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CDD: 631.43
Ficha elaborada pela Biblioteca Universitária de Cruz das Almas - UFRB.
Aos meus pais, Eunice e Cézar pelo apoio e amor incondicional.
Aos meus irmãos, Dilton e Flávia pelo carinho e companheirismo.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço aos meus pais, Cézar e Eunice, por todo incentivo, e
amor, são meus pilares e responsáveis por quem sou.
Aos meus irmãos Dilton e Flávia pelo convívio e companheirismo todos estes
anos.
Não posso esquecer-me de uma das primeiras pessoas que conheci em Cruz
das Almas que foi como uma mãe para mim, e que após 8 anos, continuou a
acompanhar essa minha caminhada, Maria.
Aos bons amigos: Fabão, Devison, Laécio, Dudu, Edmar, Lourival, Manu sou
grato pela amizade de vocês.
Falando em amigos, não posso esquecer-me dos velhos: Zé Gotinha e Raí.
A todos os novos amigos que fiz e acompanharam o desenrolar deste trabalho
sempre me apoiando: Sr. Ailton, André Leonardo, Ésio, Davi, Adriana, Natacha,
obrigado por fazerem parte disto.
Agradecer a Devison e André pelo tempo de perturbação, discutindo dados e
debatendo, muito obrigado! Vocês foram importantes demais.
À Jack, Flávia e Fabão. Sem o incentivo de vocês, tal realização não seria
alcançada.
Ao professor Júlio César por todo conhecimento e experiência transmitidos que,
com certeza me engrandeceram muito como pessoa e profissional.
A todos que contribuíram com as coletas, pagos com pão e mortadela: João,
Ariel, Henrique, Davi, Iago, Junior, James, Everaldo, Lucas, Diego e Mariana.
À Capes/CNPQ, pela bolsa de estudos.
À Universidade Federal do Recôncavo da Bahia pela estrutura e pelos anos de
presença na minha vida e responsável pela minha formação profissional.
Enfim. Só tenho que agradecer a todas as pessoas e instituições que
contribuíram de forma direta ou indireta para a execução deste trabalho, com o intuito
de me conceder o título de Mestre em Solos e Qualidade de Ecossistemas. MUITO
OBRIGADO!
SUMÁRIO
Página
Resumo
Abstract
Introdução Geral................................................................................................ 1
Capítulo 1.......................................................................................................... 7
Resumo............................................................................................................. 8
Abstract.............................................................................................................. 9
Introdução.......................................................................................................... 10
Material e Métodos............................................................................................. 11
Resultados e Discussão..................................................................................... 15
Conclusão.......................................................................................................... 28
Referências Bibliográficas................................................................................. 28
Anexos............................................................................................................... 34
RESUMO
The Eucalyptus culture has an important presence in the Coastal Tableland from
Bahia, landscape unit that, due to pedogenetic issues, are found with a thick layer,
which makes it impossible for the plants root development in depth and affects the
water flow and air in the soil profile. Thus, the present work had the aim of evaluating
physical attributes in different types of soil preparation and fertilization for eucalyptus
cultivation in a typical cohesive Oxisol of the Coastal Tableland of Brazil, in the
Recôncavo of Bahia. The study was developed in an eucalyptus crop with two years
of implantation, in the Cruz das Almas Town. The experiment was done by a, in a
completely randomized block design, divided into four soil preparation systems:
conventional (Plowing + Harrowing + pits with 0.3 m depth - A+G), reduced (Subsoiling
with 0.57 m – SUB) and direct in pits with 0.3 and 0.6 m depth (C30 and C60). Two
fertilization types: chemical (QUI) and organic (ORG), with eight treatments in total,
with four repetitions. Were evaluated as soil physical properties: bulk density (BD),
total porosity (TP), microporosity (Mi), macroporosity (Ma), soil penetration resistance
(SPR), mean weighted diameter (MWD), saturated hydraulic conductivity (K0), field
capacity (FC), permanent wiltIing point (PWP) and available water (AW), in four layers
were studied: 0-0.1; 0.1-0.2; 0.2-0.4 and 0.4-0.6 m. As the plant standarts was
evaluated, after the second year of crop, plant height, stem diameter at the soil height.
