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EMPRESARIAL E
TRIBUTÁRIO
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
Lattes: <http://lattes.cnpq.br/9101607861095025>.
APRESENTAÇÃO
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)!
Neste livro, trataremos de temas importantes tanto para o desenvolvimento profissional
quanto para o pessoal, tendo em vista que se trata do Direito Empresarial e Tributário,
duas esferas do direito de grande importância para desenvolvimento econômico e so-
cial, visto que, em nossa sociedade capitalista, as empresas possuem objetivo principal
em auferir lucro, e dessa forma por meio dos pagamentos dos impostos e salários mo-
vimentam a economia.
Dois ramos do Direito diferentes, mas relacionados entre si, e para tanto, imprescindível
entender conceito do Direito Empresarial, bem como os princípios específicos relacio-
nados à atividade, para entender quem pode exercer atividade empresarial, quais seus
requisitos diante do entendimento do que significa empresa e atividade, sem esquecer
do estabelecimento e da legalização da empresa.
Após visualizar conceitos sobre empresas e empresários, entendemos que alguns as-
pectos sobre as sociedades e suas classificações, formas de constituição e, principal-
mente, como constituir estabelecendo as diferenças entre cada uma delas, como ocorre
a administração de acordo com as leis aplicadas para discernir qual a melhor forma de
sociedade é mais adequada à sua necessidade, finalizando com as operações societárias
que podem ser realizadas.
Seguimos para as noções do Direito Tributário e seus aspectos relevantes principalmen-
te na existência da relação jurídica entre as pessoas e o ente público sendo primordial
entender o momento do surgimento dessa relação e o motivo pelo qual ela surge, par-
tindo do pressuposto de conceitos do direito tributário seguindo para fontes que são
essenciais para interpretação de qualquer direito.
Como funciona o sistema tributário nacional, como são instituídos os tributos e quais
são os princípios e limites desse poder tão relevante atualmente, são temas debatidos
atualmente em nossas câmaras legislativas.
Em seguida, passaremos a conhecer as principais leis aplicadas ao Direito Tributário para
entender sua aplicabilidade e conhecer as formas de aplicação. Para que não haja qual-
quer sanção, é necessário compreender o motivo do surgimento da obrigação tributária
para instituir a responsabilidade tributária a quem for de direito, finalizando esta unida-
de com formas de suspensão, exclusão e extinção do crédito tributário.
E, finalmente, conheceremos a competência tributária e as espécies de tributos, princi-
palmente, os principais tributos instituídos pela União, Estados e Municípios, apresen-
tando algumas regras encerrando nossos estudos com funcionamento das taxas, contri-
buições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
Bons estudos!
Prof.ª Renata Monteiro de Andrade
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
DO DIREITO EMPRESARIAL
15 Introdução
16 Direito Empresarial
21 Conceitos de Empresário
27 Cônjuges
39 Contabilista
40 Considerações Finais
45 Referências
47 Gabarito
UNIDADE II
SOCIEDADES
53 Introdução
54 Conceito de Sociedades
73 Sociedade Comum
78 Considerações Finais
83 Referências
84 Gabarito
10
SUMÁRIO
UNIDADE III
87 Introdução
110 Referências
111 Gabarito
UNIDADE IV
115 Introdução
147 Referências
148 Gabarito
11
SUMÁRIO
UNIDADE V
153 Introdução
185 Referências
186 Gabarito
188 CONCLUSÃO
Professora Esp. Renata Monteiro de Andrade
I
UNIDADE
DO DIREITO EMPRESARIAL
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender os conceitos do Direito Empresarial.
■■ Compreender os princípios específicos da atividade empresarial.
■■ Conceituar empresário e saber quem possui capacidade para ser
empresário.
■■ Aprender quem não pode ser empresário.
■■ Assimilar conceito de empresa e atividade empresarial.
■■ Instruir-se de como se realiza o registro e legalização das empresas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Direito empresarial
■■ Conceitos de empresário
■■ Cônjuges
■■ Empresa e atividade empresarial
■■ Registro e legalização das empresas
■■ Contabilista
15
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), esta unidade tem por objetivo a sua compreensão sobre
o Direito Empresarial, assunto que estará presente tanto na vida profissional de
qualquer gestor ou administrador.
Devemos entender os conceitos trazidos pelos grandes doutrinadores sobre
Direito Empresarial para que possamos delinear as obrigações estabelecidas na
legislação, principalmente motivos e as relações existentes entre as pessoas e a
empresa para que não haja qualquer prejuízo à empresa ou ao profissional.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
16 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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DIREITO EMPRESARIAL
Segundo Santos (2010, p. 13): “[...] o Direito Empresarial é o ramo do Direito que
tem por objeto a regulamentação da atividade econômica daqueles que atuam na
circulação ou produção de bens, bem como na prestação de serviços”.
DO DIREITO EMPRESARIAL
17
Lembremo-nos que as regras do Direito também são estabelecidas por suas fon-
tes, de acordo com ensinamentos de Teixeira (2013) tratadas como primárias
ou secundárias em que as primeiras são as leis, por exemplo, Lei de falência,
Lei da franquia, Lei da Duplicata mercantil, inclusive a Constituição Federal,
entre outras. A segunda ou secundárias são usos e costumes que são as práticas
reiteradas que passam a ser aceitas pelos empresários como regras, passando a
vigorar quando não houver norma expressa sobre assunto, por exemplo, emis-
são de pagamento de boletos bancários.
Dentro do Direito Empresarial, tratamos de direito societário, direito falimen-
tar, direito industrial, direito cambiário, direito concorrencial, direito bancário,
direito de mercado de capitais, direito marítimo, direito securitário, entre outros.
Segundo Teixeira (2013, p. 38): “[...] objeto do direito empresarial é essen-
cialmente, regular as relações entre empresários e dispor sobre as regras das
sociedades empresariais”.
Gomes (2007) apresenta algumas características que diferenciam o Direito
Empresarial por apresentar características próprias que são:
■■ Simplicidade: afigura-se como um elemento próprio do comércio, visto
que ele atende às necessidades da sociedade e tais necessidades (como ali-
mentos, o vestuário e mesmo o crédito) são imediatas, daí a ausência de
formas rígidas para prática dos atos jurídicos no Direito comercial, que
valoriza as práticas adotadas, ou seja, os costumes.
Direito Empresarial
18 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
■■ Individualismo: o lucro é a preocupação imediata do interesse individual.
■■ Fragmentarismo: há um conjunto de regras que os norteiam, pois, direito
empresarial vincula-se a outros ramos do direito, mesmo que haja carac-
terísticas próprias, ela deve estar em harmonia com outras leis.
■■ Dinamismo: o Direito Empresarial é dinâmico e está sempre em cons-
tante desenvolvimento, aderindo a novas tecnologias, o que resulta na
prática de novas práticas comerciais.
Como todos os ramos do Direito, atividade empresarial também possui seus prin-
cípios específicos, estes trazidos pela Constituição Federal (1988), que estabelece:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
I - soberania nacional.
II - propriedade privada.
IV - livre concorrência.
V - defesa do consumidor.
DO DIREITO EMPRESARIAL
19
Direito Empresarial
20 UNIDADE I
Esse princípio foi regulamentado pela Lei nº 12.529/2011, dispondo sobre sis-
tema brasileiro de defesa da concorrência e prevenção e repressão às infrações
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
contra a ordem econômica.
Os empresários possuem a garantia constitucional de concorrer livremente
entre si sem a intervenção do Estado, desde que não pratique qualquer infra-
ção legal.
Princípio da Defesa do consumidor: ganhou bastante importância no
decorrer dos tempos, tanto que passou a ser regulamentado pelo seu próprio
código. Este princípio determina que a atividade econômica deve sempre pro-
teger a parte mais fraca na relação.
Princípio da Defesa do meio ambiente: a partir da Emenda Constitucional
42, inovou o tratamento a esse princípio valorando àquele que se preocupa com
o meio ambiente e penalizando aquele que o desrespeita, trazendo obrigações
constitucionais e submetendo responsabilidades aos Estados de acordo com o
agente que o pratica.
Princípio do Tratamento favorecido às empresas de pequeno porte:
visando a redução das desigualdades, o Estado cria Leis para incentivar os
pequenos empresários para que exerçam sua atividade econômica em igual-
dade com as grandes empresas. Esse princípio foi regulamentado por uma Lei
complementar nº 123/2006, estabelecendo empresa de pequeno porte, criando
o sistema SIMPLES.
Contudo, nos ensina Teixeira (2013, p. 43):
[...] a todos é assegurado o direito de participar da economia, por meio
desenvolvimento de atividade industrial, comercial ou prestação de
serviço, desde que atendidos os requisitos de capacidade do agente e o
respeito aos impedimentos legais.
DO DIREITO EMPRESARIAL
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONCEITOS DE EMPRESÁRIO
O conceito de empresário é apresentado pelo Código Civil em seu artigo 966 que
determina: “Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços” (BRASIL, 2002, on-line)2.
Para melhor compreensão, utilizaremos os ensinamentos de Coelho (2002,
p. 11) para entendermos a definição de cada parte:
Profissionalismo: a noção de exercício profissional de certa atividade
é associada, na doutrina, às considerações de três ordens. A primeira
diz respeito à habitualidade. Não se considera profissional quem reali-
za tarefas de modo esporádico. Não será empresário, por conseguinte,
aquele que organizar episodicamente a produção de certa mercadoria,
mesmo destinando-a à venda no mercado. Se está apenas fazendo um
teste, com o objetivo de verificar se tem apreço ou desapreço pela vida
empresarial ou para socorrer situação emergencial em suas finanças, e
não se torna habitual o exercício da atividade, então, ele não é empresá-
rio. O segundo aspecto do profissionalismo é a pessoalidade. O empre-
sário, no exercício da atividade empresarial, deve contratar empregados.
São estes que, materialmente falando, produzem ou fazem circular bens
ou serviços. O requisito da pessoalidade explica por que não é o em-
Conceitos de Empresário
22 UNIDADE I
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potenciais à saúde ou vida dos consumidores — costumam ser de seu
inteiro conhecimento. Porque profissional, o empresário tem o dever de
conhecer estes e outros aspectos dos bens ou serviços por ele forneci-
dos, bem como o de informar amplamente os consumidores e usuários.
Atividade: se empresário é o exercente profissional de uma atividade
econômica organizada, então, empresa é uma atividade; a de produção
ou circulação de bens ou serviços. É importante destacar a questão. Na
linguagem cotidiana, mesmo nos meios jurídicos, usa-se a expressão
“empresa” com diferentes e impróprios significados. Se alguém diz “a
empresa faliu” ou “a empresa importou essas mercadorias”, o termo é
utilizado de forma errada, não técnica. A empresa, enquanto atividade,
não se confunde com o sujeito de direito que a explora, o empresário. É
ele que fale ou importa mercadorias. Similarmente, se uma pessoa ex-
clama “a empresa está pegando fogo!” ou constata “a empresa foi refor-
mada, ficou mais bonita”, está empregando o conceito equivocadamen-
te. Não se pode confundir a empresa com o local em que a atividade é
desenvolvida. O conceito correto nessas frases é o de estabelecimento
empresarial; este sim pode incendiar-se ou ser embelezado, nunca a
atividade. Por fim, também é equivocado o uso da expressão como si-
nónimo de sociedade. Não se diz “separam-se os bens da empresa e os
dos sócios em patrimônios distintos”, mas, “separam-se os bens sociais
e os dos sócios”; não se deve dizer “fulano e beltrano abriram uma em-
presa”, mas “eles contrataram uma sociedade”.
Econômica: a atividade empresarial é econômica no sentido de que
busca gerar lucro para quem a explora. Note-se que o lucro pode ser
o objetivo da produção ou circulação de bens ou serviços, ou apenas o
instrumento para alcançar outras finalidades. Religiosos podem prestar
serviços educacionais (em uma escola ou universidade) sem visar espe-
cificamente o lucro. É evidente que, no capitalismo, nenhuma atividade
econômica se mantém sem lucratividade e, por isso, o valor total das
mensalidades deve superar o das despesas também nesses estabeleci-
DO DIREITO EMPRESARIAL
23
Exige-se apenas que o empresário se valha dos conhecimentos próprios aos bens
ou serviços que pretende oferecer ao mercado — sejam estes sofisticados ou de
amplo conhecimento — ao estruturar a organização econômica.
■■ Produção de bens ou serviços: produção de bens é a fabricação de
produtos ou mercadorias. Toda atividade de indústria é, por definição,
empresarial. Produção de serviços, por sua vez, é a prestação de serviços.
São exemplos de empresários que produzem bens: os donos de monta-
dora de veículos, fábrica de eletrodomésticos, confecção de roupas; e dos
que produzem serviços: os de banco, seguradora, hospital, escola, esta-
cionamento, provedor de acesso à internet.
■■ Circulação de bens ou serviços: a atividade de circular bens é a do comér-
cio, em sua manifestação originária: ir buscar o bem no produtor para
trazê-lo ao consumidor. E a atividade de intermediação na cadeia de esco-
amento de mercadorias. O conceito de empresário compreende tanto o
atacadista como o varejista, tanto o comerciante de insumos como o de
mercadorias prontas para o consumo. Os donos de supermercados, con-
cessionárias de automóveis e lojas de roupas são empresários. Circular
serviços é intermediar a prestação de serviços. A agência de turismo não
presta os serviços de transporte aéreo, traslados e hospedagem, mas, ao
montar um pacote de viagem, os intermedia.
