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Fotografia:
Eduardo Pedro | Edições Novembro
Os visados alegam que não vão sair dali, enquanto a administração local ou
os órgãos competentes não os indemnizar. De acordo com depoimentos
recolhidos, a administração municipal estabeleceu um período para os
habitantes deixarem o local, uma decisão que não agrada a todos, razão
pela qual pedem mais flexibilidade, porque não têm condições financeiras
para procurar outro sítio para morar.
Gombo Teresa Manuel, 56 anos, viu duas filhas morrer, depois que a sua
casa desabou, no bairro da Farmácia, na última chuva que a capital
registou, no mês de Abril. Agora a viver ao relento, a mulher recordou os
momentos de desespero que viveu, quando as duas filhas ficaram embaixo
dos escombros, apesar do trabalho árduo dos vizinhos, ambas foram
encontradas já sem vida.
Gombo Manuel garante que está de mãos atadas, não tem onde ir e a
administração local pede-lhe para sair. “ Eu e a minha família, vamos
permanecer nestas condições até que administração nos dê um sítio para
morar”, argumentou. Questionada se tem algum documento que prove a
legalidade da construção de sua casa, a mais velha não respondeu.
Também moradora, no bairro da Farmácia, Rebeca Manuel é da mesma
opinião que os seus vizinhos. Sem ser indemnizada pela administração do
município ou órgãos competentes não vai arredar o pé daquela zona. A
jovem de 36 anos diz não acreditar que foram notificados para sair sem
receberem o devido apoio do Estado. “Sei que o Estado é pessoa de bem,
ainda me resta alguma esperança, podemos chegar a um entendimento,
independentemente do estatuto legal das casas, na rua não vão nos deixar”,
finaliza confiante.
Denúncias e acusações
Desafios