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Resumo: A concorrência atual a que estão expostas, impõe às empresas, manter, permanente,
o foco no controle de custos, além de serem eficientes e eficazes no gerenciamento dos
mesmos.
Esta realidade faz com que os custos precisem ser planejados e controlados e as empresas
disponham de adequados instrumentos de gestão de custos, que auxiliem na tomada de
decisão gerencial. É preciso ir além das tradicionais apurações contábeis de custos, que
simplesmente mostram “a posteriori” o que aconteceu.
Neste trabalho apresenta-se uma sondagem para o gerenciamento de custos, combinando-se
o sistema de custeio variável, - que por si só, com a concepção do conceito de Margem de
Contribuição é muito útil para a tomada de decisão, com o método de custo padrão, - que
tem como principal característica a necessidade de planejamento e controle dos custos.
O que justifica esta combinação é o objetivo de propor um instrumento de gestão que permite
planejar, controlar e tomar decisões em um contexto de eficiência e eficácia.
Palavras-chave: Gestão de custos; Custo-padrão; Custeio variável.
1. Introdução
Dependendo de como as demonstrações financeiras de custos são realizadas, pouco
ajudam no gerenciamento e controle de custos. Muitas vezes, o sistema de custo utilizado não
tem o enfoque gerencial e não auxilia na tomada de decisão, ou porque não discrimina
corretamente a natureza dos custos ou simplesmente não oferece instrumentos de
planejamento e controle dos custos.
Neste trabalho, são exploradas e analisadas as características, pontos fracos e pontos
fortes do sistema de custeio variável como forma, método ou critério de contabilização de
custos e do custo padrão como uma técnica auxiliar que surgiu da necessidade de antecipação
da informação de custos dos produtos para o controle das operações e atividades empresariais.
Nesse contexto, discute-se a possibilidade de utilizar a técnica de custo padrão
combinada com os critérios do custeio variável como ferramenta de gestão de custos.
2. Sistemas de custeio
Custeio significa método de contabilização de custos, sendo que são vários os sistemas
existentes e utilizados, como o Custeio por Absorção, o Custeio Variável e o ABC-Custeio
Baseado em Atividades.
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XII SIMPEP – Bauru, 6 a 8 de Novembro de 2006
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Segundo os mesmos autores, o processo de manter uma empresa sob controle envolve
cinco passos:
1) Planejar, que consiste no desenvolvimento dos objetivos primários e secundários da
empresa e na identificação dos processos que os completam;
2) Executar, que consiste em realizar o plano;
3) Monitorar, que consiste em mensurar o nível atual de desempenho do sistema;
4) Avaliar, que consiste na comparação do nível atual de desempenho do sistema para
identificar qualquer variância entre os objetivos do sistema e o desempenho efetivo.
5) Decidir sobre ações corretivas e corrigir, que consiste na realização de qualquer ação
corretiva necessária para trazer o sistema sob controle.
2.4 Custo-padrão
Independentemente de se utilizar o método do custeio variável ou qualquer outro
forma de contabilização de custo, pode-se utilizar o método de custo-padrão.
Dessa forma, pode-se dizer que o custo-padrão é uma forma das empresas controlarem
os custos de suas operações e atividades, quando utilizadas como metas para a avaliação de
seu desempenho. Assim definido, o custo-padrão não é visto como método de custeio e sim
uma técnica auxiliar.
CREPALDI (2004) reconhece três tipos de custo-padrão, o ideal, o estimado e o
corrente, e define-os como sendo:
• Custo-padrão ideal, o custo-padrão determinado da forma mais científica possível pela
engenharia de produção da empresa, dentro das condições ideais de qualidade dos
materiais, de eficiência da mão-de-obra, com mínimo desperdício de todos os insumos
envolvidos;
• Custo-padrão estimado, aquele determinado simplesmente através de uma projeção, para o
futuro, de uma média dos custos observados no passado, sem qualquer preocupação de se
avaliar se ocorrem ineficiências na produção;
• Custo-padrão corrente, o que está situado entre o ideal e o estimado, para ser determinado
é necessário a realização de estudos para avaliação da eficiência da produção, leva em
consideração as deficiências que reconhecidamente existem, mas que não podem ser
sanadas pela empresa, pelo menos a curto e médio prazo;
PEREZ, Jr., et. al (1997) mencionam que custo-padrão é determinado a priori como
sendo o custo normal de um produto. É elaborado considerando um cenário de bom
desempenho operacional, porém levando em conta eventuais deficiências existentes nos
materiais e insumos de produção, na mão-de-obra, etc., porém, é um custo possível de ser
alcançado.
GARRISON E NOREEN (2001) afirmam que os gerentes, muitas vezes assistidos por
contadores e engenheiros, estabelecem quantidades e custos padrões para cada insumo
principal, como matérias-primas e tempo de mão-de-obra. As quantidades padrões indicam
quanto de um insumo deve ser empregado na fabricação de uma unidade do produto ou na
prestação de uma unidade do serviço.
Os custos-padrão indicam qual deve ser o custo, ou o preço de compra, do insumo e as
quantidades, que depois serão comparadas com o preço e consumo realizado. Se a quantidade
ou o custo dos insumos se afastam, significativamente, dos padrões, os gerentes investigam a
discrepância. O objetivo é descobrir e eliminar as causas dos problemas, de modo que não se
repitam.
KAPLAN et al. (2000) apresentam o custo-padrão, como “metas eficientes e
atingíveis estabelecidas antecipadamente para os custos das atividades que devem ser
consumidas por produto”.
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4 Conclusões
Com base nas características dos sistemas analisados e apesar da existência de pontos
fracos ou restrições à aplicação de ambos, constata-se que não há nenhuma característica ou
restrição que impeça ou não recomende a utilização conjunta do custo-padrão com o sistema
de custeio variável.
A aplicação conjunta dos dois sistemas é perfeitamente possível e vislumbra-se que
incorporando-se os pontos fortes do custo-padrão com os pontos fortes do custeio-variável
ocorrerá, justamente, a incorporação do planejamento e do controle na apuração dos custos,
tendo-se assim uma ferramenta de gestão, focada em eficiência e eficácia.
Para validar esta idéia, será interessante realizar uma aplicação piloto da
combinadação do custo-padrão com o custeio variável, para avaliar os resultados e as
dificuldades que a prática poderá apresentar.
Acreditamos, também, que a idéia apresentada neste trabalho possa ser facilmente
implementada em um sem número de empresas, porque custo “é algo que cresce sempre,
temos que estar o tempo todo com muita atenção” CAMPOS (2006) e muitas empresas
brasileira se limitam a utilizar as ferramentas baseadas nos preceitos da contabilidade
tradicional.
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5. Referências Bibliográficas
CAMPOS, V.F. Aquestão dos custos: artigo disponível no site www.indg.com.br – 29/06/2006.
CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2004.
GARRISON, R.H., NOREEN, E. W. Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2001.
HORNGREN, C. T. Contabilidade de Custos. São Paulo: vol. II; ed. Atlas; 1978.
KAPLAN, R; COOPER, R. Custo e Desempenho: Administre seus custos para ser mais competitivo. São Paulo:
Futura, 1998.
KAPLAN, Robert S. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
MARTINS, E. Contabilidade de Custos. São Paulo: 9 ª ed; ed. Atlas; 2003.
PADOVEZE, L. C. Contabilidade Gerencial - Um enfoque em sistema de informação contábil.
São Paulo: 4 ª ed. Atlas; 2004.
PEREZ, Jr., et. Al, Controladoria de Gestão. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.