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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOLOS E QUALIDADE DE
ECOSSISTEMAS

ATRIBUTOS FÍSICOS DE UM LATOSSOLO AMARELO COESO DOS


TABULEIROS COSTEIROS SOB CULTIVO DE EUCALIPTO EM
DIFERENTES PREPARO DO SOLO E ADUBAÇÃO

VINÍCIUS DE JESUS NUNES

CRUZ DAS ALMAS - BAHIA


MARÇO - 2017
ATRIBUTOS FÍSICOS DE UM LATOSSOLO COESO DOS
TABULEIROS COSTEIROS SOB CULTIVO DE EUCALIPTO EM
DIFERENTES TIPOS DE PREPARO DO SOLO E ADUBAÇÃO

VINÍCIUS DE JESUS NUNES


Engenheiro Agrônomo
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB
Cruz das Almas, 2015.

Dissertação submetida ao Colegiado de Curso


do Programa de Pós-Graduação em Solos e
Qualidade de Ecossistemas da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia, como requisito
parcial para obtenção do Grau de Mestre em
Solos e Qualidade de Ecossistemas.

ORIENTADOR: PROF. DR. JÚLIO CÉSAR AZEVEDO NÓBREGA


UFRB – CCAAB
CO-ORIENTADOR: ELTON DA SILVA LEITE
UFRB – CCAAB

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA


MESTRADO EM SOLOS E QUALIDADE DE ECOSSITEMAS
CRUZ DAS ALMAS, BAHIA, 2017.
FICHA CATALOGRÁFICA

N972a Nunes, Vinícius de Jesus.


Atributos físicos de um Latossolo Amarelo coeso
dos tabuleiros costeiros sob cultivo de eucalipto em
diferentes preparo do solo e adubação / Vinícius de
Jesus Nunes. Cruz das Almas, BA, 2017.
48f.; il.

Orientador: Júlio Cesar Azevedo Nóbrega.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal


do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências
Agrárias, Ambientais e Biológicas.

1.Solos – Propriedade físico-química.


2.Latossolos – Manejo. 3.Eucalipto – Cultivo –
Análise. I.Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e
Biológicas. II.Título.

CDD: 631.43
Ficha elaborada pela Biblioteca Universitária de Cruz das Almas - UFRB.
Aos meus pais, Eunice e Cézar pelo apoio e amor incondicional.
Aos meus irmãos, Dilton e Flávia pelo carinho e companheirismo.
DEDICO
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço aos meus pais, Cézar e Eunice, por todo incentivo, e
amor, são meus pilares e responsáveis por quem sou.
Aos meus irmãos Dilton e Flávia pelo convívio e companheirismo todos estes
anos.
Não posso esquecer-me de uma das primeiras pessoas que conheci em Cruz
das Almas que foi como uma mãe para mim, e que após 8 anos, continuou a
acompanhar essa minha caminhada, Maria.
Aos bons amigos: Fabão, Devison, Laécio, Dudu, Edmar, Lourival, Manu sou
grato pela amizade de vocês.
Falando em amigos, não posso esquecer-me dos velhos: Zé Gotinha e Raí.
A todos os novos amigos que fiz e acompanharam o desenrolar deste trabalho
sempre me apoiando: Sr. Ailton, André Leonardo, Ésio, Davi, Adriana, Natacha,
obrigado por fazerem parte disto.
Agradecer a Devison e André pelo tempo de perturbação, discutindo dados e
debatendo, muito obrigado! Vocês foram importantes demais.
À Jack, Flávia e Fabão. Sem o incentivo de vocês, tal realização não seria
alcançada.
Ao professor Júlio César por todo conhecimento e experiência transmitidos que,
com certeza me engrandeceram muito como pessoa e profissional.
A todos que contribuíram com as coletas, pagos com pão e mortadela: João,
Ariel, Henrique, Davi, Iago, Junior, James, Everaldo, Lucas, Diego e Mariana.
À Capes/CNPQ, pela bolsa de estudos.
À Universidade Federal do Recôncavo da Bahia pela estrutura e pelos anos de
presença na minha vida e responsável pela minha formação profissional.
Enfim. Só tenho que agradecer a todas as pessoas e instituições que
contribuíram de forma direta ou indireta para a execução deste trabalho, com o intuito
de me conceder o título de Mestre em Solos e Qualidade de Ecossistemas. MUITO
OBRIGADO!
SUMÁRIO

Página

Resumo

Abstract

Introdução Geral................................................................................................ 1

Capítulo 1.......................................................................................................... 7

IMPACTOS DO PREPARO DO SOLO E ADUBAÇÃO NOS ATRIBUTOS


FÍSICOS DE UM LATOSSOLO AMARELO COESO SOB CULTIVO DE
EUCALIPTO

Resumo............................................................................................................. 8

Abstract.............................................................................................................. 9

Introdução.......................................................................................................... 10

Material e Métodos............................................................................................. 11

Resultados e Discussão..................................................................................... 15

Conclusão.......................................................................................................... 28

Referências Bibliográficas................................................................................. 28

Anexos............................................................................................................... 34
RESUMO

ATRIBUTOS FÍSICOS DE UM LATOSSOLO AMARELO COESO DOS


TABULEIROS COSTEIROS SOB CULTIVO DE EUCALIPTO EM
DIFERENTES PREPARO DO SOLO E ADUBAÇÃO

Autor: Vinícius de Jesus Nunes


Orientador: Júlio César Azevedo Nóbrega

A cultura do Eucalipto possui importante presença nos Tabuleiros Costeiros do estado


da Bahia, onde são encontrados solos com uma camada adensada que dificulta o
desenvolvimento radicular das plantas em profundidade e prejudica o fluxo de água e
ar no perfil do solo. Deste modo, objetivou-se com o presente trabalho, identificar o
sistema de preparo do solo e adubação que proporciona melhores indicadores físicos
para cultura do eucalipto em Latossolo dos Tabuleiros Costeiros do estado da Bahia,
Brasil. O estudo foi conduzido em Latossolo Amarelo distrocoeso típico sob cultivo de
eucalipto com dois anos de implantação, na cidade de Cruz das Almas. Os
tratamentos foram arranjados em um delineamento inteiramente casualizado,
constituídos por quatro sistemas de preparo do solo: convencional (Aração +
Gradagem + cova com 0,3 m de profundidade - A+G), reduzido (Subsolagem à 0,57
m - SUB) e direto em covas com 0,3 e 0,6 m de profundidade (C30 e C60) e dois tipos
de adubação: química (QUI) e orgânica (ORG), totalizando oito tratamentos e um total
de quatro repetições. Foram avaliados como atributos físicos do solo: densidade do
solo (Ds), volume total de poros (VTP), microporosidade (Mi), macroporosidade (Ma),
resistência do solo à penetração (RSP), diâmetro médio ponderado dos agregados
(DMP), condutividade hidráulica saturada (K0), capacidade de campo (CC), ponto de
murcha permanente (PMP) e água disponível (AD) em quatro camadas: 0-0,1; 0,1-
0,2; 0,2-0,4 e 0,4-0,6 m. Como parâmetros das plantas foram avaliados, após o
segundo ano de plantio, a altura das plantas e o diâmetro do caule na altura do solo.
Todos os atributos mensurados, foram submetidos a análise de correlação de
Pearson. Os resultados obtidos demonstraram que a pronta disponibilização de
nutrientes para as plantas e organismos do solo pela QUI proporcionou uma
recuperação significativa da estrutura do solo (VTP, Ma e DMP). O SUB proporcionou
uma menor RSP e maior K0 em relação a todos os outros preparos de solo,
demonstrando o rompimento da camada coesa após dois anos. A ORG, proporcionou
uma melhor AD em relação a QUI nas primeiras camadas estudadas. A SUB
proporcionou melhores condições para o crescimento radicular das plantas e fluxo de
água nas camadas estudadas. Correlações de Pearson entre os atributos físicos do
solo mostrou relações principalmente entre atributos de porosidade e densidade do
solo. Já para os parâmetros avaliados no eucalipto verificou-se relação positiva entre
a altura e diâmetro do caule, porém ausência destes com os atributos físicos dos solos
avaliados.

Palavras-chave: Indicadores físicos do solo; Adubação química e orgânica;


Eucalyptus sp.
ABSTRACT

PHYSICAL ATTRIBUTES OF A COHESIVE OXISOL OF COASTAL


TABLELAND, UNDER EUCALYPTUS CULTIVATION IN DIFFERENT
TYPES OF SOIL PREPARATION AND FERTILIZATION

Author: Vinícius de Jesus Nunes


Advisor: Júlio César Azevedo Nóbrega

The Eucalyptus culture has an important presence in the Coastal Tableland from
Bahia, landscape unit that, due to pedogenetic issues, are found with a thick layer,
which makes it impossible for the plants root development in depth and affects the
water flow and air in the soil profile. Thus, the present work had the aim of evaluating
physical attributes in different types of soil preparation and fertilization for eucalyptus
cultivation in a typical cohesive Oxisol of the Coastal Tableland of Brazil, in the
Recôncavo of Bahia. The study was developed in an eucalyptus crop with two years
of implantation, in the Cruz das Almas Town. The experiment was done by a, in a
completely randomized block design, divided into four soil preparation systems:
conventional (Plowing + Harrowing + pits with 0.3 m depth - A+G), reduced (Subsoiling
with 0.57 m – SUB) and direct in pits with 0.3 and 0.6 m depth (C30 and C60). Two
fertilization types: chemical (QUI) and organic (ORG), with eight treatments in total,
with four repetitions. Were evaluated as soil physical properties: bulk density (BD),
total porosity (TP), microporosity (Mi), macroporosity (Ma), soil penetration resistance
(SPR), mean weighted diameter (MWD), saturated hydraulic conductivity (K0), field
capacity (FC), permanent wiltIing point (PWP) and available water (AW), in four layers
were studied: 0-0.1; 0.1-0.2; 0.2-0.4 and 0.4-0.6 m. As the plant standarts was
evaluated, after the second year of crop, plant height, stem diameter at the soil height.
All the measureds attributes, was submitted to Pearson’s correlation. The results show
us that nutrition availability to the plants and soils organisms by QUI made a real
recuperation of soil structure (TP, Ma and MWD). The SUB provided a lower SPR and
higher K0 in relation to all other soil preparation, demonstrating the cohesive layer
breaking, after two years. The ORG, provided a better AW in relation to QUI in the first
layers studied. The SUB provided better conditions for plant root growth and water flow
in the studied layers. The types of fertilization had different behaviors in different layers.
Pearson’s correlation between the physical soil attributes show relations, mainly
between porosity and soil density. For the evaluated standards in the eucalyptus was
verified a positive relation between height and stem diameter, but the absence of these
with physical attributes evaluated.

