn fa’pius promififlet cum non traaere Caftel-
lanis.
Ciim Chriftianum (b LedVor) inGermania venditum ( diiftu mi-
rabile ! )
feias ,
putes Gcrinaniam a Turca , vcl ab alio Sarraceno oc-
cupatam ; fed fallcris.
Nam SercnilTimus Thcodofius Bragantix Dux ,
dum cum Sebaf-
tiano Rege ad oircndendas Sarracenorum terras
ivifl'ct, captiis ab eo-
rum Rege gratuita donatus ; Eduardus verb ThcoJo-
libertate fuit
lij filius
,
dum Germanorum provincias defendebat , ab ipfis detrudi-
tur in carccrcm , & poftea venditur duriori adverfario. Scio aureum
diajema , quo , poft argenteum , &
ferreum , Imperator Germani.x
coronatur , lignificare , fic eum in virtutibus debere alios vincerc , ut
aurum cxcellit extera metalla , quomodo , ergo , carax iliius cfficie-
tur qui a barbaro Rege viilt fuperari ? profedlb dignior meliorem
adioncm habebit ad Impcriuin , fi vcl Cyri , vel Alexandri , vcl Lcc-
nidx lententix ftatur.
Nec pan-a in prxfcnti adeft circunftantia (qux in Mahometano
dcficicbat ) cx cadem religione , ac propinquo vinculo fanguinis cum
innocente Principe ; fcmcl per Elifabethain Rcginam Catliolicam , Al-
plionti I. Duds Bragantix promatrem proneptem ; itcrum per in-
clytum Emanuclcm Portugallix Regcm abavum Eduardi. C.Jubd fi
ex CO naturalis aft'edus nihil movet, ad antiquiora, cum quibusalix
ctiam obligationes concurrunt, refpidamus.
Auftriacos latere non poteft clariflima Elifabetha primi Joannis
Portugallix Regis filia , qux, Philippo Bono Elandrix Comiti , Bur-
gimdix Duci nupta , in C'arolo genito fuftinuit profapiam penc cx-
tiinflam ob det'edum liberorum , quos illc non habuerat cx prainor-
tuis uxoribus , uiia Michelle Caroli VI. Gallix Regis nata ; altera
Bonne Philippi de Artois Comitis Eu filia; cujus fxlicitaris tanquam
Philippus in nuptiarum die illuftrcm aurei Velleris Ordinem inftituit
pro majori gaudij cclebritate. Nec pofiiint non rccordari Scrcnillimx
L'lionorx uxoris Frcderici III. Impcratoris , qux ei peperit Vaxin i-
lianum , qui Impcriuin quafi hxrcditarium fuis reliquit; erat autem
Tom. IV. Nnnn ii filia
6^1 ^rova$ do Llv, VL da Hlllorla ênealogtca
filia Lufitani Regis Rduardi ; a quo , cum fanguine , ducit nomen il-
Ic quem nunc "crudclitas , horum titulorum immemor , olVendit in-
verb pra^fentem adlioncm cum Mahometanis , feu Sarraccnis,

Si
ut minus iniqiiis , comparare non pollumus , quibus illam adfimilabi-
mus ? Certe lolis Caftcllanis , qui perfonas , honorem , juftitiam , ac
rcligioncm fubhaftant.
Caftcllani caufam (ut dicitur) veftra Celfitudo fufUnet ; non
credo; nam qui vendit , de proprijs folum agit.
Sed , aato quod foret , hoc vel ob folam amici tiam , vel quia
in Portugallias negotio dc intcreflTe totius domus Auftriaese aliquo
modo traiiatur.
Si prius non bene emitur amicitia humana pro imeomparabili
practio divinje, quae non venditur, fed perditur per injuiiitiam.
Si pofterius , meminimus , Catholicum Regem ex Dei judicio
amififfe quaj poflidebat dum , propter flatus rationes , inter alios fe
fecit arbitrum , quod , ultra plura , nuper atteflatur prasfentium belJo-
rum principium exemplum Mantuanum. At , ut quidam ingenuofus
vates allegoricc cccinit , caccus qui ab irrationali catcllo vult duel , fi
in foveam inciderit ,
non dudlorem ;
fed imprudentiam propriam de-
bebit condemnare. Etfi ex pietate afeendentis Auflriacam domum
ccelefli favore fublimatam credimus , cur non ex impietate defeenden-
tis eandem timebimus dcfolandam ? Juflitia praemium , ac poenam pa-
rit aequaliter nil profuerunt Haebreis patrum virtutes quominus fi-
:
Jiorum punirentur pcccata.

Quam diverse juflifiimus Portugalliae Rex Joannes egit cum
Margarita Duce Mantuje , quae tempore Lufitanae libertatis qbtentx
fub Rege Caflellae gubernabat Portugalliam earn cum antiqua fami-
!
lia dccenter cuflodiri fecit , donee ( inftar Scipionis cum nepqte Maf-
finilTae) magnificentia verc Regia dimifit ; polTet quidem detincre fpe
permutationis cum Eduardo fratre, quam Principes confanguinei jam-
procurabant ; fed praevaluit aequitas rigori , innocentia ration! flatus;
& quia juflitiam utilitati praepofuit , videmus pugnare cceluni pro
, &
cjus juflitia pugnaturum fortius fperatur.
Ex fundamentis hie augetur nefas. Intendunt inimici privare
Lufitanorum arma gubernatore tali ; item Regiam prolem minuere ,
ut ufurpatione fecuriores reddantur; ita Alphonfus III.
in cogitata
& Ramirus II.
,
fratres , ac confanguineos ad coro-
Reges Legionis
nam jus habentes obcaecarunt ; defperatis tyrannis confuetudo , fla-
tum ftabilire vellc innocentium fanguine , & contra ordinem tempo-
ris, acjuflitiaj punire cogitationes futuras, nocentefque judicare in
prxfcns quos metus perfuadet in poflerum pcccaturos ; pra:ccps , ac
fanguinofa violentia meditata folum ab ijs quibiu^ ante oculos eft fem-
per importunum objcdlum proprij criminis , &
timent omnia qux
merentur.
Quod magis efl , Catholicus Philippus ( a fuis dcccptus , ut fo-
‘
Ict) nihil cx illis conliderationibus liabct.
Non cx priori: cum duces pcritifilmi in Portugallia invenian-
tur
,
, da Caja âl lôrtuguesia. 6$ ^

tar quinimo vjluti faule fit (ut cxpericntia oftcndit) Lufitanum
;
quemlibct contra CaftcUanos fufficerc , oporteatquc liduardum ad

majora refcrvarc. , r
Non ex altera ; quia ( ultra quod per defettum , quern Dci's
avertat , Lufitanorum Principum , nunquam admittendi forciit Caftel-
lani exofi) Regia Portugallix domus plurcs quam CaAellana habens
fuccellbres , firmior eft per vias ordinarias ; ctli tentant advcriarij ad
extraordinarias recurrere , fruftra contra Deum Lufitani Imperij fuii-
datorem , e cujus verbo ad primum Regcm Alphonfuin in Campo
Ourichio hi eventus procedunt , ac precedent in niajus ; quod fi , in-
crcduli , miracula negent , laltcm , Chriftiani , mcminerint, regem
Caftellx Toannem I. cum Portugalliam vejJet ufurparc Joanncni Por- .
tugallix infantem, quern timebat adverfarium , detinuifie in vinciilis,

in^cujus dile^li pocnam , ( ut creditor) non folum ab inaqualibiis
Lufitanorum copijs fult Cuperatus , led & paulo poll cx cafu eqiii
mifere niortuus nulla relifla fobole cx uxore Beatrice , per quam ad
coronam adfpirabat. Eundem nunc Deum habemus quern tunc Ita-
bebamus ; nsc abfonum erit putarc Cardinalis Infantis I'crdinandi inf-
peratum obitum in ipfo xtatis florc principium jam fuillc fupplicij ,
quamvis provenerit cx adjutorio dc quo fufurrat fama.
Quid verb intercrat fi cx prxfcnti fcclerc rcfultarct utilitas alie-
nis , fi imperium, cujus caufa praecipua clTc debet , offenditur gravi-
tcr ? in libertate , quia leges dc immunitate ejus rumpuntur , in Iplen-
dorc , fa£lo co qui fe imperatorem dicit Caftcllani Regis miniftro ,
vcl mercatore Chriftiani fanguinis ; in fama , nam nullus extraneiis
Princeps illuc veniet fi , contra debitam fecuritatem, videt Lufitanum
non folum in vinculis dctcntiim , fed & traditum in hoflium maniis.
Agnofeimus tandem, Rex Screniftime, faltcrn vehcn'cntcr luf-
picantur ,
immanitatem hanc noil cx corde veftro , fed ex inftantijs
Caftellanorum a principio cmanafle ; feimus ctiam vcflram pniden-
tiam alias condemnare Catholici Regis miniftros , qui peftimo regi-
mine ejus Monarchiam pcrdidcrc ^ qua igitur rationc fequuntur con-
filia qua: abhorrentur?
Rccordctur veftra Cclfitudo juftitiam ; recordetur innocentiam
incarcerati Principis ; nc oblivifeatur ejus bcncmcrita , & propriam
obligationem cx tot, ac tantis titulis; profpiciat lam.x; nolit macu-
late dignitatem acerbitatis ignominia ; agat Imperij boinim ; cauiani
publicam , non privatam gerat; timeat Deum; agnofeat codiius Aq-
plicia ; fugiat confilia, & contemiiat preces corum qui anneis ,
quod
jam habent , inculcant pra’cipium.
Et Vos , RcvcrcndilTimi , Cclfifi>nii , Illuftrillimi . Reverendi
Illuftrcs ,
Magnifici Gencrofi, &
Nobiles domini facri Imperij Prin-
cipes ,
Ordincs
, &
Magnates ; quibus , tanquam columnis , Ca-fa-
rcum ,
quibus non minor competit cura commu-
fuftinctur tcdificium
nis utilitatls videtc
•,quod non pofiunt non extraerdinaria apparere,
ciux Imperium pallum eft damna in tempore brcvillimo , f licet &
Religio non diflarct) nullus veftrum peimittcrct dicentem , Deum
ita parvi faccre Catholicum ftatum G.Tinania; ut cafui ejus eventus
remiferit •,
^54 ^Yovas do Llv» V I. da Hifloria ênealogtca
rcmifcrit; rcquitiir ergo ob caiifam mcgnain eiim dercliquifTc , nhim-
quc , ac ncceirarium efTc dc ilia cogitare ; at detcntionem Euuardi
iiiajorcm , ac magis publicam tyrannidein quis non videt.
Aiidite igitur Dcum per opera ; rdpicite juftitiam ; attendite
ad innocentiam ; nec permittatis quod Lufitani habeant Infanteni
niartyrem inter Germanos , ut habuerunt alium inter Sarracenos fi
;
Lufitanorum amicitiam multiplicatis vinculis per Ixcula continuatam
non mcminiftis , cogitate dc I'plcndore Germania: , dc Legibus , de
libertate veftra, nani, fi ita res proccdunt, nec vos tuti eftis in Ger-
mania ab alicnis Principibus ; vel K ex Hungariae agit ut imperator,
vcl ut privatus j fi ut Imperator , quid Eduardus contra imperium ?
fi ut privatus , quid imperio cum privato ? confulite Reipublicas
confulitc Imperio ; fit vobis excmplo Catholici Regis perditio, ne
finaiis gubernarorem veftrum, fcquentem (quodablit) ejus paUus,
conduci ad candem ruinam.
f
Manifejhtm Regis Ihingaria acinus ^ admifum in Doniinum Edu~
ardum gevmaniim fratrem jeannis PortugaUi«e Regis India ^
Guinea, ^ Bra ftHa domini , Jirenui0imi ,

Eidei yropogatoris
jujhtia vindicis ,
Hhertatis prepugnatoris ,
mcribits tntegerrimi ^
virtiice clari/Jimi ,
magnanimi , honorlun artium cidtot'is ,
Jiiorum
amantiJTitni , Patris patria vinctiâm a Regibus ,
Principibus
Pot^lutibiis ,
terroTum Dominis ,
DynajUs ,
Chitatum Prê-
6iis, C?* Viris illuftrihus ,
pojlulat.
a
NuXH.27<^ -xV quod
•
Regis Himgaris facinus , eb perferibere Ilatui , ut
horninum auribus , creditu difficile fama properanter in-
gcfTerat , manitefte nunc in publicum traducendum Antilles maxi-
,
<nus , potentiflimi Reges Principes , terrarum Domini , Dynafta: , ac
,
Viri illuflres
,
ob oculos cxpqfitum habeant , dominum fcilicet Edu-
ardum Sereniffimum Portugallia: Infimtem , Vita: innocuum , vinculis
ncxuni , traditum ciiftodibus, fervitutem expertum ,'libertatis exper-’
tern , yenditum , catenatum fraftis Humana: Ibcietatis legibus , rup-
;
to fidei privatre, &
publicje focdcre.
Inclyta Portugallise extitit Brigantia: domus Regalis quidem,
,
& Regia , ex qua olim exivit paulo quoque inferior Hinc Sereniffi- :
mi Duces, digniffima Regum proles, fcliciter prodiere; Horum no-

viffimus fuit Joannes, cui Germanus fratcr Eduardus, qui Regio
cultu fimul cducati ,
bonarum artium , &
militaris pra:cipue dilcipli-
na: ftudio dediti
,
ita animi pra:ftantia
,
& corporis roborc brevi cal-
luerunt , ut ingenij dexteritate , &
exertis viribus cjufdem a:tatula:
pucros ingenue fiiperavcrint &
cum utriufque I’pirituni non tarn al-
,
liccrct vita
umbratilis , otij , &
Mufanim dulccdo , quam tubarum
clangor , &
ftndentis litui permixtus fonitus
,
accenderct , ad ma- &
jora molimina indies concitaret nihil non referens belli'fpccimen
,
adama-
da Cafa êal Tortugu'esâ. 655
adamabant. Vidcrcs nunc juvencs priino jctatis fua: incuntis florc
phaleratos equos afcendere , ruri , vcl in catradonio cxcurrerc , hie
corrivales , illic velloccs Cervos curfu anteire , nunc apros montiuin
repetentes juga telo transfigere acuminato.
Sed enim hxc juventutis tyrocinia baud illis placcre diutius
potuerunt , namque fanguinis ardor facibus honoris accenfus patrios
lares, &
penates relinquerc, Sc a charifllmo fratre difpefei, Eduar-
dum conipulit , qui mature conlultans qua demum Orbis parte , inna-
ta pedtoris virtus poflet dilucide pracfulgere, tandem Germaniam pro-
ficifci parat , quam recens audierat decumanis belloruin flu61:ibus .xftua-
re , ut ibidem per varios fortunas cafus , &
rerum diferimina , Sc mi-
litaris artis peritiam , & immortalem nomini fuo gloriam compararet.
Anno Chrifti Domini millcfimo fexcentefimo trigefimo quarto,
Germaniam pen-ênit Sereniflimus Eduardus, & priufquam Cicfaris Cu-
riam ingredcretur , protinus eum nuntios falutatum mifit , & ac quid
non ex voto fuccederet , eos pricfcrtim commonuit , ut qualitcr cx-
cipiendus efict penfiore juditio prxvenircnt , & quamquam Principis
adventus prxeurrente velocius fama , Caftellx legati Cxfaris animum
in tranfverfam partem agere magnopere ftuduilFent , nihilo tamcn
fecius obtinuit , ScreniHlimum Eduardum , uti Principcm Imperij li-
berum , uti fanguine conjun6lu.n , Iionorifice , Sc humaniter traiâu-
dum , excipiendum.
Hlnc ftrenuus juvenis dominus Eduardus , ut caufaretur potius
occafionem nondum aJveni(Te militandi , quam prxterijfTe dolerct
cingulo militix , cui lubens nomen dederat decoratus militem non
^
fecus , ac diiccm agere coepit
,
qiiippe glorix confequendx ftudio
quo flagfabat , brevi multa co nplevit tempora , Sc cum militaris pc-
ritiae tra<?bum obtinuit
,
quo non alius pervenit unquam , ncc fort^
fit aliquis perventurus
;
noverat enim fcientiani rei bellicx dimicaadi
audaciam nutrire , Sc nemincin faccre metuiffe quod fe bene didici-Te
confidit.
Iâre nihil tarn aviJe expetendum putabat , quam belli peri-
Gulis intereTe, inter confertos hoft:s infclVis fignis cominus dimica-
re ,
&
aperto Marte congredi , vel quotiens ingruentis belli furor
tempus remitteret, acies inftrucrc , phalanges componere, caftra mo-
vere , vcl metari , tyrones docere armorum ufiim , belli machinas , Sc
firatagemata effingere , ca demum efficere , Sc navare, qux virum
qux dueem ftrenuum , qux Principcm decent. Summatim ira a!ie-
iVabat omnia , ut omnes fingula ; Jam veto majora militix rnuma,
qux vcl ambire ,
vcl rejicerc nelcivit , fclicitcr obijt , nullis afnnona:,
aut ab xrario acceptis ftipendijs, qiiinimn pro munificentix quxihi.
Sc rerum compendio , habuit Sc fuas militibus pecunias crogarc , &
egentes pannis, & annis obfitos exhiberc.
Ad hxc tanta humanitatis fimnl , & roboris fxcunditatc cumu-
latus evafit , ut foeijs continuo habitus in dclicijs cTet , Sc hoftibus
terror! , quando quidem utrifque commune fuerat fuTpicere , vena- &
ri Principcm imperio dignum , cui flavi crincs in terga moUitcr flu-
entes , alacrcs oculi , facies libcralis, vultus ingenuus, Ibtus elegans,

deco-'
6^6 Turovas do Liv. VI. da Hijlorta (jenealoglca
ricconis habitus ,
ifquc militaris ,
cujus dcniqiic pofuere in peflorc
Iciicin blandus honos,
hilarifquc tamen cum pondere virtus.
Scd cnim verb quid referre juvabit pra’clara Infantis t'acinora ?
Quid bcllo res Ikiiciter gellas? Quid tot vidos, & profligates hof-
tes, holliuniquc expugnatas civitates, cvcrl'a civitatum mania, com-
pilatas domos , populates agros? Nonne adluic lugct Amclan in Po-
merania , ruptis aggeribus , areem funditus devaftatam ? Nonne inge-
mit in Saxonia Caminis urbs tiiv.ens Intantis dexteram , cujus protc-
flioncm popofeit ? Nonne capta Saverna in Alfacia f'remit ? Quot-
quot me Irerculc extant civica ruina , quot parta ex hoftibus troâa,
berenillimi quidem Infantis nomcn cxtollunt , &
famam nullo I'ub
avo interituram conciliant; Hoc eft tamen cum primis roaxime do-
lenduin , tot praftita a Screniflimo Infante oflicia , tot exantlatos la-
boies, tot facta impendia baud potuiU'e Regein Hungaria dcmcrcri,
quc!n quo magis devinccrc debuerat acceptarum gratiarum foenus,
eb ingratitudinis , fc livoris rabic failus eft acerbior.
I'Ucniin exaiflis feptem circiter annis quo Serenifllmus Eduar-
dus apud Germania caftra morabatur, Kalendis Decembris anno mil-
leflmo fexcentefimo quadragefimo Joannes Dux , tunc temporis Bii-
gantia, ad regales infulas , & Lufitanicum Sceptrum tot fibi vatici-
j
nijs , tot fauftis ominibus , divina Dei optinii maximi arcanaque
,
providentia manifellis , jamdudum aufpicatum , a primoribus , & op-

timatibus Rcgni in unum cocuntibus fuit evocatus , & unaniini om-
nium confeniu , &
acclamationibus , ad fummum Rcgni faftigium
evedtus , non quidem per injuriam vel tyrannidem , fed optiino , &
nicrito jure, quidquid Caftellani muflent, oblatrent, vociferentur.
Namquc poll extremam Portugallia cladem , & includtabilc ft-
tum , poll ilebilc illud excidium , quo ftrenuiflimus Rex Sebaftianus
barbarorum Africa multitudinc oppreflus interijt , & ingens Lufitano-
rum gloria pridie Nonas Augufti , anno millefimo qiiingenteflmo fep-
tuagefimo oiftavo mifere concidit , extemplo Scrcniflimus Infans , Sc
Cardinalis Henricus fenio confedus , &
effratis viribus , ad Rcgni
clavum cxcitus , de fucceirore folicitus , propere ftuduit Princeps ex
cognacione Regis inclyti F.mmanuclis , ex diverfis Europa regioni-
bi s, per programata , per litcras convocare, cupiens judiccs a fe da-
tos litem maturate dirimere, &
priufquam in fata conceflllTet, dele-
ftuni (ucccITorem habere.
Inter Philippum Secundum Rcgem Caftella, Emmanuelis , ex
Elia Eiifabcth , nepotem , &
Screniffimam Catharinam , ex Infante
Eduardo filio , neptcni, glifcente inter omnes controverfia , pracipua
contentio fuit , S: mcdiiisfidius felicioribm aufpieijs certaret Dominv
Cathariiu, nifi Pliilippus jus fuum pofuiflet in armis , & inter belli
tumultum , fonitumque , ac tornientorum fremitum Themidis, &
Af-
traa juditium , & aqualitas obmutcfcercat ^ ctenim rcile noverat ip-
fius caufam in folido collocatam non clFe , ciim fc tantum fexu ivia--
rem diceret , & atate n-ajorem , atque ideo praferendum ; fv ex con-
trario Doniina Catharina firmiorc jure , &
legitimis civilis difciplinjc.
rationibus innitcrctur , fatis namque cxploratiun crat foeminas univcrli
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,,
p - -
da Cafa 7(eal Tortuguei(a. 6$j

fere Chriftiani orbis moribus, & veterrima confuetudinc , ad Reg-
norum fuccenioncm non reda tantum , fed ex tranfverfo venientes
admiti , cum ca irente , & quafi lege regia , regna a populo Regibus
fucrc translata , ita compofita comm
& fuccelfio , ut individua per-
petub cxinde agnatis ex ordine obvenirent jure quidem
filijs , &
ha;rcditario per id tempus omne aliud e(Tet incognitum , & hoc
,
cum
populo donanti longe utilius. Quamobrem Domina Catharina ex ju-
re reprxfentationis vincebat Philippum, quemadmoduni ab ejus pa-
rente Eduardo, fi viveret , vinceretur, &
amplius virtutc parentis,
tarn agnationis ,
quam melioris lincae compendio fruebatur.
Qiias obres Philippus juftitise pamm credens , aftu quodam
maligno Procerum , &
Primatuum Portugallix , quique ex Afnex cia-
de fupercrant , donarijs , fponfionibus , ac prxmijs animos coepit pro-
fiifa liberalitate aucupari , folcrter intelligens pamm hbi ftctiflc reg-
num prccio venditum , &
firraiflimam eorum fervitutem futuram, qui
pecunia veniere: Porro enim armato milite, fuccenturiatis cohor- &
tibus Regnum quantavis calamitatc confternatum invadere , ferro &
fubigerc incafum adoriretur , nifi priiis viam auro , magnis mcr- &
cedibus ad vidoriam confequendam (Icmeret , ac muniret , feiebat
enim ita in imperio , fic in corpore , moibos a capitc in membra
defeendere , & pecuniamm potiiis , quam armorum pondcre hominum
cervices infledi. Hinc Dominx Catharinx , & filio Domino Thco-
dofiq recuperandi Regnum
,
fibi tot titulis debitum , intcrclufa peni-
tus facultas fuit quoufque tandem venturo fata Joanni , invcncrc
,
viam nuUo
,
fibi temporis lapfu , vel annorum decurfu
obfiftente
quominus ab injufto Rcgni occupatore polTeffionem juftiflime vindi-
carct.
Sed ubi primum Gernianix fama innotuit , Dominum Joannem
Portugallix regnarc , ac tutum peflilens Erynnis inferorum excita fc-
dibus , Regis Hungarix mentem invafit , & dum Ratisbonx diet co-
mitia peragendi gratia , quam Dixtam vccant , mifit Marchioncm
Gonzagam , qui &rcniirmum Eduardum indefinenter quxfitum Vix-
iiam conducerct : Mox illi Gonzaga rerum , fraudis jgnaro , ad ri- &
pam Danubij naviganti obviam procdlit , tandem uterque fimul Vix-
iiam appulit , ubi Dominus Eduardus vinculis , cullodibus tradi- &
tur. Jam ergo ex innota Infantis cladcs , caulTa infortunij patefa- &
da , varij multis ferb in ore fermoncs, alij alijs contraria profcreii-
tes , Juditia palam dill'ona, domi verb , in occulto conformia , & &
complures in Rege verfutiam increpantes , per pauci defendentes.
F.t quamvis Rex afliduis aditionibus virorum optime fentientium
ScrcnilTimum Eduardum Germania rclegandum , non vero ad vincula
religandum, interpcllatus effet ,
nihilo tamen magis ladus dl huma-
nior , immo ab inexptis dimoveri haudquaoiiam voluit ,
Legatis
Caftellx aurcs patefaciens impic fuadentibus liondlum , & utile rei
Germanicx fore ,
hominem vinculis tencri , cum primis in
elati ingenij
obfcqtiium Regis Caftellx fibi fanguinis, &
neceffitudinis ncxibuscon-
jundiflimi , ne forte vir bellicx artis peritia , aniir.i virtutc infignis &
pollet Portugallix incolumitatem , Calleilx ycro cxcidium aft’erre
i
Tom. IV. Oooo cum
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^5 8 Turovas do Lh. VL da Hijlorta (jenealogtca
cum dexteram timeri fas cfTet , quam hoftibus tcrribilem

iuftc illius
cxpcrinientum comprobavcrat , & parvi jcftimanda foret cjus jadura
libcrtatis , quae mox in reipublicae pcrniciem futura e(Tet , vcl audicn-
da calumniantium objurgatio multorum utilitati contraria ; maxim c
cum pads , & amicitiae caufsa poflct Rex Hungariac hoftcs Caftella:
ufque ad fupremam coercitionem coniprimere , neque vcrendum an
non injuria ladum crcdatur quod pro injuria propulfanda fit , aut
praecavcnda id : enim regij flatus praecipua ratio poflulat ,
ut liceat
|Uod expedit , & prius quod utile , quam quod honeftum , fiat quae- :
Jito (ut aflTolet) peculiari commodo fub boni publici velamento.

His accenfus Hungariae Rex , & in fcelerum fentinam prolap-
fus , ,
& vinculis nexum ad arcem Pata-
in infontein afperc defaevijt
vij iterumque ad arcem Gratz in Styria , prope Viae-
ad Bavariam ,
nam ,
mifit ,
&
ad Regem fupplices obfecrantium preces ab ijs
licet
deferuntur , qui tantam fortunae commutationem miferabantur , eum
tamen neque perfidiae fuae puduit , neque piguit , fals6 etenim exifli-
mabat Infantem Eduardum , licet fraterni piincipatus ignarum , &
cujufvis noxae penitus alienum , pofTe , uti reum criminis , pledi , &
vinculis mancipari ; ciun nulla naturalis ratio patiatur , ut ob timo-
rcm noftrum nobis permifla fit alterum ofFendendi licentia, quibus
tantum ad propellendum damnum defenfio indulgctur. Nûe

fibi
pcrfuadere debuit Portugalliam ob unius viri defedum in pefium itu-
ram quae fatis magnis viris abundat ,
:
viribus pollet , quin etia'^ &
non ob hoc putandus efict Rex culpa vacate, imo contra, cum glif-
ccret damnum, ad cujus menfuram crimen quoque augeri neccfTcc/?.
Neque ferendum Principi licere quod expedit , proprius namque
chriflianae pictatis eft , id tantum expedite quod liceat , & nihil
quod inhoneftum fir
,
utile fore.
adhuc Hungarici Regis immanitas ulterius progreflTa,
Effraenis
in uno ut fcralcm ipfe barbarorum ,
facinore tot fcclera perpetravit
,
ac tyrannorum fievitiam prifeis olim feculis deteftatam longe fupera-
vit. Innexum vinculis tenuit SerenifTimum Eduardum, quern liberum
cxccpit catenis ligatum reddidit , cujus benefieijs fe noverat obliga-
,
tum ,
& ncqua ampUus
deefl'et crudclitas , Infantis dextera laqueis ir-
rctitur. O
inclyta viri virtus , excelfa animi fortitudo , qui vin- &
cere quidem potuifti, fed non vinci
,
contumclijs affici , at non la- &
bafei , conftans namque animi vigor interminatis laborum fleditur ,
& non frangitur undis, vincitur ferro dextera ferro vincere afiueta,
e brachio pendent catenae, ex quo falus Germanici pendebat imperij
vincitur dextera , adhuc timetur. &
Rex Hungarix quantum ti- O
mcas oportet Omnipotentis dexteram, innocentum vindicem, accr- &
bitatem criminum fuplicij gravitate penfantem.
Nullum invenilli opprobrij genus, quo SerenifTimum non affli-
geres Eduardum prxeepifti catenatum fatcllitibus cuftodiendum pari-
,
tcr , &
illudcndum tradi , quos neque manebat pictas , neque huma -
nitas decebat , ab his clamyde , Sc paludamento exuitur , ut itcruin
abjedo fago indutus txdio , fquallore confedus omnino contabef- &
cat. Cxteruni parum profuit tantum nefas , etenim in viliori ami(5l:u
In fan-
,
da Cafa %ea] Tortugnesâ. 6

Infantis virttis plus cmicat in infirmitatc pcrfcdlior , trepit’are vidercs
latcllitis manum vcftcs blattcas lacerantis , &
vilifliniam rcfcrentis , in-
fimul & Infantis viiltum impcriofa quicte , &
tranquilla niajeftate de-
corum ,
nulla vcl calamitatc comprclTum ,
vel indignantis fortuna: ca-
fibus conftcrnatum.
Scd quoniam Infant! fupererat adhiic confelTarij fui fpirituale
folamen , quo vcluti ca-lcfti pabulo mentis perrecrcatus , inter cate-
natos labores , & arumnarum colluviem quandoque relpirabat , ut
ita in corpore , ftc in animo a:que vexarctur , e medio confeflarius
eripitur ,
luifcÎo alio bifpanici idiomatis , cujus an indagandi , dete-
gendive crimina , vel dlmittendi , prxeipua intentio fiierit , incertum
ell: Maxime tamen dolcndum , ad divinum ufque pocniteiitia: Sacra-
mentum Regis aufum temere proceflifle , fed quid miramur ? cum Re-
gis mentem vindidaa cupido ita inceflerit , ut nihil non atrox in In-
fantem Eduardum moliri, piaculum putaret.
In tanta rcnim perturbatione , ac viciflitudine , &
tanto belli
tumultu , quo univerfa fere Germania continue ex.xfluat , Screnifli-
mus Infans multam infortuniorum feriem expertus, ad graviorem tan-
dem devcniHc arbitrabatur , cum fe catenatum aniniadverteret ab ijs
pollulari , quorum ope fperarc debucrat libertatem : Quoniam licet
Germanic! adelfent Screniflimi Principes , qui Regi fucccnfcrent
ejus vincula exprobantes , raultifquc divini , & humani juris argunicn-
tationibus conienderent dimitti liberum opportere , ex diverfo tamen
quidam furrexere Lufitani , nomine indigni , quibufeum I'ocietatcm
inierat Monachus Didacus de Chiroga
,
ut omnes in obfequium Re-
gis Caftellae una curarent y Dominum Eduardum Doftori Navarro
cafteliano traditum iri. Deus bone ? Ad Dofloris Navarri domum
traducitur Screniflimus Eduardus , ut illic inilaurentur convicia , no-
ventur opprobria , augeantur terrores , turn comminationcs crebrae
fulminum , fulgctrorumque impendentium glomerentur.
In his lane , quibus fortiflimi cujufque viri nutarct conftantia
Serenidimi Infantis vigor mentis , & animi altitude conftantior elu-
cebat , quippe nihil non indignum fperans , neque expavefeens , in>
potentis fortunx iram exarmaverat , unius tamen fceleris aflidiia re-
cordatione nimium divexabatur, in memoriam revocans Lufitanos tan-
tx , tamque cxecrabilis proditionis authores , non tain I'ui injuriam
a-gre f'erens , quam eorum famx Jadhiram , & notam nominis indcle-
bilcm.
Inter graviora Sereniflimi Infantis Eduardi infortimia illud fu-
premum videbatur , ad Caflellani hominis poteftatem , &
fervum , &
, cum
catenatum duci nihil deterius humana confequi pofl’ct inveftiga-
tio , quam , amill'a libertate , in hoflis immanis manum inciderc. Cx-
tcrum adhuc reftiterant interminx calamitatum moles, adhuc fuper-
crat in liiccedaneis laboribus acerbius incrementum : Mirabile hoc
quidem diiflu , &ferme creditu impoffibile , Eduardus pretio Caflcl-
lanis vxnit , Eduardus pecunijs emitur , &
libertas ejus toto auro
pretiofior nummorum pondcre xftimatur , &
promcrcalis inftar man-
cipij licitatoris voci
,
& audlionibus fubjacct.
-Tom. IV. Oooo ii Hxc
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66o ^rovas do Liv. V I. dn Hifloria (jetiealogica
Hsc barbaiis qiioque nationibus dcteflanda crudelitas ,

cum nul-
la gens adeo fit effera , & humanain focictatem pertxlii , qua: pacis
caull'a , promcreij , Icgationis , aut alitcr ad lb jufte adventantes in
fen itutem redigat , quin etiam Afri , quos nullum pictaris veftigium
manet , aut divina: Icgis cultus dccorat , vel morum comitas vcnulbit,
eos tantum in fervitutem cogunt , quos hofiilibus armis invadcre fi-
bi permilFum putant. Videas ergo , Rex Hungariae , quibus cum ar-
mis militavent Eduardus , holbum , an tuis ? An Gcrmaniam iverit
tecum confertum manum , vel te potius defenfurus ? An denique
quidquam patraverit ingenuae , vel fervilis conditionis dignum ?
Nullo equidem afeitae excufationis fuco , tyrannidis , & fccleris
tui notam abolere poteris , vel occulere , qui virum bene de te meri-
tum , fanguine tibi conjumSlum , animi virtute , & corporis habitu
egregium , & liberalem , ad fervitutem impiam , ciim caperes , & ciun
venderes coegifti ; Nonne legis Flavix capitale crimen admifilli , tan-
to confpeblius in te quanto major haberis ? Nonne , quamquam te
Icgis virtutefolutum referas , fecundum leges vivere, & eifdem fub-
mittere principatum teneris
^
ne alio qui regia dignitate , imperiali &
culmine ,
quod affeflas ,
indignum te profiteare ?
Jam dudum qui orthodoxjB fidei veritatem re-

inter Principes
,
colunt , cominuni veluti lege , ubique terrarum feitum , pa£himque
eft , ut , exorto bello
,
milites utrinque capti nec fervi fiant , nec ex-
teris vaeneant
,
fed potius vel libere in fuos dimittantur , vel , exigua
mercede pro exercitus impenfis reddita. Attamen , nullis fa:cialibus
midis , nullo ineliflo Regi Portugall x bello , Serenidimus Eduan/us
a Rege Hungariae , in mus Caftris militans , capitur ut hoftis , vendi-
tur ut fervus
, &
Caftellanis traditur. O
eiFeram crudclitatem ? 6
miferam avaritiam b hominum miferrimum , in quo facile utniinque
!
fentimus , neutram non valididimam difeernimus : Meminide debue-

ras , ingenuam illius punici Regis libcralitatcm qui Serenidimum
,
Theodofium Brigantia; ducem bello captum libertate donavit , cujus
tu modo filium Eduardum tuis in caftris degentem pecunia venunde-
difti:Non equidem imitaris fpiritum AquiliC generofum , qusc terre-
na defpiciens , & fublimc elata folis radios fixis oculis contemplatur,
fed velut nodua inter humilia , & plana terrarum , ultra tenebras non
erigeris , neque lucis ufura vel excelfi animi frucris ingenuitatc , fed
,
cnim vereor ne Sereniffimo Eduardo Aquilae fimilis videare , quern
ungue cepifti quern adunco roftro venditum devorafti.
,
Hoc ampfius videndum , earn Regis Hungarix , & Infantis
Eduardi neceditudincm internofei , cujus fumma inter mortalcs folet
ede religio , communi veluti gentium voto fancita , legis , ac foede-
ris fponfiqne firmata : Etenim hujufee vinculi fidem referunt
, do- &
mina Elifabeth Catholica Caftellx Regina neptis Domini Alfonfi
primi Brigantix Duels, &
Domtnus Emmanuel Rex Portugallia: ejuf-
dem Eduardi abavus , quinctiam Demina Elifabeth, filia Joannis
printi Pqrtugallia; Regis
,
nupta Philippo Elandrix Comiti , Burgun-
dix Duci ,
& domina Leonora , filia Luuardi Portiigallix Regis , Ini-
peratori Eredcrico.
Qiure
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,,
,
dii Cafa %eal Tortu^tÂ. 66i

Quare indifTne qiiiJcm fercndum eft ,
Regem
Hungariciim co
effrcnata: , vcl'an^rque impietatis devenilTe , ut in obfcquium Regis
Caftclla: , non taiui allov'juin aeftimandum , ncque proprii honoris ja-
ilura’ , neque fanguini , vcl fui exiftimationi pcpcrccrit. I’lane utruin-
qiic Regem eadem patrandi fceleris ratio commovit , & in perpetux
ignominuE barathrum deduxit Inter complura , qua: in uno flagitio
:
vifuntur mala , noviflimum malorum fuit utriulque latitia , quos

propterea I'ul’onis infignium judicabit indignos , qui vidcat nullum
participium immanitatis cITc cum manfuctudine , verl'utise cum Icnita-
te , calliditatis cum candore , denique veteratoris cum agno.
Et illud quoque mirandum Regem Hungaria, per Leopoldiim
fratrem , fapius fpoponditre infantem Eduardum nullo unquam tem-
pore Caftellanis trauendum ; fponfionis autem mox ilium pamituit,
cum tamen Principem quidem decerct promifT® libertatis gratia , Iso-
mincm verb ncmincm ejus turpiflima revocatio. Princeps enim jul'i-
ti® , & veritatis fons , perpetua debet animi conftantia pcrmancrc
& perenni voluntatis immobilitatc f'rui , omni prorl'us mutationc fu-
blimior , ac Dei optimi , cujus mctu regnat , iminutabilium a£Iionum
fapiens xmulator , excclfum namque animum unius calami , uniulquc
labij fimplicitas dccorat.
Memoria traditum eft egregium fexti Pompei facinus, qui c\m
ex quicte publica paccm cum Oftavio, & Antonio iniret, data , ac-
ceptaque per legatos fide, apud Puteolos utrumque ad canam invi-
tavit , & inter faliares dapes, & lautillim® nicnf® fplendorein , Me-
nodorus panipean® claflis mifit, qui in aurem fexto dicerent , memi-
niffet intra triremcm luam habere , per quos paternam , & fratris in-
juriam ulcifci , &
imperio folus potiri pofiet, alioqui fe ita claficin
ordinaturum , ne unus quidem ex invitatis evaderet , cui Pompeus
Menodorum , nulla re aiifla , perdere potuilTe , quos non promifit
incolumes , fe autem nolle fidem quain dederat, violari : Digna vox
h®c Imperatore fuit, indignum vero Regis Hungari® nefas, homi-
ne imperium ambientc Sextus fidem fervare , qiiam mundi , rerum-
:
que dominum dici maluit , & Alagni nomen , nifi pater pr®ripcret
adeptus clfet , Rex autem a parentc degenerans , nihil fibi , ac pofte-
ritati fu® pr®ter labem ignomini® comparavit. Nec minim fi taii-
,
to fcelere fama in praeceps ruat , &
nominis , fiqua eft memoria
execrabili deteftatione proriindatur , fiquidem nihil inter mortalcs foc-
dius , nullum perfidia crimen gravius efle poteft , quod femel admif-
fum illam exiftimationi notam inurit , qu® nulla temporum oblivio-
nc deleri, nulla etiam religione valcat expiari.
Mediolanum ducitur Serenidimus Euuardus , & fatcllitibus, feu
mavis fcorpijs , & Icopardis cuftodiendus , deglutiendufquc traditur ,
vir quidem ad omnia fumma natus , & qui (lantcm , reflantcmque
totics fortunam ufque adco fit virtutc fua modcratus , ut nefeias
utriim fecundis rebus conftantior , an adverfis ®quior , ac temperan-
tior apparuerit : quern neque pr®fentium ®rumnarum rigor , neque
imminens futurariim periculum unquam deterruit. Pulfo CIcrmanil
llrcnuiinmo Eduardo , frangitur imperij libertas , & ubi fucrat homi-
nuin
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6 6^ Turovas do Liv. VI. da Hijloria (jeneahgtca
nuin tutinimum profugiiim , & afylum , co confugicntibus compcdcs,

& manicx paranlur , incolumitatcm quicrcntes in I'crviiutcm inci-
dunt , ab hoftibiis divcrtentes in durioris Iioftis iiignm dcvcniiint.
Plane quaque fiiit Rex Hungaria; in Screniflimi Infantis Edu-
ardi pernicieni demolitus , non occultuin fcclcris fehema , & fpccicm
tyrannidis pnel'e fciunt , pcH'undcdit Impcrij jura multos fervata per
annos , repagula , & immunitatem civitatum comminuit , ac dcmuni
commune ad (c adventantium priefidiuni'dilluibavit Non ergo ter-
:
rarum domini , ImperatorilVe nomen meretur , qui Caftcllic Regis

doininuin lul'picit niandatis obl'ceundat , & ejus impcrio fafees fub-
•,
inittit , neque ainplius pater patrix , fed prouitor patrix niincupan-

dus , qui patriam lubegit, & altcrius poteftati fubeft.
Semper juris gentium , & ubique fuit religio , ex principijs na-
(urx hominibus indita , & cuku vcncrabilis , cujus ca maxima virtus
ek , ut neque diferetis terrarum , marifique finibus cocrceatur, ne-
que dominiorum , aut dominantium diverfitate intercidat , fed ita
apud omnes perxqiic cuftoditur , ut etiam hofti oftium nokrum pa-
teat , fub pads fpecic adventanti , nulla nobis data ofFendendi liccn-
tia , aut illi migrandi lacultatc fublata; Hoc jure cxceptus German!*
Dominus Eduardus , tandem vinculis prsemitur ad impiam fervitutem
coa£lus , ciim potiiis , quo vellet , abeundi potekate interdid non pof-
fet , tametfi Portugalliam rediens Caftellx Regi futurus elTet timori.
Quod apud vetercs tarn fanfle fervatum eft , ut etiam in lega-
tione (cujus prxeipua cautio eft juris gentium) frauduicntcr verfati
eo jure libcri , &
iiicolumes dimittcrentur , ita Tarquiniorum legatos
a Regibus fuis bona repetitum miftbs Confules delata ftbi cum qui-
bufdam roman* juventutis adolefccntibus corum conjuratione , libe-
rc, & illxfos remiferunt. Sic Africanus Scipio captam Athenierffium
navcm , in qua multi illuftres viri vehebantur , inviolatam dimiftt , &
quamquam compertum eftet illos vitandi periculi gratia legationis no-
men commentos iuiU'c , maluit magnus ille Romanus fe deceptum
quam violatam jurifgcntium fidem videri.
Quis ergo Regi Hungari* definet fuccenfere ? Quis in eum
non aenter cxeandcl'cet ? Qui Germani* imperium , & Romanorura
regimeiitum ambiens, illius jura folvere non crubuit, & horum prx-
clara gefta nonunquam
liievit , aut ftuduit imitari , quis denique ho-
minem tvrannide
eft’eratum , &
in infontes immaniter defxvientem
tacitus ullo prxterire poterit ? Quamquam enim acerbitate ca-
modo
lus , & oris
,
&
mentis vigor penitus flaveat , & quandoque filentium,
quam querimoni* prxftet , excmplo Apellis , qui Iphigcni* parentis
mxrorem ut grapliice exprimeret , velum vultui fuper induxit , ca ta-
mcn eft fponfionis authoritas , &
venerabilc fidei numcn , ut manum
prxtriftitia ftylum , &
pugillares faftidietitcm crebrb ad feribendum
compel lant.
PotcratScreniffimus Eduardus militans in Germani* caflris
fummam libi fccuritatcm , fidei public* del'ponfione fiicratam , polli-
ccri , quoulque potentior Hungari* Regis perfidia Principem Portu-
galli* Hdum in fidei cullodibus , amicum inimicis, inlontem fcclcftis,
&
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»
;
,
da Cafa êal T*ortuguesâ. 66 ^

& flagitiofishominibus dcJidit. Sub hujufcc fidei tutidimo pra:fidio
illuftres quidem viri remotinimas orbis plagas libere peragrarunt , in-
dignum quippc tcrrarum dominis vifum fucrat , rupto communis lo-
cietatis nxJere , advcnas inftar hoftium profligarc ; Rex autem pri-
vatam fidcm , & publicam pariter violavit , fortadls ut ftematum Hun-
gariiE fcuto tertiain crucem adderct , nam primam , & fcquentem jam-
ridem Hungari , cum toties a fide cathoUca deficcrent, poCucrc.
S[ultuin mehercle Principes dccct finccrus animi candor , & illius
utriurquc fidei vera confhntia , quam nequc cafus , ncque calumitas
dcbilitet , vel adverfitatum procella concutiat , fed tanquam rupes
aut immobile faxum fluftus maris undiguc seftuantis frangat , alioqui
li callidae fimulationis fuco animus obfcurctur , & mentis acicm pcr-
fidia occupet , illico fidei vigor marcet , & virtutes omncs obrutx
,
& convulfx continuo labant.
Multos pcrfidia perdidit , h contra vero aliorum nomen , famam-
que fervatx fidei intcgritas ad fydcra ufquc evexit, ac coclo intulit
fane Chriftianiflimus Rex Francifcus, nili tot ilium virtutes egregix,
paucis unquam mortalibus datx , comitarentur , quibus nomen xter-
num promeruit, hoc uno fafto debuit inter primos heroes collocari,
jui , ciim Carolum quintum in Bcigas , &
turbidos tunc Gandaven-
?,es , fine copijs , &
pocne fine comitibus , properantem excepifiet
multorum fermonibus îtari cespit , cur non hominem , in quo re-
rum momentum ,
tenuillct ? ccquando tarn bclla unquam occano , &
vindiftx , & rccuperandi Mediolanum ? Verum nulla vel fpe^fabilis
utilitas inviffum Regis animum allexit , quod Cjefarem apud fe ha-
beret ,
qui diccre folcbat , etiamfi fidcs toto orbe exularet , tamen re-
fibus tenendam e(Te , qui ea fola cogi , adftringique poflTent, cum re-
fiquos lex, aut poena, Principes folus pudor, aut fidcs cocrccat.
Et hoc quidem cufiooiendx fidei votum adco omnibus com-
mune eft , ut non tantum apud Rêm
Chriflianifiimum , verum etiam
apud Maurum Chriftiani nominis noftem , perxque reperiatur; Cum
enim Ferdinandus primus Rex Caftellx inter liberos regna , pariter-
que diflldij , ac fimultatis fomitem partirct , Alfonfus, a Saniiio fra-
tre monachuin profiteri coaftus
,
tandem ad Almenoncm Tolcti Re-
gem prqfugit, quanvis vetulx fagx, ex quibufdam fignis , notif-
&
que ominarentur, Alfonfum Impcrij toletani everforem futurum , ca-
ue propter non a Rege unquam dimitti fuaderent , ilium tamen ad
S aflcllx Regnum , a fuis poll necem fratris clam evocatum , incolu-
mcm , fartum te£him , ac muncribus fulTarcinatum remifit, ne fidcm
publicam , & Alfonfi fiduciam ludcret. Sic pariter Sulenia cordubcn-‘
fis tyrannus
,
&Barcinonx Comitem , &
ftrenuos duces , quorum ope
bcllum peregerat , liberaliter dimifit , quamquam non abs re fperare
debuilFet. fore ut hoftes fibi prope diem cvaacrent.
Sed cur fervatx fidei extera quxruntur exempla ? Nonne rc-
cens , ac nuperum apud nos extat fupcrioribiis compar ? Plane Sere-
nifJimus Joannes quartus , pod adeptum Portugallix Sceptrum, Mar-
garitam Mantux DucilTam , infcliccm faftis , turn nomine , Rcgni gu-
bernatrieem , ciim multo auri , &
argenti pondcrc cum peripetafma-
tis,
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:
66i^ ^rovas doUv.FI. da Hijloria ênealoîca
tis ,
aula’is ,
periflromatis ,
&
demum gaza, Callcllam abire
rcliqua
libcrc indulfit , animo perpendcns , Principem non omiiino criminis
I'lifpicionc carcre , qui Hdiiciam unius i'a;tninaj calamitatem fuam de-
plorantis , aut publica: fponfionis religioncm talli , vcl Icvidimc pa-
tiatur, mxjuc Regni proccribus aurcs pra’buit, Domini Infantis vin-
cula fivpiflmie fuggcrcntibus , enixeque orantibus , non prius Ducif-
I'am I'olvi , quam redito in patriam Eduardo. Quin ctiam Magnani-
mus idem Joannes plurquam viginti naves , a prxfefto claflis Lufita-
nica; mari captas ultro Iblvi julllt , &
parvi arllimans quod Cadcllam
navigaverint , maluit prxda: carere compendio , quam hnminum ad
leeuritatem publicam proclamantium fiduciam afpernari , eb fa£his &
eft Scipione major , quo numcrus navium prolinor , gravius in di- &
mittendo periculum.
Jam vero manifefta, & cxccranda Hungarici Regis immanifas
vindicari poftulat quippe qui nee libertati Germanix, aut fccurita-
,
ti pepercit, nec privata:, aut publicae fidei facra numina cuftodivit,
fed , exturbato communi gentium jure , Serenillimum Eduardum Por-

lugaliia: Infantcni , vinculis tenuit, auro vendidit, & ferro vin£lum
C jftellanis tradidit , dignus fane qui regnantium e numero tolleretur,
feu potius qui taifus de coelo fuWine incendio con'iagraret.
Adeant ergo humiles ha: obfecr.uionis noftrae Sanftidimum Prat-
fulem , fummum Dei Vicarium , juftitiae vindicem , & mundi arbi-
trum fingularcm , qu6 facratioris difpenfatione concilij Regis Hun-
garici facinus , privatx fidei offenfionem confiderans , ac demum
&
Infantis Eduardi calamitatem miferatiis , vires exerat , utrumque gla-
dium vibret , ac fulmioet ambidexter , quoad Screniftlmus Eduardus
ad iibertatem reditus , beatiftiniis illius pedibus pervolvatur.
Vofquc Principes ImperiJ libcri , quos primb tantum Regis
Hungarix nefas perculit , quid moramini ? cur Principem liberum fi-
nitis in fervitutem redigi ? cur non ocyiis infontem libertati redditis?
Exurgite nunc , Imperij Principes , & propcrc ad vindiflain accin-
gimini.
Exurgite vos , potentidimi Reges , terrarum Domini , D^rnalhc,
& illuftres viri,
infantem Eduardum defendite, a faucibus inimico-
rum cruite , &
annato milite liberate , illius , ac veftriim communis
caufta eft , ciim veftri muneris fit infontes tueri , opprefibs a ma-&
nibus potentiorum vendicare ; quin , nifi Regis Caftella: tyrannidem
retunJatis , liaud dubie illius fuperbiam experiemini , in Eduardi
nunc ,
in veftram modb ,
pofthac in totius orbis perniciem degraf-
fari.
Exurgite & b inclyti Reges Lufitanici , ac yef-
vos h tumulo
,
trum Eduardum in Iibertatem eripite, exurgat magnus Comeftabilis,
hortium domitor , & Caftcllanorum terror , & fuum patrix alum-
num rertituat. Erumpant (& hoc fatis) ftrenuus Joannes Rex Por-
tugal lix , & coaclo militum agmine hoftem lacelTat, Caftellam fnbi-
gat , mxnia eivitatum cvertat , & viibricibus armus vicos , ac villas
incendat, & agios late dcpopulctur, fic ftriifliim Lufitanorum ferruin
in Gaftcllanos ,
iiullo xtatis
,
fcxufve interjeclo diferimine ,
pervage-
tur
Digit ogK
,
da Cafa 7âl Tortuguesâ, 66%

tur quoufque tnndcm vel fanguine latiatum , vel cruore faAiditum
:
pro cliarHTlmo Eduardo terniinum ultioni dcmonftret. Ecquid Sere-

niffirni Intantis prcces, &
fufpiria ad Deum optimum quoque perve-
nicnt cujus nutu impcria criguntur ,
j
occidunt, uiperbis meri- & &
tam vmdidam retribuct.
Juris AUegationes ,
quas ad dênfionem D. Eduardi de Portugal
jufus a DD. Judtcibus a potent ijjimo Rege nqjlro dtlegatis
(on/cribebat Carolus Gallaratus , Marchio Cerrani Me-
diolani ex Collegio ,/. CC. Calendts Mali anno Ja-
lutts M.DC.XLVJII.
S U MM A RIU M.
I Primm Capta reatus. 1 8 OrdoCbrijli gaudet majorihus NuHl. 2 7‘
a Secundum Caput. privilegijs , qui ipfi Reges Por-
5 Tertium Caput. tugallia ilia impetrarunt , dr
4 Quartum Caput. approbarunt.
5 (duintum Capra. 19 Milites non pojftmt revtmtiare
6 D. Eduaratts miles profef- privilegio fort.
fus , Commendatarius Ordi- 20 Milites pojjmn fe Uteri a Ju-
nts Chrijli in Partugallia. dice Laico etiam per inhibttio-
7 Ordo Cbrijli quo tempore , ^ nes ab Ecclefaftico.
a quo injlittaus. 21 Declarationes favore inmitmi-
8 Equites ordinum Hijpanite Jura tatis competen. bijce equitihus.
vere religioji. 22 Ordo S. M. circa formant pro-
9 Gaudcnt privilegio fnri. cedendi contra equites.
10 Maxime quando ordo ejl ap- 23 Religioji non comitt unt crimen
probatus a S. P. - leja majejlatis.
11 Ordo militum Cbrijli in Por- 24 Equites ordintmnon comittunt
tugallia fuit approbatus a Jo. crimen L. M.
21. Pontijice. ij In omnem cajum etiam in boc
II Ratio quare gaudent boc pri- crimine judices font Ecclefutjli-
vilcgio. d.
13 Caudent privilegio fori etiam Ordo S. M. favore Equitum.
26
Novitij. Ordo quod in quibusdam caji-
27
14 Caufie dchertt cogttojci per mi- bus exceptis Equites fubjacerent
lites ejujdem ordints etiam in foro laicortm, non fervatur.
,
aitrocioribus. 18 Cajus fingularis ad prohan-
15 Jo. Rex Cajiellte pettjt abjo- dum exemptionem etiam in ca-
lutionem a S. P. ob necem mtli- fdms alias exceptis.
tis S. Jacobi. 29 Ex ordinibus Colatrava
,
quo-
1 6 Dclegari non pojfunt laid con- rum
privilegiis gaudet ordo
tra bofce milites. Chrijli , judices funt equites
17 Defeiltts in delegatione hujus etiam in caftbus perduellionis.
caufie. 30 Alvarus de Luna , ob cuius
Tom. IV. Pppp necem
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666 Trovas do Uv. VI. da Hiflorta Gcnealogica
veccm petijt abfolutionem Jo. JO In cotfefpone judiciali reqttiri-
Rex CaJlelU , reus bujus cri- tur juramentum.

mhtis. ji De corpore delilli debet cotif-
Jo. Sottomajor Magifler Al- iare altunde quam per conjej-
31
cantara reus bujus Crimms a fltonem.
Conftlto ordinis fuit danwatus. Quid quoad deli&a qua non
Gomesiê Cazeres Magifler Al- relinquunt pofl fe -vefligia.
3^
cantara reus ejujdem criminis j3 Ad probandum traltatum , re-
ab eifldem Militibus danmatus. quiruntur adminicula ultra con-
33 Gahda LMpus Calatrava
Ma- feflionem.
gifler ex eadem cauja fubijt j4 Confejfus de fcientiay & par-
idem juditium. ticipattone trallatus contra Prin-
cipem fuit abfolutus quia non
34 Idem fuit fervatum in Lufha-
nia cum milite ordinis Chrifli. conflabat de traSiatu aliunde y
35 Refpottflo D. Eduardi ad inquam per confefponem.

requirun-
terrogata. J5 ConjcBttra fortiores
36 Secunda depoptio D. Eduardi. tur in crim. L. M.
Intellelius g^manus totius 56 Indhia debent ejfe induhitata.
37
examinis D. Eduardi. 57 Et non fufficiunt nifi ad pa-
38 Reus potep declarare fuam dc- nam extraordinariam.
pofitionetn. j8 Prh'ilegia cottcejfa ad proban-
39 Judex debet capere femperin- dum crtmen L. M. non defer-
trepretationem , per quam deli- viunt ad probandum fcieniiam
£lum excludatur etiam in crim. criminis.
L.M. 59 Cajtts noviffimus circa proia-
40 Cotfeffio extrajudicialis poteP tionem corporis deliHi per con-
revocari etiam non dolio de er- jelluras.
rcre. 60 Ex verbis procejjus reatus non
41 Etiam quando fuit redaSia in probatur.
fcriptttram. 61 Dolus in bocfallo argui non
41 Gosfejflo extrajudicialis revo- potefl.
cat a perimit onme juditium. 62 Ceflante dolo cefat omnis actio
43 Et tanto magis potefl declara- in crimine majeflatis.
ri. 63 Ita quod neqtte fufficit lata
44 Maxime auando non confat de culpa.
corpore deliiti. 64 Et dolus debet probari conclu-
Et maxime quando juramen- denter.
tum eflfolttm re/pondendi ad In- 6j Quavis cattfa excufat a pama
terrogata. inboc crimine.
46 Quid dicendum de aliquibus 66 Caufa qttihus poflit fe tueri
ixrbis procejfus. D. Eduardus.
47 Qttid importet fubfcriptio D. 6j Ignorantia Juris Chilis ex-
Guardi inJrrocejfu. cufat faltem milites.
48 Confeffiofalta coram Judiccy 68 rlec de jure naturali nec de
ac notario fed non in figura Ju- jttre gentium efl indulla ohliga-
dicij dicitur folttm extrajudi- tio revelandi in hoc dclillo,
cialis. ifc.
•49 Et facit folum inditium. 69 D. Eduardus nan pota at pro-
bare
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tâ Cafa %etd Tortugaesyi, 66y
la*‘e id quod objicitur ipfum 89 Pana contra fugientes e car-
mviffe. ceribus non babetrt locum in
ro Sctens traHatum contra Prtn- folo conatu.
cipem ,
non tenetur rcvelare 90 luga in hoc cafu neque ope-
quando non potefi probê. rator aliquodjuditium ad ^0-
-I yiccufans aliquem majejlatisy banda crtmina , de quibusfuit
iy (emip/ene tantum probans reus cotiftitutus,
fuhjicitur torturr 91 Tria pojlrema capita reatus.

7Z Sctens traBatum contra Prin- 92 Tejies inbabiles non requi-
cipent , non revelans puni- runtur ad probanda verba in-
tur fo/um pcena extraordinaria. Juriofa contra Principem.
7} L. qttij^quis C. ad L. ytdiam 93 Nec ad probanda inditia cri-
majejiatis eft odiofa , ir non minis.
potejl extendi. 94 Non difpenfatur inbabilitas
74 tton tenetttr reve/are tra- diBorum in tejlibus.
Batum ,
quando ipfe ejl cauja 9J Nec plures inbabilitates per-
principalis traBatas, licet alio fona.
paBo teneatur obviare deliBo. 96 Pefles inbabiles quando , ad-
mittutrtur non tamen probanty
y; Nemo tenetur fe fubjicere tor-
mentis. ut tejies integri , Jed uti inba-
76 Nemo tenetttr in hoc crimine biles.
accufare Patrem ,
Matrem , 97 fjuando caput ejl fuJpeBumy
aut filios. JuJpeBi funt etiam milites.
77 D. Eduardus in omnem ca- 98 Locum Tenens Cajlri P-ô-
Jum eijet tutus exemplo Jeju vis Mediolani erat JuJpcBus,
Cbrijli. 99 Excluditur prafumptio ab in-
78 CM ftus aufugit in montem verijimili.
quando Regnum illi ftdt ohla- 100 Ad inferendam ratificatic-
88 turn ne aliqua feditio orire-

,
nem in deliBis per verba cotn-
tur contra Crfarent. placentia requiritur.
79 Cafus jimilis Davidis. 101 Primb quod deliBum ftgej-
80 Cafus Germanici. titm nomine aut mandato pro-
8r Scipionis. ferentis verba complacentiit.
82 I 'erdinandi jiragonij. 102 Secundb quod aBus ratifice-
83 Reatus circa fugam a carcere. tur tanquamgejlus ejus nomine.
84 Ad probandum crimen majef- 103 Etiam in punBo de Crimine
tatis non dijpenfatur circa in- Mqjeâtis,
Imbilitatem diBorum , quid- 104 Dijpojh. in L. unica C. Ji-
qtttd dijpenfatur circa inhabi- quis Imperatori non babet lo-
Ittatmt perfon.e. am
Jiquis maledixerit Admi-
85- Non aifpenjatur quando con- nijlrts Prhicipis.
currtmt plures inhabilitotes. 105 Principes Prudentcs jpemunt
86 Epijlolx D. Eduardt ad Du- malediBa etiam contra fe ipfos.
ccttt de Saxon. 106 DiJlinBio in hoc purBo.
'
87 Epijlohe D. Eduardi ad Patt- 107 Verba notabilia d. L. unic*.
. Ittm Georxium. 108 Quando quis maledicit Vrin-
Depofiiirves tejlhm in offcn- cipt ex levitate , vel hfania ,
. fho pro.D. EtOtardo. cotitra etim non inquiritur.

Pppp ii Juris
i .
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66i ^rovas do Uv. VI. da Hifloria (jenealoglca
uris Allegationes ad dcfFenfionem D. Eduard! de Portugal de-
J tent! in Caftro Jov!s hujus Civitatis confcribere juffus ab Ain-
pliflimis Judkibus a Potentifllmo Rege noftro dclcgatis niunus
libcntcr fufcepi fciens fub fa;l!ciffiino ejus Impcrio omnibus pa-
tere Juftitix rores , libentius fum profequutus , dum pcrieais
diligcnriflime proceflibus !n hac caufa conftruftis clarifTime cnier-
fit D. Eduardi Innoccntia
,
quam nunc quoad fieri potuit !n re
tarn gravi breviter propono , eundem feûutus ordinem quern
,
!n gravaminibus excitatis idem Domini Judices dedere.
Capita reatus hxc funt.
Que aviendo buelto de Alemania a Portugal para ajuflar
fus interefes eftando en fu Cînta, vino a el el Paare Bartolo-
me Guerrero de la Compania de Jefus , y Ic habl6 con ciertas
generalidades , diciendo que fu perfona era muy bien villa en
aquel Reyno que un Cavallero del appelido de Tello le avia
pedido que Ic y
,
hablalTe , para que no partielTc del Reyno
, infi-
nuando machinas de la Jufticia de fu Caza a la fuccefllon del
Reyno , y le refpondib que no le tocava , ni queria hechar a
pen'.er la Cafa de fu hcrmano
y dicho Tello procur6 con vio-
:
lencia verlo el no le quifo rccivir

, v , y
el dicho Padre Guer-
rero le advertio que en una junta avian tratado algunos fidalgos
Sebaftianillas de detenerle por fuerga. Por las qiiales caufas de-
termind falir luego de Portugal embarcando-fc fuera de tiempo
para palTar en Alemania. Y fiendo eftas praticas , y tentativos
tan folpechofos las perfonas mal contentos
, y , y Sebaftianillas,
como confta de fu dicho , faltando a lo que conviene a fieJ,
y
buen ValTallo de S. M. no dib parte alguna a S. M. ni a fus
Alinillros , ni dixo nada a otra perfona pudiendo refultar del-
,
lo el remedio del revelion trazado , que de alii a po-
, y calligo
cos anos fe effetub.
^ , Ql*® hallando-fe en Venetia Francifco Taquati con canti-
dad de dineros prqcurando por diverfos medios facarle de la
,
prifion , cmbib a Alilan a Paulo Gcorgio que avia fervido
en
Alemania en fu Regiraiento , y Cafa con cartas para el trato
,
de fararle de prifion. El qual Paulo por el mes de Deciembre
del ano 1642. vinodefde Bergamo a Milan,
y alojb en la Con-
trada larga en el Alefon de la Gata della Ciudad
, y fc dexd
ver de Martin Suer fu defpenfero en la plaza del Callillo,
y en
otros lugarcs diziendo que le avifalTe como havia venido
, y alo-
Xava a la Gata
: y cl dicho Martin de fu ordcn file a bufcarlc
algunas vczcs , y le trajb dos cartas cerradas que tratavan dello,
las quales reciyib encargando al dicho Martin
que no habladc pa-
labra con nadie
: y fiendo proprio de los culpados huyr la Juf-
ticiii ha ad.nitido los tratados de violar la prifion
, , y fa'lirfe
dellc Caftillo.
3 Que aviendo Juan de Berganza fu hcrmano levantado-fe
Portugal contra la fc , y lealdad debida al Rcy
D. i hclippe Quarto N. S. que N. S. guardc fu natural ver-
j , y
dadero
Diqitizod by Coogle
,
da Cafa %eal ôrtuguesâ. 66^

dadcro Sefior , incurricndo por ello en el delidlo de rcbclion ,
y dc lefa magcftad , in primo Capile , como es notorio , y cl fa-
via ; en el principio del mes de NovicmSrc una nochc vigilia de
San Carlos del aiio palFado 1644. en efteCaftillo en la roqueta
y lugar de fu prifion , hablando con fus criados brindd a la fa-
lud del Rcy D. Juan el Quarto por la gracia dc Dios fu her-
mano , y del'pucs a la falud dc la Reyna fu hermana.
4 Cê en el mefmo lugar y ano una manana haviendole di-
cho el Tenicnte del Caftillo della Plaza Juan Gil dc Evia , que
mudalfe de ConfcflTor , y que elegielTe perfona fubdita dc la Ma-
gedad del Rey Nueftro Senor , que Dios guarde , y que no
fuclTe de la Compania de los Padres Jefuitas, y que fe havia de
Kiudar de tienipo en tiempo , dei'pues dc haver ellado fufpenfo
I
y hecho demonftraciones de fcntiinicnto dixo entre otras cofus
! que eftos trabajos , y otros mayores tenian de confucio la caufa
porque los padccia , que era por el Rey fu hermano , por fu Ca-
'
. fa , y patria ; y que fi tubidTe diez mil vidas , las pondria de
bucna gana por tales caufas , y que fino teniatnos otras armas con
UC hazer guerra al Rey fu hermano , lo dava por bicn emplca-
3 o : y que avia fcrvido al Emperador ; que quificra mas haver
fervido al Gran Turco.
5 Que el mefmo dia , mes , y ano en el dicho lugar a me-
dio dia comiendo quando quifo bcbcr , tenicndo la copa en la
mano dixo a la falud del Rey mi Senor , y mi hermano , y a que
crepcn todos fus enimigos ; ufando efta , o femejantc palabra Ita-
liana : como y en la forma mas cumplida que confta en el pro-
,
ceflb en cllo fabricado.
Hie autem antequam ad ultcriora procedamus , pr*mitenda
eft nullitas hujus Judicij, five attendamus proedTum primo loco
conftruftum a D. Senatore Arias , five informationes per DD.
Dclegatos poftremo loco afTumptas , qux primum gravamiiium
caput pntifTim^ concernunt.
Nullitas emergit ex defaflu Jurifdiiflionis , quam Dd. dele-
gati tanquam laici m perfonam Ecclcfiafticam exercere non pof-
6 funt , & confequenter in D, Eduardum Militem profefium , &
Commendatarium S. Marisc de Mureiras S. Marix de Lacu , ac
7 Divi Jacobi de Monferas Ordinis Jefu Chrifti in Lufitania erc<fti
a Dionifio Lufitanorum Rege , ut teftatur Borcll. de Regis Ca-
thol. praeftant cap. 74. n. 46.
Cum
autem hi equites fint verc ,
fk propria religiofi , ut
. 8 poll innumeros probat Motta de Ordine Divi Jacobi lib.
alios
2. ubi refert ^59. DD. ita fentientes latifllmc Spercll. de-
§. 29.
cif. per totum , & max. num. 48. & feq. ubi rem ad partes
2.
examinat , & religioTos efie rcfolvit. Quibus addo Amaiam ad L.
ultimam C. dc incolis lib. ro. num. 15. cum Reynofo, acNcr-
'
bona ab eo relatis Anfald. conf. 78. num. 4j. Mcrenda cont. Ju-
'
rif. lib. 14 cap. 49. num.
. 2. verf. Cum diam vere religiofi ,
& num. 9. Faber in C. Eb. 6. tit. 22. dciE 33. num, 2. in allc-
gr,tis,
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6 -JO Trovas do Uv. VI. da Hijlorla (feneahglca
gatis ,
Ferentill. ad decif. a. Gnazinus defonf. zo. n.
Bura^
Pereira plene decif. 58. ubi de militibus Chrifti in Portugalia,
& de eifdem Sperell. d. decif. 2. n. 120. Barbofa de off. &
po-
teftate Epifeopi p. 2. allcgat. 12. n. 46. & in tra£Vatu Juris Ec-
clefiaftici lib. p. tit. de Privileges Clericorum cap. 39. §. 2. n.
46, Carlcval. de Judiciis lib. p. tit. p. difput. 2. quaeft. 6. fee.

3. fub nmn. 416. Apol\illator ad Bullas circa ordinem Calatra-
va: ad Bullam Innocentij pag. mihi 21. ibi in margine en efto
fe prueva que efta cs verdadera religion , &
in fummario Privi-
legiorum ejufdem Religionis pag. mihi 278. ibi lo primero que
la orden v Cavalleria de Calatrava es verdadera religion P. Chri-
foftomus Jfenriquez in colleclia regulas , & conftitutionum Gfter-
cienfium in Summa Privilegiorum Equitum Calatravae p. 2. fol.
mihi 498. in princip. &
dixit ordo S. Jacobi in Comitijs habitis
prima Decembris I5’73. ut in precibus per eundem ordinem S. M.
porredlis , quas habemiis inter regulas Divi Jacobi pag. mihi
192. in conventione quas incipit el capitulo de la oraen de S.
Jago en nombre de ella dije que las Jufticias feglares , refol- &
vit Rota decif. 623. num. 2. in tom. 3. quartae partis recentio-
rum , 8c declaravit Paulus tertius Papa in ejus Bulla qu£e eft ifn-
prelfa in eodem libro ordinis Calatravae fol. 27. ibi en conferva-
cion de todas las perfonas religiofas.
&
Nam fi eas non fervent regulas , quae funt alijs Religio-
nibus communes , militant tamen pro Chriftiana Republica , quod
eft fecundum eorum inftitutiones ex prxfcript Pontificum , qui
illorum ordines confirmarunt Anfold. conf. 31. num. 39. & 40.
Otero qua:ft. 10. num. 4. p. p. ,
•
. .
9 Hinc fit ut gaudeant Pnvilegio fori , nec pollint a Laicis

Judicibus ad eorum Tribunal revocari Sperell. d. decif. 2. num.
97. Maftril decif. 290. n. 93. Anfald. conf 38. n. 2j. Carlcval.
a. fctSl. 3. num. 418. ubi hanc appellat veriorem fententiam Pe-
reira d. de.if j8. per totum Barbofa d. tit. de Privileg. Cleri-
corum cap. 39. §. 2. num. 47. Philippus Bergomas in Supple-
mento Chronicorum lib. 13. ad annum 1323. in verbo ordinem
Sylvefter Maurolicus in 8. religionum lib. 3. tit. de Cavaglieri
de Giesu Chrifto , &
habemus in Regulis S. Jacobi tit. 21. cap.
5T. & cap. 3. ac in illis Calatrav* tit. i j. cap. 5”. noviflim^ &
refolvit P. Jo. Petrus Crefeentius in fuo inftituto monaftico, feu
Romano Prxfidio lib. p. pag. 3. tit. delle facre militie Cavale-
refclie in obfen'ationibus num. 10.
10 Maxime quando ordo eft a Summo Pontifice approbatus

&c. Pereira ibi. num. 2. In cafu autem noftrne religionis' certum
j I
eftcam habere confirmationem , ut firmat ibi Pereira , & patet ex
Bulla Jo. 22. quam habemus apud eundem Patrem Grifoftomuin
Henriquez in Hiftoria Ciftcrcienfi p. 2. pag. mihi ^3 2. per totum.
Qiix exemptiones funt concefTx ut major numerus militum
ad dimicandum pro Ecclcfa, & Catholica fide contra Turcas ,
& Barbaros cxcitetur , Anfald. conf 31. num. 67.
Unde
,
di Cafa êal Tôrtuguesâ. 6ji

13 Unde cxcmptionc fori gaudent ctiam quod non fint pro-
fcdi Spcrcll. iSi iium. 130. vcrf. cont. Novar. de clc6l. feu va-
riat. fori quxfr. 64. feft. a. n. 1. ubi de Novieijs Religioforuin
Chrifti. Late Uarbofa in tradatu Juris Ecclefiaftici lib. p. tit.
de Privileg. Cicricorum cap. 39. num. 48. & de off. & potclla-
te Epifeopi p.irte a. allegat. 12. num. 4J. verf. Amplia proce-
derc ubi quod ita fait judicatum in Senatu Portugallix Carle-
val. d.fcA. 3. n. 499. & 442.
14 Qiix iiinnuiiitas eo ufque procedit, ut quando conftat ali-
quem militem ptena mortis pIe£Vendum , debrat illc prius per
Equites ejufdcm ordinis condemnari , &
ab ijfdem degradari
antequam Curix fxculari tradatur, tefte Bovadilla Polit. lib. 2.
cap. 19. num. 23'.
'
15 Unde Jo. Caftcllx P.cx feciindus illius nominis , petijt a S.
P. abfolutionem ob nccem Alvari de Luna Magiftri cquitum S.
Jacobi. Carleval. d. fent. tertia n. 430. Ik dixit ipfe ordo S. Ja-
cobi PotentiHimo Rcgi noftro in precibus porrcvflis in Comi-
tijs ciux habemus in regulis S. Jacobi d. cap. quod incipit el
j
Capjtulo.
16 Cumque laici ordinariam Jurifdi(Elioncm exercere non pofliiit
in hofee milites, minus poTunt exercere delegatam, ut habemus
in regulis S. Jacobi tit. 21. quia in hac parte deficit poteftasex
parte delcgantis ? qui laicus delegare non potell contra Ecclefi-
aAicum : &
deficit capacitas ex parte delegati Pereira d. decif.
58. num. 8. ubi quod ita fuit judicatum , maxime in cafu in quo
agitur de poena
,
qux pecuniam excedit , Sperell. d. decif. 2. n.
97. verf ubi inquiet Farinac. in Prax. Grim. num. 4. vcrf. fu-
blimata , Addo ego in cafu noftro quod deficit ctbm voluntas
17 Delegantis , fi vcnim eft quod credimus in prxtcnfa dclcgationc
nullam fadtam fiiiiTe mentionem de hoc ordine Jefu Chrifti , nec
quod D. Eduardus cITct hujus militix profelTus miles, & Com-
mendatarius ; unde arguimus dc!feclum voluntatis in Rege delc-
gantc , cui fi fuiftet expofita hxc qualitas , nunquam iple laicos
contra Religiofum dclegafict.
Quod cum in omnibus ordinibus procedat, tanto magislo-
18 cuni fibi vendicat in Militibus Jefu Chrifti Portugallix, quorum
favore ipfe Rex Portugallix iinpetravit a Pontifice exemptiones,
ac privilegia , eaouc demum exprefse acceptavit , ut habemus
apud didfum P. Cnrifoftomum Henriquez d. p. 2. pag. 577. Un-
de quando alias Principes laici ( contra veri prxjuditium ) pof-
fent conqueri de Pontifice eximente laicum a Juril'didlione Re-
gia , certc conqueri non poteft Rex hoc in cafu quando ipfi Re-
ges privilegia impetrarunt , & approbarunt , ut confiderat Perei-
ra d. decif. 58. num. 4. & magis quia huic ordini Militum Jefu
Chrifti conceflx fucre omnes exemptiones qux competunt mili-
tibus Calatravx , ut habemus in d. Bulla Jo. 22. num. 4. & ulc.
loco per Gregorium XIII. omnia Privilegia prxfentia , & fu-
tura ,
Jacobi , Alcantarx , &
Calatravx ut teftatur Cref-
cent.
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672 Trovas do Liv. VI. da Htfloria (jeneaJogica
cent, loco citato tit. de Cavaglieri di Portugallo fub num. 16.