All the measureds attributes, was submitted to Pearson’s correlation. The results show
us that nutrition availability to the plants and soils organisms by QUI made a real
recuperation of soil structure (TP, Ma and MWD). The SUB provided a lower SPR and
higher K0 in relation to all other soil preparation, demonstrating the cohesive layer
breaking, after two years. The ORG, provided a better AW in relation to QUI in the first
layers studied. The SUB provided better conditions for plant root growth and water flow
in the studied layers. The types of fertilization had different behaviors in different layers.
Pearson’s correlation between the physical soil attributes show relations, mainly
between porosity and soil density. For the evaluated standards in the eucalyptus was
verified a positive relation between height and stem diameter, but the absence of these
with physical attributes evaluated.
Keywords: Soil physical indicators; Chemical and organic fertilization; Eucalyptus sp.
1
INTRODUÇÃO GERAL
Os Tabuleiros Costeiros constituem uma das maiores unidades de paisagem
do Brasil, estendendo-se do Amapá ao Rio de Janeiro, com 9,6 milhões de hectares
só na região Nordeste (DOMPIERI et al., 2015). São planícies litorâneas com elevação
entre 30 e 220 m acima do nível do mar e largura entre 20 e 120 km. O relevo
caracteriza-se por uma topografia plana, dissecada por vales profundos de encostas
com forte declive, podendo chegar a suave ondulado e ondulado nas áreas onde
ocorreu forte dessecamento (JACOMINE, 1996; ARAÚJO et al., 2011; CORRÊA et
al., 2015).
Os solos dessa unidade de paisagem são formados a partir de sedimentos
oriundos do Grupo Barreiras, depositados na era Paleógeno/Neógeno e depósitos
detrito-latríticos que datam do período Neógeno, sendo formações correlatas e
refletem sua origem de materiais argilosos, argilo-arenosos ou arenosos, sempre
bastante meteorizados. A mineralogia da fração argila tem mostrado que a caulinita é
o mineral dominante, a fração areia é constituída essencialmente por quartzo,
mostrando-se também estes solos pobres em Fe (GIAROLA & SILVA 2002; CPRM,
2006; CORRÊA et al., 2015).
Os Latossolos e Argissolos Amarelos Distrocoesos são as principais classes
de solos presentes nos Tabuleiros Costeiros (DOMPIERI et al., 2015). Nesses solos,
estão presentes horizontes pedogenéticos subsuperficiais adensados (caráter coeso),
os quais apresentam consistência muito dura à extremamente dura quando secos e
consistência friável ou firme quando úmidos (JACOMINE, 1996; SANTOS et al., 2013).
O caráter coeso provoca nesses solos algumas limitações físicas, devido ao
seu efeito na dinâmica da água e do ar no solo, além de impedimento mecânico ao
crescimento radicular das culturas. Indiretamente, o caráter coeso ocasiona também
a diminuição na absorção de água e nutrientes pelas plantas e, consequentemente, a
baixa produtividade das culturas (SANTANA et al., 2006; CORRÊA et al., 2008).
2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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5
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SANTOS, H. G. et al. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3ª ed. Brasília,
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6
CAPÍTULO 1
RESUMO
ABSTRACT
The present work had the aim of identify the bests physical indicators with different
types of soil preparation and fertilization for eucalyptus cultivation in a typical cohesive
Oxisol of the Coastal Tableland of Brazil, in the Recôncavo of Bahia. The study was
developed in an eucalyptus crop with two years of implantation, in the Cruz das Almas
Town. The experiment was done into four soil preparation systems: conventional
(Plowing + Harrowing + pits with 0.3 m depth - A+G), reduced (Subsoiling with 0.57 m
– SUB) and direct in pits with 0.3 and 0.6 m depth (C30 and C60). Two fertilization
types: chemical (QUI) and organic (ORG). Were evaluated as soil physical properties:
bulk density (BD), total porosity (TP), microporosity (Mi), macroporosity (Ma), soil
penetration resistance (SPR), mean weighted diameter (MWD), saturated hydraulic
conductivity (K0), field capacity (FC), permanent wiltIing point (PWP) and available
water (AW), in four layers were studied: 0-0.1; 0.1-0.2; 0.2-0.4 and 0.4-0.6 m. As the
plant standards was evaluated, after the second year of crop, height and stem diameter
at the soil height. All the measureds attributes, was submitted to Pearson’s correlation.
