Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
in 2014
https://archive.org/details/provasdahistoria05sous_0
PROVAS DA !*
^
H I S TORIA
GENEALÓGICA
CAS AUREAL
PORTUGUEZA.
V
PROVAS DA
HISTORIA
GENEALOGIC^
CASA REAL
PORTUGUEZA.
Tiradas dos Inftrumentos dos Archivos da Torre
do Tombo, da Sereniílima Gafa de Bragança,
de diverfas Cachedraes, Mofteiros, e ou-
tros particulares deite Reyno,
POR
D. ANTONIO CAETANO DE SOUSA,
Ckrigo Regular , Deputado da Junta da Bulla da Cruzada , e
Cenfor da Academia Real.
TOMO V.
LISBOA,
Na Regia Officina S^^LVIANA, e da Academia Real.
Dit. Num. 44. Formulário^ que fe deu ao dito Jyo no amo de 1657,
pag. 2.
^
Num. Ordens ,
que fe mandarão praticar no férrico delRey V. Jfon-
fo VL pag.
Num. 46. Carta de EfcriviÕ da Turidade ddRay D. Jfonjo VL pafJaiA
ao Conde de Cafldlo Mdhor , pag. 6.
Num. 47. Regimento do d.to Offiào , pag. 8.
Num. 48. Tratado do cafamento delRey D. Jjfonfo VL com a Rainha T),
Maria prancifca de Sahoya^ pag. 10.
Num. 49. Renuncia^ que ElRiy D. Jffonfo VL fe:^ no Infante D. Tedro
feu irmaÓ^ pa^. ló.
Num. 50. Oração^ que fe:^ o Cardeal de Eflreé ^ TroteRor de Tortuçal,
na prefença do 'Papa., quando mandou celebrar as Exéquias delRy D.
Jfonfo VL pag. 17' .
.
Num. 60.Jlvará delRey 7). Joaõ o IV. ao Infante D. Tedro , das Lf.^í-
da Gokg7ia, de ^orha^ érc pag. ^o.
rias
Num. 61. Alvará porque he concedido ao Infante D. Tedro, que os OuVt-
dons das fuas terras proVaÕ as ferVentias dos Officios , pag. ^ i.
Num. 62. 'DocíçaÕ das Saboarias do Tono, e das Filias e Lugares das , y
Num. 65. Decreto do mefmo Rey em que fa:^ mercê ao Infante V. Te^
,
Num. 7:^. hórma das Cartas que ElRey. D. Tedro mandou efcrever
,
Num. 77, Carta delRey de Mequinés , para ElRey D. Tedro IL pag. 81.
Num. 78. Tcfiamento deUhy 7). Tedro II pag. 8^.
Num. 79. Tapei de que o dito Reyfa^ menção no fm Tejiamento pag. ,
Num.
Num. 8o. Carta ,
qfíe o Trhicipe Refrente efaeveo aof Cahidos , quanJo
fuccedeo o roubo do Santijjimo Sacramento , na Igreja de Odlvellas ,
pag. 90.
Num. 81. íPííp^/ pio-, € devoto y efcrito por ElRey D. Tedro , da fua pró-
pria maÕ , pag. 9í.
Num. Si, 'Breve do Tapa hmocencto pag. 92.XL
Num. 8^. Ley delRey D. Tedro ^ febre as Regências ^ e Tutorias dos Reys,
o modo y que fe deve obfervar ^ pag. 9^.
Num. 84. Ley do dito que declara a fórma , em que devem fuc-
Rey , etn
ceder no Reyno os filhos , do Rey , que legirinidmente fuc*
e defcendentes
ceder a feu irmaÓy que falecejfe fem fuccejfaõ ^ fem fer neaffario o con-
fentiwento dos Tres Ejiados do Reyno , derogando-fe ne/Ia parte as Cor-
tes de Lamego y pag. 96.
Num. 85. Decreto do mefmo Rey , fobre a mefma matéria , e a refolucaõ
das Cortes y pag. 98.
Num. 86. Bulla da Erecção da Igreja de Santo Salvador da Bahia em
Metropolitana y pag. 100.
Num. 87. Bulla da Erecção do Blfpado do Rio de Janeiro, pag. 102.
Num. 88. Bulla da ErecçaÕ do Bfpado de Ternambuco p.\g. 107. y
pag. lgo.
Num. 99. Tefiamento da mefma Rainha, pag. i;g.
Num. 100. Decreto, porque entrarão m
Ordem Militar de Chriflo , o
D. Francifco, pag. 140.
Trincipe do Brafíl, e o Infante
Num. 101. Tratado do cafamento delRey D,Joaõ F, com a Rainha 2).
Num.
Num. 'Bulla do 'Benedith XIV. em que fogeitou a Igreja de
Tapa
Lisboa Oriental a Santa Igreja Tatriarcal de Lisboa , e lhe dd o ti-
tulo de T^ttriarcal Bifúica de Santa Maria ^ e concede o titulo deTrin-
cipaes às Cónegos da Santa Igreja de Lisboa ^ pag. iS^,
Dignidades^ e
Num. 126. Alvará delRey D, João V. em que aholio o Alvará das duas
Cidades Occidental^ e Oriental mandando fe chame fomente Lisboa
pag. 289.
Dit. Num. Decreto para a Mefa do Vcfe nbirg') do Taco y fo^re
126.
que tinha cejfado a diJiincAÕ em Lisboa ^ de Occidental y e Orienúl^
'
pag. 290.
^
p^f
Num. 1 27. Bulla do Tapa BenediRo Xl!^. em que fupprimio o antigo C^t
^
bido da Igreja de Sanita Maria ^ pag. 291.
Num. 128. Bulla do mefmo Tapa, em que eriglo hum Seminari(^ Tdtríar^
cal na Cidade de Lisboa^ pag. :5o i.
pag. :554.
Nura. 142. Carta do dito Rey, porque fa^ mercê ao dito Infante de trin-
ta mil cruzados y vinte na Alfandega de Lisboa, e de^ na do Torto,
Num. 14^ Doação do dito Rey ao mefmo Infante, das Villas de Vimio-
fo , Aguiar da Beira , d^t Cafa de Bobadella , e as que for ao da Cafa
de Linhares y com fuas Villas y Tadroados , é'c. pag. ^55.
Num. 144. Doaçaó do dito Rey ao mefmo Infante, das Li^irias de Mon-
talvão, Morraceira, e das fintas das Villas da Tovoa, e Ca/lanhei-
ra , e Senhorios das ditas Villas , da de Chekiros , com feus Taíiroadosy
e Mouchão do Efplendiaõy pag. gç/.
* Num.
Num. Voaciíd deIRfy V. Joaõ o V. ao dito Infante ^ do Talado da
14^.
Bmpofla^ com fuas fintas y pag. ^íjS,
Dit. Num. 145. ladrão de hum juro para pagamento dos Capellaens da
Capella da Bmpo/ia^ pag. ^59.
Num. DoaçaÕ delRey ao dito Infante ^ das Quintas da Murteira ^
146.
do Alfeite e terras dai Marrwtas e entras , pag. ^66.
> ,
Livro viii.
JN^Um. I. DoaçiÕ delRey V. Filippe IL do Senhor D. Duarte ^ das
Filias de FrechUha , e Filia Daniel , com o titulo de Marque:^ , tudo
de juro, pag. :58^.
Num. 2. Efcrifura dotal da Senhora D. 'Brites , Condtffa de Orope:^a,
com o Senhor D. Duarte^ pag. ^9?.
Num. ^. (Breve do Tapa Urbano FUI. para o Senhor Z). Duarte ,
pag.
427.
Num. Tejlamenío do Senhor D. Duarte, pag. 428.
4.
Num. 5. Lontrato de cafamento do Senhor D. Dini:^ , filho do Duque de
Bragança D. Fernando IL com D. Brites de iafiro , hirdeira do Con-
dado de Lemos y pag. 4^^
Num. 6. Te/lamento do Senhor D. Dmi:^ , pag. 4^8-
Num. 7. Ca\ta delRey D. Afonfo V. confirmada por ElRey D. Filippe 11,
da Alcaidaria , e rendas da Filia de E/lremo^ e das terras da Fil- ,
Pag. 462.
Num. Carta dos moradores do Algarve à Camera de Lisboa y para
15.
que fe naÕ dè o Senhorio de Faro a pe(Joa alguma , pag. 46^.
Num. 16. Alvará de Foro de Fidalgo Cavalleiro, a D' Francifco de Fa-
ro ,
pag. 4Ó5,
LIVRO IX.
-
.
;^ que lhe dá conta da morte ddRey D. foaõ o IF. pag. 55^.
wNu-mv .jli^ Carta para o Ma
que :^ das Minas eftar a ordem do dito Vu-
•^w^^^-pag. 554.
Num. 25.. Carta, para o Conde de Gallovay eftar à ordem do rmfmo Du-
que ,
pag.
Num. 24. Alvará para o Duque de Cadaval fa^r morgado de certos
'^•^ens, drc. pag. 555.
Num. 25. Decreto para o Duque ir à Junta dos Tres Ejlados ,
pag.
LIVRO X.
Um. I. Carta delRey D. Duarte^ em que fa^ mercê ao Conk de
Ourem-, de lhe confirmar a doação do Co?ídeJlavel j dos Reguengos de
Sacavém-, érc. pag. ^67.
Num. 2. Carta delRey D, Duarte-, em que fa^ mercê do dito Conde da
Agua de Alviela^ de juro^ e herdade-, pag. 570.
Num.^. Carta do dito Rey-, de certas jurifdicçôds ^ &c. pag. 57 r.
Num. 4. Carta delRey V. Afonfo K
em que' lhe fa^ mercê de certos Tri-
Vilegios , pag. 572.
Num. 5. Carta delRey D. Duarte-, para que fe guarde ao Conde de Ou-
rem o artigo das Coites de Santarém pag. ^57^.
Num. 6.Diário da jornada , que o Conde de Ourem fe^ ao Concilio de Ba-
filéa, pag. ^7:5.
Num. 7. Carta de legitimação de D, Francifco de Tortugal-, primeiro Con-
de de Vimiofo-, pag. 6?o.
Num. 8. Outra Carta de legitimação ao dito Conde, pag. 6;i.
Num. 9. Alvará para que o Cortegedor naõ entre nas terras de D. FrdH'
cifco de 'Portugal-, pa?'. 6i2.
Num. Carta ^delRey D. Manoel, porque fe:^ Conde de Fimiofo a D,
10.
Francifco de 'Portugal pag. 6^2.
Num. 1 1 Carta da Rainha Catholica 2). Jfabel , de certa quantia a D.
Joanna de ^/fcij, pag. 6^^,
Num.
Num. 12. Carta de coJívençaÕ entre os Condes de Vlmtofo^ e yilla-N.oVíiy
com approvaçaÕ delRey fohre o Oficio de f^éior da Fazenda , pag. 6^4.
,
Num. 19. Carta de Camereiro mor do Trincipe T>. Joaõ ^ ao Conde de Vi'
miofOy pag. 647.
Num. 20. Alvará para o dito Conde naÕ pagar direitos , pag. 64^.
Num. 21. Doação da Villa do Vimiofo ao dito Conie pag. 649. ,
PRO-
'
P Pv o V A S
DO LIVRO VII.
DA
HISTORIA
GENEALÓGICA
D A
CASA
PORTUGUEZA.
Conthmao as Trovas do dito Livro promettidas ^
^ue naÕ
couberao no Tomo IV,
A RAYNHA.
Dít. n.•'T
4.4..
ÇjEnhor Conde de Odemira. No dia de Domingo que fe celebr^^
T* i3a feíla do Corpo de Deos da Capella lhe toca a Volfa Senhorjija,
,
Ali, 1057, jj. cfperar a Sua Magcífade que Deos guarde na galaria, c fahir cónv
eíle detraz no milhor lugar por o Officio de Vofía Senhoria prece-
der a todos os outros da Caza Real. Ha de Voíla Senhoria de vir
acompanhando athe o fitial c paíFando a diante tomar lugar junto a
cadeira de Sua Mageílade na parte que olha para o Evangelho junto
a parede , e a ponta do fitial Qiiando Sua Magefi:ade fe houver de
:
for prczente , e nao fendo a maycr pclfGa , que ali efiivcr , e a outra
detrás de Sua Alteza fera rczaó dar ao Marques de Niza as mais a tí-
tulos , e alguns fidalgos razos , athe dous ao mais de muita autliori-
dade fe fe acharem prezentes , e a Voíla Senhoria lhe toca hir junto
a Sua Mageftade cm milhor lugar que o Camareiro Mor , que tam-
bém ha de hir aly , porque ainda que Sua Mageílade leva a írnldaie-
colhida , fempre vai ncíle lugar para lha compor , fe caliir , c quem
leva a fralda de Sua Alteza ha de tomar lugar junto a elle na comref-
pondencia do Camareiro Mor , e Te for neceílario ajudar a levar a va-
ra do palio a Sua Mageftadc toca fazello o Mordomo Mor , que líia
deo por naó fer jufto darlha para a largar a outrem Sua Mageílade :
c Sua Alteza eftam advertidos da cortezia que ham de fazer aos títu-
los , e das que ham de íhzer a Rainha Nolui Senhora e a Serenilliípa
Infanta D. Catharina , que faó as mefmas que Sua Mageítade que
Deos tem lhes fazia , e algua couza mais fe puder fer. Ao bejar do
mifíal , e portapax fabe Sua Mageífade também o que ha dc fazer ,
que he levantarfe da cadeira , fern fe mover do lugar , e acabada a ce-
remonia virarfe para o altar e fazer mefura para elle , e fentarfe de-
pois. O Infante fara de outra maneira , como fe dira no papel da
peíToa , que o ha de ter a íua conta , porque Sua Alteza fe ha de le-
vantar a bejar cada hua deftas couzas , e a ida , e a volta ha de fa-
zer mefura a Sua Mageílade , e fe ha de levantar Sua Mageílade e fã-
zerlhc outras mefuras , advertindo que feita a primeira , íe ha de tor-
nar aílentar , ai/ida que o Infante va em De bejar , e quando Sua Al-
teza fe levantar , e lhe tornar a fazer meíura , fe tornara Sua Magef-
tade a levantar e fazerlhe outra , e nao conthem mais o dito Regiíto
Lisboa 22 de Outubro de 712. Antonio dc Oliveira de Carvalho
Oíiicial mayor da Secretaria de Eílado.
Ordens ,
(jiie fe mandarão praticar no íerviço de/Rey D. Ajfonfo
VI. quandô fc Ihs poz Cafa, Originnl f conferva na Li-
vraria do Principal de Almeida Majcarenhas,
cojivcni reíbiveo que em quanto nao tinha idade para elcuzar tao
;
mor tomaíTe cíiãa hum por turno fua femana , prra o vir acom-
delles
paiiVfar , e que o que tiver fcn-iana durma , e aíllíla no Paço
oEicial ,
AfFonfo , &c. faço faber aos que eíla minha Carta virem
Ofíi
M-J que tendo refpeito a grande confiança que faíTo da peifoa de
Luis de Vafconceíios e Soufa Conde de Caftellomilhor , a lua cali-
dade e ferviíibs e mericimentos , aos daquelles de que deícende e mui-
to em particular a memoria do Conde íeu pay , que fervio toda a
vida , atiie a perder em micu fcrviifo , eí'perando de quem o Conde
he , me fabera fervir , e merecera toda a honra e mercê que lhe fi-
zer , e tendo outro fi refpeito a que os Senhores Reys meus prede-
ceíTores tiveraó íempre hum Miniílro a que chamavaó Efcrivaó da
Puridade , por cujas máos e direcção corriaó os mayores negócios
do Rc3'no , fiandcos de ícu ícgredo , amor , e juizo , querer agora
. ,
REY.
|Om Afonfo por graça de Deos Rey de Portugal e dos Algar- "^^jj^í.
^ ves ,
daquem e dalém , mar em Africa , Senhor de Guine, e da */r
Conquifta Navegação, e Comercio de Ethiopia , Arábia, Perfia , c ^^^* *^ój.
da índia, &c. Fazemos fabcr a todos os tribunaes , confclhos, c
miniílros de noífos Reinos , que por quanto o officio dos Reys he
occupado de tantos e taó graves cuidados , e negócios que nao he
poffivel poderem dar elles fcs a expedição e defpacho , que fe re-
quere , para andar a Republica bem governada ; c deíla verdade te-
mpos grande teílemunho , c approvaçaó no inílituto , e coliume de
todos os Reys , que por feu entendimento , e faber merecerão a im-
m.ortalidade na memoria dos homens , particuiarm.ente os Senhores
Reys deílc Pvcino meus Anteceílbres , cuja prudência na paz foi tao
celebrada , como a fortaleza na guerra aíli , que fempre fe fcrvirao c
ajudarão de miniílros de tanta capacidade , e talento , que com f.'u
confelho , pudeílem dar fatisfaçao ao fobcrano officio , c
e trabalho
Dignidade , em que Deos os pos. Entre eftes he dc major confian-
ça o cargo de Efcrivao da Puridade , e que mais próximo anda ao
noíTo lado, convém, que quem o exercitar tenha as qualidades, qu?
para elle fe requerem; que feja fidalgo de limpo íaiigue, e de Iam
coníicncia , prudente c de muita authoridade , o qual tempere com
,
nnos , e dos mais que conoíco tem comercio , e amizade; fendo fo-
,
^ cnio dcilas na paz , ou na guerra , afii no que tocar aos meus vaf-
ELREY.
An. lóóó. fant Dom Alphonfe Sixiéfme , par la grace de Dieu Roy de Portu-
gal , des Algarve? , de F une et de P autre mer en Afrique , Seigneur
de Guinée et de la conquête , navigation , et coinmerce d' Ethiopie,
Arabie , Perfe , et Indes Et la SereniíHme , et trés Excellente Prin-
:
monnoie de france , en mcme nature et efpêces que dit eft , entre les
mains des MiniíVres du SereniíTime Roy de Portugal, qui íeront dé-
putés pour cela par Sa Majcílé , lesqueís en donnèront toute quittan-
ce , et décharge neceílaire à ceux qui Teron commis pour cet eííet par
la ditte SereniíTime PrinceíTe, et par les dits Excellens Seigneurs Duc
d' Eftrées , et Eveque et Duc de Laon ; Et pour les autres cent mil-
le Ecus , reílans pour P accompliíTement et parfait paiement de la
ditte dot , les dits Seigneurs Duc d^ Eílrées , et Evêque et Duc de
Laon , s^ obligent de les fairc paíer à Lisbonne dans le tems de qua-
tre années , ou plútòt fi la difcuííion des biens peut etre faite , aux
Miniílres du dit Sereniílime Roy felon la forme lusditte , fur laquei-
le fomme d' unmillion deuxcens mille livres tournois fera prife la
fom-
me de quatre vingt dix mille livres, et mifes òs mains de la Serenif-
íimc PrinceíTe pour íburnir à la dépenfe de fon voíage , ct autres qu'
il lui conviendra faire en partant , fans aucune diminution des douzs
les trente mille cruíades ci devant mentionnés de lui aíTigner d** au-
tres établiíTemens , et revenus jufques h ce qu"* cllejouiíTc des dits
Etats, et en la place d*' iceux qui Ibient convenables, et proportion-
nés à fon rang , et à la dignité Roíale , et parcils aux traitcmens íaits
aux autres Reines qui P ont precedée , et à ccux dont joúit prelen-
tement Ia ditte Sereniílime Reine mere; En forte nean moins que les
trente mille crufades mentionnés au prefent article fcront partie , et
entreront en compte des dits établiíiemens , Ktnts , et revenus qui
doivent être aílignés à Ia ditte Sereniílime PrinceíTe en vertu , et
fuivant le prefent article.
XI.
En
que la ditte Sereniílime PrinceíTe
cas Dame Marie Francoí-
fe Eliíabeth de Savoye íurvive le Sereniílime Roy de Portugal et ,
cUe, que ceux qu' elle auroit pu avoir, ou acquerir depuis ; à la re-
ferve toutes fois de ceux , ou de celles qui fe trouveront ètre de Ia
Couronnc de Portugal ; Et pareillement Elle pourra diípoler , ct tef-
ter íelon ía volonté et intention dc tout ce qui lui fera advenu , et
écliu
;
fon intcntion et volonté de tous les biens qu' elle aura , lui foient
ôtés.
XIV.
Le dit Sereniílime Seigneur Roy de Portugal donnera en fa-
vcur de mariage à la ditte SerenilUme Princeífe Dame Marie Fran-
çciíb Elifabeth de Savoye , la valleur de quarante m.ille Iicus de ba-
gues , et joyaux , qui íéron eftimés lors de la déliv rance qui en fera
l ai te
,
peut éxécutcr prerentement ; d' autant que Dieu , aiant vouiu aí^ifrcr
ce Roíaume d** une contagiou íi grande , et íi cruclle , que le Sere-
niíTime Roy de Portugal , ne peut fouífrir , qu"* une peribne aufii ia-
crée , et auíH precicuie pour lui , qui cclle de la SereniíHmc Princei-
fe , íbit expofée au pcril qu"* elle pouiToit courre en paílaiit en An-
gleterre , h caufe de la íusditte maladie contagieuíe ; Pour cet eíiet
il veut , et ordonne , que le miariage íbit célébré en ia maniére qu'
il eít porté dans le premier article
,
pour ce qui regarde les formes et
les folemnités accoútumées ou à la Rochelle , oii en quelqu"" autre
,
lieu ou il faudra qu' elle embarque Ge qui fc fera pour lors avec
s"* :
Vendònie ,
que ceux de ia maifon , s' emploieront en
lui , et tous
france , et par tcut nilieurs pour tout ce qui regardera les interets
du Sereniílime Roy de Portugal , comme ils feroient pcur les leurs
propres , et dans toutes les occafions qui s' en preíenteront ^ Et à cet
effct le dit Sercniffime Seigneur Roy pourra tenir en france , et prés
de Monfieur le Duc de Vendòme la perlbnne qu' il jugera neceíFai-
re ; Comme pareillement Moníieur de Vendòme pourra tenir prés du
Sereniílime Roy de Portugal telle perlbnne qu* il jugera convenable..
Je Loúis Matliarel Conf." du Roy en fes Con.*=' , et Secret. ^ gnalde
la Marine , conimis , et choifi à cet eíFet par les dits Excellens
Seig.'^ les Duc , et Marefchal d' Eftrées , et Duc et Evcque de Laon,
ai fais écrire les prefens articles en la maifon de 1' Excellent Seig-
neur Marquis de Sande , AmbaíTadeur Ext."^ du Sereniílime Roy de
Portíjgal vers le Roy de la Grande Bretagne à Paris le vingt qua-,
triéme jour de Fevrier Mil fixcens foixante íix.
"fy LRey
noííb Senhor tendo refpeito ao eftado em que o Reyno
JlV e ao que em ordem a ilfo fe lhe reprezcntou o Confe-
fe aclia
Iho de Eftado , e a outras muitas confideraçoens que a ilfo o obri-
garão de feu moto propio poder Pvcal e abíbluto. Ha por bem fa-
zer deziftcncia deftes feus Reynos afi da maneira que os poíllie , de
liojc em diante para todo fcmpre em a peíFoa do Senhor Infante D.
Pedro
da Cafa 'Real Tcttuguei^a. I7
PcJro fcu Trrrr.0 , c em feus filhos ligitimos dcfccndcntes coin de-
,
Num. ÇI«* Çi^^ Mageílade que Deos guarde houve por bem rezolver, que
» V, vindo o Conde de Prado para a Corte , depois de acabado o leu •
An. loóo. Governo da Provincia de Entre Douro e Minho (onde agora vai)
tornara a exercitar o Officio de Eílribeiro Mor , e tera na Camara
de S. Mageílade a mefma afiftencia que hoje tem , uzando de huma
e outra couza afim e da maneira que hoje o faz , de que S. Magefta-
de mandou fazer efta lembrança ncfte livro , para confervaçaó do di-
reito do Conde , e para a feu tempo fe executar efta rezoluçaó. E
o que toca ao exercicio da Camara fe entende , havendo entaô o
modo de í(£r\âffb que hoje ha. Lisboa a 25* de Julho de i6óo.
Nlim ^ ±• "f^Om João por graça de Deos Rey de Portugal , e dos Algar^^es
* 5 daquem e dalém , mar em Africa , Senhor de Guine , &:c. A
,
An. 1485?. quantos noífa Carta virem fazemos labcr que efguardando nos
efta
aos grandes merecimentos de D. Manoel meu muito prezado , e ama-
do Primo Duque de Beja , e Vizeu , e Senhor de Covilhaã , e de
Villa Viçoza , Condeftabre de nolfos B^eynos , Governador da Or-
dem 5 e Cavallaria do Meftrado de Chrifto , e afli ao grande , e con-
junto
,
feita mercê doação deilo quercm.os , e nos praz que quando das taes
,
meras doaçoens efpirarem , e as coufas aííim dadas ouvellbm de tor-
nar a nos que o dito Duque meo Primo as haja , e cobre para sj , e
as logre , e poíFua com os outros direitos , e rendas que por cila
doação lhe outorgamos e damos , a qual mercê , c doação da dita
,
ção acima efcritas lhe aílim fazemos fem embargo de quacfquer leys,
e ordenaçoens , grozas , oppinioens de Doutores , e façanhas., e Ca-
pítulos dc Cortes geraes , nem cípcciaes , eílillos , uzos , coftume
que contra efta Doação , ou parte delia fejaó , ou contradigaó por-
que tudo caílamos , e annullamos, e havemos realmente por nenhum,
e de nenhum vallor em efte cazo quanto a efta doação , ou parte
delia toca ; e porem mandamos aos noffos Vedores da nofth fazen-
da , e Contador, e Corregedor da Comarca, que o metaó logo em
poíle da dita Villa jurifdiçaó , rendas , e direitos , e a todoílos 9,-
,
Tom. V. C ii Doação
ao Trovas do Liv. VIL da Hifloria genealógica
da
índia , &c. Faço faber aos que efta minha Carta virem que tendo
reípeito a que íbu obrigado como Pay dar fuílentaçaó , e Caza aos
filhos que por íua mifericordia me coníedeo , e a que o íbu também
como Rey a acreíTentar meos defcendentes para confervacaó , e de-
fenfa da Coroa , procurando que vivao no Reyno , e tenhao nelle
Cazas , e muitos fucceíTores em que íe perpetue , e dillate o mais
que puder fer o fangue , e familia Real em que tanto confiíle o ex-
plendor do Reyno , e a uniaó com os eíl-ranhos lembrandome que
fucedi neíla Coroa por defcendente do Senhor Rey D. Manoel mei
trefavou dezejando confervar como devo fua memoria nao fo a de
Rey que fe perpetua em mim , e meos fuccelFores primogénitos , mas
a de Duque de Beja que foi antes de fucceder na Coroa no Infan-
te D. Pedro meo Inuito amado , e prezado fillio , e feos deícenden-
tes multiplicando em meos filhos as memorias de taó grande Prínci-
pe tendo por certo do Infante que o faberâ imitar muito como de-
ve , e que me faberâ fervir a mim , e ao Príncipe meo febre todos
muito amado , e prezado filho , e meos fucceílbres na Coroa deftes
Reynos toda honra , e mercê que lhe fizer. Hey por bem de o de-
clarar Duque de Beja , e de lhe dar aquella Cidade com toda fua
jurifdiçao crime , e eivei , dattas , Padroados , rendas , foros , e tri-
butos afíim e da maneira , e no modo , e forma em que o teve , e
houve o dito Senhor Rey D. Manoel pela Carta de Doação que
delia lhe fes EIRey D. João o Segundo, e milhor fc dentro dos le-
mitcs da dita Carta de Doação melhor poder fer, e ifto de juro, e
herdade para o Infante , e feos defcendentes barões legítimos prece-
dendo o Netto , filho de filho mais velho defunto antes de lucce-
dcr ao filho fegundo do poHiiidor , e porque os rendimentos daqi^el-
la Cidade lemittada pello Termo que hoje tem nao baOa para o In-
,
fante fuftentar os encargos de fua Caza principalmente depois de to-
.mar Eílado. Hey por bem fazerlhe mais mercê de todas as Villas,
Lugares , Caftellos , Padroados , dattas , terras , foros , direitos , tri-
buttos , c tudo o mais que fc confifcou para minha Coroa pela con-
demnaçaó
da Cafa ^al Tortugue:^a. 2i
demnaçao do Marques de Villa-Real e Duque de Caminha fco fi-
,
DOm João , 8cc. A quantos eíla minha Carta virem Faço fabcr Dit. 11. 5
que efguardando eu os grandes merecimentos da peílba do If- .-o-
j
,
fánte Dom Luis meu muito amado e prezado Irmaó e ao muy gran-
'
* ^
de amor que lhe tenho e por eíjperar delle que toda a mercê honra
e acrecentamento que lhe íizcr me conhecera e fervira como qiiem
elle he e com muito amor que fey que me tem e fegundo a obrigaçam
com que o deve fazer e tanto a meu prazer e contcntamxnlo que o
miiito amor e boa vontade que lhe teuho íeja por iilb cada vez mais
acreccatada por eílas rc^zojs c por confeguir c trazer a cíleito a von-
tade
22 T^rovas do Lh. V IL da Hijlorla (jenealogica
tadc que EÍPvcy meu Senhor c Padre que fanta gloria haja tinlia de
lhe dar eílado e fazer mcrce como hera contheudo cm liuma fua Car-
ta que tinha mandado fazer que ahinda nom era por elle afíinada ao
tempo de feu fallecimento na qual me fallou eílando em palTamento
c nic emcomendou que affinaftc por elle ao tal tempo o nam poder
ja fazer por fua indifpoziçam o que eu aíTy íiz por todos os fobre-
ditos rcfpcitos e por muito folgar de lhe fazer mercê Tenho por
bem e lhe faço mercê do titullo de Duque da minha Cidade de Be-
ja com todas as Inílgnias honras prehcminencias precedências pero-
gativas graças izençoes liberdades privilégios c franquezas que ham
e tem e de que uzam e fempre uzaram e devem uzar e gouvir os
Duques deftes meus Regnos e aíTy como de direito e coftume anti-
go lhe pertencer das quaes em todo e por todo quero e mando que
elle inteiramente uze e poíTa uzar e de todo goiivir e lhe fejam guar-
dadas em todos os autos e tempos em que com dereito e por uzo e
cof ume delias deva uzar e gouvir fem mingoamento algum. Outro
í"y por eíla prczente Carta lhe faço pura e inrevogavel mercê e
doaçam para em todos os dias de fua vida das minhas Villas de Co-
vilhfía e de Cea e de Almada e de Moura e de Serpa e de Marvam
e da terra e Concelho de Lafoês e da terra e Concelho de Beílei-
ros com todos íeus termos e Icmites e com todas fuas rendas porta-
gens direitos foros tributos pertenças m.ontados rios paíl^gcs montes
fontes entradas e fahidas matos rotos e por romper e todas e quaef-
qucr rendas e couzas que nas ditas Villas e feus tennos e lemites e
terras e Concelhos tenho e de dereito me pertençam e aíTy como
todo para mim fe arrecada e deve arrecadar e eu o hey e de derei-
to deva haver e melhor fe elle com dereito melhor o puder haver
peíTuir e arrecadar reíalvando fomente para mim as rendas das minhas
fizas que nam ham de entrar nem fe entender neíla doaçam e ficaram
para fe arrecadar para mim aíly como agora fe arrecadam e ao dean-
te arrecadarem e com todos os Caílellos c Alcay darias mores das di-
tas Villas e Lugares e terras e rendas e direitos delles e com todas
fuas jurdiçoes de Civel e Crime mero mixto Império refalvando pa-
ra mim fomente a Correiçam e alçada e com a dada de todos os of-
fícios das ditas Villas e Lugares terras e Concelhos que forem de
minha dada e provimento tirando os da arrecadação das íizas e com
todos os Padroados das Igrejas das ditas Villas Lugares terras e
Concelhos que forem de m.eu Padroado e aprezentaçaô tirando e re-
falvando aquellas que a feitura deíla minha Doaçam fam tomadas e
emcorporadas em Comendas da Ordem do Meílrado de Noílb Senhor
Jezu Chrifto porque neftas naó haverá lugar e porem das Vigairarias
c Reytorias das ditas Igrejas me praz que elle poíla prover e pro-
veja a quem lhe aprouver por fallecim.ento daquelles que as tiverem
e em qualquer outra maneira em que vagarem e os que delias pro-
ver fe confirmaraó nelias a fua aprezcntaçam pcllos Perlados das Dio-
cezis em que ferem fcgundo de dereito fe deve fazer e quero e me
praz que fe poíla chamar e chaire Senhor das ditas Villas e terras e
quero aíly meíino e Uic outorgo que os Juizes e l aballiaés das ditas
Villas
da Cafa ^cal Tortr^guei^a, 23
Villas Lugares terras c Concelhos fe chamem por elle e qiic os di-
tos Tabalíiacs poHa dar c dê por fuas Cartas por elle aílinadas e
aíelladas do íeu Sello íem lerem obrigados aquelles a qnc delics
prover a tirar minha confirmaçam fem embargo de minha ordena'^atn
no livro íegundo titulo primeiro que comeíía como as Ravnhas elf-
fantes e fomente tomarão de minha Chancellaria íeus Regimentos e
que poíla confirmar e confirme por fuas Cartas os Juizes que lahirem
feitos por elleiçoês íegundo forma de minhas ordenações e alfy mef-
mo lhe outorgo que feus Ouvidores poliam conhecer e conheçam
dos agravos aíly como delles haviam de conhecer os meus Correge-
dores das Comarcas fc a elles foliem e os defpachem como lhe pare-
cer dereito e juíliça Outro jy lhe faço aíFy doaçam e mercê' para e n
todos os dias de Iba vida da Alcaydaria mor e Caflello e rendas del-
le da minha Cidade de Tavilla todo alíy e na maneira que agora fe
arrecada e a mim pertence e melhor fe elle com dereito o melhor
puder haver arrecadar e pelfuir e porem por quanto algumas das ren-
das e direitos das ditas Vi lias e terras c Alcay darias mores e rendas
delias fam agora occupadas com as pelfoas a que Iam dadas Declaro
que nam haverá efla mercê e doaçam lugar naquellas couzas que a fei-^
tura dellíi fom dadas c confirmadas por mim as peíToas que as tem
- e fomente haverá effeito quando por falecimento delias ou em qual-
quer outra maneira vagarem e entam as haverá e viram a elle Porem
mando a todos meus Corregedores Juizes Juíliças officiaes e peíloasa
que efta minha Carta for moítrada e o conhecimento delia pertencer
que metam, o dito Tffante meu Irmão e aquellas pellbas que elle em
feu nome e com feu. poder enviar em polle da Jurdiçam das ditas Vil-
las e Lugares terras e Concelhos alfy como por eíla doaçam lho ou-
torgo e o leixem delia uzar por fy e por feus Ouvidores como nella
fc conthem e como por minhas ordenações o devem e podem fazer e
aíly mefmo lhe mando aos Juizes e officiaes das ditas Villas e Luga-
res que vagando as Alcaydarias mores delias lhe dem a poíTc com
fuas rendas e dereitos aíly como lhe pertencerem e aquellas peíToas
que elle delias prover e aos meus Contadores Almoxarifes e officiaes
de minha fazenda que das rendas e direitos das ditas Villas e Lugares
terras e Concelhos lhe dem a poíFe vagando por aquelles que as ago-
ra tem para as haver e arrecadar affim como por efta doaçam lhas ou-
torgo e aíly das Igrejas que forem de meu Padroado e aprezentaçam
que vagarem por aquelles que as tem no modo que dito he c a todos
em geral e a cada hum em efpecial no que por bem de feus oííicios
lhe tocar mando que em todo e por todo lhe cumpraó e guardem e
façam muy inteiramente cumprir e guardar efta minha doaçam corno
nella he contheudo fem duvida nem embargo algum que lhe a ello fe-
ja pofto porque alfy he minha mercê e os ditos meus Contadores fa-
çam regiftar nos livros dos meus próprios efta doaçam para fe íaber
como alfy tenho dado todo o que dito he ao dito Iffante meu Irmão
em fua vida e o dito Iftante meu Irmão me fez preito e menagem
pellas Fortallezas e Caftellos das ditas Viiias Íegundo foro uzo c
coftume deftes meus Reynos a qual fica ailcntada no livro das me-
nagens
24 Trovas do Liv, VIL da Hljlorta Çenealogica
nagcns Dada cm a Cidade dc Coimbra a finco dias de Agoíío o
Secretario a fez Anno de NolFo Senhor Jezu Cliriíto de mil qui-
nhentos c vinte c fete.
ElRey faço faber aos qne cfte Alvará virem que por fazer
Nuin KA
5 T** mercê íio Infante D. Pedro nieo muito amado , e prezado filho;
J]^
An. 16^4. j^cy per bem darlhe para fy , e fucceíTores de fua Caza a Qiiinta de
Quelíis , e fuas pertenças que foi do Marques de Cafcello Rodrigo,
\ e a polfuo hoje por minha fazertda ; com declaração que conílando
qucí he de Morgado lha concedo em quanto durar a auzencia dos
lucceírores e ceifando ella largara o Infante livremente o que for
de morgado fem duvida , ou embargo algum , ou fe comporá com o fuc-
ceífor do morgado fe o quizer fr.zer que fera feirpre intervindo evidente
utillidade do morgado , e nefta conformidade lhe faço também me?--
ce das cnzas que chamao Corte-Real , e foraó do mefm.o Marques,,
e eíle Alvará le comprirâ como nelle íe contem , e vallerâ poHo que
feo eíFeito haja de durar mais de hum anno fem embargo da Orde-
nação do livro fcgurído titullo quarenta en;^ contrario. Manoel do
Couto a fes em Lisboa a dezaílete de Agofto de feifcentos fmcoen-
ta e coatro. Jacinto Fagundes Bezerra a fes efcrevcr.
REY.
ELREY.
DOm
daquem
Joaó por graça de Deos Rey de Portugal e dos Algar\^es
,
,
KLREt.
Tom. V. D
26 Trovas do Liv» VIL da Hijloria genealógica
Num *
K"^,
^ ^
1\yf^"o^l Souza da Coíla que hora firvo de Efcrivaó da Chan-
' Jlxà cellaria da Ordem de Chriílo certifico , que a folhas duzentas
An» e noventa e outo do livro da Chancellaria da dita Ordem que fervio
o anno de mil e feifcentos íincocnta e coatro athe mil e feifcentos
ííncoenta e íinco eflaa regiílado hum Álvara paílado ao Senhor Infan-
te Dom Pedro cujo theor he o feguinte.
Eu ElRey como Governador , e perpetuo Adminiftrador que
fou do Meílrado , Cavallaria , e Ordem de Chriílo faço faber aos
que eílc meo Alvará virem , que tendo refpeito a vagar por falleci-
mento do Infante meo muito amado , e prezado Irmão que Deos
perdoe a dignidade de Comendador mor da Ordem de Chriílo áz
que o tinha provido por Decreto de trinta de Mayo do anno de
íeifcentos e quarenta e outo , e a concorrerem na peltoa do Infante
Dom Pedro raco nmito amado , e prezado íilho as meímas razoens , e
motivos que tive para nomear ao Infante D. Duarte o nomeyo Co-
mendador mor da mcfma Ordem , aílinandolhe os mefmos doze mil
cruzados que lhe limitei , c fempre faraõ pela Comenda mayor , c
pelas que o Infante poífuhia da Caza de Bragança de que fe paíTara
ao Inítmte Portaria por onde lhe toca e o que faltar a comprimen-
to dos ditos doze mil cruzados , terei lembrança de lhe fatisfazer bre-
vemente nas Comendas que vagarem advertindo que as da Caza de
Bragança ham de tornar a mefma Caza defpois dos dias do Infante
inteirandoíTe entaó a dignidade de outra tanta quanthia como eílas
importarem pelas Comendas da Provizaó da Coroa , e mando â Me-
za da Confciencia , e Ordens paíTe logo dcfpacho ao Infante de
Comendador mayor com as declaraçoens referidas de que mandei
paíTar o prefente Álvara que vallera como Carta poílo que feo ef-
feito haja de durar mais de hum anno fem embargo de qualquer Pro-
vizaó , ou requerimento em contrario e fe cumprira fendo paíTada
pela Chancellaria da Ordem de Chriílo. Joaó Carvalho de Souza a
fcs em Lisboa aos vinte e dous de Dezembro de mil e feifcejitos fin-
co en ta c coatro annos.
PvEY.
ac íine jurium Rcgalium pro^juditio uti frui & gaudere libere, li-
,
ElRey faço faber aos que Álvara virem que havendo ref-
efte
Nuín, éo .aI^
TT'^
*
peito ao que por fua petição mc emviava dizer o Infante D. Pe-
An. lójj. meo muito amado, e prezado álho fobre poder dilpor das Le-
ziras
da Cafa l^eal Tortuguera. 31
ziras da GoUegã de Borba Mouchoens , e Sylveira citas por baixo
,
REY.
-
dro, para (jue os Ouvidores de Villa- Real pojjad prover asfcr-
vsntias dos ofícios das jufiiças^ afim como ofazem osCor^
regedores da Comarca. Ejiã na Chancellaria do
dito Rey ,
(jue principia em i<^^4, pag. 14/.
ElRey aos que eíle Álvara virem que por quanto Tt^iirv^
faç-o íaber
E^U
/ na Carta de Doação que foi palfada da mercê que fui fervido, fa- * •
zer ao Infante D. Pedro meo muito amado, e prezado filho da Ca- An. 1656.
za de Villa-Real fe naó declarou por palavras expreílas que os Ou-
vidores das terras da dita Caza proveífem as ferventias dos officios
de jufiiiças delias aflim como as podem prover os Corregedores das
Comarquas conforme a ordenação , e ley do Reyno , e fomente fe
reíferio a dita Doação , e mercê ao provimento que os Ouvidores das
terras da Caza de Bragança faziaó das ditas íerventias conforme ao
Alvará que foi pafl^ado aos Duques daquelle Eftado em os dons de
Outubro de feifcentos e dezafete annos , e Carta de confirmação paf-
fada em trinta e hum de Mayo de feifcentos e trinta e outo pela
qual fe mofi:ra fer concedida a dita mercê aos Duques fomente , e
naó aos feos Ouvidores , e para que ncfta matéria nao poíTa haver
duvida , nem interpetraçao em contrario me praz , e hey por bem
declarar por efte Alvará que nao fò os Ouvidores das terras do Efta^
do de Bragança , mas também os da de Villa-Real de que tenho fei-
to mercê ao Infante D. Pedro meo filho poTaó prover , e provejaô
as ferventias dos olíicios das juftiças delia affim , e da maneira que o
fazem os Corregedores das Comarcas na forma da dita ordenação ,
e mando a todos os Defembargadores , e mais Miniftros , officiaes,
e peífoas a que o conhecimento diílo pertencer cumprao , e guarde
eíle Álvara inteiramente como ncUc fe contem o qual fe regiílara
com
,
ELREY.
EIRey faço faber aos que Álvara virem que havendo ref-
efte Miir^ ^«
E^U
/peito a que por fua petição me enviou dizer o Procurador do
*
Infante D. Pedro meo muito amado, e prezado Irmaô pedindome An. 165 8.
lhe mandaíTe declarar que os feos Ouvidores do Ducado de Beja , e
Gaza de Villa Real podeíTem em fuas terras paílar cartas de feguro
no cazo de morte , e outros malefícios na forma que as paíTaó os da
Gaza de Bragança fem embargo da ordenaçaó do livro fegundo tittul-
Io quarenta e finco parrafo quarenta e finco que difpocm o contra-
rio , e vifto o que allcga , e a copia authentica da Doação que fe of-
fereceo , e rcpoíla que fobre tudo deo o Procurador de minha Goroa
dandolFelhe vifia. Hey por bem , e me praz que os Ouvidores do
Infante D. Pedro do Duquado de Beja , e Gaza de Villa Real paf-
fem em fuas terras Gartas de fegu ros em cazos de morte , e de ou-
tros rr;allef cios aílim como as paílhô os Ouvidores da Gaza do Sere-
niífimo Eílado de Bragança fem embargo da ordenação acima reíferi-
da , e de qualquer outra que em contrario haja fupoílo que delia fe
naó faça expreíla menção , e mando a todas as jufiiças , officiaes , e
pcífoas de meos Reynos , e Senhorios a que eíle Alvará for nioílra-
do , ou o treslado delle em publica forma , e o conhecimento per-
tencer que aflim o cumpraõ , e guardem como fe nelle conthem o
qual fe rcgiftarâ nos livros das Gamaras de todos os Lugares do Du-
cado , e Gaza de Villa R eal , e mais partes onde tocar , e for necef-
fario para confiar a todo o tempo como aíIim ouve por bem , e vrJ-
lerâ pofto que feo eífeito haja de durar mais de hum anno fem em-
bargo da ordenação do livro ícgundo tittuUo quarenta em contrario.
Manoel do Gouto a fes em Lisboa a doze de Fevereiro de mil feif-
centos fmcoenta e outo. Jacintho Fagundes Bezerra o fes efcrever.
RAINHA.
Tom. V. E Ahard
,
Num. í?4. "JT^U ElRey faço faber aos que efte Álvara virem que havendo ref-
A /'ç?
lOjii.
J^y peito ao que me reprezentou por fua petição o Procurador do
11.
Infante D. Pedro meo muito amado, e prezado Irmaó para efFeito
de lhe conceder que os Ouvidores das fuas terras proveíTem as fer-
ventias dos officiaes dos orphaons aíTim como proviao os mais offi-
cios pelas doaçoens que para iíTo tem , e vifto o que allec^a , e ref-
poíla que fobre efte particular deo o Procurador de minha Coroa
e as rezoens que ha para fazer ao Infante efta mercê. Hey por bem,
e me praz de lha fazer que os Ouvidores das fuas terras provejao
nellas as ferventias dos oííicios de efcrivaes , e mais officiaes dos or-
phaons excetto os Juizes cujas ferventias provê a ley nos Juizes or-
dinários , e nos partidores por ter mandado fe vao extinguindo af-
íim como forem vagando ifto fem embargo da ordenação do livro pri-
meiro títuUo noventa e feis , e de pertencer conforme a ella as di-
tas ferventias aos Provedores das Comarquas pello que mando a to-
dos os Defembargadores , e mais MiniíVros , officiaes , e peífoas a
que o conhecimento difto pertencer cumpraó , e guardem efte Alva-
rá inteiramente como fe nelle contem o qual fe regiftarâ no livro
das Camaras das ditas terras , e mais partes adonde for neceífario
para fe ver a todo o tempo o que por elle ouve por bem , e valle-
fâ como fe fora Carta palfada em meo nome , e que feo eífeito haja
de durar mais de hum anno fem embargo da ordenação do livro fe-
gundo tittuUo quarenta em contrario. Antonio Marques o fcs em
Lisboa a catorze de Novembro de feifcentos fmcoenta e outo. An-
tonio Rodrigues de Figueiredo o fes efcrever.
RAINHA.
NuiTl. tf 5. TJE^''^ grande amor que tenho ao Infante D. Pedro meo muito
^ amado, e prezado Irmaó, e pelo muito que dezejo fazerlhe em
/\n \G(
002..
^^^^ mercê conforme as razoens que para iífo ha, e"como entendo
que elle mo merece. Hey por bem que elle polfa mandar tirar ca-
da anno do Eílado do Brazil mil quintaes de Pau Brazil , fem pagar
direitos
da Cãfa ^al Tonugnei^a»
direitos fcm embargo do Eílanquc que nelle ha o qual para
dellcs
eíle efteito
, e nefta parte liey por levantado , e porque de prcfcntc
cftaa o dito Eílanque concedido fò â Ccrrpanhia geral do Comer-
cio pellos annos das fuas Cappitullaçoens hey outro fim por bem
cm quanto fcnaó acabem haja elle de minha fazenda o que eu havia
de haver da dita Companhia pellos ditos mil quintaes de Pau , e de-
pois da dita Cappitullaçao os poderá mandar tirar , c navegar aí];m
como minha fazenda o poderá fazer ; pelas partes a que teca fe lhe
paílem as ordens neceílarias. Lisboa a vinte de Agoílo de mil c
feiícentos íellenta e dous. A
rubrica de ElRcy noíFo Senhor.
Decreto do dito Key Johre a me[ma mercê ^ em que lhe concede po-
der tirar mais outros mil quintaes de pao Bra/il , todos os
annos,
% Om AíFonço per graça de Deos Rey de Portugal , c dos Algar- Num. 6n,
jH--/' ves
,
daquem , e dalém mar em Africa, Senhor de Guine," e da a .^^ *
Conquiífa navegação Com.ercio da Ethiopia , Arábia , Perfia , e da * ^
índia , &:c. Faço faber aos que eíla minha Carta de Padrão , e Doa-
ção virem que por parte do Procurador da fazenda do Infante D.
Pedro meo muito amado , e prezado Irmaó me foi aprezentada huma
Carta de Doação da Caza de Villa Real que vagou pela confífcaflao
Tom. V. E ii do
,
bcr aos que efta minha Carta virem que tendo refpeito ao que fou
obrigado como Rei e Pai a dar fuílentaçaó e Caza aos filhos que
, ,
ELREY.
E aííim me aprezentou mais o dito Procurador da fazenda do
Infante D. Pedro meo muito amado , e prezado Irmaó huã Provizaó
em que os Senhores Reis antepallados confederaó ao Marques de
Villa Real a dizima da mercaria das couzas das molheres que vem
pela Alfandega do Porto , e huã Certidão dos officiaes delia de que
de tudo o treslado he o feguinte.
Nos ElRey mandamos a vòs Joaó Rodrigues de Saa do noíTo
Confelho , Vedor da noífa fazenda em a Gidade do Porto , aos Jui-
zes , e Almoxarifes , officiaes das Alfandegas da dita Cidade do Por-
to , e Villa do Conde , que vos leyxeis eftar de poíle o Marques de
Villa Real meo muito amado , e prezado Primo da dizima da mer-
caria das couzas das molheres que vem ter as ditas Alfandegas aífim,
e pela guifa que a tinha o Marques feo Pay que Deos haja a qual
affim leixareis ter como dantes havia athe verdes outro noífo Álvara
em contrario a efte , e o que lhe da dita dizima embargado tendes
e aíTim tornade. Feito em a arrifana a coatro dias de Deícmbro. Lo-
po Fernandes o fes era de mil e quinhentos e dous.
Os officiaes de ElRej noílo Senhor deíla fua Alfandega do
Porto fazemos faber como pellos livros que nefta dita Alfandega ícr-
vem da receita delia de muitos annos a efta parte confta carregarem-
fe no tittullo da Marqueza os direitos da dizima de alfinetes , bo-
cetas , efpelhinhos , de olho de Boj , e de ametade dos ditos direi-
tos dos pentes que entraô nefta dita Alfandega , e fomente cftas
duas coufas fe carregao no dito l'ittullo da Marqueza , c as mais
coufas como fao cadeados , brochas , cfpelhos grandes , c outras cou-
fas dcfta quallidade fe carregao no tittullo da dizima corrente dos
ditos livros pela fazenda de S. Mageftadc como tudo confta dos di-
tos
3 8 Trovas do Liv, VIL. da Líijloria Çeneakgka
tcs livros a que nos reportamos cm todo , e por todo. Ccrtefica-
molo aíllm por cila por nos aíT-nada , e fcUada com o Sello que fer-
ve nef a Alfandega. Porto fnco de Mayo de feifcentos quarenta e
cuto. Francifco Carneiro de Caftro , Raphael Carneiro, Plácido
C.arnciro. Pcdindcrre o dito Procurador da Fazenda do Infante D.
Pedro meo muito amado , e prezado Irmaó , que por quanto o Se-
nhor Rey D. João meo Pay e Senhor lhe fizera a Doação aííima
,
ELREY.
ções ,
pag. í;j.
43
por bem que o dito Paul fícaíFe ao dito Senhor Infante, e a feos
fucccíTores como pertencia , e havia pertencer a dita Senhora Infante
fem embargo da clauzulla do dito Álvara a qual ceifava vifto o dito
Paul fcr comprado , e remido com o dinheiro do dito Senhor Infan-
te a cuja dilpoziçaó , e de feos fucceífores havia de ficar , e queria
que ficaífe reqiierendome o dito Procurador do Senhor Infante que af-
fim o eftendeíie ncíla efcritura , e nelle foífe também inferto efte de-
creto para a todo o tempo conftar defta declaração , e todo o fobre-
dito os ditos Procuradores outrogaraô , e aíllftiraó de parte a parte
prometendo em nome dos ditos Senhores Infantes que efte contra-
õ:o fera para fempre firme , e valiozo , e que a dita Senhora Infante
o faria fempre bom , e irrevogável na forma que os ditos bens lhe
foraô concedidos por fua Carta patente renunciando de parte a parte
todos os privillegios , liberdades , prerrogativas , e preheminencias
das pelfoas dos ditos Senhores Infantes feos conftetuintes para nunca
virem contra efte contrario obrigandofte em cazo que fobre elle fe
movelfe alguã duvida a refponder aonde , e perante quem ElRey nof-
íb Senhor fuceíTor os ordenafíe , e renunciavaó privilégios de fua m.e-
noridade , e o beneficio de reftituiçaó , c todos os mais concedidos
e incorporados em direito, e fora delle , e para mais firmeza d:íle
contrato requerendome que o eftendeífe neftas minhas nottas , e dei-
les fe paílaíiem todos os inftromentos neceífarios que aceitarão nos
nomes que reprefentaó , e eu Tabelliao todo aceito como peílba pu-
blica eftipullante , e aceitante , e o treslado dos Alvarás , e da Carta
de que atras fe fas menção he o feguinte.
D. Catherina Infanta de Portugal , Scc. Pella prefente nomeyo
por meo Procurador o Lecenciado Francifco Lopes Henriques avo-
gado da Caza da Supplicaçaó , e lhe concedo eípecial poder , e fa-
culdade para que por mim , e em meu nome com livre e geral admi-
niftraçaó poíFa vender ao Infante D. Pedro meo muito amado , e prezado
Irmaô a Cidade de Lamego , Villa de Moura , e Paul de Magos de
que de tudo fou Donnataria por mercê , e Doação que me fes ElRey
m.co Senhor, e Pay que famSba gloria haja por Carta patente do pri-
meiro de Novembro de mil e feifcentos fmcoenta e feis , affim , e da
maneira que na dita Carta he coutheudo , e declarado , e para effeito
da dita venda , e compra pelo preço em que fe ajufíarem fe faraó com
as íbiemnidades , e feguranças coftumadas as efcrituras que forem ne-
ceílarias , e tudo pelo dito Francifco Lopes Henriques vendido ,
feito , e requerido haverey per bem , firme , e valliozo. Domingos
Alvares de Andrade a fes em Lisboa a nove de Mayo de mil c íeif-
centos e felTenta c hum. Antonio de Souza Tavares o fes efcrevcr.
A INFANTA.
Fa V. Alteza por bem dar poder ao Lecenciado Francifco Lo-
pes Henriques advogado da Caza da Supplicaçaó para que em feii
nome poda vender ao Senhor Infante D. Pedro a Cidade de Lamc-
Tom. V. F ii
,
ELREY.
Carta patente porque V. Mageftade fas mercê a Sereniílima
Lifante D. Catherina da Ilha da Madeira , Cidade de Lamego , Vil-
la de Moura , e feos Sclleiros , e do Paul de Magos coin fuas ren-
das , Padroados , excepto íizas , Alfandegas , e Bifpados na forma da
ley m.ental , na maneira acima declarado , para V. Mageílade ver.
Francifco de Carvalho. ^ Naó deve direitos novos por fer Infante,
e os nao dever por eílar aflim em eílillo nas peíToas Reaes. Lisboa
tres de Novembro de mil e feifcentos íincoenta e íeis. Henrique
Correa da Silva. ^ Pagou nada por fer da Senhora Infante, e con-
forme o Regimento naó dever direitos a fazenda de S. Mageílade.
Lisboa tres de Novembro de mil feifcentos íincoenta e feis , e aos
oííiciaes por eíHmaçaó conforme a determinaçaó do Chanceller mor
fellenta e ccatro mil e cem reis comcorda. Gafpar Maldonado.
Regiííada na Chancellaria no livro dos Padrcens , e Doaçoens a
folhas cento e íincoenta e tres. Joaó de Payva de Albuquerque.
Eu ElRey faço faber aos que efte Álvara virem que eu íís
m^ercc a Infante D. Catheriima minha muito amada , e prezada íilha
da Ilha da Madeira com todos feos Lugares , Cidade de Lamego
Villa de Moura com feos Selleiros , e Paul de Magos com tal decla-
raçaó que fe a Infante tomar eílado fora do Reyno , ou por outra
rezaó igualmente poderofa lhe quizer a Coroa fatisfazer o vallor da-
quellas Doaçoens fera a Infante obrigada a deziílir delias como tudo
fe vê da Carta da mefma Doaçaó que foi feita no dia da data deíle
Alvará e porque dezejo evitar duvidas ao diante , e as pode haver
íucccdendo aqucUe cazo na eílimaçaó , e vallor das Doaçoens man-
dando-as ver particuUarmcnte ao que rendem cs direitos , e venta-
jens, e prerrogativas delias hey por bem declarar o vallor das ditas
Doaçoens em quinhentos mil cruzados que a Coroa deve fatisfazer
a Infante fuccedendo o cazo referido , e que nem a Coroa poderá
darlhe menos , nem a Infante deixar de deziílir , e largar as Doaçoens
entregandolhe aquella fomma, advertindo porem que como o Paul de
Magos fe rompco por minha conta ha fempre neíle cazo de ficar a
minha dcfpoziçaó defpois da dcixaçam da Infante, e pr<ra a todo o
tempo conllar deíla rczoluçaó minha ir;aíidci palfar efíc Alvará como
parte
,
râ como
nelle fe declara fem embargo da repofta, que fobre iíto dco
o Procurador de minha Coroa , e valera pofto que feo efFeito haja
de durar mais de hum anno fem embargo da Ordenação do livro fe-
gundo tittullo quarenta em contrario. Manoel do Coutto o fes em
Lisboa a trinta de Agoílo de mil e feifcentos feíTenta e hum. Jacin-
to Fagundes Bezerra o fes efcrever.
RAINHA.
Ruy de Moura Prefidente.
Ha
,,,
RAINHA.
Na apoftilla Ruim de Moura Prefidente. != Na apoílilla pa-
gou nada por fer do ferviço de
Mageílade.
S. Lisboa vinte e outo
de Setembro de feifcentos feílenta e hum , a mim. nada por o quittar.
í= D. Gafpar Maldonado defpelleta. t= Fernando de Mattos de Car-
valho, t: Nam deve novos direitos por fer do ferviço de S. Magef-
tadc. Lisboa vinte e outo de Setembro de mil e feifcentos e fef-
fenta e hum. Henrique Correa da Silva.
Diz o Procurador do Senhor Infante D. Pedro que depois de
S. Mageílade que Deos haja fazer Doação a Sereniííima Senhora In-
fanta D. Catherinna da Ilha da Madeira , Cidade de Lamego , Villa
de Moura com feos direitos , Selleiros , e Paul de Magos de juro
e herdade declarou que fe a dita Senhora Infante tomafle eftado fo-
ra do Reyno fe lhe íatisfaria pela Coroa o vallor das ditas Doaçoens
que eílimou em quinhentos mil cruzados com cuja fatisfaçaó feraa a
dita Senhora obrigada a deziílir delias , e com declaração que fucce-
ilcndo eíle cazo íèmpre o Paul de Magos ficara a difpoziçaô do di-
to Senhor defpois da dita Senhora haver feito deixaçaó delias por o
haver rompido â fua cuíla , e por a dita Senhora tomar eílado fora
do Reyno , e os bens da Coroa eílarem attinuados , e fe naô pode-
rem remir as ditas terras com feu dinheiro foi V. Mageílade íei"vi-
do a dar licença ao Senhor Infante D. Pedro para comprar a dita
Senliora a Cidade de Lamego , Villa de Moura , e Paul de Magos
por preço de cento e íincoenta mil cruzados termos em que naô po-
de ficar o dito Paul a defpoziçao Real na forma da dita declaração
defpois da deixaçaó da dita Senhora por fe nau remir com o dinhei-
ro
I
ro da Coroa a que fò o cazo cm que ella podia ter lugar , mas naó
lendo remido com o dinheiro do clito Senlior Infimte que o comprou
por mayor conveniência do Reyno. Pede a V. Magefladc , que para
íc evitarem duvidas ao futuro lhe faça mercê declarar que vifto o
dito Paul fer remido com o dinheiro do dito Senhor Infante prece-
dendo , licença , e faculdade de V. Mageíiade naó tem lugar a dita
declaração , e que fem embargo delia fque fempre o dito Paul a
difpoziçaó do dito Senhor Infante, e feos fucceíTores de juro, e her-
dade na conformidade que a dita Senhora Iníante a tinha , e poíluva
por fuás doaçoens , e recebera mercê. Bento Cardozo Ozorio.
Deferindo a petição do Procurador do Infante D. Pedro mco
muito amado , e prezado Irmão. Hey por bem , e me praz declarar
que de mais da licença que tenho concedido na forma do Alvará que
para ilfo mandei paílar para íc poderem celebrar os pavios da com-
pra , e venda de que fe fas menção o Panl de Magos fique ao In-
íânte , e feos fuccelfores aílun ctomo pertencia , e havia de pertencer
a Infante D. Catherinna miinha muito prezada , c amada Irmaã fem
embargo da clauzulla efcrita cm fua Doação de que tomando eílado
a Infante fora do Reyno tornaria o dito Paul ficar a minha difpozi-
çaó por quanto a dita clauzuUa fica ceifando , e como fe pofta naó
foíle por fer o dito Paul ora remido pela fazenda do mefmo Infan-
te , e a cuja defpoziçaô , c de feos fucceflbres deve f car , e quero
fique. Lisboa dczaíette de Novembro de fcifcentos e fellenta e hum,
com huã rubrica da Rainha noíla Senhora.
A folhas coatrocentas c vinte e finco do livro da Receita dc
Joaó Froes de Aguiar l'hezourciro do dinheiro para o negocio dc
Inglaterra ficaó carregados feífenta contos de reis que lhe entregou
o Doutor Bento Cardozo Ozorio Procurador do Eftado do Screnif-
íimo Senhor Infante D. Pedro preço da venda porque o dito Senhor
Infante comprou a Sereniílima Senhora D. Catherinna Rainlia da
Gram Bretanlia a Cidade de Lamego , Villa de Moura , Selleiros de
Serpa , e Paul de Magos , e da dita Receita fe paíTou eíle conheci-
mento em forma feito por mim , c aílinado por ambos. Em Lisboa
dezaífeis de Dezcm^bro de fcifcentos fcílenta e hum. Joaó Francifco
Froes. E tresladados os concertey cem os próprios a que me re-
porto teíicmunhas que foraó prefentes Balthcznr Gomes , e Rodri-
go de Almeida , c Luis da Sylva ofnciaes do Eílado de Bragcnça , e
eu Taballiaó dou fce ferem eftes outrogantes os próprios aqui con-
theudos que na notta aíílnaraó com as teílemunhas , e declararão el-
les Procuradores dos ditos Senhores Infantes que o contrato de ven-
da^ que fe trata nePia cfcritura efiava ja ajufado cm toda fua perfei-
çaó no incs de Março deíl^e prefente anno muito tempo antes que
fe celebraíFe o cazam.ento da dita Senliora Iní^ante com o Senhor Rey
da Gram Bretanha , e fe fufpendeo athe o prefente o reduzir fe a ci-
ta efcritura athe fe fazer entrega dos ditos cento e fincoenta mil cru-
zados preço dcíla venda , e com efta declaração outorgaó ef a clcritii-
ra como fe fora feita no dito tempo. Teilemunhas os ditos e eií
Theodoro da Coíla de Souza Tabaliaó o eícrevi. O Lcccnciado
Tom. V. Q Frau-
,
lhe difTefe qualquer couza , cm menos abono feu , a tratafe com tal
dezabrimento que fe lhes naó atreveíTe ninguém , nao exceptuando
deíla regra , nem a mim , nem ( o que mais hc ) a Rainha minlia Se-
nhora , imprimindo tao vivamente no animo de S. Magcftade o cof-
tume de tratar mal os vaílallos , que fem refpeito a ferem os mayo-
res , e a naó darem cauza uzava com elles , o que com tanta vergo-
nha noíTa vimos todos tantas vezes , entendeofe da Rainha minha Se-
nhora j e de mim que dezejavamos emendar eftes damnos , e bailou if-
to para nos tratarem de maneira , que queixandome eu de me quere-
rem tirar a vida com peçonha nem foi crida , nem defpachada a mi-
nha queixa , como ouvera de fer , fe fora de qualquer particular e ,
diz aj/im
fedes qui lui font aílignces par ce contraót , et dix mille autres qu'
on lui aíiígnera fur les droits de la Doiíanne Et au cas qu' elle n'
:
,
LE PRINCE.
Dado na Cidade de Lisboa aos 27 dias do mes de Março Ma-
noel de Sequeira Leytaó a fes anno do nacimento de NoíTb Senhor
Jeíus Chriílo de 1668. E eu Pedro Vieira da Silva de concenti-
mento , e mandado dos SereniíTmios Principes a íis efcrever , e Ib-
brefcrevi. t=: Marques Almirante. ^
D. Rodrigo de Menezes. ^
Duque. t= O Marques de Marialva.
Breve
,,
tiam tiiam oneramus cum cifdem dummodo illa proptcr hoc rapta
,
non fuerit ,
quod impedimento piibUcx honeftatis juftitia; hiijuímo-
di ; & Apoítolicis etiam Provincialibus , & Synodalibus Conciliis
editis fpecialibtis , vel gcneralibus Conftitutionibus , & Ordinationi-
bus ,
nequaquam obftantibiis , matrimonium in-
CEeterilque contrarijs
ter fe , publice
íervata forma Concilij Tridentini , contrahere illud-
que , in facie Ecclefise folemnifare , ac in eo poílmodum remanere
liberè , &
licite valeant , di6la authoritate difpenfes , prolem fufci-
piendam exinde legitimam nunciando. Volumus autem quod íi tu
fpreta monitione htijufmodi , aliquid praemij , vel muneris , occafione
príemiíTorum , exigere , aut oblatum recipere temerè pra^fump feris,
excommunicationis latjs fententiíE poenam incurras, à qua non nifi à
Summo Pontifíce , vel à nobis , aut alio à Sede prardiíla fpecialiter
facultatem habente , abfolutionis beneficium valcas obtinere. Datum
Pariíijs anno Incarnationis Dominicse MDCLXVIII. xvij Kalendas
^ Apriíis Pontifícatus ejufdem Sandiffimi Domini noílri PP. anno pri-
mo.
Ludovicus Cardinalis de Vendofme Legatus.
omnibus , & per omnia prodefle & fuífragari diíla authoritate ftatua-
tis
,
perinde ac íi prseícntes eacdem litteríc ante contradlum matrimo-
nium fecundo diélum conceíTx & à vobis , juxta illarum contincntiam
^ tenorem executioni mandatai fuiíTent , prolem ex eodem matrimo-
nio fecundo diélo bona fide & in facie Eccleíias , ut prsefertur , con-
traído , Jam conceptam & forfan fufceptam , & de hinc concipiendam,
& íliícipiendam legitimam deccrnendo , nunciando , & declarando
nos enim qiiamcumque neceíTariam & opportunam ad pr^miíTa omnia,
^c íingiila facultatem vobis , harum ferie de Apoílolicíe potefíatis
plcnitudine tribuimus & impartimur ; decernentes eafdem príefentes
litteras Sc in eis contenta quíscumque , etiam ex eo quod prícdidlus
Alphonfus Rex , & aíij quilibet , etiam ípeciíica & individua mentio-
ne Sc expreíTione digni , in prícniiílis forían intercííe habentes , feu
habere quomodolibet pretendentes , illis non confenferint , nec ad
ea vocati , citati , & auditi ; neqne caufe , propter quas ipfae pr.Tfen-
tes enianarint , fufficientcr addu-fla: , veriíicatae juílificata: fuerint, &
aut ex alia quacumque , quantumvis legitima , juridica privilegiata &
cauía , colore, pr.Ttextu , Sc capite etiam in Corporc júris clauíb,
nu! lo unquam tempore de fubreptionis vel obreptionis aut nuliitatis
vitio , feu intentionis nofira; , aut intereíFe habentium con 'cnrus, alio-
ve quolibct , qiíantumvis m.agno , Sc fubfcantiali , Sc individuam ex-
prcílioneni requi. ente deferiu notari , iiiipugnari , infringi , retradari,
aut
,, ,
cauza aos Juizes nclle nomeados , e para que achando , que foy ver-
dadeira a íupplica dos dittos Senhores Príncipes impetrantes , e Kizen-
do as dilligencias , e infbrmaçoens neceíTarias para íe informarem da
verdade delia , pudeílem difpenfar no ditto impedimento publide bo-
iieftaús com os ditos Senhores Principes , c outros quaeíquer impe-
dimentos , que rezultaíTem , extinguindo , e declarando por nullo o
vinculo do primeiro matrimonio contrahido entre o Sereniíllmo Se-
nhor Rey D. Affoníb , e a Sereniílíma Senhora Princcza Maria Fran-
ciíca Izabel de Saboya. O
que tudo vifto , e confiderado , e o maes
que dos autos , c do appenfb a elles Junto conda, aiithorítate Apoj-
íolica a nós commettida , havemos a narrativa da íupplica dos dittos
Sereni/íimos Senhores Principes impetrantes por verdadeira, easpre-
miíTas por juftificadas ; e na forma do ditto Breve difpenfamos com
os dittos Sereniílímos Senhores Principes , para que poífao ratificar,
continuar , permanecer no matrimonio , que tem contrahido valida
e licitamente , fem embargo do ditto impedimento publica honeflatis^
que rezultou do primeiro matrimonio nullo ; e declaramos por legi-
tima , e nafcida de legitimo matrimonio a Senhora Infante D. Iza-
bel , que Deos Noílb Senhor foi fervido , que nafceíle deftc fegundo
matrimonio , e por legítimos , e de legitimo matrimonio nafcidos ro-
dos os maes filhos, que delles nafcerem daqui por diante, fem em-
bargo de quaefquer Ordenaçoens , e Conftituiçoens Apoílolicas em
contrario. Lisboa , dezoito de Fevereyro de mil e feifcentos feífen-
ta e nove. Diogo de Souza. Antonio de Mendoça. Luis de Sou-
za. Martim Aífonfo de Mello. Manoel de Magalhaens de Menezes.
BOm ves
AfTonfo por graça de Deos
daquem, dalém Mar em Africa, Senhor de Guine, c
,
Rey de Portugal , e dos Algar-
da
Qjj. ' j-j
'
^ 5*
/
«
c
^4 Trovas do Llv. VIL da Hijloria Çenealcgtca
D. MARIA ANNA DE ÁUSTRIA, como tutora da Real PcíToa
de ElRey Católico leu íilho , c Governadora de todos feus Reynos,
e Senhorios , de huma parte , e da outra os CommiíTarios deputados
por mim , abaixo declarados , mtervindo também como mediator , e
f ador do dito 1 ratado , em nome do muito Alto , e SereniíHmo
Príncipe CARLOS 11. Rey da Gram Bretanha meu bom Irmaô , o
Conde de Sanduick ícu Embaixador Extraordinário , com poder que
para o dito eHeito apreíentou , do qual dito Iratado reduzido a tre-
ze artigos , e poderes o teor he o que fe fegue.
mejor médio para coníeguir efte intento , el de una buena paz con
el Hermano de fu Rey DON ALFONSO SEXTO Rey de Portu-
gal 5 fe han fupcrado las difficultades que han occorrido y finalmen-
,
te
,,
YO LA REYNA.
Don Pedro Feríiandes dei Campo y Angulo.
,
A R T I G O I.
A RT I G O IL
ARTIGO V.
E
porque he neceífario hum largo tempo para fe poder publi-
car eíle Tratado nas partes mais diílantes dos Senhorios de hum , e
outro Rey , para ceííarem entre elles todos os ados de hoílilidade;
fe acordou , que eíla Paz começara nas ditas partes , da publicação
que delia fe íizer em Eípanha , a hum anno feguinte ; mas fe o avi-
fo da Paz puder chegar antes àquelles lugares , ceíiaráó defde então
todos os ados de hoftilidade e fe paíTado o dito anno fe cometer
:
A R T I G O VI.
ARTIGO VII.
ARTIGO VIII.
A R T I G O IX.
ARTIGO XL
Prometem os fobreditos Senhores Reys Catholico , e de Por-
tugal
,,
A R 1 I G O XII.
ARTIGO XIII.
O PRÍNCIPE.
IV.
Cum vero Vidua Pvegina , non in Regno Lufitanias habitare
fed in Germaniam redire voluerit, reílituetur lUi integra Dos , cum
tertiâ ipíius Dotis parte , & ílipradiélâ medietate bonorum ,
qux non
pertinent ad una cum cmnibus ijs bonis quíc in Regnum
Coronam ,
,
Jurildidlionibus ,
Privilegijs ,
príçrogativis , & aulico apparatu frue-
tur.
Tom.. V. K ii Si
, ,
V.
Si autem PotentiíTimus Rex , antè Regiam Conjugem reliítis
liberis deceíTcrit , & Vidiia Regini , in Regno refidere recufaverit
tunc illi tertia pars Dotis , & atque tertia pars ex
tertia pars arrhís ,
duntur , neque unquam permiíluros , ut ullo modo , aut via eorum vi-
gori , & eiícdí^ui' vel in minirno derogetur ; Et igitur promittimus,
Noílràquc Eleélorali fídc coníirmamus omnia , hoc Tradtatu Matri-
moniali ab initio ,
ulque ad finem , in cunélis , íingulis Articulis&,
& Paràgrapliis comprehenla, integre, illibatèque executuros; In quo-
rum íidem , ac tcílim.onium íieri Juílimus prseícntes literas , manu
Noílrâ íubfcriptas , &
magno Sigillo Iníignium Noítrorum munitas.
Datum in Eleiíhorali Rcfídentiâ Noílrâ , HeidebergíE die trigeíimâ
meníis Junij , anno Domini milleíimo íexcenteíimo oóluageíimo lep-
timo.
