Você está na página 1de 11

Sexta-feira, 8 de Maio de 2020 I Série – N.

º 62

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 510,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURA O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do «Diário . Ano da República 1.ª e 2.ª série é de Kz: 75.00 e para
da República», deve ser dirigida à Imprensa
As três séries . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 734 159.40 a 3.ª série Kz: 95.00, acrescido do respectivo
Nacional - E.P., em Luanda, Rua Henrique de
A 1.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 433 524.00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Carvalho n.º 2, Cidade Alta, Caixa Postal 1306,
www.imprensanacional.gov.ao - End. teleg.: A 2.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 226 980.00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na tesouraria
«Imprensa». A 3.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 180 133.20 da Imprensa Nacional - E. P.

SUMÁRIO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Presidente da República
Decreto Presidencial n.º 128/20: Decreto Presidencial n.º 128/20
Prorroga o Estado de Emergência por um período de 15 dias, entre de 8 de Maio
as 00h:00 do dia 11 de Maio de 2020 e as 23h:59 do dia 25 de Maio
de 2020, e define as medidas concretas de excepção em vigor durante O País vive uma situação de iminente calamidade
o período de vigência do Estado de Emergência. — Revoga todos os pública motivada pela existência do risco de propagação
actos praticados pelos Órgãos da Administração Central e Local que
contrariem o disposto no presente Diploma. da pandemia causada pelo COVID-19, situação que deter-
Decreto Presidencial n.º 129/20: minou, ouvida a Assembleia Nacional, a declaração de
Aprova a abertura do crédito adicional suplementar no montante de
Kz: 100 000 000 000,00, para o pagamento das despesas com os Estado de Emergência, através do Decreto Presidencial
Projectos de Potenciação e Apetrechamento Técnico-Militar das
FAA e Assistência Diversa da Unidade Orçamental — Ministério da
n.º 81/20, de 25 de Março, o qual foi prorrogado por dois perío-
Defesa Nacional e Veteranos da Pátria. dos sucessivos de 15 dias, através do Decreto Presidencial
Assembleia Nacional n.º 97/20, de 9 de Abril, e do Decreto Presidencial n.º 120/20,
Resolução n.º 21/20: de 24 de Abril.
Pronuncia-se favoravelmente à 3.ª prorrogação do Estado de Emergência
declarado pelo Presidente da República, por via do Decreto Considerando que persistem as razões que fundamenta-
Presidencial n.º 81/20, de 25 de Março.
ram a declaração de Estado de Emergência, nomeadamente
Resolução n.º 22/20:
Aprova a substituição, por perda de mandato, de Júlia de Fátima Leite o risco de propagação do vírus COVID-19 na República de
da Silva Ferreira Albino, na Comissão Nacional Eleitoral, por Maria Angola;
Augusta de Macedo Rodrigues.
Tendo em conta o surgimento de casos de transmissão
Órgãos Auxiliares do Presidente da República
local, situação que aumenta o risco de propagação do vírus
— Casa Civil —
COVID-19 em Angola e, por isso, recomenda a continui-
Rectificação n.º 4/20:
Rectifica o Decreto Presidencial n.º 110/20, de 20 de Abril, publicado dade da adopção de medidas excepcionais, nomeadamente a
no Diário da República n.º 52, I Série, que nomeia Esmeralda Bravo suspensão, total ou parcial, de certos direitos fundamentais,
Conde da Silva Mendonça para o cargo de Secretária de Estado para
as Relações Exteriores. com vista à salvaguarda da vida humana;
Ministério das Finanças Convindo prorrogar o Estado de Emergência e clarifi-
Decreto Executivo n.º 164/20: car as medidas de excepção em vigor no território nacional
Regula as características das Obrigações do Tesouro previstas no durante o período da sua vigência;
Decreto Presidencial n.º 80/20, de 25 de Março, emitidas sem rea-
juste do valor nominal, com taxa de juro de cupão de 16,50% ao ano, Ouvida a Assembleia Nacional;
até ao valor global de Kz: 30 000 000 000,00, e disponibilizados ao O Presidente da República decreta, nos termos do artigo 58.º,
Banco de Comércio e Indústria, S.A., sem desconto.
da alínea p) do artigo 119.º, da alínea l) do artigo 120.º e do n.º 3
Despacho n.º 9/20:
Determina a emissão, colocação e reembolso das Obrigações do do artigo 125.º, todos da Constituição da República de Angola,
Tesouro-2020 — Capitalização do BCI. o seguinte:
2882 DIÁRIO DA REPÚBLICA