Conceitos de Empresário
24 UNIDADE I
fim dos anos 1990, a distinção entre bens ou serviços não comportava, na
maioria das vezes, maiores dificuldades. Bens são corpóreos, enquanto os
serviços não têm materialidade. A prestação de serviços consistia sem-
pre em uma obrigação de fazer. Com a intensificação do uso da internet
para a realização de negócios e atos de consumo, certas atividades resis-
tem à classificação nesses moldes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
produzir e circular bens ao mesmo tempo (como uma fábrica que man-
tém loja varejista na porta do seu estabelecimento industrial); ou pode
circular bens e prestar serviço concomitantemente (por exemplo, uma
concessionária que vende veículos e realiza assistência técnica).
A Lei determina que poderá exercer atividade como empresário aquele que esteja
em pleno gozo da capacidade civil (art. 972 Código Civil), e não haja qualquer
impedimento legal para exercício. Desse modo, primeiro, vamos entender o que
apresenta o Código Civil acerca da capacidade em seu art. 5.º e parágrafo único:
Art. 5.º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pes-
soa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
II - pelo casamento.
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Conceitos de Empresário
26 UNIDADE I
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
[...]
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Funcionário Público: eis que não devem se preocupar com situações que não
se referem ao cargo que ocupam, e ainda dependendo do cargo, o exercício da
atividade pode favorecer uma empresa ou pessoa, o que é vedado por lei, neste
sentido estabelece a Lei nº 8.112/90:
Art. 117. Ao servidor é proibido: X - participar de gerência ou adminis-
tração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exer-
cer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditá-
rio (BRASIL, 1990, on-line)4.
DO DIREITO EMPRESARIAL
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CÔNJUGES
Cônjuges
28 UNIDADE I
conforme estabelece o artigo: “Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar socie-
dade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da
comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória” (BRASIL, 2002,
on-line)2.
Caro(a) aluno(a), para explicar as exceções, pensemos que no caso da união
com comunhão universal de bens, ou seja, comunicam-se todos os bens adqui-
ridos antes ou depois do casamento, de modo que seria como uma sociedade a
uma só pessoa, portanto, não haveria segurança jurídica, já que se trata de uma
universalidade de bens, além da falha na administração acarretaria um grande
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
prejuízo familiar. Já o regime de separação obrigatória é para evitar fraudes, um
ficar transferindo para outros os bens e prejudicando terceiros.
Todos os atos (inclusive os da vida civil) que envolvam o empresário
devem ser registrados no Registro Público das Empresas Mercantis,
como doação, pacto antenupcial, separação etc. (CC, arts. 979 e 980),
visando que aqueles que contratem com o empresário possam ter aces-
so às informações e noção de como está o seu patrimônio, para fins de
cumprimento das obrigações, principalmente no caso de desconsidera-
ção da personalidade jurídica (TEIXEIRA, 2016, p. 88).
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sador ou cientista, ou seja, alguém especializado em uma ciência (co-
nhecimentos sistêmicos). As atividades realizadas pelos profissionais de
uma das áreas do conhecimento (humanas, exatas e biológicas) podem
se enquadrar na atividade intelectual, citando-se, como exemplos, o
preparador físico, o fisioterapeuta, o psicólogo, o químico, médico etc.
Pode-se dizer que esses são cientistas nas suas respectivas áreas.
Já a atividade de natureza literária está relacionada com a expressão
da linguagem, ideias, sentidos e símbolos, especialmente por meio da
escrita. Nesse sentido, o escritor, o compositor, o poeta, o jornalista etc.
São exemplos de profissionais que exercem atividade de natureza literá-
ria. O literário é intelectual, mas pode não ser universitário.
Para ilustrar os conceitos, podemos citar o exemplo do médico, se ele atuar sozi-
nho, mesmo que contrate uma secretária e uma enfermeira ou auxiliar ainda
continua a exercer atividade intelectual, pois é em razão do trabalho “específico
daquele médico” que ele é procurado por seus pacientes, por isso, não desenvolve
atividade empresarial. Entretanto, se este médico passar a ser uma clínica ou um
hospital passará a exercer uma atividade empresarial, visto que será conhecido
por sua empresa e não pelo seu trabalho, ele passou a ser organizador na fun-
ção de médico fundador deixando sua profissão intelectual em segundo plano.
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EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Não é possível desconsideração da É possível desconsideração da pessoa
pessoa jurídica. jurídica nas hipóteses legais.
Capital social mínimo de 100 salários
Não possui capital social mínimo.
mínimos.
Nome: Firma individual. Nome: firma ou denominação + EIRELI.
Fonte: Santos (2012, p. 24).
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Lembremos que para ser levado a registro o ato constitutivo deve obedecer aos
requisitos trazidos pelos artigos 997 a 1.000 do Código Civil. Teixeira (2016, p.
66) explica que a inscrição do empresário tem como finalidade:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) proteger sua identificação e seu nome empresarial, o que é garantido
pelo princípio da anterioridade, ou seja, quem primeiro registrar aque-
le nome goza de proteção.
[...]
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas
as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou ca-
racterísticas de sociedade empresária, que adotem denominação de
fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam
como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não
inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar (BRASIL,
1994, on-line)9.
DO DIREITO EMPRESARIAL
35
Sendo assim além da Junta Comercial a OAB também é responsável pelo regis-
tro apenas das sociedades de advogados. Além do registro, a Lei ainda prevê
algumas obrigações ao empresário que são ensinadas por Teixeira 2016, p. 67:
1. a escrituração uniforme de livros mercantis (CC, art. 1.179, caput,
1ª parte) significa que a escrituração deve ser feita respeitando os
princípios da Contabilidade, como a ordem crescente de datas em
dia, mês e ano.
O registro para a atividade empresarial não é requisito para o exercício dessa ati-
vidade; apenas delineia a sua regularidade.
Santos nos enriquece ressaltando que:
[...] cooperativa por ser uma sociedade simples, o local adequado para
seu registro deveria ser no Cartório de Registro Civil de Pessoas jurídi-
cas, de acordo com o art. 998, caput, do CC, mas, de acordo com o art.
18 da Lei nº 5.764/1971 - Lei do Cooperativismo - e com o art. 32, II,
da Lei nº 8.934/1994, o registro da cooperativa deve ocorrer na Junta
Comercial, o que faz com que, na prática, a cooperativa continue tendo
seus atos registrados na Junta Comercial (SANTOS, 2010, p. 23).
E complementa que quem exerce atividade “rural” pode requerer seu registro na
junta Comercial do Estado no qual se encontra (art. 971 do CC). “Quem exerce
a atividade rural tem, portanto, a faculdade de registrar sua atividade e não a
obrigação de registrar sua atividade. E nesse caso, só será considerado empre-
sário, se for realizado o registro na junta Comercial” (SANTOS, 2010, p. 23).
LIVROS EMPRESARIAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ído pelo livro de balancetes Diários e Balanços, se adotados o sistema de fichas
de lançamento, de acordo com Art. 1.185 do Código Civil:
Art. 1.185. O empresário ou sociedade empresária que adotar o siste-
ma de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro
Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades ex-
trínsecas exigidas para aquele (BRASIL, 2002, on-line)2.
DO DIREITO EMPRESARIAL
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
São chamadas popularmente de “luvas” as quantias pagas pelos locatá-
rios para obtenção do contrato de locação.
Em princípio, pode-se argumentar que a cobrança de “luvas” por parte
do locador está vedada pela Lei de Locações: “Art. 43. Constitui con-
travenção penal, punível com prisão simples de 5 (cinco) dias a 6 (seis)
meses ou multa de 3 (três) a 12 (doze) meses do valor do último aluguel
atualizado, revertida em favor do locatário: I - exigir, por motivo de
locação ou sublocação, quantia ou valor além do aluguel e encargos
permitidos; [...]”.
Contudo, é de se admitir a cobrança de “luvas” por parte do locatário
que pretenda vender o seu direito ao ponto comercial ou mesmo todo
o estabelecimento a terceiro. Essas “luvas” correspondem ao valor eco-
nômico do ponto comercial.
DO DIREITO EMPRESARIAL
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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CONTABILISTA
Contabilista
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
disciplina dentre tantas outras relacionadas ao Direito, principalmente em sua
autonomia trazida pela Constituição Federal de 1988.
Ainda tratamos das fontes das últimas atualizações legislativas e inovações,
bem como as fontes do Direito Comercial, importantes pois nele são aceitas
práticas reiteradas. Depois vêm os princípios importantes para vislumbrar e
interpretar as leis de acordo com as situações que serão vivenciadas no dia a dia
do profissional.
O Sistema legislativo brasileiro passa por constantes modificações, pois
muito embora saibamos que o processo na maioria das vezes se torna demo-
rado, passamos por grandes transformações nos últimos 15 anos. As mudanças
não pararam por aí, o processo ainda continua evoluindo, e com isso o profissio-
nal deve acompanhar todas essas modificações sendo imprescindível conhecer
o passado e as evoluções para entender o presente.
Adentramos sobre o universo do Direito Comercial apresentado por suas
características e princípios específicos descritos na nossa Constituição Federal
de 1988 e, posteriormente, entender quem pode ser empresário, quais as exigên-
cias legais e, o melhor, quais são os impedimentos e exceções.
Vimos ainda os conceitos de Empresa e atividade empresarial, notáveis dife-
renças necessárias para aplicabilidade na vida profissional exemplificando com
casos práticos. Finalizamos com as formas de registro e legalização das empresas.
DO DIREITO EMPRESARIAL
41
Referências on-line
1
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Aces-
so em: 14 out. 2016.
2
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 14
out. 2016.
3
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2005/lei/l11101.htm>.
Acesso em: 14 out. 2016.
4
Em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 14
out. 2016.
5
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm>. Acesso em:
14 out. 2016.
6
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212orig.htm>. Acesso em: 14 out.
2016.
7
Em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/2177-7055.2013v-
34n66p305/25070>. Acesso em: 14 out. 2016.
8
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8934.htm>. Acesso em: 14 out.
2016.
9
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8906.htm>. Acesso em: 14 out.
2016.
10
Em: <http://www.smpe.gov.br/noticias/forum-permanente-se-reune-para-deba-
ter-lei-geral-das-mpes>. Acesso em: 15 out. 2016.
47
GABARITO
7. Àquele que esteja em pleno gozo da capacidade civil (art. 972 Código Civil), e
não haja qualquer impedimento legal para exercício. Os cônjuges podem cons-
tituir sociedades empresárias entre si ou com terceiros, mas a lei reserva uma
exceção para aqueles casados em regime comunhão universal de bens ou em
separação obrigatória.
9.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL EIRELI
Não adquire personalidade jurídica. Adquire personalidade jurídica.
Patrimônio do titular: responde pelas dí-
Patrimônio: dívidas pessoais e dívi- vidas pessoais.
das empresariais. Patrimônio da EIRELI: responde pelas dí-
vidas empresariais.
Não é possível desconsideração da É possível desconsideração da pessoa ju-
pessoa jurídica. rídica nas hipóteses legais.
Capital social mínimo de 100 salários mí-
Não possui capital social mínimo.
nimos.
Nome: Firma individual. Nome: firma ou denominação + EIRELI.
10. Nosso Código Civil define em seu artigo 1.142: “Considera-se estabelecimento
todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário,
ou por sociedade empresária”.
Professora Esp. Renata Monteiro de Andrade
II
UNIDADE
SOCIEDADES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de sociedades.
■■ Compreender a classificação das sociedades.
■■ Aprender sobre as espécies de sociedades.
■■ Assimilar as formas de administração das sociedades.
■■ Instruir-se sobre as operações societárias.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Conceito de sociedades
■■ Classificação das sociedades
■■ Sociedade comum
■■ Desconsideração da personalidade jurídica
53
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), esta unidade tem por objetivo a sua compreensão sobre
o conceito das sociedades empresárias, seguindo pela classificação das socieda-
des, as formas, pois é imprescindível entendê-las para saber qual melhor espécie
de sociedade constituir.
Passaremos pela Sociedade Comum, aquela que ainda não possui persona-
lidade jurídica, seguindo para sociedade em conta de participação que também
não possui personalidade jurídica. Em seguida, a sociedade Simples, que não
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
54 UNIDADE II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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CONCEITO DE SOCIEDADES
Já Teixeira (2013, p. 208) define: “[...] sociedade como ente que tem natureza
contratual, ou seja, sociedade é um contrato”. Diante desse conceito, é impor-
tante relembrar alguns conceitos como a pessoa poder ser física (natural) ou
jurídica. Pessoa jurídica é a entidade legalizada; um ente criado pela técnica
jurídica como uma unidade orgânica e estável de pessoas para fins de natureza
pública ou privada. É completamente distinta dos indivíduos que a compõem,
tendo personalidade jurídica, como a pessoa física, visando obter direitos e con-
trair obrigações.
O “nascimento” (criação) da sociedade legalizada acontece com o registro do
seu contrato social no órgão competente, o que lhe confere personalidade jurídica.
SOCIEDADES
55
Contrato significa o acordo (ato) de duas ou mais partes para constituir, regu-
lar ou extinguir entre elas uma relação jurídica de direito patrimonial. Ainda,
cabe destacar que a palavra “patrimonial” do conceito está relacionada ao fato
de que os contratos necessariamente devem ter um conteúdo econômico, pois,
do contrário, não são considerados contratos, o que tem aplicação direta ao con-
trato de sociedade.