19 Cui
privilcgio fori renuntiare milites non poflunt Anfald.
conf. 37. num. 23. êrell. d. decif. 58. num. 28. vcrf. Sedad-
huc obftat Riccius Colleiih 216. verf Infcro fexto Crafl'us de
eflcffibus Cleric. eflc(5lu p. num. 42. Caball. refol. crim. 225'.
num. 16. Sperell. d. decif. 2. num. 117. Carleval. d. feif. 3. n.
452. & rclblvit Rota apud Crcfccnt. decif. 3. de foro compc-
tenti.
20 Econtra vero poteft Miles fc Judici laico opponere etiara
per cenfuras , &inhibitiones. Pereira ibi num. 16. Etfi Judex
Ecclcfiafticus proccdat contra laicum fc ingerentcm in cau/is ho-
rum militum ,
non facit violcntiam Sperell. d. decif 2.
2 1
Qita: immunitas a foro laicorum confirmata fuit per plurcs
decifiones corum lavorc , de quibus tcdatur Cevall. in cognitio-
ncm per viam violentix part. 2. quxft. 149. num. 20. refol- &
vit Sacra Congregatio immunitatis Ecclefiafticx in pundlo de
equitibus Chrilti in una Aflillienfi , dc menfe Decembris anno
1627. &
alia 25. Scptcmbris 1627. qua mandavit equitem dcbe-
re rcmitti ad Judicem Ecclcfiafticum fimul cum procelRi , quam-
vis nullo; funt verba qux habemus in ipfo decreto : de quo me-
minit Sperell. d. decif fee. fub num. 120. Barbofa d. cap. 39.$.
2. num. 47.
22 Confirmatur hxc exemptio a foro laicorum ex indulto con-
cclTo per Summum Pontificem Potentiflimo Regi noftro circa
formam procedendi in caulis horum militum : quod quamvis fue-
rit fpccialc indultum , & Regi , ut inquit Sperell.
favorabile ipfi
d. decif 2. num. 12J. verf C.'Eterum ; fuit tamcn cum cond.
quod cognitio fpeefaret ad Confilium ordinuni quod con/lat ex ,
militibus rcligiods eorundem ordinum 2. quod in a. Inftantia
caul'x dcvolvercntur ad quatuorConliliarios ordinum, quatuor &
Conlilii Rcgalis , qui tamcn , &
ipfi elTcnt milites ordinum , ut
ex edifto quod habemus apud Maftrill. decif 290.
Hineque magis probatur quod fupra dicebamus , non polTe
Rcgem ctiam tamquam magnum magiftrum delegare laicum con-
tra aliquem equitem
,
quando & Confiliary Confilij Regalis tunc
folum polTunt cognofccre , quando , & ipli fint equites.
Confirmatur denique ex traditis per Larcam allegat. 64. k
num. p. ad num. 8. cujus audVoritatem libentius producimus quia
etiam ex Fifci fundamentis noftram fententiam confirmamus.
Neque tamcn paveinus argumenta quibus in ejus cafucon-
trarium tiietur.
Quia quoad primum, tertium , & quartum , quintum, &
fextum fundimentum , quidquid fit dc illorum veritate , cafui
noftro non deferviunt quia agitur ibi de militc dclinquente in
,
officio, dc quo nihil ad nos, quoad fecundum de quo num. ii.
illud eft quod fupra dicebamus, quando dcliifum
,
pro quo lai-
cus cognofeit , non excedit poenam pccuniariam ,
quod longe
eft a cafu de quo agimus.
Quoad
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,
da Cafa %eal TortuyUTâ. ^73

Qiioad fcptimum , in quo dicit fcrvari illam concordiani,
tempore Comitis dc Oforno fa£lam, refpondemus cum anno ta-
tis num. zj. & ex Carleval. infra num. 28. cx quibus patet an
ilia Concordia fervetur.
Quoad oftavum jam probavimus fupra n. i8. cxprclTe fuif-
fe acceptatas per Dionifium Rcgcm Portugallia bullas , ac pri-
vilcgia conccITa favorc equitum Chrifti.
Quoad nonum probavimus exPereira , Barbofa , ac alijs
privilegia ordinis Chrifti quoad exemptionem a foro fuifTc ac-
ceptata :quod hsec exemptio non confiftit in folis privile-
ultra
gijs , fed in jure cximente Rcligiofos a laicorum Jurifdiaione.
Quoad dccimum , quidquid fit de illius veritate , ceftat
quando Rex poteft tanquam Magnus Magifter punire , quidquid
non poflit tanquam Rex.
Undccimum cafui noftro non adaptatur.
Duodecimum in parte noftram confirmat fententiam ubi fa-
tetur quod omnes Judices delegati in ea caufa , quin & ipfe Ad>
vocatus crat miles horum ordinum.
Fifcalis In alia vero parte
in qua ex
dicitBulla Leonis Decimi licerc Regi proccdcre con-
tra hofee milites, attendenda non eft ejus traditio , five quia Bul-
la loquitur folum dc equitibus Divi Jacobi , nec ad alios ordi-
ncs trahi poteft hoc indultum , five quia concedit ibi quidem
Pontifex, quod Rex, &
ejus fuccclTorcs poflint milites Divi Ja-
cobi punire , fed non quod poflint corum caufas laico delegare
ut patet ex ipfa Bulla Leonis.
Neque nic obftat quod agatur de pretenfo criminc L. M.
Primo cnini abfolute negamur D. Kduardum rcum efle dc
delitSlo fcientijc non revclata: , immo potius ex dicendis notoria
ejus innocentia apparebit.
Secundo , quatenus etiain aliquid noviflet , & non revelaf-
fet , non per hoc reus de hoc crimine pofl'et dici turn cx Cla-
,
ris Juris regulis
,
turn ex prccifis circunftantijs qus in ejus cafu
pofl'unt confidcrari , de quibus infra.
Tcrlio, quia cum ex fupra firmatis n. 8. pateat equites Mi-
litias Chrifti clTe verc rcligiolos, intrat indubitatum Juris axio-
nia ,
religioli non committunt crimen L. M. quod a non
quod
fubdito non committitur, Clams in §. L. M. num. 3. & in §.
fin. 36. num. 17. Boffius in tit. eod. num. 86. verf. ego
quasft.
omnibus Decian. eod. tit. lib. 7. cap. 8. num. 6. Farin. eodern
tradlatu quxft. 112. infpeft. 7. nuni. 231. & quxft. 8. num. 30.
verf. fed his non obftantibus.
34 Et in puni5Io de cquite dixit Spercll. dccif. 21. num 37.

qui licet loquatur de cquite S. Joannis , bene tamen ejus doflri-
na cafui noftro adaptatur , five quia D. D. omnes fupra recenfiti
quod de uno ordine dc alio quoque prxdicant , five quia ratio
qua ipfe utitur , ca eft de non fubdito; qux ctianiMiliti Chrifti
ex jam diefis adaptatur.
3.5 Et quatenus etiam citra veri pr-xjuditium admittcremus
Tom. IV. hoicc
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^*74 Turovas do Lh, VL da Hijloria (jenealoyca
hofce milites pofle committere tale crimen , adhuc efTet contra

eos per Judicem Ecclefiafticum procedendum Dccian. in tit. Lx-
fe Majeftatis lib. 7. cap. 38.‘nuni. ii. Gigas rub. quis de crim.
Ixix majeftatis cognofcere poflit q. p. n. 12. & feq. Hoftius ibi
num. 78. ubi quod quidam fenat. Mediolani hoc fecit in maxi-
mum prxjuditium animae fua:. Farinac. d. quxft. 112. num. 233.
ubi quod hoc eft abfolutum , & veriftimum, & quxft. 8. num 31.
ubi refpondet contrarijs.
26 Et quoad Equites Chrifti optime faciunt litterx S. M. apud
Maftrilli d. decif. 290. ubi prxfcribit formam cognofcendi hafcc
caufas per confiliarios ordinum , & inquit , por graves que lean
los cafos , Carleval. d. feif. 3. n. 428. ubi quod hoc Privilegium
fori competit in caufis criminalibus quantumvis gravibus, & at-
, &
trocibus quod hoc eft comprobatum
tot ordinationibus fuprc-
mi Senatus Regij , ut &
inflexibili pertinatix pof-
obftinationi ,
fit tribui de hac veritate difputare: &
melius probatur ex anno-
*7 tatis per Bobadill. Politic, cap. 19. lib. 2. num. 12. ubi quod
cum fuiftet dcclaratum , jEquites S. Jacobi remittendos ad fuos
Judices in omnibus caufis, prxterquam in quibufdam exceptis,
ac fignantcr in illo pcrduellionis , Equites ab hac declaratione
appellarunt , qui dc dire£lo venirct contra claram exemptionem
a foro laicorum in quocumque cafu , etiam alias excepto , unde
ilia amplius fervata non fuit j de qua etiam ineminit Sperell. d.
decif. 2. fub num. i2<j.
28 Et melius Carleval. videndus diet. fedt. 3. num. 434. uhi
quod cum quidam Alcaldus Granatenfis Cancellarix proccCifrct
tanquam delegatus contra Equitem Calatrav'x , eumque capite
muldlafiet ob confcfiioncm in Judicio quamvis incompctcnic
cmanatam , forte inquit Carleval. quia crimen erat ex exceptis
in prxdidta declaratione , heredes Equitis obtinuerunt Alcaldum
qui medio tempore fadtus erat Granatenfis Prxtorij Auditor , ad
Romanam Curiam avoc.ari ad caufam dicendam , eumque is con-
queftus fuifi'et de violentia Romanx Curix coram fupremis Trl-
bun.ilibus Regijs , declaratum ab ijs fuit nullam fubclle violen-
tiam ; unde demum ad ultcriora procefiit Romana Curia , & lata
contra eum fuit (bntentia anatematis , effixxque in publicis pla-
theis cedulx unde varijs , & graviftimis molcftijs agitatus , qua-
rum fe tcftem dicit Carleval. decefiit infelix , cjufquc mortis vin-
dicem Deum agnovit , & prxdicat Oirleval. ibi Altiflimus enim
eft patiens redditor.
29 Denique in pundtualibus terminis habemus in ordinibus

Calatravx ,
quorum privilegijs , ut dicebam , gaudet ordo mili-
tum Chrifti ex Bulla Jo. 22! habemus inquam in tit. 1^. dc la
Jurifdicion , in Cap. 5. quod ipfi funt immuncs ab Omni laico-
rum Jurifdidtione , &
in Cap. 6. prxfcribit formam quam Ma-
gifter cum Confiliarijs religionis proccdercdcbet
alijs contra equi-
tem etiam in cafu cxcepto'fi fuclfe notoriamente DESTRUIDOR,
CONSPIRADOR ,
o REBELDE ,
quod etiam habemus qua-
,
da Cafa *Iâl Tmugttegâ, 6j$

fi per prscifa verba inter Regulas Alcant. tit. trig. p. cap. 6.
ad medium.
Diximus funrn num. ic. ex Carleval. ac tefte toto cap. S.
,Q
^ Jacobi Joannem Secundum Caftcllae Regcm jufto fcrupulo agita-
tum a S. P. petijlFe abfolutioncm ob neccm Alvari de Luna
F.qiiitis Ordinis S. Jacobi , at iftc damnatiis fuerat tanquam reus
majeftatis , fi credimus Marianx , dc rcb. Hifpanicis lib. 22. cap.
13. ibi dati Judices Majeftatis damnarunt.
3j Pcrducilionis reus erat Jo. Sotomajor Alcantarx Magiftcr,
^ ut habemus apud Marianam rcrum hifpanicarum lib. 21. cap. 13.
pag. mihi 253. n. 30. ubi conftabat cum Aragonijs fratribus
Icntirc ; qui Aragonij Iratres quotics contra Regcm Caftcllx con-
juraverint habemus millies apud cundem Marianam loco citato :
At non eft aul'us Rex contra hunc Magiftrum reum licet majef-
tatis procedcrc, fed ab eorum militibus deponi curavit, ut ha-
bemus apud cundem Marianam d. lib. 21. cap. 4. pag. mihi 237.
ibi Rege eniin annitente Alcantar.x Militibus in (>mitia convo-
nientibus Jo. Sottomajor dc niultis criminibus pollulatus atquc
gradu motus , &c.
,2 Gomez dc Cazeres, y folis Alcantarx itidem Magiftcrcon-
’ tra Regcm Cafiellx pugnavit pro Infante Alfonfo ejus fratre
qui fe Rcgem Callellx dicebat , & tamen ab cjiis ordinc hiit dc-
politus . non a Rege , quidquid Rege ejus depofitionem foven-
te , ut nabemus in lib. Ordinum Religionis Alcantarx in tit. dc
Macfircs dc la orden in cap. dc Magiftro 33.
Garzias Lupus Calatravx Magiftcr lege majeftatis poftulat;
’ abijt
in Aragoniam , abfens damnatus fuit agente Caftcllx Rege,
tefte Mariana lib. 16. cap. 14. in princip. ubi advertcre licet
quod non a Rege Caftellx fuit damnat. fed Rege Caftcllx agen-
te, &
tamen majeftatis lege poftulabatur, & paulo infra fubji'.n-
gic Mariana
,
Ciftercicnfcs Abbates , quibiis in cum ordincm in-
qiiircndi veteri inftituto poteftas data erat novi Magiftri elc-
,
aionem ratam habuerunt.
Denique tranfeamus fcmel etiam ad hoftium caftra non tan-
quam transfugx fed veluti cxploratorcs , ut dicebat Seneca Epif-
, tola ad medium , noviflime in Portugallia cum contra Joan-
2.
g
nem Bragantix Duceni , qui Regnum illud occupavit , quidam
confpiralTcnt , quidquid Joannes contra illos procedi julliflct tan-
quam contra rcos Lefx Majeftatis, attamen Francifeus de Luce-
nu Miles Ordinis Chrifti ftatim captus ad fuos militcs fuit remif-
fus : a quibus caufa cognita damnatus exutus equeftri religionis
h.-ihitu , ac traditus fuit fxculari curix ; a qua demum capite fuit
nnililatus, ut teftatur joanrtes Baptifta Biragus in hiftona Lufi-
tana noviflime xdita lib. 8. §. alii nove di i^naro pagina mihi
600 ad medium qui licet peffimus fit hiftoriographus , nee aliam
.
lucem , qiiam flammarum turpia ilia feripta mereantur , neceH'e

tamen hoc in cafu duxi , ilia percurrere ea lege, quam Divus
Hyeroninius felcil. cpiftolarum Ijb. p. epift. 44. prxfcribit in
Tom. IV. Qaîq ft
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6’1$ Turovas do Uv» VI. da Hifloria (ênealogica
lib. Originis Ego Originem propter eruditioncm intcrdum
ibi
lie legendum arbitror , quomodo Tcrtulianum , Novatum , Arno-
bium ,
Appolinarium ,
& nonnuUos ecclefiafticos I’criptores, Grae-
cos pariter , &
Latinos , ut bona eorum cligamus , vitemufquc
contraria, juxta Apoftolura dicentem ; omnia probarc ; quod bo-
num eft tenere.
Quod fi notorius eft defeihis JurifdidVionis in proceffibus
per DD.
Delcgat. conftruit. major infurgit defe£bus in conftru-
itis per folum D. Senatorem Arias , qui nullam omnino , nec
ordinariam , nec delegatam habebat Jurifdiîonem , faltem in mi-
litcm religiofum.
Hifce lie firmatis , &
Temper falvis , defeendamus ad lingu-
lorum capitum difcuflioncm.
Et quoad primum quoniam totum defumitur ex depolitio-
ne fa£la per D. Eduardum confideranda ligillatim veniunt iplius
verba , ut inde pateat quam facili negotio tota ha;c oppofitio
dilTolvatur.
SubjciJVus primo loco examini D. Eduardus die 27. Junij
1646. poft varias Interrogationes.
Perguntado fi cn cl Icvantamiento tubo parte , o dib ayn-
da , favor , o confejo al dicho fu hermano , o a otra perfo-
na.
3? Rel'pondib , yo no lo fupe , ni lo entendi , ni lo imaging,
y efto es tan notorio
,
que no dudo que los Miniftros dc Su
Magcftad lo faven muy bien.
Dicens por via de difeurfo, no para que fc eferiba, digo
que havienJo ydo de Alemania a Portugal el ano de <5?7-.o 638.
a ajuftar mis interefes ,
y por unas encomiendas que nayian va-
cado , eftando en una Quinta fuera de Lisboa , vino a mj el Pa-
dre Bartholome Guerrero jefuita , viejo de fefenta anos , y n\e
hablb con ciertas gcneralidadcs , diciendo , que mi perfona era
muy bien villa en aquel Rcyno , y que un Cavallero , que no fc
fi fc llama Don Antonio , o Don Juan Tello , Ic havia pedido
que me Jiablafle , para que no partielTc del Reyno , infinuando
machjnas de la Jufticia dc my Cafa a la fucccilion del Reyno.
Yo le refpondi , qûe ni me tocava , ni lo queria , ni qneria hc-
char a perder la Cafa dc mi hermano y cl fraile me dijo . yo fc
•,
lo he dicho aun mucho mas amplamente de lo que fc me na cn-

cargado. Y
die Cavallero quifo con violencia vermc, y yo no
Ic quife recivir,
y me advertib el dicho I'raile , que en una Jun-
ta havian tratadode detenerme por fuerza, porque yo fall dos
vezes por Lisboa en un coche de fecreto y aun que lo tube por :
una vanidad , me difguftb tanto , que me embarquS el dia de

Sandla Lucia con maliflimo tiempo , que fue fiicrgi eftar dos
dias cn cl puerto , dentro de la nave. Y
de todos los milagres
que dicen los Portuguefes , yo no creo aya ninguno que mas
parezea elFeflo fobrenatural ; como el haver reducido a mi hcr-
mano, por havcrlc conozido tan ajeno dc eftas partial Jades , y i
Stjtalliaiiii-
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,
da Cafaêal Tortuguesâ. 6^-j

Sebaftianiftaf! , como los Hainan alia , y fin embargo mandaron
los dichos Scnores ,
quc fc cfcriviefie.
Pcrguntado, fi dc cllo ha dado parte alguna a S. M. o a
fus Miniltros.
Refpondio , yo no le dijc a nadie , porque lo tube por
vanidad , y por platica comun tine liablaban de eftos Sebaftianif-
tas , y me content^ con bolvcr las efpaldas a Portugal , y yrme
a Alcmania , con animo dc quedarme alii.
36 Sequent! verb die quae fiiit 28. Junij 1646. in alio exami-
ne coram ijfdem DD. Judicibus inquit , porque dije por via de
difeurfo que el Padre Guerrero me avia hablado algunas pakbras
generales , fueron de la calidad que dije en mj dicho , quc fuc
decirmc ; eftando ahora para veniros a vifitar , me fuc a bufear
Don Fulano Tello para quc os vcnielTe a perfuadir que no os
fuefiedes dc efte Rcyno , pues vos folamente podiaacs hablar
defenterefadamente a S. M. en los interefes del , pues bueftro
hermano es muy Caftcllano , diciendome otras cofiis femejantes
eftas a fin de perfuadirme que no me fuefTe dc Portugal. Y el
mefmo Padre me dijo : eftos fidalgos fon unos locos , y me refi-
rib la refpuefta , que les havia dado , quc cs la mefma que he
dicho dc que no me tocaba metermc en eftas cofas, ni embara-
9armc en elks , y nunca hice Juicio defto para cola mala ningu-
na , ni quife hablar a aquel Cavallero del apcilido de Tcllo :
porque Don Francifeo de Faro me dijo , que no habkfie a na-
die , ni al dicho Cavallero , porque era Sebaftianifta , y que ef-
tos Sebaftianiftas andaban rcbucltos en mil impcrtinencias.
P. Como fi no hizo concepto ninguno de eftas cofas
partib tan a prifa dc Portugal , y refpondib al Padre Bartolomc
Guerrero , que ni le tocava , ni lo queria , ni queria poner a fu
hermano en embaraqos?
R. Yo dije que no me tocava cl metermc en protcccio-
nes , ni en nada , ni meter a mi Cafa en cofa ninguna deftas.
P. Que cofa era lo que temia o rezekva en efto.
R. El que fi me huviera puefto en eftas cofas, me tubie-
ran por cabeqa dc mal contentos, cofa de que eftava muy aje-
no aellas , y yo no concck a nadie.
P. Como no dib qiienta deftos mal contentos a S. M. fu-
puefto que podia fufpccnar que dcllo podia refultar inconveni-
entes.
R. Ya he dicho , y builvo a dezir que nunca por imagi-
nacion fofpcclie cofa contra el fervicio dc o. M. fino que eftas
parcialidades cran contra Miniftros, y entre ellos Diego Xua-
rez y los demas que governaban , y efta era cofa tan publica , y
notoria , que no pouia fer mcnos que no lo fupielTcn en Ma-
drid, como en Portugal; y fiempre tube por cordura cl bolver
las efpaldas , tanto mas quc todos mis interefes eran de adekn-
tarmc por k giierra.
37 Ex iutegro contextu hujiis depofitionis patet nihil aliud cx-
indc
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6"]% ^rovas do Uv. VL da Htjloria ênealogtca
indc infcrri , nifi quod nobilcs quidam Ulifipponenfes cum re-

miircbant , nc a Lulitania difcedcrct , ut ipfe liberc Potentlllimo
llcyi noftro cxponerct gravamina , qu® a Regijs Miniftris fibi
infcrri arbitrabantur. Pucs vos lolo podiadcs bablar dcfiiitcrc-
ladamentc a S. M. quoJquc ipfe , nullo publico muncrc tcncba-
tur publicas totius Rcgni qucrellas S. M. exponcrc. Refpondit,
que no Ic tocava , ni lo qucria , ni qucria metcrfe en protc(5lio-
nes , unde maturato per aliquos dies difeeflu , a Regno receflit
reddita caufa: Porque fi me nuviefle puefto cn eftas cofas, me
tuvieran per cabc?a dc malcontentos : Nec dc his monuit S. M.
n
tre
uc nunca por imaginacion fofpeche cofa contra el fervicio
M. fino , que eftas parcialidadcs cran contra Miniftros cn-
.
Diego Xuarez , y los demas que govcrnr.ban. Unde

cllos
clarifliinccolligitur , nullum hie con/iderari pofle delictum , &
longe nos abelfc ab illo cafu , qui in rcatu deferibitur.
Et quamvis D. Eduardus m primo examine loquutiis fue-
rit per verba gcncralia non exprefta caufa., attamen attendendum
limul eft illud quod fecundo loco ad declarationem prinix narra-
tionis depofuit. Probatur.
58 Primo ,
quia licet rco fuam depofitionem declarare Rimi-
nald. Jun. coni'. 88. num. 41. lib. p. Guazzinus deft". 3a. cap. 8.
num. 8. Bcrtazol conf. 54. num. 3. lib. 0. Farin. didta quzft.
81. num. 317. ubi etiam quod declaratio fiat ex intervallo.
39 Immo non folum reus , fed ipfe Judex debet femper cape-
re illam interpretationem , per quam deliftum exciudatur. Glo-
fa in c. Cum
dili£t. de accufat. in verbo valcant retonqueri De-
cius conf. 189. num. 13. Farin. q. 8r. num. 35. Scarladnus in-
ter conf. crim. diverf. conf. iii. tom. p. n. 34. Honded. conf.
108. num. 4j. ubi loquitur de criminc Ixfx majeftatis, de quo
crimine non fzpius agebamus, non quia, Deo lavente, verfe-
mur in hoc cafu , fed arguentes a fortiori , ut patent eafdem de-
fenfiones prodclfe etiam quando hoc crimen veniret in contro-
verfiam.
Tanto magis quia prima ilia depolltio fuit extrajudicialis ut
infra probabimus
n. &
extrajudicialis depofitio revocari po-
40 tell etiam non do£lq de errore , ut magiftralitcr docet Bald,
,
in L. unica C. dc confeftis num. 44. verf. & ideo ibi nec habet
probare errorem Roland, conf. 31. num. 17. verf 9c ideo Ghe-
rardus lingular! 67. num. p. verf unde Marlii. (ingul. 3 rex ibi
nec debebit probare errorem Auguftinus Lazzarinus inter conf
crim. Farin. conf ij. num. 34. jafon in L. Magiftratibus If. de
juvifdict. omnium Judicum num. 6.
41 Etiam quando confcITio in feripturam fuit redaiEta Gabriel,
tit. dc confeftis concluf 6. num. s. Lazzarinus d. conf 15.
num. 3j.
Immo revocata talis confeftio omne perimit juditium ,
4z fatentur DD. communiori calculo apud Farin. in prax. crimin.

quzft. 82. num. 16. a qua fententia licet rccedat ibi Farin. motus
auflori-
,,
da Cafa ‘êal 7ortuguenâ. ^19

audlioritatc Clari ,
attamen fundamenta Clari tolluntur per Ro-
land. conf. 98. num. 22. lib. 4. Lazzarinum conf. 25, num.
in fine , &negari non poteft , quin communiter recepta fit ha:c
fententia , quod confcilio extra] udicialis rcvocata omne^Judiciuiu
perimat.
43 Quod fi potuit rcvocari, tanto magis potuit declarari,
ut habemu-s Glofam in d. c. Cum dilcfVo& ibi DD. Folcr in
praxi criminal, in verbo, & fi confitebuntur num. 130. Alciat.
dc prxfumpt. prxfum. 34. num. 10.
4+ Tanto magis quia hie nullibi conftabat de corpbre dcliifbi
ut infra probabimus num. 48. unde facilius potuit declarari. Ho-
ratius Hirutus inter conf. crim. Farin. d. conf 2<;^. num. 26. &
magis quia Domino Eduardo non fuit dclatum fimpliciter jura-
mentum veritatis dicendx, ut infra probabimus num. 49. verl.
fecundo hxc confclfio , fed folum refpondendi ab interrogata ;
quo cafu confefiio fuas recipit non folum declarationcs , fed
etiam excufationem. Unde Abbas in c. Cum dile£H de accufat.
inquit num. 3. nota quod confefiio prxeedente illo juramento
quod folam , & meram dicet veritatem , non recipit excufatio-
ncs ; fed confefiio fa£fa fub fccunda forma juramenti , quod rel-
pondebit ad interrogata recipit excufationes qua tamcn confef- :
fionem non perimunt , fed exponunt Butius , ibi n. 8. inquit

nota , quod confefiio jurata potell cxcufari , quando juramentum
dirigitur ad refpondendum tantum ad interrogata Fclin. ibi num.
3. inquit in fine ouod hoc cafu quis non venit contra confeffio-
ncm , fed vult uare ilium intclledum, quern habuit in confi-
tendo.
46 Ncque veto huic germano intelleftui totius depofitionis
repugnare pofiunt ea verba , infinuando machinas de la Jufiicia
dc mi Cafa a la fuccefiion del Reyno. Primo enim D. Eduar-
dus facrofanffc jurat nullum ex ijs verbis a fe fuifie didatum
fed quod omnia unico conrextu , familiariter , & pro difcurlu
DD. Tudicibus narravit , quodque cum poftea fuifient reafumpta,
& didata , irepfere ea verba , nec ipfe alias Judiciofum ignarus
advertit , quid ea pofiunt importare : ficque cadem imprudentia
qua permifit ea feribi , indudus quoque imprudens fuit ad ferip-
tis fubferibendum. Nunc autem enixe implorat integerrimorum
DD. Judicum fidem , cofque dcprecatur curent reminifci an ea
verba dida fuerint ,
aut per injuriam didata.
47 Neque multum differendum eft fubferiptioni ex firmatis fu-
pra num. Angelo in L. fi ita ftipulat §. Crifogonus ft', de verb,
obligat. num. 2. quia hie non probatur quod priufquam D.
Eduardus fubferipferit ,
eidem fucrit ledum illud quod erat
feriptum.
Minus obftant fccundo ilia verba , que nu queria hechar a
perder la Cafa de fu hermano, cum enim omnes nobilium que-
rellx contra adminiftros dirigebantur, imminens fihi & fratri fuo
periculum prxviJcbat , fi corum odium in fe incitaret , qui om- ^
nia
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1
^ 8 o Trovas do Liv» VI, da Htflorta (jeneah^ca

nia pro libito difponebant ; unde ablatum munus rccufavit, nc
indc cjus fra ter aliqiiod damnum patcrctur. |
Minus denique obftant ilia verba , que no pareziclTc que cl j
era Cabeza dc malcontentos , quia hxc magis rcni declarant

cLMii cnim ntillo publico munere ipfe tencrctur totius Rcgiii
querelas perferre, certe fi privatus r.omo publicas querelas pro-
ponerct , viderctur qucrcrc fedicionis principia , unde optime
inquit , que no me tocava , ni queria meterme en protccciones
y que «io parecielfe que era Cabeza de malcontentos.
Patet ex his quam longe aberremus ab eo dcLi<Slo dc quo
reus D. EduarJus fuit conftitutus Verum quando citra veri pra:-
:
juditium folum primam depofitionem vellemus attendcre , adhuc

nullum poUet fundamentum conftitui.
in ea
In quo primum confideranda funt iUa verba dijc por dif-
^
curfo fin que fe eferiba , ex <juibus patet quod iple dixit qui-
dem , fed non in figura Judicij , non judicialiter , fed por dif-
curfo Quando autem aliquid dicitur coram Notario ac coram
:
ipfo Judice, fed non in figura Juditij tunc non dicitur Judicia-
48 lis fed extrajudicial is depofitio ,
, &
confellio ; ita Glofa in L.
iiabcmus in verbo aliud Judicium ibi vel fi ftiit fafta coram Ju-
dice, fed non in figura Judicij C. de liberali caufa, Diaz inter
regiilas Juris diverf. litt. C. regula in principio, elegan-
ter Bald, in L. i£lus fuftium num. 4. verf. tertio nota IF. dc his
qui notantur infamia Bertazolius inter conf. crim. diverf. conf.
342. num. 3. lib. 2. Farin. in praxi Criminal, quxft. 81. num.
50. Boflius in tit. de confcflls n. 47. Clarus §. fin. quarfi. 21.
num. 35. verf fed hie cadit alia quaeftio Caefar Lucianus inter
confil. Farin. conf. 25. num. 44.
49 Confeflio autem extrajudicialis coram Judice fadla , fed
non in figura Judicij , folum indicium operatur, Glofa in L. ca-
pite quinto in verbo accufati verf. tu die. IF. ad L. Julian, de
adulter, quam communiter receptam tellatur Marfil'. fingul. 310.
in princip. Clarus in §. fin. quaefi. 21. num. 31. latilFime Farin.
quseft. 82. num. p. &
feq. Guazinus ad ddfenf. rcorum defFenf.
32. cap. 33, num. p. &
hoc etiam in crimine lefx majeftatisGi-
gas de crimine quomodo ,
lefae majeftatis tit. &
per quas probe-
tur qutefi;. p. num.Decian. in traftatu Criminal, lib. 7. tit.
16.
de probat. in crimine lefae majeftatis cap. 45’. num. 27. Quod fi
dc per fe hjtc confeflio folum inditium faciebat , revocata , &
declarata omne perimit inditium , ut fupra dicebamus num.
Sccundo , hacc confeflio in hac parte nullum habet Jura-
mentum, neque enim D. Eduardo delatum fuit juramentum veri-
tatis diccndiC fuper tota caufa , fed folum refpondendi veritatein *
ad interrogata , ut patet ex illis verbis tomofe juramento a D.
Duarte , &c. Y amoneftado que diga la verdaJ de to que fe Ic
pcrguntarc , ubi advertenda funt ca verba , que diga la vcrdiid'
de lo que fe le perguntarc quae Juramentum reftringunt folum
ad interrogata. Cum autem in hac parte depofucrit D. Eduar-
DiQrii^-q^y GflOfiG
_
,
da Cafa %ed Tortuguenâ. SSi

dus non intcrrogatus , iitiqiic nullum potuit in hac dcpofitionc
confidcrari Juramcntum ; &
quatenus ctiam juramentum fuill'et
delatum fupcr tota caufa , quando ipfe proteftatus eft , quc lo
decia por dilcurfo , patct nullum hie intcn'cnilfe Juramentum ,
quod cadit folum in ijs quse dicuntur Judicialitcr , non in ijs
que por difeurtb ; Quando autem hie nullum intervenit juramen-
nim , attendenda non eft hsec depofitio ad facien. plenam pro-
bacioncm , quia in contcdlone faâ in Judicio Criminal, omni-
50 no requiritur Juramentum. Fclin. in d. cap. cum diledla de ac-
cufat. vol. 2. verf. dc quo colige duo Anton, de Butrio coni.
21. Mancin. dc Confeflis tit. quando confelTio non prxjudicat
cap. 7. num. 15. Marfilius ftngul. ^7. num. ii.
yt Tertio, non debet attendi ilia confedio, quia nullo modo
conftat de pra;tcnfo traftatu aliunde quam per confcllioncm ; Sc
tamcn aliunde quam per confeftionem conftare debet dc corpore
dcliifli
,
ut eft textus in I., p. §. item illud ft". S. C. Syllan.
quern textum omnes allcgarc inquit Boftlus tit. dc delido num.
p. Ncque cnim pro cxploratis judieijs habetur reorum confelfio
L. p. §. Divus Severus IF. dc quxftionibus Faber in C. lib. 6.
tit. 2. deft'. 2. n. p. etiam in cnm. Icfx majeftatis Gigas dc tra-
datu quomodo , & per quas probetur quseft. p. n. j. Mul'catcll.
in prax. criminal, tit. de crim. lefse m. n. 3. & 4.
J2 Et licet diftinguant DD. apud Clarum §. fin. quxft. yr. n,
II. inter delida ,
qux in iblo animo conliftunt , & ea qua: in
fado , & quidem cafu , puta hxrefis ,
dicant folam cont'ei-
fioncm fumccre.
Sccundo verb cafu in ijs qux funt fadi itcrum fub didis
tit. diftinguant , aut fcilicct relinquunt poll fadum aliquod vefti-

gium ,
puta incendij , cadaveris , aut nullum relinquunt, ut in
furto , &
fimilibus , &
primo quidem cafu oninino conftare de-
bet per veras probationcs dc corpore dclidi. Sccundo verb fuf*
ficiant Iblx conjedurx ultra rci cont'cllionenr. Attamcn cafus
noftcr non eft de ijs qux in folo animo confiftunt ; eft enim
fadi nimirum tradatus ; &
quatenus dicatur elTc ex fecundo ge-
nere, fadi nimirum dc ijs qux nulla poll fc relinquunt veftigia;
illud tamcn etiam patet quod in hoc cafu ultra confeflionem mil-
Ix omnino dantur conjedurx, quo cafu fola confelfio nihil ope-
rator, ut firmat ibi Clarus Farin. quxft. 2. num. 13. Baiard. ad
Clarum quxft. 55. num. 22. Mafcard. dc probat. concluf. 829.
n. 3. Bolfius tit. de dclido num. 19. &
probandum cll'c aliunde
hoc crimen , etiam quando poll fe nullum rclinquit veftigium
Mul'catcll. loco citato num. 14.
53 Unde bene ad probandum tradatum non fufficere confcl^
floncm Rci nili alix urgeant conjedurx , & adminicula voluit
Grat. conf. 91. num. vol. 2. Gua/.zinus deftenf. 4. cap. 14. n.
54 p. etiam in tradatu contra Principem , ut in pundo de crimine
Icfx majeft. Honded. conf. ic8. n. i6. 29. ubi in fine Con- &
cilij atteftatnr rcum fic confclTum folum dc feientia trad.i-
, non
Tora. IV. Rrrr tus,
,
682 Turovas do Liv. V/, da Hifloria (jenealo^ca

txis fed de participationc occidendi Principem , auod eft crimen
,
lefx Majeftatis in primo capite ex L. quifquis nabita leviftima
quzftione fuiflc dimilTum h Delegate Papi quia de traflatu
;
miunde quam per confedionem non conftabat.
In cafu autem noftro ft bene advertamus nullae omnino
prarter confefllonem urgent conjedlur* ,
fed nee urgere pollunt
quia vere nullus hie adftiit traflatus ,
nec confeluo hoc dicit
ut fupra dicebamus in principio.
55 Et quatenus conjeifturis elTet agendum , eae deberent eftc
multum concludentes quia quamvis agatur de crimine gravifli-
:
mo , quando agitur de crimine lefte majeftatis , tamen quia gra-

vior ibi poena indicitur
,
& majus fubeft periculum , cautius
ibi eft agendum , &
urgentiores requiruntur probationes Gigas
de traift. tit. quomodo , &
per quas probetur quseft. 29. num. q.
Decian. in traiftatu criminal, lib. 3. cap. 45'. iium. p. verf. quo
ego, verum puto Decius conf. 6oj. num. 3.
56 Qux inditia in omnem cafum deberent elTe indubitata Gua-
zinus d. deft. 4. cap. 14. num. 6 .
Nec
fufficerent nifi ad pernam extraordinariam Gigas d.
quxft. 29. num. 4. Guazinus ibi num. 6. verf. item intelligc,
& DO.
qui contrarium fentiunt loquuntur in condemnatione con-
tumaciali , quando reus eft extra carceres : at quando reus eft de-
tentus , tunc concludentes requiruntur probationes , ut in crimi-
ne diftinguit Farin. conf. too. num. 4. & denique , quando etiani
admiteremus , ad probandum crimen Icfa: majeftatis admitti pro-
bationes imperfc(fta.s tamen in cafu noftro, in quo agimus non
de probanda feientia plene , requiruntur probationes , ut inquit
58 Farm. d. conf. 100. num. 41. quia privilegium a Lege concef-
fum , ad probandum delidhim principale non prodeft , nec po-
teft extendi ad probandam deliifti feientiam
, ad quod faciunt
notata infra num. 94. & feq.
59 Quoties autem agatur de probando corpore delifti per
conjefhiras , videnda ea quae noviflime confcripflt Elifeus Daza
de pugna DD. tom. 2. in tit. de corpore deli£Ii num. 17. ubi
quod cum quidam fuiftet detentus , & impiflus de homicidio
cjufdem ejus inimici , qui e domo difccftcrat , & nufquam redie-
rat , aderant teftes deponentes fc vidifte cadaver occin in via pu-
blica , quod expoft. ab occifore alio fuerat alportatum qua:; ccr-
,
te pluribus plena probatio , non inditium videretur : attamcn
poft dcccmmcnfes, dum agebatur deferenda fententia contra de-
tentum comparuit is qui dicebatur occifus , & nos docuit quam
periculofum fit , corpus delicii indieijs comprobare.
60 Verum demus millies, citra veri tamen pnejudicium , pri-
mum illain depofitioncm folum efte attendcnd.im , eamquc elle
judicialem juratam , & fubfiftcrc non obftantibus ijs omnibu s
qua: jam fuerunt dedmfta. Unde obfecro , ex ca delfunii poteft
,
Jja;c confpiratio ant traclatus poteft inferri , fi confidcramus ,
,
Lis generalidadcs
,
con las quales habl 5 cl Padre Guerrero, que
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,,
da Cafa 'Kfal Tortugueaâ, 6%^

fu pcrfona era muy bien vifta en aêl Reyno , gue no fe par-
tielTc de Portugal fi que le infinualTc maquinas' acl dcrccho de
fu Cala a la fucccflion del Reyno. Potent quidem inde inferri
le immo I'ediciofus P. Gucrrerij ad D. Eduardum , fed nunquam
traiiatus , aut conjuratio. Et DD. omncs dicunt puniri vaflal-
lum qui Domino fuo non revciavcrit trataflum , conjurationcin,
aut confpirationcin contra ejus perfonam aut ftatum ; non dicunt
puniri cum qui non revclaverit fermoncm etiam fcditiolum
non revellari ,
quern quis proponcre
,
&
nunquam inferri inde
poterat tradlatus , aut conjuratio , &
confequenter ncque poterat
IS dc fcientia reus conllitui.
PolTcnt a Eifco opponi ilia verba quo en una Junta dc Hi-
dalgos havian tratado Je detenerlc por fuerga. Vcrum quando
hie detentionis nullam aliam exponit caufam , aut debemus ad
cam referre , quam habemus in proceflu toties repetitam : Pues
VOS folo podiadcs hablar definterefadamente a Su Mageftad , vcl
faltcm cum omncs aftus interpretari debeant in meliorcm par-
tem , ut fupra nura. debuit quoque D. Eduardus in hanc par-
tem hofee traftatus interpretari , &
confequenter nulla Lege ad
rcvelanduni tenebatur.
6i Denique hoc unum fufficeret ad complctam defenfionem,
quod quando millics D. Eduardus fciviHet verum , & proprium
traâtum ,
conjurationem , aut liquid pejus, quodque hoc non
revelaflet ,
aut rcticuill'et , cum id fuerit fine uolo , nihil ei po-
teft imputari.
Quod fuerit fine dolo patet ex toto procelTu , &
prarfcrtiin
ante fûin ex eo quod D. Eduardus tarn acriter Patrem repre-
hendit , quod cum Nobilem de Tello nunquam vidcre voluit li-
cet illc D. Eduardum vcl invitum alloqui tentaflet , quod tarn
cito a Lulitania difcefltt etiam tempore navigationi parum idonco
ibi me embarquS luego , &
alibi , me content^ con boivcr las ef-
paldas a Portugal , &
paulo infra tuve por cordura cl boivcr las
efpaldas : Qiia: non quidem fecit , quia aliquem tradlatum feiret
fed rationibus fupra exprellis , ne teneretur publicas querelas per-
ferre lads autem demonllrant quain longc abelTet ipfc a dolo.
Ex poll fafto idem convincitur ex eo quod tarn promptc
feiens ac prudens in carccrcs fe conjecit , cum tarn facili negotio
poflet fe alio conferre , de quo videnda tota depofitio D. Aloy-
lij Pereirx examinati in olFenfivo ex eo quod illud totum guod
nos de hac re novimus ex ejus depoddone, defumpllmus in nanc
quidem habuimus nemine interrogante aut inquiiente.
Imnio fortius , hoc totum ipfe depofuit ad nrobandam pro-
priam innocentiam , ut patet ibi ex ipfo procelTu : qux omnia
, dcinondrant quam ipfe abelTet a dolo, & an dolofc redcuerit,&
^ non rcvelaverit.
5j , , CcITante autem dolo celTat omnis a£Ho , in hoc prxfertim

criminc Icfx majeftatis , quod omnino , & abfolute dolum requi-
rit , textus clarus in L. p. IF. ad L. Juliain Majedads ibi cujus
Tom. IV. Rrrr ii opera
^84 Turovas do Liv. VI, dn Hljloria (jeneaJogtca
opera dolo malo , &c. Unde omnino requiri dolum , ncc Hnc
dolo comitti crimen lef® majeftatis inferunt Ciriac. cont. for. c.
106. n. 37. Gigas dc crimine lef® Majeftatis qu®ft. 67. num. p.
rub. p. Farinac. in fimili tradlatu qu®ft. 117. §. 4. n. 18. Gra-
mat. conf. 31. n. 39. Honded. conft icx>. n. 19. CephaL conf.
75. num. 7. Occius conf. 605. fub num. 3.
63 Quod in tantum eft verum ,
quod neque lata culpa fuftice-
ret fed purus ,
,
&
verus dolus requiratur in hoc crimine Hoo-
ded. conf. 100. num. 30. Ccphal. conf 75. n. 14. lib. p. Ruvi-
mus conf z. n. 6. lib. c.
64 Immo debet ifte dolus omnino per Fifeum probari , in tan-

tum ut non fufficiat probate per pr®fumptiones , aut conjeftu-
ras Honded. d. conf too. num. 33. & 37. lib. 3.
Hinc quoque emergit alia defenfio, quod qu®vis caufa fal-
tem jufta excufat a poena in crimine lef® Majeft. ut refpondit
Decius conf 60^. num. 4. Cachcran. conf 64. num. 77. & conf
6j. num. 16. Honded. conf 100. num. 34. Cravetta d. conf 6.
n. 90. Ludovic. concluf 15. verf penult, m fine Decian. crimi-
nal. lib. 7. cap. 44. num. 15. Farin. qu®ft. 90. num. 16. Me-
noch. recup. remed. 5. n. 57. qui omnes feribunt in crimine le-
<® majeftatis.
66 In cafu autem noftro quando D. Eduardus putavit fatis ef-
fc coiifultum public® faluti , fatis remotam caufam totius fcanda-
li , quando ipfe e Lufitania difeeflit
,
ctiam quod non revelave-
rit , nemo eft qui credere poflit eum non habuifte juftam cau/am
credendi , quo pailo ex fupra firmatis elTet excufandus.
Demum excufaret ignorantia juris : quidquid enim dicatur
ignorantiam non excufiare in ijs qu® funt contra di<ftjmen juris
naturalis , aut juris gentium , non occides , non mxchaberis ,
?[uia omnia quilibet homo feire debet Attamen quando ver-
:
amur in ijs qu® funt induda a Jure Civili , tunc juris ignoran-
67 tia excufat, ita Glofa in L. fi adulterium §, fratres ff. adL. Ju-
liam de Adulter, in verbo state , &
latius poll Glofam Oddus
de in integrum relbtutione part. p. n. 51. ubi quod hoc cafu
milites excufantur a confifeatione bonorum Farin. c. in fragnnent.
criinin. in verbo ignorantia juris n. zSj. &
feq. in cafu autem
noftro certum eft de jure naturali , aut gentium noa elFc defi-
nitum quod quis teneatur de Jure Civili , quia nulla Lex de
inundo hoc dicit , ut infra probabimus nuin. 73. lit quatenus
dicamus quod in crimine aJeo atroci etiam dejure guntiuin quis
68 tenetur obviare dcliSo , non tamcn de jure gentium iiidufla eft
h®c forma obviandi per revelationem dclitSli , ut infra probabi-
mus num. 79. excinplo eorum , &
qiiidem graviflimorom viro-
nim , qui de jure gentium huic dcliao alio modo occurrerunt
ouam rcvclandfo, fed aliquis occurrit recufanJo, aliquis
fugien-
ao, .aliquis mortem potius fe clc^hirum, declarans
, Sc alii ali-
ter , ut ibi n. 79. fi ergo D. Eduardus fugiendo obviavit
debi-
to iatisfecit quod crat dc jure natur® , & de jure
gentium •
&
quatenus
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,
da Caja %eal ôrtugtfesâ. 6^^

quatenus non fuKTet id quod erat de jure civili induflum cx pla-
citis feribentium , tunc excufatur ob ignorantiam juiis , maxiine
quia miles , qui arma niagis quam leges debet Icire. Et dato
ctiain quod diceremus de jure natural! aut gentium quern teneri
obviate dclidô in atrociiffimo crimine la’fse majeftatis, non ta-
men de jure natural! aut gentium eft diffinitum quod quis te-
neatur obviate revel ando , vel alio modo , ut infra probabimuj
num. eorum exemplo qui alias huic delifto occurrerunt , quam
revelando.
Demum quando ban: omnia cedarent ,
illud unum ad ple-
nam defenfionem fufficeret , quod probate D. Eduardus non po-
69 terat id quod a Patre Guerrerio intellexerat. Quo enim modo
probate liceat id quod clericus , regularis , folus , & Iccretiftime
rcvelat ? Quando autem dedeiunt probationes, tunc ncque fcicn»’
70 verum proditionis traftatum , tenctur revelare, ut niagiftraliter
docuit Baldus in vulgato conf. quod incipit Quamquam ele- :
gantcr qui communiter a DD. allegatur , licet eorum nemo dicat

fe conmium vidifte , illud tamen reperio imprcITum poft confi-
lium Natta: 629. qui dicit fe illud repcruilFc inter feripta majo-
rum fuorum Claudius de Scifello in L. ut vim If. de Juftitia
& jure n. 129. verf. puta ft non poterat probate Dccius in L.
culpa caret ff. delegati fub num. jj. verf. & hoc fanfe intclligi-
tur Rerous in c. p. de oft. delegati num. 69. verf. niihi plus pla-
cet Cotta in memorabilibus in verbo feientia fola verf. fed te-
nendo , Reftaur. de Iniperatore qua;ft. 118 n. 6 in fine Ripa .
de pcfte cap. ubi de remed. ad curandam peftem n. i27.Mencch.

de Arbit. Jûd. cafu jc?. num. 10. verf. hoc ego fcquor Ccphal.
conf. 76. num. 62. Natta conf. 668. Petrus Plaâ de epitome
dclidforum lib. p. cap. 22. fub n. 17. verf quod ipfe intclligo
Taegius in praiEV. crim. cap. c. num. 5. &
6. Afflift. fu per feud,
in tit. qux fit p. caufa benefieij amittendi §. pratcrca fi vcflallus
num. 6. Gomez in tit. de crimine la;fc majeftatis num. 8. verf.
advertendum tamen eft Earin. de Inditijs, &
tortura quxft. 51.
num. 74. verf quod fi feiens Arefminus Tepat. in repert. in tit.
ad L. Juliam Majeftatis verf feientia non probabilis Gigas de
'
crim. lafse majeftatis lib. 3. rub. de pluribus , &
varijs qii.'eftio-
nibus num. 8. Carrerius §. homicidium num. 20. in fine Capi-
cius decif fub num. 10. Ciriac. contr. for. cap. 171. num.
31. late Roland, coni. 88. lib. 2. per totum , ubi per decern
validillima fundamenta probat hanc fententiam in jure vcriorcni;
nos relatis DD. convincimus etiam efte communem DD.
quam
71 fententiam , maxime ob
maximum periculum torturm quia qui :
' crimine IkIsc majeftatis accufat, fi femiplene folum probat,

in
tomirse fubjicitur L. 3. C. ad L. Juliam Majeftatis Paulus Chrif-
tiancus decif 196. num. 6.
71 Illud denique addentes cx abundant! agi ile crimine, de
quo quando quis venit uti reus conJemnandus , locus folum eft
parn* extraordinari* , ut firmant Berous c. p. nuiru 70. de offi-
tio
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6% 6 l^rovas do Uv. VI. da Htjlorta (jenealogica
tio dclegati Angel, ad I„ a. fF. ad L. Juliam de Parricidio Fe-
liii. in c. quantx- dc excommunic. num. 4. verf. fed adver-
font,
tc Roman, fingul. 794. in fine Annanias in Rub. dc his qui fi-
lios occidcruiit num. 6. verf. fic adde. Piceus in L. ut vim tf.
dc Juft. & jure Alexander ad Bart, in L. veium ff. ad L. Pom-
icani dc Parricidio in verbo Civitatis fuae Hyppolitus dc Marfi-
fijs in fingul. 164. num. j. ubi inquit dc Auguftino de Arrimi*
no ,
qui icquutus fucrat contrariam fententiam Bart, quod ejus
, &
anima patietur detrimentum apud inferos in letema
pafta eft
Joannes Igneiis in L. penult,
lit-cula. ad Syll. num. 13. Bar-
ft",
bat. in num. p. Je officio delcg. Jafon in L. 4. §. fi tibi ob in-

ditium ff. de condit. ob turpem caufam num. p. verf. Cave ta-
men Bald, in cclcbri illo conf. (ûamquam clcganter in verf. fed
ex Iblo rcyclare ; ubi quod aireftbrcs omnes cuntes polt Bart,
funt liomicidiC. Hevius de Bulfen apud Nattam d. conf 629.
Hernia dc feud, in c. qua: fit p. caufa , ubi inquit hunc reutn
tencri ex L. Metrodorum ff de pocnis , ex quo folum poena ex-
traordinaria dcccrnitur. Martinus Laud de crim. la:fa: majefta-
tis quseft. 53. qui paritcr fencit in diflam efle pocnam ex L. Me-
trodorum,
Rojas dc hxref 2. parte num. 83, qui contraria opi-
nionc primum
allegata, poftca in hac refidet. Florinus in L.
qriotics ad L. aquilam Gigas dc crimine Ixfx majeftatis lib.
ff.
2. qui accul'arc poffint qua:ft. 20. qui pariter Icntit teneri

rub.
reum ex Lege Metrodorum ft. de poenis addentes ad Angel, de
Malcficijs in verbo, che hai tradito la tua patria in Glofa fi ta-
ils feientianum. ii. litt. A. Carrerius in praxi crimin. §. homi-
cidium num. 20. ubi quod caeteri DD. hanc opinionem fcquun-
tur inclinantes in mitiorem partem Bonacofta in Repert. Icgali
commun. opin. criminal, in verbo feientia fola , ubi hanc appel-
lat communiorem , &
mitiorem. Vafques Illuftrium lib. p. cap.
16. ubi fortius quod neque tenetur revelare quando poftet pio-
,
bare , quia medio tempore pofTent deficere probationes , CalTan.
ad confuet. Burgund. rub. des jufticcs droites D. Velles n. &
32. Emanuel Suarez inter com. opin. diverf lib. 17. lit. S. verf
icientiam folam nunquam Cephaf. conf
7J. num. 35. Cravetta
conf. 224. num. 7. verf non autem Ancairaii. conf 227. 429. &
num. p. verf Item dicit ibi textus. Neviz. in Silva nup. lib.
). num. 70. in fine Marta in digeftis novis tom. 3. tit. Jecrim.
fxfx majeftatis verf tutius tamen Ofafeus dccif 80. n.
cap. 3.
c. verf ego magis teneo contra Bald. & in fine dicit contra
Bartol. fuifte judicatum Farin. conf 104. num. 35. Fernandez de
Oteto qureft. juris p. 39. p. num. 6. verf fed ego puto Afflift.
vid. de feud, in tit. qu.x fit prima caufa benefieij amittendi §.
prjeterca fi vafTallus num. 7. ubi quod nulla Lex de mundo dicit
quod talis dclinqucns poffit puniri poena ordinaria, & quod ha-
buit in hac parte Confilia altiflimnrum virorum
, & quod ita
fuit conclufum per decern DD. valcntiffimos unde abfolutus
,
fuit in fa£li contingcntia D. Raymundus de Brancatio.
Et
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,,,
da Cafa %eal TortuûeTâ. ^87

Et ccrtc fi nulla Lex de mundo hoc dkit , ut incjiiit ibi
ARiclus , & probatur quia nulla Lex ex adverfo adducirur ad
concrariam fentcntiam probandam ; mirum quomodo voluerit
Bart, extcndere illam L. quifouis IF. ad L. Juliam majeftatis ex-
tra fuos terminos , & extra calus exprelTos , quando ipfe Bart, in
L. Patri IF. ad L. Juliam de adulter, dixit cam L. quifquis tam-
7J quam odiofam non polFe extendi ultra perfonas exprelFas. Idem
Bart, in L. p. fF. de verborum fiqnif. num. p. ad nncm dicit il-
lam L. quifquis clFe odiofam odio irrationabili , ideoque non
polFa extendi ad hoc , ut mafculinum concipiat femininum
quod etiam voluit Imola in L. fi ita fcriptum fF. de leg. 2. n.
3. Cvn. ad L. quicunque num. 4. C. de fervis fugitivis Salicet.
ad diiflam L. quicumque Surd, conf 386. num. 29. unde folum
refponderem cum Fachin. con. for. cap. 32. verf. ego error ubi
de L. quis non extcndcnda ita dicit , noftnim non eft Leges ad
divcrfas perfonas , & cafus pr.efertim in odiofis , & poenalibus
novam L. Condere, non veterem interpretari videbimur, ficam
fic noftra interpretatione ad alios pcrducamus , de quibus ea non
ftatuit.
74 Ex hi.s omnibus in tuto verfatur caufa D. Eduardi , turn

ex allio vallididimo capite. Quia DD. omnes fupra recenfiti di-
cunt qiiidem valFallum teneri revclare traftatuin proditionis con-
tra dominum fuum ,
quando is qui tenetur revelare, non eft
caufa principalis traftatus ; nemo dicit quod teneatur fe ipfum
denuntiare , aut accufare.
Hie autem velimus intelligere illam confeflloncin D. Edu-
fi
ardi eo modo j qiio Fifeus fupponir, vidcretur intelligendum

quod ca verba , infinuando machinas dc la Jufticia de fu Cafa a
la fucccfilon del Reyno , fit qviafi quadam oblatio regni fadla
ipfi D. Eduardo, (ô cafu , quonam ( rogo) jure cavetur, quod
teneretur D. Eduardus fe ipfum accufare.
Neque dicatur , quod potcrat revclare oblationem fibi fa-
dlam ; non vero fe acculare : quia co ipfo quod oblatio fa(5Fa dc-
tegebatur, tenebarur etiam docerc fe ci non alFenfilTe, earn re- &
jccilFe; & tunc qua;ftionis periculum fubibat, cum non fit adco
facilis in re tarn fcrupulofa probatio innocentix , tamcn tor- &
mentis nemo fubjiccrc fe tenetur, ut in pun£lo docuit Bald, in
d. conf. quammiam elcganter, &
onmes poft cum d. n. 70.
Ad quoo facit quod dicunt DD. in pimfto de hac feien-
tia , non teneri feientem accufare patrcni , nlium , ncc uxorem
maritum , &
alios adeo ftricFo affinitatis gradu fibi conjunflos
76 quando funt traftatus pnrticipes, ut docent Gigas de crim. 1 .x-

fe majeft. rub. qui accufare poflint quxft. 15. num. 13. Farin.
qu.xft. 51. num. 82. Dccian. crim. lib. 7. cap. 74. num. 17.
Ofafeus dccif. 'So. num. 9.
Quod fiqiiis non teneretur cos accufare , qui adeo ftciflo
affinitatis gradu fibi d<’vincuntur, tanto minus tenebitur fe ipfum
accufare , cum quilibct plus fibi , quam alijs debeat.
Neque
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, ,
Cii Trcvas Jo Uv. FI. da Hljloria (jenealoyca

Ncque tamcn pofTumus diccrc D. EJiiardum , fi non rcvc-
lavit , niuncri fuo dcfccilTc , ncque fidclitati , qtiam omncs Po-
tcntillimo Rcgi noflro dcbcmus , quando adhuc vere probarctur
Patrcin Gucrrcrium aliquid contra quictem flatus cxhibui/rc. Ipfc
cniin flatim a E.untania difccflit , & quidem in rcgiones toto tcr-
raruni orbc indc remotas aut'ugit. Cumautcm oblatum fibi Im-
77 periuin cum dfcdhi rccul'aflet, &a Regno aufugiflet, ouis au-
dcrct, aut poU'ct D. Eduardum reum diccrc, quando adliuc tu-
tus ipfc eflet cxcniplo ipfius incrcatje , & a.ternic fapientia:
quando poIPct ipfc ad fui dcf'cnlam proFcrrc id quod fadEis do-
cuit ipfc xternus Dei filius ut habemus Joannis cap. 6. jefus
^
autcm , cum cognovilFct , quia venturi erant, ut raperent eum,
& I’accrcnt cum Regem fugit iterum in monte ipfc folus. Vi-
dit hie Jefus oblatum fibi Imperium , cognovit quod detenturi
erant , ut faccient Regent , ( qui efl cafus nofter , fi cum Fifeo
ciedamus quod nobiles , qiie havian tratado en una junta dc dc-
tencrlc por fucrâ , ha;c faciebant , ut cum facerent Regcm)
quid inquam hoc cafu fecit Jefus r fiigit in montem folus ; ftigit,
78 non revciavit. Fugit &
D. EduarJus , licet non revelaverit:
ncc tamcn Jefus alias Ctefaris Imperium damnabat , quando ali-
bi dixerat. Rcddite qua: funt Caliiris Carfari , &
alibi tributum
Cxfari perfolvi prseceperat Matthai cap. 17. Et tamcn idco
Chrillus fugit , nc aliqua rcbelio , aut feditio fieret contra Ro-
manos , ut bene advertit ibi Maldonatus ad verbuin , ut ra-
perent. j
Unde fatis tutus elTct exempio D. Eduardus , quando non

rcvciallct oblatum fibi Regnum , fed a Regno aufugir.
79 Pollcnt in idem fexcenta cxempla dinunierari. David in
undEus in Regcm Saule vivente , Regum p. cap. 16. nihil Sauli
rcvelavit ; quern tamcn uti Regcm nihilominus venerabatur , ut
habemus toto Regum lib. p. &prjcfcrtim cap. 24.
80 Germanicus oblatum fibi a Icgionibus Imperium conftantif-
fimd recufavit , fc mnriturum potiiis quam fidem cxuerc cla-
,
mitans. Tacit. Annal. lib. p. Non tamen Cicfari revelalTe legi-
nius , ncc indc minus folcmnis fuit apud pofleros illius memo-
ria , aut aliqua minus fidclis hominis nota (ignatus
,
quando ad
cjus funcra complentur non modb portus , & proxima maris
fed mania , ac tadEa, qua longillime profpedEuri potcrat ma-
rentium turba, ac rogitanrium inter fc filentio , an ne vere ali-
qua egredientem exciperct Tacit, annal., lib. 3. in princip. quan-
do Senatus , ac magna pars Populi viam complevcre disjcdEi, &
ut cuique libitum flentes, ut inquit ibi Tacit. &miratur ibiLip-
fius in verbo disjcdEi.
81 Scipio devidEo Annibale oblatum fibi regnum ab Hifpanls
rccufavir Livi. dccad. 3. lib. r. ncc tanicn rcvclafl'clegimus ncc
,
minus cclebrc illius nomen fuifie apud Romanos.
Unde fatcri debemus , nihil cum D. Eduardo adEum fuif-
fe , quod minimam minus probata; fidci notam poflit incurrere
I
quod-
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,,
da Cafa *Real TortuguesÂ.

qnodûc fiquid fuit geflum(quod ncgatur) nihil tamcn ipfi po-
tel> imputari ,
quando ipfe ftatim a LuHtania difccflit ,
vcl co
padlum quidqiiid turbidum forct, compofiturus.
8i Ferdinand© Hcnrici Caftclla: Regis fratri ,
ohiatnm fuit a
magnatibus Regnum quidquid Henricus Joannem (ilium po(t fe
,
reliquidet,
Mariana Rerum Hiipanicarum lib. T9, c. ij. Nul-
quam tamen legimus cum revclaUe, quidquid poflea convocatis
proceribus Jo. dcfundli (ilium Regem renuntiari curavciit Maria-
na ibi d. c. 15. & tamen is fuit quern Rcgem (ihi Aragonii cx-
poft delcgcrunt ipfo B. Vincentio I crrerio ejus laudes pradican-
tc, ut habemus apud cundem Marianam lib. 20. cap. 4.
Secundum caput rcatus eft , que ha admittido tratados dc
violar la prifion , y falirfe del Callilln.
At ex ipfa leflura reatus , ofi'enfivi , ni fallor&, eviden-
ter colligitur defenlio , &
indc innocentia D. Eduardi.
83 Dicitur ergo in reatu , que hallando-fc en Venecia Francif-
co Taquati con cantidad de dmeros procurando por diverfos me-
dics facarle de la pri(ion , en.bib a Milan a Pablo Georgio que
,
havia fervido cn Alemania cn fu Reginiicnto . y Cafa , con car-
tas para cl trato de facarle de prifion ; y cl dicho Pablo por el
mes de Dccicmbrc del ano 642. vino dcfdc Bergamo a Milan ,
y aloj6 en la contrada larga en cl mefon dc la Gata defta Ciu-
dad , y fe dejb veer a blartin Sazer fu defpenfero cn la Plaza
del Caftillo , y en otros lugarcs, diciendo qiie le avilalfe, como
havia venido , y qûe alojava a la Gata. Ex toto hoc prxam-
bulo nihil potell infcrri contra D. Eduardum , quando ctiam
admittcremus vera efie omnia in eis conicnta , quia font omnia
gefta ab extraneis abfque aliquo mandato , ncc icientia ipfius D.
Eduardi , ut patet ex ipfa narrationc.
Profequitur reatus , y cl dicho Martin de fu orden fuc a
bufcarlc algunas vezes De hoc ordine nunquam aliunde coiillar,
:
quam ex depofitionc ipfius Martini, qui cum fit unicus, vilis,

pofitus inter duo juramenta \ cumque hxc depofitio extorta fue-
rit per tormenta
, & longum 47. dierum carcerem , nihil indc
poteft infcrri , &
infra num. 93. & feq.
84 Et quatenus ctiam velimus diccre quod ad probandum cri-
men majeft. difpenfatur habilitas perfonae , non tamcn
la:liE dif-
penfatur circa inhabilitatem didlorum, aut teftimoniorum , ut eft
contrarictas , aut perjurium , ita bene diftinguit Cravetta conf.
6. num. 56.
'
‘
Secundum ,
quod licet removeatur unum impedimentum
difpenfetur una inhabilitas , non tamen difpenfatur circa plura
<S:
85 impedimenta ,
quando concurrunt plures inhabilitates , ut hie
ubi concurrit perjurium ; contrarictas , metus torraentorum , lon-
gus career, qualitas perfonx vilis, (imilia; ita arguit Cravet- &
ta d. conf. 6. n. 58. in fine.
,
Verum quando hoc admittcremus ,
quid demum prxftitit
Martinus ? binas illi epillolas confignavit ,
quas habemus in of-
' Tom. IV. S.sss fenfivo,
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,
Spo Turovas do Uv. VI, da Hifloria ênealogica
fcnfivo carum alteram dire^Vam Duci de Saxon , alteram ip fi

,
86 Paulo. Prima continet. IluftriiT. y ExcclentilT. Senor. He rc-
cebido la carta de V. E. y le doy muchas gracias de la buena
yoluntad que me mueftra. El negocio de que me trata , es itn-
toflible ; y adi le fupplico a no hablar mas en el.
Quanto a
fos dineros yo no tengo fmo lo que he meneftcr para
mi per-
fona y ftmilia. Ita habemus in oft'enfivo in examine Joannis
Stecher fub die i8. Martij 1643. & quad per eadem verba in
examine D. P. Aloyfij Pereira exam. la. Martij 1643. Secunda
87 verb epiftola continet. Partete luego en viendo efta con treci-
entos uiablos porque 11 te detienes en efta Ciudad , lo defeu-
:
ex oft'enfivo in
brirfi , y te har6 colgar de una horca , ut patet
examine D. Aloyfij Pereira.
Ex fola le^ra epiftolarum puto convincitur , an aliquid ex
ordine deferendi has epiftolas imputari poflit D. Eduardo.
Profequitur reatus , y le traxo dos cartas , cerradas , que
tratavan dello. ...
His minus poteft inferri tradlatus de fugiendo. Quidquid
enim Martinus epiftolas reddiderit D. Eduardo , quidquid D.
Eduardus eas receperit , non tamen antequam eas recepiflet
feiebat in ijs agi de fuga arripienda ;
neque ha:c feientia ,
ante-
quam epiftolas rcciperet ,

ullibi probatur in procelTu : unde cum
non feiret quid in ipfis contineretur , ex fola receptione
argui is
non poteft quod particeps fuerit tra 61 atus. , .
Sicque patet quod ex ipfius reatus narrativa non convinci-

tur id , de quo reus conftituitur , que ha admitido tratados ue
violar la prifion.
Verum ut magis pateat, quam longc fuerit D. Eduardus
ab hoc tradlatu , legcnda. funt epiftolx , quas lupra sx oft'enfivo
recenfuimus , ut inde pateat an ipfe traaatum admiferit , dum
Duci de Saxon ftatim refpondit , le fupplico a no haWar mas en
el : Refpondit autem Paulo , que lo haria colgar de una horca.
88 Videndum quod inquit Pereira ibi, que Don Duarte nunca
ha tenido corrcfpondcncia con eftos Senores.
Quod depofuit Nove Simonis in oft'enfivo , que como razo-
nabamos en Tudcfco lo que contenia la carta, fcilicct Duds de
Saxon , y cl moftrava indignacion : cccc quomodo argui non po-
teft tradlatus in eo quod mdignabatur fibi proponi.
Quod deponit ipfe in ejus examine pucs le di fcilicct epif-
tolam Duds de Saxon, al Senor Don Fadrique ,
haviendo dado
parte luego que le recebi ,
a mi Confefl'or , que era cl mcfmo
del Senor Don Fadrique; cl qual me dijo que lo tomava fo-
'
bre fi.
Quae depofitio confinnatur ex eo quod epiftolac illius Du-

els de &xon crant penes ipfum D. Fcuericum , ut habemus in
examine ipfius Percirac in fine Senor fi , que conozco el billetc ,
que es cl que V. E. me mueftra.
Et confirmatur ex dcpofitione ipfius Percirac paulo ante n-
ncm
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,,
da Cafa 7(eal Tortuguesâ, €$\

ncm ibi , y quando vino aquclla priniera carta ,
el Scnor Don
Duarte me
confult6 que cola leria bien hazer y yo le dije que :
feria bien dar parte a V. E. Loquens cum ExcellentilT. D. D.

Federico , y el quifo confultarlo con cl dicho Padre Genaro
haziendo-fe efcrupulo por cl dano que podia feguirfele a aquel
hombre , que fe movib con intencion dc haccrle bien : y efta es
la caufa porque entonces no fe publicb cl billete.
89 Patet nine ex ipfo ofFenfivo innocentia D. Eduardi , illud

folum ex abundanti addentes , leges qux dc fuga carccratorum
difponunt , duas elTc alteram fcilicet Primam ff. dc eSradloribus,
alteram in L. eos ft', de Cuftod. rcorum.
Prima loquitur de ijs qui e carceribus eruperunt , fie &
poll fugam , ut patet ex ijs verbis, qui de carcere eruperunt
& notant ibi omnes feribentes.
Secunda loquitur de ijs qui cum recepti elTent in carccrcm,
Amt verba legis , conrpiravcrmt , ut ruptis vinculis , effrato &
carcere evadant. Ex quo textu duo requiruntur. Primo confpi-
ratio cum alijs carcerads , fccundo fratûra carceris , vel vincu-
lorum , & firmant ibi feribentes Farin. quxll. 30. num. 167. &
166. Fernandez de Otero quxft. Juris p. 3. q. 19. num. 3. verf.
prxterca. Cum ergo hie fuga non detur , patet non clle nos in
cafu L. p. cum nee confpiratio , nec fradlura , ncqrc efte in cafu
L. eos , & fic quatenus ad earn probaretur tradlatus , non per
hoc locus clTet alieui pneme.
Unde bene inquit Fachin. cont. for. c. 66. lib. 9. quod
J. C. in d. L. cos non eft credendus loqui dc folo conatu ad
evadendum.’
Et denique illud ex abundanti additur, quod eo tempore
D. Eduardus nullam feiebat caufam fux carce; ationis , faltcm
qux propriam culpam , aut fa<£lum tangeret , quidquid feiret ex
alieno fafto fe detineri ; unde quando etiain fugam ipfc atten*
tallet eo magis quando aufugill'ct, nullum polTet inde inferri ju-
90 ditiuin ad probationem aliorum , de quibus quxrimus , qiiia ad
hoc ut fuga aliquod indicium operetur, fugiens debet clTc ccr-
tus dc quo deliflo contra eum inquiratur , & pro quo fuerit de-
tentus , Facin. diiSla quxft. 30. num. 205.
9^ Quod ad tria poftrema capita reatus principalis ,
qux con-
flftunt eo quod bibendo dixerit a la falud del Rev mi her-
in
mano y que crepen fus encmigos Que havia fervido al Em-
, :
perador , y maS queria haver fervido al Gran Turco Que fu :
Padre havia fido mejor tratado en Berberia.

Omiftis ijs , qux fuperius rclata fuerunt , ad demonftrandum
quam facili negotio tollantur hx probationes , quam contrary
fint inter fe tcltcs ,
quam varij inimici ejufdcm D. Eduardi , &
flmilia.
,9^ Advcrtendiim hieerit cum Cravetta in conf. 6- num. 9.

quod ubi non agitur principaliter de crim. Ixfx majeftatis , quod
oritur ex faflo , fed ex verois etiam petulantibus , aut iujuriofis
Tom. IV. f' '
Ssssii
' non
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6^1 Turovas do Ltv. FL da Hiftoria (jenealogka
non funt aJmittendi teftes qui alias admitti folent in hoc crimi-
: . ‘nc non idonei aut non integri: Nam illud privilcgium recipien-
',
. di teftes non idoncos , quod conccditur ubi agitur de crimine

- Ixfas niajertatis , non extenditur ubi majcftas Ixditur folum cx
^ gravius fit Isdcre Principcm fafto , quam ycr-
verbis : cum enim
: '
difpofitum in graviorc, non poteft extendi ad
bis illud quod eft
verba quae funt leviora ; ut bene firmat ibi Cravetta n. 9. lib.
7. cap. p. num. 43. Monticcli. in fuo repert. de Teftibus in
rub. de teftibus in crimi. laefae majeftatis verf. penult, inter tra-
€Vatus tom. 4. fol. 286. tergo Farin. q. 6z. num. 88. Mafcard.
de probat. concluf. 463. num. 35’. fequent. &
93 Secundb, quod licet teftes minus idonei admitantur ad pro-
bandum crimen noc, non tamen admittuntur ad probanda indi-
tia aut adminicula ipfius criminis Cravetta d. conf. 6. num. ii.
,
'
in fine fup. num. 89. Monticell, loco citato verf. 2. Farin. d.
quxft. <f6. num. 72. ubi hanc communem dicit , nrobat. &
94 Tertio , qcfod quatenus velimus diccre quod ati probandum
crimen laEfae majeftatis difpenfatur inhabilitas perfonae , non ta-
men difpenfatur circa inhabilitatem didlorum , aut ubi eft con-
trarietas , aut perjurium , ut diftinguit Cravetta d. conf. 6. num.
58. Mafcard. d. concluf. 463. num. 39.
' 9S Quarto ,
quod licet dil^pcnfetur una inhabilitas ,
non tamen
difpenfatur circa plura impedimenta quando concurrunt plures
,
inhabilitates,
ut ubi concurrit perjurium vilis perfonae , metus
tormentorum , contrarietas , longus career , fimilia , Cravetta &
d.conf 6. num. 5:8. in fine.
96 Quintb , quod quando Teftes inhabiles in hoc crimine a d-
: mittuntur , non tamen ulla fides illis adhibetur , ultra quam ex
eorum inhabilitate mereantur unde fi fint folum duo , quia in-
:
habiles faciunt folum inditium , non probationem Farin. d. quaeft.

62. num. 89.
97 Sexto , quod hie teftes omnes funt fufpcfti , quia fufpe-
61 us erat Locumtenens Caftri , ut probabitur. Qiioties autein
fufpedlum erat caput, etiam alij , qui capiti fubjacent , fufpe£U
dicuntur, in punfto Cravetta ibi num. 33.
98 Ad probandum autem quam fufpeftus efiet Locumtenens
producuntur teftes ;
ex quibus refultat qualis fufpicio amaritu-
dinis , & inimicitiae ,
quae etiam levis in hoc cafu fufficeret , ut
in pundo Crav. d. conf. 6. num. 31. Farin. qiucft. ^2. num. i.
99 Pqftremo evidenter removetur omnis hacc probatio ab in-
; ut quid cnim credamus virum cx natalibus, & divitijs
vcrifimili
'
. adco prieponentem in carceribus detentum coram militibus , ac
cuftodibus aufum fuiffe hoftibus Regis noftri inter pocula , &
convivia plaudcre, ut in punfto confiderat Cravetta d. conf. 6 .
I'ub num. 20.
Demum quando haec omnia ccHarent , aut pu tat Fi feus cx
his verbis quando vere fuiftent probata, quod negatur millies, in-
, dudlani fuilTe ratihabitioncm deli(ili principalis patrati ab ejus fratre.
Aut
,
' da Cafa %eal 7ortugues(a.
Aut per
ilia verba
, que
crepen fus enemigos , aliquod ma-
ledictum polTe inferri contra adminiftros Potcntiflimi Regis noftri.
Si primum , illud certum eft , quod ad hoc ut in dclidis,
100 inferatur ratificatio ex aftibus , & verbis complacenti.x , & la.’ti-
101 tiic duo copulative requiruntur , primb , quod deliiftuni geftum
102 fit nomine , aut mandato proferentis verba complacentis. Se-
cundb , quod a^lus ratificentur tanquam geftus nomine ratuin
habentis ;
ita Farin. quxft. 135. n. 64. & 86. Decian. in tradVat.
criminal, num. 2. & 7. Natta conf. 499. late idem Fa-
num.
rin. conf. 104. num. 18. &
ibi addentes E. ubi quo pado
litt.
probetur a£lum efte geftum nomine ratificantis.

103 Et in pundlo de crimine Ixfx majeftatis Glofa videnda in
c. Fclicis in verbo ratum haberent de poenis in 6. qux ad hoc
allegat bonos textu.s in c. ratum qiiis de regulis Juris in 6. & in
c. Cum quis de fententia excommunicationis in 6. & tamen in
d. c. F’elicis agitur de crimine Ixfx majeft. ut habemus ibi in
textu reus criminis Ixfx majeft. & in hoc punfto dicunt Joannes
Andreas in d. c. fclicis n. 17. in fine addent ibi n. n. in ver-
bo ratum habuit poft Tancredum in c. inulicrcs de fent. excom-
miin c. Gcmin. ibi num. ii. ad medium verf. Glofa in verbo
habucrit Gigas de crim. Ixfx majeft. ouxft. 5. n. 18. Facin. in
fimili traftatu qu.xft. 112. num. 97. Decian. in tratftatu crimi-
nal. lib. 7. tit. 34. num. 8. Cacher. conf. 6y. n. 16. Natta in
conf. 404. tit. 13. in fimili crimine, ubi fortius non fuflicere
quod a£lus ratificatus, fuerit geftus nomine ratificantis, fed am-
plius requiri quod ratum habeatur tanquam ejus nomine geftus,
quodque una narum qualitatum dcficicnte ratificatio non induca-
104 tur & n. 14. in fine, quod quando etiam detur ratificatio , fi de-
ficit hoc fecundum rcquifitiim nihil poteft inferri quia quis
, ,
poteft ratificare faiftum , fed non qualitatem fa£li unde condu-
:
ait. Hinc eft , quod per ratificationcm non habetur gaudium &
Ixtitia
,
quod de re gefta fufeipit.
Si vero fecundum inferre putat Fifeus, fcilicct quod ilia
verba , que crepen fus enemigos , referantur ad Miniftros Sux
Majeftatis.
Primo refpondetur quod dcfFciSfus patiatur haec depofitio
de quibus fupra , & quam varie aliqui deponant , que crepen ;
aliqui al difpetto.
Secundb ,
quod quod fuit difpofitum in L. unica c.
illud
Siquis Imperatori maledixerit , non extenditur virtute illius I.e-
gis ad Miniftros Principum ; Et tamen quando Imperator voluit
Leg. etiam miniftros comprendere , id fecit exprefse , ut habe-
mus in d. L. quifquis , nec licet hafee Leges poenalcs extende-
re extra fuos cafus , ex annotatis ad fup. n. 73.
105” Tertib , quidquid poftit dici , refpondetur prudentes , &
' ' iragnanimos Prindpes malcdida non folum contra adminiftros,
i'- fed etiam contra fe ipfos femper conftanter fprevifle ; & dicere
liceat quod Decian. lib. 7. toto cap. 50. ubi plures in hac mate-
ria
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8 , U -
Trovas do Liv. VI da Bfloria genealogica

6^4^
Fragof. de Regitn. Reip.
Chnfti p. p. Fb.
ria hiftorias reccnfet
cum Deciano d. cap 5°-

io6‘’‘ ‘'’‘vef d?mtguendlrm & remit
rmnH -lilt maledifti Principi , & tunc condonandura ,
?rdum .ut 'j & !»*> & rccenfcre
™nc inqu.r=„d..m.
.
107 Attamen quoquo modo illud dicatur ,

maledixerit ubi
unica: c. fiquis Impcratori
dit ipib verba
Imperatorcs , Theodofiiis , Arcadiiis , &. H
xere^magnanimi illi
procefTit , contemnendum
nnrfiir Tug auod fi Hoc ex iCTitate
dignum; fi ab injuria remittendum.
S ’
f. exîn?an3
Neque obfbt quod
,
miferatione
habemus ibi in L, unica ad finem,
io8
Principem reniittitur
ouod malcdicens Principi ad
injuria maiedicit, non
?olum procedit quando quis ex No
levitTte'^ ^modis
Glo\ ad dh. L. unicam in verbo
levitate.
inaledici Principi , ex levitate ,

inlania ,
&
a,
in-
ait tribus Ba di^s
ultimo ternittat ,
juria ,
& nullo cafu punit Judex , licet
vel
ibi in Summario, quod ex
levitate ,
Prmcims
pi non punitur ; fi per injunam, Judice con
obloquitur a
aui non iniurios^ de Imperatore
ihi
'J’em.S;!
de crim.
Z dit
,
n injutioS ad Principm
laefa majeftatis 5“P-.40/>t
,
^
qui
mitcatur num. Boflius in tit. de injurijs ^
num. 34 ‘ânn.
-
«"mVny
quin hxc verba
licet, faltem ex levitate
admitterem. mgare
PJ“
elfet
& hilaritatis: quo cafu neque locus
la^r& verba hetitis ,
remillioni ad Principem. . . ^Pq.
Patet ex magnatis hujus viri Innocentia , q
diftis
noftro de Proceruni
integem
tentiflimo ac Clementiffimo Rege
mo confilio confidimus , & p-r * noffet op-
quod a. Ftfco
Reliqiium eft ut objeaum illud , ^
poni , de>anne ejus frater toUat
Jerem.as «
Patres
?n diebus illis non dicent ultra , in^ f m
unulqutlque
bam & dentes filioruin obftupuerunt , fed
S Vua m'oSur. Omnis
obftupefcent dentes ejus, & clarius
Ezechicl^
hU,
qui comment uvam
ace^bam
ta m
P^verbium itod ,
quod inter vos parabolam vertitis in
?a Ifrael dicentes , Patres
comederunt
Dominus fi "rit
filiorum obftupefcent. Vivo
ego , dicit
provertnum in Ifrael Ecce oranes
ultra vobis parabola hxc in
Snim* me/funt; ut anima patru ita & amm fi

1
Anima qux peccaverit , ipsa morietur , & latius Ezecmei to
cap. 1 . Ex quibus j &c. falvo , &c.
Carolus Gallaratus J. C.
^7
Mani-
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,,
da Cafa Tijeal ôrtuguesâ. 6p^

Manifejlo a favor do Iifante D. Duarte , impreffb naquelle
tempo.
Ad Pontificem Maximum , ad Imperatorem , Retrer , Re(publicas

Principes , ^ Terrarum Dominos ,
pro Hhertate SerentJ/tmi In-
fantis Edttardi ^
Libelltts fupplex.
Roclamat in libcrtatcm Screniffimus Infans EJuardus nota funt NuIU. 27*7

P cjus vincula , nota infortunia , notum quot pacitur
vet pictas , agit innoccntia , dcfcndit lidcs, juftitia. &
;
,
cauflTam
Haec
mo-
eft re-
rum, &fortunarum fumma.
Ejus caull’am , quern in Cxfaris caftris cgregium Ducem primo-
ribus fupparem Scrcniffimi , & CelfifTimi Principes agnoviftis , nunc
ferro cateiiato inftar fugitivi mancipij pra: oculis habetis. Oportet,
ut defendatis oftenfum , & pro ejus libertate tantundem pietati reik
datis , quantum fortunx cafus inopinanter abftulit , Veftri quidem
fplendoris , ac muneris digniim eft , mifcris opitulari , opus hoc egre-
gium , & fortadis hanc viam fata invcnere, ut non minus veftra hu-
manitas eluceat , quani temponim iniquitas , calamitatis invexit.
Poftquam Africx in fata conceflit ftrenuus Portugallix Rex Se-
baftianus , & ingens gloria Lufitanorum cxcidit , Patruus ejus Sere-
nifttmus Ordinalis Hcnricus baculo paftoris Rcgni Sceptrum adjun-
xit , veiTjm utrumquc brevi cum vita pofuit. Hinc melior fententia
ad fucccIHonem vocabat Sereniflimam Dominam Catharinam Infantis
Eduardi filiam , & felicis memorix Regis Emanuelis neptem , ac Se-
reniflimi Joannis Quarti aviam Ex contrario furrexit Philippus Sc-
:
cundus Rex Caftellx filius Screniflimx Impcratricis Elifabeth ejufdcm

Emanuelis filix , fibi ob fexum virilem Regnum alTeiens , at cum ju-
ri parum fidcrct (namque reprxfentationis beneficio ita a Sereniftima
Catharina vinccbatur quemadmodum illius mater ab Eduardo fi vi-
vcret , vinceretur : ^m
,
, &
ipfc Philippus extcrus erat, juxta &
,
Regni leges in Civitate Lamoci publicis in comitijs faftas continub

fucceffionis incapax) armis Regnum aggrcditur, vi occupat, cef-
fit potcntix jus , armis leges , & fortunx ratio, ûoufque , tandem
convcnientes undique Regni ordincs unanimi confenfu Kalend. De-
cemb. anno 1640. in Regem evocaverunt Screnidimum Joannem,
regnumque fuit Icgitimo fuc'elTori reftitutuni.
Tunc temporis Screniflimus Eduardus oiTavum circitcr annum
in caftris Cxfaris militabat , ftrenuum Duccin magnis fuifquc fump-
,
tibus a^ns, cum Gcrmanix fam3 innotuit Sereniftimi Joannis Portu-
gallix Regis inauguratio. Mifit Imperator Marchionem Gonzagam
qui Eduardum qu.xrcrct , ac Ratisbonam duccret quern cum ad Ri-
,
pam Danubij navigantem rerum , & intentionis ignarum offendilTet
utcrquc Ratisbonam appulere , ubi Screnidimum Dominum Eduardum
vincula , & cuftodes tcnuerunt , hinc in arccm , ac fi famofus edet
criminis reus , conftriclus ducitur , tandem cb deventum eft , ut Do-
ftori Navarro troderctur pa^To pretio Mediolanum itcrum traducendus.
Sere-
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,
6$6 Turovas doUv.Vl. daHlflorla (jemalo^cA

Sercniflimi Eduardi caufam ita pietasmovct, ut nifi tot illi de-
fcnfiones I'uppctias fcrrcnt, liac una tantum ad libcrtatem juftc pro-
ciamaret , eniin vcro nihil unquam accrbius I'uit , quam florcntis ata-
tis Juvcncm vinculi.s mancipari , & Viiuin Principcm inaximis natura
dotibus piadituin tadio, & fqualore ccrceris contabcfcerc , & quod
ampliiis cll in Caflcllanorum manum dcvcnire Virum vita- innocuum,
n.oribiis infradum , & Regij I'anguinis Iplendorc confpicuum. Plane
cum CO agitur extra omnem humaniiatis , & urbanitatis catalepfim ,
datus eft cuftodibus , ei dati cuftodcs , quos decct impictas, & pro
humanitatc immanitas. Oolcnduni fane Principcm alioqui dc imperio
bene merentem aJ ardlam adco cuttodiam de\'eniflc , ut & famulan-
tium feivitio, immo, & pccuniarum ufu ex Portugallia tranfmift'arum,
ad ca qua iibi opus erant , ferme carcat. In brevi carccris crgaftulo,
quo tenetur , prolixa eft anxietas animi , & male valentis corporis
confluSlatio , quibus continue cruciatur Dolcndum iterum , ac mil-
:
Jics dixerim Scrcniflimum Dominum Eduardum onini prorfus noxa

