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c) aumento de quadro circunstancial – trata-se de motivos não planejados, mas que por
necessidade premente terão de ser atendidos (de forma emergencial), em função seja de
mudanças repentinas de mercado, seja da concorrência etc.
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RECRUTAMENTO DE PESSOAL
CONCEITO DE RECRUTAMENTO
É o processo de identificação e atração seletiva de um grupo de candidatos, entre os quais
serão escolhidos alguns para posteriormente serem contratados para o emprego. É
basicamente um sistema de informação, por meio do qual a organização divulga e oferece ao
mercado de trabalho oportunidades de ocupação que pretende preencher. Para ser eficaz, o
recrutamento deve atrair um contingente de candidatos suficiente para abastecer
adequadamente o processo de seleção. Pois, a função do recrutamento é a de suprir a seleção
de matéria-prima básica (candidatos) para seu funcionamento.
Por isso, o recrutamento consiste nas atividades relacionadas com a pesquisa e intervenção
sobre as fontes capazes de fornecer à organização um número suficiente de pessoas
necessárias a organização para a consecução dos seus objetivos.
O processo de recrutamento também afeta a imagem que a empresa deixa nos candidatos,
tanto aceitos como rejeitados. É importante assegurar que esse processo seja percebido como
justo e passe uma impressão positiva da organização. Tendo em vista que, como um processo
de atração de talentos, uma empresa terá maior facilidade no recrutamento externo quanto
melhor for sua imagem perante a sociedade.
O PROCESSO DE RECRUTAMENTO
Tem seu início a partir de uma necessidade interna da organização, no que tange a
contratação de novos profissionais. Essa necessidade é expressa ou emitida formalmente pelo
‘requisitante’ da área, por meio de um documento denominado REQUISIÇÃO DE
PESSOAL (RP).
DESCRIÇÃO DE CARGOS
__/__/____ __/__/____
ÓRGÃO REQUISITANTE:
NÚMERO DE VAGAS:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
SUPERVISÃO RECEBIDA:
REQUISITOS DO CARGO:
MOTIVO DA REQUISIÇÃO:
ROTATIVIDADE AUMENTO PLANEJADO AUMENTO CIRCUNSTANCIAL
( ) ( ) ( )
Quaisquer que sejam as qualificações exigidas, os candidatos precisam ficar sabendo das
oportunidades de emprego. A escolha dos tipos de candidatos a serem informados e do canal
de comunicação a ser utilizado vai determinar quem ficará sabendo das oportunidades de
emprego. As fontes/canais de recrutamento devem gerar um número suficiente de
candidatos qualificados a um custo razoável. Para isso, a seguinte decisão deve ser tomada:
qual fonte de recrutamento utilizar?
- Informação resumida sobre a empresa (desde que seja um anúncio aberto ou semi-
aberto), sua atividade e objetivos.
TIPOS DE RECRUTAMENTO
Pelo tipo de fonte a ser utilizada na busca de recursos, o recrutamento de pessoal divide-se
em:
Contudo, por vezes, quando não for possível conseguir internamente os resultados esperados,
deve-se dar início a um programa de recrutamento externo.
- Traz ‘sangue novo’ e, por conseguinte, experiências novas para a organização. A entrada
de recursos humanos ocasiona sempre uma importação de idéias novas, de diferentes
abordagens dos problemas internos da organização e, quase sempre, uma revisão na
maneira pela qual os assuntos são conduzidos dentro da empresa.
c) RECRUTAMENTO MISTO
Na realidade, uma empresa nunca faz apenas recrutamento interno ou apenas recrutamento
externo. Um sempre deve complementar o outro. Pois, ao se fazer um recrutamento interno,
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o indivíduo deslocado para a posição vaga precisa ser substituído em sua posição atual, a
menos que essa seja cancelada. Por outro lado, sempre que se faz recrutamento externo,
algum desafio, alguma oportunidade ou algum horizonte devem ser oferecidos ao novo
empregado, sob pena de procurar desafios e oportunidades em outra organização que lhe
pareça melhor.
Em face das vantagens e desvantagens dos recrutamentos externos e internos, uma solução
eclética tem sido preferida pela maioria das empresas: o recrutamento misto, que aborda tanto
fontes internas como fontes externas de recursos humanos.
Todo recrutamento seja ele interno ou externo tem seu início a partir da tomada de decisão com
relação a dois tópicos que definem, para o gestor de R&S, qual o melhor caminho a ser seguido
na escolha das fontes utilizadas na prospecção de candidatos. São eles:
a) Variável tempo – determina a exigência temporal que está contida na solicitação feita pela
área solicitante da vaga;
b) Variável custo – representa a possibilidade financeira que se dispõe para iniciar um processo
de R&S.