Keywords: Soil physical indicators; Chemical and organic fertilization; Eucalyptus sp.
1

INTRODUÇÃO GERAL
Os Tabuleiros Costeiros constituem uma das maiores unidades de paisagem
do Brasil, estendendo-se do Amapá ao Rio de Janeiro, com 9,6 milhões de hectares
só na região Nordeste (DOMPIERI et al., 2015). São planícies litorâneas com elevação
entre 30 e 220 m acima do nível do mar e largura entre 20 e 120 km. O relevo
caracteriza-se por uma topografia plana, dissecada por vales profundos de encostas
com forte declive, podendo chegar a suave ondulado e ondulado nas áreas onde
ocorreu forte dessecamento (JACOMINE, 1996; ARAÚJO et al., 2011; CORRÊA et
al., 2015).
Os solos dessa unidade de paisagem são formados a partir de sedimentos
oriundos do Grupo Barreiras, depositados na era Paleógeno/Neógeno e depósitos
detrito-latríticos que datam do período Neógeno, sendo formações correlatas e
refletem sua origem de materiais argilosos, argilo-arenosos ou arenosos, sempre
bastante meteorizados. A mineralogia da fração argila tem mostrado que a caulinita é
o mineral dominante, a fração areia é constituída essencialmente por quartzo,
mostrando-se também estes solos pobres em Fe (GIAROLA & SILVA 2002; CPRM,
2006; CORRÊA et al., 2015).
Os Latossolos e Argissolos Amarelos Distrocoesos são as principais classes
de solos presentes nos Tabuleiros Costeiros (DOMPIERI et al., 2015). Nesses solos,
estão presentes horizontes pedogenéticos subsuperficiais adensados (caráter coeso),
os quais apresentam consistência muito dura à extremamente dura quando secos e
consistência friável ou firme quando úmidos (JACOMINE, 1996; SANTOS et al., 2013).
O caráter coeso provoca nesses solos algumas limitações físicas, devido ao
seu efeito na dinâmica da água e do ar no solo, além de impedimento mecânico ao
crescimento radicular das culturas. Indiretamente, o caráter coeso ocasiona também
a diminuição na absorção de água e nutrientes pelas plantas e, consequentemente, a
baixa produtividade das culturas (SANTANA et al., 2006; CORRÊA et al., 2008).
2

Devido ao relevo pouco dissecado e bom regime pluviométrico, ocorreu uma


grande pressão antrópica nesta unidade de paisagem, culminando com a substituição
da vegetação nativa por atividades ligadas à agropecuária, seja para subsistência ou
produção em larga escala. Dentre os principais cultivos destacam-se áreas com
pastagens, cana-de-açúcar, mandioca, fruticultura (citros, coco, caju, mamão,
abacaxi), dendê, fumo e eucalipto, dentre outras (REZENDE, 2000; DOMPIERI et al.,
2015).
O plantio de eucalipto na Bahia teve início na década de 70 do século passado
quando, o Governo Federal incentivou o cultivo de eucalipto voltado para exportação.
Nos anos 80 no Extremo Sul da Bahia, instalaram-se as primeiras empresas, devido
às condições edafoclimáticas, preço da terra, escoamento da produção, mão-de-obra
e grandes áreas para implantação das florestas (CERQUEIRA NETO, 2012). Hoje, os
principais plantios florestais estão distribuídos principalmente nas Regiões Extremo
Sul, Litoral Norte, Oeste e Sudoeste (ABAF, 2015).
Atualmente o estado da Bahia aparece como quarto estado brasileiro em área
plantada de eucalipto, com uma área de 614.390 hectares em 2015. A produtividade
média dos plantios baianos no ano de 2014 atingiu 42 m3 ha-1ano-1, superior à média
brasileira e à média de outros importantes países produtores de florestas, devendo-
se, principalmente, às condições edafoclimáticas regionais e a tecnologia empregada
na cultura (ABAF, 2015; IBÁ, 2016).
No ano de 2014, o PIB do setor florestal baiano representou 5,4% do PIB do
estado, com uma receita de exportações, que totalizou US$ 1,67 bilhão,
representando 14,9% das exportações do setor florestal brasileiro. Os produtos do
setor florestal baiano, principalmente celulose e celulose solúvel que correspondem a
90% da produção, foram responsáveis por 18% da pauta de exportações do estado,
ocupando o primeiro lugar no ano de 2014, seguido pela indústria química e
petroquímica – tradicionalmente lideres nas exportações baianas (ABAF, 2015).
Até o final da década de 80, o preparo de solo nas áreas reflorestadas consistia
na eliminação, em geral por queima, dos resíduos da vegetação anterior e no
revolvimento intenso de todo o solo da camada superficial, à semelhança do que se
utiliza nos cultivos agrícolas convencionais. O crescimento inicial da muda era rápido,
o que levava à falsa impressão de excelente e duradoura condição para as plantas
(GATTO et al., 2003). Ainda hoje, é notado este tipo de manejo do solo principalmente
adotado por pequenos e médios prdutores.
3

Deste modo, com as limitações conhecidas dos solos deste ambiente, há de se


investigar sobre os preparos do solo mais adequados para o estabelecimento e
desenvolvimento pleno das culturas com o melhor custo benefício.
A avaliação da qualidade física do solo sob diferentes sistemas de preparo é
importante para caracterizar o ambiente físico para o crescimento radicular. Na
avaliação da eficiência dos sistemas de plantio, pesquisadores vêm utilizando a
densidade do solo, porosidade, diâmetro médio ponderado dos agregados e a
resistência do solo à penetração como indicadores de qualidade física (PREVEDELLO
et al., 2013; ROCHA et al., 2015).
Dentre os diversos sistemas de plantio, aqueles que são adotados levando em
consideração princípios conservacionistas, como os mínimos revolvimentos do solo
são vistos como os melhores, pois promovem, em geral, maior custo benefício, maior
retenção de carbono no solo e menores perdas de solo e água por erosão, gerando
menor impacto ao ambiente e menor custo, proporcionando com isso, maior
sustentabilidade do processo produtivo (SILVA et al., 2011).
Deste modo, convencionou-se como prática padrão para implantação dos
cultivos florestais em todo o território nacional, o cultivo mínimo, com a prática da
subsolagem nas linhas de cultivo e a manutenção dos resíduos vegetais sobre o solo
(GONÇALVES et al., 2016).
Rezende (2000) mencionou subsoladores para contornar o problema da
coesão nos tabuleiros costeiros, destacando o aumento da macroporosidade,
diminuição da resistência do solo à penetração e aumento da taxa de infiltração.
Reichert et al. (2007) destacam que a operação de subsolagem deve ser realizada
somente quando necessária e em condições adequadas de umidade e profundidade,
por ser uma operação de alto consumo energético, talvez o maior dentre as operações
de preparo do solo. Neste sentido, a prática da subsolagem aparece como a principal
técnica adotada dentre as grandes empresas, sendo as demais, a exemplo do cultivo
convencional, que envolve aração e gradagem e plantio em covas, mais concentrados
entre pequenos e médios produtores.
Além da importância do preparo do solo para a implantação da cultura do
eucalipto, devido a condições pedogenéticas encontradas nestes solos, a fertilidade
do solo também é um fator limitante para a produção neste ambiente, devido os solos
da região se destacar como ácidos e pobres em nutrientes, características que afetam
diretamente o crescimento e produção das culturas.
4

Entre as alternativas disponíveis aos produtores para a correção da fertilidade


dos solos está a restituição dos nutrientes via adubações química e orgânica. A
adubação química disponibiliza de forma rápida os nutrientes, com efeito diferenciado
nos atributos físicos do solo (NÓBREGA et al., 2001), enquanto a adubação orgânica
uma disponibilização mais lenta e gradual, além de favorecer diretamente a maior
retenção de água, drenagem, aeração e penetração das raízes no solo (OLIVEIRA et
al., 2009).
Deste modo, objetivou-se com o presente trabalho, identificar o sistema de
preparo do solo e adubação que proporciona melhores condições físicas para cultura
do eucalipto em Latossolo Amarelo distrocoeso típico dos Tabuleiros Costeiros do
Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAF. Associação Baiana das Empresas de Base Florestal. Bahia Florestal:
Relatório Abaf 2015. Associação Baiana das Empresas de Base Florestal, Salvador
em <www.abaf.org.br> Acesso em 23 dez. 2016.
ARAUJO, Q. R. et al. Efeitos da lotação animal em pastagem consorciada sobre
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CERQUEIRA NETO, S. P. G. Três décadas de eucalipto no extremo sul da Bahia.
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CORRÊA, M. M. et al. Caracterização física, química, mineralógica e micromorfológica
de horizontes coesos e fragipãs de solos vermelhos e amarelos do ambiente
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CORRÊA, M. M. et al. Formas de Ferro, Silício e, ou, Alumínio na Gênese de Fragipãs
e Horizontes Coesos dos Tabuleiros Costeiros. Revista Brasileira de Ciências do
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DOMPIERI, M. H. et al. Delimitação da Área Foco de Atuação da Embrapa
Tabuleiros Costeiros e Principais Aspectos Fisiográficos. Aracaju, SE: Embrapa
Tabuleiros Costeiros, 2015.
5

GATTO, A. et al. Efeito do método de preparo do solo, em área de reforma, nas suas
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GIAROLA, N. F. B. & SILVA, A. P. Conceitos sobre solos coesos e hardsetting.
Scientia Agricola, 59: 613-620, 2002.
GONÇALVES, S. B. et al. Efeito da profundidade de trabalho na qualidade da
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IBÁ. Indústria Brasileira de árvores: Relatório Ibá 2016. Indústria Brasileira de
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JACOMINE, P. K. T. Distribuição geográfica, características e classificação dos solos
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NÓBREGA, J. C. A. et al. Fosfato e micorriza na estabilidade de agregados em
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OLIVEIRA, A. N. P. et al. Yield of gherkin in response to doses of bovine manure.
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REZENDE, J. O. Solos coesos dos Tabuleiros Costeiros: limitações agrícolas e
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6

SILVA, M. A. S. et al. Sistemas de manejo em plantios florestais de eucalipto e perdas


de solo e água na região do Vale do Rio Doce, MG. Ciência Florestal, 21: 765-776,
2011.
7