& crimine vacantem , tot contumelijs , tot arumnis , ac calamitati-
bus affici. Animum ergo vellrum , quod moveat pietas , baud dubi-
tandum eft, Screniftimi, &
Celfiftimi Reges, & Principes, quibus,
ifthac , virtutum nulla proprior. Hoc vobis eximium a fuperis da-
tum, ex quibus pia officia quaramus , fperantes fore, ut pietati non
minus ftuJeatis , quam impictas abftulit , eritquc vobis pariter deco-
rum liberate oppreftiim de manu impotentis, ac ipfi indecorum eft
Principcm liberum opprimere , nec dubito quin tantum unius viri
fortuna commotioncm mifcrcamini , qui pofiti eftis , ut opem mife-
ris impcndiitis.
Motam ex pietate cauftam innocentia agit. Difficile quidem eft
innocens inveniri , &difficilius probari , facilis tamen
, &
jucunda il-
lius defcnfio. Cîs cnim juftc tenuit , aut damnavit infontem ? Quis
notoric innoxium criminis poftulavit unquam ? Quis injuftc poftula-
tum non illico liberum dimifit ? Plane nulla ita gens eftera , nulla
liominum natio ita crudclis , ut quemquam innoxium , vita integrumj
ac fceleris purum vinculis mancipet , & fumma capitis diminutione
condemnet. Qiiin etiamfi quando dc crimine an a quoquam eftet ad-
miftum anceps difeeptatio , vel probatio emerfit, civilis difeiplinae
conditoribus vifum eft fatius relinqui impunitum nocentis facinus,
quam innocentem damnare , cordate admodum opinantes nifl de no-
xa , &noxia pateat , infontem pati.
Hoc raortalibus rationc utentibus , inditum , ut juftum , &juf-
te operentur, prxfertim qui imperio, aut jurifdifVioni praefunt, nc-
minem culpa carentem ad vindiilam agentes. Videndum ergo quod
fcelus quod flagitium admiferit Sereniffimus Eduardus , quid in Au-
,
guftiffimi Csefaris , aut imperij perniciem moliretur. Nihil me her-
cule non Principe dignum unquam patravit , animo ftatuit fe totum
Cxfaris fervitio devovcrc , & in cius Caftris militate , folicite curans
temperanter adco vitx rationem inftmierc,ut ne crimini tantum, fed
ncque fufpicioni criminis , invidia: , aut livori locum facerct. Vos
eftis Ccliiflimi Principes teftes oculati , &
liquid fceleris vos latct a
Screniffi-
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,
da Cafa %eal Tortugtiesâ.
Sercniflimo Infante Eduardo admiffi ,

objiciant, deferent, caufentur
adverfarij ,
&' certe nihil unejuam potcrunt comminifei ,
quo culpam
in eo arguant , ctenim pro tacinorc referunt germanuin Infentis Edu-
ardi fratrem Screnifli. Joannem Portugallia: regnare. Admittamus li-
cet , cirra verum , hoc fummum fcclerum , &
criminum fuilTe, quid
quxib imputaii potcll Serenilfimo Eduardo qui non hujus concilij
particeps, fed omnino ignarus , atque infolcns fuit, imnio nee fratris
gefta probavifle , aut improballc unquam apparuit ? H*c ita omni-
bus nota , ut excontraria probatione non egcant , fatis namquc ad fenfum
patet Sereniflimum Eduardum , fiquid notum fibi fubolciet , a Ger-
mania fcdulo cxccfTurum.
Omnia fane divina , & humana jura llatuunt , juxta menfuram
delicti infligendum cITc plagarum modum , &
ex alterius culpa ncmi-
nem plc£Iendum , non fratrem pro fratre , neque pro patre nlium, &
11 quando invenimus filios pro crimine parentum plexos , id quidcni
folus Deus cHiccre potuit , cum ob rationcs mortalibus non notas
turn quia quoad Deum nemo innocens nafeitur : At apud homines no-
xa fupplicium , &
vindidfam culpa pracedere debet.
H;ec omnia , par credere eft , AugullilTimum Imperatorem in-
gcnu6 profelTurum , &
fortaffis, qui ejus fa£fa divino vcluti cmilTa
fpiritu relpeiflavcrint , ad aliam fupcriori fimilem cxcufationein recur-
rendum arbitrabuntur , Sereniilimum fcilicet Edvardum li non culpa,
faltem caufsi teneri , ne Cadcllse pefTt of .Ic, aut prodcll’e Portu-
gallix. Porro enim nulla hac deterior, vel inji llior cxcufatio pote-
nt excogitari, auippe inter Cjefarem , &
Rci,ein Portugallia:, nul-
lum unquam bellum indidum , nulla excitata^ contentio fuit, cujus
ergo fibi licita credatur Lufitanorum ofFenfio , immo inter aulfriacos
Impcratorcs , &
Reges Portugalliic fumma pax femper extitit multo
fanguinis , &
conjugij vinculo obligata. Plane fi Serenifllmus Eduar-
dus vinculis premitur ne patria: prolit , q[uid unus tot inter milli.i
qui aftu profunt , & Portugalliam juvant ? Non ne Celliflimi , &
Strenuifliini Galli Sued
, ,
Britani , ac demum Batavi inita pace , ftc- &
dCTC Portugallix incubant dcfenfloni ? Indignum quidem eft tantum
virum de Imperio benemcritum ad carccrem catenatum trudi , qui
Auguftiflimo imperatori nulli unquam odij , aut fimultatis occafioni
fuit , nullum ctiam in co admilTum quod Imperatorem ad vindidfam
,
agere debuilTet , quern forte pcenitet ( & hoc credendum ) tot natu-
ralia , & civilia jura pefTundari in obfequiuin Regis Catholici cum
,
fibi alterius caufs^ licere nequicquam putet
,
quod fua haudquaqiiam
licitum foret, ctenim in fumma poteftatc minima eft licentia, & juf-
te caufamur poteftatis excelfum prsefertim in eo confpecHorem qui
,
major habetur. Decct quidem fupremam Majeftatera fervare Itês
quibus ipfa foluta efle videtur, & majus Imperio credere, Icgibus
obfccundare. Ideo non abs re putarem Auguftiflimum Imperatorem
prava aliqua fuggeftione commotum a pietatc folita dencxiirc, & • '
I'pem fore , ut ipfe libertati Sercnillimi Eduardi virilitcr invigilct , &

quod properato eftedum eft faniori conlilio farciatur , quippe ad hoc
Ipcilabile opus magnopere confert , vulgb quod uti verum circumfer-
Tom.lv. Tttt tur,
Digi*-Z'Xi by Coogle
,
^^8 Turovas do Liv, VI. da Hljloria (jenealoîca
tur ,
ipfum , & Rcgera Catholicum fcriptis convenifle , iit fi
inter
quando Impcrator c re Iba putaret Germaniam , & in ejus inamim
Screniflimum Eduardum rcdire ^ ut indc in libcrtatcm vindicaretur a
Rcge Catholico continue renuttenduin. Vere hanc cautionem pof-
cebat innocentia Sereniflimi Eduardi , &
eadem quoque poftulat , ut
liber dimitatur.
Dubitari licet utra potentior in caudam influat , Judicum pio
tas an Rei innoccncia ? & verum eft illam multotics tenerrimo ju-
,
dicantis animo ita blandiri , ut illius amorc delufus a redli pnEceptio>
ne dimoveatur , quandoquidem vero limulatam verfutiain fallacise
pigmentis , &
fuco mcdicatam pro innocentia apparerc. Verum enim
indubiutn eft utramque firman > ft in communi virtutum omnium
baft ,
nempe juftitia ,
fubftftat. Ke<fte noverim ,
Majeftates , Screni-
tates , & Celfttudines veftras pro innoxij Infantis Eduardi calamitati-
bus , & aErrumnis pietate moveri^ noverim deinde coram vobis infon*
tis cauftam ftrenuc agere ejus innoccntiam , attamen ft Juftitix ha:
ipfte adha:reant defenfto evadet , quo ca:teris virtutibus
,
eb tutior
juftitia prxftantior eft. Offerimus Sereniflimi Eduardi caufTam a vo-
bis , ut publics pacis arbitris judicandam , uti Frincipibus defenden-
dam , & quamquam defcnfionis aditus prxcludi ex eo videatur , quod
nulla criminis objeftio materiam defenftoni fuppeditet , tamcn hxc
eadem crit prima defendendi ratio , cum conftet D. Eduardum ad
quinquennium vinculis teneri , & nullo unquam crimine notari , aut
criminis fufpicione , vcl Icviffimc potuilFe. Quas ob res prxhendi
h.iud debuit , & proculdubio injuitius detinetur , tempus enim non
mutavit caulTam , fed auxit rationcm querelx Ordo rerum ex pri- :
inordio nafeitur , & eb fit injuria gravior , qub prolixior, attamen

ex ca ipfa fxpius melioris fortuna auventum prxftolamur.
Non repetitu tantum ^ fed & relatu indigna eft effifli criminis
objedlio , nempe Sereniflimi Eduardi fratrem Joannem vi , & armis
occupare Portugallix Regnum , fed huic fatis fuperque fuperius ref-
ponfum. Quin etiamft contra veritateni fingamus , Sereniflimum &
Joannem Regnum vi occupalTc, & hujufee rei confeium D. Eduar-
dum , fi ipfe imperatorem adirct , fugs , & fugienti prxftdium pof-
tulatum , baud dubic tuendus ab eo , juvandufque erat ; quantavis er-
go culpa Sereniflimus Eduardus afficcretur , ad fines Imperij faltem
debuit ab imperatore liber dimitti , & multo amplius cum certo feiret
virum vitx innoxium , & fraterna: dominationis ignarum. Alioquin fi
imperatoris prxfidium ad fc profugientes deludcret , nulla prorfus
mortalibus fecuritas elfct, nulla tutelx cura , aut afili fpes ; Prope-
modum jura, & libertas Imperij in pelfum irent, fraflaque juftitia:,
& xquitatis compage ad vitia bis virtutibus contraria aditus patefie-
rct quod fane ab Auguftiflimo Imperatore fpcrandufn non eft , im-
mo , ut libertati Sereniflimi Eduardi quanto ejus invigilet, & inde-
finenter ftud^t, ut anteailx captivitatis cxcmplum intra juftitia:, &
pietatis ambituni dclitcfcat
,
& liquid fuit minus tantsc majeflati con-
veniens melioris concilij vclificatio obumbret.
Inter gentes qux' humanam focietatem vencrantur nulla adve-
,
nis
Digitized by GocqK
,,
da Cafa *R(al Tortugttesâ.
nis ita eft exofa , iit Icgatos , caduccatores , vel cauffa promcrcij , &
traniitus , aut alitcr ad I'e juftc advcntantcs intcrcipiat, vinculis &
comprimat quinimmo inter Principnis ortodoxtc fidei pietatem
qui
,
rccolunt , coirmuni vcluti lege padlnm ,

fcitumque eft , ut cxorto
bello niilites utriquc capti , vel libcraliter ad fuce, vel exigua mcr-
cede pro expenfis exercitus reddita dimittantur. Quamobrem cum
Serenillimus Eduardus, non proprij compendij caufsS, non ut hoftis
Germaniam iverit , fed ut in Caefaris caftris militaret , proculdubio
dc injuftis vinculis jufte queritur, ac juftiflima manet ilium defenfio,
& firma fpes libertatis
,
qua etiarali hoftem ageret , frueretur.
Inter maxima Dei attributa fplendet jnftitia , in terris eft re-
rum dominatrix, &
dominantibus adeo conveniens, ut nullus ubique
gentium fit , qui quantxlibet Majeftatis caput cxtollat, fui principa-
tus fafees juftitix non fubmittat ; fi ergo palam eft Infantem Eduar-
dum injufte vinculis teneri, ex diverfo quoque patet juftiflimam illius
defenfionem efTc , &
Auguftifiimo Imperatori tantum , fed vobis &
Screniffimi Reges , &
Refpublicx , &
Principcs ex debito incum-
bere.
Infontem dicimus ,
qui nec tenctur culpa , nec Icgibus debet
& jufte defend! criminc vacantem ,
in Infante Eduardo nulla culpa
aut culpx vifitur obumbratio ,
atque ideo plana defenfioni fternitur
via, fi ab
fufeipiatur , qui
ijs &
innocentium tutellam amant , cul- &
tum juftitix fufpiciunt fe pios profitentur , qui pietatem ,
•, juftos, &
qui juftitiam colunt , oportet tamen utramque operibus comprobari ,
ut inde exercentis gloria exurgat nullo fub feculo peritura. Nil cqui-
dem vobis acciderc gloriofius poteft , quam pro infonte, juftitia &
vires cxerccre : Nil laudabilius , quam virum innoxium a manu injufte
detinentis eripcrc : Nil denique juftius , quam innoccntcni Principein
ab injuftis vinculis emancipate. Plane, quod pietati impenditur,
quod juftitix tribuitur nullus indignantis fortunx cafus obrucrc , aut
vetuftas edax poterit abolere , quin ctiamfi quid jufte, aut pic cro-
gamus centefimo fxnorc , ac
mercede duplici nobis rependitur. Eb
igitur follicitudinis veftrx crit amplior retributio , quo picciofior eft
immortalis gloria veftro nomini comparanda. Facite ne labefcat occa-
fio Imperio cum primis opportuna , vobis laudabilis , & decora , &
Scrcnillimo Eduaroo non conducibilis modb , fed etiam neceftaria.
Ad hxc confidcrandum quantum
vinculis Sereniftimi
eft ,
in
Eduardi vcncrabilis juftitix venuftas, fplendor deformetur , & au- &
toritas vilcfcat , cujus vultum decorate folet utriufque fidei obfervan-
tia. Poterat quidem Germanix militans fummam fibi fecuritatem
ejus fidei publics fponfione facratam polliceri qua etiam hominibus ,
datum inoffenfo pede remotas orbis plagas peragrarc. Huic nimium
credens Iinperator Carolus Quintus ad Belgas, & turbidos tuncGan-
davenfes fine copijs , & pene fine comitatu properavit, cumque cx-
ceptus eflet a Chriftianidimo , & Sereniflimo Rcge Francifeo, is fx-
pius a fuis exagitari ccepit , cur non hominem , in quo rerum mo-
mentum , tenerct? nulla tamen fpcdlabilis utilitas inviftum Regis ani-
mum pellexit quod Cxfarcm apud fe haberet , qui dicere folebat , fi-
Tom. IV. Tttt ii dcra
yoo *Provas do Lav. VI. da Hiftoria (jenealogica
dem fi toto orbe cxularct , tanien Rcgibus tcnendam efle , qui ca

fola c(î , adftriiigique poflent , quod utiquc non a Cbriflianifliiro
Regc tantum fcinius obfervatum , fed & a Psno Chriftiani nqminis
holTc ,
ut refcrunt Hifpaniae annalcs. Cum Alfonfus a Sandlio fra-
tre monaftcrium primb profiteri coadVus , tamen ad Almenonem To-
leti Rcgem profugiffet, is licet ipfum Tolctani Regni cvcrforcm fu-
turum in prsefagiis, & vaticinijs habcret, tamen incolumem ilium,
& niuneribus lulTarcinatum Caftcllam libcrc abire pcrmifit , nc fidcm
publicam , & Alfonfi fiduciam luderet ; fed quid excmpla fcn'atx fi-
dei quaerimus ? Quid fafVis egregqs fervandam perfuadcre conabimur?
Nonne apud omncs religiose Cultoditum , ne rides publica violetur ?
Conllans fiducia Infantem Eduardum tenuit , nullo unquam
tempore Caftellanis tradendum ; fed quo id fato accidillct , qua for-
tunx adverfantis injuria baud ignotum eft , maxime Principibus Im^
perij pro libertatc Screniflimi Eduardi fxpius obfecrantibus , & jura,
& iinmunitatem Imperij alioqui corrumpi fuadentibus. Quod quan-
tum Eduardi juftitiam commendet , quantumque ad ejus defenfionem
conferat fatis vobis Serenidimi, &
Celfidimi Domini compertum effe
debct. Oportet ergo , ut omnes pro juftitia ad emendandum conve-
niatis , quod indignc patratum eft , &
tantundcm referat pietas , &
juftitia pro Screniftimo Eduardo quantum ejus innocentia poftulat,
ne vincula innoxium teneat, &
career infontem , fed omnino libcrta-
tc donctur, qui liber-, &
ingenuus eft, qui nec criminis confeiusun-
qiiam , vel autor fuit. Caufam communem omnibus fecit pietas , &
juftitia, quarum defenfio ad Sanfliftimum Prxfulem Summum Dei Vi-
carium , pietatis pattern, &
juftitix Vindieem in priinis fpe<Pat, cu-
jus proprium eft potentiorum injurijs occurrerc, &
funer quxrcl/w
inter oppreftbs , &
Principes judicium ferre. Deinde nihil Augiiftif-
fimo Cxfari gloiiofius evenire poteft , quam Ducem fuum , conlan-
guineum fuum , Principcm , &
infontem in libertatem aftcrerc. Si
quando cnim pro juftitia certare vifum eft , nulla juftior , aut rUuf-
trior occaflo offerri poterit ad excrcendam animi virtutem , & genera-
lem pacem, jam diu concupitam feliciter conciliandam , quam fi Se-
reniftinuis Eduardus c vinculis eruatur, alioquin contcrr.pto hoc diffi-
dij fomite
,
nec nos manebit pax , nec pads vclamento ( fiqua inie-
tur) ita belli ardor reftinguetur quin ignis in cinere latens novum
excitet incendium.
Vos Sereniffimi Reges , Principes, Refpublicx, ac Exccllentif-
fimi , &Illuftriflimi eorum legati operam veftram pic , &
jufte pro
infontis defenfione impenditc , liberate virum Principem vinculis im-
pie, &
injuftc detentum, &
infontem in libertatem cripite; Et vo-
bis hoc egregium facinus univerfus orbis gratulabitur , &
ex eo ge-
ncralis pacts exordium , &
progrclFum lelicifilmum aufpicabimur.
Matii-
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,
da Cafa %eal Tortugttciâ. joi
Manlfejla ,
que piib/icou o Senfior Rey D. Joa$ o IV. pela Intio-
cencia do Infante D. Ouarte,/eu Irnma ,

achado entre as nego-
ciagoes de Franc’tfco de Soiifa Coutinho ,
qite D. Fran-
conferva
cifco de Almeida , dignifftmo Academico da Academia Real da
Hijloria , ao prcfente Principal da Santa Igreja de Lisboa , que
u
.
mo participou m.f.
Serenijpmi Principes ,
Potentiffhnx Chitotes liheree , lUttJlriJpmi Status
Sacri Romani Imperij.
C
mi injuria
Pracpotcn.*; D. Joannes LufitaniE Rex,
Onqueruntur Excelfus , ac
una cum omnibus Regnis fibi rubjeftis de graviflima
,
& enor-
Cxfaria Majeftate illata in iniquifOma , crudcH
a Sacra
,
Nnm 2»9
ac tiranica vcxatione Scrcniflimi Infantis D. Eduardi : clamant in ea

violata omnia divina , atqiic Humana jura , fraifVa publica tranquillita-
tis fundamenta, everfain com:nuncm Imperij libcrtatem , viiuperatam
Germanicam fidcm , fublatam
Civitatibus , ac populis iibcris immuni-
tatcm , cxteris Principibus rcverentiam , ac Sacro Romano Imperio
debita maieftatis obl'equia peuitiis intercepta , teftantur captivitatem
/
innocentiflimi Principis minirari omnibus Principibus GcrmaniE ab
Auftriaca Domo
pericuIofilTimum abfoIutE dominatinnis exemplum
& per id ominari licere illatos iri in Gcrmaniam Hifpanos mores
|
leges cxlcês , infanas cupiditatcs , crudelem tirannidem ad perden-
dam auream libertatcm, ad violanda jura, &
privilqjia libeiarum gen-
tium , ad tollendas franchigias , &
libertates Germanicas, ac dcnique
fubjugandos quotquot , vel natura , vel Coelo fortiti Cunt libertarcm.
Notillimum univcrfx Gcrmanix Sereniflimum Infantcm D. Eduar-
eft
dum, Aula Screnidimi Regis fratris fui (tunc Ducis.Bngan-
reli(â
tini ) relifla
,
propriis commodis Aibditorum obfcquijs
patria do- ,
meflicis delitijs, Germaniam expetivifTc, ut Imperatori, ac Sacro Im-

perio deferviret in ea quam exeftimabat caufam pubLicx libertatis
per ofto annorum fpatium perpetuo aftitifle bellis nullis pcpcrcil-
j
fe laboribus, nullis molcftijs vitx militaris, profudilTe ingentem au-
ri vim in fui, ac fuorum familiarium magniheos belli apparatus, ac
reliquos fumptus ad vitam in Imperialibiis Caftris pro dignitatc per-
fonx traducendam , fpernebat Portugallix Serenidima Domus conri-
nuas illas , & maximas expenfas prxoculis habens obfequium quod
,
Sercnidimiis Infans preftabat Sacro Imperio quo cum inviolahili fxdc-
rc Temper fe fenferat colligatam , quod etiam docuit Serenidimus D.
Rex Joannes ipfo Regni fui exordio , reftituta ciim Civitatibus fran-
chis negotiorum & contrailuum ciim Ludtania mutua libertate , fu-
,
blatis tirannicis Hifpanorum edi£Iis , ?c impedimentis injurioddlmis

ad ultro , citroque commeandum , ac libere ciim Germanix populis
agendum , verum cnim vero non quod ea plurimi ftetirint Serenidimx
Domui , fed quod ea omnia D. lafanti emcrint cmdelidimam capti-
vitatem jure merito lamcntantur. Abl'oluto belio anni 1639. in Sue-
viam
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,
70 2 Turovas do Liv. VI. da Hijloria ênealogica
viam Sereniflimus Infans cum iis qiis inibi hibcrnatiirx crant

milTiis i
li
copijs fenfit proptcrca non pan'as orituras effe difiicultatcs , atquc ut ,

p
cas facilius depellcrct ore Cscfaris cxiftimavit fi coram ipfo agerct c
ipfc , ac non per littcras. Pervenerat per id tempus Ratisbonx ru- j
mor de reftitutione Regni Lufitanix Screnidimo Rcgi D. Joanni,

pervenerat quoque ad aurcs D. Infantis , niti Regis Catholici Minif-
tros , ut ipfc caperetur , ac darctur in cuflodiam , attamcn fecurum
fc cxiftimans ab omni vioicntia jure publicx libertatis Germanix , tu- i
turn patrocinio Icgum , & imniunitatum ImperiJ liib cujus aufpieijs

demcrebat, iter I’uum ftatuit profequi Ratisbonam ufque, eo fecu-
rior , quo in itinere obvium habens lUuftriflimum D. Aloyflum Gon-
figam ab eo intcUexit vocari fe a Sacra CxI'area Majeftate , quamob-
rem parare fe libenter imperiaii mandate gavifus ; minime exiftima-
vit in aninio Chriftiani Principis latere poile cam prafidiam qua bo-
na fide , ac fpecie hofpitalitatis , Principem liberum , fanguine Re-
gie procreatum , qui ci fidcliflime inferviebat infidiosc caperet, at-
que ab omni culpa vacuum in manus inimicorum crudcliter daret,
elfe hoc tarn abominabile , atque execrandum inhumanitatis cxcmplum
quod xternum duraturum in omni pofterorum memoria cenfeatur.
dcfucrunt qui tunc objicerent Sacrx Ca farex Majeftati in-
Non
nocentiam Screniflimi Infantis , cum in Imperio degere Imperio de-
lervirc , ImperiJ legibus venire immimitatem Civitatis Ratisbonen/is
ei lavere tutari tempus ipfum diftx quo tutilTimus debet clTe uniqui-
que acccflus ad cum conventum . memoratum dcli^ , fiqua client,
contra Hifpaniam commifla in Alcmannia , minime venire tuenda
contra franchigiam ImperiJ iri non polTc nifi dellrucla aurea Gcrma-
nix libertatc, everfo fronchigix fiindamento, abominabili , ac pemi-
ciolidlma fufpicione omnibus inquilinis pediinx fervitutis ipfiufmet
Hilbanix Gentis nitiflimum fervitium , in Hifpania tantum tolcrari
poile , utpote in Provincia Regibus hereditaria non elediva , & quai
non lubditorum fullragijs, fed Jure fanguinis, non paftis, & popu-
lorum confenfu , fed vi , Jure dcfpotico Sceptro fuorum R.cgum
&
fobjiciatur , longe difterre leges , pacia , & mores Germanorum ab
Hifpanis, durum nimis illorum abfolutx dominationis Jugum , atque
ingenuo homine indignum , Hifpanos cenferi mancipia iuorum Wc-
gum ctiain Hifpanix Regna teilari fe propterca fadia clTe teatrum
hunianx calamitatis. SerenilTimum Lufitanix R»êm non create in-
Juriam imperatori , nec Romano Imperio accipiendo ab unanimi unv-
verforum lubditorum confenfu Regnum illud quod fibi a R.egibus ex-
trancis fuerat ufurpatum , &
veto quando id clTct contra jus , & fas
(quod nullo modo elfe poterat) non fpeflarc ad Imperatorem id
cognofccre , vcl fc hujus caufx judieem conftituere nullo fubJedHo-
nis ,,vcl dependentix Jure in Lulitania ab Imperio Romano ipfum
Imperium elfe refugium innumerabilium fubditorum Regis Catholici
qui criminibus opprclR ad illud tanqiiam ad facram anchoram profugi-
entes tutclam fortiuntur , ac fccuritatem innocentiam Sereniflimi In-
famis fi non mereri candem qiiam ipli crirpinofi fcctiritatcrn certe tarn
indignam acceptam fufpicionem augcre pcll'c duraturasquerellas diicen-
tium
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,,
da Cafa êal Tortugueiâ. 703

; tiutn Domum Aiiftriacam di'.Tiparc vcllc Romani Ini-
Augu(li(T?inim
I peril Jura , tollcrc privilegia Gcrmanonim , &
pravis Hifpaiiormn
i coiicilijs pcrdere omncm publicam libertatem , Scrcnidimi Intantis er-
> ga Auguftifliinam Domum Auftriacam obfcquia, (idem, gcfta, bene-

I. ficia collata , ingrati animi vitio a Sacra Aiajcllate Gcfarca compen-
i lari.
: Verum ha:c ,
& alia multaque a fidelidimis, & liipientiffimis vi-
ris ciante oculos fuere propofita minime a fententia dcducerc potu-
crunt nec cfficcre ut infontem non daret in vincula , led infolita
,
i
violentia , ac damnabili crudclitate Principem liberum rîo (anguine
. procrcatum , Regis fratrem , ac (ilium Serenidimi Principis cum ipfa
Auguftilllma Domo Auftriaca , atque omnibus fummis Chriftiani Orbis
Principibus arfta confanguinitate conjunifl-um Hirpanorum odio con-
ceffit , traditumque in manibus Dovfloris Navarri hominis vilidimi ge-
neris , expofuit ipfius durilTimo equje ac infolenti imperio , quod &
(
peius fuit poftliabitis Germanix , immo ipfis divinis , ac humanis le-
1
gibus permifit ex Imperij finibus abftrahi , &
mcdiolanum ufque af-
portari jn arftilTimam cudodiam (paiflo propter id pretio cum Hil'pa-
nis) ubi foedidimo carceri mancipatus fummo cum vitx periculo
continuis erumnis , aîmi, &
corporis moleftijs, ac diuturnis xgri-
tudinibus , crudclitate HiCpanorum incredibili conlicitur immercntidi-
mus. Alia , quad infinita atrocia , non minus horrenda , quam exe-
cranda contra iimoccntilTimum Principem perpetrata recenlenda occur-
runt , imo ut propalentur quad violentcr fefe ingerunt , atque dngu-
la referre juditia ipfa compcllit. Veriim modeftia ( ne caftas intioccn-
tefque audientium aures OiTendant ) fuperfedere fuadet. Unde liaec
paucula quad tantum delibaile fufficiat. Quod d Serenidimus Prin-
ceps haberet Ettl quod d Serenidimus Princeps haberet aliqu.un
faltcm vel apparentem piaculi cujufvis fpeciem ; SerenilDmus Rex fra-
tcr ipdus amantidimus , omniaque ipdus Regna ferrent animo equio-
re, &verb pati tam gravia Infantem innocentidimum earn tantum ob
eaufam quia frater elt Regis Ludtanix , nullo modo ferre podunt
ciim non folum id dt ni injuriam Portugallix fanguinis , veriim etiain
Sux Majeftatis juditix notam inurcre vidcatur , quad vero ipfe Rex
D. Joannes non jure , fed injurifl Regnum Ludtanix podideret.
Notum eft orbi pene univerfo Serenidimam Infantem D. Cate-
rinam Sux Majedatis Aviam , Neptem vero Serenidimi D. Emanuel is
Regis Ludtanix reprefentationis benedcio fuccedide in Regno Por-
tugallix jure patri fuo demortuo Screnidimo Inianti D. Eduardo,
qui utpotc mafculus proculdubio prxfcrendus erat Serenidimx Infan-
ti D. Elifabethx forori fux , matri Catholici Regis D. Philippi Se-
cundi , atque adeo Infantem D. Caterinam prxponendam fuilTe D,
Pliilippo Regi Catholico cum hie reprefentaret foeminam fcilicet ma-
trem luam D. Elifabetham ; D. Caterma verb reprxfentaret mafculum,
fcilicet patrem fuura Infantem D. Eduardum.
Sccundo. Cautum ede Regni Ludtani legibus quamcumque
in'antem feminam , qux nuberet extraneo, eo ipfo privatam cenfe-'
ri jure fucceOionis in Regno Portugallix; quare etiamli quid Juris
pre-
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,
704 T^rovitt doUv.VI. da Htjlorta (jeneahglca

prctendcrc D. Infans Elifabeth mater Catholici Rc»;is, iJ
potuiflTct
totiim quantumquc cll'ct per matrimonium ciim Augullinimo Impcra-
tore Carolo V. utpotc cum extraneo proculdubio pcrdidiflet.
Teitio. Potentiflimum D. Philippuin Regcm Catliolicum ex-
prcflis Rcgni Portugallia; Icgibus fuifl'c omninb iiicapaccm ipliusRcg-
ni intcrdicentibus Regni ftatutis quemlibet cxtrancum Rcgni Luli-
tani poUcfTione.
Quarto. Sereniillmiim D. Joannem ad Regnum Avorum fuo-
rum poilulatum ab unanimi omnium (latuum , ac perfonarum confen-
lu ,
dcclaratum Regem Icgitimum , acclamatum , juratum, coronatum,
omnium requifita Iblcmnitatc jure perfiftente in iplo Regno decla-
randi ,
& inaugurandi Regcm in cam dcfcftus fuccefllonis, vel du-
bij ad quem p>crtineat ipllim Regnum.
Qiiiiuo. Regcm Catholicum utpote intrufum femet reddidilTe
incapaccm ejufdcm Rcgni (fi quod jus antca habere potuifTct ) quan-
doquidem lire pendente contempto Judicio , fpreto jure Regni , ncc
attentis Gregorij XIII. admonitionibus , vi, & armis Regnum ad...
invalit , ac luas poteftati I'ubjecit
,
quod licet per pliires annos tenu-
erit Tub iinperio , ac illud Catholicis Philippis hlio , ac nepote rcli-
querit poiriucndum , polfenio tamcn ipforum omnium , utpote malx
fidei non prxfcribit , nec licet centenaria fuiflet , qualis Regnorum
elFc debet , cum fuerit per annos fexaginta ullam unquam attulit Ju-
ribus ipforum (liqui client polTent) audloritatcm.
Hoc eft, Sereniflimi Principes, Poteutillimx Civitates liber*
IIluftrilTimi ftatus Sacri Romani rmperij , quod ex parte Sereniftinij
Lufltanix Regis , & Regnorum ipuus vobis omnibus exponitur^ a
quibus cnixe petunt , ut conliderata caufx iniquitate , pcrfpc(f}a inju-
ria qua atRcitur Natio Lufitana , perpenfa neceflitudinc , qu* femper
intcrceUIt cum ipfa Natione Gcrmanica , vitx crudclitatc qua traaa-
tur Infans innocentillinius , rupto fxdere hofpi tali tads , violata Ger-
minica fide , everfa Sacri Romani ImperiJ libertate , veftrara interpo-
natis ciiin Sacra Majeftate Cxfarca au£Ioritatem , ut reftituto Screnil-
fimo Infante ad priftioam libertatem , vel faltcm ex Hifpanorum ma-
nibus erepto , celfct jam evidentiflimum vitx ipfius periculum , quan-
doquidein innocentiz ipfius non dclinunt inimicilTimi homines extre-
mum exitiuin machinari , quod pluribus przterea quz fuo tempore
patefeent.
Nt
4 Digitized by Coogli
, ,
da Cafa *Real Tortuguesâ, 705

^0 tomo terceiro da Collecqali de Tratadds de Vazet inUtuladai
Recueil dcs Traitcz dc Paix , de Treve , de Ncutialite
6cc. Amjlerdam chez Henry , et to Veuve de T. Boom. A
la Haye. Chez Adrian Moetyens , et Henry Van Bul-
deren ijoojol. pag. ^ 66ft acha 0 Tratadofeguinte.
Traite etnre Louis XIV. Rot de France , et Mmfteur le Prince Pdoft-

ard Infant dc Portugal. Fait d Paris k z Septembre 1649. di e-
der. Leonard. Font. IV.
A RticIes et conditions aircfteis cntre le Sieur Comte de BriCT-

ne , Confeiller du Roi en fcs Confeils, Commandcur de Ics
Ordrcs , Secretaire d’ Etat et de fes Commendemens , Commiflairc
Num, 27 y
depute par Sa Majefte: Et le Sieur Suarez, refidant cn France pour

le Roi de Portugal , agiTant cn cc rencontre pour et au nom de M.
le Prince EdoOard Ion Frere , Infant de Portugal.
Sa M.ijefte aiant entendu la propofition faite par le Sieur Sua-
rez , au nom du dit Sieur Prince Edouard , detenu Prifionier par les
Efpagnols au Chafteau dc Milan, qu’ il plcuft a Sa dite Majelie con-
tinuer fcs inftances pour fa liberte , & dc ne point fe laffer de la
demandcr , & pourfuivre jufqucs a cc qu’ il cn aic reju le fruit. Et
fc fentant deja tres oblige a la protefrion et aux amPances , qu’ il
en a rccues , il auroit cn la penfec de temoigner fa rcconnoiltancc
et fa gmtitui'e, par dcs marques plus effeilires de fon affeclion cn-
vers Sa dite Majefte , en lui donnant un fccours des VelTcaux armez
cn Guerre pour s’ en fervir concrc Icurs enmmuns Ennemis ; cc que
ne pouvant fiire aftez facilement, il auroit fait fupplicr Sa Majefte
d’ accepter un fomme d’ Argent pour anploier a cct effet , deman-
dant aufli de fa part qu’ Elle vouluft entrer cn obligation avec lui
dc ne point faire de I’aix avec Jc Roi Catholique, fans qu’il s’ obli-
ge por un Article du Traite dc mettre en liberte le dit sieur Prince
Edtniard , un mois au plus tard apres Ics Ratifications d’ icelui cx-
pediees ou echangccs , fur quoi out efte refolues les conditions fui-
vants.
I. Qne Sa dite Majefte acceptc les dits ofFres d’ autant plus vo-
lonticrs qu’ Elle a toQjours eu bcaucoup d’ eftime et d’ affeflion
,
pour la pcrlone et les interefts du dit Sieur Prince Edoiiard , au nom
du quel le dit Sieur Suarez promet et s’ oblige , ne pouvant donner
prclcntemcnt les dits vailfcaux , de fair paier au Roi , & mains de
celui qu’ il voudra commetre
,
la fomme dc fixeens mil livres tour-
nois cn foixantc mil Piftolcs d’ Efpagne ct de poids , qui Icront ac-
uitccs en la Ville dc Lyon , ou cn cclle de Ligourne , aux choix
a c Sa Majefte ; fcavoir la moitie comptant a lettre veue, et le ref-
,
tc paiable de Li meme forte dans la fin de Novembre prochain.

II. I.e dit Sieur Comte de Brienne promet , et s’ oblige au nom
dc Sa dite Majefte , que moiennant le dit paiement ainfi dieflue dc
Tom. IV, Uuuu la
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,,,:
ô6 ^rovas do Uv. VI. da Hijloria (ênealogica

fomme de foixante mil Piftoles d’ Efpagne dc poids a Lyon
la ditte
ou Ligournc, au choix de Sa Majcftd , fi centre ce qiic Ics Winif-
ires de Efpagne ont deja promis a Munfter, et centre la codtumc
obfervê cn tens Traitez de delivrer les Prifieniers , le Rei de E.f-
pagne faifeit difHculte d’ accerder la delivrance du dit Sicur Prince,
Sa Majeftc n’ achevera peint le Trait6 de Paix avec le dit Roi ,
qu’ il ne feit dit par article expres, que le dit Sieiir Prince Edou-
ard fera mis en libert6 de'fa perfenne un mois apres que les Ratifi-
cations du dit Traitd de Paix auront e (16 expediecs ou echangeCS de
part et d’ autre.
III. Promettent le dit Sieur Comte dc Brienne , et le Sieur Suor
rez , refpedlivement fournir les Ratifications du prefent Acord ; fca-
voir , celle du Roi dans trois jours , et celle du dit Sicur Prince
Edouard dans fix mois prochains : et en cas que le dit Prince Edou-
ard ne voulufi ratifier le prefent Acord dans le temps fudit, a etd
expreirement convenu qu’ il demeurera nul et comme non avenu
et la dit moitic montant a trente mil Pifioles d’ Efpagne de peids
qui aura ete comme dit eft payee comptant fera rendiie et reftituee
et tout ce qui aura eftd touchd par fa dite Majefte fans retardement
ni difficult^ : et neanmoins ne laifTcra de continuer fes inftanccs pour
fa liberty avee autant de chalcur, et d’ affeftion qu’ auparavant.
Fait doubles a Campiegne le 4 jour dejuin 1649. Signe de Lomo-
nie , avec paraphe , et Chriftoval Suarez d’ Abreu aufli avec paraphe.
Depuis r Accord ci-defTus arreft^ , et expedie , a efte encore
convenu entre les dits Sieurs Comte de Brienne et Suarez , qu’ an
moien du paiement qui fc fera a Lyon ou a Ligourne, au choix de
Sa Majeftc , danc le mois d’ Oftobre prochain , de trois cens mil li-
vres , ou trente mil Piftoles du fccond paiement portc par le dit
Accord.
I. Il fera dit pir le Traite de Treve ( cn cas qu’ il s’ cn faffe
une de plus de deux ans entre les deux Couronnes ) comme cn cas
dc Paix , que le dit Sieur Prince Edoilard fera mis cn Hbcrte aufli-
tot apres la Ratification du Traite
,
et que le mcme jour d’ icellcs
Ics Ordres d’ Efpagne en feront envoiez par courier expres a cclui
qui aura en Mrdc le dit Sieur Prince fans attendre le tcrnie du
,
mois apres la Ratification mentionee ci-defTus.

II. C^’ il fera dit aufli par le meme Traite dc Paix ou dc Treve,
^c le dit Sieur Prince fera mis en depoft es mains du Pape et dc la
Republique dc Venife comme les mediateurs dc la Paix , ou bien du
Grand Due dc Florence , auffi-toft apres la fignaturc du dit Traite
ct que dcs le meme jour les ordres d’ Efpagne en feront envoiez
par courier expres ii celui qui aura le dit Sieur Prince en garde ,
pour le remettre a celui qui fera nomine , et envoie par les dits Me-
diateurs , ou par le Grana Due pour le rccevoir.
III. Qu’ il fera encore dit par le mefmc Traite de Paix ou de
Treve, que cclui qui fera charge cn depoft du dit Sieur Prince, le
mettra es mains dc celui qui fbra nomme ct envoie de la part dc
Sa Majeftc pour le rccevoir ct conduirc en feurete.
Ft
by
,
da Cafa lâl TPortugnesâ. 70 7

IV. Et pour doiiner dcs prcuves plus particullcrs de 1’ affcftion
ct bonne volonte de Sa Majeftc covers le dit Sieur Prince ,
promct
le dit Sieur Comte de Brienne au nom de Sa dite Majcfte , de faire
tout fon podible pour obtenir du Roi Catholique ou de fcs Minif-
trcs , que le dit Sieur Prince foit dcpofc au plutoft cs mains des dits
Mcdiatcurs ou du dit Grand Due , ct d' agir avec vigucur pour ce
delTein fans attendre le temps de la fignature du Traite ; et en cas
qu’ on le puilTe ainfi obtenir , le dit Sieur Suarez fera paicr par le
dit Sieur Prince comptant la fomme de cent mil livres , ou dix mil
Piftoles a Paris , es mains de celui qui fera nomm^ par Sa dite Ma-
jeft6pour les recevoir.
V.Promettent refpeftivement fournir Ics Ratifications comme
deflus ,
des Articles ajoiitez au prefent Traitd Fait a Paris le i
jour de Septembre 1649. Sign^ comme delTus.
%Avifo mandaio aos Trihunaes para 0 Into pela mortt do Senhrrln-

Jantc D, Duarte , ûe tirey aa Livraria m.J. do Du<jue de
Cadavt 1.
A
recluzo.
Gora teve
fantc
S. Magcftade avizo de fer falecido o Sereniflimo In-
Senhor L). Duarte no Caftello de Mila& onde eflava
o
Mandamc dizer a V. Senhoria ordenc da fua parte aos Mi-
1VJ,rfvi •So
nillros , c Officiacs ponhao luto , advertindo que o que S. Magefta-
dc toma , he de capa , de capello , roupeta de bacta de cem fios por
frizar the o chad , chapeo com tranô do mefmo , e mais de meia
aba por forrar , e no pcfco90 voltazinha redonda gomada de altura
de dous dedos , e em quanto os Minillros na6 efliverem com luto
fe abflcra V. Senhoria do defpacho do Tribunal procurando que fc-
ja fomentc por hum the dcus dias ao mais. Dcos guardc a V. Se-
nhoria muitos annos. Paô a. de Novembro de 1649. Advertindo
a V. Senhoria que na velpora , c dia das honras ha de S. Magcfla*
de e Altezas de afeftir com capuzes , e carapuâs. i= Pedro Vieyra
da Silva. Senhor Prezidentc da Meza da Concicncia e Ordens.
Tom. IV. Uuuirii PRO-
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I
•
.f I
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1°9
P ROVA S
DO LIVRO VII.
DA
HIS T ORI A
GENEALOGICA
CASA REAL
PORTUGUEZA,
Carta pela qual EiKey D. Filippe confirma a ohngaga^ , <jue o
Diu]u: de Medina Sidonia fez do dote de fua filha a Du(jueza
de Braganga, Ejia no Archivo da CaJ'a maqo dos Dotes,
,
Epan quantos efta Carta vieren, como yo Don Manuel Alon- »*

*
fo Peres de Gufman , el Bueno, Duque de Medina Sidonia,
S Condc de Nicbla , Marquez de Cazafa en Africa , Senor de An. 16} 6*

la Ciudad de San Lucar de Barrameda
de Su Mageftad
, y
, y
de Guelba , y fu partido , de los Confeios deftado
de las finco Villas
fu Capitan General del Mar Oceano , y Cofta

Andaluzia, Cavallero del infigne Orden del Tufon de Oro, &c.
, y
guerra
Digo , quo por quanto para acavar de cumplir

, y pagar la dote,
que prometi a el Excellentiflimo Senor Don Juan Segundo defte
nombre , Duque de Berganî de Barzellos Marquez de Villa Vi-
, y ,
ziofa , Conde de Arrayolos de Ouren , y de Neiva , de Penafiel,
, y
Condeftable de los Rcynos de Portugal mediante el Cafamiento
,
que Su Excellencia abia de contracr quo ya a contraido con Do-
, y
na Luiza Francifea de Gufman mi hija , y de la Duquez.a Dona
,
Juana de Sanclobal mi muger Jefunta que fca en gloria pedi
, , , ; , y
Tuplique a ElRey nuellro Senor me dieHe
, y concediefe licencia, y
facultad , para imponer fobre los biencs de mj CalTa, edado,
y ma-
yoralgo quarenta mil ducados que valen quince quentos de marave-
,
dis , y por ellos la renta que ganan , a ra/on de a vein-
, y 00090,
te mil marayedis, el miliar en cada un ano que fon fietecientos , y
,
finqueata mil maravedis en favor de la dicha dote mientras no fc re-
,
dimielenj
710 l?rovas do Llv» VIL da Hiflorta (jenealoyca
ilimiefcn ; y Su Mngcflad fiie fcrvido dc confcdcrmela , como de’Ia

confia , quc cfta firmada de fu Real mano , y rcficndada de Don Sc-
bafiian Antonio de Contreras, v Mitarte, uj Secretario , fu data cn
Madrid a dicz, y nueve dias del mes de Otubre, de mil, y feifeien-
tos , y treinta y dos anos ques del thenor feguiente.
,
Den Phelipe por la gracia de Dios Rey de Caflilla , de Leon,

de Aragon, de las dcs Sefilias, dc Jeruzalen , dc Portugal, de Na-
barra , de Granada , de Toledo , de Valencia , de Galicia , dc Mal-
lorca , de Sevilla , dc Serdena , dc Cordova , de Corcega , dc Mur-
cia , de Jaen , de los Algarbes , dc Algczira , de Gibraltar , de las
Islas dc Canaria , de las Indias Orientalcs , y Ofidentales , Islas , y
tierra firmc del mar oceano , Arclieduque dc Auftria , Duque de Bor-
gona , de Brabante , y Milan , Cqnde de Ablpurguc , dc Flandcs,
Tirol , y Barccllona , Senor de Vifeaya , y de Molina , &'c. Por
quanto bos Don Manuel Alonfo Peres de Gufman , el Bueno , Du-
que de Medina Sidoiiia nos aveis hecho relacion , quc tcncis concer-
tado de calfar a Dona Luiza Francifea de Gufman, vueftra hija, y
de Dona Juana de Sandobal , vueftra mugcr con Don Juan ....
. . . Duque de Berganza, y le abeis ofreftdo en dote, ciento, y vein-
te mil ducados , los veinte mil en joyas , y veftidos , y lo reftante
cn juros. y centos dc buena finca, y para cumplir la dicha dote, y
quel diclio Calamiento tenga efeto nclefitais dc imponer fobre vue^
tios eftados, y mayorafgos , cl cengo a el quitar , que fe montare, cn
fetenta , y quatro mil ducados dc prinfipal , dc los quales los veinte
mil ban de fer\'ir para el empleo de las dichas joyas , y veftidos fu-
plicandonos fuefemos fervido de confederos facultad para ello , o co-
mo la nueftra merced hiefc , y nos abemos tenido por vien , y por la
prefente , de nueftro propio motuo , y fierta fiencia , y poderio Real
abfoluto de que en efta parte queremos ufar , y uflfamos, como Rey,
damos U-
y Senor natural no reconefiente fuperior en lo temporal ,
cencia , y facultad a bos el dicho Duque , para que para e\ cleto re-
ferido , y no otro alguno podais imponer , y impongais fobre los vie-
ncs , y rentas de vueftra Calfa , eftado , y mayorafgos cl cenô al
quitar que fe montare tan folamcnte en quarenta mil ducados de
prinfipal , que montan quince quentos de maravedis en favor de la
perfona , q perfonas con quien ya cl major precio , aue os conferta-
rede con que no fea a menos , de a veinte mil el miliar , y para que
iin embargo de lo defpucfto por la prematica de diez de hebrero de
mil feilcicntos , y veinte , y tres , para el cumplimiento , y pagas
, y
del dicho cenqo , y a lo de mas que os obligaredes , en virtud defta
facultad por bos, y los fucefores en la dicha vueftra Cafia, eftados,
la juridifion de los
y mayorafgos , os podais fometer , y fometais a
Alcaldes de nueftra Cafia, y Corte a la de los Prefidentes, y
, y
Oidores de las nueftras audiencias , y cnanfellcrias de Valladolid , y
Granada , y Alcaldes del Crimen dellas , y a el Regcnte , y Juezesde
la nueftra audicncia de los grados de 5>evilla , y Alcaldes de la quadca
della, e a otros qualefquier nueftros juezes , y Jufticias deftos nuef-
tros Reynos , y Senorios , y 3 cada uno. dellos , in Jolitlutn , y ante
,
,
da Cafa %e<d ôrtuyiesâ, 711

ellos ,
dcllos fc pueda psdir cxccucion por las pagas del
y qualefquier
dicho cenô , y caviar executor, o exccutores con bara do nueflra
Jullicia, dias, y falario a cofta de bos, cl dicho Outûc, y de los
liifcfores cn la dicha vueftra Ca(Ta , eftado , y mayoralgo , para quo
os cxecutcn , y hagan cumplir efto , y profeguir las dichas cxecucio-
nes hafta las acavar , y t'enefer , como 11 eltiibierades , y bibieradcs
dcntro de las fmco leguas de la di.ha nucllra Corte , y audiencias,
y cn la juriJicion dc las otras julicias a cuyo fuero os fometieredes,
ue para toJo os damns entcra juriJinm , y facultad aim qucfteis
?iiera de fus diflxitos , y jurifdi'iones , fin embargo de la dicna pre-
matica de dicz dc Fcbrero de fcifcientos , y veinte , y tres, y de la
que fc hizo cerca dc las lumicioncs , y de otra qualquiera colfa , que
aya cn contrario , y para que no cllanJo bos , o los fufcforcs en la
Cafa , ellado , y mayoralgos cn la parte , y lugar donde fenalaredes
las pagas del dicho ccnô , fe p cJa i hazcr los autos de las execu-
cioncs, y citaciones de rcmatc, que requieren notificarfe m
pcrfona
con las que tubicrc a fu cargo vueftra hacienda en el tal lugar , y
balgan , y ofpacentan cntero perjuido como fi cn buellra perfona
y dc los fulcfores en la dicha Ofta , eftado , y mayoralgo le notifi-
cafcn , y otorgar fobre ello las Cartas dc fcnfo , y obli^cion , y
otras qualefquier efcripturas , que para firmcza , y vallidallion dcfto
fucron necelarias de le hazer . las qualcs nos por la prefente con-
firmamos ,
loamos , y aprobamos , e ynterponemos a to^ , y a cada
una dellas nucftra autoridad Real , y qucrcmos , y mandamos , que
balgan , y fean firmes , baftantes , y valedoras en quanto fuercn con-
formes , y no cxfedieren , ni pall’aren de lo contcnido en efta facul-
tad , no cmbargante la dicha Calfa , eftado , y mayoralgo , y qual-
quier dauzulas, vinculos , condiciones dellas, leycs , fueros, y aere-
chos , ulfos , y coftumbres efpccialcs , y gencrales hechas en Cortes,
o fuera dellas , que en contrario dcfto fean , o fer puedan , que pa-
ra en quanto a efto toca , y por efta ves , difpenlamos con cllas , y
las abrrogamos
, y
derogamos , cafamos , y anullamos , y damns por
ningunas , y dc ningun valor , quedando en fu fuer§a , y vigor para
cn lo de mas a dclantc , y para efte efeto, y no otro alguno aparta-
inos , y dividimos de la dicna Cafta , eftado , y mayorafgos, y dc las
claufulas , vinculos , y condiliones della los bicnes , y rentas fobre
que impuficredcs , y inftitueredes el dicho cenfo , y los hazemos fi-
bres , no obligados , ni fugetos a vinculo , ni reftitucion alguna , con
tanto que fean vueftros proprios , y de la dicha vueftra Calfa , efta-
,
do , y mayorafgos
,
porque nucllra intencion y voluntad , no cs de
,
pcrjudicar en ello a nucftra Corona Real , ni a otro tercero alguno ,

que no fea de los llamados a clla , y con que bos , y los fufcforcs
en la dicha Calfa , eftado , y mayorafgos podais , y puedan quitar
V redemir el dicho cenfo , paganao el precio , y fuerte principal de-
lyquitado , y redemido los vienes , fobre que le impufieredes , que-
den libres de la dicha obligacion , y mcticlos , y incorporados en la
dicha Calfa , eftado , y mayorafgos , fegun , y de la manera , y con
las mcimas clauiulas , vinculos , y condifioues , con que lo eftaban
antes
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1 , ,,
<7 2 Trovas do Liv. Vll. da Htjloria ênealogica

pcriona , o perfonas
antes anc fe impuncITc, y dcclaramos , qiic la
del >’3^“
que compraren cl dichocenlo, o qualquicr parte
uno dcMos eom-
dad dc los diclios quarenta mil ducados , que cada
ubierc, fin que las
prare a bos, o a quien vueftro poder para ello
talcs perfonas, ni lus herederos, y
fubfefores lean obligados a pro-
ni abriguar en que I'e convertieron , y
gaftaron , ni bazer loPre
bar
cllo otra dlligencia , ni aberiguacion
alguna , y mandamos a el eicri-
las elcnptu-
vano o eferivanos ante quien fe hicieren , y otorgaren
dc clla nu-
ras del dicho cen?o que incorporen en ellas el traslado
,
original con autundad dc juez la
eftra facultad , y afienten en efta
impufieren para que no le
cantidad de cencos , que en fu virtud fe
thenor , y forma no le
cxccda delo en ella contenido , y contra fu
efcripturas dc ccum
bava , ni palTc , en manera alguna , y que en las
afento en elta
orminales de fee, y teftimonio de como lo puio, y
nucllra facultad, fob pena de la nueftra
mcrced, y que haziendo-fe
contrariu lo que en virtud della fe hicicre , fca en fi nmguno, y
lo
los del nucl-
dc ninuun valor , y efeto , y adim roifmo mandamos a
tro Cdnfcjo , Prdidente , y Oidorcs
de las nueftras audiencias , y
Jufticias deftos nuef-
chancellaribs , y a otros qualcfquier juezes , y
tros Revnos , y Senorios , que
guarden , y cumplan , y hagan guat-
lo en clla contenido dc la
dar y ciimplir efta nueftra facultad, y
nueftro Secrctario , y
qiial'adc tomar la razonjuan Ruiz dc Velafco
de la media anata;
ccclaro, que defta mcrced fca pagado el dcreclio
mil , y feifcicntos,
dada cn Jdadrid a diez, y nuevc de Otubre de
y treinta, y
^
dos anos.
^
YO ELREY.
Yo Don Antonio de Contreras , y Mitarte , Secrcta-
Sebaftian
rio delRey nueftro Senor , la fizc eferevir ;
por fu mandado tome la
razon Juan Ruiz de Velafco-, regiftrada D. Eugenio de Marban , y
el Uccncia-
Villi’gran Chanfillcr mayor-, el AiTiovifpo dc Granada
lejada, y
do lion Juan dc Chaves , y Mendoza; Don Irancilco dc
dc Mendoca ; cl Liccnciado Don Jolcfo Gonzales.
Por tanto en virtud de la diclia Real facultad , por Y
eltado , y
nombre dc mis herederos, y de los futefores cn mi Cafa ,
niayorafgo , v dc quien de mj , o dellos ubicra cauza ,
en qualquici
a nuel-
manera , y obligandome , como me obligo , y los obligo , y
tros bicncs , y de la dicha nueftra Cafla, y
mayorafgo, y de
/"
comun , y a bos dc uno, y cada uno por sj, y por el jf
delKna
dum, rcnunciando, como rcnuncio las leyes, dc duobtis rei
cl bencficio dc la divilion ,
V el autcntica prefente de fidejuforibus y
derechos de la manco-
y excurfion , y las de mas Iq’cs , fucrcs , y
munidad efeurfion
divifion como cn ellas fe contienc otorgo, y
v ,
, ,
a cl diô
conofeo por efta Carta , que vendo , y impongo , y cituo
Schor Duqiic dc Berganza Don Juan Segundo defte
nombre , meai-
dc la dote de la Uiciia
ante cl dicho Caffamiento y para cn pago
-,
para lus nc-

Duqueza Dona Luiza Francifea dc Guf-nan , mi hija, y
rederos , y fubfefores , y quien fu cauza obiere ,
en qualquicr mane-
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,
da Cafa 7(fal TortugMiâ, 713

ra combiene a faver los dichos /ietecientos , y finqucnta mil marave-
dis de que correre en Cadilla a el ticmpo dc las pagM
la ir.oneda
,
de tribute , y cenô cn cada un ano con facultad dc los podcr qui*
tar, y redemir , los que Ics impongo, y fituo con la mayor fiierza
y nrmeza , que a u dcrecho combenga lobre todas las Ciudades ,
Villas , y Lugares , rentas , alcavalas , deamas , y vemtenas , ju-
y
ros , y tributes , molinos , achc^ , y cortijos, Caflas, mezoncs,
Vazallos , y juridicion civil, y criminal, alta , y vaja, mere millo
imperio , y otros bienes, y rentas dc la dicha mi Caffa, eftado, y
mayorafgos , y de mis herederos , y fubfefores qualefquier , que fean
que eftan , y eflubieren alTi cn efta mi Ciudad dc San Lucar , como cn
la de Sevilla , y otras partes , fin exfetuar , ni refervar dcllas colTa
alguna , y fin que por elta gencralidad derogue , ni fufpenda la cfpe-
fielidad ,
ni por el contrano fcnaladamcntc ,
fobre los bienes fegui*
entes.
Primeramente fobre efta mj Ciudad de San Lucar de Barra-
meda , y
fus aduanas , y almoxarifafgos , y fobre mj Ciudad de Me-
dina Siaonia , y fobre las juridifiones civilcs , y criminales alta , y
baxa mere mifio imperio de las dichas Ciudades , y de cada una del-
las , y fobre todas las rentas
, y
alcavalas , diezmos , y vemteynas ,
pcclios , derechos , y otras rentas a mj , y a mj cllado , y m^'o-
y
rafgos anejos , y pcrtcncientes en las diclias Ciudades, Villas, y Lu-
garcs del dicho mj cllado , y mayorafgos , alii de pan , como de ma-
ravedis , azeite , y otras colfas qualefquier
,
que fean. iten fobre las
Villas de Tubuxena , Vejer, y Conil , y Cluclana, y Ximena , y la
Villa de Gauzin , y los Lugares dc fu juridicion , y Guclba, y San
Juan del Puerto , y la Villa dc Nicbla , y fu Comiado , y la Villa
de Almonte , y la Villa dc Alxaraque , y la de Bollullos , y febre cl
Vazallaje , y jiiridilion de las dichas Villas, y Lugares, y de cada
una dellas , y fobre fus rentas, y alcavalas, diezmos, y ventenas,
y
azeite dchezas , y otras cofias anejas , y confernientes a mj el di-
, y
cho Duque , y a mi ellado , y mayorafgo. Iten fobre cl Almadraba,
Pefqucria de atuncs de Sahara , y Conil , y Callelnovo. Iten fo-
y
bre las CalTas principales que dilen las Callas Viejas en la Ciudad
,
de Sevilla en la Collacion dc San Vizente. Sobre todos los quales
dichos vienes hago efta dicha cituacion de tributo , y fobre fus fue-
ros , y rentas, y aprovechamiento lo megor, mas fierto , y Ib-
, y y
guro , y mas bien parado dellos , en favor del dicho Senor Duque
de Berganza por dote dc la dicha Duqueza , fu muger Dona Luiza
Francifea de Guzman, mi hija de fus herederos, y fubfefores, y
, y
inientras efte tributo cftubicre fituado por quitar todos los dichos
, y
bienes , y rentas an eftar juntos confolidados enteramente , y no
, y
fe an de poder ni puedan partir , ni dividir ni difmembrar , nor
, ,
ninguna cauza , ni fiibfccion , no emhargante , que lo tal fe pucua ,
y deva hazer conforme a derccho , y fi fc particren , y dividicren los
dichos bienes todos , o parte dellos , todabia efte tributo permanef-
ca entero junto , y confolidado fobre todos los dichos bienes, Ciu-
dades , Villas , y Lugares , rentas , y mis eftados , y fobre cada cof-
Tom.lV. Xxxx fa,
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,,
714 Hi/loria ênealogica
fa , y
parte dellos , y fobre todo9 los de mas bicncs , y hercderos
que tubieren derecho , y parte a ellos todos los quales de manco-
mun , y cada uno por el todo an de fer obligados , y yo los obligo
a que paguen , y rcconofcan cfte dicho tributo por eiitero , y prorra-
ta lin podcr alegar , que an de cumplir con pagar cada uno a el rel>
pcto como heredaren , el qual remedio , y otros qualcfquiera fucros ,
y dcrechos que fean cn fu favor , lo rcnuncio para que no Ics balga,
y me obligo por mj , y mis bienes , y rentas , y del dicho mj eua-
do , y mayorafgo , y los fufefores en el de dar , y pagar , y queda-
ran , y pagaran a el dicho Senor Duque de Berganza, y a fus here-
dcros, y lubfefores, y a quicn fu cauza obiere , los dichos fictecien-
tos , y Hnquenta mil maravedis dcilc dicho tributo en cada un ano
pucflos, y pagados a mj cofta, y con las de la cobranâ cn clla mj
Ciudad de San Lucar defde honze dc hcncro defte prefente ano de
mil , y feifeientos , y treinta , y feis en a delante , pagados por los
tercios de quatro en quatro mefes cada tercio lo que fale una paga
en pos de otra , y (1 cumplidas las pagas abiendome rerûendo
, y
o a mis fubfefores , y en mj nombre , a qualqiiiera de mis Contado-
ics a que pague los dichos maravedis , no lo heciere, tengo por bicn,
y me obligo dc pagar a la perfona , que vinierc a la cobranâ feif-
cietitrs imiavcdis de fulario en cada uu dia dc loslque fe ocupare en
la dic'ia cobranâ
, y
por cllos puedan fer cxecutados los dichos mis
vioncs , y rentas con folo cl juramento dc la tal perfona fin otra
pmeva alguna de qiie le relcbo a mayor abundamiento fin
, y , y
jicrjuicio de la via cxccutiva anidicmlo fuerza a fuerza , y fegurioad a
i.'guridad dey mi podcr cumplido
, y cecion yrrcbocable cn cauza
propria qnal^ fe requicre dc dcrecho cs nefefario a Su ExccJ/cnc/a
, y
cl dicho Sciior Duque de Verganqa, para que en mj nombre, o en
cl fuyo , o dc quicn fu cauza obiere pueda pedir
, y dernanJar , rc-
cever , y cobrar de los arrendadores , y rccctorcs fielcs , y Cojedo-
res , y otras perfonas
,
que ticnen , o tubieren en renta , o cn fiel-
dad las rentas alcavaias , y pcchos , y dcrechos , y las diebas al-
, y
niadrabas , y deliczas , y de qiialefquicra mis Thelororos , Mayordo-
mos, y Recetcrcs los dichos fictccicntos , y finqiienta mil maravedis
dcilc dicho tributo en cada un aiio
,
o la parte , o cantidad , que
dellos quicicrc cobrar a los pianos,
y con las coiuiicioncs, penas y ,
falarios , que yo los pudicra cobrar,

y de lo que rcfivierc , y cobra-
re pueda dar, y otorgar fus Cartas de pago Icllo,
y firmc quite, y
las de mas, que convengan, como que profede dc cofa mia propia,
y tengo por bicn, que las talcs perfonas fe lo paguen, y me obligo

dc fe lo rcccvir cn quenta con folo Carta de pago dc Su F.xccllcn-
cia , o dc quicn fu cauâ obiere,
y fe fuere nefefario fobre cllo leti-
guc cn Juicio, que para ello le cedo , rcnuncio , y trefpafib mis de-
rechos, y acioncs con fibre, y general adminillraeion y le conlli-
,
tujo Senor , y acrcedor cn fu mifnio fccho,
y cauâ propia con li-
bre, y general aJniinillracion , v no envargante que elle podcr, y
,
cecion le fca acetado, y rcconolido , y qiic cn virtud del comicnce a
cobrar , confiento , que li Su Lxccilcncia o quicn fu cauza obiere
quifiere
Digit:
— 'by
(' ‘0,^1
,,
da Cafa êal Tortugues^d, 715

quifiere fefar en la cobranâ a pedir , y cobrar efte tribu-
y bolver
,
te cn cada un ano de mj , o de mis bicncs , heredcros , y lubfelb-
res , cada , y quando , y cn qûalquier tiempo , que le parcfierc lo
pueda hazer , fin que por ulTar del un remedio , Ic impida , ni eftor-
be la prol'ecucion , y efeto del otro , ni por el contrario hafta que
y fatisfccho de todos los cqrridos , y que
dl6 pagado corricren
,
defte tribute , el qual es a precie , y quantia de veinte mil marave-
dis el miliar , come Su Mageftad manda , fegun , y ceme efta en ef-
timafien de fe bender cn eftos Reynos , que a cl diche precie fu-
man , y mentan fu prinfipal los dienes quarenta mil ducados , que
valen quince quentos de maravedis , los quales ferven , v Ion en par-
te de page de lo diche dote, aiie ye quedfi, y capitulfi de pagar
y cumplir , y fobre que fe me aio faculrad Real , come diche cs pa-
ra los imponcr fobre la dicha mj Cafa , eftado , y mayorafgo j y pa-
ra que la paga defte cenfo le (era fierta , y fegura a la cvicion , y
faneamento defta eferiptura , y de lo en ella contenido oblige , y
ipotcco por cfpecial ipoteca los dichos viencs , y rentas , los quales
me oblige de tener en . .
y bicn labrados, y reparados de todo
.
lo nefcfijrio , de manera , que fiempre bayan a mas , y no vengan a

menos , donde no que Su Excellencia , o quicn fua cauza obiere los
pueda mandar hazer , y reparar, y por lo quo eo ello gaftare me pue-
da exccutar , y a mis vienes , y rentas
, y
como por lo contenido
defte dicho cciiô , y fobre ellos no impondre durante , que efle cen-
90 no fe rcdimierc, otro ningun tribute rcdimiblc, ni perpetuo, ni
los obligate, ni enagenare en manera alguna , y fi lo hicierc ade for
con la declaradon , y carga defta ypotcca , y lo que de otra manera
fe hiciere no valga, ni fea de efeto,
y puedan fer executadcs , aim
queften cn podcr de terceros pol'ccdorcs , y porque la venta , y iin-
poficion defte ceii90 cs a cl redemir, y quitar, como dicho cs, lo ha-
go , con tanto , que cada , y quando , y en qualquier tiempo , que
yo , o mis heredcros , y fubleforcs cn la dicna mj Gala , eftado , y
mayorafgo diere , y pagarc a cl dicho Senor Duque de Verganâ , o
a la dicha Duqueza , mi hija , o quicn fu cauza obiere, los dichos
uarenta mil ducados con mas los maravedis que del oviere de corri-
a o hafta el dia de la redcncion fea obligado a los recevir , y a me
otorgar eicriptura de redcncion cn forma , y no los queriendo refe-
vir, que con depofitarlas por mandado de la jufticia en una perfona
abonada ,
fea , y fe entienda quedar efte cen<;o redimido
, y
auitado
yo , y mis biencs , y herederos , y de la dicha mi Cafta , eftado , y
mayorafgos, fibres, fin dar , ni pagar cofta alguna, v dcfdc luego en
quanto a la cantidad prinfipal defte cenfo me defifto del direto do-
minio , que tengo a los dichos bienes, y rentas, y lo cedo cn cl di-
cho Senor Duque , y en fus heredcros , referbando en mj , y cn los
mios, y fuftefores cn la dicha mi Cafta, eftado , y mayorafgo la pof-
fccion , uifufruito, y me obligo a la cvccion , y faneamento de los
y
dichos bicncs , y rentas , cn tal manera , que agora , y en todo tiem-
po , feran fiertos , y feguros , v de paz , y que a ellos , ni a parte
dcllos no fera puefto , ni mobido pleito , y fi lo fuere , luego , que
Tom. IV. Xxxx ii vc.iga
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,
71 ^ ^ntvas do Liv, VII, da Biftoria êneahglea

venga a mj noticia , o de mis fufefores , o quc feamos reque ridos
por parte de Su Excellencia, o de quien ui cauza obicre tom arc , y
tomaremos la bos , y defenfas del , y lo fcguiremos a nucllra cofta
hada que libremente quedeii los dichos bicnes , y rentas , y fobre eU
las cfte tribute eftfi fierto , y feguro fi anfi no lo hicieremos en lu-
, y
car de los bienes , que inllertos lalieren ypotecaremos otros equiva-
,
jentes, y vaftantes para la paga, y fegurioad defte dicho tribute, y
en fu defeto le daremos , y pagaremos los dichos quarenta mil duca-
dos con mas los maravedis , que eftubiere debiendo de corrido
, y
por todo nos pueda cxecutar, y a los dichos bienes de la die ha mj
CafTa , edado , y mayorafgo con folo fu juramento , o de quien fu
cauza ubicrc , fui otra pruera alguna , de que les relevo , y para el
cumplimiento , paga , y firmeza de lo quc dicho es , oblige mis bie-
ncs , y xentas , y de la dicha mi Cafl’a , edado , y mayorafgo avi-
dos , y por aver, y dqj poder a todos,
y qualefquicr Juezes, y
Judicias dclRcv nuedro Senor de qualefquicr partes , que fean , en
cfpecial a los Chores Prelidente , y Oidorcs de las Rcalra audien-
cias Chanfillerias de Su Magedad , que redden en las Ciudades de
, y
Valladolid , y Granada , y Alcaldes de la CalTa , y Corte de Su Ma-
gedad , y del Crimen de las dichas audicncias , y Chanfillerias , y a
el Regente Oidores de la Real audicncia de Sevilla , y Alcaldes
, y
del Crimen della
, y
a el adidente , y Tenientes , y de mas judicias
della donde me fometo con mis bicnes , y rentas , todos los quales
d chos Juezes , y Judicias , y cada una dellas an de tener , y tengan
ciitera, y cumplida Juridifion fobre mj
, y
mis bienes, y rentas, yfu-
fefores , para me poder executar , compcler , y apremiar a la paga
y cumplimiento de todo lo contenido en eda eferiptura , y cada coda
della , y imbiar executar con bara alta de Judicia , dias, V falarios
bicn am como fe fuelTe vezino originario , y domifiliario uentio de
la juridifion
, y
dedrito de las dichas audiencias , y Chanfillerias , y
de cada una de cllas , y de las otras judicias por quien fe a de enten-
der , y quiero que fe entienda , y fobre todo renuncio por mj , y
mis fubfeforcs nuedro propio fuero , y juridifion , domifilio , vezin-
dad , y la ley : Si comienerit de Jitrifdiilione omnium Judicum , y
las nuevas prcmaticas de las fumicioncs
,
como en cllas fe contiene
para quc ttraos los remedios rigores del derccho , y via cxecuti-
, y
va , y en otra manera me compelan apremien , y a mis fubfefo-
, y
rcs a Ja paga
, y
aimplimiento dc lo que dicho es , como por fen-
tencia difinitiva palTaila en cofa jufgada ,
y rcnuncio las leyes , y de-
rechos de mj favor , y la que prohive la general renunciacion dellas;
fccha la Carta en la Ciudad de San Lucar dc Barrameda , en once
dias del mes de Mar90 dc mil , y feifeientos treinta feis anos,
, y , y
y Su Excellencia el dicho Sehor Duque de Medina Sidonia oiorgan-
te , a quien yo cl Eferivano doi fee, quc conofeo lo firni 6 fiendo
,
tefligos Don Juan de Lievana,
y Don Lorenzo de Avila , y Eflra-
da Cavallcros del Havito de San Tiago , y cl Contador Eflevan dc
Vclluga vifinos delta Ciudad ; El Duque de Medina Sidonia Luis
;
Dias Palomino Scrivano.
Yyo
Digit;.
da Cafa %eal Tortugnesâ, 717
Y yo Palomino , Scrivano delRey nueftro Senor , y
Liiis Dias
vefino de San Lucar de Barraincda lo fiz fcrevir, y fiz mj figno en
tcIUmonio de verdad.
Luis Dias Palomino.
Obrigaqao , quefez 0 Duque de Medina Siionia de fathfar^r 0 D(h

,
te da Duqueza de Braganga D. Luiza , fua irmaa, E/ld no

Archiuo da mefma Cafa j mago de Contratos y e Obri»
gagSes.
Epan qiiantos ella Carta vicrencomo yo Don Gafoar Alonfo Pc- NuiH. 2*
S res de Gufman , el Bueno, Duque de Meclina Sidonia,
de Niebla , Marques de Cazafa en Africa , Senor de la Ciudad de
^ A
San Lucar de Barrameda , y de las finco Villas de Guelba, y fu par^

tido , Gentilhombre de la Camara de Su MaqjeTâi , v fu Capitara
General del mar oceano , y cofta del Andalucia , Sec. Digo que por
quanto a el tiempo , y quando fe trnt^, y capitulb el Cafamiento
entre Su Excellcncia el &nor Don Tn.an Segtindo defte nombre,
Duque de Berganza, v de Barfelos, Marques de Villa Viziofa , Con-
de de Arravolos , de Niebla , y de PenaHcl , Condeftable de los Rey-
nos de la Corona de Portugal con Su Excellcncia la Senora Dona
Luiza Francilca de Gufman , mi hermana , hija legitima de Sus Ex-
cellencias los Senores Don Manuel Alonfo Peres de Gufman , el Bue-
no , y Dona Juana de Sandobal , fu muger , Duques , que fueron de
Medina Sidonia , nueftros Padres , y Senores defuntos le prometio
y tnando Su Excellcncia el dicho Duque , mj Padre , y Senor en do-
te , y cafamiento cien mil ducados en que fe incluyeron diez, y fie-
te quentos , feifeientos , y fefenta, y finco mil , trecientos, y treinta
,
maravedis , que le cupieron a la dicha Senora Duqueza de Berganza,

mi hermana por muerte de la dicha nueftra ^tadre , y Senora en la
particion , que fe hifo en cenfos impueftos fobre mi Cada , efiado ,
y mayorafgo en plata , y lo de mas cumplimiento a los dichos cien
mil ducados en cenfos tambien fobre ella impueftos con facultad
Real ; y anfi mifmo veinte mil ducados en ioyas, y veftidos, y ade-
refos de fu perfona , y que eftos , y lo aue fe gaftafe para la difpen-
facion en Roma por fer parientes avia de fer augmento de dote, y
pareze que lo que fe gafto en la dicha difpenfacion fueron nueveci-
entos , y treinta , y dos ducados , y cl dicho Setior Duque de Ber-
ganza fe obligo por fu parte de cumplir otras condicioues , como
mas en forma confta , y pareze de la eferiptura de capitulaciones
matrimoniales , que pafTo, y fe otorgo en la Villa de Madrid ante
Santiago Fernandez Balladares Eferivano de Su MageftaJ , y del nu-
mero en diez , y fiete dias del mes de Noviembre de mil , y feifeien-
tos, y treinta, y dos anos a que me refiero, y Su Mageftad El Rev,
nueftro Senor fue fervido de ear fu Scdula Real para que fe pudieTc
hazer la dicha manda auii que no cupielTe en las didias iegitimas
como
1
7 8 Turovas do Uv. VU. da Hljloria ^cnealogtca

como della confta fu data en Madrid a feis de Marô dc mil , y feif-
cientos, V treinta , y tres anos finnada de fu Real mano, y refren-
dada de Don Sebaftian dc Contreras , fu Sccretario , qûe cs del the-
nor fesuinte. ElRcy For quanto vos Don Alonfo Perez dc Guf-
:
iran el Bueno , Duque de Medina Sidonia , nos a fido lieclia rcla-

cion îic a cl tiempo , y quando trataftes de calTar a Dona LuilTa
,
Franciica de Gufman vuelm hija con el Duque de Verganâ la ofre-
/iftis cn dote ciento
, y
vcinte mil ducados , en que fe mcluyen diez,
y fiete quentos algo mas dc legitima materna, y una de las condifio-
nes con que fe capitulo cl dicho cafamiento fuc que fe avian dc
cumplir cupiefen o no en las Icgitimas de la dicha Dona Luifa pre-
cediendo para cllo liccncia nueftra dcrogando la prematica, y leys
que lo prohiven , fuplicando nos fueflemos fervido de darosla en fu
conform idad , o como la nueftra mcrced fuefte, y nos aviemos teni-
do por bicn , y por la prefente os la damos , y confedemos para que
en conformidad dc lo que tends afentado , y capitulado podais aar,
y dcis cn dote , v cafamiento a la diclia Dona Luiza Francifea de
Gufman , vueftra fiija los dichos ciento , y veinte mil ducados aun
que la dicha cantidail exfeda de fus iegitimas paterna , y materna no
embar-ânre la ley de Madrid del ano dc mil , y quinientos , y trein-
ta , y quatro
,
que pone la tafa de los dotes , y uno dc los Capitulos
dc la prematica , que mandamos promulgar cn diez dc Enero dc feif-
cientos , y vcinte , y tres que difpone lo mifmo otras qualef-
, , y
qi?ier leyes
, y premagticas de los Reynos , que aya cn contrario,
uc para cn quanto a efto toca , y por efta ves difpenfamos con to-
a o , y lo abrogamos , y derogamos , caflamos , y anullamos , y da-
mns por ninguno , y de ningun valor , y cfeto , quedando en fu fii-
erca , y vigor para en lo de mas a delante
, y a los del nueftroCon-
lejo Preftdentes Oidores de las nueftras audiencias , y Chanfclle-
, y
rias , y a los otros' qualcfquicr nueftros juezes
, y
Jufticias de eftos
nueftros Reynos, y Senorios que guarden , y cumplan, y hagan
,
guardar , y cumplir efta nueftra Scdiila , y lo en ella contenido, y
ucclaro, que efta merced fe a pagado el derecho de la media anadla,
fecha cn Madrid a feis dc Marô de mil feifeientos , y treinta , y
, y
tres anos.
YO ELREY.
Por mandado delRey nueftro Senor Don Sebaftian dc Contreras.
Y es afll que el dicho CalTamiento , y matrimonio tubo efeto ,

y aviendo muerto , y paffado dc efta prefente vida cl dicho mj Pa-
dre , y Senor fe hiô inventario de los bicnes, que por fu fin
, y
muerte quedaron a que afiftio el Dotor Manuel Facundes da Vega
en nombre de los dichos Scfiorcs Duque , y Duqueza de VerganT’a
y cfta’ido entendidos Sus Excellencias de lo que montaron fu balor'
y de las muchas dcudas , quo dejo , fe an contentado con que lu- en
gar dc ambas Iegitimas paterna, y m.iterna fe les deya , oju clique
los dichos cicn mil ducados,
y de mas aiimento de dote, que comn
siiclvo
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,,,
da Cafa %eal Tortuguegâ, 7ip

dicho es fc le promctio en dote , v que cfta paga fe haga cn cen-
cos impueftos fobrc la diclia mi Cafla , y eftado con facultad Real cn
fa contormidaJ, que fe capitulo , y que yo corno fubfefor , y pofee-
dor del me obliguj a la paga , y reconofiniicnto dc lo que rentan
y que con efto fe ayan de defiftir del derecho , v acion , que podian
perccader cn razon de la hcreaeia del dicho mj Padre , y Senor: por
tanto otorgo por efta Carta , que para la paga , y fatisfacion de los
dichos cicn mil ducados de la dicha dote , la hago a Sus Exccllcn-
cias , los dichos Senores Duque, y Duqueza dc Verganza en los
bienes feguientes. Primeramentc un cenjo de principal de finco
quentos , y fetecientos , y fetenta , y finco mil maravedis cn favor de
La'jaro Hurtado Vezino de fuentes cn que fufedieron Don Francif-
co , y Don Pedro de Araus, y Prado, y Dona Maria de San Ra-
fael Monja , y hermanos co.no coada de dos eferituras de tributo
que pareze palTaroo ante Luis dc Porras , Eferivano publico de Se-
villa en diez, y feis dc Noviembre de mil ,
y qui.iientos , y fetenia,
y quatro anos , el qual cenô fe rediinio con dincros de la dote de
la dicha Senora Duqueza de Medina Sidonia , mj Madre, y Sciiora
y queJa fubrroqado cn fu lugar fobrc la dicha mj Cafia , eftado , y

mayorafgo , y la dicha redencion , y fubrrogacion palTo ante Juan
Fernandes dc Ojeda, Eferivano publico de Sevilla, en doze dc He-
nero de mil feifciencos , y diez , y ficte anos. iten otro tributo
, y
de principal de quatro quentos , quatrocientos , y fefenta dos mil
y quinientos maravedis , con facultad Real fobrc la dicha mi Cafa
y eftado cn favor del Lccenciado Aguftin dc Corpcdal , y
Garlias
cuya eferiptura pallo , ante Simon de Pineda , El'crivano publico de la
dicha Ciudad de Sevilla cn vcinte , y quatro de Agofto de mil , y
feifcie.itos ,
y un anos , los qu.iles fe depofitaron para la redencion
cn Gregorio Rozopenfon , Depnfitario General de la dicha Ciudad
de Sevilla ante Juan Canfeno faxardo , Efcriva.no de depoliros cn ve-
inte , y finco de Agofto dc mil
, y
feifeientos , y die.? , y oclio anos
cuya redencion fc higo con cl dmcro de la dicha dote dc la dicha
Senora Duqueza Dona Juana dc Sandobal , mi Madre, y Senora.
Iten otro tributo de principal dc ducientos , y linnuenta , y dos mil
maravedis cm facultad Real fohre la dicha mi Call'a , eftado , y ma-
yorafgo , en favor dc Dona Maria Crutino de Montalbo , que ante?
nera Manuel Peres dc Serbantes , y antes de el Bencliciado GafparEj-
coto de Porras cn cuyo favor fc impulTo por eferiptura , que pallb
ante Luis de Porras , Eferivano publico dc Sevilla en dos de hencro
de mil , y quinientos , y ochenta, y dos anos cuva redencion , y fub-
rogacion pa lo ante Juan Fernandes dc Ojeda Eferivano publico de
Sevilla cn primero de De'.ienabre , de mil , y feifeientos , y diez , y
ficte anos, y aun que cn la particion , line fe hizo por muertc dc Su
Excellen.ia la dicha Sefiora Duqueza l)ona Juana dc San.lobil, mi
Madre , y Senora fe Ic a.ljudico efte ccnco a la dicha Senora Du-

queza de Berganja , mi hermana , y fc puTo por el ducientos , y
qiiarenta , y finco mil , y feiiccotos maravedis , la verJad c> , fegun
pareze por la eferiptura, que fu principal foil los dichos dueieiitos,
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720 T?rovai do Ltv. VIL da Hifiona (jenedo^ca
y finqjienta , y dos mil maravedis. Iten otro tiibuto de prinfipal

dc un quento , y ducicntos mil maravedis en favor de Dona Maria-
na de Ayala , por eferiptura, que fe palTo ante Luis de Porras , Ef-
crivano publico dc Sc^'llla , cn bonce dc Septiembre de mil , y qui-
nientos , y ferenta , y ocho anos , cuya rcdencion , y fubrogacion pal-
lb ante cl diciio Juan Fernandes de i)jeda , El'erivano publico de Se-
villa cn diez , y I'eis de Deziembre de mil , y feifeientos , y diez , y
I'eis aiios. Los qualcs dichos quatro tributes fuman , y montan bon-
ze quentos , y leiCcientos , y oebenta , y nueue mil , y quinientos
maravedis , y fc redimieron con dineros de la dote de la dieba mi
Madre , y Senora , y cn I'u favor qûedaron fubrogados con la mifma
antelacion fobre el dicbo mi ellaJo , y mayoralgo , y fe pagan dc
prel'ente a razon de a vcinte mil maravedis el miliar , y Su Excellen-
cia el dicbo Duque mi Padre, y Senor en virtud de facultad Real
bizo eferiptura , cn que dio por obligados , los biencs , y reiitas def-
te ellado cn favor de Su Excclicncia la dieba mi Madre, y Senora,
y de I'us beredcros , a los dicbos cenfos , y fus reditos , y con las
mifmas antelaciones de fus otorgamientos , la qual eferiptura palfo an-
te Luis Diaz Palomino , Eferivano publico uella mi Ciudad de San
Lucar, en veintc, y nuevc de Julio de mil, y feifeientoSj y diez.
nueve anos , los qualcs dicbos quatro centos fe le adjudicaron en
Ia dieba particion , a la dieba Senora Duqueza de Verganâ , mi ber-
mana , en pago de la legitima , que le pcrtenccio por muerte de la
dieba nuellra Madre , y fe an dc pagar on plata. Iten otro tribute
dc principal dc quince quentos de maravedis , a razon de veinte mil
maravedis el miliar fobre la dieba mi CalTa , ellado , y mayoralgo
con facultad Real , y en favor de la dieba Senora Duqueza de Ver-
ganâ , mi bermana , que bizo , y otorgo para en pagpt de fu dote
el dicbo nueftro Padre , y Senor por eferiptura
,
que pa/lb ante cV
dicbo Luis Dias , Eferivano publico della (iiiulad cn once dias del
mes de Mar9o del ano padado de mil , y feifeientos , y treinta , y
feis , y fe an de pagar cn Vellon. Iten otro tributo de principal dc
un quento, y qiiarenta , y fiete mil, y feifeientos , y linquenta , y
tres maravedis impueftos fobre la dieba mi CalTa, ellado, y mayo-
ralgo con facultad Real , v en favor de Don Lorenzo de Avila , y
Ellrada Vezino della Ciudad cn plata . y a razon de veinte , y utv
mil , y quinientos maravedis , el miliar , por eferiptura ante Juan
Luis de Santa Maria , Eferivano publico de Sevilla en veinte , y
uno de Julio de mil , y feifeientos , y veintc , y oebo anos. Iten
otro tributo de principal de ua quento , quinientos , y vcinte , y fin-
co mil , trecientos , y ocho maravedis con facultad Real fobre la d\-
cha mi CalTa , y ellado , y en favor del dicbo Don Loren^ dc Avi-
la , a razon dc a veinte mil , y quinientos maravedis el miliar pagji-
dos en Vellon por eferiptura , que palTo ante cl dicbo Eferivano cn
veinte, y quatro de Julio del dicbo ano. Iten otro tributo dc prin-
cipal de quatro quentos, trecientos, y quarenta , y mieve mil
, teiC-
cientos, y ochenta , y ocho maravedis con facultad dc Su Mageftad
impueftos fobre cl dicbo mj eftaJo , en favor del dicbo Doii Loren-
,,
da Cafa %ea] Tortttgttes^d, 721

de Avila , a veiatc, y trcs mil, y quinientos maravedis el miliar,
y cn moneda dc Vcllon , por efcriptura , quc paffo ante el dicho Ef-
crivano en vcintc , y quatro dc Julio del dicho aho. Itcn otro tribu-
to de ties queiitos ochucientos y ochenta , y nueve mil , y fcilcien*
j
tus maravedis dc principal con lacultad dc Su Magedad impucAos fo-
brc cl dicho mj eftado , en favor del dicho Don Lorenzo de Avila
a veintc mil , y quinientos el miliar , y en Vellon , por efcriptura ,
quc pafTo ante el dicho Efcrivano en feis de Julio del dicho aho.
Los quales dichos centos cl dicho Don Lorenzo dc Avila de-
claro fcr dc Su Excellcncia , el dicho Duquc , mi Sehor, y Padre,
y le ccdio fus dcrechos , y acioncs , por dtxlaracion , que otorgo
ante el dicho Luis Dias, Ecrivano publico delta Ciudad cn vcinte,
y nueve de Setiembre de mil , y feilcientos , y veintc , y echo ahos.
Con los quales dichos cenfos viene a eftar entcramente pagada
la dicha dote de Su Excellcncia la dicha Senora Duqueza , mi hcr-
mana , y en fu nombre Su Excellcncia el dicho Sehor Duquc dc
Berganza , y porque yo como fufefor en la dicha mi CalTa , eftado
y mayorafgo , y fobre que eftan impueftos los dichos centos , tengo
obligacion a reconocer por ellos , para pagar fus reditos a Sus Excel-
lencias otorgo , que me oblige de les dar , y pagar en cada un aho
lo que renden los dichos tributes , a la dicha razon , que eAa dicho
que fe pagan , y eftan impueftos, y en la moiieda alh de plata , co-
mo de Vellon legun , y como fe conticne en las dichas eferipturas a
que me refiero pagados por los tercios del aho de quatro cn quatro
mcles pagados a mj cofta , y con las de la cobranâ en efta mi Ciu-
dad , y ft cumplidas las pagas , y aviendome requerido, y en mi
nombre a qualquicra de mis Contadores a que pague los maravedis
dc los dichos centos no lo hicicre , tengo por bien , y me oblige de
pagar a la perfona , que vinierc a la cobranâ feilcientos maravedis
dc falario en cada un dia de los quc fe ocupare en la dicha cobran-
ca , y lean executados mis bicnes , y rcatas con folo el iuramiento de
Sus Excellencias , o dc quicn fu poder , y cauza obicie, lin otra
prucs'a alguna de quc les rclevo, y para cl cumplimento, paga , y
firmeza dc todo lo que dicho cs oblige mis bienes, y rentas, y de
la dicha mi CalTa, eftado,
y mayorafgo avidos, y por aver en la
mifma forma , y como fe contienen en las dichas elcripturas dc lulo
referidas. Y yo cl dicho Dotor Manuel Fagundes da Vega cn nom-
bre de Sus Excellencias los dichos Sehorcs Duque , v Duqueza de
Verganâ , y en virtud de fu poder , que tengo firmado dc Sus Ex-
cellencias fu fecha cu Villa Viciofa, a veintc , y un dias del mes de
Deziembre del aho proximo paTado de mil , y feifeientos , y trein-
ta, y feis quc es del thenor feguiente.
Nos Don Juan , y Doha Luiza Francifea de Gufman , Duques
de Berganza , y de Rarccllos , &c. por la prefente damos poder al
Dotor Manuel Fagundes da Vega , nueftro Criado , para que dc los
bienes , quc ficaron del ExccIlcntifTmo Sehor Don Manuel Peres de
Gufman, Duque de Medina Sidonia pueda cobrar, e aver a fu poder
aflim la legitima materna , que a mj la dicha Duqueza toco por mu-
Tom. IV. Yyyy ertc
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, ,
722 ^rovoi do Ltv. VII. da Hiflotia (jcnealoyca
crte de la ExcellentiffimaSenoraDona Juana mj madre yScnora , co-

