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MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA


Disciplina: MANEJO E MÉTODOS DE IRRIGAÇÃO EM AGROSSISTEMAS

DIMENSIONAMENTO DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO CONVENCIONAL PARA A

CULTURA DE TRIGO DE INVERNO

Aluna: Luíza Gonçalves Santos Matrícula: 06/90341


Introdução

O rendimento da cultura de trigo (Triticum aestivum L.) é fortemente influenciado pelas

condições climáticas das áreas de cultivo. Esse aspecto é particularmente importante no Brasil, onde

seu cultivo é desenvolvido em uma ampla região, abrangendo zonas subtropicais e tropicais.

No Distrito Federal, a cultura de trigo é utilizada em sucessão a outras de verão, sendo cultivada

na estação do outono, permitindo, no período de um ano, duas culturas na mesma área. O cultivo de

trigo, sob condições controladas de irrigação e manejo adequado, apresenta grande potencial de

produção, alto rendimento de grãos e estabilidade de produção

Deve-se atentar para as necessidades fisiológicas da cultura, como temperatura mínima média

durante todo o ciclo igual ou superior a 9ºC; temperatura máxima média na fase de floração igual ou

inferior a 28ºC; além da probabilidade de ocorrência de excesso de chuvas na colheita (75 mm em pelo

menos 3 a cada 5 dias) igual ou inferior a 25%.

O Distrito Federal é considerado apto ao cultivo de trigo irrigado por apresentar em mais de

20% de sua área, condições dentro dos critérios de temperatura e pluviosidade necessários.

Este trabalho tem como objetivos: o dimensionamento de um sistema de irrigação por aspersão,

em um campo de Trigo de Inverno, em plantio direto, com 70 hectares, além da comparação dos

resultados com o mesmo cultivo sob irrigação em pivô central.


Material e Métodos

Para os fins deste trabalho, a área cultivada foi selecionada em 70 hectares, de latossolo

vermelho com profundidade mínima de 80cm e teor de argila acima de 15%, como consta nas

indicações técnicas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os dados de solo utilizados

se referiram a um solo de Cerrrado coberto com grama, com índices de ɵ iguais a 0,27 (ɵ Li) e 0,40 (ɵ

Ls). A cultura escolhida foi o Trigo de Inverno, em sistema de plantio direto, que, segundo a FAO,

possui ciclo de 180 dias, e profundidade radicular máxima de 180cm. A data de plantio, selecionada

para ano de 2004, se deu no dia 15 de Abril. Os dados climáticos utilizados foram concedidos pela

estação meteorológica da FAL/UnB.

Foi utilizada a planilha AspersãoConvencional_versao12_2010.xls, para realizar o

dimensionamento da rede de aspersores.

Ao final, foi comparado o rendimento da rede de aspersores com o sistema de irrigação por pivô

central.
Resultado e discussão

O manejo de irrigação da situação em questão, apresentado nas tabelas em anexo, nos mostra a

necessidade hídrica durante o tempo de cultivo do trigo de inverno.

Quanto aos aspersores, decidiu-se por trabalhar com NY 30 Longo verde, que apresenta bocal de

6,2x4,6mm. O raio molhado trabalhado foi igual a 15,9m, o espaçamento dos aspersores na Linha

Lateral de 15m, assim como a distância entre as LL, que possuem 700m de comprimento. Foi

trabalhado com 4 linhas laterais trabalhando simultaneamente, totalizando 66 posições de LL, com cada

linha trabalhando em 14 posições por dia. A irrigação foi realizada em apenas um lado da Linha

Principal, de comprimento igual a 1000m. Trabalhou-se com tubos de polietileno preto, com coeficiente

de rugosidade igual a 145. O diâmetro dos quatro trechos da linha principal utilizados foram,

respectivamente, 0,200; 0,250; 0,300 e 0,300m, e o diâmetro nominal da linha lateral em 0,200m. A

potência mínima da bomba a ser instalada foi estimada em 132CV.

Em uma irrigação por pivô central, a potência da bomba foi estimada em 108,45CV, mostrando

uma economia para o produtor. Outra fonte de economia é o manejo do sistema de irrigação, onde, em

um sistema de aspersão, a manutenção dos locais das linhas laterais demanda mais mão de obra do que

o pivô central.

Croqui:
LP
1000m

LL

700m

Posições da linha
lateral
Conclusão

Concluiu-se assim que comparando-se a utilização do sistema de aspersão com pivô central,

tende-se a escolher o pivô central, por ser mais econômico, tanto na manutenção quanto na mão de obra.

Observa-se que o sistema por aspersão apresenta necessita uma potência de bomba muito alta, para a

área em questão, o que pode inviabilizar o projeto.