. PHILIPPUS WILHELMUS ELECTOR.
Pctrus Dei gratia Rex PortugaliíE , &
Algarbiorum citra ul- &
tra in Africa Dominus GuineíE , Conquifitionis , Navigatio-
mare,
iiis , (]ommcrc!)
,
iEthiopiíE , Arabiíc , PeríiíE , Indi.Tque ; Notum ac
tefatum facimus cmnibus , qui has literas noílras poteílatis genera-
lis , &: jpecialis vifuri funt , quòd cum expediat pacilci , & tranfigi,
Deo rrinucnte , nuptias , de quibus agiíur , inter nos, & SereniíTi-
mafn Principem Mariani Sophiam , legitimam filiam Sereniííimi Prin-
cipis Domini Piulippi iliiclmi Comitis Palatini Rlicni , Ducis Ba-
variíE j
da Cafa %eal Torttigues^a. 19
variíc ,
JiiliiE , Cliviii: , & Montiiim
Vakicnfi ,
, Comitis
Spa- iii &
nheini , Sac. Rom. Imp. ArchiLhcíaurarij
Elcfloris , Fratris , , & &
coníaiiguiiici noíbi cariíiinii , nòíquc maximam íiduciani liabcamus fí-
dci , &
pruJeiítix E!nmanuclis Telleíij SilviJ , Comitis Villarmajorij,
qui cfl: nobis h ían'«51:ioribus Statiis Confiliis , intimíE admifiionis Cu-
bicularius , totius^ Rcgni portorijs Pracpofitus , noílcrqiic ad pricdi-
â:um Scrcniílinuim Principcm , fratrem &
conlanguineuni nollrum ca-
ri ííimuin LcgatLi-í Extraordinariiis ,
per híec mandata ipíi dainus , &
conccdimus noftrum Jus , pleiíamqiic potcílatem , liberam ac fuffici-
cntcm , proiit illam fírmiínmc , ac pleniílimè ci dare & concedcrc pof-
fumiis , ac debemus , ad idque ncgotiiim de tliélo , jure rcquiritur. &
Atquc cum conftituimus facimus noílrum& gencralcm , fpccialcin &
Procuratorem , ut pro nobis , noílrirquc vcrbis pcrindc ac íi nos príc-
fentes cílcmus , poíTit traclarc , agcre , pacifci , convenirc , fub- &
fcribere rebus omnibus cujufcunque generis , conditionis , momcn- &
ti ad prxdiílas nuptias fpc6lantibus , cum quibuíVis rdijs Procuratori-
bus , Commillhrijs , aut Dcputatis prícdi6í:i Sercniílimi Principis Co-
mitis Palatini Rhcni Elc6loris , qui illius mandato íive Procuratione
ad id lufficicntcr iiiílru6li fuerint , omniaque , qua: per Illum pníla
conventa fuerint , uru cum conditionibus obligationibus , ac íub &
ijs cautionibus , in quas ipfe convcnerit , &
confciiferit , integre fer-
vabimus ac cuílodiemus. Siquidem ad ha:c omnia ipfi Extraordiná-
rio Legato noftro damus , &
conccdimus omnem plenam poteílatein
noílram , Mandatum gcnerale , &
fpeciale , cum libera , generali &
adminiílratione. ()uin ctiam per has iiteras promittimus , ípondc-
mus ^ Regi.ique fíde noílrâ confírmamus , fervaturos , ratihabitijros,
rèque ipsâ faduros , qua*cunque per di6lum Legatum noíkuiii tradla-
ta , geíla , pnóla , conventa, &
lubfcripta fuerint , cujuícunque fint
generis , conditionis , &
rnomenti , omniaque , «Sc fingula quovis tcm-
porc rata , íirmaquc habituros íecundum obligationem haruni litera-
rum potelíatis. In quorum omnium fídem , cautionem lias Iiteras, &
Mandatumque gcnerale , &
ípeciale íicri Juííimus mi^niis noílríe íub-
ícriptíone , noílrorumque iníignium majori Sigillo niunitas. Datum
UiyíTipone pridie nonas Decenibris , anno Domini millefimo fexcen-
tefniio o^luagcfuiio fexto. Epiícopus Fr. Ema.^' Pereira prseícntes
fcribere feci.
PEI RUS REX.
L. S.
NuiTl. 75* T^^'"" Antonio da Ccíla Armador mor. Eu ElRey vos envio
An. 1704. jL/ muito íaudar , por convir muito a meu fcrviço , que na ocaziao
pi czente , em que palio à Província da Pcira ccni ElRey Catholico,
meu muito amado, e prezado bom Irmão , e Sobrinho, me vao acom-
panhar,
da Cafa ^al Tortugue^a.
panliar , ,
aquellas peíToas , de cujas obrigaçoens me poíTa
e fervi r
prom.eter íeguramente , me aíliftiráó
com grande valor , e fidelidade ,
com que íempre o íizcraó aquelles de quem dclcendem , aos Senho-
res Reys defte Reyno , meus predeceírores. E por concorrerem to-
das ellas razoens na volla pellba , me pareceo encarregarvos me acom-
panheis neíia jornada , c na Campanha , e tenho por certo me fer-
vireis de forte , que crcfça em mim muito a boa vontade , que vos
tenho , e fe multipliquem os motivos de vos fazer hama , e mercê,
Efcrita cm Lisboa a 7 de Mayo de 1704.
REY.
H Um Deos todo pcdcrcfo cm todo o Mundo elle feja íí^ti- ]^yjYl, HH»
fó
vado para todo fempre como aquelle a quem fe deve tudo
,
^
que elle ha de ajudar a quem tiver juftiça, e razaó, porque hebeni- "'^^* '7°^»
,
faço muito cafo , e eílá cafado com huma Portugueza , deixando dous
filhos , e huma filha neíTa Corte e como conheço o íeu procedimen-
;
to , o mando a eíTe Reyno , para aviíb de que defcjo dar refgate aos
cativos Portuguezes ; e íe para efte cfteito me quizeres mandar peífoa
de authoridade , o eífimarcy , ou com avifo mandarey eu o meu Ca-
pitão do mar Benacha , e tudo o que fe tratar com ellos ferá de mi-
nha vontade.
Tenho feftejado muito , que o teu poder entraíTc na Corte dc
jSíadrid , coufa que até agora cm tempo de nenhuns Reys antecef-
,
Mcquincs a 13 que
do mcz de Rachebet
,
hc Outubro do anno da
nolTa Ley 11 18, correlponde ao de 1706 , cm 13 dc Outubro.
Tr\Om Pedro por graça de Deos Rey de Portugal, dos Algarvcí;, J^^j^^ •
JL/ daquem , e dalém mar em Africa , Senhor dc Guine , e da Con-
*
/
quiíla navegação, Comercio de Ethyopia ,
Arábia, Perfia , da índia, *7^4»
&c. Pertencendo a todos cuidar na morte , e diípor prudentemente
cm vida Ibbre as coufas , que depois delia podem íucceder , princi-
palmente aos Catholicos , a quem toca mayor obrigação dc ordenar
o que pede dirigir à lalvaçaó de fuas almas ; e eíla obrigação he
mayor nos Príncipes Soberanos , que por difpoíiçao Divina tem ne-
gócios de mais importância , a que devem dar providencia , aílim pe-
lo que toca à coníervaçaó , e augmento da Religião Catholica , co-
mo ao bem commum de feus Póvos , e VaíTalIos por eftas , e por ;
fupprir. E porque ainda aflim creyo , que nao fica o Infante com
aquellas rendas , que poííao bailar para a fuftentaçao do efplendor
c grandeza de feu eftado , e peíToa , e de feus deicendentes , enco-
mendo muito ao Príncipe que dos bens da Coroa , que eítiverem
,
vagos , ou forem vagando , lhe fiica doação para elle , e feus defcen-
dentes , até que cheguem as fuas rendas ao eftado competente defuf-
tentarem com grandeza a fua Cafa , pois ha de fer a que fegure a
fucceíTao do Reyno , na falta , que Deos naô permitta , da do Prin-
cine , e fua defccndencia. E porque efta providencia fe faz mais ne-
ccíTaria , por refpeitar a utilidade publica deftes Reynos , para que
cm nenhum tempo experimentem as infelicidades , que a outros mui-
tos tem acontecido pela falta da fucceffaó Real , ordeno , e enco-
mendo muito ao Príncipe D. Joaô , que procure cafar feu irmão , o
Infante D. Francifco , logo , que a fua idade o permittir , para que
tendo ambos , com a benção de Deos , defcendcntes , fe fegurem as
conveniências publicas do Rcyno , e le conferve dentro deíic a fuc-
ceífaô Real. Ao Infante D. Francifco meu filho , encomendo quan-
to poíTo , que feja muito obediente ao Príncipe feu irmão , com
íiquelle amor , obfequio , e refpeito , que lhe he devido como a feu
Rey , que ha de fer , e lhe ha de ficar em lugar de pay , confcrvan-
do com elle aquella uniaó , amizade , e intima confiança , cora que
fempre procurcy creallos , e fó defte modo merecerá a benção de
Deos c a minha ; e ao mcfmo Príncipe encarrego , que attendcndo
,
nha
,
REY.
Approvaçao.
Decreto.
Tom. V.
po Trovas do Liv. VIL da Htjloria (jenealogtca
Carta ,
que o Príncipe R egente efcreveo aos Cabidos ,
quando fuc*
cedeo o roubo do SantiJJimo Sacramento , na Igreja de Odivellas.
An, 1671. J-^Piincipe vos envio muito faudar. Na noite de dez para onze
' *
deite mez , fe efcalou a Igreja da Freguefia de Odivellas , e profa-
nando os Altares , e Imagens, abrirão facrilegamente o Sacrário, rou-
bando o Santiííimo, que nelle eílava depofitado. Em demonílraçao A
de fentímento de taó execrando cafo , mandey , que toda a Corte
tornaííc luto até fe reftituir à mefnia Igreja o Sacramento , que delia
foy roubado , ordenando , que em todas as Igrejas defta Cidade fe
cxpuzeíle , pedindolhe com dcmonílraçócs de arrependimento das cul-
pas , e pcccados de todos , queira , por mcyo cleftas rogativas , ap-
placar o rigor do caíligo , que noílas culpas merecem ; e porque af-
fim hc razaó , que fe faça em todo o meu Reyno , vos encomendo
fiíçais o mcfmo pedindo a Deos fe lembre de todos aquelles , que
,
o vc-
da Cafa %eal Tortugueí^a. pt
o veneramos Sacramentado ; c quando por voíía via fe poíTa dcfco-
brir algum indicio dc taó horrendo crime , mo façais a faber para
mandar continuar as grandes diligencias , que mando fazer fobre a
averiguação dcUc. Em Lisboa ii de Mayo de 1671.
O PRÍNCIPE.
PropoJJtos ,
que com a graça de Deos proponho guardar.
Deos por boca de feu Miniftro ; feguilloey em tudo como quem tciu
as vezes de Deos na terra
\
darlheey credito ao que me diz com fé
viva , crendo, que Decs me falia por elle , e aííim em tudo conílde-
rarey nelle a Chriílo fem mais fcgurança , que ncíle Senhor , e no
,
Confeifor , por fcr leu Miniítro , e poílo pela Igreja para o feguir.
9 De mortificar em tudo quanto advertir, e for licito a vonta-
de , juizo próprio parecer a fegurança , amor próprio e temor , e ,
,
tudo o em que a minha vontade fe empenhar com vchcmencia , cor-
talla em tudo o que fbr juílo.
Tom. V. M ii Naó
,,
INNOCENSIUS PAPA XL
Nuin, 82. T^Illcíliifiime in Chrifto Filli noíler falutem , & AppoítoUicam
A *yn X-/^ Benediftionem. Ciim Nos in primis afficiat , liberale , perípe -
' ^^^í» ílaque animi tui magnitudine dignum fubfidium , quod ad publicam
caulam ab immaniíFimi hoílis connatibus tucndam íuppcditafti , noftra-
rum eíTe partium duximus eximias tibi , de tàm pio , ac pra[;claro fa-
€to , laudes hKcx tribuere , teílatumque lucullentèr facere nuUam à
nobis dimiífam iri occafionem , re ipfa declarandi propenfam , gratam-
quc noílram , hoc infigni nominc , erga te vohintatem ; omnium
etiàm autliorcm bonorum Deum ennixè rogarc non omittimus , ut
ingens meritum , quod apud Chriftiannam Rempublicam coniparaíli,
- magno cum foenore inexhauílse bencfícentia: fuíc largitate rctributum
vellit :Tibique Dillcí^iíTmie in Chriíto Filli noíler , AppoíloUicam
Benediclioncm ex interno patcrni Cordis aífcí^u impcrtimur. Da-
tum
,,
o modo ,
(jiic fe deve objervar. Foy impreffa no anno 11^/4.
Ejlà na Torre do Tombo , no livro quinto das Leys pag. ,
'
-^i' 5 ^'^^^ ^
DOm Pedro por graça de Deos , Príncipe de Portugal , e dos "Num. 83.
Algarves , daquem , e dalém, Mar em Africa, Senhor de Gui-
1Ó74.. *
né, e da Conquifta , Navegação, Comercio de Ethyopia , Arábia,
Períia , e da índia , &c. Faço faber , que eu paircy ora' hu-
ma Ley por mim aííinada , e paíTada por minha Chancellaria , da qual
o treslado he o feguinte.
Eu o Principe como Regente , e Governador deíles Reynos
e Senhorios. Faço faber , aos que efta minha Ley , eftabelecida em
Cortes , virem , que havendo refpeito às repetidas inílancias , com
que a Nobreza , Povo , e Clero defte Reyno , nas Cortes , que fe
celebrarão neíla Cidade de Lisboa efte prefente anno , me pedirão
quizeíTe por huma Ley fundamental dar certa fórma às regências , e
tutorias, na menoridade, ou incapacidade dos Reys fucceííbres, pe-
la perturbação
,
que caufava ao eílado politico , a incerteza da pelfoa
a quem tocava , c competência dos pertendentes pervalecendo , as
,
mais das vezes , o que menos convinha ao bem do Reyno , com di-
vizao nos Grandes , c feus parciaes , e confecutivamentc com faltas
de refpeito , c obediência , com que a Monarchia fe expunha ao pe-
rigo de hum.a total ruina , e com mais juílo receyo na prefente oc-
caíiao , em que o Reyno fe achava com a privação do Senhor Rey
D. Aíionfo Sexto , meu irmão , pela fua perpetua infanavel incapaci-
dade , e na menoridade da Infante minha fobre todas muito amada
e prezada filha ; podendo acontecer ò cafo dc mayor embaraço c ,
tores ,
,,
,,
tores governarão
,
com o meímo poder , c authoridadc , que os no-
meados pelos Reys , e ferao na meíma conformidade obedecidos por
todos os Vaílallos deftes Reynos , e Senhorios.
Faltando nomeação nos tres calos acima referidos , morte natu-
ral , privação de entendimento , ou outro impedimento legitimo , fi-
cando Princeza viuva , máy dos menores fuccelfores do Reyno , em
cada hum delles ficará fendo fua Tutora ^ e Regente deíles Reynos ,
c Senhorios a Princeza , mulher do dito defunto Príncipe , na mef-
,
PRÍNCIPE.
D. Scbaftiaó Maldonado.
Ley, porque E/Rey D. Pedro declara a forma ,em que devem fuc-
ceder no K eyno , os filhos , e dejcendentes do Bey ^
que legitima^
mente Jucceàer a Jcu irmad , queJaleccjje Jcin JucceJ)íi'6 , para que
Jvccedad por Jua ordem ^Jem Jt r necejjario í pprci cçLd , ou con*
Jentimento dos Tres Ejíados do Reyno, derrcgando Jèndo Jiecejl
,
Num. 84, T\C)m Pedro por graça de Deos Rey de Portugal , e dos Algar-
An 160C
X-/ves , daquem , e dalém, Mar em Africa, Senhor de Guiné, e
da Conquifta , Navegação, Comercio de Ethyopia , Arábia, Períia ,
e da índia , &:c. Faço faber a vós , que eu paíTey ora huma
Ley por mim aífinada , e palTada por minha Cliancellaria , da qual o
treslado he o feguinte.
Eu ElRey faço faber aos que efta Ley virem , que por fe
achar difpofto na das Cortes de Lamego , que fe celebrarão no tem-
po do Senhor Rey D. Affonfo Henriques , em que fe deu forma à
fucceíTaó deAes Reynos , que falecendo o Rey fem filhos, em cafo,
que tiveílc irmao', poíTuhiria o Reyno em lua vida, mas que mor-
rendo , naó feria Rey feu filho , fem primeiro o fazerem os Bifpos
os Procuradores , e Nobres da Corte delRey ; porque fe o fizelíem
Rey ^ o feria , e fe o naó clegefTem , naó reynaria. Dc cujas pala-
vras ,
da Cafa T^al Tortugne^a. py
vras, ou menos boa intelligencia delias fe pode inferir, que veri isca-
do o cafo de íucceder ao Rey , íeu irmaó , naó poderá fuccederlhe
feu filho , fem approvaçao , e coníentimento dos Tres Eftados do
Reyno. E como toda a duvida , e interpretação em matéria taó im-
portante , ferá de muy prejudiciaes confequencias ao focego , e quie-
tação publica , em cuja utilidade íby efrabelecida a meíma Ley ; a
qual fe encontrafle aquella boa ordem de fucceífao , que fe guarda nas
mais bem governadas Monarchias , poderia fer perturbação , e ruina
da mefma Coroa , de que quiz fer prefidio , e fegurança : Fuy fer-
vido convocar os Tres Eílados do Reyno às Cortes , que adualmen-
te eflaó celebrando ncíla Cidade , fendo efte hum dos principaes
motivos , que me moveo a convocallas , por fer próprio da obriga-
ção em que Deos me poz , e do grande amor , que tenho a meus
R.eynos , evitarlhes com providencia , e cuidado todo o perigo , que
como contingente , nos tempos futuros pode fer pcílivel ; e aílim de-
pois do Aólo do juramento do Príncipe D. Joaô , meu fobre todos
m.uito amado , e prezado filho , mandey paíTar Decretos aos Tres Ef-
tados do Reyno , para darem os feus confentimentos ncceíFarios à de-
claração , ou derogaçao da Ley das Cortes de Lamego , em quanto
à difpofiçaó referida. E porque os Tres Eílados com aquelle gran-
de zelo , e conformidade , que eu delles me podia prometer , naó
fomente confentirao , mas também me pedirão , que ou foíle por via
de declaração , interpretação , ou fendo neceífario , de derogaçao , fe
eílabeleceíle , que nos cafos de fuccederem os irmãos aos Reys , que
naó tiverem filhos , os feus filhos , e defcendentes lhes fuccedaó por
fua ordem no Pvcyno , como fuccederiaó fendo filhos, e defcenden-
tes de qualquer outro Rey , que naó houveífe fuccedido a feu irm.f.ó,
mas a leu pay , fem que íeja neceíTaria approvaçao , ou confentimen-
to algum dos Tres Eílados do Reyno , ainda que nos ditos caíbs í'e
poíTa confiderar , que pelas palavras , ou intelligencia da Ley das
Cortes de Lamego feia outra a lua difpofiçaó ; porque fem embargo
de que aílim fe confidere , os Tres Eftados , como aquelles em. que
refide o mefm.o poder dos que entaó as eftabeleceraó , faziaó defde
logo para tcdo o tempo futuro firme , e folemne dcfiílencia de qual-
quer direito , que por ellas lhes compita , para o que dcixariaô feus
aíTentos feitos com toda a legalidade na melhor forma , que fazer íe
poíTaó , conformandoms com os Tres Eirados do Reyno : Hey per
bem , que na fcrma referida , diíferindo à petiçaó dos Tres Eílados,
e por confentimento delles , fe haja nefra parte a dita Ley das Cor-
tes de Lamego por declarada , e fendo neceífario por derogada, de
maneira , que daqui por diante , e para todos os tempos futuros , os
filhos , e defcendentes do Rey, que legitimamente fuccedcr a feu ir-
maó , que faleceíTe fem elles , devem fucceder por fua ordem , fem
fer neceífario approvaçao , ou confentimento dos Tres ETados do
Reyno , naó obílante as ditas Cortes , as quaes em tudo o mais fícaó
cm feu vigor. E neíla forma , por fer eílabelecida para focego do
Reyno , mando , e ordeno ao Principe meu íbbre todos muito ama-
do , e prezado filho , e bem aífim a todos os outros íucceíTores , que
Tom, V. N lerem
,
REY.
Ley porque VoíFa Mageftade ha por bem declarar , e fendo
neceíTario derogar a das Cortes de Lamego , em que fe deu forma
à fucceíTaó deftes Reynos , de maneira , que daqui em diante , e pa-
ra todos os tempos futuros , os filhos , e defcendentes do Rey , que
legitimamente fucceder a feu irmaó , que faleceífe fem elles , fucce-
daô por fua ordem , fem fer neceíTaria approvaçaó , ou confentimen-
ío dos Tres Eftados do Reyno , pela maneira , que nefta Ley fe de-
clara.
Para Voífa Mageftade ver.
teriis ,
Xenodochijs , & , necnon Miniílris Ecclefiaílicis
facris locis
lociipletaverant , &
ornavcrant , &
dile6í:us íilius nobilis Vir Pctrus
Regnorum Portugalliíc , &
Algarbiorum Princeps , &
Gubernator pia:-
didtorum Regum vcftigia , exempla &
íecutus ad illas Regiones plu-
rimos verbi Dei Pra:dicatorcs , &
alios doclrina , vitarque integritate
iníignes Viros pro Ipiritiiali íalute animarum pra;cipua quadam Ibli-
citudine , &: induftria alTiduè laborantes notabili impenfa lajpius mife-
rat quorum coiicionibus , exemplis , &
monitis converíbs iu eadem
Fide inftrui , &
confírmari íluduerat , &
à Fidc abhorrentes dúin ex-
pediebat, vel íalutaribus armis confuderat, veí procul arciierat, eií-
que rationibus Religio Chriftiana Divina favcnte Ciemcntia eis iii
locis íic longe , latcque propagabatur , ut ad eos adhuc debiles in Fi-
de confirmandos , retinendofque , &
in dodlrina indigentes erudicn-
dos , &ad bonum Paftorem qui pro eis animam luam pofuit redu-
cendos , majoraque Eccleíiaftica feminaria plantanda novorum Pralb-
lum inílitutio omninò expedicns videatur poílquhm in illis partibus
quantumvis longiííimè , &
latiííimè protendantur nulla Metropolitana
Éccleíía exiftit ad quam illarum IncoIâJ luper eorum quarellis , ap- &
pellationibus juftitias complementum obtenturi recurrere pcílint , íed
ilii ad Vencrabilem tratrem noílrum Archiepiícopum Ulixboncníem
in Regno Portugallise exiftentem Metropolitanum indò remotiíllmum
confugere , vel jura íiia indefcnfa ceguntur relinquere quo fit , ut Ik-
pè numero quàmplurimi ad illicita procliviores fint , exceíliifque , 8c
crimina impunita remancant. Attendentes igitur quod tam difficilc
íit per tam latam , tamque diífufam dioecefím ad unum tantum pro
juftitia coníequcnca à perfonis Eccleííaflicis , & íecularibus recuríiim
habere matura íuper hoc cum Venerabilibus fratribus noílris SanélíE
RomaníS Eccieíise Cardinalibus deliberatione pra;habita , necnon pra>
diélo Petro Principe , & Gubcrnatore íupplicante , ac Vencrabiíis
etiam fratris noílri rr.oderni Archiepiíccpi tllixbonenfis ad hoc ex-
preíTo accedente confenfu diclam Civitatem Sanóti Salvatcris Archi-
epifcopali , & Metropolitana pralatione , & titulo dignam iudicantcs
de confilio , & aíTeníu , 8z potefíate íimillibus ad Omnipotentis Dei
laudem , & honorem , & Orthodoxaí Fidei cxaltationem , nccncn to-
tius Militantis Eccleíííe gloriam Eccleíiam Sanfíi Salvatoris BahiíE ea-
teniis ruíFragancam Eccleíias Ulixboneufi Civitatem , & Dioeceíim
prxdiíías , & diIevSírcs íilios , earum Clerum , &- populum à Provin-
cia Ulixbonenfi , cui etiam Metropoíitico jure íubeíTe digncfcuntur
Apollolica audloritate perpetuo feggregamus , dividimus , & fepara-
mus , illaque omnia à pro tempore exiftente Archiepifcopi , & dile-
dlorum etiam filiorum Capituli , & prsdidlae Ecclefiae Ulixbonenfi
luperioritate , jurifdi6l:ione , poteftate , fubjeftione , vifitatione , &
correélione , proríus eximimus , &
liberamus , necnon Eccleíiam San-
(Sbi Salvatoris Bahiíe nuncupando cíim Palíij , &
Cruéis delatione
ac omnibus , &
fíngulis alijs infignijs , honoribiis , juribus , privile-
gijs , & prerogativis , Eccleíise , &
Scdis Metropolitana nomine , ti-
tulo , & honore decoramus , necnon prasdiélris Eccleíi^e , &
Civitati
San£li Salvatoris ds Bahia ^ Saníli Sebaftiani , &
de Olinda nuper
Oppi-
,
tiplicatiir
,
qui ubi meíTem multam eíTe confpexit operationum penu-
riam attendcns Miniftrorum fuorum curas varijs diei horis ad opera
mitterc , non deílitit cum & ipfe , ut homines falutaris vitse coeleftis
PatriíE cultores efficeret de íummis coelorum ad hujus mundi infima,
& in Sacroíandlg; Cruéis ara pro noftra íalute in pra:tium immolari
dignatus lit , cujus cúm licèt vices geramus in terris inter multíplices
curas , quae ex Apoftolico munere nobis incumbere dignofcimus illa
pracfertim cordi noílro eft , ut multiplicata melFe agri , & dominici
cultores multiplicentur quorum aíllduis operibus , &
fruéluoíis mi-
nifterijs frudtus rpiritualis ad centeíimum uíque augeatur , & popiilus
Chriílianus eifdem Reâroribus gubernetur quos Paftor íEternus fui
operis Vicários efle diípofuit , proptereà piiííimi Patris familias par-
tes favorabiliter im.plere exoptamus , fane cúm in Regno BraíiliíE in
ea parte quíe Rivus Januarij appellatur inter cístera unum Oppidum
Civitas nuncupatum Sanéli Sebaftiani Brafilienfis Diccceíis quatèr mil-
lè circitcr focularibus confínns Regum Portugallise domínio fubje-
õium , &
in eo una Parochialis Ecclefia fub ejufdem Sunôii Sebaftia-
ni invocaticne, in qua MiíTa , &
alia Divina Officia, &
Eccleíiafti-
ca
da Cafa %eal Tortugues^a. loj
ca Sacramenta adminiftrantiir aeris falubritate , ac popiili fríEquentia ,
& comercio pUuibus Virorum Monafterijs , Incolilquc generis nobi-
litate , litterarumque , & annoriim gradibus decoratis inílgne reperia-
tur quod à Civitate Sandi Salvatoris Bahise , ufque ad ea remotum
íit , ut Chriítianorum multitudo divino cooperante Spiritu San6to
ità coalluerat , ut Epifcopus Sanéli Salvatoris Bahiae pro tempore
exiftens ad illud , ejulque fines , citrà pa:riculum tranfmeare ac alio-
rum íingulcrum vultus , ut Epiícopum dccet infpicere , aliaíquc par-
tes boni Pdíloris in univerfum gregem Dominicum curse íwx. com-
miíTum exerccre ncqueat , & poílquàm Reges ipfi vaíliííímas Provín-
cias , Oppida , portus , &
loca in illis partibus fummis viribus , &
diuturnis , ac freijuentibus bel lis pcriculiíque feliciííimò acquifiverant,
& ab liereticorum Hollandorum manibus recuperaverant , eorumque
populus divini , humanique júris eatenús expertes opera , &
minille-
rio variorum Rcligioforum , &
aliorum vitíe probatit virorum, abje-
(Stis indè SathaníE tenebris , ac idolatria' , & gentillitatis , híerefum-
que erroribus ad Fidem Catholicam extra quam nuUa eíl íalus , &
cognitionem veri iuminis quod eft CliriPius , & Santlum Baptifmatis
lavacrum , Sandl.xque Matris Eccleíla: gremium allici curaverant di6)"ani
Civitatem tanquam Regiam fuam , Proregum íuorum Sedem , illi-
ufque Dioecefim fumptuofis Dei Templis , Monaíleri[s , Xenodochijs,
& facris locis , necnon Miniítris Eccleííafticis locupletaverant , or- &
naverant , &diledus filius nobilis Vir Petrus Regnorum Portugallix,
& Algarbiorum Princeps , & Gubernator prxdiíílorum Regum vefti-
&
gia , exempla fequutus ad iilas Regiones plurimos verbi Dei Prít-
dicatores , & alios doólrina , vitseque integritate infignes Viros pro
Ipirituali falute animarum , príccipua quadam folicitudine , &
induf-
tria aíliduè laborantes notabili impenfa ílrpiíjs miíerat , quorum con-
cionibus , exemplis , &
monitis converfos in cadem Fide inílrui , &
confirmari íluduerat , cc à Fide abhorrentes dum expediebat , vel fa-
lutaribus armis confuderat, vel procul arcuerat , eifque rationibus Re-
ligio Chriftiana Divina favente clemência eis in locis fie longò latè-
que propagabatur , ut ad eos adhuc debiles in Fide confírmandos ,
letinendofque , &
doólrina indigentes erudiendos , & ad bonum PaG-
torem qui pro eis animam fuam pofuit redducendos , majoraque Ec-
clefiafl-ica feminaria plantanda novorum Príefulum inftitutio omninò
expediens ; prícíerea diíiicile fit tam latam , tamque diffufam Dioece-
fim ad unum tantum pro juílitia confequenda à perfonis Ecctefiaíli-
eis , &: fecularibus recurfum habere. Nos qui hodiè ex certis tunc
exprcfíis caufis matura fuper hoc cíim Venerabilibus fraíribus noílris-
Sandta; Romanse Ecclefia^ Cardinalibus deliberatione prsehabita , nec-
non prsediclo Principe , &
Gnbernatore , per ejus litteras Nobis ad
hoc humilitèr fupplicante , Ecclefiam Sandli Salvatoris Bahiíc eatenus
íuíFraganeam Ecclefix Ulixbonenfi, & didas Civitatem, &
Dioecefitu,,
necnon diledos filios earum Clerum , & populum à Provincia Ulix-
bonenfi cui tunc Metropolitico Jure fubcrant , ac Oppidum de Olin-
da cíim certis terminis inferiíis fpecifícandis , &
certis limitibus dif-
tinguendi ab cadem Dioecefi Saiidi Salvatoris Bahiae , ita quod poíl
liac
,,
cia erigenda , & per Petrum Principem , & pro tempore exiílentes
Reges huiufmodi ex bonis eorum mere laicalibus côngruas dotanda ,
tam ab eorum primava ere6lione , poílquhm eredVa , & dotata fuerint,
quam ex tunc deinceps quoties illa ex quibuívis modis , etiam ex
quorumcumquc perlonis , etiam apud Sedem eandem vacare contige-
rit pro tempore exiilenti Epifcopo de Olinda pradido ílmiliterque
cum ad príulcntntionem pradidi Petri Principis ,8z pro tempore
•exiítentium Portugallia , & Algarbiorum Pvegum fadra infra teimi-
num à jure prafixum in ipfis Dignitatibus , Canonicatibus , & Prse-
bcndis , ac Beneficijs infíitucndis eadem audoritate panter perpetuo
reíer\'amus , & concedimus , decernentes jus Patroíiatus , & prafen-
ta!idi lUijulmodi prrcdiclo Petro Principi, & Gubernatori, & pro tem-
pore exiíicntibus PortugalliíE , & Algarbiorum Regibus pradidis ex
niaris fundationibus , & dotationibus competere , illique etiam per Se-
dem eandem etiam confiíloriaiiter quacunque ratione derogari non
poíTe , neque derogatum cenferi , niíi ipfms Petri Principis , & Gu-
bernatoris , & pro tempore exiítentium Regum prasdidorum ad id
cxpraíTus accedat aíTenfus ,& íi aliter quovis modo derogetur , dero-
gationes hujufmodi cum indè fecutis nuUius roboris , efficacia , vel
momenti
,
cundtis imperat & cui omnia obediunt, quanquam fmè meritis coní- -^^'í* 167 7.
,
8an6li Ludovici una Eccleíia Matrix , & principalis , alteris inibi exif-
tentibus Eccieíiis maior , fub invocatione noftrac DominíE Vidlorix
in qua per Vicarium Sc nonnullos Prcsbyteros propriis redditibus
,
ex a-rario Régio viventes Milla, & alia Divina Óííicia celebrantur
& Ecclefiaftica Sacramenta adminiftrantur jam pridem ereda , & fun-
data cxiftit proptereàque didlum Oppidum San£í-i Ludovici à Dioj-
,
bus facere poflunt , & debent facere liberè & licitè pcílint , & de-
,
alias utuntur
,
potiuntur , Sc gaudent, ac uti ,
frui, potiri, & gaU-
dere poífunt , Sc poterant quoirodolibet in fu turum necnon Epif- ,
Tom. V. P ii tiunus
;,
fionis ,
aííignationis ,
fiibJeíVionis , applicationis , appropriationis , re-
fervationis , dccreti , & derogationis infringere , vcl ci auíu temerá-
rio contraire. autem hcc attenfari príefumpfcrit , indignatio-
Siquis
ncm Omnipotentis Dei , ac Bcatorum Petri , & Pauli Apoílolorum
ejus fe noverit incurfurum. Datum Romse apud Saníflam Mariam
Majorem , Anno Incarnationis Dominicae milleíimo fexcentefimo no-
nagcíimo , quarto Idus Aprilis , PontiMcatus nofiri anno primo. Lo-
co >^ Plumbi J. a. Sernicoli.
ElRey
noífo Senhor , iifando da faculdade , que lhe he conce-
dida pela Bulla , cujo tranfumpto eftá efcrito na outra pagina , de-
pois de tomadas informações das Chriftandades da China , e íituaçaô
das Provindas daquelle Império , aílinou para Dioccfi do Bifpo de
Pekim , as fete Provi ncias , que fe nominaó de Pekim , Honam ,
Xantum , Xanfi , Xeníi , Chuquiem , Leaotum , como também as
Ilhas , que ha nas Coitas das duas Provincias marítimas de Peki , e
Xantum , e mais Reyno de Ccrea , por outro nome Chaufien , e to-
da a Tartaria , e elía divifaó , como também da que juntamente fe
fez para o Bifpado de Macao , por Carta de 18 de Março do anno
de 1695' ? ^ P^^^ conftar da dita divifaô fe fez aífento nas coílas do
mefmo tranfumpto. Lisboa 2 de Janeiro de 1696.
í
Bulla do Papa Alexandre VIII. deJeparaçao da Cidade de Nan*
klm , do Ordinário do Bi/po de Macao, Ejlá no Archivo da
Me/a da Co/i/ciencia , e Ordens , ?jo livro dos ff. pag,
262^ donde a tirey.
tegras , non vitiatas , non cancellatas nec in aliqua íui parte fufpe-
,
Ctas led omni prorsíis vitio , & íuípicione carentes , quarum tenor
,
lequitur , &
eíl talis videlicet. Alexander Epilcopus ícrvus fervo-
rum Dei. Ad perpetuam rei memoriam. Romaniis Pontifex Beati
Petri Cocieílis Regni clavigeri Succeflbr , Chriílique Vicarius cundía
mundi climata , omniunique nationum in illis degentium qualitates
coníidcrat , ac ratione diíciitit , &
exsminat diligenter proptcreà ex
oílicii fui debito , falutem omnium quaerens , appetens , ea fuaden- &
tibus rationibus , &
caufis perpetua deliberatione difpcnit , ordi- &
nat , quse Diviuíe Majeftati grata fore coníiderat , per quíe oves &
fux znrx credits ad Dominicum ovile conducantur , eifdem fciJicet
íEteniiE falutis policito praimio , nii , igitur certius
acceptius Di- &
vina Majeftati cíle cenfetur
,
quàm
Catholicae Fidei veritas ad lau-
dem , &
gloriam Divini nominis in omnibus terrae partibus fufcipiat
incrementa. Sanè cum chariííimus in Chriflo fílius noíler Petrus
Portugalliir , &
Algarbiorum Rex illuftris accepilFet in parte Aiiftra-
li Regno Sinarum opera , &
minifterio variorum Religioforum , &
alioruni do6crinâ infignium , Sc vitíe approbatorum virorum praccipv;ò
follicitudine , &
induftria laborantium , infinitas propemodum gentes
abjedlis indc Satlianoe tcncbris , ac idolatriíE, gentilitatis , hítrc-&
fnmque crrcribus ad Catholicam Cliriíli Fidem , Saii^l^ Matris &
Fccleíiíe gremium amabiliffimum convcrfas reperiri , eifque rationibus
Religio Chriftiana in illis partibus , &
Diocceíi Eccleíix Machão-
nenfis , qui\í de jure Patronatus Regum Portugallia; ex fundatione
,
vci dotatione , íeu privilegio Apoílolico , cui non eft hadlenus ia
aliquo derogatum , fore dignofcitur , fíc longe , latèque propagata íit,
iit Epiícopus JMachaonenlis pro tcmpore exiííens ad illam , ejufque
fines ob locorum diftantiam tranfmeare , &
fmgulorum vultus , ut
Epiícopum decet , infpiccrc , aliafque partes boni Paftoris in univer-
fum exercere nequeat , Ecclefiai illius incoiae , íiabitatores próprio &
nofcebantur Paftore indigere , qui príefentia fua , ac Divino coope-
rante Spiritu , Pontificaíia omnia , in illis partibus exercere poíTet , &
deberet. Gumque in ea parte aufit inter cíEtera unum Oppidum dc
Nankim nuncupatum amplitudinc , fertilitate , comerciorum fre- &
quentia celebre , &z in diíto Oppido de Nankim una Eccleíia Beatas
Virgini dica ta , altera inibi exiílente rraicr , & principalis , cui ejuf-
deni Régis Euíítani Miffionarii inferviunt , in qua MííTíe ,& alia &
Divina Officia cclebrantur , &
Ecclellaftica Sacramenta adminiftrantur
jam pridem ercfla , &
fundata exiftat cum Sacrário ad Divinum Cul-
tum fuílicienter infi:ru(fío. Proptereàque diclum Oppidum de Nankim
à DiíEceíi Machaonenfi difmembrari , ^: in Civitatem , diclamqueEc-
clefiam Beata; Virginis in Catliedralem erigi , in ca Catholicum An-
tiftitem , &
Paftorem propnum inftitui ,
qui illos adliuc debiles in
ipfa Fide coníirmare , & maicia feminaria plantare , Dominicique
ovilis fepta íediíicare , Cícteraque Pontificaíia omnia in illis partibus
exercere poíTit , &
debeat , cmninò cxpcdiret , dcvotionis fuae zelo
du6lus
,,
ties illa deinceps quovis m.odo etiam apud Sedem Apoftoíicam vaca-
re contioerit per nos , oc pro tempore exiílentem Romanum Ponti-
fícem hujufmodi in ejufdem EccleíiíE de Nankim Epiícopum , Paf- &
torem ad pr£efentationem hujufmodi , &
non alias perliciendo. Ad
maiorem verò poíl Pontiíicalem , ac principales , &
ahas Dignitates
Canonicatus , &
Príicbendas , necnon Beneficia crigcnda , cum de Pe-
tri Régis , &
pro tempore exiftentium Regum hujufmodi paritcr bo-
nis dotata fuerint , tam ab corum primarva creólione quam ex tunc
,
deinceps , quoties illa quibuíVis modis , &
ex quorumcunque perfo-
iiis etiam apud S^deni eandem vacarc contigerit Epifcopo de Nankim
biis compctcre ,
illiqiic etiam per Sedem eandem ctiam confiftoriali-
ter , quaciinquc ratione derogari non poíTe , nec derogatiim ccnferi
nifi ipfius Petri, & pro tcinpore exiílentium Rcgum pradidorum ad
id exprcíTus accedat airenfus , & íi aliter qiiovis modo derogetur
Breve ,
que o Siimmo Pontl/íce Innocencio XII. ejcreveo a E/Rey
da Per/ia , a favor do Bi/po D. Fr. Elias de Santo Alberto ,
Nuni. O X ID ^-í'"^
.
pintar grandemente fubtil , penna , que deftilla a me-
Jl Ibor tinta , e com fubtileza fobre o papel , amigo antigo , o ma-
yor na grandeza , Senhor de grandes , e dilatadas terras , que tem
bandeira 'muito alta , e levantada , Senhor de reílo , e jufto mando
femelhante à luz , e alegria da Lua , a cuja vifta fè alegra tudo o
que à lua .prefença chega , entendimento de Platão , coraeaô de Arif-
toteles
,
tudo aquillo, que pertcnderaó lhe concedi por mandado micu, o qual
nao fcrá revogado , e por refpeito de VoíTa Santidade o confirmey ,
c mandey aos meus grandes Reynos eftabeleceílem o favor , que fem-
pre íizerao aos íiibditos de Voífa Santidade , e por amor de Voífa San-
tidade aflim o faraó , e fempre haja eíla graça , que VoíTa Santidade
agora me fez de coreípondcncia , e amifade , que a minha he fem-
pre firme , e antiga , e com o fundamento de quatro cantos , c tudo
aquillo , que Voílh Santidade quizer pode efcreverme , que naó fal-
tarcy ^ a grandeza , Reyno , fortuna , e entendimento de VoíTa Santi-
dade , tenha firmeza em quanto o Mundo durar. Rajelo anno 1108.
a
Veira, qua non minus Ecclefiaílicse , quam politicse rei in his parti- ^^97'
bus provilum eft ; mihi utpote maioribus hinc obligationibus adítru-
<?f-o
,
prac omnibus incumbir, cumgratulatoriis apprecationibus amplio-
ris fem.per in omni vera profperitate progreíTus condignas mageftati
veílra: gratias referre , cum enim pofl reductas ad comunionem S. M.
Ecclefiíe pr^ecipuas quafdam Armenorum familias in eandem unionem
propendente , potiori totius nationis parte , Summo Pontifíci D. N.
Innocentio XII. compIacuiíTet me
indignum ad ejufdem regi-
, licet
meni ,
Epifcopum Afpahanenfem conílituere ex hoc magis irritata :
bus hoc anno Perfis per laborantes annonse penúria Regiones copias
ílias traducere ; fpes datur in próximo fselicius fucceííurum Si tamen
:
padlis promifis hac tandem vice ftetur , confido autem pro comperta
Pvegum Lufitanorum pietate , & avito zelo propugnandae , propagan-
díeque Fidei Catholicse defit vindicato ab infeílationibus hsereticorum
Ecclefiíe Chrifti Regno non minorem oíferre pientiííimo Sereniflim^
Majeílatis vcllras animo líetitiam , quam fi debelatis hoílibus tempo-
ralibus nova , & ampliííima Dominia Monarchi^ fuas vindicalTet. Pro
quo , & Divinam majefiatem exorare non ceíTabimus , ut abundantif-
fima Calefiium benedidionum efíufione tam infignia fui cultus com-
penfans obfequia , poít indefeélibilem Regni praefentis felicitatem
gloriofioribus nieritorum . cumuUis auâ:am immarceff biles retribuat
beatitudinis aeternse coronas. Hifpaen 10 Decembri 1697.
Epifcopus Hafpanenfis.
Carta
da Cafa 7(eal Tortugueí^a^ 127
Carta ,
(jue efcreveo o Bl/po de ^A/pa^ ao Vlce-Rey da índia ,
J. M. J.
Pax Chrifti.
Dcos Grande.
Oh Mamede , oh Ali
Lugar do Sello.
me
chegarão as recebi bem, e com grande aíFe-
Wnm
i>iUn.l. A
yO# J-^
^ novas ,
que
foraô aceitas de mim, por lerem daquelle , que tem po-
An. der íbbre outros , que tem mando em o grande Reyno de Portugal
e que he Vice-Rey de Goa , Dio , Damaó , Baçaim , e de toda a
índia. Dom Pedro Antonio de Noronha , Conde de Vilia-Vcrde.
Pela graça , e agrado , que em mim achou , Deos NolTo Senhor o
fez grande , e poderolò , fempre tenha faude , e clleja na mefma
grandeza.
Saiba YoíTa Excellencia , que as Cartas, que me mandou pelo
Embaixador Gregorio Pereira Fidalgo da Sylveira , por refpeito da
amiíade , graça , e limpeza do coração , de parabéns de meu reynado,
€ íuccenaó dos grandes Reys meus anteceílbres , e também de algu-
mas pertençoes , que me reprefentava nellas , tudo chegou à grande
porta de. minha Cafa , à vifta de meus olhos, que tem comparação
com a luz do Sol ; e vendo-as eu , aquella graça , que em mim tinha,
ficou fendo da grandeza de hum mar.
No particular daquelle efpinho do Arábio , que nao tem Ley ,
nem Proféta , e que fem propofito veyo entender no Porto do Con-
go com os meus Vaílallos , e com os Miniftros da fua grandeza , tam-
bém m.e chegou a petição , e neíla matéria , também o Embaixador
de
, ,,
OITAVAS,
.1.
Num. ^8. \^ Egos mortaes , que a vaidade engana ^
E do Mundo o encanto defvanece
Paray , e reparay , que he gloria infana
A que fó na lifonja permanece :
II.
Confideray os paífos , que a jad-ancia
Deu por lifongear o feu partido,
E vede fe he (ciência , ou ignorância ,
O folido deixar pelo luzido :
III.
Fluíluante o defejo , e inquieto
Neíle do Mundo pélago inconftante,
Donde he onda vivente cada objeélo ,
Que fem acordo he no difvelo errante
Sendo cuidado de ignorante aíFeélo
Bulcar latisfaçaó , que vacillante
Nas apparencias da fingida gloria
Segue a vontade , e foge da memoria.
ly.
Depois que porfiando inutilmente
Por coníeguir hum bem , que o Mundo adora
CJ^e nunca no deíejo he permanente
Mágoa do Ceo em lagrimas de Aurora.
E depois , que o cuidado impaciente
Penas venceo , que o defengano chora^
De huma inútil porfia o cego intento
Deu luz aos olhos , fé ao penfamento,
V.
Logo da graça lhe apparece hum rayo
Qiie ao coração nova mudança intima
E da verdade no fuave enfayo
Dellerra os erros , e ao acerto anima :
VI.
Dos luzimentos ,
cuja vam cegueira
Relâmpagos a viíla pêrturbavaó
(Difllmulando na attençaó groíTeira
Os rayos , que encubcrtos recatavaó )
Te livravas , bufcando a verdadeira
Satisfação , que indignas te roubavaó
As fícçoens ; e feguindo a juíla gloria
Será da penna o premio , alta vitoria.
VII.
Se aceitando os favores , que naó nego ,
Reciproca em ti for a recompença ,
Acharás a ventura do focego ,
Qiie o mayor infortúnio proftre , e vença.
O coração dedico , o peito entrego
Sem repugnância já , e fem defenfa ,
Ao partido que inclue altivo , c grave
,
IX.
Da maó Divina poder eterno
eíTe
Que os Ceos alegra o Mundo remedea ,
,
X.
Vê pois mortal ( fem que no error te cegues
Da advertência os reparos venturofos )
Eftes avifos , e à razão entregues
Os difí-ames do acerto myíleriofos ,
Coníiderando , que enganado fegues
Do Mundo os appetites mentirofos
E a imitação defta advertência minha
A fortuna a huma c» jrna te encaminha.
A Que
Hum
dita
Deos,
que naô tefii mudança
he viver fogeita
j
e Igreja , defejey muito acabar , e fiz por iíTo o que me foy poíTi-
vel , ordeno , que o dito Convento , e Igreja , na fórma da fua ar-
chiteétura , fe acabem , e nella fe faça huma fepultura , na parte ,
que for mais decente, onde quero defcance meu corpo até o final
juizo ; e em quanto a obra fe naó acaba , ferd depoíitado meu corpo
na Igreja do Noviciado da Companhia de Jefu , aonde por minha
devoção eu , e ElRey meu Senhor mandámos fazer huma Capella da
Conceição de Noífa Senhora.
Ordeno, e mando, por ultima vontade, que na dita Igreja da
Companhia
1^4 T^rovas do L!v. V IL da Hijloria (jenealogica
proco amor, que entre nós houve, fe /iiTa (por ire fszermcrce)
de querer fer meu
Teílamenteiro , e por tal o ncnieyo ( fuppondo o
ícu beneplácito ) na melhor fórma , e maneira , que em direito poí-
Ib e outro íi nomeyo em fegundo lugar a minlia íilha, e quero, que
elles mandem cumprir , e guardar o meu Teílamento, taó inteira , e
pontuahiiente , como do leu zeio efpero , e eu lhe mereço.
Inftituo por minha univeríal herdeira de todos meus bens a
Princeza D. Ifabel minha única filha , e do dito Senhor Rey D. Pe-
dro , e a ella fica pertencendo o meu dote , que conílou de hum mi-
lhão de cruzados , como parece das Capitulações dotacs , com que
cazey do qual milhão de cruzados fe deu por "pago, e entregue El-
:
gação de máy , em que eílou à dita minha filha , e pelas altas virtu-
des , que pela bondade de Deos , concorrem em fua peífoa , fem que
pareça faó condições , cu encargos pcílos na fua legitima ; antes pe-
lo contrario fao para mayor augmento do feu património, como de
direito polFo fazer.
Declaro , que eu quero, e mando, fe paguem todas as minhas
dividas, as quaes conííaráó pelos papeia de minha fazenda, que ef-
tao na Junta do meu Confelho ; em eíla matéria ordeno ao Duque
meu muito amado , e prezado fobrinho , e meu Mordomo mor , que
como Yédor de minha Fazenda , mande logo com toda a brevidade
examinar as ditas dividas , nao fe efquecendo , de que fe acabem de
refolver , e* ventilar as duvidas, que fe moverão no Paul de Trava,
íituado na Villa da Chamufca cujo negocio eílá no eftado , que di-
:
por bem fervida. Sao taó grandes as peífoas , por fuas calidades e ,
merecimentos ,
que me nao he necefiario expreílallas. Peço muito a
ElRey nieu Scnlior ,
queira Icmbrarfe dclles com expreíFa
e miarido ,
porque como naó tem rendas baílantes fe lhes nao pode dar fuílen-
,
me façaó peço a ElRey meu Scnlior , que das rendas , que fobejaó
:
Em 21 de Novembro de 1603
, no Lugar de Palhavla , em a
quinta em que Rainha nofta Senhora , Termo da Cidade de
aííiííe a
Lisboa , eu o Bifpo Fr. Manoel Pereira , Secretario de Eftado , por
ordem e m.andado efpecial , que ElRey noftb Senhor me deu para
,
RAINHA.
O Duque. :=3 O Conde de Miranda
Governador. =J
, ArcebifpoO
Inquiíidor Geral. :=í O Arcebifpo de Lisboa, Capellao mòr. Bif-
conde. :=3 O Conde da Caftanheira. :=i O Baraó Conde. =3 O Con-
de de S. Lourenço, s D. Francifco Mafcarenhas. =j O Bifpo Fr.
Manoel Pereira , Secretario de Eftado. :ií
A vinte e fete de Dezembro de 683 , duas horas depois do fa-
lecimento da Rainha noífa Senhora D. Maria Francifca Ifabel de Sa-
boya , na quinta de Palhaváa , entregou o feu Confeftbr , o Padre
Pedro Pemorô , a mim Pedro Sanches Farinha , Secretario das Mer-
cês , e Expediente , delRey noftb Senhor , o leu Teftamento , o
qual por mandado de Sua Mageftade fe abrio , em prefença dos Con-
felheiros de Eftado , havehdo-fe primeiro examinado , fellado , e la-
crado , na forma das Leys do Reyno , de que fiz efte termo na dita
quinta de Palhaváa , em o dito dia , mez , e anno , fendo teftemu-
nhas os Confelheiros de Eftado abaixo aííinados. Pedro Sanches Fa-
rinha. :=J Duque. z3 Manoel Telles da Sylva. :=2 O Arcebifpo, In-
quiíidor Geral. :=! O Conde Governador, O Conde de Val de
Reys. ;=! O Conde D. Fernando de Menezes.
Decreto ,
porque entrarão na Ordem Milhar ãc Chrijlo , o Prínci-
pe do Brafií i e o Infante D. Francifco, Efcá no livro dos
Kegijiros dos Decretos da Mcja da ConJciência^ e Ordens.
de Ejiado.
dati pro arrhis , & donadone propter nuptias promittit & conílituit ,
prarogativas , &
apparatum quibus priores R.eginíe Luíita-
aiilicum
iiiíe frr.ebantur femper , & nunquam minus habituram.
Pro aíTecurationc autem dotis , & arrharum modo , & tempere
inferius diccndis exíblvendarum oinnia Coronse Luíitani.x bona hypo-
thecata erunt.
()uoá íi PotentiíTlmus Rex ante Regiam conjugem fine libcris
vita decellcrit , & Regina in Luíltania rcíidere voluerit , illi inte-
gra dos, gcwmx j íupellex , 8z reliqua cm.nia , quíí; jiixta authenticam
deíignationcm in Liiíitaniam atíulerit, &
non confiirr>pta fuerint fai-
xa nianebunt ; atq'.ie ea bona durante matrimonio acquiíita , qu^ Re-
gi , &z PveginíE communia fuat , &
in parata pecunia , auro , argen-
to , & aliis bonis mobilibus ,
quibufcunque coníillunt , & non ad Co-
ronam pertincnt poíl cbitum Régis dividentur , & eorum medietas
Rcginae tradctur , íimulque elidem Statibus , redditibus , Oppidis , ju-
riílliílionibus , privilegiis , prarogativis , aulico apparatu , íicuti &
Pvege vivente Regia vidua íiuetur , licet co tempore alia Regina
Principi Regnantí nupta íít.
Com vero vidua Regina non in Regno Lufitanias habitare, fed
in Germaniam redirc voluerit , reílituetur illi integra dos cum tertia
arrharum pai te , & Íupradi6la medietate bonorum confiante matrimo-
nio acquifitorum , qua; non pertinent ad Coronam , una cum om.nibus
iis bonis , qux in P.egnum Lufitaniae attulerit , & confumpta non
fuerint, omnia íccum in Germaniam feret, & quandiu prxái^a
quíie
dos , & pars arrharum non perfolvetur tandiu omnibus lupra-
tertia
didis Statibus , redditibus Oppidis , juriídidionibus , privilegiis
,
Tom. y. T Jc-
,
coníideratus Sc examinatus
, eum tam in partes quam in totum vo-
, ,
JOANNES REX.
SENHOR.
VoíTa Mageftade eflará informado pelo Capitão das Guardas Nuil}. 10 2
TA"*
^ Catalãas , de tudo quanto tem paíTado no Exercito , depois que a ^ '
Voíla Mageftade ie retirou delle , e também faberá , que a falta dc
viveres nos obrigou a ir bufcai* os Armazéns de Aragão , e para eílc
eífeito pareceo conveniente , que fizelTemos a noíTa retirada cubertos
dos dous Rios, Tejo, e Taguna , o que executámos felizmente até
as vifmhanças de Cifuentes , a pezar das muitas tentativas , que o
inimigo fez ncíla marcha para atacar a noíTa Retaguarda , favorecen-
do-os os Paizanos de Caftella , que tomavaó as armas para fe lança-
rem fobre as noílhs Tropas , e para pilharem a nolfa Bagagem , mas
tudo lhe embaraçámos com aquella precaução , que era poííivel.
A eílaçao já adiantada, e a mefma neceííidade de viveres , e de
forragem para as Tropas , nos obrigou a marchar em columnas por
diíferentes caminhos. As Tropas Inglezas fuppondo achar mais al-
gumas provifoens em Biruhega para poder fuíRllir, tomarão aquelle
caminho , e fízeraó alto o dia oito , ncfle mefmo dia os furprendeo,
e atacou o inimigo com todo o feu Exercito , e os fez recolher no
Lugar, poílou as fuas batarias , e começou a bater as muralhas.
Antes , que eu tiveíTe noticia deíle accidentc , tinha mandado
ordem a todos os outros Corpos , que marchavao fcparados , para
que fe vieifem juntar comigo , prevendo o grande riico , que le po-
dia feguir na marcha por columnas ; e tanto que foube do eílado
,
e do perigo a que os Inglezes eílavaó expóftos
,
marcliey com todo
Tom. V. T ii o Exer-
,
7Ír, nem a nolTa , nem a artilharia dos inimigos , e naó tive mais re-
médio ,
que mandar queimar os reparos , e as rodas.
F ila he , Senhor , a exa6]-a relaíjaô , que a brevidade do tempo
me pcrniitte fazer a Volla Magcílade , &c.
sereníssimo SENOP.
Num, I C ^í T" y tardança de nuefíra correfpondencia me tiene coii
difficuítad ,
J_/gran Ihzon ,
por lo mucho , que defeo labcr de la falud de V.
An. 1711. Jvíageílad , cuyas noticias me íaltan mucho tiempo ha, aora felici-
ta mi carino , efperando dei que devo a V. Mageílad , no me las
retardara pues fave quanto me intereílb en que V. Mageílad le go-
;
CARLOS.
Carta
,
SENHOR.
AS Idades , que caiifa o eílado das coiifas de Europa me ^^uixi.
difficii
JOAÕ,
Carta ,
porque fe publicou a Faz de Portugal com França.
DOm João por graça de Deos Rey de Portugal , e dos Algar- NuíU. I O
ves , daquem , e dalém, mar em Africa, Senhor de Guiné, e *
ELREY.
Carta ,
(jiie o Tapa Clemente XI, efcveveo de própria ma'o a El-
Rey D, JoaÕ o V * pedhidclheJcccorro contra osTurcoSy (jueamea-
çavaõ Itália: anda no Tomo da CcUecqao que fe iniyrimio eni ^
pugnazione delia Piazza di Coríii , che non riufci loro nella paiTata
Campagna , mà anco di compenfare con altri progreíFi per quella par-
te le perdite , che hanno fatte , e vanno facendo per P altra delp
Ungaria , crefcendo pero lempre piú li pericoli delP Itália , e dcllo
Stato Ecclefiaílicp , crefce altri si il biíogno , che abbiamo di pronto,
e valido ajuto. Tale tuttavia , e quale appunto lo bramiamo , piu
che da qualunque altra parte , giuílamentc lo fperiamo dalla Majcf!;!
Voílra , e con Noi fmiilmente lo fpera la Chriílianitâ tutta íi per il
generoíb impegno , che Ella ne preíe con tanta fua glona nelP anno
fcoríb , come per il noto fcrvorofiííimo zelo , con cui la Maeftâ Vol-
tra ò Iclita d' infíammaríi
,
qual ora fi tratta delia Caula di Dio , e
delia Cattolica Religione. Animate per tanto daqueíla fiducia fono
le preghiere , che con ogni maggior vivczza ci avanziamo à porgerle
,
affin che Ella íi compiaccia di rinuovarci anche in queíl' anno V aííil-
Tom. V. U
tenza
I J4 T^rovas do Liv, VIL da Hiflor ia Çenealogtca
poter far argine alie loro forze , fará neceíTario , fecondo che ci aííe-
rifcono li noílri Ufficiali di Mare , che tiitte le Navi , e Galere au-
filiarie deli' Arniata Chriftiana íi trovino al meno verfo la meta dei
proííimo mefe di Aprile nelle Acque di Corfú. Quindi la Maefta
Voílra ben vede , che con la celeritâ diquelli ajuti , che giudicherâ
di porterci dare , ci raddoppiarâ le obligazioni , che glie ne profeíTa-
remo , quali ora in tanto preventivamente le proteftiamo fuperiori
ad ogni noftra efpreílione. E con tutta la pienezza dei noílro Pater-
no affetto diamo alia Majefta Voftra V Apoftolica Benedizione. Da-
tum Romae, &c. die 14 Decembris 171 6, &c.
A R G U M E N T U M.
Craviffíinum perkulum Ecclejt£ , Religioni , ac ipfimet TJrhi impendens
à Turcarwn Armis ob óculos iterum potiit Regi Portugalli^ , Eum-
que quam enixe rogat , ut openi tum •validam , tum celerem affiiâíis-
rebus afferre velit ; In primis atitem à Majeflate jua fiagitat , ut ma-
jorem , quem poterit , Navium bellicarum immerum mittat quam pri-
mum , ac ejjiciat , tit initio , i^el faltem circa quintum decimam diem
Jlprilis , apud Melitenfem Iiifidam cum reliqua Chrijlianorum Claf-
fe auxiliaria conjungi pojjlnt,
Dit.n.• 107/ /^Hariílíme In Chrifto Fili nofter falutem 5rc. DalP Arcivefco-
, ,
'
vo di Laodicea noftro Nunzio udirà la M. V. le noílre anguftie,
i\n. 1710. £ li pericoli ò per dir meglio , udirà le anguftie , e li pericoli
noílrri
delia Chiefa , e delia Reh'gione. Degne-íi la M. V. di afcoltare li
clamori , e li gemiti delP una , e deli' altra ; nè ricuíi P opportuni-
tà , che fe li porge di farjfi diffenfore , e liberatore di ambedue ; Ha
la Divina Providenza , como ben chiaramente vediamo , in tempo ap-
punto , nel quale la Maeílà Voftra li trova con forze aíTai valide, e
dcl tutto libera da qualunque impegno di altra guerra unicamente
rifer-
,
dei fuo capo >^iíibile : />//> /jomo imfftis a Deo , cni nomen erat Joa7t~
nes. Accorra dunque la Maefíà Voílra , come Dio manifeflamente a
chiama , e come Noi con tu tia P eílicacia niaggiore dei noílro fpiri-
to la preghiamo , al riparo de"* noílri graviííimi , c cílremi bifogni.
Mandi in accreícimento deli' Armata CJiriíliana tutto quel numero
inaggiore de Vaícelli , che Ella potra \ nòn dubitando , che à far fce-
glier li ben capaci di far valida oppofizione alP altra formidabile Ar-
mata , che íi prepara da' Barbari à noílri danni ; fcpra tutto però ,
giacchè fecondo le piu accertate notizie , che abbiamo , V Armata Ot-
tomana tiene ordine de ufcire in Mare follecitamente per prevcnire li
Chriíliani , e toglier loro la difefa , compiacciafi la Maeftà Voftra di
rompere a' noftri Nemici tali mifure , con ordine fenza minima pcrdi-
ta di tempo , che li medefimi fuoi Vafcelli fi trovino al principio
ò al meno prima delia meta di Aprile , nelle Acque di Malta , per
ivi congiungerfi colla noílra Squadra , e con gl' altri Legni Aufdia-
rij , c di là portarfi con la noílra benedizione , e con quelia , che in-
Tom. V. U ii Breve
, ,
J)Jf^' j
Qii- /^Hariflíme in Chriílo Fili nofter, faíiitem , 8zc. Máximo com-
'
*
lí^moti difcrimine quod non amplius VenetíE tantum Ditioni,
,
Au. 1716. fQf^ ^liisetiam Chriftianis Provinciis , Italise pra^fertim , Si huic ipíi
verse Religionis Arei inílare confpicimiis ex Turcarum inexplebili
ciipiditate , ac fuperbia , qui profperis fuperioris anni eventibus in-
fla ti
,
próximo vere, nihil jam eonim armis iu pervium fere confi-
dunt, Maieílatis Tuíe prasfidium iterum implorare, ac urgere compcl-
limur cum enim graviíTimos , ac pene incredibiles fumptus fubire
•,
Breve
,
1»
a /
iinquam alias, armorum terra, marique apparatus , quo infeníiílimus '7^^*
Turcarum Tyranniis , próximo vere , non in Venetas tantum , fed in
alias qiioque Chriílianas Provincias , ac in ipfam Pontifíciam Ditio-
nem irrumpere meditatur , Maicílati Tuíe pluribus explicare fupcríc-
demus ; id enim coUigere abunde poteris ex graviíTimo periculo,
quod rei Chriílianse , ac OrthodoxíE Religioni imminere nemo noa
cernit. Quare tot , tantifque malis , quantum in Nobis fitum eft
cccurrere iatagentes , Chariífinii in Chriílo Filii noílri PortugaíliíE ,
& Algarbiorum Régis Illuftris , conjugis tui , opem iterum quani
cnixe imploramus , nec profecbo ambigimus , quin ipíe tam neceílario
tempore lucuíenta cximix pietatis fuás prsecipuique zeli publica.' faiu-
,
Breve
,
A R G U M E N T U M.
Regi PorUígallia nberes graúas agit ob mtjjhm pravalidam Navkm
Clajjem in fuhjíchum belli acherfiis Ttircas.
Breve
da Cafa %eal Tortugues^a^ i 5p
ARGUMENTUM.
O/w /« j€geo Mari
Chrifliana Clafps adverfiis Turcas profpere ptig-
naviffet , ^
potior felicis eventus pars Lujitanorujn virtiíti tribue-
rettir ; Sua SanBitas Prafedíum Lujitanis Navibus , (jui eo in pr£-
lio egrégia fe gefjerat , dignis ornat lauãibus , ac illi dono mittit
nobilem Decadem precatariam Sacris Indulgentiis dilatam , /;/
proMmo fuo ad Lufltanas oras reditu felix illi , faufiunique iter ap~
precatur.
DIJeíte Fili , Nobilis Vir , falutem , kc. Cum ex píiirimorum lit- Num, { o
tens , ac fermone fatis , fiiperque Nobis , innotuerit Nobilita- *
tem tuam in primis, tuoque exemplo ceteros omnes Duccs , & Mi- *7^7«
lites bellicarum Navium à ChariíTimo in Chriílo Filio noílro Joanne
Portugallias & Algarbiorum Rege Illuftri íidei , prudentixquc tiise
,
i/^y*
Chriíli MDCCX. Indidlione III. Die vero XV. Martii,
*
Pontiíicatus aiitem Sandliílimi in Chrifto Patris , & Domini Noftri
Domini Clementis Divina Providencia Papse XI. Anno ejus decimo,
Ego Officialis deputatus infraícriptus vidi , &
iitteras legi quafdam
Apoílolicas liib Plumbo expeditas tenoris íequentis videi icet. Cie-
mens Epifcopiis fervus íervorum Dei. Dileíio filio Oííciali Vene-
rabilis fratris noftri Archiepiícopi Ulixbonenfis falutem , & Apofto-
licam benedidlionem. Apoítolatus minifterio meritis licet imparibus
divina* diípofitioiíe praTidentes inter castera ccrdis ncftri deliderabi-
lia ilhid fmceris defidcramus affeélibus , ut Maieftas Altiííimi
,
ubique
collaudetiir, ciiltuíque fui gloriofiíTimi nominis augeatur , ad illius, &
ac ejus Apoftolorum laudeui , &
gloriam , quíEcumque Capellíe pr^e-
fertim Regias dignioribus atollantur honoribus , ac in illis Miniílro-
rum , & Digiiitatum , ac Canonicorum , &
Beneficiatorum Eccleíiaf-
ticorum numeriís conftituatur , &
Perfonarum , quarumcumque príe-
lertim Pontifícali Digniíate pollentium tendentia vota optatum forti-
antur eíFeétum opem , &
operam quantum Nobis ex alto conceditur
efficaces impendimus , ac pias di6larum perfonarum fuas facultates
circa ea erogare cupientium ordinationes fpecialibus favoribus , &
gratiis profequinnir , prout in Domino confpicinms falubriter expedi-
re. Exhibita fíquidem Nobis nu'per pro parte Venerabilis fratris
Eoftri Nunii da Cunha de Ataide moderni Epifcopi Targenfis peti-
tio continebat ; quod cum in Régis Palatio Civitatis Uiixboneníls
totius PortugaíliiXí , &
Algarbiorum Regni Metropolis Capella Re-
gia nuncupata Divo I homas Apoftolo dicata antiquiíTímíe , &
venuftif-
íimse formíc , & quoad totum aedificium , &
Altaria in ea fita , eo-
riimque ornamenta magnifica perfecHone elaborata capacitate , Sc
fatis
pulchritiidine prísclara eredta reperiatur in qua à nonnuUis Capella-
nis ad nutum araovibilibus , &
Scholaribus , necnon certo Cantorum
numero Divina OíRcia, aliafque Ecclefiafticas funéliones peragenti-
1,,
Nunii Epifcopi , & eius nomine dileíli filii nobilis Viri Andrea de
Mello de Caftro , ex Comitibus de Galveas , prícdidi Joannis Régis
apud Nos Ablegati Extraordinarii nobis fuit humiliter fupplicatum
quatenus praedi6bíE Regias Capellx venuOati , & decori in prxmiffis
opportune providere de benignitatc Apoftolica dignaremus. Nos igi-
tur , qui Divini Cultus augmentum fummopere exoptamus ipfum Nu-
nium Epifcopum in hoc fuo laudabili propofito confovere , ac fpe-
cialem fibi gratiam facere volentes , ipfumque Nunium Epifcopum à
quibufvis fufpenfionis , &
interdidti , aliifque Ecclefiaílicis fententiis ,
cenfuris , & poenis fi quibus quomodolibet innodatus cxit ad effe-
61:um prarfentium tantum confequendum harum ferie abfolventes , &
abfolutum fere cenfentes hujufniodi fupplicationibus inclinati Difcri-
tioni tUíE per Apoftolica fcnpta mandamus quatenus vocatis omnibus,
qui fuerint evocandis di£lam Regiam Capellam in Scholarem , &in-
fignem Collegiatam Ecclefiam fub invocatione c jufdem Di vi Thoniíe
Apoftoli , cum Choro, Capitulo, Menfa Capítulari , Arca, Sigillo
communibus , aliifque Collegialibus praerogativis , infignibiis, libertati-
bus , pr-ivilegiis , immunitatibus , exemptionibus , pra^eminentiis , an-
telationibus , conceíTionibus , favoribus , & gratiis , aliis Collcgiatis
infígnibus
,
uíu , & haélenus non revocata , nec fub aliqua revocatione compre-
hcnía ac Sacris Canonibus ,
, & Concilii Tridentini Decretis non re-
pugnent , necnon , ut omnia , quaícumque ftatuta , &
ordinationes &
circa regimen , &
gubernium CoUegiatae Èccleíiae erigenda: hujufmo-
di , illiufque perfonarum neceíTana , opportuna licita tantum , & &
honefta , ac Sacris Canonibus , Concilii &
Tridentini Decretis prícdi^
£lis rninime adverfantia cum confenfu didi Joannis Régis , ejufque
in diâioRegno fucceíForum Regum príudiólorum condere & pro re- ,
femper dicl:i Nunii Epifcopi & pro tempore exiílentis Summi Ca- ,
Tom. V. Y Bul/a
,
CLEMENS EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEI.
Ad perpetuam rei memoriam.
íequivalenter , confultum fuerit , liberè , & licitè poííit , & vaícat , &
íic remoti à Dignitatibus , aut Canonicatibus ^ & Pr?wbendis , feu Be-
neíiciis hujiiímodi quâvis rationc, & fub quovis prxtextu , etiam
triennalis poíleílionis juvari non poíTint , nec remotioni hujufmodi
contradicere , & íe opponere valeant , ac pro remotis Apoftolicâ au-
<5^oritate haberi volumus , &
mandamus , tcnore prsefentium , motu
pari concedimiis , & indulgemus. A d hoc aiitem , ut tam Archiepif-
copus Ulyíliponciiíis Orientalis , quàm Archiepifcopus UlyíTiponeníis
Occidentaiis pro tenipore exiáentes ultra propriam , & diílinclam
Dicecefim , ac proprium , & diílindbum Territorium , cum própria ,
vera , & particulari aiicloritate , jurifdi(51ione , & potefrate in ciijuf-
que eorum íiibditos , & Dioccefaiios habere valeant , Archiepiícopo
Ulyíliponeníi Orientali pro tcnipore exiílenti , ut audoritatem , jurif-
diclionem , & íliperioritatem in Clerum , Populum , in Caílra &
Oppida , Villas , Territoria , Diftriótus , Ecclefias , <Sc Perfonas tam
fíKciilares , quàm Eccleíiafticas exiftentes , & exiftentia in medietate
Civitatis , & medietate Dioccefis Ulyíliponeníis verfus Orientem ei
ut praífertur , aíítgnaíis , habere debeat , & eas liberè , & licite exer-
cere valeat, ac Loca, & Períoníe hujufmodi ejus juril'di6líoni , fubje-
(Stioni vifitationi , & corredlioni femper , & perpetuo fubjeíla rema-
ncant , citra tamen praejudicium Períbnarum , feu Locorum , forfan
habentium privilegia exemptionis ab hujufmcdi viíitatione , qusc íír-
nia, & illíefa remanere , & ut antea ab hujufmodi viíitatione exempta
refpeílivè eííe debeant.