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Uma vez escolhida a fonte ou as fontes de recrutamento e distribuída a informação das posições
em aberto (vagas) na empresa, o recrutador estará pronto para receber os candidatos interessados,
cumprindo a seguinte metodologia:
O último passo oferecerá ao recrutador uma posição objetiva do material humano de que dispõe
para dar continuidade ao processo de seleção. Essa escolha, identificando preliminarmente os
candidatos mais adequados às características do cargo, é denominada TRIAGEM DE
RECRUTAMENTO.
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SELEÇÃO DE PESSOAL
O PROCESSO DE SELEÇÃO
Tem baseado-se fundamentalmente na análise comparativa de duas variáveis:
A primeira é fornecida pela análise e descrição do cargo e a segunda é obtida por meio de
aplicação de técnicas de seleção, como veremos adiante.
As pessoas diferem tanto na capacidade para aprender uma tarefa como no nível de
realização da mesma após a aprendizagem. A estimativa apriorística dessas duas variáveis –
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esgotarem os cargos vagantes. Para cada cargo a ser preenchido ocorrem vários
candidatos que o disputam, sendo que apenas um deles poderá ocupá-lo, se vier a ser
aprovado.
Não há mais a preocupação simplesmente com os limites do próprio cargo, mas o parâmetro de
avaliação é a comparação entre o indivíduo e a empresa. Busca-se, também, a resposta às
seguintes perguntas: É o candidato ideal para a nossa organização? O candidato tem o perfil
cultural próximo ao da companhia? Em que medida o seu sistema de valores aproxima-se do da
organização?
Os micros limites de um cargo devem ser extrapolados para os da estrutura organizacional como
um todo e para os componentes que a permeiam. Isto é, seus valores, seus ritos, seus mitos, sua
história, suas idiossincrasias. Sua cultura, enfim.
INTRUMENTOS DE SELEÇÃO
As decisões no processo de seleção são, na verdade previsões. Com base na observação das
características dos candidatos, as organizações tentam prever como eles se comportarão caso
sejam contratados. Para se validar esse processo é importante responder a uma pergunta básica:
As diferentes características dos candidatos que estamos medindo agora (como conhecimento,
habilidades e atitudes) estão relacionados com seus comportamentos depois que forem
contratados?
Além das qualificações e das experiências dos candidatos, suas características demográficas (tais
como sexo, raça, idade ou deficiência) e seu comportamento (verbal e não-verbal) também
influenciam no processo decisório do entrevistador.
2) Preparo – fase que se resume em trabalhar o lado emocional de uma pessoa que se
dispõe a ser ‘analisada’ ou mesmo avaliada por um entrevistador, a fim de neutralizar
ou minimizar o grau de tensão e ansiedade normalmente presentes em momentos
como esses.
Estereotipar o candidato;
João Bosco Lodi apresentou em seu livro: A Entrevista, editado em 1989, um interessante e
oportuno roteiro de:
6. elabore perguntas cujas respostas sejam analíticas e descritivas, não perguntas cujas
respostas se adaptam às perguntas ou que apenas atraiam um ‘sim’ ou um ‘não’;
8. não projete falar demais usando da entrevista para expandir o seu ego;
1. ajude a pessoa a se sentir à vontade e com disposição de falar. Crie um clima favorável. O
curso da entrevista dependerá dessa abordagem inicial;
2. não formule ‘perguntas diretas’ enquanto não estiver convencido de que a pessoa esteja
disposta a colaborar. Faça abordagem indireta;
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3. não formule inicialmente perguntas que induzam a uma atitude negativa ou defensiva.
Faça perguntas ‘inocentes’ sobre os últimos empregos;
4. permita que a pessoa exponha os ‘fatos a seu modo’ e ajude-a a preencher as ‘omissões’.
Permita liberdade de expressão;
8. empregue a entrevista como meio de observação. Faça perguntas de longa resposta que
lhe permitam observar e avaliar o interlocutor;
- Teste grafológico – como uma modalidade de teste psicológico mais detalhado, analisa a
escrita individual e conclui-se sobre dezenas de traços de personalidade. A grafologia vem
sendo empregada em maior escala, no Brasil, para a seleção de candidatos que vão ocupar
cargos de confiança nos escalões mais altos da organização.
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- Dinâmicas de grupo – podem ser utilizadas como testes situacionais e permitem avaliar
as ações e reações de cada um com relação a um perfil esperado.
Há que se buscar profissionais que estejam sintonizados com o ‘momento’ e com os objetivos de
longo prazo não só da empresa como do mundo que a circunda. Profissionais que sejam capazes
de enfrentar e efetivar as mudanças necessárias, com os pés no chão (experiência), mas,
principalmente, com o olhar à frente (potencial).
