Você está na página 1de 1151

This is a reproduction of a library book that was digitized

by Google as part of an ongoing effort to preserve the


information in books and make it universally accessible.

https://books.google.com
‫‪:‬‬
‫به‬

‫‪l‬‬
‫‪Genea‬‬

‫جری بی نے ایک‬
‫می‬

‫(‬

‫{‬
}
}

}
1
|
1
1
.
HI
ST
OR
IA

GE
NE
AL
OG
IC
A

DA

CAS REA
A L

PO
RT
UG
UE
ZA
.

7
Bayerische
Staatsbibliothek
München
HISTORIA

GENEALOGICA
DA

CASA REAL

PORTUGUEZA ,

DESDE A SUA ORIGEM ATÉ O PRESENTE ,


com as Familias illuſtres , que procedem dos Reys ,
e dos Sereniſſimos Duques de Bragança .

JUSTIFICADA COM INSTRUMENTOS,

e Eſcritores de inviolavel fé ,

E OFFERECIDA A ELREY 1
1

D.JOAOV .

NOSSO SENHOR

POR

D. ANTONIO CAETANO DE SOUSA ,


C. R. Deputado da Junta da Cruzada , c Academico do numero da Academia Real .

Τ Ο Μ Ο ΧΙ. .

LISBOA
,

NaRegia Officina SYLVIANA , e da Academia Real.


M.DCC.XLV .

Com todas as licenças reccfarios.

1
‫"!‬
‫‪1‬م‬
ADVERTENCIA .

Omo o noſſo mayor cuidado foy ſempre ſa

tisfazer aos curioſos , nos pareceo preciſa ef

C ta addicçaõ , com que ſupprimos algumas


noticias, ou acontecimentos , que ſuccede

raõ depois da impreffaó.

No Livro XI. Capitulo I. pag. 33 ſe diſſe , que

a Duqueza de Coimbra D. Brites era morta no anno


de 1531 , por huma conjectura ; porém de huma me

moria daquelle tempo , de que abaixo faremos men

çaõ, conſta , que foy em huma quinta feira do mez

deOutubro de 1535 , eſtando a Corte em Evora , e

que tomarað luto os Reys , e Infantes. No Capitu

lo II.do dito Livro pag . 41 do Duque de Aveiro D.

Joao , nað ſoubemos o ſeu naſcimento , e foy no an

no de 1501. No dito Livro Capitulo X. pag. 175 ſe

trata de Dom Gabriel de Lencaſtre, VII. Duque de

Aveiro, ſendo vivo , depois morreo em Lisboa a 23


de Junho deſte anno de 1745. Jaz em Aveiro no

Convento das Religioſas da Ordem do Patriarca S.

Domingos. No Capitulo XXIII. pag . 363 D. Joſeph


de Lencaſtre , Commendador de S. Joaõ de Tranco
ſo , eſtá concertado a caſar com D. Leonor Henri

ques , filha herdeira de D.Antonio Henriques, VIII .

Senhor das Alcaçovas , de quem fe fez mençað a

pag. 858 do Tomo X. e neſte a pag . 454.


Em o Livro XII. Capitulo XIII. pag. 569 fe

diſſe , que o V. Conde de Atalaya D. Pedro Manoel


naſcera

La
naſcera em Vianna no anno de 1665. Nað he aſſim ;
porque naſceo no anno de 1664 a 13 de Julho , co

mo conſta do aſſento , que temos dos livros dos bau

tizados daquella Villa.


No Livro XIII. Parte II . Capitulo I. pag . 800

allegamos ſendo vivo D. Franciſco de Almeida Maf


carenhas , Principal da Santa Igreja de Lisboa , de

quem já a pag . 814 do Tomo X. tinhamos feito men

çao , morreo em Almada a 18 de Outubro deſte an

no de 1745 , onde jaz no Convento de S. Paulo da

Ordem dos Pregadores , Varað eminente em letras,


eſclarecido em ſangue , ornado de virtudes , com ſin

gular viveza , ſublime talento , empregado em conti

nua applicaçao , com que conſeguio huma vaſta , e


profunda erudiçaõ : foy hum dos excellentes Socios

da Academia Real da Hiſtoria Portugueza , que illuſ

trou com as ſuas laborioſas fadigas , as quaes continu


ando ſempre , certamente enriqueceria ) o Orbe Lit

terario , ſe lhe nað foſſe tao curta a vida para ſatisfa

zer o que a ſua bella idéa tinha delineado , e poſto

em execuçað nos leus precioſos trabalhos ; de forte ,

que tudo quanto ſe pode conſiderar digno de fazer


recomendavel à poſteridade hum Varað grande , con
correo na ſua peſſoa ; porque ſobre ſabedoria , a vi

da Eccleſiaſtica , que abraçara , feguio ſempre , ſem

ſer contaminada , antes praticada com edificaçao ; de

forte , que a ſua eſclarecida peſſoa ſe fazia por ſcien


cia , e coſtumes, benemerita das mayores Dignidades

do Mundo : a ſua memoria nos ſerá ſempre fentida ,

como pede o trato , e benignidade , com que tanto


nos
nos honrou , fazendonos igualmente participantes do

conhecimento de ſuas excellentiſſimas virtudes , e dos

ſeus favores , que a noſſa gratidao conſervará eter


namente em huma ſaudoſa lembrança. A pag. 902

do referido Livro, depois de Varað tao Santo , le de

ve accreſcentar o ſeguinte : Caſou com D. Branca

de Caſtro , filha de D. Gonçalo Coutinho , Commen


dador da Arruda ; e deſte eſclarecido matrimonio & c .

E com eſta occaſiaõ ſuppriremos aos curioſos

algumas noticias , que deſcobrimos depois que tratá

mos dos Principes da Caſa de Bragança. No Livro

IV . Capitulo VI. pag. 247 , donde tratámos da Infan

ta D. Iſabel , Emperatriz de Alemanha , ſendo bauti

zada , foy ſeu Padrinho o Duque de Bragança, e Ma

drinha a Duqueza Dona Iſabel ſua mãy . No Livro


VI. Capitulo XII . pag. 681 do Tomo V. A Senhora

D. Joanna , Marqueza de Elche , que naſceo no an


no de 1521 , foy no dia 2 de Abril . No Livro VI.

Capitulo XIII. pag. 101 do Tomo VI. em que tratá


mos da Duqueza D. Iſabel de Lencaſtre , e a pag . 55

do Tomo IX. entað ignorámos o ſeu naſcimento ,

que foy em huma feſta feira 14 de Agoſto de 1506 .

No dito Tomo VI . pag. 108 D. Jayme naſceo em

Junho de 1560. Eſtas notas , que os curioſos po


deráő accreſcentar em ſeus proprios lugares , tal vez

a outros lhes pareceráð bem deſneceſſarias , com


tudo nós nos ſatisfazemos dos que as eſtimarem ; por

que ſabemos o preço , que val , faber huma couſa ,

que fe ignora. Oxalá que na meſma parte , onde ef

tas ſe conſervað eſcritas pelo famoſo Mathematico


Antonio

1
Antonio Maldonado de Hontiveros , nasmargens das

Efemerides de Pedro Pitato , e de Joao Stoffler , e

Jacobo Offaumen , que ſe conſerva ) na Bibliotheca

Regia , puderamos ter outras muitas ſemelhantes ,

com que repareſſemos , o que nao ſoubemos , nem a

noſſa diligencia pode deſcobrir.

.
INDEX
INDEX

DOS CAPITULOS ,

que ſe contém neſte Tomo .

LIVRO XI.

APITULO I. Do Senhor Dom Forge , Duque de


C Co imbra , pag . 1 .
comme
CAP. II. De D. Foaõ de Lencafire , I. Duque de Avei
ro , pag.41.
CAP. Jil. De Dom Forge de Lencaſtre , II. Duque de 1
Aveiro, pag.67 :

CAP. IV. De D. Affonſo de Lencafire , Commendador


mór de Santiago , pag.77 .
CAP. V. De D.Ålvaro de Lencafire , e D. Juliana de 1

Lencafire, Ill. Duques de Aveiro , pag .83.


CAP. VI. De Dom Forge de Lencafire , 1. Duque de
Torres-Novas , pag .109 ,

CAP.VII.De D. Raymundo de Lencafire, IV . Duque


de Aveiro , 11. de Torres- Novas , pag. 123 .
CAP.VIII. De Dom Pedro de Lencajire , V. Duque de
Aveiro , Inquiſidor Geral , &c . pag . 147 .
CAP.IX.De D. Maria de Guadalupe de Lencaſtre, VI.
Duqueza de Aveiro , pag . 159.
CAP. X. De Dom Gabriel de Lencafire , VII. Duque de
Aveiro , pag .175

CAP.XI. De Dom Affonſo de Lencafire , Marquez de


Porto Seguro , Duque de Abrantes , pag . 178 .
CAP.XII. De D. Luiz de Lencaſtre , Marquez de Ma
lagon , pag. 190 .
CAP. XIII. De D. Luiz de Lencaſtre , I. Comniendador
môr de Aviz , pag. 195 .
Tom . XI.
CAP .
CAP . XIV. De D. Luiz de Lencaſtre , II. Commendador
mór de Aviz , pag. 261 .

CAP. XV . De Dom Franciſco Luiz de Lencaſire , III.


Commendador mór de Aviz , pag.285 .

CAP . XVI . De D. Veriſſimo de Lencaſtre , Cardeal In


quiſiilor Geral, & c. pag. 293 .
CAP. XVII. De D. Fr.Joſeph de Lencaſtre , Biſpo de
Miranda , c Leiria , Inquiſidor Geral , é Capellað
môr , pag. 301 .
CAP . XVIII. De D. Pedro de Lencaſtre , II. Conde de
Figueiró , pag. 307
CAP. XIX . De !). Joſeph Luiz de Lencaſtre , III. Con
de .
CAP. XX . De D. Luiz de Lencaſtre , IV . Conde de Vil
- :
CAP . XXI . De Dom Pedro de Lencaſtre , V. Conde de
Villa -Nova , pag . 321 .
CAP . XXII . De D. Forge de Lencaſtre , Commendador
de Coruche , pag.329.
CAP . XXIII . De Ď . Foao de Lencaſtre , do Conſelho de
Guerra , pag . 347 .

LIVRO XII .

bec
C Guarda ,,Capellaõ mộr , pag.371.Manoel , Biſpo da
CAP . II. De D. Joao Manoel , Camereiro mór delRey
D. Manoel , pag.392 .
CAP . III . De D.Bernardo Manoel, Camereiro mór , e
Alcaide mór de Santarem , pag.397 .
CAP . IV . De Dom Nuno Manoel, Guarda mór delRey
D. Manoel , e Almot acé mor , oc. pag.42 1 .
CAP . V. De Dóm Fradique Manoel , I. Senhor de Ata
laya , buc . pag.496 .
CAP . VI. De Dom Foao Manoel , Commendador de S.
Martinho de Mozares , &c . pag.513 .
CAP.

>
CAP. VII. De D. Nuno Manoel, 11. Senhor de Atalaya ,

pag. 528.
CAP.VIII. De D. Joað Manoel , Arcebiſpo de Lisboa ,
Vice- Rey de Portugal , pag.539 .
CAP. IX . De Dom Franciſco Manoel , 1.Conde de Ata
laya , pag.542 .
CAP. X. De D. Pedro Manoel , II. Conde de Atalaya ,

pag. 545
CAP. XI. De Dom Alvaro Manoel , Senhor de Ata
laya , & c.pag: 553 ;
CAP. XII. De D. Luiz Manoel , IV . Conde de Atalaya ,
pag. 557
CAP. XIII. De Dom Pedro Manoel, V. Conde de Ata
laya , pag.569.
CAP. XIV. De Dom Joao Manoel, VI. Conde de Ala
laya , pag.575 .

LIVRO XIII.

P A R T E I.

APITULO I. De Infante D. Joao , pag. 617.


COM
CAP. II. De D. Maria de Portugal ,pag . 631.
CAP. III. De D. Fernando , Senhor de Eça , pag . 644 .
CAP. IV . De D. Fernando de Eça , Alcaide môr de Vila

la -Viçoſa , pag. 649.


CAP. V. De D. Foaõ de Eça , Alcaide mór de Villa
Viçoſa , pag. 651.
CAP. VI. De D. Vaſco de Eça , pag . 675 ;
CAP. VII. De D. Garcia de Eça , Alcaide mór de Mue
ja , pag. 684 .
CAP . VIII .De D. Forge de Eça , Alcaide mór de M1
ja ,pag.714 .
CAP.IX . De D.Garcia de Eça , Alcaide mór de Muja ,
pag.716 .
CAP. X. De D. Forge de Eça , Alcaide môr de Muja ,
pag: 718.
Tom , XI, * ü CAP. XI.

1
CAP . XI . De D. Pedro de Eça , Alcaide mór de Mou

ra , pag : 721.
CAP . XII. De Dom Rodrigo de Eça , Alcaide mór de
Moura , 756 .
CAP. XIII. De D. Joao de Eça , pag. 758.
CAP. XIV . De D. Duarte de Eça , pag. 759.
CAP. XV. De D. Branca de Eça , pag. 764.

PARTE II.

APITULO I. De Dom Affonſo , Senhor de Caf


Cacaes
es , & c. pag.783.
CAP. II . De D. Iſabel da Cunha , Condeſa de Monſan
to , pag. 802 .
CAP. UL.Be D. Joanna de Caſtro , herdeira da Caſa
862 .
de Monſanto , pag.
CAP . IV. De D. Pedro de Caſtro , lll. Conde de Mon
ſanto , pag . 913 ; 4
CAP . V. De Dom Luiz de Caſtro , Senhor da Caſa de
Monſanto , pag . 930 .
CAP . VI. De Dom Antonio de Caſtro , IV . Conde de
Monſanto , pag . 948 .
CAP . VII. De D. Luiz de Caſtro , IV . Conde de Mon
Janto , pag. 950 .

M
HISTO
HISTORIA

A
GENEALOGIC

DA

CASA REAL

PORTUGUEZA .

LIVRO XI.

M
CONTÉ

Duques de Aveiro ,

Marquezes de Porto Seguro ,


9

Duques de Abrantes ,

s
Commendadore môres de Aviz ,

Condes de Villa -Nova ,

s
Commendadore de Coruche .

13 O Se.
13 O Senhor D. Jorge , Duque de Coimbra .

14 D. Joao , I. Duque D. Affonſo , Commendador D. Luiz , Commendador D. Jayme , Bif


de Aveiro , môr de Santiago. mór de Aviz , adiance. po de Ceuta.

15 Dom Jorge , D.Pedro Di Dom Alvaro ,


II. Duque de niz de Len III . Duque de
Aveiro. caſtre. Aveiro

Conder
Violan
Batto
16 D. Juliana , D. Jorge , D. Affonſo , D. Pedro , In- D.Luiz Bar . D. Magda- D. Maria ,

de
ſa,
te.,
D..
III. Duqueza 1. Duque Marquez de quiſidor Geral, nabé , Mar. lena , Con- Marqueza
de Aveiro, de Torres- Porto Segu- V. Duque de quez de Ma della deFa. de Gou.
Novas , ro . Aveiro . lagon. ro. vea,

17 D. Raymun. D. Maria de Dom Agoſtinho , D. Maria de Lencaſ.


do , IV. Du- Guadalupe , Duque de Abran tre , Condella de Ba
que de Avei . Vi, Duque tes. nhos.
TO. za de Aveiro.

18 D. Gabriel de Lencaſtre , D. Fernando , D. Manoel , Patri- D.Joſefa de Len- D. Manoela de Len. $


Vil. Duque de Aveiro . Duque de Li• arca de Indias , Du- caltre , Condella caftre , Marqueza de
nhares . que de Abrantes. de Enjaradan Santa Cruz del Viſo .

14 D. Luiz
14 D. Luiz de Lencaſtre, Commendador môr de Aviz.

D. Maria de Lencara D. Magdale .


15 D.Luiz de Lencaltre , D. Joaó de D. Brites de Lencal
tre , Condella da Ca. na de Grand
Commendador mor de Lencaſtre , tre , Duqueza de Bra .
da,
Aviz. adiante. gança. Theta .

16 D. Franciſco Luiz de Lencaltre , Commen . D. Magdalena de Lencaſtre , Baroneza


dador môr de Avize de Alvito .

D. Veriſſimo, Cardeal , e In . D. Joſeph , Biſpo , e In D. Marianna


19 D. Pedro de Lencaſtre ,
II. Conde de Figueiró. quiſidor Gerala quiſidor Gerala de Lencaltre .

18 D. Joſeph de Lencaltre , III. Conde D. Luiz de Lencaſtre , IV. Conde


de Figueiró. de Villa -Nova ,

19 Dom Pedro de Len D. Maria de Lencaltre , Dona Helena de Lencala D. Thereſa de Lencaſa
caltre, V. Conde de Marqueza de Caſtello tre , Marqueza de Fron tre , Condeſla de Co
Villa - Nova Novo , (cira. culim ,

30 Dona Iſabel de Lencaſtre


Herdeira,

11 Dom Joſeph Maria de Len


caltre.

15 D. Joao
15 D. Joao de Lencaſtre, Commendador de Coruche.

16 D. Lourenço de Lencaſtre , Commendador de Coruche.

57 D. Rodrigo de Lencaſtre , Commendador de Coruche.

18 D , Lourenço de Lencaſ Dona Joanna de Lencaſtre , Con . Dom Joao de Lencar D. Marian.
tre , Commendador de della de Unhao , e Marqueza de ire , do Conſelho de na de Len
Coruche , Fontes Guerra . caſtre ,

19 D.Rodrigo de Len D. Pedro de Al- D. Rodrigo D. Antonio D. Ignez de Len- D. Caetana


caſtre , Commenda meida de Len- de Lencaſ. Principal de catre , Condeſſa de Lencal A
dor de Coruche . caltre, tre. Lencaitre. das Galveas . tre .

20 D. Antonio D. Guiomar D. Joſeph D. Joao D. Anna Joa- D. Lourenço , Pre- D Antonio


de Lencal- de Lencastre, de Lencal de Len. china de Len- lado da Santa Igre- de Lencai
Herdeira. trc . caſtre . caftre. ja de Lisboa . tre .
trc.

D.Lourenço de Lena D. Manoel Thadeu D. Joſeph Raymun A


caltre. Lopes de Carvalho, do de Lencaltre,

HISTORIA
1

Debric of

HISTORIA

GENEALOGICA

DA CASA REAL

PORTUGUEZ A.

LIVRO XI.

CAPITULO I.

O Senhor Dom Jorge , Duque de Coimbra.

E nenhuma couſa exalta mais

as grandes Familias , do que ſe


rem alliadas com a Soberana do

ſeu Reyno , tambem nenhuma

lhe pode dar mayor luſtre , e ef

plendor , do que deſcender hu


ma Familia da Caſa Real dos

ſeus proprios Soberanos. Já deixamos eſcrito no Li

vro IV . pag. 145 do Tomo III. a filiaçao deſte Prin


Tom.XI. А cipe ,
2
Hiſtoria Genealogica

cipe , que El Rey D. Joað II. creou com tað grande


amor , como quem deſejou , que lhe ſuccedeſſe na
Coroa , vendo -ſe ſem outra ſucceſlao.
Chron , do Principe D. Naſceo o Senhor D. Jorge na Villa de Abran
Joao , cap . 104 1 e
Chronica delRey Dom tes a 12 de Agoſto do anno de 1481 , e foy creado
Joað 11.cap.112 , de no Moſteiro de Aveiro pela Infanta D. Joanna , que
Rezende ,
Chron, m.l.
naquelle Moſteiro entað vivia , e hoje veneramos no
Chrozic . deS.Domina Altar com o titulo de Beata , a quem por ter ſido ju
ges, part.z.liv.5.cap.9 .
Riler :hulio
Tab. 3 , part. 2. rada herdeira do Reyno , chamamos commummente

Saincte Marthe, Hift. a Princeza Santa Joanna. De idade de tres mezes 14


Geneal.de Franc.tom. fe creou na ſua companhia , e ainda que Santa , foy .
2. liv, 28.cap . 61. pag.
760 .
com o decóro , que ſe devia a ſer filho delRey ſeu
P. , . G
. de la ricijon de irmao.
head Contava nove annos o Senhor Dom Jorge,
Aveiro a 12 de Mayo do >
France, tom .i. cap. quando ſua tia morreo em
Imhurt , Stemna Rea anno de 1490 , e nað ſendo conveniente , faltando a

gium Luſit. Tab,ix. Princeza , poderſe dilatar naquelle lugar , cuidou El

Rey em o transferir para a Corte , para que na ſua

preſença foſſe educado : e porque ſuppoſto ſejað ſe


melhantes filhos eſcandalo do matrimonio , nao po

dia ElRey , depois de o haver gerado , diſpenſarſe de


o honrar , com as circunſtancias de ſeu filho , eſtando
1
já eſquecidos os diſſabores , que com a Rainha ſua

eſpoſa ſobre eſta materia ſe paſſarað: nað quiz ſobre


ella reſolver alguma couſa , como fabio , e politico,

feni que o praticaſſe com a Rainha , pedindolhe no

ſeu parecer à approvaçaõ. A Rainha , em quem o


exercicio das virtudes era igual ao anor , com que

venerava a El
Rey ſeu eſpoſo , nað fó approuou a

determinaçað ; mas lhe pedio por merce , que lho


dei
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 3

deixaffe crear no ſeu quarto ; porque ſendo ſeu filho ,


o havia de crear como ſe fora naſcido do Real Tha

lamo ; ElRey com vivas expreſſoens de agradeci


mento , moſtrou na alegria o quanto eſtimava o be

neplacito da Rainha. Em Junho , no dia em que ſe

contavaõ quinze daquelle mez , entrou o Senhor D.

Jorge na Corte , que entað tinha a ſua reſidencia na

Cidade de Evora . Foy ſeu Conductor o Biſpo do

Porto D. Joað de Azevedo , e outras peſſoas de co

nhecida nobreza , que na jornada o acompanhava ) ,

e ſerviað. Sahio o Principe feu irmað fóra da Cida

de a recebello, e o Duque de Béja , e muitos Senho

res grandes , e fidalgos , que o acompanharað , além

de outra muita gente nobre, que ſe achou preſente ;


e porque a Corte trazia luto pela Princeza Santa , ſe

nað fez demonſtraçað alguma de feſta : o Senhor D.


Jorge aſſim que aviſtou ao Principe , ſe apeou para

lhe beijar a mað , o que o Principe nao conſentio ,

que fizeſſe ſenaõ a cavallo , e dandolle a mao , o abra

çou com honra de irmao , e ſe ſeguio a abraçallo


o Duque de Béja , e outros titulos , que ſe acharað

preſentes , acompanhando ao Principe , e mandados


por ElRey a recebello ; e tomando o lugar do meyo

entre o Principe , e Duque , forað ao Paço , em que

ElRey entañ eſtava naquella Cidade , que eraõ as


caſas de Joao Mendes de Oliveira , Morgado de
Oliveira , e beijando a mao a El Rey ſeu pay , que

moſtrou grande contentamento de o ver e depois

de o honrar com aquellas demonſtrações devidas à


Tom . XI. Aii pel
4 Hiſtoria Genealogica

peſſoa de ſeu filho , paſſou ao Quarto da Rainha a

beijarlhe a mao , que o recebeo com grande alegria ,

e carinho , fazendolhe eſpeciaes honras , accreſcen


tando a eſtas outra muito mayor , e mais publica ;

porque o tomou a fi para o crear no ſeu Quarto ,

como a ſeu proprio filho, em tudo o que podia ſer


conveniente à vida , e à boa educaçao de hum Prin

cipe , o que fez com notavel amor todo o tempo ,

que o Senhor Dom Jorge aſliſtio na Caſa da Rai

nha , que foy até o em que morreo o Principe D.


Affonſo ſeu irmao ; porque entað ElRey com a po

litica de tirar diante dos olhos da Rainha ſua eſpo


fa , huma viva cauſa de ſe augmentar a ſua magoa

com a viſta do Senhor Dom Jorge , o entregou a

D. Joao de Almeida , II . Conde de Abrantes , que


era Guarda môr da peſſoa delRey , em quem con

corriaõ virtudes, e merecimentos para a confiança del

Rey lhe entregar ſeu filho , e eſperar o educaſſe nas

virtudes de Principe , deſempenhando o bom concei

to , que El
Rey juſtamente fazia da peſſoa do Con

de , ordenando , que por entao nað foſſe ao Quarto


da Rainha. Eſta idea foy tað errada, e a Rainha ſe
deu por tað ſentida , que já mais em quanto El Rey

viveo , nem o admittio no ſeu Quarto , nem o vio ,

ſem embargo de ElRey lho pedir, de que ſe ſeguirað

alguns domeſticos diſfabores ; porque a ElRey ſe lhe


fazia dura a ſeparaçaõ , e com mayores penſamentos

deſejava ao Senhor Dom Jorge na graça da Rainha ,


conio moſtrou depois o tempo , deſejando legitimar ,
e ha
da Caſa Real Portug. Liv.XI. 5

e habilitar para a Coroa a eſte filho , o que a Rainha

impugnou de forte , que pode com a ſua prudencia

vencer toda a grande idéa , e politica de hum Rey


verdadeiramente ſabio , e aftuto.

Pouco depois da morte do Principe D. Affonſo Chronica do dito Rey,

impetrou ElRey para o Senhor D. Jorge por eſpe- cap.136.


Zafarer , Hiſtoria das
cial Bulla do Papa Innocencio VIII. o Meſtrado da Ordens Militares , na

Ordem de Santiago , e juntamente o governo , e ad Aviz , cap. 6.pag.

miniftraçaõ da Ordem de Aviz. Eſtava ElRey em D :Agoltinho Manoel,

Lisboa quando chegarao as Bullas , e juntas as duas 11. pag.251.

Ordens no Convento de S. Domingos a 12 de Abril Pina , Chro nica do die


to Rey , cap.48.
do amo de 1492 , nellas ſe vio , que o Pap a lhe con

cedia aquella graça , e tendo precedido Miſſa fo

lemne , em toda a ceremonia , deraõ obediencia os

Commendadores , e Cavalleiros das ditas Ordens ao

Senhor Dom Jorge: foy feito eſte acto com grande


pompa , e mageſtade , a que ElRey aſſiſtio com tan

gofo , que bem noftrava o anior , que lle tinha.


Naŭ contava o Senhor D. Jorge mais que onze an

nos, e alim ElRey lhe deu por Ayo a D. Diogo Fer


nandes de Almeida , peſſoa de qualidade , e de mere

einientos , depois Prior do Crato na Ordem de Sao }


Joað. Aniou ElRey muito a eſte filho ; e aftim fo

rað muitos os negociados , com que intentou fazello

ſeu fucceffor na Coroa : poréin de todas eſtas diligen

cias veyo a ceder ; porque reconhecendo indiſputa


vel o direito de ſeu primo o Duque de Béja , o veyo
3
a nomear ſucceffof do Reyno . Naõ perdeo nunca

ElRey a memoria de engrandecer", e eſtimar ao Se


nhor
6 Hiſtoria Genealog
ica

nhor Dom Jorge , deſejando , que elle ſuccedeſle na

Coroa , e ainda depois de a ter nomeado em ElRey

D. Manoel , lhe ordena , que no caſo de nað ter fi


lhos , lhe ſucceda elle no Reyno , como diz em eſta
verba do ſeu teſtamento : Outro lý ao ditto Duque

meu muito amado , e prezado Primo , rogo , mando ,


e encomendo pello muito amor , que lhe ſempre tive ,

e muito boas obras , que de mim tem recebidas , que

ao dito Dom Jorge , meu muito amado , e prezado fi

lho , receba por ſeu filho , em tal guiza , que nao lhe
dando Noſo Senhor fijos lidimos , que ajaõ de foceder

eſtos meus Regnos , e Senhorios , lhe fique Jeu herdei

ro , e o faça jurar , e dar obediencia , e menagers ,


mandar fazer eſcripturas , que cumprirem com aquel

las clauſulas, e follemnidade , que para tal auto ſe re .


querem , e lhe encomendo muito o dito meu filho , e lhe

rogo , encomendo , que ſempreſe queira aver com elle,


como eu delle eſpero , e confio , que o fara pello muito
1
amor , que me tem , e lhe eu ſempre tive , e moſtrei

niſto , é em outras couzas , que por elle tenho feitas.


Neſte meſmo teſtamento , que foy feito na Villa das,
Alcaçovas a 29 de Setembro de 1495 , lhe fez Doa

çaõ da Cidade de Coimbra em Ducado , e tudo o


mais que tivera o Infante D. Pedro ſeu avô , da mel

ma ſorte , que lho dera ElRey D. Joað ſeu viſavô

pelas ſuas Doações , havendo por revogada a Ley


Mental, e outras quaeſquer , conr todas as clauſulas

eſpecioſas para a ſua validade , recomendandolhe ſup

plicalle ao Papa o Meſtrado de Chriſto , que o Du

que
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 7

que entao tinha para o poder gozar com o de Santia

go , e Aviz. E prevendo o cafaniento de ſeu filho ,

ihe declara a ſua vontade na clauſula ſeguinte :


Outro Provanum .28.do To .
moll,das Provas, pag .
ſym prazendo a Noſſo Senhor , que o dito Duque, meu 1674

muito amado , e prezado Primo aja alguma filha , ou

filhas , lhe rogo pello muito amor , que lhe tenho , e


boas obras , que lhe ſempre fiz , que elle caze a mayor

que tiver com o dito Dom Jorge meu muito amado

e prezado filho , dando em cazanento aquelle dote ,

que hê coſtumado de ſe dar a ſemelhantes pejoas. To

das eſtas expreſſoens fað a mais qualificada prova do


amor , que ElRey teve a eſte filho.

Neſte meſmo anno faleceo ElRey D. Joao na

Villa de Alvor , ao tempo que o Senhor D.Jorge ſe


achava em Villa-Nova de Portima ) no Reyno do

Algarve, e depois de depoſitarem o Real cadaver na


Sé de Silves , todos os Senhores , e Fidalgos , que ſe

achavaõ no Algarve , forað ver ao Senhor D. Jorge,

e dalli partio acompanhado de todos para o Reyno . 11


ElRey D. Manoel o tinha mandado viſitar com hu

ma Carta de pezames, que lle levou Henrique Cor

rea, ( meyo irmao de ſua māy ) Senhor da Torre da


Murta , e do Conſelho delRey D. Joao II. Acha

va-ſe ElRey em Montemor o Novo , onde o Meſtre

de Santiago foy ſem dilaçað , e entrando na ſua Ca

mera , levando- o pela mað ſeu .Ayo D. Diogo Fer


nandes de Almeida , Varaõ dotado de valor , pru

dencia , e outras virtudes , que fizera ) recomendavel

o ſeu nome à poſteridade , apreſentou a ElRey o


Mel
8 Hiſtoria Genealogica

Meſtre, e em hum bem deduzido diſcurſo , lhe trou

xe à memoria as grandes obrigações , em que eſtava


a ElRey D. Joao II . ſeu primo , pois o havia eſtima
do tanto , que o adoptara como filho , nað havendo

couſa , em que nað engrandeceſſe a ſua peſſoa ; mo


tivos , que o obrigava) a lhe pedir da parte do meſmo

Rey , que lembrando-ſe igualmente do amor , e dos


beneficios , eſperava , que o mundo todo viſſe a ſua

Real gratidao na peſſoa de ſeu filho , que punha aos 1

ſeus pés. O Biſpo D. Jeronymo Oſorio , referindo

eſta introducçao do Meſtre na preſença delRey , ef

creveo com tanta elegancia , e energia eſta Pratica de

D. Diogo , que nos pareceo tranſcrever as ſuas pro

prias palavras.

Oſorius, de Rebus Em . Rex Joannes , qui tibi patruelis frater natura

manuelis, lib.l. pag.4 „ , fuit , amore autem germanus , mihi ſignificavit mo 1


Colonia 1986.
riens , fe cum animo æquiſſimo è vita diſcedere ,
1
„ una tantùm cura ſolicitari , quòd hunc filium in ſo

litudine , & orbitate relinqueret. Eam tamen ſoli

„ tudinem eo folatio , quo utebatur , alevari, quòd

veniret illi in mentem , quàm ſingularis eſſet benig


nitas tua , quàm gratus animus , & quàm ad omnes

„ regiæ virtutis laudes ſtudio , & voluntate propen


„ fus. Præcepit deinde mihi , ut fuo nomine te ro

» garem , & obfecrarem , fi is te in filij loco dilexif

„ let, ſi muneribus omnibus , quibus potuit , affecif


,, ſet , fi nullum tui ornandi locum prætermiſiſſet , ut

tam egregiæ in te voluntatis memoriam retineres ,


„ & parem voluntatem huic ſuo unico filio , quem
» Onini
da Caſa Real Portug. Liv.XI. 9

omni reliquæ vitæ præſidio deſtitutum relinquebat,

„ redderes , & cogitares, quid ille , ſi tibi fuiffent na

,, ti filij , eis facturus fuiſſet, fi ita accidiſſet , ut tu


92 ante illius obitum è vita migrares. Præterea hoc
, ut hunc illius filium
„, etiam mihi in mandatis dedit

„ , frequenter admonerem , ut te ſemper imicè cole


» ret, & obfervaret , tibique in onuibus rebus obtem

» peraret , in eoque pugnaret , ut à nemine fide , amo

» re , ſtudio erga te ſuperari poffet


. Quò enim te
» propiùs ſanguine attingebat , eò magis convenire ;

, ut obfervantia , & pietate erga te omnibus antece


„, leret , nec in ullo in amplitudinem tuæ dignitatis of

ficio ſe vinci pateretur. Hæc quidem ille mihi , ut

,,facerem , imperavit
. Ego , ut officio meo fungar,
,, illius filium in hac tam tenera , ut vides , ætate , ta

» li parente orbatum , tibi nomine illius trado , natu

» [a , & genere propinquum , caſus acerbitate pupil

» lum , voluntate ſupplicem , conditione famulum , ut


,, eum in fidem tuam recipias , & omnes , & augeas ;

» ut fic tandem cognoſci ab omnibus poſſit Regius


12, iſte animus , in referenda gratia
, & beneficiorum
,memoria conſervanda diligentiſſimus. Quodſi , ut
» confidimus, feceris , ab omnibus laudem admodum

igrati , atque magnifici Principis conſequeris : mul


j, toque arctius tibi tuorum omnium voluntates hac

,tam infigni probitatis fignificatione devincies. »

Ouvio ÉIRey com tað benigna attençaõ a D.

Diogo , que movido de vehemente compaixao , fo

rað as lagrimas demonſtradoras do affecto , que en


Tom. XI. B bara

1
1
1
1
IO Hiſtoria Genealogica

baraçava ) as palavras, com que finamente proferio ,

que a peſſoa de D. Jorge eſtimava tanto , como pro

prio filho , e que neſte lugar o tomava para o atten


der , ſatisfazendo - o com tantos beneficios, que foſſem

dignos de conſervar a memoria de hum tað excellen


te Rey , como refere o meſmo Author : „ Hac Al

meidæ oratione adeo fuit Emmanuelis mæror exci

„ tatus , ut cuni dare reſponſum vellet , lachrymis , &

ſingultu ſpiritus illius impediretur ; Itaque breviſſi


‫ ܕܕ‬ma oratione declaravit , ſe Georgium in loco filij
„ habiturum , tantisque illuni beneficijs ornaturum , ut
& me
intelligi poffet , quantum Joannis nomen
„ noria conſervari , atque propagari cuperet. „ Eſta

benigna , e verdadeiramente Real repoſta , foy ap

plaudida dos Senhores , que ſe acharað preſentes , que

todos beijara ) a mað a ElRey , que nað tardou em

ſatisfazer , o que promettera , como logo diremos . E

tendo honrado ao Meſtre com eſpeciaes demonſtra


ções , mandou , que ficaſſe no Paço. Trasladou -ſe de

pois o corpo delRey ſeu pay para o Real Moſteiro

da Batalha , onde jaz ; o Mieſtre o foy acompanhar

com huma grande comitiva .


Gres, Chronica delRey No anno de 1498 quando Rey
El D. Manoel
Dom Manuel , part. 1 .
Cap . 28. com a Rainha D. Iſabel ſua eſpoſa paffaraó a Cal

tella a ſerem jurados Principes herdeiros daquella Co

roa , o Meſtre de Santiago os acompanhou ; e eſtando


os Reys nieya legoa de Toledo , nandarao adiantar

a D. Jorge , e a outros Senhores , e Grandes , para

que ſe anticipaſſem em ir receber a ElRey D. Fer


nando
da Caſa Real Portug. Liv . XI. II

nando ſeu ſogro , ao qual encontrarað quaſi às por


tas da Cidade , e com muita preſſa ſe apeara) , e por
a gente muita , o Mordonio môr D. Joaõ de Me
ſer a

nezes, e o Capitaõ dos Ginetes D. Fernando Martins

Maſcarenhas , tomarað nos braços ao Meſtre por ſer


de pequena eſtatura , para aſlım mais facilmente po

der beijar a mað a ElRey , que lha deu ; mas fazen


do reflexað no modo , com que lho apreſentarað ,

perguntou quem era , e ſabendo , que era filho del

Rey D.Joað , tirando o chapeo , lhe fez huma gran

de cortezia , e no meſmo tempo deſculpando-ſe de o


naõ ter conhecido , o mandou montar a cavallo ‫ܕ‬, e

poz à ſua mað direita , ficando todos , os que com

elle hiaõ a pé, até que por ſua ordem beijara ) a mað
a ElRey. Depois quando ſe celebrarað as Cortes

em Toledo, no dia , que os Reys aſſiſtira ) naquella


grande Cathedral à Milla , em que eſtivera ) El Rey

D.Manoel , e ElRey D. Fernando , ambos debaixo


da cortina da parte do Euangelho , eſteve dentro com
1
elles o Senhor D. Jorge , Meſtre de Santiago , e as
Rainhas ambas da outra parte , em ſua cortina.

Querendo El Rey D. Manoel moſtrar a gran

deza do ſeu animo na gratidao , com que venerava a


1
memoria delRey D. Joað ſeu primo , a 27 de Mayo
de
1500 fez hunia larga Doaçaõ ao Senhor D. Jor- Prova nuni . I.

ge, em que lhe deu as Villas de Montemôr o Velho,

de Penella com ſeus Termos , e o Reguengo de Cam 1

pores, com outras muitas terras , rendas , e Padroa

dos , como ſe póde ver na Doaçað , dando nella fór


Tom. XI. Віі ma

1
12 Hiſtoria Genealogica

na à ſucceſſao deſta Caſa , para que ſe perpetuaſſe a

fua duraçað na meſma grandeza, com que fora inſti

tuida na peſſoa do Duque Meſtre , em quanto houveſ


ſe deſcendentes ſeus por qualquer linha ; e por outra

do meſmo dia , e anno , lhe fez Doaçaõ da Villa de

Torres Novas , com todo o ſeu Senhorio , Caſtello ,

Reguengo , e Padroados das Igrejas , e depois mui

tas prerogativas , privilegios , e iſenções , que forað

concedidas à ſua peſſoa , e Caſa. Já o Senhor Dom

Jorge era Duque de Coimbra , quando ElRey lhe

fez asreferidas merces en memoria delRey ſeu pay ,

e ſe vê da meſma Doaçað nas palavras ſeguintes: E


Prova num.2 .
lembrandonos como delle ( falla delRey D. Joað ) nað

ficcu outro filho fena Dom Jorge Duque de Coimbra

meu muito amado , e prezado ſobrinho @c. O Chro


niſta Damiaõ de Goes refere fora feito Duque a 25

do dito mez deMayo de 1500 ; porénı he certo , que

ſe lhe nað paſſou Carta fenaõ muitos annos depois ,

feita em Evora a 16 de Março de 1509 , e nella fazen


do memoria dos meſnios motivos , diz : Lembrando

nios como delle nað ficou outro filho Jenað Dom Jorge

meu muito amado , e prezado Sobrinho Meſtre Daviz


e Santiago e c. e por folgarmos de lhe fazer honra é

merce e alevantamento nos prove de lhe dar titulo de

Duque e queremos e nos praz que elle ſechame Duque

da noſſa Cidade de Coimbra ; e na meſma Carta lhe


faz Doaçao da Alcaidaria môr da meſma Cidade ,

com o Padroado das Igrejas , e mais regalias a ella

annexas. Com tudo poderia eſtar feita a merce , e ti


rur
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 13

rar depois a Carta , o que muitas vezes temos viſto ,

ainda que por a data dellas ſe regula a antiguidade da


ſua Dignidade , he certo , que o Meſtre uſou do ti

tulo deDuque antes de ſe lhe paſſar ; porque ElRey

Ho chama na primeira Doaçaõ apontada , e no con

trato do ſeu caſamento , de que logo faremos men

çao , ſe nomea Duque de Coimbra.

No fim do mez de Mayo do anno de 1500 ajul


tou EIRey D. Manoel , e a Rainha D. Leonor ſua

imáa o caſamento do Senhor D. Jorge com D. Bri

tes de Vilhena , filha do Senhor Dom Alvaro , cujo

Tratado fe fez eſtando elle preſente , e ſua mulher

D. Filippa , e por Procuradores do Duque o Prior do

Crato , e o Biſpo de Tangere. Dotou D. Alvaro ſua


filha com onze contos , que importavao noventa e hu
ma mil e ſeiſcentas e ſeſſenta e ſeis coroas 2 e dous

terços de coroa , de cento e vinte reis cada coroa ,

que feriad pagos em tres annos , no prime


iro cinco

contos , e nos outros ſeguintes , os ſeis , e que na

conta dos cinco contos poderiaõ entrar alfayas, eſcra

vos, beſtas , e quaeſquer outras couſas de caſa , e

hum conto em joyas de ouro , e de prata , em di

nheiro hum conto e ſeiſcentos mil reis , e em pedras,


t
perolas , e aljofar , hum conto , & c. Os Procurado- Prova num. 3 .
res do Duque ſe obrigara ) às arrhas da terça parte do 2

dote , hypothecando a Villa de Torres Novas para


fatisfaçaõ do dote , e arrhas, com outras mais clauſu

las , e condições commuás en tað grandes peſſoas.


Foy celebrado eſte Contrato em Lisboa a 30 de

Mayo
14 Hiſtoria Genealogica

Mayo de 1500 nas caſas de D. Alvaro , em que fo


rað teſtemunhas o Commendador môr de Aviz D.
.
Pedro da Sylva , o Bara ) de Alvito D. Diogo Lobo,
Védor da Fazenda , e Chanceller môr do Reyno , e <

o Vigario de Thomar Diogo Pinheiro , do Conſe


1
llio del Rey. Neſte meſmo dia ſe celebrou eſta vo

da em Lisboa na preſença delRey , e da Rainha D.


Leonor ſua irmãa , que havia creado a D. Brites no

ſeu Quarto , com grande carinho , deſde o tempo

delRey D. Joað ſeu eſpoſo ; e diz o Chroniſta Da


Chronica delRey Dom miaõ de Goes , que lhe queria tanto como ſe fora
Manord, .
45. pag. 33part . 1. cap. ſua filha , o que moſtrou neſta occaſia ) na grandeza ,

com que no ſeu Paço ſe fez eſta funçaõ , nas eſpe

ciaes honras , com que a tratou , nas ricas joyas , e ou


tras muitas couſas , que lhe deu da ſua propria fazen

da . Os Reys fizera ) , que D. Brites renunciaſſe a


Caſa , e Condado de Olivença , que com effeito fez ,

como diſſemos no Livro IX. Cap. I.pag . 29 do Tomo


X. No meſmo anno ein Outubro calou ElRey D.

Manoel com a Rainha D. Maria , e a foy eſperar ao

Crato , onde ſe achou o Duque acompanhando a El

Rey com grande luzimento , e beijou a mað á Rai


nha.

Era o Duque dotado de muitas virtudes , e cui

dando na obrigaçað , em que o punha a Dignidade de


Graó Meſtre das Ordens Militares , que governava ,

as engrandeceo com novos privilegios , iſenções , e


prerogativas ; de forte , que no ſeu tempo a Ordem ,

de Aviz confeguio fingulares privilegios da Sé Apof


tolica .

it
da Caſa Real Portug. Liv. XI. IS

tolica. No anno de 1492 ſe concedeo o poderem

caſar os Cavalleiros por graça do Papa Alexandre VI.

o que nað foy concedido aos Commendadores , que


entað erað , ſenaõ aos que de novo foſſem . Depois

por Breve do Papa Julio II. ſe concedeo aos Freires


poderem teſtar dos ſeus bens , tendo pago mieya an

nata , que vem a ſer ametade dos primeiros tres an


nos das Commendas. Para o bom governo , e ad

miniſtraçaõ das Ordens fez diverſos Capitulos , o pri

meiro foy da Ordem de Santiago na Villa de Pal


mella, celebrado em Outubro do anno de 1508 ; nel

le forað eleitos , por todo o Capitulo , por Defmido


res Gil Vaz da Cunha , Dom Joao de Menezes,

Conde de Tarouca , Conmiendador de Cezimbra ,

Ruy Telles, Commendador de Ourique , e Gonça

lo Figueira , os quaes eraõ do numero dos Treze ;


porque à maneira da Ordem de Ucles , no ſeu tem

po le uſou do lugar de Treze ; entað fe imprimio a


Regra , Eſtatutos , e Definitorios em Setuval no an
no de 1509. He memorayel eſte Capitulo , porque

nelle ſe deu Ordem à Regra , e Eſtatutos, que fað os

que hoje guardað os Cavalleiros. Depois o tornou a


convocar para o meſmo Convento de Palmella , que

fe fez em Outubro de 1532 , e forao os Definidores o

Duque de Aveiro , D. Joaõ de Lencaſtre ſeu filio ,


Commendador do Torrao , Ferreira , e Alhos Ve
dros, Affonſo Pires Pantoja , Commendador de San

tiago de Cacem , Affonſo de Arriaga , Comnienda

dor de Alcochete , e Aldea Gallega , o Licenciado


Fran

1
16 Hiſtoria Genealogica

Franciſco Barradas , Commendador de Mouguellas,

e Juiz da Ordem , D. Mendo Affonſo Prior môr, D.

Affonſo de Lencaſtre , Comniendador môr , como ſe

vê nos Definitorios , que ſe imprimira ) em Lisboa no


anno de 1614. Na Ordem de Aviz he celebre o Ca

pitulo , que celebrou em Setuval na Capella do Eſpi

rito Santo em Agoſto de 1515 , em que ſe ordenarað


Eſtatutos , e Definições , por conceſſaõ da Sé Apofto

lica , pelo que fað vulgarmente chamados os Eſtatul

tos do Meſtre Dom Jorge , em que aſſiſtirað nelle ,


ſendo Definidores , o Doutor Fr. Joao Pires das Co

berturas , do Conſelho, e Deſembargo delRey , Com


mendador de Santa Maria de Béja , Fr. Henrique de

Miranda , Commendador de Santa Maria de Porta

legre , Alcaide môr de Fronteira , Dom Fr. Alvaro ,


Prior môr , Alvaro de Souſa , Commendador de Al

pedriz , em lugar do Commendador môr , Dom Luiz

de Lencaſtre filho do Meſtre. Eſte Definitorio foy

determinado com o conſelho de diverſos Letrados ,


que forað o dito Joao Pires das Coberturas , o Li
cenciado Franciſco Barradas , Chanceller da Ordem >
de Santiago , e Aviz , Commendador de Mouguellas,
e da Coriça , o Bacharel Fernando Gil Cayola , Deſ

embargador , e Procurador do Meſtre , e das Ordens,

e o Bacharel Fr. Nuno Cordeiro , Capella ) do Meſtre,


e Prior de Coruche , como ſe vê nos Eſtatutos im

preſſos em Almeiriin no anno de 1516. Depois no


anno de 1616 a 2 de Outubro fe fez Capitulo na Igre

ja de Noſſa Senhora da Graça de Setuval , onde foy


convo
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 17

convocada a Ordem , em que fora ) Definidores Fr.

Dom Lopo de Sequeira Pereira , Prior mòr , depois

Biſpo de Portalegre , Fr. Dom Luiz de Lencaſtre ,


Commendador môr , Fr. D.Jeronymo Coutinho , do

Conſelho de Eſtado , e Commendador de Olivença,

e Fr. D. Carlos de Noronha , Commendador de Mou

rað , depois Preſidente da Meſa da Conſciencia , e

Ordens. A qual Regra , e Eſtatutos ſe imprimira7


em Lisboa em 1631. O Papa Leao X. no anno de

1515 concedeo a graça dos Priores môres da Ordem

de Aviz poderem uſar de inſignias , e veſtiduras Pon

tificaes ; o que o meſmo Papa concedeo tambem aos


Priores môres de Palmella ; no ſeu Convento lhe fez

hum Quarto o Meſtre para aſſiſtirem , e outras obras,

que honraõ a ſua memoria.

Quando ElRey D. Manoel paſſou a Tavira no Chronica del Rey Darr

anno de 1508 , com determinaçaõ de paſſar à Africa Manoel, part. 4. cap.


34 .
para foccorrer a Praça de Arzila , ſe achava o Senhor

D. Jorge em Setuval, donde logo ſahio com muita

gente, e navios para acompanhar a El Rey naquella


jornada , que nað tendo effeito , ſe recolheo à Villa

de Setuval , tendo moſtrado a grandeza do ſeu ani

mo , eo deſejo , que tinha de ſervir a ElRey. De

pois no dito anno de 1518 , achando -ſe ElRey em $

Lisboa , mandou chamar aos grandes Senhores , e

Fidalgos, que ſe achavaŭ na Corte , e lhes participou 1

o ſeu terceiro caſamento com a Rainha D. Leonor ,

entað Infanta de Heſpanha , foy o Duque de Coin

bra hun dos que a :liſtirao , e entað lhe beijara) a


Tom. XI. С mao .

1
4
1
1
28 ia ogica
Hiſtor Geneal

ma ). Depois tambem no anno de 1521 foy hum dos

Senhores , que ſe acharað preſentes à morte domeſ


Dita Chronica , part. 4. mo Rey , como refere o Chroniſta Damiaõ de Goes.
cap.83 .
Senitio o Duque a ſua falta juſtamente , nað ſó pelas
merces , com que lhe eſtabeleceo huma Caſa , das

mais poderoſas do Reyno ; mas pelas muitas , e ef

peciaes prerogativas , com que tanto a diſtinguio,


Andrade, Chronic. del. Succedeo EIRey D. Joað III. na Coroa , e no adlo
Rey D. Joső 117.cap. da ſua exaltaçaõ ao Throno , o acompanhou o Du

que do Paço até S. Domingos, onde foy jurado pe

los Tres Eſtados do Reyno : neſte acto hia o Duque

adiante a pé com o Duque de Bragança D. Jayme

unico do nome : nað deixou o novo Rey de eſtimar

ao Duque como elle merecia pela grandeza da ſua

peſloa , e pelo chegado parenteſco , que com elle ti


nha . Coſtumava El Rey D. Manoel viſitar ao Du

que nas ſuas doenças , e ſuccedendo depois adoecer

o Duque , EIRey D. Joað mandou propor no Con


fello , ſe o havia de viſitar , o que o Duque ſentio ;
e quando ElRey D. Joað o foy ver a ſua caſa , ſuc

cedeo achar dous criados jugando o xadrès na ſua

preſença ; retirou -ſe logo o jogo, e daqui naſceo per

guntar ao Duque , ſe goſtava de ver jogar , que lhe


reſpondeo : Senhor , quando ElRey voſſo Pay , que

Janta gloria hoja , me honrava com a ſua preſença por

me divertir nas doenças , elle meſmo com ſumma be.

nignidade ſe punha a jogar por me divertir ; querendo

na repetiçaõ daquella memoria , que tanto o honra

va , noftrar o ſentimiento , que lhe cauſara , o ter El


Rey
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 19

Rey mandado conſultar aquella materia no ſeu Con


ſelho.

Foy o Senhor D. Jorge Meſtre da Ordem de

Santiago , Adminiſtrador da de Aviz , Duque de Co

imbra , Senhor da Villa de Montemor o Velho , com

todas as ſuas rendas do Campo , da Villa de Penella ,

do Reguengo de Campores , do Lugar de Pereira ,


da terra deCaſtro-Novo , Alcacere , da Ponte de Al

meara, dos Lugares de Abiul, de Condeixa , da Lou

lãa , do Caſal de D. Alvaro , da terra de Dalboſter

arriba de Agueda , da Villa de Aveiro , com ſuas Li


zirias , e Ilhas de dentro da Foz , das terras dos Cou

tos de Avelãas de Cima , de Ferreiros , do Reguengo

de Coartella , de Arcos , dos Lugares de Ilhavo , Vil


la de Milho , dos Caſaes de Sá , Pedroſo ., S. Salva

dor de Miranda junto a Coimbra , da Villa de Tor


res-Novas , e outras muitas terras. Teve tambem as

Beetrias de Amarante , Honra de Ovelha , de Cana

vezes , Couto de Tuyas , Honras de Gallegos , Pa


ços de Gozelo , Gondin , e S. Iſidro , que vagarað

por o Principe D. Affonſo ſeu irmao ; e os morado-.

res das ditas Beetrias , eni virtude do privilegio da ſua


de 1491 , Prova num . 4. !
liberdade , o tomara ) por Senhor no anno
1
as quaes eleições ſendo apreſentadas a ElRey por
1
Ruy de Pina , Eſcrivao da ſua Camera , em nome

dos Juizes, Vereadores , Procuradores , e Officiaes,

Conſelhos, e Homens Bons , das referidas Beetrias ,

Khas confirmou por huma Carta , paſlada na Villa de Prova num . 5 .


Santarem a 7 de Setembro do dito anno . Os Reys
Tom . XI. Сіі lhe
20
Hiſtoria Genealogica

lhe concederað grandes privilegios , e regalias , que

ſe continuaraõ depois em ſeus ſucceſſores. ElRey

Liv.24. pag. 73. verſ. D. Manoel lhe concedeo hum Ouvidor na Corte pa
da Chancellaria do dio ra ſentenciar as cauſas pertencentes à ſua Caſa: foy
to Rey.
paſſada a Carta em Lisboa a 26 de Agoſto de 1511 .

Teve huma grande Caſa ſervida com authori


dade , com luzida familia ; foy ornado de excellen

tes virtudes , que correſpondia ) ao Real ſangue , que

lhe dera o fer , e de tanta generoſidade, que referi


remos hum caſo , que lhe fuccedeo entre outros ,

que moſtra bem a grandeza do ſeu eſpirito. Succe

deo vagar huma Commenda, que devia ſer de gran


de rendimento ; porque hum criado lhe lembrou a
déſſe ao Duque feu filho , ao tempo , que lha pedia

o filho do Fidalgo por quem vagara ; a que o Duque


com admiravel acordo refpondeo : os Principes po

dem viver ſem filhos , mas nað ſem criados ; acçao

verdadeiramente grande , nað ſe lê mais generoſa , nas

que ſe celebraõ dos Varoens mais deſintereſſados na 1


antiga , e moderna Hiſtoria , e verdadeiramente naſci
da de hum coraçað tað admiravel, que tinha por ma

xima , que muitas vezes repetia , que o Principe po


deria negar a merce , que ſe lhe pedia ; nas nao a

alegria do ſemblante . "Aſſim a ſua Caſa era frequen


tada da Nobreza mais illuſtre , que obſequiofaniente

lhe aſſiſtia , e a muitos Fidalgos fez merce de grandes


Commendas ; porque era muito o quanto compre

hendia ) as Ordens , de que foy Graõ Meſtre ; aſſim

tambem erað muitos os obrigados. Da ſua piedade


deixou
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 21

deixou hum eterno padrað no Moſteiro de S. Joao


de Setuval, da Ordem de S. Domingos , que elle com Hiſtoria de S. Domin .
gos , part, 3.cap.9.pag.
a Duqueza ſua eſpoſa ſundarað , e ſe povoou a 24 izo.

deJulho do anno de 1529 , entrando nelle tres filhas


fuas. Ao Convento de Aviz favoreceo muito , e

nað menos ao de Palmella , em que ſe vê , em diver


fas obras , conſervada a ſua memoria ; porque reedifi

cou o Convento , oinou a Igreja , e nella determinou

fazer o ſeu jazigo , edificando na Igreja huma Capel

la , ao lado da Capella môr , da invocaçaõ da Annun

ciaçao, para nella ſer ſepultado ,‫ܕ‬ e a Duqueza ſua

eſpoſa , e ſeus deſcendentes , com duas Miffas pelas

ſuas almas , e de todos os ſeus ; e para a ſubſiſtencia ,

e fabrica deſta Capella , fatisfaçaõ das Miffas , e ou


tros legados pios , fupplicou ao Papa Clemente VII .
dizendolhe,
que alli fe queria ſepultar , como ſe vê

da narrativa da meſma Bulla , nas palavras ſeguintes :

Ipfe Georgius monaſterium per Priorem gubernari fo


litum Sancti Jacobi de Palmela Ulisbonenfis Diæce

fs Caput dictæ Militiæ Sancti Jacobi, illiuſque ædi

fcia reparaverit , illiuſque Ecclefiam decoraverit , om 1

in Capella majori , Ecclehe monaſterij hujuſmodi ad


1
partem qua Euangelium cantari folet , ſepulturam ſie

.
bi elegerit Pedindolhe , que lhe annexaſſe ao dito
Convento de Palmella o rendimento das Igrejas de

Santa Maria de Lamas , e S. Salvador de Covellos,

no Termo de Aveiro. O Papa fatisfez à fupplica ,

concedendolhe a graça por duas Bullas , que eſtað no


Cartorio do dito Convento , paſſadas no anno de

1530 ,
22 Hiſtoria Genealogica

1530 , no ſetimo do ſeu Pontificado ; e em virtude


deſta
graça ſe annexarað duas partes dos rendimen

tos das ditas duas Igrejas ao Convento de Palmella ,

para a ſubſiſtencia dos encargos da referida Capella ;

e com effeito o Convento tomou poſſe dos rendimen

tos das taes Igrejas no anno de 1531 , cujo auto da


poſle ſe conſerva no referido Cartorio . Paſſado al
gum tempo morreo a Duqueza D. Brites , e ſe man

dou ſepultar no Convento de S. Joaõ de Setuval , que


ella com o Duque ſeu marido tinhao fundado . Nao

ſe tinha dado ainda principio à Capella no Convento

de Palmella ; aſſim movido o Duque , ou do amor da


Duqueza , ou de outro motivo , mudou de parecer ,

querendo fazer a Capella da Annunciaçao no Moſtei

ro de S. Joao de Setuval , para o que recorreo ao

Papa Paulo III . para que annullaſſe a annexaçaõ das

ditas duas Igrejas, feita por ſeu anteceſſor , e as pal


ſaſſe , e annexalle à Igreja de S. Joað , onde eſtava

ſepultada a Duqueza Tua eſpoſa , para que nelle ſe


edificaſſe a Capella da Annunciaçao , que ſe nað ha
via feito em Palmella . Concedeo - lhe o Papa a gra

ça com duas condições : a primeira , que convielie


neſta deſannexaçað o Prior môr , e Convento de Pal

mella ; a ſegunda , que a tal Capella ſeria edificada


dentro de dous amos , o que foy no anno de 1545 ,
undecimo do ſeu Pontificado . Porém ainda que lhe

foy concedida eſta graça , nað ſe fez a Capella em

Setuval , nem em Palmella , fem embargo de o Du


que o ordenar no ſeu Teſtamento , de adiante fa
Git

que
renos
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 23

remos mençað , e o que ainda he mais , he haver o

Convento de Palmella tomado poffe das duas Igrejas,

como conſta do auto della , e ter cobrado os frutos ,


e rendimentos dellas , como ſe refere na ſupplica , que

o meſmo Duque Meſtre fez ao Papa Paulo III. com


tudo iſto o Convento nao tem , nem cobra o rendi

mento deſtas Igrejas , nem nelle ſe ſabe de taes Igre


jas ; de ſorte , que nos Freires nað ha memoria , nem

tradiçaõ alguma, de que as poſſuiraõ , nem onde eraõ:

porém o referido conſta das memorias , que temos

extrahidas do feu Cartorio pelo Doutor Clemente

Rodrigues Montanhes , Freire Conventual , e Prior

da Igreja de S. Juliaõ de Setuval , que foy muy dou

to , com muita intelligencia , e curioſidade, o qual


por ordem do Duque de Cadaval , enta Preſidente
da Meſa da Conſciencia , e Ordens , de quem nos va

lemos, fez a diligencia com muita exacçað , que te


mos em noſſo poder.

He certo , que o Senhor D. Jorge foy ornado

de virtudes , e partes de Principe ; com tudo depois


da morte da Duqueza D. Brites ſua eſpoſa , a quem
ſobreviveo muitos annos , ( a qual no anno de 1531 já

,
era falecida) ſe eſqueceo tanto della , como diremos

e nao menos daquella authoridade , indeſpenſavel à

grandeza da ſua peſſoa , pelo que foy geralmente no

tado : foy a cauſa a de ſe empregar com exceſſo em

penſamentos improprios do reſpeito , e do caracter , e

repreſentaçao , de que era reveſtido , ſeguindo con


demaſiada frequencia a converſaçað , e galanteo das
Da
24 Historia Genealogica

Damas do Paço , ainda que decente no uſo daquelle

tempo , com tudo improprio da ſua idade , por ſer já


muy avançada em annos , com muitos filhos , para ſe

deixar arraſtar de huma paixao amoroſa , pois rendi

do da fermoſura de Dona Maria Manoel , Dama da

Rainha D. Catharina , determinou caſar com ella ,

ſem que precedeſſe a vontade dos Reys , e outras for


malidades neceſſarias para o effeituar ; de ſorte , que

a Rainha ſe eſcandaliſou , ainda antes de ſaber o pen

ſamento do Duque , fómente pelo modo , e frequen

cia da ſua aſſiſtencia no ſeu Quarto. Erað grandes

os exceſſos , e já tað publicos , que ſeus filhos , o Du


que de Aveiro , e D. Jayme de Lencaſtre , Biſpo de
Ceuta , nað podendo diſtinular , o que ſentia ) , fe 4

queixava) publicamente deſte negoceado , nað por


que nað reconheceſſem na peſſoa de Dona
concorria

Maria illuſtre naſcimento ; porque era filla de Dom

Fernando de Lima , Senhor de Caſtro -Dairo , Com


mendador de Garfe , Capitao de Ormuz , onde mor

reo , e tinlia ſido muy valido delRey D. Joað III . e

de ſua mulher D. Franciſca de Vilhena , Dama da


meſma Rainha ; e aſſim nella concorriao outras virtu

des , que a faziao merecedora de hunia tað grande

unia) ; mas a deſproporçað , a fazia eſcandaloſa : pe

lo que dizia , que o Duque Meſtre ſeu pay contava


ſetenta annos de idade , e ſomente dezaſeis aquella
Dama , nað ſe eſquecendo dos intereſſes da ſua Caſa ,

com outras muitas circunſtancias , que ponderadas

com raza ) , moſtrava ) a infelicidade , que ſe devia


feguir
da Caſa Real Portug
. Liv. XI. 25

ſeguir na pouca duraçao daquella voda, e com eſtes,

e outros motivos , ſe reſolveraõ a reverentemente o

fazerem repreſentar ao Duque ſeu pay . Eſta pratica

do que elles eſpera


produzio bem differente effeito ,
e
vað ; porque com ella ſe augmentou o affecto ,
amor, que tinha a D. Maria Manoel , e começou a

deſagradarſe de ſeus filhos, principalmente do Duque

de Aveiro , de quem publicamente ſe queixava. Na

da mudava a paixa ) do Duque , e já era tað publica

aſua vontade , que ſe eſpalhou na Corte , que fahin


do D. Maria Manoel com licença do Paço , para

caſa de ſua máy , nella a recebera o Meſtre por mu

lher, tendo-o já feito por hum eſcrito , que le man

dara ao Paço. A Rainha , em quem a authoridade,

e virtude, de que ſe adornava , a faziao mais ſobera


na , ſentida tambem da pouca memoria , que o Du

que tinha da grandeza da ſua peſſoa , para tratar ſe

melhante negocio por meyos taõ deſproporcionados


ao reſpeito , advertio a D. Maria , e lhe eſtranhou o

modo, com que ſe tinha havido , que deſiſtiſſe da

quella idéa ; que nao lhe pareceſſe , que havia de ca


far com o Duque ; porque nem a ella lhe convinha
fer
por aquelle modo , nem ElRey , neni ella o ti

nhaõ por ſerviço de Deos , nem ſeu; mas que toman

do-a à ſua conta , teria a ſua protecçao. Porém D.

Maria Manoel, que duvidara muito em dar o con

fentimento para o caſamiento no principio , eſtava já

perſuadi da dos ſeus parentes a conſentir nelle , e tam


bem eſcandaliſada dos filhos do Duque ; eſte era o

Tom. XI . D no

1
26 Hiſtoria Genealogica

motivo , porque adiantava o effeito daquella voda ; O


que certamente ſe conſeguiria , ſenað fora a inadver

tencia de huma , e outra parte , de ſe nao lembrarem

do parenteſco de affinidade , que entre ambos havia

no terceiro grao , por fer D. Maria Manoel ſegunda


prima da Duqueza D. Brites , nulher do Meſtre , a

qual D. Brites era neta de Dom Rodrigo de Mello ,


Conde de Olivença , irmao de Manoel de Mello ,
Alcaide môr de Olivença , de quem era neta D. Ma

ria Manoel , por ſer filha de D. Franciſca de Ville


na , filla do dito Manoel de Mello , e mulher de D.

Fernando de Lima , pelo que ſe impedio ante o Nim

cio , e em Roma. E como eſte negocio ſe adianta


va. ‫ܕ‬, e o Meſtre inſiſtia na pretençað , ElRey o cha
mou à ſua preſença , e nað ſó lho eſtranhou , mas com

niuitas razoens lhe moſtrou os inconvenientes , que

delle ſe ſeguia ) a ſua Caſa , rogandolhe , que apartaf


ſe da idéa aquelle negocio com hum total eſqueci
mento . O Meſtre , depois de lhe beijar a mañ , lhe

rendeo as graças da benignidade , com que o tratava ,


e do affecto , con que le intereſſava pelo augmento

da ſua Caſa , e que aſſim baſtava ſer conſelho feu ,


para elle o ſeguir ; mas arraſtado tanto da paixao ,

que o dominava , paſlados alguns dias , eſquecido do


que prometera , publicou ſem rebuço , que elle rece
bera a D. Maria Manoel por palavras de preſente , pa

ra o que pedira diſpenſa ao Nuncio . ſendo


O que
prelente a ElRey , o tornou a mandar chanar , e lhe

perguntou , ſe era caſado , e que ſe o nað era , que


nao
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 27

nað era ſerviço de Deos, nem feu aquelle caſamen


to. O Duque ficou tað confuſo , que lhe reſpondeo ,

que ſe já o nað tinha feito , o nað faria ; como re

fere largamente o Chroniſta Franciſco de Andrade. Andrade, Chron. del


Eſtas couſas ſe adiantarað tanto , que El Rey ſenti- Lex.D.7047 111. part
4. cap. 43 •
do do que o Meſtre tinha paſſado com elle , quiz

com publica demonſtraçaõ moſtrar ao Duque o ſeu

deſagrado : pelo que mandou ao Doutor Gaſpar de


Carvalho , do ſeu Conſelho , e feu Deſembargador

do Paço , que buſcaſſe o Duque , e lhe diſſeſſe lhe or

denava fahiſſe logo da Corte , e foſſe para a Villa de


Setuval. Deu o Miniſtro o recado , que levava por

eſcrito aſſinado por ElRey , e lendo- o ao Duque , elle

lhe pedio huma copia , que Gaſpar de Carvalho lhe


naõ deu . Obedeceo incontinente o Duque, e paſſou

a Setuval , donde mandou hum criado de authorida

de , com hum largo recado por eſcrito , em que ſe


queixava do aggravo, que ſe lhe fizera naquella de
1
monſtraçaõ , no modo , e no tempo ; porque ainda

que o Doutor Gaſpar de Carvalho foſſe do Conſelho


de Sua Alteza , e ſeu Deſembargador do Paço , com

tudo nað podia deixar de ſentir , que foſſe o executor

da ordeni hum Deſembargador , por ſer coſtume nef

te Reyno , ſerem differentemente tratadas as peſſoas

da ſua cathegoria , e caracter , ainda nas couſas de


differente materia , da que ſe tratava , o que Sua Al
teza já com elle meſmo havia praticado ; porque quan

do ſucc :deo o caſo da filha do Conde de Marialva ,

e ſeu filho o Duque de Aveiro , nas dilatadas diſpu


Tom . XI. Dü tas ,

1
28 Hiſtoria Genealogica

tas , que entað ſe trataraó ſobre o ſeu caſamento ,

ordenara Sua Alteza , que elle fahiſle da Corte , e

lho mandara participar por Antonio Carneiro feu Se

cretario , ſem que lhe limitalle parte , nem diſtancia ;

e dando diverſos deſcargos ſobre o caſo , que ſe tra

tava , com tanta reverencia , e reſpeito , que acaba

va pedindolhe perda ) a ElRey , ajuntando a eſte pa


Prova num . 6. pel huma Carta feita em Setuval a 12 de Outubro de

1548 ; e mandou outra à Rainha , em que lhe pedia

foſſe ſua valedora com ElRey , narrando o motivo

da ſua raza ) , e a pouca , que tinhaõ ſeus filhos , a


quen Sua Alteza favorecia : foy feita no meſmo dia .
Prova num.7 .
EIR ey nrandou reſponder por eſcrito com grande be
nignidade , dizendo , que ſempre tratara de o conſer

var no ſeu reſpeito ; e que a queixa de ſer aquelle re

cado por Gaſpar de Carvalho , a quem chamava Del

embargador , que era do ſeu Paço , e petições , do ſeu

Conſelho , de quem muito confiava em couſas grandes,

e de ſeu ſerviço, e importancia , pela qualidade dos ne


gocios ; reſpondendo ao mais , concluía , que o nego

cio nao teria effeito ; porque nelle nað havia de con


ſentir: foy feita em Lisboa a 9 deNovembro de 1548 .

D. Antonio de Lima , que viveo por eſte tempo , 110

ſeu Nobiliario , affirma, que o Duque caſara com eſta

Senhora , e que forað muitas as demonſtrações del


Rey , e da Rainha , por haverem caſado contra a ſua

vontade ; porque era Dona Maria Manoel Dama da

Rainlia , de quem nao teve licença , e tambem por

ſe queixar vivamente o Duque de Aveiro , e ſeus ir


mãos ,
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 29

mãos, a quem os Reys quizerað favorecer antes , que

a D. Maria ; e havendo o Nuncio diſpenſado , lhe to


mara) a diſpenſa deſabridamente , e o meſmo fizerað

em Roma, impedindo eſte negocio , e outras mais


couſas , que nao importað ao caſo. Com tudo o Du

que nunca ſe deſperſuadio deſta pretençað , ſeguindo


conſtante a paixao ; e he certo , que o Duque nað

caſou com D. Maria Manoel , ſem embargo de que

D. Antonio de Lima o affirma , e o Chroniſta Fran


ciſco de Andrade o dá tambem a entender ; porque

temos huma prova evidente do meſmo Duque em


huma verba do Teſtamento , que fez na doença , de

que faleceo, em que diz : Deixo a D. Maria Ma

noel pella obrigaçað, que lhe tenho em lhe prometer de

cazar com ella je o ſancto Padre diſpenſar , mil cru


zados, da terça do dote , que minha filha Dona Ele .

na me hân de dar , e aſſi lhe deixo hum Alvarâ do

Duque , meu filho , em que mepromette a valia de

cem mil reis de renda para minhas obrigaçoens em vis

da de huma peſſoa aſi, e da maneira , que no dito Al


varâ contem , que quero , que haja naô cazando ella ,

e cazando ſe deſtribua em obras pias , como aſſima di.

go. Eſta aſſeveraçao do Duque tira toda a duvida ,

em que nos punhaõ os referidos Authores ; porque

mao houve mais , que promeſſa , e que para eſta fe


verificar, neceſſitava de diſpenſa do Papa , como re

fere o Duque , que he o que eſperava , para o poder


effeituar , moſtrando qual era a ſua inclinaçaõ nos le

gados, que lhe deixou , que tambem nað tiverað ef


feito
30 i
Hiſtoria Genealogica

feito conforme à ſua vontade ; porque Dona Maria


Salazar , Caſa de Syt Manoel caſou com Manoel de Souſa da Sylva , Apo

ra, com 2. div.1 2.cap. ſentador môr delRey D. Sebaſtiao , Commendador


8. pag. 767.
de Villarfrey , e Alfayates , que liavia ſido caſado
com D. Franciſca de Vilhena ſua ſobrinha , filha de
ſua irmãa D. Iſabel de Caſtro , e ambas filhas de D.

Fernando de Lima , Senhor de Caſtro - Dairo , Com

mendador de Garfe , e Capitao de Ormuz , e de D.


Franciſca de Vilhena ſua mulher , como acima diſſe

mos ; e ſendo tað apertado o parenteſco , querendo

facilitar a diſpenſa , conforme ao que diz D. Antonio

de Lima , o meſmo Manoel de Souſa paſſou a Ro

ma a ſolicitalla , e havendo - a conſeguido , voltou ao


Reyno a tempo , que D. Maria Manoel havia fale

cido , rompendo a morte eſte tratado , que o Duque

no ſeu Teſtamento acautelado prevenio .

Achava -ſe o Duque na Villa de Setuval neſte

tempo ,
‫ ܕ‬quando adoeceo gravemente , e conhecendo

como Chriſta ) a incerteza da vida , e que poderia ſer

aquella a ultima enfermidade , e o termo da ſua vida ,


ordenou o ſeu Teſtamento con muita piedade , e tan

ta advertencia , como ſe vê na referida verba ; nelle


Prova num. 8 .
nonieou por Teſtamenteiros a D. Affonſo de Lencal

tre , Comniendador môr de Santiago , ſeu filho , ao

Prior môr do Convento de Palmella , e a Jorge Pe


reira , Védor da ſua fazenda , o qual mandou eſcre

yer por o Doutor Chriſtovao Pinto : foy feito na di

ta Villa a 20 de Julho de 1550. Delle conſta , que

ſe mandou enterrar no Convento de Palmella ; por


que
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 31

que em huma verba diz : Eu elegi- minha ſepul

tura no Combento de Santiago na Villa de Palmel

la, honde mando fazer huma Capella da Invocaçað

da Annunciaçao , a qual he annexa à Igreja do lu


gar de Lamas com ſua annexa Santa Maria de Ca
vellos : por tanto mando a meus Teſtamenteiros , que

me mandem fazer hum arco de pedraria na Capella

môr dodito Convento de Santiago , e à cuſta , e ren

dimento das ditas Igrejas a elle annexas com ſua

abobeda, e paredes de dentro tudo de pedraria , e ſeu

altar à parte do Evangelho , na qual ſe gaſtarâ athe

duzentos mil reis , e a ſepultura me mandarað


fazer

raza no chao dentro no dito arco . Aqui faz mençao

das Igrejas , que acima diſſenos , de que nað la no


ticia no dito Convento , neni menos ſe vê nelle a me

moria , que elle ordena ſe puzeſſe em huma pedra


dentro no arco do cruzeiro , e o arco do jazigo , que

havia de dizer : Aqui jaz Dom Jorge , filho de El


Rey Dom Joað o 11. de Portugal , o qual foi Mef

tre de Santiago , e Aviz , Duque de Coimbra , e je


1
finou a tantos dias de tal mês , e de tal anno , o qual
.
deixou a eſte Moſteiro a Igreja de Lamas , e ſua an

nexa, com obrigaçao de huma miſa quotidiana , Je

gundo eſta declarudo na eſcritura do Convento , que


fez com eſte Moſteiro. Nao podemos averiguar o

motivo, porque ſe nað fatisfez , o que o Duque Mef


tre ordenou 110 feu Teſtamento , pois nelle anteven
do
' , que nað poderia eſtar acabada a Capella. , man

dou , que por entao o puzeſlem na Capella môr do


dito

7
32 Hiſtoria Genealogica

dito Convento , à parte direita , em huma Tumba co

berta de veludo preto , com huma Cruz branca , em


que ſe gaſtaſſe até ſeſſenta mil reis , como diz no ſeu

Teſtamento . Faleceo o Duque a 22 de Julho de


1550 , o que conſta de hum livro , que eſtá no dito

Cartorio , formado de memorias antigas no anno de

1648 por ordem do Prior môr D. Diogo Lobo , on

de a pag . 3 diz : Faleceo o Duque Dom Jorge , filho


del Rey Dom Joað II . Meſtre de Sam Tiago, a 22

de Julho de 1550 ; eſtá ſepultado na Capella môr del

te Convento no cham ao lado do Evangelho. Neſte


lugar jaz o Duque tað deſconhecido naquelle Con
vento , que apenas ſe ſabe por tradiçaõ onde eſtá

ſepultado ; porque tendo naquelle lugar liunia pe


quena pedra , que o declarava , quando ſe fez a obra

do xadres , haverá ſetenta annos , lha tirara ) com in


advertencia indiſculpavel, quando devia ) conſervar

com reſpeito a memoria , que declarava o lugar , em

que eſtava ) as cinzas de hum Principe , e de hum tal


Meſtre da Ordem , que foy hum dos mais inſignes

bemfeitores della , perpetuando aos vindouros com


huma inſcripçaõ o ſeu agradecimento. 530
Foy o Du
que ornado de excellentes virtudes , magnanimo , ge

neroſo , pio , erudito , e beni inſtruido na lingua La


tina , em que teve por Meſtre o inſigne Cataldo Si

culo , que lhe aſſiſtio deſde os ſeus primeiros anos


como ſe vê da Carta , que llie eſcreveo na occaſiao

da morte delRey ſeu pay , que anda con outras tam

bem para o Senhor D. Jorge, nas Epiſtolas deſte ex


cellente
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 33

cellente Author , que ſe imprimiraõ em o anno de

1500 , e principia : Vilius argentum eſt auro : virtuti.

bus aurum , ait Venuſius tuus; ego vero dico ; virtus

tua ſapientiæ admixta eft omni argento : omni auro :

omni gemma preciofior. Hec mea unque de ingenii tui

perfunditate fefelit opinio ; e com o elogio de Varað 1


taŭ inſigne damos fim ao deſte Principe.

Caſou a 31 de Mayo do anno de 1500 , como affir


Goes, Chronica delRey
ma o Chroniſta Damiaõ de Goes, com a Duqueza Dom Manoel , part.3.

D. Brites de Vilhena , filha do Senhor Dom Alvaro , cap. 45. pag. 2 iz .

( irmaõ de D. Fernando II. do nome, Duque de Bra

gança) e de ſua muller D. Filippa de Mello , Con

della de Olivença , como deixamos eſcrito no Livro


IX.Capulo I. pag. 43. do Tomo X. Nað ſabemos

quando a Duqueza de Coimbra faleceo ; porém dos

documentos , que acima apontamos , já no anno de


1531 ſe achava o Duque viuvo , e delles conſta , que

a Duqueza jaz em o Moſteiro de S. Joao de Setuval .

Deſta excelſa uniaõ naſcerað os filhos ſeguintes:

14 Dom Joao de LENCASTRE , I. Duque de

Aveiro, que occupará o Capitulo II .

14 D. AFFONSO DE LENCASTRE , Commenda

dor niôr da Ordem de Santiago , Capitulo IV .


14 D. Luiz de LENCASTRE , Commendador
1
môr da Ordem de Aviz , como diremos no Capitu
1
lo XIV .

14 D. JAYME DE LENCASTRE , que foy o quar


1
to Varaõ na ordem do naſcimento , ſeguio a vida

Eccleſiaſtica , em que teve diverſos Beneficios ; por


Lom . XI E
que

1
A
34 Hiſtoria Genealogica

que no anno de 1538 era Prior de S. Pedro de Tor

res- Novas , e das quatro Fregueſias daquella Villa ,


como conſta de hum contrato , em que o Prior com

os Beneficiados da dita Igreja derað huma Ermida , e

caſas contiguas ao Provedor , e Irmandade da Miſe

ricordia , o qual contrato foy feito no primeiro deJu


lho de 1538 ; e eſta Ermida he a Caſa da Miſericor

dia daquella Villa , cujo contrato ſe conſerva no Ar


Memorias do Cartorio
da Sé de Lisboa , & c. chivo , que foy da Sé de Lisboa , hoje Baſilica de

Santa Maria , donde o vimos , nas Memorias , que

mandou à Academia Real . No anno de 1545 foy

eleito Biſpo de Ceuta , em que ſuccedeo a Dom Fr.

Diogo da Sylva , Religioſo da Ordem Serafica , el .

Inquiſidor Geral deſtes Reynos. Sað muy curtas as

noticias , que achanios deſte Prelado ; mas em hu

na memoria vimos , que fora Varao degrande vir


tude , com que fez ainda mayor a ſua peſſoa. A
Nobiliario de Goes.
Rainha D. Catharina o fez ſeu Capellao môr. Jaz

no Moſteiro do Carmo de Lisboa na Capella môr.


14 D.HELENA DE LENCASTRE , que foy Com

mendadeira do Moſteiro de Santos , da Ordem Mili

tar de Santiago , lugar , em que ſuccedeo a ſua avó

D. Anna de Mendoça , o qual governou até depois

do anno de 1578 ,e mais , ſem embargo do que diz


Willor.Tripartita,trat.
3. $. 18 o Author da Hiſtoria Tripartita , tendo entrado a
govemar pelos annos de 1550. Foy huma das Prin

cezas , que ſe propuzera ) , para haverem de caſar


com o Infante D. Luiz .

14 D. MARIA DE LENCASTRE , Religioſa no


Moſtei
ray
1
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 35

Moſteiro de S. Joaõ de Setuval, onde ſe chamou So- Hiftoria de S. Domin

ror Maria Magdalena , e vivendo na Religia ) em cos, parto zoliv.2,cap.

1 grande deſprezo do Mundo , humildade , e oraçað ,


acabou fantamente.

14 D. FILIPPA DE LENCASTRE , Religioſa em

o referido Moſteiro , de que foy Prioreſfa .

14. D. ISABEL DE LENCASTRE , tambem Re.

1 ligioſa no dito Moſteiro , onde todas eſtas Senhoras

entrarað juntas no dia de S. Joao Bautiſta do anno

de 1529 , em que ſe deu principio à entrada das Fun

dadoras, com grande ſatisfaçaõ do Meſtre, e da Du


1
queza. O Padre Fr. Luiz de Souſa , inſigne Chro

niſta da Religiaõ de S. Domingos , com a ſua elegan

cia refere huma pratica , que a Duqueza de Coim


bra ſua mãy fez a ſuas filhas neſta occaſiao , com

tanto eſpirito , e piedade chriſtãa , que enchia de de

voçaõ às Noviças, e de eſpanto às Fundadoras, e até

aos Pregadores , que alli aſſiſtia ) , confundio , e en

terneceo. Porém eſta Senliora paſſou para o Mof

teiro de Santos depois , para que obteve dous Bre

ves, hum do Papa Julio III. e outro de Gregorio X.


ſeria por falta de ſaude , e nao poder com o rigor,

que naquella Caſa entao ſe praticava .

Teve o Meſtre fóra do matrimonio os filhos fe


guintes:

14 DOM JORGE DE LENCASTRE , eſtudou em

Coimbra Canones , em que foy Bacharel : foy Cle

rigo de bom procedimento. A Univerſidade de Co

imbra o quiz eleger Reytor, e ſendo votado no pri


Tom . XI. Eii meiro
a
36 Hiſtoria Genealogic

meiro eſcrutinio , nað teve effeito. Foy Prior môr

da Ordem de Aviz pelos annos de 1547. Delle faz


memoria o Duque feu pay no ſeu Teſtamento. De

via de viver largo tempo ; porque achamos , que no

anno de 1617 fez o officio de Capella ) môr , quan

do El Rey Filippe III . veyo a eſte Reyno . T'eve

as Conimendas de Villa - Viçoſa , e Ervedal. Jaz em


Aviz .

14 D. JORGE de LENCASTRE , que foy Reli

gioſo da Orden de S. Jeronymo no Moſteiro de Nof

la Senhora de Guadalupe , como refere o Duque ſeu


pay no ſeu Teſtamento.

14 D. JORGE DE LENCASTRE , ficou de tenra

idade , quando o Duque ſeu pay faleceo : foy Frade

Eremita na Religiao de Santo Agoſtinho , onde ſe


chamou Fr. Antonio de Santa Maria , e foy Provin

cial , e depois Biſpo de Leiria , em que já reſidia


no anno de 1616. Foy dotado de muita caridade .

-Achou - ſe no anno de 1623 em Lisboa na entrada del

Rey D. Filippe III . neſte Reyno , e no meſmo anno


faleceo em Leiria a 16 de Mayo ; e jaz no Convento ,

que a ſua Ordem tem naquella Cidade , na Capella


môr , para onde foy trasladado , junto do Altar de S.

Nicolao , onde tinha o ſeguinte Epitafio :

Hic requieſcit Corpus Illuftriffimi Do

mini Antonij à Sankta Maria alias Len

cafiro ex Patre Georgio Joannis II .

Regis
1 da Caſa Real Portug. Liv. XI. 37

Regis Lufitania Nepotis. Eremitæ

1
. Digniffimi Epiſcopi Leirien
August

fas , Amabili, ad omnes benignitate in

fignis obiit die 16 Maij Anno ſalu

tis 1623 .

Todos eſtes filhos tiverað o meſmo nome de

feu pay , os quaes declarou no feu Teſtamento , e a

filha ſeguinte :
14 D. JOANNA DE LENCASTRE , que ſendo re
colhida no Moſteiro das Commendadeiras de Santos ,

nelle morreo moça ſem eſtado .

A Du
10 .

|
39

1 FIRey D. Pedro I. de Portugal, *


ElRey D. Joao I. de em 18 de Janeiro de 1 367.
Portugal, * a 14 de
Thereſa Lourenço.
O Senhor D. AfoSO ) Agoſto de 143 3 :
D.lgnez Pires, Com
fonfo , Duque de mendadeira de San S Pedro Elteves.
Bragança , &c. * tOS.
cm Dezembro de Maria Anncse

D. Fernando I. 1461 .
que de Bragan / D. Brites Pereira, co Condeltavel Dom SD. AlvaroPereira, Prior do Hoſpi
do nome , Du.
Condella de Ou- Nuno Alvares Perei.
ca , & c. * a 23 Iria Gonçalves do Carvalhal.
de Março de rem . ra , ốc * em :

1498. D. Leonor de Albin ,S Joao Pires de Alvim .

H. D. Branca Pires Coelho .


O Senhor D.
Alvaro , a D. Alvaro Pires de Caſtro , Conde
4 de Março de Arrayolos , * em 1383,
D. Pedro de Caſtro S A Condella Dona Maria Ponce de
de 1504
Senhor do Cadaval.24 Leon .
D. Joao de Caſtro ,S!
D. Leonor Telles de D.Joaó Affonſo Telles de Menes
A Duqueza D. Senhor do Cada zes , Conde de Ourem , e Barcel .
Joanna de Caro val , & c. * em Menezes . lose
tro , * a 14 de 1428. D. Guiomar de Villa Lobos.
E
Fevereir. 1479 .

Va de Pombeiro.
D. Leonor da Cun
Cunha, 1. Conde de D. Brites Soares de Albergaria.
nha Giaó. Valença.
Dona Thereſa Telles Dom Affonſo Telles Girao , Rico
Cagae Giraó . Homem , Senhor de S. Romaó.
D. Bri
D. Thereſa Rodrigues de Alarcao.
de Via
Da, mu Martim Affonſo de Vaſco Martins de Mello ,, Senhor
Ido Sco
da Caſtanheira , e Povos.
lor Dom
Mello , Guarda mór
TEC, Da. D. Maria Affonſo de Brito .
Martim Affonſo 3 delRey , Senhor de
de de Com , de
abra de Mello , Sen.de
Benaven
Ferreira de Aves , te,
Guarda môr dela
D. Joanna de Menezes.
D. Rodrigo Af - Rey D. Duarte .
Valco Fernandes Coutinho, Senhor
fonſo de Mello , Ruy Vaz Coutinho ,S do Couto de Leomil , & c.
I. Conde de Oli Dona Margarida Meirinho môr do Dona Brites Gonçalves de Moura ,
vença , Guarda de Vilhena, H. Reyno . 2 Aya da Rainha De Filippa.
môr da pelloa D.
BB ranca de
Branca de Vilhe
V i l he. S Dom
c e no Henrique Manoel , Conde de
delRey , i. Can na , Cea ,, e
e Cintra.
Cintra
D.Filippa de
Mello, Con. pitao de Tange
re , * em 25 de D. Brites de Souſa .
deſſa de Olin
Novembro de conçalo Gomes da Sylva , Senhor
vença, * cm
1516. 1484. Joao Gomes da Syl- ) de Vagos , Rico -Homem , Embai .
va , Senhor de Va xador em Roma , & c. * 1386 .
gos , & c. * a 26 dec D. Leonor Gonçalves Coutinho.
A Condella D. Ayres Gomes da Março de 1444
Iſabel de Menes Sylva , Senhor de Egas Coelho , Senhor de Montal.
D. Margarida Coc
s 22 vo , Meltre Salla delRey.
żes, * a 12 de Vago , &c. Rege Tho.
Agolto 1482. dor , vivia no an D..Mayor Affonſo Pacheco .
no de 1449 .
D. Gonçallo Tellesde Menezes , 1.
Senhor de Cantanhede , Conde de
D. Martinho de Me.
D. Brites de Me. nezes , 11. Conde deNeivMa a, eFarAlia.,buquer
D. ria de que.
nezts. Cantanhede .
D. Thereſa Valques ( Vaſco Fernandes Coutinho
Coutinho. nhor do Couto de Leomil , &, c,Se

D. Brites Gonçalves de Moura,

Tom . XI . CAPI
da Caſa Real Portug
. Liv. XI.
41

CAPI
TULO II.

DeD.foaõ de Lencaſtre
1. Duque de Aveiro ,

Marque Novas
é z de Torres .

14
O eſclarecido thalamo dos Duques de Co
D imbra , como

dente , foy o primeiro , fruto D. Joao de Lencaſtr ,


e
nome , que ſe lhe deu em memoria de ſeu Auguſt
o
avò ElRey D. Joao II. e o appellido por querer re

novar a daquella eſclarecid Heroîna a Rainha Dona


a
Filippa de Lencaſtre , de quem D. Joað era duas ve
conſer
zes quarto neto , para aſſim varem na grande
Caſa, que eſtabelecerað , huma diſtincta Familia , em

que ſe dilataſſe a gloria dos ſucceſſores nos Reaes af


cendent
es, de que ſe deduzia ; parecendo , que tan

bem ſe lembrara o Senhor D. Jorge do exemplo , que


lhe deixou ſeu biſavô o Infante D. Pedro , quando

em veneraçaõ da Rainha fua máy , deu a ſua filha D.


Filippa de Lencaſtre o nome , e o appellido , como
diſſe
mos no Capitu Liv
ro III.pag . 8o do To
lo II . do

mo II. Naſceo eſte grande Senhor no anno de 1501 ,


ſegu i
ndo nferimo de huna Carta ſuapar Rai
s a a nha
Catha ſ p a
D. r ina , o bre r t icul feus , da qual ain
ares

da nos h a v enios de valer . P a ſſou no anno de 1513 a

primeira vez à Corte com o Duque Meſtre ſe pay ,


u
apreſen Manoe
que tando-o a ElRey Dom l, o levou Goes, Chronica delRey
Dom Manoel , fart, 3 .
cap . 45
com
42 Hiſtoria Genealogica

comſigo a Cintra , quando contava fómente doze ani

nos ; e logo começou a ſervir a El Rey D. Joað III.

entað Principe , conio elle diz no referido papel .

EIRey D. Manoel creou a D. Joað de Lencaf


tre Marquez de Torres Novas , eſtando na Cidade de
Evora , de
que ſe lhe paſſou Carta a 27 de Março de
1520 ; e a 29 de Mayo do meſmo anno lhe deu de al

ſentamento quatrocentos mil reis , em attençaõ a fer

Livro 6. dos Myfticos, filho do Senhor D. Jorge, as quaes Cartas eſtað no


pag 51 , 53 Archivo da Torre do Tombo. Porém parece , que

antes de ſe paſſarem as Cartas , já lograva da Gran


deza de Marquez de Torres -Novas ; porque no anno

de 1518 quando ElRey D. Manoel caſou com a Rai

nha D. Leonor ſua terceira eſpoſa , na occaſia ) , en

que chamou a Corte para lhe participar eſta noticia ,


Goes , Chronic. del Rey diz o Chroniſta Damiao de Goes , que o Marquez de
Dom Manoel , part. 4 Torres Novas lhe beijara a mað , ſendo hum dos Se
cap :34.
nhores , que eſtiverað preſentes neſta occaſia ) . De

Dita Chronicæ cap. 83. pois no anno de 1521 ſe achou tambem na occaſiao

da morte do meſmo Rey.

No Capitulo IX . do Livro IV . a pag. 406 do


Tomo II . diſſemos como ElRey D. Manoel, antes
da ſua morte , deixara tratado o caſamento de ſeu fi

lho o Infante D. Fernando com D. Guiomar Couti

nho , herdeira dos Condados de Marialva , e Loulé ,


eſtando eſte tratado publico na Corte , eſperando , que

o Infante cumpriſſe a idade competente para o thala

lamo ; e ſendo recomendado por ElRey a ſeu fillio

ElRey Dom Joað III. o Marquez de Torres Novas,


fem
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 43

ſem embargo do que paſſava , depois da morte del

Rey, ſe oppoz ſem rebuço pedindo a Condeſſa D.


Guiomar Coutinho ; e publicando , que muito tempo
antes de ſe tratar o caſamento do Infante com a Con
clandeſtinamen
della D. Guiomar , eſtava ella te rece

bida com o Marquez : pelo que ſe via preciſado a pôr

eſte negocio no Juizo contencioſo , onde foſſe fen


tenciado. Sentio o Conde de Marialva duramente

a acçao, que intentou o Marquez , e queixou - le vi


vamente a ElRey , que mandando ver eſte negocio

maduramente pelos mais graves , e authoriſados Mi

niſtros do Reyno , reſultou mandarſe prender ao Mar

quez no Caſtello de Lisboa , e ao Duque ſeu pay ,

que fahiſle da Corte ; porém o Marquez nað deſiſtio


da ſua idea , antes querendo moſtrar a juſtiça , que
ordinariamente
tinha , demandou ao Conde de Ma
rialv
a ,
o que nað chegou a ſentenciarſe ; porque a
demanda tocava ao Juizo Eccleſiaſtico , onde durou

nove annos , até que no de 1529 mandou ElReyſe


fizeſſem
nov as preguntas a D. Guiomar por Theolo
gos, e Canoniſtas, e pondo -a na ſua liberdade , a in
terrogarað ſe era caſada com o Marquez , o que ella
conſtantemen inſtrucçao d pr
te negou ; e como da o o
juridicame
cello ſe nað provava nteo contrario ,foy
fentenciada a cauſa contra o Marquez de Torres-No

vas , e ella caſou com o Infante , como deixamos ef


larga 4
crito a pag. 412 do Tomo III. e refere muy
mente o Chroniſta Franciſco de Andrade .

Chronica del Rey Dom


Era o Marquez de Torres-Novas ornado de Joab 111.div. 1. cap.
T om . XI.
12 .
F mui
44 Hiſtoria Genealogica

muitas virtudes , de valor , bom entendimento , vive

za > e promptidað nas repoſtas , e com niuita applica

çað ás bellas letras ; de ſorte , que na ſua grande pef


foa brilhava ) com applauſo tað excellentes partes , e

por iſſo foy mais notado no caſo preſente , em que

parece nað entrou com toda aquella conſideraçað ,

que pedia hum negocio tað grave, para ſe nað dei


xar perſuadir de conductores falſos , e atrevidos, co
mo moſtrou o ſucceſſo , que he ſó a culpa , que o

Marquez neſte negoceado parece teve ; o que bem

ſe vê na Carta , que deixamos acima allegada , eſcri


ta muitos annos depois , em que diz : Fui prezo ,
e
deſpoes degradado da Corte por culpas , que ſe offere.

cerað , o que eu nao confeço , nem Deos tal queira ,


erað alheas , e nao minhas , nem de Sua Alteza por

noſſa idade , e diſto porque naā pareça , que allego com

teſtemunhas mortas , ainda poderey moſtrar papeis ,


ou papel , em que moſtraria minha innocencia contra

quem me culpaſje. De que ſe vê padeceo engano neſ

te negoceado ſem culpa do Marquez , que foy fem

pre de muy elevados penſanıentos , dignos da repre

ſentaçaõ de hum tað grande Senhor , como elle foy;


de forte , que eſta foy a ſua nayor idéa , de que a

grandeza da ſua Caſa nað foſſe aſſombrada da de

Bragança , de que ſempre viveo com emulaçao , tra

balhando por conſeguir nellas hum equilibrio , o que

era quaſi inipoſſivel. Eſte foy hum dos motivos , por


fe apartou da Corte , e paſſou a viver na Villa de
que
Setuval , donde voltou a ſeguir a Corte , quando El
Rey
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 45

Rey D. Joað III . o creou Duque . Nao ſabemos o

anno deſta merce , de que entao ſe lhe nað paſſou

Carta ; porque ElRey o fez em vida do Duque Mef


tre ſeu pay , por hum Alvará , que ſe compriria em

certo tempo , e paſſado eſte por huma Carta miſliva


a ſeu
pay , o declarou Duque de Aveiro . Muitos an
nos depois lha paſſou Rey D. Sebaſtia ) , dandolhe
El
o Ducado de Aveiro a elle , e a todos os ſeus herdei Prov nu
a m . 9.
ros , e deſcendentes , que ſuccederem na Caſa , e ter
prerogativ
ras da Coroa , com a a , de que ſe pudeſſe
chamar o ſu cceſſor logo D uque , tanto que
ſolemnid falec
o ultimo poſſuidor , ſem outra mais tanto queade eſe
, nem
ceremonia : foy paſſada em Lisboa a 30 de Agoſto
de 1557

No anno de 1535 parece , que já era Duque de


Aveiro ; porque com eſte titulo o nomea ) os Chro
nitas Damiaõ de Goes , e Franciſco de Andrade , Goes ; Chronica del
quando o Infante D. Luiz ſe auſentou da Corte com
Rey D. Manoel , part,
a reſoluçaõ de paſſar à Africa na expediçaõ
cunhado o Emperador Carlos V. tinha preparado, e An
, que ſeu drade, Chronie,dil,

para o que pedio a El Rey D. Joað o auxiliaſſe. Ten part.z.cap. 15. pag.21 .
do pois noticia o Duque de Aveiro , de

te D. Luiz fahira incognito da Corte paqu rae Bao rc


Inelfa
lon
na, co mo er a do ta do de va lo r , de ſe ja nd o de ix ar da
ſua peſſoa diſtinct memo v occa
a ria , ſe aleo da ſiao ,
que: ſe lle offerecia : aflim ſahio de Setuv p pol
al ela

ta ai Evora , onde a Corte reſidia , e pedio com gran


nſtanc l
de ia icença a ElRey para ſegu Infa
ir ao nte ,

a qual por muitas razoens, que teve , Ila nað conce


Tom . XI.

F ii deo :
ica
or ia
ealog
Hist Gen
46

deo : aſſim o referem os mencionados Claroniſtas , a

quem nós nað intentamos contrariar ; porém o meſ


no Duque na Carta , que eſcreveo à Rainha D. Ca

tharina , lhe allega por ſerviço a jornada , que fizera

a Barcelona por ordem delRey , dizendo eſtas pala


vras : Em quanto anduva neſte requerimento we man

dou Sua Alteza a Barcellona com o Infante D. Luiz,


que Deos tem ; e depois mais adiante torna a fallar na

meſma jornada , dizendo : No memo feu ſerviſſo (fal

la delRey D. Joað III . ) e ſeguindoJua Corte , e in

do onde me mandou , e Jervindo niſo o melhor , que en

tendi , e o Infante, que Deos tem , e todos os que com


elle forao , creo ', que o poderað bem teſen:unlar , mas

o Infante melhor por algumas couzas de maes ſegre


do ,
, que paſara ) antre nós , e quanto maes pejado eu

jeria dos cavallos da poſta , do que fui a elle , e a feu

Jerviſo , e taobem o Jabia ElRey mieu Senhor , que


Deos tem . De que ſe colhe , que o Duque foy a Bar

celona com o Infante por ordem delRey: nað fabe


mos o que tratarað ; .mas que foy na ſua companhia ,

pela poſta a Barcelona , nað padece duvida ; porque


nenhuma peſſoa o podia ſaber melhor , que o Duque ,

que relata por ſerviço , que tiriha feito à Coroa ef

ta jornada , e o bem , que nella ſervira a ElRey , e

ao Infante , allegando por teſtemunhas todos os que


forað com elle . Devemos entender , cono ne per

ſuado , que o Infante tornou depois a Barcelona a

verſe como Emperador ſeu cunlado , quando eſlava

de partida para Italia , e que o Duque o acompanhou ,


conio
i

1
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 47

como refere Dom Luiz Lobo , dizendo : E quando D.LuizLobo , Nobil.

mandou o Infante D. Luiz feu Irmað verſe com

cunhado o Emperador em Barcelona eſtando de c ſae


miu- pa
ciha I. Casa Realm.f.
rt.da

nho para Italia o Duque o a c o mpanhou , com mui hon


ac ompanhamen
rado to de criados ſeus, que levou pella
poſta como tambem hia o Infante, a quem da ſua com

panhia deu tanta ſatisfaçaõ como deu ao Emperador ,


deſcriçao , e prudencia , que
ea toda fua Corte pella

nelle havia , e tornado ao Reyno foy ſempre bem viſ

to , e tratado del Rey. He certo , que D. Luiz Lobo


ſoube muito bem a noſſa Hiſtoria , e nað fez mençað

da licença , que ElRey lhe negou!, para ſe unir ao In


B
fante quando fahira da Corte , e fora a arcelona, pa

ra ſe achar na empreza de Goleta , pois o Duque pre


ciſamente o havia de ſeguir , e acharſe naquella fac

çað, que he o que pretendeo , quando pedio a licen


Chroniſtas,
ça para o acompanhar , como referem os
que paſſarað en ſilencio eſta ſegunda jornada a Bar
celona; nem o Conde de Vimioſo na Vida , que ef- Conde de Vimioſo ,

creveo com tanta elegancia , como exacçaõ , teve Vida do Infante Dom
noticia della : pelo que nos perfuadimos fer diſtincta
Luiz
huma jornada da outra , ainda que ignoremos o mo
tivo ,
que EIR ey teve para mandar o Infante a ver
fe
coamco Emperador ordenando ao Duque de Avei
ompanh ;
ro o aſſe ,
como elle refere na repreſenta-
çaõ mencionada , que fez à Rainha Dona Catharina
como Regente do Reyno.

Naſceo no anno de 1539 , e foy bautizado no Andrade, Croesira del


Hoſpital Real de Todosos Santos o Infante D. An- Rey D. Jono171. p.s.

3. cap. 69 .
tonio ,

A
ca
ri a
al ogi
58 Hiſto Gene

tonio , filho dos ditos Reys , e levarað as peſfas , o


Duque de Bragança , o Salleiro ; o Duque de Avei
ro , o Cirio ; e o Marquez de Villa -Real, a Offerta.

Neſte meſmo anno faleceo em Toledo a Emperatriz

1) . Iſabel , irmãa delRey D. Joað III . o que cauſou

grande ſentimento na nolla Corte , e na de Caſtella ,


aonde El Rey mandou viſitar ao Emperador Carlos
V. ſeu cunhado pelo Duque de Aveiro ; querendo

na eſcolha de peſſoa tað grande moſtrar ao Empera


dor a ſua amiſade , e o quanto fazia publico o ſenti
niento 7 com que o acompanhava
naquella fatal oc
caſia) . Sahio o Duque de Evora a 14 de Mayo do

referido anno pela poſta , ſomente acompanhado de


vinte cavallos , em que hiaõ criados ſeus ; foy a To

ledo , onde entao eſtava o Emperador , e fendolhe

inſinuado por ElRey ſe apoſentaſſe em caſa de Dom


Franciſco Lobo , Alcaide môr de Campo -Mayor , e

ſeu Embaixador naquella Corte , o Duque o nað po


de fazer ; porque o Arcebiſpo de Toledo o convidou

para ſua caſa com taes expreſſoens, e inſtancias , que


offenderia a civilidade , ſenað aceitaſſe o ſer ſeu hof

pede. Teve o Duque logo audiencia do Emperador ,


e feita a viſita da parte delRey feu amo , com toda

aquella ceremonia devida à Mageſtade , a fez tam


bem ao Principe D. Filippe feu ſobrinho , e às Infan

tas D. Maria , e D. Joanna fuas ſobrinhas ; e cumprin

do prudentemente , com o que lhe ordenara , ſe reco

leo ao Reyno , onde ElRey lhe agradeceo o bem ,

que o havia ſervido. Nao podemos deixar de reparar


em
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 49

em o Chroniſta Franciſco de Andrade depois de no- Dica Chronica , pag.94.

mear o Principe , e Infantas , ſobrinhas delRey , fazer


mençaõ da Infanta D. Maria ; porque naquelle tem

po nað havia mais , que duas Infantas deſte nome : a

Infanta D.Maria , que foy depois Emperatriz , niulher


de Maximiliano II. que ficava incluida nas ſobrinlias ,

e a Infanta D. Maria irmãa do meſmo Rey ; porém

eſta nað eſtava em Caſtella , fena ) em Portugal , tal

vez , que a Infanta D. Maria eſtiveſſe fóra da Corte ,

e ElRey a mandaſſe viſitar de caminho pelo Duque.

Depois deſta miſſao , ſendo ainda vivo o Mef

tre de Santiago ſeu pay , tratou o Duque de Aveiro


de caſar com huma filha do Duque de Bragança D.

Jayme , e reciprocamente o Duque de Barcellos com


ſua immãa Dona Helena de Lencaſtre ; porém ElRey

nað noſtrou ſatisfaçaõ deſta pratica , que logo ſe

rompeo , com grande deſprazer do de Aveiro , dan


do-ſe
por tað ſentido , que nao cuidou mais em vi
da de ſeu pay de haver de tomar eſtado ; de forte ,
que nað fó fe lhe nao conhecia vontade para elle ;

nias antes o contrario , que parecia niais , que indif


ferença , como ſe vê da já allegada Carta , em que

ſe lembra queixoſo de ElRey nað vir naquelle trata

do. Foy o niotivo deſta Carta o haverſe feito Du


que de Barcellos ao filho do Duque de Bragança , pe
lo
que pertendia , que a Rainha fizeſſe o meſmo ao
Marquez de Torres Novas ſeu filho , e neſta Carta
relata toda a ſua vida , e ſerviços , a qual vay lança

da nas Provas por inteiro , para ſatisfaçaõ dos curio- Prova num . 10 .

fos.
so Hiſtoria Genealogica

Torre de Tombo liv. ſos


. Era ElRey muy inclinado ao Duque , a quem

58, delRey Dom Joað ſeu pay , Meſtre da Ordem da Cavallaria de Santia
NI. pag. 141 .
go , havia conferido as Commendas de Aljuſtrel , Ar

ruda, Ferreira , Caſtro -Verde, Barreiro , Santiago de


Caſſem , Sines , Cezimbra , Arrabida , Belmonte , e

Samora Correa ; e ſuppoſto os Commendadores das

referidas Commendas eraõ Alcaides môres dellas , El


Rey lhe fez merce de lhe dar a juriſilicçao de todas
aquellas Villas , de que ficou ſendo Senhor , dando
lhe mais a Villa de Penella , que vagara pelo ultimo

Conde de Penella , em que o Duque entrou , e em

outras terras , que forað vagando , a que chamavað


do Infantado , por terem ſido do Infante D. Pedro , 1
Duque de Coimbra , com o mais que herdara do Du

que Meſtre ſeu pay . Teve o Duque D. Joað huma

grande Caſa , diſtincta em rendas , regalias , e ifen


ções ; de ſorte , que era huma das mais poderoſas do

Reyno , que elle com a ſua prudencia , e talento ,


fazia ſer mais eſtimada.

Era o principio do anno de 1547 quando o Du


que ſe achava em Evora convalecido de huma doen

ça , e muy longe dos cuidados de tomar eſtado, quan

do ElRey o mandou chamar a Almeirim , onde en


tað eltavá a Corte , e lhe propoz para eſpoſa a Dona

Juliana de Lara , filha de D. Pedro de Menezes , III.

Marquez de Villa -Real. O Duque lhe beijou a mao,

agradecendolhe o intereſſarſe tanto na confervaçað


da ſua Caſa , e que na eſcolha nao tinha elle arbitrio ,

ſena ) para eſtimar o quanto ſe obrigava da ſua Real


nemo
da Caſa Real Portug. Liv. XI. SI

memoria ; porque quando ſua Alteza elegera eſpo

ſa para elle , nenhuma lhe podia ſer mais conveni

te, que a que lhe inſinuava. Na preſença delRey ſe

fez o ajuſte do dote , e arrhas , e mais couſas , que de

huma , e outra parte eraõ convenientes , de


que lhe
mandou paſlar hum Alvará , aſſinado da ſua propria Prova num . 11 .
mañ , feito em Almeirim a 29 de Janeiro do referido

anno, que depois ſe incorporou no meſmo Tratado ,


que ſe eſtipulou em a dita Villa no primeiro de Feve
reiro do meſmo anno nas caſas en que aſſiſtia o Du

que , eſtando elle preſente , e D. Nuno Alvares Pe

reira , como Procurador de ſeu irmao D. Miguel de

Menezes , Marquez de Villa -Real , e de ſua mãy a


i
Marqueza D. Brites de Lara , como Tutora de ſeu

filho o Marquez , e Procurador de D. Juliana ſeu tio


D. Franciſco de Noronha. Foy o dote vinte contos

de reis , oito contos pagos logo em padroens de ten

ças , joyas , ouro , prata lavrada , e dinheiro ; doze

contos, que oMarquez havia de pagar em ſeis annos


para cumprimento dos vintes contos , que principia

riaõ em Janeiro do anno ſeguinte de 1548 , e ſeriaõ ſa


1
tisfeitos nas rendas do Marquez da Cidade de Tavira ,

da Villa de Alcoutim , e na Cidade de Leiria , e em a

Villa de Chaõ de Couce ; e que havendo diminuiçao


nas rendas , para a quantia dos dous contos
de cada
hum anno , a ſatisfaria o Marquez de outra parte . O

Duque lhe prometteo de arrhas a terça parte do do


te , ou houveſſe , ou nav filhos ; para o que o Duque

Mefire obrigou os rendimentos das Villas de Monte


Tom . XI . G mör
,
52 a
Hiſtoria Genealogic

môr , e Aveiro , para a ſatisfaçaõ do dote , e arrhas ,

no caſo da reſtituiçaõ ; determinando - ſe com conven


çaõ das partes , que o dito dote ſeria vinculado em

Morgado , conio ſe aſſentara na preſença delRey ;


porém ainda que o dote foſſe vinculado , no caſo de

ſua futura eſpoſa nað ter filhos , poderia teſtar de tres


contos de reis delle , e tendo -os , ſómente de hum
conto. Neſte Morgado ſuccederia ) os ſeus deſcer

dentes , e no caſo de nað ter filhos , paſſaria à Caſa


de Villa -Real ; e ſuccedendo falecer D. Juliana pri

meiro , que o Duque , deixando filhos , e eſtes fal

taſſem , o Duque entraria em ſua vida na poſſe do


Morgado , no qual ſe excluiraõ Clerigos , Frades ,

Freiras , baſtardos , eſpurios , com outras ſubſtituições,

e clauſulas , que ſe podem ver ; e foy feito eſte Con


trato por Pedro Fernandes , Eſcrivao da Camera del
Rey , que por hum Alvará ſeu o conſtituío Notario

para eſta Eſcritura , feita a 30 de Janeiro de 1547 ;

o qual Contrato foy depois confirmado por ElRey ,

com clauſulas eſpeciaes , por huma Carta , en que


foy incorporado com tudo o que ſobre eſte negocea

do ſe tratou , e foy paſſada em Lisboa a 17 de Mar

ço do anno de 1548 .
Celebrarað -ſe as vodas a 22 de Fevereiro do an

no de 1547 na Villa de Almeirim , onde eſtava entað

a Corte : foy grande a pompa , e mayor as demonſ


trações da eſlimaçaõ delRey , que con publicas hon

ras fez mais luzido o acto . Sahiraõ do Paço o In

fante Don Luiz , eo Cardeal Infante , feguidos dos


Arce
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 53

Arcebiſpos de Lisboa , e do Funchal , o Biſpo de S.

, dos Condes de Portalegre , da Caſtanhei


Thomé
ra, e da Vidigueira , D. Affonſo de Portugal, filho

do Conde de Vimioſo , D. Franciſco de Mello , filho

do Marquez de Ferreira , e outros muitos Senhores,

e forað á caſa do Arcebiſpo do Funchal , onde eſta

va o Duque de Aveiro , que poſto a cavallo , os In

fantes lhe derað o lugar entre elles , ficando da parte

direita o Infante Cardeal, e da eſquerda o Infante D.

Luiz : lia o Duque veſtido de pano preto tozado ,


pelote , e capa aberta , gorra de veludo com huma ef
tampa aberta , e colar , montado em hun cavallo ru

ço ricamente ajaezado , e paſſando o arco do terrei

ro , em que eſtá o Paço , encontrarað a ElRey , que 1


4
dando ao Duque a mao eſquerda , foy converſando 1

com elle , e depois ſobindo ao Paço , ElRey toman

do o docel , veyo a Rainha com a nova Duqueza ,

acompanhada das Damas, eo Nuncio , que era o Ar


cebiſpo do Funchal, os recebeo na forma do Cere

monial Romano : depois houve faráo , em que El

Rey dançou coni a Rainha , o Infante D. Luiz com

a Infanta D. Maria , e logo os Duques eſpoſados , e

outros muitos Senhores ‫ ;ܪ‬de forte , que durou até às


nove horas da noite . Recolhidos os Reys , o Du

que voltou para ſua caſa , acompanhado de muitos

Senhores , e Fidalgos, e no dia ſeguinte houve na Ca

pella Pontifical , que fez o Arcebiſpo do Funchal.


Tanto quie
EIR ey chegou à porta da falla , fabio o

Arcebiſpo reveſtido de Pontifical com toda a Capel


Tom . XI. Gü la
54 Hiſtoria Genealogica

la a lançar agua benta aos Reys , e Principe : ElRey

levava da parte eſquerda ao Duque , e a Rainha à

Duqueza ; e depois de feitas diverſas ceremonias , que

entað fe praticavao , antes do Concilio de Trento ,

acabado o aco , o Duque beijou a mað a ElRey ,

Rainha , Principe , e Infantes , e a Duqueza o fez à

Rainha , e todos os mais parentes fizerað o meſnio ;


e recolhendo-ſe , o Duque teve a honra de jantar com

ElRey , e o Infante Dom Luiz , e a Duqueza com a


Rainha. Tanto que ElRey acabou de comer , ſe le

vantou , e foy para o Quarto da Rainha : houve fa

ráo , ſegundo o coſtume do Paço , dançarao as Da


mas . A's quatro horas fahio ElRey a cavallo com os

Infantes , e toda a Corte , e levarað aos Duques a ca


fa de ſeu tio D. Nuno Alvares , que ſe lle tinha pre

parado , aonde ficarað ; e depois de ElRey com eſta

diſtincta expreſſa ) ter honrado as vodas dos Duques ,


que elles lhe agradeceraõ com o mais profundo ref

peito , fe deſpedio , e foy divertirſe ao campo antes P

Prova nuni.12 . de ſe recolher ao Paço , como vimos em huma Carta


eſcrita naquelle tempo .

Clronica delRey Dom Era já o anno de 1552 , em que caſou o Principe

part.4.cap• D. Joað ; encarregou ElRey ao Duque de Aveiro ,


95 111.
30aö

junto com o Biſpo de Coimbra D. Fr. Joað Soares ,

foſſe à Raya de Caſtella a tomar entrega da Princeza

D. Joanna , ſutura eſpoſa do Principe. O Duque de

Aveiro fez eſta funçaõ coni notavel grandeza ; por


que ſe acompanhou de ſeus irmãos Dom Affonſo de
2
Lencaſtre , Commendador môr de Santiago , e Dom
Luiz
da Cafa Real Portug. Liv. XI. 55

Luiz de Lencaſtre , Commendador môr de Aviz ,

Henrique Correa da Sylva , Senhor da Torre da Mur

ta , e outros Fidalgos , Furtados Mendoças , fcus


parentes , que fariaõ o numero de vinte , que todos

com deſpeza , e luzimento nas ſuas peſſoas , criados ,


e librés differentes , fizera ) ainda mais pompoſo aquel

le dia . Hia tambem com elle Ayres Pires Cabral ,

Corregedor da Corte , e Caſa , com os ſeus officiaes,

para as couſas pertencentes à juſtiça. O Duque com


punha a ſua comitiva , entre criados , e Vaſſallos, de

quinhentos homens de cavallo , oitenta Alabardeiros

de fua guarda, dous Arautos com ſuas Cotas de Ar


mas , atabales , trombetas , e charamellas , ao uſo da
1
quelle tempo ; e toda aquella Familia veſtia libré das
.3
cores do Duque , que era roxo , amarello , e bran

co : levava cento é cincoenta azemolas , cubertas

com repoſteiros , guarnecidos das meſmas cores , cuf


toſamente bordados com as fuas Armas. O Bilpo',

e irmãos do Duque eraõ ſeguidos das ſuas comitivas,


com cuſtoſas , e luzidas librés. Chegou o Duque a

Elvas com eſte grande apparato , e tendo noticia ,


que a Princeza era chegada a Badajoz , determinou

logo , de que ſe fizeſſe o acto da entrega. Vinha)

com a meſma commiffa ) para a entrega , ſervindo a

Princeza, D. Diogo Lopes Pacheco , Duque de El

calona , com o Biſpo de Oſma , D. Pedro da Coſta , 5

Capelaŭ môr , que tinha ſido da Emperatriz D. Ila


bel, em cujo ferviço paſſou de Portugal a Heſpanha , 1

e era fobrinho do Cardeal D. Jorge da Coſta , eam


bos
4
ica
oria alog
56 Hiſt Gene

bos acompanhados de Fidalgos , e gente luzida :


acompanhava ) mais à Princeza Luiz Venegas, Apo

ſentador môr , e Lourenço Pires de Tavora , Senhor


do Morgado de Caparica , que era Embaixador del

Rey Dom Joað ao Emperador , e depois o primeiro


Conſelheiro de Eſtado , que houve en Portugal
. Al
fim concorrerað ambas as Coroas a fazerem mais viſ

toſo aquelle aclo , ſobre que ſe nioverað algumas du N

vidas no modo da entrega ; porém o Duque de Avei


ro preſiſtio , em que devia de ſer na meſma fórma ,

que ſe praticara nas entregas antecedentes , o que en

contrava o de Eſcalona. O Duque de Aveiro , que

era dotado de talento , e prudencia , o repreſentou à


nieſma Princeza , inteirando- a da inſtrucça ) , que tra

zia , fundada nos caſos precedentes ; o que reveſtio


com tanta perſuaſa ) , que a Princeza ſe conforniou
com o ſeu parecer , e todos vieraõ a accommodarſe ,

e aſſim ſe executou a entrega. Determinado o dia ,


fahio a Princeza -de Badajoz acompanhada da ſua
1
Corte , e de Elvas , o Duque de Aveiro com o Bilpo
de Coimbra , e toda a mais comitiva , que os ſeguia ;

e chegando ao lugar determinado , que divide Por

tugal de Caſtella, moſtrando reciprocamente cada


que eſtavað
hum dos Duques o ſeu pleno poder , de

reveſtidos para aquelle acto , ſe fizerað os Inſtrunien

tos publicos, de que cada hum tomou , o que lhe to


cava . o Duque de Eſcalona , que tinha de redea a

mulla , em que a Princeza eſtava , a entregou ao Du

que de Aveiro , e apartando -ſe , ſe houve por entregue


da
da Caſa Real Portug. Liv.XI. 57

da Princeza , e montando a cavallo , lhe foy beijar a

maõ , por aſſim lho ter ordenado ElRey ; e compri

das as ceremonias , marcharað para Elvas , onde foy

recebida com notaveis expreſſoens de goſto , que ſe

continuarað por todas as terras, até que chegou ao

Barreiro , onde ElRey a eſperava , e partirað para

Lisboa com mageſtoſo, e real apparato , em que ſe

via a grandeza dos Reys , e o amor dos Vaſſallos.

ElRey agradeceo ao Duque o bem , que correſpon


dera à eleiçao , que delle fizera , para hum acto de

tanta confiança , e eſtimaçað , de que o Duque era

merecedor , pela grande repreſentaçað da ſua peſſoa ,


!
que ornava de excellentes virtudes ; porque foy agra
M
davel , entendido , prudente , e pio .

He fundaçað fua o Convento de Noſſa Senhora Annales Minorum ad

da Arrabida , que deu depois o nome àquella exeni-.an. 1542. tom.XVIII.

plar Provincia , cooperando o ſeu reſpeito , e cui- Chrenica da Provincia >


dado para a ſua erecçað ; porque elle trouxe a elte da Arrabida, part.i.
liv.d. cap.4. e 14 .

Reyno ao Veneravel Fr. Martinho , Varað Apoſto


lico, omado de virtude heroica , com a Doaçað , que
#
lhe fez da Ermida da Senhora da . Arrabida , de cuja 3

Provincia foy Fundador , que teve principio no Con

vento , que no meſmo ſitio o Duque fez fabricar ,

conforme o rigor da vida , que nelle ſe havia de pra


ticar , ajudando com zelo , e devoçað os bons inten

tos do Santo Fundador , que em breve tempo ſe adi


antarað com univerſal edificaçao , creſcendo a huna
Provincia ,
, que fe fez benemerita , em todas as ida

des , da attençaõ dos noſſos Reys ; a.qual reconhe


1
cendo
58 Hiſtoria Genealogica

cendo a obrigaçao , em que eſtavað ao ſeu primeiro


Bemfeitor , o elegeo Padroeiro geral, o que elle en
tað muito eſtimou , e depois ſe continuou nos ſuccef

ſores deſta grande Caſa . Tambem he fundaçað fua


o Convento, que a meſma Provincia tem em Tor

res -Novas , que ſendo fundado primeiro em hum lu


gar fóra da Villa com o titulo de Noſſa Senhora do

Egypto , depois o mudarað para onde exiſte .


Hiſtoria de S. Domin . O Convento de S. Domingos da Cidade de Co

gos ,partev.liv. 3.cap . imbra , da Ordem dos Pregadores , que ſe havia


5.
fun

dado pelos annos de 1242 , mudarað por juſtos moti

vos os ſeus Religioſos para o lugar , em que ſe vê

naquella Cidade pelos annos de 1546 ; porém co


mo eraõ curtos os cabedaes , corria tað lentamente a

obra , que parece ſeria largo prazo o fim , ſe o Du

que de Aveiro generoſamente a nað ajudara , toman


do por
ſua conta parte da obra , e a Capella môr pa
ra ſeu jazigo : pelo que contratou com o Convento

algumas couſas , com tal piedade, que redundarað


em honra , e reputaçað da Caſa. Fora ) eſtas inſti

tuir tres Miſſas quotidianas , para o que applicou

hum juro de cem mil reis ; recomendando mais , que


a ſete Clerigos pobres ſe dê todos os annos doze mil
reis para poderem eſtudar , e a treze orfãas dez mil

reis para ajuda do ſeu dote , fazendo Adminiſtrador

ao Prior do Convento ; obras verdadeiramente de ani

mo pio , e generoſo ; porque nað eraõ curtas para


aquelle tempo . Faleceo a 22 de Agoſto do anno de

1571 , e jaz na dita Capella .


Foy
da Caſa Real Portug. Liv .XI. 59

Foy o Duque , como temos viſto , de animo


1
pio , muy devoto da Virgem Santiſſima, que vene 1
rava com particular culto na ſua Igreja da Arrabida ,

e ſempre generoſo, e magnifico nas occaſioens , que

temos referido , em que ſe diſtinguio , com applau


ſo do ſeu nome , e honra da Naçao. A ſua Cala era

fervida de numeroſa , e luzida familia de criados , de

diverſos foros , em que dava a conhecer a grandeza

da peſſoa ; de ſorte , que ſempre, que aſſiſtia na Cor

te , dava meſa a muitos Fidalgos , que comia) com

elle , e o aconipanhava ). Era erudíto , com muita ap


plicaçaõ aos eſtudos , de que nos deixou hum excel

lente teſtemunho na Traducçað , que fez da lingua

Italiana para a Latina do livro ; que Tullio Cripol

do Reatino compoz da Paixaõ de Chriſto Senhor

Nolfo , tirado dos quatro Euangeliſtas , de que diz

Xylo Senenſe , que felizmente conſeguira o eſtylo , Xyſto Senenſe , Biblio.

eidéa do Author , nas palavras ſeguintes : Quem Jo- thec.cit.M ,in fin. img
.
annes I. Lufitaniæ Regis Nepos , ed Averie Dux
lectione ejus incenſus , latinitati donavit , ftyllum , ego

mentem auctoris feliciter aſecutus . Eſte elogio he


huma prova do talento do Duque , e do grande co

nhecimento , que tinha da lingua Latina , para verter

nella com tanta propriedade huma Obra eſcrita na

Italiana , de que devia igualmente ter conhecimento.


Era diſcreto , e prompto em dizer com emfaze , e
delle ſe referem repoſtas muy galantes , como forað, }

o dizerlhe o Duque de Bragança , que dera huma


Commenda a hum Muſico ſeu , e que tanto , que a

Lom . XI. H
teve ,
60 Hiſtoria Genealogica

teve , ſe auſentara da ſua Caſa , a que lhe reſpondeo:

Senhor , a ſemelhantes paſſaros nað ſe dá de comer ,

ſena ) na maū , como ao gavia ). O Marquez de Aya


monte o mandou viſitar , e perguntando ao criado ,
em que ſe occupava ſeu amo , lhe diſſe : Que na caça

da volataria , em que gaſtava toda a ſua fazenda ; a


que o Duque reſpondeo : Dizey a voſſo amo , que
huns homens ſe perdem na terra , outros no mar ;

mas que o Marquez ſe perdia no ar . Quando ele

gerað ao Senhor D. Conſtantino , filho do Duque de


Bragança , Vice -Rey da India , diſſe lhe nað parecia
toa a eleiçaõ ; porque ſe o fizeſſe bem , nað havia

no Reyno recompenſa , que o ſatisfizeſle ; e ſe mal ,

quem o havia de caſtigar? No tempo , que o meſ


mo Duque fe andava apreſtando para ir receber à
Raya de Caſtella a Princeza D. Joanna , lhe manda

raõ de Setuval hum folho de nað ordinaria grandeza ,

e por tal o mandou a ElRey con eſte recado : Que


tambenı ſoubeſſe a Sua Alteza o folho , como a elle

lhe ſoube a Raya ; fundando o dito no equivoco ,

que formou de ajuntar a palavra , que dá o nome


àquelle peixe : outros muitos ditos foraõ celebres na

quelle tempo , de que ſe conhece a agudeza , e pron

ptidað , que tinha na converſaçað faniliar.


Caſou com a Duqueza D. Juliana de Lara , filha de

D. Pedro de Menezes , III . Marquez de Villa -Real,

e da Marqueza D. Brites de Lara ſua prima com ir

mãa , filha de D. Affonſo , Condeſtavel de Portugal ,

como já deixanios eſcrito a pag. 514 do Tonio II.


donde
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 61

donde ſe deve reparar a equivocaçaõ de lhe chamar

Joanna. A ſua Arvore ſe verá adiante . Deſte eſcla

recido conſorcio naſcerað os filhos ſeguintes :

15 D. JORGE DE LENCASTRE , II. Duque de

Aveiro , como ſe dirá no Capitulo III.

15 D. Pedro DINIZ DE LENCASTRE , foy o

ſegundo filho deſta eſclarecida uniao . Foy Senhor

da Capitanía de Porto Seguro , por Doaçaõ do Du


que ſeu pay , que eſtimou a eſte fillo , a quem quiz
alſim eſtabelecer hum Eſtado , o qual comprou com
faculdade Real.

Deſejava ElRey D. Joað III. povoar as dilata

das terras da Coſta do Braſil, pelo que fez diverſas

Doações, e entre ellas foy a Pedro de Campo Tou

rinho de cincoenta legoas de largo na Coſta do Bra


fil, para elle , e ſeus deſcendentes, de juro , e herda

de , com juriſdicçao Civel, e Crime , de que ſe for

mou a Capitanía de Porto -Seguro , a que deu o no


me a embocadura de huma Ribeira da parte do Mar
do Norte , concedendolhe largas iſenções , que nella

ſe conténi, e foy paſſada em Lisboa a 27 de Mayo

do anno de 1534. Succedeo neſta Capitanîa ſeu fi

lho Fernaõ de Campo Tourinho , que faleceo ſem


eſtado , antes de tirar Doaçað , e confirmação da di

ta Capitanía ; eſendo já mortos ſeu pay , e māy , Pe

dro de Campo Tourinho , e Ignes Fernandes Pinta ,


e nað havendo delles outro deſcendente mais , que

ſua filha Leonor de Campo , ElRey lha confirmou

por ſucce Taõ de ſeu irmao , por Carta paſſada em Lil


Tom. XI. Hii boa
62 Hiſtoria Genealogica

boa a 30 de Mayo de 1556. Depois a meſma Leo

nor do Campo , com faculdade Real , a vendeo ao

Duque de Aveiro , a quem ElRey no meſmo Alva

rá deu permiſſa ) , para por ſua morte a nomear em


ſeu filho D. Pedro Diniz de Lencaſtre , dizendo : E

outro ly hei por bem e me praz , que comprando o

dito Duque a dita Capitania , elle a pofa deixar por

feu falecimento a D. Pedro Diniz ſeu filho ſegundo ,


o qual Dom Pedro a herdará , e ſuccederá da meſma

maneira , que a dita Leonor do Campo a tem pela di

ta Doaçað , que foy feita a Pedro de Campo ſeu pay,


e a Fernað do Campo Jeu irmao , de ella a houle
quem
ve por ſucceſao , oʻc . Foy feito en Lisboa a 16 de

Julho de 1559. E com eſta licença delRey fizerað

huma eſcritura publica em 19 de Agoſto do melno


anno , em que Leonor do Campo vendeo , e renun

ciou no Duque a Capitanía de Porto- Seguro , com


toda a ſua juriſdicçað , Civel , e Crime , &c . para
elle , e todos os ſeus ſucceſſores , pela quantia de ceny

mil reis de juro , a razaõ de doze mil e quinhentos


reis o niilheiro , e ſeiſcentos mil reis em dinheiro , e

dous moyos de trigo cada anno em quanto ella viveſ

ſe o
; que tudo EJRey Doni Sebaſlia ) confirmou , e

Prova num . 13. paſſou huma Carta de Doaçað ao Duque , com a fa

culdade de por ſua morte nomear a dita Capitanía de

Porto Seguro em ſeu filho fegundo D. Pedro Diniz ,


dizendo : Para elie , e todos os ſeus filhos , netos , her

deiros , e ſucceſores , que após elle vierem , aſim , e

da maneira , que a dita Doaçaõ foy concedida ao oito


Pedro
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 63

Pedro do Campo primeiro Capitað della , esc. Foy

paſſada em Lisboa a 6 de Fevereiro de 1560. Aſſim

o Duque , que eſtimou muito eſte filho , lhe nomeou


no ſeu Teſtamento a dita Capitanía , e juntamente

feu Teſtamenteiro com o Duque D.Jorge ſeu irnia ) .

Depois o meſmo Rey o mandou a Caſtella no anno

de 1573 a dar os pezames a ElRey D. Filippe II. da


morte da Princeza D. Joanna ſua irmãa , e mãy do

neſmo Rey D. Sebaftia ) , com quem paſſou a pri

meira vez à Africa. Teve algumas Commendas na

Ordem de Santiago , por merce do Duque Meſtre


ſeu avô. Foy Mordonio môr do dito Rey , como
affirma D. Antonio de Lima no ſeu Nobiliario . Nao Nobiliario de D. Anto
nio de Lima.
contava mais , que vinte e ſete annos , quando mor

reo , deixando grande ſentimento na Corte , por ſer

ornado de excellentes partes , que promettia ) certas

eſperanças de ſer hum grande Miniſtro.


Caſou con D.Filippa da Sylva , que depois foy IV .

Condeſſa de Portalegre , Senhora das Villas de Gou


vea , S. Romaõ , Cerolico , Valerin , Villa -Nova ,

Moymenta , e das Ilhas de S. Nicolao , e S. Vicente ,

enz que ſuccedeo a ſeu avô D. Alvaro , III . Conde

de Portalegre , por aſſim o determinar ElRey D. Se

baſtia). Era filha de D. Joao da Sylva , herdeiro da

Caſa de Portalegre , e de ſua ſegunda mulher , e tia

D.Margarida da Sylva , Dama da Rainha D. Ca


tharina , filha herdeira de Dom Garcia de Almeida ,
Commendador de Sebal na Orden de Chriſto ; po

rém foy pouco ditoſa eſta uniao , porque en breve

tenipo
64 Hiſtoria Genealogică

tempo faleceo Dom Diniz , deixando a filha ſeguin


te :
16 D. JULIANA DA Sylva , que morreo meni
na , ſobrevivendo pouco a feu
pay.

Eſta Senhora cafou depois ſegunda vez com


D.Joað da Sylva , Commendador de Obſeria , Gen

til-homem de Boca delRey D. Filippe II . de Caſtel


la , de quem entað ſe achava Enbaixador em Portu

gal a ElRey D. Sebaſtiao , que preferio eſte Fidalgo

aos mais pretendentes deſte matrimonio ; porque nel

le ſe reſtituîa a Caſa de Portalegre à varonia de Syl


va , por ſer filho de D. Manrique da Sylva , Meſtre

Salla da Emperatriz Dona Iſabel , Commendador de

Gualdelerça na Ordem de Calatrava , e de D. Brites

da Sylveira , Dama da meſnia Emperatriz , e neto de

D. Joað da Sylva e Ribera , I. Marquez de Monte

Mayor , Senhor de Villa Seca , Laganillia , e Agui


la , Alcaide môr de Toledo , e Notario mayor da
quelle Reyno , e da Marqueza D. Maria de Toledo ,

Senhora do Eſtado de Mejorada , como eſcreve o


Hiſtoria da Caſa de erudito D. Luiz de Salazar e Caſtro naquella eſtima
Sylva , tom . 1. liv, 4. diſſima Obra da Caſa de Sylva , onde ſe pode ver.
cap . 3.0 16 ,
Teve o Duque illegitimo

15 D. Joao de LENCASTRE , que com o Du

que ſeu pay acompanhou a Princeza Dona Joanna ,

quando veyo para eſte Reyno ; depois tomou o ha


bito da Ordem dos Pregadores , que profeſſou , onde

morreo em Caſtella.

D. Ju
65

Dom Affonſo , Conde de Gijon .


!
D. Fernando de No. D. Iſabel filha delRey D. Fernan
ronha , Conde de
do.
Villa - Real.
D. Pedro de MeS D. Brites de Mene D. Pedro de Menezes , I. Conde de
nezes , J. Marquez zes , ll . Condella de Villa -Real.
de Villa -Real , * A Condella D. Margarida de Mi.
Villa -Real.
em 1499 randa.
Dom Fernando
de Menezes, II. D. Affonſo , I. Duque de Bragan
Marquez de Vila do ça , em 1401 .
la -Real, * em A Marqueza Dona ,
1523 . Brices,
,
de Março de 1478 . D. Joao Senhor do Ca.
Duqueza D. Joan daval.
D. Pedro de na de Caſtro.
D. Leonor da Cunha ,
Menezes, III.
Marquez de Gomes Freire de Andrade , Senhor
Villa- Real. Joao Freire de An de Bobadella
drade , Senhor de
Bobadella , Dona Leonor Pereira
Joao Freire de An-
drade , Senhor de Dona Catharina de
A Marqueza D. Alcouim , Apo. CSouſa . de
Maria Freire, H. Centacior môr. Dona Maria de Briteiros.

Pedro Gonçalv
D. Lconor da Syl. r lafaya .Ma.S Gonçalo Pires Malafaya , Védor da
, Vedor da fa
va , ſegunda mu zenda delRey Dom
Ther. 2 Maria Annes.
Bon Joaó I.
Dona Iſabel GomesS Joao Gomes da Sylva , Senhor de
da Sylva , Dama da Vagos , Alferes mor.
Rainha D. Leonor ,
Petro
Ignez Lopes.

:D ElRey Dom Duarte , * ag de Se.


O Infante Dom Fer . tembro. de 1438 . a9
nando , * em 18 de A Rainha D. Leonor , Infanta de
D.Diogo , Duque Setembro de 1470. Aragaó , * a 18 de fever. 1445.
de Vileu , Melo Int. D. Joao , Meſtre da Ord . de
O
Sant
tre da Ordem de A intanta D. Brites, iago, * . 18 de Out. 1442.
Chrifto , Conde . a 30 de Setembro
de 1906 . A lotanta D. Iſabel , em 26 de
cavel de Portugal,
Dom Affonſo , 2 Outubro de 1465 .
* a 23 de Agora
Condelta vel de to de 1484,
Sottomayor .
Portugal, * em D. Iſabel de Sorto . Dom Joao de Sotto SD.Fernando de
Outubro 1504. mayor e Portugal,
mayor, D. Leonor Yxar .
Marqueza de Vila
la Hermoſa . Dona Iſabel de Por- S Dom Fernando deEça ,Senhor de
D. Brites de i
tugal . Eça , filho do lofante D. Joao.
Lara ſua prio
D , Iſabel de Avalos .
ma com ir

D. Affonſo , Conde de Gijon ,


D. Fernando , Con
de de Villa -Real . A Senhora D. Iſabel acima,
D. Pedro de Me D. Brices de Mene 2
A Condeſtabler nezes , 1. Marquez zes , II. Condella de D. Pedro de Menezes , I. Conde de
ſa D. Joanna de de Villa -Real . Villa -Real. SVil la-
Villa -fe
Real
at.
Noronha , vivia
em 1512 , D. Margarida de Miranda,
D. Affonſo , I. Duque de Bragan .
Dom Fernando , I. ça.
A Marqueza Do
na Brites. do nome,Duquede l'A Condei
A Con della
laD. Pereir
D. Brites Per eira.
a.
Bragança.

A Luqueza D.Joan. S D. Joao de Caſtro , Senhor do Ca


na de Caltro.

D..Leonor da Cunha.
Tom . XI.
CAPI
C

1
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 67

CAPITULO III..

DeD. Forge de Lencaſtre 11. Duque de Avei

Yo, e Marquez de Torres Novas .

15 aſceo Dom Jorge de Lencaſtre Marquez

recida uniaõ dos Duques de Aveiro D. Joað , e D.


Juliana. A memoria de ſeu excelſo avô o Senhor D.

Jorge lhe deu o nome , a que elle ajuntou admiraveis

virtudes , que praticou com o tempo ; porque o fan


gue , que recebera de Reaes aſcendentes , foy eſti
mulo Succedeo por
para fazer grande o ſeu nome.

morte do Duque ſeu pay nos Eſtados da ſua grande


Caſa, e foy II. Duque de Aveiro , Commendador na

Orden de Santiago nas Commendas , que teve ſeu


pay . Unio à ſua peſſoa tantos merecimentos , que o

faziaõ digno de mais larga vida , que acabou moço ;


mas coroado de immortal gloria , como veremos.

Nas Cortes ,que ſe celebraraõ em Lisboa no ani

no de 1562 , em que a Rainha D. Catharina entre


gou o governo do Reyno ao Infante Cardeal Dom

Henrique , ſe achou preſente D. Jorge ſendo Mar


quez de Torres-Novas ; e tambem no anno de 1568 ,

em que ElRey Dom Sebaſtia ) tomou o governo do

Reyno; e depois quando o meſmo Rey paſſou a pri


meira vez à Africa , o acompanhou o Duque . No
anno
68 Hiftoria Genealogica

anno de 1577 , quando paſſou a aviſtarfe em Guada

lupe com ElRey D. Filippe II . ſeu tio , o acompa

nhou neſta jornada o Duque de Aveiro ; e tratando

eſte aos mais Senhores , que acompanhara ) a ElRey,

com eſpeciaes honras , diſtinguio ao Duque de Avei

ro , abraçando-o com particular affecto , e o mandou


cobrir , e El Rey D. Sebaſtiao ao Duque de Alva .

Faria, Europa Portug. Era o fim deſta jornada os ſoccorros para a guerra de
tom. 3. part.1. cap. i . Africa ; aſſim tanto que ElRey voltou para o Rey.

Hiſtoria Sebaſtica, liv, no , entrou com grande calor neſta expediçao ; e tan
2. cap. 27. pag. 340.
to que eſteve prompta , fe poz em execuçað eſta in

feliz jornada no anno de 1578 , para que determinan

do El Rey dar a Regencia do Reyno ao Cardeal In


fante D. Henrique ſeu tio , que elle nað aceitou ,
nomeou quatro Fidalgos , em que ficaſſe eſte poder :

forað o Arcebiſpo de Lisboa D. Jorge de Almeida ,


D. Joao Maſcarenhas , Franciſco de Sá , e Pedro de

Alcaçova Carneiro ; o que participou por Cartas cir


culares às Cidades , e Villas principaes do Reyno , e

alguns Senhores , conforme o coſtume . Embarcou

ElRey na Arnada , e logo entrarað os da Regencia


a governar ; era o dia 15 de Julho do referido anno :

o deſpacho era no Paço com aſſiſtencia do Secreta

rio de Eſtado Miguel de Moura , todos em huma me

ſa , e ſe ajuntava ) duas vezes no dia . Seguio o Du

que a ElRey com luzida comitiva de Fidalgos, Val


fallos, e Criados . Chegou finalmente à Africa a Ar
mada , e deſembarcando o Esercito , começou a miar

char ; e depois de ter feito o quinto -alojamento , eni


huni
1

da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 69


1
hum Sabbado 2 de Agoſto , apparecerað os primei 1
i
ros inimigos , que ſendo viſtos dos noſſos , elegeo El

Rey ao Duque de Aveiro , para que foſſe com tre


zentos cavallos obſervallos , e reconhecellos , e lhe

deu o ſeu meſmo Guiao , favor tað eſpecial , que o

Duque reconhecido a tanta honra , fe apeou logo , e


lhe beijou a mað , eo eſtribo. O Prior do Crato fen

tio muito a preferencia da eleiçaõ , e nað menos a


merce da honra do Eſtendarte . Era eſta a primeira

acçao dos noſſos , pelo que todos os Cavalleiros pre

tendiaõ acompanhar ao Duque ; porém ElRey mef


fo
mo andou ordenando a gente , e nomeou os que

rað ; e voltando o Duque, informou a El Rey de qual

era o poder dos inimigos , chamou a Conſelho , pa

ra ſe determinar o caminho , que haviaõ de tomar.


1
Seguio-ſe , paſſados dous dias , a batallia , e diſpoſta a
ordem , ficou ElRey da parte eſquerda , à mað direi

ta dos Aventureiros o Duque de Aveiro com o ſeu


4
batalhaŭ compoſto de muitos Senliores , Fidalgos, e 4

Cavalleiros , que por ordem delRey o ſeguia ) , ſeni 1

elle ter poſto. Algumas Memorias, que vimos ,, di


zem , que El
Rey na veſpera da batalha o nomeara

porém Jeronymo de Mendo- Mendoca , Fornada de


General da Cavallaria ;
Africa , cap . 6. pag :
ça, que ſe achou na occaſiað , e eſcreveo eſte fuc- 25.
1
celo affirma , que nað tivera o Duque poſto. Final- Fatia , Europa Portu
gueza , tom . 3. part. I ,
mente travada a batalha , e já na força do conflicto , cap.i.
paſou El Rey por onde o Duque eſtava , e depois de Historia Sebaſtica, liv.

com palavras de muita honra , e eſtimação , lhe louvar 1


lhe end
muito a ordem , em que tinha poſto aos ſeus ,
Tom . XI. I carre

1
70 Hiſtoria Genealogica

carregou , que daquelle poſto ſenað bolliffe , ſem que

elle da ſua propria boca lho mandaſſe ; o que foy


hum erro tað grande , que miſeravelmente fez pere

cer eſte corpo de Cavallaria , que tal vez poderia ,

ſena ) conſeguir a vitoria , ao menos com elle ſalvar

ſe. Vendo o Duque de Aveiro ‫ܕ‬, que ElRey nao


apparecia , e a ordem , que tinha para nao abalar da

quelle lugar , e já tudo com confuſað perdido , os


Mouros tao perto , que quaſi o offendiaõ com as lan
ças ; incitado de alguns Fidalgos , forçado da neceffi

dade , ainda com eſcrupulo da obediencia , deu rija

mente de eſporas ao cavallo , e querendo tirar a lan


ça , em que eſtava arrimado , ſe lhe havia de tal for

te metido na terra , que a nað pode tirar , e largando a


lança , que parece , que a meſma terra lha arrebatara,

levou da eſpada , e correndo diante do ſeu eſquadrað,

o mandou meter entre os Mouros por Antonio de


Vaſconcellos , que hia encarregado delle ; o que fez

tað arrebatadamente , que alguns o nað puderaõ fe

guir com a meſma preſſa. Neſte meſmo tempo D.


Duarte de Menezes , que algum tanto ficava aparta

do do Duque , com os que o ſeguiao , eo Xarife , de


raõ de maneira nos Mouros , com tal coraje , e im

peto , que cedendo a multidao ao valor , fizerað nel

les tal eſtrago , que os puzeraõ em fogida , come


çando outra vez a diviſarſe a vitoria da parte dos nof

ſos . Poréni conio eraõ ſó dous mil deCavallo , ain


da que tað valeroſos , como o meſmo Marte , nao

puderaõ reſiſtir a quarenta mil Barbaros , com quem


coli
daCaſa Real Portug. Liv. XI. 71

contendia ); e nao podendo já os noſſos ſofrer o gran


de pezo , com que os Barbaros os opprimia ) , depois

de ter feito quanto a arte , e o valor podia diſcorrer ,

ficarað no campo os mais delles mortos ; o que ven

do o Duque de Aveiro , ſe retirou de ſorte , que os


tornou a inveſtir pela parte do Eſquadrao dos Tudef

cos. Deſordenados outra vez , perguntando por El

Rey, com a pouca gente , que já lhe reſtava do con

flicto , a perſuadio, que o ſeguiſſem ; e entrando pe


los Mouros terceira vez , depois de ter obrado mila

gres de valor , em pouco eſpaço perdeo a vida a 4

deAgoſto de 1578 ; nunca aſfás ſatisfeita no eſtrago,


que fez com a ſua eſpada nos Barbaros , ainda que

em pequeno eſpaço de tempo , que nunca podia ſer

recompenſa da perda de hum Principe , em quem as

virtudes igualarað o animo , que ſe huma ſó pudera

ter igual ,nenhuma fora mayor ; porque em tudo foy


grande: e aſſim deixou de ſeu valor tað eſclarecida

memoria, como da ſua grande peſſoa , que foy orna


da de excellentes virtudes , ſendo o brilhante o valor ,

e a generoſidade , com grande exercicio na nobre arte

da Cavallaria , pelo que era amado da Corte , e com

eſpecial inclinação do meſmo Rey , com quem aca

bou no meſmo dia. Antes de paſſar à Africa orde


1
nou o ſeu Teſtamento em a Villa de Setuval, appro

vado em 10 de Julho de 1578. Nelle , na clauſula ſe


guinte, declarou a ſua vontade ſobre o caſamento de

fua filha, dizendo aſſim .

Nað tendo eu filho barað cazece Dona Julian


Tom . XI. Iii na
1

72 Hiſtoria Genealogica

na minha filha com o Senhor Dow Jorge , meu Pri


mo , como tenho já tratado com a Duqueza minha

mulher , e a ElRey meu Senhor reſo o haja ahım por

bem , e lhe dê a ella para eſte cajonento tudo , o que

eu agora tenho , aſim de Coroa , como dos Meſtra

dos , e a merce , que lhe maes parecer pelos meos fer


viſos , e de meus pafados , e ficando de mim filho' ba

rao , entao ſerâ o caſamento de noſja filha , com quer

parecer à Duqueza minha mulher , tomando niſſo licen

ça de ElRey , meu Senhor > e parecer de noſos pa

rentes , e ſe a Duqueza ficar com alguma ſuſpeita de

empreinhidao , quando me Deos levar , ſe aguardarê


athe ver , o que paire , e ſendo cazo , que o Senhor D.

Jorge de Alencaſtro meu Primo ſeja fallecido , emtað


Jerã o dito caſamento de minha filha , com o Irmaa

maes velho , que ficar do aito meu Primo , nað mie fi

cando de mim filho barao , porque ficando ſerà entao

o caſamento , de minha filha , com quem parecer à Du


queza como digo & c.
E porque na meſma batalla de Africa morreo

D. Jorge de Lencaſtre , ſe effeituou o caſamento com

feu irmao D. Alvaro de Lencaſtre, como dirá o Ca


pitulo V.

Caſou com D. Magdalena Giron , irmãa do I. Du


que de Oſſuna , Dama da Rainha Dona Iſabel de la

Paz , e filha de D. Joao Telles Giron , IV . Conde

de Urenha , Senhor de Oſſuna , Caçalha , Penhafiel ,


Archidona , Olvera , Briones , e Gumiel de Yzan ,
Notario mayor de Caſtella , Camareiro môr delRey,
e da
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 73

e da Condeſſa D. Maria de la Cueva ſua mulher , Ca

mareira môr da Rainha D. Iſabel de la Paz , irmāa

de D. Beltraõ de la Cueva , III . Duque de Albuquer

que, Cavalleiro do Tuſað , e filhos de D. Franciſco


1 Femandes de la Cueva , II . Duque de Albuquerque ,

Marquez de Cuelhar , Conde de Ledeſma , e de Hu

elma , e da Duqueza D. Franciſca de Toledo. Del


ta eſclarecida uniao naſceo unica

15 D. JULIANA DE LENCATRE , III . Duqueza

de Aveiro , Marqueza de Torres -Novas , e Senhora


de toda a mais Caſa , e Eſtados do Duque ſeu pay.
Caſou com D. Alvaro de Lencaſtre ſeu tio , que oc

cupará o Capitulo V.

A Du
1
75
Martim Vaſques da Cunha , Conde
SeValença.
Alonſo Telles Giron , D. There Teiles Giron , filha de

Senh-or
Rico hom Frec
deem Aftonto . l'ciles Gnori , Jenhur de
. holo ,2 Frecheio
D. Pedro Giron , D. Maria Pacheco ,
Dom Joao Fernandes Pacheco , Se
Moltre de Calaira Senhorside Benson: S Dhon de Belmonte.
va , * em 2 de 18 .
Mayo de 1466. 2 D. Ignez T'elles deMenezes.
D. Joao Telles
Giron , 1. Con . D. Iſabel de las Ca
Alonſo de las Caſas , SD. Guilhen de Calaus.
de de Urenha , ſas , ſegunda mu
Senhor de Gomez D. Maria Fernandes de Fuentes
* a 21 de Maol Iher , de nobre ge
Cardena,
yo de 1528 . raçao .
Diogo Furtado de Mendoca , Se
D. Leonor Fernan nhor del Cerprado .
D. Joao Tel 29
dcs.
les Giron , 11. 2 D. Leonor Marmolejo.
Cond.de Ure
nba , * em Joao de Velaſco , Senhor deMedi.
Dom Pedro Fernan . na , & c. Camar, mor , eIuior del
19 de Mayo Conde
dus de de Haroo, , 1 .
Velaſc Tey D. Joao il. dt Caltel. * 1418.
de 1558.
Pedro
D. Pedr
D. Fernan
o Fern anSo D.Maria Sulier, Seno de Vidaipand .
A Condeira Dos Ve 11.1
des de laſco, 11 25
a4 de fevereiro de
70.
. D. Pedro Manrique, Senh . de Tre .
na Leonor de la Con ie de Haro , 1470 . vinho Adiantado
a Condella D. Brites mayur
Vega de Velaſ * a 6 de Janeiro
D. Leonor de Caſtella.
'co , * 1522 . de 149 %.
Dom Diogo Furtado deMendoçi ,
A Condeſa Dona D. Inigo Lopes de S Senhor de Mendoca , Almirante de
Maria de Meado . Mendusa , 1. Mar - D. Leonur* de la Vega..
ça. quiz de Sentilhana ,
Duq. D.
lagdalena ** em 14
A Marqu 55 D. Ca.
eza 1 . Lourenço Soares de Figueiroa ,
Mettre de Santiago , * em 1405.
iton, mu Sen
lar de D. tharina Suares de lio D.
EicaMar lhade,eHor
miia Saoic , al
ntaoOl hahor
. a de
irge , II. gueiroa . е !
Dom Egidio Martins de la Cueva , 16
Hugue de Commendador de Santiago , vivia
Steiro.
D. Diogo de la Cue em 1424 .
va , Visconde de Hu. D. Branca Fernandes de la Cueva,
Dom Beltra o de la elma no anno de
Cueva , I. Duque 1460, Joao Affonſo de Mercado , Reze
de Albuquerque , 21D ). Mayor Affonſo dor de Ubeda ,
* a 31 de Outu . de Mercado , Maria Sanches de Mollina,
Dom Franciſco bro de 1492 .
de la Cueva , 11. D. Inigo Lopes de Mendoça , Mar
D. Diogo Furtado de quez de Santilhana , * ein 1458
Duque de Albu . A Duqueza Dona Mendoça , 1. Duque A Marqueza L.Catharina Soares de,
querque . Mccia de Mendo do infaptado , * em
Figueiroa , Senhora de Torija.
çdo 1479.
A Cond. D. D. Joaó Furiado de Mendoça , Se
Maria de la A Duqucza Dona nhor de Moron , Mordomo môc
Brianda de Luna e do Rey .
Cueva , * a
Mendoçao
19 de Abril D. Maria de Luna,
de 1566 .
D. Fernando Alvares D. Garcia Alvares deToledo , S:
nhor de Valdecorneja .
de Toledo , Conde
D. Garcia Alvares de Alva , creado em D. Conftança Sarmento ,

de Toledo , 1. Du D. Pedro Carrilho de Toledo , Co


nadella D.Alecia Peipe nor artistes
A Duqueza D. que de Alva , *
Francisca de To. Carrilho de Toledo .
em 1488 . Elvira Fallomeque .
ledo , 2 D.

D. Fradique Henric D. Alonſo Henriques , I. Almiran

A Duqueza Dona ques , ll. alinirante


Maria Henriques. de Caftella , D. Joanna de Mendoça.
Diogo Fernandes de Quinho
Ther
D.Th
D. ereſ
efaade
de Qu i-S D.
Qui
phones, nes , Senhor de Luna , Meirinho
môr de Leao.
D. Maria de Toledo ,
Tom . XI.
CAP
I
|
1
.
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 77

CAPITULO IV .

De Dom Affonſo de Lencaſtre , Commendador

môr de Santiago.

14
Di Eixamos eſcrito no Capitulo I. que dos
lh
os
que procreara ) os Duques de Co
imbra o Senhor D). Jorge , e ſua mulher a Duqueza

D.Brites , fora o ſegundogenito D. Affonſo de Len

caſtre , a quem feu pay fez merce da Commenda

mayor de Santiago , e teve as Commendas de Gran


dola , Arruda , Almodovar , Grava ) -, Caſtro -Verde ,

Canha , Aldea -Galega. A ſua linha veyo depois a

recuperar a Varonía deſta eſclarecida , e grande Cafı ,


como veremos no Capitulo ſeguinte. No anno de

1542 , em que diſſemos fora o Duque de Aveiro a to- Chronica del Rey Dons
már acompanhou Foað 111. part. 4. cap.
entrega da Princeza D. Joanna 2 o
95
o Cormiendador môr D. Affonfo ſeu irnyao , com

tanto luzimento , que a ſua comitiva ſe compunha


de oitenta Criados a cavallo , quarenta Alabardeiros ,

veſtidos todos das libres de ſuas cores , e trinta aze

molas com repoſteiros bordados das meſmas cores.

No anno de 1574 foy D. Affonfo chamado por or

dem da Rainha D. Catharina , para huma das teſte

munhas da approvaçao do ſeu Teſtamento. Achou

ſe nas Exequias delRey D. Sebaſtiao , que ſe celebra

raŭ na Igreja de Belem , e teve cadeira. Viveo com

fingu
a
ia logic
78 Hiſtor Genea

ſingular modo , huma vida retirada, e quaſi Religio


ſa nas ſuas caſas de Santos , onde morreo em vefpe
ra de Natal .

Caſou com D. Violante Henriques, filha de D. Joað


Coutinho, I. Conde de Redondo , Commendador de

Almourol, e Golegāa na Ordem de Chriſto , Senhor

da Villa de S. Mil , Loriga , Alvoſo , e Concelho de


Villa -Pouca , Capitaõ de Arzilla , em que alcançou
notaveis vitorias: tað valeroſo , e deſtro na guerra

contra os Mouros , que delle diſſe o Magnanimo Car


los V. ao Infante D. Luiz , quando eſtava ſobre Tu
1
nes : Quien tuviera aqui el Conde de Redondo con ſus
dozientos rocines ; tal era a fama do Conde , e a gran

de reputaçað , em que eſtava com o Emperador ! e de


ſua mulher a Condeſla D. Violante Henriques , filla

de Dom Fernað Martins Maſcarenhas , Capitað dos

Ginetes , Senhor de Lavre , Alcaide môr de Monte


môr o Novo , & c . Deſta eſclarecida uniao tiverað

copioſo fruto nos filhos ſeguintes :

15 D. Jorge de LENCASTRE , que foy o pri


nieiro na ordem do naſcimento ; aſſim ſuccedeo a ſeu

pay , e foy Commendador môr da Ordem de Santia


go , e teve tambem outras Commendas. Nað ca

ſou , porque acompanhando a El Rey D. Sebaſtiaõ à


Forsiada sle Africa , liv,
Africa , acabou na batalha , com eſtranho valor , de
1. cap . 7 .
hum tiro de huma eſcopeta a 4 de Agoſto de 1578 .

15 D. ALVARO DE LENCASTRE , que foy III .

Duque de Aveiro , como ſe verá no Capitulo V.

15 D. MANOEL DE LENCASTRE , que no anno


de
.
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 79

de 1606 foy mandado por Governador , e Capitað


General do Reyno do Algarve , que governou com

prudencia , e faleceo no de 1614 , ſem ter ſido caſa


do, e teve naturaes ,

16 D. Joaõ de LENCAstre , que foy Religio


fo dos Eremitas de Santo Agoſtinho , Theologo , e

Provincial; e depois da Acclamaçað , por pouco fiel

à Coroa , padeceo alguns trabalhos.


16 D. MARIA DE LENCASTRE , que foy Re

ligioſa em Madrid.

15 D. Brites de LENCASTRE , foy Conimen


dadeira do Moſteiro de Santos da Ordem Militar de

Santiago, em que entrou a 20 de Setembro de 1623 ,


4
tomando o habito de Religioſa , e no ſeguinte profef

fou. Depois a proveo ElRey D. Filippe III. de Por


tugal no cargo de Prelada daquelle Real Moſteiro ,

em que ſuccedeo a ſua prima com irmãa D. Anna de

Lencaſtre , que governou dez annos , com pruden


cia, e amor das fubditas , e morreo no de 1634.
15 D. MARIA DE LENCASTRE ,

15 D. FILIPPA DE LENCASTRE ,

15 D. Anna DE LENCastre , que forað Frei

ras da Ordem de S. Domingos no Moſteiro de S. Joao


de Setuval.

15 D. HELENA DE LENCASTRE , que morreo


ſeni eſtado .

Teve fóra do matrimonio ,

15 Dom JeRONYMO DE LENCASTRE , que foy

Clerigo , e Prior da Igreja de Torres-Novas , Pa


Tom . XI. K droado
80 Hiſtoria Genealogica

droado da Caſa de Aveiro ; e teve os filhos ſeguin


tes :

16 D. Luiz De LENCASTRE , que foy Clerigo,

e Prior da dita Igreja.

16 D. CONSTANTINO DE LENCASTRE , viveo

em caſa de feu tio o Duque de Aveiro D. Al


varo . No anno de 1605 paſſou a ſervir à India

com Braz Telles de Menezes , levando moradia

de Moço Fidalgo , como ſe vê no livro da Ca


ſa da India daquelle anno .

16 D. ALVARO DE LENCASTRE , que tambeni

viveo em caſa do meſmo Duque Dom Alvaro


feu tio .

16 D. FULGENCIA DE LENCASTRE , Freira no

Moſteiro de Religioſas de Torres- Novas , da

Ordem Serafica .

16 D. ANNA DE LENCASTRE , Freira no mef


mo Moſteiro .

D. Vio
.
81

Gonçalo Vaſques Coutinho , Se


nhor do Couio de Leomil , anno
Vaſco Fernand.Cou . 1419 .
tinho , l . Conde de D. Leonor Gonçalves de Azevedo.
Marialva , Meirinho
D. Fernando Cou
tinho, Marichal devivi,
mor a em 1440. &c. SorLopoDias de Souſa , Meltre da
eMarichal
Portugal , Capi- CD. Maria de Souſa.
tao de Ceuta em D. Maria de Souſa. ZD. Maria Ribeira,

D.Vaſco Couti 1451 . Martim Gonçalves de Ataide , Al.


nho , Conde de caide môr de Chaves,
Dom Alvaro Gon
Borba , Capitao
de Arzila, D. Joanna de Cala çalves de Ataide, 1.20. Mecia Valques Coutinho.
Conde de Atouguia ,
tro .
* em 1451 . D. Pedro de Caſtro , Senhor do Ca.
A Condella D.Guio daval .
D. Joao Cou mar de Caſtro .
tinho, I.Con D. Leonor Telles de Menezes.
de de Redon
D. Martinho de Menezes , Il. Se
do , Capitao
D. Fernando de Me nhor de Cantanhede, , .
de Arzila.
nezes, ili . Senhor de
D.Joao de Mene Cantanhede.
zes , herdeiro da Ruy Freire de Andrade, Commene
Caſa de Cantanhe D. Brites de Andra S dador de Palmella , e Arruda,
2 de.
D. Catharina da de. N.
Sylva,
Gomes da ,
Ayres Gomes da ) de Vagos , e Unhaó , Alteres mor

Viola D. Leonor da Syl- ( Sylva , III.Senhor de Rey D. Joa ., * cm 1445.


va , , 3
Henri
& c . **a 25
Arce
de Ma- S D. Mar inh
bisp o doeBAft
rag a, o da Charneca ,
oni
smul yo de 1454
D. af.
D. Leonor de Mi Mecia Gonçalves de Miranda , Fie
no de randa,
taltres dalga
On:Ten Martim Vaz Maſcarenhas , Vallale
idos mor Fernao Martins Maſ. lo delRey D. Fernando.
: Saccia carenhas , Commen
2N.
N.
Nuno Maſcare . dador môr de San
nhas , Commen tiago .
dador de Almo .l SN .
oFilippa.
D.
dovar . N.
Fernao Martins
Matcarenh. Ca
pitao dos Gine . Nuno Gonçalves de S Gonçalo Viegas de Ataide.
tes , Commen D. Catharina de Acaide , Governador
Beatriz Nunes de Goes.
da Caſa do Infanie
dador de Mer Ataide,
tola , & c. * em D. Fernando.
Fernaó Gonçalves de Meira.
13 de Abril de s
1508. D. Mecia de Meira,
N.
D. Mecia de Meira , 2
Dona Iſabel
Martim Gil Peltana , Alferes mór
Heariquese Nuno Martins da
S de Evora .
Sylveira , Eſcrivao Maria Gonçalves da Sylveira , II,
da Puridade de Rey
de Gonçalo Vaſques da Sylveira.
Fernando da Syl D. Duarte , Ayodel.
Dona Violante veira , Senhor de Rey D. Alfonſo , e Gonçalo Annes de Abreu , Senhor
Henriques , le Sarzedas , Rege do ſeu Conſelho &c . de Caltello de Vide.
gunda mulher. dor das Juſtiças. Leonor Gonçalves ( N.
de Abreu .
D. Fernando Henriques , Senhor de
Ametade de Ducnhas , hiho dilicy
F
D. ernando Henri- 2 D. He Leonul Sarmento de Caſtella.
D. Iſabel Henri nrique
qucs , Senhor das Ala
ques. caçovas.

da môr delRey D. Joaó i,


D. Branca de Mello. 20. Briolanja de Souſa. Guar

Tom . XI.
Kii
CAPI
11
83
da Caſa Real Portug. Liv. XI.

CAPITULO V.

De D. Alvaro de Lencaſtre , e Dona Juliana

de Lencaſtre, Ill. Duques de Aveiro.

O Capitulo antecedente deixamos eſcri


e
" No Capitulo antecedent
to a pouca duraçaõ do primeiro filho do
Commendador môr D. Affonſo , a quem ſuccedeo
ſeu irmao D. Alvaro de Lencaſtre , e foy Commen

dador môr da Ordem de Santiago , e teve as Com

mendas da Arruda , e Caſtro - Verde. Eſtava deſtina


do
para a vida Eccleſiaſtica , e por morrer feu irmað

na batalha de Alcacere , e outro ſer Religioſo , ſuc

cedeo na Caſa ; e pela morte de ſeu primo com ir

mað o Duque de Aveiro D. Jorge , entrou D. Al


varo na pretençao de lhe ſucceder nos Eſtados , e Du

cado de Aveiro , caſando com ſua ſobrinha , o que

foy muy controvertido ; porque nað faltarað nego


ceados
para lho impedirem ; ſem embargo de o Du
1
que D. Jorge no ſeu Teſtamento haver ordenado ,
que ſua filha D. Juliana caſaſſe com o filho ſucceſſor

da Caſa de ſeu tio o Commendador môr D. Affonſo, 2


Ficou a Duqueza D. Magdalena 1
como diſſemos.

Giron , pela morte do Duque D. Jorge ſeu eſpoſo , .

com ſua filha , e como ella era ſem duvida naquel 1


le tempo a mayor herdeira de Portugal, e de toda a 1

Heſpanha , tanto pelo ſeu altiſſimo naſcimento , co


mo
84 Hiſtoria Genealogica

mo pela grandeza da Caſa , que repreſentava , em

que ſobre riqueza , concorria ) muitas prerogativas ,


que a faziao univerſalmente reſpeitada , entrou o Du

que de Oſſuna na idea de a pretender para ſeu filho


ſegundo Dom Pedro Giron ; e com grande efficacia

perſuadio à Duqueza D. Magdalena ſua irmãa , que

aſſim ſeria ) mais certas delRey D. Filippe II . todas


as merces , que pertendeſſem ; porém a Duqueza nao

ſe deixando vencer das perſuaſoens , e deſtrezas do


Duque ſeu irmao , reſolutamente lha negou , dizen

do , que o Duque de Aveiro no ſeu Teſtamento ha

via determinado a peſſoa com quem ſua filha havia

de caſar , no que ella nað podia ter arbitrio para o


diſpenſar. Perſiſtio o Duque de Oſſuna neſta preten
çaõ com tal empenho , que ſe perſuadio a effeituaria
reiro
pormerce eſpecial delRey , de quem era Cama

môr , e muy attendido ; de forte , que intentou man

dar de Napoles , onde entað era Vice -Rey , a Roma

o meſmo filho , para pedir a diſpenſa ao Papa : po


rém neke tempo , antes de partir , morreo o filho de
huma apoplexia , e nao lhe ficou outro para a preten

çað ; porque com o ſucceſſor da ſua Caſa , ainda ſe


ria mais ardua a empreza .

Nað faltava tambem quem pretendeſſe małquiſ

tar com ElRey a Dom Alvaro , lembrandolhe, que


quando foraõ as revoluções do Prior do Crato , elle

ſe achara na batalha de Alcantara , o que havia ſido


certamente huma caſualidade rara ; porque D. Alva
ro nao tinha amifade com o Prior do Crato ,
ji

nem
nenos
da Cafa Real Portug .Liv. XI. 85

menos feguio o ſeu partido , como logo fe vio. Foy


o caſo , que paſſando D. Alvaro por Lisboa para Se
tuval a buſcar ſuas irmãas , tendo já mandado antes

hum recado aos Governadores do Reyno , que viſ

ſem o que queriaõ elle fizeſſe ; lhe mandou o Prior

do Crato dizer, que ſe deixaſſe ficar em Lisboa ; e


vendo fe nao podia eſcufar , cheyo de brio , e
que

honra, por evitar mayor perigo , ſe deteve pouco mais

de quinze dias , nað ſeguindo tal partido ; e tanto que

pode, ſe recolheo para a caſa de ſua māy . Aſſim na

quella conjunctura , com hum Exercito levantado ,

era preciſa a diſfimulaçaõ ; porque tudo o que obraſ

fe fóra da prudencia lhe ſeria condemnado : poréna

nað fizerað damuo às pretenções de D. Alvaro com

ElRey tað feyas ſuggeſtoens ; porque bem informa

do do ſeu procedimento , o eſtiniou com attençao

à fua peſſoa. Nað era tambem pequeno outro ob

ſtaculo às pretenções de D. Alvaro , haverem ſugge 3

rido à ſobrinha , que o excluiſſe , e con effeito ella


conſtante dizia o nað queria por eſpoſo.

He preciſo para mayor clareza referir ", que $

quando morreo em Africa o Duque D. Jorge , deixant


do por unica herdeira a ſua filha D. Juliana , bilneta S

do Senhor :D. Jorge , Duque de Coimbra , e Meſtre

de Santiago , fe achavao naquelle teniso vivas duas


filhas ſuas D. Elena , Comniendadeira de Santos , e
D. Iſabel, Freira no melno Moſteiro , D. Luiz de

Lencaſtre ſeu neto , filho do Coniniendador môr de

Aviz D. Luiz ſeu filho terceiro , e Dom Alvaro de


Len
86 Hiftoria Genealogica

Lencaſtre , tambem ſeu neto , filho do Commenda

dor môr de Santiago D. Affonſo , filho ſegundo do

meſmo Duque Meſtre ; porém a queſtað veyo a ſer

ſómente entre D. Juliana , e ſeu tio D. Alvaro , pri

mo com irmao de ſeu pay ; e forao depois muitas as

Allegações, que por huma , e outra parte entað fe fi

zerað , e ſe apreſentaraó a ElRey .

Havia ficado D. Juliana de Lencaſtre de curta

idade ſucceſſora deſta grande Caſa , e ſuppoſto nað

entrou na poſle dos Eſtados do Ducado de Aveiro , a

teve de outros muitos bens , e riquezas della , na com

panhia da Duqueza ſua mãy ; porém quando ElRey

D. Filippe II . no anno de 1581 paſſou a Portugal, e


a elle o veyo viſitar a Emperatriz D. Maria de Auf

tria , lhe entregou D. Juliana , para que a levaſſe em


af
ſua companhia , e a creaſſe no ſeu Paço , em que

fiſtio com grande eſtimaçað. Eſta eſpecial honra ,


com que El Rey diſtinguio o altiſſimo naſcimento del

ta Princeza , cuſtou muito à Duqueza ſua mãy , o

apartarſe della , ſeni embargo de reconhecer a mer


ce , que ElRey nella fazia à ſua Caſa ; aſſim largan

do a habitaçao do ſeu Palacio , foy para o Moſteiro


de Santos , das Commendadeiras da Ordem de San

tiago , donde ſatisfazia as ſuas faudades , no cuidado


dos intereſſes da Caſa de ſua filha. Pedindo a El

Rey o deſpacho das merces , que gozara o Duque


Dom Jorge , a attendeo tanto , que fe oppoz aos in

tentos do Duque de Oſſuna ſeu irmao , como fica di

. to , fómente com a lembrança , de que na Caſa de


Avei
da Cafs Real Portug. Liv. Xl. 87

Aveiro havia Senhores para o caſamento de ſua fi


lha.

Parecenos obrigaçaõ da Hiſtoria dar noticia dos


fundamentos , com que cada huma deſtas partes per

tendia formar o direito , porque lhe pertencia o Du


cado de Aveiro : Dona Juliana moſtrava , o que nað

padecia duvida , que era filha unica do Duque Dom


Jorge; porque ainda que a Doaçaõ excluía as filhas

do Senhor D. Jorge , Meſtre de Santiago , em quanto


houveſſe filhos varoens , nað ſe entendia con ella ;

porque ella nað era de linha feminina , ſenaõ filha

do varað herdeiro , e poſſuidor do Ducado de Avei

ro ; e aſſim nað podia haver quem a pudeſſe preferir,


4
por ſer a parenta mais chegada do ultimo poſſuidor;
porque a Doaçaõ da meſma Caſa , em defeito de fi
1
lhos deſcendentes do Senhor Dom Jorge, Meſtre de

Santiago , chama à filha mayor expreſſamente : nelle


caſo le entendia ella como filha do Duque de Avei

to D.Jorge ; porque tanto , que huma linha de cha

mada à fucceſfaó , em quanto ella dura , fe entende


ſað todas as mais excluidas até à ſua total extinçaõ ,

o que nao padecia duvida ; e aſſim ſendo a prinieira


linha a chamada , a do Duque D. Joað ſeu avô , a
quem fuccedeo o Duque D. Jorge ſeu pay , com a
poſſe deſta linha ficarao excluídas as dos Irmãos de
feu avó.

Porém D. Alvaro tomando differente motivo ,

infimava toda a referida allegaçað , dizendo , que a

elle pertencia o Ducado de Aveiro , tanto que em


Africa

4
1
88 Hiftoria Genealogica

Africa morrera ſeu primo com irmað o Duque Dom .


Jorge , o que era evidente , e ſe moſtrava na Inſtitui

çaõ da Cala ; tocandolhe pela meſma Doaçaõ fuc


ceder no Ducado , e Eſtados da Caſa de Aveiro : ſen
de o fundamento o fer D. Affonſo de Lencaſtre ſeu

pay , filho ſegundo do Duque Meſtre , de elle


quen

era neto , e por iſſo preferia ; porque na Doaçao , as


filhas nað eraõ chamadas , ſenao em defeito dos va

roens ; porque entao de todas as netas , e biſnetas do

dito Duque , precederia a mayor , o que era expreſſa

mente determinado na Doaçaõ ; na qual ſe ordenava,

que acabada a linha do filho primogenito varað do


Duque Meſtre , em tal caſo nað chiamava as filhas ,

nem deſcendentes do ſexo feminino ; mas ſim o filho

ſegundo depois do primeiro , e a ſua linha maſculina

direita , como diziao as palavras da meſma Doação

na clauſula ſeguinte : Eaſım defcendendo pella dita

linha direita lidima , e maſcullina do dito filho barað


mayor deſcendente , e fiquando outros filhos baroens lie

dimos , e filha do dito Duque , que por ſemelhavelmen

te as aja , o outro filho barað lidimo , é fua linha maf,


culina direita : e nað havendo hi filho lidimo baraó do

dito Duque, nem neto , e deſcendentes pella guiza ſuſo


fcripta , que antað as aja a filha inayor lidima do dito

Duque pella maneira , e condições , que dito he. Eſta

vocaçao expreſſada na Doaçað , ſeguia ) muitos , e

grandes Juriſconſultos nos ſeus pareceres , havendo


por ella chamado D. Alvaro à ſucceſſo da Caſa , e
Eſtados do Ducado de Aveiro , com tudo ſua máy
D
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 89

D. Violante Henriques , Matrona em quem concor


riaó ſobre illuſtriſſimo naſcimento , prudencia , e gra.

vidade , nað quiz pôr em pleito a pertençaõ de ſeu

filho , querendo , que ſe compriſſe a ultima vontade

do Duque D. Jorge , que no ſeu Teſtamento manda

va caſar ſua filha com o filho primeiro de D. Affon


ſo ſeu marido . A eſte fim , quando ElRey D. Filip

pe II. paſſou a Portugal, lhe fallou diverſas vezes fo

bre eſta materia , ſobre a qual agora por hum reve.

rente memorial, lhe repreſentou a juſtiça, e razaõ de


ſeu filho , que em ſubſtancia lhe dizia :
Primeiramente lembrava a ElRey , que no mel

mo dia , que ſe fora de Lisboa para Caſtella , lhe diſ


ſera as muitas vezes , que lhe tinha fallado , em ſe

naõ dilatar o effeito , do que o Duque D. Jorge or

denara no ſeu Teſtamento , mandando caſar lua fi

lha Dona Juliana com ſeu filho , repreſentandolhe os

motivos ,que tinha para lhe deferir , e o quanto era


a Caſa de Aveiro benemerita da Real attençaõ : e

tambem qual fora a delRey D. Manoel na ſua inſti !

tuiçao, por fatisfazer com a recomendaçað , e amor ,

que devia a ElRey D. Joað II. ſeu primo : pelo que

dera de juro , e herdade ao Senhor D. Jorge , Duque

de Coimbra , e Meſtre de Santiago , ſeu ſogro, a Ca


fa
que lhe inſtituira , fóra da Ley mental ; querendo

que nella fi:ccedeſſem ſempre ſeus deſcendentes por


linha maſculina , e que no eſtado preſente tinha aca

bado a primeira de ſeu filho mais velho o Duque D.

Joað no Duque D. Jorge , neto do Duque Meſtre;


Lom . XI. L aſſim
ica
90 Hiſtoria Genealog

aſſim devia retroceder ao filho ſegundo do meſmo

Duque Meſtre por linha maſculina , pois a varonía

da primeira linha acabara no Duque D.Jorge , e no

feu lugar entrara a do filho ſegundo do dito Duque


Meſtre , que era D. Affonſo de Lencaſtre , ſeu ma

rido , e ſeus deſcendentes , os quaes todos forað indif


tinctamente chamados nas Doações. O que era tað

evidente , que o Duque D. Jorge , ultimo poſſuidor


do Ducado de Aveiro , depois de ter conſultado os
mayores Letrados do Reyno ſobre a ſucceſfað da ſua

Caſa , como bom Chriſtað , reconhecendo o direito ,

e juſtiça de ſeus filhos ; e vendo como prudente , nað

convinha à grandeza de ſua Caſa , deixar a ſua filha

D. Juliana hum pleito tað incerto , determinara ca


faffe ſeu filho mais velho com a dita ſua filha ; mof

trando neſta determinaçað , que a ſeu filho pertencia

a herança , e tambeni que a ella lhe naõ convinha out

tro marido ; o que pedia a Sua Mageſtade fizeſſe

cumprir , por ſer aquella a vontade do Duque Dom

Jorge: e depois diſto , com outras muitas razoens re


petidas com reſpeito , lembrava os ſerviços da Caſa
de Aveiro , o Real tronco , de que dirivava ; e fi

nalmente concluîa , que ainda que o Duque D. Jor

ge nað determinara poſitivamente o caſamento de

ſua filha , nem ſeu filho fora reveſtido de tað claro

direito ; Sua Mageſtade de equidade , e pelo amor ,

que tinha a EIR ey D. Manoel feu avô, obrigado da

raza ) , parecia que de rigoroſa juſtiça no caſo pre

ſente , naõ devia permittir , que a Caſa do Duque


de
?

da Caſa Real Portug


. Liv. XI. 91

de Coimbra , Meſtre de Santiago , filho delRey D.

Joao II. paſſaſſe a outra peſſoa , que nao foſſe a de

ſeu neto, e do ſeu proprio fangue. E ultimamente ,

que fe era neceſſario ajuntar a memoria , que eſtava

tað preſente da obrigaçao , em que a Coroa deſtes


ſeus Reynos eſtava à Caſa , de que ella deſcendia ,

para fazer merces a ſeus filhos , lembrava os grandes


ſerviços do Conde de Redondo D. Joao Coutinho

ſeu pay , e do Conde de Borba ſeu avô ; e aſſim el

perava , que Sua Mageftade lhe deferiſſe com brevi

dade , como lhe promettera , quando partio de Portu

gal, por lhe eſcuſar o incommodo, e trabalho de peſ.


ſoalmente paſſar à Corte a pedillo a Sua Mageſtade,

com a tribulaçað , e lagrimas , que pedia a qualidade


de hum tal negocio , e da obrigaçaõ de requerer a juſ
tiça de ſeu filho.

Paſſou D. Alvaro de Lencaſtre à Corte de Ma

drid por ordem de ſua mãy , a ſeguir eſta pretençao ,

porém difficultava muito o ajuſte deſte negocio D.

Juliana de Lencaſtre ; porque reſolutamente publica


, que nao queria caſar com ſeu tio , tal vez fo
1
mentada de peſtoas pouco conſideradas. Por fim fi
zerað muitos Letrados diverſos pareceres , em que

moſtravað nas ſuas Allegações , lhe pertencia de juf

tiça o Ducado , e Eſtados da Caſa de Aveiro ; e ao


1
meſmo tempo outros a favor de D. Alvaro , conio
diſſemos. Mandou ElRey conſultar os mayores Ju

riſconſultos , que entað havia , que eraõ muitos , e

grandes, em que entrou o inſigne Pedro Barboſa , do


Tom.XI. Lii ſeu

!
92 Historia Genealogica

ſeu Conſelho , e ſeu Deſembargador do Paço , que

deu por eſcrito o ſeu parecer a favor de D. Alvaro ,

con que dando -ſe por reſolvida a queſtað , entrou El


Rey a dar fim a eſte negocio ; e ſabendo da repug
nancia de D. Juliana , lhe mandou hum recado , que

elle tinha determinado , que cafaſſe com ſeu tio D.

Alvaro ; porque aſlını era ſerviço de Deos , e ſeu :

e que no caſo de ella faltar ao ſeu preceito , o que


nað fuppunlia , lhe dizia , que nað feria Duqueza de
Aveiro .

Com eſta declaraçaõ da vontade delRey deſif

tio D. Juliana da pratica , que tinha admittido de ca


far com o Duque de Alva , e ficou ajuſtado o caſa

mento com ſeu tio : e he bem para advertir , que

ſendo tað publica a repugnancia da vontade deſta


Princeza , em breve ſe niudou de ſorte , que deixou

lugar a entenderle , como de ordinario fuccede, naf


cer de perverſos confelhos ſemelhantes demonſtra

ções ; porque os Duques viverað ſempre en reci


proca , e eſtimavel uniao.

ElRey querendo moſtrar a ſatisfaçaõ , com que


entrava neſte Tratado , nað fó honrou aos novos

Duques de Aveiro com a confirmaçao de todas as


8
Doações , Privilegios , e prerogativas , que os Reys
ſeus anteceffores lhe haviaõ dado ; mas de novo com
1
novas merces , dandolhe o titulo de Duque de Tor
res- Novas para o filho primeiro , que naſcelle deſte

matrimonio ; e de mais o titulo de Duque de Aveiro


de juro , e herdade , para todos os ſeus ſucceſſores ,
eo
r

da Caſa Real Portug. Liv. XI. 93

e o deMarquez de Torres -Novas tambem de juro ,

para os primogenitos da Caſa , tirandolhe duas ve

zes fóra da Ley mental, e lhe deu todas as Commen- Prova num . 14 .

das da Ordem de Santiago , que vagarað pelo Du

que Dom Jorge , e as Alcaidarias môres , excepto a


Comnenda de Noudar , da Ordem de S. Bento de

Aviz. Foy feita a Carta em Madrid a 10 de Setem


bro de 1598 .

Publicou ElRey Dom Filippe a Ley chamada


das Cortezios a 16 de Setembro de 1597 , em que

regulava os tratamentos , com que os Grandes , e Se


nhores, haviao de ſer tratados ; e como nella ſe ha

via mandado dar Excellencia ao Duque de Bragança

D. Theodoſio II. , ſentio muito o Duque de Aveiro

eſta declaraçao , pertendendo , que a elle ſe lhe de


1
via dar o meſmo tratamento. O inſigne D. Luiz de
Salazar de Caſtro , referindo eſta pretençað , e as al

kanças , que o Duque D. Alvaro tinha com a Cala

Real , diz: Por eſtaproximidad deorigen en la Caſa Hiftor,da Caſade La


2. liv. cap.
Real ſe agraviò D. Alvaro III . Duque de Avero, 17. pag.222,

quando Phelippe II . mandò por Pregmatica de las

cortefias , que a Don Theodofio , Duque de Bragan 3

ça , ſehablaffe en Portugal de Excelencia , queriendo


fatisfazer con aquel, y otros honores los derechos , que

la Princeſa Doña Catalina ſu madre pretendia tener 3

à la Corona ; e continúa , dizendo : Que o Duque de

Aveiro fizera eſta repreſentaçağ a ElRey por huma

prudente Carta , em que referia o tratamento igual,

que ambas as Caſas ſempre tivera ) . Deſta Carta vi

nios
94 Hiſtoria Genaalogica

mos a copia , e foy feita no anno de 1598 , que de

vendo - ſe conſiderar a origem das Familias Reaes pe

la varonía , elle era biſneto delRey D. Joao II. , e


o Duque de Bragança lhe ficava mais diſtante delRey

D. Joað I. progenitor da ſua Caſa ; e que ſe atten


deſſe, que aquelle Duque era bilireto delRey Dom
Manoel era por linha feminina e elle eſtava no

meſmo grao com ElRey D. Joað II. e de melhor

qualidade por ſer por varonía


. Remetteo EIRey ef
ta Carta ao Conde de Portalegre D. Joað da Sylva,

Capitað General de Portugal , e do Conſelho de El

tado , cujo parecer tambem vimos , em que diſcor

rendo largamente , foy de parecer , ſe devia conceder

ao Duque de Aveiro o meſmo tratamento , conclu

indo com eſta notavel reflexað , em que dizia : Que

a legitimidade da linha materna do Duque de Bragan

ça , e o ſer biſneto delRey D. Manoel , o fazia mais


atendivel, pello direito de foceder em a Coroa de Por
tugal. Nao entramos a fazer juizo ſobre eſta clau

fula , que o Conde interpoz no ſeu parecer : ElRey

em quanto viveo nað deferio ao Duque D. Alvaro ;

e depois ElRey D. Filippe III. ſeu filho por hum Al


vará paſſado a 20 de Junho de 1606 The concedeo

a permiſfað de ſe lhe poder fallar, e eſcrever por Ex

cellencia , que vay lançado no num . 194 do Tomo


IV . das Provas pag . 301 .

avanha , Viagem delo No anno de 1619 paſſou a Portugal o meſmo

Rey Filippe a Portug. Rey D. Filippe III . e celebrou Cortes em Lisboa.


pag . 7 ;
Achava- ſe em Setuval o Duque de Aveiro , e aſſim
que
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 95

que ElRey chegou a Almada , onde ſe deteve al

guns dias , em quanto ſe acabava de preparar o mag


nifico apparato , com que a Cidade de Lisboa o re

cebeo ; fahio de Setuval o Duque D. Alvaro com

feus dous filhos, o Duque de Torres -Novas D. Jor

ge de Lencaſtre , e D. Affonſo de Lencaſtre , com

luzido acompanhamento de parentes , e criados , vef


tidos de luto aliviado pela morte da Duqueza de
Torres-Novas D. Anna Doria Colona , que havia

dous mezes falecera . Parou o Duque em huma

Quinta , hum quarto de legoa da Villa de Almada ,

donde no dia ſeguinte, que ſe contava ) 27 de Mayo,


foy ao Paço- a beijar a nað a ElRey . Levava vin
te e quatro Lacayos em corpo deſcobertos , vinte

moços da Camera à roda do coche , em que hia ; ſe

guia-le a liteira de reſpeito , e tres coches com os


Officiaes da ſua Caſa. ElRey recebeo a ambos os

Duques, com as meſmas honras de chapeo , paſſos,


e cadeiras com alnjofadas de veludo , que coſtumað

fer concedidas a eſta grande Dignidade no noſſo


.
Reyno. A Dom Affonſo de Lencaſtre mandou El

Rey cobrir ; porque tambem gozaī os filhos dos Du

ques na noſſa Corte eſta preeminencia pelo ſeu naf


cimento , ainda que nað gozaõ titulo , tem pormer

ce dos Reys as: honras de Marquezes com aſſenta 1

mento , e as filhas as honras de Marquezas con almo

fada. Em o primeiro de Outubro do meſmo anno

paſſou El
Rey à Villa de Setuval , onde ſendo rece

bido com as devidas ceremonias da Mageſtade, o Du

que

1
96 Hiſtoria Genealogica

que de Aveiro , como Alcaide môr da dita Villa ,


deſcoberto , meteo de redea o cavallo , como he cof

tume em ſemelhantes occaſioens.; e depois ſe hoſpe

dou no Palacio do Duque , que eſtava ricamente

compoſto.
Affiftia o Duque de Aveiro , depois que veyo

da Corte de Madrid , o mais do tempo , que lhe du


rou a vida , na Villa de Setuval , donde conſervava

grande communicaçao com os Religioſos do Moſtei

Chronica da Provincia ro da Arrabida, Provincia , que os Duques eſtimarað

da Arrabida, pasto do com iguaes demonſtrações de affecto , que de venera


liv . l . cap.20 ,
çað ; e aſſim muitas vezes pallava a viſitar os Reli

gioſos daquella Serra , com tanta familiaridade , que


os acompanhava nos actos de Communidade, rezan

do com elles no Coro , aſſiſtindo à oraçao , e diſcipli


na da Communidade. Se algumas vezes chegava a

eſte Convento a tempo , que a Communidade eſtava

na Oraçao , nao conſentia , que o Porteiro déffe re


cado ao Guardia ) ; e na Capella de joelhos eſperava ,

que ſe déſſe a ella fim . Eſtimou muito a eſte Santua

rio de virtude , querendo que ſe conſervaſſe naquelle


primor do eſpirito do ſeu Santo Fundador ; e lhe fez

levantar na meſma Serra , à entrada do Moſteiro , hu

ma Eſtatua de marmore , ſobre hum grande globo ,

em que ſe poz a ſeguinte Inſcripçao:

Efigies
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 97

Effigies Fratris Martini à San &ta Ma

ria , qui in boc Barbarico monte , fan

& o loco primum Cænobium hujus San

& e Religionis Capucinorum de Arrabi

da fic fundavit anno 1942 .

Et Dominus Alvarus , quartus Dux de

Aveyro , tertius Patronus bujus

San &tæ ' Provinciæ , ut memoria tanti

Viri, & filiorum ejus in pofteros per


1
maneat , typum poſuit anno Domini

162 2 .

Attendite ergo filij ad petram unde ex

cifi eftis. Iſai


. 51. v.1 .

Quem eſcreveo a referida Inſcripçað ſe equivocou ,


chamandolhe IV . Duque de Aveiro , porque foy o

terceiro : parecerlhehia , que devia numerar o Duca

do do Senhor D. Jorge ; mas ſendo de Coimbra , nað


ſe contava
por de Aveiro , e he a verdadeira interpre
taçao ,
, que acho a eſta equivocaçao.
Foy o Duque tað zelador da auſtéra vida deſte

Moſteiro , querendo que como Cabeça de toda a


Provincia , permaneceſſe nelle a obſervancia , em que

fora edificado , que conſeguio do Capitulo , que ſe


celebrou em Loures no anno de 1610 , ſe guardaffe

elle perpetua abſtinencia de carne : e finalmente em


Tom . XI. M tudo
98 Historia Genealogica

tudo o que pertencia a eſta Santa , e reformada Pro

vincia , foy o Duque hum acerrimo Patrono ; e aſſim

por qualquer parte , que paſſava, que havia Conven

to da Provincia , ainda que ficaſſe diſtante do cami

nho , que ſeguia , o viſitava, inquirindo tudo , de que

podia neceſſitar , ou foſſe do temporal, ou eſpiritual;

e coſtumava dizer , que nað podia eſtar ſem os ſeus

Arrabidos . He fundaçaõ fua o Moſteiro de Santo

Antonio de Torres Novas , para o qual ſe transferio

o de Noſſa Senhora do Egypto, deſaccommodado pe

lo ſitio aos Religioſos , que tinha fundado fóra da

Villa o I. Duque de Aveiro , como diſſemios. Em

Azeitað , junto do Palacio , que alli tem , fez hum

Hoſpicio para os Religioſos , que vem da Arrabida

à eſmola ; ordenando , que da ſua fazenda ſe lhe dél


ſe tudo o neceſario para o ſuſtento ; o que depois

feu neto o Duque D. Raymundo eſtabeleceo de for

te , que ainda hoje ſe conſerva. Nað podiaŭ obras

tao pias , aconpanhadas das fantas orações daquel

les Religioſos , deixar de contribuir para huma feliz

diſpoſiçað ; porque na ultima vez , que o Duque vi


fitou o Santuario da Arrabida , ſe preparou alguns

dias para huma confiſfað geral ; e ajudando à Miſta

ao ſeu Confeſſor , recebeo da ſua mañ a fagrada Eu


chariſtia ; e depois de ter rendido a Deos as graças ,

com grande edificaçaõ daquelles Religioſos , eſtan


do de joelhos na Capella môr , mandou chamar ao

Guardia ) , e Communidade, e lhes diffe : Padres aqui

Rejte lugar onde eſtou, ajoelhado me haveis de enter


rar
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 99

rar quando morrer ; o que teve effeito dalli a hum


mez , e cinco dias , morrendo aos 13 de Setembro de

1626 .

Caſou no anno de 1588 com a Duqueza D. Juliana

de Lencaſtre , filha herdeira do Duque D. Jorge , co

mo já deixamos eſcrito no Capitulo III .

Quando El Rey D. Filippe III. paſſou a Portu- Lavanha, Viagem del


gal, como diſſemos, no tempo que affiſtio na Corte Rey D.Filippe a Port.

de Lisboa , foy hum dia viſitar a Duqueza D. Ju- Vines , Młemorius pa


liana ; e lahindo do Paço com o Principe , Princeza , Filipe Ii1. Rey deEs
eInfanta , forað ao Moſteiro da Eſperança , depoſito paña ,improem 1723 .

da Nobreza deſte Reyno , e deixando no Moſteiro a

Princeza , e Infanta , paſſou El Rey com o Principe


a caſa do Duque de Aveiro , que fica defronte do

Moſteiro . Eſta tað grande viſita fahio a receber o


Duque de Aveiro acompanhado de cinco filhos , o
Duque de Torres Novas , D. Affonſo , D. Pedro , D.

Luiz , e D. Antonio de Lencaſtre , e de nuitos Se

nhores , e Fidalgos parentes feus , à porta do fagua ) ,


aonde com ſeus filhos beijou a maó a El Rey , e ao

Principe. Mandou ElRey cobrir aos quatro filhos


do Duque , pela razaõ de ſeu naſcimento. A Du

queza deſceo até o primeiro taboleiro da eſcada, on

de beijou a mað a Sua Mageſtade , e Alteza ; e ſen


do recebida com benevolencia , e affabilidade , ſobi

raõ acima , e ſentados ElRey , e o Principe em ca


deiras poſtas ſobre huma eſteira , arrimadas ao docel,

mandou ElRey trazer almofada para a Duqueza,


que ſe poz ſobre a meſma eſteira ao lado de Sua Ma

Tom . XI. Mii geſta

1
100 a
Hiſtoria Genealogic

geſtade , em que ſe aſſentou ; e querendo ElRey ver

ſuas filhas, Dona Magdalena , e D. Maria , vierað


acompanhadas do Duque de Torres Novas , e D. Af
fonſo de Lencaſtre ſeus irmãos , e beijaraõ a mao a

ElRey , que lhes mandou dar almofadas ſobre a nief

ma eſteira , em que ſe ſentarað , e durou a viſita

tempo , em alegre converſaçaõ , e baſtante familiari

dade . Na meſma caſa affiſtirao os Senhores Caſte

Jhanos , e Portuguezes em pé , e cobertos , os que di


ante delRey gozavao deſta preeminencia. Acaba

da a viſita , acompanharaõ as filhas da Duqueza a

El
Rey até a porta da meſma caſa , e a Duqueza ſa
hio duas caſas mais adiante , donde ElRey nað con

fentio , que paffalſe , ainda que ella muito porfiou ;


e alli honrando muito a Duqueza , ſe deſpedio com

extraordinarias moſtras de benevolencia : os Duques,

filhos , e mais Senhores , o acompanhara ) até a por

ta do ſaguað , onde entrando ElRey , e o Principe

no coche , tornarað ao Moſteiro da Eſperança a buſ

car a Princeza , e Infanta. No dia ſeguinte foy a


Duqueza ao Paço a beijar a maõ à Princeza , e Infan

ta , acompanhada de todos os Senhores , Fidalgos

Caſtelhanos , e Portuguezes , que havia na Corte ;


Suas Altezas a receberaõ em pé na ſegunda anteca

mera , e depois de ſentadas , ſeſentou a Duqueza em


huma almofada ; alli veyo ElRey , e o Principe , e

eſtiverað todos juntos em boa pratica , que acabada,


ſe deſpedio a Duqueza de Suas Altezas ; e fallando às

Damas, voltou para ſua caſa com o meſmo acom


panlia
da Caſa Real Portuig. Liv . XI. 101

panhamento. Depois voltou ao Paço , por aſſim lho


mandarem Suas Altezas , com ſuas filhas , às quaes ſe

derað almofadas , em que ſe ſentara ) , ſobre huma ef

teira , que ſe poz junto à em que Suas Altezas , ea


Duqueza eſtava ) aſſentadas.

Sobreviveo a Duqueza dez annos ao Duque ſeu

eſpoſo, e empregando o tempo em obras pias , ſez


ſaudoſa a ſua memoria nos pobres , e miſeraveis , que

ſoccorria com mað muy larga , inportando eſta del

peza todos os annos treze mil cruzados , pela folha


particulares
da Caſa ; nað ſendo facil de averiguar as ,

que a Duqueza diſpendia , nem a conta das Miffas


que mandava dizer pelas almas do Purgatorio , de

quem tinha grande compaixao ; porque à medida da


ancia era a deſpeza , e caridade , com que de conti
nuo as ſoccorria . Em todas as obras de caridade , que

liberalmente empregava com os neceſſitados , preferia

aos Religioſos do Moſteiro da Arrabida , que com


notavel affecto eſtimou . De obras de tanta edifica

çaõ piamente ſe pode crer teria verdadeira recom


remunerado
penſa daquelle juſtiſſimo r , que tem por

proprias , as que ſe fazem aos pobres . Morreo a 23

de Agoſto de 1636 , e jaz com o Duque ſeu eſpoſo


na Igreja de Noſſa Senhora da Arrabida ; e deſta ex

cella uniao houve a copiofa , e eſclarecida fucceſfað ,


que ſe ſegue :

Aze16 Don ISABEL DE LENCASTRE , naſceo em


itað no aa nno de 1590 , e foy bauti
zada a 30 de
Julho ; faleceo menina

D.
102 Hiſtoria Genealogica

16 D. Violante de LENCASTRE naſceo no

anno de 1593 em Azeitað . , foy bautizada a 6 de Abril ,

e foy Religioſa no Moſteiro da Madre de Deos de

Lisboa , da primeira Regra de Santa Clara.

16 Dom JORGE DE LENCASTRE , I. Duque de

Torres-Novas , como ſe dirá no Capitulo VI .


16 D. IGNEZ DE LENCASTRE naſceo no anno

de 1596 em Azeitað , e foy bautizada a 19 de Mayo :


faleceo de curta idade .

16 D. Affonso DE LENCASTRE , Marquez de

Porto -Seguro , como ſe diz no Capitulo XI .


16 D. Joað DE LENCASTRE naſceo em Azei

tað no anno de 1598 , foy bautizado a 8 de Janeiro ;

foy Religioſo da Ordem dos Prégadores , e ſe cha


mou Fr. Jacintho ; foy Prior do Convento de Setu
val.

16 Dona MAGDALENA DE LENCASTRE , caſou

com D. Diniz de Faro , II . Conde de Faro como

ſe diſſe no Capitulo XIII. pag . 676 do Tom . IX . Nao


achamos o anno , eni que eita Senhora naſceo ; por

que nao eſtá em o aſſento dos livros do Bautiſmo de

Azeitað , nem ſua irmãa D. Maria ; com tudo enten

demos ſerem primeiro , que ſuas irmãas ; porque ellaş

ſe acharaõ na viſita delRey D. Filippe , como diſſe


mos.

16 D. LUIZA DE LENCASTRe naſceo em Azei

tað no anno de 1600 ; parece foy Religioſa no Mof


teiro de S. Joaõ de Setuval .

16 D. MANOEL DE LENCASTRE naſceo no an


no
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 103

no de 1601 em Azeitað , foy bautizado a 6 de Agoſ


to : morreo de tenra idade .

MARIA LENCASTRE caſo


16 D. DE u com D.

Manrique da Sylva , I. Marquez de Gouvea , cujo

contrato ElRey confirmou por hum Alvará paſſado

no primeiro de Agoſto de 1620 , que eſtá na Torre


Chancellaria do dito anno
do Tombo no livro 30 da

a pag. 214 ; e a ſua ſucceſfað deixamos eſcrita no Ca

pitulo III
. do livro IX . pag. 141 do Tomo X.
16 D. VIOLANTE DE LENCASTRE naſceo no

anno de 1604 , e foy bautizada a 9 de Março . Caſou

com Dom Lourenço Pires de Caſtro , III . Conde de


Bafto , Alcaide môr de Evora , Commendador de
Almodovar, e Garvað , na Ordem de Santiago , Gen

til-homem da Caniera delRey D. Filippe IV . com

quem no anno de 1631 entrou nas Canas , que ſe jo

garað nas feſtas , com que applaudia a Canonizaçao

de Santa Iſabel , Rainha de Portugal , ſua aſcenden


te , ſendo hum dos mais luzidos , que entrarað na

quella Real ſolemnidade


. No tempo que ſuccedeo

a Acclamaçaõ delRey Dom Joað IV . ſe achava en


Caſtella , é lá ſe deixou ficar. Morreo em Catalu

nha , e deſta alliança naſceo unico


1
17 D. DIOGO DE CASTRO , que morreo meni
no .

MARIANA LENCAST
16 . D. DE RE naſceo no
an de 1606 em A z e itað , foy b a u t izada a 17 de
Ouno
tubr
o , e foy Religio no Moſtei daMadr de
ſa ro e
Deos de L i sboa.

1
4

D.
104 Hiſtoria Genealogica

16 D. PEDRO DE LENCASTRE , V. Duque de

Aveiro , ſe tratará no Capitulo VIII.


16 D. LUIZ BERNABE ' de LENCASTRE , Mar

quez de Malagon , como ſe verá no Capitulo XII.


16 Dom ANTONIO DE LENCASTRE naſceo no

anno de 1611 em Azeitað , e foy bautizado a 4 de

Agoſto. Seguio a vida Ecclefiaftica , em cujo habi


to ſempre andou , por ter diverſos Beneficios. Paſſou

para Caſtella com a Duqueza fua cunhada , quando

foy mandada fahir do Reyno , e lá morreo velho ,

provido em huma Dignidade da Igreja de Santiago.

Por norte de ſeu irmao D. Luiz , Marquez de Ma


lagon , eſteve ajuſtado a caſar com ſua cunhada a

Marqueza de Malagon ; e pela grande difficuldade

da diſpenſa , teve a protecçaõ delRey de Caſtella ,

que o mandou repreſentar ao Papa pelo ſeu Embai


xador o Cardeal de Aragað , o que nao teve effeito ;

porque a Marqueza caſou depois , como ſe dirá adi


ante .

16 D. Brites DE LENCASTRE , que foy Re

ligioſa no Moſteiro de S. Joao de Setuval, da Ordem


de S. Domingos , onde ſe chamou Soror Brites de S.

Joſeph , donde foy Prioreſſa , dotada de prudencia ,

e de grande zelo da obſervancia regular, que ella fa


tisfazia com pontualidade , a que accreſcentava mui
tas , e diverſas penitencias , com que ſe affligia . No
anno de 1645 , em que ElRey Dom Joao IV . foy a,
Setuval , querendo ver o Convento de S. Joað , fal

lou a Soror Brites , e lhe mandou dar almofada para


fe
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 105

ſe ſentar ; e allim eſteve converſando com El Rey lar

go eſpaço de tempo , até que ſe deſpedio : nao que

rendo aquelle grande Rey privalla por Religioſa da


honra , que merecia pelo ſeu naſcimento . Faleceo a

23 de Mayo de 1673 , obſervando - ſe na ſua morte

notaveis prodigios , como refere a Hiſtoria de S. Do- Hiſtoria de S. Domino

mingos, onde lhefaz hum merecido elogio à ſua vir- se en part.4. cap. 30.

tuoſa vida.

3
1
N

3
Tom . XI. A Du
1
107

D. Joao II. Rey de SD. Affonſo V. Rey dePortugal,*


a 28 de Agoſto de 1481.
Portugal, * a 25 de
A Rainha D. Iſabel.
Outubro de 1495 . 2
D. Anna de Mendo Nuno Furtado de Mendoça , Apo
O Senhor D. Jor ça , Dama da Excel . tentador mör delRey D. Aftonto V.
ge , Duque de Co. lente Senhora , * cm do ſeu Conſelho .
imbra , Meſtre de 1545 D. Leonor da Sylva.
Santiago , e Aviz,
D. Fernando I. Duque de Bragane
D. Joao de Len * a 22 de Julho
ça , * a z 3 de Março de 1478 .
caltre , 1. Duque de 1550. O Senhor D. Alva
de Aveiro , * a
10 , * 2.4.deMarço2 fomunidade de vereira de 1479.
22 de Agoſto de A Duqueza Dona de 1 504 .
Brites de Vilhena. D. Rodrigo Aftonio de Melio , 1.
1571 . D. Filippa de Mello ,
Conde de Olivença , * em 1404.
Condella de Oliven
Dom Jorge A Condella D. liabel de Menezes ,
de Lencaſtre, ça , * em 1516 * a12 de Agoito de 1482 .
II. Duque de D. Pedro de Menezes , I. Marquez
Aveiro , a S de Villa- Real, * cm 1499.
4 de Agolto D. Fernando de Me.
de 1578. nezes,aan.Marquez2 A MarquezaD. Brices
.
D.Pedro de Mene de Vila- Real , * em Joao Freire , Senhor de Alcoutim ,
1523
zes , 111. Marquez Apoſentador môr.
de Villa - Real. A Marqueza D. Ma.
D. Leonor da Sylva , ſegunda mu
A Duqucza D. ria Freire. lher,
Juliana de Lara.
D.Diogo , Duque de Vileu, Meſtre
S da Ordem de Chrilto , * em 23
D. Affonſo , Condel
A Marqueza Dona favel de Porrugal, * 20.12.el de Sotomayor e Portugal.
Brites de Lara, em Outubro 1504
A Condestablelia D. D. Pedro de Menezes , I. Marquez 1
Dogoes de Villa- Real.
Joanna de Noronha ,
D.
* em 1513 A Marqueza D. Brites.
de Duque Affonſo Telles Giron , Senhor de 5
Dalvare Frecholo , Rico- homem .
Dom Pedro Giron ,
Mettre de Calatrava , D. Maria Pacheco , Senhora de Bel.
monte. H.
* a 2 de Mayo de
D. Joaó Telles Gi.
1406 . Affonſo de las Caſas , Senhor de
ron , 11. Conde de
D. llabel de las Ca. Gares , Alcaide mor de Priego.
Uredha , * a 21
fas , nobre Sevilhana .
de Mayo de 1 528 . D. Leonor Fernandes.
Dom Joao Tel
les Giron , 1V. D. Pedro Fernandes de Velaſco , 1.
A Condella Dona D. Pedro Fernandes Conde de Haro , creado em 1430 .
Conde de Ure.
nha , Senhor de Leonor de la Ve. de Velaſco , 1. Con
deltavel de Caftella , A Condella D. Brites Manrique.
Oſuna , &c. * il, Conde de Haro
em 1558. * em 1472 . S Marquez de Santilhana , * 1445..
A Condeltableſla D.
A Duqueza A Marqueza D. Catharina Soares de
Mccia de Mendoça .
Figueiroa.
D. Magdale
na Giron. Dom Diogo Fernandes de la Cues
D. Beltraó de la Cue.
146
va , I. Duque de Al-CD. M0a.yor Alonſo de Mer,
cado . em
D. Franciſco Fer buquerque , *
de Novembre 1492 . D. Diogo Furtado de Mendoça , I.
A Condella Do. nandes de la Cue Duque do Infantado,
A Duqueza D. Mc. em 1479 .
na Maria de la va , Il. Duque de
A Duqueza D. Brianda de Luna e
Cueva, Albuquerque. cia de Mendoga. Mendoc
a.
F
D. ernando Alvares de Toledo , 1.
1439
D. Garcia Alvares des Conde de Alva , feito em
A Duqueza Dona Condel D Mecia Carrilho de
Franciſca de Tole Toledo , 1. Duque de A l a .
To Codo
do , Alva , * em 1488 . 24 le nd,e
Fr Henriques
D. adique , II . Almi
ra nt de Ca ſt el la,
A Duqueza D. Ma.S Coend ella D. Thereſa de Quinho
ria Henriques. A
nes.

Tom . XI. Nü
CA
PI ,
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 109

CAPITULO VI.

De Dom Forge de Lencaſtre, 1, Duque de

Torres-Novas.

16
Gloriofa memoria do Senhor D.Jorge ,
Duque de Coimbra , fez agora , que da

excelſa uniaõ de ſeu neto o Duque D. Alvaro , e da

Duqueza D. Juliana , ſe puzeſſe a ſeu filho o nome de


D.Jorge, para que ſendo herdeiro da ſua Caſa , fof

em tudo ſemelhante a ſeu grande biſavó o Meſtre 1

de Santiago. Naſceo no anno de 1594 Duque de

Torres-Novas , e foy o I. , merce , que ElRey ti

nha feito aos Duques ſeus pays , para o primogeni

to , que naſceſſe daquelle matrimonio : foy bautiza

do a 13 de Abril, conforme o aſſento , que ſe con

ſerva na Matriz da Igreja de Azeitaó. No anno de

1619 ſe achou o Duque de Torres Novas nas Cortes, 1


que ElRey Dom Filippe III. celebrou em Lisboa ,

quando jurou ao Principe ſeu filho. Nao durou ao

Duque a vida de forte , que ſuccedeſſe nos Eſtados

da Caſa de Aveiro , de que ſua mãy eſtava de poſſe.


Nað teve mais titulo , que o de Duque de Torres

Novas , por morrer em ſua vida. Nao contava niais,

que vinte e tres annos de idade , quando os Duques


ſeus pays ajuſtarað o ſeu caſamento com D. Anna
Doria Colona , que foy ſua primeira mulher , filha
de
IIO Hiſtoria Genealogica

de André Doria , e de Joanna Colona , III . Principes

de Melfi, o que ſe paſſou depois a hum Tratado de

dote , e arrhas ; e para ſegurança delle , alcançarað

hum Alvará , em que El Rey ſuppria todos os defei

tos deſte contrato , concedendolhe , que no caſo de

nað baſtarem os bens hypothecados , à ſatisfaçaõ do

dote , e arrhas , que eraõ livres , ficaſſem obrigados

os da Caſa , e Morgado , e todos os mais que poſſuía


a Caſa de Aveiro , ao complemento , e ſatisfaçao do
eſtipulado na Eſcritura. Foy paſſado o Alvará a 8

de Novembro de 1618 , o qual vimos na Torre do


Tombo na Chancellaria do dito anno no livro 44 pag.

21. Porém delle fe nað tira , o que continha a Eſcri


tura do dote , e arrhas , donde eſtað as condições do

ajuſte , a qual nao vimos , nem outros papeis , que


poderiaõ fer uteis à Hiſtoria ; os quaes pedimos , e
apontámos , para ſe nos darem do Cartorio da Caſa

de Aveiro , e nað ſe me negando , os nað tive ; e tal


vez com prejuizo da memoria dos antigos Senhores

della . Foy pio , e devoto , com grande devoçað ao


Santiſſimo Sacramento , e quando o levava7 por Via

tico aos enfermos , hia o Duque de Torres Novas

diante , tangendo a campainha ; e fervia na Irman


dade da Miſericordia de Setuval , onde reſidia , a

Noſſa Senhora : era elle notavel ſervidor do ſeu San

to Inſtituto , acompanhando os enterros , e tomando

muitas vezes ſobre ſeus hombros a Tunba. Foy

muy inclinado à caça , que ſeguia com exceflo , tan


to que ſe lhe attribue a doença , de que ſe lhe origi
1
nou
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 111

nou a morte , ao exceſſivo calor , com que em o ul

timo dia , que foy ao monte , o penetrou de ſorte ,

que o poz no extremio de acabar a vida. ElRey D.

Filippe III. com novas merces , que fez à Caſa de

ſeu pay, moſtrou a grande eſtimaçað, que fazia del


la , e a ſatisfaçaõ das ſuas ſegundas vodas ; porque

para as facilitar com Real generoſidade, dotou a noi


va com extraordinarias merces. Faleceo a 7 de Se

tembro de 1632 : jaz na Capella môr do ſeu Moſtei


ro da Arrabida.

Cafou duas vezes , a primeira no anno de 1619 com

D. Anna Doria Colona , que de Genova conduzio a

Portugal Carlos Doria , Duque de Turſis ſeu tio ,


com onze Galés ; e no dia de S. Lourenço do referido

anno deraõ fundo no porto da Villa de Setuval je


2
antes
que deſembarcaſſem , . mandou o Duque de Tur

fis noticiar a ſua chegada , por dous parentes ſeus ,


Cavalleiros da Ordem de Santiago , e comprimen

tar aos Duques de Aveiro , e de Torres -Novas , OS

quaes ſem dilaçao foraõ a dar as boas vindas à Du

queza de Torres Novas, e ao Duque Carlos , que os

recebeo com todas aquellas demonſtrações de goſto ,

que correſpondia ) a eſta grande alliança ; e aſſentarz

do, que no dia ſeguinte deſembarcaria a Duqueza ,


paſſara) a noite no mar com excellentes muſicas , e

outros divertimentos , que diſſimulara ) a dilaçao. No

dia ſeguinte em hum Sabbado , que fe contava ) in

de Agoſto ,,empavezadas as Galés de feſta , com el

tandartes , e galhardetes , levarað ferro , e deraū fun


do
I I2 Hiſtoria Genealogica

do defronte da ponte , que ſe tinha fabricado ſobre


barcos ; e dando todas as Galés huma falya de arti

lharia , lhe reſpondeo com outra o Caſtello de S. Fi

lippe , e a eſta ſe ſeguio outra da gente da guarni


çaõ da Villa. A Duqueza de Aveiro eſperava na

praya em hum coche guarnecido de prata , de gran


de feitio , e cuſto , acompanhada de ſeus filhos, e pa
rentes , e de muitos criados veſtidos ricamente , e

com excellentes librés ; apeou - ſe a Duqueza , e foy

levada à ponte em cadeira de mãos : a eſte tempo def .

embarcou a Duqueza de Novas , veſtida de


Torres

ſitim verde , bordado primoroſamente de ouro , com


colar , e cinta de rubins, que ſeu eſpoſo lhe manda

ra ; trazia - a pela mað o Duque de Aveiro , que com

ſeu filho o Duque de Torres Novas , a viera ) acon

panhando na Galé . Aſſim que a Duqueza de Torres

Novas ſe achou em terra , ajoelhando ao Duque ſeu

ſogro , lhe quiz beijar a mað ; mas a Duqueza fua


dan
ſogra levando-a nos braços , a meteo no coche ,
dolhe o mellor lugar. Neſte tempo ſe repetio outra

falva de artilharia , e moſquetaria , e começarað a ca

minhar para o Paço do Duque em boa ordem ; le

vava ) diante os Porteiros da Cana , e Maças , Arau

tos com ſuas Cotas de Armas , grande numero de


Lacayos , trombetas , charamellas , e vinte Alabar

deiros , que acompanhava ) o coche , todos luzida

mente veſtidos. O Duque de Torres-Novas hia a

cavallo ao eſtribo do coche , veſtido de calças , e cou .


ra de ambar , bordado de ouro , ſobre fitim encarna
do ,
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 113

do, cappa negra bordada de ouro , eſpada de ouro ,

e na gorra penacho rico de diamantes- Seguiaõ- ſe


dous coches, e muitos cavallos à mað : os Senhores

hiaõ a cavallo , e tambem os parentes da nova Du

queza. Neſta ordem derað hum gyro à Villa. As


ruas eſtava ) todas armadas até chegarem à Praça ,

em que eſtava formado hum Eſquadrao da gente da


terra, que ao chegar derað huma dilatada falva. En

trarað na Igreja de S. Juliaõ , onde eſperava D. Jora


ge de Mello , Prior môr de Palmella , reveſtido em

Pontifical , para a ceremonia das benções ; e feitas


!
todas as que ordena o Ritual Romano , ſe recolhe
rað. Levava a falda à Duqueza hum irmao de ſeu

eſpoſo; e ſeguido eſte luzido acompanhamento de

infinito povo, que acodio de Lisboa , e dos Lugares


circumviſinhos. Na noite na falla grande do ſeu Pa
lacio havia variedade de muſicas , danças , e inſtru

mentos , que com o eſtrondo dos fogos de artificio ,

que ardia na Villa , era tudo hum agradavel , e gof

toſo divertimento ; porque no Palacio do Duque ef


tavað ricos aparadores cheyos de muita prata , mag

nificas meſas , em que comerað os Senhores , ſepa


3
rados das Damas , em que ſó foy admittido o Du
que de Torres-Novas. Os apoſentos armados com

notavel pompa , de diverſas , e differentes cores ; ca

mas , e leitos ricos: para hoſpedes tinha o Duque la

vrado novo Quarto , em que havia diverſos apoſen


tos, com quinze leitos todos bem armados; o do Du

que de Turſis era de evano com o paramento de téla ,

que
114 Hiſtoria Genealogica

que lhe foy levado à Galé , nas quaes houve a mel

ma abundancia de viandas , e regallos para os Solda

dos , e Galeotes . O Quarto do Duque de Torres


Novas eſtava adereçado com a mais primoroſa gran

deza , que ſe pode imaginar , aſſim no rico , como no

exquiſito. No Domingo houve Touros , em que en


trou Dom Jeronymo de Ataide , filho do Conde de

Caſtro - Dairo : na noite illuminada a Praça , ardeo em

novos artificios de fogo , ſendo tudo magnifico. Na


fegunda feira o Duque de Turſis ſe levantou da ca

ma , e ſem dizer couſa alguma , ſe meteo em huma


cadeira de mãos , e embarcou na ſua Galé , e ao mel

mo tempo os Capitães , e peſſoas , que o acompanha


vað , e levarað ferro ; deixando hum recade , em que

dizia , que antes queria paſſar por ſer groſſeiro , no


modo da deſpedida , do que ver os effeitos , que ha

via de cauſar , que eſta era a cauſa da ſua ineſperada.


partida : o que os Duques de Aveiro , e Torres-No

vas ſentirao ‫ ;ܪ‬e aſſim acodirað ás Galés , rogandolhe

ſe detiveſſe mais alguns dias: o Duque Carlos o fel


tejou , mandando embandeirar as Galés , e com repe
tidas falvas de artilharia deu à véla . A todos fez o

Duque preſentes de ricas joyas , e ricas peſfas , chei

ros , luvas , e coletes de ambar , contadores , e cou

fas da India , e cavallos , com toda a grandeza , que

cabia na eſtreiteza do tempo , que ſe fora mais , co

mo ſe entendia , ainda feria mais publica a generoſi

dade dos Duques. Toda eſta alegria , grandeza , e


contentamento , com que eſtas vodas forao celebra

das,
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 115

das , fe nað dilatou demaſiadamente ; porque ſe ſe

guio , o que coſtuma ſucceder no Mundo , durando

muito pouco eſta excelſa uniao , pois nað viveo a


Duqueza D.Anna Doria hum anno ; porque no ſe.

guinte de 1620 morreo , nao contando vinte de ida

de : era de aſpecto grave ', mas alegre , reveſtida de

com muito agrado.


brio Romano , mas Era filha de
André Doria , III. Principe de Melfi, Grande de

Heſpanha , ( filho do Principe Joað André Doria , Ge

neral do mar ) e da Princeza Joanna Colona , filha de


Fabricio Colona , Principe de Paliano , que morreo

em vida de ſeu pay no ano de 1580 , e da Princeza


Anna Borromeo , irmãa de S. Carlos Borromeo , fi
lha de Gilberto Conde de Arona , e de Margarida

de Medicis , neta de Antonio Colona , Duque de Ta


1
lhacoz, e Paliano , Condeſtavel de Napoles , Caval
leiro do Tofað , Vice-Rey de Sicilia , e da Condeſta

bleſſa ſua mulher Felicia Urſino , irmāa de Paulo Jor


1
dað Urſino , Duque de Braciano ; e aſſim era a Du
queza de Torres Novas hunia Princeza , animada do
$
mais eſclarecido ſangue , que ſe conhecia na Ita 1
lia.

Cafou ſegunda vez com D. Ama Manrique de


Cardenas, Dama da Rainha D. Iſabel, primeira mu- Caſa de Lara , tom. 2 ,
liv , 8.cap. 17 .
lher delRey D. Filippe IV . ſua prima ſegunda , em

cuja attençað o dito Rey fez por eſte caſamiento

merce à Caſa de Aveiro do titulo de Duque de Tor

res-Novas , por tres vidas mais fóra a do Duque D.

Jorge ; e dos bens da Coroa , e Ordens , por duas vi


Tom . XI. O das
116 Hiftoria Genealogica

das mais , além das que a Caſa tinha ; e declarando

titulo de Marquez para o neto , em os tres primeiros

caſos , que pudeſſe vir a acontecer ; fazendolhe nier

ce tambem das juriſdicções de Santiago de Cacem , e

Sines , na meſma fómia , que as demais , que poſ


fuîa : eà Duqueza D. Anna tres mil ducados de ren
da em ſua vida , e quatro habitos das Ordens Milita

res deſte Reyno , para que os repartiſſe por ſeu ar


bitrio. Depois lhe fez o meſmo Rey merce da ad

miniſtraçaõ da Commenda de Monaſterio na Ordem


de Santiago , de que tirando Bulla Pontificia , tomou

poſle a 6 de Outubro de 1629 ; e ElRey lhe conce


deo mais duas vidas nella , por recompenſa de ter re

nunciado os tres mil ducados. Por morte de ſeu ſo

brinho o Duque D. Franciſco Maria , pertendeo a

Duqueza D. Anna ſucceder nas Caſas de Naxera ,


Maqueda , Trevinho , Valencia , e Belnionte : pelo

que poz demanda , em o Conſelho , à Duqueza D.

Thereſa Antonia Manrique de Mendoça ſua fobri


nhia , filha da Marqueza de Canhete D. Maria de

Cardenas Manrique ſua irmãa mais velha , preten

dendo como parenta em grao mais proximo , que

ſua ſobrinha , do ultimo poſſuidor , lhe houveſſe de

ſucceder , e como filha da Duqueza D. Luiza Manri

que , e do Duque D. Bernardino , lhe pertenciao as


ditas Caſas, com tudo o que nellas ſe aggregava : po

rém antes que ſe pronunciaſſe a final fentença , nior


reo a Duqueza em Madrid a 17 de Dezembro de

1660 , por ter ſido mandada ſahir deſte Reyno com


fua
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 117

fra filha D. Maria de Guadalupe , e ſeu cunhado D.


Antonio de Lencaſtre , pela fogida , que o Duque de

Aveiro D.Raymundo tinha feito , como ſe dirá em

ſeu lugar. Era filha de D. Bernardino de Cardenas,

III. Duque de Maqueda , Marquez de Elche , Se


nhor das Villas de Torrijos , S. Sylveſtre , Alcabon ,

el Campilho, Monaſterio , Riaza , Crevilhen , e Ta

ha de Marchena , e das Baronías de Axpe , Planes ,


e Patrax , Adiantado mayor de Granada , Alcaide

môr de Toledo , e Alcaide perpetuo de Almeria ,

Jax , Chinchilla , e de la Mota de Medina de Cam


1
po; e da Duqueza D. Luiza Manrique de Lara , V. 1
Duqueza de Naxera , Condeſſa de Valença , e Tre 1
vinho, Senhora de Navarrete , Belmonte , Cevico ,

Ocon ,S. Pedro , Villoslada , Lumbrelas , Ortigoſa,


Villademor , Frelno , e outras muitas Villas , em que

fuccedeo a ſeu pay D. Manrique de Lara e Cunha


Manoel, IV. Duque de Naxera , V.Conde de Tre
1
vinho , VI. Conde de Valença , XIII . Senhor de

Amuſco, & c. em quem ſe conſervava huma das mais


1
eſclarecidas linhas da grande Caſa de Lara , como ſe casa de Lara , tom.2 .
pode ver naquella eſtimadiſſima Obra , que eſcreveo liv, 8. cap. 1o.

o Principe das Genealogias do ſeu tempo , na qual

como em precioſo theſouro acharáð todos os profef

fores da Hiſtoria , e da Genealogia , com que enrique

cer os ſeus eſtudos, e luz em muitas materias , que o

feu trabalho , e erudiçaõ ſoube averiguar ; e nós já

deixamos tocado no Capitulo XII . do Livro V. def


ta Obra. Jaz no Moſteiro de Guadalupe , em bum
{ Oü nicho
Tom. XI.
118 gica
Hiſtoria Genealo

nicho debaixo do arco principal da Capella môr , on

de ſua filha a Duqueza de Aveiro lhe mandou pôr a

ſeguinte Inſcripça ) :

Doña Ana Maria de Cardenas , Du

queza que fue de Maqueda , y Torres

Novas, yaze en eſta ſepultura que

elegio para ſuentierro.

Hæc requies mea in fæculum & c.

Hic babitabo quoniam elegi eam .

Deſte matrimonio da Duqueza D. Anna , cuja Ar

vore de Coſtado ſe verá adiante , teve o Duque de


Torres-Novas os filhos , que ſe ſeguem .

17 D. RAYMUNDO DE LENCASTRE , IV . Du

que de Aveiro , como ſe dirá no Capitulo VII.


17 D CARIA DE GUADALUPE DE LENCAS

TRE , VI . Duqueza de Aveiro , como ſe verá no Ca

pitulo IX .

17 D. Luiza THOMASIA GASPARA MARIA

FRANCISCA RAYMUNDA ANTONIA MANRIQUE DE


LENCASTRE naſceo no anno de 1632 , e foy bautiza

da a 6 de Janeiro , e morreo com poucos amos
ſem eſtado .

17 Dom Joao MANRIQUE DE LENCASTRE E

CARDENAS , que ſendo naſcido poſthunio no anno


de 1633 , foy bautizado a 26 de Mayo do dito anno ,
com o nome de Joao Mathias Luiz Antonio Gon
çalo
*
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 119

çalo Boaventura Melchior Mariano ; e foy oppoente

às Caſas de Naxera , e Maqueda , deſde 25 de Outu


bro de 1656 até que faleceo no anno de 1659 ; aſſim

alguns o appellidara ) Duque de Maqueda .

Dona
I 2 I

D. Guterre de Cardenas, Commene


dador môr de Leao , * cm 1493 .
Dom Diogo de Car
D. Thercia Henriques , * a 4 de
denas , I. Duque de
Maqueda , * 1942 . Março de 1918 .
D. Bernardino de D. Joao Pacheco , Marquez de Vic
Cardenas , II . Du A Duqueza D. Me Thena , Duque de Eſcalona , & c.
que deMaqueda , cia Pacheco . D. Maria Velasco , fina de D. Pe .
* anno de 1560. 2 dro Condeliavel de Cullella ,
Dom Bernardi D. Pedro , il. Conde ce Haro , Con .
D. Inigo de Velaſco , deſta vel de Galicila .
no de Cardenas,
II. Duque de Frias , D. Maria de Mend . folha de D. Ini
Marquez de El
che , * a 2 de A Duqueza Dona oCondeltavel de Cat go de Mend. I.Marq. de Santilhana.
S
Iſabel de Velaico. < lella.
Agoſto de 1 557. D. Luiz de Tovar , Conde de Bera
A Duqueza D.Maria ) langa.
D. Bernardi. de Tovar , Senhora D. Maria de Guſmaó , filha de D.
no de Carde. de Berlanga. Alon !o Peres , Cont, mộr de Caitei,
nas , III. Du.
D. Fernando I. Duque de Bragana
que de Man
ça , * em 2 2 de Março de 1478.
queda , naſc. Dom Fernando , II. 1 ) .Joanna de Caftr. til. H. de L.Joao
a 20 de Janei do nome , Duque de de Caitro, Sen , do Cadav . * 1489 .
so de 1953 , Bragança , * a
D. Jayme , unico Infante D. Fernando , * a 18 de
* em 17 de A Marqueza D. Bojunho
de ererho det, 81. S Setembro de 1970.
de
Dezembro de Joanna , ka 21 do nome , Duque 1470 .
de Outubro de de Bragança , * a A Duqueza D. Ilabel A Infante D. Britts , filha do Infante
1601 .
20 de Sel. 1532 . dePorrug. * 1521 . 24D. Joab , * a 30 de Seten.b .1506 ,
1988 .

delimór
Saef dos Belt
mordos eiro
Biele des. hendosa,Anao
A Duqueza D. Jo- c Diogo Furtado de
D. Brites de Vill aragut , filha de D.
Dona An anna deMendoca , Mendoça , Alcaide Antonio , 111. Barao de Olacau ,
ſegunda mulher , môr de Mourao .
Maria Fernaó Soares de Aibergaria , Seo
Manrique * cm 1580.
D. Brites Soares de nhor de trado .
de Carde
Albergaria, D. Maria Gonçalves Alcafachao, fie
Das , Dog
lha de Gonçalo Fernandes Alcat.
de Torres
Novas m D. Pedro Manrique , I. Duque de
, . D. Antonio Manri SA Naxera , * em Fevereiro de 1515.
do Duque
J o
D. rge Dom Manrique de que , 11. Duque de Bu D.Gu Geceioma ro,1.C.de Monſanto
Alrvade ,
Lara , Ill. Duque Naxera , & c. * a13 fil, de D.Alvaro , ,
de Naxera , iv 3 de Dezembro 1555. D. Joao de Cardona , I. Duque de
Conde de Trevi . D. Joanna de Carde
nho , 8 %. + a 29 , Ja
neiro de 1547. ,
Dom Manriqae deJaneiro 1558 .
Dona Luiza de Lara e Cunha D. Luiza da Cu D.joao da Cunha, Duq . deValenç,a ,
Manrique de Manoel IV. pha , V. Condcira D. Thercia Henriques , filha de D.
Lara, V.Duel Duque de Na . de Valença , * a da Cu .
queza de Na xera , Conde de lode Outubro de Alva de Lilte,
Valença. D. Joao Manoel, 11. Senhor de Bela
xera , naſceo Trevinho, e Vi. 1570.
a 8 de Janei Conde de Valen . monte , e Cervico .
Catharina de CasSe
sode 1558 , ça, * a 5 de Ju. D. Aldonça Manoel.2 D.Dio gude Rojas , telnh , fil
laor ozD.
dehaPde a.
* no anno lho de 1600 .
de 1627 0. l'edro Giron , Mettre de Cala .
D. Joaó , II . Conde trava , * no 1. de Mayo de 1466 ,
de Urenha , * a 21 D. Iſabel de las Calas , tiina de Afa
D. Joaó Telles Gi fonto de las Caſas. o
S de Mayo de 1528. c
A Duqueza D. ron , IV . Conde de dro e Velaſ ,11. Conde de
C D.Pe
o d
Maria Giron , * Urenha , * a 10
D. Leonor da Veiga, Haro , Cond eſta vel de Caſtella.
a lo de Agoſto de Mayo dets58.
em 1522 . D. Maria de Mendoça , filha de D,
de 1562 , er.
co Inigo , l . Marquez ede Santilha una
A Condefla Dona
m n ciſ a i r an q u A l buq
a 0.. Bel u
Maria de la Cue. Do Fr del , 1. D de
va , * em 19 de que , de Santiago .
Cueva D. Mcci de Mendoç fina14 de D.
Abril de 1966 . , 11. Duque de Dingo , a1. DuquedoaIn, ta * ntajo9 . 2.
Albuquerqu e.
D. Garcia de Toicdo , I. Duque de
D. Franciſca de To Alva , Marquez de Corea , & c.
Icdo . D. Maria He s iq , filha de D. Frlad
nr ia i
que r te
u e H e nri A lmi de Cal
q , . .

Tom. XI.
CAP
I
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 123

CAPITULO VII.

De D. Raymundo de Lencaſtre , IV . Duque

de Aveiro , e ll. de Torres Novas.

17 O Capitulo paſſado diſſemos > fon

NO
ra o primogenito dos Duques de Torres

Novas Dom Raymundo de Lencaſtre ; por morte

do Duque ſeu pay , foy II . Duque de Torres Novas

por Carta paffada a 24 de Junho de 1633 , por viver


ainda a Duqueza D. Juliana , proprietaria da Caſa de

Aveiro; e por ſua morte fuccedeo em toda eſta gran

de Caſa, e foy IV . Duque de Aveiro , II . de Tor

res-Novas , Senhor de Penella , Abiul , Condeixa ,

Cezimbra , Santiago de Caceni , Sines, e outras mui


tas terras , Alcaide môr de Coimbra , de Setuval ,

Commendador na Ordem de Santiago , em que teve

as grandes Commendas , que ſeus avós poſſuira ). To

dos eſtes Eſtados lhe pretendeo tirar ſeu tio D. Af


fonfo de Lencaſtre , Marquez de Porto -Seguro , que

rendo ſucceder nelles a Duqueza D. Juliana ſua māy ,

avó do Duque Dom Raymundo , ſobre que fizeraó

muitos pareceres inſignes Juriſconſultos daquelle tem

po , Portuguezes , e Caſtellanos : porém correndo a

cauſa , depois da morte da Duqueza D. Juliana , teve


ſentença o Duque D. Raymundo a ſeu favor a 18 de

Setembro de 1637 , ficando excluido ſeu tio o Mara


No
quez de Porto Seguro.
I 24 Hiſtoria Genealogica

No anno de 1640 da feliciſſima Acclamação ,

em que fobio ao Throno de Portugal ElRey Dom


Joao IV. ſe achava fóra da Corte o Duque D. Ray

mundo debaixo da tutela de ſua máy a Duqueza de

Auto das Cortes de Torres Novas. No anno ſeguinte no Auto do Jura


dico anno .
mento , que os Tres Eſtados do Reyno fizera ) ao
meſmo Rey , em que foy jurado ſeu filho o Princi

po D. Theodoſio herdeiro do Reyno , jurou o Du

que de Aveiro por ſeu Procurador o Marquez de

Villa -Real, com procuraçað da Duqueza de Torres


Novas ſua mãy , como Tutora , e Adminiſtradora da

ſua peſſoa , e Cafa , por o Duque nao ter idade de


ſe poder mancipar. Depois no anno de 1656 , em
Ultimas deções del Rey
D.Fouố 11. impr. em que o meſmo Rey teve a ultima doença , de que
1957 , pag.12 .
morreo , depois de tomar o fagrado Viatico com
grande edificaçao da Corte , e recolhido interiormen
te , depois da Conimunha ) , lhe diſſe o Caniereiro

môr , que eſtavað alli os Duques de Aveiro , e Ca

daval , aos quaes já Sua Mageſtade tinha chamado


Porengal Reflaurado , para junto ao leito ; e chegando o de Aveiro , lhe lair
liv
. 12. com . I. pag. çou o braço ao peſcoço , dizendolhe , que era moço ,
8950
que ſe nað deſvaneceſſe fios annos , na riqueza , nem

na Dignidade , pois as mayores naquillo vinha ) a pa


rar : que viveſſe com a morte diante dos olhos, para

que viveſſe , como convinha : que ſempre o amara


muito , e deſejara vello bem encaminhado ‫ ܪ‬e aſſim

para as lembranças, que já lhe nað podia fazer , ſers


viſſe a repreſentaçaõ daquella morte , para que lhe
nað foſſem neceſſarias , e déſſe em todo o tempo a

conta
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 125

conta de ſi, que Sua Mageſtade eſperava , principal

mente quando era neceſſario ao Reyno mayor quie

taçao , obediencia , e uniformidade. A que o Du

que reſpondeo com muitas lagrimas , ( que em taes


occaſioens fað fillas do mayor valor ) que eſperava

em Deos tiveſſe Sua Mageſtade muita vida , para

que teſtemunhaſſe o quanto em todo o tempo o deſe


java ſervir , e obedecer. Aſſim que ElRey faleceo ,
o Secretario de Eſtado Pedro Vieira da Sylva , por

ordem da Rainha Regente , lhe participou a noticia ,

e que havia de pegar em huma das argollas do cai

xað , em que eſtava o Real cadaver ; o que o Du

que fez no Paço , e depois o acompanhou a S. Vi

cente de Fóra , onde foy ſepultado . Determinou a

Rainha o juramento delRey D. Affonſo ſeu filho ,

que ſe celebrou a 15 de Novembro de 1656 com

grande pompa ; nelle fe achou no meſmo Auto ,

acompanhando a ElRey , e nelle lhe deu homena

gem , ſendo o que ſe ſeguio a jurar , conforme a an

tiguidade da Carta da ſua Dignidade , o primeiro de


pois do Infante D. Pedro .

Havia quaſi vinte annos , que o Duque com


fiel ſubordinaçað vivia em Portugal, quando entran

do em hum negoceado com D. Fernando Telles de


Faro , que fora Embaixador aos Eſtados Geraes , af
ſentarað deixar a Patria , contra que formaraõ affe

& adas queixas ; aſlım D. Fernando largando os ne

gocios da Embaixada, o veyo a fazer , paſſando-ſe ao


ſerviço de Caſtella , com abominavel eſcandalo ; e o ·
Tom. XI. P Du
126 Hiſtoria Genealogica

Duque para o executar ſe valeo de La Lande , que


7
era hum Francez , Soldado da fortuna , que paſſou
a ſervir no noſſo Reyno com huma Carta de recon

mendaçao do Cardeal Mazarino ; e tendo ſervido

tempos nas Campanhas de Alentejo com preſtimo ,

ſe achou no ſoccorro de Elvas com o poſto de Te

nente General da Cavallaria das Tropas Auxiliares.

Depois paſſou à Corte de Lisboa a pretender o meſ


mo poſto na Cavallaria do noſſo Exercito ; e nað ſe
lhe deferindo à pretençao com a brevidade , que elle

queria , reſolveo voltar para França : e aproveitando


ſe o Duque da occaſia ) , fez delle confiança , para

diſpor a jornada de França . Soube La Lande , que


em Setuval eſtava huma Charrua para fazer viagem

para Bretanha ; ajuſtou -ſe com o Meſtre, e ſahindo


daquelle porto , deu fundo na Enſeada da Arrabi

da , onde o Duque de Aveiro embarcou no anno de

1659 , e aportou em Breſt. Havia já chegado àquelle

Reyno o Conde de Soure D. Joað da Coſta , man

dado por Embaixador Extraordinario àquella Cor


te Varað dotado de valor , prudencia , e ſabe

doria , que tendo eſta noticia , ſem embargo , de


que lhe era preſente chegara anticipadamente Dom
Luiz de Haro , Miniſtro de Caſtella , para a conclu

faó do Tratado da Paz entre aquellas Coroas ; e que

La Lande havia paſſado por Bayona pela poſta , e

ſendo caſado naquella Cidade , ſe naõ detivera en


ſua caſa mais , que o tempo preciſo para comer , e

mudar de poſtas, e que com toda a diligencia fora


para
da Caſa Real Portug. Liv. XI. I 27

para Madrid , lhe era clara a inferencia , de que o Du


que caminhava àquella parte . Com tudo a grande
1
za da peſſoa , e a repreſentaçaõ da Caſa do Duque ,
obrigarað ao Conde procurar todos os caminhos de

divertillo , ou impedirlhe a jornada. Determinou o


Conde eſcreverlhe, moſtrando eſtar perſuadido , que

deſgoſtos particulares o levarað a França ; offereceo


lhe a ſua caſa , e ſervillo naquella Corte, com a fa

zenda , e com a authoridade do caracter , que repre


fentava :
: que o eſperava em Tolofa , onde lhe tinha

prevenido hum Quarto ; e porque tal vez ( lhe dizia)


a preſſa , com que ſe embarcara , lhe ſeria a cauſa de

nað prevenir os meyos neceſſarios , lhe remettia huni


credito de dous mil eſcudos.

Nað havia muitos dias , que o Conde de Sou

re eſtava em Toloſa , quando recebeo deſpachos da

fua Corte , que continha ) a noticia da auſencia do

Duque de Aveiro , com inſtrucçaõ ſobre eſte particu


lar , de que informará a copia da Carta Original da

Rainha Regente , que anda na Relaçao , que eſcre


veo o Doutor Duarte Ribeiro de Macedo , entað Se- ObrasMa
dece
DuartepaRibei .
ro de do ', g.4 }
cretario da Embaixada , e depois Enviado na meſma

Corte , e outras , Varað prudente , erudito , e de gran

de eloquencia , como teſtemunha ) as Obras , que ve


mos ſuas; diz aſſim :

Dom Joað da Coſta , Conde de Soure , & c.


‫ ܕܪ‬Muito preſente vos he a grande eſtimaçao , que

„ ſempre fiz da peſſoa do Duque de Aveiro, e de ſua


„ Caſa , imitando niſto a ElRey meu Senhor , e pay ,
Tom . XI. Pü
» que
128 Hiſtoria Genealogica

„ que Deos tem , que todo o tempo de ſeu governo

tratou ao Duque , e ſuas couſas com particular af

feiçao. Nao baſtou iſto para o Duque deixar de


„, ter ſempre queixas , que eu deſejey muito evitar

„ em differentes occaſioens , de que nað he neceſſa

„ rio advertirvos por menor . Ultimamente offereceo

„hum papel ſobre particulares de ſua Caſa em tem


+ » po , que os communs do Reyno naõ davao lugar

„ a ſe tratar de outra couſa , ſemi embargo , do que


„, lhe mandey logo reſponder ; nað ſe fatisfez da re

» , poſta , e eſta foy a ultima queixa , que ouvi tiveſſe

no Reyno ; tað pouco juſtificada , que nem eſta ,


„, nem as paſſadas, parecem motivo baſtante hu
para

„ ma reſoluçað tað alheya das obrigações , que o


naſ
Duque me tem a mim , a ſi , e a terra , em que
„ ceo ; deixando - a quando ella tem neceſſidade nað
ſó do mayor , mas do menor Vaſſallo . Eſcreveo

„ me a Carta , de que ſerá a copia com eſta , e outra


, a Pedro Vieira para as communicar , de que tam

bem vos vay copia. A primeira , que nem por mim ,

„ nem ſey , que por Miniſtro meu algum ſe lhe fez o

menor impedimento a haver de caſar ; antes ElRey


meu Senhor , e eu , depois de ſeu falecimento , lhe

99 concedemos , nað fó licença , mas ( dizendo elle ,


que caſava em França ) os navios da minha Arma

„ da , para com mais authoridade, e ſegurança , e me


nos deſpeza fua poder trazer ſua mulher ao Rey
no. A ſegunda , que deſejando , e procurando eu

muito todos os acertos no governo de meus Rey.


nos ,
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 129

» nos, querendo que o Duque tiveſſe nelles muita

„ parte , o fiz do meu Conſelho de Eſtado , que lar


ingou , nað fó ſem cauſa ; mas com deſabrimento

„ muito differente da boa vontade , com que lhe offe

„ reci aquella occupaçað. Encommendeilhe o go


verno de minhas armas na mais importante Provin
„cia , e na mais apertada occaſiaõ ; e poſto que o

„ aceitou , o largou logo com o termo , que ſabeis ,

» pois reguley tudo pelo voſſo conſelho , e dos niais

„ Miniſtros com quem me podia , e devia aconfelhar ;

, demaneira , que aſſim na paz , como na guerra , lhe

dey toda a occaſiao , para com ſeu conſelho eu


emendar o que
o foſſe neceſſario.

Suppoſto iſto me foy tað eſtranha a reſoluçao

„ do Duque , fem exemplo , pelo tempo , e occaſiaõ ,


1
» que vos nao poſſo negar o muito ſentimento della ,

ne o grande eſcandalo , e mao exemplo , que deu a


meus Vaſſallos , que eſpero nað ſigað. Saõ mui
o to roins os juizos , que fizeraõ deſta acçaõ do Du

, que , todos em prejuizo ſeu ; e porque convem dar

ſatisfaçaõ ao Mundo , e ao Reyno : ao Mundo

moſtrando , que o Duque largou meu ſerviço ſem


»,cauſa , nem motivo juſto ; e ao Reyno , procuran

„do ſaber os intentos , com que vay , e procedimen

tos , que tem . Entendereis fe o Duque ( como


,, diz em ſuas Cartas , e mais em particular na que

eſcreveo a fua irmãa ) for à voſſa caſa , e entender


„ des eſtá tað eerto , e tað prompto a meu ſerviço , e

ao bem do Reyno , como le obrigado , deveis dizer


a Sua
130 Hiſtoria Genealogica

» a Sua Mageſtade Chriſtianiſſima , meu bom Irmao,

„ e Primo , e a ſeus Miniſtros , o que for neceſſario

» para perſuadir , que ſe lhe nað deu caufa por mi

nha parte ; e que elle ſe foy disfarçado , por curio

ſidade de ver eſſa Corte , ou de buſcar nella mu

lher a ſeu goſto , ou o que vos parecer baſtante ,


» para com menos offenſa do decoro , que ſe deve ao

Duque , ſe ſaber foy eſta acçao puramente ſua ; e


„, fe elle nað for a voſſa caſa , ou entenderdes vay

„, com intentos encontrados às obrigações , com que

‫ رو‬naſceo , vos queixareis delle a ElRey , e ao Car

„ deal, procurando encontrallo no que for de prejui


le
„ 20 ao Reyno; e conforme o ſeu procedimento ,
a , que com elle tereis .
rá a correſpondenci O al

„ cançar o animo , e intentos do Duque , poſto que


„ ſerá facil a voſſo juizo , e à voſſa diligencia , encom

mendareis em particular a Duarte Ribeiro de Ma

„ cedo , Secretario da Embaixada ; porque fio delle ,

de ſua induſtria , e prudencia , ſaberá tomar de tu

„ do a informaçað neceffaria ; e de tudo o que alcan


çardes , me aviſareis com toda a particularidade.

Deixou o Duque huma Procuraçaõ a ſua irmãa D.


Maria , para governar ſua Caſa , e em defeito del

» la deixou o meſmo poder a D. Pedro de Alencaf


tre feu tio.
32

Deixou mais ordem para fe lhe remetterem


cincoenta mil cruzados das ſuas rendas , e outras
nao
„ , advertencias de menor conſideração ; até agora
declarey como ſe havia de haver em cada huma del

„ las,
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 131

„ las, logo que o faça , ſe vos aviſará com os funda

„ mentos da reſolução , que tomar. Eſcrita em Lil


boa a 20 de Novembro de 1659 .

RAINHA .

Deſta Carta fe vê qual era o cuidado daquella cele


bre Heroina a Rainha Dona Luiza , e a fatalidade ,

com que o Duque tað inconſideradamente fabricou a

ruina da ſua grande Caſa .


Teve o Conde de Soure repoſta do Duque em

poucas regras , em que lhe agradecia os offerecimen

tos , dizendo , que fazia jornada a Pariz com o de

ſejo de ver aquella Corte ; acabando , dizia : Duvido

que nos poſſamos ver ; porque conforme a regra de


Euclides : Duæ lineæ quamquam in infinitum protra

hantur , non tanguntur. Em breve verificou o ſuccef

fo a intelligencia deſte lugar ; porque parecia entað


ao Duque , que ſeguindo o ſerviço de Caſtella , e fen

do o Conde Miniſtro de Portugal , ſe nao podia ) en

contrar por mais , que caminhaffen ; e conheceo o


Conde ,
, que deixar o Duque eſcrito em Lisboa , que
hia pouſar à ſua caſa , foy prevenirſe da contingen

cia de padecer algum temporal , que o obrigaſſe a en


trar em porto deſte Reyno. · Declarado aſſim qual
era o deſtino do Duque , era inutil o exame, que a
Rainha recommendava na Inſtrucçao ; e ſó era ne

ceſſario prevenir a Corte . Deſpachou o Conde Ema

baixador hum proprio ao Cardeal, primeiro Miniſtro,


dandolhe conta da jornada do Duque , e das razoens ,

que
24

4
132 Hiſtoria Genealogica

que o perſuadia ) a entender , que paſſava ao ſerviço

del Rey Catholico. E ultimamente pedia a Sua Ma

geſtade Chriſtianiſſima , lhe negaſſe paſſo por França;


porque nað era juſto , que hum Vaffallo de hum

Principe alliado , caminhaſſe pelos Eſtados de Sua

Mageſtade , a declararſe inimigo da ſua Patria , pedin


do que foſſe retido em França , até declarar a reſo

luçao , que tomava. O Duque de Aveiro ao mel

mo tempo mandou hum proprio ao Conde de Co

minges, que havia conhecido Embaixador de França

em Portugal, e ſahira de Lisboa poucos dias antes ,


que o Duque embarcaſſe , e lhe pedia lhe quizeſſe ſo

licitar licença para ir à Corte a fallar a El Rey. AO


tempo que Cominges inſtava pela licença , recebeo
o Cardeal a Carta do Embaixador. A repoſta que

mandou ao Duque continha : Que ſe o trazia) a


França negocios particulares de ſua peſſoa , e Caſa ,

ſem embaraço podia fazer a jornada ; porque em El

Rey ſeu Senhor acharia acolhimento , e toda a ſatiſ

façað , que podeſſe deſejar nos ſeus particulares ; po


rém que
ſe o intento era differente , que eſcuſaſſe o

traballo da jornada. Eſta reſoluçað referio o Car

deal na repofta ao Embaixador , eſcuſando - ſe de paf

far a outra demonſtraçao , por ſer em todos os ſecu

los naquelle Reyno o paſſo livre aos Eſtrangeiros.

Todas as circunſtancias deſte negoceado decla

rava ) com evidencia , que o Duque caminhava a

Caſtella ; ſó faltava huma conſideraçað , que


porém
refe
podia entreter a eſperança de o perſuadir , que
re
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 133

rė Duarte Ribeiro , que era fundada enı ſaber , ſe o Relaçaõ de Duarte Rio
beiro , pag . 47 •
Duque fahira de Portugal com anticipada communi
cação com Caſtella ; porque neſte caſo a jornada

àquella parte era já mais neceffaria , que livre . Nel


te ſuppoſto pareceo ao Conde Embaixador continuar

a diligencia de perſuadir ao Duque . E porque o En

viado Feliciano Dourado ſe achava de caminho para

Portugal, e já deſpedido da Corte de Pariz ; e pelos

aviſos , que o Conde tinha , ſabia , que o Duque ha


via tomado o caminho de Bordeos , lhe ordenou ef

peraſſe naquella Cidade ao Duque , a quem eſcreveo

ouville a Feliciano Dourado', e quizeſſe dar credito


a tudo o que da ſua parte lhe referiſſe. Continuou

Feliciano Dourado a ſua jornada , e achou ao Duque


em Bordeos : teve com elle algumas conferencias;
participoulhe as ordens , que o Conde Embaixador

tinha , para lhe facilitar toda a ſatisfaçað , que qui

zeſſe nos ſeus particulares , em Portugal , e França.

Moſtroulhe com evidencia a precipitaçaõ , com que


caminhava na certeza de perder a ſua Caſa , e as dif

ficuldades de ſe reſtituir a ella ; porque o caſo , de que

a ſua idéa ſe liſongeava de occuparem as Armas de

Caſtella Portugal , nað era negocio de hum anno ,


mas de muitos ; e entað ainda que o conſeguiſ ſe , ha

via de ſer com a ruina , e deſolaçao da ſua Patria ,

que elle eſperava ſe defendeſſe , aſſim pelo valor , e

1 uniaõ dos ſeus naturaes , que elle bem conhecia , co

mo porque a inconſtancia dos tempos havia de per

fuadir facilmente à defenſa de Portugal os meſmos ,


Tom . XI. Q que

1
134 Hiſtoria Genealogica

que naquella occaſia ) ſe eſquecia ) della . A eſtas,

e outras razoens proferidas com a eloquencia de Feli

ciano Dourado , reſpondeo o Duque com indifferen


ça , a que chamava politicas do Conde de Soure ; e
vendo Feliciano Dourado , que toda a diligencia era

infructuoſa , deu conta ao Conde Embaixador , e

continuou a jornada para o Reyno , eo Duque a ſua

para Madrid. Com a noticia deſte ultimo deſenga


no , ſe reſolveo o Conde a lhe eſcrever a Carta , de

Relação de Duarte Ri- que Duarte Ribeiro diz ſer digna de a obſervar a
beiro, pag.48.
Portugal Refaurado , poſteridade.
tom.2 . pag.262 .
Le Clede. Em fim , Senhor Duque , Voſſa Excellencia

tem tomado a reſoluçaõ de ſe paſſar ao ſerviço d'


ElRey Catholico ; aſſim o tem moſtrado as acções
de Voffa Excellencia em França , e as repoſtas , que

‫ܙ‬o ; deu às inſtancias , que tenho feito a Voffa Excel

‫ ܐܐ‬lencia , ſeguindo as ordens d'ElRey meu Senhor,

e a obrigaçaõ de Miniſtro publico de Portugal. E


» porque me nað fique nada por fazer em materia tað

„ grave , eſcrevo eſta Carta , que ſerá a ultima , lem

brado da confiança , e da amiſade , com que Voſſa


Excellencia ſempre me honrou. As obrigações,

„ que Voffa Excellencia deve a ſeu naſcimento , cla


mað todas contra eſta reſoluçao . O tempo , e a

occaſiao moſtraõ ao Mundo , que Voffa Excellen

29 cia buſca o partido de Caſtella por mais ſeguro ;


„ que buſca hum Principe eſtranho por ſe cobrir aos

perigos , que ameaçað o Principe natural ; porque

" vê a paz feita , as armas d'ElRey Catholico def

» Occupa
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 135

„ occupadas , os intereſſes de Portugal deſamparados


„ de França , e duvidoſa a conſervaçao de ſua Patria.

„ Iſto he o que diz o Mundo , e o que dirá da reſo

» luçaõ de Voſſa Excellencia a poſteridade!


" Se Voſla Excellencia teve a cauſa de Portu

„ gal por menos juſta , como a ſeguio vinte annos ?

„Como jurou fidelidade àquelles Principes ? Como


„ por tantos actos de obediencia os reconheceo ? Se a

teve por juſtificada , como a deſampara agora ? Jul

„ gue Voffa Excellencia ſe conveni a ſeu nome a cau

„ fa , e osmotivos , que hao de dar a eſta acçao os


,, ſentidos?

„ Suppunhamos , que apparece hoje no Mundo

„ o Senhor D. Joað , avô , e Fundador da Caſa de

„ Aveiro , aquelle grande Meſtre de reynar


reynar ,, glorio 1
„ ſo Rey de ſeus filhos, e amoroſo Pay de ſeus Vaf

„ fallos ; que vê Portugal em perigo , e a V. Excel

» lencia duvidoſo. Que dirá a Voſſa Excellencia ?

„ Que ſiga hum Principe eſtrangeiro , neto da Eni


» peratriz D. Iſabel , ou hum Principe natural , neto
do Infante Dom Duarte ? Quereria que governaſſe

Portugal hum Principe varað da Caſa de Auſtria ,

ouhum Principe do ſeu ſangue ? Quereria ver oul

tra vez os ſeus portos com preſidios Caſtelhanos; os

„ Portuguezes deſprezados, e opprimidos ? He certo ,

„ que Voſfa Excellencia dentro em ſi meſmo diz ,

„ que nað ; e ſegue V. Excellencia maximas encon

» tradas a hum grande Monarca , que lhe deu o fer ?


Será Volla Excellencia bem recebido em Caf
Tom.XI.
Qii » tella ,
136 Hiſtoria Genealogica

„ tella , nað duvido ; mas por quem he ? Nao Se


,
nhor , ha lá muitos Grandes , que nao ſuppoem EN

„ deſigualdade no Duque de Aveiro. Haõ de fazer

lhe a Voſſa Excellencia muita feſta ; porque enten

‫ ܕܪ‬dem ,
„ que o exemplo ha de fer ſeguido ; e o ſervi

» Ço , que Voſfa Excellencia agora lhes faz , ha de


ſer util. Se nenhunia deſtas couſas ſucceder ; que

pezado ha de ſer Voſſa Excellencia ! Que impor

tunos haŭ de fer os requerimentos de Voſfa Excel


lencia naquella Corte ! que facilmente verá Voſſa

Excellencia logo , o que deixa , e o que buſca ! Dei


„ xa Voffa Excellencia a ſua Patria , onde toda a No

„ breza o ama com reſpeito , e o reſpeita com anior;

„ e buſca hum Reyno eſtranho , onde ninguem ha


„ de cuidar, que lhe deve amor , e reſpeito ?

„ Expoz-ſe Voffa Excellencia a paſſar os mares


„ em huma pequena barca por buſcar Caſtella ; e ſa

„ he de huma grande nao , onde deixa tantos homens

„ honrados trabalhando com os temporaes. Deixa

Voffa Excellencia de fe expor às ballas Caſtelhanas


„ por defender a ſua Patria ; e virá com os Caſtelha

nos exporſe às ballas Portuguezas pela ſogeitar. Se


.
eſtas razoens perſuadem a Voſſa Excellencia , ain

da tem tempo para ſe reſolver , e amigos para o


„ ſervirem . Se o nao perſuadem , em paſſando os Py

rineos , buſquenos bem armado ; porque todos o 1

havemos de eſperar como inimigo. » A repoſta

deſta Carta continha poucas regras , e entre ellas di


zia : Sempre conheci a V Sa Excellencia com o acha

que
.
'da Café Real Portug. Liv. XI. 137

que de zeloſo do bem publico , e neſta confideraçao lhe

prometo fazello meu Alferes môr quandofor Rey de

Portugal. O Conde Embaixador fentio a repoſta ,

e levado do ardor do ſeu eſpirito , eſteve reſoluto a

deſafiar ao Duque, o que parece ſe deſvaneceo pela


brevidade , com que fahio de França ; porque logo ,

que mandou a Carta , mandou o Duque hum Capel


lað ſeu Irlandez , pedindo paſſaporte para paſſar a

Heſpanha, para onde caminhava com o ſentimento

de ſe lhe negar a licença de fallar a ElRey. Reſpon


deolhe o Cardeal, mandandolhe o paſſaporte ; e de

palavra diſſe ao Capella ) , que em quanto nað foube :

ra a ultima reſolução do Duque , o eſperava na Cor

te com hum Quarto prevenido no ſeu Palacio ; mas

como a ſua jornada a França tivera ló por fim a pal

lagem para Heſpanha , deixarlha livre , he quanto


. Em fim paſſou o Duque o Rubicon
podia permittir

nos Pyrineos: chegou a Madrid, donde já era eſpe

Fado ; porque D. Fernando Telles, que coni reſolu

çaõ mais indigna , e deteſtavel , largando a Embaixa


da , paſſou a Madrid , tinha ſegurado , e D. Joao

Rey , e a D. Luiz de Haro a refolu


de Zuniga a El

çaõ do Duque. Havia fido D. Joao de Zuniga pri


fioneiro na batalha das Linhas de Elvas , e ſe lhe ti

nha dado por priza ) o Caſtello de Lisboa ; e neſte

tempo contrahio eſtreita amiſade com o Duque de


Aveiro , e D.Femando Telles , de que reſultou con

municaremlhe o ſeu ſegredo , quando fahio da pri

zaő , e partio para Caſtella , o muito que deſejavao


pallar

1
.
a
138 Hiſtoria Genealogic d.

paſſar ao ſerviço del Rey Catholico , concedendollie

certas propoſições , que aſſentarað , que Dom Joao

conferiria com D. Luiz de Haro ; e que nað havendo


duvida em fe lhe permitirem , lho participaffe , ſendo

o aviſo en tal forma , que nunca ſe pudeſſe penetrar;


CE
porque ſe reduzia , a que D. Joað lhe niandaria de

preſente hum caixao de chocolate com tantas arrobas,


huma mulla com gualdrapa de veludo verde , guar
necida de paſſamanes de prata , humas eſpingardas,

e outras couſas , que cada hunia ſignificava cada hu


ma das propoſições , que o Duque , e D. Fernando

havia ) mandado. Foy o Duque recebido delRey

D. Filippe IV . com ſingulares favores ; porém a pou

co tempo do trato da Corte , encontrou muitos pe

zares ; porque trazia os Cocheiros , e Lacayos delco

bertos , lunia das prerogativas dos Duques em Por 1.


os trouxeſſe como os de
tugal; e ordenarað -lhe , que
mais. Em hunia falla do Paço o buſcou hum filho

de hum Grande para lhe fallar por Senhoria ; reſpon


deolhe por merce , de que ſentido lhe diſſe : Pues alim

me habla ? fuera de Palacio ; tornou o Duque , lhe reſ

ponderey , e foy fahindo da antecamara ,em que ef


tava ; porém compoz a authoridade delRey eſte def
goſto ; e para que os filhos dos Grandes lhe nað du

vidaſſem do tratamento de Excellencia , lhe fez mer


ce de Duque de Ciudad Real . Eſtes ſucceſſos , e

outros ſemelhantes o traziao tao deſgoſtado , que na

Priniavera do anno de 1661 fahio da Corte ; e por hu


fera
ma Carta deixou pedida licença a EIRey para.
vir
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 139

vir na Campanha daquelle anno . Ouvindo EIRey ler

a Carta , ordenou que foſſe com toda a preſſa cha

mado : porém nað faltou quem lhe avdertiſſe a con


veniencia de o deixar ſervir nas Fronteiras de Portu

1 gal, a que ElRey reſpondeo : No quiero , que ſu te

meridad le exponga a una deſgracia , y a mis ojos le


corten alla la cabeça. Deforte que o Duque naquel

la Corte fó a ElRey foy devedor de attenções , de


vidas ao ſeu altiſſimo naſcimento ; porque os mais o

deſejavaõ pôr em empenhos , de que ao menos nað


falille ſatisfeito.

Em quanto iſto paffava na Corte de Madrid ,


na dePortugal o proceſſara ) ; e foy ſentenciado a fer
degollado em eſtatua , e confiſcados todos os ſeus

bens, e banida a ſua peſſoa , em Agoſto de 1663 , ea


16 de Outubro do dito anno fe executou a ſentença .

Eftes fucceffos com os diſſabores , que padeceo na

Corte , parece lhe cauſaria ) arrependimento do ſeu

erro, em tempo que já era inpoſlivel o remedio . Se

guia o Duque de Aveiro já os intereſſes de Caſtella


Portugal Reſtaurado ,
contra a ſua Patria , nað duvidava em querer ſer elle liv.1o. pag.686 .

o inſtruniento da ſua ruina ; e aſſim aquelle grande

projecto , que o Marquez de Carracena expuzera a

ElRey Catholico para a guerra de Portugal , o man

dou ElRey communicar ao Duque de Aveiro , que

o approvou, accreſcentando , que para ſe conſeguir


qualquer das emprezas imaginadas , era preciſa liuma
poderoſa Armada , que ao meſmo tempo operaſſe

com o Exercito , para que dividindo -se o poder de


Portu

1
140 Historia Genealogica

Portugal , pudeſſe ſer mais facil o bom ſucceſſo. Ef

te parecer do Duque mandou ElRey ao Marquez


de Carracena , que o julgou muy proprio , e acerta
do , e aconſelhou a ElRey , que fizeſſe ao Duque de

Aveiro executor deſta empreza , nonieando - o Gene

ral da Armada ; porque aſſim conſeguia huma acer

tada politica : porque no valor , e grande qualidade


do Duque , aſſentava bem eſte grande emprego. Se

guindo ElRey a idea , chamou ao Duque , e lhe or

denou paſſaſſe a Cadiz , com huma Patente , em que


lhe affinalava ampliſſimas juriſdicções para apparelhar

trinta Navios , e vinte Galés, em que havia ) de enr

barcar oito mil homens , grande numero de niuni


ções de guerra , e boca , e inſtrumentos de expugna
çað . Partio o Duque a Cadiz , e nao achando di

nheiro algum para o apreſto da Armada , por ſe ha


ver dilatado a frota de Indias , cujo dinheiro ſe tinha
conſignado para tað largas deſpezas , o ſentio o Du

que com extremo , nað ſabendo ter por effeito da

Providencia Divina o negarlhe eſte caminho de fer

executor das offenſas da Patria , contra quem che


gou a pôr em execuçaõ no anno de 1666 os ſeus de

lignios ; ſahindo de Cadiz no mez de Junho en hu

ma Armada compoſta de quinze Navios: porém to

dos os ſeus progreſſos ſe reduzirao a ganhar na Coſta


do Algarve hum pequeno Forte , chamado a Balei

eira , que tinha ſó tres peſas , querendo emprender


a inportante Fortaleza de Sagres , no Cabo de S. Vi
cente ; porém forað os Navios taó rebatidos da arti
Iharia
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 141

lharia da Praça , que governava Sima) Rodrigues

Moreira , que ſe deſfuadio do intento do delem

1 barque ; e paſſou a Armada à pequena Ilha de Ber

lenga , que fica tres legoas da Coſta de Peniche; e

depois de lhe reſiſtir dous dias a guarniçaõ de trinta


1
Soldados , que defendiaó hum Forte de tað pouca

importancia , o renderað , e deſmantelarað. Reco

Theo o Duque de Aveiro a Armada , fem outra ope

raçao , perdendo a gloria , que podera adquirir no ſer


viço da Patria. Neſte meſmo anno de 1666 faleceo

em Cadiz a 5 de Novembro , e foy depoſitado no

Convento dos Capuchinhos , donde depois foy traf


ladado 1
para Guadalupe , como diremos. Foy o Du
ornado de muitas virtudes ; porque
que de Aveiro

foy valeroſo , dotado de talento , bem inſtruido , com


actividade , como moſtrou nos cuidados de adiantar
as forças maritimas de Caſtella , em que fe occupo
u

com fummo acerto , e vigilancia , na applicaçao dos


meyos , e conveniencia da fazenda Real , ſendo ama

do , e temido igualmente de todos os que lle obe


decia ). Eſtas virtudes , que entað forað publicas ,

e geralmente confeſſarað todos , ſeriað ſem duvida

mais glorioſas ao ſeu nome , ſe as executara no ſervi

ço da Patria , como depois moſtrarað os ſucceſſos.


!
Aſlim acabou o Duque no ſerviço delRey Filippe

IV. de Caftella, onde foy pormerce do meſmo Rey


Duque de Ciudad Real, e Capitað General da Ar

mada do Oceano ; e oppondo- ſe aos pleitos da Caſa

de Nasera , e Maqueda , em 26 de Mayo de 1660 ,


Tom . XI. R alle
142 Hiſtoria Genealogica

allegando , que lhe pertencia) eſtas Caſas , como ne


to varað legitimo dos Duques D. Bernardino de Car

denas , e D. Luiza Manique ; e nað ſendo attendi


do , no que pertencia a Naxera , Trevinho ,> Valen

cia , e ſuas dependencias, o Conſelho lhe julgou per


tencerlhe a Caſa de Maqueda , de que o metteo de

poſſe , e das mais terras , e juriſdicções , que lhe erað


annexas ; e aſſim foy Duque de Maqueda , Mar

quez de Montemayor, e de Elche, Adiantado mayor


do Reyno de Granada , Senhor das Villas de S. Syl

veſtre , Torrijos , Alcabon , Monaſterio , el Campi til


llio , Riaza , Penela , Crevilhen , e Talia de Marche

na , Barao de Axpe , Planes , e Patrax , Alcaide môr


de Toledo , de Almerias , Chinchillia , Sax , e la Mo

ta de Medina . Jaz em o Moſteiro de Noſſa Senho

ra de Guadalupe , debaixo do arco principal da Ca


pella mayor em hum nicho , a quem ſua irmãa a Du

queza D. Maria de Guadalupe mandou pôr eſta Inf

cripҫаб.

Don Raymundo de Lancaſter , Duque

de Aveiro , que fue, cuyo cadaver ya

ze en eſta ſepultura , por la beredada

piedad de ſu Familia a eſta Santa Caſa ,

deſcanſando en ella los deſpojos de la

mortalidad. Innova dies noftros ficut

principio. In pace in id ipſum dormiam .

Requieſcat in pace. Amen.


Caſou
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 143

Caſou com Dona Luiza Clara de Ligne , que depois

foy mulher de D.Inigo Velez de Guevara , e Tafſis,


X. Conde de Onhate , e de Villa Mediana , Grande

de Heſpanha , & c. e era filha de Claudio Lamoral,

Principe de Ligne , de Ambliſe , e do Sacro Romano

Imperio , Grande de Heſpanha , & c . Cavalleiro do

Tulað , Vice-Rey de Sicilia , Governador de Milað ,


do Conſelho de Eſtado , e da Princeza Clara Maria

deNaſau ſua mulher , e prima com irmãa , filha de

Joao, Conde de Naſau -Siege, Cavalleiro do Tuſao,


General da Cavallaria de Flandres , e de Erneſtina

Violante de Ligne , filha de Lamoral , Principe de

Ligne, Cavalleiro do Tuſað , e de Maria de Melun ,

Marqueza de Rube. Deſte matrimonio nao teve o


Duque fucceſfað.
Teve fóra do matrimonio em D. Joanna

18 DOM PEDRO DE LENCASTRE , que paſſou

tambem para Caſtella , donde ſervio , e foy morto

no anno de 1676 na guerra de Sicilia .

Tom . XI. Rü D. Lui


|


145

Jaques de Ligne, Conde de fan .


quernburk , e Ligne , * em 1552 .
Filippe Conde de A Condella Maria , Senhora de
Ligne , & c. Cavalleja Wallenaer.
ro do rufaó , * em
Lamoral , I. Prin- 1583 . Tilippe de Lalain , Conde de Ho
cipe de Ligne, Cao A Condel la Marga . ochitrate.
valleiro do Tulao , rida de La lain.
A Condeſia Anna de Revensbourg.
* em Janeiro de
Florencio Prin 1624 . Franciſco de Meluri , Conde de Era
Hugo de Melun ,
cipe de Ligne , pinoy , Condeit .de Fland. * 1547.
A Princeza Maria Principe de Eſpinoy,
& c. * em Abril Luiza de Foix , irmáa de Joao , Rey
Condelta vel de Flan
de 1622 , de Melun , * cm 2 de Navarra,
des , * em 13 de
1094 .
Agoſto de 1553 : Pedro de Barbanzon , Senhor de
Claudio La A Princeza Violante S , do
de Barbanzon Wer .
moral, Princ Hellena de Vergy.
chin .
cipe do S. R.
I. de Ligne , Antonio Duque de Lorena , e Bar,
Cavalleiro do Nicolao de Lorena , S * a 14 de Junho de 1544 .
Tuſaó, * a A Duqueza Rainera de bourbon ,
Duque de Mercoeur,
21 de Dez. * cm 1539
+ a 4 de Janeiro de
de 1679 A Princeza Luis Henrique de Lo. Claudio de Lorena , Duque de Au
1577 .
za de Lorena, * rena , Marquez de male .
A Duqueza Cathari
Moy , ốc kem
no 1. de Dezem. na de Lorena.
1601 . A Duqueza Luiza de Breze,
bro de 1953 .

Claudia , Marque Antonio Baraó de Moy.


Carlos Marquez de
za de Moy , * a
Moy . Charlota de Chabanes.
3 de Novembro
A Duque de 1627 .
za D. Lui Joao Jacobo de Suſanes , Conde de
za Clara de A Marqueza CathaSeo
Ce rny.g
ran
Ligne, m . rina Sulanese Franciſca de la Chambre.
do Duque
Dom Ray Guilherme Conde de Naſau , e de
mundo. Joao Conde de Na . Dillembour
g , * cm 1559 .
jau o velho , * a 82 A Condella Juliana de Stolberg.
de Outubro 1606 ,
Joao , Conde de .
A Condella Iſabel de Jorge Landgrave de Leuchtemberg,
Naſau Dillembo Leuchtemberg 1 5
* mt 5 5
urg , * a 27 de em 1579 . A Landgravina Barbara de Bran
Setembro 102 3 • denbourg , * em 1553 .
Joao , Conde de
Narau , Caval. Samuel , Condeir Filippe Conde de Waldeck , * em
leiro do Tuſaó , AA ndella Mag : ( Waldeck ,* 1570.2
Co cm 1537.
e da Annuncia dalena de Wal , A Condeſa Margarida de Friſen ,
*
da , Marquez de deck em 1599 . A Condefla Anna .
A Princ. Clao Cavelli , * em Henrique Conde de Schawarzem
ra Maria de 1638 . Maria de Schwar .
burg , * cm 1538 .
Nafau , * 14 zenburg A Condella Catharina de Henrnen .
de Setembro bourg 1
de 1695.
Filippe Conde de Li . S
gne , & c. A Condella Maria , Senhora de
Wallenaer,
Lamoral , Princi
A Condeſſa Er. pe de Ligne. A Condeſſa Marga- Filippe deLalain , Conde de Ho .
rida de Lalain . ochitrate .
neltina Violan
Revenst.ou
rte de Ligne. 2 A Condella Anna de rg.
Franciſco de Melun , Conde de El
Hugo de Melun , S pinoy.
A Princeza Anna Principe de lipinoy.
Maria de Melun . A Condella Luiza de Foix .

A Princeza Violanie Pedro de Barbanzon , Senhor de


de Barbanzon , Werchin .
Helena de Vergy,

Tom . XI.
CATI
1

KO

1
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 147

CAPITULO VIII .

De Dom Pedro de Lencaſtre , V. Duque de

Aveiro Coc. Inquiſidor Geral deſtes Rey

nos , e Arcebiſpo de Sida.

16
O Capitulo V. deſte Livro fica eſcrita a

N fecundidade da excelſa uniao da Duque

za D. Juliana de Lencaſtre com ſeu tio o Duque D.