§. 7 Necnon eidem pro tempere exifíenti Archiepifcopo UlyíTi-
poneníí Orientali ultra jurifdidlionem. , auíloritatem in Perfonas,
Sz
& Loca in medietate Civitatis , & medietate Dioeccfis Ulyffiponeníis
hujufmodi verfus Orientem íic , ut prísfcrtur, ei aíFgnatis , collatio-
ncs proviíiones , &
omnimodas alias difpofitiones Dignitatum , Ca-
nonicatuum & Prabendarum , Perfonatuum , Adminiílrationum , Of-
,
ventionis , &
Exaltationis SanítíE Grucis , Sandi Joiephi , Sanilae
Annie , Sm^\ Michaelis Archangeli , Sandi Vincentii Givitatis Ulyí-
íiponeníis Protefloris , Sandlic Elifabetha? Regina^ Portugalíiaí , San-
cli Antonii UlyíUponenfis , SantSli Angeli Guíiodis , & Sandi Geor-
gii Regni PortugalliiC Defeaforum Feílivítatibus , qu^ omncs in ipí^i
Colle-
i8z ^íovai do Llv. VIL da Hilloria (jcnealoyca
Collegiatâ Ecclcfiâ in Cathedralem , & Metropolitanam Ecdeíiam
Ulyíííponenfem Occidentalem eredam , & iii toto Regno Portugalii.T
íbiemniter celebiantur , necnon in qualibet alia die , íiqiise íiíerit fo-
lejrnior in Eccleílâ , in qua per totum Regniim pradiélus Archiepif-
copus Ulyíliponeníis Occidentalis Patriarcha nuncupatus Pootificali-
hus uíus fuerit , ac in Benedi^lionibus nuptiariim , & in folemni
Baptifoiate fílioriim , & dcfcendentium Regiorum , ac in aliis fimiíi-
bus 5 & íblemnibiis Regiis funílionibus , quae intra , vci immediatè
pofi: JMiíTarinn folenmia , celebrabuntur , quodqiie pradiítus pro tem-
pere exiílens Archiepiícopus Ulyíliponenfis Occidentalis Patriarcha
nuncupatus , íic à Nobis per pra:íentes creatus , & inílitutus , ac no-
inine , & prícrogativa Patriarchse decoratus habitu purpúreo ad inftar
Venerabilis rtiam Fratris noílri moderni Archiepifcopi Salisburgeníls,
indui poílit , eafque indulgentias concedere valeat , quas noílri , &
pr^edidac Sedis Apofíoliciu Nuncii in pradiélis Portugalli^ , & Al-
garbiorum Regnis ejuídem Sedis aiiíloritate concedere fclent vide-
licet centum , aut plures -alios dies , non tanien ultra annum , nec-
,
talis , quàm in toto Regno , & Dominiis prafeiite Rege eoque ab-
,
feute
,,
cumquc aliâ causa , quantumvis legitima , etiam per Nos , & perdi-
dos Romanos Pontiíices fucceíTores noftros pro tempore exiftentes,
motu , fcientia , & poteftatis pleiiitudiae , íimilibus decernimus.
§. 26 Deaique ut in eventum , in quem prxdidus Joannes , aut
pro tempore exiílcns Portugalliíc , Sc Algarbiorum Rex , cjufque íiic-
ceTores alibi Curiam , eorumque Regias Perlbnas , vel p^^rpetuo ,
vel per aliquod temporis ípatium reípedivò tranílulerint y nihilomi-
nus
,
nus íírmâ , & illacfa remanere debeant , tain Cathedralitas didx Col-
legiatas Eccleíice Nobis in Mctropolitanam & Patriarcbnlem
, fic à ,
&
|
non
,
Loco )Jí
BuUíC AureXa i
P. de Comitibus. 1
Decreto
,
DOm João
daquem
ves
,
por graça de Deos Rey de Portugal , e dos Algar-
e daíem , mar om Africa , Senhor de Guiné , e da
,
f^J^j^j j
ELREY.
DOm ves,
João por graça de Deos B,ey de Portugal, e dos Algar- f>^yj^^' I
daquem , e dalem , mar em Africa, Senhor de Guiné, e
da Conquifta , Navegação , Commsrcio da Ethyopia , Arábia Períia,
,
e da índia , &c. Faço íaber , aos que efta minha Carta de Doaçaó
virem , que pelas mefmas caufas , que me moverão a fazer mercê ao
Patriarca D. Thomas de Almeida , de duzentos e vinte marcos de
ouro , para ellc e todos os feus fucceífores no Patriarcado , por Doa-
ção feita em Carta minha da data defta , paíTada pela Secretaria de
Eftado Hey por bem fazer pura , firme , e irrevogável Doaçaó pa-
:
ELREY.
^
^Ivcr/i ,
por(jue EIRey D. Joní? o V. dividw Lisboa em Oca-
dental , e Oriental.
ElRey faço faber , aos que efte Alvará virem, que havendo
Num
'
•
11
* * < "17
5 xLrefpeito h íingular graça, que o Santo Padre Clemente Papa XI.
hera na Igreja de Deos Prcfidente , liberalmente fez a eíles meus Rey-
nos , e Senhorios , e muito particularmente a eíla minha muito no-
bre , e íempre leal Cidade de Lisboa , erigindo nella , e na mcfma
Real Capella huma Bafílica Patriarcal, com Prelado do m.eíino litu-
lo , além de outras honras, graças, e poderes, de que o dotou, e
femielhantemente ao Cabido da mefma Igreja , razendo-o fmgular en-
tre todos os do Mundo Chriftaó e por eíla caufa dividio o mefmo
•,
muito juílas caufas , que a iífo me movem , pi^.ra mayor f rmeza def-
la divizaó , e perpetua feparaçaó de Territórios , de huma , e outra
Cidade. Fuy fervido ordenar a todos os meus Tribunaes , Juizes, è
mais Juíliças , e Officiaes do meu ferviço , que nos papeis , que expe-
direm , ou fizerem expedir, aíFim em particular, como em commum,
façaó fempre pòr as datas com a diílinçaó de Lisboa Occidental , ou
de Lisboa Oriental conforme a reíidencia , que tiverem , ou lugar
,
REY.
Dec/úraça^ ,
Papa no Con/iJIorio Secreto: cnh na CoUec^
que Jez o
çaÕ ,
ijue Je imprimio em Francjort no anno ijzp, a pag, i^<?.
LXXIII.
IN CONSISTÓRIO SECRETO,
Habito die 7 Decembris 17 16.
AR GUME NT UM.
Ad Ecdefiam Vatrinrchalem JJlixbonenfem Occidentalem mvher ereâíúm
transfert R. P. D. Thomam de Almeida Epijcoptim Pcrtugalkiifem.
VENERABILES FRATRES.
INitio labentis anni cum immaniíTimus Turcarum Tyrannus pro-NuiU.
, 11 6
xima, ac fe?ici PeloponeíFi expugnatione fummoperé elatus ni- ,
hilque Jam íibi impervium fore confídens ingenti terrefrrium , mari-
,
Tom. V. Bb tiraarumquc
1 54 ^^ovas do Liv. VIL da Hifloria Çerjealogka
timnnimquc copiarum apparatu , non Venetas tantum , fed & alias
Chriílianas Provindas ferociter aggredi , cladibuíque involvere moli-
retur: potiílimum vero Iníiilam , & Arcem Corcyras , fecuritatis Ita-
licíe propugnaculum ,
oppugnare intendere , :Nos
ut bene noftis ,
tot, tantifque EccleíiíE , ac Reipublica; , imo &
temporalis noílrje
ditionis periculis vehementer commoti , primum quidem ad illum ,
qui potens eft in prélio , toto corde clamaviínus , ut fecundum mui-
titudinem miferationum fuarum eriperet Nos à malis , nec traderet
beíliis animas confitentes fibi deinde vero Catholicos Príncipes om-
:
fuppref- j
,,
Ad MetropoUtanam , &
Patriarchalem Ecclefiam príKdi61:am in
fui primrevâ erecbione nunc vacantem transferre intendimus Venerabi-
lem Fratrem Thoniam de Almeida Epiícopum Portugallenfem , cujus
qualitates ab hac San61:a Sede approbatae fuerunt , cum EccleíiíE La-
maceníi in Epiícopum prjefeélus , &
deinde ad Portugallenfem Ec-
clefiam , cui h feptennio laudabiliter praeeft , translatus fuit.
Qiiid Vobis videtur?
Aucloritate Omnipotentis Dei , Sandtorum Apoílolorum Petri,
& Pauli , ac noftrâ abfolvimus prsEnominatum Thomam à vinculo
quo tenetur , EcclefiíE Portugallenfis , &
tranf^ferimus ad Ecclefiam
Ulixbonenfem Occidentalem ,
príefícientes eum in Patriarcham , &
Paíiorem , cum retentione compatibilium , & Decreto , quod Fidei
profefíionem eniitere , & ad Urbem infra prsefíxura tempus tranfmi-
tere , ac fídelitatis prseftare omninò teneatur , quodque
Juramcntum
in Civitate Ulixbonenfi Occidentali , Domus Patriarclialis
di£l:a
(conftruílioni pro viribus incumbat , Seminarium inílituat , Montem-
que pietatis) erigi curet , ejus confcientiam fuper his cnerantes.
In nomine Patris >í( , Filii ^Jí , &Spiritus &
San(£li. Amen.
Tom. V. Bb ii Jhard
,
REY.
Decreto \
da Cafa T(eal Tortu^ue^^à. ipj
Tribunaes.
CLEMENS EPISCOPUS
SERVUSSERVORUMDEI.
Ad perpetuam rei memoriam.
ribiis
,
judiciiim Perfonarum
feu Locorum forfan habentium privilegia ex-
,
nes , &
omnimodas alias difpoíitiones Dignitatuni , Canonicatuum ,
& Pra^bendarum , Perfonatuum , Adminiftrationum , & Officiorum ,
ca^terorumque onínium Beneficiorum Eccleíiafticorum cum cura , &
fine cura pra^fentationes , eleéliones ad illa , confírmationes ,
, ac &
inílitutiones in eirdem , anteà in totâ Civitate , totâ Dioeceíi Ulix- &
bonen. praídefunctis Archiepifcopis Ulixbonen. con:petentes , íalvis
tamen , &
illcfis íemper remanentibus refervationibus , aíFeólioni- &
bus Apoftolicis , &
abíque pra:judicio pra;fentationis Beneficiorum
Jurifpatronatus Regii , &
Laicalis in pofterum pro medietate tantum
Civitatis Ulixbonen. êc medietate Diacefis Ulixbonen. linjufmcdi
veríus Orientem , fie ut príefertur , ei aííignatis , reliquimus , afllg- &
navimus ; eidemque pro tempore Archiepiícopo Ulixbonen.
exiftenti
Orientali Egitaaien. Portalegren. Prcraontorii Viridis , S. Thcn^a',
& Congi Epiícopales Eccleílas , illarumque pro tempore exificntes
reípedivè Pra-fules , leu Adminiftratores , pro íiiis , & pro tempore
cxiftentis Archiepifcopi Ulixbonen. Orientalis luffraganeis , qui tan-
quam membra Capiti pro tempore exiftenti i^rchiepiícopo Ulixbonen.
Orientali Jure Metropolitico íubeíTent , defignavimus , & deputavimus,
itaquòd idem pro tempore exiílens Archiepiícopus Ulixbonen. Ori-
entalis in eiídem Egitanien. Portalegren. Promonterii Viridis SanóH ,
re
,,
e
2 04 trovas do Liv. VIL da Hijlorla Çcnealcgica
nes , & faciiluates aliis Patriarchis , íeu prasdiílx Sedis Lcgatis com-
petentes nullas idem pro tempore exiftens Archiepifcopus Ulixbo-
nen. Occidentalis Patriarcha nuncupatus habere , feu exercere poíTet,
exceptis fupradidlis , nifi alia jurifdi6í:io , f?u facultas hujuíraodi priús
per Nos , aut fucceíTores noílros, Sedemque pra^fatam , declarata , &
refpeííiivè ei conceíTa fuiíTet. Necnon utendi Pallio non íolúm in
diebus , Feííivitatibus , &
FumSlionibus in Pontifícali Romano def-
criptis , &
defigaatis , fed etiam in Conceptiouis Beatíc MariíE Vir-
ginis , in Inventionis , &
Exaltationis S. Crucis , S. Joíeph , S. An-
nx , S. Michaelis Archangeli , S. Vincentii Civitatis Ulixbonen. Pro-
tedloris , S. ElifabethíE Reginís Portugallise , S. Antonii Ulixbonen.
S. Angeli Cuílodis , & S. Georgii Regni Portugallise Defeníbrum ,
Feílivitatibus , quíE omnes in ipsâ CoUegiatâ Ecclefíâ in Cathedra-
lem , & Metropolitanam Ecclefiam Ulixbonen. Occidentalem eredbâ ,
& in toto Regno Portugalli^e folemnitèr celebrantur , necnon in
qualibet alia die , íiquíE fuiíTet folemnior in Ecclefíâ in qua per to-
tum Regnum prsediélus Archiepifcopus Ulixbonen. Occidentalis Pa-
triarcha nuncupatus Pontifical ibus ufus fniífet , ac in benediâ:ionibus
Nuptiarum, & in folemni Baptifm.ate Filiorum , & Defcendentium
Regiorum , ac in aliis f milibus , 5' folemnibus Regiis Fundionibus,
quaí intra, vel immediatè poíl MiíTarum folemnia celebrarentor, qucd-
que idem Archiepifcopus Ulixbonen. Occidentalis nomine , «Fv pr^ro-
gativi Patriarchíc , fic à Nobis decoratus, habitum purpureum adinf-
tar Venerabilis Fratris noftri moderni Archiepifcopi Salisburgen. in-
duere poíTet, eafque Indulgentias concedere valeret, quas noOri , &
prasditílsE Sedis Nuncii in eifdem PortugalliíE , & Algarbiorum Reg-
nis ejurdem Sedis au'51:oritate concedere folent , videlicèt , centrm ,
aut piores alios dies, non tamen ultra Annum, necnon in uno Fef-
to dumtaxat à Primis ufque ad fecundas Vefperas , & Occafum Solis
diei Feíli hujufmodi quinque Annos , & quinque Qiiadragenas , aut
infra , ita tamen , ut íemel tantum pro unâ Eccleíiâ , vel Capella fi e-
xet, etiàm conceílimus , &
indulfimus Capitulo verò diâac Collegia-
:
runt ,
quin neccíTaria íit licentia alterius cujufcumque Archiepifcopi
vel illius confírmatione , qux autem ex iis denuò erigentur , nonniíi
prseviâ licentia , & approbatione Archiepifcopi loci , fic incedere au-
debunt. Quinto quòd denunciationes , qux ad contrahenda Matri-
monia , vel ad Sacros Ordines fufcipiendos à jure prsniittuntur , non
folúm in Parochiali Ecclefiâ illius Dicecefis , ubi contrahentes , aut
Ordinandi Domicilium habent, fed in una alia alterius Dioccefis de-
beant fieri , ne aliquis dolus , aut fraus íubrepat. Sexto quòd Pro-
ceíTiones publicíE , qux fíeri folent , aut in pofterúm íient , haud pof-
íint limites excedere proprii Archiepifcopatus , & alterius ingredi Ter-
ritorium , abfque exprefsâ licentia illius Ordinarii. Septimò quòd Mi-
niftri judiciales , & Officiales unius Archiepifcopatus non poílint in-
tra alterius ambitum , aut Territorium deferre iníignia , quae aliquarti
jurifdidtionem denotent , nec per fe ipfos facere exequutiones , aut
aliquem in Carcerem mittcre , quàmvis alias fibi fubjeclum , fed jux-
ta ftylum , & praxim Regni literis príccatoriis utendum eft , cafus ta-
men excipitur , vel £ugx , vel fragrantis deliíli , in quo utriufque
partis Miniftri poterunt capere delinquentem , quem deferent ad Mi-
niílrum iUius Dioeceíls , in qua fuerit captus , ut hic vel in illum
animadvertat , fi jure ipfi fpeóíat , vel ad competentem Judiccm re-
mittat puniendum. Odlavò quòd Literse Apoftolica; , fivè juílitiam ,
íivè gratiam continentes diredíE pro illarum exequutione ad Archi-
epifcopos , feu Officiales hujiiíce Civitatis Uívílsponeníis , fi Oricnta-
lem 5 aut Occidentalem non exprimant , remiíTíK , ac diredlse cenfean-
tur ad Ordinarium illius Perfoníe , fi matéria perfonalis íit , aut rei
íi realis , cu jus negocium ngitur. Nonò quòd omnes caufae , &
lites,
qux nunc temporis controvertuntur , & adhuc fub Júdice funt in eo-
dem judicio, &
apud cofdeiu Miniftros tcrminentur , apud quos
fumpferant principium , quamvis alias ad Tribunal novitèr erigendum
fpeclare debercnt aliquo ex Capite ; pro exequutione tamen harum
fententiarum remittend.x erunt literíe pracatoria; ad Miniftros , in quo-
rum Território commorabuntur perfonse , vel erunt fita- res , in qui-
bus exequutio facienda.
erit Decimo quòd novus Arcbiepifcopus
Ulyíííponenfis Occidcntalis poterit de novo eligere , &
creare pro
fuo arbítrio omnes , &
íingulos OfHciales , &
Miniílros , quos in di-
ílâ Civitate hucufque creari mos erat , vel etiam poterit confirmare
pro fuo libiío quos creatos invenerit , cafu tamen , quo antiqui Offi-
ciales feu munere fuo priventur , non proptereà judicia-
dcponantur ,
I
,
chia Sanéli Saturnini fit filialis & contigua Ecclefias Sandi Antonii
,
de Tojal , cui decimas folvit , & non multis abhinc annis ab eâ fuit
difmcmbrata , ut etiam in pra^fenti in Matricis fuás rccognitio-
talitèr
nem , & fubordinationis debitce proteftationem in tutelari Fefiiivitate,
& Corporis Chrifti ejufdem Matricis Ecclefiíc die Crucem portat pro-
priam , eaque intervenit Proceflíonibus , quae in Matrici príudiólis die-
bus fíunt , omnibufque in feftivitatibus , &
Officiis tenetur Curatus
convocare Vicarium , atque Benefíciatos Sanéli Antonii de Tojal unà
cum ipfis praedidla Officia celebraturus , quorum proindè cmolumcn-
ta inter omnes dividuntur, &
etiam non multis abhinc annis ejuídem
filialis Ecclefix unus uniufcujuíque Donius Parochianus Pafchatis Re-
furreélionis die in diclâ Ecciefiâ Sanéli Antonii tenebatur confiteri
& communicari in prima;vae jurirdiftionis ípiritualis , quam in eos ha-
bebat ejufdem Ecclefiíè Parochus , recognitionem , quíE omnia Nobis
conftitere ex Perfonis fídedignis , &
aliis infbrmationibus , docu- &
mentis , quoí optimò di61am filiationem jufl:ifícant , &
iníupèr ex Ten-
tentiâ , quíE in Archivio diíbse Parochiae de Fanhoas fervatur , omnia
relata conftant ; ideò judicamus príedi6las Parochias San6íi Saturni-
ni , Santíti Antonii , Sanéli Juliani de Tojal ad Mitraí Orientalis ju-
rirdi<Slionem pertinere , &
jubemus ità términos fignari , ut intra Ter-
ritorii illius limites incUidantur Quòad Parochias vero de Figuei-
:
rá vero loca, qua; ex hac lineâ exclufivò reperiuntur cum fuis Trr-
minis , Territoriis, &
Dependentiis juriídidlioni uniufcujuíque Prse-
lati utriufque Tcrritorii divifi pertinere ; &
cum pra::di6líE Villa: de
Cadaval , & Óbidos licèt expreíse in pr^^diélo Motu próprio non
fiiit nomiiiatíc , attamen ex divifione ejufdem linear Territcrio Alitrís
nere , aut innovare diredò , vel indiredè quovis quíEÍito colore , vel
ingenio ac modernum, & pro tempore exiftentem didae Patriarcha-
,
I
,,
& fi fecus fuper his h quoquam quavis au6Voritate fcienter , vel igno-
bus ,
ftylis , & etiam immemorabilibus , privilegiis
confuetudinibus ,
CLEMENS EPISGOPUS
SER V US SERVORU M DEI.
pcrpeitiãju rei memoriam.
Nos ícternas Divinse bonitatis Majeftati , quòd tam pia tamque pre- ,
lidas , & eíScaces eíTe , Sc fore fuoíque plenários , & íntegros eífe-
,
£lus fortiri , & obtinere , ac ab cm.nibus , & íingulis , ad quos quo-
modolibet nunc fpeâat , <Sc fpe^labit in futurum , fírmiter , & kivio-
labiliter obfervari debere , ac nullo unquam tempore ex quocum.que
capite, vel qullibet causa, quantiimvis legitima , & juridicâ , etiam
ex eo , quod Capitula Cathedralium , Colíegiatarum Eccleíiarum
quarumlibet , earumque Dignitates , & Canonici , vel quilibct alii
cujuícumque dignitatis , gradus , conditionis , Si praeniinentia fuit
iii pramiílis, & circa ea quorrcdolibet , & ex quavis causa, ratione,
adlione, vel occaíione , jus vei intereffe habentes , rait habere pratea-
dentes , illis non conícníerint , nec sd ca vocati , citati , Cz auciti
fuerint , & caufa , propter quas eadem prrefentes emanavcrint , addu-
éla , verifícata , <S' Juíliíicata non fuerint, de fubrepticnis , vel ob-
reptionis , aut nullitatis , leu invaliditatis , vel intcntionis nofrra , a-it
quoHbet alio quantunwis magno , fiibílantiali , inexcogitato , inexco-
gitabili , ac fpecif.cam , & individuam mentionem , & expreílionem
Tom. V. Ff requi-
,,
,
literas , & in eis contenta qusecumaue , ubi , & quando opus fuerit
ac quoties pro parte Digaiíatum , Caiionicorum , Beneuciatc rum , &
Capella-
da Cal a %ea] Tortugucí^â, 227
Capcllanorum prxdidorum , aut aliciijus corum fuerint requifiti , fo
Jen.niter piiblicantes , eifque in pra;miííis efficacis deíenfionis príEÍidio
aíliftcntcs faciant audloritate nollrâ caíUem pra:ícntes , in eis con- &
tenta hrjulmodi ab oinnibus , ad quos nunc ípe^Vat, & pro tempe-
re Ipeclabit quomodolibet in futuium , inviolabiliter obfcrvari, nec-
non eofdem modernos, ac pro tempore exiílentes Dignitates , Canó-
nicos , Bencficiatos , & Capellanos pra:di6los , illis paciíicè frui , &
gaiidcre , non permitentes eos , aut eorum aliquem defuper quomodo-
libet indebitè moleftari , Contradidores ^uoslibet , &
Rebelles per
fcntentias, cen furas , oc pcenas Eccieíiaílicas , aliaque opportuna júris,
& faCti remedia , appellatione poílpofitâ , compeícendo , invocato
etiam ad hoc , fi opus fuerit , brachii fa:cularis auxilio : Nos enim
modernis , ôc pro tempore cxiílentibus Elven. Algarbien. Miran- &
den. eifque defícientibus , feu impeditis ,
Angolen. Sc humacen. Epif-
copis pra;di61:is , & eorum cuilibet , quofcumque Moleftatores , Per-
turbatores , Contradiétores , &Rebelles , etiam per Ediélum publi-
cum , conflito fummariè , de non tuto acceíTu , citandi , eifque , &
quoties inhibendum fuerit , etiam per fimile Ediítum quoad Prima-
tes , Archiepifcopos , & Epifcopos fub Interdiéli ingreííiis EccIcíííe ,
quo vero ad alios inferiores , etiam fub cenfuris Eccleíiaílicis , &
etiam pecuniariis , eorum arbítrio imponendis , moderandis , ap- &
plicandís pa^nis , inhibendi , necnon eos, quos cenfuras, pcenas &
pra:di6las incurriíTe conftiterit , eas incurrilfe , fervatâ forma Concilii
Tridentini , declarandi , ac legitimis fuper literis habendis fervatis
proceffibus , cenfuras , & poenas ipfas , etiam iteratis vicibus , aggra-
vandi , rcaggravandi , & interdicendi , plenam , &
liberam , motu ,
fcientiâ , auctoritate , & tenore pracmirfis concedimus facultatem , non
obftantibus , quatenús opus fit , quibufvis legibus , ílatutis , ílylis ,
confuetudinibus , & prohibitionibus , fiquse forfan adíint de gratiis
adinftar non concedendis , ac de veftibus rubeis non deferendis , ac
etiam in Synodalibus , Provincialibus , univerfalibufque Conciliis edi-
tis , vel edendis fpecialibus , vel generalibus Conftitutionibus , Sc
,
bus fpecialis ,
expreíTa ,
fpecifíca , & &
individua , ac d:^ verbo ad ver-
bum , non per claufulas generales idem importantes, mentio,
auteiii
feu qníEvis alia expreílio habenda , aut aliqua alia exquiíita forma ad
hoc íervanda foret , etiamíi in eis caveatur exprcísè
illis nul- ,
quòd
latenús ,aut nonniíi fub certis moJo , &
forma derogari poTit, te-
nores hujufmodi , ac íi de verbo ad verbum nihil penitíis omiííb , &
forma in illis tradita obfervatâ iníerti forent , priefeatib is pro plenè,
& fufficienter expreílis , Sc infertis habentes , illis alias in luo robo-
re permanfuris , latiíTimà , Sc pleaiíRmè hac vice dumtaxac fpeciali-
ter , Sc expreísò, eanimdem tenore príEfentium , motu íimili deroga-
mus , Cíeterifque contrariis. quibufcumque. Nulli ergo omninò íio-
minum liceat hanc paginam noílri motus proprii , ac abfolutionis
conceíHonis , indulti decreti , commiíTionis , mandati , Sc derogationis,
infringere , vel ei aufii temerário co atra ire ; fiquis autem hoc atten-
tare príErumpferit indignationem Omnipotentis Dei , ac Beatorum
Petri , &
Pauli Apoílolorum ejus , fe noverit incurfurum. Datum
Romãs apud Saneiam Mariam Maiorem , anno Incarnationis Domini-
cse , millejíímo feptingenteíimo decimo feptimo quarto Idus Martii,
,
JBiifJú (lo Papa Innocencw XIII. das (jiiartas partes das rendas dos
Arcehtjpados , e Bifpados , dos Rey nos d^ Portugal ^ e Algar ^
ves , e cidras rendas EcclefiqjUcas , appliçadas a Santa
Igreja Patriarca/,
INNOCENTIUS EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEL
Ad perpetuam rei memoriam,
reddituum , &
proventuum à quibufdam Dignitatibus , ac Canonica-
tibus , &
Prabendis inírafcriptarum íkcularium , forfan infignium &
CoUegiatarum Eccieíiarum , ut infra difmembranda? , feparandje &
Dignitatibus , Canonicatibus , & Beneíiciis ejufdem Patriarchalis Ec-
cleíííc
5
corumque Pra^bendis refpedlivè imirentur
,
applicarentur , &
incorporarentur , ex hoc profeétò honoriíicíe , deccnti , commodíE &
fubílentationi Dignitates , Canonicatus , PriLbciidas , ac Beneficia &
ói&x Patriarchalis Eccleíi^ pro tempore obtinentium fuíiicienter pro-
vifum , &
confultum foret ; idem Clemen:, PrardeceíTor , qui utilita-
tes , & commoda Miniílrorum EccIeííafiiccriLii augere , & promove-
re íinceris deíidcrabat aíTeítibus ; firmis , & illojíis remanentibus om-
nibus , & fingulis privilegiis , gratiis , prsrogativis , & indultis , alias
tam ab ipfo Clemente Pracdeceífore , 8c PríEdeccíToribus noílris tunc
íuis eidem Patriarchali Ecclefix , etiam de tempore , quo ipfa erat
íímplex Capella Regia , aut iníignis Collegiata Ecciefa , quàm à príe-
diclo Joanne Rege , ejuíque Praedeceílbribus Portugallise , 8c Algar-
biorum
da Cafa %^al TonugH*e^a. 231
biorum Rcgil^ius conceíTs ;
fírmifqiie pariter , & illarfis remanentibus
frudVibus , rcdditibus , & proventibiis , ac diftributionibus quotidian-
iiis alias Djgnitatibus , Canonicatibus , &
Prsebendis , ac Bcnefíciis
àiãx Patriarchalis Eccleíiiu ex bonis merò laicalibus , & regiis aíTig-
natis ,
qui ob unioncm , & applicationes infrafcriptas nullatciius mi-
nui fcu ceílare deberent ,
, quacumquc contraria difpofitione in Lite-
ris Apoftolicis Ereélionis CapellíE Regias in Collegiatam Ecclcfiam
contenta non obílante, attento confenfu di6li Joannis Régis, ad hunc
effe^Sum , ut idem Clemens Pra^deceífor acceperat , jam praeftito ,
jNíotu cjus próprio , non ad alicujus fuper hoc oblatíc petitionis inf-
tantiam , fed ex certa fcienti i , &
matura deliberatione fuis , dequc
Apollolicíu poteftatis pleniíudine fub Datum videlicet Quinto Kalen-
das Otflobris , Pontificatus fui anno vigeílmo à praefatis Patriarchali
Archicpifcopalibus , &
Epifcopalibus Eccleíiis in PortugalliíE , Al- &
garbiorum Regnis hujufmodi , ut praefertur , conííftentibus , earumque
frudiibus , rcdditibus , bonis , proprietatibus , juribus , cenfibus , lau-
demiis , contributionibus prícdialibus , vulgo Pítaf?ças , aliifque ob-
ventionibus, nccnon jurifdiélionis etiam temporalis , Canccllariíc , aut
luduofarum proventibus , ca:terifque cínolumentis quibufcumque ad
Pauuarchalem , Archiepifcopales , &
Epifcopaics Eccleíias prs;fatas
quocumque titulo etiam unionis , donationis , contrapus cujuslibet
etiam onerofi , aut legati ceiam perfonalis , uti vocant , vel aíiâ qua-
vis causa , feu jure tunc , &
pro tempore etiam de novo fpeélantí-
bus , qui onm^s , ut etiam acceperat , ad centum triginta duos mille
quingentos fexaginta fex ducatos auri de Camera fecundum comniu-
nem xftimationcm infimul tunc afcendebant , quartam eorundem fru-
dluum , reddituum , &
proventuum naturalium , induílrialium , ci- &
viíium partem , triginta tres mille centum triginta feptem ducatos au-
ri limiles in totum tunc conftituentium , difmembravit , feparavit ^ &
ac ab infrafcriptis novem Dignitatibus , &
infrafcriptis viginti odo
Canonicatibus , &
Pra:bendis , earumque , eorum omnibus , & íin- &
gulis refpeéírivè fruólibus , rcdditibus , proventibus , diíii ibutioni- &
bus quotidianis , bonis proprietatibus , necnon juribus , cenfibus , lau-
demiis , contributionibus príedialibus , vulgo Pitafiçús ^ catcrifque
proventibus obventionibus , 8z emolunientis quibuicumque certis ,
,
delicet quíe , feu quod per liberam dimiílionem dileéli filii Joannis
Petri de Lemos Clerici , feu Presbyteri de illa , feu illo , quam , feu
quod tunc nuper obtinebat , in manibus- Ordinarii Loci fponte fa-
àam , & per eundem Ordinarium ordinária ejus auíStoritate extra
Romanam Curiani admiíTam , ut pariter acceperat , vacabat , five pras-
miíTo , five alio quovifmodÇ) , aut ex alterius cujufcumque Perfonâ
feu per prxdiíbam , vel aliam liberam difti Joannis Petri , vel cujuf-
vis alterius dimiíTionem de alia , feu illo , necnon fecundo , tertiò ,
& quarto dida , feu fecundo , tertiò , & quarto dietas Eccleíias , feu
Capellas , aut Beneficia hujufmodi ex tunc prout ex ea die , & è
contra , cum primúm illas , feu illa per ceíFum , etiam ex causa per-
mutationis , vel deceíTum , aut privationem , vel quamvis aliam dimif-
íionem , vel amiílionem illas , feu illa tunc obtinentium , aut alias
quovis modo vacare contigiílet , etiamíi a61:u tunc , ut prxfci ebatur
aut ex quarumcumque Perfonjs , feu per liberas reíignationes illas ,
feu illa tunc obtinentium, vel quorumvis aliorum de iliis in dióta
Curia , vel extra eam , etiam coram Notário publico , & teftibus
fponte fadas , aut aíTequutionem alterius Beneficii Ecclefiaílici ordi-
iiariâ auéloritate collati , & quoad primo diélam , feu primo didum
Eccieíiam , feu Capellam, aut Beneficium hujuímodi , non tamen per
obitum , refpe6l:ivè vacarent , etiamfi tanto tempore vacaviíTent , quòd
carum , feu eorum collatio juxta Lateraneníis Statuta Concilii ad Se-
dem Apoílolicam legitime devoluta , di(5laeque Ecclefíae , feu Capel-
las , .aut Beneficia hujufmodi difpofitioni Apoftolicae fpecialiter refer-
nes , & íingulos frudlus , redditus , & proventus prítdidos à die il-
lorum vacationis , pro rata temporis , quoad Eccíefias Cathcdrales
necnon novem Dignitates & viginti 06I0 Canonicatus , & Preben-
,
quate-
, ,,
vilium Patriarchalis ,
& Epiícopalium Eccleílarum
Archiepiícopalium ,
CLEMENS EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEI.
jld perpetuam rei memoriam.
teri dileáii etiam filii , vel eorum , aut alicujus eorum forlan Succel-
fores , leu Succellbr , ad prseíens reípe^tivè obtinent , ac quorum
quadringentorum odloginta ; necnon cx Decanatu etiam poíl Pontifí-
calem niaiorc , cujus mille íexcentorum ; ac ex Scholallriâ fimiliter
refpedivè Digiiitatibus , cujus oíliiigentorum quinquaginta oélo
necnon ex undccim CanonicaVibus , &
, non tamen Dodoraii , & Ma-
rum, & quarum infimul novemmille cjuadringentorum triginta oao ;
ac ex quinque Canonicatibus , cum
dimidia Pra:benda , feu dimidiis
Canonicatibus , & dimidiis Pra^bendis ejufdem Ecclcíiaí Elborenfis ,
etiam ex illo , & illâ , cujus altera dimidia fruâ:uum pars Tribunali
Sacrae Inquifitionis perpetuo applicata reperitur, ac quorum, & qua«
rum iníimul bis mille centum quadraginta quinque ; necnon ex Deca-
natu fimiliter poft Pontifícalem maiore , cujus Íexcentorum nftoginta
feptem : necnon ex Thefaurariatu maiori nuncupato Eccleíi^e Colim-
brienlis , cujus oílingentorum quinquaginta oâ:o ; necnon ex Deca-
natu , poíl Pontifícalem maiore , cujus noningentorum triginta ; ac cx
Cantoratu , cujus quingentorum nonaginta quatuor ; ac ex uno de
Báculo, leu de Valdigem , cujus íeptingentorum fcxaginta quinqnc
ac ex altero Archidiaconatibus de Coa , reípeíbivè nuncupatis Ecclc-
íiíe Lamaceníis , cujus quadringentorum triginta quinque ; necnon ex
Tom. V. li de
,
tatibus , ac Canonicatibrts , ^
Prxbendis diólas Patriarchalis Eccleíhe
Ulixbonenfis Occidentalis à Nobis ut infra applicandis , alteram eo-
rundem refpeflivè fruíVuum , reddituum , proventuum quotas Jo-&
anni Regi, ac Patriarcb^e prí^fatis benevifas , dummodo tamen pri-
mo di6ía , videíicet à Patriarchali Ulixbonenfi Occidentali, ac Archi-
epifcopaiibus , &Epifcopalibus Eccle/iis prcefitis quartam , fecundo
diéta vero quotíE hujufmodi , ut infra ílatuendas , tres quartas , à
Dignitatibus , ac Canonicatibus , &
Prsebendis , necnon Canonicati-
bus cum dimidia Prebenda, feu dimidiis Canonicatibus , dimidiis &
Prícbendis , pr^efatis à Nobis per praefentes , ut prasfertur , difmem-
bratorum , feparatorum , &
fejunélorum refpetivè fruíluum , reddi-
tuum , &proventuum prafatorum refpeílivè partes refpe6livc noii
excedant , in ejufdem Patriarchalis Eccleíige Ulixboncníis Occidenta-
lis fabricíE utili ratem , &
indigentias , necnon Miniílrorum eidem Pa-
triarchali Eccleíid2 Ulixboneníi Occidentali nunc , pro tempore in- &
fervientium fubí}entationem convertendas , à íingulis Dignitatibus,
& Canonicis à\^ix Patriarchalis Eccleíis Ulixboncníis Occidentalis íin-
gulis annis perpetuo perfolvendas , infra tempus Joanni Regi , ac
Patriarchíe prxfatis benevifum , íl-atuere poííit , &
valeat ; ita qubd li-
ceat mine , Sz pro tem.pore exif entibus ejufdem Patriarchalis Eccle-
fias Ulixbonenfis Occidentalis Dignitatibus , Sr Canonicis , eorum &
cuilibet per fe , vel Procuratores , AéVores , Exaclores , vel yFcono-
mos fuos eorum refpeflivè nomine corporalem , actualem , civilem &
omnium , 6^ fingulorum fru(9:unm , reddituum , proventuum à no- &
bis per prícfentes , ut príEÍerf.ir , difmembratorum , feparatr>rum , &
feiun(5loram , quoad Eccle/iarum , videíicet Dignitatum , Canonica-
tuum , & Príebendarum j ac Canonicatuum cum dimidiâ Prebenda,
,,
pro eorum , & Sedis Apcílolicse pra-fatx neceííitatibus aut alias Ca- ,
íionis , feu oneris , fivc quocumque alio nomine , aut alio quolibet
modo , &causa nunc , & pro tempore refpeflivò inhserentibus , aut
quíE , feu qui ex diélis , vel aliis hic non exprcfils , aut futuris , &
non prasvifis caufis dirainutionem fru6í:uum , reddituum ,
in pro- &
ventuum redundare , ac etiam quâcumque penílone íiiper eif-
poííínt
dem fru(Sí:ibus, redditibus , & proventibus Apoftolicâ aué>oriíate príK-
fatâ etiam perpetuo , etiam in favorem Tribunalis Sacra; Inquifitionis
contra ha:rcticam pravitatem , vel cujuslibet alterius pii Loci , vel
alias quomodolibet in futurum refervanda , qu£E omnia Patriarcha
Ulixboneníis Occidentalis , Archiepifcopi , & Epiícopi , necnon Dig-
nitates , &
Canonici pra:fati nunc , &
pro tempore cxiftentes folve-
re teneantur ; etiamíi in impoíitionibus huiufmodi cavcatur exprcfsè,
quod Penfionarii, feu Refervatarii partis frudtuum Patriarchalis Ulix-
boneníis Occidentalis , ac Archicpircopalium , Epifcopalium Ec- &
eleíiarum prajfatarum , ac Digniíatum , Canonicatuum , &
Prícben- &
darum , necnon Canonicatuum cum dimidia Praebendà , feu dimidio-
rum Canonicatuum dimidiarum Pracbendarum prafatorum pro ra-
, 8z
ta peníionum , refervationum & applicationum fuarum quantumvis
,
nia , & omnino quoad omnia liberos , ifiimunes , & exemptos prout
per eafdem prsefentes eximimus , & liberamus , ac exemptcs , &
liberatos efíe volumus , fub conditionibus infra poíitus , exigere , le-
varc , 8r in conimunes ufus & iitilitatem praefatsc Patriarcha] is P^c-
,
lias conftituentes ,
íingulis annis perfolvere debeant , &: teneantur
quòdque omnia , & quascumquc onera ,
obligationes ,
expcnfa- , &
amioífines ^
;,
âmiíTionem ,
Religionis ingrcíTum , inatrimonii contra-
privatioiiem ,
ceílbres noílros pro tempore exiftentes , vel Sedem eandem , aut il-
iius Legatos etiam de Latere , etiam Motu , fcientiâ , & poteííatis
plenituíiine fimilibus , feu cujufvis intuitu , & contcmplatione per
quafcumque Literas Apoílolicas etiam in forma Brevis , quafvis etiam
deroi^atoriarum derogatorias , ac fortiores , & infolitas claufulas, nec-
non irritantia , &
alia Decreta qua:cunique in fe continentes , deroga-
ri aut derogatum cenferi poíTe , neque debere ,
, in contrarium fa- &
(S^as derogationes , necnon quafcumque collationes , proviíiones , inf-
titutiones , vel alias difpolitiones de Beneficio , feu Benefíciis , aut
Canonicatu , Pra:bendâ, feu Canonicatibus , & Praebendis à Patri-
&
archâ Ulixbonenfi Occidentali pro tempore exiftente príefato íic , ut
príEÍertur , erigendo , feu erigendis , &
tunc eretflo , feu eredlis pro
tempore quoquomodo refpedlivè vacaturo , feu vacaturis, abfque pra:-
fati Joannis , &
pro tempore exiftentis Portugalliíe , & Algarbiorum
P^egis confenfu , feu prícfentatione , aut noniinatione refíieélivè fa-
^Slas , proceíTufquc defuper habendos , & inde , tunc fccuta , fe- &
quenda quazcumque nulla, & invalida, nulliufque roboris, vel mo-
nienti fore , &: eííe , ac pro nullis , &
infeílis habenda , nec jus , vel
ccloraturn titulum poffidendi cuiquam per ilia tribui , vel à quo-
cumque acquiri poíTe , dccernimus. Et attcnto , quòd pra:fatus Clc-
mens Prsedeceííor in diiflis ab Irnocentio Ptíedeceílore noí^ro príçfa-
to defuper in di^Vâ forma cxpcditis Literis inter alia voluit , quòd
applicatio , &
approprioíio aliârue per eafdem di(5li Ocircntis Frse-
,
fe ,
fcu alios , etiam quavis diíficultate occurrente ,
vcl alium , à &
prícdido Clemente PrícdeceíTore , ac à Nobis non pra'visà , quce effe-
dum tam primò didarum ejufdem Clementis PraedeceíToris in dicbâ
forma expeditarum , quàm noílrarum prn:fentium refpeélivè Litera-
rum minimè rctardare valeat eafdem primò didas prxfati Clementis
,
quoslibet , &
rebelles per íententias , cenfuras , &poenas Ecclefiafti-
cas , aliaqiie opportuna júris , &
íadti remedia , appellatione poílpo-
íita compelcendo , invocato , etiam ad hoc , fi opus fuerit , auxilio
brachii fíecularis &
infuper Judicibus praedivílis , &
eorum cuilibet,
quoícumque omnium , & fingulorum príEmiíTorum necnon h Cle- ,
nários , & Íntegros eífeílus íortiri , & cbtinere debere , ac nullo un-
quam tempore , ex quocumque capite , vel ex qualibet causa quan-
tumvis legitima, & jurídica, pia privilcgiatâ , ac ípeciali nota digna,
eriam ex eo quòd Dignitates , Canonici , ac Beneficiati iXidix Patri-»
archalis Ulixbonenfis Occidentalis , ac pro tempore cxiílentes Patri-
archa Ulixboneníis Occidentalis , Árcliiepiícopi , & Epiícopi Portu-
galli.12 , & Algarbiorum Regnorum , necnon Dignitates , ac Canrni-
catus , & Prítbendas , necnon Canonicatus cum dimidia Pra^bendâ ,
feu dimidios Canonicatus , & dimidias Prabendas , praefatos nunc ,
& pro tempore obtinentes leu quicumque alii , cujufcumque digni-
,
quocumque alio capite àjure, vel faf>o, aut ílatuto , vel coníuetudi-
ne aliqua refultante, feu etiam enormis , enormiíísmíE , toraliíque Lx-
íionis , aut quocumque alio colore, pra^textu , ratione, etiam in cor-
pore júris cíausâ , cccníione , aliave causa , etiam quantumvis juftâ ,
raíionabiii j legitima , jurídica , pia ^ privilegiata etiam íaii , quse ad
eriedum
,,
tis Statutis ,
eoruiidemque Statutorum reformationibus , novis edi- &
tiohibus , ftylis , ufibiis , &
confuetudinibus etiam immorabilibiis
diípofitionibus , &
ultimis voluntatibus in contrarium eorundem prae-
miírorum quibufcunique , privilegiis etiam ex fundatione competenti-
bus à Nobis , feu à quibufcumque Romanis Pontiíicibus PrícdeceíTo-
ribiis noílris refpedivè conceííis , necnon indultis, & Literis Apoílo-
licis , earumque fuperioribus ,
iliis
,
&
Perfonis , ac Locis quibufcum-
que etiam fpeciali , fpecifíca , expreíTa , &
individua mentione dignis,
fub quibufcumque tenoribus , &
formis , ac cum quibufvis etiam de-
rogatoriarum derogatoriis , aliifque efficncioribus , efficaciíTimis , in- &
folitis claufulis , irritantibufque , &
aliis Decretis in genere , vel in
fpecie , etiam Motu pari , ac etiam Coníiftorialiter , aut alias quomo-
dolibet , etiam iteratis vicibus , in contrarium pracniiíTorum conceííis,
approbatis , confírmatis , &
innovatis ; etiamíi in eis caveatur expref-
sò , quòd illis per quafcumque Literas Apoílolicas etiam Motu íimi-
li , deque pari Apoílolicae poteftatis plenitudine pro tempore concef-
CLEMENS EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEI.
Ad perpetuam rei memoriam.
bet, &
illorum quoslibet reípeélivè pro tempore quomodolibet, ac
quocumque titulo, jure, & aílione fpeélantium certas refpe61ivè par-
tes iníimul fummam fexcentorum feptem ducatorum auri de
bis miile
Camera hujufmodi confcituentes , Motu próprio ,
, &
ex certâ fcien-
tiâ , maturâque deliberatione fuis Apoílolicâ ejus audloritate difmeni-
braverit , &
feparaverit Necnon Sanélse Maria; Oppidi de Óbidos
:
lís de Tres Minas Álilitia^ Domini noílri Jeíii Chrifti cujus Militise
,
íicaces exiílcre ,
íuoíque plenários , & Íntegros eíleólus íortiri , &
obtinere debere , nec eas uilo unquam tempore de liibreptionis , vel
obreptionis , aut nullitatis vitio , feu intentionis noílras , vel alio
quovis deífeélu ex quâvis causa , & quocumque pra:textu , qufffito
colore , vel ingenio notari , impugnari , invalidari , retraclari , retar-
dar! , & ad términos júris reduci , leu in jus , vel controveríiam re-
vocari , aut adversas illas quodcumque júris, vel fadi , aut gratia:
remedium impetrari polFe , ficque noftríe mentis , intentionis, & vo-
luntatis fore , & eíTe , & ita per quofcumque Judices Ordinários , vel
Delegatos quâvis auáoritatc fungcntes , etiam Cauíarum Palatii Apof-
tolici Auditores, ac Sanólís Romana: Eccleílae Cardinales , etiam de
Latere Legatos , Vice-Legatos , didasque Sedis Núncios , íublatâ eis,
& eorum cuilibet quâvis aliter judicandi , defíniendi , & interpretandi
facultate ,
&
auéloritatc in príEmiílis omnibus , fingulis judicari&
dcíiniri , &
interpretari debere , &
fi fecus íuper his à qucquam quâ-
Tom. V. Mm Bulla
;
,
CLEMENS EPISCOPUS
SE RVUS SERVO RUM DEI.
jíd perpetuam rei memoriam.
torum auri íimilium & juliorum feptem monetse pra^ataí , cum di-
,
midio alterius julii íimilis necnon ad unum , & unam tertii à De-
;
cani ,
quorum fexcentorum , & decem , & odlo ducatorum auri íimi-
lium , & juliorum quinque monetíE prsefatíe ac ad alium , & aliam
;
lium & juliorum feptem monetae praefatas cum dimidio alterius julii
,
fimilis ; & ad alium, & aliam decimi feptimi pariter ab ejufdem De-
cani , quorum fexcentorum quatuor ducatorum auri íimilium ac ad ;
alium, & aliam decimi oftavi etiam ab ejufdem Decani , quorum fex-
centorum feptem ducatorum auri íimilium & juliorum feptem mo-
,
Loco )J(
Bullse AureíE,
,
BENEDICTUS EPISCOPUS
SERVUS SERVORUM DEI.
Ad perpetuam rei memoriam.
plex Capella Regia, ab hac Sanéla Sede, vel à prxdiílo Jcanne Re-
ge , íeu ab ejus PrsedeceíToribus Regibus conceííis induitis , praemi-
nentiis , & gratiis , aut pertinentibus juribus , & exempíionibus qiii-
buícumque , íimili Dignitatum , & Canonicorum nomine rclidío , Pa-
triarchalis
,,
& omnino ab illis excipi , & quoties iila- emanabunt , toties in priíli-
num , & validiílimum , ac eum , in quo antea quomodolibet erant , ílatum
reftitutas , repofitas , & plenariè reintegraras , ac de novo etiam fub qua-
cumque pofteriori data quandocumque eligendâ conccíras elfe , & fore.
Sicque-
288 Trovas do Liv, VIL da HijloYta Çeneahgíca
§. Sicque, (Sr non aliás in prsemiílis oínnibus , & íingulis per
IO
quoícumque Judices Ordinários , vel Delcgatos , etiam Cauííirum Pa-
latii Apoilolici Auditores , ac cjufdcm Sanclís; Romana; Ecclefise Car-
dinales etiam de Latere Lcgatos , Vice-Legatos , diét^que Sedis Nún-
cios , ac alios cjuorcumque quâvis au6lori ate , poteílate , pr.xrogati-
vâ , Sz privilegio fungentes , ac honore , & príteminentiâ fulgentes ,
fubktâ eis , & eorum cuilibet quâvis aliter judicandi , &
interpreían-
di facultate , & audoritate , in quocumque judicio , & quacumque
inílantiâ judicari , & definiri debere , irrituni , quoque , & inane , íi
fecús íuper his a qucquam quâvis audloritate fcienter , vel ignoran-
tcr contigerit attentari.
§. II Non
obílantibus primo áidii Clementis Praideceílbris Lite-
ris prsefatis quoad divifionem pra^fatam , ac jurifdiólionis diftinélio-
nem , &
Decreta , ac providentias , aliaque pra^miílis adverfantia tan-
tum , aut ratione diviíionis pracdidae concelía , &
ordinata , quse om.-
nia abrogata , &
abolita eííe volumus , íalvis in reliquis remanenti-
bus Cítteris difpolitionibus , gratiis , privilegiis , &
indultis inibi ex-
preflis , «Sc refpeóhve elargitis , &
quatenus opus fit noftra , &
Can-
cellariíe Apoílolicae regula, per quam dudum decrevimus,
inter alia
& declaravimus nollra; intcntionis fore , quod d.nnceps per quam.cum-
que íignaturam , leu conceffioncm , aut gratiam , vel Literas Apoílo-
licas pro commiffionibus , íeii mandatis , aut dcciarationibus in qui-
buíVis CiUiíis , etiamíi Motu próprio, Sc ex certa Icientiâ, ac etiam
ante motam li tem à Nobis emanaverint , vel de mandato noílro faci-
endas nuUi jus íibi quíeíitum quomodolibet toliatur ; necnon Latera-
neníis , & aliorum etiam Generalium , & ultimo celebratorum Conci-
liorum uniones perpetuas , nifi in cafibus à jure príemiíTis íieri prohi-
bentium , & quibuíVis aliis Apoílolicis etiam in Synodalibus , Provin-
cialibus , Univeriiiiibufque Conciliis in contrarium pracmiíTorum edi-
tis, vel edendis fpecialibus , vel Generalibus Conílitutionibus , &Or-
dinationibus , ac Patriarchalis Lisbonenfis &
Ulixbonenfis Orientalis
,
ElRey faço faber aos que efte Alvará virem que por haver ,
Num.
^refpeito a ter o Santo Padre Benediílo XIV. ora na Igreja de
f"^!! ^j-j^ 1741,
Deos Preíidente por juftas razoens que lhe foraó prefentes unido,
, , ,
REY.
Pedro da Mota e Sylva. '{=: Jofeph Gonçalves Paz o fez.
Dit V\ 126 T^Endo-fe unido com meu Real confentímento , pelo que pertence
An. 174^»
A ao governo Ecclefiafi:ico , efta Cidade de Lisboa , ceifando as dif-
tíncç6es de Occidental , e Oriental , que até agora exifiiaô ; e fendo
conveniente , que a mefiria uniaó tenha lugar , tanto a refpeito das
jurifdicçôes feculares , como dos negócios civis , e politicos. Hey
por bem ordenar ,
que do primeiro de Setembro de/le anno em di-
ante , nos papeis , , e particulares , aflim em Juí-
e Efcrituras publicas
zo , como fora delle , fe na6 ufe mais das referidas diftincçóes. A
Mefa do Defembargo do Paço o tenha aííim entendido , e o faça
executar pela parte, que lhe toca. Lisboa 31 de Agofto de 1741.
Bulla
^ ,,
BENEDICTUS EPISCOPUS
SE RVUS SERVO RUM DEI.
jíd perpetttam rei memoriam.
EA , quse
vere , &
providentiíe noílrae refervavimus omnibus niimeris abfol- ísJuiTT,* I
ad perfedum perducere finem íatagimus , tunc verò li- *
27
bentius , ciim opportuna Divini Cultus augendi , Miniílrofque ei ad- '^^^* *74I«
didos multiplicandi fefe hinc ofFert occaíio.
§. I Sane cúm Nos nuper Patriarchali Ecclefí^ olim Ulixbonenfi
Occidentali nuncupatae Archiepifcopalem Ecclefiam , quíe iifque tunc
Ulixbonenfis Orientalis nuncupabatur , quarum utraque de Jurepatro-
natus chariílimi in Chriílo Filii noftri Joannis hoc nomine Quinti
PortugalliíE , &
Algarbiorum Régis Illullris ex fundatione , vet do-
tatione , feu privilegio Apoílolico , cui non erat eatenns in aliquo de-
rogatum exiftere dignofcebantur , de ipíius Joannis Régis coníenfu
univerimus , &
incorporaverimus , didamque Patriarchalem Ecclefiam
Archiepifcopali dignitate , ac Ulixboneníi tam Occidentali , quàm
Orientali denominatione extinólâ , Lisbonenfem deinceps appelJari
alteram verò Patriarchali , fed honorário tantími nomine decoratam
Sc fiib Sandlíe Marine invocatione in pofterum nuncupandam , ejufque
CapitLilum , &
Canónicos , cseterofqiie Miniílros , Clerumque , &
populum cum omnimoda fubjeólione Yenerabili Fratri Noílro Thomgc
SandVíE Romanae Eccleíix Presbytero Cardinali Patriarcha; Lisbonen-
fi
,
ejufque fucceíToribus , eidemque Patriarchali Ecclefíse Lisbonenfi,
Gualibet quofcumque aélus jurifdiârionales exercendi facultate, &:au-
ctoritate Capitulo , &
Canonicis praediéVíe Eccleíias SanéVa; Marias
penitus interdi61:â , &
ablatâ , íubjacere voluerimus , juíTerimus , &
ílatuerimus ; de caztero Nobis proponentes circa Dignitatum , Ca- &
nonicatuum , ac Prícbendarum , necnon dimidiorum Canonicatuum
ac dimidiarum Prí^bendarum , &
Qiiartanariarum diclse EccleíiíE San-
€tx Mariíe futurum ílatum , ac in ipsâ Eccleíiâ novam Miniftrorum
fundàtioneni , &
inftitutioncm , Chorique fervitium , ac alia ad regi-
men ejuídem Eccleíias pertinentia ,
quod opportunum videretur, poít-
modum dccernere
, & ordinare prout in noftris Literis fub
,
Datum
Romx Sanélam Mariam Maiorem anno Tncarnationis Dominica^
apiid
millefimo ícptingentcíimo quadragefimo Idibus Decembris Pontiíicatiis
Noftri anno primo fub Bulla Áurea defuper expeditis pleniíis, &fu-
íius continetur.
Tom. V. Oo ii Nunc
,,
tui , & Cantoratui unitis provenientes annexos habent ; tres vcrò aliíE
de Lisboa fcilicet , ac de San£l:arem refpeéVivè nuncupati Archidiaco-
natus , ac Scholaftria omnes fuos fruílus , redditus , & proventus ali-
bi quàm in Mafsâ Capitulari conftitutos , & forfan etiam à Parochia-
libus Ecclefiis ipfis annexis provenientes , habent , quos ipfi pro tem-
pore Archidiaconi , ac Scholafter libere , & independenter adminif-
trant , reliquae vero tres, Thefaurariatus fcilicet maior, & Archidiaco-
natus delia terza Sedia refpeílivè nuncupati , ac Archipresbyteratus ,
eofque pro tempore obtinentes unam pro quolibet Pra:bendam ex
Mafsâ Capitulari percipiunt ; itenique viginti Canonicatus , quorum
iinufquifque fuam Prsebendam habet in Mafsâ Capitulari , unus ex &
Canonicatibus , & Pra:bendis hujufmodi de Mafra nuncupatus, & nun-
cupata CapellaniíE maiori nuncupatae Capellse Sandli Sebaíliani in ea-
dem Sandlse MariíK Ecclefiâ fitíE [Apoílolicâ aufVoritate perpetuo uni-
íus , &unita reperiuntur ; & infupcr quatuor dimidii Canonicatus
& dimidiíE PríEbendíç funer duabus , & duodecim Quartanariac fuper
tribus ejufdem Capitularis MaíTíe Prabendis fundati , & fundata? ,
quíE , & qui omnes Dignitates, Canonicatus, ac Prabendíc, dimidii
Canonicatus , ac dimidia Prabenda , & Quartanaria , necnon huiuf-
modi Capellania m.aior nuncupata de Jurepatronatus diéVi Joannis Ré-
gis ex fundatione , vel dotatione , feu privilegio Apoílolico, cui non
cft haílenus in aliqi^o dcrogatum , eííe dignofcuntur ; & ulteriíis qua-
rumdam aliarum Mafla Capitularis Prabendarum frudlus , pro Fabri-
ca , èc Sacriíliâ , ac inferiorum Miniftrorum fubftentatione , 8í in
alios ejufdem Archiepifcopalis Ecclcfia ufus , & indigentias , jam
dudum applicati , ac demum aliquibus ex diílis Prsebendis aliqui fiu-
íl:us, redditus, proventus, & proprietates peculiariter annexi , &
annexa , certaque domus , ad quas jure optionis pradidas Dignita-
tes , ac pradiéíos Canonicatus , & Prabendas pro tempore obtinen-
tes perveniunt , ficut accepinius , exiílunt.
§. 4 Nos, ut in pradi61:â Ecclefíi Sanfla Maria Altiííimi fervi-
tium in Divinis laudibus pcrfolvendis multiplicato Minifirorum nu-
mero , perfediorique introduzia norma adaugeatur , aliaque pia & ,
nis quoad illas Dignitates , & illos Canonicatus , & Pra:bendas , nec^
non dimidios Canonicatus , Sc dimidiaS: Prebendas , ac Quartanarias
pr^diélas , & prxdicl:os, in quibus Coadjutores, futurique fucccíTo-
res Apoílolicâ audoritate conftituti íprfan reperiuntur, hiijufmodi-
CoadjutO'
da Caja 7(eal Torttígueí^a* ipj
Coadjutores , futurique fucceíTores pro rata côngrua: portionis eis in
Literis Apoílolicis pro labore Coadjutoria; aíUgnata: participes eruiit,
doncc per obitum Coadjutoris , vel Coadjuti integra ad fuperílitem
traníeat ) Apoftolicâ auétoritate Motu pari permittimus , conccdinius,
& refpedlivè injungimus.
§. 13 Prascipicntes ulteriíis , ut nemo praedidloruin , poílquam in^
dcmnitati fuíc , ut pra;fertur , confultum fuerit, in poílerum refpe-
éVivis Dignitatum , Canonicatuum , & Praebendarum , ac dimidiorum
Canonicatuum , & dimidiarum Prsebendaruni , ac Quartanariarum , qui-
bus antea gaudebant , nominibus , & titulis fe inícribere , feu nuncu-
pari facerc , aut earum , & eorum folita infignia , Teu habitus pró-
prios , & fpeciales , aut Chorales ufpiam geítare , vel deferre quâvis
ratione , leu fub quovis prsetextu vaíeat , minufque audeat , vel pra;-
fumat.
§. 14 Omnes vero , & fmgulas coliationes , proviíiones , & om-
nimodas alias diíjpofitiones , quorumcumque cum curâ , & fine cura
Beneficiorum , & Ecclefiarum , etiam earum , in quibus animarum cu-
ra Capitulo San£l:£E Marine Ecclefix proediííít íbrfan incumbit , nec-
non perpetuarum , feu ad nutum amovibilium Vicariarum , ac pra;-
fentatioacs , & eledliones ad illa , & ad illas , ac forfan confírn atio-
nes , & inííitutiones in eiidem , ac alia quacuinque jura de nonnuUis
muiíeribus , & officiis Ecciefiaílicis , vel Laicalibus providendi , cjuf-
dem Ecclcfia: Sanflse Marise Capitulo , & Dignitatibus , ac Canonicis
in communi , aut uti fingulis , ac ratione pradiílíe Capellania; maio-
ris nuncupatíE Canónico de Mafra nuncupato prardiclis alias refpe-
éiivè competentes , & competentia à Capitulo , Dignitatibus , & Ca-
nonicis , ac Canónico hujufmodi abdicantes , & auferentes ad Tho-
niani Cardinalem Patriarcham , ejufque fucceltores pra:di6>os cum ple-
na , libera , & omnimoda quoad munera , & officia hujufmodi ad fui
libitum ea vel confervandi , vel abolendi facultate, & audloritate per
prxfentes transferinuis ; illafque , & illa facultate ,& auéloritate hu-
julmodi ci , & eis Motu , fcicntia , & poteftatis plenitudine íimilibus
etiam perpetuo concedimus.
§.15' Ac eidcm Thoma; Cardinali PatriarchíE , ejufque fucceífori-
bus priíífatis , quatenus Ecclcíiíe , & Dignitatis íux rationibus expe-
dire ceníeat , & inter ipfum , ac prsediítum Joannem Pvegem mutuo
conveniat , unum , vel plura , feu unam , vel plures ad ipfíus Tho-
iTiíç Gardinalis Patriarcha;
,
ejufque fucce.Torum difpofitionem , ut príE-
fertur tranSlata Beneficia , & translatas Ecclcíias pr^diíSla , ac príedi-
clas , atque ad id , vel ad ca , ac ad eam , vel ad eas Jufpatronatus ,
& pr£ell'ntandi perfonas idóneas , cum alio , vel aliis fimilis , vel dif-
íimilis nawrx Ecclefiaftico Beneficio , feu Ecciefiaílicis Beneficiis de
Jurepatronatus didti Joannis Rcgis commutandi plenam , & liberam
Motu pari teiiore pr^efcntium facultatemconcedimus , & elargin^ur ;
ac hujufmodi commutationem , feu commutationes iuos plenários,
& Íntegros eíFeflus fortiri , ac ex nunc pro tunc ratam , 6c ratas eíFc
volumus , Sz mandamus.
§. 16 Injungentes eidem Thoma; Cardinali Patriarcha: , ejufque
Tom. V. Pp fucceílb-
,
fucceíToribus , ut ipfe , & ípíí privativè per fe , vel alium , feii alios
prxdiS:x Ecclefiíe SandtíE MariíE , ejiifque Fabricse, & SacriftiíE (Eco-
nómico, & interiori regimini providam curam impendere , uttamDi-
viíiíE , quhm temporales res in eadem Ecclefiâ eâ , qua decet dignita-
te , ac opportunâ folicitudinc , & vigilantiâ adminiíbentur , fatagat
& fatagant.
§. Qiioniam vero ablatâ, ut prasfertur pracdidce Ecclefia* San-
17 .
ras , & poínas Ecclefiafticas , aliaquc opportunâ júris , & fadli reme-
dia appellatione poílpoíitâ , compefcendo , invocato etiam ad hoc , íi
©pus fuerit , auxilio brachii fíecularis.
§. 19 Et infuper eidcni Thomar Cardinali ,
ejufque Patriarchae
fucceíToribus príEdiflis quofcumque omnium
íingulorum pramif- , &
forum cíTe*51:um impedientes , &: in eifdcm pra^miíTis molcílantcs per- ,
I
,,
non fuerint, aut ex quocumque alio capite àjure, vel fa^fto , autíla-
tuto , leu confuetudine aliquâ refultante , vel etiam enormis , enor-
miííima , totalifque laíionis aut quocumque alio colore , pratextu
,
tali,
qua ad eíieélum validitatis pramiílbrum neceíTariò exprimenda
foret , aut quod de voluntite nollrâ hujuímodi , & aliis fuperius ex-
preíTis nuUibi apparcret , feu alias probari poíTec , notari impugnari,
,
invalidari , retradlari , in jus, vel controvcríiam revocari aut ad tér- ,
tionis oris , reduílionis ad viam, & términos júris , & aliud quod-
cumque júris vel juftitia remedium impetrari , fcii
fatfli
,
gratia ,
BENEDICTUS EPISCOPUS
SERVUS SERVORUxM DEL
j^d perpetuam rei memoriam.
tris Literis ípb Datum Romaí apud Sandam Mariani Maiorem anno
Incarnationis Dominica; millefimo íeptingentefimo quadragefimo pri-
mo pridie Idus Julii Pontificatus noári anno primo íub Bulia Aureâ
defuper expeditis pleniiis continetur.
§. 3 Nunc autem ad príedióli Seminarii fundationem , Sc inílitu-
tionem , quam Fidelíííimum Principem , & Ecclefiafticse difciplinse fe-
dulum Inlpeátorem prarfatum Joannem Regem fummopere exoptare
comperimus , dcvcnientes, ut ingenui adoiefccntes in Seminário hu-
jufmodi Grammatices, cantus , aliarumque artium , & ícientiarum ,
Eccleíiaílicorumque rituum difciplinâ , ac morum prascipuè integrita-
te liberaliter inílruíli non per le folúm boni dodique evadant , fed
,
& aliis perfonis Civitatis & Dioeceíis Lisbonenfis fecundo diélo Se-
,
nunc quoad Ecciefias pnrdidlas adiu vacantes , quo verò ad iiias aélii
minimè vacantes ex nunc pro tunc , 8c è contra cum primúm illasper
dcceíTum , etiam ex causa permutationi? , etiam in manibus noftris, %
alterius Pvomani Pontifícís fucceíForis NoíTri , rei deceíTum , feu pri-
vationem j aut aliam dimiíílanem y vel aiiiiillonem aut Religionis in-
greífum
,,
Copia
da Cafa %,eal Tortuguei^a,
C Lemcns Epifcopus
moriam.
fervus fervorum Dei ad perpetuam rei me
Copiofus in mifericordia , & in cunélis operibus gÍo
riofus Dominus à quo omnia bona defíuunt ad hoc oneroíam univeríl
130
^7^V*
Agri fui curam Nobis licet immeritis committere , & noííríe debilita-
ti apoílolica: fervitutis jugum imponere voluit , ut tanquam de funi-
mo vértice Montis ad hujus mundi infíma noílrum refíeclentes intui-
tum quid pro hujufmodi Agri , Divinique in eo cultus ad debitam
fecunditatem ,& ejuldem Domini gloriam augmento procurando conr-
ferat , quidvè eo procurato fpirituali Fidelium conveniat ubertati at-
tentius indies proípiciamus , quapropter fiqua Loca copiofse rerum
a;ternarum mcíli efilorítura , & ob illorum vaftitatem , ac periculo-
fam itinerum ad ea afpcritatem ad promovendam , & eniitriendam mef-
fem hujufmodi vigíl unius Pi-a^fulis íludium impar exiílere confpici-
mus , tunc noílnt íblicitudinis aífeftu excitati novas Epiícopalcs Se-
d3s , velut novos Fontes extrucre , 8c novos Prsefules conílituere
dignum quin debitum reputamus , ut per F.xtrudionem , 8r confâtu-
tionem huiuTmodi creíccntis gaudium irefíçs Sc popularis devotio
,
NuiT!,l 2 1
'
^
A trinta dias do mez de Outubro do anno de mil fetecentos
j \ e quatorze neíla Cidade de Lisboa no Real Convento de S.
, ,
JVícilre
,,,
tram tuam Sceptiis , Armiíque natam , exigua hac faícia donari Om- :
neni tamen admirationis caufam expellat quifque, necefle cft , cum la-
tenteni ipfius valorem attentè coníideraverit. Talem etenim Apoílo-
lica Benediélione munita , ab eo , per quem Reges rcgnant in bellis
haec armatura virtutem eft aíTecuta , ut ea folum fVetiis , Princeps Se-
reniílime , tot per te pátrias , avitseque gloriíE triumphos arbitrcr
,
áRH-
,
ARTICULO I.
ARTICULOU.
El Sereniffimo Rey Catholico promete , y fe obliga a dar , y
dará a la Sereniííimia Senora Infanta Doíia Maria Anna Viéioria en
dote , y a favor dei matrimonio con el Sereniffimo Principe Don Jo-
feph , y pagará a la Mageílad dei Rey de Portugal, ò a quien tu-
viere fu poder , y commiíTion la fumnia de quinicntcs mil excudos
de oro dei Sol , ò fu jufto valor en la Ciudad de Lisboa , y fe en-
tregará la dicha lumma al tiempo de efedbuarfe el matrhnonio.
ARTICULO IIL
ARTI-
da Cafa %enl Tot tuguc^a, 3 i p
ARTICULO IV.
A R T I C U L O V.
La Mageílad dei Rey de Portugal dará a la Sereniíííma Senora
Infanta Dona Maria Anna Vi61:oria en fu llcgada al Reyno de Portu-
gal ,
para fus anillos , y joyas , el valor de ochenta mil pefos , los
quales le perteneccran íin dificultad defpues de celebrado e! matrimo-
nio , de la luifma luerte que todas las otras joyas que llebarc con-
, ,
^20 Trovas do Liv. VIL da Hifloria (jeneahgtca
íigo , y feran propias de Ia dicha Screniííima Senora Infanta , y de
fiis Jiercderos , y íubceíbres , ò de aquellcs , que tuvicren fu dere-
clio.
ARTICULO Ví.
La Mageíladdei Rey de Portugal aíignarà , y conílituirà a la
SerenilTima Senora Infanta Dona Maria Anna Vidoria para fus arras
veinte mil excudos de oro dei Sol al ano , que feran aíignados fobre
rentas , y tiej-ras , de las quales tendra jurifdiccion , y el lugar prin-
cipal el Titulo de Ducado , de fuerte , que las dichas rentas , y tier-
ras lleguen haíla la dicha fumma de veinte inil excudos de oro dei
Sol cada ano ; de los quales lugares , y tierras aíTr dadas , y aílgna-
das gozara la Sereniffima Senora Infanta por fus manos , y por fu au-
thoridad , y de las de fus Commiífarios , y Ofíciales , y en las dichas
tierras proveerà las Judicias, y a demas de efto le pertenecerà la
provifion de los Ofícios , como es coílumbre , entendiendo-fe , que
los dichos Ofícios no podran fer dados fino a Portuguefes de naci-
miento, como tambien la adniiniítracion , y arrendamiento de las di-
chas tierras , conforme a las Leys , y coílumbres dei Reyno de Por-
tugal ; y de la fobredicha afignacion entrara a gozar , y pofeer Ia
Scremífima Senora Infanta Dona Maria Anna Vi61oria , luego que tu-
vieren lugar las arras , para gozar de ella toda fu vida , fea que que-
de en Portugal , ò fe retire a otra parte.
ARTICULO VIL
La Mageílad dei Rey
de Portugal darh , y afignarà a la Sere-
niíFima Senora Infanta Dona Maria Anna Vicloria para el gafto de fu
Camera , y para mantener fu eílado , y fu Gafa , una fumma conve-
niente , tal qual pertenece a muger de un tan gran Príncipe , y a
hija de tan poderofo Rey, afignandola en la forma, y manera, con
que fe acoílumbra hazer en Portugal para lemejantes manutenciones,
y gaílo.
ARTICULO VIÍL
el tiempo , que fe ajuf-
Su Mageílad Catholica harà conducir en
tare a fu cofta , y gafto a la SereniíBma Senora Infanta Dona Maria
Anna Vidoria fu hija , a la Frontera , y raya de Portugal con la dig-
nidad , y cortejo , que requiere una tan grande Princeía , y ferà re-
civida de la mifma fuerte de parte de la Mageftad dei Rey de Portu-
gal , y tratada , y fervida con toda la magnificência , que conbiene.
A R T I C U L O IX.
ARTICULO X.
ARTICULO XL
Y en nombre dei muy alto ,
muy excelente ,
muy
y poderofo
Príncipe Don Phelipe Quinto Rey de Efpana, y como fu Miniftro,
Commifario Ador y Mandatário de la una parte y en nombre dei
,
, ,
muy alto, muy excelente, y muy poderofo Principe Don Juan Quin-
to Rey de Portugal y dei muy alto y muy poderofo Principe dei
, ,
(L.S.) (L.S.)
YO EL PvEY.
Tom. V. Ss ii , e fi-
,
mandcy fazer efia prefente Carta , e poder geral , e efpecial por mim
affinada , e fellada com o Sello grande de minhas Armas. Dada na Ci-
dade de Lisboa Occidental aos feis dias do mez de Agofto do anno
do Nafcimcnto de NoíTo Senhor Jefu Chriílo de mil fetecentos vinte
e lete.
ELREY.
DÍ020 de Mendoca Cortc-Real.
ÍL.S.)
é.'
,
YO EL REY.
(L. S.)
DOn Aragon
de
Phelipe por Ia gracia de Dios , Rey de Caftilla , de Leon^ NuiH.
, de las dos Sicilias , de Hieru falem , de Navarra , de
. '
I Z
^ 4
Granada , de Toledo , de Valencia , de Galicia , de Maílorca, de Se- ^7^7 -
ARTICULO IL
El Sereniííímo Rey de Portugal, promete, y fe obliga a dar,
y dará a la Sercniílima Seriora Infanta Dona Maria , en dote y a ía-
,
ARTICULO IIL
Sol , h fu
juílo valor , cn el termino , que queda dicho , fe dará por
íatisfecha la Sereniíílrna Scnora Infanta , y íe fatisfarà dei dicho dote,
íin que en adelaníc pueda alegar otro algiin derccho , ni intentar
otra alguna accion , ò perteníion foliei tando , que le pertenezcan,
,
calidad , y condicion , que fueren las cofas arriba dichas , deve que-
dar excluida de ellas ; y antes de efeétuarfe los defpoforios harà re-
nuncia en buena , y devida fórm.a , y con todas las feguridades , fór-
mias , y folemnidades , que fueren necefarias ; la qual renuncia harà la
Sereniííima Senora infanta , antes de eílar caiada por palabras de pre-
fente , y la confirmará luego defpues de celebrar el matrimonio , y la
aprobarà , y ratificara juntamente con el Sereniílimo Príncipe de Af-
turias, con las mifmas formas, y folemnidades, que la Sereniílima
Senora Infanta hubiere hecho la fobredicha primera renuncia , y a de-
mas con las claufulas que fe juzgaren mas combenientes , y necefa-
,
ARTICULO V.