,
iTiO eldote, y aumcnto del, quel dicho Duque mj Scnor, y Padre

me prometio quando cafe , en la forma , que conftara de las capitu-
laciones ,
quo cntonfes fe hideron , y en calT'o que la dicha legitima,
dote , y auinento della no fe entrcguen en dinero Ic damos el mifmo
poder para pedir que cl prinfipal & imponga en cenfos para que los
reditos del nos bayan corriendo , y /iendo Ibbre biencs de mayoraf-
go , fe hara la dicha impuHcion con facultad Real , de fuerte , que
quedc firme , y valliolTa , y el dicho Dotor Manuel I'aguiides da
Vega podra otorgar todas, y qualefquier eferipturas , v quitaciones
ue necelFarias fueren , y para efeto defte negocio fe le pidieren , y
a e la mifma manera cobrara todos los titulos de los dicnos cenfos ,
y hara todos los pedimientos , proteftos , y requerimientos necefla*
rios para la buena cobran9a , y feguridad de la dicha legitima , dote,
y aumento della , y renunciara la legitima que a mj la dicha Duque-
za toco por muerte del dicho Ouque , mi Padre , y Seiior por quan-
to con el dicho dote , y aumcnto del nos damos por enteramente fa-
tisfcchos de lo que abiamos de aver de fus vienes , y podia el dicho
Dotor Manuel Fagundes foftituir en uno , y muchos Procuradores
con la parte , que le parefiere defte poder quedando el fiempre en fu
fuer9a , y bigor , y los rcbocara fi cumplicre porque para todo le da-
mos quan baftante de dcrecho cs nccelTario , y lo por el , y fus fofti-
tutos fccho abremos por bicn , firme , y balcdcro fo obligacion de
iiueftros bienes Juan Pinto lo eferevio en Villa Viciofa a 21. de De-
ziembre de 636. Yo Antonio Pacs Biegas lo hice eferivir. O Du-
que. ADuqueza. Abiendo vifto , y entendido efta eferiptura, y
como fierto , y fabedor , que foy en nombre de Sus Excellencias los
dichos Scnorcs Duque , y Duqueza de Berganza de fu dcrec/10 , y
de lo que en eftc cazo me a convenido , y conbicne hazer otorgo
y conofeo , que la aceto , y me contento , y fatisfago con los dichos
cien mil ducados que fcan dados en cenfos para fu paga como efta
dicho , y con los veinte mil , que montaron las dichas joyas , y vef-
tidos , y con las dichos nuevecientos mil , y treinta , y dos reis , que
cofto la dicha difpcnfacion , por todo quanto a Su Exccllcncia la di-
cha Sciiora Duqueza Dona Luiza Francifea de Gufman le podia, y
puedc pertenefer por fus legitimas paterna , y materna por eftar co-
mo eftoy fierto , que no le podia ,' ni puede pertenefer mas , y fi en
alguna manera les podia pertenefer , y neredar de mas de lo fufo di-
cho quicr fea en poca , o en mucha cantidad de todo cllo hago en
nombre de Sus Excellencias cefTon, renunciacion , y donacion bue-
y
na , pura , perfota , y irrcbocablc della que cl dcrecho llanta entre bi-
vos , a Su Exccllcncia cl dicho Seiior Duque de Medina Sidonia
Don Gafpar Alonfo Peres de Gufman , el Bueno , con las clauûlas
de infignuacion , y de mas requifitos del dcrecho que convengan
, y
para fu firmeza , y aparto a Su Exccllcncia los dichos Scnorcs Duque,
y Duqueza de Berpnga del dcrecho de polTccion , y propriedad,
que tengan , y puedan tener a los bicncs de los dichos Scnorcs Dii-
ques dc Alcdina Sidonia defuntos fu fuegro , y Padre
, y lo fedo co-
mo
da Cafa *Real Tortagaesâ, 723
mo didio cs en Su Exccllencia el dicho Scnor Duquc Don Gafpar
Alonl'o Peres de Gufman , el Bueno , y obligo a los dichos Senorcs
mis partes dc aver nor firme efta ei'eriptura cn todo tiempo , y dc
no la impunar , rccuimar , nj contradefir por ninguna caula , nj ra-
zon ,
que penfada , o no penlada , aun que de dcrccho Ic fca
fca ,
concedida ,
dc hecho lo hicieren de mas de no fer oydos en Jui-
y fi
cio pagaran las coftas , y

danos quo fe le recrefieren a Su Excellencia
el dicho Senor Duque de Medina Sidonia. Otro sj confidTo , que e
refevido las eferipturas , papeles , y recaudos que cn efta fe an he-
,
cho mcnfion para titulos de los dichos cien mil ducados de la dicha
dote , y para la paga de los reditos , y eftan en mj podcr rcalmen-
te , y con efeto fobre que renuncio las leycs del entregamiento , y
prueva del , y para el cumplimiento de lo que dicho cs por lo que
toca a los dichos Senores mis partes obligo fus biencs , y rentas
avidos , y por aver , y yo el dicno Duque de Medina Sidonia por
lo que me toco, y yo el dicho Dotor Manuel Fagundcs da Vega cn
numbre de los dichos Senores Duque , y Duqueza de Berganza por
lo que les toca tambicn damos poder a qualelquier juezes Jufti-
, y
cias delRcy nueftro Senor de qualefquicr partes, audicncias , y tri-
bunalcs ante quien efta eferiptura fuerc prefentada , y della , y de lo
cn ella contenido fuerc pediao entcro cumplimiento dc Jufticia cn cf-
pccial a los Senores Prcfidentcs , y ordcncs de las Rcales audicncias,
y Chancellarias dc Su Magcftad , que refiden cn Valladolid , y Gra-
nada , y Alcaldes de la (^lalTa , y Corte de Su Magcftad , y del Cri-
men de las dichas audicncias , y Chancellarias, y a cl Rcgcntc, y
Oidoics de la Real audicncia de Sevilla, y Alcaldes del Crimen del-
la , y a el aflifticnfe
, y
Thenientc , y dc mas Jufticias donde me fo-
meto yo el dicho Duque de Medina Sidonia , y yo cl dicho Dotor
a los dichos Duque , y Duqueza dc Berganza ,"
y rcnunciamos mi
lucro , y el fuyo , y la ley y las nuevas Prcmaticas de
las fumilioncs para que a cl cumplimiento de todo lo quo dcpucs
me les compellan como por fentenâ definitiva de juez compcccnte
palTada ea colFa ii;f;ada , y rcnunlio las leycs , fueros , y dercchos de
mi favor ,
lliyo .... y renur.ciacioncs delias \ fecha
y defenia
, y
la Carta en Ciudad de San Lucar dc Barrameda cn dies , y ocho
la
dies del mes dc
I’cbrcro, de mil, y feifeientos , y treinta , y fietc
anos , y firmaron
lo los otorgames , a quien yo d
Eferivano doy
fee , que conofeo fiendo teftigos Don Juan de Liabana Cavallcro del
Avito dc San Tiago , v el T-ecenciado Antonio Ramircs de Barrien-
tos , y Don Gafpar de Lubana vezinos defta Ciudad el Duque dc
Medina Sidonia , Manuel Fagundes da Vega , Luis Dias Palomino
Eferivano , Jcc.
Y yo Luis Dias Palomino, Scrivano dclRey nueftro Senor, y
vccino de San I. near dc Barrameda , efta eferitura hice facar del ori-
ginal , que efta eferita cn plicgo fellado , del numero quarto , y efte
tresiado va facado , y puefto , proprio fe vio en el plicgo , numero
primero ; cn efta dicha Ciudad , a vcintc de Febrero del dicho ano,
c fize mi fieno en teftimonio de verdad. Luis Dias Palomino.
Tom. IV. Yyyy ii Carta
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,
724 *Provas do Liv, VIL da Hifloria (jenealogtca
Carta (le/Rey D. Filippe IV. para 0 Dtujue de hraganqa D. ,
Joao 11 do name, em que 0 nomea Governador das Armas

.
de todo 0 Reyno de Portugal.
Num. 3
An. 1659.
H Onrailo Duque fobrino , yo ElRey os invio mucho a faludar
coino aquel quc mucho amo , y prccio. Dos avifos , que fc
vicncn dc que irancefes ajudan grucifa Armada con animo de acome-
ter e(Te Reyno , y tomar pie en el , fon dc calidad , que obligan a
1
que fe trate com fumo cuidado dc tcnerle aligurado, y con la per- j
vendon , que conviene ; porque fi llegare a cfas Codas , no pucda ha-

zcr cn ellas ningunas odilidades , ni fe logren fus didgnios ; y convi-
nicndo a mi fervicio , que aya perfona de mucha autoridad fequito
y celo de mi fervicio , que exerâ el cargo de Governador General
de las Armas en todo ede Reino , devajo de las ordenes de la Seno-
ra Princefa Margarita mi Prima, y que ede a las fujas toda la gen-
te , que fe huviere de juntar para el dicho cfedo. He refuelto nom-
braros , para que firvais ede cargo de que fe os invia Titulo , v por- 1
que os halleis mas bicn afidido. He mandado a Don Duarte de Ver*

gan9a vucdro hermano , me firva en eda ocadon cerca de vuedra per-
fona ; y do del amor , y celo , que tcneis a mi fervicio , que areis
cn edo como cn todo lo dc mas , que a edado a vuedro cuidado
como lo efpero de tan gran vafalo. De Ventodlla de Tajo 38. de
F.nero dc i6;o.
ELREY.
'
Dom Fernando Rodrigues de Contreras.
A 1 Duque dc Verganga. Sobre encargarle V. Magedad fitva e\

cargo dc Goveriudor General dc las Armas en Portugal.
Carta, que ao Duque de Braganqa efcreveo 0 Secret aria D. Fer-

nando Rodrigues de Contreras.
U Magedad , Dios le guardc , ha refuelto lo quc V. Excellencia

S fe fervira ver por el defpacho includb , y el titulo , que con el
va de Governador General dc las Armas del Reino dc Portugal. V.
Excellencia me mandc avifar el rccivio dcllos , y ver fe puedo obc-
decerlc en algo , quc fea fu gudo. Guardc Dios a V. Excellcncia mu-
chos anos dc Madrid 28. de Encro 1639.
Snor Duque de Verganja. Dom Fernando Rodrigues de Contreras.
Paten-
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e ,,
da Cafa Têal ‘Portugnesâ,
Patent ,
qiie fe pofou ao Dugne de Braganga D. Joao, do Go~
verno das Armas do Reyno de Portugal.
lOm Phellippe por la gracia de Dios Rcj de Caftilla, deLeon, NunO, a,

d;
varra
'de Aragon , de las SiciTias , de Hierufalen , de Portugal, dcNa-
de Granada , de Toledo , de Valencia , de Galicia , de Mai-
.
‘
,
/”*
,
lorca , de Sevilla , de Jerul'alen,
de Cordova, deCorfega, de Mur-
cia , de Jaen , de, los Algarves , de Alguifira , de Gibaltar , de las If-
las de Canaria , de las Indias Orientales , y Ocidentales , Islas , y
tierra firme del mar Occano , Archiduque de Auftria , Duque de Bor-
ona , de Brabante , y Milan , Conde de Afpurguc , de Flandes
f irol , y Barcelona , Sehor de Vifeaya , y de Molina , &c. Por quan-
to conviene , qiie en las ocafiones prefentes a que en el Reino de
Portugal perfona de grande autoridad , que lirva el cargo de Gover-
nador General de las Armas, pera aue acuda a todo aêllo, que
fuere menefter devajo de las ordcncs ue la Senora Princefla Margari-
ta mi Priina , atendiendo en que cn vos Don Juan Duque de Bcr-
gan5a concurren todas las needTarias , y que fe defean pera cofa de
tanta importancia , y que mediante las grandes calidades , y partes
ue concurren en la grandefa de una perfona fe configuira mejor to-
3 o lo que fuere de mi ferviô. He tenido por bien de elegeros , y
nombraros , como cn virtud de la prelfente os elijo , y nombro por
mi Governador General de las Annas del dicho Reino, para queten-
gais a vueftro cargo toda la gente afi en la guerra ofenfiba , o defen-
iiba
,
que fe offereciere en el , y coinbenga executar devajo de las
ordines de mi Prima como queda dicho ; a la qual mando os aja
,
y tenga por tal Governador General de las Armas del dicho Reino,
y al Maeftro de Campo General , Coroneles nueftros de Campo
^cnientes de Maeftros de Campo General, Sargientos majores, Ca-
pitanes de Cavallos de Infantaria , y de mas Officiales majores
, y
y menores , que afliftiren cn el dicho Reino de toda la gente que
fers'iere, y concurrere en el, cumplan guarden las ordencs , que
, y
les dieredes por eferito o palabra , lin poner excufa , ni dilacion al-
,
guna como de fu Superior , que asj conviene a mi fervicio , y pro-
cede de mi voluntad , y de la prefente tomaraii la ras'.on las perfonas
a quien tocare. Dada en Ventofilla de Tajo a vinte , y ocho de
£nero de mil , y feifeientos , y treinta , y nuebe.
Cello.
YO ELREY.
En los ofHcios de la Vecdoria General , v Contodoria delle
Reino , fe tome la razon de efte titulo , como ElRcy mi Senor lo
manda ea Lixboa a 13. de Mayo de 1639.
MARGARITA V. R.
Dom
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y ,,
72^ Aromas do Llv. Vll. da Hxôrta ênealogka

Dorn Fernando Rodrigues de Contreras Secretario dc ElRey
nucAro Senor la hize eferivir por I'u mandado.
D. F. R. C.
Titulo de Govemador General de las Armas en Portugal al Du-

que de Berganza.
Carta para 0 Duque de Braganga , do Secretario D. Ft rnando R<» •

drigius de Contreras com a Irijlrucgad do goierno das Armas.
,
Num. 5
An. 1639.
C On remeto a V. Excellencia la inftrucion , que Su Magef-
efta
tad fe ha fervido de mandar defpachar, pera que V. Excellen-
cia exer5a el Cargo de Govemador General de las Armas en efle
Rcino de Portugal; y remitiendome a lo que contiene, fuplico a V.
Excellencia me mande avifar del recivo, y quanto pueda I'er fervido
dc V. Excellencia a quien guarde Dios muchos anos. Madrid ay. de
Mar;o de 1639.
Senor Duque de Berganza. Dom Fernando Rodrigues deContrenn
Comtefa la Infirufion.
ELREY.
1 Diiqiie de Berganza Primo. Los enemigos defta Corona (co-
ma os he avifado) hafen grandes preveiiciones para inquietar las
Coftas de Efpana fegun los avifos que fe han tenido de la Armada,
que apreftan para efte efeito , en particular para efas de Portugal y *,
por lo que convicne difponer la defenfa , y leguridad dc ede Rcino,

teniendo la fatisfacion , que fe devc de vueftra pcrlona , os ekgv-
fe
do , y nombrado por Govemador General de mis Armas cn todo cl,

de la Senora Prince-
y que (irvais efte Cargo devajo de las orJencs
fa Margarita mi Prinia Virrej', y Capitan General en efe Rcino , y
fi bicn de vueAra prudencia me "prometo la buena direiflion
dc quan-
to eftuviere a vueftro cuidado , me ha parecido advertiros , lo que
cn algunos puntos he acordado ; asj pera que lo tengais entendiao
ct>mo por haverme reprefentado defeats tener Inftrudon de la forma,
’
en que os havcis dc governar , &c. •
z Luego que recivais efte defpacho hireis a la Villa de Monte-

mor ( donde ha dc fer vueftra afiftencia ) por havermos confiderado
que efte lugar fera a propofito para poder acudir promptamente, y
fin otros incombinientes , que fe os ofrcccn a las prevencioncs , que
convicnc hazer acudir a la parte, que la necefidad pedicre ; la
qual afif.enfia ha de fer en quanto no obligarc , la venida de la Ar-
mada del cnemigo , o otro acidente a mudar dc lugar , >'?rc.
j Llegado a [aquclla Villa dareis avifo dcllo a mi Prlma ,
para
que
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,,
Ja Caja êal 7o>tugt4(;â. 7^7

qne en conformitind dc lo quc tcngo mandado pafe a clla cl Maef-
tro de Cainpo General Don Diego de Cardenas , Diego Luis de
Olivera , los Maedros de Canipo Sebaftian Granero , Don Chrilloval
Mcfia Voca negra , y confiran con bos el ellado de las prevenciones
hcdias , y rodos los puntos por major , cn quc convenga tomar re-
folucion , fegun lo que vos propufieredcs , y llcvarcn entendido pa-
ra ajuftarlos coo mi Prima I'c haga papel de todos dios , pera
, y
que fc bean cn el Confejo que he mandado formar , y fe ajufte lo
ue fe devierc cfecutar antes , y en la ocafion fegun parefiere la
, y
? rincefa con afidencia vucflra como a dclante fe dira, &c.
4 Para refolver lo que combiene hazer (fupofto que cs tan preci-
fo , y inefcufable, que os hallcis prefcnlial a Confcrcncia,
y refolu-
cion de todos ) porque mejor podeis llcvar entendido lo que fe pre-
viene , y aveis dc exccutar de una ves quede afentado , y vos ten-
, y
nis noticia por mcnor de lo quc fe ha de obrar con las Armas , y
fin dilacion deis las ordencs combinientes como Governador General
dellas , fera de gran fcrvicio mio pafeis defpucs dc la conferencia re-
ferida , fin perder ora de tiempo a Lixboa entrando encubierto,
y lle-
vando las perfonas dichas , quc abran hido a Montemor avifando a
,
la Princefa , para que eften prevenidos los de mas Meniftros han
, que
de concorrir en cl confejo, que alii fe ha de tener vifto el pa-
; y
pcl de puntos , que llcvaredes con noticia de lo que tengo refuelto,
y lo de mas, ê pared ere coinbeniente a las difpoficiones de'lade-
fenla de aquel Reino fe votara fobre todo lo que parcciere afiL
, , y
tiendo Gafpar Ruis Efcaras mi Secrctario de la guerra que por
mi mandado li firve dc Secretario formara un papel de (la rcfolu-
,
)
cion , que tomare mi Prima con bos a lo que fe huvicre confultado,
en que fe ha de declarar todo lo que fe hale obrar eftar a vuef-
, y
tro cuidado , y tambien lo que quedera al da Princefa fe os entre-
, y
gara Copia del , afi por lo que toca al cargo dc Capiran General
como al de Virrej de Portugal porque teniendo entendido todo lo
;
que fe ha de cxecutar , trateis por vueftra parte del cumplinicnto de
lo que os pertcnce por Governador General de
las Armas con aten-
oon a lo quc fe ha de difponer por mi Prima porque la ,expedicion
dcllo corra unifornie,
y no rcfiilte incombeniente ; y fio de vueftras
obligaciones , que fera con tal pontualidad
, quc acollumbrais en to-
das las colas , que tocan a mi fervicio &c.
,
S’ mandado eferivir a mi Prima que concurra cn el Confejo,
,
quando vos os hallardcs en cl , d Marques de Puebla Marques de
,
Gouvea, Marques de Puerto Seguro, Don Luis de Noronha Con-
,
de Callro , Don Gonfalo Coutinhn
^ , Don Diego de Cardenas
Diego Luis de Olia'eira , Thomas de Ibio Calderon Sebaftian Gra-
,
OCTO, y Alarcon, Don Chriftovab Mefia Voca negra,
y tambien Don
Tliomas Mefia_ de Acevedo , fi pareciere a mi Prima las den as
; y
perfemas, que julgare fer necelfario o combeiiicnte por Secrcta-'
, , y
no Gafpar Ruis Efcaraj , que lo es de guerra , y de la Capitanaria
general , &c.
^
6 Tambien he refuelto quc para lo quc fc huvicre de fc cxecu-
,
tar
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7*8 T?rovas do Ltv, VII. da Hijloria (jenealogica
tar fe repartan los Miniftros defte Confejo ,

y qiie parte dellos que-
de con mi Prima , y narte vaja con bos afi cn Lixiwa la afiftiran
, y
los Marquefes de la Puebla , de Gouvea , de Porto Seguro Don
, y
Luis de Noroila, el Condc de Callro , Don Goncjalo Coutinho
, y
Thomas de Ibio Calderon ; y contbrmandome con lo que delcais cn
ella parte , porque tengais a vueftro lado pcrlbnas de cxperiencia cn
las colas de la guerra , he ordenado vajan a afiftiros Don Diego de
Cardenas , Diego Luis de Oliveira , Sebaftian Grancro , Don "Chrif-
toval Mefia Voca negra , y por Sccretario Diego del Callrillo que
,
lo es' mio, a quien tengo clejido por Sccretario del Principe Juan Car-
los , los quales han afilUros cn cazo , que no fe refuclva por el Con-
Icjo, que fe hicicre en prcfencia de la Princefa, que algunos dellos
vajan a diferentes pueftos o queden en Lixboa , que los que pareciere
ban de fervir cn las partes que fe les fenalare , y con los que queJa-
ren hareis el Confejo , llamando a el las de mas perfonas que os
,
pareciere necelTario , o combenientc , &c.
7 En elle Confejo aveis de proponer lo que fc ofreciere , fegun
los acidentes , que de nuebo rcfultaren , y depucs de haver oido el
parecer de los que concurrieren (fupuefto, que fon de la experienria,
y partes , que le fave, y que de fu intcligencia en las matcrias de la
guerra fe puede fiar lo que fe deve obrar) refolvereis con eftaconH-
deracion lo que tiveredes por mas combenientc , y lo avifareis a mi
Prima antes de executarlo fieinpre , que los cazos dieren lugar , y fi
la ocafion lo pidiere , y o obligate a obrar fin dilacion lo ordenareis,
dando la quenta luego, para que lo tenga entenJi.lo, y pueda dif-
poner lo que toca con atencion a ello de que ha parecido aJvirtiros,
para que tengais entendida elb refolucion , afegurando los que abreis
cumplido , quando figuieredcs los mejores , y mas fanos parcceres de
los que han de afiftiros, y pera que uniformcmente fe configan los
fines
,
que fe pertenden , he mandado fe le efereva os avife tambicn
lo que rcfolvicrc , y que dificra a los experimentados que fe hallan
,
al pic del hecho en quanto llcgarc a tener punto de duda , &c.
8 La cauza de haveros afenalado a Montemor pera vueftra afiften-
cia a fido por lo que me liavcis rcprefeiitado. Pero fe os advierte
ha de fer no haviendo ncccflidad de que vueftra perfona , y las que
os han de afiftir, fc acerquen mas a Lixboa , o hir a outra parte,
fegun los avilbs , que fe tuvieren del encmigo ; porque en femejan-
tes acidentes no es bicn aguardar al ultimo , ni que fuceda cazo en
que por faltar perfonas fe ^je de acudir a lo que fuere menefter de
mas, que vueftra prefencia , y viendo perfonalmeiite aquello de que
fc necefita , fe facilitara , y exccutara mejor todo lo que fuere me-
neftcr prevenir para la major feguridad de efte Reino , y afi fera de
mucha importancia, que cncubierto (o na forma que os pareciere,
pues haveis de venir a Lixboa ) vcais los Caftillos , y pueftos , que
jiilgarcdes , que combiene , y reconofcais todo lo de mas , que os pa-
rccierc , para que os hagais capas del eftado en que todo efta , &c.
9 En quanto a la forma en que haveis de exercer efte cargo fien-
do Governador General de las Armas por raôn del ha de eftar to-
do
,,
da Cafa %eal Tortugtiesâ. 72p

do a vucftra ordcn afli a la Cavallaria , coino la Infantaria con laca-
liJ ul, y rclirhv.'iones , quc cn vucftro titulo , y cn efta ioftnifion le
dii'o , y he ordenaJo a mi Prima que los quatro Maeftros de Campo
nonibrndos para levantar , y conduzir los I'eis mil Infantes a las pla-
zas , que tengo fchaladas cn el interim , que la ocazion no llamare a
outra parte , y yo no mandate , que acudan a ella , guarden , y fi-
ga:i vuedras ordencs , afi en las levas , y conducion , comoenloque
han dc obrar dando-os quenta dello , y bos a la Princefa, y tambien
toda la mas gente de guerra , que rezidierc en ell'c Reino, y toma-
rc las Armas para I'u defenfa , la que entrare dc focorro por todas
partes , y la que eftuviere en cl Algarve , y al Governador de aquel
Reino , fc le advierte dcflo. Todo lo qual cs en conformidad del
titulo , quc fe os ha dado para governar las Armas , y lo quc fe dc-
clara cn efta Indruicion , &c.
10 Ilallando-fedonde ediveredes cl Maedro de Campo General
le darcis las ordencs quc fc huvieren de executar, para quc las dif-
,
tribuia , y en fu aufcncia a los Thinientes de Maedro dc Campo Ge-
neral , o a los Officialcs a quien tocare por falta dellos , &c.
1 1 Entre otras prcvcnciones , he mandado a mi Prima fe hagan
luego cn Cafcacs las fortificafioncs, que convengan , y que imbic alii
Cuerpo de Infantaria , y Cavalaria , que afida a fu defenfa , y a im-
pedir la defembarcacion cn los puedos, que el cncmigo la pueda to-
ner, pues intentare facion en Lixboa , cs eda parte por donde la ha
dc executar, y rcfpcdlo de la importancia de aquel Cadillo , fc fca
advertido, que en la ocafion ponga cn el caveja , quc le govierne,
los que la Princefa
, y a bos os pareciere , pues fe Italian cn die
Rci/io tantos Soldados dc prefente , &c. , .
17 . Ali mifmo he rcluelto quc la Armada , quc fc apreda cn Ca-

,
dis paic a Lixboa para la guardia de efas marinas , y quc fc cncar-
gue con todo apricto a los Coroiicles dc c(b Reino hagan alardcs
y tengan excrcitada a la gente dc la Ordenanâ , dc mancira , quc
ninguno fe excufe, y todos fc hallcn muj de fcrvicio cn la oedion ,•
para rcpai tirlos cn los puedos , quc convengan , &'C.
13 La gente dc a pic, y dc a Cavallo , quc de cxtreiradun ha
de entrar a! focorro he manJado edc pronta para marchar al primer ,
avilo con cl h'argcnlo major Don Diego Mefia dc Porras , y (e mef-

clara con la Portugueda , imbiando a Cafcacs della, y dc cl Cadillo
dc Lixboa la que pareciere para la guarnicion dc aquel puedo , Src.
14 Tambien he mandado, quc la de nacioncs, que aj cn Lixboa
fe parta entre las Compaitias de Efpanolcs pera I'ervir en la forma
ue entendcreis por lo one he eferipto a mi Prima , a quien he da-
a o orden la remita al Governador del Algarve, mandandolc tenga
con toda prcvcncion aquellas Codas , y la gente diciplinaJa , y en
buena forma , &c.
Al Duque de Medina Sidonia fc ha advertido , que la Infan-
taria, y Cavaileiia de !a Q>da del Andaluzia ede pronta para acudir
a la parte de Portugal , quc fc le avifare , cn cazo, que cl cnemigo
no llcgue a hazer dano cn los lug.ircs dc fu dedrito, y para los Ibis mil 1
Tom. IV. Zzzz Infar<-

,
73 O Trovai do Uv. VII. da Hljlorta

^ enealogtca
Infantes y mil , y cjuinicntos Carallos , que fc juntan de la Rente
,
de eUb Reino fc ban lenalado plazas de Armas en parajcs convenien-
tcs dc dondc puedan prontamcnte acudir a las marinas
, &c.
16 E eftan dadas ordencs para la prcvencion dc toda la cantidad
de trigo necclfaria al fuftcnto de la gente de giierra que concurriere
,
cn e(Tc Reino , y que nao faltc dinero pan de municioii para (u
, y
focorro , y afi milmo para que fe recogan toJas las annas
, y n)i!iii-
ciones, que fc pudicre-, y fc hagan abentos hafta cantidad de veinte
mil annas , y de dos a tres mil quintales de polvora para com-
, y
prar todo cl cobre que fc hallace porquc fe haga fundicion de
, ;
mas Artillaria, &c.
17 Delta Corte van a fervir treinta Sargentos majores, Capita-
ncs , y otras pcrfonas particulares porque no taken fujctos de fatif-
,
facion, que puedan emplearfe en las facioncs,
y fervicios, que fe
ofrezicren , y refpcfto dc las combeniencias que pucden refultar te-
,
nicndo Galeras, en efa Colta para acudir promptaniente al focorro
de los pucllos marinmos , y ofcnder la Armada del enemigo he
,
mandado palTen a Lixboa quatro Galeras que fiivan alii cn ella
, y
ocazion, &c.
1 8 Efto es lo que por aora Iia parecido advertiros
, y encarga-
ros como lo hago me dcis quenta del dia que partiredes , y de Jo
,
que cn todo fe os ofrccierc , para tenerlo entendido cllando cierto
,
dc vucltras obligaciones , que cn la direcion dc quanto corricre por
vucflro cuidado pondreis tal atencion que fe configan las combe-
, ,
nicncias de mi major fer^’i?©,
y la defenfa , y feguridad de efle Rci-
no. Dada en Madrid a aj. de Alarô dc mil feifeentos, y trein-
, y
ta , y nuebe.
YO ELREY.
Por mandado delRcy nueftro Senor
Dom Fernando Rodrigues dc Contreras.
Carta ,
îie ElRey de Franca e/creveo a ElRey D. Joao 0 IV.
quando Joy acclamado.
Num. 6
1641.
,
A LHlIimo , e ExcellentilFmo , PodcrolilTmo Principe nolTo Cha-
ri ,;mo bom Irmao
,
, c Primo , nos fomos muv contentes dc fa-
ber pellas Cartas, que Francifeo dc Mclio do Confelho de V.
Ma-
geltadc, e do feu Parlamcnto, e feu Montciro M6r, c Antonio Coc-
Iho de Carvalho tambem do Conlelho de V, Alagcllade e do
, leu
Parlamcnto Supremo ambos Icus Embaixadores nos dcra6, e por fua
boca nos reprezentaraA , o confentimento univerfal c aplauzo
, geral
coin o qual V. Alagcllade foy rcccbido por Icgitimo fuccclfor
dos
antiguos Reys de Portugal
, c acclamado por Soberano dclTc Rcyno
•
elira podcrao mollrar a V. Alagcllade

, o gofto, que dillo tivemos,
e Ihc mollramos ter e tambem allcgria que rcccbemos dos
, , oflere-
cimentos
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,
dn Cafa %eal Tortagnesâ, 731

cimcntos , qus V. Magcftade nos fazia pela fua Carta , como tambem
das propoziôcns da boa amizadc entrc nofTas pefToas, e de toda a
boa corrclpondcncia , c comerciar entre nofl'os vafiallos , deixando, a
fua conta , o informar a V. Magcftade , de tudo o que dies ncgo-
cearao comnofco. Na& fazemos a prezente Carta traes Jarga , quc
para moftrar a V. Maeeflade , o quanto Ihe rfezejatnos huma conti-
nua profpcridade , e alfegurarlhe o dezejo , que temos de dar a en-
tcnder a V. Mageftadc por todas as vias , a feguridade de minha afci-
536 , em tudo o que for confervar o bem de feus Reynos , e V. Ma-
gcftade pode crcr verdadeiramente , que meu amor he tal para com
V. Mageftade como eu o rellato ncfta Carta , concluindo , rogamos
a Decs , que tenha a V. Mageftade Altiflimo , c Excellentiflimo , c
Poderofiffimo Principe nofTo Chariflimo , e amantiflimo bom Irma6
c Primo , cm fua fanta , e divina graâ , e guarda. Efcripta cm Ab>
bavilla 14. de Junho i64i<
Voftb Irma6 , e Primo
LUIS.
Carta para ElKey D. JoaS 0 II'’. que Ihe efcreveo 0 Cardcal

de Roclielieu,
S E N H O R.
U
E na6 moftrei a V. Mageftade o amor, com quc mc| dcfpus a
fervillo diante de Sua Mageftade EIRey ChriftianifTImo, porque
7.
V. Mageftade o conhcccra pcllos cfeitos de minhas obras , e pella An. 1641.
Num.
rcllayao , quc llic farao os Scnhores feus Embaixadorcs , os quaes fi-
zerab dignamente , o que V. Mageftadc Ihes mandou, e fomentequc-
ro aTegiirar a V. Mageftadc da continua9a« de meus fcrviqos , dos
quaes nao poderei dar melhor prova , qûc pedindo a V. Magclladc
tratc muy dcveras das fortificagocs das fronteiras dclfe Reyno , c de
leu provimento , procurando de feus VaflaHos fogeitos, que fejao
in6 capazes na liisciplina militar, como fa6 aniinozos , e vaileiiccs,
Ibrmando duns boas fiiiradas , huira per mar, omra por terra, orde-
nando , quc huma , e outra feja6 provides de gente , e das macs cou-
zas neccll'arias , ftm que os povos fejao por efta cauza avtxados , e
que aiiibas bulquem o iuiir.igo fora dos Eftados de V. Mageftade,
na6 dando lugar , a que c'lc venlia a dies. V. Mageftade fabc muy
bem o como cu eftou certo , em que fabera uzar da prudcncia , e do
animo , que Ucos Ihe dcu para governar fua Coroa , e que nao dor-
mira na quietaâb , quc goza de prezente , pellas occupa9oens , que
tem feus inimiges. Ifto he , o quc pode dizer huma pelfoa , quc dc-
zeja a V. Mageftade todas as fellicidades , e quc he vcrdadcirameurc
dc Y. Mageftade humiliflimo , c obedientiflimo fervidor. Abbavil-
la 15. dc Junho 1641.
Harmon Rochclicu.
Tom. IV. Zzzz ii Carta
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T
732 Turovas do lJv» VIL da Hijlcria ^ênealogica
Carta da Kainha de Suecta Chr'ijlina, para E/Rcy D. Joaoo IV.
Num. 8
All. 1641.
N Os Criftina por graga de Dcos Rainha elcita , c Princeza hcr-
dclra dos Suecos , Godos , e Vandalos : Grande Princeza de
Filandia , Duqueza de Ethonia , e dc Carelia , Scnhora de Ingria ,
&c. Ao Serenininio Princepe , Irmao , parente, e amigo noflo niui-
to amado D. Joao , o quarto do nome , Rey de Portugal , dos Al-
garves , daquem , e dalem mar em Africa , Seftlior de Guin6 , e das
Conquiftas , navega9a&, e Comercio em Ethiopia, Arabia, Perfia, e
India , &c. Saude , e profperos fucelTos.
Serenifllmo Princepe , Irma6 , parente , e amigo muito amado,
o Embaixador do Confelho de V. Mageftade , o Illuftre , Magnifico,
c generozo , de n6s finceramente amado , D. Francifco de Souza Cou-
tinho , ha pouco, que chegou , pcra nos manifcftar alguns negocios,
que Ihe forao cometidos. Nos pello grande parentefco , e amizade
que por muitos feculos ouve entre nolTos predeceflbres gloriofifli-
mos , os Reys de Suecia , e de Portugal , c entre huma , e outra na-
âo , conhecendo o divino beneficio da reftituiâo feita a V. Magef-
tadc de feu hereditario Reyno, retido por alguns annos injuftamen-
te dos Reys de Caftclla , reccbemos de boa vontade , o dito Embai-
xador , e dellc ouvimos com muito gofto , o que pareceo a V. Ma-
geftadc cometcrlhe , afll pcra nos declarar a rczao , c explicar o mo-
€o de fua rcllituiâo na dita Coroa , como tambein pera que acaba-
da toda a antiga inimizadc , por cuja culpa ate agora efteve fufpen-
fa a amizade , e o comercio , fe rcllituinc de ainbas as partes , a fm-
cera confian9a , c finite amizade , e tornaircm a antiga liberdade , o
trato , e comercio antigo. I'odas eflas couzas , e as que de/ias fe
Icguem, e as maes, que o Embaixador de V. Mageftade com deftre-
zu , prudencia , e diferipâo , nos propos , e moftrou por eferito ,
dcclaramos nao lo como pedia a rczao , e o bem de noftas couzas *,
mas tambein como pareceo, que convinha ao grande afefto , que tc-
mos a V. Mageftade, c a toda fua Real Gaza. E como nao duvide-
mos , que o mcfmo Embaixador rdlatara a V. Mageftade com igual
deftreza eftc nofto afe£lo , e animo muy finccro , amigavelmentc pe-
dimos , o queira V. Mageftade hem entendcr do dito feu Enibaixa-
dor , e perfuadirfe, que nos pclla amizade reftaurada , e pello trato
do comercio reftituido entre os fubditos, c vafTallos de huma , e ou-
tra nacao , avemos de fazer por amor de V. Mageftade quanto nos
for poilivcl por confolidar , c augmentar toda a boa corrcfpoiKlcncia.
No macs com muito a(Fc6lo cncomcndnmos a divina protccâo a V.
Mageftade. Feita em nollb Paô Real Hochoimenfe, aos 30. de Ju-
Iho de 1641.
Os Tiitores, e Adminiftradores da Sacra, e Real Mageftade,
e do Reyno de Suecia.
Petrus. Code em Jacobo de la Guardie Carolo Gylde’hiclm
^'iftingsborg. R. S. Manichus. R. S. Ammiratins.
R. S. Drotzetus
.Aure-
id Cafa 'Sâl ‘Pmuguesia, 733
Aurelius Eren'lierna GiSricl Exenftiern. L. B. in
R. S. Cancclario. Marcbij , & Lindholm
R. S. Thefaurario.
Carta da Rain/ia de Siiecia Chrljllna ,

para a Kalnha de Portu^
gal D, Luiza,
N Ojk Chriftina por graga de Deos Raynha clcita , e Princeza

herdeira dos Suecos , Godt)S , e Vandalos, grande Princeza de
Filandia , Duqueza de Ethonia , c de Carelia , Senhora de Ingria ,
Num.
p.
An. 1641.
&c. A ScrenilTima Princeza nolta Irmaa , c amiga charilfima , a Se-
nhora Dona Luiza Rainha de Portugal, dos AlgatTes , daquem , c
dalc n , mar eni Africa , Senhora de Guine , e das Conquiilas , nave-
gaâo e coniercio ein Ethiopia, Arabia, Perfia , e India, &c,
,
Saude , e augmento em toda a profperidade.
Serenifllma Princeza parenta , Irmaa , c Amiga charifTima , o
manifico , e generolb Dom Francifeo de Souza Coutinho Embaixa-
dor , e Conielheiro illuftre do Serenidimo Rey de Portugal , noflTo
parente , amigo , c Irma6 , e Senhor , Marido chariHimo de V. Ma-
gedade nos deu pouco depoes de fua chegada humas Cartas de V.
Mageftade feitas em Lisboa em Marô defte anno prezente , das
quaes foubemos , c vimos a propenqab fingullar com que V. Magel-
tade Ic dilpos a faber novas de nolfa faude , e de manifeftar por feu
Embaixador , os grandes dezejos , que a n6s , e as nodas couzas
tein; em verdade, que pera nos foi coufa grata, e alegre faber, que
V. Alageftade gozava faude perfeita , e que feus ncgocios tinhao
profpero fucedb , de modo , que fe o eftado das coulks de V. Ma-
geftade flcrecer , c continuarem bem , e de tal formos fabedores ,
quercnios , que V. Mageftade efteja certa , que nds nao ta6 Ibmente
o aceitaremos com boa vontade , mas ainda com fingullar affc(flo de-
fejaremos , e pediremos a Deos todo bom fuccedo , e profperidade
o S-'nhor Embaixador com grande valor , e gravidadc , peraiuc nds
fez demonftra9ac) do animo de V. Magellade pera comnofeo , o qual
nos recebemos com nao mciior vontade , e femprfi confervaremos eda
reedfida amizade , e benevolcncia , dc forte, que os fruitos da ami-
zaJe , que novamentc fe Icvanta entre nos , e o Scrcniflimo Rey de
Portugal, na6 tarn fomentc fc communicara a V. Magellade , mas a
toda a Caza Real, por mnes , que fe cllenda ; maes largamente re-
ferira eftas couzas a V. Mageftade o Embaixador a quern pedimos
,
amigavelmente 0119a V. Mageftade , e Ihc d6 credito cm tudo. Giur-
dc Deos a V. Mageftade feita em noflb Pa90 Real Hocholnienfe aos
30. dc Julho de 1641.
Os Tutores , e Adminiftradores da Sacra Real Mageftade, e
do Rey no de Suecia.
Petrus. Code em Jacobo de la Guardie Carolo Gyldehidm
"îfiingsborg. R. S. Manichus. R. S. Ammirantins.
R. S. Drotzetus.
A lire-
754 Llv, VII. da Hiftoria (jeneato^ka
Aurelius Ercnftlerna. Gabriel Exenftiern. L. B. in
R. S. Caiieelario. Marcbij , & Lindholin.
R. S. Tiiei'aurario.
-.Alvara pelo qual E/Rey D. Joa'o o IV. concedeo hum H^piciOf

mi Corte de Lisboa , ao Padre D. .Antonio Ardizone , para
CUrigos Regulares. Ejid no Irv. 22,pag. ^6 verj\ da
Jita Chancellarta.
Num. lo.
An. 1650.
EU ElRey faô faber aos que efte alvara virem que bavendo ref-
pcito ao que D. Felipe Mafearenhas do meu Conlclho de Efta-
do ViRey e Capitani General da India, o Patriarcha ds Ethyopia o
Arcebifpo Primas da India , Prelados das Rcligioens e Parochos de
Goa , os Officiaes da Camara da niefma Cidade , Fidnlgos e Povo
della me elcreverao em favor do Padre D. Antonio Ardizone Cleri-
go Regular Napolitano Doutor em Santa Theologia , e de feus Re-
ligiofos Italianos e de fua Religiao vulgarmente chamados Theatinos
da Divina Providcncia quo na India rezidem acerca do fruito que
nella t'azem na converfao dos Inficis da nolla Santa Fe Catholica e
na adminiftraâo dos Santos Sacramentos , e havendo tambem refpei-
to ao que me veyo reprezentar o dito Padre D. Antonio Ardizone,
e aos fervilTos que me fez na India na ocaziao da minha rellituicao
a meus Reynos de que tudo mandei dar villa ao Procurador da Co-
roa Ihc Hz merce conceder licen9a para que os Rcligiolbs da dita Re-
ligiao que feus Prelados mandarem de Italia podelcm palfar a India
Ibm embargo de 1‘erem cflrangciros com tal condiâ6 que le vcnha&
embarcar nas Naos de viagem que partem todos os annos della minha
Corte e Cidade de Lisboa e porque os quo a el la vein para o mef-
nio efeito cullumao viver em caza de alugcl com mcnos dcccncia do
que convem , me pedia o dito Padre D. Antonio Ardizone Ihc fi/.efe
merce conceder liceu9a para nella Cidade de Lisboa poder fundar
hum pcqueno Convento ue Nolla Senhora da Divina Providcncia ps-
ra ncllc fe recolherem os diios feus Religiofos , em quanto fe nao
cmbarcareni para a India , e poderem cxercitar as obrigaôens da inf-
tituiâo , e fundaâo da fua Religia6. E tendo a tudo conlidera9a&
e particularmente a fatisfagab que tenho do procedimento , c virtude,
c letras do dito Padre D. Antonio Ardizone , e ferem os feus Rcli-
giofos de muito cxcmplo c a fua Religiao bem recebida nella Cida-
de de mens Valfallos pello grande fruito que faz na Igreja deUeos,
e raro cxcmplo de pobreza que. profelTa por viver de todo dependen-
tc da Providcncia Divina. Hci por bem e me praz de Ihc conceder
a licenga neceflaria para poder fundar nella minha Corte c C'idade
dc Lisboa hum Hofpicio com Igreja de Noffa Senhora da Divina
Providcncia , com porta dc Igreja aberta para a rua para os Officios
Divinos , c adminillragao dcs Santos Sacramentos aos lieis quo a clla
rccorrcm como tem na Cidade de Goa para nella fe recolherem os
, ditos
4
da Cafa ‘êal Tortn^nf'aâ. 735
ditos feus Rcli;:;inros , o qual Hofpicio tcra feis fogeitos fonicntc^
nao entrando nefte niimero os que fe ouvcrcin de embarcar para ^
India , pcllo que mando a todos os Miniftros Olficiaes c pdibas ^
quem pertcncc , que cada hum cm fua parte que Ihe tocar cuinprao g
giiardem inteirameute fern duvida algiima , pf)rqu: afi he minha mcr-
ce c que vallva coino Carta poflo que feu cl’eito aja dc durar niais
,
de fern embargo da Oidcna<;a(S livro fegunJo titiilo quarto

hum anno
cm contrario. Manocl de Couto a fez em Lisboa a 12 dc Dezembro
de i6jo e defte theor fc palfarab dous. Jacinto Fagundes Bezerra o
fez cierever.
Ley fobre rt-ifi ir pejfr/r fora do B evno ,

/'em Vtcenqa Hrmada
da mao del Rey. Edd na Torre do Tombo ,
no liv. 4 das Leys,
.
pag. 172 verj.
"Û El Rev aos que edc Alvara yirem mic por iuftis Nurn. II.
fii5o faber
It^coufiderafoes que a idb me inove u do fervifTo de NoTo Senhor
dcltcs mens Rcynos hey nor bem , e me
An. 1646.
e meu
eftado confervaô
c
pras que nenhuma peToa de qualquer caHdadc condi(;a6 , e eftado
que feja fe faia deftes Rcynos (em minha lice.iâ por eferito firmado
dc miiiha Real ma& , e fazendo o contrario fc procedcra contra ella
a defnaturalizamento c perdimento dc feus bens ; c mando aos Fron-
teiros das Provincias dos ditos Rcynos , c Govcrnadorcs das Armas
e mais Miniftrtrs afti de gucira como dc juftiâ , naS deixem fahir
dclles pelToa alguma , fern a dita licenâ poiquc conftando que o fa-
zem pcllo contrario Ic procedcra contra dies na mefma forma, c pa-
ra que venha a noticia dc todos , e fe na6 pofta allcgar ignoranda
contra o que por die Alvara ( que tera forqa de ley ) ordeno , e
mando ao meu Chanceller Mor o faâ publicar na Chanccliaria e
emviar com o treslado dclle Cartas , fob meu fcllo e feu final aos
ditos Frontciros , para que afi o cumprao e cxccutem inviotavclmcn-
te fern duvida nem contradiâfi alguma, e fe regiftrara nos iivros do
Dezembargo do Paô , e Cafa da Suplicaqab , c Rclagafi do Porto
ondc fimilhantes levs fc coftumao regiftrar. Antonio dc Moraes a
fez cm Lisboa a 8 de Fevcrelro dc 1646. Pedro de Gouvea e Aiel-
lo a fez eferever.
REY.
PortJro mar e AudUncias. Tirado da Livraria m.

, J. do Duejue
de CadavaL
O Portciro Mor no
exercicio do feu Officio ( dc mais do quo con-
tiver o Regimento dclle) guardara a ordem feguintc.
No
meu quarto nao entrara peftba algua da porta da caza que
Num. 12.
chamao gale para dentro fern efperar ordem minha , falvo os Gran-
des , c pclToas que diontc dc mim fc cobrem, Prelados, Confclhci-
ros
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73 ^ ^rovai do Liv. Vll. da HijlorU ^rtjealogtca
n\s lie EftaJo e Gticrra , OlHciacs da Caza , os quaes cntrara6 na di-

ta caza da gale pella mcniiaa das novc horas por diante , e quando
eii o inandar , dcl‘pcjara6 , e nas outras cazas da lalcta dos mcôs do
monte para dentro athc a porta da gale entrara6 Ibincnte os Eidal-
gos c Minijlros e nenhua outra pdloa.
Quando eu fahir da meza dc jantar , e a caga , me aemnpanha-
rai) fomciitc athe a porta da gale , e nclla nao entrara entao pc/lba
algua ncm I'e me f’alara , e para o haver de fazer em qiialqucr tem-
po , me data loincnte rccado o Porteiro Mor.
Darci audiencia publica as terras c quintas feiras de cada fema-
na ( quando nao houver outras ocupagoens mayorcs ) na camara , cm
quo como, das novc horas e nicya por diante, athc fe me dar reca-
do para a meza , c nos dias referidos entrarab na ante camara , cm
que I’e poem a copa as pclFoas que me houverem do fallar , nofto
que na6 feja6 daquellas que tern entrada nclla ; e o Porteiro da ca-
mara eftara a porta della da parte dc fora tendoa ferrada , e o Por-
tciro Mor da parte de dentro o qual me dara recado, de cada hu.i das
pcH'oas que me houverem de falar , e com lua ordem as metcra na
uudicncia o Porteiro da camara , aflim como forem chamados , e tor-
nara a ferrar a porta cm entrando , e os que me falarcm na audiencia
da terâ f eira , o nao podcrab fazer na da quinta I'eguinte , ncm os da
quinta feira na da tcrâ feguinte.
Poderab entrar nas audienc'as os Gr.indes , Prelados , pc.Toas
que I'c cobrem diante de mim , Confelheiros dc Eflado e Guerra,
O-Fciacs da Caza, e os que por feus Oliicios tern lugares perto de
minha pdl'oa , fc afallarab de mancira que as partes me pollab fliJar
1cm que ouâb o que diirerem.
livrcir.ente
Nab entrara na minha menza quando comer cm publico pelToa
alguma quo nab feja Fidalgo , o oue tmlo o Porteiro ’dor me fara
comprir intciramente. Lisboa 13 de Dezembro de 1640.
Scire 0 mode, que 0 Mcjlre Sola deve ter com as peffoas ^

que
a^jlem a mefa de Sua Magejlade.
O Mcflrc Sala tenha cuidado de que as pcIToas que afiftirom a

incn/-a ellcjab rimadas as paredes da caza em que comer , fem fe che-
garem a menza , ncm atravellcm a caza , deixando dczocupado o fer-
vi!b della, e que fallcin baixo c coinpoAamente. Lisboa 23 de De-
zcinbro de 1640.
JvC)’
,
que defende os matrimonlos Clandefiinos , Johre as penas nella
conthcuctas. Ejld na T orre do Tombo ,
no liv. 4. das Leys ,
pag. 2 z8 ,
donde a copiey.
Joab por gra?a de Decs Rev dc Portugal c dos Algarves

12
n .12. I
^;*d.;qucni e dalcm mar em Africa Senhor dc Gnine e da Conquil-
•on i6jt. tanavcgaijab comercio da Ethiopia Arabia Perlia e da India, &c.
Eaô
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da Cafa *Real Tortuguesâ,
Fa£0 faber aos que efta minha Ley virem que confiderando ea o ex-
ccfTo , com que cm cftes mcus Reynos fe tem introduzido os matri-
monios Clandeftinos , e os grandes danos que delles l‘e feguem a meus
vaHallos . na Republica pcrturbaôens e ril'cos , I'cndo cflc caminho
ocafionauo a fe extinguir a nobrcza que eu tanto zello , e dezejover
confervada em meus vaflallos : havendo confideracao a que nao fao
baftantes as penas eclefiafticas , para i'e evitarem eftes damnos , e ao
UC fe me pedio nas Cortes que fe cclebrarao no Reyno o anno
3 e 1641 , e como ja no anno de 1615 fe havia niandado confultar
no tribunal do Paô efta materia , conformandome com o que outros
Reys tern difpoilo em feus Reynos , afiftindo por meio dc penas
impoftas aos dccretos do Santo Concilio Tridentino , que como Prin-
cipe Gatholico devo mandar executar em meus Reynos e Senhorios,
depois dc mandar conferir efte negocio conforme pedia a importan-
cia delle , por pefToas doutas e timoratas , e com os do meu Con-
felho do mefmo Tribunal do Dezembargo do Pa§o ; ordeno e man-
do que qualquer pcflba de qiialquer qualidade e condiâo que feja que
da publicaâb delta em diante contrahir matrimonio que a Igreja de-
clarar por Clandeftino , pello mel'mo cafo elles , e os ,’que nolle con-
correrem , e intrevierem , e os que do tal matrimonio forem teftemu-
nhas , encorrera6 em perdimento de todos os feus bens que ferao
,
aplicados a meu fifeo Real e ferao defterrados para hua Conquifta
deftes Reynos , em os quaes nao entrarao com pena dc mortc e nao
,
havendo herdado a heranga de feus pays ao tempo que o matrimonio
Clandeftino for contraliido , o pay , e a may o polTao desherdar e
,
qualquer do povo pofla acufar efte crime , delpois dc declarado o tal
mati inionio por Clandeftino no Juifo eclefiaftico para eft’eito e execu-
fao della pena , e para que efta Ley fe obferve , c execute com o ri-
gor que convem , mando aos Corregedores , Ouvidores , Julies Juf-
,
ti§as de meus Reynos Senhorios que nas devalas geraes quo tira6
, e
perguntem por elle cafo , e achando fe fes algum matrimomo Clan-
deftino , dem logo conta na meza do defpacho dos meus Dezembar-
gadqres do Paô, e nas rezidencias que derein fe perguntara fe dei-
xarao de executar o difpofto nclla Ley para fe Ihes dar cm culpa
, ,
e eu particularmente Iho mandar eftranhar e mando outro li ao Rc-
,
gedor da Cafa da Suplicagao , e ao Governador da Cala da Rela-
916 da Cidade do Porto , e aos mais Defembargadores das ditas Ga-
las , e a todos os Corregedores e Provedorcs, Juifes, Juftiâs Ofn-
,
ciaes e peftbas deftes meus Reynos que a cumprao e goajdein e a
,
faâo inteiramente comprir e guardar como nella fe contem e allim
,
mando ao Doutor AlFonfo Furtado de Mendoza do meu Confclho
,
e Chanceller mor deftes Reynos e Senhorios, que envie logo cartas
com o treslado della fob meu fello , e feu final a todos os Correge-
dorcs , Ouvidores das terras dos Donatarios, em que os Corregedo-
res na6 entrao por corrci9a6 para que a todos fe)a notorio , a qual
,
fe regiftara nos livros da Mcfa do Defembargo do Paô
,
e nos das
Cafas da Suplicaâo e Rclaâ6 do Porto onde femelhantes Leys fe
,
coftumao regiftrar , e efta propia fe lancara na Torre do Tombo. Da
Tom. IV. Aaaaa da
73 * ^rovas do Liv, VIL da Hifloua (jinealoîca
<la neftaCidade de Lisboa a trcze de Dczcmbro. Antonio Moraes a
fcs anno do nacimento de noiTo Scnhor Jcfus Chrifto de 1651. Pe-
dro Sanches Farinlia a fes efcrcver.
• Piibliquei efta Ley conforme a ordem de Sua Mageftade nefta
Chancellaria mor. Lisboa 28 deNovembro de 1651. Gafpar Mal-
donado.
Keglmento doi Officios da Cafa Real delRey D, Joao 0 IV.

I.
Ûm* manhaa tanto que S. Mageftade fe acaba de veftir , vai a

^ ,L mifla acompanhado do Camareiro m6r , que vira de traz , te que
S. Mageftade faya da porta da Camara para t’ora ; e logo que S. Ma-
geftade fahir da porta para fora , tomarl lugar diante com os xnais
Olhciaes da Caza , e mais fidalgos que ali fe acharem ; e como efte
acompanhamento he retirado , na& le cobre nelle ninguem , mas co-
da hum acompanha , na forma que abaixo fe aponta.
I T«
dias Santos, e mais feftas em que S. Mageftade vai cm pu-
Nos
blico a Capella , ou Tribuna , tanto que eftiver acabada a reza da
Capella , faberd o Capclla6 m6r le eft.i tudo preftes para S. Magef-
tade podcr hir ; e tanto que o eftiver , hiri dar recado a S. Magef-
tade , e o pagem da campainha tcra cuidado quando o Capellao m6r
quizer dar recado de bater a porta , e na6 entrar t 6 que S. Magefta-
de Ihc refponda coin a campainha , e nao o fazendo a primeira vez,
bateri a fegunda , te que S. Mageftade fa^'a final com a campainha , e
enta6 entrara dentro, e darS o recado de eftar ali o Capellao mdr,
c clle entrari a dizer a S. Mageftade como efta preftes para poder
hir ; e eftando o Capellao m6r por qualqucr via impedido , fe giiar-
dara ifto mefmo coin qucni vier em feu lugar , e todos os dias que
S. Mageftade defeer a Capella , tcra o Secretario de Eftado avizado
aos Embaixadorcs que houver na Cortc para o acompanharem , e o
Portciro da Camara aos Titulos;
III.
Tanto que o Capellao mbr dor recado fahini S. Mageftade do
feu apofento acompanhado dos Titulos , Officiacs da Caza, c mais ff-
dalgos , que ali fe acharem que o devem fazer. Os Titulos hirao da
parte dircita , e efquerda por fuas prcccdcncias , diftancia de tres cu
quatro paflbs diante dc S. Mageftade , e diante da peffba de S. Ma-
’
geftade o Mordomo nuV com fua cana na mao que temari antes que
S. Mageftade faya , c ainda que nao feja Titulo hira nefte mefmo lu-
gar , c nefta mcfma forma , e fera o ultimo de todos os que acompa-
nha6 diante que faya pella porta, ainda que ncompanhem Duques
que lahira6 primeiro , except© os Infantes diante dos quaes na o
hlordomo m6r dc paft'ar.
TV.
Aondc acabarem os Titulos , hirao os tres Offeiaes da Cann ,
que fab Portciro mbr no meyo , o Vedor da banda dircita, e oMcf-
' tic
da Cafa âl Tortugtusâ, 73 p
tre da efquerda , e havendo dous Vcdores , o qne nao for dc
Salla
fcmana hira tainbem da parte direita , mas no meyo com o Portciro
mbr : os de mais Officiacs da Caza , e moôs fidalcos hirao diante
defies fern prccedencia, e diante dclles os mais fidalgos que ali Ic
acharem. Os O/ficiaes da Caza fa& Mordomo m6r, Porteiro ni6r,
Caniareiro nior , Eftribciro m6r , Guarda m5r , Repofteiro m6r , Co-
pciro m6r, Vedor, Mcflrc Salla, Trinchantes , Cipitaens da Guar-
da , Capellao m6r , Sumilhercs da Cortina , Apozentador m6r , Alon-
tciro m5r , Armador m6r , Efmoler mor , e os mais , ainda que te-
nha6 titulo dc mdres , ou fa6 Ofiidaes da Corte , ou Criados , e na6
Odiciaes da Caza,
V.
De traz de S. Magcftade hira6 os Cardeaes , e defpois dclles
os Embaixadores , e logo os Arcebifpos , e Bifpos, e CapeIIa6 mfk’
com ellcs , le for Bifpo . e na6 o fendo , hira com os mefmos OfH-
ciaes da Caza, advertinao que fe S. Mageftade War fralda , lha ha
dc hir lc\'ando a traz o Camareiro mAr mais junto a pelToa dc S.
Mageftade que todos c em quanto a Icvar, hira defeuberto, ainda
que I'eja Titulo. Os Officiaes da Caza que na6 forem Titulos jicom-
panharao com os outros Titulos , e nao poderao acompanhar com os
Odiciacs da Caza por nao fazer olfcnfa a dignidade do Titulo , que
he fmayor ; mas ifto na& ter.a lugar nos Officiacs da Cana , porque
eftes ainda que fejao Titulos , nao fempre dc acompanhar com fua
cana no lugar dc Officiaes , e como tacs fe na6 hao de cubrir , ain-
da que fejao Titulos , falvo o Mordomo mor , que fempre fe cobre.
VI.
Ncfta forma baixa S. Atagcftadc a Capella , c a porta que efta
no fim da cfcada que dcl'cc da Galaria da banda de fora prr numa c
outra parte , eftarao as Guardas em ala huma da mao direita , e ou-
tra da efquerda ; e a que for da banda direita ha de ficar da banda
efquerda , quando S. Magcftade voltar , e a outra da direita ; e por
die modo ficao as Guardas iguaes na prccedciKia , polio que nao li.i-
vendo meyo haja de preceder fempre a Guarda Portugueza a Aleraal,
c ha6 de hir governadas por feus Capitaens, que hirao no meyo
dcllas em corpo com fuas Infignias , e os Tenentes nos feus lugarcs.
VII.
. O
Corregedor do Crime da Corte, e Caza hira diante de to^*
dos Icvando comligo o Mcirinho da Corte.
,
VIII.
Antes dc S. Mageftade chegar a porta da C.ipella o Arcebifpo,
e na& o havendo o Bifpo mais antigo que ali fe achar , fe adiantara
para dar agoa benta a S. Magcftade; c na& havendo Bifpo prdente,
o fara o Capellab ni6r , ainda que nao feja Bifpo , e fendo-o , a da-
ta fo no cazo de fer mais antigo.
IX.
Tanto quo S. Mageftade entrar na quartina , Ihe chegara o Ro-
pofteiro mbr a Cadcira ou Almofada , c o mcfmo fara aos Infantes
lilhos Icgitimos dc ElRcy , c aos filhos e filhns dos Infantes nomc.a-
I'om. IV. Aaaaa ii ra
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74® *Pfovas ilo Liv. V ll. da HiflorU (fenealoîca
rd Mageftade pclToa que Ihcs haia de chegar as Almofadasj e o
S.
mefmo RepoAeiro ni6r cnegard a Almofada quando S. MagcAade for
ao Altar, e em auzeticia do RepoAeiro m6r, toca fazcr iAo ao Ve-
dor da Caza ; e logo que S. MageAade fe aAentar , £ahira& todos o#
quc acompanharad para os feus lugares.
X.
(Nota.)
'
Os Cardeaes tern feus lugares da parte do Evangelho mais ch(>-
Pvr refilufaH iJe S
gados ao Altar em Cadeiras de Efpaldas , e logo abaixo em banco
MajfjlaJe CoiiuJa cuberto de Ras os Arcebifpos e Bifpos por fuas antiguidades , come*
em ajjento do Con- ândo a precedencia do Altar. O
Capellao inftr lendo Bifpo fe fen-
felho Je EJljio do ta cm huma Cadeira raza, que ha de cAar da qiiartina para cima cri-
8 doMarcodei6%j tre ellas e os degraos que fobcm para a parte do Evangelho ; e
,
fi ofdonoa (jui 0 quando S. MageAade na6 vai a Capclla fe fenta no banco dos Bif-
,
CarJeal de Alin-
pos , preccdendo a todos ainda que feja mais moderno por Dioccfa-
cojlft tivcjfi 0 feu
ajfeitto da parte da
no da Caza Real , c na6 fendo Bifpo , cAa em pS abaixo da ouarti-
p.pijiola acima dos na com os Sumilheres , hindo S. MageAade a Capclla , e
na& hindo,
Embaixadores em parece quc nao tem outro lugar fcna6 o feu de coro ; c advirtafe que
Cadeira de efpai- na6 fendo Bifpo, nao pode fazer funcâb algua na Capella fern fo*
dasporferajjimco- brepclis.
forme ao tratamen- XI.
to que em Madrid
Os Embaixadorcs fe alFentarao da grade para dentro em Cadei-
fe da aos Cardeaes,
cujo Ceremonial re-
ras razas de vcludo com Almofadas do mefmo dcfrontc da quartina
folueo S-Maeojiade de S. MagcAade alguma couza mais para baixo ,
e diante de cada.
fe irtaffe em tiido hum fe pora hum banquiolio cuberto com hum paiino de veludo.
a refpeita dos Car- XII.
deaes. Os Duques da mefina grade para dentro junto a q^nartma de S.
Magcfbdc cm Cadeiras razas de veludo com fuas Almofadas do mef-
mo > e huma Alcatifa debaixo das Cadeiras nab muito larga era quc
ponha os joelhos.
xm.
grade para fora em primeiro lugar fe pora o affento do
Da
Alordomo mbr , e ainda quc nab feja Titulo por preheminenc’ia do
Officio, ha de ter fempre o mefmo lugar, c fe ha femprede cubrir,
mas no cazo de nab fer titulo , ha de fer a Cadeira raza de couro
preto. Defpois delle fe feguirab os aflentos dos Marquezes que fao
Cadeiras razas de vcludo com Almofadas do mefmo , e logo abaixo
o dos Condcs, que he hum banco cuberto com cfpaldeira de Ras.
XIV.
O Sumilher da femana junto ao canto da quartina da banda de
baheo.
XV.
Os tres Officiacs da Cana Portciro mbr, Vedor, e Meflre Sal-
la ern p6 com luas canas da grade para dentro em filcira delVonte
da
quartina de S. MagcAade, e dous ate tres moôs fidalgos dos , que
tem Officio tambem cm p& , e defronte da quartina alguma couza
por cima do lugar dos Embaixadorcs.
XVI.
Dentro da quartina fe aAcnta S. MageAade cm Cadeira de
ef-
paldas ,
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da Cafa %eal Tortugueaâ, 741
palJas , c abaixo o Principe, e os Infantes defpois dellc ein
CaJeiras iguaes, e em igual iileira e os filhos dos Infantes mais abai-
xo 'Cin AlmofaJas dims a cada hum cm lugar de Cadeiras. O
abrir
da quartiim toca ao Sumilher da femana , e elle fempre fe procurari
pftr dc maneira quc de dentro polfa S. Magcftade vcr o pulpito , e
a Tribuna da Rainha ; c advirtafe qua fe os Duques quizcrem eftar
dentro da quartina em pit o podcm fazer.
XVII.
Dcfpois de EIRcy eftar na quartina, Kira logo o Capellao m 6 r
ao afpcrges os dias que o houver; e faze.ido primeiro fua inclina 5 a 6
a ElRey Ihe deitarJ agoa benta , e do mefmo lugar fazcndo a mel-
ma inclina;ia 6 a deitara a Rainlia , fe eftiver na quartina , e logo ao
Principe , e logo aos Infantes , que quando lha dcitarem , a vira 6 re-
cebcr hum paffo fora da Cadeira , e os filhos dos In^ntes , a quern
tainbcm a ha de deitar, a hira& receber dous paflbs ; e aos Infantes,
e feus filhos nao fara o Rifpo inclinaâo \ e fe o Capclla& m5r na&
for Bifpo deitara agoa benta o Prclado mais antigo , e fara as mais
fun§oens ; e nefte cazo toca fo ao Capella 6 m 6 r purificar o texto do
Evangelho e inftrumento da paz ; e fe fe na 6 achar na Capella o Ca-
pcllad mor , ncm Ptelado algum , toca o fobrcdito ao Dead.
XVIII.
Comeâda a Mifta hira o Capellad mftr dizer a Confiflad , a
Gloria , e o Credo com S. Mageftê dentro da quartina, e fe El-
Rey houver de rezar o Officio divino o rezara tambem com elle den-
tro da quartina , e em fua auzencia o Dead da Capella. Trara o mef-
mo Capellad m 6 r o Evangelho, e incenfo , e o portapaz, e huma
c outra couza alimpara o Sumilher da femana primeiro que S. Ma-
geftade o bcye , e S. Mageftade cftara fcntado , e o Capellao mdr
Ihe fara fua inclinaâd e logo fard o mefmo ao Principe, e feafaf-
tara hum pouco ; e ali hirad os Infantes por fuas idades beijar , far
zendo a hida e a vinda mezuras a S. Mageftade, e a Suas Altezas,
e a clles nad fara o Capellad mdr inclinaâd. Se na quartina eftive-
rem os Infantes filhos delRey eftarad em Cadeiras como feus Irmdos,
e as filhas dos Infantes em Almufadas dc Ras , como fe dilfe aciiita
dos filhos.
XTX.
Se EIRev for a ofFerta fendo dia diflo, eftara preftes hum Re-
poftciro com huma Almofada de veludo , e beijandoa a dara ao Re-
poftciro mdr , e elle tomandoa em ambas as mtos , e beijandoa a po^
ra aos pes do Celebrante que differ a Mi fa que eftara no derradei-
,
ro degrao do Altar; e fe a Rainha eftiver prefente, Ihe pora a Al-
mofada jmra ella na mefma forma o feu Vedor. Ali hira ElRcy
com a Rainha , e o Celebrante Ihe dara a Imagem a beijar, e Ihe
deitara a benâd , e fe for Bifpo Ike dara tambem o ancl a beijar,
e o Efmoler que eftara diante do Subdiacono laniard a offerta no pra-
to , com que fe tomard ElRey a quartina ; e quando fahir , fe fanira.
o Principe e Infantes , e eftarad em pfi fora aa quartina , td que S.
Mageftade volte ; e quando palFar Ihe farad mezura , e fe tornarao a
feus
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74 * ^rovas do Ltv. VII. da Hijloria (jeneahgca
feus lugares;
e ifto mcfmo uzara6 com o Principe , except© EIRey,
c a Rainha , que ha6 de ficar nos feus lugarcs ; e os Embaixadores,
Diiques , e mais pcllbas eftara6 cm pS atalbdos dous pafTos dos leus
lugarcs ; e o mcfmo fara6 ao Principe : defpois dclle nira6 os Infan-
tes , cada hum por fua idadc , e cm quanto forem e vicrem , fe na&
fahira ningucm da quartina ; e os Infantes ,fe pora6 os joelhos fora
do Altar.
XX.
Se a offerta for cm dia da Cruz , ou de milTa nova , hira6 pri-
meiro offcreccr os Prclados por I'uas antiguidadcs , e toda a Capclla
defpois delles; e entab EIRey, Principe, Infantes, Embaixadores,
Duques , Marquezes , Condes, e Eidalgos.
XXJ.
Em mefma forma , e fo diP-
dia de Reis fe fari a offerta nefta
fere cm que o Efmoler oHerta ao Principe , e elle a EIRey
dara
que a laniard por fua mao no prato; e ao Principe dara a offerta
hum Infante havendoo , e cm todos os outros dias laniard fempre a
oft'erta o Efmoler.
XXII.
Em dia da Concciâb em que S. Magcftade vai a offerta ,
fahe
o Principe da quartina ,
e fora della cm p6 , efpera que S. Magefta-
dc volte, e com elle fe torna a rccolher.
XXllI.
Em dia de Nolfa Senhora das Candcas vao primeiro tomar as
vclas os Prclados e Capclla, e defpois vay EIRey, e efiando a Rai-
Jiha e Infantes , fe faz tudo na forma referida. As velas da quern
faz o Officio e defpois que EIRey vcm do Altar a entrega ao Ca-
,
pc!b6 mbr , e elle a da a hum moô fidalgo ; e quando quizer fahir
a Procillao a torna a dar o inofo fidalgo ao Capcllao ni6r aceza , e
elle a da a EIRey; e neffa forma fe ha de Inzer fempre que S. Ma-
gefladc levar vcLi : e fe eftiverem prefentes Rainha , Principe , e In-
fantes fe fara o mcfmo. A vela que fe da a EIRey fera de hunu'.
vara e duas tcr 9 as de cumprido , c de cinco arrateis de pefo. A da I
Rainha de huma vara e duas terras dc cumprido , menos hum terô

de huma fefma , e quatro arrateis e ineyo de pefo. A dos Infantes
de vara e meya e de tres arrateis e meyo de pefo. A dos Embaixa-
dorcs c Duques de vara e terô e de tres arrateis. A dos Arcebifpos
e Marquezes dc vara e fefma c de dous arrateis e meyo. A dos Rif-
pos c Condes dc huma vara c de dous arrateis. A dos do Confelho
tie huma vara menos huma fefma e arratel e meyo ; c affini a da Ca-
marcira mdr da Rainha na6 fendo Titulo , e fendoo conforme ao
titulo que tiver. A das Damas, Eidalgos, e Dezembargadores de
diias" terras dc vara e de tres quartas
;
e para as outras pclfoas de
ineya vara dc cumprido
,
e de qnatro em arratel dc pefo.
XXIV.
Na Prociffab de dia das Candcas de traz do Bifpo bird S. Ma-
ebaJe com os Comnicndadores com feus Mantos e havendo alguns
;
f reladushirab no coufe dos Capcllaens diautc do Cclcbrante ; e o>
Eidal-
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,
da Cafa Kfal To^tu^t 7;A. 743

FiJalgos que na& tiveretn habito ou Manto hira& defpols das pcfToas
que tern lugar dc traz de ElRev.
XXV.
Emdia de Cinza a vai S. Mageftade tomar ao Altar mdr na
mefma forma cm que vai as OlFertas , c com as mcfmas ceremonias;
e dcfpois que o Bil'po a da as PclFoas Reacs , para o que Ihc tirad
0 Mitra, a torna a pftr, e a di aos Embaixadores, Duqucs, Marque-
zes , e Condcs eftando em pe ; e defpois fc alPenta , e a da aos Of-
ficiaes da Gaza , Fidalgos , e mais gente.
XXVI.
Em dia dc Ramos va& as PelToas Reacs tomar a Palma ao Al-
tar que Ihe dl o Celebrante , e defpois que fe recolhe a quartina a
,
da ao Capclla6 m6r ; e defpois va6 os Embaixadores e mais Corte
na forma refcrida.
XXVII,
Emdia de Pafcoa da o Mordomo m6r a vela a ElRey para hir
com na Prociflab ; e quando fe recolhe a torna a dar ao Mordo-
ella
mo mbr ,
e clle a entrcga a hum 10050 fidalgo ; e ifto mefmo fe faz
todas as vezes que ElRcy leva vela que nao vai tomar ao Altar , e
o comprimento , e pefo das velas nas feftas que as ha , fempre fera
o mefmo , que as dc dia das Candcas. ElRcy vay na Procillab com
o Manto ; e porque vay nella o Santillimo , nab Ihe leva o Cama-
reiro mbr a fralda , e a poem fobre os cabos da efpada deixandoos
porem defembaraâdos ; e o mefmo ftz em todas as ProcilToens em
que for o Santifllmo. Os Commendadores vab com feus Mantos do
Pallio para traz e S. Mageftade no coufe de todos , feguindofe junto
a elle de huma e outra parte as Dignidudes da Ordem , e defpois os
mais por fuas antiguidades. Defpois da Ordem de Chrifto fe fegui-
ra a Ordem de Santiago , e defpois della a de Aviz , ambas na mef-
ma forma. Os OfBciaes da Caza nab teriib iicfta ProcilTab lugar , fe-
nab conforme a antiguidade do habito que tiverem ; e rs du Cana
a nab levarab , c fe algum nab tiver habito , hirij de traz delRcy def-
pois dos Criados que tern ali Itittar.
XXVIII.
Ncftc dia de Pafcoa communga S. Mageftade com todos o^
Commendadores ,
e Cavalleiros das Ordens. Ao dizer da confiflab
fe Mageftade hum pouco , e o mefmo farab todos os
inclinara S.
Commendadores, e Cavalleiros que houverem de commungar . tendo
mayor inc1ina5ab que a dc S. Mageftade. O
Repofteiro inbr Ihe o- j
ra a Alinofada na forma jit referida

,
e ElRey lha coftuma mandar ti-
rar , e communga fem ella. A toalha teriib dous Sumilheres. A (3om-
miinhab dara quern difl'cr a Mifta , c o lavatorio o Capcilab mbr ; e
fc elle dilFcr a MiXa , o dara o Deab ; defpois hirab commungar os
Commendadores , e Cavalleiros por fuas antiguidades , aftim corao
vao na ProcilTab.
XXIX.
Nos di.is da Semana Santa fe S. Mageftade aftiftir cm baixo aos
Ofneios eft.l com manto ,
e afliin mefmo os mais Commendadores c
(ivallciros. E-n
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^rovas do Uv. VIL da Hijloria (jenealogtca
XXX.
Em todas as nccazioens em que S. MagcAadc fahir fora da
^
quartina o hao de acompanhar o Alordomo m6r , e os trcs Offi-
,
cia JS da tc o pe dos dcgraos
Cana e os Embaixadorcs , Titulos , c .
Pi dados ie afallanno couza de dous pailbs dos feus lugarcs, c tanto

que S. Magdlade fe recolher , fe tornarao a eiles.
XXXI.
O governo defies acompanhamentos e o fazer eftar nas Igrejas
cada lium eni feu lugar toca ao Porteiro roor.
XXXII.
Em
quanto S. Mageftade cfliver na quartina eftarad fempre as
Guardas alas de huma baiida e da outra dngindo os arcos cm que
cm
el la e em que fe poem o banco dos Condes , c o que efld dc-
elta ,
fronte defte que nao tern grades.

] XXXIII. '
Quando S. Mageftade fe recolher da Capella para cima hira I
com o melmo acompanhamento coin que defceo a clla , e as Guardas

ficarao no mefmo Jugar cm que eftavao ao entrar. ]
XXXIV. I
Ncfta mefma forma em que S. Mageftade efta na Capella, efta-

ra cm qualqucr Igreja a que for, e id havera o acrefeentamento fe-
cuintc. Hum dos Capitaens da Guarda com feu Tenente hira6 com ^
huma Fdquadra a Igreja a que S. Mageftade houver de hir, primeiro
que ella I'e abra, e mandaiad tiiar todos os banens, e pdr em cada
meza hum Soldado com ordem que fe nad aft’ente ningucm iiclla; e
nao deixarad entrar na Igreja , fenad a qiiantidade de gente que cou-
ber nclla , em forma que nad Hque cmbara 9 ada ncm pejada , para que
S. Mageftade nad entre com apeito. E quando S. Mageftade cheg.Tr
a Igreja eftarad a porta o Capitad e 'J enente , e o Gipitad hira
acompanhando a S. Mageftade tanto que entrar , c o Tenente ficara
a porta para que nad entrem mais que os que forad acompanVando
a S. Mageftade ou outras peftbas dc refpeito fe ainda couberem , c •
all eftard td que S. Mageftade fe recolha. l
XXXV.
Nosmais dias Santos ou de Quarcfma cm que houver MilTa
cantada , Vefpcras, Completas , ou qualquer folemnidade em que S.
Mageftade nad houver de hir a Capella , vai a Tribuna , e entad nao
acompanha a Guarda, mas os Titulos, OlHciaes, e mais Eidalgos ,
que podem acompanhar a S. Mageftade, que ali fe acharem, o fara6
na forma em que ftca dito; e fuccedendo que fe ache prefente algum
Embai.xador , e queira acompanhar a S. Alrgeftade, hira no feu lu-
;ar, e nad querendo hir para a Capella ao feu a'Peiuo , Ihe pora6
iluma Cadeira ra^î na Tribuna que fica junto a de S. MageftaUe
; e
os Titulos, e Prelados hirad para baixo tomar os feus lugares , e a
toalha que cobre o fitial que elU na Tribuna , tirara o Sumilher da
femana , c nad o Capellad m6r.
XXXVI.
Ncfta Tribuna de S. Mageftade nad tem entrada mais uuc «s
Ofil ciacs
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,
da Cafa %eal Tortagaeâ, 745

Ofliciacs da Caza , Confelheiros dc Eftado , e os IT1090S fidalgos quo
tivcrem Officio , e nella na& ha prccedencia ; e adverrirl'eha , quc nao
ha6 de meter os p^s na Alcatifa , nem ha& de pafiar da Cadcira de
S. Magcftadc para diante , inda que feja nos cantos da Tribuna, ncm
emparclhar com clla , nem fe ha de fallar alto.
XXXVII.
Na outra Tribuna junto a de S. Mageftadc poderao eftar os
mefmos Officiaes da Gaza I'e quizerem , os Confelheiros dc Eftado
ue na6 forcm Titulos , Prefidentes dos Tribunaes , c os que forcm
a o Conl'elho , e porque nella podem eftar fentados e cuocrtos , fc
pora6 os bancos neceflarios.
XXXVIII.
Quando S. Mageftade eftiver na Tribuna tcra& advertcncia 6s
Titulos , que quando forem tomar o feu lugar , fara6 primciro mczii-
ra para o Altar , e dcfpois para S. Mageftade a qual fe fara na6 do
meyo da Capclla por nao virar as coftas para o Altar , mas defviado
hum pouco para a ilharga donde fe cntra e a mefma advertcncia
*,
tcra6 quando fizerem mczuras para a Tribuna da Raynha que ha dc

fer da outra banda ; c defpois quando chegarem junto do leu aft'cnto
fat a6 cortezia as Damas , mas efta nad ha de fer ta6 baixa como ns
das pelfoas Reaes ; e fcndo cazo quc eftcja6 as Damas em parte quc
do mefmo lugar cm quc fe faz a mefma a S. Mageftade fc poft'atam-
bem fazer a cllas , a tara6 ,
dando porem dous ou tres pallos do lu-
gar em que a fizera6 a S. Mageftadc ; c ifto mefmo fe ha de guar-
dar eftanao S. Mageftade na quartina e na paftagem da quartina para
o Altar, fe tera a mefma advertcncia dc nao virarem as coftas , nem
para a quartina , nem para a Tribuna da Rainha.
XXXIX.
Acabada a Mifta nos dias que na6 forem forâdos o pngem da
campainha dara os recados a S. Mageftade na forma quc iica dito ^
porque a clle fo toca o fazello , affim dos que forem fallar a S. JMa-
geftade , como dos quc die tiver mandado chamar ; c o primciro re-
cado que data naquclla hora , ha de fer do Sccrctario que entao vier
dcfpachar com S. Mageftadc ; e em quanto die eftiver dentro , na6 (
dara recado , fena6 de peftbas a que S. Mageftade mandafte vir aqucl-
la mefma hora , ou de Miniftro quc diga que traz negocio precizo
como as vezes acontece. E o mais quc toca ao pagem da campainha
hira a diante , e faltando die , fervira em feu lugar o da mala , e o
da caldcirinha aos dias j e faltando dies , o fara o moô ftdalgo que
primciro vier.
XL.
As cazas do quarto novo fe ha6 dc repartir defta mancira. Na
primeira defpois de fahir a cfcada , affiflirao os moôs da Camara ac-
crelcentados , Cjvalleiros fidalgos , e dies foros fcmelliantes mie
vem no Pajo , dali para dentro os Fidalgos c Dezembargadores. Na
do primciro Docel os Titulos, Confelheiros de Eftado, e Officiaes
da Caza todos defeubertos , na6 fendo Titulos. As do fegundo Docd,
e dahi para dencro fau as cm que S. Mageftade coftuma affiftir.
Tom. IV. Bbbbb A por-
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I
7 ^^ Trot as do Uv. VII. da Hijlot'u (Jfueulogua
XLT.
A porta da caza cm quo S. Magcftadc afllftir da parte dc fora
ha dc cftar o pagcm da campainlia para a ouvir; e o Portciro da
Camara na porta da caza do primeiro Docel da banda dc fora , na
aual data fomcntc cntrada aos Titulos, Arccbifpos, Bifpos , Confe-
Ineiros de Ellado , Offidacs da Caza , Sccretarios quc delpajhao com
S. Magcftade , e mo<;os fidalgos , quc fervem cm corpo , e as mals
pdToas a que S. Mageftadc manda cobrir , quc nao fcjao Titulos.
XLII.
Na caza de fora defta cftarao os Fidalgos e Dczembargadores ,
a qucm abrira as portas o Portciro quc cftivcr a ellas ; e advirtafc
quc ndlas cazas nau fe palTca , non fe falla alto , ncm fc ciicolla
niiigucm aos boletes..
XXTII. i
Tanto que S. Magellade acabar o defpacJio com os Sccretarios,

fcndo tcr^n , ou quinta feira fahe a dar audiencia geral , e ellando
prefente o Repodciro m&r Ihc chcgara a Cadeira que cfta dcbaixo
do Doccl , e cm fua auzencia o Vedor da femana. O Mordomo m6r
fc pora da parte direita na mefma parede do Doccl ao canto com
fua cana na ma6 , c alTim nclle ado , como cm todos os mais publi*
cm que houver de tomar cana , quando apparecer diante dc S.
’
cos
Magdladc, a levara ja. Do
canto para baixo fe porao todos osTi- *
tulos Eccicfiafticos e fcculares por I'uas preccdencias , c dcfpois dellcs

os Confclheiros dc Ellado , e logo os Prczidentes cntrc os quaes
nao havera preccdencias.
XLIV.
Da
outra parte da banda efquerda do canto da parede para bai-
xo , porao os Otficiacs da Caza , comeândo pello Portciro m6r
fe
com fua cana na ina6 ; porque nas audiencias e comidas tem fempre
o primeiro lugar , e dalii para baixo os mais Ofliciacs da Caza Cem
prccedcncia , c logo os do Confelho , e mocos fidalgos. ;
XLV.
O Meftrc Sala eflara com fua cana diante dc S. Mageftade no
‘
tneyo da caza para a parte direita , e para a efquerda o Eferivao da

Camara que toma as peti 9 oens com feu facco de veludo para as re-
colher , e o Corregedor da Corte e Caza na parede defrontc de S.
Magefnde.
xr.vi.
O
Portciro da Camara ellara a porta para dar as entradas , ad-
Tertindo que quern fallar cm huma audiencia , nao fallara na feguin-
te , e comcâr.! pellos Religiozos c pclToas authorizadas , e liinpas
,
em forma quc alcaneem tambem os pobres e miferavcis ; as Mulhe-
res data entrada antes dc acabar a auJiencia. Nos mezes dc Novem-
bro ate Marô procurara que entrem os Soldados, porque efle he o
tempo quc fe Ihe tern dado para tratar de feus defpacnos ; e nos tem-
pos das Naos os que fe embarcao para a India.
XLVII.
Sc S. MagcIbJc fallar em alguma caza pequena em qu e os Ti-
tulos
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,
da Cafa 7(eal Tortugaesâ, 747

nilos e Officiaes da Caza , e iriais peflbas que alliftcm nas audiencias
fe na& po(Ta6 extender pella parcde , fe podera6 p6r huns diantc dos
outros , ficando os Titolos mais antigos arriinados a parede ; e luc-
cedendo quc na6 haja lugar para caberem , aflim os Titulos comp
Officiaes da Caza , fempre os da Cana ha6 de eftar , e os dc mais
antes quc cntrem vera& primeiro fe ha lugar.
XLvm.
Deda caza em que S. Mageftade der audiencia , tera cuidado o
Mcdre Sala , e aflim nella coma em todas as mais at6 a ultima em
que f6 podem entrar os Titulos , fara que todos clleja6 compofta-
mente em o lugar que Ihe toca ^ e aflim mefmo , e em todo o tem-
)o , e em todo o lugar tera junfdicab fobre os moôs fldalgos , e os
Jari afllflir ao ferviô de S. Mageflade como fab obrigados , e que
continuem com grande cuidado as li 9oens que Ihe derem , e os ad*
vcrtira a cada hum de como devem proceder.
XLIX.
Ao Sabbado da S. Mageflade audiencia particular, que he para
os Fidalgos , e alguns Miniflros mayores , e fera fempre n’uma das
cazas de dentro , e afliflirab nella os Titulos , Ofliciaes da Caza
Confelheiros de Eflado , e Prezidentes ; e nefle dia da as entradas
da porta o Portciro mbr , aflim como nas gcraes as d^ o Porteiro da
Cama.ra
L.
E dando S. Mageflade alguma audiencia na Camara , que para
nab fazer duvida fe declara c^je he a em que eflil a cama, entab nab
manda S. Mageflade cobrir os Titulos. Nefla caza fe coftuma dar as
audiencias fecretas aos Embaixadores , ou as peflbas que S. Magefla-
de Ihe parecer e todas as vezes quê S. Mageflade efliver fb, ou
j
nab eflanJo mais que os Officiaes e Titulos , em qualquer parte ou
caza quc feja, como nab efli em publico, nab manoa cobrir ningucra.
d.
As entradas neflas andicncias fe darab fempre primeiro aos Fi-
dalgos velhos , e peifoas que tiverem tido poflos mayores.
LIT.
Acabada a audiencia |\'ai S. Mageflade comer, e fe o fizer em
publico afliftirab os Titulos , Officiaes da Caza , e mais pefl'oas quc
tern lugar nas audiencias publicas , e na raefma forma em que eftab
ncllas. A caza em que S. Mageflade deve comer fera de ordinario a
do primeiro Docel , a refpeito de quern entra , e fegundo a capaci-
dade defla caza ou de outra em que S. Mageflade comer poderab ter
ciurada mais pcIFoas que as que entrab nas audiencias.
LIII.
Ao Vetlor da femana toca mandar vir as Iguarias a tempo que
as honze horas eftejab na copa ; e comp tudo efliver prefles darab
recado a S. Mageflade , e querendoo fazer o Mordomo mbr , achan-
dofe prefente o podcra fazer.
.
LTV.
As Iguarias hab de yir acompanhadns da cozinha para a copa
Tom. IV. Bbbbb ii do
,
74 ® ^rovas di Liv. Vll. da Hifloria (jenealogtca
do Vedor da femana, o qual vir4 fenpr- defcjSerto, ain.li qtie feja

Titulo. Virao tanibem com ellas o Guarda R.cpofta , e o fervidor
da toalha da femana , e tra1as-ha6 os M
090 S da Camara entre duas fi-
leiras de SoldaJo; da guarda , e por onds quer que palTarem , tirara 6
os chapeos todas as pcIToas que as encontrarem , e que eftiverem por
onde ellas forem parando , e defviandofe do caminho , ainda que («•
ja 6 Titulos.
LV.
A meza pora 6 os Repofteiros da copa , para o que tera 6 hu-
ma elleira de verao . e alcatifa de inverno que fera na largura e
comprimento , de moao que a meza fique poUa na ponta da alcatifa
para que o Trinchantc , e Officiaes da meza na 6 fiquem com os pis
polios nclla , e fo o ficard 6 os mo;os lidalgos que cAa 6 de jocinos
chegados a Cadeira. Se na caza houver Docel fe pora debaixo del-
le. Tanto que a meza eftiver polb, e nclla fe puzer o falciro , e o
pa 6 , ou alguma couza de comer , allillira o Mantieiro na mefma ca-
za , ate que S. Mageliade vd para a meza , porque a elle toca dar
conta do que alU fe puzer de comida ; e tanto que a meza eftiver
pofta , nao fe cobrira nenhui pelToa das que eftiverem na caza ain-
,
da que feja Titulo , c menos palTearaft , ou fe alTentara 6.
LVI.
Chegado S. Mageftadc a meza, fahira a bcnzella o Capella 6
mor com dous Capcllacns Domarios daquclla femana ; e em fua au-
zcncia o Bifpo da Capclla , e na de ambos o Sumilher da quartina
da femana.
LVII.
Tanto que fe acabar a ben 9a& chegara o Repofteiro mdr a Ca-
deira para fe S. Magcftadc fentar , e acabada a meza a tornara a af-
faftar , e defpois de adentado acenara S. Magcftade aos Titulos pa-
ra fe cubrirem , e adlm ellcs como os Officiaes da Caza , c mats pel-
foas que alii tern lugar o hira6 tomar, na mefma forma em que o
fazem nas audiencias , tirado o Vedor , porque fe pord a parte direi-
ta de S. Alagcftadc defronte do canto da meza ; mas nao ta& chegado
a ell a como os Officiaes que fervem 3 meza, c com os pcs fora da
alcatifa , e o Mcftre Sala fe pora da nutra banda na mefma forma.
LVIII.
Os Medicos had de Rear no outro topo da meza da banda ef-
querda , entre ella e os Officiaes da Caza.
LIX.
Defpois dc S. Magcftadc eftar fentado ha de o Vedor chegar a
porta da caza em que S. Magcftade comer , dnnde virdd dous Portei-
ros da Cana , e de traz dclles tornara o Vedor \ e logo o Mantiei-
ro com o prato dc agoa as maos na mad dircita Ics'antada coin elle
ate o hombro, e na efqucrda o gomil defronte da cintura
, c affim
vira com o rofto na meza , c os Porteiros chegardd hum pouco afaf-
tados della, e fazendo fua mezura, fe apartarad cada hum para fua
banda ; c o Vedor pafTando a diante chegara tc junto da alcatifa
’
onde fard fua mezura , e fc tornara para o feu lugar.
OTrin-
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,,
di Caja 7(eal lôrtMgueâ. 1^9

LX.
O
Trinc’iante ha de eftar cncoftaio a pareJe com os mais Of-
ficiaes da Caza , e tanto que os Porteiros da Cana , e Vcdor vicrem
perto da mezi fe fahira do feu lutâr , e vira m;tcr entre o Vedor
c Manticiro ; e como o Vedor fizcr fua mezura fe pora no meyo da
ineza que he o lugar que Ihe toca , mas na 5 le arrimara , ncm pora
as maos nella. O Mantieiro fe pora a ma6 efquerda do Trinchante
do mefmo modo chegado a meza, e Ihe entregara o prato, e gomil,
e o Trinchante o bcijara e chegara a S. Mageftade com a mao ef*
querda , e com a direita deitari a agoa com o gomil ; e tanto que S.
ilageftadc lavar as maos tornara o prato , e o gomil ao Mantieiro ,
e elle o entregara a hum Repofteiro da copa. De traz do Mantiei-
ro alguma coufa para a parte de fora eftard o Efcrivao da cozinha.
A toalha para S. Mageftade limpar as maos trara hum mogo da Ca-
mara num prato , e a dara ao Vedor , e elle a deitara a S. Magefta-
de , e S. Mageftade a torna ao Mantieiro depois que fe alimpa , e
elle a tomari num prato , e a meliiia ceremonia fe fara na agoa as
maos do fim da meza.
LXT.
Antes das Iguanas hirem para a meza , tornara o Vedor da fe-
mana a falva , para o que hum Repofteiro da copa pora num prato
pcqueno a roda humas fatias de pa& dclgadas e do tamanho de hum
de.lo , e o chegard ao Vedor tendoo na ma6 e na6 no pondo na
,
copa e elle com
•,
as fatias hira tocanJo cm cada huma das Iguarias ,
e provandoas.
LXIT.
Lavadas as mios , e feita a falva hira6 as Iîarias para a meza,
hinJo diantc dellas o prcft^?! e de traz dclle o (ervidor da toalha da
,
feinana com huma deitada ao pefcoô e huma iguaria nas maos , c
,
de traz dclle os mojos da Camara , e pondoas na meza e o Manti-
,
eiro hiri paTando algumas nan a fua parte e acommodandoos de rao-
,
do que caibaS. As que EIRey quer comer pede ao Trinchante
,
c elle tirara do prato a que ElRcy Ihc diTer; e quando EIRey nao
diTer nada , efcolhera a que Ihe parecer melhor, e o chegara a EI-
Rey , e tornara a tirar os mefmos pratos em que EIRey comeo , e
os dari ao Mantieiro 'e elle aos moôs da Camara mas os pratos
, ,
em que EIRey dcitar os olTos , ou couzas I'emeihantes , tirara o Man-
tieiro , e nao o Trinchante.
Lpil.
O* M050S
Fidalgos aftiftirao a meza de joelhos junto a Cadei-
ra de Mageftade de huma bania e da nutra fobre a alcatifa , e fe
S.
alcvantario no fim da meza dclpois de agoa as maos , c a dous dd-
les data o Mantieiro os abanos qiian Jo cliegarem as Iguarias.
LXIV.
AcabaJas as Iguarias, hira o Vedor a porta da caza bufear os
doces , que trara nunia coafitcira e guard.-i repofte , c em hum prato
grande com huma toalha por ciina , c diante do Vedor viri6 dous
Porteiros da Cana, aflim com? quaiido yem a aôa its maos, e pon-
do
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7 50 ^fovat do Uv. Vll. da Hifloria (jeneah^ca
do o guarda repofte a confiteira com o mcfmo prato na meza a def-

cuhrira , c o Trinchante a chcgara a S. Magcftade ; c tanto que S.
Mageftade acabar de comer os doces , c repartir algum com os moôs
fidalgos , a tornara a entregar ao guarda repolle que a Icvara.
LXV.
OCopeiro mftr eftara junto a meza alem do Mantieiro, e tan-
to que Magcftade Ihe pedir de beber , hira a caza de fora onde
S.
cftA a copa
, e diante delle fe lanâra a
bebida no pucaro e ali mef-
mo diante dclle tomar^ o Copeiro pequeno a lalva na forma ordina-
ria , e darS o pucaro ao Copeiro m6r , que o levara na ma& dircita,
c a falva na cl'querda , e hirab diante o Copeiro pequeno , e os Por-
tciros da Cana fazendo pra9a at^ chegar a meza da banda efquerda,
cu ik que eftiver defocupada , onde o Copeiro pequeno tirard a fa- .
pa do pucaro , e a ter^ com a ina6 alfada bem defronte do hombro

eftando de joclhos , c o Copeiro m6r , tambem de joclhos , lanâri
hunra pequena de bebida na falva , e provandoa , dar^ o pucaro a
Ellley tendo a falva debaixo delle , e como S. Mageftade bebe , Ihe
torna o Copeiro dar o pucaro ao Copeiro pequeno , que entao fe le-
vantara , e pondolhe a I'apa que tern na ma6 , o levara ; e o Copei-
ro m6r faza:ndo fua mezura tres palTos a traz fe tornari ao feu lugar;
o guarda repofte, e o Copeiro pequeno aftiftirao na caza da copa em
quanto S. Magcftade comer , para onde vird6 tanto que nclla eftiver '
a confcitcira , ou comida.
LXVI.
Acabndo de comer chcgarl o Trinchante hum prato de cortar
a S. Magcflade , e lanâ nclle a faca, collier, garfo, guardanapo cm
que S. Mageftade fe alimpou , e pa6 que Ihe fobejou , e o Mantieiro
pori nefte tempo na meza hum prato grande em que o Trinchante
virarl o que tirou ElRey , com o que nelle Ihe poz , e logo cm ou-
tro prato de cortar pora as fuas facas, garfo, colher, e guardanapo,
e o tirarl o Mantieiro, e o dari a hum 01090 da Camara, e defpois
IcvantarJ o Trinchante a primeira toalha, c o Mantieiro a pora no
j
inei'mo prato grande; e o darJ aos que lervem a meza. Nefte tern- 1
po fe Icvantarab os mo90s fidalgos , e fe afaftarab da meza , e vira o

Mantieiro com a agoa as mSos na forma em que I'e faz ao principio ,
e logo o Vedor do feu topo , e o Trinchante do outro levantarao a
ultima toalha , e recolhendoa o Mantieiro num prato grande , a cn-
tregara a hum Repofteiro da copa , que eftara de traz dclle , e fazen-
do Ilia mezura fahira , e o Repofteiro ni6r vira afaftar a Cadcira , c
o Capellab m6r a dar as gra9as , tudo na forma j.i referida , e os
Officiaes todos acompanhardb a S. Magcftade ate a fua camara , ou
caza onde parar , e ali fazendo fua mezura fc recolherab.
LXVII.
Sc alguma pcIToa nefte tempo mandar alguma couza a S. Ma-
geftadc ,
o Vedor fc chegard mais perto da meza ,
c Iho dira.
LXVIll.
Efla forma he a que fc guarda quando S. Magcftaile come em
publico ordinariamentc , porem fendo em dia de mayor fcftaafllna co-
mo
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'
da Cafa %eal To^tugne?â. 751
mo nos dias no de Keys, nrt de .confoada de Natal,
das Pafcoas,
ou cm oiitro qiic por alguma occaziao peâ mayor folcmnidadc , le
acrcccntara quc as primciras e ultimas iguarias , e a fruta acompanhao
os Portciros da Cana, c logo os das ma9as, e dous Keys dc Armas
araiitos c pafPivantcs , e d'e traz dclles o Portciro mor , Vcdor, e
Mellrc Sala na forma quc fica dito , todos dclbubcrtos , ainda que fc-
jao titulos, e no ultimo lugar o Mordomo in6r cubcrto , c alTim lii-
r.i tc quando quizcr fazcr a mczura junto de ElRcy , e nclla I'olem-
nidade lev'a a fua infignia ao hombro.