CAPÍTULO 1

IMPACTOS DO PREPARO DO SOLO E DA ADUBAÇÃO EM EUCALIPTO NOS


ATRIBUTOS FÍSICOS DE UM LATOSSOLO AMARELO COESO DOS
TABULEIROS COSTEIROS

Artigo científico a ser submetido à Revista Pesquisa Agropecuária Tropical


8

RESUMO

O presente trabalho objetivou identificar o sistema de preparo do solo e de adubação


que proporciona os melhores indicadores físicos para cultura do eucalipto em
Latossolo coeso na região dos Tabuleiros Costeiros do estado da Bahia. O estudo foi
conduzido em um Latossolo Amarelo distrocoeso típico (LAx) sob cultivo de eucalipto
com dois anos de implantação. Os tratamentos foram constituídos por quatro sistemas
de preparo do solo: convencional (Aração + gradagem + cova com 0,3 m de
profundidade - A+G), reduzido (Subsolagem com 0,57 m - SUB) e direto em covas
com 0,3 e 0,6 m de profundidade (C30 e C60) e dois tipos de adubação: química (QUI)
e orgânica (ORG). Foram avaliados como atributos físicos: densidade do solo (Ds),
volume total de poros (VTP), microporosidade (Mi), macroporosidade (Ma), resistência
do solo à penetração (RSP), diâmetro médio ponderado dos agregados (DMP),
condutividade hidráulica saturada (K0), capacidade de campo (CC), ponto de murcha
permanente (PMP) e água disponível (AD), em quatro camadas: 0-0,1; 0,1-0,2; 0,2-
0,4 e 0,4-0,6 m. Já nas plantas de eucalipto foram avaliados altura e o diâmetro do
caule na altura do solo. Todos os atributos mensurados, foram submetidos a análise
de correlação de Pearson. Os resultados obtidos demonstraram que a adubação QUI
proporcionou uma recuperação significativa da estrutura do solo (VTP, Ma e DMP). O
SUB proporcionou uma menor RSP e maior K0 em relação a todos os outros preparos
de solo, demonstrando o rompimento da camada coesa após dois anos. A ORG,
proporcionou uma melhor AD em relação a QUI nas primeiras camadas estudadas.
Para os atributos físicos do solo foram encontradas correlações significativas entre
atributos de porosidade e densidade do solo. Já para os parâmetros avaliados no
eucalipto verificou-se correlação positiva entre a altura e diâmetro do caule, porém
ausência destes com os atributos físicos dos solos avaliados.

Palavras-chave: Manejo do solo e da adubação; Eucalyptus sp.; Latossolos Coesos.


9

ABSTRACT

The present work had the aim of identify the bests physical indicators with different
types of soil preparation and fertilization for eucalyptus cultivation in a typical cohesive
Oxisol of the Coastal Tableland of Brazil, in the Recôncavo of Bahia. The study was
developed in an eucalyptus crop with two years of implantation, in the Cruz das Almas
Town. The experiment was done into four soil preparation systems: conventional
(Plowing + Harrowing + pits with 0.3 m depth - A+G), reduced (Subsoiling with 0.57 m
– SUB) and direct in pits with 0.3 and 0.6 m depth (C30 and C60). Two fertilization
types: chemical (QUI) and organic (ORG). Were evaluated as soil physical properties:
bulk density (BD), total porosity (TP), microporosity (Mi), macroporosity (Ma), soil
penetration resistance (SPR), mean weighted diameter (MWD), saturated hydraulic
conductivity (K0), field capacity (FC), permanent wiltIing point (PWP) and available
water (AW), in four layers were studied: 0-0.1; 0.1-0.2; 0.2-0.4 and 0.4-0.6 m. As the
plant standards was evaluated, after the second year of crop, height and stem diameter
at the soil height. All the measureds attributes, was submitted to Pearson’s correlation.
The results show us that nutrition availability to the plants and soils organisms by QUI
made a significant recuperation of soil structure (TP, Ma and MWD). The SUB provided
a lower SPR and higher K0 in relation to all other soil preparation, demonstrating the
cohesive layer breaking, after two years. The ORG, provided a better AW in relation to
QUI in the first layers studied. The SUB provided better conditions for plant root growth
and water flow in the studied layers. The types of fertilization had different behaviors
in different layers. Pearson’s correlation between the physical soil attributes show
relations, mainly between porosity and soil density. For the evaluated standards in the
eucalyptus was verified a positive relation between height and stem diameter, but the
absence of these with physical attributes evaluated.

Key-words: Soil management and fertilization; Eucalyptus sp.; Cohesive Oxisols


10

INTRODUÇÃO

A Bahia em 2015 possuía a quarta maior área plantada de eucalipto do Brasil


(614.390 hectares), concentrando-se os maiores maciços florestais no Extremo Sul e
Litoral Norte do Estado (ABAF 2015, IBÁ 2016), ambientes estes inseridos na unidade
de paisagem dos Tabuleiros Costeiros que se caracterizam por serem planícies
litorâneas com elevação entre 30 e 220 m acima do nível do mar e largura entre 20 e
120 km. O relevo caracteriza-se por uma topografia plana, dissecada por vales
profundos de encostas com forte declive, podendo chegar a suave ondulado e
ondulado nas áreas onde ocorreu forte dessecamento (Jacomine 1996, Araújo et al.
2011, Corrêa et al. 2015).
O setor florestal da Bahia possui significativa participação na economia do
Estado, representando 5,4% do PIB e uma geração de empregos estimada em 323
mil pessoas (ABAF 2015, IBÁ 2016). Apesar da importância socioeconômica, as áreas
destinadas às plantações florestais no Estado encontram-se em solos com limitações
de ordem física devido à presença de horizontes com caráter coeso. O horizonte
coeso reduz a profundidade efetiva destes solos, apesar de considerados profundos,
acarretando em sérias restrições ao aprofundamento do sistema radicular e
prejudicando a dinâmica da água e do ar no perfil (Souza et al. 2002).
Além do caráter coeso, outras limitações agrícolas estão presentes nestes
solos, como: baixa fertilidade natural, aumento da acidez com a profundidade, caráter
álico, baixa CTC, baixa saturação por bases e baixa capacidade de retenção de água
(Souza 1996, Santana et al. 2006, Corrêa et al. 2008).
Convencionou-se como prática padrão para implantação dos cultivos florestais
em todo o território nacional, o cultivo mínimo, com a prática da subsolagem nas linhas
de cultivo e a manutenção dos resíduos vegetais sobre o solo (Gonçalves et al. 2016).
Rezende (2000) mencionou subsoladores para contornar o problema da coesão de
solos nos Tabuleiros Costeiros, destacando o aumento da macroporosidade,
diminuição da resistência do solo à penetração e aumento da taxa de infiltração.
Reichert et al. (2007) destacam que a operação de subsolagem deve ser realizada
somente quando necessária e em condições adequadas de umidade e profundidade,
por ser uma operação de alto consumo energético, talvez o maior dentre as operações
de preparo do solo.
11

A prática da subsolagem aparece como a principal técnica adotada dentre as


grandes empresas, estando as demais técnicas como o cultivo convencional, que
envolve aração e gradagem e plantio em covas, mais concentradas entre pequenos e
médios produtores, no geral, objetivando proporcionar um adequado desenvolvimento
da muda, através da maior disponibilização de água e menor resistência a penetração
às raízes (Gatto et al. 2003, Fonseca et al. 2011).
Além do preparo do solo, a fertilização dos solos da região dos Tabuleiros
Costeiros, normalmente caracterizados como ácidos e com pouca disponibilidade de
nutrientes, constitui prática fundamental para o desenvolvimento e produtividades das
culturas. Entre as fontes disponíveis está o fornecimento de nutrientes via adubações
química e orgânica, caracterizando-se a primeira pela disponibilização rápida dos
nutrientes, com efeito diferenciado nos atributos físicos do solo (Nóbrega et al. 2001),
enquanto a segunda pela disponibilização mais lenta e gradual, além de favorecer
determinados atributos físicos do solo como a retenção de água, drenagem, aeração
e penetração das raízes no solo (Oliveira et al. 2009).
O objetivo deste trabalho foi identificar o sistema de preparo do solo e adubação
que proporciona melhores indicadores físicos para cultura do eucalipto em Latossolo
Amarelo distrocoeso típico da região dos Tabuleiros Costeiros no estado da Bahia.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi conduzido no município de Cruz das Almas, Bahia, com


coordenadas geográficas 39°07’26’’W e 12°65’39’’S e altitude de 226 metros. A área
de estudo localiza-se em uma região próxima à borda do tabuleiro com relevo plano e
regional plano e ondulado.
Segundo a classificação de Köppen, o clima da região é do tipo tropical quente,
com precipitação anual de 1.170 mm, variando entre 900 a 1.300 mm, sendo os meses
de março a agosto os mais chuvosos e setembro a fevereiro os mais secos. O solo foi
classificado como Latossolo Amarelo Distrocoeso típico. Nas Tabelas 1 e 2 encontra-
se, respectivamente, a caraterização física e química do solo no momento da
implantação do experimento, em anexo, a caracterização morfológica do perfil da área
sob estudo.
12

Tabela 1. Densidade de partículas (Dp) e granulometria de um Latossolo Amarelo


distrocoeso sob cultivo de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação
na região do Recôncavo da Bahia, Brasil.
Profundidade AT AG AF Silte AD ADA GF
Classe textural
(m) g kg-1 %
0-0,1 700,35 440,79 259,02 50,61 240,04 190,83 20,50 Franco-argiloarenosa
0,1-0,2 701,90 440,65 257,97 47,83 250,28 208,03 16,88 Franco-argiloarenosa
0,2-0,4 660,23 390,08 270,15 40,51 299,26 240,60 19,60 Franco-argiloarenosa
0,4-0,6 610,78 360,97 249,47 50,21 339,01 210,03 38,04 Franco-argiloarenosa
AT = Areia total; AG = Areia grossa > 0,2 mm; AF = Areia fina < 0,2 mm; AD = Argila dispersa
quimicamente; ADA = Argila dispersa em água; GF = Grau de floculação.

Tabela 2. Caracterização química de um Latossolo Amarelo distrocoeso no momento


da implantação do experimento.
Profundidade pH P K+ Na+ Ca2+ Mg2+ Al3+ H++Al3+ SB t T V m
(m) H2O mg dm -3 cmolc dm-3 %
0-0,2 5,58 2,8 40 - 0,45 0,35 0,2 3,1 0,90 1,10 4,00 22,54 18,14
0,2-0,4 5,24 1,2 17 - 0,35 0,19 0,68 3,9 0,58 1,26 4,48 13,01 53,82
pH em água = relação 1:2,5; P, Na, K = Extrator Mehlich; Ca, Mg e Al = Extrator KCl 1 mol L-1; H+Al =
Extrator SMP; SB = Soma de bases trocáveis; t = Capacidade de troca catiônica efetiva; T = Capacidade
de troca catiônica a pH 7,0; V = Percentagem de saturação por bases a pH 7,0; m = Percentagem de
saturação por alumínio.