PRORROGAÇÃO DO ESTADO f) Entrega de bens alimentares ou medicamentos ao


DE EMERGÊNCIA E DEFINIÇÃO DAS MEDIDAS domicílio;
DE EXCEPÇÃO E TEMPORÁRIAS TENDENTES g) Assistência a pessoas vulneráveis;
À PREVENÇÃO E AO CONTROLO
h) Participação em acções de voluntariado;
DA PROPAGAÇÃO DA PANDEMIA COVID-19
i) Participação em actos públicos em instituições em
ARTIGO 1.º funcionamento;
(Prorrogação do Estado de Emergência)
j) Retorno ao domicílio;
É prorrogado o Estado de Emergência por um período de k) Transporte de mercadorias.
15 (quinze) dias, entre as 00h:00 (zero horas) do dia 11 de
3. Os veículos particulares podem circular na via pública
Maio de 2020 e as 23h:59 (vinte e três horas e cinquenta e
para a realização das actividades previstas no número
nove minutos) do dia 25 de Maio de 2020.
anterior.
ARTIGO 2.º
(Objecto) 4. As deslocações para a aquisição de bens e serviços
1. O presente Diploma define as medidas concretas de essenciais devem ser feitas, preferencialmente, para os esta-
excepção em vigor durante o período de vigência do Estado belecimentos e serviços mais próximos da residência do
de Emergência referido no artigo anterior. cidadão.
2. Sem prejuízo do disposto no presente Diploma, podem 5. Exceptuam-se, igualmente, as deslocações por parte
ser adoptadas outras medidas sempre que a aplicação do do pessoal das Missões Diplomáticas, Consulares e das
presente Decreto Presidencial o exigir. Organizações Internacionais localizadas na República de
ARTIGO 3.º Angola, desde que relacionadas com o desempenho de fun-
(Âmbito territorial)
ções oficiais.
O presente Diploma aplica-se em todo o território ARTIGO 6.º
nacional. (Desobediência)
ARTIGO 4.º 1. Em caso de violação do disposto no artigo anterior, os
(Suspensão de direitos)
órgãos competentes da ordem pública orientam ao cidadão o
Nos termos do presente Diploma, durante a vigência do regresso ao seu domicílio.
Estado de Emergência são suspensos, no todo ou em parte, 2. O desrespeito à ordem referida no número anterior
os seguintes direitos: constitui crime de desobediência, punível nos termos da Lei
a) Inviolabilidade do domicílio; Penal, podendo dar lugar à detenção imediata.
b) Direito de propriedade; ARTIGO 7.º
c) Direito à livre iniciativa económica; (Cerca sanitária nacional)
d) Liberdade de culto, na sua dimensão colectiva; 1. É fixada cerca sanitária nacional, estando interditas as
e) Liberdade de residência, circulação e emigração; entradas e saídas do território nacional por qualquer meio.
f) Liberdade de reunião e de manifestação; 2. Exceptuam-se do disposto no número anterior as
g) Inviolabilidade da correspondência e das comuni- entradas e saídas do território nacional em casos de extrema
cações; necessidade e urgência, nomeadamente:
h) Direito à greve e direitos gerais dos trabalhadores. a) Entrada e saída de bens e serviços essenciais;
ARTIGO 5.º b) Ajuda humanitária;
(Limitações à liberdade de circulação) c) Entradas e saídas de doentes.
1. É interdita a circulação e a permanência de pessoas na 3. Compete aos Departamentos Ministeriais competentes
via pública, devendo os cidadãos estar submetidos a recolhi- em razão da matéria a definição dos termos de aplicação do
mento domiciliar e isolamento social. disposto no número anterior.
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior as des- 4. É proibida a saída do território nacional de produtos da
locações necessárias e urgentes, nomeadamente para efeitos cesta básica, combustível, medicamentos e equipamentos e
de: material gastável de uso médico.
a) Aquisição de bens e serviços essenciais; 5. Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do presente artigo,
b) Prestação de serviços autorizados a funcionar; a violação da cerca sanitária nacional é punível, nos termos
c) Busca de serviços autorizados a funcionar; da Lei Penal.
d) Exercício de actividade laboral, para os cidadãos ARTIGO 8.º
com vínculo laboral com instituições em fun- (Circulação interprovincial)
cionamento durante o período de vigência do 1. É permitida a circulação interprovincial de pessoas,
Estado de Emergência; para efeitos de exercício da actividade económica, nomea-
e) Obtenção de cuidados de saúde; damente compra e venda de bens e serviços.
I SÉRIE – N.º 62 – DE 8 DE MAIO DE 2020 2883

2. O disposto no número anterior não é aplicável à cir- ARTIGO 11.º


(Testes obrigatórios)
culação interprovincial para efeitos de lazer, visita a fami-
liares ou fins similares, devendo as autoridades policiais 1. Os cidadãos em quarentena, institucional ou domi-
competentes tomar as medidas necessárias para impedir a ciliar, estão sujeitos à realização obrigatória de teste de
COVID-19.
circulação interprovincial indevida.
2. Estão igualmente sujeitos a teste de COVID-19 todos
ARTIGO 9.º
(Cerca sanitária na Província de Luanda)
os cidadãos, nos termos definidos pelas autoridades sanitá-
rias competentes.
1. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, é fixada
3. A todos é vedada a possibilidade de recusar a realiza-
cerca sanitária provincial na Província de Luanda, estando ção dos testes obrigatórios, sob pena de prática de crime de
interditas entradas e saídas do território da Província de desobediência, punível nos termos da Lei Penal.
Luanda. ARTIGO 12.º
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior as (Funcionamento dos Órgãos de Soberania)
entradas e saídas da Província de Luanda, nos casos consi- Os Órgãos de Soberania adoptam regimes próprios de
derados urgentes e necessários, nomeadamente para: funcionamento, considerando a situação de emergência,
a) Entrada e saída de bens e serviços essenciais; devendo salvaguardar sempre o funcionamento dos serviços
b) Ajuda humanitária; mínimos essenciais.
c) Entradas e saídas de doentes. ARTIGO 13.º
3. A violação da cerca sanitária da Província de Luanda (Funcionamento dos Órgãos Auxiliares do Presidente da República)

constitui crime de desobediência, punível nos termos da Lei 1. Os Órgãos Auxiliares do Presidente da República
Penal. mantêm o exercício pleno das suas funções.
4. Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do presente artigo, 2. Os Departamentos Ministeriais, os Governos Provin-
as autoridades policiais competentes devem adoptar as ciais, as Administrações Municipais, as Administrações
medidas necessárias para impedir a circulação de cidadãos Comunais e de Distrito Urbano mantêm o exercício das suas
funções, das 8 horas às 15 horas, sem prejuízo da extensão
entre a Província de Luanda e as demais províncias.
deste período nos casos estritamente necessários, podendo-se
ARTIGO 10.º
(Quarentena e testagem obrigatória)
limitar ou suspender a prestação de certos serviços públicos
considerados não essenciais.
1. Estão sujeitos ao regime da quarentena institucional
3. O efectivo laboral presencial dos órgãos referidos no
obrigatória:
número anterior não deve exceder os 50% da força de tra-
a) As pessoas expostas à infecção; balho, devendo trabalhar em regime de rotatividade, sendo
b) Os cidadãos provenientes do exterior do País, obrigatório o uso de máscara facial.
excepto se, ponderadas as circunstâncias, as 4. A medida prevista no n.º 3 do presente artigo não
autoridades sanitárias determinarem quarentena abrange os titulares de cargo de direcção e chefia, os quais
domiciliar. mantêm o pleno exercício das suas funções.
2. Estão sujeitos ao regime da quarentena domiciliar os
ARTIGO 14.º
cidadãos relativamente a quem as autoridades determinem (Serviços públicos)
situação de vigilância activa. 1. Os serviços públicos mantêm-se em funcionamento.
3. A violação da quarentena domiciliar dá lugar à sua 2. Os serviços públicos funcionam no período das 8 horas
transformação em quarentena institucional, podendo as às 15 horas, não podendo o seu efectivo laboral presencial
autoridades competentes invadir o domicílio do infractor exceder os 50% da força de trabalho, devendo trabalhar em
para a detenção em caso de resistência. regime de rotatividade.
4. A violação da obrigação de quarentena constitui crime 3. Os serviços públicos em funcionamento durante a
de desobediência, punível nos termos da Lei Penal. vigência do Estado de Emergência devem criar as condições
5. Os órgãos competentes devem criar as condições para o uso obrigatório de máscara facial, a observância do
necessárias à localização de pessoas que tiveram contacto distanciamento social obrigatório e observância das medidas
com casos positivos, para acompanhamento. de biossegurança.
6. Para efeitos do disposto no número anterior, as autori- ARTIGO 15.º
dades competentes podem requerer junto dos operadores de (Protecção especial de cidadãos vulneráveis)
comunicação electrónica o registo detalhado de chamadas 1. Estão sujeitos à protecção especial os cidadãos vul-
telefónicas e demais elementos de suporte exclusivamente neráveis à infecção por COVID-19, nomeadamente os
para rastreio dos cidadãos suspeitos ou de casos confirmados cidadãos:
de COVID-19 e seus contactos. a) Com idade igual ou superior a 60 anos;
2884 DIÁRIO DA REPÚBLICA