Alvaro , que della fora quinto filho varað D. Pedro

de Lencaſtre , que naſceo no anno de 1608 ; e ſendo

deſtinado para a vida Eccleſiaſtica , elle a ſeguio com

inclinação ; porque foy de coſtumes , e vida muy ex


emplar; com grande gravidade, e authoridade nos lu
gares , que occupou neſte Reyno. Eſtudou na Uni
verſidade de Coimbra Direito Canonico , em que foy 1

verſado; de forte , que na cauſa , que depois teve fo

bre o Ducado, e Eſtado da Caſa de Aveiro , elle


meſmo fez os arrezoados , ainda que andao em no

me de Bibiano Pinto da Sylva. Era muy applicado

à liçaõ dos Santos Padres , de ſorte , que de ordinario

nas converſações , fe fervia das ſuas authoridades ,

para corroborar o que dizia .

Depois da Acclamaçaõ no anno de 1641 paſſou


a primeira vez à Corte: a beijar a mao a ElRey D.

Joað IV. que o honrou muito , e ſe recolheo a Azei

tað. ElRey attendendo à ſua grande peſſoa , tanto

que

1
148 Hiſtoria Genealogica La

que teve a idade competente , pelo Sagrado Conci

lio de Trento , o nomeou Biſpo da Guarda ; depois

querendo , que aſſiſtiſſe na Corte , o nomeou no alto

emprego do Conſelho de Eſtado no anno de 1648 .

Eſta nomeaçao , juſtamente merecida do alto naſci

mento de D. Pedro , foy muy diſputada pela circunſ


tancia de elle querer preceder aos Condes , que lo

go lho duvidara) ; o que D. Pedro repreſentou a El


Rey por huma larga petiçaõ bem inſtruida , dizia :

que os filhos dos Duques , quando Rey lhes fazia


El

a merce de os mandar cobrir, nas honras que lhe per


mittia , era ) com muita differença das dos Condes ;

porque coſtumava Sua Mageſtade tirarlhe o chapeo,


o que nað fazia aos Condes ; e que D. Affonſo de
ſe
Lencaſtre nas Exequias delRey D. Sebaſtia) , que

fizera ) na Igreja de Belém , tivera cadeira : e que


os filhos dos Duques venciaõ de aſſentamento trezen
tos mil reis , que eraõ quaſi tres vezes dobrado da

quantia do aſſentantento dos Condes : que às filhas ;

e noras dos Duques honrava ) tambem as Mageſta

des com differença das Condeſſas ; porque a eſtas da

va ſó aſſento em huma alcatifa , e àquellas ſe dava

almofada ; o que ſe praticou com ſuas irmãas Dona

Magdalena , e D. Marianna , quando ElRey D. Fi


lippe III . foy viſitar a Sua Mãy a Duqueza D.Julia
na ; e Sua Mageſtade havia feito a meſma honra a

ſua irmãa Sor Brites de S. Joſeph no Moſteiro de

S. Joao de Setuval ; e precedendo aſſim as filhas dos

Duques às Condeſfas , como queria ) os Condes pre


ceder
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 149

ceder a ſeus irmãos ? O que era tað certo , como ſe

vira nas Cortes , que convocou a Rainha D. Catha

rina , e tiverað principio a 27 de Setembro de 1562 ,

em que na planta , que fez Miguel de Moura , Secre


tario de Eſtado , dizia : No banco dos Condes da par

te delle , que eſtiver mais perto dos Marquezes ſe ſene


taráð os irmãos do Duque de Bragança , e junto del

le, os irmãos do Duque de Aveiro , é logo Dom Pe

dro, filho ſegundo do dito Duque , e após elles os Con


des
por ſuas precedencias ; o que era tað manifeſto ,
que naſua meſma peſſoa tinha elle já a precedencia ;

porque a primeira vez , que tivera a honra de beijar


1
a mað a Sua Mageftade a 9 de Setembro de 1641 ,
11
lhe diſſera o Marquez de Ferreira , por ordem do mef 4

mo Senhor , que havia de ſer precedido pelos Mar

quezes, e que havia de preceder aos Condes ; e com

effeito entað fora precedido do Marquez de Fera

reira , e do Marquez de Gouvea , e elle precedeo ao

Conde de Penaguia ) Franciſco de Sá de Menezes :


1
e que quando EIRey eſteve na Villa de Setuval, pre
cedera em todos os actos aos Condes de Redondo ,

S. Joao ,Villa-Nova , Penaguiao , Sarzedas , Prado,

e Alegrete , que eraõ os que ſe acharað preſentes ;


allim na parede quando ElRey jantava , como no
acompanhamento à Capella ; e quando Sua Magefta

de fahia fóra , fem que faltaſſe nunca D. Pedro , hia


elle da
parte direita mais chegado a ElRey , e os
Condes diante delle ; e quando nað houvera outras tað

evidentes provas a ſeu favor , os repetidos actos ſó Prova num .15 .

balta
dal
150 Hiſtoria Genealogica

baſtava ) para ficar em poſſe , pela qual ſe regulavað


as precedencias , quando eſtivera deſtituido de outros

motivos , a que ajuntou diverſas atteſtações , que o :D

confirmava ) na poſſe.

Nað ſe eſqueceo da Pragmatica das Cortezias.,

em que fazendo mençaõ dos fillos dos Duques , os


preferia ; e ultimamente o aſſento da reſoluçað del

Rey D. Affonſo V. na ordem , que ſe deu ſobre as

precedencias no anno de 1472..

Eſte papel remetteo a 19 de Agoſto do dito an


no o Secretario de Eſtado Pedro Vieira ao Conde

de Santa Cruz , que era o mais antigo neſta Digni

dade , para que o participaſſe aos mais Condes ;e que


a ſua repoſta , e a ſua enviaſſe às Reaes mãos de Sua

Mageſtade no termo de oito dias.

Ajuntara ) -ſe na Caſa Profeſſa de S. Roque , o

Conde de Santa Cruz , o Viſconde de Villa -Nova D.


Lourenço de Lima , e o Conde de Abrantes D. Mi

guel de Almeida , e em huma reverente repoſta con

cluîa ) , que além das razoens , que já de palavra fo


rað apontadas , reſervavao outras para pôr por eſcri

to , e darem no lugar , onde a acçao de D. Pedro de

Lencaſtre pertenceſſe , ou Sua Mageſtade ordenaſſe.


Foy El Rey ſervido em 2 de Outubro do meſmo an

no , que dentro em quinze dias diſſeſſem de Direito ,

e que nomearia Juizes para determinarem a cauſa .


Os Condes ſe havia) com cautella neſte nego

cio com algumas demoras, ſem embargo do Secreta

rio de Eſtado inſtar. Tomou ElRey a reſoluçao , de


que
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 151

que huns, e outros papeis ſe remetteſſem ao Doutor

Franciſco de Carvalho , para os ver , communican

do-os aos Doutores Jorge de Araujo , e Fernaõ de


Mattos de Carvalhofa ; porque haviaõ de votar na

materia , de que tratavað , na preſença de Sua Magef


tade; e que tanto , que os viſſem , lhos remetteſſe.
. Aflim a ii de Dezembro do meſmo anno de 1648 re

folveo ElRey , que ſem embargo da repoſta dos Con

des, em que pertendiaõ , que eſta cauſa correſſe or

dinariamente , fe lhe tornaſſe viſta do papel de D. Pe

dro de Lencaſtre , e que reſpondellen direitamente

dentro de oito dias , ajuntando os papeis , e documen

tos , que fizeſſem a bem da ſua Cauſa ; e que tendo

alguna prova de teſtemunhas , ou requerimento , que

fazer , o poderiað fazer diante do Doutor Marçal


Caſado Jacome , do ſeu Conſelho , e Deſembarga
dor do Paço , que El Rey nomeava , para preparar

eſte Proceſſo , de que ſeria Eſcrivað Jacintho Fagun


des Bezerra , Eſcrivað da ſua Camera ; porque na

Meſa do Deſembargo do Paço ſe faria ) os requeri


mentos, que na preſença delRey haviaõ de ſer fen
tenciados . Correo a Cauſa diverſos termos , e inci

denites , que paſſaraõ depois de todos terem apreſen


tado as razoens da ſua pretençað , em que allegarað

de facto , edeDireito muy diffuſamente: finalmente

fe tomou aſſento ſobre eſte negocio na preſença del

Rey , e do Principe D. Theodoſio , e foy o ſeguin


te :

Em preſença de Sua Mageſtade, e de Sua Al


Tom . XI. S teza
dili
152 Hiſtoria Genealogica

„ teza o Principe noſſo Senhor , que Deos guarde ,

„ forað viſtos os papeis , e os mais appenſos tocantes


„ à duvida das precedencias de D. Pedro de Lencaf

„ tre , Preſidente da Meſa do Deſembargo do Paço ,


e os Condes do Reyno ; e votando - ſe ſobre ella , fe

„, determinou , que D. Pedro , filho dos Duques de


Aveiro , deſcendentes da Caſa Real , devia prece

der aos Condes , de que fiz eſte aſſento por manda

„ do de Sua Mageſtade. Lisboa em 28 de Julho de


„ 1651. = Franciſco de Andrade Leitað . = Thomé

„ Pinheiro da Veiga . = Joao Pinheiro . = Franciſ

„ co de Carvalho. = George de Araujo. = Panta


lia ) Rodrigues Pacheco . = Franciſco de Almei

„ da. = Fernaõ de Mattos de Carvalhoſa . = Pe

„ dro Fernandes Monteiro . ,,

Deſta ſentença pedirað viſta os Condes , e ſe lhe

deu , e embargara ), correndo ſeus termos , emuitas


dilações affectadas, e ſuſpeições de Miniſtros , de hu

ma , e outra parte ; até que finalmente entregues os


autos os fez concluſos o Eſcrivao da Camera de Sua

Mageſtade Jacintho Fagundes Bezerra a 9 de Outu

bro de 1653 , e ſe tomou a reſoluçað ſeguinte : .

„ Em preſença de ElRey noſſo Senhor , que 1

Deos guarde , ſe reſolveo pelos Deſembargadores,


abaixo aſſinados , que fem embargo dos embargos ,

offerecidos por parte dos Condes , ſe cumpriſſe a ſen


„ tença enibargada , e ſe cunipra como nella ſe con

tém. Lisboa 23 de Outubro de 1654. Andradre ,


Caſado , Pacheco , Mattos , Franciſco Carvalho , 1
,, Eſa
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 153

„ Eſtaço , Monteiro. , E no dia ſeguinte ſe paſſou a .

D. Pedro a ſua ſentença , a qual elle mandou impri


mir. Depois elle , e ſeu irmao D. Antonio de Len

caſtre , requerera ) a ElRey , que viſto ſe lhe ter jul

gado a precedencia dos Condes , lha devia S. Mageſta


de mandar dar cadeira abaixo dos Marquezes , aſſim

1 como ſuas irmãas tinhaõ almofadas como as Marque

zas ; a que Rey nað deferio ,


El nem reſpondeo ;
porque ſuppoſto moſtraraõ de facto , que as filhas dos

Duques tiveraõ ſempre almofadas , nunca tiveraõ ca

deiras , como os Marquezes , os filhos ; e eſta preemi

nencia ſe concedeo aos filhos ſegundos da Sereniſſi

ma Caſa de Bragança ; porque tiverað por merce ef

pecial as honras de Marquezes , como ſe tira do li

VroIV. dos aſſentos do Deſembargo do Paço ſobre


as citações para Carta de Camera , pag . 86 verſ.

No tempo que correo eſta contenda nomeou


ElRey Preſidente da Meſa do Deſembargo do Paço

a D. Pedro; e foy eleito Arcebiſpo de Braga , Primaz

das Heſpanhas ; e o tinha ſido no anno de 1649 Ar


cebiſpo de Evora , em ſucceſlao ao Infante D. Affon

fo. Exercitou o lugar de Preſidente do Deſembargo

do Paço , de que ſe lhe paſſou Carta a 7 de Outubro

de 1651 , em que diz : D. Pedro de Lencaſtre, meu

muito amado ſobrinho, do meu Conſelho de Ekado, etc.

Eſtá no livro 21 pag


. 120 da Chancellaria do meſmo
Rey. Depois foy reconduzido a 28 de Novembro

de 1654; nelle ſe houve con grande authoridade , e


nao menos inteireza , do
que proveito dos pretenden
Tom. XI. Sü tes .
dila
I54 Hiſtoria Genealogica

tes. Eſte lugar largou depois levado de algum par


2
ticular capricho ; porque ainda que Dom Pedro foy
dotado de muitas virtudes , como veremos 2 era de

auſtéro natural , nao facil de moderar pela ſua ele

vaçað , feni embargo , que era de fãa conſciencia ,

e virtuoſo ; mas inflexivel nas ſuas maximas : porém

ainda que rigidas , nað ſe oppunha ) ao brio , antes


erað ſempre abonadoras da honra. Teve o aſſenta

mento de filho de Duque por Carta , que eſtá no lj


vro 27 pag. 132 da Chancellaria delRey D. Affonſo
VI . e nella ſe diz , que lhe faz merce do aſſentamien

to de trezentos mil reis , os quaes tiveraõ ſeus irmãos

D. Affonſo , antes de ſer Marquez , e D. Antonio , e


D. Luiz de Noronha por filho do Duque de Villa

Real , o qual aſſentamento pertencia a D. Pedro por


filho do Duque de Aveiro .

Na fatal deſgraça do Duque D. Raymundo ,

como diſſemos , lhe foy confiſcada a ſua Caſa ; tem

po tambem , em que com licença , e paſſaporte tinha

paſſado para Caſtella ſua irmãa D. Maria de Guada

lupe , depois Duqueza de Arcos , na companhia de


ſua māy a Duqueza de Torres- Novas. Entrou o Fif

co Real na poſſe do Ducado , e Eſtado da Caſa de

Aveiro , a que ſe oppozeraõ diverſos Senhores , dan

do hum libello contra o Procurador da Coroa , em

que allegavað , que a Caſa nað vagara , nem podia


ſer confiſcada , nem ainda na vida do Duque Dom
pro
Raymundo , fem embargo da ſentença , que {fe

ferira a favor da Coroa. Forað os Oppoentes D. Pe.


dro

1
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 155

dro de Lencaſtre , ſua irmãa D. Magdalena de Len


caſtre , Condeſſa de Faro , D. Joao da Sylva , I. Mar

quez de Gouvea , e D. Joſeph de Lencaſtre , Conde

de Figueiró ; e depois de largas contendas , foy ſen

tenciada no ſupremo Senado da Relaçaõ a 14 de

Mayo de 1668 a D. Pedro de Lencaſtre , por ſer o

varað mais chegado da linha do Senhor Dom Jorge ,


Duque de Coimbra , e do ultimo poſſuidor , que actu

almente ſe achava neſte Reyno ; porque conforme

a inſtituiçaõ deſta Caſa , naõ tinha lugar a repreza

lia , de que ſe tinha valido o Procurador da Fazenda,


com o motivo de auſentes em Caſtella . Celebrada a

paz entre Portugal, e Caſtella , inquietarað na poſle


a D. Pedro , movendo huma nova cauſa , ſobre a ſuc

ceffaõ do meſmo Eſtado , e Caſa de Aveiro , que a

gozava neſte Reyno com o titulo de Duque , ſendo

Author Dom Agoſtinho de Lencaſtre , Marquez de

Valdefuentes , intitulado Duque de Abrantes , e D.

Maria de Guadalupe , Duqueza de Maqueda , com

ſeu marido ; porém a cauſa nað ſe chegou a ſenten


ciar em vida de D. Pedro de Lencaſtre , que foy V.

Duque de Aveiro , III . Duque de Torres Novas ,


Marquez de Montemor o Velho , Conde de Penel

la , Senhor das terras , e Villas de Segadaens , e Re

cardaens , Bronhido , Caſal de D. Alvaro , e Bolfear,

Abiul, Pereira , Louſãa , Alcaide môr de Coimbra ,

e da Villa de Setuval, Commendador na Ordem de

Santiago , das Commendas das Villas de Sezimbra ,

Arrabida, Azeitað , Barreiro , Camora Correa , Bel


monte ,

44

1
156 Hiſtoria Genealogica

monte , Motrena , Pinheiro , Torra ) , Ferreira , Caf

tro - Verde , Aljuſtrel , e Senhor das referidas Villas ,

e das de Santiago de Cacem , Sines , e outras. *


Na promoçað , que no anno de 1671 fez o Prin

cipe D. Pedro Regente , de Prelados para todas as


Soala , Catalogo Hiſ Igrejas do Reyno , foy o Duque D. Pedro nomea
torico dos Biſpos Titu.
lares , pag . 206. do Arcebiſpo titular de Sida , e Inquiſidor Geral def

tes Reynos ; e ſendo confirmado pelo Papa Clemen

te X. por Bulla de 26 de Outubro , de que fez acei น


taçaõ aos 22 de Dezembro do meſmo anno , na fór

ma do eſtylo do Santo Officio , tomou poſle por ſeu

Procurador Fr. Pedro de Magalhaens, da Ordem dos

Pregadores , do Conſelho de Sua Mageſtade , e do


Géral do Santo Officio , em 24 do referido nez . El
te grande lugar occupou o Duque com aquella au

thoridade , de que naturalmente era reveſtido , con


ſervando nað ló o Tribunal no reſpeito , que devia ;

mas aos meſmos Miniſtros , procurando que foſſem


cada hum de per ſi o exemplo da Corte , e do Rey

no todo ; aſſim fazia a eſcolha dos Miniſtros , de que


ſe havia de ſervir unas Inquiſições deſtes Reynos dos

mais benemeritos em letras , e virtudes ; e como ſe


adornava de todas aquellas , que ſe podem deſejar

em hum perfeito Prelado , as queria nos ſubditos , ob


ſervando o meſmo com a ſua familia , que foy refor
G
madiſſima , como eſcolhida , e creada com o ſeu ex

emplo , e integridade de coſtumes . Era compaſſivo ,


e eſmoler com os pobres , e recatado nas ſuas morti

ficações ; porque tres dias na temana ſe caſtigava com


diſci
da Caſa Real Portuig. Liv . XI. 157

diſciplina ; a camiza de que uſava era de lāa , e lhe


1
acharaõ quinze por ſua morte ; era ſobrio , e parco

no comer, e às vezes disfarçava com outros motivos


a abſtinencia rigorofa , que paſſava ; porque jejuava
todas as feſtas feiras do anno a pao , e agua , em

quanto ho permittirað os ſeus Confeffores ; e depois


a pao , e agua , e ervas nas ſegundas, quartas , e ſex
1
tas feiras do Advento , e Quareſma : dormia pouco ,

porque às quatro horas da manhãa ſe levantava , e até

as oito gaſtava em oraçað , e devoções : teve grande

compaixao das penas das Almas do Purgatorio ; por

quem applicava muitos ſuffragios. Hun dia lhe diſſe

rað: Dizem , Senlior , que Voſſa Illuſtriſſima tira to


dos os dias cento e cincoenta Almas do Purgatorio ,

com as indulgencias , que lhes applica ; reſpondeo com


graça, como burlando : Nað fað cento e cincoenta ; Chronica da Provincia
mas cento ferenta e cinco . Fazia muitas eſmolas par- liv... coming.num ;.

ticulares em ſegredo pelos ſeus Confeſſores: era até Oraçaõ Fumebae,inps.

no ſomno mortificado ; porque dormia entre humas no anno 1673.


mantas ſobre huma cortiça , nað havendo da ſua
mortificaō mais teſtemunhas , que hum Criado con

fidente deſte ſegredo ; porque a ſua Caſa era omada


com a magnificencia , e apparato de Principe , de que

elle nað ufava mais que pelo caracter , e repreſenta 1

çað da ſua grande Caſa, ao modo de S.Carlos Borro

meo , que quando via o ſeu Palacio adornado, dizia :


Eſta he a Cafa do Cardeal , e quando ſe recolhia 20

apoſento interior dos ſeus exercicios , e niortificações : 1

Eſta he a Caſa de Carlos Borromeo . Foy de animo

pio ,
a
158 Historia Genealogic

pio , e de Principe : amigo de fazer merces ; de for

te , que duas horas antes de eſpirar , eſteve aſſinan

do merces de officios , e provinientos de Igrejas. Tra


zia ſempre diante dos olhos a morte , repetindo , Hu
ma hora boa : huma hora boa he ſó o que impor 1

ta . Do exercicio de tanta piedade , e de heroicas vir


tudes , he de crer iria ter o premio eterno , para que

Deos o chamou a 23 de Abril do anno de 1673 ; ten

do em Roma a nomina de Cardeal Nacional , feita


por o Principe Regente D. Pedro. Eſtimou muito

o eſtado Regular. Teve grande trato com os Reli


giofos de S. Domingos, e com os Religioſos da ſua
Provincia da Arrabida ; e ſe mandou ſepultar na Igre

ja da Senhora da Arrabida. A 25 de Mayo ſe lhe fi

zerað as ultimas honras , em que fez huma Oraçað

Funebre Fr. Jorge de Caſtro , da Ordem dos Préga


dores , depois Biſpo de Angra , e Miranda. No leu

Teſtamento deixou vinte e tres mil Miſſas pela ſua

alma , e pelos defuntos , particularmente daquelles das


terras , em que viveo. Jaz em ſepultura huniilde ,
ao entrar pela porta da Igreja , onde ſe lê eſte breve

Epitafio :

Eſte lugar eſcolheo para ſua ſepultura


Dom Pedro de Lencastro , Duque que

foy de Aveiro , e Inquiſidor Géral


. Fa

leceo a 23 de Abril de 16 73.

CAPI
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 159

CAPITULO IX .

De Dona Maria de Guadalupe de Lencaſtre ,

V. Duqueza de Aveiro.

17 A deixamos referido no Capitulo prece

dente como fuccedeo no Ducado , e Eſta

do da Caſa de Aveiro o Duque D. Pedro , por fer o

unico parente mais chegado do ultimo poſſuidor ,

que ſe achava neſte Reyno ; e como depois foy Op


poente à dita Cami ſua ſobrinha D. Maria de Gua

dalupe ,, que
que ſe achava autente na Corte de Madrid ,

cijo direito era indubitavel , por immediata ſucceſſo

fa do Duque D. Raymundo , e fer a Caſa de juro ,


, diſpenſada na Ley Mental para ſempre ,
e herdade'

pela Doaçaõ delRey D. Manoel . No Capitulo V.

diffemos , que eſta Caſa recahio em Dona Juliana de

Lencaſtre ; e EIRey Filippe o Prudente a reconhecia


indubitavel ſucceſſóra , ainda ſuppoſta a obrigaçað ,

que lhe impoz de caſar com ſeu tio Dom Alvaro de

Lencaſtre ; porque depois do já mencionado Alvará

da merce , em que relata os grandes ſerviços do Du

que de Aveiro D. Jorge , e acompanhar ao Senhor


Rey D. Sebaſtia ) à Africa , e outros muitos , diz o

ſeguinte : E por Eu folgar muito por todos eſtes ref- .

peitos fazer toda a honra , e merce , e acreſſentamento

a D. Juliana de Lencaflre , minha muito amada fobri


Tom. XI. T nha ,
Historia Genealogica UN
160

nha , filha do dito Duque , oʻc. de forte , que ainda


lhe poz a condiçaõ de caſar com ſeu tio D. Al
que

varo por evitar contendas ; porque eſte pretendia ,


que o ſeu direito foſſe o mais eſpeciofo , conforme
às vocações , a merce foy feita a ſua fobrinha , em

quem ( quebrada a varonía ) quiz ElRey , que nað


paſſaſſe a outra , e ſe perpetuaſſe na deſcendencia da
Familia de Lencaſtre , como já vimos : agora legun

da vez quebrada a linha da varonía , ſe continuou nos

deſcendentes da Duqueza Dona Maria , como vere


mos .

No anno de 1630 naſceo primeira filha do 24


Duque de Torres Novas no ſeu Paço de Azeitað , e

ſendolle adminiſtrado o ſagrado Bautiſmo a 11 de Ja


neiro , lhe foy poſto por nome D. Maria de Guada

lupe Luiza Melchiora Antonia Dominica Raymun

da Boaventura Egidia Sebaſtiana Margarida de Len


caſtre Cardenas Manrique , appellidos , que uſou pe

las Caſas , que poſſuío. Paſſou com ſua mãy para

Caſtella com paſſaporte , e faculdade Real de 6 de


Julho do anno de 1660 , e juntamente D. Antonio de
Lencaſtre ſeu tio.

Por morte do Duque D. Raymundo lhe ſucce

deo D. Maria de Guadalupe Lencaſtre Cardenas e

Manrique , entrando logo de poſſe dos Eſtados , que


em Caſtella lhe pertenciað ; aſſim foy Duqueza de Ma

queda , Ciudad Real , Marqueza de Elche , Senho


ra do Adiantamento de Granada , e das Villas de Tor

rijos , Riaça , S. Sylveſte , Alcabon , Monaſterio , e


Cam
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 161

Canpilho , Penela , Crevillen , Tala de Marche

na , e das Baronías de Axpe , Planes , e Patrax , e da


Conmenda de Monaſterio , que a Duqueza ſua mãy

nella nomeara por faculdade Real a ſegunda vida ,


1
que desfrutou , e gozou como Adminiſtradora , ſuc

cedendo na pretençaõ do Ducado , e Eſtados da Ca

la de Aveiro , que depois lhe forað julgados neſte


Reyno

Porque aſlımı , que ſe celebrou o Tratado da

Paz entre as Coroas de Portugal , e Caſtella , tratou


a Duqueza D. Maria de Guadalupe de ſucceder na

Caſa de Aveiro , mandando a eſta Corte por ſeu Pro

curador a D. Joao Carlos Baçan , inſigne Juriſconſul


to , que depois morreo Embaixador da Coroa de

Caſtella em Veneza : deu hum libello contra feu tio

o Inquiſidor Geral, Duque de Aveiro , que ſe acha

va de poſſe do Ducado , e mais Eſtados , e Commen

das da dita Caſa ; e ſendo de novo Oppoſitores D.


Agoſtinho de Lencaſtre , Marquez de Valdefuentes

ſeu tio , e D. Joachim Ponce de Leon , filho primo

genito da meſma Duqueza , e os Procuradores da Co

roa , e Fazenda Real ; ſentenciou -ſe a cauſa a favor

da Duqueza D. Maria de Guadalupe a 20 de Outu

bro do anno de 1679 , com a condiçað , de que a nað

poderia gozar ſenað voltando para eſte Reyno ,

com eſtas formaes palavras : Porém nao tomará polje

do dito Eſtado, e Cafa ſem primeiro tornar para elle,

e aſſentar ſeu domicilio com a devida vajallagem ao

dito Senhor ; e depois ſendo embargada no primeiro


Tom . XI. Tü de
24
162 Hiſtoria Genealogica

de Março de 1681 , ſahio confirmada a ſeu favor ; è


allim eſteve em hum Adminiſtrador nomeado por El

Rey , que tratava da arrecadaçað , e adminiſtraçao


dos Eſtados do Ducado de Aveiro . He certo , que

Prova num. 16. a Duqueza nað fó determinou , que eſta Caſa ſena7
uniſſe com a de ſeu eſpoſo , como declarou nas con

dições , que ſe capitularað no Tratado Matrimonial


com D. Manoel Ponce de Leon , ainda nað Duque

de Arcos , a que era inmediato ſucceſſor , feito na

Villa de Madrid a 17 de Agoſto de 1665 por ſeu Pro


curador o Doutor Franciſco Lopes de Mena ; e en

tre as condições , que ſe outorgara ) , foy a ſeguinte:


.D
Que ſi los dichos Sellores llegaren a heredar lus Ca

Jas de Jus Padres , dexando dos hijos, ſe ayan de di


vidir entre ellos , en eſta forma : Si el Hijo mayor eli

giere vivir en la de Portugal , ha de intitularje Duque


de Aveiro , uſar de ſu apellido , y arnas , quedando
los de mas Eſtudos de Caſtilla , afi paternos , como

maternos , y Jus Titulos , Apellido , y armas , al Hi.

jo ſegundo ; con calidad , que ſe dividan perpetuamen, .

te , y ſer incompatibles los de Caſtilla con los de Por


tugal; a eleccion del mayor , ſiempre que el Hijo fe +

gundo , o qualquiera de ſus deſcendientes en quien ayan 1

eſtado unidos dichos Ejtados , dexaren dos Hijos , ſi el

Hijo mayor eligiere las Caſas de Caſilla , ha de in


titularſe con los titulos de los Eſtados Paternos , y Ma

ternos, como abaxo ſe dirá , y uſar de ſu apellido , y 4


Armas , con la miſma calidad de dividir ſe a eleccion

del mayor , lo de Caſtilla , a lo de Portugal, entre fus !


dos
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 163

dos hijos, y entre los que le quedaren de qualquiera de

Jus deſcendientes, perpetuamente; y en eſte caſo , ha


de quedar para el Hijo ſegundo de los dichos Señores

el Éſado de Aveiro , con el Titulo , Apellido , y Ar

mas , wc. Deſte Contrato ſe vê a prudencia , com

que eſta fábia Matrona eſtimava a conſervaçað ,


e diviſaõ dos Eſtados da Caſa de Aveiro , de que

nað era entao mais que remota ſucceſſora , por ſe

1 achar ſeu irmao o Duque Dom Raymundo caſa

do , com cuja approvaçaõ ſe fizera ) eſtes contra

tos ; nem ſeu marido era mais que immediato ſuc


cellor do Duque de Arcos Dom Franciſco , de quem

naõ havia eſperanças de ſucceſfað. Depois de effei


tuado o niatrimonio com Dom Manoel Ponce de

Leon, ( que depois veyo a ſucceder na Caſa de ſeus

avós, e foy Duque de Arcos , & c.) morreo o Du

que de Aveiro D. Raymundo ;.e feita a paz entre as

Coroas de Portugal, e Caftella , pertendeo logo fuc


ceder na Caſa de ſeus avós. Com effeito lhe foy jul

gada ,como temos dito : porém como ſe achava ca

ſada em o Reyno de Caſtella , e como a condiçao ,


e qualidade da Sentença foffe , de que naõ havia de

tomar poſſe do Eſtado , e Ducado de Aveiro , ſem

primeiro voltar para Portugal, e affentar neſte Rey 3


no o ſeu domicilio , com a vaſſallagem devida a ſeu

proprio Rey ; teve grandes deſejos a Duqueza D.

Maria de cumprir a clauſula da Sentença , paſſando


a fazer a ſua reſidencia neſte Reyno , pois ſe achava

com filhos, em quem ſe podiaŭ verificar as clauſulas ,

que

N
164 Hiſtoria Genealogica

que ella previra tað anticipadamente da incompati


9
bilidade de ſe poderein unir todos os Eſtados da Caſa

de ſeus avós com os de ſeu marido , com que nað dei

xou de padecer alguns diſſabores, por intentar pôr em

execuçað o paſlar com ſeu filho para Portugal , de que

ſe ſeguio finalmente romper , e quebrar com o Du

que de Arcos ; de ſorte , que eſtando hum dia à me


ſa tratou a Duqueza eſte negocio na ultima reſolu

çao , de que ſe ſeguio o apartarſe do Duque , e vi


ver ſeparada com ſeus filhos , ſem que ſe tornaſſem
ajuntar , como ella modeſta , e diſcretamente decla

ra na ceſſao , que fez a ſeu filho D. Gabriel Ponce


de Leon Lencaſtre e Cardenas em Madrid a 14 de

Mayo do anno de 1692 , tempo que já ſe achava viu

Prova num.17. va , onde diz eſtas palavras: Aun que he deſeado ir

a tomar la poſeſion efectiva de dichá Caja , y Eſtado

de Aveiro , reduciendo mi domicilio al Reyno de Por


to
tugal ( como ſe previene en la executoria ) de ningun

lo pude conſeguir en el tiempo , que durò mi matrimo


nió con el Excelentißimo Señor Don Manuel Ponce

de Leon , Duque de Arcos , mi marido , por no aver


melo permitido, ſin embargo de las continuas inſtan

cias , que ſobre ello le hize , y a Su Mageſtad muy 1

repetidamente para que lo mandaſſe , como es notorio.

Y deſpues de diſuelto el matrimonio , ade mas de ha.

llarme cercada de muchas , y graves dependencias;

impoſibles de abandonar , haſta fenecerlas , padeciendo 1

tantos , y tan repetidos achagues , ( ſobre mi crecida

edad ) que los Medicos, conſultados uniformemente , me


adver
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 165

advertieron el conocido rieſgo a que me expongo en


tan dilatado viage , h mi ſalud no ſe mejora ; y confi
1
derando , que cada dia ſe van augmentando los años

con el peligro, y que el immediato ſubceſſor del Eſtado


de Aveiro es mi Hijo Don Gabriel Ponce de Leon

Lencaſtre y Cardenas, por hallar fe impedido mi Hijo

primogenito , con el goze , y pojeſion de ſu Caſa , y


Estado de Arcos en eſtos Reynos de Caſtilla , y que en

la perſona del dicho Don Gabriel mi Hijo , no ay eſte


impedimento , ni embarazo alguno para continuar la

fubceßion , y tomar la poſeſion del Eſtado , y Caſa de

Aveiro ; deſde luego en aquella via , y forma , que

mas aya lugar de derecho , cedo , renuncio , y traſpaf


fo en dicho Don Gabriel Ponce de Leon Lencaſtre y

Cardenas , mi Hijo ſegundo genito , todo derecho, y

accion , que me eſtă diferida , y en qualquiera mane

ra toque , y perteneſca a mi Caſa , y Exado de Avei.


To, y agregados a ella , como ſi immediato , y inva .
riable ſubceſor, para como tal, por la repreſentacion

de la Caſa , y de mi perfona , pueda pedir ,


pida , y
aprehenda en el Reyno de Portugal la poſeſion real,
actual, wc . Tinha a Duqueza padecido huma gra

ve enfermidade , e de tanto perigo , que os Medicos 1

lhe ordenarað , que diſpuzeſſe das ſuas couſas ; e co


mo o feu
mayor cuidado era attender à conſervaçao

da Caſa de Aveiro , ( como ella refere ) achando - ſe


convalecida , fez a referida ceſſao em ſeu filho , que

fem duvida entraria na poſſe da Caſa , fe naquelle

tempo effeituara as clauſulas , com que a ſua niãy fo .

+
166 Hiſtoria Genealogica

ra ſentenciada ; e ſobre que naš podia haver Oppo

entes , por ſer ella a Senhora da Caſa de Aveiro , que


actualmente vivia . Deixou a Duqueza neſta ceſlao

hum irrefragavel teſtemunho , do que amava a ſua


Patria , e do quanto o ſeu coração deſejou voltar a

ella , e como em ſeus dias queria ver eſtabelecida a


ſucceſſað da Caſa de Aveiro no ſeu proprio fangue.

Viveo depois diſto a Duqueza D. Maria de Guada


1
lupe muitos annos . Quando no anno de 1712 1 2 de
Julho , por lhe parecer ſer aſlim conveniente , feu fi

lho primogenito o Duque de Arcos Dom Joachim ,


por huma publica Eſcritura , fez ceſlao tambem do

dito Ducado , e Eſtados de Aveiro em ſeu irmað , a

qual ratificou depois da morte da Duqueza fua mãy


a 22 de Março do anno de 1715. Deſta forte tinha

concertado o eſtabelecimento da Caſa de Aveiro a

Duqueza D. Maria , quando faleceo a 9 de Feverei

ro de 1715. Foy dotada de fingulares virtudes , de


grande entendimento , que cultivou no eſtudo das ſci

encias: pelo que no ſeu tempo conſeguio applauſo ,


e nome nas nações Eſtrangeiras ; e para concluir eſta
curta memoria , o farey com lium , ainda que bre
1
ve , elegante Elogio da diſcreta penna do erudito D.

Luiz de Salazar e Caſtro na ſua eſtimadiſſima Obra

da Caſa de Lara , onde fallando da Duqueza D. Ma


ria de Guadalupe , que elle niuito tratou ; porque a

communicaçað , que ella mais eſtimou , foy ſempre


a dos homens eruditos , e profeſſores de fciencias, diz
Cala de Lara , tom . 2 .
liv .8. cap. 17. 5.2 . aſſim : Es una de las Princeſas de mayor piedad, y fa.
biduria
daCaſa Real Portug. Liv. Xl. 167

biduria de nueſtros tiempos ; porque el conocimiento

de lasſciencias , y las operaciones piadoſas , an fido fie


empre ſu principal aplicacion, viviendo acia todo lo de .

mas enteramente ſeparada del figlo , y con una llane

za , modeftia , y trato.ſencillo , que deſdice de la ele


vacion de ſu nacimiento ; a que nao temos , que ac

creſcentar , mais que dizer , que neſte modo perſe

verou , até que paſſou à melhor vida , em huma bre


Breve Noticia de la ene
ve doença de cinco dias , confortada com o Santiſſi- fermedad ,muerte ,C.
no Viatico ,e o Sacramento da Extrema-Unçað , 4., impreso anno

preparada com notaveis actos de anior de Deos ; e de 1715.

tendo muito anticipadamente guardadas as mortalhas,

e tudo o que pertencia aquella occaſia ) ; aſſim lhe


veſtirað o Habito de S. Bruno , S. Bernardo , e S.

Franciſco , como ella ordenara . E o Santo Padre


Innocencio XI. attendendo às inſtancias , que a Du

queza de Aveiro lhe fizera pelo Geral da Companhia

o Reverendiſſimo Padre Tyrſo Gonçales , concedeo

indulgencia plenaria in articulo mortis, em hunia vé


la benta , que lhe mandou de Roma , muitos annos

antes da ſua morte , para nella lhe ſervir. Jaz no


Moſteiro de Noſſa Senhora de Guadalupe debaixo

do arco principal da Capella môr aos pés do milagro

ſo ſimulacro daquella prodigioſa Imagem da Virgem

Santiſſima , ſitio que ella eſcolheo em vida , em o ni

cho do meyo , e nos dos lados eſtað ſua mãy , e ir


mao , como diſſemos. Deixou dictadas no ſeu Tel
tamento
para Epitafio as palavras ſeguintes :

Tom . XI. U Ma

1
168 Hiſtoria Genealogica

Maria de Guadalupe Lencaſtre y Car


SIDE
denas , mandô ſe enterraſſe neſte lugar
10
debaxo de los pies de la Imagen centro

de ſu amor , y eſperança.

In nidulo meo moriar , & ficut &c.

Caſou no anno de 1665 com D. Manoel Ponce de

Leon , VI. Duque da Cidade de Arcos , Conde de

Baylen , e de Caſares , Marquez de Zara , e de El

che , Alcaide môr de Sevilha , Senhor de Marchena ,

Rota , Chipiona , Mayrena , Ilha de Lea ) , de Pa

lacios , Ubrique , de la Serrania , de Villa Longa ,


Conimendador mòr de Caſtella , e Commendador de

Carriao , e Calatrava a Velha na Ordem de Calatra


ya , que naſceo em 15 de Setembro de 1633 ‫ ;ܪ‬filho

de D. Rodrigo Ponce de Leao ,IV . Duque de Ar

cos , Marquez de Zara , Conde de Baylen , e de Ca


fares , do Conſelho de Eſtado delRey Filippe IV .

Vice -Rey de Valença , e Napoles , Cavalleiro do Tu

ſað , como diſſemos no Livro IX. Capitulo II. 8. III.

pag. 78 do Tomo X. Chefe , e Parente mayor de los


Ponces de Leon em Heſpanha , e França , huma das
Salazar deMendonça mais eſclarecidas Familias daquella Monarchia
Chronica de los Ponces, por
ae Leon . ſua antiguidade , grandeza , e poder : della eſcreveo
O Maryuez de Mon : Salazar de Mendonça , e o eruditiffimo , e Excellentiſ

. y Genealogo dela ſimo Marquez de Mondejar D. Gaſpar Ibanhes de


to'
Cajá de lus Punces de 1
Leon , m.i. Mendoça hum bem fundado Tratado ; e de ſua niu
1
llier
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 169

lher a Duqueza D. Anna Franciſca de Aragað , filha


dos V. Duques de Segorbe , como fica eſcrito no Li

. Capitulo IV . pag. 280 do Tomo IX .


vro VIII Mor

reo o Duque Dom Manoel em Madrid a 28 de No

vembro de 1693 , deixando deſte excelſo matrimo


nio os filhos ſeguintes :

18 D. JOACHIM PONCE DE LEON , VII. Du


que de Arcos.

18 D. GABRIEL PONCE DE LEON DE LENCAS

TRE , Duque de Aveiro , Capitulo X.


18 D. ISABEL ZACARIAS PONCE DE LEON E

LENCASTRE caſou a 25 de Março de 1688 com D.

Antonio Martin de Toledo Beaumont Henriques de

Ribera e Manrique , IX . Duque de Alva , de Gueſ

ca , e de Galiſteo , XI. Conde de Oſorno , de Lerin,

e deSalvaterra , Marquez de Villa -Nova del Rio , e


de Coria , Senhor de Val de Corneja , la Campana ,
S. Nicolao , Verlanda , Granada , Sanfelices dos Gal

legos, e de outros grandes Eſtados , Alcaide môr de

Carmona, Condeſtavel, e Chanceller môr de Navar

ra , Gentil-homem da Camera com exercicio , En


baixador em Roma , e Pariz , onde morreo a 27 de

Março de 1711. A ſucceſfað , que tiverað fica já re

ferida no Livro VIII. Cap. IV . 2. IV . pag. 350 do

Tomo IX. Caſou ſegunda vez no ano de 1716 com

D. Franciſco Gonzaga , Duque de Solforino , Gen


til-homem da Camera com exercicio delRey Filippe

V. de quem nað teve ſucceſſað , como já diſſemos

no Cap. VII . 2. III.do Liv. IV . pag . 343 do Tom . III .


Tom. XI. U ii D.

1
170 Hiſtoria Genealogica

18 D. JOACHIM DE GUADALUPE LENCASTRE T


de C - in
dice de l'as Clorias de E CARDENAS PONCE DE LEON naſceo a 22 de Julho
la Caſa Furueſe, pag. do anno de 1666. Foy VII . Duque de Arcos , de
354 , e 364 , e no
Prologo Maqueda , Marquez de Elche , de Zara , Conde de
Baylen , e de Caſares , Adiantado mayor do Reyno

de Granada , Senhor de Marchena , de la Caſa de

Villa Gracia , e terras do Infantaſgo , das Villas de la


Serrania , de Villa Longa , das de Rota , Chipiona ,

e Ilha de Leao , Senhor de la Taha de Marchena , e

das Baronías de Axpe , Planes , e Patrax , Alcaide njôr


da Cidade de Toledo , Alcaide de Saz , Chionhilla ,
10
e de la Mota de Medina , e da Fortaleza de Almeria ,

Alcaide môr perpetuo da Cidade de Sevilla , Com


mendador môr de Caſtella na Ordem de Calatrava ,
Gentil-homem da Camera com exercicio delRey D.

Carlos II. e do Conſelho de Eſtado delRey Filippe

V. Vice-Rey , e Capitað General do Reyno de Va


lença . Morreo a 18 de Março de 1728 .

Cafou duas vezes , a primeira em 20 de Mayo de

1688 com Dona Thereſa Henriques , irmãa de Joao


Thomas Henriques , XI . Almirante de Caſtella , a

qual morreo ſem ſucceſfa ) a 5 de Abril de 1716 ,

como já eſcrevemos no Capitulo III. . II. do Livro


VIII .

Cafou ſegunda vez a 9 de Novembro de 1716 com

D. Anna Maria Spinola de Lacerda , irmāa inteira de

D. Ambroſio Spinola , V. Marquez de los Balvaſes,

que foy Embaixador Extraordinario na Corte de Lil

boa , e he Eſribeiro môr da Princeza das Auſturias , 1


de
da Cafa Real Portug. Liv. XI. 171

de quem já fizemos mençað no Capitulo -VII. do Li


vro VIII. e deſte matrimonio naſceraõ os filhos fe

guintes:

19 D. JOSEPH PONCE DE LEON E SPINOLA ,

que naſceo a 9 de Agoſto de 1717 , e faleceo a 28


de Outubro do meſmo anno .

19 D. JOACHIM PONCE DE LEON , Duque de

Arcos, de que adiante ſe fará mençaõ .


1
19 D. MANOEL PONCE DE LEON , Duque de

Arcos, de quem faremos mençað . 1


$
19 D. CAETANO PONCE DE LEON SPINOLA
naſceo a 1
25 de Outubro de 1720 , e morreo a 14 de
Abril de 1722 .

19 D. THERESA PONCE DE LEON SPINOLA 111

naſceo a 12 de Outubro de 1721 , morreo em Julho


de 1723 .

19 D. Pio Ponce de LEON SPINOLA naſceo

a 20 de Novembro de 1722 , e faleceo a 4 de Julho


de 1723

19 D. FRANCISCO PONCE DE LEON , Duque

de Arcos , de que adiante ſe tratará.

19 D. ANTONIO PONCE DE LEon naſceo a 15 I


de Outubro de 1726 , que ſeguindo a vida Militar , 7

foy Capitað de Dragoens do Regimento de la Rey


na , de
de que he ao preſente Coronel, e ſerve no Exer

cito delRey Catholico em Italia com a diſtinçaõ do


1
ſeu eſclarecido naſcimento.

19 Dom JOACHIM PONCE DE LEON SPINOLA

LENCASTRE CARDENAS MANRIQUE DE LARA . E


MANOEL

1
---
172 Hiſtoria Genealogica dla

MANOEL naſceo a 10 de Janeiro de 1719 , foy VIIL

Duque de Arcos , IX. de Maqueda , & c. e dos mais

Titulos , e Eſtados , que teve o Duque ſeu pay. Foy

tambem XV. Duque de Naxera , Conde de Trevi

nho , e Valença , Senhor de Belmonte de Campos,

e Cevico de la Torre , & c. em que ſuccedeo ao ul


timo Duque de Naxera Dom Joſeph Porto - Carrero

Manrique , que faleceo de curta idade no anno de

1732. Foy Gentil- homem da Camera delRey Dom

Filippe V. com exercicio , Coronel do Regimento

de Dragoens de la Reyna , Brigadeiro dos Exercitos

delRey Catholico , póſtos com que ſervio no Exerci


to de Italia , com tanta diſtinça ) , como ſe vio no

dia 8 de Janeiro de 1743 , em que depois de ter elle


cooperado muito a romper a Cavallaria contraria , re

cebeo hunia ferida , que lhe atraveſſou de parte a par

te hum braço ; e depois deſta acçao tao diſtincta , o

fez El Rey Catholico General de Batalha , paſſando

o Regimento a ſeu irmao D. Antonio : porém a fe


rida foy malicioſa , que depois de haver padecido
com conſtancia a ſua cura , a nað pode conſeguir ,

morrendo della a 2 de Agoſto de 1743 em Bolonha,


com univerſal ſentimento , porque as partes , de que

fe adornava o faziao anavel. Caſou no anno de 1739


1
com Dona Thereſa da Sylva e Mendoça , ( Condeſſa
viuva de Luna ) filha de D. Joao de Deos , Duque

do Infantado , Paſtrana , e Lerma , &c. e de ſua mu

lher , e Prima a Duqueza D. Maria Thereſa de los

Rios Zapata e Sylva , como fica eſcrito no Capitulo.


VII.
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 173

VII. do Livro VIII . a pag. 488 do Tonio IX . de


quem nað deixou ſucceſſão .

19 Dom MANOEL PONCE DE LEON SPINOLA

LENCASTRE CARDENAS MANRIQUE DE LARA E


Manoel naſceo a 12 de Dezembro de 1719 ; pela

infelicidade da morte de ſeu irmað foy IX . Duque de

Arcos , X. de Maqueda , XVI. de Naxera , Mar

quez de Zahara , e Elche , e de todos os Eſtados, de


que ſe compoem eſta grande Caſa , Gentil-homen

da Camera delRey Catholico coni exercicio , Coro

nei de Infantaria do Regimento de Cordova , e Bri

gadeiro actualmente no Exercito del Rey Catholico


em Saboya , ſendo hum dos Ajudantes do Sereniſſimo

Infante D. Filippe ; e por ſua ordem trouxe a noticia


à Corte de Madrid da entrada , que com o ſeu Exer

cito tinha feito na Saboya , que ganhou no anno de

1743: pelo que ElRey lhe deu huma Commenda na


Ordem de Calatrava. E voltando para o Exercito ,

conduzio, e mandou os Regimentos de milicias, com

que o Exercito ſe augmentou ; diſtinguindo-ſe em to

das as occaſioens , principalmente na entrada de Pont,

e no ataque das trincheiras , ainda que o agreſte , e in

tratavel do terreno , defendido , e cerrado do rigoroſo

tempo do Inverno , o obrigou à retirada , padecendo


inevitaveis contratempos com a neve , que carregarað

muito com os frios , em caminhos aſperos , e embara

çados de Tropas inimigas , moſtrou na conſtancia ,


com que fupportou tað dilatados diſcomodos , o el

clarecido fangue , de que ſe animava ; e tendo licen


ça
174 Hiſtoria Genealogica dCi

ça para paſſar à Corte a compor algumas dependen

cias da ſua grande Caſa , continuou com o ſerviço


com tanto zelo , que fatigado do trabalho , veyo a
morrer no anno de 1744 , ſem ter tomado eſtado.

19 D. FRANCISCO PONCE DE LEON SPINOLA

LENCASTRE CARDENAS MANRIQUE DE LARA E

MANOEL naſceo a 8 de Dezembro de 1724 ; foy def


tinado para a vida Eccleſiaſtica , e aſſim alliſtio al
gum tempo em Roma. A pouca duraçaõ de ſeus ir

mãos os Duques D. Joachim , e D. Manoel , o fize

rað ſucceſſor da ſua eſclarecida Caſa : he X. Duque

de Arcos , XI. de Maqueda , XVII. de Naxera ,

Marquez de Zahara , e Elche , Conde de Baylen , e


Caſares, Senhor de Marchena , &c . Eſtá concerta

do a caſar com D. Maria do Roſario de Figueiroa ,


que naſceo no anno de 1732 , filla dos XI. Duques

de Medina Celi , Segorbe , &c . e VII. Marquez de

Aytona, como deixamos eſcrito a pag. 308 do To 1


mo IX .

CAPI
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 175

CAPITULO X.

De Dom Gabriel de Lencaſtre , VII. Duque


de Aveiro.

Aſceo ſegundogenito a 9 de Agoſto de 1667


N do thalamo da Duqueza D. Maria de Guadalu

pe, D. Gabriel de Lencaſtre , e deſde o berço o def

tinou ſua mãy para lhe ſucceder na Caſa de Aveiro ,


como temos viſto ; e porque as contrariedades de ſeu

marido retardarað eſta reſoluçað , ElRey D.Carlos

II . lhe fez merce de doze mil ducados de prata de

renda , que na Cruzada tivera feu tio o Duque de

Aveiro D. Raymundo ; e creando - o Grande , o fez

Duque de Banhos , e lhe deu as Commendas de Car- Salazar, Hiſtoria de la


rion , e Calatrava a Velha na Ordem de Calatrava. Casa de Lara, tom.z.
pag. 2 24.
Foy creado pela fábia direcçao de ſua eſclarecida

mãy , e ſeguindo proveitoſos dictames , ſe ornou de


todas aquellas virtudes , dignas de o fazerem reconi
mendavel entre os ſeus excellos progenitores , appli

cando-ſe à liçaõ dos livros , e eſtudo das belas letras, e

depois à Hiſtoria Eccleſiaſtica , e profana , e ſe inſtru

hio tambeni em algumas partes da Mathematica ; de

forte , que adquirio huma erudiçað eftimavel , fazen


do -ſe mais diſtincta com o uſo das linguas Latina ,

Portugueza , Heſpanhola , Franceza , e Italiana , que

com propriedade falla , e eſcreve. Fez algumas Cam


Tom . XI. X panhas
ia ogica da
176 Hiſtor Geneal

muitas
panhas no Exercito de Catalunha ; e depois eſteve Ĉ

em Flandes , na Corte de Pariz , e outras .

Por morte da Duqueza ſua mãy , em virtude


>
dos Contratos Matrimoniaes , que já apontámos , ?
nova ceſtao do Duque de Arcos, ( ſuppoſto nað era

neceffaria ) paſſou a Portugal a litigar com os Oppo

entes o Ducado, e Eſtado de Aveiro ; para o que El

Rey ,, por obviar demoras , e lhe fazer merce , paſſou

lium Decreto a 2 de Agoſto de 1718 , que em nove

mezes foſſe ſentenciado eſte pleito a quem pertencef

ſe ; e aſſim lhe foy julgada em hum Sabbado 22 de

Fevereiro de 1720 : porém ſendo embargada pelos de


mais Oppocntes , a ſaber : a Marqueza de Unhao ,

Prova num .18. Camereira môr , D. Maria de Lencaſtre ; o Marquez


de Gouvea , Mordomo môr , D. Martinho Maſcare

nhas ; o Conde de Villa -Nova , Commendador môr

de Aviz , D. Pedro de Lencaſtre ; e D. Rodrigo de


Lencaſtre , Commendador de Coruche , e Claveiro

da dita Ordem , lhe foy depois confirmada a Senten


ça no Juizo da Coroa do Ducado , e Eſtado da Caſa

de Aveiro a 10 de Novembro de 1724 ; e fazendo os

Oppoentes Petiçaõ de Reviſta , lhes foy negada pe

lo ſupremo Tribunal do Deſembargo do Paço a 22


de Março de 1729 ; ficando aſſim fentenciada a Cala

à linha dos deſcendentes da Duqueza Dona Maria de

Guadalupe. Voltando a eſta Corte chegou a 16 de 0

Fevereiro de 1732; e fazendo acto de Vaſſallagem b


nas mãos delRey D. Joao V. a 2 de Mayo , forað
feus Padrinhos o Conde de Villa -Nova D. Pedro de
Lencal
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 177

Lencaſtre, e D. Rodrigo de Lencaſtre ; e por Real


Decreto de 27 de Mayo do dito anno , ſe lhe mau

dou dar poſſe de todos os bens , terras , rendas , e di

reitos, que ſe contém nas Doações da dita Caſa , na


fórma
que lhe forað julgadas , ſem fer neceffario re

querer pelos meyos ordinarios a execuçaõ della ; al

ſim he VII . Duque de Aveiro por Carta paſſada a 2


de Junho de 1732 , Marquez de Torres-Novas , Se

nhor das Villas de Montemôr o Velho , Aveiro , Tor

res-Novas , Penella , Abiul , Louſãa , Segadaens ,

Recardaens , Brunhido , Caſal de Alvaro , Pereira , e

Outras terras, Alcaide môr da Cidade de Coimbra ,

da Villa de Setuval , Commendador , e Alcaide môr,


e Senhor das Villas de Sezimbra , Barreiro , Arrabi

da , Çamora Correa , Torrað , Ferreira , Caſtro -Ver

de , Aljuſtrel, Arruda , Santiago de Cacem , Sines ,


e da do Sal da Villa de Setuval, todas na Ordem de

Santiago; ſuccedendo em todas as mais prerogativas ,

e privilegios , que tiveraõ os ſeus predeceſſores , com

hum grande Padroado de Igrejas , que da , e Alcai

darias môres , com as datas dos officios de Juſtiça , e

Fazenda , apreſentaçao de Ouvidores nas ſuas terras


para o que tem hum Ouvidor da ſua Caſa , lugar

que occupaõ Miniſtros Togados de grande litteratu

ra, e he hoje o Doutor Dionyſio Eſteves Negraū ,


Deſembargador da Caſa da Supplicaçaõ , Procurador

do Collegio Patriarcal , Miniſtro benemerito dos nia

yores lugares; aflım tem huma Caſa com luzida fa

milia , conſervando a repreſentaçao dos ſeus mayores,


Tom . XI. Xü na
178 Hiſtoria Genealogica

naquella magnificencia , e trato devido à ſua gran


de peſſoa 1 em que brilha a religiaõ na devoçað ,

com que frequenta as Igrejas , viſitando o Santiſſimo

Sacramento no quotidiano Jubileo do Lauſperenne ,

e a caridade , com que generoſamente foccorre aos

pobres , e outros actos de piedade , em que louva


velmente ſe exercita . Na) caſou até o preſente.

CAPITULO XI .

De Dom Affonſo de Lencaſtre , Marquez de

Porto Seguro , Duque de Abrantes.

16 A deixamos eſcrito no Capitulo V. que da

JA
excelſa uniao dos Duques de Aveiro Dom

Alvaro , e D. Juliana de Lencaſtre foy o ſegundo fi

lho varað D. Affonſo de Lencaſtre , o qual naſceo no

anno de 1597 no Palacio de Azeitað í porque no li 3

vro dos Bautiſmos ſe acha , que fora bautizado a 18


de Junho do referido anno . A primeira memoria ,

que achamos ſua foy de ſe achar preſente no anno


lavenha, Viagen del. de 1619 , quando ElRey Dom Filippe II . paſſou a

Rey D. Filippe a Port. eſte Reyno ; e indo a viſitar a Duqueza de Avei


pas . 7 .
ro Dona Juliana fua māy , ElRey mandou cobrir a
D. Affonſo , e a ſeus irmãos , cono diſlemos. Os

Duques feus pays lhe fizera ) Doaçaõ da Capitanía


de Porto Seguro no Eſtado do Braſil ; porém nað

precedeo faculdade Real para a ſua validade , con


forme
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 179

forme era neceſſario. No anno de 1625 paffou à ref


tauraçao da Bahia , que os Hollandezes tinhað inva

dido, com o poſto de Capitaõ de Infantaria ; e voltan

tando ao Reyno , ſabendo que os Inglezes eſtava )

ſobre Cadiz , foy em ſoccorro daquella Cidade , mof


trando em toda a occaſia ) o eſclarecido ſangue , que

o animava , para ſe portar nas emprezas como devia


a ſeu alto naſcimento , que o habilitava ) para os

mayores lugares do Reyno , que depois veyo a oc


cupar.

ElRey Dom Filippe IV . o fez Commendador

mòr da Ordem de Santiago , e o creou Marquez de

Porto Seguro no Eſtado do Braſil , em attençaõ de


calar com D. Anna de Sande , Dama da Rainha D.

Iſabel de Borbon , de que ſe lle paſſou Carta a 8 de Torre do Tomb. Chan .


Abril de 1627 : E tendo efeito o dito caſamento , para cellaria de 1627. liv.

elle Dom Affonſo , .


e Jeus deſcendentes dele matrimo- 29 pag .38verb
nio da dita D.Anna de Sande de juro , e herdade na

forma da Ley mental. Pelo meſmo motivo lhe fez

merce de Capitað General das Galés de Portugal por


}
Carta patente paſſada no meſmo dia , e anno , em que

diz: Dom Afonſo de Lencaſtro , meu muito amado

ſobrinho, & c. por eſtar concertado para caſar com D.

Anna de Sande , Dama da Rainha, minha fibre to .

das muito amada, e prezada molher , c. havendo ef

feito o dito caſamento, wc . do cargo de Capitað Ge

neral das Galés de Portugal, com tres mil cruzados,


.
como teve o ultimo General , c. Depois o fez do
1
Conſelho de Eſtado ; e morrendo na Corte de Ma
drid
180 Hiſtoria Genealogica

drid Dom Antonio de Almeida , Senhor do Sardoal, 9.00


Alcaide môr de Abrantes , no anno de 1633 , depois morna

de dezoito annos de pertendente do Condado de


Abrantes , que fora de ſeus avós , lhe fez merce dos
1
1
bens , que vagara ) por D. Antonio , em tres vidas ,

por Alvará de 23 de Dezembro de 1635 , por equiva

lente de feis mil cruzados , que tinha de renda na Caz

fa da Contrataçaõ de Sevilla , que largou. A eſta

merce ſe oppoz D. Miguel de Almeida , que era o


herdeiro deſta Caſa , por biſneto de D. Joao de Al

meida , II . Conde de Abrantes, o qual elle depois da

reſtituiçaõ da Coroa a ElRey D. Joað IV . teve a

Caſa com o titulo de Conde de Abrantes . Depois


no anno de 1636 a 16 de Janeiro lhe deu faculdade

para empenhar os ditos bens. No anno de 1639 ti

rou a Carta da Alcaidaria môr de Abrantes , que foy

paſſada a 22 de Dezembro do dito anno.


Faleceo Dom Jorge de Lencaſtre , Duque de

Torres-Novas , em vida da Duqueza D. Juliana fua


māy , proprietaria do Eſtado , e Ducado de Aveiro ,

de quem era filho ſegundo o Marquez de Porto Se

guro , que logo intentou ſuccederlhe por ſua morte ,

preferindo a Ď. Raymundo filho do Duque D. Jor


1
ge , para o que conſultou muitos Letrados grandes ,
1
que fizerað pareceres a ſeu favor : porém por morte

da Duqueza movendo demanda ao Duque D. Ray


mundo , que elle queria nað tiveſſe o beneficio da

repreſentaçaõ do Duque feu pay para ſucceder a ſua

avó , de quem elle ſe aclava em grao mais chega


do ,
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 181

do, Theveyo a preferir o Duque D. Raymundo , ten


do Sentença a ſeu favor , proferida a 18 de Setem

bro de 1637 ; e he bem para reflectir , que o Mar

quez procurou o lugar de Regedor das Juſtiças, para

poder melhorar neſta demanda. Todos eſtes lugares,


e titulos , logrou o Marquez em Portugal ; e em Caf

tella foy Gentil-homem da Camera do dito Rey , do


Conſelho de Guerra , Grande de Heſpanha , que o

fez Duque de Abrantes , e Marquez do Sardoal em

Portugal depois da ſeparaçaõ das Coroas , tenpo em


que o Marquez D. Affonſo perdeo tudo o que tinha

neſte Reyno , por ſe deixar ficar no de Caſtella ; e ſo

brevivendo à Marqueza ſua mulher , ſe ordenou Sa

cerdote , de que ſe levantou huma queſtað , ſe ſendo


das pre
Clerigo, devia o Duque de Abrantes gozar

eminencias da Grandeza , concorrendo na Capella no

banco dos Grandes , ſobre o que fez muitos papeis ,

que entaó imprimio : porém ElRey decidio eſta ma

teria , e reſolveo , que devia o Duque gozar todas


as prerogativas concedidas à Dignidade dos Grandes ,
i
excepto de concorrer na Capella ao banco dos Gran

des , o que ficou aſſim decidido para outros ſemelhan

tes caſos, que depois acontecerað . Morreo a 28 de


Março de 1654 .

Caſou a 15 de Julho do anno de 1627 com D. Anna Caſa de Lara , Tom.a.


livro 10. cap. 1 8. S ...
de Sande , II. Marqueza de Val de Fuentes , Condes pag. 431,

fa de Mejorada , Senhora das Villas de Pinos , Beas ,

e Valhondo , e dametade de Noves , e Fortaleza , e

Vaſallos de Maſcaraque , a qual tinha ſido Dama da


Rainha
de
182 Hiſtoria Genealogica

Rainha D. Iſabel de Borbon , e morreo a 26 de Ja. :01


neiro de 1650. Era filha unica , e herdeira de D. Al

varo de Sande , I. Marquez de Val de Fuentes , e III.


de la Piovera , Senhor de Valhondo , e da Marqueza

D. Marianna de Padilha e Mendoça , Senhora das


Villas de Pinos , e Beas , irmāa de D. Antonio de Pa

dilha , I. Conde de Mejorada , que morreo em 18 de


Julho de 1627 , em cuja Caſa tambem ſuccedeo :

erað filhos de Dom Antonio de Padilla , Senhor de

Noves , e Mejorada , e da Caſa , e Fortaleza de Maf

caraque , Commendador de Val de Penhas , e Caſa

Rubio , das Caſas de Sevilha , e Niebla , na Ordem

de Calatrava , Alcaide môr da Cidade de Alhama,

morreo a 22 de Outubro de 1591 ; e de ſua mulher


D. Joanna de Mendoça e Lacerda , filha de D. Low

renço Soares de Mendoça , IV . Conde da Corunha ,

Viſconde de Torrija , e de D. Catharina de Lacerda ,

filha de D.Joaõ de Lacerda , II . Duque de Medina

Dita Hiſtor. liv. 5. cap. Celi . Era o Marquez D. Alvaro filho de D. Rodri
13. pag. 429 . go de Sande , II . Marquez de la Piovera , Senhor de .

Val de Fuentes , e da Marqueza D. Ignes Henriques


Manrique , IX. Senhora de Villalva , Tavera , Cafa

tro , Nunhodono , Negrillos , S. Pedro de la Maza ,

eMozaraves , ( que já tinha ſido caſada com ſeu tio


D. Henrique Manrique Henriques , Commendador
de Penha de Martos ) filha de D. Gomes Henriques

Manrique , VIII. Senhor de Vilhalva de los Llanos,

Tavera , & c. filho de D. Alonſo Henriques de Sevi A

ļa , VII. Senhor de Villalva de los Lhanos , & c . e


de
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 183

de D. Ignes Manrique , filha de Henrique Manrique,

Senhor do Morgado de Rielves , e Commendador de

Carriofa na Ordem de Santiago , da antiga varonía de


1
Manriques de Lara , como ſe pode ver
na excellente

Obra deſta Caſa , no lugar acima citado . Deſta eſ


clarecida uniao tiverað os Marquezes de Val de Fu

entes a ſucceſfað ſeguinte :



17. D. AGOSTINHO DE LENCASTRE , II. Du

que de Abrantes , que naſceo juntamente com ſua


irmãa, como diz Salazar de Caſtro.

17 D. MARIA DE LENCASTRÉ , que caſou


em 22 de Outubro de 1692 com D. Pedro de Leiva

de Lacerda e de la Cueva , III. Conde de Banhos ,

Marquez de Ladrada , e Leiva , cuja deſcendencia

fica eſcrita no Livro VIII. pag. 531 do Tomo IX .


1
17 D. ALVARO . DE LENCASTRE , que morreo 1
menino , que entendemos devia ſer o primeiro.
17 D. LUIZ DE LENCASTRE , e parece , que

tiverað outros , que todos morreraõ de tenra idade .


17 D. AGOSTINHO DE LENCASTRE SANDE 1

PADILHA E BOBADILHA naſceo em Lisboa a 12 de

Dezembro de 1639 , e foy bautizado na Fregueſia de

Santos por ſeu tio o Reverendiſſimo Padre Fr. Jacin

tho de Lencaſtre , da Ordem dos Pregadores ; ſucce

deo a ſeu pay , e na Caſa de ſua māy , e foy ſegun

do Duque de Abrantes , Marquez de Porto Seguro ,

e Sardoal, III. Marquez de Val de Fuentes , II . de


Porto Seguro , e Sardoal , Conde de Mejorada , Se

nhor de Valhondo ,Pinos, Beas , Noves , e Maſcara


Tom . XI. Y
que ,
184 Historia Genealogica

10,
que , Padroeiro do Moſteiro da Piedade de Torre Xi

meno , e de Noſſa Senhora de Frex del Val, que fun

"
dou o Adiantado D. Gomes Manrique , ſeu ſetimo
il
avó , Senhor de S. Gadea . Foy Cavalleiro da Or

dem de Santiago por merce delRey Filippe IV . que


o fez Commendador môr da dita Ordem em Portu

gal , tenipo em que já nað podia ter vigor a tal mer


ce .

Depois da morte do Duque D. Raymundo ef

perou o Duque de Abrantes tempo para pretender a

Caſa de Aveiro , como unico varað habil para nella


fucceder ; e aſſim depois da paz celebrada com a nof

ſa Coroa , moveo litigio ſobre a ſucceſfað do Duca


do , e Eſtados da Caſa de Aveiro contra o Duque

Dom Pedro ſeu tio , em que foy Author , a que ſe

oppoz a Duqueza , entao de Maqueda , D. Maria

de Guadalupe com ſeu marido o Duque de Arcos D.


Manoel Ponce de Leon , a quem depois da morte

do Duque D. Pedro foy ſentenciada , como já temos


dito . Ficou eſte Senhor vivendo na Corte de Ma

drid , onde foy muy eſtimado dos Reys Carlos II.


e Filippe V. e morreo em Fevereiro do anno de 1720 .
Caſou com D. Joanna de Noronha da Sylva , que

morreo no principio do mez de Dezembro de 1690 ,

filha de D. Fernando de Noronha , V. Conde , e I.


Duque de Linhares , e de ſua mulher D. Marianna

de Caſtro , filha de D. Manrique da Sylva , I. Mar

quez de Gouvea , VI . Conde de Portalegre , Gentil

homem da Camera delRey Filippe IV . com exer


cicio ,
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 188

cicio , e Mordomo môr da Caſa Real de Portu

gal , &c. como fica eſcrito no Livro VI . pag . 216


do Tomo V. , e forað ſeus filhos

18 D. AFFONSO DE LENCASTRE , Marquez

de Porto Seguro , que morreo ſem caſar.


18 D. FERNANDO DE LENCASTRE , que foy

IV. Marquez de Val de Fuentes , e III. Duque de


Linhares , de quem adiante daremos noticia .

18 D. Joao MANOEL DA CRUZ E LENCAS

TRE , ſeguio a vida Eccleſiaſtica , foy Capella ) nór

da Encarnaçað , e Sumilher da Cortina delRey Ca

tholico , Biſpo de Cuenca ; e por morte do Duque


ſeu pay foy III. Duque de Abrantes , e Linhares , 1
.
(por nað deixar fucceſfað ſeu irmao ) e renunciou o

titulo de Duque de Linhares em ſeu ſobrinho Dom

Joao de Carvajal, que ſe cobrio Grande , e depois

veyo a fer ſeu herdeiro : foy Patriarca de Indias , P

lugar que occupou pouco tempo , por falecer em o


mez de Outubro de 1733 .

18 D. MARIANNA DE LENCASTRE , morreo

menina.

* 18 D. JOSEFA DE LENCASTRE , mulher de D. 1


Bemardino de Carvajal , II . Conde de Enjarada , co
mo diremos adiante .

18 D. MANOELA DE LENCASTRE , que foy


Dama da Rainha D. Maria Luiza de Orleans , e da

Rainha D. Marianna de Baviera , e caſou em Madrid

a 16 de Outubro de 1690 com D. Joſeph Bernardino 7

de Bazan Benavides e Pimentel , Marquez de Santa


Tom . XI. Yii Cruz

1
.
186
Hiſtoria Genealogica

Cruz del Viſo , e de Vayona , Grande de Heſpanha,

Gentil-homem da Camera delRey , Commendador


de Alhambra , e la Solona na Ordem de Santiago , de

quem ficou viuva em 27 de Setembro de 1693 ſem

filhos . Tomou o habito das Carmelitas Deſcalças no

:
Moſtero de Santa Thereſa de Madrid em Mayo de

1694 , onde ſe chamou Soror Maria da Conceiçao . ‫ܬܠ‬

18 D. ANNA AGOSTINHA DE LENCASTRE ,

Freira no Moſteiro Real da Encarnaçaõ de Madrid ,

da Orden de Santo Agoſtinho , donde foy Prioreſſa .



18 D. FERNANDO DE LENCASTRE E NORO

NHA , Marquez de Val de Fuentes , Gentil-homem


da Camera delRey Catholico ſem exercicio , Caval

leiro da Ordem de Santiago , e depois IV . Duque de .


Linhares , Grande de Heſpanha , General da Caval
laria de Milao , Governador de Pavia , Meſtre de

Campo General dos Exercitos delRey Catholico ,

Vigario Geral dos pórtos de Toſcana , Vice-Rey de

Sardenha , e ultimamente Vice -Rey da Noya Heſpa


nha , onde morreo .

Caſou em 26 de Janeiro de 1686 com D. Leonor da

Sylva , Dama da Rainha Dona Maria Luiza de Or

leans , que morreo em o anno de 1692 , filha de D.

Iſidro da Sylva e Portugal , II . Marquez de Orani,


Senhor das Baronías de Monabâr , Mur , e Solona , 1

e das Villas de Penhalver , e Alhondiga , Commenda


dor de Galicuela na Ordem de Alcantara , Gentil

homem da Camera ſem exercicio , e Capita) Gene

ral das Galés de Sardenha ; e de D. Agoſtinha Porto


carrero ,
da Cafá Real Portug. Liv. XI. 187

carrero , irmãa do Cardeal D. Luiz Manoel Porto

carrero , Arcebiſpo de Toledo , e filhos de D. Luiz

André Portocarrero , I. Marquez de Almenara , e da

Marqueza Dona Leonor de Guſmað : porém deſta

uniað lhe faltou em breve tempo a ſucceſſað , e veyo

a ſucceder na Caſa ſua irmãa , como diremos , haven

do elle tido os filhos ſeguintes :

19 D. AGOSTINHO DE LENCASTRE ,
1
19 D. IGNACIA DE LENCASTRE , que ambos
morreraõ de curta idade.

Teve de bunja mulher Fidalga , fóra do matrimonio,


19 D. N. . DE LENCASTRE , que he
Cavalleiro da Ordem de Santiago , a quem ſeu pay

deixou o que pode para ſe manter conforme o ſeu


naſcimento.

* 18 D. JOSEFA DE LENCASTRE E NORONHX,


filha primeira do Duque Don Agoſtinho , caſou no
anno de 1686 com D. Bernardino de Carvajal e San

de Vivero eMotezuma , que foy II . Conde de En

jarada , Veador da Rainha D.Marianna de Baviera ,

filho de D. Joao de Carvajal e Sande , I. Conde de


Enjarada , Cavalleiro da Ordem de Calatrava , Re

gedor, e illuſtre Fidalgo de Caceres , e de D. Maria


de Vivero e Motezunia ſua mulher , Senhora de Ma

raz , e S. Joaõ de Encilha , que litigou com o Con


de de Montehernioſo a Caſa de Fuen Saldanha , por
fer filha de D. Alvaro de Vivero e Luna , General

da Cavallaria do Exercito da Extremadura , ( irmaõ


inteiro de D. Affonſo Peres de Vivero , III. Conde

de
188 (Hiſtoria Genealogica da

de Fuen Saldanha , Viſconde de Altamira , Gentil

homem da Camera delRey Filippe IV . do Conſelho


de Eſtado , e Guerra , Governador de Flandres , e D
Milað , e da Provincia da Extremadura ) e de ſua
Hiftor.da Caſa de La- mulher D. Marianna de Toledo , e Motezuma , Se

1a , toin.1, liv.7. cap. nhora da Caſa , e Morgado de Toledo em Caceres ,


16.
quarta neta de Motezuma , Emperador de Mexico :
o I. Conde de Enjarada era filho de D. Bernardino

de Carvajal e Sande , e de D. Iſabel Perero e Carva


D
jal ſua mulher ; elle filho de D. Joaõ de Carvajal e
= Cl
Sande , Senhor de Enjarada , ( da varonía legitima da

Caſa dos Condes de Terrejon ) e de D. Luiza de Pe


nha Rol de Lacerda ſua mulher , e ella filha de D.

Affonſo Perero , Fidalgo de Caceres , e de D. Leo


nor de Carvajal , da meſma linha de Enjarada , e ti

verað os filhos ſeguintes :


19 D. JoaŐ DE CARVAJAL E LENCASTRE ,

IV. Duque de Abrantes , adiante .

19 Dom ALVARO JOSEPH DE CARVAJAL E

LENCASTRE , Collegial hoſpede em o Collegio de S.

..
Bartholomeu em Salamanca , Arcediago de Mora na
Sé de Cuenca , Alcaide môr das Fortalezas de Bare

ja , e Cartcza , Sumilher da Cortina delRey Catho

lico , que ſendo nomeado Biſpo , o recuſou .

19 D. NICOLAO DE CARVAJAL E LENCAS


}
TRE , que foy Coronel no Regimento da Coroa , e

he Tenente Coronel do Regimento das Guardas de

Infantaria , Brigadeiro , e General de Batalha , e Meſ

tre de Campo General dos Exercitos delRey Catho


lico ,
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 189

lico , e Inſpector General da Infantaria do Exercito


de Italia.

19 D. Joseph DE CARVAJAL LENCASTRE ,

Collegial hoſpede em o Collegio de S. Bartholomeu

em Salamanca , Ouvidor na Chancellaria de Valha

dolid , do Conſelho , e Camera de Indias, e ultima

mente Governador do meſmo Conſelho , na auſen


cia , e enfermidades do Preſidente.

19 D. ISIDRO DE CARVAJAL E LENCASTRE,

tambem Collegial em S. Bartholomeu de Salamanca ,


Conego , e Arcipreſte na Sé de Cuenca , nomeado

Biſpo de Barcelona , que por ſua virtude , e recon


lhimento nao aceitou .

19 D. MARIA MANOELA DE CARVAJAL ,

Religioſa em o Moſteiro da Encarnaçaõ de Madrid .

19 D. JOANNA DE CARVAJAL , Religioſa no

dito Moſteiro , onde ſe chama Maria Agoſtinha.


19 D. THERESA DE CARVAJAL , Religioſa

no Moſteiro de Corpus Chriſti de Madrid .


19 D. Joað DE CARVAJAL LENCASTRE E

NORONHA SANDE PADILHA VIVERO E MOTE

ZUMA , IV . Duque de Abrantes , e Linhares , III.


Conde de Enjarada, e Mejorada , IV . Marquez de

Val de Fuentes, é Porto Seguro , & c . Senhor de

Pinos , e Beas, e de toda a Caſa de feu avô o II . Dil

que de Abrantes . Foy Coronel do Regimento de

la Corona , Brigadeiro , e General de Batalha , e he

Meſtre de Canido General dos Exercitos delRey Ca


tholico.

Caſou

f
da
190 Hiſtoria Genealogica

Caſou no anno de 1735 com D. Franciſca de Paula


de Zuniga e Cordova , filha de D. Valerio de Zuni
V
ga , e de D. Anna Maria Pimentel , VIII. Marque
zes de Tavara , como diſſemos no Livro VIII . Ca

pitulo IV.8 . IV . pag. 359 do Tomo IX . a qual fale

ceo no anno de 1742 , de quem teve


20 D. MARIA SINFOROSA DE CARVAJAL

LENCASTRE , que naſceo em Junho de 1738 .


20 D. MANOEL BERNARDINO DE CARVA

JAL DE LENCASTRE E NORONHA SANDE PADI

LHA VIVERO E MOTEZUMA , que naſceo no anno


de 1739 ſucceſſor de tað eſclarecidas Caſas.

CAPITULO XII.

De D. Luiz de Lencaſtre, Marquez de Ma

lagon em Caſtella.

16
Ntre os filhos , que deixamos apontados
EN
no v. que
de Aveiro D. Alvaro , e Dona Juliana , foy D. Luiz

Bernabè de Lencaſtre , que naſceo eni Azeitað no


anno de 1609 , e foy bautizado em 17 de Outubro do
referido anno . Seus pays o deſtinarað para a vida

Eccleſiaſtica , e aſſim o mandarao eſtudar à Univerſi

dade de Coimbra : porém elle com differente idéa ,

deixando aquella profillaŭ por ſeguir as armas , pal

ſou a ſervir em Flandres : e ſendo em Portugal accla


mado
4

da Caſa Real Portug. Liv . Xl. 191

mado o Senhor Rey D. Joao IV . ſe deixou ficar

ſervindo a Coroa de Caſtella , e foy Meſtre de Cam

po , e General da Artilharia ; e por ſeu caſamento ,


Marquez de Malagon , Conde de Caſtelhar , Senhor

del Viſo , Mariſcal , e Alfaqueque môr de Caſtella .

Caſou no anno de 1651 com a Marqueza D. There


ſa Maria Savedra , filha herdeira de Dom Femando

Arias de Savedra , III. Marquez de Malagon , VI.


Conde de Caſtelhar , Senhor del Viſo , Mariſcal, e

Alfaqueque môr de Caſtella , e da Marqueza D. Ca


tharina Henriques , filha de D. Rodrigo Henriques

de Mendoca , I. Marquez de Valdonquillo , filho

terceiro de D. Luiz Henriques de Cabrera , VII . Al

mirante de Caſtella ; e deſte matrimonio nao teve o


1
Marquez fucceſfað : e morrendo no anno de 1673 ,
caſou eſta Senhora ſegunda vez com Don Balthaſar

de la Cueva , irmao do Duque de Albuquerque , de

quem já temos feito mençað .

Tom . XI. Z TABOA


)
),
)
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 195

ac 15/0
Calou com
filha de Do val.
IV . Conde Fulgencia.

XVI ſo D. Magda. D. Marian . Dona Maria de Dona Brites D. Violante


Dona Juliah , lena de Lene na de Len- Lencaltre , cer- de Lencaſo de Lencaltre ,
caſtre , 11). caitre , ca- catre, Frei « ceira mulher de tre , Freira caſou com D.
de Aveiro ,, fou com D. ra na Madre D.Manrique da em S. Joao Lourenço Pi
Agoſto de ri Diniz de Fa. de Deos de Sylva , 1. Mar- de Setuval. res de Caſtro,
ſou no anntas ro ,
II . Con- Lisboa.
com ſeu tio -z de de Faro . quez de Gou .
de Lencaltr III . Conde de
vea , caſou a 28 Balto .
de Abril 1025 ,

XVII
II. Dom ]
Manrique
de Aveiro
Caſtella o
VII. deM
che , * a 1
Caſou con
ne , filhad
cipe de Li
cro Rom ,
1
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 195

CAPITULO XIII.

De D. Luiz de Lencaſtre , Commendador môr

da Ordem de Aviz .

14 Endo dado fim nos Capitulos preceden


i
T tes às primeiras duas linhas dos deſcenden

tes do Duque de Coimbra o Senhor D. Jorge , e da Chronica del Rey Dom

Duqueza D. Brites de Vilhena , nos reſta outra nao Manoel , part. 3.cap.
45
menos illuſtre de ſeu terceiro filho D. Luiz de Len

caſtre , em quem hoje ſe conſerva a varonía do Du

que Meſtre : a primeira merce , que eſte lhe fez , foy

a Commenda , e Alcaidaria môr de Veiros com o ha


bito da Ordeni de Aviz , por Alvará de 27 de Junho

de 1540. Depois lhe deu a Dignidade de Commen


dador môr da Ordem de Aviz , por Alvará de 26 de Prova num . 18 .

Abril de 1513 , tendolle já feito merce dasCommen


das de Veiros , Coruche , Seda , Alcanede , Lan

droal , e Fronteira , com as apreſentações dos officios,

por Alvará de 19 de Julho de 1550. Teve tambem Prova nuni.19 .


as Alcaidaria s mòres de Veiros , Landroal , Aviz , Al

canede , Benavente , Cabeſfað , e Benavilla , e ultima

mente a Commenda de Eſtremoz , tudo na meſma

Ordem ; de ſorte , que lhe deu rendas , com que pu


deſſe ter huma Caſa com o luzimento devido a ſer

ſeu filho . No anno de 1531 lhe fez merce ElRey

D. Joað III. do aſſentamento , e honras de Marquez

por
196 Hiſtoria Genealogica &C

por ſer filho do Duque de Coimbra , com o tratamen


a di Ne
to de Sobrinho , e lhe fez entre outras merccs a de Primo

confirmar as que o Duque ſeu pay lhe havia feito ; 1.19


porque foy El
Rey particularmente inclinado a Dom

Luiz , por nelle concorrerem virtudes, que no ſeu ef


clarecido naſcimento ſe faziao ainda niais eſtiniaveis.

Na occaſia ) em que a Princeza D. Joanna paſſou a

Portugal no anno de 1552 , entre os Senhores , que


foraõ nomeados para aſſiſtir ao auto da entrega , foy

Chronica delRey Dom o Commendador môr de Aviz em a companhia de


3047 111. paru 4. cap. ſeus irmãos o Duque de Aveiro , e o Commendador
95.
môr da Ordem de Santiago , e nað moſtrou nienos lu

zimento neſta occaſiao ; porque levava de ſua comi


tiva ſeſſenta homens a cavallo da ſua familia , alguns
Alabardeiros , e vinte azemolas , cobertas de repoſtei

ros bordados com ſuas Armas. ElRey D. Sebaſtiao

o mandou por Embaixador Extraordinario a Caſtella

110 anno de 1568 a dar os pezames a ElRey D. Fi

lippe II. da morte do Principe D. Carlos ſeu filho ;

e tendo cumprido com eſta miſao , ſuccedeo niorrer


a Rainha D. Iſabel de Valoes , terceira mulher do

proprio Rey , lhe foy encarregado a viſitar a ElRey 1

por aquelle motivo , o que tudo cumprio cabalmente


com muita authoridade , e ſe recolheo ao Reyno. No
anno de 1574 confirmou o dito Rey as merces , que

o Commendador mór tinha no Alvará , que paſiou

a ſua mulher Dona Magdalena de Granada , para


nellas ſuccederenı ſeu filho , e neto ; e no Alvará diz :

Dom Luiz meu muito amado , e prezado fobrinho ,

filho

!1
-
-
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 197

filho do Meſtre de Santiago , meu muito amado, e pre

zado Primo. No anno de 1562 celebrou hum con

trato a 29 de Agoſto com as Freiras de S. Joað de

Setuval da compra da Capella môr da ſua Igreja pa


ra ſeu enterro e da ſua Caſa , pelo valor de dous
>
mil cruzados : foy feita a Eſcritura por Henrique Nu
nes , e ſe conſerva no Carcorio da Caſa de Villa-No

Na. Faleceo , parece , no principio do anno de 1574 .;

porque em Fevereiro já ſeu filho eſtava de poſte da

ſua Caſa . Jaz na Capella môr da dita Igreja de S.


Joaõ de Setuval.

Caſou no anno de 1540 com D. Magdalena de Gra


nada , Dama da Rainha D. Catharina , que a eſti

mou muito , a quem os Reys caſara ) com o Com


mendador môr , fazendolhe muitas merces , ſeguran

dolhe as ſuas arrhas : a Rainha além de muitas joyas

lhe deu dezaſeis mil cruzados , que ſe depoſitara) na

maõ do Theſoureiro Diogo Salema , e ElRey man

dou, que ſe empregaſſem em tença de juro a dezaſeis


o milhar , e depois lhe fez outras merces. Era filha Fr. Prudencio de San .
do Infante D. Joao de Granada , Governador de Ga- do per , ChDo
vaaldor ronm . Af
do on
Emſo.
liza, e de D. Brites de Sandoval ſua primeira mulher, La Cala de comigo

filha de D. Joao de Sandoval , Senhor de Ayora , e Duques de Lerma, paz?

parte de Hueſſa , e Munheffa , que nas alterações de 23i .


Caſtella ſeguio a fortuna de ſeu pay : pelo que vol

tou ao Reyno no principio do Reynado delRey D.


Henrique IV . e de ſua nulher D. N. ... de Men

donça , conio diz D. Melchior de Teive , do Conſe- Teive, Caſa do Sandoa

ho de Guerra , no Tratado que eſcreveo da aſcen- val , m.is

dencia ,
de

a
198 Hiſtoria Genealogic
23.02
dencia , e deſcendencia da Caſa de Sandoval ; porque zl
os demais Genealogicos nað lhe expreſſað o nome , RE
ſendo que foy D. Ignes de Leiva , o que nos affiança
Hiſtor. da Caf& de La- o douto Salazar na eſtimadiſſinia Obra da Caſa de La
CIR
. pag. 510 ; c ra. Era filho quarto de D. Diogo Gomes de San
ra , lo 3. liv, 20. cap .
v.8.cap.4.pag.56 doval , 1. Conde de Caſtro , e de Denia , Adiantado ,
noli5.5
26.
e Chanceller môr de Caſtella , Mordomo môr da Rai
e pag. 73 •
nha D. Maria de Navarra , Senhor das Villas de Ler

ma , Cea , Denia , Gumiel , Portillo , Saldanha , e


outras muitas , e da Condeſſa D. Brites de Avelhaneda

ſua primeira mulher , Senhora de Gunieles. Era o In

Garibay ; Hiſtoria de fante D. Joao de Granada imao de Mahunad Bau


fi
Teve , Caſa de Sando. dalin , chamado o Chico , ultimo Rey de Granada ,

zal , pag.570 buti. lhos de Muley Abul-Hayen , Rey de Granada ; po


rém o Infante D. Joao da ſegunda mulher (que tendo
ſido Chriſtāa , ElRey ſeu marido a fez tornar Mou

ra) chamada Zoroyra , de quem tambem foy filho D.

Fernando , Infante de Granada , que com ſeu irmað 1

receberaõ de ſua livre vontade a noſſa Santa Fé , que


antes ſe chamaya Cad , e ſeu irma ) Nacre , tomara )

os nomes , o primeiro delRey D. Fernando o Catho

lico , e o ſegundo do Principe D. Joað ſeu filho ; e a


a Rainha Zoroyra ſua niãy reconciliando -ſe à Santa
Fé , ſe chamou D.Iſabel de Solir ; e eraõ deſcenden

tes legitimos do primeiro Rey de Granada por linha

feminina , e por varonía de Arraez de Malaga Farra

chem , valeroſo , e muy eſtimado , em quem muito


antes tinha entrado o ſangue Real dos Reys de Gra

nada ; porque Muley Abul-Hayen , pay dos ditos In


fantes ,
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 199

fantes, que concorreo no tempo delRey D. Henri

que IV ., foy filho delRey Aben Iſmael , que fucce


deo no Reyno no fim do reynado delRey D. Joao

II. de Caſtella ; havendo com o ſeu favor deſapoſfa


do a ElRey Malomad Abden Iſmael o Coxo , feu

primo com irmao , que eraõ filhos do Infante de Ga

dix, irmao delRey Maohomad o Eſquerdo , filhos


delRey Jofeph III. que começou a reynar no an

no de 1408 , e morreo de huma fetta envenenada ,

era filho de Mahonad , VIII . do nome , X. Rey de

Granada , chamado Gadix , pelo muito , que illuſ

trou aquella Cidade ; e de ſua mulher a Rainha Ha

diza , filha delRey de Tunes , e ſuccedeo a ſeu pay

na Coroa de Granada no anno de 1379 , chamado El

Rey Mohumad o Velho , que concorreo com os

Reys D. Pedro , e D. Henrique de Caſtella ſeu ir


mað; e deſtruîo Ubeda , e Baeca , chegando-ſe mui

to a Cordova ; e ſendo deſpojado do Reyno por

Mahomad , a quem comniumniente chama) ElRey


Vermelho de Granada , elle valeroſamente o reco

brou , lançando- o fóra , buſcou o amparo delRey D.

Pedro de Caſtella o Cruel , e foy por ſeu mandado

publicamente juſtiçado em Sevilla , contra o que de

via à fé do afylo , que buſcara , e a peſſoa de hum

Rey , ainda que barbaro , merecia diverſa attençao ;


mas ElRey D. Pedro pareceo mais barbaro na ſua

tyrannia, e crueldade , do que era por naſcimento , e

crença o infiel , e deſgraçado. Tinha Mahomad o


Velho fuccedido na Coroa a ElRey Juceplı Aben
Amet
200 Hiſtoria Genealogica dali

Aniet ſeu ſobrinho no anno de 1348 , que era irmao


delRey Iſmael ; e filho de Tarachem Araez de Ma

laga , muy conhecido naquelle tempo pelo ſeu valor

entre os Mouros , que paſſou à Africa ; tomou Ceu ..


bler
ta , fez guerra a ElRey de Fez , a quem conquiſtou
varias povoações ; EIRey Mahomad Abden Alha

niar III. o caſou com huma irmãa ſua , filla de Ma

haomad Mir Alnuz Lemun , II. Rey de Granada ,

que entrou a reynar no anno de 1263 , ſuccedendo a

ſeu pay Mahomad Aben Alhamar , Rey I. de Gra


nada , que começou a reynar no anno de Chriſto de

1236 ; era natural de Arjona , donde primeiro foy le

vantado Rey , e pouco depois em Granada . Defor

te , que por ſucceſfað continuada , ainda que quebra


da a varonía , ſe continuou em ſeus deſcendentes a
Coroa de Granada até o anno de 1429 , em vinte e

hum Reys, muy valeroſos , ainda que infieis , e com

brios de Heſpanhoes ; e por iſſo forað os ſeus Reys

muy eſtimados dos Principes Chriſtãos com quen

ſe confederavað , e ajudarað muitas vezes nas fuas

expedições. Pareceo -nos dar conta da aſcendencia


Alon ? o Telles de Me. do Infante D. Joao de Granada , e antes que demos

lares de tas caſas de da ſua ſucceſfað , daremos conta da de ſeu irmað D.


Ejp4;74.
Fernando , Infante de Granada , que cafou tambem
com outra Senhora da Cafa de Sandoval , prima com
irmãa de D. Brites de Sandoval ſua cunhada , chama

da D. Mecia de la Vega , filla de Dom Diogo de


Sandoval , Senhor do Caſtello de Villa Vega , que

morreo no Boſque del Pardo no anno de 1495 , era


irnað
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 20I

irmaõ de D. Joað , e filhos do Conde D. Diogo Go


mes de Sandoval , e de ſua mulher D. Leonor de la

Vega , Senhora de Tordehumos , e do Caſtello da

Villa Vega , e outros Lugares , filha de D. Gonçalo


Rodrigues de la Vega , e de ſua mulher D. Mecia

Telles de Toledo ; era D. Gonçalo filho de D. Dio

go Furtado de Mendoça , Senhor de Hita , e Buitra

go , Almirante de Caſtella. Foy D. Mecia de la Ve

ga filha unica , e herdeira da Caſa de ſeus pays , e

foy Senhora de Tordehumos &c. e caſou quatro ve


zes ,
a primeira com D. Pedro de Mendoça , filho de

D. Diogo Furtado de Mendoça , I. Duque do Infan

tado; a ſegunda com D. Bernardino de Quinhones ,


Conde de Luna ; a terceira com D. Joao de Mendo

ça , fillo do Cardeal D. Pedro Gonçalves de Men


doça; e a quarta com D. Fernando , Infante de Gra

nada , pelo que le chamara ) a Infanta D. Mecia ;

porém de nenhum deſtes niatrinionios teve ſucceſfað .


Aque teve o Infante D. Joað ( além de D. Magdal

lena , que he o motivo porque nos dilatamos ) da 11


fanta D. Brites de Sandoval ſua primeira mulher , D.

Bernardino de Granada , que foy o primeiro , e fer

vio ao Emperador Carlos V. , e caſou com D. Fran

ciſca de Caſtella, de quem naſceo D. Joaõ de Gra


nada , que cafando eni Valladolid com D. Joanna de
Caſtella , nað teve filhos. O ſegundo foy D. Jcao

de Granada , que nað caſou , nem teve ſucceſTað. E


D. Iſabel de Granada foy Dama da Enperatriz D.

Iſabel, hu na das mais ferinofas Senhoras do ſeu tenz


Tom . XI. Аа
po ,
dal
202 Hiſtoria Genealogica

po ; nað caſou , e morreo em Valladolid , e eſtá en ; D

terrada nas Huelgas . D. Filippa de Granada , e D.


: D
Magdalena de Granada , que paſſou a Portugal por
Dama da Rainha D. Catharina , irmãa do Emperador

Carlos V. D. Melchior de Teive diz , que do I11

fante D. Joað nað ha mais deſcendencia legitima ,


que por ſua filha D. Magdalena de Granada . Dom

Alonſo Telles de Menezes fallando neſtes Infantes ,

diz : Huvieron generacion , de que ay deſcendencia de

principales Cavalleros. Fr. Prudencio deSandoval,


:)
que hum pouco confunde eſta materia ; porque de
pois de dar a D. Fernando caſado com D. Mecia de
la Vega , como acima diſlemos , declarando ſer da

Caſa Real de Granada , diz : De la Caſa Real de


Granada , de cuyos Reys quedaron dos ſucceſſores,
gile fueron muy eſtimados de los Señores Reys Catoli

cos , y del Emperador nueſtro Señor , que fueron D.

Pedro de Granada , ( eſte me parece ſer D. Fernan

do) que fue del habito de San Tiago, y primer Agua


zil mayor de Granada , que ſerviò mucho en la con

quiſta de aquel Reyno : Don Juan de Granada , que

fue del habito de Santiago , y Governador de Galiza :


e pouco adiante fallando dos filhos do I. Conde de

Caſtro , diz : Don Juan de Sandoval , que tuvo a D.

Brites de Sandoval, que bolviò a caſar en la Caſa de

Granada con D. Juan de Granada ; que he o Ínfan

te de Granada , de quem tratamos , de quem foy fi

lha D. Magdalena de Granada , e forað ſeus filhos ,


do Conimendador nor
D.
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 203

15 D. LUIZ DE LENCASTRE , Conmendador

môr , com quem ſe continúa no Capitulo XIV .

15 D. Joað DE LENCASTRE , Commendador

de Coruche , e a ſua deſcendencia ſe elcreverá no

Capitulo XXII .

15 D. BRITES de LENCASTRE , Duqueza de

Bragança , caſou com o Duque D. Theodoſio I. de

quem foy ſegunda mulher , como ſe diſſe no Capitu


lo XIII. do Livro VI . Tomo VI . pag. 106 .

15 D. MARIA DE LENCASTRE , 0. I.
15 D. ANNA DE LENCASTRE , Commenda

deira de Santos , donde profeſſando em 10 de Abril

do anno de 1579 , poucos dias depois foy logo provi- Hiftoria Tripartita **
da no lugar de Commendadeira de Santos, como ſe San
pario 3.
tos , doMulleiro
S. 17.pag .43de
9.
vê de huma Proviſaõ delRey D. Henrique em que

ordenava accreſcentar aquelle Moſteiro , aſlim em

numero de Religioſas , como em rendas , e edificios ,


e provia algumas couſas em obſervancia da Caſa , e

dizia : Dom Henrique por graça de Deos Rey de Por

tugal, ⓇC, como Governador , e perpetuo Adminikra

dor, que fou da Ordem , e Cavallaria de Sam Tiago.

Faço ſaber a vós D. Anna de Lencafire minha mi.

to prezada fobrinha , Commendadeir do Moſteiro de


a
Santos da dita Ordem , e à Vigaria , e maes Dónas ,

que pella obrigaçað , que tenho a eſſe Moſteiro de pro


ver em tudo , que ao bem delle cimpre , para que NSO

Senhor ſeja ſervido , e as cozas da dita Ordem vað

em creſcimento , o c. Feita em Lisboa a 20 de Moyo


de 1579. Ellimava EIR ey muito a Commendade
i
Tom . XI. Аа іі ra ,
de
204 Historia Genealogica

ra', afm pelo ſeu alto naſcimento , e parenteſco com


ZATO
a Caſa Real , como pela ſua virtude , e authorida

de , com que governava aquelle Real Moſteiro com

particular obſervancia , conforme os ſeus Eſtatutos , - Der

conſervando - o na reputaçað , que ſe devia a huma tal

Cafa . Com a mudança da Coroa de Portugal à de

Caſtella , experimentou a Commendadeira D. Anna MI

a meſma attençaõ com os Reys Filippe II . e ſeu fi

lho Filippe III. porque recebeo delles eſpecines mer


ces feitas à ſua peſſoa, com que era eſta Senhora ri 50

ca ; porque além das ordinarias de feu lugar , tinha

quatro mil cruzados de renda , ( na ) pouco naquelle

tempo ) e tudo gaſtava em utilidade do Moſteiro , e

no culto Divino , de que era muy devota , deſejando

quie tudo ſe obraſſe com perfeiçað , e aceyo. Timba VA

junto hum grande numero de Reliquias inſignes , en


que entrava o Santo Lenho , a do Santo Sudario , da

Columna , e da Eſponja , e da Veſtidura de Chriſto

Senhor noſſo , Véo de Noſſa Senhora , de S. Pedro ,

e outros Apoſtolos , e de muitos inſignes Martyres ,


que collocou em huma grande Cruz de prata doura

rada , obra primoroſa , onde no pedeſtal da meſma


Cruz , pela parte de dentro , mandou abrir o letrei

ro ſeguinte : Dona Anna de Lencairo , Commenda


deira de te Moſteiro de Santos , deu eſta Cruz com as

fuas Reliquias , para a Igreja do meſmo Moſteiro em


honra dos Santos Martyres, anno de 1624 ; a qual ſe

coſtuna expor na Igreja nos dias da Invençað , e Ex

altaçao da Cruz , e no dia do Patraŭ de Heſpanha


o Apol
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 205

o Apoſtolo Santiago . Além deſta inſigne memoria ,

que deixou a Commendadeira D. Anna , fez outra

Cruz mais pequena , onde fe vem outras Reliquias ,

e hum Dente do Apoftolo Santiago , com tres Oſſos

dos Santos Martyres Veriſſimo , Maxima , e Julia.


Em tudo ſe augmentou eſte Real Moſteiro no ſeu

tempo ; aſlım no eſpiritual, como no material , e em

rendas. ElRey Dom Henrique lhe fez Doaçao da


Commenda de Canha , annexando -a in perpetuum ao

Moſteiro ; e neſta Doação faz huma declaraçaõ em

grande abono , e eſtimaçað da Communidade , e diz


!
o ſeguinte : E alim hey por bem , que haja D. An

na de Lencaſtro minha muito prezada ſobrinha , Com


1
mendadeira do dito Moſteiro de Santos , cem mil reis
em cada hum anno , em dias de ſua vida , para ſeu or

denado, e ajuda de Jia Juſtentaçao, além das ſuas ra

ções , e rendas , que jao applicadas ao dito cargo , e

dos ſéfjenta e quatro mil e quinhentos , que tem cada


anno aſentados nas rendas da Meſa Meſtral da dita
Ordem da Villa de Setuval , que nað largará , poſto

que lhe fizeſſem merce delles , com declaraçao que os

houveſſe , em quanto ſe nao annexafem ao dito Molei.

ro rendas , en que lhe pudeſſem ſer pagas, oʻc. Dada


em a Villa de Almeirim aos 23 dias de inez de Janei

ro. Simao Botelho a fez , anno do Naſcimento de

Nojo Senhor Jeſu Chriſto de 1580. E ſe ainda fora


mais dilatado o ſeu reynado, experimentaria o Mof

teiro grandes ventagens nas rendas , e mayor numre


ro de Religioſas , e na grandeza do edificio , que felt
fuccel
206 Hiſtoria Genealogica al

ſucceſſor EiRey Dom Filippe executou neſta parte ,

comprando ſitio , e concorrendo com a deſpeza para a ore


grandeza do edificio , que permianece , a que ſe deu
principio , lançando-ſe a primeira pedra em 9 de Fe
vereiro de 1609 , cuja magnifica obra, ſe foſſe conti
une
nuada , e fe acabaiſe , ſegundo a deliniaçao da ſua
ID
planta , ſeria hum dos ſumptuoſos edificios do Rey

no ; porque conſtava de dous grandes corpos , e 110

meyo corria a Igreja , que havia de fer magnifica ,


porém toda a obra ficou imperfeita. Tudo quanto
podia , diſpendia a Conimendadeira no adorno da Igre
G
ja; porque a ſua devoçaõ deſejava , que Deos fofie

ſervido com grandeza , e precioſo culto ; e aſſim a en

riqueceo de peſſas , ricos ornamentos , e alfayas , aug


mientando o Moſteiro nað menos nos coſtumes , e na

obſervancia , de que foy muy zelofa ; deſejando nas

ſuas fubditas a perfeiçaõ na vida , e que ſe adiani


taſſem na virtude ; e allım teve muitas , que ſe diſtin

guirað em a obſervancia do eſtado Religioſo. Re


cebeo vinte e oito Religioſas no ſeu tempo , e fenao

todas illuſtres por naſcimento , com as circunſtancias

da nobreza , que requer o ſeu Eſtatuto , que nað he


1
razao ſe deva dihimular , neni quebrar daquelle vi
gor , com que foy inſtituido aquelle Moſteiro de San
tos, e o da Encarnaçao , para mulheres de naſcimento

Fidalgas . Alguns annos antes da ſua morte pedio a


Connendadeira D. Anna de Lencaſtre licença a El

Rey , como Meſtre da Ordem , para renunciar o lu

gar de Commendadeira na peſſoa de ſua prima com


irmāa
da Caſa Real Portug. Liv . Xl. 207

irmãa D. Brites de Lencaſtre , irmãa ' do Duque de


Aveiro , que ElRoy lhe concedeo , fazendo - a Coad

jutora , e futura ſucceſſora da Commendadeira Dona

Anna , cuja memoria chega até o anno de 1625 , em


que parece faleceo .

15 D. MAGDALENA DE GRANADA , & . II .

§. I.

15 Dona MARIA DE LENCASTRE caſou com

Joað Gonçalves da Camera , II . Conde da Callieta ,

e VI. Capitað Donatario da parte do Funchal da Ilha

da Madeira , filho de Simao Gonçalves da Camera ,

primeiro Conde da Calheta , e da Capitanía da Ilha

da Madeira da parte do Funchal , como quinto neto

de Joað Gonçalves Zarco , deſcobridor da dita Ilha ,

e primeiro Capitað , Governador , e Donatario da par

te , que chamað o Funchal, que dá nome à Cidade ,

por merce do primeiro de Novembro de 1450 ; e ten

do ſervido com ElRey Dom Sebaſtia ) em Africa ,

que attendendo a ſeus ſerviços , e merecimentos , o

fez Conde da Calheta , Villa ſua na Ilha da Madei

ra, no anno de 1576 com outras merces , diſpenſan

do duas vezes na Ley Mental; morreo a 4 de Mar

ço de 1580 , e jaz ſepultado com ſeus avós em o


Moſteiro de Santa Clara do Funchal ; e tinha ſido ca

fado com D. Iſabel de Mendoça , Dania da Rainha

D. Catharina , com quem tinha vindo de Caſtella , fi


lha de Ruy Dias de Mendoça , Senhor de Moron ,
Meſtre
208 Historia Genealogica dla

Meſtre - Salla dos Reys Catholicos , e de ſua mulher

D. Brites de Noronha , filla de Ruy Vaz Pereira o

Velho ; e tivera ) os ſegundos Condes da Calheta o fi

lho , e filha , que ſe ſeguem :


16 Dona ISABEL DE LENCASTRE , que caſou

com D. Luiz da Sylveira , III. Conde da Sortelha ,


como adiante ſe dirá.

16 SIMAO GONÇALVES DA CAMERA , que foy

III . Conde da Calheta , e VII . Capitað Donatario


da parte do Funchal , da Ilha da Madeira.
Cafou duas vezes a primeira cem ſua prima com

irmãa D.Maria de Lencaſtre , irmãa de ſeu cunhado,


e filha dos ſegundos Condes de Sortelha , de
quein

nað teve filhos. Cafou ſegunda vez con D. Mar


garida de Menezes e Vaſconcellos , Dania da Rai

nha D. Margarida de Auſtria , filha herdeira de Ruy


Mendes de Vaſconcellos , I. Conde de Caſtello -Me

lhor , Senhor de Valhelhas , Almendra , Alcaide mór

da Covilhãa , e de Penamacor , e de D. Iſabel de Mie

nezes ſua mulher, de quen teve

17 Joao GONÇALVES DA CAMERA , IV . Con

ht
de da Callieta , VIII. Capitað da parte do Funchal,

da Ilha da Madeira , pelo que foy chamado com

niummente o Conde Capitað. Calou com D. Ignez

de Menezes , viuva de D. Lourenço Filippe de Brito


Nogueira e Lima , II. Conde dos Arcos , e filha her

deira de D. Antonio de Menezes , que ficando vili

va , e ſem ſucceſſað , em 27 de Março de 1656 , dif


tribuindo a ſua fazenda com muita piexiade , tomou
o has
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 209 1

o habito das Carmelitas Deſcalças no Moſteiro de

Santo Alberto , onde foy duas vezes Priora , e viveo


com grande exemplo , e opiniaõ de virtuoſa.

17 D. MARIANNA DE LENCASTRE VASCON

CELLOS E CAMERA , que tinha ſido eſcolhida por


ſeu avô materno , em virtude da faculdade Real , pa
ra lhe ſucceder na Caſa , e Condado de Caſtello -Mc

lhor , com condiçaõ de haver de caſar com ſeu pa


rente Franciſco de Vaſconcellos
e Souſa , Alcaide
elle morrer
mòr , e Commendador de Pombal ; e por

antes de ſe effeituar o matrinionio con eſta Senhora ,

a demandou ſeu irma ) Joao Rodrigues de Vaſcon


cellos , Alcaide môr de Pombal, com quem caſou ,

e foy ſegunda Condeſa de Caſtello -Melhor ; e por


morte de ſeu irma ) , ſuccedeo na Caſa da Calheta ,

ſem embargo da demanda , que ſobre eſta ſucceſaó

lhe moveo lua irmãa a Marqueza de Niza , e foy IX.


1
Senhora Donataria da Capitania da parte do Fun
chal, da Ilha da Madeira ; e da ſua fucceflàð temos

já dado noticia no Capitulo III . do Livro VIII . pag .


226 do do Tomo IX .

17. D. IGNEZ DE NORONHA caſou com D.

Vaſco Luiz da Gania , V. Conde da Vidigueira , e

I. Marquez de Niza , Almirante da India , do Conſe

lho de Eſtado , & c . por niorte de feu irmao o Con 1


de da Calheta trouxe demanda fobre a fucceffaõ da

Caſa com ſua irmãa a Condeſa de Caſtello -Mellor ,

por eſtas Caſas ſe nað deverem unir na meſma peſſoa,

conforme a diſpoſiçað teſtamentaria de ſeu avò ma


Tom . XI. Ib teino
210 Hiſtoria Genealogica

terno o I. Conde de Caſtello -Melhor , de quem ha


via ſido herdeira , porém teve fentença contra ſi: a

ſua deſcendencia já deixamos eſcrita no Capitulo IV .

do Livro IX . pag . 567 do Tomo X.

Ø. II.

15 D. MAGDALENA DE GRANADA , que foy


a quarta filha do Conmendador môr Dom Luiz de

Lencaſtre , caſou com Dom Joao da Sylveira , filho

herdeiro de D. Diogo da Sylveira , II . Conde de Sor

tella , Guarda môr delRey D. Sebaſtia ) , e depois

delRey D. Henrique . , Senhor de Segadaens , Recar


daens , e Brunhido , de Oliveira , do Conde, de Goes,

e Cellavica , Carrellos , Pinheiro , Penhalva , S. Giao,


do Morgado , e Defeza de pedra alçada , Commen
dador na Ordem de Chriſto , e de ſua mulher D. Ma

ria de Menezes , filha de Joað Rodrigues de Sá , Se


nhor de Sever , Matoſinhos , Paiva , Baltar , e outras

terras , Alcaide niôr do Porto , que depois de ter ſer


vido em Africa com reputaçað , foy Embaixador del

Rey D. Manoel a ElRey D. Fernando o Catholico,


a cuja morte ſe achou preſente ; e voltando ao Rey

no , foy mandado por Embaixador a Saboya ; e de


fua mulher D. Camila de Noronha , filha de D. Mar

tinho de Caſtellobranco , I. Conde de Villa -Nova de

Portimao , por Carta delRey D. Manoel , feita a 28

de Mayo do anno de 1504 , que vimos ; foy Gover


nador da Caſa do Civel , Védor da Fazenda dos Reys
D.
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 211

D. Affonſo V. D. Joað II . e D. Manoel , Canierei

ro môr delRey D. Joað III. e do Conſelho de todos

os ditos Reys , Superintendente das Apoſentadorias

de Lisboa ; e tendo tað grandes lugares , que o fa

zia) reſpeitado , coſtumava dizer , que todo o homem


havia de fazer mais por adquirir homens , que dinhei

10 ; porque havia occaſioens, em que valia ) mais os

amigos , do que a fazenda ; e aſſim quando o conſola

vao na morte de ſeu filho primogenito , com o ſuc


ceſſor
que lhe ficava , refpondeo com eſte adagio

Portuguez: Temo que lhe naçað malvas à porta ; por

que nao conhece , que o the ſouro dos prudentes Jao os

amigos. Nað chegou D. Joað da Sylveira a ſucceder

na Caſa de ſeu pay , por morrer em ſua vida na bata


lha de Alcacere no anno de 1578 , deixando os filhos,

que ſe ſeguem :

16 D. DIOGO DA SYLVEIRA , que ſuccedendo

a ſeu avô , teve largas demandas com ſeu tio D. Al


varo da Sylveira , Commendador de Sortelha na Or
dem de Chriſto , e tendo -as já vencido , morreo fol
teiro , ſem ter tido ſucceſfað.

16 D. LUIZ DA SYLVEIRA , III . Conde de Sor

telha, com quem ſe continúa .


16 D. MARIA DE LENCASTRE , que caſou

com Sima ) Gonçalves da Camera , III. Conde da

Calheta , feu prino com irmað , ſem ſucceſſa ) , con


mo já fica dito.
1
* 16 DonA HELENA DE LENCASTRE , caſou +
com Martim Affonſo de Oliveira , Senhor do Mor
Tom . XI. Bb ü
gado
2 I 2 Hiſtoria Genealogica

gado de Oliveira , de quem adiante ſe fallará



16 D. LUIZ DA SYLVEIRA , ſuccedeo a ſeu ir

mað D. Diogo em toda a Caſa de feu avó , excepto

em os Senhorios de Segadaens , Recardaens , e Bru

nhido , que ſe derað ao Duque de Aveiro , por ſerem

terras chamadas do Infantado , que llie pertencia ).

Foy III . Conde de Sortella , por merce delRey D.

Filippe II . e Guarda môr do dito Rey , Commen

dador na Ordem de Chriſto , Senhor de Goes , & c .


Faleceo no anno de 1617 .

Caſou duas vezes , a primeira com D. Iſabel de Len

caſtre ſua prima com irmãa , filha de Joao Gonçal


ves da Camera , II . Conde da Calheta , e da Condel

fa D. Maria de Lencaſtre , de quem teve

17 D. MAGDALENA ,

17 D. MARIA , que ambas morreraõ com pou


cos mezes de vida.

Cafou ſegunda vez com D. Maria de Vilhena , que

muitos annos depois de viuva veyo a ſer Senhora da


Caſa , e Condado de Villa-Nova de Portimao , fillia

primeira de D. Manoel de Caſtellobranco , II . Con

de de Villa -Nova , do Conſelho de Eſtado dos Reys

D. Filippe II . e D. Filippe III . e ſeu Eſcrivað da Pu

ridade , e como tal aſſiſtio nas Cortes , que ſe cele

brarað em Lisboa no anno de 1619 ; o meſmo Rey

lhe fez merce da Caſa de juro , diſpenſada da Ley


Ment:al , dandolhe ſeiſcentos mil reis de juro , nos

Almoxarifados de Villa - Real , por deſiſtir do direito


das madeiras de Lisboa no anno de 1616 , dandollie
nnais
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 213

mais ſeiſcentos mil reis de tença em duas vidas . Foy


Commendador da Ordem de Chriſto , Senhor do

Morgado da Povoa , & c. de Villa - Nova de Porti

mao , Varað prudente , e entendido , e muito bom


Chriſtað , devoto , e pio ; e de ſua mulher a Condef

la D. Branca de Vilhena ſua ſobrinha , filha de D.


Diogo de Caſtellobranco , e de ſua irmãa D. Leonor

de Milá, que eraõ filhos de D. Joao de Caſtellobranco,


Supertendente das Apoſentadorias de Lisboa , e San

tarem , ( que vendeo ao Apoſentador môr Lourenço

de Souſa ) do Conſelho de Eſtado delRey D. Sebaf

tiað , Governador , e Capitað General do Algarve,


Conimendador de Aljefur na Ordem de Santiago , e

de ſua fegunda mulher D. Branca de Vilhena , filha

de Nuno Rodrigues Barreto , Alcaide mòr de Faro ,


e Loulé , Védor da Fazenda do Reyno do Algarve ;
e deſte matrimonio da Condeſa D. Maria de Vilhe

na e Caſtellobranco com o Conde de Sortelha Dom

Luiz naſcera ) as duas filhas , que ſe ſeguem :

17 D. BRANCA DE VILHENA DA SYLVEIRA,


que foy a filha primeira , e ſuccedeo em toda a Ca

ſa de Sortelha , porém nað ro titulo do Condado de


feu pay , e
foy primeira mulher de ſeu tio , irmað de

ſua mãy , D. Gregorio Thaumaturgo de Caſtello


branco , III. Conde de Villa -Nova , que faleceo a II

de Abril do anno de 1662 , Senhor da Povoa de Dom

Martinho , e do Morgado , e Caſa dos Valentes ,

Guarda môr da peſſoa delRey D. Joað IV . couli

mo que teve eſte oſlicio , que era hum dos n.aycres


da

1
214 Hiſtoria Genealogic a

da Caſa Real , da qual como extincto , nað ſerá def


agradavel a noticia : nað tiverað ſucceſfað , e ſua

mulher faleceo a 30 de Abril de 1649 no Hoſpital , Fr.


ſendo o Conde ſeu marido Piovedor actual da Mi C

ſericordia. Jaz em S. Martinho de Lisboa .

Eſte officio parece ſer o meſmo , que tinhao M


os Reys Godos no tempo da ſua Monarchia de To

ledo , a que chamara ) Comes Spathariorum , como


eſcreve Garcia de Loayſa no livro ſobre os Concilios
Loayſa ,inConcil . To- de Toledo : Comes Spathariorum , Cuſtodum Corporis
letano , pag. 461 .
Regis Præfectus. Hunc , & * Protoſpatharium appel
latum fuiſſe exiſtimo. Em hum papel da letra de Gaſ

par Alvares de Louſada , que conſervo , acho que


ElRey D. Sancho I. teve Guarda môr da ſua peſſoa,

fundado em huma Eſcritura , que achou no Carto

rio do Moſteiro de Pedrolo , annexo ao Collegio da


Companhia de Coimbra , feita na Era de Celar de
1235 , que he anno de Chriſto 1197 , feita a hum Af

Do
fonſo Dias , que acaba aflım : Factum tempore

mini noftri Regis Sancij , e uxoris ejus Regina D.


Dulcia: & ad hoc autein pervenimus confilio , e 'auxi
lio Domini Martini Bracharenſis Archiepiſcopi , com

Dominorum Epiſcoporum Petri Colimbrienſis Epiſcopi,


Domini Martini Portugalenſis Epiſcopi , Maior
domi Curia , og Gundifalvi Menendi , filij Comitis

Menendi, Cuſtodiertis Curia, que entendeo ſer Guar


da môr da peſſoa Real .

Porém nað os temos achados ſeguido ſenað

delRey D. Affonſo IV. de quem foy Guarda mör


Gor
da Caſa Real Portug. Liv . Xl. 219

Gonçalo do Rego ſeu Vaſſallo , de quem faz men

çaõ a VII . Parte da Monarchia Luſitana do Padre

Fr. Manoel dos Santos , Chroniſta deſte Reyno , no

Capitulo XIX . e no Capitulo IV . de Gonçalo Vaz


de Moura , Senhor de Marmelar , e do Caſtello de

Moura , que tambem foy Guarda môr do dito Rey,


como tambem tinha eſcrito Salazar de Caſtro na Ca.

fa de Sylva , pag. 331.do Tomo II .

DelRey Dom Pedro I. foy Guarda môr Joað


Lourenço Lubal, e conſta da merce , que o meſmo

Rey lhe fez da Alcaidaria , e direitos Reaes da Ci

dade do Porto , dada em Lisboa a 8 de Junho da

Era de 1395 , que he anno de 1357 , como ſe vê do

ſeu regiſto pag. i na Torre do Tombo ; como tan

bem no dito livro a pag. 50 eſtá huma Procuraçao


para ſe tratarem pazes com ElRey de Caſtella , fei

ta a D. Fr. Martinho do Avelar , Meſtre da Ordem

de Aviz , na qual diz : Ordenamos , e eſtabelecemos


noſo Procurador lidimo , Úc . ao honrado Religiofo , e

honeſto Dom Fr. Martins do Avelar , Meſtre da Ca.

vallaria da Ordem de Aviz , Portador deſta preſente

Procuraçao, c. feita em Baleifað , Termo da Villa

de Béja, a 6 de Março da Era de 1399 , que he anno

1361 ; e acaba na forma ſeguinte : Teſtemunhas , que

preſentes forað , os honrados , e Sages Barcens Ko

drigo Affonſo de Souſa , Rico-homem , e Joað Lou


renço Lubal , Cavalleiro , e Guarda môr do dito Se

nhor Rey , e os honeſtos Religioſos Gonçalo Martins ,


Cavalleiro da Ordem de Santiago , Alvaro Gonçal
ves ,
216
Hiſtoria Genealogica

ves , Cavalleiro da Ordem de Aviz , e Vaſco Fernán .

des Coutinho, e Lourenço Martins Bornes , Eſcudeiro 2.


do dito Senhor Rey , Oc. No Inſtrumento com que

o dito Rey moſtrou fora caſado 10


com D. Ignez de
Caſtro , foy teſtemunha Jono Lourenço Lubal. Os
da Familia de Lubal forað nobiliſſimos , nað inferio

res na qualidade , e ſangue às grandes Caſas , que


hoje venios no Reyno , como advertio Louſada .
1
No tempo delRey D. Fernando foy ſeu Guar

da môr Gomes Lourenço do Avelar , Senhor de Caf

caes , como ſe vê do Livro I. do Regiſto do dito


Rey a pag. 56 , em que eſtá a Doaçao do Caſtello ,

e Lugar de Caſcaes , onde diz : Eſcolhemos Gomes


Lourenço do Avelar , noſſo Cavalleiro , e nojo Guar
da môr e leal Vaſſallo ; e depois de relatar os ſer

viços , que lhe tinha feito , vay dizendo , como dá ao


dito Gomes Lourenço , e ſeus ſucceſſores , de juro ,
e herdade o ſeu Caſtello , e Lugar de Caſcaes, e que

o aparta , e tira da fogeiçaõ da Villa de Cintra , a que


até entao eſtava unido . Dada ein Santarein a 8 de

Abrilda Era 1408 , que he anno de Chriſto 1370.


No meſmo Livro da Chancellaria do dito Rey a pag.

In lhe confirma a meſma merce , feita em Villa -No

va de Familica) a 22 de Agoſto da Era de 1410 , que


lie anno 1372. Tambem foy Guarda niôr do meſmo

Rey , Vaſco Martins de Mello , Meirinho môr do

Algarve , como ſe vê do Livro II . do Regiſto a pag .

93 , em que eſtá huma Carta ; porque o dito Senhor,


nella dá para ſempre a Vaſco Martins de Mello feu
Guar
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 217

Guarda mör , e Meirinho môr do Reyno do Algar

ve , todos os bens moveis , e deraiz , de todos os mo

radores do dito Reyno , que andava) com El Rey de

Caſtella em ſeu ſerviço : Dada em Santarem a 15 de


de Fevereiro da Era 1420 , que vem a ſer no anno

1382 .

Em tempo delRey D. Joao I. foy ſeu Guarda

môr Joað Fernandes Pacheco , Senhor de Ferreira

de Aves , Penella , e outros Lugares , que paſſando


fe a Caſtella , lhe confiſcou ElRey os bens , que ti

nha neſte Reyno , como refere na Carta de Doaçað


de Oliveira do Conde , e ſeus Termos , de que fez

merce a Gomes Martins de Lemos , Ayo de ſeu fi

lho D. Affonſo , depois I. Duque de Bragança , onde

diz : Fazemos ſaber , que por as maldades , e trei


çoens , que Joað Fernandes Pacheco cometeo contra

noſſa peſon , e contra os no Jos Reynos , em contratar

com ElRey de Caſtella nojo imigo , oʻc . Jendo elle


natural de noſſos Reynos , e nolo V aſallo , e Guarda

môr , do noſo Conſelho ; e depois de lhe confiſcar os

bens para a Coroa , diz : E nós conſiderando os mui

tos , e eſiremados ſerviços , que nos , e nojos Reynos


recebemos , e entendemos receber ao diante de Gomes

Martins de Lemos , Ayo de Dom Affonfo meu filho ;

lhe faz Doaçaõ de juro , e herdade para ſempre do

Julgado de Oliveira de Conde , com ſeus Termos, e

juriſdicções, da maneira que a teve delle Rey o dito,


Joað Fernandes Pacheco : dada no Porto a 12 de

Abril da Era 1436 , que he anno 1398. Succedec


Tom . XI. Сс lhe
218
Hiſtoria Genealogica

3.
llie Martim Affonſo de Mello , que foy Guarda môr

do meſmo Rey , e do ſeu Conſelho , Alcaide môr


1
de Evora , Clivença , e Campo -Mayor , como refere

a Chronica do dito Rey ; e no meſmo anro ſe acha ,


que era Guarda môr , pela Doaçaõ da Torre da Cer

ca Velha da Cidade de Evora , paffada no Porto a


30 de Agoſto da Era 1436 , que he o anno referido ;

e bem ſe vê por hum .Alvará paſſado a ſeu filho Joao


de Mello , que cſlá na Chancellaria delRey D. Af

fonſo V. do ano de 1450 a pag . 90 , onde E ] Rey

diz : Em como ElRey Dom Duarte ſeu pay tratara

o caſamento de Joao de Mello , Fidalgo , e Cavalleiro

de fua Caſı , e que agora o he nolo , com D. Ijobel


da Sylveira , Donzella da Cala da Senhora Rainha

minha Madre , e c. e que ihe prometeo duas mil Co


roas ,
e fefinou ſem haver efeito , & c . clim lhe dá
em quanto ſua merce for , as rendas da Villa de Re

dondo , pertencentes à Alcaidaria , aſi como as haria

Martim Afonſo de Mello ſeu padre , e Guarda môr

delRey ( eu avô , e do ſeu Conſelho , e delle Rey , oʻc.


E diz mais como lle dá o Biſpo de Evora D. Alva
ro , do ſeu Conſello , tio da dita D. Iſabel da Sylvei
ra , ſeiſcentas Coroas de ouro ; e Nuno Martins da

Sylveira , do ſeu Conſelho , e ſeu Eſcrivað da Puri

dade , dá mais à dita ſua filha quinhentas Coroas de


ouro . Dada em Evora a 18 de Abril de 1450 . Efte

Joao de Mello foy Alcaide nôr de Serpa , e Copei


ro môr de !Rey D. Affonſo V. de quem procedem

Caſas illuſtres por varonía , como a dos Porteiros no


res ,
da Caſa Real Portug. Liv .XI. 219

res , as do Monteiro môr do Reyno , em quemi ha

pouco ſe quebrou , e já nað tem mais que o appel


lido , com a varonía da de Sylva , e de qu
em tambem

he a dos Senhores de Ficalho com o appellido de Mel

lo , que he antiquiſſimo , e illuſtre .


DelRey D. Duarte foy Guarda môr , ſendo

Infante , e ſucceſſor da Coroa , Martin Affonſo de

Mello , filho do ſobredito Martim Affonſo de Mello ;

e deſua primeira muller D. Brites Pimentel , filha de

Dom Joao Affonſo Pimentel , Senhor de Dragança .


Conſta da Carta do officio , que lhe paſſou o dito

Rey em Almeirim a 8 de Dezembro de 1433 .


Em tempo delRey D. Affonſo V. foy tambem

feu Guarda môr o nielino Martim Affonſo de Mel

lo , por Carta de confirmaçaõ do dito officio , em que


vem inſerta a de ſeu pay , e foy dada em Lisboa a
7 de Julho de 1449 , que anda na Chancellaria do di

to Rey , que começa no anno de 14-45 a pag. 168 .


Depois foy Guarda niôr D. Rodrigo de Mello , que

foy Conde de Olivença , como ſe vê da Chancella


ria do meimo Rey do ano de 1464 a pag . 126 , em

que diz : Fazemos ſaber , que nós confi.lerando os mui


tos , grandes , e continuados ſerviços , que temos re
cebido de Ruy de Mello , do noſſo Conſelho , e nojo

Guarda mòr , querendolhe dar algum repouzo dos tra


bulhos ,
que em noja Corte , e outras partes levou ein
roſo ſerviço , c. lhe faz merce de quarenta e cinco

mil e ſeiſcentos cada anno : em ſatisfaçað , e conten

tamento de toda a moradia , que em nela Cafa havia .


Tom . XI . Сcii Dada
220
Hiſtoria Genealogica

Dada em . Evora a 12 de Julho de 1461 ; e outra a

pag .216 , feita em Tangere a 12 de Setembro de 1471,


onde nomea ao dito Ruy de Mello ſeu Guarda môr ,

do ſeu Conſelho , e Capitað de Tangere. 1

DelRey D. Joað II. foy Guarda nôr o meſmo


+
D. Rodrigo de Mello , lugar que devia de largar an
nos antes da ſua morte ; porque na Chancellaria do LE

dito Rey do anno de 1482 a pag. 146 nonica ElRey 1

a D. Joao de Lima do ſeu Conſelho , e ſeu Guarda

môr , dada em Alvito a 16 de Abril do referido an


110 .
Tambem foy feu Guarda môr , ſendo Princi

pe , Ruy de Souſa , Senhor de Sagres , e Biringel,

como ſe diz na Doaçaõ deſta Villa , paſlada no an


110 de 1471 por ElRey D. Affonſo V.

Em tempo delRey D. Manoel foy ſeu Guar

da nôr Jorge Moniz , Senhor de Angeja , Bempof


ta , Pinheiro , e Sequins ; conſta da meſma Carta do

officio , onde diz: Fazemos ſaber , que conſiderando

nós na muita bondade , e diſcriçað , e grande lealdade

de Jorge Moniz , Fidalgo de nosſa Caſa , e a limpa li

niagem , de que deſcende ; e aſim havendo reſpeito

aos muitos , e extremados ſerviços , que delle recebe


mos , eoʻc . o faz ſeu Guarda nôr : dada en Monte

môr o Novo no primeiro de Março de 1496. Depois

o foy D. Nuno Manoel , Senhor de Salvaterra , por


Carta feita em Almeirim a 8 de Fevereiro de 1508 ,

e conſta de varios Documentos , como ſe vê de hum

Mandado , que eſtá no armario ſegundo da eſcada ,


que vay para a Caſa da Coroa na Torre do Tombo
no
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 221

nomaço 40 , conforme os extractos de Louſada , on

de diz : Mandamos a vós Fernam Dalves , que deis

a Dona Lourença filha do Conde de Penella , meu mui

to amado fobrinho , mulher de D. Nuno Manoel , do


noſo Conſelho , e nojo Almotacê môr , e Guarda môr

duzentos e ſetenta mil reis , que ſe montao nas duas


mil e duzentas e ſincoenta Coroas , que lhe deſpacha

mos para ajuda de ſeu caſamento , c . em Évora a

22 de Junho de 1520. E no dito maço ſe acha outro


mandado do anno de 1526 em 31 de Mayo , de que

ſe tira , que tambem foy Guarda mör delRey Dom


Joað III.

DelRey D. Joað III . foy feu Guarda mòr D.

Luiz da Sylveira , ( depois I. Conde de Sortelha )

que já o tinha ſido quando era Principe, em vida del


Rey ſeu pay . Em a Chancellaria do dito Rey do
anno de 1528 fe acha a pag. 103 hunia nerce feita

em Almeirini a 5 de Mayo do dito anno , em que diz : 1

ElRey o mandou por Luiz da Sylveira , do feu Conſe

lho , e ſeu Guarda môr , que hora tem cargo de Vé


1
dor môr das obras , terças , reſiduos , Hoſpitaes, eCa.

pellas de ſeus Reynos ; de quem tambem o foy feu fi

lho D. Diogo da Sylveira , II . Conde de Sortellia .

DelRey Dom Sebaftiaõ tambem foy Guarda

môr D. Diogo da Sylveira , II . Conde de Sortella.

DelRey D. Henrique ſoy o meſmo Conde de

Sortelha. D. Diogo da Sylveira Guarda môr .

Tambem delRey D. Filippe II . quando domi


nou Portugal, foy o meſmo Conde D. Diogo ; e de
feu
222 Hiſtoria Genealogica

1
ſeu filho El
Rey.Filippe III. e delRey Filippe IV . o
foy ſeu neto D. Luiz da Sylveira , III . Conde de PE
Sortelha .
F
DelRey D. Joað IV . foy primeiro nomeado
Pedro de Mendoça , Alcaide môr de Moura ) , entre

os officios , de que compoz a ſua Caſa , cargo que

ſervio algum tempo ; depois o foy em propriedade


D. Gregorio Thaumaturgo de Caſtellobranco , III .
Conde de Villa -Nova , como herdeiro da Caſa de
Sortella por ſua mulher , e foy o ultimo ; porque de

pois nem de propriedade , nem de ferventia houve

Guarda môr da peſioa del Rey.

Nað ſabemos , que tiveſſe exercicio eſte officio

depois delRey D. Sebaſtia ) : eraõ muitas as ſuas pre

eminencias ; porque depois delRey ſe deitar na ca


mu , entrava o Guarda môr , antes de ſe lle correr a

cortina , e via a ElRey , e depois corria a cortina o


Sunilher , e fahia ) ambos para fóra , e o Guarda
mór fechava a porta , e com a cabeceira nella ſe lhe

fazia a ſua cama , fem ſer levantada do cha ) , ( mas


podia ſe quizeſſe tella , e por evitar o defcommodo o 0

nað ufava ) e pelas ilhargas da caſa , hum af


pouco
faſtadas da ſua , corria ) as camas dos Fidalgos da

guarda , que dormia ) no Paço . Pela manhãa quan


do ElRey chamava , antes de veſtir a camiſa , entra

va o Guarda môr com o Sumilher , que levantava a


cortina da cama , para moſtrar ao Camereiro môr co
mo lho entregava vivo , e entrava ao veſtir , fem que

lhe foſſe neceſſario licença , ſem a qual nao podiaõ


entrar
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 223

entrar os Fidalgos da guarda. Quando ElRey fazia

jornada tinha o Guarda môr caſa no Paço , como ſe

praticou quando ElRey D. Sebaſtiao paſſou a Gua

dalupe . Das Cartas dos officios dos Guardas môres,

que os Reys llie paſſavaõ do dito officio , nao conf

tað as preeminencias , por quanto nellas ſe lem fó

mente aquellas palavras geraes , que dizem , tenhaõ,

e poſlao gozar de todos os privilegios , liberdades , e

ilenções , de que uſarað ſeus anteceſſores; porque na

Torre do Tombo nað ha o livro , que trata dos offi


cios da Caſa , e Guerra , que ſe fez no tempo del

Rey D. Diniz , que diz Cabedo nas ſuas Deciſoens

o vira ; o qual já o inſigue inveſtigador Gaſpar Alva

res de Louſada , Eſcrivað daquelle Real Archivo ,


nað achou , donde diz ſe furtaria , cono ſuccedeo a

muitas couſas de importancia. Na Livraria manu

ſcrita do Marquez de Gouvea , que poſlo dizer paf


ſey toda , achey lumas Cartas de Criados del Rey
D. Sebaſtiao, que ſervia ) na fua Guarda -roupa , que

era Martin Vaz de Azevedo , que era ſobrinho de

Lucas de Andrade , caſado com hunia ſua neta ; o

qual Lucas de Andrade era a peſſoa , que mais aſlif


tia a EIR ey da ſua confiança , e o primeiro que en

trava na ſua Camera com a camiſa ; nas primeiro o

fazia faber ao Guarda mèr : a qual Carta era eſcri


ta para o Conde de Villa- Nova , que foy muito cu :

riofo , feita em 7 de Fevereiro de 1621 ; e outra


de Antonio Viles de Lima , eſcrita em 27 de Janeiro

do dito anno ao meſmo Conde , em que daố conta


do
224 Hiſtoria Genealogica

do exercicio do Guarda môr , que elles virað prati


car.

Eſtes fað os Fidalgos , que temos apontados ,


ſervirað aos Reys no officio de Guarda môr , que ex

penderemos mais largamente , fe dermos à luz hum


houve na
livro , que contém todos os Officiaes , que
Caſa Real, para que temos junto hum grande pe

culio , diſtribuido por todos os officios , com alguni

trabalho , o qual ſupporto temos communicad


o a al
gumas peſſoas , de que ſey ſe ſerviraõ ; porque he
grande couſa edificar fem trabalho , fobre fundamen

tos folidos , nao deixaremos de o publicar , ſe tiver


mos vida.

17 D. MAGDALENA DE LENCASTRE , que

foy a ſegunda filha dos terceiros Condes de Sortelha,

caſou com ſeu primo ſegundo D. Pedro de Lencal

tre , II . Conde de Figueirò , e a ſua Caſa ſe unio por


eſte caſamento à de Sortellia , em que fuccedeo eſta
Senhora por morte da Condella D. Branca de Vilhe

na e Sylveira ſua irmãa , e à de Villa -Nova , em que


fuccederaõ ſeus fillios por morte da Condella D. NLa
ria ſua máy , como adiante ſe dirá.

* 16 D. HELENA DE LENCASTRE , fegunda fi

lha de D. Joao da Sylveira , herdeiro da Caſa de Sor

telha , e de fua mulher D. Magdalena de Lencaſtre ,


conio fica dito. Cafou con Martin Alfonſo de Oli

veira , X. Senlior dos Morgados de Oliveira , e Pata


meira , Coniniendador na Ordem deChriſto ; celcbra
rað -ſe os contratos matrimoniaes na Cidade de Lil
boa
da Cala Real Portug. Liv. Xl. 225

boa a 15 de Setembro de 1598. Foy morto no ſitio

da Cidade de S. Salvador da Bahia no anno de 1625

de hunia balla de artilharia. Era filho de Joanne Men

des de Oliveira e Miranda , Senhor dos meſmos Mort

gados, que morreo na batalha de Alcacere no ano


i 578 , e de ſua mulher D. Brites de Vilhena , fi
de 1

lha de Luiz Alvares de Tavora , Senhor de Moga


Alcai
douro , S. Joao da Peſqueira , e outras terras ,

de môr de Miranda; e de D. Filippa de Vilhena ſua

mulher , filha de D. Luiz da Sylveira , I. Conde de

Sortelha , Alcaide mòr , e Senhor das rendas , e re

guengos da dita Villa , Alcaide môr de Alenquer ,

Guarda môr da peſſoa del Rey D. Joað III. de quem


foy muy valido , e ſeu Embaixador a Caſtella , à tra

tar o ſeu caſamento , e o da Infanta D. Iſabel ſua ir

mãa : e voltando ao Reyno , ſe achou defcahido da

privança ; porque na ſua auſencia havia tomado gran


de parte nella D. Antonio de Ataide , I. Conde da

Caſtanheira. Era dotado de grandes partes , galante,

e entendido , de nobre condiçað , e bom Poeta , pa


ra aquelles tempos , em que com o ſeu eſłylo fazia

plauſivel a lingua Portugueza. Jaz na ſua Villa de

Goes; e na ſepultura mandou pór o ſeguinte Epita

fio, digno dereflexao :


$ 1

Aqui jaz Dom Luiz da Sylveira , pri

meiro Conde de Sortelha , que em quanto

viveo, nunca fallou com Pero Correa.

Tom . XI. Dd E
--
226 Hiſtoria Genealogica

E deſte matrimonio tivera ) os filhos ſeguintes:

17 JOANNE MENDES DE OLIVEIRA ,


17 ANTONIO MENDES DE OLIVEIRA , que U

ambos morreraõ moços , ſem ſucceſlao.

17 LUIZ FRANCISCO DE OLIVEIRA E MIRAN

DA , com quem ſe continúa .

17 D. MAGDALENA DE LENCASTRE caſou com

Ruy Fernandes de Almada , Senhor de Carvalhaes.

17 D. BRITES DE LENCASTRE caſou com D.

Joað de Eça Corte -Real, Senhor dos Morgados dos


Eças em Azeitað , conio diremos adiante em outra
parte no Livro XHI.

17 D. ANNA MARIA DE LENCASTRE caſou


com Franciſco Serraõ de Almeida , Coninendador na

Ordem de Chriſto , e filho de Joað Gomes Serra) ,


Eſcrivao da Fazenda , e nað tiveraõ fucceflað .

17 D. IGNEZ DE LENCASTRE , que foy Re


ligioſa no Moſteiro da Eſperança de Lisboa , e ſe cha

mou Soror Ignez do Eſpirito Santo , onde foy Ab


badeſſa.

17 D. MARIA ANTONIA DE LENCASTRE foy

Religioſa no Moſteiro de Santa Clara de Lisboa , de


que foy Abbadeffa.

D. VIOLANTE DE LENCASTRE , que pro


17
feſſou no Moſteiro da Eſperança de Lisboa .

17 D. THERESA DE LENCASTRE, Religioſa


no Moſteiro das Commendadeiras de Santos , da Or

dem Militar de Santiago , que foy oppoente à Caſa


de Basto .
LUIZ

11
da Caſa Real Portug. Liv .Xl. 227

17 LUIZ FRANCISCO DE OLIVEIRA E Mr


RANDA ,
XI . Senhor dos Morgados de Oliveira , So
:
brados , e Patameira , Commendador de Santa Eula
lia na Ordem de Chriſto .

Cafou com D. Luiza de Tavora , filla primeira de

Alvaro Pires de Tavora , Senhor do Morgado, e Tor

re de Caparica , e de D. Maria de Linia fua mulher ,

filha de Dom Lourenço de Lima Brito e Nogueira ,

VI . Viſconde de Villa - Nova da Cerveira , Senhor de


Arcos , e outras muitas terras , Alcaide môr de Pon

te de Lima , do Conſelho de Eſtado , Preſidente do

Paço . Eſta Senhora ficando viuva fundou o Moſ

teiro da Conceiçaõ dos Cardaes das Religioſas Car

melitas Deſcalças de Lisboa , onde viveo , tendo o


habito de Santa Thereſa , ſem profeífar , para com as

rendas da Caſa de Caparica , de que era Senhora , o

poder acabar ; e deixou o Padroado a ſeu neto D. Jo


feph de Menezes, e tivera ) os filhos ſeguintes:
* 18 D. MARIA DE OLIVEIRA , com quem ſe

continúa .

18 D. ELENA DE TAVORA , que caſou duas

vezes , a primeira com leu tio Ruy Lourenço de Ta

vora, e a tegunda com Henrique de Carvalho de Sou

fa , Senhor da Azambujeira , como ſe dirá adiante.



18 D. IGNEZ ANTONIA DE TAVORA caſou

com Joað de Saldanha , como adiante ſe dirá .


18 Dona LEONOR DE LENCASTRE , que foy

Freira da Ordem de S. Domingos no Moſteiro do Sa


cramento de Lisboa.

Tom . XI. Dd ii D.
228 Hiſtoria Genealogica

18 D. MARIA DE OLIVEIRA naſceo no anno ‫نفر‬
11
de 1635 , e foy bautizada em Santa Catharina a 22 de

Marco , primeira filla do Morgado de Oliveira Luiz


Franciſco de Oliveira , e de ſua mulher Dona Luiza
M
de Tavora. Caſou com Dom Diogo de Menezes ,
Commendador da Valada na Ordem de Chriflo , Go

vernador da Torre de S. Sebaſtia ) , chamada a Velha ,

na barra de Lisboa , que faleceo no anno de 1668 : 1

fillo de D.Joaõ de Menezes , Commendador da mel


ma Commenda , ramo da eſclarecida Familia de Me
nezes da Caſa de Tarouca , de quem defcendia por

varonía , e de D. Magdalena de Tavora ſua ſegunda


mulher , filla de Ruy Pires de Tavora , Repoſteiro

môr delRey . Succedeo D. Maria de Oliveira por


morte de ſeu pay no Morgado de Patan : eira , e elle

ve de poſſe dos de Oliveira , e Val de Sobrados , que

depois lhe tirou por demanda ſeu primo com irmað

Chriſtovaõ de Almada , Senhor de Carvalhaes , & c .

por eſtes Morgados ſerem de maſculinidade , em que

nað podem ſi:cceder femeas , porém ſim varað , pof


ſe
to que ſeja deſcendente por linha feminina , que
achar naſcido , ou gerado ao tempo da morte do ul
timo poſſuidor ; com que morrendo a eſta Senhora o

filho , que tinha quando morreo ſeu pay , fem lhe fi


car outro , paſſarað os Morgados à outra linha. Mor

reo no anno de 1663 , e tiveraõ a fucceſfað ſeguinte :


19 D. JOSEPH DE MENEZES E TAVORA com
ſe continúa.
quem
19 D. LUIZA DE TAVORA caſou com Anto :
nio
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 229

nio de Saldanha de Oliveira e Souſa ſeu primo com

irma ) , Senhor do Morgado de Oliveira , de quem


adiante ſe fará mençað .

19 D. IGNEZ THOMASIA DE TAVORA caſou

com Franciſco de Mello , Senhor de Ficalho , Com

mendador de S. Martinho de Pinhel , e S. Pedro de

Gouveas, e de Vea , todas na Ordem de Chriſto ,

Meſtre de Campo General dos Exercitos de Sua Ma

geſtade , e Governador das Armas na Provincia da

Beira , & c . de quem teve unica


20 D. THERESA JOSEFA DE MELLO , que

naſceo a 6 de Abril de 1683 , e foy ſua herdeira , e

caſou com Antonio Telles da Sylva , filho dos II.


Marquezes de Alegrete , e a ſua ſucceſfað deixamos

apontada no Capitulo III . do Livro VIII. parte IV .


pag. 623 do. Tomo IX .

19 D. BRITES MARIANNA DE MENEZES ca

fou com ſeu tio D. Alvaro da Sylveira , que foy Go

vernador do Rio de Janeiro , e era filho de D. A12


tonio da Sylveira , Comniendador de Santa Maria de
Sortellia , e S. Martinho de Lordello na Ordem de

Chriſto , e de D. Catharina de Lima ſua mulher , ir


mãa de D. Luiza de Tavora , avó da dita D. Brites ,
que morreo ſem fucceffâõ .

19 D. Joseph DE MENEZES E TAVORA , que

naſceo no anno de 1662 , e foy bautizado em Santa

Catharina a 4 de Janeiro de 1663 , ſuccedeo na Caſa

de ſeu pay , e por ſua mãy no Morgado da Patırmeira,

e no da Torre de Caparica , que tambem lhe pertenceo

por
230 Hiſtoria Genealogica

por morte de D. Elena de Tavora ſua prima com ir

mãa ; filha unica de ſeu tio Ruy Lourenço de Ta

vora . Foy Commendador de Valada , e de Padroens ,


e Entradas na Ordem de Chriſto , Governador da

Torre Velha , Védor da Caſa das Rainhas D. Maria 30

Sofia , e D. Maria Anna de Auſtria. Morreo a 2 de


Outubro de 1725 .

Caſou no anno de 1678 , a 26 de Fevereiro , com D.

Brites Franciſca de Mendoça , filha de Henrique de 4

Souſa Tavares , I. Marquez de Arronches , Conde de

Miranda , do Conſelho de Eſtado ; e da Marqueza


D. Marianna de Caſtro , como adiante ſe verá no Li.
vro XIV. e deſte matrimonio tiveraõ a ſucceſlao fe

guinte :
20 D. Diogo DE MENEZES , com quem ſe

continúa .

20 D. HENRIQUE DE MENEZES naſceo a 17

de Novembro de 1680 , foy Porcioniſta do Collegio


de S. Pedro de Coimbra , em que foy aceito a 13 de

Outubro de 1695. No tempo que era Vice -Rey do

Eſtado do Braſil ſeu tio o Marquez de Angeja , pal

fou D. Henrique à Bahia , onde eſteve algum tem


. po , e voltou para o Reyno. Teve alguns Beneficios

Eccleſiaſticos , mas ſem Ordens Sacras. Faleceo a

17 de Mayo de 1732. Teve illegitima


21 D. FILIPPA DE MENEZES, que caſou coni
Bartholhomeu de Vaſconcellos da Cunha , filho

de Troillo de Vaſconcellos da Cunha , Secre

tario da Junta dos Tres Eſtados , Fidalgo def


cendente
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 231

cendente dos de ſeu appellido na linha dos Com

mendadores do Seixo , de quem nao tem até o


preſente ſucceſlao.

20 D. LUIZ DE MENEZES naſceo no primei

ro de Novembro de 1682 , e morreo menino .

20 D. Carlos JOSEPH BENTO DE MENEZES

naſceo em Lisboa a 21 de Março de 1684 ; eſtudou

em Coimbra , onde foy Porcioniſta no Collegio de S.


Pedro , em que foy aceito a 5 de Dezembro do an

no de 1705 ; depois paſſou a Roma, onde reſidio na

quella Curia algum tempo ; foy Meſtre Eſcola da

Sé de Braga , e teve tres Beneficios Eccleſiaſtiacos ,

ſem reſidencia , que todos largou , por caſar com ſua


ſobrinha D. Brites Joſefa da Cunha e Mendoça em

21 de Janeiro de 1720 ; e he Védor da Caſa da Prin

ceza do Braſil : era filha herdeira de feu cunhado

Pedro da Cunha de Mendoca , e de ſua irmãa Dona

Marianna Joſefa deMenezes , como ſe dirá adiante ,


a qual morreo a 17 de Junho de 1728 , deixando os
filhos ſeguintes :

21 PEDRO DA CUNHA DE MENDOÇA naſceo

a 3 de Dezembro de 1720 .

21 Tristañ Cunha naſceo a 14 de Julho


de 1723 .

21 N. N. .. morreraõ de curta idade.

20 D. MARIANNA JOSEFA DE MENEZES naf

ceo en Lisboa a 21 de Janeiro de 1686 , Dama do

Paço , que morreo , ſen tomar eſtado , no anno de


1706 .
D.

1
232 Historia Genealogica

20 D. Luiza JosEFA DE MENEZES naſceo

em Lisboa a 17 de Outubro de 1687 , foy tambem


Dama do Paço . Caſou eni 12 de Julho de 1702 com

Pedro da Cunha de Mendoça , Senhor da Villa de

Valdige .
, Commendador das Commendas de Santa

Maria de Tondella , Biſpado de Viſeu , Santa Maria


de Carrello , S. Pedro de Morufe , S. Salvador do

Campo no Arcebiſpado de Braga , todas da Ordeni

de Chriſto : fervio na guerra com diſtinçað , e occu

pou varios póſtos , e ultimamente o de General de

Batalha ; foy nonieado Governador das Minas , que


nað aceitou ; foy Veador da Caſa da Rainha Dona

Maria Anna de Auſtria , e morreo a 11 de Março de


1731. Era filho de Triſtao da Cunha , Governador

de Angola , Meſtre de Campo General da Provincia

de Traz os Montes , que governou , e de ſua mulher


Dona Joanna Luiza de Mendoça , filha de Pedro de

Mello , do Conſelho deGuerra , Governador do Rio

de Janeiro. Ficou Pedro da Cunha viuvo em 25 de


Setembro do anno de 1707 , e caſou ſegunda vez coni

D. Joſefa de Caſtro ſua prima fegunda , filha de Gar

cia de Mello , Monteiro môr do Reyno , do Conſe


ni nao
lho de Eſtado , Preſidente do Paço , & c . de que

teve ſucceſſað , e de ſua primeira mulher teve a ſe

guinte :
21 D. BRITES JOSEFA DA CUNHA DE MEN

DOÇA caſou com ſeu tio D. Carlos Joſeph Ben


to de Menezes , Védor da Caſa da Princeza do

Braſil, como fica dito.


D.
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 233

21 D. THERESA LUIZA DE MENDOÇA , que

morreo de curta idade .

20 D. THERESA JOSEFA DE MENEZES naf

ceo a 2 de Abril de 1689 , caſou com Manoel Igna


cio da Cunha , Senhor do Morgado de Payo Pires ,
como ſe diſſe no Capitulo III . pag. 626 do Tomo X.
20 D. ISABEL JOSEFA DE MENEZES , he Re

ligioſa Carmelita Deſcalça no Moſteiro da Concei


çaõ dos Cardaes , Padroado da ſua Caſa .
20 D. DIOGO DE MENEZES E TAvora naf

ceo em Lisboa a 19 de Setembro de 1679. Succedeo


na Caſa por morte de ſeu pay : he Commendador de

Santa Maria de Valada na Ordem de Chriſto , Al

caide môr de Silves , foy Veador da Caſa da Rainha


D. Maria Anna de Auſtria , e he ſeu Eſtribeiro môr :

fervio em toda a guerra , foy priſioneiro na batalha


de Almanca , em que recebeo huma ferida de huma

balla no braço direito , procedendo ſempre como de

via ao ſeu illuſtre naſcimento : foy Tenente das Guar

das de ſeu tio o Conde de Villa -Verde, depois Mar

quez de Angeja , Capitaõ de Cavallos : foy nomeado

Coronel de hum Regimento de Cavallaria , e pela le


ſað do braço , ſe achou impoſſibilitado a continuar a
vida militar.

Caſou em o primeiro de Junho de 1711 com D. Ma


ria Barbara de Breiner , Dama da dita Rainha , com

quem paſſou de Alemanha a Portugal ; receberað -ſe

em publico no Paço , em que teve as honras de Dama,

jantando com os Reys à meſa , ceremonia que havia


Tom . XI. Ee muitos
234 Hiſtoria Genealogica
11

n - uitos annos fe nað praticara , e he de niuita eſtima


Reu
çaõ em Heſpanha , onde ſe obſervava , antes que
houveſſe Danias caſadas : le filha de Filippe Ignacio,
Conde de Breiner , e de Maria Iſabel , Condeſſa de
De
Breiner , filha de Erneſto Federico , Conde de Breiner,
H
e de Maria Iſabel, Condeſſa de Nathaftht , de Werem

1 berg , filha de Joao Henrique , Conde de Nathafiht ,

Baraõ de Weremberg , e de Maria Leonor de Zizen

dorff, filha de Jorge , Senhor de Zizendorffº; e neta de


te
Fernað Erneſto , Conde de Breiner , e de Clara Ce

cilia deNogarola , filha de Fernando , Conde de No

garola , e da Condeſſa Anna Maria de Hoſemburg ,


ſegunda neta de Segefrido Chriſtovaõ , Baraõ de Brei
ner , Cavalleiro do Tuſað , e de Anna Iſabel , Baro

neza de Harrach , filha de Leovardo , Barað livre de


Harrach , e de Maria Jacoba do Hohenzollern , filha

de Carlos , Conde de Hohenzollern , e de Anna Mar

queza de Baden , filha de Erneſto Marquez de Baden,


Rinthershuſio , Tab. B. que tendo naſcido a 7 de Outubro de 1482 , lhe cou

pars I. be em partilha Pfortzheim , o Marquezado de Hoch


I beatrum
Syenero ,
Vibilisatis, part.IV.berg , com os Senhorios de Suſemberg , e Badenweil
Febreiro.com. 3. Tab. ler , e de Rothelin , e deu principio å linha de Bade

829. Durlach ; abraçou a Religiaõ Proteſtante , e morreo

a 6 de Fevereiro de 1553 , ( era filho de Chriſtovao ,

Marquez de Baden , e neto de Carlos , Marquez de

Baden , e de Anna de Auſtria , irmãa do Emperador

Federico III. filhos de Erneſto , Archiduque de Auf

tria) e de ſua primeira mulher Iſabel de Brandebourg,

filha de Federico , Marquez de Brandebourg , e de ſua


njulher
1

da Caſa Real Portug. Liv . XI. 235

mulher Sofia , Princeza de Polonia , filha de Caſimiro,


Rey de Polonia , que morreo no anno de 1492 , e da

Rainha Iſabel de Auſtria , filla de Alberto II . Empc

rador dos Romanos , que morreo no anno de 1505 .

Deſta alliança , que a Caſa de Breiner fez com a de


.
Harrach , quizemos produzir huma linha tað eſclare

cida , como a que teni os Soberanos de Baden ; por

que lhe entrou o Real ſangue de Auſtria , en cujo


ſerviço tanto ſe empregou eſta Familia. Deſte illuſ

tre matrimonio tem os filhos ſeguintes :


21 D. MARIA JOSEFA DE MENEZES naſceo

a 14 de Mayo de 1712 , caſou com D. Diogo de Fa

to e Souſa , III . Conde do Vimieiro , como fica ef

crito no Capitulo X. do Livro VIII. Parte IV . pag.


663 do Tomo IX.
21
Dom JOSEPH DE MENEZES naſceo a 9 de
Dezembro de 1713 ; ſervio de Moço Fidalgo no Pa

ço , e foy hum dos nomeados para aſſiſtir a El Rey

D.Joað V. no anno de 1729, quando paſſou à Provin


cia de Alentejo , na occaſiaõ dos reciprocos caſamen

tos das Princezas do Braſil , e Alurias ; depois fer

vindo na Infantaria , he Capitað em hum dos Regi

mentos da guarniçaõ da Corte. No anno de 1743


paſſou à Corte de Vienna com faculdade Real , 01

de a Rainha de Hungria Maria Thereſa de Auſtria

lhe fez eſpeciaes honras, e lá caſou a 15 de Abril de

1744 com Luiza Gonzaga , Condeſſa de Rappoch ,


que naſceo a 21 de Julho de 1723 ; e voltando a Por

tugal, a Rainha D.Maria Anna de Auſtria a fez ſua


Tom . XI. Ee ii Dama
236 Hiſtoria Genealogica

Dama Camariſta ; he filha de Carlos Adolfo , Conde

de Rappach , Camereiro da Rainha de Hungria , e


Governador da Fortaleza de Kopfftain no Tirol , e
de ſua mulher a Condeſſa Luiza Antonia de Lan

berg , irmãa de Franciſco Antonio , que naſceo a 30


de Setembro de 1678 , Principe de Lamberg , Caval
leiro de S. Huberto , Camereiro môr , e General ſu
)
premo das Arnas do Emperador , Eſtribeiro môr he $

reditario do Ducado de Carniole , e de Windisch

Marck , Caniereiro môr , e Caçador môr do Paiz


Auſtriaco ſobre o Ens; e de Joſeph Domingos Fran
ciſco Kilian , que naſceo no anno de 1680 , Conego

de Pallau , Biſpo de Seckau , e depois Biſpo de Paſlau

em 2 de Janeiro de 1723 , a quem o Papa mandou o


Palio no anno de 1728 a 29 de Outubro , ultimamen

te Cardeal da Santa Igreja Romana , creado a 20 de


Dezembro de 1737 , do titulo de S. Pedro in Monto

rio ; e filhos de Franciſco Joſeph , Conde de Lam


berg , Baraõ de Otteneg , e de Ottenſtein , Senhor

de Ancerano , que naſceo no anno de 1637. Foy Ca


valleiro do Tuſao de Ouro , Conſelheiro de Eſtado

do Emperador , Miniſtro das Conferencias , Capitað

ſupremo da Auſtria Superior , e Principe do S. R. I.


feito no anno de 1711 , irmaõ de Joað Filippe , Con

de de Lamberg , que naſceo a 26 deMayo de 1651 ,

Biſpo de Paſſau , e Cardeal da Santa Igreja Romana ,


creado pelo Papa Innocencio XII . a 25 de Junho de
1700 , Commiſſario principal do Emperador à Dieta

Geral do Imperio no anno de 1701. Morreo a 20 de


Outu
da Caſa Real Portug. Liv .XI. 237

Outubro de 1712. Morreo o Principe Franciſco Jo

feph a 2 de Novembro de 1712 , havendo caſado


! com a Condeſſa Anna Maria de Trautmandorff, fi

lha de Adam Mathias , Conde de Trautmandorff, e


1
tendo daquella uniað vinte e nove filhos.
21 D. MARIANNA JOSEFA DE MENEZES naf

ceo a 2 deMayo de 1715 , Religioſa de S. Thereſa no


Moſteiro dos Cardaes , onde faleceo no anno de 1740 .

21 D. THERESA JOSEFA DE MENEZES naſ

ceo a 17 de Novembro de 1716 , e tendo cumprido


ſete annos
> tomou o habito de Santa Thereſa no

Moſteiro dos Cardaes , onde he Religioſa.


21 D. ISABEL JOSEFA DE BREINER E ME
caſou com
NEZES naſceo a 14 de Abril de 1717 ,

Franciſco de Mello , Senhor de Ficalho , de quem a

pag. 627 do Tomo IX. ſe fez mençað.


21 D. MARIA ANTONIA DA CONCEIÇAÕ DE
MENEZES naſceo a 8 de Dezembro de 1719. Caſou

a 1o de Janeiro de 1745 com Fernando de Souſa Cou

tinho , III. Conde de Redondo , como diremos no


Livro XIV .

21 D. FRANCISCO XAVIER JOSEPH DE ME

NEZES E BREINER naſceo a 28 de Julho de 1724 ,

he Conego da Baſilica da Santa Igreja Patriarcal .


21
D. ANTONIO DE MENEZES nafceo a 13 de
Julho de 1726., e morreo de tenra idade .

18 D. ELENA DE TAVORA , que faleceo em

Agoſto de 1720 , filha ſegunda do Morgado de Cli


veira Luiz Franciſco , e de ſua mulher D. Luiza de
Tavora .
238 ia ogica
Hiſtor Geneal

Tavora. Cafou duas vezes , a primeira com ſeu tio


Ruy Lourenço de Tavora , irmao de ſua máy , Se

nhor do Morgado da Torre de Caparica , Meſtre de 3


Campo do Terço novo de Lisboa , com o qual fe 1

achou no aſfalto , que os noſſos deraõ a Badajoz , em

que foy morto em 19 de Mayo do anno de 1657 , e


foy ſua ſegunda mulher , e nao tiveraõ filhos . Ca

ſou ſegunda vez com Henrique Carvalho de Souſa

Patalim , Senhor da Azanıbugeira , Commendador de


Santa Maria de Seiva , Santa Eulalia , S. Pedro de

Aguiar , Juncal , e Pias , na Ordem de Chriſto , Pro

vedor das Obras delRey , que tendo ſervido na guer

ra ſendo Capitað de Couraças , acabou deſgraçada

mente em huma briga , que teve com D. Luiz de

Lencaſtre , depois Conde de Villa -Nova , onde foy

morto barbaramente por hum Lacayo , eſtando bri


gando com ſeu Amo. Deſte matrimonio naſcerað

os filhos ſeguintes :
19 Gonçalo Joseph CARVALHO PATALIM

DE Sousa , que ſuccedeo nos Morgados, e Caſa de

ſeu pay , foy Senhor da Azambugeira , Provedor das


Obras dos Paços , e Caſas Reaes, Comniendador de

S. Pedro de Aguiar na Ordem de Chriſto , Capitað

de Cavallos na Corte. Morreo de bexigas em 30 de

Agoſto de 1698 , tendo caſado em França no anno


de 1694 , a 9 de Agoſto , com Maria Clara de Bre

tanla , de quem nað teve ſucceſfað ; e ella depois de

alguns annos de viuva , no anno de 1703 paſſou a


França e caſou a 19 de Novembro de 1704. com
Carlos
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 239

Carlos Roger , Principe de Courtenay , Conde de

Cefy , Senhor de Chevillon , de Blencau ,‫ ܕ‬de Treu


ville , e de Briant , deſcendente por varonía legitima

de Pedro de França , Senhor de Courtenay , & c . fe

tino filho de Luiz o Grojo , Rey de França , e da

Rainha Adelayda de Saboya. Era filha de Claudio P.Anſelmo , Hiſt. Gen.

de Bretanha , Marquez de Avaugour, Conde de Ver- cap;17: 5.4 . pag:504.

tus , e de Goello , Senhor de Cliſſon , de Ingrande , in Galia. Tab.7.628.


de Chantoce , e de Montfaucon , que morreo a 7 de Gen,de França",tom .

Março de 1669 , mulher Judith Anna de 1. cap. 16. §. 2. pag.


e de ſua
472 .
Lievre , filha de Thomas de Lievre , Marquez de la

Grange Fourilhe , e Uriel , primeiro Preſidente no


Grao Conſelho , e neta de Claudio de Bretanha , Coir

de de Vertus , Governador de Rennes , deſcendente

por varonia dos Duques Soberanos de Bretanha , cu

jo Ducado ſe aggregou à Coroa de França pelo ca

ſamiento de Anna de Bretanha , ( filha de Franciſco

II . do nome , Duque de Bretanha , que morreo a 9

de Setembro de 1488 , e de ſua ſegunda mulher a Du

queza Margarida de Foix , filla de Gaſtao , Conde

de Foix ) a qual caſou duas vezes , a primeira com

Carlos VIII. Rey de França , que morreo a 7 de

Abril de 1498 , ſem deixar ſucceſſað , por ſereni mor

tos os filhos , que houve defie matrimonio ; e a Rai

nha cafou ſegunda vez com Luiz XII . Rey de Fran


ça , e foy ſua ſegunda mulher , de quem naſceo Clau

dia de França , mulher delRey Franciſco I. de Fran


ça , de quem foy filho , e ſucceſſor EIR ey Henrique

II. que uno o Ducado de Bretanha para ſempre à

Coroa ,
240 Hiſtoria Genealogica

Coroa , ſupprimindo todos os Officiaes do Ducado ;

erigio hum Parlamento , e depois deſte tempo ficou


infeparavel membro do corpo dos Eſtados de França.
19 D. LUIZA FRANCISCA DE TAVORA , que li

foy Dama da Rainha D. Maria Sofia , e caſou com


D. Joao Jofeph da Coſta , III . Conde de Soure , e

por morte de ſeu irmao ſuccedeo em toda a Caſa , e


fobre que lhe moveo de
Morgados , que elle teve ,
manda ſeu tio Lourenço Pires de Carvalho , Com

miſſario Geral da Bulla daCruzada , que com a ſua


morte deu eſta mal intentada acçao fim . A ſucceſ
fao que tivera) os Condes de Soure , já temos refe

rido no Capitulo IV . 8. IV . do Livro X. pag . 671


do Tomo X.

19 D. MAGDALENA DA Gloria , Religioſa


na Eſperança de Lisboa , muy entendida , diſcreta , e

applicada , como teſtemunha ) as diverſas Obras , que

tem compoſto , que a ſua modeſtia imprimio com o


nome de D. Leonarda Gil da Gana , a ſaber : Bra

dos do Deſengano contra o profundo ſono do eſqueci


mento , I. e II. Parte . Aſtro Brilhante em novo Mun .

do, Novena de Santa Roſa de Santa Maria , Epito

me da ſua Vida. Aguia Real , Fenix abrazudo ,

Vida de Santo Agoſtinho. Orbe Celeſte.


18
* 18 D. IGNEZ ANTONIA DE TAVORA , filha

terceira de Luiz Franciſco , Senhor do Morgado de

Oliveira , a qual depois de viuva , foy Dania da Rai


nha da Grãa Bretanha. Litigou a Caſa de Oliveira
em nome de ſeu filho , cuja cauſa durou muitos an

nos ;
da Caſa Real Portug. Liv .XI. 240

nos ; e depois de varias ſentenças , melhorou na Re


1
viſta , em que lhe julgara) os Morgados de Oliveira, .
1
e Val de Sobrados , em nome dos filhos , que ſucceſ
ſivamente lle forað naſcendo , tirando -os a Chriſto

vaõ de Almada , a quem forað julgados primeiro , e


eſtava de poſſe.

Caſou com Joao de Saldanha , Senhor do Morgado

de Barquerena , e Quinta da Azinhaga , Commenda


dor de S. Martinho de Santarem , da Torre , e Santa

Maria de Africa , na Ordem de Chriſto ; e tendo fer

vido no Paço à Rainha D. Iſabel de Borbon , depois

em Africa , achou -ſe na Acclamaçað do Senhor Rey


D. Joao IV . a quem ſervio na guerra , em que occu

pou varios póſtos : era Meſtre de Campo na batalla


deMontijo ; neſta , e em outras occaſioens de honra

ſe diſtinguio : foy Tenente General da Cavallaria da

Provincia da Beira , que


governou , e ultimamente
Governador das Armas de Setuval , e Deputado da

Junta dos Tres Eſtados. Deſte matrinionio naſcerað

os filhos ſeguintes :
19 FERNAÕ DE SALDANHA morreo de tenra
idade.

19 LUIZ DE SALDANHA , que tambem mor


reo menino.

19 MANOEL DE SALDANHA , que morreo me


nino,

19 ANTONIO DE SALDANHA DE OLIVEIRA E

Sousa , com quem ſe continúa .


19 JACINTHO DE SALDANHA .
Tom . XI. FE BER
242 Hiſtoria Genealogica
1
19 BERNARDINO DE SALDANHA , que morreo
ſem eſtado.

19 D. JOANNA LUIZA DE NORONHA , ſegun

da mulher de Manoel de Sampayo , X. Senhor de

Villa-Flor, e Chacim , Villas-Boas , e outros Luga


res , Alcaide môr de Moncorvo , Conmendador na
Ordem de Chriſto , de quem naſceo unico

FRANCISCO JOSEPH DE SAMPAYO , XI. Se

nhor de Villa -Flor , & c . e a ſua ſucceſfað já fica re

ferida no Capitulo XIII . do Livro X. pag . 870 do


Tomo X.

19 D. Luiza IGNEZ DE TAVORA caſou com

Ayres de Saldanha e Souſa , de quem ſe tratará adi


ante .

19 D. HELENA DE LENCASTRE , foy Reli


ligioſa de Santa Thereſa .

19 D. Maria . . . . foy Religioſa da Or


dem de S. Domingos no Moſteiro do Sacramento de
Lisboa .

19 Fr. DIOGO DE SALDANHA , illegitinio , da


Ordem dos Prégadores.

19 ANTONIO DE SALDANHA DE OLIVEIRA E

Sousa naſceo em 1658 , e foy bautizado a 4 de Se


tembro , fillio quarto : foy o que por morte de ſeus

irmãos ſuccedeo na Caſa , e Morgados de Oliveira ,

e Val de Sobrados , e nas Commendas, e Morgados,

que teve ſeu pay . Morreo em o primeiro de Abril

de 1706 , ſendo Coronel dos Privilegiados da Corte.

Cafou com D. Luiza de Tavora ſua prima com ir


maa ,
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 243

mãa , que morreo em 1722 , filha de Dom Diogo de


Menezes , e de D. Maria de Oliveira , e teve os fi
lhos ſeguintes:

20 Joao PEDRO DE SALDANHA DE OLIVEI

RA E Sousa , como adiante fe dirá.


20 DIOGO DE SALDANHA , teve o exercicio de

Moço Fidalgo , e depois o accreſcentamento a Fidal

go Éſcudeiro com 2500 reis de moradia , que depois


competio a ſeu filho . Morreo eni Julho de 1712 .

Caſou com D. Joſefa Maria Margarida Pereira , fi


Jha que veyo a ſer herdeira de Galpar de Abreu de

Freitas , Deſembargador da Caſa da Supplicaçao , do


Conſelho de Sua Mageſtade , e da ſua Fazenda ,
Commendador na Ordem de Chriſto , que foy En

viado em as Cortes de Hollanda , e Roma , e ultima

mente Embaixador na de Inglaterra ; e de ſua ſegun

da mulher D. Joanna Pereira , irmãa de Antonio de

Baſto Pereira , que depois de ter ſervido diverſos lu

gares , foy Secretario de Sua Mageftade , e do ſeu


Conſelho , e do da Fazenda , e Secretario da Rainha

D. Maria Anna de Auſtria , Juiz da Inconfidencia ,

Chanceller da Relaçaõ , e ſervio muitos annos de


Regedor ; filhos de Luiz Gomes de Baſto , Deſem

bargador do Paço , do Conſelho delRey : a qual fi

cando viuva , caſou ſegunda vez com Caetano Ca

bral de Menezes, irmão de Pedralves Cabral , Se .


nhor de Azurara , Alcaide môr de Belmonte , que

foy Plenipotenciario na Corte de Caſtella , de quem


nað ficou ſucceſfaõ ; e ella morreo em Março de
Tom . XI. Ffii 1723 .
244 Historia Genealogica

1728. De ſeu primeiro marido teve a ſeguinte :


21 ANTONIO DE SALDANHA DE OLIVEIRA E

Sousa naſceo a 3 de Abril de 1710 ; ſuccedeo tam

bem em humi Morgado , que teve ſeu pay , por fi


lho ſegundo da Cala de ſeus avós.

Caſou em Evora em o primeiro de Mayo de 1730

com D. Franciſca Antonia de Azeredo Corte- Real ,

onde havia naſcido em Mayo de 1716 , filha lierdei

ra de Mancel Correa de Azeredo , Fidalgo da Caſa


Real , que depois de viuvo ſeguio a vida Ecceſafi
ca , e he actualmente Deao da Sé de Evora ; e de ſua

mulher D. Marianna da Fonſeca Peſtana , de quem

tem até ao preſente , além de dous filhos , que mor


reraõ de curta idade ,
22 D. MARIANNA DE SALDANHA DE AZE

REDO E TAVORA , que naſceo a ni de Julho de 1731.


22 D. ANNA JERONYMA DE SALDANHA DE
AZEREDO E TAVORA naſceo a 30 de Abril de 1732 .
22 D. JOSEFA DE SALDANHA AZER EDO E

TAVORA , que naſceo a 4 de Outubro de 1737 .


20 JOA ) PEDRO DE SALDANHA DE OLIVEI

RA , foy XIV . Morgado de Oliveira , e Senhor das


mais Caſas , e Commendas , que teve ſeu pay , Conr

mendador na Ordem de Chriſto ; faleceo a 19 de Ju


lho de 1732 .

Caſou a prinieira vez em 20 de Agoſto de 1708 com


D. Marianna de Noronha , Dania do Paço , e filla de

Joaó de Saldanha e Albuquerque , do Conſelho de


Guerra , Preſidente do Senado da Camera , Terente
Genc
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 245
!
General da Artilharia do Reyno ; e de ſua mulher D.
Catharina Coutinho , filha de D. Pedro Coutinho ,
Commendador de Almourol ; e morreo no anno de

1714 fem ſucceſſað . Cafou ſegunda vez em 3 de

Março de 1715 com Dona Ignez Antonia da Sylva ,

Dama da Rainha D. Maria Anna de Auſtria , filha

de Bernardo de Vaſconcellos e Souſa , e de D. Maria


Magdalena de Portugal fua mulher , como já diſſe

nos no Capitulo IV . do Livro X. pag . 614 do Tono


X. a qual morreo a 9 de Outubro de 1727 , deixando

os filhos ſeguintes:
21 ANTONIO DE SALDANHA , com quem ſe
continúa .

21 BERNARDO DE SALDANHA naſceo em 29

de Janeiro de 1718 , e morreo no anno de 1724.


21 DOMINGOS DE SALDANHA naſceo no anno

de 1719 , e faleceo no anno de 1725 .


21 D. IGNEZ MARIA DE SALDANHA nafceo

a 20 de Janeiro de 1723 , Dama do Paço .


21 D. LUIZA DE SALDANHA naſceo a 4 de
Junho de 1724 .

21 D. DOMINGAS DE SALDANHA naſceo a 16

de Março de 1726 .

21. D. FRANCISCA DE Assiz DE SALDANHA


nafceo eni Setembro de 1727 .

Caſou terceira vez em 19 de Fevereiro de 1730 com

D. Maria Antonia Henriques , filha de André Lopes

de Lavre , Senhor do Reguengo de Carvoeira , Com

mendador de Santa Margarida da Matta na Ordem


de
246 Hiſtoria Genealogica

de Chriſto , Alcaide môr de Serolico , e Secretario do


Conſelho Ultramarino , e de ſua mulher D. Briolan

ja Henriques , filha de Sima ) da Coſta Freire , Se


nhor de Pancas , de teve filhos.
quem nao
21 ANTONIO DE SALDANHA DE OLIVEIRA

naſceo em 2 de Dezembro de 1716 mudo , porém

com tal advertencia , e viveza , que percebe , e ſe


explica com ſingularidade. Succedeo na Caſa , he

Morgado de Oliveira , Commendador de Santa Ma

ria de Africa , de S. Martinho de Santarem , e Santa

Maria da Torre na Prelazia de Thomar , todas na

Ordem de Chriſto . Caſou em o primeiro de Mayo

de 1736 com D. Conſtança de Portugal ſua prima


com irmãa , Dama do Paço , filha de Dom Luiz de

Portugal, e de D. Ignacia de Rohan , Dama do Pa

ço , como ſe diſſe a pag. 242 do Tomo IX. de queni


tem
22
D. IGNACIA DE SALDANHA , que naſceo a
29 de Abril de 1741 .

22 JOSEPH DE SALDANHA , que naſceo a 15


de Março de 1744.

19 D. LUIZA IGNEZ DE TAVORA , filha fe

gunda de Joao de Saldanha , e de D. Ignez Antonia

de Tavora , foy Dama do Paço.


Caſou com Ayres de Saldanha de Menezes e Souſa ,

que ſervio na guerra de Alenteju com reputaçað , e

occupou varios póſtos; e ſendo Capitað de Cavallos,

ſe achou na batalha do Ameixial, e na reſtauraçao de

Evora ; e depois ſendo Meſtre de Campo de hum


Terço
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 247

Terço de Infantaria , ſe achou com elle no ſitio ,


e Portugal Reſtaurado,
liv, 10. pag . 724 .
tomada de Valença de Alcantara ; e no anno de 1665

na batalha de Montes- Claros , onde com louvavel va

lor , ſe nað quiz retirar , eſtando tao mal ferido , que

ainda depois de curado padeceo continuo embaraço .

Celebrada a paz com Caſtella , foy Governador , e

Capitað General da Ilha da Madeira ; depois dos

Reynos de Angola , e do Algarve ; e no anno de 1701


Governador das Armas de Setuval > e ultimamente
do Conſelho de Guerra . Era filho de Luiz de Saldas

nha , Commendador de Salvaterra , e Alcains na Or


dem de Chriſto , Védor da Rainha D. Luiza Fran

ciſca de Guſnað , e de D. Violante deMendoça ſua

ſegunda mulher , filha de Ayres de Souſa de Caſtro ,


Commendador de Alpedriulia , e Rio -Mayor na Or

dem de Aviz , e de D. Leonor Manrique ; e tiverao

entre outros filhos , que morreraõ de curta idade ,

os ſeguintes :
20 JOSEPH DE SALDANHA DE MENEZES E

Sousa , com quem ſe continúa.


20 D. IGNEZ JOSEFA DE TAVORA naſceo no
anno de 1686 , foy bautizada a 9 de Março. Caſou

com D. Pedro de Almeida de Lencaſtre , como adi

ante ſe verá no Capitulo XXIII .


20 D. VIOLANTE DE TAVORA , que he Re

ligioſa de Santa Thereſa no Moſteiro da Conceiçaõ


dos Cardaes em Lisboa .

20 Joseph de SALDANHA DE MENEZES E

Sousa , ſuccedeo a ſeu pay , e he Commendador de


Santo
gica
Hiftori
a Genealo
248

Santo Euſebio de Aguiar da Beira na Ordem de Chriſ

to , e poſſuidor de hum Morgado em Lisboa com a

Capella do Santo Crucifixo na Igreja da Graça , e de

outro em Santarem na Capella da Collegiada da dita


Villa .

Caſou em 13 de Junho de 1710 com D. Victoria de


Lencaſtre , Dama da Rainha Dona Maria Anna de

Auſtria , filha de D. Bernardo de Noronha , e de D.

Maria Antonia de Almada , Senhora de Carvalhaes,


Illiavo , Arcos , & c . filha herdeira de Chriſtovao de

Almada , Senior das referidas terras , &c . de quem


tem unico

21 Ayres BENTO DE SALDANHA naſceo a 21

de Março de 1711 , que he Capitaõ de Infantaria eni

hum dos Regimentos da Corte. Calou em 13 de Ju


nho de 1737 com D. Maria Herculana Maſcarenhas,

filha dos II . Condes de Coculim , como diſſemos no

Capitulo V. do Livro VI. pag . 246 do Tomo V.


* 17 D. MAGDALENA DE LENCASTRE , filla
primeira de Martin Affonſo de Oliveira , Senhor do

Morgado de Oliveira , e de D. Helena de Lencaſtre ,


como diſſemos.

Caſou com Ruy Fernandes de Almada , Senhor de

Carvalhaes , Ilhavo , Verdemilho , Avelans , e Ferrei


ros , com os ſeus Padroados , Provedor da Caſa da In

dia , Commendador de S. Miguel de Rio de Moinhos


na Ordem de Chriſto , Deputado da Junta dos Tres
Eſtados , Preſidente do Senado da Camera de Lil

Rey D. Pedro II.


boa , Gentil-homem da Camera del
ſendo
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 249

ſendo Infante. Faleceo no anno de 1678. E deſte

matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes :


* 18 CRHISTOVAÕ DE ALMADA , com quem ſe

continúa.

18 MARTIM AFFONSO DE ALMADA , que foy

Porcioniſta no Collegio de S. Pedro na Univerſidade

de Coimbra , em que entrou a 15 de Dezembro de


1653. Foy Conego da Sé de Lisboa. Morreo de be

xigas , ſendo muito moço ..


18 ANTONIO LUIZ DE ALMADA , morreo mo
ço , ſem eſtado .
*
18
CHRISTOVAO DE ALMADA , ſuccedeo por

morte de ſeu pay na ſua Caſa , e foy Senhor de Carva


lhaes , e mais terras , Commendador de Rio de Moi

nhos, Provedor da Caſa da India , Gentil-homem da

Camera do Infante D. Pedro , depois Rey , Gover

nador , e Capitað General de Mazagað , e alguns an

nos Senhor do Morgado de Oliveira , em virtude da


Sentença , que alcançou contra ſua prima com irmāa

D. Maria de Oliveira ; e depois de dilatadas demari

das , ſe lhe tirou por Sentença de Reviſta , dada no

anno de 1671 , em que ſe julgou eſte Morgado , e o


de Val de Sobrados annexo a elle , em virtude das

inſtituições , ao filho varav de ſua prima Dona Ignez

Antonia de Tavora , por ſer mais proximo ao ul

timo poſſuidor , e já gerado ao tempo da ſua morte.


For morte da Condeſſa de Vimioſo Dona Maria

Margarida de Caſtro e Albuquerque , Senliora da C :


fa de Balto , pertendeo fucceder nella ; e depois de
Tom . XI. lar
Gg

1
250 Hiſtoria Genealogica

largos annos lhe foy ſentenciada : porém nos Embar

gos , depois da ſua morte , foy tirada a ſeu neto , e

conſervado na poſſe o Marquez de Valença , Conde


de Vimioſo D. Franciſco de Portugal , a quem de

todo foy ultimamente julgada na denegaçaõ de Re

viſta no anno de 1726 , como ſe diſſe a pag . 781 do


Tomo X. Foy muy cortezao , e eſtinado na Cor

te , verſado nas ceremonias , e etichetas do Paço , que

ninguem entendeo no ſeu tempo melhor do que elle,


de forte que era archivo vivo , para as duvidas , que

occorria ) ; muy fino na amiſade , animado de grande


coraçað , ſem que fe domiriaſſe da ambiçao , em ex

tremo aceado , ſem nimiedade , de agradavel conver


ini
façað , e em tudo generoſo , e magnifico , em que
tou muito a ſeu pay. EIR ey nollo Senhor fez del

le grande eſtimaçað , e na ſua doença , paſſando pela


fua porta algumas vezes , hindo a viſitar a ſagrada

Imagem da Virgeni Santiſſima com o titulo das Ne

ceſſidades , mandava ſaber delle do meſino coche ,

com eſpecial benignidade , demonſtradora do niuito ,

que o attendia , e eſtiniava ; pois elle lhe tinha affiſti


que fobio ao Thro
até que
do deſde o ſeu naſcimento ,
no , ſendo Veador da Rainha D.Maria Sofia , e an

tes da Rainha Dona Maria Franciſca . Finalmente

cheyo de annos , no que contava oitenta e hum , mor

reo a 9 de Agoſto de 1713 , e foy enterrado no ſeu


Jazigo na Fregueſia de Santa Catharina de Lisboa .

Cafou duas vezes , a prinieira com D. Luiza de Eça

Corte-Real ſua prima con irmãa , Senhora do Mor


gado
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 251

gado dos Eças em Azeitað , e de Marim no Algarve,


filha herdeira de Dom Joao de Eça Corte-Real , Se

nhor dos referidos Morgados , Commendador na Oi


dem de Chriſto , e de D. Brites de Lencaſtre ſua mu

lher , filla de Martim Affonſo de Oliveira , Senhor do

Morgado de Oliveira , e tivera) os fihos ſeguintes:


19 Ruy LUIZ FERNANDES DE ALMADA E
Eça ,, que
que ſuccedeo por morte de ſua mãy nos ſeus

Morgados , e na Caſa de ſeu avô materno ; porém

morreo moço , ſem idade de poder tomar eſtado.

19 D. Joað DE EÇA DE ALMADA ,


19 D. BRITES DE LENCASTRE ,

19 D. MAGDALENA DE LENCASTRE , que to


dos morrerað meninos.

19 D. DIOGO DE EÇA DE ALMADA ,

19 LUIZ DE ALMADA ,

19 FRANCISCO DE ALMADA , que todos mor


reraõ tambem em curta idade .

Cafou ſegunda vez no amno de 1667 com D. Filippa


Maria deMello ſua fobrinha , filha primeira de Dom
Luiz de Almada , Senhor de Pombalinho , & c . e de
D. Luiza de Menezes ſua mulher , conio deixamos 1

eſcrito no Capitulo IV . do Livro X. pag .617 do To


14
no X. e deſte matrimonio naſcerað os filhos ſeguin
tes :

1
19 D. MARIA ANTONIA DE ALMADA , con
ſe continúa.
quem
!
19 D. IGNEZ MARGARIDA DE LENCASTRE

cafou com D. Vaſco Lobo da Sylveira , II . Conde de


Tom . XI. Ggii Orio
252 Hiſtoria Genealogica

Oriola , IX . Baraõ de Alvito , e da ſua ſucceſfað ſe


dirá adiante .

19 D. ISABEL , = D. MARGARIDA , = Luiz


DE ALMADA , E RUY FERNANDES DE ALMADA ,
niorrerað todos meninos.

Teve Baſtardos .

19 LUIZ DE ALMADA , bavido em Maria Ro

lim , irmãa de Franciſco Barques Rolini , Cavalleiro

na Ordem de Chriflo , e filhos de Joao Barques Ro

limi , e de Maria da Mota ; eſtudou em Coimbra , e

depois de formado foy Clerigo , c Abbade da Igreja

da Alfandega da Fé , e depois Prior de S. Miguel de


Oliveira de Barro , ambas do Padroado Real , don

de paſſou a Prior de S. Salvador de Ilhavo , Igreja

de grande renda , Padroado da Cafà de ſeu pay ; a


qual renunciou , tirando huma penſa ) de dous mil e

quinhentos cruzados cada anno , e teve outros Bene


ficios Eccleſiaſticos. Foy Deaõ da Capella Real, e

Deputado do Santo Officio de Lisboa , em que en


trou a 23 de Fevereiro do anno de 1708 ; e ultima

mente nomeado Prior môr de Aviz a 15 de Julho de

1709 , e tomou o habito na Igreja da Encarnaçað das

Religioſas da meſma Ordem a 22 de Junho do an

no ſeguinte , que lho lançou o Prior da dita Igreja

Ir.Joao Baracho, e aſſiſtentes Fr. Miguel Barboſa


Carneiro , entað Juiz Geral das Ordens, Deſembar

gador da Relaçaõ , e Deputado do Santo Officio ,

depois Deputado da Meſa da Conſciencia , e Ordens,


e Fr. Bento Guarda Rios , Secretario do Infante D.
Fran
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 253

Franciſco. Morreo em Lisboa a 8 de Abril do an

no de 1720 , tendo governado com prudencia , e tal


urbanidade , que deixou entre os ſeus Freires faudo
ſa memoria.

19 FRANCISCO DE ALMADA , Religioſo da

Ordem de S. Bernardo no Moſteiro de Alcobaça.


19 D. ANGELA DE ALMADA , Freira em San

ta Clara de Coimbra .

19 D. MARIA VICTORIA DE ALMADA , Frei

ra em Santa Clara de Lisboa , onde foy Abbadeſſa .


19 JOSEPH DE ALMADA Cavalleiro da Ora

dem de Chriſto , paſſou a ſervir à India , onde mor

reo em luma expediçaõ militar.


19 DONA ANTONIA DE ALMADA .

19 Dona MAGDALENA DE ALMADA ,

19. JOSEPH DE SOUSA DE ALMADA , que naf


ceo no anno de 1702 , e foy bautizado a 19 de Mar

ço na Fregueſia de Santos. Falecco , e outros , que


morrerað meninos , havidos todos eſtes filhos em di
verſas māys.
*
19 D. MARIA ANTONIA DE ALMADA , foy

Senhora de Carvalhaes , Ilhavo , Verdemilho , Ave 1


lans , Ferreiros , e das niais terras > e Padroados da

Caſa de ſeu pay , em que ſucccdeo por ſua norte ,


a qual faleceo em Azeitað a 2 de Julho de 1720 . 1

Caſou com D. Bernardo de Noronha , filho ſegundo


de D. Thomas de Noronha , III . Conde dos Arcos,

do Conſelho de Eſtado , Preſidente do Conſelho Ul

tramarino , Gentil-homem da Camera do Principe D.


Ilheo
254 Hiſtoria Genealogica

Theodoſio , Commendador de Santa Maria de Val

Longo na Ordem de Chriſto , e de ſua ſegunda nu

lher D. Magdalena de Borbon , Dama do Paço , e ir


mãa do II. Conde dos Arcos , de quem veyo a ſer

herdeira ; e filla de D. Luiz de Lima Brito e Noguei

ra , I. Conde dos Arcos , feito no primeiro de No


vembro de 1619 , e VIII. Viſconde de Villa -Nova
da Cerveira , Alcaide mòr de Ponte de Lima , e Se

nhor dos Morgados de Santo Elevaõ de Béja , e S.


Lourenço de Lisboa , e muitas terras va Provincia
do Minho, Gentil-homeni da Camera delRey Filip

pe IV . que morreo a 24 de Julho de 1647. Erudou

Canones em Coimbra , e foy Porcioniſta do Collegio

Real de S. Paulo daquella Univerſidade : nað feguio

as letras por eſte caſamento ; e morreo en Lisboa


apreſſadamente a 7 de Março de 1704 , deixando a
ſucceſfað ſeguinte :
20 CHRISTOVAÕ DE ALMADA , que morrco
menino .
20
FRANCISCO DE ALMADA , Senhor de Car

valhaes , &c. com quem fe continúa .


20 D. MAGDALENA DE BORBON , Dama da

Rainha D. Maria Anna de Auſtria , caſou com Jo

ſeph de Mello , Porteiro môr , como ſe dirá adiante.


20 D. THERESA DE NORONHA , Dama da

meſma Rainha. Cafou a 17 de Julho de 1714 com

Antonio de Mendoça ſeu ſobrinho , filho herdeiro de

Triſta ) de Mendoça , Commendador de Avanca na

Ordeni de Chriſto , que fervio na guerra , ſendo Te


nente

}
da Caſa Real Portug. "Liv . Xl. 255

nente General da Cavallaria ; e de ſua ſegunda mu

lher D. Violante Henriques , filha de D. Lourenço

de Almada , Senhor de Pombalinho , e Meſtre -Salla

de Sua Mageſtade : porém nað lhe ficando deſta


unia ) filhos , por elle morrer moço , caſou depois

com Sebaſtia ) Joſeph de Carvalho e Mendoça , En

viado Extraordinario na Corte de Londres ; e ella fa


lcceo a 21 de Março de 1739 , tambem ſem ſuccef

faõ deſte ſegundo matrimonio.


20 D. VICTORIA EUFEMIA DE LENCASTRE

naſceo em 1690 , bautizada a 22 de Abril , que tam

bem foy Dana da meſma Rainha , e caſou com ſeu

prino Joſeph de Saldanha , como fica dito .


20 D. LUIZA DE NORONHA naſceo no anno

de 1691 , foy bautizada em Santos a 3 de Dezembro,

Freira no Moſteiro de Santa Clara de Lisboa .


20 D. FILIPPA DE NORONHA morreo menina .

20 D. ANNA DE NORONHA , Freira de San


ta Thereſa no Moſteiro de Santo Alberto de Lisboa .
20 D. ISABEL DE NORONHA , Freira em San

ta Clara de Lisboa , onde profeſſou a 15 de Agoſto


de 1711 .

20 D. ANTONIA DE NORONHA , Freira no


meſmo Moſteiro .

20 D. MARIA ANTONIA DE ALMADA , Frei

ra tambem em Santa Clara de Lisboa .

20 FRANCISCO DE Almada naſceo em Agof

to do anno de 1700 ; por morte de ſua máy herdou a

Caſa de ſeu avô , e foy Senhor das Villas de Carva


laes ,

1
256 a
Hiſtoria Genealogic

lhaes , Ilhavo , Verdemilho , Avelans , e Ferreiros ,

e dos ſeus Padroados , Provedor da Caſa da India ,

Commendador de S. Miguel de Rio de Moinhos ,


Védor da Caſa da Rainha D. Maria Auna de Auf

tria , e Coronel de hun dos Regimentos das Orde

nanças de Lisboa ; e morreo a 7 de Mayo de 1730 .


Cafou em 8 de Setembro de 1716 com D. Guiomar
de Vaſconcellos , Dama da meſma Rainha , e ho

je Senhora de Honor , filla ſegunda de Afonfo de

Vaſconcellos e Souſa , Conde da Calheta , e da Con

deſla D. Pelagia Sinfronia de Rohan ſua mullier, co


mo já ſe diſſe , de quem teve

21
BERNARDO DE ALMADA , de quem adian
te ſe tratará .
21 D. PELAGIA DE ALMADA naſceo em Ver

demilho a 28 de Agoſto de 1718. Caſou a 14 de Ju

lho de 1740 coni Dom Luiz de Caſtellobranco , IV .

Conde de Pombeiro , como diſſemos no Capitulo ul

timo do Livro VIII. pag . 706 do Tonio IX .


21 AFFONSO DE ALMADA morreo poucos dias

depois de naſcido.

21 Joseph DE ALMADA naſceo a 15 de Julho

de 1721 , morreo de curta idade em Janeiro de 1724.


21 D. MARIA DE NORONHA naſceo em Lil

boa a 22 de Dezembro de 1722 , morreo eni 1728 .


21 D. ISABEL DE ALMADA naſceo em 9 de

Julho de 1724 , e morreo menina .


21 D. FRANCISCO DE NORONHA naſceo a 26

de Março de 1725 , e morreo tanto que recebeo a


agua do Bautiſnio . D.
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 257

21 D. ANTONIO DE NORONHA naſceo a 26

de Mayo de 1728 , e morreo de tenra idade .


21 D. JOSEPH DE NORONHA naſceo em 9 de

Julho de 1729 , que tambem morreo de curta idade.


21 BERNARDO DE ALMADA naſceo a 31 de Jul

lho de 1717. Foy Moço Fidalgo , e com eſte exerci


cio foy nomeado para acompanhar a Sua Mageftade,

quando paſſou a Alentejo , na occaſiaõ dos reciprocos

caſamentos dos Principes do Braſil , e Aſturias : ſuc

cedeo na Caſa de ſeu pay , e he Senhor de Carva


laes , Verdemilho , Ilhavo , Avelans , e Ferreiros ,
menos nos Padroados , Provedor da Caſa da India .

Caſou a 10 de Janeiro de 1740 com D. Magdalena


de Almeida , filha dos III . Condes de Aſſurnar , co

mo diſſemos no Liv . X. pag . 818 do Tomo X. a qual


faleceo a 3 de Março de 1742 , ſem deixar ſuceilao.

20 D. MAGDALENA DE BORBON , foy Dama da


Rainha D. Maria Anna de Auſtria . Caſou a S de Ce

tembro de 1719 com Joſeph de Mello e Souſa , Por

teiro môr de Sua Mageſtade , Senhor do Morgado de


Alcube , Commendador das Cominendas de S. Giao ,

S. Salvador de Anciaens , no Arcebiſpado de Braga ,


e da de Couro na Guarda , ra Ordem de Chriſo , Al

caide môr das Villas de Toloſa , e Amieira , Donata

rio da Villa de Caheté no Eitado do Braſil: foy Co

ronel de hum dos Regimentos da guarniçað da Cor


te , poſto com que ſervio na guerra
, e Brigadeiro ,
e he General de Batalha : filho de Mianoel de Mello ,

que foy Porteiro môr , e Capitað da Guarda Real,


Tom . XI. Hh Al
258 Hiſtoria Genealogica

Alcaide môr de Campo -Mayor , que depois de ter

ſervido na guerra , e occupado varios póſtos , até o


de Governador da Cavallaria da Provincia de Alen

tejo , do Conſelho de Guerra , foy Regedor da Ca


ſa da Supplicaçað ; e depois de viuvo , Gra ) Prior do

Crato na Ordem de S. Joao de Malta neſte Reyno ,


que morreo a 14 de Abril de 1695 , e lhe ſuccedeo

no Grao Priorado o Senhor Infante D. Franciſco ; e


de ſua mulher , e ſobrinha D. Franciſca de Vilhena ,

filha herdeira de Alvaro de Souſa , Senhor do Mor

gado de Alcube , de quem tem


21 MANOEL ANTONIO DE SOUSA E MELLO .

21 D. MARIA ANTONIA THERESA DE MEL

Lo naſceo a 22 de Novembro de 1721 .


21 I ). FRANCISCA ANTONIA DE MELLO , que

faleceo a 16 de Agoſto de 1732 , havendo naſcido no


primeiro de Dezembro de 1722 .
21 MANOEL ANTONIO DE SOUSA E MELLO ,

que naſceo a 9 de Setembro de 1720 , que he o ſeu


ſucceſſor. Caſou a 28 de Outubro de 1742 com D.

Maria Thereſa Xavier Telles , filha dos IV . Condes

de Unlia ) , de quem fizemos mençað no Capitulo II .

& . I. do Livro VIII. pag . 84 do Tomo IX . e teni


22 D. VICTORIA XAVIER DE MELLO naf

ceo a 19 de Agoſto de 1743 .

22 JOSEPH ANTONIO JOACHIM XAVIEK DE


SOUSA E MELLO naſceo a 2 de Dezembro de 1744 .

D. Fi
259
Nuno Martins da Sylveira , Eſcri
Diogo da Sylveira , Svao da Puridade deReyD. Duarte.
Sen. de Recardaens ,
Eſcrivao da Purida . Leonor Gonçalves de Abreu .
Nuno Martins da de de!Rey D.Affun Fernando Gomes de Lemos de
Sylveira , Senhor fo V. Coudel môr. Goes , Senhor de Oliveira do
de Recardaens, &c. D. Brites de Goes ,
Vedor das Obras24 Conde , & c .
Senhora de Oliveira D. Leonor da Cunha,
do Reyno , More do Conde , & c.
domo môr da Rai dyres Gomes da Sylva , III. Sc
D. Luiz da Syl
nha D. Catharina, mbor de Vagos , & c. Fiegedor da
veira , 1. Cono Fernaó Telles deMe 3 Jultiça, * a 25 de Mayo de 1454 .
de de Sortelha D. Filippa de Vic nezes Senhor de
Guarda môr dos lhena , Dama do 2 D. Brices de Menezes.
Unhao , * a 1o de
Reys Dom Ma Paço . Martim Affonſo de Mello , Alcai
Abril de 1477 :
noel, e D. Joao D. Maria de Vilhe.Side e môr de Olivença.
D.Diogo da III. &c. na , Camereira môr. .
Sylveira , II .
Cond, de Sor D. Fernando Coutinho , Maric'sal
telha , Guara Dom Alvaro Couti de l'ortugal , Capitao de Coula em
da môr del 1451 .
nho,
Rey DomSe . D. Joanna de Caliro,
baltiaó, D. Fernando Cou
uy Gomes de Alvarenga , Chana
D. Brites Soares de SBRuy
tinho , Marichal
culler mör , Embaixador a Roma ,
A Condeffa Do de Portugal. Micilo. C.Melicia de Mcllo.
na Brites Coulin
nho,
Joao GonçalvesZarco , Deſcobria
dor da ilha da Madeira , I. Capitao
Joao Gonçalves da do Funchal,
D. Maria de No
, li.
ronha, Donatario do Eun .
D. Filippa
de Mene chal , em 15010
D. Maria de Noro SD. DiogoHenriques de Noronk.a.
zes , mulh
nha. D. Maria de Guſmao.
de D. Luiz
de Lencaſt,
Fernaó de Sá , Senhor de Sever ,
II.Cómen
Camereiro môr doskeys D.Joað l.
dador môr
Joao Rodrigues de D. Duarie , e D.Affonio V.
de Aviz. Sa , Senhor
de Se- CD. Filippa da Cunha.
ver , & c .
Herrique de Sá de
Luiz de Azevedo.
Menezes , Senhor
de Sever , D. Catharina de Me Slui
D. Aldonça de Menezes , Senhora
nezes .
do Morgado de Valverde.
Joao Rodrigues D. Fernando de Menezes , 111. Se.
de Sá , Senhor nhor de Cantanhede , Mordomo
D. Joao , S
de Sever , Alcai môr da Rainha D. llabcl.
de mór do Por: D. Brites de Me. Senhor de Cantanke .
de. D. Brires de Andrade.
10. nezes.
Ayres Gomes da Sylva , Senhor de
Vagos
A Condella .
D. Leonor de Miranda.
D. Maria de
Menezes.
Gonçalo Vaz de Car- Shopo Vaz
teiro mô deCafieilobranco,
r de Mon.
lRey D. Joao 1. &c.
tellobranco , Flori
vao da Puridade , e Catharina Vaz Peſanha.
Dom Martinho de Védor da Fazenda
Caſtellobranco , l . Martin Affonſo Valente , Senhor
delRey Dom Afton
Conde de Villa . fo V. da Povoa,
Dona Camila de
nova , Camereiro D. Brites Valente . H.
Noronha. 2p .Viviente Affonſo de Azambu
môr delRey Doin
Joaò lil . do seu Joao Gonçalves Zarco , Deļcobri
dor da Ilha da Madeira , arno de
Conſelho , & c . Joao Gonçalves da
A Condella Dona Camera , 11. Capitao 2 1420 .
Mecia de Noro do lionchal. Conſtança Rodrigues de Sá .
Dha.
D. Diogo fienriques de Noronha.
D. Maria de Noro
2o.
nha ,
D. Maria de Guimao .

Tom . XI. Hh ii
CAP
I
02

i;
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 261

CAPITULO XIV .

De D. Luiz de Lencaſtre , 11. .


Commendador
|
môr de Ariz:

15 Erdou eſte Senhor a Caſa de ſeu pay no

HEanno de 1574 , como ſe vê de hum Al

vará delRey D. Seb . L'ia ) , em que confirma a Dona

Magdalena de Granada o poder ſucceder nas Com

mendas ſeu filho , e neto , dizendo nas Cartas : Dom


|
Luiz meu muito amado , e prezado Sobrinho , filho do
Me tre de Sao Tiago , meu muito amado , e prezado

Primo ; ſuccedeo tambem a ſeu pay no nome de D.


is
Luiz de Lencaſtre : foy Commendador môr de Aviz ,

e Commendador das Commendas de Eſtremoz , Vei

ros , Landroal , e Alcanede , Alcaide môr dos Caf


tellos das Villas de Aviz , Veiros , Landroal, Cabe

çað , Benavilla , e Alcanede , por Cartas de 15 de Fe

vereiro de 1574 , todas na Ordem de Aviz ; verifican


do- ſe nelle a primeira vida do deſpacho de ſua mãy , 1

dandolhe o tratamento de Sobrinho EIR ey D. Sebaf

tia ), e os Reys que lhe ſuccedera ) . Acompanhou


a ſeu pay nas Embaixadas a Calella , por Carta qu
e
para iſſo teve . Servio a ElRey D. Sebaſtia ) nas duas

expedições , que fez à Africa ; na ſegunda fe achou


na infelice batalha de Alcacere do anno de 1578 , em

que depois de ter obrado , como ſe podia eſperar do


ſeu

.
262 Hiſtoria Genealogica

ſeu alto naſcimento , tendo recebido duas feridas, CUF

foy cativo , e levado com os mais Senhores à eſcravi

dað , de que ſe reſgatou à ſua cuſta pelo valor de do

ze mil cruzados, entrando no numero dos oitenta Fi

dalgos , que ſe eſtipulara ) no contrato , para o que


ElRey D. Henrique mandou por Embaixador a D.
1
Franciſco da Coſia . Nao contava mais , que vinte e M

ſete annos quando foy nomeado do Conſelho de El

tado por EIRey D. Henrique , lugar em que ſervio

aos Reys D. Filippe II. e III . - do Deſpacho . Quan 12

do ſe entendeo , que os Inglezes, fomentados pelo

Prior do Crato , intentavað alguma operaçað militar


em a Cidade de Lisboa , que le começou a prevenir

da irrupça) , que ſe temia , o Commendador môr le

vantou à ſua cuſta liunia Companhia de duzentos ho

mens , aos quaes pagava , aſſim aos Officiaes , como

aos Soldados , ſuſtentando -os a todos por treze mezes .

Nas Cortes de Thomar ſervio o Commendador mör

o officio de Guarda mòr da peſſoa delRey ; devia ſer


na menoridade de feu ſobrinho o Conde de Sortelha

D. Luiz da Sylveira , ou na auſencia do Conde Doni

Diogo da Sylveira ſeu pay. Havia D. Luiz de Len

caſtre entrado na moradia de Moçu Fidalgo , que fað

mil reis por mez , e alqueire e moyo de cevada por


dia ; e ſendo accreſcentado deſte foro ao de Fidalgo

Eſcudeiro com cinco mil e quinhentos de noradia


pormez , e alqueire e meyo de cevada por dia ; ſen

do accreſcentado depois 110 ano de 1583 , no primei

ro de Outubro , a Fidalgo Cavalleiro com ſete mil e


duzen
da Caſa Real Portug. Liv . Xl. 263

duzentos e cincoenta de moradia , ſendo já do Con

ſelho de Eſtado : pelo que em attençaõ deſte grande


lugar , ElRey lhe houve por bem fazer merce a D. Liv.3.do Regift. das
Merces do anno 1988 .
Luiz de Lencaſtre ſeu muito amado , e prezado fo
1
brinho, pelo haver feito do ſeu Conſello de Eſtado,

dalli em diante nove mil reis de moradia , por Alva


rá feito a 24 de Setembro de 1591. No anno de 1609

foy nomeado Védor da Fazenda , lugar que exerceo

até a morte . No anno de 1611 o eſcolheo ElRey pa


ra Preſidente de hum novo Tribunal, que erigia , pa

ra reformaçao da Caſa do aſſentamento do Reyno.


Morreo em Lisboa no primeiro de Junho de 1613 , e

foy fepultado na Capella môr de S. Joað de Setuval,


onde jaz , como ſe vê no Livro dos aſſentos da Fre

gueſia de Santos daquelle anno.

Cafou no anno de 1548 com D. Filippa de Menezes,

irmãa de ſeu cunhado D. Joað da Sylveira , e filha

dos II. Condes de Sortelha , como já diſſemos. Ce i


!
lebrou- ſe o Tratado deſte matrinionio em Lisboa no

Palacio do Duque de Coimbra feu avô , que o alli


nou a 27 de Julho do referido anno . Faleceo a 12 de

Março de 1621 ; e deſte matrimonio teve os filhos

ſeguintes:

16 D. LUIZ DE LENCASTRE = D. JORGE , 1

D.MARIA , = E D. JORGE DE LENCASTRE , n.or


reraõ de tenra idade .

16 Dom FRANCISCO LUIZ DE LENCASTRE ,

Commendador môr de Aviz , com quem ſe continua

rá no Capitulo XV.
D.

2
264 Historia Genealogica

16 D. MARIA DE LENCASTRE morreo menina. bro d

16 D. MAGDALENA DE LENCASTRE caſou

com D. Joað Lobo , VI . Baraõ de Alvito , Senhor

da meſma Villa , e das de Oriola , Villa -Nova de

Aguiar , e Ribeira de Niza , Provedor das Capellas

delRey D. Affonſo IV. e Comniendador da Repre

za na Ordem de Santiago ; e deſe matrimonio naſce 19


ber
rað os filhos ſeguintes:
17 D. Rodrigo Lopo , que morreo moço , }

fem eſtado , nem geraçao , em vida de ſeu pay .


D. Luiz LOBO , VII. Baraõ de Alvito , I.
17
Conde de Oriola , como ſe dirá adiante . IC

17 D. Francisco Lobo , foy Religioſo dos

Eremitas de Santo Agoſtinho. pell


17 D. Diogo LOBO , eſtudou em a Univerſi

dade de Coimbra Theologia , ſendo Porcioniſta do

Collegio de S. Pedro na dita Univerſidade , eni que

foy aceito a 9 de Março de 1637 ; e depois paſſou a


Collegial, eleito a 8 de Dezembro de 1639. Foy Co
da Sé de Lisboa, hoje Baſilica de Santa Maria,
nego
e Sumilher da Cortina dos Rcys D. Joao IV . D. Af

fonſo VI . Dom Prior da inſigne Collegiada de Santa


Catal, dos Doss Prio . Maria de Guimaraens, e foy no numero XLIX . e

tes de Guimaraers,paz . já no anno de 1662 era Prelado deſta Igreja ; o que


68.
conſta dos Eſtatutos , que fez daquella Collegiada ,
que ſe guardað no ſeu Archivo. Foy tambeni elei
to Biſpo de Viſeu , de que nað teve Bullas , por fer

no tempo , que nao as concedia a Sé Apoſtolica a

Portugal. Morreo deſgraçadamente a 7 de Setenz


bro
4

da Caſa Real Portug. Liv. XI. 265

bro de 1666 , cahindo a varanda das caſas , em que

morava ; e aſſim ficou juntamente morto , e ſepulta


do nas ruinas.

17 D. LOURENÇO Lobo morreo moço .

17 D. FILIPPA DE LENCASTRE , que morreo ,

ſem ter elegido eſtado , em Janeiro de 1667 .


17 D. BARBARA DE LENCASTRE , que tam

bem morreo ſem ter tomado eſtado .



17. D. MARIA de LENCASTRE caſou con D.

Alvaro de Abranches ; de quem ſe dirá adiante .

17 D. Luiz Lobo foy VII . Baraõ de Alvito ,


I. Conde de Oriola , por merce delRey D. Joao o

IV . em 16 de Setembro de 1653 , Provedor das Ca


pellas del Rey D. Affonſo IV . Commendador da Re

preza na Ordem de Santiago , Senhor de Alvito , e

outras terras , que ſeu pay poſſuło : fervio na guerra


contra Caſtella a ElRey D. Joao IV . e foy Gover

nador , e Capitað General de Tanger .

Caſou con D. Eufrazia Luiza de Tavora , filla de

D. Franciſco da Gama, IV . Conde da Vidigueira , e

da Condeſſa D. Leonor Coutinho ſua ſegunda mu

lher ; como já ſe diſſe no Livro X. Capitulo IV . pag.

566 do Tomo X. e tivera ) os filhos ſeguintes :

18 D. Joao Lobo , VIII . Baraõ de Alvito ;


!
Senhor das mais terras deſta Caſa , Commendador da

Repreza na Ordem de Santiago. Servio a ElRey

D. Joao IV . de Moço Fidalgo, e foy feu Pagem da

lança quando paſſou à Alentejo no anno de 1643. De

pois na guerra contra Caſtella , foy Coronel , e Go


1
Verna

5
4
266 Hiſtoria Genealogica

vernador da Praça de Serpa , e ſe achou com o ſeu

Regimento no ſitio , que o Exercito de Portugal poz

à Praça de Badajoz no anno de 1658 , onde por levil

ſima cauſa o Barao D. Joað ſe deſafiou com D. Val


co da Gama , Capitaõ de Cavallos , e levou Pa
por
drinho a ſeu irmao D. Franciſco Lobo , e D. Vaſco

da Gama a Luiz de Miranda Henriques, Senhor de


Ferreiros , e Tendaes , Coronel de Infantaria ; aſſiſtiað

no Quartel de S. Gabriel, e todos juntos chegaraő ao


Portugal Reftaurado , da Corte , e paffarað o Guadiana ; e tendo noticia do
part2,liv,2. pag.120. deſafio Joanne Mendes de Vaſconcellos , Governa

dor das Armas, e General, que mandava aquella fac


çað , ordenou a D.Joao da Sylva , Tenente General

da Cavallaria , folle prendellos : montou D. Joao a

cavallo com os primeiros Soldados , que encontrou , e

correndo à redea folta , nað baſtou toda a diligen

cia ; porque quando chegou ao lugar do deſafio , nað

achou mais que eſtragos da vingança, vendo mortos,


e ainda palpitantes , ao Barað de Alvito , a D. Fran
.
ciſco , e a Luiz de Miranda , faltando ſó D. Vaſco ,

que ſe tinha retirado com muitas , e perigoſas feri

das . Eſte deſgraçado ſucceſſo foy geralmente ſenti


do ; porque o Barað era dotado de fummo valor , de

liberalidade, e de outras partes dignas de eſtimaçað .

Eſtava caſado com D. Franciſca de Guſmað , Dama

da Rainha D. Luiza Franciſca de Guſmað , filla de


D. Pedro de Menezes , II . Conde de Cantanhede ,

&c . e da Condeffa D. Conſtança de Guſmað ſua mu

lher , que foy nomeada Aya da Infanta D. Iſabel Ja


ſefa
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 267

ſefa , por Carta do Principe Regente de 3 de No


vembro de 1673 ; della ſe tira , que a Baroneza eſta
va fóra da Corte , e parece nað teve effeito . Fale
ceo a II de Março de 1698 : jaz em S. Pedro de Al

cantara. Deſta uniað foy unica

19 D. BERNARDA CAETANA LOBO , que ſuc

cedeo na Caſa , e foy IX. Baroneza de Alvito , e II .


Condeſſa de Oriola , e Senhora das mais terras , que

teve ſeu pay , e caſou com ſeu tio D. Vaſco Lobo ,

como logo fe dirá.

18 D. FRANCISCO Loso , que ſendo Capitað


de Cavallos no Exercito de Alentejo , foy morto jun

tamente com o Barao ſeu irmao , no deſafio rclata

do , no anno de 1658.
18 D. Carlos Lobo morreo de pouca idade .

* 18 D. Vasco Loco , Baraõ de Alvito , e Con

de de Oriola , com quem ſe continúa.

18 D. LEONOR DE TavorA ‫ܕ‬, foy Freira no

Moſteiro da Eſperança de Lisboa .


18 D. Vasco Lobo naſceo em Alvito , foy

deſtinado para a Igreja , por ſer filho quarto da ſua


Caſa ; eſtudou Canones na Univerſidade de Coim

bra , e foy Porcioniſta do Collegio de S. Pedro , em

que foy aceito a 6 de Dezembro de 1649 ‫ ;ܪ‬e depois

paſſou a Collegial, eleito a 31 de Outubro de 1656 ,


e Arcipreſte da Sé de Lisboa , Dignidade que rerun

ciou para caſar com ſua ſobrinha : pelo que foy II .


Conde de Oriola , IX . Baraõ de Alvito , Senhor da

dita Villa , e da de Oriola , de Villa -Nova de Aguiar ,


Tom . XI. li e Ri.
268 Hiſtoria Genealogica

e Ribeira de Niza , Commendador da Repreza na


it
Ordem de Santiago , e Senhor do officio de Prove
H
dor das Capellas delRey D. Affonſo IV. Foy Vé
dor da Caſa das Rainhas D. Maria Franciſca de Sa

boya , e D.Maria Sofia ; depois de Suas Altezas , e


Deputado da Junta dos Tres Eſtados. Morreo a

22 de Fevereiro do anno de 1705 .


Cafou duas vezes , a primeira em 9 de Setembro de
1666 com ſua ſobrinha D. Bernarda Caetana Lobo ,

Condeſſa de Oriola , e Baroneza de Alvito , e Senho

ra de toda a mais Caſa de ſeu pay D. Joað Lobo ,

VIII. Baraõ de Alvito , a qual faleceo a 16 de Mar

ço de 1687. Deſta uniao naſceo

19 D. Joa ) LOBO DA SYLVEIRA , que ſen

do baldado das pernas , mas de gentil preſença , mor


reo moço a 16 de Setembro de 1689 , e jaz em S. Pe

dro de Alcantara com ſua mãy .

Caſou ſegunda vez eni 12 de Janeiro de 1692 com


D. Ignez Margarida de Lencaſtre , Damia das referi
das Rainhas , e da Infanta D. Iſabel , filha de Chrif

tovaõ de Almada , Senhor de Carvalhaes , &c . e de

ſua ſegunda niulher D. Filippa Maria de Mello ; e

deſte matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes :

19 D. Luiz Lobo , que morreo antes de cum


prir oito annos de idade em o de 1701 , dando gran
des eſperanças na ſua viveza , e admiravel indole.
19 D. JOSEPH ANTONIO FRANCISCO LOBO

DA SYLVEIRA , III. Conde de Oriola , X. Barað de

Alvito , com quem ſe continúa.


D.
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 269

19 D. ChristovaŐ JOSEPH LOBO , que naf

ceo no anno de 1700 , e foy bautizado a 10 de Julho;

morreo moço a 10 de Junho do anno de 1727 .

19 D. JOSEFA GABRIELLA de LENCASTRE

naſceo em 1697 , foy bautizada a 25 deMarço , que

até ao preſente nao tem elegido eſtado.


19 D. FRANCISCO XAVIER JOSEPH LORO ,

que naſceo no anno de 1703 , foy bautizado a 8 de

Setembro ; paſſou a ſervir à India no anno de 1728 ,

e lá morreo na Armada , que ſe perdeo no anno de


1729 ; e tinha hido ſoccorrer Mombaça.
19 D. Joseph ANTONIO FRANCISCO LOBO ,

.naſceo a 3 de Junho do anno de 1698 , e foy bautiza


do a 13 do dito mez ; he III . Conde de Oriola , X.

Baraõ de Alvito , Senhor das Villas de Alvito , Orio

la , Villa -Nova de Aguiar, e Ribeira de Niza , Coni


mendador da Commenda da Repreza na Ordem de

Santiago ; he Capitað de Cavallos em lium dos Regi

mentos da guarniçaõ da Corte , Védor da Caſa da Rai

nha D. Maria Anna de Auſtria , e nomeado para aſliſtir


ao Sereniſſimo Senhor Infante D. Pedro , e Deputa

do da Junta dos Tres Eſtados , feito no anno de 1744 .

Caſou em 4 de Março de 1726 com D. Thereſa de

Aflz Maſcarenhas , Dama da Rainha D. Maria An

na de Auſtria , filha de Dom Fernando Maſcare

nhas , II. Conde de Obidos , Meirinho môr de l'or

tugal, e de Dona Brites Maſcarenhas , Condeſſa de

Sabugal , e Palma , &c. de quem tem os filhos ſe

guintes:
Tom . XI. Ii üi D.
270 Hiſtoria Genealogica

20 D. Vasco Joseph Loro , que naſceo a

30 de Novembro de 1726 .
20 D. FERNANDO JOSEPH LOBO naſceo a 21
de Novembro do anno de i1727
20 MARIA Josefa Lobo , que naſceo a
D.
8 de Dezembro do anno de 1728 .
20 D. FRANCISCO JOSEPH Loro naſceo a 12

de Abril de 1730 , faleceo de tenra idade .


20 D. MANOEL JOSEPH LOBO naſceo a 3 de

Mayo de 1731 .
20 IGNEZ JOSEFA LOBO naſceo a 14 de
D.
Abril de 1733 .

20
D. JOSEFA Lobo naſceo a 14 de Mayo de

1734 , e viveo poucos dias depois de bautizada .


20
Dom Joseph Lobo naſceo a 15 de Março
de 1736 .
20 D. FRANCISCO JOSEPH LOBO naſceo a 19
de Abril de 1737

20 D. THERESA JOSEFA LOBO naſceo a 30

de Julho do anno de 1738 .

Teve o Barao Conde illegitima a


20 D. Maria LOBO , que naſceo no anno de

1717 , e foy bautizada em Santos a 4 de Dezembro ,


havida em Maria Metheer , Franceza .

* .17 D. MARIA DE LENCASTRE , filla de Dom

Joao Lobo , VI. Barao de Alvito . Caſou com D.


Alvaro de Abranches , Commendador de S. Joao da
Caſtanheira na Ordem de Chriſto , que depois de fe

ter achado na reſtauraçao da Bahia , e fer eleito Go .

yernador ,
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 271

vernador , e Capitað General de Mazagað ; foy hum

dos Acclamadores delReyD. Joað IV . de glorioſa

memoria , e do ſeu Conſelho de Eſtado , e Guerra ,


Governador das Armas da Provincia da Beira , e das

de Entre Douro , e Minho , e Cidade do Porto , e ul

timamente Meſtre de Campo General da Provincia

1 da Eſtremadura , Senhor do Morgado de Abranches,


Almadas , como filho de D. Franciſco Coutinho da

Camera , Commendador de S. Joað da Caſtanheira ;


e de ſua mulher Dona Guiomar de Abranches , filha

herdeira de Joao de Abranches , Senhor do dito

Morgado , e de Dona Antonia de Souſa ſua ſegunda


mulher ; e neto de Ruy Gonçalves da Camera , I.

Conde de Villa - Franca , & c . e tendo caſado ſegun


1
da vez com D. Ignez de Avila ſua prima , filha de

D. Pedro de Menezes , II . Conde de Cantanhede ,


de quem nað teve ſucceſſað ; e morreo em Abril de

1660 , deixando de ſua primeira mulher , os filhos fe

guintes:
18 D. FRANCISCO DE ABRANCHES , que mor
reo menino .

18 D. MAGDALENA DE LENCASTRE E ABRAN

CHES , que foy fua herdeira , e ſuccedeo no Morga

do , e Caſa de ſeu pay , e caſou com D. Miguel Luiz


de Menezes , I. Conde de Valadares , a qual morreo

no ano de 1667 , deixando a ſucceſfaó , que deixa

mos eſcrita no Capitulo VIII . do Livro III . pag . 522


do Tomo ll.

* 18 D. GUIOMAR DE LENCASTRE naſceo em

1631 ,
272 Hiſtoria Genealogica

1631 , que caſou com Luiz da Cunha de Ataide ,

como logo ſe dirá .


18 D. FILIPPA DE LENCASTRE naſceo em

1632, Religioſa no Moſteiro de Chellas de Conegas


Regrantes , junto a Lisboa , onde foy Prioreſfa.
18 Dona CATHARINA DE LENCASTRE naf

ceo em 1633 .
18 D. FRANCISCA naſceo em 1635 .

18 D. GUIOMAR DE LENCASTRE , filha ſe

gunda de D. Alvaro de Abranches , e de ſua primei


ra mulher D. Maria de Lencaſtre .

Caſou com Luiz da Cunhia de Ataide , Senhor do

Conſelho de Povolide , da Villa de Caſtro -Verde , da

Aldea de Paradella , e dos Morgados das Vidiguei


ras , Atouguia , Goes , e outros , Commendador na

Ordem de Chriſto ; e morreo no anno de 1665 , ha

vendo tido os filhos ſeguintes:

19 TristaŐ DA CUNHA DE ATAIDE , I. Con

de de Povolide , com quem ſe continúa.

19 D. ALVARO DE ABRANCHES , que foy


Commendador de S. Mattheus de Soure na Ordem

de Chriſto , e morreo moço .

19 SIMA ) DA CUNHA morreo tambem moço,


ſem eſtado.

19 D. MARIA DE LENCASTRE caſou com ſeu


primo com irma ) D. Carlos de Noronha , II . Conde

de Valadares , como já ſe diſſe a pag. 524 do Tom . II .


19 NUNO DA CUNHA DE ATAIDE naſceo a

8 de Dezembro de 1664. Foy Porcioniſta do Colle

gio
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 273

gio Real de S. Paulo de Coimbra , en que entrou a

29 de Outubro de 1681. Eſtudou Theologia , e dei


xando eſta faculdade , paſſou à de Canones , em que

ſe graduou , e fez exame privado , que he o mais ri

goroſo daquella Univerſidade; foy Conego na Sé de


Coimbra , Beneficiado em Coruche , Deputado da
Inquiſiçaõ daquella Cidade em 2 de Novembro de

1691 , e logo Promotor em 29 de Julho de 1692 ; e

eni 8 de Abril de 1693 foy promovido a Deputado

da Inquiſiçaõ de Lisboa , e Inquiſidor em 5 de Abril ,


de
1700 ; lugares que exerceo com grande applicaçao,

fondo hum dos mais egregios Inquiſidores , aſſim pela


gravidade , como no manejo dos negocios ; de quem

dizia Luiz Vieira da Sylva , Varao digno de memo

ria , que ſervio com elle no tempo , em que foy pri

meira Cadeira , que naſcera para preſidir , pelo mo

do , com que em tudo ſe portava ;‫ܪ‬ fortuna que o

acompanhou em todas as ſuas acções , deſde os ſeus

primeiros annos: ſendo moço , quando ſeu tio o Con

de de Pontevel Nuno da Cunha , Eſtribeiro môr da

Princeza D. Iſabel Joſefa , e Preſidente do Senado da

Camera de Lisboa , paſſava a Inglaterra por Embai


xador Extraordinario , com o deſejo de ver algumas

Cortes , o acompanhou até à de Pariz ; e depois por

ſua morte lhe ſuccedeo na Conimenda de Bornes na


Ordem de Chriſto , de que he Commendador. Foy

Sumilher da Cortina delRey D. Pedro II . que o fez

Deputado da Junta dos Tres Eſtados , feito a 7 de

Março de 1702 ; e nomeou Biſpo de Elvas a 30 de


Jullio
274 Hiſtoria Genealogica

Julho de 1705 , Dignidade que recuſou , por nað ſe


encarregar do pezo da conta das ovelhas , como bem

acreditou depois a experiencia ; porque nao houve


12
nenhuma no Reyno , de que ſe nað fizeſſe digno ; o
ſeu merecimento fazia facil a fua fortuna na graça

do ſeu Soberano. A Mageſtade do meſmo Senhor o


nomeou ſeu Capella ) môr em 14 de Setembro de

1705 , Dignidade em que fuccedeo a D. Fr. Joſeph -


de Lencaſtre , Biſpo Inquiſidor Geral , &c . OPapa

Cleniente XI. o fez Biſpo titular de Targa : foy fa

grado na Capella Real em 14 de Março de 1706 por


ſeu primo com irmao D. Alvaro de Abranches , Biſ

po de Leiria , e Aſſiſtentes D. Antonio de Vaſcon

cellos e Souſa , Biſpo Conde , e D. Antonio de Salda

nha , Biſpo da Guarda. Sobindo ao Throno ElRey

D. Joao V. a quem já era muito aceito , e tendo no


alto conceito de Sua Mageftade adquirido aquella

reputaçað , que depois o tempo teſtemunhou , com

as partes mais eſſenciaes de hun grande Miniſtro ,


deſintereſſe , recta intençaõ , e grande amor , e ze

lo do ſerviço de ſeu Soberano ; virtudes que nað lhe

duvidarað , nem ainda os que podiaŭ ſer emulos da

ſua gloria ; o nomeou a 10 de Março de 1707 do ſeu


Conſello de Eſtado , e Miniſtro do ſeu Deſpacho ,

e Inquiſidor Geral deſtes Reynos , e ſuas Conquil


tas ; e ſendo confirmado por Bulla Pontificia , tomou
poſſe deſta grande Dignidade a 6 de Outubro de

1707 , em que tem luzido a ſua prudencia , e benig

nidade ; de ſorte , que ſendo eſte Principe creado no


ſerviço
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 275

ſerviço do Santo Officio , e nos ſeus eſtylos, e na pra

tica eminente , he tal a rectida ) , com que obra , que

tendo inteira liberdade nas materias do Conſelho Ge

ral, para as determinar ſó pelo ſeu parecer , ſempre

ſe conformou com os que os Miniſtros do ſeu Conſe


lho vencerað , ainda nas materias mais leves , que

nav dependia ) da juſtiça , e ſómente de graça . Ob


ſervou grande equidade nos provimentos , attenden
do ſempre aos benemeritos; e com tal cuidado le hou

ve ſempre na creaçaõ de novos Miniſtros para as In


quiſições ,, que eſcolheo na Univerſidade os mais dou

tos, e de louvavel procedimento ; de forte , que no


1
zelo , e vigilancia nað cedeo em couſa alguna aos

mayores Prelados, que occuparað eſte grande lugar,


em que a ſua memoria ſerá recomendavel aos ſecu
1
los futuros. O Papa Cleniente XI, por nomina de
4
Sua Mageſtade , o creou Cardeal Nacional a 18 de
Mayo de 1712 ; e em 8 de Outubro recebeo da mañ

delRey o Barrete , precedendo Miſla no Oratorio do

Paço , e depois lhe conferio as honras , que os Reys

tem acordado a eſta Dignidade. Por morte do Pa

pa Clemente XI. foy chamado ao Conclave , e ſahio

de Lisboa a 9 de Mayo de 1721 em huma nao de

guerra da Coroa , e a 19 do dito mez chegou a Le


orne , aonde achou a noticia de ſer exaltado à Cadei

ra de S. Pedro a 8 de Mayo o Cardeal Miguel An

gelo Conti, com o nome de Innocencio XIII


. Foy

recebido do novo Pontifice com eſpeciaes demonſtra

ções de paternal benevolencia , acordando en parti


Tom . XI. Kk culares
276 Hiſtoria Genealogica

culares honras , o trato familiar da boa correſponder

cia , que tiveraõ na Corte de Lisboa , quando fora


Nuncio da Sé Apoſtolica. A 10 de Junho do meſmo

anno lhe deu o Capello com o titulo de Santa Anal

tofa , de que tomou poſſe a 21 de Julho ſeguinte , e 2

o occupou nas Congregações dos Biſpos , e Regula


res , de Propaganda Fide , dos Ritos , e da Conſillo DI

rial , em que deu iguaes moſtras das ſuas letras , que


de ſumma prudencia ; admirando toda a Curia nelle ,

nað menos piedade , do que magnificencia , e grande


za ; obrando todo o tempo , que eſteve em Roma , 0

acções dignas da ſua peſſoa , e da Mageftade Portu 1


de
gueza , que fe reveſlia , aflım no apparato da ſua l

caſa , como no magnifico cortejo , de que ſe ſervia

na pompa das carroças , tudo em fim rico , e magni


fico . E para que naquella Curia permaneceſſe da

ſua piedade , e religiaõ, hum eterno monumento da


fua grandeza , reftaurou à ſua cuſta a Baſilica de San

Capello, Breze noticia ta Anaſtaſia , que ameaçava a ultima ruina , Igreja


de Sarita Anaſtaſia. do feu Titulo , com tanta deſpeza , que mais parece
Creſcimbene , Hiſt. de
Santa Ariafiaſia , cap. ſe lhe deve o nome de Fundador , que de Repara
6.pag .37.6 pag .190. dor . No ornamento do portico , ſobre o claro , que

faz huma grande janella , ſe lê o nome do ſeu Ref


taurador :
Nonius Tit. S. Anaſtaſie

Presb . Card. A Cunha .

Anno Dni M.DCCXXII .

E ſobre o grande arco da nave do meyo , ou presby


terio
! da Caſa Real Portug. Liv. XI. 277

terio , ſe vem as Armas da eſclarecida Familia de Cu

nha , eſculpidas em hum globo , que cerca huma fer


!
pente , unindo a cabeça com a cauda , ſymbolo da
Eternidade 2, e com outros ornatos alluſivos ao Emi
1
nentiſſimo Cunha. Encarregou o Cardeal eſta obra

a Carlos Gimach , nobre Cidadaõ de Malta , que foy

o director, e inventor da obra , a quem a curioſidade

fez hum dos mais inſignes profeſſores da Architectura

civil , dotado de inſignes partes , amante das bellas

letras , em cuja morada fizerað habitaçaõ as Muſas ,

con tað ſuave dominio , que foy hum dos excellen

tes Poetas do ſeu tempo , ou foſſe na lingua Latina ,

ou Italiana : em ambas logrou ſuave explicaçaõ , e


. 3
igual applauſo , como teſtemunha ) os que neſta Cor

te o tratarað , onde depois de reſidir , e no Reyno 1


muitos annos , paſſou por ordem de Sua Mageſtade

à de Roma, com o Marquez de Abrantes , ( entað

de Fontes ) Embaixador Extraordinario àquella Cor


te , de quem foy Gentil-homem da Embaixada ; e de

pois ficando mantido nella à Real deſpeza , llie en

carregou o Cardeal da Cunha a referida obra , que


2 ac
elle executou com os mayores primores da arte

comodando- ſe com o ſitio da antiga fabrica , e fazen


do diverſas allufoens, que primorofaniente ſe vem ,

ornando a Igreja , em que declara as virtudes , e pre

rogativas de Santa Anaſtaſia , e as excellencias de feu

inligne Bemfeitor: fez a ſeguinte Inſcripçað , que dei

you gravada na meſma Igreja :

Tom . XI. Kk ii Nonius:

!
a
278 Hiſtoria Genealogic

Nonius : S. R. E. Pres . Card. à Cunha


Generalis in Luſitania Inquiſitor

Antiquißimam hanc Bafilicam


S. Anaſtaſiae dicatam
Titulum ſuum

Vetuſtate deformatam

Parietibus , es contignatione

Jam inclinantibus pene collabentem

Novis jactis fundamentis,

Aliiſque operibus adjectis


Firmavit ,

Elegantioremque in formam
Reftituit ,
Anno à Nato Chriſto

M. DCCXXII.

Deſta obra trata Joao Mario Creſcimbene , Arci

preſte de Santa Maria in Coſmedin , e Cuſtode Geral


da Arcadia , na Hiſtoria da Baſilica de Santa Anafta

fia , impreſſa em Roma no anno de 1722 ; e Filippe

Capello , Conego da meſma Collegiada , na Breve


noticia do antigo , e moderno eſtado da Igreja Colle
giada de Santa Anaſtaſia de Roma , impreſſa na meſ

ma Cidade no anno de 1722. Agradecido o Cabido

deſta inſigne Baſilica à grandeza de tanto beneficio ,


reſolveo em 22 de Mayo de 1722 , que naquella Igre

ja ſe fizeſſe em todos os annos , até o fim do Mun

do , eſpecial menroria de tað inſigne Benfeitor ; e em

teſtemunho daſua gratidao , mandou gravar em hum

marmore eſta Inſcripçað : Eini


"
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 279

Eminentiſimo Principi Nonio à Cunha

Tit. S. Anaftafiæ Presbyt. S. R. E. Cardinali,

Omnium Portugalliæ Regis Provinciarum

Inquiſitori Generali,

Quod vetufijimam hanc Bafilicam

Primis Ære Chriſtianæ feculis


Ædificatam ,

Ac complurium Summorum Pontificum ,


Tum etiam Cardinalium Titularium

Piâ curâ multoties reſtitutam , 1


Ornatamqu
e

Poftremis hiſce temporibus


Miſeré fatiſcentem ,@ * excidio proximam

Refarto tecto , addito laqueari ,

Parietibus ad libellam revocatis ; 1

Atque directis ,

Utraque laterali navi concaramata , 1


Priſtino antiquis coluinnis reddito 1

Nitore ,
1
Novis apertis feneſtris ,

Novâ itidem interiori extructå porticu ,

Atque Odio ſuper impoſito,


1 1
Æquato , Kratoque pavimento ,
Inſtaurata fronte , amplificatâ area ,

Ac univerſi ædificij ſqualore deter ſo


Non tantum ab interitu vindicaverit ,

Et adverſus ævi damna firmaverit ,

Sed elegantiorem infuper ,

Splendididoremque in ſpeciem reftituerit :


Repa

2
280 Historia Genealogica

tes:
Reparatori Munificentiſſimo
Capitulum , & * Canonici

Gratum animum declaraturi , 21

Miſam folemnem ipfis aſſiſtentibus , .


Et duodecim alias Miſas lectas
112
Eo vivente pro vitæ diuturnitate

Die 21 Julij , qua Tituli pofeffionem go


mes
A fumpfit :

Eo mortuo , die obitus pro animæ Juffragio

Perpetuis futuris temporibus


Celebrandas di
(
Unanimi conſenſu decreverunt ,
Et ad poſteritatis notitiamı с

Acceptorum beneficiorum ,

Ac fimul Capitularis Decreti


Monumentum poſuere

Anno Jal. M. DCCXXII.

Nað ſó eſte Padrað da ſua piedade deixou em Ro


ma perpetuado nos marmores , outros muitos argu

mentos da ſua grandeza ficarað gravados nos cora

ções dos Romanos , em que vivirá eternamente o

ſeu nome na ſucceſſiva tradiçaõ dos pays aos filhos ;


e fa
e ſahindo daquella Curia a 2 de Mayo de 1722 ,

zendo jornada por terra , tomou o caminho do Lo

reto para venerar a ſagrada Imagem de Maria Santif

ſima , a quem em memoria da ſua devoçað deixou

duas ſingulariſſimas peſtas , como fað huma Cruz de

ouro grande com groſſas fafiras cercadas de dianian


tes ;
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 281

tes ; e hum precioſiſſimo ornato de ouro com gero

glificos , poſto ſobre lapis lazuli , que cerca o nicho ,

em que ſe adora a Santa Imagem da Virgem , como

lemos na Relaçaõ da Santa Caſa do Loreto , que ſe

imprimio em Lisboa no anno de 1736 , tirada de ou

tra Italiana pelo Padre D.Caetano de Gouvea ; che


gou a eſta Corte no fauſto dia 22 de Outubro do

meſmo anno : foy recebido do noſſo grande Rey ,

que Deos guarde , com eſpecial agrado, e ſatisfaçað, 1

de que ſe fez merecedor pelo amor do ſeu ſerviço , e


1
digno da ſua graça , e da eſtiniaçao da Nobreza da
1
Corte , e do povo de Lisboa , que ſeguindo -o no co 1
1
che com acclamações, lhe davao os parabens da ref

tituiçaõ à Patria ; aſſim como com lagrimas o tinhao

faudofaniente ſentido quando falira da Corte ; ex


preſſað poucas vezes experimentada na inconſtancia

dos povos , que de ordinario ſem cauſa ſe queixaő 1

dos Miniſtros , e he eſte tað benemerito , como bem

quiſto.
19 TRISTAO DA CUNHA DE ATAIDE naſceo
1
no anno de 1655. Foy I. Conde de Povolide por
merce delRey D. Joao V. de que teve Carta em 6

de Janeiro de 1709 , e Senhor de Povolide , e de Caf

tro - Verde, e da Aldea de Paradella , dos Morgados


1
das Vidigueiras , Atouguia , Goes , e outros , e do
Padroado de Santa Maria de Trancoſo , e herdeiro
1
da Caſa de ſeu tio o Conde de Pontevel Nuno da Chi

nha , Conmiendador das Conmendas de S. Cofne

de Guademar , e Santa Maria de Montalyao na Or


dem
282 Hiſtoria Genealogica

dem de Chriſto. No anno de 1683 foy na Armada ,

que a noſſa Coroa mandou a Villafranca a buſcar ao

Duque de Saboya ; e foy Coronel de hum dos Regi


mentos das Ordenanças da Corte , e depois de hum

Terço pago de Pinhel, com que ſervio na guerra.


Morreo apreſiadamente a 8 de Agoſto de 1722.

Cafou com Dona Archangela Maria de Tavora ,


que morreo a 14 de Agoſto de 1709 , filha de Mi

guel Carlos de Tavora , II . Conde de S. Vincente ,


General da Armada Real, do Conſelho de Eſtado ,

&c. e da Condeſla Dona Maria Caetana da Cunha ;

e deſte matrimonio nafcerað os filhos ſeguintes :


20 Luiz VASQUES DA CUNHA DE ATAIDE ,
II. Conde de Povolide , com quem ſe continúa.
20 D. MARIA CAETANA DE TAVORA nafceo

a 10 de Setembro de 1699 , Dama da Rainha D.Ma

ria Anna de Auſtria. Cafou em 25 de Fevereiro de

1732 com D. Braz Balthafar da Sylveira, Meſtre de

Campo General dos Exercitos de Rey , com o Go


verno das Armas na Provincia da Beira , do Conſe

lho de Guerra , Senhor de S. Cofmade , Commenda

dor de Ranhados , & c . de quem nað tem fucceſfað ;

e da de ſua primeira mulher daremos conta no Li


vro XIV .
20 D. GUIOMAR JOACHINA DE LENCASTRE

naſceo a 9 de Agoſto de 1701 , he Religioſa no Mof


teiro da Annunciada de Lisboa .
20 MIGUEL CARLOS DA CUNHA naſceo a 18

de Fevereiro de 1703. Foy Porcioniſta do Collegio


Real
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 283

Real de S. Paulo na Univerſidade de Coimbra , Dou

tor em Canones , em que ſe graduou a 2 de Julho

de 1725 , e Conductario , com privilegios de Lente ,


na dita faculdade ; e ſendo os ſeus progreſſos com

tanta diſtincçað , que lhe promettiað humas largas ef


peranças , com notavel reſoluçao tomou o habito dos

Conegos Regrantes em Santa Cruz a 26 de Abril de

1728 , onde profeſſou com o nome de Dom Miguel

da Annunciaçaõ a 28 de Abril do anno ſeguinte , de

que foy Geral nomeado a 6 de Abril de 1737 ; e

ſendo eleito Biſpo de Coimbra , Conde de Arganil ,

foy fagrado na Dominica in Albis a 9 de Abril de

1741 por Dom Fr. Valerio do Sacramento , Biſpo de

Angra , Aſſiſtentes D. Ir . Joao do Naſcimento , Biſ

po do Funchal, e D. Fr. Hilario de Santa Roſa , Bil

po de Macao , na Igreja do Convento de Santa Cruz


de Coimbra .

20 NUNO DA CUNHA naſceo a 8 de Outubro

de 1705 , entrou na Companhia de Jeſus , e profeſſou


no anno de 1726 .
20 CUNHA DE ATAIDE
Luiz VASQUES DA

naſceo a 31 de Novembro do anno de 1697 , he II .

Conde de Povolide , e Senhor da dita Villa , e de Cal

tro - Verde, da Aldea de Paradella , dos Morgados das

Vidigueiras , Atouguia , Goes , e do Padroado de San

ta Maria de Trancoſo , Commendador de S. Come

de Gundar , e de Santa Maria de Montalvað , de San

ta Martha de Bornes , e de Santa Maria da Graça de

Caſtello -Novo, Gentil-homem da Camera do Senhor


Tom . XI. LI Infan
284 Hiſtoria Genealog
ica

Infante D. Antonio , e Deputado da Junta dos Tres


Eſtados.

Caſou em 11 de Dezembro de 1729 com D. Helena


de Caſtellobranco ſua ſobrinha , filha de D. Miguel

Luiz de Menezes , III . Conde de Valadares , e da


Condeſſa D. Marianna de Caſtellobranco , de quem

tem

21 TRISTAO DA CUNHA DE ATAIDE naſceo

a 13 de Abril de 1731 , faleceo a 26 de Feverei


ro de 1739 .

21 JOSEPH DA CUNHA DE ATAIDE naſceo a

25 de Junho de 1734 .
21 Nuno JOSEPH DA CUNHA naſceo a 21 de
Fevereiro de 1737 .

21 MIGUEL JOSEPH DA CUNHA naſceo a 2 de

Janeiro de 1739 , faleceo a 5 de Março de 1744.


21 D. MARIANNA THERESA DA CUNHA naf

ceo a 5 de Dezembro de 1740 ..


21 D. MARIA THERESA DA CUNHA nafceo

a 15 de Fevereiro de 1743 .
21 ANTONIO JOSEPH DA CUNHA naſceo a 26

de Mayo de 1744 .

CAPI
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 285

CAPITULO XV .

1
De D. Franciſco Luiz de Lencaſtre , III. Com
1
mendador môr de Aviz . 1

16 Ela pouca vida , que gozarað ſeus irmãos,


P veyo a ſucceder Dom Franciſco Luiz de

Lencaſtre na Caſa de ſeu pay , em ſua vida foy ar

mado Cavalleiro para receber a Ordem de S. Bento de

Aviz , por Alvará de 12 de Agoſto de 1600 , em que


EIRey diz : Ser filho do Commendador môr D. Luiz ,

meu muito amado Primo ; a quem depois o meſmo

Rey por Carta ſua de 15 de Julho de 1614 , depois da

morte de ſeu pay , dá o tratamento de ſobrinho ; e af

ſim foy D. Franciſco Luiz III . Commendador môr da

Ordem de Aviz , Conumendador das Commendas de


1
Eſtrenioz , Veiros , Landroal , Alcanede, e Alcaida
rias môres das ditas Villas . Achou -ſe nas Cortes , que Fornada de Filippe II.

EIR ey D. Filippe II . de Portugal celebrou em Lif- a Portugal , pag.65.

boa no anno de 1619 , em que exerceo o officio de

Guarda môr da peſſoa delRey , como eſcreve Joað.


Bautiſta Layanha. Eſtava o Commendador môr D.

Franciſco em Madrid , quando em Portugal ſucce

deo a feliz Acclamaçaõ do Senhor Rey D.Joao IV.


e lá ſe deixou ficar, podendo com elle mais o receyo ,

da contingencia dos ſucceſſos , do que o amor da Pa


tria , em que tantos ſe intereſſava ) ; lá teve o titulo
Tom . XI. Llį de
286 Historia Genealogica

de Conde de Alcanede ; foy Veador da Rainha D.


Maria Anna de Auſtria , e no ſeu ſerviço morreo em

Madrid a 17 de Fevereiro de 1667 , donde foy traf

ladado para a Igreja de S. Joað de Setuval , enterro


da ſua Caſa , onde jaz .

Caſou com D. Filippa de Mendoça , Dama da Rai

nha D. Margarida de Auſtria , e devia de ſer no anno


de 1604 ; porque em 16 de Fevereiro do referido an

no ſe celebrarað os contratos matrimoniaes , em que

foy dotada com humas herdades em Arrayolos , e

huma Quinta em Loures , além de joyas , e as mer

ces de Dama , em que por hum Alvará , paſſado a 19


de Novembro do meſmo anno , fe lhe fez nierce de

duas vidas mais nas Commendas , que tinha ſeu mari


do , e na Dignidade de Commendador môr ; e ſeu ma

rido lhe prometteo de arrhas quatorze mil cruzados .


Faleceo eſta Senhora em Lisboa a 22 de Dezembro

de 1651 ; era irmãa de Franciſco de Vaſconcellos ,

I. Conde de Figueiró , e filhos ambos de Manoel de

Vaſconcellos , Senhor do Morgado do Espora ) , e de

Villa -Nova de Faſcoa , Conimendador de Izeda na


Ordem de Chriſto , Preſidente da Camera de Lisboa ,

Regedor das Juſtiças , e do Conſelho de Eſtado de

Portugal em Madrid ; e de D. Luiza de Vilhena de

Mendoça ſua mulher , que foy Dama da Infanta D.

Maria , e filha de Joao Nunes da Cunha , Senhor do

Morgado da Coutadinha , fillio ſegundo do Grande

Nuno da Cunha , Governador da India ; e deſte nia

trimonio naſcerað os filhos ſeguintes :


D.
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 287

17 D. LUIZ DE LENCASTRE , = D. MANOEL


DE LENCASTRE , morreraõ de tenra idade .

17 D. PEDRO DE LENCASTRE , II.Conde de

Figueiró , como ſe dirá adiante no Capitulo XVIII.

17. D. ANTONIO DE LENCASTRE , foy Reli


gioſo da Ordem Militar de Chriſlo no Moſteiro de
Thomar .

17 D. VERISSIMO DE LENCASTRE , que foy

Cardeal, de quem no Capitulo XVI. ſe fará mençaõ.

17 D. Carlos DE LENCASTRE , que eſtudou

em Coimbra , e foy bom Letrado , morreo louco .

17 D. JOSEPH DE LENCASTRE , que foy In


quiſidor Geral , como ſe dirá no Capitulo XVII.

17 D. MARIA DE LENCASTRE , morreo me .


nina .
*
17 D. MARIANNA DE LENCASTRE caſou com

D.Joao de Caſtro , Almirante de Portugal, Senhor


de Reriz , Sul , Bem - Viver , Reſende, e outras terras

&c . filho de D. Simao de Caſtro , Senhor de Reriz ,

e das mais Villas , e Concelhos ; e de D. Bernarda de

Menezes , filha de Joaõ de Azevedo , Almirante de

Portugal , Commendador de Jurumenha , e Claveiro

da Ordem de Aviz , e de D. Joanna de Menezes , co


.
mo ſe diſſe no Livro VI . Capitulo V. & . II. pag .

276 do Tomo V. que foy ſua primeira mulher


, fi
lha de D. Pedro de Menezes ,VIII . Senhor de Can
tanhede ; e por ſua avó materna , veyo a recalir nel

le o Almirantado de Portugal , de que lhe fez merce


ElRey D. Affonſo VI . por morte de ſua prima com

irmãa
288 Hiſtoria Genealogica

irmãa D. Maria Ignez de Azevedo , Condeſſa de

Vimioſo , mulher de D. Luiz de Portugal, VI . Coni


de de Vimioſo , que foy por eſte caſamento Almi

rante de Portugal ; e porque nað tivera) ſucceſſað ,

ſuccedeo na Caſa D. Joaõ de Caſtro , que do matri


nio com D. Marianna de Lencaſtre teve
18 D. SIMAO DE CASTRO morreo menino .
18
D. FRANCISCO DE CASTRO , fuccedeo na

Caſa a ſeu pay ; foy Almirante de Portugal , Capi


tao da Guarda Real , Senhor de Reriz , Sul , Re
ſende , e Bem - Viver , &c . e morreo a 19 de Agoſto

de 1693. Caſou no anno de 1675 com D. Franciſca

Joſefa de Villena , Dama da Rainha D. Maria Fran

ciſca de Saboya , filha de Chriſtovao de Mello , Al

caide môr de Serpa , Porteiro môr , e Capitað da


Guarda Real, Commendador de Santa Maria de Al

godres na Ordem de Chriſto , e da de Serpa na Or


dem de Aviz , que depois de ter ſervido em Alente
fe
jo com o poſto de Capitað de Cavallos , com que

achou no ſoccorro de Elvas no anno de 1659 , foy Go

vernador , e Capitað General de Mazagað ; e de D.


Mecia de Vilhena ſua nulher , filha de Lourenço

Pires Carvalho , Provedor das obras do Paço , Se

nhor da Azambugeira , e dos Morgados de Patalimi,


e de Dona Magdalena de Vilhena , filha de Henrique

de Souſa , I. Conde de Miranda , Governador do

Porto , do Conſelho de Eſtado ; e deſte matrimonio


naſcerað

18 D. Joseph DE CASTRO , que naſceo de


lium
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 289

hum meſmo ventre com D. MARIANNA , e ambos


morreraõ de curta idade .

18 D. Joao JosEPH DE CASTRO , que naf

ceo na Cidade do Porto , foy Senhor de Reriz , Re

ſende , e mais terras , Almirante de Portugal, e Capi


taõ da Guarda delRey , officio que a reſpeito da ſua

menoridade ſervio por elle Lopo Furtado de Mendo

ça, I. Conde do Rio Grande ; porém morreo moço ,


fena chegar a caſar : jaz em S. Franciſco de Xabregas .

18 ' D. Luiz INNOCENCIO DE CASTRO , veyo

a ſucceder a ſeu irmia ) , e foy Almirante de Portugal,

Capitað de huma das Companhias da Guarda del


Rey D. Joao V., Senhor dos Concelhos de Reſen
1
de , Honras de Goſende , Heiras , Ribadellas , Reriz ,

Sul , e Bem - Viver , e dametade da Villa de Penella ,

com Padroados, e datas de officios ‫ ;ܪ‬e no Eſtado do

Braſil da Capitania dos Ilheos , e da Villa de Cama

mu , Boupeba , Cayru , e Itaparica , com cincoenta

legoas de terra . Faleceo a 3 de Novenibro de 1733 :


Caſou a 12 de Setembro de 1708 com D. Joanna Ce

cilia de Lencaſtre , filha de Pedro de Vaſconcellos,

Elribeiro môr da Princeza do Braſil , e de D. Mari

anna de Lencaſtre fua mulher , e prima , como já dif

ſemos no Capitulo III . do Livro VIII. pag . 246 do


Tomo IX. de quem teve

19 D. MARIANNA JOSEFA DE LENCASTRE

naſceo a 7 de Novembro de 1712 .


19 D. FRANCISCA DE LENCASTRE naſcco a

de Outubro de 1713 .
D.
290 Hiſtoria Genealogica

19 D. IGNEZ DE LENCASTRE naſceo 'a 28 de


Mayo de 1714 , caſou com D. Antonio da Sylveira ,

como ſe diſſe a pag . 864 do Tomo X.

19 D. ANTONIO JOSEPH DE CASTRO coni


quem ſe continúa .

19 D. MARIA ISABEL DE LENCASTRE naf

ceo a 25 de Dezenbro de 1726 .

19 D. THERESA RITA DE LENCASTRE naf

ceo a 6 de Outubro de 1727 .


*
19 D. ANTONIO JOSEPH DE CASTRO naſceo

a 3 de Julho do anno de 1719 , he Almirante de Por

tugal, e Capitao de liuma das Companhias da Guar


da Real , Senhor da Caſa de Reſende , Donatario

do ſeu Conſello , e das Villas de Bem -Viver , Re

riz , Sul , Penella , e Albergaria , das Honras de Hei

ras , Montað , Goſende , Ribellas , do Roguengo de

Godim , e dos tres fogos do Rio Douro , Canedo ,


Lobazim , e Figueira Velha ; e no Eſtado do Braſil

Senhor da Capitanía dos Ilheos , da Villa de Cama


mu , Boubepa , Cayru , e Itaparica , e Ribadellas , & c.
Caſou a 12 de Fevereiro do anno de 1741 com D.

Thereſa de Tavora , filha dos IV . Condes de S. Vi

cente , como diſſemos no Livro VI . pag. 228 do To 1

mo V. de quem tem até o preſente

20 D. ISABEL MARIA DE CASTRO , que naſ

ceo a 14 de Junho de 1742 .


20 Dom DE CASTRO naſceo eni

Agoſto de 1744

D. Fi
291
Alvaro Mendes de Vaſconcellos ,
Joanne Mendes de
Senhor do Morgado de Eſporaó.
3 D. Leon Ribeirain, Sembi do Mor
nhor do Morgado gado de or
Eſpora ó , ftituido 1427 .
Alvaro Mendes de de Eſporaó. Valco Martins de Souſa Chicorro ,
Vaſconcellos , Se Capitaú dos Ginetes delRey D. At
2
nhor do Morgado D. Joanna de Souſa., tonio V.
de Eſporaó , Ema ( D. Iſabel Oſorio , Fidalga Caſtelh .
baixador ao Em
Joanne Mendes
Duarte de Mello
de Vaſconcellos, perador Carlos V. ( Duarte Mello .. S Henrique de Mello.
Senhor do Mor
Dona Guiomar de Dona Brites Pereira.
gado de Eſpoo Mello ,
rao , Commene
Gil .
dador da Oro D. Iſabel de Brito.
Manoel de demn de Chrifto .
Vaſconcellos, D. Ignez de Aboim .
Sen.do Mor D. Alvaro de Atai . D.
gado de Eſ. de, Senhor da car:S Conde aro Gonçalves de Ataide , I.
de
porao , &c . tanheira e Povos , A Condeſia D , Guiomar de Car
Cómendador L uro.
na Ordem de Dom Antonio deS.& c. * em 1505 .
D. Violante de Ta
Acide , l . Conde
Chriſto , Re vora
da Caltanheira Alcaide
ged . das Juſ.
Vedor da Fazene Julho de 1555 , te .
tiças , * em D. Antonia de Pinheira.
da. gunda mulher. 20 . Maria
D.
25 de Abril Ataide .
de 8637 Alvaro Pires de Ta. | Pedro Lourenço de Tavora , Seo
nhor do Mogadouro.
A Condeſa Dona vora , Senh . de Mo.
D. Filippa Anna de Tavora . gadouro , Commen . D. Ignez de Souſa.
de Mendo dador de Cattello Conde onſo de ,Vaſcon
de Penella 1480
Dom Aff em cel los ,. 1 ,
ça , mu branco na Ordem de
lher de D. * .
Franciſco A
Luiz , 111. .
Commen Triſtaó da Cunha ( Nuno da Cunha , Camereiro mór
dador môr do Infante D, Fernando.
de Aviz, Camereiro môr do 20. Catharina de Albuquerque.
Senhor Dom Diogo , D.
Nuno da Cunha ,
Governador daine Duque de Viſeu , Se Pedro Gonçalves , Secretario del
dia, nhor de Geſtaço &c. Rey D, Aftonio V.
D. Antonia Pacs.
D. Leonor Paes.
Joao Nunes da
Cunha , Senhor D.Ifabel de Vilhe Nuno Martins da Spi
Pur ida
rod de,m Sylveira , Eſcrivao da
alo
do Morgado da
Coutadinha . na , lezunda mu
Sylvei , Senhor de D.Bri deGoe ,Senhora de Ol
Ther , Goes ra, Eſcrivao da vença tes
do Condes, de Goes Oli
, &c ,
Puridade . Fernaó Telles de Menczes , Senhor
DoeFilippa
D. Vilhe . Ser
lipiga de Vilhe deoto
Unhao
nin .
D. Luiza de na.
Vilhena de D. Maria de Vilhena.

Mendoca. Joao Vaz Corte- Real , Porteiro mór


Vaſque Annes Cor . do Intante D. Fernando , Capisao
te Real ,
Manoel Corte da Ilha Terceira , & c .D. Maria de Abarca . ,
Real , do Conle .
Garcia de Mello , Alcaide môr de
Tho del Rey , Sco
Dona Filippa de nhor da Ilha Ter 2D . Joa nna da Syl va. Serpa .
Mendoçai ceira , e S. Jorge. D. Filippa Percira da Sylva.
D. Brites de Men .
doça , Dama da SRuy
Rainha D. Catha . Inigo Lores deMen
TID , doça , Senhor de Mos
N. .
TON.
D. Maria Branca :S serie de paredes de Paçan , Viſcon
Viſconde la de Val
duerna.
D. Maria Çapata..

Tom . XI .
CA
PI
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 293

CAPITULO XVI .

De Dom Veriffimo de Lencaſtre , Cardeal da

Santa Igreja Romana , Inquifdor Geral de

Portugal , Arcebiſpo Primaz das Heſpa

nbas , do Conſelho de Eſtado


.

17 O anno de 1615 na Cidade de Lisboa

No
naſceo D. Veriſſimo de Lencaſtre , e foy

bautizado na Igreja Parochial dos Santos Martyres


Veriſſimo , Maxima , e Julia , em cujo obſequio lhe

foy poſto o nome , a 15 de Novembro , por D. Joao

da Gama , Biſpo de Miranda , como conſta do Livro

da dita Fregueſia pag. 14 ; e ſendo creado no amor

de ſeus eſclarecidos pays , a quem deveo muito , e

elles às ſuas virtudes a gloria de hum filho tað bene


merito ; porque na vida , que ſeguio , ſó lhe faltou a

ſuprema Dignidade do Pontificado, para o que o ha


bilitava ) o exercicio das virtudes , letras , e alto nal
cimento , ſe houvera ſalido fóra da Patria . Eſtudou

na Univerſidade de Coimbra os Sagrados Canones,

em que foy Doutor ; e ſeguindo a vida Eccleſiaſtica ,


foy ſempre deſde os ſeus primeiros annos o exem

plar entre os Fidalgos do ſeu tempo ; foy Conego ,


e Theſoureiro mòr da Metropolitana Sé de Evora , e

neſta Cidade entrou no ſerviço do Santo Officio , ſen

do Deputado , e Promotor , lugar de que tomou pof


Tom . XI. Mm fe
/
294 Hiſtoria Genealogica

ſe em 19. de Novembro de 1644 ; foy Inquiſidor da

meſnia Inquiſiçað , em que entrou a 16 de Março de

1649 ; e correndo todas as tres Cadeiras , paſſou pa

ra a primeira da Inquiſiçaõ de Lisboa , de que tomou

poſſe em 7 de Junho do anno de 1660 ; e ſendo pro


moyido a Deputado do Conſelho Geral do Santo Of

ficio , tomou poſſe no primeiro de Abril de 1664 .

Foy do Conſelho delRey , Sumilher da Cortina del

Rey D. Pedro II . que o nomeou Biſpo de Lamego,

Dignidade , que nao aceitou. Os ſeus grandes mere


cimentos o lembrarao ao meſmo Principe para o ele

ger Arcebiſpo Primnaz , e Senhor de Braga , de que


tirando Bullas Apoſtolicas , tomou poſle por ſeu Pro
curador em 8 de Julho de 1671 , e entrou naquella

Auguſta Cidade em 3 de Novembro do meſmo an

no, com grandes demonſtrações de goſto de ſeus nio


radores , que havia tantos annos ſe viað ſem Paſtor :

logo tratou de viſitar o Arcebiſpado com tanta dili


gencia , como caridade , adminiſtrando o Sacramen

to da Confirmaçaõ a innumeraveis peſſoas de hum , e


outro ſexo , e conferindo Ordens . Oneſmo fez de

pois na Corte , dando Ordens todos os Domingos , e


dias Santos na ſua Capella a todos os que tinhaõ privi

legios para as tomar extra tempora ; o que era grande


commodidade dos Ordinandos , nað ſó deſta Dioce

ſi , mas de todo o Reyno , e ainda dos viſinhos, don.

de vinhaõ muitos Heſpanhoes a tomar Ordens a Lif

boa ; o que elle exercitava com tanta ſatisfaçað , que

dizia , que nao fazia favor , mas que o recebia ; e da


meſma
JUNE
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 295

meſma forte adminiſtrava a todas as peſſoas o Sacra

mento da Confirmaçao , depois de acabar de dar Or

dens. Satisfez todas as obrigações de hum verdadei

ro Prelado ; porque foy pay univerſal daquelles pó


vos , pela candidez do animo , compaixa ) , e benig
nidade ; nelle virtudes tað naturaes , que para to

dos era igual, e ſem differença : e tendo renuncia

do o Arcebiſpado , e reſidindo neſta Dioceſi até 27

de Março do anno de 1677 , em que paſſou à Corte

provido no lugar de Inquiſidor Geral deſtes Rey


nos ,
deixando em toda aquella larga Dioceſi hum
geral ſentimento , e huma viva ſaudade dos benefi

cios , que delle recebiaõ. E ſendo confirmado no

lugar de Inquiſidor Geral por Bulla do Papa Inno


cencio XI. de 22 de Novembro do anno de 1676 ,

tomou poſſe em 9 de Abril do anno ſeguinte. Neſte

grande lugar moſtrou a ſua prudencia , e o ſeu zelo


na eſcolha dos Miniſtros ; porque os teve excellentes ,

doutos , e benemeritos de mayores Dignidades , lo

grando neſte emprego occaſioens , em que pode luzir


o zelo da Fé , entre todas as virtudes moraes , de que

foy dotado . ElRey D. Pedro II . que nað ſó o ef

timou grandemente , mas o reſpeitava , o fez do ſeu


Conſelho de Eſtado , em que ſervia ao Reyno com
tanto amor >
como chriſtandade ; porque ſó entað

he que o Principe he dignamente ſervido , quando


fe nað antepoem a liſonja à ſaude univerſal da Re

publica com tanto riſco da conſciencia . O meſmo

Rey lhe deu a nomina de Cardeal nacional , e foy


Tom . XI. Mmü crea
296 Hiſtoria Genealogica

creado Cardeal da Santa Igreja de Ronia pelo Santo

Papa Innocencio XI . em 12 de Setembro de 1686 . tes

Havia muitos annos , que ſe nað via em Portugal eſta lac

eminente Dignidade ; porque a dominaçaõ eſtranha, ba

e depois a guerra com Caſtella , nao tinha dado lugar

a que a Cabeça da Igreja attendeſſe aos eſclarecidos

ſerviços , que a Coroa de Portugal tinha feito em

C
obſequio da Religiaõ , e da Fé : porém eſta tað alta C

Dignidade nenhuma impreſſað fez no animo deſte


Principe, em quem a affabilidade era natural , e nao
affectada. Foy Varaõ de excellentes virtudes , em

que ſe unirao as partes de perfeito Prelado ; porque


Souſa ; Catalogo dos foy douto , e ainda ſendo velho ſe levantava muito

Cardeaes , & c.da Cola cedo para eſtudar na ſua copioſa Livraria : pelo que
lecçaõ da Academia do foy tað verſado no Direito Canonico , que em ne
alinio de 17 .
nhựma materia lhe allegavað Author algum , que

elle nað accreſcentaſie a allegaçaõ com outros mui

foy muy curioſo dos eſtudos Genealogicos , de


que eſcreveo livros , que deixou com outros no ſe

creto do Santo Officio . Da ſua letra , que era excel


lente , vimos varios papeis , e annotações a livros de

Familias ; e aſſim foy elle hum dos bons Genealogi

cos do noſſo Reyno , e com todos os profeſſores def


te eſtudo mantinha communicaçao. Era caſto , vir

tuoſo , e com entranhas de piedade , confolando aos


afHictos , animando aos pretendentes , por quem obra

va quanto em ſi eſtava pelos ſervir , principalniente


em materias de honra , ainda nas mayores circunſtan
cias. Foy geralmente honrador dos homens : era de

animo
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 297

animo brando , benigno , favorecedor dos pretenden

tes , que com elle tinha ) entrada , por prompto em fal

lar às partes ; de forte , que todos conſeguiaõ, ſem tra


balho , ter delle audiencia , com a certeza de que os

nað havia de eſcandalizar. Foy muy devoto , e to

do o anno viſitava as Igrejas , em que eſtava o Santo


Lauſperenne ; e ſendo tað virtuoſo , nað era inveni

cioneiro , antes de aninio alegre , e jovial, goſtando


das galantarias , e graças , com que entretinha a coli

verfaçaõ naquellas horas , que ſervia ) de entreteni

mento à corteza civilidade , dos que o viſitava ) . El

tas , e outras admiraveis virtudes o fizeraõ amado , a

reſpeitado de todos os Eſtados do Reyno , em que


e
vive com faudoſa memoria ; porque os Grandes ,

Fidalgos , os Eccleſiaſticos , e Seculares , os Religio


ſos , a Nobreza , e o povo , todos lhe erað ou incli

nados , ou obrigados ; porque elle a todos correſpon


dia com igual affabilidade. Conſervou em idade lar
ga , faude robuſta , até que finalmente aſſaltado de

violentos achaques , ſe rendeo à cama , e em poucos

dias de doença , deu muitos exemplos de piedade , e

de todas as virtudes. Neſte tempo ſe achava em Lif


boa o Reverendiſſimo Padre Fr. Joaõ de Alvim ;

Miniſtro Geral de toda a Religiaõ dos Menores, que

tinha vindo a viſitar as Provincias deſte Reyno , Va

raõ verdadeiramente ſucceſſor de S. Franciſco , e de

fanta vida ; e viſitando ao Cardeal , o recebeo com

as mais vivas expreſioens de humildade chriſtãa , que

pudera fazer o menor ſubdito daquelle Prelado . Nei


ta
298 Hiſtoria Genealogica

ta doença continuou aquelles actos de chriſtandade ,


que tanto exercitava ; e com conſtancia de animo re
cebeo todos os ultimos Sacramentos , com tal pieda

de , que edificou a toda a Corte , que univerſalmen


te ſentia , e ouvia com pezar a ſua moleſtia. As Re

ligioens deſta Cidade , que tanto eſtimara, com pre


ces publicas pedia) a Deos pela vida do Cardeal ;
teſtemunhando deſta forte o ſeu agradeciniento , e o

quanto todos neceſſitava ) da vida deſte Principe , que


cheyo de annos , e merecimentos, morreo fantamen
te a 13 de . Dezembro de 1692 às ſete horas da ma

nhãa ; a ſua morte foy tað ſentida , como elle amado.

ElRey D. Pedro ſe recolheo os dous dias ſeguintes ,


nað ſahindo fóra , nem dando audiencia ; e o meſmo
fez a Rainha D. Maria Sofia. O ſeu corpo foy ve
nerado como de Varao Santo ; porque o povo con

corria em grande numero ao ſeu Palacio , e todos o

pertendiað ver , tocando , como podiaõ , cada qual


o feu Roſario , ſendo hunia fó a voz , que ſe ouvia

em toda a parte , appellidando-o Santo , eſpalhando

ſe por todo o Reyno eſte ſentimento ; porque as ſuas


ue o
virtudes a toda a parte chegarao , ainda dos q
naõ conhecerað . O ſeu corpo foy levado com mag

nificencia devida à ſua peſſoa , e ao ſeu caracter ,‫ ܪ‬ao


Moſteiro de S. Pedro de Alcantara da Provincia da

Arrabida , que elle muito eſtimou , e de que foy in

figne Bemfeitor , por entre duas alas de Relgiofos


de todas as Ordens da Corte , com cirios acceſos , e

principiando do ſeu Palacio , acabava à porta do Moſ


teiro ;
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 299

teiro ; e acompanhava as andas, da parte eſquerda , o

referido Geral. Entre as diſpoſições pias do ſeu Tel

tamento ordenou , que lhe fizeſſem huma Capella

no Adro da Igreja de S. Pedro de Alcantara , e que


nella ſe diſfeſlem quatro Miſſas quotidianas perpetuas,

deixando por cada huma oitenta mil reis de eſmola

20 Sacerdote , que a diſſeſſe , e de fabrica o mef


mo.
Mandou- ſe ſepultar no Adro da Igreja , à en

trada da porta , em fepultura raza , onde jaz , e tem

o ſeguinte Epitafio :

Latet hic , otacet , quen fania Toquitur eo prodit


Eminentifimus D. D. Verifimus de Lancaſtro.
Genus fi quæris !
His friget in cineribus , qui olim juvenis caluit,
Luſitanorum , imô Oʻ totius Europa Regum fanguis.
Si Sapientiam
Quan in utraque Regni haufit , & * exhaufit Academia ,
In commune Ecclefia bonum perenni effi.dit ſcaturigine.
Si honorum gradus ?
Sacris initiatus tuendæ , augendaque Fidei partes ſuſcepit:
Decurfis facro Areopago , ordine ſiro minoribus fubfèlijs',
In ſuprenam tandem Generalis Inquiſitoris erectus ſelam .
Fabio maior Maxinio , o felicior
Catholicam nobis cun &tando reſtituit ren .
Ex Hiſpaniarum Primate , factus Ecclefia Princeps purpuratus ,
Petri Claves , esſi non obtinuit , virtutibus meruit , quibus claruit.
Ex una onines diſce Humilitate ,
Quam in vulgaris tumuli lapide , ceu in ſpeculo poteris contemplari,
De Æterna fcilicet animi manfione magis,
Quan de Mauſoleo cadaverisſollicitus.
Sua nihil intereſe duxit humi ne an ſublinie putrefceret.
Regnum Cãelorum , fi venditur , eleenfinis emit.
Veriſimus citra adulationem , pauperuin: Pater.
Cælo charus , & folo.
Visit jufi( ime annos 76 Obijt piillime 12 Decembris 1692 .
Quieſcit placidiſime ad diem foli Deo notam.
Na
300 Hiſtoria Genealogica

Na Capella do meſmo Cardeal , que fica no atrio da

meſma Igreja , ſe vem as duas Inſcripções ſeguintes :

Da parte do Euangelho.
.

D. Fr. Joſephus de Lancaſtro , Inquiſitor Gen


neralis, eg D. Ludovicus de Lancaſtro , Vil.

læ novæ Comes , Aviſijque Maximus Commen

datarius , Eminentiſimi Dñi D. Veriſimi de

Lancaſtro frater , ed ex Fratre nepos ejus

Teſtamentarij facellum hoc ipfius tumulo con .

tiguum cum ducentis aureis pro fabrica , ut


quater in illo pro ejuſdem anima quotidie Sa.

crum celebretur , additis ad ſepulchrum ref


ponſorijs cum donatione ducentorum aureorum

pro quolibet Sacrificio erigere juſerunt.

Da parte da Epiſtola.

E tumulo huc oculos ad parvum fle &te facellum

Contracta in ſpatium ſtat breve facra domus .


Scilicet hæc humili reſpondet parva ſepulchro ,

Illud e exigui eſt arca plana Joli.

Nam qui mente humilis contempfit vivus honores ,


Hic quoque fumma fugit mortuus , ima cupit .

Ergo purpurei qui Ateirmata ſacra galeri


Addit ad titulos tot fibi jure datos.

Cum foret evečtus fumma ad faſtigia folum ,

Senſit onus , renuit quidquid honoris erat.


CAPI
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 301

CAPITULO XVII.

De D. Fr. Joſeph de Lencaſtre , Biſpo de Mi

randa , e Leiria , Inquiſidor Geral deftes


Reynos , Capellao mộr del Rey Dom Pedro
1
11'e do Conſelbo de Eſtado
.

17 Aő fe coſtumaõ herdar com o ſangue as

N 6
virtudes
4 , nem menos ſerem tað igual

mente praticadas nos irmãos , que ſe nað differencem


hum do outro : porém agora veremos, depois do que

temos referido no Capitulo precedente , que nada ce


deo a ſeu irmað o Cardeal D. Veriſſino no exerci

cio das virtudes D. Joſeph de Lencaſtre . Naſceo na


Cidade de Lisboa a 19 de Março do anno de 1621 ,

e foy tambem bautizado na Parochial Igreja de San

tos . Apenas tinha cumprido quinze annos , quando

com generoſa reſoluçað , ſem ter dado parte a ſeus

pays , tomou o habito dos Carmelitas Deſcalços no


Moſteiro de Evora eni 12 de Março de 1636 , don
de ſendo mandado a continuar o noviciado em Lil

boa , profeſſou no Moſteiro de Noſſa Senhora dos

Remedios a 22 de Março de 1637 : vida aſpera eni


en

compreiçaõ debil , lhe originarað algumas enfermida


des ; de forte , que por mitigar o rigor da Regra na
Reforma , nað mudando da Religiaó , paſſou para a

Provincia do Carmo Calçada , e entrou no Moſteiro


Tom . XI. Nn de

&
302 Hiſtoria Genealogica

de Setuval a 13 de Outubro de 1645. Neſta Reli


giað foy Socio , e Secretario da Provincia , ſendo
fie

Provincial o Padre Meſtre Fr. Gaſpar dos Reys ; C

e depois deſte emprego , no anno de 1656 , o man ]

dou a Provincia a Roma , a tratar da Beatificaçað ‫ܐ‬


do Veneravel Condeſtavel D. Nuno Alvares Perei .
1
ra . Foy graduado Preſentado , e Meſtre em Theo
logia , graos para que os ſeus eſtudos o habilitarað

com diſtincça) . A ſua grande peſſoa lembrou ao Pa

pa Alexandre VII. que por motu proprio o nomeaſie


Prior de S. Martinho in Montibus , hum dos Moſtei

ros , que a ſua Religia ) tem na Curia Romana, que

elle regeitou . Depois no Capitulo , que a Religiað


celebrou em Roma a 5 do mez de Jullio de 1666 ,

foy eleito Aſiſtente Geral das Provincias de Portu


gal , e Heſpanha , com o titulo de Provincial de Da
cia . Reſtitulo -ſe à ſua Provincia no anno de 1669 ,

de que foy nomeado Commiſſario Geral pelo ſeu

Reverendiſſimo Padre Geral Fr. Mattheus Orlando ,

Sá , Memorias dos Are à ſua inſtancia o Papa Clemente X. ( coni quem ti


cebiſpos , e Eiſpos do
vera trato no tempo , que eſteve em Roma , e era
Carmo , pag. 266 .
Cardeal) o fez por motu proprio Provincial deſta

Provincia , que nao aceitou , dizendo ſer prejudicial

à Religia ) ſemelhantes exemplos.Porém o Geral o


encarregou do governo da Provincia com o titulo de

Vigario Provincial ; e finalmente foy eleito Provinz

cial no Capitulo de 28 de Abril de 1674 , celebrado

em Lisboa , com todos os votos , que governou com


acerto ; porque foy ſempre obſervante da ſua Regra,
mof
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 303

moſtrando em tudo o que obrava a eſtimaçaõ , que

fazia de a profeſſar , andando a pé , fem entrar em


carruagem , nem uſar de mais diſtincçao , do que a

Religiaõ permittia aos demais fillos ; nem comco fó


ra do Convento , nem ainda em caſa de ſeu irmao .