The results show us that nutrition availability to the plants and soils organisms by QUI
made a significant recuperation of soil structure (TP, Ma and MWD). The SUB provided
a lower SPR and higher K0 in relation to all other soil preparation, demonstrating the
cohesive layer breaking, after two years. The ORG, provided a better AW in relation to
QUI in the first layers studied. The SUB provided better conditions for plant root growth
and water flow in the studied layers. The types of fertilization had different behaviors
in different layers. Pearson’s correlation between the physical soil attributes show
relations, mainly between porosity and soil density. For the evaluated standards in the
eucalyptus was verified a positive relation between height and stem diameter, but the
absence of these with physical attributes evaluated.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Ca≈1,93; Mg≈0,88; H2O≈28,8 %), na cova de plantio para C30, C60 e A+G e na linha
de sulco para SUB, sendo estimado com base no teor de fósforo, e densidade do
esterco de 0,51 g cm-3.
Para a realização das atividades previstas para o preparo mecânico do solo foi
utilizado um trator da marca New Holland, modelo 8030, com tração dianteira auxiliar
(TDA), potência nominal de 90 kW (122 cv) no motor a 2.200 rpm, torque máximo de
490 Nm a 1.400 rpm, peso total de 5.462 kg com o operador, sendo 2.992 no eixo
dianteiro e 2.470 no eixo traseiro. Para os tratamentos A+G utilizou-se a mesma
marcha: 2/3, sendo todos os ensaios conduzidos a 2.000 rpm.
As covas foram confeccionadas por um perfurador da marca Tatu Marchesan,
modelo PS18, com uma broca de 0,45 m de diâmetro, tracionado por um trator
agrícola de 75 cv de potência nominal, após a operação as covas apresentaram
diâmetro de 0,53 m.
Para o tratamento A+G foi utilizado um arado de três discos reversível da marca
Tatu Marchesan com uma profundidade de trabalho de 0,22 m, e uma grade
destorroadora niveladora de 22 discos, tracionados por um trator de 75cv de potência
nominal. Para o tratamento SUB foi utilizado um subsolador marca Tatu Marchesan,
modelo AST / MATIC 450 de arrasto com disco de corte liso de 0,5 m de diâmetro,
com massa de 1.130 kg, sendo utilizado apenas uma haste e profundidade de trabalho
de 0,57 m na linha de instalação do cultivo, tracionado por um trator de 122 cv.
As mudas (híbrido clonal de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla) foram
produzidas em tubetes de policarbonato e apresentavam 0,3 m de altura e idade de
78 dias no ponto de transplantio, foi utilizado 0,6 L de hidrogel por planta,
independente do tratamento.
O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado com
quatro repetições, resultando em um fatorial 4x2. As parcelas experimentais
apresentaram área de 180 m² com 20 plantas e espaçamento de 3,0 x 3,0 m,
distribuídas em quatro linhas com cinco árvores cada e duas linhas de plantas com o
mesmo espaçamento circundando todo o experimento como bordadura. O
experimento possui uma área total de aproximadamente 0,8 hectare.
As coletas foram procedidas durante o mês de setembro do ano de 2015. As
camadas utilizadas para análises físicas do solo foram coletadas na linha cultivo com
as seguintes profundidades: 0 – 0,1; 0,1 – 0,2; 0,2 – 0,4 e; 0,4 – 0,6 m. Para cada
camada, amostras indeformadas em cilindros metálicos de 0,05 x 0,05 m foram
14
retiradas em uma trincheira na linha de cultivo de cada parcela experimental com 0,6
m de profundidade e 0,5 m de largura à 0,2 m de distância das plantas.
Em cada amostra foram determinadas a macroporosidade (Ma),
microporosidade (Mi), volume total de poros (VTP), densidade do solo (Ds),
condutividade hidráulica (K0), capacidade de campo (CC), ponto de murcha
permanente (PMP) e água disponível (AD). Amostras de torrões foram coletadas para
análises de estabilidade de agregados (DMP). Amostras deformadas, em três pontos
no centro da parcela, foram coletadas com trado tipo holandês para análises de
granulometria.