O experimento foi implantado em setembro de 2013, com quatro sistemas de


preparo do solo e dois tipos de adubação: convencional com uma aração e duas
gradagens e covas com 0,30 de profundidade e 0,53 m de diâmetro (A+G); reduzido
com subsolador de haste única a 0,57 m de profundidade aplicada na linha de cultivo
(SUB); e plantio direto em cova a 0,3 e 0,6 m de profundidade e 0,53 m de diâmetro,
formando os tratamentos: C30 e C60, respectivamente. Todo os procedimentos de
preparo do solo aplicados foram realizados pelo método mecanizado. Destaca-se que
antes do plantio de eucalipto o solo se encontrava coberto com pastagem degradada
de Brachiaria decumbens, sem qualquer uso de prática mecânica de preparo do solo
e adubação. Assim, para a implantação do experimento, a área foi previamente
dessecada com uso de herbicida Glifosato, por meio mecanizado.
Dois tipos de adubação foram empregados: química e orgânica. Na adubação
química foi fornecida 136g de NPK (10-30-10) (N = 15,11 kg ha-1; P2O5= 45,33 kg ha-
1
; K2O = 15,11 kg ha-1) incorporado na cova de plantio para C30, C60 e A+G e em
sulco para SUB, na adubação de cobertura foram utilizados 84g (duas doses de 42g)
de 20-0-20 (N = 18,66 kg ha-1; K2O = 18,66 kg ha-1). A adubação orgânica foi de 6,38
litros de esterco bovino por planta (3,6 Mg ha-1) (P≈1,25; N≈1,16; K≈0,77; S≈0,2;
13

Ca≈1,93; Mg≈0,88; H2O≈28,8 %), na cova de plantio para C30, C60 e A+G e na linha
de sulco para SUB, sendo estimado com base no teor de fósforo, e densidade do
esterco de 0,51 g cm-3.
Para a realização das atividades previstas para o preparo mecânico do solo foi
utilizado um trator da marca New Holland, modelo 8030, com tração dianteira auxiliar
(TDA), potência nominal de 90 kW (122 cv) no motor a 2.200 rpm, torque máximo de
490 Nm a 1.400 rpm, peso total de 5.462 kg com o operador, sendo 2.992 no eixo
dianteiro e 2.470 no eixo traseiro. Para os tratamentos A+G utilizou-se a mesma
marcha: 2/3, sendo todos os ensaios conduzidos a 2.000 rpm.
As covas foram confeccionadas por um perfurador da marca Tatu Marchesan,
modelo PS18, com uma broca de 0,45 m de diâmetro, tracionado por um trator
agrícola de 75 cv de potência nominal, após a operação as covas apresentaram
diâmetro de 0,53 m.
Para o tratamento A+G foi utilizado um arado de três discos reversível da marca
Tatu Marchesan com uma profundidade de trabalho de 0,22 m, e uma grade
destorroadora niveladora de 22 discos, tracionados por um trator de 75cv de potência
nominal. Para o tratamento SUB foi utilizado um subsolador marca Tatu Marchesan,
modelo AST / MATIC 450 de arrasto com disco de corte liso de 0,5 m de diâmetro,
com massa de 1.130 kg, sendo utilizado apenas uma haste e profundidade de trabalho
de 0,57 m na linha de instalação do cultivo, tracionado por um trator de 122 cv.
As mudas (híbrido clonal de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla) foram
produzidas em tubetes de policarbonato e apresentavam 0,3 m de altura e idade de
78 dias no ponto de transplantio, foi utilizado 0,6 L de hidrogel por planta,
independente do tratamento.
O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado com
quatro repetições, resultando em um fatorial 4x2. As parcelas experimentais
apresentaram área de 180 m² com 20 plantas e espaçamento de 3,0 x 3,0 m,
distribuídas em quatro linhas com cinco árvores cada e duas linhas de plantas com o
mesmo espaçamento circundando todo o experimento como bordadura. O
experimento possui uma área total de aproximadamente 0,8 hectare.
As coletas foram procedidas durante o mês de setembro do ano de 2015. As
camadas utilizadas para análises físicas do solo foram coletadas na linha cultivo com
as seguintes profundidades: 0 – 0,1; 0,1 – 0,2; 0,2 – 0,4 e; 0,4 – 0,6 m. Para cada
camada, amostras indeformadas em cilindros metálicos de 0,05 x 0,05 m foram
14

retiradas em uma trincheira na linha de cultivo de cada parcela experimental com 0,6
m de profundidade e 0,5 m de largura à 0,2 m de distância das plantas.
Em cada amostra foram determinadas a macroporosidade (Ma),
microporosidade (Mi), volume total de poros (VTP), densidade do solo (Ds),
condutividade hidráulica (K0), capacidade de campo (CC), ponto de murcha
permanente (PMP) e água disponível (AD). Amostras de torrões foram coletadas para
análises de estabilidade de agregados (DMP). Amostras deformadas, em três pontos
no centro da parcela, foram coletadas com trado tipo holandês para análises de
granulometria.
A determinação da argila total foi executada utilizando o procedimento de
dispersão química de acordo com Donagema et al. (2011) e mecânica por um agitador
tipo Wagner à 50 RPM por 16 h. Para o tempo de sedimentação foi utilizada a Lei de
Stokes. Os teores das frações granulométricas do solo foram determinados segundo
Amaro Filho et al. (2008). Para a determinação da argila dispersa em água (ADA)
somente os passos de dispersão química e separação de areia não foram utilizados.
Para o cálculo do tempo de sedimentação das partículas de silte na proveta, através
da Lei de Stokes, foram utilizados os resultados de densidade de partículas obtidos
anteriormente pelo método do balão volumétrico (Donagema et al., 2011).
A determinação da estabilidade dos agregados foi realizada por meio da
tamisação por via úmida, de acordo com Yoder (1936). As amostras foram secas ao
ar, submetidas à quebra em seus pontos de fraqueza e passadas nas peneiras com
malhas de 4,76 e 2,00 mm. A amostra retida entre as peneiras de 4,76 e 2,00 mm
foram separadas para a determinação do DMP.
Utilizou-se 30 gramas de amostras de agregados saturadas em água por
capilaridade sobre um papel filtro durante uma noite e tamisados durante 15 minutos
sobre um jogo de peneiras com malhas de 2,0; 1,0; 0,5; 0,25 e 0,105 mm, com uma
amplitude de 5,6 cm e frequência de 46 RPM.
Como estimativa da estabilidade de agregados adotou-se o cálculo do diâmetro
médio ponderado (DMP), segundo Kemper e Rosenau (1986): 𝐷𝑀𝑃 = ∑𝑛𝑖=1(𝑥𝑖×𝑤𝑖)
onde: xi = % de agregados retidos em cada peneira; wi = diâmetro médio da fração
(mm).
A resistência do solo à penetração (RSP) foi medida em campo com o
penetrômetro automático digital da marca DLG modelo PNT-2000/motor, realizando
leituras a cada 0,1 m até 0,5 m. Foram realizadas cinco leituras em pontos distintos
15

das duas linhas de cultivo centrais de cada parcela experimental, sendo utilizadas as
médias das leituras para caracterizar a RSP existente em cada tratamento. Foram
coletadas também amostras de solo nas profundidades de 0 – 0,2; 0,2 – 0,4 e 0,4 –
0,6 m de cada parcela para determinação da umidade gravimétrica no momento da
coleta dos dados de RSP de acordo com Donagema et al. (2011).
A condutividade hidráulica saturada (K0) do solo foi determinada através da
utilização de amostras sob condição de saturação pelo método do permeâmetro de
carga constante, e calculada de acordo com a equação de Darcy-Buckingham após a
condição de regime estacionário de drenagem (Donagema et al. 2011).
Para fins de cálculo da água disponível (AD) considerou-se, como capacidade
de campo (CC), a umidade do solo correspondente à tensão de 10 kPa e, como ponto
de murchamento permanente (PMP), a umidade do solo correspondente à tensão de
1500 kPa utilizando-se extrator de Richards, sendo a AD determinada pela diferença
entre a umidade à CC e no PMP.
Foram mensurados parâmetros das plantas como: diâmetro na altura do solo
utilizando-se uma fita métrica e altura total das plantas, com uma mira a laser, marca
Laser Technology, modelo TRUPULSE200B. A amostragem foi procedida nas seis
plantas localizadas no centro das parcelas e calculada a média.
Os resultados obtidos foram submetidos inicialmente ao teste de normalidade
de Shapiro-Wilk, constatada a normalidade dos dados, os mesmo então foram
submetidos à análise de variância para verificação dos efeitos das fontes de variação.
Quando significativa, foi aplicado o teste Skott-Knott para comparação das médias a
nível de 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico Sirvar (Ferreira 2014).
Realizou-se também a análise de correlação de Pearson entre os atributos avaliados
e também as variáveis diâmetro do caule na altura do solo e altura da planta, utilizando
o programa estatístico R (R Core Team 2016).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A densidade do solo foi um atributo que demonstrou pouca diferença


significativa entre os tratamentos e as profundidades estudadas (Tabela 3), assim,
corroborando com Prevedello et al. (2013), que também avaliaram diferentes tipos de
preparo do solo para o plantio de eucalipto.
16

Dentre os tratamentos, houve diferença significativa apenas na camada de 0,2-


0,4 m, onde o tratamento A+G diferiu significativamente com relação à adubação,
mostrando que a adubação orgânica proporcionou uma menor densidade do solo
(1,45 Mg m-3) em relação a adubação química (1,61 Mg m-3).
Os tipos de adubação como fator isolado, também demonstrou efeito na DS,
onde a adubação orgânica (1,52 Mg m-3) proporcionou uma menor Ds em relação a
adubação química (1,60 Mg m-3) na camada de 0,2-0,4 m. Como descrito por diversos
autores, a matéria orgânica possui relação direta com a diminuição da Ds, devido,
principalmente, a melhoria da estrutura do solo, como agente de estabilização dos
agregados do solo (Lal 2009, Nascimento et al. 2010, Wendling et al. 2012, Reichert
et al. 2014 e Cherubin et al. 2015).