LXIX.
Succedendo que S. Magcftadc coma came em dia de peixe dcve
p^'rfc a meza numa caza mais dentro da coftumada , nao entrarao os
Portciros da Cana, affiftirad fomente os Officiaes da Caza; o Vcdor
hira e vira a porta fern os Portciros, e as outras ceremonias ; e fd
,
quando vier a fruta entao podera6 entrar as peflbas que tem lugar
nas comidas publicas.
LXX.
Nas occafiocns de nojo afllftirao a meza os Officiacs , c os rpo-
90s da Camara , da Guarda-Roupa trarao as iguarias da copa te a mo-
za , e ila meza as tornarao a levar ; e os mo90S da Caraam as trarao
da cuzinha a copa ,
na forma que fica dito.
LXXI.
Eftando S. MagelVade docnte em cama , vira a comida acompa-
nhada na forma referida ; o Caniareiro mor he fd o que da de co-
mer ; c porqiie na6 ha meza, nao fervem os Officiaes : no apozento
CUT que S. Mageftade eftiver dcitado , enrrara fomente o Mordomo
mdr , e os Gentis-homens da Camara fe S. Mageftade os tiver , e o
Gentil-homcm da femana ou dia qne fervir a S. A. ou aos Infantes
tern tarabem entrada o Eftribeiro ni6r no dia que S. Mageftade com-
mungar , e o Mordomo mor da Rainha ; e todos baterad primeiro
quc entrem.
LXXII.
Tanto quc S. Mageftade acaba de comer fe fecharad todas as
portas do Pa90 , e fo ficara aberta a da primeira fala ; e no Verao
as tres horas da tardc , e no Inverno as duas hirao os Portciros ca-
da hum para a que tiver a fua conta e as terao fcchadas , dando
,
as entradas na forma apontada.
LXXIII.
Nos dias em que coftumad vir os Tribunacs ,
tanto que eftive-
rern os Miniftros juntos
,
ou a mayor parte , dara o pagein da cam-
painha recado , e como entrarem em delpacho , nao dara nenhum ou-
tro de nenhuma peftba
,
falvo fe vicfl'e algum dos Secretaries , ou
Corregedor da Corte , ou fobrevier algum negocio de tal prella que
nao polfa efperar.
LXXIV.
Nos dias em que os Tribunacs nao defpachad, o fara fempre
o Sccretario do Expediente, c como entrar em defpacho-com S. Ma-
geftaJe na6 dara o pagem da campainlia rccado fenad na forma refe-
xlda
,
7y2 Turovas do Uv. VII. da Hlfloria (jenealo^ca
rida e defpois qiie e!Ie fe for, na6 dara mats rccado at <5 o raeter
;
da<; vellas
; e enta6 I'e eftiver ahi algum Prefidcntc , Secrctario , ou
Corrcgcdor da Cortc dard recado , e defpois dillo o na6 fara. PcI-
las manhfas taiito que dercm onze horas na6 dari mais recado , nem
as noutcs fe S. Mageftade tallar a algumas pefToas , o dard de Invcr-
no ddpois das outo ; c fe nos mczcs de Outubro tc Mar^'o S. Ma-
geflade mandar chamar algumas pefToas para Ihc fallareni , nao bate-
ra , mas dara recado , ouando S. Mageftade tangcr a campainlia on
,
delpois que dci em letc horas , e fempre fe cntende que fe na6 ha de
ir buftar S. Mageftade eftando no jardim , ou parte feniclhante, fc-
naf) quando eftivcr iias tazas cm que coftuma aftlftir. Nos dias de
AlilTa cantada em que hoiiver prcga9a6 nao dara recado fena6 depef-
I’oa que for chaniada c para podcr continuar melhor terd lium ban-
,
qiiinfio para Ic alfcntar junto da porta da caza onde S. Mageftade

coftuma afliftir.
LXXV.
Sc S. a pd hira acompanhado na mefma for-
Mageftade for fora
ma em que deicc a Capcila , e fendo jornada cm que faya fora dos
Paôs hira o Eftribeiro m6r de traz (o que na& podera fazer nos Pa-
90s ) hindo a cavallo. Tambem o acompanhamento ferd na maneira
rclerida liird o Eftribeiro mbr de traz pondofc para ilfo a cavallo,
tanto que dcr o cllribo , e bird em fileira com o Guarda m6r , mas
a fua ma6 dircita , e o Mordoino m6r , Portciro mbr com ftias canas
levantadas e ammadas ao hombro , e alTim inefmo hirdo os Portciros
da ejana , cujo lugar he entre as duas alas, na diftancia em que aca-
ba6 os Officiacs da Caza.
LXXVI.
Se S. Mageftade for em coche ha de hir ate ellc acompanhado
na forma referida ; e em chegando aonde elle eftivcr , o Eftribeiro
pequeno tirard o eftribo , c o entregard ao Eftribeiro mir c defpois •,
que S. Mageftade eftivcr dentro mandard entrar o Eftribeiro mbr

que fe affentard no Eftribo da banda dircita no primeiro lugar que
be o mais junto a S. Mageftade e entrardb tambem no coche aef-
,
pois do Eftrilieiro mbr as pelToas que S. Mageftade ordenar, c as que
colluma chamar fab o Mordomo mbr, que fe fentard no eftribo da
parte efquerda junto a pclfoa de S. Mageftade , e o Camarciro m 5 r
(Nota.)
que no eftribo da parte dircita, defpois do Eftribeiro mbr^
fe afi'entard
ra ^:rvu l?«5 c hindo S. A. no coche o Gcntil-homem da Camara do fervi90 da-
$uii* {mviuJtf no fff'iC 0
Ct'nitll •ntevi lio Canu’
quelle dia
,
do coche de S. Mageftade bird hum coche com os
diante
T0 it d^ttm sht St nfif-
Officiacs da Caza, e diante defte o coche de refpeito, e diante del-
ttt In/eniti , tlUjo^t Ic os cavallcs da pelToa. De traz do coche de S. Mageftade na efpa\_
VO (ofkt dot f’codorci
dcira dcile (fe S. Mageftade andar no campo) bird hum nioô dii el-
do mff'trio S.nAor prt-
Jtrtn fotHt ejici , ou tribeira fentado
>***
,
e na6 terd efte lugar, andando S. Mageftade nos
€0 fli( dn Camara do $<• povoados , e os outros 1110905 da eftribcira hird6 ao redor do coche,
t.Uor In^dmo tn.Utfi*
fe cliovor ,
,
e a cavallo cm corpo os pagens da Mala, e Caldcira
t“h ‘Ut da Jaj I ' adoi tt '•
\ e
t a Stnhor
An.cut* fjôihto
/«/..#,.•< U. poderdo levar capotes
,
e tambem de traz ; e a cavallo bird o Guar-
0 da mbr
j‘ti* \atruih '-NUvn
hi.
n# ,
e o Capitao da Guarda ;
c fe fbrem ambos os Capitaens da
i 06 hed,tJ.to Catnar^. Guarda ,
hira o Guarda mbr no meyo , e fe for 1 mm f6 bird a ma6
etquer-
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,
da Cafa âl Tomguesâ, 753

cfoucrda do Guarda rr.iSr , e a mais Corte quc acoinpanliar a S. Ma-
gcltade hird em
feus coches de traz deftc , e tanto que S. Magcftadc
fahir do coche na parte aondc for, tomard o Guarda mor o feu lu-
gar , e os mais Oftciacs os feus; fe S. Mageftade for cm coche reti-
rado ,
levard as quai tinas fechadas ,
e no mefrno coche os Criados
quc efcolher ,
fern nenhum outro acompanhamento.
LXXVII.
Todasas vezes que S. Mageftade fahir fora terd o Vedor da
femana prevenidos doze mo^s da Camara , que com doze toclias
brancas efperem por S. Magedade a boca da noute , c o acompa-
nhem aa caza cm que parar, e os OfHciaes da Caza que
tc a porta
vicrem com elle acompanhardo tc a mefrna caza , alnda quc feja a
I Camara , e fazendo fuas mezuras fc recolhcrdo.
I,
LXXVIII.
A noute metera6 as vellas no apofento em que S. Mageftade
elliver dous moôs fidalgos ,
hindo diantc delies o Meflre Sala ; e fc
S.Magedade ediver nas cazas intcriores , Icvara hum mo;o ddalgo
huma vella fdmente.
LXXIX.
Edando S. Magedade em Confelho de Edado , ou de Merccs
ou com algum Tribunal em defpacho , mctcrd& as vellas na mefrna
forma dous mogos fidalgos para o bofete de EIRcv , e outros dous
para os outros que houver na mefrna caza , e edantio prefentes tan-
tos mofos fidalgos quantas forem as vellas quc fe houverem de me-
ter ,
entrardo todos juntos de dous em dous , cada hum com fua vcl-
la,
e fe ediverem 16 dous , meterdb ambos humas , e defpois ourras.
Ao Sccretario que ediver cm defpacho meterd huma vella hum mo-
50 da Camara do fervico , e o mefnio fara para o bofete em que ef-
tiverem os Eferivaens do Tribunal quc defprehar com S. Magedade,
e tanto que os mo«jos fidalgos entrarem com as vellas fe levantard&
os Confelheiros , c tanto que beijarem os cadi^cs para p6r as vellas
I no bofete fard6 fua mezura , e fe tornardo a aftentar.
f LXXX.
Quando S. Magedade fe rccolhc de huma caza para outra Icva-
ra a vella hum moco fidalgo.
LXXXI.
Qiiando o Mordomo m6r ou Vedores fahirem , acompanhario
ao Mordomo mbr dous moôs da Camara com duas toclias , e aos
Vedores hum moco da Camara com fua tocha.
LXXXII.
Recolhendofe S. Magedade a noute do feu quarto para o da
Raynha , antes de fe defpedir o acompanha6 as peffbas , que fe acha-
rem prefentes na forma apontada ; c logo faliird& todos , e nao tc-
I rdf) mais entrada alguma
,
fena6 o Camareiro mor , e os moôs da
. Camara tla guarda-roupa , on alguma pedba que vier com liccii9a , e
rrdem particular de S. Magedade ; e quern quer que for o nao mnn-
da S. Magef.ade cobrir , porque neffe tempo todas as cazas fao fecrc-
tas , e defies horas defde que S. Magedade fe defpir atd as em que
Tom. IV. Ccccc fc
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,
754 ^rovas do Lh. VU. da Hifloria ênealogica !
ra mnnliaa fcguinte eftard a cainara , c o govcrno

^
fe tornar a vcftir
della a ordem do Qimarciro ni6r prcccdcra na camara ao Aiordomo 1
'
m6r , e a qualquer outro Official , ou Titulo , fc a cafo ali for com

ordem de S. Mageftadc , como fica dito , e pafTadas eltas horas na6
tera mais ella prerogativa , nem ainda na camara. A die toca defpir,
e vcflir a S. Magclbdc , trazendolhe as peflas os moôs da Camara I
da guarda-roupa quando S. Mageftadc nao dormir no quarto da Rai-

nha , ha elle de dormir na ca2a mais chegada a em que S. M.igefta-
de dormir junto a porta , para acudir a toda a hora que S. lMag(â-
de chamar. O Guarda m6r dormira na outra caza que fe feguir a
efta , em que dormir o Camareiro mor. E na caza antes da primeira
la la os mofos do monte.
Decreto delKey D. Pedro II. da prejerenda dos Ccn/elheiros de

^fiadof nas Juntas ^ e Trihunaes, Tirey-o do liv. y dos Co-
piadores do Duque de Cadaval D. Nuno, pag. y.
Nura.
An. i6pi.
14 r Uy fervido rczolvcr que aos Confelheiros de Eftado fomente fe
d6 nas juntas da Seerctaria de Eftado a campainha e nos Tribu-
nacs , e cm todas as mais partes , que affiftirem por ordem minha
j
I
para me aconl'clhar , prefcrira& a todos os que na6 forem Confelhei- 1

’
ros de Eftado , e para que efta materia nao pofta vir mais cm duvi-
da , o Confclho de Guerra o tenlia alllm entendido. Lisboa 9 de Ou-
tubro dc 1691.
Rivard pelo qual fe erigio 0 Tribunal da Junta dos Tree

Fjlados.
U
Kum. 15
Ad. 164}..
E ElRcy fago faber , aos que
mandome com o que fe alTcntou
eftc Alvara virem , que confor-
pcllos Tres Eftados do Rcyno
nas Cortes , que mandey cellebrar o anno palfado. Hey por bem ,
era o dito que os Regimentos das dccimas , real de agoa , e mais an-
natas feitas pellas pelfoas deputadas pcllos niefmos Eftados, e apro-
Tados por mim , fc cumpram , e guardera como nellcs fe contem , c
que a Junta defta Cidadc, e mais do Reyno comelTem a exercitar a
jiirifdi9a6 , que nos ditos Regimentos Ihcs tenho concedido. E por-
que o Eftado dos Povos pela faculdade que Ihe dey nomiou por fua
parte para Miniftro da Junta , que ha de alliftir nefta Cidade ao Le-
ccnciaoo Simao Dorta que tenho dcfpachado para Juis dc fora da
Villa de Aviz , nomeyo em feu iugar ao Doutor Sebaftiam Cezar dc
MenezoB , do meu Confelho e do geral do Santo Officio Dezembar-
ador do Paô , e Bifpo cleyto do Porto ; e a Dom Antam de Alma-
fa , do meu Confelho Embaixador que foi na Corte dc EllVey de
Gram Bcrtanha , e D. Alvaro dc Abranches e Camara do meu ôn-
felho de Guerra , nomcados pello Eftado da Nobreza , os quaes com
o Bifpo meu Capellam mbr nomeado pello Eftado Eclcziaftico e Fran-
eifeo dc Carvalho ConfcUiciro de minha fazenda entenderau no def-
Facho
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,
da Cafa %ed Tôrtugaeâ, 755

pacho das cmizas contheudas nos ditos Regimentos c para i(To Ihcs
concedo toda a jurifdi5a6 , e authoridade necefTaria fern embargo de
quaifqucr leys , e ordenacoes , que em contrario haja , e Ihe altlftird
quando for necelTario o Procurador de minha fazenda para requercr,
o que coniprir , e fara o Officio de Sccretario da Junta , Joam Perei-
ra de Caftcllo Branco , fidalgo de minha Caza , e meu Efcriva6 da
Camara , efcolhendo para iflb os officiaes de que tiver neceffidade
pelToas de toda a fatisfaâb , que feram aprovadas pclIa mefma Junta,
e fe fara na caza , que te gora occupavao a do provimento das fron-
,
teyras , e terao a mefma jurifdi9ao , e toda a outra que Ihe compete

pellos ditos Regimentos c Ihe encomendo muito procurem quanto
Ihe for poffivel abfterfe , e aceytar peti^des de partes , porque delfas
devem conhecer os Juizes dos feitos da minha Fazenda, que tern
Tribunal , e Juizo Contenciozo e efta occupa9a6 podc divertir a
•,
Junta das couzas mais importantes , em dano aas partes , e do meu

ferviô. E porque conforme o alTentado em Cortes ha de aflilHr na
Junta, para ver, e lembrar nella, e a mim fe necelTario for, tudo o
quo Ine parecer conveniente hum homem que tenha fervido em vin-
te quatro delta Cidade nomô a Antonio Pereira Tanoeyro , pc!o
que encomendo , e mando ao Bifpo meu Capellam mfir faâ logo con-
vocar a Junta , e procure fe continue nella todas as tardes , e algumas
menhaas fendo necelTario com o cuidado que efpero de taes Minif-
tros , c pedem as materias que na Junta fe ham de tratar. Miguel
de Azevedo o fez em Lisboa a i8 de Janeiro de 1643. Perei-
ra de Callcllo Branco , o fiz eferever.
REY.
Decreto da ereeqai do Confelho V Itramarlno.

Ello eftado em que fe achafi as couzas da Indra , Brazil , Angola,
P e maes Conquiftas do Reino , e pello muito que importa confer-
var e dilatar o que nellas pelTuo , e recuperar o que fe perdeo nos
Num.
k \
I
*“ 4 }*
6*
tempos palTados , e fer precizamente neceUario antes que os damiios,

quo aly tern pauefeido efta coroa palTeni a diante prover de rcmedio
com toda a aplicaqao e por todos os meyos juftos , e polTiveis , me
refoivy a nomear Tribunal feparado em que particularmcnte fe tratem
os ncgocios daqucllas partes , que athe agora corriab por Minillros
obrig.idos a ourras ocupaôes , fendo as das Conquiftas tantas , c da
qualidade que fe deixa entender , e que efte Tribunal tenha no Pa(jo
SI caza que fe Ihe afignara
,
e fe chame Confelho Ultramarino , c que
firva de Prezidente o Vedor da Fazenda da repartiâu da Indya , e de
Secrctario o Eferivab da Fazenda da mefma reparti(;a& com o ordc-
nado prdcs , e precalôs , que cada hum dellcs tinha no Confelho da
Fazenda, cm que athe agora me ferviao, e dous Confelheiros deca-
pa efpada , e hum Lctrado , pelToas , que tenhab fen'i50S , c noticias
dsis Conquiftas de tal fatisfajab
,
que pofl'a , e deva efperar da fua
"T'orn. IV. Ccccc ii p'U-
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75<J ^rovai do Liv. VIL da HiJlorU (ênealogtca
prudencla ,
indiiftria , c trabalho , confcguir o fm que pcrtendo , e
por todas cftas partes concorrerem nas pciroas de Jorge de Albuquer*
que , Jorrc de Caftilho , e Joaft Delgado Fijucira Inquizidor Apof-
tolico do deftrito defta Cidade. Hey por bcm de os nomcar por
Conl'dheiros , e Miniftros do dito Confelho com o ordenado , e ju-
rifdi«6 , qua Ic conthcm no Rcgimcnto que fera com efte Decreto,
e haverd mais dous Porteiros que ferao dos meus da cana do numc-
ro , c porque o Marques de MontealvaS do meu Confelho de Efta-
do a que toca a prezidencia do dito Confelho tern a fua conta as ar-
madas do Reyno para que ha de fer necelfario acudir ao Confelho
da Fazenda podera hir a elle principalmcnte quando fc tratar do
aprello das armadas confervando niflb , e no mais o cargo de Vedor
da minha Fazenda , e as materias qne ainda hca6 no Confelho da Fa-
zenda tocantes a Indya , que na forma do Regimento , e eftilos do
Confelho pcrtenciab ao Efcriva6 da Fazenda daquella repartiâb que
hoje fe palTe ao Secretario defte Confelho correrab daqui em diante
pclo Eferivab da Fazenda da repartiâb das Ilhas , e Medrados por
fer o mais defocupado, o dito Marques o faâ executar com toda a
bre^’idade ordenando que o dcfpacho do dito Confelho fe comccc lo-
go a continuar ein Lixboa a 14 de Julho de 1643.
REY.
Caminha.
\AIvard pclo (ptal ElRey D. Joad 0 IV. appravou a injiituâo ila

Junta do Commerclo,
Nuin. 1 7. ElRey fago faber aos que efte Alvara de confirmaîb virem,
'
, , JUj que havendo vifto com os do meu Confelho , os fincoenta , e
An. 1045;. Capitulos , e Condiôens da Companhia , contheudos nas doze
meyas folhas a tras eferitas , rubricadas pello Conde de Odemira meu •
muito amado fobrinho do meu Confelho de Eftado , e Veedor de

minha fazenda , que os homens do Commcrcio defta Cidade , e Rey-
no , fizerab , ordenarab , e aflinarab , em comprimento do Alvara ,
que por via de contrato , Ihes mandei palTar ein feis de Fevereiro do
prefente anno de feifeentos , e quarenta , e nove , no qual me re-
prezentarab , que fariab huma Companhia para fem outro gafto dc
minha fazenda , andarem no mar trinta , e feis Naos de Guerra , etn
duas efquadras na forma dc fua condiâb , que vab , e venhab dando
guarda , e Comboy as embarcaôens , c fazendas do Brazil , cm util-
lidndc , e bem commum dc todps meus vaflallos , e dos dircitos de
minhas Altandegas ; c fendo examinadas as mefmas condiôens , com
madura dellibcraâb , e confelho , c prcccdendo a confulta necelTa-
ria com alliftencia , e parecer dos Procuradores de minha Coroa
, e
fazenda , com os ouaes as mandei conferir , e ver , e com pelloas zel-
lozas do ferviftb ue Dcos , e meu , e do bem commum , achaiido fe-
rem convenieutes > e com cUas a niefma Companhia, em notoria utii-
lidadc.
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, ,
da Cifa "Real Tortuguegâ, 757

lidaJe ,
confcrvapo , c aiiôisiito , e defcnfa de minha Coroa , e
Rc/no ,
e o farvifTo, que nefte particullar taz o dito Commcrcia,
ein hoiri , e dat‘;n(a di Patria ,
fer de ta6 grande confideraâo , c
merecimento ,
pellos qrandes cabedaes de dinheiro com que entraft na
Companhia , cm confid2ra(ja6 , e rernuneraca& de tudo , e do amor
e] zdlo com que fc difpoz a me fervir Hey por bcm , e me praz
,
:
de Ihes confirmar todas as ditas coiidiôens , e cada huma em parti-

cullar, coma fe di verio , ad verhtm aqui fofTem infertas dedara-
das , e por efte meu Alvara lhas cotifirmo de meu proprio motu,
certa fciencia , poder Real , e abfoluto , para cme fe cumpra?> , e
guardcm intciramente como nellas fe conthem. E quero , que cPa
conlirmaâb em todo , e por todo como parte do primeiro contrato,
Ihcs feja obfcrva>la inviolavelmentc , e nunca poffa rcvoqarfe , mas
femprc firme , valida , c pcrpetua , efteja em fua forqa , e vigor, fein
diininui9a6 , e Ihe iu6 feja pofta, nem polTh p 5 r duvida alguma , a
feu cumprimcnto , em parte , nem em todo , em juizo , nem fora
dclle , e fe cntcnda fempre fer feita na melhor forma , c no mclhor
fentido , que fe pofTa dizer , e entender a fwor da Companhia , e do
Commercio , e confen'a<ja6 delle havendo por fupridas ( como fe
:
poftas folTem nefte Alvara ) todas as dauzulas , e folcmnidades de

Feito , c de direito , que neceffarias fofTein pcra fua firmeza ; c dcrro-
go , e hey por derrogadas todas , e quacfquer leys , direitos , ordc-
naôens , Capitulos de Cortes , Provizoens Extravagantcs , e outros
Alvaras , opinioens de Doutores , que em contrario das cond!(ês da
mcfma Companhia , ou de cada huma dellas polTa haver, por qual-
quer via, ou por qualquer mo<lo , polio que taes fejaft , que folTe ne-
ce.Tario fazcr aqui dellas efpecial ,
e exprelTa rellaâb de verho ,
ad
verbim^ fern embargo da ordeiiaijab do liv. a. tit. 44. que difpoem
nao fe c.itender fer por mim derrogada ordena5a6 nenhuma , fe da
fublbncia della nao fizer deelarada racnâo : e pcra mayor firmeza ,
e irrevocabillidade della conlirmai,'a6 , prometo , e me obrigo de af-
fim o cumprir , e fazcr cumprir , c manter , e Iho na6 revogar , em-
penhando a (ilTo minha fe , e pallavra Real , fullcntando aos homens
do Commercio na confcrva<;a& delle , como feu Proteflor , que foii;
e tera efle Alvard foriâ de ley , alTim , e d.i maneira , que fe fora fei-
ta , e publicada em Cortes ; c fendo necclTario para melhor vallidade
nas primeiras , que convocar, c ouver em meu Reyno, lha farci ra-
tificar , para que fempre fique em fua forca. E eacarregamo.s , c cn-
comendamos ao nolfo muito amado Principe , e mais fucelTorcs de mi-
nlia Coroa Reynos , obfervem , c fai;a6 intciramente cumprir ela
, e
confirma9a8 das ditas condigoens , e Capitulos , aflim , e da maneira,
que nclla.s fc conthem, fern altera<;a8 alguma. Pello que maado ao
Dezembargo do Paô, e Caza da Supnlicaâd, aos Tribunaes da Me-
za da Confcicncia , Camara defla Cnude , e outros mais Citinfelhos
de Guerra, c Ultramar , particullarmentc o da Fazenda , a que o ne-
gocio por fer materia de contrato toca. E bem aHim aos Governa-
dorcs , c Capitaens Geracs do Brazil , Cauitaens mores , Provedores
da Fazeada , Ouvi dor Geral , c Camaras oaquellc Ef ado , e a todos
os
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7y8 ^rovas do Liv. VII. da Hijloria (jemah^ca
os Dczcmbargadores , Corregedores , Juizcs , e Jufligas demcusRcy-
nos , c Scnhorios , que afliin o cumprao , c guardem , c fa^'ab inteira-
iiientc cuniprir , e guardar, fcm duvida, ncm embargo alguni , que a
cllo ponhab, nab admitindo reqiierimento , que impida, cm todo, ou
cm parte, o efi'eito das ditas condicoens, por tocar a Junta dos De-
putados da Companhia. E hey por bem , que efte Alvara valha co-
mo Carta fcm palfar pcila Chanccllaria , fcm embargo da ordenaâb
do livro a. tit. 39. cm contrario, pofto que feu edeito haja dc du-
rar niais de hum anno ; Francifeo Mendes de Monies o fez em Lif-
boa , a dez de Manjo dc feifeentos , e quarenta , e nove. Gafpar de
1 aria Scveriin o fez eferever.
Kîlvara yelo cjual fe fuyyr 'imio ,

e extliigtiio a Junta Jo Ccmmercio.
V T7 ^ ElRcy faô faber aos que efte meu Alvara cm forma de Ley
rsum. I S
o. 1 '/ virem que fendomc prefente que a Junta da Companhia gctal
,
All. 1720. do Commercio do Bralil, foy eftabelecida principafmente para ncUa
fe adminiftrarem , e regerem os cabedaes dos homens de ncgocio , e
peflbas particulates , que concorriab com dies para o dito Commer-
cio no Eftado do Rraul , e tambem para que com o dircyto do Corn-
boy ,
e o procedido do Ellanco para o dito Eftado dos quatro gene-
ros de inantimenios : a laber vinhos , farinlias , azeytes, e bacalhao,
le fabricarem ,
e armarem trinta c feis Navios dc guerra , dos quaes
dezoyto cada anno haviab dc comboyar asi rbtas, aoquefc Iheajun-
tou a adminiftraâb do contrato do pao Bralil ; e que depois fe le-
vantou o Ellanco dos ditos quatro generos por Alvara de nore de
Alayo de mil ieifeentos cincociita e ovto cm razao das quenas que
contra ellc faziao os Pbvos ; e fe allinarab a dita Junta outros dircy-
tos , e convcniencias
,
reduzindo-fe a obrigaâb do Comboy ao nu-
niero dc dez Navios fomente, c que aquellc fim principal mente da
Companhia do Commercio , tern totalmemc ccilado , por quanto os
cabedae.N da dita Junta por Decreto dc 19. dc Agollo de 1664. fe in-
corporarab na C'oroa dando-fc as partes intcrcyadas conlignaâb no
Ellanco do Tabaco , e para o Icgundo fim dc aprcllar os Navios de
guerra p^ra conduzir, c defender as !• rotas fenao acha a dita Jun-
,
ta com poflibilidadc para fatisfazer o dito encargo como me tem
,
rcprcfcniado nor Confitlta de 21. dc Janeiro dc 1713. 19. de Mayo
dc 171J. 7. de Novembro dc 719. e 22. do dito mez,e anno , alcm
difto , tern conliahido grandcs empenhos a que nfio pbde dar fatisfa-
yab , antes crcfccm cada vcz niais nab fe pagan Jo os juros do di-
,
nheyro que tomou a mcfma Junta para acudir a muytas defpezas que
Bie crab prccizais ncm fe fatisfazendo as letras que para o mefmo lim
,
le laciirab fobre a mcfma Junta, tendo muyta parte dclle dinheyro
applicayab para muytas obras pias
,
e de grande obriââb. K
coiili-
dciando que dies empenhos c dividas fe augmentavao cada vcz mais,
,
com grande m:mero de Olficiaes , c pdToas que fe occupavab nos mi-
nillciios da dita Junta
,
podendo-fc efeufar a defpeza que com ella‘*
fe
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'
J
,
da Cafa T(eal Tortuguei^â. 755 >
fc fazia para com a fua importancia ajudar o feu defcmpenho Fuy

;
I I'.TviJo rel’olvcr com madiira dclibcra9a& ouvindo primcyro pcfibas

,
incdlii'cntes ,
c Miiiiftros de fuppofiâ6 , e letras , que fe extinga a
dita Junta ,
c fe fuprinulo todos os cargos, lugares, officios, e oc-
ciipa<;o;s da que fe compunha , e della erao depeiidentes , e por efte
Alvara em forma de Ley a hey por extinta,e fuprimidos, fern cmbar-
o de quacfqucr Leys , Regimentos , Cartas , Alvaras , ordeiis , e
E(ccrctos mans, e dos Scnhores Keys meus predacedores , ciue todos
hey por derrogados , caffados , c annullados para o dito cll'eito. E
^
porque convem que ao mefmo tempo fe dfi providcncia para que evi-
taiido-fc as defpezas que fe podem efeufar , fe dem Comboys compe-
tentes as Fiotas, c fe nao retardem, e que juntamente fe fatisfa§ao
as dividas , c empenhos que a dita Junta tinha contrahido : Hey por
bem encarregar ao Confelho da minha Fazenda toda efta adminillra-
9ao quo refidia na Junta , para que pelos Armazens da Coroa fe
apreftem os ditos Comboys oue conftarao ao menos de duas Naos
de guerra para a Frota da Bania , e oiitras duas para a do Rio de
Janeiro , e numa para Pernambuco , com aquclla promptidao , cuida-
do , e diligencia que pede negocio tao importantc , e me fegurou o
grande zcllo, e aftivLdade do Marquez de Fronteyra Vedor de mi-
nha Fazenda na repartiâo dos Armazens , e as mefmas qualidadcs ,
que devem ter os feus fuccelfores neftc lugar , as quaes devo tam-
bem cfperar do Provedor dos ditos Armazens , c dos Officiacs que
nelles me fervem ; os quaes fern que acreâ algum mais quero que
,
fagao efta expedica6 , com declara9a& que o direyto do Comboy , I'e
nao hade difpenaer para outro algum effeito mais , que para os Na-
vios que hanue comboyar as Frdtas , e para efte fim fc fara dellc re-
ceyta , e defpeza em livros feparados , tendo fe particular cuidado
que eftas receytas , e defpezas , fe nao confundao com outras , e co-
ino os Officiacs dos Armazens tern por obrigaâo fervirem cm todo
o expediente delles , ou fejao mais , ou menos em numero os Navios
que por elles fe apreftao , tcra6 entendido que por caufa defies que
le hao de apreftar para Comboy d.-s Frotas, n 3 o Iu6de levar ajuda
de cufto , propina , otf emolumento algum , ainda que por alguma
ordem , ou cftillo licitamentc, ou por abuzo , ainda que tolerado
coftumem levalos quando fe apreftao os outros Navios, e quero que
o Confelho da minha Fazenda mandc logo tomar entrega dos Na-
vios que ate-agora erao da repartiâo da Junta , e de tndo o que fe
achar nos feus Armazens , alfim neftas Cidades como na do Porto
ou em qualqucr outra parte , fozendo fe de tudo inventarios muyto
diftindlos , para fe palTarem conhecimentos em fdrtna aos Officiacs
( que fizeram as entregas , os quaes tanto que as tiverem fey to , han-
f de fer obrigados a hir dar contas nos Contos do Reyno , e Cafa
t para onde tambem fe hao de remetcr todos os livros, e papeis da
- Contadoria Geral da dita Junta , fazendo-fe inventario delles com
I
toda a diftin9a6 , e darefa, e todos os da Secretaria da mefma Jun-
,
ta , ao Eferivao da minha Fazenda da repartiâd da India , e Amia-
r zeos por cujas maos hade correr no Confelho o defpaclio de tudo, o
que
019111^ cd by Cjoogli
7^0 Turovas Uv, VII. da Hiflorla ênealogtca
que por efte Alvar^ Ihe anexo, dos quaes livros , c papeis da ditaSe-
tretaria i'e farS tambem inventario na mcfnia forma. E porque he
juAo que juntamcntc fe procure com grande cuidado que Ic paguem
os juros , e dividas a que eftava obriqada a dita Junta , e fc trate de
feu dcfcmpenho bufcando-l'e para eAe effcito todos os mcyos pofli-
vds Hey por bem aplicar para iflb o rendimento do contrato do pao
:
Erahl , preferindo as configna^&es ja nolle impoftas , excepto a de

oyto contos de reis que ate o prefente fe pagarao a gente de Tan-
gcre , c a de hum conto fctecentos vinte e oyto mil quinheiitos e
cincoenta e cinco reis para Mazaga6 ; por quanto as ditas configna-
I ocs , por Decrcto meu da data oefte Alvard fe achao transferidas, c
impoftas no rendimento da Bulla da Cruzada ; e na arrcmata 9 no def-
te contrato na& levari o Conl'elho propinas , mas fc Ihe continuara
com o pagamento que fc Ihes fazia para a propina de Sa6 Thome *,
e para a conduâo uo pao Brafil , difpora o Confelho aquella forma

que julgai mais conveniente a minha Kcal Fazenda , e ordeno que pa-
ra o mefmo defempenho fc vendao todas as calas , c Armazens , Fcy-
torias , e trapiches que a Junta tivelfe, alfim ncllas Cidades de Lif-
boa , e cm qualquer parte do Rcyno , como no Brafil , excepto o
que pcrtcnce ao chao , e cafas da Ribcyra das Naos da mefma Jun-
ta na Freguefia de S. raulo , porque as rclervo para difpor dellas co-
ino for conveniente ; e querendo o Confelho Ultramarino para omeu
Icrvi^q algumas deftas coufas que I'e houverem de vender , fe Ihe
largarao tanto pclo tanto pagando logo o feu prego. Mas poraue
iendo o empenho da Junta tao grande , nao he poflivel que fe Ihe
polfa dar remedio compcteiitc , fern hum produ61:o confideravel , e fe
entende que o pbdera fer em parte pagarle hum por cento do ouro
que vicr do Brafil, ordeno, e mando que todo o ouro, c moeda
cm p6, folheta, e barra que vier do dito Eftado fe regifte nos U-
vros dos Eferivaes das Naos do Comboy , aos quaes fe hao de entre-
gar quando daqui partirem por ordem do Confelho da minha Fazen-
tia rubricados por hum dos Miniftros dcllc, c que todo o que alTim
vicr regiftado
,
pague hum por cento na forma que a diante decla-
ro , c o que nao vier regiftado , ficara fogeyto as mefmas penas que
prelentementc tenho impofto a quern trhs ouro de qualquer qualida-
dc I'em o manil'eftar , e fuppofto que meus VafTallos coftumao dar
hum por cento de commiflab aos Meftres , c Oliiciaes dos Navios a
quern o entrega5 , ainda que os Navios fejao mercantes c nao te-
,
iihao toda acjudla feguranâ nem a fe publica que ha nos Navios de
Comboy , quero por convcniencia dos incus Vallallos que o ouro que
fe embarcar nas minhas Naos de Comboy na f6rma que abayxo de-
claro , nao pague mais que o mefmo hum por cento que hade pagar
o mais ouro quo vier nos outros Navios c fem embargo de que o
*,
ouro que pertcnce a minha Real Fazenda que houver de vir nos di-
tos Comboys , feja izento de todo o encargo , e obriga9a5 : Hey por
bem quo venha com a mefma arrecadaâo , c que tambem pague para
o Coniboy o mefmo hum por cento que hade pagar o dos particula-
tes para que aOim crefâ em bsneficio de meus VafTallos a configna-
,
,,
da Cafa 7(eal Tortttgaesâ, I
cno applicada para o dcfempenho da Junta- E qiicro que o miro

que vicr nasNaos do Coinboy fe cntrcgue aos Meftrcs das dita^^
Naos , e cada hum dos Efcrivaes dcllas fara no feu livro as cargas
e reccytas com toda a diftinâ&j e clarcla pondo numcros em cada
huma das partidas , ou envoltorios que correfpondao a carga feyta
no livro para que nao pofla haver confuzab , ou embaraô « e dara o
El'criva 6 conhccimento a parte per vias para fua feguranâ , c os di-
tos conhccimentos fcra& affinados pelo dito Eferivao ,
c Mcftre , e
Capitao de mar , c guerra , e Capitao mais antigo de Infantaria da
Guarni9a& da Nao , e todo o ouro fe rccolhera em cofre que tera
quatro chaves , huma das quaes tera o Capitao de mar , e guerra
outra o de Infantaria , outra o Mcftre , e outra o Eferivao , e os di-
tos Capitaes , Meftre, e Eferivao tanto que chegarem a efte Porto,
entregarab o dito cofre na cafa da Moeda com o hvro de receyta que
nolle vicr , pelo qual fe entregara as partes o procedido dcllc dcfcon-
tando-fclhe o dito hum por cento , o qual fe ha de entregar a hum
Thefoureyro que para ilTo nomeara o Confelho de minha Fazenda
e havendo nefta materia alguin dcfcaminho , ou erro culpavcl , fe ha-
de proceder igualmentc contra todos quatro , e todos por cada hum
e cada hum por todos haode ficar obrigados a fatisfajao do que rece-
berem, e o dito rendimento, alcm do contrato do pao do Rrafil, ap-
plico tambem para o dcfempenho das dividas da Junta , no qual que-
ro que fe obferve a forma feguinte depois de I'e fatisfazerem as
;
conugna9&cs , e os juros de cada anno. Primeyramente fe pagarao

as folhas dos Ofliciacs niccanicos que trabalharao cm ferviô da Jun-
ta , cm fegundo lugar os foldos do Regimento , cm tcrceyro lugar
as Ictras aceytas , e nao pagas , cm quarto lugar as folhas dos ho-
mens de negocio , a queni a Junta comprou materiacs , cm quinto
lugar os juros retardados , cm fexto as partidas que tem tornado a
rebate , e em feptimo , c ultimo lugar fe pagara o que fe deve pcla
repartiâo da Junta a outros Tribunaes , e cada hum deftes pagamen-
tos fe farao preferindo os acrcdorcs mais antigos dentro das divi-
foens aflinadas fucccdciuio-fc humas a outras por fua ordem cm quan-
to produzir o rendimento do Comboy do ouro , e do pao Rrafil
preferindo em todas as confignaôens , e juros de cada anno como fi-
ca dito ; e quanto ao Regimento da Infantaria da dita Junta , man-
do que fe una com o da Armada, c que de ambos fe formcin Com-
panhias de Afarinha com a forma , c regimento que mnndarcy dccla-
rar por hum Dccrcto. E todos os annos depois da partida das Frb-
tas (quinze dias o mais tardar) me dara conta o Confelho por hu-
mn rcllaâo muyto cxa£fa , e diftinefa do que importou o direyto do
Comboy , e da defpeza que fe fez com os Navios , que fe aprefta-
rab , e outro fi por outra rcllaâb me fara prefente todos os annos
por todo o mez de Janeyro , o que importarab todos os eft'eytos do
anno antccedentc que applico para o dcfempenho da Junta , c como
fe difpendeo. E porque a Junta tinha tornado por Protcelora dos
Comboys Nofta Senhora da Conceyâb cm huma Capclla do Con-
vento cie Sab Francifeo defta Cidade , e llic fizia todos os annos hu-
Tom. IV. Ddddd ma
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,
Turova doI2v.Vll. daHlflorta (ênealogica
ma folemnc , qucro que o Confellio a continue na mcfma for-

fcfla
ir.a quc ate-aqora le fazia E parcccndo ao Confelho que cm todo
:
c-rvC negocio ha mais alguma coufa a que fe deva dar providencia

oi dem , ou forma , mo farS prefcnte por Confulta para Eu refolver
o que for fcrvido. E outro fi qucro , e ordeno por miiiha Real
grandcza , c bctiificcncia ( pofto que a ilfo nao fcja obrjgado ) que pe-
la inel'ma con(igna9ao do pao Ekafil o Confelho da minha Fazenda
niande continuar aos Deputados , c Secrctario da Junta os feus orde-
nados fdmentc , em quanto viverem , ou na& forem provides por
mini cm outras occupaôcs , e aos Officiacs inferiores le Ihes conti-
nunrd tamhem com feus ordenados dos officios ate cumprirem os tres
annos dc feus provimentos , fe antes delfe tempo nao forem femc-
Ihantemcnte providos de outras occupa^Scs de meu fervi50 nas quaes
fccomcndo ao Confelho que os acomodc como for conveniente ; e
die pagamento Ihe fara com a mefma pretcrencia que ha6de ter as
Confignai;6es ji impoftas no rendimento do dito pao Brafil : E
orde-
ro c mando quc efte meu Alvara tenha forâ , c vigor de Ley , e
,
fe cumpra , e guarde muyto pontual , c inteyramentc como ncUe fe

contem , em quanto cu nao difpuzer o contrario , reformando , omit-
tindo , ou accrcfccntando cm parte , ou em todo as claufulas nclie
contlicudas fem embargo de haver dc durar o feu effeyto mais dc
hum anno , e da Ordcnacao do livro a. tit. 40. que inaiida que as
coufas cujo efi'eyto hajao dc durar mais de hum anno paflem por car-
tas , e nao por Alvaras , c pofto que nao feja paffiado pcla Chancel-
laria fem embargo da Ordcnacao livro a. tit. 39. que o contrario dif
poem , as quaes Ordenaôens nefte eafo hey por derrogadas, e co-
mo fe do thcor dc cada huma dcllas fizefTc cfpecial mcncad , e man-
do ao Confelho da minha Fazenda , que fem embargo de <juaefquer
I.eys , ordens j ou Regimentos , faqa executar tudo o que ncUc Ce
contem. Mathias de Amaral e Veyga o fez em Lisboa Occidental
cm o primeyro dc F’cvercyro dc 1720. Bortholomcu dc Soufa Me-
xia o Icz eferever.
REY.
%Alvarh da divi/aS da Secretaria de F-Jlado , e das Mcrces e Eaf-

,
pediente , naforma , do que a cada huma pertencia.
^Ûm. 1 O, ElRey faô faber aos quc cftc Alvara virem , que conflando-
-Al/nic, pclIa expericncia dc tres annos, quc ha, que por merce de
An • if 4
AX
>* Deos tomei pofle defta Coroa , que os ncgocios do governo della,
afiim da paz, como da guerra correm todos pella Secretaria de Kf-
,
tado , lem diftincâq dc qualidade c fubftancia delies com immen-

, ,
fo ti.ibaIho do ALniftro, que me ferve, e houver de fcrvir naquclla
occiipatj-ao, ccom inenos diftinc9ao , eclarezado quc he jiifto, que-
rendo dar ao dcfpaeho a facil , c breve cxpcdi9a& que convem ao
,
fcn i9o de Decs , c meu , c bcneficio dos Povos valcndomc dos
j
exem-
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da Cafa âl Tortngnes^M. 7^3
exerrsplos dos outros Keys, e accommodandome ao intento , e an-
thoridade com que fc creou a Sccretaria de Eftado, dividindo as ma-
terias , que conforme a ifto Ihe podem tocar , das outras , que fegun-
do fua natureza , e primeira crcagao , Jhc nao pertencem , ainda que
o abuzo dos tempos introduzifTe outra couza. Hey por bem , e man-
do , que daquj em diante pertenâo , e fc expidao pella dita Secrcta-
ria , todas as materias , que tocarcm a Eftado, aflim ncftc Rcyno
como em todos feus Senhorios , c Conquiftas : para que juntas todas
em hum Miniftro , applicado f6 a efta occupa9a6 , fcm fe divertir a
outras , feja niais facil a comprehengao , e expediâb dos negocios
que no tempo prezente accrcfcera6 tanto nefta Coroa , como" he no-
torio ; e bem anim toda a correfpondcncia , que Eu tiver com outros
Principes , era materia de paz , ou gucrra , e qualquer tregoa , paz
. ou guerra , que mande fazer , ou nao fazcr , contratos , cafamentos ,
I
allianâs ,
inftrucôens ,
avizos publicos , ou fecretos ,
que fe derem a
quacfquer Embaixadores , Commiftarios , Refidentes , Agcntcs , c
quaefquer peflbas , quo com qualquer nome , ou cargo , fe defpacha-
rcm dentro , ou fora do Reyno , a negocios , que forem da quallida-
de referida : quaefquer avizos dc pallavra , ou por eferito , que fizer,
ou fe nos fizerem fobre materias tocantes a noftb Rcyno , ou ao cf-
tado de noftbs filhos , e fucccftbrcs , todos os Regimentos, ordens ,
‘ e Cartas , que fe houverem de dar , c eferever acs Vico-Reys , Go-
vernadores dos Reynos , Provincias , e Pranas Ultraniarinas , para
bom governo dellas-, e direccao dos negocios publicos cm paz , ou
em guerra, aftim no que refpeitar aos Vafl’allos dos ditos Reynos*
Provincias , c Pranas , como aos Principes de nnôens confinantes , dc
que fe pofla recear damno , ou qualquer intcreftc mandar Armadas,:
ou Efquadras, aftim para os mares do Reyno , como para fora dcllcs:

fazer Excrcitos , ou faccoens por terra ; c nos adVos publicos de Cor-
tes , ou fcmelhantcs , fara o Secretario o que tocava fazer ao Fd’cri-
va& da Puridade , quando o havia ; tomara os preitos , e honicna-
geiis, que fe me fizerem de qualquer Governo, Eortalleza, ou Ca-
pitania : dcfpachara todos os Provimentos dos Vicc-Reys , Govenia-
dorcs de Reynos, Provincias, e Pranas, aftim do Reyno, como Ul-
tramarines , Gcncracs das Armadas , Almirantcs , e todos os Ofticines,
grandcs de paz, c guerra, pellos quaes, com alguma liiperioridadc,
j I'e adminiftra o governo publico
,
como lao os Prezidentes dos Tri-
bunaes, ConfellKiros , Sccrctarios , c Eferivaens delies Dezembarga- -,
dorcs , Miniftros da Camera defta Cidade , e quaefquer outros de

ignal podcr , e jurifdiccno : creaôens de Titu’ > , nomeaôens deRif-
f pados , c Prdazias , Officios da Cafa Real, lugarcs do Santo Ofti-
* cio , Reyior, C>adeiras grandcs, e defpachos femelhantcs da Univer-'
i fidade dc Coimbra , e qualquer dependencia dccada I’.uma dns coufas'
fobreditas; e todas as mais, que verdadcirameine forem , ou tccarem’
i ao Eftado , que aqui hey por expreftas , e declaradas. E porque dos
> Trilnmaes , e Juntas me vein muitas vezes Coniultas , fobre materia
f dc Eftado, que fiio do governo, c dirccyao de coufas pnblicas, ou'
’ provimentos dos poftos , c officios referidos , me virao , cm maco*
I'om. IV. Ddddd il apar-
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7^4 ^f‘ovas do Llv, VIL da Hiflorla ênealogtca
apartado ,
com fobrcfcrito para que digamim ElRey noffo »SV-
,
: ^
iihor y
qua fem confuza& fe encami-
pella Secretarta de EJlado-^ para
j
nhcm logo os ncgocios pcUa Sacretaria a que tocarcm ; e ifto mcfmo

lb fara iias Cartas , que quacfquer Miniftros , ou pefToas me houve-.
j cni dc cfcrevcr
;
e todas as mais Confultas , Defpachos , Dccretos ,
ordens , que fc houvcrcm de pallar , e receber , cartas , e papeis ,
qiic nao forcm das materias rcferidas ; e do Defpacho das Merces , |
que Ell fizx;r , por fervicos , ou gra^'a , nao fendo das que ficao apon-
tadas , lb expeairab pella Secretaria das Merces , e Expediente , que
j
aflim fe chamara ^ com dcclaraqa6 , que fe nefta parte me parecer al-

j
tcrar Ibbrc o difpofto nolle Alvara , ordenando Secretaria particullar

das materias publicas , e bom governo dos Povos , -o mandarei fazer,
fem que fe entenda , que com ilTo fe cauza prejuizo a efta Secreta-
ria das Merces , c Expediente , no modo , e forma , em que hora o
mando continuar. Efte Alvara quero , que vallia , tenha forâ , e vi-
gor , como fe foiTe Carta feita cm meu nome , por mim adinada , e ’
paflada pella Chancellaria , fem embargo da Ordenaâo , que diz

?[ue as couzas , cujo effeito houver de durar mais de hum anno , paf-
em por Cartas , c palfando por Alvaras , nao valha&. E mando le
relifte nos livros dos Tribunaes , Cafas de Supplicaâo , e Porto e
,
lb imprima , e envie as Comarcas , Miniftros , c peflbas , a que pare-
cer necclfario , para que venha a noticia de todos. Pantaliao Figuei-
ra o fez cm Lisboa, aos 29. de Novembro de 1643. ^ Andre 1
Franco , Sccrctario da Rainha, por ordem particullar o fiz eferever,-

e fobfcre^d.
REY.
Tejlament0 delRey D. Joao 0 IV. Original ejia na Torre da

Tombo ^ na caj'a da Corea ,
na gavet a 16 dos T ejlamentos dos
R^s ,
donde 0 coficy,
JESUS M /
A Pv I A.
Nunn 20 |j'U Dom Joao por graga dc Deos Rey de Portugal , e dos AI-
* jQ/garves ,
Eftando doente tratando de me aparclhar para o
&c.
An. 1656, que Deos mim, e de ordenar as couzas <ie mi-
for fervido difpor de
nlia alma, e as de meus Reynos como devo, a bom Chriftao
, e a
bom Rey , faô meu Teftamento na nianeira fcguintc. Declare que
fou v'erdadeiro , e fiel Chriftao , e que como tal creo firmcmente tu-
do o que erb, c enfina a Santa Igrcja dc Roma , e eftou preftes
como fempre eftive, para dar a vida por ella , e me conlcflo feu
obedientilfimo filho, que efpero confiadamente em jefu Chrifto
e
no Sangue , c Vida , que dcu por mim , c cm fua bondadc , c
licordia , perdao de meus pccados, c lalvaâb de minha alma
mi^
\ q pe-
90 a Virgera Noffa Scnhoia da Conceiâo , particular Padroeira de
ininlia pclloa e de meus Reynos , me ajude na Jiora da minha
, mor-
te.
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,,
da Cafa %eal Tortugneaâ.

te e no Juizo , e conta final, que ei de dar dos procedinicntos de
,
niinlia vida culpavel ; o incl'mo pcô a S. Joa6 Baptifla , c Evanqelif-
ta, dos quaes tenho o nomc, a S. Pedro, e a S. Paulo , e aos Anjos
da minha guarda , a Rayiiha Santa Izab:l, e,aos mais Santos, e San-
tas da Cortc do Ceo.
Dcelaro por fuccelTor de mens Rcynos ao Principe D. AfFonfo,
meu fobre todos muito amado , e prezado filho , c porque fe aclia eni
inenoriJade , e pelas Leys defies Rcynos toca fua tutela , c a de
feus Irmaos, a Raynha minha fobre todas muito amada, e prezaJa
mulher , a nomcio por Tutora , e Curadora do dito Principe , c dos
Infantes meus filhos, para que no cazo dc meu folecimento os crie,
c governc, cm quanto durar fua mcnoridadc, e adminiftre feus bens,
aflim , e da maneira , que eu hora o faco , e o ouvera de tazer fe
vivo fora.
E porque da mirta prudencia , que fempre conheci na Raynha,
e da noticia , e experiencia
,
que tern das couzas defies Rcynos , e
do muito amor , que tern a meus VaHallos , efpero os govemara mui-
to bem , como deve
,
fazendo a todos igual jufliâ , cm que fempre
mais, que nas armas , entendi confiflia a defenfa, e conferva5a& dos
Revnos , a nomcio por Rcgcnte , e Governadora delles, em quanto
o Principe nao tiver a idadc que conforme as Leys , c coftumes def-
,
tes Rcynos fe requerem nas pefToas Reacs , para cxcrcitarem o go-
verno , e o fara a Raynha com toda a jurifdiâo , e authoridade,
quo eu hqje tenho , e com a niefina , que o Principe ha de ter quan-
ao embora governar,
E porque a Raynha pdde falecer durando aindh a menoridade
do Principe, e dc feus Irmaos, o que Dcos nao permita, ci por
bem, e mando , que ella pod’a ncfle cazo nomear Tutor, ou Tuto-
res , Curador ,
ou Curadoi es , a todos , e a cada hum de meus fi-
lhos , e Govemador ou Governadorcs a meus Reynos , como me-
, ,
Ihor Ihe parccer
,
e o feito , e ordenado por clfa , fe cumprira como
, c ordenado por mim ,
fe fora feito e o difponho nclla conformida-
de, por evitar duvidas ao diante, e por o julgar por fervico de
Deos , bem de meus Revnos , paz , e quieta<;a& de meus VafTallos.
E tudo o fobredito mando dc meu mom proprio , certa fcicncia ,
,
poJcr Real c abfoluto , fern embargo de quaefquer Leys , e ordens,

,
que haja cm contrario , qiic avendoas ei por derogadas , como fe dcl-

las fizera cvprcfla
,
c particular menjao , fo;n embargo da OrdenaâS
do liv. tit. 40. e efia difpoziâfS quero que valha, tenha forâ,
c vigor, c fc guarde como fe fora i.ey feita em meu nome, e pal-
,
fada pela Chanccllaria fern embargo da OrdenagaA em contrario.
,
Nomeio por mens herdeiros nos bens , que pofTuo livres ao
Principe D. Alfbnfo, ao Infante D. Pedro, e a Infante D. Cathari-
na , meus filhos legitimos
s , cada hum na parte , m
que dircitamente Ihes
pertence.
Houve huma filha cm huma mulher folteira , limpa de fangue
por nomc D. Maria , que efii recolhida no Convento de Carnide
que lie de Capuchas do Canno
,
dccloio , que he minlia filha , e que-
ro,
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,,
~]66 *Provas do Liv, VII. da Htfloria êneaJogtca
ro , c mamlofcja tida , c havida por tal daqui em diante ; epoJlo,

quo contio da Raynha ,
do Principe, e dos Infantes mens filhos , fa-
9ao della a ellima(;a6 , que fa6 obrigados , e tratardo de leu remedio
tomo devcni , a fi , e a niim , porque fou obrigado a deixarlhe o ne-
cellhrio para fua vida , com a dcccncia de minha filha , Ihe faô iner-
'
ce da Conimcnda mayor , da Ordem de Santiago , que fe ha de ta-
zer , com a renda , e na forma
,
que tenho ordenaefo por hum Dc-
creto meu que foi a Meza da Conl'ciencia , c Ordens , que mando
,
le cumpra e Ic palTe a minha filha delpacho , nefta conformidade
,
avcndole a feu tempo de Sua Santidade , as dilpenlalbens necellarias,
e llie faô mais merce das Villas de Torres Veoras , e CoIIares , com
Icus termos
,
e dos Lugarcs da Azinhaga , e Cartaxo , que faco V'il-
las > com jurifdiâo feparada tudo com fuas rendas , e Padroados de
,
juro , e herdade , na forma tla Ley Alcntal , de que fc Ihc pafiari
Carta de Doa9ao , na forma das da Caza de Braganâ , e Ihc deixo mais
cuicocnta mil cruzados, para compor fua Caza quando for tempo.
E porque pode acontecer, que algunia parte della Doaâb te-
nha alguma duvida , ou embaraijo tal que nao pofia ter cfeito , hei
,
por bem que em lugar da parte , que alltn nao puder ter efeito fe
,
a D. Maria outra equivalente que deide logo Ihe aplico e fub-
, ,
rogo no melhor modo , e forma que polTo.
Nomeio por minha Tellamcntcii a Exccutora della difpoziâS
e dos dcfcargos de minha Alma , a Raynha minha fobre todas muito
amada , e prezada mulher , e Ihc rogo pclo amor , que Ihe tenho , e
pela grande ellimaâb , que fempre fiz da fua pelfoa , e de fuas vir-
tudes , fe lembre, que a muita confiaiiâ, coin que Ihe entrego a Al-
ma , os Reynos , e os filhos , mercce achar tudo illo nella , a corrd-
pondencia, que fempre experimentei em feu amor.
As millas , as efmolas , e mais fufiagios da alma, e a forma do
meu enterramento , deixo a difpoziâfi da Raynha minha Teftamerv-
tcira
, de quern
tenho por muito certo , fara tudo melhor , e com
mais largueza, do que eu o declararia.
Deixo nomeado a Raynha huma pclToa para Ayo do Principe,
cllaricha nefia parte, pclo que clla declarar.
Ao Principe D. All'onlo fucclfor de mens Reynos , encomendo
muito fc lembre de todos feus Irmaos , advertindo Ihes nao fiz ma-
yorcs doacoens por Ihc na& diminuir o patrimonio daCoroa, c mais
,
princifialmcntc por efperar de quern .clle he , e de fua grandeza , te-
ra muito cuidado de acrefeentar , as que fiz a cada hum, como as
ocazioens o fbrem pedindo.
Encomendo tambein muito a Raynha , c ao Principe favorc9a6,
c amparcin mens Ciiados, que me ferviralS com muito amor, e tra-
balho, principalmentc aos que tiverem dillb mayor necefliJade.
Deixo hum papel de couzas partieularcs alinado por mim , pe-
lo Hil’po cicito do Japa6 meu C'onfoiror , por o Bifpo elcito da
Guarda , por foao Nunes ConfelTor da Raynlia, por Antonio Cavi-
de, e polio Doutor Po.lro Eernandcs Montciro, cumprirfeha inteira-
mentc , c fc tcia por parte dclle Tclbmonto.
Tenho
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,,,
da Cafa %eal ôrtuyitâ, 7^7

Tcnho daJo cumprimento aos Teftamentos dos Duques de Rra-
pin5a mcus Avos , e particularmente aos do Duque mcu Scnhor , e
I Pay , e da Scnhora D. Citharina minha Avo , o que falta por ciim-
> prir dcllcs fc nao podc acabar por falta dc tempo , eiicomendo mui-
! to a minlia Tcllamcnteira , que execute o quo o Duque mcu Senlior
I- me encomenda , fobre o favor do Convento da Companhia , e dos
i mais dc Villa-Vi90za , e fobre a prote5a& da Provincia da Piedade
I a que todos tivemos fempre muita devo9a&.
.
Devo ao Morgado da Cruz, que he da Caza dc Braganâ, mil
I
cruzados dc rcnda , para acabar de oar cumprimento a fua inlHtui9a6,
I
ci por bail fe paguem do melhor parado de mcus bens livres, c
f
dos mefmos bens livres fe fara a Cruz para eftar o Santo Lenho
• na forma que tenho ordenado a Antonio Cavide.
i
Tenlio mandado fimdar o novo Convento dc Santa Clara de
I
Coimbra , e Ihc tcnho dotado dons mil cruzados dc rcnda , fobre
as quo tern
,
de mais do que Ihe apliquci , para cm quanto durarem
,
as obras , e porque o prometi a Dcos fe continuara , e aperfeiôari
a obra daquelle Convento , na forma que o tenho rezoluto , cbm a
,
mayor brevidade , que puder fer.
Mcu corpo fera fepultado no Coro , ou Capcila mbr do Mof-
teiro dc S. Vicente dc Fora dcAa Cidade , no lugar que parccer mais
dccente a Raynha minha Tcftamcnteira , e ao mdmo Mofteiro ferao
trazidos os olfos do Principe D. Theodozio , e da Infanta D. Joan-
na mcus filhos que Deos tern , e a todos fc farao fcpulturas o mais
,
bem obradas, que puder fer, e no mefmo Convento, e pclos Rcli-
giozos delle Pc dirao qiiatro miffas quotiJianas , duxs por mim , e
duas pclo dito Principe , e Infantes mcus filhos , com Refponfo fo-
bre as fcpulturas , e fe dâ6 por illb aos Rcligiozos , o que parccer
conveniente a Rainha.
Os Principcs fa6 mais obrigados , que os mitros homens , a juf-
tificar feus procedimentos para com o mundo principilmcntc quando
,
dcllcs rezulta honra , c credito para I'ua naijao , c ValTiillos , nor ella
razao tenho por conveniente dcclarar nclle lugar, que pda hora cm
que eftou , e pcla conta , qne ci dc dar a Deos , me rezoivi a refti-
tuirme a c(la Coma , fern nenhum refpeito p irticular de minha pel-
foa , fenab por livrar os Rcynos , que me pertencem das mizerias
que Ihe via padcccr , eni cftianha fogeigab , e por enrender era obri-
gado a i(To cm minha confciencia , logcitandome por efta cauza a vi-
da, e trabalhos, poderd fer diferentes de minha inclinaâb , c como
' o mcu imento foi tab jufto, tenho , c tive fc;nprc por certo da bon-
dadc , c juftifa dc Deos , fe paguc muito dclle ; e afim o experimen-
tei , c Iho dezejei mcrccer no governo de meus Reynos porque pc-
,
la mcfma hora em que eftou afirmo que nab fiz nelle couza contra
,
o que entendi , afIm no govenur cnmiim , como em requerimentos
particularcs de mcus ValTallos , a qiic dezejei contentar, e fazer mcr-
cc quanto a juftiija , e eftado das couzas do Reyno o pcrmitirab.
Deixo a minha terâ ao Piiiicipc D. Afibnfo , pages os encargos
dclle tcfVamaito , que della Ic lub. dc tirar, lenforaiiJolhe muito
pro-
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,
•^6% ^rovat do Liv. VII. da Hifloria êneahyca

procure avantcinrfc entre todas as mais virtudes , que cfncro tera na
da igualdade da juflija , e fe afim o fizer como cfpcro delle , efpere
cotiliaJamentc recebcr muito particularcs merces dc Dcos NofTo Se-
iihor por clla cauza ,
com o que ei por acabado die mcu Tcftamcn-
to ,
c cu Pedro Vieira da Silva, de mandado de S. Mageftade o fiz
dc miiiha letra , em huma folha de papcl , clcrita de todas as quatro
pagiii;is ,
e nella mcia fern levar entrelinha ncm couza , que auvida
tii<,a
,
e afinci como teftcinunha , com as mais que abaixo vao alina-
das, em Lisboa a a de Novembro de 1656.
- ELREY.
Saibab quantos e(le inftromento de aprova?ao virem , que no
anno do nacimento dc NofTo Senhor Jezu Chrifto de mil c Teifcentos
c cincocnta c feis , cm tres dias do mes dc Novembro na Cidadc de
Lisboa nos Pagos Reacs , em bum quarto delle , em que eftava a
Catholica Mageilade de ElRev D. Joa6 o IV. em cama , em Tcu per-
feito juizo , e entendimento , logo das Tuas maos as de mi Tabaliao,
perantc as tefVemunhas ao diantc nomeadas , me Toi dado elle leu
I'etlamento a traz cl'crito , em cinco laudes de papcl ao pe da ultima
j
das quaes comccei efta aprovaijab , e as perguntas , que eu Tabaiia6

llie hz e me refpondeo , que era feu folcmne , c verdadeiro Tefta-
mento . e que a Teu rogo Iho fizera Pedro Vieyra da Silva feu Sccre-
tario oe Eftado , e depois de feito Ibo lera , e por eftar a fua von-
tadc o afinara com a fua Real ma&. Por tanto aprovou , e ratificou
o dito Teftamento, que quer que fe cumpra como nelle fe contem,
e que por elte deroga quantos Codicillios haja feito , e f6 efle quer
que fe guardc, por efta fer fua ultima , e derradeira vontade, Tcftc-
inunhas , que fora6 prezentes chamadas , e requeridas por parte dc
Sua l\eal Mageftade , o Marques de Niza , do Conl'elho dc Ellado Ac
Sua Mageftade, o Marques Mordomo M6r, D. Joa6 da Silva, o liiC-
po Capcilad m6r , doConfelho dc Eftado de Sua Mageftade, oCou-
ue dc Odemira , do Conl'elho de Eftado de Sua Mageftade, e Prezi-
dente do Confelho Ultramarino , o Conde de Villai mayor, do Coi\-
fellto dc Eftado dc Sua Mageftade , o Conde de Villa-Poiica dc
Aguiar , do Confelho dc EftaJo de Sua M.i;icftade , o Conde de Mi-
.randa , o Conde Camareiro mor , do Confelno de Eftado de Sua Ma-
geftade, o Conde de Sou re , do Confelho dc Cuerra, Ruy dc Mou-
ra Telles, do Confelho de Eftado de Sua ^lageftade , e Vedor dc
fua Eazenda , o Vifeonde dc Villa-Nova da Cei vcira , o Conde do '
Prado, Eftribeiro mftr de Sua Mageftade, Luis deMcllo, Porteiro

inbr , D. Joao de Almcyda, Vedor da Caza de Sua Mageftade, An-
tonio de Mcndo9a , Prezidente da Meza da Confcieiicia , e Ordens
eleito Arcebifpo Primas , Gafpar de Faria Severim , do Confelho de
Sua Mageftade , e feu Secrctario do Expediente , Rodrigo dc igue'i- F
redo dc Alareab, D. Rodrigo da Cunha , Chantre dc Lisboa , "lûis
dc Souz.a , Pedro Severim de Noronha , o Padre Confi^dor de
Sua M..gcftade , Bilpo eleito do J.ipa& , o Doator Pedro Fernan-
des
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da Cafa êal Tortuguesâ. 7 ^^
djs ^lonteiro do Confelho de Siia Magcftadc , e feu Dezenibarga-
,
dor do Paô , Pedro Vieyra da Silva, do Confelho de Sua Magella-
dc , c feu Seeretario de Eftado ; e todos conhecemos a Real pdlba
de Sua Mageftadc fer a propria Tdtador acuji contheudo , que com-
nofeo afiiiou nefla aprova9ao , e foi niais tefteniunha , Antonio Cavi-
de, Secretario de Sua Mageftade , e do Confelho de fua Fazenda; a
qual aprovaâo eu Aurelio de Miranda, Tabeliao publico de notas
por Sua Mageftadc , em efta Cidade de Lisboa , e feu Tabeliab fiz ,
c afinci de ineu publico final. Confertei eni cinco , e foi mais
tdlcinunha o Conde da Vidigueira. Sinai publico.
ELREY.
O Marques Almirante. s O Marques Mordomo M6r. e O Bifpo
Capcllao M6r. Conde Camareiro M6r. c O Conde de Odemi-
ra. O Conde de Villarmayor. c= Ruy de Moura 1 ‘elles. O
Conde do Prado, O Conde dc Soure. Antonio de Mendo-
5a. cr Bifeonde. ^ O Conde de Miranda, sr O Conde da Vidi-
ffucira. c D. Joa6 de Alineyda. Gafpar de Faria Severim. “
Luis de Mello. s Ruy de Figueiredo. k D. Rodrigo da Cunha
de Saldanha , Chantre dc Lisboa. Luis de Souza. Pedro Se-
verim de Noronha. s Antonio Cavide. s Pedro P'ernandcs Mon-
teiro. cs Pedro Vieyra da Silva.
Aurelio de Miranda Tabeliao publico de notas por ElRcy noftb
Senhor , &c. cm a Cidade de Lisboa , e feu termo , certifico , que
prezentes os Gonfclheiros de Eftado , e Ofiiciaes da Caza dc S. Ma-
geftadc , o Secretario dc Eftado Pedro Vieyra da Silva me deu o
Teftamento , com que a Catholica , e Real Mageftadc dc ElRcy D.
Joao o IV. de Portugal faleceo , o qual eu Tabeliao abri , e eftava
cqzido com linhas brancas , e Jacrado , e fellado com Armas Rcacs
feito pclo inelmo Secretario Pedro Vieyra da Silva e afinado pela
,
mao Real , e aprovado por mi Tabeliab , o qual Teftamento nao ti-
iiha antrelinha vicio ou couza que duvida fizefe e fomente na'
, , , ,
aprovaâo eftava huma emenda , que dizia cinco , e duas entrelinhas,
que diziao por fua Real mao , e Antonio Cavide rcfalvadas , c por
verdade fiz efta Certidao de abertura que afinei de meu publico fi-
,
nal , e razo , aos feis dias do mes de KWembro de mil feifeentos
e cincoenta e feis annos. Em teftemunho de verdade. Sinai pu-
blico. E= Aurelio de Miranda.
• •
%
Pcfcl pertencente ao Tejlamento delKey D. Joao 0 IV.
JESUS MARIA.
Em huma das verbas dc meu Teftamento declarei deixava cm hum
papel a parte afinado por mi , e pel las peffbas , que ali nomeci
difpoftas algunias couzas particulates
,
para fe exccutarcm depois da
Tom. IV. Eeece minha
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,
77 © ^r<yvai do Liv. VIL da Hijloria (ênealogtca
minha morte ,
como parte de nieu Teftamento , c fa6 as que fe
Icgucm.
Ei por bcm , e mando , que do melhor parado de minha fazen>
da fe apartem vinte mil cruzados , que fe difpendera& em cazamen-
tos de Orfans , e em efmollas a Convcntos pobres , e em veftir pef-
foas ncccflitadas , e em efmollas a Crkdos , que bem me fervirab tu-
do dillribuido a arbitrio da Raynha minha fobre todas muito amada,
c prezada mulher, e minha Telumenteira ; e porouc dos Criados a
que fera jufto fazcr efmollas , tcm Antonio CaviJe toda a noticia
e cncomcndo muito a Rainha a tome dclle , e fera6 as efmollas fe-
gundo o fervilTo , merecimento , e calidade das pelToas , e nefte nu-
mero cntrara& tres , a quo quero fe d6 remedio , cujos nomes fabe o
Padre meu Confcflbr , c as declarara a Raynha , c ifto fe enrendc
fora as milfas , e mais fufragios , que fe ha6 de fazcr por minha alma.
Tenho alguns papeis de fegredo afim de partes , como tocantes
ao governo do Reyno , e porque convem , que huns fe na& perca6,
pclo prejuizo dos tcrceiros , e que outros ic guardem para a Ray*
nha , c o Principe meu fobre todos muito amado , e prezado Filho,
tcrem noticia delles , e os feguirem c fe governarem por elles , co-
j
mo cfpero fara6 , ordeno a Antonio Cavide , que ajudado do meu
ConfelTor fa 5 a de todos inventario , com a diftin 9ao , e declaraôens
nccclTarias , e os entreguc a Raynha , e clla os guardara , feguira , e
entregara ao Principe quando for tempo.
Dcfpuz algumas couzas em ordem a cazar cm Fran^ a Infanta
D. Catharina minha muito amada , e prcz.ida filha , que fe me pedio
clos Miniflros daquella Coroa , o que nillo tcniio ordenado ,
fabe a
£kaynha , encomendolhe muito o execute.
Tenho alguns intentos fobre o cflado, c vida de D. Maria, qus
cm meu Teftamento declarei por filha , c porque o fabe Antonio Ca-
vide, encomendo muito partkularmentc a Raynha os entenda, c iffo
baftard para os feguir como Ihe mcreqo , e todas minhas couzas.
,
Juntci com muita curiozidade, e cm muitos annos a minha Li-

vraria da Muzica , e faqo della muita eftimaâo ; e porque dezejo, e
he jufto fe conferve , a vinculo cm morgado , e apropio a minha Ca-
iella , para que efteja fempre na Caza do Paqo
,
em que hoje efta,
fimpa , c bem tratada , e fe pedira Bulla a Siia Santidade para na6
podcr fahir della livro algum , nem fe podec tresladar , fobpena de ex-
comunhao rezervada.
Mandci imprimir em Italia , por conta de minha fazenda
, a?
Obras de Joa6 Soares Rabello , faqolhe mcrce daquella impreira6 , e
deixando huma duzia de volumes em minha Livraria fara efpalhar OS
mais por Caftclla , e por Italia , c mais partes , que Ihc parcccr.
Antonio Cavide dava por ordem minha alguns ordenados i
peftbas, que na6 convinha teremnos em publico, c porque quero fe
confervem , ei por bem , e mando , que fe continuem , e paquem pe-
los rendimentos da Caza de Braganfa e ferad nas quanti^dcs e as
, ,
pclToas ,
que Antonio Cavide declarar.
Por minha ordem prove Antonio Cavide todos os annos a D.
Maria
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1,

Mnria dc dous mil cruzados , que Ihe mandava dar pela folha do
Theioureiro da Caza de Bragaii5a , com titulo de que I'e difpendiao
cm certa couza dc meu Icrviiro , ci por bcm , que I'e prqveja6 daqui
em diante , naquella conformidade , em quanto D. Maria nao tiver
Caza ,
c rcnda para fua fuftcntaâo.
Efte papcl mandci a Pedro Vieyra da Silva fizefc , e eu Pedro
Vieyra 0 fiz de minha letra , em pagina c meia de papel , fem entre-
linha , nem couza que duvida faâ , cm Lisboa a de Novembro de
656. mandou Sua Magcftade fazer os acrefeentamentos feguintes.
Ao Padre meu ConfclTor dcclarei , e encomendei como a tal
algumas couzas dc fegredo , em que ha de fer neceflario prover ao
diante , encomendo niuito a Raynha o ou§a , e creia , e falFa execu-
tar o que Ihe apontar , fobre efles particulates , que pela qualiJadc
delles mcrecem todo o favor.
Mandci reformar a minha Capella com grande dezejo de ficar
muito capas de fe eelebrarem nclla os Officios Divinos , ei por bcm
fe acabe com toda a perfeiâo , fazendofe o Sacrario , payneis , San-
tuario de Reliquias , Sepulchre para a Semana Santa , e tudo o mais,
que for nccclTario para ficar com a decencia , que pede , o uzo , que
ha dc ter , e porque tenho comunicado todos eltes particulates a An-
tonio Cavide , com as advertencias , que nao tern outro fugeito , ei
por bcm , que elle corra com eftas obras , e as ponha na perfeiâo
que Ihe vi fempre p6r , as de que o cncarreguci.
O incfmo Antonio Cavide correo com diferentes dinheiros meus,
e os difpendeo por niinhas ordens , humas vocais , e outras por cf-
crito , e porque Ihc tomei de tudo conta , e ma dcu com a verdade,
que fempre experimentei nelle, o ei por quite , livre, e izeiuo, de
le Ihe pedir conta dc dinheiro algum meu , que por elle correfe , c
efta dcclara9a6 minha Ihe firva de quitaâo para todo o tempo, e
porque fiz fempre delle muita confianâ , c a fundei na prova , que
muitas vczes fiz do cutdado , amor , e limpeza de maos , com que
me fervio , encomendo a Raynha , e ao Principe, c aos Infantes meus
filhos , fa9'a6 delle a mefma , e eu fei , que a fabera mcrcccr.
Para fe confervar a minha Livraria da Muzica , dc que acima
tenho difpofto , com a limpeza , e perfeiâo que convem , Ihc dci-
,
xo , c aplico para fabrica , quarenta mil rcis ae renda peipetua em’
cada hum anno , e porque fio de Antonio Barboza , e de feu Irniati
Domingos do Valle , tera& della todo o cuidado , lha encarrego
com titulo a Antonio Barboza dc Bibliothccario , e feu Irma6 de
ajudante, e continuara , c acabara Antonio Barboza o Index , que te-
nho ordenado , e fe dara& por cite trabalho a Antonio Barboza fefen-
ta mil reis cada anno
, e a
Domingos do Valle quarenta , e efta mef-
ma porâb fe continuara para fempre a duas pefloas , depris dos dias
dos Ibbreditos , com os titulos apontados , e os cento e qi arcnta mil
reis , que a defpeza defte Capitulo importa cada anno, fara a Rav-
nha alentar em parte , cm que fe fafla bom pagamento , na6 fenJo
nas rendas da Capella a que a vinculei porque fera dlrovar os mi-
,
nillros ,
que a fervem. .
Tom. IV. Eeeec ii Entie-

,
772 T^rovaf do Liv, /JL da Hijloda (Jemalogica
Entregarfca6 ao Conde meu Camarciro m6r do n^clI Confclho

dc Eftado mil cruzados para rcpartir pdos moôs da Camera da Guar-
da-roupa , quc me fcn irao ncfta docmja , e porque agradeci algumas
vc7.cs ao Conde dc palavra , o trabalho que Ihc dci , e o amor parti-
cular com que o vi afiftirme nefta oca?.ia& , e cm todas, para que fi-
que fempre memoria do men agradecimento Iho fa§o ncftc lugar , e
encomendo a Raynlia , ao Principe, c aos Infantes meus fillios, o co-
nlicgao afim , e Iho agradegao por Cuts partes.
E polio que cu cm meu Tellamento Ihcs encomendo todos
meus Criados cm gcral , ferviraome tao bem , e cm particular , os Of-
liciacs de minha Caza
,
Mordomo mbr , CapcHa6 mrir , Eftribciro
mftr , e Porteiro mftr , e todos os outros , que aqut ci por nomca-
dos , que me parcceo dizer ao Principe neftas memorias particulares
gnnhard muito em fe fervir dcllcs , honrandoos , e eftimandoos como
merccem , e me foubera& fempre merccer.
Deixo huma memoria particular de Icgados miudos , a Criados
pobres , que fervira6 de efmollas por minha alma , c da letra de An-
tonio Cavide , mando fc cumpra, ainda que nao feja alinado por
mim , e o nao liz pclo nao pedir a quantidade.
Os Medicos dc minha Camera , e os Curgioens , que me aflf-
tira6 nefta doenga , o fizerao ta6 bem , como fe vio , farlhea a Ray-
nha a mcrcc dc dinheiro , que Ihe parcccr.
Pello zelo , que tenho da julliâ me pareceo declarar , que a ju-
rifJiâiS , que os Governadorcs das Armas das Provincias do Reyno
tern nos feitos crimes , fe rcgulara , e fera a mefma , que a Ley do
Reyno dd aos Capitaens dos lugarcs de Africa , e fc achardo entre
os meus papeis os motivos , que tive nara o rczolvcr afim , e man-
dci a Pedro Vieyra acrefeentar eftas dcclara90cns , as quaes tinha fch
to por meu mandado , e va6 todas cm huma folha de papel eferita,
c em tres paginas intciras , e efta , e todas de minha letra , fern enr
trclinha ncni couza
,
que duvida faâ , cm Lisboa 4. de Novembio
de 656.
REY.
Niculao Monis. es Andre Fernandes, e: Joa6 Nunes, c: Pedro Mu*
nhos. s: Antonio Cavide.
Forma da entrega do cori>o delKey D. JoaS 0 IV. em 0 Mojlei-

ro de S. Vicente de Fora. Tirey-a da Livraria m. do Ou- /
(]ue de Cadaval ,
liv. y dos Copiadores do Duque D.
Nuno, pag. ip 8 verj".
Num. 21
An. 1656.
A Os fete dias do mes de Novembro do anno i6j6 em Lisboa
no Convento de S. Vicente dc fora , cflando prezentes D. Joa6
da Silva Marques de Gouvea Mordomo Mor dc S. Magcftade , e do
feu Confelho de Eftado , D. Erancifeo dc Souza Conde de Prado
Eftribci-
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,
da Caja ^cal T^GYtngiteâ. Ill

Eftribciro JTor dc S. r>Iagcftadc , c do feu Confdho dc Guerra ,
Luis dc Mello Porteiro Mor dc S. Magefladc , c Capitam da Guar-
da Portugueza, Garcia dc Mello Monteiro Mor, D. Joao dc Almei-
da Vedor da Ca/aa dc S. Mageftadc , Manoel de Souza da Silva Apo-
zeiitador Mor , D. t.ucas de Portugal Meftrc-Sala , D. Diogo Lobo
Sumilher da Cortina, O. 1-Vancifco dc Mello, e D. Antonio Alvarcs
da Cunlia Trinchantes , D. Pedro de Caftellobranco Vifeonde de Caf-
tellobranco , e Capitam da Guarda , e o Padre D. Henrique do Dcf-
terro Prior do dito Convento dc S. Vicente. Logo pelo dito Mar-
ques Mordomo Mor D. Joao da Silva , foy entregue ao dito Prior
hum caixao forrado de tella carmezim , metido dentro de outro , for-
rado de brocado dc tres altas, cm que dife , ejurou aos Santos Evan-
gclbos dlar o corpo do muito alto , e muito poderozo Senhor Rey
D. Joao o IV. nolTo Senhor , que hontem junto ao meio dia falc-
ceo da vida prezente , e por as pdloas afima nomeadas jurarem aos
Santos Evangel hos , em que piizcra6 as maos com o dito Marques,
que nos ditos caixoens eftava o corpo do dito Senhor , e o viram , e
reconheceraA nelle ao fcchar dos caixoens. E eu Pedro Vieira da i
Silva do Confdho de S. Magcllade , e feu Secretario dc Eftado, dou

fe fer o fobredito verdade, e por ver com os meus olhos meter nos
ditos caixoens o dito Senhor Rey D. Joa& o IV. e o tornar a ver , e
reconhecer quando o fecharam ; dife o dito Prior D. Henrique do
Defterro , que fe dava por entregue do corpo do dito Senhor Rey
e das chaves dos caixoens em que e(Id recolhido , que o dito Mar-
ques Ihe entregou logo, c fam duas douradas, huma do caixa6 inte-
rior , e outra do exterior , e dife fe obrigava por fi , e feus fucelTores
a dar conta do dito corpo , ou ofTbs dcllc , todas as vezes, que Ihe
for pedido. Dc que eu Pedro Vieira da Silva fiz dous termos defte
theor , hum para hear no dito Convento em companhia das chaves,
e outro para fe enviar a Torre do Torabo , os quaes comigo alllna-
ra6 todas as pelToas aflima referidas.
O Marques Mordomo Mor. O Conde do Prado.