Nosso Código Civil estabelece em seu art. 981, apresentando conceito de
sociedade: “Art. 981., com bens ou serviços, para o exercício de atividade eco-
nômica e a partilha, entre si, dos resultados” (BRASIL, 2002, on-line)1.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Personificadas Conta de participação
Fonte: Santos (2010, p. 55).
SOCIEDADES
57
que não é especial. Significa dizer que, por não ter registro, a sociedade
em comum não tem personalidade jurídica, logo, não pode ser a ela
atribuída a condição de tipo societário personificado específico.
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SOCIEDADE SIMPLES
SOCIEDADES
59
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e comanditários, explica:
Sócios comanditados são aqueles com responsabilidade solidária e ilimita-
da, que necessariamente devem ser “pessoas físicas” (CC, art. 1.045, caput).
Já os sócios comanditários têm responsabilidade limitada ao valor de suas
quotas sociais e podem ser “pessoas físicas ou jurídicas” (CC, art. 1.045,
caput). Comandita significa administrada ou comandada. É um termo de-
rivado do italiano accomandita, cujo significado era guarda ou depósito,
uma vez que no passado pessoas confiavam seu capital a outrem para que
este o administrasse em seu nome e risco (TEIXEIRA, 2013, p. 313).
Caro(a) aluno(a), devemos lembrar ainda que existem dois tipos de comandita:
a simples e a comandita por ações, que se assemelha à sociedade anônima. Esse
tipo de sociedade é muito pouco utilizada, caindo até em desuso.
SOCIEDADES
61
A Sociedade Limitada:
[...] é o tipo societário de maior presença na economia brasileira. Intro-
duzida no nosso direito em 1919, ela representa hoje mais de 90% das
sociedades empresárias registradas nas Juntas Comerciais. Deve-se o
sucesso a duas de suas características: a limitação da responsabilidade
dos sócios e a contratualidade (COELHO, 2007, p. 153).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) identificação e qualificação dos sócios (nacionalidade, estado civil,
profissão, residência, número do RG e do CPF) se pessoas físicas e, se
pessoas jurídicas, firma ou denominação, nacionalidade e sede;
Para que possua valor, é necessário registro do contrato social na Junta Comercial.
Para designação da empresa, podemos utilizar o patronímico de um ou mais
sócios seguidos da terminação “limitada” ou sua abreviatura de acordo com o
que estabelece artigo 1158 do Código Civil.
Lembremos que a sociedade limitada está dividida em capital social com-
posto pela somatória dos recursos trazidos dos sócios à empresa.
O Controle da sociedade pode ser definido por quem possui mais valor das
quotas, de acordo com o que estabelece o contrato social. Com relação à admi-
nistração, pode ser realizada por alguém designado pela sociedade, ou ainda ser
um dos sócios ou todos, sendo responsável civil e criminalmente se praticar atos
ilegais ou contra a sociedade.
Para que sejam tomadas as decisões serão realizadas assembleias ou reu-
niões, as primeiras quando a sociedade estiver composta por mais de dez
sócios e a segunda quando composta por menos de dez sócios. As soleni-
dades para convocação estão estabelecidas no artigo 1152 do Código Civil.
SOCIEDADES
63
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
emitidas, observando-se, em ambos, no que couber, o disposto nos nú-
meros I e II deste artigo.
Vale ter em conta que, de acordo com o § 2º do art. 100, com a nova redação dada
pela Lei nº 12.431/2011, nas companhias abertas os livros referidos acima entre os
números I e V podem ser substituídos por registros mecanizados ou eletrônicos,
respeitando sempre regras firmadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Santos (2012, p. 84) define que:
[...] pode se constituir por meio da subscrição pública ou da subscrição
particular. A subscrição particular ou constituição simultânea ocorrerá
quando todo o capital necessário já tiver sido obtido pelos próprios
fundadores; neste caso, será necessário reunir os fundadores em uma
assembleia de fundadores (a ata desta assembleia deverá ser devida-
mente registrada na Junta Comercial) ou ainda proceder à subscrição
por meio de uma escritura pública (art. 88 da Lei nº 6.404/1976).
SOCIEDADES
65
As sociedades anônimas emitem títulos tratados como ações, elas conferem aos
seus acionistas seus poderes de acordo com os valores que lhes são atribuídas
da seguinte maneira:
Valor nominal: é o resultado da divisão do valor do capital social pelo
número de ações. Este valor pode estar ou não expresso na ação, de tal
modo que podem existir ações com ou sem valor nominal.
Essas ações ainda possuem uma classificação quanto à natureza e sua forma de
circulação de acordo com o que estabelece o art. 15 da Lei nº 10.406: “As ações,
conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são
ordinárias, preferenciais, ou de fruição” (BRASIL, 1976, on-line)2.
As Ações ordinárias ou comuns: “As ações ordinárias são aquelas que con-
ferem direito de voto ao seu titular, meio pelo qual ele pode chegar ao controle
da, companhia bem como eleger seus administradores” (art. 16, Lei nº 6.404/76)
(BRASIL, 1976, on-line)2.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ao acionista ordinário ou preferencial que teve suas ações totalmente amortiza-
das, ou seja, ações que já receberam o que tinham direito em caso de eventual
e futura liquidação. Trata-se de uma espécie de devolução antecipada do valor
investido pelos sócios.
As sociedades podem ter capital aberto ou fechado. As primeiras possuem
emissão de ações ou valores mobiliários negociados em balcão ou bolsa de valo-
res, lembrando que para isto devem atender às normas fixadas pela Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) regulada por lei especial nº 6.385/76. As segun-
das são aquelas que não possuem negociação de ações no mercado mobiliário.
O Parágrafo terceiro do artigo 4.º da Lei nº 6.404 explica:
§ 3o A Comissão de Valores Mobiliários poderá classificar as compa-
nhias abertas em categorias, segundo as espécies e classes dos valores
mobiliários por ela emitidos negociados no mercado, e especificará as
normas sobre companhias abertas aplicáveis a cada categoria (BRASIL,
1976, on-line)2.
Os acionistas gozam de alguns direitos que são considerados essenciais, pois não
podem ser privados deles, nem por previsão no estatuto social, nem por deter-
minação da assembleia geral, em razão do que estabelece o artigo 109 da Lei nº
6.404/76 (BRASIL, 1976, on-line)2. Os acionistas devem fiscalizar a gestão dos
negócios da sociedade, retirar-se da sociedade, de preferência na subscrição de
valores mobiliários, de participar da divisão do patrimônio da companhia, em
caso de liquidação e participação nos lucros. Somente tem direito ao voto os
acionistas titulares de ações ordinárias.
SOCIEDADES
67
I - de pleno direito:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) nos casos previstos no estatuto.
b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação pro-
posta por acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do
capital social.
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei.
SOCIEDADES
69
Está disposta no art. 1.090 até 1.092 do Código Civil: enquanto na sociedade
anônima, como visto, a responsabilidade de todos os acionistas é limitada, na
sociedade em comandita por ações o acionista diretor, ou seja, aquele acionista
que exerce função de administração da sociedade, responde ilimitadamente
pelas obrigações sociais.
Perceba-se que, na sociedade em comandita por ações, em função dos dire-
tores não serem eleitos pela assembleia-geral, mas simplesmente nomeados no
ato constitutivo, e de, por isso, não terem mandato, a legislação lhes impõe regras
severas quanto à sua responsabilidade, a qual, conforme salientamos, é ilimitada.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I - variabilidade, ou dispensa do capital social.
SOCIEDADES
71
De acordo com o Código Civil em seu art. 1.097: “Art. 1.097. Consideram-se coli-
gadas as sociedades que, em suas relações de capital, são controladas, filiadas, ou
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Existem holdings com os mais variados fins, como holding familiar, holding
financeira, holding patrimonial, entre outras. A proliferação desta modalidade
empresarial vem aumentado em razão dos benefícios fiscais, pois de acordo
com o que prevê o art. 2º, caput e § 3º, da Lei nº 6.404/76, o qual assevera que
o objeto da companhia pode ser qualquer empresa (atividade) de fim lucrativo,
desde que lícito, de modo que a companhia pode ter por objeto social a partici-
pação em outras sociedades (holding pura, de controle ou de participação). E,
mesmo que não previsto no estatuto, a participação é facultada como forma de
realizar o seu objeto ou para se favorecer de benefícios fiscais (holding mista).
Dessa forma, pessoas têm constituído pessoas jurídicas com o fim de admi-
nistrar patrimônio próprio decorrente da integralização de bens dos sócios,
especialmente imóveis. A finalidade é encontrar um melhor enquadramento tri-
butário, notadamente quanto ao imposto de renda sobre as locações. Isso, por si
só, não é ilegal, tratando-se de planejamento tributário não proibido pelo orde-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
namento. Entretanto, quando uma holding é constituída com o fim de “blindar”
o patrimônio pessoal contra credores, isso é fraude, podendo implicar fraude
contra credores, ou mesmo desconsideração inversa da personalidade jurídica
(em que a sociedade poderá ser responsabilizada por dívida de sócio).
Mamede (2011, p.70) conceitua OFFSHORE (ou offshore company) como:
[...] uma sociedade constituída no exterior com o fim de controlar uma
ou mais empresas no território nacional. Em tese, não há ilicitude nisso
se o ordenamento jurídico não proibir, por exemplo, é o caso de empre-
sas que fazem isso como forma de planejamento. No entanto, muitas
vezes tais empresas são constituídas buscando “reduções tributárias”
ilegais nos países considerados “paraísos fiscais”, visando a ocultação
da identidade dos controladores, haja vista a possibilidade de emissão
de ações ao portador e o direito à manutenção do sigilo quanto aos
acionistas (ou seja, acionistas não identificáveis); ou simplesmente para
a remessa ilícita de dinheiro para o exterior.
SOCIEDADES
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SOCIEDADE COMUM
TRANSFORMAÇÃO
Sociedade Comum
74 UNIDADE II
INCORPORAÇÃO
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Figura 03 - Ilustração de Incorporação
Fonte: a autora.
FUSÃO
SOCIEDADES
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CISÃO
A cisão é a operação pela qual a sociedade divide seu patrimônio em duas ou mais
partes constituindo novas sociedades, ou ainda, pode ser destinada a aumentar
o patrimônio de outra sociedade. A cisão pode ser total ou parcial, a primeira
quando ocorre a extinção da empresa dividida que se tornará outras empresas.
A segunda quando a sociedade cindida/dividida teve apenas parte de seu patri-
mônio cedido, portanto, não haverá extinção da sociedade.
Ainda podemos explicar a diferença entre a existência da dissolução parcial,
que acontece quando há finalidade de entregar parte do capital da sociedade ao
sócio que se retira ou é excluído, diferente do que acontece na cisão, em que na
dissolução parcial, a parte do patrimônio apurada não é necessariamente para
formar nova sociedade ou integrar o capital social de outra já existente.
Sociedade Comum
76 UNIDADE II
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
SOCIEDADES
77
Há três tipos de empresas: empresas que tentam levar os seus clientes onde
eles não querem ir; empresas que ouvem os seus clientes e depois respon-
dem às suas necessidades; e empresas que levam os seus clientes aonde
eles ainda não sabem que querem ir.
(Gary Hamel)
Considerações Finais
78 UNIDADE II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Foi importante entender que a Sociedade Comum é assim designada por não
possuir personalidade jurídica, já que não está registrada em órgão competente,
seguindo pela sociedade simples formada por profissionais que desenvolvem ati-
vidades intelectuais de natureza científica, literária ou artística.
Passamos a seguir por todas as formas de sociedades empresárias, cada uma
com sua especificidade, pois a importância de entender cada uma será adequada
para exercício de cada tipo de atividade, formas de administração, designação,
divisão de capital e responsabilidades dos sócios, quando e como exercer admi-
nistração e, principalmente, a responsabilidade de cada sócio.
A Sociedade Anônima também mereceu atenção especial, pois é regula-
mentada por legislação especial que nos apresenta detalhadamente as formas
de constituição, administração e como pode ser exercida a comercialização das
ações, que diferencia das outras sociedades.
Não podemos esquecer das sociedades cooperativas e coligadas, que passa-
ram a ter espaço significativo nas relações empresariais atuais. Finalizamos com
as operações societárias, tão importantes para desenvolvimento empresarial.
SOCIEDADES
79
3. Quais os tipos de sociedades que fazem parte das sociedades simples e socieda-
des empresárias?
7. Embora a sociedade em comandita simples não seja tão comum, como fica a
responsabilidade dos sócios nesta modalidade de sociedade?
8. Por que a sociedade Limitada representa mais do que 90% das sociedades em-
presariais brasileiras?
Essa falta de clareza dos institutos da empresa e das espécies de sociedade têm dado
margem a discussões de ordens doutrinária e prática, e se busca, com o presente traba-
lho, trazer nova contribuição para o debate, utilizando-se não somente a abordagem da
empresa pela doutrina jurídica e pela legislação nacional mas também algumas expe-
riências trazidas por outras áreas de conhecimento. Tal abordagem permitirá a verifica-
ção dos interesses relacionados à empresa e como eles se vinculam, e, com isso, procu-
rar-se-á demonstrar que não procede a previsão legal de duas espécies de sociedades
baseada na premissa de que uma possui elemento de empresa e a outra não.
[...]
O trabalho vale-se essencialmente de pesquisa doutrinária, que não se limitou à dou-
trina do Direito, visto que as trocas econômicas – representadas no paradigma da em-
presa – são identificadas na vida prática e repercutem, como todo instituto socialmente
relevante, por áreas diversas do conhecimento humano.