A determinação da argila total foi executada utilizando o procedimento de
dispersão química de acordo com Donagema et al. (2011) e mecânica por um agitador
tipo Wagner à 50 RPM por 16 h. Para o tempo de sedimentação foi utilizada a Lei de
Stokes. Os teores das frações granulométricas do solo foram determinados segundo
Amaro Filho et al. (2008). Para a determinação da argila dispersa em água (ADA)
somente os passos de dispersão química e separação de areia não foram utilizados.
Para o cálculo do tempo de sedimentação das partículas de silte na proveta, através
da Lei de Stokes, foram utilizados os resultados de densidade de partículas obtidos
anteriormente pelo método do balão volumétrico (Donagema et al., 2011).
A determinação da estabilidade dos agregados foi realizada por meio da
tamisação por via úmida, de acordo com Yoder (1936). As amostras foram secas ao
ar, submetidas à quebra em seus pontos de fraqueza e passadas nas peneiras com
malhas de 4,76 e 2,00 mm. A amostra retida entre as peneiras de 4,76 e 2,00 mm
foram separadas para a determinação do DMP.
Utilizou-se 30 gramas de amostras de agregados saturadas em água por
capilaridade sobre um papel filtro durante uma noite e tamisados durante 15 minutos
sobre um jogo de peneiras com malhas de 2,0; 1,0; 0,5; 0,25 e 0,105 mm, com uma
amplitude de 5,6 cm e frequência de 46 RPM.
Como estimativa da estabilidade de agregados adotou-se o cálculo do diâmetro
médio ponderado (DMP), segundo Kemper e Rosenau (1986): 𝐷𝑀𝑃 = ∑𝑛𝑖=1(𝑥𝑖×𝑤𝑖)
onde: xi = % de agregados retidos em cada peneira; wi = diâmetro médio da fração
(mm).
A resistência do solo à penetração (RSP) foi medida em campo com o
penetrômetro automático digital da marca DLG modelo PNT-2000/motor, realizando
leituras a cada 0,1 m até 0,5 m. Foram realizadas cinco leituras em pontos distintos
15
das duas linhas de cultivo centrais de cada parcela experimental, sendo utilizadas as
médias das leituras para caracterizar a RSP existente em cada tratamento. Foram
coletadas também amostras de solo nas profundidades de 0 – 0,2; 0,2 – 0,4 e 0,4 –
0,6 m de cada parcela para determinação da umidade gravimétrica no momento da
coleta dos dados de RSP de acordo com Donagema et al. (2011).
A condutividade hidráulica saturada (K0) do solo foi determinada através da
utilização de amostras sob condição de saturação pelo método do permeâmetro de
carga constante, e calculada de acordo com a equação de Darcy-Buckingham após a
condição de regime estacionário de drenagem (Donagema et al. 2011).
Para fins de cálculo da água disponível (AD) considerou-se, como capacidade
de campo (CC), a umidade do solo correspondente à tensão de 10 kPa e, como ponto
de murchamento permanente (PMP), a umidade do solo correspondente à tensão de
1500 kPa utilizando-se extrator de Richards, sendo a AD determinada pela diferença
entre a umidade à CC e no PMP.
Foram mensurados parâmetros das plantas como: diâmetro na altura do solo
utilizando-se uma fita métrica e altura total das plantas, com uma mira a laser, marca
Laser Technology, modelo TRUPULSE200B. A amostragem foi procedida nas seis
plantas localizadas no centro das parcelas e calculada a média.
Os resultados obtidos foram submetidos inicialmente ao teste de normalidade
de Shapiro-Wilk, constatada a normalidade dos dados, os mesmo então foram
submetidos à análise de variância para verificação dos efeitos das fontes de variação.
Quando significativa, foi aplicado o teste Skott-Knott para comparação das médias a
nível de 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico Sirvar (Ferreira 2014).
Realizou-se também a análise de correlação de Pearson entre os atributos avaliados
e também as variáveis diâmetro do caule na altura do solo e altura da planta, utilizando
o programa estatístico R (R Core Team 2016).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 4: Volume total de poros (VTP), Micro (Mi) e Macroporosidade (Ma) de um Latossolo Amarelo distrocoeso típico sob cultivo
de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação na região dos Tabuleiros Costeiros.
