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Sentença do Juízo da Coroa dada no ano de 1674 contra os oficiais da Câmara da Vila de
Alfeizerão [Alfeizarão], em que se lhe não deu provimento no agravo que interpuseram pelo Juiz
feixes no agro. (Livro 20 de Sentenças, fólio 276; e sobre a sentença, fólio 314)
Sentença do Juiz Conservador Apostólico dada no ano de 1673 contra os ditos oficiais da
Câmara de Alfeizerão da força que fizeram em mandar apregoar [«apergoar»] que ninguém pagasse
Milho Grosso
Sentença dada no ano de 1661 contra Manuel de Oliveira, o Velho, de Alfeizerão, e Braz
de Figueiredo, do Couto, termo de Salir do Mato, pelos quartos do milho grosso (Livro 7.º de
Sentença de força dada no ano de 1673 pelo Juiz Conservador Apostólico contra os
oficiais da Câmara de Alfeizerão por impedirem com pregões que se não pagasse o milho grosso no
agro por avenças (Livro 2.º de Sentenças, fl. 338; e sobre sentença, fl. 322); de que eles apelaram,
mas não se lhe recebeu a apelação senão no efeito devolutivo, de que agravando para a Coroa, não
tiveram provimento (no dito Livro, fl. 276), e se passou contra eles de participantes (Livro 24 de
Legumes
Sentença do Juiz Conservador Apostólico dada no ano de 1615 contra vários moradores do
termo desta vila de Alcobaça, e de Alfeizerão, em que são condenados a pagar o quarto e dízimo
dos legumes na forma dos Forais, e posse (Livro 4.ª de Sentenças, fl. 393). Confirmada no Tribunal
Sentença do Juízo da Coroa dada no ano de 1666 contra António Roiz Lobo da Silva, da
vila de Alfeizerão, pela qual foi condenado a pagar o 4.º dos feijões, e nesta sentença está copiado
o Foral, e bem explicadas as palavras quanto aos legumes (Livro 20 de Sentenças, fl. 178).
Sentença do Juiz dos Direitos Reais dada no ano de 1669 contra Isabel Gomes Loba,
viúva de António Roiz Lobo, em execução da sentença acima (Livro 10 de Sentenças, fls. 335 e
536).
Sentença do Juízo da Coroa dada no ano de 1673 contra os oficiais da Câmara da vila de
Alfeizerão, e povo da dita vila, sobre o direito do 4.º dos feijões. É boa sentença a respeito dos
Sentença de liquidação dos feijões que devia António Belo do Souto, de Alfeizerão (Livro
20 de Sentenças, fl. 312). Sentença de liquidação dos feijões que devia Diogo Dias da dita vila
(idem, fl. 380). Outra semelhante contra Pedro Batista (id., fl. 400). Outra semelhante contra João
Gomes (id., fl. 410). Outra semelhante contra António Fernandes Moreno (id., fl. 420). Outra
Sentença do Juiz dos Direitos Reais confirmada pelo Ouvidor contra a Câmara e povo
d’Alfeizerão, condenados a pagar o quinto da uva preta em cestos na eira, e o quarto dos alhos,
cebolas e mais legumes, e que não deem sesmarias (Livro 29 de Sentenças, fl. 424).
Sentença do Juiz dos Direitos Reais confirmada na Coroa contra Vicente Gonçalves, de
Alfeizerão, em que foi condenado no perdimento dos feijões (Livro 8.º de sentenças, fl. 280).
Sentença de liquidação dos feijões que devia Leonardo de Sousa, d’Alfeizerão (Livro 8 de
Sentença do Juiz Ordinário contra João Diniz, de Famalicão, pelo quarto dos feijões
termo de Alfeizerão, pelos direitos dos ferregiais que excederem uma teiga de semeadura, que são
Pederneira, para que vão fazer as suas farinhas aos moinhos do Mosteiro (Livro 1.º de Sentenças,
fl. 320).
Sentença da Correição do Cível da Coroa, dada no ano de 1595, contra Isabel de Brito e
seus filhos, da Pederneira, para que não usem de uns moinhos em Rio de Moinhos, por causarem
prejuízo aos do Mosteiro, sem embargo da licença que se lhe tinha dado (Livro 1º de Sentenças, fl.
437).
Sentença do Juízo da Coroa dada no ano de 1638 contra João Domingues, da Pederneira,
em que julgou que o Mosteiro lhe não fizera força em lhe mandar derrubar umas atafonas que fez
Carta D’El Rei D. Afonso IV que pede por mercê ao Dom Abade [que] deixe cortar arcos
nas suas matas para as suas cubas (Livro 6.º dos Dourados, fl. 120).
Instrumento feito no ano de 1435 por qual o Dom Abade mandou soltar sobre fiança
certos homens que estavam presos no castelo por ti rarem landes e madeiras das matas sem licença
Sentença da Coroa que julga pertencer a este Mosteiro o montado dos porcos das matas dos
Carta D’El Rei D. Manuel que roga aos regedores deste Mosteiro lhe deixem cortar nas
Instrumento de avença com o concelho de S. Martinho sobre o montado dos porcos (Livro
Sentença de Agravo do Juízo da Coroa a favor deste Mosteiro, que não é obrigado a dar
madeira aos pescadores da Pederneira, sem eles jurarem que é para as suas embarcações (Livro 4.º
Sentença de força contra o Padre Simão Luís e António Rodrigues Ráscoa [?] de
Famalicão de Baixo sobre as águas (Livro 22 de Sentenças, fl. 378, ano de 1685).
Munitório do Juiz Conservador contra Manuel Fernandes e seus filhos por entupirem o
Rio da Pedra e da Mota, ó’redor [ao redor] do Casal da Mouraria, termo de Óbidos, e desistência
Rios e Valas
e emprazamentos que depois disso o Mosteiro fez de vários herdamentos e juncais que constam do
Livro 2.º da Fazenda, são os enfiteutas obrigados a abrir os rios, valas e sarjetas, e trazerem as
No ano de 1616, por ordem D’El Rei, fez o Juiz de Fora de Óbidos abrir o rio de
Alfeizerão para o que fintou todos os interessados, e considerando que também este Mosteiro o
era, foi fintado em cento e tantos mil reis, a que, por parte do Mosteiro, se acudiu que tal
obrigação como essa não tinha, porque toda caía sobre os seus enfiteutas, conforme seus Fo rais e
aforamentos; e ouvido o povo, que assim o confessou, se julgou que o Mosteiro não é obrigado a
concorrer para a dita abertura (Livro 8 de Sentenças, fl. 372; e no fl. 371, está um assento que
No ano de 1746 também se fintou o Mosteiro na abertura que mandou fazer o Ouvidor
como Superintendente, a que o Mosteiro acudiu, alegando o referido, e ouvidas as Câmaras das
vilas de Alfeizerão e S. Martinho, se julgou que o Mosteiro não é obrigado a concorrer para as
No ano de 1680, houve uma notável questão com Silvério da Silva da Fonseca sobre o
custo da abertura do seu campo e Prazo d’Alfeizerão, e o rio que por ele passa. Foi o caso que,
mandando El Rei no dito ano, abrir o rio da Mota à custa dos interessados, sendo por isso
fintados, pretendeu o dito Silvério da Silva que, pelo que tocava a ele, se fizesse [calculasse] a
finta respetiva ao lucro que tinha das terras rotas, e não dos juncais; e que nela se fintasse o
Mosteiro pelos lucros que também tinha. O Mosteiro, pela sua parte, alegou que o dito Silvério da
Silva devia à sua custa só, abrir o rio nas suas terras por ter essa obrigação pelos seus Prazos, e
precedendo informação do Provedor, mandou El Rei que se abrisse à custa do dito Silvério da
Silva da Fonseca. Todas estas arengas se declaram nos papéis que estão no Livro 24.º de
Sentenças, do fl. 971 em diante; e nas Razões no fl. 1035 do dito Livro estão bem expendidos os
fundamentos por onde o Mosteiro não é obrigado a concorrer em nenhuma parte, ainda sem
embargo do iníquo contrato no fl. 983 que se mostra nulo (fl. 971), nem foi atendido na Sentença
do Livro 34, fl. 179, pelas razões no dito Livro, no fl. 802.
No ano de 1650, passou El Rei D. João IV um Alvará para que em cada ano se lancem
oito mil reis de fábrica ii pelos interessados para a abertura e conservação do rio de Alfeizerão, e
que os Ouvidores dos Coutos sejam superintendentes da conservação do dito rio (Livro 33 de
Martinho para tirarem quinze mil reis cada ano dos frutos das terras da Lagoa, para a fábrica e
abertura da Vala Real, e mais abertas da dita Lagoa, e que o Ouvidor dos Coutos seja executor da
dita fábrica, assim como o era do rio de Alfeizerão (Livro 33 de Sentenças, fl. 153; e o Contrato a
que se refere está no Livro 20 de Sentenças, fl. 84). Estas fábricas já as não há, porque o Prazo
que se tinha feito àquelas pessoas que fizeram o Contrato da Lagoa se desfez, e se fez outro de
Pelo que o costume é abrirem-se os ditos rios e valas de Alfeizerão e S. Martinho quando é
necessário, e para isso se recorre ao Ouvidor como Superintendente, para mandar fazer a obra, e a
finta do custo dela pelos interessados. Mas nunca o Mosteiro deve ser fintado pelas razões já
No ano de 1649, passou El Rei D. João IV um Alvará para o Dr. Frutuoso de Campos
Barreto mandar abrir os rios e valas de Alfeizerão e S. Martinho à custa dos interessados (Livro
5.º de Sentenças, fl. 190). Do qual D. Micaela da Silva iii pediu vista para embargos, suspensa a
execução que se lhe lançou, por mandar o Alvará se fizesse a obra sem embargo de quaisquer
Carta do vigário desta vila, José de Almeida Brandão, em que pede licença para pescar
Por uma Provisão de D. José I, lavrada a 2 de Setembro de 1775, pede ao Mosteiro [para]
fazer citar os Juízes e Câmaras das vilas da Cela, Maiorga, Alfeizerão, Alcobaça, Cós e
Pederneira, para os reparos dos cômoros e motas destruídos por efeitos das cheias (Caixão das 3
Alvará D’El Rei D. Duarte pelo qual dá poder ao D. Abade deste Mosteiro que possa
constranger aos concelhos dos Coutos que consertem os caminhos e estradas pelas [vezes] que forem
Carta do Secretário de Estado Mendo Fóios iv, escrita em nome D’ El Rei D. Pedro II ao
D. Abade Geral, pela qual lhe ordena mande às Câmaras das vilas da Pederneira e Alfeizerão
consertem logo os caminhos para se conduzirem as madeiras para os navios que mandava fazer em
El Rei D. Fernando ordenou que todos os moradores dos coutos fossem escusos de ir servir
na aduana da vila de Santarém, e que por isso os Abades os poderiam constranger para o
refazimento e repairo dos castelos dos coutos. E El Rei D. Afonso V no ano de 1450 passou um
corregimento e reparo das torres e barreiras do castelo do Mosteiro para o que havia por bem que
não fossem escusas nenhumas pessoas dos coutos. Assim o julgou por Sentença El Rei D. João II
no ano de 1481. E assim o diz a Sentença no Livro 1º Dourados, fl. 17 v.º e 18.