Fonte: Freitas (2008, p. 7-10, on-line)3.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Depois do conceito, importante exemplificar em um caso real para entender melhor a diferença
entre sociedade controlada, coligada e subsidiária. Disponível em: <http://direito.folha.uol.com.br/
blog/para-entender-a-diferena-entre-controlada-coligada-e-subsidiria>.
83
REFERÊNCIAS
COELHO, F. U. Manual do Direito Comercial. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
GONÇALVES, V. E. R. Direito comercial: direito de empresa e sociedades empresá-
rias. 5. ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
MAMEDE, G. Holding familiar e suas vantagens: planejamento jurídico e econô-
mico do patrimônio e da sucessão familiar. São Paulo: Atlas, 2011.
RAMOS, A. L. S. C. Direito empresarial esquematizado. 4. ed. Rio de Janeiro: Fo-
rense, 2014.
SANTOS, E. T. V. dos. Direito empresarial. 11.ª Ed. rev e atual. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2012.
TEIXEIRA, T. Direito empresarial sistematizado: Doutrina e Prática. 2. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2013.
_____. Direito empresarial sistematizado: Doutrina e Prática. 5. ed. São Paulo: Sa-
raiva, 2016.
WEIBLEN, F. P. A teoria da desconsideração da personalidade jurídica e a responsa-
bilidade dos sócios no processo falimentar. Revista Eletrônica do Curso de Direito
Da UFSM, Santa Maria/RS, n.2, v.3, 2008.
Referências on-line
1
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 7
out. 2016.
2
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03 leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 17
out. 2016.
3
Em: <http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/4070/1/416270.pdf>. Acesso em:
18 out. 2016.
GABARITO
NOÇÕES DE DIREITO
III
UNIDADE
TRIBUTÁRIO
Objetivos de Aprendizagem
■■ Aprender o conceito de direito tributário.
■■ Assimilar as fontes do direito tributário.
■■ Entender o Sistema Tributário Nacional.
■■ Instruir-se das funções dos tributos.
■■ Compreender os princípios e as limitações do poder de tributar.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Noções de direito tributário
■■ Fontes do direito tributário
■■ Sistema tributário nacional
■■ Funções dos tributos
■■ Princípios e limitações do poder de tributar
87
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), nesta unidade serão abordados aspectos mais relevantes
que envolvem as relações jurídicas entre as pessoas e o ente público. Esses con-
ceitos são relevantes para o direito tributário, por isso, é importante entender
que ele está relacionado diretamente com a Constituição Federal (1988), que as
obrigações são estabelecidas por ela.
O Estado moderno apresenta uma série de compromissos assumidos com a
população e, nessa esfera, para o exercício da atividade financeira, é necessário
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
grande movimento do estado para que possa manter-se por meio da arrecadação.
Em seguida, conhecer as fontes que indicam a origem do direito tendo
explanação sobre as principais Constituição Federal, Emenda Constitucional,
Lei Ordinária, Decreto, Lei Delegada, Medida Provisória, Decreto legislativo,
Resolução, Tratados e convenções Internacionais e Lei Complementar.
Entenderemos também como funciona a hierarquia das leis que é impor-
tante para aplicação da legislação, juntamente com aplicação da lei no espaço e
no tempo, pois, quando a lei se materializa no plano fático devemos saber quais
serão os efeitos que produzirão de acordo com a realidade praticada.
Tratar sobre as normas passa a ter grande importância, à medida que afe-
tam diretamente a propriedade privada ganhando grande autonomia, por isso,
necessário entendê-las, principalmente no que se refere às exceções.
Prosseguiremos com o Sistema Tributário Nacional, sua definição e as regras
que estão regidas pelos dispostos constitucionais, para saber qual a função dos
tributos e a diferença entre as formas de arrecadação.
Finalizamos com o poder de limitar por meio dos princípios constitucionais
e imunidades, pois, nele haverá fundamentos para incidência ou não dos tributos
que fará toda diferença na apuração diante da Legislação Brasileira, nesse caso,
a aplicação do Código Tributário Nacional subordinado à Constituição Federal.
Bons estudos!
Introdução
88 UNIDADE III
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Caro(a) aluno(a), neste tópico vamos abordar os aspectos mais relevantes sobre
o direito tributário que envolve as relações jurídicas existentes entre o cidadão
e os entes públicos, relações das quais decorrem a exigência ao pagamento dos
tributos, bem como entender o sistema.
Caro(a) aluno(a), para entender o conceito de Direito tributário temos que saber
que o Estado, aqui no sentido de país, possui uma série de obrigações estabe-
lecidas pela Constituição Federal em seu artigo 175, que define: “Incumbe ao
Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou per-
missão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos” (BRASIL,
1988, on-line)1.
Para que o Estado possa fornecer os serviços públicos, é necessário que haja
a obtenção de recursos, já que implica em custo econômico, não sendo sufi-
ciente a simples emissão de moeda, pois pode acarretar em grandes problemas
inflacionários. Dessa forma, as empresas produzem ou comercializam bens ou
serviços, bem como realizam pagamento aos seus trabalhadores que de maneira
geral também transferem de alguma forma seus ganhos por meio dos tributos
que vêm com objetivo de custear os serviços públicos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de onde nasce a regra jurídica,
por isso, denominamos como
“fonte do direito”. Eis que indi-
cam a origem do direito, e com
o Direito Tributário não poderia
ser diferente.
As fontes podem ser clas-
sificadas em fontes formais e
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fontes materiais.
FONTES FORMAIS
As fontes formais são o direito exteriorizado por meio da legislação, e podem ser
primárias ou secundárias. As fontes primárias estão relacionadas no art. 96 do
CTN, tendo como principais: a Constituição Federal, Emenda Constitucional,
Lei Complementar, Lei Ordinária, Lei Delegada, Medida Provisória, Decreto
Legislativo, Resolução, Tratados e convenções Internacionais. Explicaremos cada
uma de acordo com os ensinamentos de Diniz (2009) que diz que:
■■ Constituição Federal: nossa lei máxima, encontra-se no topo da pirâmide
jurídica, utilizada como fundamento da validade de todas as outras leis.
Ela é muito importante para o Direito tributário, pois possui um capítulo
sobre sistema tributário nacional, além da tributação e orçamento deli-
mitando a repartição das receitas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Municípios, para desenvolver uma lei, minudenciando suas disposições
facilitando sua execução ou aplicação” (CARRAZZA, 1981, p. 14). Não
podendo criar novos institutos, apenas regulamentar os comandos existentes.
■■ Instruções Ministeriais: expedidas pelos Ministros de Estado para pro-
mover a execução das leis, decretos e regulamentos atinentes às atividades
de sua pasta.
■■ Circulares: normas jurídicas que organizam de maneira uniforme o ser-
viço administrativo.
■■ Portarias: normas gerais que o órgão superior edita para serem observa-
das pelos órgãos subordinados àquele.
■■ Ordens de Serviço: estipulação concreta para um certo tipo de serviço a
ser executado por um ou mais agentes credenciados para isso.
As fontes formais secundárias estão previstas no art. 100 do CTN, têm a
função de complementar os tratados, decretos e as leis. Constituem-se de
fontes de menor porte, de caráter instrumental e operacional. São exem-
plos de normas complementares, previstos nos incs. I ao IV do art. 100
do CTN: atos normativos, decisões administrativas com eficácia nor-
mativa, práticas reiteradas das autoridades administrativas e convênios
SABBAG (2019).
As fontes formais obedecem uma hierarquia, é um sistema criado por Hans
Kelsen, um grande filósofo do direito, que nos ensina:
[...] em uma fórmula inteiramente geral, entre uma norma superior e
uma norma inferior de uma ordem jurídica, não é possível qualquer
conflito que destrua a unidade deste sistema normativo, tornando im-
possível descrevê-lo em proposições jurídicas que não sejam contradi-
tórias entre si (KELSEN, 1998, p. 192).
É importante compreender que a lei para produzir seus efeitos jurídicos deve
cumprir alguns requisitos legais, por exemplo, a publicação da Lei, sendo neste
momento que a torna pública, por isso, ninguém poderá descumpri-la alegando
seu desconhecimento.
O Legislador é quem vai determinar o termo inicial da aplicabilidade de sua
lei, ou seja, sua vigência. Se não houver no texto legal, nossa Lei de Introdução
do Código Civil determina em seu artigo 1º que passará a vigorar 45 dias após
sua publicação. Em geral, uma lei passa a ter eficácia após a sua entrada em vigor.
Direito Tributário, entretanto, não basta o requisito “da vigência”. No
caso de lei que institui ou majora o tributo, teremos um requisito extra
para a produção da eficácia da norma – o chamado princípio da ante-
rioridade tributária (art. 150, III, “b” e “c”, CF). Daí se afirmar que a lei
tributária incidirá se obedecer à regra de vigência e à regra da anterio-
ridade. Como a primeira, em geral, coincide com a data da publicação,
não há grande dúvida ao intérprete, que acaba apenas aplicando o prin-
cípio da anterioridade tributária. Podemos, assim, resumir o tema, da
seguinte forma (SABBAG, 2016, p. 214):
Regra da
Incidência da Regra de
Anterioridade
Lei Tributária Vigência Tributária
Figura 02 - Regra de Vigência da Legislação Tributária
Fonte: Sabbag (2016, p. 215).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
somente poderá ter valor no exercício subsequente.
FONTES MATERIAIS
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FUNÇÕES DOS TRIBUTOS
Antes de entender quais as funções dos tributos, precisamos defini-lo, assim dis-
põe nosso Código Tributário Nacional em seu art. 3º:
[...] tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela se possa eximir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instruída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plena-
mente vinculada (BRASIL,1966, on-line)3.
O tributo é o gênero sendo que as espécies mais adotadas pelo ordenamento jurí-
dico são: Imposto, Taxas, Contribuição de Melhoria, Empréstimo compulsório,
Contribuições gerais ou especiais; vamos entender cada uma.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
-se em taxas de poder de polícia na qual se enquadram no exercício do
poder de polícia, cujo objetivo é limitar direitos individuais em benefí-
cio da coletividade, por exemplo: taxa de inspeção sanitária. E taxas de
serviços públicos, que consistem na prestação de serviços públicos pres-
tados individualmente pelos usuários, e divisível, aquele que possibilita
mensuração da fruição individual. Ex.: taxa judiciária.
Diante deste conceito, é interessante estabelecer a diferença entre taxa e tarifa:
Quadro 01 - Diferença entre Taxa e Tarifa
TAXA TARIFA
CRIAÇÃO Lei. Contrato administrativo.
Remunerar serviço público
Remunerar o serviço
prestado diretamente pelo
FUNÇÃO prestado por concessio-
ente federativo ou poder de
nária de serviço público.
polícia por ele desempenhado.
NATUREZA JURÍDICA Tributo. Preço Público.
Por ato da concessioná-
ria, nos termos esta-
REAJUSTE Apenas por Lei.
belecidos no contrato
administrativo.
Fonte: Nasser (2013, p. 37).
■■ Contribuição de melhoria: deve estar prevista na lei emanada pelo ente fede-
rativo que realiza a obra. Regulado pelo artigo 145, III da Constituição Federal
e definido pelo artigo 81 do Código Tributário Nacional que estabelece:
[...] é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decor-
ra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada
e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para
De acordo com o que estabelece a Lei, são duas espécies a cobrança dos compul-
sórios em razão de calamidade pública ou guerra externa, chamada de despesas
extraordinárias ou em razão de investimento público em caráter de urgência.
■■ Contribuições gerais ou especiais: são voltadas para custear despesas
específicas de acordo com o que estabelece a Constituição Federal art.
146. São algumas espécies de contribuições.
■■ Sociais: destinadas ao financiamento da seguridade social que se subdi-
videm em gerais que cuidam da assistência social, previdência social, e a
segunda compreende educação e habitação.
■■ Intervenção no domínio econômico: que são instituídas por meio de lei
ordinária para custear gastos decorrentes da intervenção em algum setor da
economia, ocupando polo passivo da relação obrigacional que explora, sob
regime de direito privado, a atividade econômica objeto da regulação estatal.
■■ Contribuições corporativas: são tributos instituídos pela lei ordinária
em favor das entidades que representam categorias profissionais (traba-
lhadores) ou econômicas (empregadores).
■■ Custeio da iluminação Pública: da competência municipal e instituída
pela Emenda Constitucional 39/2002, também regulamentada pelo artigo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mente disponível à tributação. A alíquota efetiva deve ser considerada pelo
seu valor presente atuarial devido ao fato de que alguns tributos têm efeitos
intertemporais de pagamentos, recebimentos e restituições no fluxo de cai-
xa do ente pessoa física ou jurídica.
Fonte: Gouveia e Afonso (2013, p. 02, on-line)4.