Eſta vida exemplar , que ſempre obſervou , o fazia

benemerito de grandes Dignidades , que ſobre o ſeu


grande naſcimento nað podia eſquecer ao vigilante
cuidado delRey D. Pedro II . ( entað Principe Re

gente ) com que cuidava na eleiçaõ dos Prelados pa


ra as Igrejas ; elle o nomeou Biſpo de Miranda , de

que ſendo confirmado pelo Santiſſimo Padre Inno ,

cencio XI . lhe forað expedidas Bullas a 26 do mez

de Abril de 1677 : foy ſagrado no Moſteiro do Car- Catalogo dos Biſpos de


mo de Lisboa por ſeu irmao D. Veriſſimo, Arcebiſpo da Academia do casino

Primaz , em 25 de Junho do meſmo anno , aſſiſtentes de 1721.

D. Eſteva ) Brioſo de Figueiredo , Biſpo de Pernani


buco , e depois do Funchal, e D. Fr. Chriſtovaŭ de

Almeida , Biſpo Titular de Martyria . Foy elle huni

dos Biſpos , que em Coimbra aſſiſtira ) à primeira Traf


ladaçað , que ſe fez do Corpo da Rainha Santa Ila
bel por ordem do Senhor Rey D. Pedro . Aſſim que Corograf. Poreng. tom.

entrou no ſeu Biſpado o viſitou peſſoalmente , em 1. pag.480.

que fez todas as obrigações de hum verdadeiro Paf


tor. Dentro no Palacio Epiſcopal erigio hum Col

legio com o titulo de S. Joſeph , de que foy muy de

voto , com renda para doze Collegiaes pobres , com


ſeu Meſtre de Grammatica ; e no meſmo Palacio ti

nha claſſe publica de Latim para todos os moradores


Tom. XI. Nnii da
304 Hiſtoria Genealogica

da ſua Dioceſi , que regeo com admiravel pruden


cia , zelo do ſerviço de Deos , e amor das ſuas ove
lhas ; porque era muy compaflivo , e liberal com os

pobres , que com ſaudade ſentirað o ſer promovido


Catalngo dos Biſpos de
Leira da Collecçao da ao Biſpado de Leiria , de que tirando Bullas Apoſto

Academia do anno de licas , tomou poíle aa 2 de Agoſto de 1681 . Neſta


1722 ,
Igreja exercitou o officio de Paſtor com toda a pro
priedade, apaſcentando com as eſmolas, e com a dou

trina , prégando , com grande edificaçaõ da ſua Dio

ceſi , por niuitas vezes na ſua Sé , viſitando o Biſpa


do , arrancando abuſos , e plantando ſantos coſtumes,

que fortificava com os Operarios Euangelicos, que

continuamente andava ) trabalhando naquella Dioce


fi. ElRey D. Pedro , que tinha alto conceito das

virtudes deſte Prelado , por morte de ſeu irmað o no


meou Inquiſidor Geral , de que lhe paſſou Bullas o

Papa Innocencio XII. em o primeiro de Julho de


1693 , de que tomou poſle em 20 de Outubro do meſ

mo anno , e depois em o anno de 1702 o fez feu Ca

pellaõ môr , de que lhe mandou paſſar Carta a 17 de

Janeiro do referido anno ; e ultimamente o nomeou

o meſmo Rey a 31 de Mayo de 1704 do ſeu Conſe

lho de Eſtado, na promoçaõ que fez de Miniſtros de


Eſtado , achando - ſe em Santarem . Foy o Biſpo D.

Fr. Joſeph de Lencaſtre ornado de grandes virtudes ;


em todas eſtas grandes occupações ſe portou com

modeſtia religioſa. Todos os dias celebrava o San


to Sacrificio da Miſſa , o que fazia com devoçað , e

copioſas lagrimas; depois da qual rezava o Terço do


Roſa
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 305

Roſario com a ſua familia . Nunca quiz deixar de


fatisfazer com as obrigações de Religioſo ; pelo que

jejuava os jejuns da Regra Carmelitana : nað havia

dia algum , que nað tiveſſe oraçað , e na ſemana tres

vezes diſciplina , nas ſeguindas , quartas , e ſextas fei

ras ; porém de forte acautelado , que nað ſe perce

bia ; a que ajuntava outras muitas particulares morti

ficações , e penitencias. Era a ſua familia muy refor

mada , e modeſta , com quem ſempre comeo em ti

nello , tendo hum pobre mendigo à ſua mao direita ,

a quem elle ſervia os pratos : a ſua caſa limpa , mas

ſem oſtentaçao ; porque nað tinha de valor mais que


livros , cortinas de lãa , nem elle veſtio nunca outra

couſa , que nao foſſe lāa ; em tudo moſtrava , que era

Religioſo , e reformado : dormia em huma barra po

bre de pinho, e tinha hum leito concertado com o pa


ramento de ſerafina roxa , e a colcha rica era de hu

ma palha fina de Angola. ElRey D. Pedro nos dias ,

que hia ao Palacio da Inquiſiçaõ , por adorar a San

tiſſima Imagem do Senhor chamado dos Pofos , na

Prociſſa ) da ſegunda ſexta feira da Quareſma , tinha


a curioſidade de ver o pobre ornato daquella cama de

eſtado , de que muito ſe edificava , da qual nað fe

ſervia , ſe naõ nas occaſioens , que por moleſtia havia

de receber viſitas. Teve grande talento para os ne

gocios politicos , que comprehendia com admiravel

percepçaõ , votando ſingularmente nas materias de

Eſtado; de ſorte , que o ſeu voto era de grande pon

deraçaõ aos demais Miniſtros : a hum , fem controver


fia
ia Genealogica
306 Hiſtor

fia grande em tudo daquelle tempo , que foy o Du


que de Cadaval D. Nuno , o ouvi muitas vezes . Era

de anino compaſſivo , e tað eſmoler , que a reſerva,


que fez do Biſpado de Leiria , quando o renunciou

para ſer Inquiſidor Geral, ficava no meſmo Biſpado

em ordinarias , e eſmolas , com que ſoccorria viuvas


honradas , recolhidas , e a outras peſſoas nobres , e
neceſſitadas . Finalmente nelle concorrerað todas as

virtudes de hum grande Prelado , e de hum grande


Senior , como elle foy , com coraçað candido, mas

prudente , com notavel conſtancia , e nao menos affa


bilidade , Letrado , e virtuoſo , de que foy piamente

receber o premio eterno , fortalecido com os Sacra

mentos , que recebeo com grande devoçaõ ; clieyo


de annos , e merecimentos , faleceo a 13 de Setembro

de 1705. Aberto o ſeu Teſtamento ſe achou cheyo


de diſpoſições pias , e devotas , ordenando que foſſe

enterrado , ſem pompa alguma , na Capella do Novi


ciado dos Carmelitas Deſcalços de Lisboa , para def

cançar eternamente com aquelles , que tanto amara


na vida , e donde aprendera as virtudes , que tanto
ſoube exercitar. Jaz em ſepultura raza no meyo da

Capella , onde em huma pedra lhe puzerað o ſeguin


te Epitafio :

Aqui deſcança o Illustriſſimo , e Reve

rendiffimo Senhor Dom Fr. Foſeph de

Lancastro , Religioſo profeſo Carmeli


,
"
*
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 307

ta Deſcalço neste Santo Noviciado de

Noſa Senhora dos Remedios , e depois

de muitos annos paſlado à Familia dus

Obfervantes. Foy Provincial, e com

miſſario Geral , de donde ſahio para

Biſpo de Miranda , e de Leiria , e ul

timamente Inquiſidor Geral , e Capella7

môr del
Rey D. Pedro ll. e do ſeu Con

ſelbo de Eſtado. Faleceo em 13 de Se


tembro de 1705 .

11

1
CAPITULO XVIII .

De Dom Pedro de Lencaſtre , Il. Conde de

Figueiró, &c.

1
17 Að ſuccedeo D. Pedro de Lencaſtre na
1
N
Caſa , e na Dignidade de Commendador
môr de Aviz ; porque anticipando - ſelhe amorte , aca

bou a vida primeiro , que ſeu pay : porém ſuccedeo


na de feu tio Franciſco de Vaſconcellos , I. Conde de

Figueiró , que morreo em Madrid no anno de 1653 ,

como neto de Manoel de Vaſconcellos , Regedor

das Juſtiças , do Conſelho de Eſtado em Madrid ,


1
Commendador de Izeda na Orden de Chriſto , Se
1
nhor do Morgado de Eſporað em Evora . Foy D.
Pedro
a
308 ria logic
Hiſto Genea

Pedro recebido à moradia de Moço Fidalgo por Al

vará de 7 de Fevereiro de 1625 , em que ElRey diz :

A Dom Joao da Silva , meu Mordomo môr , hey por

bem fazer merce a D. Pedro de Lencaſtre , filho de

D. Franciſco Luiz de Lencahre, meu muito amado,

e prezado Sobrinho , de o tomar por Moço Fidalgo,

com o foro , e moradia , que pelo dito Jeu pay lhe per
tence , o'c . Sem embargo de D. Pedro nað ſucce

der na Caſa de Figueiró , que era da Condeſſa Dona

Anna de Menezes e Vaſconcellos, mulher de ſeu tio

ol . Conde , lhe ſuccedeo no Condado por merce del

Rey D. Joað IV . attendendo à grande qualidade de


D. Pedro , de que lhe paſſou Carta a 19 de Mayo do
anno de 1654 , e foy Senhor de Villa -Nova de Faf

coa , e do Morgado de Eſporað . No anno em que


o meſmo Rey , como diſlenios , inſtituîo o Tribunal

da Junta dos Tres Eſtados , foy o Conde de Figuei


ró hum dos primeiros Miniſtros , que nelle houve : e
pelo ſeu caſamento foy Senhor de Goes , e do Con
dado de Sortelha. Morreo a 21 de Julho de 1658 .

Foy depoſitado na Igreja de Noſſa Senhora dos Re

medios dos Carmelitas Deſcalços , donde foy traslada


do para a Capella mòr de S. Joao de Setuval , enter
ro da ſua Cala.

Cafou em vida de ſeu pay em 16 de Fevereiro de

1630 com a Condeſfà D. Magdalena de Lencaſtre ,


faleceo em
que em 5 de Dezembro de 1649 , e jaz na

Igreja do Moſteiro da Eſperança de Lisboa . Era fi

lha ſegunda de D. Luiz da Sylveira , III . Conde de


Sorte
7

da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 309

Sortelha , e Guarda môr da peſſoa delRey , e de ſua


mulher Dona Maria de Villena , Condeſſa de Villa

Nova ; veyo a Condeſſa D. Magdalena a herdar a

Caſa de ſeu pay por morte de ſua irmãa mais vellia


a Condeſſa de Villa -Nova D. Branca de Vilhena da

Sylveira ; ſuccedeo nas terras , Morgados, e mais Se

nhorios da Caſa de Sortelha; e deſte matrimonio naf

cerað os filhos ſeguintes:


18 D. JOSEPH DE LENCASTRE , III . Conde

de Figueiró , como ſe verá no Capitulo XIX .


18 D. LUIZ DE LENCASTRE , IV . Conde de

Villa -Nova , Capitulo XX .


18 D. MARIA DE LENCASTRE , a quen a na

tureza dotou de fermoſura , e ſem ter elegido eſtado,


acabou na flor da idade em o primeiro de Outubro de

1657 ; e jaz com ſua mãy no Moſteiro da Eſperança


de Lisboa .

Tom . XI. Oo A Con


!
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 313

CAPITULO XIX .

De D. Joſeph Luiz de Lencafire , III. Conde

de Figueiró, Commendador môr de Aviz .

18 Aſceo na Cidade de Evora , e foy bauti


N zado na Cathedral daquella Cidade em
27 de Agoſto do anno de 1639 , ſendo ſeu Padrinho

ſeu tio Ď . Veriſſimo de Lencaſtre , e Madrinha ſua

avó D. Filippa de Mendoça : ſuccedeo na Caſa de

ſeu pay , e foy III . Conde de Figueiró , de que ſe lhe

paſſou Carta a 29 de Setembro de 1658 ; declarando 1

ſe fer a terceira vida , com que eſta merce fora feita


a Manoel de Vaſconcellos feu viſavô , ſendo a primei

ra ſeu fillio Franciſco de Vaſconcellos ; e que nas ou

tras duas entraria ) ſeus deſcendentes , ou as peſſoas,

que em falta delles ſuccedeſſem na Cafa. Teve a

Dignidade de Commendador môr da Orden de Aviz,

de que tirou Carta a 17 de Outubro de 1673 , e as


mais Commendas , e Alcaidarias móres, que poſlubio

ſeu avô : e tendo ſuccedido por morte da Condeſa

ſua mãy na Caſa de Sortelha , veyo por morte de ſua


5
avó materna a ſucceder no Condado de Villa -Nova
1
de Portimað ; e engroſſando em rendas a ſua grande
1
Caſa , por recalirem nella duas tað illuſtres , veyo a

ſer huma das mais ricas , e poderoſas do Reyno. Foy

Deputado da Junta dos Tres Eſtados , e Preſidente


do
314 Hiſtoria Genealogics

do Senado da Caniera ; e morreo en Lisboa a 1 de

Dezembro de 1687. A devoçað o fez deixar o en

terro dos ſeus mayores , mandando - ſe fepultar na ſua

Parochia de Santos, na Capella de Noſſa Senhora da


Saude , onde jaz .

Caſou em 31 de Julho de 1664 com a Condeſſa D.

Filippa de Vilhena , huma das Senhoras mais magni

ficas 110 trato , e grandeza da Caſa , que teve a Cor


te : faleceo a 15 de Dezembro de 1688. Era filla de

Joao Rodrigues de Sá , Conde de Penaguiao , Came

reiro môr , e do Conſelho de Eſtado delRey D. Joað


IV . e de ſua mulher a Condeſſa D. Luiza Maria de

Faro : porém deſta eſclarecida uniao nað tiverað fi

lhos . E jaz na dita Capella da Igreja de Santos com


o Conde ſeu marido , onde ſe conſerva eſta memo
ria :

Neſta Capella ſe mandarao enterrar D.

Foſeph de Lencaſtre , Conde de Figuei

ró , e a Condeſa D. Filippa de Vilhe

na ſua mulber , pela ſingular devoçaõ,

que ſempre tiverao a eſta Santa Ima

gem da Virgem Senhora noſſa.

CAPI
da Caſa Real Portug. Liv . Xl. 315

CAPITULO XX .

DeD. Luiz de Lencaſtre , IV . Conde de Villa

Nova de Portimao , Commendador môr

de Aviz .

18 A eſclarecida uniao de D. Pedro de Len

D caſtre , e D. Magdalena de Lencaſtre ,

II . Condes de Figueiró , foy o ſegundo filho D. Luiz


de Lencaſtre , que naſceo em Azeitað en hum Sab

· bado do mez de Mayo de 1644. ElRey D. Affon

fo VI. por ſeu Alvará de 17 de Setembro de 1666 ,

accreſcentando- o do foro de Moço Fidalgo , diz : Fa

ço inerce de Fidalgo Eſcudeiro , e Fidalgo Cavalleiro

a D. Luiz de Lencaſtre com a moradia , que teve feu

Avô Dom Franciſco Luiz , meu muito amado Sobri


nho , filho de D. Luiz de Lencofre , meu muito ama

do Sobrinho. Eſte tratamento de parenteſco com a

Caſa Real , expreſſara ) os Reys ainda em ſeu avó ,


como referimos.

Nav teve ſucceffio , como temos viſo no Ca

pitulo precedente , o Conde de Figueiró ſeu irmao :


pelo que D. Luiz lhe ſuccedeo em toda a Caſa , e

Morgados , que por elle vagarað , nenos os bens da

Coroa , que eraõ muitos ; porque neſtes , em huns lhe

faltavaõ as vidas , e outros erað incluidos na Ley Men


tal ; e ſomente ſe lhe conſeryou o Senhorio de Villa
Nova
a
316 Hiſtoria Genealogic

2
Nova de Faſcoa por ſer de juro , e ter huma vida fó

ra da Ley Mental, de que ſe lhe paſſou Carta a 5


de Novembro de 1688 por merce delRey D. Pedro ;
pela qual foy tambem IV. Conde de Villa -Nova de

Portimao , Commendador môr da Ordem de Aviz ,


fe a
e das Commendas , e Alcaidarias móres , de quc
n
lhe paſſara ) Cartas a 27 de Agoſto de 1688 , em que

diz : Por aver reſpeito às duas vidas , em que fia Avó

foy deſpachada , e eſtar huma por verificar. Morreo


em o primeiro de Janeiro de 1704 , e jaz na Paro

chia de Santos , na meſma Capella do Conde ſeu ir


mao .

Caſou em 15 de Fevereiro de 1694 com D. Magda


lena Thereſa de Noronha , Dama da Rainha D. Ma

ria Sofia , filha de D. Eſtevaõ de Menezes ,‫ ܕ‬Senhor


da Caſa de Tarouca , e de D. Helena de Noronha

ſua mulher ; e deixando a ſucceſfað , que diremos ,

morreo a 26 de Dezembro de 1701 ; e foy ſepultada


na meſma Capella da Igreja de Santos , onde eſtá ſeu
marido. Forað ſeus filhos

19 D. PEDRO DE LENCASTRE , que naſceo ,

e morreo em 23 de Março de 1696.


19 D. PEDRO DE LENCASTRE , V. Conde de

Villa -Nova , como ſe verá no Capitulo XXI.

19 D. MARIA DE LENCASTRE naíceo a 17 de


Abril de 1698 , caſou em 25 de Fevereiro de 1715
com D. Pedro de Almeida , III. Conde de Affumar ,

el . Marquez de Caſtello -Novo , Vice-Rey, e Ca

pitað General do Eſtado da India , para onde partio


a -9
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 317

a 29 de Março de 1744 ; e da ſua ſucceſſað já de

mos noticia em ſeu proprio lugar a pag . 818 do To


nio X.

19 D. FRANCISCO JOSEPH DE LENCASTRE

naſceo a 14 de Agoſto de 1699 , em quem defeituoſa


a natureza , o fez incapaz de trato , por ſer enfermo

no juizo.

19 D. HELENA DE LENCASTRE naſceo a 25

de Outubro do anno de 1700 , e caſou em 13 de Agoſ

to de 1713 com D. Joað Maſcarenhas , III. Marquez


de Fronteira , e IV . Conde da Torre , como em ou

tra parte fica dito a pag . 472 do Tomo IX . de quem


naſceo D. MARIA a 23 de Setembro de 1738 , que
faleceo de tenra idade .

19 D. THERESA DE LENCASTRE , que foy a

ultinia , naſceo a 10 de Dezembro do anno de 1701 ,

e caſou em 24 de Setembro de 1719 com D. Franciſ


co Maſcarenhas, III . Conde de Coculim , como já

temos em outra parte cſcrito a pag . 246 do Tomo V.

A Con

319

D. Duarte de Mene -Sporco de Menezes , XVII.CO.


vernador de Tangere, Comendador
de Albufeira da Ordem de Santiago.
de Tarouca , Vice. 20.D. Luiza de Caſtro .
S Rey da India , nal
D. Luiz de Mene
zes , Il. Conde de ceo em Tangere a6 S Pingo da Sylva, Senhor de Vagos,
de Dezembro 1537. Regedor das Juſtiças.
Tarouca , Gover
nador de Tange D. Leonor da Sylva. (
2 D, Antonia de Vilhena.
re , em Outu .
Dom Duarte de
bro de 1614 . Slorge Moniz , Senhor de Ange .
ja , & c.
Menezes Vaſco Martins Mo
Conde de Ta D. Lourença Hen
riques , ſegunda niz , !V. Senhor de D. Leonor Henriques..
rouca, Angeja , & c.
mulher, D. Fernando de Noronha , Capicaó
D. Violante de Me- de Azamor. ,
Dom Eftevao nezes, 2 D. Joanna de Menezes.
de Menezes ,
D. Fernando de Faro , Senb. do Via
Senh. da Ca.
ſa de Tarou miciro , Mordomo môr da Rainha
Dom Diniz de Faro ,
ca , Deputa D , Catharina , * a 9 de Jan. 1552 , 1
Commendador de
1
D. Iſabel de Mello , * em 1963 .
28
do da Junta Moras na Ordem de
D. Eftevao de Fa .
dos Tres El
tados. ro , I. Conde de Chriſto ,*a 12 de Jozó Alvares Caminha.
Dezembro de 1 574
Faro , do Conſe .
D. Luiza Cabral D. Iſabel Cabral, 1
A Condella D. lho de Eſtado ,
Luiza
La de Caltro.
Comade Charles a 12 de Fevereiro D. Rodrigo Lobo, 11. Baraó de Al
de 1628 . D. Joao Lobo , IV . vito , do Conſelho del Rey D. Joao
A Condella Dona
Baraó de Alvito , do Nile Védor da Fazenda .
A Condeſ Guiomar de Cai Dona Guiomar de Caſtro ,
la D.Maze tro , * a 7 de Ou Conſelho de Eſtado,
Védor da Fazenda, D. Joao Maſcarenhas , Capitao dos
daken. Theo bro de 1620.
A Baroneza D. Leo. Ginetes delRey D. Manoel , Senhor
rela de No
de Lavre.
ronh, mul,
de D. Luiz D.
de Lencal
tre > Iy . SD. Leao de Noronha.
D. Thomas de No
Conde de ronha, 20. Branca de Caſtro. 1
Villa No
D. Marcos de No. D. Gil Eannes da Coſta , Védor da
va.
rooha . Fazenda , do Conſelho de Eltado ,
D. Helena da Sylva.. 2 . Sema a da Sylva.
e Deſpacn
ho .
D. Joanna .
D. Thomas de D. Duarte da Costa, Armeiro mor ,
Noronha , Ill. D. Franciſco da CorS Governador do Braſil , Preſidente
Conde dos Ar ra , Embaixador a do Senado da Camera ,
D. Maria Henri
COS. Marrocos , anno de 20. Maria de Mendoça.
ques.
Dona Joanna Henri - S Gonçalo Pinto ,Senhor de Ferreis
ques.
D. Violante Henriques.
D. Helena de Luiz de Brito , IV. Viſconde de
Noronha. D. Lourenço de Bri .
to Nogueira eLima , Villa - Nova da Cerveira.
Vil. Viſconde de Z A Viſcondella D. Ignez de Lima,
Villa- Nova da Cer :
D. Luiz de Brito , veira , do Conſelho Luiz de Alcaçova Carneiro , Senhor
A Condefra D.
Viſconde de Villa .
Magdalena de de Figueiró.
Nova de Cerveira , vi fc
Borbon , legun . da en de nta Do na 2 D. Antonia de Tavora .
1. Conde dos Are Luiza de Tavora,
da mulher, COS , * a 24 de
Junho de 1647. S Antonio de Sardaillac , Baraó de
Franciſco de Carda . la Chapelle ,
A Condella Vito illac , Baraó de la A Baroneza Victoria de Aquino .
ria de Cardaillac , Chapelle .
A Baroneza Magda . S Lavrique de Borbon , Viſconde de
lena de Borbon .
A Viſcondella Franciſca de Miri
mmo
2 onni,
te

Tom . XI. CAPI


-
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 321

CAPITULO XXI.

De D. Pedro de Lencaſtre , V. Conde de Villa

Nova , ell.Commendador môr de Aviz .

19 O anno de 1697 a 4 de Abril naſceo D.

NO
Pedro de Lencaſtre Sylveira Valente Cal
tellobránco Vaſconcellos Barreto e Menezes , em

quem a obrigaçao de tantos Morgados unio tantos


4
e tað illuſtres appellidos. Succedeo em toda a Caſa

de ſeu pay , quando ainda nao tinha cumprido fete

annos , ficando por ſeu tutor aquelle virtuoſo Prela

do o Biſpo Inquiſidor Geral ſeu tio , que em ſua vi

da tratou o ſeu caſamento , nomeando por ſeu tutor

a ſeu futuro ſogro , debaixo de cujas prudentes ma

ximas foy educado . He V. Conde de Villa -Nova

por Carta de 5 de Fevereiro de 1904 , VI. Com


mendador niôr da Ordem de Aviz na ſua Caſa , e
Conmendador das Comnendas de Alcanede , Eſtre

moz , Veiros, e Landroal , todas na dita Ordem , e


1
Alcaide môr dos Caſtellos de Aviz , Veiros , Lan

droal, Cabeçaõ , Benavilla , Alcanede , e Pernes , Se


nhor das Villas de Goes , Salriza , Villa Nova de Faf

coa , e das Caſas de Villa -Nova de Portimað , e de

Sortellia , Senhor dos Morgados da Povoa , de Expo


3
1
porað , Oliveira do Conde , Goes , Pedra -Alçada ,

Marvilla , Valverde , Algarve , Alcochete , e Ma


Tom. XI. Pp fra ,
322 Historia Genealogica

fra , e Senhor dos Padroados das Igrejas de Sanpayo

de Villa -Verde , S. Thomé de Cabella , S. Salvador

de Ruivaens , Santa Margarida de Colzada , Santia

go de Tremes , S. Vicente de Souſa , Santa Maria

de Idens , e da Collegiada , e Vigairarias de Santa


Maria de Goes , Santa Maria de Correllos , S. Pedro

da Varzea , S. Pedro de Oliveira de Conde , S. Chrif


tovaõ de Cabanas. A Providencia Divina , que o

fez Senhor de huma tað grande Caſa , deixou que a

natureza próvida lhe déſe huma gentil , e agradavel

preſença , de corpo agigantado ; mas com proporçað


tað armonioſa , que o faz biſarro , a que unio partes

de grande Senhor , magnificencia no trato da ſua Ca

ſa , e prudencia em dirigir as ſuas acções ; goſtando


dos exercicios , que fað preciſos, e como neceſſarios ,

nas peſſoas do ſeu alto naſcimento ; uſando do ma


nejos dos cavallos , da caça , e outros exercicios , a

que o leva mais que o divertimento , a ſatisfaçao da

amiſade , do que o genio mais dado à liçaõ dos li

vros : principalmente da Hiſtoria , que leo com goſto,


he a parte Genealogica a mais favorecida ; e em hu

ma , e outra he bem inſtruido ; porque com memoria


prompta ſe ſabe ſervir das occaſioens , em que brillia

com modeſtia. No anno de 1729 , quando as Mageſ


tades Portuguezas paſſara ) à Provincia de Alentejo
para ſe verem no Caya com as Mageſtades Catholi

cas , foy o Conde hum dos Senhores, que ſe acha


rað neſta mageſtoſa juncçaõ com magnifico trem , e

acompanhado de luzida familia. No anno de 1744


foy
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 323

foy feito Deputado da Junta dos Tres Eſtados , que

exercita com preſtimo , e pontualidade ; porque cor

correm nelle partes de vir a ſer hum grande Miniſ


tro .

Caſou em 29 de Outubro de 1711 com D. Maria So

fia de Lencaſtre , filha de D. Rodrigo Pedro Eannes

de Sá , Marquez de Abrantes , e de Fontes ; e da


Marqueza Dona Ilabel de Lorena ſua mulher : def
ta eſclarecida uniao teve

20 D. ISABEL DE LENCASTRE , com quem ſe

continúa.

20 D. MAGDALENA DE LENCASTRE naſceo

a 25 de Junho de 1714 .
20 D. ANNA DE LENCASTRE naſceo a 26 de

Setembro de 1716 , caſou em 8 de Outubro de 1737

com ſeu primo com irmao Dom Fernando Mafcare

nhas, fillio dos III. Marquezes de Fronteira , de quem

teve D. MARIA , que naſceo a 23 de Setembro de

1738 , e viveo poucos mezes ; e ſua mãy faleceo a 6


de Setembro de 1739 .

20 D. IGNEZ ANDREZA DE LENCASTRE nal

ceo a 4 de Fevereiro do anno de 1717 , e morreo em

Agoſto do anno ſeguinte .


20 D. ISABEL DE LENCASTRE naſceo a 2 de

Abril de 1713 : cafou , como preſumptiva herdeira

deſta grande Caſa, com Manoel Rafael de Tavo

ra , Capitað de Cavallos na Provincia de Alentejo , fi

lho dos II . Condes de Alvor , a qual faleceo a 26 de

Fevereiro de 1742 ; e deſta eſclarecida uniao he unico


Tom . XI. Ppii D.
324 Hiſtoria Genealogica

21 D. Joseph MARIA GREGORIO FRANCIS

co XAVIER DE LENCASTRE naſceo a 15 de Feve

reiro do referido anno de 1742 , que he preſumpti


vo herdeiro da Caſa de ſeu avô.

..

A Con
325

Franciſco de sí es hermanos Rodriguez de Sá,


I. Condede

de Penguiaó . Ca 2 conden De llabel de Mendoça.


Joao Rodriguez de mereiro n ôr , * em Joao Gonçalves da Camera , Conde
Sa , Ill . Conde de 15 de Agoſto 1647 . de Atouguia , em Abril de 1628 .
S :
Penaguiao, Came: A Condella D. Joan. A Condella D.Maria de Cadro , *
reiro môr delRey na de Caitro .
2 a 25 de Mayo de 1832 .
Dom Joao IV . do
Franciſco de Sá
Conſelho de El.
de Menezes , 1. S de
tado , & c. * em
Marq. de Fon
1058 .
IV . Condede Atouguia ,2 A Condeſa D. Maria de Caſtro.
A Conde la Dona Senhor de Piniche ,
de Penaguiao , D. Jeronymo Coutinho , do Coolea
Luiza de Faro. * em 1639
Camereiro môr Iho de Eſtado , * cm 22 de Julho
A Condeſſa D. Filip
delRey D. Af de 16 30.
pa de Vilhena,
Rodrig. Ean fonſo VI. * em 2 D. Luiza de Faro ,
nes de Sá e . 1677 . D. Joao de Lencaſtre , Commenda
Menezes, III . dor de Coruche.
Marquez de
Fontes , I, de D. Lourenço de Len: 2 D. Paula da Sylva.
.
caſtre , Commenda
Abranu. Gen. Dom Rodrigo de dor de Coruche. Ruy Telles de Menezes, Senhor de
til- bomem da Lencaſtre , Com D. Ignez de Noro Unhao .
Camera del A Marqueza D. mendador de Co nha,
Rey D. Joao Joanoa de Len ruche na Ordem D. Marianna da Sylveira,,
V. Jeu Védor caſtre,
de Aviz , * em Diogo da Sylva , X , Senhor de Va .
da Fazenda ,
1657. Joao da Sylva Tello , gose
Embaixad . a
Roma, e Ma D. Margarida de Menezes,
drid , * a 30
D. Ignez de Noro . XI. Senhor de Va:. 2
1. CondedeAveiras
nha
de Abril de gos , 1651. Ruy
A Condelo A Condella D. Ma Unhaó.
la D. Ma 1733
ria de Caſtro .
ria Sofia de .
Lencaſtre ,
D. Nuno Alvares Pe . Franciſco de Mello , II. Marquez
mulher de
de Ferreira , e Conde de Tentugal ,
D. Pedro , reira de Mello , Ill.
* em Dezembro de 1988.
V. Conde Franciſco de Mel Conde de Tentugal ,
lo , Ill. Marquez A Senhora D. Eugenia.
de Villa * a 28 de Feverei .
Nova , de Ferreira , iv . ro de 1997 . D. Rodrigo de Moſcoſo Oſorio , V.
Conde de Tenta . A Condeſa D. Ma . Conde de Altamira.
gal , do Conſelho rianna de Caltro , * N.
Dom Nono Al de Eſtado , & c. * a 20 de Jan. 1626 .
vares Pereira de a 17 de Março de D. Henrique Pimentel , III . Mare
D. Antonio Pimen: quez de Tavera.
Mello 1645
que do ,Cada
I. Du
val , A Marqueza Dona tel , IV.Marquez de Å Marqucza Dona Joanna de To .
GJoanna Pimentel, Tavera Vice -Rey ledo,
IV. Marquez de
* 211 de Setem de Valença , * a 28 D. Lopo de Moſcoſo , VI. Conde
Ferreir. V. Con
bro de 1657. de Março de 1627 . de Altamira , & c. * ais de Des
A Marqueza de de Tentugal, A Marqueza Dilla. zembro de 1636.
D. Iſabel de do Conſelho de
bel de Moſcoſo . A Condella D. Leonor de Sandoval.
Lorena , * a Eſtado , & c. *
Carlos de Lorena, I. do nome , Du .
26 de Nov. em 29 de Janei Carlos de Lorena
de 1699 ro de 1727 que de Elbeuf , & c. * em 1605 .
A Duqueza Margarida Chaboi , *
Cavalleiro das Or? 28 29 de Setembro de 1652.
A Duqueza D. Franciſco de Lo dens delRey , & c. * Henrique IV . Rey de França , * a
rena , Conde de a 5 de Nov. 1675 .
Maria Angelica Harcourt , de Ri 14 deMayo de 1610,
Henriqueta de A Duqueza Herrio Gabriella de F.ftreés , Duqueza de
CUX > &c. * em queta , legitimada de Bocaufort.
Lorena , * a 7 27 de Junho de França.
de Julho 1674. Affonſo Corſe de Ornano , Mari
1694.
chal de França.
Anna de Orna Henrique Franciſco
no , Condella de
Affonſo de Ornano, Margarida Luiza de Gralle, Senho
Montſor , * em Marquez de Mau.
Setemb , de 1695. bec , & c.
A Marqueza Mar. Luiz Raymundo , Conde de Mont
ſor,
.

TABO
A
Tom . XI.
|
mctMTIU .

D. Fr. Joſeph de Lencaſtre , Frade Care Dona Marianna de )


XVII Dom Luiz D. Mimelita , Biſpo de Miranda , e de Lei Lencaſtre caſou com
de Lencaſ Doin Joao de Caſtro,
de Leiria , Inquilidor Geral de Fortugal, do
tre , * me Almirante de tortu.
tre, * Confello deEttado , Capeliao môc del
nino. nino, Rey D. Pedru ll. * a 13 de Setembro gal , Senhor de Re,
de 1706 ris .

Dom Joſeph Luiz de Fommendador môr da Dona Maria de Lencaltre ,


* na flor da idade ſem ela
XVIII Iha , e Villa -Nova de Focs, & c. * emo
o pri
tado no primeiro de Oulu
zembro de 1687. Ca bro de 1657 .
de Joao Rodrigues de sıca , * em 26 de De

de Dezembro de 1688.

Lencaſtre , naíceo a D. Thereſa de Lencaſtre , naſceo a


Dom Pedro de
XIX Lencaltrenal

!
à

.
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 321

CAPITULO XXI.

De D. Pedro de Lencaſtre , V. Conde de Villa

Nova , e Vl. Commendador môr de Aviz.

* 19 O anno de 1697 a 4 de Abril naſceo D.

Pedro de Lencaſtre Sylveira Valente Cala

tellobránco Vaſconcellos Barreto e Menezes , em

quem a obrigação de tantos Morgados unio tantos ,

e tað illuſtres appellidos. Succedeo em toda a Caſa

de ſeu pay , quando ainda nað tinha cumprido ſete

annos , ficando por ſeu tutor aquelle virtuoſo Prela

do o Biſpo Inquiſidor Geral ſeu tio , que em ſua vi

da tratou o ſeu caſamento , nomeando por ſeu tutor

a ſeu futuro ſogro , debaixo de cujas prudentes ma

ximas foy educado . He V. Conde de Villa -Nova

por Carta de 5 de Fevereiro de 1704 , VI. Com

mendador môr da Ordem de Aviz na ſua Caſa , e

Conimendador das Comniendas de Alcanede , Efre

moz , Veiros , e Landroal , todas na dita Ordem , e


Alcaide mòr dos Caſtellos de Aviz , Veiros , Lan

droal, Cabeçaõ , Benavilla , Alcanede , e Pernes , Se

nhor das Villas de Goes , Salriza , Villa -Nova de Faf


coa , e das Caſas de Villa -Nova de Portimañ , e de

Sortella , Senhor dos Morgados da Povoa , de Expo

porað , Oliveira do Conde , Goes , Pedra- Alçada ,

Marvila , Valverde , Algarve , Alcochete , e Ma


Tom. XI. Pp fra ,
-

da Caſa Real Portug. Liv. XI. 313

CAPITULO XIX .

De D. Foſeph Luiz de Lencafire , IlI. Conde

de Figueiró, Commendador môr de Aviz.

18 Aſceo na Cidade de Evora , e foy bauti


* N zado na Cathedral daquella Cidade em
27 de Agoſto do anno de 1639 , ſendo ſeu Padrinho

ſeu tio Ď. Veriſſimo de Lencaſtre , e Madrinha ſua

avó D. Filippa de Mendoça : ſuccedeo na Caſa de


ſe lhe
ſeu pay , e foy III . Conde de Figueiró , de que

paſſou Carta a 29 de Setembro de 1658 ; declarando 1


1
ſe ſer a terceira vida , com que eſta merce fora feita
a Manoel de Vaſconcellos ſeu viſavô , ſendo a primei

ra ſeu fillo Franciſco de Vaſconcellos; e que nas ou

tras duas entraria ) ſeus deſcendentes , ou as peſſoas,

que em falta delles ſuccedeſſem na Cafa . Teve a

Dignidade de Commendador môr da Ordeni de Aviz ,

de que tirou Carta a 17 de Outubro de 1673 , e as


1
mais Commendas , e Alcaidarias móres, que poſſulio

ſeu avô : e tendo ſuccedido por morte da Condeſa


ſua mãy na Caſa de Sortelha , veyo por morte de ſua
avó materna a ſucceder no Condado de Villa -Nova

de Portimað ; e engroſſando em rendas a ſua grande


Caſa , por recalirem nella duas tað illuſtres , veyo a

ſer huma das mais ricas , e poderoſas do Reyno. Foy

Deputado da Junta dos Tres Eſtados , e Preſidente


do
302 Hiſtoria Genealogica

de Setuval a 13 de Outubro de 1645. Neſta Reli


giaõ foy Socio , e Secretario da Provincia , ſendo

Provincial o Padre Meſtre Fr. Gaſpar dos Reys ;


e
e depois deſte emprego , no anno de 1656 , o man

dou a Provincia a Roma , a tratar da Beatificaçað


do Veneravel Condeſtavel D. Nuno Alvares Perei

ra . Foy graduado Preſentado , e Meſtre em Theo


logia , graos para que os ſeus eſtudos o habilitarað

com diſtincçao. A ſua grande peſſoa lembrou ao Pa

pa Alexandre VII . que por motu proprio o nomeaſſe


Prior de S. Martinho in Montibus , hum dos Moſtei

ros , que a ſua Religiaõ tem naCuria Romana , que

elle regeitou . Depois no Capitulo , que a Religia )


celebrou em Roma a 5 do mez de Julho de 1666 ,
foy eleito Aſiſtente Geral das Provincias de Portu
gal , e Heſpanha , com o titulo de Provincial de Da
cia . Reſtituîo -ſe à ſua Provincia no anno de 1669 ,

de que foy nomeado Commiſſario Geral pelo ſeu


Reverendiſſimo Padre Geral Fr. Mattheus Orlando ,

Sá , Memorias dosAre à ſua inſtancia o Papa Clemente X. ( com quem ti


sebiſpos , e Biſpos do
vera trato no tempo , que eſteve em Roma , e era
Carmo , pag. 266 .
Cardeal ) o fez por notu proprio Provincial deſta

Provincia , que nao aceitou , dizendo ſer prejudicial

à Religiaõ ſemelhantes exemplos. Porém o Geral o


encarregou do governo da Provincia com o titulo de

Vigario Provincial ; e finalmente foy eleito Proviz

cial no Capitulo de 28 de Abril de 1674 , celebrado


em Lisboa , com todos os votos , que governou com

acerto ; porque foy ſempre obſervante da ſua Regra,


mof
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 303

moſtrando em tudo o que obrava a eſtimaçað , que

fazia de a profeſfar , andando a pé , ſem entrar em


carruagem , nem uſar de mais diſtincçao , do que a

Religiaó permittia aos demais fillos ; nem comeo fó

ra do Convento , nem ainda em caſa de ſeu irmao .

Eſta vida exemplar , que ſempre obſervou , o fazia

benemerito de grandes Dignidades , que ſobre o ſeu


grande naſcimento nað podia eſquecer ao vigilante

cuidado delRey D. Pedro II. ( entað Principe Re

gente ) com que cuidava na eleiçaõ dos Prelados pa

ra as Igrejas ; elle o nomeou Biſpo de Miranda , de

que ſendo confirmado pelo Santiſſimo Padre Inno

cencio XI . lhe fora ) expedidas Bullas a 26 do mez

de Abril de 1677 : foy ſagrado no Moſteiro do Car- Catalogo dos Biſpos de


mo de Lisboapor ſeu irmao D. Veriſſimo, Arcebiſpo da Academia do casino

Primaz , em 25 de Junho do meſmo anno , aſiſtentes de 1721.

D. Eſteva7 Brioſo de Figueiredo , Biſpo de Pernani


buco , e depois do Funchal, e D. Fr. Chriſtovao de

Almeida , Biſpo Titular de Martyria. Foy elle huni

dos Biſpos, que em Coimbra aſſiſtira ) à primeira Traf


ladaçao , que ſe fez do Corpo da Rainha Santa Iſa
bel por ordem do Senhor Rey D. Pedro. Aſſim que Corograf. Poreng. tom .

entrou no ſeu Biſpado o viſitou peſſoalmente , em 1. pag. 480.

que fez todas as obrigações de lium verdadeiro Paſ


tor. Dentro no Palacio Epiſcopal erigio hum Col

legio com o titulo de S. Jofeph , de que foy muy de

voto, con renda para doze Collegiaes pobres , con


ſeu Meſtre de Grammatica ; e no meſmo Palacio ti

nha claſſe publica de Latim para todos os moradores


Tom . XI. Niii da

1
294 Hiſtoria Genealogica

ſe em 19 de Novembro de 1644 ; foy Inquiſidor da

meſnia Inquiſiçað , em que entrou a 16 de Março de


1649 ; e correndo todas as tres Cadeiras , paſſou pa
ra a primeira da Inquiſiçaõ de Lisboa , de que tomou

poſſe em 7 de Junho do anno de 1660 ; e ſendo pro


moyido a Deputado do Conſelho Geral do Santo Of

ficio , tomou poſſe no primeiro de Abril de 1664 .

Foy do Conſelho delRey , Sumilher da Cortina del

Rey D. Pedro II . que o nomeou Biſpo de Lamego ,

Dignidade , que nao aceitou. Os ſeus grandes mere


cimentos o lembrarað ao meſmo Principe para o ele

ger Arcebiſpo Primaz , e Senhor de Braga , de que

tirando Bullas Apoſtolicas , tomou poſle por ſeu Pro


curador em 8 de Julho de 1671 , e entrou naquella
Auguſta Cidade em 3 de Novembro do meſmo an

no , com grandes demonſtrações de goſto de ſeus no


radores , que havia tantos annos ſe viað ſem Paſtor :

logo tratou viſitar o Arcebiſpado com tanta dili


de
gencia , como caridade , adminiſtrando o Sacramen
e
to da Confirmaçao a innumeraveis peſſoas de hum ,
outro ſexo , e conferindo Ordens . O meſmo fez de

pois na Corte , dando Ordens todos os Domingos , e


dias Santos na ſua Capella a todos os que tinliaõ privi

legios para as tomar extra tempora ; o que era grande


commodidade dos Ordinandos , nað fó deſta Dioce

ſi , mas de todo o Reyno , e ainda dos viſinhos, don

de vinhaõ muitos Heſpanhoes a tomar Ordens a Lif

boa ; o que elle exercitava com tanta ſatisfaçað , que

dizia , que nao fazia favor , mas que o recebia ; e da


meſma
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 295

meſma forte adminiſtrava a todas as peſſoas o Sacra

mento da Confirmaçao , depois de acabar de dar Or

dens. Satisfez todas as obrigações de hun verdadei

ro Prelado ; porque foy pay univerſal daquelles pó


"vos , pela candidez do animo , compaixað , e benig
nidade ; nelle virtudes taó naturaes , que para to

dos era igual , e ſem differença : e tendo renuncia

do o Arcebiſpado , e reſidindo neſta Dioceſi até 27

de Março do anno de 1677 , em que paſſou à Corte

provido no lugar de Inquiſidor Geral deſtes Rey

nos , deixando em toda aquella larga Dioceſi hum


geral ſentimento , e huma viva ſaudade dos benefi

cios , que delle recebiaõ. E ſendo confirmado no

lugar de Inquiſidor Geral por Bulla do Papa Inno


cencio XI. de 22 de Novembro do anno de 1676 ,

tomou poſſe em 9 de Abril do anno ſeguinte. Neſte

grande lugar moſtrou a ſua prudencia , e o ſeu zelo

na eſcolha dos Miniſtros; porque os teve excellentes ,


doutos , e benemeritos de mayores Dignidades , lo

grando neſte emprego occaſioens, em que pode luzir

o zelo da Fé , entre todas as virtudes moraes , de que

foy dotado . EIRey D. Pedro II . que nað ſó o ef

timou grandemente , mas o reſpeitava , o fez do ſeu


Conſelho de Eſtado , em que ſervia ao Reyno com
tanto amor
como chriſtandade ; porque ſó entað

he que o Principe he dignamente ſervido , quando


fe nað antepoem a liſonja à faude univerſal da Re
publica com tanto riſco da conſciencia. O meſmo

Rey lhe deu a nomina de Cardeal nacional , e foy


Tom . XI. Mm ü crea
296 Hiſtoria Genealogica

creado Cardeal da Santa Igreja de Roma pelo Santo

Papa Innocencio XI. em 12 de Setembro de 1686 .


Havia muitos annos , que ſe nað via em Portugal eſta

eminente Dignidade ; porque a dominaçað eſtranha ,


e depois a guerra com Caſtella , nað tinha dado lugar
a que a Cabeça da Igreja attendeſſe aos eſclarecidos

ſerviços , que a Coroa de Portugal tinha feito em


obſequio da Religiaõ , e da Fé : porém eſta tað alta

Dignidade nenhuma impreſſað fez no animo deſte


Principe , em quem a affabilidade era natural , e nao

affectada. Foy Varaõ de excellentes virtudes , em

que ſe unira ) as partes de perfeito Prelado ; porque

Sooſa ; Catalogo dos foy douto , e ainda ſendo velho ſe levantava muito

Carideaes,& c.da col. cedo para eſtudar na ſua copioſa Livraria : pelo que
lecçao da Academia do foy tað verſado no Direito Canonico , que em ne
Alinio de 17 .
nhuma materia lhe allegavað Author algum , que
elle nað accreſcentaſſe a allegaçaõ com outros mui

tos : foy muy curioſo dos eſtudos Genealogicos, de


que eſcreveo livros , que deixou com outros no fe

creto do Santo Officio . Da ſua letra , que era excel

lente , vimos varios papeis , e annotações a livros de

Familias ; e aſlim foy elle hum dos bons Genealogi


cos do noſſo Reyno , e com todos os profeſſores del
vir
te eſtudo mantinha communicaçað. Era caſto ,

tuoſo , e com entranhas de piedade , confolando aos


afHicos , animando aos pretendentes , por quem obra

va quanto em ſi eſtava pelos ſervir , principalmente


em materias de honra , ainda nas mayores circunſtan
cias . Foy geralmente honrador dos homens : era de
animo
i

da Caſa Real Portug. Liv. XI. 297

animo brando , benigno , favorecedor dos pretenden

tes , que com elle tinha ) entrada , por prompto em fal

lar às partes; de ſorte , que todos conſeguiað , ſem tra


balho", ter delle audiencia , com a certeza de que os

nað havia de eſcandalizar. Foy muy devoto , e to

do o anno viſitava as Igrejas , em que eſtava o Santo

Lauſperenne ; e ſendo tað virtuoſo , nað era inveni

cioneiro , antes de animo alegre , e jovial , goſtando

das galantarias , e graças , com que entretinha a con


verſaçaõ naquellas horas , que ſervia ) de entreteni

miento à cortezāa civilidade , dos que o viſitavað . Ef

tas , e outras admiraveis virtudes o fizeraõ amado , &

reſpeitado de todos os Eſtados do Reyno , em que

vive com ſaudoſa memoria ; porque os Grandes , e

Fidalgos , os Eccleſiaſticos, e Seculares , os Religio

fos , a Nobreza , e o povo , todos lhe erað ou incli

nados , ou obrigados ; porque elle a todos correſpon

dia com igual affabilidade. Conſervou em idade lar

ga , faude robuſta , até que finalmente aſfaltado de

violentos achaques , ſe rendeo à cama , e em poucos

dias de doença , deu muitos exemplos de piedade , e

de todas as virtudes. Neſte tempo ſe achava em Lif


boa o Reverendiſſimo Padre Fr. Joaõ de Alvim ,

Miniſtro Geral de toda a Religiaõ dos Menores, que

tinha vindo a viſitar as Provincias deſte Reyno , Va

rað verdadeiramente ſucceſſor de S. Franciſco , e de

ſanta vida ; e viſitando ao Cardeal , o recebeo com

as niais vivas expreſſoens de humildade chriſtãa , que


pudera fazer o menor ſubdito daquelle Prelado . Nei
ta
298 Hiſtoria Genealogica

ta doença continuou aquelles actos de chriſtandade ,


que tanto exercitava ; e com conſtancia de animo re

cebeo todos os ultimos Sacramentos, com tal pieda

de , que edificou a toda a Corte , que univerſalmen


te ſentia , e ouvia com pezar a ſua moleſtia. As Re

ligioens deſta Cidade , que tanto eſtimara, com pre


ces publicas pediaõ a Deos pela vida do Cardeal ;

teſtemunhando deſta forte o ſeu agradecimiento , e o

quanto todos neceſſitavao da vida deſte Principe , que


cheyo de annos , e merecimentos , morreo fantamen

te a 13 de . Dezembro de 1692 às ſete horas da ma


nhấa ; a ſua morte foy tað ſentida , como elle amado.

ElRey D. Pedro ſe recolheo os dous dias ſeguintes ,


nað ſahindo fóra , nem dando audiencia ; e o meſmo

fez a Rainha D. Maria Sofia. O ſeu corpo foy ve

nerado como de Varað Santo ; porque o povo con

corria em grande numero ao ſeu Palacio , e todos o

pertendiað ver , tocando , como podia) , cada qual


o ſeu Roſario , ſendo hunia fó a voz , que ſe ouvia

em toda a parte , appellidando -o Santo , eſpalhando


fe todo o Reyno eſte ſentimento ; porque as ſuas

virtudes a toda a parte chegarao , ainda dos que o


nao conhecerað . O ſeu corpo foy levado com mag

nificencia devida à ſua peſſoa, e ao ſeu caracter , ao


Moſteiro de S. Pedro de Alcantara da Provincia da

Arrabida ; que elle muito eſtimou , e de que foy in

figne Bemfeitor , por entre duas alas de Rel gioſos


de todas as Ordens da Corte , com cirios acceſos , e

principiando do ſeu Palacio , acabava à porta do Mof


teiro ;
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 299

teiro; e acompanhava as andas , da parte eſquerda , o


1
referido Geral. Entre as diſpoſições pias do ſeu Tef

tamento ordenou , que lhe fizeſſem huma Capella

no Adro da Igreja de S. Pedro de Alcantara , e que

nella ſe diſfeſlem quatro Miſſas quotidianas perpetuas,

deixando por cada huma oitenta mil reis de eſmola

ao Sacerdote , que a diſſeſſe , e de fabrica o mel

mo. Mandou-ſe ſepultar no Adro da Igreja , à en

trada da porta , em ſepultura raza , onde jaz , e tem

o ſeguinte Epitafio :

Latet hic , oʻtacet , quen fama loquitur e prodit


Eminentifimus : D. D. Verijinius de Lancaſtro.
Genus fi quæris ?
His friget in cineribus', qui olim juvenis caluit ,
Lufitanorum , imô b * totius Europa Regum fanguis.
Si Sapientiam
Quan in utraque Regni hauſit , o exhaufit Academia ,
In commune Ecclefia bonum perenni effudit ſcaturigine.
Si honorum gradus ?
Sacris initiatus tuenda , augendaque Fidei partes ſuſcepit :
Decurfis facro Areopago , ordine ſuo minoribus fubfelijs ,
In fupremam tandem Generalis Inquiſitoris eretius ſelan .
Fabio maior Maximo , o felicior
Catholicanı nobis cun &tando reſtituit reni.
Ex Hiſpaniarum Primate , fuftus Ecclefiæ Princeps purpuratus 2
Petri Claves , & fi non obtinuit , virtutibus meruit , quibus claruit,
Ex una onines diſce Humilitate ,
Quam in vulgaris tumuli lapide , ceu in ſpeculo poteris contemplari,
De Æterna fcilicet animi manfione magis ,
Quan de Mauſoleo cadaveris ſollicitus.
Sua nihil intereſſe duxit hunii ne an fublime putrefceret.
Regnum Cælorum , fi venditur , eleemofinis emit.
Veriflimus citra adulationem , pauperun. Pater.
Cælo charus , folo.
Vixit jufti(ime annos 76 Obijt piilime 12 Decembris 1692 .
Quiefcit placidiſſime ad diem foli Deo notam .
Na
300 Hiſtoria Genealogica

Na Capella do meſmo Cardeal , que fica no atrio da

meſma Igreja , ſe vem as duas Inſcripções ſeguintes :

Da parte do Euangelho.
!

D. Fr. Joſephus de Lancaſtro, Inquiſitor Ge


neralis , ea D. Ludovicus de Lancaſtro , Vil.

læ novæ Comes , Aviſijque Maximus Commen

datarius , Eminentiſimi Dñi D. Verifimi de

Lancaſtro frater , ex Fratre nepos ejus

Teſtamentarij facellum hoc ipfius tumulo con .

tiguum cum ducentis aureis pro fabrica , ut

quater in illo pro ejufdem anima quotidie Sa.

crum celebretur , additis ad ſepulchrum ref


ponſorijs cum donatione ducentorum aureorum

pro quolibet Sacrificio erigere juſſerunt.

Da parte da Epiſtola.

E tumulo huc oculos ad parvum flecte facellum

Contracta in ſpatium ſtat breve facra domus.


Scilicet hæc humili reſpondet parva ſepulchro ,

Illud o exigui eſt arca plana foli.

Nam qui mente humilis contempfit vivus honores ,


Hic quoque fumma fugit mortuus ima cupit.

Ergo purpurei qui ftemmata facra galeri


Addit ad titulos tot fibi jure datos .

Cum foret evectus fumma ad faſtigia folum ,

Senfit onus , renuit quidquid honoris erat .


CAPI
da Caſa Real Portug. Liv.Xl. 301

CAPITULO XVII.

De D.Fr. Joſeph de Lencaſtre , Biſpo de Mi


randa e Leiria , Inquiſidor Geral deſtes

Reynos , Capellaô môr del Rey Dom Pedro

Il e do Conſelbo de Eſtado.

17 Að ſe coſtumaõ herdar com o ſangue as

N virtudes , nem menos ſerem tað igual

mente praticadas nos irmãos , que ſe nað differencem


hum do outro : porém agora veremos , depois do que

temos referido no Capitulo precedente , que nada ce


deo a ſeu irmao o Cardeal D. Veriſſimo no exerci

cio das virtudes D. Joſeph de Lencaſtre. Naſceo na


Cidade de Lisboa a 19 de Março do anno de 1621 ,

e foy tambem bautizado na Parochial Igreja de San

tos. Apenas tinha cumprido quinze annos , quando

com generoſa reſoluçao , fem ter dado parte a ſeus

pays , tomou o habito dos Carmelitas Deſcalços no


Moſteiro de Evora eni 12 de Março de 1636 , don
de ſendo mandado a continuar o noviciado em Lil

boa , profeſſou no Moſteiro de Noſſa Senhora dos

Remedios a 22 de Março de 1637 : vida aſpera em

compreiçaõ debil, lhe originarað algumas enfermida


des ; de forte , que por mitigar o rigor da Regra na
Reforma , nað mudando da Religiaó , paſſou para a

Provincia do Carmo Calçada , e entrou no Moſteiro


Tom. XI. Nn de
ica
302 Hiſtoria Genealog

de Setuval a 13 de Outubro de 1645. Neſta Reli

gia) foy Socio , e Secretario da Provincia , ſendo fa

Provincial o Padre Meſtre Fr. Gaſpar dos Reys ; C

e depois deſte emprego , no anno de 1656 , o man }

dou a Provincia a Roma , a tratar da Beatificaçao 1

do Veneravel Condeſtavel D. Nuno Alvares Perei 1

ra . Foy graduado Preſentado , e Meſtre em Theo


logia , graos para que os ſeus eſtudos o habilitarað

com diſtincçao. A ſua grande peſſoa lembrou ao Pa

pa Alexandre VII. que por motu proprio o nomeaſſe


Prior de S. Martinho in Montibus , hum dos Moſtei

ros , que a ſua Religia ) tem na Curia Romana , que

elle regeitou. Depois no Capitulo , que a Religiað

celebrou em Roma a 5 do mez de Julho de 1666 ,


foy eleito Aſiſtente Geral das Provincias de Portu

gal, e Heſpanha , com o titulo de Provincial de Da


cia . Reſtituîo -ſe à ſua Provincia no anno de 1669 ,

de que foy nomeado Commiſſario Geral pelo ſeu


Reverendiſſimo Padre Geral Fr. Mattheus Orlando ,

Sá , Memoriasdos Ar. à ſua inſtancia o Papa Clemente X. ( coni quem ti


cebiſpos , e Biſpos do
vera trato no tempo , que eſteve em Roma , e era
Carmo , pag. 266.
Cardeal) o fez por motu proprio Provincial deſta

Provincia , que nao aceitou , dizendo ſer prejudicial


à Religiaõ ſemelhantes exemplos. Porém o Geral o
encarregou do governo da Provincia com o titulo de

Vigario Provincial ; e finalmente foy eleito Provina

cial no Capitulo de 28 de Abril de 1674 , celebrado

em Lisboa , com todos os votos , que governou com


acerto ; porque foy ſempre obſervante da ſua Regra,
mof
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 303

moſtrando em tudo o que obrava a eſtimaçað , que

fazia de a profeſfar , andando a pé , ſem entrar em


carruagem , nem uſar de mais diſtincçao , do que a

Religiaõ permittia aos demais fillos ; nem comco fó


ra do Convento , nem ainda em caſa de ſeu irmao .

Eſta vida exemplar , que ſempre obſervou , o fazia

benemerito de grandes Dignidades , que ſobre o ſeu

grande naſcimento nað podia eſquecer ao vigilante


cuidado delRey D. Pedro II . ( entað Principe Re
gente ) com que cuidava na eleiçaõ dos Prelados pa
ra as Igrejas ; elle o nomeou Biſpo de Miranda , de

que ſendo confirmado pelo Santiſſimo Padre Inno


cencio XI . lhe fora ) expedidas Bullas a 26 do mez

de Abril de 1677 : foy fagrado no Moſteiro do Car- Catalogo dos Biſpos de


mo de Lisboa por ſeu irmáð D. Veriſſimo, Arcebiſpo da Academia do aing

Primaz , em 25 de Junho do meſmo anno , aſſiſtentes de 1721.

D. Eſtevaõ Brioſo de Figueiredo , Biſpo de Pernani


buco , e depois do Funchal, e D. Fr. Chriſtovað de

Almeida , Biſpo Titular de Martyria. Foy elle hun


dos Biſpos, que em Coimbra aſſiſtira ) à primeira Traf

ladaçað , que fe fez do Corpo da Rainha Santa Iſa


bel por ordem do Senhor Rey D. Pedro . Aſſim que Corograf. Poreng. tom .

entrou no ſeu Biſpado o viſitou peſſoalmente , em 1. pag. 480.

que fez todas as obrigações de lium verdadeiro Paf


tor. Dentro no Palacio Epiſcopal erigio hum Col

legio com o titulo de S. Jofeph , de que foy muy de

voto , con renda para doze Collegiaes pobres , com


ſeu Meſtre de Grammatica ; e nomeſmo Palacio ti

nha claſſe publica de Latim para todos os moradores


Tom. XI. Nnii da
304 Hiſtoria Genealogica

da ſua Dioceſi , que regeo com admiravel pruden

cia , zelo do ſerviço de Deos , e amor das ſuas ove


lhas ; porque era muy compaſſivo , e liberal com os

pobres , que com ſaudade ſentirað o ſer promovido


Catalogo dos Biſpos
Lemala Colegasde ao Biſpado de Leiria , de que tirando Bullas Apoſto

Academia do anno de licas , tomou poſſe a 2 de Agoſto de 1681 . Neſta


1722 ,
Igreja exercitou o officio de Paſtor com toda a pro

priedade, apaſcentando com as eſmolas , e com a dou


trina , prégando , com grande edificaçao da ſua Dio
ceſi , por muitas vezes na ſua Sé , viſitando o Biſpa

do , arrancando abuſos , e plantando ſantos coſtumes,

que fortificava com os Operarios Euangelicos, que

continuamente andavao trabalhando naquella Dioce


fi. ElRey D. Pedro , que tinha alto conceito das

virtudes deſte Prelado , por morte de ſeu irmao o no


meou Inquiſidor Geral , de que lhe paſſou Bullas o

Papa Innocencio XII . em o primeiro de Julho de


1693 , de que tomou poſle em 20 de Outubro do meſ

mo anno ; e depois em o anno de 1702 o fez ſeu Ca

pella ) môr , de que lhe mandou paſſar Carta a 17 de

Janeiro do referido anno ; e ultimamente o nomeou

o meſmo Rey a 31 de Mayo de 1704 do ſeu Conſe


lho de Eſtado , na pronzoçaõ que fez de Miniſtros de
Eſtado , achando - ſe em Santarem . Foy o Biſpo D.

Fr. Joſeph de Lencaſtre ornado de grandes virtudes;


em todas eſtas grandes occupações ſe portou com

modeſtia religiofa. Todos os dias celebrava o San


to Sacrificio da Miſſa , o que fazia com devoçað , e

copioſas lagrimas; depois da qual rezava o Terço do


Roſa
da Cafa Real Portug. Liv. XI. 305

Roſario com a ſua familia. Nunca quiz deixar de

ſatisfazer com as obrigações de Religioſo; pelo que

jejuava os jejuns da Regra Carmelitana : nað havia

dia algum , que nað tiveſſe oraçað , e na ſemana tres

vezes diſciplina , nas ſegundas , quartas , e ſextas fei

ras ‫ ;ܪ‬porém de forte acautelado , que nað ſe perce

bia ; a que ajuntava outras muitas particulares morti

ficações , e penitencias . Era a ſua familia muy refor

mada , e modeſta , com quem ſempre comeo em ti

nello , tendo hum pobre mendigo à ſua maõ direita ,

a quem elle ſervia os pratos : a ſua caſa limpa , mas

ſem oſtentaçað ; porque nað tinha de valor mais que


livros , cortinas de lãa , neni elle veſtio nunca outra

couſa , que nað foſſe lõa ; em tudo moſtrava , que era

Religioſo , e reformado : dormia em huma barra po


bre de pinho, e tinha hum leito concertado com o pa

ramento de ſerafina roxa , e a colcha rica era de hu

ma palha fina de Angola. ElRey D. Pedro nos dias,

que hia ao Palacio da Inquiſiçaõ , por adorar a San


na
tiſſima Imagem do Senhor chamado dos Polos

Prociſſað da ſegunda ſexta feira da Quareſma , tinha

a curioſidade de ver o pobre ornato daquella cama de


eſtado , de que muito ſe edificava , da qual nað fe

ſervia , ſe nað nas occaſioens , que por moleſtia havia

de receber viſitas. Teve grande talento para os ne

gocios politicos , que comprehendia com admiravel

percepçaõ , votando ſingularmente nas materias de

Eſtado ; de ſorte , que o ſeu voto era de grande pon

deraçao aos demais Miniſtros : a hum , ſem controver


fia
a
ria logic
306 Hiſto Genea

ſia grande em tudo daquelle tempo , que foy o Du


que de Cadaval D. Nuno , o ouvi muitas vezes . Era

de animo compaſſivo , e tað eſmoler , que a reſerva ,


que fez do Biſpado de Leiria , quando o renunciou

para ſer Inquiſidor Geral , ficava no meſmo Biſpado

em ordinarias , e eſmolas , com que ſoccorria viuvas

honradas , recolhidas , e a outras peſſoas nobres , e


neceſſitadas. Finalmente nelle concorrerað todas as

virtudes de hum grande Prelado , e de hum grande

Senhor , como elle foy , com coraçao candido , mas


prudente , com notavel conſtancia , e nað menos affa

bilidade , Letrado , e virtuoſo , de que foy piamente

receber o premio eterno , fortalecido com os Sacra

mentos , que recebeo com grande devoçaõ ; cheyo


de annos , e merecimentos , faleceo a 13 de Setembro

de 1705. Aberto o ſeu Teſtamento ſe achou cheyo

de diſpoſições pias , e devotas , ordenando que foſſe

enterrado , ſem pompa alguma , na Capella do Novi


ciado dos Carmelitas Deſcalços de Lisboa , para del

cançar eternamente com aquelles , que tanto amara

na vida , e donde aprendera as virtudes , que tanto


ſoube exercitar . Jaz em ſepultura raza no meyo da

Capella , onde em huma pedra lhe puzerað o ſeguin


te Epitafio :

Aqui deſcança o Illuftriffimo , e Rove

rendiſſimo Senhor Dom Fr. Joſeph de

Lancastro, Religioſo profeſo Carmeli


ta
da Caſa Real Portug. Liv .Xl. 307

ta Deſcalço neste Santo Noviciado de

Nosa Senhora dos Remedios , e depois

de muitos annos paſlado à Familia dus

Obſervantes. Foy Provincial , econ

miſario Geral , de donde ſabio para

Biſpo de Miranda , e de Leiria , e ul

timamente Inquiſidor Geral, e Capellao

môr del
Rey D. Pedro ll. e do ſeu Con

ſelho de Eſtado
. Faleceo em 13 de Se
tembro de 1705

8
CAPITULO XVIII .

De Dom Pedro de Lencaſtre , 11. Conde de

Figueiró, ác.

17 Að ſuccedeo D. Pedro de Lencaſtre na

N Caſa , e na Dignidade de Commendador


H
môr de Aviz ; porque anticipando-ſelhe a morte , aca
bou a vida primeiro , que ſeu pay : porém ſuccedeo
na de ſeu tio Franciſco de Vaſconcellos , I. Conde de

Figueiró ,, que morreo em Madrid no anno de 1653 ,

como neto de Manoel de Vaſconcellos , Regedor


!
das Juſtiças , do Conſelho de Eſtado em Madrid ,
Commendador de Izeda na Ordem de Chriſto , Se 1

nhor do Morgado de Eſporað em Evora . Foy D.


Pedro
298 Hiſtoria Genealogica

ta doença continuou aquelles actos de chriſtandade ,


que tanto exercitava ; e com conſtancia de animo re

cebeo todos os ultimos Sacramentos , com tal pieda.

de , que edificou a toda a Corte , que univerſalmen

te ſentia , e ouvia com pezar a ſua moleſtia. As Re

ligioens deſta Cidade , que tanto eſtimara , con pre


ces publicas pedia) a Deos pela vida do Cardeal ;

teſtemunhando deſta forte o ſeu agradecimiento , e o

quanto todos neceſſitava ) da vida deſte Principe , que


cheyo de annos , e merecimentos , morreo fantamen

te a 13 de . Dezembro de 1692 às ſete horas da ma

nhấa ; a ſua morte foy tað ſentida , como elle amado.

EIR ey D. Pedro ſe recolleo os dous dias ſeguintes ,


nað ſahindo fóra , nem dando audiencia ; e o meſmo
fez a Rainha D. Maria Sofia. O ſeu corpo foy ve

nerado como de Varað Santo ; porque o povo con

corria em grande numero ao ſeu Palacio , e todos o

pertendiað ver , tocando , como podia) , cada qual

o feu Roſario , ſendo huma ſó a voz , que ſe ouvia

em toda a parte , appellidando-o Santo , eſpalhando


ſe por todo o Reyno eſte ſentimento ; porque as ſuas
virtudes a toda a parte chegarao , ainda dos que o
nao conhecera ) . O ſeu corpo foy levado com mag

nificencia devida à ſua peſſoa, e ao ſeu caracter , ao


Moſteiro de S. Pedro de Alcantara da Provincia da

Arrabida , que elle muito eſtimou , e de que foy in


ſigne Bemfeitor , por entre duas alas de Rel gioſos

de todas as Ordens da Corte , com cirios accelos, e

principiando do ſeu Palacio , acabava à porta do Mof


teiro ;
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 299

teiro ; e acompanhava as andas , da parte eſquerda , o


referido Geral. Entre as diſpoſições pias do ſeu Tel

tamento ordenou , que lhe fizeſſem huma Capella


no Adro da Igreja de S. Pedro de Alcantara , e que

nella ſe diſfeſfem quatro Milfas quotidianas perpetuas,

deixando por cada huma oitenta mil reis de eſmola

ao Sacerdote , que a diffeſe , e de fabrica o meſ


mo .
Mandou -ſe ſepultar no Adro da Igreja , à en

trada da porta , em fepultura raza , onde jaz , e tem

o ſeguinte Epitafio :

Latet hic , Otacet , quem fama loquitur e prodit


Eminentiſimus D. D. Verifinius de Lancaſtro.
Genus fi quæris?
His friget in cineribus, qui olim juvenis caluit ,
Luſitanorum , imo u totius Europa Regum ſanguis.
Si Sapientiam
Quam in utraque Regni hauſit , ' exhaufit Academia ,
In commune Ecclefia bonum perenni effudit ſcaturigine.
" Si honorum gradus !
Sacris initiatus tuenda , augendaque Fidei partes ſuſcepit :
Decurſis ſacro Areopago, ordine fuo minoribus fublelijs
In fupremam tandem Generalis Inquiſitoris erectus ſelam .
Fabio maior Maxinio , o felicior
Catholicam nobis cunetando reſtituit reni.
Ex Hiſpaniarum Primate , factus Ecclefia Princeps purpuratus
Petri Claves , & fi non obtinuit , virtutibus meruit , quibus claruit,
Ex una onines diſce Humilitate ,
Quan in vulgaris tunuli lapide , ceu in fpeculo poteris contemplari ,
De Æterna fcilicet animi manfione magis ,
Quan de Mauſoleo cadaveris ſollicitus.
Sua nihil intereſe duxit lumii ne an ſublinie putrefceret.
Regnum Cælorum , fi venditur , eleemofinis emit.
Verifinus citra adulationem , pauperun: Pater.
Cælo charus , ofulo.
Vixit juſti(rime annos 76 Obijt piiflime 12 Decembris 1692.
Quieſcit placidiſime ad dien ſoli Deo notam .
Na
290 Hiſtoria Genealogica

19 D. IGNEZ DE LENCASTRE naſceo 'a 28 de

Mayo de 1714 , caſou com D. Antonio da Sylveira ,

como ſe diſſe a pag . 864 do Tomo X.


*

19 D. ANTONIO JOSEPH DE CASTRO coni


quem ſe continúa.

19 D. MARIA ISABEL DE LENCASTRE naf

ceo a 25 de Dezembro de 1726 .


19 D. THERESA RITA DE LENCASTRE naf

ceo a 6 de Outubro de 1727 .



19 D. ANTONIO JOSEPH De Castro naſceo

a 3 de Julho do anno de 1719 , he Almirante de Por

tugal, e Capitao de liuma das Companhias da Guar


da Real , Senhor da Caſa de Reſende , Donatario

do ſeu Conſelho , e das Villas de Bem - Viver , Re

riz , Sul , Penella , e Albergaria , das Honras de Hei

ras , Monta ) , Goſende , Ribellas , do Roguengo de

Godim , e dos tres fogos do Rio Douro , Canedo ,

Lobazim , e Figueira Velha ; e no Eſtado do Braſil


Senhor da Capitanía dos Ilheos , da Villa de Cama
mu , Boubepa , Cayru , e Itaparica , e Ribadellas , & c.

Caſou a 12 de Fevereiro do anno de 1741 com D.

Thereſa de Tavora , filha dos IV . Condes de S. Vi

cente , como diſſenios no Livro VI . pag. 228 do To


mo V. de quem tem até o preſente
20 D. ISABEL MARIA DE CASTRO , que naf

ceo a 14 de Junho de 1742 .


20 Dom DE CASTRO naſceo em

Agoſto de 1744

D. Fi
291
Alvaro
Joanne Mendes de Swaro Mendes deVaſconcellos ,
Senhor do Morgado de Liporaó.
Vaſconcellos See
D. Leonor Ribeira , Senh, do
nhor do Morgado ( gado de Eſporaó , inltituido 1427 .
SH
Alvaro Mendes de de Eſporaó. Vaſco Martins de Souſa Chicorro ,
Vaſconcellos , Se Capitaó dos Ginetes delRey D , At
nhor do Morgado D. Joanna de Soola. toplo V.
de Eſporaó , Emo CD.IſabelOſorio , Fidalga Caſtelh .
baixador ao Em
Joanne Mendes
Henrique de Mello.
de Vaſconcellos, perador Carlos V. ( Duarte de Mello.
Senhor do Mor Dona Brites Pereira ,
Dona Guiomar de
gado de Eſpoo Mello
rau , Commen Gil Vaz Rapoſo Lobo.
dador da Ora D. Iſabel de Brito. .
Nanoel de dem de Chriſto,
D.Ignez de Aboim .
Vaſconcellos,
Sen.do Mor D. Alvaro de Arai. D.
gado de El. Conde de
poraó , &c . tanheira A Condeſia D. Guiomar de Car
Comendador Si& c. * em 1505 , tro.
Dom Antonio de
na Ordem de D. Violante de T2
Ataide , l . Conde
vora , emez : S Alcaid
Pedro edemôr
Souſa Senhor
Chriſto , Re . da Cattanheira , de , Seabra , do Prado,
ged. das Juſ. Védor da Fazena Julho de 1555 , le
tiças , * em D. Antonia de gunda mulher. D. Maria Pinheira.
20
da .
25 de Abril Ataide.
Pedro Lourenço de Tavora , Se ,
de 1637 Ta.
Alvaro Pires de Ta
Alvaro nhor do Mogadouro.
,
A Condeffi Dona vora , Senh. de Mo.
1
Anna de Tavora . gadouro , Commen .
D. Filippa
de Mendo dador de Caiteilo
branco naOrdem Dom Affonſo de Vaſconcellos , 1,
de Conde de Penella , * em 1480 . 1
ça , mu
Iber de D. Chrifto.
Franciſco D. Joanna da Sylva. A Condeſa D. Iſabel da Sylva.
Luiz , III. Nuno da Cunha , Camereiro môr
Commen Trilta
Triſtaó da Cunha,
ó da Cunha , S do Infante D. Fernando.
dador môr
Camereiro môr do 20. Catharina de Albuquerque .
de Aviz Senhor Dom Diogo ,
Nuno da Cunha ,
Governador dain . Duque de Vileu , Se Pedro Gonçalves , Secretario del
dia. nhor de Geltaco &c. Rey D, Affonso V.
D. Antonia Pacs .
D. Leonor Paes,
Joao Nunes da · Nuno Martins da Diogo da Sylveira , Eſcrivao da
Cunha , Senhor Puridade,
D.Iſabel de Vilhe .
do Morgado da D. Brites de Goes , Senhora de Oli
Coutadinha . na , ſegunda mu Sylveira , Seohor de
lher , Goes , Eſcrivao da 2 vença do Conde , de Goes , & c ,
Puridade . Fernaó Telles de Menezes ,
Senhor
D. Filippa de Vilhe. de Unhao .
na,
D. Luiza de
20. Maria de Vilhena .
Vilhena de
- Vaſque Annes Cor. Jozo Vaz Corte -Real, Porteiro môr
Mendoça.
do D. Fernando , Capitao

Manoel Corte Le-Real , Donatario


da Ilha Terceira , & c. Donatario da Ilha Terceira.
Real , do Conſe Garcia de Mello , Alcaide môr de
Iho delRey , Se So
Dona Filippa de nhor da Ilha Tere D.Joann deSylv
D. Joannaa da Sylvaa.S Serpa .
.3
Mondoçao ceira , e S. Jorge. 20
D. Filippa Pereira da Sylva.
D. Brires de Men.
doça , Dama da Ruy Dias de Mendoça..
Rainha D. Catha . Inigo Lopes de Mere
Men
doça , Senhor de Mos N.
Tini,
rone
D. Maria Branca Joao Rodrigues de Baçan , Viſcon
Viſcondeſſa de Val de de Valduerna ,
duerna.
D.Maria Çapara.

Tom . XI . CAP
I
28 2
Hiſtoria Genealogica

dem de Chriſto. No anno de 1683 foy na Armada ,

que a noſſa Coroa mandou a Villafranca a buſcar ao

Duque de Saboya; e foy Coronel de hum dos Regi


mentos das Ordenanças da Corte , e depois de hum

Terço pago de Pinhel, com que ſervio na guerra.


Morreo apreſiadamente a 8 de Agoſto de 1722.

Cafou com Dona Archangela Maria de Tavora ,

que morreo a 14 de Agoſto de 1709 , filha de Mi

guel Carlos de Tavora , II . Conde de S. Vincente ,

General da Armada Real , do Conſelho de Eſtado ,


&c. e da Condella Dona Maria Caetana da Cunha ;

e deſte matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes :


20 LUIZ VASQUES DA CUNHA DE ATAIDE ,

II. Conde de Povolide , com quem ſe continúa.


20 D. MARIA CAETANA DE TAVORA naſceo

a 10 de Setembro de 1699 , Dama da Rainha D. Ma

ria Anna de Auſtria . Cafou em 25 de Fevereiro de


1732 com D. Braz Balthafar da Sylveira , Meſtre de

Campo General dos Exercitos delRey , com o Go


verno das Armas na Provincia da Beira , do Conſe

lho de Guerra , Senhor de S. Cofmade , Commenda

dor de Ranhados , &c . de quem nao tem ſucceſfað ;

e da de ſua primeira mulher daremos conta no Li


Vro XIV .

D. GUIOMAR JOACHINA DE LENCASTRE

naſceo a 9 de Agoſto de 1701 , he Religioſa no Mof


teiro da Annunciada de Lisboa .

20 MIGUEL CARLOS DA CUNHA nafceo a 18

de Fevereiro de 1703. Foy Porcioniſta do Collegio


Real
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 283

Real de S. Paulo na Univerſidade de Coimbra , Dou

tor em Canones , em que ſe graduou a 2 de Julho

de 1725 , e Conductario , com privilegios de Lente ,


na dita faculdade ; e ſendo os ſeus progreſſos com

tanta diſtincçað , que lhe promettia ) humas largas ef


peranças , com notavel reſoluçao tomou o habito dos

Conegos Regrantes em Santa Cruz a 26 de Abril de

1728 , onde profeſſou com o nome de Dom Miguel

da Annunciaçao a 28 de Abril do anno ſeguinte , de

que foy Geral nomeado a 6 de Abril de 1737 ; e


ſendo eleito Biſpo de Coimbra , Conde de Arganil,

foy ſagrado na Dominica in Albis a 9 de Abril de

1741 por Dom Fr. Valerio do Sacramento , Biſpo de

Angra , Afliſtentes D. Fr. Joao do Naſcimento , Bil


po do Funchal, e D. Fr. Hilario de Santa Roſa , Bil

po de Macao , na Igreja do Convento de Santa Cruz


de Coimbra .

20 NUNO DA CUNHA naſceo a 8 de Outubro

de 1705 , entrou na Companhia de Jeſus , e profeſſou

no anno de 1726 .
20
Luiz VASQUES DA CUNHA DE ATAIDE
naſceo a 31 de Novembro do anno de 1697 , he II .

Conde de Povolide , e Senhor da dita Villa , e de Caſ


tro -Verde, da Aldea de Paradella , dos Morgados das

Vidigueiras , Atouguia , Goes , e do Padroado de San

ta Maria de Trancoſo , Commendador de S. Ceſme

de Gundar , e de Santa Maria de Montalvað , de San

ta Martha de Bornes , e de Santa Maria da Graça de


Caſtello -Novo , Gentil-homem da Camera do Senhor
LI Infan
Tom. XI.

1
274 Hiſtoria Genealogica

ler
Julho de 1705 , Dignidade que recuſou , por nað ſe
encarregar do pezo da conta das ovelhas , como bem ac

2012
acreditou depois a experiencia ; porque nað houve 1
nenhuma no Reyno , de que ſe nað fizeſſe digno ; o
feu merecimento fazia facil a fua fortuna na graça
h
do ſeu Soberano. A Mageſtade do meſmo Senhor o
nomeou ſeu Capellaõ nôr em 14 de Setembro de m2

1705 , Dignidade en que fi!ccedeo a D. Fr. Joſeph ·

de Lencaſtre , Biſpo Inquiſidor Geral , & c. O Papa


Clemente XI. o fez Biſpo titular de Targa : foy fa

grado na Capella Real em 14 de Março de 1706 por


ſeu primo com irmao D. Alvaro de Abranches , Bif

po de Leiria , e Aſſiſtentes D. Antonio de Vaſcon


cellos e Souſa , Biſpo Conde , e D. Antonio de Salda

nha , Biſpo da Guarda . Sobindo ao Throno El Rey


D. Joao V. a quem já era muito aceito , e tendo no

alto conceito de Sua Mageftade adquirido aquella


reputaçao , que depois o tempo teſtemunhou , com

as partes mais eſſenciaes de hum grande Miniſtro ,


deſintereſſe , recta intençaõ , e grande amor , e ze

lo do ſerviço de ſeu Soberano ; virtudes que nað lhe

duvidarað , nem ainda os que podiað fer emulos da


1707 do ſeu
ſua gloria ; o nomeou a 10 deMarço de
Conſelho de Eſtado , e Miniſtro do ſeu Deſpacho ,

e Inquiſidor Geral deſtes Reynos , e ſuas Conquiſ

tas ; e ſendo confirmado por Bulla Pontificia , tomou

poſſe deſta grande Dignidade a 6 de Outubro de

1707 , em que tem luzido a ſua prudencia , e benig

nidade ; de ſorte , que ſendo eſte Principe creado no


ſerviço
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 275

ſerviço do Santo Officio , e nos ſeus eſtylos , e na pra

tica eminente , he tal a rectida ) , com que obra , que

tendo inteira liberdade nas materias do Conſelho Ge

ral, para as determinar ſó pelo ſeu parecer , ſempre


ſe conformou com os que os Miniſtros do ſeu Conſe

lho vencerað , ainda nas materias mais leves , que 1


1
nað dependia) da juſtiça , e ſómente de graça . Ob

ſervou grande equidade nos provimentos , attenden


do ſempre aos benemeritos ; e com tal cuidado fe hou 1

ve ſempre na creaça ) de novos Miniſtros para as 117


quiſições , que eſcolheo na Univerſidade osmais dou
1
tos , e de louvavel procedimento ; de ſorte , que no

zelo , e vigilancia nað cedeo em couſa alguna aos

mayores Prelados , que occupara ) eſte grande lugar,


em que a ſua memoria ſerá recomendavel aos ſecu

los futuros. O Papa Cleniente XI . por nomina de


Sua Mageſtade , o creou Cardeal Nacional a 18 de
Mayo de 1712 ; e em 8 de Outubro recebeo da mað

delRey o Barrete , precedendo Miffa no Oratorio do

Paço , e depois lhe conferio as honras , que os Reys

tem acordado a eſta Dignidade. Por morte do Pa

pa Clemente XI. foy chamado ao Conclave , e fahio


de Lisboa a 9 de Mayo de 1721 em huma nao de

guerra da Coroa , e a 19 do dito mez chegou a Le


orne , aonde achou a noticia de ſer exaltado à Cadei

ra de S. Pedro a 8 de Mayo o Cardeal Miguel An

gelo Conti, com o nome de Innocencio XIII . Foy

recebido do novo Pontifice com eſpeciaes demonſtra

ções de paternal benevolencia , acordando em parti


Tom . XI. Kk culares
266 Hiftoria Genealogica

vernador da Praça de Serpa , e ſe achou com o ſeu

Regimento no ſitio , que o Exercito de Portugal poz 12

à Praça de Badajoz no anno de 1658 , onde por levif Pa

ſima cauſa o Barao D. Joað ſe deſafiou com D. Val CE


co da Gama , Capitaõ de Cavallos , e levou por Pa co

drinho a ſeu irmao D. Franciſco Lobo , e D. Vaſco

da Gama a Luiz de Miranda Henriques , Senhor de 0

Ferreiros , e Tendaes , Coronel de Infantaria ; aſſiſtiao

no Quartel de S. Gabriel , e todos juntos chegarað ao


Porengal Refixurado , da Corte , e paſſarað o Guadiana ; e tendo noticia do U
part2 , liv, 2.pag.120. deſafio Joanne Mendes de Vaſconcellos , Governa

dor das Armas, e General, que mandava aquella fac


çaõ , ordenou a D. Joao da Sylva , Tenente General
da Cavallaria , folle prendellos : montou D. Joað a
cavallo com os primeiros Soldados , que encontrou ,

correndo à redea folta , nað baſtou toda a diligen

cia ; porque quando chegou ao lugar do deſafio , nað

achou mais que eſtragos da vingança, vendo mortos,

e ainda palpitantes , ao Baraõ de Alvito , a D. Fran


ciſco , e a Luiz de Miranda , faltando ſó D. Vaſco ,

que ſe tinha retirado com muitas , e perigoſas feri

das . Eſte deſgraçado ſucceſſo foy geralmente ſenti


do ; porque o Barað era dotado de ſummo valor , de

liberalidade, e de outras partes dignas de eſtimaçað .


Eſtava caſado com D. Franciſca de Guſmað , Dama

da Rainha D. Luiza Franciſca de Guſmað , filha de


D. Pedro de Menezes , II . Conde de Cantanhede ,

& c. e da Condeſſa D. Conſtança de Guſma ) ſua mu

lher , que foy nomeada Aya da Infanta D. Iſabel Jo


ſefa
o

da Caſa Real Portug. Liv. XI. 267

ſefa , por Carta do Principe Regente de 3 de No

vembro de 1673 ; della ſe tira , que a Baroneza eſta


va fóra da Corte , e parece nað teve effeito . Fale
ceo a ni de Março de 1698 : jaz em S. Pedro de Al
cantara .
Deſta uniað foy unica
i 19 D. BERNARDA CAETANA Lobo , que ſuc

cedeo na Caſa , e foy IX. Baroneza de Alvito , e II .


Condeſſa de Oriola , e Senhora das mais terras , que

teve ſeu pay , e caſou com ſeu tio D. Vaſco Lobo ,

como logo ſe dirá.

18 D. FRANCISCO Lobo , que ſendo Capitað


de Cavallos no Exercito de Alentejo , foy morto jun

tamente com o Barað ſeu irmað , no deſafio rclata

do , no anno de 1658.

18 D. Carlos Lobo morreo de pouca idade .

18 D. Vasco Lobo , Baraõ de Alvito , e Con

de de Oriola , com quem ſe continúa .

18 D. LEONOR DE TAVORA , foy Freira no

Moſteiro da Eſperança de Lisboa .

18 D. Vasco Lobo naſceo em Alvito , foy

deſtinado para a Igreja , por ſer filho quarto da ſua


Caſa ‫ ;ܪ‬eſtudou Canones na Univerſidade de Coim .

bra , e foy Porcioniſta do Collegio de S. Pedro , em


que foy aceito a 6 de Dezembro de 1649 ; e depois

paſſou a Collegial , eleito a 31 de Outubro de 1656 ,


e Arcipreſte da Sé de Lisboa , Dignidade que renun

ciou para caſar com ſua ſobrinha : pelo que foy II .

Conde de Oriola , IX . Baraõ de Alvito , Senhor da

dita Villa , e da de Oriola , de Villa -Nova de Aguiar ,


Tom . XI. li e Ri
-

1
268 Hiſtoria Genealogica

e Ribeira de Niza , Commendador da Repreza na


Ordem de Santiago , e Senhor do officio de Prove

dor das Capelas delRey D. Affonſo IV . Foy Vé


dor da Caſa das Rainhas D. Maria Franciſca de Sa

boya , e D. Maria Sofia ; depois de Suas Altezas , e


Deputado da Junta dos Tres Eſtados. Morreo a

22 de Fevereiro do anno de 1705.

Caſou duas vezes , a primeira em 9 de Setembro de


1666 com ſua ſobrinha D. Bernarda Caetana Lobo ,

Condeſſa de Oriola , e Baroneza de Alvito , e Senho

ra de toda a mais Caſa de ſeu pay D. Joao Lobo ,

VIII . Baraõ de Alvito , a qual faleceo a 16 de Mar


ço de 1687. Deſta uniao naſceo

19 D. Joa ) LOBO DA SYLVEIRA , que ſen

do baldado das pernas , mas de gentil preſença , mor


reo moço a 16 de Setembro de 1689 , e jaz em S. Pe
dro de Alcantara com ſua máy .

Caſou ſegunda vez en 12 de Janeiro de 1692 com


D. Ignez Margarida de Lencaſtre , Dama das referi
das Rainhas , e da Infanta D. Iſabel, filha de Chrif

tovaõ de Almada , Senhor de Carvalhaes , & c. e de

ſua ſegunda niulher D. Filippa Maria de Mello ; e


deſte matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes :

19 D. Luiz Lobo , que morreo antes de cum

prir oito anos de idade em o de 1701 , dando gran


des eſperanças na ſua viveza , e admiravel indole.
19 D. JOSEPH ANTONIO FRANCISCO LOBO

DA SYLVEIRA , III . Conde de Oriola , X. Barað de


Alvito , com quem ſe continúa.
D.
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 269

19 D. CHRISTOVAO JOSEPH LOBO , que naf

ceo no anno de 1700 , e foy bautizado a 10 de Julho ;

morreo moço a 10 de Junho do anno de 1727 .


19 D. JOSEFA GABRIELLA de LENCASTRE

naſceo em 1697 , foy bautizada a 25 de Março , que

até ao preſente nao tem elegido eſtado .

19 D. FRANCISCO XAVIER Joseph Loro ,

que naſceo no anno de 1703 , foy bautizado a 8 de

Setembro ; paſſou a ſervir à India no anno de 1728 ,

e lá morreo na Armada, que ſe perdeo no anno de

1729 ; e tinha hido ſoccorrer Mombaça.



19 D. JOSEPH ANTONIO FRANCISCO LOBO ,

naſceo a 3 de Junho do anno de 1698 , e foy bautiza


do a 13 do dito mez ; he III . Conde de Oriola , X.
Baraõ de Alvito , Senhor das Villas de Alvito , Orio

la , Villa -Nova de Aguiar , e Ribeira de Niza , Coni

mendador da Commenda da Repreza na Ordem de

Santiago ; he Capitað de Cavallos em hum dos Regi

mentos da guarniçaõ da Corte , Védor da Caſa da Rai

nha D. Maria Anna de Auſtria , e nomeado para atliftir

ao Sereniſſimo Senhor Infante D. Pedro , e Deputa

do da Junta dos Tres Eſtados , feito no anno de 1744.

Cafou em 4 de Março de 1726 com D. Thereſa de

Aſīz Maſcarenhas , Dama da Rainha D. Maria An

na de Auſtria , filha de Dom Fernando Maſcare

nhas , II . Conde de Obidos , Meirinho môr de l'or-,

tugal, e de Dona Brites Maſcarenhas , Condeſſa de

Sabugal , e Palma , & c. de quem tem os filhos ſe

guintes:
li ji D:
Tom . XI.
270 Hiſtoria Genealogica

20 D. VASCO JOSEPH LOBO , que naſcco a

30 de Novembro de 1726 .
20 D. FERNANDO JOSEPH Lobo naſceo a 21
de Novembro do anno de 1727 .

20
D. Maria Josefa Lobo , que naſceo a
8 de Dezembro do anno de 1728 .
20 D. FRANCISCO JOSEPH LOBO naſceo a 12

de Abril de 1730 , faleceo de tenra idade.


20 D. MANOEL JOSEPH Lobo naſceo a 3 de
Mayo de 1731 .
20 JOSEFA LOBO naſceo a 14 de
D. IGNEZ
Abril de 1733
.

20 D. JOSEFA Lobo nafceo a 14 de Mayo de

1734 , e viveo poucos dias depois de bautizada.


20
Dom JOSEPH Lobo naſceo a 15 de Março
de 17 36 .
20D. FRANCISCO JOSEPH Lobo naſceo a 19
de Abril de 1737

20 D. THERESA JOSEFA Lobo naſceo a 30


de Julho do anno de 1738.
Teve o Barað Conde illegitima a
20 D.Maria LOBO , que naſceo no anno de

1717 , e foy bautizada em Santos a 4 de Dezembro ,


havida em Maria Metheer , Franceza .
*
: 17 D. MARIA DE LENCASTRE , filha de Dom
Joað Lobo , VI . Baraõ de Alvito . Caſou com D.

Alvaro de Abranches , Commendador de S. Joað da


Caſtanheira na Ordem de Chriſto , que depois de fe

ter achado na reſtauraçao da Bahia , e ſer eleito Go

yernador ,
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 271

vernador , e Capitað General de Mazagað ; foy hum

dos Acclamadores delRey D. Joað IV . de glorioſa


memoria , e do feu Conſelho de Eſtado , e Guerra ,
Governador das Armas da Provincia da Beira , e das

de Entre Douro , e Minho , e Cidade do Porto , e ul

timaniente Meſtre de Campo General da Provincia

da Eſtremadura , Senhor do Morgado de Abranches ,


Almadas , como filho de D. Franciſco Coutinho da

Camera , Commendador de S. Joað da Caſtanheira ;


e de ſua muller Dona Guiomar de Abranches , filha

herdeira de Pia Joao de Abranches , Senhor do dito

Morgado, e de Dona Antonia de Souſa ſua ſegunda


mulher ; e neto de Ruy Gonçalves da Camera , I.
Conde de Villa -Franca , & c . e tendo caſado ſegun

da vez com D. Ignez de Avila ſua prima , filha de


D. Pedro de Menezes , II . Conde de Cantanhede ,

de quem nað teve ſucceſſão ; e morreo em Abril de

1660 , deixando de ſua primeira mulher , os filhos fe

guintes:

18 D. FRANCISCO DE ABRANCHES , que mor


reo menino.

18 D. MAGDALENA DE LENCASTRE E ABRAN

CHES , que foy ſua herdeira , e ſuccedeo no Morga


do , e Caſa de ſeu pay , e caſou com D. Miguel Luiz
de Menezes , I. Conde de Valadares , a qual morreo

no anno de 1667 , deixando a ſucceſfað , que deixa

mos eſcrita no Capitulo VIII . do Livro III . pag . 522


do Tomo II.

* 18 D. GUIOMAR DE LENCASTRE naſceo em

1631 ,
272 Hiſtoria Genealogica

1631 , que caſou com Luiz da Cunha de Ataide ,

como logo ſe dira . 2


18 D. FILIPPA DE LENCASTRE naſceo em 1

1632 , Religioſa no Moſteiro de Chellas de Conegas 1


Regrantes , junto a Lisboa , onde foy Prioreſfa.
18 Dona CATHARINA DE LENCASTRE naf

ceo em 1633 . 1
1
18 D. FRANCISCA naſceo em 1635. '
!
18 D. GUIOMAR DE LENCASTRE , filha fe

gunda de D. Alvaro de Abranches , e de ſua primei


ra mulher D. Maria de Lencaſtre.
1
Caſou com Luiz da Cunha de Ataide , Senhor do

Conſelho de Povolide , da Villa de Caſtro -Verde , da

Aldea de Paradella , e dos Morgados das Vidiguei

ras , Atouguia , Goes , e outros , Commendador na


Ordem de Chriſto ; e morreo no anno de 1665 , ha

vendo tido os filhos ſeguintes :


TristaŐ DA CUNHA DE ATAIDE , I. Con

de de Povolide , com quem ſe continúa.


19 D. ALVARO DE ABRANCHES , que foy
Commendador de S. Mattheus de Soure na Ordem

de Chriſto , e morreo moço .

19 Simao Da Cunha morreo tambem moço,


ſem eſtado.

19 D. MARIA DE LENCASTRE caſou com ſeu

primo com irmao D. Carlos de Noronha , II . Conde

de Valadares , como já ſe diſſe a pag . 524 do Tom . II .


19 NUNO DA CUNHA DE ATAIDE naſceo a

8 de Dezenibro de 1664. Foy Porcioniſta do Colle


gio
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 273

gio Real de S. Paulo de Coimbra , en que entrou a

29 de Outubro de 1681. Eſtudou Theologia , e dei


xando eſta faculdade , paſſou à de Canones , em que 1

ſe graduou , e fez exame privado , que he o mais ri


.
goroſo daquella Univerſidade ; foy Conego na Sé de

Coimbra , Beneficiado em Coruche , Deputado da


Inquiſiçaõ daquella Cidade em 2 de Novembro de

1691 , e logo Promotor em 29 de Julho de 1692 ; e

em 8 de Abril de 1693 foy promovido a Deputado

da Inquiſiçaõ de Lisboa , e Inquiſidor em 5 de Abril ,


de
1700 ; lugares que exerceo com grande applicação,
fendo hum dos mais egregios Inquiſidores , aſſim pela
!
gravidade , como no manejo dos negocios ; de quem
dizia Luiz Vieira da Sylva , Varað digno de memo

ria , que ſervio com elle no tempo , em que foy pri 3


meira Cadeira , que naſcera para preſidir , pelo mo

do , com que em tudo ſe portava ; fortuna que o


acompanhou em todas as ſuas acções , deſde os ſeus

primeiros annos : ſendo moço , quando ſeu tio o Con


de de Pontevel Nuno da Cunha , Eſtribeiro môr da

Princeza D. Iſabel Joſefa , e Preſidente do Senado da

Camera de Lisboa , paſſava a Inglaterra por Embai


xador Extraordinario , com o deſejo de ver algumas

Cortes , o acompanhou até à de Pariz ; e depois por


ſua morte lhe ſuccedeo na Conimenda de Bornes na

Ordem de Chriſto , de que he Commendador. Foy


Sumilher da Cortina delRey D. Pedro II . que o fez

Deputado da Junta dos Tres Eſtados , feito a 7 de

Março de 1702 ; e nomeou Biſpo de Elvas a 30 de

Julho
274 Hiſtoria Genealogica

Julho de 1705 , Dignidade que recuſou , por nað ſe


encarregar do pezo da conta das ovelhas , como bem

acreditou depois a experiencia ; porque nao houve


12
nenhunia no Reyno , de que ſe naõ fizeſſe digno ; o
ſeu merecimento fazia facil a fua fortuna na graça

do ſeu Soberano. A Mageſtade do meſmo Senhor o


nomeou ſeu Capella) môr em 14 de Setembro de

1905 , Dignidade eni que ſuccedeo a D. Fr. Jofeph ?


1
de Lencaſtre, Biſpo Inquiſidor Geral, & c. O Papa
Clemente XI . o fez Biſpo titular de Targa : foy fa

grado na Capella Real em 14 de Março de 1706 por


ſeu primo com irmao D.Alvaro de Abranches , Bif

po de Leiria , e Aſſiſtentes D. Antonio de Vaſcon

cellos e Souſa , Biſpo Conde , e D. Antonio de Salda

nha , Biſpo da Guarda. Sobindo ao Throno ElRey


D. Joao V. a quem já era muito aceito , e tendo no
alto conceito de Sua Mageftade adquirido aquella

reputaçað , que depois o tempo teſtemunhou , com

as partes mais eſſenciaes de hum grande Miniſtro ,


deſintereſſe , recta intençao , e grande amor , e ze

lo do ſerviço de ſeu Soberano ; virtudes que nao lhe


duvidarað , nem ainda os que podiaõ ſer emulos da
ſua gloria ; o nomeou a 10 de Março de 1707 do ſeu
Conſelho de Eſtado , e Miniſtro do ſeu Deſpacho ,

e Inquiſidor Geral deſtes Reynos , e ſuas Conquil


tas ; e ſendo confirmado por Bulla Pontificia , tomou

poſſe deſta grande Dignidade a 6 de Outubro de


1707 , em que tem luzido a ſua prudencia , e benig

nidade; de ſorte , que ſendo eſte Principe creado no


ſerviço
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 275

ſerviço do Santo Officio , e nos ſeus eſtylos , e na pra

tica eminente , he tal a rectida ) , com que obra , que

tendo inteira liberdade nas materias do Conſelho Ge

ral, para as determinar ſó pelo ſeu parecer , ſempre


! ſe conformou com os que os Miniſtros do ſeu Conſe

lho venceraõ , ainda nas materias mais leves , que

nao dependia) da juſtiça , e ſomente de graça . Ob


ſervou grande equidade nos provimentos , attenden
do ſempre aos benemeritos ; e com tal cuidado le hou

ve ſempre na creaçaõ de novos Miniſtros para as In


quiſições , que eſcolheo na Univerſidade os mais dou 1

tos , e de louvavel procedimento ; de ſorte , que no

zelo , e vigilancia nað cedeo em couſa algunia aos 2

mayores Prelados, que occuparað eſte grande lugar ,


em que a ſua memoria ſerá recomiendavel aos ſecu

los futuros. O Papa Cleniente XI . por nomina de


Sua Mageſtade , o creou Cardeal Nacional a 18 de
Mayo de 1712 ; e em 8 de Outubro recebeo da mañ

delRey o Barrete, precedendo Miſla no Oratorio do

Paço , e depois lhe conferio as honras , que os Reys

tem acordado a eſta Dignidade . Por morte do Pa


pa Clemente XI. foy chamado ao Conclave , e fahio

de Lisboa a 9 de Mayo de 1721 em huma nao de

guerra da Coroa , e a 19 do dito mez chegou a Le


orne , aonde achou a noticia de ſer exaltado à Cadei

ra de S. Pedro a 8 de Mayo o Cardeal Miguel An

gelo Conti, com o nome de Innocencio XIII . Foy


recebido do novo Pontifice com eſpeciaes demonſtra

ções de paternal benevolencia , acordando em parti


Tom . XI. Kk culares
276 Hiſtoria Genealogica :

culares honras , o trato familiar da boa correſponder

cia , que tiverao na Corte de Lisboa , quando fora


Nuncio da Sé Apoftolica. A 10 de Junho do meſmo

anno lhe deu o Capello com o titulo de Santa Anaf

tafia , de que tomou poſſe a 21 de Julho ſeguinte , e

o occupou nas Congregações dos Biſpos , e Regula


res , de Propaganda Fide , dos Ritos , e da Conſiflo
0
rial , em que deu iguaes moſtras das ſuas letras , que
de ſumma prudencia ; admirando toda a Curia nelle ,

nao menos piedade , do que magnificencia , e grande

za ; obrando todo o tempo , que eſteve em Roma ,


C
acções dignas da ſua peſſoa, e da Mageſtade Portu
de
gueza , que ſe reveſlia , aſſim no apparato da fta
caſa , como no magnifico cortejo , de que ſe ſervia .

na pompa das carroças , tudo em fim rico , e magni.


fico. E para que naquella Curia permaneceſſe da
ſua piedade , e religiaõ , hum eterno monumento da

ſua grandeza , reſtaurou à ſua cuſta a Baſilica de San

Capello, Breze noticia ta Anaſtaſia , que ameaçava a ultima ruina , Igreja


de Sarita Anaſtaſia. do ſeu Titulo , com tanta deſpeza , que mais parece

Santa Anaftafia , cap. fe lhe deve o nome de Fundador , que de Repara


6.pag.37.6 pag. 190. dor . No ornamento do portico , ſobre o claro , que

faz liuma grande janella , ſe lê o nome do ſeu Ref


taurador :

Nonius Tit. S. Anaſtaſia

Presb. Card . A Cunha .

Anno Dñi M.DCCXXII .

E ſobre o grande arco da nave do meyo , ou presby

terio
} da Caſa Real Portug. Liv. XI. 277

terio , fe vem as Armas da eſclarecida Familia de Cu

nha , eſculpidas em hum globo , que cerca hunia ſer

pente , unindo a cabeça com a cauda , ſymbolo da


Eternidade , e com outros ornatos alluſivos ao Emi

nentiſſimo Cunha . Encarregou o Cardeal eſta obra


a Carlos Gimach , nobre Cidadaõ de Malta , que foy

o director , e inventor da obra , a quem a curioſidade

fez hum dos mais inſignes profeſſores da Architectura

civil , dotado de inſignes partes , amante das bellas

letras , em cuja morada fizerað habitaçaõ as Muſas ,

com tað ſuave dominio , que foy hum dos excellen

tes Poetas do ſeu tempo , ou foſſe na lingua Latina ,


ou Italiana : em ambas logrou ſuave explicaçað , e

igual applauſo , como teſtenunha ) os que neſta Cor

te o tratarað , onde depois de reſidir , e no Reyno

muitos annos , paſſou por ordem de Sua Magefiade

à de Roma, com o Marquez de Abrantes , ( entað

de Fontes) Embaixador Extraordinario àquella Cor


te , de quem foy Gentil-homem da Embaixada ; e de

pois ficando mantido nella à Real deſpeza , lhe eni

carregou o Cardeal da Cunha a referida obra , que

elle executou com os mayores primores da arte , ac

comodando- ſe com o ſitio da antiga fabrica , e fazen 4


do diverſas alluſoens , que primoroſaniente ſe vem ,

ornando a Igreja , em que declara as virtudes , e pre

rogativas de Santa Anaſtaſia , e as excellencias de ſeu

inſigne Bemfeitor: fez a ſeguinte Inſcripçað , que dei

xou gravada na meſma Igreja :

Tom . XI. Kk ii Nonius:


278 Hiſtoria Genealogica

Nonius : S.R. E. Pres. Card , à Cunha

Generalis in Luſitania Inquiſitor

Antiquißimam hanc Bafilicam


S. Anaftafic dicatam
Titulum ſuum

Vetuſtate deformatam

Parietibus , & contignatione

Jam inclinantibus pene collabentem

Novis jactis fundamentis,

Aliiſque operibus adjectis


Firmavit ,

Elegantioremqu formam
e in
Relituit ,

Anno à Nato Chriſto

M. DCCXXII.

Deſta obra trata Joao Mario Creſcimbene , Arci

preſte de Santa Maria in Coſmedin , e Cuſtode Geral


da Arcadia , na Hiſtoria da Baſilica de Santa Anafta

fia , impreſſa em Roma no anno de 1722 ; e Filippe

Capello , Conego da meſma Collegiada > na Breve

noticia do antigo , e moderno eſtado da Igreja Colle


giada de Santa Anaſtaſia de Roma , impreſſa na mef

ma Cidade no anno de 1722. Agradecido o Cabido


deſta inſigne Baſilica à grandeza de tanto beneficio ,
reſolveo em 22 de Mayo de 1722 , que naquella Igre

ja ſe fizeſſe em todos os annos , até o fim do Mun

do , eſpecial menyoria de tað inſigne Benfeitor ; e em


teſtemunho da ſua gratidað , mandou gravar em hum

marmore eſta Inſcripçað : Emi


da Caſa Real Portug. Liv . XI. 279

Eminentiſimo Principi Nonio à Cunha

Tit. S. Anaftafiæ Presbyt. S. R. E. Cardinali ,

Omnium Portugalliæ Regis Provinciarum

Inquiſitori Generali, "

Quod vetuftifimam hanc Bafilicam

Primis Ære Chriſtianæ ſeculis


Ædificatam ,

Ac complurium Summorum Pontificum ,


Tum etiam Cardinalium Titularium

Piâ curâ multoties reſtitutam ,


Ornatam
que

Poftremis hiſce temporibus

Miſeré fatiſcentem , & * excidio proximam

Refarto tecto , addito laqueari ,


Parietibus ad libellam revocatis ;

Atque directis ,

Utraque laterali navi concaramata ,


Priſtino antiquis coluinnis reddito
Nitore ,

Novis apertis feneftris ,

Novâ itidem interiori extructâ porticu ,


1
Atque Odio fuper impofito, 1
1
Æquato , ftratoque pavimento ,
1
Inſtauratâ fronte , amplificatâ areâ ,

Ac univerſi ædificij Squalore deterſo


Non tantum ab interitu vindicaverit ,

Et adverfus cevi damna firmaverit ,

Sed elegantiorem infuper ,


Splendididoremque in /peciem reſtituerit :
Repa
5
280 Historia Genealogica

Reparatori Munificentiſimo tes


1
Capitulum , e * Canonici
Gratum animum declaraturi ,

Miſam ſolemnem ipfis aſiſtentibus ,


.
Et duodecim alias Miſas lectas

Eo vivente pro vite diuturnitate

Die 21 Julij, qua Tituli poſjeßionem

A fumpfit :

Eo mortuo , die obitus pro animæ fuffragio


Perpetuis futuris temporibus
Celebrandas

Unanimi conſenſu decreverunt ,


Et ad poſteritatis notitiani

Acceptorum beneficiorum ,

Ac fimul Capitularis Decreti


Monumentum poſuere

Anno Jal. M. DCCXXII.

Nað ſó eſte Padrao da ſua piedade deixou em Ro

ma perpetuado nos marmores , outros muitos argu

mentos da ſua grandeza ficarað gravados nos cora

ções dos Romanos > em que vivirá eternamente o

ſeu nome na ſucceſſiva tradiçaõ dos pays aos filhos ;

e fa
e ſahindo daquella Curia a 2 de Mayo de 1722 , e

zendo jornada por terra , tomou o caminho do Lo

reto para venerar a ſagrada Imagem de Maria Santiſ

ſima , a quem em memoria da ſua devoçað deixou

duas ſingulariſſimas peſtas , como fað huma Cruz de


ouro grande com groffas fafiras cercadas de dianian
tes ;
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 281

tes ; e hum precioſiſſimo ornato de ouro com gero

glificos , poſto ſobre lapis lazuli , que cerca o nicho ,

em que ſe adora a Santa Imagem da Virgem , como


lemos na Relaçaõ da Santa Caſa do Loreto , que ſe

imprimio em Lisboa no anno de 1736 , tirada de ou


tra Italiana pelo Padre D. Caetano de Gouvea ; che

gou a eſta Corte no fauſto dia 22 de Outubro do

meſmo anno : foy recebido do noſſo grande Rey ,

que Deos guarde , com eſpecial agrado , e fatisfaçaõ,


de que ſe fez merecedor pelo amor do ſeu ſerviço , e

digno da ſua graça , e da eſtimaçað da Nobreza da

Corte , e do povo de Lisboa , que ſeguindo-o no co

che com acclamações , lhe davao os parabens da ref

tituiçaõ à Patria ; aflim como com lagrimas o tinhao 1

ſaudofaniente ſentido quando fahira da Corte ; ex 1


preſſað poucas vezes experimentada na inconſtancia

dos povos , que de ordinario ſem cauſa ſe queixað

dos Miniſtros , e he eſte tað benemerito , como bem

quiſto.
19 TRISTAÕ DA CUNHA DE ATAIDE naſceo

no anno de 1655. Foy I. Conde de Povolide por

merce delRey D. Joað V. de que teve Carta em 6


de Janeiro de 1709 , e Senhor de Povolide , e de Caf

tro - Verde , e da Aldea de Paradella , dos Morgados

das Vidigueiras , Atouguia , Goes , e outros , e do


Padroado de Santa Maria de Trancoſo , e herdeiro
da Caſa de ſeu tio o Conde de Pontevel Nuno da Chi

nhia , Commendador das Cominendas de S. Cofme

de Guademar, e Santa Maria de Montalya ) na Or


dem
282 Hiſtoria Genealogica

dem de Chriſto. No anno de 1683 foy na Armada , Re


tor
que a noſſa Coroa mandou a Villafranca a buſcar ao
de
Duque de Saboya ; e foy Coronel de hum dos Regi

mentos das na
Ordenanças da Corte , e depois de hum
tu
Terço pago de Pinhel, com que ſervio na guerra .
Morreo apreſadamente a 8 de Agoſto de 1722. PE

Cafou com Dona Archangela Maria de Tavora ,


que morreo a 14 de Agoſto de 1709 , filha de Mi

guel Carlos de Tavora , II . Conde de S. Vincente ,


General da Armada Real , do Conſelho de Eſtado ,
&c. e da Condeſſa Dona Maria Caetana da Cunha;

e deſte matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes :

20. Luiz VASQUES DA CUNHA DE ATAIDE ,

II. Conde de Povolide , com quem ſe continúa .


20 D. MARIA CAETANA DE TAVORA naſceo

a 10 de Setembro de 1699 , Dama da Rainha D. Ma

ria Anna de Auſtria. Cafou em 25 de Fevereiro de

1732 com D. Braz Balthaſar da Sylveira, Meſtre de

Campo General dos Exercitos delRey , com o Go


verno das Armas na Provincia da Beira , do Conſe

lho de Guerra , Senhor de S. Cofmade , Commenda

dor de Ranhados , & c . de quem nað tem ſucceſfað ;;

e da de ſua primeira mulher daremos conta no Li


vro XIV .

20 D. GUIOMAR JOACHINA DE LENCASTRE

naſceo a 9 de Agoſto de 1701 , he Religioſa no Mof


teiro da Annunciada de Lisboa .

20 MIGUEL CARLOS DA CUNHA naſceo a 18

de Fevereiro de 1703. Foy Porcioniſta do Collegio


Real
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 283

Real de S. Paulo na Univerſidade de Coimbra , Dou

tor em Canones , em que ſe graduou a 2 de Julho

de 1725 , e Conductario , com privilegios de Lente ,

na dita faculdade ; e ſendo os ſeus progreſſos com

tanta diſtincçað , que lhe promettia ) humas largas ef


peranças, com notavel reſoluçao tomou o habito dos

Conegos Regrantes em Santa Cruz a 26 de Abril de

1928 , onde profeſſou com o nome de Dom Miguel

da Annunciaçao a 28 de Abril do anno ſeguinte , de

que foy Geral nomeado a 6 de Abril de 1737 ; e

ſendo eleito Biſpo de Coimbra , Conde de Arganil,


foy fagrado na Dominica in Albis a 9 de Abril de

1741 por Dom Fr. Valerio do Sacramento , Biſpo de


1
Angra , Aſſiſtentes D. Fr. Joao do Naſcimento , Biſ

po do Funchal, e D. Fr. Hilario de Santa Roſa , Bil

po de Macao , na Igreja do Convento de Santa Cruz


de Coimbra.
il
20 NUNO DA CUNHA naſceo a 8 de Outubro

de 1705 , entrou na Companhia de Jeſus , e profeſſou

no anno de 1726 .
20 LUIZ VASQUES DA CUNHA DE ATAIDE
1
naſceo a 31 de Novembro do anno de 1697 , he II .

Conde de Povolide , e Senhor da dita Villa, e de Caſ

tro - Verde, da Aldea de Paradella , dos Morgados das

Vidigueiras , Atouguia , Goes , e do Padroado de San

ta Maria de Trancoſo , Commendador de S. Come

de Gundar , e de Santa Maria de Montalvao , de San

ta Martha de Bornes , e de Santa Maria da Graça de

Caſtello -Novo , Gentil-homem da Camera do Senhor


Tom . XI. LI Infan ,
284 Hiſtoria Genealogica

Infante D. Antonio , e Deputado da Junta dos Tres


Eſtados.

Caſou em 11 de Dezembro de 1729 com D. Helena

de Caſtellobranco ſua ſobrinha , filha de D. Miguel

Luiz de Menezes , III . Conde de Valadares , e da


Condeſſa D. Marianna de Caſtellobranco , de quem

tem

21 TristaŐ DA CUNHA DE ATAIDE naſceo

a 13 de Abril de 1731 , faleceo a 26 de Feverei


ro de 1739 .

21 JOSEPH DA CUNHA DE ATAIDE naſceo a

25 de Junho de 1734.
21 Nuno JOSEPH DA CUNHA naſceo a 21 de
Fevereiro de 1737 .

21 MIGUEL JOSEPH DA CUNHA naſceo a 2 de

Janeiro de 1739 , faleceo a 5 de Março de 1744.


21 D. MARIANNA THERESA DA CUNHA naf

ceo a 5 de Dezembro de 1740 .


21 D. MARIA THERESA DA CUNHA naſceo

a 15 de Fevereiro de 1743 .
21 ANTONIO JOSEPH DA CUNHA naſceo a 26

de Mayo de 1744

CAPI
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 285

CAPITULO XV.

De D. Franciſco Luiz de Lencaſtre , III. Com

mendador môr de Aviz.

16
Ela pouca vida , que gozarað ſeus irmãos,
P veyo a ſucceder Dom Franciſco Luiz de

Lencaſtre na Caſa de ſeu pay , em ſua vida foy ar

mado Cavalleiro
para receber a Ordem de S. Bento de
Aviz , por Alvará de 12 de Agoſto de 1600 , em que

ElRey diz : Ser filho do Commendador môr D. Luiz ,

meu muito amado Primo ; a quem depois o meſmo

Rey por Carta fua de 15 de Julho de 1614 , depois da

morte de ſeu pay , dá o tratamento de ſobrinho ; e af !

ſım foy D. Franciſco Luiz III . Commendador môr da

Ordem de Aviz , Commendador das Commendas de

Eſtremioz , Veiros, Landroal , Alcanede , e Alcaida


rias môres das ditas Villas. Achou - ſe nas Cortes , que Jornada de Filippe II. 1

EIRey D. Filippe II
. de Portugal celebrou em Lif á Portugal pas.65.
boa no anno de 1619 , em que exerceo o oſſicio de
Guarda môr da peſſoa delRey , como eſcreve Joao
!
Bautiſta Lavanha. Eſtava o Commendador mör D.

Franciſco em Madrid , quando em Portugal ſucce

deo a feliz Acclamaçaó do Senhor Rey D. Joað IV .

e lá ſe deixou ficar , podendo com elle mais o receyo

da contingencia dos ſucceſſos , do que o amor da Pa +


tria , em que tantos ſe intereſſavao ; lá teve o titulo 7
‫ܪ‬
Tom . XI.
de
Llji
7

1
1
286 Historia Genealogica

de Conde de Alcanede ; foy Veador da Rainha D.


Maria Anna de Auſtria , e no ſeu ſerviço morreo em

Madrid a 17 de Fevereiro de 1667 , donde foy traſ


ladado
para a Igreja de S. Joað de Setuval , enterro
da ſua Caſa , onde jaz .

Caſou com D. Filippa de Mendoça , Dama da Rai

nha D. Margarida de Auſtria , e devia de ſer no anno


de 1604 ; porque em 16 de Fevereiro do referido an
no ſe celebrarað os contratos matrimoniaes , em que

foy dotada com humas herdades em Arrayolos , e

huma Quinta em Loures , além de joyas , e as mer

ces de Dama , em que por hum Alvará , paſſado a 19


de Novembro do meſmo anno ‫ܕ‬, fe lhe fez nierce de

duas vidas mais nas Commendas, que tinha ſeu mari


do , e na Dignidade de Commendador môr; e ſeu ma

rido lhe prometteo de arrhas quatorze mil cruzados.


Faleceo eſta Senhora em Lisboa a 22 de Dezembro

de 1651 ; era irmãa de Franciſco de Vaſconcellos ,

I.Conde de Figueiró , e filhos ambos de Manoel de

Vaſconcellos , Senlior do Morgado do Eſpora ) , e de


Villa -Nova de Faſcoa , Commendador de Izeda na

Ordem de Chriſto , Preſidente da Camera de Lisboa ,


Regedor das Juſtiças , e do Conſelho de Eſtado de

Portugal em Madrid ; e de D. Luiza de Vilhena de

Mendoça ſua mulher , que foy Dania da Infanta D.

Maria , e filla de Joao Nunes da Cunha , Senhor do

Morgado da Coutadinha , fillio ſegundo do Grande

Nuno da Cunha , Governador da India ; e deſte ma

trimonio naſceraõ os filhos ſeguintes:


D.
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 287

17 D. LUIZ DE LENCASTRE , = D. MANOEL

DE LENCASTRE , morreraõ de tenra idade .

17 D. PEDRO DE LENCASTRE , II.Conde de


Figueiró , como ſe dirá adiante no Capitulo XVIII.

17 D. ANTONIO DE LENCASTRE , foy Reli

gioſo da Ordem Militar de Chriſlo no Moſteiro de


Thomar.

17 D. VERISSIMO DE LENCASTRE , que foy


Cardeal , de quem no Capitulo XVI . ſe fará mençað.

17 D. Carlos DE LENCASTRE , que eſtudou


em Coimbra , e foy bom Letrado , morreo louco .

17 D. JOSEPH DE LENCASTRE , que foy In


quiſidor Geral , como ſe dirá no Capitulo XVII .

17 D. MARIA DE LENCASTRE , morreo me


nina .

17 D. MARIANNA DE LENCASTRE caſou com

D. Joao de Caſtro , Almirante de Portugal , Senhor

de Reriz , Sul , Bem - Viver , Reſende , e outras terras

&c . filho de D. Simao de Caſtro , Senhor de Reriz ,

e das mais Villas , e Concelhos ; e de D.Bernarda de

Menezes , filha de Joaõ de Azevedo , Almirante de

Portugal , Commendador de Jurumenha , e Claveiro


da Ordem deAviz , e de D. Joanna de Menezes , co
1
mo ſe diſſe no Livro VI . Capitulo V. & . II . pag .

276 do Tomo V. que foy ſua primeira mulher , fi


lha de D. Pedro de Merezes , VIII . Senhor de Can
tanhede ; e porſua avó materna , veyo a recalir nel
1
le o Almirantado de Portugal , de que lhe fez merce
ElRey D. Affonſo VI. por morte de ſua prima con

irmãa

1
2 88 Hiſtoria Genealogica

irmãa D. Maria Ignez de Azevedo , Condeſa de

Vimioſo , mulher de D. Luiz de Portugal , VI . Con


de de Vimioſo , que foy por eſte caſamento Almi

rante de Portugal ‫ ;ܪ‬e porque nað tiveraõ ſucceſſa ) ,

ſuccedeo na Caſa D. Joaõ de Caſtro , que do matri


nio com D. Marianna de Lencaſtre teve
18 D. SIMAO DE CASTRO morreo menino .

18 D. FRANCISCO DE CASTRO , ſuccedeo na

Caſa a ſeu pay ; foy Almirante de Portugal , Capi

tað da Guarda Real, Senhor de Reriz , Sul , Re

ſende , e Bem -Viver , &c . e morreo a 19 de Agoſto

de 1693. Caſou no anno de 1675 com D. Franciſca

Joſefa de Vilhena , Dama da Rainha D. Maria Fran

ciſca de Saboya , filha de Chriſtovao de Mello , Al

caide môr de Serpa , Porteiro môr e Capitað da


r de Santa Maria de Al
Guarda Real , Commendado

godres na Ordem de Chriſto , e da de Serpa na Or

dem de Aviz , que depois de ter ſervido em Alente

jo com o poſto de Capitaõ de Cavallos , com que


achou no ſoccorro de Elvas no anno de 1659 , foy Go

vernador , e Capitað General de Mazagað ; e de D.


Mecia de Villena ſua mulher , filha de Lourenço

Pires Carvalho , Provedor das obras do Paço , Se

nhor da Azambugeira , e dos Morgados de Patalim ,


e de Dona Magdalena de Vilhena , filha de Henrique

de Souſa , I. Conde de Miranda , Governador do

Porto , do Conſelho de Eſtado ; e deſte matrimonio


naſcerað

18 D. JOSEPH DE CASTRO , que naſceo de


lium
da Caſa Real Portug. Liv . Xl. 289

hum meſmo ventre com D. MARIANNA , e ambos

morreraõ de curta idade .


18 D. JoaŐ JOSEPH DE CASTRO , que naf
ceo na Cidade do Porto , foy Senhor de Reriz , Re

ſende , emais terras , Almirante de Portugal, e Capi


tao da Guarda delRey , officio que a reſpeito da ſua

menoridade fervio por elle Lopo Furtado de Mendo

ça , I. Conde do Rio Grande ; porém morreo moço ,

fem chegar a caſar : jaz em S. Franciſco de Xabregas.


* 18 D. Luiz INNOCENCIO DE CASTRO , veyo

a ſucceder a ſeu imað , e foy Almirante de Portugal,

Capitað de huma das Companhias da Guarda del


Rey D. Joað V. , Senhor dos Concelhos de Reſen

de , Honras de Goſende , Heiras, Ribadellas , Reriz ,

Sul , e Bem - Viver , e dametade da Villa de Penella ,


com Padroados , e datas de officios ; e no Eſtado do

Braſil da Capitania dos Ilheos , e da Villa de Can a

mu , Boupeba , Cayru , e Itaparica , com cincoenta

legoas de terra . Faleceo a 3 de Novenibro de 1733 .


Caſou a 12 de Setembro de 1708 com D. Joanna Ce

cilia de Lencaſtre , filha de Pedro de Vaſconcellos ,


Eftribeiro môr da Princeza do Braſil , e de D. Mari

anna de Lencaſtre ſua niulher , e prima , como já dit

femos no Capitulo III . do Livro VIII . pag . 246 do

Tomo IX . de quem teve


19 D. MARIANNA JOSEFA DE LENCASTRE

nafceo a 7 de Novembro de 1712 .


19 D. FRANCISCA DE LENCASTRE naſcco a

4 de Outubro de 1713 .
D.
290 Hiſtoria Genealogica

19 D. IGNEZ DE LENCASTRE naſceo 'a 28 de

Mayo de 1714 , caſou com D. Antonio da Sylveira ,

como ſe diſſe a pag . 864 do Tomo X.

19 D. ANTONIO JOSEPH DE CASTRO coni


quem ſe continúa .

19 D. MARIA ISABEL DE LENCASTRE naf

ceo a 25 de Dezenbro de 1726 .

19 D. THERESA RITA DE LENCASTRE naf

ceo a 6 de Outubro de 1727 .

19 D. ANTONIO JOSEPH De Castro naſceo


a 3 de Julho do anno de 1719 , he Almirante de Por

tugal, e Capitao de liuma das Companhias da Guar


da Real , Senior da Caſa de Reſende , Donatario

do ſeu Conſello , e das Villas de Bem - Viver , Re

riz , Sul , Penella , e Albergaria , das Honras de Hei


‫ ܕ‬Monta) , Goſende , Ribellas , do Roguengo de
ras ,
Godim , e dos tres fogos do Rio Douro , Canedo ,

Lobazim , e Figueira Velha ; e no Eſtado do Braſil


Senhor da Capitanía dos Ilheos , da Villa de Cama
mu , Boubepa , Cayru , e Itaparica , e Ribadellas , & c.
Caſou a 12 de Fevereiro do anno de 1741 com D.

Thereſa de Tavora , filha dos IV . Condes de S. Vi

cente , como diſſemos no Livro VI. pag. 228 do To

mo V. de quem tem até o preſente


20 D. ISABEL MARIA DE CASTRO , que naf

ceo a 14 de Junho de 1742 .


20 DOM DE CASTRO naſceo eni

Agoſto de 1744

D. Fi

i
291
Alvaro
Joanne Mendes de Salvaro Morgad
Mendes
Senhor do deo de Elpocao. s,
Vaſconcello
Vaſconcellos > See D. Leonor Ribeira , Seph , do Mor
nhor do Morgado gado de Eſporaó , inſtituido 1427.
Alvaro Mendes de de Eſporaó. Vaſco Martins de Souſa Chicorro ,
Vaſconcellos , Se Capitao dos Ginetcs delRey D. Ato
D. Joanna de Sooſa. tonio V.
nhor do Morgado
de Eſporaó , Emo D.Iſabel Oſorio , Fidalza Caſtelh .
baixador ao Em
Joanne Mendes Henrique de Mello,
perador Carlos V. Duarte de Mello .
de Vaſconcellos,
Senhor do Mor Dona Brices Pereira .
Dona Guiomar de
gado de Eſpoo Mello,
rao , Commen Gil Vaz Rapoſo Lobo.
dador da Or D. Iſabel de Brito .
Manoel de dern de Chriſto , D.Ignez de Aboim .
Vaſconcellos,
Sen, do More D. Alvaro de Atai . D. Alvaro Gonçalves de Acaide , 1,
de , Senhor da Cal. Sa Conde de Atouguia.
gado de El.
e Povos , A Condella D. Guiomar de Car .
poraó , & c.
tro.
Comendador Dom Antonio de ) & c. * em 1505 .
na Ordem de D. Violante de Ta
Ataide , I. Conde
Chriſto , Re da Caltanbeira lo vora Alcaide môr de Seabra,
ged , das Juf Vedor da Fazen julho de 1555 , le
D. Antonia de gunda mulher . D. Maria Pinheira.
tiças , * em dai
25 de Abril Ataide. Pedro Lourenço de Tavora , Se .
de 1637 Alvaro Pires de Ta . Shidere de couco.
A Condeffa Dona vora , Senh.deNo. 20. Ignez de Souſa.
Anna de Tavora . gadouro , Commen .
D. Filippa dador de Caiteilo Vaſconcellos , l.
de Mendo
branco na Orden
dialoco Ordem de S Conde de Penelia , t*emem 148%!
1480.
ça , mu
lher de D. Chrifto .
A
Franciſco D. Joanna da Sylva.
Luiz, IU . Nuno da Cunha , Camereiro môr
Commen , do Infante 1 , Fernando.
dador môr Camereiro môr do
D. Catharina de Albuquerque.
de Aviz Senhor Dom Diogo , 20.0
Nuno da Cunha ,
Duyue de Vileu , Se- Pedro Gonçalves , Secretario del
Governador dain .
nhor de Geltaco &c. ) Rey D. Aftonio V.
dia, D. Antonia Pacs.
D. Leonor Paes,
20
Joao Nunes da
Cunha , Senhor Spiromeda
Puridade . Sylveira , Eſcrivao da
D.Iſabel de Vilhe. Nuno Martins da
do Morgado da Sylveira , Senhor de D. Brites de Goes , Senhora de Oli
na , ſegunda mu
Coutadinha. Ther, Goes , Eſcrivao da vença do Conde , de Goes , & c .
Purida depa
D. Filip . de Ville Ternaó Telles de Menczes , Senhor
. de Unhao,
na.
D. Luiza de D. Maria de Vilhena.
Vilhena de
Jozo Vaz Corte- Real, Porteiro mór
Mendoca . do Infante D. Fernando , Capilað
Vaſque Annes Cor
te - Real , Donatario Donatario da Ilha Terceira,
Manoel Corte da Ilha Terceira , & c. D. Maria de Abarca.
Real , do Confe .
lho del Rey , Se Garcia de Mello , Alcaide môr de
.D. Joanna da Sylva
D. Joanna Sylva.. Serpa .
Dona Filippa de nhor da Ilha Tere
Mendeçat ceira , e S. Jorge. D. Filippa Pereira da Sylva.
D. Brites de Mene .
doça , Dama da
Rainha D. Cacha . Inigo Lopes de MeneŞRuy Dias de Mendoça.
MA, N.
Ton.
D. Maria Branca : Sleece parigues de Paçan , Viſcon
Viſcondeſſa de Val .
duerna.
D. Maria Çapata .

Tom . XI. CAP


I
1
1
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 293

CAPITULO XVI.

De Dom Veriffimo de Lencaſtre, Cardeal da

Santa Igreja Romana,


Inquiſidor Geral de

Portugal , Arcebiſpo Primaz das Heſpa

nhas , do Conſelho de Eſtado.

17 O anno de 1615 na Cidade de Lisboa


n
No naſceo D. Veriſſimo de Lencaſtre , e foy

bautizado na Igreja Parochial dos Santos Martyres


Veriſſimo , Maxima , e Julia , em cujo obſequio lle

foy poſto o nome , a 15 de Novembro , por D. Joað

da Gama , Biſpo de Miranda , como conſta do Livro

da dita Fregueſia pag. 14 ; e ſendo creado no anor


de ſeus eſclarecidos pays , a quem deveo muito , e

elles às ſuas virtudes a gloria de hum filho tað bene


merito ; porque na vida , que ſeguio , ſó lhe faltou a

ſuprema Dignidade do Pontificado , para o que o ha


bilitavao o exercicio das virtudes , letras , e alto naf

cimento , ſe houvera ſahido fóra da Patria . Eſtudou

na Univerſidade de Coimbra os Sagrados Canones,

em que foy Doutor ; e ſeguindo a vida Eccleſiaſtica,


foy ſempre deſde os ſeus primeiros annos o exem

plar entre os Fidalgos do ſeu tempo ; foy Conego,


e Theſoureiro mòr da Metropolitana Sé de Evora , e

neſta Cidade entrou no ſerviço do Santo Officio , ſen

do Deputado , e Promotor , lugar de que tomou pof


Tom . XI. Mm ſe
294 Hiſtoria Genealogica

fe em 19 de Novembro de 1644 ; foy Inquiſidor da

meſnia Inquiſiçað , em que entrou a 16 deMarço de

1649 ; e correndo todas as tres Cadeiras , paſſou pa

ra a primeira da Inquiſiçaõ de Lisboa , de que tonou


poſſe em 7 de Junho do anno de 1660 ; e ſendo pro

njoyido a Deputado do Conſelho Geral do Santo Of


ficio
tomou poſſe no primeiro de Abril de 1664 .

Foy do Conſelho delRey , Sumilher da Cortina del


Rey D. Pedro II . que o nomeou Biſpo de Lamego ,

Dignidade, que nao aceitou . Os ſeus grandes mere


cimentos o lembrarað ao meſmo Principe para o ele

ger Arcebiſpo Primaz , e Senhor de Braga , de que


tirando Bullas Apoſtolicas , tomou poſſe por ſeu Pro
curador em 8 de Julho de 1671 , e entrou naquella

Auguſta Cidade em 3 de Novembro do meſmo an

no , com grandes demonſtrações de goſto de ſeus no


radores , que havia tantos annos ſe viaõ ſem Paſtor :

logo tratou de viſitar o Arcebiſpado com tanta dili


gencia , como caridade , adminiſtrando o Sacramen

to da Confirmaçaõ a innumeraveis peſſoas de hum , e


outro fexo , e conferindo Ordens . O meſmo fez de

pois na Corte , dando Ordens todos os Domingos , e

dias Santos na ſua Capella a todos os que tinha ) privi

legios para as tomar extra tempora ; o que era grande


commodidade dos Ordinandos , nað ſó deſta Dioce

fi, mas de todo o Reyno , e ainda dos viſinhos, don .

de vinha ) muitos Heſpanhoes a tomar Ordens a Lif

boa ; o que elle exercitava com tanta ſatisfaçað , que


dizia , que nað fazia favor, mas que o recebia ; e da
meſma
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 295

meſma forte adminiſtrava a todas as peſſoas o Sacra

mento da Confirmaçað , depois de acabar de dar Or

dens. Satisfez todas as obrigações de hum verdadei

ro Prelado ; porque foy pay univerſal daquelles pó

vos, pela candidez do animo , compaixa ) , e benig


nidade ; nelle virtudes tao naturaes , que para to

dos era igual , e ſem differença : e tendo renuncia

do o Arcebiſpado , e reſidindo neſta Dioceſi até 27

de Março do anno de 1677 , em que paſſou à Corte

provido no lugar de Inquiſidor Geral deſtes Rey


nos ,
deixando em toda aquella larga Dioceſi hum

geral ſentimento , e huma viva ſaudade dos benefi


cios , que delle recebiao . E ſendo confirmado no

lugar de Inquiſidor Geral por Bulla do Papa Inno

cencio XI. de 22 de Novembro do anno de 1676 ,

tomou poſſe em 9 de Abril do anno ſeguinte. Neſte


grande lugar moſtrou a ſua prudencia , e o ſeu zelo

na eſcolha dos Miniſtros ; porque os teve excellentes ,


doutos , e benemeritos de mayores Dignidades , lo

grando neſte emprego occaſioens, em que pode luzir


o zelo da Fé , entre todas as virtudes moraes , de que

foy dotado. ElRey D. Pedro II . que nað fó o ef

timou grandemente , mas o reſpeitava , o fez do ſeu


Conſelho de Eſtado , em que ſervia ao Reyno com
tanto amor 7
como chriſtandade ; porque ſó entað

he que o Principe he dignamente ſervido , quando


fe nað antepoem a liſonja à ſaude univerſal da Re

publica com tanto riſco da conſciencia . O meſmo

Rey lhe deu a nomina de Cardeal nacional , e foy


Tom . XI. Mm ü crea
296 Hiſtoria Genealogica

creado Cardeal da Santa Igreja de Roma pelo Santo

Papa Innocencio XI. em 12 de Setembro de 1686 . 1

Havia muitos annos , que ſe nað via em Portugal eſta 1

1
eminente Dignidade ; porque a dominaçað eſtranha ,

e depois a guerra com Caftella , nað tinha dado lugar


a que a Cabeça da Igreja attendeſſe aos eſclarecidos

ſerviços , que a Coroa de Portugal tinha feito em

obſequio da Religia ) , e da Fé : porém eſta tað alta

Dignidade nenhuma impreſſað fez no animo deſte

Principe , em quem a affabilidade era natural , e nað

affectada. Foy Varaõ de excellentes virtudes , em

que ſe unira ) as partes de perfeito Prelado ; porque


Sooſa ; Catalogo dos foy douto , e ainda ſendo velho ſe levantava muito

Cardeaes , ac,da cola cedo para eſtudar na ſua copioſa Livraria : pelo que
lecçaõ da Academia do foy tað verſado no Direito Canonico , que em ne
anino de 17 .

nhuma materia lhe allegava ) Author algum , que


elle nað accreſcentaſſe a allegaçao com outros mui

tos : foy muy curioſo dos eſtudos Genealogicos , de


que eſcreveo livros , que deixou com outros no ſe

creto do Santo Officio . Da ſua letra , que era excel

lente , vimos varios papeis , e annotações a livros de

Familias ; e aſſim foy elle hum dos bons Genealogi


cos do noſſo Reyno , e com todos os profeſſores del

te eſtudo mantinha communicaçað . Era caſto , vir

tuoſo , e com entranhas de piedade , conſolando aos


afHictos , animando aos pretendentes , por quem obra

va quanto em ſi eſtava pelos ſervir , principalmente

em materias de honra , ainda nas mayores circunſtan


cias. Foy geralmente honrador doshomens : era de
animo
--

da Caſa Real Portug. Liv . XI. 297

animo brando , benigno , favorecedor dos pretenden

tes , que com elle tinha ) entrada , por prompto em fal

lar às partes ; de forte , que todos conſeguiaõ, ſem tra


balho"
, ter delle audiencia , com a certeza de que os

nað havia de eſcandalizar. Foy muy devoto , e to

do o anno viſitava as Igrejas , em que eſtava o Santo


Lauſperenne ; e ſendo tað virtuoſo , nað era inven

cioneiro, antes de animo alegre , e jovial , goſtando


das galantarias , e graças , com que entretinha a con

verfaçaõ naquellas horas , que ſervia ) de entreteni

miento à cortezāa civilidade , dos que o viſitavao . El

tas , e outras admiraveis virtudes o fizerao amado , e

reſpeitado de todos os Eſtados do Reyno , em que

vive com ſaudoſa memoria ; porque os Grandes , e

Fidalgos , os Eccleſiaſticos , e Seculares , os Religio


ſos , a Nobreza , e o povo , todos lhe erað ou incli

nados , ou obrigados ; porque elle a todos correſpon

dia com igual affabilidade. Conſervou em idade lar


ga , ſaude robuſta , até que finalmente aſſaltado de

violentos achaques , ſe rendeo à cama , e em poucos

dias de doença , deu muitos exemplos de piedade , e

de todas as virtudes. Neſte tenipo ſe achava em Lif


boa o Reverendiffimo Padre Fr. Joao de Alvim ,

Miniſtro Geral de toda a Religiaõ dos Menores, que

tinha vindo a viſitar as Provincias deſte Reyno , Va

rað verdadeiramente ſucceſſor de S. Franciſco , e de


ſanta vida ; e viſitando ao Cardeal , o recebeo com

as niais vivas expreſſoens de humildade chriſtāa , que

pudera fazer o menor ſubdito daquelle Prelado . Nef


ta
298 Hiſtoria Genealogica

te
ta doença continuou aquelles actos de chriſtandade ,
re
que tanto exercitava ; e com conſtancia de animo re

cebeo todos os ultimos Sacramentos , com tal pieda

de , que edificou a toda a Corte ,, que univerſalmen


n
te ſentia , e ouvia com pezar a ſua moleſtia. As Re 1

ligioens deſta Cidade , que tanto eſtimara, com pre


ces publicas pedia) a Deos pela vida do Cardeal ;
teſtemunhando deſta forte o ſeu agradeciniento , e o

quanto todos neceſſitava ) da vida deſte Principe , que


cheyo de annos , e merecimentos , morreo fantamen

te a 13 de . Dezembro de 1692 às ſete horas da ma


nhấa ; a ſua morte foy tað ſentida , como elle amado .

ElRey D. Pedro ſe recolheo os dous dias ſeguintes,


nað ſahindo fóra , nem dando audiencia ; e o meſmo

fez a Rainha D. Maria Sofia. O ſeu corpo foy ve


nerado como de Varað Santo ; porque o povo con

corria em grande numero ao ſeu Palacio , e todos o

pertendiað ver , tocando , como podia ) , cada qual


o feu Roſario , ſendo hunia ſó a voz , que ſe ouvia

em toda a parte , appellidando - o Santo , eſpalhando

ſe por todo o Reyno eſte ſentimento ; porque as ſuas

virtudes a toda a parte chegarao , ainda dos que o


nao conhecerað. O ſeu corpo foy levado com mag

nificencia devida à ſua peſſoa , e ao ſeu caracter , ao


Moſteiro de S. Pedro de Alcantara da Provincia da

Arrabida , que elle muito eſtimou , e de que foy in

ſigne Bemfeitor , por entre duas alas de Rel gioſos


de todas as Ordens da Corte , com cirios acceſos , e

principiando do ſeu Palacio , acabava à porta do Mof


teiro ;
--

da Caſa Real Portug. Liv . XI. 299

teiro; e acompanhava as andas, da parte eſquerda , o

referido Geral. Entre as diſpoſições pias do ſeu Tel

tamento ordenou , que lhe fizeſſem huma Capella

no Adro da Igreja de S. Pedro de Alcantara , e que


nella ſe diffeſfem quatro Miſſas quotidianas perpetuas,

1 deixando por cada huma oitenta mil reis de eſmola


20 Sacerdote , que a diſſeſſe , e de fabrica o meſ
mo.
Mandou -ſe ſepultar no Adro da Igreja , à en

trada da porta , em fepultura raza , onde jaz , e tem

o ſeguinte Epitafio :

Latet hic , otacet , quem fama loquitur e prodit


Eminentiſimus D. D. Verilinius de Lancaſtro.
Genus fi quæris ?
His friget in cineribus , qui olim juvenis caluit ,
Luſitanorum , imô c * totius Europa Regum fanguis.
Si Sapientiam ?
Quam in utraque Regni hauſit , o exhaufit Academia ,
In commune Ecclefia bonum perenni efudit ſcaturigine.
Si honorum gradus !
Sacris initiatus tuenda , augendaque Fidei partes ſuſcepit:
Decurfis facro Areopago, ordine fuo minoribus fubfelijs ,
In ſupreniam tandem Generalis Inquiſitoris ereclus ſelan .
Fabio maior Maxino , o felicior
Catholicanı nobis cun & tando reſtituit ren.
Ex Hiſpaniarum Primate , factus Ecclefia Princeps purpuratus ,
Petri Claves , ego fi non obtinuit, virtutibus meruit , quibus claruit,
Ex una onines diſce Humilitate ,
Quam in vulgaris tunuli lapide , ceu in fpeculo poteris contemplari ,
De Æterna fcilicet animi manfione magis,
Quanı de Mauſoleo cadaveris ſollicitus.
Sula nihilintereſſe duxit hunii ne an ſibline putrefceret.
Regnum Cælorum , fi venditur , eleemofinis emit.
Veriflimus citra adulationem , pauperun: Pater.
Cælo charus , folo.
Vixit juftiſſime annos 76 Obijt piiſſime 12 Decembris 1692
Quieſcit placidiſinie ad diem foli Deo notan.
Na
300 Hiſtoria Genealogica

Na Capella do meſmo Cardeal, que fica no atrio da

meſma Igreja , ſe vem as duas Inſcripções ſeguintes :

Da parte do Euangelho.
I

D. Fr. Joſephus de Lancaſtro, Inquiſitor Ge


neralis , ea D. Ludovicus de Lancaſtro , Vil.

læ novæ Comes , Aviſijque Maximus Commen

datarius , Eminentiſimi Dñi D. Verißimi de

Lancaſtro frater , & ex Fratre nepos ejus

Teſtamentarij facellum hoc ipfius tumulo con

tiguum cum ducentis aureis pro fabrica , ut


quater in illo pro ejuſdem anima quotidie Sa.

crum celebretur , additis ad fepulchrum ref


ponſorijs cum donatione ducentorum aureorum

pro quolibet Sacrificio erigere juferunt.

Da parte da Epiſtola.

E tumulo huc oculos ad parvum flečte ſacellum

Contracta in ſpatium ſtat breve jacra domus .


Scilicet hæc humili reſpondet parva ſepulchro ,

Illud & exigui eſt arca plana ſoli.

Nam qui mente humilis contempſit vivus honores ,


ima cupit.
Hic quoque fumma fugit mortuus

Ergo purpurei qui ftemmata facra galeri


Addit ad titulos tot ſibi jure datos.

Cum foret evectus Jumma ad faſtigia folum ,


Senſit onus , renuit quidquid honoris erat .
CAPI
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 301

CAPITULO XVII.

De D. Fr. Foſeph de Lencaſtre, Biſpo de Mi

randa , e Leiria , Inquiſidor Geral deſtes

Reynos , Capellao môr delRey Dom Pedro

ll'e do Conſello de Eſtado


.

17 Ao fe coſtumaõ herdar com o ſangue as

virtudes , nem menos ſerem tað igual


1
mente praticadas nos irmãos , que ſe nao differencem
1
hum do outro : porém agora veremos , depois do que

temos referido no Capitulo precedente , que nada ce


deo a ſeu irmao o Cardeal D. Veriſſimo no exerci 1

cio das virtudes D. Joſeph de Lencaſtre. Naſceo na


Cidade de Lisboa a 19 de Março do anno de 1621 ,

e foy tambem bautizado na Parochial Igreja de San


1
tos . Apenas tinha cumprido quinze annos , quando

com generoſa reſoluçað , ſem ter dado parte a ſeus


pays , tomou o habito dos Carmelitas Deſcalços no
Moſteiro de Evora eni 12 de Março de 1636 , don
de ſendo mandado a continuar o noviciado em Lil

boa , profeſſou no Moſteiro de Noſſa Senhora dos

Remedios a 22 de Março de 1637 : vida aſpera em

compreiçaõ debil , lhe originarað algumas enfermida


des ; de forte , que por mitigar o rigor da Regra na
Reforma , nað mudando da Religiaó , paſſou para a

Provincia do Carmo Calçada , e entrou no Moſteiro


Tom. XI. Nn de
302 Hiſtoria Genealogica

de Setuval a 13 de Outubro de 1645. Neſta Reli mo


gia ) foy Socio , e Secretario da Provincia , ſendo
faz

Provincial o Padre Meſtre Fr. Gaſpar dos Reys ; ca

e depois deſte emprego , no anno de 1656 , o man R

dou a Provincia a Roma , a tratar da Beatificaçao


do Veneravel Condeſtavel D. Nuno Alvares Perei E

ra . Foy graduado Preſentado , e Meſtre em Theo b


logia , graos para que os ſeus eſtudos o habilitarað
{
com diſtincçao . A ſua grande peſſoa lembrou ao Pa

pa Alexandre VII. que por motu proprio o nomeaſie


Prior de S. Martinho in Montibus , hum dos Moſtei

ros , que a ſua Religiaõ tem na Curia Romana , que

elle regeitou . Depois no Capitulo , que a Religiao


celebrou em Roma a 5 do mez de Julho de 1666 ,

foy eleito Aſiſtente Geral das Provincias de Portu


gal, e Heſpanha , com o titulo de Provincial de Da
cia . Reſtituîo -ſe à ſua Provincia no anno de 1669 ,

de que foy nomeado Commiſſario Geral pelo ſeu


Reverendiſſimo Padre Geral Fr. Mattheus Orlando ,
Sá , Memoriasdos Are à ſua inſtancia o Papa Clemente X. ( con quem ti
cebiſpos , e Biſpos do
vera trato no tempo , que eſteve em Roma , e era
Carmo, pag. 266.
Cardeal ) o fez por motu proprio Provincial deſta

Provincia , que nao aceitou , dizendo ſer prejudicial


à Religiaõ ſemelhantes exemplos. Porém o Geral o

encarregou do governo da Provincia com o titulo de

Vigario Provincial ; e finalmente foy eleito Provi11


cial no Capitulo de 28 de Abril de 1674 , celebrado

em Lisboa , com todos os votos , que governou com


acerto ; porque foy ſempre obſervante da ſua Regra,
mof
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 303

moſtrando em tudo o que obrava a eſtimaçað , que

fazia de a profeſfar , andando a pé , ſem entrar em


carruagem , nem uſar de mais diſtincçao , do que a

Religiaõ permittia aos demais filhos ; nem comeo fó

ra do Convento , nem ainda em caſa de ſeu irmao .

Eſta vida exemplar , que ſempre obſervou , o fazia

benemerito de grandes Dignidades , que ſobre o ſeu


grande naſcimento nað podia eſquecer ao vigilante

cuidado delRey D. Pedro II . ( enta Principe Re.

gente ) com que cuidava na eleiçaõ dos Prelados pa

ra as Igrejas ; elle o nomeou Biſpo de Miranda , de

que ſendo confirmado pelo Santiſlimo Padre Inno


cencio XI . lhe foraõ expedidas Bullas a 26 do mez

de Abril de 1677 : foy ſagrado no Moſteiro do Car- Catalogo dos Biſpos de


mo de Lisboa por ſeu irma) D. Veriſſimo , Arcebiſpo da Academia do asing

Primaz , em 25 de Junho do meſmo anno , aſſiſtentes de 1721.

D. Eſtevaõ Brioſo de Figueiredo , Biſpo de Pernana

buco , e depois do Funchal, e D. Fr. Chriſtovaõ de

Almeida , Biſpo Titular de Martyria. Foy elle huni

dos Biſpos, que em Coimbra aſſiſtira ) à primeira Traf


ladaçao , que ſe fez do Corpo da Rainha Santa Iſa
bel porordem do Senhor Rey D. Pedro. Aſſim que Corograf.Portug.tom .

entrou no ſeu Biſpado o viſitou peſſoalmente , em 1. pag .480.

que fez todas as obrigações de hum verdadeiro Pal


.
tor. Dentro no Palacio Epiſcopal erigio hum Col

legio com o titulo de S. Jofeph , de que foy muy de

voto, com renda para doze Collegiaes pobres , com


ſeu Meſtre de Grammatica ; e no meſmo Palacio ti

nha claſſe publica de Latim para todos os moradores


Tom. XI. Niü da
304 Hiſtoria Genealogica

da ſua Dioceſi , que regeo com admiravel pruden

cia , zelo do ſerviço de Deos , e amor das ſuas ove

lhas ; porque era muy compaffivo , e liberal com os

pobres , que com ſaudade ſentirað o fer promovido


de
Leuia da Collecçao dia ao Biſpado de Leiria , de que tirando Bullas Apoſto

Academia do anno de licas , tomou poſle a 2 de Agoſto de 1681. Neſta


1722 ,
Igreja exercitou o officio de Paſtor com toda a pro

priedade, apaſcentando com as eſmolas, e com a dou

trina , pregando , com grande edificaçaõ da ſua Dio

ceſi, por muitas vezes na ſua Sé , viſitando o Biſpa

do , arrancando abuſos , e plantando ſantos coſtumes ,

que fortificava com os Operarios Euangelicos , que

continuamente andavao trabalhando naquella Dioce


fi. ElRey D. Pedro , que tinha alto conceito das

virtudes deſte Prelado , por morte de ſeu irmao o no


meou Inquiſidor Geral , de que lhe paſſou Bullas o

Papa Innocencio XII. em o primeiro de Julho de


1693 , de que tomou poſſe em 20 deOutubro do meſ

mo anno ; e depois em o anno de 1702 o fez feu Ca

pella) môr , de que lhe mandou paſſar Carta a 17 de


Janeiro do referido anno ; e ultimamente o nomeou

o meſmo Rey a 31 de Mayo de 1704 do ſeu Conſe

lho de Eſtado , na promoçaõ que fez de Miniſtros de


Eſtado , achando-ſe em Santarem . Foy o Biſpo D.

Fr. Joſeph de Lencaſtre ornado de grandes virtudes ;


em todas eſtas grandes occupações ſe portou com

modeſtia religioſa. Todos os dias celebrava o San


to Sacrificio da Miſfa , o que fazia com devoçaõ , e

copioſas lagrimas ; depois da qual rezava o Terço do


Roſa
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 305

Roſario com a ſua familia. Nunca quiz deixar de

fatisfazer com as obrigações de Religioſo ; pelo que

jejuava os jejuns da Regra Carmelitana : nað havia

dia algum , que nað tiveſſe oraçað , e na ſemana tres


vezes diſciplina , nas ſegundas , quartas , e ſextas fei

ras; porém de forte acautelado , que nað ſe perce


bia ; a que ajuntava outras muitas particulares morti

ficações , e penitencias
. Era a ſua familia muy refor

mada , e modeſta , com quem ſempre comeo em ti

nello , tendo hum pobre mendigo à ſua maõ direita ,

a quem elle ſervia os pratos : a ſua caſa limpa , mas

ſem oſtentaçaõ ; porque nað tinha de valor mais que


livros , cortinas de lãa , nemi elle veſtio nunca outra

couſa , que nað foffe lãa ; em tudo moſtrava , que era

Religioſo , e reformado : dormia em huma barra po

bre de pinho , e tinha hum leito concertado com o pa


ramento de ſerafina roxa , e a colcha rica era de hu

ma palha fina de Angola. ElRey D. Pedro nos dias ,

que hia ao Palacio da Inquiſiçaõ , por adorar a San

tiſſima Imagem do Senhor chamado dos Polos , na

Prociſao da ſegunda ſexta feira da Quareſma , tinha


a curioſidade de ver o pobre ornato daquella cama de
eſtado , de
que muito fe edificava , da qual naõ fe

ſervia , ſe nað nas occaſioens , que por moleſtia havia


de receber viſitas. Teve grande talento para os ne

gocios politicos , que comprehendia com admiravel

percepçað , votando ſingularmente nas materias de


Eſtado ; de ſorte , que o ſeu voto era de grande pon

deraçao aos demais Miniſtros: a hum , ſem controver


fia
ic a
306 Hiſtoria Genealog

ſia grande em tudo daquelle tempo , que foy o Du


que de Cadaval D. Nuno , o ouvi muitas vezes . Era
deanimo compaſſivo , e tað eſmoler , que a reſerva ,

que fez do Biſpado de Leiria , quando o renunciou

para ſer Inquiſidor Geral , ficava no meſmo Biſpado

em ordinarias , e eſmolas , com que ſoccorria viuvas

honradas , recolhidas , e a outras peſſoas nobres , e


neceſſitadas. Finalmente nelle concorrerað todas as

virtudes de hum grande Prelado , e de hum grande

Senhor , como elle foy , com coraçað candido , mas


prudente , com notavel conſtancia , e nao menos atta
bilidade , Letrado , e virtuoſo , de que foy piamente

receber o premio eterno , fortalecido com os Sacra

mentos , que recebeo com grande devoçaõ ; cheyo


de annos , e merecimentos , faleceo a 13 de Setembro

de 1705. Aberto o ſeu Teſtamento ſe achou cheyo


ordenando que folle
de diſpoſições pias , e devotas ,

enterrado , ſem pompa alguma , na Capella do Novi


ciado dos Carmelitas Deſcalços de Lisboa , para def

cançar eternamente com aquelles , que tanto amara

na vida , e donde aprendera as virtudes , que tanto


ſoube exercitar. Jaz em fepultura raza no meyo da

Capella , onde em huma pedra lhe puzerað o ſeguin


te Epitafio :

Aqui deſcança o Illustriffimo , e Reve

rendiffimo Senhor Dom Fr. Foſeph de

Lancastro , Religioſo profeſ Carmeli


ta
da Caſa Real Portug . Liv. XI. 307

ta Deſcalço neste Santo Noviciado de

Noſa Senhora dos Remedios , e depois

de muitos annos paſado à Familia dus

Obſervantes. Foy Provincial , eCom

miffario Geral , de donde ſahio para

Biſpo deMiranda , e de Leiria , e ul

timamente Inquiſidor Geral , e Capellað

môr del
Rey D. Pedro ll. e do ſeu Con

ſelho de Eſtado. Faleceo em 13 de Se


tembro de 1705

CAPITULO XVIII .

De Dom Pedro de Lencaſtre , II. Conde de

Figueiró, cc.

17 Að fuccedeo D. Pedro de Lencaſtre na

N Caſa , e na Dignidade de Commendador 1

môr de Aviz ; porque anticipando -ſelhe amorte , aca

bou a vida primeiro , que ſeu pay : porém fuccedeo


na de ſeu tio Franciſco de Vaſconcellos , I. Conde de 1

Figueiró , que morreo em Madrid no anno de 1653 ,


como neto de Manoel de Vaſconcellos , Regedor

das Juſtiças , do Conſelho de Eſtado em Madrid ,


Commendador de Izeda na Ordem de Chriſto , Se

nhor do Morgado de Eſpora ) em Evora. Foy D.


Pedro

5
a
308 Hiſtor
ia logic
Genea

Pedro recebido à moradia de Moço Fidalgo por Al

vará de 7 de Fevereiro de 1625 , em que ElRey diz :

A Dom Joao da Silva , meu Mordomo môr , hey por

bem fazer merce a D. Pedro de Lencaſtre , filho de

D. Franciſco Luiz de Lencaſtre, meu muito amado,

e prezado Sobrinho , de o tomar por Moço Fidalgo,

com o foro , e moradia , que pelo dito ſeu pay lhe per

tence , oʻc. Seni embargo de D. Pedro nað ſucce

der na Caſa de Figueiró , que era da Condeſſa Dona


Anna de Menezes e Vaſconcellos , mulher de ſeu tio

ol . Conde , lhe ſuccedeo noCondado por merce del

Rey D. Joað IV . attendendo à grande qualidade de


D. Pedro , de que lhe paffou Carta a 19 de Mayo do
anno de 1654 , e foy Senhor de Villa -Nova de Faf

coa , e do Morgado de Eſporað . No anno em que


o meſmo Rey , como diſſemos , inſtituîo o Tribunal

da Junta dos Tres Eſtados , foy o Conde de Figuei

ró hum dos primeiros Miniſtros , que nelle houve: e

pelo ſeu caſamento foy Senhor de Goes , e do Con


dado de Sortelha. Morreo a 21 de Julho de 1658 .

Foy depoſitado na Igreja de Noſſa Senhora dos Re

medios dosCarmelitas Deſcalços , donde foy traslada

do para a Capella mòr de S. Joao de Setuval, enter


ro da fua Cala.

Caſou em vida de ſeu pay em 16 de Fevereiro de

1630 com a Condeſſa D. Magdalena de Lencaſtre-,


que faleceo em 5 de Dezembro de 1649 , e jaz na

Igreja do Moſteiro da Eſperança de Lisboa. Era fi

lha ſegunda de D. Luiz da Sylveira , III. Conde de


Sorte
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 309

Sortelha , e Guarda môr da peſſoa delRey , e de ſua

mulher Dona Maria de Vilhena , Condeſſa de Villa

Nova ; veyo a Condeſſa D. Magdalena a herdar a


Caſa de ſeu pay por morte de ſua irmãa mais vellia
a Condeſſa de Villa -Nova D. Branca de Vilhena da

Sylveira ; ſuccedeo nas terras , Morgados, e mais Se

nhorios da Caſa de Sortelha ; e deſte matrimonio naf

cerað os filhos ſeguintes :

18 D. Joseph DE LENCASTRE , III. Conde

de Figueiró , como ſe verá no Capitulo XIX .


18 D. LUIZ DE LENCASTRE , IV . Conde de

Villa -Nova , Capitulo XX .


18 D. MARIA DE LENCASTRE , a quen a na

tureza dotou de fermoſura , e ſem ter elegido eſtado,

acabou na flor da idade em o primeiro de Outubro de

1657 ; e jaz com ſua mãy no Moſteiro da Eſperança


de Lisboa.

Tom . XI. Oo A Con


1
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 313

CAPITULO XIX .

De D. Foſeph Luiz de Lencafire , III. Conde

de Figueiró, Commendador môr de Aviz .

18 Aſceo na Cidade de Evora , e foy bauti

N zado na Cathedral daquella Cidade em


27 de Agoſto do anno de 1639 , ſendo ſeu Padrinho

ſeu tio Ď. Veriſſimo de Lencaſtre , e Madrinha ſua

avó D. Filippa de Mendoça : ſuccedeo na Caſa de


ſe lhe
ſeu pay, e foy III. Conde de Figueiró , de que

paſſou Carta a 29 de Setembro de 1658 ; declarando

ſe fer a terceira vida , com que eſta merce fora feita


a Manoel de Vaſconcellos ſeu viſavô , ſendo a primei
1
ra ſeu fillo Franciſco de Vaſconcellos; e que nas ou

tras duas entraria ) ſeus deſcendentes , ou as peſſoas, .


que em falta delles ſuccedeſſem na Cafa . Teve a i
Dignidade de Commendador môr da Ordem de Aviz,

de que tirou Carta a 17 de Outubro de 1673 , e as


mais Commendas , e Alcaidarias móres , que poſſuhio

ſeu avô : e tendo ſuccedido por morte da Condeſa

ſua mãy na Caſa de Sortelha , veyo por morte de ſua

avó materna a ſucceder no Condado de Villa -Nova

de Portimað ; e engroſſando em rendas a ſua grande 1


Caſa , por recahirem nella duas tað illuſtres , veyo a

ſer huma das mais ricas , e poderoſas do Reyno. Foy 1


Deputado da Junta dos Tres Eſtados , e Preſidente
do
1

1
314 Hiſtoria Genealogica

do Senado da Caniera ; e morreo en Lisboa a 1 de

Dezembro de 1687. A devoçað o fez deixar o en

terro dos ſeus mayores , mandando -ſe ſepultar na ſua

Parochia de Santos, na Capella de Noſſa Senhora da


Saude , onde jaz .

Caſou em 31 de Julho de 1664 com a Condeſa D.

Filippa de Vilhena , huma das Senhoras mais magni

ficas 110 trato , e grandeza da Caſa , que teve a Cor


te : faleceo a 15 de Dezembro de 1688. Era filha de

Joao Rodrigues de Sá, Conde de Penaguia) , Came


reiro môr , e do Conſelho de Eſtado del Rey D. Joað
IV . e de ſua mulher a Condeſa D. Luiza Maria de

1 Faro : porénı deſta eſclarecida unia ) nað tiverað fi

lhos . E jaz na dita Capella da Igreja de Santos com


o Conde feu marido , onde ſe conſerva eſta memo
ria :

Neſta Capella ſe mandarao enterrar D.

Foſeph de Lencaſtre , Conde de Figuei

ró , e a Condeſa D. Filippa de Vilbe

na ſua mulher , pels ſingular devoçao,

que ſempre tiverao a eſta Santa Ima

gem da Virgem Senbora noja.

CAPI
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 315

CAPITULO XX .

De D.Luiz de Lencaſtre , IV . Conde de Villa

Nova de Portimaõ , Commendador môr

de Aviz .

18 A eſclarecida uniao de D.Pedro de Len

D caſtre , e D. Magdalena de Lencaſtre ,

II. Condes de Figueiró , foy o ſegundo filho D. Luiz

de Lencaſtre , que naſceo em Azeitað en hum Sab

-bado do mez de Mayo de 1644. ElRey D. Affon

fo VI. por ſeu Alvará de 17 de Setembro de 1666 ,

accreſcentando-o do foro deMoço Fidalgo , diz : Fa

ço merce de Fidalgo Eſcudeiro , e Fidalgo Cavalleiro


a D. Luiz de Lencaſtre com a moradia , que teve ſeu

Avô Dom Franciſco Luiz , meu muito amodo Sobri


nho , filho de D. Luiz de Lencofre , meu muito ama

do Sobrinho. Ele tratamento de parenteſco com a

Caſa Real , expreſſarað os Reys ainda em ſeu avó ,


como referimos. 1

Nav teve ſucceflio , como temos viſto no Ca

pitulo precedente , o Conde de Figueiró ſeu irmað :


pelo que D. Luiz lhe ſuccedeo em toda a Caſa , e 1
Morgados , que por elle vagarað , nienos os bens da

Coroa , que eraõ muitos ; porque neſtes , em huns lhe

faltava) as vidas , e outros erað incluidos na Ley Men

tal ; e ſomente ſe lhe conſervou o Senhorio de Villa


Nova

1
316 Hiſtoria Genealogica

Nova de Faſcoa por ſer de juro , e ter huma vida fó

ra da Ley Mental , de que ſe lhe paſſou Carta a 5


de Novembro de 1688 por merce delRey D. Pedro ;
pela qual foy tambem IV. Conde de Villa -Nova de

Portimao , Commendador môr da Ordem de Aviz ,


e das Commendas , e Alcaidarias móres , de
quc le

the paſſara ) Cartas a 27 de Agoſto de 1688 , em que

diz : Por aver reſpeito às duas vidas , em que Jina Avó

foy deſpachada , e eſtar huma por verificar. Morreo


em o primeiro de Janeiro de 1704 , e jaz na Paro

chia de Santos , na meſma Capella do Conde ſeu ir


mao.

Caſou em 15 de Fevereiro de 1694 com D. Magda


lena Thereſa de Noronha , Dama da Rainha D. Ma

ria Sofia , filha de D. Eſtevaõ de Menezes , Senhor


da Caſa de Tarouca , e de D. Helena de Noronha

fua mulher ; e deixando a fucceſfað , que diremos ,


morreo a 26 de Dezembro de 1701 ; e foy ſepultada

na meſma Capella da Igreja de Santos , onde eſtá ſeu


marido. Forao ſeus filhos

19 D. PEDRO DE LENCASTRE , que naſceo ,

e morreo em 23 de Março de 1696.


19 D. PEDRO DE LENCASTRE , V. Conde de

Villa -Nova , como ſe verá no Capitulo XXI.


19 D. MARIA DE LENCASTRE naſceo a 17 de

Abril de 1698 , caſou em 25 de Fevereiro de 1715

com D. Pedro de Almeida , III . Conde de Aſſumar ,

el . Marquez de Caſtello -Novo , Vice -Rey , e Ca

pitað General do Eſtado da India , para onde partio


a 9
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 317

a 29 de Março de 1744 ; e da ſua ſucceſſað já de

mos noticia em ſeu proprio lugar a pag . 818 do To


nio X.

19 D. FRANCISCO JOSEPH DE LENCASTRE

naſceo a 14 de Agoſto de 1699 , em quem defeituoſa


a natureza , o fez incapaz de trato , por ſer enfermo

no juizo .

19 D. HELENA DE LENCASTRE naſceo a 25

de Outubro do anno de 1700 , e caſou em 13 de Agoſ

to de 1713 com D. Joao Maſcarenhas , III . Marquez


de Fronteira , eIV . Conde da Torre , como em ou

tra parte fica dito a pag . 472 do Tomo IX . de quem


naſceo D. MARIA a 23 de Setembro de 1738 , que

faleceo de tenra idade .

19 D. THERESA DE LENCASTRE , que foy a

ultinia , naſceo a 10 de Dezembro do anno de 1701 ,

e caſou em 24 de Setembro de 1719 com D. Francif


co Maſcarenhas , III . Conde de Coculim , como já

temos em outra parte eſcrito a pag. 246 do Tomo V.

A Con

1
}

1
-
319
D. Joao
D. Duarte de Mene- Svernador de Tangere, Comendador
de Albutcira da Ordem de Santiago.
de Tarouca , Vice- 2 D.. Luiza de Caſtro .
D. Luiz de Mene Rey da India , naf
cco em Tangere a 6 Diogo da Sylva , Senhor de Vagos,
zes , Il. Conde de
de Dezembro 1 537. Regedor das Juſtiças.
Tarouca , Gover
na dor de Tange D. Leonor da Sylva. CD. Antonia de Vilhena.
Dom Duarte de re , * em Outu .
bro de 1614 . ja , &c.Moniz , Senhor de Ange.
Menezes III. Vaſco Martins Mo. Share
Conde de Ta. D.Lourença Hen
niz , IV . Senhor de D. Leonor Henriques.
rou ca, riques , ſegunda
mulher, Angeja , & c.

D. Violante de Me- SD.Fernando


de Azamor. de Noronha , Capitað
Dom Eltevao
nezes, D. Joanna de Menezes.
de Menezes ,
Senh, da Ca. D. Fernando de Faro , Senh . do Vie
ſa de Tarou miciro , Mordomo môr da Rainha
Dom Diniz de Faro ,
.ca , Deputa
do da Junta Commendador ente nario
de D. Cabbaric
Iſabe l de Mello , * Jan. 1952 ..
dos Tres El D. Eltevao de Fa .
tados. ro , I. Conde de Chriſto , * a 12 de Joaó Alvares Caminha.
Dezembro de 1 574
Faro , do Conſe .
lho de Eſtado , * D. Luiza Cabral. D. Iſabel Cabral,
A Condella D.
Luiza de Caſtro . aiz de Fevereiro
de 1628 . D. Joa6 Lobo, Iv . SpD.I
isRodrigo Lobo, 11. Baraõ de Al
A Condella Dona vito , do Conlelho delRey D. Josó
A Condel. Guiomar de Cal Baraó de Alvito , do Ill. e Védor da fazenda.
la D.Mazo tro , Conſelho de Eltado , Dona Guiomar de Caſtro ,
a 7 de Ou
dalen.The Védor da Fazenda, D.
bro de 1620 . A Barone za b.2.co.S Gideras Maſcarenhas, Capizó dos
rela de No Ginetes delRey D.Manoel , Senhor
ronha mul, nor Mascarenhas. de Lavre.
de D. Luiza
D. ,
de Lencaſo
tre , IV. D. Leao de Noronha,.
Conde de D. Thomas de No.
Villa No ronha, D. Branca de Caſtro .
12. D. Marcos de No.
ronha , D. Gil Eannes da Coſta , Velor da
Fazenda , do Conſelho de Eltado ,
D.Helena da Sylva.
e Deſpacho .
D. Joanna da Sylva .
D. Thomas de D. Duarte da Colta , Armeiro mor,
Noronha , Mil . D. Franciſco da Cor Governador do Braſil , Preſidente
Conde dos Ar
D. Maria Henri 1. Embaixador 22 d. Senado daCamera
COS. D. Maria de
de .
ques.
1579 .
Gonçalo Pinto , Senhor de Ferreia
Dona Joanna Henri .
ros , e Tendacs,
queso
D. Helena de 20. Violante Henriques.
Noronha. D.Lourenço deBri: Suiz de Brito , IV. Viſconde de
to Nogueira eLima, Villa - Nova da Cerveira.
Vil. Viſconde de A Viſcondella D. Ignez de Lima,
Villa - Nova da Cer .
D. Luiz de Brito
A Condella D.
Viſconde de Villa ve Eſta
de ir do, Conſelho See in de calcaçova Carneiro, Senhor
a , do
Magdalena de Nova de Crveira ,
Borbon , legun- \ i. Conde dos Ar A Viſcondella Dona
da mulher Luiza de Tavora. D. Antonia de Tavora,
cos , * a 24 de
Junho de 1647 Antonio de Cardaillac , Barao de
Franciſco de Carda. la Chapelle & c.
A Condella Vito illac , Barco de la2 a Baroneza Victoria de Aquino.
ria de Cardaillac,
Viſconde de
A Baroneza Magda. ( Henrique de Borbon ,
lena de Borbon . Viſcon,della Franciſc
A a de Miri
monta

Tom . XI.
CAP
I
(
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 321

CAPITULO XXI.

De D. Pedro de Lencaſtre , V. Conde de Villa

Nova , e Vl.Commendador môr de Aviz .

-19 O anno de 1697 a 4 de Abril naſceo D.

NP .
Pedro de Lencaſtre Sylveira Valente Cal
1
tellobranco Vaſconcellos Barreto e Menezes , em

quem a obrigaçaõ de tantos Morgados unio tantos ,


e tað illuſtres appellidos
. Succedeo em toda a Caſa

de ſeu pay , quando ainda nað tinha cumprido ſete


annos , ficando
ficando por ſeu tutor aquelle virtuoſo Prela

do o Biſpo Inquiſidor Geral ſeu tio , que em ſua vi

da tratou o ſeu caſamento , nomeando por ſeu tutor

a ſeu futuro ſogro , debaixo de cujas prudentes ma


ximas foy educado . He V. Conde de Villa -Nova

por Carta de 5 de Fevereiro de 1704 , VI. Com


mendador môr da Ordem de Aviz na ſua Caſa , e

Conimendador das Comniendas de Alcanede , Eſtre

moz , Veiros , e Landroal , todas na dita Ordem , e


Alcaide mòr dos Caſtellos de Aviz , Veiros , Lan

droal, Cabeçaõ , Benavilla , Alcanede , e Pernes , Se

nhor das Villas de Goes , Salriza , Villa -Nova de Faf


coa , e das Caſas de Villa -Nova de Portima) , e de

Sortelha , Senhor dos Morgados da Povoa , de Efpo

porað , Oliveira do Conde , Goes , Pedra -Alçada,

Marvilla, Valverde , Algarve , Alcochete , e Ma


Tom . XI. Pp fra ,
a
322 Historia Genealogic

fra , e Senhor dos Padroados das Igrejas de Sanipayo

de Villa -Verde , S. Thomé de Cabella , S. Salvador

de Ruivaens , Santa Margarida de Colzada , Santia


go de Tremes , S. Vicente de Souſa , Santa Maria

de Idens , e da Collegiada , e Vigairarias de Santa


Maria de Goes , Santa Maria de Correllos , S. Pedro

da Varzea , S. Pedro de Oliveira de Conde , S. Chrif


tovaõ de Cabanas. A Providencia Divina , que o

1 fez Senhor de huma taõ grande Caſa , deixou que a

natureza próvida lhe déſſe huma gentil , e agradavel

preſença, de corpo agigantado ; mas com proporçaõ


tað armonioſa , que o faz biſarro , a que unio partes

de grande Senhor , magnificencia no trato da ſua Ca

ſa , e prudencia em dirigir as ſuas acções ; goſtando


dos exercicios , que fað preciſos, e como neceſſarios ,
nas peſſoas do ſeu alto naſcimento ; uſando do ma

nejos dos cavallos , da caça , e qutros exercicios , a

que o leva mais que o divertimento , a ſatisfaçaõ da

amiſade , do que o genio mais dado à liçaõ dos li

vros : principalmente da Hiſtoria , que leo com goſto,

he a parte Genealogica a mais favorecida ; e em hu

ma , e outra he bem inſtruido ; porque com memoria


prompta ſe ſabe ſervir das occaſioens , em que brillia
com modeſtia. No anno de 1729 , quando as Magef

tades Portuguezas paſſaraõ à Provincia de Alentejo

para ſe verem no Caya com as Mageſtades Catholi

cas , foy o Conde hum dos Senhores , que ſe acha

rað neſta mageſtoſa juncçað com magnifico tremi , e

acompanhado de luzida familia. No anno de 1744


foy
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 323

foy feito Deputado da Junta dos Tres Eſtados , que

exercita com preſtimo , e pontualidade ; porque cont

correm nelle partes de vir a ſer hum grande Miniſ


tro .

Caſou em 29 de Outubro de 1711 com D. Maria So

fia de Lencaſtre , filha de D. Rodrigo Pedro Eannes

de Sá , Marquez de Abrantes , e de Fontes ; e da


Marqueza Dona Ilabel de Lorena ſua mulher : def
ta eſclarecida uniao teve

20 D. ISABEL DE LENCASTRE , com quem ſe

continúa.
20 D. MAGDALENA DE LENCASTRE naſceo

a 25 de Junho de 1714 .
20 D. AnnA DE LENCASTRE naſceo a 26 de

Setembro de 1716 , caſou em 8 de Outubro de 1737

conı ſeu primo com irmao Dom Fernando Maſcare

nhas , fillo dos III . Marquezes de Fronteira , de quem

teve D. MARIA , que naſceo a 23 de Setembro de

1738 , e viveo poucos mezes ; e ſua mãy faleceo a 6


de Setembro de 1739 .

20 D. IGNEZ ANDREZA DE LENCASTRE naf

ceo a 4 de Fevereiro do anno de 1717 , e morreo em

Agoſto do anno ſeguinte.


20 D. ISABEL DE LENCASTRE naſceo a 2 de

Abril de 1713 : cafou , como preſumptiva herdeira


deſta grande Caſa , com Manoel Rafael de Tavo
ra , Capitað de Cavallos na Provincia de Alentejo , fi

lho dos II . Condes de Alvor , a qual faleceo a 26 de


Fevereiro de 1742 ; e deſta eſclarecida uniao he unico
Tom . XI. Рpii D.
324 Hiſtoria Genealogica

21 D. JOSEPH MARIA GREGORIO FRANCIS

co XAVIER DE LENCASTRE naſceo a 15 de Feve


reiro do referido anno de 1742 , que he preſumpti
yo herdeiro da Caſa de feu avô

is

A Con
325

Franciſco de sá s rao Rodriguez de Sá, J.Conde de


Menezes , I ) . Corde Penaguiao , e Camereiro môr dele
de Pena guiaó . Ca. 2AEonde a D.llabel de Mendoça .
Joao Rodriguez de mereiro n ôr , * em
Sá , Ill . Conde de Joao Gonçalves da Camera , Conde
Penaguiao, Came. is dedraft 1847. de Atouguia, * em Abril de 1628.
reiro môr de Rey A Condefra D.Maria de Catro , *
na de Castro .
Franciſco de Sá Dom Joao IV . do a 25 de Mayo de 1932 .
Conſelho de El
de Menezes , I. lca Gonçalvesde Alaide ,, Conde
D. L.viz de Ataide, SiJoao
Marq . de Fon tado , & c. * em de Arouguia.
tes , IV . Conde 1658 . Conde de Alouguia , 2 A Condela D. Maria de Caſtro .
A Conde ſla Dona's Senhor de Piniche ,
de Penaguiao
Camerciro môr Luiza de Faro . em 1639 D. Jeronymo Coutinho , do Coole .
del Rey D. Af. A Condeſlá D.Filip ) lho deFllado, * em 22 de Julho
Rodrig. Ean fonſo VI . * em pa de Vilhena, de 1630.
nes de Sá e . 1677 2 D. Luiza de Faro,
M :nezcs, III.
Marquez de SD. Joao de Lencaftre ,Commenda
Fontes , 1. de D.Lourenço de Lene
Abranu. Gen. caltre , Commenda. ZD . Paula da Sylva .
til-homem da Dom Rodrigo de dor de Coruche.
Ruy Telles de Menezes , Senhor de
Camera del Lencaſtre , Com
A Marqueza D. D. Ignezde Noro . S Unhao.
Rey D. Joao Joanna de Len . mendador de Co nha,
V. Jeu Védor caſtre. ruche na Ordem D. Marianna da Sylveira.
da Fazenda , de Aviz , * em
Embaixad . a 1657 Diogo
Joao da Sylva Tello, Spoi Vac
ogo da Sylva, X, Senhor de Vi
Roma, e Ma I. Conde de Aveiras ,
drid , * a 30 D. Ignez de Noro si Conde de Aveiros: 2 D. Margarida de Menezes,
nha, XI. Senhor de Va.
A Condeſ de Abril de
la D. Ma 1733 A Condesa D. Ma. S Buy Telles de Menezes, Senhor de
ria Sofia de Unhaó.
ria de Caſtro.
Lencaſtre , 2 D. Marianna da Sylveira ,
mulher de
D. Nuno Alvares Pe . Franciſco de Mello , 11. Marquez
D. Pedro
V. Conde reira de Mello , Ill, de Ferreira , Conde de Tentugal ,
de Villa Franciſco de Mel
Nova lo , III. Marquez *Conde
a 28 de
deTentugal;2
Feverei . sem boezembro de1588.
de Ferreira , IV . ro de 1597 . D. RodrigAltde Moſcoſ Oſorio, V.
Conde de Tenta . A Condefla D. Ma . Conde de o amira o
gal , do Conſelho rianna de Caſtro , *2
Dom Nuno Al . de Eſtado , & c. * a 20 de Jan. 1626 . N ..

vares Pereira de a 17 de Março de D. Henrique Pimentel , III. Mar


Mello , I. Du 1645 . D. Antonio Pimen . S quez de Tavera.
que do Cadaval, A Marqueza Dona tel , IV.Marquez de A Marqueza Dona Joanna de To .
IV. Marquez de Joanna Pimentel , Tavera , Vice -Rey
2 ledo
Ferreir. V. Con * 211 de Setem
de Valença , * a 28 D. Lopo de Moſcoſo , VI. Conde
A Marqueza de de Tenrugal , bro de 1657. de Março de 1627. de Altamira , & c. * ais de Des
D. Iſabel de do Conſelho de A Marqueza Dolla. zembro .
Lorena , * a Eltado , & c . * bel de Moſcoſo. A Condella D. Leonor de Sandoval.
26 de Nov. em 29 d : Janei
Carlos de Lorena,
de 1699. ro de 1727 . Carlos de Lorena que de Elbeuf , & c.

Franciſco de Loo Cavaleiro das Or?2 Duqueza Margarida Chabot,*


A Daqueza D. , & c. * Henrique IV .Rey deFrança, * a
Maria Angelica rena , Conde de 1
a5de Nov. 1675. S 14 deMayo de 1610.
Harcourt , de Ri
Henriqueta de A Duqueza Henri Gabriella de F. (trećs , Duqueza de
Lorena , * a 7 CUX &c. * em
queta , legitimada de BoBo
caca
uuf
foor
de Julho 1674. 27 de Junho de rt,
t
.
França.
1694 Affonſo Corle de Ornano , Mari
Anna de Orna Henrique Franciſco chal de França .
no , Condeſa de
Affonſo de Ornano, Margarida Luizade Graffe, Senho
Montſor , * em
S Marquez de Mau .
Setemb, de 1695. bec , &c.
A Marqueza Mar. Luiz Raymundo , Conde de Mont
for . Maugiron
garida de Montſor . A Condella Maria de .

Tom . XI. TAB


OA
TO

SITO
metu.

XVII Dom Luiz D. MaD. Fr. Joſeph de Lencaſtre , Frade Caro Dona Marianna de
)
de Lencaſ de Leimelita
: , Biſpo de Miranda , e de Lci Lencaltre caſou com
tre , * me. tre, * ria , Ir.qulidor Geral
de Fortugal, do Dom Joao de Caſtro ,
nino . nino, Conſelho de Eſtado , Capeliao môr del . Almirante de torty .
i
Rey D. Pedrull. #aiz de Setembro
gal , Senhor de Rey
de 1706 . ris .

XVIII Dom Joſeph Laiz de Fommendador môr da Dona Maria de Lencaltre ,


Gocs , &c. * em o pri . * na flor da idade ſem er
,
zembro de 1687. Ca tado no primeiro de Oulu
de Joao Rodrigues de saca , * em 26 de De bro de 1657
de Dezembro de 1688,

XIX Dom Pedro de Lencaſtre , naſceo a


D. Thereſa de Lencaſtre , naſceo a
Lencaſtre , nar

1
1
1 1
|

3
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 329

CAPITULO XXII.

De Dom Joao de Lencaſtre , Commendador de


Coruche na Ordem de Aviz .

Ntre os filhos , que teve o Commenda

15 E dor môr Dom Luiz de Lencaſtre de ſua

mulher D. Magdalena de Granada , como diſſemos

no Capitulo XIIL foy o ſegundo genito D. Joað de

Lencaſtre , a quem o Duque Meſtre fez merce da


Commenda de Coruche , e Alcaidaria môr de Aviz ,

de cuja Ordem he a dita Commenda , baſtante patri

monio naquelle tempo para eſtabelecer huma grande

Caſa , por ſer muy rendoſa eſta Commenda ; e aſſim

com mais huma linha do ſeu proprio ſangue dilatava

a ſua poſteridade , que o tenipo depois tanto reſtrin

gio na linha maſculina , de que fað hoje já muy pou

cos; porque eſta fe extinguio em parte , como logo


diremos. No anno de 1578 paſſou à Africa com El
Fornada de Africa , live
Rey D. Sebaſtia) , e foy hum dos Senhores , que fi 2. cap. 8.1 28:77
.
caraó cativos naquella infeliz batalla ; e foy reſgata

do no numero dos oitenta Fidalgos , como eſcreve

Jeronymo de Mendoça . ElRey D. Filippe II . que

reconhecia a ſua grande qualidade , e os ſeus mere


cimentos , no anno de 1597 o fez do ſeu Conſelho

com nove mil reis por mez de Conſelheiro. Fundou


Chronica da Irozincia
C a p u c
oſos Capu hos de de S. J oao
ao d a da Arrábida,yºs.7os .
' o Convento de Religioſ os chos S. Jo da da Arrabida , jag.705.
Villa
330 Hiſtoria Genealogica

Villa de Santarem , eni que lhe lançou a primeira pe


dra a 24 de Junho de 1589 , e o aceitou o Padre Fr.
André de S. Paulo . ·Morreo no anno de 1614 , e jaz
no dito Convento .
1
Caſou duas vezes , a primeira com D. Paula da Syl

va , filha de Lourenço Pires de Tavora , Governa


dor da Torre de Caparica , e Senhor do Morgado ,
que elle naquelle lugar inſtituîo , Commendador das

Conmiendas de Requia) , de Salvaterra , e das Pias,


na Ordem de Chriſto . Foy Embaixador a ElRey
de Fez no anno de 1541 fobre a guerra , que El
Rey

Dom Joao queria mover ao Xarife ; Capitað môr da


Armada , que no anno de 1546 paſſou à India , Em
baixador ao Emperador Carlos V. no anno de 1548 ,

e depois a Inglaterra no anno de 1553 na exaltaçao


da Rainha D. Maria por morte delRey Duarte VI.
e no de 1559 paſſou por Embaixador a Roma a dar

obediencia ao Papa Pio IV .; Varað prudente , va .


leroſo , entendido , generoſo , e luzido , a quem os

Reys tiverað tanta attençao , que pareceo reſpeito

aos ſeus grandes merecimentos. Finalmente com li

cença , que pedio a El Rey para deſcançar em ſua

cala , livre de negocios politicos , morreo em a ſua

Quinta de Caparica em 15 de Fevereiro de 1573 ; e


jaz no Moſteiro dos Arrabidos , que fundou naquel

le meſmo ſitio. Foy caſado com D. Catharina de


Tavora , filha de Ruy Lourenço de Tavora , Com

mendador de Mirandella , feu primo ſegundo . Def


te eſclarecido matrimonio de D. Joao de Lencaſtre
con
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 331

com Dona Paula da Sylva naſceraõ os filhos ſeguin


tes :

16 D. LUIZ DE LENCASTRE , que ſucceden


do na Commenda de Coruche , morreo moço , ſem

ter tomado eſtado.

* 16 Dom LOURENÇO DE LENCASTRE 2 com


quem ſe continúa .

16 D. JORGE De LENCASTRE , ſervio na In

dia com fatisfaçað ; e voltando ao Reyno , paſſou ſe

gunda vez à India , deſpachado com o governo da

Capitanía de Ormuz , em companhia de Ruy Lou

renço de Tavora , Vice-Rey da India , no anno de


1608 ; e levava de moradia de Fidalgo Cavalleiro por

mez fete mil duzentos e cincoenta reis, e faleceo na

viagem ; nað foy caſado , nem teve geraçao .


16 D. CATHARINA DE LENCASTRE , adiante.

Caſou ſegunda vez com D. Filippa de Caſtro , filha


de D. Affonſo de Caſtellobranco , Meirinho môr , e

de ſua ſegunda mulher D. Iſabel de Menezes , filha


de D. Duarte de Menezes ; e era viuva de Joao Pe

reira Marramaque , de quem nað teve ſucceſſað.


* 16 D. CATHARINA DE LENCASTRE caſou com

Dom Fernao Martins Maſcarenhas , Senhor de La


vre , e Commendador de Mertola na Ordem de San

tiago , de quem foy ſegunda mulher , e tiverað os fi


lhos ſeguintes:

17 D. Luiz MASCARENHAS DE LENCASTRE ,
adiante .

17. D. PEDRO MASCARENHAS , adiante .


D.
232 Hiſtoria Genealogica

17 D. MARIA DE LENCASTRE ,

17 D. ALDONÇA DE LENCASTRE , Freiras no

Moſteiro de Montemôr o Novo , da Ordem de S.

Domingos.

17 D. Luiz MASCARENHAS DE LENCASTRE ,

ſuccedeo em hum Morgado , que ſeu pay ſe obrigou

a inſtituir , quando caſou com ſua mãy Đ. Catharina

de Lencaſtre , para o filho primeiro daquelle matri

monio ; porém ſeu irmao mais moço ſe meteo de

poſſe , ſem que D. Luiz ſoubeſſe tratar do direito ,

que tinha ; porque foy Fidalgo com pouco talento ..


Caſou com D. Brites de Menezes , filha de Damiao

Dias de Menezes , Commendador na Ordem de

Chriſto , Secretario das Confirmações delRey ; e de


D. Anna de Caſtro´ſua muller , de quem teve
18 D. CATHARINA DE LENCASTRE recolhi

da 110 Moſteiro de Odivellas , onde morreo moça.

18 D. FERNAÕ MARTINS MASCARENHAS ,

paſſou a ſervir à India , e foy Cavalleiro da Ordem

de Chriſto ; e tendo occupado póſtos naquelle Eſta

do , foy Governador da India , em que ſuccedeo a

D. Miguel de Almeida a 9 de Janeiro de 1691 , junto

com Luiz Gonçalves Cota , Clerigo do habito de


S. Pedro , Secretario de Eſtado , que nao governou

mais que quatro mezes ; e ficou governando a India


D. Fernando , até que em Setembro chegou o Ar

cebiſpo Priinaz D.Agoſtinho da Annunciaçað , Re

ligioſo da Ordeni Militar de Chriſto , que era no


nieado na Via ; e ambos governarað o Elado até 13
de
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 333

de Mayo de 1693 , que entrou em Goa o Conde de


Villa - Verde D. Pedro Antonio de Noronha e D.

Fernando voltou para o Reyno . E no anno de 1703

foy mandado por Governador de Pernambuco , e de

pois do Rio de Janeiro.

Caſou na India com D. Maria Manoel de Albuquer 1


1
que , filla de D. Joao Manoel de Albuquerque , Ca

pitaõ de Dio , filho natural de D.Jorge Manoel de


Albuquerque , Commendador de S. Mamede de Tro

viſco na Ordem de Chriſto , Senhor do Morgado do

Grande Affonſo de Albuquerque , de quem nað teve


fucceffao .
*
17 D. PEDRO MASCARENFIAS , foy Conego ,

vi
e Arcediago na Sé de Lisboa , que renunciou pela

da de Soldado ; e ſervio na guerra contra Caſtella ,

depois da Acclamaçao ; occupou os pólos de Capi


taõ de Cavallos, e Meſtre de Canipo no Exercito da

Provincia de Alentejo . Foy Commendador de S.


Pedro Fins de Ferreira na Ordeni de Chriſto , e Go

vernador do Rio de Janeiro.

Calou duas vezes , a primeira com D. Brites de Ta

vora e Mendoça , filha de Chriſtovao de Almada ,

Provedor da Caſa da India , e de ſua mulher D. Lui

za de Mello , Senhora de Carvalhaes , Ilhavo , e Ver

demilho , &c. filha herdeira de André Pereira de

Miranda , Senhor das ditas Villas. E a ſegunda com

D. Maria da Sylva e Camoens , Senhora do Morga

do da Camoeira , viuva de Antonio Magalhaens de

Menezes , Senlior da Ponte da Barca , e filha de An


Tom . XI. 09 tonio
334 Hiſtoria Genealogica

tonio Vaz de Camoens , Senhor do dito Morgado ; de

e de D. Franciſca de Menezes , filha de D. Alvaro da СC

Sylveira , Commendador de Sortelha na Ordem de pa

Chriſto , filho de D. Diogo da Sylveira , 2


II. Conde

de Sortelha ; porém de nenhum deſtes matrimonios {


teve fuccefſao . r

16 D. LOURENÇO DE LENCASTRE , filho fe


gundo de D. Joao de Lencaſtre , e de ſua mulher D.

Paula da Sylva , foy Commendador de Coruche na


Ordem de Aviz , Senhor da Caſa de ſeu pay .

Caſou com D. Ignez de Noronha , que faleceo a 2

de Novembro de 1651 , irmãa do primeiro Conde de


Unhaõ , filha de Ruy Telles de Menezes , VIII. Se

nhor de Unhao , Cepaes , Meinedo , Geſtaço , Com

mendador de Ourique ; e de D. Marianna da Sylvei

ra fua mulher , filha herdeira de D. Vaſco da Syl

veira , Commendador de Arguim na Ordem de Chrif


to , e de D. Ignez de Noronha ſua mulher , como
diſſemos no Livro VI. Capitulo V. Q.III. pag. 317
do Tomo V. e teve

17 D. Joaõ DE LENCASTRE , e D. RODRIGO

DE LENCASTRE , morrerað meninos.

17 D. LUIZ DE LENCASTRE , ſervio em Ma

zagað , ſendo Capitað daquella Fronteira Joao da

Sylva , deſde o amo de 1631 até o de 1636 ; e mor


reo fem ſucceſlao.

17 D. RODRIGO DE LENCASTRE , Commen

dador de Coruche , com quem ſe continúa.

17 D. PEDRO DE LENCASTRE , foy Capitað


de
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 335

de Cavallos no Exercito da Provincia de Alentejo , e

Capitað môr da Armada , em que no anno de 1657 Portugal Refeur


. tom .
paſſou à India coni ſeu tio Antonio Telles de Mene- 2.div.i.pag.dz.

zes , I. Conde de Villa -Pouca , que a Rainha Re

gente tinha mandado por Vice-Rey daquelle Eſta

do ; e ficando na India , governou o Eſtado jun

tamente com Luiz de Mendoça ; e voltando para o


Reyno no anno de 1664 , morreo na Bahia ; tendo
1
caſado com D. Margarida de Tavora ſua prima com
1
irmãa , filha do I. Conde de Unha) , com quem ſe 1

tinha recebido lium mez antes de partir para a India .

17 D. MARIANNA DE LENCASTRE caſou com


D. Gregorio Thaumaturgo de Caſtellobranco , III .

Conde de Villa -Nova , de quem foy terceira nnuller;

e por ſua morte caſou ſegunda vez com ſeu primo

com irmao Luiz da Sylva Tello , II. Conde de Avei

ras , Senhor de Vagos , Regedor das Juſtiças , de


1
quem foy ſegunda mulher ; e de nenhum deſtes ma
trimonios teve ſucceſlao.

17 D. RODRIGO DE LENCASTRE , ſuccedeo

a feu pay na ſua Caſa , e foy Commendador de Co

ruche na Ordem de Aviz ; e ſendo nomeado Gover

nador , e Capitað General da Cidade de Tangere , Conde da Ericeira D.


entrou neſta Praça em Janeiro do anno de 1653 , em tom . I.iv.12.pag.811.

que moſtrou grande valor , e prudencia , mayor do


que promettiaõ os ſeus poucos annos , mas ſim o ſeu

eſclarecido fangue ; dando nos primeiros exercicios


da ſua occupação differente idéa , da que tinhað re- Conde da Ericeira 1 ).

cebido os Cavalleiros daquella Praça da ſua pouca Waingereeds


Tom . XI. Qq i idade ;
a
336 Hiſtoria Genealogic

idade ; teiido tido ſucceſſos proſperos, com utilidade

dos Tangerinos , era o ſeu governo feliz por todas as


circunſtancias ; achando - ſe em muitas occaſioens , em

que dando do ſeu valor nað vulgares moſtras , ad


quirio reputaçaõ à ſua peſſoa , e àsnoſſas Armas . Na

Cidade fez algumas obras publicas , de que a mais

importante foy a do Miradouro , que eſtava arruina


do, levantando o muro dos fundamentos ; reformou

o Caes para as embarcações , affiſtindo ao trabalho ;


reparou os Vallos , ou Tranqueiras , todas as vezes ,
que tivera ) danno : do Reyno lhe mandarað trinta

cavallos , com que ſe refez a Cavallaria ; em tudo


moſtrou tanta prudencia , que podia o ſeu governo

ſervir de exemplo ; aos ſubditos tratou com amor , e


f guar.
benignidade , ſem offender o reſpeito , que ez
dar com ſeveridade quando convinha ; e affim foy
Dom Rodrigo nað ſó amado dos ſubditos, mas dos

inimigos. E ſuccedendolhe no Governo D. Fernan

do deMenezes , II . Conde da Ericeira , ſe embarcou

para o Reyno , e chegou a ſalvamento a Lisboa em

o anno de 1656 : porém no tenipo , que os ſeus me

recimentos enchia ) a Republica de liuma larga ex


pectaçao , morreo moço no anno de 1657 a 21 de
Fevereiro . Jaz nos Capuchos de Santarem .

Caſou com D. Ignez de Noronha ſua prima com ir


māa , filha de Joað da Sylva Tello , I. Conde de Avei

ras , e de ſua mulher a Condeſſa D. Maria de Caſtro ,


de quem teve cſclarecida ſucceſſaū nos filhos ſeguin

tes :
D.
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 337

18 D. LOURENÇO DE LENCASTRE , Commen

dador de Coruche , com quem ſe continúa .


18 D. PEDRO DE LENCASTRE naſceo em Lif

boa no anno de 1653 ſendo bautizado na Parochia

de Santiago a 22 de Mayo : foy Monge no Real

Moſteiro de Alcabaça , e ſeguindo a vida Monaſtica ,

com fervor , fe fez benemerito pelos merecimen


tos proprios da attençao dos ſeus : ao meſmo tem

po que elle com louvavel deſentereſſe nað perten

dia couſa alguma , foy momeado Secretario do Ge

ral no anno de 1687 , e acabando , o quizerað fazer

Abbade do Deſterro , que recuſou entað , dizendo ,

que era preciſo o merecello , e rogou lhe deſſem a

occupaçaõ de Sachriſta ) de Alcobaça , e foy a uni

ca couſa que em ſua vida pedio ; e ſe entendeo , que

era ſómente para aſſiſtir à fabrica da Ermida da Vir

gem do Deſterro , que foy motivo de ter que ſofrer

no modo com que ſe houveraõ com elle ſobre eſta

Capella , que elle prudente , e devoto moſtrou , que


0 que ſó queria era o culto da Senhora , e dos ſeus

Campanheiros do Deſterro , fem que ſe queixarſe tal


vez da deſattençaõ com que o tratarað . No anno de

1693 , foy eleito D. Abbade do Deſterro , onde em

prendeo dar principio à Igreja , ſobre o que nað pade

ceo poucas tribulações com os meſmos Religioſos ,


que nað podendo entað impedir a fabrica , veyo o
tempo a ſatisfazellos , nað ſe continuando . Poucos

mezes tinha de Abbade , quando achando- ſe com

queixas graves o Padre Fr. Luiz Coutinho , para poder


conti

1
ica
338 oria alog
Hiſt Gene

continuar com a occupaçaõ de Eſmoler môr , a que


ſe ajuntavað muitos annos : pelo que fez deixaçaõ do

lugar , e ſendo nomeado para eſte honorifico empre

go de Official da Caſa Real, o Abbade Fr. Pedro


de Lencaſtre , lhe mandou El Rey paſſar Carta a 5.

de Outubro de 1693 , lugar que exerceo com louva

vel piedade , e ſeguindo- ſe o Capitulo Geral , lhe


propunhaõ alguns o modo de poder fer eleito D.

Abbade Geral , que elle con animo deſintereffado

deſprezou . Neſte Capitulo , que foy 110 anno de

1696 , lhe acordarað voto perpetuo , com todas as

preeminencias , que gozaī os que tem logrado o lu

gar de Geral da ſua Congregaçao .


No anno de 1699 ſuccedera ) na Congregaçað

de Ciſter algumas domeſticas perturbações ſobre o


govemo da Religia ) , em que Fr. Pedro fe moſtrou

nað fó imparcial , mas com zelo do ſerviço de Deos,


e deſintereſle do temporal , moſtrou a ſua recta in

tençað , ſincero, e candido animo, que mereceo del


Rey novos louvores a ſua prudencia , edificando - ſe

ſempre do ſeu deſintereſſe. Eſtava no anno de 1700


a Corte em Salvaterra , quando propoz a Sua Ma

geſtade os meyos de ſe evitarem vagabundos , e men

dicantes pelas portas , que ElRey mandou conferiſſe


aquelle negocio com o ſeu Confeffor , o Padre Se

baſtiaõ de Magalhães, que aſſentando fizeſſe hum pa


pel ſobre aquella materia , o fez ; porém ou a occur
rencia dos negocios , ou outro motivo , nað deixou
executar huma obra tað neceſſaria , com que ſe evi
tavao
daCaſa Real Portug. Liv . XI. 339

tavað muitas deſordens. Depois lhe fez ElRey a mer

ce de declarar , que liavia de gozar o foro de Capel

lað Fidalgo , com a moradia , que lhe pertencia ; de

que lhe paſſou Alvará a 22 de Novembro de 1702 .

Neſte meſmo anno foy Fr. Pedro de Lencaſtre eleito

D. Abbade Geral da Congregaçaõ de Ciſter, que go

vernou com zelo , e prudencia , onde deixou monu

mentos, que farað perduravel à ſua memoria. El Rey

D. Pedro o nomeou Biſpo de Elvas , por promoçað


de D. Antonio Pereira da Sylva , para o Algarve ,

que elle com nao pouca repugnancia aceitou mais por

attender a perſuaçao de ſeu irmao D. Joaõ de Len

caſtre , e ao Marquez de Fontes , depois de Abrantes,


ſeu ſobrinho , do que por ſatisfaçaõ propria ; porque

nada deſejava fóra da Cogûla de S. Fernando , aman

do a vida Monaſtica , naõ queria outra. Foy confir

mado pelo Papa Clemente XI. e paſſandolhe Bulla ,

foy Sagrado , e tomou poſſe a 17 de Abril do anno

de 1706. Paſſou a Alcobaça a deſpedirſe dos Claul

tros daquelle Moſteiro , que tanto eſtimava , e dia


de ſeu Santo Patriarcha , fez Pontifical , e criſniou

grande multidaõ de peſſoas , e deu Ordens a alguns

dos ſeus Religioſos ; e depois de aſſiſtir alguns dias

naquella Caſa , fe deſpedio da ſua Religioła fami

lia , ſendo reciprocas as demonſtrações da ſaudade ;


e voltando a Lisboa partio para o ſeu Biſpado. No

anno ſeguinte veyo à Corte , e hindo ao Moſtei


ro do Deſterro , com ſaudoſa memoria da vida Mo

naſtica , dille a ſeu ſobrinho Fr. Veriſſimo de Len


caſtre ,
340 Hiſtoria Genealogica

Lencaſtre , que lhe havia ſuccedo no lugar de Eſmo

Jer môr , que de boa vontade trocara com elle , e

com pouca aſſiſtencia da Corte voltou para a ſua Dio


ceſi , donde já mais fahio , a qual governou com no

tavel exemplo , e edificando com o ſeu modo de vi

da , porque andava a pé pela Cidade , acompanha


va os ſeus Conegos no Coro , adminiſtrava os Sa
cramentos 7 e ſe exercitava em obras de caridade ,

em utilidade do proximo , à quem ſoccorria quanto

alcançava ) as ſuas rendas , por ſerem curtas ſempre,


e muito mais no tenipo de guerra , que durou todo
o tempo da ſua vida , occupada em todas as virtudes

de hum verdadeiro Paſtor : acabou religioſamente

com univerſal ſentimento de toda a Cidade a 27 de

Septembro de 1713 ; jaz na Cathedral na Capella das


Chagas.
13
D. Joað DE LENCASTRE , Capitulo XXIII.
18 D. ANTONIO DE LENCASTRE , foy para a

India , e lá niorreo ſolteiro .


18
D. JOANNA LUIZA DE LENCASTRE , que

caſou duas vezes, a primeira com Ruy Telles de Me.


nezes , II . Conde de Unha ) ; e ficando viuya , caſou

ſegunda vez com Franciſco de Sá e Menezes , I.

Marquez de Fontes , como já temos dito no Livro

VIII. Capitulo V. pag. 475 do Tomo IX . e a pag. 385


do Tomo X. e de ambos ſe conſerva eſclarecida del
cendencia .
18 D. MARIA DE LENCASTRE , morreo nio

ça , ſem ter elegido eſtado.


D.
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 341

18 D. MARIANNA DE LENCASTRE caſou com

Luiz Ceſar de Menezes , Alferes nôr de Portugal ,

& c. e da ſua ſucceſlao já em outro lugar temos da

do conta a pag . 75 do Tomo IX . 1

18. D. RODRIGO DE LENCASTRE naſceo pof

thumo, foy Religioſo da Santiſſima Trindade , e foy

Provincial eleito 110 anno de 1693 , e depois foy a

Redempçaõ no anno de 1696 a Argel, em que moſ

trou muito zelo , e caridade ; morreo a 23 de Março


de 1700 .

18 D. LOURENÇO DE LENCASTRE , ſuccedeo

na Caſa a ſeu pay ; foy Cavalleiro da Ordem de


1
Aviz , Commendador de Coruche da meſma Ordem ,
Veador da Infanta D. Ilabel , e depois da Rainha D. Portugal Reſtaurado ,
Maria Sofia , e por ſua niorte ficou fervindo a Suas tom . 1. pag. 886.

Altezas ; e tambem foy Veador da Rainha D. Maria

Anna de Auſtria . Quando ſeu pay paſſou por Go

vernador de Tangere o acompanhou , ſendo de muy

curta idade ; e quando àquella Praça chegou o Con

de da Ericeira , para lhe ſucceder no governo , o man

dou viſitar por elle a bordo. Foy tambem Coronel

de hum dos Regimentos das Ordenanças da Corte , e

hun dos Oppolitores à Caſa de Aveiro. Faleceo a


20 de Dezembro de 1715 .

Caſou com Dona Iſabel de Menezes, filha de Dom

Antonio Luiz de Menezes , I. Marquez de Marial

va , Conde de Cantanhede , do Conſello de Eſtado ,

& c. e da Marqueza D. Catharina Coutinho ; e del


ta eſclarecida uniað tiverað os filhos ſeguintes :
Tom . XI. Rr D.
342 Hiſtoria Genealogica
1
19 D. RODRIGO DE LENCASTRE , Comnien

dador de Coruche , com quem fe continúa.


19 D. ANTONIO LUIZ DE LENCASTRE , mor
reo de curta idade.

19 D. Joað DE LENCASTRE , paſſou a ſervir


na India , e lá morreo .
19 D. JOSEPH DE LENCASTRE > morreo de

poucos annos.

19 D. VERISSIMO DE LENCASTRE , tomou a

Cogulla de S. Bernardo no Moſteiro de Alcobaça ; e


eſtando com patente de Meſtre para ir ler Theolo

gia ao feu Collegio de Coimbra , foy nonieado para


fucceder a ſeu tio no lugar de Eſmoler môr por El

Rey D. Pedro ; e depois ſe lhe paſſou a Carta a 7 de


Fevereiro de 1707. ElRey lhe fez a merce de gozar

a moradia de Capellaõ Fidalgo . He Eſmoler môr de

Sua Mageſtade , e foy Dom Abbade do Moſteiro de


Noſſa Senhora do Deſterro de Lisboa .

19 D. CATHARINA DE LENCASTRE , que nor


reo na fior da idade .

19 D. RODRIGO DE LENCASTRE ſuccedeo na

Caſa , e foy Commendador de Coruche na Ordem


de Aviz , e de S. Romaõ de Mouriz na de Chriſto ,

Alcaide môr de Coruche , e de Benavente , Gentil


homem da Camera do Senhor Infante D. Franciſco .

Servio na paz , embarcando nas Armadas , que fahia )

a guardar a Coſta deſte Reyno : foy Coronel de hum

Regimento de Infantaria, com que ſe achou na Cani

panha da Beira do anno de 1704 , onde ElRey D.


Pedro
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 343
1
Pedro II. o fez General de Batalha , poſto que exer
1
1
citou na guerra com diſtincçað. Faleceo a 26 de Ju
lho de 1725 .
1
Cafou duas vezes , a primeira com D. Vincencia de !
.
Menezes ſua prima com irmãa , que faleceo a 28 de

Março de 1703. Era filha de D. Rodrigo de Mene 1


zes , do Conſelho de Eſtado do Principe Regente D.
Pedro , feu Gentil-homem da Camera , e Elribeiro

môr ; e de D. Guiomar de Menezes ſua ſobrinha , e

mulher , de quem teve a ſucceſfað , que logo ſe dirá .

Caſou ſegunda vez em 23 de Mayo do ano de 1720


com D. Anna de Vaſconcellos , Dama da Rainha

D.Maria Anna de Auſtria , Cameriſta da Infanta D.

Maria , e filha de Affonſo de Vaſconcellos e Souſa ,

Conde da Calheta , Repoſteiro môr ; e da Condeſſa 1

D. Pelagia Sinfroſa de Rohan : e deſte matrimonio

nað teve ſucceſſão ; e do primeiro teve os que ſe le

guem :
20 DOM ANTONIO DE LENCASTRE caſou em

vida de feir pay com D. Maria da Porta de Lencaſtre,


Dama da Rainha D. Maria Anna de Auſtria , filha
unica de D. Chriſtovao da Gama , Veador da Caſa

da dita Rainha , irmao do III . Marquez de Niza ; e

de D. Marianna de Lencaſtre , filha de Simaõ de Val

concellos e Souſa : porém eſta uniao durou pouco

tempo , por elle morrer do terrivel mal de bexigas,


en Março do anno de 1719 .
20 D. GUIOMAR DE LENCASTRE , por mor

te de ſeu pay fuccedeo na Caſa , e Comnienda de


Co
344 Hiftoria Genealogica

Coruche , a qual faleceo ſobre parto a 23 de Novem


bro de 1735. Caſou em Dezembro do anno de 1725 ,

com D. Affonſo de Noronha , Védor da Caſa da

Rainha , noſſa Senhora , e Capitað de Mar , e guer

ra , irniaõ do V. Conde dos Arcos , como ſe diſſe

no Capitulo V. do Livro VI . pag . 235 , do Tom . V.


e deſta uniao teve .

21 D. RODRIGO DE LENCASTRE , que mor

reo menino , no anno de 1733 .


21 DONNA N.
que naſceo a 13
de Fevereiro de 1733 , e faleceo de tenra idade .
21
D. LOURENÇO DE LENCASTRE , que naf
ceo a 5 de Fevereiro de 1735 .
21 D. JOANNA DE LENCASTRE E NORONHA ,

que faleceo em Mayo de 1744,

D.
345
Pedro Lourenço de Tavora , Senh.
Alvaro Pires de Ta-
do Mogad . e da Caſa de Tavora .
vora
>
Lo Senh Brites Efte ves, Aya delRey D. AF
Lo ururen Pire
ço Pi
enço de Mogadour
ressde o. or do
Tavora , Senhor D. Leonor da Cu
do Morgado de nha , ſegunda mu. Alvaro da Cunha , Senhor de Pom
Caparica . Ther. beiro .
Chriſtovao de
Tavora , Mor 20. Brites de Mello.
domo môr do
15 Infante D. Fer SR Vaſco Coutinho , I. Conde de
2 nando , Com - D . Maria Telles,
nho, 11. Conde deD. Maria de Souſa.
mend, da Con Marialva .
ceiçao de Lil A Condella D. Brites Martim Affonſo de Mello , Guar
Lourenço Pi. boa na Ordem de Mello.
; S da môr da peſſoa delRey D. Joao I.
res de Tavo . de Chriſto , Cao
ra , Governa . pitaó de Sofala , D. Briolanja de Souſa.
.
dor da Torre Senhor de Ra.
Alvaro Gonçalves Camello , Mei
de Caparica , nhados.
Embaixador Alvaro GonçalvesSA rinho môr , Marichal do Reyno , e
Camello , Senhor de Pr
Pr ioor do Crato .
ao Empera Fernando de Sou-
dor Carlos V. Bayao , &c.
ſa , o da Bote lba
do Conſelho D. Franciſca de Senh or de Rollas.9 ( D. Ignez de Souſa . Martim Affonſo de Souſa , Senhor
de Eſtado , Souſa . de Mortagua.
a 15 de Fev .
D. Maria de Briteiros,
de 1573 .
Fernando Eannes de Lima , Senhor
de do
, 20. Arcos de Valdeves , & c
sTh
D. Paula D. Ignez de Sotto. 1. Viſconde de Villa- ereſa da Sylva .
mayor,
da Sylva , Nova.
mulher de A Viſcondeſa D.Fi S Alvaro da Cunha , Senhor de Pom
D. Joaó de lippa da Cunha . beiro .
Lencaſtre,
Comenda D. Brites de Mello .
dor de Co
Alvaro Pires de Tavora , Senhor de
ruche.
Pedro Lourenço de s Mo Leo
D. ga donor da, Cu
uro nha , ſegunda ms .
& c.
Tavora , Senhor do
Alvaro Pires de Mogadouro, lher.
1
Tavora , Senhor Fernaó de Souſa Camello , Senhor
do Mogadouro , D. Ignez de Souſa. de Ro
D. Joſl na Maria de Souſa de Al
anas.
Commendado de ,
Ruy Lourenço Santa Maria r de vim ,
de Tavor. Trin Caitello - Branco . Vaſconcell
chante del Rey D. Fernando de os , Se .
D. Affonſo de Vale Si
nh or da En xa ra ,
Dom Joao III . D. Joanna da Sylo co ncellos, I. Conde ( D. Iſabel de Me nezes.
Vice- Rey dala va , S de Penella
dia , .
A Condella D. Ira S 2. Lopo de Almeida , I. Conde de
bel da Sylva. Abrantes,
D. Catharina C
de Ta vora, 2 A ondeſa D. Brices da Sylva .

N.
D.Luiz Ferrer , Go. S
vern Valen
So ador de N.
Dom Jayme Fer
D. Joanna Fer rer , Governador ça .
rer , Dama da
Rainha D. Ca de Valença , Se- ( N ... Sn ..
nhor de Sor.
tharina ,
D. Maria de Ro
2 N.
: .
bles Dama da
Guterre de Roble
Rainha Catholica s , III . Senhor de
SH Triguei Conſelh do
D. Iſabel , Senho Jo ao de Ro bl es , Se VEa l d e r o s, do No o s
nhor de Villarmon Ca tholicos v.147
ra de Ot eros. Re ys , * em 90
tero ,
&c. D. Maria de Guevara .
N.
D. Anna da Cunha. So

N..
Tom . XI.

CA
PI
1

1
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 347
Son

CAPITULO XXIII .

1
D. Foao de Lencaſtre , do Conſelho de Guerra .

18 O Capitulo XX . diſſemos , que da eſcla


NOrecida uniao de D. Rodrigo de Lencaf

tre , Commendador de Coruche , e de D. Ignez 'de


Noronha , ſua mulher ; naſceo na Villa de Aveiras

D. Joað de Lencaſtre , que foy o ſegundo , bautiza

do a 3 de Mayo do anno 1646. Seus pays o incli

narað á Religiaõ de S. Domingos , em que teve o

habito de pupillo algum tempo ; porém tendo mais


vocaçaõ às armas , que às letras , feguio a vida de

Soldado , em que occupou grandes póſtos : fervio na

guerra contra Caſtella , que tinha principiado no an


no de 1640 ; e foy Capitað de Cavallos , e com ef- Portugal Reflatur,tom .

te poſto ſe achou na batalha do Ameixeal , e na de 1. liv.8.pag. 547.


Montes Claros , ſendo Capitað das Guardas do Mar

quez de Marialva , General daquelle Exercito : em

ambas eſtas occaſiões procedeo com valor devido

ao ſeu alto naſcimento , adquirindo depois em diver

ſas occaſiões naquella guerra reputaçao , e honra ,

em que recebeo duas feridas de eſpada , com que dei


xou com o ſeu eſclarecido ſangue ſegura a occa

ſia ) , e illuſtrado o ſeu nome. Feita a paz com Caf

tella , no anno de 1668 , ſe recolheo à Corte aonde


occupou o poſto de Commiſſario Geral da Cavalla
ria .
348 Hiſtoria Genealogica

ria . No anno de 1683 na Armada , que foy a Sa

boya , lhe foy encarregado o governo da Capitania,


Chancel. delRey D.Pe- S. Franciſco de Aſſis , e depois Meſtre de Campo
dro lit. 34. pag.58.
do Terço da Armada , e Governador , e Capitað Ge
neral do Reyno de Angola , de que ſe lhe paſſou

Carta patente a 23 de Março de 1688 .

No anno de 1694 foy mandado a governar o Eſta

do do Brazil com Patente de Capitað General de


mar , e terra : no ſeu tempo deſcobrio as Minas de

Salitre , e nelle começara ) a apparecer as de ouro : e

nove annos aſſiſtio na Cidade da Bahia com eſte pof

to , com grande ſatisfaçao del Rey D. Pedro II.

que o eſtimou nuito , e attendia com particular at


tençað , por ſer elle hum daquelles Senhores , com
quem o dito Rey ſe havia creado , muito da ſua con

fiança ; de ſorte , que D. Joao de Lencaſtre foy hum

dos niais favorecidos do ſeu tempo , porque ElRey

o diſtinguio com tal affecto , que nað ſendo Criado

da Caſa Real, em que naõ tinha officio : nas audien

cias tomava a parede dos Criados ; o que nenhum lhe

diſputou pela ſua grande peſſoa , ainda ſem a prero


gativa de titulo ; e ElRey o approvava tanto que
,
dizia : D.Joao de Lencaſtre nað he Criado da Caſa
Real ; mas he meu Criado . No anno de 1704 os

Generaes, que ElRey entaõ nomeou para a Cam


panha , foy D. Joað , General da Cavallaria da

Provincia de Alentejo , e do Conſelho de guerra , e

depois Governador , e Capitað General do Reyno


do Algarve , por Carta patente de 8 de Julho do an
no
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 349

no de 1705 , que eſtá no Livro 30 pag. 126 da Chan

celaria. Foy Commendador da Ordem de Chriſto ,


em que teve as Commendas de S. Joao de Tranco

ſo , S. Pedro de Lardoſa , e S. Braz da Figueira , e Al


caidaria mộr deſta meſma Villa . Era dotado de ex

cellentes partes , com generoſidade natural , bondade

de coraçao , agradavel, amigo de preſtar , e ſervir ;

virtudes todas de hum grande Senhor, como elle era .

Delle eſcreve o Padre D. Joſeph Barboſa , no Llo

gio de ſeu filho, com a ſua ſingular eloquencia , fal


lando na grande diſtincçaõ, com que a Mageſtade do
Senhor Rey D. Pedro o tratava > eſtas palavras :
1 Nunca lhe pedio deſpacho algum , nem ainda que ve

rificaſſe nelle o Decreto , que o meſmo Senhor Jendo


Regente deſtes Reynos , a 2 de Dezembro de 1667 ,
paſſara a favor de ſeu ſogro D. Pedro de Almeida ,
confirmando a merce del Rey D. Affonſo VI . feita 110
1
anno antecedente , em que lhe dava hum Titulo para

quem caſaſje com ſua filha herdeira , Jem mais condi

çao , que a de ter em ſegredo eſta merce , pelo e /pa

ço de tres annos , julgando o pedir por injuria do me.

recimento. Nao jey Je corre no Mundo hoje eſta moe


da , com a meſma eſtimaçað. Morreo em Lisboa

em Fevereiro , do anno de 1707 .

Caſou com D. Maria Thereza de Portugal , que mor

reo a 28 de Março do anno de 1703 , dotada de nui

tas virtudes , filha herdeira de D. Pedro de Almeida ,

que foy Governador de Pernambuco , e de D. Lui

za de Portugal, filha de Miguel de Quadros , e Ta


vora ,
350 Hiſtoria Genealogica

vora , Provedor das Vallas de Santarem , officio , que

depois de D. Pedro de Almeida o ſervir , o ven

deo ; e de ſua mulher D. Catharina de Purtugal , fi


lha de Antonio Pereira de Berredo , Commendador

de Arganil , e da Caſtanheira , na Ordem de Chriſto ,

Almirante das Armadas da Coſta , Governador da

Ilha da Madeira , e de Tangere , e General do mar ;

e de ſua mulher , D. Maria de Portugal , filha de

D. Diogo de Caſtro : e deſte matrimonio teve os fi


lhos ſeguintes.
19 D. LUIZA ANTONIA DE LENCASTRE , que

naſceo no anno de 1675 , e faleceo .



19 D. PEDRO DE ALMEIDA DE LENCASTRE ,
com quem ſe continua .

19 D. RODRIGO DE LENCASTRE , de quem fe
dirá adiante .

19 D. ANTONIO DE LENCASTRE naſceo a un

de Julho do anno de 1678. Eſtudou em Coimbra ,

onde ſe formou em Canones : foy Dea ) da Capella

Ducal de Villa Viçoſa , e he ao preſente Principal

da Santa Igreja Patriarchal , onde entrou a 17 de


Outubro de 1719 .

19 D. LOURENÇO DE LENCASTRE · Monge


de S. Bernardo , que foy D. Abbade do Moſteiro de
Noſſa Senhora do Deſterro de Lisboa , e teve outros

cargos na Religiao .
19 D. IGNEZ DE LENCASTRE naſceo a 14 de

Dezembro , do anno de 1680. Foy Dama do Paço .


Cafou com Antonio de Melo de Caſtro III. Conde
das
da Caſa Real Portug. Liv. Xl. 357

das Galveas , Conimendador de Santa Maria de Tor

radeira , S. Chriſtovao de Nogueira , e S. Pedro de


Monſarás, todas na Ordem de Chriſto , e da dos Col

los , e Mouguellas na Ordem de Santiago , e da das


Galveas , na Ordem de Aviz , Couteiromôr da Ca

ſa de Bragança , de quem até ao preſente nao tem

ſucceſlao , como ſe diſſe no Livro X. pag. 861 do


Tomo X.

19 D. CECILIA DE LENCASTRE naſceo a 8 de

Septembro de 1682. Freira na Encarnaçað.


19 D. JOANNA VITORIA DE LENCASTRE nal

ceo a 15 de Junho de 1683. Foy Freira no meſmo


Moſteiro , e morreo em Junho de 1723 .

19 D. TERESA MARGARIDA DE LENCASTRE

naſceo a 14 de Janeiro de 1684. Freira no meſmo

Moſteiro , e morreo em Junho de 1723 .

19 D. MARIANNA DE LENCASTRE naſceo a

26 de Março do anno de 1686 , religioſa no Mof

teiro da Elperança de Lisboa , onde trocando o ap


pellido da ſua eſclarecida Caſa , pelo humilde da Re

ligiað , ſe chamou das Eſtrellas ; e foy Abbadeſſa do

dito Moſteiro tres annos ‫ ܕ‬, que acabarað em Mayo

de 1729 , com grande ſaudade daquella Religioſa Ca

ſa , em que luzindo o ſeu talento , entre tað eſclare


cida obſervancia , deixou da ſua ſingular attençað ,

e prudencia , feliz memoria : pelo que foy ſegunda ,


e terceira vez eleita Abbadeſſa , e o ſeria ſempre , fe

as Leys o nað encontrarað , e ella nað deſejaſle unir


ſe a obediencia de fubdita.

Tom . XI. Ss D.
358 ia ogica
Hiſtor Geneal

19 D. ISABEL DE LENCASTRE naſceo a 16 de


Outubro de 1687 .

19 D. CAETANA ALBERTO DE LENCASTRE

naſceo a 7 de Agoſto do anno de 1693. Foy educa


da no Moſteiro da Eſperança , donde ſeus pays a ca

farað em 10 de Janeiro de 1706 , com Franciſco Pe

reira da Sylva , Senhor de Britiandos , Coronel do


Regimento do Algarve, e Brigadeiro dos Exercitos

de Sua Mageſtade , de quem até agora nað tem ti


do fucceflað.

19 D. PEDRO BALTHASAR DE ALMEIDA DE

LENCASTRE naſceo a 6 de Janeiro de 1676 : ſucce

deo no Morgado de ſua mãy , e foy Commendador


de S. Joao de Trancoſo , S. Pedro de Lardoſa , no

Biſpado de Viſeo , na Ordem de Chriſto , Alcaide

mòr da Figueira. Deſde os ſeus primeiros annos ,

foy inclinado à virtude , de forte , que com o tempo

ſe adiantou tanto , que pode com o ſeu modo de vi


da fazer mais eſclarecido o ſeu nome entre os de

ſeus Illuſtriſſimos Progenitores : ſempre interiormen


te feguio a vida de hum verdadeiro Chriſtað , ainda
que dentro nos limites do ſeu naſcimento , ſeguindo

a Corte , e uſando das gallas proprias da ſua peſſoa;


e achando - ſe na idade de trinta e oito annos , fe re

ſolveo a tomar eſtado , e no anno de 1714 caſou com

D. Ignez Joſepha de Tavora , Dama da Rainha D.


Maria Anna de Auſtria , em quem concorriaó ſobre

qualidade illuſtre , virtudes , que fizeraõ feliciſſimo

eſte Conſorcio ; porque a natureza a dotou de fer


mofura ,

-1
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 359

moſura , e diſcriçaõ , que ella com ſingular engenho

pollio com a liçaõ dos livros , applicando-ſe com tan

to goſto , que ſoube perfeitamente a Geografia , e a


lingua Franceza com propriedade. Eſta venturoſa

unia ) ſe diſſolveo com poucos annos de caſados, mor

rendo D. Ignez , deixando hum unico filho , como

logo veremos.

Penetrado D. Pedro tað altamente da ſaudade,

como movido interiormente de hum deſprezo do

Mundo , deſenganado do caduco , aſſentou comſigo


entrar a viver no Deſerto de Buſſaco , onde em vi

da contemplativa vagaſſe ſomente a Deos , e ſem

mais memoria dos parentes ,‫ ܕ‬e amigos acabaſſe ef


condido das vaidades do Mundo : perſuadido de pru

dente conſelho , ſe nað reſolveo a pollo em execuçao;

porénı aſſentando comſigo acabar com o Mundo ,


determinou , nað ſahindo da Corte , nem da ſua pro
1
pria caſa , viver ſomente para Deos, ſem trato , nem
commercio com as peſſos da ſua alta esfera ; porque 1

humilhando -ſe por amor de Deos , ſeguio hum raro

modo de vida . Andou ſempre a pé , veſtido honef

taniente , ſem adorno ; mas com limpeza , ſem cria

do , nem companhia de peſſoa alguma com quem

converſaſſe , e lo admittia algum mendigo , a queni


ſoccorria com eſmola . Nao entrou mais nunca no

Paço , nem a ſolicitar algunas dependencias inipor

tantes : nao conteniporizou com os amigos , e ſe pri


vou de toda a ſua communicaçao ; e dos parentes

ſómente via nos Sabbados , em que leva


levado da ſua
Tom . XI. Ss ii devo
360 Hiſtoria Genealogica

devoçað hia viſitar a milagroſa Imagem da Senho

ra da Piedade, da Igreja das Chagas , e depois de


1
cumprida a ſua devoçaõ , paſſava a ver ſua irmãa,
a Condeſſa das Galveas , e ſendo já de noite , ſe re

colhia na carruagem com ſeu irma) , o Principal Len

caſtre : e neſte rigoroſo niodo de vida ſó conſervou


com attençaõ a correſpondencia de ſeu cunhado Jo

feph de Saldanha , que viſitava nas occaſiões de mo

leſtias ; porém em tempo , que eſtiveſſe ſem viſitas ,


porque ſabendo eſtava com alguma , ſatisfazia com
lhe deixar hum recado,

Eſcolheo - o a Rainha para ſeu Veador , e nað

houve perſuaçað , que o pudeſſe vencer ; porque

tendo determinado no ſeu coraçaõ fervir ſomente a

Deos , nað admittio o que era honra , e vaidade do

Mundo , vivendo taõ abatido na humildade , como

ſe vê de hum caſo , que lhe ſuccedeo na Igreja da

Trindade , que entrando para ouvir hunı Sermað ,


ſe ſentou em hum banco , em que eſtavað outros

homens, que no trato das peſſoas ſe parecia) , com


o que elle repreſentava ; e entrando hum moço luzi

do no veſtido , e imprudente no modo , ſe quiz al


ſentar junto a D. Pedro ; e como nað houveſſe lu

gar , lho cedeo D. Pedro , hindo para o degráo de


pedra de huma Capella į porém nað faltou quem

lhe diffeſſe quem era , o que ſe levantara para elle

ſe aſſentar , e corrido o moço paſſou a darlhe ſatisfa

çað. Confi :ſo D. Pedro , lhe agradeceo a attençao

com taes palavras , que bem nioſtrou naõ eſtar agra


yado ,
da Caſa Real Portug. Liv. XI. 361

vado , e fogindo dos que teſtemunhavað o caſo , ſe


retirou buſcando parte mais occulta , porque de ne

nhuma forte pudeſſe ter lugar a vaidade. Em ou


tras occaſiões lhe ſuccederaõ ſemelhantes lances , em
1
que moſtrou qual era a paz interior , de que ſe ador

: nava , como quem nað tinha mayor fatisfaça ) , que


1
o abatimento da ſua peſſoa. Como a ſua vida era
1
perfeita , toda ſe empregava em devoções , e fan
tos exercicios. Nao faltava a viſitar o fantiſſimo

Lauſperenne , buſcando as horas de menos concurſo,

e a parte mais retirada , onde em larga oraçaõ vaga

va a Deos con edificaçao do proximo. Soccorria


aos pobres , e ſempre eſtes acharað nelle amparo ,
exercitando- ſe neſta virtude com admiravel caridade ,

ſendo continuadas as eſmolas , que fazia pela ſua

propria mao , ſendo certas nas quintas , e Sabba


1
dos ; e já mais ſe chegou na rua a elle pobre , &
quem naõ déſſe eſmola : na meſa reſervava todos os

dias do melhor dos pratos para os ſeus pobres , aos

quaes tratava com tanto amor , e caridade , que el


le os ſervia , dandolhes a comer , c algumas vezes

metendolhes o comer na boca , vencendo com a vir

tude a natural repugnancia do eſtado de ſemelhan


tes peſſoas, a quem venerava com tað ardente amor

de proximo , que por muitas vezes lhes deu a cami


ſa , e occaſiað houve , em que lhe deu o capote ,

que trazia aos hombros.

A ſua vida como ſe regulava pela obſervancia

da Ley de Deos, ſe augmentava na perfeiçaõ de to


.
das

1
ic a
36 2 Hiftoria Genealog

das as ſuas obras ; porque com admiravel methodo ta

tinha diſtribuido o tempo : aſſim todos os dias fahia de al


caſa às nove horas , tendo já cumprido com a Ora de
çað mental , outros exercicios ,
e outros
e em que gaſtava loc
aquelle tempo ; paſſava à Igreja a ouvir Miſſas , e dar
qu
eſmolas até o meyo dia , em que ſe recolhia : as tar fer
des , que nað falia fora , ſe fechava até às nove ho
ras da noite lendo livros , e paſſando o tempo em

exercicios eſpirituaes : era abſtinente , ſatisfazendo com


devoçaõ os jejuns da Igreja , a que accreſcentava o

de todas as quartas feiras do anno . Na Quareſma


nað comia doce , nem fruta , e em memoria da Pai

3 xao na ſemana ſanta era o jejum tað rigoroſo , que

deſde Quinta feira mayor , até o Sabbado de Alle


luia paſſava ſem alimento algum : dormia em lum

enxergað , e nas feſtas feiras nao uſava de cama , e

dormia ſobre humas taboas , e ſempre meyo veſtido :

os cilicios , e diſciplinas eraõ continuos , porém de


baixo da obediencia do ſeu Director , que no eſpaço

de vinte annos continuados, com pouca interrupçað

de outros Confeſſores , o governou , e affirmava , que

nunca em todo aquelle largo tempo de annos tivera


culpa alguma mortal .

Neſte theor de vida paſſava D. Pedro , quando

acometido de huma doença , que elle affirmou feria


a ultima , em que teve a ſua paciencia nað pouco
exercicio no fofrimento com que tolerou remedios

violentos ; e preparando-ſe com os Sacramentos da

Igreja , que recebeo com grande edificaçao da Cor


te ,
da Caſa Real Portug. Liv . XI. 363

te 1
, que teſtemunhava a ſua fervoroſa devoçaõ , e .

a ſua reſignada paciencia , acabou placidamente a 20

de Septembro de 1740 , para viver na eternidade , e


!
lograr o premio , que Deos tem preparado para os
que bem o ſervira ). Mandou , que foſſe enterrado

ſem pompa no Convento de S. Pedro de Alcantara,


e que o ſeu corpo foſſe em hum caixaõ curberto de

burel , levado por oito pobres , fem outro algum ap

parato funebre ; o que ſeu irmao o Principal Lencal

tre , em cuja companhia elle ſempre eſteve com mui

ta amiſade , como ſeu Teſtamenteiro fez executar.


1
O Padre D. Joſeph Barboſa fez à ſua memoria hum
!
Elogio , que imprimio no anno de 1741 , aonde ſe 1

pódem ver largamente, e em elegante eſtylo , muitos


actos de virtude heroica , em que D. Pedro fe exer

citou , e que nós no eſtylo , que ſeguimos ſuccinta


mente referimos.

Caſou a 2 de Septembro de 1714 , com D. Ignez Ja


ſephia de Tavora , Dama da Rainha D. Maria Anna 1
1
de Auſtria , que morreo a 7 de Julho de 1718 , filha

de Ayres de Saldanha de Menezes e Souſa , do Con

felho de Guerra , Conimendador de Santo Euſebio

de Aguiar da Beira , e de ſua mulher D.Luiza Ignez


de Tavora , Dama do Paço , como fica dito : e deſ
ta uniaõ foy unico .

20 D. JOSEPH DE LENCASTRE , que naſceo a

15 de Dezembro de 1716 , e he Commendador de S.

Joao de Trancoſo , S. Pedro de Lardoſa , na Ordem

de Chriſto , e Alcaide môr da Figueira .


D.
a
366 ia logic
Hiſtor Genea

D. Marianna Luiza de Valladares ; de quem tem


21 D. MANOEL THADEU GONÇALO ANTO
NIO LOPES DE CARVALHO FONSECA Camões DE

LENCASTRE , que naſceo a 7 de Fevereiro de 1744 .


21 D. PEDRO DE LENCASTRE nafceo a 8 de

Dezembro de 1722 , he Conego na Baſilica da San

ta Igreja Patriarchal.
21 D. FRANCISCO DE LENCASTRE naſceo a
un
17 de Janeiro de 1723 , e faljeceo a 24 de Septem
bro do referido anno .

21 D. VERISSIMO DE LENCASTRE , que naſ:

ceo a 14 de Mayo de 1728 , ſervio no Regimento


de
da Marinha , e he Cavalleiro de Malta .
21 Bir
D. LUIZ DE LENCASTRE naſceo a 15 de
tem
Janeiro de 1722 , e morreo poucos dias depois de
naſcido.
21 D. FRANCISCO DE LENCASTRE naſceo a
ren
en
25 de Outubro de 1729 , e afſifte no Algarve , onde
Fran
ſerye na Infantaria.
Ora
21 D. RITA DA GRAÇA DE LENCASTRE , : S,
too
que naſceo a 23 de Novembro de 1734 .

-
T.
1

, mina ac rcrnau ICICS , do Wouw -- ** suis ua wyra itin , 11, Conde de Avel
ras , S. G.
M

XVIII D. Pedro de Lencaſtre , Frade D. Rodrigo de Lencar D. Marianna de Len Dona Maria
de S. Bernardo , elmoler môr, tre , Frade da Ordem caltre calou com Luiz de Lenca .
e Geral da Ordem de Cilter , da Santiſſima Trinda . Ceſar de Menezes , Al tre , * nos
Biſpo de Elvas , * a 27 de Se de , de que foy Provin feres môr do Porcu . ça. 1
rembro de 1713 . cial, gal.

XIX
ren D. Luiza D. Ignez de Lencaſ. D. Joanna de Lencaſtre , naſo D. Marianna de D. Caccana de 1
Len- Antonia , tre , Dama de Pala. ceo em 1681 , * em 1723: Lencaltre , Frei- Lencaltre nal
Fra * meni- cio, naſcco a 14 de D. Cecilia de Lencaltre , nalo sa no Moſtei- ceo no anno de
Or na. ceo a 8 de Setembro de 1682. ro da Eſperança 1693. Calou
e S. Calou com Antonio D. Thereſa de Lencaſtre , naſ. de Lisboa , nalo com Franciſco
do . de Mello de Caſtro , ceo em 1684 , * em Junho ceo no anno de Pereira da Syl
III. Conde das Gala de 1723 , todas tres Freiras 1686. Foy Ab . va , Senhor de
veas. na Encarnaçao de Lisboa. badella , Britiandos.

X
-
364 Hiſtoria Genealogica

19 D. RODRIGO DE LENCASTRE , filho ſe

gundo de D.Joað de Lencaſtre , naſceo a 31 de Ja

neiro do anno de 1677 : acompanhou a ſeu pay à Ba

hia , donde em hum ſoccorro , que mandava à India,

embarcou D. Rodrigo , e lá fervio naquelle Eſtado;


e voltando ao Reyno , fervio na guerra , e foy Ca

pitao de Cavallos , e Commiſſario geral da Cavallaria ,


Poſto que com as novas Ordenanças ſe ſupprimio .
Caſou no anno de 1713 , com D. Iſabel de Caſtro ,
viuva de Luiz Franciſco Correa de Lacerda , e filha

de Joað Correa de Lacerda , Cavalleiro da Ordem

de Chriſto , e Capitaõ de Cavallos da Guarniçaõ da


Corte , e de D. Luiza Fontoura teve
20
D. JOAO DE LENCASTRE naſceo a 3 de
Dezembro de 1713 .

20 D. Anna JOACHINA DE LENCASTRE naf

ceo a 26 de Abril de 1715. Caſou com Gonçallo

de Almeida Souſa e Sá , Senhor do Morgado da Ca

vallaria , de quem tem os filhos ſeguintes , que nal


ceraõ na Cidade do Porto . D. MARGARIDA

ISABEL DE LENCASTRE naſceo a 20 de Agoſto de

1730. Cafou a 10 de Fevereiro de 1745 , com Fran


ciſco de Souſa da Sylva , Senhor da antiga Quinta

de Sylva . = D. JOACHINA ROSA DE LENCASTRE

naſceo a 27 de Outubro de 1731. = MANOEL DE

ALMEIDA DE SOUSA E SA’ , que naſceo a 15 de


Março de 1733 , que he o ſucceſſor. = RODRIGO
DE ALMEIDA DE Sousa naſceo a 8 de Dezembro

de 1736 , aceito na Religiaõ de Malta . = D. THE


RESA
da Caſa Real Portug. Liv . Xl. 365

RESA XAVIER DE LENCASTRE naſceo a 6 de Mayo


de 1737. ANTONIO DE ALMEIDA DE SOUSA
1
naſceo a 15 de Agoſto de 1739. = LOURENÇO DE
: ALMEIDA naſceo a 30 de Agoſto de 1740. = D.

MARIA DO VALLE DE LENCASTRE naſceo a 13

de Novembro de 1741. = D. Rita JOSEPH DE

LENCASTRE naſceo a 14 de Junho de 1743. = Du ,


ARTE = AYRES , e VITORIA , que morrera )
de tenra idade.

20 D. LOURENÇO DE LENCASTRE naſceo a

10 de Junho de 1716 , depois de eſtudar em Coim

bra com aproveitamento , he Prelado da Santa Igre


ja de Lisboa.

20 D. JOSEPH DE LENCASTRE naſceo a 8 de

Fevereiro de 1719 , he Religioſo Eremita de Santo

Agoſtinho.
20 D. ANTONIO DE LENCASTRE naſceo no

i de Junho de 1721 . Caſou com D. Guiomar

Anacleta de Carvalho Fonſeca e Camões , filha

herdeira de Thadeu Luiz Antonio de Carvalho Fon

ſeca e Camões , Moço Fidalgo da Caſa de Sua


Mageſtade, VII. Senhor , e Capitað môr heredita

rio dos Coutos de Abbadim , e Negrellos, com ju

riſdicçao Civel, e Crime em todas as ſuas povoações,

Senhor das Torres , e Solares de Camões , Landim

Torneiros , Montelongo , e Padroeiro das ſuas Igre


jas , Cavalleiro da Ordem de Chriſto ; e de ſua mu

lher D. Franciſca Roſa de Menezes , filha de D.

Franciſco Furtado de Mendoca , e de ſua mulher


Tom . XI. Tt D.
i
369

HISTORIA

GICA
GENEALO

D A

CASA REAL

PORTUGUE
Z A.

LIVRO XII .

C O N T E M

41
Condes da Atalaya
, 11

Commendadore
s da Arrifana ,

Commendadore
s da Idanha.

Tom . XI .
I D.

i
370

1 D. Joao Manoel , Biſpo da Guarda , Capellaõ môr

12 D. Joao Manoel , Camereiro mór. D. Nuno Manoel, Guarda môr.

13 D. Bernar . D. Joanna , Co
\ . . D. Leonor , D. Maria , mu- D. Jorge
D . Fradi Dona Joanna, D. Affon . D. Joaó ,
do Manoel, mulher de que , Seo mulh, de Nu• lher de D.Alva. Manoel , mulh, de Ruy fo , Com- Comen :
Camereiro D. Affonſo nhor de no Barrero ro de Cordova, Comend, Barreto , Sc mendador dador da
môr. Pacheco . Atalaya. Alcaide môr Senhor de Vac de S. Vie obor da Quare de S.Chri- Idanhan
de Faro , lençuela. cente . teira. ftina

14 D. Mecia, D. Nuno D. Leonor, D. Joao Ma D. Jerony Dom je


mulher de Manoel , mulber d : noel , Com mo, Com ronymo
D. Pedro , Senh. de Luiz Car- mendador da mendador Manoel
Senhor de
Alalaya, neiro , Sen. Arrifana. de S. Ma
Fermoſe da Ilha do mede.
lhe, Principe .
Maſcarenh

Franciſca

Mendoçde
Arcebiſp
Manoel

AntDo
Portug

Ped
noel.

Dona,
Vice.
Joao

Ma

mulh
mul
Rey

oni
15 D. Franciſ- D. Pedro ,
D.,

D. Antonio
D.

D. Jorge ,
de,

D. Jerony
de.

na
D. Triſtao

ro
de.
co , l. Con- II. Conde

a.

a,
1 Manoel, Ca Commen
de de Ala- de Atalaya, mo , Capi Manoel
pitao deMa dador de S. cao de Dio .
laya, Jaca. Mamede .
Franci
Atai

Dom Anto- Dom Alva


de.

16 D. Mart. D. Cathari
de
ca

D. Franciſ D. Maria Ma.


D.

D. Antonio
ſ

nio Manoel, ro Manoel, Affonſo na , mulher co Manoel noel , mulh . de Manoel


Ill. Conde Senhor de Manoel . de Manoel de Fernaó Martins
de Aralaya. Atalaya , Sampayo . Malcarenhas ,

17 D. Luiz Manoel, IV . D. Maria Magdalena , Mar.


Conde de Atalaya. queza das Minas,

18 Dom Pedro Ma . D. Mecia , mu- Dom Joao Ma. D.Joſeph , D , Thereſa, D. Diogo Ma . D.Franciſco Ma. r.Ignez
rocl , V. Conde lher de D.Frane noel , VI. Con- Principal Condeſa de noel , Coronel noel, da Congre. Manoel,
de Atalaya . ciſco de Souſa. de de Atalaya. Decano . Vimieiro . da Cavallaria . gaç. do Oratorio. Freira .

19 D. Laiz Ma 1. Conſtança , D. Maria Ma. D. Franciſca Ma.


nocle Manoclo noch noch , Freira,

HISTO
vó ,
Mamu
ri
D.l
a,.

Dobrie f .

HISTORIA

GENEALOGICA

DA CASA REAL

PORTUGUEZ A.

LIVRO XII.

CAPITULO I.
1
D. Fr. Joao Manoel Biſpo da Guarda , Capellað môr . 1

1
O Capitulo VII. do Livro III.

pag. 495 do Tom . II . deixamos

eſcrito fer D. Fr. Joao Manoel 1


4
filho delRey D. Duarte , que

o teve de D. Joanna Manoel ,


JOCH
ſem embargo de nos faltarem as
Pedra memorias daquelle tempo tað

claras, como deviaõ ſer ; porém a confuſað , e def

cuido dos antigos nao deve ſer em prejuizo de hu


ma
372 Hiſtoria Genealogica

ma tað illuſtre familia , principalmente quando temos

motivos veroſimeis , que no lo perfuadem , accufan

do a falta , que experimentamos da individuaçao ;

pois o meſmo ſuccedeo a outras grandes familias ,


em que a falta da noticia dos antigos as deixaraŭ
ſem a certeza do ſeu principio , que os modernos
com o ſeu trabalho puderaõ deſcobrir , e chegar à
ſua origen .

Nað póde deixar de ſentirſe o damno de hum

ſemelhante deſcuido , por fe pôr em duvida huma

materia , que , ainda que verdadeira , padeceo contra .


diçaõ no ſilencio das Chronicas daquelle tempo ; po

réin a falta , que nellas obſervamos em outros pone


! tos importantes , nos nað embaraça a ſeguirmos ef
ta filiaçaõ accoſtado ao que logo referiremos. Durou

pouco o governo delRey D. Duarte , e nao preten

1 demos entrar na averiguaçaõ do motivo , porque cre

ando incognito eſte filho , o nað declarou . He cer 1


to , que depois do Santo Condeſtavel ſe recolher no
Convento do Carmo , o tomou a ſi, e o creou com

grande eſtimaçağ aſſeverando ſer filho delRey , D.


Duarte. Huma Chronica antiga , eſcrita na lingua

Gallega , no lo perſuade , ainda que confuſamente


prova a noſſa opiniao , pois fallando delRey D. Duar

ie , diz eſtas palavras , que achamos ſer preciſo tranſ

crevellas , e faõ as ſeguintes : Oube em Sembra hu


ma gentil femea por amiga de Loucois do airos a nel

la le fallava ca ElRey oubera hum Baron a el foy

Frade dos Carmellos , a Biſpo da Guarda a ella ca


hira

!
da Caſa Real Portag. Liv . XII. 373
1

hira femea de prol a filha dum Conde de Sintra her

mon da Reina Conſtança , ca era morto , y ella ſe


tanchou Freira a morreu recolhida a bom viver . Ou

tra prova igualmente antiga ſe conſerva na Livraria

do Real Moſteiro de Alcobaça , em hum livro das

Obras de S. Fulgencio , encadernado com outro de

Paulo Orofio , eſcrito em pergaminho , no fim do

qual tinha as Armas dos Manoeis , que eraõ as do

Biſpo D. Joað Manoel , no qual ſe lê eſta memoria :


Hunc librum dedit Monaſterio de Alcobatia Dominus

Joannes Epiſcopus Egitanenfis , filius naturalis Do


1
1
mini Regis Eduardus. Eſta niemoria temos achado

allegada em diverſos livros. Deſte ſe refere , que ti

nha as Armas , de que uſou , que foraõ as dos Ma


noeis , e no Moſteiro de Jeſus de Setuval havia huns

repoſteiros antigos com as Armas dos Manoeis , que


era veroſimel , como refere Affonſo de Torres , os

deſſe a Juſta Rodrigues , fundadora daquelle Mof


teiro .

Seguio- ſe o Reynado delRey D. Affonſo V.

que principiando em tenra idade , debaixo da tutella

do Infante D. Pedro , em todo elle logrou huma ef


pecial diſtincçao D. Joao Manoel, con tantas circunſ

tancias, e expreſſões , que vereficað bem o parentel

co , ainda que era tacito tratamento ; porque a El


Rey nao competia declarar hum irmao com o devi

do tratamento , que lhe pertencia por filho delRey ,

quandó elle talvez por motivos particulares o occul


tara , e naõ quizera fazer publico ; porque ſomente
ao
374 Hiſtoria Genealogica

ao pay compete ſemelhante declaraçað , e nað o ten

do feito , mal podia ElRey D. Affonſo V. conferir

lhe aquella honra , que ſeu pay lhe nao dera : ſup
poſto em muitas occaſiões depois confeſlou o paren

teſco , de que referiremos algumas tiradas de memo

rias dignas de fé. Succedeo , que voltando o Biſpo


de Ceuta , onde fora a tomar poſſe daquella Igreja ,
lhe preguntou El Rey novas do Infante D. Fernan

do , e nað lhas dando tað individuaes , como elle

queria , lhe diſſe : Por certo , Biſpo , que ſe a mim

como Rey me toca fabellas , no mais igual obrigaçað


tinheis vós; lembrandolhe aſſim o parenteſco . Em
outra occaſiað ſe praticava na preſença delRey , e

fallando - ſe no valor , e esforço das nações em geral,

o Biſpo acodio pela Caſtelhana com muitas expreſ


fões , de ſorte que ElRey lho eſtranhou , dizendo :
Biſpo , que tendes vós com Caſtella ? A que lhe ref

pondeo : Senhor eſtimo Caſtella , porque nunca me


negou o parenteſco , que com ella tenho , a que El

Rey tornou : Deixay vós os amores , ( iſto alludia a


divertimentos do Biſpo ) que nem eu vos negarey o

parenteſco , que comigo tendes ; e paſſada a porfia ,


en que ElRey ſe moſtrara ſevero , fatisfez ao Biſpo

com particular carinho. Eſtava ElRey no Paço de


Alcaçova , em huma feſta , converſando com o Prin

cipe D. Joað , e entrou o Biſpo a ver ElRey , que

recebendo - o com eſpecial acolhimento , o Principe

lhe fez tað pouco , que o Biſpo fahio ſentido ; o que

ElRey percebeo , e diſſe ao Principe eſtas palavras :


!
Deja
da Caſa Real Portug . Liv. XII. 375

Deſagravay ao Biſpo, que he voſſo tio ; e querendo


fatisfazer logo com o que ElRey lhe mandava , ſa

hio da caſa, e chegou ao alto da eſcada , por onde

o Biſpo deſcia , e o chamou ; e voltando chegou ao


1
Principe ,, que o abraçou , dizendolhe em voz , que

todos ouvira) : Perdoay , Biſpo , que nao ekor in


formado com certeza duas razões, que entre nós ha

via , me fez tratarvos com menos favor , do que a


voſſa peſſoa merecia. O Biſpo que era dotado de

talento , e diſcriçao , Ilie reſpondeo : Senhor , a quem

ſeu pay encobrio o real ſangue , que lhe dera a na


turcza , bem he , que V oſa Alteza lhe negue o que

por elle merece. Eſtes factos , que referimos juntos

com a tradiçaõ antiquiſſima derivada ſem interrupçað

no Moſteiro do Carmo de Lisboa , que conſtante

mente referem os Authores deſta graviſſima Ordem

que relataremos , nos fortifica mais o noſſo parecer ,

com a authoridade de antigos , e infignes Genealo


gicos , Gaſpar Barreiros no ſeu Nobiliario . , que vi
veo no tempo delRey D. Joað III. e Fr. Franciſco

de Lisboa , da Ordem de S. Franciſco , que viveo no

meſmo tempo ; o Arcebiſpo D. Fernando de Vaſcon

cellos , no Nobilliario , que eſcreveo , e ſe conſerva


va na caſa de Villa Verde ; Affonſo de Torres , D.

Antonio de Noronha I. Conde de Villa Verde , Dio

go Gomes de Figueiredo , Tenente General da Ar


telharia do Reyno , que temos da ſua propria mað ;
Manoel Alveres Pedroſa ; o Biſpo do Funchal D.

Joſeph de Souſa de Caſtello -Branco , e ſeu irnað An


Tom . XI . Uu tonio

1
376 Hiſtoria Genealogica

tonio Vaz de Caſtello -Branco , Secretario do Infan

te D. Franciſco ; e outros muitos eſcritos por peſſoas

de boa liçaõ da Hiſtoria.

Dos livros impreſlos , que ſeguem eſta opiniao

ten o primeiro lugar Damiao de Goes , que ainda


Chrorica delRey D. que tacimente o confeſſa , quando diz : D. Joað Bif
Mandel , part.1. cap.5 .
po da Guarda , homem que por ſua doutrina , e gera .

Vaſconcellos Anace- çao valleo muito ; de que ſe tira ſer de claro naſci
pbal.
mento , ainda que o nao quiz declarar : Pedro de
Mariz Dial.4. cap.5. Mariz , que foy Eſcrivað da Torre do Tombo , e

com muita intelligencia da Hiſtoria o affirma ; e o


Brito Elogios dos Reys Doutor Fr. Bernardo de Brito , inſigne profeſſor da

Chronica de Cifter, Hiſtoria , que ſoube com erudiçað ; Rodrigo Mendes


b. Ar.tonio Alvares da Sylva , o Padre Antonio de Vaſconcellos , Manoel
Cunha Obelliſco. de Souſa Moreira , no Theatro Genealogico da Ca
Ba:bud . Emprezas Mi.
litares , pag . 67 . ſa de Souſa , que neſta parte merece muita attençao ;
ra, hum dos Comnena porque no que pertence à Genealogia , foy approva

tadores do Conde D. da pelo inſigne Joſeph de Faria , e muita parte ad


Pedro , nas Linbas
Reaes, miniſtrada ; o Padre Fr. Manoel de Sá nas Memo
Rodrigo Mendes Syl- rias do Carmo , e outros muitos , que o eſcrevera ) ,
va , Catalogo Real.
cuja allegaçað nað faz mais força a noſſa opinia ) do
que os referidos. Que ElRey tiveſſe eſte fillio em

D. Joanna Manoel , Senhora de illuſtre naſcimento ;

tambem o aſſevera ) Authores de grande nome , e


credito na Hiſtoria.
Sair& te Marth. Hift.
Seguem uniformemente eſta opiniaõ os irmãos,
Ceneal. de la Maiſon Scevola , e Luiz de Santa Martha , e o Padre Anſel
Royal de France tom .
7 liv.2 1.cap.13. Pago mo na Hiſtoria Genealogica da Caſa Real de Fran
682 .
ça , e Jacobo Wilhelmo Imhoff na Familia de Ma
noeis ;
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 377

noeis ; dizendo ſer filho de D. Joanna Manoel da P. Anle !m. Hiß. Ge.
eſclarecida familia do ſeu appellido ; ſendo o que vale de France torn .1.

mais confirma o naſcimento , e filiaçao deſta Dama , S. 19. pag. 680.

eſcrever o inſigne , e douto D. Joſeph de Pellicer ,


: Chroniſta mòr de Caſtella , no memorial de D. Fran

ciſco Manoel de Vilhena , Senhor de Chelles , impreſ

ſo no anno de 1660 , que de D. Fernando Manoel ,


Senhor de Belmonte, e de ſua mulher D. Mecia da

Fonſeca , naſceo D. Joao Manoel , ſegundo Senhor

de Belmonte , de que ſegue aquella linha , e D. Joan


1
na Manoel, que paſſou a Portugal , e deu o appel
lido à Caſa de Manoel neſte Reyno , a qual era

terceira neta do Infante D. Manoel , e de ſua ſegun

da mulher a Infanta D. Brites de Saboya , filha de


Amadeo IV. Conde de Saboya , e filho de S. Fer

nando III. Rey de Caſtella , e Lea ) , e de ſua pri

meira mulher a Rainha D. Brites de Suevia , filha


de Filippe Emperador . D. Luiz Salazar de Caſtro Salazar de Caſtro Ad
veri. Hiſt. pag.56 .
antegoniſta de Pellicer , nas Advertencias Hiſtoricas

nega , que D. Fernando foſſe Senhor de Belmonte ,

e nað affirmando eſta filiaçao , tambem a nað ne

ga , ainda que diga , que lhe naõ conſte mais, que


do Varað . Certo Author produzio a ſeu favor a

Salazar de Caſtro , nas Advertencias Hiſtoricas, e bem

moſtra , que o nað tinha viſto , o que ſuccede a mui

tos , que por oſtentar liçao , allegað o que nað virao ,

nem ſabem . Nao podemos duvidar o muito , que

Salazar vio , e o quanto me ſeria agradavel a ſua


alleveraçao ‫ ;ܪ‬porém elle neſta parte nao quiz negar
Tom . XI. Uu ü eſta
1

378 Hiſtoria Genealogica

eſta filiaçaõ de D.Joanna Manoel , e ſómente , que


D. Fernando nað fora I. Senhor de Belmonte , por

que as eſcrituras lhe nað dao mais nome , que D.

Fernando Manoel de Vilhena . Eſte D. Fernando Ma

noel de Vilhena , que morreo pelos annos de 1419 , ti

nha ſervido em Portugal , e depois voltando a Caſtel


la ſe achou na batalha de Aljubarrota , por parte del

Imhoff Stematis De Rey de Caſtella : os noſſos Nobilliarios o intitulað Se

Jedeviari Stirps,V11. nhor de Belmonte , Zebico , de Torre. Inhoff inſigne

Ervaruclenfis ad Tabo nas Genealogias do Norte , e nao menos inſtruido nas

de Heſpanha , ſegue o meſmo : e aſſim ſe vê , que nað


era filha de D. Henrique Manoel , Conde de Cea ,
e Cintra , inas neta , e irmãa de D. Fernando Ma

noel Senhor de Chelles , e filha de D. Fernando , e

de ſua muller D. Maria Rodrigues da Fonſeca , fi

lha de Pedro Rodrigues da Fonſeca. Nað faltou


quem do contrato , que fez D. Joað Manoel , filho

do Biſpo , com o Convento do Carmo , ſe perſuadiſſe,

que nað fora o Biſpo filho delRey ; porém padece

rað engano , porque delle fena ) produz prova , que


poſla infirmar a noſſa opinia ) , como logo veremos;

Faria Europ Port.com . porque a equivoçao , que muitos Genealogicos tive


z parte3. cap. 2. plazo raõ em trocareni o Biſpo D. Joao por outro Reli
354.
gioſo da meſma Ordem , chamado Fr. Joað Sobri
em totalmente
nho , nao tem lugar , porque fe oppo

a noſſa Hiſtoria ; porque D. Fr. Joao Manoel foy


Provincial , e Biſpo , e Fr. Joao nað foy Provincial

da Religiaõ do Carnio ; nem concorriað outras cir

cunſtancias, que em D. Joað Manoel, ſuppoſto foy


Reli
da Caſa Real Portug,Liv. XII. 379

Religioſo de grande vida , e ſantos coſtumes.

Saõ conſtantes as memorias , que do ſeu talen

to deixou o Biſpo D. Joað Manoel , que ſe diz naf

cer na Cidade de Lisboa , e que tendo-ſe recolhido

no Moſteiro do Carmo , o Condeſtavel D. Nuno Al

vares Pereira o tomara a ſi, e o creara com eſtima

ções , e que aſſeverava ſer filho del Rey D. Duarte,

e de D. Joanna Manoel , Senhora de qualidade , que


querem , que paſſaſſe a Portugal com a Rainha D.

Leonor , mulher do referido Rey ; porém nað póde

ſer , porque encontra ao tempo , e idade , que tinha

o Biſpo , como logo veremos , porque ElRey caſou

em o anno de 1428. Eu me perſuado com os que

dizem , que eſta Senhora fora Dama da Rainha D.

Filippa , e que teria vindo com ſeu pay a Portugal ,

e ficara no ſerviço do Paço , como ſeu irmað fer

vio a eſta Coroa , e delle deſcendem os Manoeis de

Cheles , que ha neſte Reyno , o que nað padece


contradiçaõ : e ſendo educado em virtuoſos princi

pios , e inſtruido nas bellas letras , tomou o habito

Carmelitano , que profeſſou , e ſeguindo os eſtudos


ſahio bom letrado , e hum dos mais benemeritos fi

lhos da Provincia de Portugal , de que foy Provir

cial , nomeado no anno de 1441 pelo Geral da Or

dem , Fr. Joað Facci , por commiſſa ) , que tinha do

Capitulo Geral , que no anno antecedente ſe cele- Lezana tom . 4. dos


brara. Por eſte tempo governava a Igreja o Papa Ann. pag.856.num.4.

Eugenio IV . e lhe mandou huma Bulla , de que faz

mençaõ o Annaliſta Carmelitano , em que o conſti


tue
380 Historia Genealogica

COS
tue Vigario Geral , Provincial , e Prior do Conven
te
to do Carmo , lugares , que affirmaõ conſervou ain
de
da depois de Bilpo , delegando em Prelados , que
conſtituia na ſua auſencia , o que conſta
de eſcritu pe

ð de que R
ras , que ſe conſerva no Archivo do Carmo ,
depois o Papa Sixto IV . o mandou abſolver por hum

Brıllar. do Carmotom . Breve paſſado a 31 de Outubro de 1476 , com que


Sa Mem .Hift.dos Aro veyo a governar ſucceſſivamente a Provincia , como
cebiſp .eBiſpos da Pro- eſcreve o Padre Fr. Manoel de Sá nas Memorias
vincia pag. 216 ,
Hiſtoricas dos Arcebiſpos , e Biſpos da dita Provincia .
Era D. Joao Manoel ſobre letrado de huma

natural eloquencia , com entendimento ſublime , e

claro , e muy prompto ; de ſorte , que o ſeu diſcur

ſo era tambem fundado , que previa os acontecimen


era dotado de eſpirito pro
tos , pelo que referem
fetico , e ainda a nað fer tað alto o ſeu naſcimento ,
ſe fazia neceſſario , e eſtimado. ElRey D. Affon

fo V. fez delle grande confiança , fiando do feu con

ſelho , e execuçaõ osnegocios da mayor ſuppoziçaõ ;

e aſſim tambem com os Infantes daquelle tempo te

ve muito trato , é correſpondencia . Teve grande


eſtimaçað do Infante D. Fernando , que fez delle a
mayor confiança , que conſervou com toda a ſua Caſa:

pelo que foy encarregado de varias commiſſões. Já

era Provincial , quando foy mandado a Roma com


Chronica de D. Afun .
Ruy da Cunha , Prior de Guimarães , com hunia Em
fo V. cap. 1o .

baixada ao Papa Eugenio IV . de que voltarað no


anno de 1440. Era o negocio della mais impor

tante a diſpenſa delRey D. Affonſo V. para caſar


con
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 38 1

com ſua prima a Senhora D. Iſabel, filha do Infan

te D. Pedro , Regente do Reyno : o Papa a conce


deo vivæ vocis oraculo , porque entao nao quiz ex

pedir Bulla , por aſſim diſſimular com as inſtancias dos

Reys de Caſtella , Navarra , e Aragað , a quem a


Rainha D. Leonor ſua irmãa fizera encontrar eſta

ſupplica , por ſe vingar do Infante D. Pedro Regen

te ; aſſim o Papa a concedeo entaó em ſegredo , e

depois a ſeu tempo mandou a Bulla da diſpenſa por


Ferna ) Lopes de Azevedo , Commendador môr da
Ordem de Chriſto , que depois lhe fuccedeo por En

baixador na Curia. Foy o outro ponto da Embaixa

da de D.Joað , a exempçaõ dos Meſtrados de San

tiago , e Aviz das Ordens de Ucles , e Calatrava ,

que tambem o meſmo Papa lhe concedeo , ſem em

bargo das contradições dos Reys de Caſtella , que


tanto o impedia) nos Reynados antecedentes : ne

gocio tað importante , que o Infante Regente o ef


timou tanto como a diſpenſa para o caſamento de

ſua filha , porque nem ElRey D. Joað ſeu pay , nem

ElRey D. Duarte ſeu irma) , puderaõ conſeguir ca

balmente eſta iſençað , pelas contradições dos Reys

de Caſtella. Neſte tempo , que D. Joað Manoel

aſſiſtio em Roma , dizem alguns Authores da ſua

Religiao , fora eleito Biſpo Titular de Tiberiades ,

como conſta da nomeaçaõ do meſmo Papa : Fr. Speculum Carmelitan .

Joannes elle£ tus Tiberiadenfis transfertur ad Eccle


fiam Ceptenfem , per obitum Adamari decimotertio

Kalendas Auguſti anno 1443 ; e que logo , que che


gara
g ica
382 Hiſtoria Genealo
qu
Niemorias do Carmo gara a Roma , fora nomeado em primeiro Biſpo de
do
vocaçao , porque D.
pag. 277. o que ſe vê he equi
Ceuta ; O VE
Catalogo de Guarda
num .24. daCollec. Joað nað foy o primeiro Biſpo daquella Igreja : ma
lhe
çaõ da Academia do teria que nað neceſſita de prova , e muito mais com
S
anno 17 a memoria allegada por o meſmo Author: Per obi

tum Adamari : que no tempo , que veyo de Roma


da Embaixada nað era Biſpo , o diz a Chronica del P

Rey D. Affonſo V. neſtas palavras : Neſte tempo


( que era o anno de 1440 ) chegarao de Roma Ruy
da Cunha , Prior de Santa Maria de Guimarães , e

Fr. Joao , Provincial do Carmo , que depois foy Biſ

po de Ceita , e da Guarda , que havia ) hido com Em

baixada ao Papa Eugenio. Deve -ſe faber , que D.


Fr. Joað foy duas vezes a Roma , a primeira ſendo

Provincial , e a ſegunda ſendo já Biſpo ‫ ;ܪ‬a primeira

o refere o Deſembargador Duarte Nunes na ſua

Chronica , como temos dito ; a ſegunda conſta de

Torre do Tombo,Chan- hum Documento da Torre do Tombo , da Chancel

ria. doanno 1446. laria delRey D. Affonſo V. que affirma fer Biſpo
cella54
pag.
de Ceuta D. Joao ; e que fora mandado a Roma ,
no anno de 1443 , conſta da Quitaçao deſta Embai

xada , donde le faz mençaõ de hum Alvará feito em


El
Cintra a 16 de Julho do referido anno , em que
Rey lhe dá faculdade para as deſpezas deſta jorna
da . He digna de reparo eſta Quitaçað ; e aſſim tranſ

creveremos o mais ſubſtancial , que ella conténı , pa

ra que os curioſos vejað as differenças do tempo .


Diz ElRey , que mandara ao Biſpo de Ceuta D.
Joað à Corte de Roma a couſas de ſeu ſerviço , e
que
da Caſa Real Portug. Liv.XII. 383

que recebera lá mil e ſetecentos e cincoenta cruza

dos de cambio por letras de Mercadores de Geno

va , e Florença : Em que entrað alguns dinheiros , que

The forao dados em Guarda no tempo delRey , meu

Senhor , e Padre , cuja alma Deos haja . Deſta clau

ſula ſe vê , que o Biſpo já tinha eſtimaçað no tem

po delRey D. Duarte , e que era da ſua confiança ,

e que nelle concorria ) as circunſtancias , que temos

referido para eſte trato , ainda que por algum moti

vo , o nað trataſſe por filho. Continúa a Quitaçao ,

dizendo , que deſpendera na diſpenſa , e annexaçao ,

do Meſtrado de Santiago , mil e trezentos e cincoenta

cruzados, e que deſpendera na diſpenſaçao do caſa


mento do Infante D. Fernando ſeu irmaõ quinze

cruzados , que dera por letra , e para o ſeu manti

mento , e deſpezas de tres cavalgaduras , conforme

a ordem , que ElRey lhe dera pelo Alvará , que


acima apontámos deſde 8 de Dezembro do dito an
no 1443 , em que chegara a Burgos , até 8 de De

zembro do anno de 1444 , em que partio de Roma ,


a razaõ de meyo cruzado por dia para a ſua pesſoa ,

e tres terços de cruzado para as cavalgaduras a ter

ço de cruzado por cada huma por dia : e que embar


cara em huma carraca em Savona , donde veyo a

Cadiz , no que gaſtara quatro mezes e meyo , e en

trara por Caſtro Marim a 20 de Mayo do anno ſe

guinte : foy paſſada eſta Quitaçaõ em Abrantes a 3


de Junho de 1445. Tambem conſta de memorias

do Archivo do Carmo, que o Biſpo antes de o ſer ,


Tom . XI. Xx no
Hiftoria Genealogica
384
no tempo do meſmo Rey fora mandado com huma NE

0
Embaixada a Hungria.
Succedeo D.Fr. Joað no Biſpado de Ceuta a C

D. Fr. Aymaro , Religioſo da Ordem de S. Franciſ n

Varað Apoſtolico ; o meſmo Papa o fez no an f


CO ,
no de 1444 Primaz de Africa , affinandolhe para L

ſe ſuſtentar a adminiſtraçaõ de Valença do Minho ,


e de Olivença em Alentejo , ſendo deſta forte im

mediato à Sé Apoftolica. Nað ſabemos , que foſſe

reſidir aquella Cidade , porque ſendo Biſpo de Ceu

ta , foy nomeado Capella ) môr : no anno de 1451 ,


parece já exercitava eſta dignidade , porque algunhas

memorias dizem , que naquelle ſolenne acto , que


Chroni
Afonjoca V.del Rey
cap D. fez ElRey D. Affonſo , levando à Sé a Infante D.
. 24.

Leonor , Emperatriz de Alemanha ſua irmãa em 26


de Outubro do referido anno , lhe diſſe a Miſſa o

Biſpo de Ceuta , e lhe lançou a bençað ‫;ܪ‬ porém a

ſua Chronica diz , que o Arcebiſpo de Lisboa. No

amo de 1455 bautizou ao Principe D. Joað , a que


mais ſe inclina Damiaõ de Goes neſtas palavras :

Goes Chronic.doPrimo Porque a Chronica antiga diz , que foy D. Joað Bif
cipe D. Joao cap. 2 . ро de Ceuta , que depois foy da Guarda; e Garcia de

Rezende , que foy ó Arcebiſpo de Braga , que nað

nomea . E como eſtes actos ſeja ) do Capellað mör ,


Reſende ſe enga
parece , que devo ſuppor , de que
Nou : e ſe naquelle tempo vemos os Eſcritores com

equivocação , no que eſcrevia) , nað he muito , que

nos faltem agora memorias tað antigas į porém o


Dita Chronica dd Rey
D. Afonſo V. cap.26. Deſembargador Duarte Nunes de Lead , na Chro
nica
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 389

nica delRey D. Affonſo V. diz : 0 Principe D. Joao ,

o qual aos oito dias foy bautiſado na Sé pelo Biſpo de


Ceuta D. Joao ; com que ſe tira a duvida . Neſte mef

nio anno aſſiſtio em Lisboa às Cortes delRey D. Af


fonſo V. como ſe vê da Concordata feita entre o

meſmo Rey , eos Eccleſiaſticos. Vagou o Biſpado


1
da Guarda , e abſoluto do vinculo de Ceuta , foy 1
transferido à Igreja da Guarda em Janeiro de 1459 ,

como refere elta memoria : Joannes Epiſcopus Cep

est Epiſcopus Egitanenſis per obitum


tenfis proviſus
Ludovici decimo octavo Kalendis Februarii anno pri

mo Pii Secundi , ideft anno 1459 : iſto he , que fuc

cedeo a D. Luiz da Guerra , Biſpo deſta Igreja , que


morreo no anno antecedente. Na Chancellaria del Chancellaria delRey D.
Affonſo V. liv , 1. pag.
Rey D. Affonſo V. achamos huma Carta , em que 101 .

concede ao Biſpo da Guarda a faculdade de poder


mandar abrir em certas partes minas de prata , ouro ,

cobre , e eſtanho ; foy paſſada em Lisboa no anno

de 1462. Governou a ſua Igreja até o ano de 1476 ,

em que a renunciou em tempo já do Papa Sixto IV .

por Bulla paſſada em Narni aos 24 do mez de Julho

do dito anno , e lhe ſuccedeo D. Joað Ferrás , feu

particular amigo , que tambem lhe tinha ſuccedido

na de Ceuta . Naõ durou muito o Biſpo D. Fr. Joao

depois da demiſfað do Biſpado , porque parece faleceo

no meſmo anno de 1476 , ſem embargo de alguns Au

thores lhe darem mais larga vida . Mandou-ſe ſepultar

na Igreja do Carmo de Lisboa na Capella dos Reys :

pelo que ſeu filho D. Joao Manoel contratou com


Tom . XI. Xxü o Pri
a
ria logic
386 Hiſto Genea

o Prior , e mais Religioſos de ter eſta Capella ; e


V
no contrato diz : Por quanto D. Joað , que foy Biſ
I
po da Guarda , e Provincial daquelle Moſteiro , fe
a
mandou alli enterrar , lhe davao a Capella dos Reys
r
para elle Biſpo , e que nella ſenao enterraria ) ,
Jenað
1
o dito D. Joað , e ſeu irma7 D. Nuno , e os que
delles deſcendeſſem , Jalvo Leonor Pires , mulher ,

que foy de Pedro Annes Eſcudeiro , e morador em


Liv. 1. dos Tombos do Valverde , para o que o dito D. Joao Manoel dava
Carmo pag. 27 tal renda ao Moſteiro , para lhe dizerem certo nu

mero de Miſas pelas almas do Biſpo ſeu pay , e ſeu


pay , e mãy delle Biſpo , que eſtavaó enterrados da

banda de fóra da dita Capella , junto com o primei


ro eſteyo , em direito do pulpito de geſſo , e c . Foy

feita eſta inſtituiçaõ a 5 de Julho de 1488. Eſta Ef

critura referem alguns Genealogicos , para negarem ,


que o Biſpo nað era filho delRey D. Duarte ; po

rém ella nað produz , quanto a mim , a força , que ſe

lhe attribue ; primeiramente , porque o Biſpo ſendo

criado incognitamente havia de fer entregue a algu


mas peſſoas , que o trataſſem como proprio filho ; o
que he ordinario em ſemelhantes caſos , até que o

Principe , ou algum outro Senhor , que tem filho fe

melhante , entregue a peſſoa de ſua confiança , o de


clara , e o poem no trato , que correſponde ao ſeu

caracter , e qualidade ; o que nað ſuccedeo com o

Biſpo D. Joað , porque ſeu pay o nað declarou , e o

condeſtavel, que o tomou a li depois de Religioſo ,


participava , como em ſegredo , o ſeu naſcimento ,
pois
da Caſa Real Portug. Liv .XII. 387

pois achanios em alguns Nobiliarios , que o affirma


va , e Fr. Simao Coelho da meſma Ordem . Eo

Biſpo , que foy peſſoa de grande juizo , e no tempo ,

1 que era Religioſo , e Provincial do Carmo , manda

ria ſepultar aquellas peſſoas, a quem chamava pay , e


1
māy , naquelle lugar ; pois ainda que já foubeſſe o nað 1
1
erað , a criaçaõ lhe faria ſer mayor o agradecimento
1
para os conſervar neſſa poſſe ; demais , que era o Bif

po de tað grande juizo , que ſe foſſem verdadeira

mente ſeus pays , os havia de mandar enterrar den

tro da meſma Capella , que elle eſcolhia para ſeu ja

zigo , e da ſua familia : nem as honras , que o Biſpo

recebeo, e as que ſe verificarað em ſeus filhos , podiað


deixar de cahir ſobre alto naſcimento , que o Biſpo

nað declarava , nem tambem negava no trato de ſeus

filhos , a quem deu o appellido de Manoel, que tive

ra por ſua mãy ; moſtrando deſta forte , que elle ef


tabelecia huma familia ſua, ſem mais tronco , do que

os ſeus merecimentos , e grandes partes ; e que ha

vendo de ter appellido , e armas foſſem as dos Manoeis

de Caſtella, com cuja familia elles ſe tratava ) como

parentes , nas occaſiões , que ſe encontrarað naquel


le Reyno , como dizem memorias antigas : de que

ſe vê , que o ſilencio dos noſſos nað foy mais , que

deſcuido , e de outros ignorancia , equivocando a D.