b) Portadores de doença crónica considerada de risco, 3. As férias dos trabalhadores que não se encontram
de acordo com as orientações das autoridades abrangidos pelo regime de rotatividade são objecto de
sanitárias, designadamente os imuno-compro- Acordo Colectivo de Trabalho.
metidos, os doentes renais, os hipertensos, os ARTIGO 19.º
diabéticos, os doentes cardiovasculares, os (Estabelecimentos de ensino e centros de formação profissional)
portadores de doença respiratória crónica e os 1. Mantêm-se encerrados os estabelecimentos de ensino,
doentes oncológicos;
públicos e privados, em todos os níveis do Sistema Nacional
c) As gestantes e pessoas com crianças menores de
de Educação.
12 anos a seu cuidado.
2. Mantêm-se encerrados os centros de formação pro-
2. Os cidadãos abrangidos pelo disposto no número ante-
fissional, públicos e privados, do Sistema Nacional de
rior, quando detentores de vínculo laboral com entidade,
Formação Profissional.
pública ou privada, que deve prestar serviço no período de
vigência do Estado de Emergência, estão dispensados da ARTIGO 20.º
(Competições e treinos desportivos)
actividade laboral presencial, devendo estar submetido ao
regime de trabalho em domicílio, nos termos do artigo 16.º 1. São proibidas todas as competições e treinos despor-
do presente Diploma. tivos e encerrados os estabelecimentos de competição, quer
3. O benefício de dispensa à prestação presencial de tra- sejam formais, quer sejam informais.
balho em relação às pessoas com menores a seu cuidado, 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, é per-
nos termos da alínea c) do n.º 1 do presente artigo, apenas mitida a prática desportiva individual e de lazer em espaços
aproveita a uma pessoa, independentemente do número de abertos, nos termos definidos no presente artigo.
menores a seu cuidado, não podendo mais de um adulto do 3. A prática desportiva individual referida no número
mesmo agregado beneficiar da referida dispensa. anterior é feita em regime de distanciamento social e obe-
4. O disposto no número anterior não abrange os titulares dece ao seguinte:
de cargo público, os profissionais de saúde, os operadores a) De segunda-feira a sexta-feira: das 5h00 às 6:30 e
de tráfego e apoio à mobilidade, bem como os membros dos das 17:30 às 19:00;
Órgãos de Defesa e Segurança.
b) Ao fim de semana: das 5h00 às 19:00.
ARTIGO 16.º 4. Quando realizada nos dias de semana, a prática des-
(Trabalho em domicílio)
portiva referida nos números anteriores é feita num raio de
1. Quando aplicável e sempre que as condições o per- até dois quilómetros da residência do cidadão.
mitam, os cidadãos dispensados da actividade laboral
5. Compete ao Ministério da Juventude e Desportos defi-
presencial durante o período do Estado de Emergência estão
nir as regras para a concretização do disposto no n.º 2 do
sujeitos ao regime de trabalho em domicílio.
presente artigo.
2. Compete a cada entidade, pública ou privada, definir e
criar as condições para que o trabalhador dispensado possa ARTIGO 21.º
(Comércio de bens e serviços em geral)
exercer a actividade a partir do domicílio.
3. O trabalhador a exercer a actividade nos termos do 1. É permitido o exercício da actividade comercial de
presente artigo fica sujeito ao regime de disponibilidade. bens e serviços em geral das 8 horas às 15 horas, não podendo
ARTIGO 17.º
o efectivo laboral presencial exceder os 50% da força de tra-
(Salvaguarda das relações jurídico-laborais) balho, devendo trabalhar em regime de rotatividade.
1. É proibida a cessação das relações jurídico-laborais 2. Os estabelecimentos comerciais que comercializam
com fundamento na ausência dos funcionários e trabalhado- bens alimentares funcionam das 8 horas às 16 horas.
res do local de trabalho. 3. Para efeitos do disposto nos n.os 1 e 2 do presente
2. O disposto no número anterior não impede a adopção artigo, o número máximo de cidadãos no interior dos esta-
de medidas disciplinares nomeadamente para os funcioná- belecimentos comerciais é definido em termos capazes de
rios e trabalhadores com dever de prestar serviço durante a assegurar o distanciamento mínimo de 2 metros entre os
vigência do Estado de Emergência. cidadãos.
3. É proibida a suspensão da relação jurídico-laboral 4. Os estabelecimentos comerciais devem definir e afixar
enquanto vigorar o Estado de Emergência. em local visível a capacidade máxima de pessoas em simul-
ARTIGO 18.º tâneo no seu interior.
(Direito à greve e direitos gerais dos trabalhadores) 5. A violação do disposto nos números anteriores deter-
1. É suspenso o direito à greve. mina o encerramento do estabelecimento comercial e a
2. Os funcionários e agentes administrativos do sector responsabilização criminal do gestor por crime de desobe-
da saúde, bem como os efectivos dos Órgãos de Defesa e diência, nos termos da Lei Penal.
Segurança podem desenvolver funções em lugar e em con- 6. Mantêm-se encerrados os restaurantes e similares,
dições diferentes daqueles que correspondem ao vínculo excepto para serviço externo, nomeadamente take away e
existente. entregas ao domicílio.
I SÉRIE – N.º 62 – DE 8 DE MAIO DE 2020 2885