149-A da Constituição.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Imposto sobre a Propriedade Territorial e Predial Urbana (apenas base de
cálculo), Imposto sobre a propriedade de Veículos automotores.
d) Isonomia Tributária (art. 150, II C.F.): veda o tratamento tributário
desigual a contribuintes que se encontrem em situação de equivalência,
conhecido por “princípio da proibição dos privilégios odiosos”, na medida em
que visa coibir a odiosidade tributária, manifestável em comandos norma-
tivos discriminatórios, veiculadores de favoritismos por meio da tributação.
e) Irretroatividade Tributária (art. 150, III, a C.F.): informa que a
cobrança de tributo somente poderá atingir fatos surgidos em momento
posterior ao do início da vigência da norma jurídica. Como exceção em
casos da lei posterior determinar multa mais benéfica em relação àquela
que estava em vigor no momento da ocorrência do fato gerador, existe
a possibilidade dessa norma retroagir apenas no que se refere à multa.
f) Vedação ao Confisco (art. 150, IV C.F.): no campo das contribui-
ções, a noção de confisco despontará quando houver desproporção entre
o vulto da exação e a atuação do Estado, ou, igualmente, quando inexis-
tir a atuação estatal.
g) Liberdade de tráfego (art. 150, V, C.F.): um dos fundamentos é a
liberdade individual de locomoção, assegurada no art. 5.º da Constituição
Federal. Outro fundamento é o próprio princípio federativo, na medida
em que obsta que os entes imponham “barreiras” por meio da tributação
à livre locomoção dos indivíduos no território nacional.
h) Uniformidade Geográfica ou Tributária (art. 151, I, C.F.): a União
deve instituir tributo Uniforme em todo território nacional, sem que haja
j) Proibição das Isenções Heterônomas (art. 151, III C.F.): veda à União
a concessão de isenção de tributos que fogem a seu plano de competência
tributária. Em termos simples, quer-se proibir que a União venha atuar
fora da seara de sua competência, o que lhe é defeso em virtude da pri-
vatividade que demarca a competência tributária, quer na vertente de
instituição do tributo, quer na de sua exoneração.
k) Princípios da não cumulatividade: determina que o imposto seja não
cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa
à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante
cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou outro Estado, ou pelo
Distrito Federal. A Incidência do imposto ocorrerá sobre o valor agregado
em cada operação, e não sobre valor total, evitando-se assim “tributação
em cascata”. Se refere a dois impostos: IPI e ICMS (artigo 155 § 2.º,I e
artigo 153 § 3.º, II da C.F.).
■■ Imunidade: (art. 150, VI C.F): é a exclusão imposta pela Constituição
Federal ao poder de tributar. É dirigida ao legislador, que fica impedido
de exercer a competência tributária nos casos especificados no texto cons-
titucional, sendo aplicável apenas aos impostos. Espécies de imunidades
são imunidade recíproca (art. 150, VI, a CF), Imunidade dos templos de
qualquer culto (art. 150, VI, b CF): os templos de qualquer culto estão
dispensados do pagamento de todos os impostos e não apenas daqueles
inerentes ao patrimônio, renda e serviços.
a) Imunidade dos partidos políticos, sindicatos instituições de educação
e entidades de assistência social, sem fins lucrativos (art. 150, VI, c CF):
os entes tributantes não podem cobrar dessas instituições imposto sobre
patrimônio, renda ou serviços, apenas, devendo as entidades demonstrar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você concorda com a imunidade dos partidos políticos, sindicatos e entida-
des sem fins lucrativos?
exterior (art. 153 § 3.º, III da CF). Imunidade de ITR para pequenas glebas
exploradas pela família (art. 153 § 4.º, II da CF), Imunidade de ICMS para
mercadorias e produtos industrializados destinados ao exterior, operações
com outros Estados relativamente ao petróleo, lubrificantes, combustí-
veis, e energia elétrica, outro ativo financeiro quando já incide Imposto
sobre Operações Financeiras (IOF) (art. 155 X e XII da Constituição).
Imunidade de Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) de bens
e direito incorporados à pessoa jurídica decorrentes de fusão incorpora-
ção (art. 156 § 2.º, I Constituição Federal).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
106
6. O que é tributo?
8. O que é imposto?
De outro giro, não se pode olvidar que a fiscalização, bem como a requisição de força
policial não podem exorbitar a garantia da inviolabilidade de domicílio (art. 5º, XI da
CF/88), do sigilo das correspondências e das comunicações (art. 5º, XII da CF/88) e da
livre circulação de pessoas ou coisas (art. 5º, XV da CF/88), as quais são cláusulas pétreas,
conforme preceitua o art. 60, §4º, IV, da CRFB.
Os doutrinadores Luciano Amaro[1] e Ricardo Abdul Nour[2] entendem que nos casos de
sonegação de livros e documentos, não se justificaria a requisição de força policial, pois
a administração fiscal tributária é dotada de outros meios para punir o infrator, como é
o caso das multas pelo descumprimento das obrigações acessórias.
Outrossim, há entendimentos contrários, devendo, no caso concreto, ponderar entre a
necessidade de consecução do interesse público, evitando a sonegação, e os direitos e
garantias individuais dos contribuintes.
[...]
Ante ao exposto, pode-se dizer que o poder de fiscalização descrito no art. 200 do CTN
não é absoluto, devendo guardar conformidade com os preceitos constitucionais e as
razões expostas nesse artigo.
Fonte: Nunes (2012, on-line)5.
MATERIAL COMPLEMENTAR
Importante saber a distinção entre Imunidade Tributária e Isenção de Impostos, para isso, leia
o texto organizado pelo procurador de Justiça Tomaz de Aquino que traz informações relevantes
sobre o assunto. Disponível em: <http://www.fundata.org.br/Artigos%20-%20Cefeis/artigo%20
IMUNIDADE%20TRIBUT%C3%81RIA%20E%20ISEN%C3%87%C3%95ES%20DE%20IMPOSTOS.htm>.
Material Complementar
REFERÊNCIAS
Referências on-line
1
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Aces-
so em: 19 out. 2016.
2
Em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&arti-
go_id=13905>. Acesso em: 19 out. 2016.
3
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm>. Acesso em: 19 out.
2016.
4
Em: <http://www.scielo.br/pdf/ram/v14n2/a04v14n2.pdf>. Acesso em: 19 out.
2016.
5
Em: <https://jus.com.br/artigos/21403/o-poder-da-fiscalizacao-tributaria-e-a-no-
va-ordem-constitucional#ixzz1r06HIFws>. Acesso em: 19 out. 2016.
111
GABARITO
1. Casalino (2012, p. 26) define direito tributário como um conjunto de normas jurídi-
cas que disciplina a relação entre Estado e particular, regulamentando a instituição,
fiscalização e arrecadação de tributos. Como conjunto de normas jurídicas, o direito
tributário viabiliza a atividade de tributação do Estado, ao mesmo tempo em que
protege o particular e sua propriedade contra eventuais abusos do poder público.
2. As fontes podem ser classificadas em: fontes formais e fontes materiais.
3. As fontes formais são o direito exteriorizado por meio da legislação tendo como
principais: a Constituição Federal, Emenda Constitucional, Lei Ordinária, Decre-
to, Lei Delegada, Medida Provisória, Decreto Legislativo, Resolução, Tratados e
convenções Internacionais e Lei Complementar.
4. As Fontes materiais são acontecimentos econômicos, sociais políticos que po-
dem ser a motivação para alterações legislativas. As fontes materiais são situa-
ções pré-jurídicas, diferentemente dos fatos geradores que originam a cobrança
de um tributo, pois esses fatos já juridicizados, previstos em lei como geradores
de obrigação tributária.
5. O Sistema Tributário Nacional é um conjunto de normas, de princípios e de re-
gras que governam o direito tributário.
6. “[...] tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nela se possa eximir, que não constitua sanção de ato ilícito, instruída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
7. A taxa é criada por lei possui função de Remunerar serviço público prestado
diretamente pelo ente federativo ou poder de polícia por ele desempenhado,
tem natureza jurídica de tributo e somente pode ser reajustada por lei. A Tarifa é
criada por contrato administrativo, sua função é Remunerar o serviço prestado
por concessionária de serviço público. Sua natureza jurídica é de preço público.
Reajuste somente pode ocorrer por ato da concessionária, nos termos estabele-
cidos no contrato administrativo.
8. De acordo com a Constituição Federal (art. 145, I) e de acordo com art. 16 do Código
tributário Nacional: “[...] é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situa-
ção independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”.
9. “O Poder de tributar significa o poder de avançar sobre a propriedade privada
dos indivíduos, das empresas, enfim, dos particulares, por meio do tributo, sem-
pre dentro dos limites constitucionais passando pelo código tributário nacional”
(CASALINO, 2012 p. 45).
Professora Esp. Renata Monteiro de Andrade
DAS OBRIGAÇÕES
IV
UNIDADE
TRIBUTÁRIAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Conhecer algumas das principais leis aplicadas ao Direito Tributário.
■■ Entender a aplicabilidade da Legislação Tributária.
■■ Saber as formas de aplicação da lei tributária.
■■ Compreender o surgimento da obrigação Tributária.
■■ Instruir-se das responsabilidades tributária.
■■ Explorar as formas de suspensão, exclusão e extinção do crédito
tributário.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Legislação Tributária
■■ Relação Jurídica Tributária
■■ Capacidade tributária
■■ Crédito tributário
115
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), esta unidade é de suma importância, eis que dispõe de
conteúdos importantes não apenas para utilização no trabalho, pois as obriga-
ções tributárias estão presentes em todos os atos de nossa vida cotidiana.
Veja que na aquisição de qualquer produto, por mais simples que seja, haverá
embutido ao preço um percentual de tributo, seja ele municipal, estadual ou fede-
ral, entender qual a legislação aplicada e o motivo desse procedimento é de total
relevância para o estudo do direito tributário. Por isso, iniciamos nossa unidade
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com estudo das legislações aplicadas, sempre lembrando que a mais significativa
é a Constituição Federal, mas devemos conhecer a importância que o ordena-
mento jurídico possui em toda essa teia de informações.
Conhecer a legislação é importante, mas saber de sua aplicação e interpreta-
ção também faz parte do aprendizado, visto que o direito tributário segue uma
sistemática diferenciada dos outros direitos. Por isso, devemos interpretar e inte-
grar a legislação para aplicar de forma adequada.
Seguindo para o surgimento da obrigação tributária, por meio da hipótese
de incidência, fato gerador, sujeito passivo, sujeito ativo etc. Enfim, foco principal
dos entes federativos, pois por meio deste processo que se inicia a arrecadação,
muito importante para administração da sociedade, afinal são com esses recur-
sos que os serviços sociais são mantidos.
E não poderíamos falar da obrigação sem falar da responsabilidade tributá-
ria daquele que praticou o fato gerador ou que deixou de fazê-lo, passando pela
seara do domicílio finalizando pelo crédito tributário e as formas de lançamento.
Depois de entender o processo devemos saber quais as formas de suspen-
der, excluir ou extinguir o crédito tributário.
Vamos iniciar esta jornada extraordinária tão essencial para nosso coti-
diano. Bons estudos!
Introdução
116 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
32/2001 (art. 246 da C.F.). Outro Limite à Medida Provisória ocorre na criação
ou majoração dos impostos em que os feitos só serão produzidos no exercício
financeiro seguinte, se for convertido em lei até o último dia daquele em que
foi publicada, com exceção do Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre
Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) e Impostos Extraordinários.
Ainda devemos mencionar que o Supremo Tribunal Federal (STF) entende
que pode se instituir tributos por meio da medida provisória, em razão de que
possui força de Lei, em razão do julgamento proferido na ADIn 1417.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Legislação Tributária
118 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Imposto sobre produtos industrializados (IPI), Imposto sobre operações finan-
ceiras (IOF) e Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico que incide
sobre combustíveis (Cide-Combustível).
É importante entender que somente configura majoração quando aumenta
a base de cálculo, ressaltando também por meio da Súmula 160 do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), que determina: “[...] e defeso, ao município, atualizar
o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção
monetária” (SÚMULA 160, 1996, on-line)2 .
Para cumprimento das normas, haverá intervenção dos órgãos administrativos
e para que tudo ocorra de maneira padronizada, utiliza-se da criação das normas
complementares como atos normativos, decisões dos órgãos singulares, práticas reite-
radas observadas pelas autoridades administrativas, convênios e atos administrativos.
Para Vieira (2014, p. 134): “[...] atos normativos são as portarias ministe-
riais, orientações normativas que são atos unilaterais gerais e abstratos porque
os destinatários são sujeitos indeterminados”.
Já as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administra-
tiva em geral não recebe efeito de norma, pois seus efeitos ocorrem somente
entre as partes; no entanto, se a resolução de consulta for em recurso especial
Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) da Receita Federal Brasileira (RFB)
prevista no artigo 48§11 da Lei nº 9.430/1.996, este terá eficácia normativa:
Art. 48. No âmbito da Secretaria da Receita Federal, os processos ad-
ministrativos de consulta serão solucionados em instância única.
[...]
Caro(a) aluno(a), para que a legislação tenha sua aplicação válida, é importante
que ela obedeça alguns requisitos legais relacionadas ao tempo, ou seja, a vigên-
cia da lei, que é muito importante para o direito tributário, visto que é uma das
matérias mais debatidas nos recursos, além é claro do território, visto que há
limitação para aplicação, mesmo dentro do território nacional, que temos até um
pouco de dificuldade para regular em razão da amplitude territorial brasileira,
e, por isso, existem as normas para uniformizar tudo isso. Sendo assim vamos
entender um pouquinho do que significa aplicação da lei no tempo e no Espaço.
Legislação Tributária
120 UNIDADE IV
Como toda legislação para começar a ter sua aplicabilidade, ou seja, para come-
çar a ter valor, segue as regras legais. Mas quais são essas regras? Primeiramente,
toda lei deve trazer em seu texto quando passará a vigorar, mas caso esta lei
não estabeleça, devemos nos reportar a Lei de Introdução às normas do Direito
Brasileiro, Decreto-Lei nº 4.657/1942 que traz em seu artigo primeiro: “Art. 1o
Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco
dias depois de oficialmente publicada” (BRASIL, 1942, on-line)4.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Não podemos também esquecer o princípio da anterioridade aplicável a
algumas situações, principalmente quando tratamos de majoração de impos-
tos, já que está condicionado ao exercício, conforme estabelece na Constituição
Federal (1988), lembremo-nos:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
[...]