Joao Biſpo , com Fr. Joað Sobrinho , Religioſo , e


Meſtre da meſma Ordem , Varað virtuoſo , que nem

foy Provincial , nem Biſpo de Igreja alguma perten

cente à Coroa Portugueza , e ſem controverſia , que


o Fra
388 a gica
Hiſtori Genealo

o Frade de quem Juſta Rodrigues teve os filhos , e

foy depois Biſpo de Ceuta , e da Guarda , foy D.


Joao Manoel ; com que ſobre a equivocaçao , que

alguns dos noſſos Nobiliarios padecerao em terem a

Fr. Joao Sobrinho por Progenitor dos Manoeis , he


erro 9 e engano manifeſto por fer totalmente diſtin

cto hum do outro , o que conſta evidentemente dos


Fr. Manoel Coelho , nonumentos , da meſma Ordem , das Bullas de Bif

Nobiliarios de Diozo po , e da hiſtoria daquelle tempos de forte, que eſta

Gomes de Figueiredo, materia nað neceſſita de nella ſe gaſtar tempo , por


eManuel Alvares pe fer certo , que o Biſpo D. Fr.Joao Manoel foy o Pro

res.
genitor deſta familia. Sendo moço teve trato com
Juſta Rodrigues Pereira , de que depois muito ſe ſen

tia , tomando por diviſa eſta letra : Jufta fue mi per

dicion . Era irmãa de Maria Rodrigues Pereira , mu

lher nobre , de quem D. Antonio de Lima , diz fer

huma Dona , de bons parentes , a qual ſe eſcreve


ſer ſegunda mulher de Gonçalo Cardoſo , Senhor

do Morgado da Taipa , Vedor da Fazenda do In

fante D. Fernando , à qual alguns Nibiliarios derað


o appellido de Pereira , e outros o de Cardoſa , quan
to a mim com equivocaçað pelo cunhado. Eraõ ir

māas de Fernaõ Rodrigues Pereira , que era criado

do Infante D. Fernando , que quando caſou ſua fi

Iha , a Senhora D. Iſabel , com o Duque D. Fernan

do paſſou a ſervilla , e foy Vedor da dita Senhora ,

que fervio com grande fineza , acompanhando a Caſ


tella ſeu filhos , depois da tragica morte do Duque

D. Fernando , e vindo a Portugal foy prezo por or


dem
7

da Caſa Real Portug. Liv. XII. 389

dem delRey , e por nað entregar a carta , que tra

zia daquelles Senhores para ſua mãy , com notavel

advertencia a comeo , aſſegurando nella hum mereci

do elogio à ſua peſſoa ; o que ElRey reconheceo

tanto , que alludindo à alcunha , com que era cha

mado o Paſſaro diſſe : Daquelle Paſſaro creara elle

os filhos : e tendo - o prezo largo tempo , depois antes

de morrer , como recompenſandolhe o danno , lhe

fez merce de huma tença de quarenta mil reis , com

! a Ordem de Chriſto . ElRey D. Manoel o mandou

depois a Caſtella a ſervir ao Duque D. Jayme , de

quem foy Veador da ſua Caſa , e algumas memo


rias dizem , que Camareiro môr : foy Alcaide môr
de Borba , e de Monforte , e Conimendador de

Parada em Santarem . Era filho de Joao Pereira


Criado do Infante D. Fernando , e ſeu avô Joao Ro
1
drigues Pereira tinha ſervido ao Infante D. Joao :

eſta diſtincçao da qualidade de Jufta Rodrigues, pa


rece , que foy o motivo de o Infante D. Fernando

a aceitar para ama de ſeu filho ElRey D. Manoel ,

pois na qualidade da ama ſe ſegurava ) no leite os


requiſitos ,, que entað ſe buſcavaõ nas amas dos Prin

cipes
. Foy eſta de grande eſtimaçaõ ; pois quando
o dito Senhor D. Manoel , nað ſendo ainda Rey ,

foy a Caſtella para as Terciarias , que era de curta

idade , foy na ſua companhia , como quem neceſſita

va de ama para o educar : e quando nað forað tan

tas as noticias que temos , eſta baſtava fó para ve

rificar a robreza da ſua peſſoa , e as do ſeu talento


fe
1
390 Hiſtoria Genealogica

ſe confirma) com dizerem , que o dito Principe ſen

do já Rey , a mandara a Caſtella a tratar alguns ne

goceos ſecretamente com os Reys Catholicos , ha

bilitando-a para tudo o ſeu talento , e diſcriçað , e


o honeſto modo de vida , com que ſe portou aſſim
Chronica del Rey D.
que entrou a criar a ElRey D. Manoel como diz a
Manoel , cap.5 . part. Le
ſua Chronica : A todo o genero de mulheres dava
exemplo de virtude ; creſcendo nella de forte o deſe

jo da perfeiçao , que fundou à ſua cuſta , o Moſteiro

de Jeſus de Setuval , que foy o primeiro , que ſe fun


dou em Heſpanha da primeira Regra de Santa Cla
ra , a que deu principio no anno de 1489 , e a favor

deſta fundaçao , paſſou hum Breve o Papa Inno


cencio VIII . à ſua inſtancia a 17 de Julho de 1490 ,
e acabado o material da Caſa a 22 de Agoſto de 1492 .

Diſſe a primeira Milfa na nova Igreja Ď. Diogo Or

tis de Vilhegas , Biſpo de Tanger,


que depois o foy
tomou
de Viſeo. Em eſte Moſteiro ſe recolheo ,
o habito > e viveo alguns annos com total eſqueci
mento das couſas do Mundo , e com tanta virtude ,
Agiologio rom.1 . Com
que ſervia de admiraçað ás demais Religioſas ; e def
letra d pag. 114
ta forte lavando com a ſua penitencia os delirios de
outro tempo , acabou lantamente , deixando do ſeu

ditoſo fim louvavel memoria. O ſeu corpo foy ſe

pultado no meyo do Capitulo deſta Caſa , onde ja

ziaõ os oſſos de ſua mãy , que de Abrantes fez traf

ladar , onde falecera Priora do Moſteiro da Graça


daquella Villa.

As Armas de que o Biſpo uſou , fað as que ſe


vêm
1

da Caſa Real Portug. Liv .XII. 391

vêm no principio eſculpidas dos Manoeis de Caſtella ,


pelas razões , que já deixamus referidas , e per ſeren

as de que uſara ) ſeus filhos, que havia ) de ſer fem


1
duvida as meſmas , que as de ſeu pay , em cuja vi
da parece as deviaõ de uſar. Forað ſeus filhos os

ſeguintes
.

12 D. Joað MANOEL Capitulo II .


12
D. Nuno MANOEL Capitulo IV .
1
O Licenciado Jorge Cardoſo entendeo ſer filho do

Biſpo D. Fr. Joao Mancel, Fr. Joao de Portugal ,

Religioſo da Ordem de S. Franciſco , que morreo

em Chalon de Borgonha com grande fania de fanti


dade a 14 de Junho de 1525 , fundando-ſe em que

alguns Authores da I liſtoria de Borgonha , e outros

da ſua Crdem , fazem a cite virtuoſo Religioſo do

ſangue Real Portuguez; porém com tað inveroſimis

circunſtancias , que fica ſendo huma fabulofa Hiito

ria , para total oppoſiçaõ à verdade , e neſta confi

faő o adopta por filho do Biſpo D. Joao Manoel ,


fendo o motivo da ſua inferencia hum riſco , que

diz tinha em ſeu poder da ſepultura deite Reiigio

fo , que confiava de huma figura veſtida no habito

de S. Franciſco , com Capello piramydal , imãos pof

tas , e à parte direira as Arras Reacs de Portugal,

e à eſquerda as de Manocis , com eſte diſthico , que


lhe fahe do coraçao .

Pauper erat tenue : genitrix duin miſit in auras

Ipfa licet fuerit regia progenies.

Toni. XI. ly Po
392 Hiſtoria Genealogica

Porém he tað debil eſte fundamento , que nao me

parece ſer baſtante para entrar neſte lugar : demais ,


que nenhuma memoria antiga fez mençao : mais que
dos dous filhos mencionados.

CAPITULO II.

D. Joao Manoel Camareiro môr delRey D.

Manoel.

12
Aő os grandes lugares a mayor prova da
SA
eſtimaçaõ des Reys, e com elles ſe qua

lifica a nobreza , pois ſem eſta he quaſi impoſſivel


chegallos a conſeguir , por ſer a pratica univerſal em

todas as Cortes , e o diſtinctivo da cathegoria das


peſſoas , de quem o tempo , e o deſcuido nað deixou

individual noticia da grandeza do naſcimento , como

muitas vezes fuccede na Hiſtoria , nað ſó Portugue

za , mas nas de outros Reynos da Europa. A no

tavel diſtincçaõ com que D. Joað Manoel, e ſeu ir

mað , D. Nuno foraõ criados , he liuna evidente pro

va da grandeza do ſeu naſcimento ; porque a naõ ſer


tað notorio aos Principes daquelle tempo , na) po

diaõ caber nas ſuas peſſoas as honras a que havia) de


aſpirar as primeiras peſſoas do Reyno ; as quaes ra

zões , com as circunſtancias , que temos referido no


Capitulo precedente , forað as que parece inſtigarað

a EiRey a augmentar ela familia com lugares tað

gran :
da Caſa Real Portug. Liv .XII. 393

grandes. No anno de 1475 legitimou E! Rey D. Af- Torre do Tomiho lives


fonſo V. a D. Joað Manoel e
, a ſeu irmaó , decia- delRey D. Afo.so V.
pag . 291 ,
rando , que eraõ filhos de D. Joao Biſpo da Guarda,

do Conſelho delRey , havidos em Juſta Rodrigues , Chronica del Rey D.


Joao 11,
mulher ſolteira. ElRey D. Joað o II. lhe fez mer

ce de que podeſſem uſar de Doni , merce de gran

de diſtincçaõ naquelle tempo , e nos que ſe ſeguirao,


i
que nað recahia ſenað en qualidade , e grandes mere

cimentos . No anno de 1490 , acompanhou D.Joað

Manoel ao meſmo Rey nas Juſtas , que fez em Evo


ra , nas feſtas , com que celebrou o caſamento do

Principe D. Affonſo : nellas entrou por aventureiro, Capitulo 128,

levando por diviſa , e tençað no ſeu Eſcudo hum


Sol, e huma letra , que dizia.

Sobre todos reſplandece


Mi dolor ;

Porque es el , que es mayor .

No Reynado delRey D. Manoel, com quem fe ha

via criado , e por quem já os merecimentos da peſ


ſoa de D. Joao Manoel eraõ attendidos , porque tam

bem por ſua mãy erað ſeus avós Fidalgos da Caſa

dos Infantes D. Fernando , e D. Joað , e nað falta

quem diga , que ſua mãy era parenta do Condeſta


vel D. Nuno Alvares Pereira ; o que he certo , que

nenhum Author duvidou a nobreza de ſua mãy ; al

guns imaginarað , que eſtes Fidalgos tomarað o appel


lido de Manoel , em attençað ao nome delRey , e
Tom . XI. Yyii por
394 Hiſtoria Genealogica

por ferem ſeus collaços , o que quanto a nim he ſem

fundamento , porque lhe daria ElRey differentes Ar

mas, das que ella uſarað , que faõ as da familia dos

Manoeis de Caſtella, de cujos fidalgos , elle , e ſeu

irmað eraõ tratados de parentes , o que confirma ſer

ſua avó daquella caſa . Deniais, que ſó hum deſtes

irmãos foy o collaço delRey , e nað ſe havia de par


ticipar ao irmao o meſmo appellido , e as meſmas

honras , as quaes ſentavaõ nomeſino , que ſena ) pu


blicava , e ſeu pay , fuppofto o que temos dito , re

conhecendo o ſeu naſcimento , e que eſte ficara oc


culto , quiz ufafiem do appellido de Manoel , e das
meſmas Armas , como de huma tað eſclarecida fa

milia , como a dos Manoeis , que teve principio em


o Infanre D. Manoel, filho de S. Fernando III . Rey
de Caſtella , e da Ramlia D. Brites de Suevia , e al

ſim no trato de huns parentes illuſtres moſtraſfem ao


Mundo o meſmo , que fena ) expreſſava.

Foy D. Joað Manoel Camareiro môr del Rey

D.Manoel , Alcaide môr de Santarem , e Embaixa


dor a Caſtella a tratar o caſamento do meſmo Prin

cipe , no ano de 1497 , com a Princeza D. Iſabel ,

viuva do Principe D. Affonſo , e deu feliciſſimo , e

breve fim a eſte negoceado , com grande fatisfa


Coos Chronica del Rey çaõ delRey , como refere o Chroniſta Damiaõ de
D. Micnuel cap. 32.
24.c 26 , Goes , e em virtude da procuraçað delRey , teve
a honra de receber em ſeu nome a Rinlia Prin

ceza ſua mulher. Depois voltou ao Reyno , e

quando eſtes Reys paſſara ) a Caſtella a ſe jurarem


Princi
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 395

Principes herdeiros daquella Monarchia , os acompa


nhou D. Joao Míanoel , como ſeu Camareiro môr ,

feindolle ſempre grata a ſua peſſoa , como moſtrou

depois da morte da Rainha D. Iſabel , que haven

do de paſſar a ſegundas vodas , voltou D.Joao Ma


noel a Caſtella com o meſmo caracter de Embaixa

dor a tratar o caſamento da Infanta D. Maria , filha

dos meſmos Reys Catholicos , que foy lua ſegunda

mulher ; e nað tendo acabado os negocios da En


baixada, morreo D. Joað na Corte dos Reys Catho- Goes Chronica delRey
licos, no anno de 1500. Sentio ElRey muito a ſua D. Manoel cap. 46.
part. 1 .
morte , por haver criado a eſte Fidalgo , cuja peſſoa

eſtimava muito pelas partes , que nelle concorria ) ,


de diz o Choroniſta Damiaõ de Goes : De que
que
ElRey fora muito enojado, e Jentio muito ſua morte ,

pela boa vontade , que lhe tinha , e criaçao , que nel


le fizera. Concorrerað nelle grandes partes para

conſeguir eſtimaçaõ , porque teve admiravel talento

para os negocios, que manejava com prudencia : foy

bem inſtruido nas bellas letras , e verſado na Latinida

de , e aſſim teve grande trato com o famoſo Catal

do Siculo, e no livro , que imprimio das ſuas Epiſto

las , ſe achað algumas para D. Joað Manoel, o qual,

e ſeu irmað D. Nuno uſarað detta letra , que devia


ſer de alguma empreza .

Eſta eſpada he de Millad

Banhada em ſangue Real ,

Sua ventura foy tul,

Que medrou com gran razaõ .


. Ca
wan
a
395 Hiſtoria Genealogic

Salazar de Catro Hiſe Caſou com D. Iſabel de Menezes , filla de D. Af


toria da Caſa de Syl- fonſo Telles de Menezes III . Alcaide môr de Cam
va , tom . 2.liv, 6. Ca
Pilcio 26. po mayor , e Ouguela , Capita5 General de Alcacer

Ceguer , eſclarecido ramo da illuſtriſſima familia de


Sylva ; e de D. Joanna de Azevedo , filla de Luiz

Gonçalves Malafaya , Vedor da Fazenda delRey


D. Affonſo V. e ſeu Embaixador em Roma a dar

obediencia ao Papa Calixto III. e deſta uniao naſce


rað os filhos ſeguintes.

13 D. BERNARDO MANOEL Capitulo III.

13 D.JOANNA MANOEL , que caſou em Caf


tella com D. Affonſo Pacheco Portocarreiro , ir

maõ de D. Joao Portocarreiro , I. Marquez de


Haro tom . 3. liv.g. Cao Villa nova del Freſno , e de D. Affonſo de Carde
Imhort Corpus Hif- nas I. Conde de la Puebla del Maeſtre , filhos de D.
toric Genealogica lis. Pedro Portocarreiro , chamado o Surdo , Senhor de
lie , co Hiſpania pas
114. Tab .IV . Moguere , e Villa -Nova de Barcarrota , e de D. Joan

na de Cardenas , Senhora de la Puebla , filla de D.

Affonſo de Cardenas , ultimo Meſtre da Ordem de

Santiago , e netos de D. Joao Pacheco , Marquez

de Vilhena , e I. Duque de Eſcalona ; porém del


te caſamento nað teve ſucceſſao , pelo que D. Af

fonſo Pacheco caſou ſegunda vez com D. Brites de


Noronha , fillia de D. Alvaro de Caſtro , Governador

da Caſa do Civel , Senhor do Paúl de Boquilobo ,


con deſcendencia .

13. N.N. e outros filhos , que morreraõ de cur


ta idade.

CAP
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 397

CAPITULO III.

D. Bernardo Manoel Camereiro môr del Rey

D. Manoel, Alcaide môr de Santarem .

13 Uccedeo a D. Joað Manoel ſeu filho ,

primogenito D. Bernardo Manoel ,

ſó na Alcaidaria môr de Santarem , e na ſua Caſa ;

mas no grande lugar de Camereiro môr; porém com

lium genio tað elevado , que elle foy cauſa de ſe

perder , deixando a Patria como adiante veremos.

Animava-ſe de eſpiritos heroicos , e de maximas tao

ſeveras , que nenhuma couſa eſtimava mais , que os

mierecimentos proprios , querendo que eſtes o eterni

! zaſſem com glorioſo nome > conſeguido nos duros

trabalhosda guerra , para poder entrar no Templo


da Heroicidade. Nao contava mais de vinte annos,

fazendo reflexao na idade delRey D. Manoel , de

quem ſeu pay havia ſido colaço , quando começou a


exercer o Officio de Camereiro môr , que parece ,

que por tað chegado à Real peſſoa , nenhum o ex

cede; porém elle moſtrou , que o deſprezava főmente

por ſeguir a guerra , em que finalmente veyo a cabar.


Era Africa celebre theatro da guerra naquel

le tempo , em que a Nobreza Portugueza com pro

digioſas acções por tantas vezes ſe dîtinguio , e co


roou de immortaes louros ; de que incitado D. Ber
nardo

+
a
398 Historia Genealogic

nardo conſeguio licença delRey para ſervir na guer


ra de Africa , e paſſou à Praça de Çafim , onde no

grande ſitio , que no ano de 1510, fuftentou com in

mortal gloria o inſigne Capitao Nuno Fernandes de

Ataide , Senhor de Penacova , ſe achou D. Bernardo

Manoel , defendendo huma eſtancia , que lhe fora

encarregada , com tanto valor , e acordo , que deu


Faria , Africa Portito della admiravel conta . Depois no anno ſeguinte
gue a cap. 7. Pa 92 ,
c pag . 95. acompanhou ao meſmo Governador da Praça , Nuno

Fernandes de Ataide , na entrada que fez nos Adua


Hiſtoria Genealogica res de Almedina , onde L. Bernardo pelejou com
tom . V. pag. 509
tanto valor , que fahio delle encontro tað mal feri

do , que poz em riſco a vida , mas ſegura a reputa

çaõ nos louvores dos mais Soldados. Achou -ſe com o


Duque de Bragança D.Jayme na tomada de Azamor,

donde paílou a Çafim , acompanhando ao Governa

doi Nuno Fernandes , na entrada , que fez nas Al

deas de Benacofiz , moſtrando neſta occaſia ) igual


esforço , que prudencia ; achando - ſe em muitas oc

caſiões de grande horra , como foy ſobre Tafut, que


entrou , e laqueoli. Depois naquella grande expedi
çað , que intentou o meſmo Governador Nuno Fer

nandes , mandou a D. Bernardo Manoel ir ſobre a

Cidade de Tednelt , logrando aſſim por muitas oc

caſiões gloriofos fucceffos. No anno de 1515 , foy


ceru D. Antonio de Nororha ao rio Mamora , em

que nað foy menor o perigo , que nas demais occa

fiões , nem menos a reputaçað , que pelo ſeu valor

conſeguio ; fatisfazendo deſta forte com as obriga


ções
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 399

ções do ſeu naſcimento , ea expectaçao , que os de


mais Soldados tinhaõ do ſeu valor , de deu conc
que
tantes provas em diverſas facções, que ſuccederað no

tempo , que affiſtio naquelle theatro da guerra : ou


foſſe na defenſa das Praças , ou na Campanha , eni

toda à parte ſe diſtinguia com applauſos dos Solda


dos , e louvor dos Cabos. No anno de 1514 exerci

tava o officio de Camereiro môr , como conſta de

huna verba , que eſtá na Torre do Tombo , no ma

ço 47 do armario ſegundo da eſcada , que vay para

a Caſa da Coroa , conforme as memorias de Lou

ſada , eni que lhe manda pagar trinta e nove mil reis
de nioradia de Cavalleiro , a razaõ de 6500 reis por

mez dos primeiros ſeis mezes deſte anno , que fez


certo por ſervir em Azamor , feita a 18 de Julho de

1514 , lugar , que achamos occupou até o anno de


1520 ; com que venho a entender , que em quanto
durou a vida delRey D. Manoel , foy feu Camerei

ro môr ; pois Louſada diz : na Torre do Tombo ,


no maço 3 no armario junto à eſcada da Coroa , ef

tá hum mandado , que diz : Mandamos a vós Fer .

nao Alvares TheJoureiro de noſas moradias , que do


dinheiro de noſſas rendas do Reyno deſte anno de 1520
deis a D. Bernardo, nolo Camereiro môr , trinta e

fete mil reis , que o dito anno ha de haver de tença , e


ordenado com a dita Camera . Em Evora ao derra

deiro de Agoſto de 1520. Nað baita o valor para

dirigir as mais operações de huma peſſoa grande ,


quando a fortuna ſe oppoem ao meſmo merecimen
Tom . XI. Zz to :
400 Hiſtoria Genealogica

to : 1130 individuaõ as memorias antigas , nem os No

biliarios, quaes forað os motivos , que obrigaraó a D.

Bernardo Manoel a deixar a Patria para acabar deſ

terrado della ; quanto a nós , parece , que o brio , e'a

lonra ſe intereſſarað neſta reſoluçao Antonio de

Severim , Noticias de Caſtilho , Choroniſta môr do Reyno , e do Conſelho


Portugal, Diſc.8 . pag. delRey D.Sebaſtia ) no Elogio delRey D. Joao III.
297.
que imprimio o Chantre Manoel Severim de Faria

o nomeya entre os deſervidores delRey , dizendo :

D. Bernardo malſinado por offerecer à Excellente Se

nhora hum Galleað . Eſta expreſſað , que nað expreſſa

a cauſa do ſeu delicto , o viemos depois achar em


D. Luiz Lobo , Senhor de Sarzedas ; dizendo , que

havendo D. Bernardo ſervido com tanta gloria do

ſeu nome , como do Reyno na guerra , como refe


ren as Hiſtorias daquelle tempo , eraõ ainda de ma

yor elevaçaõ as ſuas ideas , porque intentou tirar a


Excellente Senhora do Caſtello de Lisboa , onde eſ

tava , e levalla por mar a França , onde a poderia

i caſar com algum Principe do ſangue Real daquel


la Coroa , que he de crer tiveſſe já determinado para
entrar con ella a conquiſtar o Reyno de Caſtella ,

de que era Rainha : pelo que vindo -ſe neſta idea à


Excellente Senhora ſe poz mayor reſguardo ; e D.
Bernado vendo fruſtradas as ſuas idéas , nað caben

do ſeu elevado eſpirito nos limites da Patria , a dei


xou eſpontaneamente > e incognito paſſou briofa

mente a ſervir na guerra de Italia , que entað ha


via entre Eſpanhoes , Italianos , e Francezes , fobre

a des
t"

da Caſa Real Portug. Liv. XII. 401

a defenſa , e occupaçao do Eſtado de Milaó , don

de paſſou depois à guerra de Napoles , e nella mor


reo de huma balla de arcabuz , no aſſalto de hum

Caſtello , acabando brioſamente a vida , ainda que

nað em ſerviço da Patria ; com tudo mereceo muita

gloria o ſeu nome, porque havendo comprido com

as obrigações do ſeu naſcimento , conſeguio honrada


niemoria . 1

Caſou com D. Franciſca de Noronha , filha de D.


Martinho de Caſtello Branco I. Conde de Villa -No

va de Portina , Camereiro môr delRey D. Joað

III. Governador da Juſtiça , Vedor da Fazenda dos

Reys D. Affonſo V. D. Joað II . e D. Manoel , e


do ſeu Conſelho ; e de D. Mecia de Noronha ſua

mulher , filha de Joao Gonçalves da Camera , II. Ca

pitað Donatario da Ilha da Madeira , e de D. Ma


ria de Noronha ſua mulher , filha de D. Joað Hen

riques , neto do Conde de Gijon , e Noronha , D.

Affonſo ; e deſte matrimonio naſcerað os filhos fe

guintes.

14 D.MECIA DE NORONHA , que caſou com


D. Pedro de Menezes Senhor de Fermoſelhe, e da
ſua deſcendencia ſe dirá no 2. I.

14 D. JOANNA MANOEL , que eſcolhendo o

eſtado de Religiofa , foy Freira no Moſteiro da Ef


perança de Lisboa.

Caſou ſegunda vez com D. Maria de Bobadilla , a Torre do Toribos

quem ElRey D. Manoel deu para ſeu caſàniento

cinco mil e trezentas coroas , como conſta de lium


Tom . XI. Zz ü mail
402 Hiſtoria Genealogica
à Indi
nandado paſſado em Evora no 1 de mayo de 1520,
Meno
que eſtá no armario debaixo , das mercês , e mora
com 1
dias junto à eſcada , que vay para à Caſa da Co
tinja
roa na Torre do Tombo , que reſere Louſada .
Era filha herdeira de Affonſo de Bobadilha , Com vel
vemb
mendador de Horta lagoa , na Ordem de Santiago ,
fahio
e Inſtituidor do Morgado do Valle em Santarem ,
Dio
e de D. Leonor de Figueiredo ſua mulher , filha de
Henrique de Figueiredo , Eſcrivað da Fazenda dos noel

neſte
Reys D. Affonſo V. e D. Joao II. que o mandou
por Embaixador a Caſtella , e de ſua mulher Cathe** que
rina Alvares ; e deſte matrimonio naſcerað os filhos fos

CO
ſeguintes.

14 D. Joað MANOEL , a quem por ſer muy pe


alvo , e louro , chanarað o Alabaſtro , e com eſte do

renome o dao a conhecer as Hiſtorias da India , on çal

de procedeo tað valeroſamente , que merecia mais que


dilatada vida . Servia na Corte delRey D. Ma

noel de Moço Fidalgo , no anno de 1518 , como ſe 123

vê de huma verba do livro das Moradias dos Cria re


dos da Caſa Real . Paſſou a ſervir à India em coni
1
panhia do Vice -Rey D. Garcia de Noronha no an
no de 1538 , por diſabores , que teve na Corte ; por

que foy de tað elevado eſpirito , como ſeu pay . No


anno ſeguinte era D. Joað Manoel , Capitað de hu

Decadla 5. liv. 6. cap.7 . ma das Galés da Armada , que mandava D. Alva

ro de Noronha , fillo do Vice- Rey , quando foy a

eſtabelecer a paz com o Camorini , como eſcreve

o Chroniſta Diogo do Couto . Depois governando


à In
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 403

à India , o grande D. Joao de Caſtro , era D.Joað

Manoel , Capitao de hum dos Galeões da Armada ,

com que paſſou a ſocorrer Dio , que valeroſamente


tinha defendido D. Joao Maſcarenhas do formida

vel poder delRey de Cambaya. No dia 11 de No- Decada 6.liv.3.cap.10.

vembro , em que o Governador D. Joao de Caſtro

ſahio da Praça a buſcar aos inimigos , que ſitiavað

Dio , que foy o anno de 1546 , foy D. Joao Ma


noel hum dos Capitães da Vanguarda , acabando

neſte dia com morte illuſtre por hum eſtranho caſo ,

que fará memoravel o ſeu nome entre os ambicio


ſos da honra. Eſtava D. Joao Manoel deſavindo

com Joao Falcao , Fidalgo valeroſo , que na ſua

peſſoa deſempenhou o appellido dos ſeus antepaſſa

dos , que na guerra de Africa conſeguira ) reputa- Decada G.liv.4.cap.i.


çaõ : era a cauſa da deſconfiança leve , porém da

quellas , que no juizo dos homens peza ) aquillo em

que ſe eſtima ) . Deſafiarað -ſe en Goa nas vefpe

ras , que o Governador eſtava para ſe embarcar ; e


vendo , que em occaſiaõ de tanta neceſſidade era

neceſſario pouparem - ſe para ſervir a ElRey , e con


certando -ſe entre ſi , com o parecer de Juizes , de

ferirao o deſafio para a Campanha , onde o primei

to , que com mayor valor fobiſſe o muro dos ini


migos , ficaſſe por melhor reputado na ſingular , e na

commua batalha; ſendo deſta forte inventores de de


fafios fem culpa , em que as niortes , ainda que las
timoſas , cauſavað inveja aos valeroſos . Deſta for

te ſe ajuſtara ) , e cada hum dos contendores com


brio
404 Hiſtoris Genealogica
Torre
brio admiravel fe valeo de amigos, e parentes , pa

ra lhe terem as eſcadas no aſfalto ; e aſſim adian


meel
tando- ſe a todos, arrimadas as eſcadas ao muro , co
as dit
meçara ) a ſobir ao meſmo tempo . D. Joao Manoel,
lançando a mao direita para afferrar o muro já em
I
cima , lha cortarao os Mouros, e accodindo com a

eſquerda , tambem lhe foy cortada , e vendo - ſe ſem de H

fido
mãos , nað ſentindo o furor do ſeu brio a perda del

las , com os cotos dos braços fe quiz ſuſpender pa Seter

ra ganhar o muro , e eſtando quaſi em cima com hum hed

golpe de alfange lhe levaraõ a cabeça , atalhando mel

deſta forte a morte , huma das mais honradas Cal


opi
niões ,, que o Mundo vio em homens valeroſos , e

nao temerarios . Joao Falcao acometeo ao meſmo de

tempo , chegando à borda do muro , foy morto às Bri

cutilladas , e lançadas , acabando ambos com tanto Go

brio , como eſtranhas demonſtrações de valor , pois


em beneficio de honra , e do Eſtado deraõ as vidas lisey

glorioſamente. Alguns dos noſſos Nobiliarios equivo Sen

cao a D. Joao Manoel , com outro do meſmo no ber

me , primo com irmao de ſeu pay , filho de D. Nu de

no Manoel ; porém o Chroniſta Diogo de Couto ,

nos tira a duvida nos lugares , que deixamos aponta


do , dizendo ſer o que chamarao o Alabaſtro ; que

era filho de D. Bernardo Manoel , e de D. Maria

de Bobadilha , ſua ſegunda mulher , e nao da primei 1

Nobiliarios, Goss ,Li. ra , como refere , o Chroniſta Diogo de Couto , pois 1

ma, Torres, ligueire, fað uniformes os Nobiliarios deſte Reyno , de Da


do , Pedroſa,
miaõ de Goes , D. Antonio de Lima , Affonſo de
Torres ,
--
--

--
da Caſa Real Portug. Liv .XII. 405

Torres , Diogo Gomes de Figueiredo , e Manoel

Alvares Pedroſa ", pois nað teve D. Bernardo Ma

noel do ſeu primeiro matrimonio mais ſucceſſað , que

as ditas filhas , que deixamos eſcrito .


14 D. LEONOR MANOEL morreo menina .

14 D. ANTONIO MANOEL foy Commendador

de Horta lagoa , na Ordem de Santiago , que tinha


ſido de feu avô materno . No anno de 1538 a 9 de

Setembro , lhe fez nierce ElRey D. Joað o III . de

lhe dobrar a moradia , que tinha na Caſa Real , e da


mefina forte a ſeu irmao .

Caſou com D. Brites Mexia , filha de Affonſo Me

xia , Eſcrivao da Fazenda do meſmo Rey , Capitað

de Cochim , e Vedor da Fazenda da India , e de

Brites Carreira de Almada , filha de Bartholomeu


Gomes de Almada , de quem nað teve geraçao.

14 D. Trista ) MANOEL , de quem os Nobi

liarios nað fazem mençaõ ‫;ܪ‬ porém D. Luiz Lobo ,

Senhor de Sarzedas , o nomea entre os filhos de D.

Bernardo Manoel , e que caſara com D. Margarida

de Almeida , e tivera a D. Antonio Manoel, e a D.

Maria Manoel , que caſou duas vezes , a primeira

com Franciſco de Aguiar , e a ſegunda com Fran


ciſco da Sylveira.

14 D. ANTONIO MANOEL paſſou à India no

anno 1585 , lá morreo havendo caſado com D. Ma


ria viuva de Joao de Brito Patalim , de quem nað
teve filhos,

.
Hiſtoria Genealogica

$. I.

14 D. MECIA NORONHA , filha de D. Bernar


do Manoel , e de ſua primeira mulher D. Franciſca
de Noronha .

Caſou com D. Pedro de Menezes , Senhor de Fer

mofelle , filho ſegundo de D. Jorge de Menezes ,


Haro part . 1. liv . 5 . VI . Senhor de Cantanhiede , de Atalaya , Tancos ,
cap. 10. pag. 412 .
e Cinceira , e de ſua niulher D. Leonor Manoel ,

filha de D. Joao de Sotomayor , Senhor de Alcon

chel , irmao do IV . Conde de Belalcaçar , e de D.

Mecia Manoel , filha de D. Lourenço Soares de Fi

gueiroa ; e havendo pretendido por demanda , a Ca


fa de Alconchel > a veyo a vencer ſeu filho : teve

deſte matrimonio os ſeguintes fillos.


ſe con
* 15 D. JORGE DE MENEZES, com quem 1
tinúa. !

15 D. FERNANDO DE MENEZES , que tendo


ſido Religioſo da Companhia , largando a roupeta,

foy Prior do Santo Milagre de Santarem , e depois


de Santa Maria de Obidos .

15 D. N. .. que ſendo Dama do

Paço , tomou o habito nas Capuchas da Madre de


Deos de Lisboa .

15 D. ANNA MANOEL , caſou com Jorge de


Withe Mello Coutinho , Commendador de Torrados , na

Ordem de Chriſto , e outras ; achou -ſe na batalha de

Alcacere , no anno de 1578 , e nao ſe ſoube delle


mais,
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 407

mais , e deſte matrimonio teve o filho , e filha ſe.

guintes.

16 JERONYMO DE MELLO COUTINHO , que

foy ſucceſſor da ſua Caſa , Commendador de Punhe

te , e Dizimos do Paul do Algarve ; e caſando com

D. Maria de Noronhia , filha de D. Thomaz de No


ronha , Senhor , e Adminiſtrador do Convento do Sal
vador de Lisboa e de ſua mulher D. Helena da

Sylva , filha de D. Gil Eannes da Coſta , do Conſe


!
lho de Eſtado : nað teve della ſucceſlao. 1

16 D. MARIA DE MENEZES , que caſou com

Pedro de Alcaçova de Vaſconcellos , Senhor de Fi


1
gueiró , e Pedrogaõ , filho de Luiz de Alcaçova , Suni

milher del Rey Ď . Sebaſtiao , com quem morreo na

batalha de Alcacere ; e de ſua mulher D. Joanna de

Vaſconcellos , filha de Ruy Mendes de Vaſconcel

los, Senhor de Figueiró , e Pedrogað , a quem ſuc


cedeo neſta Caſa : foy Alcaide môr de Penamacor ,

Commendador na Ordem de Chriſto ; e deſte matri


menio naſceo unica.

17 D. ANNA DE VASCONCELLOS E MENEZES,

que foy Senhora de Figueiró , e Pedrogað , e caſou


com Franciſco de Vaſconcellos I. Conde de Figuei

ró , Senhor do Morgado do Eſpora ) , Mordomo da


Rainha D. Iſabel de Borbon , mulher delRey Filip

pe IV . que morreo em Madrid , no anno de 1653 ,


nao deixando ſucceſlao .

15 D. JORGE De Menezes SOTOMAYOR , foy

Senhor de Fermoſelhe em Portugal, e de Alconchel,


Tom . XI. Ааа em
ic a
408 Historia Genealog

Hiftoria da Caſa de em Caſtella , em que ſuccedeo por morte de D. Fra


sylva,com.2.pag.412 dique de Zuniga , primo de ſeu pay , que deu prin

cipio à demanda , que elle veyo a conſeguir. Foy

hun dos quatro Sumilheres delRey D. Sebaſtia) .

Cafou com D. Guiomar da Sylva, filha de Antaõ de

Faria , Alcaide môr de Palmella , Commendador de


Alcaria -Ruiva , e de Alcacer do Sal , e de ſua mu

lher D. Leonor de Vilhena , filha de Sancho de To

var , primeiro Capitað de Sofalla , ( irmaó de D.

Franciſco de Tovar , Senhor de Sevico ) e de ſua


mulher D. Guiomar da Sylva , de quem teve os fi
lhos ſeguintes.

* 16 D. ANTONIO DE MENEZES E SOTOMAYOR,


com quem ſe continua.
* 16 D. MARIA DA SYLVA com a ſucceſſað , que

logo diremos.

16 D. FERNANDO DE MENEZES , illegitimo ,


que morreo eſtudando na Univerſidade de Coim
bra .

* 16 D. MARIA DA SYLVA , caſou com D.Fer

nando Martins Maſcarenhas , Commendador de San


ta Maria de Maſcarenhas na Ordem de Chriſto , e
era filho ſegundo de D. Franciſco Maſcarenhas , I.

Conde de Santa Cruz , Vice-Rey da India , do Con


ſelho de Eſtado , Preſidente do Conſelho da India ,

que ſe inſtituio entao , em que teve principio o Con


ſelho Ultramarino , e hum dos Governadores de Por

tugal na auſencia do Cardeal Archiduque , e fale


ceo a 4 de Setembro de 1607 ; e de ſua mulher D.
Leon
1

da Caſa Real Portug. Liv. XII. 409


1
1
Leonor de Ataide , filha de Martim Affonſo de Oli
1
veira ; Morgado de Oliveira , e Patameira , e deſte
matrimonio teve .

17 D. JORGE MASCARENHAS.

17 D. MANOEL MASCARENHAS , que faleceo


de curta idade.

17 D. GUIOMAR DA SYLVA , caſou com D.

Lopo de Azevedo , Almirante de Portugal, Com

mendador de Jurumena , de quem teve = D. ANTO

NIO DE Azevedo , que ſuccedeo na Caſa , e niorreo

ſervindo de Moço Fidalgo a ElRey D. Joað o IV.


= D. MARIA IGNEZ DE AZEVEDO , que veyo a ſer

herdeira da Caſa de ſeu imma) , e caſou com D. Luiz


de Portugal, V. Conde de Vimioſo , de quem nað

teve fucceſfaõ , como diſſemos no Capitulo IX . do

Livro X. pag. 768. do tom . X. pelo que a Caſa , e

Officio de Almirante , paſſou a D. Joao de Caſtro ,

Senhor do Reriz , e Bemviver , por ſer filho de D.


Bernarda de Menezes , irmãa do Almirante D. Lo

po de Azevedo ; a qual caſou com D. Simao de

Caſtro Senhor de Reriz , em cujos deſcendentes ſe


conferva o Officio de Almirante de Portugal.

17 D. Antonio MASCARENHAS , illegitimo,


que foy Almirante da Armada , que no anno de 1664

paſſou à India , onde fervio com diſtincçað , e - lá ca


fou com D. Clara de Mello , filha de Luiz de Frei

tas de Macedo , Védor da Fazenda da India , cuja

ſucceſfað nao chegou à noſſa noticia .

17 D. Jorge MASCARENHAS, que foy Com


Tom . XI. Ааа іі mendador
410 Hiſtoria Genealogica

ca
mendador de Santa Maria de Maſcarenhas ,

1 fou duas vezes : a primeira com D. Joanna de No

ronha , filha de Conſtantino de Sá , Commendador

de S. Pedro de Folgoſinho na Ordem de Chriſto ,


hum dos mais inſignes Varões , que teve a India ,
como moſtrou , ſendo General da de
gente guerra ,

em Ceilað , onde depois de ter conſeguido muitas


victorias dos inimigos do Eſtado , morreo em huma
batalha. D. Agoſtinho Manoel de Vaſconcellos ſeu

genro , lhe eſcreveo a vida , que ſe conſerva ma

nuſcrita , e era caſado com D. Luiza da Sylva , filha


de Duarte de Mello , Senhor de Povolide , mas nað

teve D. Jorge deſta uniaõ filhos. Caſou fegunda


vez com D. Joanna de Menezes , filha de D. Vaf

co da Gama , Capitao de Chaul , Commendador na

Ordem de Chriſto , e de fua mulher D. Branca da

Gama , filha de Luiz da Gama Pereira , Deſembar


gador do Paço , Commendador da Ordem de Cliriſ

to ; e tiverað os filhos ſeguintes.


18 D. FERNANDO MARTINS MASCARENHAS .
18 D. BRANCA MASCARENHAS , que teve a

merce da Commenda da Ilha para ſeu dote , e nor


reo ſem eſtado.

* 18 D. FERNANDO MARTINS MASCARENHAS ,

que foy herdeiro da Caſa , e teve a Commenda de

Santa Maria de Maſcarenhas , e a de Santa Maria da

Ilha , que foy de ſua irmãa : viveo junto a Palhaes ,


em huma Quinta da banda de além de Lisboa : nað

caſou , e teve illegitimos em Maria Rodrigues , na


tural
1
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 411

tural de Palhaes , filha de Simao Vieira , e de Ma

ria Rodrigues.
*
19 Đ. PEDRO MASCARENHAS.

19 D. BRANCA DA Sylva MASCARENHAS ca

ſou com Franciſco Botelho da Sylva Telles Chacon

da Sylveira, Fidalgo da Caſa de Sua Mageſtade , Se


nhor de hum morgado , filho de Damiao Botelho

Chacon da Sylveira , Fidalgo da Caſa de Sua Ma


geſtade , e de ſua ſegunda mulher D. Joanna da Syl

va de Menezes , filha de André da Sylva de Mene

zes , Capitað môr de Alegrete , Senhor do morgado

de Xevora , por caſar com ſua prima D. Brites da

Sylva , filha de Antonio da Sylva de Menezes , e ti


veraõ a

20 FERNANDO BOTELHO MASCARENHAS CHA

CON DA SYLVEIRA.
Freira em Santa Cla
20 N ...
ra de Lisboa.
20 DamiaŐ BOTELHO CHACON DA SYLVEIRA .
*
19 D. PEDRO MASCARENHAS , foy Senhor do

morgado de Runa , e dos mais bens , que teve ſeu

pay : faleceo em Mayo do anno de 1742 , havendo


caſado com D. Leonor de Vilhena , filha de D. Lou

renço de Sotomayor , e de ſua mulher D. Ignez de


Vilhena, de quem nao teve ſucceſlao .

16 D. ANTONIO DE MENEZES SOTOMAYOR ,

foy Senhor de Alconchel , e Fermoſelhe , caſou com

D. Cecilia de Mendoça , filha de D. Fernando de

Menezes , Conimendador de Caſtello - Branco , e de


ſua
1 412 Hiſtoria Genealogica

ſua mulher D. Filippa de Mendoça , de quem teve:

17 D. PEDRO DE MENEZES, que foy ſeu her

deiro , e ſe achou nas Cortes , que ſe celebrara) em

Lisboa no anno de 1619 , e morreo moço ſem caſar.


fe
17 D. JORGE DE MENEZES , com queni
continúa.

17 D. LUIZ DE MENEZES , que morreo moço .


17 D. MIGUEL DE MENEZES , que tambem
morreo moço , ambos ſem eſtado.

17 D. ANTONIO DE MENEZES adiante .

Caſa de Sylvd , com . 17 D. MARIA DE MENDOÇA , que caſou com


2. pag . 413: D. Pedro da Fonſeca , Marquez de Orelhana.

17 D. JORGE DE MENEZES E SOTOMAYOR ;

foy Senhor de Alconchel , e Fermoſelhe , Gentilho


mem delRey D. Filippe IV. e Mordomo da Rai

nha D. Maria Anna de Auſtria , e pelo ſeu caſa


mento , II. Marquez de Caſtro - Forte , e Senhor de

Caſtro-Falha. No anno de 1643 , eſtava em Alcoi

chel, quando os noſſos ganharað efta Praça aos Cal

telhanos , e ſahio rendido por concerto .


Caſou com D. Andrea Pacheco Sarmento Dama da

Rainha D. Iſabel de Borbon , filha herdeira de D.

Pedro Pacheco , I. Marquez de Caſtro - Forte , e de

Salazar , Caſa de La- ſua mulher D. Franciſca Sarmento Barba , Senhora


14 , lon, 1. pag. 581 .
de Caſtro- Fuerte , e de Caſtro - Falha , filha de D. Luiz

Sarmento de Mendoça e Barba , Senhor de Caſtro


Fuerte , e de Caſtro- Falha , e de ſua mulher D. Iſabel

de Caſtillia , e Manrique , filha de D. Antonio Pef


ſoa e Caſtilha , Commendador de la Fuente del Maef
tre ,

2
1

da Caſa Real Portug. Liv. Xll. 413

tre , e de Paraçuellos , e de D. Antonia Manrique


de Caſtro , filha de D. Fernando Ninho de Caſtro ,

Meirinho môr, e Regedor de Valhadolid , Padroei

ro da Igreja de S. Lourenço daquella Cidade , e Ca

valleiro da Ordem de Alcantara ; e de ſua mulher D.

Antonia da Cunha , irmãa de D. Fernando , Senhor


de Vilhafañe , e filhos de D. Martim da Cunha , Se

nhor de Matadion , irmao inteiro de D. Henrique da

Cunha , IV . Conde de Valença ; e tiverað os filhos

ſeguintes.

18 D. ANTONIO DE SOTOMAYOR E MENEZES,

II. Marquez de Caſtro - Fuerte , Commendador de

Hinojoza , e Meſtre de Campo em Milað , que fa


leceo ſem cafar.

18 D. IGNEZ DE CASTRO , Dama da Rainha


D. Maria Anna de Auſtria , caſou com D. Franciſ. Hißoria da Caſa de
co de Carvajal , e Menezes , I. Viſconde de Sali- Sylva, com , 1. pag.
490.
nas , Senhor de Huerta , e Sobrinos , e foy ſua pri
meira mulher , de quem nao teve filhos .

* 18 D. FRANCISCO DE SOTOMAYOR PACHECO

MENEZES E BARBA , foy III . Marquez de Caſtro


Fuerte , Viſconde de Caſtro - Falha , Senhor de Al

conchel, e Fermoſelhe , Commendador de Hinojo

Sa , na Ordem de Santiago M
, ordomo da Caſa Real,
Gentil-homem da Camera del Rey D. Carlos II . e de

ſua mulher D. Franciſca Chacon , e a ſua fucceffað 2

deixamos referida no Capitulo II. C. II. do Liv.VIII.


pag. 93. do Tom . IX .
*
17 D. ANTONIO DE MENEZES , fillo ultimo
de
1

1
414 Hiſtoria Genealogica

de D. Antonio de Menezes e Sotomayor , Senhor de


Fermoſelhe , e Alconchel , e de ſua mulher D. Ce

cilia de Mendoça.

Caſou com D. Maria da Sylva , filha de Gonçalo

Gomes da Sylva , que foy Gavalleiro da Ordem de

Chriſto , e ſe achou na batalha de Alcacer , em que

foy cativo ; e de ſua mulher D. Franciſca da Syl

va , o qual era filho de Antonio da Sylva , que fer


vio na India , e chamara ) de Soure , donde era her

dado de fazendas , que nella tiverað ſeus aſcenden

tes , Alcaides môres daquella Villa , e de ſua fegun


da mulher D. Leonor de Villalobos Queimado , fi

lha de Vaſco Queimado ; e neto de Liſvarte da Syl


va , e de ſua mulher D. Filippa de Lordello , filha

de Lopo Dias de Lordello , Provedor das Capellas

delRey D. Affonſo IV . e ſegundo neto de Gonçalo

Hiſtoria da Caſa de Gomes da Sylva , Alcaide môr de Soure. O inſigne


Sylva, tom. 2. pag. D. Luiz Salazar faz a Antonio da Sylva , filho de
790. c 7846
Gaſpar da Sylva; porém Diogo Gomes de Figueire

do ſegue na fórma referida , dizendo , que Antonio


da Sylva caſou duas vezes , a primeira com D. Ma

ria das Povoas, de quem nað teve ſucceſſað , e a ſe


Nobiliario de Diogo gunda com D. Leonor de Villalobos Queimado ; e
Gomes , aquelle Antonio da Sylva , filho de Diogo da Sylva
he differente, porque aquelle ſervio em Africa , onde
o matarað os Mouros , e caſou com D. Guiomar de

Faria , filha de Lourenço do Faria , e de D. Luiza

Pires , e o outro ſervio na India ; e deſte matrimonio

tiverað os filhos ſeguintes.


D.
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 415

18 D. ANTONIO DE MENEZES.

18 D. GONÇALO DE MENEZES , de quem nao

ha geraçao
1
18 D. FRANCISCA DE MENDOÇA , que caſou

com Sebaſtiaõ de Macedo de Menezes , que vivia

em Alenquer , e por ſua morte caſou com Joao Go

mes de Carvalho , ſobrinho de ſeu primeiro marido;


e falecendo cafou terceira vez com Franciſco Frei

re de Andrade , que foy do Conſelho de guerra , e


Governador das Armas da Provincia de Tras os

Montes , de quem foy primeira mulher ; e de ne


nhum deſtes maridos teve ſucceſlao .

18 D. ANTONIO DE MENEZES , que foy Al


caide môr de Cintra Commendador da Redinha , que

trocou com o Conde de Caſtello -Melhor >, Luiz de


!

Souſa , pelas de S. Sylveſtre de Requia ) , e S. Mi


guel de Alvarães , e trezentos e cincoenta mil reis
de tença , teve mais a Commenda de S. Mamede

de Sortes. Todas na Ordem de Chriſto , e faleceo a

7 de Fevereiro de 1719 .
fi
Caſou com D. Angela Maria de Albuquerque,
lha herdeira de André de Albuquerque Ribafria , Al
caide môr de Cintra , Commendador de Sortað na
Ordem de Chriſto , General da Cavallaria de Aleji

tejo , onde ſervio com grande valor , e reputaçað ,


de ſorte , que mereceo univerſalmente ſer tido por
hum dos inſignes Generaes daquelle tenpo , em va
lor , e ſciencia Militar : acabou infelizmente de hu
ma balla de artelharia na batalla das Linhas de El

Tom . XI. Pbb vas


ca
oria a logi
416 Hiſt Gene
a
vas a 14 de Janeiro de 1659 , deixando na noſſa Hif
2
toria glorioſo o ſeu nome: foy havida eſta filha em

D. Catherina Lobo de Monroy , natural de Olivença ;


‫ܐ‬
porém deſte matrimonio nað ficou geraçao .
à
Cafou ſegunda vez com D. Antonia Magdalena de

Vilhena , filha de Pedro Jaques de Magalhães , I.

Viſconde de Fonte Arcada , do Conſelho de guerra ,

e General da Armada Real ; e de ſua ſegunda mulher


D.Maria de Vilhena , filha de Antonio Correa Baha

rem , Senhor da Ponte do Soro , Commendador de

S. Bartholomeu de Alfange da Ordem de Chriſto , e


de ſua ſobrinha D. Antonia de Vilhena , filha de ſeu

primo Antonio Correa Baharem , Senhor do Morga

do da Marinha : tiverað os filhos ſeguintes.


19 D. MARIA THERESA DE VILHENA , de

quem ſe trata adiante .


19 D. MARIANA IGNACIA DE MENEZES , CO

mo diremos adiante .
19 D. CECILIA ANTONIA DE VILHENA naf

ceo a 20 de Dezembro de 1687 , morreo de curta

idade.
19 D. MARIANNA JOSEFA DE VILHENA nal

ceo a 18 de Abril de 1689 , faleceo de tenra idade .

19 D.Jorge FRANCISCO DE MENEZES , adiante .

19 D. PEDRO JOAð DE DEOS DE MENEZES ,

Principal da Santa Igreja de Lisboa , naſceo no anno

de 1692 , e foy bautizado a 4 de Fevereiro .


19 D. FRANCISCO NICOLAO de MENEZES ,
naſcea
tambem Principal da Santa Igreja de Lisboa ,
a 4

11
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 417

a 4 de Janeiro no anno de 1693 , e foy bautizado a


23 de Abril.

19 D. JOSEPH AFFONSO DE MENEZES , Pre


1
lado na meſnia Santa Igreja de Lisboa , naſceo no
!
anno de 1696 , e foy bautizado a 25 de Março .

19 D.JOAQUIM DE MENEZES , que faleceo de 1

curta idade .

Teve illegitimos.
19 D. JOSEPH DE MENEZES FREIRE Conven

tual de Palmella da Ordem de Santiago.


1
19 D. Joað DE MENEZES , que paſſou a ſer
vir à India , e lá tomou o Habito da Ordem dos Pré

gadores.
19 D. MARIANNA ANTONIA DE MENEZES ,

que nao tomou eſtado.

19 D. MARIA THEREZA DE VILHENA naſceo

a 12 de Setembro de 1684. Caſou duas vezes , a pri

meira com Sancho de Mello da Sylva e Azambuja ,

e a ſegunda com D. Pedro Alvares da Cunha , Trin

chante da Caſa Real, como ſe dirá no Livro XIII.

Capitulo XVII. 2. II . e de ſeu primeiro marido te


ve os filhos ſeguintes.

20 HENRIQUE DE MELLO DA Sylva , com


quem ſe continúa .

20 D. ANTONIA JOSEPHA DE VILHENA , que


faleceo a 10 de Setembro no anno de 1736. Cafou

em Junho de 1726 com Franciſco de Souſa da Syl

va Alcaforado Rabello , Senhor da Quinta da Sylva

na Provincia do Minho, de quem nað teve ſucceſfað .


Tom . XI. Bbb ii D.
ca
ria ogi
o eal
41
8 Hist Gen

D. BRITES THERESA DE MENEZES caſou


20
em 19 de Mayo de 1720 , com Thadeu Luiz A1

tonio de Carvalho e Camões , Senlior de Abbadim ,

& c. a qual morreo em Novembro do anno ſeguinte,


ſem deixar ſucceſſað ; e elle caſou ſegunda vez , co

mo ſe dirá adiante no Livro XIII. Capitulo IV .


20 HENRIQUE DE MELLO DA Sylva naſceo
e
no anno de 1706 : ſuccedeo na Caſa de ſeu pay ,

he Capitað de Infantaria no Regimento de Cabeço

de Vide . Caſou em Agoſto de 1728 , com D. Euge


nia Joſefa de Menezes , filha de Franciſco Furtado
>
de Mendoça e Menezes , e de D. Marianna Luiza

de Valladares e Amaral , e tiverað os filhos ſeguin


tes . = SANCHO DE MELLO DA SYLVA E AZAMBUJA ,

que naſceo o 1 de Abril de 1731. = FRANCISCO

DE MELLO naſceo a 12 de Outubro de 1732. = VAS

co MARTINS DE MELLO naſceo a 15 de Janeiro de

1734. = D. ANNA JOAQUINA DE MENEZES naſ

ceo a 18 de Janeiro de 1736. = JOSEPH JOAQUIM DE

MELLO naſceo a 28 de Abril de 1737. = D. ANTO


NIA JOSEFA DE VILHENA naſceo a 11 de Junho de

1738. = JOAQUIM JOSEPH DE Mello naſceo a II

de Agoſto de 1739. = João de Mello naſceo a

14 de Dezembro de 1740. = D. MARIANNA LUI

ZA DE MENEZES naſceo a 7 de Março de 1744 .


19 D. MARIANNA IGNACIA DE MENEZES naf

ceo a 14 de Agoſto de 1686 , e faleceo a 18 de Ja

neiro de 1745. Caſou com Joað Jaquez de Maga

lhães , que foy Governador , e Capitað General de


Maza
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 419

Mazagao , e o he ao preſente do Reyno de Ango


la , e deſte matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes:

20 D.Antonia JOAQUINA DE MENEZES adiante.


1
HENRIQUE JAQUES naſceo a 23 de Agoſto de
1
1720 , que morreo menino a 20 de Setembro de

1722. = ANTONIO JAQUES DE MAGALHAENS , que

naſceo no anno de 1716. = D. PEDRO FORTUNA


TO DE Menezes BAHAREN , que naſceo em 1717 ,

e he Prelado da Santa Igreja de Lisboa. = D. Jo


seph MARTINHO DE MENEZES naſceo a 14 de No

vembro de 1722 , e morreo menino. = D. Lou


RENÇA ANTONIA DE MENEZES naſceo a 26 de Ou

tubro de 1725 , recolhida no Moſteiro de Maravila .


D. FRANCISCO DE PAULA DE MENEZES naſceo

a 6 de Abril de 1727 .

20 D. ANTONIA JOAQUINA DE MENEZES naf

ceo a 20 de Setembro de 1714 , caſou em 26 de Ju

lho de 1729 com Manoel Caetano Lopes de Lavre,


Senhor Donatario do Reguengo da Carvoeira > Al

caide môr das Villas de Torres -Novas , e Serolico

da Beira , Commendador de Santa Margarida da


Matta na Ordem de Chriſto , e da de la Gualva na
de Santiago , Secretario , e Conſelheiro do Conſelho

Ultramarino , de quem tem até ao preſente os filhos

ſeguintes
. = JOACHIM MIGUEL LOPES DE LAVRE ,
que naſceo a 26 de Setembro de 1730. = D. AN
TONIA POLICENA ISABEL DE MENEZES naſceo a 10
de Setembro de 1731 . e D. MARIANNA ISA

BEL DE MENEZES , que naſceo a 10 de Novembro


de 1732 , e faleceo de terra idade. D.
a gica
Hiſtori Genealo
420
19 D. JORGE FRANCISCO de MENEZES , Se

nhor do Paul do Reguengo da Badeira no Algar


Commendador de S. Sylveſtre de Requiao ,
ve ,
S. Miguel de Alvarães , no Arcebiſpado de Braga ,
e S. Mamede de Soro no Biſpado de Miranda , to
das na Ordem de Chriſto . Faleceo a 25 de Setem

bro de 1735 , havendo naſcido no anno de 1690 , e

ſido bautizado a 15 de Outubro .


Caſou com D. Luiza Clara de Portugal , Dama da

Rainha D. Maria Anna de Auſtria , filha de Bernar

do de Vaſconcellos , e de D. Maria Magdalena de


Portugal , como ſe diſſe à pag . 240 do Tomo IX. e

tiverað os filhos ſeguintes. = D. ANTONIO DE ME


NEZES naſceo a 6 de Mayo de 1723 , e he ſucceſſor

da Caſa , e Commendas de ſeu pay . = D. BER


NARDO DE MENEzes naſceo ao 1 de Outubro de

1726 , Porcioniſta no Collegio da Purificaçao de


Evora. = D. JOSEPH DE MENEZES naſceo a il

de Agoſto de 1728 , Porcioniſta no dito Collegio .


= D. MARIA RITA DE PORTUGAL nafceo a 22 de

Mayo de 1731 , recollida no Moſteiro de Santos.

CA

:P
1
da Caſa Real Portug . Liv. Xll. 42 I

CAPITULO IV .

D. Nuno Minoel, Guarda môr del Rey D.


Manoel, Almotacé môr , Senhor de Sal

vaterra de Magos , Gr.

I2
Os filhos que deixamos dito , que teve Torre do Tombo liv.

D o Biſpo D. Joað de Juſta Rodigues , 3. dos Mift. pag .32 .

foy o ſegundo D. Nuno Manoel , a quem ElRey


D. Affonſo V. legitimou no anno de 1475, como ſe
vê no Archivo Real da Torre do Tombo . Con

corria ſobre a ſua peſſoa ter ſido collaço delRey

D. Manoel , de quem nað foy menos eſtimado , do

que ſeu irma ) D. Joað ; pois a circunſtancia de ſe

haver criado no ſeu ſerviço , e os proprios mereci

mentos o habilitara ) para o lugar da mayor confian


ça delRey , de quem foy Guarda môr da ſua pef

foa , lugar tað grande na Corte de tað eftimaveis


preeminencias > como temos referido no Capitulo
XIII . do Livro XI . Exercitou D. Nuno Manoel o

poſto de Guarda môr , de que tirou Carta feita em Al Prov


a , num . 1 .
meirim a 12 de Março de 1515 todo o tenipo , que

durou a vida a ElRey , como ſe vê de hum Man


dado do anno de 1520. Paſſou ElRey no anno 1498 ,

a jurarſe Principe herdeiro da Coroa de Caſtella : nef

ta jornada o acompanhou D. Nuno , a quem o meſ


mo Rey vendeo a herdade de Pað na Villa de Mon- Livin. Miſl. pag.298.

çarás ,
422 Hiſtoria Genealogica

çarás, que houvera de Diogo da Azambuja , e Fran

ciſco de Miranda , com a azenha que eſtá no rio


1
Odiana , pelo preço de 152U : foy feita a Carta em

Lisboa a 4 de Março de 1498 ; e já neſte anno era

Almotacé môr , porque com eſte lugar o nomea El

Rey na dita Carta . Depois no anno de 1502 ; quan


do o meſmo Rey fez a romaria a Santiago , o acom
panhou D. Nuno. Delle refere Affonſo de Torres ,

que vindo à Corte de Lisboa certo Embaixador de

França , que fora tað aceito a ElRey , que o arma

ra Cavalleiro no anno de 1516 , e que D. Nuno lhe

calçara as eſporas. Depois no anno de 1518 , foy

elle hum dos Senhores , que lhe beijaraó a mao na oc


caſiao da declaraçaõ do leu caſamento , com a Rai

nhia D. Leonor ſua terceira mulher. Quando o mel

mo Rey teve a doença , de que faleceo em Lisboa,,

lhe affiftio D. Nuno ; e refere o Choroniſta , que a


Rainha D. Leonor ſe achava em Salvaterra , donde

tendo eſta noticia , voltou logo com o Principe D.


Goes Cbronic. del Rey Joað , e a Infanta D. Iſabel, e que aggravando-ſe a
D. Manoel , part. 4. doença no ſeteno , o Guarda mỏr D.Nuno , vendo ,
cap. 83 .
que os Medicos deſconfiavað , lhe pareceo apartar
daquelle lugar a Rainha para huma caſa contigua

da Camera , em que ElRey eſtava ; e repreſentan


tandolhe , que nað era conveniente , que ſuas Alte

zas alli eſtiveſſem , fez o meſmo ao Principe , paſſan


do - o para outro Quarto : tanto foy o amor , e zelo ,
com que ſervia , e nao menor a authoridade , que

conſeguio com os Principes do ſeu tenipo. No


Reyna
daCaſa Real Portug. Liv .XII. 423

Reynado delRey D. Joað o III. foy ſeu Guarda

môr , como ſe tira de hum Mandado , que eſtá no

maço quarto do armario ſegundo da eſcada, que vay


para a Caſa da Coroa , como refere Gaſpar Alyares
de Louſada no ſeu Extracto da Torre do Tombo , de

que temos copia , já muitas vezes allegada , onde o

Conde Prior , Mordomo môr , diz : Mando a vos

Gonçalo V az Tratador das moradias, que pagueis a

D. Fradique , e a D. Joao , e a D. Franciſco , e a

D. Affonſo, e a D. Jorge, Mocos Fidalgos do dito


Senhor , é filhos de D. Nuno Manoel , Almctacé môr,

e Capitað da Guarda da Camera , vinte e tres mil

e cento e noventa reis de ſua moradia , a raza de mil

reis por mez , & c. e alqueire e meyo de cevada , por


dia , do primeiro quartel deſte anno , por ſerem pre

ſentes na Corte , & *c. Lisboa o derradeiro de Mayo

de 1528. De que ſe vê , que já erað paſſados annos

do Reynado delRey D. Joað , em que exercitava o

dito officio : nem nos parece ſer differente , por dizer

Capitao da Guarda da Camera , porque entendemos


fer o meſmo, porque o Guarda mòr mandava a tal

Guarda da Camera , e muitas vezes o achamos aſſim

nomeado ; porque o lugar de Capitað da Guarda


com eſte nome , nað teve principio ſena ) no Reyna

do delRey D. Sebaſtiað . Foy tambem Almotacé

môr dos referidos Reys , como conſta de diverſos


Mandados do meſmo tempo. As prerogativas deſte

Officio declara o ſeu Regimento , que anda incor


porado na Ordenaçao do Reyno Livro 1. Tit. 8 .
Сcc :
Tom . XI. Foy
424 Hiſtoria Genealogica

Foy Senhor de Salvaterra de Magos , que comprou

a Pedro Correa . ElRey D. Manoel lhe fez merce ,


e doaçaõ de todos os direitos , e rendas da dita Vil

Torre do TomboChan. la , e ſeu termo , com a Leziria do RomaŐ , da meſ

cele delRey D. Joað ma ſorte , que a tivera Rodrigo Affonſo , e Pedro


. .
Correa ſeu filho , em duas vidas , e foy paſſada em

Thomar a 27 de Março de 1507. Depois o meſmo


Rey lhe deo a juriſdicçao de juro , e herdade , e de
todas as rendas > e direitos , que nella , e ſeu termo

lhe pertenciao : foy feita a Carta em Almeirimi a 8 de


Fevereiro de 1508 ; o que tudo eſtá incorporado na
Carta , que paſſou El Rey D. Joað III . a ſeu filho D.

Fradique, no contrato , de que adiante faremos men

çað ; e já ElRey D. Manoel lhe havia feito a mer

ce do Paul de Magos em Salvaterra : foy a Carta


Liv. 5. Mifticos, pag. paſſada em Abrantes a 8 de Julho de 1507. No an
37 .
no de 1510 , o fez ElRey do ſeu Conſelho , e lhe
deu huma ſeſmaria no termo de Coruche , que por

ſua morte comprou o Conde da Caſtanheira . Foy

tambem Senhor das Aguias , e da Erra , que com

prou a André do Campo , no anno de 1520. Foy


Commendador, e Alcaide môr de Idanha a Nova ,

Jaz em magnica ſepultura , na Capella môr da parte


do Euangelho , da Igreja de Noſſa Senhora de Jeſus ,

Cabeça da Provincia da Ordem Terceira de S. Fran

ciſco , onde tem o ſeguinte Epitafio .

Prie
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 425

Primog, mort. S.

H. S. E.

D. Nonius Manoel Edaardi Portug.

Regis , c Domina Joanna Manoel

nepos. D. Foannis Manoel , a ful

læ Rodrigues Pereria Clariſ. fæminæ


1

filius : Eman. Regi intimus de finu ,

Cubiculari cuſtodiæ præfe &tus : Ædilis

maxi : cum uxore ſua Domina leonora

de Millam Comitis Albaida f. Foannis

11. Aragoniæ Regis pronepte. D. Foan

nes Manoel Collimbr. Epiſcop. comes

Argan. Pronepos pro Avis ſuis


.

B , M. M. T.

Cafou duas vezes > a primeira com D. Leonor de Zurita , tom. 4. liv. 2 .

Milá , a ſegunda com D. Lourença de Ataide , filha cap


liv.. 18.
94.cap
pag
. . 339
56. . e.
pag

de D. Joao de Vaſconcellos e Menezes , II . Conde 198 ,

de Penella , e da Condeſſa D. Maria de Ataide , de

quem nað teve ſucceſſa ) . Era D. Leonor de Mi

lá , filha de D. Jayme de Milá , Conde de Albay


da , e da Condeſa D. Leonor de Aragao , com
quem caſou no anno de 1477 e filha de D. Af

fonſo de Aragao , Meſtre de Calatrava , e Duque


de Villa -hermoſa , e de D. Maria Junquers , Don

zella nobre Catalãa , que elle eſlimou muito , e a


Tom . XI. Сcc ii quem
ia Genealogica
426 Histor

quem entregou o cuidado de ſeus filhos , a qual fa


zendo o ſeu Teſtamento , eſcrito na lingua Catalaa ,
de
que temos huma copia antiga , e que communica

mos a Varões ſabios , e eruditos na Hiſtoria , como

foy o Duque , Senhor de Sottomayor , e D. Gregorio

Mayans e Siſcar , que no lo traduzirað da lingua

Prova num. 2 . Catalāa , e com grande exacçaõ , e pontuallidade,


de ſorte , que de huma , e outra copia , e traduc

çað , ſe reconhece qual he o talento de ambos , e a

ſemelhança , que tem o trabalho dos Sabios , por


que nao differem em materia eſſencial, e ſó em al

gunas poucas palavras , que ſignifica ) o meſmo .

Nelle diſpoem dos ſeus bens , e de huma verba

conſta , que tinha filhos , e filhas; porque diz aſſim :

Y quando Dios nueſtro Senhor de mi ordene , que yo

deva de ſalir defa vida preſente , para ir a Ju Rey

no Celeſtial , que entre mis hijos y hijas , y otros pa


rientes , no ſe pueda mover , ni Juſcitar queſtion alguna

ſobre los bienes , que Dios me ha encomendado, deJean


do ir a la gloria del Paraiſo. Nomea por Teſtamen

teiros ao Prior , que era , e ao depois foſſe de San


ta Maria de Linas da Villa de Benavarre , e a Bar

tholomeu Burro , Procurador que era do Condado

de Ribagorza. Deixa por herdeira a ſua filha D.


Leonor como ſe vê da clauſula ſeguinte : Dexo

por heredera univerſal a D. Leonor de Aragon , mi

hija y del muy Illuſtriſſimo Senhor D. Alonſo de


Aragon , Conde de Ribagorza , con tal empero , y no

de otra manera , que no haya de pertender nadie de


los
da Caſa Real Portug. Liv .XII. 427

los bienes , que de mi Padre a mi podran pertenecer.

en el dicho Mas de Oſtales. Foy feito eſte Teſta

mento no lugar de Camus a 2 de Outubro do anno Prova num .


3.
de 1481. Sobreviveo depois muitos annos , conio ſe

vê de certo Contrato entre ella , e D. Leonor de

Aragað ſua filha , feito em Ilerda a 4 de Dezem

bro de 1491 , e veyo depois a falecer a 15 de Ma


yo do anno de 1506 ; e jaz em Noſfa Senhora de

Linhares na Capella nôr do Moſteiro de S. Domin

gos , como refere Fr. Franciſco Diago , na Hiſtoria Diago , Hifor. de S.


de S. Domingos da Provincia de Aragað. Era filha Domingos, lv.2. cap.
9. à pag. 270.
do Moſen Gregorio Junquers Caſtelao de Roſſes em

Catalunha , e depois Tenente do Capitað das Ar- Prova num . 4. 5 .

madas , ſendo Generaliſſimo Moſen D. Joaõ de Vil. 6. 7. 8. 9 .

la -marin , e Embaixador delRey D. Joað II. de Ara

ga ) ao Duque de Milað ; o que conſta de differen

tes eſcrituras , que eſtað no Archivo Real da Co

roa de Aragað ; o qual era filho de Moſen Bernar


do Junquers , que tambem foy Caftellaõ do dito Cal

tello , que ſervio ao dito Rey em as alterações de

Lerida , cauſadas por o Viſconde de Narbona , e D.


Federico Doria , e em as de Sicilia . Foy Senhor dos

lugares de Rocafort , e Mazacaios , por merce del

Rey D. Joað o I. como ſe vê das Doações Regias,

e neto de Bernardo Junquers , Secretario do Deſpa- Prova num . 10 .


cho univerſal do dito Rey D. Joað I. que lhe fez 11. 12. 13. 14.

merce das dizimas , e direitos Reaes , em os lugares


de Rocafort , e Mazacaios no Principado de Catal

lunha , feita em 4 de Fevereiro de 1390 , e em 22


de
a
428 ria logic
Hiſto Genea

de Dezembro do referido anno lhe concedeo de ten

ça quinhentos florins de ouro , em remuneraçaõ dos


eſpeciaes ſerviços , que com cavallos , e armas à ſua

cuſta executara contra o Conde de Armagnac, que


lhe tinha feito huma invafað nos ſeus Dominios : e

no anno de 1393 lhe fez nova merce , aggregando


lhe o tercio decimo dos fructos da Cidade de Va

lença , manifeſtando neſta graça , que ſervira Bernar

do Junquers de menino , na Caſa Real , e que ao

feu conſelho , e induſtria ſe devia , que ſe fertili


zaſſem muitas terras do Reyno de Valença. Nef
te Reyno o nomeou Adminiſtrador , e Governador

perpetuo da Real Capella , que El Rey à inſtancia

da ſua devoçað mandara fabricar à Virgem Maria ,


em a porta nova de Barcellona , ( que hoje eſtá der

ribada ) e foy Miniſtro de talento , de prudencia , e


diſcriçao como manifeſtou a eſtimaçaõ do dito
Rey , e delRey D. Pedro IV . e Biſneto de Moſen
Prova num . 15. Guilherme Junquers , Cidada ) de Barcellona , como

fe vê do ſeu Teſtamento approvado na dita Cidade,

a 24 de Julho do anno de 1355 , pelo Notario Fran

ciſco de Podio , em que nomea por ſeu herdeiro a


ſeu filho Bernardo ; e em falta da ſua linha , e da
de Valentina Junquers ſua filha , manda , que depois
da morte de ſua mulher Bartholomea , a quem nað

dá appellido , ſe diſpendao os ſeus bens em Miſſas ,


e obras pias : o que tudo conſta de Inſtrumentos au

thenticos , que vað lançados por extenſo no Tomo

das Provas , e de que ſe tira nað fer D. Maria Juiz

quers ,
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 429

quers , mulher ordinaria , e de naſcimento eſcuro ,

como alguns mal inſtruidos entenderað ‫;ܪ‬ o que nað

affirmamos , ſenaõ com documentos authenticos , e

Authores de grande eſtimaçað na Hiſtoria , que al E.collano, 2. liv , de


Val. part. miferia 8,
legamos , e ſe podem ver , como he o Licenciado cap .7:
Gaſpar Eſcolano na Hiſtoria de Valença , fallando
de D. Leonor de Milá , diz : Una hija , que ſe llamà

D. Leonor , la qual huvo en D. Maria Junquers


Dama Catalana hija del Senhor del Mas , à Cala

Junquers del lugar de S. Chriſtoval de Planes , en el

Val de Oſtules , eſta casò com D. Jayme de Milan ,

Conde de Albayda , ſin que de D. Maria huvieſe te

nido mas hijo , ni hija , que la D. Leonor : como de

todo lo dicho dan fé , el Teſtamento de D. Maria y

las Capitulaciones de matrimoniales con el Conde de

Albayda. Alguns fazem a D. Leonor Condeſſa de

Albayda , irmãa inteira de D. Joao de Aragað , Con


de de Ribagorza , Duque de Luna. Era D. Carlos

de Gurrea e Aragao , Duque de Villa -hermoſa , e

falecendo em 13 de Agoſto de 1691 , pleiteara ) eſta

Caſa , como deſcendentes della D. Antonio Joao

de Gurrea Aragao e Benavides , Marquez de Caf


tro Pinos , como filho de D. Helena de Gurrea e

Aragao , Marqueza de Caſtro Pinos , que caſou com


D. Joao de Benavides de Lacerda o qual litigou

com ſua Prima comirmãa D. Franciſca Joſefa de

Gurrea , menor de idade , filha de D. Franciſco Luiz

de Gurrea , e Araga ) , Governador do Reyno de

Aragao , ( irmao inteiro da dita Marqueza de Caſtro


Pinos )
430 Hiſtoria Genealogica

Pinos ) e de ſua mulher D. Joſefa de Gurrea e Zer

da : e na Arvore , que ſe imprimio , e ajuntou dos

parenteſcos , deduzida de D. Affonſo de Aragað ,


Meſtre de Calatrava , Duque de Villa-hermofà , e

de D. Maria Junquers , fe produz por filho a D. Joað

de Aragao Junquers , Conde de Ribagorza , irmao

inteiro de D. Leonor de Aragað , Condeſſa de Al


bayda . He certo , que a Condeſſa D. Leonor no
contrato do ſeu matrimonio , e no ſeu Teſtamento

diz ſer filha unica do Meſtre , e de D. Maria Jun

quers : bem ſe vê , que he por differença de outras

irmans, que ſeu pay haveria tido , e por iſſo declara

ſer filha unica ; porém tambem ſem ſe contradizer

poderia ter irmãos maſcullinos, e ſer filha unica , por

que nað teve outra ſua mãy ; mas iſto ſe oppoem a

authoridade de Eſcolano , contra a qual eſtá o Tel

tamento da dita D. Maria Junquers , no qual falla


em filhos , e filhas , como acima apontamos , e po

deriaõ tambem morrer : porém aquelles Fidalgos ,

quando litigarað aquella Caſa , e finalmente ſe julgou

a hum dos oppoentes , preciſamente havia ) de provar


a dita filiaçao. ElRey D. Joað eftimou muito a ef

ta neta , intervindo com a ſua authoridade , quando


fe eſtipulou o contrato do ſeu caſamento com D.

Jaymie de Milá , a quem creou Conde da ſua Villa

de Albayda , e lhe concedeo muitos privilegios , e

prerogativas : entre os quaes foy , que qualquer pef


ſoa , que cafarle com filha, ou neta ſua , ficaria nobre;

e he de faber , que eſta conceſſað , que em todo o


tempo
--
da Caſa Real Portag. Liv. XII. 431

tempo ſeria notavel , e muy ſingular, naquelle ainda

era mais , pois queria dizer Rico -homem , e em eſtes

Grande : aſſim o vi em hum papel da Condeſlå de

Cerbellon muy eſclarecida em ſangue, do Reyno de

Aragað , e muy verlada na Hiſtoria , e nos eſtylos

antigos das eſcrituras , e doações .


Era D. Affonſo Meſtre de Calatrava , filho Zurita tom . 3. Anales

delRey D.Joað II . de Aragað , havido em D.Leo de Aragon , live 15 .


cap. 29 .

nor de Eſcovar , filha de Afonſo Rodrigues , Alcai Rades , Chronica de


de môr da terra delRey D. Joao de Navarra, em Calatrata , pag. 71 .
col. 3 .
Caſtella , da Caſa de Eſcovar , de
quem procedem il

luftres Caſas, como eſcreve Jeronymo Zurita , Ra- Salaz ar m. Caſade


> to, 3 • liv, La
19 .
des de Andrade , e Salazar de Caſtro , e D. Jaynie de cap.13. $. 1. pag.3 36 .

Milá , ou Milao , como alguns diſſera ) , de illuſtre ,


e antiga Caſa no Reyno de Valença , donde vieraó

à fua Conquiſta os ſeus mayores , já Cavalleiros co

nhecidos , que deduziao a ſua familia de França , da


Pr incia de Languedoc , donde reſidia com o titu

lo de Conde . Era filho de D. Joao Luiz de Milá ,

Cardeal da Santa Igreja Romana , do titulo dos San


tos quatro Coroados , creado no anno de 1456 Biſpo
de Lerida, e Segorbe , havido em huma Dama de qua

lidade , chamada Angelina Ramas ; e o dito Cardeal


era irmao inteiro de D. Pedro de Milá , Camereiro
Hiſtoria de
mor delRey D. Affonſo V. de Aragað , e filhos de valericia , parío 7. liv.

D. Joað , ou Luiz de Milá , e de D. Catherina de 9. cap. 34.

Borja , irmãa do Papa Calixto III . e de D. Iſabel de


Borja , mãy do Papa Alexandre VI . em quem teve
Zurita , An . tum.4 .liv ,
principio a Caſa dos Duques de Gandia , em quem 20. cap. 64.
Tom . XI. Ddd

432 Hiſtoria Genealogica

já a nobreza era tað eſclarecida , que Godofredo de


Borja , marido de Iſabel de Borja , era deſcendente

R 11
por Varonia de D. Ramiro , I. Rey de Aragað ,

11
2
como eſcreve D. Joſeph de Pellicer em o ſeu Seya
Abarca , An, de Ara . no Germanico , e o Padre Abarca nos Annaes de Bar

PEL
gon. part. 1 , col.4 .pag. Aragao , e outros. Deſta eſclarecida uniao naſce
2.2.1
Rades de Andrade, rað os fillios ſeguintes.
Chronic. de Calatrava AR
13 D. Fradique MANOEL , Senhor de Salva
pag. 71 .
Zapeter , Anal, de terra , &c . Capitulo V. que
Aragon. lib. 4. pag. de
123 13 D. Joao Manoel foy Commendador da
da
Idanha a Velha na Ordem de Chriſto. Caſou por

palavras de preſente com D. Leonor de Vilhena , fi 15


te
Iha de D. Luiz da Sylveira , I. Conde de Sortelha ,

da peſſoa delRey D. Joað III. e feu M


Guarda môr
Embaixador a Caſtella , &c . e de D. Brites Coutinho NO

ſua mulher , filha de D. Fernando Coutinho , Mare qui


chal do Reyno , a qual antes de conſumar o matri Pel

nio , buſcou o eſtado de Religioſa , e foy Freira : dec

pelo que elle tornou a caſar com D. Maria de No

ronha , filha de D. Antonio de Almeida , Contador QU

môr do Reyno , Officio em que entrou no anno de


1527 , e era de ſua mulher ; e foy Provedor dos Ar 1
mazens de India
e Mina , de que lhe fez merce

ElRey D. Joað o III. no anno de 1522 ; e de D.


Maria Paes , filla de Joao Rodrigues Paes , Conta
dor môr do Reyno ; de quem nað teve geraçao .
Houve Baſtardos em Helena Gonçalves , de quem

Nobiliario de Lina. D. Antonio de Lima refere , que alguns dizem , que

a recebera à hora da morte os filhos ſeguintes.


D.
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 433

= D. JORGE MANOEL , que morreo em Africa

nabatalha de Alcacere a 4 de Agoſto de 1578 , tendo


caſado com D. Maria de Figueiredo , de quem teve .
D. MARIA Manoel > mulher de D. Afonſo

Barrantes Caſtelhano , de quem forað filhos. = D. 1


PEDRO BARRANTES Manoel , Governador de Vil
la -Nova de Serem em Caſtella . = D. ISABEL DE

ARAGAD , mulher de ſeu tio Joao Peſſoa de Aragao,

que viveo em Thomar. = D. TRISTA ) MANOEL,


de quem os Nobiliarios nað fazem mençaõ , conſta
da Chancellaria delRey D. Sebaſtia ) do anno de
1558 , em que lhe fez merce de trinta mil reis de

tença pelos ſerviços de feu pay. D. JERONY

MA Manoel , que foy Freira . = D. Maria MA

NOEL , de quem Diogo Gomes de Figueiredo diz ,


que caſara com Pedro Peſſoa , filho de Franciſco

Peſſoa , Feitor em Flandres , e de Iſabel Teixeira ,


de FRANCISCO Pessoa , que vi
quem naſceo . =

veo em Thomar , onde caſou. = Joao Pessoa ,

que tambem viveo na dita Villa , e nella caſou.



13 D. Francisco MANOEL DE ARAGAO , foy

Moço Fidalgo delRey D. Manoel , e debaixo deſte


titulo ſe acha na Matricula do anno de 1518 : paſſou

ao ſerviço do Emperador Carlos V. e militou em

Italia . Morreo fóra de Portugal, e caſou em Milað ,


e teve .
D. Felix DE ARAGA ) , que ſervio

com valor naquelle Eſtado , ſendo esforçado Caval


leiro : achou -ſe na derrota de D. Filippe Eſtrozzi ,

voltou a eſte Reyno com ElRey Filippe II . e de


Tom . XI. Ddd ii
pois
434 Hiſtoria Genealogica

C
pois ſe achou na Armada do Marquez de Santa Cruz,
de
ſobre a Ilha Terceira , onde da peleija tirou honra
das feridas , e foy Governador de Piombino. dai

13 D.JORGE MANOEL , de quem ſe fará men


10
çaõ no ſ . II.

13 D. AFFONSO MANOEL , que foy Commen

D
dador de Santa Chriſtina de Tife , na Ordem de

Chriſto , no Arcebiſpado de Braga , de que lhe fez


merce ElRey D. Joað III . no anno de 1551. Ca
Liv,eidas merces del. fou , dizem os Nobiliarios uniformemente , como nað Bu

Rey D.Joað o 117. devera à ſua peſſoa , ſem nomearem a mulher e M:


pag. 212 ,
que della tivera . D. MARIA MANOEL DE ARA
Gað , que caſou com Pedro Lopes Giraõ de Santa
rem . - D. CATHARINA DE ARAGAO , Religio
ſa no Moſteiro de Odivellas. = D. JERONYMO

MANOEL , que paſſou com ElRey D. Sebaſtia ) a

Africa , e foy cativo na batalha de Alcere , e morreo


ſem cafar , e teve baſtardos a = D. TristaŐ MA

NOEL , que paſſou à India no anno de 1564 , com

o Vice -Rey D. Antonio de Noronha , com moradia

de Fidalgo Eſcudeiro de 1666 reis por mez , e teve.


= D. ANTONIO MANOEL , que paſſou à India no
anno de 1584 , como o Vice-Rey D. Duarte de Me
nezes , com a meſma moradia ; e tendo ſervido no

Cauro , Dec. X.liv.7. anno de 1585 de Capitaõ de huma Fuſta com Ruy
cap . 7. cliv . 8 .
Gonçalves da Camera , forað ao Eſtreito , e no an
no ſeguinte paſſou a Melinde por Capitað de huma

Não com Martim Affonſo de Mello , e foy Capi


tao de Dama ) no anno de 1598 , lendo Vice-Rey o
Con
da Caſa Real Portug . Liv. XII. 435

Conde da Vidigueira , e depois ſe achou na guerra

de Cunhale , e foy dos Capitães, que guar


ficara )

dando a Coſta , como eſcreve Diogo de Couto .


13 D. LEONOR DE Millao caſou com Nu

no Barreto , Alcaide môr de Faro , como ſe verá no


2. III.

13 D. MARIA DE ARAGAő caſou com D. Al

varo de Cordova , Senhor de Vallençuella 0. IV .


13 D. JOANNA DE ARAGAð caſou com Ruy

Barreto de Mello , a quem outros dað o appellido de

Maſcarenhas : foy Senhor do Morgado da Quartei


ra , e do de Ludo , filho de Joao de Mello , e de

D. Mecia de Noronha ;‫ ܪ‬o qual era filho quarto de

Nuno Barreto , Alcaide môr de Faro , e de D. Leo

nor de Mello , filha de Joað de Mello Alcaide môr

de Serpa , Copeiro môr delRey D. Affonſo V. po


rém deſte matrimonio nað houve ſucceſſað .

Caſou D. Nuno ſegunda vez no ano de 1519 , com

D. Lourença de Ataide , a quem ElRey D. Manoel

ſegurou as ſuas arras , no referido anno , e era filha

de D. Joao de Vaſconcellos , Conde de Penella , e

da Condeſſa D. Maria de Ataide , e deſta uniao nað


teve filhos.

$. II.

13 D. JORGE MANOEL , filho quarto de D.

Nuno Manoel, Senhor de Salvaterra , e de D. Leo

nor de Milá ſua primeira mulher , foy Connen


dador
436 a
Hiſtoria Genealogic

dador de S. Vincente na Ordem de Chriſto . No an todas

no de 1551 lhe fez merce ElRey D. Joað o III . da Cani

Capitanía , e governo da Mina. No de 1556 o deſpa I

chou para a India , onde paſſou no anno de 1562, Tao i

por Capitað môr da Armada , que foy àquelle El S. N

tado ; porém infelizmente na volta para a Reyno ſe Arce


perdeo. da I
Caſou com D. Leonor de Brito , filha de Gaſpar de los í
Brito , Trinchante do Cardeal Infante D. Affonſo , vida
e de D. Branca Freire , filha de Luiz de Antas , Al
grande
caide môr do Landroal; de quem teve os filhos ſe

guintes.
que
14 D. PEDRO MANOEL DE ARAGAő , que
ba
paſſou com ſeu pay à India , e pereceo no meſmo tai
naufragio. no
14 D. Esteva / MANOEL , que acompanhan
COM
do a ElRey D. Sebaſtiao a Africa , morreo na ba
Ter
talha a 4 de Agoſto de 1578 , depois de ter ſervido
Cor
nas Armadas da Coſta , e em Tanger 7 e teve a
1 leny
Commenda de S. Romaõ na Ordem de Chriſto .
eri
14. D. JERONYMO MANOEL , com quem ſe
continúa .
d
14 D. ANTONIO MANOEL , de que nað ſabe
vros mais , que delle fazer mençað Affonſo de Torres.

14 D. MARIA DE ARAGAő caſou com D.

Henrique Henriques, Senhor das Alcaçovas , com a


ſucceſſað , que adiante ſe dirá. = D. VIOLANTE

MANOEL. = D. JERONYMA MANOEL . = D. 1


ANNA MANOEL. = D. MAGDALENA MANOEL ,
1
todas

1
da Caſa Real Portug. Liv .XII. 437

todas quatro Freiras. = D. ANTONIA . D.

CATHARINA morreraõ meninas .

14 D. JERONYMO Manoel , a quem chiama

raõ de alcunha o Bacalhao , foy Comniendador de


S. Mamede de Traviſco , da Ordem de Chriſto , no

Arcebiſpado de Braga , e Capitað môr da Armada


da India do anno de 1614. deſpacho , que teve pe

los ſerviços de ſeu pay , e irma ) , que acabarað a


vida , como temos dito , no ſerviço da Coroa. Che

gado a Goa , eſtando para partir para o Reyno , em

27 de Janeiro de 1626 , lhe deu hum temporal , em

que varou a Náo na barra de Goa ; porém como era


baixamar , nað recebeo mais damno a Náo , que cor

taremlhe os maſtros. Paſlada a monçað , partio no an

no ſeguinte , e chegando à Ilha das Flores , pelejou


com quatro Coſſarios , e foy em demanda da Ilha

Terceira , onde chegou a 18 de Julho de 1617. Foy

Copeiro mór do Cardeal Archiduque Alberto , que


ſervia às ſemanas com Franciſco de Souſa Mancias,

e teve a merce de Porteiro môr por morte de Chriſ

tovaõ de Mello : e pelo ſeu caſamento andou em


demanda ſobre ſucceder no morgado do ſegundo

Affonſo de Albuquerque , com o Senhor da Caſa de

Villa Verde , a quem ſe ſentenciou. ElRey D.


Sebaſtiao lhe deu a Commenda de S. Martinlio da

Amoreira , na Ordem de Chriſto , pelos ſerviços , que


lhe tinha feito em Africa .

Caſou com D.Maria de Mendoça e Albuquerque ,

filha e que veyo a ſer herdeira por morte de ſeus


irmãos ,
-
ica d.
438 oria alog
Hiſt Gene

fetimo,
irmãos de Manoel Telles Barreto , Commendador
do Re
de Aveiro na Ordem de Aviz , Vereador de Lisboa,
the del
e Gorvernador do Braſil , onde morreo ; e de ſua

mulher D. Joanna da Sylva , ( ſegunda neta de Fer ços ; e

naõ de Albuquerque ) filha de Pedro Barreto , Com aquele


mendador de Almada na Ordem de Santiago , que do par
era filho de Jorge Barreto , Commendador de Caſtro femi të

Verde da Ordem de Santiago , e de D. Joanna da delle,

Sylva , filha de Fernaõ de Albuquerque IV . Senhor tida E

de Villa - Verde : e deſte matrimonio naſceraõ os fi de L

lhos ſeguintes. = D. JORGE MANOEL DE ALBU


difpo
QUERQUE , com quem ſe continúa . = D. Lou

RENÇO MANOEL , que morreo ſem geraçao . = D. ta,


ANTONIA DE MENDOÇA adiante. for
14 D. ANTONIA DE MENDOÇA caſou com Pe. hun

dro de Mendoça , Alcaide môr de Moura ) , Com efe

mendador de Santiago de Caſſem , hum dos princi que 1


paes Acclamadores delRey D. Joað o IV . a quem 11
.
ſervio algum tempo de Guarda môr da ſua peſſoa , nel
que llie deo a Commenda de Villa -Franca , que fo
so
ra da Caſa de Villa -Real, e foy ſua ſegunda mulher,

de quem teve os filhos ſeguintes. E LUIZ DE de


MENDOÇA , que ſervio na Provincia de Alentejo
]
com reputaçao , paſſou quatro vezes à India , duas
1
por Capitað môr das Armadas , e a terceira por Ge.

neral dos Galleões de alto bordo , na regencia da

Rainha D. Luiza , e governou o Eſtado por ſucceſ


I
ſaõ ; e no anno de 1668. voltou ao Reyno , e foy

manciado por Vice-Rey da India , e foy o trigeſimo


fetimo ,
1

da Caſa Real Portug. Liv. XII. 439

ſetimo , que teve eſte titulo. ElRey D. Pedro II. ſen

do Regente o creou entao Conde de Lavradio , e

lhe deu a Commenda de Beringel, pelos ſeus ſervi

ços ; e entrando em Goa no anno de 1671 , governou


aquelle Eſtado ſete annos , e vinte dias, e embarcan

do para o Reyno , morreo na Bahia no anno de 1677,

ſeni ter caſado , nem deixar ſucceſſa ) , por ſe dizer

delle , que fora caſto . A ſua fazenda deixou repar

tida em legados pios , e grande parte à Miſericordia


onde ſe continúa em dotes annuaes a ſua
de Lisboa ,

diſpoſiçaõ , e o remaneſcente deixou a ſeus irmãos.

JERONYMO DE MENDOÇA , Cavalleiro de Mal


1
1
ta , nad profeſſou : ſervio na guerra de Alentejo , e

foy Capitao de Cavallos , e Meſtre de Campo de

huni Terço da Guarniçaõ de Lisboa , o qual largou,


!
e ſe achou como particular na batalha do Canal , de

que foy mandado com a nova a ElRey D. Affonſo

VI. que lhe deo o governo de Pernambuco ; porém

neſte ſe houve de ſorte , que amotinado o povo ‫ܕ‬, ve


yo prezo para Lisboa , e da priza ) fogio para Caf

tella ; e voltando ao Reyno , foy culpado em crime


de leſa Mageſtade contra ElRey D. Pedro , entað

Regente : pelo que foy ſentenciado à morte , e con

fiſcaçaõ dos bens, e perdoandolhe a piedade do Prin

cipe a perda da vida, foy degradado toda a vida pa


ra a India , onde morreo . JOAO DE MENDO

Ça , que foy Religioſo da Ordem de S. Bernardo.

NUNO DE MENDOÇA , foy Conego em Evora


in minoribus , e fazendo huma entrada em Caſtella

Tom . XI. Eee no

1
440 Historia Genealogica

Frei
no tempo da guerra , foy prizioneiro , e reſtituido na
dem
paz ; renunciou a Coneſia para ſucceder na Caſa , e
CACE
fazenda , que lhe deixou ſeu irmao o primeiro Conde
de Lavradio . Caſou com D. Magdalena de Tavo
Semhe
ra , Dama do Paço , viuva de D. Joaõ de Caſtello
foy hi
branco , a quem El Rey fez merce do titulo de Con
merave
de de Redondo , em ſucceſſa ) a ſeu primo com ir
fes va
nao D. Joao de Caſtello -branco , VII. Conde de
da R
Redondo , e em attençaõ ao deſpacho de ſua mu
ILO
lher ter ſido Dama da Rainha D. Maria Franciſca
eaf
de Saboya ; porém nað chegou a cobrirſe , por ſeu
Car
pay ſe lhe oppor , e embargar a merce , dizendo lhe
pertencia . Era filha de Antonio de Mendoça , Com
em
mendador de Avanca , e de D. Filippa de Tavora
ſua mulher , filha de D. Joaõ de Menezes , Com ſer
Ho
mendador da Vallada , e de ſua ſegunda mulher D.
nza
Magdalena de Tavora , filha do Repoſteiro môr Ruy
Pires de Tavora , e nað tiverað geraçao . Ne
lado
16 D. MARIA JOSEFA DE MENDOÇA , irmãa
Sint
do Conde de Lavradio , foy Dama da Rainha D.
Luiza , caſou com Pedro Guedes de Miranda X. Se TC

nhor de Murça , Brunhaes, Agua Revés , e Torre de


Donachama, Commendador das Commendas de Ca

beço de Vide , Alter Poderoſo , do Hoſpital , e Gran

ja na Ordem de Aviz , Efribeiro môr delRey D.

Joað IV . de quem teve os filhos ſeguintes. = Joao


GUEDES DE MIRANDA , que morreo de dez annos.

E Luiz GUEDES DE MIRANDA HENRIQUES , com

quem le continúa = D. ANTONIA DE MENDOÇA ,


Frei
11

da Caſa Real Portug. Liv .XII. 441

Freira no Moſteiro de Salvador de Lisboa >, da Or

dem de S. Domingos . = D. JOANNA DE MENDO

ça caſou com D. Antonio Joſeph de Mello adiante .

Luiz GUEDES DE MIRANDA HENRIQUES foy

Senhor de Murça , e teve as Commendas de ſeu pay ;

foy hum Fidalgo de notaveis paradoxos , que dege

neravao em loucuras : pelo que eſteve prezo diver


fas vezes . Caſou com D. Maria de Ataide , Dama

da Rainha D. Luiza , filha de Nuno de Mendoça ,

II. Conde de Val de Reys , do Conſelho de Eſtado;


e a ſua iluſtre ſucceſſao deixamos eſcrita no Liv . X.
4
Capitulo IV . pag. 687 do Tom . X.
1
17. D. JOANNA , irmãa de Luiz Guedes , cafou

em o 1 de Dezembro de 1672 com D. Antonio Jo

ſeph de Mello , filho de D. Pedro Joſeph de Mello

Homem , Governador do Maranhao , e de D. Ma

ria de Mendoça ſua mulher , irmao de D. Joað de

Mello , Biſpo de Coimbra , Conde de Arganil , Pre


lado muy exemplar , e que acabou com opiniao de
virtuoſo ; e tivera ) a D. PEDRO JOSEPH AN
TONIO DE MELLO HOMEM , Vedor da Caſa da Rai

nha D. Maria Anna de Auſtria , e caſou com D.


Maria Antonia de Borbon : a ſua ſucceſlao deixa

mos referida no Livro X. Capitulo XIV . pag . 858


do Tom . X. a que ſó ajuntaremos , que D. Marian
na Joſefa de Borbon Dama do Paço , fua fillia ,

caſou com D. Miguel de Mello Abreu Soares e

Vaſconcellos, ſeu primo ſegundo , e a = D. MA


RIA DE TAVORA , Freira na Encarnaçao de Lisboa.
Eee ii D.
Tom . XI.
442 Hiſtoria Genealogica

18 D. MAGDALENA LUIZA DE MENDOÇA , fi

lha de D. Antonio Joſeph , caſou a 3 de Julho de

1690 com D. Antonio Eſtevaõ da Coſta , Armeiro


môr , Commendador de S. Vicente da Beira na Or

dem de Aviz , que naſcendo a 25 de Dezembro de

1671 , faleceo em Janeiro de 1724 ; filho de D. Luiz

da Coſta , Tenente General da Cavallaria da Provin

cia de Alentejo , onde ſervio na guerra com valor ,

e reputaçao , como eſcreve o Conde da Ericeira no


Portugal Reſtaurado , achando - ſe em muitas occa

ſiões de credito ; depois foy hum dos Vereadores de


Lisboa , no tempo em que ſervia ) Fidalgos de qua

lidade , e morreo a 5 de Dezembro de 1681 ; e de


fua mulher D. Maria de Noronha , filha herdeira de

D. Pedro da Coſta , Armeiro môr , e Commenda


dor de S. Vincente da Beira : e tiveraõ os fillios ſe

guintes
. = D. LUIZ Da Costa naſceo a 7 de
ME
Setembro de 1691 , emorreo em 13 de Julho de 1693 .

= D. ANTONIO DA Costa naſceo em 5 de Mayo


7
de 1693 ; e morreo a 5 de Novembro de 1697 .

= D. JOSEPH DA COSTA naſceo a 22 de Julho ,

do anno de 1694 , com quem ſe continúa. D.


JOANNA JOSEFA DE MENDOÇA naſceo a 13 de Agof
to de 1695 , he Relioſa no Moſteiro da Conceiçao na
Luz . = D. LUIZ DA Costa naſceo emo i de

Dezembro de 1699 ; morreo no anno ſeguinte a 23

de Abril. = D. PEDRO JOSEPH Da Costa naſ

ceo em 30 de Dezembro de 1697 , he Prelado da

Santa Igreja de Lisboa. = D. MANOEL JOSEPH

DA
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 443

Da Costa naſceo a 2 de Abril de 1694 ; morreo a

8 de Julho de 1701 . = D. Joað JOSEPH Da Cos


TA E MENDOÇA naſceo em 21 de Julho de 1700 ; he

Prelado da Santa Igreja de Lisboa. D. MA

RIA JOSEFA DE NORONHA nafceo em 25 de Feve

reiro de 1702 , Religioſa no Moſteiro do Sacramen

to de Lisboa da Ordem de S. Domingos. = D.

FRANCISCO Da Costa naſceo em 22 de Agoſto de

1703 , Religioſo Profeſſo da Ordem de S. Jeronymo


.
= D. RODRIGO DA Costa naſceo em 17 de No

vembro de 1704 , Religioſo da Ordem de Ciſter.


= D. MARTINHO DA COSTA naſceo em ii de

Novembro de 1706 , Religioſo tambem de Ciſter.


= D. VIOLANTE DE NORONHA naſceo em 7 de

Novembro de 1707 , Religioſa no Moſteiro da Con


ceiçaõ daLuz = D. THERESA DE MENDOÇA

naſceo em 23 de Mayo de 1709 ; morreo de. tenra

idade. = D. LUIZA DE MENDOÇA e D. Ca

THARINA DE MENDOÇA , que ambas naſcerað da

hum parto , em 14 de Setembro de 1711 , Religioſas


no Moſteiro do Sacramento de Lisboa. = D. MA

RIANNA JOSEFA DE MENDOÇA naſceo em 6 de Ja

neiro de 1714 , Religioſa no dito Moſteiro . = D.


Isabel DE MENDOÇA naſceo o 1 de Março de 1715 ,

morreo menina. = D. ANTONIO JOSEPH DA Cos

TA e D. Simao naſcerað gemeos a 28 de Outubro


de 1717 , o qual viveo pouco tempo ; e D. Antonio

pallou a ſervir a India , e lá caſou com ſua parenta

D. Antonia Roſa de Mello , filha de D. Chriſtovao


de
444 Hiſtealogoria Gicane

de Mello , que foy Védor da Fazenda da India , e morgale

Governador do Eſtado ; e de ſua mulher D.... m. grua


da em
e tiverað D. Antonio Da Costa , que naſceo a 23

de Novembro de 1734 na Cidade de Goa . D. Fer

19 D. JOSEPH Da Costa naſceo em 22 de re , que

Julho de 1694 : ſuccedeo nos Morgados , e Caſa de e entre


ſeu pay ; he Armeiro môr , e Commendador de S. huma e

Vicente da Beira , na Ordem de Aviz .


vel po
Cafou em 24 de Outubro com D. Maria de Noro
fe ach
nha , Dania da Rainha D. Maria Anna de Auſtria,
gações
filha de D. Thomas de Noronha , V. Conde dos Ar
Mour
cos , e da Condeſſa D. Magdalena Bruna de Caſtro , oca
e até ao preſente nað tem fuccefſað.
ate
Teve D. Jeronymo Manoel illegitimos. do
14 D. JORGE MANOEL , que foy Religioſo da feud
Ordem de S. Domingos , e D. JERONYMO MANOEL, riſco
que ſervio na India , e foy Capitaõ de Dio , e vindo
tolo
para o Reyno ſe perdeo na Não de Bartholomeu de
tendo
Vaſconcellos , e lå caſou com D. N. . ... filha
ta a
de Lourenço Carvalho , Cidadao de Goa , ſogro de nada
Manoel Corte Real , de quem teve D. JERONYMO
caf
MANOEL , de quem nað ſabenios ſucceſſað , e a D.
fe
MARIA MANOEL DE ALBUQUERQUE , que caſou 1
com Fernaõ Martins Maſcarenhas , e já o tinha ſido

con Manoel de Mello .

1 14 D. JORGE MANOEL DE ALBUQUERQUE , 1


i
fillo primeiro de D. Jeronymo Manoel , fuccedeo na
Caſa , e foy Commendador de S. Mamede de Ta
1
viſcoſo na Ordem de Chriſto , e por ſua māy teve o
r
mor
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 445

niorgado dos Albuquerques , de que he cabeça hu- Conde da Eric . Hift .


de T Anger , liv. 3 .
ma grande Quinta em Azeitað . Servio a Commen

da em Tanger no tempo , que governou eſta Praça

D. Fernando Maſcarenhas , depois J. Conde da Tor

re , que começou a governar em 18 de Junho de 1628 ,

e entre as occaſiões , que no ſeu tempo houve , foy

huma em dia de S. Gonçalo , em que com formida


vel poder os Mouros a combaterao . Neſta occaſiao

ſe achou D. Jorge Manoel , e deſempenhou as obri

gações de ſeu ſangue ; porque metendo -ſe entre os


1
Mouros , e fazendo nelles eſtrago , lhe . cahio morto

o cavallo , e ſaltando delle pelejou com o traçado ,

até que foy ſoccorrido por hum Cavalleiro chama

do Choriſtovao da Fonſeca, que o obrigou a ſobir no

ſeu cavallo , com que livrou do perigo, chegando a 1

riſco de ſe perder . Era de genio inquieto , e revol


19
toſo , e nað lizo nos ſeus procedimentos : pelo que

tendo commettido alguns crimes, foy degradado pa


ra a Praça de Mazagao , donde tambem o Gover

nador D. Gonçalo Coutinho o prendeo : mas nas oc

caſiões , que no ſeu tempo houve com os inimigos ,

fe achou D. Jorge Manoel , como refere D. Gonça

lo Coutinho , no livro que eſcreveo do tempo , que


governou eſta Praça. No anno de 1640 , quando ſe

executou felizmente a Acclamaçaõ del Rey D. Joað

o IV . ſe achava em Madrid ; EIRey D. Filippe lhe

deo o titulo de Conde de Lavradio , merce , que ſe

lhe nað guardou , por ſer feita em tempo , que nao


devia. Voltando depois ao Reyno , e com o def
goilo
a
446 Hiſtoria Genealogic

Luiz do
goſto de nað ſe lhe cumprir , viveo retirado na ſua
te del
Quinta de Azeitað . Calou com D. Thereſa Maria

Coutinho , filha de D. Franciſco da Gama, IV. Con que ac

de da Vidigueira , Almirante da India , e da Condef pela er


NOEL,,
ſa D. Leonor Coutinho ſua ſegunda mulher , como
Murca
ſe diſſe no Livro X. Capitulo IV . pag. 566 do To
fucced
mo X. e deſte matrimonio naſceraõ D. JERONY
rea de
MO MANOEL DE ALBUQUERQUE morreo ſem gera
IO
çað . D. FRANCISCO MANOEL DE ALBUQUER
herdo!
QUE , que fuccedeo na Caſa , e morgados de ſeu pay:
Fever
ſervio na Provincia de Alentejo , e ſe achou na ref
Mar
tauraçaõ de Evora . Depois paſſou à India no anno
de 1666 , em companhia do Vice-Rey Joao Nunes Car

da Cunha I. Conde de S. Vicente , e morreo naquel ſua

dro
le Eſtado em breve tempo , ſem ter caſado , nem dei
xar ſucceſlao . D.

Teve fóra do matrimonio a D. MARIA DE ALBU den


QUERQUE , Freira em Odivellas . Faria
com
15 D. MARIA DE ARAGAő , filha de D. Jorge
Manoel , como fica dito , caſou com D. Henrique 2014

Henriques , IV . Senhor das Alcaçovas, e foy fua ſe D.

gunda mulher , e tiverað os filhos ſeguintes: D. JOR em

GE HENRIQUES , adiante. = D. PEDRO HENRI


! 1
QUES . = D. LEAD HENRIQUES , que tomou a 1

Roupeta , e foy Religioſo de grande virtude , e le (


tras 2
e delle faz mençao entre os Varões illuſtres 1

de Santidade o Agiologio Luſitano a 8 de Abril. 1


D. FRANCISCA DE ARAGAő , que caſou duas 2
vezes , a primeira com Lourenço de Brito , fillio de N
Luiz
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 447

Luiz de Brito , e neto de Gaſpar de Brito , Trinchan

te delRey D. Manoel , e tivera ) a LUIZ DE BRITO,

que acabou infelizmente na India , ſendo degolado


pela entrega de Ormuz : e a D. GUIOMAR MA

NOEL , que caſou com Simao Guedes IX . Senhor de

Murça , que faleceo no anno de 1619 , ſem deixar

ſucceſſà). Cafou ſegunda vez com Manoel Cor


rea de Lacerda , e tiverao

16 FRANCISCO CORREA DE LACERDA , que

herdou o morgado de ſeu pay , e faleceo a 27 de

Fevereiro de 1682 , havendo caſado com D. Iſabel


Maria de Caſtro , filha de Antonio Gonçalves da

Camera , Commendador na Ordem de Chriſto , e de


ſua mulher D. Maria de Caſtro ; e era neta de Pe

5 dro Gonçalves da Camera , Caçador môr delRey

D. Sebaſtia ) , e Commendador de Bobadella na Or

dem de Chriſto ; e de ſua mulher D. Lourença de

Faria , filha de Balthazar de Faria , Almotacé mör ,

como diremos adiante ; e tivera ) os filhos ſeguintes :


MANOEL CORREA DELACERDA , que caſou com

D. Luiza de Portugal, e nað Maria , que faleceo


em Abril de 1707 , cuja ſucceſfað fica referida a
pag. 854 do Tomo . X. = Joað CORREA DE LA

CERDA , adiante . = HENRIQUE CORREA DE LA

CERDA , que fervio na India , e lá caſou com D.


Margarida de Moraes , filha de Franciſco de Souſa

Falcao , Secretario do Eſtado , e de D. Branca de


Moraes , de quem nað teve ſucceſfað . = ANTO

NIO GONÇALVES DA CAMERA , de quem nað fabe


Tom . XI. Fff mos
a Q
448 Hiſtoria Genealogic

mos geraçað. = D. FRANCISCA DE ARAGAő , tem ate

filha de Franciſco Correa , caſou com Pedro de Sou DE JE

fa de Brito , de quem teve a MANOEL ANTONIO CISCO L

DE SOUSA E BRITO , e a FRANCISCO DE SOUSA anno de


DA CAMERA , adiante. man MANOEL ANTONIO DE de Ev

Sousa e BRITO , foy Alcaide môr de Arrayollos , n10 de

Commendador de Santa Maria de Antime , e de

Santa Maria de Rio frio de Carragoſa , e ſuas an 1734 ,


nexas na Comarca de Braga , e de Santa Eulalia da IGNEZ

Palmeira de Faro , todas na Ordem de Chriſto , Do de lit

natario da Aldea de Redemoinhos no termo de El NEZE


tremoz , Capitao de Cavallos na Provincia de Alen Sou

tejo , e Procurador da Cidade de Braga nas Cortes,

I
que ſe celebrarað em Lisboa no anno de 1697. Ca
fou na dita Cidade com D. Joanna Carrilho , de
de

quem teve PEDRO ANTONIO DE SOUSA , que mor naſc


reo moço. —THOME JESEPH DE SOUSA , adiante. BRIT
- ANTONIO XAVIER DE SOUSA . D. IGNEZ ,

Freira no Salvador de Braga . = THOME JOSEPH


gun
DE Sousa eſtava deſtinado para a Igreja , e foy Ar

cediago de Penella , na Sé de Coimbra , e teve ou Ay


tros beneficios, que largou por ſucceder na ſua Ca N
fa , pela morte de feu irmao , e he Commendador 1

de Santa Maria de Antime, e de Santa Marinha de 1

Rio frio de Carragoſa na Ordem de Chriſto , e Se


nhor da Aldea de Redemoinlios no ternio de Eſtre

moz . Caſou a 26 de Mayo de 1728 , com D. Ma


ria Proſpera de Menezes , filha de D. Franciſco Fur
1
tado de Mendoça , como ſe dirá no Capitulo IV . e S
tem
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 449
1
1
1
tem até o preſente : Manoel ANTONIO DE SOUSA

DE MENEZES naſceo no anno de 1730. = FRAN


CISCO De Sousa PEREIPA DE MENEZES nafceo no

anno de 1732 , Porcioniſta no Collegio da Purificaçað


de Evora. E ANTONIO DE SOUSA naſceo no an

no de 1740 , faleceo de tenra idade. D. JOAN


NA VIOLANTE DE MENEZES naſceo no anno de

1734 , recolhida em Santa Clara de Coimbra. = D.


IGNEZ DE TAVORA DE MENEZES naſceo no anno

de 1736. = D. MARIANNA CONSTANÇA DE ME


NEZES naſceo no anno de 1737 . PEDRO DE

SOUSA , e D. ISABEL morreraõ de curta idade .

JOSEPH DE SOUSA DE BRITO DE MENEZES .


LUIZ DE SOUSA DE MENEZES naſceo no anno

de 1741 . JOACHIM DE SOUSA DE MENEZES


naſceo no anno de 1742 . Joað DE SOUSA DE

BRITO DE MENEZES naſceo no anno de 1744.

FRANCISCO DE SOUSA DA CAMERA , fillio fe

gundo de Pedro de Souſa de Brito , que caſou com


D. Maria Antonia de Lemos , filha de Manoel de

Andrade de Brito , Alcaide môr de Portel , e de D.

Margarida de Lemos de Caſtellobranco , de quem te

ve os filhos ſeguintes: XAVIER PEDRO DE Sousa ,


que caſou em Portalegre. = MANOEL DE ANDRA
de e BRITO PEREIRA caſou no Reyno do Algarve

com D. Ignez de Alaras Pimentel, irmãa de ſeu cu


nhado D. Pedro de Alaras , e morreo no anno de

1744 ſem ſucceſſa ) . Joað FRANCISCO DE Sou


SA DA CAMERA . = D. ANTONIA LUIZA FRAN
Tom XI. Fff ii CISCA
do
450 Hiſtoria Genealogica

te de feu
CISCA DE ARAGAõ , ſem eſtado. = D. FRANCIS
CA XAVIER CAETANA DE ARAGAÕ E CASTRO ca de Baleiz

fou com D. Pedro Alaras da Fonſeca Pimentel , Fi . Francez

dalgo de Mor
da Caſa Real , e Cavalleiro da Ordem de
Chriſto , de quem nao teve ſucceſſað ; e tem
filho de Se
CLAUDI
baſtiao da Fonſeca Pimentel , meyo irmao de Luiz
da Franca Pimentel , Deſembargador dos Aggravos, MARIA

e Miniſtro de grande inteireza , e eſtimaça ) , defcen 17

dente das mais nobres do Reyno do Algarve , mas TRO

nao tiverað fucceffaõ . Andrad

17 D. MARIA ANTONIA DE CASTRO caſou çaõ 12


com Reymao Pereira de Lacerda , Senhor do Mor Gene

gado de Baleiza ) no termo de Béja , e tiverao D. em

MARIA , e D. LEONOR , das quaes nað ſabemos ef taur:

tado . Ruy Dias PEREIRA , adiante. - Nu COM

NO PEREIRA FREIRE , com quem ſe continúa , e Tere


GOMFS FREIRE . RUY DIAS PEREIRA DE
feguid
LACERDA caſou com ſua prima com irmãa D. Ifa teve

bel Brazia de Portugal , filha de Manoel Correa 05 N

de Lacerda , e de D. Luiza de Portugal , nað ti talez

verað ſucceſſao. Nuno PEREIRA FREIRE ca felly


ſou com D. Brites Joſefa de Brito Godins , filha de lo

Ruy de Brito Godins , e de D. Margarida Palha c


Leitao , e tiveraõ REYMA PEREIRA , que mor d
reo de curta idade . D. MARGARIDA ANTO
1
NIA PEREIRA DE LACERDA , adiante , e D. ISA fe
BEL BRAZIA De Castro COUTINHO , recolhida no

Moſteiro da Conceiçaõ de Béja. = D. MARGA


RIDA ANTONIA PEREIRA DE LACERDA , por mor de
te
da Caſa Real Portug. Liv. Xll . 451

te de ſeu tio Ruy Dias Pereira , herdou o niorgado

de Baleizao , e caſou com Joað Grein de Monſeclard ,

Francez , natural de Leao , filho de Claudio Grein

de Monſeclard , Theſoureiro Geral da dita Cidade,


e tem a NUNO ANTONIO PEREIRA DE LACERDA .

Claudio GREIN DE MONSECLARD , e D. BRITES


MARIA DE BRITO .

17 D. ANTONIA IGNACIA COUTINHO DE Cas

TRO , foy terceira mulher de Franciſco Freire de

Andrade , que ſervio com grande valor , e diſtinc

çaõ na guerra da Acclamação : foy Almirante , e

General da Armada da Companhia do Commercio,


1 em que embarcou muitas vezes para o Braſil , e ref
tauraçaõ de Pernambuco , e teve varios combates

com os Hollandezes , em que conſeguio reputaçao.

Teve o governo das Armas da Beira , em que con

feguio ventajoſos fucceſſos às noſſas armas . Depois


teve o governo das Armas da Provincia de Tras

os Montes , e ultimamente foy Governador da For

taleza de S. Juliaõ da Barra de Lisboa , e do Con

ſelho de Guerra , e tiverað os filhos , que ſe ſeguem

Joseph GASPAR FREIRE DE ANDRADE E SOUSA ;

Capitað de Infantaria , caſou a 30 de Dezembro


de 1702 , com D. Joanna Coutinho de Noronha fi

llia de D. Marcos de Noronha , Meſtre Sala da Ca

fa Real, e faleceo moço ſem ſucceſfað. = BER


NARDO FREIRE , com quem ſe continúa. D.

MARIA MAGDALENA FREIRE DE CASTRO , mulher

de Chriſtovao Correa Freire , adiante . D. JOAN


NA
d
gica
452 Hiſtoria Genealo

CASTRO
NA LUIZA DE CASTRO , recolhida no Moſteiro das
Comnendadeiras de Santos . BERNARDO FREI calou co

RE DE Andrade e Sousa , por morte de ſeu irmao

fuccedeo nos morgados da Caſa de ſeu pay ; ſervio na de Age


17

Ees
Marinha , foy Capitaõ de Mar , e Guerra , e Coro
a
nel do mar , Commendador de S. Joao de Couceiro , guerr
de Can
na Comarca de Viana , e de S. Miguel de Caparro
de Our
fa na de Vizeu , na Ordem de Chriſto. Faleceo em
Luiza
Abril de 1743 , tendo caſado duas vezes , a primeira
Maria
no anno de 1698 , com D. Franciſca Ignacia de No
Came
ronha , que faleceo a 5 de Fevereiro de 1730 , filha
Pedro
herdeira de D. Marcos de Noronha , Meſtre Sala

da Caſa Real, Governador de Mazagao , do Con e pri


fou
ſelho delRey , Deputado da Junta dos Tres Eſtados,
e ultimamente Governador da Fortaleza de S. Juliao prim

da Barra de Lisboa , e de ſua mulher D. Iſabel Cou cerda


Tom .
tinho ; porém deſte matrimonio nao teve ſucceſſað ;
e caſou ſegunda vez com D. Antonia Roſa de Caf Lenc

tro ſua ſobrinha , filha de Chriſtovaõ Correa Freire, XI.

e de ſua irmãa D. Maria Magdalena Freire , de quem FRA

tambeni nao teve ſucceſlao . - D. MARIA MAG den

DALENA FREIRE DE CASTRO caſou no anno de 170 1 ul

com ſeu primo Chriſtovao Correa Freire , General CI

de Batalha , Gonernador das Praças de Eſtremoz , e R

Peniche , donde faleceo , e teve D. JOACHINA ISA le

BEL FREIRE DE CASTRO , que naſceo a 3 de Outubro


de 1706 , e caſou a 8 de Julho de 1722 , com Jero an
nymo de Caſtilho , como diremos no Capit . XXIV . 21

. II. do Livro XIII. D. ANTONIA ROSA DE te


CAS
..
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 453

CASTRO , que naſceo a 23 de Setembro de 1708 , e


caſou com ſeu tio Bernardo Freire , conio acima le

diſſe. = D. Anna DE CASTRO , que naſceo a li

de Agoſto de 1713.
17 Joað CORREA DE LACERDA , fervio na

guerra , foy Capitaõ de Cavallos , e depois Meſtre

de Campo , e ultimamente Governador do Caſtello

de Outao na Praça de Setuval . Caſou com D.

Luiza Fontoura Carneiro , Açafata da Rainha D.


Maria Franciſca Iſabel de Saboya , filha de Diogo

Carneiro Fontoura , Porteiro da Camera delRey D.

Pedro II. e de D. Catharina Fontoura ſua mulher ,

e prima , e teve a D. ISABEL DE CASTRO , que ca

ſou primeira vez em 30 de Agſto de 1704 , com ſeu


primo com irmao Luiz Franciſco Correa de La
1
cerda , e a ſua ſucceſſað fica eſcrita , a pag. 835 do

Tom . X. Caſou ſegunda vez com D. Rodrigo de

Lencaſtre , como ſe diſſe no Capitulo XX. do Liv .

XI. donde ſe pode ver a ſua deſcendencia. = D.


FRANCISCA DE CASTRO naſceo a 10 de Dezembro ,
de 1689 , eſteve recolhida no Moſteiro de Santos , e

caſou com D. Franciſco Eſtevao Xavier da Camera ,

como diſſemos a pag . 585 do Tom . X. e D. CATHA


RINA , que naſceo a 15 de Dezembro de 1690 , e fa
leceo ſem eſtado .

15 D. Jorge HENRIQUES , filho de D. Henri

que Henriques , e de D. Maria de Aragað , ſuccedeo

a ſeu pay, e foy V. Senhor das Alcaçovas , por mor

te de ſeu meyo irmað D. Joao Henriques . Caſou


duas
454 Historia Genealogica

Leono
duas vezes , a primeira com D. Catharina Brandoa ,
filha de Antonio Velho Tinouco , Governador de Nuno

Cabo - Verde , Commendador da Conceiçaõ de Liſ Vedor

boa na Ordem de Chriſto , e de ſua mulher D. Va Ruy !


Fazend
lentina Brandoa ; e a ſegunda com D. Maria de Me
nezes , filha de D. Alvaro da Sylveira , e de ſua mu D. Hab

lher D.Brites Mexia , de queni nað teve geraçao : e Catro,


D. Frae
de ſua primeira mulher teve a D. HENRIQUE HENRI
QUES , com quem ſe continúa . = D. VALENTINA , Gerald

Freira em o Moſteiro de Sacavem da primeira Re com g


gra de Santa Clara. = D. ANNA , na Madre de trimon

Deos de Lisboa , tambem da primeira Regra de San BARR


ta Clara .
= D. HENRIQUE HENRIQUES , foy VI. NUN
Senhor das Alçovas , caſou com D. Maria Luiza Pe e Co
reira de Menezes e Faria , filha de Braz Pereira de to ,
Miranda , e de D. Juliana de Menezes ſua mulher , a EJE
e tiverao D. JORGE HENRIQUES , VII. Senhor das de Ale

Alcaçovas , que caſou com D. Magdalena de Bor Marg


bon , e a ſua deſcendencia fica efcrita a pag. 855 do la. $
Tom . X. = D. JULIANA HENRIQUES , que nior
de D
reo moça . D. ANTONIA CAETANA HENRI
de)
QUES , recolhida na Encarnaçaõ de Lisboa , onde 0
morreo a 16 de Abril de 1738. = D. VALENTINA d
HENRIQUES , Freira no dito Moſteiro.
9

$. III. F

e
13 D. LEONOR DE Mila ' , primeira filha de G.
D. Nuno Manoel , Senhor de Salvaterra , e de D.
fo
Leo
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 455

Leonor de Mila ſua primeira mulher. Caſou com

Nuno Rodrigues Barreto , Alcaide môr de Faro , e

Védor da Fazenda do Reyno do Algarve , filho de


Ruy Barreto , Alcaide môr de Faro , e Védor da

Fazenda do Algarve , Senhor da Quarteira , irmaõ de


D. Iſabel de Mello Barreto , māy de D. Leonor de

Caſtro , Marqueza de Lombay , mulher do Marquez

D. Franciſco de Borja , IV . Duque de Gandia , e III .

Geral da Companhia , a quem a Igreja venera Santo

com glorioſa , e eſclarecida poſteridade ; e deſte ma


trimonio naſcerað os filhos ſeguintes : 14 Rur

BARRETO , com quem ſe continúa. = GONÇALO

NUNES BARRETO , que foy Alcaide môr de Loulé ,

e Commendador de Mejao -Frio na Ordem de Chrif

to , Senhor do Morgado da Quarteira ; acompanhou


a ElRey D. Sebaſtiao a Africa , e morreo na batalha

de Alcacer a 4 de Agoſto de 1578. Caſou com D.


Margarida de Mendoça , filha de D. Franciſco de Sou

ſa , Senhor das Quintas de Calhariz , e Monfalim , e

de D.Brites de Mendoça , filha herdeira de Franciſco


de Mendoça , Alcaide môr de Moura ) , Capitað de

Ormuz , e deſua mulher D. Leonor de Almeida , que

depois foy mulher de D. Rodrigo de Mello , I. Mar


quez de Ferreira , e filha do grande D. Franciſco de

Almeida , I. Vice - Rey da India; e tiveraõ Nuno


RODRIGUES BARRETO , que ſendo moço matarað

em Madrid fem ter calado . = D. BRITES DE ARA

GAő , Dama da Rainha D. Margarida de Auſtria :

foy muy diſcreta ; nað caſou , e coſtumava dizer , que


Tom . XI. Ggg 0
a ogica
456 logori Geneal
Hiſtea

caſou
o nað fazia por naõ ter ſofrimento para fofrer hum
homem . Fundou duas Cellas com renda para dous menda

Monges nos Cartuxos de Laveiras. = D. LEONOR , for le


1 Freira em Santa Clara de Coimbra. FRANCISCO 14
BARRETO morreo na batalha de Alcacer em Africa Senho
nezes,
no anno de 1578 , ſendo muy moço , e de grandes ef
peranças . = D. FRANCISCA DE ARAGÃO , Dama Tange

da Rainha D. Catharina , que caſou com D. Joao de Mouri

Borja , como ſe verá adiante . E D. JOANNA DE prima


ARAGAõ caſou com Joaõ de Mendoça , e a ſua fuc pitao
ccſfað ſe dirá adiante. = D. BRITES DE ARAGAO , mao
que foy ſegunda mulher de Ayres Telles de Mene Caf

zes, que na India foy Capitao de Dio , e ſe achou de nado


pois na batalha de Alcacer com ElRey D. Sebaſtiao Cor
no anno de 1578 , onde foy cativo , e pouco depois mati

de reſgatado , morreo ; e era filho de André Telles da DRIG


Caſa de Sylva , tom . Sylva , Alcaide mòr da Covilhãa , Mordomo môr do
i foy
2. liv.9. cap .25. pag . Infante D. Luiz , Comnendador na Ordem de Chriſ

ilo
Les
3940 Qual
to , Embaixador em Caſtella , e de D. Brites Couti

nho , filha de Ruy Dias de Souſa , chamado o Cid ,

B
Commendador , e Capitað General de Alcacer Se
guer ; porém deſte matrimonio nað houve ſucceſſað.

E D. BRANCA DE VILHENA caſou com D. Joað de


Caſtello- Branco , e a ſua deſcendencia ſe verá adiante .

= D. MARIA DE ARAGAð caſou com D. Joao da


Cola , Commendador da Ordem de Aviz , e Pa 1

droeiro do Collegio de Santo Antañ , da Ordem de


1
Santo Agoſtinho , de quem foy terceira mulher , e nao

houverað ſucceſlað . = D. JERONYMA DE ARAGAO


caſou
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 457

caſou com ſeu primo com irmao Ruy Barreto , Com

mendador de Roda ) na Ordem de Chriſto , de quem


foy ſegunda mulher ſem ſucceſfað .

14 Ruy BARRETO foy Alcaide môr de Faro ,

Senhor da Quarteira. Caſou com D. Brites de Me

nezes , filha de D. Pedro de Menezes , Capitað de


Tangere, onde foy morto em hum combate com os

Mouros , e de D. Branca de Vilhena ſua mulher , e

prima, filha de ſeu tio D. Henrique de Menezes , Ca.

pitaõ de Tangere , Governador da Caſa do Civel , ir

maõ de ſeu pay D. Duarte de Menezes , Senhor da

Caſa de Tarouca , Capitað de Tangere , e V. Gover

nador da India , filhos de Dom Joao de Menezes , I.

Conde de Tarouca , e Prior do Crato , & c . e deſte

matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes: Nuno Ro

DRIGUES BARRETO ſuccedeo na Caſa de ſeu pay :

foy Alcaide môr de Faro , e Senhor do Morgado da

Quarteira ; e por ſer de pouco juizo , paſſou o Mor

gado a ſeu irmao : naõ caſou , nem teve filhos. = D.

BRANCA DE Vilhena , que morreo ſem eſtado.


= FRANCISCO BARRETO foy Senhor do Morgado

da Quarteira , e da mais Caſa de ſeus avós , em que

ſuccedeo a feu irmao . Quando ſeu primo Dom

Fernando de Borja paſſou por Vice -Rey de Perú ,

foy na ſua companhia , e naquelle Reyno foy Gover


nador de Calhao : nað caſou , e teve de huma mulher

principal natural da Nova Eſpanha a


16 Francisco BARRETO DE MENEZES , Con
mendador na Ordem de Chriſto > e de huma das da
Tom . XI. Ggg ii Ca
ica
458 Hiſtoria Genealog

COM
Caſa da India nos Direitos da Avintena de Sofala ,

que depois de ter ſervido na guerra de Alentejo , foy naque


dos C
Portugal Reſtaurado, por Meſtre de Campo General ao Eſtado do Braſil,
lon . l . com
Caſtriolo Luftano. e reſtaurou a Capitanîa de Pernambuco do poder dos
Historia da America , Hollandezes , de quem alcançou glorioſas vitorias 2 paz,
Jiv.5. pag. 322,6 3 33. lançando -os fóra daquella Capitania no anno de 1649 . Seruis

Eſtes relevantes ſerviços tivera ) por deſpacho , entre muita


1 a Cof
outrasmerces , a do titulo de Conde , que ſe verificou

eni ſua filha. Foy do Conſelho de Guerra , e Preſi feito

dente da Junta do Commercio : morreo a 24 de Ja no ai

neiro de 1688. Caſou duas vezes ; a primeira em 13 deixa

de Julho de 1665 com D. Maria Franciſca de Sá , viu erat

va de D. Antonio de Caſtro , Senhor da Caſa de Bal


gra
to : foy Senhora de Honor da Rainha D. Luiza, e filha Pe

de D. Franciſco de Sá e Menezes, II . Conde de Pena Ca

guiao , Camereiro môr , & c . e da Condeſſa D. Brites Pro

de Linia ſua ſegunda mulher , filha de D. Luiz Lobo , ferv

Senhor de Sarzedas ; a qual era viuva de Nuno Alva ra ,


res Botelho , Governador da India , de quem teve me

17 D. ANTONIA MARIA FRANCISCA BARRETO em

DE SA ', que foy Senliora da Caſa de ſeu pay , I. Con Pi


deſſa do Rio Grande , Senhora em quem concorre

rað grandes virtudes , e gravidade ; porque mereceo


reſpeito , e eſtimaçaõ entre as meſmas Senhoras de

ſeu tempo. Cafou em Outubro de 1684 com Lopo


Furtado de Mendoça , Commendador de Loulé , e

por ſua mulher Conde do Rio Grande. Começou


1
a ſervir deſde a idade de treze annos na Praça de Ma
zaga ) , que governava ſeu tio Chriftovao de Almada 1
con
¿
1
1

da Caſa Real Portug. Liv. XII. 459

com tanto fervor, que do ſeu deſtemido animo deu

naquella Praça repetidas provas com grande louvor


dos Cavalleiros exercitados naquelle modo de guerra
.
com os Mouros. Depois continuando o ſerviço na
paz , foy Meſtre de Campo dos Terços do Algarve ,

Setuval , e do da Armada Real, com que embarcou

muitas vezes nas Armadas , com que fahia a guardar


1
a Coſta ‫ ;ܪ‬e ultimamente Almirante da Armada Real , 1
1
feito no anno de 1702. Rota a guerra com Caſtella
!
no anno de 1704 , nað ſofrendo o animo do Conde

deixar de ſe achar na Campanha , aonde as occaſiões


erað infalliveis , e no mar nað tinha exercicio pela

graduaçao do ſeu poſto , alcançou licença delRey D.

Pedro II. para ſervir na terra ; e para ter exercicio na


Campanha lhe deu o poſto de General de Batalha na

Provincia de Alentejo , retendo o de Almirante :


ſervio na guerra , e achando -ſe em occaſiões de hon

ra , em que o ſeu valor ſe diſtinguio , foy depois no


meado Conſelheiro de Guerra . No anno de 1716 ,

em que ElRey D. Joao V. movido das inſtancias do

Papa Cleniente XI. mandou em foccorro da Igreja


huma Eſquadra ao Levante , embarcou o Conde do
Rio
por General da Eſquadra , como Almirante da

Armada Real; mas quando chegou aquelles mares

já ſe tinha retirado a Armada do Turco ; porém no

ſeguinte anno de 1717 tornou a meſma Eſquadra , e


combatendo com a Armada do Turco com grande

fortuna no Cabo de Matapan , conſeguio o Conde

nað menos gloria pela diſpoſiçaõ con que ordenou

1
g ica
460 Hiſtoria Genealo

Proy
o combate da ſua Eſquadra , do que pelo valor com
TA JUO
que a ſua náo peleijou com grande reputaçaõ das nof
fas Armas , e perda dos Turcos , como diſſemos no gur
de A
Capitulo VI. do Livro VI. O Papa por hum Breve
Barte
lhe agradeceo com muitas expreſſoens o que havia

Recolhido o Conde a Taro


obrado em ſerviço da Igreja.
Lisboa com a ſua Eſquadra inteira , em que ſe viao Mald

Fran
os ſinaes da peleija , e da vitoria , ElRey o honrou
muito , como merecia huma tao ſinalada occaſiao ede

e lhe fez merce por gratificaçao da Commenda de entre

Borba da Ordem de Aviz. Havia ſervido o Conde


17

alguns annos de Capitao da Guarda de S. Mageſtade luca


namenoridade de D. Luiz Innocencio de Caſtro , nao

9
gro
havendo tempo , em que nað ſe empregaſſe em o ſer
viço da Coroa com grande reputaçað ſempre. Fale

ceo a 20 de Novembro de 1730. Mandou- ſe ſepultar da

por devoçaõ na Igreja das Chagas. Foy o Conde BEL

ſobre valeroſo , muito bizarro , deſembaraçado , e ga

lante ; muy aceito , e favorecido delRey D. Pedro nho

II. que o eſtimou muito , ſendo hum dos Senhores Ba

da ſua confiança. Havia naſcido no anno de 1661 , de

e a 7 de Fevereiro fe lhe puzerað os Santos Oleos na

Fregueſia de Santa Catharina , como ſe vê no livro


dos aſſentos dos bautizados. Deſte matrimonio foy
unico

18 JOSEPH ANTONIO BARRETO FURTADO DE

MENDOÇA E MENEZES , que naſceo em o anno de

1688 ; e ſentando Praça no Regimento da Armada ,


foy Capitao de Infantaria , e depois de Cavallos na
Pro
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 461

Provincia de Alentejo , poſto com que ſervio na guer

ra juntamente com ſeu pay , a quem começando a ſe

guir no ardor Militar , morreo na flor da idade em 2

de Agoſto de 1707. Cafou ſegunda vez Franciſco

Barreto de Menezes com D. Margarida Juliana de

Tavora , que ficando viuva , foy mulher de Pedro

Maſcarenhas , depois Conde de Sandomil , filha de

Franciſco Botelho de Tavora , I. Conde de S. Miguel,


e de ſua nulher D. Cecilia de Tavora , de quem teve

entre outros filhos , que morreraõ de curta idade a

17 D. CECILIA DE MENEZES , que com heroica refo

luçað deixando a Caſa de ſeus pays, foy pedir o Habi

to das Deſcalças da Madre de Deos da primeira Re

gra de Santa Clara , e foy Abbadeſſa daquelle Real

Moſteiro . 17 D. THERESA , recolhida no Moſteiro

da Encarnaçaõ de Lisboa , onde faleceo ; e D. ISA


BEL , que tambem faleceo ſem Eſtado .

14 D. FRANCISCA DE ARAGAő , Dama da Rai

nha D. Catharina , e primeira filha de Nuno Rodrigues


Barreto , Alcaide môr de Loulé , e de D. Margarida

de Mendoça ſua mulher ; caſou com D. Joao de Bor

ja , de quem foy ſegunda mulher , Conde de Ficalho

em Portugal, que foy Védor da Fazenda , Commen

dador de Azuaga , e Treze da Ordem de Santiago


em Heſpanha , Embaixador a Alemanha , do Conſe

lho de Eſtado, Mordomo môr da Emperatriz Maria ,

mulher do Emperador Maximiliano II . e da Rainha

D. Maria , mulher delRey Filippe III. de Caſtella.

Era ſegundo filho de S. Franciſco de Borja , Prepo


fito
462 Hiſtoria Genealogica

Princ
ſito Geral da eſclarecida Companhia de JESUS , Du
Fema:
que de Gandia , Marquez de Lombay , Commenda
dor de la Reyna , Vice-Rey de Catalunha , Eltri de que

beiro mòr da Emperatriz D. Ifabel ; e morrendo no DE B

primeiro de Outubro de 1572 , foy beatificado pelo Abril

Papa Urbano VIII . a 24 de Novembro de 1624 , e II.

depois canonizado por Clemente X. em 12 de Abril 13


de 1671 ; e de ſua mulher D. Leonor de Caſtro , Da the,

ma da Emperatriz D. Iſabel , que morreo Marqueza IE

de Lombay a 27 de Março de 1546. Era filha de D. mor


Alvaro de Caſtro , Senhor do Morgado do Torrao , che TT

e de D. Iſabel de Mello ſua mulher , filha de Nuno te;


Rodrigues Barreto , Alcaide môr de Faro. Deſta pelle
uniao de D. Joao de Borja , e de D. Joanna de Ara : Bild

gað ſua ſegunda mulher , naſcerað os filhos ſeguin 168


tes :

14 D. FRANCISCO DE BORJA E ARAGAD , Con da F

de de Mayalde , Commendador de Azuaga , Vice des

Rey do Perú , que morreo em 25 de Outubro de her

1658 , havendo caſado con D. Anna Borja e Ara anin

ga ) , V. Princeza de Eſquilache, Condeſſa de Simari,


filha de D. Pedro de Borja e Aragao , IV . Principe 1
de Eſquilache , Conde de Simari , e da Princeza Dona

Iſabel Pinhatello ſua primeira mulher , filha de Dom

Heytor Pinhatello , II. Duque de Montelea) , III .

Conde de Borrelo , e de ſua ſegunda mulher a Du


queza Emilia Vintimiglia ; e deſte matrimonio naſce
1
rao D.JoaŐ DE BORJA , Conde de Simari , morreo
nioço . = D. MARIA DE BORJA E ARAGAő , VI .
Prin
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 463

Princeza de Eſquilache , & c . caſou com ſeu tio Dom

Fernando de Borja , Commendador mòr de Monteſa,


de
quem adiante ſe dirá . = D. FRANCISCA MARIA
+

DE BORJA E ARAGAŌ , que foy bautizada a 12 de

Abril de 1611 , e caſou con D. Franciſco Caſtelvi ,


II. Marquez de Laconi ſem ſucceſfað.

15 D. CARLOS DE BORJA , II . Conde de Fica

lho , adiante.

15 D. FERNANDO DE BORJA , Commendador
1
môr de Monteſa : caſou com a Princeza de Eſquila

che D. Maria de Borja e Araga) , como ſe dirá adian


te ; o qual teve natural a D. Franciſco de Borja , Ca

pella ) môr das Deſcalças de Madrid , eleito Biſpo de

Badajoz , e Oſma , e morreo a 16 de Fevereiro de

1685 .

15 D. ANTONIO DE BORJA , que ſeguio a vi

.
da Eccleſiaſtica Foy Collegial de S. Bartholomeu
de Salamanca , Chantre da Igreja de Toledo , Sumi
lher da Cortina delRey Filippe III. e morreo em o

anno de 1615 .

15 D. CARLOS DE BORJA , II. Conde de Fica

lho, filho fegundo , foy pelo ſeu caſamento Duque de

Villa-Hermoſa, Conde de Ribagorça , do Conſelho


de Eſtado, e Preſidente do Conſelho de Portugal em

Madrid . Caſou com D. Maria Luiza de Aragað ,

VII. Duqueza de Villa -Hermoſa , Condeſſa de Ri

bagorça , filha herdeira de D. Fernando de Araga ) ,

VI. Duque de Villa -Hermoſa , Conde de Ribagor

ça , & c. que faleceo a 6 de Novembro de 1592 , ha


Tom. XI. Hhh vendo
464 Hiſtoria Genealogica

vendo caſado com Dona Joanna Wernſtein , filha de liza

Vratislao , Barao Livre de Wernſtein , Cavaleiro do M

Tofað , Gra ) Chanceller de Bohemia ; e deſte matri ante

monio naſcerað os filhos ſeguintes : D. FERNANDO mon

. Duque
DE BORJA E ARAGAO , VIII de Villa-Her hom

moſa , com quem ſe continúa . = D. CARLOS DE exer

BORJA E ARAGAð morreo menino . D. FRAN vel


CISCO DE BORJA E ARAGAO , Cavalleiro da Ordem

de Santiago , e do Conſelho de Ordens. = SOROR quez


JOANNA DO ESPIRITO SANTO . = SOROR MARIA era

DA CONCEIÇÃő , ambas Freiras nas Deſcalças de Ma Cab


drid . D. Joao de BORJA E ARAGAO , que foy den

General da Cavallaria de Flandres , Gentil-homem da Fili

Caſa de Lara ,rom . 3. Camera de S. Mageſtade Catholica. Caſou com D. MA


liv, d . cap. 16,
Thereſa Antonia Manrique de Mendoça , VII. Mar ON
queza de Canhete ; e depois de celebrada eſta uniað del
IX . Duqueza de Naxera , e Maqueda , Condeſſa de danc

Trevinho, e de Valença , Marqueza de Elche , e de


Belmonte ; a qual era viuva , já havia caſado duas ve Bor
zes ; a primeira com D. Fernando de Faro , VI. Se Fic
nhor de Vimieiro , como fica eſcrito a pag. 152. e 639 .

do Tom . IX . e Antonio de
a ſegunda com D. Joað 1

Torres e Portugal , III. Conde de Villardompardo , 1


Senhor de Eſcanhuela, e de Fuenſomera , Alferes môr

de Jaen : e havendo- ſe celebrado eſte terceiro caſa 1


1
mento por procuraçao , e eſtando ſeu eſpoſo occupa

do no ſerviço de S. Mageftade Catholica , morreo


eſta Senhora a 17 de Fevereiro de 1657 , antes de que
l
pudeſſem viver juntos , e elle faleceo depois. Era fi
lha
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 465

lha de D. Joað Furtado de Mendoça , e de D. Maria

Manrique de Cardenas , V. Marquezes de Canhete :


antes tinha havido D. Joao de Borja fóra de matri

monio a D. CARLOS DE BORJA E ARAGAO , Gentil

homem da Caniera de S. Mageſtade Catholica ſem

exercicio , que caſou com D.Antonia de Navarra e ,


Velaſco , Marqueza de Cabrega , Senhora de Coſcom

rita , e Silanes , viuva de D. Joſeph de Gurrea , Mar

quez de Navarres , Veador da Caſa del Rey ; a qual

era filha de Dom Pedro de Navarra , I. Marquez de

Cabrega , Viſconde de Vilhalva , Cavalleiro da Or

dem de Santiago , Gentil-homem da boca delRey D.


Filippe IV . de Caſtella , e Veador da Rainha Dona

Maria Anna de Auſtria , e de D. Brites de Velaſco

Oſorio , Senhora de Coſcorita ; porém de nenhum


deſtes matrimonios teve ſucceſſað , e D. Carlos niu

dando de eſtado , ſe fez Clerigo de Miſſa.


* 16 D. FERNANDO DE GURREA ARAGAV E

BORJA , filho prinzogenito de D. Carlos , Conde de


Ficalho , e da Duqueza de Villa -Hermoſa , ſuccedeo

nos Eſtados de ſua māy , e na Caſa de ſeu pay , e foy

VIIL Duque de Villa -Hermoſa , Grande de Helpa

nha, Conde de Ficalho , Cavalleiro da Ordem de San

tiago , Gentil-homem da Camera de Sua Mageſtade


Catholica. Cafou duas vezes , a primeira com Dona

Luiza de Aragao , Condeſſa de Luna , fillia de Dom


Franciſco Gurrea , Conde de Luna ; e ſegunda vez

com D. Maria da Sylva , viuva de D. Gaſpar Ladron Caſa de Sylva, tord,


de Villa -Nova e Ferrer, III . Conde de Sinarcas, Vifo 2. liv, 10. cap. 1,
Tom . IX Hhh ii conde
a
466 ria logic
Hiſto Genea

72
conde de Chelva , Senhor das Baronîas de Sot , e
BA
Quartell : era filha de D. Diogo da Sylva Mendoça
che
e Portugal , I. Marquez de Orani , & c. porém deſte
bein
matrimonio nað teve ſucceſlav ; e de ſua primeira
‫ ܕܐ‬-e
mulher teve os dous filhos ſeguintes : D. MANOEL
DE GURREA ARAGAÕ E BORJA , Conde de Luna ,

que morreo primeiro , que ſeu pay ſem ſucceſfað no hun

anno de 1653 , havendo caſado com ſua prima Dona


for
Franciſca de Borja e Aragað , Princeza de Eſquilache.
= D. CARLOS DE ARAGAO BORJA ALAGON E GUR de
REA , IX . Duque de Villa -Hermoſa , Conde de Lu 369
na , de Saftago , e Ficalho , Senlior das Baronias de de

Pedrola , Erſa , e Pina , Cavalleiro do Tofaõ de Ou be

ro , Gentil-homem da Camera delRey, do Conſelho Bi

de Eſtado , Vice -Rey de Catalunha , e Governador C

de Flandres , que morreo ſem ſucceſfað a 14 de Agoſ ce

to de 1692 , ſendo caſado com D. Maria Henriques Od

de Guſmað , que morreo em Julho de 1695 , filha de do


D. Luiz , IX . Conde de Alva de Liſte , e da Condeſ

ſa D. Hypolita de Cordova ; e deixando por ſeus her

deiros univerſaes aos Padres da Companhia , fe lhe 1

oppuzerað os parentes com hum pleito , que correo 1

no Conſelho Real de Aragað , cujo ſucceſſo ignora


mos.

* 16 D. MARIA DE BORJA E ARAGAO , filha de

D. Franciſco de Borja , Principe de Eſquilache, Con

de de Mayalde , e da Princeza Anna de Borja , como

fica dito . Foy VI . Princeza de Eſquilache, Condeſſa


de Mayalde, e de Simari. Caſou com ſeu tio D. Fer
nando
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 467

nando de Borja , Commendador môr da Ordem de

Monteſa , e por eſte matrimonio Principe de Eſquila

che. Foy Vice-Rey de Valença , e Araga ) , Eſtri


beiro mòr delRey Filippe IV . e da Rainha , Sumi

lher de Corps do Principe D. Balthaſar , e morreo - a


28 de Novembro de 1665 ; e tendo havido filhos de

hum , e outro ſexo , veyo a fer herdeira ſua filha.

17. D.FRANCISCA DE BORJA E ARAGAő , que

foy VII. Princeza de Eſquilache, Condeſſa de Mayal

de , e de Simari , que morreo a 23 de Novembro de

1695. Calou duas vezes , a primeira com D. Manoel

de Aragao , Conde de Luna ſeu ſobrinho ſem ſucceſ

fa ) . Caſou ſegunda vez com D. Franciſco Idiaquez

Butron , e. Moxica , IV. Duque de Ciudad Real ,


Conde de Aramayona, Marquez de S. Damiao , Vi

ce-Rey de Catalunha , e Capitað General do Mar

Oceano , que morreo a 30 de Setembro de 1687 , ten

do havido deſte natrimonio o filho , e filha ſeguintes:

18 D. FRANCISCO IDIAQUEZ DE BORJA Bu .

TRON E MOXICA , IV . Duque de Ciudad Real ,

VIII. Principe de Eſquilache , Conde de Aramayo


na , Sinrari , e Mayalde. Cafou em 19 de Julho de
1682 com Dona Franciſca de Guſmað , Condeſla de

Villa Umbroſa , filha de D. Pedro de Guſmað , III.

Marquez de Montealegre , e de D. Maria Petronilla

Ninho de Porres Henriques e Guſma) , III . Condeſſa .


de Villa Umbroſa , e Caſtro - Novo , Marqueza de

Quintana ; a qual caſou ſegunda vez com D. Diogo

Fernando de Cordova , Marquez de Santilhan , irmao


do
a
468 Hiftoria Genealogic

do VIII. Duque de Seffa : porém o Duque D. Fran pita


Ma.
ciſco morreo ſem ſucceſia ) , e lhe ſuccedeo nos ſeus
Eſtados ſua irmãa . 136
mez
18 D. JOANNA MARIA IDIAQUEZ DE BORJA ,
Cor
IX . Princeza de Eſquilache , V. Duqueza de Ciudad
Real , Condella de Simari, de Aramayona ; a qual Serpa
da ar
morreo em 12 de Agoſto de 1712 , havendo caſado
duas vezes , a primeira a 21 de Mayo de 1685 com Fem

D. Antonio Pimentel de Ibarra , IV . Marquez de 2017

Tarracena , que morreo a 18 de Fevereiro de 1686 pallos

com a ſucceſfað ſeguinte. Caſou ſegunda vez a 24 doca


de Fevereiro de 1692 com D. Manoel Pimentel, IV . ttegu
Marquez de Malpica , e de Piovar , e Mirabel , de Na

quem já fizemos memoria 110 Capitulo II. do Liv. IX . rad

pag. 92. do Tom. X. ſem ſucceſfað ; e de ſeu primei mad


ro marido teve & c.
19 D. MARIA ANTONIA PIMENTEL DE BOR irmai

JA , X. Princeza de Eſquilache , VI. Duqueza de dor,

Ciudad Real, V. Marqueza de Tarracena , e S. Da de I


mia) , Condeſſa de Sinari , e de Aramayona , que Cor

naſceo em Agoſto de 1686, e caſou no anno de 1701 mic

com D. Luiz de Borja , Commendador de Sagra , e

Canet Caftellaõ de Anvers , filho dos IX . Duques 1

de Gandia , como fica eſcrito no Capitulo II. do Li. 1

vro IX . Q. III. pag. 79. do 'Tom . X.


Salazar de Caſtro , C4 . filha ſegunda de
14 D. JOANNA DE ARAGAO ,
1. cap.13. pag. 106. Nuno Rodrigues Barreto , Senhor da Quarteira , e 1
e Caja Farnejo , pago de Dona Leonor de Milá ſua mulher. Cafou com
567:
Joao de Mendoça , que no anno de 1548 foy por Ca R
pitao
da Caſa Real Portug: Liv . XII. 469

pitað môr da Armada da India com o deſpacho de

Malaca , e depois foy Governador da India no anno

1564 por ſucceſſao das Vias , que lhe durou poucos

mezes. Era filho quarto de Antonio de Mendoça ,


Commendador das Commendas de Veiros, Cano , e

Serpa na Ordem de Aviz , deſcendente por varonia

da antiquiſſima Familia de Mendoça , ſexto neto de

Fernað Furtado , ou Fernað Iniguez de Mendoça

( como lhe chama o Principe da Genealogia ) que

paſſou a Portugal , filho de D. Inigo Lopes de Men

doça , Senhor deſta Caſa , e IV . de Lodio , e Zai.

teguini , Rico-homem , que ſe achou na batalha das

Navas ; e de ſua niullier D. Leonor Furtado , Senho

ra de Mendivil, filha de Fernaõ Peres de Lara , cha

mado Furtado, Rico homem , Senhor de Eſcarrona,

& c . Mordomo môr delRey D. Sancho o Deſejado ,

irmað uterino delRey D. Affonſo VII. o Empera

dor , como filho da Rainha D. Urraca de Caſtella , e

de D. Pedro Gonçalves de Lara , Senhor deſta Caſa,

Conde de Lara , de Medina de la Torre , e de Mor

mojon , Duenhas , e Tariego: cuja filiaçað refere D.


Luiz de Salazar ,afiançada em Authores graves , e nað

vulgares fundamentos: nað era menos eſclarecido o


naſcimento de Fernað Furtado por ſeu pay , pois era

quinto neto do Conde D. Inigo Lopes , VI . Senhor

Soberano de Viſcaya , donde ſe derivou a illuſtre Fa

niilia de Mendoça . Deſte matrimonio naſceo unico

15 NUNO DE MENDOÇA , I. Conde de Val de

Reys , Conmmendador das Commendas de S. Lou

renço
470 Hiftoria Genealogica

bra,
renço da Villa de Covo , Santo André de Trazela , e
1626
S. Miguel de Armamar , Governador de Tangere ,

Preſidente da Meſa da Conſciencia , e Ordens, eleito


Cruze
Vice-Rey da India , que nao aceitou , e ultimamen

te Governador de Portugal com D. Antonio de Atai lugar


do de
de , Conde de Caſtro Dairo . Caſou com D. Giomar

da Sylva , filha de Luiz da Sylva Telles e Menezes que o


dens.
Senhor de Lamaroſa , Commendador de N. Senhora
de Campanhaa na Ordem de Chriſto , e de D. Iſabel deu 2

era
Pereira de Miranda e Berredo , filha de Franciſco Pe

reira de Miranda e Berredo , Capitao de Chaul ; e do de


imma
deſte matrimonio naſceraõ os filhos ſeguintes: Joao

DE MENDOÇA , que tomou o Habito dos Eremitas Ref

de Santo Agoſtinho , onde acabou a vida. = Lou put


RENÇO de MendoÇA , com quem ſe continúa. bil

= Luiz De MENDOÇA , que foy Commendador Co

na Ordem de Chriſto : ſervio na India , e morreo no fucc.

combate do grande Nuno Alvares Botelho no anno Peu

de 1626. Calou naquelle Eſtado com Dona Anna de mer

Mendoça , filha de Luiz Falcao , e de D. Iſabel de de

Azevedo ; de quem teve MANOEL DE MENDOÇA ,

que tendo caſado com D. Antonia de Caſtro , que

depois foy mulher de D. Pedro Henriques, nað teve


1
geraçað , e a D. CATHARINA DE MENDOÇA , que ca
ſou com André Telles de Menezes. ANTONIO

DE MENDOÇA eſtudou Canones em Coimbra , e foy

Porcioniſta do Collegio Real de S. Paulo , em que


1
entrou a 13 de Novembro de 1616 , Deputado do 1

Santo Officio da Inquiſiçaõ de Lisboa, e da de Coim (


!
bra,
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 471

bra , em que tomou juramento a 23 de Abril de


1626 , Deputado da Meſa da Conſciencia 9 e Or

dens , Sunilher da Cortina , Commiſſario Geral da

Cruzada , de que tomou poſle a 6 de Março de 1635 ,

lugar que occupou trinta e ſeis annos , Biſpo nomea

do de Lamego pelo Senhor Rey Dom Joað IV.


que o fez Preſidente da Meſa da Conſciencia , e Or

dens , em que entrou a 20 de Abril de 1654 ; e lhe

deu a adminiſtraçaõ do Morgado da Quarteira , que

era de ſeu avô , por ficar em Caſtella Dom Fernan

do de Borja , Principe de Eſquilache , ſeu primo com


irmað , em quem recahira a Caſa dos Barretos. Na

Regencia da Rainha Dona Luiza foy hum dos De

putados da Junta dos Tres Eſtados , e eleito Arce,

biſpo de Braga. ElRey D. Affonſo VI . o fez ſeu

Conſelheiro de Eſtado , e Miniſtro do Deſpacho : e

fuccedendo na Regencia do Reyno o Principe Dom


Pedro , o conſervou na meſma occupaça ) , e o no

meou Arcebiſpo de Lisboa em Setembro de 1668 ;

de que tirando Bullas Apoſtolicas , tomou poſſe ent


27 de Junho de 1669 por ſeu Procurador o Doutor

Eſteva ) Brioſo de Figueiredo , Vigario Geral de Lil


boa, e depois Biſpo de Pernambuco , e do Funchal .

Governou a Metropolitana Igreja de Lisboa com

grande zelo ; e pela juriſdicçaõ della teve vigoroſas

contendas com o Capellað môr Luiz de Souſa , a


quem depois dizia , que elle lhe havia de ſucceder na

meſma Igreja ; e que todas aquellas contendas , de

que fora vencedor , erað , e redundavað en ſeu pro


Tom . XI . Ii veito .
da
472 Hiſtoria Genealogica
de Souſa
veito . Foy Miniſtro integerrimo , e de grande au
Alguve.
thoridade , como moſtrou em todos os grandes luga
tiat. E
res , que occupou. Morreo de quaſi oitenta annos
branco
em 14 de Fevereiro de 1675. Nas ſuas Exequias pré
dor da !
gou D. Fr. Luiz da Sylva , Biſpo de Titiopoli , que
e D. M
depois o foy de Lamego, e da Guarda , e ultimamen

te Arcebiſpo de Evora. = FRANCISCO DE MENDO e Rege


ÇA , que ſeu pay teve fóra do matrimonio , e foy Re. cia de

branco
ligioſo Eremita de Santo Agoſtinho , em quem con

correraõ muitas partes , que o fizeraõ merecedor de e a fer


ve Os I
fer Prégador da Mageſtade delRey D. Joað IV .
BRAN
* 16 ° LOURENÇO DE MENDOÇA , foy Commen
dador de Fuzello na Ordem de Chriſto ; morreo em LUIZ

vida de ſeu pay. Caſou com Dona Maria de Ataide

de Noronha , filha de D. Franciſco Luiz de Noronha tado

e Albuquerque , VIII . Senhor de Villa - Vircude , e de rera

D. Catharina de Souſa ſua ſobrinha , filha herdeira de logo


D. Manoel de Souſa e Tavora , e de D. Brites de No LA

ronha , filha de D. Pedro de Noronha , VII . Senhor da o

de Villa - Verde ; de quem teve , entre outros , a Nu

NO DE MENDOÇA , II. Conde de Val de Reys ; e


a ſua ſucceſſað deixamos eſcrita no 0. IV . Capitulo M

IV . do Livro X. pag. 677 do Tomo X.


* 18 D. BRANCA DE VILHENA filha de D. Leo

nor de Milá , e de Nuno Rodrigues Barreto , Al


caide môr de Faro . Caſou com D. Joao de Caſtello 1

branco , Commendador de Aljeſur na Ordem de San (

tiago , e Senhor da Apoſentadoria de Lisboa , e San 1

tarem , que vendeo ao Apoſentador môr Lourenço d


de
R!

da Caſa Real Portug. Liv. XII. 473

de Souſa da Sylva ſeu ſobrinho : foy Governador do

Algarve, e do Conſelho de Eſtado delRey D. Sebaſ


tia ) . Era filho terceiro de D. Martinho de Caſtello

branco , I. Conde de Villa -Nova de Portimao , Vé

dor da Fazenda dos Reys D. Affonſo V. , D.Joa ) II.

e D. Manoel , Camereiro mòr delRey D. Joað III .


e Regedor das Juſtiças , &c . e da Condeſfà D. Me

cia de Noronha. Tinha ſido D. Joao de Caſtello


branco calado outra vez com D. Catharina Barreto ;

e a ſegunda com D. Branca de Vilhena , de quem te


ve os filhos ſeguintes: D. MANOEL DE CASTELLO

BRANCO , II . Conde de Villa- Nova , adiante . = D.

Luiz de CASTELLOBRANCO , que niorreo menino.

= D. MARIA DE ARAGA) , que morreo fem el


tado. = D. ANTONIA , e D. JERONYMA , que mor

rerað meninas. = D. LEONOR DE Mila , de que

logo ſe fará mençað. = D. MAGDALENA DE MI

LA , Religioſa no Moſteiro da Elperança de Lisboa ,

da Ordem Serafica , onde foy tres vezes Abbadeſla.


= D. BRITES DE MILA , = D. FRANCISCA De

Mila , duas vezes Abbadeſſa , = Dona ANNA DE

Mila ', todas Religioſas na Eſperança de Lisboa. 1

= D. JOANNA DE Mila' , Freira em o Moſteiro de


Odivellas, da Ordem de S. Bernardo.

15 D. LEONOR DE Mila' , que caſou com

ſeu primo com irmao D. Diogo de Caſtellobranco ,


que morreo no anno de 1578 na infelice batallia de

Alcacere com ElRey D. Sebaſtiaõ : era filho ſegun

do de Dom Franciſco de Caſtellobranco , Senhor da


Tom. XI. lii ii Caſa
474 Hiſtoria Genealogica

yoa ,
Caſa de Villa - Nova de Portimao , e Camereiro nôr
Calci
delRey D. Joað III . lugar que largou a ſeu cunha
de que
do Joao Rodrigues de Sá , Senhor de Sever , quan
Os fil
do entendeo , que o dito Rey lhe diminuía o favor ,
TURG
que lhe fazia , e nað goſtava da ſua peſſoa ; o qual
era irmað inteiro de D. Joao de Caſtellobranco aci Nova

ma ; e deſte matrimonio naſceraõ eſtes filhos: 16 D. BRAN

FRANCISCO DE CASTELLOBRANCO e D. MECIA , pois


Cam
que morreraõ de tenra idade . = D. BRANCA DE
BRAS
VILHENA , que foy herdeira da Caſa de Villa -Nova,
e caſou com ſeu tio D. Manoel de Caſtellobranco , TEO

II . Conde de Villa -Nova , como logo ſe dirá . = D. LHI

MARIA DE VILHENA , Freira emo Moſteiro de Odi gu


vellas . = D. MARIA DE VILHENA , Freira em o de

do
Moſteiro da Eſperança. = D. MARIA DE Mila ,

que morreo ſem ter elegido eſtado. fua


*
15 D. MANOEL DE CASTELLOBRANCO , que no

foy II . Conde de Villa -Nova , do Conſelho de Eſta mo

do , e Eſcrivao da Puridade ; e como tal aſſiſtio nas

Cortes , que ſe celebrara ) em Lisboa no anno de F

1619. ElRey Filippe II. lhe fez merce do titulo de

Conde de juro , diſpenſando huma vez na Ley Men


tal : Varað erudîto , prudente , e Chriſtao , com gran

de applicaçaõ às Mathematicas , e Genealogia , de

que eſcreveo livros ; e imprimio no anno de 1623


hum livro de Arvores de Coſtados dos Titulos , que

entað havia neſte Reyno , que conſervamos entre


outros. Caſou com ſua fobrinha D. Branca de Vi

lhena , que veyo a ſer herdeira do Morgado da Po


voa ,
da Caſa Real Portug. Liv. XII . 475

yoa , e Caſa de Villa -Nova , filha de D. Diogo de


Caſtellobranco , e de ſua irmãa D. Leonor de Milá ,
de que acima tratamos ; e deſte matrimonio naſcerað

os filhos ſeguintes : 16 D. GREGORIO THAUMA

TURGO DE CASTELLOBRANCO , III. Conde de Villa

Nova , adiante. = D. MARTINHO DE CASTELLO

BRANCO , que foy Conego da Sé de Lisboa , e de

pois Carmelita Deſcalço , donde ſe mudou para o


Carmo Calçado . = Dom DIOGO DE CASTELLO

BRANCO , que paſſou a India no anno de 1624 ; emor

reo ſolteiro , ſem geraçað. = D. MARIA DE V1


LHENA , que veyo a ſer herdeira da Caſa ; e foy ſe

gunda mulher de D. Luiz da Sylveira , III . Conde

de Sortelha , como deixamos eſcrito no Capitulo XIII.

do Livro XI . C. II . pag. 212 , onde ſe continúa a ſua


ſucceſſað . = D. FRANCISCA DE ARAGAO , Freira

no Moſteiro da Eſperança de Lisboa , onde ſe cha

mou D. Franciſca da Conceiçao , Religioſa de virtu


de , e exemplar vida. = D. LEONOR DE ARAGAO,
Freira no dito Moſteiro , onde ſe chanzou Leonor do

Preſepio. = D. BRANCA , e outros , que morrerað


de tenra idade.

16 D. GREGORIO THAUMATURGO DE CAS

TELLOBRANCO , foy III. Conde de Villa -Nova de

Portima ) , e Senhor de toda a Caſa de ſeu pay , e .


māy ; e por ſua mulher Senhor da Caſa de Sortelha, e 1

Goes , e Guarda mộr da peſſoa delRey , e foy o ulti

no , que teve eſte grande officio no tenpo do Senhor

Rey D. Joao IV . Faleceo a 11 de Abril de 1662 .


Cafou
d
476 Hiſtoria Genealogica

Cafou com ſua ſobrinha D. Branca de Vilhena da

Sylveira , que faleceo a 30 de Abril de 1649 , herdei

ra da Caſa de Sortella , filha de D. Luiz da Sylveira ,

III. Conde de Sortelha , Guarda nôr delRey ; e de 13


ſua mulher a Condeſſa D. Maria de Vilhena ſua ir D. Nu

māa , de quem nað teve ſucceſfaõ. Cafou ſegunda Leonor

vez com D. Guiomar de Caſtro , filha ſegunda de D. I1525 11


Franciſco de Faro , VII, Conde de Odemira ; e da Saboari
Condeſſa D. Maria da Sylveira , Livro VIII. Capitu Varo

lo XII. pag . 686 do Tomo IX. de quem nað teve ſuc dado
ceſlao . Caſou terceira vez com D. Marianna de
poisc
Com D.F
Lencaſtre, filha de D. Lourenço de Lencaſtre ,

mendador de Coruche ; e de D. Ignes de Noronha , go


como fica dito no Capitulo XXII. Livro XI . pag .
335 , de queni nað teve ſucceſlao . ben
Teve illegitimo dor
17 D. GREGORIO DE CASTELLOBRANCO , a
ſeu de S. Miguel
quem pay nomeou a Commenda D.I
de Tres Minas da Ordem de Chriſto , de grande em
rendimento , que por ſua morte foy unida ao Eſtado da
da Caſa de Bragança , por hum contrato , que Sua tah
Mageſtade fez com o Principe , como Duque de Bra
pi
gança , em recompenſa de certas Igrejas , que ſe def 1
unirao daquelle Padroado. Viveo no Porto , e ca
ſou com D. Franciſca de Souſa e Ataide , filha de

Diogo de Moura Coutinho , e de D. Anna de Souſa

Guedes , e nað tiverað geraçao.

8. IV .
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 477

Ø. IV .

13 D. MARIA DE ARAGA ) , filha fegunda de


D. Nuno Manoel , Senhor de Salvaterra , e de D.

Leonor de Milá ſua primeira mulher. No anno de

1525 lhe fez ElRey D. Joao III. merce de humas

Saboarias eni Traz os Montes . Caſou com D. Al Haro , liv.5.cap.4.pag.


361
varo de Cordova , Senhor de Valençuela , Commen
dador de Havanilha em a Ordem de Calatrava , de

pois de Mora na de Santiago , Eſtribeiro môr delRey


D. Filippe II . ſendo Principe ; e era filho de D. Dio

go Fernandes de Cordova , III. Conde de Cabra ,

Viſconde de Yſnagar , Senhor de Baena , Rute , Al

bendins , Alcaide môr de Alcalá a Real , e Governa

dor de Caſtella no anno de 1490 ; e de ſua ſegunda

mulher D. Franciſca de Zuniga e Lacerda , filha de


D. Diogo de Zuniga , Commendador de Baſtimentos

em a Ordem de Santiago , e de D. Joanna de Lacer


da e Caſtanheda , IV . Senhora de Vilhoria , e Val

tablado , Ventoſilha , la Palma , San Lucar , e Traf


pinedo , como eſcreve D. Luiz de Salazar ; e delte Hiftor. da Caſa de La
liv. 3.cap . 8. $ . 3 .
matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes : pag . 191 do iom.i ,

14 D. ANTONIO DE CORDOVA E ARAGAO ,


com quem ſe continúa. 1

14 D. JOAV de CORDOVA E ARAGAő , que

foy Gentil-homem da Boca delRey Filippe II . e ſeu

Embaixador em França ; o qual teve , como eſcreve

Haro , em D. Maria de Izaguirre , e Oquendo , don


zella

.
a
478 Hiſtoria Genealogic

zella principal , natural da Villa de Malagon , a D. da R

ELENA MARIA DE ARAGAO E CORDOVA , que admir


lezad
caſou com D. Franciſco Chiriboga e Horaa , Senhor
da Caſa , e Solar de Chiriboga , em o Ternio da Vil queza
la de Zeitona na Provincia de Guipuzcoa , como em nnore

outra parte diremos. ticas

14 D. ALVARO DE CORDOVA , Cavalleiro da conla

Ordem de Santiago , Camereiro delRey D. Filippe drid


II. Caſou duas vezes, a primeira com Dona Hippo Senha

lyta de Cardona , de quen teve D. HIPPOLYTA DE mad

CARDONA , mulher de D. Luiz Henriques, II.Conde que


de Villa-Flor , IX . de Alva de Liſte , Vice-Rey de

Indias , ſem ſucceſfaó . Caſou ſegunda vez com D. mu


Ignes de Alagon , de quem teve a D. ChristovA ] dia

DE CORDOVA , Gentil-homem da Boca delRey Ca DE


tholico.
Fu
14 D. JOANNA DE CORDOVA caſou em Italia DOS

com Claudio Landi , III. Principe de Valditaro , co


mo adiante veremos.

14 D. MARIANNA DE CORDOVA caſou com


N. : Conde de Hollanda.

14 D. LEONOR DE MLA ' E CORDOVA ca

ſou com D. Alvaro de Portugal , II. Conde de Gel


ves , cuja illuſtriſſima ſucceſfað deixamos eſcrita no

Livro IX . Parte II . Capitulo II . pag . 456 do Tomo X.


14 D. MARIA DE ARAGAõ , que foy Dama
da Rainha D. Maria de Inglaterra , ſegunda mulher

del Rey Filippe o Prudente , e depois da Rainha D.


Iſabel de la Paz ſua terceira mulher , e ultimamente -
da
da Caſa Real Portug. Liv.XII. 479

da Rainha D. Anna de Auſtria ; e ſendo dotada de

admiraveis partes , que fazia ) mais agradaveis a bel

leza do ſeu corpo , que com qualidade illuſtre , e ri- Quintanaduen . Grau .

queza a faziao pretendida de muitos , e grandes Se- dez. de Madrid , cap.


100. pag.426 .
nhores : porém nað dando ouvidos a femelhantes pra

ticas , por ter eſcollido mais alto Eſpoſo , tendo- ſe

conſagrado a perpetua caſtidade , fundou em Ma

drid o Collegio dos Agoſtinhos , dedicado a Noſſa


Senhora da Encarnaçaõ , que commummiente he cha

mado de D. Maria de Aragað , fabrica nobre , em


que ſe vêm as ſuas Armas.

14 D. FRANCISCA DE CORDOVA E ARAGAV ,

mulher de D. Joað da Cunlia , VI. Conde de Buen

dia , ſem ſucceſfað . = D. GONÇALO FERNANDES

de CORDOVA , que morreo ſem geraçað . = Dom


}
FILIPPEDE CORDOVA. D. DIOGO DE COR
DOVA .

14 D. ANTONIO DE CORDOVA E ARAGAő ,

Senhor de Valençuela , Eſtribeiro môr delRey D.


Filippe II . de Caſtella , Conimendador de Mora ,

dos Barrios , e Corral de Almaguer na Ordem de

Santiago. Caſou com Dona Policena de Ungana


da , e teve os filhos ſeguintes :

15 D. ANTONIO FERNANDES DE CORDOVA

E ARAGA ) , I. Marquez de Valençuela , com quem


ſe continúa. Dom PEDRO DE CORDOVA E
1
CASTELLA . = DONA MAGDALENA DE COR
DOVA 2
Freira em Sao Doningos o Real de Ma
drid .

Tom . XI. Kkk D.

1
1
gica
480 Histori
a Genealo

15 D. ANTONIO FERNANDES DE CORDOVA ça e .


ſem do
E ARAGAO , I.Marquez de Valençuela , Senhor de
* 16
Taha de Orgiva , e Lugar de Buſquitar , Cavalleiro
Haro , part.2. liv. 6. da Ordem de Calatrava. Calou tres vezes , a pri DOVA
cap . 16 ,
nhora
meira com D. Luiza de Ayala , filha de D. Athana

fio de Ayala , II. Conde de Salvaterra , de Alava , e Calou

Ampudia ; e de ſua ſegunda mulher D. Iſabel Ro. de Ca

drigues de Zevallos , de quem teve : = * 16 D. Al duy;

VARO Luiz , II . Marquez de Valençuela , adiante. va ;


D. POLICENA e D. LUIZA , Freiras. Caſou Salaz:
nior
ſegunda vez com D. Anna Maria de Cordova , de

quem teve

16 D. URSULA DE CORDOVA , que caſou Сог

com D. Gaſpar de Teive Tello e Guſmaó , I. Mar Sen

quez de la Fuente , adiante . Caſou terceira vez com ter

D. Antonia Bracanionte , irmãa de D. Joao , I. Mar caſo


quez de Fuente el Sol, filhos de Moſen Rubin de herd
Bracamonte , VI . Senhor de Fuente el Sol , e V. de del

Ceſpedoſa , Commendador de Villa-Rubia, Alcaide Ord


môr de Calatrava ; e de ſua mulher D. Joanna Zapa La
ta de Mendoça , irmãa do Cardeal Zapata , Inquiſi Te

dor Geral de Heſpanha , e filhos de D. Franciſco Za ;;


, cap. 9.pag. nos. pata de Ciſneros , Conde de Barajas , de quem tevea
hita
D. JOANNA DE CORDOVA , que caſou com Doni

Joað Alvares de Toledo , fillo primogenito de Dom

Eugenio Alvares de Toledo Ponce de Leon e Luna,


11. Conde de Cedilho , Notario mayor do Reyno de

Granada , Senhor de Mancanequa , Moratalz , e To


zenaque ; e da Condeſſa D. Luiza Maria de Mendo

ça
.

da Caſa Real Portug. Liv. Xll. 481


1

ça e Salazar ; porém morreo em vida de ſeu pay , 1


ſem deixar ſucceſlao.

16 D. ALVARO LUIZ FERNANDES DE COR

DOVA E AYALA , II. Marquez de Valençuela , Se

nhor de Taha de Orgiva , e Lugar de Buſquitar.

Caſou com D. Anna de Caſtella , filha de D. Diogo


de Caſtella , VIII. Senhor de Gor , Herrera , e Bolo

duy ; e de ſua ſegunda mulher D. Elvira de la Cue


ya ; de cujos eſclarecidos aſcendentes faz mençao

Salazar de Caſtro na Caſa de Lara ; e deſte matrimo- Hiftor. da Caſa deLa.


ra , liv, 10. cap.4. pag
679
nio naſceo
17 D. ANTONIO DOMINGOS FERNANDES DE

CORDOVA E AYALA , III. Marquez de Valençuela ,

Senhor de Taha de Orgiva , Commendador de El

tremera, e Valdaracere na Ordem de Santiago , que

caſou com D. Joanna Laſſo de Caſtella , irmãa , e

herdeira de D. Joſeph Laſſo de Caſtella , II. Conde


de Villa -Manrique , Commendador de Almazan na

Ordem de S. Joaó de Malta , filhos de D. Franciſco

Laſſo de Caſtella , I. Conde de Villa -Manrique do


Tejo , Commendador dos Barrios na Ordem de San

tiago, Védor da Caſa delRey ; e da Condeſſa Dona

Maria de Villaroel e Peralta , filha de D. Joſeph de

Villaroel e Peralta , Viſconde de la Frontera , de


quem faz memoria Salazar na Caſa de Lara , e no lu

gar acima citado da eſclarecida aſcendencia do Coi

Manrique, ſexto neto del Rey D. Pedro


de de Villa-
de Caſtella , o Cruel; e deſta eſclarecida uniao tiverað
18 D. ANNA DE CORDOVA E CASTELLA ,
Tom . XI . Kkk i IV.

1
482 Hiſtoria Genealogica

IV . Marqueza de Valenzuela , adiante . = D. Lur

ZA FERNANDES DE CORDOVA E CASTELLA caſou

no anno de 1685 com D. Egas Salvador Venegas de

Cordova , III . Conde de Luque , Senhor de Benaha


vis , Daidin , Salobral , e do Valle , Alferes môr de

Granada , e Gibraltar ; e nao tiveraõ filhos. = D.

MARIA JOSEFA DE CORDOVA . = D. FRANCIS

CA DE CORDOVA , cujo eſtado ignoramos.


18 D. ANNA DE CORDOVA E CASTELLA ,

IV.Marqueza de Valençuela , e herdeira da mais Ca

fa de ſeu pay . Cafou em Granada a 12 de Feverei

ro de 1685 com D. Jofeph Venegas de Cordova e


Vilhegas , Senhor de la Torre de los Barrios , e Re

gedor de Preeminencias de Gibraltar ; e tivera) Dom


FRANCISCO ANTONIO de CORDOVA , V. Marquez

de Valençuela. = D. MANOEL JOSEPH . = D. Jo


ANNA MARGARIDA , Marqueza de Alhedin . D.
MARIA ANTONIA . = D. ANTONIA .

16 D. URSULA DE CORDOVA filha do I. Mar

quez de Valençuela D. Antonio , e de ſua ſegunda


mulher a Marqueza D. Anna Maria de Cordova ,
que morreo no anno de 1642. Caſou com D. Gal

par de Teive Tello e Guſmað , I. Marquez de la Fu


ente , Conde de Benazuza , Cavalleiro da Ordem de

Santiago , Acimilero mayor de Filippe IV . e feu


Gentil-homem da Camera , Alcaide môr , e Eſcrivao

môr do Julgado de Sevilha , Embaixador em Vene


za , França , e Alemanha , do Conſelho , e Camera de

Indias , e dos de Eſtado , e Guerra , de quem foy pri.


meira
da Caſa Real Portug. Liv.XII. 483

meira mulher. Era filho de D. Franciſco Tello de

Guſmað , e de D. Antonia de Teive , filha de D. Bel

chior de Teive , do Conſelho da Camera de Caſtel

la , e do Conſelho de Guerra , que eſcreveo a Caſa

de Sandoval com notavel applicaçao ; (era fillo de D.

Gaſpar de Teive , Cavalleiro da Ordem de Chriſto ,


Eſribeiro môr da Princeza de Portugal D. Joanna ;

e de D. Anna de Brito ) e de ſua mulher Dona Maria


Tello de Guſmað , Senhora de Lerena , e da Alcai

daria môr de Sevilha , e Eſcrivao do ſeu Julgado ; fic

lha de D. Pedro Tello de Guſmað , Senhor de Le

rena , Cavalleiro da Ordem de Santiago , Alcaide môr


de Sevilha , e Eſcrivað môr do ſeu Julgado ; e a ſua
afcendencia eſcreve D. Luiz de Salazar na Caſa de caf & de Lara , liv, 20

Lara ; e deſte matrimonio naſcerað os filhos ſeguin- Cap.2 3. pag.491 .


tes : = D. GASPAR DE TEIVE TELLO , que foy

II . Marquez de la Fuente , Conde de Benazuza , Gen


til-homem da Camera do Emperador , e Embaixador

en França , que morreo ſem Tucceſſað ; havendo ca


ſado com D. Luiza Oſorio , filha dos II . Condes de
Villalva. = D. IGNEZ MARIA DE Teive , Dama

da Rainha D. Iſabel , que caſou com o Marquez de

Florencia , Fidalgo Milanez , de quem teve o Mar

quez D. JERONYMO DE FLORENCIA , que fuccedeo


neſtas Caſas por merce de ſeu tio Dom Gaſpar , II.

Marquez de la Fuente . = D.GASPAR . = D. João

DE TEive , que foy Menino Fidalgo da Rainha , e

Conego de Sevillia ; e D. THERESA DE TEIVE, que


ſendo Dama da Rainha , morreo em Palacio a 8 de
Outubro de 1684 .
D.
484 Hiftoria Genealogica

CORDOVA , primeira filha de Tal


Principes de Valditaro, 14 D. JOANNA DE

de D. Alvaro de Cordova , Senhor de Valençuela ; e CO D.

de ſua mulher D. Maria de Aragao , deixou eſclarecida 17


Nobil. de Ital. part, l : deſcendencia. Caſou com Claudio Landi , III. Prin ede T
Nar. 2. cap.4 .
e tiver
cipe de Valditaro , da illuſtre Familia de ſeu appelli

do de Placencia , que produzio eſclarecidos ramos , pe de

como eſcreveo Joao Pedro de Creſcenzi em os ſeus N.

livros , que intitulou : Corona de la Nobilità de Ita Rolan

lia ; e deſte matrimonio naſcerað : = * 15 D. FE tes:

DERICO LANDI , IV . Principe de Valditaro , adiante. cafou


- 15 D. MARIA LANDI , mulher de D. Hercules MILLS

Grimaldi, Principe de Monaco , adiante . 15 D.

FEDERICO LANDI , que foy IV . Principe de Valdi di,5


taro , Cavalleiro do Toſao de Ouro , & c. Caſou per
com Placida Eſpinola , Dama principaliſſinia de Li g22
guria ; e deſte matrimonio naſceo di ,
16 D. HIPPOLYTA MARIA LANDI , V. Prin 110 1
Principes de Melit.
ceza de Valditaro , e herdeira univerſal deſta Caſa. II.
Glor, da Caſa Farne- Caſou com Paga ) , depois Joað André Doria , V. cor
se , pag.356
Principe de Melfi, Marquez de Torriglia , Condede Joi
Lovano , Cavalleiro do Toſaõ de Ouro , filho de An lo

dré Doria , III . Principe de Melfi ; e da Princeza D. I

Joanna Colona , filha de Fabricio Colona , Principe

de Paliano ; e de Anna Borromeo , irmãa de S. Car

los ; e deſta eſclarecida unia) naſceraõ os filhos ſe

guintes: = 17 ANDRE' DORIA , VI . Principe de

Melhi , &c . com quem ſe continúa. = FEDERICO

DORIA . = Pagan Doria . = JUANETIN DORIA ,


= D. Filippe DORIA , Commendador das Caſas
de
1
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 485

de Talavera na Ordem de Calatrava . E FRANCIS

co DORIA . = D. CARLOS DORIA .

17 Andre DORIA , VI. Principe de Melfi ,

e de Valditaro , &c . Caſou com Violante Lomelin ;


e tiveraõ * 18 Joað ANDRE DORIA , VII . Princi

pe de Melfi, e de Valditaro , & c . que caſou com


N ... . Pamfilio , filha de Camillo , Principe de

Roſano , e S. Martin ; e teve os dous filhos ſeguin


tes : = ANDRE DORIA , Marquez de Bardi , que
caſou com D. Livia Centurion , e Palaveſin ; e a Ca.
MILLO DORIA .

15 D. MARIA LANDI , filha de Claudio Lan- Principes de Monaco.

di , Principe de Valditaro , e do Sacro Romano Im

perio ; e da Princeza D. Joanna de Cordova , e Ara- P. Anfelme, Hiß ,Ge


meal, de Franc. tom . 4 .
gað. Cafou no anno de 1595 coni Hercules Grimal- pag.497

di , I. do nome , Principe de Monaco , que morreo

no anno de 1624 ; e tiverað : S 16 HONORATO ,

II . do nome , Principe de Monaco , com quem ſe


continúa.. 16 JOANNA GRIMALDI caſou com

Joao Jacobo Theodoro Trinvulce , Principe de Mo


ſoco , adiante . = MARIA CLAUDIA GRIMALDI ,

Religioſa Carmelita em Genova .


*
16 HONORATO GRIMALDI , II . do nome , Prin

cipe de Monaco , Duque de Valentinois , Par de

França , Conde de Carladez , Barao de Clavinet , de

Beaux , e de Buis , & c . pelo ſeu valor , e de ſeu filho

Hercules Marquez de Beaux , lançou fóra da Cida


do de Monaco a guarniçað Heſpanhola , que havia

algum tempo occupava Monaco ; depois a tomou o


Mar

1
ic a
486 Hiſtoria Genealog

Marquez de Campagna, Conde de Canouſe , Caval huma


leiro do Toſao de Ouro ; e no anno de 1641 tomou de 16
o Principe a protecçaõ delRey Luiz XIII. que o re de id
cebeo com as condições, que ſe tratarað en Perona lia F
a 8 de Julho de 1641 , que ſe reduzia ) a que os Eſta nhor
dos , que tinha em Napoles , e Milað , ſe os Heſpa 1670
nhoes lhos confiſcaſſem , lle daria em outros hum
GRIE
equivalente em França . Depois erigio o Ducado de tinue
Valentinois a ſeu favor , com outras merces е о
que
creou Cavalleiro das ſuas Ordens no Campo de Per POL
pinha ) a 22 de Mayo de 1642 ; havendo elle antes
164
reſtituido o Colar do Tofaõ de Ouro a El Rey de

B
Heſpanha , Graõ Meſtre daquella Ordem ; e lhe deu &

9

o Ducado de Valentinois , e o Condado de Carladez
fi
em Auvergne , e a Baronía de Clavinet na meſma
3
e a Baronía de Beaux na Provença , e a de
I'rovincia ,

Buis no Delfinado. Foy eſte Principe ornado de bel

las partes ; e eſcreveo Taboas Genealogicas da ſua


Cala Grimaldi, publicadas por Carlos de Venaſque
ſeu Secretario no anno de 1647. Morreo a 10 de
r
Janeiro de 1662. Caſou com a Princeza Hippolyta
Trivulce , filha de Theodoro Carlos Trivulce , Con

de de Melce ; e de Catharina Gonzaga , que morreo


no anno de 1638 , de quem
naſceo = 17 HERCU

LES GRIMALDI, II . do nome , Marquez de Beaux ,


Cavalleiro da Ordem de Alcantara , qık elle largou ;

e foy deſtinado para as delRey de França , quando


nte deſpa
elle tiveſſe idade. Morreo deſgraçadame
ente da maõ de
rando -ſe huna eſpingarda inopinadam
huma
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 487

huma das ſuas guardas , atirando ao alvo , no anno

de 1651 , nao contando mais que vinte e ſete annos

de idade. Caſou no anno de 1641 com Maria Aure.


lia Eſpinola , filha herdeira de Lucas Eſpinola , Se

nhor de Molfete , que morreo a 29 de Setembro de



1670 ; e tiveraõ a ſucceſſao ſeguinte: 18 LUIZ

GRIMALDI , Principe de Monaco , com quem ſe con

tinúa. Carlos Luiz Francisco GRIMALDI ,

que morreo moço no anno de 1652. = MARIA Hip

POLYTA GRIMALDI , que naſceo a 8 de Mayo de


1644 ; e caſou em 1656 com Carlos Manoel Feliber

to de Simiane , Marquez de Livorno , de Roato ,


&c. Cavalleiro da Ordem da Annunciada , de quem

fizemos mençaõ no Tomo III. deſta Hiſtoria , pag.

353 , de quem teve , além dos dous filhos , que na

quelle lugar referimos , que morrerað ſem fucceſfað ,


a N. . DE SIMIANE , que caſou em Genova , de
quem nao temos noticia. = Sua irmãa JOANNA

MARIA GRIMALDI naſceo a 4 de Junho de 1645 , e

caſou com André Imperiali , I. Principe de Tranque


ville , ſobrinho do Cardeal Imperiali ; e por ſua nior
te com Ambroſio Marquez Doria. DEVOTA

MARIA REYNALDA GRIMALDI naſceo a 4 de Se

tembro de 1646 , Religioſa Dominica em Genova,


onde ſe chamou Thereſa Maria . THERESA MA

RIA GRIMALDI naſceo no anno de 1648 , e caſou no

de 1671 com Segiſmundo Franciſco de Eſte , Mar

quez de S. Martine de Lanzo , de quem já deixamos


feita meniɔria no Tomo III. deſta Obra , pag. 351.
Tom . XI . LII E

1
488 ia ogica
Hiſtor Geneal
GRIE
E foy a ultima HIPPOLITA MARIA GRIMALDI ,
NORA
Religioſa Carmelita Deſcalça em Genova , e ſe cha
de 16€
mou Thereſa Maria de S. Jofeph .
depoi
* 18 LUIZ GRIMALDI , Principe de Monaco ,
nero
Duque de Valentinois , Par de França , Marquez de
Beaux , Conde de Carladez , & c . nafceo a 25 de pois a
Teiro
Julho de 1642. Achou -ſe na batalha naval , dada no
CeO 2
Texel pelos Hollandezes contra os Inglezes a ni de
çao e
Julho de 1666 , em que ſe diſtinguio ; foy Cavalleiro
naſce
do Santo Eſpirito : ſeguindo o partido de França , foy
Enbaixador de Luiz XIV . na Corte de Roma no Mor

anno de 1698 , onde em virtude das ordens de feu meil

dor
Amo , conferio a Ordem do Eſpirito Santo aos dous
bre
Principes de Sobieski, filhos de Joao Sobieski , Rey
GA
de Polonia. Morreo a 3 de Janeiro de 1701 em Row
ma > donde foy trasladado a Monaco . Caſou em mo

30 de Março de 1660 com a Princeza Catharina LE

Charlota de Gramont , que morreo de idade de trin


ta e nove annos a 4 de Junho de 1678 , filha de An ma

tonio , Duque deGramont , Par , e Marichal de Fran

ça , Soberano de Bidache , Conde de Guiche , e de

Louvigni , Vice -Rey de Navarra , e de Bearne , Go


vernador de Bayona , e Cavalleiro da Ordem do San

to Eſpirito , hum dos grandes Generaes do ſeculo


paſſado , que morreo a 12 deJulho de 1678 ; e de ſua

nulher Franciſca Margarida de Chivrè , filha de Hei


tor de Chivrè , Senhor de Du Pleſſis , e de Fraze , e
de Rabeſtan , e de Maria de Conan ſua mulher , de
19 ANTONIO
quem teve os filhos ſeguintes : =
GRI
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 489

GRIMALDI , Principe de Monaco , adiante. = Ho

NORATO GRIMALDI, que naſceo a 31 de Dezembro

de 1669 , e foy Cavalleiro de Malta , que largou ; e

depois foy Abbade de Sao Maixant em Poitou , Co

nego de Strasbourg , e Arcediago de Beſançon , e de

pois Arcebiſpo deſta Igreja , e lagrado a 4 de Feve


reiro de 1725. = MARIA THERESA GRIMALDI naf

ceo a 24 de Fevereiro de 1662 , Religioſa da Viſita


çaõ em Monaco. = Anna HIPPOLYTA GRIMALDI

naſceo em 1667 , e caſou a 18 de Janeiro de 1696 com

Monſ. Joao Carlos Cruſſol , Duque de Uzez , pri

meiro Par de França , Principe de Soyon , Governa

dor de Xaintonge , e Angoumois ; a qual morreo fo


bre parto a 23 de Julio de 1700 , de quem teve MAR

GARIDA Crussol , que naſceo no anno de 1699 ;

morreo nenina : e AnnA CHARLOTA DE CRussol ,

que morreo a 15 de Março de 1706. = JOANNA

MARIA GRIMALDI , Religioſa na Viſitaçao de Mo

naco , depois Coadjutora da Abbadia Real junto de

Compiegne no anno de 1716. = AMALIA GRIMAL


DI ,
ultima filha do Principe Luiz Grimaldi , chama
da Mademoiſele de Beaux .
*
19 ANTONIO GRIMALDI , Principe Soberano de

Monaco , Duque de Valentinois , Par de França ,


Marquez de Beaux , Conde de Carrades , Livre Baraó

de Buys , e Calvinet , Senhor del Remigio , e Caval


leiro da Ordem de Santo Eſpirito , & c . naſceo a 27

de Janeiro de 1667 , e morreo a 21 de Fevereiro de


1731. Caſou em 13 de Junho de 1688 com a Prin
Tom. XI. Lll ü ceza
490 Hiſtoria Genealogica

ceza Maria de Lorena , e morreo a 30 de Outubro

de 1724 , irmãa da Duqueza do Cadaval D. Marga


rida ; e filhas de Luiz Conde de Armagnac , Eſtribei

ro môr delRey de França , e de Madama Catharina

de Neufville Ville-Roy ; e deſte eſclarecido matrimo


nio naſcerao : CATHARINA ANTONIA GRIMAL

DI naſceo a 7 de Outubro de 1690 , que morreo a


18 de Junho de 1696 . 20 Luiza HIPPOLYTA

GRIMALDI , Duqueza Soberana de Monaco , &c .


com quem ſe continúa. = MARGARIDA CAMILLA
GRIMALDI naſceo ao primeiro de Mayo de 1700 .

Caſou a 16 de Abril de 1720 com Luiz de Gand Me

ro de Montmorency , Principe de Iſenghien , e Maf


mines , Cavalleiro das Ordens delRey , Meſtre de

Campo General em Liła , de quem foy terceira mu


lher.

20 LUIZA HIPPOLYTA GRIMALDI naſceo a 10

de Novembro de 1697 , Princeza Soberana de Mona

co , Duqueza de Valentinois & c. e morreo a 29 de

Dezembro de 1731. Caſou a 20 de Outubro de 1715

com Jaques Franciſco Leonor de Goyon , Senhor de

Matignon , Conde de Thorigny , Par de França ,


Meſtre de Canipo General em Normandia , Senhor

de Eſtouteville , que naſceo a 22 de Novembro de

1689 , filho de Jaques , Senhor de Matignon , de la


Goyon , Senhor do Ducado de # ſtouteville ,
Roche-

Conde de Thorigny , de Gournay , de la Ferte , e de


Montmartin , Caſtella ) de Condê em Noireau , e de

Hambie , Baraõ de Le , de Moyon , de la Roche


Teſſon ,
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 491

Teſſon , e de Gatteville , Cavalleiro das Ordens del. Hiß. Geneal. de Frans

Rey ; e de Charlota de Matignon ſua fobrinha , filha " , com.so

de ſeu irmao Henrique , Senhor de Matignon , Mar


quez de Lonray ; e de ſua mulher Maria Franciſca

Tellier , filha herdeira de Franciſco le Tellier , Mar

quez de Luthumiere , e de Charlota de Bec. Foy

Jaques Franciſco Leonor de Matignon por eſte ca

ſamento Duque de Valentinois , Par de França , de

Rey Luiz
que lhe paſſou El XV . novas Cartas de Geneal. Hist.des Roys;

erecçao em Dezembro de 1715 ; ſendo o contrato Empereurs,et lesMaia


deſtecaſamento , que nem elle , nem os ſeus deſcen- 2. pag.401, impr.em .

dentes uſaria ) ſenaõ deſte titulo , coni as Armas de 1736,

Grimaldi , ſem que nem elle , nem ſeus deſcenden

tes pudeſſem ajuntar outro appellido ao de Grimaldi ,

nem eſquartelar o Eſcudo com outras Armas . Por


morte de ſeu ſogro ſuccedeo na Soberanía do Princi

pado de Monaco . Deſte matrimonio tem havido os


filhos ſeguintes : = 21 Antonio Carlos MARIA

GRIMALDI , que naſceo a 16 de Dezembro de 1717

Marquez de Beaux ; e morreo em Fevereiro de 1718 .


= 21 CHARLOTA GRIMALDI , Damoiſelle de Mo

naco , naſceo em Mayo de 1719. 21 HONORA


TO CAMILLO LEONOR GRIMALDI naſceo em Pariz

a 10 de Setembro de 1720. He Principe Soberano de

Monaco , de Menton , e de Requebrune , Duque de

Valentinois , Par de França , Marquez de Beaux ,


Conde de Carladez , Barao de Buys , e de Calvinet ,

Senhor de S. Remi , &c. em que ſuccedeo a ſua


mãy no anno de 1731 neſta Soberanía , e mais Eſta
dos .
492 Hiſtoria Genealogica

dos. = 21 MARIANNO Carlos AUGUSTO GRI morter

MALDI , Marquez de Carladez , naſceo no primeiro de Ca


de Janeiro de 1722 , Senhor do Ducado de Eſtoute Melhi
ville . 21 N...
21 N. . GRIMALDI naſceo a 9 de Ju
de Ca
nho de 1723 ; morreo pouco depois de ter naſcido.
Marg
= 21 FRANCISCO CARLOS MAGDALENO JOSEPH

GRIMALDI , Conde de Eſtouteville , naſceo a 5 de


cipe &
Fevereiro de 1726. = 21 CARLOS MAURICIO GRI VULCI
MALDI , chamado o Cavalleiro de Monaco , naſceo Alvit
a 14 de Mayo de 1727 ; he Cavalleiro de Malta. X
I
E 21 MARIA FRANCISCA THERESA GRIMALDI,
cipe
Madamoiſelle de Valentinois , naſceo a 20 de Jullio
nhia
de 1728. 21 Luiza MARIA GRIMALDI , chama de
da Madamoiſelle de Beaux , naſceo a 21 de Julho de
for
1724 ; morreo a 15 de Setembro ſeguinte. cia
16 A Princeza JOANNA GRIMALDI , filha de de
Hercules Grimaldi , Principe de Monaco , e da Prin
gao
ceza Maria Landi , morreo de parto no anno de 1620. Tida
Caſou com Joað Jacobo Theodoro Trivulce, I. Prin
AK
cipe do Sacro Romano Imperio , e de Mofoco ,
ly
Grande de Heſpanha da primeira claſſe , Conde de C.
Melfi ; naſceo no anno de 1595 : mandou a Cavalla e
ria delRey Filippe em Mila ) , e foy Commiſſario do
1
Emperador em Italia , a quem ſervio muito. Depois 1
da morte de ſua mulher ſeguio a vida Eccleſiaſtica ; 1
e foy Clerigo da Camera do Papa Urbano VIII. que
}
o creou Cardeal no anno de 1629 , e foy Vice-Rey

de Aragað , e depois de Sicilia , e Sardenha , Embai


d
xador Extraordinario delRey Catholico em Roma ;
f
niorreo
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 493

morreo em Mila ) a 3 de Agoſto de 1657. Era filho


de Carlos Manoel Theodoro Trivulce , Conde de

Melfi , e da illuſtre Familia Trivulce de Milað ; e

de Catharina Gonzaga , filha de Affonſo Gonzaga,


Marquez de Solfrino . Deſte matrimonio naſcera ) :

19 HERCULES THEODORO TRIVULCE , Prin


cipe de Mofoco, adiante. = 19 OCTAVIA TRI

VULCE , que caſou com Tolomeu Gallio , Duque de


Alvito , adiante.
19 Hercules THEODORO TRIVULCE , Prin

cipe do Imperio , e de Mofoco , Grande de Heſpa


nha , Cavalleiro do Toſaõ de Ouro ; naſceo no anno

de 1620 : morreo na flor da idade no de 1644. Ca

fou com Urſina Esforcia , filha de Joao Paulo Esfor

cia , Marquez de Caravagio , General da Cavallaria

de Milað , que morreo nomeado Vice -Rey de Ara

gað ; e de Maria Aldobrandina , irmãa de Marga


rida , Duqueza de Parma, e filhas de Joao Franciſco

Aldobrandino , Principe de Roſſano , General da

Igreja ; e de Olimpia Aldobrandino , Duqueza de

Carpineto ſua mulher , filha de Pedro Aldobrandino,

eleito Capitað General da Igreja por ſeu irmað o Pa


pa Clemente VIII . e deſta eſclarecida uniao naſce

rað os filhos ſeguintes : = 20 ANTONIO THEODO


RO DE TRIVULCE , Principe do Sacro Romano Im

perio , e de Mofoco , Cavalleiro do Tofað : morreo


a 26 de Julho de 1678 , ſem deixar ſucceſſað , haven

do ſido caſado com D. Maria Joſefa de Guevara ,

filha de D. Beltrað , e de D. Catharina de Guevara ,


IX .
494 Hiſtoria Genealogica

IX . Condeſſa de Onhare . 20 JOANNA TRIVULCE ,

Freira , e ſe chamou Hercula Maria . 20 MARIA


TRIVULCE caſou em 1671 com Joſeph Serra , Du

que de Caſſano em o Reyno de Napoles. = 20 CA


THARINA TRIVULCE caſou no anno de 1673 com D.

Joſeph de Ayerbe , e Aragao , Duque de Alefano ,

III . Principe de Caſſano , que morreo no anno de

1698 , filho de Dom Feliberto de Ayerbe e Aragað ,


II. Principe de Caſſano , Duque de Aleſano , Senhor

de Aguara , e de Laura Guarino , Duqueza de Ale


fano deſcendente dos Senhores de Ayerbe , que ajun

tarað por appellido ao de Aragao , de cuja Real Ca

ſa deſcendem por varonía de D. Pedro de Aragao ,

filho delRey Dom Jayme I. de Aragað ; e deſte eſ


clarecido matrimonio naſcerao os filhos ſeguintes :
= 21 D. NICOLAO MIGUEL DE AYERBE E ARA

GAO , IV. Principe de Caſſano , Duque de Aleſano.


= D. FELIX DE AYERBE E ARAGAO , Cavallei

ro de Malta. = D. HERCULES . D. FELIBER


TO.D. EMILIO. S D. SANCHA DE AYERBE

E ARAGAő , que caſou con D. Martim Caracholo ,


Marquez de S. Eraſmo.

19 Octavia TRIVULCE , filha do Principe Joao

Jacobo Trivulce , e da Princeza Joanna Grimaldi,


naſceo em 1618 , e morreo em 1671. Cafou com

Tolomeu Gallio , Duque de Alvito , Governador de


Pavia ; e tiveraõ os filhos ſeguintes : = 20 FRAN

CISCO GALLIO , Duque de Alvito , adiante. = FLA

MINIA GALLIA , que caſou com Gregorio Boncom


pagno ,
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 495

pagno , Duque de Sora , Marquez de Vignole , de

pois Principe de Piombino , de quem foy primeira

mulher ; a qual morreo no anno de 1679 , de quem


nað ficou geraçað ; e a
20 CAETANO ANTONIO GALLIO TRIVULCE,

Principe do Sacro Romano Imperio , de Mofoco , e


de Valle-Mifolcina , Conde de Melfi ; Eſtados em

que ſuccedeo pela morte de ſeu tio o Principe Anto

nio Theodoro : foy Coronel de hum Regimento de

Cavallaria , Meſtre de Campo .General da Cavalla

ria , e Governador de Pavia . Faleceo a 28 de Julho


de 1707 , havendo caſado com Lucrecia Maria Bor

romeo , irmãa de Carlos Borromeo , Conde de Aro

ne , Vice-Rey de Napoles , Cavalleiro do Toſað , e

Commiſſario do Emperador em Italia , e do Cardeal

Gilberto Borromeo , filhos de Reynaldo Borromeo ,

Conde de Arona , e de Julia de Areſo , filla de Bar


tholomeu Conde de Areſo ; e deſta uniao teve eſtes

filhos.: = 21 ANTONIO THEODORO Gallio TRI

VULCE , que caſou com Maria Archinto , filla de

Carlos Archinto , Cavalleiro do Tofað , que teve o

tratamento de Grande de Heſpanhia , a qual tinha fi

do caſada com o Marquez Clerici, Grande de Hef

panha , que morreo em Hungria , Capitaõ de Grana

deiros; e teve de ſeu ſegundo niarido huma unica fi


lha , que morreo menina. = 21 Octavio , que

morreo de curta idade . E 21 OCTAVIA TRIVUL

CE , que caſou na Caſa de S. Secundo , e morreo


ſem ſucceſſão. = 21 JUSTINA TRIVULCE , Reli
Tom. XI. Mnim
giofa ,

1
a ogica
496 Hiſtori Geneal

gioſa , que foy no Moſteiro da Viſitaçaõ de Arona .



20 FRANCISCO GALLIO , Duque de Alvito ,

naſceo a 31 de Julho de 1709. Caſou a 22 de Feve

reiro de 1733 com Maria Catharina Roſpiglioſi , que

naſceo a 24 de Janeiro de 1716 , filha de Cleniente

Domingos , Principe de Roſpiglioſi, Duque de Za


garolo , e de ſua mulher Juſtina Borromea , filha de

Carlos Borromeo , de quem tem dous filhos :


21 N. , ROSPIGLIOSI .

21 N. ROSPIGLIOSI .

CAPITULO V.

De Dom Fradique Manoel, 1.Senbor de Ata

laya , Tancos, e Cinceira , Alcaide môr

de Marvaõ , cc.
T
Capitulo IV . deixamos referido ,
13 No que
do fecundo thalamo de Dom Nuno Ma

poel , e D. Leonor de Milá fora o primogenito D.


Fradique Manoel , que lhe ſuccedeo na Cåfa. No

anno de 1518 fervia de Moço Fidalgo a ElRey D.


Matricola do anno de Manoel , como ſe tira da Matricula dos moradores
1918 , ag . 41. verf.
da Caſa Real daquelle tempo. Depois foy do Con
Torr. do Tomb. Chan ; felho de Rey D. Joað III. que no anno de 1528 lhe

111. do anno de 1528 , confirmou a ſua Caſa, e a compra que do Castello de


Fag : 96 , 197 , e dos
Alegrete fez a Ruy de Mello. Foy Senhor de Sal
annus de 1548.
vaterra de Magos, Aguias , e Erra , em que ſucce
deo
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 497

deo a ſeu pay . Depois cedeo ao meſmo Rey Salva

terra de Magos; porque quiz eſta Villa para o Infan

te D. Luiz leu irma). Foy celebrado eſte Contra


!
to em Lisboa a 14 de Setembro de 1542 no Paço do

dito Infante , ſendo Procurador delRey o Doutor

Chriſtovao Eſteves de Eſparragoſa , do ſeu Conſe

lho , e Deſembargador do Paço , e Petições. Nelle

ſe outorgou ceder, e trocar D. Fradique a ElRey a

Villa de Salvaterra de Magos, com todos os ſeus Ter


mos , com a renda da barca de Eſcoropim , o Paul ,
1
Cortes , Lizeiria ) , Roma) grande , e pequeno , e

outras couſas , de que lhe deu por equivalente as Vil


las de Tancos , Atalaya , Cinceira , com os ſeus Ter
1
mos , e Aldeas , com juriſdicções Civel , e Crime ,
!
mero e mixto imperio , & c . a Alcaidaria môr do

Caſtello , e Fortaleza da Villa de Marva ) , com tri


1
butos , rendas , e tudo o que nella lhe pertencia , que

o Infante poſſuhia ; e cedeo a El Rey para eſta tro

ca , e certa quantia de dinheiro de juro , o Caſal de

Santa Martha no Ternio de Santarem , com todas as

ſuas caſas , terras , matos , montes, e fontes , e outras

couſas , tudo de juro , reguladas pela Ley Mental ,


em que foraõ teſtemunhas o Licenciado Antað Soa
1
res , Deſembargador do Infante D. Luiz , Pedro Car 1

neiro , Cavalleiro Fidalgo da Caſa do dito Infante, e


Joao Lopes ſeu Moço da Camera , e Henrique Nu

nes , Tabellia ) que o eſcreveo . Depois a 16 do dito

mez de Setembro na caſa de D. Fradique Manoel,

eſtando elle preſente , e ſua mulher Dona Maria de


Tom. XI. Mmin ii Ataide,
ica
498 Historia Genealog

fo
Ataide , eo Doutor Chriſtovao Eſteves , como Pro
I
curador delRey , ſe vio o dito Contrato , e o appro
tu
varað , e confirmara ) , e ratificarað , e mutuamente
de
o aceitaraõ , como nelle ſe continha, e foy junto ao
e
meſmo Contrato , de que forað teſteniunhas o Licen
ciado Antað Soares , Alvaro do Tojal , Cavalleiro n

Fidalgo da Caſa delRey , e Juiz da balança da Caſa


da India , e Rodrigo Arnao , Capella ) do dito Dom 1

Fradique . Eſte Contrato ſe paſſou , e incorporou


em huma Carta , pela qual ElRey o approvou , e

confirmou , diſpenſando as Ordenações , e Leys em


contrario , de certa ſciencia , motu proprio , e poder

Real , e abſoluto , com que ſupprio qualquer defei


to , ou nullidade de Direito . Foy feita eſta Carta eni
Lisboa a 22 de Setembro de 1542. Jaz na Capella

môr do Moſteiro de Noſſa Senhora de Jeſus , onde

em magnifica ſepultura tem o ſeguinte Epitafio:

Prim . mort . S.

Hic jacet

D. Fredericus Manoel Nonij , a

Leonora F. cum optima conjuge , D.

Maria de Ataide magni Nonij Frī

de Ataide bærede. Joannes Manoel


D.

Colimbr. Epiſc. Comes Argan . Nepos

Avis ſuis . Opt. mer. P.

Caſou com D. Maria de Ataide , viuva de D. Affon


fo
da Caſa Real Portug. Liv . XII . 499

ſo de Noronha , filho herdeiro do III . Conde de Ode

mira , como deixamos eſcrito no Livro VIII . Capi


tulo VIII . pag. 567 do Tomo IX . e era fillia herdeira

de Nuno Fernandes de Ataide , Senhor de Penacova,

e de D. Joanna de Faria ſua mulher ; e deſte matri

monio naſcera ) os filhos ſeguintes :

14 D. Nuno MANOEL, como ſe verá no Ca


pitulo VII.

14 D. JoAG MANOEL , Commendador de S.

Martinho de Mazares, Capitulo VI.

14. D. Diogo MANOEL DE ARAGAő ſeguio

a vida Eccleſiaſtica ; foy Clerigo , Eſmoler môr , e


Deaõ da Capella da Rainha D. Catharina , e depois

VII . Prior môr da Ordem de Santiago neſte Reyno,

a que vulgarniente chama) de Palmella , por neſta


Villa reſidir o ſeu Convento : foy muy magnifico ,

porque tinha grande renda em penſoens , que nao


eraõ da Ordem . Dotou a Capella de Noſſa Senhora

da Conceiçaõ do Moſteiro de S. Domingos de Setu


val , que eſcolheo para ſua ſepultura. Achava- ſe do

ente no ſeu Moſteiro de Palmella , e conhecendo ſer

mortal a doença , mandou abrir em vida a ſepultura

na Capella môr da Igreja ; e eſtando ouvindo os gol


pes , com que ſe abria , com grandes demonſtrações
de verdadeiro Chriſtað faleceo ; e ſendo neſte lugar

depoſitado, foy depois trasladado para a ſua Capella


de Setuval , onde jaz em huma urna de pedra ; e na

parede das eſcadas da parte do Euangelho, tem ofe.


guinte letreiro :

Aqui
500 Historia Genealogica

ost
Aqui jaz D. Diogo Manoel de Ara

gao, Prior môr que foy da Ordem de

Santiago.

Entre outras memorias , que deixou ao ſeu Conven


to de Palmella , foraõ quatro repoſteiros com as Ar D

mas da ſua Caſa , e huma armaçaõ de panos de Arraz, for

que lhe deu a Rainha D. Catharina ſua Ama. 11

14 D. Alvaro MANOEL , paſſou à India no


anno de 1562 , como refere o livro da Emmenta da e

Caſa da India daquelle anno a fol. 42 na Armada , s

de que era Capitað môr ſeu tio D. Jorge Manoel.

Na Armada que no anno de 1565 mandou o Vice

Rey D. Antaŭ de Noronha ao Malavar à ordem de

Gonçalo Pereira Marramaque , foy D. Alvaro Ma

noel hum dos Capitaens Fidalgos , que nella embar


carað ; porém nao pode naquella empreza conſeguir

a meſma fortuna, que os outros do ſeu appellido con

ſeguira ) naquelle Eſtado, por falecer na viagem ; del

Couto , Decada 8. liv. le diz o Chroniſta Diogo do Couto , que foy hum
1. cap.1 ,
dos mais galhardos , e gentis mancebos , que entra
Nobiliarios de D. Luiz raõ na India ; e que fora filho de D. Jorge Manoel ;

da Sylvcira
Gom , uei
es de Fig redo . no que padeceo equivocaçaõ , tal vez por erro de
c Diogo
quem copiou a Relaçað da India ; porque da Emmen
ta da Caſa da India conſta ſer filho de Dom Fradi

que Manoel , no que vaõ conformes todos os Nobi


liarios.

14 D. MANOEL MANOEL , de quem nað ſabe


mos outra noticia , de que fazer delle mençað , entre
OS
da Caſa Real Portug. Liv. XII. sor

os filhos de D. Fradique Manoel , Diogo Gomes de


Figueiredo nos ſeus livros de Familias.

14 D. LEONOR DE ARAGAő caſou com Luiz

Carneiro , Senhor da Ilha do Principe , adiante .

14 D. ANNA DE ARAGAO , Dama da Rainha

D.Catharina , a qual vivia nos Paços de Xabregas ; e

foy denunciada de ſe cartear com o Senhor D. Anto

nio , Prior do Crato , que eſtava entao em Inglater

ra : foy recluſa no Caſtello de Lisboa , e ſentenciada ,

e degradada para Toledo ‫;ܪ‬ cuja reſoluçao pareceo

demaſiada , pois recolhida em hum Moſteiro , quan


do houveſſe cauſa , podia ficar fatisfeito o receyo do

trato com o Prior do Crato , le eſte ſe adiantava a

crime de leſa Mageſtade .

14 D. LEONOR DE ARAGAO , filha primeira


I
de D. Fradique Manoel . Caſou com Luiz Carneiro, Senhores
Principe. da Ilba do
Senhor da Ilha do Principe , Governador , e Alcaide
môr della , Donatario de Santa Maria , Capitað môr

da Capitanía da Conceiçaõ de Finacin , S. Vicente ,


Santos , S. Paulo , Parnaguá , Tapias , Cananea , Gra
zipe , Britoga , no Eſtado do Braſil , Senhor das Vil

las de Alvares , e Sylvares , Commendador de Fol


ques , e do Conſelho delRey ; e deſte matrimonio

tiverað os filhos ſeguintes : = 15. FRANCISCO

CARNEIRO , com quen ſe continúa. = MANOEL


CARNEIRO , que foy Cavalleiro da Ordem de S.

Joao de Malta , Commendador de Bouro , e Gover

nador do Priorado do Crato pelo Principe de Pia.

nonte Victor Amadeo , depois Duque de Saboya ,


a quem
502 Hiſtoria Genealogica

DES
a quem ElRey havia conferido eſta Dignidade , que

teve dez anos . = 15 FRADIQUE CARNEIRO , que

depois de ſe achar na Armada , de que foy General xandre

o Marquez de Santa Cruz , em que ſe diſtinguio com ceffat

tanto valor , que deu occaſia ) a dizer D. Lopo de * 1


Figueiroa , que mandava o Galea) , em que elle hia, do Pu
que já mais vira Carneiro tornarſe em Leao. Paſſou Comic

depois a ſervir à India , e foy Capitað môr da Arma to.


da do Eſtado , onde caſou com D. Melicia Paes , fi D.F
lha de Franciſco Paes de Albernos , Védor da Fa Torr
zenda da India , Cavalleiro da Ordem de Chriſto ; e
lippe
de ſua mulher D. Iſabel Ferreira , fillia de Joað EL Vé
teves Chacim , e de Gracia Ferreira , filha de Joað D.
Franciſco , natural de Caſtello de Vide , e neta de Ni Ev

colao Eſteves , e de Maria Rodrigues. Franciſco ho


Paes de Albernos era filho de Antonio Rodrigues da
Albernos , natural de Viſeu , e de Catharina Paes de
Far
Barros, filha de Gomes Paes de Barros; e de ſua mu do
lher Maria Carneiro , natural do Porto ; e neto de
CA
Ruy Pires de Albernos , que vivia na ſua Quinta MO
junto a Viſeu ; e tiveraõ ANTONIO CARNEIRO ,
A
que caſando nað teve ſucceſſað , = e D. ISABEL
DE ARAGAő , que foy ſua herdeira , e caſou com D.
Lourenço da Cunha ; e da ſua illuſtre deſcendencia

ſe fará mençaõ no Capitulo XVII . Q. II.do Liv. XIII.

MARTIM AFFONSO CARNEIRO , que paſſou à

India , onde ſervio . Joao CARNEIRO , Cavallei


ro de Malta . = Diogo CARNEIRO , que ſervio na
India. FILIPPE CARNEIRO . Nuno FERNAN
DES
da Caſa Real Portug. Liv . Xll. 503

DES CARNEIRO , Religioſo da Companhia de Jeſus;



15 e D. MARIA DE ARAGAO , caſou com Ale..

xandre de Souſa , de quem adiante diremos ſua fuc


ceſlao .

15 Francisco CARNEIRO , foy Senhor da Ilha

do Principe , e das mais Villas, que ſeu pay teve , e


Commendador de Cem Soldos na Ordem de Chriſ

to.
Caſou com D. Lourença Maſcarenhas, filla de
D. Fernando Maſcarenhas , Senhor de Gocharia , e

Torre , Commendador de Roſmaninhal ; e de D.Fi

lippa da Sylva , íilla de Dom Gil Eannes da Coſta ,

Védor da Fazenda , e do Conſelho de Eſtado delRey


D. Sebaſtiao , e Embaixador delRey D. Joað III . 2o

Emperador Carlos V .; e deſta uniao naſcerað os fi

lhos ſeguintes: = 16. Luiz CARNEIRO , I. Conde

da Ilha do Principe , que caſou com D. Marianna de

Faro ; e a ſua ſucceſſað fica eſcrita no Capitulo VII.

do Livro VIII. pag . 647 do Tomo IX . ANTONIO


CARNEIRO MASCARENHAS , ſem geraçao. = D.

MICHAELLA DE ARAGAO , = DONA LEONOR DE


ARAGAO , Freiras em Chellas .

I 15 D. MARIA DE ARAGAO caſou com Ale

xandre de Souſa , Commendador na Ordem de Aviz ,

que depois de ter ſervido na India com reputaçao ,

achando - ſe no cerco de Chaul, e na tomada de Honor ;

foy Capitaõ de Chaul ; e voltando ao Reyno , foy


Capitað môr de huma Armada no anno de 1586 : e
ſua mulher ficando viuva , tomou o habito no Mof

teiro de Santa Martha de Lisboa , e ſe chamou Soror


Tom . XI . Non Mas
504 Hiſtoria Genealogica
SA DI
Maria do Sacramento ; e tiverað o filho ſeguinte :
mor
16 Luiz FREIRE DE SOUSA , que foy Commen
DA SE
dador de Alfayates na Ordem de Chrifto . Cafou
Mlari
duas vezes , a printeira com D. Maria de Ayala , fi
mo
lha de Chriſtovao de Mello , Alcaide môr de Serpa ,

Porteiro môr delRey D. Filippe II . e de D. Maria pag. &

de Calatayud , filha de Joao de Calatayud , Porteiro iegler


tao 1
môr delRey D. Joað III . e tivera ) os filhos ſeguin
☆ MAR
tes : 17 ALEXANDRE DE SOUSA , com quem ſe
telha
continúa . = 17 CHRISTOVA DE MELLO FREI
та е
RE , que foy Collegial do Collegio Real de S. Pau
el
lo de Coimbra , de que tomou poſſe a 25 de Junho
ma
de 1638. Foy Doutor em Theologia , e depois paſ
DE
fou para a faculdade de Canones ; foy Deſembarga
er
dor da Relaçaõ do Porto , e da Caſa da Supplicaçao

de Lisboa , e Vereador do Senado da Camera de Lil Tel

boa , onde morreo em Janeiro de 1667 ; e teve natu D.

ral a Fr. LUIZ DE MELLO , Religioſo da Ordem de

S. Bernardo , a quem no feu Teſtamento declarou ,

deixando- o por ſeu herdeiro. = 17 ANTONIO DE re

SOUSA DE MELLO , a que chamarað o Loyo , por

ter tido o habito dos Conegos de S. Joað Euange

liſta. Antonia de Moura , fi


Caſou com D. Joſefa
lha lierdeira do Doutor Valentim da Coſta de Le

mos , Deſembargador dos Aggravos ; e de fua mu


lher D. Maria de Caceres , irmāa do Doutor Luiz
Vicente de Caceres , Lente de Canones na Univerſi

dade de Coimbra , fillios de Jorge de Caceres ; e ti

veraõ os filhos ſeguintes: = 18 D. MARIA There


SA
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 505

SA DE AYALA , mulher de Sylverio da Sylva , Alcaide

môr de Alfeizerað , de quem naſceo = 19 PEDRO


1 Da Sylva Da Fonseca , que caſou com D. Angela

Maria de Portugal, filha de D. Luiz de Almeida ,


co

1 nio já eſcrevemos no Livro X.Capitulo XLV.2. II.

1 pag. 825 do Tomo X. = 18 D. IGNEZ DE AYALA ,

ſegunda niulher de Joað Saraiva de Sampayo , Capi


tao môr de Montenôr o Velho. = 18 D. CAETANA

MARGARIDA DE ARAGAő , caſou com Damiao Bo

telho Chacon da Sylveira . = 18 D. Luiza , Frei


ra em Alenquer. = 18 D. CECILIA , D. LEONOR ,

1 e D. ISABEL , das quaes ignoramos o eſtado . Forað


mais irmãos de Alexandre de Souſa . = 17 MANOEL

DE SOUSA , foy Frade Eremita de Santo Agoſtinho,

e morreo moço . = 17 Luiz CARNEIRO , que nior

reo no aſfalto de Nigumbo . = 17 D. MARIA , e


D. N. . Freiras em Santa Martha de Lisboa ,

17 D. BRITES , Freira en Santa Clara de Coim

bra. = 17 D. IGNEZ DE AYALA , filha de Luiz Frei

re , caſou com Sancho de Faria , Alcaide môr de Pal

mella , Capitað môr da primeira Armada , que no

anno de 1641 o Senhor Rey D. Joað IV . mandou à

India : foy ſua ſegunda mulher , e nað tiveraõ gera

çað ; e ella ficando viuva eſteve concertada para ſer

ſegunda mulher de Luiz da Sylva Tello , II . Conde

de Aveiras , o que nao teve effeito . Caſou ſegunda


vez Luiz Freire com D. Joanna de Tavora , viuva
de D. Luiz Thomé de Caſtro , Governador da Mi

na , filha de Bernardim de Tavora Tavares , Come


Tom. XI. Nnn ii meil
1

506 ia ogica
Hiſtor Geneal
for
mendador na Ordem de Chriſto ; e de Dona Mecia
FI
Maſcarenhas ſua mulher : o qual era filho de Fran
12
ciſco Tavares , Senhor de Mira , e outras terras , e
de D. Joanna de Tavora ſua ſegunda mulher , Se

nhora de grande virtude ; a qual , depois de enterrado jos

o ſeu corpo , ſe achou brando , flexivel, com cheiro ,


lançando ſangue , como refere o Padre Fr. Luiz de
Souſa na Hiſtoria de S. Domingos , part. 2. pag. 203 . de

Era filha de Bernardim de Tavora , Repoſteiro môr Ia

div
dos Reys Dom Joao III . , D. Sebaſtia ) , e D. Fi
lippe II. ; e deſte matrimonio naſcerað os filhos ſe do

G
guintes : 5 17 BERNARDIM DE TAVORA , adian

te . = 17 D. Níecia , D. MARGARIDA , D. Lui la

ZA , Freiras em Santa Martha de Lisboa. TI

17 ALEXANDRE DE Sousa FREIRE , ( que dif

femos ſer filho do primeiro matrimonio de Luiz Frei q

Tangere , e foy Commenda RE


re de Souſa ) ſervio em
dor na Ordem de Chriſto : no anno de 1663 gover DI
1
nou a Cidade de Béja ; ſervio na guerra de Alentejo ;
foy Governador , e Capitað General de Mazagao , f

e do Eſtado do Braſil , Védor da Caſa da Rainha D. Ć

Maria Franciſca de Saboya , e do Conſelho deGuer


ra . Caſou com D. Joanna de Lima , filha terceira

de Alvaro Pires de Tavora , Senhor do Morgado de


Caparica ; e de D. Maria de Lima fua mulher , de
quem teve unica herdeira : = * 18 D. MARIA DE

Sousa , que caſou com ſeu tio Bernardim de Tavo


ra ,
como ſe vera adiante. = 18 JoaŐ DE SOUSA

FREIRE , baſtardo , que paſſou à India a ſervir ; e ca


fou
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 507 .

fou em Goa com D. Luiza de Mendoca , filha de D.

Filippe de Souſa , Capitað môr de Dio , e de D. An

na de Lencaſtre ſua mulher; e tiverað : 19 ALE

XANDRE DE SOUSA , D. Anna , e D. MARIA , cu

jos eſtados nað chegara) à noſſa noticia .


17 BERNARDIM DE TAVORA E SOUSA , filho

primeiro do ſegundo niatrimonio de Luiz Freire , e

de ſua mulher D. Joanna de Tavora , fervio na guer

ra na Provincia de Traz os Montes , onde occupou

diverſos póſtos. Foy Senhor de Mira , Commenda

dor na Ordem de Chriſto , Governador , e Capitað

General de Mazaga) , e depois do Reyno de Ango


la , onde morreo. Caſou com ſua ſobrinha D. Ma

ria de Souſa , filha herdeira de feu irnað Alexandre


de Souſa , e de D. Joanna de Lima ſua mulher , de

quen teve : 18 MANOEL DE SOUSA TAVA


RES , com quem ſe continúa. 18 ALEXANDRE

DE SOUSA FREIRE.

18 MANOEL DE Sousa TAVARES , ſervio con

ſeu pay em Africa , foy Commendador da Ordem

de Chriſto , Coronel de Infantaria de hum Regimen

to no Reyno do Algarve , Governador , e Capitað

General da Praça de Mazagao , e ultimamente de


Pernambuco , onde morreo . Caſou com D. Maria

Joſefa de Noronha , filha ſegunda de Joað da Sylva


Tello , III. Conde de Aveiras ; e da Condeſſa D. Ju

liana de Noronha , como ſe diſſe no Capitulo V. do

Livro VI. pag . 334 ; e deſte matrimonio naſcerað ef

tes filhos : = 19 D. JULIANA MARIA DE Noro


NHA ,

1
1
1
1

1
ica
508 oria alog
Hiſt Gene

NHA , que naſceo a 15 de Agoſto de 1708 ; e caſou


com Chriſtovao da Coſta de Ataide e Souſa , como

ſe dirá em outra parte . = 19 D. JOANNA ELEU


THERIA DE NORONH A naſceo a 20 de Fevereiro de

1710 , ſem eſtado. = * 19 BERNARDINO FRANCIS

CO DE SOUSA E TAVORA , com quem ſe continúa.

= 19 D. ANNA RITA DE NORONHA naſceo a 3

de Abril de 1714 , Freira no Moſteiro da Encarnaçao


de Lisboa.

19 BERNARDINO FRANCISCO DE SOUSA TA

VARES E TAVORA naſceo a 4 de Outubro de 1710 ,

que ſuccedeo na Caſa de ſeu pay. Caſou coni D.

Vicencia . Luiza de Menezes , que faleceo de ſobre


parto a 3 de Outubro de 1741 , filha de Felix Joſeph

Machado da Sylva Eça e Caſtro , Alcaide mòr de

Mouraõ , & c. e de D.Eufrazia de Menezes ſua mli

iher , como ſe diſſe no Livro X. pag. 602 do Tomo


X. de quem teve os filhos ſeguintes : = 19 MANOEL

Joseph DE Sousa Tavares , que naſceo a 18 de


Fevereiro de 1739 . FELIX DE SOUSA TAVA

RES , que naſceo a 24 de Agoſto de 1640. = JOAO

DE SOUSA TAVARES , que naſceo a 24 de Setembro


de 1741 .

18 ALEXANDRE DE SOUSA FREIRE , filho ſe

gundo de Bernardim de Tavora ; foy deſtinado para


a Igreja , e eſtudou em Coimbra , e foy Meſtre em

Artes , Doutor em Theologia , e Collegial do Real


Collegio de S. Paulo , em que entrou em 28 de Ja

neiro de 1697 ; e ſeguindo depois à vida militar, pab


1

da Caſa Real Portug. Liv. XII. 509

ſou à Bahia , onde foy Soldado , e Meſtre de Cam

po de hum Terço , Cavalleiro da Ordem de Chriſto ,

Governador , e Capitað General do Maranhao, para


onde foy no anno de 1729 ; e faleceo em Novembro
de 1741. Caſou na Bahia com D. Leonor Maria de

Caſtro , filha herdeira de André de Brito de Caſtro ,

Fidalgo da Caſa de Sua Mageſtade , e Provedor da

Bahia , ( officio que ſervio ſeu genro alguns annos ,

e depois vendeo a Domingos da Coſta , que actual

mente o ſerve ) Senhor de muitas terras , e Engenhos 1


naquelle Eſtado ; e de D. Franciſca Maria ſua mu
lher ; e teve os filhos ſeguintes : = 19 LUIZ de

Sousa FREIRE , morreo na Bahia no anno de 1743 .

F 19 Antonio Joseph Freire , que le herdeiro ,

e até o preſente nao tem eſtado. = 19 D. Mas

RIA PERIGRINA VICENCIA , adiante . = 19 DONA

FRANCISCA MARIA DE SOUSA , e D. JOACHINA


De Sousa .

19 D. MARIA PERIGRINA VICENCIA DE LI

MA E TAVORA caſou a 17 de Novembro de 1736

com Antonio Joſeph Pereira Coutinho , que naſceo


a 13 de Dezenbro de 1710 , filho de Giraldo Perei

ra Coutinho , Lente de Prima de Canones; e tem os

filhos ſeguintes : = 20 D. LEONOR COUTINHO PE


REIRA DE Sousa naſceo a 28 de Outubro de 1737 .

20 D. IGNEZ RITA DE LACERDA E TAVORA

naſceo a 21 de Setembro de 1739. = 20 D. ANNA


JOACHINA DE LIMA naſceo a 30 de Outubro de

1744.

19 D.
510 Hiſtoria Genealogica

19 D. FRANCISCA MARIA DE SOUSA E Cas


TRO , que naſceo no anno de 1720. Caſou com Ni
colao Pereira Coutinho de Menezes , e até ao pre

ſente nao tem filhos. = 19 D. JOACHINA JOSEFA

DE Sousa e CASTRO caſou com Miguel Joſeph Sa

lema de Saldanha , como ſe dirá no Capitulo XVII.

do Liv. XIII. 2. III . Teve illegitimos em Joſefa Ma


ria , que depois foy Freira em Santa Clara de Lisboa ,

= D. MARIA , e D. JOANNA , Religioſas no Mof


teiro das Flamengas de Alcantara de Lisboa : de ou

tra Maria de Souſa , que vive no Recolhimento da


Miſericordia da Bahia , = D. ISABEL DE SOUSA ,
que morreo ſem eſtado ; e de D. Leonor de Brito te

ve = D. MARGARIDA MAGDALENA DE Sousa ,


Moça do Coro no Moſteiro de Santos de Lisboa.

Dona URSULA , que morreo Moça do Coro no


meſmo Moſteiro . = BERNARDINO VENANCIO DE

Sousa .
22

D. Ma
SII

SEgas Moniz de Ataide.

Gonçalo Viegas de 2N.....


Acaide.
JoaoGonçalves de Nuno Marlins de Goes , Prior do
Ataide , Senhor de Beatriz Nones de
Crato .
Penacova , Cameo Goes.
reiro môr do la
2 Branca do Avelar.
fante D. Pedro ,
Alvaro de Atai Duque de Coim . N.
de, Alcaide môr bra . Nuno Fernandes de
de Alvor. Maria Nunes de Cordovellos, Senhor N ...
Cordovellos.
de Penacova,
N ..

N. ..
Nuno Fer. N ....
nandes de A
taide, Senhor Spedro Aones Fafiaó , Senhor da
dePenacova ,
Alcaide môr Lafaya , Senhor de2 D.Sancha Gil doAvelar.
de Alvor, Cao Pedro Gonçalves ) Bellas, Vedor da Fa
pitaó de Ça Malafaya , Vedor zenda, c Regedorn.
fim , do Con da Fazenda , Em • das Juſtiças.
ſelho delRey, Dona Maria da baixador a Caſtelo Maria Annese N ...
e Camereiro Sylva. Gonçalo Gomes da Sylva , I. See
la .
môr do Prin
Joao Gomes da Syl- nhor de Vagos , & c. * a 10 de
cipe D. Joao , Dezembro de 1424 .
va , II . Senhor de
* cm 1517. D. Iſabel Gomes D. Leonor Gonçalves da Fonſeca .
Vagos, Alferes môr ,
da Sylva.
* à 26 de Março ( N.
). Maria
be Ataide, de 1445
Dulher de N .. N.
1
Dom Fra
lique Ma
joel , Sc . Alvaro de Faria , Co
ibor de mendador do Calal D. Mecia Telles.
Atalaya. da Ordem de Aviz ;
Lourenço de Fa achou ſe nas Cories N.
ria , Monteiro môr de Coimbra 1 385 .
Joao . N ..
11. Alcaide môr de
Antað de Faria, Portel, Senhor de
Diogo da Sylva .
Evora -Monte.
Alcaide môr de
Diogo da Sylva. N.
Palmella , Se D. Guiomar da
obor de Evora
Sylva.
Monte.
SN..
N.
2n..
D. Joanna de.
Faria, N. SN.

2N .
JoaoGonçalves de
.
Oliveira, SN .
N.

Leonor Gonçalo 20 .
ves de Oliveira ,
N. SN.
N.
( ง 2n.

N. SA

20 .

CAPI
Tom . XI.
1

1
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 513

CAPITULO VI .

D. Joao Manoel, Commendador de S. Marti

nho de Mozares na Ordem de Christo.

14 Oy filho ſegundo de Dom Fradique Ma

F noel , Senhor de Atalaya , & c . e de Dona


ſer
Maria de Ataide ſua mulher D. Joað Manoel ;

vio de Moço Fidalgo todo o tempo , em que nað

1 podia cingir eſpada , como he coſtume nas peſſoas

da ſua qualidade. ElRey D. Joað III . lhe fez mer


ce da Commenda de S. Martinho de Mozares da Or

1 dem de Chriſto , no Arcebiſpado de Braga , em 20 de


Outubro de 1556 , como ſe vê do livro VI. do Re

giſto dasmerces do referido Rey , Eſcrivað Sebaſtia )


Dias. Na infelice jornada , que El Rey D. Sebaſtiao Fornada de Africa ,

fez ſegunda vez à Africa , fe achou na batalha de

Alcacere , em que foy morto a 4 de Agoſto de 1578 .

Caſou com D. Iria de Siqueira , filha de Gonçalo de


Siqueira , e de D. Genebra Nole , filha de Joao No

le , Fidalgo da Caſa do Meſtre de Santiago ; e de D.

Maria da Fonſeca. Era Gonçalo de Siqueira irmað

de Fernað Vaz de Siqueira , Senhor da Torre de Pal


ma , e de Joað Palha de Siqueira , de quem foy filho

Balthaſar de Siqueira , que paſſou ao Algarve por or


dem delRey D. Manoel com a ſuperintendencia do
Moſteiro dis Freiras de Santa Clara , hoje da Ordeni

Tom . XI . Ooo
$ 14 Hiſtoria Genealogica

de S. Bernardo , como conſta de hum Alvará do an


no de 1512 , que ſe conſerva na Camera da Cidade

de Tavira , onde foy Vereador em os annos de 1523 ,


1533 , e 1537 , de quem foy filho Balthafar de Si

queira , Fidalgo honrado , Cavalleiro da Ordem de


Chriſto , e Juiz da Alfandega de Tavira , que caſan

do com D. Catharina de Oliva , forað pays de Lopo

de Siqueira , que viveo tambem em Tavira , e caſou

con D. Marianna de Lacerda ſua ſobrinha , filha de

Roque Pereira de Berredo de Siqueira , de quem naſ


ceo D. Jeronymia de Lacerda , mulher de Diogo de

Mendoça Corte- Real ; cuja antiga varonía de Ma


deiras ſe alliou com os Mendoças , e Cortes-Reaes,

e ſe confervara) com eſplendor, e luzimento no Rey

no do Algarve; recahindo depois nelles o antigo Mor

gado de Marim , que foy de ſeus avós , que agora


ſó tocamos eſta parte , pelo que toca aos Siqueiras ,
Senhores da Torre de Palma . Teve D. Joao Ma
noel de ſua mulher os filhos ſeguirites:

15 D. VALENTIM MANOEL , que foy Religio


fo da Provincia da Arrabida.

D. ISABEL MANOEL caſou com Conſtanti

no de Magalhaens , VII . Senhor da Ponte da Barca ,


de faremos mençað.
que adiante
Caſou ſegunda vez com Dona Brites de Abranches ,
viuva de Vicente de Almada , Comnendador de San
to André de Vitorinho na Ordem de Chriſto , filha

de Diogo Peſlanha , e de ſua mulher D. Simoa Cor


rea , e neta de Alvaro Peſlanha , e de ſua mulher D.
Label
da Caſa Real Portug. Liv .XII. 515

Iſabel de Abranches , filha de D. Alvaro Vaz de Al

mada , I. Conde de Abranches ; e era biſneta de Mi

cer Carlos, Almirante de Portugal ; e delle faz men

çao D. Luiz de Gongora Alcaſar na Real Grande- Gongora , Grand, dela

za da Sereniſima Republica de Genova , eſcrita em Repub


. de Genov . pag.

Italiano , e Heſpanhol ; e deſte matrimonio naſcerað


os filhos ſeguintes:

15 D. ANTONIO MANOEL , com quem ſe con

tinúa. = 15 D. Anna MANOEL , Freira no Moſtei

ro da Annunciada de Lisboa , da Ordem de S. Do

mingos. = 15 D. MARIA DE ABRANCHES , Freira


em o Moſteiro de Jeſus de Setuval , da primeira Re
de Santa Clara .
gra

15 D. Joað FRANCISCO Manoel paſſou com

ElRey D. Sebaſtia ) à Africa , e morreo na batalla

de Alcacer no anno de 1578 ſem ter ſido caſado ,


nem deixar geraçao.

15D. ANTONIO MANOEL , foy Cavalleiro da


Ordem de Chriſto. Paſſou a ſervir na India no anno Emmenta da Casa da

de 1592 na Armada , de que foy Capitað môr Fran- India do an , de 1592.


pag.200 .
ciſco de Mello ; e levava de moradia de Fidalgo Ca

valleiro por mez tres mil e novecentos reis.


Acl : ou
Livr. 2 2 do Regiſto da
ſe na tomada de Cunhale , ſervindo de Capitað môr Caſa da India
, pag
no anno de 1596 , ſendo Vice -Rey o Conde Almi- e37 6,27
liv, pa
11..2 . pag
6g. zii ,
20.4

rante ; e no tempo do Vice -Rey Dom Jeronymo de


Azevedo foy Capitað de Cranganor , e do Paço de

Santiago da Ilha de Goa ; e por eſtes ſerviços o def

pachou ElRey Filippe IĮ . com a Capitanía de Mala

ca no anno de 1605 , e com huma viagem da China,


Tom . XI . Ooo ii e o

1
a
516 Hiſtoria Genealogic

nhei
e o habito de Chriſto com huma tença . E tendo fer
filha
.vido com grande fatisfaçað , e muito , vindo de Cho
romandel para Goa , foy morto peleijando com os que
Cara
Hollandezes , ſendo Capitað môr Fernaõ de Albu
querque. Caſou na India com D. Franciſca de La ta ,
Mon
cerda , filha de Manoel de Lacerda Pereira , Capitað
e ell:
de Chaul , e de D. Anna de Caſtilho Salazar ſua mu
mao
lher , de quem teve = 16 D. Carlos MANOEL ,
Cru
que ſervio na India pelos annos de 1630 , e morreo
ſem eſtado. 16 D. MARTIM AFFONSO MA OL

NOEL , adiante . = 16 Dom FRADIQUE MANOEL .

16 D. Joao MANOEL , de quem nað ſabemos. 99


te
= 16 D. CATHARINA MANOEL , mulher de Anto
d
nio de Mello de Sampayo , filho de Gaſpar de Mello
C
de Sampayo .
☆ 16 Ď. MARTIM AFFONSO MANOEL , que fer SE

na
vio na India , e lá caſou duas vezes , a primeira com
Dona N. . . filha herdeira de André de Val
po
F
concellos , e de D. Domingas Tavares ſua mulher ,
1
de quem teve = 17 D. Antonio MANOEL , que
caſando com D. N. ... filha de Joao Pinheiro P
r
de Gamboa , morreo ſem geraçao. Caſou ſegunda
vez tambem na India com D.Maria de Andujar , de

quem nað teve geraçað. E caſou terceira vez em

Baçaim com D. N. . . . . de quem teve = 17 D.

FRANCISCO MANOEL , de queni nao temos noticia .


*
15 D. ISABEL MANOEL , filha de D. Joað Ma

noel , caſou com Conſtantino de Magalhaens , VII.

Senhor da Ponte da Barca , Commendador de Pie


nheiro
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 517

nheiro na Ordem de Chriſto , de quem teve o filho, e

filha ſeguintes: = 16 Antonio DE MAGALHAENS ,


Ś que foy VIII . Senhor da Ponte da Barca , e da mais

Caſa de ſeus avós ; e caſou com D. Maria da Sylvei


ra , filha de Antonio Vaz de Camoens , Senhor do

Morgado da Camoeira , de quem nao teve geraçao ;


e ella depois caſou com D. Pedro Maſcarenhas , ir
maõ de D. Joao Maſcarenhas , III . Conde de Santa

1 Cruz , e de Dom Vaſco Maſcarenhas , I. Conde de


Obidos.

16 D. JOANNA MANOEL DE MAGALHAENS ,

1 que veyo a ſer herdeira , e foy IX . Senhora da Pon

te da Barca , Souto , Rebordãos , terra , e Caſtello

da Nobrega , Torre , e Morgado de Fonte-Arcada .


Caſou com D. Affonſo de Menezes, Meſtre Salla do

Senhor Rey D. Joað IV . Commendador de Izeda

na Ordem de Chriſto , Capitað môr de Monfað ; e

por o ſeu caſamento Senhor da Ponte da Barca , & c.

Faleceo em o anno de 1656. Irmao de D. Franciſco

de Menezes , Conego Doutoral da Sé de Evora , De


1
putado da Junta dos Tres Eſtados , douto , e muy

dado ao eſtudo Genealogico , que eſcreveo varios li


vros com muita exacçað , de quem no Apparato def
ta Obra , num . 23 , ſe faz mençaõ ; e eraõ filhos de

D. Fradique de Menezes , hum dos Oppoſitores da


Caſa de Alconchel ; e de ſua mulher D. Iſabel Hen

riques , filha de Ferna ) Nunes Barreto , Senhor do

Couto de Freiris , Santiago de Loftoca , e Santa Ma


rinha de Eſtromil, Commendador de Santo Adriao
na
ia Genealogica
518 Hiftor

na Ordem de Chriſto ; e netos de D.Pedro de Me tonio


dom
nezes , VII. Senhor de Cantanhede , e de ſua mulher

D. Ignez de Zuniga. Deſta forte paſſou a Caſa da biſpo


do as
Ponte da Barca à antiga , e illuſtre varonía de Mene
de it
zes ; deſte matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes :
Arcel
17. D. FRADIQUE , com quem ſe continúa.
Carta
17 D. JOSEPH DE MENEZES , que naſceo no
anno de 1642 ; foy Doutor em Canones , Porcionif ral d

de F
Barbola , Catalogo do ta do Collegio de S. Paulo de Coimbra , em que en
Colleg. Real de S.Paur
le. Prel
trou a 29 de Fevereiro de 1656 , Deſembargador da
em
Relaçao do Porto , e da Caſa da Supplicaçao de Lif
cari
boa , da Meſa dos Aggravos, Deputado da do San
to Officio da Inquiſiçaõ de Lisboa , de que tomou an

folk
poſſe a 14 de Novembro de 1674 , da Junta dos Tres
Eſtados, e da Meſa da Conſciencia , e Ordens, de er:

que tomou poſſe a 13 de Janeiro de 1670 , Viſitador de

dos Moſteiros das Ordens Militares de Aviz , e Pal edi

mella , Sumilher da Cortina delRey Dom Pedro II. 40

ſendo Principe Regente , Dom Prior de Guimaraens, fer

Reytor , e Reformador da Univerſidade de Coim bo

bra , por Proviſa ) de 15 de Outubro de 1675 ; e fen

do nomeado Biſpo de Miranda , nað teve effeito , VE

por vagar no meſmo tempo a Cadeira da Cathedral l

-
do Algarve , em que foy nomeado pelo Principe Re 1

gente, tirando Bullas Apoftolicas , tomou poſle a 14


de Julho de 1680. Nao eſteve neſta Igreja muito

tempo ; porque ElRey D. Pedro o promoveo a 3

de Março de 1685 para o Biſpado de Lamego ; e fen


do abſoluto do vinculo do Algarve , em 14 de Mayo
tomou
1
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 519

tomou poſſe da Cadeira de Lamego a 25 de Agoſto

do meſmo anno . Ultimamente foy nomeado Arce.

biſpo de Braga , Primaz de Heſpanha , de que tiran


do as Bullas Apoſtolicas, tomou poſſe a 22 de Mayo

de 1692. No anno de 1693 , eſtando em Lisboa o

Arcebiſpo Primaz , o nomeou ElRey D. Pedro , por


Carta de 6 de Abril do referido anno , Inquiſidor Ge

ral deſtes Reynos , o que nao aceitou . Faleceo a 16

de Fevereiro de 1696 , acabando nelle hum grande


Prelado ; porque foy douto , entendido , e prompto

em reſolver , zelador da immunidade Eccleſiaſtica ,

caritativo com os pobres ; e àquelles a que ſe ajuntava

a nobreza , attendia com cuidado , recolhendolhe as


filhas nos Moſteiros para Religioſas , e aos filhos, que
eraõ capazes de eſtudar , aſſiſtia em a Univerſidade

de Coimbra com mezadas . Na juſtiça moſtrou zelo ,

e diſtribuiçaõ nos Beneficios ; nas Igrejas de concurſo ,


nað permittia entraſſem os ſeus Capellaens, para que

ſe nað perſuadiſſem os pretendentes, podia haver ſo

borno. Com eſtas, e outras acções , e virtudes mof

trou a grandeza do ſeu animo , a inteireza de hum

verdadeiro Paſtor da Igreja. Jaz na Sé de Braga na


Capella de S. Pedro de Rates , onde por ſua ordem

tem eſte Epitafio :

Aqui jaz Joſeph.

O mais indigno Arcebiſpo de Braga .



17 D. JoaŐ MANOEL DE MENEZES , de quem

ſe fará mençaõ adiante .


D.
520 Hiſtoria Genealogica

17. D. FRADIQUE DE MENEZES , X. Senhor da

Ponte da Barca. Cafou no anno de 1671 com D. Je

ronyma Maria de Sá ſua prima ſegunda , filha herdei


ra de Fernao Nunes Barreto , Senhor dos Coutos de

Freiris , e Penagate , e dos Padroados de Freiris , San

tiago de Loſtoca, e Santa Marinha de Eſtromil; e de

Joanna de Sá ſua prima ſegunda , filha de Sebal


D.
tiaõ de Sá de Miranda , de quem teve
18 D. AFFONSO DE MENEZES , adiante.

18 D. Joseph DE MENEZES , que foy Meſtre


Eſcola da Sé de Coimbra , e he Principal da Santa

Igreja de Lisboa. = 18 D. Joao de MENEZES ,


que até o preſente nað tomou eſtado , havendo ſuc
cedido na Caſa a ſeu irmao. 18 D. MARIA DE
MENEZES , faleceo menina. 18 D. JOANNA DE
MENEZES , e D. ISABEL MANOEL DE ARAGA ,
Freiras em Santa Clara de Coimbra . E 18 D. AN

NA DE MENEZES cafou em 27 de Janeiro de 1704

com Simao da Coſta Freire , Senhor de Pancas , e da

Villa de Atalaya na Beira , de quem ficou viuva a 19


de Junho de 1728 , ſem ſucceſfàð .

18 D. AFFONSO DE MENEZES , foy XI . Se


nhor da Ponte da Barca , &c. Faleceo em Coimbra

em Fevereiro de 1739. Caſou com D. Antonia de

Borbon , filha de D. Antonio de Almeida , II . Con

de de Avintes , do Conſelho de Eſtado ; e da Con


deffa D. Maria Antonia de Borbon , de quem nað te

ve ſucceſſað ; e da ſua Caſa fez ElRey merce a D.

Joað de Menezes ſeu irmað , exceptuando os Padroa


D.
dos das Igrejas.
da Caja Real Portug. Liv. XII. 521

filho ter
* 17 D. Joao MANOEL DE MENEZES ,

ceiro de D. Affonſo de Menezes, e de D. Joanna Ma

noel de Magalhaens , IX . Senhora da Villa da Ponte

da Barca : ſervio na guerra na Provincia do Minho ,

e depois no anno de 1679 ſe achou nas Cortes , que

ſe celebrarað em Lisboa , ſendo Procurador. Calou

com D.Franciſca Luiza de Mendoça , filla herdeira


de Franciſco Ferreira Furtado de Mendoça , e de D.

Maria de Mendoça ſua mulher , de quem teve unico


18 D. FRANCISCO FURTADO DE MENDOÇA ,

adiante . E fóra do matrimonio teve illegitimo a


18 D. AFFONSO MANOEL DE MENEZES , que

naſceo no anno de 1672 , e foy bautizado a 2 de Ou


tubro : eſtudando na Univerſidade de Coimbra com

a proveitamento , ſeguio a vida Eccleſiaſtica , e ſendo

Beneficiado da Collegiada de Freixo de Eſpada à Cin

ta , paſſou para Arcediago do Bago da Santa Igreja de


Braga ; e depois de ter recebido o grao de Licencia
do na Univerſidade de Coimbra , foy Deputado da

Inquiſiçaõ da dita Cidade, em que entrou a 30 de Ja


neiro de 1697 , donde paſſou a ſervir o meſmo lugar

na Inquiſiçaõ de Lisboa a 6 de Dezembro de 1704 ,

{ endo já Deſembargador da Relaçaõ do Porto , em


que tinha entrado a 29 de Agoſto de 1703 , donde

paſſou no anno ſeguinte a ſervir na Caſa da Supplica


çaõ , e de que tomou poſſe a 27 de Novembro do
1
dito anno ,
e ultimamente entrou na Meſa dos Ag.
gravos de propriedade a 5 de Julho de 1710. A'vi

veza natural , a que a natureza ajuntou hum engenho


Tom . XI. Ppp ſubli
5 2 2 Historia Genealogica

ſublime com continuada applicaçaõ ao eſtudo da Ju

riſprudencia , o diſtinguirao na ſua profiſſa ) , e fará

celebre o ſeu nome ſe fahir à luz para beneficio

da Republica das letras a ſua vaſta Obra , que tem


quaſi acabada , com o titulo Commentaria ad Ordina

tionem Luſitanam , que divide em cinco tomos , Obra

em que brilhað igualmente os apices da Juriſpruden


cia , que os primores da erudiçað , a qual nos fez mer

ce de moſtrar , e vimos com grande goſto ; della já


faz mençaõ o Abbade de Sever na Bibliotheca Luſi

tana , que ſe imprimio em 1741. Nað ſó a profiffað

lhe levou o cuidado , porque com muito fe applicou

à Hiſtoria , eà Genealogia , como diſſemos no Appa


rato deſta Obra .

* 18 D. FRANCISCO FURTADO de MENDOÇA

naſceo a 22 de Setembro de 1681 , ſuccedeo nosMor

gados de Argenſol , Freiria , e Canidello , foy Caval


leiro da Ordem de Chriſto , e morreo a 14 de Outu

bro de 1741. Caſou com D. Marianna Luiza de Val

ladares e Amaral , que faleceo a 15 de Agoſto de

1739 , havendo naſcido no anno de 1678 , filha her


deira de Joao de Valladares do Amaral Carneiro , Se

nhor da Caſa dos Valladares do Porto ; e de D. Mar

garida Machado da Sylva e Menezes , filha de Ruy


Pereira Sottomayor , Alcaide mòr de Caminha , Se.

nhor de Barbeita , de quem teve os filhos ſeguintes:


19 D. FRANCISCO ANTONIO DE MENEZES

naſceo a 10 de Mayo de 1699 , e morreo a 28 de


Março de 1704. = 19 D. LEONOR MARIA MI
CHAELLA
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 523

CHAELLA MANOEL DE MENEZES , adiante . = 19 D.

MARIANNA PLACIDA DE MENEZES ,‫ ܕ‬de quem ſe faz

mençað . = D. FRANCISCA Rosa MARIA DE ME

Nezes naſceo a 2 de Outubro de 1701 , e caſou a 3

de Mayo de 1725 com Thadeo Luiz Lopes de Car

valho e Camoens , VII . Senhor , e Capitað môr he

reditario dos Coutos de Abbadim , e Negrellos , &c.

como ſe dirá no Capitulo VI , do Livro XIII. e fica


*
referido a pag. 365 do Livro XI. = 19 D. JOAN

NA THERESA DE MENEZES , adiante . = 19 D.

JoA Mangel DE MENEZES , com quem ſe con


tinúa . = * 19 D. MARIA PROSPERA DE MENE

ZES , de quem adiante ſe falla. E * 19 D. MAR


GARIDA CECILIA DE MENEZES , de quem abaixo ſe

fará mençað . = 19 D. EUGENIA JOSEFA DE ME

NEZES naſceo a 12 de Janeiro de 1710. Caſou com


Henrique de Mello de Azambuja , como diſſemos no
Capitulo IV . 2. II. deſte Livro. 19 D. ISA

EEL DE ARAGA ) naſceo em o primeiro de Abril de


1711 , emorreo a 9 de Novembro do meſmo anno.

* D. LUIZA CAETANA DE MENEZES , de que


adiante ſe trata .

19 D. LEONOR MARIA MICHAELLA MANOEL


DE MENEZES naſceo a 28 de Setembro de 1700 , ca

ſou no anno de 1716 com D. Antonio Jacintho, Se


nhor de Lyra , e da Caſa do Porto no Reyno de Gal

liza , e tem = 20 D. RODRIGO TRANCOSO DE Lr

RA , que naſceo em 1717. = D. JOA ) DE LYRA

TRONCOSO E SOTTOMAYOR , que naſceo a 12 de


Tom . XI. Ppp ii Abril
524 Hiſtoria Genealogica

Abril de 1721. = D. MARIA QUITERIA DE LYRA

E MENEZES , que foy bautizada a 21 de Agoſto de


1723 , e caſou a 10 de Abril de 1735 com Pedro Lo

pes de Calheiros e Benavides , Senhor da Caſa , e So

lar de Calheiros ; e tem até o preſente : = 21 FRAN


cisco LOPES DE CALHEIROS , que nafceo a 21 de
Junho de 1737 , e a D. Maria Rosa DE MENE

ZES , que naſceo a 16 de Outubro de 1741. = 20 D. 3


1
Paula LEONOR DE MENEZES , que foy bautizada
a 17 de Janeiro de 1727. = 20 D. LUIZÁ ANTONIA ,

DE LYRA naſceo a 26 de Agoſto de 1728 .


19 D. MARIANNA PLACIDA DE MENEZES naf

ceo a 5 de Outubro de 1702. Caſou a 7 de Seteni

bro de 1727 com Manoel de Sá Pereira , Meſtre de

Campo de Infantaria Auxiliar da Comarca de Coim

bra , a qual faleceo em Julho de 1739 , deixando a


fucceſlao ſeguinte : = 20 D. MARIANNA ANTONIA

DE SA ' E MENEZES naſceo a 30 de Agoſto de 1728 .

= D. JOACHINA LOURENÇA DE SA'E MENEZES naſ

ceo em 1729 , foy bautizada a 23 de Agoſto. = Joað

ANTONIO DE SA PEREIRA naſceo a 13 de Junho


de 1730. = JOSEPH VICTORINO DE SA ' E MENE

2ES naſceo em 1731 , foy bautizado a 4 de Dezeni

bro. = FRANCISCO DE SA foy bautizado a 29 de


Março de 1731 ; he Cavalleiro de Malta. = D. AN

NA DE SA , foy bautizada a 20 de Fevereiro de 1735.


D. LUIZA VICTORIA DE Sa naſceo em 1736 ,

e foy bautizada a 23 de Janeiro. = D. PEDRO DE


MENEZES naſceo a 4 de Março de 1738 .
D.

I!
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 525

19 D. JOANNA THERESA DE Menezes naſ

ceo a 15 de Fevereiro de 1704 , e caſou a 28 de No

vembro de 1728 com Joao Bernardo Pereira Couti

nho de Vilhena , Senhor da Caſa de Penedono ; e ti

verað os filhos ſeguintes : = 20 BELCHIOR Luiz


PEREIRA COUTINHO DE VILHENA naſceo em 1729,

e foy bautizado a 28 de Novembro . = Luiz Ma

NOEL DE MENEZES naſceo em 1731 , e foy bauti

zado a 25 de Abril . = D. DELFINA FELICIANA


BARBARA DE MENEZES E ZUNIGA naſceo em 1732,

e foy bautizada a 16 de Mayo. = FRANCISCO MA

NOEL DE MENEZES naſceo em 1733 , e foy bautiza


do em Novembro. = D. ANTONIA LUIZA DE ZU .

NIGA E Menezes naſceo em 1735 , e foy bautizada

no primeiro de Mayo. = Lopo Cesar De MENE

ZES naſceo em 1737 , e foy bautizado a 23 de Mayo.

= MIGUEL CARLOS naſceo em 1738 , e foy bauti

zado a 20 de Julho. = D. LEONOR GERTRUDES

DE MENEZES naſceo em 1740 , e foy bautizada a 2

de Abril . = D. Joanna Felicia DE ZUNIGA ME


NEZES DE VILHENA naſceo em 1742 , e foy bauti

zada a 31 de Março.

19 D. MARIA PROSPERA DE MENEZES naf

ceo a 2 de Novembro de 1706 , caſou a 26 de Mayo

de 1728 com Thomé Joſeph de Souſa e Brito , Com


mendador da Ordem de Chriſto , de
quem fizemos

mençað no 2. II. do Capitulo IV . deſte Livro .


19 D. MARGARIDA CECILIA DE MENEZES

naſceo a 9 de Novembro de 1708 , caſou a 19 de Ou

tubro
526 Hiſtoria Genealogica

tubro de 1727 com D. Affonſo Bautiſta de Aguilar ,

Monroy da Gama , irmao de D. Rodrigo de Agui


lar , Cavalleiro de Malta , de D. Antonio de Agui

lar , Prelado da Santa Igreja de Lisboa ; e de Dona

Filippa Catharina de Aguilar da Gama , mulher de


Gonçalo Joſeph da Sylveira Preto , Alcaide môr de
Monça ) , e Commendador deſta Villa , irmao de An

tonio Ignacio Falcao , Prelado da dita Santa Igreja


de Lisboa , e filhos de Joſeph Vaz de Carvalho , do

Conſelho de Sua Mageftade , ſeu Deſembargador

do Paço , Chanceller môr do Reyno , Juiz da Coroa,


Secretario do Infante D. Manoel , Miniſtro de gran

de inteireza , e litteratura , e merecimentos , que o fa


zem benemerito da attençao do ſeu Soberano ; e da

referida uniaõ tem até o preſente os filhos ſeguintes:

20 D. JOSEPH DE AGUILAR naſceo a 2 de Junho

de 1736. = D. MARIANNA JOSEFA DE MENEZES

naſceo a 12 de Junho de 1737. D. FRANCISCO


ANTONIO DE MENEZES naſceo em 12 de Junho de
1739. = D. JOAO DE AGUILAR naſceo a 16 de

Junho de 1740. D. ANNA JOACHINA DE ME

NEZES nafceo a 13 de Setembro de 1741. Dom


FRANCISCO DE AGUILAR naſceo a 27 de Junho de
1743. = D. JOACHIM DE AGUILAR , naſceo em ir
de Outubro de 1744 .

19 D. LUIZA CAETANA DE MENEZES naſceo

a 15 de Dezembro de 1713. Caſou a 23 de Julho de

1732 com ſeu primo ſegundo Manoel Carlos Bacel


lar , de quem tem = 20 MARCOS CAETANO BA

CELLAR ,
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 527

CELLAR , que naſceo a 25 de Abril do anno de 1733 .


= D. MARIA LUIZA DE MENEZES naſceo a 16 de

Mayo de 1734 , e niorreo a 27 de Outubro de 1742 .

E D. MARIA ROSA DE MENEZES naſceo a 3 de

Mayo de 1735. = D. LUIZA IGNACIA DE MENE

ZES naſceo no primeiro de Junho de 1736 , e morreo


em 1740. = SEBASTIA ) Carlos BACELLAR naſceo

a 21 de Fevereiro de 1739 , e morreo em Outubro de 1


1742. D. ANNA MARIA DE MENEZES naſceo

a 3 de Agoſto de 1741. = D. LUIZA MARIA DE

Menezes , que naſceo a 2 de Setembro de 1743 .


19 D. Joao MANOEL DE MENEZES naſceo a

25 de Junho de 1705 ; he ſucceſſor da Caſa de ſeus

pays. Caſou a 25 de Fevereiro de 1726 com D. Ma


ria Roſa de Menezes , filha de Joao Gonçalves da

Camera Coutinho , Almotacé môr do Reyno ; e de

ſua mulher D. Luiza de Menezes , como diſſemos a

pag. 606 do Tomo X. de quem tem até o preſente:


20 D. MARIANNA LUIZA DA TRINDADE DE

MENEZES naſceo a 8 de Junho de 1727 .

20 D. MARIA URSULA DE MENEZES naſceo

a 21 de Outubro de 1737.

CAPI
$ 28 Hiſtoria Genealogica

CAPITULO VII,

De Dom Nuno Manoel , 11. Senbor de Ats

laya, Tancos , e Cinceira , Alcaide môr

de Marvað , ac

14 Aſceo primogenito entre os filhos de D.

N Fradique Manoel, conio diffenios no Ca

pitulo V., D. Nuno Manoel , que foy ſucceſſor da

fua Caſa , e Senhor das Villas de Atalaya , Tancos ,

Cinceira , Aguias , e mais Eſtados deſta Caſa , Alcai

de môr de Marva ). Pelos annos de 1574 achamos

paſſara por Embaixador a França a comprimentar a

ElRey Henrique II. pela ſua exaltaçaõ ao Throno

daquella Monarchia pela morte de ſeu irmao ElRey


Carlos IX . Naquella Corte ficou reſidindo o Embai

xador D. Nuno algum tempo ; depois voltando ao


Reyno , acompanhou a ElRey D. Sebaſtiao a ſegun
da vez , que paſſou à Africa , e com elle o matarað

os Mouros nabatalha de Alcacer a 4 de Agoſto do

anno de 1578. Caſou com D. Joanna de Ataide , fi

lha de D. Antonio de Ataide , I. Conde da Caſtanhei

ra , e da Condeſſa D. Anna de Tavora ; e deſte mas

trimonio naſcerað os filhos ſeguintes :

15 D. FRADIQUE MANOEL , que nao chegou

a herdar a Caſa , por morrer na batalla de Alcacer ,


Seu
aonde tinha paſſado juntamente com ſeu pay.
corpo
da Caſa Real Portug. Liv. Xll. 529

corpo reſgatou ſua mãy D. Joanna de Ataide com

generofa piedade.

15 D. Francisco MANOEL , I. Conde de Ata

laya , Capitulo IX .

15 D. ANTONIO MANOEL paſſou a ſervir à In


dia no anno de 1584 com o Vice-Rey D. Duarte de

Menezes, levando de moradia de Fidalgo Cavallei


ro por mez tres mil e novecentos , conforme a Em-Emmenta da Caſa da

menta da Caſa da India. Aſſim que chegou ao Ef badia dovanos de 1584.

tado foy occupado ; porque no anno de 1585 fer


Couto , Decal. 1 o , liv
vio de Capitað de huma Fuſta da Armada , com que
7. cap . 7.08 .
Ruy Gonçalves da Camera foy ao Eſtreito de Me

ca , dondepaſſou contra os Niquillos com Pedro Ho


mem Pereira , huma das mais arriſcadas emprezas ,

que naquelle tempo houve na India ; e aſſim nella

acabou D. Antonio Manoel a vida , peleijando com

admiravel valor.

15 D. PEDRO MANOEL , II . Conde de Ata

laya , Capitulo X.

15 Dom Joað MANOEL , Arcebiſpo de Lif

boa , Vice -Rey de Portugal, que occupará o Capi


tulo VIII.

15 D. FRANCISCA DE ATAIDE caſou com D.

Manoel Maſcarenhas , Commendador do Roſnani


nhal na Ordem de Chriſto , 8. I.

15 D. MARIA DE ATAIDE, Religiofa do Mof


teiro de Santa Clara da Caſtanheira , de
que foy Ab
Ladeſſa , acabando a vida com ſinaes de grande vir
tude.

Tom . XI. 299 D.


530 Hiſtoria Genealogica

9 15. D. MAGDALENA DE ATaide , D. ANNA


DE ATAIDE , D. CATHARINA DE ATADE , Freiras

no dito Moſteiro . = 15 D. EUFRAZIA DE Atal


DE , Freira em Jeſus de Setuval, onde ſe chamou So

ror Eufrazia de Santa Catharina , Religioſa de ex

emplar vida.

15 D. VIOLANTE DE ARAGAO , Freira no


11
Moſteiro de Vialonga , de que foy Abbadeſſa duas
vezes .

6. I.

15 D. FRANCISCA DE ATAIDE caſou com D.


Manoel Maſcarenhas , Commendador do Roſmani

nhal, Senhor da Gocharia , que ſe achou com ElRey


Dom Sebaſtia ) no anno de 1578 na batalha de Alca
3
cer , em que foy cativo ; e ſendo reſgatado , voltou

para o Reyno , e foy Governador , e Capitað Gene

ral da Praça deMazagao ; e tiverað os filhos ſeguin


tes : * 16 D. FERNANDO MASCARENHAS , com

quem fe continúa . 16 D. Joao MASCARENHAS,

que ſervindo na India , morreo queimado , com gran


de valor , na empreza de Surrate. = 16 D. PEDRO 1
{
MASCARENHAS , que foy Religioſo da Ordem de S.
Franciſco . = 16 D. FRANCISCO MASCARENHAS

que ſervio na India , onde em huma acçaõ dos noſ


fos, foy morto pelos Mouros. = 16 D. Nuno ,

morreo menino. = 16 D. Diogo MASCARENHAS ,

que paſſou a ſervir à India ; e tomando depois o ha


bito de S. Franciſco , morrco Religioſo. E 16 D.
FILIPPE
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 530

FILIPPE MASCARENHAS , paſſou a ſervir à India , em

que continuou com reputaçao ; foy Governador de

Ceilað , e depois Vice-Rey do Eſtado , por Patente


de 10 de Abril de 1644 ; e tendo feito grandes ſervi

ços à Coroa , em que as noſſas Armas conſeguirað


glorioſos ſucceſſos, voltou para o Reyno muito rico .

Morreo em Angola no anno de 1651. Havia caſa


i
do na India com D. Maria Coutinho , filha de Dom

Diogo Coutinho , e de ſua mulher D. Ignez Freire :

nað teve ſucceſfað; e eſtava ſegunda vez contratado


com ſua ſobrinha Dona Helena , filha de ſeu irmao ,
que veyo a ſer ſeu herdeiro . E 16 Dom Anto

NIO MASCARENHAS , que morreo ſervindo na India .


1
16 D. JOANNA , D. FILIPPA , e D. MARIA , Reli

gioſas no Moſteiro da Caſtanheira. = 16 D. MAG


1 DALENA DE ATAIDE , caſou com D. Antonio de Al

meida , Commendador de Lardoſa , Soalheiro 2 е

Bempoſta , na Ordem de Chriſto ; e a ſua illuſtre

poſteridade deixamos eſcrita no Tomo X. pag. 833 .


16 D. CATHARINA , D. MARGARIDA , e D.Leo

NOR , Religioſas no Moſteiro de Santa Clara de San


tarem .

16 D. FERNANDO MASCARENHAS , ſuccedeo na

Caſa , e foy Commendador da Torre , de Fonte Ar

cada , e do Roſmaninhal , na Ordem de Chriſto , e

Senhor do Morgado da Gocharia ; foy Governador ,

e Capitað General de Ceuta , e Tangere , onde ſer


vio com reputaçað , ſoccorrendo ſete vezes a Mamo

ra , Larache , é Pinha) , que eſtiverað em aperto ;


Tom . XI. Q99 ii
5 32 Hiſtoria Genealogica

ſerviço porque ElRey D. Filippe IV. o creou Con

de da Torre , por Carta de 26 de Julho do anno de

1638 , ſendo já do ſeu Conſelho de Elado , e o no


meou Capitað General de Mar , e Guerra , das Ar

madas de Portugal, e Caſtella , para a recuperaçaõ da

Capitanía de Pernambuco , e mais Praças , que no El


tado do Braſil tinhaõ tomado os Hollandezes ; e foy

o unico Portuguez , que na dominaçao Caſtellana te

ve o cargo de ambas as Armadas , mas infelizmente ;

porque ſobrevindo huma tempeſtade grande , eſtan


do à Armada pouco diſtante de terra , fe perdera

muitos dos principaes navios , e outros foraõ derrota

dos a Indias. Eſta deſgraça baſtou para fe julgar por

culpa , effeito ordinario nas calamidades grandes : al


j fim ElRey D. Filippe o mandou prender na Fortale
1
za de S. Juliaõ da Barra , e o privou da grandeza do

Titulo. Porém fuccedendo neſte tempo a Acclama


çaõ delRey D. Joað IV . para que tambeni coope
rou , perſuadindo a D. Fernando de la Cueva , GO

vernador da Torre referida , em que elle eſtava pre

zo , a que a entregaſſe , conſeguio com felicidade o


negoceado , ainda que a pezar do Governador. El

Rey o reſtitulo às honras , de que o tinha privado a

ſiniſtra informaçao dos ſeus emulos ; e foy alſım 1.

Conde da Torre , e o creou do ſeu Conſelho de Ef


tado , e Preſidente do Senado da Camera de Lisboa ,
e Reformador das Fronteiras. Caſou com D. Ma

ria de Noronha , irmāa de D. Rodrigo da Sylveira ,


I. Conde de Sarzedas , fillos de Dom Luiz Lobo da

Sylvei
5
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 533

Sylveira , Senhor de Sarzedas , e Sovereira Fermoſa ,

inſigne na Hiſtoria , e na Genealogia ; e de ſua mul


Her D. Joanna de Lima ; e deſta illuſtre uniao wal

cerað os filhos ſeguintes : = 17 D. MANOEL MAS


CARENHAS
, que ſervio na guerra na Provincia de

Alentejo. Foy morto por D. Diogo de Eça , por o


achar em ſua caſa fallando com ſua irmãa D. Hele

na , e por recuſar recebella logo : galanteyo que havia


tempos durava , e de que D. Diogo havia dias , que

tinha a ſuſpeita. = 17 Dom Joao MASCARE

NHAS , II . Conde da Torre , e I. Marquez de Fron


teira . = 17 D. PEDRO MASCARENHAS , morreo

de pouca idade . = 17 D. JOANNA DE NORONHA ,

faleceo na flor da idade. = 17 D. FRANCISCA MAS

CARENHAS , Dama do Paço em Madrid , onde faleceo


ſem eſtado. = 17 D. EUFRAZIA DE LIMA , que

foy ſegunda mulher de D. Franciſco de Souſa , II.

