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Capitulo
Da Villa de Alfeizerão
Os moradores da vila de Évora de Alcobaça, fundados em alguns
escritores, podiam disputar aos de Alfeizerão a glória da sua
antiguidade na inteligência de ser fundada sobre as ruínas do antigo
Eburobrício se não fossem tão claras as provas que Fr Bernardo de
Brito produziu a favor desta povoação, as quais nos ajuntamos à de
uma inscrição aberta num padrão de mármore branco que existe
encostado ao cunhal das casas de António de Sousa, da parte do
norte, [e] que diz assim:
TERENTIAE <q. F.>
CAMIRAE TERE
NTIA> DCF> MAXV
MA MATER
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Parece quer[er] dizer que Terência Máxima, filha de Quintino, pôs esta
memória a sua filha Terência Camira.
É muito plana a situação desta vila, que tem larga vista para o norte e
sudoeste, menos para a parte do poente, pela [sic] embaraçar a Serra
da Pescaria, e mais curta da parte do nascente pelo embaraço das
alturas do Casal do Pardo, e de S. Domingos, termo de Selir do Mato,
com o qual confina da parte do sul; e com o distrito da vila das Caldas.
Do sudoeste com o de Selir do Porto; do poente com o da Vila de S.
Martinho; do norte com o da vila da Pederneira; do norte, nordeste e
nascente com o da vila da Cela, e, por esta parte, com o da vila de
Alcobaça.
O primeiro pároco que consta teve esta Igreja foi o Pe. João Vicente,
ao qual o D. Abade de Alcobaça, Fr. Fernando de Quental, apresentou
para cura desta igreja e de S. Martinho, com obrigação de tirar [?]
carta anualmente e com a côngrua de tudo quanto entrasse pelas
portas desta igreja, exceptuando a dízima da
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* - A expressão «nova povoação» não se encontra na carta de foral.
igreja de Alfeizerão, que reservou para o Mosteiro; deu-lhe mais dois
moios de trigo e largou-lhe os dízimos da terra e mar da vila e termo
de S. Martinho, com reserva dos direitos que estavam aplicados à
Sacristia. Este contrato julgou válida a sentença proferida em 1232,
com declaração de serem pessoais os dízimos das duas freguesias.