Tabela 3: Densidade do solo (Ds) de um Latossolo Amarelo distrocoeso típicos sob


cultivo de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação na região dos
Tabuleiros Costeiros.
PREPARO DO SOLO
ADUBAÇÃO
C30 C60 SUB A+G Médias
-3
Densidade do solo (Mg m )
0-0,1 m
QUÍMICA 1,57 aA 1,54 aA 1,52 aA 1,46 aA 1,52 A
ORGÂNICA 1,59 aA 1,58 aA 1,59 aA 1,52 aA 1,57 A
Médias 1,58 a 1,56 a 1,56 a 1,49 a
CV (%) 4,26
0,1-0,2 m
QUÍMICA 1,58 aA 1,61 aA 1,58 aA 1,53 aA 1,58 A
ORGÂNICA 1,64 aA 1,62 aA 1,56 aA 1,62 aA 1,61 A
Médias 1,61 a 1,61 a 1,57 a 1,56 a
CV (%) 5,99
0,2-0,4 m
QUÍMICA 1,57 aA 1,65 aA 1,58 aA 1,61 aB 1,60 B
ORGÂNICA 1,56 aA 1,58 aA 1,52 aA 1,45 aA 1,52 A
Médias 1,57 a 1,62 a 1,55 a 1,54 a
CV (%) 4,00
0,4-0,6 m
QUÍMICA 1,60 aA 1,55 aA 1,53 aA 1,50 aA 1,54 A
ORGÂNICA 1,59 aA 1,52 aA 1,55 aA 1,54 aA 1,55 A
Médias 1,59 a 1,53 a 1,54 a 1,52 a
CV (%) 4,02
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas, e maiúscula nas colunas, não diferem entre si
pelo teste Scott Knott a 5%. C30 = plantio direto com cova a 0,3 m de profundidade; C60 = plantio direto
com cova a 0,6 m de profundidade; SUB = cultivo reduzido com subsolagem a 0,57 m; A+G = cultivo
convencional com uma aração, duas gradagens e covas com 0,3 m de profundidade. CV = coeficiente
de variação.
17

O volume total de poros (VTP), assim como a microporosidade (Mi) e


macroporosidade (Ma) não proporcionaram diferenças significativas entre os
tratamentos na primeira camada estudada (0–0,1 m) (Tabela 4). Já na camada de 0,1-
0,2 m, no tratamento com adubação química, dentro do preparo de solo A+G, observa-
se um maior valor de VTP (39,82 m3 m-3), em relação ao mesmo preparo com
adubação orgânica (34,04 m3 m-3) com reflexo direto na Ma, onde também, o mesmo
tratamento apresentou uma maior Ma (17,43 m3 m-3). O valor encontrado na adubação
orgânica (9,70 m3 m-3) chama atenção pelo fato de encontrar-se abaixo do limite crítico
de 10 m3 m-3 sugerido na literatura (Vomocil & Flocker 1966, Richart et al. 2005),
limitante às condições de aeração do solo adequadas para o desenvolvimento das
raízes das plantas e atividade biológica (Wendling et al. 2012).
Para a adubação química, provavelmente, a pronta disponibilidade de
nutrientes proporcionada pelos fertilizantes minerais, associado a prática de preparo
convencional, proporcionou um melhor desenvolvimento do sistema radicular nesta
camada na fase inicial de desenvolvimento da cultura, contribuindo assim, após a
morte dessas raízes para a existência de uma maior porosidade e teor de matéria
orgânica do solo nesta camada (Tisdall & Oades 1982).
Na camada de 0,2-0,4 m, notou-se uma interação significativa para o A+G e
adubação orgânica que, proporcionou um maior VTP (43,83 m3 m-3), em relação à
adubação química (35,93 m3 m-3), com reflexo na Ma (17,73 e 11,65 m3 m-3,
respectivamente). Esse efeito decorre da melhoria na Ds do solo verificada neste
tratamento (Tabela 3), conforme anteriormente descrito. Estudos têm demonstrado
(Braida et al. 2011, Wendling et al. 2012, Zuffo et al. 2013, Suzuki et al. 2014,
Vasconcelos et al. 2014) uma relação inversa entre a Ds com o VTP e a Ma
proporcionado pelo efeito da matéria orgânica na estrutura do solo.
Os tratamentos A+G e C30, coincidem com a prática de utilização de covas
para plantio a 0,3 m de profundidade, porém, com a diferença do revolvimento do solo
no A+G nos primeiros 0,2 m. Deste modo, a camada imediatamente abaixo (0,2-0,4
m) esteve fora da ação dos implementos, não havendo desestruturação e sendo
beneficiada pela prática na camada acima, em relação a C30. Assim, notou-se um
maior VTP com diferença significativa para a A+G (43,83 m3 m-3), em relação a C30
(37,80 m3 m-3) na camada de 0,2-0,4 m com adubação orgânica.
Na camada de 0,4-0,6 m houve interação entre o preparo do solo e adubação,
onde, C30 mais a adubação química, manifestou um valor muito reduzido de VTP e
18

crítico de Ma (32,93 e 6,29 m3 m-3, respectivamente), enquanto a C30 mais adubação


orgânica, manteve condições de VTP e Ma semelhantes em relação aos demais
tratamentos. O C30 foi o tratamento com menor mobilização do solo, e nesta
profundidade sem qualquer ação antrópica, os reflexos apareceram, com a ocorrência
de menor VTP e Ma, independentemente do tipo de adubação. Prevedello et al. (2013)
notaram a mesma diferença em tratamentos de pouca mobilização para plantio de
eucalipto, ao avaliarem o efeito do preparo do solo sobre o crescimento inicial de
eucalipto.
Mota et al. (2012) não encontraram diferenças significativas entre Mi nas áreas
de floresta nativa e solo com diversos tipos de uso em um experimento de campo com
um Latossolo Amarelo distrófico, mostrando, similaridade com as amostras deste
estudo onde, pouco foi notada diferença entre os tratamentos estudados.
A resistência do solo à penetração (RSP) (Figura 1) foi uma variável que
proporcionou diferença significativa apenas para o preparo do solo (Tabela 9 em
Anexo), com destaque para SUB, que independentemente do tipo de adubação,
proporcionou uma menor RSP a partir da camada de 0,1-0,2 m. A eficiência da SUB
em relação aos demais tratamentos ocorreu até a camada de 0,3-0,4 m, evidenciando
a camada coesa, que se inicia por volta dos 0,2 m, como demonstrado pela
caracterização morfológica do perfil de solo onde o experimento está implantado
(ANEXO).
Segundo Tormena et al. (2002) e Stefanoski et al. (2013) valores críticos de
resistência a penetração podem variar de 1,5 a 4,0 MPa a depender da cultura em
estudo, no entanto, valores próximos a 2,0 MPa são, de maneira geral, aceitos como
impeditivos ao crescimento radicular. Deste modo, a SUB, independente do tipo de
adubação, foi o único tratamento que contribuiu para a ocorrência de valores de RSP
inferiores ao limite preconizado pela literatura de 2,0 MPa. Os demais tratamentos
ultrapassaram, na faixa de umidade estudada, a partir dos 0,2 m o limite restritivo ao
crescimento do sistema radicular das culturas.
19

Tabela 4: Volume total de poros (VTP), Micro (Mi) e Macroporosidade (Ma) de um Latossolo Amarelo distrocoeso típico sob cultivo
de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação na região dos Tabuleiros Costeiros.
PREPARO DO SOLO
ADUBAÇÃO C30 C60 S A+G Médias C30 C60 S A+G Médias C30 C60 S A+G Médias
3 -3 3 -3 3 -3
VTP (m m ) Mi (m m ) Ma (m m )
0 - 0,1 m
QUÍMICA 35,86 aA 39,38 aA 40,27 aA 42,41 aA 39,43 A 17,62 aA 18,71 aA 22,93 aA 20,93 aA 19,71 A 18,23 aA 20,67 aA 17,33 aA 22,03 aA 17,61 A
ORGÂNICA 36,81 aA 38,88 aA 37,77 aA 39,67 aA 38,23 A 18,14 aA 21,97 aA 21,27 aA 21,08 aA 20,62 A 18,66 aA 16,91 aA 16,27 aA 18,59 aA 19,71 A
Médias 36,33 a 39,13 a 38,71 a 41,04 a 17,88 b 20,34 a 21,98 a 20,73 a 18,45 a 18,79 a 16,71 a 20,31 a
CV (%) 8,04 12,47 23,54
0,1 - 0,2 m
QUÍMICA 35,85 aA 36,85 aA 40,27 aA 39,82 aA 37,96 A 21,34 aA 20,87 aA 23,39 aA 22,38 aA 21,90 A 14,51 aA 15,61 aA 16,88 aA 17,43 aA 16,06 A
ORGÂNICA 37,29 aA 36,83 aA 38,04 aA 34,04 aB 36,82 A 22,05 aA 21,81 aA 22,69 aA 24,39 aA 22,47 A 15,24 aA 15,02 aA 15,35 aA 9,70 aB 14,34 A
Médias 36,57 a 36,66 a 39,15 a 37,89 a 21,69 a 21,34 a 23,04 a 23,03 a 14,87 a 15,32 a 16,11 a 14,85 a
CV (%) 7,47 9,86 20,90
0,2 - 0,4 m
QUÍMICA 36,31 aA 32,27 bA 37,98 aA 35,93 aB 35,85 B 24,15 aA 23,16 aA 26,28 aA 24,28 aA 24,56 A 12,16 aA 9,12 aA 11,70 aA 11,65 aB 11,29 B
ORGÂNICA 37,80 bA 36,43 bA 38,86 bA 43,83 aA 39,43 A 21,01 bA 25,76 aA 23,29 bA 26,10 aA 23,83 A 16,80 aA 10,17 bA 15,57 aA 17,72 aA 15,51 A
Médias 36,95 a 33,94 b 38,42 a 39,32 a 22,80 a 24,20 a 24,78 a 25,06 a 14,14 a 9,54 b 13,63 a 14,25 a
CV (%) 5,91 9,37 25,19
0,4 - 0,6 m
QUÍMICA 32,93 bB 37,53 aA 39,93 aA 39,16 aA 37,39 A 26,64 aA 23,47 aA 22,33 aA 23,43 aA 23,97 A 6,29 bB 14,05 aA 15,73 aA 17,60 aA 13,42 A
ORGÂNICA 38,07 aA 38,09 aA 38,36 aA 38,64 aA 38,29 A 23,25 aA 25,46 aA 24,92 aA 24,23 aA 24,47 A 14,81 aA 13,17 aA 13,17 aA 14,12 aA 13,82 A
Médias 35,50 b 38,08 a 38,76 a 39,01 a 24,94 a 24,47 a 23,62 a 23,83 a 10,55 b 13,61 a 14,92 a 15,38 a
CV (%) 6,60 10,01 26,23
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas, e maiúscula nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott Knott a 5%. C30 = plantio direto com
cova a 0,3 m de profundidade; C60 = plantio direto com cova a 0,6 m de profundidade; SUB = cultivo reduzido com subsolagem a 0,57 m; A+G = cultivo
convencional com uma aração, duas gradagens e covas com 0,3 m de profundidade. CV = coeficiente de variação.
20