O CTN determina que poderá haver algum convênio em que por exemplo auto-
rize um município a agir em outro. Para melhor visualizar a situação, imagine
que dois municípios vizinhos desejam promover procedimentos de fiscaliza-
ção e criam uma legislação municipal fazendo um convênio em conjunto para
realizar a fiscalização, lembrando que a lei editada terá valor nos dois entes fede-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Para que haja aplicação da Lei Tributária, basta ocorrer o fato gerador e assim
imediatamente incide o tributo, conforme estabelece artigo 105 do CTN: “Art.
105. A Legislação Tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futu-
ros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início
mas não esteja completa nos termos do artigo 116” (BRASIL, 1966, on-line)1.
No entanto, é importante entender que somente após a conclusão da ocor-
rência do fato gerador é que ocorre aplicação. Por exemplo, um pai deseja doar ao
filho um automóvel assim que ele passar no vestibular, registrou sua promessa em
janeiro de 2015 quando o imposto de transmissão é de 3%. O vestibular será em
novembro de 2016 e em março de 2015 foi publicada uma lei alterando alíquota
para 4%; como o fato gerador está pendente, em razão da condição suspensiva,
portanto, quando se concretizar o fato gerador será aplicado nova alíquota, isto
se deve ao princípio da irretroatividade, quando a lei não pode atingir fatos pas-
sados para afetar direito adquirido, ato jurídico perfeito ou coisa julgada.
Apesar da regra geral do CTN conferir efeitos prospectivos à Legislação
Tributária, é admitida a possibilidade de uma lei nova regular um fato pretérito.
Nesse sentido, o artigo 106 do CTN define:
Legislação Tributária
122 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
vigente ao tempo da sua prática (BRASIL, 1966, on-line)1.
O artigo 106 explica o artigo 105, buscando afastar as obscuridades. Para que
você entenda, este conceito é trazido e chamado de retroatividade da lei, por
exemplo, surge uma lei que impõe ao contribuinte prestar informações sobre
recolhimento de um tributo, mas não esclareceu por meio de qual documento
deveria ser, havendo dois formulários X e Y.
Posteriormente é editada nova lei que estabelece que o correto é apresentar
por meio do formulário Y, no entanto, antes da publicação da lei, o contribuinte
informou mediante o formulário X. Mesmo tendo apresentado formulário X,
não pode sofrer qualquer punição.
Ressaltemos o que estabelece o inciso II, quando houver pendência de jul-
gamento e ocorrer extinção da infração, quando deixa de haver exigência ou
redução da penalidade, nesta situação, retroage para beneficiar o contribuinte,
confirmando o que estabelece a Constituição Federal.
Está disposto no CTN nos artigos 107 a 112. Interpretar é diferente de integrar,
por isso, vamos entender o significado de cada um. Interpretar é buscar o sen-
tido da norma jurídica, fixando o significado e delimitando o alcance do ato
normativo (VIEIRA, 2014, p. 142). A legislação não regula todas as situações exis-
tentes, sendo muitas vezes omissa e, para reparar essas lacunas, é que utilizamos
tas essenciais para o ordenamento jurídico servindo como pilar de nosso sistema
jurídico. Quando mencionamos os princípios gerais do direito tributários, estamos
falando em não utilização de tributo com efeito de confisco (art. 150, IV), unifor-
midade tributária (art. 151, I), isonomia tributária (art. 150, II), reserva legal (art.
150, I) anterioridade (art. 150, III, b e c) e capacidade contributiva (art. 145 § 1º).
Nos princípios gerais do direito público, temos a prevalência do interesse
público sobre o privado e a indisponibilidade, além do devido processo legal,
da razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa e segurança jurídica, todos
estabelecidos pela Constituição Federal.
Equidade consiste na aplicação da lei ao caso concreto, mas essa aplicação
se limita à impossibilidade de dispensa de tributo, visto que se ele é instituído
por lei, somente por ele pode ser destituído.
Importante ressaltar que o direito não é uma ciência exata, permitindo ao
aplicador atribuição a certo juízo de valor dentro dos limites legais, existindo
uma flexibilidade, lembrando que o direito tributário possui um tratamento dife-
renciado perante outros institutos, essa diferenciação está determinada no CTN.
O artigo 111 do CTN dispõe sobre a interpretação literal da legislação:
Art. 111. Interpreta-se literalmente a Legislação Tributária que dispo-
nha sobre:
II - outorga de isenção.
Legislação Tributária
124 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dispensa do cumprimento
das obrigações
Figura 1 - Interpretação literal
Fonte: Vieira (2014, p. 148).
O gráfico sobre interpretação literal representa o artigo 111 do CTN, que afirma
que as situações em que a interpretação ocorre de maneira literal nos casos de
suspensão ou exclusão de crédito, em um primeiro momento nos parece um rol
exemplificativo. Mas devemos ter cuidado com essa impressão, pois aqui o legis-
lador é bem taxativo, não cabendo outras interpretações senão às previstas nos
artigos 151 e 175 do CTN.
A outorga de isenção para o CTN significa causa de exclusão do crédito tri-
butário, um benefício fiscal oferecido ao contribuinte previsto no artigo 175, I
do CTN, deve ser interpretado literalmente, pois foi essa a intenção do legisla-
dor, inclusive este é o entendimento do Supremo Tribunal Federal.
A dispensa do cumprimento das obrigações tributárias acessórias, por exem-
plo, não isenta obrigação principal. Como exemplo, o contribuinte decide fazer
o depósito do montante devido, mas este não corresponde a integralidade do
valor que está sendo exigido, poderá impedir a fluência dos juros e multa, mas
a exigibilidade não está suspensa.
Caro(a) aluno(a), a seguir entenderemos a interpretação favorável apresen-
tada no artigo 112 do CTN, ilustrada a seguir:
Capitulação legal
Legislação Tributária
126 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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FATO GERADOR
dos em conjunto para composição do fato gerador, por exemplo, imposto de renda.
Importante saber o momento da ocorrência do fato gerador, pela possibili-
dade de alteração da lei tributária; neste sentido, o esquema a seguir elaborado
por Vieira (2014) apresenta com bastante propriedade os aspectos temporais de
incidência tributária, em relação à diferenciação entre os aspectos materiais de
incidência: situações de fato e de direito.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ção resolutória, o fato gerador ocorrerá se não houver disposição em contrário,
desde o momento da prática do ato ou da celebração do contrato, neste exemplo,
o pai realiza a doação do imóvel ao filho sob a condição de que se ele se casar o
imóvel volta a ser do pai, resolutória, pois resolverá o negócio.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O sujeito ativo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Titular da competência delimitada pela Constituição Federal para exigir seu cum-
primento, pessoa jurídica de direito público – União, Estados e Municípios. Os
sujeitos passivos são contribuintes que possuem relação pessoal e direta com a
situação que constitua o respectivo fato gerador e o responsável, terceira pessoa
escolhida por lei para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato gerador.
Nem sempre a obrigação tributária surge, o tributo se torna exigível, a exi-
gibilidade da exação ocorre em regra, com a constituição do crédito tributário.
Dessa forma, o CTN apresenta dois momentos: primeiro surge a obrigação tri-
butária com a efetiva ocorrência do fato gerador e segundo a exigibilidade da
obrigação que nasce da constituição do crédito tributário, que não é constitu-
ído somente pelo lançamento, mas também pela confissão por meio das guias
de recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e infor-
mações sobre o Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência
Social (GFIP).
Ressalta-se que a obrigação tributária surge com o crédito tributário, mas a
executoriedade somente a partir da inscrição em dívida ativa (VIEIRA, 2014).
As obrigações podem ser principais ou acessórias. Obrigação Principal:
“[...] é uma prestação designativa do ato de pagar, afeta ao tributo e à multa”
(SABBAG, 2012, p.164). “O que enquadra a obrigação em principal não é o
fato de ser ou não tributo, mas a natureza do objeto que é pecúnia” (VIEIRA,
2012, p. 151). Obrigação acessória “[...] está dissociada da obrigação pecuni-
ária, decorre da Legislação Tributária e tem por objeto prestações positivas ou
negativas, nela previstas no interesse de arrecadação ou da fiscalização dos tri-
butos” (VIEIRA, 2012, p.151).
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CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Não importa se uma pessoa está sujeita a alguma medida que limite ou prive o
exercício de atividades. Se o fato gerador ocorrer, o tributo é devido.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Capacidade Tributária
132 UNIDADE IV
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domi-
cílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
Não havendo eleição do domicílio por qualquer das partes quanto às pes-
soas físicas ou naturais, será em sua residência habitual; não sendo conhecida,
poderá ser onde está o centro habitual de sua atividade (inciso I). Já as pessoas
jurídicas de direito privado será em sua sede ou onde ocorreu o fato ou ato que
deram origem à obrigação (inciso II). E no caso das pessoas jurídicas de direito
público, qualquer de suas repartições (inciso III). Estando disposto nos pará-
grafos as exceções.
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Caro(a) aluno(a), de acordo com a teoria adotada pelo CTN verificada hipótese
de incidência, seguida pelo que define a legislação que define o:
[...] fato gerador, nascendo a obrigação tributária, ou seja, o vínculo ju-
rídico existente entre o sujeito ativo e sujeito passivo, após é necessário
definir o montante do tributo ou pagamento, o devedor e o prazo para
pagamento, de forma a conferir exigibilidade à obrigação. Daí a exigência
de um procedimento oficial consistente em declarar formalmente a ocor-
rência do fato gerador, definir os elementos materiais da obrigação surgida
(alíquota e base de cálculo), calcular o montante devido, identificar o res-
pectivo sujeito passivo, com o fito de possibilitar que contra este feita a co-
brança do tributo ou da penalidade pecuniária. Todo esse procedimento é
legalmente denominado como lançamento (ALEXANDRE, 2015, p. 556).
Crédito Tributário
134 UNIDADE IV
ESPÉCIES DE LANÇAMENTO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
auto de infração.
Há ainda uma terceira forma de lançamento o chamado lançamento por
homologação, no qual o contribuinte antecipa o pagamento sem prévio exame
da autoridade administrativa, cabendo a esta, após o recolhimento, fiscalizar e
homologar o pagamento caso este tenha sido efetuado corretamente, previsto
no artigo 150 § 1.º do CTN.
No entanto, há situações que a lei estabelece (CTN) que não poderá ser cobrado
por meio da via judicial, ou seja, da execução Fiscal. São as seguintes:
■■ Moratória: é a prorrogação do pagamento de uma dívida concedida pelo cre-
dor ao devedor, podendo ser concedida por lei a todos os contribuintes, ou
individualmente, conforme estabelece o CTN em seus artigos 152 a 155-A.
■■ Depósito do montante integral: ocorre quando o contribuinte deposita
integralmente o crédito exigido, tanto na esfera judicial quanto na admi-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Crédito Tributário
136 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
das se compensarem até sua extinção, havendo lei do ente tributante que
a autorize. Cumpre ainda destacar que a compensação na esfera tributá-
ria também pode ser aplicada a créditos vincendos.
■■ Transação: é o acordo entre o Fisco e o contribuinte, dependente de lei
que a autorize, com concessões mútuas. Assim, cada parte cede parcela de
seu direito com o objetivo de atingirem o ponto de interesse para ambas,
terminando o litígio e extinguindo o crédito tributário.
■■ Remissão: é o perdão ou dispensa total ou parcial do pagamento do tri-
buto devido, também mediante lei que a autorize.
■■ Prescrição (artigo 174, CTN): é o prazo para o Fisco realizar a cobrança
judicial do crédito tributário, fixado por lei em 5 (cinco) anos da cons-
tituição definitiva do crédito tributário. Caso o contribuinte proponha
impugnação administrativa face ao lançamento efetuado, o prazo prescri-
cional se iniciara após o trânsito em julgado do referido recurso. Decorrido
o prazo, o Fisco perde o direito de ação (por via da execução fiscal) con-
tra o contribuinte e, por consequência, perde o próprio direito ao crédito.
■■ Decadência: trata-se da perda do direito de a Fazenda Pública constituir
o crédito tributário por meio do lançamento. O prazo é de cinco anos,
diferindo o termo inicial de acordo com a modalidade de lançamento.
■■ Conversão de depósito em renda: nos casos de decisão favorável ao ente
tributante, o valor depositado, judicial ou administrativamente, poderá ser
levantado, providenciará o encontro de contas e quitará o tributo devido.
Crédito Tributário
138 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
belecido. As isenções sem prazo certo podem ser revogadas a qualquer tempo,
devendo, nesses casos, obediência ao princípio da anterioridade.
■■ Anistia: é o perdão legal referente às penalidades pecuniárias (juros,
multa). Pela anistia, o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo
da Legislação Tributária, impedindo a constituição do crédito tributário.
A anistia pode ser geral ou limitada (artigo 181, CTN). No segundo caso, poderá
ser inerente apenas:
A. as infrações relativas a determinado tributo.
B. as infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado mon-
tante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza.
C. a determinada região do território da entidade tributante, em função de
condições a ela peculiares.
D. a condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei concessiva
do favor ou pela autoridade administrativa.
Crédito Tributário
140 UNIDADE IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1413-80502014000100004&lang=pt>.
Fonte: Adaptado de Pires (2014, on-line)6.