Pelos Forais dados às vilas dos coutos pelo rei D. Manuel se determina que os vizinhos e
moradores dos coutos sirvam por mandado do Abade ou dos seus oficiais nas obras e muros das
ditas fortalezas; mas isto será quando El Rei assim o houver por seu serviço e bem de seus reinos,
de se fazerem ou refazerem os ditos castelos, muros e obras deles; e eles então por seu especial
Instrumento passado no ano de 1534, pelo qual consta que os moradores de Pataias e da
Ribeira do Pereiro são obrigados em cada ano, ir limpar os muros do castelo [de Alcobaça] por fora
Petição de Francisco Pereira Pinto, administrador da Abadia no ano de 1627, de que era
Comendatário o Cardeal Infante D. Fernando, em que pede a El Rei que o dinheiro que o Povo
tinha pedido para fazer uma nova cadeia nesta vila, pela do castelo se ir arruinando, se gastasse
no reparo do castelo, e se não fizesse uma nova cadeia fora dele (Liv. 13 de Sentenças, fl. 275 e
276).
Protesto que fez em 1456 Dom Fr. Gonçalo de Ferreira, abade de Alcobaça, perante o Juiz
castelo de Alcobaça, em que eram obrigados a trabalhar, não era o Mosteiro obrigado a dar-lhes
vila de Alcobaça: tem de ordenado vinte mil réis em dinheiro, tem mais u ma cerrada junto do
Leva mais os foros de várias moradas de casas que estão ó’redor do chão do castelo, e
porque os prazos todos foram feitos pelo Mosteiro. E quanto à cerrada, trata dela o contrato feito
entre o Comendatário e Vasco de Pina, Alcaide-mor (Livro 14 de Sentenças, fl. 222). E quanto aos
foros das casas, constam no Tombo do Souto serem aforadas pelo Mosteiro já no ano de 1601,
sendo Alcaide-mor D. Lopo de Almeida, lhe pôs o Mosteiro demanda para lhe reivindicar a dita
cerrada e foros, e já então veio com uma exceção de prescrição que lhe não foi recebida, e consta da
sentença no 4º Livro de Sentenças, a fl. 107. Não consta se prosseguisse este pleito. Bom fora dar-
lhe agora algum remédio, que só poderá ser quando se apresentar Alcaide-mor e reservar o Mosteiro
para si os ditos foros, ainda que o equivalente deles se lhe acrescente em dinheiro.
Forma de homenagem que devem fazer os Alcaides-mores, feita por António de Sousa
Tavares, tirada dos Livros D’El Rei, e da Casa de Bragança (Livro 13 de Sentenças, fl. 482).
feliz [«felice»] aclamação do Senhor Rei D. João IV, restituiu ao Mosteiro a dita comenda por
falecimento do dito Comendatário. E pretendendo o Mosteiro que a dita Alcaidaria-mor ficasse
vaga, e que o Alcaide-mor restituísse os 8 moios de pão que levara depois da morte do
Comendatário, julgou-se no ano de 1651 que o dito Alcaide-mor em sua vida fosse conservado na
posse da dita Alcaidaria, mas que restituísse os 8 moios de pão que lev ara depois da morte do
Comendatário, pois este, por ser somente administrador, só em sua vida podia ter lugar aquele
Foi apresentado Manuel Teixeira Homem (Livro de Dataria, fl. 84; e a posse no Livro 13
Foi apresentado André Bravo (Livro da Dataria, fl. 84. E a posse no Livro 13 de
Foi apresentado o D. Giraldo Pereira Coutinho (Livro da Dataria, fl. 85. E a posse no
Bento Luís Correia da Silva (Livro da Dataria, fl. 88 v.º; e Livro 54 de Sentenças, fls. 80
e 81)
Sentença do Corregedor da Comarca a favor do dito Alcaide-mor, pela qual julga que não é
obrigado aos reparos do castelo que serve de cadeia (Livro 33 de Sentenças, fl. 958).
Pela Sentença do Juízo da Coroa de 1655, e Alvará do Senhor D. Afonso [IV] de 1667
[data de publicação do alvará, porque D. João IV faleceu em 1666], está decidido que a
Alcaidaria-mor desta vila é data [dada, concedida pelo] do Mosteiro (Livro 25 de Sentenças, fls.
308 e 193].
[parágrafo um tanto ilegível sobre o aforamento indevido a sete pessoas pelo Alcaide-mor
Por desistência do Alcaide-mor Bento Luís Correia de Melo, fez Preito e Homenagem a
novo Alcaide-mor apresentando José de Melo Pereira Correia Coelho aos 25 de Abril de 1779
Doutel de Almeida, novamente apresentado pelo Nosso Reverendíssimo aos 13 de Abril de 1833
12000 reis cada ano. E, além disso, uma grande cerrada ao redor do castelo, da qual deve pagar a
este Mosteiro o oitavo das novidades pelos títulos apontados no Livro 2 da Fazenda, fl. 143 v.º,
n.º 38.
Bernardo de Freitas de Sampaio, Livro da Dataria, p. 350. Desistência que fez Livro 33
João Carlos de Freitas e Sampaio. Livro da Dataria, fl. 351 v.º, em 1738.
Pela sentença do Juízo da Coroa de 1655 e pelo Alvará do Sr. D. Afonso VI de 1657 se
decidiu que a data da alcaidaria-mor desta vila pertence ao Mosteiro (Livro 25 de Sentenças. fl.
Na carta de povoação que no ano de 1342 deu o Mosteiro aos moradores de Alfeizerão,
reservou para si o castelo com as suas entradas, saídas e pertenças (Tombo Velho, fl. 166); o mesmo
confirma o Foral de El Rei D. Manuel (Livro novo dos Forais, fl. 5 v.º).
Sentença proferida a favor de Silvério da Silva da Fonseca contra o Mosteiro, e foi este
382); contra o mesmo obteve o Mosteiro sentença no Juízo da Ouvidoria em 1596, e nela foi
condenado a pagar o oitavo e dízimo da cerrada do Castelo (Liv. 2 de sentenças, fl. 168).
Posse que o Mosteiro tomou da Alcaidaria-mor desta vila, em 1642, por virtude da doação
Desistência que fez da alcaidaria-mor de Alfeizerão, António Félix da Silva Barradas, nas
mãos [«maons»] do Reverendíssimo Donatário (Liv. 52 de Sentenças, fl. 545 v.º, Livro da
Dataria, fl. 352, desistência, fl. 354 v.º). Fez homenagem em 1765.
Joaquim José de Freitas e Sampaio, alcaide-mor em 1769 (Liv. da Dataria, fl. 353 v.º).
Notícia sobre a dívida de 200$00 que o Alcaide-mor deve ao Mosteiro, e sobre o ordenado que este
lhe deve. Livro da Dataria e Livro Index das Jurisdições = feito por ___.
Alcaides pequenos vi
Cartas e Alvarás por onde consta que na vila da Pederneira e de S. Martinho se não devem
Duas cartas do Marquês de Tancos vii para o Reverendíssimo [o Abade], como Capitão-mor
sobre a Capitania da vila de S. Martinho (Livro 42 das Sentenças, fl. 232 e 234).
Carta do Marquês de Tancos, como general, escrita ao novo Reverendíssimo, como capitão -
mor em que lhe ordena faça prender um filho do capitão da Alvorninha (Liv. 45 das Sentenças, fl.
Carta do mesmo [marquês de Tancos] para o novo Reverendíssimo mandar pôr guardas e
vigias e embaraçar, que do corsário real inglês Jorge não desemb arque pessoa alguma nestes coutos
(Liv. 45 de Sentenças, fl. 32 e Carta para se recolherem os mesmos guardas no fl. 34).
Bens do Mosteiro
Sentença proferida pelo Juiz do Fisco e mais adjuntos em 1673, com a qual foi condenado
o Procurador Fiscal a pagar ao Mosteiro os foros vencidos de alguns prazos que foram confiscados
a D. Isabel de Brito viii, e o condenaram também a vendê-los logo (Livro 21 de Sentenças, fl. 413).
Fernandes, criado deste Mosteiro na g. [granja] de S. Martinho pelos oficiais da Câmara da dita
Cabanas da Pederneira
Sentença do Juiz de Fora de Leiria dada no ano de 1697 contra Lourenço Pereira da vila
da Pederneira por levantar uma cabana na praia sem licença do Mosteiro; de que ele desistiu
Pederneira, por ajuntarem o povo, e com ele em forma de motim, irem derrubar uma cabana que o
Mosteiro fazia na praia, pelo que cada um foi condenado em quatro mil réis para as despesas (Liv.
Coutos ix
El Rei e Senhor D. Afonso Henriques, na primeira Doação que fez a Nosso Pe. S.
Bernardo, na Era de 1191 [Era de César], que fica sendo no ano de Cristo de 1153, fez Coutos
todas as terras da dita Doação. Assim o confirmaram os seus sucessores, como consta da sua
El Rei Dom Dinis, na Era de 1329, condenou a Luís Gomes [?] de Alpedri z, por
quebrantar o Couto do Mosteiro; e suposto lhe modificou a pena, manda que sempre a dos
encoutos fique em pé, a qual confirmou D. João II no 1.º Caderno Preto. E também El Rei D.
João III no 2.º Caderno Preto, que ambos estão na Gaveta 1.ª do Caixão.
Couto de homiziados era o âmbito ou circuito desta vila, pelo modo e limite que se declara
no Instrumento do Livro 1.º de Sentenças, fl. 77, e está curioso [«coriozo»], porque se mostra que
El rei D. Manuel no ano de 1506, concedeu que o abade D. Jorge de Melo fizesse um lugar
novamente arredado do Mosteiro, que se chamaria Vila de S. Bernardo, e que para ela se mudasse
o Couto e homiziados que havia em Alcobaça, a qual Vila de S. Bernardo ficaria Couto para
sempre, e que valesse a todos os homiziados, exceto heresia, traição, aleive, sodomia, moeda falsa e
morte de propósito (Maço 1.º de Privilégios, nº 35, Gaveta 1, e Liv. 7 de Dourados, fl. 128).
El Rei D. João III, no ano de 1538, houve por bem que, por não ter efeito a Vila de S.