D. Antonio Alvares da Cunha. D. Diogo Lobo da Silveira.
D. Francifeo de Mello. Manoel de Souza da Silva.
D. Lucas de Portugal. Pedro Vieira da Silva.
Luis de Mello. Garcia de Mello.
D. Joa6 dc Almeyda, D. Henrique do Defterro ,
Prior de S. Vicente.
O Vifeonde de Caftcllobranco.
Memo-
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'7*74 T^rovds do Uv. Vll. da Hijlona (jenealo^ca
Alenioria ,
que ElRey D. Joai 0 IV. deixou a Rainha D. ImIzo,
qtiando pafou ao Alentejo. Original e/crito pelo Secret ario Pe-
dro Vieira da Syiva^ e ajfwado por E/Rey, que J'e con-
Jerva na Lhraria m. J\ do Duque de Cadavat ,
donde a copiey.
Enhora Aos Tribunaes deixo ordenado envicm a V. Magcftade as

Num. 22.
S confultas de que particularmente na6 convier que fe me de conta,
An. 1645. para que no apolcnto da Gale as boras que eu o coftumo fozer , ou
nas que para V. Mageftade forem mais acomodadas , as mande defpa-
char ouvindo primeiro votar fobre a materia dellas auando pofla eftar
prcl'cnte o Marques de Ferreira , o Bifpo meu Capellab Mor , e o Bif-
po elcito do Porto , dos quaes fou fervido fe afifta V. Mageftade
nefta minha auzcncia , e ouvidos elles rezolvera V. Mageftade o que
Ibc parecer , e nefla forma fe pora o dcfpaeho que V. Mageftade
rubricara , e fe V. Mageftade na& puder eftar prelente o feu Secre-
tario a que fica efta ocupaâb pota dcfpaeho fendo os votos confor-
mes , e fendo diferentes os tomara per cota e fara relaâb a V. Ma-
geftade dos pareccrcs de cada hum , e entab firmara V. Mageftade os
dcfpachos em que todos forem conformes fe Ihc parecer , e nab o
fendo , ouvida a rclaâb , ordenara V. Mageftade ao Secretario o que
deve eferever , e ilfo rubricara e fe cumprira' , e nefta mefma forma
procedera V. Mageftade no dcfpaeho das petiôens que fe Ihe derem
advertindo que para bom acerto dos negocios de maior conftderaâb,
pcIIa cxpericncia que tenho , e falta em V. Mageftade , fera jufto le
me de conta antes de fe relolverem para o que mandara V. Magefta-
dc apartar as confultas e peti9oens que forem defta qualidade , qrde-
nando fe me enviem pello dito Secretario e Officiaes da Secretariadc
Eftado que Ihc fica a ordem , e porque fique com mais clareza quaes,
fab os que V. Mageftade deve remeter refolvo que fejab o provimen-
to na propriedade dos Oflicios das Cidades do Reyno , das Villas
que fab cabc9as de Comarca e outras de femelhante con(idera9a6 , a
nomeacab dos poftos da pas e guerra que fe forem maiores qire os
referidos , o provimento de bcneficios que paftarem de cem mil reis
de renda a. ft dos que confulta o Capellab mor, como a Meza da
Confciencia , e tudo o que tocar a Secretaria de Merces porque elTa
levo inteira em minha companhia , avifos as Conquiftas, aos Embai-
xadorcs , governo da guerra que nab for dentro cm Lisboa e feu ter-
mo, falvo fendo os negocios de qualidade que nab fotrab a dilaqab
de le me dar conta , porque entao refolvcra V. Mageftade c fe exe-
ciitara o rcfoluto.
Os decretos concementes aos negocios que ficab a argo de V.
Mageftade que fe ouverem de palFar aos Tribunaes e Miniftros ferab
tambem rubricados por V. Mageftade e os mandara V. Mageftade
palfar no modo c forma que Ihe parecer conveniente.
Para afifttircm a V. Mageftade no governo das coufas da milicia
tocantes
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,
da Cafa âl 7ortuguenâ. 11%

tocantes a cfta CiJade e feu deftrito , que tambem fica a ordem de
V. Majieftade nomeio para o mar ao General Antonio Telles do meu
Confelno de Eftado, a cujo cargo eftara vigiar o Rio, e barra, as
cmbarcaijoens que a ella vierem , as torres , advertindo que dentro
dellas nab tera jurifdiâb porque e(Ta tera fo V. Mageftade naquillo
em que fc nab puder recorrer a mim , e tudo o mais que convier pa-
ra a vigia I’eguranâ e boa guarda do maritimo defte Rio e barra a
ue atendera de dia e dc noute com o cuidado, que o ncgocio pc-
3 c , dando dc tudo o que Ihe parecer conveniente conta a V. Ma-
gedadc cujas ordens e mandados cumprira , e ofcrecendofc couza de
que fe me deva de dar conta fe me dara , e o mais obrara V. Ma-
geftade ouvindo fe Ihe parecer o mcfmo Antonio Telles e aos Minif-
tros que Ihe hab de aliltir.
Para a terra deixo nomeado a Dom Antab de Almada do meu
Confelho que tera cuidado de afiflir a V. Magedade continuamente
e de fazer vigiar toda efta Cidade pellos Capitaens e Coroneis que
Ihe hcab fubordinados em tal modo e forma que nem dc dia nem de
noute acontC9a coufa de que clle e V. Magedadc por fua via nab te-
nha noticia para fe poder acodir a tudo anm na ocaziab ( que nab ef-
pero haja ) como fora della , com promptidab e acerto que convem,
tomara o nomc de V. Magcftade ou do Principe meu fobre todos
muito amado e prezado filho para o dar aonde convier , e aconte-
cendo nas materias de guerra , ou feja nas do mar , ou nas da terra
alguma coufa tal dc que fe me deva dar conta me avifara V. Magef-
tade com a brevidade que o negocio pedir. A Dom Antab ordenara
V. Mageftade que de ilia e de noute fern intermiflab de horas nem dc
tempo com a guarda dos Soldados da Ordenanga que Ihe parecer ne-
cedaria pellos Coroneis e Capitaens faca rondar o exterior e interior
da Cidade.
Em Cafcacs deixo a Dom Antonio Luis de Mcnefes do nieu
Confelho de Guerra e Governador daquclla Praâ , fubordinado a or-
dem dc V. Mageftade a ft para Ihc dar conta do que em feu deftrito
fuceder como para cumprir o que V. Mageftade Ihe ordenar ou per
fi
,
ou com ordem minha fendo as coufas dc qualidade que fe me de-
va dar dellas conta pella mancira que fica apontado.
Os moradores defta Cidade fc me offcrecerab como bons e leaes
Vaftallos a faferem dc dia e de noute guarda ao Paô , deixoos fubor-
dinados como elles me pedirab, a Dom Miguel de Almeida do meu
Conl'elho e Vecdor da minha fazenda , e porque creo dc to Jos me
amab muito como devem , fiara V. Mageftade dellcs qualqucr couza
que fe oferc5a de importancia.
Ao Thcfourciro mor fica a’gum dinheiro do que coftumo cha-
mar refervado a minha ordem, c Ihe fica advertencia que o difpen-
dcra pellas de V. Mageftade e cu o coftumo fazer quando nab ha
,
no thefouro outro dinheiro , e he precifa e importante a ocaziab de
o gaftar , e rcparc V. Mageftade muito em mandar fazer pagamciitos
de dividas atrazadas , e das prcfe.atos mandara- V. Mageftade pagar fo>
as que forem inexcufavcis.
Efpero
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77 ^ do Liv. FlI. da Htflorta ênealogica
Efpero da Mifericordia dc Dcos de a V. Mageftade ta& boa bo-

ra do parto como hao miller dies feus Reynos. Obaiitifmo fe cc-
lebrara na minha Capella , pcllo mcu Capella6 mor , c fcrao Padri-
nhfis o Principe meu fobre todos muito amado e prezado filho , e a
Intanta D. Joanna. Levara a crianâ o Marques de Ferreira Mordo-
ino Mor dc V. Mageftade , e as infignias o Condc de (iintanliede
Prcfidente da Camara defta Cidade , o Conde de S. Loiircn90 Rege-
dor da Cafa da Siiplica5a& , Dom Miguel de Almeida Vccdor da mi-
nha fazenda , Dom Carlos de Noronna Prcfidente da Mcl'a da Con-
Icicncia e Ordcns. Sendo macho o filho quc Dcos nos fizer mcrce
de nos dar fe chamara Aftbnfo , e fendo femea Maria.
Partirao Corrcos Ordinarios della Cidade alcm dos que parti-
rem com as ocafioens ocurrcntes dous em cada fcmaiia hum na madni-
gada de Domingo , outro na da quinta fcira , e elles levara6 os pa-
pcis que fe me ouvercm dc remeter , e os que ouvcr de afinar que
ferab todos os que fe na& prejudicarcm na dilaâb afim os que reful-
tarem dc defpachos meus como os que fe expedirem em virtude dos
dcfpachos rubricados por V. Mageftade.
Oftcrccendol'e cafo que na& ell6 provido neftas lembran^ obra-
ra V. Mageftade nolle como Ihc parecer e fio eu que feja de forte
que fenao ficar melhorada a rezolu§a6 , nab faâ para ella falta mi-
nha prefenâ. Coftumab fer tantas as petiôens que nas audienctas
fe me oferecem que havendo de fer o mefmo com V. Mageftade nab
fera pofivel, veneer efte trabalho , pello que deve V. Mageftade orde-
nar que as petiôens fe entregucm a peloa que V. Mageftade mandar
para das fuas maos fe dcfpacnarem por V. Mageftade ou fe remete-
rem ao tribunal a que tocarem.
Os alentos que V. Mageftade ha de mandar dar as pefibas que
Ihe hab de afiftir no dcfpacho ferab cadeiras razas c ao Seaetario
banco. Efcrita ein Lisboa a i8 dc Julho de 1643.
REY.
Fapel delRey D. Joao 0 IV. para fe hnqar nas Cortes, coin 0

name do Procurador dos d^'caminhos do Reyno. Copiado do
Original , todo da J'ua propria letra , queJe conferva na
Livraria m.f. do Duque de Cadaval, liv. num. ip,
pag. 116 ,
donde 0 copiey.
S E NH O R.
Num. zelofo homcm do bem commum que tern efte Reyno fe

2
^ ^ > atrevc a fazer a V. Mageftade efta lcmbrani,'a em a ocaziab pre-
zente, porque ainda que nab fou Religiofo , com animo religiofo ro-
go a Alageftadc ponha os olhos ncftc papcl , pcdindolhe que
dcllc mandc exccutar o quc dellc Ihc parecer confonne , ao quc Ihe
dita
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da Ca[a %eal Tortuguefsâ, 777
tiita oanimo, e fabc que conveni , e que fe elle fc nao confor-
fell
mar com o di£lamc de V. MagcHadc , Ihe pclfo na6 mande exccutar

nada dclle.
As Cortes prezentes ajimtoii V. Mageftade para poder pedir
aos povos contribui^'oens ballantcs para a defenfa do Reyno , todo o
cuidado fc pos , fo cm pedir c tirar do Reyno mais dinheiro , por
parccer que era a principal defenfa mas iflo he engano , porque a
principal defenfa do Reyno confifle na refonna delJe, quando na6
polTa fer em tudo , feja nas coulas mais principaes , e eftas tenha V.
^lagcftadc por certas Ihe ao de poupar muito dinheiro , e acrefentar
muitos Soldados , e forrar grandcs defpezas , e dar grandcs acrefenta-
mentos, E depois defta confifte a principal defenfa em aver dinhei-
ro , e bom governo nclle , e nos que governao a guen a primeiro ,
que os provimenros dos Bifpados os d6 V. Mageftadc pella capafiJa-
dc , na6 pclIa calidade , pois Chrifto a fi o fes , que os lugares de
Prezidentes da meza da Conciencia , do Paô , Fazenda e os mais os
de a homens que acliar mais capazes para elles , julgando iflo pcla
capacidade do fojeito , e talento para as ocupa 9 oens pello modo de
viver , os homens que falta6 as fuas obrigagoens entendao e faibao
que V. Mageftadc os nao ha de ocupar em cargo algum , como ho-
mens quo jogao , outros coiihecidos e tidos por rnaldizentes , menti-
rozns, enrredadorcs , ou de outras tachas limilhantcs, que I'e gnarde
nos tribunacs o fegredo que fe devc , e que V. Magcftade caftigiie
conforme as penas , a quern o defcobrir fern cxcci^-ao de pcllba , e
deitc V. Magcftade dellcs , aos que dizem : eu nao votci o quo fe
mandoi! exccutar , outros dizem o Confelho nao fey dcftc parcc cr,
c]uc fe de a exccucao a ordem de Caftella cm que coda hum decl.
re a fazenda que tern , como a ouve, 6Lc. para faber a que Ihe cre-
ceo dondc Ihe vcio , que mande tirar devaga do modo com que pro-
cedem os Miniftros e Tribunacs , inda que nao conhego pelfoa que
tenha coraâo , para bem e direitamente o poder fazer, fern came
nctn languc , mas verfea que V. Magcftade faz o que deve, c pello
mcnos labera V. Mageftaue fe os 7Vibunaes guardao como devcm os
feus Regimentos , como o Confelho da fazenda guarda o feu , nao
tem V. Magcftade que perguntar , porque efta bem guardado , que
jicm dies o vcm , e V. Magcftade fabc que dos negocios graves fe
nao trata , e por efta cauza Ihe nao aponto aqui alguns. O
que
mais convem que tudo para que V. Mageftadc fique bem fervido , e
os Miniftros que procedem bem e com capacidade, V. Magcftade os
pofta ter ocupados , que paftem de ocupaôens mayores , a mcnores,
porque V. Magcftade ficara bcni fervido , e os Miniftros bons e capa-
zes ocupados. E o que foy Prefidentc do Pa<;o , o feja da Concicn-
cia 1 o que foy Regedor da Cafa da Suplicaqao de Lisboa , depois
o f eia do Porto e o que foy Vedor da fazenda depois ocupc Omcio
qi3 C I’eja hum furo mais abaixo , porque como convem miiitas vezes
coniccarcm -logo alguns em grandcs poftos , e nao tem mais que fo-
bir he forâ que deflho , ifto efta ja facilitado por Dom Antonio de
Attnidc, quo depois de Gavernador do Revno/oy Prclidcnte daMe-
* •
Tom. IV. Fifif
'
za
,
778 H^rovdS do Uv. VIL da Hifliria înealcgica
aa tia Concicncia ,
Ruy
dc Moura dcpois de fcr Vcdor da fazenda ,
o fes ta6 honradamente que afiftc no Oflkio de Veador da Raynlia
nofl'a Senhora com a afiftencia e vontade, que V. Magcftadc ve , e o
incfmo feia nos governos , na& fe diz que V. Mageftade dc o gover-
BO de Cabo Verde , a quern governou o Brazil , mas que llie de o do
Algarve , c o que foy Vifo-Rey da India ocupe depois outro lugar
mais pequeno , e fc ifto iu6 quizerein que mande V. Mageftade fazer
hum Santuario com feus nichos cm que os meta&.
Os Vercadores da Camara fcja6 trienaes , e na& proveja V. Ma-
geftadc , as propiedades dos feus lugares , para que pofta6 tornar a
ellcs , mas nao perca& a fua antiguidadc na Rela5a& ; e quern fervir
bem os tres annos Ihe faca V. Mageftade raerce de mais tempo , que
0 Rcytor da Univerfidade de Coimbra Manoel de Saldanha goarde
os Eftatutos della como o devc fazer , executandoos com grande in-
tcireza , que efta he a mayor e millior obra que elle pode fazer , e
fe o nao nzer daqui a diante como he bem , que proveja V. Magef-
tade o lugar como convem porque na& he juftiâ e rezao , por cqn-
fervar hum homem perder tantos taicntos , gaftar mal tanto dinheiro
de V. Mageftade , c dos Pays que mandab aprender feus filhos, quan-
do cuidao que tern dez annos dc ciludo vcm a fer quatro ou cinco
annos , porque os annos que alcgab fa6 dez , e o eiludo e faber de
quatro ou anco. As porpinas dos Tribunacs faiba V. Mageftade com
que titulo as levab , c as que fe tern de novo introduzido , e fiqûem
as que V. Mageftade aprovar e Ihe pareccr que convem. Os Omcios
que tern nccenidade dc homens de partes , nab confinta V. Magefta-
de que fe renuciem , porque ifto fab vendas com o nome mudado
e o que paga furta para tirar o feu dinheiro , os Officios dc Provc-
dor dos Armazens Caza da India , dc V. Mageftade pelJa verdade,
limpeza dc maos , e talento , mas por tres annos , e fe dizem que
nab convem por alguas rezoens , eftes Officios ferem trienaes , refpon-
da V. Mageftade que nomcarlhe tres annos , nab he dizer que nab
poffab fervir mais , mas advertirlhes , que flrvab como fiizem os que
de novo entrab ^ que no principio coftumab comprir com as obrig^
ôens dos Officios como aevem , mas depois com a certeza e conti-
nuajab do Officio e idade afroxab , com fervir bem antes com ifto fe
el'cuzab ellcs. E nab fe canfe , bem fe ve ifto nos Vercadores da
Camara , que querem eftes lugares para dcfcanfar , fendo ellcs lugares
de muito trabalhar , fc ouverem de fazer lua obrigaâb e todo o
,
Officio trienal podera fer perpetuo no miniftro , que fizer bem fua
obrigaâb em quanto affi o fizer. O Procurador da Corea nab feja
Dezembargador do Paô , porque daqui nace , quo por afeftir no Pa-
50 falta na Rcla5ab , e he bem certo nab poder em hum mcfmo tem-
po eftar era dous lugares , c fc por fidalguia , ou reputa5ab Iho pc-
direm diga , que Iho dara fe tem as partes que fe requerem , que he
talento , faber , virtude , e lizura , e andar fora dc embrulhadas de
fradcs , c governos , e fe ellc tem eftas partes ou nab julgueas V.
Mageftade , em tudo fe bufquem os homens a porporgab para os Offi-
cios , principalmcntc para 0$ da fazenda \ dar forma aos Armazens ,
por
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,
da Cafa 7âl Tortuguesâ, 77 ^

porondc fe Rafta tanto fern orJem , que na6 venha6 ao Pago os fi-
dalgos ,
e pclFoas que nao trouxcrem o traje que he bem , ncm con-
linta V. MageftaUc a demazia das gadcllias , e andarcm vellidos huns
como flamengos, outros como iVancefcs , &c. mas todos do mcfnio
modo. Que I'e goardem as prcmaticas das Cortezias , porque he ver-
gonha o que vai nas Senhorias , Ilhillriflimas , e na6 Illuftriflimas
excclcncias , e infolencias , telizes, armas , cavallos, mul'as nos cq-
ches , c apcilidos , com que ja ninguem fc conhece , inda que mui-
tos fc conncccm bem , o remedio que ilto tern he mandar que os Se-
cretarios de Eftado c merces , nao aceite papcl nenhum a efles , que
elles bem labcm quaes fa6 , que nos Tribunaes na& accitem pitiga&
ncm requerimento dc graga a nenhum defies, e que nos de jufliga,
fe execute a ley dos Dorns nos maes , que he perdcr a demanda
que o Prefidente do Pago ponha o feu apclido , c na& fe chatnc fo
P , que fe faga6 laxas ô calgado, e Jo macs dosOfficiacs, e trab:-
lhadorc;, que o Sapateiro, Alfayate, pedreiro, 8rc. que nao tiver
tres filhos , na& fe confinta ter filho frade ou Clcrigo, que muitos’
dos Officios e ferventias que V. Magcftade prove pellos tribunaes pa-
ra fe fazer como he bem cm cada hum dellcs aja hua mciroiia
com titulos diferentes , em que cfteja6 apontadas as pedbas beikmc-
ritas por feus procedimentos , e que a caza Ihe vao dizer a ocupagao
que V. Mageuade Ihe da , na& a muitos dos que o pedem. Princi-
palmente para as ferventias , que nao convem darfe a quein os pro-
pietarios querem , pcilas rezoens que V. Mageftade fabe. Os mifle-
res fo o querem fer , para o feu mifter na6 para o do Povo , pols
nunca falao no que toca a elle , e lcva6 da Camara outciUa ou cem
mil rcis cada hum , c ja que tao pouco traballiao bem he que Icvaf-
fern menos.
Os Lugares do terreiro do trigo que vendem os da Camara
na& o podem fazer , c nifto ha muita vilhacaria ou na6 fe venda6 ,
ou fc fe venderem fe metao na area do que fe da para a defenfa def-
ta Cidade ,
ou fc gaftc no bem publico nella. Saoer como fc repar-
tirao os quatrocentos moyos de ievada que hum defies annos tiverao
no alqueidao , que dizem entre fi a repartem. Tern V. Magcfladc.
obrigjgj6 naft confentir que os Prelados deixem as rezidencias dos
feus Bilpados e Arcebifpados , c fe dies fe defeuidarem detendofe
nefla Corte, como alguns hzera& depois que V. Mageflade Uclla afif-
te , mandandoos avizar pello Secrctario de Eflado, que fe recolhart,
o niefmo a D. Pedro de Mcnezes , e aos que tern obrigaga& de rezi-
dencia fimilhante. Deve V. Mageflade reparar muito cm mudar os
Prelados dc huns Bifpados ou Arcebifpados para outros , porque tern
grande inconvinieiite , mas como niflo ha tantos entereffados , e ta6
grandes pefToas , na& o advertem , porque na& Ihes cfla bem.
Convem muito ficar agora afentado o modo dc que fc ade pro-
cedcr nas Cortes, o modo em que fe a& de tomar os votos no eila-
do da nobreza , para que na6 acontefa o mefmo que ncflas , indo o
Sacretario dc Efbdo tomar os votos , &c. afi como ja fes.
O outro reduzindofc a tempo certo como he coflume a hum
I'om. IV. I'llli ii mes
,,
780 *Provas do Uv. VII. da Hifloria (jeneahgica
mcs ,
depois cOnfedia V. Magcftade mais outo ou ciuinzc dias , n ao
gaftar dous ou trcs mezcs no qua fe podc fazar cm num , e na& fc
adverte quc repara6 os povos,e Ecdcfiaftico eiti dar maiscem mil cru-
zados , e nao repara6 em gaftar os povos c cabidos mal cem mil cru-
zados, em o que da6 aos procuradores que vem as Cortes, quc
a volta defta vinda , vem tratar de feus negocios , e requirimentos a
cufta alhea , prova difto he as grandes diligencias , que muitos fazem
para vir , como fabe o Dczembargo do Paô , mas nenhum faz dili-
gencia por ficar , fe na& he por fidalguia , tambem he boa prova quc
outros , que vem fern Ihe darem nada os feus povos vem de graâ
'
mas graâ he cuidar que afllm he , porque i(To tern muita conta para
elles , e dcpois nas contas das Camaras , em dous telhados que con-
fcrta& huas janellas que fizerao para a Camara , hua calâda &c. me-
tem o gafto do procurador, fe na6 lie que ella paga a dinheiro fa-
hir eleito.
O
remcdio que parcce fe pode dar a ifto he que os procura-
dorcs , depois de entrados nas Cortes venfab por tempo de hum mez
os felarios que trazem , com ifto fe ajuntarab todos os dias , con-
ferirab todos os dias os bravos huns com outros o que tiverem que
comfeiir , e fe trabalhando elles todos os dias Ihe for entab necelTa-
rio mais outo dias V. Mageftade Ihos confeda ou quando mais : por-
que efte tempo bafta c fobeja para os tres Eftados fe conformarcm ,
ou vencerem os dous conformcs , ou nab fc conformando nenhum
com outro ficar cm Y- Magcftade o elcolhcr o que Ihe pare^cr
,
poderfc-a rcfponJer , que aos Procnradores dos povos e Eclcliaftico ,
os obrigab a fc refolverem dcprcfa , por cfcuzar gaftos , mas que ao
eftado da nobreza como afifte em Lisboa , c nab vence ccllario . nao
tcm couza quc os obrigue a ifto fe rcfponde, quc fc elles nab tra-
ball.arcm , c fe re.!olverem fc conformarab os povos , c Eclafiaftico ,
e conformcs dies, ficara vcnciJo. o brajo da nobreza, que fe na6
quizcr ficar vciicido die fe ajuntara para fe defender, ou para fe
aver de conformar lub hade mifter muyto tempo.
Saibab os homens a caufa porque fe Ihes fas merce, e a caufa
porque fe Ihes ddxa de fazcr.
Aboa tcnâb aceite V. Magcftade , quando 0 papel nab con-
tente ,
ainda que avia mais coufas que fc pudcfem advcrtir , muito
fc faria fe eftas fe fizefem. Quern for fervir ou govcrnar , cfpere a
paga no fiin comforme ao bcm ou mal quc fizcr. E quern fc efcufar
de Icrvir , no que Ihc nab he indecente excluido do ferviftb paia
fempre , que o que hum engeita , pcdcm cento.
Joab Fernandes Procurador do defcaminhos

do Rcyno , inorador em alhos vedros.
Cnrta
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,
dix Cafi %eal Tortuûesâ, 781
Carta de Doa<;ai condrmaqdo c ratifxcaqao delKey D. Joao 0 IV.

da delRey D. Affonfo Henrigues ao Mofleiro de %Alcobaqa. Ef-
td no Ldvro primeiro da Chanccllaria Jol. p6, na Tor-
re do Tombo.
D Om Joa6 por graâ de Deos Rev de Portugal, e dos Algar-^^j^ , .

ves , daquem , c dalcm mar cm Affrica , Scnhor de Guiiic , e '
da Conquifta , navcga9a6 , e Coinercio de Ethiopia, Arabia, e Per- An. 1642.

/
^ ^
fia , e da India &c. Faqo Taber aos que efta minha Carta patente de
dcfifteiicia, nova doaâo , confirmacaft , c ratificaqao de outra vircra ,
que o Senhor Rey Dorn Atfonfo Hcnriques de gloriofa memoria pri-
meiro Rcy defies Reynos, meu decimo tcrceiro Avo com tanto zel-
lo do Tervigo de Dcos nofTo Scnhor, c dilata<;a6 da Santa Fc Catho-'
lica ; e tao infignes vitorias os conqiiiflou , e livrou dos Mouros Sar-
raccnos , qnc na perdiâo de HeTpanha os havia& occupado , e tinhao
poiriihiJo largos annos : hindo no de mil , cento , e quarenta , e fe-
te , cm tres do mes de Mayo da Cidade de Coimbra para a Villa de
Santarem com intento de a cobrar do poder dos ditos Mouros , que
eflavaij fciihorcados della; c julganJo a empreza por de muito rifeo,
e importancia , lembrado das maravilhas , que Dcos obrava pcllos
merccinientos , e oraôens do Rcmavcniurado Padre Sam Bernardo ,
Abbadc do Moflciro de Santa Maria de Claraval da Ordem de Cif-
tcr , que cnta 5 florccia vivo no Revno dc Franga ; entre o qual , e
o dito Scnhor Rey Dom AfFonfo havia raza& de parentcfco ; e defe-
jan.lo tor cm feu favor as oraijocns do dito Santo Abbadc , e dos
i’eus Monges- fez voto foicne , fc Deos pcllos mcrccimcntos do dito
Santo Ihe deffe a Villa de Santarem dc dar todas as terras, que via
da Serra chamada de Alvardos por dondc hia caminhando agoas ver-
tentes para o mar , para nellas fe fazer hum Moflciro da Ordem de
Cider; no qual o Santo nnnie dc Dcos fo;Te louvado, e que logo as
renunciava , c apartava do feu fenhoi io , para que ncm die , ncm
feus fiicccfTores poddfem nellas dar , ncm dotar coufa alguma , que
na6 fode para o proprio Modeiro: c em cumprimento dedo voto
no mefino ponto foi rcvellado ao dito Santo; o qual com feus Mon-
gos edeve em oraâo athe no dia feguintc ter fegunda revellac.i6 ,
dc que o dito Scnhor Rcy Dom Adbiifo ganhara Santarem aos
Mouros: die avifou logo ao dito Santo para quo Ihe mandaile Mon-
ges do feu Modeiro de Claraval , que fundallcin nas ditas terras o
novo Modeiro , que havia prometido , e dotado os quaes vindo a
:
ede Reino antes , que a Carta do ditto Scnhor Rcy ouvcfTc chega-
do a Franja Ihe trouxemo outra do Santo Abbade de cujo thcor
traduzido da lingua latina na nolfa Pertugueza he o feguintc. „ Ao
,,
Chridianiflimo Rcy Dom Aifoufo Rcy dos Portuguezes Bernar-
„ do chamado Abbade dc Claraval ofl'crccc o pouco , que he. Lmi-
„ vadb feja o Senhor , e Pay foberano dc nolTo Senlior Jefu Cbri-
„ do.
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:
781 ^rovas do Liv. Vll. da Hifloria (jenealogica
„ fto , Pay dc mifericordia , e confoIla9ao ,

que vos confortou no
,,
mcyo dc vofla tribullâd , c mandou foccorro a vos , e a vofla
„ gcntc , tiraiido de vollas Cabc5as o afTrontofo jugo dos Mouros :
„ ja cahiram os muros de Jericb; arrazou fe por terra aqnclla gran-
„ dc Babillonia , deftruhio o Senhor as f’ortallefas de feus inimigos
,, c levaiitou a potcncia de feu j>ovo ; a qnal fcllicidade foubemos
,,
antes dc fc fa/er por rcvella9ao daquelle efpirito , cm ciija mao ef-
„ ta dizer fern iiiftrumento de voz feus fegreuos a quern he ler\ ido
5,
por efta caufa affligimos nofTas almas, e alTim eu com todos incus
„ Irmaos prollrados diantc do Senhor pediamos fortalicza , e vigor
„ para volFos bravos em quanto durava o combate, c dc nolTos de-
meriios na 6 impedirem volfa fcllicidade nos allcgainos fobre mo-
„ do ; e juntamente foubemos a grande piedade, com que vos wo-
,,
veftes a fazer voto dc fundar hum Molteiro para cujo effeito man-
„ daiiios clVes filhos
,
que criamos para Chrifto defde os primeiros
,,
aniios de fua Converfao , para que defpoes dc nos encoinendarem
,,
a volla grandc'za , dem inteiro
cumprimento a piedofa tenâo do
„ vollo voto, fundando hum Moftciro na perpetuidade , eintcireza,
„ do qua! tcrcis hum infallivcl final do fuccefib dc vofib Reyno.
„ c dividindo-fe as rendas ,
que Ihe dcixarcs , fc dividira a volTa
„ Coroa. Guarde o Senhor que tudo conferva , vofTa pefToa , c a
,
„ Illuftre Rainha vofia mulher , e lance abenâd Ibbre vofibs def-

,
„ cendentes para que vejaes vofibs Nctos com gofto em vofla he-
„ raiiija. E o dito Senhor Rey com os Relligiofos mandados pello
Santo Al'bade lanôu os fundamentos do Mofteiro dc Santa Maria
de Alcobava , c o fabrieou, pafiandoihe no anno ii5'3. doaâd das
terras , que havia votado e prometido j cujo thcor tambem traduzi-
,
do de latim em Portugues he o feguinte. „ Em nomc de nofib Se-
„ nlior Jefu Chrifto amem. Por ier coufa dccente a cada hum dos
„ ficis lazer participantes os fervos de Oeos dos bens , que llie fad
„ dados pello foberano Creadoi j porque por efte irieyoofii9a Deos
,, participante dos bens Ccllefliacs ; Por tanto Eu Dom Aftbnfo
„ pella Divina mizcricordia Rey dos Portuguezes juntamente com
,,
a Rayiiha Mafalda, minha mulher, e companheira no Reino fa-
„ zcnios tcllamcnto , c encouto a vos Dom Bernardo , Abbade do
,, Mofteiro de Claraval , e a volfos Irmaos , e a todos vofibs fuc-
„ cc.Tores , que forem pello tempo adiante , de huma nofia propric-
,, dade , que temos entre aquelles dous lugares chamados Leiria , e
,, Obidos dcbaixo do monte Taicha Commarca de Lisboa agoas
ertentes ao mar : damovos tambem o lugar , que chamad Alco-
„ bai,-a, e vos tazemos delle teftamento, e coutto , por remedio de
„ nofi'as almas, e de noflbs antepaflados para que fique no Mofteiro,
„ q'jc fe fundar , perpetua lembianga noifa : e dando-vos toda efta
„ herJade vos fazemos teftamento, e firme coutto della pellos limi-
„ t;s_ abaixo declarados primeiramente como fe divide pcila foz de
:
„ Selir , e vai direito pella agoa do furadouro , e dahi a garganta de

„ Olmos pcllas cimallus de Aljubarrora ; como parte com o Am-
„ damo , e fere direito por Mclva atlie, a mata de Patayas , dondc
„ corta
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;
da Cafi T\ial 783

„ corla direito por entrc|a Pcdcrncira , c Mud athe clicgar ao mar
„ o qual lugar como fica denuircado , qucremos , que tcuhacs e ,
„ polFuacs com fuas entradas c fahidas , agoas e paftos , c toJas as

, ,
„ macs pcrtenâs e com todas as terras cultivadas e por cultivar

, , ;
,,
viiihas , Cazas , hortas, c pumarcs , e com todas as macs cou-
„ zas ,
que nefte Icmitc fc eiicerrarem para provimentq dos mora-
„ dorcs e tudo o que dcllc a dentro pertence ao direito real feja
:
„ defmembrado de nolFo Senhorio , e trafpa(Tado ao vofTo , c con-

„ firmado nelle com direito perpetuo, porouc, afllm como acima he
,, ditto , VOS fazemos doa9a& , e cncouto eltavel , e firme a honra ,
„ e gloria dc Deos , e da Beniaventurada Virgem Maria de Clara-
,, val ; e com juizo perfeito , c animo conftantc trabalhamos porvos
„ meter de pofTe da tal Iicrdade : com tal condi^6 , que fe por ne-
» gHgencia volFa , e vivendo cu dcixarcs fern meu coafelho defam-
„ parado o lugar fobredito , o nao poiTacs nunca macs rccuperar
,, e fc alguma pefToa , o que nao cremos , que poITa aconteccr , qui-
,, zer anuullar, ou diminuir efta doagao primeiramente feja amat-
;
,, diôado , e excommungado pella authoriuade de Deos Padre Om-
„ nipotenre , do filho , e Efpirito Santo , e do Bemaventurado Sa&
„ Pedro, Principe dos Apoftolos, e apartado dos fuffragios da San-
„ ta Igreja , e polio no Inferno com judas o tredor; e allem diflo
,, pague quinhentos foldos de boa moeda Fez-fe a prefente na Era
:
,, do Cezar dc 1191. ( que he no anno dc Chrifto de iij}. ) aos 8.
,, dc
Abril , eu EIRcy Dorn Affonfo , c roinha mulher , Donna
,,
Mafalda conlirmamos com grande firineza , e aflinamos de nolFas
„ ma6s a prezente Carta. Fcrnam Peres , Copeiro mor confirma ,
,, Pero Peres Alferes mbr confinna , Affonfo Mendes , regedor de
,, Lisboa confirma ,
Gonjallo de Soufa confinna , Vafeo Sandies
,, confirma , Pedro teftemiinha , Pellayo tellcmunha ,
Gonfallo , e
„ Mendo teftemunhas , Affonfo Rey de Portugal , Mafalda Ray-
,, nha , e molher do proprio Rey , Alberto Cancellario do propno
,, Senhor Rey anotou. As quaes terras com fuas rendas , e jurdi-
^Gcns , na maneira , que pcilo ditto Senhor Rey , Dom Affonfo Ihe
fora& dadas , e dotadas a dita Ordem de Cifter , e o Mofteiro de
Alcobaâ , e D. Abbades dclle poffuirain , e lograra& por muitos
annos lem altera9a6 , ncm contradiqao alguma ; havendo no dito
Mofteiro dc Alcobaâ , e no Coro dclle Laufperennis de Monges re-
partidos em certo iiumero pordecanias, e rezando as horas canonicas,
e louvores divinos fern interniiira6 e por quanto com o difeurfo
•,
do tempo por alguns refpeitos , 'ouc cnta6 fe confiderarab com me-

nos atcn9a6 , do que a materia peuia , forao feparadas do dito Mof-
teiro dc Alcobaî por Bullas Apoftoltcas havidas a inftancia dos Se-
nhorcs Reys meus predeceffores a maior parte das fuas rendas , e
e jurdigoens crigindo-fe cm Coinmenda particullar , para a qual o»
ditos fenhores Keys nomeavaf) as pelfoas eccleziafticas , que Ihcs pa-
recia ; e agora por mortc do Infinte dc Caftclla , Dom Fernando ef-
ta vaga a dita Commenda :confidcrando eu logo , que Deos noffo
Senhor foi fervido dc me reftituhir a Coroa deftes meus reinos, que
pellos
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::,
784 Turovas do Liv. Vll. da Hijloria êneahgica
pc'ilos Rcys Caftcihnnos intruzos havia fido iizurpacia , quam jufto

c dcvido he , quc fc na6 diminuao as doa9oens , quc os fcnhorcs
Keys Portuguc7.es , meus predcccn'ores fizerao a Dcos Sonlior not-
fo,’e as Igrejas, antes I'e accrccentem , e particullnrmcntc as raz6es»
quc I’c ottcrcccm para que ePa das terras dos Coutos dc Alcoba5a
reita por o I'cnlior Key Dorn AlFonI'o I. a Ordem de Cifter , e ao
gloriofo Abbade Sam Bernardo , c ao Mofteiro dc Santa Maria de
Alcobaâ ,
c a leus Monges fe reftituhir a fua primeira I'orma , c fe
conCcrvc iiella ; ciperando com o fazer aflim , quc alcani’aremos cu,
c os Keys meus dcrccndcntcs , e fucccfTorcs a duraâo defta Coroa
conf’orme a benâm , e profccia do ditto Santo Abbade contheuda na
lua Carta ja rclcrida , como I'c vio cumprida na divizao da Coroa
logo , que as terras , c rendas dadas a Deos , e ao dito fanto fe di-
vidirao do dito Mofteiro de Alcobaga :
por todas eftas couzas, c por
agradcccr, e rcconhcccr em parte a mcrce, da ma6 Divina, quc re-
cebi na reftituiâo defta Coma, concorrendo eu tambem na reftitui-^
9ao das rendas dadas a Virgein Maria Senhora nolFa , e ao Bem-
aventurado , Sao Bernardo , e ao dito Mofteiro dc Alcobaâ : de meu
nioiu proprio , certa f'eicncia , poder real , abfoluto hey por bem
e me praz de defiftir , c delifto da I'eparaâo , c divifao dcs rendas^
e jurdisoens do dito Mofteiro , que por Bullas Apoftolicas fe haviao
spartado das outras, que agora poft'ue e feito em commenda: ccon-
:
ftrmando , c ratifieando a doaâb do ditto fenhor Rev , Dorn Affon-

io I. para que de hojc cm diantc fc cumpra , e guarJe , c tenha fua
f’orâ , e vigor , como fc a tal feparaâo ie nao ouvera nunca feito ,
quero , e inando , que o dito Abbade do Mofteiro de Santa Alaria
dc Alcobaâ , que hora he , e feus Monges tomem pofle , das ditas
terras , fuas rendas , e jurdi9oens, que pcllo ditto Senhor Rcy Dom
AtVonfo I. Ihe forao doadas , e dotadas ; e as tcnhaA , hajao, e pof-
fuaA , c logrem aflim , e da mancira , quc Ihe pertencem ; e que as
tiiihao , haviao , c po(Tuhia6 antes da fcpara9a6 dellas , e crcccaA da
Comenda rcnunciando a graca concedioa ao.s Rcys defte rcinos , na
:
di\ ifam , c aplica9ao das dittas rendas , e jurdi90cns , e Comenda

como fe tal nunca ouvera fido E para macs abundancia , fe necef-
:
iario he, fa9o nova, e irrcvogavcl doa9a6 para fempre cm meu no-
mc , e de todos os Rcys meus defeendentes , c fuccefrorcs , das ditas
rendas , e jurdi9oens a Virgem nofla Senhora de Alcoba9a , c aos D.
Abbades , Monges do ditto Mofteiro , aflim como de antes as ti-
nhao , e pello lenhor Dom Aft’onfo I. Ihe fora6 outorgadas , c as
pofl'uhiad antes da feppara9a6 dellas , e erec9ao da ditta Comenda :
dimitindo de inim , c dc todos 0$ meus fucccfl'orcs o direito , c au>
936 de nomear Comendatario ; fern quc em algum tempo poflamos
uzar delle , nem recclaniar , e ou revogar efta ditta nova doa9a&, con-
firira9a6 da que pello ditto fenhor Rey Dom AfTonfo I. foi feita
com condicao , c obriga9a6 , que os dittos D: Abbades , e Monges
do ditto Mofteiro dc Alcobaâ que hora fao , e ao diantc forem tc-
rao fempre no Coro delle Laufperennis dos Monges repartidos por
deeaiiias cm certo , c competente nunicro , dc mancira que a toiirs
horas
tizod h , (lOOgle
,
da Cafa %edl Tortugues^d, 785

horas do dia ,
e noite fe rezcm fcm intcrpollaâfi ,
nem falta as ho-
ras Canonicas ,
e louvorcs divinos ; coiTio nos tempos paffados fe fa-
zia. E fe algiima pelToa , o que na& creyo , que poffa
acontecer, an-
nullar , ou ifiminuir cfta doaâ6 fcja cxcommungado , e amaldiâdo
pclla authoridade dc Deos , Padre , Filho , c Efpirito Santo , e do
Bemavcnturado Sa6 Pedro, Principe dos Apoftolos, e apartado da
communicaâS , e fufFragios da Santa Madrc Igrcja. E por firmeza
de tudo , o que ditto he, mandei dar ao ditto Dom Abbade , eMon-
ges do ditto Mofteiro de Santa Maria de Alcobaâ cfta Carta paten-
te por mim aflinada , e paflada por niinha Chanccllaria em virtudc
da qual OS hey por nictidos de pofte das dittas terras, rendas , e jur-
diôens : e mando aos Miniftros , a que tocar , e que por elles fb-
rcm rcqueridos , que Ihe dem dellas particullarmentc a pofte aiftual
e real lem duvida , contradigab , nem embargo algum ; que aftim he
niinha vontade , e merce. E huma Copia dcfta ditta Carta fe guar-
dara na Torre do Tombo , ftcando o original no Cartorio do ditto
Mofteiro dc Akobaâ. Dada na Cidade dc Lisboa aos quatro dias
do nies de Fcvcrciro Vicente de Sottomayor a fez anno do Nafci*
mento de Noftb Senhor JESU Chrifto dc rail , feifcentos, c quarcn-
ta , c dous. E eu Francifco dc Luccna do Confelho DelRcy noftb
Senhor , e feu Sccretario de Eftado a iiz eferever.
ELREY,
Tejlamento da "Raynha Dona Luiza. E/ld na Gaveta it dos

tamentos dos Keys , donda 0 fix copiar,
D Onna I,uiza Raynha de Portugal

e dos Algarves da'quem , e
,
daleni mar em Africa fenhora dc Guin^, e da Conquifta de
Ethiopia Arabia Pcrfta , e da India &c. Eftando doente cm cama , e
Num. *5.
An* 1666*
na6 fabendo a hora cm que noftb Senhor fera fervido Icvarmc man-
dey fazer efte Teftamento , e ultima vontade pcllo raeu fecretario na
maneira I'cguintc.
Em primeiro lugar cncomcndo a minha alma a Deos noftb Se-
nhor que acriou , e Ihc peftb que pcllos mcrecimentos da morte , e
paixao de meu Senhor Jefu Chrifto , c pellos dc lua Santiftima May
a Virgem Santa Maria, e do Bemavcnturado Santo Agoftinho , e
Santa Thcreza a quem tomo por efpeciacs advogados nefta hora me
queira perdoar meus peccados fendo clle fervido Icvarme para ft.
Mando que meu Corpo fe no meu efpicio , e Igreja nova

depofite
do Santiftimo Sacramento , podendo hy comodamente fer , fe
e na6
fe depozitara na Igreja de Sao Vicente honJe efta ElRey meu Se-
nhor donde depois de feita a Igreja do meu Mofteiro das defcalgas
de Santo Agoftinho fera trazido para ahy efperar o final juizo. Man-
do , que no dia que me enterrar fe diga6 todas as milfas das Comu-
nidadcs dcfta CiuaJc por minha alma , e fe continuara& por oito
dias feguintes , c no mais fe fara o que ElRey meu filho ordenar a
I'om. IV. Ggggg quem
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•^%6 Trova$ do Uv^ FIL daHijlorta (jenealo^cA
<juem deixo por meu herdeiro, c Teftamenteiro fiando da fua gran-

oc piedade o fara com o amor que Ihc mercô a elle j e ao Int'ante
deixo a minha ben 9 oa que he o mais que Ihe polFo deixar , e fupof-
to que o nao pude ver Ihe recomendo muito a meus criados que me
acompanharao , e que mande fatisfazer minhas dividas fiando de feu
amor tome por fua conta as minhas funda 9 oes pois Deos na6 foi
fervido de que eu as acabafie, e ao meu Convento das Religiozas dei-
xo efta quinta , e Cazas para deltas fe fazer o Convento , e aos Rel-
ligiozos da Conceiâb a quinta em que efta6 , que fe compre pello
prego em que eftava conlertada a compra. Declare que do meu dot-
te me ficarao em Caftella na Caza de meu fobrinho o fenhor Duque
de Medina Sydonia , finco mil cruzados de juro os quaes havendo na-
zes fe cobrarab , e fe dara6 , dous mil cruzados delles as ininnas
Relligiozas defcalfas , e tambem me deve a Caza de Braganâ as mi-
nhas arras , e o que do dote veo a poder delRey meu Senhor que
efteja em gloria , e o que fe achar me pertencia do dinheiro que o
dito Senhor deixou em hum cofre por fer procedido tudo ou a ma-
yor parte dos rendimcntos da Caza de Braganâ em que eu tinha a
ametadc. Ao meu Thezoureiro fe levara em conta tudo o que mof-
trar defcarga pello meu Sccretario por quanto elle correo com os
gaftos , e eu com minha doenâ na6 pude dar Decretos rubricados
como athegora fe fazia.
Ao fenhor Rey meu filho deixo muito encomendado aos fidal-
gos que me fervirao, e que Ihe agradeâ muito o cuidado, e amor
com que o fizcrao fazcndollie as merccs que eu Ihe fizera Ic vivcra-
A Raynha de Inglaterra minha filha deixo a minha benjad pois
na6 tenho outra couza nefta hora , e efpero que fe lembre muito
dc minha alma pois fabe Iho mereci no amor , c que outra ves tor-
no a encomendar ao fenhor Rey meu filho os defpachos das peti-
9 oes de meus criados , e criadas que ficao muito dczemparadas ef-
perando que Sua Mageldade o faâ como dclle efpero , e por aqui
tiouve eftes apontamentos por acabados Xabregas vinte feis de Feve-
reiro de feifcentos feflenta e feis. E tambem eacom:ndo a Dona Iza-
bel de Caftro , ao dito fenhor que me fcrvio com muito amor que
Ihc faâ a meree que pede.
RAYNHA.
Sayba6 quantos efte Inflrumento dc aprova 9 afi virem que no
anno do nafcimento de nofib Senhor Jefu Chriftb de mil feifcentos
fefenta e feis , em vinte finco dias dfo mes dc Fcvcrelro cxtramu-
ros da Cidade de Lisboa nos Pa 90 S reaes da Raynha nofla Senhora
Dona Luiza eftando ella ahy prezcntc doente em cama em todo
perfeito Juizo c entendimento, e logo de fuas reaes maos as de mim
Taballiao perante as Tcftemunhas aîante aflinadas , e nomcadas me
foi dado a fcdulla de feu Teftamcnto atras efcrito
,
e me refpondco
as perguntas que Ihe fiz que hera feu , e que mandara cfcrcvcr pcl-
lo feu Secrctario Bglchior do Rego c Andrade , e depois de Iho
haver
,
da Cafa *ReaJ Tortague^d, 787

haver efcrito Iho lera todo , e cfta a fua vontade afTi , e da manei-
ra que Iho mandara efcrever , e por affi fer o aflinara de feu final
e quc por tanto o aprova , e rathefica por feu bom , e vcrdadeiro
Telbmcnto cedulla ou codecilho qual cm dJrcito mais firme feja , e
lugar haja , e qiicr quc fe cumpra guarde , e haja lugar cmjuizo, e
fora delle pclIa mais abundante via quc fcr pofTa por afli fer fua ul-
tima , e deradcira vontade , Tellimunhas que fora& prezentes chatna-
das por parte de Sua Magefiade o Marques de Marialva o Marques
,
de Niza Dom Lucas de Portugal o Bifpo de I’arga o Secretario Gaf-
par de Faria Severim , e o ditto Secretario da R^nha nofla Senho-
ra , e cu Taballiao dou fc fer a ditta Raynha nofla Senhora a pror
pria que ncfta aprovaâb aflinou com as ditas Teftemunhas , e eu
Luis Correa de Almeyda, Cavallciro fidalgo da Caza dclRey nofIb
Senhor,ê Cidada6 dcfia Cidade de Lisboa, e ncUa e feu termo
,
Taballiao publico de notas pello dito Scnhor, que efte InlVrumento
de aprovaâb fiz , e afliney em publico e dcclaro que hindo para
,
aflinar pella Raynha nofla Senhora efta aprovaô por dizer o nao
podia fazcr mandou ao Conde de Santa Cruz feu Mordomo nior
,
que o aflinafle pello nao poder fazer em rczab da docnga e eu di-
,
to Taballiao o efcrevi e os mais abaixo forao prezentes final pu-
,
blico.
Aflino por mandado da Raynha nofla fenhora pello na& poder
fazcr em rezab da fraqueza com que fe acha. s O
Conde Mordomo
nior. c= O Marques
de Marialva. c
Marques Almirante. c O Conde
de Arcos. iz Ruy
de Moura. sAntonio de Mendon^. s O Bifpo
de Targa. c Gafpar
de Faria Severim. c Dom Lucas de Portugal. 3
ODou tor Antonio Lobo de Torneo do Dczembargo uelRcy
noflo Senhqr , e feu Dezembargador dos agravos Corregedor com
,
alâda dos fcitos , e cauzas Civeis nefla Corte e Caza da Suplica-
ô &c. Faô faber aos que efta ccrtidab de , abertura vircm , que
fuy chamado ao Paô ahonde na falla donde fe faz confclho de
^
Eftado perante os Confelheiros delle me foi entrcgue oTeflamento
com que falleceo a Raynha Dona Luiza noifa Senhora pello Conde
,
de Caftel-milhor , o qual vinha fcrrado , c lecrado, cozido com hum
ho de rctros preto, efcrito em trcs laudas depapel, em que entra a
da aprovajab o que nab tinha vicio nem borradura nem couza que
, ,
duvida faâ , excepto huma meya rcgra borrada por fima do afinado,
final da Senhora Raynha quarta regra, e para aflim conftar , e paf-
, a
far na verdade mandey paflar a prezente, por
, mim aflinada , e feita
por Manqel Ribeiro de Faria Efcrivab de meu cargo , em Lisboa
,
a vinte oito dias do mes de Fevereiro de mil feifeentos feffenta e feis
,
annos. E jeu Manocl Ribeiro de Faria cs An-
, a fiz , e fobreferevi.
tonio Lobo de Torneo. m
Tom. 17. Ggggg ii Paêl
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788 Turovas do Liv, VIL da Ht/loria ênealogica
RaynAa D. Luiza , quando quiz deixar ogoverno do Kclno.

"Papel da
EJli m
Lhraria mam^crita do Duque de Cadaval , tomo 6 .
dos Copiadoresjbl. zio. verj. donde o copiey.
Rigor y incertesa de mi vida, cl defeo de mi falvacitm la

Niim
£NUIH« ZO*
,
JPy obligacion, que me corre a procurarla la inmcnfidad de dificul-

tades que me eftorvan a confeguir la voluntad que en mi fiento ,
me dan motivt) para communicar una batalla , en que me tiene la
confufion en que vivo , dezeofa de allar un parecer que me quadre ,
defpues de bien confideradas que declarare por el modo figuiente.
Yo vivo una vida penozofiflima porque fi d Reyno es raonC-
tniofidad por fer con dos cabeâs , yo quiero , julUcia , y feguir ra-
zon , ElRey o no la conoce , o no le la dexan hazer , y alii aunqac
yo goviemo , el haze lo que quiere , pues concedo yo lo que guf-
ta , porque es hombre , y efto es fuyo , y yo tengo cierto el ricfgo
de perderme el refpefto fi lo encuentro ; dezeo con todas veras ha-
zer mudanâ de mi perfona , con que la falve de tal horror , en elle
punto pido fe aga toda reflexion. Defpues de dcclarar mis inten-
fos para aconfejarme lo mas convenience a mi quietud , ami vida , a
mi authoridad , y a mi alma , mi inclinacion me lleva a un Conven-
to , no para entrar , por monja , porque las fuer9as no lo podcran
en falida de finco para feis anos de efclavitud tan trabajoza podera-
:
lo hazer el tiempo , pero en quanto no lo fuefle no por clTo ûizicra

trafego de criadas, fi no algunas que me parecielen a propolito, y
que la pcriada fca la que corra con mi hazienda , y ella mifma coo
cachillo firme por mi , mys papeles ,
mys criados y Officialcs no t:n-
go intento de difpedirlos , fi no detenelos , pero confiderefe que
yo quiero un grandiflimo retiro , y folcdad que clTa es la caup ,
porque concedo corran las monjas con la adminifiracion de fa hazien-
da , y tambien es efla la ocazion, de no fer luego Religiofa , no
quieran por obtdienda obligarme , a algunos alivios , fuera del eftilo
que llevo. Puede foceder que ElRey quiera eferevirme , a faber de
my , aqui fe me diga, fin encontrar efta my opinion que podere ha-
zer , con que no falte a la cortezia my inclinacion me dita , que el
:
Convento fea de Santa Thcrefa , a eflo digo que en Carnide ay di-

ficultad de D. Maria , no porque yo no viviera donde ella , la vida
fin ninguna molelHa que elTo me oiera , pero que me encuentra el
modo de vida que apetcfco de excluirme de todo o trato , y comu-
nicacion de gente, y eftando a la villa, algun contemporizar hade
haver entre las dos , porque ella no ialtara a la ocazion que c$ de
obligacion tratarme , y faltar yo ala corefpondencia no parece bien ,
y tal ves fe alguna por alguna jufta ocazion , en my viere trifteza ,
mal femblantc, nacido de muy diverfa caufa podra fer, que entendie-
I'c era con ella el enfado
, y
ya le ocafiona de aqui , no vivir yo
con el defeuido que quizicra , en las Carmelitas de S. Alberto , my
hate dilicultad la limiucion de Caza , y parece que quien fale de
cnparc-
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,,
da Cafa %ed TortugueiÂ, 78 ^

enparcdada, y bufca un retiro onde paiTar lo reftante de fu vida,
• quc es bien que haga elecion de lugar hancho y ameno , vifta de mar
ala qual (by muy incUnada; fi de Santa Thcrefa falgo, y a Santo Do-
mingo me acojo como parienta dezcmparada . quc es aquien tcngo
mucbo afefVo , hallo para vifta y larguefa tic fitio al BuenfucelTo
pero el inconvcnientc de eftar en la boca de la barra , dondc havicn-
do ocazion de guerra por mar , es el primcro Convento quc hade de-
focupar , Lisboa es la parte dondc quificra afcftir , por fer ala que
mas me he inclinado ^ y donde fe nallan todas las comodidades ,
principalmcnte Religiofos Do£los , letrados fiervos de Dios fenor
conquien conmunicar, y dezaogar la concicncia y confelTar , fueradc
Lisboa , en mis tierras no ay convento a my propozito : para hazer
fimdacion , no tengo flema , y fiendo cierta que he de hazer dicha
auzencia , quifiera tomar reloziicion en el modo della , lo qual no ha»
de tardar mucho porque me alio ya falta de fucrâs , y de animo ,
para continuar en cllo no he de pedir conlejo, porque me hande de
dizer que no me vaya, e que no del'empare , quc es ElRey incapaz,
y quiga algunos de tos que lo dixeren , eftaran negodando lo con-
trario. Por eftas mifmas falfcJades, me puedo temer que algun dia
me digan quc me vaya , y pan hirme mandada , fera mejor hirme
antes , por my propria voluntad , lo que podia detenerme , era el
lleâr mis hijos a fer hombres va lo Ion , mi hija cafada ya lo efta.
Si la Campana al prezente es la mayor ocupacion de mi cuiJado
,
tambien os fucefTo que va pafTando , y como ya confidcro los eftor-
vos quc me eran prizion ya vencidos , y a los que pueden venir no
quicro efperar , folo trato de my particular , (in reparar en el quc
cada dia me porponen, de for la alliftciicia de my perfona lo util a
la confervacion defte Keyno , porque a c(To digo , quc (i a todos
nos adc matar el trabaio que de aqui refulta , yo tambicn quiero
tnorir con todos, pero (i yo folo be de vivir moriendo, porque cllos
vivan , no loquicro hazer , alia fe bufquen otro remedio a Dios Se-
Hor le dara 'enquien conbo, favorefca mys intentos , eftos tengo
parecc manifeftado baftantemente , y por falta de tiempo y (bbra de
negodos, no los he comunicado por palavra , tan entcramente y pa-
ra ciTe efeilo los he puefto por eferito de bien confi-
, para defpues
dcrados , fe mede la refolucion mas conveniente , y diga cl moJo
con quc devo hirme, porque ft fucre fecretamentc parefera que
buyo , y fe defpedida publica parecera que quiero me lo eftorven, y
no faltara quien lo haga , imaginando me lizongea a un que poco
_
monte comigo la diligenda , todo lo referido , y mas circunftancias

quc qualquiera bon juizio , puede arguir en cada imo de los dichos
untos buclvo a pedir una buena dilpozicion , nadda dd mas acerta-
Jo confejo , para que Dios Senor perniita alunibrar d entendimica-
to que cn tal materia ubld'e de votar.
Term
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I
75?o Trovas do Lh» VIL da Hljloria (jenealoyca
Ter mo da Entrega do Corpo da Raynha D. Luiza ,

no Mq/leiro
de Santo Agqjiinho das Keligiojas Dejcalqas do mej'mo San-
to, Tirey-o do Copiador 17. do Duque de Cadaval
pag. 2J7.
Num. 2w A dczafete dias do mez de Junho do anno do Nacimcnto de

• /iL no(To Senhor Jel'us Chrifto de mil e fetecentos e treze , no
An. 17 5 • Mofteiro dc Santo Agoftinho das Religiofas delcalâs da Ordcm do
mefmo Santo extramuros da Cidade de Lisboa eftando prefente D.
Nuno Alvers Pereira de Mello Duque do Cadaval do Confelbo de
Eftado Prezidentc do Dezembargo do Paô , e Meftre de Campo Ge-
neral junto a Real pelToa de Sua Magcftade , e a Madre Soror Maria
da Soledade Priorefa do meimo Convento , eftando no Comungato-
rio dclle, e logo pelo dito Duque foi dito a Madre Prioreza que
Ihe emtregava hum caixao de madeira que ellc eftava forrado por
fora , de vcludo negro com duas fcchaduras , e dentro dclle hum dc
chumbo , e jurou aos Santos Evangclhos cm que pos as maos que
dentro dos ditos Caixocns eftavab os olTos do Corpo da muito al-
ta , e muito Podcrofa fenhora Raynha D. Luiza, quo falccera ila vi-
da prefente a 27 de Eeverciro de 1666 cujo corpo fora dcpofita*
do por difpofiâo- do feu Teftamcnto no Convento que mandara fun-
dar de Corpus Chrifti de Marianos Defcalôs , e porque de prefen-
te fc acha acabado o jazigo que fe mandou fazer na Igrcja das mef-
mas Religiofas Agoftiiihas dcfcalâs , adonde a dita fenliora Raynha
defunta ,
ordenou pello feu mefmo Teftamento foffem levados os
feus oftos , cuja treslada9a6 fe fazia hoje para o dito jazigo , queel-
le Duque os vira , e reconhecera , abrindo fe os ditos caixocns , e
vindo-os acompanhando the aquella Igreja , ea Madre Prio.ei'a dilTj,
fe dava por entregue dos ditos caixocns , e olTos da muira Podero-
fa Raynha D. Luiza que efta em gloria, e das chaves dos ditos cai-
xocns que o Duque Ihe entregou , e fe obrigou a dita Prioreza por
fi , e fuas fucelToras a dar fempre conta dos ditos olfos ,. dc que cu
Diogo de Mendo9a Corte Real do Confelho de Sua Mageftaue, c
feu Secretario de Eftado , fiz dous termos defte theor , hum para en-
viar a Torre do Tombo , e outro para ficar na Secretaria de Eftado.
Mofteiro de Santo Agoftinho das Religiofas defcalâs. Dia ut fupra.
Duque. Diogo de Mendoza Corte Real
Sor Maria da Soledade Prioreza.
TORRE
DigHized dy Google
.
da Cafa âl Tortugaei^â.

7p i
TORRE DO TOM BO.

Ao Principe nojjb Senhor ,
Cargo de Corcnel da Nohreza. Lhro 14.
da Chancetlaria de E/Rey D. JoaS 0 IV.Jol. ii. domic 0
cofiey.
D Om Joao , &c. Fa?© faber aos quc efta minha carta patente vi- NuiU. 28.
rem que por moftrar a nobreza , a eftima?a 6 que faco della , e a
o que efpero obre em mcu fervilTo na defenfa defta Ciaade , e do
g ’.3
' ‘
Rcyno nas ocazioens , quc fe ofl'crccerem ci por bem , e me praz

que o Principe D. Theodozio , meu fobre toaos muito amado , e
prezado filho primogenito feja Coroncl de quatro ter?os que fe for-
marao logo os tres de outo companliias cada hum tirado das liftas da
nobreza que o anno palfado le fizcrao por nieu mandado , e o
quarto Ter?o de rodas as Companhias de privilegiados naturacs , e
eftrangeiros defta Cidade , e que feja6 Tenentes do Principe , e Go*
vemadores deftes quatro Tergos , o Marques de Montalvad , e os
Condes da Torre , de Unha6 , e da Callieta aos quaes fe paflarad
fuas patentes. E por efta ei por metido de pofte ao Principe do car-
go de Coronel dos ditos quatro Tcr?os , e mando aos ditos Gover-
nadores delles feus Ten.-ntes, aos Sargentos m6res, Capitaens, e mais
ofticiacs quc tenho nomeados , e fe criarem de novo pera o exerci-
cio , e governo dos ditos Ter?os cumprad , e guardem fuas ordens
daJas por efcrico, e de palavra com o refpeito, e obediencia com que
o devem , e fad obrigados a fazer , e como fe per mim forad daaas.
E o Principe uzara de todos os podcrcs , e jurifdi?a6 , e al?ada ,
que por rezad do dito cargo de Coronel Ihe tocarem , e Ho eu delle
que acompanhado da afiftencia , e Confelho de tad prudentes , e
leaes Tenentes, comprira tarn inteiramente com as obriga?oens dclle,
que cm tad tenrra idade moftre nefte exercicio o valor , e cuidado
com que em todos os tempos efpero fe empregara na defenfa deftes
Reynos, e Vaftallos delles. E por firmeza de que dito mandci paf-
far efta patente por mimafinada, e afclada com o fello grande das
minhas armas. Dada na Qdade de Lisboa ao primeiro dia do mes de
Mar?o de 1642 annos. Eu Antonio Pereira.
ELREY.
Carta
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,
7^2 ^fovas do Uv. VII. da Hifioria ênealoîca
Carta de ElRey D. Joai o IV. etn que Jm

Trincipe do Brazil ^
e Duque de Braganqa, e J'enhor dos mats ejlaaos dejla Ca-
za aos immediatos Juccejjores d Coroa , pelo que no.
meou tudo no Principe D.T/ieodofiofeufiiho.Liv.
I j. da Chancellaria do dito Rey fol. jpp. don-
de a copicy.
•
^9
i64J.
D OmJoa6, &c. Fago faber aos (ê efla minha carta virem que
tcndo refpeito ao que o Ellado Ecclefiaftico me pedio no ca-
pitulo quinto das porpoftas que me ofreceo nas Cortes que cekbrci
nefta Cidade , o anno de leifcentos e quarenta c hum , fobre a con-
fcrvaâo da Real Caza de Braganâ a quo por cnta6 refpondi ficava
vendo o que fcria mais conveniente fazer ncfta materia , confidcran-
do a idade em que fe acha o Principe mcu fobre todos muico amado
e prczado filho , e que os Reys meus predccelTores na& diftinara6
patrimonio particular pera feus primogenitos , como coftuma haver
nos outros Reynos , aefejando confervar o nome, e memoria daquel-
la Caza , alii por fua fiindaâd, e grandes calidades como por ferem
filhos feus , os mayores Principes da Chriftandade. E a haver Deos
cfcolhido pera confervar nella a fuceflao , e remedio defies Reynos
eni fuas mavores calamidadcs , e fe nad achar no tempo com cabedal
para poder fazer patrimonio aos Principes fucceflbres della Coroa ,
ci por bem de declarar ao Principe meu hlho , e aos mais primoge*
nitos dos Reys meus fuccelforcs, Duques de Braganâ, e de Ihe con-
ceder como por cfla confedo todas as terras , jurifdiQoens , e rendas,
e datas que pertcncia6 aos Duques da dita Caza, all), e da maneiia,
e polla forma , e theor das Doaôens, perque eu as poiTuia ao tem-
po que fuy rellituido a Coroa defies Reynos , e milhor fe Ihor m
puder fer , pera com iflb fullentarem as defpezas de feu Eflado , e
C!aza , com a dcfcencia que conveni , e porque com efla declaraâd
fatisla§o , divida de jufliâ pois comrormc a ella cra6 ligitimos fucef-
fores , da dita Caza o Principe , e os mais que o forem pcllo tempo
cm diante , e he raza6 , que dies exprimentem tanibcm etl'eitos de
minha grandeza , e EberaUdadc, e tenha6 titulo, e dignidade muito
conforme a principes que hao de foceder em huma Monarchia ta6 di-
latada , a que fa6 fojeitos tantos Rcinos, e na;oens, e reconhecem
vafalajem tantos Reys, e Principes , declaro ao dito mcu Filho, e
aos mais Primogenitos defla Coroa Principes do Brazil pera o pofui-
rem em titulo fomente , e fe chamarem daqui em diante Principes
do Brazil , e Duques de Braganca. E afllm o dito meu filho como
feus fucceffores, governarab o dito Eflado logo que fe Ihes nomear
Caza , e antes de a terem , e em quanto faltar Principe , a gover-
narab os Reys com divifab porem de Miniflros affi da maneira que
hora fe governa , ou na que aos Reys falvando a divifab parecer nii-
Ihor , e por firmeza do que dito he , de mcu moto propio certa
feientia
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da Cafa *Râl *Portuguesâ, 753
fciencia podcr Real , e abfoluto mandci dar efta minha Carta patcn-
te por mi aflnada paflada por minha Chancellaria, ccllada com o
cello pendente de minhas armas , que quero que fe cumpra , e guar-
de , fern embargo dc quael'quer Leys, Ordenagoens, Regimentos Ca-
pitulos de Cortes , geraes ou efpeciaes , ou qualquer outra couza que
aja em contrario
,
porque pera eftc effeito as ei dcrogadas como fe
dellas fizera particular , e exprclla men 9a& , em virtude delta Carta,
fe palTarao todos os defpachos que pera feu milhor eleito fe pedirem.
Dada na Cidade de Lisboa aos vintc e lete dias do mes de Outubro
Pantalcao Figucira a fez anno do nacimento de noflb Senhor Jefus
Chrilto de mil c feifeentos c quarenta e linco Pedro Vieyra da Sil-
va a fez eferever.
ELREY.
Carta (jiie E/Rey D. Joai ejereveo ao Principe D. Theodofio Jo‘

bre mandar as Armas de Alenteh. EJla no Lhro do anno
i6$i. da SecreUria de Ejlado.
M Uito Honrado, e prezado Filho. Eu ElRey vos envio

faudar coir.o aquellc que fobre todos muito amo , e prezo ,
logo que foube eres partido a elfas Fronteiras , ordenei a D. Joa6
da Coila , a cuja conta ellava o governo das Armas daProviiicia obe-
.
a
2 0.
'
defc, e executafe volTas ordens , ailm e da maneira que o devia fa-

zer as minhas. Encomendovos muito tomeis o trabalho de querer go-
vernar as Armas defl'a Provincia em quanto a vizitardes obrando ncl-
la tudo o que vus parccer , fern excepgao de cazo , ou de negocio
algum , e efpero me deis conta do que vos parccer capaz de o fa-
zerdes. Pella memoria inclufa entcndcreis as peflbas, e a forma com
que por hora vos deveis fervir , para a del’peza delta gente , e para
as ocafioens que fe podem ofreccr na guerra vos mando prover a
quantidade do dinheiro que entcndcreis por outra memoria que fe
vos rcmctcra. Efpero novas volfas com o cuidado, e dezejo de faber
como pairalles. Muito Honrado , e prezado filho noflb Senhor vos
haja cm fua fanta guarda. Efcrita cm Lisboa a 2 de Novembro dc
16c I
REY.
Carta delRey D. Joao 0 IV. para 0 Principe D. Theodofio eflando

em .Alemtcio. Ejld no Livro do anno de 16^1 na Hecretaria
de Ejlado.
M uito Honrado, c prezado Filho. Eu ElRey vos envio rnui-Num. 4 1.

to faudar como aquelle que fobre todos muito amo, c prezo.
Hon tern rccebi hCia carta volfa jx feita em Elvas com data de feis do
corrente, e tive muito particular contentamento de entender o bom
> • •
fucceflb com quo fizcltcs a jornada, e fnSer que fb o hirdes afeltir a

- •
Tom. IV. Ilh'ilih nicu
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1
75^4 ^0 Uv. VIL da Hijloria ênealogtca
meu fervIJTo, fizcra largar niinha companhia , nos alivia aqui as

vos
liiudadcs com que nos dcixaftcs , mas ainda afim tem neccflidade de
cartas vofTas quc vos encomcndo continueis cm todas as ocafioens que
fe ofreccrem, Aqui tinha mandado rclponder ao Conde dc S. Lourcn-
90 o raefmo oue me advertis , e me parecera conviniente quc Uie rcf-
pondais naquella conformidade. Pareceme bem pella mcfma rcza& que
apontacs , quc na Gaza mais interior ( que entcndo pella que eftiver
mais junto a cm que dormirdes ) tcnha6 entrada os Gentisnomcns da
volTa Camara , os Titulos , os Meftrcs de Campo Generaes , e os Gc-
ncraes da Artelharia , e Cavallaria, e deltas para fora Fidalgos Capitaens
de Infantaria , e os mais podos de guerra daqui para lima. Pella Copia
dodefpacho que mandeiporem hua confulta do Confelho de Guerra,
e fera em companhia delta Carta , entcndereis como podcis perdoar
os crimes que vos parccer , fendo de pelTbas que eltao fervinao nef-
fa Frontcira , ou prezos nella , advertindo , que as vezes le facili-
ta& cazos mui fcos , c tainbem podcreis mandar conhecer , fentcncear
os cazos quc quizerdes , e os quc cntenderdcs pedem Miniltro de
mayorcs letras , que os quc alii aliltcm podcreis mandar remeter ao
Conrdho de Guerra. Nao convem uzardcs da letra de Manoel da Ga-
ma porque a quiz defcontar nas raezadas do Excrcito , c eu defejo
fe vos provcjao fem diminuiâo deiitro dc dous dias acabarab de par-
:
tir quarenta mil cruzados com titulo dc fobrcfelente para os defpen-

deres extraordinariamente , e terci por conviniente quc a merce que
fizerdes aos foldad^s feja I'cmprc por conta de fuas pagas , ou fu«u-
ras , ou pello mcnos atrazadas. Tambcm podcreis dilpor ao dinheiro
que ahi acharcis, para o galto da vofla pclToa levou algum Antonio
Cavide, e fe vos hira provendo. No mefmo dia que entrafles nell'a
Cidade , come90u a entrar pella barra a Frota do Rio de Janeiro , e
'hoje acabara6 de entrar os navios coin que partio: pcllas carrega-
foens trazem dez mil caixas de aTucar , nao trazem nova dc conlide-
rapb , mais quc o falecimento do Capitad mor daquclla Praâ Sal-
vador dc Brito Pereira. De Roma houve aqui cartas , avizafe que
continua a doenca de fua Santidade , e que nomcou por fuccelTor do
polto do Cardcal Panciola , ao Cardeal Ff]iada, mas que cllc por ter
o polto por de pouca duraâb pella docnâ de fua Santidade fena6
quizera mudar para o Pa?o. Em Aveyro entrarab Sabado palfado fin-
co navios Inglczes , no Porto quatro, e aqui entrab cada dia , dizem
ue fenab fabc onde elta ElRcy. Antcontem fiz merce a D. Pedro
3 e Lancaltro Arccbifpo eleito de Braga do polto de Prelidcnte do
Dezembargo do Pajo tres annos mais , elle , c as mais pell'oas no-
meadas nos Bifpados do Reyno tern mandado expedir bullas dos go-
vernos dclles, na forma que aqui entendeltes. Muito Honiado , e pre-
zado Filho nolfo Scniior h.ija volTa pclToa cm fua fanta guarda cicri-
ta em Lisboa 39 dc Novcnibro de 165
REY.
Certa
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,,
da Cafa %eal Tortugaeiâ, 79 S

Carta qut ElKey D.Joao o IV. e/creveodema$ propria ao Vrincrpe
D. Theodofio foil fitho quondo foy
,
a Efvas Jem Jua licenqa,
Edd na Lhraria m. J. do Diiqtie de Caaaval , donde a
Copley, tom. it dos Copiadores pag. ô.
Num.
F IIIio athe agora me nao deu lugar o fcntimento de vos poder
efcrever fobre a refoIu5a& que tomaftes em vos partir para c(la
fronteira , agora o fago dizendovos o qiie vos convem. Os fifhos nun-
»
*
J
l6su
* *
ca erra& i^cndo a vontade a feus pays , porque como fao filhos , e

fubditos devem obedccer inda nas couzas em que os Pays na& tive-
rem tanta rezao como elles. E vos tercis ja ouvido daquelle Reli-
giozo , a quern o feu fuperior mandou regar hum pa6 feco , o qual
continuou com tanto cuidado , e obidiencia em o fazer ( fendo cou-
fa tao fora de reza6 ) one permetkj Deos que o pa6 feco florecelTe.
Se convinha a vofTa hiaa reza& era que a cxecutafeis fabendo-o eu
mas fe ella na& convinha nao era rczad , poUa em execu9a6. Podera
fcr conveniente cntenderfe hieis as minhas efcondidas por efcuzar a[-
guns gaftos , mas devia eftar pervenido tudo primciro o que fe ha-
via de fazer , e faber fe tinhamos cabedal baftante para ifl'o. E- O
vangelho em cazo fimilhante diz que veja primciro quern houver de
fahir ao cmcomtro a feu inimigo fe tern com que o poder fazer,
&c. a ida poderia fcr conveniente fazerfe em outro tempo , mas no
de agora tern inconvcnicntes mil porqne no inverno na& fe faz na-
,
da , nas partes onde he mayor a guerra. Eftar encerrado em Elvas
nao he bem , virem os Caftelhanos Icvar os gados a vofla vifta peor
porque fe huma vez Ihcs tirarem as prezas , outras levara6 elles os
prezos como agora fizerab, fe entrarcm com mayor poder, que o
que tcndes , e Ihe mandarcs fahir he arifcado , e i e o nao fizcres dif-
crcdito , dies athe agora bem vcdcs que com a volTa chegada nao
,
fe alterarao cftando vos tab perto, porque Ihe nab da cuidado hum
homem mais na fronteira, mas cftando vos como convinha cntab po-
derab temcr o que podercis ahi aprcndcr he pouco , porque nab
:
tendcs cxcrcito em que o fazer , e os que o fazem fab os que andab

nas ocafioens das entradas e pilhagens que as mais para vos nab as
,
ode haver, nem csonvcni a nos dar batalhas, mas defendemos. O
F ovo gabqu a vofla rcfolu9ab , mas nab quer dar mais dinheiro , def-
tes os mais entendidos o contrario fentem
, e
nab aprovab a jomada
porque topab os inconvinientes mas ifto em fegredo os mayores em
:
publico vos defendem friamentc , porque nab tern rezoens com que
o podcrem fazer, e eu tambem fou hum delles quando cuidarab que
:
hieis com ordem minha, vos quizerab feguir tooos Ihes pa-
, depois
rcceo fer o contrario todos forab mais a tento. Os que eftab com-
vofeo gaftab agora o que depots quando vier a ocaflab nab hab de
ter. O dinheiro que fe vos mandou por via dos tres Eftados adian-
toufe mas nab creceo. O que Antonio Cavidc Icvou he tab pouco
como vos fabeis, Dalo o Confelho da fazenda nab he polGvel , a ren-
Toui. iV. Hhhhh ii da
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,,
*Prova$ do £Jv. VII. da Hiftorta ênealogtca
da da Caza dc Braganâ fe gada 'ncfTa fronteira , fe deftc fc fizer o

voflo gafto fc hade tirar aos foldados , vindo o tempo adiante , po-
dem os Caftelhanos ter mais poder , e deitar hum corda& a elTa Pra-
, e obrigarnos a que os vamos deitar delle, e nifto gaftar o q ue
hade fervir para a defenfa, vos na6 podeis fazer couza que obrigue
a Caftella por efta cauza fazer pazes comnofeo, porque quando mui-
to os apertemos fara pazes com os outros dc quern tern menos re-
za& dc agravo , inda oue feja com partidos intames para nos vir fa-
zer guerra , porque oelles na& pode ter mayor queixa que faze-
remlha , e de mim tem a de Ihc tirar das maos efte Reyno, fer cau-
za de fc fuftentar Catalunha , e I’ran^'a fazcrlhe fazer pazes vergo-
nhozas , com os Holandczcs dedruilhe Caftella , c o mais que difto
ie fegue , c na& he de crer delRey de Caftella queira comigo ter
concerto , porque para ifto fer fera forôfo chegar a tao grande mi-
zeria que na6 tenha outro remedio fcna6 efte , na qual os na& pode-
mos nos por, e nao fera afim fe ElRey dc Caftella morrefe , porque
enta6 o que fizer pazes comigo na& he o mefmo a quern cu qfendi
porque ainda que o agravo tambem o fizefe ao Reyno eu fui o que
o fuftentei, e efte fena& pode acabar fenab com o Reyno , e por if-
to he bem , ja que nao podemos acabar ou obrigar a fazer a paz
honi he meter tempo em meyo , fe affi nos concervamos , para que
ferve chamallos, que nos venhao fazer guerra , o bem difto ja feve,
na& fe pode agora tirar , pois o mal porque fe ha de adiantar fe to-
dos fogem delle. Muitos perigos evitou a tardanga , e muitos males
adiantou a prefta. A noticia que Tota-Villa , que governa as ar-
mas de Badajos , e os mais caboS fc viftirab dc galla , fazendo lefta
a vofla chegada , parecemc forab muito avizados , fc afltm o fizerab
porque melhorarao muito cm vos ter por competidor, mas nab vos
em o ter a ellc. Os foldados feftciab agora ( c com rezab) a vofla
chegada , porque como tem ncccflidadcs , cuidab que foftes a livri-
los dellas , fe eu pudera fern iilb folgara muito de o fazer , c amda
que dc prefente fe Ihcs fatislaya com o dinheiro que vos niandei al-
guma pequena parte dellas , muito mais fe defcoololarab vendoos ao
diante tornallas a padccer, e fera mayor o damno do que agora he o
proveito. Alem difto fe nefta fronteira em que eftais fe pagafle mui-
to bem, c nab faltafe nada nella, ou os das outras todos fe veriab
para efla , ou fogiriab os foldados dellas , vendo que buns crab tra-
tados como amigos, e outros como inimigos , fendo for 9ado afeflir a
todos igoalmente, porque todos Juntamente nos defendem. O
reme-
dio que eu rinha para deradeiro, era o que vos agora uzaftes, c
bem deveis faber qne ElRey dc Caftella eftes annos , quando fby a
Catalunha por fe mover deferentes vezes vierab muitos em o nab
acompanliarcm , devia fer por nab poderem , c mais nab hindo fora
dc tempo, ifto que vos digo fib rezoens que fevem com o olho,e
fe apalpab com a mab , c eftas fab mais certas, que as que imagina
o entendimento , que efta diferenâ vai do pratico, ao expeculativo,
q que a vos, e amim convem he, que vifitcis alguns lugares delfa
fronteira os quaes poderab fer Campo mayor Caftello de Vide ,
,
Aronches
n' ti2ed bv ^ ioogle