La Mageílad Rey
Catholico dará a la Sereniílima Seiíora In-
dei
fanta Dona Maria , PvCyno de Efpana , para fus anil-
a fu llegada al
lo?; ,
y joyas , el valor de ochenta mil pefos , los quales le pertene-
ccràn íin diíicultad , defpues de celebrado el matrimonio , de Ia mif-
ma fuerte , que todas las otras joyas , que llevare coníigo , y feran
propias de la Sereniílima Scfiora Infanta, y de fus herederos , y fub-
ce fores , y de aquellos , que tubieren fu derecho.
ARTI-
,
ARTICULO VIL
La Mageílad dei Rey Catholico dará , y afignarà a Ia Serenif-
JÍimaSenora Infanta Dona Maria para el gafto de fu Camera , y para
mantener fu eftado , y Cafa , una fumma conbeniente , tal , qual per-
tenece a muger de un tan gran Principe , y a hija de tan poderofo
Rey, afignandola en la forma, y manera, que fe acoílumbra hazer
en Eípana para fcmejantes manutenciones , y gaílo.
ARTICULO VIIL
La Mageftad dei Rey de Portugal harà conducir en el tiempo,
que feajuftare a fu cofta, y gafto a Ia Sereniílima Senora Infanta Do-
na Maria fu hija , a Ia Frontera , y raya de Efpana , con Ia dignidad,
y cortejo , que requiere una tan grande Princefa , y fera recividaj de
la mifma fuerte de parte de Ia Mag^íftad dei Rey Catholico tiata-
, y
da 5 y fervida con toda la magnificência , que conbiene.
A R T I C U L O IX.
ncs , y por Ia confianza , que tengo de vos Don Carlos Ambrofio Spí-
nola de la Cerda , Marques de los Balbafes Primo , Duque de Sex-
to , Roca , Piperozi , y Peutime , Baron de Ginofa, Feudatario deCa-
falnozeto , Pontecuron , Montemar, fin Montevclo , y Paderno, Gran
Protonotario , dei Supremo Confcjo de Itália, GentilHombre de mi Ca-
mera , y hii Embaxador Extraordinário , y de vos el Marques de
Capec:íIatro , mi Embaxador Ordinário ; Hô refuelto nombraros por
mis Miniílros Commifarios , para que podais Hazer , y firmar en la
Corte de Lixboa , como queda dicho , el referido contrato matrimo-
nial , dd mencionado Príncipe mi hijo , con la exprefada Sereniffima
Infanta , con los paílos yà acordados en los Artículos Preliminares
de que fe os ha entregado Copia. Por tanto , por la prefente os
doy , y concedo todas mis veces , poder, y facultad tan cumplida ,
y baf ante , como fe requiere , de cierta ciência, y dileverada volun-
tad , para que por mi , y en mi nombre , reprefentando mi própria
Perfona , y la dei Príncipe mi Hijo como yo mifmo , y el , lo por
,
3 3 i
TP^oviS do Lh. VIL da Hiftorla (genealógica
YO EL REY.
Don Juan Baptlfía de Orendayn.
EL REY.
Diego de Mendoza Cortereal.
YO EL REY.
Juan Baptiíla de Orendayn.
peitou a ley , com que naô fó ceifa o damno , que quiz evitsr de
alheyo dominio , e fogeiçaô , mas confervando-le no próprio luftre,
e dominaçaô a dilata , unindo novos Eftados , e nova Corça.
Por eíles jurídicos fundamentos , e legal interpretação da ley
fundamental de Lamego , aíTentamos , e declaramos , e fendo necefi^a-
rio , eítabelecemos , como dito he , ceílar no caio prefente a fua dif-
pofiçaô, vigor, e contraria interpretaçaô ; porém para niayor cautela
fe neceííario he , e como fe o fora , em virtude do prefente aífento,
que haverá força de ley perpetua , e irrevogável , difpenfamos , revo-
gamos, derogamos , e annullamos para o eíFeito, e em favor deíle ma-
trimonio , e nefte cafo fomente a dita ley de Lamego , em quanto
difpoem , que a filha herdeira, e fucceílbra cafe com peíFoa natural
do mefmo Pveyno , e prohibe contrahir matrimonio com Principe fo-
ra de Portugal , impondolhe a pena de perder a fucceílaô e geral- :
a fua obfervancia , e firmeza para o diante , íem que í"c poíTa fazer
argumento defta difpcnfaçaó , ou derogaçaõ para os cafos futuros,
em quanto naó intrevier o noíTb confentimento. E para mayor fcgu-
rança pedimos ao Sereniílimo Principe D. Pedro noíTo Senhor , in-
terponha fua approvaçao , e authoridade Real , para que em todo fi-
que firme, e valiofa eíla declaração, difpenfaçaó, revogação, deroga-,
çao , e annullaçaó ,
que queremos tenha feu cumprido eíieito , e in-
teira obícrvancía ; e nePta forma o promettemos guardar por nós, e
noíTos fucceíToresperpetua , e invioJavehnente \ e para efte eíFeito íi-
,
j 3 8
Trovas do Liv. V IL da Hifloria Çenealogka
Doutor Domingos da Cunha Bar- Joaó de Brito de Mello , Procu-
reto , Procurador de Cortes de rador de Setuval.
Goa. Pedro Martins Sarm.ento , Procu-
Antonio Cardofo Pegado , Procu- rador de Miranda.
rador de Cortes de Elvas. Procuradores de Cortes deVianna
Luiz Bandeira Galvão , Procura- de Fós de Lima.
dor de Cortes de Vifeu. Manoel Alvares Gondim , Procu-
Mathias Correa , Procurador de rador de Vianna de Lima.
Cort^iS de Tavira. D. Joaó Manoel de Menezes , Pro-
Luiz Pinto de Soufa Coutinho, curador de Ponte de Lima.
Procurador de Lamego. Duarte Teixeira Chaves , Procu-
Manoel de Sequeira Peixoto , Pro- rador de Chaves.
curador de Eílremoz. Filippe da Fonfeca Coutinho
João Lobo da Gama , Procurador Procurador de Montemôr o Ve-
de Lisboa. lho.
Joaô Freire de Andrade, Procu- D. Diogo Sottomayor, Procura-
rador de Montemôr o Novo. dor de Óbidos.
Manoel de Faria , Procurador de Jofeph Salgado Bezerra, Procura-
Thomar. dor de Alcacere.
Antonio Vaz Margulhao , Procu- Jorge de Carvalho Pereira , Pro-
rador de Portalegre. curador de Almada.
André de Azevedo de Vafconcel- Lourenço Diniz de Moraes y,.;Iírp-
los Procurador de Elvas.
, curador de Niza. r.;r.r- íT
Vldorio Amadeo. Sendo por nós viftos , lidos , e com madura J^^um. I
applicaçao examinados os artigos aíHnados em Lisboa a 14 de
Mayo de 1679 em nome de Madama Real minha Senhora , e mây , -^^^
,
A Infanta
Portugal
cipe D. Pedro,
D.
,
Ifabel
&c.
Luiza Jofefa
Havendo o muito
,
por graça de Deos Princeza de NuíTI. I
alto , e muito poderoíb Prin-
meu Senhor, e pay , celebrado ajuílado e rateíi-
, ,
,
INFANTA.
Doaça^ ,
(jiie EIRey D. Pedro fez a Infanta D. IJalcl Jlia filha ,
a aííiílencia dos feus próprios para vir morar nefte Reyno , em que
,
a dita Infanta , no calo de me naó dar Deos Nolfo Senhor filho va-
raô legitimo, ha de vir a fucceder ; por eftes e outros inítos ref-
,
PRÍNCIPE.
An.
'
í5S'2.
^
,
^
'
Proairi-
,,
A INFANTA.
Te/lãmentõ da Infanta D. I/alel Luiza Jo/efa, Original ejlã no
Archivo Real da Torre do Tombo , na Ca/à da Coroa ^ na ga»
veta 16 dos Tejlamcntos dos Reys , donde o copley.
geíVade me fízeíTe mercê dar licença para o poder fazer até cinco-
,
enta mil cruzados , e Sua Mageftade foy fervido concederme efta fa-
culdade , como mais claramente coníta do Alvará , porque foy fervi-
do concederma.
Peço muito encarecidamente a ElRey meu Senhor pelo grande
amor ,
que fempre lhe tive , como também pelo que eu em Sua Ma-
gellade cxperimentey , me fiça mercê , e honra , de querer fer meu
Teftamenteiro , e efpero da grande Chriílandade de Sua Alageftade
hum breve , e infallivel cumprimento , de tudo o que me toca , me-
nos a quantia de cincoenta mil cruzados , que he fervido concederme
para eu teftar.
Declaro , que naó fey fe tenho algumas dividas , o Duque o
poderá faber. Ordeno , e mando , que pontualmente fe fatisfaça tu-
do o que conftar por papeis correntes , ou o dito Duque declarar.
Naó me pareceo neceíTario difpor nefte tefiamento fobre íuíFra-
gios de corpo prefente , nem também ordenar a fcrraa do funeral
porque a primeira parte deixo à grande piedade de Sua Mageílade,
e a íbgunda , pertence ao antigo ufo , e coítume defte Rey no.
Mando , que por minha alma fe digao dez mil MiíFas , com a
mayor brevidade , que for poíUvel , por efmola de toílaó , e fe repar-
tirão por Clérigos , e Communidades , de quem fe faça confiança
que naó fáltaráó.
Ordeno , que aos prezos das cadeas defta Cidade , e Corte fe ,
pre com grande agrado meu fazendo em meu fervlço m.uito conti-
,
nua aíTiílencia , fem reparar nos feus muitos annos , e aííim me acho
obrigada a lembrar a Sua Mageftade a peíToa, e Cafa do Conde , pa-
ra que nella fique alguma memoria do bem , que me fervio. O Con-
de de Pontével, meu Eftribeiro mòr , Chriílovaó de Almada, D.
Lourenço de Lencaftre , e D. Diogo de Faro , Vedores de minha
Cafa , também me tem fervido , e aífiílido com muito zelo , e cuida-
do , efpero muito confiadamente delRey meu Senhor , e pay , fe lem-
bre deftes Fidalgos , porque além de fua muita capacidade , que os
faz dignos de fua Real attençaó , he razaó , que Sua Mageftade mof-
tre , que fe agradou do bem , que me afliftirao.
Igualmente me acho obrigada a fignificar a Sua Mageftade a
confolaçaó , que terey , que tome debaixo de feu amparo os mais
Criados , que me fervirao , de tal forte , que a minha falta naó feja
caufa de experimentarem neceíTidades , e bem creyo , que tal naó con-
fentirá Sua Mageftade , pois o d to Senhor foy o mefmo , que os ef_
colheo para meu ferviço , e depois de darem delle boa conta , naó
ferá decorofo , que padeçaó.
OPadre Pedro Pomerô , meu ConfeíTor , ha annos , que me af-
iífte , do qual tenho muita fatisfaçaó por fua muita virtude , e exem-
,
plo , e aflim lhe peço , que tenha muito cuidado de encomendar mi-
nha alma a Deos , em leus Sacrifícios , e Orações , e mando , que
para fucis religiofas neceflldades fe lhe dem mil cruzados por huma
vez fomente.
A Marqueza de Soure foy minha Aya , e depois minha Came-
reira mòr , e em ambas eftas occupaçôes me fervio fempre com tan-
to amor , e cuidado , como pediaó as obrigações de fua pcífoa , pe-
lírs quaes lhe tive fempre graiide amor, Pe^o muito a ElRey meu
Senhor
,,,
melhor que a ,
ninguém do muito amor e incanfavel difvelo com
, , ,
E
por quanto todos eftes legados , aííim pios como profanos
=-^30 alcançaô a quantia dos cincoenta mil cruzados , de que ElRey
iineu Senhor , e pay , me fez mercê para teftar , mando , que todo ó
-jefto , que faltar até a dita quantia , fe difpenda em obras pias , con-
vém a faber em efmolas de Criados pobres , refgate de cativos , ca-
:
A INFANTE.
Approvaçao,
eíle auto que eu outro fim aíTiney e forao também prefentes e af-
,
; ,
Que fe dem
a Antónia Thomaíla duzentos mil reis, e que ii re-
comenda Mageftade por fe haver creado com ella.
a Sua
Que fe dem a Francifco Maciel duzentos mil reis e que tam- ,
Eu ElRey faço faber aos que efte Alvará virem , que a Infanta
D. IfabelLuiza Jofefa , minha fobre todas muito amada , e prezada
íilha , me pedio que por fe achar com achaque perigofo , e defejar
,
De vinte contos , que faô cincoenta mil cruzados , de que "Sua Alte-
za podia teftar , abatidos quatorze contos cento e noventa e cinco
mil reis , ficao cinco contos e oitocentos e cinco mil reis , que he o
remanecente dos legados , que Sua Mageílade , como Teílamenteiro
pode repartir , na fórma das verbas do teftamento , que a diante vao
tresladadas, em que Sua Alteza declarou a fua ultima vontade.^
Declarações y
que fez Sua Alteza ^ depois do teftamento a refpeito dos
legados , que fe haviaÔ de repartir.
Qiie folgaria Sua Alteza , que das efmolas , que Sua Magefta-
de repartir
, dê a Maria de Jefus alguma para fer Freira.
Que dos dotes , que fe derem fe dê hum à Moça de Retrete.
3it n.
^
* *
I^O
•
A vinte e tres dias do
J~\. de de Lisboa ,
mez de Outubro de 1690 y nel>a Cida-
no Coro do Convento do Santo Crucifixo , de
/ui. 16^0. Reíigiofas Francezas , extra muros defta Cidade eftando prefente
,
Tom. V. Yy Almrd
3 54 ^^^'^^^ L^'^* Hifloria Çeriealogíca
REY.
NUÍH.T4.2 I
"%Om
Pedro, &c. Faço faber aos que efta minha Carta de padrão
virem, que tendo confideraçaó à impoíTibilidade , com que fe
A i^ol
y>.
1 Q Reyno , para dar eftado ao Infante D. Francifco , meu mui-
to amado, e prezado filho, a que fou obrigado por direito natural,
e pedir a boa razão , que efta fe comeílb a formar , com anticipada
providencia , para que quando chegar o tempo tenha , fem grande op-
preíTaó do Reyno , e meus Vaífallos , competente Cafa de fua gran-
deza , e eftado. Hey por bem , e me praz , que fe aíFentem trinta
mil cruzados ao dito Infante D. Francifco , meu muito amado , e
prezado filho , a faber vinte na Alfandega defta Cidade , e dez na
:
nho deíle anno de mil feifccntos noventa e cinco em diante que lhe ,
naó pagou novos direitos , por eu affim mandar , como conftou por
certidão
,,
ELREY.
O Marquez de Alegrete ^ João de Roxas e Azevedo, s
Pagou nada , e aos Officiaes quinhentos e quatorze reis. Lif-
boa trcs de Setembro de mil feifccntos noventa e cinco. D. Fran-
ciico Maldonado.
ELREY.
Francifco Mofinho de Albuquerque.
Pagou nada h fazenda delRey noíTo Senhor , por ter para iíTo
privilegio o Senhor Infante , pelo Regimento da Chancellaria , e aos
Officiaes delia , conforme ao mefmo Regimento , cento e vinte e no-
ve mil e trezentos reis , com o cordão ; e ao Secretario de Eílado
cincoenta e cinco mil e quinhentos e cincoenta e feis reis. Lisboa vin-
te e hum de Junho de mil e feifcentos e noventa e oito.
D. Francifco Maldonado.
Doação
da Cafa 'Real Tortugue:^a. 357
Doaçat) delRey D. Fedro ao Infante D. Franci/co^ das Lcfirias
de M ontiilvaõ M orroccira
, , Povos e
e dos quintos das Villas de ,
DOna França
Catliarina
cia , ,
por graça de Deos Raiiilia
e Irlanda , &c. Infanta de Portugal , como Rcgcn-
de Inglaterra , Efco- NuiTl. IA.
*
^
*7^>'
te dcftcs Reynos , e Senhorios, por impedimento de meu irmaó , o
Senhor Rey D. Pedro, Szc. Faço faber aos que efta minha Carta vi-
rem , que por parte do Inflinte D. Francifco , meu muito amado , e
muito prezado Ibbrinho , me foy apreíentado hum Decreto do dito
Senhor Rey nuu rmaó , cujo theor hc o ícguinre. Tendo confidc-
raçao a que como Rev , c pay íou obrigado a dar íuftentaçaó , e
,
Cafli , aos filhos , que Deos por fua miicricordia me conccdeo , e ac-
creícentar meus deícendentes , para coníervaçao , e defenfa da Coroa,
procurando , que vivaó no Reyno , e tenhao nelle Cafas e eftado ,
fazer doação , como por eíle Decreto lhe faço , das Lefírias de Mon-
talvão , Morraceira , e dos quintos das Villas de Povos , e Caílanhei-
ra , e Senhorios das ditas Villas , e da de Cheleiros , e dos Padroa-
dos , de todas as Igrejas , de que tinha doação , e eftava de poíle a
Condefla da Caílanheira D, Anna de Ataide , por cujo falecimento
eíles , e outros bens vagarão para a Coroa , e todos , como fe de ca-
da hum delles fizera elpecial menção , fou fervido , que fe compre-
hendaó neíla doação , e do mefmo modo lhe faço mercê , e doação
de Mouchão , chamado do Efplendiaó , com o que lhe tiver accrefci-
do , e novamente lhes accrefcer , o qual vagou para a Coroa , por fa-
le cimento de Martha Maria Deífa ; e eíla doação lhe faço dos ditos
bens , e rendimentos, que delias eíliverem vencidos, de juro, e her-
dade , para fempre , e com a mefma natureza , condições , jurífdic-
çoes , e prerogativas , com que ElRey meu Senhor , e pay , que fan-
ta gloria haja , me fez doação da Cafa do Infantado , por Carta de
padrão feita em onze de Agoílo de mil e feifcentos cincoenta e qua-
tro , as quaes hey aqui por expreíTas , e declaradas , como parte inte-
grante , c eíTencial deíla doação , de que fe nao pagarão novos direi-
tos , nem velhos, na Chancellaria, pelo ter aííim refolvido, e ha-
ver por bem ; e mando , que pelas partes a que tocao, fe lhe paíTera
os defpachos neceííarios. Lisboa fcis de Junho de mil e feteccntos
e cin-
,,
A RAINHA.
faço de íua peílba , como he razão , e pede hum taó eftreito vinculo
de fangue , e tendo por certo , que crrrefpondendo elle a quem he
e às fuas grandes obrigaçf cs, me faberá merecer todo o accrelcenta-
, mento , que lhe fizer me praz , e hey por bem de lhe fazer doação,
,
como por ef a minha Carta delde lego faço , do Palacio , que tenho
neíla Cidade de Lisboa, no íkio da Bempof.a, e da quinta que eílá ,
ELREY.
Joaõ de Andrade Leitão.
DOm ves
,
PeJro por graça de Deos Rey de Portugal , e dos Algar-
daquem e dalém , mar em Africa, Senhor de Guine , e da
,
£JJí.
^'
j-^
"
t ^ -
5
Conquifta navegação, Comercio da Ethyopia , Arábia, Períia , e da i/oú.
índia , &c. Faço faber aos que efta minha Carta de padrão virem ,
que eu mandey paíTar tres Decretos , hum a vinte de Janeiro de mil
e fetecentos e quatro , e os dous , hum delles em vinte e cinco de
Janeiro , e o outro em dez de Junho do anno palfado de mil e fete-
centos e cinco , dos quaes Decretos os treslados fao os feguintes. Por
juftas confideraçôes de meu ferviço , e da publica utilidade deíle Rey-
no, fòu fervido ordenar, que para as defpezas neceíTarias à fua de-
fenla fe vendao quarenta mil cruzados de juro , nos rendimentos da
,
REY.
Sou fervido ordenar , que fe continue a venda dos quarenta mil
cruzados de juro , que por Decreto de oito de Janeiro do anno paf-
fado de mil e fetecentos e quatro , mandey tomar íobre os rendimen-
tos da Alfandega deila Cidade , com hypotheca , e obrigação fubíi-
diaria , dos bens da Cafa de Bragança , e dos novos direitos da Chan-
celiaria , na forma , que no meímo Decreto fe contém , fem embar-
go ide outro , que fe paíTou no mefmo dia , e de quaefquer outros
qu& fe hajao paílàdo em contrario , com duas declarações , que de
mais mando fazer. A
primeira , que eíles taes juros dos quaes man-
do continuar a venda , e íe comprarem da data deíle Decreto em
diante , naó poderáó fer reduzidos cm tempo algum , fem embargo
também de qualquer outro Decreto , que fe tenlia paífado para a re-
ducçaó dos juros ; a fegunda , que todo o dinheiro procedido deíles
juros , que ao todo importao de principal oitocentos mil cruzados
fe haó de entregar ao Thefoureiro mor da Junta dos Tres Eílados
para as defpezas da guerra , e naó a Alexandre da Cofta Pinheiro
como fe tinha ordenado pelo dito Decreto de oito de Janeiro de mil
e íbtecentos e quatro , e com conhecimentos em fórma , tirados do
livro da receita do dito Thefoureiro mor dos Tres Efíadcs , fe paífa-
ráó padroens às partes, das quantias dos juros, que comprarem: o
Confelho da Fazenda o tenha entendido , para neíla conformidade
mandar paíTar logo as ordens neceíTarias. Lisboa vinte e cinco de Ja-
neiro de mil fetecentos e cinco.
RAINHA.
Por Decreto de vinte e cinco de Janeiro deíle anno fuy fervida
ordenar fe continuaífe a venda dos quarenta mil cruzados de juro
que por outro Decreto de oito de Janeiro de mil e íctecentos e qua-
tro , havia mandado tomar fobre o rendimento da Alfandega deíla
Cidade , com as hypothecas nella contlieudas, e com duas declara-
ções , huma das quaes fby , que os ditos juros fe naô poderiaó redu-
zir em tempo algum , e porque a experiência tem moítradp queeíla
cia u fula
da Cafa %eal Tortugue^a, 3 íi
claufula nao produzio o effcito ,
que que podendo fer-
fe efperava , e
vir de tirar alguma apprehcnçaó das peíFoas , que quizerem comprar
os ditos juros , fcmpre quando ic queira diftratar fica à vontade ,
das partes quererem antes a fua reducçao , que o diílrato hey por :
ELREY.
E em virtude dos ditos Decretos acima encorporados , mandou
logo entregar o Defembargador Bartholomeu de Soufa Mexia , do
meu Confelho, e meu Secretario da Aífinatura , como Procurador da
Cafa do e Adminiftrador dos Paços da Bempoíla , por
Infantado
,
tudo vifto por mim lhe mandey paífar efta Carta de padrão , pela
qual , no melhor modo , que poífa íer , e de direito mais valer , ven-
do , e hey por vendido , e faço venda livre ao dito Defembargador
Bartholomeu de Soufa Mexia , Procurador da Cafa do Infantado , co-
mo Adminiftrador dos ditos Paços da Bempofta , dos ditos hum con-
to fetecentos e quarenta mil reis de tença cada anno , de juro , e her-
dade , para fempre , fora da Ley mental , e condição de retro , a pre-
ço de vinte o milhar , pela dita quantia de trinta e quatro contos e
oitocentos mil reis , nas rendas , e rendimentos delias , de meus Rey-
nos , e Senhorios de Portugal , e o direito de os haver , e receber em
cada hum anno , de mim , e dos Reys meus fucceftbres , fem íè def-
contar coufa alguma do preço que nelles monta , como bens , e pa-
,
tnmonio feu livre , e iíento , fem fe poder dizer , que íaó bens da
Coroa , ou que haó de ter alguma natureza delia , e o dito Defem-
bargador Bartholomeu de Soula Mexia , como Adminiftrador dos di-
tos Paços da Bempofta começará a vencer os ditos hum conto fe-
,
tecentos e quarenta mil reis de juro, a faber hum conto de reis do
:
centos <& quarenta juil reis de juro, lhe fejaô aíTentados nos rendimen-
tos
da Cafa T^al Tortugues^a. 3 í5
tos da Alfandega dcfta Cidade , para nella lhe ferem pagos com an-
tiguidade , a faber hum conto de reis do primeiro de Março defte
:
fandega fe lhe paguem ; e para efte eíieito aífim as rendas da dita Ca-
fa , como os rendimentos dos novos direitos da Chancellaria mòr ,
fou fervido , que fiquem obrigados por eípecial hypotheca , e fcgu-
rança do principal , e reditos , da venda defte juro , difpenfando co-
mo Rey na Ley , que prohibe a hypotheca ou aliieaçaó dos bens da
,
Coroa e poderá efte juro fer reduzido na forma dos mais , que naó
tem claufulado fe naó poderem reduzir na forma declarada no ulti^
mo Decreto nefte incorporado e em cafo que os ditos Adminiftra-
; ,
dores quizerem mudar efte juro para qualquer outra parte , Cafa , ou
Almoxarifado ou rendas minhas , o poderáó fazer , e hey por bem,
,
ELREY.
Cafal ,
que no mefmo íitio das Marnotas , que o mefmo Senhor
eftá
comprou a D. Dimiana de Barros e Sampayo, por hum conto de
reis , e de hum pedaço de terra no mefmo fitio das Marnotas , que
fe comprou a Anna Maria por vinte mil reis , tudo com a mefma na-
tureza , e claufulas, e condições, que ElRey meu Senhor, e pay,
inftituio a Cafa do Infantado , na peiroa do dito Infante e feus del-
,
cendentes , e os mais ,
que tem vocação na dita iníHtuiçao conthcu-
da no teftamento do dito Senhor Rey , as quaes hey aqui por ex-
preíTas , e declaradas-, como fe delias íizeíTe efpecifíca menção , e ef-
ta doação lhe faço de Juro , e herdade para fempre, para elle
,
e ,
firmeza de tudo o que dito he , lhe mandey dar eíta Carta por mim
aílinada
3Ó8 Trovas do Lh. VIL da Hijloria Çetwalogtcd
ELREY.
Num *
1 ã.n
T" /
Tl ber J^^^ ^^^^^ ^^^^
aos que efta minha Carta virem ,
Portugal , &c. Faço fa-
que defejando eu accref-
An. 1702. centar , e augmcntar a Cafa do Infante D. Francifco , meu muito
amado , e prezado irmaó , pelo muito amor , que lhe tenho , e efti-
maçao , que íaço de fua pelToa , como he razaô , e pede li um taô ef-
treito vinculo de langue , e tendo por certo , que correfpondendo el-
le a quem he , e às luas grandes obrigações , me laberá merecer todo
o accrefcentamento , que lhe fizer , me praz , e hey por bem de lhe
fazer mercê , e doação , além de outras , como por efta minha Car-
ta defde logo lhe faço , de lhe conceder todo o direito que a Co-
,
roa tem na Cafa da Feira, que vagou pelo ultimo poíTuidor delia,
o Conde D. Fernando Frojaz Pereira, pela fentença que ultiinamen-
,
ELREY.
Doação
.
ce/hria j no livro ^
(jue principia aiino lyoó ,p(<g, ^7.
Iccida e por leu falecimento vagou para a Coroa íua Cala , e Con-
,
zenda lhe façaó aííèntar nos livros delia eíles noventa mil reis de ju-
ro , e defpachar cada anno na folha do meu aílentamento do mefmo
Almoxarifado de Cintra , para nelle lhe ferem pagos , como dito he,
por quanto o aífento , que dos ditos noventa mil reis de juro eíla-
vaô no livro de minha fazenda em nome da dita D. Anna de Ataide
e Caílro , que foy Condeífa da Caftanheira , e aíhm o regifto da ul-
tima poílilla do padrão delles dos livros da Chancellaria , que já ef-
tavaô na Torre do Tombo , fe rifcaraó , e pozeraõ nelle verbas do
contheudo nefta , como fe vio por certidoens dos Oíliciaes a que
pertenciaõ as taes verbas , as quaes certidoens fe romperaô ao aíTinar
deíla poílilla , que hey por bem valha como Carta feita em meu no-
me , fem embargo da Ordenação em contrario , e naô pague novos
direitos , nem pagará direitos velhos , pelos naô dever , como fe dií-
poem no Decreto inferto , na Carta de doação referida. Miguel de
Abreu e Freitas , o fez em Lisboa a quatro de Abril de mil e fete-
centos e fete. Jeronymo da Nóbrega de Azevedo.
ElRey faço faber aos que efte Alvará virem, que eu fízmer-
nir n T/f T
i^u.u.T^Y J2ice à Infanta 'minha fobre todas muito amada , e muito prezada
An. 168 j. fiiha , de feis contos cento e cincoenta mil reis em cada hum anno
e aíTinados na Alfandega da Cidade do Porto , de que fe lhe palTou
padrão em dezafeis de Mayo de feifcentos e oitenta , e por haver
eíFeito a cinco de Mayo de feifcentos e oitenta e hum , lhe fiz tam-
bém mercê dos dez mil cruzados , que na dita Alfandega mandey ap-
plicar para a defpeza dos Embaixadores , e de tres contos de reis no
rendimento do tabaco , que eftá à ordem do Confelho de minha fa-
zenda , e depois por Alvará de fete de Janeiro de feifcentos oitenta
e tres , fiz mercê à Infanta de cem mil cruzados de renda cada an-
uo , coníignados no rendimento da Cafa do Eftado de Bragança , de
que lhe fiz doaçaô \ e porque as rendas da dita Cafa , pelos encar-
gos , que tem , naô baftavao para prefazer o dito computo de cem
mil cruzados , ficarão também pertencendo à Infanta os dez mil cru-
zados , que pelo padrão referido de cinco de Mayo de feifce ntos oi-
tenta e hum tem na Alfandega do Porto , ficando extinélos os tres
contos de reis , que por elle , e outro fim tinha no rendimento do
tabaco , da addiçaó , e padrão de feis contos cento e cincoenta mil
reis , lhe ficava pertencendo dous contos novecentos oitenta e dous
mil feifcentos oitenta e cinco reis , e os tres contos cento feífenta e
fete mil duzentos e vinte e oito reis, que reílaó , mandey fe entre-
gaífem ao Thefoureiro do novo direito da Chancellaria , para os co-
brar cada anno , em quanto duraífe o encargo de fe pagar à Infanta,
pelo tal direito novo , as quantias , que faltaífem para fe prefazerem
cada anno os ditos cem mil cruzados , e por quanto ultimamente fiz
mercê à Infanta das Commendas mayor da Ega , a de Dornes , e a de
Caílellobranco , que lograva a Cafa do Infantado , na quantia de qua-
tro contos e cincoenta e oito mil fetecentos e cincoenta reis com .
REY.
Manoel Telles da Sylva. Joaô de Roxas de Azevedo.
DOm Pedroque
ber aos
por graça de Deos Rey de Portugal , hc. Faço fa- J)it.n. T
eíVa minha Carta de padrão de hum conto quatro-
4.7
z;^
loí>^.
centos cincoenta e nove mil e feifcentos reis de juro, em cada hum
anno , com pa£i:o , e condição de retro aberto , fem lemitacaó de tem-i
po , a refpeito de cinco e quatro e meyo por cento virem , que re-
folvendo eu por juílas confideraçoes de meu ferviço que para ajuda
,
das neceííidades prefentes fe vendeíTe o Reguengo de Valíada , que
eftava incorporado na Corça ; e naó fe achando lanço conveniente
mandey , que fe tomaíTe em preço de cem mil cruzados para a Cafa
do Infantado , e para que elle pofPa contribuir com a dita quantia era
neceífario vender juros defta importância, e achando-fe, que mais fa-
cilmente haveria compradores aífentando-felhes o dito juro na Cafa
de
,
de Bragança ,
fuy fervido mandar , que na dita Cafa fe vendcíTcm
tantos juros , quantos baftaíTem para íe fazerem os ditos cem mil cru-
zados , ficando aíTim o dito Reguengo , como todas as mais rendas,
da Cala do Infantado , hypothecadas , e obrigadas h Cafa de Bragan-
ça na dita quantia j e havendo algumas peíTcas , que de prefente os
quizeífem comprar na Cafa do Infantado , antes que na de Bragan-
ça , lhe concedia para iíto licença , e neíle cafo ficaria a dita Cafa do
Infantado obrigada à de Bragança , na quantia fomente , que tomaíTe
para a compra do dito juro , e a lhe pagar todos os annos o com
que elle ha de fatisfazer as peílbas , que o comprarem , para o que
niandey paílar hum Alvará pelo meu Iribunal do Defembargo do Pa-
ço , cujo theor he o feguinte. Eu EIRey faço faber aos que eítc
Alvará virem , que por juftas confideraçóes do meu ferviço , e por fe
naó achar lanço conveniente para o Reguengo de Vallada , que pa-
ra ajuda das neceííidades prefentcs tenho mandado vender , refoi-
vi tomallo em preço de cem mil cruzados , para a Cafa do Infanta-
do ; e por quanto para fe achar eíle dinheiro he neceífario venderfe
juro deíla importância, cujos compradores mais facilmente fe acharáô,
aííentando-feíhes o dito juro na Cafa de Bragança. Hey por bem ,
e me praz , que nas rendas do dito Efiado de Bragança , fem embar-
go de ferem da Coroa, fe vendaó tantos juros, quantos bailem para
fe prefazerem os ditos cem mil cruzados , ficando aíTim o dito Re-
guengo , como todas as mais rendas da dita Caía do dito Infantado
obrigadas, e hypothecadas à dita Cafa de Bragança, na dita quantia,
para lhe pagar todos os annos o juro , com que el!a ha de fatisfazer
às peíToas , que o comprarem ; e outro íim poderá a Cafa do Infan-
tado , todas as vezes , que tiv^er cabedal , dar à Caía de Bragança o
que baftar para o diílrato do dito juro em todo , a cada huma das
peíibas , que o comprarem, com declaração, que havendo algumas,
que agora de prefente queiraô comprar na dita Cafa do Infantado
antes , que na de Bragança , lhe concedo para iífo licença , em tal
cafo ficará a dita Cafa do Infantado obrigada a de Bragança, no por-
te , que tomar para a compra do dito juro fomente ; e para mayor
fegurança do juro , que compra Sylverio da Sylva , fe declarará na
Eícritura , que fendo cafo , que por algum acontecimento deixe de fe
pagar o dito juro na Cafa de Bragança , por eíle mefmo faélo poderá
cobrallo nas rendas da Cafa do Infantado , efpeciaimente no rendi-
mento do dito Reguengo , que fe lhe hypotheca , e as mais rendas
da dita Cafa, e mando às Juíiiças, a que o conhecimento pertencer,
que aííim o cumpraó , e façao inteiramente cumprir , e guardar , co-
mo nelle fe contém , que valerá , poílo que feu efFeito haja de durar
.
REY.
Em
,,
,
que o dito juro lerá ao menos de cinco por cento, à condição de re-
tro , na forma ordinária , e as claufulas coftumadas ; e havendo algu-
mas peíFoas , que o queiraó a quatro e meyo por cento, terão a pre-
rogativa de ferem as ultimas a que fe diíVrate. A Junta o tenha af-
í?m entendido , e o mande dar à execuçaó na parte , que lhe toca.
Em Lisboa a quatorze de Junho de mil e feifcentos oitenta c oito.
A rubrica de Sua Magcíladc. E por quanto o Thefoureiro da dita
Caía de Bragança Bento da Cunha Malheiro , no dito Decreto no-
,
quinze mil reis , a cinco por cento , que importou trezentos mil reis;
a Antonio Lobo da Cunha , oitenta mil reis , a quatro e meyo por
cento , que importou hum conto fetecentos fetenta e fete mil e oito-
centos reis ; a D. Luiz Balthafar da Sylveira , quarenta e quatro mil
e cem reis, a quatro e meyo por cento, que importou novecentos e
oitenta mil reis , em que fc ajuíla a quantia de trinta e dous contos
duzentos fetenta e quatro mil quatrocentos e fetenta reis , que im-
porta o principal deíles juros , pelos cinco e quatro e meyo por cen-
to , em cnda huma deílas addiçoes declarado ; e para fé celebrarem ,
e outorgarem as Efcrituras do dito juro para com o feu principal
,
ir o dito Thefoureiro Bento da Cunha , fatisíázendo os cem mil cruzvi-
dos , preço da venda do dito Reguengo de Vallada , mandey paííar
Alvará de poder pela Junta da Cafa do Infantado , ao Defembarga-
dor Bento Teixeira de Saldanha , Procurador da Fazenda delle para
,
outorga nas ditas Efcrituras , e fe obrigar pela fazenda da mefma Ca-
la
'Provas do Lív. VIL da Hijlorla Çenealogtca
porque para iífo lhe dou inteiro , e ciimprido poder , mandado geral,
e efpecial. Antonio Coelho dc Carvalho o fez em Lisboa aos vinte
e cinco de Junho de mil e feifcentos oitenta e oito. Manoel de Sal-
danha Tavares o fez efcrever.
FvEY.
Tom. V. Bbb
378 'Vrovas do Liv. VIL da Hifloria Çenealogka
E por me reprefentar o dito Prociiraí^or da Fazenda do Eílado
de Bragança ,
por fua petição , que por efearem feitas as ditas ven-
das , e os padroens paíTados dos juros nelles declarados , aíTentados
nos Almoxarifados das ditas dizimas , que para íegurança da fazenda
da mefma Caía , na forma de minhas ordens fe devia cobrar outra
tanta quantia cada anno do Thefoureiro da Cafa do Infantado , por
onde fe cobra o rendimento do Reguengo de Vallada , o qual fe
comprou com o principal deftes juros, para com eíle ficar fatisfeita a
mefma Cafa de Bragança , da obrigação delles , a que a do Infantado
\ para o que era neceíTario paífaíTe padrão da
eílá primeiro obrigada
dita quaíitia à Caía de Bragança , fobre os bens da do Infantado , e
que o feu Thefoureiro a entregue cada anno ao da Cafa de Bragan-
ça , ou Almoxarife das ditas dizimas , e fe pagarem os ditos juros ,
que haô de ir na folha daquelle Almoxarifado , aos quaes íícaráó fem-
pre obrigadas todas as rendas da Cafa do Infantado , e o rendimento
do mefmo Reguengo , para com o dito padrão fe fazer aífentamento
em as folhas de huma , e outra Cafa , as declarações neceíFarias , m.e
pedia lhe fizeíTe mercê mandar paíTar padrão da dita quantia de hum
conto quatrocentos cincoenta e nove mil feifcentos reis de juro , à
dita Cafa de Bragança
,
para haver delles pagamento pela fazenda
da Cafa do Infantado , e em efpecial pelo rendimento do dito Re-
guengo de Vallada , que a iíTo eílá hypothecado, por fer outra tan-
ta quantia como a Cafa de Bragança eftá obrigada a pagar às pelToas,
que comprarão eíle juro nas ditas dizimas , com cujo principal fe pa-
gou o dito Reguengo , e viílo por mim feu requerimento , Alvarás ,
neíle incorporados , repoíla do dito Thefoureiro Bento da Cunha
Malheiro , porque coníla ter recebido todos os ditos trinta e dous
contos duzentos e fctenta e quatro mil quatrocentos 'e fetenta reis,
conta feita pelo Contador Rodrigo de Almeida , e mais documen-
tos , de que fe faz menção , que tudo com eíla me foy aprefentado,
e repofta do Procurador da Fazenda , da Cafa , e Eílado do Infanta-
do , a quem foy dado viíla. Hey por bem , e me praz de lhe man-
dar paíTar a prefente Carta de padrão , pela qual pertencem à dita
Cafa de Bragança , os ditos hum conto quatrocentos cincoenta e no-
ve mil íeií centos reis de juro, em cada hum anno , com pado , e con-
dição de retro aberto , íem lemitaçaó de tempo , a refpeito de cinco
e quatro e raeyo por cento , que feraó afíentados fobre as rendas da
Cafa do Infantado , por fer obrigado a dallos todos os annos , e en-
tregallos à de Bragança, para fatisfaçao dos juros, que mandey ven-
der no Almoxarifado das dizimas do Pefcado deíla Cidade , perten-
centes à mefma Cafa , para com o principal fe pagar o preço do Re-
guengo de Vallada, que mandey comprar para a Cafa do Infantado,
viílo por ella fe cobrar o rendimento do dito Reguengo, e eílar a
dita Cafa de Bragança obrigada a pagar os ditos juros , em quanto
peia Caía do Iníhntado fe lhe naó entregar o dinheiro para clles fe
diílratarem , porque diílratando-íe ceílará então a obrigação do juro
contheudo neíle padrão , pelo que mando aos Defembargadores da
Junta da Fazenda da dita Caía j e Eílado do Infantado , lhe facaó
allen-
,
ELREY.
prezado
Leys , e direito requere para adminiftrar fua Cafa , e todos íeus
, fe
bens , com tudo , he dotado de tao alto entendimento , que Noflb
Senhor foy fervido darlhe que pode muito bem ter a dita adminif-
,
traçaó. Hey por bem de lhe fupprir , e haver por fupprida a falta
de idade , e que para todos os negócios , e aélos de qualquer qualida-
de , que fejaô , fe haja por mayor de vinte e cinco annos , e como
tal poíTa ular de todos os feus bens
,
para o que revogo , e hey por
revogadas todas as Leys aíTim do Reyno , como de outros quaeíquer
direitos ; e efi:e Alvará fe cumprirá guardará , e terá fua força , e
,
vigor , poílo que feu eíleito haja de durar inais de hum anno , e de
naô fer paíTado pela Chancellaria , fem embargo das Ordenações do
livro fegundo titulo trinta e nove e quarenta , que o contrario dif-
poem. Lourenço Gomes de Araujo o fez em Lisboa a 12 de Janei-
ro de 1707. D. Thomás de Almeida o fobrefcrevi.
REY.
òíí:
jdecUr/tçaô Otigi- Declaro , que houve huma filha de mulher donzella , e limpa
vaI efiâno ArcrAto fangue , à qual ordeney chamaíTem D. Luiza , e a mandey crear
uJ^oT^ueuml ^'^^^^ Francifco Correa de Lacerda , quero , que em todo o tem-
quefèrume  jilía- po coníle , que a referida he minha filha , ea eíTe fim fiz efta decJa-
^aõ (la Senhora D, raçaó
,
que entreguey a Francifco Correa , para que a guardaíTe em
X«3\rfj <ío«íí? 4
QU^nfQ ll^Q jj^5 mandava o contrario. Lisboa o primeiro de Março
-x^r.
de 1679.
príncipe.
langue , a qual tinha hum irmaó legitimo Familiar do Santo Officio ',
e para que a todo o tempo coníle defta verdade nos mandou Sua ,
reniílimo Príncipe D. Pedro noífo Senhor , que era fua filha , e que-
ordenara ao Duque a levaífe a pôr os Santos Óleos , debaixo do no-
me de cngcitada ; e para que a todo o tempo coníle , que a dita Se-
nhora D.. Luiza , que no dito livro , e aflento eftá , he filha de Sua
Alteza , me ordenou o dit-o Senhor paíTaífe a prefente certidão com a
declaração acima referida, e por paífar na verdade o juro /;/ verhoSa-
cerdotis , por faber o referido , e fer Criado de Sua Alteza ,e elle m.o
dizer. Lisboa 28 de Março de 1Ó79. O
Prior de S. Nicolao Do-
mingos do Valle.
Por huma certidão de Jofeph Cardofo , Secretario do Confelho
Geral ,
paífada por ordem do Confelho Geral , a 10 de Setembro
de 1695' 5 coníbi , que Miguel de Carvalho Mafcarenhas era Familiar
do Santo Ofíicio , natural do Lugar da Charneca , Termo da Cidade
de Lisboa, era filho legitimo de Antonio Gonçalves, natural do m ci-
mo Lugar , e de Maria Carvrdha , natural da Fregueíia de Nolfa Se-
nhora da Purificação , do Lugar de Outeiro , cm Monte-Lavar Ter- ,
PROVAS
PROVAS
DO LIVRO VIII.
DA
HISTORIA
GENEALÓGICA D A
c
PORTUGUEZA.
Doação deíKey D. Fiíippe II. ao Senhor D. Duarte ^ das Vilias
de Frechilla^ e Villa Ramiel , e titulo de Marcjuez, tudo de
juro , e herdade. EJiá no Cartório da Caja de Bragança,
neceran fiempre las que de mi recibieren tuve por bicn de hazer mer-
ced a Don Duarte mi fobrino hijo fegundo de los dichos Duque y
Duquefa de Bergança de un lugai* de mil vaíallos poco mas o me-
nos cn eílos mis Pvcinos de Caílilla con quatro mil cruzados de ren-
ta en cada un ano y titulo de Marques todo de juro de heredad. Y
queriendo cumplir como es Juílo la promeíTa que deílo le hize y no
hallandolFe lugar a propofito que tenga los dichos mil vaíTallos le he
hecho merced de las Villas de Frechilla y Villa Pvamiel que fon de
Behetria en el dei adelantamiento de Caftilla en el partido
deftrito
de campos ; y porque de las dichas Villas y titulo de marques de Ja
de frechilla le he mandado dar los defpachos neceíTarios el dia de Ia
data deíle. Os mando que en virtud defte Albala deis y libreis al di-
cho Don Duarte mi Carta de previlegio de los dichos quatro mil
cruzados de a dics reales cada uno que montan un quento y trezien-
tos y felTenta maravedis de juro y renta perpetua para que los ten-
ga de mi en cada un ano perpetuamente para fiempre ja mas por ju-
ro de heredad para el y para fus herederos y fiicceífoies , fituados en
las mis rentas de las nlcavalas y tercias de las dichas Villas de fre-
chilla y Vilia Ramiel lo que en elías cupicre , y Io reílante en otras
qualefquier rentas deftos mis P.einos las mas cercanas a Ins dichas Vil-
las que fer pueda , donde le fean ciertos y bien pagados para que
juntamente con las dichas VilJas los tenga y poíea por bienes vincu-
lados y de mayoradgo fubjetos a reílituicion y fuccda en ellos defpues
de fus dias lu hijo mayor ligitimo y fus decêndientes voroncs ligiti-
mos de mayor , en mayor , y a falta de varon hembra conforme a Ia
difpoficion de las leyes deílos B.eyncs que hablan en la fucceíllon de
da Cafa %eal Tortugnei^a, 385
los mayoraugos , y a íiilta de fus hijos y deccndientes , fucceda en
lo íufo dicho Tu pariente mas propinquo por la dicha via y titulo de
mayoradgo , y para que los mis arrendadores e Recaudadorcs mayo-
res , y Receptores de las dichas Rentas , y de las otras
tbeíbreros
donde acudan con el dicho un quento y trezientos
fe los íituarcdes
y íeíTenta mil maravedis de Juro perpetuo al dicho don Duarte , y a
los dichos lus fucccirores eleíde el dia de la fecha dcfte Albala en
a delante en cada un ano perpetuamente, para fiempreja mas, folar
mente por virtud de la dicha Carta de privilegio que dello le diere-
des y libraredes o de fu treslado íignado de efcriviano publico íin
fer fobreefcrito ny librado en ningun ano de vos otros ny de otra
perfona alguna , la qual dicha Carta de privilegio y las otras Cartas
y fobre Cartas que en la dicha razon le dieredes y libraredes mando
a Vos otros y al mayordomo y chanceller y notários mayores y a los
otros officiales, que eílan a la tabla de mis fellos , que las den y li-
bren , y paíFen y fellen luego fin poner en ello embargo ny contra-
dicion alguna y no le defconteis el diefmo que pertenece a la Chan-
celleria que yo avia de aver defla merced conforme a la Ordenança,
porque tambien fe la hago, de lo que en eilo fe monta. Lo qual an-
ly hazed y cumplid en virtud deite mi Albala íin pedir otro recaudo
aíguno , íin embargo de qualefquier leyes y ordenanças pregmaticas
ylanciones dedos Reynos y todo uio y eílilo de Contadoria que en
contrario deílo fea o fer pueda con todo lo qual difpenfo y lo abro-
go y derogo y doy por ninguno y de ningun valor y efeóto en quan-
to a ello toca y tane quedando en fu fucrça y vigor para en lo de-
mas a delante y os relievo de qualquier cargo o culpa que por ello
os pueda fer imputado , y anfy mifmo .mando que tome la razon def-
te dicho Albala. Pedro de Contreras mi criado fecho en Vaílado-
-lid a feis de JuUio de mil quinientos y noventa y dos aíios. ,
YO ELREY.
Yo
Juan Vafques de Salazar Secretario delRey nueftro Seííor la
iíze efcrevir por fu mandado , el Licenciado Rodrigo Vafques de
Arce, el I-icenciado Joan Gomes, el Dodrr a mefquiía tom.o la ra-
zon Pedro dc Contreras. Regiílrada Bartolome de Porteguera. Por
chanceller Bartolome dc Porteguera.
Y
agora por quanto por parte de vos el dicho don Duarte mi
fobrino marques de frechilla me fue fuplicado que confirmando y
aprovando el dicho mi Albala que fulo vá incorporado y todo lo en
M contenido os mandaíTe dar mi Carta y privillegio de los dichos
un quento y trezientos y feífenta mil maravedis que por virtud dcl
aveis de aver para que los tengais de mi en cada un ano por juro de
Iieredad para vos y para vucílros herederos y fucceífores por via de
,
mayoradgo , conforme a lo contenido en el dicho mi Albala que fu-
fo vá incorporado con íos llamamientos
y fegun que en el fe contie-
ne para f^nipre ja mas íituados en las rentas de las Alcavalas, de ci-
Tom. V. Ccc ertas
,
dichas Alcavalas de Tâmara los dichos cien mil maravedis , de las di-
chas Alcavalas de Efpinofa de Villa-gonzalo los dichos cinquenta mil
maravedis , de las dichas Alcavalas de Villa Serracino los dichos tre-
inta mil maravedis , de las dichas Alcavalas de Villa Marcilla los di-
chos treinta mil maravedis , de las dichas Alcavalas de Villa Herre-
ros los dichos quarenta mil maravedis que fon los dichos duzientos y
cinquenta mil maravedis , y de las Alcavalas de las dichas Villas y
Lugares de la dicha merindad de Carrion los dichos duzientos y
dies mil maravedis en efta manera : de las dichas Alcavalas de Cilne^
ros los dichos cien mil maravedis , de las dichas Alcavalas de Voba-
dilla de Rio Seco los dichos cinquenta mil maravedis , de las dichas
Alcavalas de Cerbatos de la Cueba los dichos feíTenta mil maravedis
que íbn los dichos duzientos y dies mil maravedis ; y de las Alcava-
las de las dichas Villas y Lugares dei partido de la dicha Villa de
Carrion , y fu alfoz los dichos duzientos y treinta mil maravedis en
eíla manera : de las dichas Alcavalas de Carrion los dichos treinta
mil maravedis, de las dichas Alcavalas de Vaillo los dichos treinta
mil maravedis, de las dichas Alcavalas de Rebenga los dichos trein-
ta mil maravedis , de las dichas Alcavalas de Guardo los dichos tre-
inta mil maravedis , de las dichas Alcavalas de Villa Muera y Volvi-
do , como anda en renta , los dichos treinta mil maravedis , de las di-
chas Alcavalas de la Calcada los dichos treinta mil maravedis, delas
dichas Alcavalas de Villa Nueba de los Navos los dichos dies mil
maravedis, de las dichas Alcavalas de Villa Nueba dei Pvio los di-
chos veinte mil maravedis , de las dichas Alcavalas de Villa Moron-
ta los dichos dies mil maravedis , de las dichas Alcavalas de San Mai-
nes los dichos dies mil maravedis que fon los dichos duzientos y
treinta mil maravedis y de las dichas rentas de las Alcavalas de la di-
cha Villa de Saagun los dichos duzientos mil maravedis en efta ma-
nera : de la dicha Alcavala de la Carne los dichos cinquenta mil ma-
ravedis , de la dicha Alcavala dei Vino los dichos cinquenta mil ma-
ravedis , de la dicha Alcavala de las Heredades los dichos cinquenta
mil maravedis , de la dicha Alcavala de Pefcado los dichos cinquen-
ta mil maravedis que fon los dichos duzientos mil maravedis, ycum-
plidos los dichos un quento trezientos y feíTenta mil mariivedis , los
quales os paguen el diclio ano de quinientos noventa y tres defde
primero dia de Henero dei por los tercios dei , y dende en a delan-
te por los tercios de cada un ano para íiempre ja mas ; y fi algunos
anos no cupieren los dichos un quento trezientos y feíTenta mil ma-
ravedis , en las Alcavalas de las dichas Villas y Lugares y rentas fufo
declaradas que mis arrendadores y Recaudadores mayores , teíbreros
y Re-
da Cafa %eal Tortugtíei^a,
por efta prefente carta que doy todo mi poder cumplido , libre y
ileno de la fuftancia que de derecho fe requiere , y es neceíTario al
dicho fenor marques de Velada que efta aufente , como fi fuera pre-
fente , efpecial y feíialadamente para que por mi y en mi nombre ,
y reprefentando mi própria perfona , y como yo miímo pueda tra-
tar aftentar y capitular de cafar a la dicha dona Beatriz mi hija con
el fenor don Duarte marques de frechilla hijo ligitimo dei Duque dc
Vergança don Juan , y de la feilora dona Cathalina atento a que me
confta averfe promulgado en el Reyno de Portugal una ley fu data
en la Villa de Madrid a cinco dias de el mes de Junio defte prefen-
te aíio de mil y quinientos y noventa y cinco por la qual fe prohi-
be , que ni en el dicho Reyno ni fuera de el no fe pueda juntar una
cafa con otra , teniendo qualquiera de ellas quatro mil cruzados de
renta , y de alli arriba con lo qual fe afegura que aun que fuccedief-
fe (loque Dios no quiera) faltar el duque fu hermano íin dexar hi-
jos por lo qual el dicho fenor don Duarte huviera de fucccder en
aquelíos eftados , que no fe puedan unir ni juntar los mios con el-
los , ni ninguno deilos , íino que conforme a la dicha ley , fe an de
dividir en aviendo hijo fegundo dei dicho fenor don Duarte con cu-
yo fuppuefto fe ha movido efta pratica la qual de otra manera ccfta-
ra , y para que con la dicha occafion fe effeclue , doy el dicho po-
der al dicho fenor Marques de Velada para que pueda hazer aílentar
concertar, y capitular todas, y qualefquier condiciones Scripturasca-
pitulaciones y claufulas que fueren neceííarias para cl dicho contrato
matrimonial con el dicho fenor don Duarte , y con otra qualquier
perfona o perfonas que para lo fufo dicho tuviercn fu poder y pa-
,
el dicho feíior don Dunrte , y Ia perfona que eti fii nombre , y con
fu poder tratare y conccrtare el dicho calíamiento hizieren aíTcntarcii,
que le fucre íeiíalada , en caio
y promctiercn aHl de reíHtuir la dote
que Tc deva relrituir , como de otra quaíquier obligacion , o ohliga-
cioiíes , promcilas , pailos , y convenciones que con el le trataren de
dar , hazer , y cumplir , y para que me obligue , a que yo ni la' di-
cha dona Beatriz mi hija no nos apartaremos ni deíiíbremos antes' ci-
taremos y paíTIir^mos por el concierto contrato ò capitulaciones y
condiciones que el dicho feíior marques de Velada hiziere aíTcntare ,
y capitulare en nueílro
nombre íin exceder ni faltar en todo ni cn
parte alguna por ninguna caufa razon recurfo ni remédio que tcnga-
mos paia yr ni venir contra ello lo las penas a que me obligare y
aíli miínio para que en la dicha razon piieda obligarme a todas y
qualefquier condiciones capitulaciones y pofturas que por bien tuvie-
re y fucre.i neccíTarias con todas las firmezas poderios, y fumiíTiones
a las Jufiicias y pleito, o pleitos menajes que parecicren convenir,
y por bien tuviere poner , las qna'es y cada una delias íiendo por cl
dicho feiior marques pueítas y olorgadas yo delde luego las otorgo y
ratifico , y hare que la dicha mi hya 1;is otorgue y ruuíique y aprue-
bc en calo que íca neceílario y quicro que tcngnn tanta íuerça y vi-
gor como fi yo próprio las hizicTc, y capituiaíTe, y a todas ellas
preíente tiieííe y los firmaíTc de mi mano y nombre , aun que para
las taies eícrituras capitulaciones y condiciones fe requirieíjc eípecial
o particular mencion , y expreífa obligacion de ellns que deíde ago-
ra las doy y otorgo en todos los calos que fe requiere, y fuere ne-
ccííbrio legun y como por el dicho fcfíor marques fueren fechas y
otorgadas que para todo lo fulo diciio y para cada cola y parte dei-
lo , y lo a ello anexo , y dcpendiente le doy y otorgo todo mi po-
der cumphdo quan baftante yo le he y tengo con libre y general
adminiftracion , y el que me pertenece por razon de la Patria poí ef-
tad como tal padre y ligitimo adminiftrador de la dicha doíia Bea-
triz mi hija y para que guardare , y cumplire , y avre por firme ,
y
hare que la dicha mi hija lo guarde y cumpla y aya por Fniie todo
lo que dicho es , y lo que el dicho feíior Marques en mi nombre
y
de la dicha mi hija capitulare conccrtare y hiziere ohligo mis bienes
juros y rentas derechos , y adliones ávidos y por aver, y doy todo
mi poder cumplido a todos y qualefquier Juezes y Jufticias deí>os
Reynos de fu mageftad de quaíquier parte, y jurifdicion que lean
ante quien eíVa carta fuere prefentada , y pedido cum.plimiento delia,
para que me compelan a la cumplir , como fi fucra fentcncia diíFniti-
va paíTada en cofa juzgada , y dada a entregar , fobre lo ci!a! renun-
cio todas , y qualefquier leves fuercs plazos derechos , y hordenami-
entos de que en efte cafo me pueda ayudar, y aprovechar que no me
valan , y la ley y derecho que dize que general renunciacion fecha de
leves no vala que no me valan , en teftimonio de lo qual otorgue
la prefente carta de poder en la manera que dicho es ante el prefente
efcrivano , y teftigos que fue fecha y otorgada en la Villa de Oro-
pefa , veinte y cinco dias dei mes de Septiembre afio dei Sefior de
Tom. V. Ccc ii mil
3 pí Trovas do Lh, VIIL da Hiflcria Çenealcgica
mil y quiiiientos y noventa y cinco anos. Teftigos que fiieron pre-
lentef? a lo que dicho es , Juan Pacheco mayordomo de la cafa , y
Gabriel de Monroy, y Pedro de montalvo contadores de fu fenoria,
V vezinos deíla Viila y fu fenoria dei dicho Conde otorgante que yo
el efcrivano doy fee que conofco lo firmo de fu mano , el Conde de
Oropefa y de deleytofa. Pafsò ante mi pedro lopes bernal fcrivano
publico , y yo Pedro lopes bernal fcrivano publico en efta Villa de
Oropefa , y fu tierra por fu fenoria dei Conde de Oropefa y de De-
leytofa , &c. y aprobado por los feíiores dei Confejo real delRey
nueílro fenor prefente fui en uno con los teftigos y fu fenoria otor-
gante y en fee de lo qual lo fcrevi , y fíze mi figno , y doy fee no
lleve defte poder ni de fu Regiftro derechos ningunos en teftimonio
de verdad. Pedro lopes bernal fcriviano.
Y aííi mifmo el dicho fenor don Duarte marques de frechilla
otorgo otro tal poder tan firme y baftante al dicho fenor don Rodri-
go de Alencaftre para que trate caoitule y concierte , y le obligue
aíli que fe effeftuar el dicho matrimonio como a las de mas cofas
que en razon dei dicho matrimonio fe aífentaren , y capitularen , el
qual dicho poder fe otorgo ante Francifco cordero efcrivano de Vil-
la viciofa en dies dias dei mes de Septiembre de mil y quinientos y
noventa y cinco anos como mas en particular confta dei dicho poder
el qual letra a letra, y como originalmente fue exibido ante mi el
prefjiite efcrivano es como fe figue.
En la Villa de Madrid a feys dias dei mes de Odlubre de mil
y quinientos y noventa y cinco anos ante el fesior do6tor Ortis teni-
ente de Corregidor en eíla dicha Villa y fu tierra por fu mageílad
Roque dias procurador dei numero delia en nombre dei feiíor don Ro-
drigo de alencaílre mayordomo dei Príncipe nueftro fenor hizo pre-
fentacion de una efcriptura de poder dada a el dicho fu parte por
cl leííor don Duarte marques de frechilla fenor de Villarramiel , hi-
jo ligitimo dei Duque de Vergança don Juan que dios tiene , y de
la feiora Princefa dona Catalina fu muger fus padres para que por el,
y en íu nombre , y en virtud dei dicho fu poder efcripto en lengua
Portugusfa el dicho fenor don Rodrigo fu parte , otorgalTe fus capi-
tnlacíones fobre el cafamiento que fe ha de hazer con la fenora dona
Bjatriz de Toledo hija y heredera de los feíiores don Juan garcial-
vares de ToleJo , y dona Luifa Pimentel conde y condefa de Oro-
pefa V ddeytofa las quales al dicho fu parte en el dicho nrmbrc , y
en virtud dal dicho poder otorgo , y para que el dicho poder vaya
inferto en las dichas efcripturas de capitulaciones pidio al dicho fenor
tenieiíte le mande traduzir , y darle dei los traslados neceífarios para
el dicho elFeíbo y pidio jufticia.
,
triz recibiendo las bendiciones Nupciales dentro dei tiempo que fue-
re íeíialado declarado y ordenado por el dicho fenor conde de Oro-
pefa el qi:al Inego como fe haga íaber al dicho fenor don Duarte el
,
effedlua,
por ícr efta dicha condicion de la dicha refidencia la cauTa
final porque le effectua el dicho matrimonio el dicho Teríor don Ro-
drigo de Alencaílre obliga al dicho Tenor don Duarte a que hara la
dicha refidencia continua en el dicho lugar que refidieren los dichos
Tenores condes , y que no alegara que por Talta de Talud , ni por dif-
cordia , ni por otra ninguna cauTa , no puede ni le conviene refidir
en los dichos lugares , íino que ciertamente , y con efíeclo , eílara y
refidira con í'u perTona muger y hijos con los dichos Tenores condes,
quan cumplido poder puede , y podria tener el dicho fenor don Du-
arte para hazer todo lo íufo dicho como tal padre
y ligit mo admi-
niftrador en virtud de la pátria potcfad, ò en otra qualquier mane-
ra , todo eilo defde luego para entonces
, y para quando fucceda el
dicho cafo, lo da, cede, renuncia, y trafpaíTa en la dicha fcnora
dofía Beatriz con todas las claufuías vínculos y firmezas de derecho
neceíTarias , y fi fucre meneíler para firmeza dcíle dicho capitulo ha-
zer otra cGjriptura ò efcripturas el dicho íènor don duarte las hara en fa-
vor de !n dicha feíiora dona Beatriz , cc n.o Ic fueren pedidas y ordenadas
paia que todo lo íufo dicho aya y tenga enteio , y confumado efieclo.
Yten
, ,,,
den , y eílan pueílas a la cala de Oropefa para que todo ello fea un
mayorafgo y una mifma difpuíiclon de bienes vinculados , bien aííi
como fi al principio de la fundacion dei dicho mayorafgo de la di-
cha cafa de Oropefa todos los dichos bienes fueraa comprehendidos
como unos mifmos debaxo de una mifma difpuficion porque todos el-
los an de andar aíi yncorporados en el dicho mayorafgo como dicho
es , y para mayor firmeza dei dicho vinculo mayorafgo , y union el
dicho fenor don Duarte fe obliga a dar m.emorial de las dichas Vil-
las y íituado
,
o de lo que en lugar de elio y de lo que de mas fu
,
triz en vida de los dichos fenores íbs padres dexando hijos , y de-
cendicntes y íè pertenderia que eftc dicho capitulo , y el dicho con-
,
celFo pueda ceíar el dicho feíior don Rodrigo obliga al dicho fenor
don Duarte a que dentro de quatro meífes como íe otorgare eíl:a di-
f cha capitulacion , y fuere por el ratificada íacara facultad de íu ma-
geílad , y de los {"efiores de fu confejo de Camara en aprobacion def-
te dicho capitulo y con derogacion de las leyes que puedan ympe-
,
dir fu eíFedo como fue rehordenado por los dichos fenores condes
ò por las perfonas y letrados a quien fus fesiorias lo cometicrcn.
14 Yten fe declara aíHenta capitula , y concierta que por quanto
muriendo el dicho feiíor conde fin hijo varon ligitimo la dicha íeno-
ra dona Beatris ade fucceder como fii hija primogénita mayor en fu
caía eftado
y mayorafgo la qual dicha caía tiene las Armas de los li-
najes de Toledo Monroy
y Ayala , y tiene por apellido los dichos
nombres todo lo qual los fenores que por tiempo an fido de la dicha
caía de Oropeía , anfi lo an confervado
, y guardado , el dicho fenor
don Duarte fe obliga a que trayra las dichas Armas y ufara y fe nom-
,
brara de los títulos ,
y apellidos de las cafas y mayorafgos clel dicho
fenor conde trayendo el dicho nombre y armas y ufando de todo
,
ello , y poniendolo fiempre cn el mas prehem.inente
y meior lugar,
como lo hiziera fi fuera hijo varon dei dicho feilor Conde de tal ma-
nera que en el dicho íeíior don Duarte fe conferve el dicho nom.bre
y armas fegun y como lo a eílado en todos los poíTecdores dei dicho
niayoraf-
408 Trovas do Liv. VIIL da Hiftoria Çenealcgka
mayorafgo por quanto efte dicho rratrinionio íe efTeélua debaxo dcf-
ta iiicha condicion , teaiendola por cauía fínal dei dicho matrimonio,
y para mayor feguridad de eíle dicho capitulo el dicho feõor dou
Duarte fe obliga a hazer , y que hara pleito omenaje de aíTi lo tener 1
guardar y cumplir , y aver por íirme íin que en ningun tiempo por i
ninguna ocafion contravendra tacita ni exp rela mente "a lo íuíb dicho
antes ade quedar obiigado eii tal manera al cumplimiento deilo que 1
tiempos yenideros.
Yteii íe aíísenta cnpitula y concierta que por quanto el Rey
nueíiro fcnor a promulgado ley, y pragmática efpecial en el Reyno
de portuga! por la qual efpeciaímente íe a prohibido que ninguna ca-
fa dei dicho Reyno de portugal íe pueda juntar con otra aun que
fea dsíle Revno de la cantidad referida en la dicha ley como mas en
particular delia confta cuyo reaor letra a letra fegun y como fe orde-
no promulgò y publico es efíe que fe íigue.
En la Viila ce Madrid a fcis dias dei mes de otubre de mil y
quinientos y noyenta y cinco niíos nnte el fefíor Do6í:or Ortiz teni-
ente de Corret^idor en eíla dicha Villa y fu tierra por íu Mniíeílad
parecio prefente Roque dias procurador dei Numero defta Villa en
nombre dei íenor don Rodrigo de Alencaílre mayordomo dei princi-
pe nueíiro feãor, y dixo que cn ciertas efcripturas que el dicho fu
parte
da Cafa TRfal Tortugues^a. 40^
parte otorpjo en ncmbre dei fenor don Duarte marques de frechilla
icfíor de Villaramiel que fueron fus capitulaciones coii el fenor don
Gomez de nvila Marques de Velada avo y mayordomo m.ayor dei
Príncipe nueftro fenor en nombre y en virtud dei poder que tuvo
dei fenor don Juan garcialvares de Toledo conde de Oropefa y de-
leytofa , y dona luiía pimentel fu muger en nombre de la dicha fe-
nora dona Beatris de Toledo íu liija ligitima las quales fe otorgaron,
y en las dichas capitulaciones van ynlertas entre otras cofas eíía ley
efcripta en Português de que aíli mifmo haze prefentacion. Por tan-
to para el dicho cffe6lo pidio al dicho feíior teniente la mande tra-
duzir, y darle delia los traslados neceílarios, y pidio juílicia.
Y viíla por el dicho fenor teniente la dicha ley , y que efta fa-
na , no rota ni canzelada ni en parte fofpechofa , y efcrita en la di-
cha lengua Portuguefa , mando que para el dicho effeélo fe entregue
a Thomas gracian Dantifco fcrivano y tradudor en efta corte que
traduze en ellas Ias cfcripturas dei Rey nueítro fenor, y de íus con-
fejos , y tribunales para que la tradufga , y fecho fe traiga a fu mer-
ced para la veer y proveer juílicia. Ante mi Rodrigo de Vera.
En cumplimiento de lo qual yo el dicho Thomas Gracian dan-
tifco efcrivano , y traduítor fufo dicho fíze traduzir , y traduxe la
dicha ley de Português en caílellano que es dei tenor figuiente.
S E N O R.
Dize Fernando de Matos canonigo en la igleíía m.ayor de eíla
ciudad , y agente dei Duque de Bragança en ella corte que a el le
es neceííario para un negocio de mucha importância el traslado en
modo que haga fce de la ley que agora fu mageílad mando hazer y
publicar fobre fe no ayuntar las cafas de los mayorafgos por cafami-
entos pide a Vueftra Mageílad le mande dar el dicho traslado auten-
tico , y recibirá merced.
Defele traslado dei B.egiílro el chanciller mayor.
Gafpar Maldonado hidalgo de la Cafa dei Rey nuePfro feror
y fcrivano de la chancilleria mayor de fus Reynos , y feíiorios hago
faber que en uno de los libros dei Regiílro de leycs , y ordenanças
que andan en la dicha Chancilleria efta efcrita , y regiílrada una íey
de la qual el traslado es el figuiente.
Don Philippe por la gracia de Dios Rey de Poríogal y de los
Algarves de aquende y aílende mar en Africa fenor de Guinca , y
,
efta ley revoco , y hê por revocadas , quanto pura el eheílo dei di-
cho hijo mayor no aver de fucceder en ambos los dicl.os mayorafgos
quedando en todo lo de mas las dichas leyes coílunVores claufulas y
condiciones pueílas en las inítituciones dellcs en fu íuerça y vigor
lo qual avra lugar fiendo el hijo íbgundo capas de la lucceíion dei
tal mayorafgo conforme a la ynílitucion dei porque fendo por algun
cafo incapas íuccedera otro hermano íi lo oviere , fendo c.tro íi ca-
pas para poder en el fucceder , y no aviendo hermano capas , ò avi-
endo un íblo hijo podra el hijo primogénito poífeer en í"u vida en-
trambos los mayorafgos hafla dei por fu muerte quedar hijos, ò ta-
les decendientes en los quaies pueda aver eíFed:o la diviíion y fepara-
cion que de las dichas dos caías y m.ayorafgos conforn e a efta ley
mando fe haga , y no quedando dei dicho matrimonio hijo algun va-
ron , y quedando una ò mas hijas tales que conforme a la calidad de
los bienes
, y
claufulas de las inílituciones pueden fuceder en los di- ,
chos
I
i
1
y los poíTeera en fu vida hafta del por fu muerte quedar hijos , o ta-
les decendientes en los quales pueda aver lugar la divifion
y fcpara-
cion arriba dicha , y efia ley quiero y mando fe entienda no fola-
mente cafando las perfonas de eflos Reynos , y fenorios de Portugal
con otros natural es del los , mas que tambien aya lugar en las perfo-
nas que cafaren fuera de los dichos Reynos con perfonas eíirangeras
y no naturales por manera que en ningun tiempo fe puedan ayuntar
ni ayunten las y mayorafgos de cPlC Reyno con los otros de
caiTas
otro Reyno , de fuera deíle , fino en la forma deíla ley , Ia qual otro
fi mando feentienda no tolamente en los hijos y nietos m.as tambien
en todos los otros decendientes en qualquiera grado que fca , y en
todas las otras perfonas que por bien de las inílituciones de los tales
mayorafgos, y donacioncs de los bienes de la corona en ellos, v v.w
los dichos mayorafeos pueden fucceder
, y mando al Rci^idor de la
cafa de la Supiícacicn y al governador de la Relacion do porto, y
,
Reynos para que todos fepan lo que por eíla ley ordeno y mando , |
en el dicho dia mes y ano mando dar delia un traslado , dos , ò mas
íignados y en publica forma y en manera hagan fee , a los quales y
a cada uno dellos interpufo fu authoridad , y Judicial decreto , y lo
firmo de fu nombre el Do£lor Ortis ante mi P.odrigo de Vera.
Y con ocafion de averfe promulgado la dicha ley fe a tratada
€l dicho m.atrimonio entre los dichos feiiores dona Beatriz de Tole-
do , y don Duarte fiendo para el dicho fetíor Conde de OropeíTa y
para todas las dichas partes prefupueílo firme y indubitable que por
ningun cafo fe an de poder juntar ni unir las caías de Vergança y
OropeíTa fmo que aviendo fucceífores en quien fe puedsn íeparary
apartar fe ha de hazer la dicha diviíion para que con ella fe ccníiga
el fin , y intento principal que fe tiene ya tenido entre las partes
que el que por ningun calo pcnfado , o no penfado fea , o fer pue-
da que las dichas caías anden juntas aviendo los dichos fucceífores
ea quien fe divida n , y íi la dicha ley no fe uviera publicado , y íli
obfer- !
