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1 author:
Eric Boëda
Visiting Researcher Fellow at IVPP (Pékin), Université Paris Ouest, CNRS
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Canindé
Revista do Museu de Arqueologia de Xingó
Nº 7 junho/2006
Canindé
Revista do Museu de Arqueologia de Xingó
editor
José Alexandre Felizola Diniz MAX, Universidade Federal de Sergipe
COMISSÃO EDITORIAL
Pede-se permuta
Ou demande l’échange
We ask for exchange
Pede-se canje
Si richiede lo scambo
Mann bitted um austausch
Editorial................................................................................................... 5
artigos
- UM OBJETO LÍTICO. ALÉM DA FORMA, A ESTRUTURA........ 11
Emílio Fogaça
Eric Boëda*
Résumé
Palavras-chave
eric.boeda@wanadoo.fr
* Professeur - Université de Paris X-Nanterre UMR 7041 Archéologie et Sciences
de l’Antiquité/ Anthropologie des Techniques des Espaces et des Territoires aux
Pléistocène (responsable) Maison de l’Archéologie et de l’Ethnologie. Université de
Paris X – Nanterre, 21 allée de l’Université 92023 Nanterre Cedex, França.
1
Uma versão em inglês desse trabalho foi publicada como: Boëda, E. Levallois: a
volumetric construction, methods, a technique. In: Dibble, H.L. & Bar-Yosef, O.
The definition and interpretation of Levallois technology. Monographs
in world archaeology, n. 23. sl, Prehistory Press, 1995. Tradução e adaptação em
português: E. Fogaça, 2004.
38 Levallois: uma construção volumétrica, vários métodos, uma técnica
Problemas de identificação
Análise tecnológica
Análise experimental
A experimentação, conduzida paralelamente à análise dos es-
quemas diacríticos de diferentes peças líticas demonstrou claramente
que um único objeto, seja qual for, pode ser obtido de diversas maneiras.
Essas maneiras correspondem a igual diversidade de saber fazer e de
conhecimentos específicos e independentes. A experimentação deve então
distinguir as imposições técnicas inerentes ao trabalho das rochas duras
daquilo que é conseqüência das regras técnicas do grupo - ou seja, de
suas escolhas culturais.
Consequentemente, a formula segundo a qual todo objeto iden-
tificado como Levallois resulta de um lascamento Levallois, conforme a
definição de Bordes, é errônea e não pode mais ser considerada como uma
regra válida. Pois se um esquema operatório Levallois produz suportes
predeterminados classificáveis como Levallois, é também verdade que
suportes com aparência tipológica de produtos Levallois não são neces-
sariamente resultado de um esquema operatório Levallois (Figura 5: a,
b).
Tomemos, por exemplo, a noção de lasca ‘tipologicamente’
Levallois. Esse tipo de lasca pode de fato resultar de um lascamento
Levallois, mas pode igualmente resultar de uma operação de façonnage
cujo objetivo é a produção de um biface.
Se alguém identifica uma lasca oriunda do façonnage de um
biface como sendo Levallois, isso implica direta e imediatamente na
Canindé, Xingó, nº 7, Junho de 2006
44 Levallois: uma construção volumétrica, vários métodos, uma técnica
vallois, ainda que o debitagem não seja Levallois (Figura 8). Os núcleos
denominados discóides podem também produzir certo número de pontas
Levallois (Figura 9). E finalmente, núcleos concebidos tal como aqueles
encontrados em certos períodos do Paleolítico Superior na Europa e no
Neolítico são perfeitamente capazes de produzir pontas Levallois (Boker
Tachtit, nível 1) (Figura 10).
Simetricamente, núcleos Levallois podem produzir pontas com
diferentes morfologias (Figura 11: a, b).
A primeira constatação a ser feita é que pontas Levallois podem
resultar de concepções de lascamento que nada têm a ver com o lasca-
mento Levallois.
Quando examinamos certo número de concepções de lascamento,
Figura 11: Núcleos Levallois: (a): Bagarre, France; (b): Kebara, Israel,
conjunto IX, X.
CONVEXIDADES
convexidade
distal
plano paralelo
char-
(Figura 20).
Restrições
SUPERFÍCIE DE LASCAMENTO
volume explorado
Expressão quantitativa
Método preferencial
Método recorrente
Expressão qualitativa
Dependendo do tipo de suporte desejado, a superfície de lascamento
será organizada conforme diferentes critérios técnicos e explorada con-
forme diferentes regras de gestão.
Podemos assim distinguir:
Uma fase de inicialização do núcleo que consiste, por um lado, no
estabelecimento dos critérios técnicos Levallois definidos anteriormente
e, também, na configuração da superfície de lascamento de modo que os
critérios morfológicos, técnicos e métricos dos suportes predeterminados
sejam obteníveis.
Uma fase de gestão ou realização que consiste na aplicação do mé-
todo para a produção do(s) suporte(s) desejado(s) (Figura 26).
Distinguimos igualmente:
Método preferencial: conforme as características morfológicas,
técnicas e métricas previstas para a retirada, a superfície de lascamento
será organizada de maneira específica. Exemplos: método para lasca
Levallois preferencial: conforme as características técnicas, métricas e
morfológicas procuradas, um método de inicialização específico será utili-
zado: lasca quadrangular, oval, triangular; método para ponta Levallois
1º superfície
2º superfície
1º plano
2º plano
1º superfície
2º superfície
1º plano
2º plano
material
estágio 0 bruto
fase 2
configuração métodos de configuração
fase 3
produção métodos de produção
Figura 27: Método preferencial. (a) quadrangular; (b) triangular; (c) oval.
CONVEXIDADES convexidade
distal
CONVEXIDADES
convexidade periférica
convexidade convexidade
lateral esquerda lateral direita
Conclusões
char-
surpefície de lascamen-
to no ângulo contíguo
aos planos de percussão
surpefície de lascamen-
to em
ângulos opostos aos planos
Figura 38: Sítio Hummal, nível Hummaliense: núcleo com duas superfícies
exploradas.
BIBLIOGRAFIA