,
da Cafa %eal Tôrtugtuâ, 797

Aronchcs , ou Portalegre j e vir rccolhendo por Evora , e Villa Vi-
90 za , ccom ifto virmcis informar do que tendcs achado, para com-
vofco tratar dc Ihe dar remedio, e podc fcr que vindo vos da fron-
tcira pcilo officio de Ibldado , faibais pedir melhor dinheiro que eu
e dll o Rcyno o que t'alta para a lua defenfa, e fe afini q fizer ,
grande utilidadc fica tirada da vofTa Jornada, ou conheccreis queâ
falta he de quern na6 da , mas de quern pede, fapiencis eft mutare
confilium. Deos vos guarde. Lisboa 26 de Novembro de 1651 s
voflb Pay que muito vos quer, r:
REY.
Carta da Kaynha para 0 Principe D. Theoiofio feu filho ^ da /ua

.
propria mao. Via na Llvroria m. J\ do Dtigue de Cadaval
tom. IT. dos Copiadores pag. jzi.
N O ? refpnnder a tu carta, amarte folo fe , y fentir la falta

1
que me hafes, y entender, que en ti todo fon aciertos y que

no lo fueron Ic pondre fiempre gran duda , dixeratalo , y lo defen-
Num.
’ i6si
' '
diera cii toda parte , que efto es mi natural para con todos , quan-
to mas para ti , que cres todo mi a nor y unico bicn , tu no lo ig-
noras de que yo eftoy muy prezumida de que te feftejaron los veci-
nos , y mucho mas ft midieras ta ito gufto como fera pera my ref-
ponderme acerca dc aquello , que te quiero enviar , y tambicn de
ue quicres que feya la guarnicion del capote, y a Dios que teguar-
Se que ya faScs es todo my eftudio y no can9artc , y afi hede fer
muy breve fiempre perdoname los garabatos , que ni el fentimiento
da tugar ni un dedo que tengo muy laftimado. Tus Hermanns mil re-
cados , y Catalina dizc te acucrdcs de refponderla. Lisboa ii. dc
Noviembre.
Tu Madre que mas que a fy

te quiere
REYNA.
Patente de General das .Armas defies Keynos ao Principe D. TAeodo-

dojio. E/ld no Livro i. da Contadoria Gerat de Guerra pag.
87. dos DecretoSf A/varas ,

tfc. do anno 16^2.
D Om Joa8 por graca de Deos Rcy de Portugal , e dos Algar-

ves , daquem , e dalem mar em Africa fenhor dc Guinc, e da
Comquifta, navcgacao , comercio de Ethiopia Arabia Pcrcia, e da
NuiU. i 4«
.
'
India, Sec. Fa90 iaber aos que efta vircin, que confideranJo o gran-
de cuidado que pede a confcrva9a5 defte Rcyno, e VafTallos , e que
o Princepc Dom Tlicodofio meu fobre todos muito amado , c pre-
zado
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,,
19^ Turovas do Liv» VII. da Hijlorta (jenecdopca
zado filho fe acha ja em idade de Ihe poder emcarrcgar parte do tra-

balho do govcrno da guerra, afim pcilas partes que em fua pcIToa
comcorrem , como pcllo cuidado , e aplica5a& que moftra , ao cxer-
cicio militar, e porque ElRcy de Caicella, fe vay dczocupando das
guerras, que athegora odevertia&, e fe acha em eftado por faltadef-
tas diverôens quo crefera miiito o poder contra efte Reyno , e con-
fiderando que he forfado acudir igualmente a guerra do Reyno, e
a das Comquiflas , e fer ncccdlirio repartir efta ocupaiâu para que
com grande dcligcncia , e cuidado milhor fe poder cxccutar o que
convem. Hey por bem de cmcarregar a guerra do Reyno contra Caf-
tclla ao Princepe meu muito prezado , e amadohlho, para que com
toda a brevidadc pofla prevenir os cabedaes necclTarios para a guer-
ra , por todas as vias que mclhor Ihe parecer , para a defen 5 a 6 do
Reyno , pella qual cauza , nomco , c conftetuo ao Princepe meu fi-
lho , por Governador geral de toda as minhas anras iiefte Reyno
contra as de Cafiella para difpor a guerra deltas na forma que Ihc
parecer mais conviniente a meu fervijo , e bem do Reyno , com a
mefina jurifdica& , c faculdadcs, quo me competem nomeando os ca-
bos , mandamlo-lhc dar Patentes cm feu nomc , privando-os , e de-
minuindO’Os , e acrefentando-os , da mancira que cu o pofTa fazer ,
pello one mando ao Confelho de Guerra , Junta dos tres Eftados
Contaaoria Geral , Governadores das Armas , e todos os mais Offi-
ciacs , afim de Guerra como da Fazenda , com que o Reyno contri-
bue para ella que daqut em diante Ihe dirij«6 fuas confultas, e ne-
gocios da mancira que athegora o fazia 6 comigo , e as mais pefToas
e Vadalos meus, de qualquer calidade , condiâo , e prcminencia que
feja Ihe obedc 5 a& nas niatcrias de Guerra , e Fazenda della , e guar-
dem fuas Ordens inteiramente como nefta fe conthem , para o que Ihe
afifto em tudo , com o Real poder, e autoridade neceifaria fern ie-
mitaâb alguma , e delta Patente pella preminencia della fena 6 to-
mara rcza 6 em algum Livro , mas f6 em vertude das cartas , e De-
creto , que mando elcrever aos Tribunaes, Governadores das Armas,
e Camaras principaes do Reyno, fera a todos notorio, para que afim
o cumpra 6 , e guardem pello que a cada hum tocar, e por firmeza de
tudo o que dito he Ihe mandey dar efta por mi afinada. PantcliaA Fi-
gueira a fez em Lisboa a vinte e finco de Janeiro anno do Nafcimen-
to de noflb Senhor Jefus Chrifto de mil e feifeentos e fincoenta e
do us Pedro Vieyra da Sylva a fiz eferever.
Parece-
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da Cafa *jâl Tortugaeiâ. 199

Pareceres da Pnnctpe D. Theoio/io tirades dos originaes ejeritos
da fua propia maa cjuc fe con/'ervaa na Livraria do Conde da
Ericeira D. Franci/co Xavier de Menezes , donde os copiey.
EXHORTATIO
AJ SereniJTmtm Portugallia Rey;em , ejufque d Secretis Cottjiliarios
de non deferendis Principibus Ruperto , Mauritio pro cai/fa
^
Rcîs magna Britaniee , nec aamitte7ido Parlamentariorum in
eos hojlili ingreJJ'u.
Uperfluam quifque pruJentum , prudenti Regi , fimilibufque Mi-

S niftris hanc in patent! negotio judicafie hortationem , exidimo.
Utinam fupervacanea elTet Sed eb crevit Machiavellifmus , ut huius
!
J J.
tantum afleclae pradentes rqiutentur ; atqui veniamus ad rem. Pullu-

labat olim Angficum Sceptrum fub Carolo I. digniflimo magns Bri-
tannis Rege, cum variis e cauHs rclligionis avita: , jufleque imitan-
di regiminis , fufurrat inepta Parlamentariorum difcordia ; demum
pod diverfos ancipitcfque rerum cventus , fegitimus Rex capitur a
rebellantibus fubditis , &
initio tranfgrefll anni , horribili inl'ania
dementato furore , viperina rabic , mirando fuccelTu , inexpedlata im-
manitate , Londini thcatro publico quodam Farfacc , Cromuelle &
impcllentibus ( pr.Tdirum , inauditiimquc facinus ) magna: Britannia:
!
Rex capite proprio, improborum parricidaruiu pxnas, merito luit&

nan id tanti Regis debitum , ut pro fubditis pleftatur morte ; aft \x
iarriciJis facrilegis His finitis omnes totius orbis Principes Caro-
!
fum II. legitimum agnoverunt Regem in Anglica Corona fuccelTu-

rum ; cujus milTus cognominatus Lifa in Lufitanicam veniens Aulam
publicas magna: Britannia: Regis offert Htteras , queis Sereniflimo Por-
tugallise Regi fiJem de ipfo Lida, &
Principe Ruperto, Confobri-
no fuo, faciebat circa propofitiones , ipflus nomine faftas, hoc con-
fulto dciiberavit Sercnifllmus Portugallis: Rex Lisla: pro refponfo
,
dare , expofitionem quxftta: cum univcrfis Anglis amicitix , proin-
deque lib«re adminTurum omnes cujufcumque generis naves illius na-
tionis in portubus fuis , ubi
, &
prxdas venundare , &
fe ipfos ref-
ficere poflfint
; vcriim
fecuritatis ergb ne liceret fub eodem exiften-
tibus portu (imul qui Regis , ac qui parlamenti caufa fufcipiunt,cgre-
di , priufquam tres interfluiTent dies ; hoc pailo initijs Decembris pi.x-
terid anni difti Principes Rupertus magn.e Britannia: Regis claftis
architallaftus , &
ejus Prater Mauridus Lisbonx ingrediuntur por-
tum, tribus fecum delatis Parlamentariorum captis onerarijs navigijs,
ut ex yenundatione fe fuoruinque refficerent ,
, ,
&
augmentarent vi-
res ; cum obfeuris tenebris lioc involvitur negotium ob prxeautum
Parlamenti rcmorfiim , lie hilce emptionis , renundationifque invo-
luaris ad ufque Februarij detinentur pofteriora tunc urgentibus ad
,
reiteranduin marliium curfum nummis acceptis buic operi viribus ut
polfent
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8oo Turovas do Uv, VIL da Hijlorta (jenealoglca
pofTcnt , incumbunt ; cum Parlamentaria quindccim navium cladis vi-
geffima Martij ad Cafcaes emcrgit, cujus arcIiitallsfTus litteris pate-
facit fe finem fuum aliter non conl'cquuturum , ni intra Lisbonenfem
portum pralium navale cum Principious Rupcrto , &
Mauritio com-
mittat, hoc mature fecretioribus confilijs Portugallia vifo , communi
fuft'ragio dicitur blanditijs priinum tabs res Parlamentarijs impediatur
queis refiftentibus , nolint , vclint , igne , &
plumbo acceflu prohi-
beatur. En fa(Slum, prudentes ; attentioncin, pcrl'everantiamque in|de-
liberato quaro; veilia confulo utilitati. Quo vox tanti admifli feti-
noris ( fi permittat hoftilem in Principes ingrefTum loquor ) perve-
niet ? Ubi filebit ? Qfio quidem Parlamentariorum atSla uevenerint, ibi
Portugallenfium regnabit infamia ; quidnam tarn perniciofo admiflb
exemplo exteri dicent, cum illis cal’us fimilitudo propofita fuerit;
ubi 6 Lufttanni avitus honor? Avita fortitudo? Timorc injuilitiam
admittitis intra veftros limites , &
jaclatis pra catcris magnanimita-
tem ? Jam antiqua labitur veftrorum parentum generofitas jam fide- !
litas abaft! amice rcceptos Principes m

hoftiies non pudet conclufo
in fluvio tradere facrilcgas manus , quid enim aliud eft , ciun impedi-
re poteftis, habenas laxarc. Heus qui in fortitudine, & ênerofitate
reputamini prinii , primo ab orbe condito hac intolerabili permiffio-
ne degenerabitis ? Obfecro , quajufta, & indignantia verba in cos
projiceretis quos talis i'celeris conl'cios olim in hiftorijs legiffetis , ve-
rimi in vos fententiam damnatoriam t'ertis ncc/ profpicitis injufti-
tiam Jure naturali , & gentili cautum eft intra portum non commit-
:
fatur pra.lium; divino , nofpitcs tueri tenemurj igitur vel Ethnicum ,

fed prudentem audite, & politicum.
( I )
Virgitiiis AL- ( i ) Dicite jujlitiam moniti ,
non teimere Divos.
veiil.
Qiiis contra fentiens impius Machiavellifta non eft ? O^nofeitis

pro Rege Britannise extarejus, Parlamentarios rebel lantes ellc, prop-
terquam inanein timorem agnitae veritati placet refiftcre ; certe hoc
eft contra Spiritum San<ftum peccatum , quod in hoc fa:culo non rem-
mittetur , fed everfione manifcfta panas dat , &
in alio aternis vos
adiget cruciatibus ; Parlamentariorum anguftiamini timore , eras ( ut ita
dicam ) marci^centi; Regemque magna: Britannix hoftem conciliatis, non
utrum, fed Gallorum, Dannorum, fuecorumûe Regum , forfan Batavo-
rum in vos vertitis arma , infanos fi tale fcccritis haberi dignos e(Te
nam ubi infania major ? AlTertionis veritas conftans eft, etenim GaU
li bellum denunciatum cum Parlamentarijs habent \ in fecundo gradu
fobrini funt Rex magnx Britannix, & Danus fueconim Regina

*,
prxdi£lum Anglix Regem variorum armorum auxilio juvat , nuptiafi-

que ciim fratre Principis Ruperti celebrare dicitur vdd^ rationabili-
ter. Hollandi fe multo temporis fpatio ipfum Anglix Regem habue-
rc , & cujufnam filia... Mater Aurafienenfis Principis ? Nili didfi Re-
gis Avi. Quxrite ab omni Lufitano populo quid hoc in dfu agen-
dum nomine reclamante principes fub umbra alarum noftri Sc eniuimi
Regis protedos , ni blanditijs velint , igne , ferro cuftodite , aude-
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dA Cafa KeaJ Tortpguesâ, 8oI
tis ,
notumque vobis invito populo hoc dift morabantur
eft quam
Principcs ^ in hoc I’equi plebem vultis , in prafcnti negotio illius
repullatis fuffragium i pafTione laboratis; nunc acccflit magnse Bri-
tannix Regis niiftiis pads negotia agere , &
vos admidionc Parla-
mentarix claftis lioftiliter in ipfius Regis hie detentam , tanquam dig-
no tali ,
& rdponl'o , expdlitis cum ; vultis quid hoc
a tali Principe
fit dicam? Eft ab appropinquante fugcre tauro qui venit obtufis cor-
nibus , & ut tuti mancatis ab alti/Iimo prxeipites vos projicerc prx-
cipitio. Nec deteftanJos timeatis Parlamcntarios , etenim omnia ever-
lionis in cos conl'picimus figna : (2) hxc funt Prime, Cometx, Sc{‘i)Gtcrgi.
: Sclcm-
Scellarum tetri infliixus, ille fuit lugubris fane Cometa Londini ap-^vr/;.Pi'/./. 8. r.ij.
parens Carolus I. magnx Britannix Rex , capite a corpore divilo

prxnotans Parlamentum line capite cite (ac Vir fine capite) Londi-
ni emoriturum ; ccce infauftum Iperncndx , & illigitimx Anglix no-
vx reipublicx initium a fe quxfitum , funebrem igitur , &
breviter
cxitum fibi ipfi conciliabunt. Hxc aftrologo, vel mediocritd dodo
apparent etenim anno i6>o. ftratum fere erit Parlamentum , & ante
lojj Rex Carolus II. Londini potens florebit; vx vx tunc Par-
lamentariorum foeijs (faxit Dcus Lufitani ne fint!) Ifta ex propria
!
genitura Regis , novx reipublicx , & annorum mundi rcvolutioiic ob-

Icrvanti late patet. Sccunda figna terremotus funt , dicitiir autem
nunc in mari Hibcrnico magnam advcrfiis clnirem Pariamcitarioruin
inlurrcxift'e tempeftatem , ita ut plurimx coriim fubmergerentur na-
ves; lues ctiam miris modis eorundem exercirum in Hibciaia alfiigit,
ita ut Croiunel comimiarc in expeditione ccilaverit, qux terremoti-
bus finitima funt. Plato ctiam numcrorum obfervat rationcm fepte-
narij inquam , & novenarij (5) iliius quadratum deciniumquartum (?) P/aia/.Ej/irK/-
I'unt quo anno Anglicana hxc expit tyraniiis due in novem feptem/'"^f-
,
exurgunt 63. ex quo numero feptenarij quadratum dome quatorde-
c;m remanent, cjus quadratam quxrc radieem , nempe minor eft qua-
tuor tot annis ad funimum durabit. Mitto jam inteftinas everfionis
Iiujus didx reipublicx caufas , utpote notas oir.nibus : referam tan-
tum non fpernendi (4) Pollitici verba, dirccia in mixtam guberna-(4)7'’’'‘"^''"7.p'r.
tionem ,
qualisnunc fervatur in Anglia. Mixtum ftatum ( inquit
i-
conturbat , fi non fit co quo decct inodo temperatum , veliit con-^*'^-
LCnluin turbant diiVonx quxdam voces. Siquos non decet , plus ve-
]int , & poflint alijs fi nimia fint qux modcrata , fi data qux
:
aqualia cfl'e opportebat. Hxc ille , confiderate quxfo qux voces

Parlamcntariorum funt dilVonantiores ,
diim fidclitatis juramentum
f>bi ab Anglis poftulant infideles; diim fummn Antiftiti legationein
impudicam initrunt rogantes Hibernijs jubcat illis fefe uniant , con-
cclfa eis confeientix libcrtate
, ( fed rede repofuit Paoa ne h.xre-
tici fint , hoc jubebo ; fed omnes iniitilcs fadi I'unt ; ) ilum a Sorc-
niffimo Portugallix Rege contra jfts divinuin , naturale , & gentium,
hoflilem ad Principem Rupertum , & Mauritium ingrefiuin pofiu-
Jant, juftiiin facinus Ininc vocantes invcrccunda didu res, quidiii
fadum ? Hx
tres dilTonx voces tritono continentur , triennis vita
huic innrdinatx reipublicx erit. Ideb vos hortor , nc fxdeiis Lulita-
Tom. IV. liiii noruni
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; , , ,
8o2 ^rovas do Uv, VII. da Hijloria ênealogtca
norum hucufque {intemeratum honorcm ,

imminet huic permiflioni
ruant quaefo infatua conHlia Achitophcli, (j) omnia
(0 D.PauUis E‘ veftra ruina , ne
/)ijL probate , quod bonum eft eligite , prspondcratc caufas , attendite qc-
caftcnibus, quarrite unde eft juftitia , vos earn, ni infam eftis, admit-
titispro Principibus , Anglicoque Rege ; ft regiae caufa: favere non
poteftis ,
faltcm non deferatis , ne oftendatis dicam. Quid de me di-
cunt homines perconfVabatur inculpabilis Chriftus , vos quos non re-
linquet (hoc fafto) iniquitas, quia dicunt homines non vultis cqnfi-
derare ne vos terreant Parlamentariorum tries , nam fi rccefferint ,
•,
bene eft, fi manferint hos mare, hos vend , hos ferajaftabit hiems ;
ratio pro delibcrato pugnat reftc cogitatum , prudenterque eft , ciun
hoc juftitia firmetur, contrarium impio machiavellilmo nitatur cum *,
^*'® omnia
(
ait (6) Chius Audlor) refta rationc facit, nec tamen
(i) Hippocrates. 5
(ccundum rationem fuccedunt , non eft ad aliud progrediendum , fi
(') Paiius apud Dianet quod ab initio vifum eft. Idem prudentiffimus Dux (7) mo-
L vium. net dicere. Eadem ratio fuit, futuraque, donee esdem resmanebunt,
immutabilis. Ne ante oculos fit male eveniet, fi bene confultum eft ,
(8] Seneca. etenim a probo ( 8 ) calamo bona fententia hsc eft ; fapiens utramque
fnrtuns partem cogitat ; feit quantijm liceat errori , quam incerta
fint humana
,
quam multa confilijs obftent. Ancipitem return , ac Ju-
brieem fortem fufpenfus fcquitur , & concilijs certis incertos eventus.
Hailenus ille , fed quid fententiam dico , mille obfcquijs, blanditijf-
qiic prius Parlamentariorum demulceantur animi , ut ab incepto de-
liftant; propofitis jure communi , fsdcribufque olim inter ambas Co-
ronas celebratis , nam ctfi ipfi illius corons fuccellores fefe confti-
tuant , noftrum inter regem , &
illos dijudicare non eft
;
quarc ciim
ambobus pada fsdera fervamus ; fi verb ingredi contcmlerint Jam
nobis invitis faciunt, nam ex prscedentibus verbis nos illos admit-
tcre nolle intelligent , ergo nos oppriment armis ? Minime vim vi •,
reppellere feinper licuit , femperque licebit poftea Parlamento patc-

,
facite fus clams excell’um , idcbque neceftariam veftram offenfivam
TutUus.' defenfionem, quo forte res bene cedent. Hsc cenfeo, (9) malij &
(,)
(10) VaiUrius de fententijs vinci non poflum, bonis polTum , &libentcr. (10) Phocion
tkeione. cum Athenienfes rem aliter , atque ipfe fuaferat profper^ adminif-
trafient , adeb perfeverans fententis lus propugnator extitit ut in
,
concione Istari quidem fe fuccelTu eorum , fed confilium tamen fuum
aliquantb melius e(Te diceret. Non enim damnavit quod red^ vidc-
rat quia quod alius mali confuluerat bene celTerat : felicius hoc
exiftimans , ille etiam fapientius ego ni quod aficro fcquatur Sc
,
bene ( quod difiicilimum opinor ) res evenerit ficut Phocion ero.
( 1 1 ) Si fors initio res videatur ardua

( 11
^ ûcksn
Sephte.
Non eft quod animum protiniis defpondeas ;
Qiiid confulcndum cenleo , vcl eb magis ,
Quod fspe vifum eft uni inexplicabile
Expedit alius facile : fi cedant bene
Confulta prave , te fequetur gloria :
Si male cecidcrint , tu tamen culpa vacas
Aud ore
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, , ,
da Cafa 7(fdl 8oj

Aui5tore magno decirere , pacn^ lapere eft.
Quod undequaque claudit omnes cxitus.
Inviifta vis aut fadhim inelu^labile
Nec explicare confilia fefe queant.
Idem probabunt quicquid eveniet, quibus
Ufus fuifti in conuilendo auftoribus :
Sin ipfe reliquis facinus infeijs novum
Perages , rogatus qui probaturus fiiit
Evenca priiis arguct , quamquam feiat
Remedia nulla , fciHe vult credi tamen.
Politico deliberatio, in rebus Prindpis Puperti ,

tf Parlamenta»
riorum.
Rincipibus Ruperto , & Mauritio hie detentis , ad Cafcales ap-

P pulit Parlamcntaria Claflis in eos volens omnibus modis inuchi,
hoc verb ne intra portum ficret repulfato , non conveniunt hucuf-
que Principes ciim Parlamentarijs de medio quo amborum Clafles b
portii breviter egredi queant ; ad quod vitandum fequentes appono
thefes.
I.
Opportet tarn Principes quam Parlainentarij brevitbr ab hoc por-
tu cxcant. Probatur primb fic : Inconveniens eft cuilibet Rcgi in ejiis
portu prxlium commitatur, quia authoritatis confervaticni , jure di-
vino, natiirali , A
gentium repiignat. f 12 )
(u) H G yet ills
Atqul fi diutiiis dalTcs , & Principum, & Parlamcntariorum \ elli (S' pa-
,
morentur, pcriculum eft ne intra portum commitatur prarlium ; quiaaV: /.
ad hoc foil'an adigetur Princeps Rupertus honoris caufa ex diffiden-

tia ; nec difficilitcr qui fuum Icgitimum publice occidcrunt Rcgem
alii non prarftabunt fiiicm.
Ergb opportet tarn Principes ,
quam Parlamentarij breviter ab
hoc portu exeant.
Probatur fccundb Inconveniens
; eft accelTum , &
egrclTum por-
tus prohiberi quia ceOat commercium regiaque non I'alvatur autho-
, ,
imped ito portu.

ritas rcgali
Atqui Parlamentarijs portum ClalTe circumducentibus, Princi-
pibufque reclufis , accedus, & egrellus impeditur ; quia naves ( lal-
tem militarcs) Regis magnx Britanniar, Galliar, Sueeix &c. ingredi
non audebunt ; nec Principes libere cxire pofTunt. I
Ergb oportet tam Principes , quam Parlamentarij breviter ab-

hoc portu exeant.
II.
Oportet pro nunc neutralitatem cum Rege mag-
totis viribus
nx Britannix, &
Parlamentaris conferr-are.
Probatur primb Noftrum non eft public^ de jure fucceflionis !\’f-
:
fragium ferre ; quia Judices competentes nec fumus ; diferimen eft nb

Rex in judicando admittas fallaciam obftantem regix intemeratxverita'i.
Tom. IV. liiii ii Atqui
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,
8 ©4 Tr'ovas do Liv. FIL da Hiftoria (jenealoîca

Atqui non fervata ncutralitate jfts pro una parte flare tacitc
faltem demonftramus ;
quia eo Rex inclinare videtur uhi jus eft.
Ergo opportet totis viribus pro nunc neutralitatem ciim Re-
ge magnae Britannia, & Parlamcntarijs confervarc.
Probatur fecundb: Pax femper totis viribus , modo injuftitia
(i)) Pfilm.nj. abfit, quxrenda eft; quia eft donum Dei videas (13) pacem fuper If-
racl ; conl'crvat regnum , & ejus quietem , atque communitcr ab om-
nibus expetitur, neque alia de caul'a bellum fufeipi I'olct , quam ut
tranquil Ic acquiratur pax.
Atqui fervata ncutralitate pax cum ambobus litigantibus ob-
tinetur , nempe cum Regc magnse Britannix , &
Parlamcntarijs.
P'rgb opportet &c.
Probatur tertib: Si caufam Regis magnx Britannix fufeipimus,
anguftiamur ex defcilu navium ad comercium neceflariarum , quae
Parlamentariorum funt. Sed defcflus navium ad commerei urn mpime
inconvenit. Ergo caufa Regis magnx Britannix non eft fufeipienda.
Si caufam Parlamcntariam fufeipimus injuftam rem defendimus , re-
gix famx adverfamur, ample»ftcntes fuo Regi infidclcs, ipfcque Rex,
ut prudenter colligitur in regnum reftituatur , nobifquc [adverfabitur.
Atqui ab utraque amplexa caufa ingentes eriguntur difficultates.
Ergo opportet totis viribus pro nunc &c.
Parlamcntarij non difeedent e noftra amicitia ,

nifi fummis coa-
fli caufis.
Probatur primb: Noscolligati furaus Gallis, Batavis, & fuevis,
atque a Parlamcntarijs non recedemus , nifi urgentiflimis caufis;', Par-
lamcntarijs infeftantur Galli , Batavi , Suevi , Dani , & Rex magnx
Britannix, nofque tantum illos nec juvamus , nee olfendimus.
Ergb a fortiori Parlamcntarij non difeedent e noftra amicitia
nifi fummis coafti caufis.
Probatur fecundb Parlamcntarij commercio fubfiftunt ; quia non
:
fapientia , non nobilitatc , non concordia , fed

armis qux commercio
fulciuntur.
Atqui fi a nobis difeederent commcrcium deperdunt; quia id eft
eis duplex , & per mare Balticum j.am a Danis , & Suevis prohibi-
tum ,
& nobifeum , ut fupponitur deftruitum.
Ergb Parlamcntarij non difeedent &c.
IV.
Nova infana , & illegitima Parlamentariorum refpublica durabi-
lis efle ncquit.
Probatur primb Refpublica ubi datur diverfitas religionis , ju-
:
ris, legum , inftitutorum, & immunitatum mutatio inxqiialitas mix-

,
ti ftatus
,
difeordia , violatio publicx religionis , & anarenia ( hoc eft
confufio rcipublicx) breviflimc evertitur; quia pcriculofiflimum eft
,
circa Dei adorationcm dilfidium. Abe! propter dilTidium in rcligione
ciim Caino mortuus eft ; Germania, propter diverfitatem religionis
bcllis civilibus eft ja'ftata ; leges , inftituta
,
&c. funt fundamenta rci-
publicx, quibus quallatis corruit corpus, exenipU fint Appius, Rho-
dij
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/ (fa Cafa êal ôttugueiâ, 805
« - dij M;igalc.'ia Romfe miitnta, 5: alia pcnc innumcra. Mixtiim (14) {[a-'i4)Jolut!.’ni's I.o-
tuin coiiturbat ,
fi non fit eo quo dccct modo tcmperatuin i,npe-
riiim ; velut conccntum turbant, difibna: quicdam voces; fi quos
non dccet, plus velint , &
poffint alijs fi nimia fint qujc moderata,
:
fi clara qux xqualia clFc opportebat difcordia res maximas labuntur,

quod pluribus exemplis fi necefiurn efTet , demon ftrarem els') I'lr- {i^)G(rors:ScJ!oiik
minima eft rcipublicje columna difciplina publica , qu£E fi violetiir/'-’/'^ 7- 5-
pcriculuni eft nc dirumpantur omnes civile focietatis nervi. Ubi im-

perantium , &
parentium diferimen fublatum eft , nec restores , nec
regimen reperitur.
Atqui in nova Parlamentariorum republica datur diverfitas rcl-
ligionis , omnis enim quod liibet, fcquitur; juris, legum, inftituto-
rum , 8c unmunitatum mutatio ; etenim quidquid regium erat a Parla-
mentarijs dcftruiftum eft; inaiqiialitas mixti ftatus, nam Farfax vu!t fi-
bi omnia arrogare , Cromuel illius horreiidi facinoris , fc etiam jaclat
Auftorem , &
juramento fidclitatis regi abrogato , fibi praeftetur vo-
lunt; difcordia eft magna non foliim inter adminiftrantes regimen, &
fubjcilos quos vi compellunr , fed inter femetipfos rcligio quic :
fervabatur in Anglia ( quamquam mala publica erat ) violatur , in- &

dctcriiis nam Fpifeopos cfTc tateri nolunt, & finnilia iftis.
Krgf^ illcgitiiua Parlamentariorum rcfpublica See.
Probatur fecundo : Ex tetris ftellarum influxibus qui citifilmarn
everfioncm ei reipublicac oftendunt, ut Aftrologo confidcranti patet.
V.
Dc jure gentium eft , aliquod tempus concedatur priori inimi-
co e portu exeunti , antequam egrediatur alter.
I
Probatur. Praclium intr.i portum non commitatur dc jure gen-

tium , quia cavetur ab imperantc ibi nc intra domum fuam inclufi /
Iseddantur.
Atqui ni fupradi>ftum tempus concedatur ,
in ipfomet ingrelTu
vel cgrefiii commititur praelium , &
oftium pro domo reputatur.
Ergo a pari dc jure gentium eft , aliquod tempus conceda-
tur &c.
VI.
Ex refponfo Arnoldo Idsles dato , tenetur ex rigore juftlrlae
Screniffimus PortugalliiE Rex totis viribus ( quicquid eveniat ) fpa-
tium tridialem Principibus in egrefTu a portu concedcre.
Probatur. Princeps Rupertus portum non ingrederctur , nifi
prjEftaretur tridiale repetitum tempus ;
quia admodum timenda erat
pafia conclufio.
(i6) Atqui quando alienum faflum promittitur cum ftri£tiore (f^)
obligatione quia per euni non ftctilFct quin pr2cftaretur, tenetur pro-
mittens fervare; utpotc perfoluta fide; &
nos fa>ftum alienum pro-^'* f
”
mifimus, dum diximus Parlamentarios non egreftiiros, nifi poft tri-
duum.
Ergo ex refponfo &c.
VII.
Minimc tiinendi font Parlamcutarij ,
cum jufte progre^ fucri-
mus. Probatur.
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,
So6 ^rovas do Lh. VII. da Hifloria (jenedoîca
Probatur. Si forte ofFendantur hj Parlamcntarij ex re a nobis

jufte faflra ipforum fuperioribus nuntiabuntur motiva ,
& rationes
juftificatae aftionis quas accipient ; etenim , ut di£lum eft , nifi fum-
,
mis coa£Fi caufis a nobis non difeedent.

VIII.
Poteft licitc prohiberi Parlamentarijs receffus ab ifto portu
paucis diebus , fi id urgens convenientia poftulet \ fi illi repugnave-
riat promiflloni tridiali.
Probatur. ex rigore juftiti.x Principi Ruperto tridui
Tenemur
promiflloncm implerc ergo poirumus prohibere Parlamentarijs recef-
;
liim ipfo triduo etiani ciim illi in portum ingredcrentur cog-

;
Ergo
nita jam lege polTumus jam licite eis prohibere recellum donee con-
veniant ciim pado triduum dierum.
CONCLUSIO.
Opportet breviter , & Principes ,
& Parlamcntarij ab hoc por-
tu exeant.
Opportet totis viribus ( pro nunc) fervare cum Rege magna;
Britanniic , &
Parlamentarijs ncutralitatem.
De jure gentium eft, aliquod tempus concedatur priori inimi-
cb e portu excunti , antequam egrediatur alter.
Ex refponfo Lisleo dato tenetur Rex Screnilfiinus Principibus
fatisfaccre. Angli admodiim fuperbi , &
clato funt animo. Superbis
niagnanimitate, &
fortiter eft refiftendum. Ergo.
Debct dici Parlamentarijs opportere utilitati regni , com- &
muni bono tarn ipfi , quam Principes breviter portum deferant Prin- •,
cipcs admiftbs e(le ficut ex neutralitate fieri debebat

,
bene ne , ma/e
faclum fit , ab ejs judicandum , ficut , & nos de ipfotum
non clfe
juftitia aut injuftitia fuft’ragium non ferimus , ex gentium jure cuili-
bet non inl'ano conftare, elTc tribuendum aliquod tempus priori ini-
inico e portu exeunti , antequam egrediatur alter, Regem Serenifll-
mum Principi Ruperto promililfe trium dierum intervallum , regias
pollicitationes immobiles c(Te , rcgiamque audloritatem omnibus an-
teponendam efic convenientijs , ncc illi aliquid obftare poftc; qua
propter Principes mox eggrefiuros, ipfi verb non nifi poll faltem tres
rriarinos fiuxus ; nam ita convenire mature deliberatum elTe fi verb •,
huic veritati credere , & adharrere nolint , exitum eis prohibitum iri
cernerent , Parlamentoque nuntiandum ipforum excelTum in tarn pro-
pi tium fibi Regem.
Principes emittendi funt prius data eis notitia trium marino-
rum fluxuum.
Omnia verb facienda ficuti Parlamentarijs didla fuerint , ficque
fi non dilcedent c noftra amicitia , nifi fummis coa£li caufis quis prz-
diifta non adhtcret.
Nec ipfi timendi fint cum jufte progrelll fuerimus.
Breviterque marcef at nova , & illigitima illorum refpublica.
Ntque Caftcllanis fefc unient propterea , nam fi eis convenit ,
& (i
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,,
;
,
da Cafa 'âl *Portu^$usâ, 807

& fi cmitamus , ut volunt Principes faccre non defiftent, fi verb non
convenic , non hac de caufa facicnt ; atque addo Caftellanos noPro
& Balchid inaris fublato eorutn commcrcio non fufficere , uti dare
patet , ctenim , ut alia mitam opes Indicas non habent , ncque com*
moditatem ac nobilcum , convenit di£lo uti modo.
APPENDIX.
Si Parlamento nos colligamus ambobus idem exitus erit ; eo-
rum claflis , ut dicitur una cum Caftellani in Gallos invehi intentat
quomodo igitur nos , & rebellantcs Parlamentarij adverfus Caftella-
nos , Gallos , Batavos , Danos , Suevos , & magnse Britanniae Regem
faciemus profedum ; quot amici nobis funt , tot hoftes funt Parla-
mento ; neque deperdendum fic exiftiniate commercium , namque vjc
vae nobis noftra confervatio , noftrumque comercium a Parlamento
dependet.
Corroboragad do meyo appontado em outro papel ,

ejue fe deve uzar
com 05 Prfncipes , e Parlarr.entarios.
D e oito Concluzoens polliticas infer! fe devia perfuadir aos Par-

lamcntarios deixaTem fahir primeiro aos Princepes concedeiido-
Ihes os tres dias , que com dies fe havia aftentado , e quando a per-
fuaffab na& fofle fumciente fe Ihe proliibifl'e a fahida do porto aftiin
antes de i'abircm os Princepes aos quaes fe havia de avizar logo pa-
ra cftc effeito , como depocs em rezao de fatisfazermos ao prometi-
do ; crefeerao porem algumas difficuldades , que pofto podia fer apar-
taftem alguns da propofta concluzab , amim forao motivo de a cor-
roborar , como pretendo : digo poes que por razoens affirmativas
claramente fe conclue a propofiâb refterida ; das quaes feja a priinei-
ra , que os Keys devem imitar a Deos , como elle expreflamente en-
fina , o qual nab havendo fegiindo a natureza direito com os ho-
mens , o quiz inftituhir , conftituhido o obferva tanto , que permite
tantas idollatrias , e herezias em offenfa propria para confervacab dos
juftos , c direito , que entre elles , e a eterna gloria tern ordenado
como logo nab ha ElRey de obfer\'ar o direito , que naturalmente
com outros Princepes ha de ter , quanto macs a huns , que no feu
}orto fe achab recolhidos. SegunJa razab quando a condi^-ab , que
:
Je promete he de tal genero , que de nenhum modo teria effeito o

prometido faltando elle corre (mrigaâb de fe dada a qual fuppofta
fe deve fatisfazer de juftiga ; ifto mefmo he em o prezente negoceo
poraue a condiâb dos tres dias he de tal qualidade y que o Prince*
pc Ruperto nab entraria nefte porto fern fe Ihe conceder , huma vez
logo , que nelle fe acha , como fatisfajab de ft fe Ihe deve comprir
o capitullado. Terceira razab Algum meyo hade aver nefta materia y
:
porem os outros appontados tudo trazem comfigo fenab convenien-

cia , ou verdade , porque fazer daniiio aos Princepes he injufto , poes
que-
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, ,
8o8 ^rovas do Liv, VII. da Hijlorla ênealogica

cjiicbr.intamos a fc natural ,
e real ,
inconveniente porque o quc fe
le‘’ue he qucbra com EIRcv da Grao Bretanha , ddcontemaineiito
a'i'ran 9 a, Succia
,
e Holanda, poc.s quern fc quizcr appartar da nof-
la aniizade,bufcara caufas , e aiiida pouco coradas, quanto macs ten-
do cfta muito juBificada ; ofr’endcnios a huns Princepes por deffcnfo-
rcs da Inmia caufa juBa
,
quando todos os Rcys os dcvem vencrar
por Propuq;nadorcs do dircito das Monarchias ; mcrccc alguem caBi-
i'o por deltcudcr a juBiâ ? Ha hum Rey de amparar vaBallos rc-
bcldes , quo mancharai) fuas maons cm o innocente derramado fan-
gue de huma MagcBadc ? Ila hum Rcy de impugnar a huns Prince-
pcs recolhidas cm feu porto , quc annimozamentc a propria vida ar-
rifcao cm dcffenl'a do dircito Real ? Que crimes fao os do Princepe
Ruperto pera taii cxceranda pena fe algum ouvcBe commetido tacs
fao os dos Parlamcntarios , que a aquellcs dao luBrc de virtuJes \
confideremos , quc qualqucr podia Icguiudo huma pertenâo juBa
verfc cm fcmcihante perigo , e reputaria qualqucr clfenfa por iiijuf-
ta , o mefmo he no prcfciitc cazo ; que deferedito nos cauzaria com
to Jo o mundo accao tab indigna , os ollios de todos attendem aos
procedimenros dc hum rcino , quc ontem fe rcBaurou , que julgarab
pocs cPiCS do tab ruins principios ; acha-fc em nolfo porto a mayor
contenda , quc o mundo v6 , acl'.a-fe a macs clara juf.itj-a contrapoBa
h mayor nuKiaJe ; a Icaldade a infedcllidade a nobroza a villcza , a
piedade juBilicada ao rigor macs injufio ; hum Rcy contra feus vaf-
fallos rcbc'dcs cm o porto dc outro Rcy , feu confedcrado , a pala-
vra real empenhada , o commum parccer repprovando tab facinorozo
ado ; o deferedito do Rcy , Rcyno , e naijab fe proBia a injurias
mcreciiias confentindo em tab excciTiva maldadc ; arrifea-fe a confer-
vaâb de que nos feja exempio , o que ElRcy Carlos I. dc Grara-
Breianha uizia de B ja quando fe via attormentado de trabalhos , quc
a uniea regra da pollitica era a juBi^-a , c paz da confdcncia, que a
todos os macs commodos fc havia de antepdr , e aflirma fer cauzada
fua ruina de admittir outras convcniencias dcixaiido aquella regra
macs fegura , como logo experimentados nos no fatal fuccclFo deBe
Rey queremos iiritallo nos meyos, fujamos de caminhos, quc a tab
infcllis fim dirigem , abracemos b que he juBo obrar quanto macs
,
quc as convcnicneias o accompanhab.
Appontava-fe hum meyo de confervar aqui os Princepes, e os
Parlamentarios fora do porto ; para romper guerra com aquellcs por
fe Ihe faltar ao piromctido , c com eBcs por os cxpbr aos rifeos da
C'oBa , ou quc he para mim o macs certo darmos-lhe occaziab dc
uzarem na noBa Barra de feus perverfos coBumes quebrando macs
deprefTa comnolco por rcgiBar , e roubar quantos navios entrarem
do que por outro motivo cBe meyo poes como dizia fb para que-
•,
hrar com ambos he muito digno de louvor , e conforme a ncutra

lidade. Os que macs fe appontab , como fab fahirem os Parlamenta-
rios fora do alcancc das T orres , c depoes fazermos fahir aos Prince-
pes ; concedermos prioridade na fahida aos quc primeiro dando-lhc
libcrdadc o fizerem j nab darmos aos Princepes nem tres marcs ; cn-
contiau
Diui . by Google
,,
,
da Cafa *Redl Tortugtusâ* 8 op

contrao totalmcntc a juftiâ, como moftrei em outro pap el ; e na&
contcntamos aos Parlamentarios , ofFendcndo juntamente aos Princc-
pes , t'omcntar o accendido fogo entre Rcy jullificado, e valTallosin-
juftos hum Rcy Chriftao ta& zcllozo da juftiâ , e colligado do ou-
tro , parcce a mayor fern razao ( macs confelho dc Chulai , que de
Achitophcl ) por tanto fern rcccyo de que fc enforque qucm o deu
fc pode deixar dc fcguir.
Concluo moftrando a juftiga , impicdadc, infidcllidade , e in-
convcnicncia, c dcfcrcdito, que dos dittos meyos ganhamos, rcAahum
que he , o que pertendi corroborar pocs fatisfaz a juftiga , nao en-
contra a piedade , pugna polla fe prometida , accreditta o Rcy, que
o executa , dc jufto , pio , ficl , e gcncrozo , e traz comfigo conve-
niencia de por ventura guardar a neutrallidadc ; mas rompendo-a an-
tes impugna rebeldes , do que ofFende juftificados , c finalmente as
principacs caufas, que da parte dos Parlamentarios nos obrigavab a
eftarmos neutraes vejo rczollutas. Primeira de podcr aver engano na
juAi 9 a das partes, na& tern fundamento poes o Concilio univerlal
ConAancienle na fefTao decimaquinta condemna por heritico formal a
qualquer , que affirmar podcr algum fubdito , ou fubditos congrega-
oos matar a feu Icgitimo Rey pofto que os trate tyrannicamente
,
ElRcy Carlos da Gram Brctanna era Icgitimo Rcy como os Parla-
mentarios confe(Ta6 , e nao era tyranno ; deve logo todo o Rcy Ca-
tholico feguir efta parte por de fc fern errar. Segunda dc na6 fermos
juizes competentes nao obfta, porque a todo Chriftao compete jul-
mr por certo , o que a fe cnfina. Terccira da falta do commcrcio
he invallida pocs na6 depende nofla confervaâo da do Parlamcnto
e ja Portugal na6 teve pazes com Inglatcrra , c fe confervou , e fup-
pondo , que fc deftruiria o Parlamcnto por ventura fe perderia Por-
tugal ? Sc ifto adim for nao tratemos dc couza alguma porque bre-
vemente nos accabaicmos ambos ; nao tenhamos dependencia dc re-
bcldcs , nem tratemos brandamente com elles porque cm tudo ha&
,
dc achar d^citos quern athe cm ChrLfto ( o que athegora nenhum
lieretico dilTe) os confeda6, confulte-fc o meyo de prohibir a fahi-
da do porto aos Parlamentarios em cazo que nao fe accommodem ,
,
como na6 accommodarao , c lembremo nos , que licitamente podc-
mos toinar todos eftes navios aos Parlamentarios , c com os que tem
no Brazil , na India , c macs Conquiftas , e partes do Reino fazem
grande quantidade , quo Ihcs deminuimos , e augmentamos a nos , o
I'cr ifto licito confta de I'crcm elles foragidos, rebeldes femipagaons,
,
c haverem viollado indignillimamcntc todas as immunidades dc noil'o
porto , e terra , c advirtamos , que latet avguix in herba j as objcc-
goens , que fe oppuzerem eftimarei refponder para que macs luftre a
verdadc , que manifefto quanto maes forem, tanto maes juftifico o
, ,
que digo , e accrcfccnto com Marco Tullio Ego malts fententijs vith
:
ci von
,
bonis poffim ,& libeiuer.
As primeiras objeôens , que fe me opp6cm procure rczolver
rezumindo-as primeiro nefta forma.
Primeira a ainizade eelebrada entre ElRey de Portugal , e o dc
Tom. IV. Kkklik Ingla-
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8 10 Trovas.do Lh. VIL da Hiflona ênealogica
Inglatcrra nos obriga,
a do Parlamento comoa parte principal do
Reyno refpondo , em duas manciras. Primcira , quc nos cappitulla-
mos f6 com os fuccefTores, e fubditos de ElRcy Carlos I. e cftey
Parlamentarios , ncm Iiuma ncm outra couza fa&. Scgunda , ainda no
,
cazo , quc a cappitulla9a6 fe entcndelTc com o Parlamento , feria com

o legitimo , e quc exillia naquelle tempo , porem na6 com cfte ille-
gitimo ,
c rcbclde.
Scgunda , nao cftamos obrigados a promeflTa dos tres dias por
multos motivos. Primeiro por fc ha^’êr ditto aos Princepcs antes ,
que chcgafTem os Parlamentarios , era reza& fc foflem por cauza da
ccrteza , que dillo fe tinha. Segundo porque para obrigar os Parla-
jncntarios ao prometido fe havia de communicar com dies coufa ,
que ElRey da Gram Bretanha encontrava. Tercciro porque ja os Par-
lamentarios concedem , o quc devcm , alTegurando na6 pcllcijarab no
porto , nem alcanfe das Torres. Quarto porque em fe Ihes conccdcr
licen9a para fahir pedindo-a dies por cfcritto , fe faz de nofla par-
,
te o polfuhido. Qumto porque nao ha obriga9a6 de nofla parte ,
quanuo o promettido nao foi com expre(Ta6 , e folcmnidadc ; e pof-
to que aflim folTc na6 nos obrigava havcndo perigo de romper guer-
ra com os Parlamentarios. Rdpondo ao pnmeiro motiyo na& for
baftante a derrogar o prometido por quanto a culpa da dilla9a& dos
Princepcs , foi niais nofla no embaraô da venda , que fua , e quan-
do o nao fofle nao fc poz comminaâo aos Princepcs fenao fahiflem
logo, nem Ihc manifd’amos nilTo convcniencia s nolTas, antes refpci-
tos feus , ncm por efta vcz obrava , o mandallos fahir como quer
ue dies entrarao fem dctcrmira9a& de tempo , c finalmentc depoes
3 c fe Ihc dizer fe fofTem Ihcs rcflbrmamos a mcfma promefla dos tres
dias, final evidente dena6 cflar derrogada por caufa da fua dillaâo.
Ao Icgundo digo , quc hunia vcz , que communicamos com os Par-
lamentarios nao obfla couza alguma o pedir ElRey da Gram Breta-
nlia nao fe communicafle a promefla feita
;
quanto maes que para
prohibir fahida do porto he a commina9a6 na& de palavras , fenao de
ballas , e fogo , a qual ElRey da Gram Bcrtanha dezeja uzemos com'
o Parlamento.
Ao tercciro digo, quc como a fahida he com perigo de niina
junto ao porto nao fe chama livre , como prometemos aos Prince-
pes ; nem fatisfazemos a protcegab de tres dias permittindo ( na6 di-
go ja o fahirem antes delies os Parlamentarios ) fenao ainda o pcllei-
jarle antes dellcs cumpridos , como acconteccria fe lomente athe o
alcancc das Torres nao houveffe de aver hoftillidade.
Ao quarto diftingo a obrigacao nao eftariamos obrigados aos
tres dias fc os Princepcs diflelFem fc queriao hir pofto que ie Ihc nao
concedefle ilto porem de outro modo , o pedir , que fe querem hir
;
nada muda a obrigaâd.
Ao quinto digo , baflar a follcmnidade , quehouve, como foi ,
rcfpondcrlc a Arnoldo de Lisle, e juntamente nas cartas para El-
Rcy da Gram Bretanha , Princepe Ruperto fazerfe menâo da ditta
rdpolla dcbaixo do final real ; quanto maes, quc as promeflas de tal
condi-
da Cafa *Bâl Tortuptesâ. 8 n
condiâo , conio cfti , a que os Philofophos chamao fine qua non ,
obrigab de todo o modo , coiiio he rcfoluâb commua ; e quanJo
nao obriguem fera a outras couzas concernentes a aqucllc fim, po-
rem feinpre obrigab ao lubftancial da condiâb.
Tcrccira objecfab moftra os perigos , que podemos recear dc
romper guerra com o Parlamento , e apponta primeifo , que cm feu
podcr ertab dc prefente as formas de Inglaterra ; c que poderab di-
zer fe Ihes quebrou a feguranâ com que entrarab no porto. Segun-
do, que fc poderab unlr a Caftclla. Icrceiro que iropedirab o com-
mcrcio , e rendimento das Alfandcgas. Quarto que fe pcrdcra a ma-
yor parte das formas dc no(Ta frotas , em que agora vab intereflados
dc noll'a parte dous milhoens. Quinto que fe nos virmos cm aperto
nenhum amigo de ElRcy da Gram Bretanha nos hade ajudar. Sexto
que nab devemos temer a ElRey quando refUtuhido, porque primei-
ro palfarab muitos annos. Settimo he grande o poder de Inglater-
la , como fe vio eftando Portugal unido a Callella.
Refpondo , que procuremos feguir neutralidade em quanto fern
rifeo da confciencia , reputa§ab , e convenienda nudermos , porem
havendo de romper antes com o Parlamento , e alum quanto ao pri-
nieiro, digo que fe o podcr efta com o Parlamento, tambem asguef-
ras civis , c dc ElRcy , c feus alleados o occupab ncm fc podem
queixar de os termos poes nem o papcl fe aflinou , e dies ja o que-
brarab com tanta dilaâb depocs de pall'ar a tempdladc.
Ao fegundo digo , que fe Hies convier de qualquer modo o fa-
rab , c fenab de nenhum.
Ao quarto digo , que de tanta convenienda he aos Parlamenta-
rios , o nollb commcrcio, como a nos o feu, e dies perdendo o nof-
fo ficab com nenhum util para fi qual he ode CaAella pees nem com-
niodidade, nem aflucarcs , ncm drogas da India tern como nos ; e
e comnofeo ficab conimcrceando Fiancczcs , Hollandezcs , Suecos , e
poderemos augmentarnos de navios lomando os feus , que nos noffos
portos fe achab , que fab perto dc feffenta , fegundo ouvi rclfcrir ; e
ao Brazil fc devc avizar, tenhab cuidado nos navios Parlamentarios.
Ao tercciro digo, nab darab lugar aos Parlamentarios as guerras in-
teftinas a nos impedirem o commcrcio quanto maes , que as arma-
,
das dc Franca, e Princepc Ruperto para mayor lucro , e prezas ful-
carab eftes mares , e os defpejarab , nem os Parlamentarios quercrab
cada vcz irritar maes noifos colligados contra fi com efte impedi-
mento.
Ao quinto digo , fera muito peor tellos por contrarios , do
que nab nos ajudarem.
Ao fexto, ha maes certas prophccias.
Ao fettimo ,
Efta refpondido.
Accrdccnto a palavra real dever fer maes firme ,
que outra al-
guraa.
. Tom. IV. Kkkidt ii Parla-

2
81 *Provas do Uv. VII. da Hi/toria ênealogica

* "'
*'
t
Tarlamentcrtmm , ejjcjue amuentium deteSia larua.

\
M Ulta , & apparentir roborataj objc6Hones in rcfponfum Arnol-

do Lisleo datum , & cjus confcquentia cum conjiciantur , acre
conabor , rcjiciendis rejefVis , bonum ex malo , e falfo verum
fiilta: ,
eruerc ; quod faiûm exUlimo, fi objeftionum contradidoria: demon-
Hrentur ; ut cfficere propono , aflcrtionibus fubfcquentibus.
Pads tra£btus inter Sereniffimum Portugalliae Regem , mag- &

nx Britannij* ia£lus nullateniis n6s ad Parlamentariorum amicitiam
trahit.
Probatur primb : Ex verbis celicbrati tra£Vatus nos Regi mag-
nx Britannix Carolo I. ejus I'uccelToribus , fubditifque ligamus. Pa-
tet expreirc in contrafiu. Sed Parlamentarij non Cunt fucceflores prx-
didi Regis , quia Regi in regno hxreditario non fuccedit refpubU-
ca j nec Cunt ci fubditi , fed potiiis obllinate rcbellantes.
Ergo pacis tradatus &c.
Probatur fecundb: Finis conciliatx pacis eft mutuum auxilium
indigentix tempore jufte quxfitum. Patet ex quotidiana conCuetu-
dine.
Atqui ab inftabili republica auxilium haberi implicat ,
julia ab
injuftis petere nefas eft.
Ergo quia auxilium quaratur) a Parlamentarijs exigi
(fi juftc
non debet , pacis tradatus inter &c.
Probatur tertib: Si pacis trai£iatus ad quamlibet regni partem,
ctfi a Rcge cum quo eft celebratus , divulfam fpedat , fupervacance ii
Regibus Caftcllx unitis pacem poftullavimus.
Atqui id reftc fa£lum eft , & Danix Rex noftros non admific
legates ,
quamvis Caftcllano fiederatus.
Ergo pacis tradatus &c.
II.
Principi Roberto negari non poterat concelfio ingrclTus nof-
trorum portuum. Probatur primb : Non poteft abfolute negari claf-
fi Principis fxderati portuum ingreftus j
aliuquin inter eos non efl'ec
pax ,
mutuis qux nititur auxilijs.
Atqui Princeps Robertus , & qua talis , & qua claftis Regis
magnx Britannix architallafilis , nobis fxderatus eft , nam in Rege
Carolo II. fxdera continuata Cunt.
Ergo Principi Roberto negari non poterat &c.
Piobatur fecundb : Hofpitalitatcm non denegare eft de jure di-
vino diliges proximum tuum ficut te ipfum de jure naturali , oin-
•, :
nes naturaliter ad pictatem niovemur hofpitium concedentes de ju- :
re gentium : apuJ omnes communitcr hofpitio excipiuntur amici.

Atqui quod de jure divino, naturali, &
gentili fieri debet, de-
negari nequit.
Ergo Principi Roberto &c.
Probatur tertib: Si omnes amicos rcciperc debemus, quidn!
crit
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) ,,
'
efa Cafa êal .Tortitguesâ, 813
erit Principi Roberto ? Eximix nobilitatis virb ,
qui nulli Germania;
cedcre jure debet ; hxccjue Europxis iolet antecellcre, coiifobrino
magnx Britannix Rcgi ; |ufti(fimx caufx fortiffimo athlctx , Auftria-
cis,
atquc nos , irrcconciliabili Iiofti , robore militari prxclaro , pro-
prium nonorem intemmeratum fervandi acerrimo propugnatori, bona
ut videtur, prxdito indole; fi eniin in aliquibus videtur afperior,
timet Ixfionem honoris , in omnibus tamen regix (
obfequiofe adnio-
dum ) fe fubdit voluntati.
Ergo a fortiori Principi Roberto &c.
III.
Principi Roberto negari non poterat venundatio deprxdata-
ruin a Parlamentarijs r(yum.
Probatur primb ; Alijs nationibus fxderatis paffiin permittimus,
& Gallis , fi Parlamentarias opes praeda accepta vendcrent , permil-
fum iricredo abfque diftimJIione.
Atqui Grotius videndus , & communiter apud eundem Grotium
(17) hxc verba habentur Ex fuppofitione (inqiiit) jus commune (17)
:
fe/. !S"
eftad adlus, quos populus aliquis externis promifeue proraitlit. S

tunc fi unus populus excludatur, ei fit injuria. Sic fi externis alicu-
bi venari pifeari , aucupari , margaritas legere licet , fi ex teftamen-
,
to caperc , fi res vendere &c. uni populo id negari non poteft , nifi
delidum prxeefierit. Hxc ille.
Ergo fi hoc uni populo denegari non poteft , quid ni fxdera-

to Regi , & Principi ? Igitur Principi Roberto negari &c.
Probatur fecundb ; Qiixcumque maxime conveniunt, denegari
non polTunt ; omnia enim propter convenientiam fubimus pericula.
Atqui maxime conveiiit cum magnx Britannix Rcgc continua*
re amicitiain ; quia forCan citb robore fruetur Anglico , nullum com-
mercium relinquere ; Regem injufte legitimo fpoliatum regno faltcm
pcrmifiive juvare ; qiuc omnia venumdatione prxdarum Principi Ro-
berto concclTa aficquuntur.
Ergo Principi Roberto negari non poterat See.
Probatur tertib : Si aliquod huic rei pofiit efie obftaculum , Fo-
ret timor irritationis rabidi , ficut viperx Parlamenti: nam alias Prin-
cipi amico ilia venditio negari minime pofiet.
Atqui quod utrique conceditur xque , neminem Ixdit ( hie for-
te ex parte Regis poterat reperiri dolor, non autem ex injufta re-
bcllantium.
Ergb Principi Roberto negari &c.
IV.
Secundum juris rigorem non debet culpari Princeps Robertus
captarum Parlamentariarum navium.
Probatur. Tantum , ubi imperium in mare extenditur prxdx
,
ab amico fieri non polfunt quia jam proteguntur ab imperantc ibi.
:
Atqui hoc imperium eft tantum fub pollibili deftenfione hoc eft
intra ja£Ium bombardici globi ; nam ibi eft imperium ubi imperans
quod lubet , facere poteft. Princeps verb naves expit extra bombar-
uici globi jadlum.
Ergb
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814 *Provas do Uv. VII. da Hijlorta (jenealogca
Ergo fccundum juris rigorem &c.
V.
Poterat Princeps Robertus capere Parlamcntariam navcm c Bra-
filijs venicntem.
ltX)Grt>iiiisJirjitr. Probatur primb : Navis hoftilis ubique locorum , practcr Prin-
W/. /. }. f. d.5.22. cipis fubdita, capi ab hofte poteft.
Atqui ratio dignofccndi infeftas a pacificis , fumitur cx vcxil-

lis
,
quaz in prxdida nave Parlamentaria crant : vexilla enim homi'
nuin impofitione ad id conBituuntur.
Ergo poterat Princeps Robertus &c.
Probatur I'ecundb: <îcquid de Jure gentium non eft prohibi-
tum , aut in traibatu pacis non continebatur , poterat Princeps Rober-
tus I'acerc , quia ad ea foliim tenebatur.
Atqui Jus gentium ubique deprelienfas holUles res concedit , in
contradtu prardac non reftringebantur.
Ergo poterat Princeps Robertus &c.
VI.
Princeps Robertus refpondciis Sereniflimo Portugallia: Regi fe
mox dimill’urum navem , modb idemmet Rex ei aut afferat lie ueju-
re elle,
vel id Jubeat , fatisfecit.
Probatur. Princeps Robertus poterat Juftc capere navem , Jam-
oue capta ccnl'ebatur , quia tranderant vigintiquatuor hora; , fccua-
duin jus Europxa: gentis ; ipl'e verb agit arcliitallafTuin Regis mag-
nx firiranni;c.
Atqui ipfe , ut minifter regius , non poterat ex fe Jus capture;
dimitere ipfo Regc infeio ; nifi ipu rcfponderct , vel Serenidlmus
Portugallix Rex indicavit Jus contra me elFc, vel Jullic navem dimit-
tcre.
Ergb Princeps Robertus refpondens &c.
VII.
Princeps Robertus culpa inuri non debet nimix detentionis in
hoc portu.
Probatur primb: Nullum tempus in refponfione Arnoldo Lis-
leo dato delignabatur.
Ergb iiiniix detentionis culpari non debet ; quamvis exire Juf-
fus efl'et quia id pro hac vice non obligabat cum , qui ante tempo-
:
risdeterminationem ingrclFus fuerat.

. Probatur fecundb : Ubi non adipifeitur finis , media non celFant.
Atqui finis ingrclFus Principis Roberti erat prxdarum venum-
datio jam fibi concelFa qux vaiijs tricis a nobis complicata eft , uf-
:
que ad pofteriora fere FebruariJ ; prxtcrca ipfemet Princeps indigebat

refciftione navibus ad cgrelFum , qux in undecim navigijs ad mi-
fuis
nus quam ad menfera extendi ncquit , prxfcrtim ubi ei fubditi non
crant , led potiiis plurimorum P.arlamcntariorum impedimenta ; Jam-
que egredi enntendebant ciim Parlamentaria clatCs vigefimo Mardj
ad Cai’calles devenit.
Ergb Princeps Robertus culpa inuri &c.
Prin-
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,

VIII.
Princeps Robertus non injudc valde progrcffus eft , in pluri-
mls fibi , inftar culps , injundHs.
Probatur primo : In aliquibus noftiam facile ignorabat mctho-
dum i alias fibi vilipendij efle putabat , quaedam forte faceret quia
nemo ex omni parte beatus , veriim in omnibus ad Screniffimum Por-
tugalliie Rcgcm cenfet reccurrendum efie : fuae voluntati non foliim
ac debuerat ,
fed plus etiam fc fubmittens obfequio multq.
Atqui qui fic progreditur non inufte valde procedit.
,
Ergo Pnneeps Robertus &c. -
'A
IX.
Principi Roberto prioritas in egreftu prse Parlainentarijs debet
conceJi.
Probatur primo : Non Icgi ,
fed legislatoris fkii debemus at*
tendere.
Atqui triduanua: legis in portuum egrefiu eft duplex : pri-
finis
mus in portu ,
aut ejus aClio non committatur prarlium. Secundus li-
bere exeant, aut ingrediantur amici , ficuti indiguerint , verum fi po-
tentior priiis exeat , concludet portus oftium , quo liber non maneat
contra fincm fecundum , &
fi rcclufus exirc volucrit in ipfomet prx-
liabitur oftio , contra primum , prseterea qui a longiore tempore de-

tinetur in portu , plus indiget exitu , quam qui a breviore , hie &
eft finis fccundiis , Princeps verb Robertus utrumque complcdlitur
nam & robore minor , & tempore antiquitatis longior in mora Par-
lamentarijs eft.
Ergo Principi Roberto prioritas &c.
Addo hoc in tota Europa fieri , ut innumcra cxempla often-
dunt.
Probatur fecundb Quando , quse conceduntur , non jeque am-
:
bobus contendentibus interl'unt , neutralitas deficit , quam fcqui to-

to animo cupimus.
Atqui Princeps Robertus longius ( fpatio fer6 unius leuc.-e ) ab
oftio portus diftat quam Parlamentarij ; igitiir ncutralitatem non
fervamus , fi cas , proutcafus dederit , priiis cmittimus ; Principera ve-
rb Robertum altic juvant rationes.
Ergo Principi Roberto &c.
X.
Non fatisfacimus pollic't.ationi Principi Roberto fadse prote-
dHonis ipfum emittimus, quamvis Parlarmentarijs extra portum
,
fi
conftitutis
,
fi probabiliflimum fit ,
inter cos prxlium fore commi-
tendum juxta noftrum mare.
Probatur. Ulc liber appellatur cgreflTus qui ab egrediente por
,
teft concupifei.
Atqui , fi probabiliflimum fit pra;lium committi juxta noftrum
mare, non poteft t^reiTus a Principe Roberto minus robore praiftan-
te appetti.
Ergo ei egreflus liber non eft
j
ac propterea non Citisfacimus
pollicitationis &c.
Ncc
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$i6 ^rovas do Liv, VIL da Hiftorta ênealoyca
Necobjici potcft hoc ; Princeps Robertas ( ex inca fententia )
potcrat jufte capere hoftiles naves , modo elTcnt extra bombardici
globi jaclum , ergo etiam inter Principes , 8c Parlamcntarios modo
extra eundcni jadlum prsdium poteft iniri : Refpondeo efTe diverfas
rationes , quia navis ingrediens venit a non protedVo in protedVum r
cui dum non continget improtefla eft : atqui exeunt a protcdlo, egre-
diuntur ad non protedhim, &
protedHo egreftus fupponit liberta-
tem , qux illo modo non confequitur ; ingreftus verb debet ibi tati-
tum cfle liber ubi proteftus , ante protedlioncm capi naves poflunt
fed poft protedlioncm , quae egrediuntur , libcrc cxire debent.
Princif'is Rcbcrti t O* Parlamentariorim trutina,
Ut veritas impugnata magis luceat, ita injuftis juftos, quo ma-

gis nitcant ,
comparare dccet.
Pfincipis propofitionum feries. Parlamentariarum propofitionum

feries.
1 Princeps Robertus caufain tue- Parlamcntarij proinjuftitia certant.
tur juftam.
2 Princeps Ruber tus omnium re- Parlamentarij contra omne regale
gum caufam defendit. jfis dimicant.
Princeps Robertus eximiae no- Parlamentarij , praeterquam funt
^
bilitatis eft. ignobiles , nobilium , ignobi- &
lium conftituunt paritatem.
4 Princeps Robertus Auftriacis Parlamentarij Summo Pontifici
inimicus eft. Caftellse Regem fidei fure afier-
torem dant : hue commiflarium
mittunt ,
cujus Pater nobis ad-
modum hoftis , Caftellanis
be-
neficus erat ;
fertur hanc clafliin
hue legati Caftellani impulfu
advenillc.
•
5 Princeps Robertus fuam claf- Parlamcntarij fuam clafilm Caftel-
fem Gallica: unit. loE jungunt.
6 Principe Roberto hie detento Parlamentarijs hie detentis , ipfum

ad fummum Parlamentanx naves portum non ingredientur naves,
non frequeutallent portum. ialtem militarcs, Regis magn«
Britannia?, Galllex, Hollandica;.
Sueci®.
7 Principi Roberto amici funt, Qui amici nobis funt , hi hoftes
qui nobis faederati. funt Parlamentarijs.
8 Princeps Robertus , ut hue
ve- Parlamentarij fuis ad Sereniflimum
nit vehementer dixit fe circa ei
,
Portugallia: Regem litteris ruf-
jmpendendos honores nullatenus ticitatem fuam indicant , falu-
ambigere , fed quicquid Sereniftl- tationem a latere chartae po-
mus Portugallia; Rcxvciit, idfi(^ .. nentes ; lecunda porfona plura-
ret. lis numcri loquentes , cum uni
Sc Re-
:,
da Cafa Tortugnegâ, 817

& Regi fcribunt;ejufqueCom-
miftarius, mentis impos caput
in Regis colloquio , abiqueejus
nutu , cooperire intendit.
9 Princeps Robertus tres naves Parlamentarij acritcr urgent infa-
jude antequhm noftrum fubirent nis , &
indignis verbis eis tra-
marc deprehendit. dantur naves Principum hoc in
portu detentas.
10 Princeps Robertus ( non re- Parlamentarij in epiftola ad Sere-
ftc voluit compellcrc Parlamen- niflimum Portugalliac Rcgem
tarias naves , ad demitenda ei vc- mifta ; dicunt patiatur Rex co-
xilla , res per fejufta, aft propter rum hoftilem in Principcm in-
locum mala. greftiim nam juftum facinus ef-
le ; facultatcque inexpciftata por-
tum ingredi contendunt , quam-
vis muitiplicatos turriuin i£lus
experti clfent ; tandem potiiis
metu moti ,
quam venerationc
du 61i
,
in portus oftio fubfiftunt j
Gallictequc navi ingredienti ju-
bent , und^ , &
quar^ veniat
dicat , alteram item Gallicam hie
detentam ingredientes quinque
repertos nautas pcrcutiunt, fu-
ncfque, &
rudentes rumpunt
res per fe injufta: , &
propter
locum peflimjc.
Ti Princeps Robertus ciim de P.arlamentarijnon permitunt(quod
Parlamcntai ijs loquitur , cos rcbel- adverfus neutralitatem clfet) Ca-
les ,& facrilcgos , iiifanics appcl- rolum II. a nobis magn^ Britan-
lat; & refle, nhm adverfus legi- nix appcllari Rcgem, fpurcede
timum rebellant Regcm , Ixferunt- ipfo, & fuis loquuntur-, in lit-
ne I'acra reg’a , infamcfquc: funt tcrisad Regem amicos Princi-
3 iim nec mala publicari fama mc- pcs piratas vocant ; fuum exe^
rentur. crandum facinus reftitutionem
vocant ; & ciim reftitutionc Sc-
reniflimi Portugallix Regis com-
parant.
12 Princeps Robcrttis faltcm fa- Parlamentarij nullum admittimt
ciatur aliquo tempore ex debito il- medium repugnantes jure gciUi-
li a Sercniflimo Portiigallia:Rcge. li , legique regali.
Alia complura digi.a , ut no-
ta , mitto.
Ha:c quatuor mcnTium tempo- Alia complura digna notae com-
re fadla funt. mitunt.
Tom. rv. Lim Libc-
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,
818 7rova$ do Uv. VIL da Hifiorla ênealogica
Libere ,
Quifquis legls ( judica. ,
Non nego refponfum Amoldo Lisleo datum fore reftringen-

dum , uti jam oftendi alibi
j
verum Parlamentarij jam non confpicien-
tur, ciun nihil propter bom laruam haberent.
Jôcqai de ElRey 0 IV. & Irânta Dona Catharina, da

D. JoaS
Ilha da Madeira com todos os Jeut luâres , CiJade de La-
,
mego , e Villa de Mcura. Efta no Lh/. 6 . da Chancel-

laria do dito Rey , aJol. lyj. da Torre do Tombo.
Num. 3^
An, 1656. D Om Joa6 , &c. Faô faber aos que cfta minha carta patente vi-
rem que tendo refpeito a idade em que fc acha a Infanta D.
Catharina minha muito amada , e prezada nlha , e a obriga9a& que
me corre de Ihe dar fuftenta9a6 , e dote , a Ihe nao ter feito merce
alguma , e ao muito que Ihe he ncccfiario para fuflentar o feu ef-
tado , conforme a quern he , e ao que a reza6 , e conviniencia do
Reyno pede , que ella tenha ao diante ; e tendo outro fy refpeito ,
ao aperto em que fe acha o patrimonio Real , com a dicipa9a6 que
padeceo no tempo da intruzab dos Keys de Cadella , e ao que tem |
del'pendido com a guerra de tantos annos , no Reyno , e Conquillas '
acomodando afi a neceflldadc da Infanta , com as ao Reyno , no me-

Ihor modo que pode fer ; tendo por certo da Infanta que me fabe-
ra merccer todi merce , que Ihc fizer, c que feus fucetTorcs fhrao o
mefmo ao Principe meu fobre todos eftimado , e prezado filho , e
aos Rcys que Ihe ouverem de fuceder na Coroa deftcs Reynos , e
por folgar por todos eftes refpeitos , e em particular pelos mereci-
mentos pelToaes da Infanta que acrecentab muito a eftimaâb que del-
la faô , e o grande amor que Ihe tenho. Hey por bem fazerlhe mer-
cc da Ilha da Madeira com todos os feus lugarcs , da Cidade de La-
mcgo , e feu termo , da Villa de Moura , e feu termo , tudo com
fuas rendas, direitos , foros, tributos, oiKcios, datas, CaAellos, e
Padroados , cxceto Alfandcgas , e fizas , e os Bifpados de Lamcgo
e Funchal , que fempre ficarao da provizao da Coroa , afim , e da ma-
neira que eu hoje pofliio aquella Ilha, Cidade, e Villa, e milhor,
fe milhor pudcr fer , com toda fua jurifdiâd crime , e civcl mero , c
mifto Imperio , e todas as mais prcrogativas que tem as doaôens da
Caza de Braganâ que aqui hey por cxprelTas , e declaradas , cnten-
do nas que a caza tem iincorporadas para feus fuccilorcs , e nab nas
pelToaes que por doagab de fora concederei a Infante quaes convcm
a fua pcll’oa , e concedcrab mcus fucelTores aos feus , fegundo as pef-
loas de cada hum, c as ocazioens, e ocurencias dos tempos. E por-
que a renda da dita Ilha, Cidade de Lamego , e Villa de Moura , ti-
rando as terras, e Alfandegas , a defpcza tio prezidio, ou prezidios
da dlta Uha , nab paiTaiido dos que hoje lab , e Ihe faô itiais merce
! dos
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1
ia Cafa âl Tortu^nesâ. 8 p

dos ccleiros de Moura , na parte que toca a efta Villa , affim como
concedi ao Infante D. Pedro meu muito amado , e prezado filho , a
parte dos mcfmos ccleiros que toca a Villa de Serpa, de que he Do-
natario , e Ihe f‘a§o outro fi mcrce do Paul de Magos , que ha pou-
co tempo rompi tudo fobrcdito de juro hcrdade na forma da ley men-
tal , para ella , e feus fucelTores, Baroens lidimos, precedendo o ne-
to filho do filho mais velho defunto antes de fuccedcr ao thio ; fi-
lho fegundo , e mais filhos , do ultimo pofluidor , e ifto falvando o
direito dos Donatarios , que houvcr na dita Ilha , e mais lugarcs de-
clarados ncfta Doaâ6 que ficara em feu vigor em quanto durarem
os termos das fuas Dnaôens , acabados ellcs da mancira , que aja6
de tornar os bens Jurifdiôens , e o mais que pofiuirem, a Coroa de
meus Rcynos , nao vagarao para ella , fena6 para a Infante , e feus
fucelTores , para os terem , e pofluirem na forma defta Doagao , e
fa;o a Infante a doaô dcAa Ilha , e o mais acima contheudos nef-
ta carta, com tal declaraâb que fc tomar eftado fora do Reyno , e
por efta rezao , ou outra igualmente poderoza , Ihe quizer a Coroa
fatisfazer , o jullo valor deltas Doaêns fera obrigada a dezeftir del-
las. E polio que os beneficios da dita Ilha fc proveiaO como da Or-
dem de Chrifto pela Meza da Conciencia , os concedo a Infante , c
feus fucell’ores para os polTuir, como Donataria daquelles padroados,
ou do uzo delles , allim , e da maneira que a caza de Barganâ , pro-
ve a'gumas Comendas da mefma Ordem , c fendo necelTario fazer tam-
bem ella Doaâo dos beneficios , c da Ilha como Mellre , c Gover-
nador Perpetuo a Iminidrador da Ordem de Nolfo Senhor jefu CriP-
to , a faô como tal , ou de juro , e herJaJc , ou quando nifto aja
impeJimento , em viJa de tres pelToas , no mcllior modo , e forma ,
que piidor fer para que tenha comprido efeito, para o que fendo ou-
tro a necelTario fe fuplicara a fua Santidadc, cxcetuando a Doaiâ6
afim nella parte , como em todas as mais muito pontual , c intcira-
mente , no milhor modo , e forma que comvier , e quando aja con-
tra ella outra couza, alguma parte por pequena que feja tal impcdi-
mento , que eu em todo ou em parte na6 polfa efta Doaâo ter com-
piido efeito. Hey por bem que a paite cm que na6 puder ter , fe
fupra com outra equivalente , em tal modo , e forma , que fenipre te-
nha efeito o valor da merce que fa§o a Infante por efta carta, a
qual merce , e Doa?a& Ihe faô de meu moto proprio , certa fciencia
poder Real , c abfoluto no milhor modo , e forma que de direito
,
polTo , e devo , e por firmeza de tudo, o que dito he Ine mandei dar
efta carta por my aftinada , c paftada por minlia Chanccllaria , e lel-
lada com o fello pendente de minhas Armas. Uada na Cidade de Lis-
boa ao primeiro do mes de Novembro. Luiz Teixeira de Carvalho
a fez. Anno de 1656. Pedro Vieyra da Sylva, a fez eferever.
ELREY.
Tom. rv. LIlll ii RcUh
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,
8x0 Turovas do Liv, VII. da Hijloria ênealogca
"Relaqai da forma, com que a Mngejlade delRey da Gra‘5 Breta-

nha manifejlou a feus Keynos ,
tinha ajuflcdo feu cajcmento
com a Serentjftma Infanta de Portugal, a Senhora Dona Cat ha-
Tina comofe coUige das cartas originaes de From i/co de Mello ,
,
Conde da Ponte do Conjelho de Guerra delRey ncjjo Senlior ,ejeu

Embaixador Extraordtnario a SuaMagedade Britanica , que q)lai
na Secret aria de EJlado. Foy impreffa em i66i.
47. "O
Nuin.- ^ Efoluto EIRcy da Gram Brettanha , a na& admitir as varias
'
iv propoziôens , que fe Ihc fizcra 6 , para aue cfcolhefTe por El-
poza huma das diiferentes Princezas , que fe Ine nomeara& ; e parti-
cularmcnte, as avantajadas condiôens com que ElRey de Caftclla
crfuadia a Sua Magcilade Britanica aceitaife qualquer das Princezas
f roteftantcs , a quern para efte fim , mandou promcter tanto dotte
ccmo as filhas de Hefpanha : determinou Sua Mageftade concluir de
todo o cazamento , com a Screniflima Infanta de Portugal , a fenho-
ra Donna Cathcrina ; e defpocs de o haver communicado ao feu Con*
felho de Eftado , e fcr nclle approvada efta rezoluâh para que del-
:
le tivelTem noticia todos feus Reynos , a manifeftou ao Parlainento,

que rezide na Cidade de Loadres , com as palavras feguintes.
Pratica, quefez Sua Magejlade da Gram Bretanha ao Pariamento

d iS.de Mayo dc66i. no tocante d Pcrtugal.
N
mem
A6 quero fenhores acabar, fern Tos dar novas, e novas, que
me parecc hao de fer muito accitas , e aflim me tivera por ho-
de mao natural , quando vo las nau dilFera. £u tenho muitas
vczes lido advertido nor meus amigos : que ja era tempo de me ca*
zar , c o mefmo cuiJei eu fempre defpocs , quo entrei cm Inglater-
ra : mas na eleiâo havia difficuldades , fuppollo folfeni muitos os
cazamentos , que me fahiao ; e fe cu nunca nouvera de cazar , te fa-
zer cfcolha , que nao tivelTe algum inconveniente , creo viercis a me
ver muito velho fern o fazer , couza que fei na& dezejacs. Agora vos
digo , que nao f6 eftou rezoluto a me cazar , mas com quern , o de*
termino fazer, fe Deos for fervido : e no tocante a minha rczolu-
â& , tomci nclla aquclle concelho , e deliberajao , que devia fiizer ,
em materia de tanta importancla : e 6ai-vos de mim , que confldera-
do , o bem de meus ValTallos em geral , e o meu , he com a filha
dc Portugal e quando cu o inclhor , que pude , pezei tudo , o que
•,
me occorreo , roe refolvi a communicar tudo , que fe me Iiavia offe-

rccido , e tudo , o que em contra fe dizia , com o meu confelho pri-
vado, fern cujo parccer nunca rczolvi, nem rezolverei couza alguma
de publica importancia : e digo-vos com grande fatisfa(;a& , e allcgria
que defpocs uc muitas horas de debatte cm todo o Concelho ( por-
que fo hum eflava auzente) c que defpoes dc fepezar tudo, o que
liavia
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,
da Cafa êal ^Portuguesâ. ’