7. É proibido o encerramento dos serviços considera- 2. Compete à entidade pública responsável pela exe-
dos essenciais, salvo em situação de força maior, podendo cução da obra decidir sobre a sua continuidade, nos termos
as autoridades competentes adoptar as medidas necessárias do número anterior.
para a manutenção da prestação dos seus serviços. 3. É obrigatório o uso de máscara facial por quem esteja
ARTIGO 22.º a prestar serviço nas obras públicas.
(Mercados e venda ambulante)
ARTIGO 25.º
1. Os mercados públicos, formais ou informais, mantêm- (Actividades políticas e liberdade de reunião e manifestação)
-se em funcionamento cinco dias por semana, nomeadamente 1. São interditos os eventos e actividades políticas que
de Terça-Feira a Sábado, no período compreendido entre impliquem a concentração de mais de 50 pessoas.
as 6 horas e as 13 horas, sendo permitida a comercialização 2. São interditas as reuniões e manifestações que impli-
de bens e serviços em geral. quem a concentração de mais de 50 pessoas.
2. É obrigatório o uso de máscara facial nos mercados, 3. Nas actividades que se realizem com até 50 pessoas, é
quer para os vendedores, quer para os compradores. obrigatório o uso de máscara facial.
3. Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do presente artigo,
ARTIGO 26.º
por recomendação das autoridades sanitárias competentes, (Actividades recreativas, culturais e de lazer na via pública
podem ser encerrados os mercados formais ou informais, ou em espaço público)
sempre que se esteja em presença comprovada de alto risco 1. São interditas as actividades recreativas e de lazer rea-
de transmissão comunitária do vírus. lizadas na via pública ou em espaço público, incluindo ao
4. É permitida a venda ambulante individual cinco fim de semana.
dias por semana, nomeadamente de Terça-Feira a Sábado, 2. São encerradas as discotecas e salas de jogos.
no período compreendido entre as 6 horas e as 13 horas, 3. São encerrados os bares e similares, excepto para a
devendo ser observado o distanciamento mínimo recomen- prestação de serviço de entrega ao domicílio.
dado entre o vendedor e o comprador no acto da compra. 4. São encerrados os espaços públicos destinados à prá-
5. É proibida a venda e a compra de produtos na tica desportiva e ao lazer e zonas balneares.
via pública a vendedores ambulantes ao Domingo e à
5. São suspensas as actividades culturais e artísticas,
Segunda-Feira.
salvo as realizadas com recurso às tecnologias de informa-
6. A violação do disposto no número anterior constitui
ção e comunicação.
crime de desobediência punível nos termos da Lei Penal.
6. São encerrados os locais de realização de actividades
7. É obrigatório o uso de máscara facial por parte dos
culturais.
vendedores ambulantes.
7. São encerrados os museus, bibliotecas, mediatecas,
8. São proibidos os mercados informais de rua que impli-
teatros, monumentos e similares.
quem a concentração de pessoas.
8. É suspensa a navegação marítima de recreio, incluindo
9. Os órgãos gestores dos mercados devem criar as
ao fim de semana.
condições para a observância do distanciamento social reco-
9. É suspensa a realização de feiras e exposições.
mendável entre os vendedores e entre estes e os compradores.
10. A violação do disposto nos números anteriores cons-
10. Os órgãos competentes da Administração Local
devem criar as condições para a desinfecção regular dos titui crime de desobediência, punível nos termos da Lei
mercados, bem como de higiene e salubridade do meio, par- Penal.
ticularmente nos dias de encerramento. ARTIGO 27.º
(Cultos e celebrações religiosas)
ARTIGO 23.º
(Actividade industrial e agrícola) 1. Estão suspensos os cultos e celebrações religiosas
1. É permitido o exercício da actividade industrial em colectivas em todos os lugares de culto.
geral, sendo obrigatório o uso de máscara facial no interior 2. O disposto no número anterior não impede o direito à
das respectivas unidades. liberdade de culto na sua dimensão individual, nem a reali-
2. É proibido o encerramento da actividade industrial de zação de celebrações religiosas para transmissão televisiva
produção de bens e serviços essenciais, salvo em situação de ou por via das tecnologias de informação e comunicação.
força maior, podendo as autoridades competentes adoptar as 3. A violação do disposto no n.º 1 do presente artigo pode
medidas necessárias para a manutenção da produção. determinar a suspensão do reconhecimento legal da respec-
3. É permitido o funcionamento da actividade de produ- tiva confissão por um período de até 1 ano.
ção agrícola em geral. ARTIGO 28.º
(Trabalhadores domésticos)
ARTIGO 24.º
(Obras públicas prioritárias e estratégicas) 1. É permitida a prestação de serviço por trabalhado-
1. É autorizada a realização de obras públicas considera- res domésticos, no período compreendido entre as 6 e as 15
das prioritárias e estratégicas. horas.
2886 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. A entidade patronal é obrigada a criar as condições 2. Os órgãos competentes devem garantir a disponibi-
gerais de biossegurança, nomeadamente a disponibilizar lização de informação aos familiares sobre a situação dos
máscaras individuais para os trabalhadores domésticos. cidadãos internados, presos e detidos.
ARTIGO 29.º ARTIGO 35.º
(Cerimónias fúnebres) (Transportes colectivos de pessoas e bens)