Desta forma, podemos observar que o planejamento de irrigação é um importante passo na hora

de se estabelecer uma cultura em um campo. Estudos complementares devem ser realizados, porém,

podemos ter uma idéia do comportamento do trigo de inverno nos solos do cerrado, onde apresenta

favorável adaptação.
Bibliografia

 FAO-Food and Agriculture Organization of the United Nations, Crop evapotranspiration -


Guidelines for computing crop water requirements - FAO Irrigation and drainage paper 56,
Rome, 1998

 VASCONCELOS, V. L. D., FERREIRA, R. S. A., A Irrigação do Trigo no Distrito Federal,


UnB, 1997.

 DUARTE, H. F.; DIAS, N. L.; Ajuste Da Radiação Líquida Em Um Modelo De Transferência


Solo-Vegetação-Atmosfera, Universidade Federal do Paraná, SIMEPAR.

 OLIVEIRA, C. A. da S.; Ciência e Tecnologia Agropecuária Conservando Água e Solo


Produzindo Alimentos “In Natura” com Sustentabilidade no Agroambiente. Apostila eletrônica,
versão de 2008.
UnB/Fac. de Agronomia e Med. Veterinária  
Disciplina: Manejo e Mét. de Irrigação Prof. Dr. Carlos A. da S. Oliveira
PROJETO AGRONÔMICO DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO (Móvel)
Dados 18/06/2008 11:41
Nome desta simulação: Trigo de Inverno, SE x SL = 18 x 18, com i = 1, C = 145
Recurso hídrico local
Vazão mínima do recurso hídrico, m / s 3
= Qrh 0,15 Outorga permitida, decimal 0,2
Solo local
Teor de água no limite superior, cm3 / cm3 = Ls 0,400 Tabela
3
Teor de água no limite inferior, cm / cm 3
= Li 0,270 Taxa de infiltração básica TIB, mm / h 110
Evapotranspiração de referência, mm/dia = ETo 6,6 Turno de rega calculado TR, em dias 5
Cultivo de Trigo de inverno
Período de irrigação de toda a área, em dias = PI 5 Eficiência de aplicação da água, decimal 0,7
Profundidade máx. de irrigação, cm =p 54 entre 30 e 40% da profundidade máxima
Fração de mínimo estresse, decimal = fme 0,55 Coeficiente da cultura máximo, Kcmáx 1,15
Pressão de serviço do aspersor, m.c.a. = Ps 20,0 Vazão do emissor, m3 / h = qe 2,88
Raio molhado pelo aspersor, metros 15,9 Modelo: NY 30 Longo verde; bocal 6,2x4,6;
Espaçamento entre emissores na LL, m = SE 15 Espaçamento entre LL, m = SL 15
Int. de aplicação do aspersor, em SExSL, mm / h = Ia 12,8 Ia possível de ser aplicada, mm / h = Iap
Máximo de horas de trabalho por dia, h / dia = htm 20 Tempo para mudar a LL, h = tm 0,5
Horas de irrigação por LL, horas/ dia hi = 19,24
Extensão máxima da LP, m = EmLP 1000 A LP irriga 1 ou 2 lados? i = 1 ou 2 1
Extensão máxima da LL, m = EmLL 700 Coeficiente de rugosidade do tubo = C 145
Área a ser irrigada, em ha 70 ha
Declivividade (-) ou aclividade (+ ) da LL, m / m = So 0,0000 Altura do aspersor, m = Aa 1,2
Diâmetro da LL (único diâmetro) a partir do diâmetro calculado
Diâmetro calculado da LL, m = D 0,161 Diâmetro nominal da LL, m = DL 0,200
Linha Principal (até um máximo de 5 trechos ou LL)
Número de LL móveis na linha principal = NL 4
  Trecho 1 Trecho da LP mais afastado da Motobomba
Diâmetro do trecho 1 da LP, m = D1 0,200 Velocidade no trecho 1, m / s = v1 1,1
  Trecho 2 só ocorre com NL 2
Diâmetro do trecho 2 da LP, m = D2 0,250 Velocidade no trecho 2, m / s = v2 1,5
  Trecho 3 só ocorre com NL 3
Diâmetro do trecho 3 da LP, m = D3 0,300 Velocidade no trecho 3, m / s = v3 1,5
  Trecho 4 só ocorre com NL 4
