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Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra.
Atos 8.4
A Dispersão da Igreja até Antioquia (Atos 8.1 -13.1) - Era necessário que a Igreja saísse
de Jerusalém. Se ela não sai por uma obediência expontânea à vontade de Deus, então
ela deve sair por uma pressão, uma perseguição que a lança pelos caminhos nos
quais Deus quer que ela esteja. São vários caminhos que levam a muitos lugares
diferentes, mas num certo sentido são um só caminho: o único caminho que a Igreja
deve tomar, o da obediência e da missão. Ainda que por pressão, a Igreja está agora
no caminho em que Jesus esteve, fazendo o trabalho que Jesus fez. Pelas regiões da
Síntese
Atos e epístolas, e temos, nesta fase, a segunda unidade de estudo. A primeira foi até o 8.1,
oficiais, etc. Embora a Igreja tivesse tido a fase Israelita, o certo é que, no sentido próprio da
Igreja Cristã, nasceu no dia de Pentecoste. Em Atos 1.8 a Atos 8.1 é que encontramos os
elementos essenciais da Igreja. Não só essenciais, mas também iniciais. Exatamente o que
ilustração da águia que desfaz o ninho para que os filhinhos aprendam a voar. É a hora de
dispersão através de diferentes caminhos, para ficar didático para aprendermos. Se saíram
pregador, mas agora seu interlocutor é o eunuco da rainha de Candace. No capítulo 9 vemos
Capítulo 10: caminho de Cesaréia. Pedro visita Cornélio e prega em sua casa.
Capítulo 11: Caminho de Antioquia. Barnabé vai buscar Paulo e ambos trabalham, um ano,
em Antioquia.
O capítulo 12, o último desta seção, não trata de caminho, mas relembra o aspecto da
perseguição que causara a dispersão. Tiago é morto à espada; Pedro é preso, mas
miraculosamente liberto.
No mapa, tomando Jerusalém como ponto de partida, indicamos os vários caminhos.
Em Atos 8.1 vimos que Deus permitiu que fosse a Igreja perseguida e dispersa; mas o verso
(1.8) É preciso poder para dar testemunho. Os caminhos referidos não foram trilhados
sem que houvesse obstáculo a vencer. Há uma dificuldade específica em cada um desses
caminhos...
(os judeus) e os confins da terra (os gentios). Samaria era habitada por um pessoal
mal visto pelos judeus, uma mistura de judeus e gentios. No Evangelho de Lucas,
capítulo 9:51, quando Jesus ia começar a sua caminhada para Jerusalém, Ele não foi
não eram reconhecidas em Samaria, assim como o povo samaritano não era
reconciliação vai haver. Tanto da parte dos samaritanos, quanto da parte dos judeus
algo de espetacular vai ter lugar. Os apóstolos reconheceram que o Evangelho havia
Jesus Cristo. Por outro lado, os samaritanos, que só receberam o Espírito Santo pela
autoridade de Jesus Cristo sobre as sua vidas, quanto a autoridade dada pelo mesmo
Jesus aos apóstolos que Ele mesmo escolhera e enviara. O caminho de Samaria tem
mostrou certo entusiasmo (v. 13). Não obstante o seu problema, logo ele ficou em evidência.
A população era supersticiosa e ele mesmo, Simão, era interesseiro. Sua conversão fora
apenas aparente. Ele invejava os dons dos apóstolos e entendia poder comprar o dom do
Espírito Santo (vv. 18,19). A luta ali travada foi entre o Evangelho, a magia e a superstição.
O Caminho de Gaza
Felipe e o eunuco deixa ver que este último, apesar de sua boa vontade, era ignorante. A
dificuldade agora não é a superstição, mas a ignorância. Felipe sobe ao carro em que está o
eunuco, pergunta-lhe se entendia o que lia. "Como poderei entender?" Embora mais
simpático do que Simão – o do caminho anterior – o eunuco não deixa de estar do outro lado
de uma barreira: "Como poderei entender, se alguém não me ensinar?" (v. 31). A missão da
passagem, o nome da pessoa em questão, depois ele retoma o nome e inicia seu
roteiro. A respeito de Saulo, mais uma vez ele procede assim. Primeiramente Saulo é
isso. Nada mais é dito a respeito dessa pessoa. Se fosse somente essa referência,
nada mais saberíamos senão que houve um tal de Saulo que dava sua permissão a
que os cristãos fossem mortos. Porém Lucas está preparando o caminho para que
odiado pelos judeus do mesmo modo que ele mesmo odiou os primeiros cristãos
conversão de Saulo. Ia ele para Damasco com a intenção de eliminar os crentes daquela
cidade: "Respirando ainda ameaças e morte..." (v. l). Além de ignorância e superstição,
não raro a Igreja tem de enfrentar ameaças. Felizmente há poder acima das ameaças
humanas.
Essas assumem, às vezes, aspecto impressionante, como no caso em que Saulo era
o perseguidor. Preparado e influente, com apresentação das autoridades, devia ser temível.
Jesus Cristo, porém, se identifica com Sua Igreja. "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (v.
4). O que temos que lembrar é que Perseguir a Igreja é perseguir a Cristo. Então veja que!
as ameaças do mundo não são a última palavra; há alguém que tem uma palavra acima do
mundo.
Um discípulo chamado Ananias é o instrumento humano enviado por Deus para ajudar
O Caminho de Jope
Segue-se o caminho de Lida e Jope. O relato volta a Pedro, o qual chega à cidade de
Lida, e ali cura um crente paralítico chamado Enéias (vv. 32-34). Depois vai à cidade de
Jope, à beira-mar.
Ali em Jope havia alguém de muita simpatia e de capacidade de trabalho. Era uma
discípula chamada Tabita, o que, traduzido, quer dizer Dorcas (v. 36), isto é, gazela. Estava
cheia de boas obras e de esmolas que fazia. Onde o obstáculo? Parece não haver; era boa
crente, cheia de boas obras... Aconteceu, naqueles dias, que esta irmã morreu e a Igreja
toda chorava sua morte. O luto é um triste problema no caminho do crente. Quantas vezes
morrem obreiros que nos parecem indispensáveis? Mas, perguntamos, não estará Deus
vendo que necessitamos da colaboração desses irmãos? Deus tem Seus planos. Ressuscita
Dorcas neste caso. Esse caso nos faz lembrar de Josué, em lugar de Moisés, noutro caso;
ou Eliseu, em lugar de Elias. Deus não só premia com o descanso a uns como premia com
maiores responsabilidades a outros que foram fiéis. Não deve haver lugar para desânimo na
Igreja, quando ocorre o luto. Pode acontecer de ter um momento de tristeza pelo fato de não
se fazer mais presente, porém ao mesmo tempo alegria em saber que está com o Senhor.
"Recebereis poder e sereis minhas testemunhas..." (1.8) O que a Igreja deve temer é o
perder o poder do Espírito Santo. Enquanto houver tal poder não há superstição, não há
ignorância, não há ameaça, não há luto, não há nada que mate a Igreja. "As portas do
O Caminho de Cesaréia
quando recebe um aviso. Está em casa de Simão, o curtidor. Pedro tem, da parte de Deus, a
visão de um lençol, dentro do qual como que desciam do céu animais de toda a espécie, e
uma voz lhe dizia: "Mata e come." "De modo nenhum", respondeu ele, "porque jamais comi
coisa comum e imunda." Deus lhe disse: "Ao que Deus purificou não consideres comum."
hospedar, era, para um judeu, impossível. Mas isto era o que Deus queria. Importava
derrubar, agora, a barreira do preconceito. Eis uma das dificuldades maiores na vida da
Igreja.
Temos aqui preciosa lição. Pedro não queria ir à casa de Cornélio por ser Cornélio um
gentio. Deus lhe disse: "Ao que Deus purificou não consideres comum." Ele foi. "No dia
encontro..." (vv. 24,25). Muitos haviam se reunido ali. Os versículos 34 ao 43 registram como
Pedro pregou, naquela ocasião, uma das mensagens mais poderosas de que temos
conhecimento. Houve conversão em massa. O Espírito Santo desceu, de modo visível, sobre
os gentios (v. 44). Os que eram "da circuncisão" (v. 45) ficaram desarmados. A narrativa
entra pelo capítulo 11 e nos diz como Pedro mesmo se justificou diante dos seus colegas da
Judéia, mostrando que não tivera outro caminho a seguir. Tivera mesmo de vencer o
O Caminho de Antioquia
maiores centros onde pudesse ganhar a vida. Atos 11.20 nos revela como Antioquia era uma
espécie de ponto de concentração, dada a sua situação comercial. Ali havia gente de Chipre,
Crentes fiéis deram aí o seu testemunho. O verso 19 nos mostra que muitos crentes
aos judeus". Mas os que chegavam a Antioquia não eram somente crentes judeus. Também
chegaram "...alguns... de Chipre e de Cirene..." (v. 20). Estes, abertos a uma maior
O fato é que em Antioquia, cidade tão importante e lugar tão estratégico, o Evangelho
foi anunciado pela primeira vez aos gregos. O mesmo versículo nos revela também que o
trabalho missionário começou com leigos, os quais falaram do Evangelho com fidelidade. A
fama destas coisas veio à Igreja mãe; mandaram um homem de confiança, que era Barnabé.
"Tendo este chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se, e exortava a todos a que, com
Barnabé, que viera de Jerusalém, a desconfiança de que não houvesse raízes profundas.
Por isso exortou-os a que de todo o coração permanecessem fiéis ao Senhor. Felizmente
sua liderança era das melhores. Ele era homem de bem, cheio do Espírito Santo e de fé.
Embora fosse homem bom, embora fosse homem capaz, digno de toda confiança
(pois que foi o enviado para uma missão tão importante), embora fosse cheio do Espírito
Santo, compreendeu, desde logo, que precisava de ajudante; de um bom ajudante. É o que
Até Moisés andou cometendo esse erro: querer ter tudo nas mãos (Êx 18.13-27).
Barnabé encontrou o que queria. "...Partiu... para Tarso à procura de Saulo; tendo-o
encontrado, levou-o para Antioquia. E por todo um ano se reuniram naquela igreja, e
chamados cristãos."
(At 11.25,26). Assim, o resultado não se fez esperar. Bem organizada a obra da Igreja,
Esta Igreja de A Antioquia teve a honra de ser a patrona das igrejas missionárias.
Quando nós quisermos dizer que uma Igreja é boa, podemos chamá-la de Igreja de
Antioquia. É a Igreja que compreende que não existe para outra coisa senão para
que fala com o estrangeiro, testemunha o Evangelho, organiza o trabalho, leva avante, de
fato, a mensagem. Foi aquela uma Igreja missionária não só no local, mas desencadeou o
Antioquia, o último ponto considerado nesta fase, torna-se o ponto de partida para as
viagens missionárias de Paulo. Antioquia, que nesta lição ocupa, por assim dizer, a nota final
da primeira fase missionária da Igreja, é apenas o ponto de partida para a grande expansão.
Deus, que foi capaz de desfazer o ninho de Jerusalém, e dispersar leigos, para irem
fundando as Igrejas mais próximas, foi capaz também, na hora oportuna, de fazer perseguir
até os apóstolos, de deixar que se matassem até alguns deles, para que a Igreja tivesse
Alguém disse que o livro de Atos devia chamar-se "atos do Espírito Santo". A
expressão é interessante. Se penso em Pedro, a Bíblia diz: "Estava cheio do Espírito Santo"
(4.8); se penso em Estêvão, a Bíblia diz: "Estava cheio do Espírito Santo" (6.5); se penso em
Felipe, a Bíblia diz: "Estava cheio do Espírito Santo" (8.29); se penso em Barnabé, a Bíblia
diz: "Estava cheio do Espírito Santo" (11.24). "Recebereis poder e sereis minhas
testemunhas.” O que seria Pedro sem este poder? Que ‘seria Barnabé sem este poder? Não
seriam nada; a Igreja Cristã é apenas uma agência de poder: o poder do Espírito Santo.