,,
impugnar contra todo lo fufo dicho mandando que elle dicho c-mi-
tulo , y contrato real tenga fuerza de coía julgada, y que deílie lue-
go íii Mageílad lo pronuncia por fentencia real mandando que ago-
ra , y en todo tiempo í'e guarde y cumpla lo en el conthcnido hazi-
endo el dicho Juizio y Tencencia entre Ias dichas partes , y promul-
,
gandofe defde luego entre los dichos feíiores don Duarte , y Doíia
Beatriz , para que en nombre de fus ílicceífores guarden y cumplan
todo lo en eíle capitulo contenido , y contra el no puedan Ter oy-
dos , porque en execucion de la dicha ley , y dei dicho contrato y ,
peíTa pueda íenalar el dicho fenor Conde defde luego para entonces
la parte de renta que fuere neceííaria de los eítados de oropeíTa para
los dichos empleos , la qual dicha renta defde luego como fuere fe-
nalada por el dicho feiíor Conde ade quedar, y queda confinada, y
defde agora para entonces de confentimiento de las partes fe coníig-
na , para que fe convierta en los dichos empleos y cofas con que la
tal confignacion , y fenalamiento de rentas no exceda dc la parte que
fuere neceífaria para hazcr la dicha fuma de los dichos empleos , y
cofa y para que la dicha renta en los dichos cafos de heredar la caía
de Vergança y no refidir en la de Oropefa fe puede convertir en los
dichos eífeólos el dicho fenor conde ade tener facultad , y para eíle
capitulo le queda rcfervado poder ligitimo para poder fenalar la per-
fona , ò depofitario que quifiere el qual adminiílre beneficie y arrien-
de las dichas rentas , y por razon delle trabaxo folicitud y cuidado
lleve y fe le den en cada un ano cien ducados de fdario haíla tan-
to que í'e cumphi en todo lo contenido en efte dicho capitulo de ,
tal manera que las dichas rentas por ninguna via peníada ò no pen-
fada diredla ni indircvílamente venidos los dichos cafos no an de po-
der entrar en poder dei dicho íèfíor don Duarte , fino folamente en
poder dei tal adminiílrador , o depofitario , para que el tal depofita-
rio cumpla los empleos conthenidos en eíle dicho capitulo , y fi ne-
ceíTario es defde luego para quando el tal cafo fucceda el dicho feíior
don Duarte , yel dicho fenor don Rodrigo en fu nombre expropria
y aparta de fi las diclias rentas , y qualquier fefiorio ufofru6lo y apro-
vechamiento , que reipedVo delias le pueda pertenecer por razon dei
dicho matrimonio con la dicha fenora dona Beatriz , y para mayor fir-
meza de efte dicho capitulo el dicho feíior don Duarte por fi folo
o juntamente con la dicha fenora dória Beatris hara y haran todas ,
y qualefquier efcripturas que por parte dei dicho feíior conde fueren
pedidas y ordenadas para que todo lo fufo dicho tenga cumplido ef-
feSio , quedando defde luego declarado que la paí:^a dei dicho falario
dei dicho depofitario fea por qucnta dei dicho fenor don Duarte , y
en razon defto y de lo contenido en eíle capitulo fe] pcdiran y obten-
dran las flicultades r^ales con los vinculos , y firmezas neceífárias pa-
ra
áa Cafa %eal Tòrtugnes^a. 417
ra que todo lo fufo dicho en los dichos cafos tenga cumplido efFe-
élo como dicho es , y por quanto las dichas obligaciones y los di-
chos empleos dependen de los dichos dos cafos, y folamente foii
para quando íucceda hcrcdar el dicho fenor dou Duarte la cafa de
Vergança que es el priinero y el fegundo de no refidir en los dichos
eílados de Oropefa , y deleytoíTa fe declara; y yo el dicho Marques
de Velada en nombre dei dicho fenor conde aíFi lo declaro , que lo
contenido en efte capitulo ade quedar fin effedlo , y el dicho feiíor
don Duarte libre de la dicha obligacion por el ano que refidiere en
los dichos eftados de Oropefa y deleytofa íiendo todo el ano , o la
initad dd , porque en efte cafo el dicho fenor conde de Oropefa to-
do lo fufo dicho lo remite a voluntad dei dicho fenor don Duarte , y
dona Beatriz fu hija fiando de fus feííorias que teniendo prefentes las
neceílidades de los dichos eftados feran ellos mucho mas beneficiados
que con quanto para amparo dellos fe les pudiera pedir , excetuando
defta dicha rcfidencia la obligacion hecha en favor de los dichos cria-
dos , y el derecho que por efte dicho capitulo les queda adquirido
para que fe les pague los dichos falarios como de fufo fe refíere los
quales refidiendo , o no refidiendo los dichos fenores don Duarte, y
dona beatriz fiompre , y en todo tiempo durante los dias de fu vida
lo an de aver y llevar con tal condicion , y modo , y no fin ella que
íi las haziendas de los dichos eftados prefentes , o aufcntes los dichos
fenores don Duarte y dona Beatriz recibieren menofcabo , ò daíio en
todo , ò en parte , por aquella que padecieren el dicho menofcabo ,
o dano , ade quedar el dicho feiíor don Duarte , y fus bienes eípe-
cialmente obligados de tal manera que en todo tiempo fe conferve y
augmente el dicho eftado , y no venga en diminucion por las razo-
nes dicha?.
17 Yten fe aífienta capitula y concierta entre las dichas partes que
en elcafo de fufo referido tan folamente conviene a faber hercdando
el dicho fenor don Duarte la cafa de Vergança en quanto toca a la
forma como ade traer y ufar y llamarfe dei nombre armas titulos , y
apellidos de la dicha cafa de Vergança , y titulos de la cafa de Oro-
pefa que en efte cafo el dicho fenor don duarte , y los fucceflores
que dios les diere en el dicho matrimonio mientras en ellos fuere for-
çoío por falta de otros fucceftores el confervarfe la union de ambas
ados cafas de Vergança y oropefa en tnl cafo fe ade guardar la for-
ma íiguiente. Qiie en lo que toca a el Reyno de Portugal , y para
con el confcjo dei dicho Reyno tan folamente , aun que el dicho fe-
nor don Duarte efte en efte Reyno de Caftilla aya de ufar, y pucda
ufar de los titulos armas y appellidos tocantes a la cafa de Vergança
como bien vifto le fucre , y para todo lo que toca al trato de negó-
cios y correfpondencia en eftos reynos de Caftilla aun que rcfida en cl
dicho Reyno de Portugal , ò en otra qualquier parte o Reyno ade
ufar de los titulos apellidos y armas de la Cafa de Oropefa íin mef-
clarlas con otras ningunas , y lo mifmo que efta referido refpcclo dei
dicho fenor don Duarte en efte dicho capitulo fe entienda que fe ade
guardar teniendo el dicho feiíor don Duarte dei dicho matrimonio
Tom. V. Ggg un
,
iin hijo tan folamente , porque fiendo en tal cafo neceíTaria y forço-
fa la union de las dichas caflhs en un poíTeedor lo iriifmo que fe di-
ze refpeélo dei dicho feíior don Duarte fe entienda repetir , y guar-
daríe en el tal único fucceíTor , ò en los de mas íucceílores en quien
íe continuare la dicha union porque íiempre que viniere el cafo de
fer una perfona fola poíFeedor de las dichas cafas , fe ade guardar en
quanto tocare al dicho nombre , y armas la forma y orden referida
y en los de mas cafos que fuera deftos dichos Reynos el dicho fe-
fior don duarte ò el tal fucceílbr que viniere a fer único fe tratare ,
y comunicare efcriviendo en Português , y tratandofe conforme al di-
cho ufo dei dicho Rcyno de Portugal podra ufar de los nombres y
appellidos , y armas de la cafa de Vergança , y efcriviendo en^Caftel-
lano , y tratandofe como Cafcellano , fe ade tratar con los títulos
nombres apellidos , y armas de la dicha Cafa de Oropefa , y fi para
el cumplimiento defte dicho capitulo oviere en el mayorafgo, y caf-
fa de Vergança algunas claufulas que lo impidan defde agora el di-
cho feíior don Rodrigo de Alencaílre en nombre dei dicho fenor don
Duarte queda obligado , y obliga al dicho fenor don Duarte a que
facara facultad real en la forma mas neceíTaria y conviniente para que
con infercion deíle dicho capitulo fe apruebe y ratifique todo lo en
el conthenido
, y fc diípenfe y abrogue qualquiera claufula que aya
o pueda aver que impida el effeílo de lo fufo dicho.
18 Yten fe aííienta capitula y concierta que en cafo que defpues
de heredada la dicha cafa de Vergança por el dicho fenor don Du-
arte tuvicre un íblo hijo , o hija el qual por fer único ade fucceder
en las dichas caiFas por falta de perfona con quien las divida , y por
eíte cafo aya de fer tal fucceílbr , y aíFi mifmo fuccediendo el tal hi-
jo en las dichas cafas , y no refidiendo en el eílado de Oropcía fe
difpone y queda concertado que el empleo de dies mil ducados que
ade hazer en cada un ano el dicho fenor don Duarte , no refidiendo
de las próprias rentas de Oropefa y deleytofa en efle cafo aya de lle-
gar a quinze mil ducados los quales fe ayan de emplear en cada un
ano fegun y por la forma que eíla dicho difpueílo , y ordenado en
quanto al dicho fenor don Duarte quedando unido , y incorporado
el dicho mayoraígo con los vinculos y condiciones dei como efta
,
cho fenor don Rodrigo obliga al dicho feiíor don Duarte a que fin
otros refpeétos próprios fino folo confiderando el benefício dei cafo,
y Io que mas convcnga a la dicha cafa de OropeíTa fe hordenara , y
difpondra, y hara lo que fuere mas endereçado al fervicio de Nuef-
tro Senor y a Ia conlervacion y intento dei dicho fenor Conde
, , y
de fu caía y VaíTallos en todo Io qual encarga la conciencia a los di-
chos
,
y para mayor firmeza por quanto la dicha fenora doiía Beatriz como
tal primogénita no teniendo el dicho feíior conde hijo varon ade fer
la proprietária dei dicho eftado defde luego fe capitula por ambos
los dichos fenores Marques y Don Rodrigo en nombre de fus par-
tes a que antes que fe eífedlue el dicho matrimonio la dicha fenora
dona Beatriz jurará en forma folenne , y baftante el cumplimiento
dcíle dicho capitulo , y defpucs de defpofada antes de velaríe lo bol-
vera a ratificar con decreto que la enagenacion o confentimiento que
,
cion ni relaxacion aun que fea e^ecíum agendi no ufará delia , aun
que fe le conceda de próprio motu en otra qualquier manera , y en
razon de lo fufo dicho la dicha fenora doíia Beatriz otorgara la ef-
criptura , y efcripturas que fueren ordenadas por el dicho feíior Con-
de a todas las quales el dicho fenor don Duarte preftara los confenti-
mientos , y licencias neceíTarias para firmeza de la dicha efcriptura , ò
efcripturas , y de todo lo conthenido en eíle dicho capitulo.
24 Yten fe afllenta capitula y concicrta , y el dicho feíior don Ro-
drigo obliga al dicho fenor don Duarte a que antes de defpofarle
con la dicha feíiora doíia Beatriz , y a que luego que fe deípofe por
palabras de prefente que hagan verdadero matrimonio con la dicha
leííora el dicho feíior don Duarte por fi
, y
como marido y conjunta
perfona de la dicha feíiora doíía Beatriz , y la dicha feíiora doíia Bea-
triz , por fi y con licencia
, y exprefo confentimiento dei dicho feíior
don Duarte ratificara y aprobara toda efta dicha capitulacion , y to-
dos los capitulos en ella contenidos que por qualquiera via , y en
qualquier forma y para qualquier eífcílo que fea ò fer pueda pen-
,
Ia voluntad dei dicho fenor Conde para que fin embargo de todo el- |
dicho fenor Conde lo qual fea y fe cntienda fin que por eíla dicha
Tom.V. Hhh íacul-
T^rovas do Liv. VIIL da Hifloria Çenealogica
remédio alguno fobre lo qual renunciaron todas Ias leyes fueros y de- ;
rechos |
da Cafa ^al Tortugueís^a. 427
rechos pragmáticas fancioiíes privilégios ufos , y coftumbres que aya
ávido, o aya eii contrario para que lin embargo de todo ello ayacum-
plido cfcélo lo que queda dicho , y en efpccial renunciaron la ley , o
direcho que dize que general renunciacion de leyes fecha non vala ea
teílimonio de lo qual otorgaron la preíente efcriptura de capitulacioii
iriatrimonial en la manera que dicha es , y en la mas baftante , y cum-
plida forma que de derecho fe requiere en el monafterio de fan lo-
renço el Real eftando en el el Rey don Philippe nueftro fenor , a
dos dias dei mes de Oólubre de mil y quinientos y noventa y cin-
co aíios fiendo preíentes por teftigos el feíior don xpóval de mora
comendador mayor de Alcantara , y dei confejo de eítado de fu ma-
geftad fumiller mayor de corpus dei Príncipe nueílro fenor y el fe-
fíor don fernando de Toledo , y el fenor don Juan de ydiaque co-
mendador mayor de leon y dei confejo de eftado de fu mageftad ,
eílantes al preíente en el dicho fan lorenço el Real , y los dichos
fenores otorgantes que yo cl prefente cfcrivano doy fee que conofco
lo fírmaron de fus nombres , el marques de V
elada don Rodrigo de
alencaílre paíTo ante mi Rodrigo de Vera.
Breve ^
que e/creveo a Santidade de Urbano VIII. ao Excelkn-
tijjimo Senhor D. Duarte. Conjerva-Je entre os m.f. do Prin-
cipal Almeida Majcarenhas.
Joannes CiampoUis.
meiítos mandas y cobdicilios que antes defte aya fecfio que folo efte
quiero que balga por mi teftamento y cobdicilio y por mi ultima bo-
luntad.
Orro ft mando otros cinquenta ducados por una vez a Domin-
go fernandes mi cochero mayor en teftimonio de Io qual otorgue
:
efte
,
DON DUARTE.
Ante mi Lucas pico de Cabreros.
A RAYNHA.
OAfento que fe tomou por meu mandado com D. Rodrigo Hen- í^um. C.
J*
Ozorio Conde de Lemos , fobre o cazamento de D.Di-
riques ,
*
los delle 5 em fua força e vigor , o qual fiUio ou fílíia dos ditos D.
Diniz 5 e D. Beatriz , que herdarem a dita Caza de Lemos , herdem
afi mefmo todas e quaefquer termos em qualquer maneira over fei-
,
meiros fcguintes , des o dia que o tal filho nacer , e fe a dita Con-
deíTa fua mulher morrer em vida do dito Conde , e o dito Conde
íe cazar aja de dar em dote e em cazamento ao dito D. Diniz , com
a dita D. Beatriz fua filha dez contos de maravedis , pagados em os
ditos outo annos , e para pago delles , ao tempo que o dito caza-
mento fe fizer , obrigue e hipoteque as fuas Villas de Meliza , e Of-
,
EU A RAYNHA.
Otorgamento e por mandado da Raynha. Gafpar de Grizio. Sellada.
do lufo dito das quaes mandarem dar, e derem daqui a diante , mais
,
e aos fantos avangelhos e hum final da Cruz que com fua maó di-
,
reita tocou , do qual para maior abondamento , fez preito e omena-
gem como Conde e Cavaleiro Filhodalgo íegundo foro e Defpanha,
,
J H s.
roguem a Deos por minha alma , e afy mefmo digao toda aquella fo-
mana todos os ditos frayres , e cleriguos cada dia mifta as quaes mif-
fas íejaó camtadas , e rezadas fegundo parecerem a meus Comprido-
res e diguo que fe trabalhe de bufcar todos os frayres, e cleriguos
que poderem aver , e achar.
fe
Mando a meus Compridores que comprem toda a cera que lhes
parecer que pertence para minha fepultura e honras , e afy proveja
,
dem e façaó fim do anno fegundo que a meus Compridores bem vif- |
to for.
Mando a meus Compridores que comprem renda de paó ou vi- i
e afy mefmo mando que os vinte mil reis que arriba mando dem de
efmola ao Mofteiro de Samtamtonio de Momforte por o tempo arri-
ba contheudo fe faquem em cada hum anno dos ditos feifcentos mil
reis , e nao dos trezentos da dita D. Briatiz minha molher , nem dos
cem mil do dito Joaó Mendez.
D. Fernando meu filho em terça , e remanecente da
Melhore a
quinta de todos meus bens , ou ao que ficar por erdeiro da Gaza de
Lemos fe a Deos prouver de levar ao dito D. Fernando , ou ao filho
mayor que ficar, e qnero que efta melhoria que agora faço fique por
mayorafguo na Gaza de Lemos aos que de mjm defcenderem , e que
nao poíTa fer vendido , nem enagenado em peíloa alguma , e fe o for
que nao valga , e fe torne toda via ao dito mayorafguo , e quero
que feja o dito terço , e remanecente do dito quinto em o que cou-
ber no dito comto de reis de juro que afy tenho para fempre ja mais
no Reyno de Galiza , e que feja todo emcorporado em o dito ma- |
rafguo com a Gafa de Lemos com tanto que o que erdar a Gafa de
Lemos feja meu filho , ou deíla molher.
Se
da Cafa T\eal Tortugue^a. 443
Se cafo algum dos ditos meus filhos , ou filhas quiferem ven-
a
der a dita parte que aiy lhes vier por eramça no dito comto de ju-
ro diguo que ho nao poíla vender a outro algum , ou em outra par-
te falvo ao crdeiro da Cala de Lemos , a qual dita parte como o di-
to ordeiro da Cafa de Lemos ha comprar l'e junte loguo com todo o
de mais que o dito crdeiro da dita Cafa de Lemos tera no dito
comto de juro ao mayorafguo da dita Cala de Lemos , e ifto Te em-
temda da maneira do Capitulo amtes defte que hc que ha de ler o
mavorafguo da Caía de Lemos meu filho, ou defemdente por fc em-
corporar , e juntar a dita crança , e vemda ao dito mayoraíguo.
Mando que íe avalie a Cafa de Ourenle e toda a parte que cou-
ber a cada hum de meus filhos, ou filhas lha pague D. Fernando,
ou o filho que erdar a Cafa de Lemos , e fe fique com toda a dita
Cafa.
Mando meus Compridores que todas as peíToas que direita-
a
mente mofirarem ferlhes em alguma obrigação , ou carreguo lhes fa-
tisfaçaó , e defcarreguem minha conciencia fobre o qual lhe emcarre-
guo PS fuas , e mando que fe venda de meus bens movees todos os
que meus Compridores virem que fao neceíTarios para comprirem mi-
nhas mandas , c obras pias.
Comfíderando o ferviço que me hao feito meus Criados , e fo-
bre ello querendo defcarreguar minha conciencia , ou fatisfazerlo dei-
lo mando primeiramente a meu Ayo Joaó Mendez.
Nomeyo por Tytores de meus filhos , e filhas a D. Briatiz de
Caítro minha molher, e juntamente com ella Joaó Mendez meu Ayo
com tanto que fe a dita D. Briatiz de Caílro fe cazar que a ditaTy-
toria fique emteiramente ao dito Joaó Mendez , e lhe emcarreguo
que tenha muito carreguo de fuas peíToas , e bens.
Ccntiniios.
Azevedo , 40 ducados.
Anuzeda , 40
ducados.
Pajés,
A Feyjoo 40 ducados.
,
A Árido , 40 ducados.
A Sancho Lopez que ha tres annos que me ferve , 40 ducados.
A Ayres Conde que ha que me ferve tres annos, 40 ducados.
A Duarte Vaz , 40 ducados.
A Sancho Vale que ha que me ferve quatro annos , 40 ducados.
A Febus de Novoa , 40 ducados.
A Angerino Guita que ha que me ferve quatro annos , 40 ducados.
A Valcararifta que ha que me ferve , 40 ducados.
A Gufmaó ,
-40 ducados.
Alexandre de Moura que ha que me ferve tres annos , 40 ducados.
A Feyjoo que emtrou agora , 40 ducados.
A Martim Alvers que ha que me ferve feis annos , vinte e fin-
co mil reis por o tempo que me fervio.
A Ornadilho que ha que me ferve dous annos , 40 ducados.
Moços âefpora,
A D. JNIaria quarenta.
A D. Elvira cincocnta mil reis fenaô forem pagados que lhe fo-
rom prometidos.
A D. Violante quarenta.
Annica quarenta.
A Felipa de Souza quimze mil reis de feu cazamento.
A queixada quinze mil reis.
A Violante Nunes feis mil reis.
para o qual lhe dou todo meu poder comprido fegundo lhe pofto
dar, e outorguar de direito , e fobre ello defcarreguo minha comci-
emcia , e emcarreguo a fua.
Item peflb ao Illuftriííimo Rey dc Portugal meu Senhor que
k^atani-
44^ ^^ovas do Ltv. VIIL da Hifcorla Çenealogua
acatamdo o devido que cu com S. Alteza tenho aja por bem de fa^
zer mercê a D. Fernando meu filho inayor da mercê que n-e fez em
minha vida , e fy por cafo a noílb Senhor prouver de difpor delie
que a meíma mercê faça ao que focedcr em grado em o mayoraíguo
da Cafa de Lemos para íe criar e que S. Alteza aja comíidera^aó ao
íufo dito , e ao defejo que lempre tive de o íervir.
Item leixo , e imílituyo por meus huniverfales erdeiros em to-
dos os outros meus bens movees , e raizees , e dinheiros a meus fi-
lhos D. Fernando , e D. Affoníb , e D. Pedro , e D. Lianor , e D.
Izabel , e D. Goílamça , e D. Micia , e D. Antónia , e ao filho , ou
filha de que a dita D. Briatiz minha molher eíla prenhada , e diguo
que fe for filho ,
chame D. Fadrique de Caíiro e fe filha
que fe ,
outorgou ante mjm o dito Senhor D. Diniz, e fegundo que neftc di-
to auto fe contem , c dou fee que fica em meu regiftro firmado dos
ditos teftiguos , afilnado de meu fino outro tanto como aqui vai ef-
cripto , c emcorporado , e de roguo , c pedimento do dito Senhor
D. Diniz o aftinei de meu íino aiTy mefmo dou fee , que paíFou am-
tre mim a dita abertura , e pubricaçao do dito teftamento fegundo de
fufo fe contem , e fica firmado dos ditos teftiguos em o regiftro def-
ta efcriptura , e que reconheço ao dito Senhor D. Diniz ,"e aos di-
tos teftiguos, e o fiz todo efcrever em eftas homze folhas de papel
de prego emteiro com efta em que vai meu nome, e Uno cfcripto, e
pufc ali meu nome , e íino acuftuniado em tefteiriunho de verdade,
que tal he.
Segue-
,
Segiie-fô ho Ccudicilho.
Joham Guonçalves.
dos , e por aver de dar boa comta com pagua aos ditos feus filhos
da dita adminiftraçaó , e tutella vindo ho tempo de o prover e pa- ,
nhor Bifpo , e por a Igreja deíle lugar em luiu com as ditas teftemu-
nhas fui prezente a todo o que dito he , e que eíla efcriptura , e
Carta de tutella , fe comtem dou fee que conheço os dicos Senhores
Tom. V. LU Dona
45 o T^rovas do Liv. VIIL da Hijloria genealógica
An 146 Ç.
JL^vireii;! faço faber que por parte de D. Sancho de noronha con-
^ ^* de dodemira , filho do Conde dom Afonfo de noronha que Deos
perdoe me foi aprezentado huã Carta delRey D. Afonfo quinto que
fanta gloria aja , que fe tirou da torre do tombo por minha provi-
zaó da qual o treslado he o feguinte. Dom Afonfo , &c. a quantos
efta Carta virem fazemos faber que por dom Afonfo meu muito ama-
do fobrinho nos foi moftrada huã doaçaô do Duque de Braguança
feu padre, e afinada de finco finais e afellada com finco fellos da qual
o theor tal he. Dom fernando , neto delRey D. Joaó cuja ahna
Deos Duque de Braguança marques de Villa- Viçoza Conde de
aja ,
deiro fendo elle folteiro fem iilho e filha e dom João meu muito
, ;
to, e comíirmaçaó fe nao podia Fazer que por direito valleíle, e nos
Tom. Y." LU ii vendo
2 Trovas do Liv. V IIL da Hiftoria Çenealogica
o xopky,
DOm
zemos
Aftonfo , &c. a quantos efta carta de confirmação virem
que por D. Affbnfo meu muito amado fobrinho nos^^^
faber
fa- Num. 8.
1x6^
^
foi moftiado hum eftormento de contrauto de cazamento dantre o '
'
de dote a dita fua filha com o dito D. AíFonfo eíl^as couzas que ao
diante feguem. Primeiramente a dita Villa de Odemira e a Villa de
Aveyro e a Villa do Vimeiro , e o Caílello delvas com o reguengo,
e o Caítello de Extremos, e todalas outras couzas que ele da Croa
do Regno tem , afi e taó compridamente como as ele tem e tras del-
Rey e em fuas Cartas que elo do dito Senhor tem he contheudo , re-
zalvando ele dito Conde o uzofruito das ditas terras , e da jurdiçao |
para íi em toda fua vida. Item diferam mais o dito Conde e Con-
delFa que davaó em dote e cazamento e em nome de dote a dita fua
filha D. Maria com o dito D. AíFonfo a fua terra de mortaagua , que
ele ove em cazamento com a dita CondeíFa com eíle entendimento e
condiçom , que elles ajaó em toda fua vida o uzofruito da dita terra,
e- da jurdiçom , e acontecendo que ele dito Conde faleça delia vida
primeiro que a dita CondeíFa a dita CondeíFa avera o uzofruito da
dita terra jurdiçom em toda fua vida e per feu falecimento íique def-
|
pachadamente a dita D. Maria fua filha. Item mais dife o dito Con-
de que dava em dote e em nome de dote a dita fua filha com o di-
to D. AíFonfo noventa e fete mil cento e quarenta e dous reis que
ele ha de afentamento de elRey meu Senhor os quaes lhe apras , que
a dita D. Maria fua filha logo aja defte primeiro dia de Janeiro que
de vir ha em diante fegundo os o dito Conde per fuas Cartas avia e
ja a dita lua filha per fua Carta tem outorgada, e pede a ElRey por
mercê que os tire logo dele e os ponha no dito D. AíFonfo e ília fi-
lha pera foportamento dos carregos do cazamento. E por quanto
ele dito Conde tem confentimento do Senhor Rey, de poder dar ef-
tas couzas a dita fua filha, pede ao diio Senhor que afi as queira con-
firmar como aqui he contheudo rezervando fempre para fi o uzofrui-
to de todas elFas couzas como em íima fe contem. Dizendo logo o
dito D. AíFonfo que aceptava as ditas couzas em dote e em nome dc
dote como dito he e prometia de dar , e dava a dita D. Maria que
prezente eílava des mil dobras douro Caílelhanas ou leu intrinfeco
commum como ao tempo das pagas valerem , e nom
e direito balor
,
%A D. Affonfo, Carta ,
pnríjiiefoy feito Conde da Villa de Faraíjj,
com doação da dita Villa , e do Cqjiello, e menagem delia , com
todas Juas rendas , e direitos. EJlà no liv. 2. dos MyJ-
ticos y
pag, 40.
Num. ç ^fr\
AíFonfo , &c. A quantos efta noífa Carta virem fazemos
•
J_^faber que nos vendo e concirando os muitos e grandes ferviços
Ali, 146^. que nos e noíTos Regnos havemos recebidos dc Dom Aftbnfo meu
muito
I
da Cafa ^al Tonugaei^a, 457
muito amado fobrinho e aos que ao diante efperamos delle reccbef
e querendolhes galardoar como a nos cabe por feus grandes mereci-
mentos e por o grande amor e divido que com elle temos de noíTo
moto próprio certa fciencia poder abfoluto querendolhe fazer graça e
mercê com prazer e requerimento do Princepe noíTo íbbre todos mui-
to prezado e amado filho. Temos por bem e fazemollo Conde da
nofla Villa de Faram e lhe fazemos pura e inrevogavel doaçam antre
os vivos valledoira em todoUos dias de lua vida da dita noíTa Villa
de Faram e do Caftello e da menagem delia com todas fuas rendas
direitos foros ccnlbs emprazamentos tributos Padroados de Igrejas
que a nos e aos Reys que ante nos foraô em a dita Villa pertcnçaô
ou pertencer podem e com todallas pençoes frutos novos portagens
paílagens açougagens e outras quaefquer rendas bens e couzas que na
dita Villa havemos poílo que aqui nomeadas naó fejaó e fe para nos
lecadaô e a nos e a noíTa Coroa Real pertencem de qualquer manei-
ra e callidade que feja e de direito devemos daver todo damos ao
dito Dom Aftbníb com todas fuas entradas e fahidas e pertenças Val-
les montes fontes marinhas que a nos pertencem campos termos lemi-
tes matos foutos rotos e por romper recios paíRgos montados ribei-
ros rios e pefcarias delles e com todallas outras rendas direitos cor-
poraes temporaes reaes reguengos Taballiados pençoes delles e com
toda a jurdiçaó da dita Villa Civel e Crime mero mixto Império re-
fal vando pera nos Correição e alçada e que elle poíTa tirar e poer to-
dollos officiaes da dita Villa e termo aíTi os que pertencem a juíí:iça
como os outros que pertencem as rendas e dir«tos Reaes da dita Vil-
la. Outro fy queremos que o dito Dom Affonfo poíTa poer Tabal-
liaes na dita Villa aíTy públicos como judiciaes quaefquer que fe va-
garem ou os poífa de novo poer ou remover quando quer que lhe
bem parecer os quaes Taballiaes queremos que fe chamem por ellc
e em feu nome façaô todalas efcrituras que a feus officios pertence-
rem naó embargando a ordenação e queremos que o dito Dom Af-
fonfo fe poífa chamar Conde da dita Villa e por efta noíTa Carta lhe
damos poder e lugar que elle poífa tomar por fy ou per outrem a
poíTe autuai corporal Civcl e aíy poffe da dita Villa e feu termo e
da jurdiçaó e fenhorio delia e mandamos ao Alcayde do Caílello da
dita Villa que receba ao dito Dom Aífonfo no dito Caítello c lhe fa-
ça logo a menagem por elle como a nos tem feito e também manda-
mos a todollos Cavalleiros fidalgos Regedores oíHciaes , ameniílrado-
res da dita Villa e aos efcudeiros e povo delia e feu termo recebaó
o dito Dom AíFonfo por Senhor em todollos dias de fua vida e lhe
façaó feu e o recebaó por Senhor e Conde delia fem outra contradi-
ção alguma por quanto aíTy he noffa mercê nam embargante os direi-
tos Canónicos Cives ordenações do Regno façanhas grofas opinioens
de Doutores que em contrairo deílo fallcm e que embarguem a efta
doação nam valler ou a menos valler que nolfa mercê e vontade he
fer firme valledoura em vida do dito Dom Aíibnfo como em fíma di-
to he aífy em tempo como de noílbs foceífores que defpoz nos
noíTo
Vierem aos quaes rogamos e emcomendamos que o cumpraó e guar-
Tom. V. Mmm dem
458 Trovas do Liv. VllL da Hiflorla Çenealogica
dem como nella he contheiído e naô vaó contra ella em maneira algu-
ma que feja e mandamos ao Contador do noíFo Regno do Algarve
e ao noíTo Almoxarife da dita Villa e ao efcrivaó do dito oííicio e
aos que depoz elles vierem per noíTos Contadores Almoxarifes efcri«
vaes que leixem ao dito Dom Aífonfo haver e pera fy recadar todas
as ditas rendas e direitos foros tributos da dita Villa e termo que
nos em ella havemos e nos de direito pertençaô porque noíTa mercê
e vontade he em toda fua vida lhe fazemos mercê da dita Villa e
Caftello e menagem delia e todallas couzas e rendas que a nos e a
noíTa Coroa Real pertencem como em fima faz menção com todol-
los privilégios coftumes e liberdades que nos fempre peíluimos e de
direito devemos peffuir refalvando fomente pera nos as íizas geraes
panos e vinhos e dizima nova do pefcado e das couzas que per mar
vierem aa dita Villa de fora de noífos Regnos e rezalvando outro
fy alguas das fobreuitas rendas que ja tínhamos dadas a alguas pef-
foas per noíTas Cartas ante da dada deíla noíía Carta porque lhas naó
entendemos de tirar as quaes peíToas queremos que naó façaô das di-
tas rendas efcambo nem venda nem trato algum fenaô com o dito
Dom Aflonfo e vagando as ditas rendas em vida do dito Dom Af-
fonfo por qualquer modo e maneira que feja entaó nos pras que elle
as haja per o modo e maneira fufo dita e quando as aíTy houver lhe
mandaremos defcontar outro tanto em cada hum anno de feu aíTenta-
mento quanto renderem as ditas rendas que affy dadas temos e em tef-
timunho defto lhe mandamos dar efta noffa Carta aííinada per nos e
per o dito Princepe meu filho aíFelIada do noíTo fello de chumbo
per a qual mandamos ao dito noíFo Almoxarife efcrivaó que a façaó
regiftar em feu livro para fc faber como efta outorgado ao dito Dom
Affonfo e elle tenha efta para fua guarda. Dada em a nofta fempre
leal Cidade de Lisboa vinte dous dias de Mayo Pedro Lourenço ef-
crivaó da fazenda do dito Senhor a fez anno de NoíTo Senhor Jezu
Chrifto de mil quatrocentos feflenta e nove.
Num. lO.T^.^"^ Afonfo por graça de Deos Rey de Portugal e dos Algar-
. *
/í
* Cepta e dalcacere em Africa. A quantos efta nofa
^^n'ior de
An. 140^. Carta virem fazemos faber que avendo nos refpeito aos muitos fervi-
fos que temos recebido de Dom Afonfo Conde de Faram meu mui-
to amado fobrinho e querendolhos gualardoar em algua parte como a
nos cabe temos por bem e queremos que elle tenha e aja de nos def-
de Janeiro que ora paftbu , de quatrocentos fefenta e nove em dian-
te em cada hum anno de feu afentamento quatrocentos mil reis bran-
cos duzentos e quarenta e dous mil e oitocentos cinquoenta e oito
reis , que dantes avia e cento cinquoenta e fete mil cento quarenta e
dous reis que lhe ora des o dito em diante acrecentamos os quaes
,
'
Outra.
NOs ElRey fazemos faber a quantos efte noílo Álvara virem que
a nos praz , que ao Conde de Faram meu muito amado fobri-
nho fejaó aíFentados em Lixboa fempre em cada hum anno quatrocen-
tos mil reis de leu aílentamento naquelles lugares onde os elle atee
ora ouve ; e porem mandamos aos Veadores de noíla fazenda que afy
o cumpraó , e goardcm fem outro embargo que a ello ponhaó , por-
que aiy he noíía mercê feita em Évora a doze dias do mes dabril Ro-
drigo anes o fez anno de nolfo Senhor Jefu Chrillo de mil e qua-
trocentos e íctenta e finco.
Jicam benediílionem. Petifti à nobis per litteras tuas alias, & nunc ^* '47^*
etiam inílantius R.egia tua Majeftas petit , ut abfolutionem juramen-
ti cujuídam
,
quod Opidanis de Faron in privilegio infertum feccras
tibi concedemus , in quo fub hac verborum forma , videlicet juramus,
& promittimus fub noftra Regia fide illis pollicebaris fola tua me- ,
Smolfus.
Loco Sigilli.
pag. 2 ,
verj]
4. dos Myjliccs ^
pag. ó , donde a copiey.
Num. 14. T^^"^ AíTonfo, &c. A quantos efta Carta virem faço faber que
'*
*
JL/o Conde de Faraó dodemira Senhor da aveiro meu muito ama-
iin. 1479.
fobrinho , e Adiantado por mim em efta comarqua dantre Tejo e
Odiana e Regno do Algarve me difte como lhe era certificado que
eftamdo heu em os meus Regnos de Caftella per importunydade e
requirimentos dalgumas peílbas eu pafiara alguas Cartas e Alyaraaes
que erom e fam muito em prejuizo de mereces privilégios e liberda-
des que a elle dito em o dito feu Ofiicio dadiantado , e em outras
coufas que a elle tocam lhe tenho outorgadas no que diz recebeo
grande agravo. E pedindome por mercê que os ouvefe por nehuus,
e vifto per mim feu requerimento fer jufto e porque minha temçom
nom foy nem he em efto nem em algua outra coufa ao dito Conde
fazer agravo ante toda a mercê e favor como elle muy bem merece,
prazme dello e per efta minha prezente Carta ey por revogadas ani-
chelladas e de nehum vigor quaaefquer Cartas e Alvaraaes que em
^
contrario tenho paíTado em prejuizo dos privillegios mercees e liber-
dades que aíli tenho outorgadas e dadas ao dito Conde. E mando
ao Regedor das minhas Cafas da Soplicaçom do Civel e aos Dezem-
barguadores delias e a todollos outros meus Corregedores Juizes Juf-
tiças Ofiiciaes e peíToas a que o conhecimento defto pertemcer efta
minha Carta for moftrada que afty a cumpram e guardem e façom
comprir e guardar fem poerem nem confentirem poer fobre ello al-
guã
,,
guâ duvida nem outro embarguo por quanto aíTy he minha mercê.
Dada cm Avis vinte e oito dias dabril Afonlb Garces a fez anuo de
niil e quatrocentos e íetenta e nove.
EU EIRey
tallegre ,
Vos Dom Alvaro da Silva Conde de Por- {^ujj^^
faço faber a
Mordomo moor de miníia Caza que Dom Francifco ,
* '
de Faro, meu muito amado fobrinho , do meu Confelho Veedor de An. i )6S.
,
minha fazenda me enviou dizer, que elle fora tomado por moço íi-
dalguo com mil reis de moradia cada mez , e hum alqueire e meyo
de cevada por dia por Alvará feito a x6. Doutubro, do anno de
quinhentos trinta e hum , e que fora acrecentado a Efcudeiro com
cinquo mil e quinhentos reis de moradia cada mez , e hum alqueire
e meyo de cevada por dia , a nove Daguoílo do anno de quinhentos
trinta e oito , pedindo-me ora por mercê que o acrccentaíTe a Ca-
,
O CARDEAL INFANTE,
¥7
PROVAS
DO LIVRO IX.
DA
HISTORIA
GENEALÓGICA
CASA^^RE AL
PORTUGUEZA.
Doaçai cjue fez oDuçiie de Bragança D.Fernando 7. e a Duque'
,
Alvaro defccnderem que eftas rendas haó derdar , que todo juntamen-
te fe torne a aquelle , que for Duque de Bragança , e ifto n efmo ,
que aquecendo o que Deos naó mande que o que a dita foceíTaó ti-
ver a perqua por algum cafo, que ella fe torne logo ao outro leguin-
te em grao , que as ditas rendas herdaria fe o dito poft^uidor natural-
mente fallecefe , e outro fy que fafemdole o dito D. Alvaro cléri-
,
nha mulher, e por o dito meu filho, e por D. Ifabel mulher do di-
to meu filho, que a ello deu comfentimento , e aftellada dos noftbs
fellos , dante em Villa-Viçofa , vinte e hum dias de Janeiro , o Bacha-
rel a fez anno do rtacimento de noftb Senhor Jefu Chrifto de mil e
quatrocemtos fefemta e cimquo annos. Pedindo o dito D. Alvaro,
que lhe conifírmaílemos naó fomente por ella fer tal , que excede a
quantidade do direito deve fer infinuada , mas ainda por fer da Co-
roa do Reyno , que fem noftb expreftb comfentimento , e comfírma-
çaó fe naó podia fazer que por direito valefte ; nos vendo feu reque-
,
que venha de fêmea mais velha, e fendo todos baroGs como dito he
entaó venha a fêmea maes velha , e leiga que defcemda de baraó
,
fe ahy ouver , e nom avendo hy quem defcemda do baraó venha à
mais velha , que defcemda da fêmea , aftV que quando hy naó ouver
baroés , nem fêmeas defemdentes do dito D. Alvaro , entaó fe torne
efta foceftaó à dita Cafa de Bragança , e porem de nofta certa ciên-
cia
, poder abfoluto com efta declaraçaó comfírmamos , e aprova-
mos,
,,
í
como nella he comteudo , metendo logo de poíTc ao dito D. Alvaro
I
meu Primo de todo o que dito he como por nos he mandado e por ,
, efta damos lugar, e autoridade ao dito D. Alvaro, que clle por ly,
!
e lèus officiaes tome, e polFa mandar tomar a poíTe das ditas couías
;
comteudas na dita Carta, e cada huá delias, a qual queremos , e
!
mandamos , que valha , e tenha , c aja vigor e effeito alFy como fe
,
por autoridade de noíTa juíliça íoííe feito por quanto aíTy he noíTa
mercê e havemos por bem , e o fentimos por nolFo lerviço , e por
,
firmeza dello , e lua guarda lhe mandamos dar cila nofla Carta aíTina-
da por nos , c afellada com o noflb íello de chumbo dada em Villa-
Franca de Xira a treze dias dagoflo Vicente Carneiro a fes anno do
nacimento de noíTo Senhor Jefu Chrifto , de mil e quatrocentos no-
venta e íeis annos. E bem aíly nos moftrou outra Carta , que de nos
tinha da judaria dalcacer do Tal cm fua vida , e porque nos fentindo
aíTy por íerviço de Deos , e noflo , e bem de noííos Reynos , orde-
namos e mandamos que em elles naó ouveííem Judeus , nem mou-
,
noíFa mercê , e por firmeza dello lhe mandamos dar eíla noíla Carta
por nos aílinada e afcllada do noíFo íello de chumbo. Dada em a
,
noííh Cidade de Lixboa aos dez dias do mes de Março , Lopo Fer-
nandes a fcs anno do nacin^cnto dc nclfo Senhor Jefu Chriílo de mil
e quinhentos e quatro. E nprcfentada aífy a dita doação o dito Du-
que meu fobrinho nos enviou moílrar hum publico eílrcmento feito,
e aííinado por Diogo Gonçalves publico Tabaliao por nos nefia noíTa
Cidade devora aos onze dins de Março deíle anno prefente de qui-
nhentos e vinte, em ho qual emtre outras coufns ie ccmtinba , que
o Ccndc de Tentúgal com a CondeíFa fua m.olher , e o Licenciado
Tom. V. Ooo Joam
474 ^^^'^^^ I^da Hlfloria Çenealcgtca
ças,
da Caja T^ortugucí^a,
TS,eal
47 S
ças , que efta noíTa Carta for inoftrada , e o conhecimento deJla per-
a
tencer , que lha façaó comprir e guardar como nella he comteudo
,
,
Doaçaò ,
que o Ducjue de Bragança fez a feu irma'6 o Senhor D.
Alvaro y das terras do Cadaval, Peral, O" c. EJIá na Torre
do Tombo ^ no iiv, do& Mvjiicos ,
pag, ipz, verj.
donde a tirey,
f5
I Marques de Montemor meu Irmaó per dada do Duque meu Senhor
ít ;
e padre que Deos haja e confcntimento meu e confirmação dclRcy
e meu Senhor aíTy e tam compridamcntc como o hora tem e para fy
a arecada o dito Marques e fegundo por morte delle dito Marques a
s,
I
my pertencer poderiaó e des agora para entaõ e para em todo o
's tempo excedo para ello todallas auçoés utilles e dereitos Reaes e pef-
1'
I
loaes e todos os outros remédios de demandar arecadar poíTuir e re-
0 ter e mando a todollos mordomos Almoxarifes Ouvidores feitores e
3 arecadadores cazeiros foreiros infatiotas tributairos e fugeitos por
qualquer guiza e modo que feja e fer poflà e tanto que elle dito
I
Marques fallecer como dito he reconheçam Senhorio a elle dito Dom
'I Alvaro ou a feus herdeiros em todos os ditos lugares e lhe acudam
e paguem com todollos frutos e rendas foros tributos e cenfos e to-
I do outro qualquer dereito que pagam e aludem ao dito Senhor Mar-
ques e pagar deveriam a mim depois de fua morte e elle dito Dom
Alvaro poífa ententar eíiei toai mente os ditos remédios de o deman-
dar c per fua authoridade fem outra alguma de juíliça a poíTe e afy
poíTe das fobreditas couzas tomar continuar e reter e os fobreditos
officiaes e fubditos e obrigados conftranger que paguem todo como
dito he e efta doação haja effeito fallecendo elle dito Marques fem
filhos legítimos fem lidimamente nados quer falleça o dito Marques
em minha vida quer depois de minha morte porque em todo cazo
quero e me praz que logo as ditas terras e rendas e couzas fiquem
por fua morte livres e dezembargadas a elle dito Dom Alvaro meu
Irmão para elle e todos feus herdeiros fucceíTores quer elle ditoDom
Alvaro primeiro falleça que o dito Marquez quer depois e aífy para
fempre como dito he e efto com tal entendimento e declaraçam que
fallecendo o dito Dom Alvaro meu Irmaó da vida prezente ou feus
defcendentes fem herdeiros lidimos delle e de feus defccndentes que
ll
I em tal cazo as ditas terras e couzas contheudas nefta doaçam tornem
direitamente a mim e a meus herdeiros e fuceíTores defta minha Ga-
za de Bargança e por quanto o dito Senhor Marques deílo todo praz
para que he compridoiro feu expreço confcntimento elle fobfcrevcra
e afiinara eíla minha Carta e bem aíTy as ditas Senhoras Duquezas
minha Senhora madre e molher e peíTo por mercê a ElRey meu Se-
nhor que todo confirme e aprove e rathefique e para mayor corrobo-
1
raçam firmidam e comvallidaçam defta couza para que feja bem guar-
dada fem mingoamento algum emcomendo e mando a meu filho fu-
i' ceflbr que efta minha Caza herdar e fuceder e aífy aos que pello tem-
po forem fob penna de minha maldiçam e porque hajam a minha
benção e de feus avoz e de Deos que em maneira alguma nam vam
I
contra efta Carta de doaçam antes a guardem e façam guardar e com-
I prir inteiramente e em cazo que nam efpero que ao dito Dom Alva-
ro ou a feus herdeiros for movida conthenda de feito ou de dereito
fobre eftas couzas ou cada huma delias des agora para em todo tem-
po por meus filhos e fuceífores com confcntimento expreço da Du-
|i queza minha molher prometo dar e pagar por meus bens patrimo-
niaes ao dito Dom Alvaro e feus herdeiros e fuceftbres fete mil cru-
zados
478 Trovas do Liv. IX, da Hijloria Çenealogica
zados douro da ley e pezo que hora fani dos quaes des agora para
o dito cazo e tempo lhe faço doaçam como dito he em paga com-
pençaíam e íatisfaçaó das ditas terras e couzas com todas perdas e
cuílas e damnos e menolcabos que o dito Dom Alvaro e Teus her-
deiros vindouros por ello fizerem e receberem íob obrigaçam de to-
dos meus bens patrimoniaes e moves e de rais prezentes e vindoiros
que para ello obrigo efpecialmente ipoteco e para a dita íatisfaçaó
aparto e afigno des agora e efpecialmente obrigo o genezim de Lif-
boa e bem alfy o porque efta empenhado e a quinta minha de Covi-
Ihâa e os bens que eu tenho na minha Villa de Chaves que forao
da Condeça Dona Guiom.ar e per a dita fatisfaçam e comprimento de
boa paga do dito Dom Alvaro ou de feus herdeiros a que tal conde-
naçam for movida ou efta dita doaçam contradiíer para o que e tam-
bém em feu caífo lhe dou e excedo as auçoes remédios fobre ditos af-
fy e tam compridamente como a elle dito Dom Alvaro ou feus her-
deiros for compridouro e eu hey aqui por fupridas e expreças e de-
claradas quaefquer clauzullas e cautellas e bem aíTy todo fallecimento
de folemnidade que de feito ou de dereito neceíTario feja para efta
doaçam firme Ter e mais valler e renuncio expreçamente todallas leys
opinicens foros façanhas Capitulos ordenações e outras quaefquer de-
terminações que cm contrairo lejam as quaes hey aqui por expreças
e nomeadas e inviolável mente renunciadas e todo o que dito he pro-
metemos eu e a dita Duqueza minha molher por nos e por noftbs
herdeiros e fticeíTores bens moveis e de rais e fob a dita obrigaçam
de ter e comprir e fazer compnr em todo o tempo fem mingoamen-
to algum o que todo o dito prezente aceitou como dito he finalmen-
te por mor corroboraçam e firmeza das couzas fobre ditas e de cada
huma delias peço por mercê a ElRey meu Senhor que dê a todo ef-
to feu confentimento placito e authoridade e confirmaçam em forma
para o tal cazo e auto principal compridoira e aprovando e rathefi-
cando as couzas fobre ditas e cada huma delias e em teftimunho de
verdade mandey fer feita efta Carta por mim aflinada e aíellada do
meu fello e bem aíTy fobfcrita e aflinada pellas ditas Senhoras Duque-
zas e afellada dos íeus fellos para o dito Dom Alvaro e feus fuccef-
fores. Feita em a Cidade de Lisboa vinte dias do mez de Novembro
Diogo Pires efcrivaó da Camara do dito Senhor a fez Anno do nafci-
mento de noíTo Senhor Jezu Chrifto de mil quatrocentos fetenta c oi-
to annos. Pedindonos o dito Dom Alvaro meu primo por mercê que
lhe confirmaíemos e houveífemos por confirmada a dita Carta aífy
como nella hera contheudo e vifto por nos feu requerimento e que-
rendolhe fazer graça e mercê. Temos por bem e lha confirmamos e
havemos por confirmada aífy e na maneira que le nella conthem e fe
mefter faz vifto o divido que o dito Dom Alvaro meu primo com-
nofco ha e os muitos ferviços que elle e os donde elle defcende a
Coroa dos noíTos Regnos fizeraô e aífy aos que ao deante delle ef-
peramos receber com outros bons refpeitos que nos a ello movem e
querendolhe fazer graça e mercê de noflb próprio moto certa fciencia
livre vontade poder Real e abfoluto lhe damos doamos e fazemos pu-
ra
da Cafa ^eal Tortugue^^a, 47^
ra e irrevogável doaçam e mercê defte dia para todo fcmpre para el-
le e todos leus herdeiros íucceííores e dclcendentes de todo o em a
dita Carta contheudo pella guiza e maneira que cm cila faz menção.
Porem mandamos aos Vedores da nolTa íazcnda e ao noflo Correge-
dor da Comarca Juizes Juíliças Contadores e Almoxarifes que tenliíió
e façam comprir efta noíTa Carta de confírmaçam doação c n.erce af-
fy como por nos hc mandado doado e confirmado fem embargo de
direitos Civeis e Canónicos de quaeíquer Icys glozas ordenações fo-
ros coftumes e façanhas e opiniocns de Doutores e Capitules de Cor-
tes Cnrtas fentenças geraes ou efpeciacs determinações que contra if-
to fejaô as quaes todas aqui havemos por expreças e declaradas e ef-
pecial mente renunciadas pofto que em fy haja alguma clauzulla ou
clauzuilas derogatorias porque em quanto contra cílo forem as have-
mos por revogadas e anulladas e de nenhum vigor e queremos que
efta noíTa Carta valha e tenha afly como nella he contheudo meten-
do logo de poíTe ao dito Dom Alvaro meu primo de todo o que di-
to he como per nos he mandado e por ef a damos lugar e suthori-
dade ao dito Dom Alvaro que elle per fy e feus oíFciaes tome e pof-
fa mandar tomar a pode das ditas ccuzas ccnthcudas ra dita Carta
c cada huma delias a qual queremos e mandamos que valha e haja e
tenha vigor e eftcMto aíTy como fe per authoridade de noíTa jufiiça
foflc feita porque aíTy he nolfa mercê e o havemos por bem e o fen-
timos por noíFo ferviço e por firmeza dello e fua fegurança lhe man-
damos dar efta nofta Carta aíinada por nos e afellada do noftb fello
de chumbo. Dada em a Villa de Torres Vedras a vinte trcs dias de
Agofto. Pero Lopes a iez Anno do nafcimento de noftb Senhor Jezu
Chrifto de mil quatrocentos noventa e feis. A qual conf rmaçao doa-
çam e mercê que lhe afty fazemos na maneira fobre dita pellas re-
zoés em íima declaradas e difte porque Dom James Duque de Bra-
gança e de Guimarães meu muito prezado e amado fobrinho nos ef-
creveo fobrello huma Carta aftlnada por elle e por Dom Deniz feu
Irmão outro fy meu muito amado fobrinho da qual o theor tal he.
Muito alto e muy podcrozo Senhor por efta certhefíco a Vofta Alte-
za que eu fom contente e me praz que Vofta Alteza conHrme a Dom
Alvaro meu tio huma doaçam que tem do Duque mieu Senhor e pa-
dre que fanta gloria haja aftinada per elle e pella Duqueza minha Se-
nhora das terras do Cadaval e Peral e porque a mim praz que elle
as haja afty e pella mcneira como na dita doação fe conthem e per
cila lhe foi outorgada beijarey as mãos de Voífa Alteza por lho afty
outorgar e mandar confirmar e por fer difto certo aftiney efto na
Atouguia da Ballea a vinte dous dias de Agofto de mil quatrocentos
noventa e feis. Pedindonos o dito Conde por mercê que por quan-
to elle hera o filho baram mais velho do dito Dom Alvaro lhe qui-
zefemos confirmar a dita Carta afty como nella he contheudo e vif-
to por nos íeu dizer e pedir fer jufto e quercndolhe fazer graça e
mcrce lhe confirmamos afty a dita Carta para elle e todos feus herdei-
ros e fuceftbres aft^y e na maneira que fe nella conthem. Porem man-
damos aos Vedores de nofta fazenda Corregedores Juizes e Juftiças a
que
,
te mil coroas juílamente ou em duas pagas aíFy que o ditto Dom Al-
varo nom feja mais obrigado fenom deixar as dittas terras ao ditto fi-
lho barom todas juntamente pagandolhe elle todo juntamente o pre-
ço das dittas vinte mil coroas ou aos terços pagandolhe as vinte mil
coroas aos terços ; e como pagar aos terços aíly levará e pero que em
tal cazo hy haja filho barom dantre o ditto Conde e Condeça e el-
le ditto Dom Alvaro lhe feja theudo deixar as dittas pelo modo fo-
bredito e eito fe entenda em todas as outras terras a fora Villa mayor
e Arega aas quaes fe aprouver ao ditto D. Alvaro nom as deixar e
as reter para fy naquelle preço que direitamente valerem fendo apre-
çadas por pcíToas fieis efcolhidas de prazer das partes e tanto quanto
forem apreçadas fe defconte das ditas vinte mil coroas para fe em a
cauza guardar igualeza que o poíTa livremente fazer fjm outro encar-
rego nem obrigação alguma e por quanto fe dizia que a ditta Aregua
he de Morgado e que o ditto filho Baraó pode por direito tirar e
,
tire em tal cazo o ditto filho Baraó feja theudo em o cazo fobredit-
to de a fazer livre e dezembargada perpetuamente fem encarrego al-
gum na poíTe e propriedade c rendas como couza própria izenta do
ditto Dom Alvaro para elle e todos feos herdeiros e fuceíTores fendo
o ditto filho Baraó aliem defto obrigado haver de dar e encorporar ao
ditto Morgado outra couza equivalente pela ditta Arega que tanto va-
lha e mais com tal condição e declaraçom que em quanto o filho Ba-
rom nom fizer aíFy a ditta Aregua de paz e falvo livre e izenta for-
ra e dezembargada ao ditto Dom Alvaro que elle nom feja theudo
lhe leixar as dittas terras da Coroa do Regno fobredittas em maneira
alguma , convieraó concordaraó e affentaraó as dittas partes contra-
hentes por certidão e clareza das couzas que acontecer poder que fe
por ventura acontecer cazo que a ditta Condeça D. Izabel faleça pri-
meiro da vida deíle mundo que elle ditto Conde e fobrevenha cazo
que elle ditto Conde com outra molher caze da qual haja filho baraó
lidimo e lidimamente nado cntaó fe terá efta maneira convém a faber
que o ditto D. Alvaro ferá obrigado de lhe leixar as dittas terras pe-
lo preço das dittas vinte mil coroas fegundo que em fima he declara-
do , e empero fe elle ditto Dom Alvaro ante quizer que lhe fiquem
em preço das dittas vinte mil dobras a alguas das dittas terras mor-
gados e couzas ou qualquer parte delias que o poflâ fazer e efcolher
reter e haver as dittas terras couzas para fy perpetuamente aquellas
que lhe mais aprouveífe em aquellc preço e verdadeira valia em que
verdadeiramente apreçadas forem por peíToas fieis efcolhidas a prazer
de partes tirando da tal efcolha o Caílello c rendas Dolivença e Cam-
^88 Trovas do Liv. IX. da Htjloria Çenealogica
po de Toes ,
porque deixava em todo cazo por aquello que fa-
eftas
lecer da copia das dittas vinte mil dobras alem do que elle efcolher
aíly em preço delias ao ditto filho mayor baraó lidimamente nado da
ditta fegunda molher e quanto algumas das dittas couzas fe diz fer
de morgado , acontecendo cazo que feja achado que faó de morgado
e que o ditto filho as pode e quer por direito tirar em tal cazo o
ditto filho mayor da ditta fegunda molher fera theudo e obrigado de
as fazer livres e dezembargadas ao dito D. Alvaro e a feos herdeiros
atribuindo outra couza ao morgado que valha tanto e mais, e em
quanto o nom fizer affy , que o ditto DomAlvaro e feos herdeiros
nom fejaó obrigados deixar as dittas terras em maneira alguma aíTy
e pela guiza modo forma que dito e declarado he em o cazo de
e
quando hy houver filho baraó dantre o ditto Conde e Condeça D.
Izabel que hora vive e por mayor declaração porque pode fobrevir
diíTeraó e declararão os ditos Doutores em nome dos dittos Senhores
e concordarom e aíTentaraó que em cazo que elle dito Conde nom
haja filho macho da ditta Condeça e haja flha ou filhas , a aliem da
ditta Senhora Dona Felipa que em tal cazo o ditto Senhor Dom Al-
varo haja e retenha para fy e para feos herdeiros por virtude da
doação fobredita todalas ditas terras e couzas da Coroa do Reyno
aíTy e pella gniza como as elle ditto Conde tem e bem aíTy os mor-
gados que o ditto Conde tem e a elle pertencem , e a outra fazenda
partivel e patrimonial partirão irmammente por morte do ditto Con-
de e Condeça tornando pero elle ditto Senhor Dom Alvaro a cola-
çom defte cazo fomente todo que tever recebido que para partir fe-
ja fegundo difpoziçaó de direito e acontecendo cazo que a ditta Con-
deça Dona Izabel faleça fem filho ou fem filha , e elle dito Conde
caze com outra molher da qual nom haja filho harom e haja filha
ou filhas em tal cazo elle ditto Senhor D. Alvaro retenha , e haja
para fy e para feos herdeiros todalas couzas terras, e rendas ejurdi-
^oês e morgados fobreditos e bem aíTy elle dito Dom Alvaro nao fe-
ra obrigado a trazer aa colação couza alguma do que tever recebido
do ditto Conde e Condeça por bem defte contrato nem fera theudo
de conferir com as ditas filha ou filhas nem a lhe fuprir fuas lidinias
por cauza alguma das fobreditas , nem lhe ferem emputadas em fua
lidima delia Senhora Dona Felipa antes todo haverá o dito
ditta ,
to Conde e feos herdeiros em tal cazo fiquem com todo o que lhe
'
Carta ,
(jue D. Alvaro e/creveo a EIRey D. Joa$ II.
o Senhor
no tempo cjue ejiava em Cqjlella para onde pajjou por canja
y ,
te que elle fabe milhor que ninguém quam grandemente contra mim
tem errado , e quanto lhe eu tenho mais merecido de mercê que de
agravos , indaque o contrario queira ora moftrar que cuida fegundo
as obras que contra mim faz. Emperoo Senhor porque hora me di-
ferao que V. S. mandara la por éditos contra mim , inda que para an-
te V. S. refertar meu direito fera bem efcufado ; pareceome empe-
roo rezaó de fazer efta , por naó parecer que em me calar confinto ,
e também por proteftar aquillo que devo por coníervaçaó de meu
direito , e inda que a rezaó de mim guarde pera dar ante quem de-
vo emperoo darei em efta aquillo que naó poíTo efcufar.
Eu naó fei mais fenaó que como diíTe me diíTeraô que em Por-
tugal fe puferaó éditos contra mim fem faber em que forma nem fo-
bre que , porque V. S. por fazer voíTos feitos de pagam a candea
como coftumais , e ninguém vos naó pode refertar nada , mandaftes
alfi guardar os portos , e defender que fe naó efcrevefem de Portu-
gal a nenhum , juntando ifto com quam pouco homem folga de ou-
vir as novas que fabe defe Reyno , eu o naó foube doutra maneira
nem mais cedo , emperoo cuido que tudo fera fundado ou nas cul-
pas que V. S. mandou moftrar ao Conde dolivença em Abrantes que
dizeis que contra mim acháveis , ou nas que depois me enviou o di-
to Conde per vollb mandado a Cafra per letra do Doutor Joaó Tei-
xeira. E certo Senhor fe eftas faó as coufas de que me mandais acu-
far , mais rezaó me parecera dar V. S. a. mim rezaó porque me ti-
nha tomada minha fazenda , do que era mandardefme citar por taes
coufas pois V. S. fabe também quam grandes mentiras faó , e que
raó faó ellas , as porque me foi tomada minha fazenda o que efta cla-
ro por muitas rezoés.
Primeiramente porque V. S. naó me pode culpar nos cafos eni
que quifeftes culpar meus Irmãos porque pois V. S. tem confelfado
e afti o difte ao Bifpo de Liaó , e a Guafpar Fabra que dos cafos
paíTados de meus Irmaós me acháveis fem culpa , e aíli o mandaftes
dizer a mim per o Conde Dolivença que de voíía parte me enviou
dizer quando cheguei a Çafra , e aífi hc verdade que V. S. nunqua
achou, nem achara contra mim coufa cm que me poííà culpar, porque
todas as inquirições que fobre os ditos çafos mandaftes tirar , como
voí
da Cafa '^al Tortugues^a. 4^3
vos prouve no que a mim tocava , mandaftes moftrar ao Conde doli-
vença , e eu tenho o treslado diíTo , e fem embargo de ellas ferem
feitas como fabe , emperoo em ellas naó fe achou coufa porque me
poífais dar culpa.
E que queira V. S. dizer que me tomou a íi minha fazenda me
vim aqui a Corte delRey, e da Rainha noíTos Senhores tendo vos
mandado dizer que me faiífe fora de todos os Reynos , e Senhorios
de Suas Altezas. Efta efcuza naó pode V. S. dar porque antes de
eu ifto fazer , e antes de partir de Portugal vos dixeftes ao Conde
dolivença quando o mandaftes chamar em Abrantes , que porque vos
naó fiáveis , e pelas fofpeitas que de mim tinheis me querieis tomar
minha fazenda , e fomente ma deixar ter em quanto foíTe voíla mercê
naô tendo V. S. outra coufa, nem prova fenaó as fofpeitas que de
mim querieis tomar que o que tinheis , como dixe , loguo lho man-
daftes moftrar , e eu tenho o treslado , e naô diz nenhua coufa de
que fe me deva dar culpa , e que alguã coufa diftera pouco devia
de baftar o teftemunho fó Da Vaz pera eu fer condenado ,
e também antes de eu pera aqui vir indo meu caminho , e fendo ja
em Barcellona me enviou difer V. S. como determináveis de tomar
minha fazenda , e fomente me dar hum conto e duzentos mil reis
cada anno pera me manter efe tempo que me mandáveis dizer que
andafte fora deftes Reynos. Pois naó eftava em rezaó que ainda que
eu fempre muy bem cumprifte voíTos mandados , e ainda entaó os
quifelfe cumprir que o ouvefte aíi de fazer em conhecer que me avia
por culpado no que naó tinha culpa , e contentarme de receber pena
fem a merecer , e com jufta caufa me parece que tinha rezaó de vol-
ver a bufquar quem me remediafte como íis.
Nem também fe pode efcufar V. S. em dizer que ma tomaftes
peio teftemunho que me enviaftes moftrar efcrito per maó de Joaó
Teixeira do que dizeis do que difle D. Vafco , e o Tinoco , porque
como digo ja dantes que elles aquillo teftemunhaftem ma tinheis to-
mada , e mais o que elles diíTeraó que he mentira , e naó
efta claro
faz nada contra mim , ca o que o Tinoco diz naó he nada , e o que
dis D. Vafco que lho difte D. Gutcrre , e he certo que eu em efte
tempo nunqua vi D. V afco , nem D. Guterre , nem lhe falei , nem
creo que al digaó, pois fe D. Guterre diz que o ouvio a alguém que
lho difeíTe, que mo ouvira , certo he que tal teftemunho contra mim
naó me fas nada porque eu deva de receber pena quanto mais fendo
,
taó grande mentira como he, porque hi naô avera nenhum Cavalei-
ro que diga que me tal ouvio , que lhe eu naó defenda , ou faça co-
nhecer como devo, que mente muy falfa mentira , quanto mais que as
coufas que elle dixe faó tais que qualquer entendido que as vir conhece-
ra logo claramente que quando eu em tal cafo ouvefe de entender naó
avia de fer com tais civildades nem
per tal maneira como elle dizia ,
mormente que à volfa maó foraó ter todas as cartas que eu efcrevi a
Portugal por tres , ou quatro vezes indo cominho de Barcelona , e afi ou-
tras que de Ia efcrevi a Rainha noíFa Senhora e fe eu em tais coufas tivera
o penfamento , de rezaó parte delias fe ouveraó de achar nas ditas cartas.
,
trouxcííe a tempo para aíi mo moftrar por obra; tanto que foíles ho-
mem , I
,
voíTo pay por ifo fez , e V. S. por colorar o que niflb querieis fazer,
difeftes que naó querieis confentir na mercê que fizeraó ao Conde
por o Conde requerer que lhe tornaíTem o Caftello e vos tomardes
,
a dita Villa de Pereira ,e temendo vos que por ventura o Conde to-
da via quereria eftar pelo partido que tinha feito , e nao requereria
que lhe torríaíTem p dito Caftello , dixeftes a D. Francifco feu filho
que lhe dixeíTe que em nenhum cafo fizelfe partido comigo fobre o
dito Caftello.
E tendo eu falado com V. S. que queria cafar com a filha do
Conde dolivença , e vos tendome dito que vos prazia diíTo muito , e
tendome dada carta pera o dito Conde de como vos prazia , e tor-
jiaftes logo por outra parte a enviar dizer ao dito Conde que de ne-
nhuã maneira fízeíTe o dito cafamento , e fízeftes com o Bifpo feu ir-
mão do Conde que enviaíTe dizer ao Conde por Francifco da Gama,
que em nenhum modo o fízeífe cometendolhe outros cafamentos cora
o Conde de Marialva ou filho do Conde de Villa Real.
E quando vio V. S. que com aquillo naó tornáveis o dito ca-
famento , e enviaftes ao Conde Auguftinho Caldeira com crença vof-
fa a dizerlhe que em nenhum cafo fízelle o dito cafamento , e o Con-
de refpondendovos que lhe defeis hum voíTo alvará aílinado que lhe
defendieis que o naó fizefte , e que o desfaria porque ja tinheis dada
tal palavra que fe naó podia efcufar com al , e vos entaó por fe a
coufa naó defcubrir calaftcfvos , e fe fez o cafamento com voflb pra-
?er , e ifto foube eu depois que fui cafado pola Condeça que mo
dixe , e por minha molher.
E depois de aftl fer feito o dito cafamento onde dantes V. S.
coftumava moftrar boa vontade ao Conde , e dahy a diante por ref-
peito de mim começaftes de lhe fazer mil agravos os quaes eu fentia
mais que meus próprios , e tirafteslhe o officio de guarda mor , e ti-
roulhe V. S. os privilégios do bairro Devora, e tomafteslhe a renda
das facas Dolivença que tinha , e favoreceftes tanto hum rapaz de
hum efcudeiro dolivença contra o dito Conde que teve coraçaó pê-
ra lhe fafer mil foberbas , e injurias fem o Conde oufar pelo favor
que o outro tinha voífo tornar a ilTo , e dividas que lhe V. S. devia
que lhe voífo pay tinha mandado pagar todas lhas embaraçaftes e na
Capitania de Tangere que tinha lhe fízeftes cem mil agravos que feria
longo de contar.
E como V. S. foube que a Condeça dolivença era falecida logo
procuraftes bufcar cafamentos para o dito Conde fem o mefmo Con-
de o faber , pera ver fe o poderieis por ali embaraçar a herança do
dito Conde que a naó herdafte eu avendo o dito Conde filhos tan-:
como quer que eu defpois vos quizeíTe fazer partido delle , porque
via que tinheis vontade , nunqua V. S. me quis dar fenaó tao pouco
que antes cu o queria deixar debalde , e vos naó qucrieis , que foíTe
fenaó por onde vos querieis , mandandome dizer claramente prrGon-
fallo Vaz Regedor da juftiça de Lixboa que fe eu aly o naó fazia
que vos me faríeis niíto tantos agravos ate que mo fízefeis deixar
contra minha vontade.
E tendo eu huâ demanda com o Arcebifpo de Braga que era
meu imigo , e queixandome diíTo a V. S. e requerendovos direito, c
juftiça vos nunqua quifeftes fazer.
E como quer huá vez defeis determinação no dito cafo , e o
mandaífe dizer V. S. por Fernaó de Figueiredo ao Arcebiípo, por-
que o Arcebifpo diíTo naó foi contente a tornaftes a revogar. E
como quer que depois muitas vezes vos eu requereíTe juftiça queixan-
dome de vos porque ma denegáveis dizendrrre vos claramente que
naó querieis anojar o Arcebifpo pelo meu da qual coufa eu huá vez
:
reito.
E me mandaftes prender certos rendeiros de Beja porque penho-
rarão hum alfayate voífo per mandado da juílica por certa divida que
lhes dev^ia emperoo que eu dilfo me ueixaíTe a V. S. nunqua os
,
k
nunqua
P
,
Parece ,
que mo efid acabada.
l^T Os ElRey por efte alvará damos licença e lugar a Dona Felipa NuiTl. 6*
xS mulher de D. Alvaro meu Primo, que ella fe va para o dito « .
feu marido , onde quer que elle eftevcr fora deftes Regnos , e que
quando fe afim for poíTa levar por mar ou por terra , todo o que te-
ver afim ouro e prata amoedados e lavrados , e joyas com quaefquer
,
quando íe for todalas ditas couzas fuas , quer por mar quer por ter-
,
ra,
fem lhe poeerem fobrc ello pejo , nem contradição alguâ , e fem
ernbargo das ditas noífas Ordenaçoens , e defezas em contrairo dello
feitas , e lhe ^oardem e cumpraó efte noíTo alvará como em elle he
Tom.. V. Rrr ii cou-
$oo Trovas do Liv. IX. da Hijloria Çenealogica
contheudo , fe for paíTado pella Chancellaria de nofla Camera por-
que aíim he noíTa mercê. Feito em Santarém a vinte e feis de Ju-
nho Joaó Gonçalves o fez anno de NolTo Senhor Jefu Chriílo de mil
e quatrocentos e outenta e quatro.
REY.
Certidaí) do livro da Vifita dos Cónegos da Con^regaça'o de S. Joa'o
EuangeliJIa , do ant,o de ló^ó ^ da obrigação, cjue o Jeii MoJ'
teiro de Évora , do Padroado do Dwjiie de Caduval ^ tem^
de o nomearem na Colieãa.