Reichert et al. (2009a), afirmam que a RSP é a propriedade que melhor


caracteriza e diferencia os sistemas de manejo, as camadas com diferentes graus de
impedimento à penetração e o efeito da época de amostragem. Sendo assim, o efeito
da SUB após dois anos, mostrou-se eficiente para este atributo em profundidade com
o rompimento da camada coesa, proporcionando menor RSP.
A A+G mais adubação orgânica, possuiu comportamento semelhante ao do
cultivo reduzido, em relação à RSP até a profundidade de 0,2 m. A partir desta
camada, os implementos utilizados não se aprofundaram mais no solo, havendo um
consequente aumento da RSP. Comportamento semelhante foi encontrado por
Prevedello et al. (2013) e Ibiapina et al. (2014) ao avaliarem diferentes tipos de preparo
do solo em cultivo de eucalipto.
A RSP dos sistemas de plantio direto (C30 e C60) condizem com a literatura,
onde afirma-se que o solo sem revolvimento e, ou em condição natural com presença
de horizontes coesos, há um natural aumento da RSP (Fonseca et al. 2011, Silva et
al. 2012, Cherubin et al. 2015).
Misra e Gibbons (1996) estudando o crescimento e morfologia do sistema
radicular de plantas de eucalipto constataram, que um aumento da RSP não só reduz
o crescimento da raiz primária e nascimento de raízes laterais, mas também contribui
para uma expansão radial das raízes e número de pelos radiculares. Sendo uma
resposta da planta para compensar a restrição de crescimento em profundidade,
aumentando sua superfície de contato na camada restrita ao seu crescimento.
A elevada RSP imposta pela camada coesa dos solos de Tabuleiros Costeiros
é o principal fator de limitação para o desenvolvimento das culturas. Por
consequência, restringe a profundidade efetiva, induzindo ao desenvolvimento
superficial das raízes. Devido a isto, e às variações pluviométricas desse ambiente,
as culturas passam por períodos significativos de déficit hídrico por efeito do reduzido
volume de solo a ser explorado pelas plantas (Cintra & Libardi 1998, Souza et al.
2004a, Souza et al. 2004b, Santana et al. 2006, Souza et al. 2007).
21

Figura 1: Resistência do solo à penetração (RSP) (A) e Umidade gravimétrica no


momento da leitura em campo da RSP (B) de um Latossolo Amarelo distrocoeso típico
sob cultivo de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação na região
dos Tabuleiros Costeiros.

O diâmetro médio ponderado (DMP) na camada de 0-0,1 m (Tabela 5)


evidencia um dos principais efeitos do preparo de solo convencional, que age
fracionando e pulverizando os agregados do solo, destruindo a estrutura do solo
(Rocha et al. 2015). Dentre os tratamentos de preparo do solo, A+G,
independentemente da adubação, diferiu significativamente dos demais tratamentos,
com o menor valor de DMP (2,30 mm), corroborando com Wendling et al. (2012) e
Prevedello et al. (2014), que estudando diferentes áreas e tipos de preparos do solo,
concluíram que áreas não revolvidas ou com preparo reduzido conservam agregados
de maior tamanho, deste modo, reduzindo os processos erosivos uma vez que
agregados de maior diâmetro reduz a erodibilidade do solo (Martins et al. 2011).
Na camada de 0,1-0,2 m nota-se, novamente, as consequências do A+G,
porém, com interação com a adubação orgânica, proporcionando um menor DMP
dentre todos os outros tratamentos (1,82 mm). A adubação química, com o mesmo
preparo de solo, expressou um DMP significativamente maior (2,58 mm) em relação
à adubação orgânica. Tal diferença pode ser explicada pela forma de aplicação dos
adubos, onde, a adubação química passou por aplicações localizadas em cobertura,
além da adubação em cova sem incorporação, enquanto a adubação orgânica foi
incorporada junto a massa do solo, contribuindo a incorporação mecânica do adubo
orgânico para o fracionamento dos agregados do solo depositados na cova.
Para a adubação química, provavelmente, a pronta disponibilização de
nutrientes na camada de 0,1-0,2 m pelos fertilizantes, contribuiu para um maior
crescimento radicular e concentração de raízes nesta camada (Silva et al. 2009),
22

consequentemente, a maior pressão exercida pelas raízes, aproximando as partículas


primárias, e posterior morte das mesmas elevou os teores de matéria orgânica do
solo, contribuindo assim para a um maior DMP (Tisdall & Oades 1982) e incremento
do VTP e Ma (Tabela 4).

Tabela 5: Diâmetro médio ponderado (DMP) de um Latossolo Amarelo distrocoeso


típico sob cultivo de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação na
região dos Tabuleiros Costeiros.
PREPARO DO SOLO
ADUBAÇÃO
C30 C60 S A+G Médias
Diâmetro médio ponderado (mm)
0 - 0,1 m
QUÍMICA 2,76 aA 2,88 aA 2,70 aA 2,32 aA 2,67 A
ORGÂNICA 2,52 aA 2,68 aA 2,72 aA 2,29 aA 2,54 A
Médias 2,70 a 2,71 a 2,71 a 2,30 b
CV (%) 10,16
0,1 – 0,2 m
QUÍMICA 2,55 aA 2,55 aA 2,32 aA 2,58 aA 2,50 A
ORGÂNICA 2,46 aA 2,70 aA 2,31 aA 1,82 bB 2,32 A
Médias 2,50 a 2,62 a 2,32 a 2,20 a
CV (%) 13,67
0,2 – 0,4 m
QUÍMICA 2,29 aA 2,22 aA 2,01 aA 2,22 aA 2,18 A
ORGÂNICA 1,87 aB 1,99 aA 2,00 aA 1,95 aA 1,95 B
Médias 2,08 a 2,06 a 2,01 a 2,10 a
CV (%) 12,68
0,4 – 0,6 m
QUÍMICA 1,70 aA 2,02 aA 1,88 aA 1,97 aA 1,85 A
ORGÂNICA 1,93 aA 1,35 aA 1,66 aA 1,69 aA 1,65 A
Médias 1,81 a 1,48 a 1,77 a 1,86 a
CV (%) 16,52
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas, e maiúscula nas colunas, não diferem entre si
pelo teste Scott Knott a 5%. C30 = plantio direto com cova a 0,3 m de profundidade; C60 = plantio direto
com cova a 0,6 m de profundidade; SUB = cultivo reduzido com subsolagem a 0,57 m; A+G = cultivo
convencional com uma aração, duas gradagens e covas com 0,3 m de profundidade. CV = coeficiente
de variação.

Nas camadas mais profundas, houve redução do DMP em todos os tratamentos


(Tabela 5), isto ocorre devido à redução da matéria orgânica à medida que se
aprofunda no perfil, assim como, da atividade dos macro, microrganismos e raízes das
plantas, que são grandes responsáveis pela gênese e estabilidade de agregados do
solo como descrito por Nóbrega et al. (2001) e Wendling et al. (2012).
23

Segundo Souza et al. (2002), a presença de horizontes coesos subsuperficiais


nos solos de Tabuleiros Costeiros possuem significativa ação na condutividade de
água no perfil do solo, reduzindo-a de maneira significativa. No presente estudo,
verifica-se na Tabela 6, este impedimento imposto por processos pedogenéticos do
solo estudado. Como descrito na caracterização morfológica do solo estudado
(ANEXO), a sua coesão é iniciada a partir de 0,15 m, o que pode variar para cima ou
para baixo ao longo da paisagem.

Tabela 6: Condutividade hidráulica saturada (K0) de um Latossolo Amarelo


Distrocoeso típicosob cultivo de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e
adubação na região dos Tabuleiros Costeiros.
PREPARO DO SOLO
ADUBAÇÃO
C30 C60 S A+G Médias
-1
Condutividade hidráulica saturada (cm h )
0 - 0,1 m
QUÍMICA 18,25 bA 66,62 aA 49,92 aA 55,53 aA 47,42 A
ORGÂNICA 20,63 bA 22,39 bB 55,18 aA 65,59 aA 40,95 A
Médias 19,44 c 44,50 b 52,82 a 60,56 a
CV (%) 25,15
0,1 - 0,2 m
QUÍMICA 47,25 aA 36,70 aA 48,03 aA 54,74 aA 46,59 A
ORGÂNICA 10,96 aB 9,52 aB 20,93 aA 32,22 aB 16,63 B
Médias 29,10 b 25,05 b 34,48 b 47,23 a
CV (%) 37,43
0,2 - 0,4 m
QUÍMICA 29,35 aA 9,71 bA 25,65 aB 8,43 bA 18,83 A
ORGÂNICA 5,27 bB 3,60 bA 44,68 aA 10,30 bA 19,38 A
Médias 19,03 b 7,27 b 35,12 a 9,23 b
CV (%) 48,78
0,4 - 0,6 m
QUÍMICA 7,57 bB 11,07 aA 13,74 aB 5,95 bA 9,58 A
ORGÂNICA 13,93 bA 8,03 cA 20,73 aA 5,97 cA 12,16 A
Médias 10,75 b 9,55 b 17,23 a 5,96 c
CV (%) 36,10
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas, e maiúscula nas colunas, não diferem entre si
pelo teste Scott Knott a 5%. C30 = plantio direto com cova a 0,3 m de profundidade; C60 = plantio direto
com cova a 0,6 m de profundidade; SUB = cultivo reduzido com subsolagem a 0,57 m; A+G = cultivo
convencional com uma aração, duas gradagens e covas com 0,3 m de profundidade. CV = coeficiente
de variação.