1. São proibidas cerimónias fúnebres com mais de 1. É autorizado o funcionamento dos transportes colecti-
50 participantes, devendo os funerais realizar-se no período vos urbanos e interprovinciais, públicos e privados, devendo
compreendido entre as 8 horas e as 13 horas. a sua lotação não exceder 50% da sua capacidade.
2. Os funerais de pessoas que tenham como causa de 2. Os transportes colectivos urbanos funcionam no
morte a COVID-19 devem ser realizados no período da período compreendido entre as 5:00 e as 18 horas.
tarde, com a participação de um máximo de 50 cidadãos. 3. A violação do disposto nos n.os 1 e 2 do presente artigo
3. Nas cerimónias fúnebres realizadas nos termos do dá lugar à apreensão do veículo, à suspensão da respectiva
licença, quando aplicável, e à responsabilização criminal do
disposto nos artigos anteriores, são obrigatórios o uso de
motorista por crime de desobediência, nos termos da Lei
máscara facial e a observância do distanciamento social.
Penal.
ARTIGO 30.º
4. Os transportes ferroviários mantêm-se em funciona-
(Regime excepcional de contratação pública)
mento apenas para a transportação de bens e mercadorias.
1. A aquisição de bens e serviços urgentes necessários 5. É proibida a actividade de moto-táxi.
ao controlo e combate à pandemia fica sujeita a um regime 6. A violação do disposto no número anterior dá lugar
excepcional. à apreensão do motociclo e à responsabilização criminal
2. Os bens e serviços essenciais, nomeadamente medi- do infractor por crime de desobediência, nos termos da Lei
camentos, material hospitalar, material de biossegurança e Penal.
demais material essencial, podem ser adquiridos em regime 7. Os proprietários das empresas ou dos veículos devem
de contratação simplificada. garantir as condições mínimas de higiene e segurança sanitá-
3. Compete ao Ministério das Finanças criar as condi- ria, sendo obrigatório o uso de máscara facial nos transportes
ções para a efectivação do disposto nos números anteriores. colectivos.
ARTIGO 31.º 8. O Ministério dos Transportes deve praticar os actos
(Regularização fiscal a posteriori) necessários e adequados para garantir os serviços de trans-
1. O pagamento de impostos sobre a importação de bens porte de pessoas e bens essenciais, por via dos transportes
alimentares, medicamentos e outros bens essenciais fica terrestres, marítimos e aéreos, assim como a manutenção e
sujeito ao regime de regularização a posteriori. funcionamento dos meios circulantes e das infra-estruturas
2. Compete ao Ministério das Finanças garantir os meca- essenciais.
nismos de aplicação do disposto no número anterior. ARTIGO 36.º
(Dever de apresentação de documento de trabalho)
ARTIGO 32.º
(Licenciamento para importação de bens essenciais) 1. Os cidadãos que, nos termos do presente Diploma,
estão autorizados a circular pela via pública por razões de
1. A importação de bens alimentares, medicamentos,
serviço devem fazer-se acompanhar de declaração do ser-
material de biossegurança e outros produtos essenciais fica
viço que comprova a escala de trabalho durante a vigência
sujeita a um regime excepcional de licenciamento.
do Estado de Emergência e do respectivo passe de trabalho.
2. Compete aos Ministérios das Finanças, da Economia
2. A declaração referida no número anterior deve fazer
e Planeamento, dos Transportes e da Indústria e Comércio
referência ao horário de trabalho e à respectiva escala.
e ao Banco Nacional de Angola definir o regime referido
3. Os cidadãos autorizados a prestar serviço nos termos
no número anterior, o qual deve privilegiar a facilitação e a
do presente Diploma podem circular pela via pública até
desburocratização. 3 horas após a hora-limite de prestação de serviço.
ARTIGO 33.º 4. Compete à entidade patronal emitir as declarações
(Protecção de inquilinos)
referidas no n.º 1 do presente artigo.
1. São proibidos os despejos de inquilinos nos contratos ARTIGO 37.º
de arrendamento para fins habitacionais. (Medidas de protecção individual)
2. O disposto no número anterior não desonera o inqui- 1. Sem prejuízo dos demais casos previstos no presente
lino do dever de pagamento da renda devida. Diploma, é obrigatório o uso de máscaras faciais nos seguin-
ARTIGO 34.º tes casos:
(Visita a estabelecimentos hospitalares e prisionais) a) Nos mercados;
1. São interditas as visitas a cidadãos internados nos esta- b) Na venda ambulante;
belecimentos hospitalares e aos cidadãos presos ou detidos. c) Nos estabelecimentos comerciais;
I SÉRIE – N.º 62 – DE 8 DE MAIO DE 2020 2887

d) Nos recintos fechados de acesso ao público; c) Livrete de viatura;


e) Nos transportes colectivos. d) Título de propriedade automóvel;
2. A não utilização de máscara facial nos casos referi- e) Passaporte;
dos no número anterior impossibilita o acesso ao respectivo f) Cartão de estrangeiro residente e vistos concedidos
local ou meio de transporte, devendo os responsáveis pelos a cidadãos estrangeiros que estejam na Repú-
mesmos tomar todas as medidas com vista a vedar o acesso
blica de Angola.
de cidadãos sem máscara facial.
2. São igualmente válidos os documentos de suporte
3. As instituições públicas e privadas que se mantenham
em funções, nos termos do presente Diploma, devem garantir necessários à instrução dos processos para a aquisição dos
as condições essenciais de protecção individual dos funcio- documentos referidos no número anterior.
nários e respeitar as orientações das autoridades sanitárias, ARTIGO 43.º
designadamente em matéria de higiene e biossegurança. (Licenças e autorizações)

4. O atendimento público deve observar as orientações Enquanto vigorar o Estado de Emergência, as licenças,
sobre o distanciamento entre as pessoas. autorizações ou outro tipo de actos administrativos, man-
ARTIGO 38.º têm-se válidos independentemente do decurso do respectivo
(Requisição dos Órgãos de Defesa e Segurança)
prazo.
1. Enquanto Comandante-Em-Chefe das Forças Armadas
ARTIGO 44.º
Angolanas, autorizo o recurso aos Órgãos de Defesa e (Créditos bancários)
Segurança para a garantia do cumprimento do disposto no
Enquanto vigorar o Estado de Emergência, ficam sem
presente Diploma.
efeito as interpelações, constituições em mora e execuções
2. O Ministério do Interior e o Ministério da Defesa
Nacional e Veteranos da Pátria devem criar as condições decorrentes do atraso do cumprimento de obrigações que
para a efectivação da participação dos Órgãos de Defesa e não possam ser realizadas por decorrência da aplicação das
Segurança na medida do necessário e proporcional. medidas previstas no presente Diploma.
ARTIGO 39.º ARTIGO 45.º
(Requisição de médicos e enfermeiros reformados) (Inspecção das actividades económicas)