A
/íf/c
Congregação de Sam Joaó Evang^Hifta que na vezita , que efte
,
An. 1050. gj^j^^ ç^^^ Q Reverendo Padre Manoel da Concepção , Vizita-
foa da dita Senhora os quaes dous contos lhe aíTy pagara ao tempo
que os ditos Senhores tomarem fua caza que fera Deos prazendo pel-
lo mez de Janeiro do anno de quinhentos e fete e lhe dara o hum
conto de reaes que tem delRey de Caftella em dinheiro ao dito tem-
po da tomada de fua caza fe ella Senhora Dona Fellippa athe entam
o tiver arecadado e nam o tendo the entaó arecadado lhe dara hum
privilegio que tem em vida da dita Senhora Dona Maria fua filha da
conthia de cento e vinte e finco mil maravedis em cada hum anno
fituados pello dito privilegio nas Villas de therena e de Gradalcanal
o qual privilegio a Ravnha de Caftella que íanta gloria haja leixou
a dita Senhora Dona Maria em fatisfaçam do dito hum conto e dan-
dolhe o dito privilegio ficara ella dita Senhora Dona Fellippa dezobri-
gaJa do dito conto. Item lhe dara hum conto e feíTcnta e feis mil
quinhentos e felfenta reis em bens de rais e renda em efta Cidade de
Lisboa e cm Évora e Santarém e em feus termos nos preços em que
eftam avalliados nas partilhas feitas antre a dita Senhora Dona Maria
e feus Irmíos os quaes bens lhe aílinara e entregara ao tempo da to-
mada di fua caza com condiçam que fe do dia que a dita Senhora
Dona Maria tomar fua caza athe tres annos primeiros feguintes o
Senhor Conde de Tentúgal feu Trmaó lhe quizer pagar rs ditos hum
conto e feíFenta e feis mil quinhentos e fefíenta reis em dinheiro em
tal cazo toJollos ditos bens e rendas defta eftimaçam fiquem livre-
mente ao dito Senhor Conde de Tentúgal e paíPadrs os ditos tres an-
nos , e nam tendo pago o dito Senhor Conde de Tentúgal ao dito
Senhor Conde de Portalegre os ditos hum conto e feíTenta e feis mil
quinhentos e feíTenta reis em tal cazo ficara a efcolha na dita Senho-
ra Dina Maria querer tomar c haver os ditos bens e rendas na dita
avalliaçao dos ditos hum conto feíTenta e feis mil quinhentos e feíTen-
ta reis ou haver antes o dito dinheiro e leixar os ditos bens e efra
efcolha declara a dita Senhora Dona Maria dentro de hum anno def-
pois que os ditos tres annos forem paíTados e querendo ella antes o
dito dinheiro em tal cazo o dito Senhor Conde de Tentúgal Dom
Rodrigo de Mello que a efto prezente eftava fe obrigou de lhe pagar
logo inteiratnente e mais fe obrigou o dito Senhor Conde de Tentú-
gal de pagar ao dito Senhor Conde de Portalegre hum conto de reis
que deve a dita Senhora Dona Maria fua Irmãa de refeiçaó da dita
fua legitima do dia que tomarem fua caza a hum anno primeiro fe-
guinte fob penna do dobro e para todo efto elle dito Senhor Con-
de de Tentúgal obrigou logo todos feus bens havidos e por haver
moveis e de rais. Item lhe dara a dita Senhora Dona Felippa as di-
tas feis mil dobras que a dita fua filha tem delRey as quaes lhe dara
em dezembargos do dito Senhor quando os de Sua Alteza houver e
afTy falleceo para comprimento dos ditos feis contos do dito dote du-
j^entos e treze mil quatrocentos e quarenta reis os quaes a dita Se-
nhora Dona Felippa pagara em dinheiro do dia que tomarem fua cn-
za a hum anno e difte a dita Senhora Dona Fellippa que por qurnto
o inventario da herança do dito Senhor Dom Alvaro nom he ahinda
acabado e poderia fe haver alguma quebra na dita legitima da dita í:e-
nhora
da Cafa ^eal ^ortugueí^a. J o3
•nhora Dona Maria fiia filha queSenhora Dona Felippa fe noili
ella
obriga a dita quebra athe quantia de quinhentos mil reis mais aos íin*
CO contos e nieo que fíquam íe obrigava de os coniprir e pagar pel-
lo modo atras declarado obrigando para ello todos íeus bens havi-
dos e por haver moveis e de rais ao dito Senhor Conde de Portale-
gre dilFe que por honra da pelFoa da dita Senhora Dona Maria fua
fotura molher lhe aprazia lhe dar como deffeito dava em arras dous
contos de reis que vallem hum terço dos ditos feis contos do dotè
e crecendo mais o dito dote alTy creceram as ditas arras ao dito ref-
peito da terça parte e aífy deminuindo o dico dote deminuira as di-
tas arras ao dito refpeito as quaes arras ella vencera e haverá fe for
cazo que o dito Senhor Conde leu marido falleça da vida deíle mun-
do primeiro que ella quer lhe delle fiquem filhos quer nom e iíTo
mefmo as haverá em qualquer cazo que Deos nom mande que o di-
to matrimonio feja feparado ou apartado em vida delles ambos fem
culpa delia Senhora Dona Maria. Item foi mais acordado antre as di-
tas partes que em cazo que o dito Senhor Conde de Portalegre fal-
leça primeiro que a dita Senhora Dona Maria hora hy haja filhos ou
nom e em cazo que em vida dambos o dito matrimonio feja fepara-
do i&m culpa delia que neíles dous cazos e em cada hum delles ella
Senhora Dona Maria haverá todo o dito feu dote e arras e mais ha-
verá ametade de todo o acquerido e multiplicado de todos feus bens
patrimoniaes que fe acquerirem por qualquer tituUo e modo que fe-
jaó depois que o matrimonio antre elles for confumado tirando fo-
mente o que cada hum delles ditos Senhores Conde e Dona Mnria
fuccederem e herdarem e houverem das Senhoras fuas mâys porque
cada hum haverá para fy em folido todo o que aífy de fua mãy her-
dar e houver e todo o al que for acquerido partiram pello meyo e
failccendo ella Senhora Dona Maria primeiro que o dito Senhor Con-
de feu marido que em tal cazo os herdeiros delia Senhora Dona Ma-
ria haverão o dito dote e ametade do dito acquerido e multiplicado
e nam ha^eram arras e ajuntaram e fe aíTentaram que em cazo que o
dito Senhor Conde falleça da vida defte mundo primeiro que a dita
Senhora fua molher ou fendo o dito matrimonio feparado e aparta-
do em vida dambos pello modo atras declarado em taes cazos e ca-
da hum Senhora Dona Maria haverá por camará caílada
delles a dita
finco mil dobras da dita vallia as quaes haverá nas couzas moveis que
ella quizer e mais haverá todollos veftidos de fua peflba que houver
dcípois do matrimonio fer confumado. Item cm cazo que o dito do-
te e arras e finco mil dobras por camará caíTada e veftidos hajam de
vir a ella Senhora Dona Maria cu a feus herdeiros ou a quem quer
que os per direito haja daver per vigor defte crntrato em tal cazo o
dito Senhor Conde ou feus herdeiros pagaram todo o que irontar no
dito dote e arras e finco mil dobras dentro de hum anno primeiro
feguinte contando des o dia que o dito matrimonio antre elles for
feparado em vida ou por morte em deante fob penna doutro tanto de
penna e interefe e a dita penna fera para quem houver o dito dote
e arras e veftidos e finco mil dobras e por mais fegurança do dito do-
te
504 Trovas do Liv. IX. da Hiftoria Çenealogiea
tè" e mil dobras e pennas diíTe o dito Senhor
arras e das ditas finco
Conde de Portalegre que obrigava como de feito obrigou e embuti-
cou para ello o Teu reguengo da Vallada e todos outros Teus bens
patrimoniaes e de rais havidos e por haver a reftituiçam e paga de
todo o fufo dito e lhe apraz e outorga que em qualquer cazo que
ella ou feus herdeiros hajam daver o dito dote e arras e finco mil
dobras fem outra authoridade de juftiça nem figura de juizo poíTam
logo tomar e tomem pofTe real autuai do dito reguengo , e bens pa-
trimoniaes e naó poífam ella nem feus herdeiros fer dezapoderados
nem tirados da dita poíTe athe inteiramente com effeito fer pagos e
fatisfeitos do dito dote e arras e finco mil dobras e pennas fe cm el-
las encorrido tiverem e as rendas que receberem do dito reguengo e
bens feram defcontados do principal ou pennas como for dereito nom
tolhendo per aqui de fazer execuçam peDa dita divida em quaefquer
outras couzas que hy houver do dito Senhor Conde per honde fe
po.Tam fazer ahinda que fejam couzas da Coroa do Reyno as quaes
elle Senhor Conde para efto obriga e ypoteca fazendoíTe primeiro
execuçam aíT/ do principal como das pennas nos bens patrimoniaes
moveis e de rais e o que fe per os ditos bens patrimoniaes nom po-
der haver fe haverá pellas rendas das terras e bens da Coroa e aíTen-
tamento e nom fe vendera renda al^una nem fe arendara dante mao
iie.n fe ven hra alguma jurdiçao e as foSreditas couzas e cada huma
delias como ditas e apontadas e declaradas fam os ditos Senhores Do-
na Fellippa Conde de Portale,^re e cada hum por fua parte aprova-
ram e louvaram e rathefícaram por firmes ratas e aprovadas e prome-
teram de as ter e manter e comprir e nom vir contra ellas em parte
nem em todo fob penna que a parte que contra eílo for cm parte ou
em todo pagaram em nome de penna interefe dous mil cruzados dou-
ro a parte tente e aguardante a qual penna pagada ou naó toda via
eíle contrato feja firme em feu vigor e para fegurança de todas as
ditas couzas ou cada huma delias obrigaram alem do que ja aflima ef-
ta obrigado expreçamente todos feus bens moveis e de rais atras de-
^
por mayor firmeza defte contrato logo o dito Senhor Conde de Por-
talegre amoftrou hum Álvara de ElRey noífo Senhor fob aífinado
por Sua Alteza de que o theor he eftc que fe fegue. Nos ElRey
fazemos faber a quantos eíle noífo Álvara virem que a nos praz dar
poder e authoridade como de feito por efta prezente damos ao Con-
de de Portalegre &c. para poder fazer contrato com Dona Felippa
do cazamento de fua filha Dona Maria pofto que feja menor de hida-
de poílo que nom feja manei pada porque para o dito cazo a have- |
E por virtude do qual Álvara ellc Senhor Conde fez hora e afir-
I mou e houve por feito e afirmado efte dito contrato e fe obrigou de
j
o manter e comprir com todo e por todo como nelle he contheudo
I fob a dita obrigaçam e penna e ahinda por mais abaftança Jurou logo
aos Santos Evangelhos corporalmente tangidos perante mim ditoTa-
balliam e Teftimunhas abaixo nomeadas de comprir e manter o dito
contrario inteiramente como fe nelle conthem e de nunca hir contra
elle cm modo algum e por mayor firmeza do dito dote e arras e fin-
co mil dobras a Senhora Condeça de Portalegre madre do dito Se-
nhor Conde obrigou íua terça e todos outros feus bens moveis e de
rais havidos e por haver fegundo ao pé defte contradlo fara fua obri*
gaçam c em Tellimunlio deito alfy o outorgaram e mandaram fer fei-
tos fenhos eftormentos e dous para cada parte de lhe comnrirem Tef-
timunhas que prezentes foraó o Bacharel Joam Cotrim Corregedor
da Corte do dito Senhor e o Lecenciado Alvaro Annes Cidadão da
I dita Cidade e João de Revoreda Contador da Caza delRey noíTo Se-
nhor e defpois defto em doze dias do dito mez de Julho do dito
anno de quinhentos e finco na dita Cidade nas cazas da dita Senho-
ra Dona Maria Dayalla Condeça de Portalegre efcaiido hy a dita
Condeça perante mim Taballiam lhe foi amoftrado e lido eíle contra-
rio de cazamento atras efcrito e por ella foi dito que lhe prazia co-
mo de feito aprouve e para mayor fegurnnça do dito dote e arnis
c das ditas finco mil dobras da Camara calíadas de obrigar como de
feito por efte eftromento obrigam efpecialmente toda fua terça e to-
dos outros feus bens havidos e por haver moveis e de rais para que
fe for cazo que ao tempo da feparaçao do dito matrimonio aíly por
morte como em vida a dita Senhora Dona Maria ou feus herdeiros
nom acharem bens patrimoniaes e fazenda do dito Senhor Conde por
honde hajam todo feu dote e arras no cazo que as hy ha daver e as
finco mil dobras de Camara caíladas que em tal cazo hajao todo o
que delia fallecer pellos bens c terça delia Senhora Condeça que ella
Senhora por todo efto expreçamente para todo obrigou e emboticoii
como dito he e por mayor cautella ella Senhora Condeça renunciou
logo para efto o beneficio da ley do Valeriano perante o honrado Ra-
charei Joam Cotrim Corregedor da Corte dos feitos Civeis delRey
nolfo Senhor que hy prezente eftava o qual pella dita Senhora fer
tal peíToa veo a fua caza efpecialmente para efte negocio e declarou
a dita Senhora Condeça a dita ley do Valleriano como hera feita em
favor das molheres e mandava que qualquer obrigaçam que em algu-
ma molher fe obrigace por outrem que nom vallefte falvo fe perante
o Juis renunciafe a dita ley e ella Senhora Condeça fabendo e cnren-
dendo o privilegio e liberdade que lhe pella dita ley hera concedido
diíTe que nom queria delia gouvir nem uzar em efta parte e que a
renunciava como logo de feito renunciou perante o dito Corregedor
e quis e lhe aprouve toda via ficar obrigada pelio dito Senhor Conde
Tom. Y. Sss feu
Trovas do Liv» IX. da Hifloria (jenealogtca
feii filho pello modo e maneira que atras faz menção fem embargo da
dita ley e doutras quaeíquer leys e ordenações e direitos Civeis e
Canónicos de que contra o contheudo nefte contra(5lo fe poíTa ajudar
e por Certidão deílo mandou efcrever eíla fo obrigaçam e renuncia-
çaó ao pé defte contraílo para ter emcorporada com elle. Teílimu-
nhas que prezentes foraó o dito Corregedor e meílre Felippe merca-
dor e Henrique Fernandes e Barbanel outro fy mercador moradores
na dita Cidade e eu Bras AfFonfo publico Taballiao por authoridade
de ElRey noíTo Senhor na dita Cidade e feu termo que efte eílormen-
to de minha nota por meu Efcrivam fiz tirar e fobfcrevi e concer-
tey c vay efcrito em feis folhas com eíla e fica refcado honde dizia
di6la reaes e íica antrelinhado honde diz e mil conto ficaram hajaô e
por verdade o affiney aqui do pubrico fmal. Pedindonos os fobreditos
Dona Felippa e Conde de Portalegre que lho confrmafemos e hou-
veíTemos por confirmado e aprovafemos efte contraélo de dote e ca-
zamento c arras e renunciaçaô e contratamento com todallas clauzulias
pautos convenças e condições eftipullaçoés e juramentos em o dito
contraflo contheudas e fuprimos ò dito contrato qualquer folemnida-
de honde foíle de dereito que contra o dito contrato em algum tem-
po l"e podeíTe alegar o qual contrario vifto por nos todo lido e exa-
minado e entendido e por quanto o concerto e contradto antre as di-
tas partes foi feito com noíta authoridade e todallas couzas nelle con-
theudas fe fizeram com noífo prazer e confentimento e para todo pri-
meiro demos licença e nos em peíToa entendemos em todo fentindoaf-
fy por ferviço de Deos e noífo pellos muitos grandes ferviços que
delles recebemos e ao deante efperamos receber por efta prezente au-
thorizamos o dito contrato com todallas clauzulias paélos convenças
e condições e juramentos nelle contheudos de noífo moto próprio e
certa fciencia e livre vontade e poder Real e abfoluto aprovamos e
confirmamos ratheficamos e abonamos com efte entendimento que o
reguengo de Vallada no contrario declarado fera fomente obrigado ao
dote da dita Dona Maria pella maneira no contrato declarado e as ar-
ras nom porque as haverá a dita Dona Maria ou feus herdeiros em
cazo que per direito as hajam daver pellos bens patrimoniaes do di-
to Conde e da dita Condeça fua mãy e as íinco mil dobras que lhe
deu pella Camara caífada e fe pagas as ditas arras e finco mil dobras
aííima declaradas fobejarem mais bens patrimoniaes do dito Conde e
Condeça fua máy haverá a dita Dona Maria per elles feu dote e to-
do o que ficar por pagar a que os ditos bens patrimoniaes nom abaí-
tarem haverá pello reguengo da Vallada na maneira atras declarado
e afty havemos por firmes todallas clauzulias e condições e convenções
e cada huma delias no dito contrauto contheudas fem embargo da ley
mental e de todallas outras leys e direitos Civeis e Canónicos gro-
zas e oppinicens de Doutores ordenações Cartas Sentenças determi-
nações e Capitules de Cortes geraes e erpccincs que em contrario
defte contraélo e confirmação e aprovaçam delle fejaó e ao deante fo-
rem por quanto todo aqui havemos por expreíTo e cípecialmente re-
nunciado caífado e anuUado e de nenhum vigor e força quanto he ao
da Cafa %eal Tortugues^^a. 507
dito contrasSlo confirmaçam delie naó valler ou menos valler em
e
parte ou em todo aíTy como fe todo alfentado e nomeado declarado
íbíTe foprindo todo tallecimento de menoridade ou outra qualquer
couza de feito ou de dereito que necellario feja para o dito contra-
cto cazamento dote e arras renunciaçaó prometimento firme fer mais
valler rathefícado confirmado e louvado o dito contrato havendo-o por
firme no melhor modo e forma que fer poíTa e per pallavra declarar
fe poíla aíTy e pclla guiza modo e maneira que fe em ellc conthcm
e nos praz de fazer comprir e guardar em todo tempo fem mingoa-
mento algum e queremos que o Notário que o fez que nom haja
penna alguma contheuda em noifas ordenações por fazer aíly o dito
contradto confirmado por juramento dos fobreditos por quanto nos de-
mos licença para iífo e em teítimunho de tudo mandamos fazer eíla
Carta por nos aílinada do noíTo fello a qual mandamos que em todo
valha e fe cumpra e guarde inteiramente como em ella he contheu-
do. Dada em a nolFa Cidade de Lisboa a doze dias do mez de Ju-
lho Aflonfo Mexia a fez de mil e quinhentos e finco e honde diz
que fallecendo o dito Conde que aliem de fe arecadar e haver o di-
to dote por parte de Dona Maria ou feus herdeiros por feus bens
moveis e de rais e pellas novidades do reguengo de Vallada nam to-
lhe de fe fazer execuçam em quaefquer outros bens da Coroa do
Regno e allentamento que de nos tem e nam poíTa vender nem aren-
dar dante maó nem nenhuma couza delles e declaramos que ifto fe
entenda fomente no rendimento das ditas rendas athe o tempo que
o dito Conde fallecer para no dito rendimento fomente fe fazer a
execuçam para reítituiçam do dito dote e dy por deante ficaram to-
dallas ditas rendas livres e dezembargadas aos herdeiros do dito Con-
de por quanto de todallas rendas que de nos tem da Coroa do Reg-
no Comente fe obrigaó ao dito dote e o reguengo de Vallada pelia
maneira condições em fima declaradas.
Tn "n CondeManoel
NTnm *^*JL/
•
a quantos efta Carta virem fazemos
de Tentúgal nofib muito amado fobrinho
faber, que ho
nos enviou a
,
An. 15 10. dizer, como efiava concertado com noflo conlentimento de cazar com
Dona Maria , filha de Dom Pedro Porto Carreiro , o qual lhe dava
em dote , outo contos e meyo , e que poílo que elle tenha fazenda
que pode obrigar ao dito dote f as fuas cazas de Lixboa , e Devora
a Qiiinta Dandalluços , e outra fazenda, aflim movei, como raiz, o
dito
,,,,
çoens elle dito Conde pode apenliar a defcontar certas rendas de ju-
ro , que de nós tem , que procedem da Caza de Bragança , e que
por o dito Dom Pedro fer doutro Reyno queria , que efto fe íizeíTe -
com noíla authoridade , e afli por alguma duvida , que podia fobrevir
por cauza ley mental , pofto que por outro privillegio , que de nós
tem a dita ley fe nao entenda nas rendas da dita Caza de Bragança
pedindo-me o dito Conde por mercê , que lhe deíTemos licença para /
dre Igreja de Roma , e que por quanto fe achava que o dito Senhor \
Rodrigo Conde de Tentúgal que elle prometia que vindo a dita dif-
pençalíam , ou fendo certo que com elles hera difpençado fobre a di-
ta rezam de cazar por pallavras de prezente fazerem Matrimonio
com a dita Senhora Dona Lianor de Almeida , e o dito Senhor Con-
de de Abrantes, aíim mefmo por virtude de huma procurafam que
logo ahi moílroa que parefia fer feita e afignada em Abrantes por
,
iiiente, fe o aííím ouver por bem , e lhe milhor parefer e que pofa
•,
lhor poder fer, para todo o qual, ou parte dello lhe outrogou to-
do o feu livre, e cumprido poder, e promcteo e outrogou que
,
!
,
lempré o haveria por firme , e valliozo, quanto elle dito Senhor Con-
de feu Thio em o dito feu nome por ella fizer em eíla rezam
, e ;
que nunca em nenhum tempo hirá , nem virá contra iíTo , por ella
dita I
,,
nem rezam alguma que leja ; e obrigou a todo , todos íeos bens mo-
ves , e de rais havidos e por aver , e cm teftemunho de verdade,
,
lhe mandou , c otrogou fer feita efta polia dita Senhora otrogada j
logo , dia mes anno , lufo efcrito , teíleraunhas heram prezentes
, ,
I
e titullo , que feja , que o partam ambos pello meyo igualmente, le-
I
vando hum tanto como outro , elles , ou feos Herdeiros de qualquer
f
delles que feja morto todas as quaes couzas , e cada huma delias ou-
1 torgaraó o dito Senhor Conde de Abrantes em nome da dita Senho-
ra , e o dito Senhor Conde de Tentúgal e prometem de as ter , e
,
NOverint univerfi, & finguli has prefentes noílras five prefens Num. 12.
publicum Tranlumpti Inftrumentum vifuri, leóluri & audituri, a
ni Pontificis confueta benignitas pia fidelium príefertim generis nobi- An. 1621.
litate pollentium vota ex quibus Miniftrorum Eccleíiafticorum in qui-
bulvis Eccleíijs manutentioni cum divini cultús augmento confulitur,
ac eifdem fídelibus honor accedit , ad exauditionis gratiam favorabi-
liter admittere , &
his qux per Pr^deceíTores fuos Chrifti íidelibus
eis, & Sedi apoftolicse devotis concefla tuilfe comperit , ut en firniius
fubíiftant nec ab aliquibus impugnari , aut in dubium revocari va-
leant , roboris fui partes libenter interponere , eaque favcre gratiíE
potioris proíequi confiievit prout in Domino conlpicit falubriter ex-
pedire. Dudum íiquidem Felicis recordationis Paulo Papa: tertio Prae-
deceíTori noftro pro parte hor.x memorise Roderici dum vixit Mar-
chionis de Ferreira expoíito quod cum ipfe Beatae Maria* de Tentú-
gal , & San6):a: Marire Magdalena: , & Sandli Michaelis Montis mayo-
ris veteris , &
ejuídem Beaca; Mariae Villa nova; DançOs , necnon
Sa;i-
J20 T^rovas do Liv, IX. da Hijlorla Çenealogica
íiliorum , &
familiarum veftrorum matrimonia in tua, vel illarum no-
minatarum , veí nominandarum perfonarum hujufmodi domibus publi-
ce tamen celebrare , ac inibi liberes tuos , illarum per propium, &
vel queirdibet alium Sacerdotem fccularem , vel cujufvis ordinis Re-
gularem
,,
unum, vel duo altaria , feu in aliquo Oratório, vel pro his veílruin,
& illarum orationibiis , feu divinis inibi audicndis dcputata , vel de-
putanda in loco ubi te , &
illas pro tempore refidere contigerit viíi-
taudo quas , vel qu^e tu, vel íHíe eligendas , vel eligcnda duxcris
& duxerint , ac pro infirmis feu alias impeditis , ut premititur in tua,
vel illarum domibus coram aliqua imagine ter orationem dominicam ,
& totiens falutationem angelicam devote dicendo , &
aliquam elemo-
íinam alicui pauperi Chrifti erogando tot indulgentias, &
peccatorum
remiíliones confequaris , &
confequantur , quot coniequereris , con- &
íequereatur fi fingulis diebus eifdem fingulas ejuídem Urbis extra &
eam exiílentes Eccleíias proteftationibus hujufmodi deputatas perfona-
liter vifitares , &
vifitarent , liceatque illis qui presbyteri fuerint ho-
ras canónicas diurnas , pariter , &
noélurnas foli , aut cum uno , vel
duobus , aut pluribus focijs , feu perfonis fecundum ufum Romanae
Eccleíias etiam noviter editum , &
ordinatum dicere , &
cum propter
varia , &
in feculo ingruentia negotia debitas horas pcrfolvere , ne-
que aut ipfas horas per unum diem naturalem anteponere , poftpo- &
nere dummodo quoad dicendum horas hujufmodi in clioro cum alijs
fe conforment , preterea quadrageíFimalibus , &
alijs anni temporibus,
& diebus quibus ejus ovorum , butyri , cafci , &
aliorum lacticinio-
rum de jure , confuetudine , aut fecundum ftatuta , &
ftabilimenta ài-
€\:x JESU Chrifti , aut cujufvis alterius n^ilitis:, &
ordinis cujus per-
lonae prediéVx nunc , &
pro tempore prot-rãx fuerint eft prohibitum
eiídem omni butyro , cafeo , Sz ladicinijs , necnon diebus mercurij car-
nibus ufitatu , &
illi qui tecum quam ipfsc pcrfoníe nrvninatx , &
nominanda: , &
qui fecum in tua, &
illarum mcnfa difcubuerint etiam
didtáe; militiíc milites carnibus vero tua , ac nominatarum , nomman- &
darum perfonarum Uxores quotiens gravidae fuerint , ac ali^s tu , &
prefentibus nominatse , &
nominandíc , ac uxores veftra; dumtaxat
quotiens corporis vcftri íaluti confuíendum videbitis de alternis tamen
Medici coníilio , reliquac autem perfonae per te nominanda^ urgente
ncceífitate, &
etiam illa GcHaate tu, Sz nominata: , ac noniinand^ per-
íonx hujufmodi quas àidx JESU Chrifti , aut alterius militise ordi-
nis profelfae fueritis fingulis diebus veneris teneamini jejunium hujuf-
modi , &
ladticinijs , &
ceteris premifiis utendo omnino pretermitere
dummodo veneris diebus quibus jejunium pretermifcritis unam elemo-
linam ad libitum veftrum ahcui pauperi , feu miferabili perfonce eroga-
re teneamini , ac diebus merGurij carnibus vefci etiam nulla ad omnia,
& fingula premiíTa dioécefani loci , vcl cujufvis alterius licentia requifi-
•ta libere, etiam , &
licite poííitis , &
valeatis, ac tu , &
nominatíE ,
feu nominand^ perfonse predi6líE quadrageftimalibus , & alijs tempo-
ribus , diebus quibus ad jcjunandum tam ex ecclefiaftico precepto ,
quam veftrum juxta coníuetudines , Sz ftabilimenta diólíe JESU
alicui
Chrifti , &
cujufvis alterius militiae, Sz ordinis teneamini femel in die
cibum fumendo , &
etiam carnibus , Sz Ja6>icinijs vefcendo, feu etiam
his, aut pluries comedendo, aut alias jejunium omnino pretermitendo
aliqua tamen caufa fubfiftente , &: elemofinam huiufnodi erogando je-
junij debito fatisfecilfe cencearis , &cenceantur, illifque meritum con-
fequaris ,
da Cafa %eal Tortugncís^a. J27
feqiiaris confequantur , ac íi à carnibus , & alijs prohibitis abíli^
, &
nueritis , aiit cum efíedu jejunaveritis , liceatque etiam tibi , & illis
quadrageíTunalibus , & alijs temporibus prediâ:is jejunij ab Écclefia,
íeu fecLindiim Itatuta , & ftabilimenta , ac obfervantias , & confuetu-
dinss predirias injundti cum pane , & frudibus , ac quibuívis alijs ex
fuccaro confcífbioiíibus , & condimentis , feu conditis cibis etiam cum
aliqua panis quantitate , abfque jejunij interruptione refedlionem tem-
poralem , feu jentaculum etiam ante prandium , & hora prandij , feu
in no6libus fuinere reliquum cum intellexerimus nonnullos in parti-
bus iftis Portugalli^ ad ordinem minorum nuncupatorum Sanfti Fran-
cifci , ac Sanâri Dominici , & Saníti Hieronimi , ad ipfofque Saníflos
íingularem gerere devotionis aífeélum te , ac nominatos , alios per &
te nominandos prediílos qui hujurmodi affeélum erga ordines, & fan-
61-os prefatos gcílerint in , omnibus &
fingulis fufragijs , precibus , je-
junijs , orationibus, , ac ccteris
difciplinis alijs bonis quae fiunt , fí-
entque in futurum in totis univcrfalibus eorundem Sanâ:orum Reli-
gionibus participes in perpetuum prout ipforum ordinum prelati fa-
cere confueverunt facimus Confeílorique preditflo per te, illas ut &
pra^fertur eligendo eandem , «Sc facultatem , &
auíloritatem in abfol-
vendo te , illas &à criminibus , &
alijs cafibus fuperius nominatis
quam diélorum Ordinum Sandlorum Francifci , Dominici fuperio-&
rum Generalis , feu ab eo deputa tus in abfolvendo fratres diócorum
Ordinum obtinet totiens , quotiens te , vel illas confiteri contigerit
concedimus , &
elargimur per prefentes preterea pretatis uxoribus ,
ac fingulis mulieribus prediílis , &
alijs perfonis nominandis ; qu£e
mulieres fuerint ut folie, aut una cum quatuor , vel quinque honefiis
mulieribus , etiam illarum familiaribus per earum quamlibet ad earum
libitum eligendis quíecumque Monaíleria Monialium , cujufvis etiam
Sandim ClaríE Ordinis de obfervantia fexcics in anno ingredi , ac cum
eifdem Monialibus converfari , &
refeélionem corporalem fumere, &
in Domini noftri Nativitatis, &
Refurredlionis , ac Pentecoftes Paf-
chatum feftivitatibus tantum pernoéVare , vobifque , ac etiam duobus
in veftro fervitio pro tcmpore refidentibus presbyteris , aut Clericis
quandiu in eodem fervitio permanferint , ut omnes , finguios quo- &
rumque beneficiorum per ipfos etiam pro tempore obtentorum fru-
(fbus , redditus, &: proventus perinde , ac fi eifdem benefícijs perfona-
liter refiderent abfque confcientiíu fcrupulo pcrcipere , ac in fuos ufus,
& utilitatcm converterc , ac Capdlanum , feu Capellanos qui pro il-
lis in eirdem bencficijs deíervientibus ponere , amovere, &
ordina- &
riorum locorum , vel quorumvis aliorum fimiliter licentia minime re-
quifita libere , licite poííiiit , &
valeant quique tu , ac pcrfonse hu-
jufmodi qux diífl-iK JESU Chriíli vel
cujufvis alterius militiíE,
, or- &
dinis crunt loco horarum Beata' Maria; Virginis, feu orationis domi-
nicíE, &
falutationis angélica; quas feu alteram illarum fexagies fingu-
li fingulis diebus , necnon diebus luiiís quinquies extatutis
, confue- &
tudinibus dicerc tenearis, &
tencantur vigefies orarionem dominicam,
& totiens falutJtionem angelicam dicendo perinde debito vefiro fafti-
facias, &
faílifaciant , ac fi eaidem horas Beata: Mariae , totiens &
oratio-
,
bilimentis ,
ufibus, & etiam juramento , etiam per te ,
naturis , il- & j
irritantibufque , &
alijs decretis , c^: eríam pluries conce^s appproba-
tis, &
innovatis mare rr.agnum , feu Bulla arrea, aut alias nuncupatrs
etiamfi in eis cavcatur , quod muLieres fecu-ares , vel a^ix predif>a San-
{
€Í£ Clarke , vcl alia Monaíleria etiam vigore cujufvis indulti apofto- 1
liei
,
exquifita forma fervanda foret , & illis caveatur expreíle , quod illis
nullatenus derogari poíTit illoruiu omnium tenores pro plcne , & fuf-
íicienter , ac de verbo ad verbum infertis , necnon modos , & formas
ad id fervandos pro individuo fervatis habentcs hac vice dumtaxat
illis , & alias in fuo robore permanfuris harum ferie fpecialiter , Sc
exprcíTe derogamus , ceterifque contrarijs quibufcumque volumus au-
tem ne quod abíit propter hujufmodi conceílíonem reddatis , & red-
dantur procliviores ad illicita pofterum comittenda, quod íi à íin-
in
ceritate fidei , Sc unitate Romanac KcdcCix , ac obedientia , & devo-
tione Domini Papse , Sc fucceíForum ejus Romanorum Pontifícum
Canonice intrantium deftiteritis , feu deftiterint conceílio , & remiffio
hujufmodi , ac etiam quoad fedem prefentes literíE tibi ,
illam il- &
lis nullatenus fuffragentur ; quodque idem ConfeíTor per te, alios &
nominatos , Sc nominandos prediclos cligendus de quibus fuerit alte-
ri fatisfatio impendenda illam tibi , &
illis per te , ac fe fi fupervixe-
rint , vel per alium , feu alios fi tunc forte ab hac luce tranfieris
vel tranfierint faciendam injungat quantum , &
illi facere ten caris , &
teneantur , necnon quoad conceííionem celebrandi ante diem hujuínio-
di tu , &ilii parce utaris , &
utantur ; quia cum in altaris miniíterio
imolatur Dominus nofter JESUS Chriílus qui can-ior eíl lucis eternae
congrui hoc non in noiSlis tenebris , fed in luce fícri , quia difHci- &
le foret prefentes literas ad fingulos pervenire qucmlibet cx noinina-
tis , feu nominandis prefatis vigore prefentium feorfum per fe literas
fub hujufmodi forma expedire poíle decerninius , declaramus , ut &
pro omni majori commoditate tranfumptis earundem prefentium manu
alicujus Notarij publici fubfcriptis , Sc íigillo alicujus Curiíe Ecclefi-
afticíE , aut Prelati , feu Canonici Cathedralis EccleíiíE ligilatis eadem
prorfus fides in juditio , &
extra adhibeatur qux prefentibus adhibe-
rerentur fi eíTent exhibitx , vel oftcnfíE , provifo tamen quod beneficia
in quibus duo presbyteri , íive Clerici in tuo fervitio exiílen-
ipfi
tes pro tempore non refiderint debitis propterea non fraudentur obfe-
quijs & animarum cura in eis quibus illa moveant nullatenus negliga-
,
Con-
da Cafa %eal Tortugues^a. 531
Contrato , e tranjacçao entre o Marcuez D. Francif-
de Ferreira
CO de Mello, e Jua mulher a Senhora D. Eugenia^ com D. Al-
varo de Mello Jeu Johrinlio Jobre a herança da Cafa de D.
^ ,
\\
que a fazenda que o dito D. Framcifco ha de dar pera os morgaados
patrimoniaes , que ficarão per morte do dito Marques de Ferreira feu
Pay fem a fazenda do dito morgaado de Saudarem , que o dito , e
D. Alvaro ha de aver ficar obrigada a emcargo alguum do dito mor-
I
gaado , e o dito D. Framcifco feraa obrigado a dar aos ditos mor-
gaados a fatisfaçao acima dita demtro de dous annos que fe começa-
rão do dia da pubricaçaô defta determinação em diamte , e a extima-
çaô , de liquidação que fe haade fazer do que em cada huum anno
vallem de remda as coufas acima ditas que haô de ficar ao dito D.
Alvaro pera fe faber o que lhe D. Framcifco mais haade dar em tem-
ça de juro para lhe fazer comprimento de oitocemtos mil reis de
remda fe faraa per maíTa dos quatro annos paíTados , de quaremta e
nove , cincoenta , e cincoenita e hum e cimcoemta e dous, e com-
forme a efta determinação de S. Alteza fe faraa amtre o dito D.
Framcifco de Mello com outorga, e comfentimento de D. Eugenia
fua molher , e o dito D. Alvaro feu fobrinho , com auííloridade de
D. Maria de Vilhena fua May , e Tutor huum comtrado de tranfac-
çaó com fupprimento da ydade do dito D. Alvaro, e com todas as
claufulas derogaçoens , e declaraçoens neceftarias pera o dito contra-
,
rio fer pera fempre firme , e valiofo , e fe lhe daraó para o meímo
efeito as provifoens de S. Alteza que forem neceíTarias , no qual com-
traílo feraa trelladada efta determinação de S. Alteza e feito , e aca-
,
ro para lhe aver de fer feitas as doaçoens das coufas da Coroa , que
para bem deíla determinação ha de aver ; e alTy lhe emtregaraa o
trellado em pubrica forma das inílituiçoens dos morgaados , e de
quaefquer efcripturas que a ell:s pertemcerem , e ao dito D. Alvaro
forem neceífarias pera feguraiiçi da parte da fazenda que elle dos di-.
tos morgaados ha de aver , e fe lhe avercm de fazer as provifoens
que lhe forem neceífarias , e aífy mefmo lhe emtregaraa logo o dito
D. Francifco os dez mil cruzados que lhe ha de dar , e dentro de
dons mefes fe faraa a liquidação da valia das remdas das coufas que
haó de ficar a D. Alvaro pera fe faber a comtia da temça de juro
que lhe D. Framcifco de Mello ha de dar para comprimento dos oi-
tocemtos mil reis e tamto que a dita liquidação for feita , daraa o di-
to D. Framcifco ao dito D. Alvaro a temça que íb achar que lhe
mais deve de dar pera fer feito padrão delia ao dito D. Alvaro , e
temdo D. Framcifco fatisfeito ao acima dito fe lhe faraó doaçoens
em forma per fucceíTaó das mais coufas da Coroa que ficarão do
Marques feu Pay aífy de juro como em vida íegundo per bem de
fuás doaçoens , e provilbens lhe pertemcerem , e lhe feraa alevanta-
do o focreflo que lhe he poílo nas remdas das coufas que fe lhe
mandarão focreílar , e lhe feraa emtregue o dito remdimento como o
ouvera daver , fe o dito íbcrcfto lhe nom fora feito, e em cada huua
das doaçoens , e das coufas da Coroa , e das proviíbens que tocarem
aos morgaados que fe ou verem de fazer aífy ao dito D. Framcifco
como ao dito D. Alvaro hiraa trelladado o dito contraélo , e tranf-
acçaô , que fe amtre elles ha de fazer, e manda S. Alteza que fe fa-
çaô dous alvarás de huum theor com o trellado defta fua determina-
ção , e que fe dô huum a D. Francifco de Mello , e outro a Dom
Alvaro de Mello , em Lixboa a vimte e quatro de Março de mil e
quinhemtos e cimcoemta e tres. A qual determinação parecia fer ef-
cripta por Manoel da Cofta efcripvaó da Camera delRey noífo Se-
nhor , e aííignada por S. Alteza. E vifta eíla determinação de S. Al-
teza per elles partes, e que S. Alteza mandava que a extimaçaó , e
liquidação que fe avia de fazer do que valiaó de remda as coufas aci-
ma ditas que avião de ficar ao dito D. Alvaro fe fczeíTe por maíTa
dos quatro annos paífados elle D. Alvaro teve duvida fobre a maífa
fer dos ditos quatro annos fomente , e fobre ello apontarão peramte
S. Alteza de fua juítiça , e S. Alteza por tirar a dita duvida , e ou-
tras as tirou peíla determinação feguinte. Manda ElRey noífo Se-
nhor viíla a duvida , e diíFeremça que amtre D. Alvaro de Mello ^ e
D. Framcifco de Mello feu Tio ha fobre os annos de que fe avia de
fazer maífa do remdimento das rendas que per bem da determinação
de S Alteza fícaó com o dito D. Alvaro aa comta dos oitocemtos
mil reis de remda que cada anno ha de aver; c viíbs as comthias de-
claradas nos efcriptos aqui offerecidos porque as ditas remdis foraô
aremdadas e o que as partes fobre yíTo alegarão , e paara que acer-
,
qua da liquidação do remdimento das ditas remdas nom aja mais du-
vida a'utre as ditas partes que o dito D. Alvaro aja as ditas remdas,
e co:nthia de quinhentos e quaremta mil reis' de raiida em cada huu
anno.
,
das as mais couzas que elle Senhor D. Framciico tem nas ditas Vil-
las da Rega e Codiceiro , e Concelho de Carapito , e coufas acima
,
ditas que dos ditos morgaados tem em Sandarem , e feu termo tiran-
do o padroado da Egreja de S. Matheus de Sandlarem , e aíFy as
mais coufas outras dos ditos morgaados , que elieverem fora de San-
earem , Golegaâ , Pernes , Cartaxo , Azinhaga , Almeyrim , e feus
termos , que eftas deíles logares foomente ficao com o dito Senhor
D. Alvaro , e todas as outras com o dito padroado de S. Mattheus
que forem dos ditos morgaados ficaó com elle Senhor D. Framciico,
e feus erdeiros , e fuccelfores , e ha por bem elle Senhor D. Fram-
cifco , que o dito Senhor D. Alvaro feu fobrinho , e feus fucceíToi-es
ajaó as ditas Villas , e Comcelho e coufas fobreditas aífy , e na ma-
,
do
dei Cafa ^eal TortNgue^a. 5 3 p
do juílopreço , e ícm embargo dn ordennçaó do quarto livro titolo
trimta que ha por ncnhua a tal renunciaçao damctade do jufto preço,
e aíiy me praz de íupprir o defeito do comfentimento de D. Rodri-
go filho mais velho do dito D. Framcifco de JNIello que fomente he
de ydade de dous annos pouco mais , ou menos , e naó tem ydade
pera comfontir ; c pera mayor firmeza de tudo iíío me praz que os
ditos D. Framcifco de Mello , e D. Eugenia, e D. Alvaro de Mello,
e D. iMaria de Vilhena poííaô jurar, e afiirmar por juramento o dito
comtra^ílo de tranlacçaó , e coufas que nelle comcertarem , e aíTenta-
rem \ e aTy poífiio jurar todos, e cada hum delles per fy que nom pe-
dirão reílituiçaó do dito comtra6lo , nem de claufula alguma nelle com-
teuda per fy , nem por outrem , nem relaxação , nem abfolviçaô do
dito juramento ao San6lo Padre , nem a quem feu poder tenha , eaim-
da que lha dem de leu oíticio a nom tomem , e dou poder a qual-
quer Tabaliaó que poda fazer o dito comtradlo de tranfacçaó com o
dito juramento fem embargo da ordenação do quarto livro titulo ter-
ceiro que nenhuum faça comtradfo , nem deftrato em que ponha ju-
ramento , ou boa fee , e das penas delle , e quero de minha certa fci-
encia poder Real, e abfoluto, que as ditas partes, nem alguma del-
ias , nem feus fucceílbres naó polfao comtra coufa alguma do nelle
comteudo , fer ouvidos em juizo , nem fora delle, porque dcl^le ago-
ra pera eratao lhes denego as auçoens , porque minha vontade he
que o dito comtracto em todo fe cumpra imtciramente fem embargo
de todalas leys , ordenaçoens , ufos, e coílumes , e yftilos em contra-
rio ainda que tenhaô claufulas derogatorias , e fe requeira que delias,
e do theor delias fe faça expreífa menção , e fem embargo da ley
mental , e de todos , e de cada hum dos Capitolos delia que em
contrario difto fejaó ainda que tenhaó claufulas derogatorias de que
fe aja de fazer expreífa menção porque todo ey por quebrado , e de-
rogado pera que efte alvaraa , e comtra£to de tranfacçaó que fe am-
tre elles ha de fazer valha o mais eíficazmente que poíTa fcr , e co-
mo nelle for comtiudo poílo que das dita? leys , e ordenaçoens , ufo??,
e coílumes , eílilos , e coufas fobreditas que em comtrario dcfte al-
varaa , e do dito comtraiflo fejaó , e do theor , e fuftancia delias fe
ouveíPe de fazer expreífa menção , e fem embargo da ordenação do
fegundo livro , titolo quaremta e nove que diz que fe nom emtem-
da fer derogada ordenação alguuâ per mim fe da fuílamcia delia nom
fizer expreífa menção , e pera mais firmeza eu comíirmarey o dito
comtradlo com todalas mais claululas ncceífarias , e ainda que o nom
comíirme fcraa valiofo aíTy , e da maneira , e com as claufulas que
amtre elles partes forem aítemtadas , e aqui fao thcudas , e ey por
bem que eRe alvaraa valha , e tenha força , e vigor como fe foíTe
Carta feita em meu nome per mim aííignada , e paTada per minha
Chancellaria fem embargo da ordenação do legundo livro, titolo vim-
te que diz que as coufas cujo effeíto ouver de durar mais de huum
anno paíTem por Cartas , e paífando per alvarás nom valhao e vale-
,
raa outro íy poílo que nom fejr^ paííada pella Chamcelaria fem em-
bargo da ordenação que manda que os meus alvarás que nom forem
Tom.Y. '
Yyy ii paíTa-
54^ íProa;^! do Liv. IX. da Hljloria (jeneahgtca
REY.
Sobefcripçaô , alvaraa pera V. Alteza ver a poílila.
E
por quanto depois defte meu alvaraa D. Alvaro cazou e he ,
go que doje pera fempre renunciavaó toda lite , dereito , auçoens au-
tivas, c paíTivas , utiles e direílas, e ho officio de Juiz que tinhaó,
,
fora o primogénito que o dito Senhor Marques feu Pay tivera pera
que o dito Senhor D. Framcifco , e feus fucceífores todo tenhao
ajaó , e poTuyaó , e lhe fejaó feitas as dcaçoens neceífarias de todas
as mais Villas, morgaados, remdas, e coufas que do dito Marques
ficarão aífy da Coroa , como patrimoniaes aífy , e da maneira como
fe aqui todas foíTem expreíTas e nomeadas , porque elles Senhores
,
das as mais , e das auçoens que pera elles tem , e podem ter doje
pera fempre, por fy , e feus herdeiros, e fucceífores defiílem, e que-
rem , e haó por bem que as aja ho dito Senhor D. Framciíco, eícus
fucceífores comforme aas doaçoens , e inílituiçoens que do dito Mar-
,
ques fícaraô , e melhor fe melhor com dereito as poder aver ; ea di-
ta Senhora D. Maria de Vilhena como Mãy , e Tutor , e Curador
que foy do dito Senhor D. Alvaro feu filho dixe , que comfentia na
dita deteiminaçaó , e traníacçaó aíTy , e da maneira que fe nella com-
tem ; e por aqui ouveraó elles partes todos aífy o dito Senhor D.
Framcifco em feu nome , e da dita Senhora fua molher , e os ditos
Senhores D. Alvaro, e fua molher, e a dita Senhora D. Maria de
Vilhena , fua May eí^e comtradío de tranfacçaó por feito , e acaba-
do , e dixerao todos juntos, e cada huum por fy, que todo o acima
contheudo o aviaó por bem , e por bom firme e valiofo , e aífy o
,
meza do dito contrailo , e que todo o que por elle dito feu Procu- !
trem , em juizo , nem fora delle de feito , nem de dereito por modo
alguum que feja , nem pedirem relaxação do dito juramento ao San-
Oio Padre, nem a quem feu poder tenha, ou tever , nem ufarem da
dita relaxação poílo que comcedida lhes feja fem a elies pedirem , e
aíly fez o dito juramento de comprirem , e manterem o dito comcer-
to , e tranfacçaô com todas as outras mais claufulas , e declaraçoens
que nelles comtem , aíTy, c pella maneira que com elle Senhor Dom
Framcifco em feu nome , e da dita Senhora D. Eugenia fua molher
hia continuado , e obrigou todos feus bens , e rendas ávidas , e por
aver , e da dita Senhora D. Eugenia fua molher por virtude da dita
procuração a comprir , e manther o dito comcerto , c tranfacçaô , e
em teílemunho dc verdade aiTy o outorgou , e mandou ler feito eíle
termo de outorga , confentimento acceptaçaô , e juramento , e incor-
poralo ao dito eílormento de comcerto , e tranfacçaô atras efcripto ,
e aos cílorraentos que da nota delle fe paífarem , e prometeo a mim
Tabaliao, como a peíFoa pubrica , ftipulamte , e acceptanue , em no-
me dos ditos Senhores D. Alvaro , e D. Maria Dalcaçova fua mo-
lher , e de quaefquer outras peíToas a que cílo toque, e pertemça
ou poíTa ao diamte tocar , e pertemcer por qualquer modo a eílo
ablemtes de ho aíTy comprirem , e mantherem elle Senhor Dom Fram-
cifco , e a dita Senhora Donna Eugenia fua molher , e feus herdei-
ros , e fucceíTores , teftemunhas que prefem.tes foraô o Licenciado
Manuel Rodrigues Procurador da Corte , e Caza da fuppricaçaô , e
Antonio de Moroz ÍPrior da Igreja de Temtuguel , e Capel! aô do
dito Senhor D. Framcifco , e Framcifco Fernandes outro fy feu Ca-
peilaô ; e eu Anrique Nunes pubrico Tabaliao por ElRey noííb Se-
nhor na dita Cidade de Lixboa , e feus termos que efte eílormento
em minhas notas tomey , e delias ho fiz treladar per licença de Sua
Tom. V. Zzz Altc*
54^ yrí^i^^i" do Llv. IX. da Hifloria Çcnealogica
FAço faber a quantos efte virem que por quanto a Emperatris que
fanta gloria haja me deu hum Alvará de dous contos de caza-
M^fn *
mento para huma de minhas filhas. Hey por bem que feja para D. -A-llt 15
Eugenia minha filha cazando com D. Francifco, e aflim me pras dar
mais dous mil cruzados os quaes lhe pagarey quando puder e por fir-
meza difto fis efta por minlia maó hoje 13 de Janeiro de 154Ó.
HA DUQUEZA,
DOm Fellippe , &c. Faço faber aos que efta Carta virem que
havendo refpeito aos ferviços que o Marques de Ferreira Dom
[^Jj.
Jempre. Ejlã no Hv. 26 de/ Rey D. Fiiippc II. pag. 1^4, verj\
isarn. 17. "T^^"^ Fellippe, &c. Faço faber aos que eíl:a Carta virem que
* jL/ havendo refpeito aos ferviços que o Marques de Ferreira Dom
An. loio, Lrancifco de Mellio e o Conde de Tentúgal Dom Nuno Alvares Pe-
reira feu filho que Deos perdoe fizeram a ElRey meu Senhor e pay
que fanta gloria haja e aos Senhores Reys meus anteceiTores e aíTy aos
que efpero que me fjça Dom Francifco de Mello Conde de Tentú-
gal meu muito amado fobrinho filho do dito Conde Dom Nuno Al-
vares e a feu fangue e muico devido que comigo tem e aos grandes
merecimentos e callidades de fua peííba e daquclles de que elle def-
cende e a cazar com Dona Maria de Mofcozo filha dos Condes de
Altamira e ao dito cazamento fe tratar por meu mandado e por fol-
gar por todos eftes reípeitos e pella muito boa vontade que lhe te-
nho de lhe fazer mercê tendo por certo de quem elle he que fempre
me fabera merecer e fervir toda a que lhe íizcr conforme a fua obri-
gaçam e coníiderando também fer íua Caza tal que os que nella fuc-
cederem me poderam fempre a mim fervir e aos Reys meus fuccef-
fores taô honradamente como delles efpero e o fizeram os de que el-
le vem cuja meinoria me he muy prezcnte me praz e hey por bem
de lha fazer como defeito por efta prezente Carta lha faço do titu-
lo de Conde da fua Villa de Tentúgal de juro e herdade para todo
fempre para elle e para todos feus lucceífores e herdeiros por linha
direita mafcoíina e lidima fegundo forma da íey m.ental e elle e todos
os que pella dita maneira fuccederem no dito titulo de Conde go-
zaram de todas as honras preheminencias pcrogativas authoridades pri-
vilJcgios graças liberdades mercês e franquezas que ham e tem e de
que uzaó e fempre uzaram os Condes deíles meus Pveynos aíTy como
de direito uzo e coílume antigo lhe pertencem das quaes em to.do e
por todo quero e mando que elle e os ditos feus herdeiros e fuccef-
fores que o dito titulo tiverem inteiramente uzem e poíTam uzar e
lhe fejam guardados em todos os autos e tempos em que de direito
e por uzo e coftume delias elles devam e poífao de tudo uzar fem
min^^oamento nem duvida alguma e mando aos Vedores de minha fa-
zenda que agora fao e ao deante forem que ao dito Conde D. Fran-
cifco e a feus fueceíTores a que o dito titullo de Conde vier fegun-
do forma deíha Carta façam fazer padram do aíTentamento que direi-
tamente lhes pertencer feguado ordenança e por firmeza de tudo lha
man-
da Cafa 'Real Tortuguea^a. 551
mandey dar por mim aííinada e paflada por minha Chancellaria e fcl-
lada com o meu ícllo pendente. Dada na Cidade de Lisboa aos vin-
te dias do mez de Março Luis Falcão a fez Anno do nafcimento de
noíTo Senhor Jeza Chrifto de mil feilcentos e dez. O Secretario
Chriftovaó Soares a fez efcrever.
Carta
é 5J2 TrO'04i do Liv. IX. da Hijlorla (jenedoglcà
Nnm TO T^^'^
jL/que
Fellippe, &c. Faço faber aos que efta minha Carta virem
havendo refpeito aos ferviços que o Marques de Ferreira
An. 161 o. Dom Francifco de Mello e o Conde de Tentúgal Dom Nuno Alva-
res Pereira fcu filho fizeram a EIRey meu Senhor e pay que íanta
gloria haja e aos Reys deftes Reynos feus anteceíTores e aíTy aos que
efpero me faça Dom Francifco de Mello Conde de Tentúgal meu
inuito amado fobrinho filho do dito Conde Dom Nuno Alvares e ao
muito devido que comigo tem e aos grandes merecimentos e callida--
des de fua peliba e daquelles de quem elle defcende c a cazar com
Dona Maria de Mofcozo filha dos Condes de Altamira e ao dito ca-
zamento fe tratar por meu mandado e por folgar de por todos eftes
refpeitos lhe fazer mercê tendo por certo que fempre me fabera me-
recer e fervir toda a que lhe fizer comforme a fua obrigação imitan-
do feus anteceíFores cuja memoria me he muy prezente. Hey por
bem de lhe fazer mercê que as Villas e mais couzas que tem da Co-
roa em fua vida as haja de juro e herdade para elle e os fucceíTores
de fua Caza por huma vez fora da ley mental e as couzas que tem
de juro lhe faço mercê de tirar por duas vezes fora da ley mental e
aífy lhe faço mercê que os feus Ouvidores poífaô devalfar em todas
fuas terras nos lugares em que nam entraó Corregedores com decla-
ração que os tacs Ouvidores feram letrados e theram lido no Dezem-
bargo do Paço e eftaram nelle aprovados para meu ferviço e feram
limpos de raça e também lhe faço mercê que poíTa prover os ofiicios
de fuas terras conforme as doações que tem e aífy lhe faço mercê que
quando os proprietários dos ditos officios os renunciarem livremente
em minhas máos depois de lhe eílarem aceitadas as renunciaçóes os
poíTaô prover elle Conde e feus fucceíTores e aífy lhe faço mercê que
elles e os poíTuidores e fucceíTores de fua Caza poíTam cobrar fuas
dividas via executiva como fe cobram as que fe devem a minha fa-
zenda com declaração que nas efcrituras e arendamentos que fe fize-
rem fe declarara que tem efte privilegio e que hain de uzar delle e
mando a todos meus Dezembargadores Corregedores Ouvidores Jui-
zes Juíliças oíficiaes e peíToas a que efta Carta ou o treslado delia eni
publica forma for moílrado e o conhecimento pertencer que pella di-
ta maneira lha cumpraô e guardem em todo e façam inteiramente com-
prir e guardar como nelía fe conthem e fera regiítada nos livros das
Provedorias em cujas Comarcas as ditas fuas terras eftiverem e das
Camaras dos Lugares deilas de que nas coílas íe paíTaraô certidoens
como he coftume para fe faber que tenho feito mercê ao Conde D.
Francifco das couzas fobreditas e eíla própria fe lhe tornara para fua
guarda
.
EU ElRey Faço faber aos que eíle Álvara virem que ^^^vendo {nJujyI, 2 O
refpeito aos ferviços que o Marques de Ferreira Dom Francifco a */r
loio.
*
ÍSUrn. 22. XjrOnrado Marquez das Minas Amigo. Eu ElRey vos envio
JLjLniuito faudar como aquclle que prezo. Tenho nomeado a D.
An 1707
' '*
,
que o Duque neíle cafo ha de governar ambos , aíTim nas terras def-
te Reyno , como de Caftella , ficando vós à fua ordem e eílou cer- :
REY.
Carta
da Cafa ^al Tortugnes^a. 555
Carta para o Conde de Gallovay ,
para ejlar a ordem do Ditcjue
de Cadaval.
Confelho de Eftado, me
reprefentou por fua petição, que achando- 16^0.
fe com alguns bens livres , e patrimoniaes , de que defejava inftituir
morgado , na peíToa de feu filho primogénito o Duque D. Luiz , meu
muito amado , e prezado fobrinho , para que com a ceíTaô dos ditos
bens , e feus rendimentos , pudeífem elle , e feiís defcendcntes confer-
var o eftado , e cfplendor de fua Cafa , fe achava impedido para po-
der vincular mais , que a fua terça , por ter outros filhos , que nos
ditos bens haviaó de haver fuas íigitimns , que vinhao a fer as duas
partes , na fórma da Ley do Reyno , excepto o que refpeitava à li-
gitima do dito Duque D. Luiz fcu filho , que eftava corrente para
confentir , qae fe incluiíle no dito vinculo , e qualquer mayoria que
pudelfe haver nas Íigitimns de fuas filhas, que tinhaô renunciado, ou
renunciaflem , o que pudcíTem herdar de mais, além dos feus dotes,
a favor do dito feu irmão ; e por quanto pelas razoens de utilidav^é
publica , que refultava do cftabelecimento , e confervaçao das Cafas
grandes , era coftume antiquiftimo em todos os Rcynos da Europa ,
em que havia morgados , concederemfe faculdades Reaes aos inftitui-
dores , que tinhao mais filhos, para vincularem todos feus bens a fa-
vor do primogénito, ficando efte obrigado a alimentar feus irniSos
decentemente , em quanto elles naó tivefi^em , ou adqiiiriíTem rendas
baftantes , de que puderem viver , a qual razaó militava com mais effi-
cacia na Cafa do fupplicante , pois nao erao tantos os bens livres, que
divididos por tantos filhos, pudeífem ficar todos accommodados , e mui-
Tom. V. Aaaa ii to
,
REY.
E à fnarjem do dito Alvará ejiá a i^erha fegwnte.
Hey por bem , que a mercê , que tenho feito por efie Alvará
ao Duque de Cadaval D. Nuno Alvares Pereira, m.eu muito amado,
e prezado fobrmho , e do meu Confelho de Eííado poíía va)er na
,
peíloa do Duque D. Jayme , e em outro qualquer filho ,
que haja de
lUcceder
,
REY.
Por refoluçaô de S. Mageftade de 15* de Março de 1706 , em
Confulta do Dezembargo do Paço , Manoel Lopes de Oliveira , Jo-
feph Galvão de la Cerda , D. Thomas de Almeida. Pagou nada por
privilegio , aos Officiacs trezentos e quatorze reis. Lisboa 23 de
Março de 1706. D. Francifco Maldonado. A
pag. 9:5 do liv. 4. da
Receita dos novos direitos , ficaó carregados ao Thefoureiro delles
quinhentos e quarenta reis. Lisboa 23 de Março de 170Ó. Francif-
co Sarmento Pitta. Henrique Correa da Sylva.
O Duque MeOre
ir à
de Campo General , junto à minha peíToa , ha
^^Nuj}^, 2
Junta dos Tres Eflados , todas as vezes, que entender, que
convém ao meu ferviço, para communicar as matérias, que perten- *^95
cem à adminiftraçaó da Junta , e me poder aconfelhar nellas. Ajun-
ta o tenha aíTim entendido. Lisboa a 3 de Julho de 1693. Com
Rubrica de S. Mageftade.
Dom Jayme ,
Duque de Cadaval ,
Marquez de Ferreira , Con-
de de Tentúgal , Cadaval , Tentúgal , Povoa de
Senhor das Villas de
Santa Chriftina , Alvayazere , Arega , Rabaçal , Villa- Nova de Anços,
Penacova Mortagoa , Buarcos , Noudar , e Barrancos , Muja , Fer-
,
Tom.V, Bbbbii ra
^f^'^^^ Hijlorla Çenealogtca
5^4
ra Princeza Joanna Margarida Henriqueta de Durfort de Duraz , fua
efpoíà , para regular o dote e todas as mais convenções
,
como me- ,
veíTe feito, para o que lhe dou todos os poderes em direito neceíTa-
rios, aííim efpeciaes , como geraes , obrigando a minha peííoa , e
bens , ao cumprimento de tudo o que por elle for aíTentado , e de-
terminado. Em virtude, do que acim.a fica dito fiz fazer a prefente
Procuração , por mim afiinada e fcllada com o Sello de minhas Ar-
,
E 7ia margem de cada hum dos tres papeis acima copiados eftdcfcrito
Certidão verdadeira, afíinada, e firmada acima, do contrato de
cafamento , perante os Notarios abaixo aííinados , hoje 11 do mez de
Mayo de 1739. Firma.
O PRÍNCIPE CARLOS DE LORENA.
Com Couvois , e Douron Notarios. Os
,
Douron.
Couvois.
Lugar do Sello.
que a dita quantia de cento e cincoenta mil livras , paga acima por
elles ao fobredito Senhor Principe Carlos, no dito nome, he parte
da quantia de duzentas íeíTenta e oito mil duzentas e cincoenta livras,
que Suas Altezas tomarão empreitadas pelo Senhor Juliaó Flever
por obrigação feita perante o Notário Laidigiuve , o moço , em Pa-
riz , aos 22 de Fevereiro paíTado ; em fupplemento do qual , e da Car-
ta de retençaó , Breves de retenúe , dos 2^ do mefmo mez , fazem
Suas Altezas a prefente declaração , em conformidade da promeíTa ,
que fizerao pela dita obrigaçaô lançada na dita Carta , annexa à Mi-
nuta do aâro, feito perante o mefmo Notário, no fobredito dia de
25 de Fevereiro paíTado , em confequsncia da dita obrigaçaô. Feito,
e paíTado em Pariz , no Palacio dos ditos Senhores , Principe , e
Princeza de Lambefc , no mefmo dia , e anno. E aílinaraô a Minu-
ta das prefentes , depois da Miauta do dito contrato de cafamentoj
e tudo ficou nas Notas do dito Notário Douron,
Douron.
Bovoin.
PRO-
$Í7
PROVAS
DO LIVRO X.
DA
HISTORIA
GENEALÓGICA
C AS A^^RE AL
PORTUGUEZA.
Carta delR ey D. Duarte em
çueJaz mercê ao Conde de Oiirem^
,
feita mcrce a quaefquer peífoas que a mim prouver que as haja pela
guifa que lhes eu delias fezer do.içao , e as eu deíle ey fegundo mais
çompridamente na dita Carta hé contheudo , por vertude da qual
Carta
5^8 Trovas do Liv. X. da Hijloria (jenealcgica
Carta eu das ditas terras , quintas , rendas , e direitos poíTo fazer as
ditas doações a quem me aprouver , e muito mais com rezao o pof-
fo , e devo fazer aos ditos meus nettos. Porem coníirando o grande
devido que comigo haó , e como hajao de viver bem , e grandemen-
te como a homês de feu eftado , e que poíTaó bem fervir a meu Se-
nhor ElRey , e o lífante meu Senhor , e os que defpois delles vie-
rem como a elles cabe , e fao theudos de o fazer ordenei de lhe re-
partir as ditas terras, rendas, e direitos fegundo e;itendi que era
igualeza , e per poder da fobredita Carta de meu Senhor ElKey dou,
e faço pura , e irrevoguavel doação antre vivos valedoura deite dia
pera todo fempre que nunca polia fer revoguada ao dito D. Aifonfo
meu netto pera íi , e pera todos feus filhos , e nettos que delle def-
cenderem que fejaó lidimos de todallas terras , quintas , rendas , e
direitos , foros , e trebutos , e paços a diante declarados íf. da Juda-
ria da Cidade de Lisboa com fuas rendas, direitos, e pertenças, e
dos meus paços da dita Cidade com fuas cafarias , e pertenças , e de
todoUos Reguengos do termo da Cidade de Lisboa, ÍT. a Charneca,
e Sacavém e Camarate , e o Cathejal , e Unhos , e Friellas e a Ri-
, ,
com fuas rendas,e direitos depois da morte de Gil Aires meu criado
a quem delle ey feita doação em fua vida fegundo he contheudo em
huâ doação que lhe dello fiz , e das rendas , e direitos de Rio ma-
yor depois da morte de Pedrafonfo do Cafal , e de Ines Pereira fua
mulher meus Irmãos a quem eu das ditas rendas , e direitos tenho
feito doação em fuas vidas fegundo he contheudo na doação que lhes
dello fiz , e do Reguengo de Alviella termo de Sanclarem depois da
morte do dito Gil Aires a quem delle também ey feita doação em
fua vida , fegundo fe contem na dita doação que lhe delle fiz , e do
Condado , e Villa de Ourem , e de Porto de moos , com todallas ren-
das e direitos que eu em ellas , e em feus termos ey, e de dereito
,
tros quaefquer a quem eRo pertencer que metaó logo em poííe das
ditas Villas, e Luguares , rendas, e direitos. Reguengos, c paços ^
e padroados de Igrejas o dito D. Aifonfo meu netto , ou feu certo
procurador , e lhe acudao , e façaó acudir com todo bem , e compri-
damente , e lhes obedeçaó como a mim mefmo obedeciaó , e lhe lei-
xem
,
dito Rey meu Senhor , e meu padre cuja alma Deos haja. Porem
mandamos a todolos noíTos Ouvidores fobjuizes, e Corregedores,
juítiças , Veedores da fazenda , Contadores , Almoxarifes , e quaeíquer
outros Officiaes prefentes , e aos que defpois forem a que eílo per-
tencer que nom embarguem nem confmtaô embargar ao dito Conde
Dourem daver as ditas graças , e mercês, privilégios, e liberdades ío-
breditos , e ufar dellos por fi , e por leus OfHciaes fegundo fe con-
tem em as ditas Cartas , e privilégios , mas antes lhas guardem , e
façaó todos bem guardar íem outro algum embargo que a ello po-
nhaô. E em teftemunho deílo lhe mandamos dar efta noíTa Carta af-
íinada por nos , e aflellada do noílb Sello de chumbo. Dante em
Santarém xx6 de Novembro. ElRey o mandou Ruy Galvom a fez
era do nacimento de noíFo Senhor Jefu Chriílo de mil iiij xxxiij annos.
Carta
,,
que lhes foi otorgado nas Cortes que fizemos em Santarém fem eiu-
barguo da dita Carta , e mandado, e efto fe naó entenda, nos que
nos efpecialmente mandarmos fazer , ou que pertencer a noffb fervi-
ço , ca em efto naó queremos , que outrem aja poder de privilegiar
fenaô folamente nos , e em teftemunho defto lhe mandamos dar a ca-
da hum fua Carta afiinada por nos , e alFellada do noífo Sello , e ef-
ta he para o dito Conde Dourem. Dante em Óbidos xij dias de Se-
tembro Affbnfo Cotrim a fez era do nacimento de Nolío Senhor Jefu
Chrifto de mil iiij xxxiiij annos, e fe efta Carta naó for fellada man-
damos que naó valha.
A Os onze
fete legoas
por andar de Janeiro partio o Conde Dourem de f>fujyj,
dias
Lixboa pera fora da terra , e foi dormir a Caftanheira , que faó
efteve hi hum dia
, que foi Dominguo , e ao outro dia
,
foi dormir a Alcoentre, que fom quatro legoas, e ao outro dia foi
dormir â Corruquel , que faó cinquo legoas , e ao outro dia foi dor-
mir a Leyrea , que faó cinco legoas , e ao outro dia , que foi dia de
Sandia Maria de Fevereiro, e foi o primeiro dia do dito mes, e ao
outro dia foi dormir a Pombal que faó cinquo legoas, e ao outro
,
dia foi dormir a Penela , que fom quatro legoas , e efteve hi , ao ou-
tro
,,
aquella noite poufadas por feus dinheiros, e elles diíTerom, que lhes
prazia de boa mente , e alli aguardarom o Comde , ate que chegou
e como chegou fizeram fuas mil uras , e o Conde a elles , e elles dif-
feram ao Conde , que eftavaó alli per mandado de feu Senhor , El-
Rey , que guardavam aquelle Caítello por feiçom de guerra , que
aviam com os Catelaons , porem , que elles lhe pediaó por mercê
que lhes feguraííe o Caílello , e o lugar, e o Conde lhos fegurou,
e entam mandaram aos Mouros ,
que fe folTem pera fuas cazas , e que
fizeíTem boó gafalhado aquelles Gentishomens , e elles loguo manda-
ram hum feu homem , que os foíFe beê apoufentar , e loguo ho ho-
mem foi com o Apoufentador do Conde , e foi-os muy bem apoufen-
tar todos , e em efte lugar nom podiam achar mantimento , porque
eftavam defpercibidos , e loguo os Gentishomens do Caílello manda- |
o outro dia foi o Conde dormir a hum lugar , que chamaó Chiba
efte luguar tem hum Caftello , que efta em hum alto , he cercado fo-
bre íi , e tem huu arrabalde , que he dahi hum tiro de befta , e nefte
arrabalde, e o Caftello moraram ate dozentos mouros, e chriftaons
nenhum , íalvantes o Alcayde , que he chriftao , e o Conde poufou
em hum eftao , que eftava fora do Caftello , porque naó avia dentro
eftao nenhum ; ho Alcayde mandou dar as poufadas aos Gentishomens,
c a outra gente de pê no arrabalde ; o Bifpo ,
porque alli nom ca-
bia, foi dormir dahi tres legoas , e o Conde efteve nefte lugar hum
dia que foi Domingo , a fegunda feira feguinte depois de jantar foi
,
da Cidade , e aíli forom com elle ataa pouíada omde o Conde pou-
fou , qu2 era na praça , e a terça feira feguinte veyo o Barle , e os
jurados com os melhores de fufo dita, onde poufava o Conde, e ca-
valgou CO Conde , e elles foromlhe moftrar os Paços DelRey , que
efta fora da Cidade *,eftes Paços iam muito fermofos com boas cama-
rás bem repartidas , e tem dentro muy boas ortas , ÍT. huma Capella
DelRey muito fermofa com fua orta , e tem dentro laranjeiras e ,
murta, que eftao antremetidas , íF. a murta com as- larangeiras , e hu-
mas polas outras , que he huma coufa muito fermofa de ver , e em |
eftes Paços andaó leoens , e tres cervos, e tres liemas muito grandes.
Outro íi nefte dia moftrarom ao Conde huns Paços , que eram de 1
517
pregaçam , e pera a Rainha, e outras Capellas pera ouvirem niifaa
outras gentes de comum , e huma Craíta , e outros edifícios , como
de Seê , e efta era de larangeiras , e de murta tudo chco darredor
e dé fundo delias nao dava o Sol , poílo que o fezeíTe , e em efte
logar mandarom aquelles Cavalleiros Gentishomens , e Regedores da
dita Cidade vir muitos confeitos, e pomadas, e outras fruitas dou-
tras maneiras , e muito boo vinho grego , e malvafía , e branco , e
vermelho , e bebeo o Conde , e todolos Senhores , e depões , que
todos bebcrom , e vierom eíles fobreditos com o Conde a efte Vir-
gel folgar , e tomar prazer. Outro íi a copa , que ali eftava armada
tinha vinte e tres copos , e dez picheis, e doze bacios, e outras con-
feitas , e ifto aíTi acabado , cavalgou o Conde , e os fobreditos com
elle , e trouxeraòno a fua poufada muy honradamente , e alli vinha
hum Cavallo murzello , que era Ciziliano muito fermofo , e muito
fazedor , que deziam aquelles Gentishomens do Conde , que de boô
Cavallo nom podia melhorar , e em efta Cidade teve o Conde o Do-
minguo de Ramos , em ella efteve o Conde outo dias , e a fegunda
feira partio pera Barcelona , que fam quarenta e outo legoas , e foi
dormir a hum lugar , que chamaó Monvedro , e ao outro dia foi dor-
mir a Cabanas , e o outro dia foi dormir a Sam Mateu , que foi
Vcípora de Endoenças atee depões daa pregação eftivcmos ahi , que
fomos jdormir a hum lugar , que chamaó Vilacomia , e ao outro dia
fomos dormir a Cidade de Tortofa , que foi Vefpora de Paícoa , e
per beira defta Cidade vay hum Rio , que chamaó Ebro , c tem hu-
ma ponte feita de barcas perque pafTaó , e per ella paíTou o Conde
e em efte lugar palTou , e vimos dez, ou doze mulheres Joves muy
bem gi arnçcidas , ÍT. feis , ou fete delias , e traziam veftido lenhas
chcyas douro uiuy fermofas, e mais fenhas oppas defcarlata vermelha
empenadas de martas , e de fundo fuas cotas de velludo verde, e
outras joyas muitas , e as outras féis , ou fete mulheres andavam vef-
tidas doutras veftiduras muito fermofas, e muy ricas, e eftas mulhe-
res eram mais de gentis , que de fermofas. Outro fi efta Cidade he
muy bem aíTentada em hum valle a pee de huma ferra, e em efta Ci-
dade tirou ho Conde o doo , que trazia , c veftio por dia de Paícoa
hum fayo azul , muy bem farpado , e humas calças brosladas , que
nom parecia delias fio nenhum , e a fegunda feira feguinte partio o
Conde , e deu a andar feu caminho , e foi dormir a hum lugar , que
chamaó a Fonte de Pilho , e ao outro dia foi dormir a hum lugar
que chamaó Cambulhe , e ao outro dia foi dormir a Cidade de Tara-
gona , efta Cidade de Taragona he Arcebifpado , e temno hum Car-
deal , que eftava na dita Cidade , e o Conde , e Bifpo com elle foi
falar ao Cardeal , que poufava apaar da See , e ho Cardeal tomou o
Conde polia maô , e aííentou-o apaar de fi , e o Bifpo doutra parte,
e o Conde eftava na mitade , e eftavam em hum cftrado , em hum
baanco , que eftava cuberto de muy fermofos panos , e acabo de pou-
co veyo vinho, e fruita , e confeitos , e bebeo o Conde , e o Bifpo,
e depois os Gentishomens, e outra gente meuda, e eflo acabado cf-
pedio-fe o Conde do Cardeal , e foi ver a See , que eftava hi jun-
Tom. V. Dddd to,
,,,
muv fcrmofa , e efta Cidade efta muy bem aíFentada , e tem duhy a
huá meya legoa o porto do maar.