821
havia na materia, pr6 , e contra, os Senhores a huma vo7. mcacon-
fclhara& com toda a allegria, que fe pode immaginar, fizefTe efte ca-
zamcnto , o que eu conciderei como maravilha , c qua/i a Inftancia de
que o mcfmo Deos , o approvava ; e aflim me refolvi , e concluhi com
o Embaixador de Portugal , o qual fe parte com todo o Tratado ajuf-
tado , que achareis conthcm grandcs vcntagens para efte Rcynn : e
eu trato com a mayor prcfta , que poftb de vos trazer aqui humaRai-
nha , a qual , na& duviao hade trazer comfigo para mim , e para vos
grandes fclUcidadcs. Na6 accrefcento maes, porque orcfGroao Chan-
celler.
A efta praflica , que Sua Mageftade da Gram Bretanha , fez ao
Parlamento , fe feguio a vezita , que o grande Chancellcr fez ao Con-
de Embaixador , como fc vc pcla carta icguinte , que clle cfcreveo a
ElRey nolTo Scnlior.
Carta do Conde da Ponte.
S E N H O R.
H Oje me veyo ver o grande Chanceller, com muita often tai^6 ,

trazendo-lhc dous gcntis homens as fuas infignias
as armas de Sua Mageftade , da Gram Bretanha

que fa6 hu-
,
ma nia9a dourada , e huma bolfa dc vclliido encarnado bordada com

e he muito para fe
;
cftimar efta vezita , porque a nao fez athcgora a algum outro Embai-
xador. Trouxe-me os papeis d.as rczollucocns , que fe tomara6 nas
duas cazas de fenhores , c commons do Parlamento , cujas copias fe-
rae com efta; por onde Vofta Mageftade ficard entendendo , o gcral
applauzo , que toda a Inglaterra moftra , a feu Princepe na acertada
ellciâb , que fez da Sereniftima fenhora Infante, para Rainha deftes
Reynos. Decs profpere fuas acôens, e guarde a Real pclToa de V.
Mageftade , como feus Vaflallos dezejamos-, e havemos luifter. Lon-
dres 23. dc Mayo, dc 661. O
Conde da Ponte.
Orient da cazjt dos fenhores do Parlamento no toconte ao caza-

mento de Portugal.
N O's os fenhores , e communs ofFerecemos humilmente os nof-

fos rcconhccimcntps , e gragas a VoflTa Mageftade por a livre ,
e graciofa commiinica9a& de fua refollu^.ab no cazamento da Infante
de Portugal ; o qual entendemos fer de grande importancia a efta
Na9a6 ; e nos o abra9amos com grande alegria , e fatisfacao , e pe*
dimes encarecidamcntc a Deos , que o profpere , e a Voffa J\Iagcfta>-
dc que o acabe com toda a brevidade ; nem podemos exprelfar as
noffas rczolu90cns unanimes, as quaes tcrad ( como confiamos) in-
fluencia geral nos cora9oens de todos os Vaflallos dc Voffa Magef-
tade , que em todas as occaCoens eftaremos preftes para affeftir a V,
Magella-
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i
8ia TProvas do Liv. Vll. da Hijloria êneologtca
Magedade cm profcguir ellas fuas intcnôciu ,

contra quaefquer op-
pon^'oens ,
que hajao.
Jo: Broozone Clericus

Parlianicntorutn.
Ordem da caza dos communs do Farlamento , ao caz^mento dc

Portugal.
O Rdena-fe ( nemine contradicente ) que o Speaker accompanhado

com toda a caza , v 4 ter com Sua Magcftade para fazer ofFer-
tamento humilde de gramas por a communica9a6 gractoza do feu ca-
zamento rezolvido com a Princcza dc Portugal , e que rogaremos a
Deos , que o queira profperar , e que reprezentem a Sua Mageftade
muito humildcmente os feus dezejos , e que queira Sua MagcBade
apprelTallo : e pera apprczentar as noffas rezolluôens unanimcs para
alTiAir a Sua Mageftade etn tudo , o que Ihe tocar , nao obftante
• quaiquer oppoziâu , e que aqucllcs fennorcs defta caza , que fa6 do
Conlelho dc Eftado de Sua Alageftade pccao hora , para que pofla-
ntos hir dar as gramas de parabens a Sua Mageftade.
‘
Well : Godicsbrok. ,
Clericus Domus Comunium.
As particularidades , que fuccederao no Parlamento quando nel-

le fe tomou efte aftento , le vem maes largamente da carta, que Tho-
mas Hyaggins , Meniftro , que cnta6 fe achara naquclle Tribunal,
efcreveo ao Cunde Crobaixador , que a mandou a Sua Mageftade , e
he a feguinte.
S E NHO R.
N A6
havendo couza defpoes do bem de minha patria, que tan-
to me
toque , como a conferva5a6 de Portugal , a quern ( co-
mo Voffa Exccilencia fabe) tive fempre huma particular, e inviola-
j
vel afteiâf) , fe na6 deyc efpantar Voffa Excellcncia de eu procurar

fer o primeiro , que avizo a Voffa Excellcncia do que efta manliaa
, |
fuccedeo no Parlamento. Hontem communicou ElRey a nofta caza ,

a intenâd , que tinha de fe cazar com a fenhora Princeza de Portu-
gal , e por efte refpeito propoz hoje hum Gentilhomem a Caza
,
que ella mandaffe dar as gramas a Sua Mageftade da grande honra ,
que nos havia feito , de dar parte a feu povo de feus Reaes inten-
tos e que Ihe flgnificaffe da noffa parte , que efte cazamento nos
era muito agradavel e pediamos humildcmente a Sua Mageftade , o
:
concluifl'e , o maes depreffa , que pudeffe fer , mandando a fua Ar-

mada Real a Portugal , para trazer aqui a Princcza noffa Rainha , e
fenhora. O Secretario Mauricio fe Icvantou Id de dma , e comeôu a
rdatar .
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i
,
;
di Cafa êal ôrtuguesâ. 823

relatar as rezoens , que haviao movido , a ElRey , a fe refolver a
concluir eila allianâ , dando-nns a entcnder, que Sua Mageftadc na6
tinha fomente rcfpeito a fua propria fatisfaâb na efcolha, que havia
feito de huma fenhora de ta& rara bellcza , e de ta6 grande virtude
mas que tambetn havia olhaJo para convcnicncia publica , e bein
com mum de feu povo. Que efte cazamento, na& era hum fimplesca-
zamento de ElRey de Inglaterra , com a fenhora Princeza , mas do
Rcyno de Inglatcrra com o Revno de Portugal : e que hnalmente
defpoes do cazamento delRey ae Inglatcrra com a filha do Duque de
Aquitaiiia , fe nao havia feito outra allianga
,
com tanta utilidadc pa-
ra liiglaterra ; feguio-fe o Procurador gcral delRey que celebrou a
,
generolidade dns Portiiguezes poes fe empenharab , maes que ne-
nhuma outra Na?a6, na cauza, uc SuaMageftade, e nos Icmbrouquc
ElRey de CaAclla , que tanto fe oppunha a efta allianâ , fora o pri-
meiro de todos os Princepes que reconheceo o governo daquclles
,
ue matara6 o Rey palFado. Defpois de haver dilcurfado fobre a in-
?blencia do Barau de Batcvilla pcIIa reparti 5 a& que fez cm toda
, ,
a Cidade do papel , de que a VolTa Exccllencia uci huma Copia,
Rogou ao Parlamento , fe aprcflalTe a ter efte comprimento com
ElRey a_ fim , de que o Embaixador de Flefpanha , antes que daq-ii
fe partifle, pudeftc ver que feus artcficios na& haviao podido faz.r
^
alguma impreffa& nos animos dos Inglezes c de affegurar a Sua Ma-
:
eftadc , que o feu povo eftava muito prompto para fuftentar o que
,
f ua Mageftade tinha feito ; e para empregar feus bens e fuas vidas
,
contra todos aqucllcs que fe atreveffem a contradizer o cazamento
,
de Portugal. Eu eftava apparclhado (fe alguem o e.ncontraffe a fuf-
)
tentar o partido de Portugal quando toJa a caza fern querer macs
, ,
ouvir , gritou com hum univerlal confentimento Que aftim fe orde-
:
nalTe. De forte Senhor que Voffa Exccllencia nao f6 tern o Con-
,
cclho empenhado nefta fua caufa mas todo o povo de Inglatcrra j e
,
para dizer verdade efte he o unico negocio de importance que vi
, ,
tratar cm Parlamento feni alguma contiadi ao fe Voffa Ex-
, 9 ; mas
ccllencia vira
,
o modo com que fe tratou , na& duvido feria de men
arecer , e creria que nefte fucceffo houve alguma couza , maes que
,
E umana. Com totlo o atteÎo da minha alma Ihe prognoftico gran-
des feliddades , e peô a Deos que efte cazamento em que Voffa
, ,
Excellcncia tern trabalhado ta6 vidloriozamente, ecom tanta pruden-
cia, fejaditoizo a ambas as Najoens. Eu fiau, fenhor, de VolVa Ex-
cellenda.
O muito humilde , e ficl fervo
Thomas Hyggins.
Aceitada nefta forma por o Parlamento de Londres a propo
Mageftade aa Gram Bretanha Ihe fez , a mandou Sua
A T*®
Mageftade repetir no Parlamento de Irlanda, onde foy applaudida,
com a folleranidadc , que reffere a carta' do Coronnel Edmund. Tem-
,
ple, eferita ao Condc Embaixador
, c Eavlado por die a ElRey
noffo fenhor. (^ta
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,
824 Trovas do JJv. FlI. da Hijlorta ênealogtca
Carta do Conde da Fonte.
S E N H O R.
OIas copias incluzas da declaraâo , que fez o Parlamento do

P Reyno dc Irlanda , toccante ao cazamento do feu Rey com a Se-
renifllma fenhora Infante , e da carta , que me efcreveo , o Coronet
Edmund Temple , que fe moftrou muito meu amigo , e que foy hum
dos meus CommilTarios no primeiro tratado , que fiz com o Parla-
mento, que chamou a ElRey , e a quern Vofla Mageftade , e elTe
Reyno, e em particular a fenhora Infante deve muitas finezas,e fin-
gullares fervicos, ficara Voffa Mageftade entendendo , o como pro-
cederao aquelles Meniftros e como he geral o applauzo defta felli-
:
ce allianâ. Deos guarde a Real peffoa de Voffa Mageftade, como

feus Vallallos dezejamos , e havemos mifter. Londres 15. de Junho
661.
O
Conde da Ponte.
Carta do Coroncl Edmund TempU, efcrita ao Conde Embaixador.
S E N H O R.
A lnda que o ferviô de Sua Mageftade me tern Squi em hum

lugar ta6 apportado , que com grande penna minha , na6 pofta
ter a ditta de obeaecer as ordens de Vofta Excellencia na& feri baf-
tante para deixar de fignificar o refpeito, que devo a Voffa Excel-
Icncia , e a grande aifci^6 , que juftamente fe deve a feus mercci-
mentos ; efta he a cauza , porque na& quiz faltar nefta occafia& de me
allcgrar com Voffa Excellencia nos bons fuccelfos , que tiverao os ne-
goceos, deque Vofl'a Excellencia trata, fendo Deos fervido, deto-
mar a Volfa Excellencia por gloriozo inftromento para o Tratado do
cazamento, da incomparavel Winceza de Portugal com ElRey, nof-
fo fenhor ; efte he hum negoceo , cm que os noffos tres Rcynos ,
va6 muito entereffados ; e em que elles fe prometem tantas rellici-
dades , que com trabalho fe pode explicar oexcelTb do feugofto.As
novas chcgara6 aqui eftando nos juntos no Parlamento, e como en-
tendemos, que efte ditozo cazamento influira particulates convenien-
cias aos noffos negoceos ; recebi ordem de todo o Parlamento pa-
ra pedir a todos os Governadores de Sua Mageftade nefte Reyno
que difparaffem todi a artelharia defta Cidade , e Caftello para que
,
os fogos pudeffem teftemunhar o affedto , que temos ao fervido del-
Rev noflo fenhor nefta occazia6 , como tambem para moftrar aos
Caftelhanos o pouco cazo , que fe faz d s fuas barbatas; e quanto
contra fua vontade repprimira6 as infollencias do feu Embaixador.
O Parlamento fez efta declaraâd pubGca, de que mando a Voffa Ex-
V cellencia
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,
da Cafa 'Kâl Tortuguesia, 825

celicncia a Coppia. Meu mais velho teve a honra de Ihc cn-
filho
carregar a caza aos communs , e o
a formafle levalla defpoes aos Lor-
des , que tambcm a confirmara6 , de modo , que bcm pode Voffa
Excellcncia julgar , qual fcja o pareccr de todo efte Reyno nefte ne-
gocio : e como nos eftamos rezollutos de afleftir a EIRcy em feus
dittozos intentos , contra todos os inimigos da Coroa de Portugal.
Eifaqui , o de que me pareceo avizar a VolTa Excellcncia, c moftrar-
Ihe juntamente o refpeito, e venera9a6, que eu tcnho a Sercniflima
Infante , a qual efpcro ver cm pouco tempo polTuhir em compa-
nhia delRcy o feu Throno e fe ifto agrada , a Voffa Excel-
*,
lencia , como , ja o fez , e que por efte mcyo poffa eu confervarme

em fua memoria , fera grande honra para huma peffoa , que tanto
vencra a Voffa Excellcncia , e que fe allegrara muito de ouvir novas
de Voffa Excellcncia , como tambcm de moflrar , que com grande af-
fe£lo. he de Voffa ExccUencia muito humilde, e muito obcdicnte
fcrvidor.
' Temple.
Declaragai do Parlamento do Reyno de Irlanda ,

tocante ao caza-
mento de Sua Magfjlade liritanica com a SereniJ/ima Jenho-
ra Infante.
Or quanto pela venturoza reflauragao de SuaMageflade, eaqiiel-

P
no
Ics abengoados fruitas de paz , e liberdade
,
que ja confeguimos
feu gradofo governo , e alcgria dos Vaffallos leaes de Sua Ma-
geftade nefte Reyno, he tanta, que nenliuma couza ficou para ac-
crefeentar macs, que a fcguraii5a de ver a nofla felicidadc prezen-
te , alfcntada eni profperidade ; e na6 traziamos diaiite dos olhos
como ifto mclhor fe confeguifle , fena6, com Sua Mageftadc cazar
cedo com peftba , que pudefl'e ajuftarfe com o Real nafcimento , e
virtudes na6 immitaveis de Sua Magcftade , e com fuas graciozas in-
clinacociis ; e por quanto os fenhores Jufti93s defte Reyno fora6
fervidos de nos communicar as bcm vindas novas da tenâb dcclarada
por Sua Magcftade de cazar com a Infante de Portugal, Princeza,
cuja fermozura , e excellencias fab tab aft'amadas , com o poder , c
armas daquella famoza , e antiga Coroa , que ha tanto forab conhe-
cidas , e lentidas , athe onde o Sol fe Icvanta , e o fol fe poem.
Nos os communs defte Reyno juntos em Parlamento , dcfpocs
de noftas humildes graijas a Deos todo poderozo , por haver guiado
o Real coraâb de Sua Magcftade a fazer eleiâb tab venturoza , e
abcncoaJa de feus Confclhos ; no Tratado, c condu9ab defte gran-
de ncgocio , por efta publicamentc confeffamos , a infinita alegria ,
finccras , e conftantes rezolu9oens , como em todas as macs materias
de teftemUnhar a noffa firme obediencia, e Icaldadc a fua Excellen-
tilTima Magcftade , c aflim nefte particular cftamosjnromptos , com as
Vidas , e fo. tunas, contra toda a uppoft9ab , de alleftir a Sua Mage-
ftade na prnfecu9ab dellas fuas rcacs tcn9oens , o que imaginamos
I'om. IV. Mmranim prome-
82 ^ Tnvas do Liv. VIL da Htflcria êneakgtca
prometef huma influencia favoravel , na 6 fo napaz, e felicidade def-

tc Reyno , e nos macs leaes Vafl'allos de Sua Alapcftade, mas tara-
bem ein todas aquellas partes da Cliriftandade , que na 6 envejarem a
profperidade da Coroa , e dignidade de fua Real Wagcflade.
Faltava fo a exprelTao do Reyno de Efcocia nelle confentimento
univerfal dos doininios de Sua Mageftade Britanica , e para que o
Conde Embaixador viffe as circunftancias , com que naquella Coroa
fora approvado , e feftejado o cazamento , mandou Sua Mageftade
fazer a demonftraga 6 , que parece da carta feguinte do meimo Con-
de para ElRcy noITo fenhor.
S E NH O R.
Or ordem de Sua Mageftade Gram me vierao buf-
P car , o Conde Loderdcl , do
cretario de Eftado , do Reyno de
da
feu
Bretanha ,
Concelho de Eftado , e feu Se-

Efcocia
,
com o Chanceller de Ef-
cocia ; e maes tres Concelheiros do Concelho daquelle Reyno, para
me moftrarem , a carta original , que o Parlamento de Efcocia efcrc-
vera, cm raza6 do cazamento da fcnhora Infante, e me fignificar da
fua parte o contentamento dc toda a fua 03936 ; deixou-me a Copia ,
que fcra com efta , pcra que confte a Vofta Mageftade , o como pro-
cedeu aquellc Parlamento. Dcos guarde a Real pelfoa de Vofta Ma-
geftade , como feus Vafl'allos defejamos , e havemos mifter. Lon ires
6. dc Junho 661.
O Conde da Ponte.
Copia da carta do Tarlamento de E/'cocIa para Sua Magejladc

Britanica.
Acratiftimo fenhor. O defejo que havemos tido dc defempenbar

S aquella obriga9ao , que devemos a Vofta Mageftade , nefta publi-
ca confian9a , he nolTa mayor ditta : c agra.ioza aceita9ao , que Vof-
fa Alagcftade fez do nolTo limitado preftimo , he noll'o grande alli-
vio ; c hoje , que VolTa Mageftade por feu Commiftario , foi fervido
fazernos a faber fua rczolu9ao , dc cazar com aquella Illuftriftima Prin-
ceza a fillia de Portugal; he ta6 grande honra nolTa, que nao fomos
capazes de fazer rctorno equivalcntc.
Nos rcconhcccmos com humildes gragas , as muitas , c grandcs
bengoens , que logramos debaixo de volTa real authoridade ; mas if-
to he fobre tudo , chegar cm nolTos olhos a ver aquillo , que febre
todas as couzas do mundo , foi , c he o mayor dezejo nofto , ver cf-
tahcllccido o real governo ddlcs Rcynos na peflba de VclTa Magef-
tade , e fua pofteridadc para fempre. Em ordem a ifto , N6s,"em
nome de todos voflbs bons A'âflallos defte voft'o antigo Reyno ,
os quaes eftao contentiflimos deftas agradecidas novas, fazernos li-
vre oft'erta de nolTas vidas , e fortunas para adiantar , e profeguir ef-
tc defenho de Volfa Mageftade , e contra toda a oppozigao , que
por
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,
da Cafa 7(eaJ Tortagnesâ, 827

por qiialquer modo for contra die intentada ; mas Vofia Mageftade
iiavcndo dc rcceber maes inteira conta dc noffo gofto , e alcgria
pdio feu Commiffario, one f’oi teftemunha fid devifta de todos nof-
fos procedimentos , e pdlos que agora fervem a Vofia Mageftade ,ac-
crefeentamos fomente ifto ; que aflim como nos temos pdlos maes
venturozos dc todas as Naôens na benâo de vofib real governo, af-
fim fera nofib o cuidado , que os retornos da nofia obnga§a6 , fub-
-milfao ,
e obcdiencia a Vofia Alagcftade diga& com ifto, em teftemu-
nho da vontadc , c conformidade , que temos , fe afiinarao as
nillo
irezentes pdlos muito humildes , muito muito obedientes Vaf-
ficis ,
fallos , e criados dc Vofia Magcftadc. Alfinada por todos , e Commif-
farios dc todas as Provincias, e lugarcs. <
Tratado da Paz, c contrato do cazamento da Infanta D. Catha-

rina Raynfia da Gram Bretanka , com ElRey Carlos II.
Ache\-o nos manuferitos da Livraria do Condo da Ericei-
ra D. Franci/co Xavier de Menezes , donde 0 copiey,
TRATADO
E Nntre os Sercniflimos , e poderofiflimos Revs Affbnfo VI.
Portugal , e Carlos II. da Gram Brctanlia , tla paz mais aper-
tada, entre hum, c outro Rey, e principal mente do cazamento, que
' *
28.
3
An. i66i.
*
fe ha de fazer entre o Screniffimo Rey da Gram Bretanha , eaSere-

nifiima Princeza Infante de Portugal, feito , e concluido pcllo Ex-
cclcntifiimo vara& Francifeo de Mdlo , Conde da Ponte , Embaixa-
dor extraordinario dc ElRcy dc Portugal , por parte de ElRey de
Portugal; e os Illuftrifilmos , e clarifiimos Varoens , Duarte Conde
de ('larendon , grande Cancellario de Inglaterra , Jorge Duque de
Abdermalc , Ertribciro ftlAr, e Capitao General dos cxercitos na
grande Bretanha, e Irlanda, Thomas Conde de Southumpton Gram
Thezoureiro de Inglaterra ; Diogo Duque de Ormond , Mordomo
Mor da caza de E'.Rcy, Duarte Conde de Mancheftcr , Camareiro
Albr da caza de ElRey ; Duarte Nicolas , e Guilherme Monie , Ca-
valleiros dourados , e ambos primeiros Secretarios de ElRcy , Co-
mifiarios por parte dc ElRey da Gram Bretanha.
Por quanto dcfpols de confidcradas , e deliheradas bem todas as
couzas , fe afientou mutuamente entre os Sercniflimos , e poderofif-
fimos Aft'onfo pella graâ de Deos , Rey de Portugal , e dos Algar-
ves &c. e Carlos pella mefma graâ de Deos Rev da Gram Breta-
nha , Franca , e Irlanda &c. cazar com a Exccllentifilma Princefa Do-
na Catharina Infante de Portugal , com a mayor brevidade , com que
tab grande ncgocio fe podia acabar ; affim para fe eftabclecer a paz
mais firme , e de mayor dura entre eftas Coroas ; como para fe avan-
9arcm as utilidades de hum, e outro povo (a quern daqui em dian-
Tora. IV. Minmmm ii te
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8a 8 l^rovas do Liv, VIL da Hi/lor ia (jenealo^cd
te convira atentar ,
para os interelTes de hum ,
e outro ,
como pro-
prios ) fe acordou ,
e concluio.
aue todos os Tratados feitos defde o anno dc 1641. at^ efte

tempo entre Portugal , e a Gram Bretanha , fe ratificara6 , e con-
fimiara6 em tudo , e por tudo que fignifica6 , e pello prefente Tra-
tado rccebera6 ta6 inteira forâ , e vigor , como I'e de cada qual fe
fizeffe aqui delies relpeftivamente , de verbo in xerbum nien§a6 par-
ticular.
II.
O fenhor Rey
de Portiâl com confentimento , e deliberaâo
do feu Confelho da , transfee, concede, e confirma pello prezen-
,
te , ao fenhor Rey da Gram Bretanha , feus herdeiros , e fuccelTo-
res para fempre a Cidade , e Fortaleza de Tangere , com todos feus
direitos , proveitos , territorios , e pcrten9as quaefquer , como tam-
bem affim o util ,
como ,
e direitq fenhorio , e go-
abfoluto ,
inteiro
verno foberano da mefma Cidade Fortaleza , e ditos Territorios ,
,
com fuas regalias , livre , plena , inteira , e abfolutamente , e tambem
convem , e concede , que fe dara livremente com effeito , plena , e
pacifica pofTe da dita Cidade , c Fortaleza , e das mais premifTas, com
a mayor brevidade , que fer poder ao fenhor Rey da Gram Bretanha ,
e a feu uzo , em execuâb defta conceflao. E acordoulTe que tanto
que efte Tratado fe aftinar por ElRey da Gram Bretanha , e o con-
trato de cazamento entre o mefmo fenhor Rey , e a Senhora Infan-
te fe fizer cum verbis de prafenti ; o dito fenhor Rey mandara a Lis-
boa cinco Naos de guerra (ou aquellas , quelhe parecer) as quaes ahi
receberao ordens , para ir ao porto de Tangere , e ahi eftarem allim
para levar o prefidio , como para feguran9a do lugar ; e tanto que o
Governador da Praâ fizer a faber que deu a execuâo as ordens de
ElRey de Portugal da entrega dos ditos lugares , e o dito Tratado
fe ratificar , e confirmar pello fenhor Rey de Portugal ; fe fara a fa-
ber com a mayor brevidade , que fer puder , ao fenhor Rey da Gram
Bretanha ; o qual mandara logo ao porto de Lisboa huma armada de
doze Naos de guerra ; a qual dentro de quatro , ou cinco dias , def-
pois que alii cnegar, recebera ordens de ir com effeito receber , e
tomar poffe da Cidade , e Fortaleza de Tangere , com as mais pre-
miffas para o ufo do fenhor Rey da Gram Bretanha: a qual Cidade
com a Fortaleza , Territorios , e mais premiffas , aflim no Senhorio
e governo ablbluto , como poffe , cedera6 , e ficara6 annexos a Co-
ma Imperial do fenhor Rey da Gram Bretanha , feus herdeiros , c
fucceffores para fempre.
III.
(ê todos os foldados , como tambem quaefquer moradcres da
dita Ciuade , e Fortaleza de Tangere , quantos nella quizerem mo-
rar, e rezidir, ferao muito amigav'elmente tratados, c fe Ihes per-
iiiitira livremente o exercicio da relig'ao Catholica Romana e fe re-
,
gulara6 , e governarad debaixo do fenhor Rey da Gram Bretanha , era

todas as cauzas civeis , e como Povos fujeitos , e fubditos ao mefmo
fenhor
da Cafa %eal Tortugaeaâ. Sip
fenhor Rcy , c feu mandado , pcilas mefmas Leys , e coftumes atego-
ra uzados , e aprovados na dita Cidade , e Fortaleza porem os fol-
:
dados, ou outros moradores de qualquer condi9ad que foretn, que

uizerem tornar para Portugal , fe Ihes dara plena faculdade de ven-
a er, e partirem todos feus bens , e defpois lerao conduzidos a Por-
tugal , dando-llies ElRey da Gram Bretanha , navios , quando quer
que os pedirem , juntamente com aquellas pc9as de artclharia , com
que a Fortaleza de Tangere puder ficar fern defconto.
IV.
Tanto que a Cidade de Tangere com a Fortaleza , e Territo-
rios ( em execu9a6 defte Tratado , e data da translaâb , e dominio
della abfoluto ao fenhor Rey da Gram Bretanha ( forem com effeito
entregues ao ufo ,
e pofle do dito fenhor Rey da Gram Bretanha , a
armada tomara a Lisboa, onde fera na Capitania recebida a fenhora
Infante, com aquellas demonftraôens de alegria, llnacs, e ceremo-
nias
,
que fcra6 decentes a exccllencia , e qualidade de fua pelToa.
ElRey de Portugal promete , e fe obriga pello prezente dar

cm dote ao fenhor Rcy da Gram Bretanha com a dita fenhora In-
fante fua irmaa ,
dous milhoens de cruzados portuguezes, dosâcs
huma ametade fe metera realmente na dita Armada , antes da dita Priii-
ceza fe embarcar ; e a dita ametade , ou a porâb della , quo for em
dinheiro fe entregara logo ( levando-fe defpois em conta ) aquellas
pelToas , que o fenhor Rey da Gram Bretanha deputar para a receber
para feu proprio uzo: porem aquclla porâb delta ametade, que fe
meter na armada; condnndo de pedraria , alTucar, e outras mercado-
rias , nab entrara na conta do fenhor Rey da Gram Bretanha , mas
trarfehd ao Rio Thames , a entregar aquellas pclToas , a quern o fe-
nhor Rey de Portugal der authoridade para a receber ; e cllas pelToas
ferao obrigadas , e o fenhor Rey de Portugal fe obriga , pella tal
paga , que eftas pelToas had realmente de fazer , dentro de dous me-
zes, depois que Ihe for entregue aquclla parte de contar, e pagar o
cheyo , e inteiro valor della, em nioeda ingleza , como fe acordou
ao fenher Rey da Gram Bertanha. O que toca a outra ametade do
dito dote ( montando hum milhao de cruzados portuguezes) o lenhor
Rcy de Portugal fe obriga de o pagar , dentro do eipaqo de luim an-
no , defpois que a dita Princeza chegar a Inglaterra. Convem a fa-
ber , em dous pagamentos , hum dentro de feis mezes , que fe fegui-
rem , o outro dentro do fim do dito anno, fazcndo-fc hum , c ou-
tro na Cidade de Londres , trazendo-fe a pedraria , e outras mcrca-
dorias , nas nios ( como efta dito ) do dito fenhor Rey da Gram
Bretanha , das quaes aquella porâb , que dellas conllar defta ameta-
de fe trara a Inglaterra , a entregar aquellas pelToas , que o fenhor
Rev de Portugal deputar para a receber, e cBas pdToas (era6 obri-
padas ( como elld duo ) dentro do dito tempo de contar , e pagar
cfFeiSHvamente cm moeda Ingleza ao fenhor Rey da Gram Bretanha
o cheyo , e inteiro valor dê.
DaqucIIe
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,;;,
830 Trovas do Liv. VII. da Hifloria êneahgica

VI.
Daqucllc tempo que a Serenidima Infante for recebiJa na Ar-
mada Real , a dita fennora com todo o acompanhamento fera con-
duzida , fazendo o Sercnifllmo fenhor Rey da Gram Bretanha os gaf-
tos , e defpezas ; o qual tanto que receber a muito dezejada novadc
haver Sua Magdiadc chegado a Inglaterra , com a mayor brevidade ,
que (cr puder , fe aprclTari a rccebella ; o que fe fara hnalment e com
todas as exprelfocns , e dcmonllraôens de affc\fIos , que po(Ta& rcC-
ponder a ferenidade de tanta pelFoa , e ao defejo de Sua Mageftade
no qual tempo fc Icra publicamcnte o Indrumcnto do cazamento ao
qual adiin o leulior Rey , como a fenhora Infanta dara& pelToalmen-
te I'cu confeiuimcnto , e fe fara tudo o mais para mayor Iblennidade,
e perl'eiij'ai) daquillo , que por parte do Sereniflimo Rey de Portugal
fe pode dezejar.
VII.
Acordou-fc tambem que
a Sereniflima Raynba de Inglaterra
e toda fua familia fe pennitira livremente o cxercicio da Rcligiao Ca-
tliolica Romana : para o qual fim , cm todos os Palacios , ou cazas
reaes , cm que Sua Mageftade for fervida morar qualqucr tempo , te-
ra Capella , ou outro lugar particularmente deftinado para efte uzo
e ifto fern falta , do mefmo modo que antigamente I'e permitio a
Raynba may ainda viva ; e tera coniigo aquelle numcro de Cape-
Jaens , e
Eedefiafticos , que teve a dita Raynba , e com os mefmos
privilegios , e immunidadcs. Alem difto promette ElRey da Gram Bre-
tanba , que ellc nao dara a fua tlfpoza moleftias algumas , nem fofre-
ra que outrem algucm lhas de fobre couzas tocantes a Rcligiad , e
confciencia.
VIII.
Que ElRcy da Gram Bcrtanba dentro de hum anno defpois da
ebegada da Raynba a Inglaterra , Ibe conftituira , e eftabeleceri de
Doa«j'a6 , cm raza6 do cazamento , trinta mil livras moeda de Ingla-
terra , cada anno , e hum Palacio juntamente, ou humas cafas ao me-
nus , ern que Sua Mageftade pofta refidir , e morar , ornada , e guar-
nccida de todas .as couzas convenientes a Sua Mageftade as quaes lo-
rara cm toda lua vida fe viver mais tempo , que a Mageltadc de
,
g Rey.
I
IX.
Quo a familia de Sua Mageftade fc ordenara do tempo que el-
la cbegar a Inglaterra , e fe compora daquelle numero de Officiaes
e criados , que convenha a fua dignidade , e do mefmo modo , que
os teve a Raynha may.
X.
Sc Sua Mageftade viver mais tempo que ElRey da Gram Ber-
tanha ,
e quizer entao tornar para Portugal , ou outra alguma parte
o podcra livremente fazer , e levar configo todas fuas joyas , bens , e
moveis. ElRey da Gram Bretanha obriga tambem pello prezente a
feus herdeiros , e lucccftorcs, que tratarao de conduzir fegura, ehq-
norificamente a Sua Mageftade a fua propria cufta , e defpeza , e obri-
ga
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da Cafa %eal ôrtugnesâ. 831
na alem difto a feus ditos hcrdeiros , e fuccefTorcs de pa!»ar a dita
Raynha , as ditas trinta mil livras cada anno , como fc cftivelfe cm
Inulaterra.
XI.
Qiic para mayor accrefcentamento do ncgocio , e mercancia In-
glcza nas Indias Orientaes , e para que EIRey da Gram Bretanha ef-
teja melhor aparelhado para amftir , defender , e amparar os VafTal-
los do dito Rey dc Portugal naquellas partes da for9a , e invaza&
dos HoIIandezes. O fenhor Rey de Portugal com confentimento , e
dclibera9a6 de feuConfelho, da, transferc , epelo prefentc concede ,
e confirma ao fenhor Rev da Gram Bretanha feus herdeiros , e fuc-
celTorcs para fempre , o Porto , e Ilha de Bombaim na India Orien-
tal
, com todos feus direitos , redditos , Territories, e perten9as
quaefquer ; e
aflim o util, como o direito pleno, e abfoluto fenho-
rio, e governo foberano do mefmo Porto, Ilha, e premilTas , com
todas fuas regalias , livre , plena , inteira , e abfolutamente. E con-
vem tambem , e concede que fe data livremente , com efteito quie- ,
ta , e pacifica pofTe della com a mayor brevidade , que fer puaer ,
ao fenhor Rey da Gram Bretanha, ou as pefToas , que para ifto fe
hao pcllo dito fenhor Rey da Gram Bretanha deputar ; e para feu
uzo em execuqao defta conce(Ta6 , permitindo-fe aos moradoies da
dita Ilha ( como VafTallos do fenhor Rey da Gram Bretanha , e fujei-
tos a feu mando , Coroa, jurifdi9a6 , e governo) hear nella , ego-
zar do livre cxcrcicio da Religiao Catholica Romana , do mefmo
modo que
,
agora fazem , o que ja fe diffe , e devc fempre entendcr-
fe,
que a mefma ordem fe ha de obfervar no exercicio , e confer-
vaâo da Religiao Catholica Romana na Cidadc de Tangere , e cm
todas as mais Pra9as , que por EIRey dc Portugal fe haO de conce-
dcr , c entregar ao fenhor Rey da Gram Bretanha que fe proveo , e acor-
dou na entrega de Dunquerque aos Inglczes. t quando o fenhor
Rey da Gram Bretanha niandar fua armada a tomar pofle do dito
Porto , e Illia de Bombaim , Icvarao os Inglezes inftruetjoens para dar
aos VafTallos do fenhor Rey dc Portugal na India Oriental , toda a
confianâ de amizadc , ajuda, e foccorro, e os defendera6 no co-
mercio , e navegacao que alii fizerem.
XII.
Para que os VafTallos do fenhor Rey da Gram Bretanha logrem
mayor bcneficio da mercancia , e comercio , em todos os fenhor os
de EIRey dc Portugal, .icordou-fe: que feus mercadorcs , c fei tores
( alem do que fc concedcu pcilos primeiros Tratados) podcra6 cm
virtude defte Tratado refidir em todas as pranas , onde quizerem , e
cfpccialmente habitara6 , e lograra& os mefmos privilegios , e immu-
nidades , em quanto a mercancia , que os proprios Portuguezes nas
CMdades , e Pranas de Goa, Cocliim , c Dio. Provendo-fe , que os
VafTallos do fenhor Rey da Gram Bretanha , que houverem de mo-
rar cm qualqucr das ditas Pranas na& cxccda6 o numero de quatro
,
Eamilias , em cada huma dcllas.
Os
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,
7rovas do Lh. Vll. da Htftoria ênealogica
XIII.
Os mcfmos privilegios libeidades , e immunidadcs lomrao
,
os VaflTallos do fennor Rey da Gram Bretanha na Praâ da Bahia de
todos os Santos , Pernambuco , e Rio de Janeiro , no fenhorio do
Brafil , e em todos os niais dominios do fenhor Rey de Portugal nas
Indias Occidentaes. .
XIV.
Porem o fenhor Rey da Gram Bretanha , ou feus VaiTallos
fc
em qualquer tempo adiante recuperarem dos Holandezcs , ou de ou-
tros quacfqucr Pranas algumas , r’ortalezas , ou Territorios , que de
antes pcrtencia6 a Coroa de Portugal o fenhor Rey de Portugal
;
com confentimento , e deliberacab de feu concelho , Ihe concede o

governo foberano , c plcno , inftrumento , e abfoluto fenhorio del-
las , c de cada huma dellas ao fenhor Rey da Gram Bretanha , feus
,
herdeiros ,
e fucccflbrcs para fempre , livre, inteira , e abfolutamen-
tc(excepto Mafcate , que agora efta habitada dosArabes) e fealguin
tempo a Ilha dc Ccila6 vicr por algum modo a poder do fenhor Rey
de Portugal , elle fe obriga . e fica por efte Tratado obrigado dc
tranferir, c concedcr ao fenhor Rey da Gram Bretanha, a Praî, e
Porto de Gale, e o pleno , e abfoluto governo, e Icnhorios dclle
e de dar com effeito pofle da mefma Praâ , e Porto , com todas '
luas pertenâs ao mefmo fenhor Rey da Gram Bretanha , rezervanJo

para fi o dito fenhor Rey de Portugal , a Praâ , e Porto de Colum-
bo , porem o trato da Canella fe repartira igualmcnte entre Inglezes ,
e Portuguezes como tambem fe em algum tempo vicr a mefma Ilha
;
a poder do fenhor Rey da Gram Bretanha elle efta obrigado dedar,

e com effeito reftituir ao fenhor Rey de Portugal , o fenhorio , e pof"-
fc da Praja , e Porto de Colombo , dividindo , e repartindo-fe o tra-
to da canella entre Inglezes , e Portuguezes do mefmo modo que
,
efta dito.
XV.
Em conftderaâd de todos os quaes privilegios , e conceftbens ,
que tab claramente redundab em bcneficio ,
e utilidade do fenhor
Rey da Gram Bretanha , e feus Vaffallos para fempre , e por aqucl-
las Prajas de tanto valor, e confldcraâo , que fe lw& deentregarao
lenhor Rey da Gram Bretanha ,
e feus herdeiros para fempre , com
que tab largamente fe ha de eftender a grandeza de feu Imperio , e em
razab tambem do mefmo dote, que tantas ventagens faz a todos, os
que antes fe derab em algum tempo com filha alguma dc Portugal.
O fenhor Rey da Gram Bretanha , com conlentiniento , e deliberaâb
de feu Confelho promete, e declara , que hade trazer no coraâb,
as couzas , e convcniencias de Portugal , e de todos feus dominios ,
e os hade defender com as mayores forc.is fitas,ainm por mar, como
por terra , como a mefma Inglaterra , e que a fua cufta mandara a Por-
tugal dous regimentos dc quinhentos cavallos cada hum, os quaes to-
dos irab armados a cufta do dito fenhor Rey da Gram Bretanha ,
porem defpois de chegarem a Portugal, militarab a cufta do fenhor
Rey de Portugal , e fe os ditos regimentos , e Terôs ou peleijando ,
ou
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,
da Cafa %ea] TortugMesâ. 833

ou por oiitro modo fe diminuirem , o fenhor Rcy da Gram Breta-
uha I'cra obrigado encher eftc numero a lua cufta , os quaes regimen-
tos , c Tergos niandara , tanto que a fenhora Infante cnegar a Ingla-
terra , fe enta& o pedir o fenhor Rcy de Portugal.
XVI.
Promete mais o fenhor Rey da Gram Brctanha com confenti-
mento , e delibcra9a6 de feu Confelho ,que a pcti9a6 do fenhor Rey
de Portugal , quando , e todas as vezes que Portugal for invadido ^
Ihe mandara dez boas naos de guerra , e quando ou todas as vezes
que for infeftado de Piratas , mandara tres , ou quatro naos de guer-
ra , todas ballantemente aparelhadas de marinhejros , e com manti-
mentos para oito niezcs , que fe contara6 do tempo , que de Ingla-
terra derem a vela , para feguirem as ordens do fenhor Rey de Por-
tugal : e fe fe dezejar que (c dctcnha6 mais de feis mezes , o fenhor
Rcy de Portugal fera obrigado a Ihes dar mantimentos o tempo que
fe detiverem, e hum mes de mais , quando fe partirem para Ingla-
tcira. E fe o fenhor Rcy de Portugal for mais dura , e eltreitamcnte
apertado de feus inimigos , todas as naos do fenhor Rcy da Gram Brc-
tanha que em qualqucr tempo eftiverem no mar Mediterraneo , ou
Porto de Tangere , tcra6 ordens para neftes cazos obedeccr ao que o
fenhor Rey de Portugal mandar , e de rccolhcrfc para fua ajiida , c
focorro : e cm razao das fobreditas conceffbens , e doaôens da par-
te do fenhor Rey de Portugal , os herdeiros do fenhor Rey da Grain
Brctanha , e feus fucrcTores em nenhum tempo ja mais pedirao al-
guina couza por elles 1 ‘occoitos.
XVII.
Que alcm do podcr de fazer gente que o fenhor Rey de Por-
,
tugal tcin em virtude dosTratados paflados, o fenhor Rey da Gram
Brcanha pcio prezente TrataJo fe obriga , fe acazo Lisboa Porto
,
ou oucra qualquer Praâ maritima for fitiada , ou apertada pelos Cal-

telhanos . ou outros quacfquer inimigos de dar foccorros convcnicn-
,
tes dc foldados, e naos conformc as circunftancias das couzas, e a
necedidadc do fenhor Rey de Portugal o pedir.
XVl'lI.
O fenhor Rej' da Gram Brctanha com confentimento , e dcli-
bcra<j-a6 de feu Confelho protefta, c promete, que elle nunca fari
paz com Callella , que Ihe polLa direcle ou indinê fer minimo im-
pedimento , a que na6 de a Portugal pleno , e inteiro foccorro , para
lua neceflaria defenca6, e que nunca reftituiraDunquerque,ou Jamaica
a EIRey de Caftelfa
; ncm fe defeuidari ja mais de fazer couza algu-
ma que necelTaria feja para ajuda dc Portugal , ainda que por ella
tolle obrigado fazer guerra com EIRey de CallelU.
XIX.
Tambcm fe ajullou , e acordou pelo fenhor Rey da Gram Bre-
tanha ,
que a dita Princeza dc Portugal , em raza6 do dote , quo com
clla da o fenhor Rey de Portugal , renunciera todos feus direitos , e
, aflim patemas , como maternas ,
heranij'as ou alguma outra couza
que llie puder cahir, aflim de terras,, e cazas , como movcis, pias,
Tom. IV. Nnnnn ou
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*34 ^Yovai do Ltv, VIL da Hijlorla (jcnealogtca
ou dinheiro , que por qualquer direito Ihe pertenccrem como tanv

•
bcm todas as couzas, que daqui em diante Ihe perteiicerem ( tiiado

as abaixo cxceptuadas ) ou as que Ihe puderem caber por ElRey feu
Pay ja defunto , ou por fua inorte Ihe couberem por nomca^*a& de
dote, conforme as leys de Portugal, ouas que Ihe puderem caber por
lubrtc da Raynha fua may , conforme as mefmas leys , provendo-fe
fempre que a dita fenhora Princeza , em nenhum modo renuncia ;
ncm tern teo9a6, ncm quiz renunciar direito algum hereditario, ti-
tulo , clama , ou interelTe , que de qualquer modo Ihe compete , ou
competir a clla , ou alguns de feus nerdciros , e defeendentes , a Co-
roa, ou Reyno de Portugal , ou alguns de feus fenhorios mas to-;
dos os taes, e quaefqucr direitos, que daqui em diante Ihc puderem

de qualquer moao competir ao dito Reyno , e Coroa totalmente , e
cxprelfamente referva para ft, feus herdeiros, e defeendentes, e os
retem , e quer intcira , e eflîlivamente retcr agora , e fempre , e in
perpetuum.
XX.
Finalmente fe acordou ,
e concluio , que os ditos ferenifTmos
Revs, finceramente, e com boa fe , obfervara6 todos, e cada hum
dos Capitulos conteudos , e eftabelecidos no prezente Tratado,eos
fara6 obfervar de feus ValTallos , e inoradores , ncm os contravirao
dircita , ou indireitamente, nem permitirdo , que feus Vafl alios , ou
moradores os contravenhad direita , ou indireitamentc , e todas as cou-
zas , e cada huma dcllas acordadas , como acima , por cartas prefeii-
tes aflinadas , de fua ma6 , c felladas com os fellos grandcs , ratifi-
carao, e confirmardo em fufficiente, vallioza, e efficaz forma decla-
radas , e exaiadas ; e as entregarao rcciprocamente , dentro de tres
mezes , delpois da data das prefentes , ou as fara6 entregar com boa
fe, realmente, e com effeito.
Em teftemunho , c fe de todas as quaes couzas. Eu Francifeo
de Mcllo, Condc da Ponte, Embaixador extraordinario do Serenifli-
nio fenhor Rey dc Portugal , tendo para ifto poder baftante , allinci
c fellei o prezente Tratado , com a minha mao , c fello. Feito no
Paô da falJa branca aos 23. dejunho anno denoflTo Seahor de 1661.
Artigo JecTito,
Alcm dc todas as couzas, e cada huma dellas acordadas , econ-

cluidas no Tratado do cazamento entre o Sercnifllmo , e poderofilli-
mo Principe Carlos^ II. Rey da Gram Bretanha e a Sercnilfma Don-
,
na Cathanna , Infante de Portugal, fe conclue , e acerda mais por
cllc Artigo fecreto: que o dito Rey da Gram Bretanha, fara o mais
que puder , e aplicara todas fuas formas , e prdcres , a f m que fe fa-
â huma boa, e firme paz entre o Sercniflimo Rey dc Portugal, eos
Eftados geraes das Provincias unidas , e incluira ao dito Rey dePor-
’
tugal naquclla confederaâo , que fizer com os ditos Eftados os quaes
,
fc recuzarem concedcr aqucllas condiôens que pollao fer juftas, fe-
j
guras,
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,,
da Cafa 7âl Tortugttegâ, 835

uras ,
e dccorozas ,
parao dito Rey de Portugal ; enta& o dito Rey
Sa Gram Brctanha , quando mandar a fua armada a tomar pofTe da
Illia , e Porto de Bombaim ,
maiidara juntamente tantas, e taes for-
cas ,
quc ira& baftantemente aparelhadas , aflim na forâ , como nas
Inftrucôens , para defender, e amparar as terras dos Portuguezes nas
Indias Orientaes : e fe acontecer quc os ditos Edados gcraes das Pro-
vincias untdas, ou feus fubditos dentro , oudcfpois daquelle tempo,
cm qûe ElRey da Gram Bretanha ofFcrcceo fua mediaâS aos duos
Eftados para fazer a paz entre ellcs, e ElRey de Portugal, e aosdi-
tos Eftados accitarem , e mediaâd , que fc Ihes olfercccu , c tiverem
tornado, ou daqui cm diante tomarem alguns lugarcs , e Territorios a
ElRey de Portugal , o dito Rey da Gram Bretanha inftara efficaz-
mente , que a ElRey de Portugal fe faâ reftitui9a& de todos, c ca-
da hum dos ditos lugares , e territorios , c com as mayores formas
Bias procurara , que da mefma maneira fc reftituao , c porcada qual
das ajiidas , c focorros dados a ElRey de Portugal para os ditos fins
na6 pedira ElRey da Gram Bretanha alguma fatisfa§ao, ou compen-
faâo.
Acordou-fe , c concluio-fe , quc o Artigo acima , c tudo o que
nolle fe cont^m , fcllado pellos ditos fenhores Rcys , de huma , eou-
tra parte, com o fello grande, ein direita , e authcntica forma-, fe
confirmara, e ratificara dentro de tres mezes proximos, que fc fo
guem , c dentro do dito tempo fc dara6 de huma , e outra parte tres-
Jados reciprocos. Em' fe , c teftemunho de que eu Francifeo de Mel-
lo Conde da Ponte, Embaixador cxrraordinario de ElRey de Por-
tugal ein virtude da forâ , c vigor da dita comilTao , por minha ina6
alTinci , e fellci efte Artigo fecreto com o meu finctc. Feito no Paô
da falla branca aos 23. dias do mez de Junho, Anno de nolfo
nhor de 1661.
Carta ijtie ElRey Carlos II. da Gram Bretanha ejereveo a Rai-
nha Dona Catharina fua P.fpoza. EJld no Livro n.. ii. depa-
pds variesfd. 1 6 do Livraria m.J. do Dmjue de Cadaval.
. '
C' Eiiora y nnigcr mia ya a mi inftancia fe parte para Lisboa clbucn

Conde de Ponte , para my lo a fido mucho, firmando cl caza-
Num. ' 2 O,
v**
miento , ya va dcfpachado tras el ira un criado de los myos, con lo
quc parefiere nccdlario , afti para dcclarar de la mia alguna parte del
indelible gozo que defta feliciftima conclufion, h recebido, como pa-
ra aprellurar fu benida de Vueftra Mageftad. Yo voy a dar buelta a
mis tiei ras mientras me venga de my mas foberano bien , que yo no
qnepo donde folia, y bufeo en balde el fofiego en la inquetud el- ,
pejandp ver la amada perfona de Vueftra Mageftad e;i eftos my Rey-

nos ya fuyos , con las mifmas ancias que dcfpucs de largo deftierro
yo defcava verme a my en cllos , y mis Vallbllos defeavan vermc
con aver ellos echas las demonftraciones fobre my retorno , que el
, 'I'om. IV. Nnnnn ii miin-
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T^rovat do Liv. FII. da Hljloria (êneahyca
tnundo fabe, aparerefe pues la fcretiidad Vucftra aunirfe de baxodel

amparo de Dios , con la falud y contento ûe yo defeo para my por
ultimo fuplico a Vueftra Mageftad encomiende a la Reyna nuellra
Senora y madre los interefes del Condc de Ponte por lo que le devo
de averme fervido a my cn lo tengo por mayor bien del mundo , y
no podera fer mio amenos de fer Vueftra Mageftad , tambien no olvi
dando lo bien que a traido Richardo Rufel , per fu tanto en la mil-
ma conformidau dc Londres i. de julio de 1662.
De Vueftra Mageftad el marido
muy fiel que fus manos befa
CARLOS R.
Sobrefaito
A la Mageftad de la Reyna de la Gran Bretania my mugcr y

fenora que Dios guarde.
Carta que ElRev Carlos IT. da Gram Bretanha efcreveo 6Rai-

nha Dona Luiza depots de dejpofado com a Infanta “Dona
Catharina. Livrarhi m. /. do Diujue de Cadaval dito
Livro.
tÛDQ. 40. CJI^f’ora y madre mia efta llcva el buen Condc de Ponte, conclui-
An. 1662 ^*^0 cazamiento, y Ic obligo a partir de aqui a fuerfa de
Tuego , por lo mucho que me poJra fervir alia en difponer la beni-
da de la Reyna my mugcr , y tambien a ella en la biaje , por loqual
fuplico a Vueftra Mageftad, le defeuipe el aver buclto efta vez fin
Olden , que en lo que toca a las cozas de Portugal a fin dc que na-
die fc valga de la auzcncia del dicho Condc , para traer perjuizio al-
guno a ellas , yo propio le guardarc las efpaldas , y a I’u perfona
aqui , mientras el naze la mia en eftc Rcyno , en quanto mi miniftro
no llega Vueftra Mageftad jfe firva de dar real intera fc , a todo lo
lie reprezentare de my parte, tocantc a la brevedad de la venida
3 c my muger aquien Dios traiga com bien, y cl mifmo a Vueftra
Alagcftad guarde los anos que yo defeo , en Londres a 2. de Julio dc
1662.
De Vueftra Mageftad el hijo que fus

manos befa.
CARLOS REY.
Carta
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,
da Cafa êal 7ortuguesâ, *37

^
Carta da 'Raynha Dona Lanzo ,

para ElKey Carloi II. de la-
glaterra. Edd no Livron. J. de papeis varios fol, 1^4. doi
manuj'critos do Duque de Cadaval.
Enhor Hijo mio llego la armada y con ella el defengano de quanto

S mas puede el amor de Efpofo , que cl de Madre porque fin refpeclo
^
^
*
•
ami folcdad quiere mi hija partirfe muy a prifTa, y aun anfi le pare-
cc muy de dpacio , yo aun que lo finto lo fufro, porque a ella y a
Vucfira Mageftad quicro igualmente, ydelloo ganarle dias de la coni'
pania de Vueftra Mageftad y a Vueftra Mageftad muchos de la fuya. Al
Conde de Sanduich he vifto y hablado y me parece fu fuje£lo digno
empleo de la aficion de Vueftra Mageftad yo fe la tengo como a co-
za dc Vueftra Mageftad y no la encarefco poco , defeo que va con
toda fatisfacion deftos Reinos en que Vueftra Mageftad ferd fiempre
amado y obedecido como fe deve , de mas de otros rcfpeilos , al cm-
peno con que Vueftra Mageftad dcffca fu conlervacion y ayuda fu
defenfa. En mi nonbre y en cl fuyo doi a Vueftra Mageftad las gra-
cias y le fupplico los focorra con hafta veinte navios dc fu Armada or-
denando que fe unan con los que dc prefente fe hallan en el efti e-
cho ; porque la eonfianâ que tenemos en cftc focorro fue caufa dc
no haler aqui defpezas con otra armada. Ruftel mcrece mui bien a
Vueftra Mageftad la mcrced que le hafe, yo le defteo hafer mucha
quando me acuerdo que Fue uno dc los inftnimentos dc fer.
La Madre que mucho quiere a Vueftra Mageftad
LA REYNA.
Decreto fohre governor a RainAa da Gram Bretanha no aurjtn-

cia de ElRey D. Pedro , Ltvro 2. dos Decretos da Meza da
Confekneiafol. j. verf.
H
la
Avendo dc paftar as fronteiras , c partir defta Cortc para cfielÛlXl. A. 2 4
dfeito no dia 17. do prezente mez , e fendo precizo fique ncl-
cm meu lugar quern liaja de atender ao governo , c defpacho dos
.
' "
* 7 4
^
-
negocios do Rcyno, pedi a Raynha de Gram Bretanha minha muito

amada , e prezada irmaa quizeffe emcarregarfe defte cuidado , e traba-
Iho durante a minha auzencia o qual Sua Magcftade Britanica foy
fervida accitar. AMeza da Confeienda , e Ordens o tenha affi cnteiv
dido , e que a dita Raynha , minha Irmaa hade ter toda a jurifdiâo
c poder Real , quo me compete , e que as fuas ordens , c dcfpachos
fe ha6 de comprir , e goardar ta6 inteira , c inviolavelmente como
fe folTem dados por mim. Lisboa a 7. de Mayo dc 1704. s Com
Rubrica de Sua Magcftade.
lejla-
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838 Trovas do Uv. VIL da Hljlorta (jeneahyca
TeHamento da Kaynha da Gram Bretanha Dona Catharina On-

ginal na caza da Coroa da Torre do Tcmbo , na gave-
ta 16. dosTeJlamentos dos Keys donde 9 copiey.
f
m
Num. 43
An. 16^9.
E nomc da
SantifTima Trindade Padre, Filho, e Efpirito Santo
ties pe(Toas Diftintas , e hum fo Dcos verJadeiro , e da gloriofa
Virgcm Maria nod’a Senhora , e de todos os Santos da Corte Cclef-
tial.
Eu Dona Catharina Raynha da Gram Bretenha pela graga de

Dcos crendo , como firmementc creyo , cm tudo que manda a Santa
Madrc Igreja Romana , e dcfcjando difpor, c ajuftar as couzas de
mrnha concicncia , c dtado com o cntendimento que Deos nolfo Sc-
nhor foy lervido darme faô mcu Tcftamento ,
e ultima vontade ,
pe-
la niancira fcguinte.
Primeiramcnte encomendo minha alma a Deos nofTo Scnhor que
a criou, fiando de fua infinita mizcricordi# , e bondade me perdoara
minlws culpas, c pccados, levando-mc a gozar de fua bemaventuran-
9a onde o louve por toda a eternidade.
Quando Dcos nolTo Scnhor for fervido levarme para fi , orde-
no que mcu corpo feja fepultado no Convcnto de Bclfiin junto ao
Principe D. 'I’hcodozio mco Irma& que Dcos tern. R no cazo que
feus olfos fcja6 trcsiadados para o Convento de S. Vicente de fdra
defta Cidade , como deixou difpofto cm feu Teftamento .ElRey D.
Joao o IV. meu I'cnhor , e Pay he minha vontade que os meus da
melina forte lb trcsladem , e fe Ihe d6 fepultura na Capclla ni6r do
dito Convcnto , e a forma de meu enterro , e funeraes fe regulara
pela vontade , e difpofi^6 de mcu Tehamenteiro.
Junto com cftc mcu Tcftamento, e como parte delle deixo hum
papcl allinado por minha mao , em que dcclaro os fufragios, lega-
dos pios , c outras dilpofiôcns , que ordeno fe cumprao defpois de
minha niortc.
Inftituo por meu univerfal herdeiro a EIRcy D. Pedro II. de
P0rtug.1l mcu nuiito amado , e prezado Irmao. Rjuntamente Ihepef-
fo feja meu 'reftamentciro , e mande cxccutar as miuhas difpofi56es
que nefte ,
e quacfquer outros Revnos puderem ter execu^'ao.
E porque muitas dcllris fe poderao comprir nos Rcynos delngla-
terra,
e feus dominios conftituo para cftc eft'eito por meus Tefta-
incnrciros a Felippe, Conde de Cherrerfield do, mcu Confelho, a
Luiz Conde de Teversham meu Camarciro m:V , a D. Senhor Efti-
ven Fox Cavaleiro, a D. Ricardo Belingo Cavaleiro , mcu Secreta-
rio , e a Manoel Dias mcu Efmolcr , e Ihcs encarrego o cuidado, e
diligencia , que delles confio na cobranâ das dividas
,
que fe me ef
tiverem devendo nos ditos Reynos , e feus dominios ao tempo da
men faiccimento ; o quo tudo cl'pero cumprao com igual fatisfa9a6 da
confianâ que faô dellcs.
Por efta mancira hei por acabado cftc mcu Tcftamento ,.o qual
quero
,
da Cafa âl *Portugueiâ. 839

qucro que valha como ou como codicilo, pela railhor forma que
tal ,
em E por eile revogo quaefquer outros Tef-

dirciro polFa ter lugar.
tamentos , ou Cndicilos por mim feitos , ainda que tenhau algumas
clauzulas' derrogatorias gcraes , ou efpeciaes ; porque todas hey por
revogadas , e por me nao Icmbrarem , deixo de fazer dellas efpccial
menjaft.
E para firmeza dc todo o referido , e conteudo nefte Tcftamen-
to o qual mandci fazer por Roque Monteiro Paim do Confelho de
,
ElRcy ineu Trma6 , c fenhor , e feu Sccrctario , o afllno no fim dellc

de minha propriam 6, acomodando-me ao eililo, e pratica defte Rey-
no , fern embargo de que por o eftilo anglicano me aflinaria no prin-
cipio delle , fc o fizera no Rcyno de Inglaterra. E eu fobredito Ro-
que Monteiro Paim , do Confelho de Sua Mageftade , e feu Secreta-
rio , o eferevi por mandado da dita fenhora Dona Catharina Raynlia
da Gram Bretanha , nefla Corte , e Cidade de Lisboa no Palado da
mefnia fenhora fito ao Moinho do vento , aos quatorze do mez de
I-'cvereiro de mil e feifeentos e noventa c nove.
CATHARINA R.
^provagai.
Aiba& quantos eftc inftnimcnto de aprovaâft virem que no anno

S doNafcimento de noflb Senhor Jefu Chrifto de mil e leifeentos e
nqv enta e nove em quatorze dias do mez de Fevereiro na Cidade dc
Lisboa em o Palacio da Serenillima fenhora Dona Catharina Raynha
da Gram Bretanha, e em fua prezenga logo me foy dado por mad
do Secretario Roque Monteiro Paim , me foy dado eftc feu Tcfta-
mento, e as preguntas que Ihc fiz, e que ao diante fc declarad me ref-
pondco a trnlas que fim , que era feu, e que o mandara efereyer pclo
dito Sccrctario Roque Monteiro Paim e que depots de eferito o le-
,
ra , c poreftar a fua vontadc o afinara, e portanto o aprova , e re-
tcfica por feu bom , e verdadeiro Teftamento e qtie revoga to-
,
dos os nue aja feito , perque fo efte quer que valha em Juizo , e
fora delle por aflim for fua ultima vontade. Tqficmnnhas quo fora&
prezentes chamadas , e rogadas por parte da dita fenhora o Cardeal
dc Souza, o Inquifidor Cleral , o Marquez de Arronches, o Mar-
quez de Alegretc , o Monteiro Mor , o Conde de Alvor ,
o ConJc
Eftribciro M6r ; Thomas de Sandys , Joao Query, Duarte Udrinion
c dito Roque Monteiro Paim, que todos afioara6 com a dita fcnlio-
ra nefic inftrumento de aprovaâb o qual eu Jofeph Caetano do Val-
le Tabaliab dc notas por Sua Magefiade na Qdade dc Lisboa fiz , e
afincy em publico, s
Sinai publico =a
CATHARINA R.
Cardeal dc Souza ;= Alarqucz Conde de Miranda = Marquez

dc
,
840 Turovas do Uv. Vll. da Hlfloria (ênealogica

dc Alcgrcte eO
Condc de Alvor ss O Conde Eflribeiro M6r s
O Bifpo Inquifidor Gcral c= Montciro O M6r s= Thomas Sandys
Joao Cary c Druad Widdrington ;= Roque Montciro Paim.
^bertiira do Te/lamento.
A Os trinta e hum dias do mcs dc Dczembro de mil e fetecentos

e cinco cm cftc Paiô da Bempofta foy aprezciitado eftc Tefta-
mcnto da SerenilTima I'cnhora Raynha da GramBrctanha , fechado com
cinco pontos de linha , c cm cada hum , hum pingo dc lacrc , e fcn-
do por mim aprczentado cm Confelho de Ellado , quc no dito Paô
da Bempofta I'e fez por ordcm de Sua Magcftade quc Deos guarde ,
eftando nclle prezcntcs o Marquez de Alarialva , o Marquez de A-
legrete ,
o Conde de Atalaya , o Condc da Calbnheira , o Conde „
de S. Vicente, o Condc Regedor, e o Conde dc Villa Verde, o
abri por ordem cfpccial quc tenho do dito fenhor para cftc eftcito,
c nclle nao vein vicio de Ictra , rifea, ou enterlinha , mas toda a le-
tra dara, e correntc, e fe compoem o dito Teftamento de huma fo-
Iha de papcl , eferitas tres paginas della , e cm de todo o referi-
do , que porto pella efpecial oidem quc tenho de Sua Magcftade que
Deos guarde fiz efte termo quc aftnci a Dom Thomas dc^lmeyda.
Decreto.
Ara fe poder abrir o Teftamento da SerenilTima Raynha da Gram

P Bretanha , minha muito amada , e prezada boa Irmb , que fanta
gloria haja. Hey por bem de nomear a D. Thomas dc Almeyda do
meu Conlelho , e Secrctario de eftado , e para cftc cfeito, Ihe con-
cedo os potleres , e authoridade que de direito fe requere, para quc
legal , e validamente, I'c polfa fazer a dita abertura lem embargo de
qualquer ley , que cm contrario haja , porque todas hey pro deroga-
oaspara o dito>;fl'eito , como fe decada huma dellas fe fizclle expref-
fa, c efpecial menâo. Alcantara 31. de Dezembro de 1705. ss Ru-
brica de Sua Magcftade.
Fapel (jiie 0 Te/lamento faz niengai , como parte delle.
CATHARINA R.
D Ona Catharina por gra?a de Deos , Raynha de Gram Bretanha

dcclaro quc efte he o papel afinado por minha mao a quc me
remeto no meu Teftamento, e que quero valha como parte delle ,
dando-fe prompta , e inteira execuâo aos tufragios legados pios, c
j
outras difpoliôcns , quc ordeno fe cumprab depois aa minha morte,
pcla ordem ,
c maneira fegumte.
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da Cafa *Real l*ortttguesâ. 841
Primciramcntc deixo aplicados vinte mil cnizados para os gaf-
tos dos mens funcraes , e no cazo que o dil'pendio nao clicgue a igiia-
lar efta foma , quero que tudo o que reftar della fc reparta igual-
mente pelos Conventos de Religiozos , e Religiozas que ha em Vil-
la Viôza , alem do que particularmente deixo a alguns delles.
Mando quo nos tres dias que immediatamente fe Icguircm ao
meu falecimento fe faâo dizer por minlia alma todas aquellas inillas
que puderem cclcbrarlc nos Conventos, e Parcchias delta Cortc, c
que le va6 continuando nos outros dias feguintes athe fe perfazero
numcro de des mil Midas , para cuja clinolla determino a quantia de
des mil cruzados.
Mando que fe dem de cfmolla por huma ves ao Convento do
Sacramento de Religiozas Dominicas tres mil cruzados. A caza pro-
feda de S. Roque da Companhiadc jefus tres mil cruzados, ao Con-
vento da Madre de Dcos de Religiozas Francifeanas da primeira Rc-
gra dous mil cruzados. Ao Convento de Santo Antonio dos Capu-
chos della Cidade mil cruzados. Aos Religiozos da Arrabida para aju-
da da fua velliaria tres mil cruzados. Ao Convento das Chagas de
Religiozas Francifeanas de Villa Vicoza mil cruzados. A Caza pro-
felfa da Companhia de Jefus da melina Villa mil cruzados. Ao Con-
vento de S. Francifeo de Capuchos da Piedade na mefma Villa milcra-
zados. Ao Convento do Bofque aflim mcfmo de Capuchos da Pro-
vincia da Piedade mil cruzados.
Atendendo a que ha nella Corte linco Communidades , das diias
nagqcns Inglcza, elrlandeza, a faber o Convento do Corpo fanto de
Religiofos Dominicos Irlandezes. O
Convento do Bom fuceHb adlm
mefnio de Religiozas Dominicas Irlandczas. O
Convento de Santa
Brizida de Religiozas Inglezas. O
Collegio do Seminario de S. Pe-
dro , e S. Paulo de Inglezes. O Collegio , ou Seminario de S. Pa-
tricio de Irlandezes. E que pcia rezao particular que tern de meus
ValTallos devo confidcrallos. Ordeno que a cada hum dos tres fobre-
ditos Conventos dem dous mil cruzados, e a cada hum dos dousCol-
legios , ou Seminarios fe dem mil cruzados de efmola por huma vez.
E quero que os mil cruzados que correfpondem a cada hum dos Col-
Icgios , ou Seminarios fobreditos fe entregucm a ordem dos feus Pre-
fiJentes , ou Prelados , para que ellcs livreinente os poflao empregar
no que julgarcin mais nccdTario , c util as fuas Communidades.
Porque fe me reprefentou que os gallos que fc fazem com as
amas das criati9as que fe expoem nella Cidade, cxcedem muito as
rendas e cfmolas aplicadas para elles , defejando remediar em parte
,
clla falta ,
mando fe dem para die efeito dez mil cruzados , os quaes
fe ponhao a reza& de juro para que com rs reditos annuaes proceJi-
dos della quantia fc acrecente o numcro das ditas amas. E para que
o dito capital fe conferve- fempre inteiro , fern que fe dimiima , ou
divirta alguma parte dclle , fc far.i entregar na meza cm que fe ad-
minillra efla obra de caridade com alTentos clauzulas , e clarezas nc-
,
celTarias para die fim.
Mando que fe faâ clei§a6 de feis moâs donzellas honradas, e
Tom. IV. Ocooo vir*
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, '
84 z Trcvas d6 Liv. VlL da Hiftoria (^ctiealogica
virtuozas quc dcfejcm fcr Religiozas , eque a cada hunia fe apliquem

dons mil cruzados para dote , com que polfao tomar eAado Reli-
giozo no Convcnto que melhor Ihcs parcccr, os quais dotes pela
Ff!e Itgado ef,ava parte que tocar ao Convcnto fe Ihe entregarao com a devida fegu-
jd ciliiiprido. ranâ , para que (6 ihcs hquem no cazo que as donzcllas nomeadas
cheguem a profeflar nelles. E focedeiido que alguma della morra
no anno do noviciado , on nao qUeirS continualo athe fazer profif-
fa 6 , tudo o que Ihe pcrtencia da efmola dctcrminada para ella , fe
aplicara a outra que tie novo fe efcolhcra para o mefino fim de fer
Religioza com eneito. A elcicao das fobreditas feis donzcllas fe po-
dera commetcr, aprovando aflim o nicu Teftamentciro , ao Padre
Prior de S. Domingos della Cidadc , c ao Padre Prcpofito de S. Ro-
que da Companhia de Jcfu.
Mando fe dem feifcentos mil rcis para o refgate de captivos
“'
que cofluma fazer a Religia 6 da Santiflima Trindade , os quais quero
fe cmprcgiicm na primcira rcdcmoijao que fizcrcm os ditos Reli- '
,
giozos , com condi 9 a 6 porem , quc liavendo no cativciro algum me-

nino , ou menina fejao os primeiros refgatados , e na& os havcndo
prcccJao as mulhcres aos nomens , para que defta forte fe acuda
com o remedio aonde podc fcr mayor o pcrigo , e fempre os refga-
tados fera 6 de na 9 a& Portugueza.
Ao Padre quc ha na caza profefTa de S. Roque da Companhia
de Jefu dcllinado para afeftir as cadcas com nome de Procurador dos
prczos , ordcno fe entrcguem feifcentos mil reis para que elle os dif-
pcnda no livramento daquellcs prczos, que o cftivcrcm por dividas
de valor athe vinte mil reis , aflim no limocyro como no tronco. E
unndo dcpois de fatisfcitas eflas dividas relic alguma couza da fobre-
S ita quantia a empregara no focoiro, c remedio dos prczos que vir
mais neceflitados , principalmente daqncllcs , cujas cauzas eftao para-
das , por Ihe faltar dinheiro para o cxpedientc dos leus papcis. E baf-
tara quc de conta ao feu Padre Prepoflto do quando , e como fez
efla defpeza.
Supofla a exac 5 a& com que a minha familia , que me fervio nef-
tc Reyno fe Ihe pagara& fempre todos os feus ordenados : fdmente fe
Ihe cllara a dever o que tiver vcncido defdc , o pagamento do ultimo
quartcl athe o dia da minha morte, e iflo mefmo fe Ihc pagara com
a mcfma proir.ptida& : c fc mandaraf) dar lutos a todos aqucllcs cria-
dos a quern fe coftuma dar librA Alem dilVo quero, c mando que
por hunia f6 vcz fe dc mais a cada hum dos meus criados , e cria-
das a importancia do ordenado quc vcncia 6 cm hum anno pela ordem
da lilla quc fc feguc.
A Thomas Sandis dara6 feifcentos e cincoenta mil reis.

A Joan K eri. dcctV
A loao Carneiro Brum jocLV
A I'rancifco da Motta Guilherme jeoLV
A Andre Mcndcs de Almcyda 3ccUr’
A Antonio Kcri 3coUr’
) Digitized by Google
da Cafa %edl Tortnguesâ, ^43
A Jofcph Snndis 300U
A Manoel Dias de Campos 300U
A Francifco NicoliTon 300U
A Natanacl Bois 3cx>U
Ao Doutor Joa6 Bcrnardes 6coU
Ao Doutor Diogo Mendes 600U
A , , , . , , t
Ao Doutor Roberto Layfijt

Ao fangrador Antonio Montciro
Ao fangrador Francifco Antuncs aioU
A Thadeo Kencdim 24oU
A Joa6 Marten. .
340U
A Manoel Cazado a4oU
A Joa& de Aguiar 24CU
A Manoel Pereira Borges 240 U
Ao Architcto Joa6 Antunes looU
A Antonio Alvarez 120U
A Domingos Martins 120U
A Francilco Monteiro 90U
A Francifco Ferreira 62U
A Duarte Keni Copeiro 150U
A Francifco Fernandes Lima 150U
A Antonio Francifco 240U
A Miguel Loureyro 240U
A Pedro Fernandes 120U
A Francifco Ferreira 120U
A Francifco Gil 120U
A Daniel Vich 1080U
A Antonio Joa6 90U
A Miguel Joa6 90U
A Antonio Martins 60U
A Joao Gil 60U
A Antonio Fernandes 60U
A Jorge Hiliard 60U
A Gualter Gre icoU
A Guilherme Berman 150U
A Feliciano Pinto. 150U
A Goncalo Gonsalves 150U
A Agodinho da Cunha 150U
A Antonio de Luborde iôU
A Antonio Queron ijcU
A Manoel dos Revs i<cU
A Antonio Fernandes icoU
A Joa6 Gomes icoU
A Antonio Gomes 150U
A Henrique Simon
'
150U
A Paulo Ferreira : .
13CU
A Antonio Rodrigues 130U
Tom. IV. Ooooo ii
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Hiftorta genealogica
844
laoU
A Thomas Mezon '
I20U
A David Monch •
iioU
A Joa6 Ribeiro I2oU
A Domingos Pinto 12oU
A Manoel Lopes I2oU
A jofeph Ftancifco I2oU
A Gon9alo Pinheiro I20U
A Francifeo da Cofta I20U
A Antonio de Oliveira . , ~ ^ r n-
62U
A Domingos da Sylva liteireiro dc
j
Padre Conrclior
A Jacinto Cardozo feu companheiro 62U
iioU
A Hifteva& Galhardo Ferrador 7iU
A Domingos Vieira
72U
A Jofeph Roiz Azemd
,
72U
,
A Gonâlo da Rocha 71U"’

A Luis Gonsalves. 72U
A Francifeo Cazado 8dU
A Jofeph Roiz o cazeiro 70U
A Manoel Joa& o Jardineiro 90U
A Manoel Goncalves , que trata do Pombal
A Ricardo Cothan
180U
72U
A Ignacio Caeyro
72U
A Alatheus Caeyro
58U
A Domingos Antonio
A Luiz das Neves Monteiro
C R1ADA S.
A Dona Maria de Quintana fc dara& fetecentos e cincoenta mil rels.
A Dona Luiza Francifea de Vafconcellos 750U

A Dona Francifea Ignacia de Vafconcellos 750U
A Dona Anna Keri 7ycU
A Dona Izabel Yoachc 600U
A Dona Luiza Catharina dc Sa 3ocU
A Dona Benta Maria 300U
A Dona Maria Jacinta 3C0U
A Dona Maria Catharina dc Saadis 300U
A Dona Catharina Keri 3C0U
A Dona Anna Maria 3C0U
A Mitis Maria Brain icoU
A Gracia Lopes 180U
A Maria Cthan 120U
A Margarida Thediman 120U
A Maria Greonel 160U
A Luiza do Ffpirito Santo 45U
A Izabel da Encarna9a6 45U
A Catharina da Concciâd 4<rU
CA-
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da Cafa *Iâl Tortuguesâ. 845
C A P E L L A.
Ao Padre Manoel Pereira , Te dara& fetecentos e fincoenta mil reis.

Ao Padre Manoel Dias 75 °U
Ao Padre Miguel Ferreira 4?°^
Ao Padre Domingos de Miranda 3°®^
Ao Padre Ricardo Braim 300U
Ao Padre D. Manoel Moftarda 200U
Ao Padre Joa6 Rodrigues Coelho 200U
Ao Padre Antonio Soares Rua 200U
Ao Padre Manoel Luiz Ribeiro acoU
Ao Padre Jofcph Luiz Ribeiro acoU
Ao Padre Baltnezar Gomes 200U
1H 'X Ao
Ao
Padre Antonia de Oliveira 200U
acoU
<•
Padre Jofeph Ferreira
Ao Padre D. Antonio Moftarda 200U
’
Ao Padre Francifco da Cofta aooU
Ao Padre Joa6 de Azevcdo 200U
A ....
A ....
Ao Padre Manoel de Magalhaens 120U
A Thiniotco de Faria 4?oU
A Jaymcs Marten 1 loU
A Cyriaco Petit •
A Jofeph de Azevedo 80U

A I’clix da Cofta 80U
A Francifco Veras Bilhcrme 80U
A Joa6 Pinto de Miranda 8rU
A Francifco de Azevedo 80U
A Dionifto Moftarda 80U
A Jacinto Tavares _
8cU
Ao Padre Antonio de S. Bernardo Religiozo Loyo 60U
Ao Padre Fr. Joao Ribeiro Religiozo do Carmo 60U
Ao Padre Fr. Sima6 de Santa Catliarina Rcligiolb da Gra 9 a 60U
A Jofeph da Cofta o Arpifta 60U
A Luiz de Brito , que toca rabecaS 60U
A Hilario Gomes, quc toca viola 6cU
A Antonio do Efpirito Santo, o Organifta looU
A Aliguel de Oliveira ôU
Sc alem dos criados , ou criadas que aqui fe nomea6 mandar
receber alguns de novo quero fe enteniia tambem com dies , o que
,
fica difpofto da mais familia
,
de tal forte que nao fo fe Ihcs p.igue
o que tiverem vcncido del'de, o ultimo pagamento ; mas tambem fe
Ihcs de por huma f6 vcz a iinportancia do 'ordenado que vencia6 em
eada hum anno.
Declaro porem que le ao tempo dc fe cemprir efta jninha dif-
pofi5a6
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;
,
84 ^ ^rovas do Liv. Vll. da Hijloria ênealogica

pofi(,'a6 fbrcm fallcciJos,
ou dcfpcJidos do meu fcrviô alguns dos
Capdlacns criados, ou criadas que aqui fi: nomca6 , qucro fe dein
,
as md'inas fommas,
qiic Ihe corrcfpondiao a aquellas pelToas que Ihe
tiverem luccdiJo nos I’eus lugarcs , e foros. E no cazo , que eu na6
tenlia maiidado prover, os tais lugares
,
mas cftcjao totalmcnte vagos,
fc dcdribuirao as ditas fommas da mefina nianeira que deixo dii'pof-
to do rello dos vinte mil cruzados aplicados para os meus funeraes
na rupuliiâi) de que o haja.
A alguns dos meus criados, e criadas por juRos refpeitos que
para iilb ha , me merecem os coneidcre com efpecial atenâb , pclo
que mando , que alem do que^ja ordeney fe Ihes dclfe como aos maia
da familia , fe dem por huma vez ao Padre Domingos de Miranda mil
cruzjklos , a Joao Carneiro Brum mil cruzados , a Erancifeo da Mofa
Guilhermc mil cru/ados , a Andre Mendes de Almeyda mil cruza-
dos , a Dona Luiza Catharina de Sa tres mil cruzados , a Dona Ben-
ta Maria tres mil cruzados , a Mariana Jacinta tres mil cruzados , a
Luiza do Efpirito Santo duzentos mil rcis, a Izabel da Encamaâ^
duzentos mil rcis a Catharina da Conceiâ6 duzentos mil reis.
. ‘i ,
Finalmentc porque o amor, e pontualidade com quo elles , e to-

dos outros meus criados , e criadas me fervirap , fao devidas todas as
demonllragoens de eftimaâb , e agradecimento nao poflTo faltarlhes
com -a que lo me refta de pedir com todo o encarecimento a EIRey
meu Irmao, c fenhor os concidere, favorcâ , c ampare com aquel-
la particular atcncao que fempre Ihe mcrcccrab as do meu afeilo.
Antes de liihir ae Inglaterra mandey declarar a minha familia,
que ficava naqucllc Rcyno que eu deixava ordenado aos Miniftros do
meu Confelho e Thefouraria me remctelTem a Portugal em cada
,
hum anno trinta mil libras cRcrllinas , e que do redo de minhas ren-
das annuaes , que naquelle tempo importava6 quarenta e feis mil li-
bras Ihe fizclTcm o pagamento dos feus ordenados. E porque no cazo
que por algum incidente na6 chcgalTcm as ditas minhas rendas a im*
portar mais , quo as trinta mil libras, que eu ordenava fe me man-
dali'em a Portugal , me defobrigava de Ihe afcllir por outro meyo
por quanto as trinta mil libras , que por minha ordem fc me rcmctia6
cada anno a clle Rcyno vinha6 a Icr prccizas para os gafVos da mi-
nha caza , e para o pagamento dos criados , que aqui me houvcircm
de I'crvir. Em
confcqucncia defta minha refolugao , e dcclaraâb , or-
doiio fc cumpra ifto mefmo , e que na forma fobredita fc Ihe paguem
os oi JenaJos que tis'crem vcncido quanto der de fi o redo, que fe
,
achar tern importado as miniias rendas annuaes alem das trinta mil
libras quo me vinh.i6 a Portugal.
A forma em que qucro fe difponha alfim de tudo aquillo que
afbualmente c.da anlicado ao ornato , e fervi^-o de minha Capella co-
ino do men toucador de burn , c das joyas com que me acho de |>rc"
zente conllara por hum papcl afinado da minha mao , que iiintamen-
te conj as ditas jovas , e toucador fe achar-i em hum coife. Mando le
cumpra iiueir.'imcnte o que ali deixo ordenado.
Mando que tt)das as imagens allun dc Yulto como de pined
laminas ,
t
da Caja ‘Bfial 'Tortuguciâ, ^47

lamina? , Rc’.iquias , ornan;iqntos , roupas , e ira’s alfaras pcrtenccn-
tcs ao culto Divino , cjue ft; ncliarcm no oratorio privado , guarJa
roiipa , c niais cllancias^^ftcllneu Palacio , que na& I'ejao do uzo , e
rerviilb a£lual da minh:A<Sa(>eIla , fe faga& entreâr ao Padre mcu
Confelibr , e ao Padre Mano^Wereira meu efnioler , para que am-
bos juntos , ou qualquer dcllcs , fe algum for falecido , difponha de
tudo na forma que Ihes cenho encarregado. E porque tambem Ihes
dcclarcy a minha vontade acerca do que quero fe difponha dos nieus
e Ic apliqucjp
papeis
, «
meus Jivros , ordeno que da inefma forte
fe Ihc mandem de ^l^timter genero que feja6 para que
cumprao a minha diTpofiîb. E como no delles o fagab com toda a
exac9a6, e pontualidade , na& quero fejab obrigados a dar conta de
Como o cumprirab.
* , . Ao cuiJado de f)ona I.iiiza Francifea de Vafconcellos , e de
I '^~Dona Francifea Ignacia de \'^ft?onccllos tenho cometido o de tiata-
• ^ rem dos meus veftidos, roupas, e mais couzas particularcs do meu
* «zo , e porque pella confianga que fa9o , e grande fatisfaâb que te-
,
nho da hdelidadc , e zcllo com que fempre me fervirab , eftou na
certeza de que cxecutarab nefta parte tudo o que Hies tenho dedara-
do fer vontade minha, quero, e mando , que a cllas fbmente, ou a
quein eu ordenar as fubftitua nefte cuidadu, e a nenhuma outra pef-
foa pertenâ a difpofiâb das couzas, que eftab a feu cargo, e que tern
I
debaixo das fuas ciiaves, fern que ninguem Ihe tome conta, ou peiTa
I
rezab do que , ou coiqo difpuzerab nefte particular.
f CATHARINA R.
1
F I M.
Vv. \
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t V
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Provas Da Historia Genealogica Da Casa Real Portugueza - Volume 4

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Tiradas dos Inftrumentos dos Archivos da Torre

Na Reyna Officina SYLVIATTA, eda Academia Real

IEm LIVRO VI.

N qutlhe ptrttrKtao dot Duqius de Braganfa , a qutm JtrVia ,

Num. lo?. dlvara do mefmo Rey em que concedeu

Num. I iS. Alvara, no qua! concede ElRey, tjue ds ConfiarUs dd Mipricor-

ao Uvramento do Duque D. Jaime, pag. 87.

Duque D. Jaime , pag. 88.

Num. 147. Carta

fea ElRey , pag. 154. r, r r j-

Num. htodojio l.fa~

culdade para mandar cortar carne em Filla V

Dtr. Num. isi. Aiyord da Rainhay fibre 0 mefmo y pag. 155.

Num. 168. iithiqucta que fe praticava na Cafa do Duque D. Theolofto I.

Num. 176. Lontrato mairimomal da Henbora 'Dona if.tbd tUha do Dur-.e

7). Theolofto I. com o 'Kltrqu?-^ deVilU Ral, pig. 7^t.

a jornada de Africa , pag. 278.

dofio II. que a elle e feus fucceffbres fe deft 0 tratamcnto de Excel-

lencia, quejd tinha por con'ejfad delRry D. Hturique , pag.jS^.

tes Reynos , e fenhortos de Portugal , pag. ^04.

Num. 20^. Biilia da 'Dignidade de Deao pa>^a a Capella Vneal de yUla

Num. 212. BfeVe de S. Bio y. em que concede A Infanta D»na I:^.alely-

Num. 215, Mcmoriet de algumds rtliqtuas da Ca^a de ’Sragdnfd, pdg.j^q.

CdflUaem da CafftUa Tucal de Villa Vl^ofa do Jito Vtique^ e the-

Num. *40. Injlitw^ao do Morgado da Cru^ feita pelo Duque D. Thcodo-

im que puz^tab ao dito hfaiitCy e omdotralo qut mlla teVCypagF'j'e.

Gufmao, pag. 709.

Num. f. Inftrui^ao do dito goVerno, pag. 726.

Num. 8. Caita da Rainha de Suecia para 0 dito Rty, pag. 7^2.

mao do dito Rey para oduoBrincepe^pag.7g^.

Num. Carta da Rainha Dona para 0 mefmo Brincipe ^ pag.

1 7rovds do Uv. VI. da Hifloria ^enealo^ca

Carta de Confirmaqai delRey D. Manoel , emque tjld incorporada

da Cafa %eal Tortugues^a.

4 ^rovis do Uv. V 1. da Hiftoria (jeneah^ca

Carta de Confirma^a^ de/Rey Dorn Manoel da Villa de Borha ao

Nuni. T\Om Manoel pergra^a dcDeos Rcy de Portugal, e dos Alguai-vcs

o divido que o dito Duque meu fobrinho comnofeo hd , e aos muitos

ta noifa Carta for moftrada , e o conhecimento della pertencer , que

Carta deCon/lrmaqai delKey D. Manoel ao Diajue de Braganga '^

cGuimaraem D. Jayme^ das merces feitas aoCondeJlavel feu

D Om Manoel per Gra^a de Decs Rey de Portugal , e dos Algarvcs

A quantos minha Carta virem , fa90 faber que o Duque de Gui-

8 Turovas do Liv. VI. da Hijloria ^enealogica

Carta de ConfirmagaS de/Rey Dom Manoel ao Duque D. JaymCf

D Om Manoel &c. A quantos efta nofla Carta virem Fazemos fa-

10 Turovas doUv.VI, daHifloria (jenealogica

daCafa %eal l^ortugueis^a, 11

Eftremos ail deFcvereiro de 1497; • >

Confirmag'ao e apfroi'acao do Contrato do'Cafamento do'Diiquc

zado fobrinho i e do muito honrado e magnifico Dom Joao de Guf-

vao eftando hy prezciite Lopo de fouza do Confelho ddRey noffo fc-

1 6 Turovas Jo Liv. VI, da Hijlorla (jeneah^ica

da Cafa ^al ‘Portuguei^^a, 17

com Dona Lconor dc MenJon^a minha filha Icgitima e da Duqueza

Tom. I V. C,ii Dona

Dona Leonor deMendon(ja porvirtude dadita I'tccn^a efaculdadc em

tc com o dito fenhor Dom James me tomafle as maos c defpozafcm c

. dii Cafa %eal T^ortuguei^d, 21

Carta dclRey D. Manoel ^ em quefaz merce an T)iique D. Jay me

22 ^rovas do Lh. V1 . da Hijloria (jenealoyca

da Cafa H^al 7*ortugHe^a, 23