Caro(a) aluno(a), foi um imenso prazer dividir com você esse conteúdo sobre
as obrigações tributárias, tenho certeza que muitos de vocês as utilizarão para
toda vida.
Terminamos mais uma fase de nossa viagem extraordinária, tenho certeza
que esses conhecimentos serão proveitosos para toda nossa vida já que esta
relação aplicamos em nosso cotidiano, não apenas no trabalho, pois em tudo
que compramos, adquirimos ou fazemos envolve tributação atualmente, sendo
assim conhecer essa relação não só ajuda no desenvolvimento intelectual como
no pessoal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
142
3
Em geral, a maneira como se modela a sazonalidade é artificial e puramente ad hoc. O que co-
mumente se faz é previamente dessazonalizar a série por algum método convencional e estimar
o modelo usando a série modificada. Quanto a isso, existe um problema sério quando o assunto
é previsão. A sazonalidade é uma característica idiossincrática de cada série de tributos, o que faz
com que a sua não consideração certamente contribua para diminuir a qualidade do ajustamento
e da previsão. Pode-se, naturalmente, introduzir novamente a sazonalidade ao se efetuar tal exer-
cício. Entretanto, este é um processo mais custoso, com pouca garantia quanto ao seu resultado
efetivo. Neste caso, os parâmetros que modelam a sazonalidade foram obtidos fora do modelo,
isto é, não se levando em consideração a informação relevante. O método adotado neste estudo
permite ultrapassar todas estas dificuldades, pois a sazonalidade é vista como sendo um conjunto
de parâmetros a mais dentro do modelo.
Obrigação Tributária
José Souto Maior Borges
Editora: Malheiros
Sinopse: este livro aborda o Direito Tributário - a obrigação tributária, a questão
da patrimonialidade e da transitoriedade dessas obrigações.
147
REFERÊNCIAS
Referências on-line
1
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm>. Acesso em: 20 out.
2016.
2
Em: <http://www.jurisite.com.br/sumulas/justica/justica/sumula160.html>. Aces-
so em: 20 out. 2016.
3
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9430.htm>. Acesso em: 20 out.
2016.
4
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657.htm>. Acesso em:
20 out. 2016.
5
Em: <https://docs.google.com/document/d/102-OXbZzzoe7G8isfZ4UfjkwXpXL-
9-r1sF_tftIBSmE/edit>. Acesso em: 20 out. 2016.
6
Em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-80502014
000100004&lang=pt>. Acesso em: 21 out. 2016.
7
Em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-80502013
000200006&lang=pt>. Acesso em: 21 out. 2016.
GABARITO
1. A lei em seu texto deve estabelecer quando passará a vigorar, havendo omissão
nos reportamos ao artigo primeiro do Decreto Lei nº 4657/1942 que estabelece
que ela passará a vigorar 45 dias após a publicação.
2. Para que haja aplicação da lei tributária basta ocorrer o fato gerador e assim ime-
diatamente incide o tributo, conforme estabelece artigo 105 do CTN.
V
DA COMPETÊNCIA
UNIDADE
TRIBUTÁRIA E OS TRIBUTOS
EM ESPÉCIE
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender a competência tributária.
■■ Compreender espécies dos tributos.
■■ Aprender como instituir os impostos Federais, Estaduais e Municipais.
■■ Assimilar regras constitucionais e legais para impostos e taxas.
■■ Instruir-se do funcionamento das taxas, contribuições de melhoria,
empréstimos compulsório e contribuições especiais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Competência tributária
■■ Espécies de tributos
153
INTRODUÇÃO
Olá caro(a) aluno(a), nesta unidade, vamos nos aprofundar um pouco mais na
competência tributária especificamente na área dos impostos, taxas e contribui-
ções, ou seja, a parte mais sensível do cidadão, o bolso.
Nosso objetivo é entender o motivo dos recolhimentos, iniciando com a com-
petência tributária, lembrando que somente podemos criar, isentar ou excluir
impostos, taxas ou contribuições por meio da lei, primeiro dentro dos limites
constitucionais seguindo pelas outras legislações específicas.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
154 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Competência tributária é a aptidão que tem os entes federativos para criar, por
meio da lei, os tributos. As espécies de tributos estão reservadas a cada ente pela
própria Constituição, e cada um deles apenas está autorizado a agir dentro dos
limites impostos pelo texto constitucional. Finalmente, o exercício da compe-
tência representa típica função legislativa (CASALINO, 2012, p. 60).
Competência Tributária
156 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ria no momento em que desejarem. Não há um prazo pré-estabelecido
para instituírem os tributos que Ihe são reservados pela Constituição.
A União, por exemplo, pode instituir o Imposto sobre Grandes Fortu-
nas (IGF) no momento que bem lhe aprouver. Está autorizada a criá-lo
agora, como daqui a dez anos, quinze, vinte, e assim por diante. Cabe
assinalar, ainda, o previsto no art. 8. ° do CTN: “O não exercício da
competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito públi-
co diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído”. Em outras
palavras, o não exercício da competência tributária não acarreta a dele-
gação da mesma a outro ente federativo.
Competência Tributária
158 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos munici-
pais”. Não existem territórios federais atualmente. Entretanto, podem
ser criados de acordo com o art. 18, § 2. °, da CF/1988. Nesse caso, o
território federal pode estar dividido em Municípios ou não. Se estiver,
os impostos estaduais são de competência da União e os municipais
dos respectivos Municípios. Se no território não houver Municípios,
então cabem a União os impostos estaduais e os municipais. O Distrito
Federal, por sua vez, não pode ser dividido em Municípios (art. 32 da
CF/1988). Por isso, os fatos econômicos que deveriam ser tributados
pelos Municípios, como os “serviços de qualquer natureza”, ficam sob a
competência do Distrito Federal.
ESPÉCIES DE TRIBUTOS
IMPOSTOS
São tributos que não estão vinculados a nenhuma atividade estatal específica
ao contribuinte. Dessa maneira, ele terá o direito a arrecadar sem a necessidade
de contrapartida. A vinculação do tributo é analisada por meio da hipótese de
incidência ao passo que a vinculação da receita realiza após a ocorrência do fato
gerador e depois do tributo já ter ingressado nos cofres públicos.
Para resumir, o sujeito passivo tem a obrigação de pagar o imposto ao pra-
ticar o fato gerador, ou seja, um fato econômico previamente descrito em lei do
ente federativo competente.
Existem regras gerais para destinação dos impostos que devem ser segui-
das de acordo com o art. 160 da Constituição Federal: “É vedada a retenção ou
qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicio-
nais e acréscimos relativos a impostos” (BRASIL, 1988, on-line)2.
Entretanto, o parágrafo único do mesmo artigo (160 da CF) define algu-
mas exceções:
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e
os Estados de condicionarem a entrega de recursos:
[...]
Espécies de Tributos
160 UNIDADE V
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re-
gionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organiza-
do de acordo com as seguintes diretrizes:
[...]
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os
arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que
forem transferidas aos respectivos Municípios (BRASIL, 1988, on-li-
ne)2.
Neste a União deve destinar nunca menos de 18% anualmente de suas receitas e
os Estados 25% para manutenção e desenvolvimento do Ensino, destacando que
os valores transferidos da União aos Estados não são considerados neste percen-
tual, e sim os valores referentes à arrecadação.
A Constituição ainda prevê situações facultativas como as trazidas pelos arti-
gos 204 parágrafo único e 216 § 6.º que apresenta:
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos
no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes
diretrizes:
II - serviço da dívida.
II - serviço da dívida.
IMPOSTOS FEDERAIS
Instituído por Lei Federal, o exercício da competência tributária depende de Lei ordi-
nária ou complementar, conforme o caso, que instituirá o imposto. Entenderemos
alguns desses impostos por meio de quadros desenvolvidos por Nasser (2013):
Espécies de Tributos
162 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
to de Importação, ou a suspensão da exigibilidade, incidente
sobre insumos de origem estrangeira, caso os mesmos sejam
utilizados na produção de bens destinados à exportação.
a) O importador (qualquer pessoa física ou jurídica).
b) O arrematante de produtos apreendidos ou abandona-
dos.
SUJEITO PASSIVO c) O destinatário de remessa postal internacional indicado
pelo respectivo remetente (artigo 31, inciso II, do Decreto-lei
37/1966 com a nova redação determinada pelo Decreto-lei
2.472/1988).
a) Unidade de medida adotada pela lei tributária.
b) Preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao
tempo da importação, em uma venda em condições de livre
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do
BASE DE CÁLCULO
produto no País.
c) Produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, sua
base de cálculo para o recolhimento do imposto de importa-
ção será o preço da arrematação.
a) Específica: a alíquota que não leva em consideração o va-
lor dos bens importados, mas sim uma unidade de medida
ALÍQUOTA
prevista em lei (ex.: metragem, peso, litros etc.).
b) ad valorem: sobre o valor da operação.
PRINCÍPIO DA
É exceção, sendo exigível imediatamente.
ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA É exceção, podendo as alíquotas ser alteradas por decreto
LEGALIDADE presidencial.
FUNÇÃO Extrafiscal (função principal de regular o comércio exterior).
Fonte: Nasser (2013, p. 75).
cadoria.
a) Unidade de medida adotada pela lei tributária.
b) Preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao
BASE DE CÁLCULO tempo da importação, em uma venda em condições de livre
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do
produto no País.
a) Específica: a alíquota que não leva em consideração o va-
lor dos bens importados, mas sim uma unidade de medida
ALÍQUOTA
prevista em lei (ex.: metragem, peso, litros etc.).
b) ad valorem: sobre o valor da operação.
PRINCÍPIO DA
É exceção, sendo exigível imediatamente.
ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA É exceção, podendo as alíquotas ser alteradas por decreto
LEGALIDADE presidencial.
FUNÇÃO Extrafiscal (função principal de regular o comércio exterior).
Fonte: Nasser (2013, p. 76).
Apuração realizada pelo lucro presumido consiste em uma opção que tem
a pessoa jurídica, desde que não esteja obrigada a apuração pelo lucro real.
Compreende a aplicação de um percentual sobre a receita bruta no respectivo
período de apuração.
Utiliza-se a apuração pelo lucro arbitrado quando, em razão de prática irregu-
lar do contribuinte, não existe a possibilidade de se apurar o lucro real; presumido.
Nesses casos, o contribuinte deixou de cumprir obrigações acessórias (ex.: não
apresentação de livros fiscais), fazendo com que a autoridade fiscal arbitre tal lucro.
Quadro 3 - Imposto de Renda e proventos de Qualquer Natureza (IR)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA (IR)
Auferir renda (o produto do capital, do trabalho ou da
FATO GERADOR combinação de ambos) ou provento de qualquer natureza
(acréscimo patrimonial não compreendido na renda).
Com a disponibilização da renda no patrimônio do sujeito
MOMENTO DA
passivo. A apuração do tributo é feita anualmente, de acordo
OCORRÊNCIA
com o exercício fiscal.
Toda pessoa física ou jurídica que aufira renda ou proventos
SUJEITO PASSIVO
de qualquer natureza.
O valor correspondente a renda ou ao provento de qualquer
natureza. A forma de apuração e o elemento que varia de
acordo com a espécie de contribuinte:
a) sujeito passivo pessoa física, valor bruto dos rendimentos,
BASE DE CÁLCULO
com as deduções legalmente autorizadas.
b) sujeito passivo de pessoa jurídica - Imposto de Renda para
Pessoas Jurídicas (IRPJ), a apuração pode se dar sobre o lucro
real; sobre o lucro presumido; lucro arbitrado.
Varia de acordo com a renda auferida do sujeito passivo, sen-
do tal variação sujeita ao princípio da capacidade contributi-
ALÍQUOTA
va, sendo as alíquotas progressivas. Prevê a legislação quatro
alíquotas: 7,5%; 15%; 22,5% e 27,5%.
PRINCÍPIO DA
Sujeita-se à anterioridade anual, mas não à nonagesimal.
ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA
Sujeita-se inteiramente.
LEGALIDADE
FUNÇÃO Predominantemente fiscal.
Fonte: Nasser (2013, p. 76).
Espécies de Tributos
166 UNIDADE V
Quadro 5 - Imposto sobre operações de crédito, câmbio ou operações relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MOMENTO DA No momento de realização de cada uma das operações fi-
OCORRÊNCIA nanceiras.
a) as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito.
b) os compradores ou vendedores de moedas estrangeiras
nas operações de câmbio.
SUJEITO PASSIVO
c) pessoas físicas ou jurídicas seguradas.
d) adquirentes de títulos ou valores mobiliários.
e) as instituições financeiras nos termos da lei.
a) nas operações de crédito, o montante da operação.
b) nas operações de câmbio, o próprio valor operacionalizado.
c) nas operações de seguros, o montante do prêmio.
d) nas operações relativas a títulos ou valores mobiliários
BASE DE CÁLCULO será o valor da aquisição, resgate, cessão ou repactuação de
títulos e valores mobiliários.
e) o valor da operação de financiamento realizada em bolsas
de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas.
f ) o valor de aquisição ou resgate de cotas de fundos de in-
vestimento e de clubes de investimento.
Varia conforme a base de cálculo (atualmente é fixada nos
ALÍQUOTA
artigos 6.° e seguintes do Decreto 6.306/2007).
PRINCÍPIO DA É exceção, sendo exigível imediatamente (artigo 150, § 1 °,
ANTERIORIDADE Constituição Federal).