Diâmetro do trecho 4 da LP, m = D4 0,300 Velocidade no trecho 4, m / s = v4 2,0
Comprimento trecho final Até a Bomba, m = CAB 100 da bomba até a primeira LL
Diâmetro do trecho CAB na LP, m = Dcab 0,300
Potência da Motobomba
Altura de sucção, m = hs 2 Altura máxima de recalque, m = hr 10
Comprimento da sucção, m = Cs 4
Diâmetro Sucção, m = Ds 0,300 Eficiência da moto-bomba = Emb 0,70
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Disciplina: Manejo e Mét. de Irrigação Prof. Dr. Carlos A. da S. Oliveira
PROJETO AGRONÔMICO DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO (Móvel)
Cálculos 18/06/2008 11:41
SOLO
3 3
Teor de água utilizável, cm /cm de solo u = 0,13 Ls - Li
Dados da cultura Trigo de inverno
Lâmina de água util na profundidade p,cm Lau
= 7,02 u p
Água utilizável consumida pela cultura, mm Ir = 38,61 Lau fme 10
Lâmina de água a ser aplicada, mm IR = 55,2 Ir / Ea
CLIMA
Evapot. Máx. da cultura, mm/dia E¨Tcmáx = 7,6 ETo Kcmáx
TURNO DE REGA
Turno de rega mínimo, em dias, TR = 5,0 Arred. (Ir / ETc máx)
Evapot. Máx. da cultura, mm / dia ETcmáx = 7,7 Ir / TR
EMISSOR/ASPERSOR
Intensidade de aplicação do emissor, mm / h Ia = 12,8 qe / (SE SL)
LL, nº de posições na LP, NL e hi
Distância na direção da LP -2.raio emissor, m DEP
= 968 EmLP - (2 x raio molhado do emisor)
Trecho da LP com LL, m (é uma LD) CLP = 975 (Arred.p.baixo DEP / SL) SL + SL
Distância sem irrigação ao final (ou início) da LP 10 EmLP - CLP- (SL)
Nº total de posições de LL, na LP Ntp = 66 {(CLP / SL)+1] i
Nº posições de LL irrigadas, por dia Npd = 14 Arred.p.cima (Ntp / PI)
Tempo de irrigação e mudança, h / posição tim = 4,81 ti + tm = IR / Ia + tm
Nº de posições de LL irrigadas em htm Nphtm = 4 Arred.p.baixo (htm / tim)
Nº de LL móveis na linha principal NL = 4 Arredondar (Npd / Nphtm)
Horas de irrigação por LL, horas/ dia hi = 19,24 Nphtm tim
LL, Comprimento CL, Na, QL
Distância na direção da LL, sem 2*SE, m DEL = 670 (EmLL) - (2 raio molhado do aspersor)
Comprimento da LL, m CL = 675 [(Arred.para baixo(DEL / SE) SE) + SE] / i
Comprimento da LL + SE, m CLSE = 690
Número de emissores por LL Ne = 45 CL / SE
Ne
Nº total de emissores em todas as LL 180 NL
Vazão da LL, m3 / s QL = 0,0360 Ne qe / 3600
metros das bordas da área até a LL 0,0 EmLL - DEL- 2SE
LL, Perdas de carga permissível
Desnível geométrico ao longo da LL, m z = 0 So CL
Perda permissível por atrito na LL, m.c.a. hfp = 4,0 hfp <= 0,2 Ps - (z)
Expoente da velocidade, m
Fator de correção para Na, adimensional, F= 0,362 = 1,852
Perda permissível sem emissores, m.c.a. Hfp = 11,06 Hfp F donde Hfp = hfp / F
Perda de carga unitária permissível, m/m Jp = 0,016 Hfp / CL
LL, único diâmetro D nominal/real e perda de carga
Diâmetro aproximado da LL em m, D= 0,161 [QL / ( 0,2788 C Jp0,54)] 1 / 2,63
Perda por atrito na LL sem aspersores, m/m JL = 0,0057 [QL / (0,2788 C DL2,63)]1 / 0,54
Perda por atrito na LL sem aspersores, mca Hf = 3,844 JL CL
Perda por atrito na LL com aspersores, mca hfL = 1,391 Hf F
Perda total, atrito e desnível, na LL, mca hfLt = 1,391 hfL + (z)
LL, Pressão no início e final da LL
Pressão no início da LL, m.c.a Pin = 22,24 Ps + 0,75 hfL + Aa + 0,5 (z)
Pressão no final da LL, m.c.a. Pf = 20,85 Pin - hfL - (z)
Linha Principal (até um máximo de 5 trechos ou NL = 5)
Trecho 1 é o trecho mais afastado na LP