Conde do Prado , e I. Marquez das Minas , como ſe


verá no Liv . XIV . = 17 D. HELENA. DA SYLVEI

RA E NORONHA , que caſou com D. Franciſco Luiz

Balthafar da Gama , VI Conde da Vidigueira , e II .

Marquez de Niza , como deixamos eſcrito no Tomo

X. pag .570 , e foy ſua primeira mulher. = 17 D.


MARGARIDA ANDRE' DE NORONHA , Dama da
Rainha D. Luiza . Caſou com D. Pedro de Almei

da , I. Conde de Aſſumar ; e a ſua eſclarecida pofte


ridade deixamos eſcrita no Tomo X. pag . 809 deſta
Hiſtoria .

17 D. Joao MASCARENAS , pela norte de feu


irmao
534 Hiſtoria Genealogica

irmað veyo a ſucceder na Caſa. Foy II. Conde da

Torre , I. Marquez da Fronteira , Senhor dos Luga


res de Coculim , e Verodá na India , Commenda

dor das Commendas de Santiago de Fonte Arcada ,

Roſmaninhal , S. Nicolao de Carrazedo , S. Joao de


Caſtellãos , S. Martinho de Cambres , e S. Martinho

de Pindo , todas na Ordem de Chriſto , do Conſelho

de Eſtado , e Guerra do Principe Regente D.Pedro ,


ſeu Gentil-homem da Camera , e Vedor da ſua Fa

zenda , Meſtre de Campo General da Provincia da


Eſtremadura , e Gra ) Prior do Crato da inſigne Or

dem de S. Joaõ de Malta. Servio na guerra de Alen

tejo com diſtincçað , e valor , e paſſou àquella Pro


vincia no anno de 1657 com o poſto de Meſtre de
Campo , dando as primeiras moſtras do ſeu esforço
no aſſalto de Badajoz, empreza de Valença de Alcan
tara , e recuperaçao de Mourao : continuou com o

meſmo valor no ſitio de Badajoz , e defenſa da Cida

de de Elvas. Paſſou depois por Meſtre de Campo


General à Provincia do Minho ; e tendo exercitado

nella o ſeu poſto , voltou por General da Cavallaria

da Provincia de Alentejo ; e com eſte poſto ſe achou


na Campanha do anno de 1662. Foy Governador da

importante Praça de Campo -Mayor , donde baixou


ao ſoccorro de Evora. Achou -ſe na batalha do Ca

nal no anno de 1663 , governando huma das linhas


do Exercito , ſendo o ſeu valor , e diſpoſiçaõ grande

parte para ſe conſeguir tað glorioſa vitoria. No anno


de 1665 ſe achou na famoſa batalha de Montes Claros,
diſtin
da Caſa Real Portug. Liv. XII. $ 35

diſtinguindo- ſe em todas as occafioens . Confeguio na

noſla Hiſtoria glorioſa memoria , como ſe pode ver

na eſtimada Obra de Portugal Reſtaurado. Foy o Port, Reſtawr.tom . 2 .

Marquez valeroſo , altivo , magnifico : conſervou ref

peito, e authoridade na Corte , e grande eſtimaçao

do Principe Regente , a quem foy grata a ſua peſſoa,


e com muito valimento . Morreo a 16 de Setembro

de 1681 , havendo muy poucos dias , que lograva o

grande emprego de Gra ) Prior do Crato , que teve ,


ſendo já viuvo .

Caſou com D. Magdalena de Caſtro , que faleceo a


10 de Setembro de 1673 , filha de Franciſco de Så e

Menezes , III. Conde de Penaguiao , Camereiro môr

dos Reys D. Filippe IV. e D. Joað IV . Senhor de


Sever , e Alcaide môr do Porto ; e da Condeſſa D.

Joanna de Caſtro , filha de Joao Gonçalves de Atai

de , VI.Condede Atouguia , e da Condeſſa D. Ma

ria de Caſtro , Dama da Enperatriz , filla herdeira


de Martim Afonſo de Miranda , Camereiro môr do

Infante Cardeal D. Henrique ; e teve os filhos ſeguin


tes : = 18 D. FERNANDO MASCARENHAS , II .

Marquez de Fronteira , III. Conde da Torre , de

quem fizemos mençaõ no Tomo IX. pag. 467 , e da

ſua poſteridade. = 18 D. FILIPPE MASCARENHAS,


que eſtando nomeado para ſucceſſor de ſeu tio Doni

Filippe Maſcarenhas , morrea a 7 de Setembro de

1665. = 18 D. FRANCISCO MASCARENHAS , I.

Conde de Coculim , que caſou com Dona Maria de


Noronha ; e a ſua deſcendencia fica tratada no To
mo
536 Hiſtoria Genealogica

mo X. pag. 577 , e no Tomo V. pag . 246. = 18 D.

JOANNA DE CASTRO , que faleceo de curta idade.

= D. ISABEL DE CASTRO , que caſou com ſeu pri


mo D. Joao de Almeida , II . Conde de Aſſumar ; e a
1
ſua eſclarecida poſteridade já deixamos referida no

Tomo IX. pag. 810. = 18 D. FRANCISCA DE Cas

TRO , Religioſa Caimelita Deſcalça no Moſteiro dos


Cardaes , onde foy Priora.

D. Jo
537

Martim Gonçalves Gil Moniz de Ataide.


de Ataide , Alcaide
môr de Chaves. Dona N. . . . Vaſques,
D. Alvaro Gon D. Mecia Vaſques
Vaſco Fernandes Coutinho, Seni, do
Ataide, ,
I. Conde de Acou- C Infantes , filhos dele S Couto de Leomil , Meirinho môr.
Brites Gonçalves de Moura , Aya
Dom Alvaro de guia , Ayo delRey Rey D. Joaó I.
D. Affonſo V. * 2 da Rainha D. Filippa.
Araide , Senhor D. Alvaro Pires de Caſtro , Conde
em 1452 .
da Caſtanheira
A Condefla Dona D. Pedro de Caſtro , ŞDe Alvayollares de Conde
Povos , &c. * Senhor do Cadaval.
Guiomar de Caſ. nha , I. Condeavel.
cm 1505 A Cond. D. Maria Ponce de Leao,
tro .

D.LeonorTelles
Menezes. de spolo . Affonſo Tello de Menezes,
Dom Anto A Condeſſa D. Guiomar Lopes Pa
nio de Atai checo ,
de , 1. Conde Martin Affonfo de S Martim Affonſo de Souſa , Se nhor
Senhor
da Caſtanhei
ra , do Con Souſa ,Senhor de D. Aldonça Rodrigues de Sá.
ſelho de El. Pedro de Souſa , 3 Mortagua.
tado , Védor Senhor de Prado , D. Violante Lopes Pedro Lourenço de Tavora , Se.
da Fazenda . D , Violante de | Alcaide môr de C de Tavora, nhor de Mogadouro.
Tavora , Seabra,
D. Brites Annes de Albergaria,

S Braz Eſteves,

D. Maria Piohei O Doutor Pedro Ef.


ra . teves , Ouvidor da 2 n .. ico.co.
Caſa de Bragança .
D. Joanna Mrtim Gomes Lobo , Ouvidor da
le Ataide , Iſabel Pinheira . Caſa de Bragança . ,
pulher de
Jom Nu 2 Môr Elteves Pinheirao
b Manoel Pedro Lourenço de Tavori , Re
Serhor Alvaro Pires de Ta3 poſteiro môr del Rey D.Joao i.
Atalaya. vora, Senhor deMo• 2 Brites Annes , Aya delRey D.Af
Pedro Lourenço < gadouro , & c.
de Tavora , Se . Ď. Leonor da Cu . Alvaro da Canha, Senhor de Pom
nhor de Mog a nba , primeira mo . beiro .
douro , & c. Ther,
D. Brites de Mello .

Alvaro Pires de Alvaro Gonçalves Camello, Senhor


S de Bayaó.
Tavora , Senhor Fernaó de Souſa , Se.
de Mogadouro ,( D. Ignez de Sou nhor de Roflas, Dona Ignez de Souſa.
Comendador de • la.
Santa Maria de
Caſtello - Bran . D. Maria de Souſa Pedro de Souſa de Alvim .
de Alvim .
CO .
2n ..
D. Anna de
Tavora, D. Affonſo , Senhor de Caſcacs.
D. Fernando de ValSo.
concellos, Senhor de D. Maria de Vaſconcellos,
Mafra , Enxara dos
D.Affonſo de Var Cavalleiros . D. Pedro deMenezes , I. Conde de
concellos , I. Con D. Iſabel Coutinho
S Villa - Real , e Il.de Vian . * 1437 .
de de Penella , * Senhora de Mafra , A Condella
Dona Joanna da em 1480 , 3. mulher
Sylva , Diogo Fernandes de Almeida , Alc,
Ab Punhete , &c.
S môr de rantes , e
D. Lopo de Almei Ja
* em 5 de ne iro de 1450 .
A Condeſa D.lla . da , 1 , Conde de
Abrantes , * a 16 D. Br it es Sa nc he s.
bel da Sylva.
de Setemb. de 1486. Pedro Gonçalves Malafaya , Védor
A Condeſſa D , BriS da Fazenda,
ses da Sylva,
D. Iſabel Gomes da Sylva .

Tom . XI.
CAPI
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 539

CAPITULO VIII.

De D. Joao Manoel, Arcebiſpo de Lisboa , e

Vice - Rey de Portugal


.

O Capitulo precedente diſſemos fora fi

" N lho quinto de D. Nuno Manoel , Senhor

de Atalaya , e de ſua mulher D. Joanna de Ataide ,

D. Joao Manoel , que ſeguio a vida Eccleſiaſtica ;


eſtudou na Cidade de Coimbra , e foy Porcioniſta do

Collegio de S. Pedro , em que entrou no anno de

1596 , Doutor em Theologia


, e Conego da Sé de
Lisboa , provido pelo Arcebiſpo D. Miguel de Caf

tro , de que tomou poſſe a 28 de Junho de 1607 , e


Eſmoler môr delRey D. Filippe II . por nomeaçaõ do

Abbade de Alcobaça , a quem he annexo eſte lugar,

e entao o occupava como Commendatario D. Jorge


de Ataide , Biſpo Capella ) môr , ſeu tio , quevagara

por morte de D. Sebaſtiao da Fonſeca , Biſpo de I'ar


Catalogo dos Biſpos de
ga , Deaõ da Capella Real : depois foy nomeado Viſeu , que anda na
Biſpo de Viſeu pelo meſmo Rey no anno de 1609 , Real doanno de1722.

que vagou por morte de D. Joao de Bragança , tiran

do Bullas de confirmaçað ; foy ſagrado a 21 de Mar

ço de 1610 pelo dito Biſpo , que tinha ſido de Viſeu ,

Dom Jorge de Ataide , Capella) môr , na Igreja de


Noſſa Senhora da Graça de Lisboa ; e entrando no

ſeu Biſpado a 25 de Abril do referido anno , llie fez


Tom . XI. Rrr Conſ
540 Historia Genealogica

Conſtituições , e ornou a ſua Cathedral com precio

fos ornamentos , e outras peſſas de valor . E vagan


do o Biſpado da Guarda por promoçaõ de D. Affon
fo Furtado de Mendoça à Cadeira Priniacial de Bra

Catalogo dos Biſpos da ga , foy nomeado pelo meſmo Rey na da Guarda ,


Guarda na dita Collec
çaõ. que nao aceitou . No anno de 1625 foy transferido
Catalogo dos Biſpos de para a de Coimbra , em que entrou em 26 de Mayo
Coimbra da Collecçao do meſmo anno . No de 1626 ſe achou em Thomar na
da dita Academia do
anno de 1714 Junta dos Biſpos , que ElRey D. Filippe mandara fa

zer , em que eſtiverað os mais Prelados do Reyno ,

para ſe ajuſtarem varios negocios Eccleſiaſticos , ſen

do o principal conſultarem o remedio , que poderia

haver para a extincçað da gente de naçaõ Hebrea ; e

depois aſſiſtio em Madrid em hum Conſelho, em que


ſe tratou da deſiſtencia , que ElRey fazia dos ſubſi
dios Eccleſiaſticos. Eſtando neſta Corte , os grandes

merecimentos de D. Joao Manoel conhecidos no go

verno das Igrejas , que occupara , o fizerað tað len

brado delRey D. Filippe , que vagando o Arcebiſ

pado de Lisboa por morte de D. Affonſo Furtado de

Mendoça , o nomeou neſta Archiepiſcopal Cadeira


no anno de 1632 , e ao meſnio tempo Vice-Rey de

Portugal, de que tomou poſſe em Abril de 1633 , e

lhe foy mandado o Regimento do que havia de fa

zer , paſſado em Madrid a 26 de Março do meſmo


anno ; nelle ſe lhe ordenava , que em quanto foſſe

Vice - Rey , nað viſitaria peſſoa alguma ; que os Of


ficiaes da Caſa venceriað ſeus ordenados dos ſeus of

ficios móres , e o acompanhariaõ quando foſſe em pu


blico
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 541

blico à Capella , Relaça ) , e outras partes > a que

foſſe como Vice-Rey. Depois ſendo confirmado na

Dignidade de Arcebiſpo de Lisboa pela Sé Apoſtoli

ca , tomou della poſle por ſeu Procurador D. Gaſpar

do Rego , Conego da dita Sé , e Biſpo de Targa ,

em 13 de Mayo de 1633. Deſtas grandes Dignida

des , a que o elevarað as ſuas virtudes , e grande ta

lento , logrou tað pouco tempo , que o nao teve de

lhe chegar o Pallio , ſenao depois da ſua morte , cau


ſada dehuma hydropeſia , que foy a 4 de Julho de
1633 no Palacio delRey , donde reſidia como Vice

Rey . Logo ſuccedeo o Conſelho de Eſtado no go

verno , e ElRey depois o mandou continuar , para

que ſe viſſem os negocios , que nað ſofria ) dilaçao ,

e que ſe lhe houveſſem de conſultar, ordenando , que


para iſſo ſe ajuntaria o Conſelho todas as manhãas , e

as niais vezes que foſſem neceſſarias ; advertindo aos

Conſelheiros , que nað faltaſſem a ſe acharem preſen

tes . Depois nomeou a D. Diogo de Caſtro , Conde

de Baſto , o qual tomou poſſe a 22 de Julho do referi

do anno. O ſeu enterro , ordenado na forma que con

vinha ao ſeu eminente poſto , foy acompanhado da


Capella Real , e levado aos hombros dos Conſelhei

ros de Eſtado , na Tumba da meſma Capella Real ,

porſer Vice -Rey deſte Reyno . Foy ſepultado na

Capella mộr da Igreja de Noſſa Senhora de Jeſus dos


Religioſos Terceiros de S. Franciſco da Cidade de

Lisboa , a qual Capella mandou elle edificar , ſendo

ainda Biſpo de Viſeu , para ſeu jazigo , e dos Con


Tom . XI. Rrr ii des
542 Hiſtoria Genealogica

des de Atalaya , com o titulo de Padroeiro da Pro


vincia , e ſe tinha acabado a 20 de Junho do referido

anno de 1633 , quatorze dias antes , e a dotou de ri

cos ornamentos , e magnificas peſſas


. Jaz no carnei
ro da dita Capella , onde no meyo do pavimento ſe

lhe poz eſte ſuccinto Epitafio :

Sepultura de D. Joao Manoel, Biſpo

que foy de Viſeu , e de Coimbra, Arce

biſpo de Lisboa , e Vice- Rey de Portu

gal. Faleceo a 4 de Julbo de 16 3 3 .

CAPITULO IX.

De D. Franciſco Manoel , 1. Conde de Atalaya.

Eixamos eſcrito no Capitulo VII. que an

D ticipando-ſe a morte de D. Fradique Ma

noel para a ſucceſſað da Caſa de ſeu pay D. Nuno

Manoel , com quem morrera na infelice batalha de


Alcacer , ſuccedera nella ſeu irmao Dom Franciſco

Manoel , que foy Senhor das Aguias , Erra , Atalaya,

Tancos , e Cinceira , Alcaide môr de Marvað , com

tudo o que ſe comprehendia no Contrato , que diſſe

Torre do Tomb.Chan mos fizera ſeu avô D. Fradique coni ElRey D. Joao
ceilaria do ditoRey, III . e depois por hum Alvará feito a 2 de Setembro
liv. 4. pag. 242.
de 1582 tirou Rey para ſempre
El a D. Joanna de

Ataide ,
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 543

Ataide , mulher de D. Nuno Manoel, para os ſeus

ſucceſſores , fóra da Ley Mental, o que ſe verificou

logo na Carta , que ſe paſſou por ſucceſfað a ſeu fi

lho D. Franciſco , em que ElRey confirmou tudo o


que ſe ajuſtara no dito Contrato , tirandolle para fem

pre da Ley Mental , e dandolhe de juro , eherdade ,

para todos os ſeus ſucceſſores , as ditas Villas , e o

mais contheudo no Contrato , de que ſe lhe paſſou

Carta em Lisboa a 22 de Outubro de 1582. Era D.

Franciſco Manoel ornado de tantas virtudes , e bri

lhara ) com tanta efficacia os merecimentos dos ſeus

eſclarecidos aſcendentes , que ElRey D. Filippe II.

o creou Conde de Atalaya , de que ſe lhe paſſou Car

ta feita a 17 de Junho de 1583. Foy tambeni Com


mendador de S. Martinho de Ranhados na Ordem

de Chriſto . impr.
Nas Cortes , que ElRey D. Filippe III . Auto das Cortes,
celebrou na Cidade de Lisboa no anno de 1619 , em Lavanha, Viagem dela
Rey D. Filippe e Por
que jurou por herdeiro deſta Monarchia ao Principe dugalo pay.pce
.D. Filippe ſeu filho , foy o Conde hum dos Senho
res , que aſſiſtirao a eſte acto . Faleceo no anno de

1624. Caſou com D.Eyria de Brito , que era viu

va do Conde da Feira D. Diogo Pereira : era filha ,


e de quem veyo a ſer herdeira , de Joao de Brito , é
de D. Antonia de Ataide ſua mullier , irmãa de D.

Luiz de Ataide , III . Conde de Atouguia , Vice-Rey


da India ; e ficando viuva , fundou o Moſteiro do

Bom -Succeſſo junto a Belem , de Religioſas da Or

dem de S. Domingos , para a naçað Irlandeza , don

de entraõ ſem dotes. Jaz na Igreja em hunia bem


lavrada
Historia Genealogica
544

lavrada ſepultura da parte do Euangelho , onde tem


elte Epitafio :

Aqui deſcanſað os offos de D. Iria de

Brito , Condeſa, que foy da Feira , e

viuva ſegunda vez do primeiro Conde

de Atalaya D. Franciſco Manoel , de


1
cada Conde deſtes , lhe levou Deos bum

filho, e em ſeu lugar lhe deu toda a No

breza do Reyno de Irlanda por filhas ;

para ellas fundou este Convento , e des

ſua fazenda com larga mai. Nomeon

Noſa Senhora do Bom Succeſſo por

Padroeira ; em 13 de Novembro de

1639 ſe diße a primeira Mila, e

em 26 de Janeiro do anno de 1640 a

levou Deos com todos os Sacramentos ,

a gozar os premios da ſua devoçaõ.

Pater Noster.

Defte matrimonio foy unico


16 D. Nuno MANOEL , que tendo cumprido

treze annos , faleceo da queda de hum cavallo no de

1659 em vida de ſeu pay. Jaz no Moſteiro do Bom

Succeſſo , onde tem eſte Epitafio :

Aqui
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 545

Aqui neſta dura pedra deſcanſao os ollos

de D. Nuno Manoel de treze annos ,

unico fillo dos primeiros Condes de Atse

laya D. Franciſco Manoel , e D. Iria

de Brito , ſua eſperança da poſterida

de , e maes amado por ſuas partes, que

pela ſucceſſað , que delle eſperavao , de

que a morte os deſenganou no anno de

1659 . Pater Nofter.

CAPITULO X.

De D. Pedro Manoel, II. Conde de Atalaya.

15 Aſceo D. Pedro filho quarto de D. Nu

no Manoel , Senhor de Atalaya , e de D.

Joanna de Ataide ſua mulher, como fica dito no Ca

pitulo VII. e havendo de ſeguir a vida de Soldado ,


paſſou a ſervir à India no anno de 1591 na Armada ,
de que era Capitað môr Fernaõ de Mendoça , em

que deu ſingulares moſtras do valor, que herdara de


ſeus mayores. No anno de 1593 , em que foy cerca

da a Praça de Chaul , em tempo do Vice -Rey Ma

thias de Albuquerque , ſe achou D. Pedro já fazendo

as obrigações de Soldado , já as de Capitað , defen

dendo com grande esforço huma das eſtancias dos


muros ,
$ 46 Hiſtoria Genealogica

muros, que lhe fora encarregada , de que deu admi


ravel conta ,
como nas mais occaſioens daquelle fi

tio ; o que bem moſtrou no dia , que os noſſos fahin

do ao campo tiveraõ hum deſputado encontro com


os inimigos ſobre a ponte , de que D. Pedro Manoel

fahio ferido na cabeça de huma bala de eſpingarda :

era a ferida perigoſa , e o fez retirar o Cabo ; porém


depois de convalecido , tornou à ſua eſtancia , e nella
reſidio em quanto ſe nað levantou o ſitio , moſtrando

que deſprezava os perigos.


Governava a India o Conde da Vidigueira ,

ſeu primo com irmao , no anno de 1592 , em que D.

Pedro ſervio de Capitao de Columbo. Depois no


amo de 1600 foy Capitað môr de huma Arniada de

doze navios , com que ſahio de Goa , e andou na

Coſta do Canará , e nos Rios de Cota , e Coulað , fi


vrando aquelles mares infeſtados dos Paraos dos ini

migos , donde andou , até que chegou a Goa o Vice

Rey. Ayres de Saldanha. Foy tambem Capitað de

Sofala , e tendo na India ſervido com reputaçao bal

Conde da Ericeir. Hiſ tantes annos , voltou para o Reyno. Tinha acaba
toria deTanger.liv.3. do o governo da Praça de Tangere em Africa o Con
ſucceſſor a
de de Redondo , quando lle derao por
D. Pedro Manoel ; no anno de 1617 em o primeiro

de Julho começou a governar com inteira ſatisfaçað ,

fazendo aos Mouros guerra , e aos Fronteiros , que

tiveſſem cavallos promptos , conforme o ſeu Regi


mento , e fazendo outras advertencias uteis ao ſervi

ço delRey , tendo ordenado tudo conforme a diſci

plina

.
1

da Caja Real Portug. Liv. XII. $ 47

pliiza militar , fez algumas fahidas, em que teve bom


ſucceſſo . No anno de 1618 mandou a Gonçalo de

Souſa , herdeiro do Senhor de Gouvea , ſobre a Al


1
dea de Algeris , donde ſe recolheo com huma boa
preza. No anno ſeguinte em 23 de Agoſto mandou

fazer outra fortida , de que tirou muitos cativos , ee

novecentas cabeças de gado . Era já o mez de No


vembro , quando no dia de S. Martinho lhe vierað os

Mouros correr a Cidade ; ſalio Dom Pedro Manoel

com a gente, que lhe pareceo neceſſaria , e dando fo


1
bre os Mouros com tal força , que os poz em fogida,
.
e tomandolhes tres bandeiras , ficarað muitos mortos ;

e tendo no ſeu governo tido proſperos ſucceſſos , e


nenhum adverſo ", que le a mayor felicidade , dos

que ſervem na guerra ; e na qual tendo a ſua peſloa

conſeguido reputaçao , e as Armas Portuguezas ref


peito dos Mouros , voltou ao Reyno , deixando na

quella Praça muy louvavel memoria , e exemplo de

valor ; e prudencia para imitaçao dos ſeus ſucceſſo


res . Naõ eſteve muito tempo , fem que os ſeus me

recimentos o lembraſſem para Governador , e Capi


tað General do Reyno do Algarve , em que entrou 1,

no anno de 1621 ;‫ ܪ‬e tendo exercitado eſte poſto com


prudencia , ſe reſtituîo à ſua Caſa , onde eſtava no
anno de 1626 , quando temendo - ſe , que os inimigos
deſta Coroa intentaſſenı alguma operaçaõ nas nofias

Coſtas, lhe foy encarregado huma boa parte da de


fenſa, a que ſatisfez com grande cuidado , e nað me
nos defpeza.
Tom . XI. Sss Vero

!
!
ica
548 Hiſtoria Genealog

Veyo D. Pedro Manoel a ſer herdeiro da Ca. Me


Chur
ſa de ſeus avós pela morte de ſeu irma ) , e foy II .
fill
Conde de Atalaya por merce delRey D. Filippe IV .
de que tirou sen
Carta , paffada a 14 de Novembro de
bar
1626 , e Senhor das Aguias, Atalaya , Tancos, e Cin
ceira , & c . Commendador da Dizima velha do peſ

cado de Lagos na Ordem de Santiago. Morreo em


fah
in-

Madrid a 26 de Julho do anno de 1628 .


Caſou com D. Maria de Ataide , ou Menezes , filha

de D. Alvaro de Menezes , Alcaide môr de Arron

ches , que foy Pagem da Campainha delRey D. Se

baſtiao ; e de ſua mulher D. Violante de Ataide , fi

lha de D. Vaſco da Gama , III. Conde da Vidiguei


ra , Almirante do mar da India ; e da Condeſſa Dona
Maria de Ataide ſua mulher : era D. Alvaro filho de

D. Aleixo de Menezes , Ayo do dito Rey , Alcaide

môr de Arronches , Mordomo môr da Rainha Dona


Catharina , Embaixador ao Emperador Carlos V .; e

de D. Luiza de Noronha ſua ſegunda mulher , filha


de D. Alvaro de Noronha , Capitaõ de Azamor , fi

lho de D. Fernando de Noronha , Governador da

Caſa da Excellente Senhora , biſireto delRey D. Hen

rique II . de Caſtella , e delRey D. Fernando de Por

tugal ; e deſte illuſtre matrimonio naſcerað os filhos


ſeguintes:

16 D. ANTONIO MANOEL , que lhe ſuccedeo ,

e foy III . Conde de Atalaya , e Senhor de toda a mais

Caſa de ſeu pay : faleceo em 1643. Caſou com D.


Maria de Tavora de Menezes , filha de D. Joað de

Menezes
r
da Caſa Real Portug. Liv .XII. 549

da Ca Menezes , Commendador de Valada na Ordem de

fov II. Chriſto ; e de D. Magdalena de Tavora ſua mulher ,

pe IV. filha de Ruy Pires de Tavora , Repoſteiro môr : po


ibro de rém eſta uniao ſe logrou pouco , porque ambos aca

į e Cir bara ) na flor da idade , ſem terem geraçao .


do per 16 D. ALVARO MANOEL Capitulo XI.

rreo em 16 D. FRANCISCA de quem nao


DE ATAIDE , de

ſabemos o eſtado.

's, filha

Arron

D. Se

aide, fi

idiguei
à Dona

filho de

Alcaide

a D012 1

SV .; e

, filla
01, fic 1
dor da

. Herr i

de Por
os
5 filh

eo
ced ,
s
a mai 1

om D. "
ó de Ses ji D. Ma
Tom . XI .
iezes

1
'
551
D. Fernando de Menezes , Ill . Se
ohor de Cantanhede.
Dom Joao Tello de
Menezes , herdeiro R. Brites de Andrada , Dama da
D. Pedro de Me- da Caſa de Canta .
nezes , I. Conde de nhede, Ayres Gomes da Sylva , Senhor de
VagLeonor
Cantanhede , Al . D. Leonor da Sylva :S
3 D. os. de Miranda , primeira
feres môr delRey
Dom'Aleixo de mulher.
D. Manoel
Menezes, Alcai. Gomes Martins de Alvarenga ,
de môr de Ar
D.Brites Soares de Ruy Gomes de Àl Chanceller môr.
ronches , Mor
domo môr da Mello varenga ,Chanceller Catharina Teixeira.
môr.
Rainha D. Cao
Eltevao Soares de Mello , Vl. Se
tharina , e da
Princeza D. Jo . D. Milicia de Mello. nhor de Mello .
D. Alvaro de
annaAy
, o delo D..Thereſa de Novaes.
Menezes, Al. Rey D. Sebaf. D. Fernando de No.
caide môr de tiaó.
Arronches. ronha, do ConfelhoSD. de Lis boa . de Noronha , Arcebiſpo
Pedro
del Rey D. Affonſo
V. e D. Joao II. Go D. Iſabel Pereſtrello,
D. Alvaro de No vernador da Caſa da ċ Gonçalo de Albuquerque , Senhor
D.Luiza de No. ronha, Capitaó de Excellente Senhora . de Villa - Verde.
ronha , ſegunda Cochim , Dona Conſtança de Se
mulher. Cattro D. Leonor de Menezes.

Fernao da Sylveira , Senhor de Sar .

Diogo da Sylveira , zeda s , Regedor das Juſtiças.


D. Mecia da Syl- Svédor da Caſa do D. Iſabel Henriques,
veira . Senhor D. Jorge.
D. Maria Mo gaço
D. Maria de Tavora, SnPed
horo
r deLou ren dour
deo.Tavora , Se .
de Menc
2cS , mu• ſegunda mulher.
lher de D. 2 D. Ignez deSouſa .
Pedro Ma
Eſtevao da Gama , Alcaide môr
noel , II. D. Vaſco da Gama ,Sleksines .
de Sines.
Conde le I. Almirante , e Del.
Atalaya, cobridor da India , D. Iſabel Sodré.
Dom Franciſco da Conde da Vidiguei- Ċ Alvaro de Ataide , Senhor de Pena .
Gama , Il. Conde ra ,
da Vidigueira , e A Condeſa D. Ca. Cova.
: Almirante da In
tharinade Alaide- 2 D. Maria da Sylva.
1 dia.
' D. Vaſco da Ga
ma , Ill. Conde A Condella Dona D. Franciſco de Por SD. Affonſo , Biſpo de Evora.
da Vidigueira Guiomar de Vi. rugal , I. Conde de Filippa de Macedo.
Almirante da In lhena, Vimioſo .
dia , Eltribeiro A Condeffa D. Brites Ruy Telles de Menezes , Senhor
môr delRey D. de Vilhena. de Unhao.
Joao III.
D.Guiomar de Noronha ..
D. Violante
D. Alvaro Gonçalves de Ataide , l.
de Ataide, D. Alvaro de Atai Conde de Atouguia .
de , Senhor da Caf A Condella Dona Guiomar de Cala
Dom Antonio de tanheira , Povos, &c. ( tro.
He em 1505.
Ataide , J. Conde D. Violante de Ta . Pedro de Souſa , Alcaide môr de
da Caſtanheira . Seabra,
A Condeſa D. vora ,
Maria de Atai D. Maria Pinheiro .
:! de.
Pedro Lourenço de Tavora , Se .
D. Anna de Tavo .
Alvaro Pires de Tao nhor de Mogadouro ,
vora >
ra . Senhor de D. Ignez de Souſa.
Mogadouro .
Dom Affonſo de Vaſconcellos , I.
D. Joanna da Sylva. Conde de Penella .

A Condeſſa D. Iſabel da Sylva.

Tom . XI.
CAPI
1
|
2
1
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 553

CAPITULO XI .

De Dom Alvaro Manoel, Senhor de Atalaya,

Tancos , Aguias , e Cinceira.

16 O Capitulo X. vinios a pouca duraçao de


D. Antonio Manoel , III . Conde de Ata
N.
laya : pelo que lhe veyo a ſucceder em toda a Caſa

ſeu irmao D. Alvaro Manoel , porém nað no titulo

de Conde. Foy Senhor de Atalaya , Aguias, Tan


cos , Cinceira , e Erra , Alcaide môr de Marvað , e

dos mais Eſtados deſta Caſa . Nao ſabemos o moti

vo , que teve , para viver eſte Senhor fóra do Rey


no ; porque paſſou à Italia , reſidio muitos annos em

Veneza ; e no anno de 1665 voltou a Portugal , e fez

a ſua habitaçao na ſua Villa de Aguias , onde fale


ceo em 9 de Fevereiro de 1686 ; e ſendo depoſita

do na Igreja de Noſſa Senhora das Brotas , Termo

daquella Villa , foy trasladado para a Capella môr

de Noſſa Senhora de Jeſus , jazigo da ſua Caſa.

Caſou com D.Ignez de Tavora e Lima , filha de Al


varo Pires de Tavora , Senhor do Morgado de Ca
parica , e de D. Maria de Lima ſua mulher ; e deſte

eſclarecido matrimonio naſcerao

17 D. LUIZ MANOEL DE TAVORA , IV . Con

de de Atalaya , Capitulo XII.


17 D. MARIA MAGDALENA DE LIMA caſou
coni
554 Hiftoria Genealogica

com Dom Antonio Luiz de Souſa , II. Marquez das


Minas , IV . Conde do Prado , & c. de quem em ſeu

lugar faremos mençaõ no Livro XIV .

1
"}

D. Ignez
555

Chriftovao deTavo - S Lourenço Piresde Tavora ,Szahor

falía, Sen. da Villa de


Sa D. Maria Telles.
Lourenço Pires de Ranhados , do Coní.
Tavora,Embaixa Fernando de Souſa , o da Botelha,
delRey D. Manoel.
dor a Roma , e ao Senhor de Roftas.
D. Franciſca de Sou
Emperador Car la, D. Mecia de Brito , ſegunda mu .
Ther.
Ruy Lourenço los V. Commen .
de Tavora , Se dador na Ordem , Senhor
nhor do Morga- / de Chriſto. Ruy Lourenço de S Alvaro Pires de Tavora
1 &
do de Caparica , D. Catharina de da India ,Trinchan D. Joanna da Sylva .
Governador de Tavora . te del Rey Dom Joao
Tangere , Vice . III. D. Jayme Ferret , Governador de
Rey da India Dona Joanna Ferret, S) Valença de Aragao.
Alvaro Pires do Conſelho de
de Tavora Eſtado , ła 29 Dama da RainhaD. Dialeriade Robles,Dama da Rai
Sen. doMor de Junho 1616.
Dom Antonio de Al-SaD.
bloao de Almada, 11.Conde de
gado de Ca. Abrantes , * a , de Outub . 1512 ,
parica , * a
7 de Julho de meida, Provedor
D. Diogo de Alc Armazens da 2 Condella
da Caſa dos * Di Ignez
Abril de Noronh2,
de 1445
1640.
meida,Capitao da indomocodina, Con. S Joao Rodrigues Pacs , Contador
D. Maria Couti
dor de Paincalvos 1. Maria Paes , H.
nho. Catharina Leme.
na Ord. de Cbril .
10 , do Conſelho
SvD. Diogo Lobo , II. Barao de Al
delRey D. Sebat ilo
vito .
tiaó . Dom Filippe Lobo ,
Trinchante del Rey
D. Leonor Couti A Baroneza D. Ignez de Noronha.
Ignez nho , D. Joað 111. Embai.
Tavo xador a Caſtella . D. Luiz Coutinho , Commendador
mulher D. Joanna Coutinho.
Deforma acelinho .S na Ordem de Chriſto ,
D. Al
D. Leonor de Mendanha.
Varo Ma
Decl , V. Eſtevao de Brito , Senhor dos More
Lourenço de Brito ,
Senhor de Senhor dos Morga: gados de S. Lourenço , e SantoEl.
Luiz de Brito e tevaó.
Anlaya. dos de S. Lourenço
Nogueira , Senhor D.Iſabel da Coſta , ſegunda mulh .
dos Morgados de de Lisboa , e Santo
Ettevao de Béja . Joao da Sylva , Senhor de Lagos ,
Santo Eltevao
D.Antonia da Sylva. Regedor das Juſtiças , * em u de
S. Lourenço , Vi . Agoſto de 1577.
Viſconde de Villa .
D. Joanna de Caſtro.
Dom Lourenço Nora da Cerveis D. Joao de Lima , IV. Viſconde de
de Brito Lima , ra . Villa - Nova da Cerveira , do Con
D. Franciſco de Li So
VII. Viſconde Dona Ignez de Li ma , V. Viſconde de
de Villa - Nova ma , Vi. Viſcon
D.
Wii Xoval com det bliver deze Noronha.
da Cerveira do della , H, veira,
Conſelho de EC Pedro .
tado , e Preſia de das Idanhas.
V2.
Idente do Der .
D. Catharina de Souſa.
D. Maria de 2
embargo do Pac
Lima, Secr
ço . Pedro de Alcaçova S Rey D.Manoel ,e, de lRetar
eyD. del
io Jo zó
Carneiro , Conde das

Idanhas ,Véder da 2 D. Bri Benhor Alliha


tes deda , &çoc..
Dama do Pa
caç . doPrincipe
Luiz de Alcaçova , Fazenda delRey D.
Carneiro , Scohor Sebaſtiao , * em 1 2 D. Diogo de Souſa , Alcaide môr
A Viſcondella de Mayo de 1593 S de Thomar .
Dona Luiza de de Figueiró , Su
milher delRey D. Dona Catharina de
Tavora , ZD.Ifabel de Brito .
Sebaſtiao , * em Souſa .
1578 em Africa. Chriſtovao de Tavora , Senhor do
Dona Antonia de s Ranhados , e do Morgado de Cada
Lourenço Pires de
Tavora , ſegunda Tavora . parica,
mulher. D. Franciſca de Souſa ,

D. Catharina de Ta.S Ruy Lourenço de Tavora , Vice


vora , Rey da Indian
D. Joanna Ferrete

Tom . XI.
CAPI
1

1
1

!
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 557

CAPITULO XII.

De D. Luiz Manoel de Tavora , 17. Conde

de Atalaya , &c. do Conſelho de Estado ,

e Guerra , Governador das Armas

da Provincia do Minho.

17 Ao cedeo em nada as virtudes dos ſeus

N mayores Dom Luiz Manoel de Tavora ,

que naſceo no anno de 1645 a 28 de Dezembro , uni


co varað do conſorcio de ſeus illuſtres pays , a quem

ſuccedeo na ſua Caſa , e foy IV . Conde de Atalaya ,

e Senhor das Aguias, e mais Eſtados della . Come

çou a ſervir muy moço na guerra da Provincia do


Minho , de que era Governador das Armas o Mar

quez das Minas D. Franciſco de Souſa ſeu ſogro ; e

foy Capitaõ de Cavallos , e Meſtre de Campo de hum

Terço de Infantaria naquella Provincia , em que ſe


achou em muitas occaſions , em que deu ſingulares

moſtras do ſeu valor , como foy no rendimento do


Forte da Villa do Guardað , em que occupou com o

ſeu Terço os poſtos de mayor riſco ; depois foy Te


nente General da Cavallaria , até que no anno de

1668 ſe fez a reformaçað geral dos Exercitos . Feita


ta a paz com Caſtella , reſidio o Conde na Corte; e

achando -ſe ſem emprego no anno de 1670 , em que o

Marquez
ica
558 Hiſtoria Genealog

Marquez das Minas D. Franciſco de Souſa foy por


Embaixador Extraordinario a dar obediencia ao Pa

ра Clemente IX. o acompanhou o Conde de Atalaya

na ſua entrada publica com muito luzimento ; e foy

eſta huma das magnificas Embaixadas, que vio a Cor


te de Roma . No anno de 1675 , em que o Principe
Regente mandou em ſoccorro da Praça de Orað hue
4
ma poderoſa Armada , como referimos a pag. 673 do
Tomo VII, donde , trocando - ſe os numeros , ſe poz

anno 1677 , devendo ſer o que acima referimos , em

barcou o Conde de Atalaya governando o Galeao


S. Pedro ; e era General da Armada Pedro Jaques de

Magalhaens , I. Viſconde de Fonte -Arcada. “ Acha

va -ſe a Praça ſitiada pelos Mouros , e ſendolhe intro


2
duzido o ſoccorro , com o qual os Heſpanhoes triun
1 farað da barbara multidað , que os opprimia , pelo

auxilio da noſſa Armada , fe apartou o Conde de Ata

laya , a quem o meſmo Principe Regente havia no


meado por ſeu Embaixador Extraordinario à Corte
} de Turim , a dar os pezames à Madama Real Maria

Joanna Bautiſta de Saboya ; e depois de ter naquella


Corte deſempenhado as obrigações do ſeu caracter ,

e da ſua peſſoa , que em tudo foy magnifica , e luzi


da , embarcou em Niza para o Reyno no meſmo Ga
leao S. Pedro , ſem embargo da noticia , que teve ,

de que os Argelinos , ſabendo da ſua partida , arma


rað ſeis navios dos melhores , que tinha) , para o ef

perarem , fiando - ſe no numero . Eſta noticia , que cor

reo na Corte de Turim , e fez huma grande impref


ſað ,
da Caſa Real Portag. Liv. XII. 559

fao , pelo receyo de que lhe pudeſſe acontecer algum

mao ſucceſſo , a deſprezou o Conde , dizendo , que


nenhum receyo lhe cauſava a tal noticia ; porque a

huma Nao de guerra do Principe ſeu amo , nenhum

pavor lhe podia cauſar todo o poder maritimo de Ar

gel . O Conde que foy dotado de hum grande va


lor , era prudente para ſe ſaber prevenir , aſſim ſe

cretamente tomou os melhores Artilheiros , que pode

achar , pagando-os à ſua cuſta ; deu à véla , e ſeguin

do a ſua viagem , encontrou com ſeis navios de Ar

gel na altura do Cabo de S. Vicente , que fiados no


numero 2 inveſtira ) com muito ardor com o noſlo , 1

que os maltratou baſtantemente ; de forte , que os

Mouros , ſendo muitos , ſe nað atreverao abordallo ,


1
e combateraõ vigoroſamente com a artilharia ; e ven

do - ſe já muy maltratados , e com grande perda de

gente , pelo muito fogo do noſſo , ſe retirarað depois

de hum porfiado combate , e ſe puzeraõ em fogida :

o Conde os ſeguio , e ſe houve com tanto valor , co

mo acordo , diſpondo tudo acertadamente, ainda que


à cuſta do ſeu illuſtre ſangue ; porque foy ferido no

conflicto de huma perigoſa balla , que o ſeu valor

deſprezou , ordenando o puzeſſem ao pé do maſtro

grande , donde dava as ſuas ordens ao meſmo tempo,

que o curavao ; e conſeguindo a vitoria , chegou à


barra de Lisboa ; e occultando o eſtado , em que ſe

achava , nað entrou para dentro ; mas eſcreveo ao


Secretario de Eſtado , dizendolhe , que tivera noticia ,

de que ainda as frotas nao eſtava ) todas recolhidas,


Tom . XI. Ttt
e que
560 a gica
Hiſtori Genealo

e que por eſſa cauſa ficava de fóra para as ſegurar:

porém conſtando ao Principe Regente por diverſas

partes , que o Conde ſe achava com algumas feridas,

lhe ordenou que logo ſe recolheſſe : aſlım entrando

no porto de Lisboa , deu fundo em Belem ; e logran

do applauſos de vencedor, o Principe Regente lhe


fez a honra de o viſitar a bordo da meſma Nao , e

depois lhe repetio a meſma honra varias vezes em ſua

caſa , porque eſteve gravemente enfermo ; ſendolhe

tað grata a ſua peſſoa , que o diſtinguio no ſeu fa


vor , que lhe continuou muitos annos ; e entað at

tendendo aos ſeus merecimentos, e continuados fer

viços , lhe concedeo varios deſpachos , entre os quaes


1
foy a de Governador da Torre de Belem , coni a qual

lhe fez merce do ſoldo de General , como conſta de

hum Decreto paſſado a 7 de Setembro do anno de

1688. No anno de 1680 , em que foy o atentado,

que os Caſtelhanos fizera ) na Nova Colonia , e El


Rey D. Pedro tinha refoluto fazer guerra a Heſpa

nha , para o que tinha já nomeada , mas nað publica


da , a promoçaõ dos Generaes , foy o Conde empre

gado em General da Cavallaria da Provincia do Mi

nho , e Traz os Montes. Foy Conſelheiro de Guer

ra , lugar que exercitou muitos annos , com notavel

equidade , e com fatisfaçaõ dos pretendentes ; porque


era naturalmente favorecedor dos benemeritos. Em
o anno de 1694 ſe achou no bautizado do Senhor In

1 fante D. Antonio , e foy elle hum dos Senhores, que


levarað as varas do Pallio. No anno de 1701 , quan
do
da Caſa Real Portug. Liv. XII . 561

rar : do ElRey D. Pedro mandou guarnecer a Marinha

ufas de Lisboa , foy o Conde hum dos Generaes a quem

ſe encarregou a fua defenſa , aſſinando-felhe por ef


das,
tancia , da Ribeira até Xabregas . Depois na promo
ndo
çaõ de Conſelheiros de Eſtado , que no anno de 1704
31
fez em Santarem , foy o Conde hum dos Senhores ,
the
que nella forað nomeados. Já a eſte tempo havia El
, e
Rey entrado na liga da Grande Alliança , e ſe rom
fua
peo a guerra contra Caſtella ; ſendo o Conde Gover 1
Othe
nador das Armas da Provincia do Minho , ſe unio 1
1 fa ‫܂‬
com a gente do ſeu partido ao Exercito , que man
at
dava o Marquez das Minas na Provincia da Beira ;
fer
achando -ſe ſempre aos Conſelhos , que ſe fazia ) na
des
preſença delRey Dom Pedro , e delRey Carlos III.
qual Depois de recolhido à ſua Provincia , e de ter feito
de
os preparamentos neceſſarios para a guerra , e de ſe
de
ter achado em varias Campanhas , veyo com o ſeu
do ,
partido a unirſe com o Exercito de Alentejo , que
El
niandava o Marquez das Minas ; e ſe achou no ſitio
Hiſtor. Genealogica da
pa de Badajoz no anno de 1705 quando os inimigos foc- Caſa Real Portugueza,

correrað aquella Praça ; e poſto na teſta dos Dragoens liv.7. cap . s . pag. 617.
Hollandezes , fez precipitar alguns Eſquadroens dos
li
inimigos no rio Xevora , recebendo nas armas , que

levava , duas balas de moſquete. Seguio-ſe a grande


vel
Campanha , em que o noſſo Exercito entrou por Caf
ue
tella ; e neſta Campanha morreo do tiro de huma ba
im
la a 16 de Abril do anno de 1706 , hindo reconhecer

a fortificaçao da Praça de Alcantara , quando o noſſo


je Exercito eſtava ſobre ella , e depois a rendeo . Foyo
Tom . XI. Ttt i
Con
)
562 Hiſtoria Genealogica

Conde D. Luiz Manoel ornado de excellentes virtui

des , de grande valor , generoſo , muy luzido , de fi

na amiſade com os amigos ; de forte , que conſervou


na Corte grande eſtimaçaū , e reſpeito ; aſſim foy a
ſua morte univerſalmente ſentida.

Da
Caſou com D. Maria Magdalena de Noronha ,

ma da Rainha D. Luiza , filha de D. Franciſco de

Souſa , I. Marquez das Minas , e da Marqueza Dona

Eufrazia Filippa de Lina : da ſua eſclarecida aſcen


dencia daremos noticia no Livro XIV .; e deſte ma

trimonio naſceraõ os filhos ſeguintes :

18 D. PEDRO MANOEL , V. Conde de Ata

laya , Capitulo XIII .


18
D. FRANCISCO MANOEL , que eſtudou na
Univerſidade de Coimbra , e foy Arcediago da Sé
de Lisboa . Morreo moço .

18 D. EUFRAZIA DE NORONHA , Freira na

Madre de Deos de Lisboa , da primeira Regra de


Santa Clara . Faleceo eni Junho de 1724.

Caſou ſegunda vez com D. Franciſca de Mendoça ,


em quem teve effeito o dote , que a ſua avó a Con
deſſa D. Maria Coutinho ſe tinha feito pelo ſerviço

de Dama do Paço , que conſtava de quatro mil cru

zados de renda em duas vidas , que ElRey D. Pedro


lhos fez effectivos. Era filha de D. Manoel da Ca

mera , Conde da Ribeira Grande , Capitað Donata

rio da Ilha de S. Miguel ; e da Condeſſa D. Mecia


II.
de Mendoça , filha de Diogo Lopes de Souſa ,
Conde de Miranda , do Conſelho de Eſtado , &c. de
quem teve D.
da Caſa Real Portug. Liv .XII. 563

18 D. MECIA DE MENDOÇA naſceo a 26 de

Agoſto de 1678. Caſou no anno de 1707 com ſeu


primo com irmao D. Franciſco de Souſa , Védor da

Caſa delRey , de quem faremos memoria no Livro


XIV .

18. D. Joao MANOEL , VI. Conde de Atalaya,


Capitulo XIV

18 D. MANOEL DA CAMERA naſceo a 21 de

Fevereiro de 1680 ; eſtudou em Coimbra , e foy Por


1
cioniſta do Collegio de S. Pedro ; e eſtando graduado 1
Doutor em Canones, e deſpachado em huma Con

ducta na meſma faculdade , com privilegio de Len

te naquella Univerſidade , faleceo a 9 de Março de


1706 .
18 D. IGNEZ MANOEL nafceo a 20 de Feve

reiro de 1682 , faleceo no ſeguinte , contando deza


ſeis mezes de idade.

18 D. MARIA MANOEL naſceo a 20 de Feve

reiro de 1683 , faleceo menina .

18 D. Joseph MANOEL naſceo a 25 de De

zembro de 1686 ; paſſou a eſtudar a Coimbra , e foy

Porcioniſta do Collegio de S. Pedro daquella Uni

verſidade ; e depois de graduado , foy Sumilher da

Cortina , Deao da inſigne Collegiada de S. Thomé


na Capella Real , Deputado da Junta dos Tres Elta
dos , e do Santo Officio , em que entrou a 7 de Se

tembro de 1715 , e ultimamente Principal Decano da

Santa Igreja de Lisboa .


18 D. THERESA DE MENDOÇA naſceo a 27
de

1
564 Hiſtoria Genealogica

de Mayo de 1688. Caſou com D. Sancho de Faro ,


Conde de Vimieiro , como fica dito no Capitulo IX .

do Livro VIII. pag. 658 do Tomo IX .


18 D. MIGUEL MANOEL naſceo a 29 de Se
tembro de 1689 , e faleceo no de 1696 .

18 D. FILIPPE MANOEL naſceo a 16 de Janei


ro de 1692 ; morreo de quatro mezes .

18 D. LEONOR MANOEL naſceo a 29 de Ju

lho do anno de 1693 , Religioſa nas Capuchas da Ma

dre de Deos , da primeira Regra de Santa Clara .


18 D. Diogo Manoel naſceo ao primeiro de

Mayo de 1694 ; tomou o habito de S. Joaõ de Mal

ta , e depois de ter feito as caravanas , fervio no noſ

ſo Exercito em Catalunha com diſtincçað , e foy.Co

ronel de Cavallaria ; e depois de feita a paz da noſſa


Coroa com a de Caſtella , paſſou a ſervir à Alema

nha ao Emperador Carlos VI. com o meſmo poſto.

Morreo em Vienna a 8 de Março de 1738. Era de

gentil figura , deſembaraçado , e valeroſo.


18 D. ANTONIO Manoel nafceo a 28 de De.

zembro de 1695 , foy creado de curta idade na Con

gregaçao do Oratorio de S. Filippe Neri ; e depois


de muitos annos de Roupeta , a largou por motivo

de ſeus achaques, e morreo Clerigo a 7 de Dezem


bro de 1726 .

18 D. FRANCISCO DA CAMERA naſceo a 9 de

Outubro de 1697 , que tambem eſtudou em Coini

bra , e foy Porcioniſta do Collegio de S. Pedro ; e

ſendo Conego da Santa Igreja Patriarcal , largou ef


ta
da Caſa Real Portug. Liv . Xll. 565

ta Dignidade , e com grande edificaçaõ da Corte , fe

recolheo no anno de 1724 no Oratorio de S. Filippe

Neri, na Congregaçao de Lisboa, onde com exem

plar vida , ſeguindo as obrigações do Inſtituto , que

abraçou , continúa ſem diminuiçaõ da ſua vocaçao .


Teve illegitimos

18 D. Nuno MANOEL , que naſceo no anno

de 1669 ; foy Religioſo da Ordem dos Pregadores ;

leo Filoſofia , e Theologia , depois foy Meſtre da ſua


Ordem , Examinador das Tres Ordens Militares. Fa

leceo em Mayo de 1743 ; havido em Ignez Luiza


dos Serafins.

18 D. Joað MANOEL , foy Monge da Ordem

de S. Bernardo , Doutor em Theologia na Univerſi

dade de Coimbra , em que foy Lente. Faleceo em


Novembro de 1738 .
1

D. Maria
:
567
D. Franciſco de Souſa , herdeiro
D. Pedro de Souſa ,, da:Caſa do Prado , e Beringel.
III.Senhor de Berin.
D. Maria de Noronha.
, e do Prado , via
Dom Franciſco de via em 1503 Simao Freire , Senhor de Boba
Souſa , Governa D. Violante Henri della..
dor do Braſil , Ca. ques.
piraó General das 20. Leonor Henriques..
D. Antonio de Minas , * no ano D. Alvaro de Caſtro , Senhor do
Soula , Comen no de 1608. SPMorgado do Torraó.
dador de Santa D. Rodrigo de Caſa
Martha de Vi . D. Joanna de Caſ - iro ,Senhor do Tore2 D. Iſabel de Mello,
anna na Ordem tro . rao,
Eſtevao de Caſtro .
de Chriſto .
D. Franciſco D. Anga de Eça.
de Souſa , 1. Dona Filippa de Eça.
Marquez das
Dom Jorge Tello de SD.Joað Tello de Menezes.
Minas , III.
Conde do
Prado , VI. Menezes, N.. :
S 2n.
Seph. de Be
D. Joao Tello de D. Manoel Maſcarenhas , Govere
ringel , do Menezes. nador de Arzilla,
Conſelho de D. Iſabel Henriques..Ş
D. Leonor Henriques , Senhora da
Eſtado , & c. Dona Maria de
2 Gocharia .
* em 23 de Menezes,
Junho 1674 Vaſco Annes Corte -Real , Veador
Bernardo Corte.Real da Caſa del Rey D. Manoel
D. Catharina de
D. Maria Alcaide môr de Ta- 2 D. Joanna da Sylva.
Menezes. vira .
Magdale
na de No D. Maria de Mence Aldea-Gavinha,
ronha , 1 . zes. D. Magdalena de Menezes.
mulher de
Dom Luiz D. Manoel Maſcarenhas , Senhor
Manoel da Gocharia , Commendador do
IV. Con D. Fernando Maſca. 3 Rolmaninhal, Govern, de Arzilla.
de de Aca renhas , herdeiro da D.Luiza Henriq . Sen, da Gocharia,
D.ManoelMaſca - Cola , * na batalha D. Gil Eannes da Coſta , Veador
laya. de Alcacer.
renhas, Senhor da da Fazenda , do Conſelho de Ef
Gocharia ,Gover- ( D ,Filippa da Sylva. 3 cado.
nador , e Capitao D. Joanna da Sylvai
General de Maza . D. Fradique Manoel , Senhor de
Dom Fernando gaó. Atalaya , e Tancos.
Maſcarenhas, 1 . D. Nuno Manoel , D. Maria de Acaide , Senhora de
Conde da Tor Dona Franciſca de Senhor de Atalay a , ( Pena - Cova..
SA
re , do Conſelho Ataide. Tancos , & c.
A Marqueza de Eſtado , Pre D. Antonio de Acaide , I. Conde da
Dona Eufra S Caſtanheira.
Caltanheira.
ſidente da Ca D. Joanna de Ataide.
zia de Lima , mera , & c . A ,
* em 6 de
Mayo 1656.
D. Rodrigo Lobo , ſ D. Luiz Lobo.
Senhor do Sarzedas ,
D. Maria Coutinho.
Commendador da
Dom Luiz Lobo , Ordem de Chriſto . Fernao da Sylveira, Senhor de Sace
Senhor de Sarze D. Maria de Noro zedas.
A Condeſa Do das , e Sovereira nha , Senhora de Sar
na Maria de No Fermoſa , Com zedas. D. Grimaneza Maſcarenhas,
ronha , mendador de San D. Antonio de Lima , Mordomo
ta Eulalia . S môr do Infante D. Duarte.
D. Diogo de Lima ,
D. Joanna de Li Cómendador de Vi.2 Rona Maria Bocanegra D
, ama da
torinho , Camereiro
ma.
môr
Luiz do Infante D. Martim Affonſo de Souſa , Senhor
D. Maria Coutinho.
2 D. Joanna de Tovar.).

Tom . XI. CAPI


1
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 569

CAPITULO XIII.

De D. Pedro Manoel , V.Conde de Atalaya,

Grande de Heſpanba.

18 Oy o primeiro fruto da uniao do Conde

D. Luiz Manoel com a Condeſſa D. Ma

ria Magdalena de Noronha ſua primeira mulher , D.

Pedro Manoel , que naſceo na Villa de Vianna do

Minho em o anno de 1665 , e foy V. Conde de Ata

laya em vida do Conde ſeu pay ; e por ſua morte

ſuccedeo na ſua Caſa , e foy Senhor das Villas de


Atalaya , Tancos , Cinceira , Villa -Nova da Erra ,

Aguias , e dos Lugares da Mouta , Barquinia , Ba

guinhas , Roda , Nihaceira , e Santa Martha , Alcai

de môr de Marva ) , Commendador de S. Pedro de

Val de Nogueira na Ordem de Chriſto , de Alpen


dris na Ordem de Aviz , e do Peſcado meudo do

Tino da Villa de Setuval na Ordem de Santiago , e


Governador da Torre de Belem . No anno de 1676

acompanhou ao Conde ſeu pay , quando foy por


Embaixador Extraordinario à Corte de Turin , e le

achou depois com elle no combate , que no mar te

ve com ſeis Naos de Argel , como diſſemos , ſendo

de muy pouca idade . Servio na paz , e foy Capitað

de Infantaria , poſto que largou , levado do brio , mas

naõ de ſervir; porque embarcou como voluntario em


Tom . XI. Uuu algu
570 Hiſtoria Genealogica

algumas Armadas , que fahira ) a guardar a Coſta.


Depois no anno de 1694 ſuccedendolhe acharſe com

ſeu prinio o Conde de Prado na fatal deſgraça da


morte do Corregedor do Bairro Alto Ignacio San
ches , ſe auſentara ) do Reyno , e paſſara ) a França ;

e achando- ſe na Corte de Pariz , fizerao voluntarios

algumas Campanhas no Exercito , que mandava o

Marichal Duque de Ville-Roy , ſogro do Conde de

Prado. Naquella Corte receberaõ eſpeciaes honras


delRey Luiz o Grande , que com particulares atten

ções moſtrou a eſtimaçað , que fazia das ſuas peſſoas,


intereſſando -ſe na ſua reſtituiçaõ à Patria , com eſpe

ciaes inſtancias a ElRey D. Pedro , a quem tambem


ſua irmãa a Rainha da Grāa Bretanha o havia feito ;

e nao produzindo entað effeito , depois de varias pe

regrinações , voltou finalmente a Portugal o Conde


D. Pedro , donde andava incognito : porém ſem em

bargo diſto , incitado do ardor do ſeu elevado eſpiri


to , brioſamente ſe meteo a bordo da Armada , que

eſtava ſurta no porto de Lisboa , defronte de Belem ,

de que era General o Conde de S. Vicente Miguel


Carlos de Tavora , a que ſe havia unido a de França,

que mandava o ſeu General o Conde de Chaternau ,


quando no anno de 1701 ſe armou a noſſa Marinha ,

por receyo de algum inſulto dos Inglezes , como dei

xamos referido em ſeu proprio lugar ; querendo o


Conde antes exporſe ao riſco de poder ſer prezo , do

que deixar de ſe achar em huma facçao , que podia

fer muy importante.


No
---
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 171

No anno de 1704 , com a declaração da guerra

da Grande Alliança contra Caſtella , paſſou o Conde

D. Pedro a ſervir com o Conde ſeu pay , Governa

dor das Armas da Provincia de Entre Douro , e Mi

nho , e ſe aggregou voluntario ao Terço , de que era

Meſtre de Campo ſeu irma ) Dom Joao Manoel de

Noronha , depois VI . Conde de Atalaya , que eſta

va naquella Provincia ; e com elle marchou para a da

Beira , onde ſe formou o Exercito , que mandava o

Marquez das Minas , em que ElRey Dom Pedro ſe

achou ; e logo no principio da Campanha perdoou


aos Condes de Atalaya , e Prado , com tanta genero

ſidade , que ſe eſqueceo totalmente das Reaes inftan

cias , que tanto os recomendavao , e ſe lembrou ſó

mente da inclinaçað , que tinha às ſuas peſſoas; de

clarandolhes , que nada obrigara a ſua clemencia ,

mais que o affecto , com que eſtimava a huns Vaffal.

los de tanta diſtincçao , filhos de outros , tað beneme

ritos pelas peſſoas , como pelos ſerviços. Nomeou


logo ElRey Ajudantes para lhe aſſiſtirem às ſuas or

dens, e entre elles foy hum o Conde D. Pedro , e


depois o promoveo a Tenente General da Cavallaria

do Minho : com eſte poſto ſe achou naquella Campa


nha , do referido anno , da Beira , em que ſe começou

a diſtinguir o ſeu preſtimo , e valor , para brilhar de

pois com tanto credito feu , como da Naçaõ. Na

memoravel Campanha do anno de 1706 fe achou o

Conde no Exercito , que mandava o Marquez das

Minas ſeu tio , com quem entrou na Corte de Ma


Tom . XI. Uuu üi drid ;
572 Hiſtoria Genealogica

drid ; elle o mandou a Toledo a comprimentar a Rai


nha Catholica D. Marianna de Baviera , viuva del

Rey Carlos II. com hum corpo de Cavallaria para

a ſua guarda. O Conde com grande acerto , e luzi


mento ſatisfez eſta commiſſao ; porque mereceo ef

peciaes honras da Rainha. Depois continuando no

meſmo Exercito a larga marcha até Catalunha , re


ſidio naquelle Principado todo o tempo , que nelle
aſſiſtirao as Tropas dos Alliados. No anno de 1707

ſe achou na batalha de Almança no lado eſquerdo da

primeira linha com a Cavallaria das Provincias do Mi

nho , e Tras os Montes. A qui poz por tres vezes em

deſordem a Cavallaria dos inimigos do lado direito da


ſua primeira linha , e foy obrigado a ceder deſta ven

tagem , por nað ſer ſuſtido da Infantaria , que para


eſte fim fora enterſachada com a Cavallaria do lado

eſquerdo do noſſo Exercito , havendo recebido duas

grandes feridas na cabeça . Depois no Principado de


Catalunha , quando voltou para Portugal o Marquez

das Minas , ficou Pedro Maſcarenhas , depois Con


de de Sandomil, ſubſtituindo a ſua falta , o que foy

por pouco tempo ; porque tambem ſe retirou para

Porugal, e lhe ſuccedeo o Conde D. Pedro no go

verno das Tropas Portuguezas , que era) Auxilia

res o
; que fez com tanto acerto , que delRey Car

los III. mereceo muy diſtinctos favores; de ſorte , que

o creou Grande de Heſpanha da primeira claſſe ;


honra que nao aceitou , fem primeiro conſultar a
Corte ; e com permiffaõ de ſeu Rey fe cobrio Gran
de
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 573

de de Heſpanha; aſſim era igualmente louvado , nað


1 ſó dos ſeus, mas dos Eſtrangeiros, principalmente do

Marichal de Staremberg , com quem teve intima ami

ſade ; com elle ſe achou a 20 de Agoſto de 1710 na

batalha de Zaragoça , mandando as Tropas Portugue

zas , que obrara ) com tanta diſtincçao , e gloria do

ſeu General , que neſte dia conſeguirað hum nome


immortal. No meſmo anno a 10 de Dezembro ſe

achou na batalha de Villa -Viçoſa , devendo -ſe à ſua

prudencia , e de outros Generaes , a vitoria , como re

fere o Marichal de Staremberg na Carta , em que deu


conta a ElRey Catholico D. Carlos III. e anda im

preſſa nas Memorias de Lamberty. Aſſim continuou Lamberty , Memoires


o governo das Tropas Portuguezas até o anno de pour ſervir ' Hift. du
' xvill. fiecle , tom.6 .
1713 , em que ajuſtado o Tratado da ſuſpenſaõ de pag. 170
Armas entre a noſſa Corte , e a de Madrid , fahirao

as Tropas a 7 de Janeiro de Barcellona , onde elle fi

cou por falta de ſaude; entregando a Dom Pedro de


Almeida , depois Conde de Aſſumar , General de Ba

talha , o mando dellas , para as conduzir a Portugal.


Melhorou o Conde , e vendo que a guerra de Por

tugal ſe havia acabado nað ſe accommodan o


do
ſeu genio , ſem haver de ſervir , paſſou à Alema

nha , e entrou no ſerviço do Emperador Carlos VI.


que logo o empregou , dandolhe o governo de Caſa

tello -Novo de Napoles , ejuntamente o poſto de Ge


neral da Cavallaria. Depois o nonieou Vice-Rey

de Sardenha , que occupou com authoridade , e vi


gilancia ; de forte , que depois de acabado o ſeu

tempo ,
574 Hiſtoria Genealogica

tempo , occuparað os Caſtelhanos aquelle Reyno.


O Emperador o nomeou do ſeu Conſelho de Eſta

do , e fez delle ſempre muy diſtincta eſtimaçað , de


vida ao ſeu merecimento , e peſſoa ; e empregado

no ſeu ſerviço , morreo em Vienna a 19 de Setem

bro de 1722. Foy dotado de huma ſingular vive

za , e de huma natural graça , diſcreto , e prompto

nas repoſtas, e de hum talento ſublime; de ſorte , que


em toda a occafiað era applaudido , porque fallava

com eloquencia. Era curioſo da lição dos livros,


com feliciſſima memoria , com goſto da Poeſia , a que

era inclinado por genio , em que compoz com pro

priedade algumas Obras jocoſas; mas com tanto re


cato , que nunca ſe faziao publicas , e paſſavað ſó

entre aquelles erudîtos da ſua confiança. Na memo

ria dos ſeus amigos , e parentes ſe conſervaõ muitas

repoſtas diſcretas , e ditos agudos, e com enfaze , que


repetem com ſaudade; porque o Conde Dom Pedro

unio à ſua peſſoa excellentes partes , porque foy va

leroſo , luzido , generoſo , e de fina amiſade ; de for


te , que elle fobre o ſeu eſclarecido naſcimento , fe

ſoube diſtinguir por virtudes proprias , em que bri


lhou a meſma grandeza.

Caſou a 20 de Novembro do anno de 1689 com D.

Margarida Coutinho , Dama da Rainha D. Maria

Sofia , que faleceo a 19 de Novembro de 1695 , filha

primeira de Manoel Telles da Sylva , I. Marquez de

Alegrete , II. Conde de Villar-Mayor , do Conſelho

de Eſtado , Gentil-homem da Camera delRey Dom


Pedro
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 575

Pedro II . e ſeu Védor da Fazenda , Embaixador à


1
Alemanha ; e da Marqueza D. Luiza Coutinho , de
quem teve unico

t 19 D. Luiz MANOEL, naſceo em Lisboa a 28

de Outubro de 1691 ; fervio na guerra com ſeu pay

em Catalunha , e foy Coronel da Cavallaria ; e vol

tando para o Reyno , paſſado algum tempo , o ma


fem o conhecerem ,
tarað deſgraçadamente por erro ,
na noite de 12 de Outubro de 1716. Nao caſou , ſeu

pay tinha tratado o ſeu caſanıento com ſua prima ſe


gunda D. Maria Thereſa de Neuville , filha de ſeu

tio D. Joao de Souſa , III. Marquez das Minas j

tendo vindo a diſpenſa de Roma , nao chegou a ter


effeito .

CAPITULO XIV .

De D. Joao Manoel de Noronha , VI. Conde

de Atalaya , Governador das Armas da

Provincia de Alentejo.

18
anno de 1679 nafceo a 6 de Março D.
N Joað Manoel de Noronha , primeiro filho

da ſegunda uniaõ do Conde D. Luiz com a Condeſ


ſa D. Franciſca de Mendoça , como diſſemos no Ca

pitulo XII . e ſendo creado com particular inclinaçað

do Conde ſeu pay , o deſtinou logo à vida militar ,

que elle abraçou com genio ; e como na heroicidade


de

1
576 Historia Genealogica

de ſeu pay tinha o exemplar mais perfeito para a imi

taçað , o ſeguio ſempre ; de ſorte , que pode equivo


car a copia com o original : pelo que a Providencia

o veyo a fazer com o tempo ſucceſſor da ſua Caſa ,

aſſim como o era das virtudes. No anno de 1698 o

contratou para caſar com D. Marianna Barbara de

Noronha , filha de D. Franciſco Maſcarenhas , e de

ſua mulher D. Joanna Coutinho ; e com permiſſao

delRey lhe dotou as Commendas de Santa Maria de

Alcacer da Ordem de Santiago , e a de S. Nicolao de

Cabeceira de Baſto da Ordem de Chriſto : por ſua ef


poſa teve , entre outras couſas , em dote a Commen

da de Santa Maria da Deveza de Caſtello de Vide ,


eſtabelecendo neſta forma huma nova linha à eſcla

recida Caſa de Atalaya ; porém naõ durou muito ef


ta uniao , nem D. Joað paſſou às ſegundas vodas,
AL
ſenaõ depois de muitos annos , como veremos.
fentou praça
praça de Soldado a 30 de Mayo de 1697. Foy
Capitaõ de Infantaria do Terço da Armada , embar

cando em muitas , das que todos os annos fahia ) a

correr a Coſta , até que no anno de 1702 foy provi

do em Meſtre de Campo do Terço da Praça de Ca


minha na Provincia do Minho , onde ſe achava , quan

do o Conde feu pay foy nomeado Governador das

Armas daquella Provincia , e o acompanhou com as

Tropas do ſeu partido no anno de 1704 , depois de


rota a guerra com Caftella , quando paſſou à Beira a

unirſe com o Exercito , que mandava o Marquez das

Minas ; neſta Campanha ſe achou D. Joað Manoel,


em
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 577

! em que deu nað vulgares moſtras do ſeu valor , acti

vidade , e talento militar , que o exercicio polîo , e

elevou para dar na ſua peſſoa hum excellente Gene

ral. Achou -ſe em diverſas occaſioens naquella Cam


1
) panha , no choque de Monſanto , e no aſfalto em que

ſe recuperou a Praça de Salvaterra , e outras , em que


diſtinguindo-ſe no valor , fe fazia ainda mais diſtincto

pelos ſeus poucos annos.

Mudado o theatro da guerra da Provincia da


Beira para a de Alentejo , ſe achou no ſitio de Bada

joz , ſendo já General de Batalla ; e depois no Exer

cito , que no anno de 1706 mandava o Marquez das

Minas, no ſitio de Alcantara , e Ciudad Rodrigo, em

que foy ferido ; achando-ſe em outras muitas occa

fioens , que ſe offereceraõ em toda aquella glorio


ſa Campanha , deſde que o noſſo Exercito falio de

Alentejo , até fe alojar junto da Corte de Madrid ,

para cujo fim o Marquez das Minas o mandou do

Lugar de Eſpinal , com hum deſtacamento de dous

mil Infantes , e quinhentos Cavallos , occupar o pol

to de Guadarrama , e pôr o caminho capaz de mar

char a artilharia , o que tudo executou com activida

de ; de ſorte , que deſde aquella Corte até entrar no

Reyno de Valença , nað houve occaſiao de riſco ,

que os noſſos tiveſſem , em que ſe na ) achaſſe Dom

Joao Manoel , ſendolhe muitas encarregadas , de que


deu excellente conta .

Entrou o noſſo Exercito no Reyno de Valen

ça , e depois de huma dilatada , e bem ordenada mar


Tom. XI. Xxx cha ,
578 Hiſtori
a ogica
Geneal

cha , forað metidas as Tropas em Quarteis ; encarre

gou o Marquez das Minas ao General de Batalha D.

Joao Manoel o governo daquella Fronteira . Foy


grande o trabalho , e mayor o riſco , que por muitas

vezes expoz a ſua peſſoa em diverſas occaſioens, que

teve com os inimigos , que obſervava com vigilancia ,


até que o noſſo Exercito ſahio em Campanha , e ſe
formou a 6 de Abril de 1707. no Campo de Valhada;

e depois de haver procurado atacar aos inimigos em

Montalegre, vendo que ſe retirara ) , foy D. Joað


Manoel lobre elle , o deu a ſacco , e fez queimar ; e

retrocedendo para o ſeu Campo , determinarað os


Generaes de ſítiar Vilhena , e lhe foy encarregada a

abertura da trincheira , que na noite de 19 do referi


do mez , o conſeguio debaixo do fogo do ſeu Caſtel

lo ; de forte ,
que na manhãs do dia ſeguinte ſe co
meçou a bater em brecha: porém tendo - ſe determina

do no Conſelho dos noſſos Generaes , e os da Grande

Alliança , buſcar o Exercito delRey D. Filippe, que


ſe acampara em Almanca , ſe deſvaneceo o ſitio , e

marchou o noſſo no dia 24 , e foy acampar a Caude

te . Ao General de Batalha D. Joao Manoel mandou

o Marquez das Minas paſſar moſtra a toda a Infanta

ria Portugueza , de cujo governo já eſtava encarrega

do deſde o principio daquella Campanha. Seguio - ſe


no dia ſeguinte , 25 do meſmo mez a batalha no

Campo de Almanca , que infelizmente ſe perdeo , co

mo já diſſemos. Achava -ſe D. Joao Manoel man

dando a direita da primeira linha de Infantaria no cor


ро
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 579

po da batalha ; e havendolhe tirado dous Regimen


tos para poſtarem entre a Cavallaria do lado direito ,

com tres Portuguezes, que lhe ficarað ſómente , uni

do com cinco Inglezes , e quatro Hollandezes , inveſ

tirað tað vigoroſamente os inimigos, que puzeraõ em


derrota a ſua Infantaria , que os excedia em numero ;

e atacando o flanco direito , logo ficou ſeparado por

hum grande intervallo , com o primeiro moviniento ,

que ſe havia feito ; porém neſte tempo lhe puzerao


em deſordem o Regimento do Coronel Joſeph Del

gado , que fazia a direita , que D. Joao Manoel tor


nou a formar , e pôr em ordem , ſendolhe neceſſario

para o conſeguir porſe a pé diante do meſmo Regi.

mento , e com os outros dous continuou o ataque de


1 modo , que poz em total derrota a dez batalhoens

Francezes , que lhe ficavaõ diante , levando -os até o

centro das ſuas bagagens ; de tal forte , que quando


ſe declarou a vitoria pelos contrarios , por terem der
rotado totalmente a noſſa direita , e eſquerda , e a

mayor parte da Infantaria da ſegunda linha, ſe achou

D. Joað Manoel com a ſua linha com a ventagem

referida. Vendo porém que nao podia conſervarſe

na ventagem , que ganhara , por já nað exiſtirem as

duas alas , que o amparavao ;‫ܪ‬ unido com os Regi:

mentos Hollandezes , e Inglezes , que diſſemos , e

mais hum Hollandes da ſegunda linha , com adver:

tencia admiravel , e conſtancia heroica , determina


rað retirarſe por entre os eſquadroens inimigos , pelo

meſmo campo , em que principiara a batalha , adonde


Tom . XI. Xxx ü as
a
$ 80 Hiſtoria Genealogic

as duas alas da Cavallaria inimiga , já deſembaraçadas


das noſſas , intentaráð derrotar eſte corpo , que com

incrivel bizarria , por tres vezes reſiſtio , e rechaçou

aos ſeus contrarios , ſem que eſtes os pudeſſem rom


per pela boa ordem , e conſtancia da ſua marcha ,

havendo-os ſeguido duas legoas , até que metendo-ſe

a noite , ſuſpenderað os inimigos perſeguillos; os noſ

ſos fizerað alto , porque os Soldados fatigados do tra


balho , cançados do caminho , e faltos de munições

de guerra , nao poderað marchar de noite ; no outro


dia ſe acharað bloqueados , e capitularað tað honra

damente , como ſe eſtiveraõ em huma Praça Real;


e ficando priſioneiros , foy D. Joao Manoel manda

do para Almanca , e depois com os mais Officiaes

Portuguezes , que elle nað quiz largar , para S. Cle


mente da Mancha , onde repetindo -ſe a moleftia ,

que padecia, e deſprezara antes da batalha , ſe aggra


vou de ſorte , que eſteve em perigo de vida . Deſte

ſitio forað mudados para Arganda , donde paſſou a


Madrid , e com licença de quatro mezes à noſſa Cor
te , e ajuſtando -ſe neſte tempo o ſer trocado , ficou

na ſua liberdade.

Reſtituido D. Joað Manoel à Corte , paſſou la

go a ſervir na Provincia de Alentejo , já com o poſto


de Meſtre de Campo General ; e na Priniavera do an

no de 1708 fahio o noſſo Exercito à Campanha , man


dado pelo Marquez de Fronteira D. Fernando Maf

carenhas, Governador das Armas da Provincia , e foy

D. Joao Manoel encarregado do governo da artilha:


ria ,
da Caſa Real Portug. Liv . XII. $ 81

ria , que a poz prompta para ſervir no Exercito ', com

mo logo ſervio nabateria , que plantou ſobre o Xe

vora , que com baſtante damno impedio os deſignios

dos inimigos. No fim da Campanha o mandou o Go

• vernador das Armas com hum deſtacamento de qua


: tro Regimentos de Infantaria , e dous de Cavallaria

a demolir a Praça de Valença de Alcantara ; e nao

obſtante a viſuhança dos 'inimigos o confeguio , nað

fó com trabalho , mas com induſtria , pois em tres


1
dias ficou demolida a Praça , fazendo conduzir a ar
1
tilharia , e'munições de guerra para a de Caſtello de

Vide ; e mandando os Regimentos para os Quarteis,


que ſe lhe tinhaõ deſtinado ., ſe recolheo a Elvas , e

ficou governando a Provincia na auſencia do Mar

quez de Fronteira , que 'com licença fora para a Cor


te .

Neſte tempo emprendeo D. Joao Manoel ar :


mar a Cavallaria de Badajoz , para o que no mez de

Agoſto ſahio huma noite de Elvas com a Cavallaria

daquella Praça , e unindo-ſe no Guadiana com a de

Olivença , ſe emboſcou juntola Telena , donde man

dou duas partidas, rebanhar os gados de Badajoz ,

com ordem , que tanto , que fahiſſe daquella Praça a


Cavallaria , ſe foſſem retirando para a parte , em que

eſtava a emboſcada; o que nao conſeguio por hum

Capitað ſe deſcobrir mais cedo , do que requeria a

ordem , que lhe havia dado ; porém ſem embargo,


diſſo ainda atropelou a Cavallaria dos inimigos , que

fe puzerað logo em retirada para Badajoz , com per


da
582 Hiſtoria Genealogica

da de oitenta Cavallos , dous Capitaens , dous Te.

nentes, e hum Alferez , que ficarað priſioneiros, fen


do muito mayor o numero dos mortos , e feridos ,
que ficarað no campo ; e recolhendo - ſe D. Joað Ma

noel a Elvas , ſem embargo , que vitorioſo , nað fa


tisfeito de nao lograr a acçao , como a meditara, con

tinuou no governo das Armas até o mez de Setem

bro , que o entregou ao Marquez da Fronteira , que


voltou da Corte. No Outono ſahio ö noflo Exerci.

to , e o dos Caſtelhanos, e depois dealguns movimen


tos ſe retirarað , e meteraõ em Quarteis de Inverno:

Acabadà a Campanha , mandou o Márquez à Corte


a D. Joað Manoel a tratar algumas couſas pertencen

tes à Provincia , e à futura Campanha. Tanto que

chegou à Corte , deu conta da ſua commiſſaõ ; porém


no tempo , que eſtava tratando eſtes negocios ,ſe lhe
recommendarað outros , para que ſe neceſſitava de

prompta expediçaõ ; e foy por ordem delRey à Pro

vincia da Beira a fazer as reconduções , levas de Sol


de
dados para a Infantaria , e Cavallaria , e compra

Cavallos para a fuá itsmonta ;‫ ܪ‬e tendo adiantado na

Beira com grande efficacia , o que ſe lhe tinha orde.

nado , foy mandado à Provincia do Minho à meſma

diligencia , declarandolhe que viſitaſſe prinieiro a Pra

ça de Almeida . Chegou à Provincia no principio de


Fevereiro , e tað activa foy a diligencia , que a 10 de

Março marchou com as Tropas daquelle partido para

a Beira , onde com vigilante cuidado tinha as deſta


Provincia em eſtado de marcharem à primeira ordem;

porém
da Caſa Real Portug. Liv. XII . 583

porém pela que elle teve , paſſou pela poſta à Provin

cia de Alentejo , para ſe achar no Exercito , que em

poucos dias ſahiria à Campanha : em vinte e quatro

horas chegou a Eſtremoz ; o Marquez de Fronteira ,

e mais Generaes o recebera ) com alvoroço ; o Mar


quez lhe entregou huma Carta firmada da Real mað

de Sua Mageſtade , feita a 11 de Abril de 1709 , em


que com particulares expreſſoens honrava a ſua pel
2
ſoa , e louvava o ſeu zelo , e actividade , com que
1
cumprira as ſuas ordens , e que ao ſeu cuidado ſe de

via acharemſe os Regimentos da Provincia do Mi

nho , e Beira completos ; chegarað depois eſtas Tro

pas à Alentejo , como elle tinha diſpoſto.


Determinado o dia 7 de Mayo para ſe pôr em
F
marcha o noſſo Exercito , paſſou o Caya a buſcar aos

inimigos, e ſem embargo , que D.Joað Manoel eſta 1

va encarregado, por ordem da Corte, do governo da


artilharia , o Marquez de Fronteira lhe ordenou , di

zendolhe , que ſem embargo , que o governo da ar

tilharia o eſcuſava de outro algum , elle lhe aſſinava

na ordem de batalha , o lugar da eſquerda da Infanta


ria da primeira linha , por ſer preciſo , que elle Occu

paſſe aquelle lugar. Duvidou D. Joao Manoel com a

obrigaçað da artilharia , e pela ordem , que tinha do

ſeu governo ; porém o Marquez , e Milord Gallovay,


com razoens muy vivas o perſuadira ) , e ultimamen

te lhe ordenarað poſitivamente o fizeſſe ; porque na

quellas occaſioens nao devia replicar , e ſomente fa

zer tudo , o que entendia era mais conveniente ao fer

viço
1
584 Hiſtoria Genealogica

viço de Sua Mageſtade. Deſta forte houve de obe

decer ao que ſe lhe ordenou , poſtando primeiro a'ar


tilharia nas partes neceſſarias , foy para a eſquerda da

Infantaria da primeira linha ; e feria mais infeliz aquel

le dia , ſe os Meſtres de Campo Generaes D. Joað

Manoel , D. Joao Diogo de Ataide , Affonſo Fur


tado de Mendoça e outros Officiaes , nao conſerva

rað impenetravel aquella linha , como em outra par


te diſſemos. Dom Joao Manoel , que tomou o la

do , que ſe lhe havia determinado , em que tambem

eſtava o Brigadeiro D. Joað Hogan , vendo que ao


primeiro ataque ſe puzera em fogida a Cavallaria do

lado eſquerdo , ficando deſamparado , e totalmente

expoſto o flanco da Infantaria da primeira , e ſegun


da linha , poſto na teſta dos Regimentos Inglezes, e

Hollandezes, que fazia ) o lado da primeira , ſe op

puzera) ao furioſo impeto , com que a Cavallaria dos

inimigos procurou derrotar aquelle lado , que os In


glezes deſampararað , retirando -ſe deſordenadamente

por entre a primeira , e ſegunda linha : entao occu

pou o ſeu lugar com a Brigada da Infantaria Portu

gueza , que ſe lhe ſeguia , e paſſou à ſegunda a pre

venir os Officiaes da Brigada , que fechava o lado

della , em que eſtava o Coronel Thomas da Sylva

Telles , depois Viſconde de Villa -Nova da Cerveira,

a quen participou o movimento , que intentava , que


elle devia communicar aos outros Officiaes ; e vol

tando para o ſeu lugar, mandou aviſar a todos os Co


7
roneis da primeira linha , que ſeguiſſem os movimen
tos
da Caſa Real Portug
. Liv. XII. 585

tos da eſquerda ; aſſim , tanto que lhe pareceo tem

po , fazendo que marchava em batalha para os inimi


gos , que com a mayor parte da Cavallaria fe eſtavað

pondo em ordem para tornarem a acometer a noſſa

Infantaria , os fez com eſte movimento ſuſpender ; e

aproveitando - ſe de occaſia ) tað opportuna, fez hum

quarto de converſao com a Brigada do lado eſquer


do , que facilitando -ſe com o movimento , que para
eſte meſmo fim fez a eſquerda da ſegunda linha , pe
1
la prevençað , que havia feito , conſeguio fechar o H
1
intervallo de huma , e outra , para o que concorreram
)
os demais Officiaes , Generaes , e Subalternos , com
2 grande diligencia para eſte fim , e ſe poz em retira

da a Infantaria , que já neſte tempo ſe achava deſam


1 parada da noſſa Cavallaria de hum , e outro lado ,
1
ſem embargo do acordo do Marquez de Fronteira ,
. que fez tudo quanto cabia no valor , e na arte , por

evitar a deſordem , que experimentou na occaſia ) .


Marchou a Infantaria em boa ordem , chegou a

Campo -Mayor , e depois ſe continuou a Campanha ,

como já diſſemos ; e tendo aviſo o Marquez de Fron


teira a 18 do referido mez de Elyas , que os inimigos

intentavað ſitiar aquella Praça , ordenou a D. Joao


Manoel ſe foſſe meter nella para a defender ; e no

meſmo inſtante , acompanhado de huma partida de

quinze Cavallos , ſe introduzio na Praça , nað ſem

baſtante riſco , por ſe achar cercada de varias parti 1


das , e guardas do Exercito dos inimigos. Diſpoz lo

go tudo, o que era preciſo para a defenſa, principi


Tom . XI. Yуу ando

+
1

1
4

1
..
586 Hiſtoria Genealogic
a

ando por
evitar a deſordem , que começava haver na

Praça; viſitou os poſtos , e ſe poz em eſtado de ſe de .

fender , e obſervando aos inimigos , que fizeraõ a 23


do meſmo mez varios deſtacamentos para a ponte de

Olivença , que paſſara ) para outra parte doGuadia


na com todo o ſeu Exercito , deixando nella hum

deſtacamento , e forað campar junto à Praça de Oli

vença . D. Joao Manoel vendo , que Elvas nað po

dia ter receyo de ſer ſitiada , voltou para o Campo


de Jurumenha , adonde o noſſo Exercito ſe conſerva

va , e continuou a Campanha com o governo da Ar

tilharia com ſingular preſtimo ; porque havendo os ini

migos feito voar a ponte de Olivença , era preciſo

fazer huma diverſaõ para a parte de Badajoz ao blo


queo , que o ſeu Exercito fazia aquella Praça , para
O
o que ſe poz o noſſo Exercito em marcha , foy acam
par a Torre - Alagada com à eſquerda entre a ribeira

de Ubeda , e Atalaya da Terrinha , e a direita junto

ao Guadiana ; e vendo que os inimigos tinha ) occu


pado o vao do rio de Abreu , com huma trincheira

guarnecida de Infantaria , e dez Eſquadroens de Ca

vallaria ; mandou o Marquez de Fronteira a D. Joað

Manoel avançar aquelle poſto com duzentos Grana

deiros, e com alguma Cavallaria , e quatro peças de

artilharia para deſalojar os inimigos , o que conſeguio


com pouca reſiſtencia delles , que ficando com a ſua
Cavallaria a tiro de canha ) , receberað baſtante dani
no da noſſa artilharia , que laborou‫ܕܐ‬, até que ſe apar

tarað para lugar , em que nao recebeſſem damno ; e


depois
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 587

depois de diverſos movimentos, e operações , em que

a noſſa artilharia laborou com felicidade , pelo cuida


do de ſeu General D. Joao Manoel , nað ſe recean

do já o bloqueo de Olivença , de que ficou livre no


primeiro de Julho , ſe retirou hum , e outro Exerci

to , e aquartelara ) as ſuas Tropas , e nao houve no


Outono Campanha.

Determinou com licença o Marquez de Frontei


1
ra paſſar à Corte , e Dom Joao Manoel ficou com o

governo até o fim de Março de 1710. Achava -ſe o

Marquez de Fronteira com algumas moleſtias impedi

do para continuar no governo das Armas daquella

Provincia, e lhe ſuccedeo no poſto o Conde de Villa

Verde , depois Marquez de Angeja , a quem Dom

Joao Manoel entregou o governo , e ficou exercitan


do o ſeu poſto de Meſtre de Campo General daquel
1
le Exercito ; e achando -ſe mal convalecido de huma
1
doença , que havia pouco padecera , ſahio com o Ex

ercito a Campanha no principio de Abril; e a 28 de


Mayo , eſtando o noſſo Exercito no Campo de Can

cao , teve a mayor parte da noſſa Cavallaria huma

eſcaramuça com a dos inimigos da outra parte do

Guadiana , a que aſſiſtio D. Joað Manoel , ſendo elle

o que andou guarnecendo os reductos , que ſe haviaõ

feito da outra parte do rio , e poſtando varios corpos )

de Infantaria para ſuſtentar a noſſa Cavallaria. Foy 1:


11
grande o trabalho , e . exceſſivo o calor daquelle dia ,
o corpo mal convalecido ; de forte , que rendido do

mal , adoeceo com huma malina , com a qual, de


Tom . XI. Yyy ii pois

14

1
1
588 Hiſtoria Genealogica

pois de dous dias , foy para Elvas , adonde eſteve


em perigo da vida. Chegou a noticia à Corte , El

Rey lhe fez a honra de mandar ſaber delle por bu

ma Carta de 3 de Junho do dito anno em que o

Secretario de Eſtado Diogo de Mendoça Corte-Real

dizia o grande cuidado , que a Sua Mageſtade cauſa


ra aquella noticia , e que para ſe livrar delle , deſpa

chara aquelle Poſtilla ) , pelo qual eſperava ſaber,

que eſtava melhorado ; e para moſtrar o quanto o ef


timava Sua Mageſtade , ordenara ao Doutor Franciſ

co Xavier Leitað , Medico da ſua Caniera , lhe fof

ſe aſſiſtir ; e continuandolhe a meſma honra , lhe man


dou dizer o Secretario de Eſtado por outra de 11 do

referido mez , o quanto tinha ſido agradavel a Sua

Mageſtade a noticia da ſua melhora , pelo que eſti


mava a ſua peſſoa , a quem dava licença para poder

paſſar a convalecer à Corte, o que participava ao Go


vernador das Armas Conde de Villa - Verde , para

que lhe concedeſſe a licença.

No principio de Julho paſſou D. Joao Manoel


à Corte , naõ por convalecer com os ares patrios ; mas

para render graças a ElRey pelas repetidas occa

ſioens , com que a ſua clemencia tanto o honrara ; e

ainda que eſtava livre da grande moleſtia , que pa


decera , nao eſtava totalmente reſtabelecido à ſua ro

buſtez . Neſte tempo ſe ordenou , que todos os Mi


litares ſe recolheſſem às ſuas Provincias ; e ſuppoſto

ſe lhe mandou declarar , que nað era comprehendi

do naquella ordem ; porque Sua Mageſtade eſtava


certo ,
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 589

certo , de que quando elle eſtiveſſe capaz ſe recolhe

ria , ſem que foſſe neceſſario nenhuma advertencia .

Porém Dom Joao Manoel excitado da viveza do ſeu

eſpirito , e do deſejo de ſervir , logo pela poſta foy

para Eſtremoz , e começou a cumprir as obrigações ,

que pertenciao ao ſeu poſto de Meſtre de Campo

General , pondo em execuçaõ tudo o que ſe lhe en


carregara para aquella Campanha. A 24 de Setem

bro fahio o Exercito , que mandava o Conde de Vil


la - Verde , Governador das Armas, acompanhado dos

Meſtres de Campo Generaes Dom Joao Diogo de

Ataide , D. Joao Manoel, o Marquez das Minas D.


Joao de Souſa , a quem eſtava encarregado o gover
no da Cavallaria , e a Bernardim Freire de Andrade o

da Artilharia , e foy acampar no primeiro de Outu

bro no Campo de Barca -Rota , cujo Caſtello eſtava


guarnecido de ſetenta Infantes , hum Capitað , hum

Tenente , e hum Alferes ; mandoulhe o Conde de

Villa - Verde dizer ſe rendeſſe , porque ſe nao podia

defender de hum Exercito : o Commandante mandou

por repofta , que determinava defenderſe ; e nað ce

dendo às diligencias, que ſe fizera ) , por lhe evitareni


a ultima ruina , ordenou o Conde de Villa - Verde a

D. Joað Manoel diſpuzeſſe o modo de o atacar , o

que logo principiou a cumprir ; do que tendo noticia

D. Joað Diogo de Ataide , pretendeo , que a elle The

tocava aquella operaçao , dizendo, que nao continua

ria mais no exercicio do ſeu poſto , ſe ſe lhe fizeſſe

huma tal injuſtiça ; a qual nað era outra mais , que a

que
590 Historia Genealogica

que lhe ideava o feu genio , naturalmente deſconfia

do , ſuppoſto que valeroſo , e com excellentes partes.

D. Joað Manoel , que o tratava com amiſade , que


rendo evitarlhe a deſconfiança , mandou com gene

roſo animo dizer ao Conde de Villa - Verde , que elle

nað tinha duvida, para que D. Joað Diogo foffe ex


ecutar o que eſtava diſpoſto : porém o Governador
das Armas ordenou foffe D. Joað Manoel , que ao

romper da manhãa inveſtio o Caſtello , e em pouco

tempo o rendeo , ficando a guarniçaõ priſioneira de

guerra . No dia 4 deſte mez chegou o Exercito a

Xeres , e na meſma noite começou D.Joao Manoel


a abrir a trincheira com tal cuidado , que ao romper

da manhãa do dia ſeguinte ſe acabara ) de formar as

baterias , que começara ) a bater a Cidade , que foy


rendida , e a guarniçaõ priſioneira de guerra ; e depois

de lhe tirareni todas as munições de guerra , e boca ,

fizera ) com ininas voar a ſua fortificação , e deſman

telada , ſe recolheo o Exercito a Portugal com baſ

tante trabalho , pelo rigor do Inverno.

Eſtava Dom Joao Manoel na Praça de Eſtre


moz , quando teve ordem para paſſar a Provincia do

Minho ; e partindo logo , chegou a Vianna a 2 de Ja

neiro de 1711 ; e eſtando cumprindo o que ſe lle en


comendara das levas , reconducções , e compra de ca

vallos , lhe foy mandado , que paſſaſſe , ſem demora ,


à Provincia de Traz dos Montes , a encarregarſe do

governo das Armas , e que viſſe ſe ſeria poſſivel recu

perar a Praça de Miranda ; e tendo deixado diſpoſto


tudo,
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 591

tudo , o que lhe fora encomendado fizeſſe no Minho ,

partio para Traz dosMontes , chegou a Bragança no

primeiro de Fevereiro. Nao achou elle a Provincia

em eſtado de poder emprender couſa alguma , ſe o 1:


ſeu ardor ſe nað animara da actividade da ſua diligen

cia , que foy tað efficaz , que poz as couſas em ef

tado , que aviſou à Corte , que poderia emprender


ſitiar Miranda.

Determinado recuperar a Cidade de Miranda ,

de que no anno antecedente ſe tinha ) apoderado os

Caſtelhanos pela deteſtavel perfidia de hum Official,

ſe entregou eſta empreza ao Meſtre de Campo Ge

neral D.Joao Manoel, que elle diſpoz com admira

vel providencia , e com tanta actividade , que poz

aos ſitiados em conſternaçað , que fahindo a campo !

no dia 10 de Março , lhe cortou as communicações;

e depois de pôr em termos a bateria , a 13 começou

a acanhoar a Cidade com tanto vigor , que em pou

co lhe deſmontou quatro peças , que atiravað ſobre


1
o ataque. Os inimigos vendo - ſe ſem uſo da ſua arti- Hiftor, Genealogica da
. Cala Real, tom.8. pag
lharia , fizeraõ huma bateria ſobre o ramal eſquerdo 119

da obra cornea , com que poderia ) offender o noſſo

ataque ; mas a ſingular viveza do General D. Joao

Manoel , com grande acordo , tomou a reſoluçaõ de

a mandar atacar com a eſpada na mao , tanto que foſ


ſe noite , por duzentos e cincoenta Granadeiros , e

duzentos Infantes , entregues à ordem do Brigadeiro


Thomas da Sylva Telles , ( depois Viſconde de Vil

la- Nova da Cerveira ) que executou com tanto vi

gor ,

1
592 Hiſtoria Genealogica

gor , que os inimigos abandonarað a obra cornea , e

com tanta felicidade , que nað perdemos nem hum


ſó Soldado , ſó o Capitað dos Granadeiros ficou fe

rido de hum moſquete em liuma perna. Abrio - ſe a


brecha na Cidade , o que vendo os ſitiados , tocaraó
a chamada na manhãa de 15 de Março , e mandarað

hum Tenente , pedindo tres dias para ſe reſolverem ;

porém o General D. Joao Manoel em poucas pala

vras reſoluto lhe reſpondeo , que a guarniçaõ havia

de ſer priſioneira de guerra , e que lhe dava meya ho

ra para ſe reſolverem ; e pelo que reſpeitava aos Of

ficiaes , fe lhes faria ) todas as permittidas honras . Pa


ra ajuſtar eſte Tratado da entrega com o Governa

dor , mandou ao Brigadeiro Thomás da Sylva , que


detendo - ſe pouco na Praça , voltou dizendo , que os

Officiaes naõ queriaõ conſentir em ficarem priſionei

ros de guerra , e pediaõ alguma moderaçao naquelle

artigo. O General D. Joað Manoel naõ deu outra

repoſta a eſta propoſiçaõ mais que com a viveza , e


deſembaraço , de que ſe animava , mandar bater vi

goroſamente a Praça , paſſando ordem para hum af

ſalto geral com todos os Granadeiros , e alguns Regi


mentos ; o que obſervado dos ſitiados , tocarað le

gunda vez a chamada : voltou à Praça Thomas da

Sylva , capitulou com o Governador ficar a guarni


çaõ priſioneira de guerra à merce do Meſtre de Cam

po General D. Joao Manoel ; e a 15 de Março de

1711 aſſinou as Capitulações o Brigadeiro Thomas da


Sylva , e o Tenente de Rey , Governador da Praça ,
D.
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 593

@ D. Antonio de Mendoça e Sandoval, e a ratificou o

General D. Joao Manoel , que nao concedeo aos


No
priſioneiros mais que ficarem com a ſua roupa.
a us

dia 16 ſahio a guarniçaõ da Praça , em que ſe achou


s

grande quantidade de munições de guerra , e boca .

A actividade , e ſingular eſpirito , com que o General

ſe lançou ſobre a Cidade , tomandolhe a communica


12;
!
çao , foy o motivo de pôr em tal deſconfiança aos fi

112 tiados , que ſe rendera ) com a brevidade referida ;

fazendo aſſim mais glorioſa a empreza , conſeguida

igualmente pelo valor , do que pela ſciencia militar.

Depois mandou D. Joað Manoel demolir por inutil

Alcaniças , e tirandolhe cinco peſſas de artilharia , com

as munições de guerra , que nella havia , as mandou


UIC

0 para a Puebla de Senabria , que poz em eſtado de ſe

defender , e Carvajales , Praças que eraõ dos Caſte


1
lhanos. ElRey lhe mandou por huma Carta muy

honrada agradecer o muito , que tinha obrado neſta


T!
expediçaõ pelo ſeu ſerviço ; e que aos Officiaes , e
Ĉ
Soldados , da ſua parte diſſeſſe a ſatisfaçað , que ti

vera do bem , com que ſe havia) portado. Tratou

logo D. Joao de pôr toda a diligencia nas levas , e re

montas ; de ſorte , que ſe achara) na Campanha da


quelle anno no Exercito de Alentejo , que manda
1
va o Conde de Villa -Verde , e fahio à Campanha a

21 de Mayo. Continuou D. Joao Manoel o exerci

cio do ſeu poſto , e entrando por Caſtella , chegou a

Safra , donde voltou pela noticia , de que o Exercito

dos Caſtelhanos tinha tambem entrado no noſſo Rey


1

Tom . XI. Zzz no ,

4
594 Hiſtoria Genealogica

no , e eſtava em Borba , de donde ſe retirou com a


noticia da marcha do noſſo Exercito ; e aſſim depois

de varios movimentos , ſem acçað memoravel , ſe

conſervarao , até que no primeiro de Julho ſe mete:


raõ em Quarteis , como já diſſemos ; e acabada a

Campanha, paſſou à Corte o Conde de Villa -Verde;

e foy mandado a D. Joao Manoel continuaſſe com o


governo das Armas , dizendolhe o Secretario de Ef
tado , que o preſtimo , acerto , e valor , com que fer

via , era a cauſa de nunca ter deſcanço ; e exercen


do o governo com acerto , ſatisfaçaõ da Corte , e

louvor dos Militares até o principio de Outubro , en

tregou o governo ao Meſtre de Campo General Pe


dro Maſcarenhas.

Os merecimentos de D. Joao Manoel eraõ tao

notorios , que paſſando no referido mez à Corte ,

achou que ElRey lhe havia feito a merce de o no

mear Governador , e Capitað General do Reyno de


Angola , e ao meſmo tempo do ſeu Conſelho de

Guerra ; e fahindo de Lisboa a 21 de Setembro de

1712 , chegou a 21 de Fevereiro do anno ſeguinte :


tomou poſſe do governo , e levado do ardor de hum

generoſo , e activo eſpirito , poz as Praças , e Coſtas

daquelle importante Reyno em defenſa , conſeguin


do reſpeito , e ventagens dos viſinhos : ſoube caſtigar

o orgulho do Principe de Caconda , viſinho do Paiz

de Benguella , que commetteo algumas hoſtilidades

contra o Preſidio , que naquelle territorio conſerva a

Coroa Portugueza , a que ſe oppoz o Governador


delle ;

1
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 595

delle ; e dando conta ao Capitað General D. Joað Hiſtoria Genealogica ,

Manoel, com a ſua natural actividade , lhe mandou tom .8.pag.211.

logo hum tal ſoccorro , que com a gente da guarni

çaõ formou hum corpo , e marchou contra o inimigo.

e dando ſobre elle com grande calor , o derrotou , e


:
1 obrigou a pedirlhe a paz , que D. Joao Manoel lhe

concedeo. Finalmente tendo deixado o Reyno pa

cifico , reduzido o militar a methodo , evitado para o

futuro as deſordens , e deſcaminhos da fazenda Real,

com meyos importantes à ſua arrecadaçað , e à utili

dade do commercio ; com zelo da Religiaõ Chriſtãa,

fez que as Miſſoens ſerviſſem de edificaçao , para o

que ajudou aos Miſſionarios Capuchinhos da Naçað

Italiana , que tanto ſe tem diſtinguido na Africa , e

na America , nas noſſas Conquiſtas, ſuſtentando -os à

ſua cuſta. Diſſipou abuſos eſcandaloſos , por meyos

proporcionados ao negocio mais importante , que he

o da reducçað , e conſervaçaõ de tantas almas , no

conhecimento do verdadeiro Deos , e no horror das

abominaveis ſuperſtições do Gentiliſmo ; havendo to

do o tempo do ſeu governo , moſtrado a generoſida


de do ſeu animo , no luzimento do trato da ſua Ca

fa ; e deixado da ſua prudencia , deſintereſſe , e Re


ligiaõ naquelle Reyno honrada memoria . Voltou

para o Reyno no anno de 1717 depois de ter padeci

do na viagem nað pequenos incomodos : nað deixou

de experimentar outros na ouſadia , com que ſe per


tendeo , com affectadas queixas, nað manchar a intei
porque eſta foy ſempre de ſorte , que nað hou
reza ;
Tom . XI. Zzz ii ve
596 Hiſtoria Genealogica

ve emulaçað , que o emprendeſſe ; mas ſim arguillo


de rigoroſo em algumas deliberações , como le naõ

foſſe a juſtiça attributo de tað grande importancia ,

como o he a piedade : porém o tempo deu hum ple


no conhecimento do ſeu recto procedimento , e juſta

intençao ; de ſorte , que foy aſſim julgado em o Su


premo Senado da Relaçaõ de Lisboa , para mais evi
dente teſtemunho da ſua rectidao , nao baſtando o

mais ajuſtado procedimento , para que algumas vezes

ſe nað interprete ſiniſtramente ; porque ſempre ſe en


contraõ deſcontentes, nao com raza) , mas pelo que

nao conſeguem

No Capitulo precedente vimos como no anno


de 1722 morrera ſem deixar ſucceſſað o Conde D.

Pedro Manoel , pelo que recahio a ſua Caſa em D.

Joað Manoel de Noronha , que he VI. Conde de

Atalaya , Senhor das Aguias , da Atalaya , Tancos ,

Sinceira , Villa-Nova da Erra , e dos Lugares da

Mouta , Barquinha , Baguinha , Roda , Ninhachira ,


e Santa Martha , Alcaide môr de Marva) , Governa
dor da Torre de Belem , e Commendador de S. Pe
dro de Val de Nogueira na Ordem de Chriſto , de

Alpedriz na de S. Bento de Aviz , e do peſcado meu


do do Tino da Villa de Setuval da Ordem de Santia

go , tendo antes ſido Commendador de Santa Maria

da Deveſa de Caſtello de Vide , de S. Nicolao de Ca.

beceira de Baſto na Ordem de Chriſto , e de San

ta Maria de Alcacer na Ordem de Santiago. Neſte

tempo já tinha o Conde caſado com ſua prima com


1 irmãa

.
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 597

irmãa Dona Mecia de Rohan , como adiante ſe ve


rá.

Era Graõ Meſtre da inſigne Ordem Militar de Dico livro pag.264

S. Joao de Malta D. Antonio Manoel de Vilhena ,

que no anno de 1728 mandou à noſſa Corte por Em

baixador Extraordinario a Fr. Wenceslao , Conde de

rrach , Ballio , e Commendador da meſma Ordem ,

e actual General das Galés da Religiao : foy nomea

do o Conde de Atalaya , entao Meſtre de Campo

General dos Exercitos de Sua Mageſtade , e do ſeu


Conſelho de Guerra , para ſeu Conductor, o que fez

com magnifica comitiva , e com muito luzimento , e

deſpeza , convidando - o a jantar , e a todos os Caval

leiros ,
, que viera) na Eſquadra , que era de quatro

Naos de Guerra , que o Conde tratou com grande

policia , grandeza , e profuſa ) , por ſer de hum ge

nio generoſo, e agradavel ; de forte, que a todos dei


xou ſatisfeitos da attençao , com que moſtrou eſti

mar aquella benemerita R.eligiað . Depois foy elle


hum dos Senhores , que acompanharað as Mageſta

des, quando paſſaraõ à Provincia de Alentejo , para


ſe aviſtarem com os Reys Catholicos pela occaſiað
dos reciprocos caſamentos dos Sereniſſimos Principes Hiſtoria da Caſa Real,

do Braſil, e das Aſturias , e ſe effeituou a 19 de Ja- tom.8. pag.305.

neiro de 1729 , em que o Conde de Atalaya foy hum


dos
que ſe acharað preſentes naquelle ſolemne acto ,

No anno de 1735 pela occaſia ) , que já deixamos re

ferido , foy nomeado Governador das Armas da Pro

vincia de Alentejo , e Director da Infantaria de todo

o Reyno ;
598 Hiſtoria Genealogica

o Reyno ; eleiçao , que foy univerſalmente applau


dida , que elle fez mais eſtimavel pela ſua ſumma

actividade : pelo que geralmente era louvado , vendo


o modo , com que fez exercitar as Tropas , com que

diſpoz hum acantonamento em Alentejo , outro no


Riba- Tejo , entregue ao Viſconde de Villa - Nova da

Cerveira Thomas da Sylva Telles , Meſtre de Cam

po General . Aſſim continuou nos ſeus acertos , e diſ

poſições, e na exacta diſciplina dos Soldados, de quem


ſe ſoube fazer tað amado , como reſpeitado , pelo lu

zimento , generoſidade , e outras virtudes , com que


ſe fez amavel. Finalmente ſerenadas as deſconfian

ças politicas, que ſe haviao levantado entre as duas

Coroas de Portugal, e Caftella , ficando gozando o

noſſo Reyno da faboroſa tranquilidade da paz , ficou


o Conde exercendo na meſma Provincia o ſeu poſto;
ſatisfazendo às partes , e eſtimando os Soldados, e be

nemeritos , para os adiantar ; de ſorte , que ſerá glo


rioſo o ſeu nome na noſſa Hiſtoria ; porque he orna

do de excellentes virtudes , valor , actividade, promp

tidað no reſolver , gravidade , e fineza na amiſade ,


ſendo o brilhante de tað luzidas partes , huma gene

roſidade , que o fara memoravel .


Caſou duas vezes , a primeira em 16 de Novembro
? do anno de 1698 com D. Marianna Bernarda de No

ronha , filha de D. Franciſco Maſcarenhas , ( irmað

do IV . Conde de Santa Cruz) que depois de ter ſer

vido na guerra da Acclamaçaõ , ſendo Capitað de


Cavallos, e Meſtre de Campo na Provincia de Alen
tejo ,
1

da Caſa Real Portug. Liv . XII. 599

tejo , foy do Conſelho delRey D. Pedro Il . Gover

nador , e Capitað General da Ilha da Madeira , Eftri


beiro môr das Rainhas D. Maria Franciſca , e Dona

Maria Sofia ; e de ſua mulher D. Joanna Coutinho ,

filla herdeira de Dom Pedro Coutinho , Senhor , e

Commendador de Almourol , e de D. Marianna de

Noronha , irmãa do I. Conde de Armamar Ruy de

Mattos de Noronha , e tivera )

19 D. JOANNA MANOEL , que naſceo a 20 de


Julho de 1699 , e morreo de tenra idade.

19 D. FRANCISCA MANOEL , que tambem fa


leceo de tenra idade .

Caſou ſegunda vez a 23 de Janeiro de 1719 com D.


Mecia de Rohan , Dama da Rainha Dona Maria

Anna de Auſtria , filha de D. Joſeph Rodrigo da Ca


mera , II. Conde da Ribeira , e da Condeſſa D.Conf

tança Emilia de Rohan , como deixamos referido no


1
Tomo X. pag . 588. E deſta eſclarecida uniao tivera )
1
os filhos ſeguintes :

19 D. CONSTANÇA MANOEL naſceo a 30 de

Outubro de 1719 , que he preſumptiva herdeira deſ


ta grande Caſa . Eſtá contratado o ſeu caſamento

com ſeu tio D. Duarte da Camera , V. Conde de


Aveiras .

19 D. Luiz MANOEL naſceo em Dezembro

de 1720 , morreo menino .

19 D. FRANCISCA MANOEL , he Religioſa no

Moſteiro do Bom Succeſſo de Religioſas Dominicas


junto a Belem .

D.
!

560 Hiftoria Genealogica

19 D. MARIA MANOEL naſceo a 8 de Dezem


bro de 1723

glo

116

D. Me

4
601

D.Manoelda Came. Ruy Gonçalves da Camera, I. Con

3 ra , Il. Conde de Vil. de de Villa- Franca, V. Capitaó Do.


natario da Ilha de S. Miguel.
la-Franca , Vi . Ca.
A Condella D. Joanna de Bla'uet.
D. Rodrigo da Ca- < picaó Donatario da
.
mera , lll . Con . Henriques, Commen..
ilha de S. Miguel. S D. Fradique
de de Villa-Fran- CA Condeſa D. Leo
ca , &c. * 1672 . norode Vilhena . 2 m . ruộcmar de Vilhena.
D. Manoel Bal.
thaſar Luiz da
Camera, 1. Con D. Franciſco da Ga. S daIndia, Estribeiro môr do Prin
A Condeſſa Dona ma , 1V. Conde da cipe D.Joao.
de da Ribeira Maria Coutinho , Vidigueira 9 Almio
Grande, * a 29 A Condella D. Maria de Ataide.
ſegunda mulher. rante da India.
de Dezembro de Ruy Lourenço de Tavora , Vice
A Condella D. Leo.
1673 , a 29
3
Dom Joſeph 1616 .
gunda mulher,
Rodrigo da D. Maria Coutinho.
Camera , II. Vaſco de Souſa , em quem veyo 2
Conde da Ri . recahir a Caſa de Souſa,
beira , & c. * Henrique de Souſa ,
1. Conde de Miran- D . Guiomar da Sylva .
a 7 de Março
da.
de 1722 . Diogo Lopes de Fernaó da Sylva Commendador
A Condella D. Souſa , II. Conde A Condella D. Mc
cia de Vilhena. de Alpalbaó .
Mecia de Men de Miranda , *
doça. em 24 de Mayo D. Brites de Vilhena.
de 1654
Sebaſtiaó de Sá de Menezes , Capi
Joao Rodrigues de
taó de Sofala , * em 1578.
A Condeſſa Donar sá , I. Conde de Pe
Leonor de Menonaguiao , Camereiro D. Luiza Henriques.
doça , môr delRey D.Filip
D. Mecia D. Joao de Almeida , Alcaide môr
pe II.
de Rohan , A Condeſſa D. Iſabel de Abrantes, Senhor do Sardoal.
2. mulher
de D. Joao de Mendoça . D. Leonor de Mendoça.
2
Manoel ,
Luiz de Rohan Luiz de Rohan ,
Vi . Con
Principe de mené , c.
de de Ara.
laya. pé, Conde de Mont- Margarida
Perrier . de Laval , Senhora de
Hercules de Rohan bzon , Seneſchal de
Franciſco de Rohan , Senhor de
Duque de Mont
bazon , Par , eCa. 2
A Princeza Leonor ) Verger , e de Gyem .
de Rohan , Senhora Cach
Condarin
ellaa de
deRoch la -Roch
Sillyefor t. eguion ,
çador de França ,
* a 16 de Outu . de Verger , &c.
Franciſco de
bro de 16 54 . Claudio de BretagsCarlos de Avaugour , Conde de
Rohan , Princi A Duqueza Maria Claudio de Bretag. ) Vertus , & c. * cm 1608 .
pe de Soubiſe , ne , Conde de Vera A Condella Filippa de S.Amadour,
de Avaugour de
Duque de Fono tus , e Goello , * a 6 Viſcondella de Guiguen.
A Condella Bretagne, * a 28SE
tenay , Par de Agoſto de 1637
de Abril de 1657.
D. Conſtança França , & c. * A Condella Cathari
Emilia de Ro .
a 24 de Agoſto na Fouquet de la Va .
han , * a 18 de 1712 . lo yo:2 A Marqueza Catharina de Pouffart.
cuenta1670.
renne , en
renner * em
de Setembro
de 1709 . Leonoro Chabor, Baraó de Farnac,
Senhor de S. Gelais , * cm 1605 ,
Carios Chabot , Se
ohor de Sainte Au
2 Margarida de Durforc,.
Henrique Chabot laye .
A Princeza An Miguel de Lour ,Senhor de Longa
de Rohan , Par de
na Chabot Ro S
França , * a 27 Henriqueta de Lour.
han , * a 4 de de Fev. de 1655 . Maria Raguier de Efternay.
Fever, de 1709 .
Margarida Du
Reyner Viſconde de Rohan , em
queza de Rohan , Henrique Duque de
Princeza de Leao , 1986 .
Rohan , Par de Frane
#ag de Abril de ça,Principe de Lea6,2 Cathar ina enay, Senhora
de Soubire .de Parth
1684 . * a 13 de Abril de Maximiliano de Betune , Duque de
1638 .
S Sully , Par , e Marichal de Fran
A Princeza Margari
da de Bethune , ça.
Rachel de Cochefileta

Tom . XI. TABOA


lha de D. Martinhoente, origues Barreto, lençuela ,niho de D. re- nnor do Morga
DonaMaria deBoabo: XVIII. Taboa xv11 . Alcaide môr de dro de Cordova , Conde do da Quartci
Faro . de Cabra . ra ,
dador de Ortolega.

I. D. Mecia de No - cl, Eſmoler D. Alvaro Manoel D. Manoel Dona Leonor de Aragaó D. Anna de Aragao ,
XIV ronha calou com D.a Capella da paſſou a India no Manoel, * caſou com Luiz Carnei Dama da Rainha D.
Pedro de Menezes garina , Prior anno de 1969 , la S. G. ro , Senhor da Ilha do Catharina , * fem
I Principes eſtado,
Senhor de Fermo de Santiago. fervio , c * S.G.
zelhe.

!
Dona Maria de Dona Magda D. Anna de Dona Eufraſia D. Violanie de
D. Fradique D. Fi Manoel ca
XV Manoel , * Senhnoel Maſca Ataide , Abba lena de Ataide, Acaide, Frei de Santa Ma. Aragaó , Abba
cm Africa a tinhohor da Go della do More Freira no dia ra no reteri- ria , Freira em della do Molo
4 de Agoſto Iria immendador teiro da Caſta . 10 Moſteiro da do Molteiro. Jefus de Serus teiro de Villa
Conahal. nheira . Caſtanheira , val. Longa.
de 1578.

Tancos , e Sinceira , & c. Carou Dona Franciſca N ...


ha de Alvaro Pires de Tavora , Sc de Alaide N . , ..
XVI
ſem eſtado. meninos,

Sinceira , Erra , Aguias , &c. do Conſelho D. Maria Magdalena de Noronha caſou


XVII Praça de Alcantara a 20 de Abril do anno com leu primo D. Antonio Luiz de Sou
Marquez das Minas. ll . com D. Franciſca 1a , II. Marquez das Minas , IV. Conde
de Prado,
.
60
7

HISTORIA

GENEALO
GICA

D A

CASA REAL

PORTUGUE
Z A.

LI V R O XIII.

CONTÈ M

O Infante D. Joao.

D. Fernando , Senhor de Eça.

Alcaides môres de Villa - Viçoſa. !

1
Alcaides môres de Muja.

1
D. Affonſo , Senhor de Caſcaes.

Condes Monſanto
de .
1

Tom . XI.
Aaaa O In
4
609
9 O Infante D. Joað .

10 D. Fernando Senhor D. Maria de Portugal , D. Fernando , Senhor D. Pedro da D. Affonſo , Senhor de


de Eça. Condella de Valença. de Bragança .
Guerra , Calcaes , adiante ,
1

Duarte

Branca
II D. Fernando D. Iſabel D. Leonor , D. Brites , D. Garcia

Joao

Eza

Eck
Esa.
Dom Pedro , Se

D.
Alcaide môr de de Portu. Senhora de Abbadeila Alcaide môr

de.
je

de
D.
e
Villa - Viçola. galo nhor de Aldea - Ga .
Oca , de Celias. de Muja .
lega , auianie.

12 Dom Joao , D. Maria D. Leonor D. Jorge , Al . D. Franciſ . D. Chriſ. D. Jero- D. Maria


Alcaide môr de Eça . de Eça. caide môr de co , Embajo tovaó de
de Villa - Vis nymo de de Eça.
Muja. Xador a Cal- Eca .
çoía. Eca.
tellung
Guio

Marg
Do
Eçde
Bri
Eça

Eça
rid

D. Vaſco , D. Duar.
tes

13
na

Dom Garcia,
de.

de..
D.

D. Garcia D. Joanna
D.
a.
a

m.

a.

Capitao de te de Eça. Alcaide mór de Eça. de Eça.


Cochim . de Muja.

14 D. Duarte, D. Joao de D. Franciſco D. Jorge D. Maria D. Garcia D. Joanna


Capitaó de Eça. de Eça. de Eça. de Eça .
Goa, de Eça . de Eça.

1
Antoni

Bernar

Filippa

15
Eça

Eça

D. Antonio
Eça

D Duarte
do.

D. Paulo D. Helena Dona Iſab :


D..
D.
de

de.
de.
a

D.

de Eça . de Eça . de Eça. de Eçao


de Eça .

1
1

16 D. Duarte de Eça . D. Antonio de Eca.


1

17 D. Manoel de Eça. 1
D. Franciſco de Eça.

18 D. Bernardo de D. Chriſtovao D. Franciſco


Eça. de Eça de Eça.

Tom . XI . Аааа іі D.
610

10 (•) D. Affonſo , Senhor de Caſcaēs.

II D. Iſabel da Cunha , Senhora Dom Fernando de Val


de Caſcaes , Condeſſa de Mon- concellos , Senhor de Ma
fra . Tom , XII.
ſanto .

11 * D. Pedro , Senhor de Aldea -Galega.

12 D. Rodrigo , Alcai- Dom Franciſ. D. llabel D. Joao de


de môr de Moura , co de Eça. de Eça. Eça.

!
13 Dom Jorge de D. Joanna de D. Bernarda
de Eça. 1
Eça. Eça.

14 D. Franciſco D. Antonia Dom Joao de


de Eça. Eça.
de Eça.

HISTO
1
1

P20

* Dobric f.
1
HISTO
RIA

GENEA
LOGIC
A 1

DA CASA REAL 1
1
PORTUGUE 1
Z A.

P A R TE J.

CAPITU
LO I.

Do Infante D. Joao.

O Capitulo VI. do Livro II.

pag. 380 do Tomo I. deſta Hif


toria deixamos eſcrito , que en

tre os filhos do Real conſorcio

delRey D. Pedro com a Rai

nha D. Ignez de Caſtro , foy o


1
Debrief primeiro o Infante Dom Joað ,
que naſceo na Cidade de Coimbra no Paço antigo ,

que fora da Rainha Santa Iſabel ſua glorioſa avó ;

deu
612 Hiſtoria Genealogica

deulhe por Aya a Conſtança Garcia , mulher de Go

mes Rodrigues , Fidalgo de conhecida nobreza ;‫ ܪ‬e

depois lhe deu por Ayo a Gonçalo Garcia de Figuei


redo , Alcaide môr do Caſtello da Villa da Feira ,

outro Fidalgo principal daquelle tempo , que caſando

com Conſtança Rodrigues , ( viuva de Diogo Afon

ſo de Figueiredo , Senhor da Quinta de Santo André,


de quem nað teve ſucceſlab ) procedem delles os Fi

Torre do Tombo , liv. gueiredos deſte Reyno. Eſtando ElRey ſeu pay em
1. delRey D. Pedro, Elvas com a occaſiaó das Cortes , que alli ſe celebra
pag . 86 .

ra ) , fez huma larga Doação ao Infante das Villas


de Porto de Moz , Cea , e outras terras , com con

fentiniento do Infante Dom Fernando ſeu irmað , de

que tranſcreveremos as palavras da propria Doaçað ,

que vimos no Archivo Real , e diz aſſim : Damos ,


e outorgamos por titulo de Doaçað antre vivos ao In

fante D. Joað fobredito , e a todos ſeusſucceſſores de

linha lidima por nacença deſcendentes , a Villa de


Porto de Nos , e a Villa , e terra , e julgado de Cea ,

e as terras , e julgado de Lafoons , de Guilfar , e de

Çatam , de Penalva , e de Redemoinhos , de Befciros,

de Sever , de Fonte Arcada , de Bemviver , de Moi.

menta , de Armamar , de Panha , de Riba de Vizela ,

e de Figueiredo, e de Aguiar da Beira , e da Adega

nha , e os Preſtimos de Sequim , Ulveira de Conde , e


de Vulveira do Barro , Bc. Foy feita em Elvas a 24

de Mayo da Era de 1398 , que he anno de 1360. He


de reflectir nas clauſulas deſta Doaçað , no modo que

manda guardar nos deſcendentes do Infante o direito


1 da
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 613

da repreſentaçao, e a prerogativa da melhor linha, de


que ſe vê quam antigo he eſte modo de ſucceder no

noſſo Reyno. No Teſtamento que a Rainha Dona


Brites ſua avó fez eſtando em Alenquer a 9 de De

zembro de 1396 , que he no anno de 1358 , entre os i


legados, que deixa aos netos , ſe lembra do Infante

com o ſeguinte: Item ao Infante D. Joað meu neto Tom . I. dasProvas da


a minha copa de prata eſmaltada , que me deu Ę.Rey
. Livia,n. 16. pag.2322
Item lhe leixo duas taças das minhas de prata das per

que bevo. Item lhe leixo outra copa de prata dourada,


1
das que eu ouver do tempo do meu faimento. Tam

bem ElRey ſeu pay no ſeu Teſtamento , feito no

anno de 1367 , ſe lembra delle com a verba ſeguinte:


Item mandamos ao Infante Doin Joað noſſo filho vin- Dito tomo pag.285.
te mil libras. Os irmãos Luiz , e Scevola Santa Mar- Sair.& e Marthe tom.2.

tha na Hiſtoria Genealogica da Caja Real de Fran . cap.8. pag. 670.


1
ça , a quem ſeguio o Padre Anſelmo na que eſcre- P. Anſelme, Hiſt
. Ge
veo da meſma Caſa Real , de que a Portugueza ſe malode France,tom , h
1
deriva , trata) de illegitimos ao Infante D. Joað , e
ſeus irmãos : porém neſte erro os fizera ) cahir alguns
Authores noſſos , que nao examiriara ) eſte ponto ; e

das verbas do Teſtamento referidas delRey ſeu pay ,


1
ſe prova a validade do caſamento delRey D. Pedro ,
e com o mais que no Tomo I. delta Obra fica eſcrito
1
a pag. 367 , e 377 , ſe verifica a ſua legitimidade , a

qual lhenað duvidarað


naquelle tempo , o que já ſe Imhoff , Stemma Reg.
guio o inſigne Jacobo Guilhelmo Imhoff. Luf. ftirps quart . Tab.

Succedeo no Throno de Portugal ſeu irmao El- 811. cXIII.

Rey D. Fernando , com quem viveo o Infante Don

Joao
614 Hiſtoria Genealogica

Joao em boa armonia , ſendo delle favorecido , e ef

timado ; ( até o tempo da ſua deſgraça ) porque era

de gentil preſença , de eſtatura grande , bem propor


cionado , e ornado de excellentes partes , benigno
attento ,
corteza) , com natural agrado , e attençao

com os Fidalgos do Reyno , e Eſtrangeiros , com

quem ſe moſtrava generoſo ; de forte , que a todos

obrigava ; porque tudo quanto elle poſſuîa liberal

mente dava , ſatisfazendo a huns, conforme o genio,


com dadivas precioſas , ou galantes , e a outros com
dinheiro . Com ſeu irmao o Meſtre de Aviz vivia

com amiſade, e reciproca correſpondencia , fatisfazen

do ao que ElRey ſeu pay lhe ordenara , que acom


panhaſſem ſempre ambos , e foſſem juntos à Corte ;
e elles o obſervara ) com tal amiſade , que já mais fe '
ſeparavao , ſem que ſe ſe viſſe hum ſem outro , ou
viſſe hum ſem

foſſe namontaria , na caça , na meſa , ou na conver

Fernaó Lopes , Chron . façao. Refere o Chroniſta Fernao Lopes, que foy,
delRey D. Fernando ,
cap. 99. o Infante o mais inſigne Cavalleiro de toda a Heſpa-
,
nha no manejo dos cavallos ; porque era deſembaraça

do , robuſto , com tal arte , que domava ao mais fe

roz bruto ; aſſim foy nos jogos das Juſtas , e Torneos

diſtincto , ſendo incançavel neſtes exercicios, e no da

caça , ou foſſe na da volataria , ou da groſſa no mon


te , em toda ſoportava o trabalho com goſto , porque

era deſtimido ; e aſſim affoito , nað temia os perigos ,

e deſaſtres , que ſuccedem acontecer em ſemelhantes

occaſioens, livrando de muitos , que lhe ſuccederao

com deſembaraço , ſem que lhe ſerviſſem de receyo


para
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 619

para continuar os meſmos exercicios , em que tam

bem acompanhava a ElRey , que o amava , e favo


recia , ſendo igualmente eſtimado da Rainha D. Leo

nor Telles de Menezes ; porque o ſeu modo o fazia

grato às Mageſtades , a quem nao deſgoſtara na oc

caſiao do ſeu caſamento , beijando a mao à Rainha ,

o que ſeu irmao nað fó duvidou , mas nað fez , como


adiante diremos.

Nað podia ſer mayor naquelle tempo a felici

dade do Infante , quando no Paço vio a Dona Maria

Telles de Menezes , irmāa da Rainha , viuva de Al

varo Dias de Souſa , Rico-homem , de quem lhe fi


cara unico D. Lopo Dias de Souſa , Meſtre da Or

dem da inſigne Cavallaria de Chriſto , que ella como

ſua Tutora adminiſtrava ; e da ſua eſclarecida deſcen


dencia ſe tratará no Livro XIV . Ficou o Infante Nunes de Leao , Chro.

tað cegamente namorado deſta viſta , que tratou de mando , pag.181 , im

a ſervir , e ſolicitar com taõ deſordenadas attenções , prella cm 1677;

que forað tratadas como facrilegios da gravidade ,


com que eſta Senhora ſe portava ; ſuppoſto que no

principio , ſendo differentes os penſamentos , fe nað


deſagradara menos do Infante . Era D. Maria Tel
les de Menezes irmãa da Rainha D. Leonor reynan

te , viuva , moça , fermoſa , e engraçada , com gen

til diſpoſiçaõ , honeſta , diſcreta , e rica , que mantinlia

grande caſa com numeroſa familia , e apparato , con

ſervada na gravidade de grande Senhora , que o mof


trava na liberalidade , e preſtimo; porque regulava as

ſuas acções , com a memoria do ſeu eſclarecido naſci


Tom . XI. Bbbb mento ;
616 Hiſtoria Genealogica

mento ; e nao ſe conſiderava com menores partes pa

ra occupar o thalano de huma peſſoa Real , do que


ſua irmãa para conſeguir , o que lograva delRey D.
Fernando. Aſſim reveſtida deſta louvavel memoria ,

aſſentou comſigo , nað dar attençaõ às vozes do In

fante, ſem que o matrimonio pudeſſe fazer decente

a ſua companhia ; e aſſim lho fez a ſaber por Alvaro

Pereira , hum Fidalgo , de quem o Infante confiava


5
muito , o qual , ſuppoſto vivia inteiramente cativo da
fermoſura de D. Maria , duvidava recebella por mu

Mer : porém ella com a meſma honeſtidade o venceo ,


ainda que com deſtreza , como refere o Chroniſta

Dita Chronica , cap . Ferna ) Lopes , e o Infante a recebeo por palavras de


101 ,
preſente , com condiçaõ que ficaſſe em ſegredo aquel
le Sacramento ; e aſſim ſe effeituou , vivendo alguris
annos em reciproca conformidade , havendo deſta tað

eſclarecida uniao hum filho , de quem logo tratare


mos .

Devendo ſer o ſegredo inviolavelmente obſer

vado , raramente ſuccede, que o tempo o nað venha

a eſtragar ; aſſim nað paſſou muito , ſem que a Rai

nha entraſſe na ſuſpeita deſte matrimonio , e tambem

fe certificaſſe , de que ſe effeituara. E como nella do

minava a ambiçaõ , com deteftavel politica intentou

diſſolvello , perdendo a ambos ; porque diſcorria al

tuta , que daquelle conſorcio ſe podia ſeguir huma

grande felicidade a ſua irmãa , pelo indubitavel direi


to , que o Infante ſeu eſpoſo tinha à Coroa na falta

dos filhos delRey D. Fernando , ou que ainda no


caſo
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 637

caſo de os ter , ſe poderia queſtionar a validade do ſeu

matrimonio , como com effeito depois nas Cortes de

Coimbra ſuccedeo , excluindo a Infanta Dona Brites,

por nað ſer valido o matrimonio da Rainha ſua mãy.

Aſſim preoccupada de hum ambicioſo deſejo de rey

nar , conſiderando já Rainha de Portugal a ſua irmãa,

foy deſmedida a paixao , que degenerou em deteſta


1
vel odio , ordindo huma tramoya , que lhe nað pu

deffe faltar ; e com diſſimulado artificio ſe moſtrou

ignorante do ſucceſſo , e affectou no trato , e palavras

com ſua irmãa , e com o Infante , que nað era fabe


dora do caſamento ; e com huma perniciofa ſagaci

dade , ſe valeo de huma affectada politica , fazendo

conveniencia do Reyno a diſſimulaçao da ſua detef


tavel induſtria .

Havia ElRey D. Fernando prometido a Infan

ta D. Brites ſua filha a D. Fradique Duque de Bena

vente , filho natural del Rey D. Henrique II . de Cal

tella ; de que ſe ſeguia , que faltando ElRey D. Fer


nando , havia de ſer chamado para ſer participante

com a Infanta da Coroa de Portugal ; e moſtrando-ſe

a Rainha de contrario parecer , reveſtida do amor da

Patria , diſcorria com as peſſoas , que lhe aſſiſtiao , os


inconvenientes daquelle conſorcio , e a felicidade , que

ſe ſeguia de a Infanta ſua filha caſar no Reyno com

o Infante D. Joað ſeu tio , no que ella teria a mayor

ſatisfaçað pelas partes , de que elle ſe adornava; e que


eſtando deliberada em o inſinuar a ElRey , ſe nað re

ſolvera a communicallo , por lhe haverem dito , que o


Tom . XI. Bbbb ii Infante
618 Hiſtoria Genealogica

Infante eſtava caſado ; e que ſendo aſſim , nað podia

ter effeito huma idéa tað juſtamente ponderada , em

que ella intereſſava o goſto , e a felicidade à Patria.

Eſta pratica induſtrioſamente eſpalhada pela Rainha,


ſe adiantou com dizer a ſeu irmao o Conde D. Joað

Affonſo , que a participaſſe ao Infante como couſa

ſua ; mas com tal cuidado , que pareceſſe ſomente ef

feito do ſerviço , que lhe pretendia fazer ; porque o


Infante fazendo reflexao ſobre o eſtado enfermo del

Rey , e da pratica da Rainha , ſe accendeſſe dos de

ſejos de reynar . Ouvio o Infante a pratica do Con

de , e no ſeu coração produzio o effeito , que a Rai

nha meditara ; porque reflectindo na acceleraçaõ do

ſeu caſamento , ſe arrependeo ; porque elle ſomente


lhe ſervia de obſtaculo para poder conſeguir o da In
fanta D. Brites. Aſſim veyo aparar todo o amor , e

armonia , em que vivia ) , em aborrecimento , nað fa

bendo qual poderia ſer o modo de ſe libertar de hum

tað pezado jugo. Deſta forte , por hum engano , vi


via em hum continuo cuidado ; porém a Rainha ,

que ſolicita pertendia dar fim a eſte negocio , porque

o tempo nað vieſſe a perder a ſua induſtria , tratou

com ſeu irmao adiantar eſta machina , para o que cha

mara) a Diogo Affonſo de Figueiredo , Védor da


Caſa do Infante , e a Garcia Affonſo de Sobrado ,

Commendador de Elvas , que era do ſeu Conſelho ,

e moſtrando a eſtimaçað , e confiança , que delles fa

ziao , pela fidelidade , com que ſervia ) a ſeu amo ,

fingindo ſentimento , lhe participara ) a eſtranha no


ticia ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 619

-2
ticia , de que a Infanta havia infielmente violado o
71
thalamo de ſeu eſpoſo , como nao devera , e que
2. maldade tað enorme merecia juſtamente morte vio

2, lenta ; e que deſembaraçado aſſim o Infante , poderia

em ſegundas vodas com a Infanta D. Brites , perpe


14 tuar na ſua deſcendencia a Coroa dos ſeus predecef
F. fores. Eſta aleivoſa ordidura formada contra a ho

0 neſta , e virtuofa Matrona , como uniformemente re

ferem os Authores , que eſcrevera ) eſte tragico fuc

ceſſo , produzio terrivel effeito ; porque o Infante

com as diſpoſições das primeiras vozes , que ſe eſpa

lharað , andava vacilando , pois por eſte caſamento

lo perdera a Coroa ; agora ſe perſuadio da aleivoſia da 1


LE
te innocente eſpoſa , por parecer nað podia ter duvida

a verdade do facto , quando era affirmado pelos in !f


1
tereſſados da ſua honra , ſeus dous irmãos , a Rainha,
e
e o Conde, que forað os que levantarað falſamente

1 aquelle enorme delicto , pelo qual a matou o Infan

te pelas ſuas proprias mãos.

Foy Coimbra o theatro deſta laſtimoſa trage


1
dia , onde prevaleceo a perfidia à innocencia ; porque
e
havendo o Infante paſſado por Thomar , reſidencia

ordinaria de D. Lopo Dias de Souſa , Meſtre da Or

dem de Chriſto , mandou eſte cumprimentar ao In


1
fante , rogandolhe foſſe feu hoſpede, como coſtuma
va , o que elle nao aceitou ; de
que inferio o Meſtre

ſobre alguns indicios , que já erað notorios , o per


verſo animo do Infante ; aſſim ſem dilaçao aviſou a

ſua māy , para que ſe puzeſſe em ſalvo : porém a In


fanta
620 Hiſtoria Genealogica

fanta reveſtida do reſpeito , e confiada na ſua propria

innocencia , nað ſe deu por entendida ; e podendo aco

lherſe ao Caſtello da Cidade, de que era Alcaide môr


feu tio Gonçalo Mendes de Vaſconcellos , ſe deixou

ficar em ſua propria caſa , onde entrou o Infante na

madrugada acompanhado de alguns criados , e ſem

ſer ſentido chegou à porta da Camera , em que a In


1
fanta eſtava deſcuidada dormindo , e achando -a' fe

chada , com violencia a forçara) ; ao eſtrondo acor

dou a deſgraçada Infanta atemoriſada , e vendo o


marido lhe fallou , e a poucas palavras , que lhe diſſe,

levou de hum punhal , e com duas feridas a matou ;


e deixando neſte fucceffo hum horror a toda a Cida

de , que acreditando nas vozes a honeſtidade da eſpo

ſa , abominava o deteſtavel procedimento da ambiçao


do Infante , que montando a cavallo ſahio da Cida
de , temendo ao Alcaide môr , e outros parentes , e

paſſou a hum Lugar chamado Sampayo , diſtante

ſeis legoas de Coimbra , e dahi ſe alargou ao interior


da Provincia da Beira , onde andou eſperando a fatif

façaõ das promeſſas da Rainha. Eſte ſucceſſo correo

por todo o Reyno com eſcandalo ; de forte, que o


Infante ſe vio preciſado a querer de algum modo ſa

tisfazer , ainda que apparentemente, ao Mundo . EF


creveo a ſeu tio o Conde de Arrayolos D. Alvaro
Pires de Caſtro , com expreſſoens muy vivas , quaes
foraõ as cauſas de elle tomar aquella reſoluçao ; e na

meſma forma eſcreveo tambem ao Prior do Hoſpital

D. Alvaro Gonçalves Pereira , a Ayres Gomes da


Sylva
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 621

Sylva o Velho , Senhor de Vagos , juſtificando- ſe , os


rogava , para que fallando a ElRey , e à Rainha da

ſua parte , lhe alcançaſſem hum


ſeguro para livre
mente poder voltar à Corte . A Rainha affectou ef

tar preoccupada de ſentimento da morte de ſua ir

máa , e que em tal materia ſe nað fallaſſe: porém co

mo o ſentimento era fingido , quando lhe pareceo

tempo de dar fim à tramoya , em que metera ao In


fante , ſe fez médianeira'; e alcançando delRey o

perda) com grande ſatisfaçaõ dos parentes , que ſe ti


nhaõ intereſtado na ſua reſtituição ; o Infante ten

do conſeguida a ſua ſupplica veyo da Beira a Santa


rem , acompanhado com cento e cincoenta homens a

cavallo , por ſe recear do filho , e parentes da infelice


Infanta.

Eſtava ElRey em Salvaterra , e o Infante man

dou ſaber, ſe ſeria do ſeu agrado entrar na Corte com

a guarda , que trazia , ou ſomente a ſua peſſoa. El

Rey , que totalmente ignorava aquelle perverſo ne .


gociado do caſamento de ſua filha a Infanta D. Bri

tes , reſpondeo ſmcero , que o fizeſſe na maneira ,

que lhe pareceſſe ; e chegando à ſua preſença a bei

jarlhe a ma) , o tratou ſem differença , do que coſtu


mava : aſſim era admitido aos divertimentos da ca

ça , e occaſioens, que fe offereciaõ de aſſiſtir , e acom

panhar a ElRey ; experimentando tambem na Rai

nha os meſmos agrados : porém paſſando- ſe dias , o


Infante ſe vio impaciente do ſilencio , em que eſtava
o ſeu caſamento com a Infanta D. Brites ; de forte ,

que
62 2 Hiſtoria Genealogica

que elle fe reſolveo a fallar claramente à Rainha , e


ao Conde D. Joað Affonſo ; porque hum , e outro

lho havia promettido , e aſſeverado ; mas forað tan


tas as difficuldades , e as circunſtancias , que pondera

rað , que elle conheceo claramente fora enganado.

A Rainha , querendo-ſe ver totalmente livre do Infan

te , o reduzio a termos , de que elle foſſe o meſmo ,

que ſe viſſe obrigado a largar o Reyno. Finalmen


te perdidas as eſperanças, que tað ambicioſamente o

precipitarað , vendo - ſe deſattendido dos Reys , ſe pal


fou à Cidade do Porto , e conhecendo o engano , en

trou a ſentir irremediavelmente a injuſta morte da eſ

poſa ; e nað fe fatisfazendo daquella aſſiſtencia , foy


parar a Riba- Coa , onde paſſou , vivendo mal aſliſti

do , ecom grande deſcommodo, ſem meyos de ſe po


der manter conforme lhe era devido . Quando teve

noticia , de que o Meſtre de Chriſto D. Lopo Dias


de Souſa , e o Conde D. Gonçalo Telles o buſcavað

com quinhentas lanças para vingar a morte de ſua


māy , e irmãa ; e vendo que lhe nao podia reſiſtir , de

noite ſe poz em ſeguro , paſſando a S. Felice de los

Galhegos , lugar do Reyno de Leao , ao manhecer ,

acompanhado ſómente de ſeis homens de cavallo. Já

naquelle tempo ſe achava viuva a Infanta D. Brites

Monarchia Lufit. part. ſua irmãa , de D. Sancho , Conde de Albuquerque ,

8.liv.2 1. cap.34. pag. que alcançandolhe a protecçaõ delRey D. Henrique


Garibay, lib.3 3.de !o II. o recebeo com particulares demonſtrações , e o ca

Comp. de los Reys de fou com ſua filha D. Conſtança , dandolhe Valença
Portug. cap. 36. pag.
837. de Campos , a Villa de Tormes, e outras terras, que
nao
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 623 1

nað eraõ baſtantes para manter huma Caſa com o

eſtado devido à ſua peſſoa : porém refere - ſe , que mui

tos Senhores, e Fidalgos , lhe aſfıſtiao, em attençað


do ſeu caracter , que eraõ Dom Joao filho de Dom

Tello , irmao delRey Dom Henrique , que trazia

huma numeroſa comitiva , o Marquez de Vilhena ,

Pedro Fernandes de Velaſco , Joao Duque , e Ruy

Duque ſeu irma) , e outros Fidalgos da Caſa del

Rey , que o cortejavað. Servio na guerra , que o

dito D. Henrique II . teve com ElRey D. Fernando ;

e ſegundo o eſtylo daquelle tempo ſe deſnaturaliſou ,

fazendo as ceremonias coſtumadas naquelle acto , em

huma Aldea de Riba -Coa, a que chama ) Val de la

Mula . Entrou em Portugal , e foy ſobre Tranco

ſo , e depois ſobre Elvas , pelo que lhe foraõ confif


cados os ſeus Eſtados neſte Reyno . ElRey D. Joað I.

de Caſtella , conforme a Alonſo Lopes de Haro , O Haro,lib.9.cap.2 3.

creou Duque de Valença de Campos , pelo que de

pois ſe chamou Valença de D. Joað , e foy o quarto .

Duque , que houve naquelle Reyno ; e eſte titulo diz

derað ao Infante para elle , e ſeus deſcendentes no


anno de 1387 ; porém elle ſe nao continuou na ſua

deſcendencia, ſena ) com o titulo de Conde. O meſ

mo Haro poem a ſua hida para Caſtella no reynado


delRey D. Joao ; porém as Chronicas uniformemen

te dizem fer no delRey D. Henrique ſeu pay , e que


elle o caſara com a dita fua filha.

Pela morte delRey D. Fernando entrou a de


fender o Reyno ſeu irmao o Meſtre de Aviz , de que
Tom . XI. Сccc ſe
1

624 Hiſtoria Genealogica

ſe ſeguio ElRey de Caſtella mandar prender ao In

fante por receyos, que ſe paſſaſſe a Portugal, donde

os povos o deſejavao , perdendo aſſim o direito, que

tinha ao Reyno , onde ſeria acclamado Rey : po


rém o meſmo deſejo , que teve de reynar , foy a cau

fa de o nao conſeguir , como juſto caſtigo de o pro

curar por meyos illicitos, e que nao devera , ſenað ſe

preoccupara dehuma tað deteſtavel ambiçao , que o

perdeo . O Meſtre de Aviz , tanto que foy eleito De

Ericeira, Vida del Rey fenſor do Reyno , buſcou meyos de o participar ao


D. Joað 1.liv. I. pag. Infante D. Joað feu irmað , dizendolhe , que o fazia
79 .

por libertar a Patria , eſperando , que elle por algum

modo eſcapaſſe para a dominar ; e generoſamente

diſſe , que elle tomara o nome de Defenſor do Rey

no em nome do Infante D.Joað ſeu irmað , eo man

dou pintar nas bandeiras , prezo em ferros , como eſ


tava em Caſtella : porém mudadas as couſas nas Cor

tes de Coimbra , em que ſe tratou da ſucceſſão do

Reyno , tomou o nome de Rey . Nao achamos no

ticias particulares do Infante depois da priza ) , em

que alguns dizem morrera no Caſtello de Almona

cid ‫ ;ܪ‬porém ainda viveo no tempo delRey D. Henri

que III
. a quem ſervio , como ſe vê dos privilegios

do meſmo Rey concedidos à Igreja de Palencia , em


que confirma com o titulo de Duque de Valença , jun
tamente com o Infante D. Fernando , Senhor de La

ra , Duque de Penhafiel: foy feita no anno de 1402 ,

como refere Haro no lugar citado , ehe a ultima me


moria , que temos ſua . Morreo em Salamanca, onde
jaz
da Caſa Real Portug. Liv . XII. 625

jaz no Convento de Santo Eſtevao da Ordem dos

Prégadores.
Caſou com a Infanta D. Maria Telles de Menezes ,
irmãa da Rainha D. Leonor Telles de Menezes , e

filhas de Martim Affonſo Tello de Menezes , Rico

homem , Mordomo môr da Rainha D.Maria , mu

lher delRey Dom Affonſo XII . de Caſtella ; e de ſua

mulher D. Aldonça de Vaſconcellos, como diſſemos

a pag. 425 do Tomo I. deſta Obra , donde ſe pode


ver a ſua illuſtre Arvore de Coſtados : deſta excelſa

uniað naſceo unico

io D. FERNANDO , Senhor de Eça , que occu

pará o Capitulo III.

Caſou ſegunda vez com a Infanta D. Conſtança , fi


lha del Rey D. Henrique II. de Caſtella , havida em

D. Elvira Inigues de la Vega ; e tivera ) eſclarecida


ſucceſſa ) nas filhas ſeguintes :
IO D. MARIA DE PORTUGAL , com quem fe

continúa no Capitulo II.


IO D. BRITES DE PORTUGAL caſou com D.
Haro , liv.4.cap.8, pag.
Pedro Ninho , I. Conde de Buelna , Senhor de Ciga- 209.

les , que ſervio aos Reys D. Henrique III. e D. Joao

II . de Caſtella , o qual outorgou o ſeu Teſtamento

em Cigales a 29 de Dezembro de 1453 , e em Janeiro


do anno ſeguinte hum Codicilio ; e deſte matrimo

nio , além dos filhos , que morrera ) , teve duas filhas,


D. Maria NINHO DE PORTUGAL , que caſou com

Garcia Gonçalves de Herrera , Senhor de Pedraza ,

Mariſcal de Caſtella , de quem naſceo D. BRANCA


Tom . XI. Сccc ii DE
626 Hiſtoria Genealogica

DE HERRERA , Senhora de Pedraza , primeira mu :

llier de Bernardino Fernandes de Velaſco , II. Con


de de Haro , e Condeſtavel de Caſtella , de quem te

ve unica D. ANNA DE VELASCO E HERRERA ;


Senhora daquelle Eſtado > e caſou com D. Alonſo

Pimentel, V. Conde de Benavente , com eſclarecida

fucceffaõ ; diffundindo - ſe eſta Real linha em illuftrif

ſimas Caſas daquella Coroa. D. LEONOR NINHO ,

que foy a ſegunda , caſou com D. Diogo Lopes de


Zuniga , I. Conde de Neiva , tambem com illuſtriſſi

ma poſteridade.

10 D. JOANNA DE PORTUGAL , que alguns

Nobiliarios fazem primeira mulher de Lopo Vaz da


Cunha , Senhor de Buendia ; porém he certo , que

elle ſó caſou com D. Thereſa Carrilho de Albernoz,

irmãa do Cardeal D. Alonſo Carrilho , Biſpo de Si


Haro, Nobil.lib.6.cap. guença , como eſcrevem Haro , Salazar de Caſtro ,
2. pag.8 .
Salazar , Caſa de Lara, e Imhoff.
tom .2. pag: 343 :
Teve o Infante illegitimos os filhos ſeguintes :
Imhoff , Com . Italie ,
IO Dom AFFONSO , Senhor de Caſcaes , de
& Hiſpanic, Tab . So
6
pag. 12 .
quem ſe fará mençao na Parte II. deſte Livro , Ca

pitulo I.
10
D. PEDRO , a quem chamarað o da Guerra ,

paſſou com o Infante ſeu pay a Caſtella ; e voltou pa


Monarchia Lufitana , ra Portugal depois da batalha de Aljubarrota. Ca.
part.8. pag.53 .
ſou , com grande diſſabor do Infante , com D. There

ſa Andeiro , filha de Joao Fernandes Andeiro , Con

de de Ourem , Embaixador delRey D. Fernando a

Inglaterra ; e de ſua mulher Joanna Bezerra , filha de


Fernana
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 627

Fernando Bezerra , Cavalleiro da Corunha , donde

tambem era o Conde , e teve

II D. FERNANDO DA GUERRA , a quem El

Rey D. Joað ſeu tio eſtimou muito , e elle lho me


receo , ſendo grande ſervidor ſeu. Foy Chanceller

môr do Reyno , e o I. Regedor das Juſtiças , que

nelle houve , lugar que conſervou toda a vida. Foy

Biſpo do Porto ; e por morte de D. Martinho Affon- Conha, Hiſtor.deBra

ſo Pires da Charneca, Arcebiſpo de Braga , que foy Boy Par. cap. 54 .


a 25 de Março de 1416 , lhe fuccedeo Ď. Fernando
ſendo o XXXIX. dos Arcebiſpos , que occupara) a

Primacial Igreja de Braga ; e foy confirmado pelo


Papa Martinho V. no principio do anno de 1418 , te

ve logo hum Breve para converter em Igrejas fecu


lares muitos Moſteiros de Religiofos, entre os quaes

foraõ da Ordem Benedictina , S. Salvador de Fonte

Arcada , que fez Arcediagado , S. Martinho de San

de , e Santa Maria de Adaufe , que fez Parochias ,

em que tambem converteo Santa Maria de Cerzedo,

Santa Maria de Gundar , S. Salvador de Guilhofrey ,

Santa Maria de Valboa , S. Pedro de Morufe , San

ta Maria de Ermello , todos Moſteiros da meſma Or

dem . Da dos Conegos Regrantes , os de S. Salvador


de Barbar , Santa Maria de Souto , e S. Sylveſtre de

Requiao. O antigo Moſteiro de S. Salvador de Vil


lar de Frades , tambem da Ordem de S. Bento , deu

aos Conegos da Congregaçaõ de S. Joað Euangelifta,

que entað teve principio em Portugal pelo Meſtre

Joao , Biſpo de Viſeu , com a Regra , e Eſtatutos

dos
!

628 Hiſtoria Genealogica

dos de S. Jorge em Alga. E deixando na ſua Dioce

ſi gloriofa memoria , que governou quarenta e nove


annos , jaz na Sé de Braga , onde tem eſte Epitafio.

Aqui jaz o muito nobre Senhor D. Fer

nando , Arcebiſpo de Braga , e Biſneto

del Rey D. Pedro , e finou a XXV I. de

Setembro de M. CCCCLVII.

II Dom LUIZ DA GUERRA foy Deaõ na Sé

de Braga ; eſtudou em Pariz Direito Canonico , e foy

laureado em Roma , onde o Papa Martinho V. à inf

Rey D. Joao I. ſeu tio , o proveo no Bil


tancia del
Catalogo dos Biſpos da pado da Guarda a 22 de Fevereiro de 1427. De
Academia do com osde pois de recolhido ao Reyno , e ter governado a ſua

Igreja , no de 1433 eſtava em Lisboa


Lisboa ,, e acompanhou
1722,
o corpo delRey , quando foy levado a ſepultar ao

Convento da Batalha. E governando ElRey D. Du

arte , aſſiſtio nas Cortes do anno de 1437 em Lisboa,


tou do reſgate do Infante D. Fernando .
em que ſe tra
Depois no reynado delRey Dom Affonſo V. aſſiſtio

nas Cortes , que ſe fizeraõ em Lisboa no anno de

1455 , por ſeu Procurador Fernando Alvares Cardo

fo , como ſe vê da Concordata entre elle , e EIRey.

E tendo governado trinta 'e hum annos , faleceo na

Villa de Abrantes no de 1458 .


II D. IGNEZ DA GUERRA caſou com Alvaro

Pires de Tavora , Senhor de Mogadouro , de cujo


matrimonio naſceo D. ISABEL DA GUERRA , que
caſou
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 629

caſou com Gonçalo Vaz Coutinho , e elle a matou

injuſtamente , tendo havido della a D. JOANNA DA

GUERRA COUTINHO , que caſou com


Joað Fernan
des de Souſa , Senhor de Baya) , e outras terras , ſem

ſucceſlað. E caſou ſegunda vez o dito Gonçalo Vaz

Coutinho com Dona Joanna de Caſtro , filha de D.

Joaõ de Noronha , Alcaide môr de Obidos , a quem

elle tambem matou ſem cauſa ; e por eſtes crimes ,

ſendo convencido , foy degollado em Santarem .


10 D. FERNANDO , ultimo filho do Infante D.

Joað , foy Senhor de Bragança , e do Caſtello de Ou


teiro. Na Chancellaria delRey D. Joað I. eſtá huma Torre do Tombo , liv.

Carta de Doaçao , em que ElRey deu , em quanto pag 926


foſſe ſua merce
a D. Fernando ſeu ſobrinho , que

havia pouco caſara com Leonor Vaſques Coutinho ,


as terras de Cea , Santa Marinha , S. Roma ) , Fo .

lhadal, Penalva , Folhadoſa , Villa -Nova , Varazini,

que eraõ no Almoxarifado de Viſeu , com ſuas juriſ


dicções , da maneira , que as tivera D. Pedro ſeu ir

mað : foy feita em Santarem a 10 de Janeiro da Era


de 1445 , que he anno de 1407. Do meſmo Rey ſe

acha outra Carta , em que dava de tença , em quanto

foſſe ſua merce , a D. Fernando ſeu fobrinho, as ter

ras de Gomey , Neſpereira , e Povolide , com o Pref

tamo de Folgueſela , e do de Caſtello , que eſtava ) no

Almoxarifado de Viſeu : foy paſſada a Carta em Al

cacere a 30 de Dezembro da Era de 1448 , que he


anno de 1410. Caſou com Leonor Vaſques Couti
1
nho , filha de Vaſco Fernandes Coutinho , VI. Se
nhor

1
630 Hiſtoria Genealogica

nhor do Couto de Leomil , ao qual lhe deu EIR ey


D. Fernando juriſdicçao Civel , e Crime , no anno de
1373. Foy Meirinho môr da Provincia da Beira , Se

nhor de Penella , Povoa , Paredes , Riodades , e No

gueira , com ſuas juriſdicções , e Termo , com mero ,


e mixto imperio , falva a Appellaça ) , e Correiçao , o

que lhe deu o dito Rey no anno de 1372 de juro , e


herdade para elle
, e ſeus deſcendentes. Depois no

anno de 1375 lhe fez Doaçao das terras , e Lugares


de Ferreiros , e Tendaes , Ribeiro de Balſem , Ve
laens , Queimada , Aldea -Nova , Orta , Villa -Nova

de Faſcoa , com todo o ſeu Termo , e rendas, com o


encargo de o ſervir com certas lanças ; e em paga

mento de outras ſe lhe mandou entregar a ſeus her


deiros a 8 de Julho de 1386 a terra de Noma) no Al

moxarifado de Lamego . Eſtas merces teve Vaſco


Fernandes Coutinho delRey D. Fernando , a quem

fez grandes ſerviços, e foy hum dos mayores Senho


res do ſeu tempo. Conſta ſer morto no anno de 1486 ;

porque a 19 de Mayo deu ElRey D. Joað I. a Bri

tes Gonçalves de Moura , que havia ſido ſua mu

lher , a terra dos Regos, e Tracem , para deſcenden


tes legitimos , a qual foy Aya , ou Camereira môr da

Rainha D. Filippa : era filha de Gonçalo Vaſques

de Moura , que tinha a herdade de Aſpras no Ter

mo de Moura ; e ſendolhe tomada por dividas , El

Rey D. Fernando no anno de 1371 a deu a ſeu gen


ro . Foy Alcaide môr de Moura , Guarda môr del

Rey D. Affonſo IV . com quem ſe achou na batalha


do
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 631

do Salado , e ſeu Embaixador a Caſtella , que fundou

o Morgado de Marmelal no anno de 1346 , cuja Igre


ja elle tinha fundado , e dotado no anno anteceden

te ; e de ſua mulher D. Ignez Alvares , filha de Al

varo Gonçalves de Siqueira , e de ſua mulher Dona

Brites Fernandes de Cambra , e tiverao

II D. Duarte , Senhor de Bragança , e do

Caſtello de Outeiro , e parece que de todas as mais


terras , que teve ſeu pay ; e morreo em Evora , ſem

caſar , no anno de 1442 ; e por nað ter ſucceſſo , va

garað os ſeus Eſtados para a Coroa , e foy dada Bra .


gança com outras terras ao Senhor D. Affonſo , I.

Duque de Bragança , como diſſemos no Tomo V.

pag . 39 deſta Hiſtoria.

O Padre Fr. Jeronymo Roman padeceo huma fa de Bragança , cap.9 .


grande equivocaçaõ em dar mais por filho a D. Fer- na Vida do Dugue D.
Affonſo m.fo
nando , Senhor de Bragança , a D. Fernando , que
caſou com a filha de Ferna ) Lopes de Saldanha ; por

que eſte D. Fernando he o que diremos no Cap. IV .

CAPITULO II.

De D. Maria de Portugal , e ſua ſucceſſað.

ΙΟ Uccedeo nos Eſtados, que o Infante ſeu


pay teve em Caſtella , D. Maria de Por
S
tugal. Caſou com Martim Vaſques da Cunha , Rico
homem , Senhor de Tavoa , Gulfar , Lafoens, Beltei

Dddd IOS ,
Tom . XI.
632 Hiſtoria Genealogica

ros , Penalva , Louſada , Pinheiro , Angeja , Bempol


ta , e dos Morgados de Eutropio , Santa Barbara , & c.

que perdeo por ſe paſſar para Caſtella , ( onde foy crea

do I. Conde de Valença ) quando ElRey D. Joað I.


eſtava tratando da liberdade da Patria , como refere
!
a ſua Chronica , ſendo hum dos grandes Senhores

daquelle tempo , e ter ſervido o Reyno com valor ;

tinha ſido caſado primeira vez com D. Thereſa Gi


rað , filha de Affonſo Telles Girao , Rico -homem ,

Senhor de S. Romaõ ; e de ſua mulher D. Thereſa

Rodrigues de Alarca ) , filha de Fernað Martins de

Alarca ) , VI. Senhor deſta Caſa , e I. da Villa de

Valverde ; e de ſua ' mulher Brites Fernandes Pecha ,

filha de Pedro Fernandes Pecha , Chanceller mộr de

Caſtella , e Camereiro môr delRey D. Affonſo XI . e


!
de ſua mulher Elvira Martins , Camereira môr da
Rainha D. Maria , mulher do dito Rey . Jeronymo
Aponte , Nobiliar, m.ſ.
los de Aponte , Bernardo Jeronynio Gudiel , e Alvaro
Gudiel Compend.de
Girones, cap. 21. pag. Lopes de Haro, fuppoſto affirma ) , que Affonſo Tel

Haro tom . 1. cap. 5. les Gira) caſara , naõ nomea) quem foſſe ſua mulher;
pag. 140.
e ſe deve , com outros muitos pontos importantes da

Hiſtoria , ao incanſavel eſtudo do erudîto D. Joſeph


Pellicer , cuja authoridade ſeguimos , referida por D.

Relaciones Genealogie. Antonio Soares de Alarca) , nas Relações Genealogi


pag . 1659 e pag. 224. cas , que eſcreveo com muito acerto . Hum Author
nað achando o nome deſta illuſtre Senhora , a teve

por amiga de Affonſo Telles , fazendo a ſua filha D.

Thereſa illegitima , mulher de Martim Vaſques da


Cunha , no que ſe enganou ; como ſuccede a grande
parte ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 633

parte , dos que querem illuſtrar os ſeus eſtudos com

eſta parte da Hiſtoria ; e nað ſabendo , mendigað no


ticias , e muitas vezes cahem em abſurdos ; porque

como nao conhecem as peſſoas, as confundem . Def

te matrimonio de Martim Vaſques da Cunha , e de Imhoff, CorpusHif .


ſua primeira mulher D. Thereſa Telles Giraõ naſceo Geneal. Italic , Hil
panic. Taboa II. pag.

D. AFFONSO Telles Girao , Senhor de Frechoſo , 111. & feq.

que caſou com D. Maria Pacheco , Senhora de Bel


monte , filha de Joað Fernandes Pacheco , de quem

em Caſtella procedem por varonía illuſtriſſimas , e po

deroſas Caſas , como ſao os Marquezes de Vilhena ,

Duques de Eſcalona , Marquezes de Villa -Nova del


Freſno , de Alcalá , da Alameda , Condes de Monti

jo , de la Puebla , de la Torre , de las Sirgadas , de

Montalvao , Duques de Uſeda , de Oſſuna , e outras

eſclarecidas em Heſpanha ; e em Portugal a dos Con


des de S. Vicente , Povolide , Pontevel, e outras nao

menos illuſtres, ainda que ſem a prerogativa da gran

deza de ſe cobrirem . De ſua ſegunda mulher Dona

Maria de Portugal teve Martim Vaſques da Cunha

os filhos ſeguintes:
II D. PEDRO DA CUNHA , II. Conde de Va
lença , de quem adiante trataremos. = I1 D. HEN

RIQUE DA CUNHA , Senhor de Vilhalva , de quem

Salazar de Caſtro diz fer progenitor dos Senhores de


Xema , e dos Marquezes de Eſcalona. = 11 Dom
FRADIQUE da Cunha . — 11 D. DIOGO DA CU

NHA , Religioſo da Ordem de S. Jeronymo. = 1 D.


Joað COUTINHO , Religioſo da Ordem dos Préga
Tom . XI. Dddd ii dores ,
Hiſtoria Genealogica
634

dores. = 11 D. FI RNANDO DA CUNHA , Senhor de

Pajares , e a ſua ſucceilað ſe verá no C. II. = 11 D.


BRITES DA CUNHA E PORTUGAL caſou com Dom

Pedro de Quinhones , V. Senhor de Luna , Meiri

nho mayor de Leao , e Aſturias.

II D. PEDRO DA CUNHA E PORTUGAL , II.

Conde de Valença , ſervio a ElRey D. Joað II . de

Aponte , Haro ,lib. 3. Caſtella con grande diſtincçao ; achou-ſe com o mef
cap.s. pag. 143 .
mo Rey na famoſa empreza de la Vega de Granada
no anno de 1431 , como refere a ſua Chronica. Foy

muy eſtimado , e hum dos principaes Senhores da


quelle tempo.

Imhoff , Tab. IL pag. Caſou duas vezes , a primeira com Dona Leonor de
3•
Quinhones, filha de D. Diogo Fernandes de Quinho
nes , Meirinho môr de Leao, Senhor da Caſa de Lu
na e de D. Maria de Toledo ſua mulher ; e jazem

ambos no Moſteiro de S. Domingos de Valença ; e


tiverað o filho ſeguinte : 12 D. JOAO DA Cu

NHA , III. Conde de Valença .

Cafou ſegunda vez com D. Joanna de Zuniga , de


quem teve = 12 D. MARIA DA Cunha mulher

de Joaõ de Robles , Senhor de Vilharmentero. =

12 D. LEONOR DA CUNHA , Abbadeſſa de Santa


Clara de Valhadolid .
&
12 D. Joao DA CUNHA e PORTUGAL , III.

Conde de Valença , Gijon , e Pravia , e depois Du

que de Valença , creado por ElRey Dom Henrique


IV . de Caſtella no anno de 1465 , a quem foy muy

aceito : porém o titulo de Duque ſe nao continuou


em
da Caſa Real Portug. Liv. XIII . 635

em ſeus deſcendentes , nem o de Conde de Gijon , e


Pravia , como diz Haro . Caſou com D. Thereſa

Henriques , filha de D. Affonſo Henriques , I. Conde


de Alva de Liſte ; e da Condeſſa D. Maria de Guf

ma) ſua mulher , e procrearað os filhos ſeguintes:


13 D. HENRIQUE DA CUNHA , IV . Conde de

Valença , com quem ſe continúa . = 13 D. Mar


TINHO DA CUNHA , Senhor de Matadion > caſou

com D. Joanna da Cunha , filha de D. Joao de Vive

ro , Viſconde de Altamira , e de ſua mulher D. Ma

ria da Cunha ; e tiverað eftes filhos : 14 D. AN


TONIO DA CUNHA , Senhor de Matadion . Dom

FERNANDO DA CUNHA , Senhor de Villa-Fanhe.

D. ANTONIA DA CUNHA , que caſou com D. Fer


nando Ninho de Caſtro , Meirinho môr de Valhado

dolid , = e D. IGNEZ DA CUNHA . = 13 D. AF


FONSO HENRIQUES DA CUNHA , Senhor de Alcoe.

tas , caſou com D. Maria Cabeça de Vaca , filha de

Pedro de Oblear , Senhor de Alcoetas, e de D. The


reſa de Guſmao . 13 D. JOANNA DA CUNHA ca

fou com D. Pedro Velez de Guevara , Senhor de Sa


linilhas. = 13 D. LEONOR DA CUNHA , Freira em
Santa Catharina de Sena de Valhadolid .

13 D. HENRIQUE DA CUNHA E PORTUGAL,

IV. Conde de Valença , Senlior de las Villas del Freſ

no , Cavanhas , Vilhademor , Carvajal , S. Milan ,

Zuares , Algaefe , Santa Marinha , Cubilhas , Sego


fos , Cabreros , e Campo de Villavidel, Alcaide das

Torres de Leaõ , e hum dos grandes Senhores da


quelle
636 Hiſtoria Genealogica

quelle Reyno. Caſou tres vezes , a primeira com D.


Maria de Ayala , irmãa de D. Pedro , Conde de Sal
vaterra , de quem teve = 14 D. JOA ) DA CUNHA ,

1 que morreo menino. Caſou ſegunda vez com D.


Maria Giron , filha de Dom Joao Telles Giron , V.

Conde de Urenha , de quem teve = 14 D. An

TONIA DA CUNHA , que morreo vivendo ſeu pay .

Calou terceira vez com D. Aldonça Manoel , filha


al
de D. Joað Manoel , II . Senhor de Belmonte , e Zi

vico , Cavalleiro do Tofa ) , do Conſelho de Eſtado ,

grande valido del Rey D. Filippe I. de Caſtella ; e

de ſua mulher Dona Catharina de Caſtella ; e deſta

unia ) naſceo unica ſucceſſora = 14 D. LUIZA DA

CUNHA E PORTUGAL , V. Condeſſa de Valença , e


ſucceſſora unica de todos os Eſtados do Conde ſeu

pay . Caſou com D. Manrique de Lara , III. Duque

de Naxera , IV . Conde de Trevinho , e de Valença ,


XII. Senhor de Amuſco , &c . Cavalleiro do Toſao
de Ouro , como eſcreve D. Luiz de Salazar de Caf

tro na eſtimadiſſima Obra da Caſa de Lara , capitu

lo IX . lib . VIII. pag. 184 , donde ſe pode ver a ſua


eſclarecida deſcendencia.

G. II.

11. D. FERNANDO DA CUNHA , foy I. Senhor


de Pajares , caſou com D. Maria Cabeça de Vaca ,
de quem teve D. PEDRO DA CUNHA , D. Joao ,

D. MARTIM , e D. BRIANDA DA CUNHA , a quem


nao
1
:
1
!
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 637

nað dao eſtado. 12 D. PEDRO DA CUNHA , foy 1

II. Senhor de Pajares , Regedor de Toro , Alcaide


da Caſa , e Fortaleza de Benavente . Caſou duas ve
zes , a primeira com D. Maria de Souſa Portocarre

ro , filla de Martim de Soula , Regedor de Toro ;


e de D. Catharina de Vilhalpando . È a ſegunda vez
com D. Maria de Bazan , filha de Dom Fernando de

Bazan , Senhor de Ceynos ; e deſte matrimonio teve

a D. FERNANDO , e a D. FRANCISCA DA CUNHA ,

que caſou com Joað Davia , Senhor de Ceſpedoſa.


É do primeiro matrimonio teve = 13 a D. JOA DA
Cunha PORTOCARRERO , III. Senhor de Pajares , e
das partes das Terças de Toro , Cavalleiro da Ordem

de Santiago , e depois Commendador de Malagon nå

de Calatrava , Meſtre Salla de Filippe II. ſendo Prin


li
cipe , Caſtellaõ de Perpinhan , e Governador da Fron
1
teira de Roſelhon , que morreo em Fevereiro de 1553 .
11
Caſou duas vezes , a primeira com D. Branca Man
Valdeſcaray
rique , filha do Senhor de Valdeſca ray ,, de quem te

ve = 14 D. MARIA MANRIQUE DA CUNHA , que

caſou com Dom Antonio da Sylva , de quem teve a

ſucceſfað , que eſcreve D. Luiz de Salazar na Caſa Salazar , Caſa de Syl.

de Sylva . Caſou ſegunda vez com D. Anna de Ro- 148. do tom.2.

xas , VI . Senhora de Requena , filha de D. Joao Ro

drigues de Roxas , IV . Senhor de Requena , viuva

de Dom Pedro de Velaſco , Senhor do Morgado de

Carrion , irmao de D. Joaõ de Velaſco , I. Conde

de Siruella , com ſucceſfað ; e do ſegundo marido te


ve 14 D. JOAO DA CUNHA PORTOCARRERO
E
638 Hiſtoria Genealogica

E Roxas , IV . Senhor de Pajares , adiante . - D.

DIOGO DA CUNHA , Cavalleiro de Alcantara , que

morreo a 19 de Mayo de 1583. D. PEDRO DA

CUNHA , Abbade de Santo Iſidoro de Leao . = D.

FRANCISCO , que morreo moço . = D. ISABEL DE

Roxas DA CUNHA , que caſou com D. Gonçalo de

Guſmao , Senhor de Toral , Aviados , Valle de Cu

renho , e Montanhas de Bonar ; o qual já havia ſido

caſado com D. Iſabel de Zuniga , filha de D. Alvaro


de Zuniga , II. Duque de Bejar , de quem nao teve

ſucceſſað. E de ſua ſegunda mulher D. Iſabel de


Hißor. da Casa de La Roxas teve a que ſe pode ver em D. Luiz de Sala
1
ra , tom.2. pag. 569. zar. D. MAGDALENA DA CUNHA , ultima filha,
foy Freira no Moſteiro de Santa Anna de Toro , da

Ordem de S. Franciſco , fundaçað dos Senhores de


Pajares ſeus pays.

14 D. JOAV DA CUNHA PORTOCARRERO E

Roxas , foy preferido por ſua mãy D. Anna de Ro


xas para a ſucceſfa ) da ſua Caſa : foy IV . Senhor de
Pajares, VII. Senhor de Requena , e da parte das

Terças de Toro , Padroeiro dos Moſteiros de Vilha


filos , e Santa Anna de Toro , Regedor daquella Ci

dade , Gentil-homem de Boca do Emperador Carlos


V. Commendador del Pozuelo , na Ordem de Cala

trava , Capitað General da Provincia de Guipuſcoa,

e Alcaide de Fuente Rabia , que faleceo em Toro a

29 de Setembro de 1582. Caſou com D. Iſabel de


Ulhoa , filha de D. Joao de Ulhoa Sarmento , III.

Senhor de Vilhalonſo , e Vilhafraces; e de D. Guio


mar
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 639

mar Tavera ſua mulher , filha de Diogo Pardo Ta

vera , Mariſchal de Caſtella , irmao do Cardeal D.

Joað Tavera , Arcebiſpo de Toledo ; e tivera ) os fi


lhos ſeguintes : = 15 D. PEDRO DA CUNHA ,

V.Senhor de Pajares , com quem ſe continúa. = D.

Joao DA CUNHA e Ulloa , Commendador de Far

del na Ordem de Santiago > em que teve outras

Commendas : morreo no anno de 1614. = * 15 D.

DIOGO DA CUNHA , adiante . Dom FRANCISCO

DA CUNHA , Conego , e Chantre de Toledo , que


morreo no primeiro de Julho de 1622. = D. ANTO

NIO DA CUNHA , que foy Religioſo da Ordem de


S. Franciſco , Guardiaõ do Convento de Leao.net

15 D. ANNA DA CUNHA , que caſou com D. Diogo

de Aguila , Senhor de Villa - Viçoſa , Soloſancho , Ro


bledilho , e Baterna , Cavalleiro da Ordem de San

tiago , e foy ſua ſegunda mulher , de quem teve


16 D. Diogo GABRIEL DE AGUILA , Senhor de

Villa - Viçoſa , Progenitor dos Marquezes de Aguila.

= D. JOA DA CUNHA , a quem Salazar ignorou o


eſtado . = D. ANTONIA AGUILA , 1
DE que caſou

em 1593 com D. Bernardino Manrique , VI . Senhor

de las Amayuelas , que faleceo no anno de 1641 , e

de quem procedem os Condes de las Amayuelas, de 1


1
que Salazar de Caſtro tratou como Varoens da Caſa
Salazar , Caſa de Lars,
de Lara no Capitulo VI. e ſeguintes do Livro XIII. tom.z. pag.7co.

deſta eſtimadiſſima Obra ; e D. Isabel de Ulloa ,

Freira no Moſteiro de Santa Maria de Jeſus de Avi


la . 15 D. GUIOMAR DA CUNHA , e D. ISABEL
Tom . XI. Eeee DA

1
640 Hiſtoria Genealogica

DA CUNHA , Religioſas no Moſteiro do Santo Efpi

rito de Toro , da Ordem de S. Domingos. = D.


FRANCISCA DA CUNHA , e D. MARIA DA CUNHA ,

Freiras no Moſteiro de Santa Clara de Toro , e

D. MARIANNA DA CUNHA , Freira em Santa Catlia


rina de Toro .

15 D. PEDRO DA CUNHA , V. Senhor de Pa

jares , e Requena , Regedor de Toro , Con menda

dor de Poçuelo na Ordem de Calatrava , e ſucceſſor

de toda a Caſa de ſeu pay : faleceo a 4 de Setembro


de 1592. Caſou com D. Anna de Urries , filha de

D. Joað Urries , Vice -Rey de Malhorca no anno de

1572 ; e de Dona Joanna de Urries ſua mulher , que

eraõ da illuſtre , e antiga Caſa do ſeu appellido do


Reyno de Aragað , e tiveraõ = 16. D. JOAO DA

CUNHA , VI. Senhor de Pajares. = D. MARIA DA

CUNHA . E D.JOANNA DA CUNHA , Freira da Or

dem de S. Domingos em Toro. = D. AnnA DA

CUNHA , que caſou com ſeu tio D. Diogo da Cu


nha , como adiante diremos. = D. LUIZA DA CU

NHA , Freira em Santa Clara de Toro . D. Guio

MAR DA CUNHA e D. ISABEL DA CUNHA , de

quem Inhoff diz ſerem Freiras ; porém Salazar de

Caſtro lhe ignorou o eſtado.


16 D. Joao da Cunha e Roxas , VI . Se

nhor de Pajares , e Requena. ‫ܕ‬, e dos Morgados da fua


de
Caſa , foy Regedor de Toro , Capitao da gente
Armas das guardas de Caſtella , Commendador de
Poçuelo na Ordem de Calatrava , I. Viſconde de la
Villa
da Caſa Real Portug. Liv . Xlll. 641

Villa de el Barrio , e Conde de Requena . Faleceo

em Toro a 7 de Junho de 1631. Cåſou duas vezes ,

a primeira com D. Joſefa da Cunha no anno de 1606,

filha de D. Joſeph da Cunha , Senhor de Villafanhe ,


Matalana , & c. Commendador de Lobon , e de Hor

cajo , e Treze de Santiago , Caftellaõ de Milað , Em

baixador de Filippe II . a Carlos Manoel , Duque de


Saboya , Mordomo môr da Duqueza ſua mulher D.

Catharina Michaela de Auſtria , Infanta de Heſpa

nha , filha delRey D. Filippe II . e da Rainha D. Īſa

bel de Valois ; e de ſua mulher D. Joanna da Cunha

Pimentel ſua prima com irmãa , Senhora de Mata


dion , Fuentes , e outras terras , ambos quartos netos

por varonía de Martim Vaſques da Cunha , I. Con

de de Valença ; e de ſua ſegunda mulher a Condeſſa

D. Brites de Portugal, que he o motivo da continua

çaõ deſta linha; e deſte matrimonio teve = 17 a D.

Joao DA CUNHA , Senhor de Caſtro de Vega , e ou

tras terras , que faleceo de idade de dez annos . Ca

ſou ſegunda vez com D. Iſabel Bravo da Cunha , fi

llia herdeira de D. Luiz Bravo da Cunha , Cavallei

ro da Ordem de Calatrava , dos Conſelhos de Guer

ra , e Fazenda , Embaixador a Veneza , Governador

de Cadiz , Vice -Rey de Navarra , Guipuſcoa , e Gen


til-homem da Camera do Infante Cardeal , de queni

teve por filho e 17 a D. ANTONIO MANOEL DA

CUNHA , II. Conde de Requena , Viſconde del Bar

rio , VII. Senhor da Villa de Pajares , & c . o qual


naõ caſou , nem teve ſucceſſa ) .
Tom . XI. Eeee ii D.
642 Hiſtoria Genealogica

15 D. DIOGO DA CUNHA , filho terceiro de

D. Joao da Cunha e Roxas , IV . Senhor de Pajares ;

e de ſua mulher D. Iſabel de Ulhoa : foy Commen


dador de Hornos na Ordem de Alcantara , Capitað

General da Ilha de S. Domingos , e Preſidente da ſua


Audiencia : faleceo a 11 de Outubro de 1635 , ha

vendo caſado com ſua ſobrinha D. Anna da Cunha ,

filha de ſeu irmao D. Pedro , V. Senhor de Pajares ,


e Requena ; e deſte matrimonio teve = 16 D.

Joao JOSEPH DA CUNHA , com quem ſe continúa.

= D. ISABEL MARIA DA CUNHA , que caſou com

ſeu primo D. Diogo Gabriel de Aguila , I. Marquez


de Villa -Viçoſa , e nað tivera ) ſucceſfað . Teve na

tural a D. Joao DA CUNHA , Cavalleiro da Ordem

de Santiago , que foy Capitao de Cavallos, e Coura

ças , em Flandres , e Italia.

* 16 D. Joao JOSEPH DA CUNHA , foy Senhor

da Caſa de ſeu pay , Senhor das Villas de Tabladilho ,


e Totanes , Commendador de Caſtellanos na Ordem

de Calatrava , que faleceò a 4 de Novembro de 1645.


Caſou com D. Brianda Vela da Cunha e Carrilho ,

filha primeira de D. Antonio Filippe Vela da Cunha ,


Senhor de Tabladillo , e Totanes , Regedor de Avi

la ; a qual ficando viuva , caſou ſegunda vez com D.

Manoel Giron de Salcedo , IV . Marquez de Sofra

ga , com ſucceſſað , qué nað pertence aqui ; e de ſeu


*
primeiro marido teve = 17 Dom Diogo , III.

Conde de Requena , com quem ſe continúa. = D.

ANTONIA DA CUNHA caſou com D. Joao Gaetan


de
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 643

de Ayala , e Guſmao , Conde do S. R. I. e tiverað

= D. Joað FRANCISCO GAETAN DE AYALA , Con

de do S. R. I. = D. MANOEL GAETAN , = e D.

ANTONIA , Religioſa Recoleta de Santo Agoſtinho


no Moſteiro de Santa Iſabel de Madrid . = 17 D.

BRIANDA DA CUNHA , filha de Dom Joao Joſeph ,


morreo antes de tomar eſtado .

17 D. Diogo FERNANDES DA CUNHA RO

XAS VELA E CARRILHO , foy III . Conde de Re

quena , Viſconde del Barrio , VIII . Senhor de Paja

res , & c . Védor da Caſa delRey Catholico D. Car

los II. ſeu Gentil-homem da Camera , ſem exercicio .

Caſou no anno de 1668 com D. Gaſpara Maria da

Fonſeca , e Medrano , III. Marqueza de la Pilha , Se

nhora das Villas de Fuen -Mayor , e Almarca , e da

Caſa da Fonſeca , Dama da Rainha D. Maria Anna

de Auſtria, que morreo a 30 de Abril de 1684 ; e fi


lha de D. André Felix Velez de Medrano , Senhor

de Fuen -Mayor , e Almarca , e de ſua mulher Dona

Maria Filippa da Fonſeca , II . Marqueza de la Pilha ;

porém nað ficando ſucceſfað deſte matrimonio , o


Conde nað tornou a cafar.

CAPI
644 Hiſtoria Genealogica

CAPITULO III.
.

De Dom Fernando , Senbor de Eça.

IO Enhuma Familia teve mais eſclarecido

N prin cipio ,
Principio ,Familie
do de Eça ; e
te vecas e dev endo
deverido

continuar no eſplendor , e grandeza da ſua origem ,


para que foſſe reſpeitada , infelizmente foy fempre

em huma total decadencia ; de ſorte , que quaſi ſe

veyo a extinguir.
fora unica pro
No Capitulo I. diſſemos , que

ducçao do thalamo do Infante D. Joað , e da Infanta


D. Maria Telles de Menezes , D. Fernando , o qual

ſeguindo a deſgraça de ſeu pay por outros motivos ,


fe auſentou doReyno , e viveo muito tempo em Ga

liza ; lá foy Senhor da Villa de Eça , por lha dar em


preſtimo , ou tença o Duque de Arjona D. Fradique
1 de Caſtro ſeu primo ſegundo; e por eſte Senhorio lhe
chamarao D. Fernando de Eça , que veyo a ficar por

appellido dos ſeus deſcendentes. No Conde D. Pe


dro , titulo ſe acha memoria do appellido
pag .

Deça , que aſſim eſcrevia ) os noſſos antigos Eça: po


rém como he muy diverſa Familia , e nao tem cor

relaçaõ com eſta , mais que na ſemelhança do nome ,

he eſcuſado fazer mençað , do que elle refere. Os

Nobiliarios uniformemente dizem , que D. Fernando

fora homem de larga conſciencia , e de tað eſcanda


lofa
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 645

loſa vida , que cafara com muitas mulheres , ſendo

vivas ao meſmo tempo . Nao ſouberaõ quaes ellas

forað , mas todos nomea) a D. Iſabel de Avallos por

ſua mulher ; e o Deſembargador Duarte Nunes de Leao , Chronice delRey


D. Pedro 1. pag.go.
Leao affirma ſer a ultima ; e de todas veyo a ter qua

renta e dous filhos , de que muitos morreraõ de ten

ra idade . Os que achamos nomeados , ſao os ſeguin


tes .
De huma , a quem ſe nað ſabe o nome , teve
II D. FERNANDO DE Eça , de ſe fará
quem

mençað no Capitulo IV.


II D. GARCIA DE Eça , de quem ſe trata no

Capitulo VII.
II D. LEONOR DA GUERRA caſou com Ga

liote Leitað , Senhor da Torre de Ota. D. Antonio

Soares de Alarca ) diz , que naõ caſara ; porém Xyl- Nobiliarios, Xyfto Ta
to Tavares, Damiaõ de Goes, D. Luiz Lobo', e D. veres, Damiao deGoes,

Antonio de Lima , e outros, affirmaõ eſte caſamento . D. Luiz Loto, Afton


lo de Torres , Diogo
E de outra mulher teve Gomes de Figueiredo ,
II
D. Joao de Eça , que foy Commendador e outros.

de Cardiga na Ordem de Chriſto , que ſervio em


Africa no tempo do Conde de Tarouca D. Duarte

de Menezes , e na ſua Chronica ſe faz mençaõ delle;

e morreo no Palanque de Tangere : porém como te

ve outro irmao do meſmo nome , ſe entra na duvida


qual ſeria o que naquella occaſia ) foy morto . Dio

entende ſer eſte , que nað caſou , nem te


go Gomes
ve geraçao.
Teve mais de outra mulher

II D. Diogo de Eça caſou com D. Joanna


da
Historia Genealogica
646

da Sylva , filha de Pedro da Sylva , Doutor em Di


reito , filho de Joao Gonies da Sylva , chamado o
Moço , Senhor de Vagos , legitimado em 1462 , ha

vido em Catharina Alvares , de quem nað teve ge

raçað , e por ſua morte caſou com Gonçalo Mendes


Zacoto , de quem foy primeira mulher.
II D. Diogo , outro , conforme Alarcao .

De outra mulher teve os filhos ſeguintes:


1 IL D. Antað DE Eça , que foy Monge da

Ordem de S. Bernardo , a que dað appellido dos

Mouros.
II D. MARIA DE PORTUGAL , de que ſe refe

re , que ſendo eſpoſada tres vezes , e por lhe morre

rem os maridos , deſenganada do Mundo , tomou o

habito de Religioſa em
Santa Clara do Porto .
II
D. IGNEZ DE PORTUGAL , que caſou em

Araga ) com D. Joaõ de Xara , ou de Hijar .


II D. ISABEL DE PORTUGAL caſou com D.

Joao de Sottomayor , como diz D. Antonio Soares


Alarcaó , Relaçao Geo
nealog.lib.4. pag.404. de Alarca ) , de quem naſceo = 12 D. LEONOR DE

Abarca , Hiſtoria de SOTTOMAYOR , Dama da Rainha Catholica D. Iſa


Aragao , parc. 2. col.4 .
Pag: 304 . bel , que caſou com D. Affonſo de Aragað , Duque
Eſcolano , Hiſtoria de
Valença , lib. 8. cap. 7. de Villa -Hermoſa , Meſtre da Ordem de Calatrava ,

pag.724, impreſa em irmao delRey D. Fernando o Catholico , com eſcla


1611 .
recida ſucceſſao.
IL D. BRITES DE Eça , Abbadeſſa do Con
vento de Cellas de Coimbra , da Ordem de S. Per

nardo , de quem o Biſpo de Viſeu D. Joao de Abreu


teve filhos antes de o ſer.

D.
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 647

II D. BRITES , outra , que refere Alarcað ſem

eſtado.

De D. Iſabel de Avalos , em cujo poder elle morreo ,


como referem muitos Authores , era filha de D. Pe

dro Lopes de Avalos , Adiantado mayor de Murcia ,


fillo de Ruy Lopes de Avalos , II. Condeſtavel de

Caſtella ; e deſta unia ) naſcera ) os filhos ſeguintes :


II D. PEDRO DE Eça , de quem adiante ſe tra

tará no Capitulo XI.


II D. JoaŌ DE Eça , de quem fe fará tambem

mençaõ no Capitulo XIII.


II D. DUARTE DE Eça , com geraçao , que

ſe verá adiante no Capitulo XIV .


1
II
D. BRANCA DE Eça , que foy ſegunda mu
lher de Vaſco Fernandes de Lucena ; e ficando viu 1
J
va , caſou ſegunda vez com Joao Rodrigues de Aze
11
vedo , como ſe dirá no Capitulo XV. 1
II D. IGNEZ DE Eça caſou com Garcia de 1

Soufa Chicloro.

II 1
D. CATHARINA DE Eça , que foy Abba .
deſſa perpetua de Lorvað , da Ordem de S. Bernardo,
que governou muitos annos , onde deixou diverſas

memorias, que fazem memoravel o ſeu governo. Vi


via no anno de 1515 , como ſe vê de huma eſcritura
Monarchia Lufit. part. I!
allegada pelo Chroniſta Fr. Manoel dos Santos. 8. liv. 22.cap . 35. pag .
II D. CATHARINA , outra , tambem Freira no 255.
dito Moſteiro , conforme Dom Antonio Soares de

Alarcao.

Nað ſe pode ſeguir verdadeiramente a ordem


Tom . XI . Fff del
648 Hiſtoria Genealogica

deſtes filhos , porque os Authores a variaõ ; porém

quaſi todos affirnað , que D. Fernando perſeverou


até a morte na uniao de D. Iſabel de Avalos , e que

tivera quarenta e dous filhos ; e que antes de morrer,

aos que eſtivera ) preſentes dera a ſua bençað , dizen


dolhes que foſſem ſervir ao ſeu Rey , que era o de

Portugal. Morreo na ſua Villa de Eça em Galliza ,

que depois ſe encorporou na Coroa. Refere- ſe , que


nos ultimos annos da ſua vida , arrependido da eſcan

dalofa , em que vivera , fizera devidas demonſtrações

de Chriſtað , e de penitencia , e ſe veſtira no habito


de S. Franciſco , e no theor deſta vida acabara ; a que

allude o Eſcudo das Armas , que formou , em que

poz o Corda ) daquelle Santo com os Eſcudetes das

Reaes , de que uſarað ſeus deſcendentes , na forma

que ſe vêm no principio eſculpidas , que o celebre

Joao Rodrigues de Sá deſcreveo nas Coplas ſeguin .


tes :

Os que num Cordao com nós


Tem labeo de Armas Reaes ,

E os pontos trazem maes


Das quinas tem por Avós

Infantes , e Reys feus Paes ,

E que andem fem eſtado ,


Quejando foy o paſado
Řezam nað ſerá , que eſqueça

O Real ſangue dos de Eça ,

Poſto que o tempo he mudado.

CAPI
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 649

CAPITULO IV .

De Dom Fernando de Eça , Alcaide môr de

Villa - Viçoſa.

II
Uppoſto que referimos no Capitulo prece .
dente a diverſidade de caſamentos de D.

Fernando , Senhor de Eça , fe ignoraõ nað ſó as Fa

milias , mas os nomes dasmulheres , que teve ; aſſim

nað he facil de poder aſſentar de qual de ſeus filhos


1
ſe deduz a primeira linha : porém ſeguindo os Nobilia- Nobiliarios , Xyſto Ta

rios de mayor authoridade, damos a ella principio em vares,Damiao deGocs,

D. Fernando de Eça , appellido de que uſara ) os def- D. Luiz Lobo, affon


de Eça , como Gomes de Figueiredo 1
ta Familia , por ſeu pay ſer Senhor

deixamos referido . Servio a Sereniſſima Caſa de Bra

gança , que lhe deu a Alcaidaria môr de Villa - Viço 1


Barros , Dec. Je liv.8.
fa ; depois paſſou à India no anno de 1501 por Capi- cap.
3. pag. 151. e cap.
taó de hum Galea ) em companhia do Vice-Rey D. 8. pag.163. !!
Franciſco de Almeida , para haver de ficar naquellas

partes na guarda da Coſta . Com o meſmo Vice-Rey


ſe achou na empreza da Cidade de Quiloa , e Mom

baça , ſendo dos primeiros , que peleijarað com os

Mouros valeroſamente , onde foy morto a 15 de

Agoſto. Era D. Fernando já Soldado deſtro na guer

re
ra de Africa , em que havia militado , ſendo Fron- Roman , Cbronica da

teiro em Arzila notempo de Diogo Lopes de Siquei- Cala de Bragança,cap


ra . O Padre Fr. Jeronymo Roman padeceo huma que,ena do Marquez
FAf ü de Villa -Vigoja , asie
Tom . XI.
gran
650 Hiſtoria Genealogica

grande equivocaçaõ com D. Fernando de Eça ; por .

que o faz filho de D. Fernando , Senhor de Bragan

ça , ſeu tio , que nao teve mais filho , que D. Duar

te, como diſſemos no Capitulo I.


Caſou com D. Joanna de Saldanha , filla de Fernan

do Lopes de Saldanha , Contador môr de Caſtella ;

e tiverað os filhos ſeguintes:


*
12
D. Joao de Eça , Capitulo V.
12
D. Maria de Eça caſou em Aragao com

D. Fernando de Bolea , que vivia em Caragoça.


12
D. LEONOR DE Eça , que caſou com Ini
go de Morales , ou de Mora , Caſtelhano, Eſtribeiro

môr do Duque de Bragança .


Teve fóra do matrimonio .

12
D. HENRIQUE DE Eça , que no tempo da

grande Affonſo de Albuquerque , foy morto às lan


çadas , quando os moradores de Goa ſe levantarað

contra os noſſos , que conforme o tempo era efte ; e


havia ſido caſado na Cidade de Lagos no Reyno do

Algarve com D. Violante Jaques , filha de Gomes

Gil Jaques , de quem teve a D. FERNANDO DE Eça,


que caſou em Lisboa com D. N. . filha de

Ruy Ferreira Fragoſo , Contador dos Contos ; e nað


tiveraõ fucceffao.

CAPI
da Caſa Real Portug. Liv .XIII. 657

CAPITULO V.

De Dom foaõ de Eça , Alcaide môr de Villa

Viçoſa.

12 O Capitulo paſſado diſfemos fer D. Joao

N de Eça filho de D. Fernando a quem

ſuccedeo na Alcaidaria môr de Villa -Viçoſa , conti

nuando o ſerviço da Caſa de Bragança no tempo dos

Duques D. Fernando II. do nome, e de D. Jayme ,


ao qual acompanhou na empreza de Azamor no anno
de 1513. D. Luiz Lobo , VII. Senhor de Sarzedas,

na Obra , que intitulou : Nobiliario Hiſtorico , que

contém as deſcendencias , e acções dos Sereniſſimos


Reys deſte Reyno de Portugal, da qual ſe conſerva o

meſmo Original na Caſa de Sarzedas , attribue a eſ

te D. Joað muitas acções , que obſervando a Chro

nologia , nao pode ſer eſte , fenað outro do meſmo 1

nome , com o qual ſe equivocou , dizendo que paſſa

ra à Africa com o Infante D. Fernando , ſendo hum

dos primeiros , que ſobirao o muro , e que tendo pe

teijado com valor , fora cativo ; ( eſta mal ſuccedida


empreza de Tangere foy no anno de 1437 ) e voltan

do ao Reyno acompanhara a El Rey D. Affonſo V.


1
na ſegunda vez ., que paſſou à Africa , a qual foy no
.
anno de 1463 ; depois ſe achou na batalha de Touro

com o meſmo Rey , que foy no anno de 1475. De


forte ,
652 Hiſtoria Genealogica

ſorte , que ſem contar os annos , que preciſamente

devia de ter no anno de 1437 , quando ſe achou na

malograda facçaõ de Tangere , no de 1513 , em que


foy à de Azamor , ſe paſſarað ſetenta e ſeis annos ;
neſta forma quando foy acompanhar ao Duque pa

ra o ſervir , e na guerra , tinha mais de noventa an


nos . Com que elte entendemos ſer ſeu tio D. Joao

Commendador de Cardiga , de que no Capitulo III.


fizemos memoria .

Caſou com D. Maria de Mello , filha de Vaſco Mar

tins de Mello , Alcaide môr de Caſtello de Vide , e


de Dona Iſabel Pereira ſua mulher ; e teve os filhos

ſeguintes :

13. D. Vasco de Eça , de quem ſe tratará no


Capitulo VI .
13 D. FRANCISCO DE Eça , & . II.

13 D. PEDRO DE Eça , que foy Religioſo da


Ordem de S. Jeronymo .

13 D. FERNANDO DE Eça , que paſſou a ſer

vir à India no tempo do Governador Nuno da Cu

nha , com quem ſe achou em muitas occafioens, em

que adquirio honra , ſendo Capitao de hum Galea) ,

com o qual foy tambem com Simaõ da Cunha ſobre


Adem ; e na Armada de Antonio de Saldanha a deſ

truir a Coſta de Cambaya , e com o meſmo Governa


dor ſobre Baçaim , na qual occaſiao governava D.

Fernando hum dos tres Eſquadroens , em que ſe re

partio a gente de guerra . " Nað caſou , nem delle


achamos geraçað .
D.
da Caſa Real Portug. Liv. XIN . 653

13 D. Joað DE Eça paſſou à India no anno

de 1527 por Capitaõ de Cananor, lá morreo ſem ge


raçao .

13 D. BRITES DE Eça caſou com Eſtevað

Ferreira , Senhor do Morgado de Cavalleiros , de


quem adiante daremos noticia ; e por ſua morte ca

ſou com Fernando de Magalhaens , de quem Affon


fo de Torres nað dá ſucceſlao.

13 D. GUIOMAR DE Eça caſou com Lopo

Vaz de Sampayo , Governador da India , adiante .

13 D. MARGARIDA DE Eça caſou com Joan

ne Mendes de Vaſconcellos , Senhor de Alvarenga.

Teve illegitimos.

13 D. DUARTE DE Eça , adiante 2. III .

13 D. MANOEL DE Eça , que paſſou à India

no anno de 1548 .

13 D. BRITES DE Eça caſou com Eſtevað Fer

reira , Senhor do Morgado de Cavalleiros , de quem


naſceo 14 D. JERONYMA DE Eça , que foy her

deira . 14 D. MARIA DE Eça , que caſou com

Joao Marinho de Lobeira ; e ficando viuva calou

com Chriſtovao de Mello , Porteiro môr delRey D.


Joað III . ſen ſucceſfað. = 14 D. JERONYMA DE

Eça ſuccedeo no Morgado de Cavalleiros, e caſou


com Antonio Pereira ; e tivera ) : * 15 EstevaŐ FER
REIRA DE Eça , adiante. = 15 FRANCISCO FER

REIRA DE Eça , que caſou com D. Antonia de Mel

lo , de quem teve = 16 EstevA ) FERREIRA DE

Eça , que ſervio na India ; e teve illegitimo Fran


CISCO
654 Hiftoria Genealogica

CISCO FERREIRA DE Eça , que caſou , e nað ſabe

mos com quem , nem da ſua ſucceſſao. = 15 Du

ARTE DE MELLO PEREIRA , Cavalleiro de S. Joað

de Malta . = 15 Antonio Pereira de Mello , tam


! bem Cavalleiro de Malta . 15 MARTIM PEREI

RA , Clerigo , que foy Abbade de Cunha . = 15 Es

TEVA ) FERREIRA DE Eça ſeu irmao ſuccedeo no

Morgado de Cavalleiros, e caſou duas vezes : da pri

meira nað teve ſucceſfað ; e de ſua ſegunda mulher


D. Brites Pereira , filla de Manoel Pereira da Sylva ,

teve a D. JERONYMA DE Eça , que foy herdeira ,

e Senhora do Morgado dos Cavalleiros, que caſou


com Manoel Machado de Miranda , e tiverao

16 GREGORIO FERREIRA DE Eça , adiante. =

16 Estevaõ FERREIRA DE Eça , que teve huma

Abbadia ſimples. = 16 Joao MACHADO DE Eça ,

que ſeguindo a vida Eccleſiaſtica a largou ; e caſou

com D. Ignez Maria de Alarca ) , viuva de Gonçalo


Cardoſo Pereira , Governador da Comarca de Lame.

go , adiante : = 16 MARTIM PEREIRA DE Eça ,


Cavalleiro de Malta , Commendador Balio , e Rece

bedor da ſua Religiao neſte Reyno. = 16 FRAN


CISCO MACHADO DE MIRANDA , que paſſou à In

dia , e lá morreo. 16 FERNANDO REBELLO , que


tambem ſervio na India ; lá caſou , e morreo , ſem

deixar ſucceſlao . 16 Joað MACHADO teve de

ſua muller D. Ignez Maria de Alarca ) os filhos ſe

guintes : = 17 MANOEL MACHADO , que morreo


moço . = 17 D. MAGDALENA DE Eça , Abbadef
fa

1
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 655

ſa de Vairaõ duas vezes , faleceo no anno de 1743 .

= 17 D. ANTONIA DE EÇA , Freira no dito Con

vento ; morreo no anno de 1734. = 17 D. JERO

NYMA DE EÇA DE ALARCAð caſou com ſeu primo


Filippe de Souſa de Carvalho , Alcaide môr de Villa

Pouca , Senhor do Reguengo de Avinha ) , Coronel

de hum Regimento de Dragoens , e Brigadeiro dos

Exercitos de Sua Mageſtade ; póſtos que fervio na


guerra com diſtincçao , conſeguindo em muitas occa

lioens recomendavel memoria. Era filho ſegundo de

Balthaſar de Souſa Ferreira , Alcaide môr de Villa

Pouca de Aguiar , Senhor do Reguengo de Avinhao;


ſervio na guerra da Acclamaçaõ , ſendo Meſtre de

Campo de Infantaria , e ſe diſtinguio valeroſamente


em diverſas occaſioens ; e de ſua mulher D. Iſabel Pe .
1
reira de Carvalho , filla herdeira de Manoel Pereira

da Sylva , Senhor do Morgado de Carvalho de Gui

maraens ; e tiveraõ 18 BALTHASAR , Joao , e

Luiz de Sousa , todos ſem geraçao. = 18 ANTO

NIO DE Sousa , Conego da Congregaçaõ de S. Joao


Euangeliſta. = 18 D. IGNEZ DE ALARCAõ caſou

com Antonio de Barros de Almeida , Senhor do Mor

gado de Real, ſem geraçað. = 18 D. ISABEL CE


CILIA DE CARVALHO , que caſou com Franciſco de

Barros , que por morte de ſeu irmaõ herdou o Mor

gado de Real , e foy Commendador , e Alcaide môr

da Villa do Cano na Ordem de Aviz , Senhor das Sa

boarias da Comarca de Portalegre ; e tiveraõ a Lopo


DE BARROS DE ALMEIDA , de que em outra parte
Gg
gs
Tom . XI. fe
656 Hiſtoria Genealogica

ſe fará mençaõ , MANOEL DE BARROS DE ALMEI


DA , FILIPPE DE BARROS , Cavalleiro de S. Joao

de Malta , D. JERONYMA , D. MARIA , e D. AN


NA , Freiras em Santa Clara de Villa do Conde. =

18 CAETANO BALTHASAR DE SOUSA DE CARVA

LHO , fuccedeo na Caſa , he Alcaide môr de Villa

Pouca de Aguiar , & c . Servio com ſeu pay na guer

ra ſendo Tenente de Cavallos da ſua Companhia ,

e he Meſtre de Campo de Auxiliares do Terço da


guarniçaõ de Chaves ; e até o preſente nað caſou. =

18 JOSEPH DE SOUSA DE CARVALHO. 18 D.

VIOLANTE DO CEO , Freira em Santa Clara de Gui

maraens . 18 MANOEL MACHADO , Doutor na

Univerſidade de Coimbra , onde foy oppoſitor às Ca

deiras ; e deixando eſta vida , em que a ſua litterátư

ra , e naſcimento lhe ſeguravao os adiantamentos ,


tomou o habito de Capucho na Provincia da Sole

dade no eſtado de Leigo. 18 JOAO MACHADO

DE Eça , Doutor na Univerſidade de Coimbra , on

de foy oppoſitor ; he Conego da inſigne Collegiada

de Guimaraens, e Deputado do Santo Officio da In


quiſiçaõ de Lisboa. = 16 GREGORIO FERREI

RA DE Eça , filho de D. Jeronyma de Eça , foy See

nhor do Morgado de Cavalleiros. Caſou com Dona


Margarida de Alarca ) , irmãa de D. Joſeph de Bar

ros de Alarca ) , Deputado do Santo Officio , e Biſpo


do Rio de Janeiro ; e filha de Franciſco de Barros ,

Senhor do Morgado de Santa Iria , e Eſcrivað da Fa


zenda ; e tivera ) = 17 MANOEL FERREIRA DE

EÇA ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 657

Eça , com quem ſe continúa. = 17. D. JERONYMA

de Eça , que foy primeira mulher de Gonçalo Lopes

de Carvalho , Donatario de Abbadim , e Negrellos,

de quem teve ſucceſſað. = 17 D. CATHARINA , D.

ANTONIA , e D. JOANNA ,das quaes nað ſabemos o ef


tado.
17 MANOEL FERREIRA DE EÇA , foy Se

nhor do Morgado de Cavalleiros. Caſou com D.Fran

ciſca Benta de Tavora ; e a ſua ſucceſſað fica eſcrita a

pag. 639 do Tom . X. e ſe deve accreſcentar , que feu

neto Antonio Pereira Pinto de Eça , que caſou com


D. Antonia Maria de Souſa Montenegro , tem os fi

lhos ſeguintes: = D. CATHARINA DE Eça , que naf

ceo em Outubro de 1735. = MARTINHO PEREIRA

DE Eça naſceo a 20 de Setembro de 1736. = Dio

GO DE Eça naſceo em Fevereiro de 1738 , morreo

menino. = D. MARIA MICHAELLA naſceo a 13

de Novembro de 1739. = D. Franciſca Damiana

de Tavora , irmãa do dito Antonio Pereira Pinto , de

quem no meſmo lugar fizemos mençao , dizendo ca

fara com André de Carvalho , deve ſer Gonçalo An

dré de Carvalho , a qual havendo caſado em Agoſto

de 1739 , morreo em Abril de 1741 ſem ſucceſſað ; e

elle caſou ſegunda vez em 1742 com D. Luiza Clara

de Vilhena , filha de Sebaſtiao Joſeph de Carvalho

Rangel , e de ſua mulher D. Maria Thereſa da Fon

ſeca , filla de Luiz Pinto de Souſa , Senhor do Mor


gado de Balſemao .

13 D. GUIOMAR DE Eça caſou cam Lopo Vaz

de Sampayo , Commendador na Ordem de Chriſto ,


Tom . XI. Gggg i que
658 Hiſtoria Genealogica

que ſervio em Africa com reputaçað , e na India , co

mo refere o Chroniſta Diogo do Couto. Foy Gover


nador do Eſtado por ſucceſſo , muy mal ſuccedido ,
pelo que veyo prezo para o Reyno ; e ſendo fenten

ciado , reſpondeo aos cargos, e ElRey D. Joað III.

lhe perdoou por interceſlao do Duque de Bragança.


Morreo 110 anno de 1534 , jaz no Moſteiro da Trin

dade de Lisboa ; e deſte matrimonio teve os filhos ſe

guintes: = 14 Diogo LOPES DE Sampayo , que

morreo moço . = 14 GASPAR DE SAMPAYO , que

foy ſeu herdeiro , e Mordomo môr da Infanta D. Ifa

bel , mulher do Infante D. Duarte ; e caſou com D.

Antonia Henriques , filha de Henrique de Miranda


Henriques , Alcaide môr da Fronteira , Commenda

dor da Alcaçova de Evora na Ordem de Aviz ; e de

ſua mulher D. Maria de Souſa , filha de Ruy de Sou

ſa , Alcaide môr de Elvas, ſem ſucceſſao . = 14 D.

MARIA DE Eça caſou com D. Antonio da Sylveira,

illuſtre defenſor do grande ſitio de Dio no anno de

1537 , que na Hiſtoria da India tem larga , e glorioſa


memoria ; e deſte matrimonio nao teve ſucceſlao .

13 D. MARGARIDA DE Eça caſou com Joan .

ne Mendes de Vaſconcellos , Senhor de Alvarenga ;


e deſte matrimonio naſceo = 14 BERNARDO DE

VASCONCELLOS , que foy ſeu herdeiro , e Senhor de


fi
Alvarenga . Caſou com D. Violante de Almeida ,
lha de Chriſtovao Palha de Almeida , de quem naf

ceo = 15 D. GUIOMAR DE VASCONCELLOS , que

foy herdeira do ſeu Morgado , e caſou.com :Miguel


da
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 659

da Franca Moniz , Senhor do Couto de Serzedello ,

e Corregedor da Comarca do Porto , de quem hou

ve = 16 D. ANTONIA DE VASCONCELLOS , niulher

do Doutor Pedro Barboſa de Luna , que foy Colle

gial do Collegio de S. Paulo de Coinibra , inſigne Ju

riſconſulto ; occupou grandes lugares , e foy ultima

mente Deſembargador do Paço , e Chanceller môr.


Faleceo a 16 de Junho de 1606 ; e deſte matrinionio

naſcerað os filhos feguintes : 17 MIGUEL DE

VASCONCELLOS DE BRITO , adiante. = 17 PEDRO

BARBOSA , que foy Conego de Evora , Prior môr da 1


Ordem Militar de Aviz , e depois Biſpo de Leiria ,

ſagrado na Igreja de S. Franciſco de Xabregas a 7 de


Setembro de 1636. = 17 LUIZ DE MELLO , que
11
depois de ter ſido Religioſo da Companhia , foy
Deaõ da Sé de Braga , e do Conſelho Geral do San

to Officio. = 17. D. MARIA DE Eça , que caſou

com Diogo Soares , Secretario de Eſtado em Madrid ,

e foy ſua ſegunda mulher , de quem teve D. LEO

NOR SOARES, mulher de Diogo Soares , filho do Se

cretario Miguel de Vaſconcellos , fem geraçað . =

17 D. MARIA ANTONIA , mulher de Pedro de Ma

cedo Leite , que foy Governador em huma Praça no

Reyno do Perú , de quem teve D. MARIA DE Eça ,


de quem nao fabemos eſtado. 17 MIGUEL DE

VASCONCELLOS E BRITO , foy Secretario de Eſta

do , eo era na Acclamaçao do Senhor Rey D. Joað


IV . em cujo dia acabou deſgraçadamente no anno de

1649. Caſou com D.Catharina de Macedo Leite , 1

filha

11
1

1
1

i
1
660 Hiſtoria Genealogica

filha de Diogo Leite Pacheco , Commendador nå

Ordem de Chriſto , de quem teve = 18 PEDRO DE


VASCONCELLOS DE BRITO . 18 DIOGO DE VAS

CONCELLOS , de quem nað ha ſucceſſað , = 18 ea

D. ANTONIA De Mello , que veyo a ſer“ ſua her

deira , e foy terceira mulher de Diogo Soares , Se


cretario de Eſtado , Commendador de Noſſa Senho
ra de Pereiro , e Santa Maria de Craſco na Ordem

de Chriſto , e Senhor das Villas de Punhete , Serem ,

Preſtimo , Moreira , e Pinhel , Alcaide môr de Ma

rialva , de quem teve = 19 ANTONIO SOARES DE


19 MI
MELLO , que morreo ſem ſucceſlao. =

GUEL SOARES DE MELLO , adiante . = 19 Joao


ALVARES SOARES , 19 e a PEDRO SOARES , que

caſou com D. Barbara Pacheco de Mello , filha de

Manoel Pacheco de Mello , e de fua mulher Dona

Iſabel da Sylva , de quem teve D. ISABEL JULIANA

Soares de Mello , que caſou com Luiz Manoel

de Caſtanheda e Moura , Fidalgo da Caſa Real,

Contador môr do Reyno , Commendador das Com

mendas de S. Salvador de Sarazes , Sampayo de Oli


veira de Frades , e S. Joao do Pinlieiro na Ordem

de Chriſto , Alcaide môr da Villa de Baſto ; e deſta



uniaõ nað houve ſucceſlao . = 19 MIGUEL SOARES

DE MELLO E VASCONCELLOS , ſuccedeo nos Mor

gados de Fonteboa , e Serzello , de feu avô mater


no , e caſou com D. Joanna Maria Pacheco de Mel

lo , que ficando viuva caſou com Paulo Carneiro de

Araujo , Fidalgo da Caſa Real , do Conſelho del

Rey ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 661

Rey , e da ſua Fazenda , e Chanceller da Caſa da

Supplicaçað , de quem teve ſucceſfað ;‫ و‬e era filha her


deira de ManoelPacheco de Mello , que ſervio na

guerra da Acclamaçaõ com valor , e diſtincçaõ ; de

pois foy Governador de Cabo Verde , e do Conſe

lho Ultramarino ; e de ſua mulher D. Iſabel da Syl


va , de quem teve a D. ISABEL MARIA SOARES DE

Mello , que naſceo a 20 de Mayo de 1686 ; e ca


ſou no anno de 1702 com D. Joao de Mello , como

ſe verá no Capitulo X. 8. I.

9. II.

*
13 D. FRANCISCO DE Eça ſervio em Africa ,
eo matarað os Mouros na occaſia ) , em que D.Joao

de Menezes , e Nuno Fernandes de Ataide forað pe

leijar com os Mouros de Fez , havendo caſado com

D. Cecilia Pereira , filha de Fernando Rodrigues Pe

reira , conhecido pelo Paffaro , Camereiro môr do


1
Duque de Bragança D. Jayme , Alcaide môr de Bor 4
1
ba , Commendador de Paraderna da Ordem de Chrif li
to ; e de ſua mulher D. Helena Patalim de Brito , fi

Iha de Duarte Pereira Patalim , Commendador de

Caſtelaos , ſeu primo , de quem teve = 14 D. HE


LENA DE Eça , que caſou com Fernaõ de Caſtro ,
1
Alcaide mòr de Melgaço ; e teve os filhos ſeguintes:
15 PEDRO DE CASTRO , adiante . = 15 AN

TONIO DE MELLO , que foy Maltez , emorreo na

India. E 15 D. CECILIA , que caſou com o Def


embar
662 Hiſtoria Genealogica

embargador Jorge Machado Boto ; e por ſua morte

caſou com Luiz Ceſar , adiante. = 15 D. ISABEL

DE Eça , Freira na Cidade de Faro . = 15 D. MA


RIA DE Eça , que foy Freira no Moſteiro de Chel
las de Lisboa . 15 PEDRO DE Castro , foy

Alcaide môr de Melgaço , e Veador da Sereniſſima

Caſa de Bragança , Commendador da Ordem de


Chriſto . Achou -ſe na batalha de Alcacere no anno

de 1578 , donde ſe nao ſoube mais delle ; havendo ca

fado a primeira vez com D. Ama da Maya , filha

de Jeronymo Landim , e de ſua mulher D. Maria da

Maya ſua parenta , filha de André Pires Landim ,

Eſcrivað da Camera delRey , e depois da ſua Fazen


da , de quem teve = * 16 FERNAÕ DE CASTRO ,,

com quem ſe continúa . = 16 JERONYMO DE CAS

TRO , adiante . = 16 FRANCISCO DE Mello , ſer

vio na India , caſou em Baçaim com D. Catharina ,


filha de Alvaro Pinto , e de D. Catharina Fagundes,

de quem nao teve ſucceſſão . = * 16 D. BRANCA

DE CASTRO caſou com Nuno de Mello da Sylva,


adiante . 16 FERNANDO DE CASTRO , foy tam

bem Alcaide môr de Melgaço , Senhor do Reguen


go de Triſta ) junto de Guimaraens . Caſou duas re
zes ,
e de ſua ſegunda mulher D. Luiza de Lacerda ,

Dama da Senhora D. Catharina , irmãa do Biſpo de


Portalegre D. Diogo Correa , e filhos de Franciſco

Vaz Tello , Alcaide môr de Braga , e Erveredo ; e


de ſua mulher Catharina Correa , fobrinha do Vene

ravel D. Fr. Bartholameu dos Martyres , Arcebiſpo


de
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 663

de Braga , Primaz de Heſpanha ; e tiveraõ = 17 Pe


DRO DE CASTRO , que faleceo nioço. = 17 JE

RONYMO DE CASTRO , adiante . = 17 PAULO DE

Mello , que foy Religioſo da Ordem dos Pregado


res . = 17 FRANCISCO DE MELLO , Religioſo da
Ordem de Chriſto em Thomar ; e ſahindo da Reli

gia ) , foy Abbade de S. Bade , e Prior da Collegia

da de Ourem no anno de 1672 , Deað da Capella 1


Real , e ultimamente Prior môr da Ordem de Aviz.

= 17 D. MARIA DE CASTRO , e D. JOANNA DE

Mello , Religioſas no Moſteiro de Cellas de Coim

bra , da Orden de S. Bernardo . E 17 JURONYMO

DE CASTRO , ſuccedeo na Caſa de ſeu pay . Cafou


com ſua prima com irmãa D. Catharina Salema , ir

mãa de Ruy Correa Lucas , do Conſelho delRey ,

e o primeiro Tenente General da Artilharia do Rey


no , Deputado da Junta dos Tres Eſtados , Con

mendador de S. Pedro de Torres Vedras ; o qual ca

ſando com D. Milicia da Sylveira , teve unica a D.


GUIOMAR DA SYLVEIRA , que caſou com Henrique

Henriques de Miranda : faleceo dentro de ſete me

zes , ſem ſucceſfað ; e elle empregando os ſeus bens

em obras pias , fundou o Collegio de Clerigos Pobres


de Lisboa no Bairro Alto , junto a S. Pedro de Alcan

tara ; e eraõ filhos de Bartholameu Rodrigues Lu

cas , Cavalleiro da Ordem de Clarillo , Corregedor

da Corte , e Juiz dos Cavalleiros ; e de ſua mulher D.

Leonor Correa , filha de Franciſco Vaz Tello , Al


caide niôr de Braga .
Tom . XI . Hhhh Je
664 Historia Genealogica

* 16 JERONYMO DE CASTRO , filho ſegundo de


Pedro de Caſtro , e de ſua mulher D. Anna da Maya,

paſſou a ſervir à India , e lá o matara ) os Mouros em

Malaca ; havendo caſado com D. Maria da Sylva ,

filha de Antonio de Mello da Sylva , e de Ignez Bri

tes Leitoa, de quem teve = 17 PEDRO DE CAS.


TRO , adiante . = 17 D. JOANNA DA Sylva , Frei
ra em Santa Clara de Lisboa . E 17 PEDRO DE

Castro , foy Deſembargador, e Provedor da Alfan


dega de Lisboa , lugar que occupou até à morte.

Caſou com D. Lourença da Coſta , filha de Sebaſ


tiao da Coſta Homem ; e de ſua mulher D. Iſabel

Pereira ; e tiveraõ = 18 JERONYMO DE CASTRO ,

que ſendo Capitað de Infantaria , o matara ) na em


preza de Valverde no anno de 1642. = 18 FER

NAO DE CASTRO , que foy Religioſo da Companhia ,

donde ſahio , e depois Deao da Capella de Villa - Vi


.

çoſa. = 18 LOURENÇO DE CASTRO ,, que foy Re

ligioſo da Ordem dos Prégadores , Meſtre em Theo

logia , Biſpo de Angra no ano de 1671 ; e depois


promovido para a Igreja de Miranda no anno de 1681.
Faleceo a 13 de Agoſto de 1684. = 18 SEBASTIA/

de CASTRO , Religioſo da Ordem da Santiſſinia

Trindade. = 18 D. MARIA DE CASTRO , mulher

de Antonio Cavide , que ſervio a ElRey D. Joað

IV . com grande confiança , e foy feu Eſcrivað da

Camera Extravagante , para ſervir no Deſembargo do


Paço , além dos outros , de que ſe lhe paſſou a Carta
a 24 de Dezembro de 1640. Era Commendador de
S.
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 665

S. Pedro de Babe na Ordem de Chriſto , e foy ſeu


Mantieiro .

2 * 16 D. BRANCA DE CASTRO caſou com Nuno

de Mello da Sylva ; viveo em Bucellas , lugar pouco

diſtante de Lisboa , onde tinha hum Morgado , que

havia inſtituido ſeu pay Antonio de Mello da Sylva ,

Capitao da Mina no ano de 1573. Servio a ElRey

D. Sebaſtiao em Africa , e foy Capitao de huma das

Galés do Reyno . Achou -ſe com o meſmo Rey na

batalha de Alcacere no anno de 1578 , onde ſendo


cativo , morreo em Fez . Deſte matrimonio naſceo

E 17 ANTONIO DE MELLO DA Sylva , que foy

ſeu herdeiro , e Commendador de S. Pedro de Cal

fia , que ſeu pay ſervio em Africa . Caſou com D.

Anna de Mello , filha de Manoel de Mello , a quem

chamarao o Sulmonete ; e de ſua terceira mulher D.

Luiza de Tavora , filha de Luiz Pires Crespo , de


quem teve * 18 Nuno de MELLO , adiante.

= 18 Joao de Mello , que morreo ſem eſtado.


18 D. CATHARINA DE MELLO , mulher de Flo

reſtað Lobo Cabral , de quem nað ſabemos geraçað.


..
* 18 D.MARIA DE TAVORA , que calou com

Fernando Gomes de Quadros , adiante . = 18 N.N.

Freiras no Moſteiro de Villa- Longa. = 18 Nuno


DE MELLO DA Sylva , foy Commendador da Or
dem de Chriſto na Comnienda , que teve ſeu pay ;

morreo no naufragio da Armada , de que era Gene

ral D. Manoel de Menezes , no anno de 1627 , tendo

caſado com D. Maria Pita , filha herdeira de Anto


Tom . XI . Hhhh ii nio
666 Hiſtoria Genealogica

nio Gonçalves Pita , Commendador de Santa Maria

do Porto de Moz na Ordem de Chriſto , Ouvidor

Geral do Braſil, e Governador de Angola , por accla


maçaõ do povo ; e de ſua mulher D. Antonia de Ma

dureira , e tivera) = 19 ANTONIO DE MELLO

DA SYLVA , com quem ſe continúa


continúa .. = * 19 LUIZ DE

MELLO , adiante. SEBASTIA7 de Mello ,


= 19
*
que morreo ſervindo na India. = 19 Nuno De

MELLO DA Sylva , adiante . 19 ANTONIO DE

MELLO DA Sylva , teve o Morgado de Bucellas, e

outro . Caſou com D. Ignacia Henriques , filha do

Deſembargador Luiz de Goes de Mattos , e de ſua

mulher Dona Catharina Henriques ; e tivera ] =

20 LUIZ DE MELLO DA Sylva , que caſou com


N. ..... filha de Franciſco Correa da Sylva ,

Theſoureiro da Caſa da India , nað teye ſucceſſað .

20 MANOEL DE MELLO DA SYLVA , adiante .


20 JOSEPH DE MELLO . = 20 FRANCISCO DE

Mello , Religioſo Eremita de Santo Agoſtinho .

20 Nuno DA Sylva , Religioſo na dita Ordem .


20 D. JOSEFA DE MELLO , primeira mulher de

Antonio Tavares da Cunha. 20 MANOEL DE

Mello Da Silva , fuccedeo nos Morgados a ſeu


irmao . Caſou com D. Marianna do Couto , filha de

Joao Machado do Couto , Capitað em Bucellas , e

de D. Domingas de Faria ; e tiveraõ = 21 MANOEL

DE MELLO DA Sylva . = 21 JOAÕ DE MELLO.


21 JERONYMO DE MELLO . = 21 D. THERE

SA GERARDA DE MELLO , mullier de Antonio Cor


rea
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 667

rea da Cunlia ; e tiverað = 22 JOSEPH CORREA


I
Da Cunua , que caſou com D. Ilabel Thereſa Hen

riques , filla de Luiz Garces Palha , e de ſua mulher

D. Ignez Maria Luiza Teixeira ; e tiverað as filhas


ſeguintes: = 23 D. THERESA DA CUNHA E MEL
LO D. Isabel DE MELLO , e a D. FILIPPA DE

Mello. = 21 D. MARIA , D. IGNEZ , .D . MONI

CA , e D. GUIOMAR , todas irmãas da dita D. There

fa Gerarda .

20 JOSEPH DE MELLO , irmað ſegundo de Ma

noel de Mello da Sylva , caſou com D. Brites Anto


nia Coutinho , filha herdeira de Manoel Soares Cou

tinho , de quem teve = 21 LUIZ DE MELLO DA


SvLVA . = NICOLAO DE MELLO DA SYLVA ,
21
*
21 Ni
e a D. MARIA JOSEFA DE MENEZES . =
COLAO DE MELLO DA SYLVA E MENEZES caſou

con D. Maria Franciſca de Menezes , filha de Luiz

Garces Palha de Almeida , e de D. Ignez Maria Lui

za Teixeira ; e tiverað os filhos ſeguintes : = 22 MA


NOEL FELIX DE MELLO , que naſceo no anno de
1715 , e morreo no meſmo dia. E 22 D. Rita

ISABEL DE MENEZES naſceo a 4 de Julho de 1717 ,

morreo na flor da idade , cumprindo doze annos. =


22 JOSEPH VICENTE DE MELLO DA SYLVA E ME

NEZES , que naſceo a 23 de Outubro de 1718 , e he


ſeu herdeiro . = 22 Luiz GARCES Palha naſceo

a 14 de Dezembro de 1719. = 22 D. ANNA JA


CINTHA DE MELLO naſceo a 12 de Fevereiro de
1721 , morreo menina. 22 VICENTE DE MELLO
DE
668 Hiſtoria Genealogica

de CASTRO naſceo em o primeiro de Abril de 1722 ,

paſſou a ſervir à India , onde niorreo no anno de 1739


em huna batalha com o Maratá. 22 D. MARIA

FRANCISCA HENRIQUES DE MENEZES naſceo a 17

de Setembro de 1723. = 22 D. BRITES LUIZA DE


Mello E CASTRO naſceo a 11 de Mayo de 1725 .

22 FRANCISCO AGOSTINHO de MELLO LOBO

naſceo a 28 de Agoſto de 1726. = 22 MANOEL


ANTONIO DE MELLO naſceo a 28 de Novembro de

1727 , morreo com poucos dias de naſcido. = 22 MA

THIAS FELIX DE MELLO COUTINHO naſceo a 24

de Fevereiro de 1732 , morreo no anno de 1740 .

19 LUIZ DE MELLO DA SYLVA , filho ſegun

do de Nuno de Mello , e de ſua mulher D. Maria


Pita . Caſou com D. Maria Camilla de Lemos , filha

de Martim Monteiro , do Conſelho da Fazenda , e

Juiz das Juſtificações , e de ſua mulher D. Camilla de


20 Luiz
Lemos ; e tivera) os filhos ſeguintes : =
DE MELLO DA SYLVA , adiante. = 20 FRANCIS

CO DE LEMOS , Religioſo Eremita de Santo Agof


tinho . = 20 Nuno DE MELLO DA SILVA , que

no anno de 1698 tomou o habito de Monge da Car


tuxa , onde faleceo . 20 LUIZ DE MELLO DA

Sylva , foy Alcaide mòr da Villa de Porto de Moz ,


e Commendador de Santa Maria da meſma Villa na

Ordem de Chriſto , Chanceller da Relaçaõ da Bahia;

e voltando ao Reyno foy do Conſelho Ultramarino .

Faleceo em Lisboa no mez de Fevereiro de 1725 ſem


ter caſado , deixou duas filhas Freiras no Moſteiro
do Salvador da meſma Cidade. D.
(
da Caſa Real Portug . Liv. XIII. 669

* 18 D. MARIA DE TAVORA caſou , como dif

ſemos , com Fernando Gonies de Quadros, Senhor


da Liziria de Buarcos , de quem teve = 19 PEDRO

LOPES DE QUADROS , adiante . = 19 MANOEL DE

QUADROS , paſſou a ſervir ao Braſil , lá caſou com

D. Maria de Vargas , filha de Paulo Cardoſo de Var

gas , e de Maria Diniz ; e tiveraó a D. MARIA DE

MELLO DE QUADROS , que caſou com Joao Car


doſo Piſſarro , irmao de ſua mãy. = 19 PEDRO

Lopes de QUADROS , Senhor da Liziria de Buar


cos e Tavarede . Caſou com D. Maria Telles , Da

ma da Rainha D. Luiza , filha de D. Alvaro Pereira

Coutinho , e de ſua terceira mulher D. Juſtina de Fa


ria ; e tiverao : = 20 FERNAÕ GOMES DE QUA
DROS , adiante. = 20. PEDRO LOPES DE QUA

DROS , Religioſo da Ordem de S. Franciſco .

20 ALVARO TELLES, Religioſo de S. Bernardo . =


20 D. ISABEL DE Menezes , que foy primeira mu

Her de Joſeph de Souſa Pereira , do Conſelho da Fa

zenda , e Secretario da Embaixada do Arcebiſpo de

Braga D. Luiz de Souſa a Roma no anno de 1675 ;


depois foy nomeado Enviado à dita Corte , que nað

aceitou por ſe lhe naõ dar o titulo de Embaixador ; e


deſte matrimonio nao houve ſucceſſão . E 20 D.

MARIANNA , e D. Luiza , Freiras em Santa Clara de


Coinbra. = 20 D. BERNARDA TELLES caſou com

Antonio de Caſtellobranco , de quem nað teve filhos;

e ficando viuva tomou o habito em Lorva ) , donde

foy tres vezes Abbadeſſa. = * 20 FERNAÕ GOMES DE

Quas
670 Hiſtoria Genealogica

QUADROS , que foy Senhor da Caſa de ſeus avós ;


ficando viuvo , ſe fez Frade de S. Franciſco no Semi

nario de Varatojo. Caſou com D. Brites Maria de


Albuquerque , filha de Antonio de Almeida de Albu

querque Coelho , do Conſelho delRey , Commen

dador da Paraiba , e Governador do Maranhao ; e


de ſua ſegunda mulher D. Ignez Maria Coelho , fi

lha de Antonio Coelho de Carvalho , Deſembarga

dor do Paço , do Conſelho delRey , e Embaixador

na Corte de França , de quem teve = 21 PEDRO

LOPES DE QUADROS , adiante. 21 ANTONIO

De QUADROS , foy Conego Regrante de Santo

Agoſtinho. = 21 ANTONIO COUTINHO DE QUA


DROS , Prior de S. Martinho de Salrea = 21 MA

NOEL DE MELLO PEREIRA , Capitaõ de Cavallos ;

morreo na tomada de Ciudad Rodrigo. = 21 FRAN


CISCO TELLES DE MENEZES , Freire da Ordem de
S. Bento de Aviz. = 21 D. MARIANNA COUTI
NHO , D. IGNEZ SOARES , e D. LEONOR , todas

Freiras em Lorvað . = 21 Pedro LOPES DE QUA

DROS , Senhor das Lizirias de Tavarede , e Buarcos ,


Commendador de S. Pedro das Alliadas na Ordem

de Chriſto . Caſou com 5.Magdalena Maria Hen


riques de Menezes , filha de Garcia Lobo Brandað

de Almeida , Senhor do Couto de Caſtello Viegas ;

e de D. Lourença Leitoa de Caſtellobranco ; e tive


rað = 22 FERNANDO GOMES DE QUADROS ,

adiante. = 22 Joseph CaETANO DE QUADROS ,

que reſide em Roma. = 22 GARCIA Lobo , que


parlou
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 671

morreo . 22 ANTO
paſſou a ſervir à India , e lá

NIO DE QUADROS , Religioſo Eremita de Santo

Agoſtinho. = 22 FR . AYRES DE SANTA ANNA , E


FR . AMARO De Santa RITA , Religioſos da Or
dem de S. Franciſco. = 22 ALVARO TELLES DE

MENEZES E QUADROS , ſem eſtado . = 22 Caeta


No , e D. LOURENÇA , morrerað meninos. = 22. D.

Maria TELLES DE MENEZES , que morreo em Vi

anna , havendo caſado comGafpar Malheiro Reymað

de Souſa , Fidalgo da Caſa Real ; e teve = 23 VEN


TURA PEDRO , que morreo menino , D. PASCHOA ,
e D.BERNARDA TELLES. 22 D. Isabel IGNA
CIA ,
Freira em Lorvað . = 22 D. BRITES MAG

DALENA HENRIQUES DE MENEZES caſou em Co

imbra com Antonio Xavier Zuzarte Cardoſo , Fidal

go da Caſa Real, Correyo môr de Coimbra ; e tem

até o preſente = 23 FRANCISCO Pedro , D. Mag


DALENA , D. MARIANNA , D. Luiza , e D. PAULA .
*
22 FERNANDO GOMES DE QUADROS E Sousa,

he Fidalgo da Caſa Real , e ſucceſſor da ſua Caſa.

Caſou no anno de 1731 com D. Brites Joſefa da Syl

va e Caftro , filha de Antonio Leite de Souſa , e de

ſua mulher Dona Joanna da Sylva e Caſtro , filha de

Joao Telles da Sylva , Fidalgo da Caſa Real , Vé


dor da Fazenda da India , e Conſelheiro Ultramari
no , de quem tem os filhos ſeguintes. = 23 PEDRO

JOACHIM DE CASTRO , ANTONIO LEITE DE QUA


DROS , e a D. IGNACIA,

Tom . XI. liji 2. III .


672 Hifloria Genealogica

§. III .

13 D. DUARTE DE Eça , filho illegitimo de

D. Joað de Eça , paſſou a ſervir à India , e lá foy


Capitaõ de Maluco. Caſou com D. Leonor de Fa

ria, filha de Pedro de Faria , Capitao de Malaca , e


Goa ; e teve os filhos ſeguintes : = 14 D. Joab

DE Eça , adiante. = 14 D. DUARTE DE Eça , que

ſervio na India , e foy Capitao de Goa ; e vindo pa

ra o Reyno , morreo queimado na Nao Chagas . =



14 D. FRANCISCO DE Eça , adiante . = 14 D.

MARIA DE EÇA , Freira no Moſteiro das Carmeli

tas Deſcalças de Santo Alberto de Lisboa . = 14 D.

ANTONIA DE EÇA , Religioſa


no meſmo Moſteiro,

onde foy por diverſas vezes Priora . 14 D.

JoaŐ DE Eça , viveo na Villa de Obidos , onde ſeu

pay fe recolheo depois de vir da India , e caſou com

D. Catharina Bernardes , filha de Antonio Vaz Ber

pardes , Senhor da Quinta da Foz junto a Obidos ;


e tiveraõ = 15 D. DUARTE de Eça , que morreo

moço . = 15 D. MANOEL DE Eça , que tambem


*
nao teve ſucceſſao . 15 D. ANTONIO DE EÇA ,

com quem ſe continúa. E 15 D. FILIPPA , D. MA

RIA , e D. JOANNA DE Eça , que forað Religioſas

da Ordem de S. Domingos no Moſteiro das Donas


de Santarem .

15 D. ANTONIO DE Eça , que foy o que veyo

a herdar a Caſa de ſeu pay , caſou em Lisboa com

Dona

1
1
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 673

Dona Clara de Villasboas , filha de Nuno Bernardes

Monteiro ; le de rua mulher Iſabel de Villasboas , e ti

verað - 16 D. JOAV DE Eça , que morreo moço .

= * 16 D. DUARTE DE Eça , adiante . = 16 D.


1
FRANCISCO DE Eça , que tambem nað teve eſtado.

16 D. DUARTE DE Eça caſou com Maria de


1
Oliveira , filha de Joao Pinto de Oliveira , natural da

Lourinhãa ; e de Elena Fernandes , natural do Sanio

co , Lugar da outra banda do Tejo ; e tiverað

17 D.MANOEL DE Eça , adiante. = 17 D. ISA


BEL DE Eça , que faleceo ſem eſtado. E 17 D.

BERNARDA DE Eça , que morreo ſem eſtado. =


17 D. MANOEL DE Eça E FARIA , que foy o

herdeiro , e caſou com D. Iſabel Antonia de Macedo,


filha de Vicente da Coſta , Almoxarife da Caſa das

Carnes ; e de ſua mulher D. Iſabel Miles de Macedo ;

e tiveraõ = 18 D. BERNARDO DE Eça , que até o


preſente nað tem eſtado. = 18 D. ANTONIO DE

Eça , que paſſou ao Braſil. 18 D. MARIA DE

Eça , e D. ISABEL DE Eça , morrerað ſem eſtado.

= 18 D. CLARA DE Eça , e D. VICTORIA DE Eça ,

que nað tem até o preſente eſtado.

14. D. FRANCISCO DE Eça , filho ſegundo de

D. Duarte de Eça , paſſou a ſervir à India , o que fez

coni muita diſtincçao ; foy Commendador da Ordem


de Chriſto . Caſou duas vezes , a primeira com D.

Catharina de Sottomayor , filha de Bartholomeu Gon

çalves Carneiro Valdés , e de ſua niulher Hilaria de

Sottomayor , e teve os filhos ſeguintes ; e ficando vili


Tom . XI. liii ii VO
674 Hiſtoria Genealogica

vo paſſou à India com o Vice -Rey D. Joao Coutinho,


Conde de Redondo , ria Armada hanno de 1617 ,

ſendo Capitao da Nao do Vice-Rey. 15 D.

DUARTE DE Eça , de que adiante ſe tratará. = 15 D.


MANOEL DE Eça , que tendo eſtudado com apro

veitamento , ſendo muy verſado nas bellas letras ,

bom Filoſofo , e Theologo , foy deſpachado com liu

ma Commenda da Ordem de Chriſto , com a clauſu

la de ſervir certo tempo no Eſtado do Braſil, onde


morreo na guerra com os Hollandezes , fem ter ca
ſado .

Caſou ſegunda vez com D. Margarida Coutinho ,

viuva de Joað Henriques Maſcarenhas , filha de Luiz


Machado de Gouvea , do Conſelho delRey , e De

ſembargador do Paço , de quem nað teve ſucceſfað.

15 D. DUARTE DE Eça , morreo hindo para а

India com ſeu pay ; havendo tido em Domingas Fer

nandes Leitoa , moça honrada , e ſolteira , como diz

Diogo Gomes de Figueiredo , a = 16 D. ANTO


NIO DE Eça , que viveo em Obidos , onde caſou

com D. Maria da Veiga , filha de Luiz do Quental


Botelho ; e tiveraõ = 17 D. DUARTE DE Eça ,
que parece naõ caſou . 17 D. FRANCISCO DE
Eça , adiante. = 17 D. THERESA EUGENIA DE

EÇA . = 17 D. Luiza MARIA DE Eça . = 17 D.

ISABEL HENRIQUES, que vivera ) com ſeu irmao D.

Duarte de Eça , de quem nað ſabemos eſtado .


17 D. FRANCISCO DE Eça , fervio na guerra da

Acclamaçað contra Caſtella na Provincia da Beira ;


e ca
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 675

e caſou com D. Marcella de Andrade da Gama , fi

lha de Rodrigo de Andrade da Gama , e de ſua mu


lher D. Marianna de Andrade Freire ; e tiveraõ a

18 D. CRHistOVA ) DB Eça . = 18 D. ANTO

NIO DE Eça , que ſervia no Regimento da Praça de

Almeida no anno de 1702., de quem nað temos ou


tra noticia .

CAPITULO VI.

De Dom Vaſco de Eça .

13 Eixou o ſerviço da Caſa de Bragança D.


D Vaſco de Eça , que teve ſeu pay , e avô,

e paſſou a ſervir a ElRey D. Manoel na India , e ſe

achou em Cananor , quando morreo D. Henrique de

Menezes. Depois ſendo Governador do Eſtado Lo

po Vaz de Sampayo , foy Capitao de Cochim , e tes


ve a Commenda de S. Salvador na Ordem de Chrif

to. Foy Apoſentador môr do Infante D. Luiz , co-

mio conſta da Carta , que ſe lhe paſſou , feita em Lil

boa a 21 de Julho de 1521 , que vi.no Archivo Real


da Torre do Tombo .

Cafou duas vezes , a primeira com D. Guiomar da


Sylva , filha de Duarte de Azevedo , Senhor do Mor

gado de Olivaes ; e de ſua mulher D. Maria da Sylı


! va , como ſe verá no Capitulo XV . e deſte matrinio
nio tiverao

D.

1
676 Hiſtoria Genealogica

14 D. DUARTE DE EÇA .

14 D. Joað DE Eça , paſſou à India no anno

de 1538 , lá ſervio , e foy Capitao de Cochim ; e mor

reo em hum deſafio , que teve com D. Antonio de


Noronha , a quem chamarao o Catarraż .

14 D. MARIA DA SILVA DE Eça , que caſou

com Joao Fernandes Pacheco , Commendador do


Banho .

Cafou ſegunda vez com D. Luiza do Rego , filha

de Fernando do Rego , de quem nað houve ſucceſ- .


fað. E teve illegitimo = 14 D. PEDRO DE Eça ,

que paſſou a ſervir à India no anno de 1533 , e lá

morreo fem geraçao .


*
14 D. DUARTE DE Eça , ſervio na India , lá

morreo ſolteiro , havendo tido em Catharina Men

des de Azevedo = 15 a D. GUIOMAR DE EÇA ,

que caſou com Pedro Peixoto da Sylva , Senhor de


Penhafiel , Adail môr do Reyno , Commendador de

Canedo na Ordem de Chriſto , do Conſelho delRey


D. Joað III . e tiveraõ = 16 a MANOEL PEIXOTO

DA SYLVA , que herdou a ſua Caſa : foy Adail môr

do Reyno , Senhor de Penhafiel ; e caſou con Dona


Iſabel de Macedo , filla de Antonio Gomes de Car
1
valho , e de ſua mulher Briolanja deMacedo ; e tive
rаб - 17 Pedro Peixoto DA Sylva , que lhe
ſuccedeo na Caſa. 17 D. GUIOMAR DE Eça ,

mulher de Fernando Rebello de Almeida , de quem


adiante diremos. = 17 PEDRO PEIXOTO DA SYL

VA , foy Adail môr do Reyno , Senlior de Penlafiel,


Ceni
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 677

Commendador na Ordem de Chriſto . Caſou com

70 D. Luiza de Sottomayor , filha de Joao Fuzeiro de


Sande , Senhor de luni Morgado , que tem Capella

no Moſteiro de S. Franciſco de Evora ; ( inſtituido no

anno de 1449 por ſeu terceiro avô Lourenço Rodri

gues Fuzeiro ) e de ſua mulher Ignez de Valladares,

irmãa de Mem da Motta , do Conſelho de Portugal


em Madrid , de quem teve filhos , de que nað ficou
ſucceſlao ,

17 D. GUIOMAR DE Eça caſou , como ſe dif


ſe , com Fernando Rebello de Almeida , Senhor do

Morgado dos Almeidas de Guimaraens ; e tivera ) =


18 FRANCISCO REBELLO DE ALMEIDA , que caſou

com D. Vicencia Barboſa , filha herdeira de Anto

nio Barboſa , Morgado de Aborim , de quem nað


teve filhos. E 18 GASPAR DE CARVALHO , que

fervio na guerra da Acclamaçaõ no Minho , em que


*
morreo . 18 GONÇALO Peixoto , com quem
ſe continúa , e a

18 D. ANNA DA SYLVA DE ALARCA) , que

caſou com Luiz Lopes de Carvalho , Senhor de Ne

grellos , e Abbadim , e outras terras na Provincia do

Minho , de quem teve = 19 GONÇALO LOPES DE

CarvaLHO , Senhor de Negrellos Abbadim , & c .

que caſando com ſua prima com irmãa D. Guiomar


Bernarda da Sylva , que faleceo a 31 de Agoſto de
*
1732 , tiveraõ = 20 THADEU LUIZ ANTONIO DE

CARVALHO CAMOENS E FONSECA , que naſceo a

21 de Fevereiro de 1692 , que he Senhor de Abba


dim ,

.
678 Hiſtoria Genealogica

dina , adiante . = 20 D. PAULA JERONYMA DE

CASTRO E Eça , que naſceo no anno de 1693 à 29


de Setembro , e caſou a 17 de Novembro de 1727

com Manoel de Brito Barreto da Coſta e Caſtro , Fi

dalgo da Caſa de Sua Mageſtade , Capitað môr das


Villas de Avo , e ſuas annexas , Senhor dos Morga

dos de Pumares , e de Gallizes, a qual faleceo'a 27 de

Março de 1741 ; e elle ficando viuvo ſeguio o eſtado


Eccleſiaſtico , e he Deao da Sé de Coimbra , tendo

tido de ſua mulher os filhos ſeguintes : = 21 FRAN


CISCO XAVIER DE BRITO BARRETO DA COSTA E

CASTRO , que naſceo em Guimaraens a 10 de De


zembro de 1728. = 21 D. GUIOMAR JOACHINA DE

CASTRO E Eça , e D. THERESA MARIA Peixo

TO DA SYLVA E ALARCAő , que naſcerað gemeas

a 22 de Fevereiro de 1731. = 21 PEDRO GONÇA

Lo Peixoto naſceo a 29 de Junho de 1732. = 21 D.


FRANCISCA Rosa naſceo a 19 de Mayo de 1734.
21 D. MARIA DO PILAR naſceo a 28 de Novembro

de 1735. Teve Gonçalo Lopes de Carvalho illegi

timos = 21 D. GENEBRA DE Eça , que morreo de

treze annos , FRANCISCO DE CASTRO E Eça , que


naſceo a 4 de Mayo de 1674 , e foy formado na
Univerſidade de Coimbra ; Conego na Collegiada de

Guimaraens , que faleceo a 17 de Julho de 1739.


20 THADEU LUIZ ANTONIO DE CARVALHO

FONSECA e CAMOENS naſceo a 21 de Fevereiro de

1692 , he VII. Senhor, e Capitað mòr hereditario dos

Coutos de Abbadim , e Negrellos , com juriſdicçao


Civel ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 679

Civel, e Crime , em todas as ſuas povoações , Senhor

das Torres , e Solares de Camoens , Landim , Tor

neiros , Monte -Longo , e Padroeiro das ſuas Igrejas,


Cavalleiro da Ordem de Chriſto , e Academico Su

pranumerario da Academia Real da Hiſtoria , e Aca


demico dos Arcades . Caſou duas vezes , a primeira

em 19 de Mayo de 1720 com D. Brites Thereſa de

Menezes , que faleceo de ſobreparto , filha de San

cho de Mello da Sylva , e de ſua mulher D. Maria


Thereſa de Villena e Menezes , fillia de D. Antonio

de Menezes , como diſſemos no Livro XII . Capitu

lo III. 2. I. pag . 417 , de quem teve a Antonio , que


1
naſceo a 20 de Novembro de 1721 ; e vivendo poucas 1

horas , foy ſepultado no dia ſeguinte com ſua mãy .

Calou ſegunda vez a 10 de Julho de 1725 com D.


Franciſca Roſa Maria de Mendoça e Menezes , fi

llia de D. Fernando Furtado de Mendoça e Mene

zes , e de ſua mulher D. Maria Luiza de Valadares ;

e tiverað os filhos ſeguintes : = 21 Gonçalo Jo


seph THOMAS , que naſceo a 7 de Março de 1726 .
21 FRANCISCO Xavier naſceo a 5 de Março de

1727 , e ambos morreraõ de bexigas a 12 de Dezem

bro de 1727. 21 ANTONIO LOPES DE CARVA

Lho naſceo a 3 de Agoſto de 1728 , e morreo a 19

de Outubro do dito anno . = 21 D. GUIOMAR MA

RIANNA ANACLETA DE CARVALHO FONSECA CA

MOENS E MENEZES , que naſceo a 13 de Julho de


1729 , e caſou em 2 de Abril de 1742 , como pre

fumptiva herdeira , com D. Antonio de Lencaſtre ,


Tom . XI. Kkkk como
680 Hiftoria Genealogica

cono diſſemos no Capitulo XXI. pag . 365 do Livro


XI .; e além do filho , que lhe nomeamos , tem D.

JOSEPH RAYMUNDO DE LENCASTRE , que naſceo

a 14 de Março deſte anno de 1745. = 21 D. Ma

RIANNA LUIZA DE CARVALHO E MENEZES , que

naſceo a 30 de Dezembro de 1731. = 21 D. ANNA

JOACHINA DE CARVALHO E MENEZES , que naſceo

ao primeiro de Janeiro de 1732 , e a Joseph BER

NARDO DE CARVALHO , illegitimo , que naſceo a 15


de Junho de 1714 ; he Conego na Real Collegiada 1
1
de Santa Maria de Guimaraens.

* 18 GONÇALO Peixoto DA SILVA DE ALMEI

DA MACEDO E CARVALHO , foy Donatario do Re


guengo de Penhafiel de Souſa , e Senhor dos direitos

Reaes, e honras delle , e dos Morgados de Almeidas,


Macedos de Alenquer , Lagioſa, da Taipa , e outros,

Padroeiro dos Padroados de S. Miguel da Lagioſa ,

S. Vicente do Pinheiro , S. Martinho de Avenedes ,

S. Joao de Luzim , S. Romaõ de Villa -Cova , e do

Moſteiro da Conceiçaõ das Freiras de Alenquer . Ca.


ſou no anno de 1667 con D. Paula Maria Cardoſo ,

filha herdeira de Gonçalo Cardoſo Pereira de Val

concellos , Governador de Lamego ; e de ſua ſegun

da mulher Dona Ignez Maria de Alarcao , filha de


Franciſco de Barros de Vaſconcellos , Eſcrivao da

Fazenda , e de ſua mulher D. Paula de Vilhena , fi

lha de D. Paulo de Alarca ) , que ſe achou na bata


lha de Alcacer no anno de 1578 com ſeu pay D.LO

po de Alarca ) , que morreo junto a ElRey D. Se


baſtiao ;
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 681
TO
baftiað ; e tiverað os fillios ſeguintes: 19 Joao
D.
PEIXOTO DA SYLVA , com quem ſe continúa . = 19 D.
eo
IGNEZ THERESA FRANCISCA DA SYLVA , que nal
A.
ceo a 21 de Setembro de 1668. = 19 D. GUIOMAR
LIE BERNARDA DA SYLVA E ALARCAő naſceo no a1
4
no de 1669 , caſou com ſeu primo Gonçalo Lopes
20
de Carvalho , Senhor de Abbadim , & c . como fica
RO dito . = 19 D. MARGARIDA LUIZA PEIXOTO DA

í Sylva naſceo em 1670 , morreo fem eſtado a 8 de


2 Agoſto de 1741. = 19 FERNANDO Peixoto DA

SYLVA naſceo no anno de 1672 : ſeguio a vida Eccle

ſiaſtica , e foy Abbade da Lagioſa , e de S. Vicente

do Pinheiro , que renunciou com penſoens. = 19 D.


$ Isabel FRANCISCA DA Sylva naſceo no anno de

1674 , e morreo ſem eſtado a 23 de Abril de 1733 .


19 D. ANNA JOSEFA PEIXOTO DA Sylva naſceo

no anno de 1675 , ſem eſtado . = 19 JOSEPH Peixo

To naſceo no anno de 1676 , foy Cavalleiro de S. Joao


r
3 de Malta , Commendado de Anſemil , e outras ,

Gra ) Canciler da Religia ), Balio de Negro -Ponte ,


e de Acre , e ultimaniente de Leſa ; morreo a 31 de

Mayo de 1744. = 19 MANOEL Peixoto naſceo

no anno de 1678 , Cavalleiro de Malta , Commenda


dor de Oleiros. Faleceo em Malta em Março de

1725. 25. D. LUIZA ANTONIA DE CASTRO E

Eça naſceo em 1682 ; morreo em Abril de 1732 ſen

do Religioſa no Moſteiro de Santa Clara da Cidade

do Porto . = 19. D. MARIA JOANNA naſceo em

1684 , caſou com Fernando de Pina , e Lemos , e até


Tom . XI. Kkkk ii o pre
682 Hiſtoria Genealogica

o preſente nao tem ſucceſſaõ. = 19 D. JOANNA


IGNEZ DE CASTRO naſceo no anno de 1686 ; faleceo

fem eſtado a 2 de Janeiro de 1735. = 19 D. BER


NARDA FRANCISCA DA SYLVA naſceo no anno de

1688 , he Religioſa no Moſteiro de S. Salvador de

Vairao . = 19 FRANCISCO XAVIER CARDOSO DE

Alarca ) naſceo a 25 de Dezembro de 1690. Ca

ſou com D. Margarida Antonia da Sylveira e Noro


nha , filha de Antonio Luiz Pinto Coelho Pereira ,
Senhor de Fermedo , e de D. Marianna da Sylveira

ſua ſegunda mulher > como ſe diſſe a pag. 876 do


Tomo IX .

19 Joao PEIXOTO DA Sylya ALMEIDA MA

CEDO E CARVALHO naſceo no anno de 1671 ; ſuc

cedeo na Caſa , Morgados , e Padroados de ſeu pay ;

foy Donatario do Reguengo de Penhafiel, & c . Ca

fou com D. Iſabel Barbara Henriques de Menezes 2

filha de Henrique Jaques de Magalhaens , General


da Armada , que foy ao ſoccorro de Mombaça , e lá

morreo no anno de 1700 ; e de ſua mulher D. Louren

ça Antonia de Menezes . Faleceo a 10 de Mayo de


20 GON
1725 , deixando os filhos ſeguintes : =
ÇALO THOMAS Peixoto Da Silva , com quem ſe

continúa . = 20 HENRIQUE JOSEPH JAQUES DE


MAGALHAENS , le Freire Conventual da Ordem de

Aviz . 20 JOSEPH PEDRO DE MAGALIJAENS ,


=
he Cavalleiro de Malta . E 20 PEDRO PEIXOTO DA
0
Sylva , tambem Cavalleiro de Malta..2 Joao

PEDRO JAQUES DE MAGALHAENS naſceo em Agof


to
da Caſa Real Portug. Liv. XIII . 683

to 'de 1725. = 20 D. LOURENÇA VICTORIA DE


20
MENEZES, Religioſa no Moſteiro da Madre de Deos
R de Lisboa. = 20 D. PAULA JOSEFA DE MENEZES
e caſou no anno de 1740 com D. Filippe de Alarcao
e
Maſcarenhas ; foy Governador , e Capitao General
3 da Ilha da Madeira ; he Brigadeiro dos Exercitos de
Sua Mageſtade , e Coronel de Infantaria da Praça de

Campo -Mayor , e já tinha ſervido na guerra com dif

tincção ; e tem a = 21 D. Anna QUITERIA DE


ALARCAÕ MASCARENHAS , que naſceo a 28 de Ju
nho de 1741. = 20 D. ANTONIA POLICENA DE

MENEZES, Religioſa no Moſteiro da Madre de Deos

de Lisboa. E teve illegitimos = 20 Luiz Peixo .


TO DA Sylva , Abbade da Lagioſa , e a D. ANNA
MARGARIDA LUIZA , Freira em Vairao .

20 GONÇALO PEIXOTO DA SYLVA ALMEIDA

Macedo E CARVALHO , ſuccedeo nos Morgados


de ſeu pay ,
caſou com D. Magdalena Luiza de Bor
bon , filha de D. Joao de Almeida , Védor da Caſa

da Rainha D. Maria Anna de Auſtria , Governador

da Fortaleza da Barra de Setuval ; e de ſua mulher

D. Joanna Cecilia de Noronha , como deixamos ef

crito a pag . 850 do Tomo X. e tem os filhos ſeguin


tes : 21 Joao THOMAS Peixoto DA SYLVA

ALMEIDA MACEDO E CARVALHO , que naſceo a

2 de Fevereiro do anno de 1734. 21 D. Anna


ISABEL DE BORBON naſceo a 5 de Mayo de 1735 ,
e morreo de tenra idade. 21 D. ISABEL THE

RESA DE BORBON naſceo a 14 de Outubro de 1736.


D.
684 Hiſtoria Genealogica

E 21 D. JOANNA RITA DE BORBON naſceo a 23


de Outubro de 1739. = 21 D. ANTONIO PEIXOTO
DA SYLVA E ALMEIDA naſceo a 2 de Julho de 1741 .

= 21 D. JOACHIM MANOEL PEIXOTO DA SYLVA E

ALMEIDA naſceo a 15 de Agoſto de 1742. = 21 D.


FERNANDO DA SYLVA Peixoto e ALMEIDA naf

ceo a 15 de Novembro de 1743 .

CAPITULO VII .

De Dom Garcia de Eça Alcaide môr

de Muja.

II O Capitulo III. deixamos apontado en

Nitre
e os filhos de D. Fernando , o Velho,

Senhor de Eça , a D. Garcia de Eça , que foy Alcai


de môr de Muja , e Commendador da Cardiga na
Ordeni de Chriſto. Caſou duas vezes > a primeira

com D. Joanna de Albergaria , filha de Vaſco Mar


tins de Albergaria , que foy Camereiro môr do In

fante Dom Henrique , com quem paſſou a Ceuta , e

morreo das feridas , que naquella empreza recebeo


em Dezembro de 1433 , como refere o Epitafio da
ſua ſepultura , que ſe achou quando ſe reformou o

Moſteiro de S. Domingos de Bemfica ; e de ſua mu


lher Maria Nogueira , que foy Aya delRey D. Du

arte , filha de Afonſo Annes Nogueira , Senhor de


Mondim , Atei , e Ferrarias , Alcaide môr de Lisboa,
e Se
da Caſa Real Portug . Liv. XIII. 685

e Senhor do Morgado de S. Lourenço da meſma Ci


dade , onde jaz , e faleceo a 5 de Março de 1426 ; e

de ſua mulher Joanna Vaz de Almeida ; e tiverao os

filhos ſeguintes:

12 D. JORGE DE EÇA , Capitulo VIII.


I2 D. FRANCISCO DE EÇA , & . I.
*

* 12 D. JERONYMO DE EÇA , & . II.


12
D. CHRISTOVAÕ DE Eça , & . III.
12
D. JOAÕ de Eça , foy Clerigo , e teve hu,
ma Abbadia .

I2 D. MARIA DE Eça , mulher de Joað Foga.

ça , Védor da Caſa delRey D. Joað II. adiante 2.1V.


Caſou ſegunda vez com D.Catharina Coutinho , fi

lha de D.Gonçalo Coutinho , II , Conde de Marial

va , de quem nao teve geraçao ; e ella depois caſou

com Affonſo Pereira , Alcaide môr de Santarem .

Ø. I.

12 D. FRANCISCO DE Eça , filho terceiro de D.

Garcia de Eça ; foy Embaixador delRey D.Manoel

a Caſtella no anno de 1509 , ſobre os deſgoſtos de D.


Pedro Girað , e D. Joao de Guſmað , Duque de Me

dina Sidonia , ſeu cunhado , com ElRey D. Fernan

do o Catholico , pelo que ſe paſſarao a eſte Reyno.

Tambem ſe refere , que foy a Jeruſalem a viſitar os

Santos Lugares
. Caſou com D. Grimaneza Caſco ,
filha herdeira de Nuno Caſco , morador em Evora ;

e de ſua mulher Genebra de Macedo ; e deſte matri


monio
686 Hiſtoria Genealogica

monio naſceo = 13 D. PEDRO DE EÇA ; que foy

feu herdeiro ; e por ſua máy teve o Morgado de ſeu

avô , Fidalgo demuito brio , e honra , liberal, e luzi


do : fez huma Capella em S. Franciſco de Xabregas,
onde jaz , e mandou pôr nella o Epitafio ſeguinte :

Aqui jaz Dom Pedro de Eca , quarto

Neto delRey Dom Pedro, ſem baf


tardia.

Caſou com D. Maria da Sylva , filha de Vaſque An


nes Corte - Real , Alcaide môr de Tavira , e Capitao

Donatario da Ilha Terceira , Védor da Caſa delRey

D. Manoel , e do ſeu Conſelho ; e de ſua mulher D.


Joanna da Sylva ; e tiveraõ = 14 D. DIOGO DE

EÇA , adiante . = 14 D. JOANNA DA SYLVA DE

Eça , que foy Dama da Rainha D. Catharina , e ca


ſou com D. Jeronymo de Ataide , Commendador de

Villa - Franca , que faleceo no anno de 1568 , filho dos

primeiros Condes da Caſtanheira ; e apartando-ſe, ella

ſe fez Freira no Moſteiro da Caſtanheira , donde paf


ſou para o da Eſperança de Lisboa , e elle foy Reli

giofo da Orden de S. Bernardo . = 14 D. ... e


D.N . : ... Freiras na Caſtanheira .

14 D. DIOGO DE Eça foy herdeiro da Caſa

de ſeu pay : foy hum Fidalgo ornado de boas partes,


entendido , e cortezao. No reynado delRey D. Se
baſtiaõ , diſſaboreado de algumas cauſas , que teve

com os ſeus validos , paſſou para Caſtella , e viveo


muitos
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 687

muitos annos em Sevilha ; depois voltou ao Reyno ,

e ſe recolheo à ſua Quinta de Azeitað , onde acabou,


fazendo vida de Filoſofo antigo. Caſou com Dona

Leonor de Caſtro , filha de D. Jeronymo de Noro

nha , Governador da Caſa do Civel , a quem chama


rað o Bacalhao ; e de ſua mulher D. Joanna de Caf

tro , irmãa do grande D.Joao de Caſtro , IV . Vice


Rey da India ; e tiverað 15 D. PEDRO DE

EÇA , adiante. = 15 D. FRANCISCO DE Eça , morto


na batalha de Alcacere no anno de 1578. = 15 D.

MARIA DE Eça , que caſou com Diogo de Mendo


ça Arraes , adiante . = 15 D. BRITES DE NORO

NHA , que foy Religioſa , e Abbadeſſa do Moſteiro


de Almoiter da Ordem de S. Bernardo . Caſou fe .

gunda vez com D. Luiza Henriques , irmāa de ſeu


genro , que era viuva de D. Vaſco de Ataide , e fi

lha de Joao Arraes de Mendoça , de quem nao teve

filhos. Teve illegitimos Dom Diogo , conforme D.

Luiz Lobo , os filhos ſeguintes: = 15 Dom N...

DE Eça . = 15 D. JERONYMA ve Eça , Freira no


Moſteiro de Almofter. - 15 D. PEDRO DE EÇA ,

paſſou com ElRey D. Sebaſtiao a ſegunda vez , que

foy à Africa , e foy cativo na batalla de Alcacere no

anno de 1578 ; e vindo para o Reyno , paſſou muy


doente ; e havendo caſado com D. Iſabel de Mendo

ça , filha de Joao de Mendoça , morreo ſem deixar


ſucceſlao.

15 D. MARIA DE Eça , que veyo a ſer herdei

ra da Caſa de ſeus pays , caſou com Diogo de Men


Tom . XI. LII doça
688 Hiſtoria Genealogica

doça Arraes Henriques , Commendador de Salmone

te , e depois de Arrifana de Souſa. Acompanhou a

El Rey D. Sebaſtia ) à Africa , e ſe achou na batalha


de Alcacere no anno de 1578 , onde foy cativo ; ti

vera) os filhos ſeguintes : = * 16 D. DIOGO DE

Eça , adiante. = 16 D. João de Eça , de quem

logo ſe tratará . = 16 PEDRO DE MENDOÇA , que

morreo ſervindo na Praça de Tangere. = 16 Luiz

De Mendoça , Religioſo da Companhia de Jeſus. =

16 D. BERNARDA , Religioſa no Moſteiro de Tavi.


ra , da Ordem de S. Bernardo. = 16 D. DIOGO

DE Eça MENDOÇA HENRIQUES , ſuccedeo tambem

na Caſa de ſua mãy ; foy Gentil-homem da Boca


delRey D. Filippe IV . Conmendador na Ordem de

Chriſto. Caſou com D. Branca da Sylva , filha de

Ruy Mendes de Vaſconcellos , I. Conde de Caſtello

Melhor , Mordomo môr da Rainha D. Margarida

de Auſtria , Capitað General de Tangere , e da Con


deſſa D. Iſabel de Menezes : porém eſte matrimonio

ſe diſſolveo , nað havendo ſucceſſað ; e ſua mulher ſe

recolheo em Odivellas , e D. Diogo paſſou a Flan

dres , onde ſervio algum tempo ; e morrendo, ſua mu


lher D. Branca calou com Diogo Rangel de Cal
tellobranco . 16 D. Joað DE EÇA DE MENDO

ça Henriques , que era filho ſegundo, chamou -ſe

no tempo , que nað era herdeiro , Joao de Mendoça

Arraes ; eſtudou em Coimbra , e por morte de ſeu ir


mað ſuccedeo em toda a Caſa. Caſou com D. Bri

tes de Lencaſtre , filha de Martim Affonſo de Olivei


ra ,

3
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 689

ra , Senhor do Morgado de Oliveira, e Patameira , e


8
de ſua mulher D. Elena de Lencaſtre ; e deſte niatri
2
monio teve os filhos ſeguintes: = 17 D. DIOGO DE
i
Eça , que tendo ſuccedido na Caſa , e Morgados de
E
ſeu pay , o matarað huma noite na Calçada do Com
11
bro de hum tiro ; e ſe entendeo ſer vingança da mor
re
te de D. Manoel Maſcarenhas , que elle natara , co

mo já diſſemos em outra parte . E 17 D. ELENA

DE LENCASTRE , que foy a cauſa da morte de Dom

Manoel Maſcarenhas , foy Freira no Moſteiro da EL


0 perança de Lisboa . = 17 D. LUIZA DE Eça Cor
11 TE-REAL , que por morte de ſeu irmao foy herdei
ra , e caſou com ſeu primo com irmao Chriſtovaõ de

Almada , Senhor de Ilhavo , Verdemilho , Arcos ,


le Ferreiros , Provedor da Caſa da India , Commenda

dor de S. Miguel de Redemoinhos na Ordem de


Ha Chriſto , Gentil-homem da Camera do Infante D. Pe

dro ; e tendo tido deſta uniao oito fillos , todos fa

o leceraõ de tenra idade. Por morte de ſua mãy veyo

a dividirſe a ſua Caſa , e paſſar a diverſos poſſuidores


.
= 17 D. ANTONIA de Eça , Religioſa de Santa
1 Clara de Lisboa , onde foy tres vezes Abbadeſſa . ;

$. II.

12 D. JERONYMO DE Eça , foy filho quarto de

D. Garcia de Eça ; foy do Conſelho delRey Dom

Manoel no anuo de 1514. Caſou com D. Maria Ti

bao , filha de Affonſo Martins Tibao ; e tiverað


Tom . XI . Llll i D.
690 Hiſtoria Genealogica

13 Dom GARCIA , e D. FERNANDO DE Eça , que


morreraõ meninos. E * 13 D. ISABEL DE Eça ,

adiante. = 13 D. CATHARINA DE Eça , Freira em


Lorva ) . 13 D. JOANNA DE Eça , Freira na El
perança de Lisboa .

13 D. ISABEL DE Eça caſou com Lourenço

Salazar, Caſa de Syl. de Souſa da Sylva , Apoſentador môr delRey Dom


va , tom . 2. pag. 763. Joað III. Commendador na Ordem de Chriſto , que

tinha acompanhado a Infanta Dona Brites a Saboya,

&c. Viveo até o reynado delRey D. Sebaſtiao ,

e faleceo no anno de 1576 ; e tiverað os filhos ſe

guintes : = 14 Ruy de Sousa , morreo moço. =


14 MANOEL ĐE Sousa , com quem ſe continúa.

14 MartiM VAZ DE SOUSA , que ſervio ao


e ef
Principe D. Joao , pay delRey D. Sebaſtiao ;

tando ſervindo em Mazagao , o mataraõ os Mouros ,

em hum fitio , que puzera ) àquella Praça. = 14 D.

Maria , e D. LOURENÇA , Religioſas no Moſteiro


da Eſperança.
14 MANOEL DE SOUSA DA SYLVA , que foy o

fegundo filho , fuccedeo a ſeu pay na ſua Caſa , por


a anticipada morte de Ruy de Souſa ſeu irmao . Foy

Apoſentador môr delRey D. Sebaſtia ) , e Commen

dador de Villafrey , e Alfayates , na Ordem de Chrif


to. Acompanhou a ElRey D. Sebaſtiaõ à Africa ;
eſtando ao ſeu lado , o mataraõ na batalha na anno

de 1578. Cafou tres vezes , a primeira com D. Fran

ciſca de Vilhena , filha primeira de Jorge de Lima,


Capitaõ de Chaul, que ſe achou no fitio de Calecut,
em
da Caſa Real Portug. Liv. XIII, 691

2
em que teve grande parte . Foy Commendador de

Villa -Cova na Ordem de Chriſto , Alcaide môr , e


m
Commendador de Pena-Garcia ; e de Dona Iſabel de

Caftro ſua mulher , de quem teve = 15 D. MARIA

MANOEL , Senhora de grandesvirtudes , cuja vida ef


0 creveo Fr. Luiz de Mertola da Ordem do Carmo.

1
Teve grande caridade com os pobres , e faleceo com
opiniao de virtude a 8 de Abril de 1635 ; e della faz
mençao o Agiologio Luſitano. Caſou com Manoel Agiolog. Lufitan.com ,
2. pag. 575!

de Mello de Magalhaens , Governador de Malaca ,

Commendador de S. Salvador do Campo de Neiva


na Ordem de Chriſto , do Conſelho dosReys D. Se .

2. baſtiao , D. Henrique , D. Filippe II. e D. Filippe III .

20 de quem teve os filhos ſeguintes : = 16 Simao de

of MELLO , que teve a Caſa de ſeu pay , e foy Com


meridador da meſma Commenda , que elle teve , e
8,

.. Coronel de hum dos Terços de Lisboa ‫;ܪ‬ fervio de

0 Apoſentador môr na menoridade de ſeu primo com


irmao Aleixo de Souſa , quando no anno de 1619 paf

0 fou a Portugal ElRey D. Filippe III . , havendo ca


fado com D. Anna de Vilhena ſua prima , que fican
r
do viuva , caſou com D. Luiz de Almada , e era filha
1
de D. Bernardim de Menezes , e de fua mulher D.

Lourença de Vilhena , de quem nað teve ſucceſfað .

16 D. N. N. . . . Freiras na Eſperança , conforme


Salazar de Caſtro . = 16 D. FRANCISCA DE VILHE

NA , que foy herdeira de ſeu irma ) Sima) de Mello,

e herdou os Morgados de ſeu pay. Caſou com D.

Jorge Maſcarenhas , I. Marquez de Montalyaū , por


Carta
.
692 Hiſtoria Genealogica

Carta de 18 de Abril de 1640 , Conde de Caſtello

Novo , Conimendador de S. Salvador de Villa -Cova,

de Santo Eſtevaõ de Aldroens , Santiago de Torres

Vedras , S. Joao de Brito , e S. Salvador de Neiva ,

Veador da Caſa delRey D. Filippe III .; ſervio em


Africa , e nas Armadas , ſendo Meſtre de Campo ;

foy Governador , e Capitað General de Mazagað ; e

voltando para o Reyno , o cativarað os Mouros com

ſua mulher , e filhos , o que ſofreo com conſtancia.

Depois de reſgatado foy Governador , e Capitað Ge

neral do Reyno do Algarve , e ultimamente Vice


Rey , e Capitao General do Eſtado do Braſil. Acha :

va - ſe na Cidade da Bahia , quando em Lisboa foy


acclamado ElRey D. Joað IV . que fez reconhecer

naquelle Eſtado ; e voltando ao Reyno , foy Védor da

Fazenda , Preſidente do Conſelho de Ultramar , do

Conſelho de Eſtado , e hum dos Miniſtros do Deſpa

cho . Entre tað grandes lugares, e huma fortuna prof


pera , veyo a padecer os ſeus terriveis revézes , com

que ella coſtuma perſeguir ainda os grandes mereci


mentos , como forað os do Marquez : foy prezo por

indicios de ſuſpeitoſa fidelidade , de que foy folto , e

reſtituido à ſua antiga honra , que ElRey fez mais

brilhante com hum Decreto , em que declarava a ſua


innocencia. Porém ſendo ſegunda vez , pelo meſmo

motivo , prezo , acabou a vida no Caſtello de Lisboa ,


dando fim à inconſtancia da ſua fortuna , que elle com

anino ſuperior ſoube conſtante dominar , no proſpe


ro , e adverſo ; ,
porque ornado de excellentes virtu-
des,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 693

des ' , prudencia , cortezania , valor , e ſciencia nii

litar , foy Varað famoſo ; nað o elevou a vaidade

no auge da ſua fortuna , nem deſmayou na adver

ſidade dos trabalhos ‫;ܪ‬ de forte , que o ſeu ſingular

eſpirito merecia mais glorioſo fim , ainda que nao

cooperou nunca para a infelicidade , que padeceo , de

que ſeus filhos , e mulher tivera ) culpa. Deſte ma

trimonio teve os filhos ſeguintes: = 17 D. FRAN

CISCO MASCARENHAS , que ſervio nas Armadas com

ſeu pay , e em Mazagað , e Tangere . ElRey Filip

pe IV . o fez Veador da ſua Caſa , por Carta paſſada Torre doTomb. Chan
a 26 de Março de 1626 , lugar em que fuccedeo a cellaria dodito anno,
feu pay , e em ſua vida . Foy II. Conde de Caſtello- liv . 17 ,pag.105.
E livro 29 , pag. 295.
Novo , por Carta feita em Madrid a 23 de Dezem
bro de 1633 ; e por caſar com D. Luiza Antonia de

Velaſco , viuva do Conde de Salazar , filha de Dom


20

2. Joao Altamirano , Conde de Saſtago , e da Condeſſa

D. Marianna de Velaſco. Foy nomeado Governa


f
dor , e Capitað General de Mazaga ) , e a Condeſſa
n

1 ſua mulher o acompanhou ; e eſtando neſta Praça


fez huma ſahida , em que foy morto pelos meſmos
I
Mouros no anno de 1640 , pela traiçaõ de outros , de
:
que ſe tinha ſervido. Com a ſua morte , desbarata
1
dos os noſſos Cavalleiros , ſe recolheraõ à Praça , e a

Condeſſa , com animo varonil , tanto que teve a no

ticia , e que os Mouros intentava ) ſurprendella , man

dou fechar as portas , e tomando o baſtao do Ge

neral , fahio de ſua caſa , foy às muralhas , que fez


guarnecer , e jogar a artilharia ſobre os inimigos com
admi
694 Historia Genealogica

adıniravel acordo , e valor , livrou a Praça do perigo,

e a governou em quanto nað chegou a ella o ſuccef


for. Deſta eſclarecida unia) nað teve ſucceſfað. S

17 D. MANOEL MASCARENHAS , que foy Religio

ſo da Companhia de Jeſus. = 17 D. Joao MAS

CARENHAS , foy Cavalleiro de S. Joaõ de Malta , e

foy morto pelos Mouros , quando cativarað a feu

pay . = 17 D. PEDRO MASCARENHAS , ſervio nas

Armadas , e achou -ſe com ſeu pay em Mazagað , e

Tangere . Teve fete Commendas , a ſaber : S. Pedro

de Rates , S. Juliao , S. Salvador de Villa -Cova, San

to Eſtevao de Aldroens , Santiago de Torres


Vedras,
S. Joao de Brito , e S. Salvador do Campo de Neiva ' ,
na Ordem de Chriſto : era ſucceſſor da ſua Caſa , e
Veador da Caſa del Rey D. Joað IV. a quem ſervia ,

e paſſou para Caſtella , onde o fizerað II . Marquez


deMontalvað , e III . Conde de Caſtello -Novo , do

Conſelho de Guerra . Caſou com D. Maria Zapata

Sylva e Guſmað , filha de D. Antonio Zapata Soares

de Mendoca , e de D. Maria da Sylva , a qual ficando


viuva no anno de 1676 ſem filhos , foy V. Condeſſa
de Barajas, Marqueza de Alameda . - 17 D. FER

NANDO MASCARENHAS , I. Conde de Serem , adiante.