PREPARO DO SOLO
ADUBAÇÃO C30 C60 S A+G Médias C30 C60 S A+G Médias C30 C60 S A+G Médias
3 -3 3 -3 3 -3
VTP (m m ) Mi (m m ) Ma (m m )
0 - 0,1 m
QUÍMICA 35,86 aA 39,38 aA 40,27 aA 42,41 aA 39,43 A 17,62 aA 18,71 aA 22,93 aA 20,93 aA 19,71 A 18,23 aA 20,67 aA 17,33 aA 22,03 aA 17,61 A
ORGÂNICA 36,81 aA 38,88 aA 37,77 aA 39,67 aA 38,23 A 18,14 aA 21,97 aA 21,27 aA 21,08 aA 20,62 A 18,66 aA 16,91 aA 16,27 aA 18,59 aA 19,71 A
Médias 36,33 a 39,13 a 38,71 a 41,04 a 17,88 b 20,34 a 21,98 a 20,73 a 18,45 a 18,79 a 16,71 a 20,31 a
CV (%) 8,04 12,47 23,54
0,1 - 0,2 m
QUÍMICA 35,85 aA 36,85 aA 40,27 aA 39,82 aA 37,96 A 21,34 aA 20,87 aA 23,39 aA 22,38 aA 21,90 A 14,51 aA 15,61 aA 16,88 aA 17,43 aA 16,06 A
ORGÂNICA 37,29 aA 36,83 aA 38,04 aA 34,04 aB 36,82 A 22,05 aA 21,81 aA 22,69 aA 24,39 aA 22,47 A 15,24 aA 15,02 aA 15,35 aA 9,70 aB 14,34 A
Médias 36,57 a 36,66 a 39,15 a 37,89 a 21,69 a 21,34 a 23,04 a 23,03 a 14,87 a 15,32 a 16,11 a 14,85 a
CV (%) 7,47 9,86 20,90
0,2 - 0,4 m
QUÍMICA 36,31 aA 32,27 bA 37,98 aA 35,93 aB 35,85 B 24,15 aA 23,16 aA 26,28 aA 24,28 aA 24,56 A 12,16 aA 9,12 aA 11,70 aA 11,65 aB 11,29 B
ORGÂNICA 37,80 bA 36,43 bA 38,86 bA 43,83 aA 39,43 A 21,01 bA 25,76 aA 23,29 bA 26,10 aA 23,83 A 16,80 aA 10,17 bA 15,57 aA 17,72 aA 15,51 A
Médias 36,95 a 33,94 b 38,42 a 39,32 a 22,80 a 24,20 a 24,78 a 25,06 a 14,14 a 9,54 b 13,63 a 14,25 a
CV (%) 5,91 9,37 25,19
0,4 - 0,6 m
QUÍMICA 32,93 bB 37,53 aA 39,93 aA 39,16 aA 37,39 A 26,64 aA 23,47 aA 22,33 aA 23,43 aA 23,97 A 6,29 bB 14,05 aA 15,73 aA 17,60 aA 13,42 A
ORGÂNICA 38,07 aA 38,09 aA 38,36 aA 38,64 aA 38,29 A 23,25 aA 25,46 aA 24,92 aA 24,23 aA 24,47 A 14,81 aA 13,17 aA 13,17 aA 14,12 aA 13,82 A
Médias 35,50 b 38,08 a 38,76 a 39,01 a 24,94 a 24,47 a 23,62 a 23,83 a 10,55 b 13,61 a 14,92 a 15,38 a
CV (%) 6,60 10,01 26,23
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas, e maiúscula nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott Knott a 5%. C30 = plantio direto com
cova a 0,3 m de profundidade; C60 = plantio direto com cova a 0,6 m de profundidade; SUB = cultivo reduzido com subsolagem a 0,57 m; A+G = cultivo
convencional com uma aração, duas gradagens e covas com 0,3 m de profundidade. CV = coeficiente de variação.
20
De acordo com Mesquita & Moraes (2004), práticas culturais alteram a estrutura
do solo com influência direta na condutividade hidráulica (K0), inclusive com efeito
superior aos processos de gênese e formação da estrutura dos solos. No presente
24
Tabela 7: Capacidade de campo (CC), ponto de murcha permanente (PMP) e água disponível (AD) de um Latossolo Amarelo
distrocoeso típico sob cultivo de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação na região dos Tabuleiros Costeiros.