3
Vazão no trecho 1 da LP, m /s = Q1 0,0360 QL
Comprimento aproximado do trecho 1, m = C1 243,8 CLP / NL
Velocidade no trecho 1, em m/s = v1 1,1 Q1 / Área
Perda de carga unitária no trecho 1, m/m = J1 0,0057 [Q1 / (0,2788 C D12,63)]1 / 0,54
Perda de carga por atrito no trecho 1, m = Hf1 1,39 J1 C1
  Trecho 2 só ocorre com NL 2
3
Vazão no trecho 2 da LP, m /s = Q2 0,0720 Se NL 2, Q2 = 2 QL
Comprimento aproximado do trecho 2, m = C2 243,75 0 ou CLP/NL
Velocidade no trecho 2, em m/s = v2 1,5 Q2 / Área
Perda de carga unitária no trecho 2, m/m = J2 0,007 0 ou [Q2 / (0,2788 C D22,63)]1 / 0,54
Perda de carga por atrito no trecho 2, m = Hf2 1,69 0 ou J2 C2
  Trecho 3 só ocorre com NL  3
Vazão no trecho 3 da LP, m /s 3
= Q3 0,1080 Se NL 3, Q3 = 3 QL
Comprimento aproximado do trecho 3, m = C3 243,75 0 ou C3 = CLP/NL
Velocidade no trecho 3, em m/s = v3 1,5 0 ou v3 =Q3 / Área
Perda de carga unitária no trecho 3, m/m = J3 0,006 0 ou J3 = [Q3 / (0,2788 C D32,63)]1/0,54
Perda de carga por atrito no trecho 3, m = Hf3 1,47 0 ou Hf3 = J3 C3
  Trecho 4 só ocorre com NL 4
Vazão no trecho 4 da LP, m /s 3
= Q4 0,1440 Se NL 4, Q4 = 4 QL
Comprimento aproximado do trecho 4, m = C4 243,75 0 ou C4 = CLP/NL
Velocidade no trecho 4, em m/s = v4 2,0 0 ou v4 = Q4 / Área
Perda de carga unitária no trecho 4, m/m = J4 0,010 0 ou J4 = [Q4 / (0,2788 C D42,63)]1/0,54
Perda de carga por atrito no trecho 4, m = Hf4 2,51 0 ou Hf4 = J4 C4
  Trecho 5 só ocorre com NL  5
Vazão no trecho 5 da LP, m /s 3
= Q5 0,0000 Se NL , Q5 = 5 QL
Comprimento aproximado do trecho 5, m = C5 0 0 ou C5 = CLP/NL
Velocidade no trecho 5, em m/s = v5 0,0 0 ou v5 = Q5 / Área
Perda de carga unitária no trecho 5, m/m = J5 0,000 0 ou J5 = [Q5 / (0,2788 C D52,63)]1/0,54
Perda de carga por atrito no trecho 5, m = Hf5 0,00 0 ou Hf5 = J5 C5
Trecho final até a
  Motobomba        
Vazão máxima da dotação, m / s 3
0,0300 < Qrh Dmp
Vazão total das linhas laterais, m / s 3
= QTL 0,1440 NL QL
Perda de carga unitária trecho CAB, m/m =Jcab 0,010 [QTL / (0,2788 C Dcab2,63)]1 / 0,54
Perda de carga neste último trecho, m = Hfcab 1,03 Jcab CAB
Cálculo da Potência da Motobomba
Área total a ser irrigada, m2 = At 697950,0 (CL i + 2SE) (CLP + SE)
Área considerando EmLP e EmLL = At1 700000,0 EmLP * EmLL
3
Vazão máx diária, m /s = Qmáx 0,1112 (At ETcmáx TR)/(hi 3600 Ea PI)
Perda de carga total por atrito no recalque, m=Hfr 8,09 Hf1+Hf2+Hf3+Hf4+Hf5+Hfcab
Perda de carga unitária na sucção, m/m = Js 0,0103 [QTL / (0,2788 C Ds2,63)]1/0,54
Perda de carga por atrito na sucção, m = Hfs 0,0412 Js Cs
Perda de carga por atrito na LP e sucção, m = Hf 8,13 Hfr + Hfs
Altura manométrica, m = Hman 43,58 hs + hr + Hf + Pin + Aa
Potência do conjunto moto-bomba, CV = Pot 119,52 (QTL Hman) / (0,075 Emb)
Adicional de potência, CV = Pot 131,5
Potência mínima a ser instalada, CV 132
Cálculo do custo de energia mensal
Dias de operação do motor por mês, = Dom 30 30 PI / TR
Horas de operação do motor por mês = Hom 577,098 Dom ht
Potência do conjunto moto-bomba em kw = kw 98,472 CV 0,746
Total mensal de energia, em kwh = Tme 56828 kW Hom
Custo médio da energia em reais por kwh, = Ce 0,2 Consultar Empresa de energia local
Custo de energia mensal, em reais = Cem 11365,60 Ce Tme

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