E 17 D. JERONYMO MASCARENHAS eſtudou na Uni

verſidade de Coimbra , e foy Collegial do Collegio

de S. Pedro , eleito a 20 de Outubro de 1630 : foy

Theologo , Conego Magiſtral da Sé de Coimbra , e

Deputado da Meſa da Conſciencia , e Ordens, o qual

tambem paſſou , como ſeu irmað , para Caſtella , aon


de
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 695

de foy accommodado no Conſelho de Ordens , Ca

valleiro , e Definidor Geral da Ordem de Calatrava ,

Eſmoler môr da Rainha D. Marianna de Auſtria ,


Do Sumilher da Cortina delRey D. Filippe IV . que o
‫ما‬ nomeou Dom Prior de Guimaraens , e Biſpo de Lei
e
ria , e ultimamente Biſpo de Segovia , onde faleceo
eu
no anno de 1671 , nomeado de Aſtorga. Foy dou
135 to , e muy erudito , c applicado à Hiſtoria , como ſe

vê nas Obras , que delle correm impreſſas, com me


10 recida eſtimaçað , ſendo a menor parte dos ſeus El
1 critos . Delle fazemos mençað no Apparato da Hiſto

33 ria Genealogica , num . 132. = 17 D. SIMAÕ Mas

CARENHAS , que tinha ſido Cavalleiro de S. Joað de

l Malta , foy Conde de Penedono , e Gentil-homem


da Camera do Infante Cardeal D. Fernando , Tenen
.11.

uez te Coronel do Regimento da Guarda delRey ; fer

do vio na guerra de Catalunha , e foy General da Ar

ata tilharia , e Governador de Belaguer , Praça que ſi

18 tiou , e ganhou o Conde de Harcourt no anno de


1645 aos Francezes ; e D. Sima) pouco depois fale
ndo
ceo. = 17 D. MARIA MANOEL DE VILHENA ,
5

que foy primeira mulher de D. Franciſco de Souſa ,

II . Conde de Prado , e I. Marquez das Minas , de


te
83.

quem nað teve ſucceſſað . = 17 D. JERONYMA DE


CASTRO morreo menina. = 17 D. JERONYMA DE

Castro , Religioſa no Moſteiro da Eſperança de Lif

boa , onde foy Abbadeſſa ; e pela falta de ſuas irmãas ,

foy Adminiſtradora da Caſa de Montalvao . = 17 D.


ANTONIA DE VILHENA , Freira no meſmo Moſteiro.
Tom . XI . Mmmm D.
696 Hiſtoria Genealogica

17 D. FERNANDO MASCARENHAS , foy Mari


Chancellaria do anno chal do Reyno , por Carta feita em Madrid a 2 de
de 1639 , liv . 36. pag .
130, Setembro de 1639. Era filho quinto do Marquez de

Montalvao D. Jorge , que o acompanhou , quando

foy por Vice- Rey do Eſtado do Braſil , com o poſto

de Meſtre de Campo ; e quando ſuccedeo a Accla

maçað , o mandou a Portugal com a nova , de que

ElRey D. Joað ficava reconhecido Senhor daquelle


Eſtado. ElRey o fez Meſtre de Campo de Infanta
ria , e lhe deu a Villa de Serem com o titulo de Con

de daquella Villa , de que tirou Carta a 20 de Outu

bro de 1643 ; fazendolhe merce tambem da Villa de


Albergaria , que tinha ſido de Diogo Soares , Secre

tario de Eſtado , que ficou em Madrid , e lhe confir

mou o officio de Marichal , e fez outras merces . De


pois foy General da Provincia da Beira , e do Conſe
lho de Guerra : neſta Provincia ſervio com reputa

çao , credito , e fidelidade. Morreo em Outubro de

1649 de huma febre , originada de huma quéda , com

ſentimento univerſal, por ſer ornado de virtudes , que


o fizeraõ amado . Caſou com D. Leonor de Mene

zes , filha herdeira de Dom Fernando de Menezes,

Commendador , e Alcaide mòr de Caſtello -Branco ;

e de ſua mulher D. Joana de Toledo , filha de Dom

Manoel da Camera , II. Conde de Villa - Franca ; e


ficando viuva , caſou com D. Jeronymo de Ataide ,

VI . Conde de Atouguia , com eſclarecida pofterida


de , como ſe pode ver a pag. 462 do Tomo IX . e de

ſeu primeiro marido teve = 18 D. JORGE MASCA


RENHAS ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 697

RENHAS , que foy II . Conde deSerem , Senhor def

ta Villa , e da de Albergaria , do Morgado de Aira) ,


de
&c. e morreo ſem eſtado , nem deixar geraçao.
0
Caſou ſegunda vez o Apoſentador môr Manoel de
50
Soufa da Sylva com D. Maria Manoel , Dana do

Paço , filha de Dom Fernando de Lima , Senhor de

Caſtro - Dairo , e de ſua mulher D. Franciſca de Vic

lhena ; e porque pelo parenteſco , que havia de affini


th
dade com a primeira mulher de Manoel de Souſa ,
1
que era ſobrinha de D. Maria Manoel , irmãa de ſua
EL
mãy D. Joanna de Caſtro , ficava impedido eſte ma

trimonio , paſſou Manoel de Souſa a Roma a buſcar


Te
a diſpenſa ; e quando voltou com ella era a tempo ,
afir
que D. Maria era morta , como já dillemos no Cap . I.

do Liv . XI. do Duque de Coimbra o Senhor D. Jor


ile ge , pag . 24 , com quem ſem duvida eſteve eſpoſada;

nað teve ſucceſſa ) , ainda que algum Nobiliario , com


de nienos averiguaçao , diga , que tiveraõ a D. Antonia ,
On que foy Abbadeſſa em Villa do Conde , e outro , de
LIP que faz mençaõ Salazar , que vira na Livraria do

Conde de Oropeza , que diz , que tivera huma filha ,


S. que caſou com Mathias de Albuquerque , Vice-Rey

da India ; o que elle com raza ) refuta , pois os Nobi

11 liarios daquelle tempo o nao ſouberað.

l Caſou terceira vez com D. Anria de Vilhena , que fi

cando viuva , caſou com D. Gabriel Ninho de Men

doça , Governador da Fortaleza de S. Giao , Meſtre

de Campo General neſte Reyno ; e era filha de Luiz


Alvares de Tavora , Senhor do Mogadouro , Miran

Tom . XI. Mmmmı ü della ,


698 Hiſtoria Genealogica

de
della , S. Joao da Peſqueira , e outras terras , quem

teve os filhos ſeguintes: = * 15 LOURENÇO DE SOU

SA DA Sylva , Apoſentador môr , adiante. = 15 D.


FILIPPA DE VILHENA caſou com ſeu tio Mathias

de Albuquerque , Capitað de Malaca , e Ormuz , e


Vice -Rey , e Capitao General do Eſtado da India no

anno de 1591 ; e nao tendo ſucceſſao , ſua mulher

mudando de eſtado , foy Religioſa no Moſteiro da


Eſperança de Lisboa ; e elle deixou por ſeu herdeiro

a Mathias de Albuquerque , que depois foy Conde de

Alegrete , filho ſegundo de Jorge de Albuquerque


Coelho , Senhor de Pernambuco. = 15 D. LOU
RENÇA DE VILHENA caſou com D. Bernardino de

Menezes , Commendador , e Alcaide môr de Proen


ça na Ordem de Chriſto , e da Commenda de Mon
corvo , Governador, e Capitað General de Tangere,

de quem teve eſtes filhos: 16 D. FRANCISCA

DE SA' DE MENEZES , adiante. = 16 D. ANNA DE

Menezes caſou com Simaõ de Mello de Sampayo ,


Commendador de S. Salvador de Neiva na Ordem de

Chriſto , de quem ficando viuva , e ſem ſucceſfaó ,


caſou com D. Luiz de Almada, Senhor de Pombali

nho , de quem foy primeira mulher , de quem tani


*
bem nao teve fuccefſað . 16 D. FRANCISCO

DE MENEZES a quem chamarað por alcunha o

Barrabás , Conimendador de Proença , e de Mon

corvo , que depois da Acclamaçao , fe paſſou para


Caſtella , e lá morreo no anno de 1659 , havendo ca

fado com D. Filippa de Mello , filha de Chriſtovao


de
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 699

1
de Almada , Provedor da Caſa da India , Commen
dador na Ordem de Chriſto ; e de ſua mulher D. Lui

za de Mello , Senhora das Villas de Carvalhaes , Ilha


S vo , Verdemilho , Ferreiros , Avelans, e outras , com

os ſeus Padroados , filha herdeira de André Pereira


3 de Miranda ; e tivera ) = 17 D. LUIZA DE MENE
r zes , que foy ſua herdeira , e ſegunda mulher de D.
1 Luiz de Almada , Senhor de Pombalinho , que era
viuvo de ſua tia D. Anna de Villena ; e a ſua poſteri

dade deixamos eſcrita no Tom . X. pag.616 . 17 D.


FRANCISCO de MENEZES , e D.FILIPPA DE MENE

ZES , e D. SERAFINA DE MENEZES , ambas Religio

ſas em Madrid , e D. LOURENÇA DE VILHENA , to

dos illegitimnos , que caſou com André Nualtas em

Bruxellas , de quem nað temos outra noticia .



15 LOURENÇO DE SOUSA DA Sylva , foy Apo

ſentador môr , Commendador de Santiago de Bidui


do , &c. Caſou com D. Luiza de Menezes , como
i
diffenios no TomoX. pag. 593 , donde ſe pode ver a
fua deſcendencia .

5. III.

12 D. CHRISTOVAÕ de Eça , filho quarto de

D. Garcia de Eça , foy Clerigo , e teve illegitimos =


4 13 D. GARCIA DE adiante.
Eça , = 17 D. Jo

ANNA DE Eça caſou com Lopo Barriga , Adail de

Çafim , Commendador da Ordem de Chriſto , que

ſervio em Africa com grande reputaçao , pelos glo


rioſos
Hiftoria Genealogica
poo

rioſos ſucceſſos , que conſeguio contra os Mouros ,


1
em tempo que governava, aquella Praça Nuno Fer

nandes de Ataide , como refere a Hiſtoria daquelle


14 PE 1
tempo ; e tivera ) os filhos ſeguintes : = I
DRO BARRIGA , adiante . = 14 D. FRANCISCA DE

VILHENA , mulher de D. Vicente Coutinho , cu

ja deſcendencia ignoramos. = 14 D. BRITES DE

VILHENA caſou com D. Gaſtao Coutinho , de quem

logo ſe tratará . 14 PEDRO BARRIGA , foy

Commendador da Ordem de Chriſto ; ſervio em Afri

ca , e na India nuitos annos ; foy Alcaide môr , e

Guarda môr da Moeda , officio que ElRey extin

guio , e lho ſatisfez em tença , com a clauſula , de que I

já mais haveria a tal occupaçaõ em outra peſſoa , que


nað foſſe a ſua. Caſou com D. Margarida Landim ,

filha de André Pires Landim , Eſcrivao da Fazenda

delRey D. Manoel , e de D. Filippa da Maya ſua

mulher , de quem teve entre outros fillos , que mor

rera) , = 15 a Joao AlvarES LANDIM , que eſ


tando em Italia , paſſou ao Reyno pela poſta para ſe
achar com ElRey D. Sebaſtia ) em Africa , e para
morrer na infelice batalha de Alcacere no anno de

1578 ; tendo caſado com D.Iſabel de Barros , filha de


Franciſco de Medeiros , Eſcrivað da Caſa da India ,

e de Dona Elena de Barros Pereira ſua mulher , de

quem teve , entre outros filhos, que morrera ) , =

16 a Luiz Alvares BARRIGA , que caſou com D.


natlı
Franciſca Barreto , filha de Belchior Barreto

ral de Arrayolos , e de D. Leonor Froes ; e tiverað ,


entre
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 701

entre outros filhos , que morreraõ , = 17 a PEDRO

BARRIGA , Cavalleiro de Malta , Commendador , e

Graŭ Cruz na Religia ) , e a Loro BARRIGA , que


paſſou a ſervir à India , e lá caſou com D. Ignez de

Caſtro , que depois de viuva , caſou com Franciſco So

dré Pereira , e era filha de Manoel Homem Maſca.

renhas , de cuja ſucceſlao nao temos noticia .


*
14 D. BRITES DE VILHENA caſou com D. Gafa

tao Coutinho , e nos ſeus deſcendentes anda o Mor

gado do famoſo Lopo Barriga , de quem teve =

15. D. Diogo COUTINHO , que foy Commendador


de Caldellas na Ordem de Chriſto. Caſou com D.

Catharina de Caſtro , filha de Diogo Soares de Caf


, de quem teve = 1
tro , e de D. Briolanja de Alvim

16 D. HENRIQUE COUTINHO , adiante. = 16 D.


GASTA COUTINHO , que morreo na India onde

fervio com dinſtinçaõ ; foy Commendador do Paço

da Ordem de Chriſto . Caſou naquelle Eſtado com


D. Guiomar de Caſtro , filha de Pedro Vaz de Car

valho , Cidadað nobre de Goa ; e de D. Anna Soa


res , de
quem nao teve geraçao . = 16 D. FILIPPA
DE CASTRO , e D. BRIOLANJA DE CASTRO , Reli

gioſas em Villa do Conde da Ordem de S. Franciſco.

16 D. BRITES COUTINHO , Freira em Santa Cla


ra de Lisboa. 16 D.MARIA COUTINHO , mu

lher de Franciſco Cardoſo , adiante . E 16 Dom

HENRIQUE COUTINHO , foy Commendador na Ora

dem de Chriſto. Caſou com D. Joanna de Brito , fi

lha de Nuno de Brito , Senhor da Quinta do Carva


lhal,
702 Hiſtoria Genealogica

lhal, e de ſua mulher D. Violante Pacheco ; e tive

rað os filhos ſeguintes: = 17 D. GASTAő Couti

NHO , Conmendador na Ordem de Chriſto , hum dos


famoſos Acclamadores da liberdade da Patria , que

no dia primeiro de Dezembro de 1640 reſtituirao ao


Throno ao Senhor Rey D. Joao IV. a quem ſervio

com grande fidelidade. Foy Governador das Armas

da Provincia do Minho , onde conſeguio reſpeito , e

temor dos inimigos , com gloriofos Tucceſſos ,que


eternizaráð o ſeu nome na poſteridade, como ſe vê

na eſtimadiſſima Obra de Portugal Reſtaurado. Mor 1


reo a 27 de Janeiro de 1653. = 17 D. Diogo Cou
TINHO , que morreo moço. = 17. D. FILIPPA

COUTINHO , caſou com Franciſco Gonçalves da Ca


1
mera , adiante . = 17 D. VIOLANTE , D. CATHARI
NA , D. BRITES , e D. JOANNA COUTINHO , todas
Freiras no Moſteiro de Villa do Conde .

17 D. FILIPPA COUTINHO caſou com Franciſ


co Gonçalves da Camera , Senhor da Ilha Deſerta ,

que havia paſſado à India com o Vice -Rey Conde

de Redondo no anno de 1617 ; e tiveraõ = 18 D.

MARIANNA , e D. JOANNA , que morrera ) moças ,

ſem eſtado. = 18 Luiz GONÇALVES DA CAMERA

COUTINHO , foy Senhor da Ilha Deſerta , e herdeiro


de ſeu tio D. Gaſtað Coutinho. Caſou com D. Iſa

bel de Noronha , filla que veyo a ſer herdeira de


Diogo de Saldanha de Sande , Commendador de Ca
ſevel , e Governador da Torre de Belem , Senhor do

Morgado de Punhete ; e de D. Catharina Pereira ,


Senhora
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 703

Senhora do Morgado de Taipa , filha de D. Manoel

Pereira , Governador de Angola , Senhor do Morga


3
do de Taipa , e de D. Maria de Tavora ſua mulher,
de quem teve = 19 Gastað JOSEPH DA CAMERÁ

COUTINHO , que foy unico , e ſucceſſor da ſua Caſa,

de quem tratámos a pag. 819 do Tomo X. onde vay


a ſua ſucceſlao .
*
16 D. MARIA COUTINHO , filha de D. Gaſtao

Coutinho , caſou com Franciſco Cardoſo Correa , fi

lho de Pedro Cardoſo , que paſſou à India no anno

de 1586 , e foy Senhor do Morgado dos Olhos de

Agua , e de outros em Loures ; e tiverað os filhos ſe

guintes: = 17 PEDRO CARDOSO COUTINHO .

17 Diogo COUTINHO , que foy Religioſo da Or

dem dos Prégadores. = 17 HENRIQUE COUTINHO ,

Religioſo Trino. = 17 D. JOANNA COUTINHO ,

que caſou com D.Manoel Pereira , adiante . = 17 D.

BRIOLANJA COUTINHO , mulher de Eſtevaõ Gomes

da Sylveira. = * .17 PEDRO CARDOSO COUTINHO,

ſuccedeo na ſua Caſa , e caſou com D. Guiomar de

Miranda , filha de Antonio de Miranda , que vivia no

Sardoal ; e de ſua mulher D. Iſabel Correa de Brito ,

de quem teve , entre outros filhos , = 18 a Anto

NIO Luiz COUTINHO , que lhe ſuccedeo na Caſa , e

caſou com ſua prima D. Maria de Caſtro , fillia de

Eſtevao Gomes da Sylveira , e de D. Briolanja Cou

tinho , de quem teve , entre fillias , que nað tiveraõ


eſtado 18 a Luiz PEDRO COUTINHO CARDOSO

BARRIGA DA Sylveira , Senhor do Morgado de


Tom . XI. Ninn Lou
704 Hiſtoria Genealogica

Loures , que faleceo ſolteiro em Novembro de 1714.


Teve de D. Dorothea Sebaſtiana Botelho de Lemos,

filha do Capitað Antonio Botelho de Lemos , a PE


DRO CHRISTOVAJ COUTINHO BARRIGA , que her

dou parte da Caſa de ſeu pay . FILIPPE COUTINHO ,


e D. LUIZA MAGDALENA DE CASTRO .

17. D. JOANNA COUTINHO , que caſou com D.

Manoel Pereira , filho de D. Henrique Pereira , e de

ſua mulher D. Joanna Ximenes ; e era neto de Dom


Joao Pereira , Commendador do Pinheiro , Embai

xador em Caſtella , e de D. Guiomar de Caſtro , filha

de Dom Pedro de Noronha, Senhor de Villa - Verde,

de quem teve = 18 HENRIQUE COUTINHO , que

foy Religioſo da Ordem de S.Jeronymo. = 18 D.

JOANNA COUTINHO , que foy ſua herdeira , caſou

com D. Antonio Jorge de Mello , Governador , e

Capitað General da Ilha da Madeira , e nao tivera .


ſucceſfað. = 18 D. Luiza COUTINHO , que caſou

com Thomás Ximenes de Araga ) , Fidalgo da Caſa

Real , que foy ſucceſſor dos Morgados de ſeus avós;


e teve os filhos ſeguintes : = 19 INIGO CAETANO

XIMENES COUTINHO , que veyo a herdar o Morga

do dos Coutinhos Ximenes: nað caſou , e teve a FER

NANDO XIMENES. * FRANCISCO IGNACIO , adiante ,


e a Luiz ANTONIO XIMENES COUTINHO . FRAN

CISCO IGNACIO XIMENES COUTINHO ARAGAO E

VEIGA por morte de ſeu irmao ſuccedeo na ſua Ca

ſa , e foy Senhor das Villas de Caravanha , Oroſco,

e Val de Leche em Caſtella , e dos Morgados de Xi


menes ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 705

menes, e Veigas , Padroeiro do Collegio de S. Patria

cio de Lisboa , e da Capella de Santa Catharina de

Sena no Convento de S. Domingos. Morreo a 28


de Junho de 1744. Caſou com Urſula de Paiva , e
1
teve a RODRIGO XIMENES DE ARAGAő , que foy

herdeiro de todos os ſeus Morgados, e das referidas


Villas.

13. D. GARCIA DE Eça , filho de D. Chriſto


1
vaõ de Eça , ſervio na guerra de Africa com reputa
çao , principalmente na de Çafim , ſendo Fronteiro
1
do inſigne Capitað Nuno Fernandes de Ataide , no

memoravel cerco , que os Mouros puzeraõ à Praça


no anno de 1510 , onde com valor ,
e acordo defen- Chronica del Rey Dom
Manoel,parc. 3.cap. 12 ,
deo hum lanço de muro da porta da Almedina , em e 13
U
que conſeguio applauſo ; e nao menos no anno de
€ 1511 , quando acompanhou ao meſmo Capitað na .

quella celebre entrada , que fez nas terras de Alme.


U dina , em que peleijou com diſtincçao. Depois no
anno de 1515 fe achou tambem D. Garcia na facçað ,
que intentou ſobre Marrocos Nuno Fernandes de
Ataide o qual voltando para o Reyno , lhe ſucce.

deo no governo da Praça D. Nuno Maſcarenhas, a

quem D. Garcia fez o obfequio de ficar com elle ; e Dita Chronica , part. 4 .

continuando a guerra , o ferirao os Mouros em huma cap:44, 56,674

entrada , que nas ſuas terras fez no anno de 1519 ,


1
que elle vingou no eſtrago , que nelles fez . No anno

de 1520 ſe achou com Dom Rodrigo de Noronha , 1


quando deſtruïo , e desbaratou os Mouros de Abida. 1

Deſtas , e de outras occaſioens da guerra de Africa ,


Tom . XI. Nnnn i em
706 Hiſtoria Genealogica

em que foy muito experimentado , e intelligente , The

adquirirao a alcunha de Çoleima , como o nomea o


Chroniſta Damiaõ de Goes. Caſou com D. Joanna

da Sylva , filha de Franciſco de Souſa , hum Cavallei


ro honrado da meſma Praça , de quem teve = 14 a

D. CHRISTOVAJ DE Eça , que paſſou a ſervir à In

dia : no anno de 1530 teve o Alvará de Fidalgo Ca


valleiro com dous mil quatrocentos e ſeſſenta e ſeis
reis de moradia . Nao caſou , nem teve ſucceſfað .

14 D. GARCIA DE Eça , adiante . = 14 D.

JOANNA DE Eça , que foy ſegunda muller de Dom


Vaſco Coutinho . E 14 D. GARCIA DE Eça , ſer

vio tambem em Africa , e ficou vivendo em Gafını ;


e pelos ſeus ſerviços lhe deu ElRey D. Sebaſtiao no

anno de 1560 a Commenda de S. Vicente da Figuei


ra de Riba de Coa da Ordem de Chriſto . Cafou duas

vezes , a primeira , na dita Praça , com D. Leonor de

Almeida , filha de Vicente Ribeiro de Almeida , de

quem teve = 15 D. Joað , e D.PEDRO DE Eça ,

que morrerað meninos , e a D. GUIOMAR , e D. Jo

ANNA DE Eça , ſem eſtado. Caſou ſegunda vez com


D. Maria Coutinho , filha de Lourenço Coutinho de

Caſtellobranco , de quem teve as filhas ſeguintes: =

15 D. ISABEL DE Eça , que caſou com Franciſco de

Moraes Cogominho , de quem teve = 16 a CHRIS

TOVA ) DE MORAES , de quem nað ſabemos eſtado ,

e a D. MARIA COUTINHO , ou Eça , que caſou com

Franciſco de Meſquita , filho de Diogo Correa , e de

Iſabel de Vera deMeſquita ; e tivera ) = 17 a Dio


GO
--

da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 707

2 GO CORREA , Senhor da Quinta de Chaqueda em


0
Penella , que caſou com Brites de Moraes Cabral ,
21 de quem teve duas filhas , * 18 D. Maria de

EÇA , mulher de Heitor de Sá , adiante , e a D.LUIZA


2 DE Eça , primeira mulher de Antonio Pimentel de

Moraes , de quem nað ſabemos geraçao. = * 18 D.


MARIA DE Eça caſou com Heitor de Sá , Couteiro

môr da Comarca de Coimbra , Cavalleiro da Ordem

de Chriſto , de quem naſceo = 19 D. JOANNA DE

SA COUTINHO , que caſou com ſeu primo ſegundo

1 Joaõ de Sá Pereira , Capitað môr da Comarca de

Coimbra , e Commendador na Ordem de Chriſto ; e


tiveraõ os filhos ſeguintes : = 20 MANOEL DE

0 SA' PEREIRA , adiante. - 20 D. LUIZA ANTONIA

DE MELLO , D. MARIANNA DE SA' , e D. VIOLAN

$ TE DE SA' DE MENEZES , todas Freiras em Coim

bra . = 20 D. MARIA IGNEZ DE SA e MELLO ,

que caſou com Lourenço Ayres de Sá , Senhor do


e
Prazo da Anadia , e foy ſua ſegunda mulher , de
1
quem tem = 21 AYRES DE SA ' E MELLO ,

21 D. JOANNA , D. SEBASTIANA , e D. IGNEZ .


*
20 MANOEL DE SA' PEREIRA caſou duas vezes,

a primeira com D. Maria Manoel, filha de Manoel

de Ulhoa de Vaſconcellos, Capitað môr de Thomar,


de quem teve , entre outros filhos , que morreraõ de

curta idade , a D. JOANNA DE SA . Caſou ſegunda


vez com D. Maria Placida de Menezes , filha de D.

Franciſco Furtado de Mendoça .

15 D. ELENA COUTINHO , que foy a ſegunda


filha

1
708 Hiſtoria Genealogica

filha de D. Garcia de Eça , caſou com D. Manoel de

Noronha , de quem naſceo = 16 D. BARTHOLOMEU

DE NORONHA, Senhor da Quinta da Perlada no Por


to , que caſou com D. Maria Peſſoa de Vaſconcel

los , filha de Simao Ribeiro Peſſoa , e de Dona An

tonia de Vaſconcellos ; e teve os filhos ſeguintes: =

17 D. MANOEL DE NORONHA , com quem ſe con

tinúa. = 17 D. PEDRO DE NORONHA , Clerigo ;


17 D. GAR
Abbade de S. Miguel de Villella. =
CIA DE NORONHA , adiante . 17 D. MANOEL

De NORONHA , viveo no Porto , caſou com D.Leo

nor de Mello , filha de Garcia de Mello Pereira , e

de D. Victoria Villaça ; e tiveraõ os filhos ſeguintes :


18 D. ANTONIO , e D.N. ... DE NORONHA ,
fem eſtado . = 18 D. GARCIA DE NORONHA ,

com quem ſe continúa . = 18 D. FRANCISCO DE

NORONHA , Conego de Braga . = 18 D. LUIZA DE


NORONHA , primeira mulher de Alvaro Leite Perei
ra , ſem geraçað . = 18 D. GARCIA DE NORO .

NHA , fuccedeo na Caſa de ſeu pay , e no Morgado

de ſua mãy . Caſou com D. Brites Joſefa de Abreu

Soares de Brito , filha de Diogo Soares Falca) , e de

Dona Anna de Magalhaens de Azevedo , e tem os fi


lhos ſeguintes : = 19 D. ANTONIO DE NORONHA

E MENEZES DE Mesquita MALHEIRO SOARES DE


BRITO . = 19 D. JOSEPH DE NORONHA E MENE

ZES . = 19 D. MANOEL DE NORONHA . = 19 D.


ANNA DE NORONHA DE MENEZES . 17 D.

GARCIA DE NORONHA , filho terceiro de D. Bar


1 tholomeu

1
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 709

tholomeu de Noronha , caſou no Porto com D. Ma

rianna Franciſca de Barros, de quem teve 18 D.


BARTHOLOMEU DE NORONHA . 18 D. LUIZ DE

NORONHA , Arcediago de Penella na Sé de Coimbra,


e Beneficiado em Béja. = 18 D. MANOEL DE No

RONHA , Arcediago na Sé do Porto. 18 D. PE


DRO DE NORONHA . = 18 D. ISABEL FRANCISCA

DE NORONHA , mulher de Joao Correa de Meſqui


ta , que vive em Villa -Real.

V. IV .

12 D. MARIA DE Eça , filla de D. Garcia de


1
Eça , Alcaide môr de Muja , caſou com Joao Foga
1

1 ça , Védor da Caſa delRey D. Joao II . Almoxarife

E da Alfandega de Lisboa , e Provedor da Apoſentado


ria da meſma Cidade , Commendador de Canha , e
E
Cabrella da Ordem de Santiago , e tiverað os filhos

ſeguintes : = 13 TristaŐ FOGAça , que ſervindo


em Azamor , o matarað os Mouros , ſem ter tido ef
tado . 13 Simað FOGAÇA , com quem ſe con

tinúa. * 13 D. JOANNA DE Eça , caſou com Pe .

dro Gonçalves da Camera , adiante. = 13 N. N ...


Freiras em Santos.
*
13 SimaŐ FOGAÇA , ſuccedeo na Caſa pormor
te de ſeu irmao , caſou com D. Guiomar de Mene
zes , filha de Duarte Galvao , irnia ) do Arcebiſpo

de Braga D.Joao Galva ) , Alcaide môr de Leiria ,

do Conſelho delRey D. Joao II. e delRey D. Ma


noel,
710 Hiſtoria Genealogica

Manoel , Embaixador a França , e à Corte de Ethio


pia , que chama ) Preſte Joað ; e de D. Catharina

de Albuquerque , filha de Fernaõ de Souſa , Alcaide

môr de Leiria , que havia dado em dote a ſua filha a

dita Alcaidaria , e depois vendera) ao Marquez de

Villa -Real; e tiverað os filhos ſeguintes : = 14 Joao

FOGAÇA , que em hum deſafio matou a Dom Hilario

Coutinho , pelo que ſe auſentou para Caſtella , e lá

morreo ſem eſtado . = 14 D. JOANNA , Religioſa

do Moſteiro das Conegas de Chellas. = 14 D.MA


RIA DA SYLVEIRA caſou com Fernando da Sylveira , 1
Senhor de Sarzedas ; porém annullando - ſe o matrimo 1
nio , ſe ſepararað ; e ella recolhendo -ſe em o Moſtei

ro de Chellas , foy Prioreſſa perpetua , e a ultima,


que teve aquella Caſa.
13 D. JOANNA DE Eça , Damia da Rainha D.

Leonor de Portugal , caſou com Pedro Gonçalves da

Camera , filho terceiro de Joao Gonçalves da Came

ra , Capitað Donatario da Ilha da Madeira da parte


do Funchal , a qual ficando viuya , foy Camereira

nior da Rainha D. Catharina de Auſtria ; e reedificou

o Moſteiro da Eſperança de Lisboa , onde teve ſuas


filhas. Fundou a Ermida da Senhora do Loreto , no
Nobiliario da Madei. Arco da Calheta da Ilha da Madeira , aonde ſe vem
ra de Henrique Henri
qucs. as ruinas de humas nobres caſas , e na Ermida o ſeu

retrato ; e tiverað os filhos ſeguintes : = 14 Joao

Gonçalves DA CAMERA , que tendo paſſado à In 1


dia , faleceo ſem geraçao . = 14 Joað FOGAÇA DE

1 Eça , que ſuccedeo no Morgado de Eça , que inſti


tuío

i
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 711

tuîo ſua mãy , com a obrigação do Appellido , e Ar


mas de Eça ; ſervio na guerra de Africa com diſtinc

çað , levando os ſoccorros, que forao da Ilha da Ma


Chronica del Rey Dom
deira , como refere o Chroniſta Franciſco de Andra- zoab 111. part.2.cap.
de , dizendo : Joað Fogaça de Eça , filho da Cama. : paguio
Hiſtoria de S. Domine
reira mộr D. Joanna de Eça . Vasco Mar- gos, part.1. lib.1. cap.
= 14
16 , e liv.6 . cap. 3 :
TINS DE ALBERGARIA , que nao teve ſucceſſa ) . Alarcaó , Relaçaõ Ge.
* 14 ANTONIO GONÇALVES DA CAMERA , adian- nealogica ,pag.413:

2 te . 14 FRANCISCO DE NORONHA , SEBASTIA

DE NORONHA , e MANOEL DE NORONHA , que tam

bem nað tiveraõ ſucceſlao. = 14 D. MARIA , D.

FILIPPA , e D. ELENA , Freiras em Santa Clara do

Funchal , donde vierað para a Eſperança de Lisboa ,

das quaes a ultima foy Abbadeffa .


.
14 ANTONIO GONÇALVES DA CAMERA , foy

Caçador môr delRey D. Joað III . ; ſervio na guerra

1 de Africa com reputaçað , e eſtando em Portugal,

ſabendo que na Ilha da Madeira andava ) Corſarios


Francezes , ſe embarcou em huma Caravella , armada
ti
à ſua cuſta , e foy para a Ilha , e lá faleceo. Caſou
7
duas vezes , a primeira no anno de 1531 com D. Iſa

bel de Abreu , filha de Joað Fernandes de Andrade ,

chamado o do Arco ; e de Beatriz de Abreu ſua mu

lher , a qual tirou por violencia da caſa de ſua irmãa

Agueda de Abreu , que ſe queixou à Corte , que man

dou hum Corregedor com Alçada devaçar do caſo ,


como refere Gaſpar Fructuoſo no ſeu livro : Deſcrip
çaõ das Ilhas ; mas deſta uniao nað teve ſucceſfaó .

Caſou ſegunda vez com D. Margarida de Noronha ,


Tom . XI. Oooo Da
712 Historia Genealogica

Dama da Rainha D. Catharina , filha de D. Pedro

de Noronha , Senhor de Villa - Verde , Mordomo môr

da dita Rainha , do Conſelho de Eſtado , e Védor

da Fazenda ; e de Dona Violante de Caſtro ſua mu

lher ; e tiverað os filhos ſeguintes: 15 PEDRO

GONÇALVES DA CAMERA , com quem ſe continúa.


15 Joað FOGAÇA DE Eça , adiante. = 15 FRAN

CISCO DA Sylveira , e MANOEL DE NORONHA ,

que morrerað ſem eſtado. = 15 D. VIOLANTE DE

NORONHA , Dama da Rainha D. Catharina , que el


teve contratado o ſeu caſamento com D. Franciſco

Gomes de Sandoval , Marquez de Denia , Embaixa

dor em Portugal, que depois foy Duque de Lerma;


e nao tendo effeito , caſou com Manoel Telles de

Menezes , filho herdeiro de Fernað Telles de Mene


zes , Senhor de Unha ) , Cepaes , Geſtaço , Meine

do , e da Ribeira de Soas , Commendador de Ouri

que ; e de ſua mulher D. Maria de Caſtro : e paſſando


com ElRey D. Sebaſtia ) à Africa , morreo na infeli
lice batalha de Alcacere no anno de 1578 , deixan

do unica E 16 D. MARIA DE NORONHA DA

Sylva , que pleiteou com ſeu tio Ruy Telles de Me

nezes a Caſa de Unhao , que naõ obteve : depois

ſe recolheo com ſua mãy no Moſteiro da Eſperança

de Lisboa , e ſe paſſarað para o do Calvario , tambem

da Ordem de Santa Clara , que fundarað em Alcan


tara junto a Lisboa . = 15 D. CATHARINA DE NO

RONHA , Dama da meſma Rainha. Caſou com D.

Joao de Menezes e Vaſconcellos , Senhor da Enxara


dos
1
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 713
0

u dos Cavalleiros , de quem adiante ſe tratará no Capi


tulo XXVI. ' = 15 D. JOANNA DE Eça , Religio
or
ſa no Moſteiro de Chellas , donde foy Prioreſſa , e fe
chamou D. Maria da Gloria .
0
15 PEDRO GONÇALVES DA Camera , foy
Commendador de Bobadella na Ordem de Chriſto ,

Caçador môr delRey D. Sebaſtiao , e do ſeu Conſe.


1
lho , officio que vendeo a D. Joað Coutinho , Conde

de Redondo . Caſou com Dona Lourença de Faria ,

filha de Balthafar de Faria , Deſembargador do Pa


0
ço , Embaixador em .Roma , e Almotacé môr do di

to Rey ; e de D. Iſabel Brandoa ſua mulher ; e tive

rað os filhos ſeguintes: - 16 ANTONIO GONÇAL

VES DA CAMERA , com quem ſe continúa. = 16 JOAO

GONÇALVES DA CAMERA , que ſeguio a vida Eccle

ſiaſtica , e foy Chantre na Cathedral de Coimbra. =


16 MANOEL DA CAMERA , que foy ſervir à India ,

onde caſou com D. Marianna de Souſa, fillia de Fra

dique Lopes de Souſa , de cuja deſcendencia nað te


1 mos noticia. = 16 BALTHASAR DA CAMERA , que
tambem ſervio na India . = 16 D. JOANNA DE NORO

NHA , Religioſa no Moſteiro da Eſperança de Lisboa .

16 ANTONIO GONÇALVES DA CAMERA , foy

Commendador na Ordem de Chriſto , caſou com D.

Maria de Caſtro , filha que veyo a ſer herdeira de


Ambroſio de Aguiar Coutinho , Commendador de
Santa Maria de Béja na Ordem de Aviz , Senhor da
Capitanía do Eſpirito Santo , Governador das Ilhas

dos Açores ; e de ſua mulher D. Joanna da Sylva ; e


Tom . XI. Oooo ii tiye .
714 Hiſtoria Genealogica

tiveraõ os filhos ſeguintes : = 17 PEDRO GONÇAL

VES DA CAMERA , que morreo noço. = 17 AM

BROSIO DE AGUIAR COUTINHO , adiante. = 17 D.

ISABEL MARIA DE CASTRO , que caſou com Fran


ciſco Correa de Lacerda , e a ſua deſcendencia fica

eſcrita no Livro XII. Capitulo IV . & . III. pag. 447.=

17 D. JOANNA DA SYLVA , Religioſa no Moſteiro


do Calvario de Lisboa da Ordem de Santa Clara.
&
17 AMBROSIO DE AGUIAR COUTINHO , Se

nhor da Capitania do Eſpirito Santo no Eſtado do

Brafil, caſou duas vezes, a primeira com D. Ceci


lia de Noronha , filha de D. Joao Soares de Alarcao,
Alcaide môr de Torres Vedras , Commendador de S.

Pedro da mefma Villa , Meftre Salla da Caſa Real ;

e de ſua mulher D. Iſabel de Caſtro : porém tendo


unica a D.MARIA , morreo de tenra idade ; e falecen
do ſua mulher , caſou ſegunda vez com D. Filippa

de Menezes , filha do Apoſentador môr Lourenço de

Souſa da Sylva , como eſcrevemos a pag. 603 do To


mo X. donde ſe pode ver a ſua ſucceſlao.

CAPITULO VIII.

De D. Forge de Eça Alcaide môr de Muja.

I2
Oy fucceffor de feu pay Dom Garcia de
F.
Eça , como ſe vê no Capitulo VII. , D.

Jorge de Eça , Alcaide môr de Muja , a quem no an


no

1
I
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 715

no de 1484 ElRey D. Joao II. deu o Paul de Muja ,

e confirmaçao da Alcaidaria môr . Depois no anno


de 1497 lha confirmou EIRey D. Manoel, e o fez

do ſeu Conſelho no anno de 1511 ; e por iſſo vencia

de moradia , de Fidalgo Cavalleiro , cinco mil e qui


nentos reis ; e foy hum dos Fidalgos, que ſe acharað

preſentes , e lhe beijaraõ a mað , quando caſou com


a Rainha D. Leonor. Caſou duas vezes , a primeira

com D. Brites da Sylva , filha de Vaſco Fernandes de


Sampayo , III. Senhor de Villa -Flor , Chacim , Vil

lasboas , Paradade , Pinha ) , Frechas , Bempoſta , e

Moz , e ſeus Caſtellos ; e de ſua mulher D. Mecia de

Mello : e ſegunda vez com Dona Filippa de Abreu ,


viuva de D. Pedro de Ataide , , Senhor da Caſtanhei

0 ra , Póvos, e Cheleiros , que ſendo culpado na con

juraçao do Duque de Viſeu , foy degollado em Setu

val , como ſe refere na Chronica delRey D. Joao II .

de e era filha de Gonçalo Vaz de Caſtellobranco , Go .

vernador da Caſa do Civel , Senhor de Villa - Nova

de Portimao , e outras terras , Eſcrivað da Puridade

dos Reys Dom Affonſo V. e D. Joao II. Védor das

obras do Reyno , e Monteiro môr , e Teſtamenteiro

do primeiro ; e de ſua mulher D. Brites Valente , Se

nhora do Morgado da Povoa : porém deſte matrimo

nio nao houve ſucceſſað ; e de ſua primeira mulher


teve os ſeguintes : = 13 D. GARCIA DE Eça , Ca

pitulo IX . = 13 D. MARIA DE Eça , D. MECIA

DE Eça , ambas Religioſas no Moſteiro de Santos

de Lisboa , da Ordem de Santiago.


CAPI
716 Hiſtoria Genealogica

CAPITULO IX .

De D. Garcia de Eça , Alcaide môr de Muja.

O Capitulo antecedente fe diſſe fer Dom


" N Garcia de Eça ſucceſſor de D. Jorge ſeu

pay , e o foy tambem da Alcaidaria môr de Muja , e

do Conſelho delRey D. Manoel : pelo que no anno


de 1518 achamos ter de moradia de Cavalleiro do

Conſelho quatro mil e novecentos reis. Caſou com

D. Antonia da Cunha , filha de Jorge de Mello Mef


,
tre Salla delRey D. Manoel ; e de fua mulher D. Iſa

bel Pereira , viuva de D. Guterre Coutinho , Com

mendador de Cezimbra , ( filho do Marichal D. Fer

nando Coutinho ) o que morreo no Caſtello de Pal

mella prezo pela conjuraçaõ do Duque de Viſeu ; e

tiveraõ os filhos ſeguintes:

14 D. JORGE de Eça , Capitulo X.

14 Dom PEDRO DA GUERRA , que ſervio na


India , e voltando ao Reyno , ſe recolheo a huma

Quinta junto a Bemfica , onde morreo ſem eſtado .

14 D. FRANCISCO DE Eça , tambem ſervio mui

tos annos na India , onde morreo , ſendo Capitað de


Malaca. Teve natural hum filho , que foy Monge

da Ordem de S. Bernardo . = 14 D. JERONYMO DE

Eça , ſeguio a vida Eccleſiaſtica, e foy Clerigo. =

14 D. MANOEL DE Eça , paſſou à India a ſervir , e



da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 717

lá morreo . 14 D. MARIA DE Eça caſou com

Simao de Mello de Magalhaens , Capitað de Mala

ca , adiante . = 14 D. FILIPPA DE Ēça , Religioſa


no Convento de Santos de Lisboa. = 14 D. JERO
NYMA > e D. Mecia
De Eça , que forað Religios

ſas no Moſteiro da Eſperança de Lisboa.

14 D. MARIA DE Eça caſou , como diſſemos,

com Simaõ de Mello de Magalhaens , que ſervio mui

tos annos na India , e foy Capitaõ de Malaca ; e vol

tando para o Reyno , foy Almirante da Armada , de

que era General Antonio de Saldanha , que ElRey

Dom Joað III. mandou em ſoccorro do Emperador


1
Carlos V. ſeu cunhado , quando paſſou a Tunes ; e

era filho de Pedro deMagalhaens , e de ſua mulher


D. Iſabel de Souſa , filha de Diogo de Sampayo , Se.

nhor de Anciaens , e Villarinho , e de D. Briolanja de

Mello ſua mulher; e tiveraõ eſtes filhos = 15 GAR


ate
CIA DE MELLO , = 15 FRANCISCO DE MELLO ,
e
que ambos morrerað no anno de 1578 na batalha de
Alcacere em Africa . = 15 PEDRO DE MELLO ,
morreo moço . 15 MANOEL DE MELLO DE
3
SAMPAYO , adiante. = 15 D. ISABEL DE MELLO
}
caſou com Alvaro Pires de Tavora , Repoſteiro môr

delRey D. Sebaſtiao , que tinha ſido Capita ) de Da


mað , e morreo com o dito Rey na batalha de Alca

cere , tendo tido por filha a D. MARIA DE TAVORA,


que caſou com D. Affonſo de Lencaſtre , Commen

dador môr da Ordem de Chriſto , Senhor de Selir do

Porto , Alcaide môr de Obidos ; e deſta uniao nað


tiverað
ca
8 ia ogi
71 tor eal
Hiſ Gen

tiverað filhos , como ſe diſſe a pag. 68 do Tomo IX.


15 MANOEL DE MELLO DE SAMPAYO , foy

Commendador de S. Salvador de Neiva da Ordem

de Chriſto , Capitaõ de Malaca , e do Conſelho dos

Reys D. Sebaſtia) , D. Henrique , D. Filippe II. e


Cafou com D. Maria Manoel , filha
D. Filippe III .
de Manoel de Souſa da Sylva , Apoſentador môr , e

de D. Franciſca de Vilhena ſua primeira mulher ; e

teve a = 16 SIMAÕ de Mello , que lhe ſuccedeo


na Caſa , e a D. FRANCISCA DE VILHENA , mulher

de D. Jorge Maſcarenhas , I. Marquez de Montal

vað , como diſſemos no 2. II . do Capitulo VII. deſte

Livro. E teve , no tempo que ſervio na India , illegi


timo a SEBASTIAÕ DE SOUSA DE MELLO , que ſer

vio ao Eſtado , e lá caſou com D. Andreza da Coſta ,

filha de Manoel da Coſta Caçað , e tivera ) ſucceſſa ) .

CAPITULO X.

De D. Forge de Eça , Alcaide môr de Muja.

14 Oy ſucceſſor da Caſa de ſeus pays D.Jor


FO
ge de Eça , e teve de moradia tres mil e oi

tocentos reis de Fidalgo Cavalleiro. ElRey D. Joao


III . no anno de 1530 lhe confirmou a Alcaidaria môr

de Muja , que tiverao ſeu pay , e avós . Paſſou a ſer


vir à India no anno de 1531 na Armada , de que era

Capitað mộr Martim Affonſo de Souſa. Depois no


anno
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 719

anno de 1547 foy Capitao de hum Navio da Arma

da , com que o Governador D. Joao de Caſtro foy


ao Norte em ſoccorro da Praça de Dio , em que glo

rioſamente triunfou dos inimigos do Eſtado. Depois

quando o Governador Dom Garcia de Eça foy a Ba.

çaim a jurar as pareas com os Embaixadores delRey

de Cambaya , o acompanhou D. Jorge : acabada eſta


funçao , foy por Capitað do Choromandel , onde fa

leceo. Cafou duas vezes , a primeira com D. Maria


!
Pereira , filha de Antonio Pereira , Capitað de Cho
romandel , como refere Affonſo de Torres , a quem

ſeguimos , ainda que Diogo Gomes de Figueiredo lhe


chama D. Iſabel Lamprea , filha de Pedro Lamprea,

a qual lie a que caſou com outro Fidalgo do meſmo


nome , e appellido , de quem fazemos mençað adian

te ; e tiveraõ os filhos ſeguintes : = 17 D. PAULO DE


Eça , ſervio na India , e lá caſou com D. Maria de

Souſa , filha de Pedro Alvares da Nobrega , e de D.


Paula de Souſa ſua madraſta , e nað teve ſucceſlao .

15 D. FRANCISCO DE Eça , que fervio na India , e


lá cafou , como refere Diogo Gomes de Figueiredo. Nobiliario de Diogo
Gomes.
15 D. GARCIA DE Eça , da Ordem dos Pregadores.

15 D. BERNARDA DE Eça , que caſou com D. Pe

dro de Menezes , Capitað de Malaca , e Dio , onde


ſervio com reputação , como refere Couto , Decada Couro, Decad. X,pag.
X. pag. 56 , e foy ſua ſegunda mulher , de uem 56,
q nao

ſabemos deſcendencia. = 15 D. ANTONIA DE Eça,


primeira mulher de Jorge da Sylva , filha de Ruy De
reira da Sylva , Alcaide môr de Silves , ſem ſucceſſao.
Tom . XI. Pppp D.
720 Hiſtoria Genealogica

* 15 D. FILIPPA DA GUERRA , que caſou com Fran

ciſco de Almeida de Ornellas , adiante. Caſou le


gunda vez com D. Paula de Souſa , viuva de Pedro

Alvares da Nobrega , e irmãa de Pedro de Souſa Ca


mello , ſem fucceffaõ .

15 D. FILIPPA DA GUERRA caſou com Franciſ

co de Almeida de Ornellas , hum Fidalgo da Ilha

Terceira , Adminiſtrador do Morgado das Fontainhas

na dita Ilha ; ſervio na India com diſtincçað . ElRey


D. Joað III. lhe fez merce entre outras do habito da

Ordem de Chriſto , com o dizimo do feu Morgado,

e as viagens de Ceilao , e Orixa ; e tiverað os filhos


*
ſeguintes: = 16 MANOEL DE SOUSA de ORNEL

LAS , adiante . = 16 RUY DE SOUSA DE Gusmao,

que ſervio com reputaçað muitos annos na India , e


morreo no cerco de Chaul. 16 D. ISABEL DE

Sousa caſou com Eſtevao Pereſtrello de Antas , Se

nhor da Ilha , e Fortaleza de Camaruja na India . =


16 D. PAULA DE SOUSA caſou com André Perel

trello de Antas , que era filho do dito Eſtevaõ Peref

trello , e nao fabemos a fua defcendencia . = 16 D.


ANNA DE SOUSA caſou com Manoel Fernandes Pelo
e
tana , e por ſua morte com Alvaro de Carvalho ;
de nenhum deſtes matrimonios teve fuccefſao .

* 16 MANOEL DE SOUSA DE ORNELLAS , teve o

Morgado das Fontainhas , foy Cavalleiro da Ordem

de Chriſto ; ſervio tambem na India . Caſou na Ilha

Terceira com ſua parenta D. Franciſca da Camera 1

filha de Joao Vaz Fagundes , e de D. Catharina de


Ornellas

.
1

1
da Caſa Real Portug . Liv. XIII . 721

Ornellas Savedra , filha de Diogo Paim , e de D. Ca

tharina da Camera ; e tiveraõ os filhos ſeguintes:


0
17 FRANCISCO DE ORNELLAS DE SOUSA , GONÇA

LO DE SOUSA DE ORNELLAS , e RAFAEL DE OR


NELLAS DE SOUSA , todos morrerað ſem deſcenden

cia . = 17 D. FILIPPA DA GUERRA , Religioſa no

Moſteiro da Luz da Villa da Praya , da Ordem de S.

Franciſco , na dita Ilha. = 17 D. IGNEZ DE SOUSA,

que tambem morreo no dito Moſteiro . = 19 D. ISA

BEL DE SOUSA DE ORNELLAS , que veyo a ſer her

deira do Morgado das Fontainhas , e caſou com Fran


5 Capitað môr da Villa da
ciſco da Camera Paim ,
Praya , com ſucceſſað.

I
CAPITULO XI .

De D. Pedro de Eça , Alcaide môr de Moura,

II O Capitulo III. diſſemos , que entre os

filhos , que tivera D. Fernando de Eça ,

fora D. Pedro de Eça , a quem alguns Nobiliarios fa

zem o terceiro na ordem do naſcimento : porém nós

lhe damos outra ordem , que na confuſaõ de ſeme


lhantes memorias, todas ficaõ duvidoſas; mas nað de
que fora feu filho , e de ſua mulher Dona Iſabel de

Avallos, em que todos os Nobiliarios vaõ conformes.

Servio D. Pedro em Africa com reputaçað , ſendo

muito tempo Fronteiro do Conde de Tarouca Dom


Tom. XI. Pppp i Duar
722 Hiſtoria Genealogica

Duarte de Menezes ; e ſe achou nos apertados cér


cos , que os Mouros puzeraõ à Villa de Alcacere no

anno de 1458 , e na entrada , que o meſmo Conde

fez até Canhete , em que obrou D. Pedro acções

de tanta diſtincçao , e valor , que o Conde o armou


Cavalleiro , conforme o uſo daquelle tempo ; e ten

do merecido applauſos neſta occaſia ) , ainda forao

de mayor gloria fua , quando o Conde deu ſobre

Tangere a fegunda vez , que lá paſſou ElRey Dom


Affonſo V. em que os feitos de D. Pedro ſe diſtingui

raõ de ſorte , que parecerað milagres de valor. No


anno de 3462 achámos vencia a moradia de Fidalgo

Cavalleiro tres mil e oitocentos reis. Quando o Se


nhor D. Pedro , Condeſtavel de Portugal , foy cha

mado pelos Catalaens para ſucceder na Coroa de


Zurita , Annal. de Ara
gon , liv. 17. cap.55. Aragað no anno de 1464 , o acompanhou D. Pedro
da Imprellaóde 1016. de Eça , ſendo o principal Capitað naquella conquiſ

ta , a quem o Condeſtavel , já intitulado Rey , en


carregou a defenſa da Cidade de Lerida , como a

Praça mais principal depois de Barcelona , daquelle


Principado, e que eſtava mais expoſta à offenſa dos
inimigos, em que D. Pedro deu moſtras de valor, e

fciencia militar , fofrendo hum fitio até à ultima ex

tremidade , em que conſeguio gloria pelas fortidas,


que fez ſobre os inimigos , e pelo com que ſe houve
em todo elle. Efte entendemos ſer o que no anno de

1475 ſe achou na batalha de Touro , de que faz men


Zurita , Annales , liv. çao Jeronymo Zurita nos ſeus Annaes. ElRey D. !

19.cap.44. pag.255. Affonfo V. eſtimou a ſua peſſoa , nað ſó pelo ſeu el


í

eſclare

1
I
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 723

clarecido naſcimento ; mas lhe era niais inclinado pe


0
las virtudes , com que ſe ornava de prudencia , e va
e
lor , ſendo os ſeus merecimentos , e acções tað diſ
S
tinctas , que eraõ muy gratas àquelle valeroſo Rey ;
1 e nao menos a ſeu filho ElRey D. Joað II. que que

rendo remunerar os ſeus ſerviços , lhe fez merce no


anno: de 1482 das rendas de Aldea -Galega da Mercia- Torre doTomboliv.g.

na , e o fez tambem Alcaide môr de Moura ; e no da Extremadura , pag.


228.
anno de 1484 do ſeu Conſelho , com a moradia de

Fidalgo Cavalleiro de cinco mil reis por mez ; e era

tanta que o nieſmo Rey delle fazia ,


a confiança ,
» Rezende,Chronica dela
que foy hum dos tres confidentes , que eſcolheo pa- Rey D.' Foað 11.cap.
ra lhe aſſiſtirem , quando matou ao Duque de Vic
D. Agoſtinho Manoel
ſeu , ſeu cunhado , no anno de 1483 , pela conſpi- na Vida do dito Rey,

raçao , que contra a ſua Real peſſoa havia determi- pag. 145.

nado. Foy Dom Pedro de Eça juſtamente atten


0
dido dos Reys pelas ſuas virtudes ; era Alcaide mòr

de Moura , e como tinha eſta merce fó em ſua vida,


1
eſtando para morrer , mandou a ElRey as chaves do
1
Caſtello , como refere Garcia de Rezende na ſua Dita Cbronica ,capitu .
:
1 Chronica nas palavras ſeguintes : Era Dom Pedro 10138. pag.92 Verle
Deça Alcaide inôr de Moura , muito bom Cavalleiro,

homem que ElRey eſtimava muito , eſtando para mor

rer mandou por Antað de Faria entregar as chaves

do ſeu Caſtello a E /Rey , o qual lhas tornou outra vez

a mandar , dizendo , que a taes Cavalleiros , como elle


era , nað coſtumava a tirar o feu a ſeus filhos , e que

para elles lhas dava , & *c. e com eſta honroſa expref
:

fað delRey daremos fim a eſta breve memoria .


Cafou
Historia Genealogica
724

Caſou con D. Leonor de Camoens , Senhora de hu

ma grande herdade em Moura , cujos privilegios El


Rey Dom Manoel lhe confirmou no anno de 1497;
Era filha de Ruy Caſco , Alcaide nôr de Aviz , e

de D. Aldonça Annes de Camoens ſua mulher ; e ti

verað os filhos , que ſe ſeguem :


12
D. RODRIGO DE Eça , Capitulo XII.
I2 D. FERNANDO DE EÇA , 8.1.
12 D. FRANCISCO DE EÇA , 2. II.
12
D. Cristovað DE Eça , fervio no anno
de 1474 de Moço Fidalgo a ElRey D. Affonſo V. e

no de 1484 a ElRey D. Joao II. Paſſou à India no

principio dos ſeus deſcobrimentos, e lá morreo.


I2 D. ISABEL DE Eça calou duas vezes , a pri
meira com Chriſtovao Moniz , Commendador de

Garva) na Ordem de Santiago , irmao do I. Senhor

de Angeja Jorge Moniz , de quem teve = 13 VASCO

MARTINS Moniz , que morreo ſem caſar. = 13 D.


ALDONÇA DE Eça , que caſou com D. Pedro Lobo,

filho ſexco de D. Diogo Lobo , II . Baraó de Alvito,


e de ſua mulher D. Joanna de Noronha , filha dos II.

Condes de Abrantes , de quem teve = 14 D. Dio


GO LOBO , que paſſou a ſervir à India , e lá morreo
na guerra dos Malavares , = 14 e a D. RODRIGO

LOBO , que morreo hindo para a India ; e ſua máy

D. Aldonça de Eça caſou ſegunda vez com D. Ber


nardo de Eça , como ſe dirá em ſeu lugar. D. Ifa
bel de Eça ficando viuva , caſou ſegunda vez com 1

Chriſtovao Correa , Commendador dos Collos de Al 1


yalade
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 725

valade na Ordem de Santiago , Védor da Caſa da

Rainha D. Maria , mulher delRey D. Manoel, e da

Rainha D. Catharina de Auſtria , e foy fua terceira

mulher , de quem nað teve ſucceſfað.

Teve illegitimos : = 12 D. Joao de Eça , 2. III.

12 D. JORGE DE EÇA , 2. IV. = 12 D. HENRI«

QUE DE Eça , que em hum choque o matarað os


Mouros na India . = * 12 D. CATHARINA DA GUER ,

RA caſou com Alvaro de Carvalho , Senhor do Mor

gado de Carvalho , Capitað de Tangere , de quem


adiante ſe tratará no 2. V. = D. FILIPPA DE Eça ,

que foy Freira , e Abbadeſſa de Val de Madeiras.

§. I.
3
12
D. FERNANDO DE Eça paſſou a ſervir à In
dia no anno de 1528 com o Governador Nuno da Cur
0
nha , ſendo Capitao de huma Nao da Armada, e le
.
vava a moradia de Fidalgo Cavalleiro de tres mil e
oitocentos reis por mez ; padeceo tormentas na via

gem , e arribou a Moçambique ; e paſſando a Goa ,


foy com Belchior de Souſa por Capitao de huma Nao Decada 4. liv.3 .cap.1.

a meter de poſſe de Baharem ao Aguazil delRey de liv.0.6cm


Liv.4. cap. 12 , 19. 20,
Ormuz. No anno de 1531 ſe achou com o meſmo 22. 624
Governador em Dio , ſendo hum dos Capitaens da

fua Armada , e na tomada da Ilha dos Mortos ; aca

bada a Fortaleza de Dio , fe fez na volta do Eſtreito

com Antonio de Saldanha : peleijou com os inimigos,

que o maltratara ) baſtantemente. Depois já no anno


de
1
726 ia ogica
Hiſtor Geneal

de 1533 , em que o Governador Nuno da Cunha fez

a Fortaleza de Baçaim , o acompanhou neſta empre.

za , e ſe achou na vanguarda ao acometer a Cidade ;

e tambem na ſegunda , em que o Governador ſe aviſ

tou com El Rey de Cambaya em Dio. ElRey D.

Joað lhe fez merce da Fortaleza de Cochim com

quatrocentos mil reis de ordenado . Caſou com D.

Guiomar Pacheco , a quem ElRey D. Manoel deu

no anno de 1518 vinte mil reis de tença ; era filha de


Pedro Homem , Eſtribeiro môr do dito Rey , e de

Violante Pacheco ſua mulher ; e tiveraõ duas filhas,


* 13 D. MARIA DE Eça , com quem ſe conti

núa . = * D. ANNA DE Eça , adiante .


13 D. MARIA DE Eça caſou com Manoel de

Souſa , que foy Capitað de Chaul, que paſſou à In


dia no anno de 1550 com o Vice-Rey D. Affonſo

de Noronha , e ſe achou no cerco de Ormuz com D.


Alvaro de Noronhia , em que teve a ſeu cargo hum

baluarte , que defendeo com valor. Morreo voltan

do da India na viageni, e teve os filhos ſeguintes : =

14 D. MARGARIDA DE Eça , recolhida no Moſtei

ro do Salvador de Evora , que caſou com D. Fran


ciſco Pereira , filho ſegundo de D. Alvaro Pereira,

o qual morreo na batalha de Alcacer em Africa no

anno de 1578 fem ſucceſſað ; e ficando viuva Dona

Margarida de Eça , caſou ſegunda vez com Luiz de


Goes Perdiga ) , e foy ſua ſegunda mulher , de quem
naſceo = 14 D. MAGDALENA DE MENDOÇA , que

foy herdeira , Senhora do Morgado de Perdigaô em

Alentejo
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 727

Alentejo , caſou com D. Antonio da Coſta , Com

mendador na Ordem de Chriſto , Senhor do Morgado

de Mutella ; e tivera ) os filhos ſeguintes : = 15 D.


ALVARO , e D.FRANCISCO DA COSTA , que morre

rað ſem eſtado. = 15 D. Joað da Costa , que

ſuccedeo nos Morgados da ſua Caſa , foy Commen


dador na Ordem de Chriſto ; fervio nas Armadas da

Guarda Coſta no tempo delRey D. Joao IV . , foy


Capitao de Infantaria , e morreo ſem caſar. Teve
E
illegitimos = 16 FR . JOAõ Da Costa , Frade do

Carmo , e a D. ANTONIA , Freira em Santa Clara de


Coimbra . - D. Luiz Da Costa , com quem
15
fe continúa. E 15 D. MARIA DE MENDOÇA , que

caſou com Dom Pedro Jofeph de Mello , adiante. =


no Mof
15 D. FILIPPA , e D. JOANNA, Religioſas
teiro de Santa Clara de Coimbra . 15 D. LUIZ

. Da Costa foy Commendador na Ordem de Chrif


I
to ; por morte de ſeus irmãos ſuccedeo nos Morga
21
dos da ſua Caſa : ſervio na guerra contra Caftella até
que ſe fez a paz ; foy Tenente General da Cavallaria

da Provincia de Alentejo , e ſe achou em glorioſas ac

P ções , em que ſe diſtinguio , como refere o Conde da


Ericeira Dom Luiz de Menezes no II . Tomo do ſeu
!
Portugal Reſtaurado. No anno de 1681 foy hum
dos Vereadores do Senado da Camera , no tempo que

o forao peſſoas de qualidade , e merecimentos. Fa

leceo a 5 de Dezembro do referido anno , havendo

caſado com D. Maria de Noronlia , filha herdeira de

D. Pedro da Coſta , Commendador de S. Vicente da


Tom . XI. Beira
Q999
a gica
728 Hiſtori Genealo

Beira na Ordem de Aviz , Armeiro môr delRey D.

Joað IV . e de ſua mulher D. Violante de Noronha,

Dama da Rainha D. Luiza , filha de D. Franciſco de

Noronha , hum dos Acclamadores do Senhor Rey

D. Joað IV . Senhor do Morgado inſtituido por ſeu

tio D. Henrique de Noronha para os filhos ſegundos


daquella Caſa , que faleceo à 28 de Fevereiro de

1668 ; e teve a D. ANTONIO ESTEVAÕ DA COSTA ,

Armeiro môr , de quem fizemos mençað no 6. II.

Capitulo IV . do Livro XII. pag. 442 , e a Dona


VIOLANTE DE NORONHA , que morreo de terra ida

de ; e illegitimos a D. JOANNA , Freira no Paraiſo de

Evora , . LUIZA , Freira na Eſperança de Villa -Vi

çoſa , D. PEDRO , e D. LUIZ DA COSTA , dos quaes


nao ſabemos eſtado .

15 D. MARIA DE MENDOÇA , filha de D. An


tonio da Coſta , e de ſua mulher D. Magdalena de

Mendoça , caſou , como diſſemos, com Dom Pedro

Joſeph de Mello , ( irmaõ de D. Joaõ de Mello , Bif

po de Elvas , e de Viſeu , que tendo regido eſtas Igre

jas como bom Paſtor , foy promovido à de Coimbra,

e foy Conde de Arganil , Prelado muy exemplar ,

grande eſmoler , amado de todo o Reyno pelas ſuas


ſingulares virtudes , que acabou com opinia ) de fair

tidade a 28 de Junho de 1704 ) foy Governador , e


Capitað General do Maranhao ; e deſta unia ) naſce

rað os filhos ſeguintes: = 16 D.JORGE DE MELLO ,

que moreo na batalha de Montes- Claros . = 16 D.

ANTONIO JOSEPH DE MELLÓ , que ſuccedeo na Ca


fa ;
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 729

fa ; e da ſua ſucceſfað tratámos no Livro XII. Capi

tulo IV . 8. II . deſte Tomo . = 16 D. Luiz De MEL

Lo , Commendador na Ordem de Malta , que foy na


guerra Governador de Evora . E teve baſtardo em
1
Maria Arnau = 17 a D. CHRISTOVAÕ DE MEL
$ LO , que foy ſervir à India , o que fez con tanta

diſtincçað , e occupou os mayores poſtos do Eſtado,

e foy Védor da Fazenda , e Governador do Eſtado ,

onde caſou com D. Lucrecia Paſcoella de Mendoça,

filha de Dom Joao Chryſoſtomo de Caſtro , e de fua

mulher D. Luiza Franciſca de Mendoça , natural de

Baçaim , de quem teve hum filho , e huma filha : 5

18 D. JOAO JOSEPH DE MELLO , adiante , = 18 .

8 a D. JOANNA DE MELLO E MENDOÇA , que caſou.


com D. Lourenço de Noronha , filho dos IV . Con

1 des dos Arcos D. Marcos de Noronha , e D. Maria

d Joſefa de Tavora , filha dos primeiros Marquezes de

Tavora , de quem teve D. N. . + 18 D.


TO
Joao JOSEPH DE MELLO , Comniendador da Or

? dem de Chriſto , caſou com D, Ignacia Leonor de


Vilhena , filha do General D. Franciſco de Sottoma
ļ
yor , e de ſua mulher D. Maria Telles de Menezes ,
filha de Manoel de Souſa de Mello , de quem tem =
i
19 D. CHRISTOVAO de MELLO , D. FRANCISCO

DE MELLO , e D. N , 16 D. JOSEPH DE

MELLO , que ſeguio a vida Eccleſiaſtica , e foy Co

nego na Cathedral de Coimbra , e Deputado da Junta


dos Tres Eſtados. * 16 D. FRANCISCO DE Mel

LO , adiante . = 16 D.JOAV DE MELLO , fem eſtado,


Tom . XI. Q999 ii D.
730 Hiſtoria Genealogica

16 D. FRANCISCO DE MELLO foy deſtinado


para a Religiao de Malta , cujo habito teve ; e de

pois de eſtar algum tempo no ſerviço da Religia ) , a


largou , e caſou com D. Joanna de Abreu e Mello ,

fillia herdeira de Joao de Abreu e Mello , e de ſua

mulher D. Maria Brandoa , de quem teve os filhos

ſeguintes: = 17 D. MARIA JOSEFA DE MENDO

ÇA , que naſceo a 9 de Janeiro de 1677 , Religioſa de

S. Bernardo no Moſteiro de Lorvaū , de que foy Ab

badeſſa . = 17 D. JOSEFA DE MENDOÇA naſceo a

5 de Novembro de 1680 , Freira no Sacramento de

Lisboa , da Ordem de S. Domingos, e ſe chama Sor

Maria Magarida. = 17 D. MARIANNA JOSEFA DE


MENDOÇA naſceo a 11 de Dezembro de 1681 , re

colhida no Moſteiro de Lorvað , onde faleceo. =

17 D. JOAO DE MELLO , adiante . = 17 D. Lui

ZA DE MENDOÇA naſceo a 17 de Julho de 1686 , que

caſou com Antonio de Albuquerque Coelho de Car


valho , Commendador de Santa Maria de Cea , e de

Villa-Cova na Orden de Chriſto , e do Couto de

Outil , Alcaide môr de Sines , Donatario das Ca

pitanías de Santo Antonio de Alcantara , de Santa

Cruz de Camuta com cincoenta legoas de Coſta , ca

da huma no Eſtado do Maranhao , de que foy Go

vernador , e Capitað General , e depois das Minas

Geraes , e ultimamente do Reyno de Angola , on

de faleceo no anno de 1725 , de quem naſceo unico


= 18 FRANCISCO DE ALBUQUERQUE COELHO DE

CARVALHO , que foy ſeu ſucceſſor , e caſou com D.


Thereſa
-
1

da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 731

0 Thereſa de Lencaſtre , como eſcrevemos a pag. 634


de do Tomo X. = 17 D. JOA7 DF MELLO E ABREU
2
naſceo a 20 de Janeiro de 1685 , ſuccedeo nos Mor

gados de ſua māy . Caſou a 6 de Agoſto de 1702


112 com D. Iſabel Bernarda de Vaſconcellos , que faleceo

OS
a 20 de Janeiro de 1741 , filha herdeira de Miguel
0 Soares de Vafconcellos , como diſſemos no Capitulo

V. deſte Livro ; e deſte matrinionio naſceraõ os fi

ab llos ſeguintes: = 18 D. FRANCISCO naſceo em Ou

D2 tubro de 1703 , e faleceo logo. = 18 D. JOANNA


BERNARDA DE VASCONCELLOS nafceo a 10 de Se

Sa tembro de 1705 , que ſendo Moça do Coro do Mof

DE teiro da Encarnaçao , paſſou para o do Sacramento

16 de Lisboa , e ſe chama Joanna de Jeſu. = 18 D.

JERONYMA naſceo a 30 de Setembro de 1706 , e nior

11 reo a 3 de Setembro de 1716. = 18 D. FRANCISCO

"ue naſceo a 19 de Oritubro de 1707 , e morreo de tres


aimos . 18 D.MIGUEL DE MELLO ABREU SOA
ar
RES DE VASCONCELLOS raſceo a 20 de Setembro de
de
1709 , Senhor dos Morgados de ſua mãy. Caſou a
4 de Outubro de 1744 com ſua prima ſegunda Dona

Marianna Joſefa de Bourbon , Dama da Rainha D.

Maria Anna de Auſtria , filha de D. Pedro Joſeph

de Mello , Védor que foy da Caſa da meſma Rai


nha ; e de D. Maria Antonia de Bourbon , de quem
5
fizemos mençaõ a pag. 858 do Tomo X. = 18 D.

Joseph DE MELLO , que naſceo a 26 de Dezembro


de 1711 , e morreo a 22 de Abril de 1712. = 18 D.

MAGDALENA LUIZA DE VASCONCELLOS naſceo a 5


de
732 Hiſtoria Genealogica

de Julho de 1713 , Moça do Coro da Encarnaçaõ de


Lisboa. = 18 D. PEDRO , que naſceo a 15 de Agoſ.

to de 1714 , faleceo em 1736. = 18 D. Luiza naf

ceo no primeiro de Novembro de 1714 , morreo em


1718. = 18 D. AnnA naſceo a 23 de Julho de 1716 ,
com tres mezes faleceo . 18 D. ANTONIO DE MEL

LO naſceo a 18 de Mayo de 1718 , Monge de Ciſter ,


morreo em Setembro de 1741. = 18 D.MARIA nal

ceo a 20 de Janeiro de 1720 , morreo em 1725. =

18 D. BERNARDO JOSEPH DE MELLO naſceo a 28

de Abril de 1721 ; eſtuda em a Univerſidade de Co

imbra . = 18 D. Joað naſceo a 2 de Novembro de


1723 , faleceo em 1731. = 18 D. VIOLANTE DE
MELLO naſceo a 26 de Dezembro de 1724 , Moça

do Coro da Encarnaçaõ de Lisboa .

13 D. ANNA DE EÇA , filha ſegunda de Dom


Fernando de Eça , e de ſua mulher D. Guiomar Pa

checo . Caſou com D. Ayres Correa , filho quinto de

Sima) Correa , Capitað de Azamor , Eſtribeiro môr


da Infanta D. Brites , Duqueza de Saboya , a quem

acompanhou com eſte cargo à ſua Corte , e lá foy

Conde de Lins ; e de ſua mulher D. Thereſa de Bri

to , filha de Ruy Caſco . Acompanhou a Infanta a

Saboya D. Ayres , e foy feu Pagem : era Cavalleiro

de Malta ; porém annullou a profiſſað , eo Papa acei


tou as ſuas eſcuſas ; e deſte matrimonio naſcera ) =

14 PEDRO ALVARES CORREA , que ſervindo em

Tangere hunia Commenda , fay morto pelos Mou


*
ros .
14 D. SIMAO DE EÇA , adiante . = 14 D.
MARIA

1
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 733

MARIA DE Eça , que caſou com Chriſtovao Falcao

de Souſa , Commendador de Noſſa Senhora dos Ca

faes na Ordem de Chriſto , e Governador da Ilha da

Madeira , de quem nað teve ſucceſfað , e foy ſya fe


gunda mulher . = 14 D. SIMA) DE Eça , foy Com

mendador de Santa Martha , junto a Villa-Real , da

Ordem de Chriſto. Caſou com D. Maria da Sylva ,

filha de Manoel Drago da Sylva , e de ſua mulher D.

Leonor de Sampayo ; e tivera ) os filhos ſeguintes:


= 15 D. MANOEL DE Eça , a quem nað ſey eſta
do . = 15. D. ANTONIO DE Eça , que foy. Monge

de S. Bernardo. = 15 D. PEDRO DE Eça , a quem


tambem nao ſabemos eſtado. = 15 D. LEONOR , e

D. Anna de Eça , Freiras no Moſteiro de Santa An

na da Villa de Vianna . = 15 D. MARIA , D. GUIO

1 MAR , D. IGNEZ , e D. FRANCISCA , que nað tiverað


eſtado .
1

$. II.

12 D. FRANCISCO DE Eça , filho terceiro de

D. Pedro de Eça , Alcaide môr de Moura , caſou

com Dona Maria de Ataide , filha de Jorge Barreto ,


Commendador de Caſtro - Verde na Ordem de San

tiago , e de ſua mulher D. Joanna da Sylva , filha de

Fernaõ de Albuquerque , Senhor de Villa - Verde , a

qual ficando viuva , caſou ſegunda vez com D. Al

varo de Lima ; e de ſeu primeiro marido teve os fi

lhos ſeguintes: = 13 D. PEDRO paſlou a Emmenta da Caſa de


DE Eça
India do anno de 1938
ſervir à India no anno de 1538 com o Vice-Rey D. pag.136 .
Garcia
734 Hiſtoria Genealogica

Garcia de Noronha , e levava de moradia de Fidalgo

Eſcudeiro quatro mil e quatrocentos reis , ſendo Go-:

vernador o grande D. Joað de Caſtro . No anno de

Decada 6.liv. 6.cap.4. 1548 era Capitao de hum Navio da Armada , que

mandava D. Alvaro de Caſtro , filho do Governador,


quando foy a Adem . Depois já ſendo Governador
Decada 7. liv.3. cap.9. Franciſco Barreto , quando paſſou ao Norte , o acon

panhou com hum Navio à ſua cuſta no anno de 1556.

ElRey D. Joað III. lhe deu a Capitanía das Naos ,


que vaõ de Goa para Banda . Nað caſou , e faleceo

na India . 13 D. JORGE DE Eça , com quem

ſe continúa . = 13 D. RODRIGO DE Eça , foy Re

ligioſo Carmelita, e Meſtre em Theologia, como re


fere Affonſo de Torres. = 13 D. ANTONIO DE EÇA ,

ſervio na India , e morreo cativo em poder dos Mou


ros em Adem . = 13 D. JOANNA DE Eça caſou

com Eſtevaõ de Eſparragoſa e Souſa , e tivera ) =


14 CHRISTOVA ) DE ESPARRAGOSA , que paſſando à

India , morreo valeroſamente no cerco de Chaul , no

tempo de D. Luiz de Ataide . = 14 JORGE DE Sou

SA DE Eça , Commendador da Ordem de Chriſto ,

que morreo ſem deixar geraçað legitima , e teve =

15 D. JOANNA DE SOUSA , que caſou com Luiz de


Goes de Aragað , Deſembargador dos Aggravos,

e tivera) = 16 D. BRANCA De Eça caſou com

Henrique de Menezes da Sylveira , fem ſucceſſao. =

14 D. CATHARINA DE Eça caſou com Manoel Bar

reto Rolim , que no anno de 1605 paſſou à India por

Capitað de huma Nao , e voltando , ſe perdeo na bar


ra
da Caſa Real Portug. Liv. XIII . 735

ra de Lisboa , defronte de S. Giao ; e eſcapando com

vida , tornou à India por Capitaõ de outra Nao , e

morreo na viagem ; e tiverað os filhos ſeguintes : =



15 Ruy BARRETO , adiante . = 15 JORGE BAR
RETO caſou em Béja com D.Jeronyma de Brito , fi

lha de Joað Bocarro , ſem ſucceſſað. = 15 D. ISA


BEL , D. VICENCIA , e D. GUIOMAR , Freiras em

Coz , da Ordem de S. Bernardo , onde a primeira

foy Abbadeſſa , e outras em Santa Clara de Béja. =


*
1 15 Ruy BARRETO Rolim , ſervio na India , e de

pois na reſtauraçaõ da Bahia ; foy Conimendador de


1
Caſtro Laboreiro , e caſou com Dona Catharina , de

quem naſceo = 16 MANOEL BARRETO Rolim ,

ſem geraçað , e D. IGNEZ DE Eça , mulher de Je

ronymo da Sylveira , e depois de Martim Soares Tei


lo
xeira , de quem teve = 17 FRANCISCO SOARES DE

ESPARRAGOSA , que viveo na India . = 14 D. ISA

BEL DE Eça , Abbadeſſa do Moſteiro de Coz , da

Ordem de S. Bernardo , = 14 e D. ANNA DE EÇA ,

que foy a ultima filha de Eſtevaõ de Eſparragoſa ,

eſteve deſpoſada com D. Joao de Souſa.


13 D. JORGE de Eça paſſou à India em com- Decada6,liv.10. cap.
8.
panhia de ſeu irmao D. Pedro no anno de 1538 , e
nelle ſe verificou a viagem de Banda , de
que ElRey

tinha feito merce a ſeu irmao , que elle foy fazer ,


no anno
ſendo Vice -Rey D. Pedro Maſcarenhas >

de 1554 , tendo já paſſado a Maluco por Capitað da Decada 7.liv.I. cap.7 .


liv.5. cap .3 .
viagem no anno de 1542 : ficou ſervindo depois de

Capitað mór do mar de Maluco , ſendo Capitað da


Tom . XI . Rrrr Forta
736 Hiſtoria Genealogica

Chronica delRey Dom Fortaleza D. Duarte de Eça , a quem a Nobreza , e

I 26 . 111. part. 4.capo povo , pelas ſuas


zoa deſordens , tirava o governo , eo

dava a D. Jorge , que o nað quiz aceitar. Sobre o


feu caſamento fallað com variedade os Nobiliarios :

porém Affonſo de Torres affirma , que caſara com

D. Antonia de Menezes , filha de Bernardim da Syl

va , Amo delR.ey D. Joað III . que creara ao Infan


te D. Antonio , de quem teve = 14 D. PAULO DE

Eça , que ſervio na India , e lá caſara com huma en


teada de ſua madraſta , ſem ſucceſlao . = 14 D. JE

RONYMA de Menezes , que nað teve eſtado. =

14 D. BERNARDA , a quem outros chama) D. Guio


mar de Eça , mulher de Bento de Lemos ; e depois
de Manoel de Miranda na India , como affirma Tor

res . Caſou ſegunda vez com D. Iſabel Lamprea , fi


Torres Nobiliario em
lha de Pedro Lamprea , a quem Affonſo de Torres
uiulo de Egaso
dá os filhos ſeguintes : ( Diogo Gomes de Figueire

do nað lhe dá mais , que huma filha da dita Ď. Iſa;

bel, que nao tem por ſua mulher , o que ſeguem ou


tros Nobiliarios) D. ISABEL LAMPREA caſada com
Fernao Peres de Andrade . 14 D. FRANCISCO DE

Eça naſceo na India , onde fervio com reputaçað ;

no anno de 1584 foy Capitað da Armada , em que o

Vice -Rey D. Franciſco Maſcarenhas , Conde de Or

ta , foy ao Norte. No anno de 1599 , fendo Vice

Rey o Conde Almirante , fez Dom Franciſco huma

viagem à China ; depois foy deſpachado com a Ca.

pitanía de Damað , e em quanto nað entrafſe nella ,

com o Forte de Gaſpar Dias, na Illia de Goa. Ca


fou

1
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 737
e
fou com Dona Joanna de Menezes , filha de D. Pe
20
dro de Menezes a quem chamarao o Ruivo ; era

viuva de Gaſpar Velho , de quem nað teve filhos . =


S:
14 D. Antonia , que caſou com Jorge da Sylva na
12
India .

. III.
DE

en
12 D. Joað DE EÇA , filho illegitimo de Dom
E
Pedro de Eça , fervio alguns annos em Africa , ſen

do Fronteiro em Tangere ; no anno de 1518 vencia


110
de moradia de Fidalgo Cavalleiro dous mil quinhen
ok
tos e trinta e quatro reis . Paſſou à India no anno de
0% 1512 por Capitaõ de huma Nao da Armada , de que
f era Capitað môr Jorge de Mello Pereira , e lá ſer
TE vio com diſtincçaõ em tempo de Affonſo de Albu
ITC querque , com quem ſe achou na tomada do Caſtel

la lo de Beneſtarim , e aſfalto da Cidade de Adem no


Eſtreito ; e ſendo Capitao de hum Navio , ſalvou

OM com muita diligencia na Ilha do Camara ) a Affonſo


25 de Albuquerque , que nelle ſe perdía . No anno de

1515 foy Capitaõ de Goa , e acabado o ſeu tempo ,


o voltou para o Reyno com D. Garcia de Noronha ;

e no de 1535 tornou à India deſpachado para a Forta

leza de Goa , em companhia do meſmo D. Garcia ,

? quando foy por Vice-Rey ; e em quanto nað entraf


fe , venceffe duzentos mil reis de entertenimento ; e

juntamente o fez ElRey D. Joað III . do ſeu Conſe

lho : e quando o meſmo Vice -Rey paſſou ao Norte .


Tom . XI . Rrir ü a fa .
ica
738 Historia Genealog

a fazer a paz com o Çamorim , o acompanhou , ſen


do Capitao de huma Nao da Armada ; e no anno de

1541 voltou ao Reyno por Capitað môr. Caſou


com D. Mecia Mecejana , filha de Affonſo Mendes

Mecejana , hum Cavalleiro de Tangere ; e teve eſtes


filhos : =
13 D. BERNARDO DE Eça , adiante.
= 13 D. FILIPPA DE EÇA. = 13 D. JOANNA DE

Eça caſou com Joao Pereira de Antas , Embaixador


em França , ſem fucceſfað . E teve illegitimos. =

13 D. Affonso DE Eça , que paſſou à India no an

to no de 1537. = 13 D. ANTONIO DE Eça , que no

anno de 1535 paſſou a ſervir à India , ſendo Capitað


Fmmenta da Caſa da môr Fernao Peres de Andrade , levando de moradia

Indizdoanno de 1535 de Fidalgo Eſcudeiro dous milduzentos e ſeſſenta e

cinco reis ; e voltando ao Reyno , tornou ſegunda

vez à India com o Grande D. Joao de Caſtro , Go


vernador do Eſtado , a quem acompanhou no ſoccor

ro de Dio , ſendo Capitao de hum Navio da Arma


da . Nao caſou .

13 D. BERNARDO DE Eça teve huma Com


menda na Ordem de Chriſto , de lhe fez merce
que
ElRey D. Sebaſtia ) no anno de 1562. Caſou duas

vezes , a primeira com D. Aldonça de Eça ſua pri


ma , filha de Chriſtovao Moniz , Commendador de
Panojas , e de fua mulher Dona Iſabel de Eça ; e
co

teve os filhos ſeguintes : = 14 D. JOAV de Eça ,

que paſſou a ſervir à India , o que fez com tanta dif

tincçað , até que os Mouros o matarað no aſſalto de

Mangalor no anno de 1568 , acompanhando ao Vice

Rey
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 739

Rey Dom Antao de Noronha. Havia caſado , no

anno em que paſſou à India , com Dona Elena da


PL
Coſta , filha de Salvador Correa da Sylva , e de D.
es
Violante da Coſta , que depois caſou com o Chro

niſta môr do Reyno Franciſco de Andrade ; porém


2. = 14 D. ALDONÇA , e D.
nað tiveraõ ſucceſſað .

CATHARINA , Freiras em Lorvað , da Ordem de S.


11
Bernardo. Caſou ſegunda vez Dom Bernardo de
Eça com D. Violante da Coſta , que havia ſido ca
LI ſada com Salvador Correa da Sylva , e era filha de
10 Gomes da Coſta , e de ſua mulher D. Leonor Ca

mella , que alguns dizem ſer irmaõ de D.Alvaro da

12 Coſta , de quem nað teve ſucceſſao.

ae

ada
Ø. IV .
JO
12
OP D. JORGE DE Eça , filho illegitimo de D.
a: Pedro de Eça , caſou com D. Iſabel de Almada , fi

lha de Fernað Rodrigues de Almada , hum dos pri


meiros Capitaens da Conquiſta da India , e de Catha

12 rina Carreira de Almada ſua mulher ; e tivera ) eſtes


filhos: =
is 13 D. FERNANDO DE EÇA , adiante .

= 13 D. PEDRO DE Eça ſervio na India alguns an

2 nos , e faleceo ſem eſtado. = 13 D. TRISTAG DE


Emmenta da Caſa da
Eça paſſou no anno de 1538 à India com o Vice- India do annode 1538

Rey D. Garcia de Noronha , e levava moradia de pag.136.


1
Moço Fidalgo . Havia ſido caſado com D. Cecilia

Cardiga , filha de Jorge Cardiga , homem honrado de

Almada, de quem nao teve filhos. = 13. D.CHRIS

TOVAO
740 Hiſtoria Genealogica

TOVAV DE Eça , que nað teve eſtado. 13 D.

CATHARINA , e D. LEONOR , Religioſas em Lorvaõ,


da Ordem de S. Bernardo.

13 D. FERNARDO DE Eça paſſou por cauſa de


hum omiſio à India no anno de 1537 com Diogo

Lopes de Souſa , e voltando ao Reyno , foy Trin


chante do Infante Cardeal D. Affonſo . Caſou com

D. Leonor de Guſmað , filha de Joaõ de Teive , da


Ilha Terceira , e de D. Brites de Horta ſua mulher,

e tivera ) = 14 a D. Maria de Eça , primeira mu

lher de Joao Rodrigues Peſfanha , Capitað da Mina,


e nað tivera) ſucceſlao , = 14 e a D.N.
1

5. V.

I2 D. CATHARINA DA GUERRA , ultima filha

de Dom Pedro de Eça , caſou com Alvaro de Car

valho , Senhor do Morgado de Carvalho , e Capitað

de Alcacer Ceguer , e teve os filhos ſeguintes : =

13 PEDRO ALVARES DE CARVALHO , com quem

ſe continúa . = 13 FRANCISCO Carvalho , D10

GO SOARES , FRANCISCO SOARES , e Joao SOARES,

que todos morrerað ſem eſtado . = * 13 D. FRAN

CISCA DA GUERRA , que foy primeira mulher de D.


Franciſco Pereira , adiante . = 13 D. IGNEZ DA
in
GUERRA caſou com Chriſtovao de Mello , Senhor
de Poyolide , de quem logo trataremos . = 13 D.

BRIOLANJA , que nað teve eſtado. 1


* 13
13 D. FRANCISCA DA GUERRA caſou com D.
Fran
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 741

Franciſco Pereira , Commendador do Pinheiro , El

crivað da Puridade , e Védor da Fazenda do Infante

D. Luiz , foy Embaixador a Caſtella , e a Flandres ,

Fidalgo em quem concorreraõ boas partes ; porque


0
foy prudente , entendido , como moſtrou na pratica ,
2
que fez a El Rey D. Henrique da parte do Senhor D.
11 Antonio ſobre a ſucceſſa ) do Reyno ; e tivera) os

filhos ſeguintes: = 14 D. Joao PEREIRA , com


: quem ſe continúa . 14. D. ANNA DA GUERRA ,

Dama da Rainha D. Catharina , caſou com Pedro

Lopes de Souſa , Senhor de Alcoentre , e Tagarro ,

Alcaide môr de Rio Mayor , Donatario das Capita

nías de Santa Anna , e S. Vicente , no Eſtado do Bra

fil , Embaixador delRey D. Sebaſtia ) em Caſtella , e

coni elle morreo na batalha de Alcacere no anno de

12 1578 ; e da ſua illuſtre poſteridade ſe tratará no Livro


XIV . deſta Obra .
El

ad 14 D. Joao PEREIRA foy Commendador do


Pinheiro , e Embaixador a Caſtella , com tres mil cru

zados de ordenado : morreo no anno de 1578 na infe


1 Jornada de Africa ,
lice batalha de Alcacere . Caſou com D. Guiomar cap. 6. pag. 443 ,
Here
de Caſtro , filha de D. Pedro de Noronha , Senhor de

Villa-Verde , que por ſua morte caſou com Antonio


de Saldanha , e de ſua mulher D. Anna de Caſtro ; e
i
tivera ) os filhos feguintes: = 15 D. FRANCISCO PE

REIRA , que caſou com D. Mecia de Noronha , e

a ſua poſteridade deixamos eſcrita a pag. 223 do Toa


mo IX . * 15 D. HENRIQUE PEREIRA , adian

te. 15 D. MARGARIDA , Freira em Santa Clara


--

de
742 Hiſtoria Genealogica

de Santarem , e D. MARIA DE CASTRO em Santa


*
Martha de Lisboa . 15 D. Henrique Pereira ,
que foy o filho ſegundo de D. Joao Pereira , Com

mendador do Pinheiro , caſou com D. Joanna Xime


nes de Aragað , filha de Thomas Ximenes de Ara

gað , e de ſua mulher Thereſa de Elvas , e tiveraã

os filhos ſeguintes : = 16 D. MANOEL PEREIRA ,


que caſou com D. Joanna Coutinho ; e a ſua ſucceſ

ſað fica referida no 2. III. Capitulo VIII. deſte Li

vro . = 16 D. JOAO PEREIRA, que matara ) em Lil


boa , e nao teve ſucceſſao . = 16 D. Luiz PEREI
RA , que morreo menino . = 16 D. GUIOMAR , e

D. MARIA , Religioſas no Moſteiro da Esperança de


Lisboa .

13 D. IGNEZ DA GUERRA , filha de D. Catha

rina da Guerra , e de Alvaro de Carvalho , Senhor

do Morgado de Carvalho , caſou com Chriſtovaõ de

Mello , Senhor de Povolide ; e tivera) os filhos ſe:

guintes : = 14 DUARTE DE MELLO , adiante . =

14 FELICIANO DA Sylva , ſeguio a vida Eccleſial


tica , foy Abbade de Povolide , e de Trancoſo.

14 ALVARO DE CARVALHO , que morreo hindo ſer

vir a Mazagað . = 14 PEDRO LOURENÇO DE MEL


Lo , que morreo de huma balla , ſervindo na dita Pra

ça . = 14 NUNO DE MELLO , que tambem ſervin

do na India foy morto . = 14 ANTONIO DE MEL


Lo , morto pelos Mouros , eſtando ſervindo na Pra

ça de Mazagao ; e de todos eſtes irmãos nenhum ca

fou , nem deixou ſucceſſa ) , 14 e D. MARIA DA.


GUERRA
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 743

GUERRA caſou com Franciſco de Barros de Paiva ,


2
filho de Joao de Barros de Azevedo , Contador môr

do Reyno , e de ſua legunda mulher Filippa de Pai

va , filha de Gil Eannes de Magalhaens, a quem chil

marað o Cavalleiro , por dizerem o fora da Jarretie.


re em Inglaterra , e outros affirmað o fora do Tofað :

porém nos Catalogos , que correm dos Cavalleiros das

referidas Ordens, nað o achamos ; he certo , que foy

elle hum Cavalleiro dos benemeritos daquelle teni

po , e Embaixador duas vezes ao Emperador Maxi


1 miliano ; e de ſua mulher Iſabel de Paiva . Servio

l Franciſco de Barros na India , foy Commendador da


Orden de Chriſto , Contador môr do Reyno , e Ca

pitao da Mina , onde morreo. Acompanhou à Ale

7 manha no anno de 1540 ao Embaixador D. Gil Eau

nes da Coſta ſeu primo , com quem voltou deſavindo,

por em hum banquete lhe preferirem outros Caval

leiros nos lugares da meſa ; e teve os filhos ſeguintes :

= 15 Joað DE BARROS , que morreo na batalha de


Alcacere no anno de 1578. = 15 Joao de BAR
ROS DA SYLVA , foy Commendador da Ordem de

Chriſto , viveo fóra da Corte em huma Quinta fua


em Pontevel . Caſou com D. Maria de Menezes, fi

Hia de D. Franciſco de Souſa , Conimendador de Bor


ba da Montanha na Ordem de Chriſto , Capitao da

Guarda dos Reys D. Henrique , e D. Filippe II .; e de


D. Luiza de Menezes ſua mulher , e tivera ) , entre

outros filhos , que morrera ) , = 16 FRANCISCO DE


BARROS DA SYLVA , que caſou com D. Catharina
Tom . XI. Ssss Lobo
744 Hiſtoria Genealogica

Lobo , filha de Antonio de Souſa Lobo , e teve , entre

outros filhos , dos quaes nað houve ſucceſfa ) , =


16 JORGE DE BARROS DA SYLVA , que morreo mo

ço , havendo ſido caſado com D. Branca da Sylva ,


filha de Jeronymo Rodrigues Solis , e de D. Elena da

Sylva , e tiverað os filhos ſeguintes, dos quaes nað


ſabemos ſucceſfað : = 17 DINIZ DE BARROS DA
Sylva . = 17 D. FILIPPA DA Sylva , e D. ISABEL
De BARROS .

15 DUARTE DE MELLO , filho de D. Ignez da

Guerra , e de Chriſtovao de'Mello , foy Senhor de


Povolide ; morreo na batalha de Alcacere no anno de

1578. Caſou com D. Margarida de Mendoca , filha


de Dom Duarte da Coſta , Armador môr delRey ,
Commendador de S. Vicente da Beira na Ordem de

Aviz , Governador, e Capitað General do Eſtado do


Braſil , e Preſidente do Senado da Camera de Lisboa ;

e de Dona Maria de Mendoça , filha de Franciſco de


Mendoça , Alcaide môr de Mourað , irmao da Du

queza de Bragança D.Joanna de Mendoça ; e tiverað

os filhos ſeguintes : = 16 D. IGNEZ DE MELLO ,

que foy herdeira , com quem ſe continúa. = * 16 D.


LUIZA DA SYLVA , adiante . = 16 D. MARIA DE

MENDOÇA , Religioſa no Moſteiro de Lorva ) , da


Ordem de Ciſter. 16 D. IGNEZ DE MELLO ,

Senhora de Povolide , e herdeira da mais Caſa de ſeu

pay , caſou com Sima ) da Cunha, Senhor dos Mor

gados de Atouguia , e Goes, e pelo ſeu caſamento

Senhor de Povolide ; e tivera ) os filhos ſeguintes :

17
da Caſa Real Portug. Liv. XIȚI. 745

17 Tristað DA CUNHA , com quem ſe continúa.


= 17 Duarte De Mello , que morreo moço , ſem

eſtado . = 17 D. MARGARIDA DE MELLO caſou

com D. Simao de Caſtro , Senhor de Reriz , Bem


viver , e Rezende , e outras terras , de quem foy ſe

gunda mulher; e tiveraõ = 18 a D. PEDRO De Cas

TRO , que foy Clerigo , e Prior de Cheleiros , e a D.

FILIPPA DE CASTRO , que morreo na flor da idade.

17 TRISTA DA Cunha foy Senhor de Povolide,


1 e Commendador de S. Coſme de Gundar na Ordem

2 de Chriſto . Caſou com D. Antonia de Vaſconcellos,

fillia herdeira de Damiaõ de Aguiar Ribeiro , do Con


1
ſelho delRey , Deſembargador do Paço , e Chanceller
môr do Reyno , Commendador na Ordem de Chrif

to , Alcaide môr do Cadaval, filho de Joao de Aguiar,

e de ſua mulher D. Antonia Ribeiro , filla de Gon

çalo Ribeiro , e neta deGonçalo Ribeiro , Senhor de

Villarinho ; e Damiaõ de Aguiar era neto de Pedro


. Fernandes de Aguiar , que viveo em tempo delRey

0á D. Joao II . e acompanhou ao Senhor D. Alvaro , ira

maõ do Duque de Bragança D. Fernando , II. do no

me , quando fahio do Reyno ; e voltando depois a elle,

foy com os primeiros Portuguezes ao deſcobrimento


da India , tendo ſido caſado com D. Maria da Grãa ;

o qual Pedro Fernandes de Aguiar era fillio de Joað

Fernandes de Aguiar , e de Dona Iria Gonçalves de

Aboim ſua mulher , o qual era filho de Roberto Fer

nandes de Aguiar , que viveo junto aos Arcos de Val

devez em huma nobre Quinta com a ſua Torre , de


Tom . XI Ssss ii
que
ia ogica
746 Hiſtor Geneal

que ainda durað as ruinas , que herdara de ſeu pay,

e foy caſado com Dona Thereſa Calheiros ; o qual

foy filho de Joað Fernandes de Aguiar Sortomayor ,

que de Galliza paſſou a Portugal em tempo del Rey


Dom Fernando , e ſe eſtabeleceo junto aos Arcos de

Valdevez , e foy caſado com D. Conſtança Eannes

de Moſcoſo . Foy Damiaõ de Aguiar hum dos Va

roens grandes do ſeu tempo por letras , e prudencia,

a que ajuntava conhecida nobreza em ſeus progenitc


res .
Morreo a 27 de Julho de 1618 , havendo ſido
caſado com D. Franciſca de Mendoça e Vaſconcel

los , que faleceo a 21 de Setembro de 1650 , e jazem

em Santo Antonio dos Capuchos de Lisboa ; e era fi


Jlia herdeira de Manoel Mendes de Vaſconcellos, Se

nhor do Morgado das Vidigueiras , deſcendente por


varonia da antiga , e illuſtre familia de Vaſconcellos ;
e de ſua mulher D. Catharina de Mendoça ‫ ;ܪ‬e tive

rað os filhos ſeguintes: = 18 LUIZ DA CUNHA DE

ATAIDE , Senhor de Povolide , que caſou com D.


Guiomar de Lencaſtre , e a ſua illuſtre poſteridade

eſcrevemos no Livro XI . Capitulo XIV . deſte Tomo.


18 Nuno DA CUNHA DE ATAIDE , que foy Con

de de Pontevel pelo ſeu caſamento ; ſervio na guerra

da Acclamaçað , foy Preſidente do Senado da Čame

ra de Lisboa , e da Junta do Commercio , do Conſe

lho de Guerra , Eſtribeiro môr da Infanta D. Iſabel,

e Enbaixador para conduzir de França a Portugal a


Rainha da Grãa Bretanha D. Catharina. Caſou com

D. Elvira de Mendoca , Condeſſa de Pontevel, Da


ma
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 747

ma da Rainha D. Luiza , e da Rainha da Grãa Bre

tanha , a quem acompanhou a Inglaterra ; e ficando

viuva , fundou a Igreja de Noſſa Senhora da Encarna

çaõ de Lisboa , que dotou pia , e generoſamente. =


18 D. FRANCISCA LUIZA de VASCONCELLOS ,

adiante . = 18 Fr. MANOEL DA CUNHA , Religioſo

Trino . = 18 FR . PEDRO DA CUNHA , Religioſo

da meſma Religiao , de que foy Provincial : faleceo

a 16 de Novembro de 1725. = 18 D. ISABEL DE


MENEZES , Freira na Encarnaçaõ de Lisboa , da Or

dem de S. Bento de Aviz , de que foy Commendadei

ra. = 18 E outras , que forað Religioſas , duas ein


Santa Martha , e outra na Madre de Deos de Lisboa .

* 18 D. FRANCISCA LUIZA DE VASCONCELLOS

1 E MENDOÇA caſou com D. Manoel Chil de Rolim ,

XV . Senhor de Azambuja , e Montargil , e tiverað

8 a D. FRANCISCO Rolim de MOURA , que foy XVI.

1 Senhor da Azambuja , e Senhor da Caſa de ſeu pay :

2. morreo moço em Janeiro de 1677 , ſem ter caſado ;

e teve natural a D. MANOEL ROLIM DE MOURA ,

que foy Governador do Maranha ) , e Capitað Ge

neral de Mazagað , e de Pernambuco . Faleceo a II


de Julho de 1738 , tendo ſido caſado duas vezes , a

primeira com D. Marianna de Vaſconcellos , filha de

Lourenço Garcez Palla , e de D. Franciſca Maria

Coutinho de Menezes. E a ſegunda vez com D. Ma

ria Antonia Henriques , viuva de Joao Pedro de Sal

danha , Morgado de Oliveira , filha de André Lopes


da Lavre , Donatario da Carvoeira , Secretario do
Conſe.
Historia Genealogica
748

Conſelho Ultramarino , Commendador da Ordem de

Chriſto , e Alcaide nzôr de Serolico , e de ſua mu

lher D. Briolanja Henriques : porém de nenhum def


tes matrimonios teve ſucceſſo. = 19 D. Joao Ro 1

LIM DE MOURA DA SYLVEIRA fuccedeo a feu irmao

na Caſa , e foy XVII . Senhor da Azambuja. Caſou

com D. Antonia Mauricia da Sylva , Dania do Pa


ço , filha de Martim Correa da Sylva , Alcaide môr

de Tavira , Commendador de Pena-Mayor , e de D.


nao
Violante de Albuquerque ſua mulher , de quem

teve ſucceſſão ; elle morreo em Fevereiro de 1718 ;

e o ſeu Morgado paſſou a Nuno de Mendoça , IV .

Conde de Val de Reys , e o Senhorio da Azambuja

a D. Antonio Rolim de Moura , filho terceiro do di

to Conde , que he XVIII . Senhor da Azambuja.


I2 PEDRO ALVARES DE CARVALHO , filho de

D. Catharina da Guerra , e de Alvaro de Carvalho ,


fuccedeo na ſua Caſa , foy Senhor do Morgado de

Carvallio , e Capitaõ de Alcacer Ceguer em Africa.


Caſou com D. Maria de Tavora , filha de D. Marti

nho de Tavora , que foy Capitað de Alcacer Ceguer,


onde os Mouros o matarað , e de D. Iſabel Pereira,

filha de Ruy Dias de Sampayo , Senhor de Ancians,

e Villarinho , e de D. Conſtança Pereira , ſobrinha do


Condeſtavel D. Nuno Alvares Pereira ; e tiverao os

filhos ſeguintes: = 13 ALVARO DE CARVALHO,


com quem ſe continúa. = 13 Gil FERNANDES DE
1
CARVALHO , Commendador na Ordem de Chriſto ,

que ſervio na India com grande reputaçað , e morreo


voltan

!
da Caſa Real Portug. Liv. Xlll. 749

voltando para o Reyno. = 13 BERNARDIM DE

LA CARVALHO , Commendador da Facha na Ordem de

fo Chriſto , Capitað de Tangere no anno de 1554 , on


em
de conſeguio glorioſos ſucceſſos naquella guerra,

LO que he memoravel a derrota do Alcaide Seros , que

U matou com grande parte da ſua gente ; governou dez

como refere o Con- Ericeira ; Hiftoria de


annos com prudencia , e acerto ,
de da Ericeira. Caſou com D.Violante de Mendo- Tangere , liv. 2. pag.
76.
ça , filha de Diogo Lopes de Souſa , Capitao de Dio,
e tivera ) = 14 Diogo LOPES DE CARVALHO ,

Capitað de Mazagao , Commendador da Facha na


Ordem de Chriſto , onde teve outra Commenda .

Morreo eſtando contratado para caſar com huma fi

llia de Triſtao da Cunha . 14 ANDRE ' DE CAR


VALHO , que niorreo na India . = 14 D. ISABEL DE

MENDOÇA , mulher de Gil . Fernandes de Carvalho ,


di i
Senhor de Carvalho . = 14 D. MARIA , e D. BER

NARDINA , Religioſas no Convento de Santa Clara


2
de Lisboa. = 14 ALVARO DE CARVALHO , que foy

Capitaõ de Malaca , onde o matarað os Hollandezes.

14 PEDRO ALVARES DE CARVALHO , ſem er

tado . 13 MARTIM DE TAVORA , e ANDRE DE

CARVALHO , forað Religioſos da Companhia. =


6 13 ANTONIO DE CARVALHO e CHRISTOVAÕ de

CARVALHO , que morrerað ſem deixar geraçao . =

13 D. CONSTANÇA DE Tavora , adiante. = 13 D.

CATHARINA , Freira no Paraiſo de Evora , 13 e 1


i
Rue de Sousa DE CARVALHO , que foy o oitavo Hiſtor 1
ia de Tangere ,
fillo na ordem do naſcimento : foy Governador de liv.z.pag.79.
Maza
750 Hiſtoria Genealogica

Mazaga) na auſencia de ſeu irmað ; e no ſeu tempo


lhe puzerað os Mouros ſitio à Praça , reynando El

Rey D. Sebaſtiao , que elle prevenio , e rebateo va


leroſamente , em quanto nao chegou ſeu irmao Al

varo de Carvalho. Depois o foy de Tangere no an

no de 1574 , ſendo lium dos inſignes Capitaens , que

governarað aquella Praça , donde fahindo ao campo ,


correra) os Mouros com grande poder ; e tendo pe
leijado valeroſamente com os Mouros , morreo em

Mayo de 1575, deixando com o ſeu ſangue , e de


muitos nobres Cavalleiros , eſclarecida a lua illuſtre

peſſoa. Caſou com D. Maria da Sylveira , filha de


Belchior Serrao , Secretario de Eſtado da India , e de

pois Deſembargador dos Aggravos, e de D. Marga


rida de Souſa , e tivera ) = 14 PEDRO ALVARES
DE CARVALHO , adiante . 14 D. MARGARIDA

DA SYLVEIRA , mulher de Triſtao da Cunha , Alcai

de môr de Terena , e foy ſua ſegunda mulher , de


quem procrearað os filhos ſeguintes: = 15 PEDRO

DA CUNHA , adiante. = 15 NUNO DA CUNHA , que

faleceo moço. 15 LUIZ DA CUNHA , que depois

de ter ſido Conego Secular de S. Joað Euangeliſta >

foy Abbade de Cadaneſſes. = 15 ESTEVAÕ Da Cue


NHA , que ſeguio tambem a vida Eccleſiaſtica ; foy

Prior de S. Jorge de Lisboa ,Conego na Sé do Al


garve , Deputado do Santo Officio , e Biſpo eleito de
Miranda , e morreo no anno de 1666 ; e ſendo moço ,

teve a PEDRO DA RESSURREIÇA) , Conego da Con


gregaçaõ de S. Joao Euangeliſta. = 15 D. Maria ,
Freira ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 750

Freira na Eſperança de Lisboa. = 15 D. GUIOMAR,


E
e D. CATHARINA , que nað tivera ) eſtado , e viverao
2 ☆
com ſingular recolhimento , e virtude. 15 Pe.

DRO DA CUNHA , foy Alcaide môr de Terena , Com


1:
mendador de S. Salvador de Sanguinhedo na Ordem
12
de Chriſto. Caſou com D. Catharina de Menezes >
O,
filla de Gonçalo Pires Carvalho , do Conſelho del

Rey , Provedor das obras do Paço , e Commendador


201
de S. Pedro de Aguiar da Beira na Ordem de Chrif
to , e de D. Camilla de Noronha ſua mulher ; e tive

rao os filhos ſeguintes : = 16 GONÇALO VAZ DA


CUNHA , que foy Alcaide môr de Terena , e fervio

na guerra da Acclamaçaõ com valor , e diſtincçao :

foy Capitað de Cavallos , é Meſtre de Campo na Pro


EN vincia do Minho : morreo moço ſem cafar no anno
T! de 1665. = 16 Tristað Da Cunha , que deſgra

çadamente matarað huma noite em Lisboa , depois

de valerofamente reſiſtir aos inimigos. = 16 D. CA

30 MILLA DE NORONHA . = 16 GIL VAZ DA CUNHA

LIK
illegitimo , que morreo na India no aſfalto de Negum
26 bo no anno de 1644 , ſem ſucceſfað , havendo caſa

do na Beira com D. Filippa de Azevedo. = 16 D.

MARGARIDA DE SANTO ANTONIO , tambem illegi

tinia , Religioſa Capucha no Moſteiro de Sacavem .


13 D. CONSTANÇA DE TAVORA , filha de Pe

1 dro Álvares de Carvalho , caſou com Joao de Sepul

veda , que foy Capitao de Sofalla ; e voltando ao

Reyno , o mandou ElRey D. Joað III . no anno de


1532 a Saboya a viſitar a Infanta D. Brites ſua irmãa ,
Tom . XI Tttt Du
752 Hiſtoria Genealogica

Duqueza de Saboya ; e tiverað os filhos ſeguintes:

= 14 Diogo de SEPULVEDA , fervio em Mazagað,


onde parece morreo . PEDRO ALVARES DE SEPUL

VEDA , que paſſou com ElRey D. Sebaſtia ) à Afri

ca , e morreo na batalha de Alcacer no anno de 1578.

D. MARIA DE TAVORA , que foy herdeira , e caſou


com ſeu primo com irmao Pedro Alvares de Carva

lho , de quem adiante ſe tratará.

13 ALVARO DE CARVALHO , Senhor de Car

valho , Commendador de Santa Maria de Senhorim

na Ordem de Chriſto , tað valeroſo , e prudente , co

mo os ſeus mayores , como ſe vio no apertado fitio ,

que no tempo que era Governador de Mazagað lhe

puzera ) os Mouros no anno de 1562. Na Regencia


da Rainha D. Catharina achava - ſe em Lisboa , ego

vernava na ſua auſencia ſeu irmao Ruy de Souſa de

Carvalho , que deſtemidamente ſe preparou a receber


o Exercito do Xarife Muley Abdala , que ſe compu
Faria , Africa Portug.
omeo'unico , cap. 18, nha de cento e ſeſſenta mil combatentes , em que ha
pag.206 . via muitos Turcos , e Granadinos , mandando repa

rar com admiravel acordo as partes preciſas das mu

rallias. Chegando a noticia à Corte , mandou logo


a Rainha Regente com hum bom ſoccorro ao Go
vernador Alvaro de Carvalho a meterſe na Praça ,
donde os noſſos ſe defenderað com admiravel valor

dos ardis , e machinas de tað numeroſo Exercito , que

cegando o foſſo , levantarað hum monte de terra , em


que chegara ) a peleijar os noſſos da muralha , como

ſe eſtiveſſem na Campanha , peito a peito , lança a

lança ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 753

lança , e eſpada a eſpada , onde obrarað os noſſos mi


20
lagres do valor , nað ſendo menor o dos inimigos.
CL
Tinhað já paſſado ſeis ſemanas , em que de parte a
TI
parte ſe fizeraõ acções memoraveis. Era já adianta
-8
do o mez de Abril, quando a 23 dia de S. Jorge , Pa
bu
traõ de Portugal , que contra os ſeus inimigos lhe
26
deu ſempre vitorias , quando o Xarife reſolveo in
veſtir a Praça com todo o ſeu Exercito ; derað o af

falto com grande ardor , e fizeraõ eſtrago nos noſſos,


que valeroſamente lhe reſiſtiraõ com tanta conſtan
> cia , que em fim ſe retiraraõ corridos. Na noite fef

. tejarað os noſſos a vitoria com inſtrumentos , e vivas,

que os inimigos ouvira) com tal ſilencio , que os nof


. fos entenderað havia ) largado o poſto , que occupa

O vað . Depois continuarað o ſitio , até que no primei

ro de Mayo dera ) os Mouros o ultimo aſfalto , em


que ſe peleijou com taõ denodado brio , e valor de

to huma , e outra parte , conio ſe fora a primeira vez ,

que vieſſem às mãos ; depois de muitas mortes de ani


bas as partes , a noite os dividio , e o dia moſtrou ,

! que os Barbaros deſiſtirao da empreza , retirando - ſe


da Praça . He memoravel eſte ſitio pela diſpoſiçaõ

do Governador , e pela conſtancia , e valor dos Solda

dos , que obraráð tað repetidas , e diverſas acções de

Cavallaria , que todos os que nelle ſe acharað , mei


recem huma glorioſa memoria na noſſa Hiſtoria . Ca

fou com D. Maria deGuſmað , irmãa de ſeu cunha

do , filha de Diogo de Sepulveda , que foy Capitað

de Sofalla , e havia paſſado a eſte Reyno com a Rai


Tom . XI, Tetr ü nha
754 Hiſtoria Genealogica

nha D. Catharina de Auſtria , e faleceo a 10 de Mar

ço de 1545 , e jaz no Eſpinheiro de Evora , havendo

caſado neſte Reyno com D. Conſtança de Tavora ,


filha de D. Martinho de Tavora , e de D. Iſabel Pe.

reira ſua mulher ; e deſta uniao nafceraõ os filhos ſe

guintes: 14 PEDRO ALVARES DE CARVALHO ,


adiante . 14 GIL FERNANDES DE CARVALHO,

com quem ſe continúa . = 14 BERNARDIM DE CAR

VALHO , que paſſou a ſervir à India , e lá morreo del

graçadamente , morto por huna Onça . = 14 D.

CONSTANÇA , que morreo menina . = 14 D. JOAN


NA DE GUSMAŌ caſou com Dom Fernando de Faro

Henriques , e a ſua ſucceſſað deixamos referida no

Capitulo IV . do Livro VIII. pag. 631 do Tomo IX .

14 PEDRO ALVARES DE CARVALHO foy Se.

nhor do Morgado de Carvalho , Commendador de


Valladares na Ordem de Chriſto , e Governador da

Praça de Mazagað , onde ſervio com a memoria , e

honra dos ſeus mayores. Caſou com D. Maria de

Tavora ſua prima com irmãa , filha de Joao de Se

pulveda, e de D. Conſtança de Tavora , como fica

referido ; e deſte matrimonio naſceo unica = 15 D.

CONSTANÇA DE Carvalho , que foy ſua herdeira ;

mas nao do Morgado de Carvalho , por excluſa ) do

ſexo , em que ſuccedeo ſeu tio Gil Fernandes de Car

valho. Caſou com D. Antonio de Menezes , Com


mendador de Santa Maria de Caſtellobranco na Or
dem de Chriſto , de quem teve = 16 D. FERNAN

DO DE MENEZES , com quem ſe continúa. = 16 D.


PEDRO
da Caſa Real Portug. Liv. XIII . 755

PEDRO DE MENEZES , que ſervio nas Armadas , e


0 morreo deſgraçadamente de hum tiro. = 16 DOM

Diogo de MENEZES , que nað teve eſtado.


* 16 D. FERNANDO DE MENEZES , ſuccedeo na

Caſa de ſeu pay , e foy Commendador , e Alcaide


môr da Commenda de Caſtello -Branco. Caſou com

D. Jeronyma de Toledo , filha de D. Manoel da Ca.

mera , II . Conde de Villa -Franca , Capitað heredita

rio da Ilha de S. Miguel ; e da Condeffa D. Leonor


de Vilhena , filha de D. Fradique Henriques , Com
mendador môr de Alcantara , Mordomo môr delRey

0 D. Filippe II. e de ſua mulher D. Guiomar de Vilhe

) na ; e deſta eſclarecida uniao naſceo unica = 17 D.

LEONOR DE MENEZES , que foy fua herdeira , e ad

miniſtradora da Commenda de Caſtello -Branco į e


morreo no anno de 1664 , havendo caſado duas ve

zes , a primeira com D. Fernando Maſcarenhas , I.

e Conde de Serem , Mariclial de Portugal , como ſe

diſſe no 2. II. do Capitulo VII. delte Livro ; e a fe

gunda vez com D. Jeronymo de Ataide , VI. Conde

de Atouguia , de quem foy ſegunda mulher , como


fica referido' a pag . 461 do Tomo IX .
14 GIL FERNANDES DE CARVALHO foy por

morte de ſeu irmao Senhor do Morgado de Carva

lho , em que ſuccedeo , por ſer varað chamado pelo


Inſtituidor: foy Governador da Praça de Mazagað .

Caſou com ſua parenta D. Maria de Mendoça , filha

de Bernardim de Carvalho , como ſe diſſe ; e tivera)

os filhos , que ſe ſeguem : = 15 ALVARO DE CAR


VALHO
756 Hiſtoria Genéalogica

VALHO caſou com D. Maria da Sylveira , filha illegi


tima de Pedro Alvares de Carvalho , de quem nao

teve ſucceſſao. = 15 BERNARDIM DE CARVALHO

foy Commendador de Santo André de Sever na Or.


dem de Chriſto . Caſou com D. Iſabel de Mendoça ,

viuva de André de Carvalho , filha de Fernando de


Miranda , Commendador na Ordem de Santiago , e
de D. Maria de Menezes ſua mulher , e tivera ) =

16 GIL FERNANDES DE CARVALHO , que morreo

moço . = 16 ALVARO DE CARVALHO , que depois


de ſervir nas Armadas de guarda Coſta , e nas Cam
panhas do Reyno , e no Eſtado do Braſil, donde vir

do por Capitao de Mar , e Guerra , ſe perdeo no an


no de 165i na Coſta deſte Reyno.

CAPITULO XII.

De Dom Rodrigo de Eça , Alcaide môr

de Moura .

12 Uccedeo na Alcaidaria mộr de Moura D.

Rodrigo de Eça a feu

mos , pormerce delRey D. Joað II. , e foy tambem


Torre do Tombo liv,s: Senhor da Portagem da dita Villa , que ElRey D.

Chronica delkey Dom Manoel lhe confirmou no anno de 1497 , e o fez do


Manoel
46. , part;3. cap . feu Conſelho , e o foy do del Rey D. Joað III. que

lhe confirmou os privilegios da herdade , que fora de

ſua mãy. Quando o Duque de Bragança D. Jayne


no
da Caſa Real Portug. Liv , XIII. 757

no anno de 1513 paſſou à Africa , elle foy hum dos

Fidalgos , que o acompanharað , e ſe achou na toma


da de Azamor. Foy D. Pedro juntamente com ſua

mulher Padroeiros do Convento do Carmo da Villa

1 de Moura , pelo que os Religioſos lhe dera ) a Capel


2 la mòr com obrigaçaõ de certos encargos pios , que

os Padroeiros lhe puzera ) , e os Religioſos aceitarað

por huma Eſcritura , feita na dita Villa a 17 de Mayo


53
de 1526. Jaz na dita Capella môr em ſepultura ra

za , onde ſe vem eſculpidas as ſuas Armas , com as

da Caſa , de que deſcendia ſua mulher , donde ſe lle


vê eſte letreiro :

Sepultura de D. Rodrigo Deça , Capi

tao , e Alcaide môr deſta Villa .

Caſou com D. Guiomar de Noronha , filha de Dom

Martinho de Caſtellobranco , Conde de Villa -Nova ,

e da Condella D. Mecia de Noronha ; e tiverað

13 D. Ignez de Eça , que juntamente com ſua

māy inſtituiraõ hum Morgado , que obrigarað à di

I ta Capella de Moura por huma Eſcritura , feita em

Evora a 17 de Março de 1539. Morreo ſem chegar


a ter eſtado.

13 D. BARTHOLEZA DE Eça , que tambem fa

leceo ſem eſtado : pelo que ſua mãy vendo -ſe ſeni

marido , nem filhos , inſtituîo hum Morgado dos ſeus

bens , e dos que foraõ de D.Rodrigo ſeu marido em

Moura , de duzentos moyos de trigo de renda na dita


Villa ,

!
1
ca
75 8 Hiſtoria Genealogi

Villa , chamada a cabeça delle de Montalvað , que


nomeou em D. Affonſo de Caſtellobranco , Meirinho

môr do Reyno ſeu irmao .

CAPITULO XIII.

De Dom foaõ de Eca.

Ntre os muitos filhos , que relatámos no


E Capitulo III. tivera D. Fernando , Senhor

de Eça , foy D.Joao de Eça ſegundo do meſmo no


me e oitavo entre ſeus irmãos ; ſervio em Africa
com diſtincçao , ſendo Fronteiro do Conde de Vian
na D. Duarte de Menezes no anno de 1458 , a quem

acompanhou em todas as occaſioens, em que o Con


de ſalio da Praça , como foy na de Canhete , em que

o armou Cavalleiro ; ſendo os proprios merecimentos


de D. Joað , os que obrigarað , e lembrarað ao Con

de aquella diſtincção. Depois quando ElRey Dom

Affonſo V. paſſou à Africa no anno de 1464 ſobre


Tangere , o acompanhou , e donde ſeu irmao , do
meſmo nome 9 morreo yaleroſamente no aſſalto da

quella Praça ; e eſte nos parece ſer o de que faz men


çao Zurita , que ſe achou na batalha de Touro com

D. Pedro de Eça ſeu irma ) no anno de 1475 , como

diſſemos no Capitulo XI. deſte Livro . Caſou com D.

Leonor Xira Aragoneza , de quem nað teve ſucceſſað ;

e teve illegitimos os filhos ſeguintes : = 12 D. Fer


NANDO
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 759

NANDO DE Eça , que morreo fem eſtado. = 12 D.

GuiomAR DE EÇA , Religioſa no Moſteiro de Lor


vað , da Ordem de Ciſter. = 12 D. AFFONSO DE

Eça , que caſou com D. Brites de Faria , filha de Al


1

varo de Faria , Commendador do Seixo , e do Caſal,

na Ordem de Aviž , de quem nað teve filhos.

CAPITULO XIV .
20
De Dom Duarte de Eça.

II O Capitulo III. ſe diſſe , que D. Duarte


71
10M No
de Eça fora filho de D. Fernando de Eça ,

Ted o qual foy Clerigo ; mas naõ daquelles coſtumes an

COM nexos à obrigaçaõ do eſtado , que abraçara ; porque


teve o filho ſeguinte : +
CHE
I2
76 D. GOMES DE Eça , que caſou com Dona
Iſabel Peſſanla , filha de Joao Peſfanha , Senhor do

Morgado de Santa Cruz de Alenquer , e de D. Vio



lante Zapata fua muller ; e teve 13 D. ANTONIA

DE Eça , que caſou duas vezes , a primeira com Fer


nando Martins Euangelho , de quem teve = 14 D.

ANTONIA de Eça , que caſou com Antonio da Fon

ſeca Pinto , de quem nað temos noticia . Caſou fe


gunda vez com Paulo Ferreira de Guſmað , de
quem
naſceo = 14 D. BERNARDA DE Eça , mulher de
Duarte Paim da Camera e tiverað = 15 ANTO

NIO PAIM DA CAMERA , que caſou com Brites Car


Tom . XI. Uuuu reira ,
760 Hiſtoria Genealogica

reira , filha de Balthaſar Pinto , de quem naſceo

16 AGOSTINHO PAIM DA CAMERA , que foy Cleri

rigo. Teve illegitimos D. GOMES DE Eça os dous

filhos ſeguintes: = * 13 D. DUARTE DE EÇA . =


13 D. HENRIQUE DE EÇA . = 13 D. DUAR

TE DE Eça cafou em Setuval com Dona Joanna de


Caftro , filha de Martim Neto , natural daquella Vil.

la , de quem teve = 14 D. GOMES DE Eça , que

Emmenta da Caſa da paſſou à India a primeira vez no anno de 1537 , e


India do anno de 1537 depois no anno de 1546 por Capitao de huma Nao
.
da Armada , de que era Capitað môr Ruy Louren

ço de Tavora ; e no meſmo anno acompanhou ao

Couto, decada 6.liv.3. Governador D. Joao de Caſtro , quando ſoccorreo a


cap.9
Praça de Dio. Nao caſou , nem teve ſucceſfað. =

14 D. JERONYMO DE Eça , adiante . = 14 D.

FRANCISCO DE EÇA , de quem logo trataremos , e a

D. BRITES DE Eça , que caſou com Franciſco Fer,


reira , da Ilha terceira . = 14 D. JERONYMO DE

Eça paſſou à India com o Governador D. Joað de

Caſtro no anno de 1545 , e levava demoradia mil e

novecentos reis ;‫ܪ‬ lá foy Capitaõ de hum Navio da

Armada , de que era Capitað môr D. Manoel de Li

ma . Depois acompanhou ao Governador, quando foy

foccorrer Dio. Caſou com D. Iſabel de Brito , filha


e
de Alvaro de Madureira , e de D. Mecia de Faria ;

tiveraõ = 15 a D. ALVARO DE Eça , que morreo


menino , = 15 e a D. MECIA DE Eça , que caſou

com Luiz Lopes de Carvalho , Senhor de Negrellos,

e Abbadim , Chanceller da Caſa da Supplicaçao, que


teve
1
1
115

da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 761


11

teve os filhos ſeguintes: 16 GASPAR , e AFFONSO


de Carvalho , que morrera ) moços. 16 Dio
OU
GO LOPES DE CARVALHO , com quem fe continúa .
16 D. ISABEL DE EÇA , Freira em S. Bento do
AR
Porto , e outras no dito Moſteiro . 16 Diogo
de
LOPES DE CARVALHO foy Donatario dos Coutos

de Negrellos , Abbadim , &c . e caſou con D. Anna

que de Caſtro , filha de Lopo Vaz de Camoens , Senhor

do Morgado da Camoeira de Evora , e de ſua mulher


VO
Dona Maria da Fonſeca ; e tiverað os filhos ſeguin
TEM tes : 17 Luiz LOPES DE CARVALHO , adiante.

9 17 D. MARIA DE CASTRO , Freira em S. Ben

to de Evora . = 17 D. Mecia , Freira em Santa Clar


11a

ra de Evora. 11 D. CONSTANÇA DE CASTRO ,


D. mulher de Manoel de Valladares Carneiro no Porto ,

er de quem naſceo JOAO DE VALLADARES , que mör


Fec reo em 1666 , ſem ſucceſſab. = * 17 Luiz LOPES

DE CARVALHO foy Senhor dos Morgados da ſua Ca

fa , e Donatario dos Concelhos de Negrellos , e Ab

badim , e caſou com D. Anna da Sylva, filha de Fer

nað Rebello , e de ſua mulher D. Guiomar da Syl

va ; e a ſua deſcendencia fica referida no Capitulo VI.


pag. 677 deſte Livro.
*
14 D. FRANCISCO DE Eça , ſegundo filho de

D. Duarte de Eça , caſou com D. Antonia de Mel


do , filha de Franciſco de Mello Peixoto , e de Dona

Ignez Coelho , e procrearað os filhos , que ſe ſeguem :


*
ſe C011
15 D. DUARTE DE Eça com , quem
tinúa. 15 D. JORGE DE Eça , de quem adi

Tom . XI. Uuuu ii ante


a
762 Hiſtoria Genealogic

ante ſe tratará. = 15 D. JOANNA DE MELLO , que


caſou com Martim Affonſo de Souſa , Senhor do

Morgado de Montijo, ſem ſucceſfað. = 15 Dona


FRANCISCA DA GUERRA caſou com Luiz Pinto de

Caftro , cuja ſucceſfað nao chegou à noſſa noticia . =

15 D. DUARTE DE Eça , que foy Capitao de Da


Emmenta daCaſa da maó , paſſou a ſervir à India no anno de 1578 na Ar

Couto , decada10, liv.mada , de que foy Capitað môr D. Jorge da Sylva ,


6. cap . 1 5*
1 e lá ſe achou em diverſas occaſioens , quando o Vice

1 Rey mandou foccorrer a Fortaleza de Dama) , que

o Mogor tinha ſitiado , foy por Capitao de hum Na


1
vio ; depois com Martin Affonſo de Mello fe achou

na deſtruiçað , que fizeraõ à Armada delRey de Ze

reta , procedendo ſempre com tal diſtincçao , que El

Rey lhe fez merce da Capitanía de Damað . "Caſou


coni D. Maria Coutinho , filha de Miguel Rodrigues
Coutinho , valeroſo Soldado na India , e de ſua mu

lher Iſabel da Coſta , natural de Cintra ; e deſte ma

trimonio naſceo unica = 16 D. ISABEL DE Eça ,

que caſou com D. Alvaro da Coſta , que paſſou a


ſervir à India , filho terceiro de D. Franciſco da Col

ta , Embaixador à Marrocos , e de ſua mulher Dona

Joanna da Sylva , e nað tivera ) ſucceſſað . = * 15 D.

JORGE DE Eça , filho ſegundo de D. Franciſco , no


anno de 1578 paſſou à India com a moradia de Moço

Fidalgo , onde depois de quatro annos voltou ao Reya


no , e tornou a embarcar no anno de 1582 na Aima
da , de que era Capitað môr Antonio de Mello de

Caſtro. Caſou em Portugal duas vezes , a primeira


coni
si

da Caſa Real Portug. Liv. XIII . 763

com D. Luiza de Caſtro , que faleceo a 11 de No

vembro de 1602 ; era filla de Gomes Borges de Caf


NA tro , Commendador dosCollos de Alvallade da Ora

de den de Santiago , Senhor da Quinta de Colmieira , e

de ſua mulher D.Maria Pinto ; e a ſegunda com D.

Iſabel da Sylva , filha de Duarte Peixoto da Sylva ,


&

que era viuva de Dom Jeronymo Pereira , de quem

nað teve fillios


. E de ſua primeira mulher teve =

16 D. FRANCISCO DE Eça , que depois de ſervir nas

Arnadas , paſſou a Flandres , e foy Capitao de Caval

los , e ſe achou em diverſas occafioens dehonra . Foy


caſado com D. Maria da Sylveira , filha de Manoel

Cirne da Sylva , Senhor dos Concelhos de Refoyos ,


ſem ſucceſſao.

13 D.HENRIQUE DE Eça foy Capitað de Ca

110 nanor , paſſou a ſervir à India , onde ſe achava no an

no de 1522 ; e depois acompanhou a Dom Pedro de


21

m Caſtro na deſtruiçað , que fez em Quirimba . Quan

do por morte do Governador D. Henrique de Mene

zes ſe abrirao na Sé de Goa as Vias para as ſucceſ

ſoens, foy hum dos Fidalgos , que ſe acharað preſen


tes aquelle acto , e ſeguio o partido de ſeu parente
1
Lopo Vaz de Sampayo. E vindo ao Reyno , voltou

à India deſpachado por merce delRey D. Joao III ,

.com a Fortaleza de Cananor. Teve em D. Angela ,


mulher nobre da Ilha da Madeira = 14 a D. DUAR

TE de Eça , que ſervio na India , aonde paſſou no Emmenta da Casa da

anno de 1564 com o Vice -Rey D. Antonio de No. India do anno de 1964

ronha , levando de moradia de Fidalgo Eſcudeiro


dous
764 Historia Genealogica

dous mil duzentos e ſeſſenta e ſeis reis ; e voltando

ao Reyno , o matarað em Lisboa . . 14 D. MAG

DALENA DE Eça , que caſou com muita deſigualda.


de , de quem os Nobiliarios naõ dao outra noticia.

CAPITULO XV .

De D. Branca de Eça , e ſua deſcendencia.

II Ntre os muitos filhos de D. Fernando ,

E Senhor de Eça , que relatamos no Capi

tulo III . teve a D. Branca de Eça , que caſou duas


vezes , a primeira com o famoſo Doutor Vaſco Fer

nandes de Lucena , que foy com o Embaixador o Sem

nhor D. Affonſo , I. Marquez de Valença , ao Con

cilio de Baſilea , e foy ſua ſegunda mulher , de quem


teve 12 a D. N. DE Eça , que foy Ab«

badeſſa de Cellas de Coimbra , da Ordem de Ciſter.

Cafou ſegunda vez com Joao Rodrigues de Azeve

do , a quem da a conhecer os Nobiliarios por a al

cunha de Eloy, foy Senhor do Morgado dos Olivaes,

que chamaõ a Fonte de Louro , de quem teve os fi


Thos ſeguintes : 12 DUARTE DE AZEVEDO , adi

ante. 12 D. JOANNA DE Eça , que foy depois


Abbadeſſa de Cellas de Coimbra : houve de Vaſco

Gomes de Abreu, que foy por Capitað de huma Nao

na Armada , em que paſſou à India por Vice-Rey o

grande D. Franciſco de Almeida , os filhos ſeguins


tes :
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 765

tes : 13 Diogo SOARES DE ABREU , adiante.


16 13 LOURENÇO SOARES DE ABREU , de
quem fe

nað ſabe geraçað . = 13 Pedro GOMES DE ABREU,


que foy Clerigo. = 13 D. FILIPPA DE ABREU , de

quem Xyſto da Cunha teve a Luiz ALVARES DA

CUNHA. = 13 JORGE DE MELLO , que morreo fol


teiro . 13 CHRISTOVA ) de MELLO foy Commen

dador na Ordem de Chriſto , caſou com D. Guiomar,

filha do Doutor Joao Pires ; e tiveraõ 14 a Dio

Go Gomes de MELLO , que morreo na batalha de

Eo , Alcacere em Africa ; havendo caſado com Dona Ifa

bel de Eça , filha de ſeu primo Lourenço Soares de

MIES Abreu , e nað tiverað filhos ; e ella entrou por Reli

27 gioſa no Moſteiro de Cellas de Coimbra. = 14 VAS“


co GOMES DE ABREU , irmao do fobredito , caſou
com D. N ... . : filha de Torralva , que fez o
2017

em Cruzeiro da Igreja de Belem ; e teve . 15 a CHRIS


TOVAÕ SOARES DE MELLO , de quem ſe nað fabe
bb
deſcendencia , 15. e a D.GUIOMAR DE EÇA , que
CAT
caſou com Franciſco Pereira de Miranda , irmao de
78
André Pereira de Miranda , Senhor de Ilhavo , Car

valhaes , & c . e foy ſua ſegunda mulher , fem fuccef


fað .

13 Diogo SOARES DE ABREU , filho primeiro

de D. Joanna de Eça , foy Commendador de Baldi


gem na Ordem de Chriſto. Cafou com Dona Iſabel
2
Coutinho , filha de Pedro Lopes de Azevedo , filho
1
ſegundo de Diogo de Azevedo , Senhor de Aguiar,

Pena , S. Joao de Rey , e outras terras ; e tivera ) =


14 V'AS
1

766 a
Hiftoria Genealogic

= 14 Vasco GOMES DE ABREU , que os Mouros

matarað em Tangere com o inſigne Luiz de Lourei


ro , fem ter ſido caſado . =
14 Joao SOARES , que .*
morreo na India em huma empreza . = 14 Lou ,

RENÇO SOARES DE ABREU , adiante. = 14 MANOEL

DE ABREU , de quem nað temos noticia. = 14 D.

JOANNA , Freira em Lorvað , e D. JERONYMA , Frei


ra em Cellas. 14 LOURENÇO SOARES DE

ABREU caſou com D. Maria Soares de Ciſneros , fi

lha de Gaſpar de Ciſneros , Almoxarife do Peſcado


15 LOUREN
do Duque de Bragança ; e tiveraõ = *
ÇO DE Mello , adiante . = 15 D. MARIA Cou

TINHO caſou com Leonel de Moura , de quem te


ve 16 a FRANCISCO DE MOURA , Commenda

dor de Val de Telhas na Ordem de Chrifto , e Ca

pitaõ de Chaul , que caſou com D. Ignez Fragoſo ,

ſem geraçao . = 16 LOURENÇO DE MOURA , que


foy morto na tomada de Ormuz . = 16 D. GUIO
MAR , D. IGNEZ , Freiras em Lorvað , e D. FRANCIS

ca em Semide , da Ordem de S. Bento . = 16 D.

ISABEL DE Eça , mulher de Diogo de Mello , ſem


geraçað. = 16 D. CATHARINA DE Vilhena , mu
lher de Antonio de Brito Tavares . 16 D. ANNA

De VilHENA , que foy ſegunda mulher de Manoel


Godinho de Caſtellobranco , Cavalleiro da Ordem de

Chriſto , Eſcrivað da Camera delRey , de quem nav


ficou ſucceſfað . = 15 LOURENÇO DE MELLO , que

foy o filho de Lourenço Soares de Mello , fervio na


India , e lá caſou com D. Leonor de Lacerda ; e ti
vera6
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 767

Veraõ a D. DIONYSIA COUTINHO , que caſou na In


Ire dia com D. Alvaro Pires de Caſtro , filho natural de

nue D. Joao de Caſtro , Senhor de Reriz ; e nao tiveraã

QU.
filhos.
DEL 12 DUARTE DE AZEVEDO , filho de D. Bran

D. ca de Eça , e de Joað Rodrigues de Azevedo , foy

elino Senhor do Morgado dos Olivaes, e caſou com Dona

DE Maria da Sylva , filha de Pedro da Sylva , e de ſua

mulher Iſabel Paes , filha Gonçalo Rodrigues


de
13 RUY
ado Paes ; e tiverað os filhos ſeguintes
E D O
DIAS DE AZEV e
, adiant . = 13 D. BRANCA
EN

OC DE Eça , mulher de Diogo de Miranda , adiante . =


13 D. ISABEL DA Sylva , mulher de Duarte Pei

xoto , de quem logo ſe tratará . = 13 D. GUIOMAR

DA Sylva ', mulher de D. Vaſco de Eça , como ſe


C
diſſe no Capitulo VI. deſte Livro .
Olo .
13 D. BRANCA DE Eça caſou com Diogo de

Miranda , Commendador de Cabeço de Vide , e Pe


TID
droza , na Ordem de Aviz , que era filho de Franciſ

co de Miranda , Commendador da Eſpada de Elvas,


D.
e de D. Cecilia de Azambuja , a quem ElRey Dom Rezende, Chronica del

Joao II. e a Rainha ſua mulher aſſiſtirao ao ſeu caſa- Rey D. Foað 11. cap .
HE
mento com toda a Corte , honrando -os com aquellas 46. pag. 58.

feſtas, que naquelle tempo ſe coſtumava ) ; e tiverað


14 FRANCISCO DE MIRAN
os filh os ſeg uin tes : =
* 14 MARTIM AF
DA , com quem ſe continúa. =
FONSO DE MIRANDA , adiante . = 14 FERNANDO
?
DE MIRANDA , que paſſou à India , onde caſou com
!
D. Joanna de Azevedo , filha de Mem Rodrigues de
Xxxx Aze
Tom . XI
a
768 Hiſtoria Genealogic

Azevedo , e de Florença da Ponte , de quem teve =


15 D. BRANCA DE Eça , que caſou com Luiz de

Meſquita , de quem teve = 16 GONÇALO , e FER


NANDO DE MESQUITA , ſem eſtado. = 16 FRAN

CISCO DE MESQUITA , que ſuccedeo na Caſa , e ca


ſou com D. Maria Mexia , filha de Pedro Mexia , ir

ma ) de D. Martim Affonſo Mexia , Biſpo de Coim

bra , e Governador de Portugal , que faleceo a 30 de


Agoſto de 1623 : porém nað tiveraõ filhos. = 16 D.

MARIA , Freira em S. Domingos de Elvas .


14 D. ANNA DE Eça , ou HENRIQUES , caſou

com Fernando de Mendoça , Commendador de Ser

pa na Ordem de Aviz , de quem teve unica = 15 D.


BRANCA DE MENDOÇA , que caſou com Luiz da

Sylveira , filho de Antonio da Sylveira , a quem cha


marao o Avicena , e de ſua mulher Dona Brites de

Mendoça ; e tiverað os filhos ſeguintes : = 16 AN

TONIO DE MENDOÇA , que morreo moço . = 16 D.

ANNA DE MENDOÇA , que foy a herdeira , e caſou

duas vezes , a primeira com Franciſco de Tavora ,

Repoſteiro môr delRey D. Sebaſtiaõ , Commenda

dor de Olivença na Ordem de Aviz , e hum dos Co


roneis , que ſe achara ) na batalha de Alcacere com o

dito Rey , onde morreo , ſem deixar ſucceſſað ; e ſua

mulher caſou ſegunda vez com Dom Joao de Souſa,

Commendador , e Alcaide môr de Thomar; e a ſua


deſcendencia ſe tratará no Livro XIV .

14 MARTIM AFFONSO DE MIRANDA , foy filho

ſegundo de Diogo de Miranda foy Commendador


do
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 769

do Seixo , e Caſal na Ordem de Aviz ; ſervio na India


zd
com reputaçao , e foy Capitao de Dio , e Capitað
TER:
môr do Malavar ; e morreo da ferida , que recebeo
{ N
em huma perna no porto de Coulete no anno de 1569 .
ex
Caſou na India com D. Maria Gomes , filha de Ma

noel Gomes , a qual depois de viuva caſou com D,


vin Joao de Almeida , filho do Contador môr ; e de ſeu
ode
primeiro marido teve = 15 Diogo DE MIRANDA ,
6D que caſou com D. Catharina Maria Jaques , filha de

Alvaro Jaques , e de ſua muller D. Angela de Mel


chy lo , ſem ſucceſfað . = * 15 FRANCISCO DE MIRAN

DA , adiante . = 15 D. Cecilia HENRIQUES , ou

;D DA Sylva , que caſou com Franciſco de Miranda ,

irmaõ de Henrique Henriques de Miranda, Eſtribei

ro môr ; e tiveraõ = 16 MARTIM Affonso , e Ro

es de DRIGO DE MIRANDA , que morrerað ſem fuccef

fað . = 16 D. MARIA HENRIQUES , que foy ter

ceira mulher de D. Jorge de Caſtellobranco , que


fer
)

afor vio na India , e foy Capita ) do Norte , e Malavar ,

,22 hum dos valeroſos Capitaens do ſeu tempo : achou

ſe no cerco de Chaul, e na guerra de Coulað , on


de venceo em batalha vinte mil Mouros ; e tiverao

17 D. LUIZ DE CASTELLOBRANCO , que caſou


10
na India com D. Luiza de Souſa , filha de D. Filippe
LA
de Souſa , de quem naſceo D. CECILIA DE MENDO

ça , mullier de D. Diogo Pereira , filho de D. Ma


noel Pereira , ſem ſucceſſað . = 17 D. CATHARINA

HENRIQUES , que caſou com Franciſco da Sylveira ,

Çlaveiro da Ordem de Chriſto , e Commendador de


T
Tom . XI. Xxxx ii Mon
1
Historia Genealogica
770

Montalvað , e foy ſua primeira mulher , de quem te


ve = 18 D. MARIA DA SYLVEIRA , fem eſtado , E
18 e D.ANNA DA SYLVEIRA , que foy a primeira na

ordem do naſcimento , e caſou duas vezes , a primei

ra com Franciſco de Brito de Almeida , Capitað de

Dama) ; e ſegunda vez com D. Braz de Caſtro , que


foy Governador da India , donde voltando prezo ,

morreo na viageni no anno de 1655 , de quem tam


bem foy ſegunda mulher , de quen teve = 19 a
D. JOANNA MARIA DE CASTRO , que faleceo a 24

de Dezembro de 1736 , mulher de Ayres Telles de


Salazar , Caſa de Syl- Menezes , filho de Antonio Telles de Menezes , I.

vw , tom . 2. pag. 352. Conde de Villa -Pouca , do Conſelho de Eſtado , Ge

neral da Armada Real , Vice -Rey da India ; morreo


nia viagem no anno de 1657 , havendo já ſervido na

quelle Eſtado , que foy hum dos mais valeroſos , e

excellentes Soldados daquelle ſeculo . Havialhe ElRey

feito a merce de Marquez para elle , que gozaria ,


tanto que chegaſſe à India ; e para eſte filho a deCon

de de Villa-Pouca , que nao ſe verificou ; o qual ha

via tido em D. Maria de Landrove , filha do Capi

tao Franciſco de Landrove , e de Fauſtina de Roxas.

Da uniao de Ayres Telles naſcerao os filhos ſeguin


tes : 20 ANTONIO T'ELLES , adiante . = 20 D.

Anna ELENA DE CASTRO, que caſou com Manoel

Telles de Faro , como ſe diſfè a pag. 636 do Tomo


IX. = 20 D. FRANCISCA THOMASIA DE ME

NEZES , de quem logo ſe tratará . = 20 D. MARIA

DE CASTRO , Freira em S. Bento do Porto. =


20 D.
1
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 777

20 D. ELENA DE CASTRO , que caſou na Ilha da

Madeira com Chriſtovao Eſmeraldo da Camera.


321

20 D. FRANCISCA THOMASIA DE MENEZES

ne
caſou duas vezes , a primeira com Henrique Correa

de Souſa de Lacerda ; e a ſegunda com Luiz Alvares

que da Cunha de Eça , como ſe verá adiante : de ſeu pri


ZO, meiro marido teve = 21 D. JOANNA MARIA DE
21 Castro , que morreo a 7 de Setembro de 1734 , ha

19 . vendo caſado com Eſtevaõ de Mello , XVI. Senhor

29 da Villa de Mello ; e tivera ) entre outros filhos , que

morrerað de curta idade 22 a Luiz de MELLO ,

XVII . Senhor de Mello , como ſe verá no Capitulo


,
Citi XVII. 2. II. deſte Livro . = 21 D. LEONOR THO

.EXE MASIA DE MENEZES , que caſou duas vezes , a pri


meira a 8 de Fevereiro de 1710 com Joao Luiz de

Elvas , Fidalgo da Caſa Real , Senhor de diverſos


S,
Morgados , e Padroeiro da Capella de S. Franciſco
Ro
Xavier de S. Roque , de quem teve unico a PEDRO
LIT
JOACHIM DE ELVAS E MENEZES , que naſceo a 29

hilo de Junho de 1719 , e morreo no berço. Caſou ſegun

da vez a 17 de Setembro de 1726 com ſeu tio Anto

nio Telles de Menezes , como logo ſe dirá .


20 D. ELENA THERESA LUIZA DE CASTRO

E SYLVEIRA caſou na Ilha da Madeira com Chriſto


D.
vað Eſmeraldo de Atouguia e Camera , de quem te

ve = 21 LUIZ ANTONIO ESMERALDO , que cafou


10
com Dona Leonor , filha de Franciſco Luiz de Val
E
concellos. 21 AYRES TELLES DE MENEZES .

21 ANTONIO TELLES DE MENEZES , que paſſou a


ſervir
772 Hiſtoria Genealogica

fervir à India , e la morreo >, havendo caſado com


N
de quem nao temos outra noticia , nem

ſe teve geraçað. = 21 D. JOANNA THERESA , D ,


ISABEL , que morreo no anno de 1740 , D. MARIA

SEBASTIANA , todas Freiras no Moſteiro de Santa Cla


ra do Funchal.
*
20 ANTONIO TELLES DE MENEZES , foy fuck

ceſſor da Caſa de ſeu pay , Commendador das Com

mendas de S. Joao de Béja , S. Salvador de Villa - Pous

ca de Aguiar , e S.Vicente de Pereiro na Ordem de


Chriſto . Pertendeo o titulo de Conde de Villa - Pou .

ca , de que ElRey havia feito merce a ſeu avô , quan

do paſſou por Vice-Rey à India , para ſeu pay , e

nað tivera effeito : pelo que demandou a Coroa ,

teve Sentença a ſeu favor ; porém embargando-a o

Procurador da Coroa , nao chegara) a ſentencearen


ſe os Embargos ; e elle faleceo a 31 de Janeiro de

1745. Caſou duas vezes , a primeira no anno de 1708

com D. Thereſa de Portugal , Dama do Paço , filha,


de D. Pedro de Almeida , como diſſemos a pag. 873

do Tomo X. A ſegunda a 17 de Setembro de 1726


com ſua ſobrinha D. Leonor Thomaſia de Menezes,
e teve unico = 21 a Ayres TelLES DE MENEZES ,

que morreo a 7 de Setembro de 1733 de curta idade;


e deixou illegitimo Ayres TELLES DE MENEZES.

15 FRANCISCO DE MIRANDA , que foy ſegun
do filho de Martin Affonſo de Miranda , fervio na

India , e voltou depois para o Reyno , onde caſou


com D. Maria Coutinho, filha de Pedro de Andrade
Cami
da Caſ Re Po . Liv . XII . 77
a al rt I 3
ug
20
Caminha , Camereiro do Senhor Dom Duarte , filho
101
do Infante D. Duarte , Commendador da Ordem de
D.
Chriſto , Fidalgo de eſtimaçaõ do ſeu tempo , excel
RIA
lente na Poeſia , como ſe vê nas Obras de Diogo Ber :
Clio
nardes ; e de ſua mulher D.Paſcoella de Guſmað , fi
lha de D. Vaſco Coutinho ; e tiveraó = 16 MARTIM
110
AFFONSO DE MIRANDA ,, a quem matou Dom Gil

Eannes de Noronha. - 16 D. PASCOELLA DE Gus :


OV
MA) , Dama da Duqueza de Bragança . = 16 D.
MARIA COUTINHO , que caſou duas vezes , a primei
Voc
ra com D. Balthaſar de Caſtro , que fervio na India ,

filho de D. Joao de Caſtro , Governador do Algarve,

gl e Preſidente do Senado da Camera de Lisboa , Com

mendador de S. Thomé da Covilhãa ; e de D. Maria


10 da Sylveira ſua mulher , de quem nað ſabemos fuc

2011 ceſſa ). Cafou ſegunda vez com Antonio de Souſa


Coutinho ; e tivera) = 17 FRANCISCO de MIRAN

d DA HENRIQUES , que ſervio na India com valor , e

diſtincçao , e o mataraõ em hum combate , ſendo


14
General do Malavar , em tempo do Vice-Rey Doni

Franciſco Coutinho , III . Conde de Redondo.


*
14 FRANCISCO DE MIRANDA foy Commenda- Chronica delRey Dom
$
dor de Cabeço de Vide , e Commendador , e Alcai- Manoel, part. 2.cap .
‫ܙܐܐ‬
de môr de Alter Pedroza . Cafou com D. Ignez Hen

riques , Dama do Paço , filha de D. Joao de Lima ,


Commendador de Andufe na Ordem de Chriſto ; va

leroſo Soldado na India , que defendeo Calecut ; e de

ſua mulher D. Briolanja Henriques ; e tiverað os fi

Thos, que ſe ſeguem . = 15 DIOGO DE MIRANDA ,

JOAő
774 Hiſtoria Genealogica

Joað GONÇALVES DE MIRANDA , e DUARTE DE

MIRANDA , que todos morrerað , ſem deixar ſuccef


*
fap. E
15 D. BRIOLANJA HENRIQUES, adiante .
15 D. BRANCA DE Eça caſou com Alvaro da

Sylveira , Claveiro da Ordem de Chriſto , e Com

mendador de Montalvao , que foy cativo na batalha

de Alcacere , e reſgatadonos oitenta


Fidalgos. Del
te caſamento nað ſe conſerva ſucceſlao.

15 D. BRIOLANJA HENRIQUBS caſou com Hene

rique Henriques de Miranda , que foy Camereiro

môr do Infante D. Henrique Cardeal , e depois de


Rey foy ſeu Eſtribeiro môr , e o foy delRey D. Fi

lippe II . e Commendador de Cabeço de Vide , e Ser


pa , na Ordem de Aviz ; e deſte matrimonio teve os

fillos ſeguintes: E 16 LUIZ DE MIRANDA HEN

RIQUES , Eftribeiro môr , com quem ſe continúa.

16 FRANCISCO DE MIRANDA , que foy Religioſo de


Noffa Senhora do Carmo. = 16 JOAV DE MIRAN

DA HENRIQUES , Cavalleiro de S. Joaõ de Malta. =

* 16 D. BRANCA DE Eça , adiante. = 16 D. MA


RIA , e D. VIOLANTE , Freiras no Salvador de Evora .

16 D. IGNEZ em S. Joao de Eſtremoz. = 16 D.Jo.


ANNA em Jeſus de Setuval . = 16 NICOLAO PERE

RA illegitimo, ſervio na India , é foy Capitað da For


taleza do Camorim ; e ſendo caſado , nað teve ſuc

ceſſað , e voltou para o Reyno : tomou o Habito de


S. Jeronymo no Convento de Belem , e ſe chamou

Fr. Nicolao Henriques .

* 16 D. BRANCA DE Eça caſou con Gonçalo


;
Rodri
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 775
S

Rodrigues de Souſa Tavares ; e tiverað , entre outros


ccel
filhos , que morrerað , 17 a FERNAÕ DA SYL
MITC
VA E SOUSA , adiante. .17 ANTONIO DE MIRAN
ida
DA HENRIQUES , que foy Conego na Sé de Lisboa .
011
17 FERNAÕ DA Sylva herdou os Morgados de
2lhe
ſeus avós ; ſervio na guerra da Acclamaçað , e foy
Del Capitaõ de Cavallos , e caſou duas vezes a primei
ra com D. Maria de Caſtro , filha de D. Franciſco Pe

reira , de Santarem , de quem nað teve ſucceſſað ; e


21.00 a ſegunda con D. Guiomar de Mello , filha de Joao

;ite Homem da Sylva , Commendador da Freiria de Evo

F ra da Ordem de Aviz , e de ſua mulher D. Brites de

Mello ; e delles naſceo = 18 JOSEPH De SOUSA DA

- Sylva , que foy ſeu ſucceſſor , e caſou com D. Ca

EY tharina de Mendoça , filha de Pedro de Mello , Go

vernador do Rio de Janeiro , e do Conſelho de Guer


ra ; e de ſua mulher D. Catharina de Mendoça ; e

# tiveraõ os filhos ſeguintes : = 19 FERNANDO DE


SOUSA , que morreo menino . = 19 PEDRO DE Sou

SA .DA Sylva , que ſuccedeo na ſua Caſa , e he ca


ſado com D. Franciſca de Villiena , filha de Pedro
2
de Caſtilho ', e de ſua mulher D. Maria Maximiliana
)
de Caſtro , e até ao preſente nað tem ſucceſſað. =
19 ANTONIO DE MIRANDA HENRIQUES , que ſer

vio na guerra da Grande Alliança do anrio de 1704


com diſtincçað , e valor , e foy Coronel da Cavalla

ria ; depois paſſou a ſervir à Alemanha , e teve o mel

mo poſto , e lá morreo . Teve illegitima de huma

Dama de qualidade , eſtando em Catalunha , a Dona


Tom . XI. Yyyy Ca.
a
776 Hiſtoria Genealogic

CATHARINA DO PILAR DE MENDOÇA , que naſceo

a 25 de Novembro de 1712 , e caſou com Joſeph de

Mendoça , que faleceo em Junho de 1744 ; e era fi


lho herdeiro de Triſtaõ de Mendoça , Commendador
de Avanca , & c . e de ſua mulher D. Violante Hen

riques , de quem teve N. . 19 FRAN :

CISCO DE SOUSA DA Sylva , tambem ſervio na guer


ra em Catalunha , e foy Capitao de Cavallos , e mor
reo ſeni eſtado . = 19 FERNANDO DA Sylva e Sou

SA , que naſceo no anno de 1687 ; foy Conego Re.


grante de Santo Agoſtinho , donde ſáhio para Prior

de S. Braz , Termo de Faro no Algarve. = 19 Ray


-MUNDO DE SOUSA , Cavalleiro de Malta , Commen

dador de Oleiros , e de Oliveira do Hoſpital, e Grao

Cruz de Negro -Ponto. = 19 D. MARIA , Freira no


Salvador de Evora , naſceo no anno de 1683 , e foy

bautizada a 24 de Novenibro . = 19 D. THERESA

DE MENDOÇA naſceo em 1677 , e foy bautizada em


9 de Setembro . = 19 D. THERESA naſceo em 1684,

e foy bautizada em 30 de Novembro na Fregueſia de

Santa Engracia , e todos os demais ſeus irmãos.


*
16 LUIZ DE MIRANDA HENRIQUES , que ſuc

cedeo na Caſa de ſeu pay , foy Commendador de Ca

beço de Vide , Alter -Pedrozo , e do Hoſpital , da

Granja , Elribeiro môr dos Reys D. Filippe III. e

IV. , e ultimamente do Senhor Rey Dom Joað IV .


Faleceo a 3 de Abril de 1645 , havendo caſado com

D. Joanna de Tavora , filha que veyo a ſer herdeira

de Pedro Guedes , VIII. Senhor de Murça , Con


mendador
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 777

mendador na Ordem de Chriſto , Governador da Ca.


ht
ſa do Civel do Porto , Preſidente do Senado da Ca
rat
mera de Lisboa , Védor da Fazenda delRey D. Fi
ado
lippe III . ; e de ſua mulher D. Luiza de Tavora , filha
Hop
de Franciſco Tavares de Souſa , Senhor de Mira ; e

deſte matrimonio naſcerað os filhos ſeguintes : =


der
17 Pedro GUEDES DE MIRANDA , de quem tratamos
1106
no Livro XII . Cap. IV . 8. II. pag. 440 = 17. FRAN
Sor
CISCO DE MIRANDA , que ſervio no Eſtado do Bra
RE ſil , e morreo ſem ſucceſlao , tendo ſido caſado com
Por
D. Maria Lobo , viuva de Jorge Pereira da Sylva , e
RA1 filha de Ferna) Lobo da Gama. E 17 D. LUIZA DE

TAVORA , que caſou com Aleixo de Souſa da Sylva,

Apoſentador môr'; e a ſua ſucceſſað fica eſcrita a pag.


594 do Tomo X.

efor 13 D. ISABEL DA SYLVA , filha de Duarte de

ESP Azevedo , caſou con Duarte Peixoto da Sylva , Se

nhor de Penhafiel , do Conſelho dos Reys D. Ma


noel, e D. Joað III . e foy ſua ſegunda mulher , de
th
quem teve 14 DUARTE PEIXOTO DA SYLVA .

14 PEDRO PEIXOTO DA SYLVA caſou com D. Guio

20 mar de Eça , com a ſucceſfað , que ſe diſſe no Cap.VI.

deſte Livro pag. 676. = 14 BERNARDIM Peixoro,


que nao caſou ; e quatro filhas Freiras em Lorva ) .

14 DUARTE PEIXOTO DA Sylva foy Capitað

de S. Thoné , eCommendador de S. Martinho dos La

gares na Ordem de Chriſto . Caſou com D. Francif

ca Henriques , filha do Doutor Henrique Luiz , Cor

regedor em S. Thomé ; e forað ſeus filhos = 15 AN


Tom . XI Үyyy ii TONIO
he
778 Hiſtoria Genealogica

TONIO Peixoto da Sylva , que foy Donatario de

Salvaterra de Magos, e caſou com D. Iſabel de Guf

mað , filha illegitima de D. Affonſo Henriques ; e ti


vera) quatro filhos , que nað caſarað. = 15 FRAN

CISCO Peixoto caſou com D. Angela Coutinho , fi


Ha de Ruy Mendes , Capitað da China , e de Dona
Franciſca Coutinho ; e tiverao E 16 DUARTE PEI

XOTO DA Sylva , que caſou em Damaõ com Dona


Luiza da Sylva , filha de Jorge da Sylva , de quem

naſceo umica D. FRANCISCA , que caſou em Baçaim

com Fernaõ Telles de Menezes. = 16 JOA) DA


Sylva Peixoto , e JERONYMO Peixoto , que ſer

vira ) na India , ſem geraçao . = 16 D. FRANCISCA ,


mulher de Martim Vaz de Sampayo. = 16 Dona
IGNEZ DE CASTRO caſou coni Bartholomeu de Ano

drade , filho de Nicolau de Andrade , e de D. Vio

lante de Almeida , com geraçað , que nao chegou à

noſſa noticia . = 15 PEDRO Peixoto , irmao de


Antonio Peixoto , fervio bem na India ; teve as ter

ras de Penhafiel. Caſou com D. Catharina de Bar

FOS , fillia de Lopo de Barros , filho do inſigne Hiſto

riador Joao de Barros , Author das Decadas da India,

que foy Capitað môr do Cabo de Comori , fem ſuc

ceſſao. = 15 DIOGO DA SYLVA , o ultimo de ſeus

irmãos , que morreo moço . = 15 D. ISABEL DA

Sylva , fegunda mulher de Jorge Pereira , e depois


de D.Jorge de Eça . O 15 D. FILIPPA , e D. BR10
LANJA , Freiras em Lorvað .

13 Rux DIAS DE AZEVEDO , filho de Duarte


de
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 779

de Azevedo , foy Senhor do Morgado dos Olivaes.

Caſou com D. Joanna de Lima , filha de D. Fernan Hi


et대
do de Lima , que morreo na India , havendo caſado
LAS
com D. Leonor Boto , filha do Doutor Ruy Boto ,
.
Chanceller môr do Reyno , e de D. Mecia Macha
OK
do ſua mulher , de quem teve = 14. D. JERONYMA
EL 11
DE EÇA , Dama da Infanta D. Iſabel , que caſou duas
vezes , a primeira com Luiz de Antas , Alcaide môr

de Landroal , ſem ſucceſfa ) : e caſou ſegunda vez

com Luiz Alvares da Cunha ; e tiverað os filhos ſe

T! guintes: 15 DUARTE DA CUNHA DE AZEVE

DO , Morgado dos Olivaes , adiante. = 15. Rur

1.4 DIAS DA CUNHA , que paſſou a ſervir à India , no

X! tempo dos Vice-Reys Mathias de Albuquerque , pe

1 los annos de 1591 , e no de feu ſucceſſor o Conde da

10 Vidigueira Dom Franciſco da Gama , onde ſe achou

ul em diverſas occafioens , em que ſe diſtinguio , e con


feguio reputaçað , e bom nome . Caſou com Dona

Maria do Amaral , filha de Gaſpar do Amaral , a qual


Id
depois ficando viuva , caſou com D. Vaſco da Ga
ma , e foy ſua ſegunda mulher ; e teve = 16 RUY
1
DIAS DA CUNHA . = 16 D. JOANNA DA CUNHA , que

caſou na India com D. Franciſco de Portugal, a qual


era filla de ſua madraſta D. Maria do Amaral de
11

quem teve dous filhos , que morrera ) , vindo para a

Reyno , no tempo de ſeu parente o Vice-Rey Con


1
de da Vidigueira. E 16 RUY DIAS DA CUNHA

caſou com Dona Brites da Sylva , filha de Jorge Coe


llio de Andrade, Eſcrivað da Camera da Ordem de
Chriſto
780 Hiſtoria Genealogica

Chriſto , e de D. Iſabel Pereira , de quem teve MA

NOEL DA CUNHA , que caſou com ſua prima com


irmãa Dona Elena de Caſtro , filha de ſeu tio Fran

ciſco Coelho de Caſtro , Commendador da Ordem

de Chriſto , e Eſcrivaõ da Camera da dita Ordem , e

Alcaide môr de Palmella , e de D. Marianna de Fi

gueiredo ſua mulher.

15 DUARTE DA CUNHA DE AZEVEDO e Eça ,


teve o Morgado dos Olivaes , caſou com D. Luiza

da Sylva , filha do Deſembargador Gomes da Sylva ,

e de D. Catharina Botelho , filha de Eſtevaõ de An

drade ; e teve os filhos ſeguintes: = * 16 Luiz Al

VARES DA CUNHA DE Eça , com quem ſe continúa.

= 16 GOMES DA Sylva, que deſgraçadamente ma


tara) na India . = 16 PEDRO DA Sylva , que foy
Governador da Ilha da Madeira. 16 RUY DIAS

DA CUNHA , que foy Capitaõ de Chaul, e caſou com


D. Brites da Sylva , de quem nað ſabemos deſcenden
cia . = 16 NUNO DA CUNHA DE Eça , que foy

Collegial de S. Paulo na Univerſidade de Coimbra ,

Doutor em Canones , Doutoral na Sé de Lisboa ; foy

Ecclefiaftico grave , douto , e conſeguio muita eſti

maçaõ na Corte. ElRey D. Pedro o nomeou Biſpo 7


de Portalegre , que nao aceitou : morreo ao primeiro

de Janeiro de 1695. = 16 JERONYMO DA CUNHA ,


que foy Religioſo de S. Franciſco. = 16 HENRI

QUE DA SYLVA , ſem eſtado. = 16 D. MARIA , e

D. ELENA DE Eça , Freiras no Moſteiro da Encar

naçaõ de Lisboa da Ordem Militar de S. Bento de


Aviz .
1
da Caſa Real Portug. Liv. Xlll. 781

Aviz. = 16 LUIZ ALVARES DA CUNHA DE EÇA

fuccedeo no Morgado dos Olivaes , caſou com D.


Maria de Souſa de Ataide , filha de Luiz Botelho

de Andrade ; e tivera ) eſtes filhos : = 17 DUARTE

DA CUNHA , que morreo ſervindo em Africa.

17 FRANCISCO DA CUNHA DE Eça , adiante .


ti!
17 D. JERONYMA DE EÇA , que caſou com Joað Vi

eira Matoſo , Fidalgo da Caſa Real , ſem geraçað.


3 = 17 D. BRITES DA Sylva , que nað teve eſtado .
*
17 FRANCISCO DA CUNHA DE AZEVEDO E EÇA,

1 que por morte de ſeu irmao ſuccedeo no Morgado


1 dos Olivaes. Cafou duas vezes , a primeira em Villa

A Viçoſa com D. Anna de Mello , filha de Antonio Pe.

be reira de Lacerda , ſem ſucceſfað. E a ſegunda com


1
TOT D. Ilabel Vicencia de Mello , filha de Luiz Godinho

de Souſa , e de Dona Catharina de Mello , filha de


TAS
Joao de Brito de Mello , de quem teve unico =
COM
18 Luiz ALVARES DA CUNHA DE Eça , Senhor
do Morgado dos Olivaes , Cavalleiro da Ordem de
for
Chriſto , que faleceo a 22 de Setembro de 1741 , ha
M
vendo caſado em 17 de Fevereiro de 1700 com D.
On Franciſca Thomaſia de Menezes , que morreo a 12 /

de Julho de 1724. Era filha de Ayres Telles de Me


V
nezes , e de D. Joanna de Caſtro ſua mulher , fillia
0
de D. Braz de Caſtro , Governador da India , tendo
1 XAVIER
havido os filhos ſeguintes : = 19 Joao

DA CUNHA DE Eça , adiante . = 19 FRANCISCO


!
DA CUNHA DE EÇA . = 19 D. MARIANNA ISABEL

DE MENEZES , que caſou com Manoel Lobo da Syl


ya
782 Historia Genealogica

va da Fonſeca , Senhor da Quinta do Mogadouro.


19 D. THERESA CLARA DE MENEZES , e D.

MARIA ROSA DE MENEZES , Moças do Coro no

Moſteiro de Santos , da Ordem Militar de Santiago.

= * 19 Joao XAVIER DA CUNHA DE EÇA , vive em

Alcacer do Sal , onde caſou com D. Luiza Couti

nho Salema , filha de Filippe de Reboredo Salema ,


Fidalgo da Caſa Real , Adminiſtrador de diverſos

Morgados ; e de ſua mulher D. Maria de Brito Sale

ma , irmãa de Franciſco Carvalho de Figueiredo, Fi


dalgo da Caſa Real , Eſtribeiro do Infante D. Anto
nio ,

HISTO
!

Debrio fi

HISTORIA

A
GENEALOGIC

DA CASA REAL

PORTUGUEZ A.

P A R T E II.

CAPITULO I.

De D. Affonfo Senhor de Caſcaes , Lourinhāa , c.

A no Capitulo I. deſte Livro


deixamos nomeado entre os fi
1
lhos do Infante D. Joao a Dom

Affonſo , a quem univerſalmen


te chamarao D. Affonſo de Caf

caes , por ſer Senhor deſta Vil

la , e ſeu Termo , Reguengo de

Oeiras , Lourinhãa , e outras terras , Alcaide môr de

Lisboa , o que tudo teve por ElRey D. Joao I. o


Zzzz caſar
Tom . XI.
784 Hiſto Genea
ria logic
a

caſar no anno de 1388 com Dona Branca da Cunha ,

Senho daquel Eſtado . Saõ muy curtas as me


ra les s
morias , que as Hiſori nos deixar ſuas ; porque a
as að
que acham mais antiga , he que na Armad , que
os a
ElRey D. Duart mando a Ceuta , fora D. Affon
e u
ſo por Capita de huma Galé . Succe ſua
v deo por
morte no Throno ElRey D. Affonſo V. , e nas con

o
tido da Raintia D. Leonor contra o do Infante D.

Pedro , a quem foy entregue a regencia , e o Povo


de Lisboa deſcubertamente favorecia : pelo que per

fuadio a D. Affonſo lhe entregaſſe o Caſtello da Ci


dade , de que era Alcaide mór , o que elle naõ quiz

fazer ; aſſim porque era tio da Rainha , prino com


irmaõ de ſua māy , por ſer ella filha da Rainha D.

Leonor , filha de D. Sancho , Conde de Albuquerque,

Ruy de Pina , Chromi, e da Infanta D. Brites , filha delley D. Pedro I. , ' e

sa delRey D.Afonso D. Ignez de Caftro , irmãa do Infante D. Joað ley


V.cap.42 .
pay , como por brio , e honra ; porque dizia elle , que
à Rainha D. Leonor nomeara ElRey D. Duarte ſeu

eſpoſo por Tutora , na menoridade delRey ſeu filho,;

e como a tal havia feito homenagem do Caſtello ; e


affim o nao devia entregar : porém depois de varios

negociados com o Infante D.Joað , a quem D. Ma


ria de Vaſconcellos , com quem já era ſegunda vez
caſado D. Affonſo , tratou por vezes a ſua entrega ,

e o nao pode conſeguir ; porque ſe lhe oppoz ſeu filho


D. Fernando de Vaſconcellos , que perſuadia ao pay

a naő ceder , do que tinha determinado. Vendo-ſe



da Cala Real Portug. Liv.XIII. 785

já falto de viveres para poder ſubſiſtir , nað queren


do entregar o Caſtello ao Povo de Lisboa , o fez ao

Infante D.Joað ; e com ſeu filho , mulher , e familia,


1
foy para a Rainha , que eſtava em Alenquer , e dallí

a acompanhou a Cintra , e depois a Almeirim , onde


ſabendo , que a Rainha partira para o Crato , ſein

embargo do eſcandalo de lho nað participar , mere

cendolho a ſua peſſoa , pelo parenteſco , e fineza , com


D. que abraçara o ſeu partido , determinou de a ſeguir ;

013 e acompanhar ; o que fez , conforme refere a meſma

Chronica , tað violentado das perſuaſoens de ſua mu- Chronica dita cap. 66.

lher , e fillio , que com ternura ſe apartou da Patria ,


abraçando -ſe com a terra , como tambem conta a

Chronica daquelle tempo ; e paſſou ao Crato , e da


quelle lugar para Caſtella , com a Rainha , onde du
al
rou muy pouco ; e morreo , ſendo muy velho , eni

Çamora em Agoſto do anno de 1442 ; e por eſte pro- Liv. 3. dos Myft. sag
cedimento lhe forao confiſcados ſeus bens , e os deu '52 .

ElRey D. Affonſo V. ao Conde de Ourem D. Af

fonſo , como ſe vê na ſua Chancellaria.

Caſou duas vezes , a primeira no anno de 1388 com


D. Branca da Cunha , filha herdeira do Doutor Joao
il
das Regras , Chanceller môr do Reyno , Cavalleiro

da Caſa delRey D. Joað I. do ſeu Conſelho , e Pri

vado ; e de ſua mulher D. Leonor da Cunlia , que


21
depois foy mulher de D. Joaõ de Caſtro , Senhor do

Cadaval , máy de D. Joanna de Caſtro , Duqueza de


D
Bragança , como deixamos eſcrito no Tomo V. Ci
i
pitulo III. pag. 169 ; e ſe deve reparar o que alli fe
Tom. XI. Zzzz ii difie ,
786 Hiſtoria Genealogica

diſſe , ſeguindo os noſſos Nobiliarios , que era viuva


de Dom Joao de Caſtro , o que nað he afſım , como

ſe verá abaixo porhum Documento , que moſtra ſer


D. Branca a filha mais velha de D. Leonor da Cu-'

nha , a qual foy filha deMartim Vaſques da Cunha,


Rico -homem , Senhor do Pinheiro , e outras terras ,

Prova num . I. e dos Morgados de Santo Eutropio , Santa Barbara ,


e Albergarias de Payo Delgado ; e de ſua mulher D.

Thereſa Telles Gira ) , como diſſemos no Cap.II. def

te Livro , Parte I. pag. 632. He eſte Morgado de San

to Eutropio muy antigo , como ſe vê dos encargos


delle , ſendolle já unido o de S. Mattheus pelo Dou

tor Joao das Regras. Foy inſtituido por D.Joað Soa


res Alao , Biſpo de Silves , como ſe vê do ſeu Tef

Prova num. 2 . tamento , feito en Lisboa a 30 de Agoſto do anno de


1308 na Igreja de S. Bartholomeu de Lisboa na Ca

pella de Santo Eutropio , e hum Hoſpital nas ſuas


proprias caſas, a quem annexou todos os bens , que
tinha na meſma Cidade , e nomeou para Adminiſtra

dor a Gonçalo Mendes ſeu neto. Neſte Morgado

de Santo Eutropio veyo depois a ſucceder Martim

Vaſques , como ſe vê de huma Carta de Doaçaõ del


Rey D. Joao I. feita no Porto a 20 de Setembro da

Era de 1424 , que he o anno de 1386 , em que fazen

Prova num . 3 . dolhe a dita Doaçað , diz : Pela hida para Caſtella ,
terra de noſſos imigos Catalina Dias, e Orraca Fer.

nandes fua Madre , que o dito Morgado , e Eſpital

tinhað . ' Devia depois o meſmo Martim Vaſques da


Cunha moſtrar lhe pertencia ; porque ElRey lhe fez
merce
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 787

TILM? merce para elle , e ſeus deſcendentes , do meſmo Mor

gado , que vagara por Catharina Dias , filha de Dio


cak
go Soares , por ſe paſſarem para Caſtella , e acaba af
Cu lim : Dante na Ponte da Barca a 14 de Outubro ; El- Prova nuni. 4 .
mba
Rey o mandou , Alvaro Gil a fez , Era de 1424 ,

ITA, que he o meſmo anno de 1386. Era Diogo Soares


CP4 Senhor da Albergaria de Payo Delgado , em que fuc
D. cedeo a ſeu ſobrinho Affonſo Soares , que morreo

moço , ſem ter caſado , filho de ſeu irmao Lopo Soa


res , Senhor da dita Albergaria , e primeiro filho de
Eſtevaõ Soares o Moço , Senhor da dita Albergaria ,

Dour que foy caſado com D. Maria Lourenço , filha de

Lourenço Martins de Soalhaens , de quem tambem

Tá foy filha D. Brites Lopes , mulher de Vaſco Mar

od tins da Cunha , de quem naſceo Martim Vaſques da

C Cunha , a quem por eſta linha , no defeito da outra ,

tocava ) os ditos Morgados ; os quaes EIR ey D. Af

fonſo V. confirmou depois a ſua neta D. Iſabel da

Cunha , Condeſſa de Monſanto , mulher do Conde

D.Alvaro de Caſtro : foy feita em Lisboa a 8 de Se

tembro do anno de 1463. Sobre o Morgado de


San
to Eutropio moveo depois demanda Martim Vaſques
da Cunha , ſendo Author, contra Gonçalo Annes , fi

lho de Joao Affonſo , Provedor que era do Hoſpital

de Santo Eloy , moſtrando ſer neto de Lopo Soares ,

poſſuidor , e herdeiro do dito Morgado ; e ſe concer

tarað por huma tranſacçað , e amigavel compoſiçað ,


em que forað teſtemunhas o Doutor Joað das Re . Prova num.5

gras , do Conſelho delRey , Alvaro Peres, Bacharel


eni

PE
788 Hiſtoria Genealogica

em Leys , e Conego na Sé de Lisboa , e do Deſem

bargo delRey , Gil Annes , Corregedor da Corte,

Joao Lourenço , Corregedor da Beira , e Joao de Al.

poim da Cidade de Coimbra , o que foy julgado por

Sentença , e paſſada por huma Carta de Confirmaçaã

delRey , feita em Lisboa a 17 de Março de 1427 ;


que he anno de 1389 .

Eſtava Martim Vaſques da Cunha Senhor dos

referidos Morgados, e de outros muitos Eſtados, com

que tinha huma rica Caſa ; porque elle era huma

das primeiras peſſoas do Reyno , quando depois de

ter ſeguido a ElRel D. Joað I. ſe paſſou para Caſtel

! la , e lá caſou ſegunda vez ; e tem larga , e eſclareci


eſta
da deſcendencia , como fica dito. E ſendo por

cauſa dados por vagos , e confifcados para a Coroa ;

o meſmo Rey fez Doaçao ao Doutor Joað das Re.


gras , para elle , e todos os ſeus ſucceſſores , de todos

os bens patrimoniaes , que Martim Vaſques feu fom

gro , e ſeus filhos, que com elle forað para Caſtella,

poſſuhia ) em Portugal, aſſim moveis, como de raiz;


e tambem lhe fez merce dos Hoſpitaes , e Alberga

rias de Payo Delgado , Santa Barbara , e Santo Eus


tropio , com tudo o que lhe pertencia , dizendo na

Prova num .6. Doaçaõ as ſeguintes palavras : Fazemos ſaber ,que

nôs concirando os muitos ſerviços, que do Doutor Joao


das Regras , do noſſo Conſelho , recebemos em nos
aconſelhar bem e verdadeiramente em regimento

dos ditos noſos Regnos como em nos ſervir em defen,

fom delles contra noſſo adverfario, lhe fazemos livre,


e pura

1
I

da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 789


1

e pura Doaçom para todo fempre para elle , e todos


arte, ſeus ſucceſores , que depos delle beerem , wc. Foy fei
A ta em Santarem a 22 de Julho de 1435 , que he anno

Play de 1397. Por morte de Joað das Regras confirmou


cal ElRey os ditos bens a ſua mulher D. Leonor da Cu

-- ! nha por nova Carta , por nao eſtarem expreſſados na

antecedente ; e tambem porque ſeu marido lhos ha


dos via nomeado para gozar em ſua vida ; e que por ſua
COM morte ſuccedeſſe nelle ſua unica filha D. Branca , o

que pedio a ElRey confirmaſſe : o que ElRey remet


FE

teo ao Arcebiſpo de Lisboa , a Alvaro Gonçalves , ' e


Bento Eſteves , ſeus Chancelleres , para que com os

Doutores Lourenço Annes , e Gil Martins , e outros

Letrados do ſeu Deſembargo , ſe informaſſem , e in

0 teiraſſem deſte requerimento , e delle tomaffem pleno

26 conhecimento : o que elles fizerao , e acordarað por

Sentença , pertenciao a D. Leonor , por ella ſer de li

nhagem dos Inſtituidores ; o que tudo ElRey confir


mou por huma Carta feita em Lisboa a 19 de Junho Prova num . 7.

da Era de 1442 , que he anno de 1404. Deſta forte

ficou D. Leonor da Cunha por largos annos com a

adminiſtraçaõ dos referidos Morgados; porque no

anno de 1466 a 21 de Dezembro declarou por huma

Eſcritura , que os Morgados de S. Mattheus, Santo


Eutropio , e Santa Barbara , que tinha na Cidade de
Lisboa , pertenciao ao filho varað , que tiveſſe por

ſua morte ; e que fendo a ſua tençaõ de os deixar a

ſeu neto , filho mayor do Conde de Arrayolos ; ( he

o Duque de Bragança D. Fernando I. ) poréni que


vendo
790 Hiſtoria Genealogica

Prova num . 8. vendo as Eſcrituras , achara pertencia ) ao filho da fi

lha mayor ; e como D. Branca era ſua filha mayor ,

e tinha treſpaſſado o direito por ſua morte a D. Ifa


bel ſua filha , e a ſua neta , e a ſeu marido D. Alva

ro de Caſtro , lhos nomeava , e logo metia de polie


delles , ficando ella ſomente em ſua vida com o uſu

fruto , e rendimento dos taes Morgados , a


a quem El
i
Rey D. Affonſo V. os confirmou , como temos dito,
e na ſua deſcendencia ſe conſervað .

Nao tratarao as Chronicas , nem os Nobiliarios

fizerað mençaõ dos pays do Doutor Joao das Regras,

que parece ſer Affonſo Annes das Regras, Cidadağ

de Lisboa , de cuja governança havia ) ſido os ſeus


progenitores peſſoas de diſtincçao , como conſta de
diverſas Eſcrituras , e Documentos , de que adiante

faremos mençað. Foy caſado com Sentil Eſteves , a

qual ſem duvida foy māy do Doutor Joað das Re


gras ; e depois cafou ſegunda vez com o Doutor Al

varo Paes , de quem as noſſas Chronicas fazem hon

Fernao Lopes , Chron. rada memoria , que foy Chanceller dos Reys D. Pe.
delRey D. Joh .1. cap. dro , e D. Fernando ; e do Teſtamento de ſua mulher
6. Pa 10
a dita Sentil Eſteves conſta , que foy Védor môr da

Chancellaria do meſmo Rey , o qual já tinha ſido ca

fado com Leonor Giraldes , e foy ſeu filho Diogo

Alvares ; mas nað dizem os Nobiliarios , de qual def

tes matrimonios naſceo eſte filho , que foy Meſtre


Salla delRey D. Joað I. e D. Duarte , e o ſeu Mor
ho
gado ſe ajuntou ao dos Almadas Abranches, que
je poſſuem os Condes de Valladares ſeus deſcenden

tes ,
da Caſa Real Portug . Liv. XIII. 791

tes , e o ſao outras Familias illuſtres. Morreo Sentil


TYCH
Eſteves em vida deſte ſegundo marido , como ſe vê

do ſeu Teſtamento , feito a 9 de Julho da Era de 1428 ,


thi
que he anno de 1390 , que eſtá no Cartorio da Paro
pois
chia da Magdalena de Lisboa, donde ella morava ,
e nelle nomea por ſeu herdeiro ao Doutor Joao das
EL
Regras, e por ſeu Teſtamenteiro , e a ſeu marido Al
dica
varo Paes ; e 110 Codicillo , que fez tres dias depois,

diz : Mando', e rogo ao Doutor Joað das Regras ,


LATION
meu filho, que tome por Capellaõ da Capella dos Avoos

delle , ejo por my Sancho Martins, Priol de Pereira ,


criado do dito Alvaro Paes , o meu em quanto viver ;

e diſpondo mais fuffragios pela ſua alma , e outros


encargos , como ſe pode ver no dito Teſtamento , Prova num . 9.

que vay inteiro nas Provas. Foy ſepultada na Igre

ja da Magdalena na ſepultura de ſeu pay , em hum


Rua moimento de pedra , metido na parede , junto à ſe

pultura de Martim Alho , que era Doutor em De


han gredos , e Conego na Sé de Lisboa , peſſoa de muita

authoridade , e reſpeito , de quem fazeni mençaõ as

Chronicas daquelle tempo ; e tinha huma rua ſua por

detraz da dita Igreja , a quem davao , e ainda hoje


dao , o ſeu proprio nome. Conſta mais da Viſita ,

que à Igreja da Magdalena fez Affonſo Annes, Chan

tre , e Conego da Sé de Lisboa , Vigario Geral do

Arcebiſpo D. Pedro , e de Joað de Elvas , Vigario

Geral, o Capitulo ſeguinte : Item achamos , que na


dita Igreja havia outra Capella de Sentil Eſteves,
Madre do Doutor Joað das Regras, e que fora man
Tom . XI. Ааааа dalo
792 Hiſtoria Genealogica

dado na viftaçaõ do anno paſſado ao dito Prior , e Ra

çoeiros , que ſoube ſem preſto a quem pertencia a ad

miniſtraçom della , e que elles procurarað , e D. Af


fonſo de Caſcaes , para lhe perguntarem pelos bens da
dita Capella. Deſta memoria , e do Teſtamento conſ

ta indubitavelmente , que o Doutor Joaõ das Re


gras , ou Joao Affonſo , que aflim lhe chama ſua

mãy no Teſtamento , ainda que elle nao uſou do pa


tronymico de Affonſo , era ſem duvida filho de Sen

til Eſteves , que parece ſer filla de Gonçalo Eſteves,

e de ſua mulher Anna Vaſques. Era Gonçalo Eſte


ves morador em Cintra , o qual fez o ſeu Teſtamen

to na dita Villa a 20 de Dezembro , Era de 1388 ,

que he anno 1350 ,e fe mandou enterrar na Igreja

da Magdalena, donde eſtava ſeu pay ; e inſtituîo hu

ma Capella perpetua na dita Igreja pela ſua alma , e

de ſeu pay , e mây , e hum Anniverſario na Igreja de


S. Martinho de Cintra. Deixou a Fernando Annes

ſeu ſogro o pellote , outro a Lourenço Eſteves feu fo


brinho , à Sylveftra ( he a Sentil ) a faya , e courame

do virado amarello , outro pellote a Joaozinho feu ne

10 , ( entendo ſer o Doutor Joao das Regras ) e por


ſe
Teſtamenteiro a Pero Eſteves ſeu irmao , e que

pague o que conſtar deverſe a ElRey . Era Sentil

Elleves neta de Eſteva ) Peres , irma) de Lourenço

Peres , e pela materna de Fernando Annes , e appa

rentava com os Almadas , Fogaças , Lobatos , Ca

mellos , peſſoas de conhecida nobreza , e diſtincção

na Cidade de Lisboa . Foy caſada Sentil Eſteves ,


como
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 793

ERA
como ſe diſſe , com Affonſo Annes das Regras , e foy
00
ſeu cunhado Lopo Affonſo das Regras , o que nað

padece duvida , pelo Documento, que logo aponta


remos , em que ſe moſtra ſer tio do Doutor Joað das

Regras , e nað pay , como entendeo o Chroniſta Fr.

Manoel dos Santos. Tambem neſte tempo achamos a

Joað Affonſo das Regras, que parece ſer irmaõ dos

fobreditos , peſſoa de diſtincçao , e letras , que viveo


no reynado delRey D. Fernando , Doutor em Leys,

2018 I e foy D. Prior da Collegiadade Santa Maria de Gui

ET maraens, como ſe vê da Carta ſeguinte : Carta por- Torre do Tomb.Chan .

que a dita Rainha ( he Dona Leonor ) apreſentou a nando, livi2. pag.111.


Igreja de Santa Maria de Guimaraens a Joham Af

fonſo das Regras , Doutor em Leys , e Clerigo. Da

da em Lisboa a 7 dias de Dezembro da Era 1421

que he anno 1383. Lopo Affonſo das Regras viveo

na Fregueſia da Magdalena , onde todos os deſta Fa

milia morara) , como ſe vê no Livro I. dos Empra

zamentos da antiga Sé de Lisboa., hoje Baſilica de

Santa Maria , a pag. 28 , como refere o Chroniſta o


Padre Fr. Manoel dos Santos ; e tambem do Livro Monarchia Lufitana ,
pari.8. pag.7oz.
I. do Hoſpital do Conde D. Pedro de Barcellos , que
ſe conſerva no Senado da Camera de Lisboa , onde

ſe lê , que em hum Congreſſo , que ſe fez na Came


I
ra do meſnio Senado em 8 de Dezembro da Era de
0
1402 , que he anno de 1364 , aſſinou entre os Fidal

gos , que nelle concorreráð , Lopo Affonſo das Re

gras. Foy caſado com Sancha Pires Palhavaa , filha

de Pedro Annes Palhavaa , e neta de Joað Annes Pa


Tom . XI. Ааааа іі Ihavaa ,
794 Hiſtoria Genealogica

Ihavka , Cidadaõ honrado de Lisboa , e de Sancha


Pires ſua mulher , Inſtituidores do Morgado , e da

Capella , que fizera ) na Igreja de S. Domingos da di


ta Cidade , cuja inſtituiçaõ eſtá no Cartorio do dito

Moſteiro , de que temos a copia nos extractos já mui

tas vezes allegados do Licenciado Gaſpar Alvares de

Louzada , onde no Tomo II. pag. 406 refere , que

Joanne Annes com ſua mulher inſtituiraõ a dita Ca

pella , e diz : Que conſiderando o muito bem , e prol,


que receberaõ de Dom Martins Pires Palhavam , e de

Dona Maria Soares ſua mulher , e de Dona Tereja

ſua filha , já morta ; os quaes fizeraõ huma ſepulru

ra para ſi , e para ſeus deſcendentes na Capella , que a


dita D. Maria Soares mandara fazer no meſmo Mof

teiro , para o que houveraõ licença do Prior delle

Fr. Fernando de Caſtro , e lhe annexarað os bens de

Setuval , Palmella , Azambuja , e as caſas de Setu

val , que foraõ de D. Sueiro ; e deixarað a adminiſ

traçaõ a ſeu filho mayor , e na falta delle aos outros ,

e que ande na ſua deſcendencia , e extincta , fucceda

o dito Moſteiro nella, com obrigaçaõ de darem ao


dito Moſteiro cem livras, com encargo de hunia Mif

ſa officiada todas as feſtas feiras . Foy feita eſla El


critura em Lisboa a 24 de Agoſto da Era 1344 , que

he anno de 1306 , por Vicente Annes , Tabelliao.

Que Lopo Affonſo das Regras foſſe tio , e nað

pay do Doutor Joað das Regras, conſta do referido

Cartorio de S. Domingos , onde eſtá o ſeu Teſta


mento , feito 1
por Pedro Eſteves , Tabelliaõ delRey ,

e prin
1
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 795

e principia : Em nome de Deos virem , que eu Lopo


ÝZ

Affonſo das Regras , morador em Lisboa à Fregue

ha da Magdalena, & *c . Foy feito a 9 de Agofto da


do
Era de 1427 , que he anno de 1389 ;‫ ܪ‬e tambem eſtá

junto hum Auto , em que a 13 de Outubro da Era


1433 , que he anno de 1395 , feito en Lisboa pes

rante Vaſco Diniz , Eſcolar eni Direito , e Juiz dos


CH Feitos Civeis , preſente o Tabelliao Gonçalo Mar
tins , refere , que apparecerao Joao Martins , Procu
19 rador do nuniero nas Audiencias da dita Cidade , e

CTM Fr. Joao , Frade de S. Domingos, de huma parte , e

Gonçalo Gil, Veador da Caſa do Doutor Joað das

Regras , contra quem da parte do Moſteiro fe alle


gou ſobre o Teſtamento de Sancha Pires , mulher
Viac
den que fora de Lopo Affonſo das Regras , tio do dito
Doutor Joao das Regras ; e porque elle era Teſta
;(
menteiro de ſeu tio , e em ſeu poder tinha os ſeus
bens como ſeu herdeiro ; e porque no Teſtamento de

Sancha Pires , de quem ſeu marido fora Teſtanjentei

ro , lle deixarað em humas caſas na rua das Eſteiras,

que elles poſſuirað , quarenta livras cada anno para


certos encargos ; de forte , que deſtes papeis , que a
incançavel curioſidade de Gaſpar Alvares ajuntou ,

viemos no conhecimento da nobreza do Doutor Joao


2
das Regras , que nað ſe pode duvidar : porém do re

ferido nao podemos tirar certeza do nomie de ſeu


f
pay ; mas ſó ſer irmao de Lopo Affonſo das Regras .
)
Tambem nað pudemos deduzir a ſerie dos ſeus proge

nitores , ainda que eſte appellido le antigo , e nobre,


como

X
a Genealogica
796 Histori

como ſe vê das occupações das peſſoas, que delle ufa


rað . Na Torre do Tombo , na Caſa da Coroa , ga

veta 13 , maço i . achámos hum Original feito no rey

nado delRey D. Affonſo IV . , do qual conſta de hu


ma troca , que o Senado da Camera da Cidade de

Lisboa fez com o meſmo Rey , de que ſe vê ſer Ci

dadao de Lisboa , e do governo da Cidade Joað AF


fonſo das Regras , que o aſſinou : foy feita em 9 de

Novembro de 1390 , que he anno de 1352. O Chro


niſta o Padre Fr. Manoel dos Santos refere , que a

Familia de Regras he antiga , eo moſtra; porque na

Era de 1252 , que he anno de 1214 , no reynado del


Rey Dom Affonſo II. ſe achava confirmado hunia

Doaçaõ com eſte appellido , em Lisboa aos tres das

Calendas de Abril .

Foy o Doutor Joao das Regras de tað conhe


cida nobreza , como fica referido , e ſe vê claramen

te do Teſtamento de ſua máy , quando lhe diz , tome

por Capellaõ da Capella , que era de ſeus avós, a San

cho Martins , Prior de Pereira ſeu criado : porém o

ſeu grande talento


, e letras brilhou de ſorte no rey
nado del Rey D. Joað I. que aos ſeus conſelhos , e

dictames ſe deveo huma grande parte da felicidade


daquelle tempo , que ElRey gratificou na muita con

fiança , que delle fez , e com muitas merces , e hon


ras , juſtamente merecidas dos ſeus relevantes ſervi

ços , nað ſó politicos para a conſervaçaõ do Reyno ;


mas tambem de o acompanhar na guerra , porque era
inſeparavel do ſeu lado. Teve o foro de Cavalleiro
da
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 797

da Caſa delRey , que era o mayor , que tinha ) os

Fidalgos naquelle tempo , até que ElRey D. Affonſo


rer V. que com ſingular idea reduzio a Nobreza a diver

ſas claſſes, diſtinguindo o primeiro grao da Nobreza


ed com leus accreſcenta
na ordem de Moço Fidalgo
10
mentos , que El
Rey D. Šebaſtia) no Regimento ,
que fez no anno de 1572 , ordenou foſſe o accreſcen

‫) ܕ‬: ‫ ܪ‬e o ultimo Fidalgo Ca


tamento Fidalgo Eſcudeiro ,
valleiro . E a ſegunda ordem , que começando em
19 A
Eſcudeiro Fidalgo paſſa a Moço da Camera , e eſte

ao accreſcentamento de Cavalleiro Fidalgo. Foy do

ſeu Conſelho , e Deſpacho , e teve o grande lugar de

DUM Privado delRey , e por iſſo ſe aſſmava com eſte titu

lo , como ſe vê na Eſcritura da Doaçað , que ElRey

D. Joað I. fez de muitas Igrejas à Ordem de Aviz no


anno de 1394 ; e refere o Chroniſta Fr. Franciſco
2.23
Brandao , onde aſſinou aſſim : 0 Doutor Joað das

Regras, Privado delRey ; de que claramente ſe vê ,

que Privado era occupaçað , e nað valido , como al

guns entenderaõ , e nós fuppomos ſer Miniſtro do Branda6, V. Parte da

Deſpacho ; Morarchia
porque no meſmo lugar refere Prandað liv Lufitara ,
. 16. cap . 2. pag. 4.
huma Doaçað , que ElRey Dom Affonſo III . fez a verſ.

Joao Soares Coelho da Villa de Souto , aſlinarað af.


ſim : Dom Mem Soares , Privado delRey confirma ;
21
Don Egas Lourenço da Cunha , Privado del Rey con

firma; com que bem ſe deixa ver nað fer Privado no

me de valido , ſenað occupaçaõ de Miniſtro do Def


1
pacho , a que por ſer privadamente o ſeu exercicio
1
chamaria ) Privados delRey . Parece que depois do
1
Doutor
i
a
798 Hiſtoria Genealogic

Doutor Joao das Regras nað ſe encontra em outra


alguma peſſoa eſte titulo. Foy Senhor da Lourinhãa;

Pereira , Caſcaes , e ſeu Termo , do Reguengo de

Oeiras , de Caſtello-Rodrigo , das Dizimas das Sen

tenças , e condemnações da Cidade de Evora , por

Carta feita no anno de 1386 ; da juriſdicçao da Lou

rinhâa , e das rendas da Portagem de Evora , por Car

ta feita no anno de 1388 ; Senhor de Tarouca , e Bal

digem , e outras terras , de que lhe fez merce omeſ.


mo Rey , e tambem de lhe tirar de huma ſua fazenda

o foro, que pagava à Coroa, e lhe iſentou huma her

dade , que tinha na Vallada , que herdara de ſua máy:

deulhe os Morgados de S. Mattheus, Santo Eutropio,

ainda que eſtes , como temos viſto , pertencia ) a ſua

mulher, por ſer do ſangue dos Inſtituidores. Jaz no

Moſteiro de S. Domingos de Bemfica , onde em hu

ma ſepultura grande demarmore com a ſua Eſtatua,


e Armas , allentada ſobre quatro Leoens , tem eſte

Epitafio :

Aqui jaz Foaõ das Regras , Cavallei

ro , Doutor em Leys , Privado delRey

D. Joső , Fundador defte_Moſteiro :

Finou tres dias de Mayo , Era 1442.

Affum o traz o Padre Fr. Luiz de Souſa na Hiſtoria


Hiftoris de S. Domin
855 , part 2 , liz 2. cap. de S. Domingos , e nao podemos deixar de reparar,
17. pag.93. que eſte inſigne Eſcritor diga o ſeguinte: Por Varaó

infigne , gran.te Benfeitor , e devoto da Religigó nos


merece
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 799

OUX
merece memoria , e agradecimento neſtes Eſcritos o
Doutor Joað de Aregas , ( e nað das Regras , como
100
erradamente lhe chamað alguns ) devemosthe benef
25 %
cios , &c. Nao entramos em averiguar nao lhe cha
3,7 mar Fundador , quando no Epitafio , que refere , pof
La La to na ſua Igreja naquelle o declara Funda
tempo ,
O:C dor daquelle Moſteiro , e elle ſó tem por Bemfeitor ;

mas ſóniente no dizer , que erradamente lhe chamað

das Regras , depois de no Capitulo II. do dito Livro


a
pag . 51 ter tranſcrito a Carta ſeguinte :

Dom Joao por graça de Deos Rey de Portu .

gal , e dos Algarves , c. A quantos eſta minha Car ,

ta -virem fazemosſaber , que nós por amor de Deos ,

e rogo do Doutor Joað das Regras, do noſo Conſelho,

20 damos , e doamos, e fazemoslivre , e pura Doaçao

aybe deſte dia para ſempre à Ordem de S. Domingos dos

tus noſſos Paços de Bemfica a par da Cidade de Lisboa ,

me com todos os ſeus pumares , ho das entradas, e ſahidas,

para ſefazer hum Moſteiro , e eſtarem ahi Frades a

ferviço de Deos , & c. e acaba. Dada en Lisboa a

22 dias de Mayo. ElRey o mandou , Gonçalo Cal.

deira o fez , Era 1437 , que he o anno de 1399. Nao


7
dá aquelle inſigne Eſcritor a razao porque deve ſer

Aregas, e nao Řegras


. Eſta opiniað feguio, e apoyou

com varios Documentos , com que verdadeiramen

te ſe equivocou o erudito Joſeph Freire de Montar


1701
royo Maſcarenhas em hum titulo , que fez deſta Fa

milia , que chama Aregas ; e na verdade fendo tra

0 balhado com as ſuas largas noticias , e vaſta liçaõ da


Tom . XI. Bbbbb Hiſto
800 Hiſtoria Genealogica

Hiſtoria , nað nos podemos accommodar com a ſua


opiniao ; porque em tað repetidos Documentos, co

no temos allegado , todos differentes , já mais ſe

achou ſena ) Regras , e entre elles o Codicillo de ſua

māy Sentil Eſeves , que tivemos em noſſo poder o


Original , que vinhos com muito cuidado , affiſtido da

diligencia , viveza , e admiravel erudicçao de D. Fran

ciſco de Almeida , hoje Principal da Santa Igreja de


Lisboa , e digniſſimo por letras , fangue , e virtudes,

das mayores Dignidades da Chiiſtandade, que por fa


tisfazer a noſſa curioſidade, os teve do Prior da Mag

dalena Joſeph Rodrigues Leal , Juiz da Legacia , e


e
anibos juntos os copiamos da minha propria mao ,

da ſua o fez elle ao Codicillo , que he o meſmo, que

temos allegado , e os conferimos com exacçaõ ; e pas


ra cumprir , como coſtumamos com a noſſa ſincera

gratidao , devemos declarar, que o deſcobridor deſte


importante achado foy o Doutor Manoel Moreira

de Souſa , entao Collegial de S. Paulo , digno Prela


do da Santa Igreja de Lisboa , Varað ornado de

grande litteratura , e erudicçað , e de genio vivo, e

indagador de antiguidades , que com perda da Repu


blica das letras morreo a 17 de Abril deſte preſente

anno de 1745 ; o qual em hum papel , que nos man


dau de Coimbra , da ſua propria mað , nos dava no

ticia , de que no Cartorio da Magdalena eſtava o Tef

tamento referido da mãy do Doutor Joað das Re

gras , que poderia pedir ao Prior da dita Igreja , o


qual como douto , e curioſo , nos ſatisfez na fórma
referida.
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 800

referida . Depois de tað repetidos Inſtrumentos Ori


6, ♡
ginaes , que temos produzido , e outros , que vimos
na Torre do Tombo , ſe tira , que o appellido deſta
dei
Familia era das Regras, e nao de Aregas; e por illo
det
o Doutor Joað das Regras ſe affınava em Latim Jo
idea
annis de Regulis, como affirma o Chroniſta Fr. Ma
Forum
noel dos Santos ; e concluiremos , ainda que ſem ne
ceſſidade , com o Chroniſta Fernað Lopes , que na Fernai Lopes,Chronia

Chronica del Rey Dom Joað lhe chama repetidas ca delRey D. Fra 1.
vezes Joað das Regras , o qual viveo no meſmo para sacan 28. nos
cap. 162 , 167 , 184
tempo , e o conheceo , como ſe tira da meſma Hif- 185.

toria. Outras muitas Eſcrituras authenticas, e Origi

naes , poderiamos moſtrar , em que ſe lê o appellido

de Regras na meſma peſſoa , e em outras da ſua Fa


er milia .

APTEN Saõ de tað alta esféra os deſcendentes do Dou

tor Joað das Regras, e elle Varað tað grande , que


quando nað tiveſſe nobreza nos ſeus progenitores ,
e
elle a qualificou em ſi pelos ſeus merecimentos >
grandes empregos : porém como a natureza o dotou
ola
com mais eſte accidente , nos pareceo alargarmonos
para ſatisfaçaõ dos curioſos
.

Caſou com D. Leonor da Cunha , de quem teve uni


H
ca a D. Branca da Cunha , como diſſemos , mulher

7 de D.Affonſo , chamado de Caſcaes; e deſta eſclare


cida uniao teve

12
D. ISABEL DA CUNHA , que caſou com D.
Ĉ
Alvaro de Caſtro , I. Conde de Monſanto , que oc
0
cupará o Capitulo II .
Toni. XI. Bbbbb i D.
802 Hiſtoria Genealogica

12 D. IGnez , e D. VIOL ANTE


VIOLANT E , das quaes fe

nað fabe , que tiveſſem eſtado.

Caſou D. Affonſo ſegunda vez com Dona Maria de

Vaſconcellos , filha de Joanne Mendes de Vaſcon

cellos , Senhor dos Morgados de Freiriz , e do de Soa


lhaens , e outras terras ,
e de ſua mulher D. Leonor

Pereira , filha de D. Alvaro Pereira , Prior do Crato ,


de quen teve = 12 D. FERNANDO DE VASCON

CELLOS , Senhor de Mafra , como ſe verá 10 Capitu


lo I. Parte III . do Livro XIII. Tomo XII .

CAPITULO II.

De D. Iſabel da Cunba, Condeſſa de Monſanta


,
mulher do Conde D. Alvaro de Caſtro.

12 Uccedeo D. Iſabel da Cunha na Caſa de

S se
ſeur pay , e foy Senhora de Caſcaes, Lol

rinhãa , e outras terras ;teve os Morgados de S.Ma

theus , e Santo Eutropio , com todas as ſuas depen


dencias , o Reguengo de Oeiras , e outras muitas ren
das ; e pelo ſeu caſamento foy Condeſſa de Monſan
to .
Caſou com Dom Alvaro de Caſtro , que neſte

Reyno foy hum grande Senhor pela repreſentaçao


da Cala de Caſtro , e por outras prerogativas , que

concorria ) na ſua peſſoa ; porque era filho de D. Fer


nando de Caſtro , Senhor de Ançaã , e S. Lourenço

do Bairro , Alcaide môr da Covilhãa , e Senhor do


Paul
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 803

1983
Paul de Boquilobo , Governador da Caſa do Infante

D. Henrique , que com elle , e ſeus irmãos paſſou a

Tangere ; e depois hindo para Ceuta a tratar da tró- Pina,Chronica delRey


ca do Infante D. Fernando , faleceo em Abril do an- D. Duarte, cap.16.
ke
no de 1441 ; e de ſua mulher D. Iſabel de Ataide, fi- Chronica del Rey Dom
lha de Dom Martim Gonçalves de Ataide , Alcaide Affonſo X.cap. so.
Co môr de Chaves : e era neto de D. Pedro de Caſtro ,

Senhor do Cadaval , Peral , & c . e de ſua mulher D


Leonor Telles de Menezes , filha de D.Affonſo Tel

lo de Menezes , Conde de Ourem , e da Condeſſa

D. Guiomar Lopes Pacheco , a quem os noſſos No

biliarios dað o appellido de Villalobos ; e ſegundo


neto de D. Alvaro Pires de Caſtro , que paſſando de

Caſtella a eſte Reyno , ſe eſtabeleceo nelle com eſti

3 maçaõ dos Reys de ſeu tempo , que attendendo à re

preſentaçao da ſua peſſoa , lhe fizeraõ eſpeciaes hor

ras , e merces. ElRey D.Pedro I. lhe deu os Luga- Torre do Fomba


1. delRey D. Pedrliv.
o,
res de Unha ) , Faaes , Villacaſata , Bulloens , e Re pag. 126,

‫ܘܠܐ‬ gilde , Entre Douro , e Minho , que fora ) de Dom


Åffonſo Sanches ; e na Era de 1409 , que he anno de

1371 , o creou ElRey D. Fernando Conde de Vian


017
na da Foz do Lima , e que tiveſſe eſte Condado , e
o de Caminha . Conſta de huma Carta de venda de

certos bens a D. Maria Telles , feita em 5 de Dezem

bro da Era de 1410 , que he anno de 1372 , que vimos


na Torre do Tombo na Caſa da Coroa
D.
le , , gaveta 3. Fernando, liv...pag
niaco 11. Foy tambem Conde de Arrayolos , ( e coni 73.
eſte titulo he univerſalmente tratado Senhor das Vil

las de Caminha , Aldea -Gallega junto a Alenquer ,


0
com )
804 Hiſtoria Genealogica

com toda a ſua juriſdicçao ; e já na Era de 1406 , que

he anno de 1368 , lhe havia o meſmo Rey feito Doa

çao das Villas da Caſtanheira , Póvos , Cheleiros.,


Carvoeira , e lhe confirmou a terra de Souſa Entre

Douro , e Minho , tudo de juro , e herdade , com os


Padroados Reaes. Deulhe por pagamento de certas

quantias na Era de 1409 , que he anno de 1371 , as


terras de Arroyolos , e de Pavía , mandandolhe no ar
no ſeguinte entregar os Direitos Reaes de Alfemara ,

e Malveira. Depois na Era de 1413 , que he anno

de 1375 , lhe fez merce das Quintas , e Caſaes de Vi

nhaes , Avila do Porto , e Odemira , que foraõ do


Almirante Lançarote Peſlanha , e o Reguengo de

Cantanhede pelos Reguengos de Campores, e Raba


çal , que lhe tinha dado. Deulhe tambem os bens,

que foraõ de Joao Moreira na Era de 1415 a 10 de


Livro 2. do dito Rey ,Julho , que he anno de 1377 , e nella diz : Faço Doa
pag . 21. çað para ſempre a Alvaro Pires de Caſtro , Conde de

Arrayolos , meu Vaſſallo . E dava- ſe ElRey por tao

ſatisfeito , e agradado dos ſeus ſerviços , que fazen

do delles memoria , lhe fez de novo Doaçaõ da ter

ra de Ferreira de Aves , que havia poſſuido Diogo

Lopes na Era de 1418 , que he anno de 1380. De

ſorte , que com eſtas , e outras merces foy D. Alva

ro hum dos mais ricos , e poderoſos Senhores do ſeu


tempo ; porque elle foy Alcaide môr de Lisboa , e o

I. Condeſtavel deſte Reyno , lugar que ſe creou para

a ſua peſſoa , que he huma das que aponta a Chironi

ca do meſmo Rey , que acompanharaõ à Infanta D.


Brites ,

1
---
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 8oš

6 , UI
Brites , quando caſou com ElRey D. Joað I. de Caf
Da
tella em 2 de Abril do anno de 1383 , referindo -os
leiros
neſta ordenı : Primeiramente a Rainha Dona Leonor ,
En
mūy da Infante , o Melre de Aviz , irmao delRey , o
200 y Conde Dom Alvaro Pires de Caſtro , Condeſtavel de

Portugal , D. Gonçalo Telles , Conde de Neiva , D.


7,2 Joao , Conde de Vianna , D. Joao Fernandes, Con

de de Ourem , Dom Fernando Affonſo de Albuquer

que , Meſtre de Santiago , Dom Lopo Dias de Souſa ,


Meſtre de Chrifto , Dom Fr. Pedro Alvares Pereia

ra , Prior do Hoſpital , Miſer Lançarote Peſanha ,


Almirante , Fernao Gonçalves de Soufa , Gonçalo

Vaſques de Azevedo, Gonçalo Mendes , e Joað Men

des de Vaſconcellos , Alvaro Fernandes de Moura ,

THE Alvaro Vaſques de Goes , e outros muitos Fidalgos


od principaes. Caſou com D.Maria Ponce , como elle
Die refere no ſeu Teſtamento , feito em Lisboa nos ſeus Prova num . 10.

Paços 'a 7 de Julho da Era de 1422 , que he anno de

1384. Era filha de D. Pedro Ponce , Rico -homem , Salazar deCaſtro ,Glo
Senhor de Marchena , e de ſua mulher D. Brites Xe- rias de la Caſa Farul
Je , pag.574.
rica . Jaz em S. Domingos de Lisboa com a Condef
ſa D. Maria ſua mulher.

Foy o Condeſtavel D. Alvaro filho de D. Pe

3 dro Fernandes de Caſtro , que pelas ſuas glorioſas em

prezas mereceo ſer chamado o da Guerra , Rico -ho


mem ,
0 Senhor de Lemos , e Sarria , Mordomo môr
delRey D. Affonſo XI. de Caſtella ; e de ſua ſegun

da mulher D. Aldonça Soares de Valladares, como

deixamos eſcrito no Livro VIII. Capitulo I. pag. 46


do
806 Hiſtoria Genealogica

do Tomo IX . , ſendo a Familia de Caſtro huma das

tres Familias de Heſpanha, deſcendentes dos Condes

Soberanos de Caſtella , conio referem as Hiſtorias an


tigas daquelle Reyno . Na del Rey D. Henrique II.

ſe lê o ſeguinte : Y ſiempre contaron en Caſtilla tres

Cafus grandes de Señorios, a ſaber , Lara , Viſcaya,


y Caſtro, de las quales eſtas ſon las primeras, y' prin
Hißoria de la Casa de cipales. Eſta aſſeveraçaõ diz D. Luiz de Salazar,

he o teſtemunho de mayor authoridade , que po


Lura
3. tom.l , 1.cap.i. pag. que
, lib.
dia haver para a Caſa de Lara , de quem tratava,

quando a Condeſſa de Alançon pedia ao dito Rey os


Senhorios de Lara , e Biſcaya.

Era D. Alvaro de Caſtro Senhor de Caſtello

Mendo , Povoa delRey , Villa-Franca , Bouſa , Co


va , S. Lourenço do Bairro , com ſeus Padroados, do

Reguengo delRey , Fronteiro , e Alcaide môr de

Lisboa , e da Covilhãa , & c. e pelo ſeu caſamento

Senhor de Caſcaes , Lourinhãa , & c. Foy Camerei


Livro 3 .
dos Mil . pag . ro môr delRey D. Affonſo V. que o creou I. Con
230
de de Monſanto , e fazendolhe Doaçao da meſma

Villa eni Lisboa a 21 de Mayo de 1460. Servio na

Chrenica delRey Dom guerra de Africa com tanto valor , e diſtincçað , que
Affonſo V. cap.40.pag. ſerá eterna a ſua memoria , acabando na tomada de
141 ,
Arzilla a 24 de Agoſto de 1471 ; havendo tido de ſua
mulher a Condeſlá D. Iſabel da Cunha os filhos ſe

guintes :
13 D. Joaõ de CASTRO , II. Conde de Mon

ſanto , e Senhor da grande Caſa de ſeus avós, em que

ſuccedeo , menos na Alcaidaria môr da Covilhãa ,

que

!
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 807

12 de que deu a ſeu irma) D. Rodrigo . ElRey D. Affon


ſo V. lhe fez merce de llie accreſcentar o aſſentamen

to , dizendo : Que havendo reſpeito aos grandes ſer. Chancellar.do annode 1


1475 , pag.42 .
uell viços, que tenho recebido, aſim neſtes Reynos , como

em outras muitas partes , de D. Joao de Caſtro , Con

de de Monſanto , meu muito amado ſobrinho : foy fei


TID ta em Camora a 21 de Outubro de 1475 , e nella lhe
200
1 deu 130U. reaes brancos ; que havendo caſado com a
Condeſſa D. Maria de Menezes , filha de D. Duarte

de Menezes , III . Conde de Vianna , Alferes mòr de

Portugal , Capitað de Alcacer , que acabou glorioſa

mente a 20 de Janeiro de 1464 em huma peleija com


os Mouros ; e de ſua mulher D. Iſabel de Mello , fi

lha de Martim Affonſo de Mello , Guarda môr del


GO
Rey D.Joao I.: porém deſta eſclarecida uniao nao

houve filhos.

13 D. JOANNA DE CASTRO , que veyo a ſer


herdeira , de quem faremos mençaõ no Capitulo III.

* 13 D. LEONOR DE CASTRO caſou com Dom

Pedro de Menezes , Senhor de Cantanhede , adiante

2. II .
13 D. GUIOMAR DE CASTRO , que foy Du

queza de Naxera , mulher de D. Pedro Manrique de

Lara , chamado o Forte , I. Duque de Naxera , II.


Conde de Trevinho , X. Senhor de Amuſco , Navar

rete , e outras terras , Adiantado , e Notario mayor

do Reyno de Leao , Capitað General das Fronteiras

de Aragað , Navarra , e Jaen , & c . que morreo no pri

meiro de Fevereiro de 1515 , fobrevivendo à Duque


Ccccc za
1 Tom . XI.

1
808 Hiſtoria Genealogica

za ſua mulher , que faleceo em Março de 1505. D.

Antonio de Lima no ſeu Nobiliario , e outros , que

o ſeguirað ſem averiguaçao , em que entra Damiao


de Goes, naõ daõ eſta filha à Condeſſa D. Iſabel da

Hißoria de la Casa de Cunha , tendo - a por illegitima : porém D. Luiz de

Lara , tom. 2. lib. 8. Salazar na ſua eſtimadiſſima Hiſtoria da Caſa de La


cap.6 , pag. 141. ,
ra 2, moſtra com a ſua coſtumada madureza conven

cer o erro daquelles Genealogicos, deixando com evi

dencia provada eſta filiaçao , donde ſe pode ver , e


a ſua eſclarecida fuccefſao .

13 D. RODRIGO DE CASTRO , 2. III .

13 D. MAGDALENA DE CASTRO , que foy


Freira no Moſteiro de Santa Clara de Coimbra , e

Abbadeſſa mais de vinte annos .

. II.

13 D. LEONOR DE CASTRO caſou com D. Pe

dro de Menezes , I. Conde de Cantanhede , feito por

ElRey D. Affonſo V., quando voltou de Caſtella,


no anno de 1479 eſtando em Evora , Senhor das Vil

las de Cantanhede , Tancos , Tanquinhos , Atalaya ,

Cinceira , e outras , Alferes môr de Portugal, de que

ſe lhe paſſou Carta em Lisboa a 5 de Mayo de 1512.


Servio em Africa com reputaçaõ ; achou -ſe na bata

lha de Touro , em que o ſeu valor , prudencia , e au


thoridade conduzio muito para a uniaõ dos noſſos.

Morreo velho na ſua Villa de Cantanhede. Foy D.

Leonor ſua primeira mulher , de quem teve eſtes fi


lhos:

1
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 809

5:1 lhos : = 14 D. JORGE DE MENEZES , adiante . =


S.
14 D. JoA) DE MENEZES , que caſando com Dona

Guiomar Coutinho , filha de Ruy Lopes Coutinho ,


hal morreo deſgraçadamente em Africa , ferido de hum
uz Leao . = 14 D. MANOEL DE MENEZES , que tam
de les bem acabou infelizmente , cahindo ao mar , hindo na

Armada , em que o Conde Prior do Crato D. Joað


de Menezes hia em ſoccorro dos Venezianos .

125,6 14 D. MARIA DE MENEZES , que caſou com Dom

Henrique de Menezes , filho do Marquez de Villa


Real , cuja eſclarecida uniao deixamos referida no

Capitulo V. do Livro VI. 2. III . pag.310 do Tom . V.


14 D. Jorge de Menezes , foy VI. Senhor
JA,
de Cantanhede , Atalaya , Cinceira , & c. Caſou com
D. Leonor Manoel , filha de D. Joao de Sottomayor, Aponte , Luzero de la

Senhor de Alconchel , ( e de D. Joanna Manoel ſua Nobleza, m .).

mulher , filha de D. Lourenço Soares de Figueiroa ,

e de D. Maria Manoel , Condes de Feria ) e era ir

mao inteiro de D. Alonſo de Sottomayor , IV . Con


,71
de de Belalcaçar , de quem fizemos mençað , por ca
ſar com D. Iſabel de Caſtro , filha do Senhor D. Al

varo , no Capitulo II. do Livro IX .pag . 47 do Tomo

IX. , e tiverað os filhos , que ſe ſeguem . = 15 D.


Joað DE MENEZES , VII. Senhor de Cantanhede ,

que caſou com D. Margarida da Sylva , filla de D.

Antonio de Noronha , e D. Joanna de Ayala , pri

meiros Condes de Linhares ; e a ſua eſclarecida poſte

ridade eſcrevemos no Liv . VI . Cap.V.8. II . do Tom .


V. pag. 271. = 15 D. PEDRO DE MENEZES , que
Сcccc ii foy
Tom . XI.
;
810 Hiſtoria Genealogica

foy Senhor de Fermoſelhe , que caſou com D. Me:

cia de Noronha , com a illuſtre ſucceſfaó , que refe

rimos no Livro XII. Capitulo III. pag. 406 , 8.1. =

15 D. Manoel de MENEZES , viveo em Almada;


foy Governador , e Camereiro môr do Senhor Dom

Duarte , filho do Infante D. Duarte. ElRey Dom

Joao III , o mandou a França a viſitar a EIR ey Hen


rique II . pela morte del Rey Franciſco I. ſeu pay.
Caſou com D. Brites de Vilhena , filha herdeira de

Joao de Mello da Sylva , Capitað de Ceilao , que

voltando ao Reyno no anno de 1526 , ſe perdeo ; e de

ſua mulher D. Leonor Fogaça , filba de Joað Vaz


de Almada , Corregedor da Corte ; e tivera ) os filhos
ſeguintes: * 16 D. Joað DE MENEZES , adian

te . = 16 D. PEDRO DE Menezes , ſervio na India

com reputaçað , e valor , foy Capitaõ de Malaca , e

Dio , e caſou duas vezes , a primeira com D. Luiza


Coutinho , viuva de Luiz Freire , filla de D. Manoe!
Coutinho ; e a ſegunda com D. Bernarda de Eça , fi

lha de D.Jorge de Eça , Alcaide môr de Muja , como

ſe diſſe no Cap. X. pag. 719 deſte Tomo. = 16 D.


DOMINGOS , D. MIGUEL , e D. FRANCISCO DE ME

NEZES , ſem fucceſfað. = 16 D. FILIPPA DE VILHE

NA , Freira na Eſperança de Lisboa. = 16 D. LEO


NOR DE VILHENA no Moſteiro da Madre de Deos

de Lisboa , donde foy para Fundadora do Moſteiro


de Sacavem . = 16 D. JOANNA MANOEL , que ca

ſou com D. Joaõ de Mendoça, que na India foy Ca


pitaõ de Chaul , e no Reyno Védor da Caſa da In
fanta
1

da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 811

DN
fanta Dona Maria , Governador de Mazagað , onde

morreo no anno de 1561 , e foy ſua primeira mulher ,


21:
de quem teve = 17 ANTONIO DE MENDOÇA , Re

ligioſo de S. Franciſco da Provincia dos Algarves . =


Dia
17 NUNO DE MENDOÇA , Eremita de Santo Agoſti
Du
nho , = 17 e MANOEL DE MENDOÇA , que morreo
Her no anno de 1578 , na batalha de Alcacere em Africa .

16 D. ANNA DE MENEZES , que caſou com


32 D. Pedro da Cunha , adiante . = 16 D. MARIA DE

VILHENA caſou com Bernardim Ribeiro Pacheco ,

Commendador de Villa -Cova na Ordem de Chriſto ,

ula de quem teve = 17 Luiz RIBEIRO PACHECO , Com

mendador de Villa -Cova , que caſou com D. Catha


rina de Ataide , viuva de Fernao Gomes da Grãa ,

13 Guarda mòr das Naos da India , e filha de D. Fran

MI ciſco de Portugal , Commendador da Fronteira na


Learning Ordem de Aviz , Eſtribeiro môr delRey D. Sebaf
tia) , com quem morreo na batalha de Alcacere , de

quem nað teve ſucceſlað ; e pela nað ter tambem ſeu

irma ) MANOEL PACHECO , foy ſua herdeira D. MA


RIA DE MENEZES ſua irmãa , caſada com Triſtao da
D
Cunha , Senhor do Morgado de Payo Pires ; e tive

rað os filhos ſeguintes : = 18 Tristað da Cunha ,


que foy ſeu herdeiro , e caſou com D. Antonia da
EL
Sylva ; e a ſua illuſtre poſteridade deixamos eſcrita a
2x
pag. 622 do Tomo X. = D. CATHARINA DE ME

NEZES , Freira no Convento da Eſperança de Lisboa .


16 D. IGNEZ DE MENEZES caſou com Bernar

do de Carvalho, Guarda-Roupa delRey D.Joað III.


que

Bo

3
812
Hiſtoria Genealogica

que foy cativo na batalha de Alcacere ; e tendo fi

lhos, nað ſabemos , que tiveſſem ſucceſlao : - 16 D.

CATHARINA DE MENezes , que foy ſegunda mulher


de Affonſo de Albuquerque , filho do Grande Affon

ſo de Albuquerque , Governador da India , onde mor


reo a 16 de Dezembro de 1515 , de quem nað teve

ſucceſſað ; e ficando viuva , caſou com D. Joað Couti:

nho , Alcaide môr de Santarem , e Almeirim , Senhor


de Alvayazere ; e deſta unia ) naſceraõ duas filhas =

17 D. Luiza. 17 D. JOANNA COUTINHO , adian

te. = 17 D. LUIZA COUTINHO, que foy herdeira , e

faleceo a 31 de Janeiro de 1639 , e caſou com D. Fran

ciſco de Caſtellobranco , II . Conde de Sabugal , Mei


rinho môr do Reyno ; e teve , além dos filhos, que

morrerað ſem eſtado, as filhas ſeguintes : = 18 D.


Brites De Menezes de CASTELLOBRANCO , que

veyo a ſer herdeira , e caſou duas vezes ; e da ſua ef

clarecida ſucceſfaõ tratámos a pag. 343 do Tomo V


18 D. MARIA COUTINHO caſou com Luiz Freire,

Senhor de Bobadella , fem poſteridade , = 18 e D.

Isabel de CASTELLOBRANCO , que caſou com D.

Franciſco de Caſtellobranco , VIII. Conde de Rei

dondo , Commendador da Eſpada de Elvas , que fa

leceo no anno de 1686 , e foy ſua primeira mulher ,


de cuja uniao naſceo 19 D. JOAV DE CASTEL

LOBRANCO , herdeiro da Caſa de Redondo , que ca

ſou com D. Magdalena de Tavora , Dama do Paço,


por cujo ſerviço ElRey lhe fez merce do titulo de

Conde , que ſeu pay lhe encontrou , com o motivo


de
1
-
da Cala Real Portug. Liv.XIII. 813

endo de elle ſer ainda vivo : porém deſta uniaõ nað ficou
16 ) deſcendencia. = 17 D. JOANNA COUTINHO , ſe

gunda filha de D. Joað Coutinho , caſou com Fran


titles ciſco Moniz , V. Senhor de Angeja , Bempofta , Fi

e mus gueiredo , Pinheiro , e Sequins , que no anno de 1638

for paſſou na Armada do Conde da Torre a Pernambu

OUT co ; e ſuccedendo depois a Acclamaçaõ delRey D.


Joað IV . ficou em a Corte de Madrid , e lá morreo ,

ſem deixar ſucceſfað .

16 D. JOANNA DE MENEZES , que foy a ſegun


da filha de D. Manoel de Menezes , primeira mulher

de D. Pedro da Cunha , Commendador de S. Marti

nho de Bornes na Ordem de Chriſto , General das

Galés , Capitað General da Cidade de Lisboa , e Cof

ta do Algarve , do Conſelho de Eſtado delRey D.

Sebaſtiao , que quando paſſou à Africa , o deixou por

Capitað môr de Lisboa , que havia ſervido com re

putaçaõ femipre ; de forte , que mereceo tanto pelo


illuſtre naſciniento , como pelas virtudes, com que ſe

diſtinguia ; porque D. Pedro toda a vida fervio , prin


el
cipiando no anno de 1532 , em que paſſou a Tange
5D
re , ſendo Capitað daquella Praça Dom Alvaro de

Abranches , e depois Gonçalo Mendes Zacoto , tem

po em que aquella Praça fentio por ſeis mezes o ter

rivel mal da pele. No anno de 1534 fe achou no foc


corro de Azamor , quando os Mouros a intentarað fi
ů
tiar , donde paſſou a fervir na Praça de Mazagao. E

no anno de 1538 paſſou à India com o Vice -Rey D.


Garcia de Noronha , e com elle ſe achou no ſoccor
10 ro
814
Hiſtori Genealo
a gica

ro de Dio , e em todas as emprezas do ſeu governo ,

e do Governador do Eſtado Dom Eſtevao da Gama ,

em que houve acções de eterna memoria ; e tendo

reſidido na India cinco annos , voltou ao Reyno ; e

no anno de 1544 tendo - ſe receyo , que o atrevido , e


celebre Colfario Barba-Roxa , invadiſſe algumas das

noſſas Praças de Africa , mandou ElRey muitos Fi

dalgos a ſoccorrellas , e D. Pedro foy para Alcacere.


No anno de 1550 havendo-ſe de reformar a Armada

das Galés , que quaſi eſtava ) abandonadas , nomearað

a D. Pedro Capitað môr dellas , que elle preparou

nað ſó com muito trabalho ſeu , e de ſeu irmao Dom

Vaſco da Cunha , Cavalleiro de Malta , que naquelle

ſerviço fe havia creado , as apreſtarað , mas com del


peza propria , porque as apparelhou com muita poli

cia ; e conſeguindo varias occaſioens de reputaçao,

porque com quatro Galés peleijou com oito de Tur

cos , e Mouros, que desbaratou , e poz em fogida ,


tomandolhe huma com oitenta Turcos . Depois pe

leijou com o celebre Xa Amete Azayas , Capitað


môr de hunia Eſquadra de oito embarcações , com

tanto vigor , e furia , que lle matarað cento e vinte

e ſete homens , e ferirao cento e cincoenta : porém

com mayor perda dos inimigos , porque lhe rendeo


tres Galés , cativou noventa Turcos , com o meſmo

Capitað môr , matandolhe mais de cento e cincoenta ,


e reſgatando cento e vinte Chriſtãos do ſeu poder ; de
forte , que ſete annos , e tres mezes teve o governo

das Galés D. Pedro da Cunha , em que cativou entre


Turcos ,

1
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 815

༡༡་༡ཚན།
Turcos , e Mouros , trezentos e oitenta , tomandolhe
Gang
onze embarcações , no que nað ſó teve traballo ,
LU
mas deſpeza da ſua fazenda. No anno de 1572 , ef
5.2014 tando deſpachado para a India , o mandou El Rey
ito : por Capitað , e Governador de Ceuta , donde eſteve

0256 quaſi cinco annos , logrando em toda a parte reputa


0% çaõ de valeroſo , e prudente ; de ſorte, que os Capi
MALLI taens, que eſtava ) nas Praças viſinhas da Coroa de

Lines Heſpanha , ſe aconſelhava ) com elle , com tanto pro

veito , que ElRey D. Filippe II. Iho agradeceo com


3 honradas Cartas. Ultimamente ſendo Capitað môr

Di de Lisboa , quando o meſmo Rey entrou em Portu

gal, lhe mandou dizer , que o faria Marquez de Alen


quer , ſe abraçaſſe o ſeu partido , que elle honrada

mente recuſou , por ſeguir o Senhor D. Antonio ; e

parecendolhe mais brioſo acompanhallo na batalha ,

do que na fogida , foy prezo pelo Duque de Alva , e


mandado para a Torre de Belem , onde prezo com

grilhoens aos pés acabou a vida ; e deixando glorioſa


memoria , a fez ainda mais celebre a expreſſað , com

que entao o amor , e zelo da Patria o fez declarar ,


dizendo , que amaldiçoava ſeus filhos , e netos , ſe

puzeſſem pedra ſobre pedra no ſeu Morgado , em

quanto Portugal foſſe ſugeito à Coroa de Heſpanha.


Teve de ſua primeira mulher D. Anna = 17 a D.

Luiz Da Cunha , que morreo moço. 17 D. MA


NOEL DA CUNHA , que foy Commendador de Dor:

nes , e de Almagens, na Ordem de Chriſto , Viſita


V dor da meſma Ordem , e Senhor de Taboa , eni que
3 Tom. XI. Ddddd fuc
816 Hiſtoria Genealogica

ſuccedeo por morte de ſeu primo com irmao D. Ma

noel da Cunha ; e depois de ter ſervido com valor ;


ſendo cativo na batalha de Alcacere , fe achou depois

na Armada do Marquez de Santa Cruz , quando foy

às Ilhas dos Açores . Acabou com opiniao de virtuo


fo , ſendo caſto toda a ſua vida , pelo que nað to

mou eſtado . = 17 D. MARIA DE MENEZES , que

caſou com Jorge de Albuquerque Coelho , Senhor de

Pernambuco , que ſe achou com El Rey D. Sebal


tia ) na batalha de Alcacere ; e depois de perdida, deu

a ElRey o ſeu Cavallo , para que ſe ſalvaſſe ; e de

pois de ter recebido nove feridas, foy cativo , como


Andrade, Miſcellanea, refere Miguel Leitað de Andrade na ſua Miſcellanea ;
pag.1 99 até 103 .
porém deſte matrimonio nao houve ſucceſſão. Ca

ſou ſegunda vez D. Pedro da Cunha com D. Maria


da Sylva , filha de Ruy Pereira da Sylva , Alcaide

môr de Sylves, Senhor do Morgado de Monchique,


Guarda môr do Principe D. Joa ) , com o Privilegio

das entradas da camiſa , como o Camereiro môr Fran

ciſco de Sá ; e de ſua mulher D. Iſabel Coutinho; e


deſta uniao naſcerað os filhos ſeguintes :

17 D. LUIZ DA CUNHA , Commendador de S.


Thomé da Correlhaa na Ordem de Chriſto , ſervio

en Tangere ; embarcou nas Galés de Caſtella , e na

Armada de D. Joað Fajardo ; e morreo em Caſa -Ru

bios , ſeis legoas de Madrid , hindo a negocios àquel


la Corte : nað caſou nem teve ſucceſſão .

17 D. RODRIGO DA Cunha naſceo em Lisboa

em Setembro de 1577 , e ſendo deſtinado para a vida


Eccleſi
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 817
DN
Eccleſiaſtica , paſſou à Univerſidade de Coimbra , e foy
m plan
Porcioniſta do Collegio de S. Paulo , e Doutor em
ou dep
Canones, Deputado do Santo Officio da Inquiſiçaõ de
uno be
Lisboa , em que entrou a 6 de Agoſto de 1608 ‫ ;ܪ‬e no
eur
de 1615 a 9 de Fevereiro foy feito Inquiſidor da mel

ma Inquiſiçaõ , aqui compoz o Tratado de Confeſio


3. qui
nis ſolicitantibus , que inprimio em 1611 , e depois ſe
ntor de
reimprimio em 1620 , e 1632. Os ſeus merecimentos,
2. Selain
com illuſtre naſcimento , o elevarao depois às mayores

Dignidades , e lugares do Reyno ; aſſim no anno de

1615 foy nomeado Biſpo de Portalegre , e neſta Ci

dade entrou a 15 de Fevereiro de 1616. Começou

logo a luzir o zelo , e letras do Paſtor no cuidado do


i a
feu rebanho , no augmento do Culto Divino , na re
JE
formaçao dos coſtumes , e na caridade com os pobres;
haya
e tendo aſſiſtido neſta Igreja tres annos , eſcreveo o
Tratado da Explicaçao dos Jubileos , que imprimio

em 1622 , e depois ſe traduzio em lingua Caſtelhana,


Franceza , e Latina , e ſe imprimio. E ſendo promo

vido à do Porto , falio de Portalegre com geral ſenti

mento dos pobres , e de todas as ſuas ovelhas : entrou

no Porto a 14 de Abril de 1619 , è neſte meſmo an

no paſſou às Cortes , que havia convocado em Lil


7
boa ElRey D. Filippe III. em que foy jurado Princi

Re pe D. Filippe ſeu filho. Recolhido à ſua Igreja , lhe


mandou o meſmo Rey offerecer o Biſpado de Viſeu ,
de que com juſtos motivos ſe eſcuſou : entao eſcre

veo o Catalogo dos Biſpos do Porto , que fe impri

mio naquella Cidade no anno de 1623. Pela mudan


Tom . XI . Ddddd ii ça
818 Hiſtoria Genealogica

ça de D. Affonſo Furtado de Mendoça para Lisboa

ficou vago o Arcebiſpado de Braga , em que El Rey


o nomeou ; e paſſandolhe as Bullas o Papa Urbano

VIII . a 27 de Janeiro de 1627 , tomou o Pallio no

Porto da maõ de D. Fr. Antonio dos Santos , Biſpo

de Nicomedia , a 13 de Mayo ; e entrou na Prima

cial Igreja de Braga a 10 de Junho , onde os ſeus na

turaes com extraordinario goſto o feſtejarað pelos oi

to dias ſeguintes , com varias invenções de jogos , é


1 outras feſtas , em que ſe vio a grandeza , e apparato

dos animos dos ſeus moradores , ſempre luzidos, ege

neroſos : deſtas feſtas fe imprimiraõ duas Relações,

huma em Braga , e outra no Porto . O ſublime talen

to do Prelado , e o zelo , o empregarað logo na refore


ma do Breviario Bracarenſe , que era muito antigo,

aſſiſtindo peſſoalmente com Capitulares doutos a eſte


trabalho. Compoz tambem hun livro , que impri

mio no anno de 1629 : Super primam partem Decres


ti Gratiani Commentarium ; e por ordem delRey D.
Filippe II . fez o livro de Primatu Bracharenſis Ec

clefiæ , que imprimio em Braga em 1632. E como


nenhuma couſa eſtimava mais , que a gloria da fua

Igreja , eſcreveo a Hiſtoria Ecclehafica de Braga,

com as Vidas de ſeus Arcebiſpos , e Varoens Santos ,


e eminentes do Arcebiſpado , em dous volumes , que

ſe imprimirao em 1634 , e 1635. Com a continua af:

plicaçao dos feus eſtudos illuſtrou a Igreja Primacial,


ſendo acerrimo Defenſor das ſuas preeminencias , e

ao meſmo tempo hum inſigne Paſtor , que fuavemen


te
da Caſa Real Portug . Liv. XIII . 819

te ſoube apaſcentar hum tað dilatado rebanho , bri


EIR:
lhando entre muitas virtudes a caridade nas eſmolas ,
l'ha
e compaixao dos pobres. Tres vezes o mandou o
On
meſmo Rey a Vianna a prevenir a defenſa daquella
ES Villa , pelo receyo , que teve , de que a Armada In
Paint
gleza , entrando naquelles mares , fizeſſe algum def
25 172 embarque naquella Villa .

No anno de 1635 vagando o Arcebiſpado de

gos, Lisboa por morte do Arcebiſpo Dom Joao Manoel ,

nomeou o meſmo Rey ao Arcebiſpo Dom Rodrigo

para o Arcebiſpado de Lisboa , com a eſpecialidade de


o fazer ao meſmo tempo do Conſelho de Eſtado , e

om Adjunto à Princeza Margarida de Mantua , que en


nothing tað governava o Reyno , para lhe aſſiſtir ao deſpacho

ordinario. Tomou poſſe deſta Igreja por ſeu Procu

3127 rador D. Antonio de Caſtro , Dea ) da meſma Sé , no

primeiro de Mayo de 1636 ; e da ma ) do Inquiſidor


stephanie
Geral Dom Franciſco de Caſtro recebeó o Pallio na

Igreja de S. Bento a 10 de Agoſto do referido anno;


!
e fez a ſua entrada publica , ſahindo da Igreja de S.
Luiz pelas Portas de Santo Anta) com todo o appa

rato de Ordens, e Nobreza , com o Senado da Came


ra na forma diſpoſta no Ceremonial Romano . E

principiando pelo bem , e reforma da ſua Igreja , aco


SUN
dio a tudo , o que era preciſo para evitar os abuſos,
GE "
arrancando vicios , e reformando coſtumes ; de ſorte,

que vendo a neceſſidade , que havia para o bom go


verno do ſeu rebanho , convocou Synodo Dioceſa

no , que havia quaſi ſeſſenta annos fe nað havia cele


r
lice brado ,
820 Hiſtoria Genealogica

brado , que fez na Sé de Lisboa a 30 de Mayo de


1640 ; e as Conftituições do Arcebiſpado de Lisboa ,

que ſe acabaraõ de imprimir por ordem do Deab , e

Cabido Sede Vacante no anno de 1656. Mandou


ElRey D. Filippe IV . fazer huma Junta de varios

Miniſtros Caſtelhanos, e nella foy o Arcebiſpo o uni

co obſtaculo , para nað conſeguirem o que intenta


tavaõ nos tributos, e violaçao dos fóros , e liberdades

da Coroa. Foy chamado a Madrid no anno de 1638,

e outros Prelados, e muitos Fidalgos ſeculares ;‫ ܪ‬e an

tes de partir fez o ſeu Teſtamento , e a 16 de Mayo

ſe foy deſpedir do ſeu Cabido. Entrou em Madrid ,


donde foy a admiraçao dos mayores Miniſtros da Cor

te , vendo a conſtancia , e liberdade, com que fuften:


tou , e defendeo os fóros da Patria : reveſtido de ze

lo deſprezou o Capello de Cardeal, que lhe offere


ciao , ſe mudaſſe do ſeu parecer ; porque conſtante

amava a juſtiça , e nað ſe preoccupou já mais de am

biçaõ . Merece que nao nos eſqueçamos de referir

hum caſo , que lhe ſuccedeo em Madrid , que he hu

ma evidente prova do caracter deſte grande Prela


do. Pertenderað naquella Corte darlhe juramento de

ſegredo , ſendo perguntado, o que ſentia ſobre as cou


ſas de Portugal , a que reveſtido de hum ſanto zelo ,

reſpondeo o Arcebiſpo : Amim ninguem me pode dar


juramento , ſenao o Summo Pontifice , a que fou im

mediato , ou ElRey nas Cortes. Eſta repoſta moſtra

qual era a grandeza do ſeu coraçao , que já mais o


alterou caſo algum , ou proſpero , ou infelice ; por
que
da Caſa Real Portug . Liv. XIII. 821

ato d que inalteravel a huns , e outros, os recebia com ani


mo ſereno , e como bom Paſtor ſentia a auſencia do
Lisbe
feu amado rebanho : pelo que pedio licença para ſe

landar reſtituir à ſua Igreja , proteſtando as penas , em que

T'AIME incorria ) os que injuſtamente eraõ a cauſa de faltar

ao governo da ſua Igreja , a que finalmente ſe reſti


MA tuîo a 21 de Mayo de 1639. Sendo recebido com in

explicavel ſatisfaçao , e goſto , o acompanhou todo

o Clero , e Religioens da Cidade debaixo do Pallio


216
com o Santo Lenho , vindo da Miſericordia em Pro

ciſſað até à Sé. E para que foſſe hum glorioſo triun


VG
fo deſte virtuoſo Prelado , cauſou huma grande edi.
fatti
ficaçao , ver nella a todos os pobres da Cidade com
dCi
canas verdes na mao , acompanhando ao ſeu Bemfei

tor. Foy o concurſo extraordinario , e nao menos

as demonſtrações , com que feſtejarað todos a vinda


1 do ſeu Prelado , com luminarias , e outras expreſſoens,
‫ܗܟ‬
1 com que teſtemunhavaõ a ſua alegria.
su
Executou -ſe no primeiro de Dezembro de 1640

a feliciſſima Acclamaçaõ delRey D. Joað IV . em que

o Arcebiſpo teve grande parte ; porque o ſeu reſpei


rati
to authoriſou a reſoluçaõ dos Acclamadores ; porque
od vendo hum Varað ornado de virtude , que perſua
101
dia com o exemplo , e com a eloquencia , a ſeguira )

logo todos os ſeus illuſtres parentes, e todos os Eccle


de
fiafticos , que lhe obedecia ) , ſendo a primeira peſſoa
de cujo conſelho , e direcçað ſe valerað. Naquelle

meſmo dia foy ao Paço , e deſenganou à Princeza


$1
Governadora , do que a Nobreza , e Povo tinha ) ex
ecutado ;
822 Hiſtoria Genealogica

ecutado , e foy eleito por Governador do Reyno até


que chegaſſe ElRey, que eſtava em Villa - Viçoſa,
ſendo tað univerſal a ſua authoridade , que ſegurou ,

e facilitou a entrega das Praças, e Fortalezas Ultra


marinas à obediencia delRey , o veremſe as ordens
aſſinadas pelo Arcebiſpo Dom Rodrigo , a quem o

zelo , verdade, e Religiaõ tinhao conſtituido já Pay


da Patria , pelo amor , e deſintereſſe , com que a ſer
via . Depois no Auto do Juramento , que a 15 de

Dezembro de 1640 ſe fez , aſſiſtio o Arcebiſpo , e na

ſua Sé , onde reveſtido em Pontifical com o Santo

Lenho , recebeo a ElRey , que o nomeou para o Deſ

pacho de todos os dias , em que lhe aſſiſtio , em quan


to lhe durou a vida ; e fazendolhe merce do Graó

Priorado do Crato , elle o nao quiz aceitar; porque

o ſeu coraçað ſó ſervia ao amor com zelo , e nao ao

intereſſe. Quando no dia 28 de Janeiro do anno de

1641 ſe ratificou pelos Tres Eſtados do Reyno o Ju

ramiento , que ſe havia feito a ElRey , e ao Principe ,


e astil
foy elle o primeiro Prelado , que o ratificou ;

tindo nas Cortes no dia ſeguinte , foy a primeira tel


.
temunha dellas : e tendo-ſe diſtinguido nas obrigações

de verdadeiro Prelado , foy hum dos inſignes , que

illuſtrarað as Igrejas , que occupou , pelo zelo da Re.


deſ
ligia ) , e caridade com o proximo, com quem
pendia todas as ſuas groſſas rendas , nað ſó em ef

molas publicas ; mas em muitas , que com larga mab

fazia occultas ; de ſorte , que o ſeu mayor cuidado

forað o Culto Divino , e o ſuſtento dos pobres . Nelle


ſe
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 823
100
ſe vio innocencia de vida , admirando -ſe deſde a flor
ICOL
da idade huma virginal modeſtia , que conſervou to
guida,
da a vida , nað ſofrendo, que na ſua preſença ſe pro
Cl
feriſſe palavra , que ſendo jocoſa , foſſe menos mo
orders
deſta ; de ſorte , que em tudo ſeguio huma vida ex
T: 0
emplar ; porque paſſava noites inteiras ſem dormir ,
Pay gaſtando muita parte em orar e outras eſtudando ,
a‫܂ ܐ‬ como ſe vê dos ſeus eſtimaveis Eſcritos. Ultimamen

1152 te compoz Hiſtoria Ecclefiaftica da Igreja de Life


1.21
boa , de que ſó ſe imprimio o primeiro volume no an
no de 1643. Jejuava todas as feſtas feiras, e Sabba
O Dia dos do anno
a que accreſcentava hum aſpero cili

cio , que ordinariamente trazia , além de frequentes


OG diſciplinas , e outras mortificações; porque foy parco

em tudo. Nao teve baixellas , nem ornatos no ſeu

Palacio ; porque tudo deu aos pobres , e por elles ſe

fez pobre , e vivendo pobremente , morreo pobre ;

de ſorte , que a cama , em que morreo , nað .era ſua,


nem ſe lhe achou dinheiro algum para os gaſtos do
funeral , que foy preciſo vender os poucos moveis ,

que tinha no ſeu Palacio , vereficando -ſe o que elle

muitas vezes repetia : Se quando eu morrer me acha

rem ſeis vintens , nao quero , que me enterrem em fa

grado. Finalmente cheyo de merecimentos acabou

em o Senhor a 3 de Janeiro de 1643 , com univerſal


ſentimento da Corte , e Povo de Lisboa ; porque foy

D. Rodrigo hum dos eſclarecidos Prelados , que oc

cupara ) a ſua Cadeira , Vara ) grande , illuſtre por

naſcimento , de vida inculpavel, com ſublime talento


Tom . XI. Eeeee nos
824 Hiſtoria Genealogica

nos negocios politicos , que manejou com fáa conſci

encia ; de forte , que mereceo por acclamaçað uni

verſal o amoroſo nome de Pay da Patria. Vigi

lante Prelado ; porque com o exemplo regeo as ſuas

ovelhas , apaſcentando-as com a doutrina , e com ef

molas , com hum animo manço , e pacifico , douto


nas ſciencias, e erudîto na Hiſtoria , como teſtemu
nhao as ſuas Obras. O Padre D. Manoel Caetano

de Souſa lhe faz hum bem merecido Elogio no Cata

logo Hiſtorico dos Pontifices , Cardeaes , Arcebiſpos, e

Biſpos Portuguezes , que ſe imprimio na Collecçao da

Academia da Hiſtoria Portugueza , donde ſe pode

ver mais largamente , e de que nós nos valemos para

eſta curta memoria , merecendo - a muy dilatada Vas

rað tao grande ; à qual daremos fim com referir , que

no anno de 1702 , para ſatisfazer , com o que elle ha


via ordenado , ſeu ſobrinho Dom Pedro Alvares da

Cunha , Trinchante da Caſa Real , fez trasladar o

ſeu corpo da Igreja de Santa Catharina de Monte


nay para o lugar, que elle por humildade tinha eſco

lhido ao pé dos degraos da porta traveſſa , a que cha

maõ do Ferro , da ſua Sé , hoje na Baſilica de Santa

Maria , onde ſe lê eſte Epitafio :

Dom Rodrigo da Cunha ,

Pay da Patria ,

Collegial do Collegio Real,

Doutor nos Sagrados Canones ,

Eſcritor infigne, In
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 825

Inquiſidor ,
30
Biſpo de Portalegre , e do Porto ,

0 251 Arcebiſpo Primaz , e de Lisboa ,

Comme Cardeal nomeado ,

, ciu Que nao aceitou por libertar a Patria ,


sharonu
Governador do Reyno ,

Conſelheiro de Eſtado.
COCH
Faleceo em 3 de Janeiro de 1643 ,

de idade de 65 annos .

Tresladou - ſe no anno de 1702 por D.

Pedro Alvares da Cunba ,


> Trin , bante

môr de Sua Mageftade. Pede -ſe bum

Padre noſſo , e buma Ave Maria .

de que adiante
17 D. LOURENÇO DA CUNHA ,
faremos mençao.

17 D. ISABEL DA SYLVA caſou com Antonio

da Gama , de quem teve = 18 ANTONIO DA GA.


nte
MA , que morreo em hum deſafio no anno de 1619 :

pelo que herdou a ſua Caſa ſua irmãa D. Maria

DA Sylva , que morreo a 7 de Novembro de 1625 ,


havendo caſado com Luiz de Saldanha , Commenda

dor de Salvaterra , e Alcains , na Ordem de Chrifto ,

Védor da Caſa da Rainha Dona Luiza , e foy ſua

primeira mulher ; e tiveraõ os filhos


ſeguintes : =
de fize
19 Joao de SALDANHA DA GAMA , quem
Eeeee ii mos
Tom . XI.
826 Hiſtoria Genealogica

mos mençaõ a pag. 358 do Tomo V. = 19 ANTO

NIO DE SALDANHA , que ſendo Conego , renunciou

a vida Eccleſiaſtica pela militar , e ſe achou na bata

lha de Montijo no anno de 1644 : foy Capitaõ de Ca.

vallos , e depois entrou na Religiaõ da Companhia ;


paſſou à India , onde morreo . = 19 D. RODRIGO

DA CUNHA DE SALDANHA , que foy Chantre na Sé


de Lisboa . = 19 MANOEL DE SALDANHA , que ſer

vio na guerra , e ſe achou em diverſas occaſioens: foy

Capitaõ de Cavallos , Meſtre de Campo , e Gover


nador de Olivença , que governava no anno de 1657,

em que os Caſtelhanos a ſitiarað ; e depois de mez e

meyo de ſitio, ſe rendeo no ultimo deMayo , em que

o culparað ; e ſendo prezo , foy mandado para a In


dia , e lá ſervio , e caſou , e delle naõ ficou deſcen

dencia . = 19 BARTHOLOMEU DE SALDANHA achou

ſe na Acclamaçaõ do Senhor Rey D.Joað IV .; fer


vio em Alentejo , e foy morto na batalha de Monti

jo , ſendo Capitaõ de Infantaria no anno de 1644.


19 D. ISABEL DA SILVA , que caſou com Ayres de

Saldanha de Albuquerque , Commendador de Sava

cheira , &c. e a ſua deſcendencia fica referida a pag.

354 do Tomo V. = 19 D. LEONOR DE MENEZES ,


ſendo Dama da Rainha D. Luiza , morreo no
que
Paço . = 19 D. VICENCIA DE CASTRO , que ſen

do Dama da meſma Rainha , foy Freira Carmelita


Deſcalça no Moſteiro de Carnide. = 19 D. MARIA ,
e D. MAGDALENA , que morrerað meninas.

* 17 D. LOURENÇO DA CUNHA paſſou a ſervir à


India
-
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 827

ALE
India no anno de 1594. Foy Capitað môr do Norte ,
eenung
de Goa , e de Malaca , ſervindo com tanta diſtincçao,

como ſe vio no largo eſpaço de trinta e nove annos ,


zó del em diverſas occaſioens , em que adquirio reputaçao ,

-F achando- ſe na empreza de Cunhalle no anno de 1599 .


ODNO Depois , ſendo Capitað de huma Nao de guerra , foy

a Cochim no anno de 1600 acompanhar ao Vice-Rey

Ayres de Saldanha ; e na occaſiao , que teve com ſe

12 te Naos Hollandezas , que ſurgira ) na barra de Goa ,


que com muitos Soldados pagos à ſua cufta , defen
OK

de deo felizmente ; e outras vezes com nað pouca def

liv peza ſervio ao meſmo Eſtado , moſtrando o ſeu zelo,

e deſintereſſe. Sendo mandado por Capitað môr do

Cabo de Camorim , ſe recolheo a Goa com a Cafila


mach
do Sul ; e voltando depois oito Navios Hollandezes
de
a impedir a barra de Goa , acodio D. Lourenço com

hum Navio guarnecido de Soldados à ſua cuſta , para


defender a Capital do Eſtado , como já generoſamen
te havia em outra occaſiao feito. Era tað deſinte

reſſado , que ſendo provido na Capitanía de Goa ,


nað recebeo os ſoldos > nem emolumentos daquelle

poſto , todo o tempo , que o ſervio . Sendo provido

em Meſtre de Campo do Terço , que ſe levantou em


Goa , e Ilhas adjacentes , e terras de Bardês , e Salſe.
HO
te , aſſiſtio peſſoalmente as levas da gente , correndo

todas as Fregueſias , e Aldeas , ſempre à ſua propria


deſpeza ; porque já mais quiz a oppreſſao dos Póvos.
4241
Foy do Conſelho de Eſtado , que aſſiſte ao governo
da India ; e ultimamente Governador da India por
il morte

1
8 28 Hiſtoria Genealogica

morte do Biſpo D. Fr. Luiz de Brito , em Julho de

1629 , lugar que occupou até o entregar ao Vice,


Rey Dom Miguel de Noronha, Conde de Linhares.

O inſigne Manoel de Faria , fallando de D. Louren


ço , o numera entre osGovernadores do Eſtado ſer o

Portuguto primeiro , dizendo : Deſpues de la muerte de ſu Pa


Faria , Aſia
za promessa part.4.cap.dre paſó muchacho à la India , adonde ſerviòcon la
deſgracia de los benemeritos , porque deſpues de trin

ta e finco años de ſervicio llegó al gobierno en una vas

cacion de pocos meſes , aviendole merecido para mu

chos ſiglos. Fue alto de cuerpo , blanco , rubio , y ojos

azules . E com eſte Elogio damos fini à ſua memo


ria. Morreo no anno de 1633 , havendo caſado com

Dona Iſabel de Aragað , filha de Fradique Carneiro ,


Capitað môr da Armada do Eſtado da India , e de

ſua mulher D. Milicia Paes ; o qual era filho de Luiz

Carneiro , Senhor da Ilha do Principe , como diſle

mos no Capitulo V. do Livro XII. pag. 502 ; e tive.

rað os filhos ſeguintes : = 18 D. PEDRO , D. Fra

DIQUE , e D.JoaŐ DA CUNHA , que morreraõ de cur


ta idade. 18 D. ANTONIO ALVARES DA Cu.

NHA , com quem ſe continúa. 18 D. MILICIA , D.

MARIA , D. LEONOR , e D. LUIZA , Freiras em San

ta Monica de Goa , de que ſua máy foy grande bem


feitora , e donde depois tambem ſe recolheo , quando
mandou para o Reyno ſeu filho a ſucceder na Ca
fa de ſeus avós. = * 18 D. ANTONIO ALVARES

DA CUNHA naſceo na Cidade de Goa no primeiro de


Mayo de 1626 , onde o mandou buſcar ſeu tio o Ar

cebiſpo
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 829

mod
cebiſpo Dom Rodrigo da Cunha , para ſucceder na
Tic
Caſa de ſeus avós , que contando huma larga ſerie
IKES de illuſtres aſcendentes na varonía de Cunha , he huis

ma das mais antigas de Portugal, e Heſpanha , don


fero de em eſclarecidas Caſas ſe conſervað muitas ,, que
Salazar de Caſtro, Hif
Po della trazem a origem. Dom Luiz de Salazar de Caf: roria dela Caſa d:5316

a . 1.lib.z. pag.
86 , tom
tro , Principe dos Genealogicos , a deduz de D. Fru va,

tride ella , II . Rey de Lea) , ſendo o principio o meſmo ,

que a dos Sylvas , como elle moſtra com nað vulga

res fundamentos , que ſe podem ver na eſtimadiſſinia

Caſa de Sylva , que ſe imprimio no anno de 1685 ; e

HEMA ſeria ainda com mais extenſað , ſe imprimira a da Ca

OLIM fa de Cunha , que eſte inſigne Author eſcreveo. Eſta

opiniað havia já ſeguido D. Belchior de Teive , do D. Belchior de Teive ,


Conſelho de Guerra , muy erudito , e verſado na Hif- na Caſa de Sandoval.
s. en

e toria , no ſeu livro Genealogico da Caſa de Sandoval,

de que tenho huma exacta copia , que conſervo com


a eſtimaçao devida a huma tað excellente Obra . Con

ferva - ſe neſta Caſa o Senhorio de Taboa , tao anti


Er
go , que deſde o principio do Reyno anda neſta Fa.
del
li milia . Alguns dos noſſos Eſcritores padeceraõ equi

vocaçao , em entenderem ſer o primeiro Senhor de


"
Taboa D. Joao Lourenço da Cunha , o que ſeguio
Sider
D. Luiz de Salazar : porém neſta parte o nao podemos Salazar , Glorias de la

ſeguir ; porque temos Documento , que nað padece Caſa Farneſe ,p.593.
2
duvida , que nos moſtra o contrario , que eſtá na Tor

re do Tombo , que he huma Inquiriçao , feita em Prova num .11 .

tempo delRey D.Affonſo III. na Era de 1266 , que


out
he anno de 1228 , em que já era eſte Concelho da
Familia
830 Hiſtoria Genealogica

Familia de Cunha , pelo haver dado a Rainha Dona


Thereſa a D. Fernando Paes da Cunha , que foy o I.

Senhor , e Padroeiro de S. Simað da Junqueira , Soa


Conde D. Pedro , titu- to , e Villella , que ſe achou na tomada de Lisboa no
lo 55 , pag- 311
anno de 1147 ; e como eſte foy avô de D. Joað Lou

renço da Cunha , bem ſe vê , que o herdara de ſeu

pay D. Lourenço Fernandes da Cunha , que a pof

ſuîo , como conſta da meſma Inquiriçað , e foy o II.


Senhor . A equivocaçað , ao que nos parece ,naſceo

do Teſtamento de D. Joao Lourenço , do qual faz


mençað o Conde D. Pedro no ſeu Nobiliario. Eſte

Fidalgo foy muy rico , e comprou no dito Concelho

algumas terras , que vinculou em Morgados para os.


deſcendentes de feu irmao Martim Lourenço da Cu

nha , e outro para os de ſeu irmao D. Egas Louren


ço da Cunha. Eſta digreſſað nos pareceo preciſa por
nao defraudarmos aos Senhores de Taboa de huma

taó eſtimavel antiguidade.

Paſſou D. Antonio Alvares da Cunha ao Rey.


no contando onze annos ; creou - ſe na caſa do Arce
biſpo ſeu tio : aprendeo as linguas Latina , France
za ,
e Italiana , e foy herdeiro dos ſeus ſerviços ; por
que nao teve outros bens , que lhe deixar ; e ſeguindo
as maximas Chriſtãas , em que o havia creado , foy

hum dos mais applaudidos Fidalgos do ſeu tempo ;

porque elle verdadeiramente era idea de hum perfei

to Corteza). Achou -ſe na Acclamaçaõ delRey D.


fe
Joao , ſendo hum dos quarenta Fidalgos, de quem
oy
fiou eſta glorioſa empreza . Servio na guerra , e f

Capita I
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 83 1

Den Capitao de Cavallos couraças na Provincia de Alen


brol tejo , e Governador da Cidade de Evora . Depois no

1, Sai anno de 1682 embarcou na Armada , que havia de

000 conduzir a eſte Reyno o Duque de Saboya. A ſua

LM prudencia , e authoridade fez , que por duas vezes ,


fat que foy preciſo paſſar a tomar os banhos das Caldas

pole a Senhora D. Maria , irmãa delRey D. Pedro II. o

OLL encarregou do governo da ſua familia , e Caſa ; e na


meſma forma a D. Maria Manoel ſua mulher , que
malia
acompanhou a dita Senhora . Foy Trinchante dos
waltung
Reys D. Affonſo VI . e D. Pedro II . , Deputado da
E
Junta dos Tres Eſtados , XVII . Senhor do Morgado

de Taboa ,e da Villa de Ouguella , Commendador


de Santa Maria de Carrazedo , e S. Miguel de No
do
gueira na Ordem de Chriſto , Coronel de hum dos
OUTCA
Regimentos das Ordenanças da Corte , e Guarda môr
cilat
da Torre do Tombo , com o titulo de Reformador
Lux
daquelle Real Archivo , lugar a que o levou o genio,
e a curioſidade de poder examinar , e adiantar a Hif
OR
toria , e a Genealogia , a que foy fummamente appli
diri
cado , e nao menos à Poeſia ; porque na ſua caſa ha
223
bitara ) as Muſas por muitos annos , na celebre Aca

demia dos Generofos , que ſe compunha dos illuf

tres , e ſingulares engenhos , que concorreraõ naquel


hip le tempo . Em todas eſtas profiſſoens eſcreveo muito,

ſendo taõ celebre a ſua erudiçaõ , que a Academia


r
das Sciencias de Londres o nonieou por hum dos Aca

demicos daquella ſábia Sociedade : ſendo tanta a ſua

applicaçao , que nað tratando por agora das Obras


Tom . XI. Ffff Genea

ci
8 3 2 Hiſtoria Genealogica

Genealogicas , de que fizemos mençaõ no Apparato


delta Obra , no nun . 160 , que anda no Tomo I.; he

Obra ſua o Supplemento do ſegundo Tono , ou ter


ceira Parte da Hiſtoria Eccleſiaſtica de Lisboa , que

deixou principiada o Arcebiſpo feu tio , em que el

creveo a Vida do meſmo Arcebiſpo. Efe Livro ſe


conſerva entre os mais manuſcritos da Livraria do Car.

deal de Souſa , a quem o meſmo D. Antonio o deu.

Eſcreveo Atlas Luſitanus, que comprehende a Hil.


1
toria , e Geografia do noſſo Reyno ; Obra eſtimavel

pela erudiçao , e exacçao , que tambem ſe naõ impri

mio ; e outras muitas , que ſe podem ver na Biblio

theca do Abbade Barboſa , onde lhe faz hum elegan

te , e merecido elogio .. Faleceo a 26 de Mayo de


1690. Caſou coni D. Maria Manoel de Vilhena ,

filha de D. Chriſlovað Manoel , Conimendador de S.

Paulo de Maçãas na Ordem de Chriſto , Senhor do

Morgado de Alcarapinha , e de ſua mulher D. Anna

de Faria ; e tiveraū os filhos ſeguintes :


19 D. JOANNA DE VILHENA naſceo em 29 de
Mayo de 1649 , que foy Condeſſa de Villa -Flor , por

fer ſegunda mulher de ſeu tio D. Sancho Manoel ,


I. Conde de Villa -Flor , do Conſelho de Eſtado , e

Guerra , Governador das Armas da Provincia da Bei

ra , e Alentejo , onde no anno de 1663 a 8 de Julho


ganhou a famoſa batalha do Ameixial , com total

derrota do Exercito , que mandava D. Joað de Auſ

tria : foy Commendador das Commendas de S. Nico

lao de Cabeceiras de Baſto , Santo Adriaõ de Penha


fiel,
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 833

fiel , e de Santa Maria de Marmeleiro , na Ordem de


1:
Chriſto , Governador do Porto , da Torre de Belem ,

e Elvas , que defendeo dos Caſtellanos no anno de

1659 , nomeado Vice-Rey do Braſil: faleceo a 5 de

Fevereiro de 1665 ; e ficando viuva a Condeſfà D.


103
Joanna , foy Senhora de Honor das Rainhas D. Ma
colo
ria Franciſca , e D. Maria Sofia . Deſta illuſtriſſima
deu.
uniaõ naſcerað D. MANOEL DE VILHENA MANOEL,
al
e D. RODRIGO DE VILHENA MANOEL , que am

bos , ſendo de gentil preſença , morrerað moços.

19 D. ISABEL MARGARIDA naſceo no anno de 1650,


Bay entrou de nove annos no Moſteiro de Santa Clara de

elena Lisboa , onde profeſſou no de 1666 : foy duas vezes


AUG
Abbadeſſa daquelle Moſteiro , onde acabou louva
DI velmente. = 19 D. JOAõ LOURENÇO DA CUNHA
2 ‫اونی‬ naſceo a 18 de Março de 1652. Tres vezes paſſou à
lice India , ſendo Capitað de Mar , e Guerra de huma das

0. Naos da Armada daquella monçaõ ; é voltando ao


Reyno , embarcou para a India outra vez com o Vi

ce -Rey Franciſco de Tavora , I. Conde de Alvor ,

T, no anno de 1681 , ſendo Capitað môr ; e chegando

a Goa , foy nomeado Almirante do Eſtreito de Or

CO, nuz ; onde acabou a vida em huma peleija com os

Barbaros daquella Coſta. = 19 D. MANOEL DA

Juk Cunha naſceo a 15 de Dezembro de 1653 , e fale

CC ceo a 22 de Março de 1660. - 19 D. CHRISTO

VAÕ da Cunha naſceo ao primeiro de Abril de 1655 )

‫ܐܐܠ‬ e morreo a 29 de Março de 1660. = 19 D. RODRI

GO DA Cunha naſceo a 26 de Agoſto de 1656 , e


Ton . XI. Fff ii nior
834
Hiſto Gene
ria alog
ica
morreo a 26 de Janeiro de 1660. = * 19 D. PEDRO

ALVARES DA CUNHA , com quem ſe continúa . =


19 D. LUIZ Da Cunha naſceo em Lisboa a 23 de

Janeiro de 1662 : eſtudou em Coimbra com tanto

aproveitamento , que ſeguindo as letras , ElRey D.

Pedro II. , attendendo à ſua qualidade , lhe deu , logo

que ſe graduou na Univerſidade, o lugar da Relaçao

do Porto , de que tomou poſſe no anno de 1686 , pa

ra o que fez exame vago , e leo de Jure aperto com

applauſo : ſeguindo eſta vida , paſſou para a Relaçað

de Lisboa ; e depois eſtando já fóra do Reyno no fer

viço delRey , ſeguindo a ſua antiguidade , foy feito

Deſembargador dos Aggravos , e ultimaniente Def


embargador do Paço , de que he o Decano . O ſeu

talento o diſtinguio de forte , que o meſmo Rey o


nomeou Enviado Extraordinario à Corte de Londres

no anno de'1696 ; e deſde entað largando a Patria ,

vive occupado no ferviço delRey com tanta gloria

ſua , como fatisfação do ſeu Soberano . Naquella Cor

te eſteve até o anno de 1712 , em que foy mandado


por Plenipotenciario , e Embaixador Extraordinario

ao Congreſſo da Paz de Utrecht , em que no anno

de 1715 aſſinou o Tratado entre a noſfa Corte , e a

de França , e de Heſpanha. Depois reſidio com o mef


mo caracter de Embaixador Extraordinario em a Cor

te de Londres a felicitar a ElRey Jorge I. da ſua ele


vaçað ao Throno daquelle Reyno , a quem acompa

nhou a Hanover ; e voltando , teve ordem de paſſar


à Corte de Madrid com o meſmo caracter , o que ex
ecutou
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 835

PETANI
ecutou ſem dilaçao. Eſtando neſta Corte , foy no
lia
meado Plenipotenciario ao Congreſſo de Cambray ,

o que nað tendo effeito , ficou em Pariz ; até que


22 ſuccedendo na noſſa Corte algumas differenças com
:D o Abbade de Livri , Embaixador de França , para re

ſidir na de Lisboa', que voltando para França , foy

D. Luiz da Cunha mandado ſalir daquella Corte , o

que fez para Bruſſellas , donde ſe deteve algum tem

po , por cauſa de huma moleſtia , que padeceo. Deſ

ta Cidade , ſem caracter , paſſou à Haya , onde eſte

ve até que foy mandado a Pariz , tendo já na Haya

tratado , e ajuſtado com o Marquez de Fenelon , Mi

2. niſtro de França , a differença que entre a noſſa Cor

Oil te , e a de Pariz havia ; e ſendo reveſtido do caracter

Rei de Embaixador Extraordinario , concluîo huma ami

gavel compoſiçaõ da deſconfiança , que ſe havia ori

Pic ginado do attentado , que em Madrid ſe fizera a Pe

dro Alvares Cabral , Miniſtro da noſſa , com que fi

cara) compoſtas as differenças , que poderiaõ ſer de


pernicioſas conſequencias
. Deſde entað reſide na

quella Corte . O ſublime talento , e as excellentes

virtudes , com que ſe ornou , lhe conſeguirað uni

verſal eſtimaçað , e reſpeito entre todos os Miniſtros


?
Eſtrangeiros com quem tem concorrido de todas
me
as Cortes de Europa ; de ſorte , que elle mereceo
Cor
ſer Draculo de todos 2 e as ſuas miſfoens applaudi
ela
das por as circunſtancias , com que a ſua grande pru
DIA
dencia brilhou no trato , e manejo dos negocios po

liticos, em tað largo numero de annos ; e em todas


as
00
836 Hiſtoria Genealogica

as Cortes logrou a attençaõ dos Soberanos , e univer

fal eſtimaçaõ das gentes. O ſeu nome fará ſempre

glorioſa a ſua memoria na tradiçaõ das Gentes , e de


pois a Hiſtoria. Nao o apartara) as negociações , e

occupações indiſpenſaveis do ſeu Miniſterio , da li

çaõ dos livros , a que ſempre o acharað applicado.

Eſcreveo em ſeis grandes volumes todas as ſuas ne


gociações , memorias , e tratados da Europa , que of

fereceo depois à magnifica Livraria delRey D. Joað


V. , donde os vimos excellentemente eſcritos na ma

teria , e na fórma , com admiraveis reflexoens para a

Hiſtoria do ſeu tempo , Obra de ſingular eſtimaçãī.

Outras ſabemos tem eſcrito , que ſe fahirem ao publi


co , enriqueceráð a Republica das Letras , e ſeráð de

grande aproveitamento para a inſtrucçao dos curio

fos. Foy Arcediago da Sé de Evora , que o Papa


Clemente XI. lhe conferio no anno de 1701 , que elle

largou , e he Commendador de Santa Maria de Al


mendra na Ordem de Chriſto , do Conſelho delRey,

e ſeu Deſembargador do Paço.


19 D. CLARA DA CUNHA naſceo a 17 de Agoſ

to de 1663 , e faleceo no meſmo anno ; = 19 e D:


CATHARINA DE MENEZES nafceo em Novembro de

1666 , Religioſa no Moſteiro de Santos , da Ordem

de Santiago , onde ficando viuva ſua nãy , tambem


ſe recolheo .

19 D. PEDRO ALVARES DA CUNHA naſceo a

13 de Janeiro de 1658 , ſuccedeo na Caſa , foy Trin

chante dos Reys Dom Pedro II . e Dom Joao V.,


XVIII.
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 837

UNTS XVIII. Senhor de Taboa , e Adminiſtrador do anti


1
go Morgado de Bulhaco , Senhor da Villa de Ou
thay
guella , & c . Commendador de S. Miguel de Noguei

ra na Ordem de Chriſto . Servio na guerra ſendo Co

del ronel de hum Regimento do Algarve, e depois Go


vernador > e Capitað General da Ilha da Madeira .

Morreo a 18 de Janeiro de 1728. Caſou duas vezes

of a primeira em 31 de Agoſto de 1698 com D. Ignez


Maria de Mello , que faleceo de ſobreparto no pri
2.Jordi
meiro de Novembro de 1704. Era viiva de D. Joao

Lobo , e filha de Chriſtovao da Coſta Freire , Senhor


pe ? de Pancas , e Atalaya , e de ſua mulher D. Franciſca

Thereſa de Sottomayor ; e deſta unia) naſcerað os fi

lhos ſeguintes : = 20 D. LOURENÇA FRANCISCA DE

Mello naſceo a 10 de Agoſto de 1699 : foy Dama


da Rainha D. Maria Anna de Auſtria , e caſou a 10
o Po
de Agoſto de 1720 com ſeu primo ſegundo D. Sancho
que .
Manoel , Commendador de Santa Maria de Pernes ,
e de Santa Maria da Povoa na Ordem de Chriſto ,
CIR
Senhor da Villa de Zibreira , Alcaide môr de Ale
grete , Coronel de hum Regimento de Cavallaria na

Provincia de Alentejo ; e tem tido os filhos ſeguintes :


iD 21. D. Christovao MANOEL , que naſceo em Mayo
‫ملی و‬ de 1721. = 21 DOM PEDRO MANOEL naſceo em
‫سولی‬ 1722 , he Cavalleiro de Malta , e Commendador na
212 dita Ordem . = 21 D. ANTONIO MANOEL naſceo

em 1723 , he tambem Cavalleiro de Malta , e Com

mendador . = 21 Dom Joao MANOEL naſceo em


les 1724 , Cayalleiro de Malta . = 21 D. IGNEZ MA
NOEL ,
838 Hiſtoria Genealogica

NOEL , fem eſtado. = 21 D. N. .... e D.MA


RIA , ambas recolhidas no Moſteiro da Caſtanheira.