PREPARO DO SOLO
ADUBAÇÃO C30 C60 S A+G Médias C30 C60 S A+G Médias C30 C60 S A+G Médias
CC (m³ m⁻³) PMP (m³ m⁻³) AD (m³ m⁻³)
0 - 0,1 m
QUÍMICA 0,123 aA 0,129 aA 0,145 aA 0,145 aA 0,135 B 0,082 bA 0,067 aA 0,087 bA 0,091 bA 0,081 A 0,041 aB 0,061 aA 0,058 aA 0,053 aB 0,053 B
ORGÂNICA 0,138 aA 0,153 aA 0,155 aA 0,157 aA 0,151 A 0,077 aA 0,083 aA 0,090 aA 0,087 aA 0,084 A 0,060 aA 0,069 aA 0,064 aA 0,070 aA 0,066 A
Médias 0,130 a 0,141 a 0,151 a 0,151 a 0,076 a 0,075 a 0,089 b 0,089 b 0,051 b 0,062 a 0,062 a 0,065 a
CV (%) 13,18 14,05 18,3
0,1 - 0,2 m
QUÍMICA 0,140 bA 0,153 bA 0,178 aA 0,142 bB 0,152 B 0,085 aA 0,083 aA 0,111 aA 0,088 aA 0,090 A 0,055 aA 0,070 aA 0,066 aA 0,053 aB 0,061 B
ORGÂNICA 0,157 aA 0,171 aA 0,187 aA 0,187 aA 0,173 A 0,088 aA 0,104 aA 0,107 aA 0,110 aA 0,101 A 0,068 aA 0,067 aA 0,077 aA 0,079 aA 0,072 A
Médias 0,148 b 0,161 b 0,182 a 0,157 b 0,087 a 0,092 a 0,109 a 0,095 a 0,061 a 0,069 a 0,073 a 0,061 a
CV (%) 10,6 16,88 18,95
0,2 - 0,4 m
QUÍMICA 0,184 aA 0,188 aA 0,191 aA 0,168 aA 0,183 A 0,114 aA 0,118 aA 0,123 aA 0,099 aA 0,113 A 0,070 aA 0,064 aA 0,073 aA 0,068 aA 0,069 A
ORGÂNICA 0,165 bA 0,183 aA 0,200 aA 0,164 bA 0,176 A 0,097 aA 0,127 bA 0,111 aA 0,099 aA 0,107 A 0,068 aA 0,073 aA 0,071 aA 0,064 aA 0,069 A
Médias 0,176 b 0,193 a 0,187 a 0,166 b 0,107 a 0,125 b 0,114 b 0,099 a 0,069 a 0,068 a 0,073 a 0,067 a
CV (%) 7,03 10,47 10,73
0,4 - 0,6 m
QUÍMICA 0,197 aA 0,188 aA 0,191 aA 0,178 aA 0,188 A 0,130 aA 0,123 aA 0,121 aA 0,113 aA 0,122 A 0,067 aA 0,064 aB 0,069 aA 0,065 aA 0,066 B
ORGÂNICA 0,183 aA 0,200 aA 0,197 aA 0,181 aA 0,190 A 0,110 aA 0,122 aA 0,120 aA 0,111 aA 0,116 A 0,072 aA 0,077 aA 0,077 aA 0,070 aA 0,074 A
Médias 0,190 a 0,193 a 0,193 a 0,179 a 0,120 a 0,123 a 0,120 a 0,112 a 0,070 a 0,070 a 0,073 a 0,067 a
CV (%) 7,39 11,37 7,39
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas, e maiúscula nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott Knott a 5%. C30 = plantio direto com
cova a 0,3 m de profundidade; C60 = plantio direto com cova a 0,6 m de profundidade; SUB = cultivo reduzido com subsolagem a 0,57 m; A+G = cultivo
convencional com uma aração, duas gradagens e covas com 0,3 m de profundidade. CV = coeficiente de variação.