Bernardo, que se não fizera, e não ser justo que junto do Mosteiro houvesse Couto, se mudasse este
para a vila de Alfeizerão, que por ter poucos moradores, seria ocasião de se aumentar (Livro 7
El Rei D. Sebastião houve por bem de mudar o Couto e homiziados da vila de Alfeizerão
para a vila de Paredes no ano de 1570, pelo Alvará no Livro 17 de Sentenças, fl. 251 x.
Fornos
Pelas cartas de povoação dadas às vilas dos Coutos reservou o Mosteiro para si todos os
fornos, e por isso ninguém os pode ter nem fazer sem licença do Mosteiro, porque só ele os pode ter,
Barrantes, com que se julga que cada um dos moradores da vila de Salir do Mato e seu termo deve
pagar de fornagem dois alqueires de pão (Livro 1.º de Sentenças, fl. 495).
derrubou os fornos que tinham feito alguns da Maiorga (Livro 6.º dos Dourados, fl, 68).
Sentença dada pelo Ouvidor no ano de 1513 [?] contra António Pires Valbom, morador no
seu Casal de Vale Paraíso [«Val Paraíso»}, termo de Alfeizerão, para que derrube um forno que
tinha no dito Casal, e no fim um Termo [depois de o derrubar] que poderia usar do dito forno
pagando cada ano um alqueire de trigo e uma galinha, e havendo mais moradores no dito Casal,
nenhum poderia cozer no dito forno; e fazendo o contrário, cada um pagaria 6 alqueires de trigo
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra Maria d’Almada, de Alfeizerão, para que não
[?], e outros do lugar do Valado, para não fazer seu pão nos fornos do lugar do Valado (Livro 65
Sentença do Juiz Executor dada no ano de 1728 a favor de José Rodrigues Fragoso,
rendeiro de Alfeizerão, contra os oficiais e povo da mesma vila, em que se julgou que o pão fiado
da dita renda se deve pagar pelo maior preço que valer até 15 de Agosto na forma da lei (Livro 29
de Sentenças, fl. 302). Foi confirmada no Juízo da Coroa pelo acórdão incerto na dita sentença.
Ninguém pode ter nem fazer nas vilas e terras destes Coutos sem licença do Mosteiro,
porque nas primeiras Cartas de Povoação que se deram, reservou para si este direito, e o mesmo
consta dos Forais do Ilustríssimo Rei D. Manuel, sobre o que há as sentenças seguintes.
Sentença do Corregedor de Leiria, pela qual revoga capítulos da Correição que deixou em
Alfeizerão, para que o Mosteiro sempre traga consertados os lagares de vinho, pena de dois mil reis
derrube um lagar de vinho que tinha feito na quinta da Cavalariça sem licença (Livro 27 de
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra o padre Silvério da Silva, de A lfeizerão, por
fazer um lagar de vinho sem licença na dita vila de Alfeizerão (Livro 32 de Sentenças, fl. 201).
Touros
Provisão passada no ano de 1754 para ser notificado Manuel Pedro da Silva da Fonseca,
desta vila, para lançar fora dos Coutos uma manada de touros, que neles trazia, e para não ter
trato com certas pessoas, de que fez termo, e esteve preso em sua casa um mês (Livro 39 de
Com o mesmo Manuel Pedro da Silva da Fonseca, trazia o Mosteiro uma causa sobre a
copulação dos mesmos touros, que não chegou a sentenciar-se, e se acha encadernado em um livro
de pergaminho que tem por fora o título seguinte: Causa sobre a Mata do Cano, e outra sobre os
touros.
Pinhais do Camarção
Mosteiro para lhe reivindicarem as terras e pinhais de entre os rios da vila de Alcobaça e a água a
que chamam Furadouro, a saber, desde a foz do rio do Pau, de Alcobaça, por Águas Belas, e as
que se continuavam entre o mar e a mata de Pataias até acabar no Furadouro de Águas Belas;
fundados na Doação de D. Fuas Roupinho, a que o Mosteiro se opôs com exceção de presunção,
fundado na posse e Doação D’El Rei D. Afonso I, e afinal se julgou provada, e foi o Mosteiro
absoluto do pedido pela sentença no Livro 27 de Sentenças, fl. 55, e sobre-sentença no fl. 166.
Nesta sentença estão muitos e bons documentos, e de tudo está o Mosteiro de posse, e compreende
Quanto ao que toca ao limite da vila de Paredes, como está, de todo se despovoou, tratou o
Mosteiro de emprazar uns moinhos que ainda ficaram, e uma ribeira com muitos matos ao redor,
como se declara no Livro 1.º da Fazenda, fl. 338. E o mais ficou em camarção, como sempre foi.
Perdimento dos Frutos Sonegados
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra os herdeiros de Manuel Pires, do Casal de Vale
fl. 151.
Comisso xi
os enfiteutas, como duas vezes se julgou no Juízo da Coroa, contra os possuidores da Quinta
chamada do Seixas, e no termo de Alfeizerão (Livro 7 de Sentenças, fl. 600; e Liv. 34, fl. 495); em
Inquirições
Sentença do Juízo da Coroa do ano de 1659 em que se julgou que o Mosteiro era agravado
pelo Juiz de Alfeizerão por embaraçar uma Carta de Inquirição e tirarem-se as testemunhas. Foi
condenado em 4000 reis para as despesas por que se portou absoluto (Livro 7 de Sentenças, fl.
642).
Jurisdições
PEDERNEIRA: Dois Juízes Ordinários e dos Órfãos, e se fazem por eleição. Dois
Escrivães do Judicial e Notas, e dos Órfãos. Um Escrivão da Câmara, e Almotaçaria, e da Ri brª
[Ribeira ]. Um Inquiridor e Contador. Todos estes Oficiais são data do Mosteiro.
S. MARTINHO xii: Um Juiz Ordinário, que se elege como os mais dos Coutos. Um Juiz
dos Órfãos, que também serve na vila de Alfeizerão (este ofício já se extinguiu). Servem nesta vila
os Escrivães e Tabeliães de Alfeizerão.
Sentença do Ouvidor dada no ano de 1742 contra José do Couto, de Famalicão, que saindo
por Vereador da Pederneira, não foi confirmado por ser parente do Juiz, e recorrendo ao
Corregedor, o confirmou; mas desistiu da dita confirmação e do dito cargo (Livro 34 de Sentenças,
fl. 1).
Pederneira, pela qual julgou em grau de apelação que não fora bem julgado pelo Juiz da dita vila
em proceder a eleição de Juiz da dita vila feita de Barrete xiii, com negação dos votos na pessoa do
Doutor José de Almeida Salazar xiv, proibindo que se não votasse nele, pelos impedimentos que por
isso tomou por escusa, por que [pelo que] devia mandar escrever os votos em todas as pessoas com
que livremente fossem dados, sem se intrometer a conhecer dos ditos impedimentos no caso em que
os houvesse, pois esse conhecimento e apuração da dita eleição só pertencia ao Donatário apelante
Sentença da Relação dada no ano de 1708, a favor de Francisco de Oliveira Baena, em que
se lhe manda dar posse do ofício de Juiz Ordinário da vila de Alfeizerão, para que foi eleito e
confirmado pelo Dom Abade sem embargo de quaisquer embargos, na conformidade do dito Alvará
Sentença D’El Rei D. Duarte dada no ano de 1437 pela qual julgou que nas vilas dos
Coutos não haja Juízes dos Órfãos, e sirvam os Juízes Ordinários, como sempre foi uso (Livro 1.º
dos Dourados, fl. 8 v.º; está confirmada por El Rei D. João II no dito Livro, fls. 11 v.º e 12; e no
2.º Caderno Preto, e por El Rei D. João III no 2.º Caderno Preto, ambos na Gaveta 1.ª).
Pela Sentença das Jurisdições no Livro 25 delas, a fl. 308, e pelo Alvará de Confirmação
no dito Livro a fl. 193, está julgado e confirmado o ofício de Juiz dos Órfãos das vilas de
Alfeizerão e S. Martinho ser data do Mosteiro. Foi apresentado nele Mateus Rebelo, da Cela
(Livro da Dataria, fl. 380) o qual o renunciou (Livro 22 de Sentenças, fl. 402). E foi de novo
Desistência e Aceitação que nas mãos de S. Majestade fez Mateus do Couto, da vila de
Alfeizerão, dos Ofícios que constam na sua petição, que corre no Livro 57 de Sentenças, no fl. 399.
Sentença do Juízo da Coroa dada no ano de 1657 contra Manuel Roiz, Juiz de S.
Martinho por impedir com motim que os Oficiais dos Direitos Reais não executassem uma
sentença do dito Juízo, e pelo dolo com que o fez foi condenado nas Custas, e em quatro mil reis
de 1764, por virtude da conta dada pelo Ouvidor (Livro 48 de Sentenças, fl. 425).
Sentença do Ouvidor confirmada na Relação contra o Juiz d’Alfeizerão por que se julgou
nulo, um ato e devassa que tirou do Executor e os seus oficiais, e os prendeu por darem varejos na
Justiça de Alfeizerão por impedirem os mandados do Executor em ordem a se darem varejos nas
Desistência que no ano de 1615 fez o Juiz Ordinário e dos Direitos Reais desta vila, da
força que fazia em se intrometer na jurisdição do Executor (Livro 3º de Sentenças, fl. 262).
Sentença do Ouvidor, confirmada no Juízo da Coroa, dada no ano de 1617 contra o Juiz dos
Direitos Reais desta vila por impedir o Executor na sua execução, dando auto dele, e prendendo -o
Pederneira, passada no ano de 1708 a Sebastião Neto Froes [«Froez»], apresentado pelo Dom
Provisão por onde se confirmou o Ofício de Escrivão da Câmara das vilas de S. Martinho e
Alfeizerão em Manuel Fortunato do Couto e Aguiar, apresentado pelo Dom Abade Geral (Livro
35 de Sentenças, fl. 246). E Procuração que fez sua mãe como sua tutora, para em seu nome se
[Nova regulação dos oficiais apresentados pelo Mosteiro nas vilas de que era donatário,
das Dízimas do Pescado. Não falou [o Alvará da rainha] em Escrivão do Judicial e Notas.
Certidões de como é uso e costume dar-se varejos em casa dos lavradores, aonde se suspeitar
pela força que faziam ao Mosteiro em impedirem aos Executores a dar varejos, e os prenderem
a Devassa que tirou contra os Executores, e rendeiros, por exercerem a sua jurisdição, e dar varejos
na dita vila (Livro 3.º de Sentenças, fl. 166; e a sobre-sentença na fl. 15).
podem dar varejos aonde se suspeitar que há pão sonegado, com declaração que se não tire da casa
dos lavradores, nem sejam executados sem primeiro serem ouvidos (Livro 5.º de Sentenças, fl.1).