21 D. HENRIQUE MANOEL naſceo em 1733 ,


Cavalleiro de Malta .
20 D. ANTONIO ALVARES DA CUNHA , adian
te . E 20 D. CHRISTOVAÕ DA CUNHA naſceo no

anno de 1702 , e morreo de curta idade . = 20 D.

Luiz DA CUNHA , foy bautizado no primeiro de Agoſ

to de 1703 : eſtudou em Coimbra , onde foy gradua


do ; he muy applicado à liçaõ dos livros , e ornado

de erudiçao : foy Academico da Academia Real da

Hiſtoria , e he Prelado da Santa Igreja de Lisboa ,


em que entrou no anno de 1739 , e do Conſelho de

Sua Mageſtade. = 20 D. ISABEL THADEU DE ME


NEZES naſceo no anno de 1704 , he Freira no Mof

teiro de Santos , da Ordem de Santiago de Lisboa.

Caſou ſegunda vez D. Pedro Alvares da Cunha com


D. Maria Thereſa de Menezes , viuva de Sancho de

Mello e Azambuja , como diſſemos no Livro XII.

Capitulo III. 8. I. pag. 417 , filha de D. Antonio de


Menezes , Alcaide môr de Cintra , Commendador de

S. Sylveſtre de Requiao , e S. Miguel de Alvaraens,

e de ſua ſegunda mulher D. Antonia Magdalena de

Vilhena ; e tiverað os filhos ſeguintes : = 20 D.

ANNA JOACHINA DE MENZES naſceo a 30 de No

vembro de 1710 , caſou a 26 de Janeiro de 1728 com


D. Antonio de Azevedo Ataide e Brito , que naſceo

a 23 de Setembro de 1688 , filho de Dom Antonio de

Azevedo e Ataide , e de ſua mulher D. Thereſa da

Sylva ,

1
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 839
DNA
Sylva , e neto de D. Franciſco de Azevedo , Senhor
enhain
das Honras de Barboſa , &c. Meſtre de Campo Ge

neral ; e de ſua mulher D. Maria de Brito , e Alcaco

va , em cuja Caſa elle veyo a ſucceder , e he Senhor


.
das Honras de Barboſa , Ataide , Paredes , e das Vil
1802
las de Augieria , e Mouriſca , antigo Senhorio nos
ſeus mayores , que anda nelles deſde o principio do

Reyno , ſendolhes concedidos muitos privilegios , e

iſenções, como conſta da Doaçað , que vimos , Com


mendador de S. Juliaõ de Punhete na Ordem de Chrif

to : ſervio na guerra contra Caſtella com diſtincçað ,


LA
em que recebeo honradas feridas , ſendo Capitao de
Cavallos , e he Governador da Praça de Caſtello de
DE.
Vide ; e tem até o preſente os filhos ſeguintes :
o.li 21 D. MANOEL DE Ataide DE AZEVEDO E BRI

‫ܘܶܐܬ‬ TO , que naſceo a 27 de Fevereiro de 1729 , e foy


Moço Fidalgo com exercicio. = 21 D. MARIA

anche Rosa De ATAIDE naſceo a 16 de Abril de 1731 .

ro.I 21 D. BARBARA MICHAELLA DE ATAide nafceo

a 24 de Dezembro de 1733 , Moça do Coro no Mof


word teiro das Commendadeiras de Santos de Lisboa . =

21 D. Pedro JOSEPH DE ATAIDE naſceo a 3 de


Julho de 1734. = 21 D. Luiz ANTONIO DE ATAI

20 DE naſceo a 14 de Setembro de 1735. = 21 Dona

‫زا‬ FRANCISCA ISABEL DE ATAIDE naſceo a 3 de Ou

cur tubro de 1736 , Pupilla no Religioſo Moſteiro da


alam Madre de Deos de Lisboa. 21 D. LUIZA ANTO

vod NIA DE ATAIDE naſceo a 15 de Fevereiro de 1738 ,

é morreo a 30 de Setembro de 1742. = 21 D. THE


Tom . XI. Ggggg RESA
840 Hiſtoria Genealogica

RESA FRANCISCA DE Ataide naſceo a 29 de Agol


to de 1740 , e faleceo a 7 de Setembro de 1742. =

21 D. MIGUEL LUIZ DE ATAIDE naſceo a 29 de


Setembro de 1742. = 21 DonA GERTRUDES FE

LICIA DE ATaide , naſceo a 23 de Abril de 1744.


20 D. CATHARINA DE MENEZES naſceo a 20 de Ja.

neiro de 1712 , Religioſa no Convento das Commen

dadeiras de Santos de Lisboa , onde faleceo em Abril


de 1738. = 20 D. THOMASIA RITA DE MENEZES

naſceo a 29 de Dezembro de 1712 , he Religioſa no

dito Moſteiro. = 20 D. LOURENÇO VASQUES DA


Cunha naſceo a 19 de Fevereiro de 1713 , he Ca

valleiro Profeſſo da Ordem do Hoſpital de S.Joað de


Malta . 20 D. THERESA ELEODORA DE MENE

ZES naſceo a 3 de Julho de 1716 , caſou em 13 de Jui


lho de 1737 com Antonio Pereira Sodré , Senlior da

Villa de Aguas Bellas , que naſceo a 25 de Junho de


de 1708 , filho de Duarte Sodré Pereira , Senhor de

Aguas Bellas, do Conſelho de Sua Mageſtade, Go


vernador , e Capitað General da Ilha da Madeira , da

Praça de Mazaga ) , e da Capitanía de Pernambuco ,


que morreo a 19 de Setembro de 1738 ; e de ſua mu

Ther D. Maria de Almeida , que morreo a 19 de Se


tembro de 1740 , viuva de Joao da Sylva de Souſa,

Sargento môr do Regimento da Armada , filho de

Joað da Sylva de Souſa , Governador de Angola; e

ella era filha de D. Antonio de Almeida , filho illegi


timo de D. Luiz de Almeida , I. Conde de Avintes,

de quem a pag . 837 nað fizemos mençaõ deſte filho;


e tem
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 841

e da e tem até o preſente os filhos ſeguintes: = 21 D.


MARIA ANTONIA XAVIER SODRE PEREIRA De

2296 MENEZES , que naſceo a 26 de Setembro de 1738 ,


DES F
21 e D. ANNA XAVIER , que naſceo a 14 de Ja

4+ neiro de 1741. = 20 D. Joseph VASQUES DA CU

o de NHA naſceo a 20 de Março de 1724 , he Cavallei


NIKI ro de Malta . = 20 D. JULIANA LUIZA DE MENE

ndori ZES naſceo a 23 de Junho de 1727 , caſou a 26 de Se

ENEZA tembro de 1740 com Luiz de Mello , XVIII . Senhor

de Mello , que morreo a 18 de Junho de 1743 de trin


ta e ſeis annos; e tiverað Dona N. .. e a Es

ho TEVA ) SOARES DE MELLO , que naſceo poſthumo


em Setembro de 1743 .
Jaki
* 20 D. ANTONIO ALVARES DA CUNHA naſceo
VES
em Janeiro de 1701 , Senhor de Taboa , e da Villa de
3 de
Ouguella , Commendador de S. Miguel de Nogueira
na Orden de Chriſto , Trinchante da Caſa Real. Se
une
guindo o exemplo dos ſeus mayores , tomou a vida

Militar , foy Capitaõ de Infantaria do Regimento da
‫گیر‬
Armada , em que embarcou diverſas vezes , fazen

do largas viagens. No anno de 1729 , que os noſſos


121
Reys paſſarað á Alentejo , os acompanhou , e exer
ceo o officio de Meſtre-Salla no ſerviço da Sereniſſi
‫ملکی‬
ma Princeza do Braſil ; Governador, e Capitað Ge
och
neral da Praça de Mazagao , para onde partio a 29

de Junho de 1745 , havendo caſado no primeiro de


hari
Março do dito anno com D. Leonor Joſefa Caetana

de Noronha , Dama da Rainha noſſa Senhora , filha

de Luiz Gonçalves da Camera Coutinho , Senhor das


LT
Tom . XI . Ggggg i Ilhas
Historia Genealogica
842

Ilhas Deſertas , Védor da Caſa da Rainha , e de ſua

mulher D. Iſabel de Mendoça , filha dos IV . Con

des de Val de Reys ;, como ſe diſſe a pag . 821 do


Tomo X.
*
16 D. JOAV DE MENEZES , filho de D. Ma.
noel de Menezes , herdou a ſua Caſa : morreo no

anno de 1578 na batalha de Alcacere , havendo ca

fado com Dona Magdalena da Sylva , filha de Luiz

da Sylva , que ſendo Capitaŭ de Tangere , muy va

feroſo , foy morto em huma peleija com os Mouros;


e de ſua mulher D. Maria Brandao : elle era fillio de
.
1
Ruy Gomes da Sylva , Alcaide môr de Campo -Ma.

yor , e Ouguella , Senhor do Morgado de Xevora ; e



teve os filhos ſeguintes : = 17 D. MANOEL DE

MENEZES, adiante : = 17 D. JOANNA , e D. Filip


PA DE MENEZES , Freiras em S. Joao de Eſtremoz.
17 D. BRITES em Santaren ). 17 D. MA

NOEL DE MENEZES , Senhor do Reguengo de Maya ,


Gentil-homem da Boca delRey D. Filippe III. e Ge

neral da Armada Real , & c . de quem fizemos dif

tincta mençaõ a pag . 390 do Tomo V. , e de ſua ſe

gunda mulher D. Maria de Caſtro : havia ſido pri

meiro caſado com D. Luiza de Moura , filha herdei


ra de D. Franciſco de Moura , Eſtribeiro môr do Se

nhor Dom Duarte , filho do Infante D. Duarte , que


morreo na batalha de Alcacere , e de fua mulher D.

Maria do Rio , filha de Diogo de Caſtro do Rio ; e


deſte matrimon io teve , entre outr os filhos , = 18 D.

JOAV DE MENEZES. = 18 D. MARIA DE MENE


ZES ,
-

1
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 843

edes
zes , e D. MAGDALENA DE MENDOÇA , Freira no
1.6
Bom Succeſſo junto a Lisboa . = 18 D. VICENCIA ,

; foli Freira em Sacavem , da primeira Ordem de Santa

Clara . = 18 D. Joað DE MENEZES ſuccedeo na


D. le
Caſa de ſeu pay , e foy Commendador das Commen
NTPO 2 das de S. Martinho de Frexedas >, e S. Salvador das

moet Vargeas, na Ordem de Chriſto : ſervio em Flandres,


Lui foy Governador da Ilha da Madeira . Achava -ſe em

Madrid no anno de 1640 , quando foy a reſtituiçaõ do

Reyno de Portugal a ElRey D. Joað IV .; e inten


tane tando reſtituirſe à Patria , foy prezo , e entregue a D.

Marcellino de Faria de Guſma) , com cuja filha D.


pe

e101 Dorothea de Guſmað cafou D.Joað , e com ella fo


gio para Portugal , e foy do Conſelho deGuerra del

. Fler Rey D. Joao IV . , a quem ſervio com ſatisfação ,

theca como ſe vio na defenſa da Praça de Olivença , quan

2.1 do o Marquez de Laganhes pertendeo levalla por en


trepeza , e a defendeo com valor , e acordo , receben
el
do tres feridas: foy depois Governador do Porto , e
1. :*
eſtando nomeado Embaixador a Hollanda , morreo

em Lisboa , naõ deixando deſta uniaõ filhos. E ſua


‫ܠܕ‬
mulher caſou depois com Joanne Mendes de Vaſcon
cellos , Commendador da Ordem de Chriſto , Gover

coule nador das Armas da Provincia de Alentejo , Tenente

General da peſſoa delRey D. Affonſo VI . , do ſeu

- !! Conſelho de Guerra , Varco grande por talento , va

10: 4 lor , e ſciencia militar : porém nað tiverað fucceſfað .

ELE
2. III.
ZE)
844 Hiſtoria Genealogica

V. III.

13 D. RODRIGO DE CASTRO , filho do Con

de D. Alvaro de Caſtro , foy hum dos esforçados Ca

valleiros do ſeu tempo , e conhecido pelo nome de

Monſanto : ſervio em Africa com valor , e fortuna ;

foy Capitao da Praça de Arzilla , onde teve occa

ſioens com os Mouros , em que conſeguio vitoria , e

applauſos : foy Senhor de Valhelhas , Famelica) , e

Almendra , Alcaide môr da Covilhãa , que lhe deu o

Conde ſeu pay , e Embaixador delRey D. Manoel

ao . Papa Alexandre VI . Teve grande eſtimaçaõ ; por

que era dotado de ſingular talento , entendimento , e


prudencia ; de ſorte , que elle foy hum dos dous Fi
dalgos , por quem oGrande D. Franciſco de Almei

da , Vice-Rey da India , dizia , que ſó ſe podia fallar,


D. Rodrigo , e o Prior do Crato ſeu irmao. Caſou

com D. Maria Coutinho , filha de D. Fernando Cous

tinho , Marichal de Portugal , Alcaide môr de Pinhel,

e de ſua mulher D.Joanna de Caſtro ; e deſta uniao

naſcerað os filhos ſeguintes : = 14 D. FRANCISCO

De Castro , a quem os Mouros matarað em Africa,

quando ſeu pay governava Arzilla. = 14 D. ANTO

NIA COUTINHO caſou com D. Joao Lobo , filho pri

meiro de D. Diogo Lobo da Sylveira , II . Barað de


Alvito , e foy pelo ſeu caſamento Senhor de Valhe

lhas , Almendra , e Famelicao , Alcaide môr da Co

villāa. Nao chegou a ſucceder na Caſa do Barao ſeu


pay ,

:
.
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 845

pay , por falecer em ſua vida ; tinha ſervido por elle

de Védor da Fazenda delRey D. Manoel. Achou

ſe na facçaõ do Duque de Bragança D. Jayme, quan


bolica
do tomou a Cidade de Azamor ; e voltando depois a
Los C
eſta Praça na occaſiao , que ſe temeo , que os Mou
om /
ros a ſitiaſſem , nella morreo da queda de hum caval

lo ; e deſta illuſtre unia) naſceo unico = 15 D. D10


- 000 Go LOBO EE CASTRO , que foy Senhor de Valhe

corta, llas , Almendra , e Famelica ) , Alcaide môr da Com

120,6 vilhãa, que por morte do Barað D.Diogo Lobo feu


eder avô , pertendendo ſucceder na ſua Caſa , e lho diſpus
MENE tou ſeu tio D. Rodrigo Lobo ; e correndo a demanda,

2011 ſe ſentenceou contra D.Diogo , que foy Fidalgo de


como excellentes partes , e por iſſo reſpeitado na Corte . Ca
das fou com D. Jeronyma da Sylva , filha de Fernað Pe

..L res de Andrade , do Conſelho delRey D. Joað III.

‫ܐܐ‬ Commendador da Ordem de Chriſto , Provedor dos


Armazens , Capitað môr das Naos da India , hum
c

6063 dos valeroſos Capitaens daquelle tempo , de quem faz

honrada memoria a Hiſtoria da India , e foy o primei


Po
ro , que entrou na China : morreo a 6 de Julho de
1552 ; e de ſua mulher D. Maria de Menezes, filha

thinking de Gonçalo da Sylva , Senhor de Abiul : porém deſ


te matrimonio nao houve ſucceſlao . = 14 D.Jo
1173
ANNA DE CASTRO , que caſou com Joað Fernandes
20,79
30 Cabral, Senhor de Azurara , de quem adiante ſe tra
tará . =
14 D. GUIOMAR DE CASTRO caſou com

ac Joað Fernandes de Vaſconcellos , Senhor de Figuei

bilan ró , adiante. = 14 D. ISABEL DE CASTRO caſou

E com
HIN
N
846 Hiſtoria Genealogica

com D. Fernando de Caſtro , Senhor das terras de La

nhoſo , Santa Cruz , Sinfaens, Alcaide môr do Sabu

gal , e Alfayates , Capitað da Cidade de Evora: foy

morto pelos Mouros em hum combate em Arzilla ;


e tivera ) eſtes filhos: = 15 D. ALVARO DE CAS
TRO , que morreo moço . = 15 D. DIOGO DE CAS

TRO , que veyo a ſucceder na Caſa , caſou com D.

Filippa de Ataide , filha de Affonſo de Ataide , Se

nhor de Atouguia , Alcaide môr de Coimbra ; e nað


tiveraõ ſucceſlao.
ma
Teve illegitimos = 14 D. RODRIGO DE CASTRO,

adiante . = 14 D. CHRISTOVAÕ de Castro , que

foy Clerigo , e teve alguns filhos , de que ſe na con


ſerva deſcendencia. = 14 D. JORGE DE CASTRO ,

que ſervio na India , e lá caſou , e nað teve deſcen

dencia . = 14 D. HENRIQUE de Castro , que foy

Religiofo de S. Franciſco , e Provincial da ſua Reli

giað. = 14 D. FRANCISCO DE CASTRO , que ca


ſou , e teve cinco filhos , que todos paſſarað á India ,

e caſarað : porém delles nað ſabemos ſe ſe conſerva


ſucceſlao.

14 D. JOANNA DE CASTRO caſou com Joao

Fernandes Cabral , Senhor de Azurara , Alcaide môr


de Belmonte ; e tivera ) = 15 FERNANDO CABRAL ,

com quem ſe continúa . = 15 JORGE CABRAL , Go

vernador da India , que caſou naquelle Eſtado ; e te .

ve , entre outros filhos , de que nað ha deſcendencia ,

a D. JOANNA DE CAstro , mulher de ſeu primo Fer


nando Cabral. 15 FERNANDO CABRAL ſucce
deo

1
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 847
sel
deo na Caſa de feu pay : foy Alcaide môr de Bel
COM
monte , Senhor de Azurara . Caſou con D. Maria de

Caſtellobranco , filha de D. Joao de Caſtellobranco ,


Aril
Senhor de Antas , Alcaide niòr de Caſtellobranco , e
Cs
de ſua mulher D. Leonor de Souſa , filha de Affonſo
ECA
Vaz de Brito , Caçador môr delRey D. Joað II .; e
m.
tiverað , entre outros filhos , que morreraõ fem ſuc
Se ceſlao , a 16 a Nuno FERNANDES CABRAL , adi

ante , = 16 e a D. FilipPA DE CASTRO , que ca


ſou com Manoel de Souſa , filho herdeiro de Sinað
TASTE
de Souſa Ribeiro , Commendador , e Alcaide môr de
10,1 Pombal ; e teve , entre outros filhos , 17 a SIMAV

20 DE Sousa RIBEIRO , que ſuccedeo na ſua Cala . =

17 D. CATHARINA DE CASTRO , mulher de Miguel


Telles de Moura , Alcaide môr de Muja , Governa
dor de S. Thomé ; e tiverað unica D. MARIANNA
OK
‫ܐܝ ܐܐ‬ DE CASTRO , que caſou com
D.Antonio da Coſta ,
Commendador na Ordem de Santiago , com quem eſ

teve calado fómente vivte dias , e faleceo ; e ella ca

.COM fou ſegunda vez com Dom Miguel de Almeida ,

que depois foy Conde de Abrantes , de quem tam


bem nað teve filhos. = 17 D. JOANNA VE Cas
MJE
TRO , Dama da Infante D. Iſabel , caſou com Pedro
de moi
de Caſtro , Alcaide môr de Melgaço , Commendador
da Ordem de Chriſto , Védor da Caſa de Bragança , e
... 6
t foy ſua ſegunda mulher , ſem ſucceſſað. = * 17 Si
ille
MA ) DE Sousa RIBEIRO , foy Alcaide mòr , e Com

mendador de Pombal , que morreo na batalha de Al


E
cacere no anno de 1578. Calou com D. Catharina
Tom . XI. Hhhhh de
ay
848 Hiſtoria Genealogica

de Noronha , filha de D. Gomes de Mello , Alcaide

môr de Lamego ; e deſta uniao tratámos a pag. 224

do Tomo IX. , donde ſe pode ver a ſua illuſtre pol


teridade .

16 Nuno Fernandes Cabral foy Senhor de


Azurara , Alcaide môr de Belmonte , &c. Caſou com

D. Maria de Noronha , filha de D. Henrique de No

ronha , Commendador môr de Santiago , e de ſua


*
mulher D. Guiomar de Caſtro ; e tiverao - 17 a

Fernao Cabral , adiante. E entre outras filhas ,

que forað Freiras , = 17 a D. ANGELA DE Noro

NHA , que cafou com Antonio Lobo de Mello , Com

mendador de Santa Maria da Alagoa na Ordem de


Chriſto , que morreo na batalha de Alcacere , dei

xando , entre outros filhos , = * 18 a Luiz Lopes

Lobo , de quem adiante ſe tratará . = 18 Diogo Lo

Pes Lobo , ſem geraçað. = 18 FRANCISCO Lobo

DE MELLO , Conego na Sé de Evora . = 18 FER.


NANDO LOBO DE MELLO , Alcaide môr de Monla

rás , que caſando duas vezes , nað deixou geraçao. -


18 Nuno FERNANDES CABRAL , que paſſou a fer
vir à India , e morreo no Cunhale . E 18 ANTONIO

LOBO , Religioſo Eremita de Santo Agoſtinho , de

que foy Provincial


. = 18 HENRIQUE Lobo , que
tambem foy Conego em a Sé de Evora. = 18 D.
JOANNA DE NORONHA , Freira no Paraiſo de Evo
ra , da Ordem de S. Domingos. = 18 D. LEONOR

DE NORONHA , Freira nas Chagas de Villa - Viçoſa ,


da Ordem de S. Franciſco . 18 D. MARIANNA

DB
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 849

, Alain
De Noronha foy a primeira filha , caſou com Fer
nando de Mendoca , Commendador de Alcairia Rui

ulte a va na Ordem de Santiago , Capitað môr das Naos da


India ; e tiverað , entre outros filhos , = 19 D. Mag

enture DALENA DE MENDOÇA , que caſou a primeira vez


Lou un coni Antonio de Mello de Sampayo ; e a ſegunda com

de N Joa ) de Mello de Caſtro . 19 D. ANGELA DE

de fu MENDOÇA , que caſou com I ) . Joao de Menezes , de

quem nað teve ſucceſſað. E calou ſegunda vez D.


Angela com Franciſco de Mello de Caſtro , Com

mendador de Alcairia Ruiva na Ordem de Santiago ,


EN

0, CE e de S. Thomé de Travaços na Ordem de Chriſto ,

Drden Capitað môr das Naos da India , e Almirante da Ar

27,6 mada Real , e foy ſua ſegunda mulher , de quem te


ve 20 ANTONIO DE MELLO DE CASTRO ,
zle

ogol adiante . = 20 FERNANDO DE MENDOÇA FURTA

DO , que tendo ſervido na India com reputaçað , ſen


OL
do General de Ceilað , foy morto em hum combate
com os Hollandezes . 20 D. MARIA THERESA

caſou com Joao Rodrigues de Souſa , Senhor do


Morgado de Montijo , ſem deſcendencia . = 20 D.
11il
THERESA de NORONHA , que caſou com Henrique
VI
Correa da Sylva , Alcaide . niôr de Tavira , irmao do
For
Conde da Caſtanheira Simao Correa da Sylva , ſem
fucceſfað. = 20 D. CATHARINA DE MENDOÇA ,
IN
Freira , e Abbadeſſa do Moſteiro de Odivellas.
ES
20 ANTONIO DE MELLO DE CASTRO , Commen

dador na Ordem de Chriſto , ſervio na guerra da Ac

clamaçaõ com diſtincçao , ſendo Meſtre de Campo


Tom . XI . Hhhhh ii de
0
850 Historia Genealogica

de Infantaria : foy depois Vice-Rey da India , donde


voltou no anno de 1668. Caſou com D. Anna de
Mendoça , filha de Jorge de Souſa de Menezes , Co

peiro môr ; e tivera ) eſtes filhos: = 21 FRANCISCO

De Mello , que ſervindo na guerra de Alentejo , foy


morto pelos Caſtelhanos. = 21 JORGE DE SOUSA ,
Religioſo de S. Bernardo. = 21 DINIZ DE MEL

LO de Castro , adiante . 21. MANOEL DE

MellO DE CASTRO , de quem faremos logo men

çað. = 21 Joseph de MELLO DE CASTRO , que


morreo ſervindo na India. 21 CAETANO DE

MELLO DE CASTRO , Vice -Rey da India , &c . eo


ſeu caſamento , e ſucceſſað ſe pode ver a pag. 651

do Tono IX . a que ſó devemos accreſcentar , que


ſua nora D. Joachina Anna de Borbon morreo a 12
de Março de 1743 , ſem ſucceſfað ; e ſeu marido An

tonio de Mello de Caſtro até ao preſente nao tem


caſado . = 21 D. VIOLANTE CAETANA DE CAS
TRO , Freira , e Abbadeſſa do Moſteiro de Odivellas .

= 21 D. ANGELA DE MENDOÇA , Freira na Madre


de Deos de Lisboa . 21 DINIZ DE MELLO DE

CASTRO , que ſuccedeo na Caſa , e foy Commenda


dor na Ordem de Chriſto . Caſou com D. Violante

Caſimira de Mendoça , que faleceo a 16 de Dezem


bro de 1738 , ſendo Senhora de Honor da Rainha D.

Maria Anna de Auſtria ;‫ ܪ‬e tiverað = * 22 ANTONIO


DE MELLO DE CASTRO . 22 PEDRO CAETANO

DE MELLO DE CASTRO , que morreo ſem eſtado. =


22 ANTONIO DE MELLO DE CASTRO , que ſuc
cedeo
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 851

, diri
cedeo na Caſa , e he Capitaõ de Cavallos. Caſou em
Home
7 de Janeiro de 1731 com D. Maria Bonifacia de Vic
28 , U
lhena , filha de D. Rodrigo de Caſtro , conio fe diſſe
ANOS
a pag . 675 do Tomo IX .; e tivera) os filhos ſeguin
210, tes : = 23 Diniz GREGORIO DE MELLO DE Cas

Socie TRO , que naſceo a 11 de Abril de 1735 , e D. JOSEFA


E ME LEONOR DE Mello , que naſceo a 27 de Setembro
DEL DI de 1736 .
21 MANOEL DE MELLO DE CASTRO , filho
) ជន
R0.3 quarto de Antonio de Mello , foy Conimendador de

40: Santa Maria da Alcaçova de Elvas. Caſou com D.

, &c Franciſca de Tavora e Miranda , que faleceo de mais


de oitenta annos a 26 de Abril de 1736 , filla herdei

ra de Alvaro de Miranda , Commendador da Alcaço

THE va de Elvas , Alcaide môr da Fronteira , que ſervio


na guerra de Alentejo , e foy Capitao de Cavallos ,
2003
t
cha e morreo das feridas , que valeroſamente recebeo no

DEA combate do Forte de S. Miguel no ſitio de Badajoz


no anno de 1658 ; e de ſua mulher D. Maria Lobo ;

e tiverað os filhos ſeguintes : = 22 ANTONIO DE


MELLO DE CASTRO , Capitaõ de Mar , e Guerra.
= 22 ALVARO CAETANO DE CASTRO E Mello ,

Governador de Moçambique . = 22 Dona MARIA


IGNEZ DE TAVORA . – 22 D. THERESA DE TA

VORA , Freiras na Eſperança de Lisboa . = 22 D.

MARIANA DE Tavora , na Encarnaçað da meſma


Cidade. 22 D. ANNA DE CASTRO em Odivellas.

18 Luiz LOPES LOBO , filho de Antonio Lo

bo de Mello , e de D. Angela de Noronha , depois de


ter
852
Hiſtoria Genealog
ica

ter ſervido na India , morreo na batalha de Alcacere

10 anno de 1578 ; deixando de ſua ſegunda mulher


D. Ignez de Souſa , filha de Antonio Carvalho Cal

tello de Porras , Guarda -Roupa delRey Dom Sebaf


tiað , e de ſua mulher D. Maria de Souto , filha de
Diogo de Souto ; e tivera ) = 19 MARTIM Los

PEŞ LOBO , com quem ſe continúa . = 19 D.Mar

GARIDA Lobo mulher de Diogo de Mello , de quem

nao ſabemos geraçao . = 19 D. ANGELA DE No

RONHA caſou com D. Jorge de Mello , Conmenda

dor de S. Pedro de Gulfar , Meſtre - Salla delRey D.

Joao IV ., e foy ſua ſegunda mulher , de quem nað


teve filhos. = 19 D. MARIA DE SOUSA , que to
mando o habito de Santa Thereſa no Moſteiro de

Santo Alberto de Lisboa , ſe chamou Maria de S. Jo

ſeph ; e vivendo em grande perfeiçao , acabou ſanta

mente a 6 de Agoſto do anno de 1626 ; e della trata

mos neſte dia no Tomo IV . do Agiologio Luſitano.

19 MARTim Lopes LOBO foy Commenda


dor na Ordeni de Chriſto , ſervio na India . Cafou
com D. Sebaſtiana de Noronha , filha de Antonio de

Saldanha , Commendador de Caſevel, e de fua mu

lher D. Iſabel de Noronha ; e teve , além de dous fi


Hios , que morrerað ſem eſtado , = 20 ANTONIO

LOBO DE SALDANHA , que caſou com D. Joanna de


Alcaçova , filha de Jeronymo Correa Baharem , e de

ſua mulher D. Maria Joſefa de Alcaçova ; e tiverað


os filhos ſeguintes : = 21 MARTIM LOPES LOBO
21 D.
DE SALDANHA , com quem ſe continúa.
MA

i
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 853

Hlace
MARIA JOSEFA DE ALCAçova , mulher de Joſeph

de Souſa Pereira , de quem adiante ſe tratará . =


‫انا‬ 21 D. SEBASTIANA THERESA DE NORONHA , mu

lher de Fernando Jaques da Sylva , de quem abaixo

ſe fará niençað . = 21 D. ISABEL , Freira em Santa


no
Clara de Santarem . E illegitimos = 21 FR . PEDRO
MAN
DE SALDANHA , da Ordem dos Prégadores ; JOSEPH
De SalDANHA , que morreo na India ; D. SEBASTIA
ENO
NA MARIA DE Noronha , que caſou com Manoel
Peſtana de Brito , de Eſtremoż ; D. MARGARIDA , e

D. Rosa , Freiras em S. Bento de Evora , da Ordem


Om K de Ciſter.

21
D. Maria JOSEFA DE ALCAÇOVA caſou
CITO com Joſeph de Souſa Pereira , Collegial do Collegio
Real de S. Paulo de Coimbra , de que toniou poſſe
125)
a 20 de Junho de 1668 , Doutor em Leys , e Lente

de Inſtituta , e Deſembargador, Commendador da Di


zima do Peſcado da Ilha do Porto Santo na Ordem

NE de Chriſto ; e deixando a Beca , foy Secretario da


Embaixada a Roma , de que foy Enibaixador o Bil

Anna po de Lamego D. Luiz de Souſa , depois Arcebiſpo

de Braga ; e voltando ao Reyno , foy Fidalgo da Caſa


223
Real , Conſelheiro da Fazenda de Capa , e Eſpada ,
caus
e nomeado Enviado a Roma, que nao aceitou , por
TONE
nao ſer com o titulo de Embaixador. Faleceo em
de
Lisboa a 23 de Dezembro de 1689 ; e teve os filhos
ed
ſeguintes: = 22 Luiz PEREIRA DE SA' , que naf

LORO ceo a 20 de Janeiro de 1684 ; ſervio na guerra , e foy


Coronel de Infantaria : morreo fem cafar. 22 AN

TONIO
854 Hiſtoria Genealogica

TONIO LOBO DE SALDANHA naſceo a 23 de De

zembro de 1686 , que depois de eſtudar em Coim


bra , entrou no Seminario do Varatojo , onde profef

ſou .
22 MARTINHO DE SOUSA , adiante. =

22 D. JOANNA DE ALCAÇOVA , que naſcco em De

zembro de 1684 ; morreo ſem eſtado. 22 D.CA

THARINA DE SOUSA DE SAMPAYO , que naſceo em


Outubro de 1687 , e he Religioſa nas Capuchas da
Madre de Deos de Lisboa , com o nome de Soror
Catharina de Jeſus Maria . 22 MARTINHO DE

Sousa naſceo a 7 de Agoſto de 1689 , ſuccedeo na


Caſa , he Commendador da Ordem de Chriſto . Ca

fou com D. Maria Anna Joſefa de Almada do Ania

ral Valente , filha de Domingos do Amaral Valente,


Fidalgo da Caſa Real , e Cavalleiro da Orden de

Chriſto , Tenente Coronel de hum dos Regimentos


da Guarniçaõ da Corte ; e de ſua mulher D. Leoca

dia de Almada : e ella morreo ſem geraçao .


21 D. SEBASTIANA THERESA DE NORONHA

caſou com Henrique Jaques da Sylva , e tivera ) as


duas filhas ſeguintes : = 22 D. JOANNA CECILIA

DE NORONHA , que foy herdeira , e caſou duas ve

zes : a primeira com Manoel Jaques de Magalhaens ,


II . Viſconde de Fonte Arcada , de quem em outra

parte ſe tratará ; e ficando viuva, caſou ſegunda vez

com D. Joao de Almeida , de quem fizemos mençað


a pag . 850 do Tomo X. = 22 e D. ISABEL MONIZ

BARRETO DE ALCAÇOVA , que caſou com Luiz Ma

noel Moniz Pereira ; e tem a PEDRO JOACHIM Mo


NIZ

1
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 855

3D
NIZ DE MELLO , que naſceo a 10 de Dezembro de
Cole
1717. Foy Moço Fidalgo com exercicio .
mont 21 MARTIM LOPES LOBO DE SALDANHA ſuc . +
1
08.
cedeo na Caſa de ſeu pay , foy Capitao de Infanta
D:
ria na Provincia de Alentejo. Caſou com D. Maria
2.C
Henriques , filha de Luiz de Meſquita Pimentel , e
de Dona Maria Henriques ſua mulher ; e teve =

22 JERONYMO LOBO DE SALDANHA , com quem


*
ST ſe continúa . 22 D. ISABEL IGNEZ DE SALDA

NHA , mulher de Joſeph Salema Cabral e Paiva , adi


door ante . 22 JERONYMO LOBO DE SALDANHA ca

n ſou com D. Franciſca Luiza Margarida da Sylva ,


OL filha de Chriſtovao de Magalhaens, e de D. Guiomar

da Sylva ; e tiverao os filhos ſeguintes: = 23 MAR


TIM LOPES LOBO DE SALDANHA , Tenente de In
name fantaria , e CHRISTOVA FRANCISCO DE SALDANHA ,
e D. MARIANNA THERESA DE NORONHA E AL
lo
CAÇOVA , que vivem ſolteiros em companhia de ſua

RUE māy em Eſtremoz ; 'e D. MARIA JOACHINA DE


oyland Saldanha , Freira em Santa Thereſa de Evora .
22 D. Isabel IGNEZ DE SALDANHA E NORO
ECH

STA NHA caſou com Joſeph Salema Cabral de Paiva , Pa

droeiro de S. Romaõ de Alverca , Fidalgo da Caſa


‫وو‬
Real , e foy fua terceira mulher , de quem teve =

23. Miguel JosEPH SALEMA , adiante. = 23 Joao

De Saldanha Lobo , que paſſou a ſervir no Eſtado


da India . = 23 D. MARIANNA THERESA XAVIER

DE NORONHA , 23 D. MARIA THERESA Cov


‫܂‬
TINHO , 23 D. LUCRECIA DE SALDANHA , todas
M
Tom . XI. liji tres
856 Hiſtoria Genealogica

tres Freiras em Santa Clara de Santarem . = 23 D.


JOANNA SEVERINA DE ALCAÇOVA , recolhida nas

Commendadeiras da Encarnaçao de Lisboa. = 23 D.

Ignez CATHARINA DE SALDANHA , ainda ſem eſta

do . = 23 Joseph DE SALDANHA , Religioſo da Or

dem dos Eremitas de Santo Agoſtinho. = 23 MAR

TINHO , e ANTONIO , Religioſos da Santiſſima Trin


dade. 23 LUIZ CASIMIRO DE SALDANHA. =

23 Diogo FERNANDES SALEMA . = 23 JOACHIM


SALEMA . = 23 MIGUEL JOSEPH SalemA DE SAL

DANHA caſou com Dom Joachina de Souſa e Cal


tro , filha de Alexandre de Souſa Freire , e de ſua
nullier D. Leonor Maria de Caſtro , como diſſemos

no Capitulo V. do Livro XII. pag . 510 , de quem tem

24 D. ANNA LEONOR DE SOUSA E CASTRO .



17 FERNANDO CABRAL , filho de Nuno Fernan
des Cabral, foy Senhor de Azurara , Alcaide môr de

Belmonte; achou- ſe no ſitio de Mazagað , ſervindo à

fua cuſta: pelo que lhe deu ElRey Dom Sebaſtia ) a


Commenda de S. Pedro de Cumideiras ; e depois de

achou com o meſmo Rey em Africa na batalha de

Alcacere , em que foy cativo. Caſou con D. Joan


na de Caſtro , filha de Jorge Cabral ſeu tio , Gover
nador da India , e de ſua muller D. Lucrecia Borges
;
e ficando viuva , caſou ſegunda vez com ſeu paren

te Chriſtovao Borges Corte -Real ; e tivera) , en

tre outros filhos , 18 Nuno FERNANDES CA

BRAL , adiante , = 18 e D. MARIA DE NORONHA ,

mulher de D. Alvaro de Souſa , Capitao da Guarda


Real
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 857

Real Alemãa , Commendador de Ş. Şalvador da In

feſta da Ordem de Chriſto , de quem naſceo = 19 D.

- 32 MARGARIDA DE NORONHA , que foy. herdeira , e

caſou con D. Rodrigo da Coſta , Commendador de


o dilo Marmeleiro , e outra , na Ordem de Chriſto. Mor,

;)
;, reo valeroſamente em hum combate na India com os

2 T7 Hollandezes , ſendo Capitað môr do Norte , de quem

HA.; naſceo unica = 20 D. MARIA DA COSTA , que

OACE foy herdeira , e caſou com D. Antonio de Alcaçova

DEN ſeu primo com irnia ) , Conimendador da Idanha na


Ordem de Chriſto , e foy ſua primeira mulher ; e por
el

et falecer , caſou elle ſegunda vez com D. Helena de

Portugal, filha de D. Joaõ de Almeida : morreo de

cade hum accidente a 4 de Agoſto de 1657 , ſem ſucceſ


fað . = 18 Nuno FERNANDES CABRAL , que foy

Senhor de Azurara , Alcaide môr de Belmonte , ca

om ſou com D. Margarida deMenezes, irmãa de ſeu cu


nhado D. Alvaro de Souſa , e filho de D. Franciſco

ertemu de Souſa , Capitað da Guarda Alemãa delRey Dom


Henrique ; e de ſua mulher D. Luiza de Menezes: e
deſte matrimonio naſcerao , entre outros fillos , =
al
19 PEDRO ALVARES CABRAL , adiante. = 19 D.
2.1
LUIZA DE CASTRO , que caſou com D. Pedro Fer
GE
nandes de Caſtro , Senhor do Paul do Boquilobo , de
Be
quem naſceo = 20 D. Joao DE CASTRO TEL
I PUNE LES , como ſe dirá adiante. 19 PEDRO ALVA
‫گ‬
ESC RES CABRAL , que foy o terceiro na ordem do naſci

mento , e foy Senhor de Azurara , Alcaide môr de

Belmonte , .que faleceo a 2 de Março de 1665 , ba


Tom . XI. Ііііі іі vendo
Rat
858 Hiſtoria Genealogica

vendo ſido caſado com D. Leonor de Menezes , filha

de D. Joao de Menezes , que foy Meſtre de Campo


em Flandres , onde fervio , e do Conſelho de Guer

ra ; havida em Anna de Par, Flamenga ; e tiverað os

filhos ſeguintes: = 20 JOAO RODRIGUES CABRAL,


que foySenhor de Azurara , e Alcaide mòr de Bel

tendo ſervido na guerra , morreo ſoltei


monte , que tendo
ro . 20 FERNANDO CABRAL , com quem fe

continúa. = 20 FRANCISCO CABRAL , que caſou

com D. Marianna de Sá e Menezes , filha de Luiz


Gomes de Sá , e Menezes , e de ſua niulher D. Ma

ria de Portugal; e nao tivera ) filhos. = 20 D. Mar


GARIDA DE Menezes. 20 D. FILIPPA DE ME

NEZES caſou com Gonçalo de Souſa de Macedo , Ba

rao da Ilha Grande de Joanne , Alcaide môr de No


.
mað , Commendador de Santiago de Souſelas, & c.
de quem foy primeira mulher ", ſem fucceffáő .
um
20 D. MARIA MAURICIA DE MENEZES, de quem

logo faremos niençað . = 20 D. MARGARIDA DE


MENEZES caſou com Ruy de Figueiredo de Alar.

cao , Senhor do Morgado de Ota , Commendador de


S. Pedro de Merim , S. Joao de Lifaens , e outras , na

Ordem de Chriſto , Governador das Armas da Pro

vincia de Traz dos Montes , onde confeguio prof


21 a PE
peros ſucceſſos às noſſas Armas ; e teve =

DRO DE FIGUEIREDO , adiante . = 21 HENRIQUE


DE FIGUEIREDO , que ſervio na India , fendo Gene

ral dos Galeoens no auno de 1711 , e nomeado Gover

nador do Eſtado ; e voltando para o Reyno vo anno


de

1
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 859

283 foy Governador , e Capitað General do


de 1713 ,

Reyno de Angola: morreo a 5 de Abril de 1723. =


liva 21 D. JOAO DE MENEZES , que morreo moço.

terao 21 D. MARIA DE MENEZES , Religioſa da Madre


CABLE de Deos de Lisboa , onde ſe chamou Soror Maria da

ided Purificaçao , de huma exemplar vida . = 21 D. LEO

o folk NOR DE MENEZES , recollida no Moſteiro de San

tos. 21 PEDRO DE FIGUEIREDO DE ALAR

RS ca ) foy Senhor de Ota , Commendador das Com


mendas de S. Pedro de Merim , S. Joao de Lifaens,
1
S. Salvador de Caſtellaens , e Santiago de Beſteiro , to
: D!
das na Ordem de Chriſto : foy Enviado Extraordina
DI

DEL rio à Inglaterra , e Governador de Portalegre . Mor


reo em Abril de 1722 , havendo caſado com D.Fran
men
ciſca Ignez de Lencaſtre , filha de D. Miguel Luiz
de Menezes , I. Conde de Valadares , e de ſua mu

lher D. Magdalena de Lencaſtre , como ſe diſſe a pag .


523 do Tomo II . ; e tivera ) os filhos ſeguintes : =

22 RUY DE FIGUEIREDO DE ALARCA) , que lhe


RICA
fuccedeo na Caſa , e Commendas , e caſou com D.
ceti
Luiza Joanna Coutinho , como fica eſcrito a pag.
han
831 do Tomo IX. = 22 MIGUEL DE FIGUEIRE
DO , que naſceo no anno de 1701 , he Deao da Sé
dit
de Leiria . E 22 D. MAGDALENA LUIZA DE LEN

CASTRE , Dama do Paço , que caſou com Dom Vaf


La
co da Camera ; e a ſua ſucceſfað ſe pode ver a pag.
R19
587 do Tomo IX . = 22 D. MARGARIDA ANTO

NIA LEONOR DE MENEZES , Dama da Rainha D.


GK
Maria Anna de Auſtria, 22 D. ANNA THERE
SA
860 Historia Genealogica

SA DE LENCASTRE , que faleceo ſem eſtado a 5 de


Dezembro de 1735. 22 D. MARIA DE MENE

zes , illegitima , que caſou com Franciſco da Coſta,

Senhor de Pancas; e a ſua ſucceſſað referimos a pag.


235 do Tomo y .

20 D. MARIA MAURICIA DE MENEZES caſou

com Franciſco de Brito Freire , Almirante da Arma

da Real , do Conſelho de Guerra , Commendador


na Ordem de Chriſto ; e teve os filhos ſeguintes : =

21 ANTONIO DE BRITO DE MENEZES, que lhe ſuc

cedeo ' na Caſa , e foy Commendador da Ordem de

Chriſto ; ſervio na guerra , e foy Coronel do Regi.


mento de Caſcaes, Brigadeiro , e Governador do Rio
de Janeiro , onde faleceo , ſem ter caſado , a 15 de

Mayo de 1719. Teve natural a JosEPH ANTONIO


DE BRITO DE MENEZEs. 21 D. CATHARINA

DE MENEZES , recolhida em Santos , que ſendo fuc

ceſfora dos Morgados, e Caſa de ſeu irmao , cedeo


em ſua irmãa D. JOSEFA DE PAR E BRITO , que ca

fou a 27 de Fevereiro de 1720 com Joſeph Bernardo


de Tavora , Commendador de Santa Maria de Mi

doens , e Santa Maria de Eſcalha ) , na Ordem de

Chriſto , Coronel de lium Regimento de Cavallaria

da Corte , de quem tratamos a pag . 226 do Tomo

V.; e ella morreo a 20 de Outubro de 1743 , ſem


ſucceſlao .

20 FERNANDO Cabral foy XIV . Alcaide môr


de Belmonte , Senhor de Azurara , Governador de
Pernambuco. Caſou con D. Maria de Brito , filla

de
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 861

de Antonio de Brito Freire , e de ſua mulher D. Iſa


NEN 21 Pe
bel Lobo ; e teve os filhos ſeguintes : =
Cola DRO ALVARES CABRAL , adiante. = 21 D. LEO

NOR LUIZA DE MENEZES , caſou com Luiz Anto


28
nio de Baſto Baharem , Donatario da Villa da Praya ,
5 & c. de quem ſe trata a pag. 827 do Tomo X. e foy
Anna ſua primeira mulher , de quem nað teve filhos. =

antado 2i Pedro ALVARES CABRAL foy XV . Senhor de


Azurara , Alcaide môr de Belmonte ; ſervio na guer

Luka ra , foy Coronel de hum dos Regimentos da Corte ,


e Brigadeiro ; e no anno de 1729 foy mandado por

Jo Plenipotenciario à Corte de Madrid , onde aſſiſtio

dok muitos annos com muito luzimento , e aceitaça ) : foy

generoſo , bem inſtruido , com partes de Cavalhe

ro . Morreo a 15 de Março de 1744 , havendo caſa


do com D. Cartharina de Borbon , filha dos II . Con
HILL
des de Avintes , como ſe diz a pag . 840 do Tomo X.

porém nað deixou ſucceſfað ; e a ſua Caſa paſſou a


ſeu irma ) CAETANO FRANCISCO CABRAL , que ha
(29.3
via ſido caſado com D. Joſefa Maria Margarida Pe

reira , viuva de Diogo de Saldanha , como fica refe


rido no Capitulo XIII. 2. II. do Livro XI . pag. 243 ,
cena
a qual falecendo em Março de 1728 , nao deixou fi
lhos ; e eſtá contratado para caſar fegunda vez com

Dona Domingas de Saldanha , filha dos Morgados


re
de Oliveira Joao Pedro de Saldanha , e Dona Ignez

Antonia da Sylva , como eſcrevenios a pag . 245 do


Livro XI.
03

CAPI. 1

1
!
862 Hiſtoria Genealogica

CAPITULO III.

De D. Joanna de Caſtro , herdeira da Caſa

de Monſanto.

O eſclarecido thalamo dos primeiros Con

13 D des de Monſanto foy a primeira filha D.

Joanna de Caſtro , a quem a pouca duraçaõ de ſeu

irma) o Conde D.Joað , eo nao deixar filhos, veyo


a fazer herdeira da Caſa de Monſanto . Caſou com

D. Joao de Noronha , a quem chamarað o Dentes ,


filho ſegundo de D. Fernando de Noronha , II. Con

de de Villa -Real, por merce delRey Dom Duarte ,

com todas as rendas , e juriſdicções daquella Villa :


foy feita eſta merce a 7 de Setembro de 1434 , e foy
ſeu Camereiro môr , Varaõ excellente na paz , e na

guerra , conſeguindo immortal nome na guerra de


Africa ; e de ſua mulher D. Brites de Menezes, filha

herdeira daquelle eſclarecido Heroe D. Pedro de Me


nezes , II. Conde de Vianna , e I. de Villa-Real , e

da Condeſſa D. Margarida de Miranda ſua primeira


mulher. Nao era D. Joanna de Caſtro herdeira da

Caſa de Monſanto , quando caſou com D. Joað

Noronha, antes os Condes de Villa -Real con os de

Monſanto , intentara ) con eſta unia ) formar huma

nova Caſa , em que ambos ſeguraſſem as ſuas ( que

ambas tinhiaõ ſucceſſao ) com eſta nova linha : porém


nao
da Caſa Real Portug . Liv .XIII. 863

nað teve effeito na vida dos Condes de Villa -Real.

Paſſou depois a referida pratica a hum Trata


do ,, que ſe celebrou em Lisboa em caſa do Conde

de Monſanto a 21 de Setembro de 1467 , eſtando pre


ſentes o Conde , e Condeſſa D. Iſabel da Cunha Tua

mulher , D. Joaõ de Noronha , e Diogo Rodrigues,


Eſcudeiro do Conde de Villa -Real , D. Pedro ſeu ir

Com ma) , ( depois I. Marquez de Villa -Real) como ſeu

ha] Procurador , e da Condeſa D. Brites ſua mulher , em

virtude do Contrato , que ſe havia tratado entre os

Condes de Villa -Real D. Fernando , e D. Brites de


3, 17
Menezes ſeus pays ; acordando - ſe , que todos os bens

icas dotaes de huma , e outra parte ,ſeriað vinculados.


Dutou- ſe D. Joao con quatro mil coroas , que lhe
IG

Dub dera para eſte fim a Condeſſa Dona Brites ſua mãy ,
duas mil em dinheiro , e mil e quinhentas em prata
16
lavrada , quinhentas em alfayas , e mais outras quatro
mil coroas ſobre certas terras . O Conde D. Pedro

deu a ſeu irmað tres mil dobras , pelas quaes lhe deu
lor
em cauçað o Lugar de Alcoentre , com toda a ſua ju
3
riſdicçað , e lhe prometteo mais tres mil dobras com
dell
certas condições. O Conde de Monſanto dotou a ſua
les
filha com doze mil coroas , na maneira ſeguinte : tres

mil coroas na Cameraria môr de Rey , a qual Dom


eind
Joao de Noronha haveria , com todas as liberda

7 des , e privilegios do dito officio , em vida do Con


168
de : porém com a reſerva , que quando o Conde fof
het
ſe à Corte , ſerviria o dito officio , conſervando em

ſua vida o nome de Camereiro môr ; o qual ficaria


Tom . XI. Kkkkk pela
864 Hiſtoria Genealogica

pela ſua morte a D. Joao de Noronha , para o gozar


Prova num. 12 . na meſma forma , que elle o tivera ; com declaração,

que ainda que o Conde o ſerviſſe algumas vezes , a


tença , e mais gages do officio ſeriaõ de D. Joaõ , co
mo ſe o ſerviſſe . Deulhe mais quatro mil coroas

pagas na Alcaidaria , e Caſtello da Covilhãa , e mais


duas mil dobras : pelo que lhe deu em cauçaõ a Vil.
la de Caſtello Mendo com todas as ſuas juriſdicções ,

e em prata , e moveis de caſa duas mil coroas е

duas mil em tença , ou bens , que o valeſſem , ou em

dinheiro , ao tempo que entraſſem na poſſe da fua Ca

fa ; con declaraçao , de que no caſo de morrer Dom


Joao de Caſtro ſeu filho ſem ſucceſlao , paſſaſſe a Ca

ſa à dita D. Joanna fua irmãa ; e o filho, que a her

daſſe , uſaria do appellido de Caſtro , em menoria da


Caſa de Monſanto ; e na meſma forma todos os luc

ceſſores , que a poſſuiſſen . D. Joaõ de Noronha deu


de arrhas a ſua futura eſpoſa quatro mil coroas , com

condiçað , que os ditos dotes , e arrhas , ficariað vin


culados em Morgado com as clauſulas declaradas no

Morgado do Conde de Villa Real ſeu irmao , com

outras condições , que ſe verificarað , pois o Morga


do fe inſtituío , e he o de Aramenha , que depois fi

cou unido a Caſa de Monſanto . El Rey D. Affonſo


V. confirmou por huma Carta o referido Contrato:

foy paffada em Cintra a 27 de Setembro do referido


anno de 1467 .

Succedeo D. Joanna de Caſtro pela morte de

ſeu irma ) o Conde D. Joað na Caſa de Monſanto , a

tenido
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 865

0
tempo em que já tambem era falecido ſeu marido

Dom Joao de Noronha ; e foy Senhora da Villa de


CZAS Monſanto , Caſtello Mendo , o Reguengo da Po

voa delRey , junto a Trancoſo , Villa -Franca , Bou


CCC
fa -Cova , com rendas , direitos , Padroados de Igre

jas , Vinha , Reguengo de Medelim , Lourinhãa , S.


Tar Lourenço de Bairro , e a Villa de Caſcaes , e o
Reguengo de Oeiras , com todos os direitos , peſca

rias , juriſdicções , e os Morgados de S. Mattheus,


com outras rendas , que lograva a Caſa de Monſanto ,

excepto o Paul de Boquilobo , que por demanda lho


tirou ſeu tio Dom Garcia de Caſtro , como varað a

quem pertencia , em virtude da inſtituiçao , que havia

feito D. Fernando de Caſtro do Paul de Boquilobo ,

que lhe havia dado em modo de ſelmaria o Infante

daci D.Henrique, para que lhe ficaſſe como bens proprios,


e allodiaes da ſua Caſa ; o que confirmou EIRey D. Prova num . 13 .

g Duarte , e elle o vinculou , e inſtituîo Morgado por


min
Eſcritura feita a 4 de Junho do anno de 1436 , com

obrigaçaõ de liuma Milla para ſempre em huma Ca

u pella do meſmo Paul, em que fez as vocações ſeguin


Tab
tes . A primeira da linha de ſeu filho D. Alvaro de
k
o
Caftro , e todos os ſeus deſcendentes varoens ; e que

a
bide faltando eſte , paffaſſe à ſegunda linha de ſeu filho D.
Garcia de Caſtro , e ſeus deſcendentes varoens ; e aca

bando eſtes , foſſe à de ſeu terceiro filho D. Henrique

de Caſtro ; ( que morreo eleito Graõ Prior do Cra


to ) e que extinguindo-ſe os varoens das tres chamadas

linhas , havendo de herdar femea , ſeria da linha de

Tom . XI . Kkkkk ji feu


866 Hiſtoria Genealogica

ſeu primeiro filho D. Alvaro , que preferio às outras;

e finalmente, que no caſo de ſe extinguir toda a ſua


deſcendencia , entao ordena fe venda o Paul, e o ſeu
valor ſe diſtribua em obras pias. De forte , que aca
bando - ſe a linha de D. Garcia em feu quinto neto D.

Joao de Caſtro Telles , que faleceo ſem deſcenden

cia a 3 de Novembro de 1697 , veyo depois a buſcar

a de D. Alvaro , I. Conde de Monſanto , e ſe conſer

va na Caſa de Caſcaes , a quem foy ſentenciado con


tra a Coroa , e D. Miguel Luiz deMenezes , Conde

de Valladares , Oppoente no anno de 1702 a 11 de


Março ; e fendo embargada pelo Procurador da Co

roa , e o Conde de Valladares Oppoente , ſe confir

niou a 5 de Julho de 1703 ; e pedindo viſta o Procu

rador da Coroa por reſtituiçao , nao forað recebidos

os Embargos , e ſe mandou dar à execuçaõ a referida

Sentença a 17 de Agoſto de 1703 , metendo -ſe de pol

ſe do referido Morgado D. Luiz Alvares de Caſtro ,


III. Marquez de Caſcaes, a quem foy julgado.

Nað fuccedeo D. Joao de Noronha ao Conde


D. Alyaro de Caſtro no officio de Camereiro môr ,

que parece ſervio algum tempo em vida do Conde

feu ſogro , em virtude da Confirmaçao , que ElRey


havia feito do Contrato de Caſamento , em que 0

Conde D.Alvaro lhe liavia dotado , e diz a clauſula

da Confirmaçao o ſeguinte : Primeirament no Capi.


e
tulo , em que le conthem , que o dito D. Joao em vida

do dito Conde ſervirá o officio de noſa Camararia môr,

queremos que a nós fique reſguardado aver do ſervir


do
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 867

do dito D. Joao , podermos ordenar , e mandar o mo


oda 23
do , em que haja de ſer ‫ ;ܪ‬e aſſim qualquer couſa outra,
1, eot que acerca dello ouvermos por nojo ſerviſo. Porém
che la he certo , que por morte do Conde de Monſanto lhe

1210)
ſuccedeo D. Lope de Albuquerque , depois Conde
chten de Penamacor , de que ſe lhe paſſou Carta no anno
z bulu de 1471 , que foy o da morte do Conde , como dei

cine xamos referido a pag. 32 do Tomo III . ; em recom


sto penſa delle lhe deu El Rey duzentos mil reis de ten

:, Ca ça , e a Villa de Sortelha , a qual nað ficou a ſeus fi

12 :!! lhos. Servio D. Joao de Noronha na guerra com re

‫این‬ putaçaõ no anno de 1460. Foy Capita ) , e Gover

le nador de Ceuta , em auſencia que fez ao Reyno ſeu

oft irmað o Conde de Villa-Real , Capitað hereditario

daquella Praça , onde conſervou o reſpeito dos ſeus


mayores todo o tempo , que nella affiftio. Na Praça
23
de Alcacere ſe achou com ſeu tio o Conde de Vian
482

G na , como refere a ſua Chronica , diſtinguindo -ſe em


nuitas occaſioens nas entradas , que fazia ) nas terras
6
dos Mouros ; e depois de ter em Africa deixado do
ſeu valor huma honrada memoria , voltou ao Rey
10.7
no. Naò havia ElRey D. Affonſo V. regulado as
ola
precedencias entre os Titulos , e Senhores da Corte ,
ER
o que fez depois no anno de 1472 quando D. Joao
de Noronha pretendeo preceder a D. Affonſo de Val

concellos , Conde de Penella , da qual contenda nos


CH
dá noticia hunia Carta do Duque de Bragança Dom

Fernando , I. do nome , em que reſponde a ElRey ,

que lhe havia pedido o ſeu parecer ſobre a queſtað,


que
8 68 Hiſtoria Genealogica

que havia entre eſtes dous Senhores , a qual inſtruirá

melhor , e he a ſeguinte:

„ O Duque de Bragança , Marquez de Villa


„ Viçoſa , Conde de Barcellos , de Ourem , e Dar

32 rayollos , que muito de vontade dezeja fazer voſios

ſervillos , e mandados envio beijar voſſas maons , e


emcomendarme em voſſa merce , a quem praza fa

, ber , que vi a Carta , que me Voſſa Senhoria eſcre

1 veo , na qual mandava , que lhe eſcreveſſe de qual

devia de preceder fe Dom Joao , filho do Conde de


Villa-Real, ſe D. Affonſo de Vaſconcellos , filho
‫وز‬

de D. Fernando de Caſcaes ; muito Alto , e muito

honrado , e muito poderoſo Senhor , eu ſempre ou

vi dizer , que o direito nað quitava linhagem aos


homens por melhores , ſenaõ por baixos ; contarei a
„ linhagem de hum , e do outro ; Dom Joað filho do

Conde de Villa -Real, he neto do Conde de No

„ ronha , e biſneto delRey Dom Anrique ; Dom Af


fonſo filho de Dom Fernando de Caſcaquaes , he

neto de D. Affonſo de Caſquaes , biſneto do Infan

‫ ܕ;ܪ‬te D. Joað , e treſneto delRey Dom Pedro , e por

» aqui poderá Voſſa Senhoria ver qual he mais che

» gado à linhagem Real , e aſſim o que for voſſo fer


nun
viſſo ; porém ſe meu conſelho quizeres crer ,

„ qua em voſſos Reinos determineis eſte preceder , o


» qual nenhum precede ao outro , onde for cauſa de

dadiva eſcuſai de vir ao exame o mais , que puder

des , e quando for neceſſario toda via de vir , man

„ day como vos parecer , e ſomente a determinaçað


» fique
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 869

Inn fique em voſſo peito , daquelle que entenderdes ,

„ que maes val , nem numqua maes ouçaes palavras


de la algūas, que vos ſobre iſſo fallem , tirareis , e eſcu

.: zareis eſcandalos de voſſo Reino , e a vós de mui

ta fadigua , na qual fadigua eu ficarei por vós em

vos iſto aconcelhar , mas por bem , e da obediencia

póde homem treſpaſſar a conſciencia quanto maes

eſcandalos. Feita em Villa - Viçoſa a 12 de Julho


de 1468 .
da
O Duque .

08. L
Qual foſſe a reſoluçaõ delRey ſobre eſta preceden
,e
cia, nað pudemos deſcobrir ; mas nao pudemos dei

xar de reflectir , porque motivo o Duque nað nomeou


a D. Affonſo de Vaſconcellos com o titulo de Conde

de Penella ; porque já era reveſtido deſta Dignidade


no anno de 1465 ; e a Carta foy eſcrita no de 1468 ,
‫ان‬
fe por ventura a data nað eſtá errada , ou ſe o Duque
Deci
naõ quiz tratar mais , que do parenteſco , que cada
WA
hum daquelles Senhores tinha com a Caſa Real , en
‫سارا‬
1 tað reynante, para ſer mais conjuncto a ella. Depois
0.1
acompanhou D. Joaõ de Noronha ao meſmo Rey ,
100
quando entrou por Caſtella por cauſa do direito da
DO
Princeza D. Joanna ſua eſpoſa; e em toda eſta guer

ra o ſervio D. Joao de Noronha , achando- ſe na ba



talha de Touro , donde tendo peleijado com valero

ſa conſtancia , foy priſioneiro , como refere Jeronymo Zorita, Annal.de Ara .

Zurita . Depois nað achamos outra memoria ſua ſe- gon , lib.19. cap.44.

nað no reynado delRey Dom Joað II., a quem foy


bem
1 870 Hiſtoria Genealogica

bem aceito , e o encarregou do governo da Caſa da


Excellente Senhora , como ſe vê de hum ſeu Alvará,

Chancellaria do dito em que diz eſtas palavras : Fazemos ſaber , que por
anno . aſſentarmos aſi por noſo ſerviſo , e bem da muy Ex
cellente Senhora , minha Primu, oc . comhrando como

D. Joaõ de Noronha meu muito amado Primo , nef


ta couſa nos faberá bem ſervir , e a bem da dita Se.

nhora , &c. o fez Governador da dita Senhora , e de

toda a ſua Caſa , em que D. Joanna de Caſtro ſua


mulher ha de aſſiſtir , para o que lhe fez merce de cer

ta tença , e moradia : foy paſſado em Alcochete a 12


de Junho de 1484. Nað ſabemos quanto depois ſe

eſtendeo a ſua vida , nem quando foy a ſua morte; e



que fora enterrado no Convento de S. Franciſco

de Santarem , junto a ElRey D. Fernando ſeu viſa

vô. Depois nas Obras , que ſe fizeraõ no Coro , nað


ſabemos ſe forað ſeus oſſos lançados no Capitulo on

de eſtava ſeu pay , eo Marquez ſeu irmað ; e depois

os levarað para S. Franciſco de Leiria , com os mais


Senhores daquella Caſa. Da uniao com D. Joanna
de Caſtro ſua mulher teve os filhos ſeguintes :

14 Dom PEDRO DE CASTRO , III. Conde de

Monſanto , Cpitulo IV .

14 D. Šimað fervio em Taugere , e lá caſou


conio naõ devia , e lá morreo ſem ſucceſlao .

14 D. JORGE DE CASTRO caſou con D. Ma

ria da Sylva , filha de Gil Vaz da Cunha , e de ſua

mulher D. Iſabel da Sylva , ſem ſucceſſa ) .


14 DONA BRITES DE MENEZES caſou com
Dom
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 871
Do
Dom Diogo Pereira , II. Conde da Feira , & . I.
14 D. MARGARIDA DE NORONHA caſou com

Franciſco da Sylveira , Coudel môr do Reyno , & .II.


E:
14 D. GUIOMAR DE Castro caſou com D.
63
Henrique de Noronha , Conimendador môr de San
,
tiago , 2. III.

g. I.

14. D. BRITES DE MENEZES caſou no anno de

223 1486 com D. Diogo Pereira , II . Conde da Feira ,


por Carta feita em Almeirim a 2 de Janeiro de 1515 .

Alguns o contaó por primeiro ; porém foy o ſegundo,


conforme o que diſſemos a pag . 28 do Tomo II.; e
tiveraő eſclarecida ſucceſſað nos filhos ſeguintes: =

OK 15 D. MANOEL PEREIRA , III . Conde da Feira ,

Wr com quem ſe continúa. = 15 D. MANOEL , outro ,

077 que morreo ſem eſtado. = 15 D. Paulo PEREIRA

foy Commendatario dos Paços de Souſa , é teve ou

tros Beneficios de grande renda , e Capellaõ môr del

Rey D. Joað III. feito no anno de 1522 ; e teve baſ

tardo a D. JERONYMO PEREIRA , que caſando , nað


conſerva deſcendencia . = 15 D. JOANNA DE CAS

TRO caſou com o Regedor Joao da Sylva , adiante .

= 15 D. JERONYMO PEREIRA , que morreo ſem ef


tado . = * 15 D. LEONOR DE Noronha mulher
No
do Alferes mór D. Luiz de Menezes , de quem logo

fe tratará. = 15 D. FRANCISCA De Castro mulher

de D. Franciſco de Caſtellobranco , Senhor de Villa


.ehi
Tom. XI. LIMI Nova
872 Historia Genealogica

Nova de Portimao , Camereiro môr delRey D. Joað


III. ſem ſucceſlao .

15 D. JOANNA DE CASTRO caſou com Joað

da Sylva , IV . Senhor de Vagos , Alcaide mòr de


Monte môr o Velho , Commendador de Meſejana

na Ordem de Santiago , Regedor das Juſtiças, lugar

que exerceo mais de quarenta annos com grande re

putaçað ; porque foy prudente , pacifico , e valeroſo ,

ſervindo na guerra de Africa com diſtinçað. Achou


ſe na tomada de Azamor com o Duque de Bragança

D.Jayme, e em outras occaſioens, em que moſtrou

valor , e preſlimo. No anno de 1530 vencia a mora


dia de Cavalleiro do Conſelho cinco mil e quinhen

tos reis por mez ; e tendo logrado eſpecial eſtimaçao

dos Reys de ſeu tempo , morreo em 11 de Agoſto de


1577 ; deixando a illuftrifſima poſteridade , que eſcre

. veo D. Luiz de Salazar e Caftro na ſua eſtimadiſſima


Salazar de Caſtro ,Hif
toria da Caſa de Syl. Obra da Cala de Sylva.
V4 , tom. 2. pag. 271 , ☆
15 D. LEONOR DE NORONHA caſou com D.

Luiz de Menezes , Senhor de Santa Comba de Pi

nhacos , Gramancos , e Teide , de que lhe fez merce

ElRey D. Manoel a 7 de Abril de 1521 , e foy feu

Monteiro môr , Rey D. Joað III


e Alferes môr del .

Servio con reputaçað , e valor na guerra de Africa ,


em que ſe diſtinguio em muitas occaſioens , e com

tanta fatisfaçaõ da vida militar , que ſeguio , que nao


fe
houve Armada , ou expediçaõ de Africa , em que
nað achaffe. Paſſou ultimanente à India , donde vol

tando no anno de 1525 na Nao Santa Catharina , ſe


nað
da Caſa Real Portug . Liv. XIII. 873

D
nað ſoube nunca o fim , que tivera ,porque nað appa

receo ; e deſta unia ) naſcerað os filhos ſeguintes:


* ☆
16 D. Joao de MENEZES , adiante . 16 D.

16 D. Ma
ANTONIA DE CASTRO , adiante .

RIA DE CASTRO , de quem adiante ſe faz mençao .


E * 16 D. FRANCISCA DE CASTRO , adiante . = 16 D.

BRITES DE MENEZES , que eſtando deſpoſada com

D. Hilario Coutinho , nað teve effeito o matrimonio ,


de por o niatarem em hum deſafio ; e caſou com ſeu ir

mao D. Triſtao Coutinho , filho herdeiro de D. Gon

çalo Coutinho , Commendador , e Alcaide môr da

Arruda na Ordem de Santiago ; e de ſua muller D.

Brites de Caſtro , de quem nað teve filhos ; e ella fi


cando viuva caſou com Manoel de Souſa , Senhor

de Podentes , &c . Alcaide môr de Arronches , & c .

e foy lua legunda mulher , ſem fucceſfað .


16 D. ANTONIA DE CASTRO caſou com An
1

tonio de Mello da Sylva , Alcaide môr de Elvas , de

quem teve = 17 LUIZ DE MELLO , que morreo


ſervindo na India . = 17 RUY DE MELLO , que foy
‫وان‬
Alcaide môr de Elvas , e caſou com Dona Iſabel de
2
r

Menezes , que foy Dama da Rainha D. Iſabel , mu


105,
lher delRey D. Affonſo V. , e depois Camereira mór

da Infanta D.Joanna , irmãa do dito Rey , como ſe


d vê na Chancellaria do anno de 1471 , pag. 1 26 ; e era
Pre

F ' filha de Antonio da Sylva de Menezes , Senhor do


IRP
Morgado de Xevora , e de D. Branca de Menezes ;

e por morte deſte marido caſou com Ruy Telles da


det
Sylva , Alcaide môr da Covilhãa ; e ficando viuva ca
Tom . XI. Lillii ſou
874 Hiſtoria Genealog
ic a

fou com Ruy Mendes de Vaſconcellos, I. Conde de

Caſtello -Melhor ; e de ſeu primeiro marido Ruy de


Mello teve os fillios ſeguintes : = 18 ANTONIO

DE MELLO , adiante . = 18 LUIZ DE MELLO teve

hum Morgado , que ſe inſtituîo da herança , que lhe


deixou ſeu tio Luiz de Mello da Sylva , Capitaõ de

Malaca . Caſou com D. Antonia da Sylva , filha de

D. Luiz de Souſa , Senhor de Beringel , e de ſua mu

Iher D. Joanna de Caſtro , de quem naſceo Ruy de

MELLO , que lhe ſuccedeo no Morgado , e foy Com


1
mendador de Santa Maria de Azeres na Ordem de

Chriſto ; e depois de ter ſervido nas Armadas , dei

xando o Mundo , entrou na Companhia de Jeſus. =



18 ANTONIO DE Mello foy Alcaide môr de Elvas,

Senhor dos Reguengos daquella Cidade , e de Sagres ,


e Commendador das Commendas da Magdalena de

Elvas , de Farinha Podre , na Ordem de Chriſto. Paſ

fou à Africa no anno de 1578 , e foy cativo na bata

lha de Alcacer : morreo deſgraçadamente em huma

briga de noite do tiro de huma eſpingarda. Caſou


com D. Iſabel de Vilhena , filha de Fernando da Syl

va , Commendador de Alpalha) , e de ſua mulher D.


Brites de Villena ; e tiverað unica D. MARIA DE

Vilhena , Dama da Rainha D. Margarida de Auſ


tria , e caſou com Dom Sancho de Lacerda , I. Mar
7

quez de Laguna de Camero Velho , do Conſelho de

Eſtado delRey D. Filippe III . , e Mordomo môr da

referida Rainha ; e ficando viuvo Antonio de Mello,

caſou ſegunda vez con D. Margarida da Sylva , filha


de
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 875

de Fernando da Sylva , Alcaide môr de Silves , e de

ſua mulher D. Magdalena de Lima , de quem teve ,

além de dous filhos , que faleceraõ de curta idade ,


*
19 MARTIM AFFONSO DE Mello , adiante .

19 RODRIGO AFFONSO DE MELLO , que fervio na

India , e morreo perdendo -ſe o Navio , em que vol


tava para o Reyno . = 19 D. CATHARINA DA Syl

TIES VA caſou com D. Fernando de Caſtro , fillo herdei

RO ro de Dom Diogo de Caſtro , II . Conde de Baſto ,

Free Commendador de Almodovar , e Gravað , na Ordem

de Santiago , Capitaõ de Evora , do Conſelho de Ef

tado dos Reys D. Filippe II . e III . , Regedor das Tuf

fi tiças , Preſidente do Deſembargo do Paço , e Vice


Rey de Portugal , que faleceo ao primeiro de Outu

‫ہوار‬ bro de 1618 ; e da Condeſſa D. Maria de Tavora :

porem D. Fernando morreo em ſua vida , deixando os

2021 filhos ſeguintes : = 20 D. FERNANDO DE CASTRO ,


que morreo en Flandres. = 20 D. ANTONIO DE

CASTRO , que pretendeó ſucceder na Caſa de ſeu

avô , e foy Senhor de parte della , depois de largas


Le
contendas . Caſou com D. Maria Franciſca de Lima,

filha de Franciſco de Sá e Menezes , II . Conde de


uk
b Penaguiao , Camereiro môr , e da Condeſſa D. Bri
thi '
tes de Lima , viuva de Nuno Alvares Botelho , e filha
det
de D. Luiz Lobo , Senhor de Sarzedas , e de ſua mu
I.
lher D. Joanna de Lima , de quem nað teve ſucceſ
cil
fao ; e ella ficando viuva caſou com Franciſco Barre
nucle
to de Menezes. = 20 D. MARGARIDA DE CAS
VE
TRO , Freira na Eſperança : e ſua mãy D. Catharina
7,6 da
876 Hiſtoria Genealogica

da Sylva caſou ſegunda vez com Antonio Correa ,


Senhor de Bellas , de quem tambem foy ſegunda mu

lher ; e teve entre outros filhos a Manoel CORREA,

que foy Senhor de Bellas , por caſar com ſua ſobri

nha D. Maria da Sylva , filha de ſeu irmao Franciſ


co Correa , Senhor de Bellas , de quem nað teve fi

lhos ; e ella veyo a ſer Senhora de Bellas, e caſou com



Joao de Mello da Sylva . = 19 MARTIM AFFON

so de Mello , que tendo ſervido na India com re

putaçao , voltou para o Reyno , ſendo hum dos ef

colhidos para a Acclamaçaõ delRey D. Joao IV .:

foy II . Conde de S.Lourenço , Senhor dos Reguen


gos de Elvas, e Sagres , Commendador das Commen

das da Magdalena de Elvas , Santiago de Lobað , de


.
Pantalvos , e Rio Torto , Védor da Fazenda , do
Conſelho de Eſtado > e Guerra , Gentil-homem da

Camera do Principe D. Pedro , Governador das Ar

mas da Provincia de Alentejo , que por varias vezes

exercitou com valor , prudencia , e ſingular diſciplina,

que no ſeu tempo fez executar ; Varað grande , que


conhecendo o Mundo , deſiſtio de todos ospoſtos , e
cargos , que occupava ; e retirado em ſua caſa , mor

reo em Agoſto de 1671. Cafou duas vezss , a primei .


meira na India com D. Franciſca da Guerra , viuva

de D. Gonçalo de Abranches , e filha de Duarte da

Guerra , de quem teve = 20 ANTONIO DE MEL

LO , que eſtando em Caſtella no tempo da Acclama

çao , tanto que teve a noticia , paſſou para o Rey

no , e nao caſou . Teve illegitima a D. FRANCISCA


DE
da Caſa Real Portag. Liv. XIII. 877

Com
DE Mello , Freira em S. Domingos de Elvas .
‫ܕ ܕܐܚ‬ 20 RUY DE MELLO , filho ſegundo , foy Religioſo
ORRE de Noſſa Senhora do Carmo . Caſou Martim Affon

za lode ſo de Mello ſegunda vez com ſua prinia D. Magda


Frame lena da Sylva , filha de Pedro da Sylva , I. Conde de
2012: S. Lourenço , e da Condeſſa D. Luiza da Sylva , de
CON quem teve = 20 PEDRO DA Sylva , que morreo
níoço. = 20 LUIZ DE Mello Da Sylva , III . Con

de de S.Lourenço , que caſou com D. Filippa de Fa


this
ro ; e a ſua illuſtriſſima poſteridade fica eſcrita a pag.

700 do Tomo IX. = 20 MANOEL DE MELLO , que

Reff ſervio na guerra com valor , e niorreo muy maltrata


4
do de hum choque com os Caſtelhanos. = 20 Joao

DE MELLO DA SYLVA , que foy Senhor de Bellas ,


1
por caſar com D. Maria da Sylva , viuva de ſeu tio

Manoel Correa , como acima ſe diſſe , a qual fale


ceo ſem ſucceſfa ) a 29 de Setembro de 1699 ; e eſta

Caſa paſſou ao Conde de Pombeiro . = 20 D. LUI


ZA , ſemi eſtado . = 20 D. IGNEZ , e D. FRANCIS
CA , Freiras no Moſteiro do Sacramento de Lisboa .

= 20.D. ANNA DO SACRAMENTO , Freira no da El


perança da dita Cidade.

16 D. MARIA DE CASTRO caſou com Duar

te Brandaõ de Lima , Provedor das Capellas delRey

D. Affonſo IV . , de quem nao teve filhos; e caſou


ſegunda vez com Heitor de Mello , Conmendador
1
de Joanne na Ordem de Chriſto , Anadel môr dos Bér

teiros , de quem tambem nao teve ſucceſfað.


* 16 D. FRANCISCA DE CASTRO ultima filha do
Alferes
878 Hiſtoria Genealogica

Alferes mòr D. Luiz de Menezes , caſou com Fran

ciſco Barreto , General das Galés , e Governador da

India , que morreo na Conquiſta do Monomotapa ,


de quem foy primeira mulher ; e teve a Ruy MAR

TINS BARRETO , que matara ) em Moçambique , e


LUIZ DA SILVA BARRETO , que morreo em hum
deſafio na India com Luiz Alvares de Tavora.

* 16 D. JOAV DE MENEZES foy Alferes mør , e

caſou com D. Maria de Mendoca , filla de Jorge de


Mello Pereira , Commendador de Meinora na Ora

dem de Santiago , Capitað môr da Armada , que foy


para a India no anno de 1512 , Capitaõ de Cananor,

e Meſtre - Salla da Rainha D. Leonor , e de ſua mu

lher D. Antonia de Mendoça ; e tiverað os filhos ſe


guintes : = * 17 D. LUIZ DE MENEZES , adiante .
*
17 D. JORGE DE MENEZES , de quem logo fa

remos mençað. = 17 D.GONÇALO DE MENEZES ,


que foy Capitaõ de Ormuz ; é teve natural a D.

MARGARIDA DE MENEZES , que caſou com Garcia


de Mello e Torres , Capitao de Sofalla , do Conſelho

delRey D. Filippe II. e Védor da Fazenda da India,


de quem nað ficou ſucceſfað . = 17 D. Leonor de
CASTRO caſou com Dom Simao de Menezes , Com

mendador de Penamacor , de quem naſcerað , entre


outros filhos , dos quaes nað ſabemos eſtado , nem
deſcendencia , = 18 D. JOAO DE MENEZES , adi

ante , = 18 e D. MARIA DE MENDOÇA , que foy mu


lher de D. Pedro de Menezes , Senhor do Prazo de

Alcanhoens , de quem nað teve ſucceffaa. = 18 D.


Joao

I
--
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 879

om F: JOAV DE MENEZES ſervio em Flandres , onde foy


Meſtre de Campo , e do Conſelho de Guerra : nað

caſou , e teve de Anna de Par , Flamenga , a D.LEO


I NLA NOR DE MENEZES , niulher de Pedro Alvares Ca

bral , Senhor de Azurara , como fica referido. =



17 D. LUIZ DE MENEZES foy Alferes môr del

Rey D. Sebaſtia ) , e cativo na batalla de Alcacere ,

3 com tanto brio , que naõ querendo , que a bandeira

Real , que eſtava a ſeu cargo , ficaſſe em poder dos


Mouros , a reſgatou : teve a Commenda dos Oitavos
da Villa da Rainha da Ordem de Chriſto . Caſou

Com com D. Cecilia de Menezes , filha de Dom Pedro de

Noronha , VI . Senhor de Villa-Verde , e de ſua mu

llier Dona Violante de Noronha ; e tiverað unica =


18 a D. FRANCISCA DE MENEZES , de quem adi

ante ſe fará mençað . = 17 D. JORGE DE MENE

ZES foy ſegundo filho de Dom Joao de Menezes ,


Meſtre -Salla da Rainha D. Leonor , veyo a ſucceder
‫ܝ‬
no officio de Alferes môr por ſeu irmaõ nað deixar
ch
Cool
in filho varaõ ; foy General do mar 2 e Capitaõ de So

falla. Caſou com D. Filippa de Mello , filha de Af


fonſo de Torres , e de D. Violante de Mello ſua mu


Her ; e tivera ) os fillos ſeguintes : = 18 D. JOAO

DE MENEZES , com quem ſe continúa. = 18 Dom


Jos et
Joað Tello , que paſſou à India no ano de 1596 ,
0,
e morreo valeroſamente na enipreza de Cunhale . =
18 D. VIOLANTE EUGENIA DE CASTRO , Senhora
fore
das Quintas de Garamanços , e Pinhanços , que El
Rey D. Filippe IV . lhe confirmou no anno de 1628 .
Mmmnım Ca
‫ار‬ Tom . XI .
Jo
88 Hiftoria Genealogica

Caſou com D. Nuno Alvares Pereira , filho terceiro

do Conde da Feira D. Manoel , que ſervio muitos


annos na India , onde morreo , ſem que deſte matrimo

nio houvelle ſucceſfaõ . 18 D. MARIA DE MEN

DOÇA , D. CATHARINA DE MENEZES , e D. FRAN

CISCA DE CASTRO , Religioſas da Ordem de S. Ber


nardo em Arouca. 18 D. Joao de MENEZES

ſuccedeo na Caſa de ſeus avós , foy Alferes môr ,


Commendador da Arruda : achou - ſe na reſtauraçao 1
da Bahia : foy Capitað môr da Armada da India no
anno de 1627 , e morreo no anno de 1630 , voltando

da India , junto a Lisboa. Caſou com D. Maria de

Caftro , filha de Dom Fernando de Menezes , Senhor

do Prazo de Louriçal , e Commendador de Menda

Marques na Ordem de Chriſto ; e de fua mulher D.


Iſabel deCaſtro , de quem nað teve ſucceſlao.

18 D. FRANCISCA DE MENEZES , filha unica

de D.Luiz de Menezes , foy fua herdeira , menos do

officio de Alferes môr. Caſou com D. Joao Couti

nho , III. Conde de Redondo , do Conſelho de Eſta

Faria, Europa Portug. do delRey D. Sebaſtia ) , a quem acompanhou à Afri


tomo 3. cap. 13 :
ca , e foy cativo na batalla de Alcacere ; e tendo fer

vido com reputaçað , foy nomeado Vice -Rey da In


dia , para onde fez viagem no anno de 1617 , que go
vernou com prudencia , equidade , e acerto ; porque

foy ornado de excellentes virtudes . Morreo a 10 de


1 Novembro de 1619 , e foy XXIII . Vice -Rey da In

dia , deixando os filhos ſeguintes: 19 D. FRAN

CISCO COUTINHO , IV . Conde de Redondo , com

quem
1
1
da Caſa Real Portug. Liv. XII. 881

tente
quem ſe continúa. = 19 D. Luiz COUTINHO , que
jo
caſou com D. Maria Angel de Aragað , filha de An

tonio Gomes Angel , de quem nað teve ſucceſſað.


DE MI
19 D. LOURENÇO COUTINHO , que foy Colle.
D. FRU
gial do Collegio Real de S. Paulo , donde ſabio a 20
de S.Pd
de Junho de 1626 , e Deſembargador da Caſa da Sup
VE plicaçað , de quem nað ficou ſucceſlao . = 19 D.

MARIA DE MENEZES , Religioſa no Moſteiro da El


pla perança de Lisboa , E 19 D. CECILIA DE MENE

ZES caſou com D.Joao de Caſtellobranco , adiante .


*
‫مکان ا‬ 19 D. FRANCISCO COUTINHO foy V. Conde de
Vla Redondo, Efribeiro môr da Rainha D. Luiza Fran

& ciſca , e Caçador môr delRey D. Joao IV.Commen

che dador de S. Cypriano , e do Banho , na Ordem de


methet Chriſto . Cafou duas vezes , a primeira com D. He

than lena de Caſtro , filha de Nuno Maſcarenhas , Senhor


de Palma , Alcaide môr , e Commendador de Caſtel

lo de Vide , e das Conimendas de Noza , Caſtello

Novo , e Alpedrinha ; e de ſua mulher D. Iſabel de


2
Caſtro , que morreo a 3 de Janeiro de 1679 ; e deſta
uniaõ nað houve filhos. E caſou ſegunda vez o Con
as de com D. Violante de Lencaſtre ſua prima com ir
tem
māa , filha de D. Diniz de Lencaſtre , Commendador
‫ولی ا‬
môr da Ordem de Chriſto , como ſe diſſe a pag. 69

do Tomo IX . - * 19 D. CECILIA DE MENEZES


;A2
caſou com D. Joao de Caſtellobranco , Commenda
2104
! dor da Eſpada de Elvas da Ordem de Santiago , e das
Commendas de S. Gabriel da Granja , de Ulmeiro ,

dos Caſaes de Reliað , e Caſa-Velha , todas na Or


ion Tom . XI . Mnımmm ji dem
format
8 82 Hiſtoria Genealogica

dem de Chriſto ; e deſta unia ) naſcerað os filhos ſes

guintes : = 20 D. DUARTE DE CASTELLOBRAN


co , abaixo. 20 D. FRANCISCO DE CASTEL

LOBRANCO , de quem adiante ſe trata. = 20 D. CE

CILIA DE MENEZES , que caſou con Thomé de Sou

ſa , Senhor de Gouvea; e por eſte caſamento veyo a


recalir em ſeu filho Fernaõ de Souſa o Condado de

Redondo , como ſe verá no Livro XIV . quando tra


tarmos da Caſa de Souſa. * 20 D. DUARTE DE

CASTELLOBRANCO , que foy VI . Conde de Redon

do , ( por ſuamãy ſer herdeira daquella Caſa ) Védor


da Caſa delRey D. Joao IV . Caſou duas vezes , a
primeira coni D. Luiza de Mendoça , Dama da Rai

nha D. Luiza , filha de Don Antonio Maſcarenhas ,

Commendador de Caſtello -Novo , e de ſua mulher D.

Iſabel de Caſtro , ſem fucceſfað. E ſegunda vez com

D. Marianna Joſefa de Mendoca , Dama da meſma


Rainha , fillia de Franciſco de Mello , Monteiro môr,

quem teve = 21 D. JOAO DE CASTELLOBRAN

co , que foy VII . Conde de Redondo , morreo me


nino . 20 D. FRANCISCO DE CASTELLOBRAN

co , irmao de D. Duarte , veyo a ſucceder em toda a

Caſa , e foy VIII. Conde de Redondo , Commenda

dor da Eſpada de Elvas , e Meſtre de Campo de hum

Terço do Algarve , com que fervio em Alentejo.


Morreo no anno de 1686 , havendo caſado duas vea
fi
zes , a primeira com D. Iſabel de Caſtellobranco ,
I lha de D. Affonſo de Caſtellobranco , II. Conde de

Sabugal; e a ſegunda vez com D. Magdalena de Ta


vora y
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 883

haos
vora , filha de Bernardim de Tavora , Repoſteiro mör,
LORRA
e de ſua mulher D. Luiza de Faro , ſem ſucceſfað ; e
CASTE
a Condeſſa ficando viuva , foy Senhora de Honor da
= D.C Rainha D. Maria Sofia , como diſſemos a pag. 700

do Tomo IX . E de ſua primeira mulher teve a D.


LORE JOAO DE CASTELLOBRANCO , que caſou com Dona
IMUS Magdalena Maria de T'ayora , como ſe diſſe no Ca

pitulo antecedente , & . II .


INE 15 D. MANOEL PEREIRA , filho do Conde D.

Red Diogo Pereira , foy Senhor deſta grande Caſa , e foy

Ta III . Conde da Feira , e do Conſelho delRey D. AF

fonſo V. Faleceo a 4 de Outubro de 1550. Caſou

duas vezes , a primeira com D. Iſabel de Caſtro , fi

Ilia de D. Joao de Menezes , I. Conde de Tarouca ,


feito em 24 de Abril de 1499 , Mordomo mòr del

Rey D. Manoel , Graõ Prior do Crato , e hum dos

inſignes Capitaens daquelle tempo , cuja memoria he

gloriofa na noſſa Hiſtoria ; e de ſua mulher D. Joan


na de Vilhena , filha de Fernando Telles de Mene
0
770.0 zes , I. Senhor de Unhaõ ; e deſte matrimonio naſce
rao - 16 D. Diogo PEREIRA , IV . Conde da
1074
Feira , adiante . = 16 D. RODRIGO PEREIRA , que
17.00
depois de ter eſtudado , foy Clerigo , e tendo pingues

deilis Beneficios , com eſperanças de que o ſeu eſclarecido

naſcimento lhe ſeguravaõ grandes lugares , deſprezou

tudo , recolhendo- ſe à Congregaçaõ de S. Joað Euan

geliſta , ſe chamou o Padre Rodrigo da Madre de


10.
ndes Deos , onde ſeguindo a obſervancia religioſa , viveo

del exemplarmente no rigor das ſuas Conſtituições. Foy


muy

1
884 Hiſtoria Genealogica

muy devoto da Virgem Santiſſima , e muy dado à

Oraçað, a que ajuntava muitas penitencias. O Infan

te Cardeal Dom Henrique , Inquiſidor Geral, o no.


meou Inquiſidor da Meſa do Santo Officio de Lif

boa , de que tomou poſſe a 19 de Agoſto de 1552 ;

e nað teve naquelle Tribunal outro lugar, como diz


Santa Maria , Chronica a Chronica da ſua Religiao , fazendo - o do Conſelho
dos Cone gos de S.Joao Geral . El Rey D. Joao III. o nomeou Biſpo de An
Evangeliſta, pag.939 .
gra , Dignidade , que nao aceitou , como diſſemos

no Catalogo dos Biſpos deſta Igreja , que anda na Col


lecçað da Academia Real da Hiſtoria do anno de

1722. Morreo no Caſtello da Feira a 6 de Mayo de

1553. = 16 D. DUARTE PEREIRA , que morreo na


India , fem geraçao . = 16 D. Brites PEREIRA,
Abbadeſſa do Moſteiro de Vairað . = 16 D. Joao

PEREIRA , que ſervio na India , e foy Capitað de

Malaca ; naõ caſou , e teve = 17 a D. MANOEL PE


REIRA , que foy Prior de Ançãa, = 17 e D. Mar

GARIDA PEREIRA , que caſou em Baçaim com Dom


Manoel de Caſtro , = 17 e a D. ISABEL PEREIRA ,

Freira em Vaira ) . Caſou ſegunda vez o Conde D.

Manoel Pereira com D. Franciſca Henriques viuva de

Artur de Brito , Copeiro môr delRey D. Joað III.,

e filha de Antonio de Miranda , Senhor do Morgado

da Landeira , e de ſua mulher D. Ignez da Roſa; e


tiveraõ eſtes filhos : 16 D. ANTONIO PEREI

RA , adiante .' = * 16 D. GUIOMAR DE CASTRO CA

ſou com Alvaro Peres de Andrade , adiante . = 16 D.

IGNEZ DE CASTRO , que caſou com D. Antað de


Noronha ,
C

da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 885

Noronlia , que tendo ſido Capitao de Ormuz , e al

OL gum tempo de Ceuta , foy Vice-Rey da India , IX .

dos que lograra ) eſte poſto , que exercitou deſde o

in de anno de 1564 até o de 1568 , que voltou para o Rey

‫ܪܐ ܗܳܢܳܐ ܀‬ no , e morreo na viagem : era dotado de talento , e

1 zelo , e conſeguio no ſeu tempo glorioſas vitorias :


nao teve ſucceſſað. = 16 D. GUIOMAR DE CAS
OCEA
TRO caſou com Alvaro Peres de Andrade , Com
เขา
mendador de Torres Vedras da Ordem de Santiago ,
rock
irmaõ da Condeſſa Dona Violante de Andrade , mu
rod male
lher de Dom Franciſco de Noronha , II . Conde de
20
Linhares , como deixamos eſcrito a pag . 256 do To
elle
mo V. e tiverað os filhos ſeguintes : = 17 MANOEL

DE ANDRADE, que foy Religioſo Eremita de Sarito


PAG
Agoſtinho , e Provincial diverſas vezes da ſua Reli

giao. = 17 ANTONIO DE MIRANDA , que veyo a


Com
7 fer herdeiro da Caſa , e morreo na batalla de Alcace
417
re , ſem eſtado . 17 D. ISABEL DE CASTRO

niulher de Dom Fernando de Menezes , adiante . =


cap Annun
17 D. FRANCISCA DE CASTRO , Freira na
ciada de Lisboa.
Oaz
* 17 D. ISABEL DE CASTRO caſou com D. Fer.
DIT:
nando de Menezes , Senhor do Prazo do Louriçal,
l
cu
( irmaõ de D. Diogo de Menezes , I. Conde da Eri
Vio ceira , Commendador de Alcacer da Ordem de San
Rue
o tiago , Gentil-homem de Boca delRey Dom Filippe
Per
IV. , Governador do Algarve , que morreo , ſem ca

ſar , em Mayo de 1635 ) e tivera ) = 18 D. MARIA


co DE Castro , que caſou com D. Joao de Menezes ,
TICIÓ Alferes

d
886 Hiſtoria Genealogica

Alferes môr de Portugal , ſem ſucceſfaó , como ſe


diſſe. = 18 D. HENRIQUE DE MENEZES , Senhor
do Louriçal , Commendador de Santa Chriſtina na

Ordem de Chriſto , que caſou com D. Margarida de

Lima, filha de Joao Gonçalves de Ataide , IV . Con

de de Atouguia , e da Condeſſa D. Maria de Caſtro;

e tiverað 19 D. FERNANDO DE MENEZES , II.

Conde da Ericeira , do Conſelho de Eſtado ( herdei

ro de ſeu tio D. Diogo , I. Conde da Ericeira .) Ca


ſou com D. Leonor Filippa de Noronha , de quem fi fic

zemos mençaõ a pag. 370 do Tomo V. donde ſe pó

de ver a ſua illuſtriſſima poſteridade. D. Dio 19


e
GO DE MENEZES , que foy Capitað de Cavallos ,
ſe achou na batalha de Montijo , em que foy priſio

neiro . = 19 D. ALVARO DE MENEZES , Doutor

em Canones na Univerſidade de Coimbra . 19 D.

LUIZ DE MENEZES , III . Conde da Ericeira ,de quem

já tratámos a pag. 373 do Tomo V. 19 D. MA


RIA DE CASTRO , fermoſa , e entendida : eſtando

aceita Dama do Paço , entrou no Convento da Ma

dre de Deos de Lisboa , onde profeſſou ; e vivendo


com vida exemplar , acabou fantamente . 19 D.
FILIPPA DE CASTRO , morreo eſtando aceita para

Dama do Paço . = 19 D. JOANNA DE MENEZES ,

D. GUIOMAR DE CASTRO , e D. ISABEL DE ME


NEZES , Freiras na Annunciada de Lisboa .

Teve o Conde Dom Manoel Pereira filhos il

legitinos = 16 D. Jorge PEREIRA . 16 D.

LEONIZ PEREIRA . = 16 D. FRANCISCA PEREIRA,


Reli
da Caſa Real Portug. Liv. XIII . 887

Religioſa em Vairao , donde foy Abbadeſſa.


famosa
16 D. JORGE PEREIRA ſervio na India , e lá ca

fou com D. Filippa do Carvalhal , de quem teve =


arinda
17 D. FRANCISCA PEREIRA , que caſou com Nuno
Т.С.
de Andrade , = 17 e D. Guiomar Pereira , que
e Cat morreo ſem eſtado. 16 D. LEONIZ PEREIRA
EZEA
ſervio na India com valor , e foy Capitaõ de Mala
2 . ca , que defendeo esforçadamente de hum apertado
2103 ſitio no tempo do Vice -Rey D. Antonio de Noronha

ſeu cunhado ; e voltando ao Reyno , foy Capitað

de Ceuta , onde morreo , ſem ter ſido caſado.

7 D.I. * 16 D. Diogo FORJAZ PEREIRA foy VI . Con

de da Feira , caſou com ſua prima com irmãa Dona

Arma de Menezes , filha de Joað da Sylva , V. Se

, DA nhor de Vagos, Alcaide môr de Lagos, e de ſua mu

cu lher D. Joanna de Caſtro , irmãa do Conde D. Ma

noel ſeu pay ; deixando deſta unia ) os filhos ſeguin

22.01 tes : = 17 D. MANOEL PEREIRA , que ſendo her,

TER deiro deſta grande Caſa , morreo em vida do Conde

och ſeu pay , havendo caſado com D. Joanna da Sylva ,


filla de D.Joað de Menezes , VII . Senhor de Canta

nhede ; e a ſua eſclarecida poſteridade deixamos ef


crita a pag . 291 do Tonio V. = 17 D. Nuno Al

VARES PEREIRA pretendeo ſucceder no Condado da


(FREE
Feira. Caſou com D. Maria de Noronha , que em
Of A
oito dias ficou viuva ; e depois caſou ſegunda vez

com D. Manoel de Ataide , III . Conde da Caſtanhei


filmini
ra , e era filha de D. Diogo de Souſa , Capitaõ de So
161
falla , depois Governador do Algarve , e do Conſelho
Tom . XI . Ninann de
R
888 Historia Genealogica

de Eſtado delRey Dom Sebaſtiað. = 17 D. Joað

PEREIRA , e D. PAULO PEREIRA , ſem geraçao. =


17 D. JOANNA DE CASTRO , Dama da Rainha D.

Catharina , que morreo ſem eſtado. = 17 D. MA

RIA , e D. BRITES , Freiras em Vairao .

1 $. II .

14 D. MARGARIDA DE NORONHA foy a ſeguin

da filha de D. Joanna de Caſtro , e de D. Joao de No

ronha : faleceo a 16 de Abril de 1531. Caſou com

Franciſco da Sylveira , Senhor de Sarzedas , e Soverei

ra Fermoſa , do Conſelho del Rey D. Joað III. Mor

reo a 25 de Novembro de 1534 , e jaz no Eſpinhei


便 ro de Evora da Ordem de S. Jeronymo ; e tiveraõ =

15 FERNANDO DA SYLVEIRA , com quem ſe con


tinúa. = 15 HEITOR DA SYLVEIRA , que depois de
ſervir em Arzilla , paſſou à India no anno de 15271

embarcou muitas vezes ſendo Capitaõ de Mar , e

Guerra ; e tendo procedido com valor , foy morto


de huma balla na Ilha de Bete no anno de 1531 .

15 MANOEL DA SYLVEIRA , que noreo cativo em


Africa , JORGE DA SYLVEIRA na India , e D. BER

NARDIM DA SYLVEIRA , que todos morreraõ ſem ſuc



ceſlao . = 15 D. VIOLANTE DE NORONHA , adi

ante . = 15 D. ISABEL , e D. FILIPPA , morrerað me

ninas .= 15 D. Cecilia DE NORONHA , que nað


teve eſtado , e deixou a ſua fazenda a D. Catharina

de Ataide , ſegunda mulher de ſeu ſobrinho D. Pe


dro de Noronlia. D.

!
da Caſa Real Portug . Liv . XIII. 889

15 D. VIOLANTE DE NORONHA caſou com D.


Lapad Pedro de Noronha , VI . Senhor de Villa -Verde, cu
po
ja Doaçað lhe foy confirmada no anno de 1526. Foy
DI
Mordomo môr , e Védor da Fazenda da Rainha D.
Catharina. Fundou em Villa-Verde o Convento de

Noſſa Senhora da Viſitaçaõ da Ordem Serafica . Ser

vio , ſendo moço , de Fronteiro de Nuno Fernandes

de Ataide em Çafim , e com elle ſe achou naquella


OTOX memoravel facçað do anno de 1513 , em que deſtini

Oci damente forað correr o Canpo até ouſadamente che


Caren garem às portas da Cidade de Marrocos , com admi

raçaõ dos Mouros. Deſta uniao naſcerao os filhos

10 . ſeguintes : = 16 D. MARTINHO DE NORONHA ,


que morreo de tenra idade . 16 D. PEDRO DE
0E

etki NORONHA , com quem ſe continúa . = 16 D. FER

NANDO DE NORONHA , morreo moço . 16 D.

MARGARIDA de Noronha , que caſou com Anto


IR
nio GONÇALVES DA CAMERA , Caçador môr ; e a
70 .
ſua deſcendencia fica referida no Capitulo VII . 2. IV .
.
pag . 711 deſe Livro . = 16 D. CECILIA DE MENE
for at
zes caſou com D. Luiz de Menezes , Alferes môr ,
des
como fica eſcrito . E 16 D. MARIANNA DE CAs .
Contato
TRO , Freira no Moſteiro da Madre de Deos de Liſa
DA
boa , e huma das Fundadoras do de Sacavem . =

16 D. ISABEL DE CASTRO , e D.GUIOMAR DE AL


212 ,
'BUQUERQUE , que nað tomarað eſtado ; e vivendo
Tema
com muita honeſtidade , acabara ) com opinia ) de
91
QUE virtude . 16 D. PEDRO DE NORONHA , VII .
Castle
Senhor de Villa-Verde , &c . Caſou duas vezes , a
OD
Tom . XI . Nnnn ii pri
890 Hiſtoria Genealogica

prinieira com D. Anna de Caſtro , filha de D.Rodri

go Lobo , III. Baraõ de Alvito , e de ſua mulher a

Baroneza D. Guiomar de Caſtro ; e tivera) eſtes fi.

lhos : = 17 D. RODRIGO DE NORONHA , que mor


!
reo moço. = 17 D. GUIOMAR DE CASTRO , que

caſou com D. Joao Pereira , Commendador do Pi

nheiro , como ſe diſſe no 8. V. do Cap . XI . pag.741


deſte Livro. = 17 D. MARGARIDA DE CASTRO,

Religioſa de S. Bernardo no Moſteiro de Arouca.

Caſou D. Pedro ſegunda vez com D. Catharina de

Ataide ; e a ſua illuſtriſſima poſteridade fica eſcrita no

Livro X. Capitulo IV . Q. IV . pag .644 do Tomo X.

15 FERNANDO DA SYLVEIRA foy III . Senhor de

Sarzedas , e Sovereira Fermoſa , que caſou duas ve


zes , a primeira com D. Maria da Sylva , filha de Si

ma ) Fogaça , e de Dona Guiomar de Menezes , de

quem fe apartou por Sentença ; e ella foy Freira , e

Abbadeſfa perpetua de Chellas . Caſou ſegunda vez


com D. Grimaneza Maſcarenhas , filha de Pedro de
Ocem de Almeida , e de D. Iſabel Maſcarenhas , de

quem naſceo unica = 16 D. MARIA DA SYLVEIRA ,


1
IV . Senhora de Sarzedas , & c . que caſou com D. Ro
drigo Lobo , Commendador de S. Joao de Trancoſo,
e de Santa Maria de Sarzedas va Ordem de Chriſto ,

que foy Pagem da Lança del Rey D. Sebaſtiao , a


quem acompanhou em ambas as jornadas de Africa ;

e tiveraŭ a ſucceſfað feguinte : = 17 D. LUIZ

Lobo , adiante. = 17 D. FERNANDO LOBO , que

fervio na India , e foy Capitað mór do Cabo de Co


morim ,
da Caſa Real Portug. Liv . XIII . 891

Go morim , tað valeroſo , que ſómente com a Galé , em


que hia embarcado , peleijou contra huma Armada
1
dos Malavares , em que foy morto . Caſou na India
31
com D. Clara Jaques , filla de Alvaro Jaques , de
2.C quen nað la ſucceſſað . = 17 D. Diogo LOBO ,

que tambem fervio na India , e ſe achou na peleija ,


em que matarað ſeu irmað ; e voltando da India por

Capitað da Nao S. Valentin , foy rendido pelos In


eti glezes , de que ficou tað ſentido , que nao voltou

mais a Portugal , e acabou a vida em Flandres . =


17 D. FRANCISCO > e D. Joað , que morreraõ de
curta idade . = 17 D. MARGARIDA DE NORO

NHA , muller de D. Gil Eannes da Coſta , adiante .

17 D. LUIZA DA SYLVEIRA , mulher de An

tonio de Moura Telles , de quem logo ſe tratará. =



17 D. ANTONJA DE NORONHA , mulher de Fran
LE,

Then ciſco de Souſa , com a ſucceſſa ) , que abaixo ſe refe


re . = 17 D. FRANCISCA DE NORONHA , Freira em
per
Almoſter.
e Pain
g 17 D. MARGARIDA DE NORONHA caſou com
trenin
D. Gil Eannes da Coſta , Commendador de S. Mi
Size
guel de Linhares da Ordem de Chriſto , Preſidente
ordi
do Senado da Camera de Lisboa no anno de 1599 ,
Taza
em que a Cidade padeceo o terrivel mal da peſte ,
lec
e elle a ficou governando com tanto acerto ,
balt.a pru
elencia , e caridade , que morrendo duzentas , e tre
de.it
zentas peſſoas cada dia , a peſſoa alguma da fua caſa
DL:
tocou o mal , vivendo no meyo da Cidade : foy Pre
030,
ſidente do Deſembargo do Paço , e do Conſelho de
. Eſtado
892 Historia Genealogica

Eſtado delRey Dom Filippe II .: havia ſervido em

Africa , e foy cativo na batalha de Alcacer , e reſga

tado entre os oitenta Fidalgos ; e deſta unia ) nalce.


rað os filhos ſeguintes : = 18 D. ANTONIO DA Cos.
TA , que foy Religioſo da Obſervancia de S. Fran
ciſco na Provincia de Xabregas. 18 D. RODRI

‫ر‬ GO da Costa , com quem ſe continúa. = 18 D.

GIL EANNES DA COSTA , Commendador de S. Mi

guel de Linhares na Ordem de Chriſto : ſervio em


Africa , e morreo ſem ſucceſfaó , havendo ſido ca

ſado com D. Anna Henriques , filha herdeira de Pe

dro de Anhaya , Commendador da Gualva na Ordem

de Santiago , que foy Capitao de Dio , e de ſua mu

llier D. Iſabel Henriques. = 18 D. ALVARO DA

Costa , Collegial do Collegio Real de S. Paulo na


Univerſidade de Coimbra , Doutor em Theologia ,

Deputado do Santo Officio da meſma cidade , lugar


de que tomou poſſe no primeiro de Setembro de

1626. Foy Reitor da Univerſidade , e Capellað môr

dos Reys D. Filippe IV . e D. Joao IV. Faleceo a

13 de Fevereiro de 1642 , eleito Biſpo de Viſeu . =


18 D. Joao Da Costa , Cavalleiro de Malta .

18 D. MARIA DE NORONHA caſou com D. Pedro

de Alcaçova , Commendador da Idanha na Ordem de

Chriſto , Alcaide môr de Campo -Mayor , e Ouguel


la , de quem naſceo unico D. ANTONIO DE ALCA

çova , Conmmendador da Idanha , & c . , que caſou


com ſua prima com irmãa D. Maria da Coſta , que
i foy ſua primeira mulher , ſem fuccellaõ = 18 D.
HELENA
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 893

PVDE
HELENA DE NORONHA , Abbadeſſa de Almoſter. =

18 D. RODRIGO DA COSTA foy Commendador

de Marineleiro , Fornos , Oitavos de Thomar , e de

Iosa. S. Braz na Ordem de Chriſto : paſſou a ſervir à In


;;SEE dia , onde morreo em hum combate com os Hollan- Faria , tom . 3. Alia ;
D. Rare dezes ; havendo caſado com D.Joanna de Noronha , pag .486 , num . 14.

filha de D. Alvaro de Souſa , Capitað da Guarda , e

del de ſua mulher D. Maria de Noronha , de quem naf

ferti: ceo unica , e herdeira D. MARIA DA COSTA , que

ส่ง caſou com ſeu primo com irmao D. Antonio de Al


caçova , como fica acima dito.

med 17 D. LUIZA DA SYLVEIRA , filha de D. Ro

drigo Lobo , Senhor de Sarzedas , caſou com Antonio


de Moura , Senhor da Povoa , e Meadas , Commenda

SI dor de S. Miguel de Nogueira na Ordem de Chriſto ,

do Conſelho delRey D. Filippe II . ; e tivera ) , en


I.
tre outros filhos , que morrera ) , = 18 a Ruy de

MOURA TELLES , com quem ſe continúa.


continúa . = 18 D.
MARIA DE NORONHA , que caſou duas vezes , a pri

meira com D. Franciſco de Lima , Commendador de

S. Nicolao de Carrezedo na Ordem de Chriſto , Ca


E
pita) de Ormuz , & c . Faleceo a 29 de Janeiro de
‫ ܐ‬k
‫܂‬.
1623. Caſou ſegunda vez com D. Diogo da Sylvei

ra , Commendador de Sortelha; e de nenhum deſtes


De beste
matrimonios teve filhos. 18 D. LEONOR , e D.
:C:*
FILIPPA , Freiras em Santa Clara de Evora . = 18 D.

MARGARIDA , D. ARCHANGELA , e D. ANTONIA ,

Freiras em S. Bento de Portalegre. = 18 RUY DE


ita y
MOURA TELLES , foy Senhor da Povoa , e Meadas ,
18.
Com
TELE
894 Hiſtoria Genealogica

Commendador de S. Miguel de Nogueira. Achou -ſe

na reſtauraçaõ da Bahia no anno de 1625 , e depois

na Acclamaçaõ del Rey D. Joao IV . Foy Gover

nador , e Capitað Generalde Mazagað , Védor da

Caſa da Rainha Dona Luiza , e depois feu Eſtribei

ro môr, do Conſelho de Eſtado , Védor da Fazenda,

e Preſidente do Deſembargo do Paço. Caſou com


D. Luiza de Caſtro , filha de D. Franciſco Rolim de

Moura , XIV. Senhor de Azambuja , e de ſua mu

lher D. Cecilia Henriques ; e deſta unia) naſceo uni


ca herdeira D. LUIZA DE CASTRO , que morreo no

anno de 1659 , havendo ſido caſada com Nuno de

Mendoça , II . Conde de Val de Reys , como deixa


!
mos eſcrito a pag. 677 do Tomo X.

17 D. ANTONIA DE NORONHA , filla de D. Ro

drigo Lobo , Senhor de Sarzedas , caſou com Franciſ

co de Souſa , e foy ſua ſegunda mulher : foy Copei

ro môr delRey D. Henrique , e dos Reys D. Filippe


II. e III. , Alcaide môr da Guarda , Commendador de
Bornes , e S. Salvador de Lavre na Orden de Chrif

to. Foy dos Fidalgos de eſtimaçao do ſeu tempo ;


porque era niuy deſtro no manejo dos Cavallos; de

ſorte , que nað havia quem o excedeſſe , aſſim neſte


exercicio , como no da montaria : nella lhe ſuccedeo

hum caſo , em que moſtrou deſtreza , e promptidað.

Era Vice-Rey deſte Reyno o Cardeal Archiduque


Alberto , e andando à caça groſſa na banda de além
de Lisboa , hindo correndo huma porca , cahio do

Cavallo , e Franciſco de Souſa lhe acodio tað promp


tamente ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 895
dir
tamente , que matou a porca, que já eſtava ſobre elle,
”hoe la De
de que o Archiduque lhe ficou muy obrigado.
For Cox
pois ſe achou em humas juſtas na Corte de Caſtella ,
, VEL Deſta uniao teve os filhos
em que excedeo a todos .

ſeguintes: = 18.ANTONIO DE SOUSA DE MENE


da Fazer
ZES , a quem chamarao o Braço de Prata : foy Ca

pitað môr da Armada da India no anno de 1655 , e


OR depois Governador , e Capitao General da Bahia .

Nað caſou , nem teve ſucceſſao. = 18 D. MARI


5 malaman ANNA DE NORONHA caſou com Pedro de Souſa de

e more Caſtro , Commendador de Rio -Mayor, Alpedroens ,


en la e Arruda , na Ordem de Aviz , de quem teve , entre

COM outros fillos, = 19 a AYRES DE SOUSA DE CAS

TRO , Commendador das referidas Commendas , que


2 COLA caſou com D.Marianna de Lencaſtre, filha de Simao
m
conta de Souſa de Vaſconcellos , como diſſemos a pag . 245

for C do Tomo IX. , de quem nað teve ſucceſfað : teve


illegitimos a PEDRO DE SOUSA , e Ayres De Sou
st
more SA DE Castro , que depois de ter ſervido na India ,
morreo ſendo Capitað de Cavallos no ſitio de Valen
. :
ça de Alcantara , de huma balla de artilharia no anno

de 1705. = 18 D. MARGARIDA DE NORONHA , fe

llerede gunda filha de Franciſco de Souſa , caſou com Ma

noel Lobo da Sylva , a qual ficando viuva , foy Se


a
Dir etori nhora de Honor da Rainha D. Maria Franciſca ; e

Li hat teve unico = 19 a Luiz LOBO DA SYLVA , que

depois de ter ſervido na guerra , e conſeguido repu


‫ܠ‬
‫ܳܐܬ‬
ý taçao , foy Governador , e Capitað General do Rey
Qu

no de Angola. Caſou com D. Margarida da Sylva,


im filla
Tom . XI. O0000
896 Hiſtoria Genealogica

filha de Manoel Soares Ribeiro , e de ſua mulher D.

Marianna da Sylva , de quem teve 20 MANOEL

LOBO DA Sylva , que caſou com D. Maria Catha

rina de Tavoa , como ſe diſſe a pag. 637 do Tomo

X. ; e tiverað os filhos ſeguintes : . = 21 D. ISABEL

JOACHINA DE GUADALUPE DA Sylya , que naſceo

a 15 de Mayo de 1716. = 21 Luiz LOBO DA Syl

VA naſceo a 17 de Junho de 1717 , e he ſucceſſor da

Caſa , e Morgados de ſeu pay. = 21 JERONYMO

VICENTE LOBO DA Sylva naſceo a 30 de Setembro

de 1718. = 20 D. ROSALIA DA SILVA , irmãa de

Manoel Lobo , que caſou com Henrique Ventura

de Moura Manoel , de quem nað teve ſucceſfað. =


20 D. THERESA DA SYLVA caſou a 11 de Feverei

ro de 1703 com Pantaleao de Sá e Mello , Senhor do

Morgado da Amoreira , que foy Governador , e Ca

pitað General da Ilha da Madeira , e Governador de

Caſtello de Vide , e faleceo no anno de 1724 ; e tive

ra) os filhos ſeguintes : = 21 D. MARGARIDA AN

TONIA DA SYLVA naſceo a 15 de Novembro de 1908,


Religioſa no Moſteiro da Annunciada de Lisboa , da

Ordem de S. Domingos . = 21 D. MARIA THOMA

SIA DA Sylva , gemea com D. BERNARDA , que

morreo menina , naſceraõ a 18 de Setembro de 1710


.
21 LOURENÇO DE MELLO DA SYLVA E SA' naſ

ceo a 7 de Agoſto de 1712 , e he ſucceſſor dos Mor

gados da Amoreira. = 21 D. ROSALIA XAVIER DE


MELLO naſceo a 2 de Dezembro de 1714 , faleceo

na flor da idade . 18 D. LUIZA DE NORONHA ,

ultima
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 897

VAT ultima filha do Copeiro môr Franciſco de Souſa , e


de ſua mulher D. Antonia de Noronha , caſou com
a la
Gabriel de Almeida , Secretario delRey em Madrid

da repartiçaõ das Merces, e Expediente , cuja deſcen


dencia ignoramos.

17 D. Luiz LOBO DA SYLVEIRA , V. Senlior


) D!!
de Sarzedas , e Sovereira Fermofa , Commendador de
Ici
Santa Eulalia , e Santa Maria de Sarzedas , na Ordem
EROTY
de Chriſto , fervio ſete ammos em Ceuta , e Tange
re : erudito na Hiſtoria , inſigne na Genealogia , de
INTELE
quem fizemos mençað no Apparato deſta Obra num.
: 12 50. Caſou com D. Joanna de Lima , filha de Dom

Diogo de Lima , Commendador de Vitorino na Or

fo dem de Chriſto , Camereiro môr do Infante D. Luiz ,


G. e do Senhor D. Duarte , do Conſelho delRey ; e de

ad D.Maria Coutinho ſua mulher ; e tiverað 18 D.

RODRIGO LOBO DA SYLVEIRA , I. Conde de Sarze


das , que caſou com D. Maria Antonia de Vaſcon
4
2.1
cellos , e Menezes , de quem tratámos no Livro VI.
Land ſe pode
Capitulo V. pag. 238 do Tomo V. , donde

ver a ſua illuſtriſſima poſteridade. 18 D. SEBAS

ber TIÆÕ LOBO DA SYLVEIRA , que paſſou à India no

anno de 1618 , onde ſervio muito , e com diſtinçaõ :

foy Governador de Macao , e vindo da India no an


La no de 1648 na Armada do Capitað môr Luiz de Mi

JI randa Henriques , morreo no naufragio , que padecco


RI no Cabo da Boa Eſperança. 18 D. LOURENÇO

LOBO , que morreo na India . = 18 D. Diogo Lo

1 BO DA SYLVEIRA paſſou à India no anno de 1622 ,


Tom . XI. Ooooo ji onde
898 Hiſtoria Genealogica

onde foy Capitað da Armada de Nuno Alvares Bo

telho , com quem ſe achou em diverſas occaſioens :

depois foy mandado por Capitað môr da Armada do


Cabo de Comorim : e finalmente hindo à reſtauraçað

de Mombaça , foy morto peleijando , depois de ter

com muito valor anticipadamente vingado a ſua mor


te. 18 FERNANDO DA SYLVEIRA , adiante .

18 D. BRITES de Lima caſou com Nuno Alvares

Botelho , inſigne General na India Oriental , do Con


ſelho de Eſtado , a quem as ſuas glorioſas emprezas
Faria ,
, tom . 3.part.4.cap . collocárað no Templo da Heroicidade entre os eſcla

6.pag.435,4446. recidos Varoens Luſitanos ; e acabou em huma bata

Iha naval, que teve con os Hollandezes na Coſta de

Malaca , por fatal deſgraça , a 5 de Mayo de 1630 ,


querendo ſalvar huma Galeota a tempo , que pegan

do fogo em huma Nao dos inimigos , rebentou para


o arrazar ,
e ſubmergir a ſua. Foy ſentida a ſua mor
te do Eſtado , e Reyno. ElRey D. Filippe IV . hon

rou a ſua memoria com generoſa liberalidade ; por

que deſpachou a ſeu filho , dandolhe o titulo de Con

de de S. Miguel, e a ſua mulher as honras de Con


deſſa , e a Fortaleza de Moçambique , para ſatisfazer

as ſuas dividas, e os bens que gozaſſe da Coroa per

petuos , e os das Ordens em quatro vidas ; fazendo


ainda mais brilhante eſte deſpacho as precioſas ex

preſſoens de huma Carta , em que mandou os pe

zames a ſua mulher, dizendo: Que a na trazer lite


to pela Rainha de Polonia ſua tia , o havia de pôr por
Nuno Alvares Botelho ; verdadeiramente benemerito
1
da
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 899

da Real attençað. Sua mulher caſou depois com


LULITE
Franciſco de Sá e Menezes , II . Conde de Pena.

guia ) , Camereiro môr delRey D. Joao IV ., e foy

fua ſegunda mulher ; e de ſeu primeiro marido teve


unico E 19 FRANCISCO BOTELHO , que foy I. Con
OBEC
de de S. Miguel , por Carta paſſada a 25 de Junho de
1633 , e Commendador das Commendas de Santa Ma

10.4 ria da Arruda , Santa Maria de Miranda , S. Miguel

, dil de Anriade , S. Juliaõ de Azurara , todas na Ordem


de Chriſto . Caſou tres vezes , a primeira com D. Iſa.

bel de Mendoça , que faleceo a 16 de Mayo de 1642,

filla de ſeu padraſto o Conde Camereiro môr , e de

ſua primeira mulher a Condeſſa D. Joanna de Cafe


C
tro ; e nað teve ſucceſſað . Cafou fegunda vez clan

deſtinamente com Dona Ignez de Almeida , filha de


Manoel Cardoſo Caſtanho , de quem teve = 20 Nu
NO ALVARES BOTELHO , que caſou com D. Luiza

de Moura Pimentel , filha de Joao de Caſtanheda de

Moura , e de D. Maria Pimentel fua mulher ; e tive


rað 21. D. FRANCISCO BOTELHO , adiante . =
21 D. Luiz BOTELHO , que ſervio na guerra com
dali
diſtinçað , e foy Capitao de Cavallos , e Tenente Co

ronel da Cavallaria de hum dos Regimentos da Cor


Tap
te . Paſſou à India no anno de 1732 com o Vice-Rey

Conde de Sandomil, e lá foy General do Norte ; e

voltando ao Reyno , morreo a 21 de Abril de 1743 .


61
21 D. JOSEFA BOTELHO , que caſou com Victo ,
TA
rio Barreto Perdigað . = 21 D. IGNEZ BOTELHO ,
Freira no Mofteiro de Santos de Lisboa . One * 21 ! ).
7201
FRAN
сC
900 Hiſtoria Genealogica

FRANCISCO BOTELHO caſou com D. Maria de Villal

boas , irmãa de ſeu cunhado , filhos de Antonio Bar

reto Perdiga ) de Villasboas , Capitað môr de Goes,


Cavalleiro da Ordem de Chriſto ; e de D. Maria Bar

reto Borges de Caſtro , com ſucceſſaõ. Caſou o


Conde Franciſco Botelho terceira vez com D. Ce

cilia de Tavora , filha herdeira de Alvaro Pires de

Tavora , e de D. Iſabel de Caſtro ſua mulher , filha

de D.Joao de Alarca ) , Alcaide môr de Torres Ve

dras ; e tivera ) = 20 Nuno ALVARES BOTELHO ,

que morreo menino. 20 ALVARO Joseph Bo

TeLHO DE TAVORA , II . Conde de S. Miguel, adi

ante. 20 D. BRITES DE LIMA , que naſceo no an


no de 1656 ; faleceo fem eſtado. = 20 D. MARGA

RIDA JULIANA DE TAVORA , que foy ſegunda mu


lher de Franciſco Barreto de Menezes , do Conſelho
de Guerra , &c. de quem fizemos mençaõ no Capitu

lo IV. pag. 457 do Livro XII. Caſou ſegunda vez


Dona Margarida Juliana com Pedro Maſcarenhas de

Carvalho , I. Conde de Sandomil , como adiante ve.


remos. 20 ALVARO JOSEPH BOTELHO DE

TAVORA , II. Conde de S. Miguel , Commendador

das referidas Commendas , que faleceo a 22 de Abril


de 1724 , havendo caſado com D. Antonia de Bor

bon , filha de D. Thomas de Noronha , e de D. Mar

garida de Borbon , III. Condesdos Arcos , de quem


teve = 21 THOMAS JOSEPH BOTELHO DE T Avo

RA , III. Conde de S. Miguel, que caſou com D. Ju


liana de Lencaſtre , como deixamos eſcrito no Livro
VIII.
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 901

VIII . Cap . II . 2. I. pag. 81 do Tomo IX . = 21 MI

um ] GUEL JOAJ BOTELHO , que tendo ſervido na guerra

celine com diſtinçaõ , he Coronel de Infantaria da Praça de

Olivença , e Brigadeiro dos Exercitos de Sua Magef


tade.
CO
* 18 D. BRITES DE LIMA , viuva de Nuno Al
m D.
vares Botelho , caſou ſegunda vez com Franciſco
i Paz
de Sá e Menezes , II. Conde de Penaguiað , & c . de
lice
quem tambem foy ſegunda mulher ;‫ ܪ‬e tivera) unica
l'ormai
D. MARIA FRANCISCA BARRETO DE SA' , que ca
BUE
ſou com D. Antonio de Caſtro , herdeiro da Caſa de
ONED
Baſto , ſem ſucceſſað ; e ella foy Senhora de Honor
LE
da Rainha D. Luiza , e depois caſou com Franciſco

Barreto de Menezes , Preſidente da Junta do Com


‫ܐ‬la
manee mercio . , de quem foy primeira mulher , com a ſuc

ceſſað , que deixamos em ſeu lugar referida.


C

ܼܵ‫ܟ‬ 6. III .
I

14 D. GUIOMAR DE CASTRO , ultima filha do

thalamo de D. Joanna de Caſtro , herdeira da Caſa


ZH " de Monſanto , e D. Joao de Noronha. Cafou com
make
D. Henrique de Noronha , Commendador môr da Or
1
cza
dem de Santiago , e Senhor de toda a Caſa de ſeu
f pay , excepto Cadaval , que ElRey D. Manoel reſti
21
tuîo ao Senhor D. Alvaro : foy Padroeiro do Mof

teiro do Salvador de Lisboa ; e tiverað os filhos fe


T!
guintes: = 15 D. PEDRO DE NORONHA , que foy
D.
Religioſo da Ordem de S. Jeronymo, onde viveo, e
I acabou
902 Hiſtoria Genealogica

acabou virtuoſamente , chamando - ſe Fr. Pedro de


Lisboa . - 15 D. Leao de NORONHA , com quem

fe continúa. = 15 D. JORGE DE NORONHA , pal


ſou a ſervir à India , onde eſtava no tempo do Gover

nador D. Henrique de Menezes , e com elle ſe achou

quando deſtruîo o Lugar de Panane. 15 D.Hen

RIQUE DE NORONHA , que tambem foy a ſervir à

India , e morreo na viagem . = 15 D. JOANNA DE


Castro , Dama da Emperatriz D. Ifabel, mulher de

Carlos V. , com quem foy para Caſtella , e morreo

fem eſtado, empregando a ſua fazenda em obras pias.

15 D. MARIA DE NORONHA , que caſou com


Nuno Fernandes Cabral , Senhor de Azurara , e Al

caide môr de Belmonte , como diſſemos no Capitulo


. e
XVII . 2. III. deſte Livro. = 15 D. N. .
D. N. Freiras no Moſteiro da Roſa de Lil

Hifteria de S. Domin. boa. = 15 D. BRITES de Noronha , Religioſa

gos , part.z.liv.4. cap. no Moſteiro de Jeſus de Aveiro , onde acabou com


17. pag. 190 ,
opiniaõ de virtude. = 15 D. LEAõ de Noronha,

ta ) eſclarecido por fangue , como pela vida , que ob

ſervou , muy dado à oraçao , grande caridade com

os pobres , que ſoccorreo largamente , e a fi fe mal

tratava com continuadas mortificações; de ſorte , que


perſeverando na virtude , acabou fantamente a 18 de

Agoſto do anno de 1572 ; e delle fazemos memoria

Agiolog. Luſitanoparte no Agiologio Luſitano, como de Varað Santo ; e deſ


4. no dia 18 de Agolo te eſclarecido matrimonio naſceo unico F * 16 D.
10 .
THOMAS DE NORONHA , com quem ſe continúa .

16 D. ANGELA DE MENEZES , illegitima , que foy


Reli

!
da Cala Real Portug. Liv. XIII. 903

Pada
Religioſa no Moſteiro de Jeſus de Aveiro , da Or
2009
dem de S. Domingos, e ſe chamou Soror Angela do
SEL
Paraiſo , onde foy Prioreſſa , e do de Villa -Nova do Hiftoria de S. Domino
LG Porto : morreo com opiniaõ de Santa. = * 16 D. gos, part.2.liv. 4. cap.
22. pag. 198 verſe
THOMAS DE NORONHA , que ſeguindo o methodo
DH da vida de ſeu pay , foy igualmente herdeiro da ſua
ala e virtudes , deſprezando as couſas do Mundo ,
Caſa ,
JAN Foy com ſeu tio Diogo
pretendeo as do Ceo . da

Sylva , herdeiro da Caſa de Vagos , Embaixador ao

‫هه ر‬ Concilio de Trento ; e voltando ao Reyno , o man- Hiftor,da Caſa de Syl.


V4 , tom .2. pag. 279 .
dou El Rey Dom Sebaſtiao a França no anno de

-1560 viſitar a Rainha Catharina de Medicis , pe

la morte delRey Franciſco II . ſeu filho , e a Maria


Eſtuarda , Rainha de Eſcocia ſua mulher ; o que

D. Thomás ſatisfez , coino devia à commiſſaõ , que


lhe fora encomendada . Caſou com D. Helena da

Sylva , filha de D. Gil Eannes da Coſta , Embaixador

ao Emperador Carlos V. , e depois Védor da Fazen

da , e do Conſelho de Eſtado delRey D. Sebaſtiao ;


175
e de D. Joanna da Sylva ; e tiverað os filhos ſeguin
*
tes : 17 D. MARCOS DE NORONHA , com

quem ſe continúa. = 17 DE No. Nobiliario de Luiz Co


D. GIL EANNES
bo , Senhor de Sarze.
RONHA , que acompanhou a ElRey D. Sebaſtia ) a das.

ſegunda vez , que foy à Africa. No anno de 1584


vi
paſſou a ſervir à India , onde foy Capitao de Başaim ;
e tendo - ſe achado em muitas occaſioens da guerra do

Eſtado , em que conſeguio muita honra , o matarað

huma noite ; havendo caſado com D. Clara Couti

n'o , filla de Manoel de Souſa Coutinho , Governa


Tom . XI . dor
Ppppp

1
904 Historia Genealogica

dor que entað era da India , de quem nað teve ſuc


ceſlað. E 17 D. LEAD de NORONHA paſſou tam
bem a ſervir à India com ſeu irmað ; com igual va

lor ſe achou em muitas occaſioens, e ſe diſtinguio

no ſitio de Ceilað , e em Melinde , quando foy com

Lourenço de Souſa demolir aquella Fortaleza , por

ordem do Governador Manoel de Souſa , e com elle

morreo na Nao , que ſe perdeo , voltando para o Rey


no . = 17 D. BERNARDO DE Noronha paſſou à

India com o Vice-Rey Mathias de Albuquerque:

foy Capitað môr da Armada do Norte , e Capitað de


Ormuz . Caſou na India com D. Iſabel Pereira , fi

lha de Antonio Pereira , que havia ſido caſada com

Diogo Corvo , Védor da Fazenda da India ; e nað


teve ſucceſſað . = 17 D. GONÇALO COUTINHO ,

paſſou a ſervir à India , onde chegou no anno de 1591 .


Achou- ſe na tomada das Naos de Meca , no desbara
te de Cataniuca , e na empreza de Jafanapataó , que
os noſſos ganharað , e na do Morro de Chaul, onde

foy ferido ; e tendo em muitas occaſioens conſeguido

nome , e reputaçaõ de valeroſo Soldado , veyo a fer


morto na Galé , de que era Capitað Dom Fernando

Lobo , no combate que teve com a Armada do Ma


lavar, que entregandolhe a proa , elle a defendeo de.

forte , que nella acabou , tað honrado , como filho ,

e neto de taes avós. = 17 D. HENRIQUE DE No.


RONHA , que naſceo gemeo com D. Gonçalo , pal

ſou tambem à India com o Vice-Rey Mathias de Al

buquerque no amo de 1591 , onde fez grandes fer


viços ;

!
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 905
' ter:
viços; é voltando ao Reyno , tornou à India deſpa

chado com o governo de Ormuz . Ultimamente vol


mi
tou para Portugal, e havia inſtituido lrum Morgado
ca
na Cidade de Goa a 29 de Agoſto de 1622 em ſeu
de for a
fobrinho Dom Franciſco de Noronha , filho ſegundo

de ſeu irmao D. Marcos , que andaſſe ſeparado na

quella linha ; e caducando , paſſaſſe ao filho ſegundo


send
da meſma Caſa , que le a de Arcos. = 17 D. MA

NOEL DE NORONHA paſſou tambem à India 10 an

no de 1593 , onde ſervio com o meſmo valor , que


ſeu irmao , ſendo Capitaõ de Navios , até que no an
}Pezi no de 1598 ſe achou na empreza de Cunhale com D.
Luiz da Gama : foy morto da balla de hum arcabuz ,

moſtrando em toda a occaſia ) , que imitava aos ſeus

eſclarecidos progenitores. = 17 D. TRISTAG DE


NORONHA , morreo menino. = 17 D. MARIA DE

NORONHA , nulher de Jeronymo de Mello Couti


nho , Commendador de Punhete , e dos Dizimos do

, Algarve, e outras ; e nað tivera ) ſucceſfað . = 17 D.

Brites DE MENEZES , Freira em Odivellas. = 17 D.


JOANNA DA Sylva , Freira em Almoſter. = 17 D.

BRANCA DE CASTRO , que morreo ſem eſtado. =

al 17 D. MARCOS DE NORONHA , que foy herdeiro da


.
wy Caſa , acompanhou a ElRey D. Sebaſtia ) à Africa ,
1
e foy cativo na batalha de Alcacere. Caſou com D.
i
Maria Henriques , filha de D. Franciſco da Coſta , Ca

pitaõ de Malaca , e Embaixador delRey D. Filippe II.

a Marrocos ; e de D. Joanna Henriques ſua nulher ,


de * 18 D. THOMAS DE NORONHA ,
quem teve
Ppppp i III.
Tom. XI .
ia ogica
906 Hiſtor Geneal

III. Conde dos Arcos , com quem ſe continúa.

18. D. FRANCISCO DE NORONHA , de quem logo


ſe tratará . = 18 D. Gil EANNES DE NORONHA ,

que ſervio na India , e caſou quatro vezes , e teve


geraçao : porém nað ſabemos , que delle ſe conſerve.

18 D. Leao DE NORONHA foy Porcioniſta do Col

legio de S. Pedro de Coimbra , aceito a 24 de De


zembro de 1628 , Deputado da Meſa da Conſcien

cia , e Ordens , e Sumillier da Cortina delRey Dom

Joao IV . = 18 D. BERNARDO DE NORONHA foy


Cavalleiro de S. Joað de Malta . = 18 D. DUARTE
DE NORONHA , morreo menino . = 18 D. VIOLAN

TE HENRIQUES caſou com Dom Joaõ de Almeida ,


Commendador de Loures , de quem tratámos a pag.

805 do Tomo X. = 18 D. JOANNA HENRIQUES ,


D. HELENA HENRIQUES , e D. CATHARINA , que

todas morrerað moças no Convento do Salvador de


Lisboa . = 18 D. BRANCA , Freira no Moſteiro da
Madre de Deos de Lisboa . 18 D. HENRIQUE DE

NORONHA , Frade Carmelita , Provincial da fua Re

ligia ) , que morreo a 17 de Fevereiro de 1660.


18 D. FRANCISCO DE NORONHA , que foyo

filho ſegundo , fuccedeo no Morgado , que ſeu tio


D. Henrique inſtituîo : achou- ſe com ſeu irmao na
reſtauraçao de Portugal, e foy Coronel de hum dos

Terços das Ordenanças de Lisboa . Caſou com D.

Maria de Azevedo , filha de Joao Cayado de Gam


boa , Capitað de Malaca , e Védor da Fazenda da
India , de quen teve = * 19 D. MARCOS DE Now
RONHA ,
da Caſa : Real Portug. Liv. XIII. 907

RONHA > adiante. = 19 D. HENRIQUE , e D. FI

LIPPA , que morrerað ſem eſtado. = 19 D. BRAN


Onur:
CA , Freira no Moſteiro de Santos. = 19 D. V10

3,2 LANTE DE NORONHA caſou com D. Pedro da Cof

ta , Armeiro môr , Commendador de S. Vicente da

450 Beira na Ordem de Aviz ; e tiverao = 20 a D. Ma

RIA DE NORONHA , que foy ſua herdeira , e caſou

C com D. Luiz da Coſta , Commendador na Ordem de

Clariſto , Tenente General da Cavallaria de Alente .

jo , de quem naſceo = 21 D. ANTONIO DA COSTA ,

[ Armeiro môr , de quem fizenios mençað no Capitu

lo IV.2 . II. pag . 442 do Livro XII. = 19 D. MAR

COS DE NORONHA foy Governador , e Capitað Ge

neral de Mazagao , do Conſelho de Sua Mageſtade ,


Governador da Fortaleza de S. Giao , Deputado da

Junta dos Tres Eſtados, e Meſtre-Salla da Caſa Real.


I. "
Caſou com D. Iſabel Coutinho , Dama do Paço , fi
lha de D. Gonçalo da Coſta , Arnieiro môr , Com
mendador de S. Vicente da Beira , e de D. Joanna .

Henriques ſua mulher ; e tiverað , entre outras filhas ,

que morrerað , = 20 a D. FRANCISCA IGNACIA DE 1


NORONHA , que foy herdeira , bautizada a 22 de 1
omy?
Agoſto de 1655 , e faleceo a 5 de Fevereiro de 1730 ;
havendo caſado com Bernardo Freire de Andrade e
moja
Souſa , Coronel da Marinha , como ſe diſſe no Capi

tulo IV . pag. 475 do Livro XII . , ſem fucceſſao . =

20 D. JOANNA DE NORONHA caſou com Gaſpar


GUA
Freire , fem ſucceſfað ; e por morte de ſua irniãa foy
dat
i herdeira do Morgado. = 20 D. THERESA DE No
El
RONHA ,
ica
oria alog
90
8 Hift Gene

RONHA , morreo fem eſtado ; e vagando o Morgado


por ſua irmãa , correo pleito entre D. Joſeph de No

ronha , filho ſegundo dos V. Condes dos Arcos, e D.


Joſeph da Coſta , Armeiro môr : ficou eſte excluido

em virtude da inſtituiçaõ , que chamava na falta de


deſcendencia o filho ſegundo da Caſa de Arcos ; e af

ſim lhe foy julgado por Sentença do Senado da Cala

da Supplicaçað a 19 de Dezembro de 1743 ; e ultima

mente foy negada a Reviſta pelo Deſembargo do

Paço a 12 de Outubro de 1744.


* 18 D. THOMAS DE NORONHA , fervio huma

Commenda em Tangere , ſendo Governador da Pra


e
ça o Duque de Caminha D. Miguel de Menezes ;
depois nas Armadas , que fahiraõ a correr a Coſta no
anno de 1617 , e 1619. Foy hum dos Acclamadores

da liberdade da Patria no dia primeiro de Dezenibro


de 1640 , em que foy reſtituido ao Throno de ſeus

avós o Grande Rey D. Joað IV. Foy Coronel de


hum dos Terços das Ordenanças de Lisboa , Gentil

homem da Camera do Principe D. Theodoſio , Pre


ſidente do Conſelho Ultramarino , e do Conſelho de

Eſtado , e Guerra , delRey D. Affonſo VI.; e pelo

ſeu ſegundo caſamento III. Conde dos Arcos. Ha

via caſado a primeira vez com D. Brites de Vilhena ,


como eſcrevemos a pag. 647 do Tomo X. Cafou ſe.

gunda vez com D.Magdalena de Borbon , Dania do


1. Conde dos Ar
Apfelme , Hißor. Ge. Paço , filha de D. Luiz de Lima ,

mieal. de la Maiſon de cos , e da Condeſſa Victoria de Cardailhac , filha de

France , tom . i . pag. Franciſco de Cardailhac , Baraõ de la Chapelle , e da


370 . Baroneza
-

da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 909

Baroneza Magdalena de Borbon , filha de Henrique

de Borbon , Viſconde de Lauvenden , Baraõ de Mau

ox.d. laſe ; e tiveraõ os filhos ſeguintes. = 19 D. MAR

cos de NORONHA , IV. Conde dos Arcos , que caſou

meton com D. Maria Joſefa de Tavora , como ſe pode ver

no Liv. VI . Cap . V. pag . 234 do Tomo V. = 19 D.


BERNARDO DE NORONHA caſou com D. Maria An .
ocl
tonia de Almada , Senhora de Carvalhaes , Verdemi

lho , & c. de quem tratámos no Capitulo XIII. pag.


253 do Livro XI. = 19 D. AFFONSO DE NORO
NHA ,, que
que eſtudando na Univerſidade de Coimbra ,

‫ܕ‬ morreo deſgraçadamente em huma briga a 29 de Ja


leitung
neiro de 1686. = 19 D. Luiz , D. MANOEL , e D.
13 *
LEA7 DE NORONHA , que morreraõ de tenra idade.
co
19 D. VICTORIA DE BORBON caſou duas vezes ,

a primeira com D. Manoel de Ataide , VII. Conde

de Atouguia , ſem ſucceſlao , como ſe vê no Livro

VIII . Capitulo V. pag. 461 do Tomo IX. Caſou


ſegunda vez com D. Joað Fernandes de Lima , XI.
E Viſconde de Villa -Nova da Cerveira , como eſcrevere

mos adiante no Cap. XXVIII. Parte III . deſte Livro .


19 D. MARIA ANTONIA DE BORBON , Dama da

Rainha D. Maria Franciſca de Saboya , naſceo no an


no de 1648 , e faleceo a 19 de Janeiro de 1743. Ca
fou com D. Antonio de Almeida , II . Conde de Avin
W
tes ; e a ſua illuſtriſſima poſteridade fica eſcrita no Li

vro X. Capitulo XIV. 8. III . pag. 839 do Tomo X. =

19 D. ANTONIA DE BORBON , de quem logo ſe

tratará . = 19 D. HELENA DE NORONHA caſou


duas
910 Hiſtoria Genealogica

duas vezes , a primeira com D. Eſtevao de Menezes,


Senhor da Caſa de Tarouca , como eſcrevemos no

Livro VIII. Capitulo XV. pag . 691 do Tomo IX .; e


a ſegunda com Fernando Telles da Sylva , III . Con

de de Villar-Mayor ; e a ſua illuſtre poſteridade ſe pó


de ver a pag. 614 do dito Tomo. = 19 D. THERE
SA , e D. LUIZA DE BORBON , morrerað ſem eſtado.

19 D. ANTONIA DE BORBON foy Dana do

Paço , caſou duas vezes , a primeira com Fernaõ Maf


carenhas , Commendador de Aljuſtrel do Sal na Ore

dem de Chriſto : tinlia ſervido na guerra da Acclama

çað , ſendo Meſtre de Campo de hum Terço , coni

que ſe achou na batalha do Ameixoal ; e depois da

paz feita com Caſtella , foy comprehendido no trata


do do Conde de Humanes, Embaixador de Caſtella ,

pelo que foy degollado a 11 de Mayo de 1674 : po


réin conſtou depois ao Principe Regente , que eſta

va innocente : pelo que outros Fidalgos forað foltos,


como diſſemos no Capitulo V. do Livro VII. pag.

680 do Tomo VII. A ſegunda com Alvaro Joſeph

Botelho , II. Conde de S. Miguel , de quem atraz fi

zemos mençað . De ſeu primeiro marido teve


20 PEDRO MASCARENHAS DE CARVALHO , que

naſceo a 9 de Dezembro de 1670 , I. Conde de San

domil , creado por ElRey D. Joao V., de que ſe lhe


paſſou Carta a 12 de Março de 1732 , Comnendador

das Commendas de Santa Maria de Ala , dos Dizi

mos do Paul de Vicente de Fornellos , da Orden de

Cliriſto , e da dos Fornos , e Feiras de Setuyal , na Or


den

1
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 911

dem de Santiago. E ſendo pela innocencia de ſeu pay


reſtituido a todas as honras , começou a ſervir con
all:
tanto brio , que fempre ſe diſtinguio. Foy Capitað
MIC de Mar , e Guerra das Naos da Coroa , Meſtre de

Campo do Terço do Algarve , com que paſſou a ſoc


correr a Praça de Ceuta no anno de 1695 , em que

deu nað vulgares provas do ſeu valor , e talento ; e


Da voltando ao Reyno, acreditado de immortal gloria,
my como referem as Memorias daquelles annos , paſſou

para hum dos Regimentos da Guarniçaõ da Corte .

Na guerra do anno de 1704 ſervio na Provincia de

Alentejo com o poſto de General de Batalha ; depois


foy General da Artilharia , e Meſtre de Campo Ge

neral dos Exercitos de Sua Mageſtade , poſto que ex

be ercitou em Catalunlia , aonde foy no Exercito , que

mandou o Marquez das Minas no anno de 1706 ; o

qual, quando voltou o Marquez para Portugal, ficou


‫شال‬
elle governando ; depois foy Governador das Armas
da Provincia de Alentejo , ſervindo todo o tempo ,

que durou aquella guerra ;‫ ܪ‬achando - ſe em todas as

occafioens , que houve de mayor gloria , em que

elle ſempre teve muita parte , até o ſitio de Campo

Mayor no anno de 1712 , que ſoccorreo com grande


promptida ) , e he o brilliante de tantas acções eſtima
veis , que farað eterna a ſua memoria ; e temos , ainz

che non da que ſuccintamente , moſtrado algunas no Tomo


VII ., e VIII. deſta Hiſtoria , coroando o ſeu valor

16 , com a generoſidade , e prudencia ; de ſorte , que elle

ſe fez benemerito do reſpeito dos Militares , e univer


Tom . XI. ſal
Q9999
912 Hiſtoria Genealogica

falmente da eſtimaçaõ dos Póvos. Ultimamente foy

nomeado Vice-Rey do Eſtado da India , para onde

fez viagem a 25 de Abril de 1732 ; e depois de ter aſ.


ſiſtido ao Eſtado , quanto permittia o calamitoſo tem

po , que durou o ſeu governo , voltou ao Reyno ,

onde chegou no fim do anno de 1742 muy opprimi


.
do de queixas , de que veyo a morrer a 3 de Agoſto

de 1745. Caſou con D. Margarida Juliana de Ta

vora , filha dos primeiros Condes de S. Miguel, co


mo fica referido, de quem nað teve ſucceſſo, e nað
tornou a caſar. 20 D. MAGDALENA LUIZA DE

BORBON ſua irmãa caſou a 3 de Dezembro de 1702

com Luiz de Miranda Henriques, Commendador de


S. Juliao , Santo André de Sever , de Santa Maria de

Pena Aguia , e de Santa Eulalia de Balzar , todas na


Ordem de Chriſto. Servio na guerra com diſtinçao,

e foy Coronel do Regimento da Armada , e General

de Batalha , poſto com que fervio na guerra de 1704;

e faleceo , deixando os filhos ſeguintes : = 21 D.


ANTONIA LUIZA DE BORBON , que naſceo a 14 de
Julho de 1704. 21 D. HELENA DE BORBON .
lhe
21 FERNANDO DE MIRANDA Henriques , que

ſuccedeo , e caſou a 25 de Setembro de 1724 com D.

Violante Maria Joſefa de Mello , como fica eſcrito

no Capitulo III. do Livro VIII . pag. 625 do Tomo


IX . Teve illegitimos o III. Conde dos Arcos Dom

Thomás a D. PEDRO DE NORONHA , Eremita de

Santo Agoſtinho , Religioſo grave , e de eſtimaçaõ ,

e a D. MARIA , que foy Carmelita Deſcalça em San


to Alberto . CAPI

1
da Cala Real Portug. Liv. XIII. 913
13

108

2
CAPITULO IV .
IK

erz De D. Pedro de Caſtro , III. Conde de Mons

fanto.

14 Eixamos dito , que por morte

D de Monſanto D. Joao de Caſtro ſucce


deo em toda a ſua Caſa ſua irmãa Dona Joanna de
Caſtro , mulher de D. Joao de Noronha , de
3. quen

foy primogenito D. Pedro de Caſtro , III. Conde de

Monſanto , Senhor de Caſcaes , e mais Eſtados , que

tivera ſua máy. ElRey D. Joao II. tanto que fale.


ceo D. Joao de Noronlia , mandou buſcar a D. Pe

dro de Caſtro , e a ſeus irmãos , e os creou no Paço

com grande eſtimaçað ; porque entravaõ livremente

na ſua Camera , e por ella corria a deſpeza das ſuas

peſſoas , as quaes forað tað eſtimadas delRey , que


refere o Chroniſta Damiao de Goes , que muitas ve- Goes , Nobiliario,pag
18. verf.
zes forað viſtos deitados adormir aos pés da ſua ca

ma na ſua doença . Succedeo no Throno ElRey D.

Manoel , e nað lhe foy menos grata a peſſoa do Con

de de Monſanto ; porque foy muy ſeu Valido , e del


le recebeo honras muy diſtinctas , e particulares; por

que nos divertimentos delRey o acompanhava ſem


pre , e elle lhe fazia a honra , quando hia ao mar , de

o hir buſcar , e por terra de noite a cavallo eſperava

muitas vezes , que ſe veſtiſſe , para o levar comſigo ,


Tom . XI . e de
29999 i
914 Hiſtoria Genealogica

e de hir viſitar a Condeſſa ſua mulher todas as vezes,

que paria , como refere o meſmo Chroniſta. Foy

Védor da Fazenda do meſmo Rey , e do ſeu Con


ſelho , Caçador môr , Alcaide môr , Fronteiro môr
de Lisboa , Couteiro môr , Coudel môr , e Védor

das obras de Lisboa , Cintra , Torres-Vedras, e ſeus

Termos , Védor da Fazenda delRey D.Joað III. ; e

tendo conſeguido na Corte tao diſtincta eſtimaçao ,

a teve na guerra ſendo moço , dando nað vulgares


moſtras de valeroſo , que bem moſtrava o ſangue,

que o animava de tað efclarecidos progenitores. Fa


leceo em Lisboa a 5 de Fevereiro de 1529. Jaz em
Penha Longa. Cafou duas vezes a primeira com
D. Joanna de Menezes, filha de D. Fernando de Me
nezes , a
quem chamarao o Narizes , por lhos corta

rem em hum encontro , que teve com os Mouros


em Tangere , onde fervio , e foy armado Cavalleiro
por ElRey D. Afonſo V. , e de ſua mulher D. Ifa

bel de Caſtro , de quem nað teve ſucceſfaõ. Caſou

Salazar , Caſa deSylo ſegunda vez com D. Ignez de Ayala , filha de Dom
VA , tom.2 . pag. 61 ,
Diogo da Sylva , I. Conde de Portalegre , Mordomo

môr , e da Condeſſa D. Maria da Sylva, de quem te


ve os filhos ſeguintes:

15 D. LUIZ DE CASTRO , Capitulo V.

15 D. MARIA DE AYALA , que caſou com D.

Fernando de Caſtro, Senhor do Paul de Boquilobo, 8.1.

15 D. LUIZA DE CASTRO , mulher de D. Joað


de Menezes, Senhor da Caſa de Tarouca , de quem

adiante trataremos no 8. II.


D.
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 919

15 D. LUIZA DA SYLVA caſou com D. Pedro


f da Cunha , Senhor de Geſtaço , e Panoyas , Alcaide
en môr de Terena , Commendador de Fonte Arcada ,
ſem ſucceſlao

EVE

5. I.

BŐL

15 D. MARIA DE AYALA caſou com D. Fer

nando de Caſtro feu tio , primo ſegundo de ſeu pay :

ol foy Senhor do Paul de Boquilobo , e Governador da

01 Caſa do Civel: morreo moço , ſendo ornado de gran

des partes , diſcreto , e prudente; de ſorte , que uni


verſalmente ſe fazia amavel pela modeſtia , e trato

das gentes : pelo que a ſua morte foy ſentida do Po

vo de Lisboa , como perda da Republica : tanto ſe


confiava nos ſeus acertos . Deſta uniao naſcerao os
Va
filhos ſeguintes : = * 16 D. JERONYMO DE CAS
TRO , com quem ſe continúa. = 16 D.ALVARO DE
26
CASTRO , que morreo ſolteiro. = 16 D. PEDRO
DE CASTRO naſceo a 16 de Outubro de 1537. En

trou na Religiaõ dos Eremitas de Santo Agoſtinho ,

e ſe chamou Fr. Agoſtinho ; profeſſou a 7 de Abril de


1555 , e ſeguindo a regular obfervancia com o ardor ,

que abraçara o Sagrado Inſtituto de ſeu grande Pay ,

ſe adiantou na virtude , e ao meſmo tempo nos eſtu

dos , que continuou com tanto aproveitamento , que

foy conſumado Theologo , e ornado de tað excellen


Joe
tes partes , que nao contava mais que vinte e ſeis an
4209
dos , quando a Religiao começou a ſervirſe do ſeu
talento
916 Hiſtoria Genealogica

talento nos primeiros lugares da Ordem até o de Prou

vincial, que exercitou com prudencia , zelo fanto , e

ſuave dominio ; de forte , que elle mereceo ſer hum


dos benemeritos Prelados , que regeraõ aquella eſti

madiſſima , e fanta Provincia . Sendo Definidor pal


ſou a Roma ao Capitulo Geral : era conhecido o ſeu

zelo , e letras , de ſorte , que uniformente foy eleito

para reformar as Conſtituições ; o que fez com tal


acerto, que fað as que porque ſe governa toda a Or

dem . O Papa Gregorio XIII . o mandou por Viga


rio Geral de Alemanha , para que viſitaſſe aquella
Provincia , de que ſe achavao relaxados os Conven

tos , para que os reduziſſe à regular obſervancia ; 0

que fez com tanta religiao , que igualmente ſatisfez


ao Pontifice, que o elegera para huma tað ardua em

preza , do que aos ſeus meſmos Religioſos , deixan

do -os contentes. A fama da ſua prudencia , e do ſeu


theor de vida , lhe conſeguira ) eſtimações muy dif

tinctas do Emperador Rodolfo II. , e da Emperatriz


1
D. Maria , Infanta de Heſpanha : e voltando ao Rey.

no , o mandou ElRey Dom Filippe o Prudente a pa

cificar as diſcordias, que havia entre os Religioſos da

Provincia de Aragað , que dividio em duas , para me

lhor ſe conſervar na obſervancia da Regra Eremitica


de Santo Agoſtinho . O eſclarecido naſcimento de

Fr. Agoſtinho de Caſtro , ornado de virtudes , e letras,


era o memorial , para que o Prudente Monarca o

nomeaſfe Arcebiſpo de Braga ; e ſendo ſagrado a 3

de Janeiro de 1589 , entrou a governar a Primacial


Igreja
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 917

oder Igreja de Heſpanha , de que foy verdadeiro Paf

tor , e Pay ; com fanto zelo fez tudo , o que po

o fecha dia ſer conveniente à reforma dos coſtumes ; porque


H1
33 com hum genio brando, e pacifico , uſando demeyos

ſuaves , pode com eſtes conſeguir mais , do que ſe

made of fora com rigor. Congregou Synodo duas vezes, em


que fez excellentes reformas , e Conſtituições , para

Z to o governo do feu Arcebiſpado. No anno de 1592 a

com 28 de Julho ſagrou a ſua Cathedral , onde collocou

precioſas Reliquias, que ſe numeraõ em huma pedra

no frontiſpicio daquelle Templo. No Palacio Archi

Cs epiſcopal mandou pôr os retratos de todos os ſeus


Predeceſſores. Fundou , e dotou para a ſua Religia .

o Convento do Populo na Cidade de Braga , em que


I
lançou a primeira pedra a 3 de Julho de 1596. Oze

lo da Religiao Catholica o levou a Valhadolid , on


de reſidia à Corte do Catholico Monarca , para ſe

oppor com os Arcebiſpos o Senhor D. Theotonio , e

D. Miguel de Caſtro , eſte de Lisboa , e aquelle de

Evora , o Biſpo Capellað môr D. Jorge de Ataide ,


27
e outros Prelados , ao perdað geral , que pretendia a

gente de naçaõ Hebrea. Tendo governado com ze

lo , e caridade a ſua larga Dioceſi , acabou fantamen

te a 25 de Novembro de 1609 com geral ſentimento


das ſuas ovelhas ; porque perderaõ nelle o feu Bem
mi
feitor , por ſer o Arcebiſpo Dom Agoſtinho de Caſ

tro ornado de virtudes fantas , e de grande Senhor ;


22 e deu
porque era compaſſivo com os pobres , aa qu
07
t com tanta liberalidade , e aſſinou rendas para cura .
me ren

H
ica
918 Hiſtoria Genealog

rem aos enfermos nos Hoſpitaes , amparando as viu

vas , e dotando todos os annos hum grande numero


de donzellas , ſoccorrendo liberalmente as Religioſas

com largas eſmolas ; de forte , que era o Bemfeitor

geral de todos os neceſſitados , e de hum coraçað tað

generoſo , como ſanto ; porque aos aggravos ſatisfa


zia com beneficios. Compoz diverſas Obras, em

que ſe vê a ſua litteratura , e profunda erudiçao. O

Arcebiſpo Dom Rodrigo da Cunha trata delle larga

mente na Hiſtoria Ecclefiaftica de Braga, e outros


muitos Authores. Jaz no ſeu Convento do Populo

da Cidade de Braga da parte do Euangelho , onde o


Senado Bracharenſe , em memoria de Varað tað ef

clarecido , lhe mandou gravar o ſeguinte Epitafio:

Illuſtriſſimo Domino D. Auguſtino de

Caſtro , Auguſtinenſi , Archiepiſcopo ,

AĆ Domino Bracharenfi , Hiſpaniarum

Primati , olim in ſuperiori Germania

juſu Cæſaris Rodolphi Il. Éremiticæ

Familie Reformatori, hujus Monafte

rij Fundatori , Viro pietate a


, pru

dentia infigni , Magiſtratus Brachare

Auguftæ Pastori ſuo clementiffimo ob

innumera beneficia libenti animo fieri cu

ravit : anno Domini M.DC.XXVIII.

Illuſ
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 919

hos
Illuftriffimo, & Reverendiffimo Domi
ON
no D. Roderico de Acunba Archipræju

le. Obijt Bracharæ XXV . Nover


Bath
bris M.DC.IX. annos natus LXXII.

16 D. IGNEZ DE AYALA , adiante . = 16 D.


1.
LEONOR DE CASTRO , que morreo ſem eſtado.
* 16 D. IGNEZ DE AYALA e Castro caſou com

Joao de Mello , Porteiro môr , de quem teve os fi

lhos ſeguintes : == * 17 CHRISTOVA ) de Mello ,


com quem ſe continúa . = 17 MARTIM AFFONSO
D.
de Mello , Conego de Braga. = 17 HENRIQUE
2.1
de Mello , ſem ſucceſlao . = 17 D. MARIA DE
17 CRISTOVA
AYALA , que morreo menina . =
DE MELLO , foy Porteiro môr , e Alcaide môr de

Serpa. Caſou com D. Helena de Callataiud , filha de

Joaõ de Callataiud , Porteiro mór delRey D. Joað


III . , e de ſua mulher D. Maria de Azevedo ; e tive

rao 18 LUIZ DE MELLO , com quem ſe con

tinúa . = 18 JOAV MELLO , que nao caſou , =


DE
18 e D. MARIA DE CASTRO , primeira mulher de
r
Luiz Freire de Souſa , Commendado de Alfayates

na Ordem de Chriſto , e tiveraõ os filhos ſeguintes : =


19 ALEXANDRE de Sousa , adiante . = 19 CHRIS
11
TOVAJ DE MELLO , que ſeguio as letras , e foy Def 1
al embargador dos Aggravos , e Vereador da Camera
de Lisboa. E 19 ANTONIO DE SOUSA E Mello

caſou com Dona Joſefa Antonia de Moura , filha do


11
.
Del
Tom . XI. Rrrrr
920 Hiſtoria Genealogica

Deſembargador Valentini da Coſta de Lemos ; tive.


rao = 20 D. MARIA THERESA DE AYALA , que

caſou com Sylverio da Sylva , Alcaide môr de Alfei


zarað , de quem naſceo PEDRO DA Sylva Da Fon

SECA , do qual fizemos mençaõ a pag. 825 do Tomo

X. , e neſte Tomo a pag. 505. Agora accreſcentare


mos , que Pedro da Sylva , que foy caſado com D.

Angela Maria de Portugal , que morreo a 23 de No


vembro de 1706 , tiveraõ a SYLVERIO DA SYLVA DA

Fonseca , que naſceo a 11 de Mayo de 1699 , o qual


havendo caſado no anno de 1727 com D. Joanna de

Tavora , de quem ficando viuvo , ſeordenou , e diſle

a primeira Miſſa a 2 de Fevereiro de 1745 : era filha

de D. Alvaro Pereira , e de ſua mulher D. Ignez An


tonia Barreto de Sá ; e tivera) os filhos ſeguintes:
D. MARIA DE JESUS naſceo a 13 de Mayo de 1728 .
= MANOEL DE S. PEDRO DA SYLVA DA FONSECA

naſceo a 14 de Dezenibro de 1729. D. MARIA


DAS Chagas naſceo a 9 de Setembro de 1731 .

JOSEPH DE S. BERNARDINO naſceo a 1 de Mayo


de 1736. = 20 D. IGNEZ DE AYALA , que caſou

com Antonio Saraiva de Sampayo , Capitað môr de


Montemôr o Velho . = 20 D. CATHARINA MAR

GARIDA DE ARAGA ) , que caſou com Damiaõ Bo

telho Chacon . = 20 D. LUIZA , Freira em Alen

quer. = 20 D. CECILIA , D. LEONOR , e D. ISABEL,

que morrerað ſem eſtado. E 20 MANOEL DE Sou

SA CARNEIRO , que morreo fem geraçað. E 19 D.


IGNEZ MARIA DE AYALA , que foy ſegunda mulher
de
da Caſa Real Portug. Liv . XII . 921

de Sancho de Faria , que tendo ſervido na India , foy


TALA,
o primeiro Capitao mòr da Armada , que no anno de
r,
1641 ElRey D. Joao IV. mandou à India ; e nað te
101
ve ſucceſfað . Caſou depois Luiz Freire ſegunda
To vez com D. Joanna de Tavora , filha de Bernardini

de Tavora Tavares , Commendador na Ordem de


dow Chriſto , e de ſua mulher D. Mecia Maſcarenhas ; e
tivera ) 20 BERNARDIM DE TAVORA E Sou
2038
SA , de quem logo ſe fará mençað . = 20 D. MAR

GARIDA , D. MECIA , e D. LUIZA , ſem eſtado. E

19 ALEXANDRE DE SOUSA ſervio em Tangere

Commenda , e depois na guerra : foy Governador, e

Capitað General da Praça de Mazaga ) , e do Eſtado


do Braſil, do Conſelho de Guerra , e Védor da Cala

da Rainha D. Maria Franciſca de Saboya . Caſou


com D.Joanna de Lima , filha de Alvaro Pires de Ta

vora , Alcaide môr de Caparica , e de ſua mulher D.

Maria de Lima , de quem teve unica = 20 a D.


MARIA DE SOUSA , que foy ſua herdeira , e caſou

com ſeu tio Bernardim de Tavora e Souſa . E illegi


timo = 20 a Joao de Sousa FREIRE , que paſſou

a ſervir à India , onde caſou com D. Luiza de Men

doça , filha de D. Filippe de Souſa , Capitaõ de Dio ,


e de ſua mulher D. Anna de Lencaſtre , de quem te .
il
t ve ALEXANDRE DE SOUSA , D. Anna , e D. MA
Di
RIA , dos quaes nað temos noticia. 20 BERNAR
MALES
DIM DE TAVORA E SOUSA , Senhor de Mira , Go
EM
vernador , e Capitað General da Praça de Mazagao ,
1101
e e depois do Reyno de Angola. Caſou com ſua fo
out
Tom. XI. Rrrrr i brinha
922 Hiſtoria Genealogica

brinha D. Maria de Souſa , filha de ſeu meyo irmað

Alexandre de Souſa , como diſſemos no Capitulo V.


pag. 507 do Livro XII.

16 D. JERONYMO de Castro foy Senhor do


Paul de Boquilobo , e Governador da Caſa do Civel ,

como ſeu pay , e avô . Caſou tres vezes , a primeira

com D. Leonor de Caſtro , filha do Grande D. Joað

de Caſtro , Iy . Vice-Rey da India , ſem fucceſfaó.

A ſegunda com D. Cecilia Henriques , filha herdeira

de Ruy de Mello , Alcaide môr de Evora , e Alegre

te , Commendador de Proença na Ordem de Chriſto,

e Capitaõ de Orniuz , e de ſua mulher Dona Joanna

Henriques ; e tiveraõ = 17 a D. JOANNA DE Cas


TRO , que caſou com D. Antonio de Menezes e No

ronha ; e a ſua illuſtre poſteridade fica referida no Li


vro VI . Capitulo V. pag. 266 do Tomo V. Caſou

terceira vez com Dona Joanna de Souſa , que depois


foy muller de D. Luiz de Souſa , Senhor de Berin !
gel , e Sagres , Alcaide môr de Béja ; e era filha de .

D. Leonardo de Souſa , Commendador de Santiago

de Torres Vedras , Capitað môr das Naos da India,


e de Dona Ignez de Lafetá ſua mulher , de quem

teve 17 D. JERONYMO DE CASTRO , que foy

Senhor do Paul de Boquilobo , Alcaide môr de Er

veredo , e de Braga , que lhe havia dado ſeu tio o

Arcebiſpo Primaz Dom Fr. Agoſtinho. Caſou com

Salazar , Caſa deSyl. Dona Ignez , filha de Dom Diogo , ( irmao primei
za , tom . 2. liv,8. cap.
9. pag. 286 . ro do VII. Conde de Alva de Liſte ) cuja Caſa nað

herdou , por morrer na jornada de Inglaterra no anno


de
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 923

2TOTT
de 1588 ; e de ſua mulher D.Leonor da Sylva , filha

de Lourenço da Sylva , VII . Şenhor de Vagos , Re.

gedor da Juſtiça ; e elles eraõ filhos de D. Fradique

Henriques de Guſma ) , Commendador de Alcantara ,


EG Mordomo môr delRey D. Filippe II. ; e tivera ) os fi

lhos ſeguintes: = 18 D. PEDRO FERNANDES DE

: D. Castro , com quem ſe continúa. = 18 FR . Agos

TINHO DE CASTRO , Religioſo da Ordem dos Pré


12 gadores. = 18 D. JOANNA , e D. LEONOR DE CAs.
TRO , Freiras em Santa Martha de Lisboa. # 18 D.
2.

PEDRO FERNANDES DE CASTRO foy Senhor do Paul

ant de Boquiłobo , e caſou com D. Luiza de Menezes ,

filha de Nuno Fernandes Cabrał , Alcaide môr de


*
Belmonte , e Azurara ; e tiverað 19 a D. Joao
DE CASTRO , adiante . = 19 D. MARGARIDA , e D.

IGNEZ DE CASTRO , Freiras em Santa Monica de


Lisboa .. 19 D. Joað DE CASTRO TELLES foy

Senhor do Paul de Boquilobo , e de toda a mais Ca


fa de ſeus pays . Faleceo a 3 de Novembro de 1697 .
Caſou com D. Archangela Michaella de Portugal,
que foy Cameriſta da Rainha da Grãa Bretanha b .

ci cand Catharina , e depois Senhora de Honor da Rainha D.

Maria Anna de Auſtria , e morreo a 4 de Outubro

de 1723 , fem deixar fucceſlao : e o Pauľ de Boquilo


bo teve reverſaõ à Caſa de Monſanto , que venceo
30
por demanda o Marquez de Caſcaes , como diſſemos:
VC
era filha de D. Rodrigo Lobo , 1.Conde de Sarze
das.
S
.2017
2. II.
924 Hiſtoria Genealogica

§. II .

15 D. LUIZA DE CASTRO , filha dos III .Con

des de Monſanto , caſou com D. Joao de Menezes,

que foy Senhor da Caſa de Tarouca , XVII . Capitað

da Praça de Tangere , Commendador de Albufeira

na Ordem de Santiago ; e tiveraõ os filhos ſeguintes:


16 D. DUARTE DE MENEZES , com quem ſe

continúa. = 16 D. PEDRO DE MENEZES , que

acompanhou a ElRey D. Sebaſtia ) à Africa , e foy

cativo na batalha ; e ſendo reſgatado , ſeguio ao Se.


nhor D. Antonio , Prior do Crato , pelo que foy pre

zo , e mandado para Caſtella , onde morreo ; haven

do caſado com D. Mayor de Almeida , filha de An


tonio Lopes de Bulha ) , e de D. Leonor de Alniei
da , ſem ſucceſſao. 16 E D. IGNEZ DE CASTRO,

que ſe ſegue. 1
16 D. IGNEZ DE CASTRO caſou com Louren 1

ço da Sylva , VII. Senhor de Vagos, Commendador

de Meſejana na Ordem de Santiago , Alcaide môr


de Lagos , Regedor das Juſtiças , que acompanhan

do a ElRey D.Sebaſtiao , morreo com elle na infeli


de
wa,tom . 2. pag.285 ce batalla de Alcacere a 4 de Agoſto de 1578 ; dei.
.

xando eſclarecida ſucceſſaó nos filhos ſeguintes : =

17 DIOGO DA SYLVA , VIII. Senhor de Vagos ,


ba
adiante . = 17 JOAÕ DA SILVA , que morreo na
talha de Alcacere com ſeu pay . Luiz , e Ar:
= 17
1 morrerað
RES DA Sylva , que ſervindo na India ,
na
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 925

na de Cunhale. 17 PEDRO DA SYLVA , I. Con

de de S. Lourenço , adiante . = 17 JORGE DA SYL


VA , que morreo cativo em Africa , e ſe tinha acha.

ETICE do na batalha de Alcacere. = 17 ERANCISCO DA

DZE SYLVA , que tomou o habito do Carmo , e ſe cha

I.CAT mou Fr. Joað da Sylva , Varað fabio , e virtuoſo . =

fo 17 D. LEONOR DA SYLVA , que caſou com D. Dio


go Henriques , irma ) primeiro do VII. Conde de Al

va de Liſte D. Henrique Henriques , e filho de Dom


Fradique Henriques de Guſmað , Commendador môr

de Alcantara , e Mordomo môr delRey D. Filippe

II. , e de ſua mulher D. Guiomar de Vilhena , filha

de André da Sylva Telles , Alcaide môr da Covilhãa ,

Mordomo môr do Infante Dom Luiz ; e tiveraõ a D.


V.
HENRIQUE HENRIQUES , que morreo moço , ſem ef

tado. D. IGNEZ HENRIQUES , que caſou com Dom

Jeronymo de Caſtro , Senhor de Boquilobo , como

deixamos dito a pag . 922. = 17 D. IGNEZ , que nað


tomou eſtado. = 17. D. ANTONIA , Freira em San

tarem , da Ordem Serafica. = 17 D. MARIA , e D.

GUIOMAR , Freiras em Odivellas , da Ordem de S. Ber


with
y nardo. = 17 D. LUIZA , morreo moça . = * 17 D10
parok
poco
GO DA SYLVA , VIII . Senhor de Vagos , Alcaide

môr de Lagos, Commendador de Meſejana , e Re

gedor das Juſtiças, paſſou à Africa em companhia de


'
,
ſeu pay , donde depois de peleijar valeroſamente, foy

cativo ; e voltando ao Reyno , refgatado à fua cuſta,

entrou a ſervir de Regedor das Juſtiças , que lhe deu


ElRey D. Henrique, ſendo o ſexto da ſua linha , que
med
tiveraó
1
926 Hiftoria Genealogica

tivera ) eſte grande lugar , e o fetimo do ſeu appelli

do : morreo moço , contando trinta e ſete annos pe

los de 1595. Cafou duas vezes , ambas igualmente

illuſtres , a primeira com D. Brites de Mendoça , filha


de D. Fernando de Menezes , Commendador , e Al.

caide môr de Caſtellobranco , e de Dona Filippa de


Mendoça ſua mulher ; e tiverað 18 LOUREN

ÇO DA SYLVA , IX . Senhor de Vagos , adiante. Ca.

ſou ſegunda vez com D. Margarida de Menezes ,


Senhora de Aveiras, filha herdeira de D. Joao Tello
de Menezes , Senhor de Aveiras , Preſidente do Del

embargo do Paço , e hum dos cinco Governadores,

que nomeou ElRey D. Henrique , antes de morrer ;


e deſta uniao nafceo 18 Joao Da Silva TEL
LO DE MENEZES , I. Conde de Aveiras , XI. Senhor
de Vagos , do Conſelho de Eſtado , &c. que caſou

com D. Maria de Caſtro , filha dos VIII. Senhores de

Unhaõ , cuja eſclarecida deſcendencia deixámos refe

rida a pag . 327 do Tomo V. = 18 D. ISABEL DE

MENDOÇA , que caſou com Fernando Martins Frei

re , VIII. Senhor de Bobadella , & c. e a ſua fuc


ceſlao ſe verá adiante.

* 18 LOURENÇO DA Sylva foy IX . Senhor de

Vagos , ſendo moco perdeo a viſta : pelo que tendo a


merce de Regedor das Juſtiças, nao pode exercer el
!
te lugar. Caſou com D. Maria de Vilhena , filha de
Henrique de Souſa , I. Conde de Miranda , e da Cons
deffa D. Mecia de Vilhena , filha de Fernando da Syl

va , Alcaide môr de Alpalha ) ; e tiverao = 19 Dio


GO
!
da Caſa Real Portug. Liv. Xlll. 927

GO ' DA Sylva , que morreo de curta idade , = 19 e

Luiz da Silva , X. Senhor de Vagos , Commen


dador de Meſejana , Alcaide môr de Lagos , que no

anno de 1619 aſſiſtio nas Cortes , que ElRey D. Fi


lippe III . convocou em Lisboa , para jurar herdeiro
En
da Coroa Portugueza ao Principe D. Filippe ſeu fi
LA lho. Neſta occaſiao refere D. Luiz de Salazar de
.
Caſtro
, que perguntara hum Senhor Caſtellano , va',com ,ze liv.8.cap.
quem era Luiz da Sylva ao Conde de Caſtanheira , 12 .

e eſte lhe reſpondeo , que ſobrinho do Conde de Mi

randa ; e deſconfiando Luiz da Sylva , de que o déſfe

a conhecer por ſeus parentes , eſquecendo- le da Caſa ,


que repreſentava , voltou para o Conde da Caſtanhei

ra , e lhe diſſe : Quem he filho de Lourenço da Sylva ,

e neto de Diogo da Sylva , nað ha de miſter ſer fobri


nho de ninguem . Succedeo a Acclamaçaõ do Senhor

Rey D. Joao IV. no anno de 1640 : eſtando para en

trar no lugar de Regedor , ſe paſſou para Caſtella ,


donde ElRey Filippe IV . o fez Conde de Vagos ,
dandolhe alguma ſubſiſtencia para ſe manter , e o no
meou Meſtre de Campo de hum Terço de Infantaria,
com que ſervio em Catalunha , e ſe achou na ba

talha , e ſoccorro de Lerida , ſitiada pelas armas de


França no anno de 1646 ; e tendo peleijado valeroſa

mente , perdeo a vida , contando trinta e hum annos ;

mi acabando nelle a primeira primogenitura da Caſa de

Vagos , continuada por tað largo numero de annos ,


de pay a filho ; porque nað teve ſucceſſað , nem ha
via caſado.

Tom . XI Sssss D.
928 Historia Genealogica

* 16 D. DUARTE DE MENEZES naſceo em Tan

gere a 6 de Dezembro de 1537 : foy Senhor da Caſa

de Tarouca , e XVIII. Capitað de Tangere. Quan

do El Rey D. Sebaſtia ) paſſou à Africa no anno de


1578 o nomeou Meſtre de Campo General do ſeu

Exercito , em que governava o Corpo dos Fron

teiros das Praças de Africa , aconſelhou a ElRey ,

que na noite déſſe de repente nos Mouros , que elie


com a ſua gente os deſordenaria ; porque os nedroſos

fogiria ) , e os deſcontentes ſe paſſaria ) ao Xarife ; e


ſendo de muitos approvado o conſelho, ElRey o nað
admittio . Achou -ſe na batalha , donde tendo peleija

do com valor , e acordo , foy cativo , e reſgatado no

numero dos oitenta Fidalgos , e depois Governador

do Algarve , Vice-Rey da India , XV . dos que lo


grarað aquelle poſto : paſſou ao Eſtado no anno de
1584. ElRey entre outras merces lhe fez a de Con

de de Tarouca , que elle nað aceitou , por nao ſer

de juro , e herdade , e lhe concedeo , que puzeſſe o


Condado em ſeu filho , e a Commenda de Albufeira,

e a do Sardoal , e vinte mil cruzados de merce para

Couro , Decada 10.lir, ajuda de pagar ſuas dividas ; e que proveria todos os
6. cap. I.
cargos da India de Feitorias para baixo , por huma ſó
vez , nas peſſoas, que quizeſlê , e ſeis habitos das Or

dens Militares ; e tendo governado com felicidade,


e deixando o ſeu nome recomendavel à poſteridade

na Hiſtoria daquelle tempo , morreo no principio de

Mayo de 1588. Caſou com D. Leonor da Sylva, fi

lha de Diogo da Sylva , Alcaide môr de Lagos, Res


gedor
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 929

20 21
fervio por ſeu pay , e
gedor das Juſtiças , officio que
borel
Embaixador ao Concilio de Trento , herdeiro da Ca

24 ſa de Vagos , que nao logrou , por morrer em vida

de ſeu pay em 26 de Setembro de 1556 ; e de ſua mu


(2. lher D. Antonia de Villena , filla de D. Diogo Lo
‫]; ܙ‬
bo , II . Baraõ de Alvito ; e tivera) os filhos ſeguint
1aE tes : = 17 D. JOA ) DE MENEZES, que niorreo no
anno de 1578 na batalha de Alcacere. = * 17 D.Luiz

DE MENEZES , II. Conde de Tarouca . 17 D. AN

101 TONIO DE MENEZES , Capitað de Malaca , onde

R morreo. 17 D. MARIA DE VILHENA , que foy


primeira mulher de D. Franciſco da Gama , IV . Con

de da Vidigueira , Almirante da India , &c . como ſe

diſſe a pag. 565 do Tomo X. = 17 D. Luiza , e D.


BRANCA , Freiras em Santa Clara de Santarem .
be
17 D.ANTONIO , que morreo menino . 17 D.

LUIZ DE MENEZES foy II . Conde de Tarouca , Se

nhor de Penalva , Gulfar , e outras terras , Commen


dador de Albufeira na Ordem de Santiago , e da do

Sardoal na Ordem de Chriſto , Capitað General de

Tangere , em que entrou em Junho de 1614 ; e com


poucos mezes de governo , niorreo em Outubro do

referido anno , havendo caſado duas vezes , a primei

kli ra com D. Joanna Henriques , filha de Sebaſtiao de

Sá de Menezes, Capitaõ de Sofalla , e de D. Luiza


..

Henriques ſua mulher ; e deſta unia ) naſceo unica =

18 D. JULIANA DE MENEZES , que caſou com D.

Luiz de Noronha , e Menezes , VII. Marquez de


1,
Villa -Real , VI. Conde de Alcoutim , como deixá
Tom . XI. Sssss ïi mos
930 Historia Genealogica

mos eſcrito no Livro III . Capitulo VIII. 2. II. pag.

517 do Tomo II . Caſou ſegunda vez com D. Lou


rença Henriques , filha de Vaſco Moniz , Senhor de

Angeja , Pinheiro , & c. e de D. Violante Henriques


ſua mulher ; e teve = 18 D. DUARTE DE MENE

ZES , III. Conde de Tarouca , que caſou com Dona

Luiza de Caſtro , de quem tratánios no Livro VIII.

Capitulo XV. Parte IV . pag. 689 do Tomo IX . =

18 D.Joao de MENEZES , que morreo ſem eſtado.


= 18 D. VIOLANTE DE MENEZES, que caſou com

D. Lopo da Cunha , Senhor de Aſſentar , Barreiro,

Senhorim , & c. e da ſua poſteridade deixámos feito


mençaõ a pag. 404 do Tomo IX.

CAPITULO V.

De Dom Luiz de Castro , Senhor daCaſa

de Monſanto.

15 Uccedeo ao Conde Dom Pedro de Caſtro


See
ſeu filho primogenito D. Luiz de Caſtro ,
e foy Senhor da Caſa de Monſanto , das Villas de

i Caſcaes, e mais terras , que tiverað ſeus predeceſſo


res , Alcaide môr de Lisboa , Coudel môr , e Cou

Nobiliario de Damiai teiro môr , & c. Refere Damiaõ de Goes, que quan
de Goes do D. Luiz de Caſtro ſuccedera na ſua Caſa , ElRey

D. Joað III . o chamara , e lhe perguntara , ſe era ca

ſado , ou ſe ſua mãy , e parentes tinhað tratado al

guma
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 931

LE
guma couſa ſobre o ſeu caſamento ; e dizendolle ,
ccm DI
que nao , ElRey com palavras de grande eſtimaçao ,
"! e honra lhe reſpondeo , que por quem elle era o que
‫ܕܟܐ ܕ܀‬
ria caſar , e prometterlhe cinco couſas, e diſſe: a pri
NE meira , darvos minha ſobrinha D. Iſabel de Lencaſ

uc tre por mulher , e com ella o titulo de Conde , a Al.

Li caidaria môr de Lisboa , para vós , e voſſo filho , qua

Otth. trocentos mil reis de renda , que ella tem , duzentos

de juro , e duzentos de graça , e merce , e vinte e cin


co mil dobras em joyas de ouro , e prata : porém ef
bi te caſamento nað teve effeito , por repugnancia da

vontade de D. Iſabel, a quem à Rainha eſtimava;

depois caſou com o Duque de Bragança D. Theo

doſio I. do nome , como diſſemos a pag. 101 do To

mo V. Quando ElRey D. Joað III. ſoccorreo Ceu- Nobiliario de D.Luiz


ta , por entender que os Mouros ſitiava ) aquella Pra - Lobo .
ça , mandou todos os ſucceſſores das Caſas a eſta de

fenſa , donde paſſou D. Luiz de Caſtro com muita

gente à ſua cuſta , e fez hum baluarte , a quem fica


raó chamando depois de D. Luiz . Na occaſiaõ em
党员

que o Principe D. Joao no anno de 1552 foy tomar


员会是宗

as bençãos à Cathedral de Lisboa do ſeu caſamento ,


o levou de redea D. Luiz de Caſtro , como Alcaide

1 môr deſta Cidade . Caſou com D. Violante de Atai


262
de , filha de D. Antonio de Ataide , I. Conde da Cal

tanheira , e da Condeſſa D. Anna de Tavora ; e tive


COLE
rað os filhos ſeguintes : = 16 D. ANTONIO DE CAS
ER
TRO , IV . Conde de Monſanto , Capitulo VI . =

16 D. PEDRO DE CASTRO , que morreo moço. =


16 D.
932 Hiſtoria Genealogica

16 D. ANNA DE ATAIDE caſou com D. Alvaro de

Caſtro , adiante , l . 1. = 16 D. MARIA DE Cas.


TRO caſou com Joao Carvalho , Provedor das obras

do Paço , . II . = 16 D. IGNEZ DE CASTRO, que

norreo ſem eſtado. Caſou ſegunda vez com Dona


Joanna de Almeida , que era viuva de D. Fernando

Coutinho , Senhor da Torre do Biſpo , filha de Dom


Antonio de Almeida , Provedor dos Armazens , Са

ſa da India , e Mina , e Contador môr; e de ſua mu


lher D. Maria Paes , de
quem nao teve ſucceſlao.

16 D. CHRISTOVA DE CASTRO , illegitimo , que

paſſou a ſervir à India.

§. I.

16 D. ANNA DE ATAide caſou com D. Alva

ro de Caſtro , filho do Grande Dom Joao de Caſtro,

Vice -Rey da India , onde ſervio com ſeu pay com


grande reputaçao , como refere a Hiſtoria daquelle

Eſtado , e foy Capitað môr da Armada , que foy de

ſoccorro a Dio , em cuja empreza ſe achou. Foy Se


phor de Penedono , Conductor da Rainha, Védor da

Fazenda , e do Conſelho de Eſtado delRey D. Sebal


tia) , de quem foy muy valido , e feu Embaixador a

Caſtella , França , Roma , e Saboya. Faleceo em Se

tembro de 1575 , e jaz em Bemfica em magnifica fe


pultura ; e tiverað os filhos ſeguintes: = 17 D.

MANOEL DE CASTRO , com quem ſe continúa.

17 D. FERNANDO ALVARES DE CASTRO, que foy


Com

1
da Cala Real Portug. Liv . XIII. 933

Alma Commendador de S. Miguel de Nogueira , e depois


LA DE C
foy Religioſo da Ordem dos Prégadores . = 17 D.
or da FRANCISCO de Castro naſceo em Agoſto de 1574 :

foy Porcioniſta do Collegio de S. Pedro de Coimbra ;


20 - D
no anno de 1592 graduado em Theologia : foy Rey
D.IS tor da dita Univerſidade no anno de 1605 , em que

‫ܐܶܠܳܐ ܝܳܐ‬ ſuccedeo à Affonſo Furtado de Mendoça. No anno

de 1611 paſſou a ſer Preſidente da Meſa da Conſci

encia , e Ordens; e ſendo provido no Biſpado daGuar

fun da no anno de 1617 , e confirmado pelo Papa Paulo V.

དག། ། a 18. de Setembro do dito anno , entrou na ſua Igre

ja a 18 de Abril do anno ſeguinte . Achou - ſe nas Cor


tes , que El Rey D. Filippe III. celebrou em Lisboa ,

para jurar herdeiro do Reyno ao Principe ſeu filho ;

e depois na Junta , que por ordem do meſmo Rey ſe

would fez em Thomar a 7 de Outubro de 1621. Havia go


vernado a ſua Dioceſi com prudencia , e vigilancia ,

quando foy promovido para o lugar de Inquiſidor Ge

ral deſtes Reynos , que vagara porD. Fernando Mar


tins.Maſcarenhas ; e ſendo confirmado pelo Papa Ur

bano VIII . por Bulla de 19 de Janeiro de 1630 , lu

gar que exercitou com authoridade , zelo , e reſpeito,


THE
lendo hum dos mais benemeritos , que occuparað ef

e ta grande Dignidade. Achou -ſe no anno de 1640 a


wak
15 de Dezembro no juramento de fidelidade delRey
‫ا‬
‫بن‬ D. Joað IV. , que o nomeou a 20 do referido mez
do ſeu Conſelho de Eſtado ; e depois no anno ſeguin

te ſe achou no juramento do Principe D. Theodoſio ,

e nas Cortes de 1646. Morreo no primeiro de Janei


me 1 ro
934 Hiſtoria Genealogica

ro de 1653. Jaz em Bemfica na Capella , que elle


edificou para enterro dos ſeus mayores , que he hum

eterno monumento da ſua grandeza , como o ſerá da


fua memoria a authoridade, e zelo , com que trata

va as couſas do Santo Officio . Os ſeus emulos o qui

zeraõ infamar de pouco fiel ao ſeu Reyno ; e ſendo

prezo , o tempo logo moſtrou qual era o ſeu amor à

Patria , e ao ſeu Rey natural , pois nao podia dege


nerar do alto naſcimento , que o enchera das mais
honradas idéas , e foy reſtituido aos ſeus lugares , que

ſervio até à morte . = 17 D. VIOLANTE DE CAS

TRO caſou com D. Affonſo de Noronha , V. Conde

de Odemira , e foy ſua terceira mulher , como fica ef

crito no Livro VIII. Capitulo X. pag. 572 do Tomo


IX . 17 D.JOANNA DE CASTRO , e D. CATHA

RINA DE CASTRO , Religioſas no Moſteiro da Caſ

tanheira . = 17 D. Joað DE CASTRO , que por ſe

guir ao Senhor D. Antonio , Prior do Crato , paſſou a


França. 17 D. FERNANDO DE CASTRO , que

foy Religioſo da Ordem dos Prégadores, E 17 e


D. GREGORIO de CASTRO , Carmelita, todos tres

illegitimos.
: ☆
17 D. MANOEL DE CASTRO fuccedeo na Ca
ſa de ſeu pay , foy Senhor de Fonte Arcada , Com

1 mendador da Redinha na Ordem de Chriſto. Fale


ceo a 3 de Julho de 1604. Caſou com D. Brites de

Vilhena , filha de Dom Franciſco de Menezes, Com

mendador de Proença na dita Ordem , Governador

da Caſa do Civel , e de ſua mulher D. Maria de No


ronha;
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 935

ronlia ; e tiveraõ os filhos ſeguintes: 18 D. AL


ܶ‫{ܕܝ‬,
VARO DE Castro . 18 D. LUIZA DE VILHENA,
oola
que caſou com D. Manoel de Portugal , como fica
referido no Capitulo XIV . do Livro X. pag . 798 do
"..
Tomo X. = * 18 D. ALVARO DE CASTRO foy
Senhor de Fonte -Arcada , Commendador da Redi
leue
nha . Cafou com Dona Maria de Noronha , filha de

port Joao de Saldanha , Commendador de S. Martinho de

13 ‫ܐ‬ Santarem , General da Armada da Coſta , e duas ve

zes Capitað môr da Armada da India , onde paſſou


E DEL
ſegunda vez no anno de 1595 ; e na volta ſe perdeo ,
no nað ſe ſabendo onde ; e de ſua mulher D. Maria de

Noronha , filha de Fernando Telles , IV . Senhor de

Unha ) , de quem teve = 19 D. MANOEL de Cas


DCS TRO , que foy Senhor de Fonte-Arcada , e morreo

‫گ‬ ſem caſar. = 19 D. MARIANNA DE NORONHA DE

CASTRO , que caſou com Dom Alvaro de Portugal


ſeu primo com irmað , de quem fizemos mençaõ a
pag. 799 do Tomo X.

-
Ø. II.

‫نا‬ 16 D. MARIA DE CASTRO , filha de D. Luiz


Com de Caſtro , Senhor da Caſa de Monſanto , caſou com
;
Joao Carvalho , Provedor das obras do Paço , Com
o
asin
mendador de S. Pedro de Aguiar na Ordem de Chrif
Co to : havia ſervido de Moço Fidalgo a ElRey D. Se

baſtia ) , e com elle paſſou ambas as vezes à Africa ,

f levando da primeira huma Nao à ſua cuſta ; e da ſe


VİZ Tom . XI . Ttttt gunda ,
936 Hiſtoria Genealogica

gunda , outra com duas Caravellas , tambem à ſua

propria deſpeza : tendo peleijado valeroſamente , foy


morto na batalha de Alcacere com ſeu filho mais ve

Men !oça , Jornada de lho , como refere Jeronymo de Mendoca ; e ſua mu

Africa, pag. 43 verlo lher caſou ſegunda vez com Dom Antonio Pereira ,

Commendador do Pinheiro ; e de ſeu primeiro ma

rido teve os filhos ſeguintes : = 17 Pedro Car


VALHO , que morreo com ſeu pay no anno de 1578
na batalha de Alcacere . 17 Gonçalo PIRES

CARVALHO , adiante. = 17 RAFAEL CARVALHO ,

que morreo de curta idade. = 17 D. FRANCISCA ,

e D. ISABEL , Freiras no Moſteiro das Dónas de San

tarem . = 17 D. VIOLANTE DE CASTRO caſou com

Dom Manoel Pereira , Commendador de Penella na

Ordem de Aviz , Governador , e Capitað General da

Ilha da Madeira , e do Reyno de Angola : foy do

Conſello dos Reys D. Filippe III. , eĪV . Achou

ſe na batalla de Alcacere , donde foy cativo , e ref

gatado nos oitenta Fidalgos ; e teve as filhas ſeguin


tes : = 18 D. FRANCISCA DE CAstro , mulher de

feu prinio com irmao D. Franciſco Pereira , filho uni


co de D. Antonio Pereira , Commendador do Pinhei
ro , e de ſua mulher D. Maria de Caſtro , viuva de

Joao Carvalho , Provedor das obras ; e tivera ) uni

ca = 19 D. MARIA DE CASTRO , primeira mulher


de Fernando da Sylva e Souſa , leni ſucceſfað .

18 D. JOANNA DE CASTRO , que caſou com Lopo
de Souſa Coutinho. 18 D. MAGDALENA DE

CASTRO mulher de Jorge Peffanha , adiante. = 18 D.


Ra
da Caſa Real Portug. Liv . XIII. 937

RAFAELA , Freira nas Dónas de Santarem . = * 18 D.

JOANNA de Castro , ſegunda filha de D. Manoel

Pereira , caſou com Lopo de Souſa Coutinho ; e ti

11 verað os filhos ſeguintes : = 19 GONÇALO Vaz

re Coutinho , que ſervio na guerra da Acclamaçað , e

foy Meſtre de Campo de Infantaria ; e cafando com


Dona Barbara de Vaſconcellos , filha de Diogo Lo

pes da Veiga do Algarve , nað teve ſucceſlao. =

19 LUIZ DE SOUSA COUTINHO , que nað teve eſ


tado . COUTINHO ,
19 D. MANOEL PEREIRA

adiante . = 19 D. VIOLANTE DE CASTRO , que ca

ſou com Luiz Gomes da Matta , IV. Correyo môr

do Reyno , que faleceo no anno de 1674 ; e teve os


fillios ſeguintes : 5 20 Duarte De SOUSA DA

MATTA COUTINHO , adiante . = 20 ANTONIO DE

Sousa COUTINHO , que eſtudou em Coimbra Cano.


nes , e morreo ſem eſtado. 20 MANOEL De Sou

el SA Coutinho , que ſervio no Regimento da Arma


da algum tempo , e morreo fem eſtado. = 20 D.
MARIA MAGDALENA de CASTRO , muy curioſa da
i
pintura , que executou primoroſamente , e faleceo

ſem eſtado. = 20 D. JOANNA MARGARIDA DE

CASTRO , que foy ornada de excellentes partes , diſ

creta , muy dada à Poeſia , em que fez diverſas Obras,


que correm com applauſo : foy muy favorecida da

Infanta Dona Iſabel Joſefa , e eſtimada da Corte . =

20 D. IGNEZ DE S. Joseph , 20 e D. FRANCIS

CA XAVIER , Religioſas no Moſteiro da Eſperança


de Lisboa. 20 DUARTE DE SOUSA DA MATTA

Tom . XI. Ttttt ii Cou


938 ia ogica
Hiſtor Geneal

Coutinho foy V. Correyo môr do Reyno , e Se

nhor dos Morgados de ſeus avós : fez hum gyro por

algumas Cortes da Europa . Caſou em Pariz com D.

Ilabel Cafaro , que faleceo a 27 de Novembro de


1743 de idade de oitenta e dous annos : era filha do

Marquez D. Thomás de Cafaro , Baraõ de Gray,

General da Artilharia , e primeiro Senador na Cida


de de Meſlina , no Reyno de Sicilia ; e de ſua mulher

D. Anna de Villadicans ; e tivera ) os filhos ſeguintes:


21 Luiz VICTORIO DE SOUSA DA MATTA

COUTINHO , com quem ſe continúa. = 21 THOMAS

CAFARO DE Sousa naſceo a 10 de Agoſto de 1689.

= 21 JOAV DE SOUSA COUTINHO , que ſeguio a


vida militar , e he Capitað de Infantaria. = 21 D.
Anna Rosa CAFARO naſceo em 2 de Setembro de

1690 , que nao tomou eſtado . = 22 D. V10LANTE

DE CASTRO , que na Religiaõ fe appellidou do Ceo,


naſceo em 22 de Dezembro de 1691 , D. MARIA DO
AMOR DIVINO naſceo em 21 de Outubro de 1694 ,

e D. JOANNA DE JESUS naſceo a 6 de Mayo de 1696,

todas Religioſas no Moſteiro da Eſperança de Lif

boa . = 21 E fað ſeus irmãos illegitimos LUIZ DE


Sousa COUTINHO , que paſſou a ſervir à India , LO

PO de Sousa COUTINHO , que ſeguio a vida militar,


foy Capitaõ de Mar , e Guerra , e Governador de S.

Thomé , e D. JOANNA MICHAELLA DE CASTRO ,


Freira no Moſteiro de Santa Anna de Lisboa.
*☆
21 Luiz VICTORIO DE SOUSA DA MATTA Cou

TINHO naſceo a 26 de Outubro de 1688 , ſuccedeo


nos
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 939

nos Morgados da ſua Caſa , foy VI . Correyo mòr do


TO de 1717 com D. Joanna Ca
Reyno . Caſou no anno

tharina de Menezes , filha de Joao Gonçalves da Ca

mera Coutinho , Almotacé mòr do Reyno , como ſe

606 do Tomo X. Teve illegitimno a Du


diſſe a pag.
G ARTE DE SOUSA Coutinho .

li 19 D. MANOEL PEREIRA , filho terceiro de

Lopo de Souſa Coutinho , caſou com D.Antonia da

Cunha , filha de Nuno da Cunha , e de D. Filippa

de Menezes ; e tiverao = 20 a D. JOANNA DE CAS

TRO , que foy primeira mulher de Heitor Mendes


de Brito de Elvas, Fidalgo da Caſa Real , de quem

teve os filhos ſeguintes : = 21 FRANCISCO DE BRI

To COUTINHO caſou com D. Magdalena de Lencal


be tre , filha de D. Franciſco Naper , Cavalleiro Inglez,

CHr Catholico , que ſervio neſte Reyno : foy Meſtre de

LI Campo de Infantaria , Governador de Abrantes , e

A DE de ſua mulher D. Maria de Lencaſtre ; e nao tiverao


ſucceſfað . = 21 D. MANOEL PEREIRA COUTINHO ,
IN

IN que era filho ſegundo , ſuccedeo no Morgado , e Ca


ſa de ſeu pay ; ſervio na guerra de 1704 , e foy Ca
]
pitaõ de Cavallos , e Commiſſario da Cavallaria . Fa

leceo a 6 de Agoſto de 1717 , havendo caſado com


D. Maria Thereſa da Sylva e Tavora , filha de Pedro

da Sylva , e de D. Catharina de Tavora , de quem te

ve os filhos ſeguintes: = 22 D. FRANCISCO JOSEPH


RA
COUTINHO E Brito ſuccedeo na Caſa de ſeu pay ,

e morreo em Pariz , donde tinha paſſado a curarſe ,


ſem ter caſado. 22 D. PEDRO DA Sylva Cou .

TINHO
940 Hiſtoria Genealogica

TINHO fuccedeo a ſeu irma) na Caſa : ſervio na guer

ra , e foy priſioneiro na batalha de Almanca, e Com

miſſario Geral da Cavallaria da Corte : nað caſou , e


morreo a 30 de Março de 1737. = 22 Rue da
SYLYA DE TAVORA , eſtudou na Univerſidade de

Coimbra , e tomou o grao de Doutor em Canones ,

e foy oppoſitor às Cadeiras daquella faculdade ; e por

morte de ſeu irmað lhe ſuccedeo na Caſa , e Morga


do . 22 AYRES ANTONIO DA SYLVA tambem fe.

guio a Univerſidade , e ſe graduou Doutor em Cano


nes . = 22 D. CATHARINA DE TAVORA , D. JOAN
H
NA DO AMOR Divino , D. ANNA DOS SERAFINS ,
D. MARGARIDA DO CEO , e D. IGNEZ DA GLORIA , 1

todas Freiras no Moſteiro da Eſperança de Lisboa.


* 18 D. MAGDALENA DE CASTRO terceira filha

de D. Manoel Pereira , caſou com Jorge Peſſanha,

Commendador da Povoa na Ordem de Chriſto ; e ti


verað os filhos ſeguintes : = 19 Luiz PESSANHA

DE CASTRO , Commendador da Povoa ; fervio na


guerra , e foy Capitaõ de Cavallos no Exercito de

Alentejo : nað caſou , e teve illegitimos ANTONIO


PESSANHA DE CASTRO , que foy Commiſſario Geral

da Cavallaria , Manoel PESSANHA , Joao PESSA

NHA , FRANCISCO PESSANHA, que todos ſervira ) na


guerra , e morrerað ſolteiros. 19 JOSEPH PESSA

NHA De Castro ſervio na guerra , foy Capitað de

Cavallos na guerra da Acclamaçað , e depois Meſtre


de Campo , e Governador de Eſtremoz , e ultima

mente General de Batalha : foy morto na batalha de


Alniança
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 941

Almança a 25 de Abril de 1707 , depois de ter pelei

jado valeroſamente , tendo ſuccedido no Morgado da


‫وی با این‬ ſua Caſa. = 19 D. BERNARDA De Castro , mu
T3 lher de Gaſpar Pereira , Senhor do Couto de Maza

refes , de quem teve , entre outros filhos , a Jorce

PEREIRA PESSANHA , que foy Senhor do Couto de

Mazarefes, e caſando com D. Ignacia de Vilhena ,


filha de Dom Lourenço de Sottomayor , morreo em

Outubro de 1724 , ſem ſucceſfað. 19 D. Ma

RIA De Castro , que caſou com D. Miguel da Syl


va , de quem adiante ſe tratará . = 19 D. ISABEL

DE CASTRO mulher de Ruy Pinheiro de Lacerda ,

1 Senhor do Morgado dos Pinheiros de Barcellos, tem


ſucceſlao .
19 D. CATHARINA DE CASTRO ,

ultinia filla de Jorge Peſſanha , que caſou com ſeu


fobrinho D. Fernando da Sylva , de quem logo ſe fa

rá mençað .

19 D. MARIA DE CASTRO , a quem D. Luiz Salazar,Casa de Syl

de Salazar de Caſtro , Diogo Gomes de Figueiredo , va,torn, 2, liv ,6.cap.


10. pag.47.
e outros , chama) Dona Violante : porém de huma

hesap Certidað tirada da Parochia do Salvador de Elvas ,


que vinos do Bautiſmo de ſeu filho , conſta ſer o ſeu
JE

none D. Maria . Caſou a 30 de Agoſto do anno de

1624 com D. Miguel da Sylva , que naſceo no anno

de 1597 , deſcendente por varonía da antiga Familia


20 D.
de Sylva ; e tivera ) os filhos ſeguintes : =

FERNANDO DA Sylva , com quem ſe continúa. =

20 D. JOAõ DA SYLVA , que foy bautizado na Pa

3. roclia. do Salvador da Cidade de Elvas a 7 de Abril


de
.
942 Hiſtoria Genealogica

de 1630. Foy Commendador na Ordem de Chriſto,


do Conſelho de Guerra , Tenente General da Caval

laria de Alentejo , poſto com que ſervio na guerra

com grande valor , e ſciencia ; de ſorte , que foy ge

ralmente eſtimado , diſtinguindo-ſe em muitas occa

fioens , que ſe devera ) tanto ao ſeu valor , como à

ſua prudencia , como refere largamente em muitas


partes a Hiſtoria , que eſcreveo o Conde da Ericeira

D. Luiz de Menezes , e as Memorias daquelle tempo,

que faraó glorioſa a ſua memoria em todos os fecu

los , ornando a ſua illuſtre peſſoa com excellentes para


!
tes ; porque foy dotado de juizo , e prudencia , dif 1

creto , e favorecido das Mufas , e hum dos eſtimaveis

Cortezãos do ſeu tempo ; dado à liçaõ dos livros , e


ultimamente à da Myſtica , e vida eſpiritual, que fe

guio com prudentes diflames , para acabar chriſtãa


mente a 11 de Fevereiro de 1712 . Nao caſou , teve

natural a Fr. MANOEL DA Sylva , Religioſo da Or

dem dos Pregadores , onde teve o grao de Meſtre em


Theologia : foy douto , e eſcreveo hum Tratado fo
bre a Bulla da Cruzada . = 20 D. ALVARO DA SYL

VA , que paſſou a ſervir à India , e lá morreo . = 20 D.

ISABEL DE JESUS , Religioſa no Convento de S. Do



mingos de Elvas. = 20 D. FERNANDO DA SYLVA

naſceo em Elvas , e foy bautizado na Cathedral da

quella Cidade a 27 de Junho de 1627. Succedeo na

Caſa dos Abreus , que venceo aos Condes de Villa

Flor : ſervio na guerra com o poſto de Capitað de

Cavallos Couraças, e depois Governador da Praça de


Caſtello
da Caſa Real Portug . Liv. XIII. 943

in
Caſtello de Vide : faleceo no anno de 1695 , haven

Cat do caſado no primeiro de Mayo de 1657 com D. Ca

tharina de Caſtro ſua tia , irmãa de ſua māy ; e tive


rað os filhos ſeguintes 21 D. MIGUEL DA

sur Sylva PESSANHA , com quem ſe continúa. = 21 D.


JOSEPH Da Silva , que foy Capitao de Infantaria ,
e morreo em Novembro de 1704 , vindo embarca

do em huma Armada , que ſe recolhia a Lisboa.

21 D. ALVARO DA SYLVA , que naſceo a 27 de No

vembro de 1660 , e foy Religioſo da Ordem dos Pré


gadores , que leo por muitos annos a Cadeira de Mo
ral de Noſſa Senhora da Eſcada , e morreo a 20 de

Novembro de 1741. = 21 D.Joao Da Silva , tam


bem Religioſo da meſma Ordem . = 21 D. ISABEL

DA APRESENTAÇÃO , D. MARIA DA ANNUNCIAÇÃO ,

e D. FRANCISCA ROSA DA CONCEIÇAO , todas Re


ligioſas em S. Domingos de Elvas. = 21 D. MIGUEL

DA Sylva PESSANHA naſceo em 5 de Setembro de


1658 , ſuccedeo em todos os Morgados , e Caſa de
72
ſeus avós , e no dos Peſſanhas de ſeus tios . Foy Com
miſſario Geral da Cavallaria na Provincia de Alente

jo , Governador do Forte da Junqueira , Cavalleiro


:D
da Ordem de Chriſto : foy corteza) , ententendido ,

com applicaçaõ à Hiſtoria , e à Politica , que entendeo

prudentemente, e com ſingular modo no trato , e ami

fade. Faleceo a 2 de Fevereiro de 1735 , havendo


7D
caſado com D. Antonia Luiza da Sylva , filha de An

tonio Gonies da Sylva , de quem teve unico = 22 D.

Joseph Da Sylva PESSANHA , que naſceo a ii de


Tom . XI . Uuuuu Abril
944 Hiſtoria Genealogica

Abril de 1717 , e foy ſucceſſor de todos os referidos

Morgados; = 22 e illegitimo a Fr. Joao Da Syl.

VA , que naſceo a 23 de Junho de 1691 , Religioſo


Terceiro da Ordem de S. Franciſco , que foy Miniſ
tro no ſeu Convento de Santarem , e occupou outros

lugares na ſua Provincia .

17 GONÇALO PIRES CARVALHO foy Provedor


!
das obras do Paço , Commendador de S. Pedro de 1

Aguiar na Ordem de Chriſto. Caſou com D. Ca


milla de Noronha , irmāa de Franciſco de Sá de Me
nezes , I. Conde de Penaguiao , Camereiro mor, fi

lhos de Sebaſtiaõ de Sá de Menezes , Capitaó de So

falla , que depois de ter ſervido na India com reputa


çao , morreo valeroſamente na batalha de Alcacere

no anno de 1578 , onde nað podendo fofrer a retira

da , a que a multidao dos Mouros obrigava aos Por.


tuguezes , com incrivel valor , e ouſadia , arremetteo

aos Mouros , dizendo que o ſeu cavallo nað voltava;


e aſſim buſcando a morte , acabou honradamente ; e

de ſua mulher D. Luiza Henriques , filha de D. Fran


ciſco Pereira , Commendador do Pinheiro ; e deſta

unia) naſcera ) os filhos ſeguintes : = 18 Joao Car



VALHO , que morreo moço . 18 LOURENÇO

Pires CarvALHO , com quem ſe continúa. = 18 D.


CATHARINA DE MENEZES caſou com Pedro da Cui

nhia , Alcaide môr de Terena , Commendador de S.

Pedro de Sanguinedo na Ordem de Chriſto , e tive

rað = 19 D. CAMILLA DE NORONHA , que mor

reo menina , = 19 TRISTAO DA CUNHA , que mor


reo

!
da Caſa Real Portug. Liv.XIII. 945
;i modern
reo deſgraçadamente em huma pendencia. = 19 Gil

Vaz da Cunha , que herdou a Caſa ; ſervio na


guerra com reputaçað , e foy Capitaõ de Cavallos ,

e Meſtre de Campo de Infantaria no Exercito da Pro


vincia do Minho : morreo moço em Agoſto de 1665,

ſem ter caſado. 18 LOURENÇO Pires CARVA.


Po
Lho foy Alcaide môr dos Paços , e Caſas Reaes ;
PE
tinha pallado a ſervir à India , donde voltou por mor

te de ſeu irmao para ſucceder na Caſa : morreo no

anno de 1641 em vida de ſeu pay . Caſou com D.

Magdalena de Vilhena , filha de Henrique de Souſa ;


I. Conde de Miranda , e da Condeſſa Dona Mecia de

Villena ; e tiverað os filhos ſeguintes: 19 GON


ÇALO PIRES CARVALHO , que ſuccedendo no offi

cio da Caſa de ſeus progenitores , naõ caſou por


morrer moço . Teve em Dona Marianna Couti

nlo , mulher nobre , a D.ANTONIO DE Santa He

LENA , Conego Regrante de Santo Agoſtinho , que


foy bautizado na Igreja da Encarnaçaõ de Lisboa
JI a 18 de Janeiro de 1656. Foy Prior de Grijó , e de
S. Vicente de Fóra , e teve outros lugares na Reli
-C
giao : foy Conſultor da Bulla da Cruzada ; Religio
ET ſo grave , e de hum candido coraçað , e huma natural
affabilidade. Faleceo a 8 de Janeiro do anno de 1735 .

6 18 Joað CARVALHO , que foy Religioſo da

Companhia . — * 18 HENRIQUE CARVALHO E Sou

SA , com quem ſe continúa. = 18 LOURENÇO Pires

Carvalho foy Porcioniſta do Collegio Real de Co


imbra , em que entrou a 16 de Outubro de 1657 ,
=) Tom . XI. Uuuuu ü Dou .
946 Hiſtoria Genealogica

Doutor em Canones , Chantre da Sé do Porto , e na

meſma Cidade foy Deſembargador dos Aggravos, e

Juiz da Coroa ; e na de Lisboa Deſembargador dos


Aggravos, e Arcediago de Santarem na Cathedral da

melma Cidade , Deputado da Meſa da Canſciencia ,

e Ordens , de que tomou poſſe a 15 de Mayo de 1676,


Deputado da Junta dos Tres Eſtados , Sumilher da
1
Cortina delRey D. Pedro II . , que no anno de 1692

o nomeou Biſpo de Lamego , que nao aceitou : en


carregoulhe o Regimento dos novos direitos , e ou
tros que fez : fervio de Provedor das obras do Paço

na menoridade de ſeu ſobrinho : foy Commiſtario Ge


ral da Bulla da Cruzada , de que tomou poſſe a 27 de

Novembro de 1694 , em que trabalhou muito , co


mo ſe vê nas Obras , que imprimio , en dous Tomos:

Quæſtiones ſelecte duodecim de Bulla Sancte Cru

ciatæ , impreſſo em Lisboa em 1698. Epithome das


Indulgencias , e Privilegios da Cruzada , com addic

ções , impreſſo no anno de 1697. Compoz mais : Enu


cleationes Ordinum Militarium , & *c. dous Tomos ,

impreſſos no anno de 1693. Razoens offerecidas pelo

IlluAriffimo Senhor Arcebiſpo de Evora , fobre o nuo

haver de applicar as penas pecuniarias, e as commuta


ções de degredos, à Bulla da Santa Cruzada. Res

poſta a ellas por parte da Cruzada , impreſſo no an


. no de 1695 ; e deixou muitas outras Obras adianta

das , que ſe naõ imprimira ) , e feraõ hum eterno tef


temunho da fua litteratura , e applicaçao. = 18 D.
MECIA DE VILHENA caſou com Chriſtovao de Mel
lo ,
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 947

lo , Porteiro môr da Caſa Real , Capitaõ de huma

das Companhias da Guarda Real , Alcaide môr de


wali de Algodres na Ordem de
Serpa , Conimendador
Chriſto , e da de Serpa na de Aviz : ſervio na guerra ,

e foy Capitað de Cavallos , e ſe achou no ſoccorro

31. de Elvas no anno de 1659 , Governador , e Capitað

General de Mazagao ; e tiverað os filhos ſeguintes :


1
= 19 Luiz de Mello , que foy Porteiro môr , e

teve a mais Caſa de ſeu pay : morreo ſem cafar , e

teve illegitimo a Fr. FRANCISCO DE MELLO , Re

So. ligioſo da Ordem dos Prégadores . = 19 FRANCISCO

DE MELLO , que morreo moço a 23 de Agoſto de


1667 , ſem eſtado. = 19 D. FRANCISCA DE VILHE

NA caſou com D. Franciſco de Caſtro , Almirante de

Portugal, &c . e a ſua illuſtre deſcendencia deixámos

referida no Capitulo XV . do Livro XI . pag . 288. =

18 D. FRANCISCA DE VILHENA , Religiola Carme


lita Deſcalça no Moſteiro de Carnide , junto a Lif
boa . = 18 D. CAMILLA DE VILHENA , Religioſa

no Moſteiro de Santos , da Ordem de Santiago. =


Tema
18. D. IGNEZ DE VILHENA , Religioſa no dito Mof

teiro , de que foy Commendadeira , nomeada no an

no de 1692. Faleceo em Janeiro de 1722 com mais

de cem annos de idade . = 18 HENRIQUE CARVA


R
LHO E Sousa por morte de feu irmao ſuccedeo na

༡༡ ¥ ua Caſa , foy Provedor das obras do Paço , Senhor

da Villa da Azambugeira , e dos Morgados de Pata


0.7
lim , Commendador de S. Pedro de Aguiar na Ore
of l
dem de Chriſto : morreo infelicemente em huma pen
dencia .
1
a
948 Hiſtoria Genealogic

dencia . Caſou com D. Helena de Tavora , filha de

Martim Affonſo de Oliveira , Morgado de Oliveira,


como diſſemos no Capitulo XIII . 8. II. do Livro XI .

pag. 237

CAPITULO VI.

De D. Antonio de Caſtro , IV . Conde de Mon

1
ſanto. 1

16 Omo primogenito de D. Luiz de Caſtro,


e de D. Violante de Ataide , Senhores da
C.
Caſa de Monſanto , lhe ſuccedeo D. Antonio de Cal

tro , que foy IV . Conde de Monſanto por merce del

Torre do Tomb.Chan. Rey D. Filippe II . de juro , e herdade para ſempre,


cellaria delRey D. Fie por Carta de 23 de Outubro de 1582. Padeceo eſte

lippe II. liv.6.pag. 207. Senhor diverſos contratempos na ſua vida ; porque
no reynado delRey D. Sebaſtiao o mandou prender

rigoroſamente no Caſtello de Lisboa pelo culparem ,


de que queria entregar a Fortaleza de S. Juliao da

Barra aos Francezes : porém averiguada a verdade,


e conhecida a ſua innocencia , lhe reſtituîo a ſua hon

ra , e preeminencias da ſua Caſa. Entrou em Portu

gal ElRey D. Filippe II., e foy D. Antonio hum dos

ſeus ſervidores para conſeguir o Reyno , e elle o atten

deo , fazendo-o Conde , conio diſſemos: porém depois

padeceo outro contratempo , ſemelhante ao que aca

bamos de referir , por o criminarem , que tinha deter


minado
da Caſa Real Portug . Liv. XIII. 949

minado entregar a ſua Villa de Caſcaes ao Prior do

Crato , pelo que foy mandado para Caſtella com ſua


mulher , e filhos , onde eſteve algum tempo , e nelle
a.
ſe purificou , e foy reſtituido à ſua liberdade. Voltou

para o Reyno , onde morreo en o anno de 1602 .


-

Caſou com a Condeſſa Dona Ignez Pimentel, com Chronica dos Carmeli
quem fundou o Moſteiro de Noſſa Senhora da Pieda- tas Deſcalços, tom. 1,
liv.2 . cap. 18 p28: 334
de da Villa de Caſcaes no anno de 1594 : foy Senho

ra de grande virtude , e della faz mençað a Chronica

dos Carmelitas Deſcalços. Era filla de Martim Af


fonſo de Souſa , Senhor do Prado , e Alcoentre , Go

vernador da India , e de ſua mulher D. Ignez Pimen

tel , filha de Arias Maldonado , Senhor de Avedilho ,

Commendador de Elches , e de D. Joanna Pimentel ,


al
irmãa do I. Marquez de Tavera ; e tivera ) os filhos
ſeguintes : = 17 D. LUIZ DE CASTRO , V. Con

de de Monſanto , que occupará o Capitulo VII. =


*
17 D. MARTIM AFFONSO DE CASTRO , adiante.

= 17 D. ALVARO DE CASTRO , que morreo em

Caſtella . = * 17 D. MARTIM AFFONSO DE Cas

TRO foy Commendador da Alcaçova de Santarem , e


Si de outras na Ordem de Aviz , General das Galés def
24
te Reyno , e Vice-Rey da India , XIX . dos que ti- Faria , Aſia , tom. 3:
part.2.cap.8. pag.166,
f vera ) eſte grande poſto. Caſou com D. Margarida
omo de Tavora , Dama do Paço , filha de Alvaro de Sou
7, ſa , Capitað de Chaul , Commendador de S. Pedro
haha de Torrados , e de S. Joaõ de Sifaens na Ordem de

Chriſto , e Senhor do Morgado de Alcube; e de fua


mulher Dona Franciſca de Tavora , irmãa do I. Mar
‫این‬ quez
an
950 Historia Genealogica

quez de Caſtello -Rodrigo , Vice -Rey de Portugal ,


do Conſelho de Eſtado , Eſtribeiro môr , e Valido del

Rey D. Filippe II . ; e tivera ) os dous filhos ſeguin

tes : = 18 D. JORGE DE CASTRO , que ſuccedeo


na Caſa , e Commendas de ſeu pay , e morreo moço
no anno de 1622. 18 D. FRANCISCA De Tavo

RA , que caſou com Fernando Telles de Menezes,

IX . Senhor , e I.Conde de Unha ) ; e eſta illuſtriff

ma uniao deixámos referida a pag . 317 do Tomo V.

CAPITULO VII.

De D. Luiz de Castro , V. Conde de Monſanto.

17 Uccedeo no anno de 1604 por morte do


S Conde D. Antonio de Caſtro em toda a

ſua grande Caſa ſeu filho primogenito D. Luiz de


Caſtro , e foy V. Conde de Monſanto , Senhor de

Caſcaes, Lourinhãa , Reguengo de Oeiras ,Caſtello

Mendo , Povoa delRey ,


Villa -Franca , Boca , Co
va , S. Lourenço do Bairro , e ſeus Padroados, do

Reguengo delRey , e outras terras , Alcaide môr de


Lisboa , Fronteiro nôr , Couteiro môr , e Coudel

mòr. A repreſentaçao da ſua Caſa, a prudencia , e


de que ſe adornava , dignas de hum tað gran
partes ,
de Senhor , o inculcarað para o Conſelho de Eſtado ,

que exerceo com tanto acerto , que eſtando nomea

do Preſidente do Deſembargo do Paço , morreo em


Janeiro

1
da Cala Real Portug. Liv. XIII. 951

Janeiro de 1612. Caſou com D. Mecia de Noronha,


uc
que faleceo a 24 de Novembro de 1615 , filha de D.
Antonio de Noronha , que no anno de 1571 foy no
Copa
meado Vice- Rey da India , onde tinha feito grandes
10
ſerviços, e de ſua mulher D. Franciſca de Noronha ;
TAL e tiverað os filhos ſeguintes :
18 D. ALVARO PIRES DE CASTRO , VI. Con

de de Monſanto , I. Marquez de Caſcaes , & c. e da

ſua peſſoa, e eſclarecida poſteridade deixámos feito


memoria no Livro III . Capitulo VIII. pag . 540 do

Tomo II . , a que agora accreſcentaremos, que Dom


Manoel de Caſtro , III. Marquez de Caſcaes, VII .
Conde de Monſanto , faleceo a 29 de Agoſto de 1742 ;

e foy ſeu ſucceſſor D. Luiz de Caſtro , que foy IV .

Marquez de Caſcacs, X. Conde de Monſanto , que

caſou a 20 de Setembro de 1738 com Dona Joanna

13 Perpetua de Bragança , como eſcrevemos no Livro

‫لی‬ VII . Capitulo XIX . pag . 506 do Tomo VIII ., o qual


morreo a 14 de Março de 1745 , ſem que deſta ef
clarecida uniao houveſſe filhos. Teve o Marquez

Ci Dom Luiz illegitinio a D. Joseph EsTANISLAO DE

CASTRO , pelo que a Caſa de Caſcaes paſſou a ſua


$
irmãa Dona Maria Joſeph da Graça de Noronha de
Mul"
Caſtro , Marqueza do Louriçal , mulher de Dom

Franciſco de Menezes , II. Marquez do Louriçal ,

VI . Conde da Ericeira , filho de D. Luiz de Mene


2
zes , I. Marquez do Louriçal, V. Conde da Ericei 4
ad
ra ‫ܕ‬, & c . e de ſua mulher a Condeſa Dona Anna de
3
77
Rohan , de quem tratámos a pag. 578 do Tomo V. ,
2" XXXXX
Tom . XI . a que

1
952 Hiſtoria Genealogica

a que agora accreſcentaremos, que ſendo o Marquez


Dom Luiz mandado ſegunda vez por Vice-Rey do

Eſtado da India , para onde partio de Lisboa a 7 de


Mayo do anno de 1740 , depois de huma dilatada ,

e trabalhoſa viagem , deſembarcou em Goa a 13 de


Mayo do anno ſeguinte : e quando ſe via com o ſeu

governo reſpirar o Eſtado dos grandes trabalhos ,em


que ſe vira ; porque com felicidade reſtaurou a Pro

vincia de Bardés , deſaſſombrando a Ilha de Goa ,

obrigou a lhe pedir a paz o Bonfuló , conhecido pelo


nome de Queima Santos ; elle lha concedeo por hum

Tratado muy ventajoſo ao Eſtado , e de grande glo


ria do Marquez , que ſe aſſinou em Goa a n de Ou

tubro de 1741 : e quando ſe achava occupado nos ini

portantes cuidados de rebater os inimigos do Eſtado ,

Îhe fizeraõ eſtes huna entrada pela Provincia de Sal


13 fete , a cuja expediçaõ mandou o General Manoel

Soares Velho , de quem tinha largo conhecimento , e


benı merecido conceito , dandolhe as inſtrucções, do

que havia de obrar , o qual felizmente triunfou dos


. inimigos , conſeguindo huma glorioſa vitoria. Acha

va-ſe neſte tempo o Marquez Vice -Rey com hum


leve ataque da
gotta , a qual ſe aggravou de forte ,
que eni curta doença lhe tirou a vida , e morreo a 12

de Junho de 1742. Foy grande a conſternaçaõ daquel


la Cidade , e em toda a parte muy fenſivel eſta noti

cix ; porque foy o Marquez D. Luiz Varað grande ,


ornado de excellentes virtudes, que nos farað ſempre

faudoſa a ſua memoria ; porque à fua grande peſſoa


deve
da Caſa Real Portug. Liv. XIII. 953

devemos por largos annos huma


eſpecial merce , li
RT
vre dos rebuços da affectaçað ; a affabilidade do ſeu ge

nio ſoube fazer amavel , com leve trato , a ſua pel

ſoa , que agora vemos eterniſada no Epitome da ſua

Vida , que com a admiravel eloquencia da ſua eſtima


diſſima penna eſcreveo o Padre D.Joſeph Barboſa ,
mr
e ſe imprimio no anno de 1743.
= 18 D. FRANCISCO DE CASTRO , que no anno de

1618 paſſou à Italia por ſe achar preſente em Caſcaes

a huma cutilada , que ſe deu no Corregedor de Tor


res Vedras , a quem elle havia dado com huma ben

galla , e lá morreo , fem eſtado , e nað teve ſuccef

fao. = 18 D. RODRIGO DE CASTRO , que morreo

moço. = 18 D. FRANCISCA DE NORONHA , que


foy Commendadeira do Moſteiro da Encarnaçaõ de
Lisboa , da Ordem Militar de S. Bento de Aviz , lu

gar em que ſuccedeo a ſua tia . = 18 D. JOANNA


DE NORONHA , Freira no dito Moſteiro , onde foy
tambem Commendadeira. = 18 DONA ANNA , D.

CD GUIOMAR , e D. VIOLANTE , todas Freiras no referi


do Moſteiro .

2 ‫مه‬
‫ر‬

. FI M.
2013"

Tom . XI . Xxxxx ii TABOA


}

{
Freira cm Lorvao. do Louro .

XII Do 1. D. Franciſco de Eça , I. D. Chriſto- I. D. Maria de I. D. Jeronymo de Eça , da


Embaixador de Rey D. vaó de Eça , Eça calou
calou com Conſelho delRey D. Manoel;
D Manoel a Caſtella . Ca. Clerigo. Jozó Fogaça , no anno de 1514 Caſou con 1
V 1
fou com D. Grimaneza Taboa XX . Védor da Caſa D. Maria Tibao , filha de Afo
ca Calco , filha de Nuno
delRey D. Joaó fonto Tibao , Cidadao hone
Caſco , Taboa XX. II . rado de Lisboa ,

D Maria de D. Garcia D. Fernan- Dona Iſabel de D. Cathari. D. Joanna


KUI
EÇD . Mecia de Eça, * do de Eça , Eça caſou com na de Eça , de Eça ,
S.G 4
Co , Freiras * moço , Lourenço de Freira em Freira ' na
cobiteiro de S. G. Souſa da Syl. Lorvao , da Elperança
de Lira

!
!

ľ
1

1
IN D E X

DOS NOMES PROPRIOS , APPELLIDOS ,

e couſas notaveis.

O numero denota a pagina.

Affonſo Dias, Guarda môr delRey D.


A Sancho I. 214.
D. Affonfo de Eça , com quem caſou,

A Abrantes " Duque de 178 , D. AlfonſoHenriques da Cunha , S :


nhor de Alcoctas , o ſeu caſamen
183,185 , 189
D. Affonſo V. ( ElRey ) Embaixada, 10,6 35.
que mandou ao Papa Eugenio IV . D. Affonſo de Lencaſtre , Commen
e ſobre que materia , 380. Quem dador môr de Santiago , de quem
era filho , 33. Que mais Commen
foy o Miniſtro della , ibid.
D. Alfonſo , Senhor de Caſcaes , de das teve , 77. Affiftio às Exequias
quem era filho , 626,678 3. De delRey Dom Sebaſtiao na Igreja de
que terras foy Senhor , ibid. Per Belem , ibid . Seu caſamento , e ſuc
fuade - o o lofante D. Pedro à entre ceſlao , 78 .
ga do Caſtello de Lisboa , mas ſem D. Alfonſo de Lencaſtre , Marquez de
effeito , 784 , e ſeg. Acompanha a Porto Seguro , 102. Pertende tirar
Rainha D. Leonor , quando partio os Eſtados da Caſa de Aveiro a ſeu
para o Crato , 785. Quando fale fobrinho D. Raymundo de Lencal
ceo , e aonde , ibid . Com quem ca tre , 123,2 180. Quando naſceo ,
fou a primeira vez , ibid, e a ſegun 178. Achou -ſe na reſtauraçao da
da , 802 . Bahia , 179. Foy Capitao General
Afonfo de Albuquerque , Governador dasGalés de Portugal , ibid . Por
da India , com quem caſou , 812 , morte de ſua mulher ſe fez Sacer
Quando faleceo , ibid. dote , 181. Quando faleceo , ibid .
Afonſo Annes das Regras. Quem era , Com quem foy caſadc , ibid. Sua
e com quem foy caſado , 790 . ſucceſlao , 183 .
D. Affonſo de Aragao , Duque deVil- D. Alfonſo de Lencaſtre , Alcaide môr
la -Hermoſa , com quem calow , deObidos ,com quem caſou , 717.
D. Affonſo Manoel , Commendador
646 , e425 .
D. Affonſo Barrantes , ſeu caſamento , de Santa Chriſtina de Tife, ſeu ca

c luccellaó , 433 . fomento , e ſucceſlao , 434 .


D. Affonſo Bautiſta de Aguilar Mom D. Alfonſo Manoel de Menezes ( o
roy da Gama , com quem caſou , c Deſembargador ) de quem he filho,
523. Que lugares tem occupado ,
que filhos teve , 526. ibido

1
Index

ibid . Obras que tem eſcrito , 522. Alcanede ( Conde) Dom Franciſco de
D. Alfonso de Menezes , 18. Senhor Lencaſtre , 286.
da Ponte da Barca , de quem era fi- Alconchel ( Senhores de) 407,412 ,
Jho , 517. Com quem caſou , ibid. c413
Que filhos teve , 518 . D. Aldonga de Eça , mulher de D. Pe
D. Alfonſo de Menezes , Xl. Senhor dro Lobo , de quem era filha, 724.
da Ponte da Barca , ſeu caſamento , Com quem caſou ſegunda vez , ib,
520. e 738 .
D. Affonſo de Noronha , ſeu caſamen- D. Aldonça Manoel , Condeſſa de Va
to , e ſucceſlaó , 344. lença , de quem era filha , 636.
D. Alfonso de Noronha , V. Conde de Aleixo de Souſa da Sylva , Apoſen
Odemira , com quem caſou , 934 . tador môr , com quem calou ,777,
D. Affonſo Pacheco Portocarrero, quan- Alexandre de Souſa , Capitaó de Chaul,
tas vezes caſou , e com quem , 396. com quem calou , 503 , que filhos
D. Affonſo Telles Girao , Senhor de teve , 504
Frechoſo , com quem caſou , 633. Alexandre de Souſa Freire , Gover
De que Familias foy progenitor , nador de Mazagao , ſeu caſamea
to , e ſucceſao , 506 , e921 .
ibid ,
D. Affonſo de Vaſconcellos , Conde de Alexandre de Souſa Freire , outro ,
Penella , queſtao que houve entre Governador do Maranhao , de
elle , e D. Joao de Noronha o Den quem era filho , 508. Com quem
tes , ſobre precedencias , 86 7. Car caſou , e que filhos teve, 509.
ta do Duque de Bragança D. Fer- Almada . Provedores da Caſa da India,
nando , em que pede a El Rey a de 249 , e ſeg.
ciſaó deſta queſtao , 868. Almeida. Condes de Affumar , 533 ,
Fr. Agoſtinho de Caſtro , Arcebiſpo e 536. Alguns Fidalgos deſte Ap
de Braga , vide Dom Pedro de Casa pellido , 555.
tro, Almirantes. D. Joao de Caſtro , 287.
D. Agoſtinho de Lencaſtre , & c . II. D. Franciſco de Caſtro , 288. D.
Duque de Abrantes , quando nal Joao Joſeph de Caltro , 289. Dom
ceo , 183. Que titulos teve , ibid. Luiz Innocencio de Caſtro , ibid.
D. Antonio Joſeph de Caſtro , 290.
Seu caſamento , e ſucceſlao , 184 ,
Almot acé mor. Prerogrtivas deſte of
e leg.
Aguiar. Alguns Fidalgos deſte Appel ficio , 423
D. Alonſo Pimentel, V. Conde de Be
lido , 745
navente , com quem caſou , 626.
Aguila ( Marquezes de ) donde pro
cedem , 639 Alvarenga ( Senhores de ) 658 ,
Alameda ( Marquezes de ) donde pro ſeg.
Alvaro de Abranches , feu caſamento ,
cedem , 633
265 , e 270. Sua ſuccellaó , 271 .
Alaraz ( D.Pedro ) quem era , 450. Alvaro de Carvalho, Senhor do Mor
Com quem caſou , ibid .
gado de Carvalho , com quem ca
Alverno's ( Franciſco Paes de ) quem fou , 725 , e 740. Sua luccellaó ,
fora ó ſeus aſcendentes , 502 .
Alcaçova Carneiro. Alguns Fidalgos ibid.
1 Aivaro de Carvalho , outro . Achou
deite Appellido , 555
ſe no litio , que os Mouros puze
Alcalá (Marquezes de ) donde pro
raó no anno de 1562 a Mazagao ,
ccdem , 633 . 752 .
das couſas notaveis.

752 , Soccorro que lhe mandou a 98. Sua morte , 99. Quando ca
Rainha Regenie , ibid . Valor com ſou , e com quem , ibid . Vifiia - o
que defendeo etta Praça , ibid . e ElRey em ſua caſa , e com que for
leg . Com quem calou , 753. Sua malidade , 99 , eleg. Sua lucccf
fuccellaó , 754. faó , 101 , e leg.
Alvaro de Carvalbo , outro , 755. D. Alvaro de Lima , com quem ca
Seu caſamento , 756. fou , 733
D. Alvaro de Caſtro , l. Conde de D. Alvaro Luiz Fernandes de Cordo
wa Munanio , com quem caſou , 801 , va , II , Marquez de Valençut la ,
e 802. Sua aicendencia , ibid. e feu caſamento , e fucceffaó , 481 .
ſeg. Quando faleceo , e aonde , D. Alvaro Manoel , Senhor de Ata
806. Sua lucceflaó , ibid . laya , de quem era filho , 549. De
D. Alvaro de Caſtro , Senhor de Pe que terras foy Senhor , 553. Paſ
nedono , ſeu calamento , e ſucceſ fou a Italia , e viveo em Veneza ,
; ;?: ſać , 932 . ibid . Quando faleceo , e aonde jaz ,
D. dlvaro de Caſtro , Senhor de Fon ibid. Com quem calou , e que fi
te Arcada , com quem calou , e lhos teve , ibid. e ſeg.
w
que filhos teve , 935. Alvaro Paes , com quem foy caſa
D.Alvaro de Cordova , Senhor de do , 790 .
Valençuela , o ſeu caſamento , 435 , Alvaro Peres de Andrade , com quem
e477 . Sua ſuccellao , ibid. calou , 884 , e 885. Que Gilhos
D. Alvaro de Cordova , outro , quan teve , ibid ,.
tas vezes caſou , e com quem ,478. D. Alvaro Pires de Caſtro, que mer
‫دنده نهد‬ Que filhos leve , ibid . ces lhe fez ElRey D. Pedro 1.803 ,
D. Alvaro da Coſta , Reytor da Uni e leg. Foy Conde de Arrayolos , e
verſidade de Coimbra , de
quem de Vianna , ibid . E o primeiro Con
era filho , 892 . deſtavel de Portugal , 804. Com
Alvaro Foſeph Botelho , II. Conde de quem calou , 805. De quem era
S. Miguel , leu caſ mento e fuc filho , e aonde jaz ſepultado , ibid.
ceſlao , 900 , cy10. D. Alvaro Pires de Caſtro , Vi . Con
Alvaro Leite Pereira , com quem de de Monſanto , 951 .
cajou , 708. D , Alvaro Pires de Caſtro , outro ,
D. Alvaro de Lencaſtre , III . Duque com quem caſou , 767.
de Aveiro , pretextos com que per- Alvaro Pires de Tavora , Senhor do
tenderaó malquiitallo com ElRey, Mogadouro , ſeu caſamento , e ſuca
84, Fundamentos com que le op cellaó , 628 , e ſeg.
poz ao Ducado de Aveiro , 87. Alvaro Pires de Tavora , Repoſteiro
Palla à Corte de Madrid a ſeguir mor , com quem caſou , 717 .
elta pertençao , 91. Conclulaó deſ. D. Alvaro de Portugal, 11. Conde de
te negocio , 92. Merces que lhe Gelves , o ſeu calamento , 478.
fez EiRey , ibid. Pertende o trata- D. Alvaro de Portugal , ouiro , com
mento de Excellencia , e quando , quem caſou , 935.
e por quem lhe foy conferido , 94. Dom Alvaro de Souſa , Capitao da
Familiaridade com que viſitava os Guarda Real Alemia , o ſeu caſa
Religioſos da Arrabida , 96. Man mento , 855 , que filhos tve , 857.
da levantar huma eſtatua na Serra D. Alvaro da Sylveira , com quem
da Arrabida , ibid. Suas Fundações, calou , 229 .
D
Index

D.Alvaro da Sylveira , outro , Com no Caſtello de Lisboa , e degradada


mendador de Montalvaó , o ſeu ca para Toledo , 501 .
D. Anna de Ataide , mulher de Dom
Alvi to nto
ſame , 774
( Baro ens de ) 264 , e leg. Alvaro de Caltro , de quem era fi
Duques de Alvito , 494 , e ſeg. Tha , 932 ,
Amayuelas (Condes de ) donde pro- D. Anna de Borja e Aragao , V. Prin
ceza de Eſquilache , com quem ca
cedem , 639 .
Ambroſio de Aguiar Coutinho , Se ſou , 402 .
nhor da Capitanía do Espirito San- D. Anna de Caſtella , Marqueza de
to , quantas vezes caſou , e com Valençuela, de quem era filha,481.
D. Anna de Caſtro , filha de Lopo Vaz
S. quem
Anaſtaſia
, 714 .
( Baſil ica de ) em Roma , de Camoens com quem caſou,

poré qu em y nci peica


dif da , 276 . 1na
Andr Doriafo
, Priree de Me li , a D.76
An . de Caſtro , filha do III. Ba
raó de Alvito , o ſeu caſamento ,
ſua aſcendencia , 115 .
André Doria , VI. Principe de Melfi , 890 .
ſeu caſamento , e luccellao , 485 . Anna Chaboth ( A Princeza ) a ſua af
cendencia , 601.
André Imperiali , I. Principe de Fran
queville , feu caſamento , 487. D. Anna de Cordova e Caſtella, IV.
André Pereſtrello de Antas , com Marqueza de Valençuela , de quem
era filha , 482 .
quem
Andr é Telcalou , Me
les de 7 20.
nezes , ſeu caſa- D. Anna da Cunha, ſegunda mulher
de D. Diogo de Aguila , Senhor de
D.me
And o , 47
ntrea 0hec
Pac . o Sarmento , Mar Villa - Viçola , de quem era filha ,
queza de Caſtro - Forte , de quem 639 .
era filla , e com quem calou , 412 , D. Anna da Cunha , mulher de Dom
D. Ang ela Coutinho , filha de Ruy Diogo da Cunha , de quem era fi
Mendes , com quem caſou , 778 . Tha , 640 , e 642.
D. Angela Maria de Albuquerque , D. Anna Doria Colona , Duqueza de
mulher de D. Antonio de Menezes , Torres Novas, de quem era tilha,
110 , e 115. Seu caiamento , 111,
D. de
Anquem erari
gela Ma a de, 415
filha . al , mu
Portug Com que magnificencia foy rece
lher de Pedro da Sylva da Fonſe bida no deſembarque , ibid. e ſeg.
de quem era filha , 505 , e Quando faleceo , 115 .
ca , D. Anna de Eça , mulher de D. Ayres
D.920.
Angela de Mendoça , filha de Fer Correa , de quem era filha , 726 ,
nando de Mendoça , quantas vezes e Anna
732 . de Eça , ou Henriques, mu
calou , e com quem , 849. D.
de
D. Angela de Menezes , Prioreſſa do Ther de Fernando de Mendoça ,
quem era filha , 768 .
Convenio
ro de ViS.llDomingos
, e do de dePoAvei
a -Nova do rto , D. Annada Guerra , mulher de Pe
dro Lopes de Soala , Senhor de
em a nh a ,3mu
D.deAnqu
ge dea No
la er filh
ro , 90 . lher de Alcoentre , quem forao ſeus pays ,

Antonio Lobo de Mello , de quem D.741 , Helena de Caſtro , mulher de


Anna
D. era
Anfilha
na de, Ar
848ag.ao , filha de D. Fra Maroc ! Telles de Faro , de quem
dique Manoel, porque foy recluſa era filha , 770. D. Anna
das couſas notaveis.

D. Anna Foachina de Lencaſtre ,mu- D. Anna de Mendoça , mulher de An


lher de Gonçalo de Almeida Souſa tonio de Mello de Caſtro , Vice- Rey
e Sa , de quem he filha , 364, da India , de quem era filha , 850.
D. Anna Foachina de Menezes, mu- D. Anna de Mendoça , mulher de
jher de D. Antonio de Azevedo , Luiz de Mendoca , de quem era
filha , 470 .
quem forao ſeus pays , 838.
D. Anne de Lencaſtre , Commenda- D. Anna de Menezes , mulher de Si
7 deira de Santos , de quem era filha, maó da Coſta Freire , de quem he
203. Eſtimaçao que della fazia o filha , 520.
Cardeal Rey D. Henrique , 204. D. Anna de Menezes , mulher de Si
E os Reys Filippe II . c Ill. ibid. mao de Mello de Sampayo , 698.
Santuario de Reliquias , que ajun Com quem caſou legunda vez ,
tou , ibid . Quanto enriqueceo o ibid .
ſeu Convento de Reliquias , e al- D. Anna de Menezes , mulher de D.
fayas , 206. Pedro da Cunha , de quem era fie
D. Anna de Lencaſtre , mulher de D. lha , 81 .
Fernando Maſcarenhas , de quem D. Anna de Menezes , Condeſſa da
era filha , e quando faleceo , 323 . Feira , quem forað ſeus pays , 887.
D. Anna Manoel , mulher de Jorge D. Anna de Milá , Abbadeſía da El
. perança de Lisboa , de quem era fi ,
de Mello Coutinho , quem forao
Īha , 473 .
ſeus pays , 406 . Anna de Ornano , Condeſſa de Hare
D. Anna Manrique de Cardenas, Du-
queza de Torres Novas , de quem court , quem foraó ſeus pays , e
era filha, 117. Quando faleceo , avós , 325.
116. Onde jaz ſepultada , 117. D. Anna de Roxas , VI. Senhora de
Seu Epitafio , 118. A ſua Arvore , Requena , com quem caſou , 637.
D. Anna de Sande ,Marqueza de Por .
D. 121
Ann.a Maria de Cordova , Mar. to Seguro , ſeu caſamento , e ſuc
73
queza de Valençuela , quem forao cellao , 181 , e ſeg. Quando fale
ceo , 182. De quem era filha , ibid.
D ,leus
Annapay s , 480
Maria de. Lencaſtre , mulher D , Anna da Sylva de Alarcaő , mu
de Franciſco Serraó de Almeida , de lher de Luiz Lopes de Carvalho ,
Senhor de Negrellos , e Abbadim ,
quem era filha , 226.
D. Anna Maria Spinola , VII. Duo de quem era filha , 677 , 0761 .
D. Anna da Sylveira , filha de Fran
queza de Arcos , 170 .
Anna da Maya , mulher de Pedro de ciſco da Sylveira , quantas vezes ca
Caſtro , Alcaide mór de Melgaço, fou , e com quem , 770 .
D. Anna de 1 avora ( A Condella )
de quem foy filha , 662 .
D. Anna de Mello , filha de Manoel quem foraó ſeus pays , e avós ,
de Mello o Salmonete , com quem 291 , 537,0 551.
kin D. Aria de Vaſconcellos , mulher de
D. caAnna 665
ou , de . o , filha de Antonio
Mell Dom Rodrigo de Lencaſtre , Co.n.
co Pereira de Lacerda , o ſeu caſamen mendador de Coruche , de quem
era filha , 343 .
, 781de
D. toAana . Mendoça , filha de Luiz D. Anna deVaſconcellos ,Condeſſa de
da Sylveira , quantas vezes caſou , Figueiro , quem foraó ſeus pays ,
407 . D. Ana
e com quem , 708. Yyyyy
Tom . XI.
Index

D. Anna de Velaſco e Herrera , Con- Antonio de Barros de Almeida , Ses


della de Benavente , de quem era nhor do Morgado de Real, com
filha , 626 . quem caſou , 655.
D. Anna de Vilhena , filha de D.Ber- Antonio de Baſto Pereira , que luga.
nardim de Menezes , quantas vezes res occupou , e de quem era filho,
caſou , e com quem , 691 , 243 .
D. Anná de Vilhena , terceira mulher Antonio de Brito Tavares , com quem
de Manoel de Soula da Sylva Apo calou , 766 .
ſentador mór , de quem era filha , D. Antonio de Caſtro , IV . Conde de
697 . Montanto , 948. Contratempos
D , Anna Urries , mulher de D. Pedro
que padeceo , ibid. e leg. Seu cala
da Cunha , V. Senhor de Pajares , mento , e ſucceflaó , 949.
quem foraó feus pays , 640. D. Antonio de Caftro , outro , o ſeu
D. Antao de Eça , o dos Mouros , de caſ mento , 875 .
quem era filho , 646 , Antonio Caride , com quem caſou ,
D. Antao de Noronha , Vice-Rey da 664. Lugares , que ſervio ,itid .
India , com quem calou , 885. D. Antonio de Cordova e Aragao,
D. Antonio ( Intanie ) quando naf Senhor de Valençuela , feu cala .
ceo , e aonde foy bautizado , 47. mento e fuccelleó , 479.
Antonio de Albuquerque Coelho , com Antonio Correa da Cunba , com quem
quem calou , 730. Que filhos te caſou , e que filhos teve , 666 ,
e
ve , e quando falceo , ibid. ſeg.
D. Antonio de Alcaçova , Commen- Antonio Correa , Senhor de Bellas,
dador da Idanha , quantas vezes ſeu caſamento , 876.
caſou , e com quem , 857,892 , D.Antonio da Coſta , Senhor do More
e 893 . gado de Mutella , ſeu caſamento ,
D. Antório de Almeida , Commenda e fucceflaó , 727 .
dor de Lardoſa , o leu caſamento , D. Antonio Domingos Fernandes de
531 . Cordova , III. Marquez ce Valen
D. Antonio de Almeida , II . Conde de çuela , com quem calou , e que 6
Avinies , com quem caſou , 909. Thos teve , 481 .
1 D. Antonio Alvares da Cunha , quan. D. Antonio de Eça , ſeu caſamento,
do , e aonde nalceo , 828. Achou
e luccellao , 672 , e leg. Outro ,
ſe na Acclamação de Rey D. Joað 674 .
IV. , 830. Foy Trinchante dos D.Antonio Eftevao da Coſta ,Armei .
Reys D. A fonſo VI . e D. Pedro II. ro mór , com quem calou , e que
831. Ettudos a que foy applicado , filhos teve , 442. De quem era fi
ibid . Seus eſcritos, 872, Quando lho , 728 , e 907.
faleceo , com quem caſou , e que Antonio Fernandes de Cordova , l.
filhos teve , ibid. e leg. Marquez de Valençuela, 479. Com
D. Antonio Alvares da Cunha , Trine quem caſou , e quantas vezes , 480.
chante da Caſa Real , outro , quan - Antonio da Gama, ſeu caſamento ,
do naſceo, e com quem caſou, 841 . fucceflaó , 825.
D. Antonio de Azevedo Ataide e Brio Antonio Gonçalves da Camera , Ca.
to , de que terras he Senhor , 839, çador mór , quantas vezes calou ,
Com quem caſou , 838. Que fic e com quem ; 711 , e leg. c 889
Jhos tem , 839 . Sua luccellao , 712 .
das couſas notavies.

Antonio Gonçalves da Camera , Se- Antonie de Magalhaens , VIII. Se


nhor da Capitanía do Elpirito San nhor da Ponte daBarca , com quem

to , o Grimaldi
ſeu caſame nto ,713. calou , 517.
Antonio , Principe de Mo D. Antonio Manoel , Commendador
naco , quando naſceo , e com quem de Horta Lagoa , de quem era fi
calou , 489 , que filhos teve , 490. lho , e com quem calou , 405 .
jice: D. Antonio de Santa Helena , Prior D. Antonio Manoel, Capitaó de Da.
de S. Vicente de Fóra , de quem maó , de quem era filho , 434 ,
IC D. Antonio Manoel , outro , que ſer
D.era filho
Antoni , 945.ho , Senhor de Lyº
o Jacint viços tez na India , 515. Com
filhos quem caſou , e que filhos teve ,
ra , com quem calou , e que
516 .
tem o
Antoni , Forge
523 . de Mello , Governa . D. Antonio Manoel , III. Conde da
dor da Ilha da Madeira , o ſeu ca Atalaya , com quem caſou , e quan
do falecco , 548 .
ſamento , 704; D , Antonio Manoel , da Congrega
D. Antonio Hofeph de Caſtro, Almie
rante de Portugal , coin quem ca • çao do Oratorio , de quem era fi
ſou , e que filhos tem , 290 . Ího , 564. Porque motivo largou
l, D. Antonio Joſeph da Coſta , ſeu ca. a Roupeta , e quando faleceo , ibid.
ſamento , 443 , que filhos teve , D. Antonio Manoel de Vilhena,man
da por Embaixador a Lisboa o Con .
444. de 'de Harrach , 597.
D. Antonio Foſeph de Mello , com
quem caſou , 441. Sua ſucceſlao Fr, Antonio de Santa Maria , Biſpo
ibid. De quem era filho , 728. de Leiria , quem fora ó ſeus pays ,
Antonio Joſeph Pereira Coutinho , 36. Quando faleceo , aonde jaz ſe
com quem caſou , e que filhos tem, pulcado , e que Epitafio tem , ibid.
D. Antonio Martin de Toledo , 18.
D. Ant . o de Lencaſtre , ſeu caſa .
509oni Duque de Alva , feu caſamento , e
ſucceſlao , 169. Quando , e aonde
183 Antto
D.men oni,o 343 . aſtre, outro, quan .
de Lenc faleceo , ibid.
do nafceo , e com quem calou , D. Antonio Maſcarenhas , de quem
365 , 679. Sua fuccellaó , 366, era filho , e com quem caſou , 409.
Foy à India por Almirante de hu
D.eAnt onio de Lencaſtre , Principal da
680. ma Armada , ibid .
S. 1. P. de quem he filho , 350. Antonio de Mello de Caſtro , III.Con
Antonio Lobo de Mello , feu caſamen de das Galveas , com quem caſou ,
r 350. Que Commendas tem , ibid.
monito
Lobella
, eo ſucc
Anttooni ó , vin
o , Pro cial dos Eremi.
848. Antonio de Mello de Caſtro , Vice
tas de Santo Agoſtinho , de quem Rey da India , 849. Seu caſamen
ang to , e ſucceſlao , 850.
Antera
onifilho
o Lobo, ibid . danha, com quem
deSal Antonio de Mello de Caſtro , outro ,
filhos te
com quem calou , e que
caſou , e que filhos teve , 852 .
Antonio Luiz Coutinho , ſeu catamen ve , 850 , 4851 .
Antonio de Mello de Sampayo , o ſeu
D. 10
Anto Luiz ,de703
ſucceſlao
, e nio , a , II. Mar
Souſ caſamento , 516 , e849 .
quez das Minas , com quem caſou , Antonio de Mello da Sylva , Senhor
do Morgado de Bucellas , ſeu ca
fin famen
554 Yyyyy ii
Tom . XI.
Index

ſamento , e ſucceſlao , 665. do de Cavalleiros, ſeu caſamento,


Antonio de Mello da Sylva , Alcai e ſucceſlao , 653 ;
de mór de Elvas, ſeu caſamento , Antonio Pereira Pinto de Eça , com
e ſucceſlao , 873 . quem caſou , e que filhos tem ,
Antonio de Mello , outro , Alcaide 657 .
mór de Elvas , com quem caſou , Antonio Pereira Sodré , Senhor da
874 , que filhos teve , ibid. e le Villa de Aguas Bellas , com quem
guintes. caſou , 840. Que filhos tem , 841 .
Antonio de Mendoça , com quem ca- D. Antonio Pimentel de Ibarra, IV.
lou , 254 Marquez de Tarracena , com quem
Antonio de Mendoça , Arcebiſpo de caſou , 468 .
Lisboa , que lugares occupou , Antonio Pimentel de Moraes , o ſeu
470 > e ſeg. Contenda que teve catamento , 707 .
com o Capellað mór Luiz de Sou. Antonio de Saldanha de Oliveira e
fa , ibid . Quando faleceo , e de que Soufa , ſeu calamento , e ſucceſ .
idade , 472 . ſao , 242 , e leg. Outro , 244.
D. Antonio de Menezes , Senhor de Outro , 246. Outro , 741 .
Fermolelhe , de quem era filho , Antonio Saraiva de Sampayo, com
412 , 0 413. A ſua ſucceilao , quem caſou , 920.
415 Antonio de Souſa de Mello , o Loyo,
D. Antonio de Menezes , Alcaide mór porque lhe chamarao aſſim , 504
de Cinira , de quem era filho , 415. Seu caſamento , e ſucceſlao , ibid.
Quando faleceo , e com quem ca e919 .
fou a primeira vez , ibid. E ſegun. Antonio de Souſa Coutinho , com
da , 416. Sua fuccellao , ibid , quem caſou , e que filhos teve ,
D. Antonio de Menezes , Commen . 773
dador de Santa Maria de Cafteilo- D. Antonio da Sylva , com quem
Branco , ſeu caſamiento , e ſucceſo caſou , 637 .
faó , 754 Antonio Tavares da Cunha , ſeu cam
D , Antonio de Menezes e Noronha , ſamento , 666 .
com quem caſou , 922 . Antonio Télles de Menezes , que
D. Antonio de Menezes Sottomayor , Commendas teve , 772. Pertene
Senhor de Alconchel, de quem era deo o titulo de Conde de Villa
filho , 408. Com quem caſou , Pouca , por demanda que poz à
411. Sua ſucceſlao , 412, Coroa e como foy ſentenciada,
Antonio de Miranda Henriques , que ibid . Quantas vezes caſou , e com
filhos teve , 773 . quem , eque filhos teve , ibid..
Antonio de Moura , Senhor da Po. Antonio Telles da Sylva , o ſeu ca:
voa , com quem caſou , 891 3 © famenio , 229 .
893. Que filhos teve , 893 . Antonio Xavier Zuzarté Cardoſo ,
Antonio Paim da Camera , ſeu caſa Correyo mór de Coimbra , com
meno , 759. Sua ſucceſlao , 700, quem caſou , e que filhos tem ,
Antonio Peixoto da Sylva, com quem 671 .
caſou , 778 . D. Aritcnia de Aguila , mulher deD.
D. Antonio Pereira , Commendador Bernardino Manrique, VI. Senhor
do Pinheiro , feu caſamento , 936 , de las Amayuelas , de quem era fi.
Antonio Pereira , Senhor do Morga , Iha , 6396
D. Au .
das con las notaveis.

D. Antonia de Ataide , mulher de Jo de Lavre , de quem he filha , 419 .


anne Mendes de Vaſconcellos > a D. Antonia Joſefa de Vilhena , mu
lher de Franciico de Souſa da Syl
E*? · ſua aſcendencia , 291 .
D. Antonia de Borbon , mulher de D. va , de quem era filha , 417 .
Affonfo de Menezes , XI . Senhor D. Antonia Luiza da Sylva ,mulher
em he fi de D. Miguel da Sylva Pellanha ,
da Ponte da Barca , de qu
de quem he filha , 943 .
Iha , 520.
D. Antonia de Borbon , filha dos III. D. Antonia Magdalena, legunda mu
lher de Dom Antonio de Menezes ,
ATTI Condes dos Arcos , com quem ca
ſou a primeira vez , 910. E ſe . 416 .
D. Antonia Maria Franciſca Barreto,
gunda , ibid. e goo. 1. Condetia do Rio Grande , de
D. Antonia Bracamonte , Marqueza
IC de Valençuela , de quem era filha , quem era filha , 458. Quando ca
ſou , e com quem , ibid .
480.
Dona Antonia de Caſtro , mulher de D. Antonia Maria de Souja Monte
10.4 " Manoel de Mendoça , 470. Com negro , mulher de Antocio Pereira
D. quem caſou ſegunda vez , ibid. Pinto de Eça , 657 .
D. Antonia de Caſtro , mulher de An- D. Antonia Mauricia da Sylva , fi
tonio de Mello da Sylva , de quem Tha de Martim Correa da Sylva ,
com quem caſcu , 748 .
D. era
Anto nia , Cou
filha 873 . ho , mulher de D.
tin D. Antonia de Mello , filha de Fran
Joao Lobo , de quem era filha , ciſco de Mello Peixoto , ſeu caſa
mento , 761 .
D.844.
Antonia da Cunha , mulher de D. D. Antonia de Mello , terceira mu
Fernando Ninho de Caſtro , quem lher do Secretario de Eſtado Diogo
age
Soares , de quem era filha , 660.
foraó ſeus pays , 635 .
D. Antonia da Cunha , Condeſa do D. Antonia de Mendoça , mulher de
S.R. I. de quem era filha , 642 . Pedro de Mendoça , Alcaide mór
D. Antonia da Cunha , filha de Jorge de Mouraó , de quem era filha ,
de Mello , com quem caſou , 716. 438.
D. Antonia da Cunha , mulher de D. D. Antonia de Menezes , filha de Ber
Manoel Pereira , de quem era fi nardim da Sylva , com quem ca
fou , 736
lha , 939
D. Antonia de Eça , Priora de Santo D. Antonia de Navarra e Velaſco ,
Alberto de Lisboa , quem foraó Marqueza de Cabrega , quantas ve
zes calou , e com quem , 465. De
D.ſeus pays
Antoni a de Eça. , primeira mulher
, 672 quem era filha , ibid.
de Jorge da Sylva , dequem era fi- D. Aritoria de Noronha , filha de D.
18,2 Rodrigo Lobo , Senhor de Sarze
lha , 719
D. Antonia de Eça , filha de D. Go das , com quem caſou , 891 , e
mes de Eça , quantas vezes caſou , 894.
D. Antonia Ribeiro , filha de Gonça
hogy mind com quem
D.e Antoni , 759a .
a Ignaci Coutinho de Car. lo Ribeiro , o leu caſamento , 745.
tro , filha de Franciſco Correa de D. Antonia Roja de Mello , mulher
E ‫کہ کون‬
Lacerda , com quem caſou , 451 . de D. Antonio Jofeph da Colta , de
a D. Antonia Joachina de Menezes , quem he filha , 443.
Lilian mulher de Manoel Castanu Lopes D. Antonia de Sylva , filha de Dom
Luiz
Index

Luiz de Souſa , Senhor de Berin D. Ayres Correa , ſeu caſamento


gel, com quem calou , 874. { ucceflaó , 732
.
D. Antonia de Tavora , mulher de Ayres de Saldanba , Senhor de Al
Luiz de Alcaçova Carneiro , a ſua buquerque , com quem calou ,
aſcendencia , 555. 826 ,
D Antonia de Vaſconcellos, mulher de Ayres de Saldanba de Menezes , que
Pedro Barboſa de Luna , de quem póſtos occupou , 245 , o leg. Seu
cra filha , 659 . caſamento , e ſucceſlao , 247.
D. Antonia de Vaſconcellos , mulher Ayres de Souſa de Caſtro , Commen
de Triſtao da Cunha , Senhor de dador de Rio Mayor , o ſeu cala
Povolide , a ſua aſcendencia , 745. mento , 895.
Apoſentadores móres , 690 , e ſeg. Ayres Telles de Menezes , Capitaó de
D. Archangela Maria de Tavora , Dio , com quem calou , 456.
Condeſfi de Povolide , quem foraó Ayres Telles de Menezes , outro ,
teus pays , 282 , com quem calou , e que filhos tc
D. Archangela Michaella de Portu ve , 770.
gal , filha dos 1. Condes de Sarze- Azambuja , ( Senhores de) 747.
das , com quein caſou , 923 . Azurara ( Senhores de ) 846 , eleg.
Arcos ( Duques de ) 168 , e ſeg. Con 856 , e ſeg
des dos Arcos , 319,908 , e 909 .
Arganil ( Conde de ) Miguel Carlos
da Cunha , 282 , e leg . B
Armada. A que foy ao Levante em
moccorro da Igreja contra o Turcos CalaBalthafar
D Om mento , 77
de3Caftro
; , o ſeu
que ſuccello teve , 459. A que o
Principe Dom Pedro mandou em D. Balthaſar de la Cueva, com
foccorro de Oran , 558 . quem caſou , 191 .
Arrabida ( Convento de Noſſa Senho- D. Balthaſar da Sylveira, ſeu cala
ra da ) por quem foy fundado , 57. mento , 282 ,
Quem faó os ſeus Padroeiros, 58. Danhos ( Duque de ) 175. Conde de
Arrayolos ( Conde de ) D. Alvaro Pi Banhos , 183 :
res de Caſtro , 803 . D. Barbara Pacheco de Mello , filha
Allumar ( Condesde ) 1.53 3. 11.536. de Manoel Pacheco de Mello , com
Ataide. Alguns Fidalgos delte Appel quem calou , 660 .
lido , 291. Senhores de Penacova , Barca ( Senhores da Ponte da ) 516 ,
511. Condes de Atouguia , Con e leg
des , e Senhores da Caltanheira , Barrantes ( D. Affonſo ) ſeu caſamen
537 , e 551 . to , e ſuccellaó , 433 .
Atalaya ( Condes de ) 1. 542. II. Barretos , 455 , e leg.
545. 111.548. IV.557. V.569 . Barriga ( Lopo ) Adailmôr de Ça
VI. 57 5. Senhores de Atalaya , fim , e outros deſte Appellido ,
496 , 528,4553 699 , e leg .
Aveiro. ( Ducado de ) Quaes foraó Barros , Senhores do Morgado de
os ſcus Oppoentes , 155 , 161 , e Real, 655. Outros , 743 ,
176. Bartholomeu de Andrade , com quem
Ayres Bento de Saldanha , ſeu caſa carou , 778 ,
mento , 248. D. Bartholomeu de Noronha , Senhor
da

#
das couſas not aveis.

da Quinta da Perlada > ſeu cafe quem caſou , 506 , 507 , 1921 .
Sua lucceilao , 507 .
mento , e ſucceſlao , 708.
Bartholomeu de Vaſconcellos , de D. Bernardino de Cardenas , III . Du
quem be filho , e com quem ca que de Maqueda , de que terras
foy Senhor , 117 .
ſou , 230 .
Batalha. A de Almanca , que ſucceſ- D. Bernardino de Carvajal, 11. Con
de de Enjarada , com quem calou ,
ſo teve , 578 , e leg.
Belchior de Teive , eſcreveo a Hiſto 185 , 1187. Sua ſuccetlao , 188.
ria da Caia de Sandoval , 483. De Bernardino Fernandes de Velaſco , II .
quem era Glho , ibid . Conde de Haro , ſeu caſamento ,

0.92 Belmonte ( Alcaides móres de ) 846, 626 .


Bernardino Franciſco de Souſa Tava
e leg. 856 , e leg.
Benavente ( Conde de ) D. Alonſo res , com quem calou , 508 , que
Pimentel , o ſeu caſamento , 626. filhos tem , ibid .
Bento de Lemos , com quem calou , D. Bernardino Manrique ,VI . Senhor
de las Amayuelas , o feu caſamer.
736 .
D. Bernarda Caetana Lobo , mulher to , 639.
de D. Vaſco Lobo , IX. Baraó de D. Bernardino de Menezes , Alcaide
Alvito , dequem era filha , 267 , C mór de Proer ça , feu caſamento ,
e ſucceſlao , 698.
268.
D. Bernarda de Caſtro , mulher de D. Bernardino de Quinhones , Conde
Galpar Pereira , de quem era filha, de Luna , com quem caſou , 201,
Bernardo de Almada , Senhor de Car
941 . valhaes , de quem he fi.ho , e com
D. Bernarda de Eça , mulher de D.
Pedro de Menezes , Capitao de Ma quem caſou , 257.
laca , quem forao ſeus pays , 719 , Bernardo de Carvalho , Guarda mór
delRey D. Joaó 111 , fcu calamento ,
e 810,
811 .
D. Bernarda de Eça , ou D. Guiomar,
mulher de Bento de Lemos , de D. Bernardo de Eça , quantas vezes
har quem era filha , 736. Com quem caſou , e que filho teve , 738 , e
d caſou ſegunda vez , ibid . 739.
Gri D. Bernarda de Eça , mulher de Du- Bernardo Freire de Andrade , quar
arte Paim da Camera , quem forao tas vezes caſou , e com quem , 452 .
enis e 907
D.ſeus pays , de
Bernarda 7 59:
Menezes , mulher de D. Bernardo Manoel , Alcaide mór de

1. Simaó de Caltro , de quem era Santarem , 396. Valor com que


ſe houve na Praça de Çafim , e
D.filha , 287.Telles , mulher de Anto
Bernarda nos Aduares de Almedina , 298.
nio de Caſtellobranco , 669. Por Achou - ſe na tomada de Azamor ,
wat morte de ſeu marido tomou o ha ibid . Paſſa a ſervir na guera de Ita
bito de Religioſa em Lor vaó , ibid . lia , e porque motivo , 400. Quan
Bernardim de Carvalho , Capitaó de tas vezes caſou , e que filhos teve ,
Tangere , ſeu calamento , e ſuccel 401 , e leg .
D. Bernardo de Noronha , feu caſa
ſaó , 749. Quiro , 756 . mento , e ſucceſlao , 253 , e leg .
Bernardim Ribeiro Pacheco , ſeu caſa
oyota 909. Outro , 904.
mento , e luccellaó , 811 ,
Bernardim de Tavora e Souſa , com Bernardo de Vaſconcellos , Senhor de
Alva
Index

Alvarenga , ſeu caſamento , e luc- D. Branca da Sylva, filha de Jerony


ceilao , 658 . mo Rodrigues Solis , com quem
Diſpos. Junta que fizeraõ em Thomar caſou , 759
para a extinçao dos Judeos , 540 , D. Branca de Vilhena , Condeſſa de
933. Villa - Nova , de quem era filha,
Bobadilha ( Affonſo de quem era , 213 , 472. Seu caſamento , ibid.
402 . A lua aſcendencia , 311 ,
Borja. Condes de Ficalho, Principes de D. Branca de Vilhena da Sylveira ,
Elquilache , e outros , 461, e leg. Condella de Villa- Vova ,de quem
Botelho , Condes de S. Miguel, 898 , era filha , 213 , € 476. Quando
e leg . faleceo , caonde jaz , 214
D. Branca de Caſtro, mulher de Nu- D. Branca de Vilhena, mulher do II.
no de Mello da Sylva , de quem era Conde de Villa- Nova D, Manoel
filha , 662 , 665 . de Caſtellobranco , 474.
D. Branca da Cunha , mulher de D. D. Branca de Vilhens , mulher de D.
Affonſo, Senhor de Calcaes , quem Joao de Caſtellobranco , de quem
forao ſeus pays , 785 . era filha , 456.
D.Branca de Eça , ſegunda mulher de D. Braz de Caſtro , Governador da
Valco Fernandes de Lucena , de India , feu caſamento , e ſucceſlaó ,
quem era filha , 647 , 764. Quan 770 .
tas vezes caſou , e com quem , 764. Breiner. ( D. Maria Barbara de )A fua
D. Branca de Eça , mulher deHeari aſcendencia , 234. D. IJabel Joſe
que de Menezes da Sylveira , 734 fa de Breiner , com quem calou ,
D. Branca de Eça , mulher de Diogo 237 .
de Miranda , 767 . D. Brianda Vela da Cunha , mulher
D. Branca de Eça , mulher de Luiz de D. Joao Joſeph da Cunha , de
de Meiquita , de quem era filha , quem cra filha , 642.
768 . D. Briolanja Coutinho , mulher de El
D. Branca de Eça , mulher de Gonça tevao Gomes da Sylveira , 703
lo Rodrigues de Souſa , 774 . D. Briolanja Henriques , mulher de
D. Branca de Herrera , primeira mu Henrique Henriques de Miranda ,
Ther de Bernardino Fernandes de 774.
Velaſco , II . Conde de Haro , ſeu D. Brites ( A Rainha ) legado que
caſamento , 626 , deixou a ſeu neto o Infante Dom
D. Branca Manrique , mulher de D. Joao , 613 .
Joao da Cunha , III. Senhor de Pa- D. Brites de Abranches , mulher de
jares , 637. D. Jcao Manoel , de quem era fi
D. Branca de Mendoça , mulher de lha , 514. Com quem havia fido
Luiz da Sylveira , de quem era fi caſada , ibid.
Tha , 768, D. Brites Antonia Coutinho , filha de
D. Branca da Sylva Maſcarenhas , Manoel Soares Coutinho , coin
mulher de Franciſco Borelho da quem calou , 667 .
Sylva Telles , 411 . D. Brites de Aragao , o que dizia ſo
D. Branca da Sylva , filha de Ruy bre o naó calar ; 456. Fundou
Mendes de Valconcellos , I. Conde duas cellas para dous Monges nos
de Caſtello-Melhor , quantas vezes Cartuxos de Laveiras , ibid,
calou , e com quem , 608. D. Brites de Aragao , legunda mu
lher
das couſas notaveis.

lher de Ayres Telles de Menezes , D. Brites de Lencaſtré , Duqueza de


de quem era filha , 456 . Bragança , de quem era filha, 203 .
Britei Carreira , filha de Balchalar D. Brites de Lencaſtre , muiher de
och Pmto , con quem carou , 759. Joao de Liça Coric - Real , 226 .
Dɔng Brites Coutinho , Condeffa D. Brites de Lencaſtre , filna de Mar
de Sorteina , a lua aſcendencia , tim Affonio de Oliveira com
quem calou , 688 .
1, 259 .
D. Brites da Cunha e Portugal , mu D. Brites de Lima , mulher de Nuno
3) Ther de D. Pedro Quinhones , de Alvares Botelho , 898. Com quem
quem era filha , 634 . calou segunda vez , 899 , 901.
5. D. Brites Lopes , mulher de Vaſco
D. Brites de Eça , mulher de Eſtevao
Ferreira , Senhor do Morgado de Maruios da Cunha , 787 .
Cavaileiros , quem torað leus pays, Dona Brites Migdalena Henriques
653. Com quem calou fegunda mulher de Antonio Savier Zuzarie
4 Cardoſo , de quem he filha , 671 .
vez , ibid .
D. Brites de Eça , mulher de Franci- D. Brites Maria de Albuquerque , fi
quem cra filha , Tha de Antonio de Almeida de Al.
co Ferreira , de
buquerque Coelho , com quem ca
ri 760 .
D. Brites de Faria , filha de Alvaro de tou , 670 .
D.Brites Marianna de Menezes, mu .
Faria , coin quem calou , 759.
D. Brites Franciſca de Mendoza , mu Ther de D. Alvaro da Sylveira , de
Iner de D. Jolepn de Menczes , de quem era filha , 229 .
quem era filna , e quando calou , D.Brites de Mendoça , mulher de Ma
noel Corte-Real , quem foraó teus
2 30Gonçal
Brites . ves de Moura , mulher pays , e avós , 2911
de Valco Fernandes Coutinho , D. Brites de Mendoça , filha de Dom
Fernando de Menezes , com quem
630.
Brites de S. Joſeph ( Soror ) Priorella cajou , 926 .
do Convento de S. joao de Setuval , D. brites de Menezes , mulher de Ay .
de quem cra filha , 104. Honras res Gomes da Sylva , quem foraó
que ine tez El Rey D. Joao IV . ibid. ſeus pays , e a vos , 39.
Dona Brites de Menezes , mulher de
Quando faleceo , 105 ,
D. Brites Foſefa de Abreu , mulher Henrique de Sá deMenezes , a ſua
de D. Gruia de Noronha , 708. aſcendencia , 259.
D.Brices Joſefa de Brito Godins , mu D. Brites de Menezes , mulher de D.
3.
Iner de Nuno Pereira Freire , de Luiz Maícarenhas de Lencaltre , de
quem era filha , 332 .
m era filha , 450.
D.que
Brites Joſefa da Cunha , mulher D.Brites de Menezes ,mulher de Ruy
I!! de D. Carlos Joleph Bento de Me Barrelo , Alcaide môr de Faro , 457,
D. Brites de Menezes , Condeila da
nezes , 231 , e leg.
D. Brites de Lara , a lua aſcendencia , Feira , de quem era filha , 871 .
D. Brites de Menezes , filha dos !!.
D. 65 , 107
Brite s de. Lencaſtre , Commenda Condes de Sabugal , quantas vezes
deira de Santos , de quem era fi caſou , 812 .
Tha , e quando faleceo , 79. Outra , D. Brites ile Menezes , filha de Dom
Prioreſla do Convento de S. Joao Luiz de ivicnezes , quantas vezes
calou , e com quem , 873•
de Setuval , 104. Zzzzz D. 1
Tom. XI . 1
Index

D. Brites Mexid , mulher de D. An- Brio Nogueira , Viſcondes de Villa


tonio Manoel , Commendador de Nova da Cerveira , 319,555 .
Horta Lagoa , 405
Brites de Moraes Cabral , mulher de
Diogo Correa , Senhor da Quinta С
de Chaqueda , 707.
D. Brites Pereira , Condella de Ou. Abral, Alcaides móres de Bel
rem , ſua aſcendencia , 39. CA monte , 846 , e ſeg. 856 , eſc
D. Brites Pereira , mulher de Eſtevao guintes.
Ferreira de Eça , 054 . Cabrega ( Marquez de) Dom Joſeph
D. Brites Pereira , AbbadelTa do Con da Gurrea , 435 .
vento de Vairaó , de quem era fi- Caetano Antonio Gallio Trivulci,
lha , 884 . Principe do S. R. I. ſeu caſamento,
D. Brites de Portugal , filha do In e ſucceſaó , 495 .
tante D. Joao , com quem caſou , Caetano Cabral de Menezes, ſeu ca
625 . ſamento , 243 , e 801.
D. Brites de Sandoval, de quem era Caetano de Mello de Caſtro , Vice
filha, e com quem foy caſada , 197 . Rey da India , 850 .
D. Brites Soares de Mello , Condeira D.Caetana Alberto de Lencaſtre ,mu.
de Cantanhede , a lua aſcendencia , lher de Frarcilco Pereira da Sylva ,
551 . Senhor de Britiandos , de quem he
D. Brites da Sylve , filha de Vaſco filha , 358 .
Fernandes de Sampayo , Ill . Se Çafim ( Fortaleza de ) em que anno
nhor de Villa-Flor , com quem ca foy litiada , 298 .
fou , ; 15 . Calheiros ( Senhores da Caſa , e Solar
D. Brites da Sylva , filha de Jorge de 524 .
Coelho de Andrade , o ſeu caſa- Calheta ( Condes da) 207 , e ſeg.
mento , 779 . Camera , Senhores da Ilha Deſerta ,
D. Brites de Tavora , mulher de D. 702 , e ſeg. Condes da Ribeira , e
Pedro Maſcarenhas , de quem era Villa - Franca , 601 .
filha , 333 D. Camilla de Noronha , mulher de
D. Brites Thereſa de Menezes , mu Joao Rodrigues de Sá , e Menezes ,
Ther de Thadeu Luiz Antonio de a ſua aſcendencia , 259.
Carvalho e Camoens , de quem he D. Camilla de Noronha , mulher de
filha ,48 , 679. Gonçalo Pires Carvaiho , de quem
D. Brites de Vilhena , mulher do Se era filba , 944
nhor D.Jorge , de quem era filha , Cantanhede ( Senhores de ) 808 , e
13 , 33. A ſua Arvore , 39 . ſeg .
D. Brites de Vilhena , mulher de Jon Cardailhac. Baroens de la Chapelle ,
anne Mendes de Oliveira , 225 . 319
D. Brites de Vilhena , mulher de D. Cardeal. Nuno da Cunha de Araide ,
Gaſtao Coutinho , 700, 701 . 272 , e leg. D.Verilimno de Len
D. Brites de Vilhena , filha de Joao caltre , 287 , 293 , e ſeg .
de Mello da Sylva , 810. Cardenas. Alguns Fidalgos deſte As
D. Brites de Vilhena , mulher de D. pellido , 121 .
Manoel de Caltro , de quem era fi- D. Carlos de Aragao Borja , & c. IX.
lha , 934 Duque de Villa Hermoſa, Seu com
famcato

1
das couſas notaveis.

ſamento , 465. Deixou por uni dador de Villa Cova , de quem era
verlaes herdeiros aos Padres da filha , 811. Com quem havia ſido
53 calada , ibid .
Conpanhia , ibid.
D. Carlos de Borja , II . Conde de Fi- D.Catharina de Barros , fila de Lopo
caſou , 46 3. Sua de Barros , com quem caſou , 778.
calho ,com quein Dona Catharinha Bernardes , filha de
D.ſuc ceilao
Carlos 464 . e Aragão , ſeu ca
de, Borja Antonio Vaz Bernardes , Senhor da
famento , 465. Por morte de ſua Quinta da Foz , o ſeu caſamento ,

mulner le tez Clerigo , ibid. 672 .


Carlos Gimach. Encarregalhe o Car- D. Catharina de Borbon , filha dos II.
deal Nuno da Cunha a obra da Ba Condes de Avintes , com quem ca
ſilica de Santa Anaitalia em Roma, fou , 861 .
D.Catharina Brandao , mulher de D.
D.27 7 .os Joſeph Bento de Menezes,
Carl Jorge Henriques , V. Senhor das
‫م‬
quando naiceo , e com quem ca Alcaçovas de quem cra filha ,

fou , 231 , 232. Sua ſucceilao , 454.


D.Catharina de Caſtro , mulher de
ibid.
os Manoel Felisberto , Marquez
Carl D. Diogo Coutinho , quem torao
de Livorno , ſeu caſamento , e luce ſeus pays , 701 ,
D. Catharina de Caſtro , mulher de
D.ceilaó
Carlos, de
487 . onha , II . Conde de
Nor Miguel Telles de Moura , de quem
Valadares , feu caſamento , 272 . era filha , 847 .
Carneiro. Senhores da Ilha do Princi- Catharina Charlota de Gramont , mu
Ther de LuizGrimaldi , Principe de
pe , 501 , e leg.
Carvajal. Alguns Fidadalgos deſte Monaco , 488 .
D. Catharina Coutinho , filha dos II.
App : lido , 188 , eles. Condes de Marialva , quantas ve
Carv alho. Senhores de Negrellos , e
Abbadiin , 671 , e 760. Senhores zes calou , e com quem , 685 .
do Morza 1o de Carvalho , 748 , D. Catharina de Eça , Abbadella per
e leg. Provedores das obras du Pa petua de Lorvaó, de quem era fie
tes Tha , 647 .
ço , o935
Callan , eleg
( Princi pe de ) 494 . D. Catharina de Eça , mulher de Ma
Caſtellonovo Condes de ) 692 , e noel Barrero Rolim , 734 .
D. Catharina da Guerra , mulher de
Caſtro. Alguns Fidalgos deſte Appel Alvaro de Carvalho , 725 , 740.
indo , 39. Almirantes de Portugal , D. Catharina Henriques, mulher de

287, e leg. Alcaides móres de Melo Franciſco da Sylveira , de quem era


gaçı , 661 , e ſeg. Condes de Mon filha , 769 .
ſanto , 802 , e leg. Senhores do D. Catharina de Lencaſtre , ſegunda
Paul de Boquilobo , 215 , e ſeg. mulber de D. Fernaó Marlins Mara
Caſtro Forie ( Marquezes de ) D. Jor carenhas , 331 .
ge de Menezes Sottomayor , 412. D. Catharina de Macedo Leite , mu
D. Franciſco de Sotonyor Pa . Ther do Secretario Miguel de Val
AV
checo , & c . 413. D. Pedro Pache concellos , de quem era filha , 659 ,
Dona Catharina Manoel , mulher de
Cath
D.co arina. de Ataide , mulher de
, 412 Antonio de Mello de Sampayo ,

Luiz Ribeiro Pacheco , Coinmen 516 . D.C4


Zzzzz ii
‫در‬ Tom. Xi .

$
Index

D. Catharina Margarida de Aragai , D. Catharina de Vilhena , mulher de


mulher de Dam ao Botelho Cha Antonio de Brico Tavares , 766.
con , dequem he filha , 505,920 . Cavalleiros ( Senhores do Morgado
D. Catharina de Mello , mulher de de ) 653 , e leg. 650 , elege
Florcitao Lobo Cabr 1 , 665. D. Cecilia , mulher do Defembarga.
D. Catharina de Mendoça , mulher dor Jorge Machado Boto , de quem
de anure Tell : s de Menezes , quem era filha , 661. Com quem calou
ſegunda vez , 062 .
D. forao
Catharin de ,Mend
ſeusapays 470.oça , fi ha de D. Cecilia Cardiga , filha de Jorge ·
Pedro de Mello , Governador do Cartiya , com quem calou , 739.
Rio de Janeiro , coin quem caſou , D. Cecilia Henriques , ou da Sylva,
mulher de Francisco de Miranja ,
775.
D. Catharina de Menezes , filha de 769.
Gonçalo Pires Carvalho , com D.Cecilia Henriques , filha de Ruy
de Mello , com quem całou , 922.
D.quem caſoau de
Catharin , 751 . zes , ſegunda
Mene D. Cecilia de Mendoca , mulher de
mulh.r de affono de Albuquer. D.An onio de Menezes, Senhor de

que , de qu m cra filha , 812. Com Al onchel , 4111


quem calou ſegunda vez , ibid. D. Cecilia de Mendoca , mulher de
D. Catharina de Menezes , mulher de 0. Dogo Pereira , de quem era fi
Pedro da Cunha , Alcaide mór de Ih ? , 709
D. Cecilia de Menezes , Abbadeſa das
Catna
D. Terc 944.
har,ina de Menezes , mulher Deſcalças da Madre de Deos , de
de D Jo.6 Tello de Menezes , a ſua quem era filha , 451 .
D. Cecilia de Menezes , filha de D.
aſcendencia , 567 . Pedro de Noronha, VI . Senhor de
D. Catharina de Noronb.t , mulher de
D. Joao de Menez : s e Vaſconcel Villa -Verde com quem calou ,
los , Senhor da Enxara dos Cavale 879,889 .
D. Cecilia de Menezes, filha dos III.
leiroi , 712 .
Con les de Redondo , feu caſamen .
D. Catharina de Noro :ba , filha de
D. Gomes de Mello , com quem to , 881 .
D. Cecilia de Menezes , filha de D.
ca ſou , ina
856de
. Pilar de Mendoca , Joao de Caftellobranco , com quem
D. Cathar

mulher de Joſeph de Mendoça , de D.ca lou , 88 ,.


Cecilia de Noronha , filha de Dom
quem era filha . 776 . Joao Soares de Alarcaó , ſeu caſa •
D. Catharina de Sottomayor , filha de
Bartholomeu Gonçalves Carneiro , D. ment o , 7 !4 .
Cecilia Pereira , mulher de Dom
m
co qu em ca ſo u 3
, 67 .
D. Catharina da Sylva ( A Condella ) Franciſco deEça , de quem era fi
ſua aſcendencia , 81 . lha , 661 .
D. Catharina da Sylva, mulher de D. D. Cecilia de Tavora , Condeffa de
S. Miguel, quem forao ſeus pays ,
Fernando de Citro , de quem era
filha , 875. Com quem calou fe 900 ,
Chabot. Alguns Fidalgos deſte Appel
gunda vez , 876 .
D. Catharina de 1 avora , mulher de lido , 601 .
Lourenço Pires de Tavora , a lua Chriftovao de Almada , Senhor de
Carvalhacs, 249. Seu elogio,a250.
aſcendencia , 345 , 4555 . Qu nde

11
das couſas notaveis.

Quando falecco , e aonde jaz ſe. D. Clara de Villasboas , filha de Nu .


pultado , ibit. Quantas vezes ca no Bernardes Monteiro , com quem
fou , e com quem , ibid. leg . e cafou , 673
689 Sua ſuccellaó , 251 . Claudia , Marqueza de Moy , quem
Chriſtovao Borges Corte - Real , com torao ſeus pays , e avós , 145.
Claudio Landi , III . Principe de Val .
quem calou , 856 .
Chriſto wao Correa , Commendador ditaro , leu catamento , 478 , 484.
Sua fucceflao , ibid.
dos Collos de Alvalade , com quem
Coculim ( 1. Conde de ) D. Franciſco
cilou terceira vez , 724 .
Chriſtovao Correa Freire , feu caſa . Maſcarenhas , com quem caſou ,
535. III . Conde , 317.
ovao, 451
mento
Chriſt da Coſta de. Ataide e Sou-
, 452 Collegio. O de Noſſa Senhora da En.
carnaçao de Agoſtinhos em Ma .
la , feu caſamento , 508.
D.Chriſtovao de Eça , de quem era drid , por quem toy fundado . 479 .
filho , 685,689 . Que filhos teve , ( dos Clerigos Pobres do Bairro
Alto de Lisboa , por quem foy fun
699.
Chriltovao Eſmeraldo de Atouguia e dado , 663
Camera , leu caſamento , e luccef- Congregaçaõ . A de S. Joaó Euange.
Tilta quando teve principio em Pore
faó , 771 ,
Chriſtovao Falcao de Souſa , Govere tugal, 627.
nador da Uha da Madeira , com D. Conſtança , filha delRey D. Hen
quem caſou ſegunda vez , 733 . rique Il . de Caſtella , com quem
Chriſtovao de Mello Freire , Colle calou , 622 ,
gial do collegio Real de S. Paulo , D Conſtança de Carvalho , mulher
de quem era filho , e que lugares de Dom Antonio de Menezes , de
occupou , 504. Que filhos teve , ib . quem era filha , 754.
Chriſtovao de Mello , Porteiro mór , D. Conſtança de Caſtro , mulher de
com quem caſou , 653 , 919 , e Manoel de Valadares Carneiro ,
6. 761 .
D.94
Chriſtovaõ de Mello , Governa. D. Conſtança Emilia de Rohan , Con
dor do Eſta to da India , de quem defla da Ribeira Grande , a lua alo
era filho , com quem caſou , e que cendencia , 601 .
Conſtança Garcia , mulher de Gomes
1 filhos teve , 729.
Chriſto vaõ de Mello , Senhor de Po Rodrigues , foy Aya do Infante D.
volite , com quem caſou , 740 , e Joaó , 612. Com quem havida fie
do calada , ibid,
742ovao
Chriſt . Moniz , Commendador D. Conſtança de Portugal , mulher de
de Garvaó , com quem caſou , Antonio de Saldanha de Oliveira ,
de quem he filha , 246.
724d. Real ( Duques de ) 467,468 .
Ciuda D. Conſtança de Tavora , mulher de
D. Clara Jaques , filha de Alvaro Ja. Joao de Sepulveda , de quem era
filha , 75 ' .
ques , o leu caſamento , 891 .
Clara Maria de Naſau ( A Princeza ) D. Conſtança de Tavora , mulher de
.it Diogo de Sepulveda , de quem era
fua alcen tencia , 145 .
D. Clara de Mello , mulher de Dom filha , 754.
Antonio Maſcarenhas , de quem era Conſtantino de Magalhaens , V!!!. See
ohor da Ponte ua Basca , com quem
Erd filha , 409. calou ,
Index

caſou , 514 , e 516. Sua fuccef ro , com quem carou , 102.


Diniz de Mello de Caſtro , leu caſa.
sta,nti
Contao 51no7 .de Sí, quem eſcreveo a mento , e fuccellao , 850 .
D. Diogo de Aguila , Scohor de Vile
Tua vida , 410 . la- Viçoſa , com quem calou , 639. 1
Cor duvio
Conven Vid
a .Ara e Moſ
gao teiro,. e leg .
, 471 D. Diogo de Caſtellobranco , feu ca
{amento , 473. Que filhos teve ,
Correa Lacer.id , 4 + 7 , eleg.
474 .
Coruch
Cor e mor
reyos esmen
( Com dad
, 93 elesg .de ) 329 ,
7 ,ore D.Diogo de Caſtro , Conde de Baf
10 , quando foy nomeado Vice
Cort
elee -gReal . Alguns Fidalgos deſte Rey de Portugal , e por quem ,
ido m oqu
Ap çallCort,e -29
dope Re1 coog
al, , Di deem n
Meca. 541og
D.Di . o de Caſtro , Senhor de Lae
lo
nno , & c. com quem calou , 846.
tinho
Cou(ou 4 uns Fidalgos deſte Ap-
. Alg
, 51 Diogo Correa , Senhor da Quinta de
pellido , 81. D. Gaitao Coutinho , Chaqueda , ſeu casamento , e luc
ceilao , 707.
e va
Cue . os
ouir , uns
Alg 701 Fid legos. delte Ap-
, ealg D. Diogo Coutinho , Commendador
de Caisellas , com quem calou , e
Cunh a .ijoAs, 75
petl , s
Arma deſ. ta Familia ,
121 em que filhos teve , 701 ,
que parte eltaó eſculpidas em Ron D. Diogo da Cunha , leu caſamento ,
ma , 277. Alguns Fidalgos del 640 , 642. Sua luccellao , ibid .
te Appellido , 291 , 272 , e leg. D Diogo de Eça , com quem calou ,
645. Outro , 686,687. Outro ,
Condes de Valença , 632 ,
ſe nhnd
legs. SeCo es de
ores peja
de Pa qu s a, 63
reen 9 1.
, 64 , e D.68 Di9ng
. o de Eça Mendoça Henri
qu , le catainenio , 688 .
es
Se nbores : PoTa liade,'8 154 ,, ee fe
legz.
Senhores dda vobo , 24 D.'Diogo de Faro , Ill. Conde de Vi.
mieiro , ieu calamento , 235 .
Donde deduz a lua origem elta D. Diogo Fernandes de Almada , Ayo
Familia , 829 . do Senhor D.Jorge , 5. Pracica que
fez a ElRey D. Manoel , aprelen
tandolhe o Senhor D. Jorge , por
D recomendaçao delRey teu pay, 8.
Amiaõ de Aguiar ( Deſem- Dom Diogo Fernandode Cordova,
Marquez de Santithan , com quem
ar
Cenuentes , 745. Quando fale calou , 467.
ceo, e aonde jaz , 745. Com quem D.Diogo Forjaz Pereira , Vl. Conde
da Feira , leu calamento , e lucceſe
Calou , ibid.
Damiaa Botelho Chacon da Sylveira , D.ſa
Die og
, 88 7 .briel de Aguila , I. Mare
o Ga
com qu : m (dou , 505 , 920 , quez de Villa - Vicola , com quem
Deſafio , intre D. Joao Manoel o Ala
batro , e Joao Falcao em Goa , 40 } , calou , 641 .
D. Diogo Gomes de Sandoval ( 1 ) Con
O que teve 1) Joao de Liça con de ) com quem calou , 201 .
Antonio de Noronha o Catarrage D. Diogo Henriques, leu casamento ,
6-6 .
D. Diniz de Faro , II . Conde de Fa c fuccellaó , 925. D. Dic
das couſas notaveis .

D. Diogo Lobo , Prior de Santa Ma lho , e com quem caſou , 243. Şua
fucceflaó , 244 .
ria deGuimaraens, eleito Biſpo de
Viſeu , de quem era filho , 264. Diogo de Sepulveda , Capiraó de So
Quando falece o , ibid. fala , 753. Quando faleceo , e aor
D. Diogo Lobe de Caſtro , com quem de jaz , 754. Com quem caſou ,
caſou , 845 . ibid ,
Diogo Lopes de Carvalho , Senhor de Diogo Soares , Secretario de Eſtado
Negrellos , e Abbadim , ſeu caſa em Madrid , feu caſamento , e luc
mento , e ſucceſlao , 761 . cellaó , 659 . Com quem calou ter
Diogo Lopes de Zuniga, I. Conde de ceira vez , 660.
Neiva , ſeu caſamento , 626 . Diogo Soares de Abreu , Commendi
D. Diogo Manoel , Cavalleiro de S. dor de Baldigem , com quem ca
Joao de Malta , de quem era filho , fou , 765. Sua fuccefiao , 766 .
564. Servio no Exercito Portu- Diogo da Sylva , VIII . Senhor de
S guez em Catalunha , e depois pa : Vagos , 925. Quantas vezes caſou,
jou à Alemanha para o ſerviço do e que filhos teve , 926.
Emperador Carlos VI. ibid. Quan- D. Diogo da Sylveira , II . Conde de
do , e aonde falecco , ibid . Sortelha , de que Reys foy Guara
D. Diogo Manoel de Araga7 , VII. da mor , 221. A ſua aſcendencia ,
al Prior môr da Ordem de Santiago , 259 .
de quem era filho , 499. Eltando D. Diogo da Sylveira , Commenda
doente , mandou abrir a ſua ſepul dor de Sortelha , com quem caſou ,
id tura , e ouvindo os golpes della fa 893 .
leceo , ibid . Aonde jaz ſepultado , D. Dionyſia Coutinho , mulher de D.
het Alvaro Pires de Caſtro , de quem
e que Epitafio tem , 500.
Diogo de Mello , com quem caſou , era filha , 767 .
Doria. Principes de Melfi , 484 ,
706. Outro , 852 .
D. Diogo de Menezes , Commenda ſeg.
: dor de Valada , com quem caſou , D. Dorothea deGulinaõ , mulher de
228. Quando faleceo , e que ſuc D. João de Menezes , de quem era
ceflaó teve , ibid . filha , 843. Com quem caſou ſca
Dom Diogo de Menezes e T avora , gunda vez , ibid .
quando naſceo , e que póſtos tem Duarte de Azevedo, Senhor do Mlor .
occupado , 2 33. Quando cafou , e gado dos Olivacs , ſeu caſamento ,
com quem , ibid. Sua ſucceſlao , e ſucceſlao , 767.
Duarte Brandao de Limia , com quem
235 de Mendoça Corte-Real , com
Diogo calou , 877.
Dom Duarte de Caſtellobranco , VI.
quem carou . 514 ,
Diogo de Mendoça Arraes , feu cala Conde de Redondo , quantas vezes
mento , 687. Sua fuccellao , 688. caſou , e que filhos reve , 882 .
Diogo de Miranda , ſeu caſamento , Duarte da Cunha de Azevedo ſeu
e ſucceſlao , 767. Outro , 769. caſamento , e ſuccefl ó , 780 .
e
D. Diogo Pereira , íeu caſamento , ib. D. Duarte de Eça , de quem era filho,
D. Diogo Pereira , II. Conde da Fei 653,67 2. Seu caſamento , e luce
ra , com quem caſou , e que filhos cellao , 672. Outro , 673. Outro ,
674. Outre , 676. Outro , 760.
teve , 871 .
Diogo de Saldarbs , de quem era fi Outro , 647,759
hey Duarte
Index

Duarte de Mello , Senhor de Povo- Enjarada ( Conde de ) 185,187 ,


lide , feu caſamento , e ſuccellao , 189 .
Erneſtina Violante de Ligne ( A Con.
4 .rte de Menezes , valor com
Dua
D.74 della ) ſua aſcendencia , 145 .
ſe houve no Campo de Afri- Eſcalona ( Duques de) donde proce
que dem , 033. Marquezes de Eſcalo
, rte
D ,caDua s
70, de Meneze , Senhor de na , quem foy o leu progenitor,
Tarouca , e Vice-Rey da India , ibid .
com quem caſou , 928. Que filhos Eſmeraldo ( Chriſtovao ) & c. ſeu ca
mento , e luccellao , 271 , e leg.
D.tev
Duae rte 9 . Menezes , III. Conde
, 92de Eſporsi ( Senhores do Morgado de )

de oucma , ſeu caſ


TarPai amento 30.- Eſq291
Dua rte da Camera , feu, 9
caſa . e ( Principes
uilach de) 463,466 .
mento , e ſucceſlao , 759 . Eſtevao da Cunha , Biípo eleito de
Duarte Peixoto , com quem caſou , Miranda , de quem era filho , 750,
767,777 . Sua (uccellaó , ibid . Efte vaõ Eſparragoſa e Souſa , ſeu
Duarte Peixoto da Sylva , feu caſa catamento , e fucceflaó , 734.
mento , e ſuccellaó , 778 . Eſtevao Ferreira , Senhor do More
Duarte de Souſa da Matta Coutinho , gado de Cavalleiros, com quem ca
V. Corre yo mór , 937. Seu cala fou , e que filhos teve, 653. Ou

teova
Estr ,o 4 .mes da Sylveira , com
65Go
mento , e ſucceſlao , 938.
quem calou , 703 .
Eſtevao de Mello , XVI. Senhor de
E Mello , feu caſamento , e laccel

ra ( Familia ) 644 . Alcaides faó , 771.


móres de Villa -Viçoſa , 647 , D. Eſte van de Menezes , Senhor de
651 , Alcaides móres de Muja , Tarouca , com quem caſou , 910 .
684, 714 , 718. Alcaidesmores Eſtevao Pereſtrello de Antas , seu ca.

ra mento , 720 .
deEgMou
D. as Sa 721
lv,ad or Ve 756
, ne . , & c. III.
gas D. Eufrazia de Lima , Marqueza das
Minas , a ſua alcendencia , 533 ,
Conde de Lugue , feu caſamento ,
eſlao ,Luiz 567.
e ſucc(Joao
Elvas 482 .de ) Padroeiro da D.'Eufrazia Luiza de Tavora , mua
Ther ' de D.Luiz Lobo , Vil . Baraó
Capella de S. Franciſco Xavier em de Alvito , de quem era filha, 2650
S.Roque , com quem caſou , e que D. EugeniaJoſefa de Menezes, mu
filnos reve , 771 . lher de Henrique de Mello da Syl
Dona Elvira de Mendoça , Condeſa
de evel
PoantSe a nd
, fu
nhor ou a Ig jaãode
reaç va , 418 , 523 . o
Noll daEnca rn , Eutropio ( Morgad de S.) ſua anti
guidade , 786. Por quem foy inſ
titu id o , ibid. Sobre elle moveo de
747.
Embaixada. A de EIR : y D. Affonſo mand Martim Vaſques da Cunha,
a
V. ao Papa Euguenio IV . que pon .
tos continha , 380 , e leg . Quem e a quem , 787 .
Eyria. Vide Iria .
toy o Miniſtro della , ibid . A em
que o Principe R gente mandou
Faria.
dar obediencia ao Papa , 558 .

1
das couſas notaveis.

; D. Fernando , Infante de Granada ,


F com quem caſou , 200 .
D. Fernando , Senhor de Bragança ,
Aria. Alguns Fidalgos deſte Apo de quem era filho , 629. De que
pellido , 511. terras lhe fez doaçao El Rey Dom
Faro. Alguns Fidalgos deſte Ap Joao I. ibid. e leg. Com quem ca
102 pelido , 319 . lou , e que filhos teve , 631 .
Feira (Condes da) 871 , e leg. 883 , D. Fernando , Duque de Bragança ,
e reg. Carta em que pede a El Rey decida
Feliciano Dourado , falla ao Duque a queſtaó de precedencia entre o
de Aveiro D. Raymundo em Bor Conde de Penella , e Dom Joao de
deos da parte do Conde Embaixa . Noronha , o Dentes , 868 .
dor D. Joao dia Coſta , e ſobre que , D. Fernando , Senhor de Eça , de
133. Repolta do Duque a Feli . quem era filho , 625 , 644. Au
ciano Dourado , 134. ſentou- le do Reyno , e viveo em
Fermoſelbe ( Senhores de ) 407 , Galliza , ibid. Com quem caſou , e
412 , 413 que filhos teve , 645 , e leg. Aon
Fernaõ de Caſtro , Alcaide môr de de faleceo , 648. Armas de que
Melgaço , com quem caſou , 662 , uſou , ibid.
Sua luccellao , 663 . D , Fernando de Bolea , o ſeu caſa
Fernao Gomes de Quadros , ſeu caſa mento , 650.
mento , e ſuccetlaó , 670. Por D. Fernando de Borja , Commenda
morte de ſua mulher tomou o ha dor môr de Montela , com quem
biro de S. Franciſco em Varatojo , caſou , 463,467. Sua fuccellao ,
ibid . Outros, 665 , 669 , 671. ibid. Foy Principe de Eſquilache ,
Dom Fernaõ Martins Maſcarenhas , e Vice- Rey de Valença , ibid.
Guvernador da India , 332. Tam- Fernando Cabral , Alcaide mór de
bem o toy de Pernambuco , e Rio Belmonte , ſeu caſamento , e ſuc
30. de Janeiro , 333. Seu caſamento , cellaó , 847. Outro , 840 , 856.
e ſucceſlao , ibid. Outro , Senhor Outro , 860 .
de Lavre , 331 , Outros , 408 , e Fernando de Caſtro , Alcaide mór de
410. Melgaço , com quem caſou , 662 ,
Fernaõ Maſcarenhas , Commenda que filhos teve, 663. Quiro , Se
dor de Aljuttrel , o ſeu caſamen . nhor de Lanhoſo , 846. Outro ,
10 , 910 . 875. Outro , Senhor do Paul de
Fernao Peres de Andrade , com quem Boquilobo , 915 .
caſou , 736 . Dom Fernando da Cunha , Senhor
Fernaõ Rodrigues Pereira , o que fez de Pajares , de quem era filho ,
por nuo entregar huma Carta , que 634. Seu caſamento , e luccellao ,
irazia para ElRey Dom Fernando , 636 .
389. De quem era filho , e que D. Ferrando de Eça , Alcaide môr de
lugares occupou , ibid, Villa -Viçoſa , em que anno paſſou
Fernao da Sylva , quantas vezes ca a ſervir à India , 649. Equivoca
fou , e com quem , 775. Sua ſuc çao que padeceo Fr.Jeronymo Ro
cela , ibid . man lobre o pay de D. Fernando ,
Fernaõ Telles de Menezes , o ſeu ca. 631,650. Seu caſamento , e ſuc
tamento , 778, cellaó , 650. Outro , 725. Outro,
Toin . XI . Аааааа Trin
Index

Trinchante do Infante Cardeal D , 535. Outro , Conde de Serem ,


com quem caſou , 696. Merces
D. Aff an
onſ
Fern odo Faro , VI Senhor do
740.
, de que lhe fez ElRey D. Joaó IV.ibid.
Vimieiro , com quem caſou , 464. Fernando de Mendoca , Commenda
dor de Serpa , leu caſamento , e
Ou
Fer tr
nan o
do ,Gom 4
es
75 . de Qua dro s , ſeu ca ſucceſlao , 268. Outro , 849.
ſamento , e ſucceſlao , 665 , 669. D. Fernando de Menezes , Commen
dador de Caſtellobranco , ſeu caſa
D.OuFer o , do
trnan 670da Guero
. Out , 67
rra 1 . ebiſpo
, Arc mento , e ſuccellaó , 755. Outro ,
de Braga , de quem era filho , e Senhor do Prazo do Louriçal , ſeu
que lugares occupou , 627. Téve caſamento , e fucceffaó , 885. Ou
Breve para converter em Igrejas ſe tro , II. Conde da Ericeira , ſeu ca
culares muitas dosReligioſos , ibid , ſamento , 886. Outro , Religiolo

Onde jazlepultado , e que Épita da Companhia , 406 .


Fernando de Miranda , com quem
temnan
fio Fer
Dom do8.da Guerra Aragao e
, 62 caſou , 767. Sua luccellaó , 768,
Bo -ja , VIII , Duque de Villa Here Outro , 912 .
mola , quantas vezes caſou , e com D. Fernando Ninho de Caſtro , o ſeu
quem , 465 , e ſeg. Sua ſucceſlao , caſamento , 635.
Fernando de Pina e Lemos , com
466 ,
quem caſou , 681 .
em
quan
Fern u es
ſoqu
docaJa e lv
, edaquSy coem,
filahos, tev Fernando Rebello de Almeida ,Senhor
do Morgado dos Almeidas de Gui
853,854 . maraens , feu caſamento , 676 ,
Fe
D. qu ez ando
rnde ValdedeLeFu tres,, 18
aſte
ncen IV5..M
Coar
m 677. Sua fucceflaó , ibid .
u do
quem caſo , e quan , 186. Sua Fernando de Souſa Coutinho , III.
Conde de Redondo , com quem ca
ſucceſlaó , 187.
Fernando , Lo
D.Comorim Capita
bo , Seu ð mór de fou , 237.
8yo. caſamento , Fernando'da Sylva , Governador de
Caſtello de Vide , 942. Seu caſa
801 .
mento , e ſucceſlao , 143 .
Fernao Martins Euangelho , ſeu ca Fernando da Sylva é Souſa , com
famento , e ſucceſſaó , 759.
ando Martins Freire , Senhor de
Fernba quem caſou , 936 .
Bo della , com quem calou , 926 . Fernando da Sylveira , III . Senhor
de Sarzedas , quantas vezes calou ,
D. Fernando Martins Maſcarenhas , 710 , 890. Sua ſucceſlao , ibid.
u , os
co
ce ſſma oqu em9.caOu
, 40 lotr 40, 8. , a3lu
410Su 31 ca, D Fernando Telles de Faro , deter
.
mina deixar a Patria , formando
. do Maſcarenhas , o ſeu ca
32an
3 rn
D.e Fe della affcctadas queixas , 125 ,

ſam
Gochar o ,, de
entia 323que m ro
. Out o hor
, Sen
era filh ,szdat. Fernando Telles de Menezes , I. Con .
de de Unhao , o ſeu caſamento ,
Por quem foy creado Conde da
quer mot
na ivo
man e , 53
Torrdou El2 . Por
Rey prende o Fernando Telles da Sylva , III. Con
Forta-
de de Villar -Mayor , ó ſeu caſa
leza de S. Juliao , ibid . Com quem
calou , ibid . Sua ſucceſlao , 533 . mento , 910
Ouro , 11. Marquez de Fronteira , D. Fernando de Vaſconcellos , Senhor
das couſas notaveis.

de Mafra , de quem era filho , 802, D. Filippa de Menezes , mulher de


Fernando Xavier de Miranda Henri. Bartholomeu de Vaſconcellos ,
ques , com quem calou , 912 . quem he filha , 230.
Ferreira (Marquezes de ) 325. D, Filippa de Menezes, mulher de D.
Ficalbo (Condes de ) 401, 463,466 . Luiz de Lencaſtre , II. Commenda
Senhores de Ficalho , 229 , 237. dor mór de Aviz , 263. A ſua Ars
34 Figueiredos , donde procedem , 612, vore , 259 .
Figueiro ( Condes de ) 287 , 309 , D.Filippa de Menezes , filha do Apo
ſentador mor Lourenço de Souſa
313
D. Filippa de Abreu , filha de Gon da Sylva , com quem caſou , 714.
çalo Vaz de Caſtellobranco , quin- D. Filippa de Paiva , filha de Gil
tas vezes caſou , e com quem , 715 . Eannes de Magalhaens, com quem
D. Filippa de Ataide , mulher de D. calou , 743
Diogo de Caltro , de quem cra fi. D. Filippa da Sylva , IV. Condeſſa
de Fortalegre , o ſeu caſamento ,
lha , 846.
D. Filippa de Caſtro , ſegunda mulher 63 , e leg.
de D. Joao de Lencaſtre , Commen- Dona Filippa de Vilhena , mulher de
dador de Coruche , quem forao Nuno Martins da Sylveira , quem
ſeus pays , 331 . foraó ſeus pays , e avós , 259.
D. Filippa de Caſtro , filha de Fernan- D. Filippa de Vilhena , Condella de
do Cabral , com quem calou , 847. Villa - Nova , de quem era filha ,
5,
Dona Filippa Coutinho mulher de 314
Francilco Gonçalves da Camera , Dona Filippa de Vilhena , mulher de
Mathias de Albuquerque , 698 .
quem era
D.deFilippa da filha
Guerra , .mulher de
, 702 Por morte de ſeu marido tomou o
Franciſco de Almeida de Ornellas , habito no Convento da Eſperança
de Lisboa , ibid.
de quem era filha , 720.
D. Filippa de Lencaſtre , Prioreſſa do De Filippe 111. ( ElRey ) quando pu
Molteiro de Cheilas , quem foraó blicou a Ley das Cortezias , 93. Em
que anno celebrou Cortes em Lif
ſeus pays , 272 . boa , 94 .
7 D. Filippa Maria de Mello , ſegunda
mulher de Chriltovao deAlmada , D , Filippe de Alarcao Maſcarenhas ,
ſeu ca lamenio , e ſucceſlao , 683 .
D. 251 . a de Mello , ſua aſcenden-
Filipp De Filippe Maſcarenhas , Vice-Rey
da India , de quem era filho , e com
D. cia , 39 . de Mello , filha de Chriſ
Filippa quem caſou , 531.
tovao de Almada , com quem ca- Filippe de Souſa de Carvalho , Alcai
de mór de Villa-Pouca , ſeu caſa .
fou , 698. mento , e ſucceſlao , 655.
D. Filippa de Mello , filha de Affonſo
de Torres , o ſeu caſamento , 879. Flaminia Gallia , mulher de Grego
D. Filippa de Mendoça , mulher do rio Bom Compagno , de quem era
Commendador mór de Aviz Dom filha , 494
Franciſco Luiz de Lencaſtre , 286. Florencia ( Marquezes de ) 482 , e
reg.
A ſua Arvore , 291 . Floreſtao Lobo Cabral , com quem
D. Filippa de Mendoça , mulher de
Joao Nunes da Cunha , a ſua aſcen . caſou , 665.
Fogaças, 709 , e ſeg,
dencia , 291. Aaaaaa ii Fon
Tom. XI.
Index

Fontes ( Marquezes de ) 325 . dia , com quem foy caſado , 462 .


Fractique Carneiro , o que delle dizia Por quem foy canonizado , e quan
D. Lopo de Figusiroa , 502. Aon do , ibid ,
de calou , com quem , e que filhos D.Franciſco de Borja e Ar 1947 ,Con
de de Albayde , ſeu caſamento , e
D.tev e , diq d . e 8 28
ibiue . , I. Senhor de
Fra Manoel fucceflao , 462 .
Alaliya , de quem era filho , 432. Franciſco Botelho da Silva7 elles doc.
496. De que terras foy Senhor , de quem era filho , 411. Seu ca.
ibid . e leg. Cedeo a ElRey D. Joao ſamento , e ſucceſlao , ibid .
lll . o Senhorio de Salvaterra , e Franciſco Botelho , I. Conde de S. Mi
que equivalente lhe deu ElRey , guel , quantas vezes caſou , e com
497. Aonde jaz fepultado , e que quem , 890 , yco . Sua ſucceſlao ,
Epi taf io tem , 498. Seu caſame n ibid . e leg. Outro , 900 .
to , e ſuccellaó , ibid . e ſeg . Franciſco de Brito de Almeida , Cap
D. Fradique de Menezes , X.Senhor taó de Damaó , o ſeu caſamenio ,
da Ponte da Barca , leu caſamen 770 .
Franciſco de Brito Coutinho , com
ceſlao bu
e oſucde
toci, ſc qu0er
Fran Al , 52 , que Coelho , quem caſou , 939 .
Franciſco de Brito Freire , Almirante
o de
mſcqu ſoda 0. or de Car . da Armada Real , feu calamento , e
coci
Fran ma
em Alca Senh
u ,, 73 >
valhaes , com quem caſou , e que fucce
ſc
flaó
o , 860.
Franci Cabral , o ſeu caſamento ,
filhos teve , 2 56 .a
Fra : ciſ conto
de Al meid de óOrnellas , feu D. 8.
8 . ſco
Franci da Camera , da Congre
caſ ame , e luccella , 720.
gaçao do Oratorio , de quem he fi
Franciſco Barreto , paſlou ao Perú , e
com quem , 457 . Que filhos teve , filho , 564 .
Franciſco da Camera Paim , com
ibid .
Franciſco Barreto , Go vernador da In quem calou , 721 .
dia , ſeu calamento , e ſucceſlao , Franciſco Cardo ſóCorrea , Senhor do
Morgado de Olhos de Agua , feu
filhos
878 . caſamento , 701 , 703 , que
Franciſco Barreto de Menezes, o que
obro u na reſtauraçao sde Pernam teve , ibid .
buco , 458. Lugare que occu- Franciſco Carneiro , Senhor da Ilha do
Principe , com quem caſou , e que
pou , ibid . Quantas vezes caſou ,
com quem , e que filhos teve , ibid . filhos teve , 503 .
Com quem calou ſegundavez , D. Franciſco de Carvajal , I. Viſcon
de de Salinas , ſeu caſamento , 413.
461 , 900. Que filhos teve do ſe D. Franciſco Caltelzi , Il . Marquez
gundo matrimonio , ibid. de Laconi , com quem caſou ,463.
co
Franciſco Barreto de Menezes , outro , D. Franciſco de Caſtellobran , II.
Co nd e de Sa bu ga l , ſe caſamen
u
875 , 9oi .
Franciſco de Barros , Senhor do Mor
to , e ſucceſlao , 812 . co
gado de Real , com quem caſou , D. Franciſcode Caſtellobran , VIII.
655 . Conde de Redondo , com quem ca.
Franciſco de Barros de Paiva de fou , e que fijhos teve , ibid . 882 ,
quem era filho , 743. Com quem
. e
S.Franciſco de Borja ,DuquedeGan- D. Franciſco de Caftellobranco Sem
obor
das couſas notaveis.

nhor de Villa Nova de Portimao , e V. Duques de Ciudad Real , 487.


Fraxciſco Ignacio Ximents Certinho ,
o ſeu caſamento , 871 .
D Franciſco de Caſtro , Almirante de O c. de que terras toy Senhor , 704 .
Portugal , quando caſou , e com Quando faleceo , 705. Seu cala .
quem , 288. Sua fuccellao , ibid . mento , e luccellai , ibid.
Franciſco Joſeph deSampayo , XI . Se
e ſeg. e 947. nhor de Villo - Flur , com quem ca
Dom Franciſco de Caſtro , Biſpo da
Guarda , e Inquilidor Geral , de fou , 242 .
quem era filho , 933. Que luga- D. Franciſco de Lima , C pitao de
res occupou , e quando faleceo , Ormuz, o ſeu caſamento , 893 .
D. Franciſco Luiz de Lencalire , Ul .
ibid.
Commendador mör de Aviz , 263 .
D. Franciſco Chiriboga , com quem
Succede na Cala de ſeu pay por
caſou , 478.
Franciſco Correa de Lacerda , ſeu ca morie de ſeus irmãos , 285. Foy
Jamiento , e ſuccellaó , 447 , 714 . Guarda mór delRey D. Filippe II .
Franciſco da Coſta , Senhor de Pan ibid . Teve o titulo de Conde de Al
canede , 286. Seu calamento , e
cas , com quem caſou , 860.
D. Franciſco Coutinho , Vi . Conde de ſucceſlao , ibid . e ſeg.
Redondo , quantas vezes caſou , e D. Franciſco Luiz Balthaſar da Ga
ma , II . Marquez de Niza , o teu
com quem , 881 .
Franciſco da Cunha de Azevedo e caſamento , 533 .
Eça , Senhor do Morgado dosOi. D. Franciſco Maroel, que filhos le
vaes, com quem caſou ,781. Que ve , 433.
D. Franciſco Manoel , I. Conde de
filhos teve , ibid .
D. Franciſco de Eça , ſeu caſamento , Alalaya , de quem era filno , 529.
e ſuccellao , 673 , e ſeg. Outros , Por quem foy creado Conde е
652 , 661,674 , 675 , 685 , quando , 543. Seu caſamento ,
ibid . Sua ſucceilao , 544 .
14
D.724 , 733,
Franciſ 736,
co Eſtev ao 761 ,r
Xavie da .Ca-
763 D. Franciſco Maſcarenhas , 1. Conde
de Coculim , fcu caſamento , 535.
hoose mera , ſeu
ſco caſame
Ferrei nto
ra de Eça , ſeu. caſa-
, 453 D. Franciſco Maſcarenhas , III. Con
Franci
de de Coculim , com quem calou ,
mento , e ſucceſfaó , 657, 317 .
Franci/co
Fran Freire ade
ciſco Ferreir , outro
Andr,ade
760.
, com D. Franciſco Maſcarenhas , II . Conde
a de Caltello- Novo , com quem ca
‫اقد‬
2 4 quem caſoou ,Furtado
D.'Franciſc 415 , 451
de .Mendoça , lou , 693 .
ſeu caſamento , e ſucceflaó , 521. Franciſco de Mello , Senhor de Fica
leaning Franciſco Gallio , Duque de Alvito , lho , feu caſamento , e ſuccellao ,
him 229. Outro , 237 .
D. com
Franci ſcom da Gania , IV .Conde da
ou , 496. Franciſco de Mello , Prior mór da
leche que cal
Ordem de Aviz , de quem era fi
Vidigueira , o ſeu caſamento , 929 . 1
lho , 66 3 .
Franciſco Gonçalves da Camera , Se , outro , ſeu
nhor da Ilha Deſerta , feu caſamen- D. Franciſco de Mello
caſame nto aó
, e ſuccefl , 730.
) to ,Franci
Dom ſlaoGonza
e ſucceſco ga , Duque de
, 702, Franciſco de Mello de Caſtro, com
,
Solforino , com quem calou , 169. quem caſou a e que filhos teve ,
D. Franciſco Idiaques de Borja , IY . 849.
Franciſco
Index

Franciſco de Mendoça , da Ordem de Franciſco Serraõ de Almeida ; de


Santo Agoſtinho , Pregador delRey quem era filho , e com quem ca.

Dom Joao IV . de quem era filho , lou , 226 .


D. Franciſco de Sottomayor & c. III,
. ſco de Menezes , o Barra
Fra2nci
D.47 Marquez de Caſtro -Forte , leu ca

bás , com quem calou , 698. Sua ſamento , 4 ! 3 .


D. Franciſco de Souſa , I. Marquez
luccellaó , 699 . das Minas , com quem caſou , 533 ,
Franciſco de Meſquita , de quem era
695.
filho , e com quem caſou , 768 . D. Franciſco de Souſa , Védor da Ca
ciſco ,de706.
Quiro
Fran Miranda , ſeu caſamen ſa delRey , o ſeu caſamento , 56 3 .
to , e ſucceſlao , 769. Outros , Franciſco de Souſa , Alcaide mór da
Guarda , com quem calou , 891 ,
73
Fran 3,o
ciſc 77 2 , z , V. Senhor de An
Moni 894. Sua ſucceſlao , 895.
8
geja , com quem cafou , 813 . Franciſco de Souſa da Camera , 44 .
Seu caſa ment o , e fucce llao , 449 .
nciſco
Fracaſa de
ment o Mor aes Cog
, e ſucce ſlaoomi nho, ſeu
, 706. Franciſco de Souſa da Sylva , Se
Franciſco de Moura , Commendador nhor da Quinta de Sylva , com
de Val de Telhas , o ſeu caſamen quem cafou , 364. Outro , 417.
Franciſco da Sylveira , Senhor de
Dom Fra6nciſco Nicolao de Menezes , Sarzedas , ſeu caſamento , e luccel
to , 7 6 .
Principal da S. I. P. de quem he fi faó , 888.
Franciſco da Sylveira , Claveiro da
Franci
D.lho ſco. de Noronha , feu cala .
, 416 Ordem de Chriſto , com quem ca
mento , e ſucceſlao , 906 , e leg. fou , 769. Soa ſuccellaó , 770.
Franciſco Peixoto , com quem calou , Franciſco de Tavora , Reporteiro
mor , feu caſamento , 708.
Fraenci
que Peroseir
ſcofilh teve
a da, 778.
Sylve , Senhor Franciſco de Vaſconcellos , I. Conde
de Britiandos , ſeu caſamento , 358. de Figueiró , com quem calou ,
407. Quando faleceo , e aonde ,
D. Franciſco Pereira , Commendador
eiro ibid .
do Pinh
e que co,m 741.
filhos ,teve caſou ,,
quem Outro Franciſco Xavier Cardoſo de Alarcaē
o ſeu caſamento , 682 .
936.
D.Fr anciſco Ponce de Leon , X. Du- Dona Franciſca Antonia de Azeredo ;
mulher de Antonio de Saldanha de
Freande
D.qu ciſc s , Po
Arocode 4ug
17rt . al , ſeu caſa Oliveira , de quem he filha , 244.
D. Franciſca de Aragao , mulher de
mento , 779 . Lourenço de Brito , de quem era
D. Franciſco Rolim de Moura , XVI . filha , 446. Com quem caſou ſc
Senhor de Azambuja , que filhos
gunda vez , 447
teveiſco
Franc 7 . Sá e Menezes , I. Mar-
, 74de D. Franciſca'de Aragað ,mulher de
quez de Fontes , leu caſamento , Pedro de Souſa de Brito , de quem
he filha , 448 .
340. de Sá e Menezes , II . Con- D. Franciſca de Aragao , mulher de
Franciſco Joañ dedeBor ja ,456 , 461de. D.
fou de
de Penaguvez
ſegunda quem Que
com, 901.
iaó, ,899 ca D.D.
Franciſca Ataide,mulher
Manoel Maſcarenhas, Commenda
filhos leve , ibia . dor
das couſas notaveis.

dor do Roſmaninhal, de quem era Duarte Peixoto , de quem era filha,


filha , 529 , 530 , 567. 777.
D. Franciſca Barreto , filha de Bel D. Franciſca Henriques , filha de An
chior Barreto , com quem caſou , tonio de Miranda , Senhor de Lan
700 , deira , quantas vezes caſou , 884.
D.Franciſca Benta de Tavora , mu D. Franciſca Ignez de Lencaſtre , fie
Ther de Manoel Ferreira de Eça , lha dos I. Condes de Valadares ,
com quem caſou , 859.
657.
D.Franciſca de Borja e Aragao , VII. D Franciſca Joſefa de Vilhina , mu
Princeza de Eſquilache , quantas lher de D.Franciſco de Caſtro , Al
vezes caſou , e com quem , 467. mirante de Portugal , de quem era
D.Franciſca da Camera , filha de Joao filha , 288 , 947 .
Vaz Fagundes , com quem caſou , D. Franciſca de Lacerda , mulher de
D. Antonio Manoel , quem foraó
720.
D. Franciſca de Caſtro , mulher de D. feus pays, 516 .
Franciſco Eſtevao Xavier da Came- D. Franciſca Luiza de Mendoça , mu:
lher de D. Joao Manoel , de quem
ra , de quem era filha , 453
D. Franciſca de Caſtro , mulher de D. era filha , 521 .
Franciſco de Caſtellobranco , quem D. Franciſca Luiza de Vaſconcellos,
mulher de D. Manoel Chil Rolim ,
foraó ſeus pays , 871 .
D. Franciſca de Caſtro , filha de D. XV. Senhor da Azambuja , quem
Luiz de Menezes , Altercs mor , foraó ſeus pays , 747.
Dona Franciſca Luiza Margarida da
com quem caſou , 877.
D. Franciſca de Caſtro , mulher de D. Sylva , filha de Chriftovao de Ma
Franciſco Pereira , de quem era fi galhaens , com quem caſou , 855 .
D. Franciſca Maria de Borja e Ara
D.lha , ciſc
Fran 936a. de Cordova , mulher de gaö , Marqueza de Laconi , de
D. Joað da Cunha , VI . Conde de quem era filha , 463 ,
‫ܝܽܬ‬ D. Franciſca Maria de Souſa e Cas
Buendi
Dona a , ſca
Franci 479.
da Cunha , mulher de tro , mulher de Nicolao Pereira
Joao Davia , Senhor de Ceſpedoſa , Coutinho de Menezes , de quem
he filha , 510.
que
D. m fora
Franciſ ca ó da
ſeusGuerra
pays , ,637.
mulher de D. Franciſca de Mendoça , mulher
D. Franciſco Pereira , Commenda . de Sebaſtiao de Macedo de Mene
zes , de quem era filha ,415. Com
D.dor do
Fran ciſc daroGuer
Pinahei , 740.
ra , mulher de quem caſou ſegunda e terceira
vez , ibid .
Luiz Pinto de Caſtro , 762 .
D. Frar.ciſca da Guerra , filha de Du. D. Franciſca de Mendoça , Condeſſa
arte da Guria , com quem cafou, de Atalaya , de quem cra filha ,
562 .
D. 876.
Franciſca de Guſmai , mulher de D. Franciſca de Mendoça , mulher
D. Joao Lobo , VIII . Baraó de Al do Deſembargador Damiaó de
vito , de quem era filha , 266 . Aguiar , 745 .
D. Franciſca de Guſmaõ , Condeſa D. Franciſca de Menezes , Condeſſa
de Redondo , de quem cra filha ,
de Villa Umbroſa , quantas vezes
88
Or caſou , e com
D. Franciſca quem , ,467.
Henriques. mulher de D. Franciſca de Noronha , mulher de

.
Index

D. Bernardo Manoel , quem forao Freire de Andrade. Alguns Fidalgos


delte Appellido, 65 , 451 , e leg.
D.leu s pay
Fran ciſc Pau1la
s a, 40 ; de Zuniga , IV . Fronteira ( Marquezes de ) 534 , 6

ueza ſeg.
D.Duq
Franciſcade Abrant,es
Pereira , 190
mulhe . Nu-
r de Fuente ( Marquezes de la ) 482,6
no de Andrade , de quem era filha, feg

887 . G
D. Franciſca Roſa Maria de Mene
zes , mulher de Thadeu Luiz Lo . Abriel de Almeida , Secretaria
pes quem he filha,
5 3, 67 9 .
Fran,ci52
D. 36 ſca Sarmiento Barba , Se. calou , & 97.
nhora de Caſtro Forte , a lua aſcen- D. Gabriel Ponce de Leon , VII.Du
que de Aveiro , 169. Quando nal
Franciſc
Dona cia a de Souſa de Ataide , ceo , 175. Quando foy creado
den , 412 .
mulher de D. Gregorio de Caltel Duque de Banhos , ibid. Palla a
Portugal a pleitear o Ducado de
D.lob coſc,a476
anci
Frran de .Souſa , mulher de Aveiro , 176. Quando lhe foy jul
Chrilto vaó de Tavora , a ſua aſcen gado , ibid . Faz acto de Vallalla
gem nas mãos delRey D. Joao V.
.
an ci ſc a ra eſ ſa ibit . Titulos quc teve , e de que
D. den
Fr cia , 34de5 Tavo , Cond de
Unhaó , de quem era filha , 950. terras foy Senhor , 177.
D. Franciſca de Tavora e Miranda , Galiote Leitað , Senhor da Torre de
Ota , com quem caſou , 645 .
filha de Alvaro de Miranda , com Galveas ( Conde das ) Antonio de
anciſc a omaſia nezes , Mello de Caſtro , ſeu caſamento ,
D.qu
Frem , 851 , de Me
caſouTh
a de
filhnta Ayris
s veze Tellues de Menezesm , 350.
qua s caſo , e com que , Gama , Condes da Vidigueira , 551 ,
D.Garcia de Eça , Alcaide mór de
771 , 781 . Muja , de quem era filho, 684 ,
D. Franciſca de Toledo ( A Duqueza ) 645. Quantas vezes caſou , e com
fur aſcendencia , 75. quem , 684. Sua fuccellaó , 685.
D. Franciſca de Vilhena , Marqueza
alva o , 691 718a. de Jor-
,,filh Outro , 716.
D.de Mont
Franc iſca deVilhe na Dom Garcia de Eça, o Çoleima , de
quem era filho , 699,705. Por
ge de Lima , Capitaó de Chaul , que lhe chamaraó aſlim , 706, Ace
com quem calou , 690 . ções que obrou em Africa , prin .
D. Franciſca de Vilbina , mulher de cipalmente na defenſa de Çafim ,
fi
D. Vicente Coutinho , de quem era 705. Com quem caſou , e que

D. filha
Franci, 700.
fca de Vilhena , mulher de 70a6,. Commendador de
Gaos
D.Th teve
rcia de, Ec
ſca Xa
anocide a er
vi aa
lvan S. Vicente da Figueira , quantas
D.PeFrdr Souſ Syet
da Ca de 5
, 77 Ar.a.
vezes caſou , e com quem , 706 .
yao , mulher de D. Pedro Alaras da
Sua ſucceſlao , ibid.
nſ
D.FoFr eraic, o deLaqu
edec ndem Prlhanc, ip
era. fi
i , IV 45e0
de. Garcia Gonçalves de Herrera , Senhor
ſeu cajamento ,
Valditaro , ſeu calamiento , é ſuce de Pedraça ,
ſucocilao , 625. Garcia
ceilao , 484 .
das couſas notaveis.

D. Garcia de Mello e Torres , Capi. vezes caſou , e com quem , 657 ,


taó de Sofalla , com quem calou , Gonçalo Garcia de Figueiredo , Ayo
14 do lotante D. João , o teu calamen
878.
D. Garcia de Noronha , ſeu caſamen . 10,612 .
to , e ſucceilao , 708. Gonçalo Gomes da Sylva , quem era ,
Garcia de Soufa Chichorro , o ſeu ca 414. A lua alcendencia , ibid.
D. Gonçalo de Gufinaõ , Senhor do
lamento
Gafpar , 647 .
Freire , com quem caſou , Toral , quantas vezes colou , e com

907. quem , 638 .


Gaj par Malheiro Reyma) , com quem Gonçalo Joſeph Carvalho Patalim , o
for 671 . cu calainento , 238. Quanuo ta
calou , e que filbos teve ,
Gaſpar Pereira , Senhor do Couto de leceo , ibid .
Mazaretes , o ſeu caſamento , 941. Gonçalo Lopes de Carvalho , com
Gaſpar de Sampayo , com quem ca quem calou , 657,677,681 .
Gonçalo Nunes Barreto , Alcaide môr
D.lou 658.
Gaļ, par de Teive Tello e Guſmaő , de Loule , ſeu calamento , e ſucceſ
1. Marquez de la fuente , feu cala faỏ , 45 5.
meno, 480,482 . Sua luccellaó, Gonçalo Peixoto da Sylta , &C. Se
nhor de Penhafiel , & c. com quem
D.483 :
Gaſtao Coutinho , com quem ca cafou , 680. Sua luccellaó , 681 ,
tou , 700 , 701. Sua lucccllao , Quiro , 683 .
Gonçalo Pires Carvalho , Provedor
ibid .
Gajtao joſeph da Camera Coutinho , das obras do Paço , ſeu caſamen
Senhor Ja liha Deierta , 703 . to , e ſuccellaó , 944 .
D. Gil Eannes da Costa , com quem Gonçalo Rodrigues de Souſa , com
calou , 891 . Que filhos teve, 892, qucm calou , 774 Quc fi hos ic

o , nes ve , 775
D.Outr
Gil Ean ibid .de Noronha , o ſeu ca- Gonçalo de Souſa de Macedo , Baraó
vil, famento , 903. Ducro , 906. da Ilha Grande , 858 ,
Gil Fernandes de Carvalho , com Gonçalo Vaz Coutinho , com quem
:- quem calou , 749,755 . Sua luc calou , 629. Tragica morte que
teve , e porque , ibid . Outro, 937.
cellao , ibid .
da Cunha , de quem era fi- Gonçalo Vaz deMoura , Guarda mór
Gil Vaz delRey D. Affonſo IV. 215.
Iho (
Girao , Dom
e com Affonſ
quem ocaíou , 751
Telles ,
) com Gonçalo Vaz do Rego , Guarda mór
que m calou , 633. Famili queas delRey D. Affonio IV.ibid .
CA Granada ( Reys de ) 198 , e ſeg.
delle procedem , ibid.
Giron . Alguns Fidalgos deſte Åppelli- Gregorio de Bom Compagno , Duque
de Sora , ſeu caſamento , 494.
do , ia
Gochar 121 . es da) 530 , e ſeg.
75 (, Senhor D. Gregorio de Caſtellobranco , Com
D.Gomies de Eça , ſeu caſamento , e mendador de S. Miguel de Tres
eter Minas , de quem era filho , 476 .
ſucceil
Gome s Louraó enço do 760.
, 759, Avelar , Guarda Seu caſamento , ibid ,
môr delRey D. Fernando , 216 . Gregorio Ferreira de Eça , Senhor do
Gonçalo de Almeida Souſa e Sá , ſeu Murgado de Cavalleiros corn
caiameno , e luccellan , 364. quem calon , 656.
ET Gonçalo André de Carvalho , quantas D. Gregorio hauniatur go de Caſtel
Bbbbbb lubranco ,
Tom . XI .
Index

lobranco , III. Conde de Villa -No. D.Grinzaneza Cafco , filha de Nuno


com quem caſou , 213 , 335. C [co , com quem cafou , 685.
v a , . Quando falecco , ibid . 475.
475 D. Grimareze Maſcarenhas, ſegunda
Foy Guarda môr del Rey D. Joaó mulher de Fernando da Sylveiral,
III. Senhor de Sarzedas , de quem
IV, 222 .
Grimaldi, Principes de Monaco , 485, era filha , 890.
e leg. Quem eſcreveo as Taboas Guarda mor dos Reys , que officio era,
Genealogicas delta Familia , 486. 214. Suas preeminencias , 212 .

Guarda mor ,
del Rey D. Sancho I. Affonſo Dias , 214 .
del Rey D. Affonſo IV . Gonçalo do Rego , 2150
Gonçalo Vaz de Moura , ibid.
do Rey
del D. ,Pedro I.
meſmo Joao Lourenço Lubal , ibid .
delRey D. Fernando , Gomes Lourenço de Avelar , 216,
Vaſco Martins de Mello , ibid.
do meſmo ,
del Rey D. Joaó I. Joao Fernandes Pacheco , 217.
Martim Affonſo de Mello , 218.
do meſmo
delRey D. ,Duarte , Martim Affonſo de Mello , outro , 219.
del Rey D. Affonlo V. o meſmo , ibid.
D. Rodrigo de Mello , ibid .
do meſmo ,
del Rey D. Joao II. o meſmo , 220 .
Ruy de Souſa , ibid .
do meſmo ,
delRey D. Manoel , Jorge Moniz , ibid.
D. Nuno Manoel , ibid.
do melino ,
delRey D. Joaó III. o melmo , 221 .
D. Luiz da Sylveira , ibid.
do meſmo ,
D. Diogo da Sylveira , ibid.
do meſmo ,
delRey D. Sebaſtiao , omeſmo , ibido
delRey D. Henrique , o meſmo , ibid ,
delRey D. Filippe II. o meſmo , ibid .
D. Franciſco Luiz de Lencaſtre , 285.
do meſmo ,
del Rey D. Filippe III. D. Luiz da Sylveira , 222 ,
delRey D. Filippe IV . o meſmo , ibid ,
del Rey D. Joaó IV. Pedro de Mendoça , ibid. o
D.Gregorio Thaumaturg de Caſtel
do meſmo ,
lobranco , ibid.

D.Guiomar Anacleta , mulher de D. D. Guiomar de Castro , ſegunda mu


lher de D. Gregorio Thaumatur
Antonio de Lencaſtre , de quem he de
go , Ill . Conde de Villa -Nova ,
filha , 365,679 .
mar Be quem era filha , 476 .
lheio
D.Gu r de Gonçrn
al oda
ar Loda
pesSyCa a al
lvrv ho .,
, mu D.Guiomar de Caſtro, filha de Pedro
Vaz de Carva iho , com quem ca
677,681 ,
D. Guiomar de Caſtro , Condeſa de fou , 703 .
Faro , quem forao ſeus pays , è D.Guio n
Pedro :ar" deCaſtro,, quantas
filha de Dom
de Noronha vezes
avós , 319. calous
das couſas netaveis.

caſou , e com quem , 741 , 890. D. Guiomar de Menezes , mulher de


D. Guiomar do Caſtro , Diqueza de Sumaó Fogaça , de quem era filha ,
Naxera , de quen era filha , 807 . 709 .
D.Gniomir de Caſtro , mulher de Jozo D.Guiomar de Miranda , filha de An
Fernandes de Valconcellos , Senhor tonio de Miranda , com quem ca
de Figueiró , de quern era filha , fou , 703 :
D. Guiomar de Noronha , mulher de
845
D. Guiomar de Caſtro , mulher de Al D. Rodrigo de Eça , 757. Inſti
,bp varo Peres de Andrade , quem to. tuhio o Morgado de Montalvaó ,
ibid. e leg
raó ſeus pays , 884 , 885 .
D. Guiomar de Caſtro , inuiher de D. D. Guiomar Pacheco , filha de Pedro
Henrique de Noronna , 901 . Homem , com quem caſcu , 726 ,
D. Guionar de Caſtro , Condella de D. Guiomar da Sylva , mulher de D.
Alouguia , a tua alcendencia , 537 . Jorge de Menezes Sottomayor , de
D. Guiomar Coutinho , o que lhe ſuc . quem era filha , 408 .
cedeo com D. Joao de Lencaſtre , D. Guiomar da Sylva , mulher do Al
1. Duque de Aveiro , querendo ef mirante D. Lopo de Azevedo , 409 .
D. Guiomar da Sylva , Condella de
te calar com ella , 43 .
D.Guiomar Coutinho , filha de Ruy Val de Reys , 470.
Lopes Coutinho , com quem calou, D. Guiomar da Sylva, mulher de D.
Vaico de Eça , de quem era filha ,
809.
D.Guiomar de Eça , mulher de Lopo 675 , 767 .
Vaz de Sampayo , de quem era fi- D. Guiomar da Sylveira , molher de
Henrique Henriques de Miranda ,
lha , 653 , 657
D. Guiomar de Eça , mulher de Pedro 663 .
Peixoto da Syiva , 676 , 777 . D. Guiomar de Valconcellos , mulher
D. Guiomar de Eça , mulher de Fer de Francisco de Almada , 256 .
nando Rebello de Almeida , de D. Guiomar de Vaſconcellos , Senhora
quem era filha , 676 , 677. do Morgado de Alvarenga , com
D. Guiomar de Eça , mulher ve Ben. quem calou , 658.
to de Lemos , de quem era filha , Doria Guiomar de Vilhena , Condella
736. Com quem caſou ſegunda da Vidigueira , a ſua aſcendencia ,
vez , ibid . 551 .
D.Guiomar de Lencaſtre , mulher de Guerra. Alguns Fidalgos deſte Appel
Luiz da Cunha , Senhor de Povo lido , 465 , e ſeg.

lide , 272,476 .
D.Guiomar de Lencaſtre , mulher de
H
D. Affonſo de Noronha , 243 .
D. Guiomar Manoel , mulher de Si
maó Guedes , IX , Senhor de Mur Aro ( Conde de ) Bernardino
6 Fernan des de Velaſco , o feu
HA
D.ça , 447.
Guiom ar de Mello , mulher de Al caſamento , 626.
varo Mendes de Vaſconcellos, quem Harrach ( Conde de ) Embaixador a
foraó ſeus pays , e avós, 291. Lisboa pelo Graó Meſtre de Malta
D. Guiomar de Mello , filha de Joao D. Antonio Manoel de Vilhena ,
Homem da Sylva , com quein ca. 597. Quem foy o ſeu Conductor,
ibid .
fou , 775 Bbbbbb ii Hei.
Tom . XI.
***

‫نه به‬
Index

Heitor de Mello , Annadel mór dos vezes caſou , e com quem , 909 ,
910 .
Belte Mendes
Heitor ros , com dequem
Britosadeou , 8779,
Elvas D.Helena de Portugal , filha dc D.
ſeu caſamento , e ſucceſlao , 939 . Joao de Almeida , com quem ca
Heitor de Sá , Couteiro mór , com fou , 857 .
quem calou , e que fi.hos teve , D. Helena da Sylva , filha de D. Gil
Eannes da Culta , o ſeu caſamen
207.
D.Helena de Calataiud , mulher de to , 903 .
Chriſtovao de Melio , Porteiro môr D. Helena da Sylveira , Marqueza de
Niza , de quem era filha , 533 .
de quem era filha llobr
, 919 . , Con.
anco D. Helena de Tavora , mulher de
D. Helena de Caſte
Ruy Lourenço de Tavora , de
della de Povolide , de quem he fi. quem era filha , 227 , 238. Com
D.lha na4de
He,le28 . Caſtro , filha de Nuno quem caſou ſegunda vez, ibid. e

Maſcarenhas , Senhor de Palma , 238 , 948.


D. Helena Thereſa Luiza de Caſtro,
Heleque
D.com m caſo
na da Coſtua ,, 881
filha, de Salva mulher de Chriltovao Eſmeraldo
de Atouguia , quem foraó ſeus
dor Correa da Sylva , quantas ve
zes caſou , e com em 739 . pays , 771 .
D. Helena Coutinho ,qumulh, er de D. Henrique Carvalho de Souſa, Senhor
Ma no el de No ro nh a , de quem era da Azambujeira , com quem calou,
227 , 238 , 947. Sua fuccellaó ,
fiiha , 707 .
D. Helena de Eça , mulher de Fer ibid . e reg.
nao de Caltro ', Senhor de Melga- D. Henrique deCaſtro , Provincial de
S. Francifco , 846.
661 .
D. ço
Hel,ena de Lencaſtre , Commenda . Henrique Correa de Lacerda , o ſeu
deira de Santos , de quem era fi . caſamento , 447:
lha , 34. Foy huma das Princezas , Henrique Correa de Souſa de Lacer
que ſe propuzeraó para caſar com da , com quem caſou , 771.
Henrique Correa da Sylva, Alcaide
o Infante D. Luiz , ibid,
mór de Tavira , o ſeu caſamento ,
D , Helena de Lencaſtre , mulher de
Martim Affonſo de Oliveira , de 849
D. Henrique Coutinho , com quem
quem he filha , 211 , 224 . . caſou , 201. Sua fucceflao , 703.
D. Helena de Lencaſtre , Marqueza
de Fronteira , quem forao ſeus D. Henrique da Cunha, de que Fa
milias toy Progenitor , 633 .
pays , 317 . D. Henrique da Cunha e Portugal,
D. Helena Maria de Aragao , mu IV. Conde de Valença , de que ter
lher de D. Franciſco Chiriboga , ras foy Senhor , 635. Quantas ve
de quem era filha , 478 .
D. Helena de Noronha , mulher de D. zes caſou , e com quem ,636. Sua
Eltevaó de Menezes , Senhor de fucceflai , ibid.
Tarouca , a ſua aſcendencia , 319. D. Henrique de Eça,Capi taó de Car
nanor , o ſeu caſamento , e ſucceſ
Dona Helena de Noronha , Abbadela
de Almolter , de quem era filha , faó , 763
D. Henrique Henriques , Senhor das
803 .
Alcaçovas, com quem caſou ,436 .
D. Helena de Noronha , filha dos ter.
446. Sua ſucceſlao , ibid.
ceiros Condes dos Arcos , quantas D. Her
das couſas notaveis.

D. Henrique Henriques , VI . Senhor ſa Grimaldi , ibid. Quando fale .


das Alcaçovas , o leu caſamento , e ceo , ibid .
fucceflao , 454. Hoſpicio. O dos Religioſos de Noſſa
Es . Henrique Henriques de Miranda , Senhora da Arrabida em Azeitaó
com quem calou , 66 3. Fundou o por quem foy fundado , .
Collegio dos Clerigos Pobres de Lif. D.Hypolita de Cardona , mulher de
D.Aivaro de Cordova , 478,
boa , ibid.
Henrique Henriques de Miranda , D. Hypolita de Cardona , mulher de
Eſtribeiro mór do Cardeal Rey D. D.Luiz Henriques , li , Conde de
Henrique , ſeu caſamento , e luce Villa -Flor , de quem era filha, ibid .
D. Hypolita Maria Landi , V. Prin
ceflao , 774
Henrique de Mello da Sylva , com ceza de Valdicaro , de quem era fi
qu: in cafou , e que filhos teve , lha , 484.
D. Hypolita Trivulce , mulher de
418 , 523.
N D. Henrique de Menezes , 230. Ou Honorato Grimaldi , Principe de
tro , 809 . Monaco , quem foraó ſeus pays ,
D. Henrique de Menezes , Senhor do 486.
Louriçal , ſeu calamento , e luccel
I
ſaó , 886.
Henrique de Menezes da Sylveira ,
Aques Franciſco , Senhor de
com quem calou , 734 .
D. Henrique de Noronha , ſeu caſa . Marignon , com quem caſou ,
mento , e ſucceſlao , 901, 490. Que filhos tcm , 491 .
D. Henrique de Noronha , Provincial D. Jayme de Lencaſtre , eleito Biſpo
da Ordem de Nolla Senhora do de Ceuta , de quem era filho , e

Monte do Carmo , de quem era fi aonde jaz ſepuliado , 34.


D. Feronymo de Ataide , com quem
lho , co6 .
D. Henrique Pereira , ſeu caſamen calou , 686. Apartando -ſe de qua
mulher ſe fez Religioſo de S. Bere
Henrique cellaó , 742
to , e lu Ventura .
de Moura Ma nardo , ibid.
noel , com quem caſou , 896. D. Feronymo de Ataide , VI . Conde
Hercules Grimaldi, Principe de Mo de Atouguia , com quem caſou ,
naco , leu caſamento , e ſucceſfaó , 755 .
485. Outro , 487. Quando fale . Jeronymo de Caſtillo , o ſeu caſamen
ceo , e de que forte , ibid . 10,452 .
Hercules Theodoro Trivulce , Prin- Jeronymo de Caſtro , Alcaide mór de
cipe do S. R. I , ſeu caſamento , e Melgaço , com quem caſou , 663 .
Outro , 664.
fucceffaóCamillo
Honorato , 493 . Leonor Grimaldi , D. Feronymo de Caſtro , Senhor do
Paul de Boquilobo , quantas vezes
Principe de Monaco , 491 .
Honorato Grimalli , Principe de Mo caſou , e com quem , 922. Sua
naco , ſeu caſamento , e ſuccellao , fucceflaó , ibid .
486. Lançou fóra da Cidade de D. Jeronymo de Eça , com quem ca
3,3 Monaco a guarnição H ? ſpanhola , lou , 689. Sua lucceliao , 690
485. Que merces lhe fez El Rey Outro , 760.
Luiz XIII. de França , 486. Eſcrc- D. Jeronymo de Lencaſtre , Prior da
vco as Taboas Genealogicas da Ca. Igreja de Torres Novas , de quem
era

1
Index

era filho , 79. Que filhos reve , D. Jeronyma de Eça , mulher de Joao 1
Vieira Matolo , de quem era filha, 1
do
gero
femnymo
inioLobo Sald
de cel
, e luc l.6 ,855, .ſeu ca
anha Jer.onyma de Lacerda , mulher de
D.781
D. Jeronymo Manoel , pallou com Diogo de Mendoca Corte -Real ,
ElRey D. Sebaſtiao à Africa , 434. de quem era filha , 514.
Que filhos teve , ibid . Outro , 444. D. Jeronyma Maria de Sá , mulher
D. Feronymo Manoel , o Bacalhao , de D. Fradique de Menezes , X, Sc.
que poltos occupou , 437. Foy à nhor da Ponte da Barca , de quem
India por Capitao môr depos huma era filha , 520 .
Armada , e que contratem te- D. Feronyma da Sylva , filha deFer
ve , querendo voltar para o Reyno , naó Peres de Andrade , com quem
ibid . Com quem caſou , ibid . Sua ou ma5de
D.cal
Jero,ny84 . Toledo , filha dos II.
nymo enhas es
rolaó
Jecef
D.fuc Maſc
, 43 , e 444 . , D. Prior
8 ar Cond d : Villa -franca , o ſeu cả

aens , e Biſpo de Sego ſamento , 755 .


de
via Gu de ar
, im quem era filho , 695 . D. Ignacia Henriques , filha do Del
embargador Luiz de Goes de Mat
de
Jeronymo Mello
quem eradefil Coutinho
ho , e co m quem ca tos , com quem caſou , 666.
D. Ignacia Leonor de Vilhena , mu.
mo de Mend a o
founy
Fero , 407 , 905 .oç , Cavalleir de lher de D. Joao Joſeph de Mello ,
de quem he filha , 729 .
Ma ntae :elh
Coil , queeÉI ltos
póRe y D.
occu founſ
Afpo , o43 9.
Ví. D. Ignez de Alagon , mulher de D.
(

o governo de Pernambuco , coco Alvaro de Cordova , 478 .


D.Ignez de Alaras , mulher de Ma
homo
ſe ny
Jero
Fr.mo uveRo ma
nel len ,, ibi . vocaçao
eqdui noel Andrade Brito Pereira , de

que padeceo ſobre o pay de D. Fer quem era filha , 449.


D.lgnez de Alarcao ,mulherde An
nando de Eça , 631 , 650. tonio de Barros de Almeida , Se.
Jeronymo da Sylveira , o ſeu caſa nhor do Morgado de Real , quem
oro 735 .
D.meFeronyma de Brito , filha de Joao foraó ſeus pays , 655 ,
D. I gnez de Almeida , Condeſſa de
co m quem caſou , ibid .
Bucarro , S. Miguel , de quem era filha ,
D. Jeronyma de Eça , primeira mu
lher de Gonçalo Lopes de Carva D.89 9 z Antonia de Tavora , mua
Igne
o ro
D.ThJe nyma
, de emEç
qode eraa, fi
mu a ,er
lhlh 7 . An
65de Ther de Joao de Saldanha , 227 ,

tonio Pereira , quem foraó ſeus D.240


Igne, z Antonia da Sylva , mu
pays , 653 . Ther de Joao Pedro de Saldanha ,
Donia Jeronyma de Eça , Senhora do
Mrgado de Cavalleiros , com de quem era filha , 245 .
D. I gnez de Ayala , ſegun la mulher
quem caſou , 654. de Joao Saraiva de Sampıyo , Ca
D. Jeronymia de Eça , niulher de Fi pitao mór de Montemor o Velho,
lippe de Souſa de Carvalho , de
a filma , 505,920 .
de quem deerAyala
D.Ignez
D.quFeronymia dea ,Eça
em era filh 655, .filha de Ruy , mulher de San
cho de Faria , Alcaide inor de Pal
Diaz de Azevedo , quantas vezes
mella , 505 , e920 , Dona
cafou , e com quem , 779 .
das couſas notaveis.

Dona Igriez de Ayala , Condella de Villa- Nova da Cerveira , a ſua al


Monſanto , 914 cendencia , 555
D.Ignez de Ayala , mulher de Joao D. Ignez Margarida de Lencaſtre ,
1. de Mello , Porteiro mór , 919 . mulher de D.Vaſco Lobo , IX ,Ba•
D. Ignez de Caſtro , Viſcondeſſa de raó de Alviro , de quem era fiina ,
251 , 268 .
Salinas , de quem era filha, 413.
D.Ignez de Caſtro , filha de Manoel D. Ignez Maria de Alarcao , viuva
Homem Maſcarenhas , quantas ve deGonçalo Cardoſo Pereira , com
zes caſou , 701. quem calou ſegunda vez , 654.
D. Ignez de Caſtro , mulher de Bar . D. Ignez Maria de Mello , filha de
Chriftovao da Cotta Freire , Senhor
tholomeu de Andrade , 778 .
D.Ignez de Caſtro , mulher de Lou de Pancas , quantas vezes calou , e
renço da Sylva , VII . Senhor de com quem , 837.
Vagos , de quem era filha , 924 . D. Ignez Maria de Teive , Marque
D. I gnez de Eça , mulher de Garcia za de Florencia , de quem era filha,
de Souſa Chichorro , de quem era 483 .
filha , 647. D. Ignez de Mello , Senhora de Po.
D. Ignez de Eça , filha de Ruy Bar volide , com quem caſou , 744 .
reto Rolim , quantas vezes caſou , ‘ D Ignez de Menezes , Condella da
Chela , de quem era filha , 208.
e com quem , 735
Soror Ignez do Eſpirito Santo , Ab Ficando viuva , tomou o habi'o de
badella do Moſteiro da Eſperança , Carmelitas Deſcalças no Mosteiro
de Santo Alberio , 209 .
de quem era filha , 226.
D. Ignez da Guerra , mulher de Al- D. Igriez de Menezes , mulher de
varo Pires de Tavora , Senhor do Bernardo de Carvalho , de quim
- era filha , 811 ,
Mogadouro , 628.
D.Ignez da Guerra , mulher de Chriſe D. Ignez de Noronha , Marqueza de
tovao de Mello , Senhor de Povoli Niza de quem era filha , 209,
ort Demanda que moveo a ſua irmáa
de , 740 , 742 .
D. Ignez Henriques , filha de D. Joao a Condeſſa de Caſtello -Melhor , ib,
de Lima , com quem caſou , 773. D. Ignez de Norow:ha , mulher de D.
D. Ignez Henriques , mulher de D. Rodrigo de Lencaltre , Commen
dador de Coruche , quem torao
Jeronymo de Caſtro , 922,925 .
D. I gnez Joſefa de 1 avora , mulher ſeus pays , e avós , 325. Sou caſa.
de D. Pedro Balthafar de Almeida mento , 336 .
de Lencaſtre , de quem era filha , D. Ignez de Noronha , mulher de D.
1 247 , 363. Quando caſou , ibid. Lourenço de Lencaſtre , Commen
e358 . Linguas em que foy perfeis dador de Coruche , de quem era fi
Iha , 334
Igneze de
D.tament inſtrui da , 359.
Lencaſ tre. Vide Soror D.lgnez Pimentel , Condeſſa de Mon

Ignez do Eſpirito Santo. fanto , de quem era filha , 949 .


D. I gnez de Lencaſtre , mulher de D. D. Ignez de Portugal , mulher de D.
Antonio da Sylveira , de quem he Joaó de Sara , 646 ,
1,6 D. Ignez de Souſa , mulher de Luiz
filha , 290.
D. Ignez d : Lencaſtre , Condella das Lopes Lobo , quem torao deus pays ,
852.
Galveas , de quem era fi:ha , 350 .
D. Ignez de Lima , Vilcondeſla de D. Ignez de Souſa , mulher de Pedro
Lourenço
Index
Lourenço de Tavora , ſua aſcen deſtinou ElRey ſeu pay . Fazlhe
doaçao de Porto de Mós , e outras
D.Ignez de Sottomayor , mulher de terras , ibid . Lezado que a Rainha
de ncia 7
Fernan,do53de . Soula o da Botelha , D. Brites ( ua avó lhe deixou em
feu Teltamento , 613. Prova -ſe a
D.Ignez de Taenvora e Lima , filha de ſua legitimidade , 014. Exercicios
a ſua aſcend cia , 345 .
Alvaro Pires de Tavora , com quem a que era inclinado , ibid. Recebe
calou , 553. A lua Arvore , 555 . por palavras de preſente a D. Maria
Telles de Menezes , 616 , 625.
r nci ſco de Mell o Pertende a Rainha D. Leonor dil
D.lhe
IgnezdeTho
Fra
maſ ia Se
de Tavora , , mu.
nhor de Ficalho , de quem era fi folver elte matrimonio , e com que
induſtria , 617 , e leg. Que effei
Ilha Deſerta ( Senhores da ) 702 , e to teve , 619 , e ſeg . Pafia à Cida
lha , 229 .
de do Porto lentindo a injulta mor
Ilha do Principe ( Senhores da ) 501 , te de ſua eſpola , 622. E dahi a
ſeguintes. Caftella , ibid . Com quem calou
Inigo deMorales , com quem caſou , ſegunda vez , ibid . c 625. Delna.
eleg . turaliza -le do Reyno , 623. Servio
na guerra contra Portugal , ibid.
D.e650
arac
CJo enmasdePo
.dhi Guncad deup
e al Leeon , aſ
Lenc Vltrle. He creado Duque de Valença de
Duque de Arcos , quantas vezes ca • Campos , ibid . Manda - o ElRey de
ſou , e com quem , 170. Sua ſuc Caftella prender , e porque motivo,
024. O Meſtre de Aviz o mandou
D. Joachim Ponce de Leon , VIII . Du pintar nas bandeiras prezo em ter
cellao , 171 . ros , como ſe achava em Caſtella ,
coem de
qu quAr s y, ca
emcofo an
quſa dodo 2 .ceo , e
fale
, 17 ibid . Aonde jaz ſepultado , 625 .
D. Joschina Joſefa de Souſa e Caſtro, Sua ſucceſſaó , ibid. e ſeg.
mulher de Miguel Joleph Salemá Dom Joao de Almeida , 11. Conde de
Allumar , o leu caſamento , 536 .
de Saldanha , de quem he filha , D. Joao de Almeida , filho do Con
D. Joachina6 Iſabel Freire de Caſtro , tador mór com quem calou ,
510,85 .
aõ ida , Commendador
mulher de jeronymno de Cattilho , Jo9
D. 76 . de Alme
de Loures , o ſeu caſamento , 906 ,
de quem he filha 4 , 52.
D. Joao 11, Rey de Portugal , quan .
o , 85s4 .
do faleceo , e aonde , 7 . . Per . aðtr
FoOu Alva re Landim , ſeu caſamen
ao I y rt ug al
que. Re
gunta II
D. Jo DuPo
fez aode que D. Jorge , to , e fucceflaó , 700 .
achando dous criados ſeus jogando Joao André Doria , V. Principe de
Melfi , feu caſamento , e ſuccellao,
o Xadrez , e o que eſte lhe reſpon
doo Ca
de mp
, 18 . oDo
To ur
aç inho
ao 61z .a Pedro
que, fe ao
Jo4 . dré Doria , VII, Principe de
84An

ao V. Re
D. Joma y de Portugal , manda Melfi , 485 .
hu Eſquadra ao Levante em foc- D. Joað Antonio de Torres e Portu
gal , III . Conde de Villar Dompara
corro da Igreja contra os Turcos , do , com quem caſou , 464 .
.
D eq
Jo ao lu(ccOelIn
ue nt
lofate vee ,) 4
i5 9o
lh . delRey Foao de Parros da Sylva, feu caſa
mento , e luccellaó , 743 .
Dom Pedro I. 611. Que Ayos lhe gcao
-
das couſas notaveis.

Joao Bernardo Pereira , Senhor da D. Joao da Coſta , Conde de Soure ,


Embaixador na Corte de França ,
Caſa de Penedono , com quem ca- .
deiermina impedir a jornada do
ſou , e que filhos teve , 525.
D. Joao de Borja , Conde de Ficalho , Duque de Aveiro D. Raymundo
de Lencaſtre , 126 , e leg. Carta
TUZ leu caſamento , 456,461. Que
lugares occupou , ibid. Sua fuccef da Rainha Regenté , em que dá
conta ao Embaixador da auſencia
D.Tao , 462
Joao de. Borja e Aragao , com do Duque , 127 , e leg. Eſcreve o
quem calou , 464. Sua fucceflao , Conde ao Duque de Aveiro , offe .
recendolhe a ſua caſa , e hum cre
405. dito de dous mil eſcudos , ibid. Re
D. Joao de Caſtellobranco , com quem
calou , 456. Qutro , 472 , e ſeg. poſta do Duque , 131. Deſpacha
Outro 887. Sua ſucceflaó , 882 . o Conde hum proprio ao Cardeal
D. Joao de Caſtellobranco , Conde de primeiro Miniſtro , dandolhe con
Redondo , o teu caſamento , 812 . ta da jornada do Duque , ibid. E
Joao Cardoſo Piljaro , com quem ca pede a ElRey lhe negue o pallo por
França , 132. Continúa o Conde
fou , 669.
D. Joio Carlos Baçan , Procurador em perluadir ao Duque , e lhe pede
ouç a em Bordeos a Feliciano Dou
da Duqueza de Aveiro D. Maria de
. Guadalupe , em Portugal , 161 , rado , 133. Carta que eſcreveo ao
Joao Carlos Cruſol , Duque de Uzes , Duque , 134. Repoſta do Duque ,
ſeu calamenio , c luccellao , 489. 136 .
D. Joao de Cirvajal Lencaſtre & c. D. Joao da Coſta , Senhor do More
TV Duque de Abrantes , ieu caſa gado de Mutella , que filhos teve ,
mento , e ſucceſlao , 189 , e leg. 727 .
Joao Carvalho , Provedor das obras D.'Foao Coutinho , Alcaide mór de
do Paço , com quem calou , 935. Santarem , ſeu caſamento , e luc
,
c - flaó , 812.
D. Que
3o.1o filhos
de Caſreve
tro ,, Alm
936.irante de Por- D.Joao Coutinho , III, Conde de Re
tugal , o ſeu caſamento , 287. Sua dondo , com quem caſou , e que
filhos teve , 880 .
lo , 288.
fuccelde
2 D.Joao Caſtro , II. Conde de Mon. Dom Joao da Cunha , VI. Conde de
Buendia , o ſeu caſamento , 479.
ſanto com quem caſou , 806 ,
D.Joso da Cunha , 111 . Conde de Va
D. 807
Joaõ. de Caſtro , Senhor do Paul lença , ſeu caſamento , e ſucceſlao ,
de Boquilobo , o teu caſamento , 635.
D. joao da Cunha Portocarrero , III,
D.923
João de Cordova e Aragao , de Senhor de Pajares , quantas vezes
quem era filho , 477. Que filhos caſou , com quem , e que filhos te
ve , 637 , e ſeg.
teve
Yoao , e emde
Correa em , 47
quLacerd a8, .447. D. Joao da Cunha Portocarrero , IV .
Joao Correa de Lacerda , Governa Senhor de Pajares , com quem ca.
dor do Caſtello de Ourao , com ſou , 638. Sua ſucceſſaó ,639.
quem caſou , que filhos teve , D. Joao da Cunha e Roxas , Vi . Se
op nhor de Pajares , el. Conde de Re
. rea de Meſquita , o ſeu ca
o Cor
453
Joa quena , quantas vezes caſou , com
quem , e que filhos teve , 641 .
(amento , 709 . Cccccc . Хові
Tom . XI.
Index

Joao Davia , Senhor de Ceſpedoſa , Joao Gonçalves da Camera , II.Con


de da Calheta , quantas vezes ca
Joao u cai
olede Eçaame nto , 637., o ſeu caſa
Corte-heal ſou , e com quem , 207. Quando
faleceo , e aonde jaz , ibid. Sua luc
D.mento 26. , Alcaide mór de Vil
, 2 Eça
Joao de celao , 208.
la - V çoia , dequem era filho ,650 , Joao Gonçalves da Camera , IV.Con
651. Equivocaçao de D. Luiz Lo de da Calheta , o ſeu caſamento ,
bo , VII Senhor de Sarzedas , fo ibid .
bre as acções de D. Juaó de Eça, D. Joaõ de Granada ( O Infante )
651. Seu caſamento , e ſucceſlao , quem era , 198. Sua aſcendencia,
ibid. e ſeg. Que filhos teve , 201,
Joao. de Eça , outro , ſeu caſamen-
D. 652 Joað Grein de Monteclard , donde he
natural , e com quem calou , 451.
llaó , 672 . Henriques , Que filhos tem , bid .
D.to , e lucce
Joao de Eça Mend oça
com quem calou , 688. Sua luce Joao Jacobo 7 hevdoro Trivulce, ſeu
caſamento , 492. Sua luccellaó ,
cellao , 689. 493. Depois de viuvo le tez Clerie
Em qu e an no pel lou
roa Ind
D. Joao de Eca , out , 72 , 73 . ia
5 , e ac
7 rigo , e foy Cardeal , Vice -Rey de
çóis que nella obrou , ibid . Com Aragao , e leve outros titulos ,492.
quem caſou ,e que filhos teve , 738. Joao Jaques de Magalbaens , com
D. Joao de Eça , outro , 647,758 . quem calou , 418. Sua fuccellaó ,

Acções ameobr
ntoou em Africa
Seu caſque , e ſuccellaó ,, ibid
ibid.
. 419.
D. João Foſepb de Caſtro , Almirante
de Portugal , onde jaz ſepul ajo ,
e feg. 289.
Joao
GoaFal caoD.
com . Deſ
Joa o oMan
afi e tevoe Ala
quoel em- D.Jo.1ő Joſeph da Coſta , III. Conde
de Soure , o ſeu calamento , 240.
baſt
Foa ro ,nan
ð Fer 403des
. Cabral , Senhor de D. Joao zoſeph da Costa , Prelado da
Azurara , com quem caſou , 845, Santa Igreja de Lisboa , de quem

846. Que filhos teve , ibid . he filho , 443 :


Joao Fernandes Pacheco , Guarda D.Joao Joſeph da Cunha , com quem
filhos reve , 642 .
mór delRey D. Joao l. 217,676. caſou, e que
Foao Fernandes de Souſa , Senhor de D. Joao Joſeph de Mello , com quem
calou , e que filhos tem , 7290 de
Bayaó , o ſeu caſamento , 629 .
Foað Fernandes de Vaſconcellos, Se- D. Joaõ de Lencaſtre , I. Duque
nhor de Figueiro , o ſeu caſamen Aveiro , de quem era filho , 33 •
Em que anno naſcco , 41. Quando
to , 845 . foy creado Marquez de Torres
D. Joao Fernandes de Lima , 81. Viſo Novas , 42. Publicou eltar clandel
conde de Villa -Nova da Cerveira , tinanieore recebido com D. Guio
com quem caſou , 909 . mar Coutinho , antes de ſe tratar o
Foaõ Fogaça , quem era , 709. Com caſamento com o Infante D. Fer
quem calou , 685 , 709. Que fi nando , 43. Queixa -le o Conde de
Thos teve , ibid . Marialva a ElRey , e eſte manda
D. Joao Gaetan de Ayala , Conde do prender ao Marquez D. Joaó, ibid.
S.R. I. com quem calou , 643 . Preſifte o Marquez demandando
Foao Gomes de Carvalho , o ſeu caſa em juizo ao Conde de Marialva,
mcnto , 415 ibida

3
das couſas notaveis.

ibid . Quantos annos durou eſta de . A frica com El Rey D. Sebaſtiao ,


4 manda , e o que della reſultou , 329. Fundou o Convento de Cao
ibid. Virtudes de que foy adorna puchos de Santarem , ibid . Quan
image do , 44. Porque motivo ſe apartou do falecco , 330. Quantas vezes
da Corte , e palou a viver em Se . caſou , e com quem , ibid . c331 .
tuval , ibid . Quando foy creado Sua ſucccflaó , ibid .
Duque de Aveiro , e por quem , D. Joao de Lencaſtre , do Conſelho
45. Pertende acompanhar ao In . de Guerra , de quem era filho , 340,
fante D. Luiz , querendo paſſar à Quando foy bautizado , 347: Que
Africa na Expediçaó de Carlos V. póſtos occupou na guerra da Ac
05
i e com elle foy a Barcelona , ibid . e clamaçaó , ibid. Em que acno foy
ſeg. He mandado por El Rey Dom mandado governar o Eltado do
Joao ili. dar o pezame ao Empera . Braſil, 348. () que delle dizia El.
dor Carlos V. na morte da Empera Rey D.Pedro II . ibid . Commen
triz , 48. Pertende caſar com huma das que teve , 349. O que delle
filha do Duque de Bragança Dom diz o Padre Dom Joſeph Barboſa
Jayme , o que F Rey nao appro no Elogio de ſeu filho D. Pedro
vou , 49. Que merces lhe fez Ela Balthaſar de Almeida de Lencaſtre,
Rey , 50. Com quem caſou , e ibid. Com quem caſou , ibid . Sua
com que dote , ibid . e ſeg. Quan ſucceflaó , 350 ,
do le celebrarao as ſuas vodas , e D. Joao Lobo, VI. Barao de Alvie
com que pompa , 52 , e ſeg. Del to , ſeu caſamento , e ſuccellao ,

tina -o ElRey para ir à Raya de Caro 264.


tella tomar entrega da Princeza D. D. Joao Lobo , VIII. Barao de Al
Joanna , tutura espoſa do Principe vito , que poſtos occupou , 265 ,
D. Joaó , 54 Com que magnificena e ſeg. Deſafio que teve com Dom
cia fez elta tunç.ó , ibid. e leg. Du Vaſco da Gama , 266, Seu caſa
vidas que ſe moveraó ſobre a fór mento , e ſuccellaó , ibid . e leg.
ma da cntrega , 56. Funda o Con Quando falecco , é aonde jaz ,
. vento de Noila Senhora da Arrabi 267.
da , 57. Obras que mandou fazer D. Joao Lobo, Senhor de Valhelas ,
com quem caſou , 844. Que fic
no de S. Domingos de Coimbra ,
58. Legados de que deixou por lhos teve, 845.
adminiftrador ao Prior do dito Foað Lourenço Lubal, Guarda mór
Convento , ibid . Quando faleceo , delRey D.Pedro I. 215 .
ibid . Seu elogio , 59. Repoſtas ga. Joao Luiz de Elvas , ſeu caſamento ,
lantes , que delle ſe reterem , ibid. e ſuccellao , 771 ,
Com quem caſou , 60. Sua ſuc- Joao Machado de Eça , ſeu caſamen
to , e ſucceſlao , 654.
Jolaó
D.cel , 61
ao de . caſtre , Religioſo Ere.
Len Joao Machado de Eça , Conego da
mita de Santo Agoltinho , de quem inſigne Collegiada de Guimaraens ,
de quem he filho , 656 ,
D.foy filho
} aõ 79caſtre , Religioſo de
de, Len D. Joao Manoel da Cruz e Lencaſtre,
Duque de Abrantes , quando fale
quem foy filho ,
S. Domingos , de
2 . de Lencaſ e , Commenda.
tr ceo , 185 .
D.10Joao D. Fr. Joao Manoel , Biſpo da Guar
dor de Coruche , 203. Pallou à da , de quem era filho , 371 , 376.
? Сccccc ii D.
Tom. SI,
Index

D. Nuno Alvares Pereira o tomou mento do Principe Dom Affonſo ,


a fi , depois de ſe recolher no Con ibid. He mandado por Embaixa
vento do Carmo , 372 , 379. O dor a Caſtella , e para que fim ,
que delle ſe acha eſcrito em huma 394 , 395. Quando faleceo , ibid.
Chronica antiga , ibid . Memorias Sentimento delRey na ſua morte ,
gue delle exilt. m no Moſteiro de ibid. Teve grande trato com Catal
Alcobaça , e no de Jeſus de Setuval, do Siculo , ibid. Seu caſamento , e
373. Occaſioens em que E Rey ſucceſlao , 296 .
D. Affonſo V. lhe confe!lou o pa- Dom Joao Manoel o Alahaſtro, por
rentelco , 374 , e ſeg. Authores que lhe chamarao affim , 402. De
Genealogicos , que o confirmaó , quem era filho , ibid. Em que tem
375 , e leg. Foy filho de D. Joan po paſſou à lodia , c dahi a eſtabe
na Manoel, 376. Authores que le lecer a paz com o Çamorim , ibid.
guem elta opiniao , ibid. e leg. De O que obrou na In ia ſendo Go
quem era filha , 377. Equivocaçao vernador D. João de Caſtro , 403,
de al, uns Genealogicos em troca Desafio que teve em Goa com João
rem o Bi po D. Fr. Joao Manoel por Falcao , ibid. Aonde faleceo , e com
outro chamado Fr. Joao Sobrinho , mo , 404.
378. Quando foy nomeado Pro- D. Joao Manoel , Commendador da
vincial do Carmo , 379. Confian Idanha , quantas vezes calou , e
ça , que delle fez ElRey D. Affon com quem , 432. Sua luccello ,
lo V.380 Eo infante D. Fernan ibid.
do , ibid. He mandado Embaixa- D. Joað Manoel , Commendador de
dor ao Papa Eugenio IV. ibid. Que S. Martinho de Mozares , de quem
pontos continha eſta Embaixada , era filho , 51 3. Acompanhou a El
ibid. e ſeg. Eitando em Roma foy Rey Dom Scbaltiao à Africa , ibid.
eleito Bispo tutelar de Tiberiades , Com quem caſou , ibid . Sua luce
381 , e Biſpo de Ceuta , 382. ceſlao , 514 , e ſeg. Com quem ca:
Quitaçao da Embaixada , que lhe ſou ſegunda vez , ibid.
deu EiRey D. Affonſo V. 2 o que D. Joao Manoel, outro, ſeu caſa
continba , ibid. eleg. Quando foy mento , e ſucceflaó , 521 ,
nomeado Primaz de Africa , 384. D. Joao Manoel de Menezes, com
E Capellaó mór , ibid. E B :fpo da gucni calou e que filhos tem ,
Guarda , 385. Concedelbe ElRey 527 .
faculdade de poder mandarabrir D. Joao Manoel , Arcebiſpo de Lila
minas de ouro, e praca , ibij. Quan boa , de quem era filho , 5299
do faleceo , e aonde jaz ſepultado , 539. Que lugares occupou , ..
ibid . Foy progenitor da Familia quando toy nomeado Biſpo de Vic
dos Manoeis em Portugal , 388 . ſeu, ibid.' Recuſou o Bispado da
Armas de que uſou , 390. Que ti Guarda ,540. Foy transferido pa
Thos teve , ibid.
ra o de Coimbra , ibid. Achou -ſe
Dom Joao Manoel , Camereiro mór na Junta dos Biſpos , que ſe fez em
delRey D. Manoel , de quem era Thomar , para a extinçao dos Jua
filho , 391. Quando foy legitima deos , ibid. Quando toy nomeado
do , e por quem , 393. Merce que Arcebiſpo de Lisboa , ibid . Quan .
lhe fez ElRey Dom Joao II . ibid. do faleceo , 541. Foy Vice -Rey de
Acompanha - o nas feitas do caldo Portugal, ibu. Aonde jaz ſepal
lado ,
das couſas notaveis.
‫܂܂‬ rado , ibid. Seu Epitafio , 542 . Capitaó General de Angola , 594.
D. Joao Manoel , da Ordem de S. O que obrou neſte Reyno , ibid . c
Bernardo , de quem era filho , 565. ſeg. Em que anno voltou para
Quando faleceo , ibid , Portugal , 595. He arguido de
D. Joao Manoel , VI . Conde de Ara alguns emulos , ibid . e ſeg. Terras
laya , 563 , 575. O que obrou na de que he Senhor
e que Com .
Campanha da Beira , 576. E no mendas tem , 596. Com que mago
ſitio de Badajoz , ſendo General de pificencia conduzio , e hoſpedou
Batalha , 577. E nas occaſioens , 20 Conde de Harrach Embaixador
que ſe offereceraó deſde que o Ex . do Graó Meſtre de Malta a Lisboa,
ercito fahio de Alentejo , até ſe
597. Acompanha a ElRey Dom
alojar junto a Madrid , ibid. Eno Joao V. ao Alentejo , por occaſiao
Campo de Valhada , 578. E na dos reciprocos caſamentos dos Prin
batalha de Almanca , ibid. e ſeg. cipes do Braſil , e Alturias , ibid,
Nella foy priſioneiro , e depois reſo Quantas vezes caſou , e com quem ,
tituido à ſua liberdade , 580. O 598. Sua ſucceflaó , 599 .
que obrou na Campanha de 1708. D. Joao Maſcarenhas , I. Marquez
ibid. e leg. Fez demolir a Praça de de Fronteira , que Commendas te
Valença de Alcantara , 581. Em ve , e que póſtos occupou , 534 .
prende armar a Cavallaria de Bada Em que batalhas ſe achou , ibid .
joz , ibid . Paſſa por ordem delRey Quando faleceo , 535. Com quem
às Provincias da Beira , e Minho , calou , e que filhos teve , ibid,
e para que fim , 583. Agradecelhe D. Joao Maſcarenhas, II 1. Marquez
ElRey a actividade com que execu de Fronteira o ſeu caſamento ,
tara as ſuas ordens , 583. O que 317 .
obrou na defensa da Praça de El D. Joao de Mello , o ſeu caſamento ,
vas , 585. E no Campo de Cancao, 661 .
587. Adoece gravemente de hu- Joao de Mello , Alcaide mór de Sere
ma maligna , c EIRey por Cartas pa , de quem era filho , 218. Ca
ſolicita novas da ſua melhoria , ſas que delle procedem , ibid. e reg.
ibid. e leg. Palla à Corte a agrade- Joao de Mello , Porteiro mór , ſeu
cer a ElRey a clemencia com que caſamento , e fucceflaó , 919 .
que o honrara , 588. Volta ao Alente . Dom Joao de Mello e Abreu , com
jo cumprir com as obrigações do quem caſou , e que filhos teve ,
ſeu polto , 589. O que obrou no 731 .
ataque do Caltello de Barca -Rota , Joao de Mello de Caſtro , o ſeu caſa .
ibid. e ſeg. E da Cidade de Xerez , mento , 849.
7 590. He mandado recuperar Mi. Joao de Mello da Sylva , com quem
randa com o governo das Armas caſou , 876,877.
de Tras os Montes , ibid, O que D. Joao de Mendoça , de quem era
obrou neſta acçao , 591 , e leg . filho , e com quem caſou , 201 .
Rende -ſe a Praça , e com que con- Joao de Mendoca , ſeu caſamento ,
dições , 592. Manda demolir 456 , 468. De quem era filho ,
Praça de Alcanicas , 593. Agra
469. Sua ſucceſlao , ibid.
decelhe ElRey por huma Carta o Dom Joaõ de Mendoca , Capitao de
bem que o ſervira neſta expedicaó, Chaul , com quem caſou , 810 .
-

ibid . He nomeado Governador , c Que filhos tove , 811 .


D
Index

D. João de Menezes , o ſeu caſamen- João das Regras , ( o Doutor ) com


to , 809. Quiros , 842 , 843 , quem caſou , 785 , 801. Deque
terras foy Senhor , ibid .e 798. Faz
D.88 ao
Jo0,88 de 5Me ne ze s e Vaſ con cel los , The ElRey D. Joaó I. doaçao de to
.
Senhor da Enxara dos Cavalleiros , dos os bens patrimonjaes , que fo.
raó confiſcados a ſeu ſogro Martim
D. coJomaõqude Me ne ze s , Vil. Senhor de Vaſques da Cunha , 788. E depois
em caſou , 712 ,
Cantanhede com quem caſou , osłonfirmou à ſua mulher D. Leo.
nor da Cunha , 789. E por morte
D. Joaode Menezes , Alferez mór , delta , a ſua filha D. Branca da Cu
809 .
nha , 790. De quem era filho, ibid .
D.feu
Joaõ caſademeMe o ,zeesſuc
ntne laó
cefnh
, Se 878
or, de T.a e leg . Aonde jaz ſepultado , e que
rouca com quem calou , 914 , Epitafio tem , 798. Equivocacao
cm que alguns cem cahido ſobre o
D. Joao de Noronha o Dentes , com Appellido das Regras , chamando
924
quem caſou , 862. Com quanto o The Aregas , 799 , e leg.
Joao de Robles , Senhor de Vilhar
do ta ra ó u y
ſe pa , e ir ma o para ha - Joao de Robles
ver de caſar com D. Joanna de Cal monteiro , com quem caſou , 634 .
tro , herdeira da Cala de Monſan- Joað Rodrigues de Azevedo , com

iços fe quem calou , 647 , 764.


ca , ,86
to 863. Peert
7.Qu rvde
ſeen preczedemer Afa ri
D. Joao Rodrigues Peſlanha , o ſeu ca«
o
Affonſ de Va ſcon ce ll os , ibid . Car ſamento , 740
ta do Duque de Bragança D. Fer- Joao Rodrigues de Souſa , com quem
ndo I. em que pede a El Rey a
naci caſou , 849.
de ao deſta queſtao, 868. Achou- Joao Rodrigues de Vaſconcellos ,Con
ſe na bitalha de Touro , 869. Ens de de Caltello -Melhor , ſeu cala
carrega - o El Rey do governo da mento , e ſucceſlao , 209 .
Cala da Excellente Senhora ,870. D. Joao Rolim de Moura ,XVII. Se
nhor da Azambuja , com quem ca
Sua ſucceflaó , iban
id .
de Sald ha de Oliveira ,
Joao Pedrome ſou , 748 . reira
feu cata nto , e ſucceſlao , 244 , Joao de cSá Pe , Capitaó mór da
Comar a de Coimbra, ſeu caſa,
z g, . 24 5.m Cqu
omem ſou fe gunda
c le
ve Co quca
em caſou ter mento , e luccellao , 707 .
Joao de Saldanha , com quem caſou ,
227 , 241. Sua fuccellaó, ibid .
ceira vez ,oibid .
ao
Jod nhot
Peix
e Pe l Sy
afieda lvca
, leu aſ&amc. tonh
enSe ,e
or
7020 Saraiva de Sorampayo,Capitaó
mór de Montem o Velho, o ſeu
cceflaó re ir8a2, . Commendador do
D. fuJoaoroPe , 6 caſamento , 505 .
Pinhei , com quem caſou , eque Foaó de Sepulveda , Capitaó de Sofa
la , com quem caſou , 751. Man
da - o ElRey D. Joao III . a Saboya,
tilhos teve , 741,890 . o a que , ibid . Que filhos teve,
Joao Pesſoa de Aragao, o ſeu caſa
mento , 433 . ugal
ao de Port
Fr. Jora , da Ordem de
st nciſco ,de quein entendeo Jore Fr?Fo oho , quem foy ,387;
ai Sobrin
Equivocaça de alguns Genealogi.
ge Cardoſo ſer filho , 391. Quan cos entre eſte , e D. Fr. Joaó Ma .
do , e aonde faleceo , e que Epica . nocl , 378, Naó foy o progeni
tor
fio tem , ibid ,
das couſas notaveis.

tor da Familia dos Manoeis , 388. D. Joanna de Alcaçovd , filha de Je.


D. Joao de Sottomayor , teu calamen ronymo Correa Baharem , o ſeu
10 , e fuccellao , 646 . caſamento , 852 .
Foao de Souſa Freire , com quem ca- D.Joanna de Aragao, mulher de Ruy
fou , e que filhos teve, 506 , e ſeg. Barreto de Melio , de quem era fi
921 . lha , 435
D. Joaõ de Souſa , Alcaide mór de Dona Joanna de Aragað , mulher de
Thomar , o teu caſamento , 768, Joao de Mendoça , quem foraó feus
21 D. Joao da Sylve , IV, Conde de pays , 456,468 .
Portalegre , 64. D. Joanna de Alaide , mulher de D.
Dom Joao da Sylva , I. Marquez de Nuno Manoel , Il . Senhor de Ata
Guuvea , oppoemle ao Ducado de laya , de quem era filha , 528. Rela
Aveiro , 155 gatou o corpo de ſeu filho D. Fradi
Joao da Sylva , ( o Regedor ) com que Manoel, que havia falecido em
quem calou , 871,872 . Africa , 529. A ſua Arvore , 537 .
D. Joao da Sylvá, Tenente General D.Joanna de Azevedo , filha de Mem
da Cavallaria , 941. Que filhos te Rodrigues de Azevedo , com quem
ve , 942 . caſou , 707 .
Joao da Sylva Tello de Menezes , I. D. Joanna de Brito , filha de Nuno de
Conde de Aveiras , o ſeu caſamen Brito , Senhor da Quinta do Car
792 to , 926, valhal , o ſeu caſamento , 701 .
D. Joao da Sylveira , filho dos II, D. Joanna Carrilho , mulher de Ma
Condes de Sortelha , com quem ca noel Antonio de Souſa e Brito ,
fou , 210. Sua ſucceflaó , 211, 448.
Joao Vieira Matoſo , o ſeu caſamen- D. Joanna de Caſtro ( A Duqueza )
to , 781 . ſua aſcendencia , 39 .
Joao Xavier da Cunha de Eça , com Dona Foana de Caſtro , ſegunda mu.
me quem calou , 782 . Ther de Gonçalo Vaz Coutinho , de
Foanne Mendes de Vaſconcellos , o quem era filha , 629.
teu caſamento , 653,658 , 843. D. Joanna de Caſtro , filha de Martim
Sua ſucceirao , ibid . Neto , com quem caſou , 760.
S. Joanna ( A Princeza ) creou ao Se D. Joanna de Caſtro , mulher de Joao
nhor Dom Jorge no Moſteiro de Fernandes Cabral , de quem era fi
Aveiro , 2 . Tha , 845 , 846 .
D. Joanna ( A Princeza ) com que D. Joanna de Caſtro , mulher de Fer
magnificencia entrou em Portugal, nando C. bral , de quem era filha ,
‫تین‬ e quem forao os ſeus Conductores, 846,856. Com quem caſou le
54 , e ſeg. Duvidas que ſe move gunda vez , ibid .
raó ſobre a forma da entrega , 56. D. Joanna de Caſtro , herdeira da Ca
‫ن‬ D. Joanna , Marqueza deElche , ſua la de Monſanto , 807,862 . Com
‫زا‬
aſcendencia , 121 . quanto foy dotada para haver de
1
7.k D. Joanna de Abreu e Mello , mulher caſar com Dom Joao de Noronha
* * de D. Franciſco de Mello , de quem o Dentes , e com que condições ,
era filha , 730 . 863 , e leg. De que terras era Sc•
016, D. Joanna de Albergaria , filha de phora , 865. Tiralhe por demanda
feu tio D. Garcia de Caſtro o Paul
Vaſco Martins de Albergaria , com
quem caſou , 6840 de Boquilobo , ibido
D.O.
1
Index

D. Joanna de Caſtro , mulher do Re- D. Joanna da Cunha , mulher de D.


Franciſco de Portugal , de quem
gedor Joao da Sylva , de quem era
era filha , 779.
D. Joanna de Caſtro , mulher de D. D. Joanne de Eça , mulher de Lopo
filha , 871 , 872 .
Antonio de Menezes de Noronha , Barriga , de quem era filha , 699.
D. Joanna de Eça , ſegunda mulher
D.de na de
anem
Joqu filtro
eraCaſ ha ,, mu 2 er
92lh . de Lo de D. Vaſco Coutinho , quem for
po de Sou ſa Cou tin ho , de quem raó leus pays , 706 .
D. Joanna de Eca , mulher de Pedro
Joan
D.era na
filha , de
93 Ca ro , primeira mu
6ſt, 93 7. Gonçalves da Camera , de quem
lher de Heitor Mendes de Brito de era filha , 709 , 710. Fundou a
Ermida de Noſſa Senhora do Lore
s ,na
vaan
D.ElJo qudeemCaſ
fora ó ,ſeu
tro mus lh ys ,de
paer 9.
93D. to na Ilha da Madeira , ibid.
Fr an ci ſc o de So uſ a , a ſu aſ n .
a ce D Joanna de Eça , mulher de Elde
.
vaó Eſparragola deSouſa , 734.
D.deJo an,na56
ncia Ca7th arina de Menezes , D. Joanna de Faria, mulher deNu
.
mulher de Luiz Victorio de Souſa no Fernandes de Ataide , a ſua aſı
cendencia , 511
da Mata Coutinho . , VI. Correyo D. Joanna Ferrer , mulher de Ruy
e , mu . Lourenço de Tavora , a ſua aſcen
Joan, na
D.mór deCe cilia he
quem Lencaſ
de filha , tr
939.

Ther do Almirante D. Luiz Inno . dencia , 345:


cencio de Caſtro , de quem era fi- Joanna Grimaldi ( A Princeza ) de
quem era filha , e com quem ca.
lha Jo
Dona , 289na. Cecilia de Noronha , fi
lha dean
Henrique Jaques da Sylva , D.ſou , 492:
Foanna da Guerra , mulher de Joao
Fernandes de Souſa , Senhor de
quantas vezes caſou , e com quem,
Bayaó , 629 .
na.Colona , ( A Princeza ) fua af.
854
Joan D. Joannade Guſmað, mulher de D.
Fernando de Faro Henriques ,754
ndan
D.ceJo cia de
enna Co5
, 11 rd. ova , mulher de D. Joanna Henriques , Condella de
di o i nnaa, La
Clau Land , de quem era filha , oauc
Jro
D.Ta 92ſſ9o. de Caſtella , Maro
de quem
478 , 484. queza de Valençuela ,
D. Joanna Coutinho , mulher de D.
a fi
D.erFo an a , de
lhná 1 .ncaſtre , Marqueza
48Le
Manoel Pereira , de quem era fie
Joa an
D. lh na utinho mu
, 703Co, 704 , ,74 2lh
.
er de D. de Fontes , a ſua aſcendencia , 325 .
Antonio Jorge de Mello , de quem D. Joanna de Lima, filha deAlvaro
Pires de Tavora , com quem ca.
era filha , 704ho
.
D. Joanna Cout in , mulher de Fran ſou , 506,921,
viſco Moniz , V.Senhor de Ange- D. Joanna deLima, filha deD. Fera
. nando de Lima , com quem caſou ,
ia , quem foraó ſeus pays , 813 .
in ahoda Cunha , a er or D.
Bort
P. Ma in da Cunh mu,lhSenhde de D. Joanna de Lima , filha de me
D. Dio.
o ſeu caſa nto ,
go de Lima
Matadion , de quem era filha , 635 .
D. Pedro
JoannaVelez de Guevara
da Cunha , mulher, quem D.897
Joanna de Lima, mulher de Dom
de D.
Luiz Lobo , a ſua aſcendencia, 56 7.
D. Joanna
foraó ſeus pays , ibid,
das couſas notaveis.

D. Joanna Luiza de Noronha , mu- D. Joanna de Mendoça , mulher de


lher de Manoel de Sampayo , de Dom Antonio Joſeph de Mello , de
quem he filha, 242 . quem era filha , 441.
D. Joanna Luiza de Lencaſtre , Con- D. Joanna de Menezes , ſegunda mu
della de Unhaó , quem foraó ſeus lher de D. Jorge Maſcarenhas , de
pays , 340. Por morte de ſeu ma quem era filha, 410.
sido calou ſegunda vez com Fran. D. Joanna de Menezes , filha de D.
ciſco de Sá Menczes , I. Marquez Pedro deMenezes o Ruivo , olcu
de Fontes , ibid. caſamento , 737.
D. Joanna Manoel , foy máy de D. D. Joanna de Menezes , Condela de
Fr. Joao Manoel , 376. Authores Monſanto , 914.
que ſeguem elta opiniaó , ibid. e D. Joanna de Noronha , mulher do
leg. De quem era filha , 377. Condettavel D. Alfonſo , a ſua aſ.
D. Joanna Manoel , mulher de Af cendencia , 65.
fonſo Pacheco Portocarrero , de D. Joanna de Noronha , mulher de D.
quem era filha , 396. Jorge Henriques , 410 .
li D. Joanna Manoel de Magalhaens, D. Joanna de Noronha , mulher de De
ix . Senhora da Ponte da Barca , o Rodrigo da Coſta , Commendador
ſeu caſamento , 517 . de Marmeleiro , quem forao ſeus
D. Joanna Manoel , primeira mulher pays , 857,893,
de D. Joaó de Mendoça , Capiraó Dona Joanna de Noronha da Sylva ,
de Chaul,de quem era filha , 810. Marqueza de Porto Seguro de
D. Joanna Maria Idiaques de Borja , quem era filha , 184.
‫مگ‬
IX. Princeza de Eſquilache , &c. D. Joanna Perpetua de Bragança ,
quantas vezes caſou , e com quem Marqueza de Caſcacs , o ſeu cala
408, mento , 951.
Joanna Maria Grimaldi , mulher de Dona Joanna Pimentel , Marqueza
André Imperiali , Principe de Tran de Ferreira a lua aſcendencia ,
queville , 487. 325
***
D. Joanna Maria Pacheco de Mello, D. Joanna de Sá Coutinho , mulher
filha de Manoel Pacheco de Mello , de Joao de Sa Pereira , Capitaó mór
quantas vezes caſou , e com quem , da Comarca de Coimbra , de quem
1 660 , 661 . he filha , 707:
D. Joanna Maria de Caſtro , mulher D. Joanna de Saldanha , mulher de
de Ayres Telles de Menezes , 770, D. Fernando de Eça , 650.
D. Joanna Maria de Caſtro, mulher D. Joanna de Souſa , mulher do Deſ
de Eſtevao de Mello , XVI. Senhor embargador Luiz de Goes de Ara
de Mello , 777 . gao , 734
, D. Joannade Mello e Mendoça , mu- D.Joanna de Souſa , filha de D. Leo
lher de D. Lourenço de Noronha , nardo de Soula , quantas vezes ca ..
729 ſou , e com quem , 922 ,
Dona Joanna de Mello , mulher de D. Joanna da Sylva e Caſtro , filha
Martim Affonſo de Souſa , Senhor de Joaó Telles da Sylva , com quem
do Morgado de Montijo, 762. calou , 671 .
D. Joanna de Mendoca ( A Duque . D. Joanna da Sylva de Eça , mulher
za ) quem foraó ſeus pays , e avós , de D. Jeronymo de Ataide , 686.
% 121 , Apartando -ſe de ſeu marido , le fez
‫مج‬ Tom . XI. Dddddd Re

8
1

Index 1

Religioſa no Moſteiro da Caſta e ſeg. Quanto eſte o eſtimou , 10,


cleg. Acompanhou aos Reys Dom
nhJo
D. anna
eira dad .Sylva , mulher de D.
, ibi Manoel, e D. Iſabel quando eſtes
paſlaraó a Caſtella , ibid . Honras
og
D.DiJo ona
an EçaSy
de da 64a5, ,mu
, lv er de D.
ſeg.
e lh que recebeo delRey Catholico ,11. .
Garcia de Eça o çoleima , 706 . Merces que lhe fez ElRey D. Ma
D. Joanna da Sylva , mulher de D. nocl, ibid. e leg. Com quem calou,
13. , 33. Com que dote , ibid.
D. Ma na Per
anel
Jono Sylv
da eir a , a88
, 7
mu. lher de Al Privilegios com que enriqueceo as
vaso Pires de Tavora , a ſua aſcen Ordens Militares , 14 , e ſeg. Capi
pitulos que fez para o bom gorer
Joanna
D.dencia , de
537 : vora , ſegunda mu
Ta no , e adminiſtraçao dellas , 15,6
lher de Luiz Freire , Commenda feg. Aſiſtio ao ado da Coroaçao
dor de Alfayates , de quem era fi. de Rey D. Joaó III . 18. ElRey D.
lha , 505 , 921. Com quem havia Manoel o coſtumava viſitar nas ſuas
doenças , ibid . E o meſmo fez El
Jooan
D.ſid naada
caſ de ,Ta vo
ibi d .ra , filha de Pedro Rey D.Joaó III . ibid . O que o Du
que D. Jorge reſpondeo ao meſmo
Guedes , VIII. Senhor de Murça , he
Rey , perguntandol le goſta a de
Jo
D.co man
quna ſouvo
caTa
emde ra 6,. mulher de
, 77 ver jogar , ibid . Que titulos teve ,
Sylverio da Sylva da Fonſeca , de e de que terras foy Senhor , 19.
Repolta notavel do Duque queren
anna
Joem
D.qu her
era T fil baeja Me
de 0
, 92
s
. neze , mu do prover huma Commenda , 20.
Thir de Joao Bernardo Pereira , Se Fundou o Convento de S. Joao de
nhor da Caſa de Penedono , 525 . Setuval da Ordem de S. Domingos,
21. Quanto favorecco aos de Aviz,
D.Joanna de Vilhena , Condella de e Palmella , e obras que nelles fez ,
Villa - Flor , 832 . ibid . Determinou calar com D.Ma
D. Joanna Ximenes de Aragao , my ria Manoel , e excellos que fez a eſte
Ther de Dom Henrique Pereira , reſpeito , 24. Publicou que a rece
742 . bera por palavras de preſente , 26 .
D. Jorgo ( Senhor ) quando nale Naó ieve effeito o caſamento, 29.
ceo , e aonde , 2. Foy criado no Moſtra ElRey ao Duque o ſeu del
Moſteiro de Aveiro pela Princeza agrado , e o manda fahir da Corte ,
Sinta Joanna , ibid . Entra na Corte , 27. Obedece o Duque , e paſſa a
que entaó reſidia em Evora , 3. For Setuval , ibid. Eſcreve á Rainha
malidade com que foy recebido , pedindolhe a ſua interceffaó , 28.
ões o re Ordena o ſeu Teſtamento , e aon
ibid . Com que demonſtraç
cebeo a Rainha , 4. Conferelhe o de, 30. ( ) que delle conſta , ibid.
Papa Innocencio VIII . o Meſtrado Quando faleceo , e onde jaz ſepul
da Ordem de Santiago , e a admi . tado , 32. Seu caſamento , e luce
niſtracao , e governo da Ordem de
ceflaó , 33 , e leg. Seo
Av iz pagDio
. 5.go Da lhe des
Rey for
Ayo a, D. FernanEl de Al- Forge de Albuquerq ue Coelho ,
nhor de Pernambuco , o ſeu caſa
meida , ibid . E fazlhe doaçao da
Cidade de Coimbra em Ducado , 6 . mento , 816. com quem cafou ,
Recomendações que El Rey ſeu pay Forge Barreto 2
tez dslle a LiRey D. Manoel , ibid, 73.52 gorge
das couſas notaveis.

Forge de Barros da Sylva , ſeu caſa ſeg. Merces que lhe fez ElRey D.
mento , e ſucceſlao , 744 . Filippe IV . em attençaó a ſua ſe
Forge Cabral , Governador da India , gunda mulher a Duqueza D. Anna
de quem era filho , 846. Manrique , 115 , e leg . Sua ſuc.
- D. Jorge de Caſtellobranco , Capitao cellao , 118 .
vid
do Norte , com quem calou ,eque D. Forge de Lencaſtre, II. Duque de
filhos teve , 769. Vence em baia Aveiro , achou -ſe nas Cortes de
Tha vinte mil Mouros , ibid. 1652,67 . Diſtinçaó que delle
D. Jorge de Caſtro , o ſeu caſamen fez ElRey Dom Filippe II. entre os
to , 870. mais Fidalgos , que acompanharao
D. Jorge de Eça , Alcaide môr de a ElRey D. Sebaſtiao , 68. Valor
Muja , de quem era filho , 685 , com que ſe houve no Campo de
714. Merces , que lhe fizerao os Africa ,69 , e ſeg. Honras que re
Reys D. Joao II. e Dom Manoel , cebeo delRey , ibid. Sua morte ,
715. Quantas vezes caſou , e com 71. O que diſpoz em ſeu reſta
quem , ibid. Sua ſucceſlao , ibid . mento ſobre o caſamento de ſua
D. Forge de Eça , outro, Alcaide mór filha , ibid . e ſeg. Com quem foy
de Muja , 716 ,718. Acções que caſado , 72. Sua ſucceſlao , 73 .
obrou na India , ibid .c 719. Quan. D. Jorge de Lencaſtre , Prior môr da
tas vezes caſou , com quem , e que Ordem de Aviz , de quem era fi
filhos teve , ibid. Tho , 36 , Que Commendas teve ,
D. Forge de Eça , outro, 734. Que e aonde jaz , ibid.
póltos occupou na India , 735. Re- D. Jorge de Lencaſtre , Biſpo de Leie
culou o governo daquelle Eſtado , ria , quem forao ſeus pays , ibid.
736. Seu caſamento , e ſucceſlao , Quando faleceo , aonde jaz , e que
ibid. Epitafio tem , ibid .
D. Jorge de Eça , outro , 725 , 739. D. Žorge de Lencaſtre , Vice-Rey da
Seu caſamento , e ſuccellaó , ibid . India , de quem era filho , 331.
D. Forge de Ega , outro , quantas veo Forge Machado Boto ( o Deſembar
zos caſou e com quem , 762 , gador ) com quem caſou , 662 ,
763. Que filhos teve , ibid. D. Jorgé Manoel , quando , e aonde
D. Jorge Franciſco de Menezes , ſeu faleceo , 43 3. Seu caſamento , e
caſamento , e luccellao , 420. ſuceſlao , ibid .
D. Jorge Henriques , V. Senhor das D.Jorge Manoel , Commendador de
Alcaçovas , 446 , 453. Quantas S. Vicente , 435. Que merces lhe
ra fez ElRey D. Joaó III. , 436. Seu
vezes caſou , 454. Sua ſucceſlao ,
ibid, caſamento , e ſucceſlao , ibid .
D. Jorge Henriques , VII. Senhor das D. Forge Manoel de Albuquerque ,
Alcacovas , com quem caſou , ibid , de quem era filho , 438. Que
D. Jorge de Lencaſtre , I. Duque de Commendas teve , 444 , e ſeg .
Torres Novas quando naſceo , Valor com que ſe houve no com
109. Foy muy devoto do Santiffi bate de Tangere , 445. Porque mo ,
mo Sacramento , 110. Quando fa tivo foy degradado para Mazagao .
pi leceo , e aonde jaz , 111. Quantas 445. El Rey D. Filippe o fez Con
vezes caſou , e com quem , ibid. e de do Lavradio , ibid . Seu caſamen
115. Com que magnificencia ce to , e ſucceſlao , 446,
lebrou asprimeiras vodas , 111 , e D. Jorge Maſcarenhas , quantas ve
Tom . XI . Dddddd ii zes
Index

zes caſou , e com quem , 410. Sua X. Baraó de Alvito , ſeu caſamen
to , e ſucceſlao , 269.
fucceflao , ibid .
D. Jorge Maſcarenhas, I. Marquez Joſeph Bernardo de Tavora , o ſeu
caſamento , 860 .
de Montalvaó , com quem calou ,
691,718 . Vindo de Africa , on- D. Joſeph Bernardino de Bazan , Mar
de ſervira , o cativarao os Mouros quez deSanta Cruz del Viſo , com

com ſua mulher , e filhos , ó692 . quem caſou , 185 .


obrou na Acclamaça del- Fojeph Correa da Cunha , ſeu caſa.
O que
Rey Don Joao IV. ibid . Falecco mento , e luccellaó , 667.
no Caſtello de Lisboa prezo , e D. Yoſepb da Costa , Armeiro mór,
o ſeu caſamento , 444 .
os teve ,
porque , ibid. Que filh Foſeph Gaſpar Freire de Andrade ;
693
D. Jorge Maſcarenhas , II. Conde de com quem caſou , 451 .
D. Foſeph de Lencastre ,Conde de Fi
D.Ser
Forem
ge, de 7 . lo , o ſeu caſamen
69Mel gueiró , oppoemſe ao Ducado de
Aveiro , 155
de 2Mello
to , 85
Forge . Coutinho , Commen- D. Foſeph de Lencaſtre , Inquiſider
Geral, de quem era filho , 287.
dädor
ſou , 406 Torrados
de . com
Sua ſuc,ceſ , 407 .cao
lao quem Quando naſcco , e aonde foy bau.
Dom Jurge de Menezes Settomayor , tizado , 301. De que idade comuu
Senhur de Fermor lhe , feu cala o habito dos Carmelitas Delcalços ,
meno , e fuccefl.6 , 407 , e leg , ibid. Palla para a Provincia do Car
e porque motivo ,
Dom Jorge de
SenhorMene zes oielomay
de FermSutt ne , or
toy, mo Foyado
ibid.Calç a Roma tratar da Beati
outro , ficaçao de D. Nuno Alvares Perei
Co quuez
Marq
11.in deſo
em ca Cattr o id
u , ib . eQu
Fort , 412,
e fie ra , 302. Que lugares occupou da
Religiao , ibid. Em que anno vol
Thos teve , 413 . tou deRoma , ibid . He nomeado
D. Jorge de Menezes , VI . Senhor de Biſpo de Miranda , 303. Erigio no
Cantanhede , ſeu caſamento , e ſuc Palacio Epiſcopal hum Collegio
ceilao , 809 . para doze Collegiaes pobres, ibid.
D. Forge de Menezes , Alferez mór Paſſa para o Bilpado de Leiria ,
com quem caiou , e que filhos te 304. He nomeado Inquiſidor Ge .
ve , 879 . ral, ibid . Virtudes de que era ador.
Forge Moniz , Guarda mór del Rey nado , ibid . Quando faleceo , 306.
D. Manoel , 210 . Diſpoſições do ſeu Teltamento,
D. Jorge Pereira , feu caſamento , e
ibid. Onde jaz , e que Epitafio
fuccellaó , 877.
m , ibid .
Furge Pereira Pelanha , o ſeu caſa D.te Jofeph de Lencaſtre , III . Conde
me nt o 1
, 94 . de Figueiró , de quem era filho,
Jorge Pejanha , com quem caſou , e 309. Quando naſcco , 313. Suc
que filhos teve , 936 , 940 . e no
cedeo na Cala de Sortelha
Forge da Sylva , com quem caſou , ibid.
Condado de Villa -Nova
719 . Quando faleceo , e aonde jaz ,
D. Joſeph Affonfo de Menezes , Pre 3 ! 4 . Seu cafamento , e fucceffaó ,
lado da Santa Igreja Patriarcal , de
quem he filho , 417 .
D. Joseph Antonio Franciſco Lobo , D. Joſeph de Lencaſtre, Religiof a o
Santde
das couſas notaveis.

Santo Agoſtinho , de quem he fi- D. Joſefa de Caſtro , mu !! er de Pe


Tho , 305 dro da Cunha de Mendoca , de
D. Joſeph Manoel , Principal da San . quem era filha , 232 .
ta Igreja Patriarcal , de quem he fie D. Joſefa da Cunha , Condeſſa de Re
ca lho , 563
quena , quem foraó ſeus pays, 641 ,
Foſeph de Mello , ſeu caſamento , e D. Joſefa de Lencaſtre , Condella de
fuccellao , 667
Enjarada ,de quem era filha , 185 ,
Foleph de Mello , Porteiro mór , com 187 .
quem cafou , 254 , 257. Sua (uce D. Joſefa Maria Margarida Perei
W cellaó , 258 . ra , filhado Deſembargador Gaſpar
Joseph de Mendoça , o ſeu caſamen de Abreu de Freitas , quantas vezes
to , 776 . caſou , e com quem , 243,861 .
Dom jofeph de Menezes e Tavora , D. Joſefa de Mello, primeira mu
quando naſceo , e aonde foy baut lher de Antonio Tavares da Cunha,
zado , 229. Quando caſou , e com 666.
quem , 230. Outro , 235 . D.Joſefa de Par e Brito , mulher de
D. Joſeph de Menezes, Conventual Joteph Bernardo de Tavora , de
de Palmella , de quem he filho , quem he filha , 860.
417 . D. Iria de Brito , Condela de Ara
D. Joſeph de Menezes , Arcebiſpo de laya , de quem foy filha , 543 .
Braga , de quem era filho , e que Fundou o Moſteiro do Bom Suc
lugares occupou , 918. Recula o ceſlo junto a Belem , ibid . Onde
de InquidorGeral , 519. Virtudes jaz lepultada , e que Epitafio tom ,
que exercitava , ibid . Quando tale. ibid . e leg.
ceo e aonde jaz , e que Epitafio D. Iria de Sequeira , mulher de D.
tem , ibid. Joao Manoel , de quem era filha ,
D. Joſeph de Menezes , Principal da 513 .
S. I. P. de quem he filho , 520. D. 1jábel ( A Emperatriz ) quando
Foſeph de Saldanha de Menezes , ſeu filccco , e aonde , 48.
caſamento , e ſuccellaó , 248 , 255. Dona Iſabel de Abreu , filha de Joao
Fofepb SalemaCabral e Paiva, com Fernandes de Andrade o do Aico ,
quem calou e que filhos teve , com quem calou , 711 .
855 .
D Iſabel de Almada , filha de Fernaó
Foſeph de Souſa Pereira , ( ODeſem Rodrigues de Almada , o ſeu cala
2 bargador ) ſeu caſamento , e luce mento , 739 .
Jose
cell-o , 853 . D.Ifabel Antonia de Macedo , filha
Foſeph de Souſa da Sylve , com de Vicente da Coſta , com quem
quem caſou , e que filhos teve , caſou , 673 .
n
Maria 775 D. Iſabel de Aragao , mulher de Joao
Foseph Vaz de Carvalho , (O Deſem Peſſoa de Aragao , de quem era fi
gador ) que lugares occupa , 526 . lha , 433
‫گ‬ D. Joſeph Venegas de Cordova , IV. D. IJabelde Aragao , mulher de D.
Marquez de Valençuela , ſeu caſa Lourenço da Cunha , quem foraó
mento , e ſucceſlao , 482 . feus pays , 502,828.
D. Joſefa Antonia de Moura , mu . D. Iſabel de Aralus, mulher de D. ·
Ther de Antonio de Soua de Mello , Fernando , Senhor de Eça , de
o Loyo , 5041919. quem foy filha , 647 .
D. Ifa.
f
Index

D. Iſabel Barbara Henriques , filha D. Iſabel de Eça , mulher de Lou


de Henrique Jaques de Magalhaens, renço de Souſa da Sylva , Apoſen
tador mór , 6 go .
co
D.I m el
ſab que
dem Bar
caſros 682a , de Franciſ- D. Iſabel de Eça , mulher de Fran
ou ,, filh
co de Medeiros , o ſeu caſamento , ciſco de Moraes Cogominho , 706.
D. Iſabel de Eça , filha de D. Pedro
el los ,
D'I
.7 00 . Bernarda de Vaſconcel
ſab de Eça , quantas vezes caſou , e
filha de Miguel Soares de Vaſcon com quem , 7 24.
cellos , com quem caſou , 731 , D. Iſabel Franciſca de Noronha , mu.
D. Iſabel Bravo da Cunha , Condella lher de Joao Correa de Meſquita ,
de Requena , de quem era filha , de quem he filha , 709 .
D.Ifabel da Guerra , mulher deGone
D.64 . de Brito , filha de Alvaro de
1 bel
Iſa çalo Vaz Coutinho , 628 .
Madureira , o ſeu caſamento , 760. D. Iſabel deGuſmaõ , filha de Dom
D. Iſabel Caffaro , mulher de Duarte Affonſo Henriques , com quem cam
de Souſa da Marta Coutinho , V. ſou , 778.
Corre yo mór , de quem era filha , D. Iſabel Henriques ( A Condella )
ſua aſcendencia , 81.
D.Iſa bel tellobranco , Condella D. Iſabel Ignez de Saldanha, mulher
938, de Caſ
de Redondo , quem foraó ſeus pays , de Joſeph Salema Cabral, 855.
D. IJabel FoJefa de Breiner ,mulher
Iſab
D. 81 2,el88 Caſt
de2, 88ro3, Condeſſa da Fei de Franciſco de Mello , de quem
.
he filha , 237
D.raIſabel quem
, de de era ,fil
Caſtro ha , 88
mulhe r 3de. Dom D. Iſabel Juliana Soares de Mello,
mulher de Luiz Manoel de Calta.
Fernando de Menezes , Senhor do
nheda , 660 .
içal , 88
o do Lourtro
azbel
D.Pr
Iſa de Caſ , mulh5er
. de Dom D.Iſabel Lamprea , filha de Pedro
Lamprea , com quem caſou , 719 .
Rodrigo de Lencaſtre , 364 , 453 .
com quem havia ſido caſada , ibid . 6
1ſab. el de Lencaſtre , Condella de
D.73
D.Iſabel de Caſtro , Condeſſa de Af
Sortelha , de quem foy filha , 208,
ſumar , de quem he filha , 536 .
D. Iſabel de Caſtro , mulher deDom 2 I 2.
Fernando de Caltro , Senhor de D. Iſabel de Lencaftre , mulher de
Manoel Rafael de Tavora , 323.1
Lanhoſo , 845 . D. Iſabel de Lorena , Marqueza de
D. Iſabel Cecilia de Carvalho , mu . Fontes , a ſua aſcendencia , 325.
er anciſco rros Se
nhordedoFrMorgado de
lh Real ,, de
de Ba D.Iſabel de Macedo,mulher de Ma.
noel Peixoto da Sylva , Senhor de
quem era filha , 655 .
D. Iſa bel Coutinho , filha de Pedro Penhafiel , 676.
Lopes de Azevedo , com quem ca. D. Iſabel Manoel ,mulher de Conf
tantino de Magalhaens , VII . Se
ſou , 765 . nhor da Ponte da Barca , 514 ,
D. Iſabel Coutinho , filha de Gonçalo
da Coſta , Armeiro mór , o ſeu ca. 6 .el
1ab
D. 5
IJ Maria de Caſtro , mulher
ſamento , 907. de Franciſco Correa de Lacerda , a
Dona Iſabel da Cunha , Condella de
ſua aſcendencia , 447 , 714. Mar
Monianto , de quem era filha , Dona Iſabel Maria da Cunha ,
801 , 802 , queza
das couſas notaveis.

queza de Villa -Viçoſa , 642. D. Iſabel de Souſa , mulher de Efte


D. Iſabel Maria Soares de Mello , vao Pereſtrello de Antas , 720 .
mulher de Dom Joao de Mello , de D. Iſabel de Souſa , mulher de Fran
quem he filha , 661 . ciico da Camera Paim , 721 .
D.'Iſabel de Mello , mulher de Al- D.Iſabel da Sylva , filha de Duarte
10, varo Pires de Tavora , 717. Peixolo da Sylva , com quem ca
25
D. Iſabel de Mendoça , Condeſſa da ſou , 763,778.
D. Iſabel da Sylva , mulher de Du.
Calheta , 207
D. Iſabel de Mendoca , filha de Joao arte Peixoto , 767,777 .
de Mendoça , com quem caſou , D. Iſabel da Sylva, mulher de An
687 . tonio daGama, 825.
D. Iſabel de Mendoça , mulher de D. Iſabel da Sylva , mulher de Aye
Gil Fernandes de Carvalho , de rés de Saldanha de Albuquerque ,
826 .
quem era filha , 749.
D.'Iſabel de Mendoca , mulher de D. Iſabel da Sylva, Condeſſa de Pes
Bernardim de Carvalho , 756 . nella , a ſua aſcendencia , 537 .
D. Iſabel de Mendoca , Condeſſa de D. Iſabel T hereſa Henriques , filha
de Luiz Garcez Palha , com quem
S.Miguel , 899 .
D. Iſabel de Mendoça , mulher de caſou , 607.
Fernando Martins Freire , 926 . D. IJabel de Velaſco , Duqueza de
D. Iſabel de Menezes , ( A Condella ) Maqueda , a ſua alcendencia , 121 ,
D. Iſabel Vicencia de Mello , filha de
fua aſcendencia , 39.
D. Iſabel de Menezes , mulher de D. Luiz Godinho de Souſa, com quem
Lourenço de Lencaſtre , 341. calou , 781 .
D. Iſabel de Menezes , mulher de D. D. Iſabel de Villena , ſegunda mu.
Joao Manoel , de quem era filha , lher de Nuno da Cunha , quem fo
raó ſeus pays , cavós , 291.
396 . D. Iſabel de Vilhena , filha de Fernan
D. Iſabel de Menezes , filha de Anto-
nio da Sylva de Menezes , quantas do da Sylva , Commendador de
19
vezes caſou , e com quem , 87 3 . Alpalhaó , com quem cafou , 874
D. Iſabel Moniz Barreto , filha de D. Iſabel de Ulboa , mulher de Dom
Henrique Jaques da Sylva , com Joaó da Cunha , IV.Senhor de Pa.
jares , 638 .
Iſaem
D. qu caſou
bel de No,ro nh4a. , filha de Dio .
85 D. Iſabel Zacarias Ponce de Leon ,
go de Saldan ha , o ſeu caſamento , Duqueza de Alva , 169 .
D. Iſabel de Zuniga , primeira mu
702 . Peſſanha , filha de Joao Pef
D. Iſabel lher de Dom Gonç lo deGuímaó ,
Senhor de Toral ,638.
lanha , com quem caſou , 759.
D.Iſabel de Portugal , mulher de D. Dona Juliana de Lara , Duqueza de
Joao de Sottomayor , quem forao Aveiro , de quem era filha 350 .
Seu caſamento , 61. Sua Arvore ,
leus pays , 646. 65 , 107.
D. Iſabel de Roxas da Cunha , ſegun
da niulher de D. Gonçalo de Gufo D. Juliana de Lencaſtre. Fundamene
W
mao , Senhor de Toral , de quem los com que ſe oppoz ao Ducado
‫اور و‬
de Aveiro , 91 , e ſeg . Caridade
D.era filha
Iſabe l de, Solir
638 ,. quem era , e quaes que exercitava com os pobres , 101,
turaó ſeus afcendentes , 198. Seu caſamento , 99. Quando fa
leccos
Index

leceo , e aonde jaz , 101. A lui D. Leonor de Almeida , filha deVic


cente Ribeiro de Almeida i com
D.Arv ore
Juli ana, 10 7 a de Menezes , mu
Luiz quem caſou , 706 .
Ther de Luiz de Mello , xvill . S:- D. Leonor de Brito , mulher de Dom
Jorge Manoel , de quem era filha ,
nhor de Mello , 841.
a Ma aaodedaNor a , Ac 6 . or
er ian
D.ThJul de Ch riov
riſt onh
Coſt a de mu ai . D.43
Leon de Camoens , filha de Ruy
Caſco , com quem caſou , 724.
iara zes , Marqueza
D.de , 507 .de Mene
Jul D. Leonor de Caſtro , mulher de S.
de Villa -Real , de quem era filha , Franciſco de Borja , de quem era
filha , 462 .
Junquers ( D. Maria ) Duqueza de D. Leonor de Caſtro , filha de D. Je.
929 .
ronymo de Noronha , o Bacalbao,
Villa Hermoſa , a ſua aſcendencia ,
425 , e ſeg . Alguns Fidalgos deſ com quem caſou , 687.
D. Leonor de Caſtro , mulher de D.
Fuſt a pedr
te ApRo llig o s, ib
idue re.ir
Peid a. gDella pro
e ſe . Pedro de Menezes , I. Conde de
cede a Familia dos Manoeis , 388 . Cantanhede , de quem era filha,
808.
Dequ
de em D.
lRey fil
eraMa nohael 9.d.Fo
, ,38ibi Fuy nd a
Amou Le7,
D. 80 onor de Caſtro , mulher de D.
o Conveto de Jeſus de Secuval , Simao de Menezes , 878 .
399. Onde jaz ſepultada , ibid . D. Leonor de Caſtro , filha do grande
D. Joao de Caſtro , com quem ca

D.fou
Leon or Co. utinho ; mulher de D.
, 922

L
Di og o de Almeida , a ſua aſcen

lteos, teSo oe Frean


adlt z ,, onor’d a
A nd
queLapo veldne R yce no dencia
D.Lc , 555.
Cunha ,mulher do Dou
L e porque tor Joao das Regras , de quem era
motivo ſe auſentou
ha 786.
Land ie,, Pri
dell 6 . pe de Valdicaro , 484 ,
12nci Leon, or
D.fil da Cunha Girað , ſua aſ.

e ſeg. Quem eſcreveo delta Fami . dencia 39.


D.cen
Leonor de, Eç a , mulher de Inigo
lia , ibid . de Morales , de quem era filha ,
Landrove , ( D.Maria ) de quem era
Lara , 770. Fidalgos deſte Appelli-
. Alguns
filha D.690.
Leonor de Faria , filha de Pedro
de Faria , Capitao de Malaca , o ſeu
do He
Leao , nr iq.ues , Religioſo da Com
121 caſamento , 672 .
D. Leonor da Guerra , mulher de Ga
panhia , de quem era filho , 446, quem era filha ,
liore Leitaó , de
D Leco de Noronba , que filhos te
645 .
Len
vecaſ 90s2,. Taboa pag . 193 , 327 ,
, tre D. Leonor de Guſmað , filha de Joaó
de Teive , com quem caſou , 740.
Leoenel de Moura, ſeu caſamento , c
367. D. Leonor Foſefa Caetana deNo ro
nha , mulher de D. Antonio Alva •
ſucceſlao , 766 . res da Cunha , de quem he filha ,
Dona Leonor de Aragao , mulher de
iz Carn
Principe
Lu roquem
, eide , Senh or filha
era da Il,ha
501.
do D.84 1.
Leonor Luiza de Menezes , mu
lher
das couſas notaveis.
18
lher de Antonio de Balto Baharem D. Leonor da Sylua, mulher de D.
861 . Diogo Henriques , 9256
D. Leonor Manoel , mulher de Dom D. Leonor da Sylva , mulher de D.
Jorge de Menezes , Vi . Senhor de Duarte deMenezes , 928.
Cantanhede , 809. D. Leonor Telles , ( A Rainha ) in
D. Leonor Maria de Caſtro , mulher duftria com que pertendeo diffol
ades de Alexandre de Souſa Freire , de ver o mairimonio do Intanie Dom
quem era filha , soy. Joao com ſua irmáa D. Maria Tel
D. Leonor Maria Michaela de Mene les , 616 , e leg. Que effeito teve ,
zes , mulher de D. Antonio Jacin 619 , e ſeg.
tho , Senhor de Lira , 523 . D. Leonor Thomaſia de Menezes , fi
D. Leonor de Mello , filha deGarcia lha de Henrique Correa de Souſa
de Mello Pereira , com quem ca de Lacerda , quantas vezes calou ,
fou , 708. e com quem , 771 , 772.
D. Leonor de Mendoca , Condeſſa de Leonor Vaſques Coutinho , mulher de
Miranda , a ſua aſcendencia ,601. D. Fernando , Senhor de Bragan
D. Leonor de Menezes , filha de Dom ça , de quem era filha , 629.
Joao de Menezes , com quem ca. D. Leonor de la Vega de Velaſco ( A
lou , 858,879. Condella ſua alcendencia , 75.
D. Lionor de Menezes , Condeſa de D. Leonor de Vilhena , mulher de D.
Serem , de quem era filha , 696 , Pedro Maſcarenhas , Senhor do
755. Com quem calou ſegunda Morgado de Runa , de quem era
vez , ibid . filha , 411 .
D , Leonor de Milá , mulher de Dom D. Leonor Xira , mulher de D. Joao
Nuno Manoci, de quem era filha , de Eça , 758.
425 Ligne. Alguos Fidalgos deſte Appel
D. Leonor de Milá , mulher de Nu lido , 145
no Barrelo , 435 , 454 . Linhares (Duque de ) 185,189.
: D. Leonor de Milá , mulher de Dom Lisboa. Em que anno padecco o tero
Diogo de Caſtellobranco , 311 , rivel mal da peſte , e que numero
473 . de pelloas morria cada dia nella ,
D. Leonor de Milá , mulher de D. 891 .
Alvaro de Portugal , II. Conde de Lobe, Senhores de Sarzedas , 567.
Gelves , 478 , Lopo Affonſo das Regras , quem era
D. Leonor Ninho , Condeſſa de Nei. e com quem foy cajado , 793 .
va , 026 . D. Lobo de Azevedo , Almirante de
D. Leonor de Noronha , mulher de Portugal, com quem caſou , e que
D. Luiz de Menezes , Alferez mór , filhos leve , 409.
871 , 872 . Lopo Barriga , Adail de Çafim , com
D. Leonor de Quinhones , Condella de quem calou , 699. Sua ſuccellao ,
Valença , de quem era filha , 634. 700. Ouro , 701 .
D. Leonor de Sottomayor , mulher de D. Lopo da Cunha , Senhor de Allen
D. Afonto de Aragao , Duque de car , leu caſamento , 930.
Villa -Hermoſa , 425 , 646. Lopo Furtado de Mendoça , Conde do
D. Leonor da Sylva , Marqueza de Rio Grande , o ſeu caſamento ,
Val de Fuentes , de quem cra fiiha, 458. De que idade começou a ſer .
186 . vir na Praça de Mazagao , ibid.
Tom . XI. Ееееее Que
Index

Que póſtos occupou na guerra , e D. Lourenço de Lencaſtre , Prelado da


na paz , 459. Foy por General da Santa Igreja de Lisboa , de quem
Eſquadra , que foy ao Levante em he filho , 365,
ſoccorro da igreja , e o que nella Lourenço de Mello , com quem ca
obrou , ibid . e leg. Agradecelhe o ſou , 766. Sua ſucceſlao , 767.
Papa , o bum que nella ſervio , Lourenço de Mendoca , Commenda
460. Entra em Lisboa , e como dor de Fuzello , o ſeu calamento ,

foy recebido , ibid. Quando fale 472 .


ceo , e aonde jaz ſepultado , ibid. D. Lourenço de Noronha , ſeu caſa
mento , e fucceffo , 729.
Que
Lopo Sequeitevé
de filhos , ibid
ra , co . em caſou ,
m qu D. Lourenço Pires de Caſtro,III.Con
de de Balto , com quem caſou , e
514 .
Lopo de Souſ a Cout inbo , com quem, que filhos teve , 103.
caſou , 936 , 937. Sua ſuccellao Lourenço Pires Carvalho , ſeu caſa.
mento , e ſucceſlao , 945.
ibidVaz
Lopo . da Cunha , Senhor de Bu- Lourenço PiresCarvalho , Commiſta
endia , o ſeu caſamento , 626. rio Geral da Bulla da Cruzada , de
Lopo Vaz de Sampayo , com quem quem era filho , 945. Recuſou o
caſou , 653 , 657. Quando fale Biſpado de Lamego , 946. Que
cco , e aonde jaz , 658. Sua ſuc Obras imprimio , ibid.
Lourenço Pires de Tavora , em que
enaao (, A
Lorceſl . nceza Maria de ) de
ibidPri anno foy por Embaixador a ElRey
quem he filha , quando calou , e de Fez , Carlos V.e a Roma, 330 .
com quem , 490. Alguns Fidalgos Quando faleceo , e aonde jaz , ibido
diſte Appellido , 145 , 325. Com quem caſou , ibid.
Loreto (Ermida de Noſſa Senhora do) Lourenço Soares de Abreu , feu caſa
mento , e ſucceſlao , 766 .
nallha da Madeira , por quem foy
Lourenço deSouſa da Sylva , Apo
enço
urad
Lond
S. fu a , 71 . es de) 876,877.
( Co0nd ſentador mor , feu caſamento , e
Lourenço Ayres de Sá é Mello , Se fucceflaó , 600 . Outro , 699 .
nhor do Prazo de Anadia , com Lourenço da Sylva, VI I. Senhor de
Vagos , ſeu caſamento , e ſucce
quem caſou ſegunda vez , e que fi faó , 924. Outro , IX. Senhor de
lhos tem , 707.
Lourenço de Brito , ſeu caſamento , e Vagos , 926 .
D. Lourença de Ataide, ſegunda mu
o , 440ro, e rego o
eiolade
recc
Loſu nc Caſt , Biſp de Angra , lher de D. Nuno Manoel , de quem

di quem era filho , 664. era filha , 425 , 435.


D. Lourenço da Cunha , o seu caſa . D. Lourença da Coſta, ilha de Sebaſu
mento , 502 , 828. Empregos com tiaó da Coſta Honiem , com quem
que ſervio na India , 827. O que caſou , 664.
delle diz Manoel de Faria e Soula, D Lourença de Faria , filha de Baltha
far de Faria , Deſembargador do
8.8 . Quando falecco , e que fi
Paço , com quem caſou ,713 .
lhos teve , ibid .
D. Lourenço de Lencaſtre, Commen- Dona Lourença Franciſca de Mello,
mulher de Ď . Sancho Manoel, de
dador de Coruche , feu caſamento ,
e fuccellaó , 334 , e leg. Outro , quem
D.Lou hea Henr
renç , 83s7,. Condeſſa de
filhaique
34 ' , e leg. Tarou
das couſas notaveis.

Tarouca , quem foraó ſeus pays , e lhe fez El Rey Dom Joao III. ibid.
Fez em Ceuta o baluarte , chama
D.avós
Louren ça Maſ30
, 319,9 car.enhas , mulher do de D. Luiz , 931. Seu cala
de Francilco Carneiro , Senhor da mento , e fuecellao , ibid . e ſeg.
Dom Luiz de Caſtro , V. Conde de
D.Ilha do ça
Louren cipeVil
Prinde , 503.
hena , mulher de Monſanto , 950. Seu caſamento ,
Dom Bernardino de Menezes , de e ſuccelkó , 951. Outro , X. Con
de de Monſanto , o leu calamenco ,
quem era filha , 698.
Lucrecia Maria Borromeo ,mulher de ibid ..
Caetano Antonio Gallio Trivulce , Luiz Ceſar de Menezes , Alferes mór
de Portugal , o ſeu caſamento ,
de quem era filha , 495.
-; D. Lucr ecia Paſcoella de Mendoça , 341. Outro , 662 .
mulher de D. Chriſtovao de Mcl D. Luiz da Coſta , Senhor do More
gado de Mutella , que póſtos oc
lo , 729 . cupou na guerra contra Caſtella ,
Luiz de Almada , Prior môr da Ore
dem de Aviz , de quem era filho , 727. Quando faleceo , ibid. Seu
252. Quando falecco , 253 . caſamento , ibid . Sua ſucceſlao ,
D. Luiz de Almada , Senhor de Pom 728. Outro , 907.
balinho , com quem caſou , 698 , D. Luiz Coutinho , o ſeu caſamento ,
881.
Luiz
699Alvares
. Barriga , ſeu caſamen . Luiz da Cunha de Ataide , Senhor de
to , 700. Sua fucceflaó , 701 , Povolide , feu caſamento , e ſuceſ
Luiz Alvares da Cunha de Ega , o faó , 272 , 746 .
D. Luiz da Cunha , quando naſceo ,
teu
Lui z Alva resnto
calcmc da, Cunb
771 .a , feu caſa 834. Que lugares occupou neſte
mento , e fucc flaó , 779. Outro , Reyno , ibid. Nomca - o El Rey D.
Senhor do Morgado dos Olivaes , Pedro Il. Enviado Extraordinario
à Corte de Londres , ibid. E dahi
Lui z de. Antas , Alcaide mór do Lan
781 foy Embaixador Extraordinario a
Utrecht , ibid. Com o meſmo Ca
droa
Luiz l , nio
Anto o feudecal
Baſt o nto
ame Baba, rem
779.
, com racter ſervio em Londres , e paſo
ſou a Madrid , e depois a França ,
que
Luiz m caſo
Antoni ouEjmera
, 861 .ldo, o ſeu caſa ibid . e ſeg. Eſtimaçao que tem con
ſeguido entre os Miniſtros Eſtran .
Luiz Ber
D.menio nabé de Lencaſtre , Mar
, 771 geiros , 835. Obras que tem ef

n , 10 crito , 836.
D.qu ezzde
Lui de Ma laago
Borj , Com men4.dador de D. Luiz da Cunha , Prelado da Santa
Sagra , o ſeu caſamento , 468 . Igreja de Lisboa , de quem he fi
Luiz Carneiro , Senhor da Ilha do Tho , 838 .
he ha Principe , ſeu caſamento , e ſuccef- Luiz da Franca Pimentel , Deſembar
faó , 501 , e ſeg. Outro , I. Conde gador dos Aggravos , de quem era
deſcendente , 450 .
D.da Ilhade
Luiz doCaſtell pe , 503.
Princiobranco , IV . Con- Luiz Franciſco Correa de Lacerda ,
de de Pombeiro , o ſeu caſamento , ſeu caſamento , 45 3 .
Luiz Franciſco de Oliveira e Miran
le Luiz Outr
D.256. o tro
de Caſ , Senhor da Cala
, 769. da, de quem era filho , 226. Seu
caſamento , e ſucceflaó , 227, e ſeg.
ux , de Monſanto , 930. Pergunta que Ееееее ii Luiz
Tom , XL
Index

Luiz Freire , Senhor de Bobadella , Princeza D. Joanna , 196. Man .


da-o LIRey D. Sebaltiaó por Em
u caſreame nto . mendador
ole
Lui z Frei de Sou,ſa812
, Com baixador Extraordinario a Caſtella,
de Alfayates , quantas vezes caſou , e para que fin , ibid. Compra á
e com quem , 504 , 505 , 919 , Capella mór de S. Joaó de Setuval ,
921. Sua ſucceflaó , 504 , 506 , para ſeu jazigo , 197. Quando fa.
leceo , ibid. Quando caſou , ecom
919,921 . ibid. Sua fucceflao , 203,
Luiz deGand, Principe de Iſenghien quem ,
D. Luiz de Lencaſtre , II . Commen .
& c.defeu
Luiz Goecaſame nto gað
s de Ara , 490.
, Deſembas . dador mór de Aviz , de quem era
gador dos Aggravos , ſeu caſamen , filho , 203. Commendas que teve,
261. Foy cativo em Alcacere , e
Luto
iz, de
e ſuc
Goe s laó
cef Per,dig .1ő. , com quem
7 34 reſgatado à ſua cuſta , 262. Levan
calou , e que filhos teve , 726. ta huma Companhia de 200 ho
Luiz Gomes da Matta , IV. Correyo mens para le oppor à irrupçaó que
mor , ſeu caſamento , c fuccellao , os Inglezes quizerao tazer aLibia,
ibid . Quando faleceo , 263. Seu
Luiz Gonçalves da Camera , Senhor
937. caſamento , e fuccellao , ibid.
da Ilha Deſerta , o ſeu caſamento , D. Luiz de Lencaſtre , IV. Conde de
Villa -Nova , de quem era filho ,
702,
Lui Suadiſucc
z Grimal , Prin o , 703
eſlacipe de Mon
, aco , 309. Quando o ceo , 315. Quad
quando naſceo , 488. Que titulos do faleceo , e aonde jaz , 316. Scu
caſamento , e luccellaó , ibid.
teve , e quando faleceo , ibid . Seu
caſamento , e ſucceſlai , ibid. e ſeg. D.Luiz Lobo ,VII . Baraó de Alvito ,
Seu caſamento , e fuccellaó , 265.
Luiz Guor Miranda Henriques ,
edes de rç
Luiz Lobo da Sylva , Governador de
Senh de Mu a , com quem cao
Angola , o ſeu caſamento , 895.
Luuiz
D. fo da1Gu. erra , Biſpo da Guarda ,
, 44 D. Luiz Lobo da Sylveira , V. S:
nhor de Sarzedas , ſeu calamento ,
de quem era filno , 628. Achou - fé
nas Cortes de 1433 , € 1455 , ibid . e luccellaó , 897 .
Luiz Lopes de Carvalho , Senhor de
Quando falecco , e aonde , ibid .
Negrellos , e Abbadim , com quem
Dom Luiz Henriques , II . Conde de
Villa - Flor , o ſeu caſamento , 478 . caſou , e que fi hos teve , 677 ,
D. Luiz Innocencial o de Caſtro , Almi 761. Ourro , 760,761 .
rante de Portug , de que terras foy Luiz Lopes Loho , 851. Seu caſamen .
Senhor , 28 % . Seu caſamento , é to , e ſucceslao , 852. IV .
Dom Luiz Manoel de Tavola ,
ſucceſlao , ibid . Conde de Acalaya , de quem era fi
D. Luiz de Lencaſtre , Marquez de
lho , 553.a Quando naſceo , 557.
Malagon , de quem era filho , e Acompanh o Marquez das Minas
quando naſceo , 190. Quando ca na Embaixada ao Papa Clemente
ſou , e com quem , 191. 18. , 558. Achou -ſe no ſoccorro da
D. Luiz de Lencaſtre , .. Commenda Praça de Oran , e com que polto ,
dor mór de Aviz , de quem era fie ibid . Foy Embaixador å Corte de
lho , 33. Commendas , e Alcaida . Turim , e para que effeito , ibid.
rias móres que love , 195. Merces Succello que teve com ſeis navios
que lhe fez El Rey D. Joao Ill . ibid. Argelinos no Cabo de S. Vicente ,
& leg. Alliile ao auto da entrega da
das couſas not aveis.

559. Honras que recebeo do Prina em Alcacere , 879. Seu caſamen


cipe Regence , recolhendo - ſe à Bar to , e ſucceiiao , ibid . e 889.
ra de Lisboa , 560. Que poſtos oc- D. Luiz de Menezes, III . Cunde da
cupou , 555 , 560. Acções que Ericeira , 886.
obrou na guerra de 1701 até D. Luiz de Menezes , II. Conde de
1706. , e no ſitio de Bajoz , 561 . Tarouca , quantas vezes caſou , e
Com quem caſou , e que filhos te com quem , 929 , 930. Sua fuc
1. ve , 502 , e ſeg. Com quem calou celfaó , ibid.
ſegunda vez , ibid. D. Luiz de Menezes , I. Marquez de
.
Luiz Manoel de Caſtanheda e Mou Louriçal , 951. Acções que obrou
ra , leu clamento , 660. no Eſtado da India , 952.
Luiz Manoel Moniz Pereira , feu Luiz de Meſquita , o ſeu caſamento ,
calamıno , e ſucceilao , 854. e fucceflaó , 768 .
D. Luiz Maſcarenhas de Lencaſtre , Luiz de Miranda Henriques , com
de quem era filho , 332. Porque quem calou , 776. Qus filhos tc
motivo entrou na poſle da ſua Casa , ve , 777. Ouro , 912 .
ibid. Com quem calou , e que fi- D. Luiz de Noronha , VII. Marquez
Ihcs leve , ibid. de Vill -Real , o ſeu calamento ,
D. Luiz de Mello , Governador de 929
Evora , que filhos teve , c em quem , Luiz Pedro Coutinho Cardoso doc.
729. Senhor do Morgado de Loures ,
Luiz de Mello , XVII, Senhor de 70 .
Mello , 771. XVIII . Senhor de Luiz Pinto de Caſtro , o feu caſamen
Mello , feu caſamento , e ſucceflaó, to , 761 .
841 . D. Luiz de Portugal , V. Conde de
Luiz de Mello , o ſeu caſamento , Vimioſo , com quem caſou , 409.
874. Por morte de ſua mulher en . Luiz Ribeiro Pacheco , Commendan
trou na Companhia de Jeſus , ibid . dor de Villa Cova , o ſeu caſamen ,
Luiz de Mello da Sylva , com quem to , 81 .
caſou , e que filhos leve , 668. Luiz de Saldanha , Commendador de
Luiz de Mello da Sylva , III . Conde Salvaterra , feu caſamento , e fuc
de S. Lourenço , o ſeu caſamento , ceſlao , 825.
877:
Luiz da Sylva , X. Senhor de Vagos,
Luiz de Mendoça , quando faleceo , alliftio nas Cortes de 1619 , pag.
caonde , 470. Com quem calou , 927. ) que refpondeo ao Con
e que filhos reves ibid, de da Caſtanheira per, urtandolhe
Luiz de Mendoça , Conde do Lavra hum Fidalgo Caſtelhaco quem ille
dio erag ibid . Poftou a C (telia aonde
, que poſtos occupou , 438.
Foy Vice-Rey da India , e em que foy Conde de Vagos , ibid .
tempo , ibid . e leg. Quando fale- Dom Luiz da Sylveira , 1. Conde de
ceo , e como diſpoz de ſua fazen Sortelha , foy Guarda n or delRey
da , 439
D. Joao III. , 321 , Seu Epitafio,
D. Luiz de Menezes , Alferes mór , o 225. A fua aſcendencia , 299 .
feu caſamento , 871,872 . Que D. Luiz da Sylveira , 111. Conde de
filhos reve , 873 . Sortelha, com quem caſou , 208 ,
D. Luiz de Menezes , Alferes mor , 21.2 . De quem era fino , 211.
outro , acçao heroica , que obrou Sua (uccellaó , 212 , e leg. De que
Reys
Index

Reys foy Guarda môr , 222. Sua D. Luiza Clara de Ligne , IV. Du
queza de Aveiro , o ſeu caſamento,
alcer
Luiz daden cia
Sylv ei,ra311 . caſamento , e
, ſeu 143. A ſua Arvore , 145.
D. Luiza Clara de Portugal , mulher
D.ſuc Th,om
izlao
Lucel 76 . Caſtro , Governa
é8de de D. Jorge de Menczes , de quem
he filha , 420.
dor da Mina , de quem era filho , D. Luiza Clara de Vilhena , filha de
Luiz
305Va,ſq ues da Cunha , II. Conde
506. Sebaitiaó Joſeph de Carvalho , com
deoPovoli de , 282 , Quando naf quem caſou , 657
ce , 283. Terras de que he Se- D. Luiza Coutinho , mulher de Tho
nhor , ibid. Seu caſamento , e ſuc más Ximenes de Aragaó , de quem
era filha , 704 .
Luiz Vict
ceſlao , 28 4. de Souſa da Matta
orio D. Luiza Coutinho , filha de D. Ma
Coutinho , Vi. Correyo mór , 938. noel Coutinho , quantas vezes cae

filhos (e fou, e com quem , 810.


D. Luiza Continho , Condella de Sa.
Com quem caſou , e que
9 bugal , de quem era filha , 812 .
D.ve
tel
93
Lulo,iz-No
e vo a , Condella de Caar
Anto,nide quem era filh , D. Luiza Coutinho Salema , mulher
693. Animo varonil com que de de Joao Xavier da Cunha de Eça ,
de quem he filha, 782 .
nde
fert
mo codea ſe dedoMa
a ri
Pruaçma , zi . ó , por
ibidga D. Luiza da Cunha , V. Condelta de
ſa
D. Luiza de Aragao , Condeſ de Lu. Valença , leus pays , e avós , 121 .
na , o ſeu calamento , 465. De O leu caſamento , 636 .
D. Luiza de Eça , primeira mulher de
izacra haal a ueza de Antonio Pimentel de Moraes , de
Lu
D.qu em Ay
defil , ibi,d ,Marq
de quem era filha , quem he filha , 707.
D. Luiza de Eça Corte -Real, mulher
Valençuela ,
480 , de Chriſtovao de Almada , de quem
D. Luiza Caetana de Menezes , mu
lher de Manoel Carlos Bacellar , de Doer
na Luha
a fil iz,a 25
Fern 68
0,an de9s. de Cordova ,

Luem
D.qu izahe Caha
defil ,6
ſt,ro52 Co. ndeſſa de Ta Condeſia de Luque , 482 .
D. Luiza Fontoura , mulher de Joaó
D.ro
Luuc
iza a, fu
deaCa cero
aſſt cilhaa, de
nd,enfi 9 . mes
31Go Correa de Lacerda , de quem era

Borges de Caſtro , com quem cao filha , 453


D. Luiza Franciſca de Tavera , Con
D.fou de Caſtro , mulher de Dom
, a763
Luiz della de Soure , 240 .
Pedro Fernandes de Caſtro ,de Luiza Gonzzeaga ,mulher de D. Joſeph
de Mene s e Tavora , a ſua aſcen .
quem aera filharo, 857 a, 92 3 .
D. Luiz deCaſt , filh de D. Fran dencia , 235
ciſco Rolim ,o ſeu caſamento , Dona Luiza Henriques, filha de Joao
Arraes de Mendoça , quantas vezes
687 .
Luiz. a de Caſtro , Condella de Val
D. 894 caſou , e com quem ,
de Reys , de quem era filha , ibid. Luiza HypolitaGroimaldi ,mulher de
Jaques Franciſc , Senhor de Ma
D. Luiza de Caſtro , mulher de Dom tignon , quaes foraó ſeus pays ,
Joao de Menezes , Senhor de Ta.
rouca , de quem cra filha , 914 , D.4Lu . a Ignez de Tavora , mulhder
90iz e
924 .

.
das couſas notaveis.

de Ayres de Saldanha , de quem D. Luiza de Souſa , filha de D. Filip


he filha , 246 .
pe de Soula , com quem caſou ,
D. Luiza Yoſefa de Menezes , mulher 769.
de Pedro da Cunha de Mendoça , D. Luiza da Sylva , mulher de Du
de quem era filha , e quando nar arte Peixoto da Sylva , de quem era
ceo , 232, filba , 778.
5 D. Luiza de Lacerda , mulher de Per- D. Luiza da Sylva , mulher de Duş
nando de Cattro , Alcaide mór de arte da Cunha de Azevedo , 780.
Melgaço , de quem era filha , 663 . D. Luiza da Sylva , mulher de Pe
Luiza de Lorena ( A Princeza ) 145. dro da Cunha , Senhor de Geſtaço ,
D. Luiza Manrique de Lara , V.Du 915.
queza de Naxcra , de quem era fin D. Luiza da Sylveira , mulher de An
lha , 117,121 . tonio de Moura Telles , de quem
D. Luiza de Mendoca , mulher de cra filha , 891 , 893 .
Antonio de Albuquerque Coelho , D.Luiza de Tavora , mulher de Luiz
de quem he filha , 730. Franciico de Oliveira , de quem
D. Luizade Mendoça , Condeſſa de era filha , 227. Fundou o Con
Vio Redondo , de quem era filha , 882 , vento da Conceiçao dos Cardacs ,
D. Luiza de Mendoça , mulher de e nelle viveo , ibid,
Joao de Souſa Freire , 921. D. Luiza de 7 avorit , mulher de An.
D. Luiza de Menezes , tegunda mu tonio de Saldanha , 242 .
lher de D. Luiz de Almada , Senhor Dona Luiza de Tavora , mulher de
de Pombalinho , 699. Aleixo de Souſa da Sylva , Apolena
Dona Luiza de Menezes , mulher de tador mór , 777.
Lourenço de Souſa da Sylva , Apc- D.Luiza de Tavora , Viſcondeſſa de
ſentador mór , ibid. Villa - Nova da Cerveira , a ſua aſo
D. Luiza de Moura , filha de D. Fran cendencia , 555
ciſco de Moura , com quem caſou , D. Luiza de Vilhena , mulher de Ma
842 . noel de Vaſconcellos , a ſua alcen
D. Luiza de Moura Pimentel , mu dencia , 291 .
lher de Nuno Alvares Botelho , de D. Luiza de Vilbena , mulher de D.
quem era filha , 899 . Manoel de Portugal, de quem era
D. Luiza de Noronha , primeira mu filba , 935 .
** Sher de Alvaro Leite Pereira , 708. Luna ( Condes de Franciſco Gurrea ,
D. Luiza de Noronha , filha de Fran 405. D. Manoel da Gurrea , 466.
3 ciſco de Souſa Copeiro môr , com D. Carlos de Aragao , ibid . A quem
quem caſou , 897 . deixou por univerſaes herdeiros ,
D , Luiza de Noronha , mulher de D. ibid . D.Manoel de Aragaó , 467.
Aleixo de Menezes , a lua aſcen- Luque ( Condes de ) 462 .
dencia , 551 .
Dona Luiza de Portugal , mulher de
Manoel Correa de Lacerda, 447 .
M
D. Luiza do Rego , filha de Fernando

D. Cuiremescomayor,silha deJoao Dhier des d'alemande de calmente


Fuzeiro de Sande , o ſeu caſamen Commendador de Lardola , de
10,677. guem era filha , 5310
D. Mignon
Index

D. Magdalena de Borbon , mulher de de Franciſco de Brito Coutinho ,

Joseph de Mello , Porteiro mór , 939


D. Magdalena Luiza de Berbon , fie
D.25
Magdalena
4 , 257 . de Borbon , Condella Iha de Dom Joao de Almeida , com
dos Arcos , ſua aſcendencia , 319 . quem caſou , 683 .
D. Magdalena de Borbon , mulher de Dona Magdalena Luiza de Borbon ,
D. Jorge Henriques , VII . Senhor mulher de Luiz de Miranda Hen

riques , 9.12 .
dal
s Al
Mag
D.da ena
caço vas de 4bon , Cundeſla
Bor
, 45 D. Magdalena Luiza de Lencaſtre,
mulher de D. Vaico da Camera ,
dos Arcos , a908 .
Magd
D. de nteen
Froal tro
Caſqu
ira ,dede era que
, Mar
em za,
filha Magdalena Luiza de Mendoça,
D. 59
mulher de D. Antonio Eltevao da
Ma
D.53 gdalena de Caſtro , mulher de
56 Colta , Armeiro mór , 442 .
Jorge Pellanha , 936 , 940. D.Magdalena Maria Henriques, fi
D. Magdalena Giron , Duqueza de Tha deGarcia Lobo Brandao , com
Aveiro , 72. A ſua Arvore , 75 , quem caſou , 670.
D. Magdalena de Mendoça , mulher
D. Magdalena da Gloria , Religioſa de D. Antonio da Colta , Senhor
107 .
da tiperança , de quem he filha, do Morgado de Mutella , 726 .
240. Obras que tem compolto D. Magdalena de Mendoja, filha de
Fernando de Mendoca , qu- ntas
D.ibi , alena de Granada , mulher
Madgd vezes caſou , e com quem , 849.
de D. Luiz de Lencaltre , de quem Dona Magdalena da Sylva, filna de
era filha , e quando caſou , 197. Luiz da Sylva , Capiraó de Tange
D. Magdalena de Granada , mulher re , ſeu caſamento , 842 .
de D. Joao da Sylveira , de quem D. Magdalena daSylva, tilha dos I.
era filha , 210 , A ſua alcendencia , Condes de S. Lourenço , com quem

calou , 877 .
D.Magd alenade Lencaſtre , Condeſ. D. Magdalena de Tavora , mulher
30 .
la de Faro , de quem era filha , de Nuno de Mendoca , de quem
era filha , 440. Foy tambem mu
102. Foy oppoente ao Ducado de lher de D. Joao de Caltellobranco ,
roal
eigd 15a5de Lencaſtre , Con .
, en
D.AvMa ibid . Condella
della de Figueiró , 224. Seu caſa . D. Magdalena de Tavora ,
mento , ibid. e 308. Quando fa de Redondo , de quem era filha ,

lecco , e aonde jaz , ibid . A fua Ar D.88


Ma2gd 3 .a Thereſa de Noronha ,
88en
, al
D. Magdalena de Lencaſtre , mulher Condella de Villa -Nova , 316. A
vore , 311 .
de Ruy Fernandes de Almada , Se . ſua Arvore , 319.
Magdalena de Vvaldech ( A Con .
nhor de Carvalhaes , 226 , 248 . della ) quaes foraó teus pays , e
D. Magdalena de Lencaſtre , mulher
de D. Joao Lobo , Vi. Barao de Al D.av
Maós
gd, al 5. a de Vilhena , mulher
14en
4.
vito , 26en de Lourenço Pires Carvalho , 949 .
al a de Lencaſtrda
e n
esgd
DchMa , Condella de Vala rees ,2 ra.
Ab71 Malafaya . AlgunsFidalgos deſte Apa

D. Magdalena de Lencaſtre , mulher pelido , 511 , Malagon


das couſas notaveis.

Malagon ( Marquez de ) 190, D. Manoel de Caftro , o ſeu caſamen


Manoeis ( Familia de ) 37 ! até 560. to , 884.
Sua origem , 394. Taboa 603 , D. Mansel deCaſtro , Senhor de Fon
605 . 1e Arcada , com quem calou , 934 .
D.Manoel ( Rey ) viſitava o Duque Que tilhos teve , 935 .
D. Jorge nas ſuas doenças , 18. Em D , Manoel Chil de Rolim , XV . Se
que anno pallou a Caſtella jurar nhor de Azambuja , feu caſamen
1e Principe daquella Coroa , 421 . 10 , c luccellao , 747.
Quando tez a Romaria a Santiago, Manoel Correa , Senhor de Bellas,
422 . com quem calou , 876.
Manoel de Andrade de Brito Pereira, Manoel Correa de Lacerda , ſeu caſa .
o ſeu caſamento , 449 . men! o , e luccellao , 447.
Manoel de Andrade , Provincial dos Dom Manoel de Eça e Furia , com
Eremitas de Santo Agoltinho , de quem calou > e quc filhos teve ,
quem era filho , 885. 673
Mianoel Antonio de Souſa e Brito , Manoel Ferreira de Eça , Senhor do
Alcaide môr de Arrayolos ; que Morgado de Cavallciros , o ſeu ca
Commendas teve , 448. Foy Pro ſamento , 657 :

curador da Cidade de Braga nas Manoel Godinho de Caſtellobranco ,


Cortes de 1697 , ibid . Seu cala com quem calou segunda vez ,
mento , e lucceliai , ibid . 766 .
Manoel Antonio de Souſa e Mello , Manoel Jaques de Magalhaens , II.
quando naicco , e com quem ca Visconde de Fonte Arcada , com
lou , 258. quem calou , 854 .
D. Manoel de Aragao , Conde de Lu- Manoel Ignacio da Cunha, o ſeu ca
tamento , 233 .
na , u leu Casamento , 467.
D. Manoel de Ataide , Vii . Conde D. Manoel de Lencaſtre , que filhos
de Alougula , com quem calou , leve , 79.
909 . Manoel Lobo da Sylva , Senhor do
Manoel Larreto Rolim , com quem Mogadouro , 781,895 , 890 .
catou , 734. Que filhos ieve , Manoel Machado de Miranda , ſeu
735 caiamento , e ſucceilao , 654 .
Manoel de Brito Barreto da Costa e D. ManoelMaſcarenhas , Senhor da
Caſtro , com quem calou , e que Gocharia , cum quem caſou , e que
fi hosrem , 678. Por morte de ſua filhos ieve , 530 .
mulher ſe tez Clerigo , e he Deaó Manoel de Mello , Capicaó de Mala
da Sé de Coimbra , ibid . ca , fcu calamenco , c fucceflaó ,
Manoel Caetano Lopes de Laure , ſeu 718 .
caſamento , e luccellao , 419 . Manoel de Mello de Caſtro , com
Manoel da Camera , o feu caſamens quem calou , e que filhos teve ,
10 , 713 . & 51 .
Manoel Carlos Bacelar , ſeu caſamen- Manoel de Mello de Magalhaens ,
1o , e ſuccellaó , 520 , e ſeg. Governador de Malaca , Jeu caſa
Dom Manoel de Caftellobranco , II. mento , e ſocceſlao , 691 .
Conde de Villa -Nova , de quem Manoel de Mello da Sylva , Senhor
era filho , 473. Com quem calou, doMorgado de Bucelias , ſeu cala
474. Sua luccellao , 4750 mento , 666.
Tom. XI . Ffffit М.
Index

zes caſou , e com quem , 524 ,


Manoel de Mendoça , com quem ca
707
D. fou , 470.
Maro el de Menezes. Manda - o El Manoel de Sampayo , X. Senhor de
Rey D. Joao Ill . a França , e para Vill -Flor , com quem caſou ſegun
que fim , 810. Seu caſamento , e da vez , 242 .
Manoel de Soufa , Capitaó deChaul,
aó ibid.
D. ſuccefl
Manoel , de Menezes , Senhor do ſeu caſamento , e ſucceſlao , 726.
Reguengo da Maya , quantas vee Manoel de Souſa , Senhor de Podena
tes , com quem caſou , 873 .
filh teve , 842 .
zesel
Mano deouMi
cal , ra nda , oosſeu
e que caſamen- Manoel de Souſa de Ornellas , com
quem calou , 720. Que filhos (e
to , 736 . onha , feu caſa
D. Manoel de Norlao ve , 721 .
mento , e ſucceſ , 708. Outro , Manoel de Souſa Ribeiro , Alcaide
mór de Pombal, feu caſamento , e
9.
70el
Mano Peixoto da Sylva , Senhor de ſucceflaó , 847.
Penhafiel , feu caſamento , e luce Manoel de Souſa da Sylva , Apoſen
tador mór , quantas vezescaſou, e
cellao , 676 com quem , 30 , 690,697 . Sua
D. Manoel Pereira , com quem ca
ſucceflaó , 691,698 .
ſou , e que filhos leve , 703 , 704 , Manoel de Souſa Tavares , Capitaó
742Man
Dom , 8 87.Pereira , III . Conde da
cel General de Mazagao , e Pernam
Feira , fou caſamento , e ſucceſlao , buco , ſeu caſamento , e ſucceflaó,

883. Com quem caſou ſegunda 507 , e ſeg .


Manoel Telles de Faro , com quem
vez , 884 caſou , 770.
D. Manoel Pereira , Commendador
de Penella , com quem caſou , e Manoel Telles de Menezes , com
quem calou > e que filnos teve ,
que filhos teve, 936.
D. Manoel Pereira Coutinho , ſeu ca 712
Mano el. de Valadares Carneiro , ſeu
ſamento , e ſucceſlao , 939 . caſamento , e ſucceſlao , 761 .
Manoel Peſtana de Brito , com quem D. Manoela de Lencaſtre , Marqueza
caſou , 853 . de Santa Cruz del Viſo , de quem
D. Manoel Pimentel , IV. Marquez
era filha , e quando calou , 185.
de Mulpica , o ſeu caſamento , 408 . Por morte de ſeu marido tomou o
el
Ma
D.qu eno
de ArPo se
conc , de
on VI
feu Lecaſa,me nt.oDu.
, e habito das Carmelicas Deſcalças ,
186.
ceſlao 168 , e leg.
Manoel ,Ponce
D.ſuc de Leon , 18.Du- D. Manriquede Lara , Ift. Duque de
que de Arcos , quando faleceo , Naxera , o ſeu calamento , 636 ,
121 .
174.
D. 1 anoel de Portugal , com quem D. Manrique de Sylva , I. Marquez
de Gouvea com quem calou ,
caſou , 935
Manoel Rafael de Tavora , ſeu ca 103
Maqueda ( Duques de ) 121,170 ,
timento , e fucceffaó , 323 .
D. Manoel Rolim de Moura , Gover eleg
nador do Maranhaó , quantas ve- D. Marcos de Noronha , IV. Conde
dos Arcos , com quem caſou , 909.
zes calou , 747.
Manoel de Sá Pereira , quantas vc Outros , 905,907 D. Mar
das couſas notaveis.

D. Margarida de Alarcao , filha de D. Margarida de Mendoça , mulher


Franciſco de Barros , Senhor do de Gonçalo Nunes Baricio , 455.
Morgado de Santa Iria , o ſeu caſa- D. Margarida de Mendoca , filha de
mento , 656. D. Duarte da Colta , Armeiro mor,
D. Margarida de Almeida , mulher com quem caſou , 744.
de D. Irittao Manoel, 405. D. Margarida de Menezes , mulher
D. Margarida André de Noronha , de Nuno Fernandes Cabral, Alcai
Condeila de Allumar , de quem era de mór de Belmonte , de quem era
filha , 533 • filha , 857,
mu D.Margarida Antonia Pereira de LA- D. Margarida de Menezes , mulher
cerda , Senhora do Morgado de Ba de Ruy de Figueiredo de Alarcaó ,
leizao , o ſeu caſamento , 451 . 858.
D. Margarida Antonia da Sylveira , D. Margarida de Menezes , mulher
filha de Antonio Luiz Pinio Coe de Diogo da Sylva , Vill . Senhor
lho , com quem caſou , 682 , de Vagos , 926 .
Margarida Camilla Grimaldi , tercei- D. Margarida de Menezes , Condella
ceira mulher de Luiz de Gand , de da Calheta , de quem era filha, 208,
quem he filha , 490. D. Margarida de Noronha , filha de
D. Margarida Cecilia de Menezes , D. Pedro de Noronha , Senhor de
mulber de D , Aftonio Bautilta de Villa-Verde , com quem caſou ,
Aguilar , 525 712 , e 889.
Dona Margarida Coutinho , filha de D. Margarida de Noronba , mulher
Luiz Machado de Gouvea , quan de D. Rodrigo da Colta , de quem
tas vezes calou , e com quem , 674 . era filha , 857.
Dona Margarida de Eça , mulher de D. Margarida de Norenba , mulher
Joanne Mendes de Vasconcellos , de de Franciſco da Sylveira , Senhor
quem era filha , 653,658. de Sarzedas, quem forao [ cus pays,
D. Margarida de Ega , filha de Maa 888,
nocl de Soula , Capitao de Chaul , D. Margarida de Noronha , mulher
quantas vezes calou , e com quem , de D.Gil Eannes da Colta , 891 ,
726 . D. Margarida de Noronha , mulher
D. Margarida Juliana de Tavora , de Manoel Lobo da Sylva , 895.
mulher de Pedro Maſcarenhas , D. Margarida Pereira , mulher de D.
2 Conde de Sandomil , de quem era Manoel de Caſtro , 884
filha , 461 , 900 , 912, Com D. Margarida da Sylva , mulher de
quem havia ſido caſada , ibid. D. Joao de Menezes , Vil . Senhor
D. Margarida Iſabel de Lencaſtre , de Cantanhede , de quem era filha,
mulher de Franciſco de Souia da 809 .
etode Sylva , de quem foy fiha , 364, Dona Margarida da Sylva , filha de
D. Margarida Landim , mulher de Fernando da Sylva , Alcaide mór
Pedro Barriga , 700 . de Sylves , com quem calou , 874.
D. Margarida de Lima, filha dos IV . D. Margarida da Sylva , mulher de
Condes de Atouguia , com quem Luiz Loto da Sylva , de quem era
caſou , 886 . filha , 895
D. Margarida de Mello , mulher de D. Margarida da Sylveira , mulher
D.Simao de Caſtro , Senhor de Re de Triltaó da Cunha , Alcaide mór
riz , de quem era filha , 745 , de Torena , 750.
Tom . XI. Ffffff ji D.
Index

D. Margarida de Tavora , mulher na , de quem era filha , 226. :


de D. Pedro de Lencaſtre , dequem D. Maria Antonia Pimentel, X. Prin.
ceza de Elquilache , com quem ca
era filha , 335
D. Margarida de Tavira , filha de ſou , 468.
Alvaro de Souſa ,Capitao de Chaul , Di Maria de Aragao , mulher de De
Alvaro de Cordova , 435,477.
D.coMarg quem lacal
m arid deouVilh 9 ., ſua aſcen- Di Maria de Aragað , mulher de D.
ena
, 94
Henrique Henriques , 436 , 446.
Mari
D. denci a a, ,39.
viuva de Joao de Brito D. Maria de Aragað , Fundadora do
Paralim , com quem caſou ſegun Collegio de Noila Senhora da En
carnaçao de Agoſtinhos em Ma
Mari
D.da veza, de405Al.meida , mulher de Du drid , de quem era filha , 478.
arte So fré Pereira , de quem era fi- Dona Maria de Aragao , mulher de
Aleixo de Souſa , 503. Por morte
Mar
D.lha , ia
840de . Amaral , filha de Gal. de leu marido le fez Freira em San
ta Martha , ibid .
par do Am ral , quantas vezes ca D. Maria de Ataide , mulher de Luiz
nau ,Ma
Doſo coam An
eri quge
emlica nr.iqueta de
He.9
, 77 Guedes de Miranda Henriques , Sce
Lorena , Duqueza do Cadaval , a ohor de Murça , 441.
D. Maria de Ataide , mulher de Lou
endenc ia , 325.
Maaſc
D.ſua ria Antonia , mulher de Pea renço de Mendoça , 471 .
dro de Macedo Leite , de quem era D. Maria de Ataide , mulher de D.
Fradique Manoel ', 1. Senhor de
filha , 650 . Atalaya , 494. Com quem havia
Ma
D. Th erri
dea D.
Anto rnaarde
Beni do Al da , nh
demaNoro mu a ., ſido caſada , ibid . A lua Arvore ,

a 511 .
D.25
Ma , a
3ri 90An . ni de Borbon , mu-
9to Dona Maria de Ataide , Condeſſa da
Atalaya , de quem era filha , 548 .
Ther de D. Pedro Joſeph Antonio D. Maria de Ataide , filha de Jorge
de Mello Homem 441 , , quantas vezes calou ,c
D. Maria Antonia de Borbon , Con . Barreto
della de Avintes , de quem era fi. Mamriqu
D.co em At
a de 3 ., Condeſſa da V
73de
, ai
lha , 909 . digu ei ra , a ſu aſcendencia , 551.
a
D , Maria oAntonia de Caſtro , filha de
Franciſc Correa de Lacerda, o ſeu Maria de Avangour ( A Duqueza ) a
ſua aſcendencia , 601.
ntoa , 45oni
meri
Doca
na ſaMa Ant 0 . a da Conceiçaõ de Maria Aurelia Eſpinola, mulher de
Menezes , Condeſſa de Redondo , Hercules Grimaldi, de quem cra fi

de quem he filha , e quando calou , D.lha


Ma,ri
487
a de Ayala , mulher de Luiz
237. Freire de Souſa , 504.
D. de Andaré
Mari Anto
Lopnia
es Henr
de Lav res, ,qua
ique filha
n- D. Maria de Ayala , mulher de Dom
Fernando de Caſtro , 915.
? s ri
D.t Ma a sAnt
veze caſo u a
oni , 245
de Le,mo
747.
s , mulher D. Maria de Azevedo ,mulher de D.
de Franciſco de Souſa da Camera , Franciſco de Noronha , 906 .
D. Maria Barbara de Breiner , mu
449. lher de D. Diogo de Menczes e Ta .
D. Maria Antonia de Lencaſtre , Ab
vora , a lua aſcendencia , 234
badella do Mutteiro de Santa Cla . Di MA
das couſas notaveis.

D. Maria de Bazan , ſegunda mulher Diogo de Caſtro do Rio , o ſeu cao


de D. Pedro da Cunha , Senhor de ſamento , 842 .
Pajares , 637. Maria Catharina Roſpiglioji , mulher
D. Maria de Bobadilha , ſegunda mu de l'ranciico Gallio , Duque de Al.
lher de Dom Bernardo Manuel , de vilo , 496 .
quem era filha , 402. Que dote Maria Clara de Bretanha , mulher de
lhe deu ElRey D. Manoel , ibid. Gonçalo Joseph Carvalho Patalim ,
D. Maria Bonifacia de Vilhena , mu 238. Com quem calou ſegunda
Ther de Antonio de Mello de Caltro , ve2 , 239. De quem era filha , ibid,
851 . Maria da Conceiçao. ( Soror ) Vide
Dona Maria de Borja e Aragao , VI. D. Manoela de Lencaſtre.
Princeza de Eſquilache , de quem D. Maria da Coſta , mulher de Dom
era filha , e com quem caſou ,463, Antonio de Alcaçova , Commene
406. dador da Idanha, 857,892,873
D. Maria de Brito , mulher de Fer- Di Maria Coutinho, Condenía de Aca
nando Cabral, 860. Jaya , de quem era filha , 574.
D.Maria Cabeça de Vaca , mulher de Dona Maria Coutinho , mulher de
D, Affonſo Henriques da Cunha , Francisco Cardolo Correa , Senhor
Senhor de Alcoetas , 635. do Morgado de Olhos de Agua , de
D. Maria Cabeça de Vaca , mulher de quem era filha, 701 , 703 .
D. Fernando da Cunha , 636 . D. Maria Coutinho , filha de Louren
D. Maria Caetana de Tavora , mu ço Coutinho de Coſtellobranco , o
Iber de D. Balthaſar da Sylveira , ſeu caſamento , 706.
282 . D. Maria Coutinho , filha de Franciſ
D. Maria Camilla de Lemos , filha de co de Moraes Cogominho , com
Martin Monteiro , com quem ca quem calou , ibid .
fou , 668. D. Maria Coutinho , filha deMiguel
D. Maria de Caſtellobranco , mulher Rodrigues Coutinho , o ſeu cafiza
de Fernando Cabral , 847. mento , 702 .
D. Maria de Caſtro , mulher de An- D. Maria Coutinho , mulher de Leo
tonio Cavide , de quem era filha , nel de Moura , 766 .
664. D. Maria Coutinho , mulher de Franse
D. Maria de Caſtro , filha de Eſtevao ciſco de Miranda , 772 .
Gomes da Sylveira , com quem caeca D. Maria Coutinho , mulher de Dom
ſou , 70 ? Balthaſar de Caſtro , 773. Com
Di Maria de Caſtro , filha de Ambro quem caſou fegunda vez , ibid.
ſio de Aguiar Coucinho , o ſeu ca D. Maria Coutinho , mulher de Dom
famento , 713 . Rodrigo de Caltro , 844.
D. Maria deCaſtro , primeira mulher D. Maria Coutinho , mulher de Ruy
de Luiz Freire de Souſa , de quem Lourenço de Tavora , a ſua aſcen
era fiha , 919. dencia , 555
D. Maria de Caſtro , filha de D.Luiz D. Maria Coutir:bo , Condeſſa de Vila
de Caltro , com quem caſou , 935, la -Franca , a fua aſcendencia , 601
936 , D. Maria de la Cueva , Condella de
D. Maria de Caſtro, mulher de Dom Urenha , a ſua aſcendencia , 757
Miguel da Sylva , 941 , 107 , 121 .
D. Maria de Caftro do Rio , filha de D. Maria da Cunha , mulher deJoao
Robles
Index

Robles , de quem era filha , 634 . Gomes , quantas vezes caſou ,


D. Maria de Eça , mulher de D. Fran . com quem , 769 .
D. Maria de Guadalupe de Lencaſtre,
nacoMa
Docil de a de
riBol ea Eç a0
, 65 . lher de Joao
, mu VI. Duqueza de Aveiro , 118.
Marinho de Lobeira , 653. Com Quando naſceo , 160. Que city
e de que terras foy Se.
a nd los teve
D.qu
Ma riaca
em de u ſe
ſoEç ndgu
a ,guſe veaz mu lhder
, ibi . de nhora , ibid . e leg. Manda a Dom
Diogo So - res , Secretario de Elta . Joao Carlos Bazan por ſea Procura
dor a Portugal a tratar da ſuccellao
D. Maria de Eça , mulher de Joao da Cala de Aveiro , 161 , Senten
do em M : drid , 659 .
Fogaça , de quem era filha , 685 , cea - ſe a ſeu favor , e com que con
dições , ibid. Pertende parlar a elte
D.Maria de Eça , mulher de Diogo Reyno , co que diſto le lheorigi .
709
nou , 164. Quando faleceo , 166.
D.deMa
Me a oc
rind deaEg mu,lh
Arara, es 68er7 de Heitor
. Virtudes de que foy dotada , ibid.
Seu elogio , 166 , e ſeg . Onde jaz
D. Maria de Eça , mulher de Simao ſepultada, 167. Seu Epitafio, 168.
de Sá , 707
Quando caſou , e com quem , ibid.
ri
MaMe
D.de aodedeEç
ll Maaga
,mul hens
lhae r de
, 7.
Ma . el
17no Sua luccellao , 169 .
de Souſa , Capitaó de Chaul , 726. D. Maria da Guerra ,mulher de Fran
D. Maria de Eça , legunda mulher cilco de Barros de Paiva , 743 .
de Chriftovaó Falcao de Souſa , D. Maria deGufinaõ , mulher de Al
varo de Carvalho , 753 .
D. Maria de Eça , mulher de Joao D. Maria Henriques , mulher de D.
733 . Marcos de Noronha , quem foraó
D.Ro
Madrri s Pel
igauede hin
Figu redo
eiha , 74 0 .lher de
, mu ſeus pays , e avós, 319 .
D. Maria Henriques , Duqueza de
D.D. ri
MaJo a
rge Fr anciſca ma , filha Villa Hermoſa , o ſeu casamento ,
Manoel , de433Li
.

dos
quanta vezos
ſegsund esCon des, de
calou magu
Pen
e co queiao
m , Ma6ri
D.46 . a Henriques , filha de Fran
ciſco de Miranda , com quem ca•

87 5 ,a90Fr
1an
, ciſca de Menezes , fi
Ma
D. Th a ri
de Luiz Garcez Palha , com D.loMa a9
u ,ri76 . nriques, filha de Luiz
He
de Meſquita Pimentel, o ſeu cala

quem ſou ci
acaFr , 66a7 . Mento , 855 .
D.mu ri
Malh an anſc o im eira lha de Dom
er de Fr ciſcde Sá
o Ba , pr
rret deMe D. Ma ria Henriques fi ,
nezes , 458. Com quem havia ſi Franciſco da Colta , Capitaó de Ma
la ca , com quem calou , 905 .
D.do ada
rila
Maca re (
Fr,eiibi d ,A Marqueza ) a ſua D. Maria Herculana Maſcarenhas ,
mulber de Ayres Bento de Salda
cendencia
Maria Giro, n65.
D.aſ , Duqueza de Naxe riaa, Hy
Manb 8 .lita Grimaldi , mulher
24po
D. ra r i a
Ma, ſua aſ ro n Coand,ef
, ci
Gicenden ia
121 de Va
len . de Manoel Filisberto , Marquez de

quaemda era filha,Pr


, 63 6 .ffa rnao , 487 .
Livori
Dora Ma ri Gloria iore de D.Ma ignez de Azevedo , Con
ça , de
Chellas , de quem era filha , 713 . delta de Vimiolo , 409.
D.Maria Gonies , filha de Manoel D. Maria Ignez sie sá e Mello
gu,fer
nda

1
das couſas notaveis.

VI . Senhor das Alcacovas , 454 .


gunda mulher de Lourenço Ay
res de Sá , 707 . D. Maria Magdalena Freire de Caſ
D. Maria Joanna , mulher de Fer tro , mulher de Chrittovaó Correa
nando de Pnia , 681 , Freire , 451 , 452.
lo
D. Maria Joſefa de Menezes, Con- D. Maria Magdalena de Lima,Mar
della do Vimieiro , de quem era fi queza das Mioas , 554.
bat
lha , 235 . D. Maria Magdalena de Noronha ,
D. Maria Joſefa de Mendoça , mu Condeſa de Atalaya , 562. A ſua
lher de Pedro Guedes de Miranda , Arvore , 567 .
X. Senhor de Murça.440. D. Maria Manoel, de quem era fi .
lha , 24. Com ella determinou ca
D. Maria Joſefa de Noronha , mu
lher de Manoel de Souſa Tavares , far o Duque D. Jorge , ibid . Eltra
nhalhe a Rainha Dona Catharina o
507 .
D. Maria Foſefa de Alcaçova , mu modo com que fahio do Paço , 25 .
lher de Joſeph de Soula Pereira , Naó teve effeito o caſamento , ay .
853 . Com quem caſou , 30,697 .
D. Maria Landi , mulher de Hercu. D. Maria Manoel , mulher de Fran .
les Grimaldi , Principe de Monaco, ciſco de Aguiar , 405. Com quem
485. calou ſegunda vez , ibid.
D. Maria Landrove ', de quem era fi- D. Maria Manoel , mulher de Dom
Affonio Barrantes , 433.
lha , 770:
D. Maria de Lencaſtre ( A Marque- D. Maria Mancel , mulher de Pedro
Pelloa , ibid.
za ) de quem era filba , 103.
D. Maria de Lencaſtre , Condeſa de D.Maria Manoel , mulher de Manoel
de Mello de Magalhaens , 691 .
B nhos , 183
Na D. Maria de Lencaſtre , Condeſſa da Quem lhe eſcreveo a vida , ibid .
Calheta , 203 , 208 , 211 . D. Maria Manoel , mulher do Apo
72 D. Maria de Lencaſtre , mulher de ſentador mór Manoel de Souſa da
Alvaro de Abranches , 265 , 270, Sylva , 697.
D. Maria de Lencaſtre , Condella de D. Maria Nanoel , primeira mul.er
de Manoel de Sá Pereira , 707.
Valadares , 272 ,
D. Maria de Lencaſtre , Condeſſa de D. Maria Manoel , mulher de Mar
Allumar , 316 . noel de Mello , Capitaó de Malaca ,
D. Maria de Lima , mulher de Alva 718.
ro Pires de Tavora , a ſua aſcenden .
D. Maria Manoel de Albuquerque ,
cia , 555 mulher de D. Fernaó Martins Mal
D. Maria Lobo , filha de Fernaó Lo carenhas , 3 3 3
che bo da Gama , quantas vezes caſou , D. Maria Manoel de Aragao , mu
Ther de Pedro Lopes Girao , 434.
e com quem , 777 .
Maria de Lorena ( A Princeza ) de D. Marie Manoel de Vilhena , pri
quem he filha , quando caſou , e meira Marqueza das Minas , 695 .
D. Maria Manoel de Vilhend , mua
com quem , 490.
Dona Maria Luiza de Aragao , VII, lher de D. Antonio Alvares da Cu
any pha , 8,1 .
Duqueza de Villa Hermola , o ſeu
D. Maria Manrique , mulher de D.
caſamento , 463 .
D. Maria Luiza Pereira de Menezes , Antonio da Sylva , 637 .
igū mulher de D.Henrique Henriques , Dona Maria Mauricia de Menezes ,
mulbes
l
pri
Index
mulher de Franciſco de Brito Frei- D. Maria de Noronha , mulher de
Marechal D. Fernando Coutinho ,
D. Maria de Mello de Quadros , mu quem foraó ſeus pays , e avós ,
re , 800.
D.lhe
Maria
r de Jode Cardoſ,ofilha
ao Mello ro ,Valco
Pillarde 669 . Di259
Maria de Noronba , mulher de Je
Mar lin s lo m
de Mel , co quem ca ronymo de Mello Coutinho , 407,

Maria Melun ( A Princeza ) ſua al Ma5ria de Noronha , ſegunda mu


D.90
fou , 692 ,
lher de D. Joaó Manoel , 432.
a de Mendoça , Marqueza de
D. Marici Dona Maria de Noronba , mulher de
cenden a , 145 . D. Joſeph da Colta , Armciro mór ,

Or elha na , mo
412 .noel o Bacalbao , a ſa
D. Je
D.Ma a ny
riro de 11Maindoça , mulher de D.M 4 ia de Noronb , Condeſ da
44ar

D. Maria de Mendoça , mulher de D. D.Torre Maria , 532 .


de Noronh a , filha de Ma
43 7 .o Joleph de Mello , 727,728 .
Pidr noel Telles de Menezes, oppo2 -ic à
D. Maria de Mendoça , mulher de Cala de Unhaó , 712. Recolhee
Gil Fernandes de Carvalho , 755. ſe com ſua máy no Convento do
D. Maria de Mendoçe , filha de Jor Calvario , que tundou , ibid.
ge de Mello Pereira , com quem D.Maria de Noronba , filha de Dom
Pedro da Colta , Commendador de
a
D. Mari de Mene ze s , Co nd eſ a de S. Vicente da Beira , o ſeu calamen
calou , 8-8 .
Sortelha, a ſua alcendencia , 259 , D.toMa 72a7 . de Noronha , mulher de
, ri
D. Maria de Menezes , mulher de Nu no Fernandes Cabral , 848 ,
311 .
Pedro de Alcaçova de Vaſconcel Di90Ma2ri a de Noronha , mulher de D.
.
a s
D. Mari de Meneze , filha de Dom varo ula 6.
los
Fran, ci 7o: de Soula , Commenda . D.AlMariadedeSoNoro,nb85
40ſc a , 6lha de Dom
Diogo de Souſa , quantas vezes ca
dor de Borba , com quem caſou , ſou , e com quem , 887.
D. Maria de Menezes , Condeſſa de D. Maria de Noronha ,mulher de D.
3
74 .
Monſanto , de quem era filha , 807 . Pedro de Alcaçova , 892 .
Dona Maria de Menezes , mulher de D. Maria de Noronha , filha de An
D. Henrique de Menezes , 809 . tonio de Moura Telles , quantas ve

, or
s ca
zeMa a ude, 89
riſo 3 .nba , mulher de D.
MaIt
D.Tr ri Mea
aóadadeCunh Sesnh
ne,ze mulh r.
erode
doM D. Noro

Luiz da Coſta , 909.


a deyoMene
doride
D.gaMa Pa
zes , mu
Pires , 81 1 ,lher de D. Maria de Noronha , mulher de D.
aro tro , a 5. ndeſſa
Franciſco da Colta , Senhor de Pag D.Alv
Maria de
deCal
Noronh 93, Co da
D Maria de Menezes , mulher de D. e
Torr , a lua aſce nd en cia , 567 .
cas
Anto nio0de
, 86 . Soula ,a ſua aſcendea : D. Maria de Oliveira ,mulher deD.
Diogo de Menezes , 228. Quan •
do naſceo , e aonde foy bautizada ,
cia , 567 .
D. Maria Ninho de Portugal , mu
Ther de Garcia Gonçalves de Her Mid
D.ib ar. ia de Oliveira , filha de Joaó
Piolo
sera , 625
das couſas notaveis.

Pinto de Oliveira , com quem ca de Gaſpar Ciſneros , o ſeu caſamen .


10 , 206 .
D. lou , 673
Mari a Pacheco , mulher de Dom D. Maria Sofia de Lencaſtre , Con
16 della de Villa - Nova , Icu calamena
aftonto Telles ina rao , 633ia
D. Maria PeregrGi Vicenc . , mu . to , 323. A fua Arvore , 325 .
Iher de Antonio Joicph Pereira D. Maria de Souja , mulher de Ber.
narain de Ta vora e Soula , 506 ,
Courinho , 509 ,
Di Maria Pereira , filha de Antonio 507,92 I.
Pereira , Capicaó de Choromandel, D.Maria de Souſa, primeira mulher
de D. Pedro da Cunlia , Senhor de
com quem calou , 719 .
D. Maria Peljoa de Vajcoricellos , fi Pajares , 637
lha de Simao Ribeiro Pelloa , o teu D. Maria de Souſa de Ataide , filha
de Luiz Belilho de Anciade , o lou
caſamento , 708.
D. Maria Pinheira , mulher de Pedro calanecto , 781 .
de Souia , Sephor do Prado , a lua D. Mulla aa sylra e Canicons, fc
gunda mulher de 1), Pedro Maica
ce aicendencia , 537
Dona Maria Pita , filha de Antonio rechas , 333 .
Gonçalves Pila , com quem calou , D. Maria da Sylva , mulher de D.
Icinando Martius Maicarenhas
665 .
D. Maria Placida de Menezes , fc 408 .
gunda mulher de Manuel de Sá Pe- D. Maria da Silva , mulher de D.
2.4 Antonio de Menezes , Senhor de
reir a ia
, 524 , 707 . Fermolelhe , 414.
D. Mar Punice , filha de D. Pedro
l'once , com quem caſou , 805 . D. Maria da Sylva , Condeſa de Si
Dona Maria da Porta de Lencaſtre, Darcas , con quem caſou fegunda
mulher de D. Antonio de Lencal vez , e de quem era filha , 465 .
D. Maria de Sylta , filha de tinto
D.tre , 343 • de Portugal , mulher de
Maria nio de Mello da Sylva , o ſeu caſa
Marum Vasques da Cunha , 625 , menio , 064.
D. Maria da Sylva de Eça , mulher
เม D.631Maria . Proſpera de Menezes , mu de Joao Fernandes Pacheco , 676 .
lher de Thomé Jolepn ue Souia , D. Maria da Silva , filha de Váſque
Annes Corte -Real, com quem ca
D.448Maria , 525
Quiteria de Lyra , mulher fou , 686 .
de Pedro Lopes Calheiros , 524. D. Maria da Sylva , filha de Manoel
D. Maria de Robles , mulher ac Dom Drago da Sylva , o ſeu caſamento ,
Jayme Firrer , a lua alcendencia , 7 33.
D.Maria da Sylva , filha de Pedro
D. 34
Mar5 .ia Rolim , de quem era filha , da Sylva , com quem caſou , 767.
D. Maria da S'ylve , filha de Ruy
D.252 .
Maria Roſa de Menezes , mulher Percira da Sylva , Alcaide nior de
de Dom Joao Manoel de Nicnezes , Sylves , 8 : 6 .
D. Maria da Sylta , mulher de Luiz
27 .do Sacramento ( Soror ) Relia
5ia
Mar de Saldanha , Commendador de
4/4 giota de Santa Martha. Vide Dona Salvaterra , 825 .
D. Maria da Sylva , filha de Fran
D.Ma riaade
Mari Soar gao
Araes de. Ciſneros , filha ciſco Correa da Sylva , Senhor de
Gyes Bellas ,
Tom. XI.
Index

Bellas , quantas vezes caſou , e com D. Maria Telles , mulher de Louren .


ço Pires de Tavora , a ſua aſcen
ri,a87
Maem
D.qu da6, lv7
Sy87 a., mulher de Al dencia , 345 .
varo de Ataide , a ſua aſcendencia , D. Maria Thereſa de Ayala ,mulher
de Sylverio da Sylva , Alcaide mór
D.51
Ma . a da Sylveira , mulher de
1ri de Alfeizaraó , 505,920 .
Antonio de Magalhaens , VIII . Se D. Maria Thereſa da Sylva , mulher
phor da Ponte da Barca , 517 . de Dom Manoel Pereira Coutinho ,

Com quem cafuu ſegunda vez , D.93Ma9


ria I bereſa de Vilhend , mu
Ma
D.ibi d .ria da Sylveira , mulher de lher de Sancho de Mello da Sylva ,
,8 .
417,8
do da 0,
nanas ra , Sen
vei0 mu
Fer
Sarzed , 71Syl89 . Annullhor de
ando- D.Maria 'T hereſa de Portugal ,
ſe o matrimonio , foy Abbadella lher de D. João de Lencaltre , 349.
Dona Maria Thereſa Xavier Telles ,
D. Ma
per a de
riua
pet Sylv
da Che eisra
lla d. ha de Bel
, fil
, ibi mulher de Manoel Antonio de Sou
ſa e Mello , 258 .
chior Serraó , com quem caſou , Dona Maria Tibao , filha de Affonſo
D. Ma0ria da Sylveira , filha de Ma Martins Tibao , com quem calou ,
75 .

noel Cirne da Sylva , o ſeu caſa Ma9ri


D.68 . a de Vargas, filha de Paulo
toa, da
Mari
D. men 3 .lveira , mulher de D.
76Sy Cardoſo de Vargas , o teu caſamen
10,669 .
Dina
Rodr
Maig
rio aLode
boTa
, 89 0. de Menezes ,
vora D. Maria deVaſconcellos , filha de Jo
Con della de Atalaya , 548. A la anne Mendes de Valconcellos , com
quem caſou , 802 .
de. Tavora , mulher de
Mari, a551
na ore
DoArv D.Maria da Veiga , filha de Luiz do
Quental , com quem caſou , 674
Fernando Gomes de Quadros , Dona Maria de Vilhena , Condeſa de
665,669 . Sorrelha , 212 , A lua aſcendencia ,
D. Maria de T avora , mulher de D.
Affonſo de Lencaltre , Alcaide mór Ma1ri
D 31 , a de Vilbena , mulher de Ber
MaObidos
D.de ria de , Ta
717.
vora , filha de Dom nardim Ribeiro Pacheco , 811 .
Merrin ho de Tavora , com quem D. Maria de Vilhena , Marqueza de
Laguna , 874.
D.calou
Maria, 748,
de Tavora , mulher de Pe- Dona Maria de Vilhena , mulher de
Lourenço da Sylva , IX . Senhor de
dro Alvares da Cunha , 752 , 754 .
D. Maria Telles de Menezes , mua Vagos , 926.
Iher de Alvaro Diasde Souſa ,615. D. Maria de Vilhena , Condella da
Com ,6 m ou ſegunda vez , Vidigueira , 929 .
( 16 25. caſ
que
Sua tragica morte , D. Maria de Villasboas , mulher de
Franciſco Botelho , 900.
D. 619
Mari. a Telles de Menezes , mulher D. Maria Zapata , filha de D. Anto
nio Zapata Soares , & c. quantas ve
de Gaſpar Malheiro Reymaó , 671 .
D. Maria Telles , filha de D. Alvaro zes ca ou , e com quem , 694 .
Pereira Coutinho , com quem cao D. Marianna Bernarda de Noronha,
Condella de Atalaya , 598.
dou , 669 . D. M4 .

1
das couſas notaveis.

D. Marianna de Caſtro, filha de Mi. D. Marianna Placida de Menezes ,


mulher de Manoel de Sá Pereira ,
guel Telles de Moura , quantas ve
zes caſou , e com quem , 847. 524 , 707
D. Marianna de Caſtre , huma das D. Marianna de Souſa , filha de Fra
Fundadoras do Moſteiro de Saca dique Lopes de Soula , ſeu caſas
veni , de quem era filha , 889. mento , 713
D. Marianna do Couto , filha de Joao D.Marianna de Vaſconcellos , primei
Machado do Couto , o ſeu cala ra mulher de D. Manoci Rolim de
Moura , 747
mento , 666.
D. Marianna Ignacia de Menezes , Marmelal (Morgado do ) por quem
mulher de Joao Jaques de Maga foy inſtituido , 631 .
Marlim Affonſo de Caſtro , Vice-Rey
D.Thaens
Maria,nna
4.8.
Joſefa de Borbon , mu da India , com quem calou , 949.
lher de D. Miguel de Mello Abreu Sua ſucceſlao , 950.
D. Marrim Affonſo Mancel , quantas
Soares , 441 , 731 .
Dona Marianna Joſefa de Mendoça , vezes calou , e com quem , 516 .
Que filhos teve , ibid .
Condella de Redondo , 882 ,
Dona Marianna Iſabel de Menezes , Martim Affonſo de Mello , Guarda
mulher de Manoel Lobo da Sylva , mór delRey D.Joaol. , 218. Ou
tro , 2 19:
D.781 .
Marianna de Lacerda , mulher de Martim Affonſo de Mello , II. Conde
de S. Lourenço , quantas vezes ca
Lopo de Sequeira , 514 ,
Dona Marianna de Lencaſtre , ou das lou 9 e com quem , 876,877.
Efirellas , Abbadelia do Moſteiro Que filhos teve , ibid .
he filha , Martim Affonſo de Miranda , Com
da Encarnaçaó , de quem he filha , mendador do Seixo , teu caſamen
D. 357
Mari. ana de Lencaſtre , mulher to , e ſucceſlao , 768 , 769.
de Luiz Cejar de Menezes , 341. Martim Affonſo de Oliveira , X. Se
D. Mariana de Lencaſtre , Condetta nhor de Oliveira , com quem ca
fou , 224. Quando , e aonde fa
de Villa- Nova , 335 , 476 .
D. Marianına de Lencalire , mulher lecco , 225. De quem era filho ,
do Almirante D. Joao de Caſtro , ibid . Sua ſucceſlao , 226 , e leg.
Martin Alfonſo de Souſa , Senhor do
D. 287 . nna de Lencaſtre e Vaſcon.
Maria Morgado de Montijo , o ſeu caſas
Jl. cellos da Camera , il . Condella da mento , 762.
S Calheta , de quem era filha , 209. Martim Alho ( Rua de ) donde lhe
D. Marianna Luiza de Valadares , veyo eſte nome , 791 .
mulher de 1 ). Franciſco Furtado de Martim Lopes Lobo , ſeu caſamento ,
e fucceilao , 852 .
D. Mendo nna, de
Mariaça 522 .
Noron ha , mulher de Martim Lopes Lobo de Saldanha ,
j Joao Pedro de Saldanha , 244. com quein caſou , e que filhos to
D. Marianna de Noronha , mulher de ve , 855.
Fernando de Mendoca , 848,849. Martim Soares Teixeira , feu caſa .
D. Marianna de Noronha , mulher mento , e ſucceſlao , 735.
de Pedro de Souſa de Caltro , 895. Martin Vaz deSampayo , com quem
ile
D. Marianna de Noronha , mulher de caſou , 778.
D. Alvaro de Portugal , 935 Martim Vaſques da Cunha , Senhor
Gøgss3 ii de
Tom , XI .
I
1
Index 1

de Tavoa , com quem caſou , 631 . Villa - Nova , a ſua aſcendencia ,

De lourasa foy
Palter
ſeg.que Sen
Caſtel la hor
, ond e od . fio
, ibi e Me9.
D.25 cia de Noronha , mulher de D.
zeraó Conde de Valença , 632. Pedro de Menezes , Senhor de Fer.

Com quem havia ſido caſado , ibid. mofelhe , 401 , 406 , 810 .
€ 786 . Que filhos teve , 633 , e D. Mecia de Noronha , mulher de D.
ſeg. Succedeo no Morgado de San Franciſco Pereira , 741 .
to Eutropio , 768. Sua aſcendeu . D. Mecia de Noronha , Condeſſa de
Monſanto , de quem era filha ,
7.ho
cia
Fr.daIv r78
do,ía in
rtdo Co(nv tonede
OenVe Nolil
rave ) aFu
Sen
- Do9
na51Me
. cia de Rohan , Condeſſa de
Atalaya , 599. A ſua Arvore , 601 .
D.nh
Ma rt
or dahoArra
a in dabiCu , a57
danh , , Senhor de D. Mecia da Sylveira , mulher de
Matadion , com quem caſou , 635. D. Alvaro de Noronha , a ſua aſ
cendencia , 551 .
Que ho
Martin filh
deosSouſa o ſeu caſamento ,
teve ,, ibid. D. Mecia de la Vega, mulher de D.
Fernando , Infante de Granada ,
, Alguns Fidalgos del 200. Sua aſcendencia , ibid.
854.
Ma te
ſc App
ar ell
en baido
s , 81 , 567. Senhores Dona Mecia de Vilhena , mulher de
da Gocharia , 530 , e ſeg. Condes Chriſtovaó de Millo , Porteiro mór,

da Tor
de Mo real
nt va2
, 53 o ,, ee ſeg. quezes
MardeCa
Condes f- 94
Mel fi6 .( Principes de ) 485 , elego
Melgaço ( Alcaides móres de )081 ,
tello - Novo , 691 , e leg.
Mathias de Albuquerque , Capitaó de gecia Paes , molher de Fradi
leli
D.eMé
Malaca , com quem caſou , 698 .
que Carneiro , 502 .
Matignon ( Senhores de ) 490 , Mellos. Alguns Fidalgos deſte Appel
491, lido , 39 , 325,782 , e leg. 873 .
D
Ma.ya
Ma yo
ld er(de meid
Ales
Cond dea ), 45 7.er de D.
mulh Senhores de Powolide , 742 ,e lego
Porteiros miores , 919 , e ſeg. 947 .
Pedro de Menezes , 924 . Capitaens de Malaca , 717 , eleg
gað. Sitio notavel, que lhe pu
Mazara 841 .
ze ó os Mouros no anno de 1562 , Senhores de Mello , 771 ,
752. Que victorias alcançarao os Me os de
lilos
Mel SylCa ftro
vas , 84,9 e,ſeg.
, 665 e reg.Alcaides

môres deElvas ,873, e ſeg. Con


fe , ibid . e ſeg.
Xarici des de S. Lourenço , 876 , e ſeg,
D. Me a de Eça , mulher de Luiz
Lopes deCarvalho , Senhor de Ne Melun .Alguns Fidalgos deſte Appel

ello
grMe
D. cis a, Me 0 .jana , filha de Affon-
76ce Mendes Vaſconcellos. Alguns Fidal
Mendo delte, Ap
gos ças 469pell
, edo , 29
ſeg. 1.
Donde ſe deo
ſo Mendes Mecejana , com quem
Meou
D. caſ de 8Me
, 73
cia . ndoca , mulher de D. duz eſta Familia ibid .
Menezes. Alguns Fidaigos deſte Ap
Franciſco de Souſa , 563 .
1,31 9,325,551
D. Mecia de Mendoçaa ſu, aCond ceſa
aſeſ en
ndda pe nhdo
Seli or,es65
da,8Po nte da Barca , 517 .,
Ribeira Grande e feg. Senhores de Cantanhede ,
cia , 601 , 808 , e ſeg. Alferes môres , 872,
D. Mecia de Noronba , Condella de eleg
das couſas notaveis.

e ſeg. Senhores , e Condes de T de Monaco ( Principes de ) 485 , e ſeg.


rouca , 928 , e leg. Senhores do Montalvao ( Condes de ) donde pro
Prazo do Louriçal ,885 , e leg. cedem , 633. Marquezes de Mon
Condes da Ericeira , 886 . talvao , 691 , 694. O Morgado
S. Miguel ( Condes de ) 898 , e reg. de Montalvao por quem foy inſti
Miguel Carlos da Cunha , Biſpo de tuido , 758.
* Coimbra , de quem he filho , 282. Montijo ( Condes de ) donde proce
Lugares que occupou , 283 . dem , 633
Miguel da Franca Moniz, Sephor do Monjanto ( Condes de ) 802, e ſeg.
Couto de Serzedello , feu caſamen Uniao que os Condes de Villa-Real
intentarað fazer com a Caſa dos de
to , e ſucceſlao , 659.
Miguel João Botelho , Coronelde In Monſanto , 862 .
fantaria , de quem he filho , 901 , Monfeclard ( Joao Grein ) donde he
Miguel Joſeph Salema de Saldanha , natural , e coin quem caſou , 451.
com quem cafou , 510,856 . Moſteiro , o de S. Joao de Setoval
D. Miguel Luizde Menezes , I. Con . por quem foy fundado , 21. Ao de
de de Valadares , o ſeu caſamento , Aviz , e Palmelia favoreceo mui
to o Duque D. Jorge , ibit, Odo
271 .
D. Miguel de Mello Abreu Soares e Noſſa Senhora da Arrabida , por
Vaſconcellos com quem caſou , qu.m foy fundado , 57. E o da
meſma Provincia em Torres -No .
% 441 , 737.
Miguel de Moura. Planta que fez vas , 58. () de S. Domingos de Co
para o aſſento dos Grandes nas Core imbra quando foy fundado , 58.
$
O de Santos de Religioſas de Sane
Miguel 1652 de
tes de Soares , 149.
Mello e Vaſconcelo tiago ein Lisboa quando foy fun
los , com quem caſou ,660. dado , 206. ( ) di Nuſa Senhora
D. Miguel da Sylva , ſeu caſamen la Conceiçao dos Cardaes , 227. 0
to , e ſucceſlao , 941 , dos Capuchos de Santarem , quan
D. Miguel da Sylva Peſanba , com do , e por quem toy fundado ,
quem caſou , e que filhos teve , 330. dos Arrabidos de Capari
ca , ibid . ( de 9ef11s em Setuval ,
943 .
Miguel Telles de Moura , Alcaide 390. O de Noſa Senhora da Ene
mór de Muja , feu caſamento , e carnaçao de Agoſtinhos em Ma
di drid , 479. O do Bom Succello
ſucceſſaó , 847 .
Miguel de Vaſconcellos e Brito , Se junto a Belem , 543. Quaes forao
cretario de Eſtado , quando faleceo , os que o Arcebiſpo D. Fernando da
e de que forte , 659. Com quem Guerra converteo em Igrejas ſecu
calou , ibid . Sua ſucceſlao , 660. leres , 627. 0 do Calvário em
Milá ( D. Leonor de ) mulher de D. Lisboa por quem foy fundado
Nuno Manoel , 425. Donde de . 712. O de Noſa Senhora da Pica
duz elta Familia a ſua origem , dade em Caſcaes , 949.
431. Alguns Fidalgos deite Appel Moy ( Marquízes de ) 145.
Muley Abul-Hayen , de quem era fi
lido , ibid . e 47 3 .
Mira ( Senhores de ) 506 , 507. lho, 108 .
24" Miranda. Como foy reſgatada dos Mutella ( Senhores do Morgado de )
fit Caſtelhanos , 591 , e leg . 726 , e ſeg ,
el Mirandas, 707 , e lego
Naſaks
le
1
>

Index
1
do foy nomeado Capellao mór , e
do Conſelho de Eſtado , ib . Quare
N do foy creado Inquiſidor Geral ,
ibid. ' E Cardeal Nacional , 275.
• Asau ( Condes de ) 145. He chamado ao Conclave , e como
Naxera ( Duques de ) 121 , foy recebido do novo Pontifice ,
N ibid . Recebe o Capello com o ti
807 .
a iga
de Zun
Neiv Cond e de
, o ſeu )caſ Dinto
D.ame ogo ,Lop 6.
62es tulo de Santa Analtalia , 276. Re
o ues
Fr. Nicola Henriq . Vide Nicolao edifica elta Ballica , e que Inſcrip
çaó ſe lhe poz ſobre o portico , ibid.
Nico lao de
Pereira . Mello da Sylva , com Outra Inlcripçaó , que na meſma
78
Baſilica poz Carlos Gimach , 2 .
quem calou e que filhos teve , Authores que trataraó delta Obra ,
Nicolao Pereira , de quem era filho , ibid , Outra Inſcripçaó que na mel
667 .
774. Depois de ter caſado , e fer ma Balilica mandou gravar o Cabi
vido na India , le tez Religioſo no do della , 279. Palla o Cardeal ao
Loreto venerar a Imagem de Ma.
nvoenPe
Cola
Nico iraBe
torede Cole , ho
utmin . Mene
ibidde ria Santiſima , c que donativo lhe
oferecco , 280. Quando chegou
zes , o ſeu caſamento , 510 . ao Reyno , e como foy recebido na
Nobreza , com sque ſe qualif ica 2,
aroieV. zirao os,tt39 rteda, 28
A
D. quAfefoclnſ a eredu
Dom Seba iays
Re o, NuCo
no Cu1 , a de Ataide , Conde
nh
de Pontevel , feu calamento , 746 .
Noro nha ns Fidalgos delte Ap- Nuno da Cunha de Eça , nomeado
797 . . Algu
Biſpo de Portalegre , quando tale
pellido , 319 , 551. Senhores de
Villa -Verde , 889 , e ſeg. Condes ce
Nu o ,da
no 78 0 .nha , Religioſo da Com
Cu
dos Arcos , 908 , 909 . panhia , de quem he filho , 283.
Nulh
no e Al
fezvaEl s Bo
reRe y te liopp,e qu
Filh iv. rces
e ,me8, 8. Nuno Fernandes de Ataide , fuftenta
com immortal gloria o ſitio da Pra
Comeſqu em s caſo u , ibid . Com que
losen ourtElRe
pepr
ex zame da maſund
a mo e a yTuadarmos
u çn
Nu aode Fern anmdes
Çafi , Ca
39br8.al , Alcaide mór
feu caſamento , c
de Belmonte
Ther , ibid , Outros, 899 . ſuccellao , 848. Outro , 857 .
DoqmueNum no Al
u va re Pe re ir
caſo , 880. Outr , 88 .o a co
7 m D. Nuno Manoel , Senhor de Salva
terra de Magos , dequem era filho,
N u n o de An dr ad e ,c o m qu em ca ſo u , 391. Quando foy legitimado , e
por quem , 421. De que Reys foy
887. eto
Nuno Ba rr , Alcaide mór de Faro ,
o ſeu calamenco , 435 , 455. Sua Guarda a mór , ibid . e 220 , 221 ,
41 3. T mbem foy Almotacé mor,
a
ascendenci , e ſucceilao , ibid . 422 , 423. O que delle retere
Nuno da Cunha de Ataide ( Cardeal ) Affonſo de Torres , 422. ( que
quan do del
naíceo , 272 , Lugare quele sdiz ia obrou na doença delRey , ibid.
Me rces que lhe fez Elkey D M
occupou , 27 3 . que
Luiz Vieira da Sylva , ibid . Acom noel , 424. Que Commendas leo
panhou ao Conde de Pontevel ſeu ve , e de que cerras foy Senhor ,
tio à Corte de Pariz , ibid . Recuſa c aonde jaz tepultado , ibid . Seu
o Biſpado de Elvas , 274. Quan Epitafio ,
das couſas notaveis.

Epitafio , 425. Quantas vezes ca Ourem ( Conde de ) D.Affonſo , da


fou , e com quem , ibid. e 435. The ElRey D. Affonſo V. os bens ,
Sua ſuccellaó , 432 . que foraó confiſcados a D. Affon
D. Nuno Manoel , 11. Senhor de Ata lo , Senhor de Caſcaes , 785 .
laya , de quem era filho , 499 ,
528. Foy Embaixador a França ,
ibid , Voltando ao Reyno acompa P.
nhou a ElRey D. Sebaſtiao à Afri
ca , ibid. Seu caſamento , e ſucceſo Aim da Camera , ( Duarte ) c
ſao , ibid, e ſeg . P outros , 759.
Dom Nuno Manoel , da Ordem dos Pajares ( Senhores de ) 630 , 4
Prégadores , de quem era filho , e e ſeguintes.
quando faleceo , 565. Pantaleao de Sá e Mello , Governa
Nuno de Mello da Sylva , o ſeu ca dor da Ilha da Madeira , feu caſa ,
is famento , 662,665 . mento , e ſucceſlao , 896 .
Nuno de Mendoça , 1. Conde de Val Paulo Carneiro de Araujo , com quem
de Reys , de quem era filho , 469. caſou , 660.
Que Commendas teve , e com Paulo Ferreira de Guſmaõ , com quem
quem caſou , 470. calou , e que filhos teve , 759 .
Nuno de Mendoça , II. Conde de Val D, Paula Jeronyma de Caſtro e Eça ,
de Reys , 472, mulher de Manoel de Brito Barre
1 Nuno de Mendoca , outro , 439. Seu to da Coſta , de quem era filha ,
calamento , 440 . 678 .
Nuno Pereira Freire , ſeu caſamen- D. Paula Fosefa de Menezes , mulher
10 , e lucceſlao , 450. de D. Filippe de Alarcao , 683 .
Dona Paula Maria Cardoſo , filha de !
Gonçalo Cardoſo Pereira , o ſeu ca 1
O ſamento , 680.
D. Paula de Souſa , mulher de André
Ctavia Trivulce , mulher de To Pereſtrello de Antas , 720 .
lomeu Gallio ,Duque de Alvito , D. Paula da Sylva , mulher de Dom
de quem era filha , 494. Joao de Lencaltre , Commendador
Olivaes ( Senhores do Morgado dos) de Coruche , 330. A ſua Arvore ,
780 , e ſeg. 345.
1
Oliveira ( Morgados de ) 224 , e ſeg. Pecha ( Pedro Fernandes ) quem era ,
Ordens Militares , com que privile 632 .
gios as enriqueceo o Senhor Dom D. Pedro ( O Senhor ) Condeſtavel
Jorge , Duque de Coimbra , 14 , e de Portugal , quando foy chamado
ſeg. dos Catalaens para ſucceder na Cc
Orelhana ( Marquez de ) Dom Pedro roa de Aragao , 722 .
da Fonſeca , o ſeu caſamento , 412. D. Pedro Alaras da Fonſeca Pimene
Ornellas ( Franciſco de Almeida de ) tul , o ſeu caſamento , 450.
e outros , 720. Pedro de Alcaçova de Vaſconcellos ,
Oluna ( Duques de ) donde proce feu caſamento , e ſuccefla5 , 407.
dem , 633 , D. Pedro de Alcaçova , Commenda
Ota ( Senhores do Morgado de) 858, dor da Idarha , com quem calou ,
cleg . e que filhos teve , 892 .
D , PA
1
>

Index

D. Pedro de Almeida de Lencaſtre , o gaço , com quem caſou , e que fi


Thos reve , 662 , 847 . r 1
Pedr
D.feu o ame
caſ de nto , id
Alme a , I. Conde de
247 . Pedro de Caſtro ( O Deſembargado )
Allumar , o teu calamento , 533 . Provedor da Alfandega , ſeu caſa
D. Pedro Alv.zres da Cunha , o leu mento , e lucceflaó , 664.
caſamento , 417. Outros , 752 , Dom Pedro de Caſtro , III. Conde de
que delle diz
s ho Montanto , 913 . 0
dr o va re rv al , de qu em Da mi ao de Go es , ibi d. Quando
Pe Al
83a6,41 7 de Ca
er filho , 740 , 748. Seu cata . faleceo , e aonde jaz , 914. Quan
m ibid.
mento , é luccelíaó , 748. Outro , tas vezes calou , e com que ,
D. Pedro de Caſtro , Provincial dos
Pedro Alvares Cabral , Alcaide mór Eremitas de Santo Agoltinho , de
754.
de B : Imonie , 857. Seu caſamen quem cra filho , 915. Como ſe
to , e fuccellaó , 858 , 879. Que chamou na Religiao , ibid . Pallou
a Roma , e que empregos teve ,
D. Pedro Balthaſar de Almeida e Len 916. Quando foy nomcado Arce®
roſt,re8,61de
tca . quem era filho , 350 . biſpo de Braga , ibid. Fundou o
Quando nalceo , 358. Quando ca Convento de Nolla Senhora do Po .
fou , e com quem , ibid. e 363 . pulo , 917. Sua liberalidade , ibid .
a
Inieni entrar a viver no Deiert o e leg . Aonde jaz , e que Epitafio

do Bull
Mund quoe , ob35er
o ac 9.vouDe!pr . oeleg
, ibiuez do. D.tePe 8 . Coſta , Armeiro mór ,
m dr,o91da
e
Eſcolh -o a Rainha para ſeu Vea . ſeu caſamento , e luccellao , 907 .
dor , e elle o recula , 360. Caſo Pedro da Cunha de Mendoça , que
que lhe ſuccedeo na Igreja da San póſtos ſervio , 232. De quem era
tiho , e quantas vezes caſou ,ibid .
tiri
ca imadeTr
llda , in
36 1de
da tods. de
, ,Acibi rtan
Suavigr e,
udde D. Pedro da Cunba , II . Conde de Va
que ex rcitava , 362. Sua abſti Jença , de quem era filho , 633 .
nencia , ibid . Sua morie , e aonde Quantas vezes calou , e com quem ,,

vezo, 36
ja 3.dreA 'Dfu
o Pa om Jomo
a me riaBarb
feph el oſ
rea Pedr. o da Cunha , II. Senhor de Pa
D. 634
jares , quantas vezes caſou , e que
filhos teve , 637. Outro , V.Se
hum bem merecido Elogio , ibi ].
Sua fuccellio , ibid . nor de Pajares , ſeu caſamento ,
Pedro Barboſa , Biljo de Leiria , de
Poiro Larbija de Luna , Chancheler Fr.ſucPe laó
celdr , 64
o da 0nh
. a , Provincial da
Cu
quen era filho , 659 . de quem era filho ,
mir , que lugares occupou , ibid . Trindade
Seou Ba
Pedr caf igaent
rrein e da
o ,ar
, Gu mólaó
ſuccel ibide. .
r da, Mo 74o7da
Pelr . Cunha , Alcaide mór de Teo
rena , feu caſamento , e luccellao
filhos
caſou , e que 751 4,
Pedr comCaquem
da o, do mpo Tourinho. Doaçao D. Pedr,o 94
da Cunha , que ſerviços fez
teve , 700 . em Africa , 8 : 3 , e leg. Servio oni
Azamor , e Mazagao , ibid . Valur
que lhe fez É. Rey Dom Joao ill . ,
com que ſe house na Armada das
61 . Galés , 814. Victoria que alcan .
1 Pedro Cardoſo Continbo , feu caſa .
do celebre Sa Amele azayas,
meonto , e lu
+ dr ccellan , 703 , ibid .
Pe do Caſtro , Alcaide mór de Mel çou
das couſas notaveis ..

ibid. Numero de Turcos , e Mou. Pedro Guedes de Miranda , X.Senhoć


ros , que cativou , 815. Em que de Murça , &c. ſeu caſamento , e
anno toy nomeado Governador de ſucceſlao , 440. De quem cra fi
Ceuta , ibid. Offerecelhe ElRey lho , 777
Filippe Il. o titulo de Marquez de D. Pedro ,o da Guerra , de quem era
Alenquer , e elle o recuſou , e por filho , e com quem calou , 626 .
que , ibid . Com que palavras mol Que filhos teve , 627 .
trou o grande amor da Patria , ibid. D. Pedro Henriques, o ſeu caſamen
Sua morte , ibid . com quem calou, 10,470 .
81,813 . Que tilhos teve, 815 , i
D. Pedro Foaõ de Deos de Menezes , *
816. Com quem caſou ſegunda Principal da Santa Igreja de Lisboa , 1
vcl , ibid. de quem he filho , e quando nale
D. Pedro da Cunha , Senhor de Gel ceo , 416 .
taço , com quem calou , 915 . Dom Pedro Joſeph Antonio de Mello
1
Dom Pedro Diniz de Lencaſtre , de Homem , o ſeu caſamento , 441 .
quem era filho , 61. Nomealhe o D. Pedro Joſeph da Coſta , Prelado da
Duquc leu pay a Capitanía de Por Santa Igreja de Lisboa , de quem
to Seguro , 63. Foy mandado a he filho , 442.
Caftella a dar os pezamos a ElRey D. Pedro Şoſeph de Mello , o ſeu ca
D. Filippe ll . da morte da Prince ſamento , 727 , 728 .
za D. Joanna , ibid . Com quein ca. Dom Pedro de Leiva , III . Conde de 1
fou , ibid , Banhos , com quem caſou , 183 .
D. Pedro de Eça , feu caſamento , e D. Pedro de Lencaſte, V. Duque de
ſuccellaó , 686 . Onde jaz ſepulta Aveiro , 104. Quando na ceo ,
do , e que Epitafio tem , ibid . Uu. 147. Foy nomeado Biſpo da Guar 1
iro , 687. da , 148. Petiçao que fez a ElRey 1
12 Dom Pedro de Eça , Alcaide mór de D. Joao IV . ſobre a precedencia aos
Moura , de quem era filho , 647. Condes , ibid . Reloluçao delRey ,
721. Acções que obrou em Afri 151. Aflento que le iomou Sobre
ca , 72 2. Acompanhou ao Senhor eſte particular , ib. Pedem os Con
D. Pedro , Condeſtavel de Portu. des viſta delta Sentença , c a embar
gal , tendo chamado dos Catalaens gaó , '52 . Reſolução dos embare
para ſucceder na Coroa de Aragao, gos , ibid . He nomeado Preſidente
ibid . Merces que lhc fez El Rey D. do Deſembargo do Paço , e eleito
Joao il . , 723 Arcebiſpo de Braga , 153. Oppo
D. Pedro Fernandes de Caſtro , ſeu emſe ao Ducado de Aveiro pela
calamento , e ſucceſlao , 857 , 923. deſgraça do Duque D. Raymundo
Pedro de Figueiredo de Alarcaó , Se de Lencaltre , e lhe foy julgado ,
nhor de Ola , com quem calou , 155. Terras de que foy Senbor ,
859 ibid . He nomeado Arcebiſpo de Sie
D. Pedro da Fonſeca , Marquez de da , e Inquiſidor Geral , 156. Vi
Orelhana , o ſeu caſamento , 412 . da exemplar , que obſervava , 157.
Dom Pedro Fortunado de Menezes, Quando faleceo , e aonde jazy
Prelado da Santa Igreja de Lisboa , 158. Seu Epitafio , ibid .
de quem he filho , 419 . D. Pedro de Lencaſtre , ll . Conde de
Pedro Gonçalves da Camera , o feu ca Figueiró , de quem cra filho , 287 ,
1
ſamento , 709, 710. Outro , 713 . Quando faleceo , e aonde jaz le 1
Tom . XI. Hhhhhh pula . 1

1 1

1
1

I!
Index

pultado , 308. Com quem caſou , laya , de quem era filho , 529 ,
ibid. e 224. Sua ſuccellaó , 309. 545. Acções que obrou no Eita.
D. Pedro de Lencaſtre , V. Conde de do da India , ibid. e leg. Voltando
Villa -Nova , 316. Quando naſcco , ao Reyno foy bonicado Governa
321. Commendas , e Alcaidarias dor de Tangere , 546. Acções que
móres , que tem , e de que tcrras obrou neſta Praça ,ibid. e leg. De
he Senhor , ibid . e ſeg. Quando foy pois foy nomeado Governador , e
nomcado Deputado da Junta dos Capiraó General do Algarve, 547.
Tres Eſtados , 32 3. Seu caſamen Terras de que foy Senhor , e que
to , e ſucceſlao , ibid. Commendas teve , 548. Aonde , e
D. Pedro de Lencaſtre , outro , em quando falecco , e com quem ca
que anno paſlou à India por Capi fou , ibid . Sua ſuccellao , ibid. c
taó mór de huma Armada , 335. ſeg.
Com quem calou , e aonde fale. D. Pedro Manoel , V. Conde de Ata
ceo , ibid , laya , 562 , 569. Quando , e aone
D. Pedro de Lencaſtre , Monge de Al de naſceo , 569. Que Commendas
cobaça , de quem era filho, 337 . teve , de que terras foy Senhor ,
Em que anno foy nomeado Secre ibid. Acompanha a ſeu pay na Em .
tario do Geral , ibid. Recuſou o lu baixada a Turim , ib . Palla a Fran
gar de Abbade do Deſterro , e com ça com o Conde do Prado , e para
que motivo , ibid. Pede o de Sa que fim , 570. Que honras recebeo
criſtao de Alcobaça , e com que in de Luiz XIV . ibid. Volta ao Rey
tento , ibid. Aceita o de D. Abba no , e paſſa a ſervir com leu pay nas
de do Deſterro , que largou pelo de Campanhas de 1704 , e 1706 ,
Eſmoler mór, ibid. c 338. Perture pag. 571. Que póſtos occupou ,
bações , que lhe ſuccederco ſobre o ibid . Foy mandado a Toledo , ca
governo da Religiao , ibid. Pro que : 572. O que obrou na batalha
poſta que fez ſobre ſe evitarem va• de Almanca , ibid. Por quem foy
gabundos , e mendicantes , ibid. creado Grande de Heſpanha , ibid .
Quando foy eleito D. Abbade Ge . Achou - ſe na batalha de Caragoça ,
ral de Cifter e Biſpo de Elvas , é na de Villa - Viçoſa , 573. Palla
.
339 Ace rto com que gov ern ou o à Alemanha ao ſerviço do Émpera.
feu Biſpado , 340 . dor Carlos III. ibid. Nomea -o Go.
Dom Pedro Lobo , ſeu caſamento , e vernador de Caſtello - Novo , Gene.
ſucceſlao , 724 .
ral da Cavallaria , e Vice-Rey de
Pedro Lopes de Calheiros , o ſeu ca Sardenha , ibid . E do ſeu Conſelho
ſamento , e ſucceſlao , 524. de Eſtado , 574. Seu Elogio , ibid.
Pedro Lopes Girgo , com quem ca Com quem caſou , e que filhos te
lou , 434. ve , ibid .
Pedro Lopes de Quadros , de quem D. Pedro Manrique de Lara , I. Du •
era filho , com quem caſou que que de Naxera , com quem caſou ,
filhos teve , 669. Outro , 670 , 807 .
Pedro Lopes de Souſa , Senhor de Al- D. Pedro Maſcarenhas , Commenda.
coentre , o ſeu caſamento , 741 .
Pedro Macedo Leite , com quem ca dor de S. Pedro Fins , quantas veo
zes caſou , e com quem , 333 .
ſou , 659. D. Pedro Maſcarenhas , Senhor do
D. Pedro Manoel , II . Conde de Ata Morgado de Runa , o ſeu caſamen
10 ,
das couſas notaveis.

to , 411. Outro , irmao do III. Pedro de Souſa deCaftro , Commen


Conde de Santa Cruz , 517. dador de Rio -Mayor , ſeu caſa .
3 D. Pedro Maſcarenhas , II, Marquez mento , e ſucceſlao, 895.
de Montalvaó , com quem calou , Pedro de Souſa da Sylva , com quem
694. caſou , 775.
D. Pedro Maſcarenhas , Conde de Pedro da Sylva da Fonſeca , com
Sandomil , o ſeu caſamento , 461, quem calou , é de quem era filho ,
900 , 912. Que poltos occupou , 505. Que filhos teve , 920.
911, Quando foy nomeado Vice- Pedro Velez de Guevara , Senhor de
Rey da India, 9120 Salinilhas , o ſeu caſamento , 635.
D. Pedro de Mendoça ; de quem era Peixotos Sylvas , 676 , 777.
filho e com quem caſou , 201. D. Pelagia de Almada , Condeſa de $
Qutro , Alcaide môr de Mouraó , Pombeiro , de quem he filha , 256. 1
2 2 2 , 438. Penaguiao ( Condes de ) 325.
Dom Pedro de Menezes ; Senhor de Penedono ( Conde de ) D. Simao Mal
Fermoſelhe , o ſeu caſamenco , carenhas, de quem era filho , 695. .
401 , 406 , 809. Outro , Capi. Penhafiel ( Senhores de ) 676 , e leg.
taó de Malaca , quantas vezes ca Pereira . Commendadores do Pinhei
fou , é com quem , 719 , 810, ro , 741. Condes da Feira , 871 ,
Outro , Senhor do Prazo de Alca e ſeg .883 , e ſeg.
nboens , 878. Outro , 924 . Peſte. Em que anno a houve em Lil
D. Pedro de Menezes , I. Conde de boa , e que numero de peſſoas more
1 Cantanhede , 807, 8.8. ria cada dia , 891 .
D. Pedro Ninho , l . Conde de Buel- Pinheiro ( Commendadores do) 741 .
na , ſeu caſamento , e ſuccellao , Placida Eſpinola , IV. Princeza de
625 . Valditaro , 484
1
D.Pedro de Noronha , VI. Senhor de D. Policena de Unganada, mulher de
Villa-Verde ſeu caſamento > D. Antonio de Cordova c Aragao,
fuccellaó , 889. Fundou em Villa 479.
Verde o Convento de Noſla Senho- Pombal ( Alcaides móres do ) 847.
ra da Viſitaçao , ibid. Outro , VII. Pombeiro ( Conde de ) Dom Luiz de
Senhor de Villa -Verde , com quem Caſtellobranco , o ſeu caſamento ,
caſou , 889. Que filhos teve , 890. 256 ,
Dom Pedro Pacheco , I. Marquez de Pontevel ( Condes de ) donde pro
Caſtro Forte , 412 . cedem , 633. Nuno da Cunha de
Pedro Peixoto da Sylva , Senhor de Ataide , 746.
Penhafiel, o ſeu caſamento , 676 , Ponte da Barca ( Senhores da ) 516 ,
$ 777 , 778 . e ſeg .
Pedro Peſſoa , de quem era filho , e Porteiro môr , Joſeph de Mello , ſeu
com quem caſou , 43 3 . caſamento , e ſucceſlao , 257 , e fegi
1 D. Pedro Quinbones , V. Senhor de Outros , 919 , e ſeg.
Luna , o ſeu caſamento , 634 . Porto Seguro ( Marquezes de ) 178 ,
Pedro Soares , filho do Secretario de 183,189 .
Eſtado Diogo Soares , com quem Povolide ( Conde de ) 281 e ſeg
caſou , 660 . Donde procedem , 63 3. Senhores
Pedro de Souſa de Brito > ſeu caſa de Povolide , 742 , e leg.
mento , e ſucceſfaó ,448. Privado delRey , era occupaçao de
Tom , XI. Hhhhhh i Mis
Index
Miniſtro do Deſpacho , e naó Vali proprio ao Cardeal primeiro Miniſ
tro , dandolhe conta da jornada do
Puebla ( Condes de la ) donde pro Duque , ibid . E pede a ElRey lhe
do delRey , 797 :
negue o paſſo por França , 132,
Manda o Duque hum proprio ao
cedem ,633 Conde de Cominges para que lhe
ſolicite a licença delRey , 132 ,
Que repoſta mandou ao Duque ,
Uddros ( Fe
Q rnando Gomes de ) ibid . Continúa o Conde Embaixa .
dor em perſuadir ao Duque , e com
que motivos , 133. Eſcreve o Con
eor
nhQu hoos
tr
oude
in Lu
ne a( ,9D.
,sn66 .coPe quoem
m dr ) V.caſo u
Sese, de ao Duque , dizendolhe ouça a
2
634. Dona Leonor de Quinhone , Feliciano Dourado em Bordcos ,
Condella de Valença , ibid . D. Dio ibid . Continúa o Duque a jornada
s
go Fernandes de Quinhone , quem para Madrid , 134. Carta que lhe
or
a
cr , e c o m q u e m ca lo u , ibid , eſcreveo o Conde Embaixad ,
ibid . Repoſta do Duque , 136 .
Chega a Madrid , 137. Como toy
recebido delReccy Filippe IV., 138 .
lhe ſu edeo com hum tie
Appach ( Co
R ndeſſa de ) Luiza O e hum Grande de Heſpanha ,
lhoqude
fallandolhe por Senhoria , ibid. Pro
a ſua aſcendenci ,
a cello que ſe lhe formou em Lisboa,
D
R
ymundo
. RaGonzaga . de
, Le ncaſtre , IV. Du e como foy ſentenciado , 139. Se
235 . os interelles de Caſtella contra
e roo, de
einſ 8. de
rteenti u
tio Dd.eAf
qu Avfo 11Le Petr
ncaſ ſehe
rarl a Coroa de Portugal , ibid. e leg .
gue
Oppozíc aos pleitos das Caſas de
os eſtados da Caſa de Aveiro , mas Maqueda ,o c Naxera , e com que
t
ſem effeito , 123. Documento que
s fundamen , 141. Que tituloste
e de que terras foy Senhor ,
lhe deu El Rey D. Joaó I . quando
V
çu
eonD aq,ue oſ
124o. foRyepvi ta uqaude oa 142. Onde jaz ſepultado , e que
ve
ſitardnoaa Dſu
ElRey , 125. Determin deixar a Epitafio tem ,ibid . Seu caſamento,
143. Que filhos teve , ibid . .
do ull afect
a caf as
Pa eiia
qutr xas, ,fo ma
ibrid .n
Commde ni elteadfe- Raymundo de Souſa , Graó Cruz de
Negro Ponto , de quem era filho ,
gredo a D. Joaó deZuniga , 137.
pafe iauad-eſelaa Lſu
nhit an 1em
adevi,ag teorm.
26.emDec 276 . nhores o orgado
Ef Real (Se d M de)6 55
812 .,
mina o Conde de Soure , Embaixa- Redondo ( Condes de ) 237 ,
880 .
na aCoao
ornad
djor e dqu
rtDu e Fer,an çad ., e
ibi pedir -
Regras. ( Joao das ) Vide na letra I.
imleg.Car a
Affonſo Annes das Regras , quem
ta da Rainha Regente , em que dá era , e com quem foy calado , 790 .
conta ao Conde Embaixador da au Lope Affonſo das Regras , 793 .
e
ſencia do Duque , 127 , e ſeg . E Antiguidad o deſta Familia , 796 .
ndolhe Equivocaça em que alguns tem
crevelhe o Conde , offerece
a ſua caſa , e hum credito de dous cahido ſobre o Appellido deſta lia
mil eſcu do s , ibid. Repo ſt a do Du
que , 131. Deſpacha o Conde hum milia , 799 , e ſeg Requena
das couſas notaveis.

3 Requena ( Condes de ) 641 , o Reyno , ibid. Quando faleceo ,


Reymao Pereira de Lacerda , ſeu caſa onde jaz , com quem foy caſado ,
mento , e luccellao , 450. e que filhos teve , ibid, e leg. Sua
Ribagorça ( Condes de ) 463. aſcendencia , 325. Outro , 342,
D. Rodrigo de Caſtro , de que terras Di Rodrigo de Lencaſtre , Commilla.
foy Senhor, 844. Seu caiamento , rio Geral da Cavallaria , de quem
e ſucceſlao , ibid . era filho , 350 , 364. Quando ca
D. Rodrigo da Costa , Commendador fou , e com quem , 364 , 453 .
de Marmeleiro , com quem caſou , Sua ſucceſlao , 364.
e que filnos teve , 857,893 . D. Rodrigo de Lencaſtre , Provincial
D. Rodrigo da Cunha , Arcebiſpo de da Santiſſima Trindade , em que
Lisboa , quando naſcco , 816. Que anno foy à Redempçaó a Argel,
lugares occupou , e quando foy no 341 .
mea to Inquiſidor da Inquiſiçao de D. Rodrigo Lobo , IV.Senhor de Sare
Lisboa , 817. Livros que compoz , zedas , ſeu caſamento , e ſucceſfaó ,
ibid . e ſeg. Quando foy nomcado 890.
Biſpo de Portalegre , e promovido Dom Rodrigo Lobo da Sylveira , I.
ao Biſpado do Porto , ibid. Recus Conde de Sarzedas , o ſeu caſamen
*** fou o Biſpado de Viſeu , ib. Quan to , 897 .
do foy nomeado Arcebiſpo de Bra. D. Rodrigo de Mello , Guarda mór
ga , 818. E Arcebiſpo de Lisboa , dos Reys D. Affonſo V. c D. Joao
819. Celebrou Synodo na Sé de II. , 219 , 220 .
Lisboa , ibid. Em que anno foy D. Rodrigo Pereira , Inquiſidor do
chamado a Madrid , ibid . Volta ao Santo Officio , de quem cra filho,
Reyno , e com que formalidade 883. Recuſou o Biſpado de An
foy recebido em Lisboa , 821. () gra , 884 .
que obrou na feliz Acclamaçao , Rodrigo Ximenes de Aragao , de quem
ibid. e ſeg. Foy nomeado Miniſtro he filho , 705

e do Deſpacho , e recuſou o Grao Rohan . Alguns Fidalgos deſte Appel


welcom Priorado do Crato , 82 2. Sua gran lido , 601,
de caridade , ibid . Virtude que ex . Roſmaninhal ( Commendadores do )
ercitava , 823. Quando falecco , 530 , e leg.
ibid. He chamado por antonoma. Ruy Barreto , Alcaide mór de Faro ,
ſia o Pay da Patria , 8.4. Aonde 455. Seu caſamento , e ſucceſlao,
jaz ſepultado , cque Epitafio tem , 457.
ibid . Ruy Barreto de Mello , Senhor do
D.
Rodrigo de Eça , Alcaide mór de Morgado da Quarteira , de quem
Moura , 756. De quem era filho , era filho e com quem caſou ,
:**
724. Com quem calou , 757. Foy 435.
Hoy
Padroeiro do Convenio do Carmo Ruy Barreto Rolim , ſeu caſamento ,
da Villa de Moura , ibid. Onde é fucceflaó , 735 .
mal
Djaz , e queEpitafio tem , ibid. Ruy Correa Lucas , de quem era fio
Rodrigo de Lencaſtre , Commen Tho , e com quem caſou , 66 3.
dador de Coruche, em que anno Ruy Dias de Azevedo, de quem era
entrou em Tangere por Governa . filho , 767,778 . Seu caſamento ,
ses e ſucceflaó , 779.
dor , 335. Que obras fez naquella
Praça , 336. Quando voltou para Ruy Dias da Cunba , feu caſamento ,
e fure

1
1
Index
e ſucceſfaó , 779. Outro , 780. D. Sancho de Faro , Conde de Vimi .
Ruy Dias Pereira , com quem caſou , eiro , o ſeu caſamento , 564 .
D. Sancho de Lacerda , I. Marquez de
Ruy Fernandes de Almada , Senhor Laguna , com quem calou , 874 .
Ca. rvalhaes , com quem caſou ,
de 0
45 D. Sancho Manoel, Conde de Villa
226,248 . Sua luccellao , 249. Fior, o ſeu caſamento , 832. Que
Ruy gueiredo de arca ſo hos teve ,no 3
nhde
or Fi
de Alem
ta , com qu ca , uSe
, e D.fil
Sancho Ma 83el ., Alcaide mór de
que filhos teve , 898.Outro , 859. Alegrete , ſeu caſamento , e ſuccel

Ruy Lourenço de Tavora , o ſeu cafa faó , 837


Sanchó de Mello da Sylva , com
Ruy de Mello , Alcaide mór de El quem caſou , e que filhos teve ,
menio , 227 , 238 ,
vas , com quem caſou , 873. Que 417 .
Sandomil ( Conde de ) 461 , 900 ,
os teve
filhde 4 . lhor
87-Me
, lo al
Rude
y Me nd ſtel
Caes de Va ſconcell e
caſan
, oso ,ſeI.u Co Sa91 2 , . Quem eſcreveo a Hiſtoria
ndov

delta Caſa , 483 .


Ruy de Moura Telles , Governador Sardoal ( Marquez de) 181 , 183.
mento , 87 4.
de Mazagao , 893. O ſeu caſa- SarzedasiaSe nhores de ) 567 , 888 .
D. Sebaſt o ( ElRey ) que Fidalgos
no m e o u para a regencia do Reyno
y nt o ro 4 . do quiz paſſar à Africa , 68.
Rume Pinh,ei89 deLacerda , com quem quan
Ruy de Souſa , Guarda mór delRey Ordens que deu a D. Jorge de Len
cafou , 941 . caſtre , II. Duque de Aveiro , no
Ruy de Souſa de Carvalho , Governa Campo de Africa , 69 , e ſeg.
D.
dorJo
ao II.ng
de ſa 22
, er e 0, . e Mazagao , de Sebaſtiao Joſeph deCarvalho e Men
quem era fiiho , 749. Que acções doça , o ſeu caſamento , 255 .
obrou neſtas Praças , 750 , 752. Sebaſtiáõ de Macedo e Menezes , com
quem ſt u , 415
ſona
caia
y Te
RuO u es
ſell cade neoze
Ment
ſame s II. Conde de
, ib, id . D. Sebaer Maria de Noronha ,
mulh de Manoel Peltana de Bri

Unhaó , oíeu caſamento , 340 .


Ruy áa S
eslhda
llvi
daTeCo ,y vm
clo a ,qAl
ueca e ſo
midca móur
, 85
, ba
D.to Se ſt3ia
. na de Noronha , filha de
Antonio de Saldanha , Commenda
dor de Caſevel , o ſeu caſamento
873 :
. ſtiana Thereſa de Noronha ,
Se2ba
D.85
S
mulher de Fernando Jaques da Syl
Å de Menezes. Alguns Fidalgos
,8 54 . tas
Sa litre (Millid
nasode ) em que tempo va
Sent 85
il, Eſ te3ve s, quan vezes caſo
su;
si delte Appe , 259. e com quem , 790. Diſpoſiçõe do
to
ſeu Teltamen , e aonde jaz ſepul
s
forao deſcoberta no Bralil , 348.
Sancha Pires Palhaväe , mulher de tada , 791. De quem era filha ,
Lopo Affonſo das Regras, de quem
ho de Faria , Alcaidemór dePal- 79 2ra
ei . . Senhores da Torre de Palo
Sanc
era filha , 793 . Sequ

mella , com quem caſou ſegunda ma , 513.


Serem ( Conde de ) 696,097S,ever
vez , 505. Outro , 921 ,
1
das couſas notaveis .

Sever ( Senhoresde) 259. deMortagua , 537. Apoſentadores


Sigiſmundo Franciſco de Eſte , Maro mores , 690 , e leg.
quez de S. Martine de Lanzo, 487. Sylva. Alguns Fidalgos deſte Appel
D. Simao de Caſtro , Senhor de Re lido , 39. Senhores de Vagos , 924 .
riz , ſeu caſamento , e ſucceſlao , e leg
745 Sylveira. Alguns Fidalgos deſte Ap
Simao da Coſta Freire , Senhor de pelido , 81 , 259 , 311. Senhores
Pancas , oleu caſamento , 520. de Sarzedas, 888 , e ſeg.
Simaõ da Cunha , Senhor de Povolio Sylverio da Sylva , Alcaide mór de
de , com quem caſou , 744. Que Alteiſaraó , com quem calou , 505 . I
filhos teve , 745. 920.
D. Simao da Eça , Commendador de
Santa Martha , feu caſamento , e T
fucceilao , 733 :
, Angere. O que neſta Praça obrou
filhos
Simao Gonçalves da Camera , III . Atalaya , 546 , e leg.
. Conde da Calheta , quantas vezes Tarouca ( Senhores , e Condes de )
calou , e com quem , 208 , 211 , 319,928 , e ſeg.
Simao Guedes, IX, Senhor de Muro Tavora. Alguns Fidalgos deſte Ap
ça , o ſeu caſamento , 447 . pelido , 555. Senhores do Moga
D. Simao Maſcarenhas , Conde de douro , 345 , 537 .
Penedono , de quem cra filho , Teive , 482 , e ſeg .
695 Tellos Menezes , 567:
Simaõ de Mello , Apoſentador mór , Thadeu Luiz Antonio de Carvalho
o feu caſamento , 691 . Camoens , quantas vezes caſou , e
. Simao de Mello de Magalhaens , Ca com quem , 418.
pitao de Malaca , ſeu caſamento , e Thadeu Luiz Lopes de Carvalho , o
( ucceflaó , 717. feu caſamento , 365 , 523,678 .
Simaõ de Mello de Sampayo , o ſeu Sua ſucceſlao , 679.
caſamento , 698. D. Thereſa Andeiro , mulher de D.
D. Simao de Menezes , Commenda Pedro da Guerra , 626 .
dor de Penamacor , ſeu caſamento , D. I hereſa Antonia Manrique , VII.
e ſuccellaó , 878. Marqueza de Canbete , quantas ve
Simao de Souſa Ribeiro , Alcaide zes caſou , e com quem , 464. De
mór de Pombal , com quen ca quem era filha , 465.
ſou , 847. Dona Thereſa de Allis Maſcarenhas ,
Simari ( Condes de ) 467 . mulher de D. Joſeph Antonio Fran .
Sinarcas ( Conde de ) D. Gaſpar La ciſco Lobo , X. Barao de Alvito ,
dron &c. 465. de quem he filha , 269.
Sirgadas ( Condes de las) donde pro- Dona Thereſa Eleodora deMenezes ,
cedemn , 633 mulher de Antonio Pereira Sodré ,
Sortelha ( Condes de ) 210 , e ſeg. de quem be filha , 840,
259 , 311 . D. Thereſa Gerarda de Mello , mu
Soure ( Conde de ) D. Joaó Joſeph da lher de Antonio Correa da Cunha ,
Colta , com quem caſou , 240. 666.
Souſa , 345 , 567 , 601. Senhores D. Thereſa Giraő , mulher de Mar.
lim
ELLE
Index

tim Vaſques da Cunha , de quem dos Arcos , quantas vezes caſou , e


com quem , 908. Sua ſuccellaó ,
cra filha, 632,786 .
D. Thereſa Henriques , VII . Duque Th om9
90 as, da
912Sy , lva Telles , Viſconde
D. Thereſa He nr iques , Condella de de Vil la - No va da Cerveira , o que
za de Arcos , 170 .
Valença , de quem cra filha , 6350 obrou na reſtauraçao da Praça de
D. Thereſa Foſefa de Mello , mulher Miranda , 591 , eſeg.
de Antonio Telles da Sylva , 229. Tbomás Ximenes de Aragao , com
e que filhos teve ,
D. Thereſa Foſefa de Menezes , mu quem calou
omé. Joſeph de Souſa , Commen .
Th704
. lher de Manoel Ignacio da Cunha ,
D. Thereſa de Lencaſtre , Condeſſa dador de Santa Maria de Antime,
2 33.
de Coculim , de quem era filha , o ſeu caſamento , 448 , 525. Sua
fuccellao , 449.
7 . eſa de Lencaſtre , oppoemſe
Ther
D.31 Thorigny ( Condes de ) 490 , 491 ,
Toledo. Alguns Fidalgos delte Appel
à Caſa de Balto , 226. lido , 75
Thereſa de
D , Franciſco de Le ncaſtre , muCoelho
Albuquerque lher de, Tolomeu Gallio , Duque de Alvito ,
ſeu caſamento , e ſucceſlao , 494.
D. Thereſa Maria Coutinho , mulher Torre ( Condes da ) 532 , e leg. Cono
731 .
des de la Torre , donde procedem ,
de D. Jorge Manoel , 446 . tao da Cunha , Senhor de Povo
Thereſa Maria Grimaldi , Marqueza Triſ
633:
ereſ
ThS.
D.de a inri
MartMa
a La
e de avoed,ra
Sanz 48,7M. ar lide , com quem caſou , 745. Sua

taõflaó
ſucce
Triſ da ,Cu746
nha. , Senhor do Mor .
queza de Malagon , quantas vezes
gado de Payo Pires , o ſeu caſa
calou , 191 .
D. Thereſa de Mendoça , Condeſſa de
ntöo , a81u1n. ha , Alcaide mór de
eta
D. Vi erei
Thmi a de Noronha , mulher de
eſro Trmiſ d C
, 564 .
Terena, com quem caſou , e que
Antonio de Mendoça , 254. Com filhos teve , 750 :
quem calou ſegunda vez , 255 . da Cunha, o ſeu caſamen
D. Thereſa de Portugal ,filha de D. D. Triftav
Pedro de Almeida , o ſeu caſamen Triſ , o82da
tota 3 .Cunha de Ataide , I. Cone
de de Povolide , de quem era filho,
to , 772 . 272. Quando naſceo , 281. Pól.
D. Thereſa da Sylva de Mendoça ,
eza de Arcos , 172. tos que occupou , ibid . e ſeg. Com
Vill. Duquda
D. Thereſa' Sylve , mulher de e que filhos teve ,
quem calou
Pantaleao de Sá e Mello , 896 .
282 , e leg.
omas Jo
ThIII.Con ph S.
ſede
de Bote lhouel
Mig de, Toav
ſeu a , D. Trijłaõ de Eça , com quem caſou,
orca-

739.
de Noronha , Embaixa .
Tbomás, 900.
D. ſamento D. Triſtao Manoel , ſeu caſamento ,
c luccellaó , 405. Outro , 434.
dor ao Concilio de Trento , 903 .
Manda -o ElRey Dom Sebaſtiao'a Trivulce , 492 , cſeg.
França , e para que effeito , ibid .
Seu caſamento , é fuccefTao , ibid .
D. Thomas de Noronba , III , Conde Vagos
das couſas notaveis.
1
D.Verifimo de Lencaſtre (O Cardeal)
U de quem era tilho , 287. Quando
nalceo , e aonde foy bautizado ,
293. Lugares que fervio , ibid . é
Val de Fuentes ( Marquczes de ) feg. Foy nomeado Biſpo de Lame .
go, e nao aceitou , 294. Quando
182 , 183,189 .
Val de Reys (Condes de) 470 , 472 , toy creado Arcebiſpo de Braga ,
‫ܐܢ‬ ibid. Em que anno toy provido no 1
894 .
Valadares ( Condes de ) 27 !, 272 . lugar de Inquiſidor Geral , 295.
Valditaro ( Principes de ) 484 , e ſeg. Dalhe ElRey a nomina de Cardeal
Valença ( Condes de) 632 , e ſeg. Nacional , e em que anno foy crea
Valençuela ( Marquezes de ) 479 , do , ibid . e 296. Virtudes de que
toy adornado , ibid. e reg. Quando
480 .
Valentingis ( Duques de) 485 , e ſeg. faleceo , 298. Preces que pela ſua
D. Valco da Cainera , o teu calamen faude ſe fizeraó a Deos na ſua ultia
1
ma doença , ibid . Onde jaz fepul
10,859.
D. Vaſcu Coutinho , com quem ca. tado , 299. Seu Episafio , ibid,
Inſcripções , que eltao na ſua Ca
legund
ſou ſco a vez , 706 . dor
D.Va de Eça , Apoſenta mór pella em S , Pedro de Alcantara
do intante D. Luiz , de quem era fi 300.
lho , 652 , 075. Quantas vezes D. Verifimo de Lencaſtre , Eſmoler

cajou , e com quem , 675 , 767 . mor , de quem he filho , 342 .


D. Vicencia Barboſa , filha de Anto
Sua luccellao , 676 .
nio Barboſa , com quem caſou ,
Vaſco Fernandes Coutinho , de que
terras foy Senhor , 630. Que mer 677 .
ces lhe fez ElRey Dom Fernando , D. Vicencia Luiza de Menezes , mu
lher de Bernardino Franciſco de
ibid . Oleu caſamento , ibid.
Vaſco Fernandes de Lucena , com Souſa Tavares , 508.
quem calou , 647 , 764. Foy ao D. Vicencia de Menezes , mulher da
D. Rodrigo de Lencaſtre , Com .
Concilio de Bafilea , ibid .
D. Valco da Gama , o ſeu caſamento , mendador de Coruche , 343.
S. Vicente ( Condes de donde pro
779
Vaſco Gomes de Abreu , que filhos te. cedem , 633
ve , e em quem , 764 , e leg. D. Vicente Coutinho , o ſeu caſamen
AS
D.Vaſco Lobo , IX. Baraó de Alvito , 10 , 700 ,
{ cu caſamento , 251 , 267. Com D. Victoria de Borbon , filha dos III.
quem calou ſegunda vez , 268 , Condes dos Arcos , quantas vezes:
D.Vaſco Luiz da Gama , 1. Marquez calou , e com quem , 909.
‫گ‬ de Niza , o ſeu caſamento , 209 , D. Victoria de Cardailhac , Viſcon
della de Villa -Nova da Cerveira ,
210 .
Vaſco Martins de Mello , Guarda feus pays , e avós, 319.
mór delRey D. Fernando , 216. D. Victoria de Lencaſtre , mulher de
Deze, Vaſconcellos. Alguns Fidalgos deſte Joſeph de Saldanha , 248, 255.
Appellido , 291 , 937. Senhores Victorio Barreto Perdigao, o ſeu ca
ſamento , 899 .
de Alvarenga , 658 , e reg.
Velaſco. Alguns Fidalgos delte Ap- Vilhena ( Marquezes de ) donde pro•
cedem , 633
pelido , 75. linii Villa

La

1
Index
Villa Hermoſa ( Duques de ) 425 , D.Violante de Lencaſtre ( A Condeſo

3,464 05ſno ( Marquezes


,4Fre D.ſaVio
) lan
103te de Lencaſtre , filha de D.
4a6-Novi
Vill del , 466 , 646 .
Diniz de Lencaltre , com quem ca

, 88 1.
) don
de 2 e de
la - No, va dePo25
leg. 9 em
proced ,63
, 31 3
1 nd ,335 ;
, es ou Vio
Dona lante de Mendoça , filha de
Vil21 rtim ao ( Co de)
Di og o Lopes de Soula , o leu caſa

Vill a 3,rd e 4( Senhores de ) 889 , e olo


Vint de9 .Menezes , mulher de
an,te74
47-Ve 47 . D.me

Villa -Viçera ( Marquez de ) D. Dio D.D.ViLo


poteda Cunh
olan
a
de Noronb, a93
0. lher
, mu de
ſeg.
Manoel Telles de Menezes , 712 ,
go Gabriel de Aguila , 642. Recolheo - ſe com ſua filha no Con
Vimieiro ( Conde do ) D. Diogo de
vento do Calvario , que fundaraó ,
Faro , o ſeu caſamento , 235. D.

Chnc
Sa hoovde
riít rolh
aóFaPa de4 .Almeida , o
, a 56 ibid .
Dona Violante de Noronba , filha de
Dona Violante de Almeida , filha de
Franciſco da Sylveira , Senhor de
D. Violante deo Ataide , filha dos I. Sarzedas , o ſeu caſamento , 889 .
ſeundca ſament ſt, an he8ir
. a , com quem
Co es da Ca 65 D Violante de Noronba , mulher de
.
D. Pedro da Coſta , Armeiro mór ,

vauan
fo ro, te 1Me
. ne zes a luer cen Vi9ol ante de Tavora , mulher de
ca
Alol
D.Vi
93
dede Ataide , ,mu lh a aſ
de D.. D.90 .
D. Alvaro de Ataide , a ſua aſcens

dencia , 537 :
D.dencia de . Caſtro , Condeſſa de
Violan,te551 Urenba ( Cond es de ) 121.
mulher de D. Urſina Esforcia , mulher de Hercules
Mano
Ode ela Pe
mir , re ira , Commendador
934. Theodo ro Trivulce , ſua aſcenden
D. Violante de Caſtro ,
ante de Caſtro, mulher de
Dona Violll D.cia , 493
Urſu : Cordova , Marqueza de
la de
de Pene a , 936 .
Luiz Gomes da Matta , IV. Cor 2. nde
edFu
Uſla ( te
a en Duqu de48
es0,
, 48 ) do proce •

ante
yoolmó
D.reVi r , da
937Co.ſta , filha de Go dem , 633 .
mes da Coſta , quantas vezes ca- Vvaldeck ( Condes de ) 145 .

ſou , e com quem , 739.


D.Violante Eugenia de Caſtro , mu X
lher de D. Nuno Alvares Pereira ,
D. Violante Henriques , mulher de A Amete Azayas , vitoria que
879 contra elle alcançou D. Pedro
D. onſo caſtre X
Tua Aff
Arvore , de
81.Len
Memoria,l 78.
que feAz da Cunha , 814 .
a ElRey D. Filippe II. ſobre a fuc- Xara (D. Joao de ) com quem calou ,

cellaó da Caſa de Aveiro , 89,4 Xema ( Senhores de donde proce


645 .

D.ſe g.olante Henriques , mulher de dem s, 633 agaõ


Vi
D.Jo ao de Almeida , Commenda- Ximene de Ar ( Thomás ) co m
ncia
quem caſou , e que deſcende
dor de Loures , de quem era filha ,
teve , 704 Xyſto
906 .
13
das couſas notaveis.

Xyſto da Cunba , que filhos teve , e Violante Zapata , mulher de Joao


Peſtanha , 759
cm quem , 765.
Zoroira ( A Rainha ). quem foy ,
D
198.
Z Zuniga (D. Diogo Lopes de) I. Con
de de Neiva , com quem calou ,
13 626. D. Iſabel de Znniga, mu
Acoto ( Gonçalo Mendes ) com
lher de D. Gonçalo de Guimao ,
Z quem
quem caſou ,,646 .
Zapata ( D. Maria ) II. Mar. Senhor de Toral , de quem era fi
queza de Montalvao , 694. Dona lha , 638.

6.
2,544

cata
s
oin

Erratas,
Emendas.
Erratas ,
Pues a ſí me habla ? Fuera de Pa .
lin .
38
Pag
1 21 Pues afim me habla ? fue lacio ( tornou o Duque ) le reſpon
ra de Palacio ; tornou o
derè
Duque , Ihc reſponderey Mo lteiro
D. Maria de Menezes e Vaſconcel
o
6 Moiter
206
18 8 15 D. Margarida de Menezes
los .
e Vaſconcellos Cogula de S. Bernardo
339 19 Cogủla de S. Fernando
Portugal
350 3. Purtugal Rainha
394 no fim Rinha Vicente
ente
43 6 I Vinc Religioſa
442 24 Rcliola Governador
452 24 Gonernador Albayde.
maArRINA MARGARIDA
462
18 Mayalde CAio
Gu TH
6 Giomar
470 8 CAETANA MARGA .
O
505 RIDA FERNAND
O
740 4 FERNARD D. Anna de Menezes
10 D. Joanna de Menezes onde diz a pag . 387 ſe de deve ac
813 creſcentar do Tomo X. 1
840 ult . D. Maria de Caſtro do Rio
842 22 D. M ria de Caſtro D. Maria de Caſtro do Rio
Joao Rodrigues de Vaſconcellos
ibid . 27 D. Maria do Rio
845 22 Joao Fernandes de Val

concellos D. Rodrigo da Coſta


3 D. Rodrigo de Caſtro
Frtu
D.pi
Ca ciſco Coutinho , VI. Conde
anlo
851
70
78 23 o
Cpitulan
8 1 D. Fr ciſco Coutinho , de Redondo
V. Conde de Redondo D. Violante Henriques
ibid . 22 D. Violanie de Lencaſtre
5
1
1
1
1
1
T
7
1
1
1

-
2

&
1

1
|
|
|
2
2

1 1
4

1
!
.?
I
1
1
1

Você também pode gostar