1. É determinada excepcionalmente requisição civil de 1. Os órgãos competentes de inspecção das actividades


médicos e enfermeiros na reforma. económicas mantêm-se em funções e funcionam com apoio
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior os dos Órgãos de Defesa e Segurança.
casos de médicos e enfermeiros particularmente vulneráveis 2. Devem ser reforçadas as acções de inspecção com
à pandemia COVID-19.
vista a identificar e sancionar as práticas de especulação de
3. Compete ao Ministério da Saúde criar as condições
preços pelos estabelecimentos comerciais.
para a materialização das medidas previstas no presente
artigo. ARTIGO 46.º
(Órgãos de Comunicação Social e dever de informação)
ARTIGO 40.º
(Acesso ao direito e aos tribunais) 1. Os Órgãos de Comunicação Social, públicos e priva-
O Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos arti- dos, mantém-se em funcionamento.
cula com os Conselhos Superiores da Magistratura Judicial 2. Os órgãos competentes de gestão podem adoptar medi-
e do Ministério Público a adopção das providências adequa- das de diminuição do efectivo laboral presencial durante a
das à efectivação do acesso ao direito e aos tribunais, para vigência do Estado de Emergência, salvaguardando sempre
salvaguarda dos direitos, liberdades e garantias lesados ou a prestação dos serviços essenciais.
ameaçados de lesão. 3. Os órgãos competentes devem, com a regularidade
ARTIGO 41.º recomendável, prestar informação pública sobre a evolução
(Suspensão dos prazos de prescrição e caducidade)
da pandemia em Angola.
Fica suspensa a contagem de quaisquer prazos legais para
ARTIGO 47.º
prescrição e caducidade de acções e direitos pelo período de (Dever de cooperação)
duração do Estado de Emergência.
Os cidadãos e as entidades públicas e privadas têm o
ARTIGO 42.º
(Validade dos documentos oficiais caducados) dever de colaboração, nomeadamente no cumprimento de
1. Enquanto vigorar o Estado de Emergência, são váli- ordens ou instruções dos órgãos e agentes responsáveis pela
dos e eficazes os seguintes documentos oficiais ainda que segurança, protecção civil e saúde pública na pronta satisfa-
caducados: ção de solicitações, que justificadamente lhes sejam feitas
a) Bilhete de identidade; pelas entidades competentes para a concretização das medi-
b) Carta de condução; das do presente Diploma.
2888 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 48.º com os Projectos de Potenciação e Apetrechamento Técnico,


(Audição de especialistas em saúde pública)
Militar e Assistência Técnica Diversa para o Ministério da
As entidades competentes devem ouvir, com a regulari- Defesa Nacional e Veteranos da Pátria;
dade possível, especialistas em saúde pública ou em outras O Presidente da República decreta, nos termos da alí-
áreas afins, necessárias à adopção de medidas para a conten- nea d) do artigo 120.º e do n.º 1 do artigo 125.º, ambos da
ção da propagação do COVID-19. Constituição da República de Angola, conjugados com a
ARTIGO 49.º alínea b) do n.º 1 e alínea a) do n.º 2 do artigo 26.º, e o
(Acções de sensibilização e educação cívico-sanitária) artigo 27.º da Lei n.º 15/10, de 14 de Julho, Lei Quadro do
Os órgãos competentes devem implementar medidas Orçamento Geral do Estado, o seguinte:
adicionais com vista à sensibilização e à educação cívico- ARTIGO 1.º
(Aprovação de abertura de crédito adicional suplementar)
-sanitária dos cidadãos sobre a pandemia por COVID-19,
nomeadamente através dos meios de difusão massiva, públi- 1. É aprovada a abertura do crédito adicional suplementar
cos e privados, e de outros meios considerados adequados. no montante de Kz: 100 000 000 000,00 (cem mil milhões de
kwanzas), para o pagamento das despesas com os Projectos
ARTIGO 50.º
(Voluntariado) de Potenciação e Apetrechamento Técnico-Militar das FAA
e Assistência Diversa da Unidade Orçamental — Ministério
Sempre que recomendável, podem ser promovidas
da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria.
acções de voluntariado com vista ao asseguramento das fun-
2. O montante do crédito adicional referido no artigo 1.º
ções essenciais à implementação das medidas previstas no
do presente artigo deve ser atribuído faseadamente, em fun-
presente Diploma e de outros que venham a ser tomadas.
ção das necessidades de pagamento e após esgotadas todas
ARTIGO 51.º as verbas atribuídas inicialmente.
(Validade das medidas que não contrariam o presente Diploma)
ARTIGO 2.º
1. São válidas e eficazes todas as medidas adoptadas para (Atribuição do crédito adicional)
a prevenção e combate à pandemia do COVID-19, desde
O crédito adicional suplementar, aberto nos termos do
que não contrariem o disposto na presente Diploma.
artigo 1.º deste Decreto Presidencial é afecto à Unidade
2. Compete aos Departamentos Ministeriais competentes
Orçamental — Ministério da Defesa Nacional e Veteranos
em razão da matéria e aos Governos Provinciais garantir as
da Pátria.
condições, implementar, fazer cumprir e adoptar as medidas
ARTIGO 3.º
necessárias à eficácia do presente Diploma. (Dúvidas e omissões)
ARTIGO 52.º
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e apli-
(Revogação)
cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente da
São revogados todos os actos praticados pelos Órgãos da
República.
Administração Central e Local que contrariem o disposto no
ARTIGO 4.º
presente Diploma. (Entrada em vigor)
ARTIGO 53.º
O presente Diploma entra em vigor no dia seguinte à
(Dúvidas e omissões)
data da sua publicação.
As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e
Publique-se.
aplicação do presente Decreto Presidencial são resolvidas
pelo Presidente da República. Luanda, aos 4 de Maio de 2020.
ARTIGO 54.º O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
(Entrada em vigor) Lourenço.
O presente Decreto Presidencial entra em vigor às 00:00
do dia 11 de Maio de 2020.
Publique-se.
ASSEMBLEIA NACIONAL
Luanda, aos 8 de Maio de 2020.
Resolução n.º 21/20
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves de 8 de Maio
Lourenço. Considerando que a Organização Mundial da Saúde
(OMS) declarou a COVID-19, como pandemia que afecta
Decreto Presidencial n.º 129/20 gravemente a saúde pública, pondo em risco a vida de seres
de 8 de Maio humanos em todos os países;
Havendo necessidade de se proceder a autorização do cré- Considerando que prevalecem as condições objectivas
dito adicional no Orçamento Geral do Estado, para o Exercício que levaram o Presidente da República a decretar e prorro-
Económico de 2020, para suportar as despesas relacionadas gar o Estado de Emergência em vigor, por via dos Decretos
I SÉRIE – N.º 62 – DE 8 DE MAIO DE 2020 2889

Presidenciais n.º 81/20, de 25 de Março, n.º 97/20, de 9 de alínea i) do artigo 49.º da Lei n.º 12/12, de 13 de Abril —
Abril e n.º 120/20, de 24 de Abril, respectivamente; Lei Orgânica Sobre a Organização e Funcionamento da
Tendo o Presidente da República solicitado à Assembleia Comissão Nacional Eleitoral.
Nacional, nos termos da alínea p) do artigo 119.º da A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
Constituição da República de Angola, conjugado com nos termos das disposições combinadas da alínea d) do
o artigo 16.º da Lei n.º 17/91, de 11 de Maio, Lei sobre o artigo 163.º e da alínea f) do n.º 2 do artigo 166.º, ambos da
Estado de Sítio e Estado de Emergência, o pronuncia- Constituição da República de Angola, a seguinte Resolução:
mento sobre a possibilidade de uma nova prorrogação da 1. Aprovar a substituição, por perda de mandato, de
Declaração do Estado de Emergência que vigora desde o Júlia de Fátima Leite da Silva Ferreira Albino, na Comissão
dia 27 de Março de 2020; Nacional Eleitoral, por Maria Augusta de Macedo Rodrigues.
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, 2. A presente Resolução entra em vigor à data da sua
nos termos das disposições combinadas da alínea h) do publicação.
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
artigo 161.º e da alínea f) do n.º 2 do artigo 166.º, ambos da
aos 28 de Abril de 2020.
Constituição da República de Angola, e do artigo 241.º do
Regimento da Assembleia Nacional, a seguinte Resolução: Publique-se.
1.º — Pronunciar-se favoravelmente à 3.ª prorroga- O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade
ção do Estado de Emergência declarado pelo Presidente Dias dos Santos.
da República, por via do Decreto Presidencial n.º 81/20,
de 25 de Março.
2.º — A presente Resolução entra imediatamente em ÓRGÃOS AUXILIARES
vigor. DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
aos 8 de Maio de 2020.
Publique-se. CASA CIVIL
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade
Dias dos Santos.
Rectificação n.º 4/20
de 8 de Maio
Resolução n.º 22/20 Por ter saído inexacta a publicação do Decreto
de 8 de Maio
Presidencial n.º 110/20, de 20 de Abril, que nomeia a
A Comissão Nacional Eleitoral à luz da Constituição Secretária de Estado para as Relações Exteriores, publicado
da República de Angola, é um órgão independente ao qual no Diário da República n.º 52, I Série, de 20 de Abril, nos
incumbe a organização, a execução, a coordenação e a con-
termos da alínea b) do n.º 4 do artigo 9.º da Lei n.º 7/14,
dução dos processos eleitorais, nos termos das disposições
de 26 de Maio, procede-se à seguinte rectificação:
combinadas dos artigos 107.º da Constituição da República
Onde se lê: «Esmeralda Bravo Mendonça da Silva»;
de Angola, e do n.º 1 do artigo 139.º da Lei n.º 36/11,
de 21 de Dezembro — Lei Orgânica sobre as Eleições Deve ler-se: «Esmeralda Bravo Conde da Silva Men-
Gerais; donça».
Considerando que os membros da Comissão Nacional Luanda, aos 6 de Maio de 2020.
Eleitoral são designados, por maioria absoluta dos O Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Adão Francisco
Deputados em efectividade de funções, sob proposta dos
Correia de Almeida.
Partidos Políticos e Coligações de Partidos Políticos com
assento parlamentar, nos termos do n.º 2 do artigo 143.º da
Lei n.º 36/11, de 21 de Dezembro — Lei Orgânica Sobre
Eleições Gerais;
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
Atendendo que, o Grupo Parlamentar do MPLA soli-
citou a substituição de um membro na Comissão Nacional Decreto Executivo n.º 164/20
Eleitoral, que passa a exercer cargo incompatível, nos termos de 8 de Maio

da alínea e) do artigo 44.º da Lei n.º 12/12, de 13 de Abril Considerando que o Decreto Presidencial n.º 80/20,
— Lei Orgânica Sobre a Organização e Funcionamento da de 25 de Março, autoriza a Ministra das Finanças a recorrer
Comissão Nacional Eleitoral; à emissão de Títulos da Dívida Pública Directa, denomina-
Tendo em conta que o exercício de cargo público incom- dos Obrigações do Tesouro, a favor das empresas do Sector
patível com o mandato de membro da Comissão Nacional Empresarial Público e, sendo necessário capitalizar o Banco
Eleitoral dá lugar a perda de mandato, nos termos da de Comércio e Indústria, S.A. (BCI);
2890 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Tendo em conta que, de acordo com os artigos 2.º e 8.º do Havendo a necessidade de se definir a Obrigação Geral
referido Decreto Presidencial, compete à Ministra das Finanças desta modalidade de emissão, conforme estabelece o artigo 8.º
estabelecer, por Decreto Executivo, as características dos títu- da Lei n.º 1/14, de 6 de Fevereiro, sobre o Regime Jurídico
los a emitir, que devem constar da Obrigação Geral a que se de Emissão e Gestão da Dívida Pública Directa e Indirecta;
refere o artigo 8.º do Regime Jurídico de Emissão e Gestão da Havendo ainda a necessidade de subdelegar, nos termos
Dívida Pública Directa e Indirecta, aprovado pela Lei n.º 1/14, previstos no Decreto Presidencial n.º 164/18, de 12 de Julho,
de 6 de Fevereiro; a gestão do mercado primário de Obrigações do Tesouro;
Em conformidade com os poderes delegados pelo Em conformidade com os poderes delegados pelo
Presidente da República, nos termos do artigo 137.º da Presidente da República, nos termos do artigo 137.º da
Constituição da República de Angola, e de acordo com as dis- Constituição da República de Angola, e de acordo com as
posições combinadas dos artigos 7.º e 8.º da Lei n.º 1/14, de 6 disposições combinadas dos artigos 7.º e 8.º da Lei n.º 1/14,
de Fevereiro, Lei do Regime Jurídico da Emissão e Gestão da de 6 de Fevereiro, Lei do Regime Jurídico da Emissão e
Dívida Pública Directa e Indirecta, e da alínea d) do artigo 6.º Gestão da Dívida Pública Directa e Indirecta, e da alínea d)
do Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças, aprovado do artigo 6.º do Estatuto Orgânico do Ministério das
pelo Decreto Presidencial n.º 31/18, de 7 de Fevereiro, ouvido Finanças, aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 31/18,
o Banco Nacional de Angola, determino: de 7 de Fevereiro, ouvido o Banco Nacional de Angola,
ARTIGO 1.º determino:
(Objecto)
1. A emissão, colocação e reembolso das «Obrigações
O presente Diploma regula as características das do Tesouro-2020 — Capitalização do BCI», de que trata o
Obrigações do Tesouro previstas no Decreto Presidencial Decreto Executivo n.º 164/20, de 8 de Maio, obedece às con-
n.º 80/20, de 25 de Março. dições específicas estabelecidas na seguinte Obrigação Geral:
ARTIGO 2.º a) Finalidade: A emissão destina-se à capitalização
(Características das Obrigações do Tesouro)
do Banco de Comércio e Indústria (BCI);
As Obrigações do Tesouro a que se refere o artigo ante- b) Designação: Emissão especial «Obrigações do
rior são emitidas sem reajuste do valor nominal, com taxa Tesouro-2020 — Capitalização BCI»;
de juro de cupão de 16,50% ao ano, até ao valor global de c) Moeda: Kwanza;
Kz: 30 000 000 000, 00 (trinta mil milhões de kwanzas), e
d) Montante máximo: Até ao valor de Kz: 30 000 000 000,00
disponibilizados ao Banco de Comércio e Indústria, S.A.,
(trinta mil milhões de Kwanzas), em títulos com o
sem desconto.
valor unitário de Kz: 100 000,00 (cem mil Kwan-
ARTIGO 3.º
(Montante de emissão)
zas), não reajustável;
e) Tipo de Taxa de Juro: Juros fixos de 16,50% ao ano
Os montantes a emitir, as respectivas maturidades e o
sobre o valor nominal;
valor facial dessa modalidade de emissão são definidos por
Despacho da Ministra das Finanças. f) Modalidade de Colocação: Emissão directa, por
forma escritural, a favor do Banco de Comércio
ARTIGO 4.º
(Dúvidas e omissões) e Indústria, efectuando-se a colocação pelo valor
As dúvidas e omissões suscitadas em sede de interpre- de emissão, sem desconto, através de registo de
tação e aplicação do presente Diploma são resolvidas pela titularidade junto do Banco Nacional de Angola,
Ministra das Finanças. caracterizando-se, com o referido registo, o pro-
ARTIGO 5.º
cesso de capitalização do BCI;
(Entrada em vigor) g) Condições de Reembolso: 4 anos, efectuando-se o
O presente Diploma entra em vigor no dia seguinte à reembolso pelo valor nominal, sem reajuste.
data da sua publicação. 2. Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 8.º da Lei
Publique-se. n.º 1/14, de 6 de Fevereiro, do Regime e nos artigos 13.º, 15.º,
16.º, 18.º e 20.º do Decreto Presidencial n.º 164/18, de 12 de
Luanda, aos 7 de Maio de 2020. Julho, são atribuídas ao Banco Nacional de Angola, por via
A Ministra, Vera Daves de Sousa. do presente Despacho, as tarefas administrativas e executi-
vas ligadas à emissão e ao serviço das operações relativas ao
Despacho n.º 9/20 desdobramento da referida Obrigação Geral, nomeadamente
de 8 de Maio as seguintes:
Considerando que por meio do Decreto Executivo a) Processar de forma automatizada, no Sistema de
n.º 164/20, de 8 de Maio, foi autorizada a emissão especial Gestão de Mercados de Activos (SIGMA), o
de «Obrigações do Tesouro-2020 — Capitalização do BCI», registo da emissão, do pagamento dos juros e
a favor do Banco de Comércio e Indústria, S.A. (BCI); do reembolso, por forma a reflectir as condições
I SÉRIE – N.º 62 – DE 8 DE MAIO DE 2020 2891

estabelecidas na Obrigação Geral aprovada por Sendo:


este Despacho e as informações a fornecer pelo is: Taxa de juros simples para um semestre, a aplicar
Ministério das Finanças com antecedência de sobre o valor facial;
dois dias úteis à data de cada emissão; i: Taxa de juros anuais da emissão;
b) Debitar directamente na Conta Única do Tesouro, b) A apropriação «pro rata dia» dos juros será cal-
sob prévio aviso à Direcção Nacional do Tesouro, culada utilizando a seguinte fórmula de taxa
os valores que serão levados a crédito das contas equivalente diária:
de depósito das instituições responsáveis pela Indias = [(i/100 x 6/12) x (dc/dctc)]
liquidação das operações de pagamento de juros Sendo:
e de reembolso, nas respectivas datas de venci- Indias: Taxa de juros simples para «n» dias decorri-
mento, mediante comprovação, pelas referidas
dos do período semestral, calculada com nove
instituições, do efectivo reembolso final em
casas decimais, arredondando-se a nona mate-
favor dos titulares beneficiários;
maticamente;
c) Tomar as demais providências do seu domínio,
i: Taxa de juros do título em percentagem ao ano;
previstas no Decreto Presidencial n.º 164/18,
dc: Número de dias efectivamente decorridos desde a
de 12 de Julho, observada a Rectificação n.º 16/18,
emissão, no caso do primeiro período semestral,
de 3 de Setembro, quanto aos procedimentos a
adoptar pelas instituições financeiras intermediá- ou desde o pagamento anterior de juros, no caso
rias autorizadas, com vista a que as Obrigações dos demais períodos semestrais;
do Tesouro possam ser transaccionadas nos mer- dctc: Número total de dias de calendário entre a emis-
cados secundário e interbancário, limitando-se o são e o primeiro pagamento, no caso do primeiro
desconto à taxas de mercado e à vinculação como período semestral, ou entre o pagamento ante-
garantia colateral em operações de empréstimo, rior e a data seguinte de vencimento de juros, no
em conformidade com as regras a estabelecer caso dos demais períodos semestrais.
pelo Banco Nacional de Angola. 4. As dívidas e omissões resultantes da interpretação e
3. Para efeitos das transacções referidas no ponto ante- integração do presente Diploma são resolvidas pela Ministra
rior, bem como para o caso de eventual reembolso antecipado das Finanças.
que venha a ser proposto pelo Ministério das Finanças, deve- 5. O presente Despacho entra em vigor na data da sua
-se ter em conta o seguinte: publicação.
a) Os juros semestrais são calculados pelo Regime de
Publique-se.
Capitalização Simples, utilizando-se a seguinte
fórmula: Luanda, aos 7 de Maio de 2020.
is = [(i/100) x (6/12) ] A Ministra, Vera Daves de Sousa.

O. E. 0638 - 5/62 - 150 ex. - I.N.-E.P. - 2020

Você também pode gostar