Laudémios
Laudémios devem pagar todos os foreiros que venderem fazendas foreiras a algum
senhorio, a saber, a quarentena, salvo se no Contrato de Aforamento se declarar outra coisa, que
Laudémio pagou Cristóvão Álvares da Serra da Pescaria das fazendas que comprou dentro
dos Coutos por sentença que contra ele deu o Juiz Conservador Apostólico pelo Mosteiro estar
nessa posse, e todos o deviam de quarentena, a qual sentença se confirmou no Tribunal da Legacia
no ano de 1604 (Livro 3.º de Sentenças, fl. 276; e um treslado, fl. 330).
Laudémio pagou Sancho de Toar [?] da quinta da Cavalariça; sentença no Livro 6.º delas,
fl. 480.
que foi condenado a restituir ao Mosteiro o laudémio que tinha cobrado de alguns subenfiteutas
Pela Doação do Senhor Rei D. Afonso Henriques, pertencem a este Mosteiro todas as
terras dos Coutos, rotas e por romper, e o mesmo se confirma pelos Forais, e que ao Mosteiro
Doutor Manuel Lopes Madeira xvi sobre o paúl da Lagoa de S. Martinho que a dita Câmara lhe
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra Domingos do Couto, Simão do Couto e outros
de Famalicão, termo de Alfeizerão, porque se julga que o Mosteiro pode dar os maninhos [terras
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra Simão do Couto, de Famalicão, por romper um
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra os oficiais da Câmara e Povo de Alfeizerão,
Sentença proferida no Juízo da Coroa contra Pedro da Silva da Fonseca em 1713, em que
se julgou que pela amplíssima doação do Senhor Rei D. Afonso I, pertencia ao Mosteiro os
confirmação de outra proferida pelo Juiz dos Direitos Reais, nas quais se julgou que contra os
bens deste Mosteiro não havia prescrição, não somente por serem bens da Coroa, mas também por
serem bens eclesiásticos, contra os quais não há prescrição por menos agravo de 100 anos, por
Breves Pontifícios, como é opinião comum e seguida no ____ concelho (Livro 20 de Sentenças, fl.
Prelação
A quinta da Cavalariça houve este Mosteiro pela prelação na arrematação que se fez pelo
Sentença contra Cristóvão Álvares [?] d’Alfeizerão pelos quartos de uma terra onde
de Alfeizerão sobre a cerrada do castelo, que por sua morte se pague o 8.º das novidades (Livro 2
Sentença Cível contra os moradores desta Comarca que possuem vinhas, principalmente os
de Famalicão, Serra da Pescaria, Cela e seu termo, e Valado; pela razão de vindimarem as uvas e
levá-las a vender, para não pagarem direito delas (Livro 62 de Sentenças, fl. 457).
Quarteiros
Licenças que deu o Vigário Geral de Santarém no ano de 1650 aos quarteiros e carreteiros
do Mosteiro, para acarretarem o pão aos dias santos (Livro 9 de Sentenças, fl. 401); ao que veio
com embargos o vigário d’Alfeizerão, e sem embargo deles se mandou cumprir o Despacho (fl. 385).
Viúvas
Sentença da Relação proferida em 1650 contra D. Micaela da Silva, na qual se julgou que
não fora agravada pelo Juiz dos Direitos Reais em não receber a exceção declinatória para o Juízo
do Cível da Corte, para onde queria declinar por ser viúva (Livro 5.º de Sentenças, fl. 207; e a
14. xvii Além disto, o Bispo, por si, e seus sucessores, limitou às Igrejas de Cós, de
do Abade [?], concedendo que todo o Couto ou território do dito Mosteiro deve entre as sobreditas
igrejas paroquiais constituídas no dito território ou couto, limitar por si ou por outro, e fazer
quanto mais depressa for possível, que se limitem. Finalmente, cada uma das ditas igrejas
Mais é certo que no ano de 1248 deu a licença para se fundarem as primeiras três igrejas
que houve nos coutos, como fora a de Aljubarrota, Cós e Alvorninha. Logo, se não havia igrejas
nos coutos até aquele ano, como podia haver habitadores católicos?
Vicente, e se lhe assinou de ordenado dois moios de trigo e todos os dízimos dos moradores de S.
Martinho e seu termo, dez donde moravam João Vicente e Lopo Anes (Liv. 5º de Sentenças, fl.
257).
No ano de 1434, se julgou por sentença o concerto feito entre o Mosteiro e o dito Gonçalo
Vicente, a saber, que o Mosteiro haja todos os dízimos dos moradores de Alfeizerão, ainda que
sejam em terras semeadas no termo de S. Martinho, e o dito Gonçalo Vicente haveria os dízimos de
Martinho, em que se julga que o quinto dos vinhos pertence ao Mosteiro, e não ao dito vigário
Sentença do Vigário da Vara dada no ano de 1591 contra o vigário de S. Martinho, que
julga pertencerem ao Mosteiro os dízimos do peixe seco (Liv. 2 de Sentenças, fl. 306).
Certidão das Sentenças da Legacia dadas no ano de 1641 em que se julgou que o dízimo do
peixe salgado pertencia ao vigário de S. Martinho, mas não o quinto dos vinhos, que pertenciam ao
Mosteiro, e que este não é obrigado a pagar dízimo da sua quinta [?] de S. Martinho, em quanto,
Sentença de força dada no ano de 1728 contra João Ribeiro, da Serra da Pescaria, em que
se julga que o pão de pragana do Campinho do Morgado do Pestana xviii que está no termo da Cela,
se deve partir a feixes no agro, tirando para o Mosteiro o dízimo, e depois o Senhorio da que fica o
Sentença da Relação dada a favor do Mosteiro em que foi absolvido da força que contra
ele deu o vigário de S. Martinho, João Batista, sobre os dízimos do peixe seco, e certo limite de
Nos Forais das vilas de Cós, Maiorga, Pederneira e Alfeizerão, se determina que de dia 15
No ano de 1558, dividiu o Monarca Cardeal [D. Henrique] as rendas deste Mosteiro entre
dízimos do julgado, e Alfeizerão, Famalicão de Cima [«Sª.»] (Tombo do Souto, fl. 531 v.º). Esta
separação foi confirmada pelo Papa Gregório XIII por uma Bula dada em Roma, apud Sanctum
Petrum, aos 17 das Calendas de Outubro do ano de 1579, que principia = Celestis Patris pero
videntia = ratificando a Bula de Pio IV de 1559 que está no Caixão das três Chaves, Caderno 21,
fl. 1.
Sentença contra os oficiais da Câmara e povo da vila da Cela proferida em 1749, na qual
foram condenados a pagar quintos e dízimos da fruta de espinho (Liv. 38º de Sentenças, fl. 688).
Na causa que o Mosteiro moveu aos moradores de Salir de Matos [Selir do mato] para os
obrigar a pagarem vários direitos, articulando os mesmos moradores na sua reconvenção, que o
Mosteiro percebia [sic] os quartos do vinho, devendo somente cobrar de quintos; foi o Mosteiro
absoluto pelas sentenças do Juiz Ouvidor confirmado no Juízo da Coroa em 1724 com o
fundamento de que o Mosteiro não percebia quartos do vinho, mas quintos e dízimos por ambos
1748 se julgou que não obstante perceber o Mosteiro os dízimos sobre e al em a igreja na forma da
mercê [?] da ereção da paróquia (Livro 43 de Sentenças, fl. 206), porém, como na Cela e
Alfeizerão, as mesmas cláusulas se julgou no dito Juízo em 1760, 1761 e 1762 que, pelo Mosteiro
perceber os dízimos, devia ornamentar e fazer as tais igrejas (Livro 42 de Sentenças, fl. 263, e Liv.
S. Martinho
El Rei D. Diniz, na Era de 1322, que é o ano de Cristo de 1284, fez graça e mercê ao Dom
Abade e convento de Alcobaça, que os homens de S- Martinho de Salir [«S. Martinho de Selir»]
tenham três barcas de pescar, e delas não paguem ao dito rei nenhum foro (Livro 6.º dos Dourados,
fl. 125).
Na Era de 1412, que é o ano de Cristo de 1374, a rainha D. Leonor m andou aos seus
almoxarifes de Óbidos que não impedissem ao Mosteiro de levar a dízima dos navios que
aportassem da banda de S. Martinho segundo a sua posse; e se alguma coisa lhe tinham levado,
lho restituíssem, e isto em sua vida dela; e depois ficasse o direito salvo aos reis e rainhas, e ao
No ano de 1424, o abade D. Fernando arrendou uma barca nova [em S. Martinho] a
saber, a dízima de pescado, de que foi absoluto (Liv. 6º D., fl. 126).
No ano de 1429, mandou a Infanta ao seu Almoxarife de Óbidos que o direito da barca e
portagem que tinham tomado da barca de S. Martinho, entregassem logo ao Abade e Convento de
Alcobaça, e lho deixem haver assim como até aí houveram, ficando a ela resguardado algum direito
pescadores, a este Mosteiro, a dízima da sardinha que pescaram no porto de S. Martinho. Pelo
A 28 de Março de 1443 mandou El Rei D. Afonso V emprazar a João Afonso, Mon teiro
[?} e Alcaide de Alfeizerão, e a Diogo Afonso, escrivão do Mosteiro, e ao padre celeireiro, para que
em nove dias [com]parecessem na Corte por certa sardinha que tomaram por força a Martim
Vasques e Martim Anes, pescadores da Pederneira; e com efeito foram notificados em 8 de Maio
do dito ano (Livro 6º dos Dourados, fl. 127). Por virtude do dito emprazamento, foi o D. Abade à
Corte requerer sua justiça a El Rei, e apresentando-lhe seus títulos e posse, o qual, informado de
tudo, declarou que ao Mosteiro pertenciam as dízimas dos pescadores, assim de S. Martinho, como
de fora que aí aportassem, e mandou que os almoxarifes de Óbidos entregassem os batéis que
tinham tomado aos pescadores, e entregassem ao Mosteiro as rendas de Torres Vedras, que por esse
motivo lhes eram sequestradas (Livro 6 D., fl. 127, ano de 1443).
No ano de 1443 ficou Garcia Pires de Alfeizerão por fiador de Afonso de Panjam, para
pagar por ele a dízima de um navio de sal que carregou em Alfeizerão (Liv. 6 dos D., fl. 127 v.º).
Óbidos, e se declarou por sentença ser a divisão pela foz de Salir, e daí pelo rio acima, como consta
do Instrumento no Livro 2 de Sentenças, fl. 59; e Lº 3, fl. 29, e Lº 26, fl. 73.