E ao outro dia foi dormir o Conde a hum luguar , que chamao
e ao outro dia foi dormir a hum lugar , que chamam Mara-
tuzell e hi efteve trcs dias , e efte lugar jaz em hum valle , e jaz
,
muy bem aflencado , e per beira delle vay hum muy boó Rio , que
o paíTam por ponte, e tem darredor muy bom caminho , e defte lu-
gar foi ho Conde a Santa Maria de Moníarrado , que fom dalli tres
legoas , foi dormir , efte Mofteiro efta aflentado em pequeno de chaõ,
que de huma parte faó tudo ferras muy altas como as da Rábida , e
da outra parte he hum valle muy alto por homde vay hum Rio
que nom podem de fundo vir pera efte Mofteiro , fenam per a Ra-
faios , porque efta Cofta he muy alta , outro fi o caminho per onde
o ca minho foi pera efte Mofteiro he huma couza muy efpantofa de
ver, e efto porque he muito fragofo , que quem o nom vir, nam o
poderá crer , como elle he. Outro íi efte Mofteiro he huma coufa
muy notável , e muy fermofa de ver , ft". ho corpo da Igreja he muy
fermofo , e chco de m.uitos millagres , que laz em cada hum dia, e
tem quatrocentas e dezafeis allampadas de prata , e outra muita pra-
ta doutra condiçam , que afli cm breve nom podiam dar conto , com
outras joyas , que cftam no dito corpo da Igreja, Outro íi tem ef-
trebarias , em que cabem trezentos cavallos , e aly lhe dró cevada , e
palha por feus dinheiros e aos homens de comer , e beber , aífi de
:
carne , como de pefcado , em feus dias , pofto que fcjam bem trezen-
tas , ou quatrocentas peftbas , e darvoshaô camas a cada hum em que
conta , que for , e fe quem quiferdes dormir na Igreja , darvoshaô
huma almadra qlha, e huCí cabeçal , e huma manta, e efto a quantos
forem em Romaria , e efto aíFi acabado por com.er , nem por beber,
e nam vos demandavam dinheiro nenhum , falvo concicrcia hirugeis a
dita Igreja , omde eftaa huma pia fechada , e alli lançaredes do volfo
dinheiro , o que vcs aprouver , e fc o nom tiverdes hivos vcftb ca-
,
minho emboora , que vos nom diram nada. Outro fi por ferdes cer-
tificados defte Mofteiro de com.o he boó , e camanho he , fabei, que
ja nelle poufou ElRey Daragaã , e ElRey de Navarra, e a Rainha,
e hi dormirom. Outro fi defte ha hum tiro de befta em cima , em
huma pena efta hum Caftcllinho pequeno , e nclle eftava hum frade
ourado com huns tres frades , e per efta ferra eftaam doze Inr.itas
em que eftam Irmitaons , e quando homem vay pera efte Caftello
vay por antre duas rochas , que tem huns paos , que atraveíTam de
luia parte pera a outra , e cordas perque fe apegaã e pera que fo-
,
bem a efte Caftello. Outro fi o Conde dormio huma noite nefte Mof-
teiro ,
que foi huma Vefpora de Domingo , e ao Domingo ouvio fua
miíTa, e foi jantar, e como jantou mandou loguo fcllar a fua faca,
e outras beftas certas pera irem ver aquelle Caftello e as Irmidas ,
,
que eftam na dita ferra , e logo o Conde cavalgou , e foi darredor
da ferra per hum caminho , que eram duas legoas , a primeira Iifíiida,
e em efta Irmida eftava hum Irmitaô, que era Português, e efta foi a
primeira
da Cafa %eal Tortagaei^a» 57^
primeira TrmiJa honde o Conde chep;ou e ho Irmitao cheguava en-
tam no dito Morteiro , que fora la ouvir niilfa , c por fua raçam , e
o Conde delcavdlgou , e foi ver a dita Irmida , que eftava ao pee de
huma muy alta penha , e tinha ahi huma e o Conde pergun-
tou ao Irmitam , que annos avia, que alli eftava , e elle diííe , que
avia vinte annos , e mais , diíFelhe o fobredito , fe fora defpois a
Portugal , elle diíTe , que fi , e que eftivera com Frey Mendo em Se-
tuvel dous annos , e ifto acabado vio , que aquella delleitaçam nom
lhe covynha , e pedio licença , e tornou-fc a fobredita Irmida , e que
afi queria fazer fua vida ate que prouveíTe ao Senhor Deos. Outro
fi perguntou o Conde quantas Irmidas eftavam naquella ferra , e elle
diífe , que eram muitas, mas que nom eram povoadas, fomente do-
ze , e que as outras eram defpovoadas , porque , que quando os Ir-
mitnens eítavaó em ellas faziamlhe os emigos muito defprazer , e tra-
tavam-nos muy mal , e também eftes outros aílim dizem , que lhe fa-
zem algumas vezes nojo , e o Conde lhe perguntou fe lhe viera ja
alguma coufa daquillo, elle diíTe , que ejOando elle huma ora naquel-
la Orta , que vio eftar em hum cabo da Orta hum cabram , e cuidou,
que era algum cabrão bravo , dos que andaô naquella montanha, nam
aa outra menção fenam a cabras, e cabroens , e alguns porcos muy
poucos, e foi pera onde elle eftava, e o cabram quando vio, que
fe elle hia pera elle, foi-fe pera huma pena, que hi eftava, e íahoii
em baixo, e arrebentou loguo, e lançou muy grande fumo, e fedor
por tal guifa , que eu fiquei hum pouco torvado , c dantes , nem de-
pois nunca vio nenhuma coufa , que lhe íizeíle nojo , e efto aíTi aca-
bado amoftrou ao Conde outras Irmidas, e o caminho por honde fof-
fe pera ellas , e foi o Conde loguo ver duas Irmidas , que cftam
acerca delia, e íiuma delias chamam Santa Caterina, e efía Innida
efta na metade de hum penedo , que foi cavado com picoens , e alli
tem dentro huma Orta , que efta em terra poftiça , e mais tem den-
tro no penedo hum poço , que foi feito com picoens , e pella pena
tem feitos regueiros , que vem pera ho dito poço , porque quando
chove vem agoa pera elle, e alli tem agoa de hum inverno pera ou-
tro , e aíTi ho fazem os outros Irmitaons , que nom tem fonte , e ef-
ta Irmida com outras algumas da dita niontanhaa fam muy notável
coufa de ver; outro íi , todas tem Oratórios, e altares, onde os ír-
mitaens fazem fuas oraçoens , e aHy andou o Conde vendo eftas Ir-
midas per logares de befta , e lufares de pee , ate que chegou ao
Caftello , que efta acima do dito Mofteiro , e paíTou per huma pon-
te de pao , que atraveíTa de huma pena pera a outra pena, e nefte
Caftello eftno os fobreditos , que qua detrás íazcm menção , e tem
dentro fua cozinha , e paar delia huma caza , em que tem feu manti-
mento , e paar delia hum dormitório , em que dormem , e por camas
pelicas , e outras , que trazem veftidas , que cobrem , e de huma par-
te do Caftello efta huma Irmida , em que efta hum Irmitao , que era
hum homem muy comprido , e de boa cara , e diziam , que fora
hum grande homem , e que era bom fida'go. Outro íi ncfta monta-
nha nos dilferam , que jazia hum Irmitao , que era Alemam , e jazia
. Tom.V. Dddd ii cm
,
em huina lapa que era em hum bofco , e que avia bem corenta an-
,
nos , que alli jazia , que nunca dali fahia fora , falvo algumas vezes
certas , que hia por feu mantimento ao dito Moíleiro , e que tinha
os cabellos da cabeça , e da barba , que lhe davam pella cinta , e as
unhas das maons , e dos pees , que eram muy compridas , e efte er-
niitâa nam vio ninguém da companhia do Conde , e mais diziam ,
que fora hum grande homem dos grandes de fua terra , e que elle
viera de fua terra com fuas gentes , e que andara qua por eíles nof-
fos Reinos , e que chegara alli aquelle Moeíleiro , e que eftivera ally
hum tempo , e dalli fe partio pera fua terra , e acabo de tempo per-
longuado chegou ally foo com hum abito veílido , dizendo , que na-
quellas Irmidas , que eftao naquella montanha queria fazer fua vida,
ate que ho Senhor Deos quifeífe , e difíerom , que como elle fora em
fua terra , que loguo fe trabalhou de partir fuas riquezas com feos
criados , e Igrejas , e Moíleiros , e pera outras partes , e como teve
eílo acabado partio-fe per tal guifa , que nom teve ninguém poder de
o faber , falvo certas peífoas , que fabiam parte de feu fegredo , e af-
fi fe partio efte Alemão , e deixou a vida defte mundo , e a dellei-
íaçam delle por fervir a Deos , e defpois , que o Conde andou ven-
do o dito Caftello , tornou-fe per onde entrara , e mandou as beijas,
que hy eftavam , que as tornaííèm darreJor per onde vierom , e elle
veo-fe per derredor pella eftrada 3 fundo, que dece pera o ditoMof-
teiro , e como foi no Mofteiro fez huma oraçam , e cavalgou , e
veo-fe dormir ao dito lugar, honde leixara fua caza , e a fegunda fei-
ra feguinte partio pera Barcelona , que fam tres legoas , e foi Ia dor-
mir , e o Bifpo , e os Doutores todos juntos , e veoos receber o Ar-
cebifpo de que eftava em hum Caftello , que chamaô Sam
Booy , e trazia quatorze Efcudeiros em cima de bons cavallos , e oito
homens de pee todos armados^, fí". os Efcudeiros armados em bran-
,
do dia , e noite , e em outros dias , que eram cinco dias do dito mes,
oras de prima , lendo nos através do Reino de Proença vimos jazer
huma nao íbbrc ancora apar das Ilhas Deiras, vendo como nos yamos
pcra ella demandar terra pera onde ella jazia , foi logo muy preíles,
e levantou fuas ancoras, e deu as fuas vellas , e nos quando vimos,
que ella foi tam afynha preftes , e nos penfamos , que fe vinha pref-
tes a nos , e logo forom muy preftes toda a gente da nao , ÍT. os que
eram pera armas forom logo armados do pee ate a cabeça de boos
arnefes , e os outros com cotas , e beftas daço , e de pao , o noíTo
Capitão nom catando com requerir ao ofício clerical , e por daar boa
conta da gente, e nao a feu Senhor, o Conde tirou logo fuas vef-
tiduras acoftumadas , e veftio hum arnês , e armou-fe muy beê , e aííi
o dilfe a todos geralmente, e todos forom logo muy preftes com muy
gram prazer cuidando , que aviam de pelejar , e a dita nao fe foi ca-
minho de Barcellona com muy gram medo , que ouve de nos , e que
nom podíamos chegar a ella íalvo tornando por detrás , nam curamos
delia, e tornamos a noíTa rota, e naqueliaa noite fcguinte ouvemos
muy gr-^a tormenta , e fortuna de vento contraiio de levante , que
per força nos fez tornar atras as ylhas Deiras, onde a dita nao, que
fogio , jazia , e eftivemos ahi em hum porto huma quinta feira , que
foi dia de Corpo de Deos , e forom alguns fora a terra , que era
onde jazia a nao hum tiro de pedra para calarem ngoa doce , c nom
achara n as^oa nenhuma , fenaó lenha, e arvoredos, e ao rutro dia
partimos dal li com vento tie viagem , e como fomos íbra do porto
achamos no mar tempo contrairo , e fomos tomar hum porto, que
chamaa Portogaay , que he no Reino de Proença , em o qual perto
eftava huma caza , em que moiava hum lavrador, e hi tomamos agra
doce , e feno , que lhe comprarom pera os cavallos , que vinhaó na
dita nao , íf. os do Conde eram vinte e nove , e os do Bilpo outo ,
e afti er.im por todos trinta e fete cnvallos , e crr> crtro cia fcguin-
te partimos de^e porto , e nos fora do dito porto acl-an^os ro maar
muy gram fortuna de levante, e quiferarr.os tcrrnr ao dit( prrto, e
nom o podemos mais cobrar, e tornamos por detrás liur a legoa e
meva a hum porto muy bom , e muy hv^o , onde cf ava Cidrdc pe-
quena muy boa, que he do porto mea legoa, a que chnniam Iriull,
que hc no dito Reino de Proença , e ef a ( jdade efta m>uy bem af-
íentada , e como lançamos am.cora fairam luns dous , ru trcs fora,
e forom a dita Cidade, e os da Cidade fe temiam de no«j penlhndo,
que éramos Catellaens com quem aviam gurrra , c nrss aíTI nos temia-
mo9 delics, e nos ouvemos fegurança do Baile da dita Cidade, oue
foTemos a Cidade por mantimentos , e per cfta guifa forros a Cida-
de humns dez , ou doze peífoas , dizendo nos, que éramos Gualegos,
Tom. V. Éeee e cf-
58^ Trovas do Lh. X. da HiftorJa Çerjealogica
iiollti nao
que eftava ja fobre ancora , e difteram donde éramos , e
,
padas acefas , e homens , que vellao toda a noutc , que nom pode en-
trar nella , nem fair nenhuma, fenam por recado, e outro fi tem hu-
ma cadea de ferro , que fecha as fobreditas vellas depois , que fam
dentro no porto e dalli nom podem fair , ate que as naó desfeçã ,
,
nem outros entrarem , falvo per recado , e ifto fazem , porque fe te-
mem de muitas fuftas, que andam darmada naquella Cofta.
Pifa.
jas deftroidas porque quando Pifa foi tomada dos Florentins , que a
,
com ília procilfam cuvir mifla a Sam Joaô , e levaram dous cavallos
a deílro com fobre viílas de damafquim , e atras elles hiam oito trom-
betas , e apos eílo a potcílade , e Regedores , e mercadores , e outra
muita gente da fobredita todos com cirios acefos nas maons , e ouvi-
rom íuas miíTas muy fr lepneniente e eílo acabado tornarom-fe pera
,
fuas cazas pera jantar , e quando veyo oras de vefpora forom armadas
as bandeiras , e hum pano de velludo azul com huma banda douro ,
e alli forom os fobreditos juntos com fíias trombetas , e tomarem o
dito pano poílo por bandeira em cim.a de hum boô cavallo , e anda-
ram afíi pola Cidade , e des que ouverom acabado , poferom o pano
em hum cabo da rua , e doutro cabo eílava a poteílade com muitos
de Cavallo , e de pee , e deíles , que eílavam a cavallo efcolherom
feis , e poferom-nos em bar, e quem primeiro chegaífe ao pano que
,
rença vinham pera a defcercar , que eram bem fete mil homens , e aííi
como forom afli fe tornarom , porque ouverom medo do fobredito
que eftehe o milhor home darmas, que ha em toda a Itália. Eíla
fefta foi feita por dia de Saó Joaó , e aífi foi acabada , e fefta feira
feguinte partio o Conde pera Florença , que fam treze legoas , e
foi dormir a hum lugar , que chamam Santa Gonda , que fom feis le-
goas , e fomos per huma muy nobre Ribeira , que tem de cada par-
te muitos Caílellos , e no caminho efta hum Caftello , homde eftava
huma molher de hum Cavalleiro , e fayo a rua , e fez decer o Con-
de , e bebeo com ella , e todos feos , ÍT. vinho , fruita , e confeitos ,
e o Cavalleiro era com fuas gentes fobre o dito luguar de Luca , e
efteve o Conde fallando com ella hum pouco , e entaó cavalgou , e
foi dormir ao fobredito , e ao outro dia foi dormir a hum lugar
que chaniaô Alaftro , que fom finco legoas , e nefte dia veyo o Bif-
po de Vifeu receber o Conde, que eftava em Boloíia , e nefte lugar
de Alaftro efteve o Conde fete dias , he hum lugar pequeno muy bem
cercado , e efta em elle hum muy boô Ofpital , em que o Conde pou-
fou , e tem muy boas cafas , e camarás , e huma falia pequena , e huu
eirado , e a quinta feira , que forom oyto dias do mes de Julho foi
o Conde dormir a Florença , que fom duas legoas , e o Bifpo , e os
Doutores todos juntos , e o Conde levava veftido hum fayo de bro-
cado , e hum capello chapado , e levava tres pagens em cima de bons
cavallos , e levavam veftido fenhos fayos de velludo , e borcado , e
hum delles levava huma lança , em que ouvera de hir o Eftandarte
e porque o vento era grande , e forçofo nom o eftenderom , e mais
levavam dous trombetas , e tres charamellas , que forom tangendo
polia villa ate honde o Conde poufou , e aífi entrou o Conde honra-
damente em Florença , e foi poufar em huns Paços , que fom do
Marques de Ferrara , que eftaô apaar do eftao , que chamaó o eftao
da Coroa , e os fidalgos poufavaó nefte eftao , e fuas beftas , e lo-
guo os da Cidade fe trabalharom , e mandaram hum prezente ao Con-
de , íf. de cevada , e tochas , e brandoens , galinhas , e capoens , e
patos , e muitos confeitos , e efta fohredita efta aíTentada em hum
valle , e a fua cerca he muy grande , mas deziam , que mayor era a
de Lixboa , e vay per meyo da dita Cidade hum rio. Outro fi a Sé
defta Cidade he muy fermofa, e muy largua , e comprida , e tem hu-
ma Capella fobre fi , que he muy alta fobre a dita See , e de lá pa-
rece toda a Cidade , e feu termo , e o termo he muy povoado de
mui-
,,
ia. Outro fi efta Cidade efta aflcntada muy bem em terra cham , c
muy bem cercada de bom muro , e bem forte , e boas portas , e bem
fechadas , e tem boas torres muito fortes , e a cada porta efta 6 dez,
ou doze peíloas darmas , que as guardam , e nenhum omem nom po-
de entrar , nem fair , (T. o que entra fabeê , que homem he, ou don-
de vem , ou pera onde vai , e for homem de pec , e trouxer efpada
ou lança , trará na ponta da lança hum cambarco , e a efpada levara
atada a cruz com as cintas per tal guifa , que a nom pofia tirar , e
fe levar befta levalaa defempolgada , empero , que o nom fazem fal- ,
o Papa , por tanto fez o Papa efta ordenaçam na fufo dita. Outro
íi eftaô nefta Cidade tres torres muy fermoías , e muy altas , e huma
delias chamam a torre da guarda , que a vem a dez legoas , c deziam,
que aquelía era a mais alta torre , que avia em Itália , e efta Cidade
tem muy bom termo de paó , e de vinhos , e per hum cabo defta
Cidade vai hum rio dentro , que vai ter a Veneza , que fom trinta
legoas, e eftaó em elle muitos moinhos, e mais humas cazas , em que
efta huma rodaa em que fiam feda que tem mais de duas mil deba-
,
doiras , e mais de dez mil fufos , que huns nom fazê fenam torcer
e outros a fiar , e outros a dobar , e como quebra algum fio , loguo
entendem , e ifto todo per arteíicio dagoa , efta rodaa he daltura , que
do peê ata cima tem quatro fobrados , e em huma cafa doutro caboo
efta huma ferra, que ferra os paos por grofljos que fejam , e doutra
,
parte efta outra cafa em que moem todalas efpecias , e a fundo defta
cafa efta outra , em que rnoem efpadas , e alimpaó armas , e todo fe
faz per engenho dagoa , e efto era huma coufa fermofa de ver , e di-
ziaô , que o Meftre, que ifto fezera, que era ja finado e que enten- ,
dia , que em toda Itália nam avia tal Meftre como elle.
Aos dczaíTeis dias do mes Dagofto , que foi dia de Santa Maria,
foi o Papa dizer miíTa a huma Igreja, que chamam Sam Patronio , e
efta Igreja efta na praça junto aos Paços do Papa , a porta da Igreja
fera quanto hum homem pofta lançar huma pecara e deftc cfpaço fu-
,
fo dito tudo eram homens darmas , que fzeram huma rua per onde
hia o Papa pera a dita Igreja deftes homens darmas feram ate cen-
Tom. V. Ffíf to
,
era fogo , que caya dos ceos , e fabei , que tangerom os finos per
toda a Cidade , e toda a gente avia muy gram pavor , mas efto nom
durou muito , que loguo nom viefte agoa , e per virtude de Deos
e dos fmos , logo ceft()U aquella tormenta, c foi íignifícaçam de hum
filial , que foi em outro dia feguinte , o qual final foi , que fe a di-
defta Cidade , e os outros , foi certo , que lhe diíTe o Conde Fran-
cifquo , que fe fodem eníboora pera onde lhes aprouveíTe , e fabei
que alguns deziam pola Cidade, que diíferam elles, que queriam
andar com elle , e fabei , que o Conde quando os tomou , que af-
fentou comíiguo a fua mefa Petri JoaÔ Paulos , e Guatamelada , feu
parceiro, e ao poteftade derom de comer com outros muito mais fo-
menos , e outros difterom , que comera com os rapazes por o defonra-
rem , dizendolhe o fufo dito fabes bem tu tredor , que nom as mif-
ter outra honra fenam efta , que eu te tirei duas vezes da forca , em
que tu eftavas com o baraço no pefcoço , que mandava poer Micer
Pichiline , Capitão do Duque de Millao , meu fogro , e por efte bem,
que teu fiz me trazias tal traiçam ^ e pera me fazeres perder minha
vida , mas tu fabe de certo , que o que tu querias fazer a mim , illb
quero eu fazer a ti.
Ora leixa o Conde de fallar defto , e torna ao Papa , que ou-
ve gram medo do Conde Francifco , e em como mandou chamar o
Conde Dourem , que hi eftava na fua Corte com embaixada delRey
de Portugal com muy gram preíía.
Diz o conto , que o Papa temendo-fe muito do Conde Francif-
co , que lhe faria algum nojo , e que lhe poderia entrar pola Cida-
de , e que lha poderia filhar, e efto fenam porque entendia, que a
gente da Cidade o ajudaria, porque lhe queria gram bem, nom toda
a Cidade, mas gram parte delia leriam em fua ajuda, fe fe elle tre-
mentes quifeife e fabei , que fe o Conde Francifco o quizera fazer,
,
que elle o fizera, mas nam lhe quis fazer nojo nenhum, e elle te-
mendo-fe defte fufo dito mandou chamar o muy nobre, e difcreto
Dom Aífoníb , Conde Dourem , Neto do muy nobre Rey D. Joaó
Rey , que foi de Portugal , e Neto do muy nobre Conde D. Nuno
Alvares Pereira que ora he fanto , fegundo achao poios grandes mií-
,
lagres , que Deos por elle faz alli onde elle jaz no Mofteiro de San-
ta Maria do Carmo em Lixboa, fobrinho do muy nobre Rey Dom
Eduarte , o qual Senhor Conde Dourem , vendo que o Papa aíFi o ,
mandava chamar, logo como filho obediente fem outra detença ca-
valgou CO Biipo do Porto, e co o de Vi feu e os Doutores, e fa- ,
ra que por aquella noite, que lhe mandalle daquelia fua gente que
, ,
forom dezanove dias do dito mez foi o Conde dormir a huma Cida-
de , que chamaó Rejo , que fom feis legoas , e ao outro dia foi dor-
mir a huma Cidade , que chamaó Parma , que he o primeiro lugar
do Duque de Millaó , que fom feis 1 jgoas , e ao outro dia foi dor-
mir a hum Caftello , que chamaó P irgo de Sam Doiiis , que fam
feis legoas , Domingo , e a fegunda feira foi dormir a
e efteve hi
hum que chamam a Pontemu que fom feis Jegoa^^ e ao
luguar , , ,
outro dia foi dormir a hum lugar, que cliamaó o Cafal que fom ,
foi per derredor e paíTou hum Rio muy grande quanto hum ho-
,
mem poder lançar huma pedra e palTam per elle carretas carregadas
,
guo alli muy preftes huma barca e he feita per tal guifa , e per en-
,
genho que afli como a carreta vem carreguada aíTi a metem na bar-
,
ca e os bois poftos
, e apeirados a ella aíIi como vem pollo cami-
,
nho aíli a poem em terra a efte Pvio chamaó o poo , e em efta Ci-
;
dade jaz Santa Clara, e outros Santos, e muitos, e ao outro dia foi
dormir a huma Cidade , que chamaó Lode , que fam feis legoas , e
ao outro dia , que foi huma quinta feira , que forom vinte e outo
dias do dito mes foi dormir a Cidade de Millaó, que fom fete legoas.
MillaÕ.
forom juntas por dia de todolos Santos , ÍT. de patos , que vierom a
praça forom apodados a tres mil , e fe mais nom menos , e muitas
gualinhas , e capoens , e outras aves muitas , que lhe nom puderaó
dar conto , e de todo eflo bom mercado , e muito pam , e vinho , e
bom mercado , e todas eftas aves vem a efta Cidade por prema por
efte dia de todolos Santos. Outro íi foi o Conde ouvir milTa hum
Dominguo , que forom trinta dias do dito mes a hum Mofteiro on-
de jaz Sam Pedro Martel , e amoftrarom ao Conde fua Cabeça ella
efta em hum feito como pregadoiro, e tem em cima hum curucheo,
com qus efta cuberta , e he de taboas , e quando a querem amoí-
trar alçaô aquelle curucheo per engenho , e fica aííi defcuberta , mes
naó de todo , porque tem darredor , e de cima aííi como fer huma
gayolla , e tudo de vidro , e efto he aííi feito , porque nenhum nom
poííh tocar a cabeça , e fe alguém quifer tocar algumas Relliquias
danas a hum frade , que lhas toquem , e o frade tocas naquelles vi-
dros , que aíFi fom alli tocados como o foíTem na Cabeça , e aííi to-
caram hi alguns do Conde, e eílaô muitas Relliquias, e a Cabeça
tem a cutillada , que lhe deram tam frefqua , como em aquelle dia ,
que lhe foi dada , e bons cabellos , que tinha , e iílo aífi vifto forom-
Ihe amoftrar ho Moymento homde jaaz o Corpo , e efte Moymento
he aííi cuberto como a Cabeça , falvo nom tem aífi vidros , mas tem
grades darredor, que nom podem bem chegar com a maô a elle, que
fam de ferro e he dos fremofos movmentos que fe no mundo po-
,
,
quando o Duque quer hir correr monte , faife de noite com hum ho-
mem , de que fe elle f a , e faife per tal guifa que o nom vee nin-
,
Majéta ,
que fam fetc legoas , ao outro dia foi dormir a Cidade de
Maguça , que fom quatro legoas e ao outro dia foi dormir a Sam
,
Jermó , que fom fcte legoas , e ao outro dia foi dormir a Cidade de
Broca , que fom outo legoas , e nefta Cidade deram ao Conde vinho
de onze annos , e delles diíferom , que beberom vinho de vinte e hum
annos. ^
Outro íi quando o Conde partio de Nugea que foi dormir a ,
Conde chegaíTe a efta Cidade hum pedaço veyo hum Cavalleiro que ,
era Caílellaó que eílava naquella Cidade pollo Duque que era a
, ,
a Ix. legoas , e ifto he fenom , porque fom tudo muy grandes ferras,
e achamos por eíle teraó de Saboya , e Dalemanha quanto podia fer
bem cincoenta legoas, que Ibm homens, e molheres, e moços, mas
nom fom aíli todos , mas eftes fom os mais poucos , que nom ícjam
papeiros , que fom os papos tamanhos , que lhes nom parecem os pef-
coços mais a huns , que a outros , e perguntamos de que fe lhe fa- ,
ziam aíli aquelles papos, e elles deziam que fe lhe faziam dagoa ,
,
meya, e eíleve hi ao outro dia, que foi Dominguo efta Cidade jaz :
tam alta de fobir , que fe decerom muitos , falvo o Conde , que nun-
ca fe deceo da befta em que hia , em todo o cima deíla montanha
cila hum Moíleiro, que chamao Sam Bernardo, e em elle eílaô quin-
ze frades , e haô x6 ducados de renda , eftes frades nom fazem outra
coufa fenam ter alli mantimentos , e camas pera quantos forem , e
vierem , e lílo todo polio amor de Deos , e tem eftufas muy boas ,
e bem quentes pera todos , e fabede , que muita gente pafla por
aquella montanha , que fenom achaííem alli aquelle Mofleiro , e aquel-
las eftufas afíi quentes , como eftao , que morreria muita gente , e de
ventura feria o que efcapafte quando muito neva , e fabei , que al-
guns quando chegaó a cfte JVlofteiro vem ja tam entanguidos de frio
nas beftas , que fe nom podem decer , e antes os decem e levam nos ,
a eftufa , e alli aquecem e taes paíFaó por efta montanha , que lhe
,
caem os dedos das maons , e dos pees com frio , e efto he certo , e
ja fe aqueceo , que acharão hi homens mortos , porque quando faz
vento , cae a neve das penas , e vem-fe polia Cofta abaixo , e faz
hum novelo tamanho como huma cuba , e quantos acerta , tantos ma-
ta , e ainda , que fe queiram guardar nom podem e ifto he porque
,
nunca a vem lenam des que he junto com elles , e delles nom fe po-
dem guardar , porque nam tem pera onde , porque he a neve taô al-
ta , que fe fe meteíTem em ella nom poderiam fahir delia e o cami-
,
nho he dancho como dum covado , e nefta ferra ha tres legoas , ft*.
huma legoa e meya per fobida , e outro tanto per decida , e efte ca-
minho com Mofteiro fez Anibal , que ordenou em efta monta-
efte
nha. Outro fi o Conde chegou a efte Mofteiro , e efteve hi hum
pedaço , e os fufo ditos davam de comer , e de beber , a cada ft'.
hum , em que cantidade hera, que elles tem alli aves, e vaca, car-
neiros , e marrans , e outras carnes , e depois que alli forom acerca
,
todos juntos naquelle Mofteiro onde eftava o Conde, deu logo a an-
dar o Conde leu caminho polia montanha abaixo , e dilTe aquelles
,
que hiam junto com elle , e que era bem de fe decerem porque era
,
o caminho muy fraguoíò , e delles fe deceraó , e delles naó , os que
fe decerom também a fubida , como a decida delles levavam arncfes,
e aíFi andavam por aquella neve que era huma muy gram pena , e
,
traba-
,
hum filho , que era aquelle tempo , que fe efto aqui cfcreveo de dous
nnnos , e he cazado com a filha DelRey de França , que aífi era de
idade de tres annos , e o Princepe a tinha jaa hi com feu filho , e
criavam-fe ambos. Outro fi o Princepe era de idade de vinte e feis
annos , e chamava-fe Princepe de Piamonte , e feu Irmão feria de ida-
de de dezafeis annos , e he Conde de Jeneva. Outro fi efl:es fufo
ditos cheguaram onde eftava fallando feu Padre com o Conde , pofe-
rom feus joelhos no chao , e fizerom fuas mizuras , e o Conde lhe
fez também muy gram mizura , e elles fe afafl:arom a fora hum pou-
co , efliverom afli quedos em pee , e o Duque efteve fallando com o
Conde per efpaço de hum quarto dora , e entam fe efpedio o Du-
que do Conde , e difTe a feus filhos , que lhe entregava aquelle Se-
nhor , e elles o levaram pera huma Camara , e trouveromlhes logo
muy preflefmente vinho , e fruita , e bebeo o Conde com elles , e to-
dolos outros Cavalleiros, e Gentishomens , e efto afíl acabado partio-
fe dalli , e cavalguaram afli todos cm cima de bons cavallos , que
lhos tinhaô preftes a porta do Paço , e forom aífi fallando os fobre-
ditos com o Conde ate a villa, que era dalli hum quarto de legoa
,
onde o Príncipe tinha fua Corte , e levarom o Conde a fua poufada,
que era acerqua dos Paços do Principe, e defcavalguaram todos, e el-
les levarom o Conde a fufo dita , e entam fe tornaram pera o feu
Paço , e aíTi ficou alli o Conde em fua poufada. Outro fi o Senhor
Conde levou efle dia veftido hum fayo brocado , que era farpado , e
levava tres pajens com fayos farpados, e chapados, e os fidalgos bem
veftidos , ÍT. delles com fayos de panos de láa , e delles de feda , e ao
outro
da Cafa T^al Tonugue^a. tf o5
outro dia ,
que era terça feira foi o Conde ouvir miíTa a huma Igre-
ja ,
que eílava hi acerca , e levava vellido hum layo gretado forrado
de martas , e os fidalgos levavam brocados , e delles chapados , e co-
mo ho Conde ouvio miíla veyo jentar , e com a igoaria primeira vie-
rom tanjendo as pipas , e outro fi vierom da cozinha do Princepe
muy boas igoarias , e muitas , e a baixella em que vinham , era muy
rica , e ante eilas vinha hum Cavalleiro do Princepe , e como o Con-
de acabou de comer , vierom Cavalleiros , e grandes homens , e fo-
rom-fe com ellc a caza do Princepe , e entrando polia porta do Pa-
ço veyo o Princepe , e feu Irmaô , e levarom o Conde pera cima pê-
ra huma Camara , homde eftava a Rainha de Nápoles , que he íua Ir-
ma , e eftava hy a mulher do Princepe , e outras muitas Donnas , e
Domzellas com ella , e quando o Conde entrou polia porta da Cama»
ra onde eftavam eftas Senhoras levantaraó-fe donde eftavaó em feu ef-
trado , e moverom pera o Conde, e o Conde fezlhes fua mifura , ÍT.
primeiramente a Ramha , e defpois a imilher do Princepe , e a Rai-
nha tinha veílida huâ Oppa preta a maneira de doo , e a molher do
Princepe tinha huma Oppa brocada douro , e as Dammas muy bem
veftidas , delias de brocados , e delias doutras Oppas de feda , e de
láa , e a Rainha , e a molher do Princepe tornaram-fe aífentar em
feu eftrado , e o Conde , e o Princepe , c feu Irmaô aííentaram-fe
em hum banco , e entam mandaram tanger as pipas , e deram huma
Donna ao Conde , que era mulher de Marichal , e o Princepe , e leu
Irmão tomarão fenhas , e os Cavalleiros entreguaram outras , e elles
entreguaram-nas aquelles fidalgos , e Gentishomens , que yam com o
Conde , e tanjerom a baixa dança , e o Princepe começou logo , e
defpois o Conde , e defpois ho Irmaó do Princepe , e apos elles os
Gentishomens do Conde , e defpois fezeram a baixa alta , e antam
mandaram callar aquellas as pipas , e mandaram tanjer as pipas do
Conde as quaes davam a vantajem , e fezeram a baixa dança, e a al-
ta dança , e antam fe deceram eftas , e vierom outras pipas do Prin-
cepe , que tanjeram dantes, e fizeram huma dança ao feu modo, eo
Conde nom foube dançar aquelle modo , e fayofe da dança , e o Prin-
cepe , e feu Irmaó dançavam muy bem , e alguns Gentishomens do
Conde com elles, e afll folguarom hum pedaço, e entaó veyo vi-
nho , e fruita , e beberom todos, e entaó trouxerom a filha DelRey
de França , e feu marido , que he filho do Princepe , e traziam-nos
Donnas , e Cavalleiros no colo , e puferom-nos junto com a Rainha,
e com a molher do Princepe elles vinhaô veftidos de brocado. Ou-
:
e elle tornou pera elle muy rijamente, e vinha cem elle feu Irmaó
e Cavalleiros, e Gentishomens com elles, e alli fe abraçou o Princepe,
e feu Irmaó com o Conde , e fizeram-fe fuas mlzuras , e o Princepe
deu a maó a todos aquellcs fídalguos do Conde , e o Conde fe meteo
na barca , e o Princepe eíleve fempre ally ataa , que fe a barca par-
tio , e aíTi fe efpedio o Conde. Outro fi o Princepe tem ordenan-
ça em fua caza per efta guifa , ÍT. traz em fua caza certos Cavallei-
ros , que fom cazados , e trazem hi fuas molheres , e eftes fufo ditos
andam hi tempo certo , e acabado o dito tempo vam-fe pera fuas ca-
zas , e vem-fe outros per efta mefma guifa , e aífi traz fua caza acom-
panhada como pode fer Senhor. Outro fi em fua caza fe fazem tres
dias na fomana danças , e feftas , ÍT. a terça , e a quinta , e o Sábado.
Outro fi toda a delpeza , que o Conde alli fez foi a cufta do Prin-
cepe ao Conde nom lhe prazia muito , e deziam alguns , que por if-
fo eftivera alli o Conde tam pouco.
A quinta feira partio o Conde defta Cidade , e foi dormir a
hum lugar, que chamaó Sam Ronior , que fam feis legoas, e quando
o Conde partio defta Cidade eram duas oras e meya depois de meyo
dia , porque efcreveo dalli por hum feu Arauto a EIRey de Portu-
gal: outro fi quando o Conde chegou a eíle lugar de Romor eram
ja andadas cinco oras da noite, e ,fte luguar foi ja queimado duas
vezes , e a derradeira avya dous annc s, que nom ficou cafas, nem Igre-
jas , nem hum Mofteiro de Santa Oara , que tudo nom fofte quei-
mado , fl'. ate os que eftavam fora do luguar quanto podia fer hum
tiro de befta , deziam os homens do fufo dito , que viam hir o fogo
pollo ar , e hia cayr em cima delles , e queimava-os , e efte Moftei-
ro da villa he hum boó tiro de befta , e alli foi o foguo faltar, e
queimou o Mofteiro , e cinco , ou leis freiras dentro , porque o fo-
guo era muy grande ellas nom poderom fogir com as outras , e al-
guns perguntarom , que pecado era aquelle daquelle luguar , que afti
ja fora queimado duí.s vezes , e delics difterom , que avia hi algumas
maas pefToas , que uzavam de feitiços, e afti foi efte lugar queimado,
e as freiras do Mofteiro vieram ao caminho pedir por mercê ao Con-
de, que lhe mandaffe dar alguma efmolla polío amor de Deos , por-
que a fua mercê podia bem faber de como aquelle Mofteiro fora quei-
mado , e deftruido , e o Conde mandoulhe dar , e ao outro dia foi
dormir a huma villa , que chamam Tribur , que fom tres legoas ; efta
villa he muy boa, e muy rica, e he o primeiro luguar Dalemanha,
mas nom he toda , que delia he do Duque de Saboya , e nefte lu-
guar entrou o Conde aos vinte e tres dias do dito mes , e a fegunda
feira foi dormir a hum luguar que cham.am Berna , que fom tres le-
,
goas , ao outro dia foi dormir a Igelorom , que fom tres legoas, e
ao outro dia foi dormir a Valhiftar , que fom duas legoas , e nefte
dia nevou muito , e fez muy gram frio , e efteve hi o Conde aquelle
dia. também ^ e ao outro dia foi dormir Alhiftar que fom duas
,
goas,
da Cafa %eal Tortuguef^a. 60^
goas , e entregaram loguo todas as armas , cada hum
como chegaram ,
mente pela Cidade ate a fua poufada , e aqui efteve o Conde a fe-
gunda e a terça , e a quarta feira foi fallar aos Cardeais , ÍT. foi pri-
,
entrada da oufia , e a dos Reys eftavaó das ilharguas a veira das pa-
redes , ÍT. quatro de huma parte , e quatro da outra , e a parte derei-
ta eftavam eftas , que fe feguem , ÍT. a cadeira DelRey de França em
cabeceira da contra a do Emperador , e da outra parte em dereito
delia eftava a cadeira DelRey Dingraterra em cabeceira de contra a
do Papa , de paar defta eftava a cadeira DelRey de Portugal , e da
outra parte a cadeira DelRev de Caftella junto com a de França , e
junto com efta a cadeira DelRey Daraguam , e da outra parte em de-
DelRey de Nápoles , junto com a de Portugual,
reito delia a cadeira
e junto com ella a DelRey de Navarra e da outra parte a cadeira
,
vou veftido huma Oppa brocada deftado , e a íegunda vez levou hum
fayo franzido chapado , que tinha trinta marcos de prata , e a tercei-
ra vez levou hum fayo chapado , que tinha outros trinta marcos de
prata, e todolos fcos veftidos com mylhores fayos, que cada hum ti-
nha , e a quarta vez levou hum mantou chapado com hum jubao
brocadoo.
Outro íi efta Cidade eftaa aíTentada em terra chaâ, he muy boa
Cidade muy beem farta de paó , e de vinho , e de carnes , e pefca-
do , e de todalas outras coufas , e boom mercado, e nefta Cidade vi
hum dia fete carretas carreguadas de ovos , e oyto carreguadas de
paó , e per meyo defta Cidade vay hum rio , qué chamam Rim , e
efte rio tem hua ponte de madeira , que he de longuo duzentas e
quinze
,
guo íeis paíTadns , vay muy rijo, e no inverno leva muy pou-
eíle rio
ca agua , porque as montanhas íbm todas cheas , e cubertas de neve,
e aíTi o faô os valles todos , c por efto eftaó as aguaas coalhadas , e
rios , e ribeiras , e no inverno he eíle rio todo rejelado , falvo por
onde vay a vea dagoa , e andam per cima defte rajelo carretas carre-
guadas , bem aíTi como andaó pollo chao , e a loguares he o regelo
de grofo duas braçadas, e vem as vezes tamanho rajelo pollo rio,
que vay daar tamanha pancada na ponte , que parece , que a quer
derribar , e como vem o veram loguo toda a neve he derretida , e
entam vay eíle rio cheo , e todolos outros da neve , que fe derrete.
Outro fi em toda a terra Dalemanha he muy fria , e fenaô foram as
eftufas , que tem morreriaó com frio , porque a neve he tanta , que
a luguares nom podem fayr das cafas , nem guados nom podem fair
fora das caías dous , ou tres mefcs , e mantem-íe em feno , que lhe
colhem no veraó. Outro fi a jente deíla terra he muy foberba , e
crua pera os eftrangeiros , e fam os homens mais comedores , e be-
bedores , que no mundo podem achar , e todos mal veílidos , falvo
alguns jentishomens , que andam comunalmente veílidos , mas as mo-
Iheres andam bem vcítidas. Outro íi neíla Cidade ha tal coílume,
que nenhum Cavalleiro, nem Gentilhomem nom ha deitar nella mais
de hum mes , ou dous , que eito acabado loguo fe vam pera feos
Caftellos , que tem pello termo , e na Cidade nam eítam homens fi-
dalguos , íalvo alguns , que fam Regedores da dita Cidade , ca todo-
los outros fam homens , que trabalhão , e eíta Cidade tem darredor
muitas vinhas , e terras de pam. Outro fi nefta Cidade avia aquelle
tempo , que o Conde hi eíleve oytocentas putas , e fe mais nam me-
nos , a fora outras , que eram caladas , e eílo era certo , e eram bem
gentis molheres pera o fufo dito , e neíla Cidade ha entre Igrejas
e Moíleiros trinta e feis. Outro fi dia fe faz , que entram neíla Ci-
da ie bem trezentas, ou quatrocentas carretas carreguadas , ÍF. delias
com paó , e com vinho , e com lenha , palha , feno , e com outras
mercadorias.
Aqui trata dos convites , que fizeram ao Conde , item foi con-
vidado do Cardeal de Sam Pedro , e de dous Biípos de Caílella , que
eílavam no Concilio por Embaixadores DelR ey de Caílella, e hum
era Bifpo de Cuenqua , e o outro Biípo de Burgos , e todolos fidal-
gos do Conde la comerom , e mais fezeromlhe muy grande fala de
muitas, e boas igoarias.
Aqui conta dos convidados ,
que o Conde convidou , e das fa-
las igoarias ,
que forom , ÍT. eílas forom das muitas , e boas igoarias,
que fe podefem fazer em falas.
o Bifpo de Caílella , que eílava no Concilio
Primeiranícnte
por Embaixador DelRey de Caílella veyo jantar com o Conde, eo
Bifpo do Porto e depois defles veyo o Bifpo de Caílella, que eíla-
,
va hi por Embaixador com o outro íufo dito por feu Senhor ElRey,
e a efie Biípo chamao o Bifpo de Burguos , e hoo outro Bifpo cha-
maô 5 o Bifpo de Conqua , e jantou com o Conde elle , e o Biípo
Tom. V. Hhhh de
6ío provas do Liv. X, da Hijlorla (genealógica
de Vifeu , e depois deites veyo jantar com o Conde lium Bifpo e" ,
he hum dos mores leterados , que ha em toda Itália efl:es íufo ditos
,
e foi efce, que nam viera ao Concilio nenhum Embaixador, que fof-
fe tam grande Senhor , nem de famgue Real como o Senhor Conde,
nem quem trouxeíTe tantos de cavallo , nem tam bem corregidos,
nem tantos cavallos , e tam bons como elle , nem que trouxefíe tam
j
feu , que pareceíle Paço de Senhor Real , nem trouxe nenhum Em-
baixador hi pipas , nem que dançaíle , falvo no Paço do Conde , e
eíla honra levou o Conde do Concilio , e da Cidade fobredita.
Outro fí dos outros Embaixadores todos nom veyo ao Conci-
lio tam bem corregida , e tam bem encavalguado como o Embaixador
DelRey Dingraterra , íf. veyo ao Concilio por Embaixador hum Con-
de , e hum Bifpo , que eram per todos 6: de cavallo, e vierom muy
bem corregidos , e traziam muy boos cavallos , e todos com feos ar-
cos de frechas nas maons, e afil entraram muy honradamente na Ci-
dade fobredita.
Outro fi eíle Conde foi hum dia folgar fora da Cidade a caça,
e neíle dia ouve Congregação na Seê da fobredita , e forom la todos
os Embaixadores, que eftavam no Concilio, dos quaes Ia foi aquelle
Bifpo Ingres , que eílava hi no dito Concilio por Embaixador do Se-
nhor Rey de Ingraterra , e fendo o Bifpo Ingres em a cadeira de feu
Senhor , e Rey , vieram os Embaixadores DelRey de Caftella , If.
eram dous Bifpos , e hum Cavalleiro , que chamam Joaó da Silva , e
os Bifpos chamam a hum delles o Bifpo de Burgos , e ao outro o
Bifpo de Conca , e fendo o Bifpo Ingres na cadeira de feu Senhor
allevnntaram-fe os Bifpos DelRey de Caftella com elle em argumen-
tos , dizendo , que aquella cadeira DelRey Dingraterra hera de derei-
to DeiRey de Caítella , e nam DelRey Dingraterra , e tinham cer-
to ahi mais em fua ajuda os Embaixadores DelRey de França , por-
que fam todos em huma vos os de Caftella , e os de França , e efto
he porque ElRey de Caftella he imigo DelRey Dingraterra, e El-
Rey de Ingraterra he imigo delRey de Caftella , e ElRey de Portugal
he amigo DelRey Dingraterra e porque eftes fobreditos fam legados
,
huns aos outros , e tem antre fi pazes feitas que fcjam imigo de imi-
, |
hum Protonotario ^ que cftavam no dito Concilio , todos tres por Em-
baixadores por fe i Senhor ElRey , eíle Arcebifpo era cabeça da em-
baixada , elle tinha v rs francezes , e com os Caílelhanos , cos outros
dous tinham com o Papa e porque eíle Arcebifpo era cabeça da em-
,
baixada era a vcs de feu Reino , eram eílas quatro vozes juntas ÍT. ,
pa eíle feu Cardeal pera lhes outorgar todalas coufas , que elles pe-
diíTem , e por o terem de fob o pee , e ferem Senhores dos Embai-
xadores de Portugal , e de Ingraterra que fam feos imigos por eílo
,
ordenam, e envolvem elle Concilio, que fe nom podem ouvir com
elles. Outro fi eíles outros dous Cardeaes , e todolos outros Embai-
xadores dos outros Reinos obedecerom ao mandado do Papa e mais ,
nam eram dacordo com o Papa vem o Papa com elles , e mais o
Concilio , e todolos Chriílaons fe deviam reger per mandado do Pa-
pa , pois que he Cabeça da Igreja , e porque Deos deu o poder a
Sam Pedro , e a Saa Paulo , que o que elles airolveflem na terra, fof-
fe falvo no Ceo , e o que elles leguaíTem na terra , foíFe legado no
Ceo , o Papa tem efte poder , que lhe foi outorgado , e por eílo nom
queriam obedecer , fenam ao mandado do Papa. Outro fi fe per
ventura todolos Cardeaes , e Reys , e todolos Prellados da Igreja ,
perque fe os Chriílaons foíTem dacordo com o Concilio , c toHem
defcomtra o Papa terfeyâ elles com o Concilio , e nom com o Papa.
Mas deites fobreditos nom fam defcomtra o Papa , falvo quatro Em-
baixadores donde parece duas quatorze , ou dezaíleis naçoens , que el-
les faã , tem as outras todas com o Papa , e por efto nunca vira o
Emperador a eíle Concilio , ata que nom feja dacordo com o Papa
e aíli pediram per vezes eftormentos dos requerimentos , que faziam ,
dizendo que lhes nom pofeíFem culpa de fe yrem pera fua terra , pois
que nom eram , nem queriam fer dacordo co fobredito , e nefto efta-
vam ao tempo , que chegou o Embaixador do Papa ao Concilio , co-
mo dito he.
Outro fí neíle fufo dito dia , que fe ouvera de divulgar eíle
Concilio he feu coílume , que o dia , que ouverem Congregaçam
que ha de dizer miíFa em Pontifical, hum dos Embaixadores, que
eftam no Concilio , que elles ellegem amtre íi , e amha douvir todos
aquelles , que fam encorporados no Concilio , e como acabaó vanfe
a fua Congregaçaó , e maes he feu coílume , que o que diíTer aquel-
Ia miífa hamno todos douvir todo aquello que elle diíTer , e elle
,
ade detriminar aquello , fobre que he o argumento , que elles fazem,
mas eíle he poucas vezes ^ eíle Cardeal de França fobredito ouve
confelho com os Embaixadores de feu Reyno , e com os Embaixado-
res de Caílella, e com os de Millaô, dizendo, que Concilio avia de
fer devulgado onde fe avia de fazer neíle fobredito dia , e que elles
entendiam , que os outros dous Cardeaes , e todolos outros Embaixa-
dores fom em huma voz , que fe fizeíFe o Concilio em Itália , e mais,
que tinhaã eíle Arcebiípo , que eílava por Embaixador do Papa nef-
te Concilio, que avia de dizer eíla miíía , elle avia de fer aífentado
como dito he , e por elle nom dizer eíla miíTa , nem aver eíle grao
acordarom todos eíles fobreditos , que como foííe m.anhaã , que fof-
íem logo na Seê , onde íe avia de dizer eíla miíTa , e que corregef-
fem loguo o eílrado , e cadeira , e todolos aparelhos pera eíla miífa,
e que fe revefliíie loguo eíle Cardeal per tal guifa , que quando vief-
fe o fobredito pera dizer mifTa que o achaííe elle ja reveílido pera
,
nom poder dizer miífa , falvo o que eílava ja reveílido , e aíIi diria
elle eíla miífa , e como foíTe acabada hiriam a fua Congregaçam , e
levava elle eíle grado, que o outro fobredito avia de levar , e mais,
qua Iam muitas vezes, e em cima de todalas concluzoeiís elle daria o
grado I
7
,,
grado ,
que fe faça o Concilio em Vinham , c elles aífi ho outorga-
vam cm huma voz , e os outros fufo ditos quando efto viíTem delles
outorguariam , e afll fera efte Concilio devolguado ,
que fe faça eni
Avinham , acordo ficaram eftes fobreditos. Outro íi o Em-
c ncfte
baixador do Papa ,
que ha nome Tarantino foube parte cm como efte
Cardeal , e eftes Embaixadores tinhaó efto ordenado , mandou loguo
chamar o que tinha o livro, perque fe avia de dizer aquella miíTa , e
que lho trouxeíTe loguo , e o fobredito lho trouxe , e os outros nem
o Cardeal nom forom avifados de mandar por efte livTO , nem avizar
aquclle , que o tinha , que o nam deftem a outrem , efte Tarantino
ordenou por tal guifa , que como foi manhaã foi-fc com todolos feos
a Scc , e mandou loguo correger o eftrado , e cadeira , e o altar , e
reveftio-fe loguo , e Ibntou-fe na cadeira , e mandou aos feos, que al-
gum daquelles fobreditos , que vielfem pera lhe fazerem algum nojo,
ou coufa , que nom foífe de fua omra , que elles fe pofeffcm todos
darredor dclle , e por coufa , que fofte , que os nom leixaftem chegar
a elle , afti o fezerom , e o Cardeal foube defto parte , e mandou laa,
que lhe diííeíTem de fua parte, que fe nom corregcfte , nem concer-
taíTe pera dizer aquella mifta , porque elle tinha ja ordenado pera a
dizer , e o Tarantino lhe refpondeo , que elle obedeceria a todolos
feos mandados, mas que aquelle naó , nem outro , que foífe defcontra
o Papa , e mais , que elle era pertencente pera dizer , e porque era
ferviço de Deos , e omrra do Concilio por efto a queria dizer , e fo-
rom com a repofta ao Cardeal , elle ouve muy gram defpeito dello ,
e foi-fe a Seê com os fobreditos , e quando vio fer o Arcebifpo na
cadeira reveftido , dilfelhe , que fe nom trabalhaííe pera a dizer , por-
que elle tinha ordenado pera a dizer, e o fobredito tornou a refpon-
der , dizendo , que elle obedecia ao feu mandado , mas aquelle nao,
porque aquelle careguo era feu , e por homra do Santiífmo Padre Pa-
pa , e mais porque he ferviço de Deos , e o Cardeal avia defto muy
gram defpeito , e andava paíTeando polia lobredita dizendo-fe tantas
rezoens antre os bons , que os omes do Cardeal, e os Caftelaos quife-
raó lançar maó pollo Arcebifpo pera o tirarem da cadeira , e os do
Arcebifpo os nam leixaram hi chegar , como ja dito he , eftavam or-
denados quando ifto virom em como lhe nom podiam fazer nojo , fo-
rom-fe ao Altar pera tomarem o livro , e o corregimento , que efta-
va ordenado pera dizerem aquella miíFa , e nefto chegaram os outros
Embaixadores , e os dous Cardeaes , que eram pollo Papa , como di-
to he, e alevamtou-fe o Bifpo , que fya na cadeira , e eftiverom to-
dos em muy grande arroido , por tanto , que fe chegou efte Cardeal
pera efte Arcebifpo pera jugarem as punhadas , fenam fora hum Por-
teiro , que fe meteo amtre ambos com huâ Maça , e os fobreditos ,
que hi eftavam , que os eftremarom , e nefto chegou a juftiça da Ci-
dade , e tomou o livro , e pedra dara , e todolos aparelhamentos
que eftavam no Altar pera fe dizer a miíía , e diíTeram a aqiielles Car-
deaes , e Embaixadores , que hi eftavam , que elles eram Regedores
dos Chriftaons , e da Santa Igreja , elles deviam apaguar os arroidos,
e elles os allevantavam nas Igrejas, e dcforavamnas , e por elles er-
Tom. V. liii rariam
^I 8 Trovas do Liv. X. da Hijlorta (jeneakgtca
rariam, e pois elles arguiam por omde jugiiaíTem as punhadas, qnc
as foíTcm jiigar fora da Igreja, que elles iiom lhas confentiriaru , que
ias nlli arniaítem , nem fczelTem arroido , e afii nom diílerom nefte dia
era Papa , e per efta guifa envolvem eftes Caftelaos , c eftes france-
zes efte Concilio. Outro fi forom os fobreditos neft? dia a Sam Do-
mingos , conm dito he , e fezeram Congregaçam , fi. os qve tinham
por parte do Papa em huma cafa , e os que tinham defcontí a elle ou-
tra caza , e acor Jarom os da parte do Papa que era bem de fe tor-
,
narem dez da fua parte, e outros dez da outra parte, e cíles litigaf-
fem fobre efte feito , e deílem fen tença onde fe fízeíTe ePe Concilio,
quer o cometeiTem a tres , ou a quatro homens dcfta Cidade, que
folfem homens entendidos , e de boa vida , e ouvifieíii as partes com
feu dereito , e os outros fobreditos quando lhe conKíteí om efto nom
o confcutirom quanto aos Juizes de fora , falvo , que fe tomaíTcm dez
por dez , como dito he , é nefie acordo fícarom , e ao outro dia fo-
rom-fe a Congregação a Scê , e a Vefpora forom a Sam Domingos a
defpu-
,
folgava muito com cilas pera ter mayor rezam de fe nam fazer alli o
Concilio , e mandou-as logo queimar , e fe efte frade nom fora , el-
las paíTaram , e o fobredito quando veyo embufca das Bulias , foube
deílo parte , e nom as quis ir demandar , porque nom oufou la dir
e efto fez efte Cardeal francez pera as mandar Avinhaó pera fe com-
prir o que nellas era conteúdo, que quando as partes foubeíTem , que
foíTem ja provicadas , e quando quizeífem difpoer contra ellas , que
as nam podeíTem desfazer , porque as amoftrariam aíFelladas com leu
fello , e per efta razam feria o Concilio em Avinhaó.
Outro fi ao outro dia , que foram fete dias do mes de Mayo
foi efte Concilio degratado omde fe fezefte , e no dito dia as finco
oras depois de meya noite , Frey Gil , e o Provincial , que eftavam
hi por Embaixadores como dito he , e ouveram todos tres confelho
com aquelle Embaixador do Papa , que poufava junto do Bifpo , di-
zendo fuas rezoens , e como os francezes aviam dcgratar com Avinhaa,
e elles em Florença , e mais , que aquelle Cardeal avia de dizer aquel-
la mifta defpirito fanto , fegundo he coftume, e como acabaíTe que-
reria loguo degratar , e mandaria loguo tomar o Coro pera degratar
delle , e nom teríamos nos Coro , onde degrataíTemos , e eftiverom
aíTi em feu confelho , e acordaram que mandaftem dous , ou tres ho-
,
que aquellas cedolas , e confelho , que elles alli fizerom era , que vief-
fem todas em huma concórdia por nom fazerem ciíina , e da parte
do Papa lhes foi cometido muitos Juizes , e muitas avenças , e nun-
ca poderom com o Cardeal , fenam que degrataftem em Avinhom , ou
em Saboya , e de traíos montes , falvo huma vez , que o teverom
demovido, e foi hum Clérigo feu, e contradiftelho , e dalli nunca o
mais poderom converter e como fe o Embaixador do Emperador
,
Conde defta Cidade pera Colonha , fam Ixóiij. legoas , e fretou feis
barcas por ij. florijs , em que foi ata Colonha , íl. em as quatro del-
ias hiaó os cavallos , e na outra hia o dito Senhor com os fidalgos
c tres ofticiaes , e os outros hiaó nas outras , e nefte dia foi doVmir
a huma Villa, que chamam Ruam, que fom dez legoas, efta Villa
hc muy roim de mas cazas , nias fem huma Igreja muy boa , e ao ou-
tro dia foi dormir a Cidade Daftraasbur , que fom quatro legoas, e
antes , que o Conde chegafte ao eftao onde pouibu palTou por fun-
,
do de dezafteis pontes , e huma delias tem Ixxj. piar, e deziam que
,
tinha efta Cidade humas vinte e feis pontes , e he toda cercada da-
goa, e tem muy bom termo, e muitos Caftellos darredcr , a legoa,
e a duas legoas , e as caías delia nam fam boas , nem tem bons fron-
tais a refpeito doutras Cidades. Outro fi a Cidade mandou hum pre-
zente de vinho ao Conde, e o Conde mandou dar florijs a aquelles,
que trouxcrom o dito vinho , elles o nam quiferam tomar dizendo,
,
que elles eram ajuramentados polia Cidade que quando levaftem al-
,
guns
da Cafa ^eal Tortugue^a. ózj
guns ferviços , que fe lhes deflem ouro , que o nam tomafsem Cal-
,
vo cada huu féis , ou fece , e aíTi lhos derom per tal guifa , que lâ
forom os dous ílorijs , e como o Conde jantou , cavalgou pella Ci-
dade , e foi ver a Scc , cila íbbredita he muy fcrmoza , e bem com-
prida , e tcin hun^a torre bem largiia , que dizia o Conde , que fora
das mais altas ,
que nunca vira , e tem dez quadras e cada quadra
,
muy boa , e tem duas Imagens de Santa Maria muito fermozas a ou-,
tro aldeãs e acharam , que eram trinta e outo per todas , que eftam
,
todos per veira deíle Rio efte dia andou o Conde nove legoas
, e ,
foi dormir a huma Cidade que chamao Bona , que fom nove legoas,
,
e o Conde mandou as quatro barcas cos cavallos , aíTi como cilas vi-
nham ordenadas , que foftem dorm.ir a BoUonha , que era dalli qua-
tro legoas , e aíTi andaram efte dia doze legoas , e como chegaram a
dita Cidade o Apofentador do dito foi tomar hum eftao, em que por
aquella noite dormio toda a jente , e os cavallos e mandou logo , ,
ram duas Cidades , chama-fc huma Leni e a outra Bona , onde o di- ,
ciaes com fuas beftas e hia co elles o Patrão , cujas eram as barcas
,
vinhas muy poucas, e os que hy moram todos fam oíficiais, tem hu-
ma Seè muito grande , e boa , e le for acabada fera muy fermoza , e
nella jazem os tres Reys Magos , e hum berço de Sam Nicollao , e
outras Relliquias de Santos, e Santas, e em hum Moeílciro de Saó
Francifco jaz hum Innocente , dos que mandou matar ElRey Erodes,
e jaz mirrado. Outro fi os tres Reys Magos jazem em huma Capel-
la , que nom he mayor que quanto hum homem pode caber aredor
,
do moimento e a Capella he de ferro e de chumbo , e tem huma
, ,
per quanto cabe hum homem , e tem huma janella de huma braçada
em lomguo per onde os vem elles jazem todos tres em hum moi-
:
mento , e jazem ordenados , e cubertos per tal guifa que nom pare- ,
per quanto ellas parecem , e eftam aíli abertos todolos dias do mun-
do em quanto dizem miíTas , e mais nam , porque vem hi todolos
dias do mundo muitos homens , e molheres em Romaria , e nenhum
homem nem molher nom lhe poem a mao , nem toca nellas , falvo
,
íi Cidade jazem aas onze mil Virgees, e hum Papa e hum Rey
nefta ,
Defpanha , e huma fua filha , e huma Rainha dos ditos Reys , e ou-
tros Reys , e Rainhas , e Duques e Emperadores , e hum Patriarca,
,
feu pubrico Tabaliaó , que eílo eílromento efcrevi e aqui meu publi-
co final fiz. Pedindonos o dito D. Francifco por mercê que lhe con-
firmafemos o dito eftromento e ouvefemos por ligitimado , na manei-
ra que o dito Bifpo feu Pay no lo pedia e vifto por nos feu pedir
nos de noiTo poder Real , avemos dagora para fempre o dito Dom
Francifco por filho ligitimo e univerfal herdeiro do dito Bifpo feu
Pay em todos feiís bens e fazenda , e afy de quaefquer outras peflbas
que lhos leyxnr qvnzerem , e o habilitamos e queremos que elle poíFa
gouvir, e de toduias honras preminencias , privilégios liberdades digni-
dades , e quaefquer outras infignias e graus em que os filhos ligitimos
das taacs pcíToas podem e devem entrar e aver, porque nos foprimos
de nolTo poder aufoluro, e Real , qualquer defeito ou mingua de di-
reito que contra eílo i'e poíTa dizer e alegar, e anulíamos , e deroga-
mos quaefquer Lcys Ordenanças e Capitulos de Cortes que encoiitrai-
ro hy aja e queremos que fem embargo de tudo efta noífa Carta aja
efeito e fe cumpra para fempre em todo fem contra ella hirem em
maneira algua j e porem o notificamos afy a todolos noíTos Correge-
dores, Juizes, Juftiças , e a quaefquer outras peíToas a quem for mo f-
trado , a que mandamos que aífy o cumpraó inteiramente e por fir-
,
meza difib lhe mandamos dar efta dada em Lisboa a quinze dias de Fe-
vereiro Vicente Camello a fez anno de noíTo Senhor Jezu Chriílo de
mil e quinhentos e cinco.
ELREY.
EU ElRey
efta
faço faber a quantos efte meu alvará virem que eu vy
Carta a tras efcripta , e de meu propio motu , e Real pode-
Num.
* icia
8.
rio , ey por bem que fe emtenda para o dito D. Francifco Conde de
Vimiozo meu muito amado primo poder aver e ter quaefquer terras
e padroados da Coroa de meus Reynos que lhe atequy por my fejaô
ou daquy por diante forem dados "ou por qualquer maneira leixados
ou ávidos , e o ey por ligitimo pera iíTo ícm embargo da Ordenação
do fegundo libro titulo dezafete §. outra duvida , c quaefquer outras
leys em contrario as quaes ey por dcrogadas pera efte efeyto como
fe da fuftancia delas fizefe exprefa menção e qaero que efte meu al-
,
vará feja firme , e tenha inteiro vigor e efeito como Carta minha
,
^Alvará para que o Corregedor nao entre nas terras, (jue D. Fran»
cifco de Portugal comprou ao Duque de Bragança» Otigi-
na\ ejlà no Cartório da dita CaJa , maço yS , num. ^08
donde o tirey.
REY.
Num 10 *X-/to Manoel, &c. Fafemos faber, que efguardando nôs ao mui-
T^^"^ devido, que comnofco tem Dom Aífonfo Bifpo Devora, ,
An. 15 16. meu muito amado Primo, pello qual heê coufa jufta , que em todas
fuas coufas receba de nôs accrefentamento , e mercê aífy como heê
refaó , e por fcus muitos merecimentos , e efguardando aíiy mefmo
aos muitos ferviífos , que temos recebido de Dom
Francifco, feu fi-
lho em todas as couías , em que dele nos quilernios fcrvir , nas
auaes fempre nos fervio aífy bem , e honradamente como dos taes fe
éfpera, e o devem fafer, avendo também refpeito o elle cafar com
Donna
Donna Joanna dc Vilhena, fílha de Dom Alvaro , meu Primo, que
Dcos perdoe e a ella ler
, noílo fanguc por onde
tanto chegada a
heê rclaó , que tenhamos muito cuidado delia , e de lua honra , e
encaminhanicnro , e pella tnuita boa vontade, que lhe temos, e aíly
a elle Dom Francifco , por todas eftas relbcns , e pello que efpera-
ir.os , que elle ao diante nos íirva , e por folgarmos de lhe fafer mer-
cê, por efta prclbntc Carta , lhe damos titulo de Conde da Villa do
Vimiofo , e o falemos Conde delia , com todas as honras , priminen-
cias,
perrogativns , authoridade , graças , liberdades , privillegios , e
franqueias , que o fao , e de que goíaó, e o faó os Condes de noíTos \
LA REYNA.
POr prefente feguro, e prometo
la
de Don Alvaro de Portugal
vos Donna Féhpa niuger ]S^U
Preíidente que fue en ,my Con-
a
el
,
.
1 j.
,
fejo, y my Contador mayor defunto, que cafando vueftra hijaDon- '5°3»
na Juana de Villena , Dama de my Caza , en my vida le dare tres
quentos de maravidis, los quales mandare dar a quicn con ella cafare
fi vos y por efta fedula con fu puder le mandare
anfi lo acentardes ,
YO LA REYNA.
Lope Conchillos.
/ num. y^i.
Caria
da Ca/a "Real Tortugnei(a. ^35
Carta dtVXey D. João III. de mercê da Commenia ãoCaJleU
o -
la y e Al cuidar la mor de Thomar , e das Fias , a D. Affonfo dc
Portugal Conde de Vi mio/o. Original ejiâ no Cartório da
,
que as peíToas , que elle nomeaíTe , e elIegeíTe por feus aíJinados pera
recadaçaô das ditas dividas , teveíFem poder de as recadar , e executar
do modo , e maneira , e que os meus Almoxarifes arrecadaô , e exe-
cutaó minhas dividas ; e vifto feu requerimento , por niíTo lhe fafer
mercê , tenho por bem , e me pras que o dito Conde poíTa daqui
,
em diante per feus aíTinados ellcger , e nomear pera recadaçaô de fuas
rendas , e dos ditos feus filhos cm quanto eftever fob feu poder , as
,
pefibas , que lhe aprouver. As quaes peiroas, è cada huma delias per
efta prefentc Carta dou poder , e authoridade que poftaó requerer
,
logo pagar as dividas e as taes pcíFoas para iíTo enlegidas pello di-
,
contas feitas com os principacs devedores , nem pera iííb maes fer
citados, nem demandados, as quaes penhoras, e execuçoens as ditas
peífoas mandarão fafer por hum Tabaliaó , ou Efcrivaó com hum Mei-
rinho ,
tf 38 Trovas do Liv. X. da Hifloria Çenealogica
rinho , ou homem do almoxarifado , que feja Official
ou Porteiro ,
quem ifto pertencer , que o façaó aífy comprir e guardar dando pa- , ,
ra iíTo todo favor, e ajuda, que neceííario for; e ifto ey aífy por
bem feni embargo de quaefquer leeys , e ordenaçoens , e determina-
,
DOm ves
Joaô por graça de Deos Rey de Portugal , e dos Algar- {sjum.
daquem , e dalém , mar em Africa , Senhor de Guine , e
, . .
povo , e moradores delia , porque foi feita Realemgua , ainda que nos
privillegios lhe íeja concedido , que por nenhuma guyfa poíía fer da-
da a alguum nçm ainda que feja filho de Rey , ou outras quaefquer
clauzulas , que pera fempre fer Realemgua nos feus privilégios , lar-
gamente conteúdo os quaes aqui ey por expreíTos , e ey por bem,
feja
e quero ,
que daqui em diante nao valhaó a dita Villa , nobres e ,
povo delia nem tenham viguor, nem effeito algum em juizo , nem
fora delle , e os ey por revogados e annullados, e por taes os de-
,
tencer , fem embargo dos embargos com que a dita Villa e morado-
res delia aífy vieram e de quaefquer outros de qualquer callidade que
fejam com que ao diante venhao , ou polfa vir e por tanto vos man-
do que vades logo aa dita Villa do vimiofo e dareis a poífe delia e
de fua jurdiçam , e de todas as mais coufas contheudas na dita doa-
çam ao dito Conde ou a feu certo procurador aífy e da maneira que
lhe todo tenho dado e lhe pertence por bem da dita doaçam , e fe-
gundo forma delia ; a qual poífe lhe dareis com todallas follemnida-
des que de direito fe requerem , e poílo que a dita Villa e morado-
res e povo delia ou alguns delles vos queiraó impedir ou impidaó o
dar da dita poífe alegando os embargos com quejaa vieram ou quaef-
quer outros por qualquer maneira e de qualquer callidade que fejam
vos lhe noni coníintacs dos taacs embargos nem os ouvireis acerca
dello em coufa alguã ; antes fem embargo delles e de quaefquer cau-
fas e rezoês que vos os fobreditos allegarcm dareis ao Conde a dita
poífe conforme a fua doaçaó fem lh:s niífo em coufa alguá receber-
des apelíaçaó nem agravo , e ifto fem embarí^o de minhas hordena-
Tom. V. Mm mm çoês
6^1 Trovas do Liv. X. da Hifloria (jenealo^ica
Num. 17. ji^U ElRei faço faber aos que eíle Álvara virem que haven.lo ref- ,
X tç;/ Jtlí peito ao que na petição atras efcripta dis D. Afíonfo de Portu-
gai ^ Conde do Vimiozo, meu muito amado fobrinho , Vedor de mi-
^ nha fazenda , hey por bem , e me praz , que fendo os papeis , de que
na dita petição faz menção , trasladados dos próprios , e concerta-
dos , e aíTmados per hum Efcrivaô de minha fazenda , ou da Cama-
ra , fe dee ao tal traslado tanta fee , e credito , como fc fora feito
em publica forma , e por authoridade de juftiça ; e mando a todos
meus Dezembargadores , Corregedores , Ouvidores , Juizes , e JuíU-
ças , a que o conhecimento difto pertencer , que aíTy o cumprao , e
façaó inteiramente comprir , poílo que o eíFeito deite Álvara haja de
durar maes de hum anno, e que nao feja paíTado pela Chancellaria,
fem embargo da Ordenação em contrario. Gafpar de Seixas o fcs em
Évora a 7. de Abril de mil e quinhentos e fetenta e cinquo. Jorge
da Coíla o fes efcrever.
REY.
Ha V. Alteza por bem , de que o Conde
que fendo os papeis ,
nao havia a ellas de refponder , por alguâs cauzas, que o dito Licen-
ciado me diíTe da- fua parte , lhe mandei , que tornaíTe ao Conde de
Penelia , e lhe diíTcffe que refpondeíle o que quizeíTe a bem de fei-
,
xado pera fe hir pera fua Caza \ e por ilfo naó podia refponder a
bem de feito e também por ferem nefte cazo pafPadas alguãs cou-
,
gundo em fua repofta apontou. E mandei com tudo vir os autos pe-
rante mim , e os defpachei finalmente com o Lifante D. Luis , e In-
fante D. Anrique , meus muito amados e prezados Irmãos , e com o
,
Hijloria Çenealogíca
^44 ^^^'^^^
REY.
IFFANTE DOM LUIS. IFFANTE DOM ANRIQUE.
Chriftophorus L.*"^' í= Petrus. !=: Antonius. í= Alvarus. ír R.^^^
Dalniada. s=: Mem de Sâ.
Num. ElRey faço faber aos que efte Álvara virem, que havendo
l8."IT^^
. ' * XLrefpeito ao que na petição atras efcripta diz D. Aííonfo de Por-,
An. 155 3» tugal. Conde do Vimiozo, meu muito amado fobrinho , Vedor de
minha
,
Ha
V. A. por bem , que fendo os papeis de que o Conde do
Vimiozo faz menção na petição atras efcrita , trasladados dos próprios,
concertados , e aíTmados por hum efcrivaó da fazenda , ou da Cama-
ra de V. A íe lhe de tanta fe , e credito , como í"e fora feito em
.
o juigaíTem , o que foi bem hum mes , ou maes , antes que o Efcri-
vaó foíTe com o Licenciado a lho requerer, e elle nunca quiz dar
fuas rezoens dizendo fempre, que lhe corregeíle primeiro aggravos,
que dizia lhe tinha feitos em acrefcentar ao Conde do Vimiozo no af-
fentamento , e moradia , e naó a elle. E por me o Conde do Vi-
niiozo requerer , que poes ja fe começara efla duvida , fe determinaf-
fe , e porque fe foubeífe como o Conde de Penella naó quizera ref-
ponder , mandei ao Licenciado Chrillovaó Efteves , que com hum ef-
crivaó o folfe requerer pera íe fazer diíFo terip.o , como pellos autos
fe vera , e por naó querer refponder , fe fez diffo auto , com a re-
pofta , que elle deu, e entonce o determ.inei por Sentença , como fe
por ella vera , e por todo aíly paíTar na verdade , lhe mandei dar ef-
te meu Alvará. Pero Dalcaçova Carneiro o fez em Évora vinte e
ja.
hum
da Cafa l^eal Tcrtn^ne^a. tf
47
hum Novembro de mil
dias de e quinhentos e trinta e tres. E eílfe
DOm Joham
daquem
ves , ,
Deos Rey de Portugal, e dos Algar- ^UJY),* i
per graça de
mar em Africa Senhor de Guine e da
e dalém ,
Ç
, .
dia. A quantos efta minha Carta virem faço labcr que vendo eu o ,
por metido em pofe do dito officio fem pera ele antrevyr nem fer
necefario nenhuu meu official que a dita pofe lhe dee porque afy o
cy por bem , e me praz. E mando a todos os officiaes do dito Prin-
cipe meu filho que ora fam e ao diante forem que fejam da jurdiçaò
do dito officio de feu Camareiro moor que lho leixcm fervyr e dele
ufar e da jurdiçam mando e fuperioridade dele e em todo cumpra in-
teiramente feus mandadòs afy como o devem e fam obrigados a fazer
e lhe leixem aveer todas as proes percalços e interefes que ao dito
officio fam ordenados e direitamente lhe pertencem fem niíò lhe poeer
duvida , nem cmbarguo alguu porque aíTy he minha mercê. E o di-
to Conde jurara em minha Chancellaria aos Santos Avangelhos que
beê verdadeira e fielmente firva o dito Officio gardando a my e ao
Principe meu filho nofo ferviço e em todo o que ao dito officio to-
quar e pertencer muy inteiramente o que deve. Dada em a Cidade
devora a iiij dias dagofto. Pero dalcaçova Carneiro a fez. Á\mo de
nofo Senhor Jefu Chriíto de mil quinhentos e trinta e quatro.
REY.
Num.