De acordo com Mesquita & Moraes (2004), práticas culturais alteram a estrutura
do solo com influência direta na condutividade hidráulica (K0), inclusive com efeito
superior aos processos de gênese e formação da estrutura dos solos. No presente
24

estudo, observou-se a partir da camada de 0,2-0,4 m, que a K0 no tratamento A+G,


demonstra uma redução evidente, de 54,47 cm h-1 para 8,43 cm h-1 no tratamento com
adubação química e de 32,22 cm h -1 para 10,30 cm h-1 para a adubação orgânica. A
SUB possuiu também uma diminuição dentre os preparos do solo, porém, com uma
menor redução, demonstrando a eficiência deste tratamento para o rompimento da
camada coesa, com a mesma eficiência na camada de 0,4-0,6 m.
Conforme Tormena et al. (2002), o revolvimento do solo provoca o fraturamento
dos agregados e o desenvolvimento momentâneo de poros, como pôde ser observado
no A+G. Os tratamentos de plantio direto (C30 e C60) não demonstraram efeito sobre
a K0 em nenhuma profundidade estudada, comparando-se aos demais tratamentos de
preparo.
Na Tabela 7, verifica-se que a adubação orgânica foi capaz de aumentar a
capacidade de campo (CC), com efeito direto na água disponível (AD) em relação à
adubação química, independentemente do tipo de preparo de solo nos primeiros 0,2
m.
Diversos autores destacam a importância da matéria orgânica na retenção de
água, em razão do acréscimo de cargas dependentes de pH e elevada área superficial
específica que a mesma possui, o que contribui para o aumento das forças de
adsorção (Rawls et al. 1991, Beutler et al. 2002, Reichert et al. 2009b, Braida et al.
2011). Reichert et al. (2014) avaliando a AD em diferentes tipos de usodo solo,
observaram que quando a CC foi maior, um maior acréscimo de AD foi detectado,
corroborando com os valores observados.
A interação entre adubação e preparo de solo, demonstrou que A+G na camada
de 0,1-0,2 m proporcionou uma redução em relação a CC de 0,142 m 3 m-3 para 0,187
m3 m-3, quando comparado a adubação química e orgânica, respectivamente.
Resposta semelhante foi observada na AD, onde a adubação orgânica proporcionou
um aumento de AD em relação à química. Dalgamo et al. (2009) e Reichert et al.
(2016) afirmaram que as práticas agrícolas interferem na retenção de água no solo,
como na comparação de cultivos convencional e direto, onde o direto proporciona uma
maior AD em relação ao convencional, sendo um dos fatores responsáveis por esse
processo a maior concentração de matéria orgânica.
25

Tabela 7: Capacidade de campo (CC), ponto de murcha permanente (PMP) e água disponível (AD) de um Latossolo Amarelo
distrocoeso típico sob cultivo de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação na região dos Tabuleiros Costeiros.
PREPARO DO SOLO
ADUBAÇÃO C30 C60 S A+G Médias C30 C60 S A+G Médias C30 C60 S A+G Médias
CC (m³ m⁻³) PMP (m³ m⁻³) AD (m³ m⁻³)
0 - 0,1 m
QUÍMICA 0,123 aA 0,129 aA 0,145 aA 0,145 aA 0,135 B 0,082 bA 0,067 aA 0,087 bA 0,091 bA 0,081 A 0,041 aB 0,061 aA 0,058 aA 0,053 aB 0,053 B
ORGÂNICA 0,138 aA 0,153 aA 0,155 aA 0,157 aA 0,151 A 0,077 aA 0,083 aA 0,090 aA 0,087 aA 0,084 A 0,060 aA 0,069 aA 0,064 aA 0,070 aA 0,066 A
Médias 0,130 a 0,141 a 0,151 a 0,151 a 0,076 a 0,075 a 0,089 b 0,089 b 0,051 b 0,062 a 0,062 a 0,065 a
CV (%) 13,18 14,05 18,3
0,1 - 0,2 m
QUÍMICA 0,140 bA 0,153 bA 0,178 aA 0,142 bB 0,152 B 0,085 aA 0,083 aA 0,111 aA 0,088 aA 0,090 A 0,055 aA 0,070 aA 0,066 aA 0,053 aB 0,061 B
ORGÂNICA 0,157 aA 0,171 aA 0,187 aA 0,187 aA 0,173 A 0,088 aA 0,104 aA 0,107 aA 0,110 aA 0,101 A 0,068 aA 0,067 aA 0,077 aA 0,079 aA 0,072 A
Médias 0,148 b 0,161 b 0,182 a 0,157 b 0,087 a 0,092 a 0,109 a 0,095 a 0,061 a 0,069 a 0,073 a 0,061 a
CV (%) 10,6 16,88 18,95
0,2 - 0,4 m
QUÍMICA 0,184 aA 0,188 aA 0,191 aA 0,168 aA 0,183 A 0,114 aA 0,118 aA 0,123 aA 0,099 aA 0,113 A 0,070 aA 0,064 aA 0,073 aA 0,068 aA 0,069 A
ORGÂNICA 0,165 bA 0,183 aA 0,200 aA 0,164 bA 0,176 A 0,097 aA 0,127 bA 0,111 aA 0,099 aA 0,107 A 0,068 aA 0,073 aA 0,071 aA 0,064 aA 0,069 A
Médias 0,176 b 0,193 a 0,187 a 0,166 b 0,107 a 0,125 b 0,114 b 0,099 a 0,069 a 0,068 a 0,073 a 0,067 a
CV (%) 7,03 10,47 10,73
0,4 - 0,6 m
QUÍMICA 0,197 aA 0,188 aA 0,191 aA 0,178 aA 0,188 A 0,130 aA 0,123 aA 0,121 aA 0,113 aA 0,122 A 0,067 aA 0,064 aB 0,069 aA 0,065 aA 0,066 B
ORGÂNICA 0,183 aA 0,200 aA 0,197 aA 0,181 aA 0,190 A 0,110 aA 0,122 aA 0,120 aA 0,111 aA 0,116 A 0,072 aA 0,077 aA 0,077 aA 0,070 aA 0,074 A
Médias 0,190 a 0,193 a 0,193 a 0,179 a 0,120 a 0,123 a 0,120 a 0,112 a 0,070 a 0,070 a 0,073 a 0,067 a
CV (%) 7,39 11,37 7,39
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas, e maiúscula nas colunas, não diferem entre si pelo teste Scott Knott a 5%. C30 = plantio direto com
cova a 0,3 m de profundidade; C60 = plantio direto com cova a 0,6 m de profundidade; SUB = cultivo reduzido com subsolagem a 0,57 m; A+G = cultivo
convencional com uma aração, duas gradagens e covas com 0,3 m de profundidade. CV = coeficiente de variação.
26

Quando os tipos de preparos de solo como fatores isolados foram analisados


(Tabela 7), observou-se que, quando houve influência na CC ou no PMP, os mesmos
não representaram diferença significativa na AD, reforçando a ideia de que a
adubação orgânica foi um importante fator para a elevação da AD no solo estudado.
Em todas as profundidades estudadas, observaram-se correlações
significativas (Tabela 8), variando de maneira qualitativa, entre forte a muito forte,
segundo Callegari-Jacques (2003), entre os atributos do solo (porosidade, densidade
do solo) e parâmetros de plantas (altura e diâmetro na altura do solo).
A Ma demonstrou uma correlação positiva significativa com o VTP e negativa
com a Mi, em todas as camadas estudadas, demonstrando a dependência entre estes
dois atributos na distribuição do espaço poroso do solo. Esse comportamento foi
observado e discutido na Tabela 4, em que um acréscimo ou decréscimo em qualquer
um destes dois atributos (Ma e Mi), era refletido no outro de maneira inversa.

Tabela 8: Matrizes de correlação linear de Pearson para as diferentes profundidades


estudadas, entre os atributos físicos de um Latossolo Amarelo distrocoeso típico e
parâmetros de plantas de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação
na região dos Tabuleiros Costeiros.
AD ALT CC DAS DMP Ds K0 Ma Mi PMP
0-0,1 m
ns
ALT 0,20 1,00
CC 0,80* 0,18ns 1,00
DAS 0,27ns 0,62* 0,16ns 1,00
DMP 0,06ns 0,39ns 0,07ns 0,29ns 1,00
Ds 0,07ns -0,32ns 0,02ns -0,10ns 0,25ns 1,00
ns ns ns ns ns
K0 0,26 -0,34 0,22 -0,18 -0,45 -0,13ns 1,00
ns ns ns ns ns
Ma -0,18 0,18 -0,13 0,02 -0,08 -0,78* -0,03ns 1,00
Mi 0,36ns 0,02ns 0,29ns 0,09ns -0,08ns 0,14ns 0,14ns -0,67* 1,00
PMP 0,27ns 0,10ns 0,79* 0,00ns 0,05ns -0,05ns 0,08ns -0,01ns 0,08ns 1,00
VTP 0,08ns 0,26ns 0,08ns 0,11ns -0,18ns -0,93* 0,09ns 0,74* 0,00ns 0,07ns
0,1-0,2 m
ns
ALT -0,08 1,00
CC 0,61* -0,23ns 1,00
DAS 0,02ns 0,66* -0,20ns 1,00
DMP -0,27ns 0,26ns -0,41ns 0,15ns 1,00
ns ns ns
Ds 0,39 0,07 0,62* 0,17 -0,32ns 1,00
ns ns ns ns ns
K0 -0,40 0,06 -0,40 -0,04 0,08 -0,51ns 1,00
ns ns ns ns ns
Ma -0,50 0,09 -0,57 0,30 0,05 -0,55* 0,41ns 1,00
Mi 0,38ns -0,13ns 0,46ns -0,38ns -0,07ns 0,03ns -0,17ns -0,45* 1,00
PMP -0,03ns -0,22ns 0,77* -0,26ns -0,31ns 0,47ns -0,18ns -0,32ns 0,27ns 1,00
27

VTP -0,28ns 0,01ns -0,31ns 0,06ns 0,01ns -0,58* 0,33ns 0,78* 0,20ns -0,16ns
0,2-0,4 m
ns
ALT 0,03 1,00
CC 0,51ns 0,14ns 1,00
ns
DAS -0,03 0,74* 0,23ns 1,00
DMP 0,20ns 0,03ns 0,22ns -0,09ns 1,00
Ds -0,36ns -0,12ns -0,10ns 0,05ns 0,31ns 1,00
ns ns ns ns ns
K0 -0,08 0,33 0,16 0,21 -0,32 -0,48ns 1,00
ns ns ns ns ns
Ma 0,33 0,11 -0,07 -0,16 -0,27 -0,61* 0,20ns 1,00
ns ns ns ns ns ns ns
Mi 0,06 -0,18 0,20 0,00 0,06 0,07 -0,05 -0,73* 1,00
PMP 0,02ns 0,14ns 0,87* 0,30ns 0,13ns 0,10ns 0,22ns -0,27ns 0,21ns 1,00
VTP 0,55ns -0,03ns 0,13ns -0,23ns -0,33ns -0,80* 0,23ns 0,62* 0,08ns -0,16ns
0,4-0,6 m
ns
ALT 0,32 1,00
CC 0,38ns 0,01ns 1,00
ns
DAS 0,07 0,70* -0,03ns 1,00
DMP -0,43ns -0,03ns -0,52ns 0,06ns 1,00
Ds 0,11ns 0,01ns 0,61* -0,16ns -0,12ns 1,00
ns ns ns ns ns
K0 0,26 0,15 -0,02 -0,15 0,00 0,00ns 1,00
ns ns ns ns ns
Ma -0,02 0,02 -0,40 0,26 0,28 -0,59* 0,12ns 1,00
ns ns ns ns ns ns ns
Mi 0,15 0,11 0,19 -0,08 -0,26 0,19 0,03 -0,79* 1,00
ns ns ns ns ns ns ns
PMP -0,10 -0,14 0,88* -0,06 -0,34 0,58 -0,15 -0,41 0,14ns 1,00
ns ns ns ns ns ns
VTP 0,07 0,11 -0,44 0,32 0,23 -0,72* 0,20 0,90* -0,43ns -0,50ns
AD = Água disponível; ALT = Altura de planta; CC = Capacidade de campo; DAS = Diâmetro na altura
do solo; DMP = Diâmetro médio ponderado; Ds = Densidade do solo; K0 = Condutividade hidráulica
saturada; Ma = Macroporosidade; Mi = Microporosidade; PMP = Ponto de murcha permanente; VTP =
Volume total de poros.