O mesmo consta da Demarcação que se fez no ano de 1696 (Livro 22 de Sentenças, fl. 75 4,
No ano de 1515, saiu uma baleia na costa de S. Martinho, a qual o D. Abade mandou
arrecadar por lhe pertencer tudo o que sai nas costas da terra dos coutos, e estar nessa posse, como
Estando o Mosteiro pelo modo referido na posse de levar, e haver as dízimas, assim do
pescado, como das mercadorias que entravam pela foz de S. Martinho, quieta e pacificamente,
sucedeu que no Foral Novo que no ano de 1515 deu El Rei D. Manuel à vila de Salir do Porto,
carregou para lá todos os ditos direitos, e o Mosteiro foi privado da sua posse. Pelo que intentou o
Mosteiro demanda por eles, e afinal se julgou na Coroa que os direitos das fazendas que entravam
pela foz de Salir eram comuns entre o Mosteiro e a rainha, e assim se disse cumprirem a ambos os
forais. Esta sentença foi dada no ano de 1551, e anda junto aos Autos que correm com a Senhora
Rainha. Apresentando-se a dita sentença ao Juiz de Salir do Porto, que por ela dar posse ao
Mosteiro de metade dos ditos direitos, ele o não quis fazer, dizendo que lhe não tocava; de que se
agravou por parte do Mosteiro e teve provimento no ano de 1560 (Livro 2 de Sentenças, fl. 45). E
do Porto, violentamente e por força, esbulhou [despojou] o Mosteiro da dita posse, de que resultou
passar El Rei uma provisão no ano de 1564 para o desembargador Diogo Lopes Pinheiro restituir
ao Mosteiro a sua posse, como restituiu pelo Instrumento no Livro 2 de Sentenças, fl. 51. No ano
de 1565, passou El Rei outra Provisão para o corregedor de Tomar fazer entregar ao Mosteiro a
posse dos ditos direitos, a saber, metade deles em execução da dita sentença, citando para isso o
Comendador-mor, e que tendo ele embargados, fossem remetidos aos Desembargadores do Paço, e
sendo com efeito citado à sua revelia, se deu a posse ao Mosteiro pelo Instrumento no Livro 2 de
[«confundamente»] que a dita sentença não fora dada contra ele, nem por ela fora citado, nem
ouvido, estando na posse dos ditos direitos, e assim se não podia executar contra ele. Com efeito,
foi provido no agravo, e se mandou que fosse restituído à sua posse, e que ao Mosteiro ficasse o
direito reservado, para haver os ditos direitos pela via ordinária, como consta no dito Livro 2.º, fl.
76. E por virtude dela tornou o Comendador-mor a entrar na posse, pelo Instrumento a fl. 84. E
por este modo, tudo o que até aqui se fez, ficou em nada.
Depois disso se impetrou [requereu] por parte do Mosteiro, um alvará D’El Rei, pelo qual
sumariamente, despachassem de novo aquela contenda pelo merecimento dos autos velhos que
haviam corrido entre o Mosteiro e o Procurador D’El Rei e da Rainha, e por falecimento do
proferiu sentença a favor do Mosteiro, pela qual se julgou pertencerem ao Mosteiro todos os
direitos daquilo que entrava pela foz de Salir. Esta sentença se tirou do Livro 2 delas, e se juntou
ao feito que agora corre com a Senhora Rainha. A dita sentença se pôs em execução diante do
Corregedor do Cível da Corte, que fez citar o dito Comendador-mor para dentro de dez dias largar
a posse, e alegar o que tivesse. E por não o fazer, se passou Carta de posse que anda no Livro 2.º
de Sentenças, fl. 99. E por ela tomou posse de tudo (fls. 105 e 106). E daí em diante ficou o
Mosteiro em posse pacífica de cobrar todas as dízimas das mercadorias e do pescado que entrava
quando se separaram entre ele e o Convento, e por isso, em 2 de Junho de 1579, temp o em que já
era rei, largou ao Mosteiro, e fez dele a metade dos frutos secos que viessem do Algarve aos portos
da Pederneira e S. Martinho para suas Consoadas, pelo Alvará no Livro 17 de Sentenças, fl. 185;
e ratificou por outro Alvará de 19 de Setembro do mesmo ano (fl. 247). Daqui em diante cobrou ao
Mosteiro a metade da dita fruta seca, e aos Comendatários, tudo o mais. Depois que o Senhor Rei
D. João IV restituiu ao Mosteiro a dita Comenda, entrou na posse, e cobrança de todos os direitos
e dízimas da Alfândega, e de pescado assim como o faziam os Comendatários e lhe estava julgado.
No ano de 1644, passou a Senhora Rainha Dona Luísa xix, um Decreto ao Juiz de Fora de
Óbidos para que fizesse sequestro em todos os direitos reais que este Mosteiro levava no porto de
S. Martinho, não lhe mostrando os Religiosos, títulos por onde lhe pertencessem [lhes provassem
pertencer]. E procedendo o dito Juiz de Fora na dita diligência, lhe foram apresentados por parte
do Mosteiro os títulos que havia, entre os quais foi a Sentença do ano de 1578, por treslado, com
que se deu por satisfeito por não proceder ao sequestro; e remeteu tudo à Senhora Rainha, e no seu
Cartório da Ouvidoria se acham, segundo consta da Certidão no Livro 33 de Sentenças, fl. 219.
Continuou o Mosteiro na sua posse de cobrar os direitos assim das mercadorias como do pescado,
sobre o que houve várias Sentenças no Juízo dos Direitos Reais, que constam no Livro 7.º de
Sentenças, fls. 169, 178, 325, 339, 373 e 376; no Livro 10.º fl. 243; e no Livro 19º, fl. 15.
No ano de 1665, deu o Mosteiro força no Juízo da Coroa contra o Conde da Atouguia e
Senhor das Berlengas porque com violência, por seus criados, e rendeiros, queria que os pescadores
de S. Martinho que iam pescar ao mar das Berlengas, lhe pagassem a ele os direitos, estando o
1674 que o dito Conde fazia força ao Mosteiro em querer levar os ditos direitos - Livro 20 de
Sentenças, fl. 159. E a fl. 153 se registou na Câmara de Peniche. E no Livro 27, fl. 227, a
No ano de 1715 demandou o Mosteiro certos pescadores de Salir do Porto por não
quererem pagar a dízima do pescado. A esta ação veio o Procurador da Sra. Rainha com oposição,
dizendo lhe pertenciam todos os direitos, assim de mercadorias como de p escado que entrava pela
foz. O Mosteiro se defendeu mesmo mal. E por isso teve Sentença contra si, julgando-se pertencer
tudo à Sra. Rainha, e só ao Mosteiro o que se pescar dentro no seu limite de S. Martinho. Esta
embargos. E quanto aos caídos em que o Mosteiro foi condenado, lhes perdoou a Sra. Rainha pelo
No Livro 19 de Sentenças, fl. 520, está uma resposta que deu o Administrador da Câmara
Inquirição de testemunhas que o Mosteiro deu no ano de 1745 para provar os embargos
com que veio a demarcação que por ordem da Senhora Rainha se fez na vila de Salir do Porto, na
parte que confronta com S. Martinho e Alfeizerão (Liv. 40 de Sentenças, fl. 1).
Sentença proferida no Juízo da Coroa, contra a Câmara de Salir do Porto, e Juiz e Feitor
da Arrecadação dos Direitos Reais da mesma vila em 18 de Março de 1800, sobre direitos do
Reais para se porem editais para se pagar ao dito Mosteiro a dízima de todo o peixe que se pescar
na barra de S. Martinho para dentro, conforme a sentença acima (Livro 61 de sentenças, fl. 110).
Um requerimento do procurador do Real Mosteiro ao Juiz de Fora das Caldas para fazer observar
na parte que lhe toca, a sentença acima sobre o direito de pescado em S. Martinho (Livro 61 de
consentir pescar na Lagoa todo o ano (Livro 1.º Dourados, fl. 71 v.º).
coutada, e sem licença do D. Abade se não podia pescar (Livro 1 Dourados, fl. 68).
El Rei D. João II, no ano de 1491, estando na Pederneira, escreveu ao D. Abade e lhe
roga não faça mal aos que pescaram na Lagoa, porque o fizeram por seu mandado e à sua Corte
Protesto feito por parte do Mosteiro sobre a dízima das mercadorias de uma nau da Índia
que no ano de 1510 aportou com temporal no porto da Pederneira (Livro 5º de Prazos, fl. 43).
que sempre no Verão tenham duas barcas de pescar, e não vão todas navegar (Liv. 1 de Sentenças,
se intrometerem a dar licença aos pescadores para pescarem na Lagoa [«alagôa»], pertencendo isso
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra António Moniz [?: «Múz»], Domingos Soares,
Francisco Soares e outros moradores da Pederneira por irem pescar na Lagoa sem licença do
Mosteiro, estando-lhe proibido com penas (Livro 7 de Sentenças, fl. 103) xxi .
Petições e papéis do Bispo Capelão-mor Comendatário deste Mosteiro, por onde consta que
das madeiras que se embarcam, ainda que seja para naus da Índia, se deve dízima (Livro 19 de
pescadores do termo da Pederneira, condenando-os a pagar os direitos de todo o peixe que pescarem
com armadilhas ou ameijoeiras, e que, ocultando, pagaram 6000 réis (Livro 39 de Sentenças, a fl.
548).
Lagoa da Pederneira
Sentença D’El Rei dada no ano de 1455 contra os moradores dos Coutos, que sejam
obrigados a abrir a lagoa da Pederneira quando o Dom Abade mandar (Livro 1.º Dourados, fl. 72;
Sentença contra os moradores de Évora e Aljubarrota, para que vão abrir a dita Lagoa
Maiorga mandarem abrir a dita Lagoa, [com] pena de mil reis cada pessoa que faltar (Livro 3.º de
ninguém pescasse na Lagoa sem sua licença, de que ela desistiu (Livro 4.º de Sentenças, fl. 209).
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra António Moniz [?] e outros por irem pescar à
Lagoa da Pederneira sem licença do Mosteiro (Livro 7.º de Sentenças, fl. 103).
Barcas de pescar
Carta do Infante dada no ano de 1429, que manda ao Almoxarife de Óbidos que entregue
o direito e portagem da barca de S. Martinho ao Mosteiro de Alcobaça (Livro 6º dos Dourados, fl.
126).
Absolvição que se deu a um pescador de S. Martinho que não deu a dízima ao Almoxarife
de Óbidos, por ser do Mosteiro de Alcobaça, ano de 1426. (Livro 6º Dour., fl. 126).
Despacho do Ouvidor dos Coutos com alçada, em que manda que as Justiças da Pederneira
não obriguem os barcos que pescam para o sustento do Mosteiro a outras cousas, para que não
Navios
Conforme ao foral da vila da Pederneira, no capítulo 45, se deve pagar Dízima dos Navios
que pessoas de fora ali carregarem, e tirarem para fora ou aí fizerem, e tirarem, e isto a dinheiro do
Pederneira.
O modo deste pagamento da dízima dos tais navios, ou outras embarcações, é avaliar-se
antes que se lance ao mar, e de toda essa valia pagar o dono a dízima inteira. Mas como
geralmente se faz concerto aos Rumos, dizendo que querem fazer uma embarcação de tantos
Rumos, de seis, ou dez, e quando se fizer este concerto advirta-se que se declare ao dono que
declare de quantos sobrados, ou cobertas, quer fazer a embarcação, para assim se fazer o concerto.
Cada Rumo tem seis palmos, e se medem por baixo da quilha desde o convés até abaixo da proa,
enquanto vai a quilha direita; e sendo o navio que leve duas cobertas, o mais favor que se pode
fazer é a dois mil reis cada Rumo, e se forem três cobertas, a três mil reis; e dos barcos longos de
uma coberta, mil reis cada Ruma, e sendo de duas, dois mil reis.
Sentença da Coroa sobre um agravo que o Mosteiro tirou do Juiz Ordinário da vila da
Pederneira, por se intrometer a fazer Inventário de um navio que deu à costa na praia, julgou -se
bem feito, mas que havendo dúvida sobre direitos reais, seja diante do Juiz de Alcobaça, na forma
de 1732, ao Padre Geral, em que dá conta que Sua Majestade resolvera em consulta que o Juiz de
Alcobaça não podia por em arrecadação e Inventário, um navio biscainho carregado de ferro que
deu à costa em S. Martinho, porque isto pertencia ao Juiz da Alfândega de Penich e (Livro 33 de
Baleia
da Pederneira levaram do seu porto por ordem d’El Rei (Livro 1º dos Dourados, fl. 63).
Instrumento por onde consta receber Dom Jorge de Melo, Abade de Alcobaça, um talento
que saiu em S. Martinho por lhe pertencerem os peixes reais que saírem em seus portos e estar em
Na vila da Pederneira se paga a dízima de todo o pescado que se pescar na forma do Foral,
Os pescadores de S. Martinho que aí pescarem para comer, não devem pagar nada, mas se
venderem o pescado, devem pagar a quinta parte. E as outras pessoas que aí pescarem devem pagar
De todo o pescado que se matava no mar e entrava pela foz, e também de todas as
mercadorias se pagava ao Mosteiro uma dízima como mais largamente fica declarado na letra D,
título da Dízima do Mar, a qual por ora se não arrecada, porque se julgou à Sr.ª Rainha, sobre o
que pendem embargos. E sem embargo do que ia lá no título da Dízima do Mar, ficam apontados
os títulos que há, se apontam aqui várias sentenças mais por extenso.
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra Mateus Mendes, de S. Martinho, pelo quinto
do peixe que pescou na sua barca, que aqui se liquidou (Livro 7 de Sentenças, fl. 3 25). Idem,
contra João Nunes, pescador de S. Martinho, e aqui se declaram os condutos que se lhe dão (Livro
7.º de Sentenças, fl. 339). Idem contra Domingos Dias (Livro 7, fl. 363); e Luís Fernandes (Livro
7, fl. 376).
Sentença do Juiz dos Direitos Reais contra Amador Velho, João Henriques, e Martinho
Lopes, moradores em Salir do Porto por se levantarem com os direitos do peixe, e não os querendo
Contrato que fez o Mosteiro com os pescadores de S. Martinho sobre o conduto que se lhe
Sentença do Juiz Conservador Apostólico contra Francisco Cavaleiro pela injúria que fez
a um Feitor do Mosteiro que ia cobrar os direitos da sardinha no porto de S. Martinho e lhos não
quarteiros e carreteiros, aos Domingos e dias santos, podem carretar o pão e os pescadores, pescar
Licença que concedeu o Arcebispo de Lisboa aos moradores da vila de S. Martinho, para
que nos Domingos e dias santos possam ir pescar para as Confrarias (Livro 27 de Sentenças, fl.
150).
Coutos, pertence [a resposta] à Causa no Juízo da Coroa. Nele correu com a de Alfeizerão sobre a
mesma matéria, de que está a cópia da Sentença no Livro 43 delas, fl. 416, e com a da Cela, está a
Sentença no fl. 263 do Livro 42; e declinando os de Turquel, foram por Acórdão obrigados a
Vinculados a Capelas
Treslado da sentença que no ano de 1605 alcançou Martim Luís xxii, da Pederneira, contra
Diogo Lopes de Sousa, e seu filho Álvaro de Sousa, pela qual se julgou na Casa da Supliciação que
a quinta da Mota, no termo de Alfeizerão, não podia ser vinculada por ser Prazo deste Mosteiro
Pestana, e seu sucessor Fernão Pereira, pela qual se julgou que de todas as fazendas que tinham
nestes Coutos, somente o Campinho podia ser vinculado em Morgado, e todos os mais não, os quais
eram uma sesmaria no termo da Cela, e de Alfeizerão (que agora chamam Casais dos Raposos),
quatro courelas nas várzeas adiante da Roda, um casal e quintal à Porta de Fora, e outras casas
grandes no cabo do Rossio com uns edifícios novos, e um olival além do rio, um pomar à frente da
Eliceira, e umas casas térreas na Rua de Baixo, e que todas estas dentro de 6 meses fossem
desobrigadas de Morgado. Livro 4.º de Sentenças, fl. 548; e pela sentença no fl. 633 foram
Livraria
Livraria deste Mosteiro os direitos das Quintas de S. Gião e Outém (Livro 46 de Sentenças, fls. 35
e 36).
consentimento da comunidade de que a compra dos livros para a Livraria, a renda da Caneira
Velha, termo de Torres Vedras, e manda haja bibliotecário a que se entregue a dita renda e compre
em virtude da mesma, contra o Juiz de Alfeizerão, António Velho do Couto e seu escrivão António
Correia de Almeida, por autuarem o Procurador do Mosteiro que em audiência lhe falou forte, e os
condenou em 500 cruzados, e nas penas da Bula da __ [?]. Livro 20 de Sentenças. Fl. 371.
Sentença do Juízo da Coroa, aonde no ano de 1604 recorreram o mesmo Juiz e Escrivão, e não
Sentença do Vigário Geral de Santarém proferida contra João Roiz Curto, do Casal da
Nuna, termo da Pederneira, e o condenou em vinte cruzados e um ano de degredo para a vila de
Tomar, porque injuriou o Irmão Fr. Bento do Espírito Santo (Livro 17 de Sentenças, fl. 23).
Sentença do Juiz Conservador Apostólico dada no ano de 1675 contra Francisco Cavaleiro
excomunhão pela injúria que fizeram ao Religioso que cobrava os direitos do peixe, dos quais vira
[?] injuriando de palavras e puxando de uma faca para lhe darem, e dando com um pau no seu
Da ereção e fundação da igreja de S. Martinho não consta ao certo, porém esta povoação
teve princípio na Era de 1295, que fica sendo no ano de Cristo de 1 257, porque então se lhe deu
Carta de foro e povoação, que consta do Livro 6.º dos Dourados, fls. 123 e 124. E neste tempo
Na Era de 1334, que fica caindo no ano de Cristo de 1296, por mandado do Bispo D. João
Martins de Soalhães se fizeram e deram rol dos limites às freguesias que então havia nestes
Coutos, que eram só cinco, e deram por limite à igreja de S. Martinho, além do dito lugar em que
ela estava, a Torre de Framondo (isto é, o castelo da Cavalariça, que assim se chamava, e o lugar a
que chamam Torre) e Alfeizerão, e o Bacelo, e todos os seus termos (Livro 2.º dos Dourados, fl. 82).
Martins, por apresentação deste Mosteiro (Livro 2.º Dourados, fl. 94).
clérigo de missa, para curar em sua vida às igrejas de Alfeizerão e S. Martinho, e que haveria pela
servidão que assim havia de servir, a saber, o que entrar pelas portas das ditas igrejas, fora a
dízima da igreja de Alfeizerão, que pertencia ao dito Mosteiro, e que haveria mais as falhas, e dois
moios de trigo em cada ano, pago em Alfeizerão ou em Famalicão, e que houvesse mais todas as
dízimas dos moradores de S. Martinho e seu termo desde onde morasse João Vicente e Lopo Anes,
e mais todas as miunças e dízimos dos gados, e mais todo o direi to do vinho, fora o direito do
quinto da Sacristia, e que o dito Gonçalo Vicente tirasse Carta em cada um ano à sua custa (Livro
15 de Sentenças, fl. 257). Além do referido lhe dá o Mosteiro 2800 reis de ensinar a Doutrina.
No ano de 1434, se julgou por sentença que o dito Gonçalo Vicente se houvesse os dízimos
fl. 312).
Martinho?] que tinha feito e paramentá-la à sua custa (Livro 35 de Sentenças. Fl. 418).
No ano de 1591 se julgou contra o vigário Lourenço Fernandes, que lhe não pertencia a
dízima de um barco de sardinha salgada que veio de Peniche (Livro 2.º de Sentenças. Fl. 306).
quintos das vinhas que se intrometia a cobrar (Livro 9.º de Sentenças, fl. 139).
No ano de 1625, sendo vigário de Alfeizerão e S. Martinho o Padre João Batista, deu
força contra este Mosteiro pelos dízimos do peixe salgado que entrava pela foz de S. Martinho e
pelos quintos do vinho da dita freguesia, que dizia estava de posse de tudo, e o Mosteiro a forçara,
mas foi absoluto, ficando ao dito vigário direito reservado sobre a propriedade (Livro 18 de
Depois o dito vigário João Batista demandou ao Mosteiro ordinariamente para que lhe
largasse a cobrança dos dízimos do peixe salgado que entrasse pela foz de S. Martinho e o 5.º dos
vinhos da dita vila e lhe pagasse o dízimo dos frutos da Quinta que tinha na mesma vila, e foi
julgado na Legacia que o dito vigário pertenciam os dízimos do peixe seco, mas os quintos dos
vinhos lhe não pertenciam, mas ao Mosteiro, e que em quanto este, por si ou seus criados,
cultivassem a Quinta, não deviam pagar o dízimo. Consta no Livro 12 de Sentenças, fl. 328.
pelas Cartas do Livro 15 de Sentenças, fls. 218 e 219, a seu Procurador, o Licenciado [«L.do.»]
André Lopes, que se informasse, ouvindo os concelhos dos Coutos, quem era obrigado a pagar os
custos das fábricas das igrejas dos Coutos, assim do corpo da igreja, como da Capela-mor, e
respeito da fábrica das ditas duas igrejas, declararam o que consta do Livro 15 de Sentenças, Fls.
222 e 224. E no ano de 1538, foi visitada a igreja de Alfeizerão, sufragânea da de S. Martinho,
na qual se proveu várias coisas para a fábrica da dita igreja (Livro 15 de Sentenças, fl. 252).
Sendo Comendatário o Infante D. Fernando de Castela [era filho de Filipe II], fez
concerto com os povos de algumas das igrejas dos Coutos sobre lhe p agar para a fábrica delas uma
certa quantia anual, e com efeito a dita igreja de Alfeizerão se pagavam oito mil reis e à de S.
Martinho, dois mil reis. E depois, no ano de 1681, se fez nova fábrica de quatro mil reis para a
sua igreja uma justificação sobre a ruína dela, e de quem levou os materiais (Livro 31 de
No ano de 1719 se fez uma justificação por parte do Mosteiro em como as paredes da
igreja de Alfeizerão se fizeram de novo com dinheiro que estava depositado de acréscimo das sisas,
e outro que se tirou das Confrarias, e que as madeiras que estavam para a fábrica da dita igreja e
telha, as levaram várias pessoas, como também algumas pedras com licença dos Fabricários [sic], e
que o Mosteiro, para a dita obra, não concorreu com coisa alguma (Livro 35 de Sentenças, fl. 171).
O Eminentíssimo Patriarca 1.º de Lisboa não quis estar pelas ditas fábricas anuais, por se
lhe não mostrarem autorizadas pelo Ordinário, e pretende que o Mosteiro as fabrique à sua custa
de todo o necessário.
Alfeizerão por modo de doação e esmola, uma terra junto ao castelo, com obrigação de pagar dela
Arcebispo de Lisboa, que todas as igrejas destes Coutos são anexas e do padroado in solidum deste
Mosteiro, e por isso não podem ser postas em concurso, cuja sentença e decisão está no Caderno 20,
Mosteiro, lhe restituiu o Ilustríssimo Rei D. João IV a dita comenda e tudo o que a ela pertencia,
em virtude do que tomou o Mosteiro posse do padroado das ditas duas igrejas (Livro 20 de
vigário das ditas duas igrejas de S. Martinho e Alfeizerão, a António Vieira, seu capelão, e no ano
No ano de 1532, foi colado pelo Cardeal Infante D. Afonso, Arcebispo de Lisboa e
Comendatário deste Mosteiro, Rui Vieira, como vigário de S. Martinho e sua anexa, S. João de
Antão Carreira, sem licença do Mosteiro, que recorreu ao Ordinário, e fez citar o dito Antão
Carreira para exibirem termo de três dias as Bulas, para as embargar de objetícias e subjetícias [sic]
e por não as exibir no dito termo, se passou mandado anulatório, como consta do Livro 28 de
Sentenças, fls. 95 e 99. Por bem do que não teve efeito a dita renúncia.
No ano de 1674, vagaram as ditas igrejas por falecimento do dito João Bati sta, e o
Mosteiro apresentou nelas o dito Antão Carreira, que foi colado no dito ano (Livro 31 de
No ano de 1678, foi apresentado e colado nas ditas igrejas de S. João de Alfeizerão, e sua
anexa de S. Martinho, a António Roiz Quaresma, por vacatura do dito Antão Carreira (Livro 31
No ano de 1685, foi apresentado e colado nas ditas igrejas de S. João e S. Martinho, o
padre António Cerveira do Souto. Consta tudo do Livro da Dataria, fl. 318.
No ano de 1734, foi apresentado e colado nas ditas igrejas de S. João Batista de
Alfeizerão e sua anexa de S. Martinho, o Doutor Manuel Romão (Livro 28 de Sentenças, fl. 113;
Instrumento [?] e Termo que fez a Câmara de S. Martinho sobre o conserto da igreja
Martinho, declarando tinham por esmola um sino que o Mosteiro lhe deu, sem que desta ação
capitulasse e pudesse ser o Mosteiro obrigado a paramentar a igreja de S. Martinho. Livro dos
sacrário da dita igreja: compraram véstias, pálio, ceras, e se obrigaram a o azeite da lâmpada do
Santíssimo [Sacramento]; consta tudo isto de uma certidão extraída do próprio original, assim
como da Licença para se dizer missa na capela de S. António da mesma vila. Livro 63 de
Sentenças, a fl.__.
Miscelâneas
Resposta que se deu ao vigário de Alfeizerão sobre a feitura [«fattura] da nova igreja, a
igreja matriz da vila da Pederneira, e alguns da de Alfeizerão por Bula Apostólica no mesmo
tempo em que se desanexaram as outras igrejas novas de Salir e do Vimeiro, que foi no ano de
1565, sendo Comendatário o Cardeal Infante D. Henrique, a qual nova igreja os ditos fregueses
erigiram e fizeram à sua custa, como eles mesmos confessaram no Livro 15.º de Sentenças, fl, 242.
Mosteiro, uma Provisão pela qual concinou [concedeu?] a João Fernandes, capelão da igreja nova
de N. Sra. Da Vitória de Famalicão, de côngrua cada ano de 12 mil reis em dinheiro, um moio de
No ano de 1578, o mesmo Infante Cardeal D. Henrique proveu, por morte do dito João
Fernandes, a Fernande Anes em vigário da dita igreja de Famalicão, e haveria a mesma côngrua
No ano de 1614, fizeram os fregueses da dita igreja, petição ao Bispo Dom Pedro de
Comendatário, para que mandasse visitar a dita igreja e provê-la do necessário, confessando que
eles a erigiram, e o dito Bispo lhe pôs por despacho que, obrigando-se eles à fábrica da dita igreja
toda que fizeram à sua custa, o Senhor Infante mandaria ornamentar a Capela-mor (Livro 15 de
No mesmo ano de 1614, fizeram os ditos fregueses escritura em que se obrigaram a fabricar
a dita igreja toda que seus antepassados fizeram à sua custa, e isto de tudo o que fosse necessário
à dita igreja e aos seus altares colaterais (Livro 15 de Sentenças, fl. 243). Depois disto, [com] o
mesmo Cardeal Infante D. Fernando foi feita fábrica de dois mil reis cada ano, tanto [?] para a
fábrica do altar-mor; e assim se observou muitos anos; porém depois a comenda veio ao Mosteiro:
se não satisfizeram os dois mil reis declarados, antes o Mosteiro tomou sobre si a dita comenda do
altar-mor. Mas porque não contribuía com todo o necessário, tornaram os fregueses da dita igreja
a pedir a este Mosteiro lhe tornasse a contribuir com os ditos dois mil reis cada ano para a fábrica
do altar-mor, e com efeito se fez a escritura no ano de 1670, com condição que os ditos dois mil reis
se não gastariam senão na fábrica da dita capela-mor, porque a fábrica de toda a igreja pertencia
aos fregueses (Livro 15 de Sentenças, fl. 231). Em Mesa de Fazenda de 1 de Setembro de 1799 se
coisas a dita igreja de Famalicão e outras. E no ano de 1736 se mandou fa zer sequestro, a que se
referido, de que não era obrigado à fábrica e reparos da dita igreja, o qual no ano de 1737 declarou
por seu despacho que o Mosteiro não era obrigado à dita fábrica, e que pelos Capítulos da visita se
não procedesse, e por outro despacho declarou que a prestação anual de dois mil reis se aplicaria na
forma estipulada na escritura, em virtude de que o Vigário Geral mandou não se procedesse contra
o Mosteiro, e houve por levantado o sequestro qu e tinha feito, ficando o Mosteiro só obrigado a
contribuir anualmente com os dois mil reis, e que se satisfizesse o que se estava devendo; o que o
Mosteiro replicou, que suposto se devessem os ditos dois mil reis desde o ano de 1726, contudo
depois disso tinha dado por conta da dita fábrica vários ornamentos e obras para a dita igreja, qu e
deviam ser avaliados, e a sua importância se devia compensar na dita fábrica; e com efeito se fez a
avaliação, mas o Vigário Geral não deferiu a dita compensação [«compenção»] que poderia
requerer por outra via, como também os fregueses [ou cofres?] da igreja poderiam haver por outra
via os atrasados, como tudo mais largamente consta da sentença no Livro 33 delas, fls. 17 e 249.
Pelo dito modo são os fregueses obrigados a toda a fábrica da dita igreja, e o Mosteiro
somente a dar-lhe dois mil reis cada ano para a fábrica da capela-mor. Estes dois mil reis se devem
desde o ano de 1726 em diante; mas na sua importância se deve descontar o valor das obras e
ornamentos que o Mosteiro deu e fez na dita igreja, e enquanto não estiverem satisfeitos do dito
Não consta no Cartório da avaliação das ditas coisas, e sua importância, somente no Livro
35 de sentenças, fl. 179, está um rol de tudo o que fez no cômputo da avaliação que se há-de achar
nos autos de que se extraiu a sentença de que acima se faz menção. Bom será saber esta certeza.
No ano de 1738, deixou um Visitador um capítulo que o Mosteiro acudisse à ruína que
ameaçava a dita igreja, o qual revogou por dizer [?], declarando ser esta obrigação dos fregueses
No ano de 1605 se decidiu e julgou na Rota Romana, que a dita igreja e todas as mai s dos
Coutos são anexas a este Mosteiro, e do seu padroado in solidum, e por isso não deviam ir a
Colação do padre José Pinto para vigário desta igreja, apresentado pelo Mosteiro (Livro
fabriqueiros xxiii dando-se-lhe adiantados quarenta e oito mil reis, ficando pagos os _____ [dois
mil reis?] que se lhe dão cada ano para a dita fábrica, e só principiarão a receber acabados os dez
anos que tiveram princípio no dia de São João Batista de 1801. Notas ____, Livro 25 de
Cartas que respeitam à milícia e fatura de soldados e cavalos, e outras que respeitam ao
Forte de S. Martinho (No dito Livro 1º [de Cartas Reais], do fl. 168 até 263).
Cartas pelas quais os reis pedem ao Padre Geral, madeira das matas para navios, e que
ordenem às Câmaras que as façam conduzir (Liv. 2º de Cartas Reais, de fl. 278 até 297).
Carta D’El Rei D. João III em que pede madeira da mata (Liv. 95 de Sentenças, fl. 380).
Na Era de 1286, que fica sendo no ano de Cristo de 1248, fez El Rei D. Sancho II do
nome, e 4.º rei de Portugal, seu testamento, estando em Toledo, deposto do governo do Reino.
Manda-se sepultar neste Mosteiro, e lhe deixa a vila de Porto de Mós, a vila de Cornaga
[Tornada] no termo de Óbidos, e o porto de Salir [Livro 1.º Dourados, fl. 32 v.º).
Na Era de 1332, [D. Diniz) concedeu que este Mosteiro pudesse mandar seu vinho e sal
para fora sem embargo das posturas em contrário (Livro 1.º dos Dourados, fl. 30 v.º).
dízimas dos navios que descarregavam em S. Martinho, e mandou aos seus Juízes e oficiais de
Óbidos que não perturbassem a posse em que o Mosteiro estava pela Doação de D. Pedro I (Livro
A 4 de Junho de 1579 [o Cardeal Rei D. Henrique] hou ve por bem que os frades deste
Mosteiro tenham em cada ano, e para sempre, a metade da renda da fruta seca que se pagava de
dízimo no porto da vila da Pederneira à [para a] mesa abacial, assim e da maneira que se
arrecadaram por ele como Comendatário do dito Mosteiro. E a 4 de 1575 concedeu da mesma sorte
a metade do que viesse ao porto de Salir de S. Martinho, que era para as suas consoadas (Livro 17
duzentos moios de sal, dízimo mais ou menos de suas salinas de S. Martinho, sem dele levarem
direitos, e que nos portos do dito Mosteiro se não possa descarregar sal algum sem consentimento
do dito Mosteiro, exceto no caso de grande necessidade (Livro 31 de Sentenças, fl. 28).
Ouvidor e Avaliador dos bens dos Órfãos das vilas de Alvorninha, Salir do Mato, Santa Catarina
e Alfeizerão, a Sebastião Machado (Maço 1.º de Privilégios, n.º 23, Gaveta 1.ª).
A 20 de Agosto de 1735, passou a rainha D. Mariana d’Áustria, mulher D’El Rei D. João
V, alvará pelo qual fez mercê de perdoar a este Mosteiro os rendimentos vencidos da foz de Salir
do Porto, que por sentença se tinham julgado pertencerem à dita Senhora Rainha (Livro 33 de
Por sua resolução de 6 de Dezembro de 1754, [D. José I] mandou que Manuel Pedro da
Silva de Fonseca [«Affonseca»] fosse preso pelos excessos que fazia, e [se] lançasse fora os touros
Maio de 1791, e Aviso de 3 de Julho de 1790, para o Mosteiro tomar dinheiros a juros para
distrate e continuação da obra na Livraria (Caixão das 3 chaves, Gaveta 1; e o Livro 34.º de
Instrumento de Contenda que no ano de 1493 teve o Mosteiro com a Rainha D. Leonor
sobre a demarcação de terras dos Coutos com a vila de Óbidos, e se julgou por Sentença que era
pela foz de Salir, e daí pela Madre da Água do rio de Salir acima (Livro 2.º de Sentenças, fl. 59; e
um treslado raro no Livro 3.º, fl. 29, e outro no Livro 26, fl. 73). Sentença dada no Juízo da Coroa
Porto, pela qual se julgou que a demarcação é pela veia da água do Rio doce que chamam da Mota
[«Motta»], até se meter na foz do mar em Salir (Livro 27 de Sentenças, fl. 46).
NOTAS:
i
O montado dos porcos nos Coutos de Alcobaça, e os atritos que à conta disso existiram entre o mosteiro e as
populações assenhoreadas, foi já tratado diligentemente pela Doutora Iria Gonçalves nessa obra de
referência que é O Património do Mosteiro de Alcobaça nos Séculos XIV e XV.
(Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1989).
ii
«Fábrica» surge-nos nesta obra em mais de um sentido, pelo que transcrevemos a sua definição,
recolhida no dicionário de António de Moraes Silva:
Fábrica: a estrutura, construção, organização (…) Artifício, trabalho, lavor (…) Fábrica da sacristia
ou da igreja: as rendas aplicadas às despesas da sacristia e reparos da igreja. O necessário
para a construção do edifício (…) A gente, animais de serviço, máquinas, provimentos e etc,
para alguma obra, empresa, facção (…) Fábricas: ideias, desenhos, traços, projetos (António
de Moraes SILVA, Diccionario da Lingua Portugueza, Tomo Segundo, Tipografia Lacerdina,
Lisboa, 1813).
iii
D. Micaela da Silva foi esposa do Alcaide-mor de Alfeizerão, Silvério Salvado de Morais, e, após a sua morte,
tutora do seu filho e novo Alcaide, Silvério da Silva da Fonseca (vide. O Manuscrito de Caetano José
Sarmento).
iv
Mendo de Foios Pereira. Mendo Foyo no documento.
v
No documento está escrito 1696, mas é decerto um lapso. Neste parágrafo cita -se uma sentença do ano de
1596, e noutra parte do livro, temos a indicação de uma sentença de 1597 (no título Quartos, Quintos,
Oitavos e Dízimos).
vi
O alcaide pequeno, apresentado pelo mosteiro ou eleito pela Câmara da vila, desempenhava as funções de
oficial de justiça e carcereiro.
vii
D. João Manuel de Noronha, 1º Marquês de Tancos (1679-1761).
viii
Reencontramos assim Isabel de Brito - natural da Pederneira e viúva de Adrião Ferreira Cardoso, que fora
condenada por judaísmo no ano de 1671. A sentença que lemos aqui reporta -se ao sequestro de bens e
rendimentos que lhe foi feito.
ix
Entre as leis sobre coutos e coutamento, encontra -se uma lei “ecológica” que muito poderia ensinar a
alguns autarcas modernos: Alvará D’El Rei D. Pedro em 1669 pelo qual couta os rios desta vila para neles se
não lançarem linhos a curtir – pena de perdimento e 30 dias de cadeia (Livro 33 de Sentenças, fl. 161).
x
Neste livro, volta-se a mencionar o assunto nos Privilégios e Mercês Reais: a mudança do couto para
Alfeizerão e seu termo (fl. 220 v.º / Img 230); e a mudança para a vila de Paredes no reinado de D. Sebastião
(fl. 222 / Img 231): A 17 de Julho do dito ano, concedeu que o Couto que estava na vila de Alfeizerão se
mudasse para a vila de Paredes .
xi
Pena atribuível a quem quebra ou desrespeita um contrato estabelecido.
xii
Para comparação, transcrevo o que sobre o mesmo escreveu o cronista Frei Manuel dos SANTOS, na
Alcobaça Illustrada…, Primeira Parte, pgs. 429-430 (Oficina de Bento Seco Ferreira, Coimbra, 1710): Na Villa
da Pederneira apresenta dous escrivaens do publico & judicial, dous tabeliaens de no tas, hum escrivam da
Camera & almotaçaria, hum escrivam da ribeira amovível, hum contador, & enqueredor, hum alcaide. Na Villa
de Alfeizaram apresenta hum Alcaide mo r da Villa , & seu Castello; tem de o rdenado doze mil reis; hum juiz
dos orfaons, hum escrivam do publico, & judicial, hum tabaliam de notas, hum escrivam da Camera, &
almotaçaria, hum escrivam dos o rfaons, hum contador, & enqueredor (…) Na Villa d e S. Ma rtinho hum
escrivam da Camera, & almotaçaria, hu m tabaliam do publico, & judicial, hu m tabaliam de notas, hum juiz
dos orfaons, hum escrivam dos orfaons, hu m escriva m da barra , hum Alcaide .
xiii
Eleição colegial para suprir um lugar deixado vago por qualquer motivo (desistência, morte…).
xiv
José de Almeida Salazar foi autor da obra manuscrita de 1844: Memórias da Real Casa de N. S. da
Nazareth.
xv
O varejo consistia numa busca nas casas dos lavradores, para verificar se não escondiam frutos ou
produções agrícolas para assim se escusarem a pagar os direitos devidos ao Mosteiro. Uma das explicações
possíveis para a palavra era o medir-se a casa com varas - varejar. Quando os franceses saqueiam a região no
ano de 1811, William Tomkinson escreve no seu diário que eles se haviam tornado especialistas em saquear
os camponeses, e uma das técnicas useiras era medir a casa deles por dentro e por fora para verificar se não
existia nenhuma divisão secreta onde ocultassem os frutos da terra (sobretudo o cereal, mas também as uvas
ou as olivas); esses esconderijos na casa dos camponeses, escreve o mesmo autor, eram comuns no país pelo
seu próprio sistema de governação e pelas exorbitantes exig ências dos clérigos.
O que os invasores franceses faziam era varejar, quer tivessem aprendido connosco, quer contassem com
essa prática entre as suas “artes da guerra”.
xvi
Suponho ser o mesmo Manuel Lopes Madeira que em 1744, foi nomeado Provedor das obras de Tomar por
D. Pedro II (Direção Geral de Arquivos/TT, Registo Geral de Mercês, Mercês de D. Pedro II, livro 16, fl. 65).
xvii
14ª das Cláusulas do acordo de 1297 entre o Bispo de Lisboa e o Mosteiro sobre o direito dos Dízimos.
xviii
O Campinho e Ambrósio Pestana são referidos também no título Vinculados a Capelas…
xix
Rainha Dona Luísa de Gusmão (1613-1666), esposa de D. João IV.
xx
Sentenças semelhantes contra Francisco de Almeida e Jerónimo Vaz.
xxi
Sentenças semelhantes contra Francisco de Almeida e Jerónimo Vaz.
xxii
No meu bosquejo genealógico sobre a família dos Britos da Pederneira, encontro um Martim Luís, que era
fruto da união de dois primos, Antónia de Brito (ou de Sousa) e António de Brito da Costa.
xxiii
Fabriqueiro, era aquele que cobrava as rendas da igreja (António de Moraes SILVA, Diccionario da Lingua
Portugueza, Tomo Segundo, Tipografia Lacerdina, Lisboa, 1813 ).
xxiv
Este capítulo começa com a Doação de D. Afonso Henriques aos cistercienses; documento que, com
detalhes evocativos, se descreve encontrar-se no Livro 1.º Dourado, f.º 1 , e a Original na Gaveta 1.ª do
Cayxão dentro em huma bolsa de Damasco Carmesim, com seu letreiro por fó ra. De outra carta do mesmo rei
para o mosteiro, uma Carta de Feudo, é-nos dito que se encontra no mesmo lugar em huma bolsa de
chamalote verde.
xxv
Repare-se na inversão de papéis causada pela decadência do porto de Salir (e do de Alfeizerão). Se no
reinado de D. Dinis encontrávamos documentalmente S. Martinho de Salir, duzentos anos depois, temos aqui
Salir de S. Martinho.
xxvi
Esta figura seria, presumivelmente, o pai de Francisco Manuel de Fonseca e Silva que, no ano de 1797,
detinha uma grande propriedade que se compunha da maioria dos ca mpos de Alfeizerão, segundo declara
José Rino de Avelar Fróis numa entrevista ao jornal O Alcoa de 20 de Outubro de 1949, que já reproduzimos
nesta página. Nesta família entroncaria a família dos Fróis, ou Fonseca Fróis (pelo menos, assim o pretendia
José Rino de Avelar Fróis). No título dedicado ao Alcaide-mor de Alfeizerão, aponta-se, no exercício desse
cargo, um Silvério da Silva da Fonseca que, por uma outra fonte (o manuscrito de Caetano José Sarmento),
sabemos ter sido apresentado como Alcaide-mor a 1 de Outubro de 1623.