A
2 0. T^^^ J^^^ P^^ S'*3Ç3
J--/daaauem, e daalem
Deos Rey de Portugal , e dos Algarves
maar em Africa, Senhor de Guinee , e da
Atl. í)34«
Conquifta navegação, e Comercio de Ethiopia Arábia, Perfia , e da
,
índia. A quantos efta minha Carta virem faço faber , que efguardari-
do eu o devido , que comigo tem D. Francifco Conde do Vimiozo
meu muito amado Primo , e a feus muitos ferviços , e merecimentos,
e por folgar de lhe fazer mercê , ey por bem
,
quero , e me praaz
que elle naó pague daqui em diante dizima de todas as mercadorias,
e couzas outr s , que elle mandar trazer , ou lhe vierem de quaefquer
partes, que fejaó aíTy por os portos do maar, como da terra, naó
fendo as taaes mercadorias pera vender , porque deíTas naó fera efcu-
2 o de paQ[ar a dita dizima ; e afy ey por bem que naó pague porta-
,
gem , paíFagem , nem coílumagem de todas as couzas que lhe vierem,
ou mandar por meus Reinos , ou Senhorios de huns lugares pera ou-
tros. Outro fy me praz , que naó pague Chancellaria de todas as
liberdades, graças, c mercês ,
que lhe fizer, nem doutras quaefquer
couzas fuas de que eftee hordenado, que fe leve na Chancellaria, por-
que minha mercê, e vontade he , que elle a naó pague, e que feja
efcuzo de todas eftas couzas , e cada hua delias , na maneira , que di-
to he ; notefícoo afy aos Vedores de minha fazenda, e aos Juizes,
Almoxarifes , e officiaes de minhas Alfandegas , e a todolos Contado-
res , Thezoureiros , Almoxarifes , Recebedores , Rendeiros , efcrivacs,
Juizes , Juíliças , Officiaes , e peíToas de meus Reinos , e Senhorios a
que
,
ELREY.
DOm Johao
daquem
Rey de Portugal e dos Algarves
per graça de Deos
maar em affrica , Senhor de guine e da Con-
e dalém
Num. 1 1.
*
fas os qiiaes officios poderá dar por fuas Cartas afinadas por elle e
afelladas com o feu Sello , e as pefloas a que afy os der , naó lerão obri-
gadas a confirmação minha da dita dada ; ou de meu Chanceler
tirar
moor , fomente ferao obrigados tirar Regimentos de feus ofiicios da
minha Cancellaria , e afy ey por bem que elle ou feu Ouvidor pofi
fazer as eleições e apuração delias , e tirar os Juizes e officiaes , e pof-
fa confirmar , e confirme os Juizes que fairem per eleição que íe fe-
7er , fegundo forma de minhas Ordenações e afy que os Juizes e ta-
balliaés por elle ; e bem afiim poderá conhecer das appel-
laçoês e agravos que fairem dante os Juizes da dita Vdla , afy os
feitos Civcs como crimes , e afy conhecera per fy ou feu Ouvidor
das appellaçoés e agravos dos dereitos Reaes que a elle pertencem
quando elle ou feu Ouvidor eftever na Villa fegundo forma da Orde-
nação. E quanto as rendas que a dita Villa render pera mym lhas
dou , com tal declaração que elíe haa de deixar das tenças que de
mym tem em vida, outras tantas quanto a dita Villa para mym ren-
de , fomente as rendas c dereitos que pertencem a alcaidarya porque
deílas lhe faço livremente doação e mercê tirando a portagem fe a
alcaidarya pertencerem , porque também leixara o que ella valer ; e
os Veedores de minha fazenda lhe faraó o dito defconto na maneira
que dito hee. Porem mando a todos meus Corregedores Juizes , e
juíliças officiaes e peífoas a que o conhecimento pertencer , que me-
tao em poífe o dito Conde de todo o contheudo neíla dita Carta,
em fua vida , corno dito he. E lhe deixem de todo afy ufar na for-
-ma íòbredita , fem lhe niíTo fer pofta duvida nem embargo alguií. E
porem lhe faço a dita doação e mercê dos direitos e renda que Je-
rónimo Teixeira tinha na dita Villa , e por feu falecimento vagarão
dos quaes naó avera defconto. Dada em a Cidade de Évora a xxviij
dias de Março. Pero dalcaçova Carneiro a fez anno de noíTo Senhor
Jefu Chriílo de mil óxxxiiij. E nas rendas de que lhe aíV faço mer-
cê per efta minha doaçaó naó entraraó as fifas da dita Villa. E nas
cofias da dita doaçaó eílaa hum aífento que diz afy pagou derta Car-
ta , defcontando feis mil reis que tinha pago por outra que tinha
delRey que Deos tem da jurdiçaó da dita Villa e vinte mil duzentos
e des reis , neíla conta entra o quarto dos xxiiij da Reytoria da Igre-
ja do dito defconto fe fez per mandado delRey nolfo Senhor a xxvij
de Junho de lóxxxój que parecia fer feito e afinado per Pedro go-
mes cfcrivaó da Chancellaria.
Num, 2 2»°T^Om Johaó per graça de Deos Rev de Portugal, e dos Algnr-
J--^^'^^ daquem e dalém maar em Africa, Senhor de guine, e da
An lí?o.
'
Conquifla navegaçaó Comercio de Ethiopia, Arábia, Perfia , e da
índia.
,,
n
efcudeiros homcs boós , e povo delia , e lhe mando que o ajaó por
meu alcaide moor da dita Villa , e Caftello delia , e lhe leixem aver,
e arrecadar as rendas e dereitos ordenados aa dita alcaidarya moor
afy como os avia , peftliya , e arrecadava o dito Joaó do Rego e me-
lhor fe elle com dereito os melhor poder aver , e arrecadar , e mando
ao dito Corregedor , e Juizes que lhe dem a poífe da dita alcaidarya
moor , e rendas e dereitos delia , e em todo lhe cumpraó, e guardem,
e façaó cumprir , e guardar efta Carta como nella fe conthem fem
duvida nem embargo alguum que lhe niíTo feja pofto porque afy he
minha mercê o qual Conde me fez preyto e menagem pela dita for-
taleza , fegundo hufo , e cuftume de meus Reynos , a qual fica aften-
tada no livro das menagens e aftinada por elle com teftemunhas. Da-
da em a Cidade de Lisboa , a xij de Mayo Bertolameu fernandes a
fez anno de noífo Senhor Jefu Chrifto de lóxxx annos. Foi concer-
tado per mim Pamtaliam Rebello,
Om Manoel per graça de Deos Rey de Portugal e dos Algarves ^j^, 1496.
daquem e dalém maar em aífrica , Senhor de Guinee. A quan-
tos efta minha Carta virem fazemos faber ,
que por parte de Gonça-
Tom. V. Nnnn ii lo
6^1 Trovas do Liv, X. da Hiflori a Çenealogica
lo Vaaz , Cavalleiro de noíTa Cafa , e alcaide moor do Vimioío noS
foi aprefentada huá Carta delRey meu Senhor que fanta gloria aja ,
da qual o theor de verbo ad verbo hee eíte que fe ao diante legue.
D. Joaó per graça de Deos Rey de Portugal , e dos Algarves da-
quem e
, dalém maar em affrica Senhor de guine. A quantos efta nof-
fa Carta virem fazemos faber , que nos avendo ora por noífo ferviço
e bem e proveito de noíTos Reynos fazemos Couto a noíía torre do
Vimiofo , com efta declaração que atee vinte homiziados , de quaef-
quer malefícios em que fejaó culpados poílaó viver em o dito Caftel-
lo e eftem nhy acoutados e naó fejaó prefos nem tirados do dito
Couto pelos ditos malefícios de tal callidade que acoutandofe por el-
les a Igreja o privilegio , e immunidade lhes valeria. E fendo taes
que per direito naó podeíTem gouvir da immunidade da Igreja , em
taes cafos queremos que lhes naó valha efte privilegio de Couto , e
mais declaramos que efte privilegio valha aos homiziados quanto aos
malefícios que per elles foraó cometidos atee dez leguoas do dito Cou-
to e fendo menos lhe naó valha. E afy mandamos que os Juizes do
dito Couto mandem fazer huum livro em que fe efcrevaó os ditos
homiziados quando fe vierem a coutar e naó fairaó do dito Couto
para nenhuã parte falvo per licença dos Juizes do dito lugar , a qual
lhes poderaó dar de dous mefes pera poderem ir negocear fuas cou-
fas em os lugares de noflbs Reynos com tanto que naó voltem em
os lugares e termos onde cometeraó os malefícios , e com efta decla-
raçaó mandamos que fe guarde efta nofl^a Carta , e privilegio , como
em ella he contheudo , os quaes homiziados atee o dito Couto naó
fejaó colhidos per Gonçalo Vnaz noflb alcaide moor do dito Caftello,
ou per qualquer outro , que ao diante for. Dada em Lisboa a xx6ij
dias de fevereiro. Pantaliaó Dias a fez anno de mil ..... Pedin-
donos o dito Gonçalo Vaaz por mercê que lhe confírmafemos , e ou-
vefiemos por confirmada a dita Carta , e vifto por nos feu requeri-
mento , e querendolhe fazer graça e mercê temos por bem e Ihp con-
firmamos e avemos por confirmada a dita Carta , afy e na maneira
que fe nella conthem. E porem mandamos a todolos Corregedores
Juizes , e juftiças officiaes e peífoas a que o conhecimento defto per-
tencer e efta nofta Carta for moftrada , que afy lha cumpraó e guar-
dem , e façaó muy inteiramente cumprir , e guardar , afy e na manei-
ra que íe nella conthem porque afy he nofta mercê. E)ada em Setu-
val a ix dias de Mayo. Belchior nogueira a fez anno de mil quatro-
centos e noventa e leis. Poy concertado per mim Pamtaliara Rebello.
Num. 1 ^*
X» "W^^ Johaó per graça de Deos Rey
de Portugal e dos Algarves
f_-/daquem e daiem maar em aftrica , Senhor de guinee e da Con-
An, 1554- quifta navegaçaó , Comercio de Ethiopia , Arábia , Períia , e da índia.
Faço
,
donde a úrey.
DOm daaquem
vcs
Joaó por graça de Deos Rey de Portugal , e dos Alguar-
, e daalem Mar em Africa , Senhor de Guine , e da
felho , e quero , e mando que feja daqui em diante chamado pera meus
Confelhos , e eftee nelles, e como peíToa de meu Confelho goze, e
íjze de todas as honras, graças, mercês, privilégios, e liberdades,
e priminencias , que tem , e de que gozaó , e uzaó os do meu Con-
felho , e elle juraraa na Chancellaria aos Santos Euangelhos que me
aconfelhe , e dè confelho verdadeiro , e fiel quando lho pedir \ e por
firmeza dello lhe mandei dar efta Carta por mym aífinada , e aífella-
da com o meu Sello pendente. Joaó de Seixas a fez em Ahneyrim
a II. dias de Fevereiro, anno do Nacimento de Noílb Senhor Jefu
Chriílo de 1544. Manoel da Cofta a fez efcrever.
ELREY.
YO LA REYNA.
Í^M nome de Deos amen. Saibao quantos efte eftromento de Car- Nuill. 2 tf»
^ta de venda com pado de retro, e obrigação virem que no an- *
no do nacimento de Nolfo Senhor JESUS
iÇ/iX
Chrífto de mil e quinhen- ^ ^H^*
tos equarenta e oito annos aos dezafete dias do mes de Setembro
em Cidade de Lisboa na Rua do Caquo em as cazas da morada
efta
do Senhor Antonio da Silveira do Confelho dclRey Noftb Senhor
Capitão da Capitania, e jurdiçao de Machico da Ilha da Madeira
fendo eíle Senhor hi prefente , e bem aífi fendo prefente a Senhora
D. Clara dalmada fua molher de huma parte , e da outra o Senhor
Franciíco de Gufmao Mordomo mor da Caza da Senhora Infante Don-
na Maria , e locjo por elles foi dito que eftavao concertados hora pa-
ra cile Senhor Francifco de Gufmao aver de comprar a Capitania de
Machico ; e que elle Senhor Antonio da Silveira tem afi , e da ma-
neira que lhe pertence per fua doação , todos os direitos , e jur-
fí".
ver por bem da qual licença do dito Senhor o dito Francifco de Guf-
mao comprou , e os ditos Antonio da Silveira , e D. Clara fua mo-
Iher venderão a dita Capitania da maneira que dito he pello preço
acima declarado , e com as condiçoens feguintes , ÍT. por finco mil
cruzados que \hz tem pagos de que lhe fízeraó efcritura publica por
mim Taballiaó aos quatorze dias do mes de Julho defte prefente an-
no , e os trinta mil cruzados que faltaó para o cumprimento de pago
da dita Capitania lhe dará , e pagará em dinheiro de contado moedas
douro , e prata do dia que efta Carta de venda for confirmada pello
dito Senhor a quinze dias primeiros feguintes todos juntos em hum
fo pagamento , e aíli no mefmo tempo , e termo liie entregará os
mil cruzados que lhe emprefta para a dita levada dos quaes trinta mil
cruzados que aTi lhe haó de dar, e pagar aos ditos vendedores para
cumprimento de pago da dita venda , e preço da dita Capitania , fe
depofitarao quinze mil cruzados delles em poder de peíToas abonadas,
e feguras que fe obriguem em todo tempo os dar , e entregar fem di-
minuição alguma por quanto efte he o preço do dote da dita D. Cla-
ra ao qual preço a dita Capitania eftava obrigada per autoridade , e
licença delRey NoíTo Senhor , e por bem do dito depozito hao por
defobrigada a dita Capitania da obrigação em que era a ella dita D.
Clara , e ella recebe a dita obrigação nos ditos quinze mil cruzados
e tanto que os ditos depofitarios os receberem ella dita D. Clara def-
obriga , e ha por defobrigada a dita Capitania para que o dito Fran-
cifco de Gufmao, ou a peííba que com a dita fua filha cafar aja, te-
nha , poífua a dita Capitania livremente , e fem encargo , nem obri-
gação alguma , nem por via do dito dote , nem por outro nenhum
modo que íeja porque ao dito Antonio da Silveira aprouve , e ouve
( por bem que os ditos mercadores , e peífoas a que os ditos quinze
mil cruzados forem entregues lhe acudaô fomente com os ganhos , e
proveitos delles , e o cabedal feja fempre feguro , e inteiro para fegu-
rança do dito dote , e os outros quinze mil cruzados fe entregarão ao
dito Antonio da Silveira , ou a quem elle quizer , e tanto que pello
dito modo aííi forem entregues os ditos trinta mil cruzados, e bem
afti os mil cruzados que lhe emprefta lhe daraó quitação de todo o
dito preço dos trinta e finco mil cruzados por bem do qual do pri-
meiro dia do mes de Janeiro que embora virá do anno de mil e qui-
nhentos e quarenta e nove annos de que começa efta venda em dian-
te
,
SAibam quantos efte eftromento , dado em pubrica forma , com o Num. 27.
treslado de huâ Carta da Capitania da ilha da madeira na jurdiçaó
1549.
de machico virem que no anno do nacimcnto de noílb Senhor Jefus
Chrifto de mil e quinhentos e noventa e (eis aos quinze dias do mes
de Janeiro , na Cidade de Lisboa nos paços dos tabaliaês , pareceo
ahi prefente , Vicente Moniz criado do Senhor Dom Luis de Portu-
gal , e em nome do dito Senhor aprefentou a mim tabaliam ao dian-
te nomeado hum livro dourado , e emcadernado em pergaminho com
fuas fitas verdes da inftettuyçaó do morgado do Senhor Dom Afon-
fo Bifpo que foi de Évora pedindome o dito Vicente Monis que de ,
meu officio lhe deíTe o treslado de hua carta que no dito livro efta-
va , da Capitania da ilha da madeira na jurdiçao do machico que o Se- /
lhe imndamos daar efta Carta aíTinada por nos, e afellada do noíTo
fello de chumbo. Dada em Sintra a vinte e feis dias de Setembro
Afbnfo Cotrim a fez i^nno de noíTo Senhor Jefus Chrifto de mil e
quatrocentos e trinta e tres annos. E enviounos pedir o dito Infan-
te de mercê que lhe confirmaflemos a dita terra , da qual coufa nos
praz e porem mandamos a quaefquer noíTos officiaes , e peífoas , a que
o conhecimento defto pertencer por qualquer guifa que feja que lhe
cumpraô e goardem , e façaô comprir e goardar efta Carta fegundo
,
Covilhaa \ faço faber a quantos efta virem , que eu dou cargo a Trif-
tam Cavalleiro de minha Cafa na Ilha da madeira dos alem do Rio
,
Caniço dez paíTadas como fe vaay pelo Rio acima atee ponte de Trif-
tam que elle mantenha por mim juftiça , e de direito , morrendo el-
le , a mim praz que ho feu filho primeiro e o fegundo fe taal for te-
nha efte carrego per a guifa fufo dita , e aíTy defcendentes per linha
direita e fendo em taal idade o dito feu filho que o naô pofta reger,
eu , ou meu herdeiro poeremos hy quem o reja atee que elle feja
,
em idade pera reger. Item me praz que elles tenham em efta fobre-
dita terra a jurdiçaó por mim em meu nome do eivei, e crime, re-
falvando morte , ou talhamento de membro que a appcllaçaó venha
pera mim porem fem embargo da dita jurdiçaó a mim praz que os
meus mandados fejam hy compridos , aíTy como em coufa minha pró-
pria ,outro fi me praz que o dito Triftam aja pera fi todolos moinhos
que houver em a parte da dita Ilha de que lhe aíiy dou cargo , e
que nimguem naô faça hy moinhos fenaó elle , ou a quem elle aprou-
ver , e ifto fe naó entenda moo de brafo que o faça quem quifer nao
moendo outrem , e naó façaó atafona. Item me praz que todolos for-
nos de paô em que^ ouver poja fejam feus porem naó embargue quem
quifer fazer fornalha pera feu paó, que a faça, e naó pera outro ne-
nhum. Item me praz , que tendo elle faal pera vender , que o naó
poífa vender outrem e dandolhe a refam de finco reis o alqueire , e
mais naó , e quando o naó tiver que o vendaó os das Ilhas a fua
vontade , atee que o elle tenha. Item outro fi me praz , que todo
o que eu houver de renda da dita parte da dita Ilha , elle aja de
dez
,
fe iiouver terra por aproveitar que naó feja dada, que eu poíTa daar
a quem minha mercê for , e aíTy me praz que as dc o feu filho , ou
herdeiro , defcendentcs , que o dito cargo tiverem. Item iíTo mefmo
me praz que na dita Ribeira do Caniço, que ellc faÇa os moinhos
que lhe aprouver. Item mais me praz que os vezinhos poííaó vender
fuas herdades aproveitadas a quem lhe aprouver , c fe quizerem hir
de hua parte pera outra que fe vaó fem lhe poerem algum embargo,
e fe fizer malefício algum homem em cada hua parte das ditas Ilhas
que mereça fer açoutado , e fugir pera outra que feja entregue , fe
puder feer prefo honde fez o malefício , fe requerido for pera fe fa-
zer delle comprimento de direito , e fe dever divida , onde quer que
eftiver fe taça dello comprimento de direito. Outro fy me praz^
que os gados bravos poííao matar os das Ilhas nua parte como na ou-
tra fem aveer ahi outra defefa refalvando o gado que andar nas Ilhas,
ou em outro lugar cerrado que o lance hi o fenhorio. Ilfo mefmo
me praz , qUe os gados manfos poííaó aííy em hua parte como em
outra trazendoos por maó que naô façaó dano , e íe o fizerem que
o pague feu dono , e em teílemunho defi:o lhe mandei daar ella Car-
ta aíiinada por mim , e afellada do meu Sello feita em Santarém aos
oito dias de Mayo , Ayres pires a fez Anno de mil e quatrocentos é
corenta annos , e pedindonos o dito Infante meu tio que como quer
que por ElRey meu Senhor, e padre , e por nos lhe naó fofi^bm da-
das as ditas Ilhas mais que em fua vida , nos prouveííe aíTy pelas ra«
fois fobreditas como por lhe em ello fazermos mercê , lhe avemos por
confirmada a dita fua Carta , ao dito Triftam e a feus filhos e defcen-
dentcs que a houveífem e poíTuyfllsm pela guifa que em ella era con-
thcudo , e viílo por nos feu requerimento , e qUerendolhe em ello
fazer graça e mercê , polo fentirmos por bem confírmamoslhc a dita
fua Carta , e queremos que elle dito Triflam e feus filhos , e dcfcen-
dentes por linha direita mafculina , ajam , e poíTuaó daqui em diante
a dita parte da dita Ilha aífy e tam compridamente como em ella faaz
niençaó , e que onde diz na Carta do dito meu tio que à apéllaçaô
de morte ou talhamento de membro venha perante elle , queremos
perante nos fegundo hee conthcudo na Carta dclRey meu Senhor
e padre que Deos aja fufo efcrita , e porem mandamos a todolos nof-
fos Corregedores Juizes , e juftiças Vcadores da fazenda Contadores^
e Officiaes e peííbas a que o conhecimento dcfto pertencer , e cíla
noíTa Carta for mofirada , que afl] o cumpraó e goardem , e façaó
comprir e goardar pela guifa que em ella hee contheudo como dito
hee.
66^ Trovas do Liv. X da Hillorla genealógica
hee. Por quanto aíTy he noíTa mercê fem outro algum embargo que
a ello ponhaes , e por firmeza dello , e goarda lua lhe mandamos
daar eíla Carta aíHnada por Nos , e alellada do noíío Sello de chum-
bo, dada em a roíla Cidade de Lisboa, a dezoito dias do mes de
Janeiro , Martini Alvares a fez Anno de noíTo Senhor de mil e qua-
trocentos e fincoenta e dous annos. Pedindonos o dito Trilbm por
mercê que lha quizeíemos confirmar, e nos viílo feu requerimento,
e querendolhc fazer graça e mercê temos por bem e confirmamoslha,
ally e tam compridamente , como em ello-le conthem e porem man-
damos aos fobreditos , e a quaeíijucr pelToas que pertencer , de qual-
cjuer eílado , e coodiçat) , ou pr<eiiemii^ncia , officio, cargo, ou dig-
nidade que feja , a que efta Carta for moílrada que aíFy o cumpraó
inteiramente e da maneira que em ella era contheudo , fem algum min-
goamento , ou duvida , por fírmidao da qual lhe mandamos d.ir efta
nolía Carta aífinada por nos , c afcllada do noílo Sello de chumbo da-
da em Santarém , a feis dias de Mayo , Fernão de Pina a fez , Anno
de noíTo Senhor Jefus Chrifto de mil e quatrocentos e trinta e feis,
€ pedindonos o dito Triftam Teixeira que lhe confírmaíTemos a dita
Carta, e yifto por nos, íaprouvenos dello , e lha confirmamos na ma-
neira que fe nella conthem , e porem mandamos aos fobreditos ofíi-
ciaes que alTy lha cumprao c goardem e façaó mui inteiramente gonr-
dar e cumprir , dada em Lisboa a dezoito dias de Março Joam Paes
a fez Anno de mil e quinhentos e hum ; pelo qual cy por bem , e
me praz que o dito Antonio da Silveira tenha e aja pera fi , e pera
todos feus dcícendcntcs que delle defcenderem por linha direita maf-
culina , a dita Capitania, e jurdiçao por mim e rendas e direitos con-
theudos na dita Csrta , aífy e pela maneira , e com a claufulla que fe
em ella conthem , as quaes rendas c direitos , ey por bem que o di-
to Antonio da Silveira aja defde o primeiro de Janeiro que ora paf-
fou deíle anno prefentc de mil e quinhentos e corenta c hum , e por-
que defpois das doaçoens feitas ao dito Capitam Triftaó Teixeira , e
aos outros Capitaens affy da Ilha da madeira como das outras Ilhas,
,
ElRcy meu Senhor , e padre que fanta gloria aja fez hua declaraçaó
do modo em que os Capitaens das Ilhas cada huu em fua Capitania
avia de uzar de jurdiçao que por fuas Cartas lhe hera dada , a qual
declaraçaó foi por mim confirmada ao dito Antonio da Silveira , e
leus defcendentes a que a dita Capitania houver de vir uzaraô da jur-
tiiçaó no modo e maneira contheuda na dita declaração , e confirma-
ção que foi feita por mim a vinte e dous dias de Março de mil e
quinhentos e trinta e feis, a qual efta regiftada na minha Chancella-
ria , e trcsíadada nos livros das Cameras das ditas Ilhas , e mando a
todolos Corregedores Juizes e juftiças Veadores de minha fizenda
Cont:idores officiaes e peífoas a que o conhecimento defto pertencer,
e 'efta Carta for nioftrada que aífy lha cumprao , e goardem e façao
,
<-omprir e goardar pela guifa que nella fe conthem por quanto aíli
ree minha mcrce , e por firmeza dello c fua guarda lhe mandey daar
efta Carta aílinada por mim e afellada de meu' Sello
de chumbo , da-
ca em a Cidade dc Lisboa aos dezanove dias de Mayo Vailerio Lo-
pes
,
ELRÊY.
Dis nas entrelinhas todos ^ e correição i— naô »— e peítoas
e no rifcado diz prezado e concertado com o próprio por mim
Alvaro Fernandes ^ Alvaro Fernandes h- e tresladada a dita Carta
torney ao dito Vicente moniz o dito livro , e de como o recebeo
aííinou aqui. E eu Joaó de Goes tabaliam das notas por ElRey nof-
fo Senhor na Cidade de Lisboa que efte eftromento fis tresladar com-
fertei fobefcrevi afinei de meu pubrico íinal.
ElRei faço faber a quantos efte meu Álvara virem, que a mim
Num.
.
*
28
* J_ipraz, e ey por bem, que tirando Antonio da Silveira a Capita-
An. nia de Machiquo a D. Affonfo de Portugal meu amado íobrinhoquc;
Francifco de Guzmaaó , Mordomo moor da Infante D. Maria mi- ,
nha muito amada e prezada Irmaá comprou per minha licença ao di-
,
Oio Antonio da Silveira pera a peftoa que cazafe com fua filha D.
,
Luiza de Gufmaaó com padlo de retro vemdendo ou tirandolha as
,
peífoas que lha podem tirar contheudas na Carta da venda que fi-
,
REY.
Memorial ,
giie deu o Conde de Vimiofo à Kamha D. Catharina ,
Dizqueo Conde do Vimiofo que ElRey que Deos tee lhe mandou Nujx), 2 ^,
foíTe em companhia da Senhora Iffante D. Maria quando fe .
xt-z
5/
hia pera Caftella atee a Raya, e aly a entregaffc e que eftando de ,
feu neto , leixar elle de o fervir em fua fazenda pelas rezoes difto
e que dahy a alguns tempos lhe difPe V. A. que algumas peíToas o
calumniavaó de dividas a officiaes , mas que niíio hia pouco , porque
fe as devia que as pagava , e fe nao podia efperar de quem era que
por nenhum refpeito leixalfe de fazer inteiramente o que devia , co-
mo fempre fizera , pelo que beijou a maô a V. A. e V. A. lhe mandou
que lhe deíTe huá folha do que devia , e a que peíToas. A qual lhe
mandou quando fe foi da Corte por frei Luis de Montora e Fr. ,
mandou que difto lhe paífaííe eíla Certidão , a qual fiz em Btixobre-
gas aps 19. de Março de mil e quinhentos e fetenta e dous.
Francifco Cano,
Num 20 Li^U ElRey faço faber aos que eíle Álvara virem , que avendo ref-
* * ' Xl^
peito ao que na petição atras efcrita diz D. Affonfo de Portugal
An. 1567. Conde do Vimiozo meu muito amado fobrinho , ey por bem , e me
praz , que elle poífa ter Ouvidores das fuas Villas do Vimiozo , e
Aguiar da Beira fora das ditas Villas nao paffiindo de fcis legoas de
cada huâ delias , onde os ditos Ouvidores uzaraô da Jurdiçaó , que
elle Conde de niym tem afy como o poderão fazer fe viveram , e
,
rezidiraô nas ditas Villas ; e ifto fem embargo de minha ordenação
em contrario noteficoo ally a todos meus Dezembargadores , Corre-
gedores, Juizes, Juítiças, Officiaes, e peífoas a que o conhecimc/ito
diílo pertencer , e lhes mando que lhe cumpraó , c façaó inteiramen-
te cumprir , e guardar eíte Álvara como fe nelle contem , o qual ey
por bem , que valha , e tenha força , e vigor como fe foiPe Carta
feita em m»eu nome por myjn affinada , e paííada por minha Chanccl-
,
laria , e poílo que por ella nao feja paífado fem embargo das orde-
naçoens do fegundo livro , tit. xx. que o contrario difpoem. Jorge
da Coita o fez em Almeyrim a xix de Fevereiro de 1567.
O CARDEAL INFANTE.
Privi-
,
ElRey faço faber aos que Álvara virem que cu ey por Miityi
E^U
^bem e ine praz
, por fazer nicrce a D.
efl:e
,
da , que em quanto ellc eftiver na Cidade Devora polfa caçar rta Cou-
tada da dita Cidade hum dia cada fomana , as lebres com dous gal-
guos , e as perdizes com hum açor , fem por iflb elle , nem as pef-
foas , que forem em lua companhia encorrerem em penna alguma ,e i
O CARDEAL INFANTE.
Ja ^
maço /S f num, ^óz^ donde o tirey.
EU EÍRey
bem
por ,
que por todos
c^iie efte mciu Álvara virem
faço faber âòS
os lugares por onde o
,
Conde
que éu hei í^uni.* t 2.
do Vi- *
miofo meu muito amado fobrinlio quizer hir , e paíTar o recolhao "S^^^*
com toda fua Caza , e com todo feu fato fem o deterem a bandeira,
e lhe dem cazas pera fua pelloa, e poufadas , e camas pera os feus ,
e eftrebarias , beftas , barcos , carros , mantimentos , e tudo o maes
que lhe for neceílario por feu dinheiro pollo efrado da terra , e que-
rendo eftar dafemto em qualquer Cidade, Villa, ou Lugar, que Ihé
bem parecer o poderá fazer 5 e fera hi recebido com todos os feus
e o feu fato , fem o deterem a bandeira moftrando fua arrecadação dò
lugar donde partir , e no tal lugar onde quizer eílar lhe darão Cazas
a elle , e aos feus , e tudo o maes , que lhe for neceífario polia ma-
neira acima declarado, jurando o feu Veador conio naó leva pefoa
empcdida , nem paíTaraó por parte cmpedida ; e mando a todos os
Corregedores , Ouvidores , Juizes , e jufiiças a que eftc Álvara for
aprezentado , e o conhecimento delle pertencer , que eíle cumprao
e guar»
€^1 Trovas do Liv. X da Hiflorla Çenealogica
e íTuardem fob pena de qualquer peíTca que o aíllm naó comprir pa-
gar cem cruzados ametade pera quem no acuzar , e a outra ametade
pera os Cativos , e eíle le cumprira poílo que naó paíTe polia Chan-
cellaria fem embargo da ordenação em contrario. Clemente de Caf-
tilho o fez em Leyria a 6iij de Setembro de 1569. Joaó de Caítilho
o íiz e fere ver.
PvEY.
REY.
Num. •
Z
3*T*
.T^^'" Francifco da Coíla amigo, Eu ElRey vos envio muito fau-
JL/dar. Poílo que por voíía inílruçao vos encomendo muito todos
An. 157^* os cafos geraes e particulares, Ibbre os íidalgos cativos, ouve por
bem encomendarvos |3or eíla Carta particularmente o que toca ao
Conde do Vimiofo , pera que tenhaes cuidado de faber delle, e ef-r
tando inda defconhecido (como íbu informado) procedereis no feu li-
vramento e refgate na milhor íbrma e modo que puder fer confor-
mandovos com voiVa inílruçao , e de D. Franciíco de Portugal feu fi-
lho (que eílá em Marrocos) vos informareis do que niílo deveis fa-
í^.cr
;
porque todo o bom oííicio que niílo fizerdes me averei por íer-
vido e receberei muito contentamento , fcripta em Lixboa a i8 de
Abril de 1579.
REY.
Pera D. Francifco da Coíla.
aponta-
da Cafa ^Rfol Tortagnes^a. ^73
apontamento do Tejlamento do Conde í/í Vtmiofo D. Affon/o , he
Oiiginal. Efiá no Cartório da dita Caja ,
maqo y8 , donde
o copiey.
ELRcy Dom Jonó que Dcos tem, difTe a Senhora íífante D. Ma-^NuiTl.
na lua hirinaã cm Almeirim no anno de quarenta e nove quando
^
cafey ,
que me faria mercê em meu cafamento , e ella lhe beijou eii-
taó a mao por iíTo •, e!le me chamou , e me mandou que cafaife e que
n e íariamercê pela promeíTa lhe beijei a maó c ma deu. Efta mer-
cê me nao he atejj-ora feita.
Fu}^ a Tuncz e ElRe\^ me mandou por huá Carta que tenho
,
era filho de mju pay. E quão poucos iv efes avia que EIRey era tal-
'
Ton:. V. Q.^M4 lecido
trovas do Liv. X. da Hijlorta Çenealogica
leciJo e das tenças que trazia por elle ,
qii3 nao fe atrevia a gover-
nar eft^s Reynos íe hum de
leixaítj hir pelo exemplo. Tinhame of-
frecido pelo Duque o Vimioíb e Aguiar de juro o titolo , e a Al-
çai daria mor de Thomar pera hum filho e a de Therena pêra mim e
pera hum filho com a dada dos oíficios , queria que lhe leixafle o de
Veador da fazenda porque queria que fe extinguiírem eftes Officios e
fe ferviífe a fazenda no confelho onde eu ficava. Pedi o titulo de ju-
ro , e Therena em lugar de Aguiar. Mandoume dizer que fícaifem
íis coufas adym. E que do dia que chegualle a quinze dias me ref-
.ponderia aos ferviços , e matéria do officio. Diílo tenho huã porta-
ria de Pero dalcaçova , e hum efcrito do Duque que o declarao , e
outro do Conde do Redondo que Deos perdoe. Fallei com Theolo-
gos que me diíferaó que podia aceitar a jornada com conciencia , pof-
to que devcífe tanto porque era de fanto ferviço do Rey e bem da
terra. Mandei dizer a Raynha por Meftre Uhnedo em fuftancia e
que vifta fua refoluçaô e o pouco em que differiamos e modo de que
me mandaria que foífe , que o faria. O que recebeo com muitas pa-
lavras e agardecimento. Fui , entendendo meus parentes e eu que
hia concluido , e que fe me guardava a repoíla pera a vinda pela for-
ma difto. Servi de maneira que merecera novas e diíFerentes merce<í.
Fuy huâ muito principal parte da Iffante tornar a eftes Reynos. Dif-
feme a Rainha quando c neguei abraçandome , que fempre me tivera
em muita conta , mas que me confeííava que nunqua cuidara de mim
o que vira. Dahi a poucos dias , perque nao lembra o que paíTou,
deu Therena a Pero da Cunha fem diftratar comiguo. E dahi a al-
guns, me fahio com parte do meu pera meus filhos de porvida. Ou-
veo por afronta e por pcndença , e nao o aceitei. Quando leixou o
governo , quis as provifoens proteftos per me parecer que tinha obri-
guaçaó de as tirar como Chriílaó , e a Rainha mo aguardeceo muito.
A meu pay que Deos tem fe nao fez mercê do anno de 30. ate
o de 49. em que falleceo. E eftaa per fatisfazer defte feu derradeiro
e tao abalifado quartel da vida como fe veraa pelo treslado de hum
papel que mandou em Évora a ElRcy per niym no anno de 45.
Peço a ElRey meu Senhor que enfonnandofe do grande mere-
cimento de meu pay como fucceííor deíles Reynos a cuja conta eftaa
a remuneração dos ferviços aos que os aíTy ajudarão a reger e fuf-
tentar o feu nome de juro pera fua Caía em que eftaa tao bem me-
recido , por ferviços , como devido por comparações , daquelles a que
fe fizeraó femelhantes mercês. E alTj peço a S. A. que avendo ref-
peito a minha qualidade , continuação , defpefa , e ferviço faça mer-
cê a meu filho do lugar da Cuba, que jaa foi dado a feu avo, e f;
lhe tirou. E lhe aueira fazer as tenças que per mym lhe ficao de
pervida , de juro, eiíi lugar do que lhe tenho vendido de minha Ca-
fa , que he muito mais. E de Aguiar de juro aíly como fe me of-
frcceo , quando fuy a Caftella. E pera lho pedir ally me parece que
ha muitas rezoens , e me nao faltou comedimento e juftifc.içao, con-
forme ao que eípero de fua grandeza, e muita virtiide , c amor que
fempre lhe tive. E ifto lhe íeraa aprefcntado , c requerido por meus
da Cjfa %eal T^ortugue^a.
teftamenteiros em Salvaterra. Dia de todos os Santos o primeiro de
Novembro de M. D. LXX. IIJ.
Conde.
Conde.
Simaó Soares,
Ahard
da Cafa ^eal Tonugueí^a,
de íy lhe deu , e como a mim tem aíy mefmo fervido e com muito
. meu contentamento e me them dado de fy muy fiel conta , avendo a
! tudo refpeíSlo e aosmuitos merelcimentos de íua pcflba e de feus fer-
viços , querendolhe por elles fazer mercê como he coufa juíla que
faça aos que me afy bem fervem , como elle them feito e eípero
que fempre faça e pella muito boa vontade que lhe tenho , por eíle
prefente alvará me praz de lhe fazer mercê e de fedlo lha faço das
(Nota)
coufas abaixo declaradas , f Do titulo de Conde do Vimiofo e afy p.r eivara pajpi'
ejti ji-
dr
lídimo que fíquar delle ao tempo de feu faleícimento e ouver de er- ^^riTo^TL?/,^,"/!
dar fua Cafa, em vida do dito feu flho fomente, e todas as Cobre-
1 1 11
-» 1 j • !• /• (-"11
itas couias e cada nua delias virao ao dito íeu filho e as avcra em
ha '
f'"^'" f"" i"' f*
-
aw faça duv,da .
>iie.
fua vida como dito he e naquella própria forma e maneira como as o ''flflt]Sâr,a'oVLJ'L
dito Conde them per fuas dcaçoes cartas e provift es e milhor fe com cap,ta>„a d, Mach,.,. uf-
direito milhor as poder aver, e ey por bem que por faleicimento do u>o]°'
dito Conde o dito feu filho fique Conde e fe poífa loguo chamar
chriíiovas soares
Conde. A qual mercê de todas as fobreditas coufas e de cada hua
delias lhe faço de meu motu próprio livre vontade poder Real e ab-
foluto mero mixto império e dcrroguo para iíTo todas as ordenações
e cada huã delas que para aver efeólo tudo iílo convém que fejam
derroguadas , avendoas aqui por expreíTas e declaradas e todas as clau-
fulas leis e ordenações que convém que fe declarem , ou que fe der-
roguem expreífa e declaradamente para cada huã deílas mercês e to-
dos Juntamente averem efeélo , ainda que diguam que ham de fer no-
meados para fe derrogarem porque todas juntamente e cada hua del-
ias lèm embarguo do que ncllas fe contem as ey por declaradas e
derroguadas afy como fe aqui fofcm exprefas e porque de todo me
afy praz lhe mandey dar eíte meu alvará para fua guarda e minha
lembrança o qual quero que feja firme e tenha inteiro viguor e efeéto
como carta minha patente paíTada pela minha Chancellaria fem em-
barguo da minha ordenação do liv. 2. tit. xx. que diz que as coufas
cujo efedlo ham de durar mais de hum anno , nao paíTem nem fe con-
cedao per alvarás porque em erte cafo ey por derrogada a dita orde-
nação e quero que fe naó guarde nem tenha efeélo nem viguor algu,
antes me praz que efte alvará feja fempre valiofo e fe cumpra e
guarde como fe em elle contem porque afy o ey por meu ferviço. E
afy me praz que efte nao paíTe pela Chancellaria fem embarguo da
ordena-
6'j% Trovas do Liv. X. da Hijioria (genealógica
ordenação perque mando que as minhas cartas e alvarás fe naó cum-
pram fem paíarem pela Ghancellaria porque também a derroguo e
quero que em efte caio naó aja luguar nem fe paíTe pela Ghancella-
ria. E efta mercê fis ao dito Conde no mes de Julho do anno de
mil e quinhentos e cincoenta e oito. Pantaliam Rebello o fez em
Lisboa a xxij dias do mes de Dezembro de mil e quinhentos e fefen-
ta e do US.
RAINHA.
Traslado authentico da "Portaria da mercê da Capitama de Machico^
na Ilha da Madeira , ao Conde D. Luiz de Portugal. Ejlã no
maço 75". imm. 444. do Cartório da Cajd.
Num. 3 8. TT^^ ElRey faço faber a vos Dom Joaó da Silva Conde de Porta-
J-^í^8;rc Mordomo mor de minha Cafa que por fazer mercê a D.
An •
)
°- Luis de Portugal meu moço fidalgo filho de Dom Afonfo de Portu-
gal
da Cafa ^eal Tortuguas^a. ^19
gal que foi perdoe. Ey por bem c me
Conde do Vimiofo que Deos
praz de o acrcfentar do dito foro a Hdalgo efcudeiro com cinco mil
e quinhentos reis de moradia por mes c alqueire e meyo de cevada
por dia e juntamente o acrefcnto logo a Cavalleiro por quanto fe
adiou na batalha dalcacere aonde foi cativo com mil fetccentos e cin-
coenta reis mais em fua moradia para que tenha e aya daqui cm di-
ante fete mil duzentos e íincoenta reis de moradia por mes de fidal-
go Cavaleiro e hum alqueire meo de cevada por dia que he outro tan-
to ermo teve o dito feu pay e lhe pertence ordinariamente. Noti-
fcovolo aíiy e mando que o façaes aifentar no livro da matricula no
titulo dos fidalgos elcudeiros e Cavalleiros com a dita moradia e ce-
vada , pondoíTe as verbas neceflarias. joao Rodrigues o fez em Lix-
boa a xij de Dezembro de M. D. Ixxxó. Joaó do Gufmaó o fez ef-
crever.
REY.
Num 4.
•
0.* T^^'^
l^vcs
Phelipe por graça de Deos Rei de Portugal , e dos Algar-
daqucm, e dalém mar em Africa, Senhor de Guine, e da
Aiu 1604. CoiíquiOa navegação, e Comercio de Ethiopia , Arábia , Perfia , e da
índia , &c. Faço faber aos que eíla minha Carta virem , que tendo
eu refpcito ao Senhor Rey D. Sebaftiam meu Primo , que famfla
gloria aja per hum Álvara feito nefla Cidade a vinte e hum de De-
zembro do anno de mil e quinhentos e feíTenta e dous , aflinado pe-
la Rainha Donna Caterina , minha Tia (que Deos tem) fazer njerce
a D. Aifonfo de Portugal, Conde do Vimiozo (que Deos perdoe)
de alguás couzas que tinha da Coroa , e particularmente do titolo de
Conde da dita Villa pera feu filho maes velho baraó lidimo , que fi-
caíle por feu falecimento , e a naõ haver eífeito efta mercê em D.
Francifco de Portugal , filho maes velho do dito Conde por fallecer
antes de fe ter por morto feu Pay , que fe perdeo com o dito Se-
nhor Rei D. Sebaftiao , na batalha de Alcacere com tres filhos leus,
e morreo em Africa , e vendo eu ora os pareceres , que por meu man-
dado , e delRei itícu Senhor, e Pai, que fanta gloria aja, deraó le-
trados fobre D. Luis de Portugal , meu muito amado fobrinho haver
de íuceder no dito titulo , e nos ditos bens da Coroa , que vagarão
por falecimento do dito Conde , por fer o feu filho maes velho apos
o dito D. Francifco capaz dos ditos bens, e havendo também refpci-
to aos grandes ferviços , e merecimentos daquelles de que o dito D.
Luis defcende , e particularmente aos do dito Conde feu Pay, e a
feu fangue , e devido que comigo tem , e muitas calidades de fua
peíToa , e Caza , e por folgar muito por todos eíles reipeitos , e pel-
la boa vontade, que lhe tenlio de lhe fiizer honra, acrefcentamento,
e mercê crendo que fempre me fervira comforme a fua obrigaç.16 , e
a quem elle he ey por bem de lha fazer , que fe cumpra nelle a
;
mercê prometida ao dito Conde feu Pay pello dito Álvara , de que
acima fe faz menção , que aqui ey por expreííamente trelladado. E
pof efta prezeníc Carta m.e praz de fazer mercê ao 4ito Dom Luis
de Portugal do titulo de Comde da Villa do Vimiozo, e o faço Con-
de
da Oféi ^al Torttigm^d,
de delia em vida com todas as honras , prciicminencias , perroga-
fiia
ELREY.
O Conde de Villanova.
EU ElRey faço faber aos que cfte Álvara virem que havendo ref-
peito aos grandes ferviços e merecimentos daquelles de que def-
cende D. Affonfo de Portugal filho mais velho de Dom
Luis de Por- -A-H.
lhe mandei dar efte o qual a feii tempo fe lhe cumprira inteiramente
como nelle fe conílicm , c para iílb liei por bem que valha, tenha
força, e vigor, como fe fora Carta por mim aííinada, começada em
meu nome , e paliada por minha Chancelaria pofto que por ella naó
palie , e que feu cíieito haja de durar mais de hum anno , lem embar-
go das Ordenações que o contrario diipoem. Pedro Varella o fes
em Lisboa a 25 de Junho de 1 6 ró. E eu o Secretario Chriílovaô
Soares o fiz eicrever.
REY.
S E N O R.
Conde y Cafa de Vimiofo defcendiente por varonia de Ia
Num. 42. L; Rea! , por que
,
íiempre
los fcrvicios hizo a los Senoi es Reyes :
extorfiones delia, como tan Católico y juílo Seiíor efcuíaria con be-
ni^nidad , lo que avia hccho por fuerça en las apretadas circunílan-
cias de la neceí]]dad de fu Caía , en tan notório perjuizio , no fola-
mcnte de fus hijos menores pero aun de fus acreedores , y remedi-
:
ando con jufticia fu agravio eílranaiia los exccíTos dei zelo de los mi-
iiiftros que le aconfejaron eíle termino. Son los Reyes protectores
de la juílicia , y en eíla fe quieren por í'u clemência fugetar a fus mif-
nias lèyes con fus Vaílhllos , y por cíTo el Conde de Vimiofo (
quien por la Religiofa profeíHon de fu padre tocan efcas acciones
con encargo de fus deudas , que fon grandes ) poftrado a los pies de
V. M. humihnente le fuplica fe íirva mandar ver y examinar la juíli-
cia de fus pretenfiones , los agravios de íu Cafa , las nulidades defra
defiftencia reclamada: porque aun que no es fu animo obligar a V. M.
de juílicia porque tiene en fu grandeza y benignidad mayores mer-
:
num. pi8.
cnta mil reis de juro, que a dita D. Maria de Mendoça tem alFenta-
dos na dizima dò pelcado deíla Cidade do Duque de Bragança que ,
valem treze contos de reis , que fao trinta e dous mil e quinhentos
cruzados perque foy comprado o dito juro e por cem mil reis mais
,
teraô natureza de bens dotaes fem poderem vender , nem alhear por
nenhua maneira nem acontecimento ; e porem as mercês , que S. Ma-
,
geftade lhe fizer por refpeito do dito Álvara de lembrança nao feraô
bens dotaes , e fó fe avaliarão para eíFeito do dito Conde do Vimiofo
aver de dar de arras à dita D. Maria de Mendoça a terça parte do cm
que forem eftimadas como dos mais bens dotaes como abaixo fe de-
clarara. Item difi^e o dito Conde de Lumyares em nome da dita D.
Maria de Mendoça , que todos os bens , que ella traz a cfte dote fi-
caraó vinculados em morgado para fe nao poderem nunca vender,
trocar , nein alhear por qualquer via , que feja antes haó de andar fem-
pre todos unidos , e vinculados nos defcendentes deíle matrimonio ,
no qual morgado fuccederaó conforme as clauzulas, condiçoens , e
declaraçoens da inftituiçaó do morgado, que fizeraô de fuas terças D.
Francilco de Portugal , e D. Joanna de Vilhena Condes do Vimio-
fo , Vifavós do dito D. Affonfo de Portugal , Conde do Vimiolb ao ,
qual morgiído andara fempre annexo o que ora fe inftitue nefte con-
trato fem nonca fe poder apartar em quanto ouver defcendentes def-
te matrimonio com as mais clauzulas conteudas na dita inítituiçaô co-
mo
mo fe neílccontrato forao expreíTns , e cfpccialmentc declaradas , com
as quaes claiizulas ,
condiçocns , e dcclaraçoens do morgado dos ditos
Condes , e dos a clle anncxos iuccedcrao fempre os delcendentes dei-
te matrimonio , que poiruirem o dito morgado íem fe poderem nun-
ca dividir, nem apartar como dito he *, para o que fendo neceíFario
íe pedira a S. Mageílade confirmação. Item dilfe mais o dito Con-
de de Lumiares em nome da dita D. Maria de Mendoça que fendo,
cazo , que Deos nao permita que em algum tempo faltem defccn-
,
dentes dos ditos contrahcntcs que em tal cazo o morgado delle do-
,
Coroa em que naõ faó íucccíroras , e tanto que a dita D. Maria ou-
ver plenário pagamento, do dito dote, e arras , e adqueridos, que ha
de haver por efte contrato , largara logo a poífe dos ditos bens de
morgado , e da Coroa íem duvida , nem embargo algum. Item dif-
feraô elles ditos Condes de Lumyares , em nome da dita D. Maria
de Mendoça , e elle Conde do Vimiolo em feu nome , que porquan-
to dos bens dcíle dote eftâ inftituido morgado , aviaó por bem , que
todo o dinheiro delle que eílâ por empregar e todos os moveis
, ,
naó cada hum per fy como lenaó tiveraó pago couza alguá , os quaes
depozitarios naó deixarão tirar dinheiro , nem moveis a peíToa algu-
ma do dito depozito , ainda que íèja com confentimento delles Con-
des do Vimioíb , e de Lumyares com a mefma cominaçaó , e pena
de tornarem a pagar por fuas fazendas tudo o que deixarem tirar do
dito depozito , do qual fomente fe poderá tirar tudo o que fe ouver
de empregar em juros , ou propriedades , que feraó a contento dos
ditos Condes do Vimiozo, e Lumyares para cujo effcito fe faz o di-
to depozito , e fazendo-fe a dita compra , ou compras , os ditos De-
pozitarios entregaraó o dito dinheiro para ellas ao fizer das efcriptu-
ras aos vendedores , ou as peífoas , que para ilfo tiverem feu poder
e em outra maneira naó , as quaes propriedades , que aíTy fe compra-
rem do dinheiro do dito depozito fe declarara nas efcripturas das com-
pras , que delias fe fizerem , que fícaraó logo dotaes , e tendo nature-
za de bens dotaes , e juntamente vinculados ao dito morgado , que a
dita D. Maria inftitue de feus bens neíle contrato , e em cazo , que
nas ditas efcripturas fe naó declare , o haó aqui por declarado , como
fe real , e expreíTamente nellas fe declarara , e fendo cazo , que do
juro conteúdo nerte dote , ou do que ao diante fe comprar do di-
nheiro do dito depozito , ou quacfqucr outros bens , que forem com-
prados a retro fe remirem , em tal cazo o dinheiro procedido da di-
ta remilflió fe depozitara , e empregara na forma contenda neíle con-
trato na maó dos ditos Depozitarios , ou em outros , que poderão
nomear como aqui fe declara cm cazo que faltem os nomeados. E
Tom. V. Ssss ii pellos
6 9^ Trovas do Liv. X. da Hijloria genealógica
pellos ditos Condes do Vimiozo , e de Lumyares , D. Fernando de
Portugal , D. Miguel de Portugal nos nomes que reprezentaó foi di-
to 5 que elles fe obrigaô a comprir efte dote elcriptura de obrigaçaó
aíTy, e da maneira, que nellas fe conthem ,.e a naó revogarem , nem
contradizerem em pirte , nem em todo , e os ditos D. Fernando de
Portugal , e D. Miguel de Portugal aíFy o juraó aos San6los Euan-
gelhos em que puzeraô a maô conforme a Provizaó de S. Mageftade
que dou fe vi , e eftâ aíHnada pello dito Senhor , a qual he ida a af-
íinar pello dito Senhor com huâ apoftilla, que fe acrecentou na dita
Provizaó , e vindo ella fe retifícarâ efte contrato fendo neceflario pe-
los ditos Dom Fernando de Portugal , e D. Miguel de Portugal , que
fe tresladarâ na dita efcriptura , e treslados delia , e prometerão de nao
aver relaxação do dito juramento , e que havendoa defde agora a hao
por nulla , e nao querem uzar delia como fe havida nao fora , rate-
íicando fempre de novo o dito juramento , e defta maneira ouverao
efte contrato por acabado , e fe obrigaô elles , e cada hum pela par-
te que lhe toca ao ter comprir , e guardar aíTy , e da maneira , que
,
nclle fe conthem fem falta , nem diminuição alguma fô expreíTa obri-
gação , que em feus nomes , e no dito nome fazem de feus bens , e
rendas , que ao comprimento de todo obrigarão , e outorgarão refpon-
deraó pello conteúdo nefte contrato perante os Juizes , e Corregedo-
res do Civel defta Cidade , e Corregedores da Corte , e perante
qualquer dos fobreditos Juizes onde , e perante quem efte eftromen-
to for^aprezentado , e fe pedir o comprimento delle para o que re-
,
nunciaó feus foros, e domicilio, e todos os mais privilégios, e liber-
dades pofto que incorporados em direito eftejaó , e fereaes geraes , e
todas outras exceiçoens defençoens , de feito, ou de dereito , que
,
por fy , e em feu favor allegar poílaó , de nada gozarão falvo todo
comprir , e guardar pello modo , que dito he. É declararaó elles
Condes do Vimiofo , e de Lumyares que para averem confirmação
,
do dito contrato por S. Mageftade fe fazem hum ao outro Procura-
dor em cauza propia , e cedem , e trefpaíTaó para o dito eíteito todo
feu poder comprido que baftante de direito em tal cnzo fe requere,
,
e he neceíTario com toda a livre
, e geral admeniftraçaó , e aíTy diíTe
mais o dito Conde de Lumyares, que fem embargo da Procuração
da dita D. Maria de Mendoça ella outorgara nefte contrato per termo,
que fe fará ao diante , e andara incorporado nos treslados que da
,
nota emanarem , e em teftemunho de verdade alfy o outorgarão , e
mandarão fazer efte eftromento , e os que comprirem que pedirão , e
aceitarão ; e eu Tabaliam o aceito em nome das peíToas abfentes a que
tocar como peíToa publica eftepulante , e aceitante ; tefteinunhas que
prezente foraô D. Dyogo de Caftro do Confelho de Eftado de S.
Mageftade, e Manoel de Vafconcellos , e D. Nunalvres de Portugal
do Confelho de S. Mageftade, e elles fao os próprios, que prefen-
te eftavao , e aíHnaraó na nota com as teftemunhas Lourenço de
,
Freytas Tabaliaó o efcrevi. E logo no dito dia , mes , e anno atras
efcripto em hum dos ditos apozentos em que eftava prezente a dita
Donna Maria de Mendoça , por mim Tabaliam perante as teftemunhas
ao
,
ço faber aos que efte Álvara virem , que havendo refpeito ao que
me enviou dizer por fua petição D. F-ernando de Portugal , e D. Mi-
guel de Portugal filhos do Conde do Vimiofo D. Luis de Portugal,
e vifto as couzas , que allegaó ; ey por bem , e me praz de lhes fup-
prir a idade para fazerem o contrato fobre as arras , que D. Aífonfo
de Portugal íeu Irmaó ha de dar a D. Maria de Mendoça , filha de D.
Chriílovaô de Moura , Marques de Caftel Rodrigo , que Deos per-
doe com quem ora eftâ concertado para cazar , o qual contrato lera
firme , e valiozo , como Te elles foraô mayores de vinte e finco annos,
e outro fy hey por bem , que o Tabaliam , que fizer a efcriptura
delle poíía poer o juramento das partes íem por iíTo encorrer em pe-
na alguma , íem embargo da ordenação em contrario , e mando as juf-
tiças , officiaes , e peííbas , a que o conhecimento difi:o pertencer ,
que cumprao , e guardem efte alvará como nelle fe conthem \ Fran-
cifco Ferreira o fez em Lisboa a dezafeis de Outubro de mil e feif-
centos e dezafeis , Joaó Pereyra de Caftelbranco o fes efcrever. Ey
por bem , que o Álvara atras efcripto fe entenda também no contra-
to fobre a fegurança do dote , que D. AfFonfo de Portugal ha de dar
a D. Maria de Mcndoça com quem eftâ contratado para cazar , aíTy
como fe nelle declara da fegurança das arras , que a dita D. Maria
ha de aver , e para efl:e eíFeito fuppro as idades a D. Fernando de
Portugal , e a D. Miguel de Portugal , Irmãos do dito D. Affonfo de
Portugal , e que o Tabaliaó poíTa também poer o juramento das par-
tes no dito contrato da fegurança do dote fem por iíTo encorrer em
pena alguma , como no dito Álvara he declarado , o qual fe compri-
râ , e aííy efta apoftila inteiramente como nella fe conthem ; Francif-
co Ferreira a fez em Lisboa a catorze de Novembro de mil e feifcen-
tos e dezafeis ; João Pereira de Caftelbranco a fez efcrever. E tref-
ladados a dita Procuração , e Alvarás de S. Mageftade poftilla , e o
mais nelles efcripto concertei tudo com os propios com o Tabaliaó
abaixo aííinado , e a dita procuração , alvarás tornei a Jerónimo de
Paiva , criado do dito Conde de Lumyares que os levou , e para que
confte aífinou aqui. Lourenço de Freytas Tabaliaó publico de notas
por ElRey noíTo Senhor nefta Cidade de Lisboa , e feus termos , que
eíle eftromento em meu livro de notas tomey , e delle o fiz tresladar
concertey , fobefcrevi , e aífiney de meu final publico. Saibaó quan-
tos efta efcritura de rateficaçao , declaração , e obrigação virem , que
no anno do Nafcimento de Noífo Senhor Jefus Chrífto de mil feif-
centos e dezafeis , em doze dias do mes de Dezembro na Cidade de
Lisboa nos apozentos de D. Manoel de Moura Corte-Real , Conde
de Lumiares , Comendador mayor da Ordem , e milicia de Alcantara,
Gentilhomem da Camera do Principe noíTo Senhor , Capitão , e Al-
cayde mor das Ilhas Terceyra , Sao Jorge Fayal , e Pico , eftando
,
ahy prefentes D. Fernando de Portugal, e D. Miguel de Portugal,
filhos do Conde do Vimiozo D. Luis de Portugal por elles foi dito
em prezença de mim Tabaliam , e teftemunhas ao diante nomeadas
qne na efcriptura de dote que fe fez entre D. Maria de Mendoça
,
filha dos Marquezes de Caftel Rodrigo que Deos tem , e entre D.
,
Aífonfo
,,
por pagar , e lhe for devido para comprimento de feu dote , e arras,
com todas as clauzulas , penas , obrigaçoens , renunciaçoens , defafo-
ramento contendas, e declaradas na efcriptura do dito dote, que to-
das hao por expreflas nefta efcriptura como fe realmente nella fe in-
corporarão , e conforme a poftilla , e alvará de S. Mageftade , que
atras fica tresladada junto a efcriptura do dito contrato de dote. Ju-
rarão aos Santos Evangelhos fobre hum livro de rezar , que os tinha
em que puzeraó as maós de cumprir , e guardar todo o fobredito , e
nao averao relaxação defte juramento , e que havendoa defde agora a
haó por de nenhum effeito , e nao querem uzar delia como fe havi-
da nao fora , ratefícando fempre de novo o dito juramento , e naó
irao contra efta em parte
obrigação , nem em todo em Juizo , nem
fora delle de feito
, nem de dercito, conteúdo
e refponderaó pello
nella perante os Juizes e Corregedores do Civcl , e da Corte defta
,
antes de lhes dar defpacho manJey dar vifta da dita petição con-
,
,
trato , e liiRituiçaô de morgado ao meu Procurador da Coroa
, •, e
viíla fua repoíla, e havendo refpeito ao que o dito Conde, e Con-
deíTa pella dita petição me enviarão pedir para que a Inftituiçaó do
dito morgado fe perpetue na fua geração , e fucceíTaó de feus def-
cendentes e por lhe fazer mercê
; ey por bein e me praz de confir-
,
mar , e approvar como de feito por efta prezente Carta confirmo , e
approvo ,
e hey por confirmada , e approvada a dita efcriptura de
contrato de dote, e inftituiçaó de morgado nella incorporada , e que-
ro que fe cumpra, e guarde inteiramente com todas as clauzulas con-
diçoens , declaraçoens , e obrigaçoens que nellas he contheudo e ,
,
declarado , excepto a condição , e' declaração de a Condefta ficar em
poífe, e Cabeça de Cafal feparando-fe o matrimonio dos bens da Co-
roa , e dos de morgado antigo ate fer entregue de feu dote , c arras,
por quanto pella dita repofta do dito meu Procurador da Coroa,
que vio tudo o que na dita efcriptura fe conthem , me praz , e hey
por^bem , que todas as mais condiçoens , e declaraçoens delia fe cum-
prao , e guardem como fe nella conthem , e fejaó firmes e valiofas
,
para fempre , o que aíTy ey por bem de meu próprio motu certa fci-
,
encia , poder Real , e abfoluto, e ifto fem embargo da Ordenação do
iiyro quarto ,^ titulo noventa e finco
§. primeiro, e do direito que
diz , que fe "ao poíTao dar fiadores
à reftituiçao do dote , e de quaef-
quer Leys , Regimentos , e de outras Ordenaçoens grozas , e opi-
,
nioens
I
ELREY.
teniendo hijo varon a la hora de fu muerte , aun que tenga hija , nie-
tos , ò hermanos , y de proineíla de meiora de una encomienda de
dos mil cruzados hafta tres , y de un Álvara de lembrança, para ca-
zamiento de una hija , en los bienes de la Corona , y ordenes , que
tubiere la perfona que con ella cazare. El Padre Confeflor anade
que V. Mageftad le aga merced de promeíTa de una ayuda de coíla
de hafta feis mil ducados , que no falga de la azienda Real , con de-
claracion que hara defliftencia de todas fus aciones , y pertenci ones
que tiene , y dado cazo que el ho alguno de fus defcendentes hable
en ellas no pueda fer oydo , fm que priniero depofite eii mano de los
thezorcros Reales , todo lo que tubiere recebido , y para efte efeito
los aya por abonados. El Duque de Villa hermoza dice , que tiene
la perfona dei Conde do Vimiozo , por merecedora de que V. Ma-
geftad le aga toda la honrra , y merced que fuere jufto , por el bueii
modo con que firvio en la jornada de la Baya ; y para que le fea pre-
fente a V. Mageftad el eftado de fus pertenciones , con diftincion cla-
ra en cada una delias en particular. La una es fundada en el Álva-
ra de promeíFa , que fe hizo al Marques de Caftel Rodrigo , que efte
en cl Cielo , para cazamiento de una hija , que el aplico , a la que fe
cazo con el Marques de Gouvea íiendo Conde de Portalegre , y por-
que murio fin dexar hijo en quien fe cumplieíTen algunas de las mer-
cedes que V. Mageftad le avia hecho , en virtud dei Álvara de pro-
meíFa de cazamiento , pedio el Marques que oy vive , que fe diefte
el Álvara para la otra hermana , que cazo con el Conde do Vimio-
zo , y ElRey D. Phelipe III. que efta en el Cielo fe lo confedio
declarando que quando fe lo cumpliefte fe tendria refpeflo a la mer-
ced con que avia quedado el Conde de Portalegre. Y confultandoíTe
por el Confejo las mercedes que parecio que fe avian de hazer al
Conde do Vimiozo , por efte cazamiento , con efta concideracion fe
dixo entre otras cozas , conformandoíTe con el parecer dei Conde D.
Diego de Silva , que aviendo V. Mageftad de afer merced dei aften-
tamiento a alguna perfona , la hiziera al Conde. V. Mageftad fue
fervido refponder que feria bien , que antes de tomar refulucion en
efta Confulta , dixeílc el Confejo el pro ,
y contra, que fe ofrefíeíTe
en dar , y negar eftos acoftamientos , y qual es el coftumbre de Por-
tugal en ellos , y el fundamicnto delia y aviendolo cumplido el
,
Confejo , le hizo V. Mageftad las mas mercedes que fe le confulta-
ron , y nego efta por las confequencias. Ya íi le parefte que deve
V. Mageftad fer fervido de mandar ver efta Confulta, antes de to-
mar refolucion en el punto dei aftentamiento , por fer coza que V.
Mageftad tiene ya jufgada por eíTencial para ella fiendo la rezolucion;
la otra fe funda en el fervicio que hizo en la jornada de la Baya ,
,
para efte advierte que V. Mageftad mando paftar una proviíion gene-
ral , en que le afia merced a todos los que fueften en aquclla jornada,
de los bienes que tubieftcn de la Corona de las Ordenes para un
, y
hijo , y conforme a efto deve gofar de la merced que ya le efta echa,
y le parecia que de mas delia le podria V. Mageftad hazer merced
darle otra vida mas en eftos bienes
; y de promeíFa de mcjora de en-
comienda,
da Cafa ^eal Tortugues^a» ^99
comienda ,
que valga mil ducados
, mas de las que tiene , y de un
Álvara de lembrança , para cazamiento de una hija ; y no vota en
que íe le de el titulo de juro , porque no íe ha dado a los de mas
titolos que fueron a efta jornada , y entiende que íe en Portugal fe
van dando de juro las Gazas que fe tienen en vidas , fe vendra a im-
poííibilitar el fervicio de V. Mageílad en aquel Reyno , y aníTy lo en-
tendicron los Reys dei , y fe ve por la experiência deita mefma jor-
nada dei Brafil que no fue en ella ninguno de los titolos de juro ;
,
LRey
E
e feus
ii<;
.
,
p
noíTo Senhor havendo refpeito a qualidade do Conde do
Vimiofo e ao que lhe reprefentou dos ferviços de feus paíTados
e ao hem
bem niie
que fervio nn inrnnHn dn
na jornada Braíil na rernnrrncnfS
do Rríiííl recuperação dn
da
NuiH»
.
'
^
tos de lhe fazer mercê conforme a boa vontade que lhe tem efperan-
do delle que fempre lhe fervira correfpondendo niíTo a quem he ha :
ElRey noíTo Senhor ha por bem que fe faíTa obra pela porta-
ria afima fem embargo de fer paílado o tempo em que fe ouvera de
fazer, Lisboa a 31. de Janeiro de 633.
Phellippe da mefquita.
DOm João
daquem ,
por graça de Deos Rei de Portugal , e dos Algarves,
e dalém,mar em AíFrica , Senhor de Guine, e da Con-
quifta , navegação , e Comercio de Ethiopia , Arábia , Perzia , e da
índia , &c. Faço faber aos que efta minha Carta virem , que haven-
do refpeito a peíToa , e Caza do Conde do Vimiozo , Dom Affonío
de Portugal , meu muito amado fobrinho , do meu Confelho de El-
tado , e aos muitos , e muy particulares ferviços , que me tem feito
na defenfaó defte Reyno , moítrando fempre a meu ferviço , taô in-
teira lealdade , como deve a quem he , e haquelles de que defcende,
e tendo outro fy confideraçaó a feus muitos merecimentos , e qualida^
des, por folgar em tudo de lhe fazer mercê, conforme o contenta-
mento , que fempre tive de fua peíToa , e particularmente a feu fan-
gue, e devido que comigo tem , efperando delle, que me fabera me-
recer , e fervir muito a minha fatisfaçaô , a mercê , e honra que lhe
fizer , por todos eftes refpeitos , e pella boa vontade que lhe tenho
,
Hey por bem , e me praz , de lha fazer entre outras ( de que lhe
mandei paííar defpachos) do titulo de Marquez de Aguiar, em fua
vida , com o aíTentamento , iníignias , honras , preheminencias , prero-
gativas , graças , e izençoens , liberdades , privilégios , e franquezas ,
que tem , e de que conforme a direito , e coftume antigo , uzaó , e
fempre uzaraô , e devem uzar os Marquezes de meus Reynos , e Se-
nhorios , dos quaes em todo , e por todo , quero , e mando que elle
inteiramente uze , e poífa uzar , e lhe fejaó goardados em todos os
a6tos 5 e tempos , fem duvida , nem mingoamento algum , que aíTy he
minha vontade , e mercê ; e por firmeza de tudo o que dito he lhe
mandei dar efta Carta por mim aílinada , e paíTada por minha Chan-
cellaria , e fellada do meu Sello pendente. Dada na Cidade de Évo-
ra , aos oito do mes de Setembro. Joaô Pereyra de Souttomayor a
fez , anno do Nafcimento de Noífo Senhor Jefu Chriílo dc mil e feif-
centos e quarenta e tres. Pedro Vieyra da Silva o fez clc rever.
ELREY.
Carta
cia Cafa T^eal Tortugnei^a. 701
Carta de Mcrcjuez do Conde D. Francijco de Portugal de que ^
DOm Joaô
daquem ,
por graça de Deos Rey de Portugal , e dos Algarves, TsJ|,|yi
e dalém , mar cm Africa , Senhor de Guine e daCon- ,•
^/ • ^ 4
Íuifta , navegação, e Comercio da Ethyopia , Arábia, Perfia , c da An. 1716.
ndia , &c. Faço faber aos que efla minha Carta virem , que por par-
te do Conde do Vimioíb Dom Franciíco de Portugal me íoi apre-
, ,
todas as claufulas que em direito forem neceíTaiias, por efte dou po-
,
ELREY.
Num. a8. T"^ Nomine Domini Amen. Saibao quantos efte prezente publico
* *
I Inftromento de tranfumpto
» dado ex virem , que no anno do
officio
An. i^2j. Hafcimento de N. Senhor JESU Chrifto de mil e quinhentos e vinte
fete ao primeiro dia do mes doutubro em ho Moefteiro de S. Geor-
ge dapar da Cidade de Coimbra eftando hy o Illuftre, e Muito Re-
verendo Senhor D. Martinho de Portugal a ElRey N. Senhor pello
noíTo muy Santo Padre Clemente Septimo , ora na Igreja de Deos
Prefidente , e pela Santa See Apoftolica por Núncio , e Embaixador
com plena poteftate legati de latere emviado &c. Logo hy em pre-
,
dolibet in futurum uti potiri & gaudere libere , & licite poílint , &
,
, ,
An. 1539» & immutat, ac defuper difponit prout Catholicorum Regum vota
,
Cantoriam pro uno Cantore , & unam Thefaurariam pro uno Thefau-
rario , & unam Scholaftriam pro uno Scholaftico non majores poft
Pontifícalem inibi Dignitates ; necnon duodecim Canonicatus , & to-
tidem Príebendas pro duodecim Canonicis , qui cum Decano , Archi-
diacono , Cantore , Thefaurario , & Scholaftico prasfatis , Capitulum
ipfius Ecclefiaí conftitueret, erexerat , inftituerat. &
§. 2 Ipfique EcclefiíE de Funchal omnia , &
fingula frufVus reddi-
tus , proventus , &
emolumenta , quít Vicarius de Thomar pro tem-
pore exiftens ex jurifdidlione , &
Vicária íupprefia hujufmodi perci-
piebat y necnon annuos redditus quingentorum Ducatorum auri de Ca-
mera
,
cos , & quorunvis Ordinum Religiolbs pro Clero incolafque & ha-*
, ,
tate , audoritate , & Crucis delatione , & alijs Metropoliticis , & Pn-
matialibus infignijs , remanentibus in ea Dignitatibus , Canonicatibus,
& Prxbendis , ac Beneficijs , & Officijs , cseterifque omnibus , & fin-
gulis inibi per di6lum Leonem PrísdeceíTorem inílitutis , & ordinatis,
Apoílolica audtoritate erexit , & inftituit , illiufque Prcxfiilem pro tem-
pore exiftentem Archiepifcopiim , necnon Indiarum , Infularum , Pro-
vinGiarum , & Terrarum prícdiélarum , ac Ecciefiarum , Civitatum ,
& Dioeceíium in eis pro tempore erigendarum Primatem conílitiiit
& deputavit.
§. 5 Et infuper in Tertia in illius Oppido , Angria nuncupato,
Sanfti Salvatoris , fub San6li Salvatons ; necnon in Saníli Jacobi de
Cabo- Verde , in ea parte, quse Ribeira Grande nuncupatur, Sandti
Jacobi fub ejufdem Santli Jacobi de Cabo- Verde necnon in Sanéli
Thomx Beatíc MariíE de Gratia íub Saníti Thomas , in de Goa &
nuncupatis , in difto inari Oceano confiftentibus Iníulis , qjua; inter
alia diílíe Ecciefíse Funchaleníi in illius ereítione hujufmodi pro ejus
dioecefi aífignatíe fuerant SandtíE CathariníE íub ejurdem Sanitas Ca-
tharinsE de Goa invocationibus Parochiales in Cathedrales Ecclefias
cum Sede , Epifcopali ,& &
Capitulari menfis , ac certis Dignitati-
bus; necnon Canonicatibus, &
Prícbendis , alijfqus Cathedratibus in-
íignijs tunc expreííis , &
loca , leu Pagos , in quibus ipfíE Parochiales
EccleíiíE coníiftebant , in Civitates , quíE Sanfti Salvatoris , Sandli &
Jacobi de Cabo- Verde , ac San£l:i Thoma; , Sandíe Catharinas de &
Goa relpeftive nuncuparentur , íimilibus coníilio , auótoritate ere- &
xit , & inftituit.
§. 6 Ac
poft flumen de Cavagala in Africa prope caput , fcu Pro-
montorium Viride , omnes , &
fingulas reliquas terras , Provincias, &
tam in Africa, quâm in Afia, ac príEdi6l:as , alias tunc exprelfas, &
illis adjacentes Infulas antea dioecelis Funchaleiifís , cum omnibus, &
fingulis illarum Caftris , ac Villis, Locis , Diftri6libus ; necnon &
Clero, & Populo, perfonis Hofpitalibus,
Ecclefiafticis ,
Álonafterijs ,
Vix , & Algarbiorum Regi cui Jus Patronatus & pra:^fentandi per-
, ,
I
THE GETTY CENTER
UBRARY