A Ds está relacionada com variáveis da porosidade do solo, como VTP e Ma,


pois em todas as camadas estudadas, correlações negativas significativas, de
moderada a muito fortes ocorreram, demonstrando, a estreita relação que a Ds possui
com a porosidade do solo. Quanto maior for a Ma e o VTP, menor é a Ds, por conta
dos maiores espaços no volume total de solo.
Nas camadas de 0-0,1 e 0,1-0,2 m a CC apresentou uma correlação positiva
significativa com AD, tal resultado, explica os efeitos observados na Tabela 6, quando
estas duas variáveis foram discutidas. Observou-se uma influência dos tratamentos
com adubação orgânica, os quais proporcionaram uma melhor CC com reflexo direto
na AD.
Os atributos das plantas avaliados (ALT e DAS), apresentaram correlação
significativa positiva entre si em todas profundidades estudadas, porém não se
observou correlação significativa destes com nenhum dos atributos do solo estudados.
28

A correlação entre ALT e DAS era esperado conforme também observado por outros
pesquisadores (Lima et al. 2010, Rosa Filho et al. 2011, Carvalho et al. 2012).

CONCLUSÃO

As adubações química e orgânica apresentaram efeitos diferentes nas diversas


profundidades estudadas sobre os atributos de porosidade e agregação do solo.
O preparo convencional do solo proporcionou uma redução significativa do
diâmetro de agregados na camada de mobilização de solo, quando se utiliza a
adubação orgânica.
O preparo de solo reduzido persistiu após dois anos, proporcionando menor
resistência à penetração e maior condutividade hidráulica, evidenciando o rompimento
da camada coesa e demonstrando ser o mais adequado para as condições do
Recôncavo da Bahia.
A adubação orgânica, nas camadas mais superficiais, proporcionou uma maior
disponibilidade de água em relação a adubação química.
Verificaram-se correlações principalmente entre atributos de porosidade e
densidade do solo. Entre os parâmetros avaliados no eucalipto não se verificou
relação significativa com os atributos físicos dos solos avaliados.

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34

ANEXOS
35

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO PERFIL


DATA – 27/03/2014
CLASSIFICAÇÃO ATUAL – LATOSSOLO AMARELO Distrocoeso típico
LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO E COORDENADAS – Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, Bahia, 39°07’26’’W e 12°65’39’’S.
ALTITUDE – 220 m
LITOLOGIA – Sedimentos areno-argilosos.
GEOLOGIA – Sedimentos detríticos do Neógeno
CRONOLOGIA – Tércio-quaternário.
MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração de sedimentos areno-lamosos.
PEDREGOSIDADE – Não pedregoso.
ROCHOSIDADE – Não rochoso.
RELEVO LOCAL – Plano
RELEVO REGIONAL – Plano e ondulado
EROSÃO – Laminar ligeira
DRENAGEM – bem drenado.
USO ATUAL – Pastagem, iniciando plantio de Eucalipto
CLIMA – Tropical quente e úmido
DESCRITO e COLETADO POR – Oldair Del’Arco Vinhas Costa e Ronaldo Pedreira
dos Santos

A 0-13 cm, (2,5YR 6/3, seco e 2,5YR 5/3 úmido); estrutura porosa e blocos
subangulares, fracos, médios e grandes; friável; ligeiramente duro a duro; ligeiramente
plástica e ligeiramente pegajosa; presença de raízes comuns e finas e médias e
poucas; franco-argiloarenoso.

AB 13-42 cm, (2,5YR 5/3 seco e 2,5YR 4/3 úmido); estrutura maciça e blocos
subangulares, fracos, e grandes; friável; ligeiramente duro a duro; plástico e
ligeiramente pegajoso; franco-argiloarenoso; 1 Ma Bls

BA 42-84 cm, (2,5YR 5/6 seco e 2,5YR 5/3 úmido); estrutura maciça e blocos
subangulares, fracos e grandes; friável a firme; plástico e ligeiramente pegajoso;
franco-argiloarenoso.
36

B1 84-112cm, (2,5YR 6/4 seco e 2,5YR 5/4 úmido); estrutura maciça e blocos
subangulares grandes e muito grande, friável a muito friável; ligeiramente dura e dura;
plástico e pegajoso; franco-argiloarenoso.

B2 112-203+, (2,5YR 6/6 seco e 2,5YR 5/6 úmido); bloco subangulares grandes e
muito grande, muito friável, ligeiramente dura, plástico e pegajoso; franco-
argiloarenoso.

OBS: O solo está na borda de tabuleiro, erosão laminar ligeira que pelo uso provocou
a perda do horizonte A, parece ser o antigo AB.
A coesão foi detectada entre 15 cm a 96 cm
Observa-se bastante atividade biológica, formigas e cupins antigos presentes
até o horizonte B2
No horizonte B2, próximo a atividade biológica, existem nódulos endurecidos.

Análise granulométrica de perfil e um Latossolo Amarelo distrocoeso típico no


município de Cruz das Almas, Ba.
Horizonte Frações de amostras total (%) Comp. granulométrica (%)
Areia Grau
Areia Silte Arg.
Terra fina Argila Nat de
Calhau Cascalho grossa 0,05- Silte/Arg
Simbolo Prof (cm) Fina < 2 0,20- <0,002 (%) floc
>20mm 20-2 mm 2-0,20 0,002 (%)
mm 0,05 mm
mm mm
mm
A 0-13 0 0 100 47 29 4 20 16 0,22 21
AB 13-42 0 0 100 38 31 6 27 23 0,20 15
BA 42-84 0 0 100 31 26 7 35 23 0,21 33
B1 84-112 0 0 100 24 23 8 44 1 0,19 98
B2 112-203+ 0 0 100 24 20 4 52 0 0,07 99
Metodologias utilizadas descritas por Donagema et al. (2011)

Análises químicas de perfil e um Latossolo Amarelo distrocoeso típico no município


de Cruz das Almas, Ba.
pH P K+ Ca2++Mg2+ Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al3+ Na SB
Horizontes Prof (cm)
Água KCl ppm cmolc kg-1
A 0-13 4,9 3,8 1,00 0,16 2,0 0,8 1,2 0,8 6,4 0,00 2,1
AB 13-42 4,6 3,8 0,00 0,12 1,9 0,1 1,8 1,3 6,4 0,08 2,1
BA 42-84 4,4 3,8 0,00 0,11 1,1 0,2 0,9 1,6 7,1 0,08 1,3
B1 84-112 4,1 3,7 0,00 0,10 0,6 0,6 0,0 2,8 7,3 0,10 0,8
B2 112-203+ 4,1 3,6 0,00 0,10 1,8 0,2 1,7 1,7 6,9 0,13 2,0
Metodologias utilizadas descritas por Donagema et al. (2011)
37

Análises químicas de perfil e um Latossolo Amarelo distrocoeso típico no município


de Cruz das Almas, Ba.
Prof, t T V CO m SiO2 Fe2O3 CE
Horizontes
Cm cmolc kg-1 % µs/cm
A 0-13 2,9 8,6 25 0,33 26 4,6 0,7 121,6
AB 13-42 3,4 8,5 25 0,18 38 7,3 0,8 72,84
BA 42-84 2,8 8,4 15 0,17 55 9,8 1,1 83,15
B1 84-112 3,6 8,1 10 0,16 77 11,9 1,3 119,95
B2 112-203+ 3,7 9,0 23 0,16 45 15,3 1,2 137,7
Metodologias utilizadas descritas por Donagema et al. (2011). CO, utilizando metodologia descrita por
Yeomans & Bremner (1988).

Análises de porosidade e densidade do solo de perfil e um Latossolo Amarelo


distrocoeso típico no município de Cruz das Almas, Ba.
Profundidade VTP Ma Mi Ds
Horizontes
cm % Mg m-3
A 0-13 34,07 12,06 22,01 1,63
AB 13-42 38,02 17,38 20,65 1,55
BA 42-84 38,75 13,20 25,55 1,52
B1 84-112 43,48 15,17 28,31 1,43
B2 112-203+ 43,17 12,89 30,29 1,39
Metodologias utilizadas descritas por Donagema et al. (2011).
38

Tabela 9: Resistencia do solo à penetração de um Latossolo Amarelo distrocoeso sob


cultivo de eucalipto em diferentes tipos de preparo do solo e adubação na região do
Recôncavo da Bahia, Brasil.
PREPARO DO SOLO
ADUBAÇÃO
C30 C60 S A+G Médias
Resistência do Solo à Penetração (MPa)
0 - 0,1 m
Q 1,44 aA 1,79 aA 1,00 aA 1,73 aA 1,49 A
O 1,48 aA 1,41 aA 1,20 aA 1,25 aA 1,33 A
Médias 1,46 a 1,60 a 1,10 a 1,49 a
CV (%) 47,66
0,1 - 0,2 m
Q 2,33 aA 2,68 aA 1,20 aA 2,43 aA 2,16 A
O 2,29 aA 2,55 aA 1,65 aA 1,83 aA 2,08 A
Médias 2,31 b 2,61 b 1,42 a 2,13 b
CV (%) 31,31
0,2 - 0,3 m
Q 2,83 bA 2,95 bA 1,29 aA 2,87 bA 2,48 A
O 2,58 bA 2,95 bA 1,45 aA 2,32 bA 2,33 A
Médias 2,70 b 2,95 b 1,37 a 2,59 b
CV (%) 25,89
0,3 - 0,4 m
Q 2,77 bA 2,71 bA 1,49 aA 3,42 bA 2,60 A
O 2,52 bA 2,81 bA 1,61 aA 3,07 bA 2,50 A
Médias 2,65 b 2,76 b 1,55 a 3,24 b
CV (%) 24,84
0,4 - 0,5 m
Q 2,30 aA 2,57 aA 2,25 aA 2,81 aA 2,48 A
O 2,42 aA 2,72 aA 2,00 aA 2,97 aA 2,53 A
Médias 2,36 a 2,65 a 2,13 a 2,89 a
CV (%) 26,61
Médias seguidas da mesma letra minúscula nas linhas, e maiúscula nas colunas, não diferem entre si
pelo teste Scott Knott a 5%. C30 = plantio direto com cova a 0,3 m de profundidade; C60 = plantio direto
com cova a 0,6 m de profundidade; S = cultivo reduzido com subsolagem a 0,57 m; A+G = cultivo
convencional com uma aração, duas gradagens e covas com 0,3 m de profundidade. Q = adubação
química; O = adubação orgânica. CV = coeficiente de variação.

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