26
VTP -0,28ns 0,01ns -0,31ns 0,06ns 0,01ns -0,58* 0,33ns 0,78* 0,20ns -0,16ns
0,2-0,4 m
ns
ALT 0,03 1,00
CC 0,51ns 0,14ns 1,00
ns
DAS -0,03 0,74* 0,23ns 1,00
DMP 0,20ns 0,03ns 0,22ns -0,09ns 1,00
Ds -0,36ns -0,12ns -0,10ns 0,05ns 0,31ns 1,00
ns ns ns ns ns
K0 -0,08 0,33 0,16 0,21 -0,32 -0,48ns 1,00
ns ns ns ns ns
Ma 0,33 0,11 -0,07 -0,16 -0,27 -0,61* 0,20ns 1,00
ns ns ns ns ns ns ns
Mi 0,06 -0,18 0,20 0,00 0,06 0,07 -0,05 -0,73* 1,00
PMP 0,02ns 0,14ns 0,87* 0,30ns 0,13ns 0,10ns 0,22ns -0,27ns 0,21ns 1,00
VTP 0,55ns -0,03ns 0,13ns -0,23ns -0,33ns -0,80* 0,23ns 0,62* 0,08ns -0,16ns
0,4-0,6 m
ns
ALT 0,32 1,00
CC 0,38ns 0,01ns 1,00
ns
DAS 0,07 0,70* -0,03ns 1,00
DMP -0,43ns -0,03ns -0,52ns 0,06ns 1,00
Ds 0,11ns 0,01ns 0,61* -0,16ns -0,12ns 1,00
ns ns ns ns ns
K0 0,26 0,15 -0,02 -0,15 0,00 0,00ns 1,00
ns ns ns ns ns
Ma -0,02 0,02 -0,40 0,26 0,28 -0,59* 0,12ns 1,00
ns ns ns ns ns ns ns
Mi 0,15 0,11 0,19 -0,08 -0,26 0,19 0,03 -0,79* 1,00
ns ns ns ns ns ns ns
PMP -0,10 -0,14 0,88* -0,06 -0,34 0,58 -0,15 -0,41 0,14ns 1,00
ns ns ns ns ns ns
VTP 0,07 0,11 -0,44 0,32 0,23 -0,72* 0,20 0,90* -0,43ns -0,50ns
AD = Água disponível; ALT = Altura de planta; CC = Capacidade de campo; DAS = Diâmetro na altura
do solo; DMP = Diâmetro médio ponderado; Ds = Densidade do solo; K0 = Condutividade hidráulica
saturada; Ma = Macroporosidade; Mi = Microporosidade; PMP = Ponto de murcha permanente; VTP =
Volume total de poros.
A correlação entre ALT e DAS era esperado conforme também observado por outros
pesquisadores (Lima et al. 2010, Rosa Filho et al. 2011, Carvalho et al. 2012).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
35
A 0-13 cm, (2,5YR 6/3, seco e 2,5YR 5/3 úmido); estrutura porosa e blocos
subangulares, fracos, médios e grandes; friável; ligeiramente duro a duro; ligeiramente
plástica e ligeiramente pegajosa; presença de raízes comuns e finas e médias e
poucas; franco-argiloarenoso.
AB 13-42 cm, (2,5YR 5/3 seco e 2,5YR 4/3 úmido); estrutura maciça e blocos
subangulares, fracos, e grandes; friável; ligeiramente duro a duro; plástico e
ligeiramente pegajoso; franco-argiloarenoso; 1 Ma Bls
BA 42-84 cm, (2,5YR 5/6 seco e 2,5YR 5/3 úmido); estrutura maciça e blocos
subangulares, fracos e grandes; friável a firme; plástico e ligeiramente pegajoso;
franco-argiloarenoso.
36
B1 84-112cm, (2,5YR 6/4 seco e 2,5YR 5/4 úmido); estrutura maciça e blocos
subangulares grandes e muito grande, friável a muito friável; ligeiramente dura e dura;
plástico e pegajoso; franco-argiloarenoso.
B2 112-203+, (2,5YR 6/6 seco e 2,5YR 5/6 úmido); bloco subangulares grandes e
muito grande, muito friável, ligeiramente dura, plástico e pegajoso; franco-
argiloarenoso.
OBS: O solo está na borda de tabuleiro, erosão laminar ligeira que pelo uso provocou
a perda do horizonte A, parece ser o antigo AB.
A coesão foi detectada entre 15 cm a 96 cm
Observa-se bastante atividade biológica, formigas e cupins antigos presentes
até o horizonte B2
No horizonte B2, próximo a atividade biológica, existem nódulos endurecidos.