PRINCÍPIO DA É exceção, podendo as alíquotas serem alteradas por decre-
LEGALIDADE to presidencial.
FUNÇÃO Extrafiscal, isso porque o IOF objetiva o controle de mercado.
Fonte: Nasser (2013, p. 78).
Espécies de Tributos
168 UNIDADE V
A Constituição Federal define que a União poderá criar impostos que não este-
jam previstos no artigo 153, por meio da Lei Complementar, no entanto, fato
gerador e base de cálculo já discriminados em outros impostos já criados. Esta
autorização é definida como imposto residual da União está prevista no artigo
154, I da Constituição Federal.
Por fim, não podemos deixar de mencionar os casos excepcionais os cha-
mados impostos extraordinários, podem ser cobrados em caso de guerra ou sua
iminência, trata-se de uma exceção ao princípio da anterioridade em razão da pró-
pria urgência, conforme estabelece o artigo 150, III § 1.º da Constituição Federal.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Impostos Estaduais
Espécies de Tributos
170 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tadual, intermunicipal e de comunicação.
BASE DE CÁLCULO
c) valor da mercadoria quando importada.
Será não cumulativa, compensando-se o que for devido
como os valores já pagos.
Poderão ser majoradas ou reduzidas em razão da seletivida-
de ou essencialidade do bem (artigo 155, § 2. °, Ill, Constitui-
ção Federal).
São livremente fixadas por cada Estado e pelo Distrito Fede-
ral, obedecendo aos seguintes limites:
a) as alíquotas utilizadas nas operações de exportação, e nas
ALÍQUOTA operações interestaduais, serão fixadas em resolução do Se-
nado Federal (artigo 155, § 2. °, IV, Constituição Federal).
b) o Senado Federal poderá fixar alíquotas mínimas e máxi-
mas que devem ser observadas pelos Estados e pelo Distrito
Federal em operações internas (artigo 155, § 2. °, V).
c) Estados e Distrito Federal não podem conceder isenções,
nem reduzir a alíquota interna a alíquotas interestaduais.
Apenas o ICMS incidente sobre combustíveis e exceção ao
PRINCÍPIO DA
princípio da anterioridade anual, não sendo exceção, no en-
ANTERIORIDADE
tanto, ao princípio da anterioridade nonagesimal.
PRINCÍPIO DA Apenas o ICMS incidente sobre combustíveis é exceção ao
LEGALIDADE princípio da legalidade.
FUNÇÃO Fiscal.
Fonte: Nasser (2013, p. 84).
Impostos Municipais
Espécies de Tributos
172 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
termos do § 2.° do mesmo artigo.
MOMENTO DA
Em 1 ° de Janeiro de cada ano.
OCORRÊNCIA
O proprietário do imóvel, o titular do domínio útil ou seu
SUJEITO PASSIVO
possuidor a qualquer título.
BASE DE CÁLCULO Valor venal do imóvel.
São progressivas, nos termos do artigo 156, § 1º, I e II, e arti-
go 182, § 4. °, II Constituição Federal. Podem ser maiores ou
menores, de acordo com a capacidade econômica de cada
ALÍQUOTA
contribuinte. Para tanto, a legislação leva em consideração
quatro elementos: o uso; o valor, a localização; a função so-
cial da propriedade.
PRINCÍPIO DA
Deve atender apenas à anterioridade anual.
ANTERIORIDADE
PRINCÍPIO DA A base de cálculo pode ser atualizada monetariamente por
LEGALIDADE decreto.
FUNÇÃO Predominantemente fiscal, mas também extrafiscal.
Fonte: Nasser (2013, p. 84).
competente).
Sujeito passivo: o prestador de serviço, empresa ou profissio-
SUJEITO PASSIVO
nal autônomo com ou sem estabelecimento fixo.
A base de cálculo do ISS, em regra, e o preço do serviço, sen-
do possível a adoção de base de cálculo presumida (fixa),
BASE DE CÁLCULO
conforme lei do Município tributante (por exemplo, para
profissionais liberais).
Os municípios têm autonomia para fixar livremente as alí-
quotas, respeitando os limites estabelecidos, que, nos ter-
ALÍQUOTA
mos do artigo 8.°, Lei Complementar 116/2003, deverá ser
de, no máximo, 5%.
PRINCÍPIO DA Deve observar tanto a anterioridade anual quanto a anterio-
ANTERIORIDADE ridade nonagesimal.
PRINCÍPIO DA
Submete-se integralmente.
LEGALIDADE
FUNÇÃO Predominantemente fiscal.
Fonte: Nasser (2013, p. 88).
Espécies de Tributos
174 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
radas do benefício as atividades que objetivam a compra e venda desses bens ou
direitos, destacando que não haverá a incidência do ITBI no usucapião por não
constituir fato gerador desse tributo, ou seja, não há o elemento “transferência”,
por se tratar de aquisição originária.
Quadro 12 - Imposto de transmissão intervivos
TAXAS
As taxas (art. 145, II, da CF e art. 77 do CTN) têm como fato gerador o exercício
regular do Poder de Polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou colocado à sua disposição de
acordo com artigo 79 do Código Tributário Nacional (SABBAG, 2012, p. 95).
Os contornos da definição constitucional deixam claro que as taxas são tri-
butos retributivos ou contraprestacionais, uma vez que não podem ser cobradas
sem que o Estado exerça o poder de polícia ou preste ao contribuinte, ou colo-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como o regime das taxas é legal, não é possível rescisão. Também há de se des-
tacar que, segundo expressas disposições legais (CTN, arts. 7.º e 119), só podem
figurar no polo ativo da relação jurídico-tributária pessoas jurídicas de direito
público, o que é integralmente aplicável às taxas.
Espécies de Tributos
176 UNIDADE V
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIAS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de imóveis pertencentes aos potenciais contribuintes.
O fato gerador da contribuição de melhoria não é a realização da obra, mas
sim sua consequência, a valorização imobiliária. Assim, a contribuição de melho-
ria tem caráter contraprestacional. Serve para ressarcir o Estado dos valores (ou
parte deles) gastos com a realização da obra.
Os Limites estão dispostos na Constituição Federal (1988), mas foram recep-
cionados pelo nosso Código Tributário Nacional que estabelece em seu artigo 81:
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respecti-
vas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas
de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a des-
pesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado (BRASIL, 1966, on-line)1.
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
II- calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com
os recursos orçamentários disponíveis;
Espécies de Tributos
178 UNIDADE V
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seguindo ensinamentos de Alexandre (2015), entenderemos as disposições sobre
contribuições especiais de acordo com a ilustração a seguir:
As contribuições sociais destinam-se a financiar os denominados direitos
sociais previstos no artigo 6.º da Constituição Federal (1988):
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o traba-
lho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição (BRASIL, 1988, on-line)2.
são, portanto, tributos criados com base no elemento teleológico ou finalístico, uma
vez que, para serem consideradas legítimas, suas finalidades têm que ser compa-
tíveis com as disposições constitucionais, principalmente com aquelas relativas à
ordem econômica e financeira, que aparecem a partir do art.170 da Carta Magna.
A União tem autonomia relativamente grande para instituir as CIDEs, pois,
desde que não se desvie do referido “elemento teleológico”, a liberdade para a criação
das CIDEs é bastante ampla. Isso se deve ao fato de a Constituição Federal de 1988
não ter explicitado quais as bases econômicas sobre as quais o tributo pode incidir.
Mais, recentemente, a EC 42/2003 ampliou bastante a previsão constitucional
de incidência das CIDE nas operações de importação, uma vez que, originaria-
mente, o inciso II do § 2.º do art. 149 da CF previa a cobrança do tributo apenas
sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados
e álcool combustível. Atualmente, todavia, a previsão abrange a importação de
produtos estrangeiros ou serviços, expressão muito mais abrangente.
Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas –
Contribuições corporativas são aquelas criadas pela União com o objetivo
parafiscal de obter recursos destinados a financiar atividades de interesses de
instituições representativas ou fiscalizatórias de categorias profissionais ou eco-
nômicas (corporações). Os exemplos mais relevantes de tais contribuições são
a contribuição sindical e a destinada ao custeio das entidades de fiscalização do
exercício de profissões regulamentadas.
Espécies de Tributos
180 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
iluminação pública, sendo, portanto, ilegítima qualquer espécie de destinação diversa.
Caro(a) aluno(a), foi com imenso prazer que concluímos este estudo entendendo
um pouco mais sobre impostos e taxas; espero que você tenha aprendido tanto
quanto eu, pois sempre aprendemos mais do que ensinamos. Sucesso!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Prezado(a) aluno(a), nossos estudos frente aos impostos iniciaram com apren-
dizado sobre: a quem compete criar e instituir os impostos? Descobrimos que a
Constituição Federal é a primeira a designar e distribuir a competência a cada ente
federativo que somente através de lei específica poderá instituir e cobrar os tributos.
Neste estudo, ficou bem claro que a lei é que estabelece os limites, sem estes não
há como criar ou exigir qualquer imposto, mas não podemos deixar de mencionar
as características específicas da competência tratadas por alguns autores como prin-
cípios, pois são primordiais para o entendimento e balizamento da compreensão.
Assim como estabelece a forma, também determina sua classificação, pois
como criar sem saber o lugar correto de aplicar? Por isso, Casalino (2012) nos
apresenta de maneira clara as formas de classificação para que possamos com-
preender objetivo e aplicação de cada imposto, taxa ou contribuição.
Seguimos adiante conhecendo os impostos em sua espécie, primeiro defi-
nindo, depois conhecendo os principais instituídos pela União, Estados e
Municípios para que possamos saber qual fato gerador, o momento da ocorrên-
cia, quem é o responsável ou responsáveis, base de cálculo, alíquota e se devemos
ou não aplicar os princípios da anterioridade e legalidade e principalmente qual
sua função, isto nos principais princípios.
Para encerrar com entendimento sobre taxas apresentamos quando e como
devem ser cobradas, quais os fatos que resultam nesta cobrança, não podendo
deixar de lembrar que durante toda unidade a legislação aplicada está a todo
momento fundamentada. Em seguida, aprendemos sobre Contribuições de
melhoria, empréstimo compulsório e contribuições especiais.
Considerações Finais
182
7. O que são taxas e quais são fatores que resultam em sua cobrança?
Referências on-line
1
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm>. Acesso em:
24 out. 2016.
2
Em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Aces-
so em: 24 out. 2016.
3
Em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1282>.
Acesso em: 24 out. 2016.
4
Em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=2218>.
Acesso em: 24 out. 2016.
5
Em: <http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=noticia_visualizar&id_no-
ticia=12180>. Acesso em: 24 out. 2016.
6
Em: <http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=noticia_visualizar&id_no-
ticia=11740>. Acesso em: 24 out. 2016.
GABARITO
2. Competência tributária é a aptidão que têm os entes federativos para criar, por
meio de lei, os tributos. Suas características são Privatividade, facultatividade, in-
delegabilidade, Irrenunciablidade, Incaducabilidade e Inalterabilidade. Classifi-
camos em: Competência privativa, competência comum, competência especial,
Competência residual, competência extraordinária e competência cumulativa.
5. Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), o Imposto sobre Cir-
culação de Mercadorias e Serviços e transporte interestadual, intermunicipal e
de comunicação (ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
(IPVA).
8. São tributos vinculados, uma vez que sua cobrança depende de uma específi-
ca atuação estatal, qual seja a realização de uma obra pública que tenha como
consequência um incremento do valor de imóveis pertencentes aos potenciais
contribuintes.
Prezado(a) aluno(a)!
Vimos ao longo do nosso estudo que as modificações legislativas no decorrer dos
anos foram muito significativas e que trouxeram grandes avanços ao Direito Em-
presarial, que passou a adotar uma teoria mais abrangente cuidando do direito so-
cietário, falimentar, industrial, cambiário, concorrencial, entre outros tratados pela
legislação.
Tanto o Direito Empresarial quanto o Direito Tributário vem tratado pela Constitui-
ção Federal que institui a forma de atuação de cada um sem esquecer dos princípios
específicos aplicados a cada um.
Entendemos o conceito do Direito Empresarial, empresário, empresa e atividade
empresarial, bem como as formas de atuação de cada um para em sequência definir
qual a melhor estratégia a seguir no desenvolvimento empresarial.
Conceituar as sociedades para classificar faz parte da estratégia para definir qual
melhor tipo de empresa a ser constituída, dentro das características de cada pes-
soa ou empresa, partindo para as noções de Direito Tributário que determinarão
o sistema de atuação dentro dos limites estabelecidos pela Constituição Federal e
Legislações aplicadas, conhecendo inclusive a hierarquia das leis.
Aplicabilidade das legislações tributárias servirá como base do conhecimento das
funções dos tributos aplicados dentro dos princípios e limitações do poder de tri-
butar. Eis que conhecer o momento do surgimento da obrigação tributária será um
diferencial para prevenção ou mesmo orientação e adequação da instituição da
responsabilidade tributária, para não haver qualquer descumprimento de preceitos
legais que resultem em multa ou prejuízos.
Conhecendo a legislação também aprendemos sobre a competência e, principal-
mente, as espécies de tributos cobrados por cada ente federativo em cada momen-
to, por meio das regras gerais estabelecidas.
Diante disso tudo é possível observar que o sucesso empresarial depende do co-
nhecimento tributário, enfim, o conhecimento é sempre a melhor arma a ser utiliza-
da em qualquer ramo de atividade.
Sucesso!
Prof.ª Renata Monteiro de Andrade