A partir desse paradigma, certas características deverão ser prospectadas com maior rigor nos
processos seletivos estratégicos de RH, com, por exemplo:
Maior preocupação, nas entrevistas, com as questões ligadas às raízes dos indivíduos; seus
laços de comprometimento e atingimento de resultados nos núcleos sociais em que vive
(igreja, clube, família, empresa etc.);
Análise profunda dos níveis de quociente de inteligência (Q.I.) e emocional (Q.E.), avaliando
situacionalmente os diversos graus de raciocínio e relacionamento com mundo exterior;
Traços específicos, como nível de agressividade voltado para processos produtivos, controle e
resistência às pressões, flexibilidade técnica e política, coragem decisória e nível de intuição,
são fortes determinantes de bons candidatos no modelo estratégico de RH;
Forte presença de ambição, como alavanca propulsora da persistência necessária para atingir
objetivos pessoais e organizacionais de difícil realização.
O processo de seleção determina quem entra para a organização. Esses novos contratados
tornam-se o recurso do qual a organização depende para seu desempenho, sua flexibilidade para
as mudanças, sua inovação, e são candidatos a novas atribuições no decorrer de suas carreiras.
Por isso, como esses empregados vão afetar os resultados da empresa esse esforço inicial para
fazer uma seleção cuidadosa pode trazer extraordinário retorno do investimento. A organização
tem procurado selecionar pessoas não apenas para preencher determinada função, mas pessoas
que possam dar contribuição de longo prazo, trabalhando em equipes flexíveis, grupos de
trabalho e aprendizado contínuo.
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Uma vez terminados todos os passos anteriores é chegado o momento de realizar, como subsídio
na montagem do laudo final, uma pesquisa de informações histórica de cada candidato, com o
objetivo de confirmar e esclarecer dados recebidos durante a entrevista. E então, somando essas
informações às anteriores, o entrevistador deverá realizar uma análise dos candidatos
comparando-os um a um com o perfil e as características exigidas pelo cargo, classificando-os
hierarquicamente pela maior ou menor aproximação ao perfil ideal.
Por fim, faz-se uma síntese de todo o processo seletivo, por meio de um relato verbal. Nesse
relato, o ‘cliente’ da área de R&S recebe o parecer final dando o perfil de cada um dos candidatos
finalistas e o respectivo posicionamento no processo, em decorrência das avaliações realizadas.
Depois de receber desse relato, o cliente entrevista os candidatos pré-selecionados.
O processo seletivo é concluído após a entrevista técnica com o requisitante e sua escolha por um
dos candidatos ao cargo. Em geral apresenta-se ao requisitante algo em torno de três candidatos
por cargo para que ele possa ‘sentir’, entre os indicados aquele que no seu ponto de vista melhor
se adapta à sua maneira de ser e trabalhar.
É essa entrevista que irá subsidiar a tomada de decisão do ‘cliente’ da área de R&S. É o
requisitante e somente ele que deverá tomar essa decisão. Tendo em vista que o processo seletivo
deve ser visto como um instrumento de apoio a essa tomada de decisão. Ou seja, o órgão de
seleção (staff) não pode impor ao órgão requisitante a aceitação dos candidatos aprovados no
processo de comparação entre as características exigidas para o cargo e para a organização e as
oferecidas pelos candidatos. Pode apenas prestar o serviço especializado, aplicar técnicas de
seleção e recomendar aqueles candidatos que julgar mais adequados ao cargo e à organização. A
decisão final de aceitar ou rejeitar os candidatos é sempre de responsabilidade do órgão
requisitante.
Dessa forma, o papel dos profissionais de Recursos Humanos vai desde o recrutamento até o
desenvolvimento e a oferta de apoio para aqueles que conhecem bem suas próprias necessidades
e terão que convier com os resultados dessas atividades. Eles projetam e recomendam as técnicas
específicas de seleção, conduzem o processo e, em geral, ajudam a interpretar seus resultados,
assegurando o atingimento das metas dos empregados, da instituição e da legislação.
Concluído essa etapa, o ideal é que o candidato escolhido pelo requisitante seja submetido aos
exames médicos, com a finalidade de verificar o estado de saúde geral do candidato e deixar
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registrado o seu histórico clínico no dossiê médico da empresa. Devem ser efetivados exames
clínicos generalizados e complementares por uma bateria de exames laboratoriais, acompanhados
de radiografia do tórax ou algum outro exame específico a critério do médico examinador.
Desses exames resultará um laudo médico que poderá: indicar o candidato, contra indicar o
candidato ou indicá-lo com restrições.
Feito isso, como último passo, o candidato deverá dirigir-se ao departamento pessoal com toda
sua documentação, para que sejam tomadas as providências burocráticas e as práticas necessárias
para tornar-se um empregado efetivo da empresa.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA